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Referendo sobre permanência na UE definirá futuro de premiê britânico
Ao anunciar a data em que o Reino Unido decide se fica na União Europeia (UE) ou sai do bloco, o primeiro-ministro David Cameron afirmou que esta será a decisão mais importante da vida de toda uma geração. Tal retórica diz muito sobre seu futuro político. Por trás do referendo, marcado para 23 de junho, está também uma disputa pela liderança do Partido Conservador e, consequentemente, por um dos mais importantes endereços da capital inglesa: o número 10 da rua Downing, a residência oficial e o escritório do primeiro-ministro. "Não acho que Cameron seja capaz de evitar sua perda de poder se o Reino Unido votar a favor do 'Brexit' [saída da UE]. Sua posição se tornará insustentável, e seu próprio partido forçará uma eleição para trocar a liderança", afirma Panicos Demetriades, professor da Universidade de Leicester. DUAS FACES Ao mesmo tempo em que Cameron se transformou na principal face do "não" ao "Brexit", o atual prefeito de Londres, Boris Johnson, passou a defender o "sim" de forma escancarada. Johnson hoje lidera com folga as pesquisas internas para ser o próximo comandante da legenda. Cameron alerta para os efeitos na economia se o Reino Unido deixar a UE, como a dificuldade de captação de crédito e a perda de acesso ao mercado único. Johnson, por sua vez, afirma que o país pode ser como o Canadá e negociar acordos individuais com melhores tarifas. A divisão interna reflete o quão polarizada está a disputa entre os britânicos em relação ao "Brexit" –pesquisas indicam empate técnico. "Há evidências de que deixar a UE prejudicará a economia e reduzirá o padrão de vida britânico. Ainda assim, as pesquisas sugerem uma disputa acirrada", diz o professor Thomas Sampson, da London School of Economics. Cameron investe pesado na campanha. Gastou £ 9 milhões (cerca de R$ 45 milhões) para produzir panfletos contra o "Brexit" com o timbre oficial do governo e distribuí-los nas casas dos eleitores. Também contou com uma declaração oficial e incisiva de apoio do presidente dos EUA, Barack Obama. Por isso, para Sampson, Cameron colocou sua "reputação em risco" ao defender de forma tão veemente a permanência no bloco. Até defensores do premiê opinam que haverá muita pressão para que ele deixe o cargo em caso de derrota. Ponderam, contudo, que isso não necessariamente ocorrerá, uma vez que Cameron ainda desfruta do crédito de ter conduzido os conservadores a uma vitória sólida e inesperada no ano passado, quando ganhou maioria absoluta no Parlamento. Na quarta (4), quando foi ao Congresso defender a permanência na UE, Cameron foi questionado se conseguiria ficar no cargo se não evitasse o "Brexit". A resposta foi curta e direta: "Sim. Lembre-se que venci as eleições há apenas um ano". LONGO IMPACTO Apesar de atrelarem a permanência de Cameron ao referendo, especialistas acreditam que, caso a opção pelo "Brexit" vença, não haverá mudanças imediatas. A Comissão Especial da Casa dos Lordes, no Parlamento, calcula que a renegociação dos termos de saída pode demorar anos ""mas alerta que, uma vez iniciado o processo, não há fundamento legal para interrompê-lo. As mudanças no Partido Conservador também não devem ser instantâneas. "Nas primeiras semanas pós-referendo, o impacto pode ser pequeno, mas vai aumentar à medida que a incerteza pesar sobre a economia", diz o professor Demetriades.
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Referendo sobre permanência na UE definirá futuro de premiê britânicoAo anunciar a data em que o Reino Unido decide se fica na União Europeia (UE) ou sai do bloco, o primeiro-ministro David Cameron afirmou que esta será a decisão mais importante da vida de toda uma geração. Tal retórica diz muito sobre seu futuro político. Por trás do referendo, marcado para 23 de junho, está também uma disputa pela liderança do Partido Conservador e, consequentemente, por um dos mais importantes endereços da capital inglesa: o número 10 da rua Downing, a residência oficial e o escritório do primeiro-ministro. "Não acho que Cameron seja capaz de evitar sua perda de poder se o Reino Unido votar a favor do 'Brexit' [saída da UE]. Sua posição se tornará insustentável, e seu próprio partido forçará uma eleição para trocar a liderança", afirma Panicos Demetriades, professor da Universidade de Leicester. DUAS FACES Ao mesmo tempo em que Cameron se transformou na principal face do "não" ao "Brexit", o atual prefeito de Londres, Boris Johnson, passou a defender o "sim" de forma escancarada. Johnson hoje lidera com folga as pesquisas internas para ser o próximo comandante da legenda. Cameron alerta para os efeitos na economia se o Reino Unido deixar a UE, como a dificuldade de captação de crédito e a perda de acesso ao mercado único. Johnson, por sua vez, afirma que o país pode ser como o Canadá e negociar acordos individuais com melhores tarifas. A divisão interna reflete o quão polarizada está a disputa entre os britânicos em relação ao "Brexit" –pesquisas indicam empate técnico. "Há evidências de que deixar a UE prejudicará a economia e reduzirá o padrão de vida britânico. Ainda assim, as pesquisas sugerem uma disputa acirrada", diz o professor Thomas Sampson, da London School of Economics. Cameron investe pesado na campanha. Gastou £ 9 milhões (cerca de R$ 45 milhões) para produzir panfletos contra o "Brexit" com o timbre oficial do governo e distribuí-los nas casas dos eleitores. Também contou com uma declaração oficial e incisiva de apoio do presidente dos EUA, Barack Obama. Por isso, para Sampson, Cameron colocou sua "reputação em risco" ao defender de forma tão veemente a permanência no bloco. Até defensores do premiê opinam que haverá muita pressão para que ele deixe o cargo em caso de derrota. Ponderam, contudo, que isso não necessariamente ocorrerá, uma vez que Cameron ainda desfruta do crédito de ter conduzido os conservadores a uma vitória sólida e inesperada no ano passado, quando ganhou maioria absoluta no Parlamento. Na quarta (4), quando foi ao Congresso defender a permanência na UE, Cameron foi questionado se conseguiria ficar no cargo se não evitasse o "Brexit". A resposta foi curta e direta: "Sim. Lembre-se que venci as eleições há apenas um ano". LONGO IMPACTO Apesar de atrelarem a permanência de Cameron ao referendo, especialistas acreditam que, caso a opção pelo "Brexit" vença, não haverá mudanças imediatas. A Comissão Especial da Casa dos Lordes, no Parlamento, calcula que a renegociação dos termos de saída pode demorar anos ""mas alerta que, uma vez iniciado o processo, não há fundamento legal para interrompê-lo. As mudanças no Partido Conservador também não devem ser instantâneas. "Nas primeiras semanas pós-referendo, o impacto pode ser pequeno, mas vai aumentar à medida que a incerteza pesar sobre a economia", diz o professor Demetriades.
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Phumzile Mlambo-Ngcuka: A hora de dar o passo
Num tempo em que as atrocidades e a violência contra as mulheres parecem intermináveis, o Dia Internacional da Mulher não parece um bom momento para celebrar a igualdade. Contudo existe outra realidade em que, como nunca antes, as meninas são maioria nas escolas e as que obtêm mais titulação; a mortalidade materna está nos níveis mais baixos; as mulheres ocupam cargos de liderança e se colocam em pé de igualdade, fazendo-se escutar e exigindo medidas. Em setembro, fará 20 anos que milhares de delegadas e delegados partiam para a histórica 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, com grandes esperanças. A sensação esmagadora era a de que as mulheres haviam conquistado uma grande vitória. E haviam: 189 líderes mundiais tinham comprometido seus países com uma plataforma de ação com promessas ambiciosas, mas realistas, em áreas-chave e com uma rota para cumpri-las. Se os países tivessem cumprido com todas essas promessas, hoje estaríamos observando mais avanços em matéria de igualdade para as mulheres e estaríamos vivendo em um mundo mais saudável, próspero e pacífico. Tivemos uma expectativa ambiciosa de acabar em 20 anos com um regime de desigualdade de gênero. Era pedir demais? Quanto custaria liberar o potencial das mulheres no mundo? Se as lideranças do mundo não queriam investir na igualdade de gênero, por que fizeram essas promessas? Algumas mulheres estão ocupando lugares nos principais centros de tomada de decisões. Em 1990, as chefes de Estado ou de governo eram 12; em 2015, são 19, mas o restante são homens. Oito em cada dez parlamentares em todo o mundo são homens. A mortalidade materna caiu 45%, mas a meta para 2015 era a diminuição de 75%. Contudo, há 140 milhões de mulheres sem acesso ao planejamento familiar: a meta para 2015 era a cobertura universal. Há mais mulheres trabalhando: há 20 anos, 40% delas tinham emprego remunerado e assalariado. Hoje, essa proporção aumentou para cerca de 50%; porém, a esse ritmo, seriam necessários 80 anos para alcançar a paridade de gênero no emprego e mais de 75 anos para obter a igualdade salarial. Este ano representa uma grande oportunidade para as lideranças mundiais e um grande desafio. Quando se reunirem na sede das Nações Unidas, em Nova York, em setembro, terão a oportunidade de revisitar e voltar a se comprometer com os objetivos de Pequim. Recordamos os compromissos adquiridos e conclamamos as lideranças para que tomem ação imediata. Nosso objetivo é simples: uma ação substancial, com enfoque urgente, nos próximos cinco anos para alcançar os objetivos de Pequim antes de 2030. Há uma necessidade imperiosa de modificar o ritmo atual. A baixa representação das mulheres na tomada de decisões políticas e econômicas ameaça o empoderamento delas e a igualdade de gênero, de cuja abordagem os homens podem e devem fazer parte. Se os países partirem do progresso obtido durante os últimos 20 anos, se as lideranças desmantelarem estereótipos, investirem no necessário, forjarem alianças com empresas e sociedade civil –sobretudo com mulheres e organizações de mulheres– e assumirem a responsabilidade, a igualdade poderá ser conquistada antes. No fim, as mulheres terão igualdade. Por que esperar? As lideranças mundiais já haviam combinado que, para chegar até esse objetivo, têm que colocar em prática ações imediatas –e a hora é agora. PHUMZILE MLAMBO-NGCUKA é diretora-executiva da ONU Mulheres; foi vice-presidente da África do Sul (2005-2008, governo Thabo Mbeki) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Phumzile Mlambo-Ngcuka: A hora de dar o passoNum tempo em que as atrocidades e a violência contra as mulheres parecem intermináveis, o Dia Internacional da Mulher não parece um bom momento para celebrar a igualdade. Contudo existe outra realidade em que, como nunca antes, as meninas são maioria nas escolas e as que obtêm mais titulação; a mortalidade materna está nos níveis mais baixos; as mulheres ocupam cargos de liderança e se colocam em pé de igualdade, fazendo-se escutar e exigindo medidas. Em setembro, fará 20 anos que milhares de delegadas e delegados partiam para a histórica 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, com grandes esperanças. A sensação esmagadora era a de que as mulheres haviam conquistado uma grande vitória. E haviam: 189 líderes mundiais tinham comprometido seus países com uma plataforma de ação com promessas ambiciosas, mas realistas, em áreas-chave e com uma rota para cumpri-las. Se os países tivessem cumprido com todas essas promessas, hoje estaríamos observando mais avanços em matéria de igualdade para as mulheres e estaríamos vivendo em um mundo mais saudável, próspero e pacífico. Tivemos uma expectativa ambiciosa de acabar em 20 anos com um regime de desigualdade de gênero. Era pedir demais? Quanto custaria liberar o potencial das mulheres no mundo? Se as lideranças do mundo não queriam investir na igualdade de gênero, por que fizeram essas promessas? Algumas mulheres estão ocupando lugares nos principais centros de tomada de decisões. Em 1990, as chefes de Estado ou de governo eram 12; em 2015, são 19, mas o restante são homens. Oito em cada dez parlamentares em todo o mundo são homens. A mortalidade materna caiu 45%, mas a meta para 2015 era a diminuição de 75%. Contudo, há 140 milhões de mulheres sem acesso ao planejamento familiar: a meta para 2015 era a cobertura universal. Há mais mulheres trabalhando: há 20 anos, 40% delas tinham emprego remunerado e assalariado. Hoje, essa proporção aumentou para cerca de 50%; porém, a esse ritmo, seriam necessários 80 anos para alcançar a paridade de gênero no emprego e mais de 75 anos para obter a igualdade salarial. Este ano representa uma grande oportunidade para as lideranças mundiais e um grande desafio. Quando se reunirem na sede das Nações Unidas, em Nova York, em setembro, terão a oportunidade de revisitar e voltar a se comprometer com os objetivos de Pequim. Recordamos os compromissos adquiridos e conclamamos as lideranças para que tomem ação imediata. Nosso objetivo é simples: uma ação substancial, com enfoque urgente, nos próximos cinco anos para alcançar os objetivos de Pequim antes de 2030. Há uma necessidade imperiosa de modificar o ritmo atual. A baixa representação das mulheres na tomada de decisões políticas e econômicas ameaça o empoderamento delas e a igualdade de gênero, de cuja abordagem os homens podem e devem fazer parte. Se os países partirem do progresso obtido durante os últimos 20 anos, se as lideranças desmantelarem estereótipos, investirem no necessário, forjarem alianças com empresas e sociedade civil –sobretudo com mulheres e organizações de mulheres– e assumirem a responsabilidade, a igualdade poderá ser conquistada antes. No fim, as mulheres terão igualdade. Por que esperar? As lideranças mundiais já haviam combinado que, para chegar até esse objetivo, têm que colocar em prática ações imediatas –e a hora é agora. PHUMZILE MLAMBO-NGCUKA é diretora-executiva da ONU Mulheres; foi vice-presidente da África do Sul (2005-2008, governo Thabo Mbeki) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Fábricas mudam rotina para atrair trabalhador da nova geração chinesa
Quando Ioan Gornic subitamente disparou "No Limits", um hit de dance music dos anos 90, cerca de 20 executivos europeus que dirigem fábricas na China começaram a se ajeitar nervosamente em suas cadeiras, tentando não olhar os colegas nos olhos. "Não se preocupem, não vou cantar", disse Gornic, gerente-geral da Zobele, empresa italiana que produz repelentes de insetos e ambientadores, em Shenzhen (China). "Só estou tentando demonstrar que os únicos limites que existem são aqueles que nós nos impomos." Gornic estava conduzindo uma oficina sobre "gestão de talentos" para executivos no coração industrial da China, onde os salários em rápida ascensão, as mudanças demográficas e as necessidades diferenciadas da geração milênio (entre 20 e 30 anos) estão forçando as empresas a repensar a maneira como lidam com sua força de trabalho. Em lugar de tratarem os trabalhadores como um recurso ilimitado e de fácil substituição, ele diz que os gestores "precisam compreender melhor quem eles são, o que eles precisam e como torná-los mais eficientes". Diferentemente de seus pais, que viam um emprego na indústria como rara oportunidade de avançar, os jovens chineses têm mais opções e desejam mais controle sobre suas vidas. "Eles não estão mais dispostos a aceitar qualquer oferta", diz Susanne Choi, professora de sociologia na Universidade Chinesa de Hong Kong e estudiosa dos trabalhadores migrantes da China. "A geração mais jovem tipicamente tem nível de educação mais elevado e um histórico familiar melhor." Os gestores de fábricas dizem que estão tendo de adotar abordagem mais ponderada quanto ao seu pessoal, oferecendo horas extras aos operários ávidos por ganhar mais, mas permitindo que outros realizem apenas as jornadas de trabalho acertadas em contrato. Paris Hadjisotiriou, executivo da Oberthur Technologies, empresa francesa que fabrica cartão de crédito, disse que tentou conquistar a lealdade de seu pessoal por meio de um serviço de encontros. Muitos jovens operários preferem retornar às suas cidades de origem depois de alguns anos de trabalho, a fim de encontrar um par ideal para casamento. Por isso, ele organizou eventos sociais para ajudar operários e operárias de diferentes fábricas a se conhecerem, porque "é mais fácil reter esse pessoal se eles forem capazes de encontrar um namorado ou namorada". Para Gornic, as fábricas precisam fazer mais do que simplesmente oferecer melhores acomodações e instalações esportivas. Ele desenvolveu um programa que busca formandos em cursos de pós-graduação e os treina para postos de comando e outro que ajuda os melhores dos operários de baixa capacitação nas fábricas a avançarem rumo a postos de supervisão. Ele também está implementando o conceito japonês de kaizen (melhora contínua), criando equipes de executivos e trabalhadores que tentam cortar minutos e custos vitais no processo industrial.
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Fábricas mudam rotina para atrair trabalhador da nova geração chinesaQuando Ioan Gornic subitamente disparou "No Limits", um hit de dance music dos anos 90, cerca de 20 executivos europeus que dirigem fábricas na China começaram a se ajeitar nervosamente em suas cadeiras, tentando não olhar os colegas nos olhos. "Não se preocupem, não vou cantar", disse Gornic, gerente-geral da Zobele, empresa italiana que produz repelentes de insetos e ambientadores, em Shenzhen (China). "Só estou tentando demonstrar que os únicos limites que existem são aqueles que nós nos impomos." Gornic estava conduzindo uma oficina sobre "gestão de talentos" para executivos no coração industrial da China, onde os salários em rápida ascensão, as mudanças demográficas e as necessidades diferenciadas da geração milênio (entre 20 e 30 anos) estão forçando as empresas a repensar a maneira como lidam com sua força de trabalho. Em lugar de tratarem os trabalhadores como um recurso ilimitado e de fácil substituição, ele diz que os gestores "precisam compreender melhor quem eles são, o que eles precisam e como torná-los mais eficientes". Diferentemente de seus pais, que viam um emprego na indústria como rara oportunidade de avançar, os jovens chineses têm mais opções e desejam mais controle sobre suas vidas. "Eles não estão mais dispostos a aceitar qualquer oferta", diz Susanne Choi, professora de sociologia na Universidade Chinesa de Hong Kong e estudiosa dos trabalhadores migrantes da China. "A geração mais jovem tipicamente tem nível de educação mais elevado e um histórico familiar melhor." Os gestores de fábricas dizem que estão tendo de adotar abordagem mais ponderada quanto ao seu pessoal, oferecendo horas extras aos operários ávidos por ganhar mais, mas permitindo que outros realizem apenas as jornadas de trabalho acertadas em contrato. Paris Hadjisotiriou, executivo da Oberthur Technologies, empresa francesa que fabrica cartão de crédito, disse que tentou conquistar a lealdade de seu pessoal por meio de um serviço de encontros. Muitos jovens operários preferem retornar às suas cidades de origem depois de alguns anos de trabalho, a fim de encontrar um par ideal para casamento. Por isso, ele organizou eventos sociais para ajudar operários e operárias de diferentes fábricas a se conhecerem, porque "é mais fácil reter esse pessoal se eles forem capazes de encontrar um namorado ou namorada". Para Gornic, as fábricas precisam fazer mais do que simplesmente oferecer melhores acomodações e instalações esportivas. Ele desenvolveu um programa que busca formandos em cursos de pós-graduação e os treina para postos de comando e outro que ajuda os melhores dos operários de baixa capacitação nas fábricas a avançarem rumo a postos de supervisão. Ele também está implementando o conceito japonês de kaizen (melhora contínua), criando equipes de executivos e trabalhadores que tentam cortar minutos e custos vitais no processo industrial.
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Centenária, orquestra italiana de Santa Cecilia se apresenta em SP
Desde que assumiu o posto de diretor musical da centenária Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia, na Itália, em 2005, o maestro Antonio Pappano tem colocado o grupo no epicentro da música clássica, com apresentações em alguns dos principais festivais do mundo e gravações premiadas, que se tornaram referência. Neste sábado (7) e domingo (8), Pappano rege a orquestra em récitas na Sala São Paulo, dentro da temporada da Cultura Artística. Até a conclusão desta reportagem, restavam pouco lugares para ambas as apresentações. O programa inclui duas peças de Tchaikovsky (1840-93) já gravadas sob a batuta de Pappano: a "Sinfonia nº 5 em Mi Menor, Op. 64", lançada em 2010 pela EMI, e o "Concerto nº 1 em Si Bemol Menor, Op. 23", que está no mais recente álbum, da Warner, gravado com a pianista italiana Beatrice Rana, 23, solista nesta turnê. "Beatrice é uma pianista talentosa, com uma técnica fenomenal, combinada à musicalidade natural", afirma Pappano, para quem, na gravação de Tchaikovsky, ela estava "absolutamente brilhante". No disco, orquestra e solista também registraram o "Concerto para Piano nº 2", de Prokofiev (1891-1953). Beatrice Rana foi a segunda colocada no concurso internacional de piano Van Cliburn, nos Estados Unidos, em 2013, e, no ano passado, integrou o projeto BBC New Generation Artists, que se propõe a alavancar a carreira dos jovens artistas mais promissores. Na Sala São Paulo, além do "Concerto nº 1", a orquestra vai tocar a abertura da ópera "La Forza del Destino", de Verdi (1813-1901), nos dois dias. Já a "Sinfonia nº 5", de Tchaikovsky, programada para sábado, será substituída pela "Sinfonia nº 3 em Dó Menor, Op. 78", de Camille Saint-Saëns (1835-1921) no domingo. GRAVAÇÕES A orquestra, que foi criada em 1908 com a proposta de fazer exclusivamente música sinfônica no país da ópera, tem ganhado prestígio com a execução e gravação de obras operísticas sob o comando de Pappano. Um exemplo é a ópera "Aida", de Verdi, gravada com o tenor Jonas Kauffmann, a soprano Anja Harteros, a mezzo soprano Ekaterina Semenchuk e o barítono Ludovic Tézier. A gravação foi eleita, por exemplo, a melhor do mês pela revista "Gramophone" e pela "BBC Music Magazine". Sobre essa gravação, a revista "Diapason D'Or" publicou: "Podemos confirmar sem hesitação que esta não é apenas uma "Aida" para o presente, mas uma "Aida" feita para durar, ao mesmo nível que as gravações de referência do passado". Com as gravações, tanto de óperas quanto de música sinfônica, Pappano espera que a orquestra "represente muitas facetas artísticas". "Como uma orquestra italiana, estamos orgulhosos de salientar a importância de uma música que reflete sua herança operística, combinando isso, no entanto, com bom gosto, disciplina e teatralidade." Filho de italianos, Pappano nasceu em Londres e, aos 13 anos, mudou-se com a família para os EUA, onde seguiu estudos em piano e regência. Ao longo de sua trajetória, foi assistente do maestro Daniel Barenboim, diretor na Den Norske Opera, em Oslo, na Noruega, e no Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas. Regeu orquestras como a Filarmônica de Berlim, de Viena e Nova York, e a do Concertgebouw de Amsterdã. Atualmente, é também diretor musical do Covent Garden de Londres. Em 2015, recebeu a centésima Medalha de Ouro da Royal Philharmonic Society, de Londres —a maior honraria da entidade, já cedida a músicos como Brahms, Strauss, Stravinsky e Britten. A orquestra, fundada em 1908, foi regida por compositores como Mahler, Strauss, Stravinsky e Sibelius. Sob o comando de Pappano, foi a festivais prestigiados, como o BBC Proms, os de Lucerna e Salzburgo, além do Noites Brancas, de São Petersburgo. Depois de São Paulo, a orquestra segue para Buenos Aires, onde fará duas apresentações, na terça (10) e quarta (11), no Teatro Colón. ORQUESTRA DA ACADEMIA NACIONAL DE SANTA CECILIA QUANDO sáb. (7) e dom. (8), às 21h ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO de R$ 50 a R$ 550 CLASSIFICAÇÃO livre
ilustrada
Centenária, orquestra italiana de Santa Cecilia se apresenta em SPDesde que assumiu o posto de diretor musical da centenária Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia, na Itália, em 2005, o maestro Antonio Pappano tem colocado o grupo no epicentro da música clássica, com apresentações em alguns dos principais festivais do mundo e gravações premiadas, que se tornaram referência. Neste sábado (7) e domingo (8), Pappano rege a orquestra em récitas na Sala São Paulo, dentro da temporada da Cultura Artística. Até a conclusão desta reportagem, restavam pouco lugares para ambas as apresentações. O programa inclui duas peças de Tchaikovsky (1840-93) já gravadas sob a batuta de Pappano: a "Sinfonia nº 5 em Mi Menor, Op. 64", lançada em 2010 pela EMI, e o "Concerto nº 1 em Si Bemol Menor, Op. 23", que está no mais recente álbum, da Warner, gravado com a pianista italiana Beatrice Rana, 23, solista nesta turnê. "Beatrice é uma pianista talentosa, com uma técnica fenomenal, combinada à musicalidade natural", afirma Pappano, para quem, na gravação de Tchaikovsky, ela estava "absolutamente brilhante". No disco, orquestra e solista também registraram o "Concerto para Piano nº 2", de Prokofiev (1891-1953). Beatrice Rana foi a segunda colocada no concurso internacional de piano Van Cliburn, nos Estados Unidos, em 2013, e, no ano passado, integrou o projeto BBC New Generation Artists, que se propõe a alavancar a carreira dos jovens artistas mais promissores. Na Sala São Paulo, além do "Concerto nº 1", a orquestra vai tocar a abertura da ópera "La Forza del Destino", de Verdi (1813-1901), nos dois dias. Já a "Sinfonia nº 5", de Tchaikovsky, programada para sábado, será substituída pela "Sinfonia nº 3 em Dó Menor, Op. 78", de Camille Saint-Saëns (1835-1921) no domingo. GRAVAÇÕES A orquestra, que foi criada em 1908 com a proposta de fazer exclusivamente música sinfônica no país da ópera, tem ganhado prestígio com a execução e gravação de obras operísticas sob o comando de Pappano. Um exemplo é a ópera "Aida", de Verdi, gravada com o tenor Jonas Kauffmann, a soprano Anja Harteros, a mezzo soprano Ekaterina Semenchuk e o barítono Ludovic Tézier. A gravação foi eleita, por exemplo, a melhor do mês pela revista "Gramophone" e pela "BBC Music Magazine". Sobre essa gravação, a revista "Diapason D'Or" publicou: "Podemos confirmar sem hesitação que esta não é apenas uma "Aida" para o presente, mas uma "Aida" feita para durar, ao mesmo nível que as gravações de referência do passado". Com as gravações, tanto de óperas quanto de música sinfônica, Pappano espera que a orquestra "represente muitas facetas artísticas". "Como uma orquestra italiana, estamos orgulhosos de salientar a importância de uma música que reflete sua herança operística, combinando isso, no entanto, com bom gosto, disciplina e teatralidade." Filho de italianos, Pappano nasceu em Londres e, aos 13 anos, mudou-se com a família para os EUA, onde seguiu estudos em piano e regência. Ao longo de sua trajetória, foi assistente do maestro Daniel Barenboim, diretor na Den Norske Opera, em Oslo, na Noruega, e no Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas. Regeu orquestras como a Filarmônica de Berlim, de Viena e Nova York, e a do Concertgebouw de Amsterdã. Atualmente, é também diretor musical do Covent Garden de Londres. Em 2015, recebeu a centésima Medalha de Ouro da Royal Philharmonic Society, de Londres —a maior honraria da entidade, já cedida a músicos como Brahms, Strauss, Stravinsky e Britten. A orquestra, fundada em 1908, foi regida por compositores como Mahler, Strauss, Stravinsky e Sibelius. Sob o comando de Pappano, foi a festivais prestigiados, como o BBC Proms, os de Lucerna e Salzburgo, além do Noites Brancas, de São Petersburgo. Depois de São Paulo, a orquestra segue para Buenos Aires, onde fará duas apresentações, na terça (10) e quarta (11), no Teatro Colón. ORQUESTRA DA ACADEMIA NACIONAL DE SANTA CECILIA QUANDO sáb. (7) e dom. (8), às 21h ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO de R$ 50 a R$ 550 CLASSIFICAÇÃO livre
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Tirados do canteiro central, relógios digitais irão para calçadas na Paulista
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Os 12 relógios digitais instalados no canteiro central da avenida Paulista serão levados para as calçadas ao longo da via. A decisão foi tomada pela Prefeitura de São Paulo depois da construção da ciclovia inaugurada no domingo (28). Em um primeiro projeto, os relógios iam ser deslocados para a lateral do canteiro. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, havia informado, durante as obras, que os relógios seriam "removidos para sair do alinhamento da bicicleta", mas continuariam no centro da avenida. Procurada, a prefeitura informou por meio de nota que os relógios foram remanejados para as calçadas "para dar mais conforto aos ciclistas". Diz ainda que, nas calçadas, os relógios não trazem "incômodo ou riscos para os pedestres". "Aquelas calçadas têm, em média, 12 m de largura, enquanto que os relógios ocupam apenas 1,30 m", informa a administração. Na Paulista, circulam, em média, 1,5 milhão de pedestres por dia. "A gente tinha um laudo afirmando que não afetava a segurança dos ciclistas, mas acatamos a decisão da prefeitura", diz Ana Célia Biondi, diretora da JCDecaux do Brasil, multinacional responsável pelo consórcio A Hora de São Paulo, que instalou mil relógios na cidade. Ela explica que o relógio fica a 2,10 m do chão, ou seja, um pedestre ou um ciclista não correm o risco de baterem a cabeça. Segundo a arquiteta Regina Monteiro, conselheira do Defenda São Paulo, por se tratar de mobiliário urbano, deveria ter aprovação da CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), mas isso não aconteceu. "Não é porque a calçada é larga, que podem colocar mais um elemento para competir com o pedestre", diz. "Será mais um elemento interferindo na paisagem urbana, pois na calçada já temos os abrigos de ônibus." NOVOS LOCAIS O primeiro relógio na calçada deverá ser instalado esta semana. Outros três devem ficar para julho. Na Paulista só sobrou um, próximo à praça do Ciclista. Antes de reinstalar os novos relógios, a empresa vai readequar os locais e avaliar as questões técnicas, como a energização, e a legislação, que prevê distância mínima de 200 m entre cada um. Em frente ao Masp não serão instalados novos equipamentos. "O vão-livre será preservado", diz Biondi. Outras avenidas que possuem ciclovias no canteiro central preservaram os relógios, como Faria Lima, Sumaré e Eliseu de Almeida, todas na zona oeste da cidade. A experiência de relógios na calçada só existe no centro. Antes do início da construção da ciclovia, a *sãopaulo adiantou que havia a possibilidade de deslocamento dos relógios para a calçada. Na ocasião, porém, a Biondi havia dito que a visualização seria prejudicada. "A altura, o posicionamento e o ângulo foram pensados para serem instalados no canteiro central", disse à época. A obra da ciclovia da Paulista durou seis meses e custou R$ 12,2 milhões. A previsão de entrega do trecho da Bernardino de Campos é final de julho.
saopaulo
Tirados do canteiro central, relógios digitais irão para calçadas na PaulistaTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Os 12 relógios digitais instalados no canteiro central da avenida Paulista serão levados para as calçadas ao longo da via. A decisão foi tomada pela Prefeitura de São Paulo depois da construção da ciclovia inaugurada no domingo (28). Em um primeiro projeto, os relógios iam ser deslocados para a lateral do canteiro. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, havia informado, durante as obras, que os relógios seriam "removidos para sair do alinhamento da bicicleta", mas continuariam no centro da avenida. Procurada, a prefeitura informou por meio de nota que os relógios foram remanejados para as calçadas "para dar mais conforto aos ciclistas". Diz ainda que, nas calçadas, os relógios não trazem "incômodo ou riscos para os pedestres". "Aquelas calçadas têm, em média, 12 m de largura, enquanto que os relógios ocupam apenas 1,30 m", informa a administração. Na Paulista, circulam, em média, 1,5 milhão de pedestres por dia. "A gente tinha um laudo afirmando que não afetava a segurança dos ciclistas, mas acatamos a decisão da prefeitura", diz Ana Célia Biondi, diretora da JCDecaux do Brasil, multinacional responsável pelo consórcio A Hora de São Paulo, que instalou mil relógios na cidade. Ela explica que o relógio fica a 2,10 m do chão, ou seja, um pedestre ou um ciclista não correm o risco de baterem a cabeça. Segundo a arquiteta Regina Monteiro, conselheira do Defenda São Paulo, por se tratar de mobiliário urbano, deveria ter aprovação da CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), mas isso não aconteceu. "Não é porque a calçada é larga, que podem colocar mais um elemento para competir com o pedestre", diz. "Será mais um elemento interferindo na paisagem urbana, pois na calçada já temos os abrigos de ônibus." NOVOS LOCAIS O primeiro relógio na calçada deverá ser instalado esta semana. Outros três devem ficar para julho. Na Paulista só sobrou um, próximo à praça do Ciclista. Antes de reinstalar os novos relógios, a empresa vai readequar os locais e avaliar as questões técnicas, como a energização, e a legislação, que prevê distância mínima de 200 m entre cada um. Em frente ao Masp não serão instalados novos equipamentos. "O vão-livre será preservado", diz Biondi. Outras avenidas que possuem ciclovias no canteiro central preservaram os relógios, como Faria Lima, Sumaré e Eliseu de Almeida, todas na zona oeste da cidade. A experiência de relógios na calçada só existe no centro. Antes do início da construção da ciclovia, a *sãopaulo adiantou que havia a possibilidade de deslocamento dos relógios para a calçada. Na ocasião, porém, a Biondi havia dito que a visualização seria prejudicada. "A altura, o posicionamento e o ângulo foram pensados para serem instalados no canteiro central", disse à época. A obra da ciclovia da Paulista durou seis meses e custou R$ 12,2 milhões. A previsão de entrega do trecho da Bernardino de Campos é final de julho.
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Mudanças nos apartamentos vão além do tamanho para acomodar modas
LUÍS DÁVILA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Já foi chique ter bidê, sauna e quarto de empregada. Hoje, uma boa varanda e um espaço para passear com seu bicho de estimação podem ser um fator decisivo na hora de escolher onde morar. Dos anos 1970 para cá, muita coisa mudou nas plantas dos apartamentos da cidade de São Paulo além do tamanho. Luiz Antônio de Souza, 36, que trabalha na área de TI (tecnologia da informação) e é síndico de um condomínio no Butantã (zona oeste da cidade), diz que a varanda é um diferencial no imóvel. "Aos sábados e domingos é um lugar para reunir a família. Nos dias de semana, os moradores usam para colocar o varal móvel, já que na área de serviço, colada na cozinha, cabem somente uma máquina de lavar e o tanque", conta. Outro atrativo dos condomínios atuais é a área de lazer, que cresceu enquanto os espaços internos dos apartamentos diminuíram. No condomínio de Souza, ele destaca a nova área para passear com bichos de estimação. O chamado "espaço pet" foi desenvolvido recentemente por uma necessidade dos próprios moradores que preferem passar mais tempo dentro do condomínio. "Os hábitos estão mudando, a família está ficando menor. Quando eu entrei na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), nos anos 1960, a gente recebia informações, para uso no planejamento urbano, de que a família tinha de 4,6 a 4,8 membros", diz Paulo Bruna, 76, professor titular da FAU-USP. Segundo o Censo 2010, a média na cidade de São Paulo caiu para 3,14 habitantes por domicílio. Para o arquiteto, a crise atual obriga a população e os empresários a repensar a habitação. "Uma das saídas para o déficit de moradia popular está nos antigos prédios do centro expandido." Autor de um projeto recente em um edifício desocupado na região central, ele aponta a mudança na planta. "O apartamento de 50 metros quadrados tem dois banheiros. Na área de serviço, só cabe a máquina de lavar e um tanque. Já a pequena cozinha é aberta para a sala, e não há quarto e banheiro de empregada", explica. 1970 Apartamentos têm em média 100 m², com dois ou três dormitórios (sendo uma suíte). Quartos vêm com armários embutidos, e banheiros, com bidê. Cozinhas e áreas de serviço são grandes e separadas. Quarto de empregada é comum 1980 Tamanho médio cai para 80 m². Quarto e banheiro de empregada são mantidos, mas em dimensões menores. Área do banheiro também é reduzida, e o bidê some. Área comum tem piscina, salão de festas e playground 1990 Área privativa passa para 70 m², e a varanda ganha importância. Cozinha e área de serviço são integradas, com pia, tanque e máquina de lavar em linha. Quartos e banheiros diminuem. Eliminam-se dependências de empregada e entrada de serviço. Áreas comuns crescem e ganham importância 2000 Metragem média é mantida (70 m²), mas varanda ganha itens como churrasqueira. Empreendimentos passam a ter duas ou mais torres e portarias mais controladas. Inaugura-se um conceito de condomínio-clube. Aparecem brinquedoteca, cozinha gourmet, sala ginástica e salão de beleza 2010 Tamanho médio é reduzido para 60 m². A varanda torna-se extensão da sala ou a própria sala, com TV e climatização. Antiga quitinete, que antes tinha até 50 m², passa a ser chamada de estúdio, e área cai para 25 m², em média. Área comum passa a ter lavanderia e serviços compartilhados, como central de ferramentas
sobretudo
Mudanças nos apartamentos vão além do tamanho para acomodar modas LUÍS DÁVILA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Já foi chique ter bidê, sauna e quarto de empregada. Hoje, uma boa varanda e um espaço para passear com seu bicho de estimação podem ser um fator decisivo na hora de escolher onde morar. Dos anos 1970 para cá, muita coisa mudou nas plantas dos apartamentos da cidade de São Paulo além do tamanho. Luiz Antônio de Souza, 36, que trabalha na área de TI (tecnologia da informação) e é síndico de um condomínio no Butantã (zona oeste da cidade), diz que a varanda é um diferencial no imóvel. "Aos sábados e domingos é um lugar para reunir a família. Nos dias de semana, os moradores usam para colocar o varal móvel, já que na área de serviço, colada na cozinha, cabem somente uma máquina de lavar e o tanque", conta. Outro atrativo dos condomínios atuais é a área de lazer, que cresceu enquanto os espaços internos dos apartamentos diminuíram. No condomínio de Souza, ele destaca a nova área para passear com bichos de estimação. O chamado "espaço pet" foi desenvolvido recentemente por uma necessidade dos próprios moradores que preferem passar mais tempo dentro do condomínio. "Os hábitos estão mudando, a família está ficando menor. Quando eu entrei na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), nos anos 1960, a gente recebia informações, para uso no planejamento urbano, de que a família tinha de 4,6 a 4,8 membros", diz Paulo Bruna, 76, professor titular da FAU-USP. Segundo o Censo 2010, a média na cidade de São Paulo caiu para 3,14 habitantes por domicílio. Para o arquiteto, a crise atual obriga a população e os empresários a repensar a habitação. "Uma das saídas para o déficit de moradia popular está nos antigos prédios do centro expandido." Autor de um projeto recente em um edifício desocupado na região central, ele aponta a mudança na planta. "O apartamento de 50 metros quadrados tem dois banheiros. Na área de serviço, só cabe a máquina de lavar e um tanque. Já a pequena cozinha é aberta para a sala, e não há quarto e banheiro de empregada", explica. 1970 Apartamentos têm em média 100 m², com dois ou três dormitórios (sendo uma suíte). Quartos vêm com armários embutidos, e banheiros, com bidê. Cozinhas e áreas de serviço são grandes e separadas. Quarto de empregada é comum 1980 Tamanho médio cai para 80 m². Quarto e banheiro de empregada são mantidos, mas em dimensões menores. Área do banheiro também é reduzida, e o bidê some. Área comum tem piscina, salão de festas e playground 1990 Área privativa passa para 70 m², e a varanda ganha importância. Cozinha e área de serviço são integradas, com pia, tanque e máquina de lavar em linha. Quartos e banheiros diminuem. Eliminam-se dependências de empregada e entrada de serviço. Áreas comuns crescem e ganham importância 2000 Metragem média é mantida (70 m²), mas varanda ganha itens como churrasqueira. Empreendimentos passam a ter duas ou mais torres e portarias mais controladas. Inaugura-se um conceito de condomínio-clube. Aparecem brinquedoteca, cozinha gourmet, sala ginástica e salão de beleza 2010 Tamanho médio é reduzido para 60 m². A varanda torna-se extensão da sala ou a própria sala, com TV e climatização. Antiga quitinete, que antes tinha até 50 m², passa a ser chamada de estúdio, e área cai para 25 m², em média. Área comum passa a ter lavanderia e serviços compartilhados, como central de ferramentas
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Comitê Rio-2016 fica no Maracanã até o fim de novembro
O Comitê Rio-2016 vai ficar mais um mês no Maracanã. O governo do Rio selou nesta quarta (26) um acordo para manter até o final de novembro o estádio administrado pela entidade comandada por Carlos Arthur Nuzman. Inicialmente, a arena, que recebeu eventos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, teria que ser devolvido ao Estado até o próximo domingo (30). Agora, a entidade terá mais um mês para entregar em perfeito estado o complexo esportivo. No domingo, o Maracanã foi reaberto sem dezenas de cadeiras e ainda precisando de ajustes. Contas de gás, luz e água da arena estão atrasadas. Fechado desde os Jogos, o Maracanãzinho também necessita de retoques. O acordo também ajuda o Consórcio Maracanã, empresa que administra o estádio. Sem interesse em permanecer no negócio, a companhia formada pela Odebrecht (95%) e AEG (5%) ganha tempo para chegar num acordo com o governo do Rio. O consórcio entrou neste mês com um pedido de arbitragem na FGV para desfazer a licitação. Em 2013, a empresa ganhou o direito de administrar o estádio por 35 anos, mas preferiu romper o contrato após acumular um prejuízo milionário —R$ 173 milhões nos primeiros três anos. Em grave crise financeira, o Estado não quer receber o estádio novamente e prepara uma nova licitação, que deve acontecer no primeiro semestre de 2017. O Flamengo anunciou que pretende concorrer e tenta viabilizar parceria com empresas do setor. Nesta sexta (28), o Fluminense fará a sua primeira partida no Maracanã neste ano. O time enfrentará o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro. Assim como o Flamengo fez no domingo, o clube vai ser responsável pela operação da partida. Depois de o comitê devolver o estádio em novembro ao Estado, o consórcio terá que reassumir a operação a partir de dezembro, caso o contrato não seja rompido oficialmente.
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Comitê Rio-2016 fica no Maracanã até o fim de novembroO Comitê Rio-2016 vai ficar mais um mês no Maracanã. O governo do Rio selou nesta quarta (26) um acordo para manter até o final de novembro o estádio administrado pela entidade comandada por Carlos Arthur Nuzman. Inicialmente, a arena, que recebeu eventos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, teria que ser devolvido ao Estado até o próximo domingo (30). Agora, a entidade terá mais um mês para entregar em perfeito estado o complexo esportivo. No domingo, o Maracanã foi reaberto sem dezenas de cadeiras e ainda precisando de ajustes. Contas de gás, luz e água da arena estão atrasadas. Fechado desde os Jogos, o Maracanãzinho também necessita de retoques. O acordo também ajuda o Consórcio Maracanã, empresa que administra o estádio. Sem interesse em permanecer no negócio, a companhia formada pela Odebrecht (95%) e AEG (5%) ganha tempo para chegar num acordo com o governo do Rio. O consórcio entrou neste mês com um pedido de arbitragem na FGV para desfazer a licitação. Em 2013, a empresa ganhou o direito de administrar o estádio por 35 anos, mas preferiu romper o contrato após acumular um prejuízo milionário —R$ 173 milhões nos primeiros três anos. Em grave crise financeira, o Estado não quer receber o estádio novamente e prepara uma nova licitação, que deve acontecer no primeiro semestre de 2017. O Flamengo anunciou que pretende concorrer e tenta viabilizar parceria com empresas do setor. Nesta sexta (28), o Fluminense fará a sua primeira partida no Maracanã neste ano. O time enfrentará o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro. Assim como o Flamengo fez no domingo, o clube vai ser responsável pela operação da partida. Depois de o comitê devolver o estádio em novembro ao Estado, o consórcio terá que reassumir a operação a partir de dezembro, caso o contrato não seja rompido oficialmente.
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As sombras da personalidade jurídica
Sigmund Freud era médico neurologista e criou a psicanálise, ciência que investiga a personalidade humana. Seu discípulo, Carl Jung, conceituou os chamados arquétipos, componentes historicamente inseparáveis de toda pessoa, tais como a sombra. Se Freud e Jung fossem juristas e tivessem investigado a personalidade jurídica, fatalmente eles constatariam que um dos mais importantes problemas para a psicologia também o é para o direito, a sombra. Na psicologia analítica, a sombra é tudo aquilo que não condiz com o comportamento social esperado e, por isso, tende a se manter oculto pelo ser humano. Ao invés de assumir seus traços sombrios, o homem costuma projetá-los a outrem, como se estivesse transferindo suas próprias responsabilidades. Não é necessária muita profundidade no estudo do direito - basta alguma experiência prática - para identificar a infinidade de problemas que se devem àquilo que se esconde por trás das personalidades jurídicas. Todas as pessoas, inclusive as jurídicas (empresas, associações e fundações), têm personalidade jurídica, no sentido de que podem assumir direitos e obrigações, ou melhor, podem fazer negócios em geral, por si ou por quem as represente. Sem mais teorias, duas notícias recentes retratam a dimensão do estrago que produzem as sombras da personalidade jurídica. Na última eleição para cargos municipais, os candidatos atribuíram o uso de R$ 300 milhões em suas campanhas a doações um tanto quanto improváveis. Os doadores seriam 22,4 mil pessoas inscritas no Bolsa Família, 46,7 mil desempregados, 23,8 mil contribuintes sem renda compatível com os valores doados e, ainda, 143 mortos. Por fraudes fiscais na exportação de mercadorias, a Receita Federal autuou em mais de R$ 8 bilhões empresas paulistas que teriam se utilizado de offshores para sonegar receitas. As mercadorias eram exportadas com valores reduzidos, mas depois refaturadas com preços reais pelas empresas de fachada, sediadas em paraísos fiscais e controladas dissimuladamente pelas próprias exportadoras brasileiras. O uso da personalidade jurídica alheia é um arquétipo da sociedade contemporânea, componente invariável em qualquer esquema de fraude. Quem possui empresas em nome de laranjas, quem tem patrimônio em nome de testas de ferro, quem vende o que continua sendo seu, quem compra em nome alheio, quem é contratado sem aparecer, quem recebe sem ser contratado etc., frauda a própria personalidade e se reduz à sua sombra. Mal comparando com a psicologia analítica, quem se esconde sob a personalidade jurídica alheia naturalmente projeta suas responsabilidades aos terceiros de que se utiliza. E, por isso, todos aqueles que se beneficiaram das doações fantasmas ou da evasão fiscal devem ser responsabilizados, sim. A falta de vínculo formal entre a pessoa usada e a pessoa escondida definitivamente não tem a menor importância. A responsabilização daquela pelas obrigações desta, ou vice-versa, se deve à sanção mais elementar que pode resultar do uso sombrio da personalidade jurídica alheia: a desconsideração da personalidade jurídica de ambas as pessoas! Ninguém pode se valer dos limites legais quando propriamente os extrapola. Embora as personalidades jurídicas sombrias pareçam tão comuns quanto as sombras da psique, a tarefa do direito é mais fácil que a da psicanálise. As sombras da personalidade humana ficam no inconsciente, nem a própria pessoa as conhece ao certo. Já as fraudes jurídicas deixam sombras e rastros por todos os lados, basta procurá-los. Bem menos complexo do que qualquer experiência freudiana ou junguiana. FABIO DA ROCHA GENTILE é advogado e sócio do escritório BGR Advogados PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
As sombras da personalidade jurídicaSigmund Freud era médico neurologista e criou a psicanálise, ciência que investiga a personalidade humana. Seu discípulo, Carl Jung, conceituou os chamados arquétipos, componentes historicamente inseparáveis de toda pessoa, tais como a sombra. Se Freud e Jung fossem juristas e tivessem investigado a personalidade jurídica, fatalmente eles constatariam que um dos mais importantes problemas para a psicologia também o é para o direito, a sombra. Na psicologia analítica, a sombra é tudo aquilo que não condiz com o comportamento social esperado e, por isso, tende a se manter oculto pelo ser humano. Ao invés de assumir seus traços sombrios, o homem costuma projetá-los a outrem, como se estivesse transferindo suas próprias responsabilidades. Não é necessária muita profundidade no estudo do direito - basta alguma experiência prática - para identificar a infinidade de problemas que se devem àquilo que se esconde por trás das personalidades jurídicas. Todas as pessoas, inclusive as jurídicas (empresas, associações e fundações), têm personalidade jurídica, no sentido de que podem assumir direitos e obrigações, ou melhor, podem fazer negócios em geral, por si ou por quem as represente. Sem mais teorias, duas notícias recentes retratam a dimensão do estrago que produzem as sombras da personalidade jurídica. Na última eleição para cargos municipais, os candidatos atribuíram o uso de R$ 300 milhões em suas campanhas a doações um tanto quanto improváveis. Os doadores seriam 22,4 mil pessoas inscritas no Bolsa Família, 46,7 mil desempregados, 23,8 mil contribuintes sem renda compatível com os valores doados e, ainda, 143 mortos. Por fraudes fiscais na exportação de mercadorias, a Receita Federal autuou em mais de R$ 8 bilhões empresas paulistas que teriam se utilizado de offshores para sonegar receitas. As mercadorias eram exportadas com valores reduzidos, mas depois refaturadas com preços reais pelas empresas de fachada, sediadas em paraísos fiscais e controladas dissimuladamente pelas próprias exportadoras brasileiras. O uso da personalidade jurídica alheia é um arquétipo da sociedade contemporânea, componente invariável em qualquer esquema de fraude. Quem possui empresas em nome de laranjas, quem tem patrimônio em nome de testas de ferro, quem vende o que continua sendo seu, quem compra em nome alheio, quem é contratado sem aparecer, quem recebe sem ser contratado etc., frauda a própria personalidade e se reduz à sua sombra. Mal comparando com a psicologia analítica, quem se esconde sob a personalidade jurídica alheia naturalmente projeta suas responsabilidades aos terceiros de que se utiliza. E, por isso, todos aqueles que se beneficiaram das doações fantasmas ou da evasão fiscal devem ser responsabilizados, sim. A falta de vínculo formal entre a pessoa usada e a pessoa escondida definitivamente não tem a menor importância. A responsabilização daquela pelas obrigações desta, ou vice-versa, se deve à sanção mais elementar que pode resultar do uso sombrio da personalidade jurídica alheia: a desconsideração da personalidade jurídica de ambas as pessoas! Ninguém pode se valer dos limites legais quando propriamente os extrapola. Embora as personalidades jurídicas sombrias pareçam tão comuns quanto as sombras da psique, a tarefa do direito é mais fácil que a da psicanálise. As sombras da personalidade humana ficam no inconsciente, nem a própria pessoa as conhece ao certo. Já as fraudes jurídicas deixam sombras e rastros por todos os lados, basta procurá-los. Bem menos complexo do que qualquer experiência freudiana ou junguiana. FABIO DA ROCHA GENTILE é advogado e sócio do escritório BGR Advogados PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Só à luz do dia
Por 11 votos a zero, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o dispositivo da reforma política aprovada em setembro pelo Congresso que permitia as chamadas doações ocultas nas eleições. Embora provisória –trata-se ainda de liminar em ação da Ordem dos Advogados do Brasil–, a decisão sinalizou que os ministros da corte suprema não compactuam com a tentativa dos partidos de escamotear os vínculos entre doadores e candidatos beneficiados. A falta de transparência sobre o financiamento é danosa para a democracia. Os eleitores têm direito de apoiar os postulantes com os quais se identificam, mas as doações precisam ser feitas à vista de todos –tanto para que se saiba quem secunda determinada candidatura como para que seja mais fácil fiscalizar a atuação do político. A Operação Lava Jato tem revelado à exaustão negociatas entre patrocinadores e eleitos, sempre regidas por uma interpretação perversa do princípio franciscano "é dando que se recebe". A fim de manter transações em sigilo, muitos partidos brasileiros recorriam ao expediente de reunir as contribuições em um caixa único. O bolo era depois repassado aos candidatos sem que os patronos fossem identificados. O Tribunal Superior Eleitoral tentou cercear esse subterfúgio em 2010, mas as precauções adotadas se revelaram insuficientes. Naquele pleito, as 12 maiores legendas mantiveram nas sombras o destino de mais de R$ 500 milhões que aportaram nos comitês eleitorais. No ano passado, o TSE determinou, pela primeira vez, que as siglas revelassem os doadores originais de todos os recursos. Os partidos reagiram. A reforma eleitoral aprovada em marcha forçada procurou apagar o rastro do dinheiro. Por meio de um parágrafo introduzido no artigo 28 da Lei Eleitoral, o Congresso tentou derrubar a resolução 23.406 do TSE, insistindo em que todos os valores repassados pelos partidos a seus candidatos fossem registrados "sem individualização dos doadores". Felizmente o STF não se deixou intimidar por essa manobra para restabelecer o "statu quo ante". Como sustentou a ministra Cármen Lúcia, "a transparência faz parte da democracia. Ou se tem democracia e, portanto, transparência, ou não se tem democracia". É claro que a decisão do STF não vai eliminar os acertos entre doadores e políticos, e muito menos suprimirá o caixa dois. Doações ocultas não deixarão de existir, lamentavelmente, mas se tornarão mais difíceis e, sobretudo, não contarão com o verniz de legalidade que os congressistas passaram sobre elas. [email protected]
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Só à luz do diaPor 11 votos a zero, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o dispositivo da reforma política aprovada em setembro pelo Congresso que permitia as chamadas doações ocultas nas eleições. Embora provisória –trata-se ainda de liminar em ação da Ordem dos Advogados do Brasil–, a decisão sinalizou que os ministros da corte suprema não compactuam com a tentativa dos partidos de escamotear os vínculos entre doadores e candidatos beneficiados. A falta de transparência sobre o financiamento é danosa para a democracia. Os eleitores têm direito de apoiar os postulantes com os quais se identificam, mas as doações precisam ser feitas à vista de todos –tanto para que se saiba quem secunda determinada candidatura como para que seja mais fácil fiscalizar a atuação do político. A Operação Lava Jato tem revelado à exaustão negociatas entre patrocinadores e eleitos, sempre regidas por uma interpretação perversa do princípio franciscano "é dando que se recebe". A fim de manter transações em sigilo, muitos partidos brasileiros recorriam ao expediente de reunir as contribuições em um caixa único. O bolo era depois repassado aos candidatos sem que os patronos fossem identificados. O Tribunal Superior Eleitoral tentou cercear esse subterfúgio em 2010, mas as precauções adotadas se revelaram insuficientes. Naquele pleito, as 12 maiores legendas mantiveram nas sombras o destino de mais de R$ 500 milhões que aportaram nos comitês eleitorais. No ano passado, o TSE determinou, pela primeira vez, que as siglas revelassem os doadores originais de todos os recursos. Os partidos reagiram. A reforma eleitoral aprovada em marcha forçada procurou apagar o rastro do dinheiro. Por meio de um parágrafo introduzido no artigo 28 da Lei Eleitoral, o Congresso tentou derrubar a resolução 23.406 do TSE, insistindo em que todos os valores repassados pelos partidos a seus candidatos fossem registrados "sem individualização dos doadores". Felizmente o STF não se deixou intimidar por essa manobra para restabelecer o "statu quo ante". Como sustentou a ministra Cármen Lúcia, "a transparência faz parte da democracia. Ou se tem democracia e, portanto, transparência, ou não se tem democracia". É claro que a decisão do STF não vai eliminar os acertos entre doadores e políticos, e muito menos suprimirá o caixa dois. Doações ocultas não deixarão de existir, lamentavelmente, mas se tornarão mais difíceis e, sobretudo, não contarão com o verniz de legalidade que os congressistas passaram sobre elas. [email protected]
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Temer cortará ponto de quem faltar ao trabalho para participar de greve
No dia em que serão realizados protestos contra as reformas governistas, o presidente Michel Temer cortará o ponto de servidores públicos que faltarem ao trabalho para aderir à greve geral marcada para sexta-feira (28). Para adotar a medida, a atual administração tem se baseado em decisão de outubro do STF (Supremo Tribunal Federal), a qual estabeleceu que o poder público deve cortar os salários de servidores em paralisação. O Palácio do Planalto tem lembrado que na sexta-feira (28) não haverá ponto facultativo, mesmo às vésperas do Dia do Trabalhador, e que, portanto, o entendimento da Suprema Corte pode ser adotado. A expectativa de assessores e auxiliares presidenciais é de que a adesão de categorias de trabalhadores ao protesto desta sexta-feira (28) seja maior ao da última manifestação, realizada em março. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista O monitoramento das redes sociais, no entanto, tem apontado que a mobilização tem se concentrado nos grandes centros urbanos, tendo pouca repercussão nos municípios de médio e pequeno portes. Para reduzir o potencial das manifestações, aliados do presidente consideram buscar centrais sindicais mais próximas ao governo peemedebista, como Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores). As duas, contudo, não têm demonstrado disposição em desistir das paralisações. O presidente avaliava viajar no dia da manifestação, mas decidiu permanecer em Brasília, onde acompanhará as mobilizações. O receio é que o aumento do movimento eleve a pressão sobre a base aliada contra a reforma previdenciária, a principal bandeira política da atual gestão. Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto tem tentado blindar parlamentares governistas que têm recebido queixas de sua bases eleitorais sobre as reformas previdenciária e trabalhista. Com esse objetivo, além de aumentar a publicidade em veículos de comunicação, o presidente tem concedido uma bateria de entrevistas, incluindo programas populares, como dos apresentadores José Luiz Datena, da Bandeirantes, e de Carlos Roberto Massa, o Ratinho, do SBT. Em campanha nacional, a gestão peemedebista já gastou até agora R$ 29,5 milhões só com produção e veiculação de propagandas favoráveis às mudanças na aposentadoria.
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Temer cortará ponto de quem faltar ao trabalho para participar de greveNo dia em que serão realizados protestos contra as reformas governistas, o presidente Michel Temer cortará o ponto de servidores públicos que faltarem ao trabalho para aderir à greve geral marcada para sexta-feira (28). Para adotar a medida, a atual administração tem se baseado em decisão de outubro do STF (Supremo Tribunal Federal), a qual estabeleceu que o poder público deve cortar os salários de servidores em paralisação. O Palácio do Planalto tem lembrado que na sexta-feira (28) não haverá ponto facultativo, mesmo às vésperas do Dia do Trabalhador, e que, portanto, o entendimento da Suprema Corte pode ser adotado. A expectativa de assessores e auxiliares presidenciais é de que a adesão de categorias de trabalhadores ao protesto desta sexta-feira (28) seja maior ao da última manifestação, realizada em março. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista O monitoramento das redes sociais, no entanto, tem apontado que a mobilização tem se concentrado nos grandes centros urbanos, tendo pouca repercussão nos municípios de médio e pequeno portes. Para reduzir o potencial das manifestações, aliados do presidente consideram buscar centrais sindicais mais próximas ao governo peemedebista, como Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores). As duas, contudo, não têm demonstrado disposição em desistir das paralisações. O presidente avaliava viajar no dia da manifestação, mas decidiu permanecer em Brasília, onde acompanhará as mobilizações. O receio é que o aumento do movimento eleve a pressão sobre a base aliada contra a reforma previdenciária, a principal bandeira política da atual gestão. Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto tem tentado blindar parlamentares governistas que têm recebido queixas de sua bases eleitorais sobre as reformas previdenciária e trabalhista. Com esse objetivo, além de aumentar a publicidade em veículos de comunicação, o presidente tem concedido uma bateria de entrevistas, incluindo programas populares, como dos apresentadores José Luiz Datena, da Bandeirantes, e de Carlos Roberto Massa, o Ratinho, do SBT. Em campanha nacional, a gestão peemedebista já gastou até agora R$ 29,5 milhões só com produção e veiculação de propagandas favoráveis às mudanças na aposentadoria.
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Astro do techno, Paul Kalkbrenner deixa passado underground
O produtor de techno alemão Paul Kalkbrenner não é só um músico famoso em seu país. Ele é também um astro de cinema (de "Berlin Calling", de 2008) e um herói popular, depois de levar suas composições eletrônicas minimalistas do underground da capital alemã para uma apresentação diante de meio milhão de pessoas no ano passado, por ocasião dos 25 anos da queda do Muro de Berlim. Agora, as ambições de Kalkbrenner o afastaram da cena clubber de Berlim, onde vigora uma suspeita, típica da década de 1990, contra qualquer coisa que seja ostensivamente comercial. Ele acaba de lançar "7", sétimo álbum da sua carreira, mas o primeiro por uma grande gravadora, a Columbia/Sony International. O produtor e o selo fonográfico esperam pegar carona na atual maré da música eletrônica dançante (EDM, na sigla em inglês), uma indústria que movimenta US$ 6,9 bilhões por ano. Kalkbrenner, que nasceu em Berlim Oriental e cresceu ouvindo o techno político de artistas como o Underground Resistance, de Detroit, quer levar seu sucesso a outros níveis, mas sem sacrificar a qualidade artística. Ele toma cuidado para não virar um "embaixador das raves". Disse que pretende se manter "o mais distante possível de todo esse troço de EDM", que para ele "não tem a ver com música" mas "com soltar rojões, atirar tortas e a cada 30 segundos, 'bum'", disse. "Faço outra coisa." Ao contrário de outros artistas, Kalkbrenner não se considera um DJ -em vez de tocar versões pré-gravadas das suas músicas, intercaladas com as de outros, como é habitual, ele cria novos arranjos das suas próprias faixas digitais quando as executa ao vivo. Ainda assim, Kalkbrenner admite que a ascensão da EDM "mainstream" contribuiu para o seu próprio sucesso. Para se tornar mais palatável, Kalkbrenner acrescentou algo às suas faixas dinâmicas e cintilantes: vocais. As melodias simples e luminosas são um ingrediente-chave para o potencial da música dançante "mainstream". É o caso dos sucessos "Lean On", canção do Major Lazer em parceria com a cantora MO, e do remix house alemão de "Cherleader", de OMI. Mas havia um problema com esses vocais: Kalkbrenner detesta colaborações com outros artistas. "Ele não estava interessado em parcerias com nenhum dos vocalistas contemporâneos de destaque", disse Wolfgang Boss, vice-presidente-executivo da Sony Music International para artistas e repertório. A Sony pensou numa alternativa e propôs a Kalkbrenner que ele colhesse amostras para o seu novo trabalho no catálogo Legacy da gravadora. Por isso, "7" apresenta algumas vozes familiares: Luther Vandross, sampleado de "Never Too Much", em "A Million Days"; "You're the One for Me", faixa pós-disco do D Train, em "Cloud Rider"; a voz suave de Grace Slick, instantaneamente reconhecível sobre o bate-estaca de "Feed Your Heart", num sample de "White Rabbit". Na última vez em que Kalkbrenner usou vocais numa música, em 2008, também fez sucesso -"Sky and Sand" ganhou disco de platina e entrou na trilha de "Berlin Calling", filme no qual Kalkbrenner interpreta um DJ afetado pelas drogas. O filme, que passou quase três anos em cartaz num cinema de Berlim, levou seu astro a sair do underground e se tornar famoso na cidade. "Instantaneamente, ele se tornou um deus e um ponto de referência em termos de autenticidade", disse Patrick Moxey, presidente do selo Ultra Music, do qual a Sony Music é sócia. Inicialmente, Kalkbrenner rejeitou essa fama. "Depois de 'Berlin Calling'", contou ele, "eu fiz um álbum sem nenhuma foto na capa e só com coisas instrumentais", para que ninguém questionasse sua boa-fé com a música techno. No entanto, nos últimos cinco anos, o pensamento do produtor começou a mudar. Ele se casou com Simina Grigoriu, também artista do gênero techno, e neste ano o casal teve um filho. Kalkbrenner disse que esses dois fatos o ajudaram a perceber que "a jogada mais adulta" seria se esforçar para tirar o máximo da sua profissão. "A armadilha de ser cool", ou seja, o desejo de permanecer no underground só para provar alguma coisa a alguém, "tornou-se obsoleta demais", disse ele.
ilustrada
Astro do techno, Paul Kalkbrenner deixa passado undergroundO produtor de techno alemão Paul Kalkbrenner não é só um músico famoso em seu país. Ele é também um astro de cinema (de "Berlin Calling", de 2008) e um herói popular, depois de levar suas composições eletrônicas minimalistas do underground da capital alemã para uma apresentação diante de meio milhão de pessoas no ano passado, por ocasião dos 25 anos da queda do Muro de Berlim. Agora, as ambições de Kalkbrenner o afastaram da cena clubber de Berlim, onde vigora uma suspeita, típica da década de 1990, contra qualquer coisa que seja ostensivamente comercial. Ele acaba de lançar "7", sétimo álbum da sua carreira, mas o primeiro por uma grande gravadora, a Columbia/Sony International. O produtor e o selo fonográfico esperam pegar carona na atual maré da música eletrônica dançante (EDM, na sigla em inglês), uma indústria que movimenta US$ 6,9 bilhões por ano. Kalkbrenner, que nasceu em Berlim Oriental e cresceu ouvindo o techno político de artistas como o Underground Resistance, de Detroit, quer levar seu sucesso a outros níveis, mas sem sacrificar a qualidade artística. Ele toma cuidado para não virar um "embaixador das raves". Disse que pretende se manter "o mais distante possível de todo esse troço de EDM", que para ele "não tem a ver com música" mas "com soltar rojões, atirar tortas e a cada 30 segundos, 'bum'", disse. "Faço outra coisa." Ao contrário de outros artistas, Kalkbrenner não se considera um DJ -em vez de tocar versões pré-gravadas das suas músicas, intercaladas com as de outros, como é habitual, ele cria novos arranjos das suas próprias faixas digitais quando as executa ao vivo. Ainda assim, Kalkbrenner admite que a ascensão da EDM "mainstream" contribuiu para o seu próprio sucesso. Para se tornar mais palatável, Kalkbrenner acrescentou algo às suas faixas dinâmicas e cintilantes: vocais. As melodias simples e luminosas são um ingrediente-chave para o potencial da música dançante "mainstream". É o caso dos sucessos "Lean On", canção do Major Lazer em parceria com a cantora MO, e do remix house alemão de "Cherleader", de OMI. Mas havia um problema com esses vocais: Kalkbrenner detesta colaborações com outros artistas. "Ele não estava interessado em parcerias com nenhum dos vocalistas contemporâneos de destaque", disse Wolfgang Boss, vice-presidente-executivo da Sony Music International para artistas e repertório. A Sony pensou numa alternativa e propôs a Kalkbrenner que ele colhesse amostras para o seu novo trabalho no catálogo Legacy da gravadora. Por isso, "7" apresenta algumas vozes familiares: Luther Vandross, sampleado de "Never Too Much", em "A Million Days"; "You're the One for Me", faixa pós-disco do D Train, em "Cloud Rider"; a voz suave de Grace Slick, instantaneamente reconhecível sobre o bate-estaca de "Feed Your Heart", num sample de "White Rabbit". Na última vez em que Kalkbrenner usou vocais numa música, em 2008, também fez sucesso -"Sky and Sand" ganhou disco de platina e entrou na trilha de "Berlin Calling", filme no qual Kalkbrenner interpreta um DJ afetado pelas drogas. O filme, que passou quase três anos em cartaz num cinema de Berlim, levou seu astro a sair do underground e se tornar famoso na cidade. "Instantaneamente, ele se tornou um deus e um ponto de referência em termos de autenticidade", disse Patrick Moxey, presidente do selo Ultra Music, do qual a Sony Music é sócia. Inicialmente, Kalkbrenner rejeitou essa fama. "Depois de 'Berlin Calling'", contou ele, "eu fiz um álbum sem nenhuma foto na capa e só com coisas instrumentais", para que ninguém questionasse sua boa-fé com a música techno. No entanto, nos últimos cinco anos, o pensamento do produtor começou a mudar. Ele se casou com Simina Grigoriu, também artista do gênero techno, e neste ano o casal teve um filho. Kalkbrenner disse que esses dois fatos o ajudaram a perceber que "a jogada mais adulta" seria se esforçar para tirar o máximo da sua profissão. "A armadilha de ser cool", ou seja, o desejo de permanecer no underground só para provar alguma coisa a alguém, "tornou-se obsoleta demais", disse ele.
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Thaís Nicoleti: Datação de acepções e variantes inova pesquisa etimológica
Com a criação do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa (NEHiLP), em 2012, o professor doutor Mário Eduardo Viaro, da FFLCH-USP, dava início a um ambicioso projeto de pesquisa na área de etimologia. Em ... Leia post completo no blog
cotidiano
Thaís Nicoleti: Datação de acepções e variantes inova pesquisa etimológicaCom a criação do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa (NEHiLP), em 2012, o professor doutor Mário Eduardo Viaro, da FFLCH-USP, dava início a um ambicioso projeto de pesquisa na área de etimologia. Em ... Leia post completo no blog
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Djokovic e Federer vencem e fazem final do torneio de Indian Wells
O tenista sérvio Novak Djokovic não encontrou dificuldades para vencer o britânico Andy Murray por 2 sets a 0, neste sábado (21), e se classificar para a final do torneio de Indian Wells, o primeiro Masters 1.000 da temporada. O número um do ranking mundial de tênis precisou de apenas uma hora e 29 minutos para superar o rival com as parciais de 6/2 e 6/3 em jogo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos. Esta foi a sexta vitória seguida de Djokovic sobre Murray. O último triunfo do tenista escocês sobre o adversário havia sido em 2013, em Wimbledon. Desde então, foram cinco vitórias do tenista sérvio. Djokovic vai agora defender o troféu que conquistou no ano passado. FEDERER X RAONIC O suiço Roger Federer será o adversário de Novak Djokovic na final do Master 1.000 de Indian Wells. O tenista derrotou o canadense Milos Raonic por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/4. O confronto será o de número 38 entre os dois atletas. Federer leva vantagem, com 20 vitórias, contra 17 de Djokovic. A final será neste domingo (22), com início previsto para as 17h (de Brasília).
esporte
Djokovic e Federer vencem e fazem final do torneio de Indian WellsO tenista sérvio Novak Djokovic não encontrou dificuldades para vencer o britânico Andy Murray por 2 sets a 0, neste sábado (21), e se classificar para a final do torneio de Indian Wells, o primeiro Masters 1.000 da temporada. O número um do ranking mundial de tênis precisou de apenas uma hora e 29 minutos para superar o rival com as parciais de 6/2 e 6/3 em jogo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos. Esta foi a sexta vitória seguida de Djokovic sobre Murray. O último triunfo do tenista escocês sobre o adversário havia sido em 2013, em Wimbledon. Desde então, foram cinco vitórias do tenista sérvio. Djokovic vai agora defender o troféu que conquistou no ano passado. FEDERER X RAONIC O suiço Roger Federer será o adversário de Novak Djokovic na final do Master 1.000 de Indian Wells. O tenista derrotou o canadense Milos Raonic por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/4. O confronto será o de número 38 entre os dois atletas. Federer leva vantagem, com 20 vitórias, contra 17 de Djokovic. A final será neste domingo (22), com início previsto para as 17h (de Brasília).
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O governo e a mídia engajada
SÃO PAULO - Em meio à grave crise econômica e às palpitações desencadeadas pela operação Lava Jato, o governo Dilma encontrou tempo para lançar um concurso com a finalidade de premiar o que chama de "mídia livre". A despeito de eventuais discussões sobre o desperdício de dinheiro público (R$ 5 milhões), o prêmio tem o mérito de revelar o significado que a novilíngua oficial dá para estas duas palavrinhas. "Mídia livre", de acordo com o regulamento expresso no edital do concurso, é aquela que "não tem fins lucrativos", afinal, como dizia o comandante Hugo Chávez, o "capitalismo" é o sistema do "diabo" e é tão destrutivo que "pode" ser o responsável por não haver mais "civilização em Marte". A lista de premiados ajuda a entender um pouco mais o conceito de "mídia livre" do governo, para além das restrições à atividade comercial. "O Brasil de Fato", que recebeu um prêmio de R$ 40 mil na categoria "mídia livre local", foi lançado em 2003, durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Possui um site de notícias, um semanário nacional e três jornais tabloides (SP, MG e RJ). Um dos seus criadores é o MST. Outro premiado, o "Núcleo Piratininga de Comunicação" (R$ 100 mil) tem raízes no sindicalismo. Seu fundador, já falecido, Vito Giannotti, foi diretor da CUT e tinha como mantra a frase "um partido sem jornal é como um exército sem armas". O "Barão de Itararé" (R$ 40 mil), outro vencedor na categoria "mídia livre local", tem ligação com a política partidária, assim como o "Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social" (R$ 100 mil). O primeiro é administrado por Altamiro Afonso Borges, secretário nacional de Questões de Mídia do PCdoB. O outro tem como uma de suas coordenadoras Ana Claudia Mielke, ligada ao PSOL. Nada contra as opções e o trabalho de cada um. Só não dá para chamar de "mídia livre" a "mídia engajada".
colunas
O governo e a mídia engajadaSÃO PAULO - Em meio à grave crise econômica e às palpitações desencadeadas pela operação Lava Jato, o governo Dilma encontrou tempo para lançar um concurso com a finalidade de premiar o que chama de "mídia livre". A despeito de eventuais discussões sobre o desperdício de dinheiro público (R$ 5 milhões), o prêmio tem o mérito de revelar o significado que a novilíngua oficial dá para estas duas palavrinhas. "Mídia livre", de acordo com o regulamento expresso no edital do concurso, é aquela que "não tem fins lucrativos", afinal, como dizia o comandante Hugo Chávez, o "capitalismo" é o sistema do "diabo" e é tão destrutivo que "pode" ser o responsável por não haver mais "civilização em Marte". A lista de premiados ajuda a entender um pouco mais o conceito de "mídia livre" do governo, para além das restrições à atividade comercial. "O Brasil de Fato", que recebeu um prêmio de R$ 40 mil na categoria "mídia livre local", foi lançado em 2003, durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Possui um site de notícias, um semanário nacional e três jornais tabloides (SP, MG e RJ). Um dos seus criadores é o MST. Outro premiado, o "Núcleo Piratininga de Comunicação" (R$ 100 mil) tem raízes no sindicalismo. Seu fundador, já falecido, Vito Giannotti, foi diretor da CUT e tinha como mantra a frase "um partido sem jornal é como um exército sem armas". O "Barão de Itararé" (R$ 40 mil), outro vencedor na categoria "mídia livre local", tem ligação com a política partidária, assim como o "Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social" (R$ 100 mil). O primeiro é administrado por Altamiro Afonso Borges, secretário nacional de Questões de Mídia do PCdoB. O outro tem como uma de suas coordenadoras Ana Claudia Mielke, ligada ao PSOL. Nada contra as opções e o trabalho de cada um. Só não dá para chamar de "mídia livre" a "mídia engajada".
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Fla-Flu no Pacaembu tem a segunda maior bilheteria do Estadual do Rio
O Fla-Flu deste domingo (20) pode ter decepcionado pelo que se viu em campo durante o 0 a 0, mas a ideia de colocar a partida no Pacaembu foi um sucesso. Mais de 30 mil pessoas compareceram ao estádio para assistir ao duelo carioca, sendo que 28.727 foram na condição de pagantes. Em tempos de pouco apelo e baixas bilheterias dos campeonatos estaduais, trata-se de presença expressiva, que foi marcada pela convivência amistosa entre torcedores das duas agremiações. Nas arquibancadas, grupos de pessoas vestindo camisas dos adversários dividiam o espaço e interagiam pacificamente, em cena rara no futebol nacional. Comparativamente, foi a segunda maior bilheteria desta edição do Estadual do Rio, atrás somente do outro encontro entre Fluminense e Flamengo, em fevereiro, no Mané Garrincha, em Brasília, quando compareceram 32.024 pagantes. Foi também a segunda maior renda, com R$ 1.374.375 gerados, superados somente pelos R$ 2.388.360 do clássico anterior. Veja vídeo Diante desses números, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, prometeu retornar. "Gostamos muito do carinho do torcedor, com certeza vamos voltar [a São Paulo]", disse, na saída do estádio. Rodrigo Caetano, diretor executivo do clube, também valorizou o comportamento de flamenguistas e tricolores nas arquibancadas. Torcedores lembraram do conflito dos clubes com a Ferj, a federação de futebol do Rio, e apoiaram a decisão de mandar os jogos fora do estado. Flamengo e Fluminense cobram mais transparência na gestão do órgão. "Não dá para ser sempre [fora do Rio], mas é bom variar. Nessa guerra que estamos com a Ferj, que só beneficia Vasco e Botafogo, quanto mais longe, melhor. Como os estádios não lotam lá, vamos fazer lotar aqui", diz Bruno Oliveira, 26, que dirigiu do Rio até São Paulo para torcer para o Fluminense. Ao se comparar com as bilheterias do Paulista, dado que o jogo foi sediado no Pacaembu, o Fla-Flu também teve bom desempenho. Seria a terceira maior presença de pagantes do torneio, atrás dos jogos do Corinthians contra São Paulo (36.378 pagantes), XV de Piracicaba (30.945) e Linense (31.334), todos na Arena Corinthians.
esporte
Fla-Flu no Pacaembu tem a segunda maior bilheteria do Estadual do RioO Fla-Flu deste domingo (20) pode ter decepcionado pelo que se viu em campo durante o 0 a 0, mas a ideia de colocar a partida no Pacaembu foi um sucesso. Mais de 30 mil pessoas compareceram ao estádio para assistir ao duelo carioca, sendo que 28.727 foram na condição de pagantes. Em tempos de pouco apelo e baixas bilheterias dos campeonatos estaduais, trata-se de presença expressiva, que foi marcada pela convivência amistosa entre torcedores das duas agremiações. Nas arquibancadas, grupos de pessoas vestindo camisas dos adversários dividiam o espaço e interagiam pacificamente, em cena rara no futebol nacional. Comparativamente, foi a segunda maior bilheteria desta edição do Estadual do Rio, atrás somente do outro encontro entre Fluminense e Flamengo, em fevereiro, no Mané Garrincha, em Brasília, quando compareceram 32.024 pagantes. Foi também a segunda maior renda, com R$ 1.374.375 gerados, superados somente pelos R$ 2.388.360 do clássico anterior. Veja vídeo Diante desses números, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, prometeu retornar. "Gostamos muito do carinho do torcedor, com certeza vamos voltar [a São Paulo]", disse, na saída do estádio. Rodrigo Caetano, diretor executivo do clube, também valorizou o comportamento de flamenguistas e tricolores nas arquibancadas. Torcedores lembraram do conflito dos clubes com a Ferj, a federação de futebol do Rio, e apoiaram a decisão de mandar os jogos fora do estado. Flamengo e Fluminense cobram mais transparência na gestão do órgão. "Não dá para ser sempre [fora do Rio], mas é bom variar. Nessa guerra que estamos com a Ferj, que só beneficia Vasco e Botafogo, quanto mais longe, melhor. Como os estádios não lotam lá, vamos fazer lotar aqui", diz Bruno Oliveira, 26, que dirigiu do Rio até São Paulo para torcer para o Fluminense. Ao se comparar com as bilheterias do Paulista, dado que o jogo foi sediado no Pacaembu, o Fla-Flu também teve bom desempenho. Seria a terceira maior presença de pagantes do torneio, atrás dos jogos do Corinthians contra São Paulo (36.378 pagantes), XV de Piracicaba (30.945) e Linense (31.334), todos na Arena Corinthians.
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Misturando tradição e modernidade, Omã vira destino turístico
Omã, um dos países mais reservados do Oriente Médio, está lentamente abrindo suas portas ao turismo. Com praias de águas cristalinas, dunas de areia dourada e construções simples, mas de grande beleza e história, o país é uma escolha perfeita para quem deseja um equilíbrio entre tradição e modernidade. Desde que o atual sultão do país, Qaboos bin Said al-Said, destituiu seu pai do poder, em 1970, Omã vem passando por um grande progresso econômico e social, em parte graças às várias reservas petrolíferas encontradas na região. O crescimento econômico de Omã também garantiu uma estabilidade política, inexistente nos países vizinhos como o Iêmen, e o bom relacionamento com países do Ocidente, como os Estados Unidos. Por isso, a capital da monarquia islâmica, Mascate, passou de uma cidade calma e tranquila para um movimentado destino turístico. As construções têm uma arquitetura sóbria com decorações fiéis à estética da religião ibadita, uma vertente do islamismo. Nas lojas, é possível encontrar típicas pashminas de excelente qualidade e jóias de prata. Além do comércio, Omã também é repleto de Patrimônios Naturais da Humanidade da Unesco, com fortes e castelos, vários quilômetros de praias de areia branca, altas montanhas, bacias de água doce e cristalina e ainda muito verde. No entanto, é importante se lembrar que os biquínis têm que ser substituídos por trajes que cubram mais o corpo, mesmo nas praias particulares dos próprios hotéis e albergues. Além disso, apenas em alguns hotéis e restaurantes são servidas bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja.
turismo
Misturando tradição e modernidade, Omã vira destino turísticoOmã, um dos países mais reservados do Oriente Médio, está lentamente abrindo suas portas ao turismo. Com praias de águas cristalinas, dunas de areia dourada e construções simples, mas de grande beleza e história, o país é uma escolha perfeita para quem deseja um equilíbrio entre tradição e modernidade. Desde que o atual sultão do país, Qaboos bin Said al-Said, destituiu seu pai do poder, em 1970, Omã vem passando por um grande progresso econômico e social, em parte graças às várias reservas petrolíferas encontradas na região. O crescimento econômico de Omã também garantiu uma estabilidade política, inexistente nos países vizinhos como o Iêmen, e o bom relacionamento com países do Ocidente, como os Estados Unidos. Por isso, a capital da monarquia islâmica, Mascate, passou de uma cidade calma e tranquila para um movimentado destino turístico. As construções têm uma arquitetura sóbria com decorações fiéis à estética da religião ibadita, uma vertente do islamismo. Nas lojas, é possível encontrar típicas pashminas de excelente qualidade e jóias de prata. Além do comércio, Omã também é repleto de Patrimônios Naturais da Humanidade da Unesco, com fortes e castelos, vários quilômetros de praias de areia branca, altas montanhas, bacias de água doce e cristalina e ainda muito verde. No entanto, é importante se lembrar que os biquínis têm que ser substituídos por trajes que cubram mais o corpo, mesmo nas praias particulares dos próprios hotéis e albergues. Além disso, apenas em alguns hotéis e restaurantes são servidas bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja.
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Charge de Angeli sobre PMs é de extremo mau gosto, diz leitor
A charge de Angeli ("Opinião", 11/10) é bastante perturbadora e de extremo mau gosto. Independentemente do que o artista pensava transmitir ao publicá-la, ela denigre todo e qualquer policial. Fiquei pensando nos policiais honestos que, a despeito de seus baixos vencimentos e pouca valorização, enfrentam os perigos de sua profissão. Como eles receberam tal charge desabonadora? A nossa polícia precisa de investimentos e de comandantes em todos os escalões que cobrem de seus subordinados respeito absoluto aos direitos humanos. Ostilio dos Santos (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Charge de Angeli sobre PMs é de extremo mau gosto, diz leitorA charge de Angeli ("Opinião", 11/10) é bastante perturbadora e de extremo mau gosto. Independentemente do que o artista pensava transmitir ao publicá-la, ela denigre todo e qualquer policial. Fiquei pensando nos policiais honestos que, a despeito de seus baixos vencimentos e pouca valorização, enfrentam os perigos de sua profissão. Como eles receberam tal charge desabonadora? A nossa polícia precisa de investimentos e de comandantes em todos os escalões que cobrem de seus subordinados respeito absoluto aos direitos humanos. Ostilio dos Santos (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Faixa de ônibus paralela à av. Paulista estreia com trânsito e infrações
O primeira dia das faixas exclusivas de ônibus nas ruas paralelas à avenida Paulista está sendo marcado por trânsito e infrações na tarde deste domingo (11). Segundo agentes de trânsito ouvidos pela reportagem, porém, como trata-se do início de funcionamento, os motoristas terão ao menos uma semana para se adaptar antes que as multas comecem a ser aplicadas aos carros que ocupam as faixas da alameda Santos e da rua São Carlos do Pinhal, por exemplo. Por volta das 14h30, o trânsito estava parado na avenida Rebouças, bem no acesso à alameda Santos, onde começa a faixa exclusiva. Em 15 minutos, a reportagem flagrou 33 carros trafegando irregularmente pela faixa. Muitos deles ainda sem entender a novidade. "A gente não sabia que isso estava valendo, mas agora vamos ficar mais atentos", disse o empresário Pedro, 39, que foi à Paulista com a mulher e os dois filhos. Alguns dos motoristas saiam assim que se deparavam com a placa piscante. O trânsito já carregado da avenida Rebouças em direção à Paulista aos domingos ficou pior a partir da alameda Itu, quando os motoristas já começam a se deslocar para a direita a fim de entrar na alameda. No local, o trânsito seguia carregado até o cruzamento com a rua Augusta, fluindo melhor dali em diante. DEMORA Quem andava de ônibus também esperou um pouco mais pelos coletivos. "Faz uns 20 minutos que estamos aqui e vimos que tem muito carro passando na faixa de ônibus", disse a vendedora Cristiane Lima, 40. Segundo ela, por causa do trânsito na avenida Rebouças, os ônibus em direção à zona sul estavam demorando um pouco mais para chegar. Já na rua São Carlos do Pinhal, motoristas que se deparavam com a placa que indicava a faixa faziam manobras bruscas para sair delas. A via, usada por quem vem da região da Vila Mariana, zona sul, tinha fluxo mais tranquilo nesta tarde. O trânsito seguia com poucos pontos de congestionamentos, mas muitos motoristas também ignoravam a existência da faixa. "Nós mesmos (marronzinhos), fizemos o curso de adaptação nesta semana. Vamos esperar uma semana para que os motoristas se acostumem para começar a multar. O valor da multa para quem desrespeita as faixas exclusivas é de R$ 191. É considerada infração gravíssima, descontando 7 pontos da carteira de habilitação.
cotidiano
Faixa de ônibus paralela à av. Paulista estreia com trânsito e infraçõesO primeira dia das faixas exclusivas de ônibus nas ruas paralelas à avenida Paulista está sendo marcado por trânsito e infrações na tarde deste domingo (11). Segundo agentes de trânsito ouvidos pela reportagem, porém, como trata-se do início de funcionamento, os motoristas terão ao menos uma semana para se adaptar antes que as multas comecem a ser aplicadas aos carros que ocupam as faixas da alameda Santos e da rua São Carlos do Pinhal, por exemplo. Por volta das 14h30, o trânsito estava parado na avenida Rebouças, bem no acesso à alameda Santos, onde começa a faixa exclusiva. Em 15 minutos, a reportagem flagrou 33 carros trafegando irregularmente pela faixa. Muitos deles ainda sem entender a novidade. "A gente não sabia que isso estava valendo, mas agora vamos ficar mais atentos", disse o empresário Pedro, 39, que foi à Paulista com a mulher e os dois filhos. Alguns dos motoristas saiam assim que se deparavam com a placa piscante. O trânsito já carregado da avenida Rebouças em direção à Paulista aos domingos ficou pior a partir da alameda Itu, quando os motoristas já começam a se deslocar para a direita a fim de entrar na alameda. No local, o trânsito seguia carregado até o cruzamento com a rua Augusta, fluindo melhor dali em diante. DEMORA Quem andava de ônibus também esperou um pouco mais pelos coletivos. "Faz uns 20 minutos que estamos aqui e vimos que tem muito carro passando na faixa de ônibus", disse a vendedora Cristiane Lima, 40. Segundo ela, por causa do trânsito na avenida Rebouças, os ônibus em direção à zona sul estavam demorando um pouco mais para chegar. Já na rua São Carlos do Pinhal, motoristas que se deparavam com a placa que indicava a faixa faziam manobras bruscas para sair delas. A via, usada por quem vem da região da Vila Mariana, zona sul, tinha fluxo mais tranquilo nesta tarde. O trânsito seguia com poucos pontos de congestionamentos, mas muitos motoristas também ignoravam a existência da faixa. "Nós mesmos (marronzinhos), fizemos o curso de adaptação nesta semana. Vamos esperar uma semana para que os motoristas se acostumem para começar a multar. O valor da multa para quem desrespeita as faixas exclusivas é de R$ 191. É considerada infração gravíssima, descontando 7 pontos da carteira de habilitação.
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Marcos Caramuru é escolhido como novo embaixador do Brasil em Pequim
O novo embaixador do Brasil na China deverá ser o diplomata Marcos Caramuru de Paiva, que já atuou como cônsul-geral do Brasil em Xangai. Caramuru deve substituir o embaixador Roberto Jaguaribe, que deixou o posto brasileiro em Pequim para ser nomeado como chefe da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), indicado pelo novo chanceler brasileiro, José Serra. Nesta sexta-feira (10), Serra falou sobre mudanças que pretende fazer na Apex e na Camex (Câmara de Comércio Exterior). "A nova Camex irá cuidar de tudo relacionado a comércio exterior: como abater custos trabalhistas das exportações, investimento em infraestrutura para aumentar a competitividade", disse Serra. A Apex irá se concentrar em promoção e atração de investimentos. Caramuru foi colunista da Folha até o início do ano passado e é uma referência nos assuntos de China. Além do posto em Xangai, o diplomata já atuou como embaixador na Malásia, secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e diretor-executivo do Banco Mundial, em Washington. Indicações de embaixadores para postos no exterior precisam ser aprovadas pelo Senado Federal brasileiro e pelo país onde o diplomata pretende servir.
mundo
Marcos Caramuru é escolhido como novo embaixador do Brasil em PequimO novo embaixador do Brasil na China deverá ser o diplomata Marcos Caramuru de Paiva, que já atuou como cônsul-geral do Brasil em Xangai. Caramuru deve substituir o embaixador Roberto Jaguaribe, que deixou o posto brasileiro em Pequim para ser nomeado como chefe da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), indicado pelo novo chanceler brasileiro, José Serra. Nesta sexta-feira (10), Serra falou sobre mudanças que pretende fazer na Apex e na Camex (Câmara de Comércio Exterior). "A nova Camex irá cuidar de tudo relacionado a comércio exterior: como abater custos trabalhistas das exportações, investimento em infraestrutura para aumentar a competitividade", disse Serra. A Apex irá se concentrar em promoção e atração de investimentos. Caramuru foi colunista da Folha até o início do ano passado e é uma referência nos assuntos de China. Além do posto em Xangai, o diplomata já atuou como embaixador na Malásia, secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e diretor-executivo do Banco Mundial, em Washington. Indicações de embaixadores para postos no exterior precisam ser aprovadas pelo Senado Federal brasileiro e pelo país onde o diplomata pretende servir.
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Implementação do projeto de ciclovias em São Paulo deve ser interrompida? Sim
FÁBIO FORTES: PEDALANDO EM FALSO O "número considerável de reclamações de munícipes sobre irregularidades e problemas que têm agravado o já caótico sistema de mobilidade urbana da cidade de São Paulo" motivou o Ministério Público, por meio da promotora de Justiça de Habitação e Urbanismo Camila Mansour Magalhães da Silveira a apresentar ação civil pública relacionada à questão cicloviária. Para apurar "como está sendo implementada [...] e os critérios de planejamento das ciclovias", solicitou informações ao prefeito e à CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) sobre o cronograma de obras e estudos técnicos para "resguardar a segurança, a locomoção e a qualidade de vida" de ciclistas e dos demais munícipes. Ora, qual não foi a resposta da Prefeitura de São Paulo? O leitor que adivinhar ganha uma bicicleta! A promotora recebeu como respostas releases –textos de divulgação de pautas para imprensa. Quer dizer, a única ação planejada criteriosamente na implantação das ciclovias, em uma cidade complexa como a nossa, foi a campanha de mídia. Os documentos que norteiam a realização de qualquer obra pública –projeto de engenharia, estudo de concepção ou viabilidade, projeto básico e projeto executivo– dão segurança e previsibilidade ao processo. Estes, sim, deveriam ter sido apresentados para que a implantação das ciclovias na capital paulista tivesse legitimidade. O improviso tem sido a marca da atual gestão municipal. Tal "programa" foi iniciado às pressas, sem projeto nem consulta à população, bairro a bairro, ao contrário do que ocorreu em todas as metrópoles onde as ciclovias foram recebidas de braços abertos como Amsterdã, Nova York, Berlim, Bogotá, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Curitiba. Nós, moradores do centro da capital, fomos os primeiros a ser surpreendidos com as faixas vermelhas que, de uma hora para outra, interferiram na mobilidade e prejudicaram a acessibilidade da região. Em lugar de símbolos de modernização urbana, tornaram-se, pelo susto que causaram e pela alienação do cotidiano das pessoas, sinônimos de caos e autoritarismo, causa de desespero entre moradores e comerciantes. O pânico levou centenas de indivíduos a recorrer a um boletim de ocorrência coletivo, pois havia a percepção de que tamanha intrusão, sem qualquer diálogo ou consulta, era caso de polícia. Nesse cenário, que se repetiu com mais ou menos intensidade em outras regiões da metrópole, seria estranho se o Ministério Público não se manifestasse, no mínimo, pedindo explicações ao Executivo. Para agravar a situação, as vistorias constataram, ao longo do percurso pretensamente cicloviário, irregularidades importantes, tais como a presença obstrutiva de postes, placas de sinalização, buracos, pontos de ônibus, rampas de garagens, acúmulo de lama e entulhos, utilização de sarjetas deterioradas com trincas, fissuras, depressões, podendo, quando utilizados, ser causa de acidentes graves. Isso sem falar na aberração que é o custo de implementação das apelidadas "ciclovazias". Passados oito meses desde a pintura das faixas vermelhas na região central, é difícil saber qual a prioridade da gestão municipal. Ninguém é contra ciclovia, ao contrário, lamenta-se que uma ideia, na essência e na experiência, virtuosa, tenha sido tão maltratada pela precariedade de sua materialização pela prefeitura. Basta! São Paulo não merece pedalar em falso. FÁBIO FORTES, 47, economista, é presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Santa Cecília, Campos Elíseos e Barra Funda e ex-conselheiro municipal de trânsito e transporte da Subprefeitura da Sé (2002-2004) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Implementação do projeto de ciclovias em São Paulo deve ser interrompida? SimFÁBIO FORTES: PEDALANDO EM FALSO O "número considerável de reclamações de munícipes sobre irregularidades e problemas que têm agravado o já caótico sistema de mobilidade urbana da cidade de São Paulo" motivou o Ministério Público, por meio da promotora de Justiça de Habitação e Urbanismo Camila Mansour Magalhães da Silveira a apresentar ação civil pública relacionada à questão cicloviária. Para apurar "como está sendo implementada [...] e os critérios de planejamento das ciclovias", solicitou informações ao prefeito e à CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) sobre o cronograma de obras e estudos técnicos para "resguardar a segurança, a locomoção e a qualidade de vida" de ciclistas e dos demais munícipes. Ora, qual não foi a resposta da Prefeitura de São Paulo? O leitor que adivinhar ganha uma bicicleta! A promotora recebeu como respostas releases –textos de divulgação de pautas para imprensa. Quer dizer, a única ação planejada criteriosamente na implantação das ciclovias, em uma cidade complexa como a nossa, foi a campanha de mídia. Os documentos que norteiam a realização de qualquer obra pública –projeto de engenharia, estudo de concepção ou viabilidade, projeto básico e projeto executivo– dão segurança e previsibilidade ao processo. Estes, sim, deveriam ter sido apresentados para que a implantação das ciclovias na capital paulista tivesse legitimidade. O improviso tem sido a marca da atual gestão municipal. Tal "programa" foi iniciado às pressas, sem projeto nem consulta à população, bairro a bairro, ao contrário do que ocorreu em todas as metrópoles onde as ciclovias foram recebidas de braços abertos como Amsterdã, Nova York, Berlim, Bogotá, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Curitiba. Nós, moradores do centro da capital, fomos os primeiros a ser surpreendidos com as faixas vermelhas que, de uma hora para outra, interferiram na mobilidade e prejudicaram a acessibilidade da região. Em lugar de símbolos de modernização urbana, tornaram-se, pelo susto que causaram e pela alienação do cotidiano das pessoas, sinônimos de caos e autoritarismo, causa de desespero entre moradores e comerciantes. O pânico levou centenas de indivíduos a recorrer a um boletim de ocorrência coletivo, pois havia a percepção de que tamanha intrusão, sem qualquer diálogo ou consulta, era caso de polícia. Nesse cenário, que se repetiu com mais ou menos intensidade em outras regiões da metrópole, seria estranho se o Ministério Público não se manifestasse, no mínimo, pedindo explicações ao Executivo. Para agravar a situação, as vistorias constataram, ao longo do percurso pretensamente cicloviário, irregularidades importantes, tais como a presença obstrutiva de postes, placas de sinalização, buracos, pontos de ônibus, rampas de garagens, acúmulo de lama e entulhos, utilização de sarjetas deterioradas com trincas, fissuras, depressões, podendo, quando utilizados, ser causa de acidentes graves. Isso sem falar na aberração que é o custo de implementação das apelidadas "ciclovazias". Passados oito meses desde a pintura das faixas vermelhas na região central, é difícil saber qual a prioridade da gestão municipal. Ninguém é contra ciclovia, ao contrário, lamenta-se que uma ideia, na essência e na experiência, virtuosa, tenha sido tão maltratada pela precariedade de sua materialização pela prefeitura. Basta! São Paulo não merece pedalar em falso. FÁBIO FORTES, 47, economista, é presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Santa Cecília, Campos Elíseos e Barra Funda e ex-conselheiro municipal de trânsito e transporte da Subprefeitura da Sé (2002-2004) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Quadro de Picasso avaliado em R$ 95 milhões é confiscado na França
O serviço de alfândega francês confiscou na sexta-feira (31), em um barco na ilha de Córsega, um quadro de Pablo Picasso declarado "inexportável" pelas autoridades espanholas. A tela pertence ao banqueiro Jaime Botín e é avaliada em mais de 25 milhões de euros (cerca de R$ 95 milhões). Os funcionários franceses receberam na quinta-feira (30), no posto alfandegário de Bastia (norte da Córsega), um pedido de "exportação à Suíça" do quadro do Picasso, "Cabeça de Mulher Jovem", propriedade de Botín. No dia seguinte, os oficiais de Calvi (noroeste da ilha mediterrânea) "compareceram a bordo de um barco que transportava a obra, atracado em um porto de esportes" da cidade e cobraram "os documentos relativos à situação do quadro", segundo comunicou a alfândega francesa. O capitão do barco só conseguiu apresentar um documento de avaliação da obra e um documento redigido em espanhol, de maio de 2015, da Justiça espanhola, que confirmava se tratar de um tesouro nacional que "em hipótese alguma" poderia sair da Espanha. O dono do quadro, Jaime Botín, é irmão de Emilio Botín, que presidiu o banco Santander desde 1986 até a sua morte, em setembro de 2014. Jaime, 79 anos, foi vice-presidente do Santander entre 1999 e 2015 e atualmente é o acionista majoritário do Bankinter. O banqueiro não estava a bordo do barco, de procedência britânica e propriedade de uma sociedade da qual Botín é acionista, informou à AFP um porta-voz da alfândega. Essa mesma fonte indicou que o pedido de exportação registrado em Bastia não levava o nome de Jaime Botín. Em dezembro de 2012, a filial espanhola da casa de leilões Christie's apresentou na Espanha um pedido para exportar o quadro a Londres e colocá-lo à venda, mas o Ministério da Cultura espanhol declarou a tela "inexportável, já que era uma das poucas obras de Picasso em uma etapa histórica", afirmou nesta terça (4) um porta-voz da pasta. A obra pertence ao período do pintor malaguenho, quando ele tinha 24 anos e vivia no povoado de Gósol, no noroeste da Catalunha, onde pintou uma centena de quadros no verão de 1906. Foi uma época decisiva para o posterior desenvolvimento do cubismo. "Não existe obra semelhante na Espanha, o que justifica que ela não possa ser exportada", afirmo ainda o ministério. Os advogados de Botín recorreram da decisão judicial, alegando que o quadro não era de sua propriedade, mas de uma empresa da qual ele era acionista. Além disso, afirmaram que a tela não estava em território espanhol, pois foi encontrada em um barco de origem britânica no porto de Valencia (leste da Espanha). No entanto, em 2015 a Justiça confirmou que a obra não poderia deixar o país por ser "um bem de interesse cultural" e que o fato de ela ser encontrada em um barco em um porto espanhol habilita as autoridades espanholas a decidir o melhor destino da tela. "O grupo de patrimônio histórico da Guarda Civil está investigando o tema há algum tempo", disse uma fonte do órgão espanhol, sem dar, porém, maiores detalhes. Baseando-se na decisão judicial espanhola, a saída do quadro da Espanha poderia ser considerada um indício de tráfico ilícito de bens culturais. As autoridades francesas esperam agora uma eventual reclamação da Espanha para recuperar a obra.
ilustrada
Quadro de Picasso avaliado em R$ 95 milhões é confiscado na FrançaO serviço de alfândega francês confiscou na sexta-feira (31), em um barco na ilha de Córsega, um quadro de Pablo Picasso declarado "inexportável" pelas autoridades espanholas. A tela pertence ao banqueiro Jaime Botín e é avaliada em mais de 25 milhões de euros (cerca de R$ 95 milhões). Os funcionários franceses receberam na quinta-feira (30), no posto alfandegário de Bastia (norte da Córsega), um pedido de "exportação à Suíça" do quadro do Picasso, "Cabeça de Mulher Jovem", propriedade de Botín. No dia seguinte, os oficiais de Calvi (noroeste da ilha mediterrânea) "compareceram a bordo de um barco que transportava a obra, atracado em um porto de esportes" da cidade e cobraram "os documentos relativos à situação do quadro", segundo comunicou a alfândega francesa. O capitão do barco só conseguiu apresentar um documento de avaliação da obra e um documento redigido em espanhol, de maio de 2015, da Justiça espanhola, que confirmava se tratar de um tesouro nacional que "em hipótese alguma" poderia sair da Espanha. O dono do quadro, Jaime Botín, é irmão de Emilio Botín, que presidiu o banco Santander desde 1986 até a sua morte, em setembro de 2014. Jaime, 79 anos, foi vice-presidente do Santander entre 1999 e 2015 e atualmente é o acionista majoritário do Bankinter. O banqueiro não estava a bordo do barco, de procedência britânica e propriedade de uma sociedade da qual Botín é acionista, informou à AFP um porta-voz da alfândega. Essa mesma fonte indicou que o pedido de exportação registrado em Bastia não levava o nome de Jaime Botín. Em dezembro de 2012, a filial espanhola da casa de leilões Christie's apresentou na Espanha um pedido para exportar o quadro a Londres e colocá-lo à venda, mas o Ministério da Cultura espanhol declarou a tela "inexportável, já que era uma das poucas obras de Picasso em uma etapa histórica", afirmou nesta terça (4) um porta-voz da pasta. A obra pertence ao período do pintor malaguenho, quando ele tinha 24 anos e vivia no povoado de Gósol, no noroeste da Catalunha, onde pintou uma centena de quadros no verão de 1906. Foi uma época decisiva para o posterior desenvolvimento do cubismo. "Não existe obra semelhante na Espanha, o que justifica que ela não possa ser exportada", afirmo ainda o ministério. Os advogados de Botín recorreram da decisão judicial, alegando que o quadro não era de sua propriedade, mas de uma empresa da qual ele era acionista. Além disso, afirmaram que a tela não estava em território espanhol, pois foi encontrada em um barco de origem britânica no porto de Valencia (leste da Espanha). No entanto, em 2015 a Justiça confirmou que a obra não poderia deixar o país por ser "um bem de interesse cultural" e que o fato de ela ser encontrada em um barco em um porto espanhol habilita as autoridades espanholas a decidir o melhor destino da tela. "O grupo de patrimônio histórico da Guarda Civil está investigando o tema há algum tempo", disse uma fonte do órgão espanhol, sem dar, porém, maiores detalhes. Baseando-se na decisão judicial espanhola, a saída do quadro da Espanha poderia ser considerada um indício de tráfico ilícito de bens culturais. As autoridades francesas esperam agora uma eventual reclamação da Espanha para recuperar a obra.
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Em projeto social, tatuador doa seus desenhos a quem quer cobrir cicatrizes
A blusa revela o que parece ser a alça de um sutiã no ombro de Wanessa Aparecida da Silva, 35. Ela não hesita em mostrar, por baixo da roupa, uma flor adornando o seio completamente reconstruído. Submetida a uma mastectomia radical, Wanessa é uma das beneficiárias do Marcas da Vida, projeto do tatuador Carlos Galina, 31. Baseado em Pouso Alegre (MG), Galina cobre cicatrizes de pessoas que não têm como pagar pelo serviço desde 2015. O tatuador não recebe nada pelo trabalho e, até pouco tempo atrás, chegava a pagar pelas tintas e equipamentos necessários para fazer os desenhos. Há um ano, fez uma parceria com uma empresa do ramo, que passou a contribuir com os insumos. Galina tatua desde os 16 anos, mas faz pouco tempo que passou a se dedicar exclusivamente à profissão. Antes vitralista, há quatro anos trocou de vez as igrejas do sul de Minas Gerais pela epiderme dos clientes. Entre queimaduras, talhos de faca e cicatrizes de cirurgias, Galina estima ter atendido cerca de 30 pessoas de graça. Se cobrasse, os preços dificilmente seriam inferiores a R$ 1.000. Segundo o tatuador, os desenhos são mais trabalhosos que as tatuagens convencionais. "Tatuar pele lisa é como dirigir em pista asfaltada, a possibilidade de erro é menor. Cicatriz é estrada de terra", diz. DE LONGE Para entender a consistência de queloides e afins, Galina estudou livros de dermatologia. À medida em que o projeto se consolidava, médicos da cidade chegaram a encaminhar aos cuidados do tatuador os pacientes egressos do pós-operatório. A fama se disseminou a ponto de, semanas atrás, uma cearense de Itapipoca ter viajado cerca de 3.000 km para bater à porta de Galina. A mulher tinha sido vítima de um incêndio quando criança –o que lhe valeu uma queimadura que cobria toda a perna direita e parte do abdômen. Hoje, sobre a lesão brota uma roseira de 40 cm. Para evitar aproveitadores, Galina estabeleceu critérios para os tipos de marcas elegíveis para o projeto: não aceita abdominoplastias, cicatrizes de cesariana nem estrias. A lesão tem que decorrer de algo "traumático". "Outro dia apareceu um cara com marca de vacina pedindo uma tatuagem igual à do The Rock [ator americano], que cobre o braço todo. Aí não dá", esclarece. Galina está em São Paulo para participar da Tattoo Week, convenção que ocorre neste fim de semana no Expo Center Norte. A ideia é lançar o Marcas da Vida em âmbito nacional. Ele já captou doações de dez empresas para ampliar o projeto.
cotidiano
Em projeto social, tatuador doa seus desenhos a quem quer cobrir cicatrizesA blusa revela o que parece ser a alça de um sutiã no ombro de Wanessa Aparecida da Silva, 35. Ela não hesita em mostrar, por baixo da roupa, uma flor adornando o seio completamente reconstruído. Submetida a uma mastectomia radical, Wanessa é uma das beneficiárias do Marcas da Vida, projeto do tatuador Carlos Galina, 31. Baseado em Pouso Alegre (MG), Galina cobre cicatrizes de pessoas que não têm como pagar pelo serviço desde 2015. O tatuador não recebe nada pelo trabalho e, até pouco tempo atrás, chegava a pagar pelas tintas e equipamentos necessários para fazer os desenhos. Há um ano, fez uma parceria com uma empresa do ramo, que passou a contribuir com os insumos. Galina tatua desde os 16 anos, mas faz pouco tempo que passou a se dedicar exclusivamente à profissão. Antes vitralista, há quatro anos trocou de vez as igrejas do sul de Minas Gerais pela epiderme dos clientes. Entre queimaduras, talhos de faca e cicatrizes de cirurgias, Galina estima ter atendido cerca de 30 pessoas de graça. Se cobrasse, os preços dificilmente seriam inferiores a R$ 1.000. Segundo o tatuador, os desenhos são mais trabalhosos que as tatuagens convencionais. "Tatuar pele lisa é como dirigir em pista asfaltada, a possibilidade de erro é menor. Cicatriz é estrada de terra", diz. DE LONGE Para entender a consistência de queloides e afins, Galina estudou livros de dermatologia. À medida em que o projeto se consolidava, médicos da cidade chegaram a encaminhar aos cuidados do tatuador os pacientes egressos do pós-operatório. A fama se disseminou a ponto de, semanas atrás, uma cearense de Itapipoca ter viajado cerca de 3.000 km para bater à porta de Galina. A mulher tinha sido vítima de um incêndio quando criança –o que lhe valeu uma queimadura que cobria toda a perna direita e parte do abdômen. Hoje, sobre a lesão brota uma roseira de 40 cm. Para evitar aproveitadores, Galina estabeleceu critérios para os tipos de marcas elegíveis para o projeto: não aceita abdominoplastias, cicatrizes de cesariana nem estrias. A lesão tem que decorrer de algo "traumático". "Outro dia apareceu um cara com marca de vacina pedindo uma tatuagem igual à do The Rock [ator americano], que cobre o braço todo. Aí não dá", esclarece. Galina está em São Paulo para participar da Tattoo Week, convenção que ocorre neste fim de semana no Expo Center Norte. A ideia é lançar o Marcas da Vida em âmbito nacional. Ele já captou doações de dez empresas para ampliar o projeto.
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Na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança
Crescer dói em qualquer idade. Dói para a criança em sua passagem para a segunda e derradeira parte da infância, e dói quando esta termina. Dói quando ela está prestes a entrar na adolescência, e crescer dói durante a adolescência toda, do começo ao fim. Dói entrar na maturidade, dói aprender a ser um pouco mais adulto a cada dia para não responsabilizar o passado pelas agruras do presente; dói entrar na meia idade e dói envelhecer. Hoje, vamos pensar a respeito das dores que, em geral, ocorrem na adolescência e como elas podem se expressar. Para isso, vou contar duas histórias baseadas em histórias reais, mas que modifiquei para preservar a identidade dos que viveram essas dores tão intensamente. Marina era, na época, uma garota tímida com seus 13 anos: achava que seu corpo deixava muito a desejar e, por isso, o escondia de todas as maneiras. Na escola, com as colegas, ria e fazia comentários espirituosos sobre si mesma fazendo todas acharem graça de seu jeito. Dava-se bem com os professores e com as provas, apesar de pouco estudar. Só não se dava bem com os meninos, pois achava que eles não queriam sua companhia. O sentimento era de ser invisível para eles. Em casa, preferia ficar sozinha em seu quarto a maior parte do tempo. Só via os pais nos horários das refeições e pouco conversava com eles. Sentia-se rejeitada, principalmente pelo pai. Não que fosse na realidade, mas esse era seu sentimento. Um dia, uma amiga contou que frequentava um ambiente na internet que mostrava fotos de garotas com cortes nos braços e pernas feitos com lâmina de barbear. Ela fez para experimentar. Sentiu um alívio danado e, daí em diante, passou a fazer regularmente, sempre que se sentia estranha. Funcionava. João Pedro, aos 14 anos, gostava de bancar o valentão: vira e mexe entrava em luta corporal com colegas ou desconhecidos e sempre se machucava. Já fora ao hospital para levar pontos por cortes sofridos nos lábios em uma dessas brigas. Dizia que essa era sua maneira de ficar "de boa", de não "surtar". Achava que a vida era uma droga, não via sentido em ir para a escola, festas etc. Para alguns adolescentes, a dor do crescimento e o sofrimento emocional e psíquico que ocorrem nessa fase são quase insuportáveis. Deslocar essa dor impalpável para a dor física alivia suas angústias. O problema é que a solução é temporária –ambos sabiam disso. Por isso precisavam repetir, repetir, repetir. Muitas famílias não dão a devida atenção a essas situações. O pai de outra garota, que também praticava automutilação, dizia que era modismo porque a garota era bonita, popular, tinha de tudo. É bom saber que, na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança: o conhecimento de si e do mundo, os pais, a intimidade com o corpo e a maneira de relacionar-se com os pares. Famílias e escolas poderiam estabelecer diálogos vivos e instigantes a respeito da vida com os jovens. Em vez de falar de escola, profissões, vestibular etc., tratar de arte, filosofia, cinema e literatura é muito mais profícuo para ajudá-los a ver e entender melhor o mundo e desenvolver o autoconhecimento. Alguns adolescentes precisam de ajuda –às vezes profissional– para simbolizar a dor que sentem e que não sabem expressar.
colunas
Na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurançaCrescer dói em qualquer idade. Dói para a criança em sua passagem para a segunda e derradeira parte da infância, e dói quando esta termina. Dói quando ela está prestes a entrar na adolescência, e crescer dói durante a adolescência toda, do começo ao fim. Dói entrar na maturidade, dói aprender a ser um pouco mais adulto a cada dia para não responsabilizar o passado pelas agruras do presente; dói entrar na meia idade e dói envelhecer. Hoje, vamos pensar a respeito das dores que, em geral, ocorrem na adolescência e como elas podem se expressar. Para isso, vou contar duas histórias baseadas em histórias reais, mas que modifiquei para preservar a identidade dos que viveram essas dores tão intensamente. Marina era, na época, uma garota tímida com seus 13 anos: achava que seu corpo deixava muito a desejar e, por isso, o escondia de todas as maneiras. Na escola, com as colegas, ria e fazia comentários espirituosos sobre si mesma fazendo todas acharem graça de seu jeito. Dava-se bem com os professores e com as provas, apesar de pouco estudar. Só não se dava bem com os meninos, pois achava que eles não queriam sua companhia. O sentimento era de ser invisível para eles. Em casa, preferia ficar sozinha em seu quarto a maior parte do tempo. Só via os pais nos horários das refeições e pouco conversava com eles. Sentia-se rejeitada, principalmente pelo pai. Não que fosse na realidade, mas esse era seu sentimento. Um dia, uma amiga contou que frequentava um ambiente na internet que mostrava fotos de garotas com cortes nos braços e pernas feitos com lâmina de barbear. Ela fez para experimentar. Sentiu um alívio danado e, daí em diante, passou a fazer regularmente, sempre que se sentia estranha. Funcionava. João Pedro, aos 14 anos, gostava de bancar o valentão: vira e mexe entrava em luta corporal com colegas ou desconhecidos e sempre se machucava. Já fora ao hospital para levar pontos por cortes sofridos nos lábios em uma dessas brigas. Dizia que essa era sua maneira de ficar "de boa", de não "surtar". Achava que a vida era uma droga, não via sentido em ir para a escola, festas etc. Para alguns adolescentes, a dor do crescimento e o sofrimento emocional e psíquico que ocorrem nessa fase são quase insuportáveis. Deslocar essa dor impalpável para a dor física alivia suas angústias. O problema é que a solução é temporária –ambos sabiam disso. Por isso precisavam repetir, repetir, repetir. Muitas famílias não dão a devida atenção a essas situações. O pai de outra garota, que também praticava automutilação, dizia que era modismo porque a garota era bonita, popular, tinha de tudo. É bom saber que, na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança: o conhecimento de si e do mundo, os pais, a intimidade com o corpo e a maneira de relacionar-se com os pares. Famílias e escolas poderiam estabelecer diálogos vivos e instigantes a respeito da vida com os jovens. Em vez de falar de escola, profissões, vestibular etc., tratar de arte, filosofia, cinema e literatura é muito mais profícuo para ajudá-los a ver e entender melhor o mundo e desenvolver o autoconhecimento. Alguns adolescentes precisam de ajuda –às vezes profissional– para simbolizar a dor que sentem e que não sabem expressar.
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Entre o luxo e o simples, Carnaval na Bolívia mistura folclore e devoção
Em duas semanas, as ladeiras de Ouro Preto serão dominadas por bloquinhos, os sambódromos de São Paulo e Rio ficarão apinhados de alegorias majestosas e as ruas do Recife serão tomadas por turistas excitados. A mais de 3.000 quilômetros de distância (e 3.700 metros acima do nível do mar; São Paulo está a 760 metros), uma grande mistura disso tudo se dará em uma cidadezinha da Bolívia –sim, com ar um pouco rarefeito e tudo, a Bolívia também tem Carnaval. Na festa de Oruro, 50 mil turistas se somam aos 260 mil moradoras e lotam as ruas para os "desfiles callejeros". A tradição, que vem de tempos pré-coloniais, ganhou seus traços atuais em 1964, quando tocou o tambor da pioneira banda Pagador de Oruro. Com o tempo, cresceu a ponto de ser reconhecida pela Unesco como obra-mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade. Os números da celebração são grandiosos: 52 conjuntos passam pelos 4 quilômetros de vielas que constituem a "avenida" (a carioca Sapucaí tem 700 metros), em um espetáculo que envolve 28 mil dançarinos e 10 mil músicos. Para o espectador, o lugar mais nobre é a ladeira que leva à igreja da Virgen del Socavón, onde se encerram as danças. Em homenagem à santa é realizado, todo ano, o baile mais importante e bonito, no Sábado de Peregrinação. Das 7h até a madrugada, os conjuntos percorrem o circuito, colorindo as ruas com gente fantasiada, animando o público com música alta –mas o clima é diferente da festa brasileira, do "vou beijar-te agora", e, ainda que haja gente embriagada, poucas brigas são registradas. PRIMEIRO CONVITE O rito do Carnaval de Oruro, na verdade, já começou: o chamado Primeiro Convite (um desfile menor) é feito na festa de Todos os Santos e no Dia de Finados, em novembro. A convocação se repete uma semana antes das festas, no Último Convite. Neste ano, será no dia 31, às 6h30 –um dia antes, às 9h, é realizado o Festival de Bandas. Na quinta-feira antes do Carnaval celebra-se a Entrada Autóctona Anata Andina, na qual camponeses trazem flores e frutos para homenagear a chuva pela colheita. Sexta é o dia do Convite del Tío-Challa –no folclore, a entidade Tío convida os mineiros para uma bagunça generalizada, que envolve bebedeiras e brincadeiras de jogar água uns nos outros. No sábado, na imbatível peregrinação, vêm os conjuntos. Segundo a tradição, abrem os desfiles espécies de abre-alas –caminhonetes que tomaram o lugar antes ocupado por cavalos e burros. Sobre eles (cada um com sua cor e flâmula), prataria, flores e uma imagem santa, para homenagear a Virgem. As danças e fantasias misturam o folclore secular ao catolicismo. A "diablada", principal dança, é uma representação cênica do bem contra o mal –mineiros vestidos de diabo em devoção à santa. Outras manifestações, como a "morenada" e as acrobáticas "tobas", lembram, respectivamente, a chegada de escravos africanos à região de mineração e os nativos da selva boliviana. Quem se apaixonar pela festa pode encomendar máscaras, cetros e fantasias nos ateliês e lojas de trajes, que se concentram na calle La Paz. As maiores lojas fabricam até 350 máscaras anualmente. Elas custam entre 280 e 320 bolivianos (de R$ 160 a R$ 190); os trajes, por volta de 700 bolivianos (R$ 400). * BRIGA DE DEUSES Oruro é ponto de peregrinações desde os tempos incas e, em um país de maioria católica e forte presença indígena, seu Carnaval tem um quê de sincretismo. Segundo a lenda indígena, a festa tem origem em uma briga entre o deus Wari e Aurora, filha de Pachacamaj, o deus Sol, pela adoração do povo Uru. Ao ser derrotado, Wari teria enviado quatro pragas (hoje representadas por estátuas gigantes espalhadas pela cidade): uma víbora, um lagarto, um sapo e formigas, todos gigantes. Caberia à deusa Ñusta eliminá-las, tempos depois. Os urus, em devoção, se vestiram de diabo (uma provocação a Wari) e criaram uma festa. Com a chegada dos europeus, Ñusta foi "convertida" pela igreja na Virgen del Socavón (algo equivalente à Nossa Senhora Aparecida). A Wari coube a figura do diabo: vermelho e com chifres, chamado de Tío e habitante das minas, nas profundezas. Da disputa entre os deuses e das homenagens à Virgem nasceram os desfiles. * FORA DA FESTA Fundada em 1606, Oruro é a sexta maior cidade da Bolívia (em população) e uma promissora economia do país. O que não significa que seja propriamente rica: o PIB per capita é de US$ 3.228 (dado de 2013); o do Brasil está na casa dos US$ 15 mil. A economia é baseada na exploração de minérios, abundantes no altiplano boliviano. O clima é de cidade interiorana, com vias estreitas de paralelepípedo, poucos prédios, construções antigas e muitas casas populares nos morros –que, no Carnaval, contrastam com as fantasias suntuosas. Restaurantes e lanchonetes são simples, geralmente dedicados a carne de frango, sopas e empanadas (refeições não custam mais de R$ 30), e há poucos hotéis e pousadas. No Carnaval, quando a cidade lota, é comum a foliões se hospedar em casas de família e apelar às comidas "callejeras" (de rua), como choripán, pastéis de queijo e espetinhos, de tão cheios que se põem os restaurantes. A festa é praticamente a única atração de Oruro e pouco há o que se fazer para além dela –opções são visitar pequenos balneários de água termal ou fazer um tour à ilha de Panza, no lago Poopó (a uma hora do centro). Para o turista que prolongar a estadia, mais vale esticar até Potosí, distante cerca de 300 quilômetros, e conhecer o deserto de sal de Uyuni.
turismo
Entre o luxo e o simples, Carnaval na Bolívia mistura folclore e devoçãoEm duas semanas, as ladeiras de Ouro Preto serão dominadas por bloquinhos, os sambódromos de São Paulo e Rio ficarão apinhados de alegorias majestosas e as ruas do Recife serão tomadas por turistas excitados. A mais de 3.000 quilômetros de distância (e 3.700 metros acima do nível do mar; São Paulo está a 760 metros), uma grande mistura disso tudo se dará em uma cidadezinha da Bolívia –sim, com ar um pouco rarefeito e tudo, a Bolívia também tem Carnaval. Na festa de Oruro, 50 mil turistas se somam aos 260 mil moradoras e lotam as ruas para os "desfiles callejeros". A tradição, que vem de tempos pré-coloniais, ganhou seus traços atuais em 1964, quando tocou o tambor da pioneira banda Pagador de Oruro. Com o tempo, cresceu a ponto de ser reconhecida pela Unesco como obra-mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade. Os números da celebração são grandiosos: 52 conjuntos passam pelos 4 quilômetros de vielas que constituem a "avenida" (a carioca Sapucaí tem 700 metros), em um espetáculo que envolve 28 mil dançarinos e 10 mil músicos. Para o espectador, o lugar mais nobre é a ladeira que leva à igreja da Virgen del Socavón, onde se encerram as danças. Em homenagem à santa é realizado, todo ano, o baile mais importante e bonito, no Sábado de Peregrinação. Das 7h até a madrugada, os conjuntos percorrem o circuito, colorindo as ruas com gente fantasiada, animando o público com música alta –mas o clima é diferente da festa brasileira, do "vou beijar-te agora", e, ainda que haja gente embriagada, poucas brigas são registradas. PRIMEIRO CONVITE O rito do Carnaval de Oruro, na verdade, já começou: o chamado Primeiro Convite (um desfile menor) é feito na festa de Todos os Santos e no Dia de Finados, em novembro. A convocação se repete uma semana antes das festas, no Último Convite. Neste ano, será no dia 31, às 6h30 –um dia antes, às 9h, é realizado o Festival de Bandas. Na quinta-feira antes do Carnaval celebra-se a Entrada Autóctona Anata Andina, na qual camponeses trazem flores e frutos para homenagear a chuva pela colheita. Sexta é o dia do Convite del Tío-Challa –no folclore, a entidade Tío convida os mineiros para uma bagunça generalizada, que envolve bebedeiras e brincadeiras de jogar água uns nos outros. No sábado, na imbatível peregrinação, vêm os conjuntos. Segundo a tradição, abrem os desfiles espécies de abre-alas –caminhonetes que tomaram o lugar antes ocupado por cavalos e burros. Sobre eles (cada um com sua cor e flâmula), prataria, flores e uma imagem santa, para homenagear a Virgem. As danças e fantasias misturam o folclore secular ao catolicismo. A "diablada", principal dança, é uma representação cênica do bem contra o mal –mineiros vestidos de diabo em devoção à santa. Outras manifestações, como a "morenada" e as acrobáticas "tobas", lembram, respectivamente, a chegada de escravos africanos à região de mineração e os nativos da selva boliviana. Quem se apaixonar pela festa pode encomendar máscaras, cetros e fantasias nos ateliês e lojas de trajes, que se concentram na calle La Paz. As maiores lojas fabricam até 350 máscaras anualmente. Elas custam entre 280 e 320 bolivianos (de R$ 160 a R$ 190); os trajes, por volta de 700 bolivianos (R$ 400). * BRIGA DE DEUSES Oruro é ponto de peregrinações desde os tempos incas e, em um país de maioria católica e forte presença indígena, seu Carnaval tem um quê de sincretismo. Segundo a lenda indígena, a festa tem origem em uma briga entre o deus Wari e Aurora, filha de Pachacamaj, o deus Sol, pela adoração do povo Uru. Ao ser derrotado, Wari teria enviado quatro pragas (hoje representadas por estátuas gigantes espalhadas pela cidade): uma víbora, um lagarto, um sapo e formigas, todos gigantes. Caberia à deusa Ñusta eliminá-las, tempos depois. Os urus, em devoção, se vestiram de diabo (uma provocação a Wari) e criaram uma festa. Com a chegada dos europeus, Ñusta foi "convertida" pela igreja na Virgen del Socavón (algo equivalente à Nossa Senhora Aparecida). A Wari coube a figura do diabo: vermelho e com chifres, chamado de Tío e habitante das minas, nas profundezas. Da disputa entre os deuses e das homenagens à Virgem nasceram os desfiles. * FORA DA FESTA Fundada em 1606, Oruro é a sexta maior cidade da Bolívia (em população) e uma promissora economia do país. O que não significa que seja propriamente rica: o PIB per capita é de US$ 3.228 (dado de 2013); o do Brasil está na casa dos US$ 15 mil. A economia é baseada na exploração de minérios, abundantes no altiplano boliviano. O clima é de cidade interiorana, com vias estreitas de paralelepípedo, poucos prédios, construções antigas e muitas casas populares nos morros –que, no Carnaval, contrastam com as fantasias suntuosas. Restaurantes e lanchonetes são simples, geralmente dedicados a carne de frango, sopas e empanadas (refeições não custam mais de R$ 30), e há poucos hotéis e pousadas. No Carnaval, quando a cidade lota, é comum a foliões se hospedar em casas de família e apelar às comidas "callejeras" (de rua), como choripán, pastéis de queijo e espetinhos, de tão cheios que se põem os restaurantes. A festa é praticamente a única atração de Oruro e pouco há o que se fazer para além dela –opções são visitar pequenos balneários de água termal ou fazer um tour à ilha de Panza, no lago Poopó (a uma hora do centro). Para o turista que prolongar a estadia, mais vale esticar até Potosí, distante cerca de 300 quilômetros, e conhecer o deserto de sal de Uyuni.
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MEC divulga nota do Enem de treineiros nesta terça-feira
Os estudantes que fizeram a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015 como treineiro poderão consultar suas notas nesta terça-feira (8). O resultado será divulgado no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação) que organiza o exame. São considerados treineiros participantes que fazem a prova antes de concluir o ensino médio. Os estudantes poderão acessar as notas no site do Inep. Ao todo, 1,1 milhão dos 7,7 milhões inscritos no último exame tinham esse perfil. Com a divulgação neste momento, esses estudantes não puderam concorrer a vagas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O Sisu concentra a oferta de instituições que adotam a nota do Enem como critério exclusivo de seleção de alunos. As inscrições ocorreram em janeiro. A Folha mostrou nesta segunda-feira (7) que cerca de 25% dos alunos do ensino superior foram escolhidos por meio do Enem em 2014. Nas universidade federais, esse percentual chegou 74%. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2014, período com os últimos dados oficiais disponíveis.
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MEC divulga nota do Enem de treineiros nesta terça-feiraOs estudantes que fizeram a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015 como treineiro poderão consultar suas notas nesta terça-feira (8). O resultado será divulgado no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação) que organiza o exame. São considerados treineiros participantes que fazem a prova antes de concluir o ensino médio. Os estudantes poderão acessar as notas no site do Inep. Ao todo, 1,1 milhão dos 7,7 milhões inscritos no último exame tinham esse perfil. Com a divulgação neste momento, esses estudantes não puderam concorrer a vagas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O Sisu concentra a oferta de instituições que adotam a nota do Enem como critério exclusivo de seleção de alunos. As inscrições ocorreram em janeiro. A Folha mostrou nesta segunda-feira (7) que cerca de 25% dos alunos do ensino superior foram escolhidos por meio do Enem em 2014. Nas universidade federais, esse percentual chegou 74%. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2014, período com os últimos dados oficiais disponíveis.
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Leitores divergem sobre artigo de professor da USP
O professor Francisco Carlos Palomanes Martinho, da Faculdade de História da USP, em "A universidade não é uma ágora" (Tendências/Debates, 29/5), apresenta uma lúcida e destemida visão da atuação antiacadêmica e antidemocrática de "minorias que, ignoradas no mundo real, se escoram nessa bolha que tem se tornado a universidade". Parabéns ao professor! Jerson Kelman, presidente da Sabesp e professor da UFRJ (São Paulo, SP) * As atividades básicas da universidade (aulas, pesquisas etc.) devem ser garantidas e estão ocorrendo. Não vejo motivo para opor universidade a ágora, desde que as referidas atividades tenham continuidade. Já critiquei publicamente os "cadeiraços" em greves, mas considero mais grave a destruição cotidiana da universidade por administrações ineptas. Aulas e defesas de teses continuam a existir na USP. Durante uma paralisação de funcionários administrativos deste ano, ministrei aulas no curso "História e Retórica da Imagem". Ninguém me importunou e não me senti afrontando a greve dos colegas, que respeito muito. Ágora é qualquer lugar onde se pensa sobre a cidadania. Excluir a ágora é abrir mão da democracia. Marcos Antonio da Silva, professor da USP (São Paulo, SP) * O professor Francisco Carlos Palomanes Martinho aponta uma postura comum em pais da geração anos 1960, que se reflete nas universidades públicas no Brasil: o pavor de assumir sua autoridade com medo de ser tachado de autoritário. Então ficam reféns da anarquia de alguns. Democracia não significa falta de leis, regras, compromissos, responsabilidades ou prestação de contas. Acorda, USP, a ditadura acabou! Maria Ester de Freitas, professora da FGV-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores divergem sobre artigo de professor da USPO professor Francisco Carlos Palomanes Martinho, da Faculdade de História da USP, em "A universidade não é uma ágora" (Tendências/Debates, 29/5), apresenta uma lúcida e destemida visão da atuação antiacadêmica e antidemocrática de "minorias que, ignoradas no mundo real, se escoram nessa bolha que tem se tornado a universidade". Parabéns ao professor! Jerson Kelman, presidente da Sabesp e professor da UFRJ (São Paulo, SP) * As atividades básicas da universidade (aulas, pesquisas etc.) devem ser garantidas e estão ocorrendo. Não vejo motivo para opor universidade a ágora, desde que as referidas atividades tenham continuidade. Já critiquei publicamente os "cadeiraços" em greves, mas considero mais grave a destruição cotidiana da universidade por administrações ineptas. Aulas e defesas de teses continuam a existir na USP. Durante uma paralisação de funcionários administrativos deste ano, ministrei aulas no curso "História e Retórica da Imagem". Ninguém me importunou e não me senti afrontando a greve dos colegas, que respeito muito. Ágora é qualquer lugar onde se pensa sobre a cidadania. Excluir a ágora é abrir mão da democracia. Marcos Antonio da Silva, professor da USP (São Paulo, SP) * O professor Francisco Carlos Palomanes Martinho aponta uma postura comum em pais da geração anos 1960, que se reflete nas universidades públicas no Brasil: o pavor de assumir sua autoridade com medo de ser tachado de autoritário. Então ficam reféns da anarquia de alguns. Democracia não significa falta de leis, regras, compromissos, responsabilidades ou prestação de contas. Acorda, USP, a ditadura acabou! Maria Ester de Freitas, professora da FGV-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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CMN aumenta limite de empréstimos sem aval para Estados e municípios
O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu nesta sexta-feira (31) aumentar em R$ 4 bilhões o limite para empréstimos sem aval para Estados e municípios considerados bons pagadores pelo Tesouro Nacional. Com a decisão, o conselho permitirá que, sem aval da União, as instituições financeiras emprestem esse montante para os Estados e municípios, o que não necessariamente acontecerá neste ano. "Isso é estoque, é uma autorização para o sistema financeiro contratar essas operações de crédito", explicou Viviane Vargas, chefe da assessoria do Tesouro Nacional. "Não quer dizer que essas operações serão contratadas de uma vez só, isso depende da dinâmica do mercado de crédito". Os recursos que poderão ser emprestados serão divididos entre R$ 2 bilhões para os Estados e R$ 2 bilhões para os municípios —neste último caso, as contratações serão limitadas a R$ 5 milhões por operação. Como essas operações não dependem de aval da União, não haverá impacto fiscal.
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CMN aumenta limite de empréstimos sem aval para Estados e municípiosO CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu nesta sexta-feira (31) aumentar em R$ 4 bilhões o limite para empréstimos sem aval para Estados e municípios considerados bons pagadores pelo Tesouro Nacional. Com a decisão, o conselho permitirá que, sem aval da União, as instituições financeiras emprestem esse montante para os Estados e municípios, o que não necessariamente acontecerá neste ano. "Isso é estoque, é uma autorização para o sistema financeiro contratar essas operações de crédito", explicou Viviane Vargas, chefe da assessoria do Tesouro Nacional. "Não quer dizer que essas operações serão contratadas de uma vez só, isso depende da dinâmica do mercado de crédito". Os recursos que poderão ser emprestados serão divididos entre R$ 2 bilhões para os Estados e R$ 2 bilhões para os municípios —neste último caso, as contratações serão limitadas a R$ 5 milhões por operação. Como essas operações não dependem de aval da União, não haverá impacto fiscal.
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CEO da Ampara Animal, Juliana Camargo quer construir hospital veterinário na periferia de SP
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Juliana é uma pessoa empolgada. E decidiu usar sua energia para cuidar dos animais. Começou com cães e gatos, em 2010, mas em 2016 resolveu ir mais longe. Literalmente: sua entidade, a Ampara Animal, agora também ajuda a proteger animais silvestres. Em uma das ações, trouxe uma onça ferida do Pará para ser tratada em São Paulo. "Às vezes, via um cão abandonado na rua e levava ele comigo pra emissora", conta ela, sobre o tempo de repórter. Hoje, trabalha como apresentadora em uma produtora de TV, função que concilia com a de CEO na Ampara Animal. Com sede em Perdizes, a entidade ajuda a manter mais de 240 abrigos, em locais como Paraisópolis e Grajaú. A Ampara faz eventos de castração, campanhas pelo fim do abandono de pets e cuida de quem cuida dos bichos: por meio de parcerias com empresas, governos e artistas, consegue recursos, ração e remédios para os abrigos. Uma das ações é a venda de um calendário no qual famosos posam com os bichos. A edição 2017 tem fotos de Bruno Gagliasso e de Cleo Pires, entre outros. "Perdemos um lote de vacinas porque para a empresa era mais barato jogar fora que doar, pois teria de pagar imposto. Precisamos mudar a lei", conta, revoltada. Com a crise, as doações caíram pela metade e 2017 lhe trouxe o desafio de redistribuir os recursos. Apesar do revés, Juliana tem grandes planos para este ano. O primeiro deles é criar um hospital veterinário em São Paulo, para atender animais de pessoas que não conseguem pagar por um veterinário. * Ampara Animal ONG que atua na proteção de cães, gatos e animais silvestres. No total, 240 abrigos são mantidos com ajuda da entidade. Mais de 500 toneladas de ração já foram distribuídas. amparanimal.org.br Leia aqui outras histórias de mulheres empreendedoras paulistanas.
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CEO da Ampara Animal, Juliana Camargo quer construir hospital veterinário na periferia de SPRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Juliana é uma pessoa empolgada. E decidiu usar sua energia para cuidar dos animais. Começou com cães e gatos, em 2010, mas em 2016 resolveu ir mais longe. Literalmente: sua entidade, a Ampara Animal, agora também ajuda a proteger animais silvestres. Em uma das ações, trouxe uma onça ferida do Pará para ser tratada em São Paulo. "Às vezes, via um cão abandonado na rua e levava ele comigo pra emissora", conta ela, sobre o tempo de repórter. Hoje, trabalha como apresentadora em uma produtora de TV, função que concilia com a de CEO na Ampara Animal. Com sede em Perdizes, a entidade ajuda a manter mais de 240 abrigos, em locais como Paraisópolis e Grajaú. A Ampara faz eventos de castração, campanhas pelo fim do abandono de pets e cuida de quem cuida dos bichos: por meio de parcerias com empresas, governos e artistas, consegue recursos, ração e remédios para os abrigos. Uma das ações é a venda de um calendário no qual famosos posam com os bichos. A edição 2017 tem fotos de Bruno Gagliasso e de Cleo Pires, entre outros. "Perdemos um lote de vacinas porque para a empresa era mais barato jogar fora que doar, pois teria de pagar imposto. Precisamos mudar a lei", conta, revoltada. Com a crise, as doações caíram pela metade e 2017 lhe trouxe o desafio de redistribuir os recursos. Apesar do revés, Juliana tem grandes planos para este ano. O primeiro deles é criar um hospital veterinário em São Paulo, para atender animais de pessoas que não conseguem pagar por um veterinário. * Ampara Animal ONG que atua na proteção de cães, gatos e animais silvestres. No total, 240 abrigos são mantidos com ajuda da entidade. Mais de 500 toneladas de ração já foram distribuídas. amparanimal.org.br Leia aqui outras histórias de mulheres empreendedoras paulistanas.
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Droga barata pode evitar um terço das mortes de mulheres após o parto
Um medicamento barato criado em 1960 por um casal de japoneses pode evitar um terço as mortes causadas por hemorragias pós-parto, sugere um estudo publicado na revista científica Lancet. Cerca de 100 mil mulheres morrem todos os anos por causa de sangramentos intensos momentos após o parto, o que torna a hemorragia pós-parto a principal causa de mortes decorrentes da gravidez e da maternidade precoce. Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmam que o ácido tranexâmico seria eficaz em inibir a dissolução de coágulos, auxiliando o corpo a estancar os sangramentos. De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com 193 hospitais principalmente da Ásia e África e que envolveu 20 mil pacientes, o uso do ácido tranexâmico reduziu as mortes em um quinto. Entre as mulheres que tomaram o medicamento em até três horas após o parto, a redução foi ainda maior: 31%. "Nós conseguimos um resultado importante. Descobrimos que um medicamento barato, tomado em dose única, reduz o risco de hemorragia severa e pode ter um papel significativo em diminuir a mortalidade maternal ao redor do mundo", disse Ian Roberts, que participou da pesquisa. Após a publicação dos resultados, a Organização Mundial da Saúde afirmou que mudaria a recomendação de uso do medicamento para incluir os casos de hemorragia pós-parto. O REMÉDIO As descobertas não seriam uma surpresa para Utako Okamoto, que inventou o medicamento ao lado do marido, Shosuke, na década de 1960 no Japão. A pesquisa do casal Okamoto começou durante a pobreza do período pós-guerra no Japão. Eles decidiram começar a estudar o sangue porque poderiam colher amostras próprias para a pesquisa. "Queremos que nosso trabalho seja internacional, queremos descobrir novos medicamentos para mostrar nossa gratidão à humanidade", disse ela. Na época, o casal não conseguiu convencer os médicos locais a testarem o ácido em casos de hemorragia pós-parto. O medicamento então foi comprado por uma empresa farmacêutica e usado contra fluxos menstruais intensos. A história quase parou por aí. Mas o casal começou uma parceria com hospitais ao redor do mundo e contou com 20 mil inscritos para testar o medicamento. A professora morreu, aos 98 anos, logo antes de os testes feitos com 20 mil voluntários comprovarem que suas suspeitas sobre a eficácia do remédio em hemorragias pós-parto se corfimavam. Em um vídeo filmado antes do final dos testes, ela afirmou já ter certeza da eficácia do remédio nesses casos. "Mesmo antes da pesquisa, eu sei que vai ser eficiente", disse Okamoto. AUXÍLIO O pesquisador Ian Roberts afirmou que se sentiu absolutamente inspirado por ela e que a descoberta a respeito da eficácia do medicamento não é o fim da jornada. Segundo ele, apesar do custo baixo, levar o medicamento a hospitais do mundo todo ainda é um desafio. "É uma coisa horrível uma mãe morrer no parto. É extremamente importante que tenhamos certeza sobre a disponibilidade do tratamento em qualquer lugar onde ele possa salvar vidas. Não deveríamos ter uma criança crescendo sem a mãe por falta de um medicamento que custa um dólar", afirmou. Um desses lugares é o Paquistão. De acordo com a médica Rizwana Chaudri, da Universidade Médica da cidade de Rawalpindi –a quarta maior do país– há muitas mulheres que morrem de hemorragias pós-parto ou que já chegam mortas ao hospital. "Você não conseguiria nem pensar numa coisa dessas no mundo desenvolvido, mas por aqui esses casos ocorrem diariamente, sem parar." Um dos casos de hemorragia ocorreu com Nosheen, que quase morreu depois de dar à luz sua filha. Ela sobreviveu apenas depois de uma histerectomia (remoção de parte ou de todo o útero) de emergência. "Minha saúde está completamente destruída, e estou muito triste por causa disso", contou ela, a quem o ácido tranexâmico poderia ter ajudado.
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Droga barata pode evitar um terço das mortes de mulheres após o partoUm medicamento barato criado em 1960 por um casal de japoneses pode evitar um terço as mortes causadas por hemorragias pós-parto, sugere um estudo publicado na revista científica Lancet. Cerca de 100 mil mulheres morrem todos os anos por causa de sangramentos intensos momentos após o parto, o que torna a hemorragia pós-parto a principal causa de mortes decorrentes da gravidez e da maternidade precoce. Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmam que o ácido tranexâmico seria eficaz em inibir a dissolução de coágulos, auxiliando o corpo a estancar os sangramentos. De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com 193 hospitais principalmente da Ásia e África e que envolveu 20 mil pacientes, o uso do ácido tranexâmico reduziu as mortes em um quinto. Entre as mulheres que tomaram o medicamento em até três horas após o parto, a redução foi ainda maior: 31%. "Nós conseguimos um resultado importante. Descobrimos que um medicamento barato, tomado em dose única, reduz o risco de hemorragia severa e pode ter um papel significativo em diminuir a mortalidade maternal ao redor do mundo", disse Ian Roberts, que participou da pesquisa. Após a publicação dos resultados, a Organização Mundial da Saúde afirmou que mudaria a recomendação de uso do medicamento para incluir os casos de hemorragia pós-parto. O REMÉDIO As descobertas não seriam uma surpresa para Utako Okamoto, que inventou o medicamento ao lado do marido, Shosuke, na década de 1960 no Japão. A pesquisa do casal Okamoto começou durante a pobreza do período pós-guerra no Japão. Eles decidiram começar a estudar o sangue porque poderiam colher amostras próprias para a pesquisa. "Queremos que nosso trabalho seja internacional, queremos descobrir novos medicamentos para mostrar nossa gratidão à humanidade", disse ela. Na época, o casal não conseguiu convencer os médicos locais a testarem o ácido em casos de hemorragia pós-parto. O medicamento então foi comprado por uma empresa farmacêutica e usado contra fluxos menstruais intensos. A história quase parou por aí. Mas o casal começou uma parceria com hospitais ao redor do mundo e contou com 20 mil inscritos para testar o medicamento. A professora morreu, aos 98 anos, logo antes de os testes feitos com 20 mil voluntários comprovarem que suas suspeitas sobre a eficácia do remédio em hemorragias pós-parto se corfimavam. Em um vídeo filmado antes do final dos testes, ela afirmou já ter certeza da eficácia do remédio nesses casos. "Mesmo antes da pesquisa, eu sei que vai ser eficiente", disse Okamoto. AUXÍLIO O pesquisador Ian Roberts afirmou que se sentiu absolutamente inspirado por ela e que a descoberta a respeito da eficácia do medicamento não é o fim da jornada. Segundo ele, apesar do custo baixo, levar o medicamento a hospitais do mundo todo ainda é um desafio. "É uma coisa horrível uma mãe morrer no parto. É extremamente importante que tenhamos certeza sobre a disponibilidade do tratamento em qualquer lugar onde ele possa salvar vidas. Não deveríamos ter uma criança crescendo sem a mãe por falta de um medicamento que custa um dólar", afirmou. Um desses lugares é o Paquistão. De acordo com a médica Rizwana Chaudri, da Universidade Médica da cidade de Rawalpindi –a quarta maior do país– há muitas mulheres que morrem de hemorragias pós-parto ou que já chegam mortas ao hospital. "Você não conseguiria nem pensar numa coisa dessas no mundo desenvolvido, mas por aqui esses casos ocorrem diariamente, sem parar." Um dos casos de hemorragia ocorreu com Nosheen, que quase morreu depois de dar à luz sua filha. Ela sobreviveu apenas depois de uma histerectomia (remoção de parte ou de todo o útero) de emergência. "Minha saúde está completamente destruída, e estou muito triste por causa disso", contou ela, a quem o ácido tranexâmico poderia ter ajudado.
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Site francês de encontros é processado por facilitar casos extraconjugais
Um site francês especializado em facilitar encontros extraconjugais está sendo acusado de estimular, ilegalmente, a infidelidade entre casais. A Associação das Famílias Católicas entrou com uma ação na Justiça contra o site Gleeden, que se autopromovia em cartazes espalhados pelo transporte público como "site número 1 de encontros extraconjugais concebido para mulheres casadas". A pergunta que o caso levantou é se um site de encontros pode ou não promover o adultério em um país como a França, no qual a fidelidade no casamento está determinada no Código Civil. Na França, as leis são engessadas por vários códigos: código penal, código de trabalho, comercial etc. O Parlamento pode fazer emendas às leis e os juízes são livres para interpretar os códigos, mas o espaço para manobras é muito mais limitado do que em sistemas como o da Grã-Bretanha, por exemplo. E o Artigo 212 do Código Civil declara: "Parceiros casados têm o dever do respeito mútuo, fidelidade, ajuda e assistência". Infidelidade e negócios "Há muitos outros sites por aí que promovem contatos sexuais entre indivíduos, mas o que faz o Gleeden ser diferente é que seu modelo de negócio está baseado na infidelidade matrimonial", afirmou Jean-Marie Andres, presidente da Associação das Famílias Católicas. "(O site) Declara abertamente que seu propósito é oferecer a mulheres casadas oportunidades de sexo fora do casamento." "Mas, aqui na França, as pessoas e o Parlamento concordam que o casamento é um compromisso público. Está na lei. O que estamos tentando fazer com nosso processo é mostrar que o Código Civil - a lei - tem significado", acrescentou. O site, por sua vez, não nega e nem tenta esconder que é voltado para mulheres casadas. Aliás, mulheres casadas são o centro de toda a propaganda do Gleeden. Os cartazes que causaram tanta indignação entre os católicos conservadores franceses tratam o adultério como algo permitido e divertido. Um cartaz colocado em ônibus e no metrô mostra uma jovem atraente em um vestido de noiva, um dos braços está nas costas e os dedos estão cruzados, dando a entender que ela não respeitará os votos de casamento. Fundado em 2009, o site afirma que conta com 2,3 milhões de membros na Europa, incluindo um milhão apenas na França. O Gleeden também afirma que sua operação é menor nos Estados Unidos e outros países. Segundo o modelo do site, as mulheres não pagam para se registrar. Os homens compram créditos que vão abrir níveis diferentes de acesso às mulheres registradas. Não é possível obter informações precisas a respeito, mas o Gleeden afirma que 80% das pessoas que usam o site são realmente casadas. 'Sem mentiras' Margot, que não quer ser identificada, é uma parisiense de 44 anos e usa o Gleeden. Ela é casada há anos, afirma que não está satisfeita sexualmente mas não pretende se separar do marido. "Escolhi Gleeden justamente por ser para pessoas casadas. Significa que a pessoa que você encontra sabe da sua situação. Não há mentiras. Podemos falar abertamente de maridos, esposas e filhos." "E também, quando os dois são casados, nós dois aceitamos que há limites no relacionamento. É mais fácil manter as coisas sem complicação. Respeitamos a vida particular de cada um", acrescentou. A francesa entende o mal-estar causado pela propaganda do Gleeden. "Vamos encarar os fatos: está promovendo infidelidade. Na verdade, está vendendo infidelidade, ganhando dinheiro com isso. As pessoas podem, facilmente, ser levadas a agir depois de ver as propagandas", disse. "Mas, não vamos ser hipócritas. Não é tudo preto no branco. Na maioria dos casamentos, em algum momento, há infidelidade, mas isto não significa que o casamento desmorona. Às vezes a infidelidade é o que salva o casamento." A porta-voz do Gleeden, Solene Paillet, disse que o site "tem muitos clientes que nos contam que ter um 'jardim secreto' foi o que evitou que eles abandonassem o casamento". Solene também apela para o argumento da liberdade de expressão. "Não inventamos o adultério. Adultério existe com ou sem nossa existência. Tudo o que fazemos é atender a uma demanda. Se as pessoas veem nossas propagandas e ficam chocadas, bem, elas não são obrigadas a olhar. Se você vê um belo carro em uma propaganda, você não é obrigado a comprá-lo. Você decide sozinho." Caso sólido Para advogados franceses o processo da Associação das Famílias Católicas não é uma frivolidade e o Artigo 212 tem força de lei. "Juridicamente falando, o caso tem uma base sólida. Ao organizar relacionamentos entre pessoas casadas, é possível argumentar que o Gleeden está incitando os casais a violar o dever cívico", disse Stephane Valory, especialista em lei de família. "Mas, não há certeza a respeito disso. Em um caso como este, a Justiça também vai levar em conta as mudanças nos valores morais da sociedade moderna. A noção de dever para com a fidelidade é bem flexível." "Há 50 anos muitas pessoas poderiam ficar chocadas pelo que o Gleeden oferece. Hoje é apenas uma minoria que nota. Então, a Justiça certamente não vai decidir da mesma forma que teria decidido há 50 anos", acrescentou. Isto pode ser verdade já que, há 50 anos, era usado um antigo Código Penal que determinava que adultério era um crime. Segundo o código de 1810 uma mulher flagrada em adultério poderia ser condenada a até dois anos de prisão, enquanto o homem apenas pagava uma multa. Esta lei foi revogada apenas em 1975.
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Site francês de encontros é processado por facilitar casos extraconjugaisUm site francês especializado em facilitar encontros extraconjugais está sendo acusado de estimular, ilegalmente, a infidelidade entre casais. A Associação das Famílias Católicas entrou com uma ação na Justiça contra o site Gleeden, que se autopromovia em cartazes espalhados pelo transporte público como "site número 1 de encontros extraconjugais concebido para mulheres casadas". A pergunta que o caso levantou é se um site de encontros pode ou não promover o adultério em um país como a França, no qual a fidelidade no casamento está determinada no Código Civil. Na França, as leis são engessadas por vários códigos: código penal, código de trabalho, comercial etc. O Parlamento pode fazer emendas às leis e os juízes são livres para interpretar os códigos, mas o espaço para manobras é muito mais limitado do que em sistemas como o da Grã-Bretanha, por exemplo. E o Artigo 212 do Código Civil declara: "Parceiros casados têm o dever do respeito mútuo, fidelidade, ajuda e assistência". Infidelidade e negócios "Há muitos outros sites por aí que promovem contatos sexuais entre indivíduos, mas o que faz o Gleeden ser diferente é que seu modelo de negócio está baseado na infidelidade matrimonial", afirmou Jean-Marie Andres, presidente da Associação das Famílias Católicas. "(O site) Declara abertamente que seu propósito é oferecer a mulheres casadas oportunidades de sexo fora do casamento." "Mas, aqui na França, as pessoas e o Parlamento concordam que o casamento é um compromisso público. Está na lei. O que estamos tentando fazer com nosso processo é mostrar que o Código Civil - a lei - tem significado", acrescentou. O site, por sua vez, não nega e nem tenta esconder que é voltado para mulheres casadas. Aliás, mulheres casadas são o centro de toda a propaganda do Gleeden. Os cartazes que causaram tanta indignação entre os católicos conservadores franceses tratam o adultério como algo permitido e divertido. Um cartaz colocado em ônibus e no metrô mostra uma jovem atraente em um vestido de noiva, um dos braços está nas costas e os dedos estão cruzados, dando a entender que ela não respeitará os votos de casamento. Fundado em 2009, o site afirma que conta com 2,3 milhões de membros na Europa, incluindo um milhão apenas na França. O Gleeden também afirma que sua operação é menor nos Estados Unidos e outros países. Segundo o modelo do site, as mulheres não pagam para se registrar. Os homens compram créditos que vão abrir níveis diferentes de acesso às mulheres registradas. Não é possível obter informações precisas a respeito, mas o Gleeden afirma que 80% das pessoas que usam o site são realmente casadas. 'Sem mentiras' Margot, que não quer ser identificada, é uma parisiense de 44 anos e usa o Gleeden. Ela é casada há anos, afirma que não está satisfeita sexualmente mas não pretende se separar do marido. "Escolhi Gleeden justamente por ser para pessoas casadas. Significa que a pessoa que você encontra sabe da sua situação. Não há mentiras. Podemos falar abertamente de maridos, esposas e filhos." "E também, quando os dois são casados, nós dois aceitamos que há limites no relacionamento. É mais fácil manter as coisas sem complicação. Respeitamos a vida particular de cada um", acrescentou. A francesa entende o mal-estar causado pela propaganda do Gleeden. "Vamos encarar os fatos: está promovendo infidelidade. Na verdade, está vendendo infidelidade, ganhando dinheiro com isso. As pessoas podem, facilmente, ser levadas a agir depois de ver as propagandas", disse. "Mas, não vamos ser hipócritas. Não é tudo preto no branco. Na maioria dos casamentos, em algum momento, há infidelidade, mas isto não significa que o casamento desmorona. Às vezes a infidelidade é o que salva o casamento." A porta-voz do Gleeden, Solene Paillet, disse que o site "tem muitos clientes que nos contam que ter um 'jardim secreto' foi o que evitou que eles abandonassem o casamento". Solene também apela para o argumento da liberdade de expressão. "Não inventamos o adultério. Adultério existe com ou sem nossa existência. Tudo o que fazemos é atender a uma demanda. Se as pessoas veem nossas propagandas e ficam chocadas, bem, elas não são obrigadas a olhar. Se você vê um belo carro em uma propaganda, você não é obrigado a comprá-lo. Você decide sozinho." Caso sólido Para advogados franceses o processo da Associação das Famílias Católicas não é uma frivolidade e o Artigo 212 tem força de lei. "Juridicamente falando, o caso tem uma base sólida. Ao organizar relacionamentos entre pessoas casadas, é possível argumentar que o Gleeden está incitando os casais a violar o dever cívico", disse Stephane Valory, especialista em lei de família. "Mas, não há certeza a respeito disso. Em um caso como este, a Justiça também vai levar em conta as mudanças nos valores morais da sociedade moderna. A noção de dever para com a fidelidade é bem flexível." "Há 50 anos muitas pessoas poderiam ficar chocadas pelo que o Gleeden oferece. Hoje é apenas uma minoria que nota. Então, a Justiça certamente não vai decidir da mesma forma que teria decidido há 50 anos", acrescentou. Isto pode ser verdade já que, há 50 anos, era usado um antigo Código Penal que determinava que adultério era um crime. Segundo o código de 1810 uma mulher flagrada em adultério poderia ser condenada a até dois anos de prisão, enquanto o homem apenas pagava uma multa. Esta lei foi revogada apenas em 1975.
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Novo restaurante do Jóquei tem ambiente encantador, mas deve na comida
LUIZA FECAROTTA DE SÃO PAULO O maior mérito do restaurante Iulia, que abriu em setembro no Jóquei Clube, é a capacidade de transportar o cliente para uma São Paulo menos urbana, mais tranquila, mais verde. Seu ambiente é encantador. Depois de depois de atravessar um jardim florido, chega-se a uma varanda elegante, com ombrelones e vista para a pista de turfe. A grande atração é um bufê ostentoso, incrementado aos fins de semana —custa R$ 79, de terça a sexta; R$ 89, aos sábados e R$ 109 aos domingos, quando a casa fica lotada, com fila longa de gente abastada. A ala das saladas é um acerto: folhas verdes, viçosas e brilhantes, travessas enormes de tomates bem vermelhos e suculentos —coisa rara aqui—, receitas caprichadas com quinoa e cuscuz marroquino e uns nacos de rosbife rosados, úmidos. Bem, os quentes são apresentados em panelas de cobre bonitonas, mas quase nada se salva. A impressão é de que os pratos ficam ali horas, sem reposição constante, de forma que o risoto com mozarela de búfala e tomate seco (bem demodé, não?) passa longe do ponto —o arroz quase se desfaz. As batatas rústicas, gorduchas, douradas, fazem bem aos olhos, mas, na boca, surgem murchas, com miolo cru e frias. O cassoulet, bem temperado e vigoroso, fica pastoso, com feijão-branco desmilinguindo. No mais, alguns pratos são exageradamente gordurosos —servem de exemplo as alcachofras gratinadas com hadoque e espinafre ao molho branco. Para adoçar, pode haver pudim de leite, tiramisù, cheesecake, mil-folhas (este, de massa murcha, sem a delicadeza e crocância que o fariam brilhar). Os pratos e sobremesas reservados às crianças são apelativos —pro bem e pro mal. Ame ou odeie. Há massas, hambúrgueres, nuggets, balas de marshmallow, confete, jujuba, brigadeiro de colher e por aí em diante. À noite, o sistema à la carte traz pratos pomposos, que geram expectativa —camarões ao champanhe, medalhão de vitelo, robalo. Quiçá a casa pudesse se sair melhor se fosse mais devagar com o andor. IULIA Onde Jóquei Clube (r. Dr. José de Queiroz s/n, portão 1, Cidade Jardim; tel. 3031-5141 Quando ter. e qua., das 12h às 15h; qui. a sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h à 0h Avaliação regular
saopaulo
Novo restaurante do Jóquei tem ambiente encantador, mas deve na comidaLUIZA FECAROTTA DE SÃO PAULO O maior mérito do restaurante Iulia, que abriu em setembro no Jóquei Clube, é a capacidade de transportar o cliente para uma São Paulo menos urbana, mais tranquila, mais verde. Seu ambiente é encantador. Depois de depois de atravessar um jardim florido, chega-se a uma varanda elegante, com ombrelones e vista para a pista de turfe. A grande atração é um bufê ostentoso, incrementado aos fins de semana —custa R$ 79, de terça a sexta; R$ 89, aos sábados e R$ 109 aos domingos, quando a casa fica lotada, com fila longa de gente abastada. A ala das saladas é um acerto: folhas verdes, viçosas e brilhantes, travessas enormes de tomates bem vermelhos e suculentos —coisa rara aqui—, receitas caprichadas com quinoa e cuscuz marroquino e uns nacos de rosbife rosados, úmidos. Bem, os quentes são apresentados em panelas de cobre bonitonas, mas quase nada se salva. A impressão é de que os pratos ficam ali horas, sem reposição constante, de forma que o risoto com mozarela de búfala e tomate seco (bem demodé, não?) passa longe do ponto —o arroz quase se desfaz. As batatas rústicas, gorduchas, douradas, fazem bem aos olhos, mas, na boca, surgem murchas, com miolo cru e frias. O cassoulet, bem temperado e vigoroso, fica pastoso, com feijão-branco desmilinguindo. No mais, alguns pratos são exageradamente gordurosos —servem de exemplo as alcachofras gratinadas com hadoque e espinafre ao molho branco. Para adoçar, pode haver pudim de leite, tiramisù, cheesecake, mil-folhas (este, de massa murcha, sem a delicadeza e crocância que o fariam brilhar). Os pratos e sobremesas reservados às crianças são apelativos —pro bem e pro mal. Ame ou odeie. Há massas, hambúrgueres, nuggets, balas de marshmallow, confete, jujuba, brigadeiro de colher e por aí em diante. À noite, o sistema à la carte traz pratos pomposos, que geram expectativa —camarões ao champanhe, medalhão de vitelo, robalo. Quiçá a casa pudesse se sair melhor se fosse mais devagar com o andor. IULIA Onde Jóquei Clube (r. Dr. José de Queiroz s/n, portão 1, Cidade Jardim; tel. 3031-5141 Quando ter. e qua., das 12h às 15h; qui. a sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h à 0h Avaliação regular
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Político e poético, Mário de Andrade inspira espetáculos de teatro em SP
Foi a obra de Mário de Andrade (1893-1945) que moveu a criação da linguagem da Companhia do Feijão, hoje voltada a pesquisas literárias. Logo que nasceu, o grupo mergulhou no livro "O Turista Aprendiz" –sobre viagens do escritor ao Norte e ao Nordeste–, que deu origem à peça "O Ó da Viagem" (1999). O autor serviu então de norte para os trabalhos da companhia. "Não só do ponto de vista do artista que escrevia histórias, mas também do pensador que falava da arte e da sociedade brasileira", diz Pedro Pires, diretor e cofundador do Feijão. A partir de então, o coletivo passou a se aprofundar em pensadores como Sérgio Buarque de Holanda e em escritores como Machado de Assis e Clarice Lispector. E, para celebrar os 70 anos de morte do escritor, a companhia apresenta em São Paulo uma programação voltada ao autor de "Macunaíma". A partir desta sexta-feira (14), há sessões da montagem "Armadilhas Brasileiras" (2013), inspirada em três obras de Mário: "Café", a inacabada "O Banquete" e "A Meditação sobre o Tietê. A trama discute o engajamento político. Uma trupe teatral ensaia uma peça sobre a crise econômica dos anos 1920. Mas, no processo, o elenco entra em crise, questiona o sentido da arte e o papel do artista na sociedade. "É um impasse entre a ira e a completa desilusão", diz Pires. O Feijão também estreia na mostra seu novo espetáculo, "Manuela", que faz um apanhado da obra de Mário. O título vem do nome que o escritor dava à sua máquina de escrever –homenagem ao colega Manuel Bandeira. "A história é contada pela personagem da máquina", explica a atriz Vera Lamy, idealizadora da montagem "Mário pouco viajava. Eu, que interpreto a personagem da máquina, uso as poucas saídas dele como fio condutor da história. Ele vai para o sítio do tio e volta com "Macunaíma", passa uma temporada no Rio de Janeiro e repensa o movimento modernista." A trama é toda musicada, e Vera é acompanhada em cena pelo músico Lincoln Antonio, que assina os arranjos. "Mário era muito polifônico", diz Lincoln. "Então há composições mais líricas e outras mais urbanas, além de influências de Villa-Lobos e Ernesto Nazareth." No dia de nascimento do escritor (9 de outubro), "Manuela" terá uma sessão na Casa Mario de Andrade (r. Lopes Chaves, 546), imóvel onde o autor viveu em São Paulo CIA DO FEIJÃO - 70 ANOS SEM MÁRIO DE ANDRADE QUANDO "Armadilhas Brasileiras": sex. (14) e sáb. (15), às 21h, dom. (16), às 18h; "Manuela": ter. e qua., às 21h30, até 7/10 ONDE Sesc Ipiranga, r. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000 QUANTO R$ 6 a R$ 20 CLASSIFICAÇÃO livre ("Manuela") e 14 anos ("Armadilhas Brasileiras")
ilustrada
Político e poético, Mário de Andrade inspira espetáculos de teatro em SPFoi a obra de Mário de Andrade (1893-1945) que moveu a criação da linguagem da Companhia do Feijão, hoje voltada a pesquisas literárias. Logo que nasceu, o grupo mergulhou no livro "O Turista Aprendiz" –sobre viagens do escritor ao Norte e ao Nordeste–, que deu origem à peça "O Ó da Viagem" (1999). O autor serviu então de norte para os trabalhos da companhia. "Não só do ponto de vista do artista que escrevia histórias, mas também do pensador que falava da arte e da sociedade brasileira", diz Pedro Pires, diretor e cofundador do Feijão. A partir de então, o coletivo passou a se aprofundar em pensadores como Sérgio Buarque de Holanda e em escritores como Machado de Assis e Clarice Lispector. E, para celebrar os 70 anos de morte do escritor, a companhia apresenta em São Paulo uma programação voltada ao autor de "Macunaíma". A partir desta sexta-feira (14), há sessões da montagem "Armadilhas Brasileiras" (2013), inspirada em três obras de Mário: "Café", a inacabada "O Banquete" e "A Meditação sobre o Tietê. A trama discute o engajamento político. Uma trupe teatral ensaia uma peça sobre a crise econômica dos anos 1920. Mas, no processo, o elenco entra em crise, questiona o sentido da arte e o papel do artista na sociedade. "É um impasse entre a ira e a completa desilusão", diz Pires. O Feijão também estreia na mostra seu novo espetáculo, "Manuela", que faz um apanhado da obra de Mário. O título vem do nome que o escritor dava à sua máquina de escrever –homenagem ao colega Manuel Bandeira. "A história é contada pela personagem da máquina", explica a atriz Vera Lamy, idealizadora da montagem "Mário pouco viajava. Eu, que interpreto a personagem da máquina, uso as poucas saídas dele como fio condutor da história. Ele vai para o sítio do tio e volta com "Macunaíma", passa uma temporada no Rio de Janeiro e repensa o movimento modernista." A trama é toda musicada, e Vera é acompanhada em cena pelo músico Lincoln Antonio, que assina os arranjos. "Mário era muito polifônico", diz Lincoln. "Então há composições mais líricas e outras mais urbanas, além de influências de Villa-Lobos e Ernesto Nazareth." No dia de nascimento do escritor (9 de outubro), "Manuela" terá uma sessão na Casa Mario de Andrade (r. Lopes Chaves, 546), imóvel onde o autor viveu em São Paulo CIA DO FEIJÃO - 70 ANOS SEM MÁRIO DE ANDRADE QUANDO "Armadilhas Brasileiras": sex. (14) e sáb. (15), às 21h, dom. (16), às 18h; "Manuela": ter. e qua., às 21h30, até 7/10 ONDE Sesc Ipiranga, r. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000 QUANTO R$ 6 a R$ 20 CLASSIFICAÇÃO livre ("Manuela") e 14 anos ("Armadilhas Brasileiras")
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Ambulantes se espalham na Paulista com seus tabuleiros de café da manhã
Antes de dormir, Adriana Gonçalves de Brito, 40, prepara massa de tapioca e bolo de aipim para o café dela e de dezenas de pessoas que passam pela esquina da rua Pamplona com a avenida Paulista. Ela é uma entre tantos ambulantes que se espalham pela avenida e seus arredores para vender café da manhã. Comuns ao lado de obras e em pontos de ônibus, eles se multiplicaram no cartão-postal da cidade e atraem quem não tem tempo de fazer a primeira refeição do dia em casa. Em seus tabuleiros, os ambulantes oferecem desde o tradicional pingado até lanches naturais à freguesia, entre engravatados e apressados. Adriana está há três meses em seu "ponto". De segunda a sexta, às 4h30 ela já está de pé para preparar as bebidas quentes que coloca em garrafas térmicas e leva à Paulista de carona com um vizinho. Seu expediente termina por volta das 7h30, quando policiais militares começam a circular. É nesse horário que outros vendedores também desmontam suas vendas, antes mesmo da passagem dos PMs. "Você está vendo nossos amigos ali? Eles nos aconselharam a não ficar por aqui depois das 7h30, que começa a ficar complicado", afirma Adriana, apontando para os policiais que passavam do outro lado da avenida. Moradora da Bela Vista, centro da cidade, Adriana voltou a São Paulo depois de cinco anos em sua cidade natal, Tauá, no Ceará. Ela já teve uma barraca ao lado do Terminal Bandeira, no centro, mas antes disso tinha outra ocupação, a de supervisora de recursos humanos. "Tinha uma carreira sólida, mas trabalho por conta própria para poder ficar mais tempo com os meus três filhos." O próximo objetivo é levar o marido, que é padeiro, para ajudá-la com as vendas, que chegam a render de R$ 70 a R$ 90 de lucro por dia. Entre os clientes dela estão executivos, estudantes e trabalhadores em geral. Entre eles, a enfermeira Eliziane Oliveira, 32, que vive em Osasco, na Grande SP. "Pego o trem e duas linhas de metrô para chegar a tempo no meu trabalho no hospital. Adoro tomar café da manhã com tapioca", diz Eliziane, enquanto Adriana prepara o recheio do beiju de coco, queijo e manteiga para ela. DUAS RODAS Ao lado do metrô Brigadeiro, no sentido centro, fica Luiz Antônio Paena, 31. Em vez de usar uma banca fixa resolveu equilibrar seus produtos numa bicicleta. Ele vende pães na Paulista há pouco mais de um mês. Paena acorda todos os dias às 2h50 e sai de Guaianazes, na zona leste. No caminho, compra os pães e os leva de carro até a região do Paraíso, onde começa a trabalhar às 5h. "Deixo o carro e aproveito a ciclovia para chegar até aqui", diz Luiz. Em dois cestos, um preso na frente e outro atrás da bike, ficam pacotes com três pães, doces ou salgados, a R$ 2,50. "O que mais sai é o com cobertura de coco e açúcar e um com recheio de creme", afirma Pana, que contratou quatro outros ambulantes para trabalhar com ele. Um deles é Felipe Rosa, 19, também de Guaianazes, que trabalha há menos de um mês com Paena, desde deixou uma vaga de jovem aprendiz em uma empresa. "Fiz outra entrevista de emprego e, enquanto espero a resposta, tiro um trocado com a bicicleta." Ana Maria da Silva, 40, costuma comprar pães doces e os com recheio de frios dos vendedores sobre rodas. Há um mês ela trabalha na região, vinda de São Mateus, na zona leste. "Não consigo comer muito cedo, fico só na água, por isso venho comprar aqui." PERMISSÃO Para exercer atividade profissional na qual seja necessário ocupar vias públicas, como é o caso dos ambulantes, é preciso ter um TPU (Termo de Permissão de Uso). Hoje, há 470 vendedores com autorização para vender alimentos em carrinhos e tabuleiros ou em barracas desmontáveis, segundo a Prefeitura de SP. Vendedores em situação irregular estão sujeitos a advertência, multa de R$ 500, apreensão de equipamentos e mercadorias, suspensão de atividades e cassação do termo de permissão, caso tenha. Para conseguir a autorização, os vendedores devem procurar a prefeitura regional do bairro onde for atuar, com informações sobre o equipamento a ser utilizado, alimentos comercializados e dias e períodos requeridos para funcionamento.
cotidiano
Ambulantes se espalham na Paulista com seus tabuleiros de café da manhãAntes de dormir, Adriana Gonçalves de Brito, 40, prepara massa de tapioca e bolo de aipim para o café dela e de dezenas de pessoas que passam pela esquina da rua Pamplona com a avenida Paulista. Ela é uma entre tantos ambulantes que se espalham pela avenida e seus arredores para vender café da manhã. Comuns ao lado de obras e em pontos de ônibus, eles se multiplicaram no cartão-postal da cidade e atraem quem não tem tempo de fazer a primeira refeição do dia em casa. Em seus tabuleiros, os ambulantes oferecem desde o tradicional pingado até lanches naturais à freguesia, entre engravatados e apressados. Adriana está há três meses em seu "ponto". De segunda a sexta, às 4h30 ela já está de pé para preparar as bebidas quentes que coloca em garrafas térmicas e leva à Paulista de carona com um vizinho. Seu expediente termina por volta das 7h30, quando policiais militares começam a circular. É nesse horário que outros vendedores também desmontam suas vendas, antes mesmo da passagem dos PMs. "Você está vendo nossos amigos ali? Eles nos aconselharam a não ficar por aqui depois das 7h30, que começa a ficar complicado", afirma Adriana, apontando para os policiais que passavam do outro lado da avenida. Moradora da Bela Vista, centro da cidade, Adriana voltou a São Paulo depois de cinco anos em sua cidade natal, Tauá, no Ceará. Ela já teve uma barraca ao lado do Terminal Bandeira, no centro, mas antes disso tinha outra ocupação, a de supervisora de recursos humanos. "Tinha uma carreira sólida, mas trabalho por conta própria para poder ficar mais tempo com os meus três filhos." O próximo objetivo é levar o marido, que é padeiro, para ajudá-la com as vendas, que chegam a render de R$ 70 a R$ 90 de lucro por dia. Entre os clientes dela estão executivos, estudantes e trabalhadores em geral. Entre eles, a enfermeira Eliziane Oliveira, 32, que vive em Osasco, na Grande SP. "Pego o trem e duas linhas de metrô para chegar a tempo no meu trabalho no hospital. Adoro tomar café da manhã com tapioca", diz Eliziane, enquanto Adriana prepara o recheio do beiju de coco, queijo e manteiga para ela. DUAS RODAS Ao lado do metrô Brigadeiro, no sentido centro, fica Luiz Antônio Paena, 31. Em vez de usar uma banca fixa resolveu equilibrar seus produtos numa bicicleta. Ele vende pães na Paulista há pouco mais de um mês. Paena acorda todos os dias às 2h50 e sai de Guaianazes, na zona leste. No caminho, compra os pães e os leva de carro até a região do Paraíso, onde começa a trabalhar às 5h. "Deixo o carro e aproveito a ciclovia para chegar até aqui", diz Luiz. Em dois cestos, um preso na frente e outro atrás da bike, ficam pacotes com três pães, doces ou salgados, a R$ 2,50. "O que mais sai é o com cobertura de coco e açúcar e um com recheio de creme", afirma Pana, que contratou quatro outros ambulantes para trabalhar com ele. Um deles é Felipe Rosa, 19, também de Guaianazes, que trabalha há menos de um mês com Paena, desde deixou uma vaga de jovem aprendiz em uma empresa. "Fiz outra entrevista de emprego e, enquanto espero a resposta, tiro um trocado com a bicicleta." Ana Maria da Silva, 40, costuma comprar pães doces e os com recheio de frios dos vendedores sobre rodas. Há um mês ela trabalha na região, vinda de São Mateus, na zona leste. "Não consigo comer muito cedo, fico só na água, por isso venho comprar aqui." PERMISSÃO Para exercer atividade profissional na qual seja necessário ocupar vias públicas, como é o caso dos ambulantes, é preciso ter um TPU (Termo de Permissão de Uso). Hoje, há 470 vendedores com autorização para vender alimentos em carrinhos e tabuleiros ou em barracas desmontáveis, segundo a Prefeitura de SP. Vendedores em situação irregular estão sujeitos a advertência, multa de R$ 500, apreensão de equipamentos e mercadorias, suspensão de atividades e cassação do termo de permissão, caso tenha. Para conseguir a autorização, os vendedores devem procurar a prefeitura regional do bairro onde for atuar, com informações sobre o equipamento a ser utilizado, alimentos comercializados e dias e períodos requeridos para funcionamento.
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Sábado tem shows alternativos e Festival de Inverno Campos do Jordão
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 2 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que hoje vai ter que colocar uma fatia a mais na torradeira porque hoje não acordou com companhia! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Do Pará | O músico Jaloo se apresenta no festival "Todos os Gêneros - Mostra de Arte e Diversidade", no Itaú Cultural, a partir das 20h, no Itaú Cultural. Além do show deste sábado, haverá outro no domingo. Jaloo interpreta temas de seu disco de estreia, "#1", em que transita pelo pop e pela música eletrônica com toques de tecnobrega. Performático | O cantor, compositor, ator e produtor André Abujamra apresenta músicas de seu trabalho mais recente, "O Homem Bruxa", o quarto álbum solo de sua carreira. Além de cantar, ele também faz mágicas e dança no espetáculo, que ocorre no Sesc Belenzinho com ingressos de R$ 6 a R$ 20. Nó na orelha | O rapper Criolo faz show gratuito no Centro Cultural Grajaú, na zona sul de São Paulo. Exposição | O espaço Red Bull Station, na Praça da Bandeira, inaugura a exposição com trabalhos produzidos por seis artistas que integraram a 12º residência artística promovida no espaço. Entre os nomes que expõe estão Raphael Escobar, de São Paulo, Carolina Cordeiro, de Minas Gerais, e Anton Steenbock, da Alemanha. A curadoria é de Fernando Velázquez. A entrada é gratuita. PARA SAIR DA CIDADE Para o frio | O Festival de Inverno de Campos do Jordão chega à sua 47ª edição neste sábado, com programação que segue até o dia 31/7. Haverá apresentação de mais de 80 espetáculos, entre concertos sinfônicos e de câmara. Veja a programação completa aqui. * PARA TER ASSUNTO Outra | Operação da Polícia Federal mirou Joesley Batista, da J&F (controladora da JBS), e Henrique Constantino, da Gol, por suspeita de pagarem propina para obter recursos do FGTS administrados pela Caixa. Retomada | A produção da indústria ficou estável em maio e deu sinais de que o período de perdas mais intensas pode ter ficado para trás, mostram dados do IBGE. Eurocopa | País de Gales bate a Bélgica e vai à semifinal em sua primeira Eurocopa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 25ºC. A mínima, de 14ºC. O dia deve amanhecer parcialmente nublado e seguir com algumas nuvens até a noite. Zona norte | A Rua Glória de Dourados, localizada no Jardim Pirituba, passará por alteração de circulação a partir de sábado (02/07), visando melhorar as condições de acessibilidade e fluidez na região.
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Sábado tem shows alternativos e Festival de Inverno Campos do JordãoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 2 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que hoje vai ter que colocar uma fatia a mais na torradeira porque hoje não acordou com companhia! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Do Pará | O músico Jaloo se apresenta no festival "Todos os Gêneros - Mostra de Arte e Diversidade", no Itaú Cultural, a partir das 20h, no Itaú Cultural. Além do show deste sábado, haverá outro no domingo. Jaloo interpreta temas de seu disco de estreia, "#1", em que transita pelo pop e pela música eletrônica com toques de tecnobrega. Performático | O cantor, compositor, ator e produtor André Abujamra apresenta músicas de seu trabalho mais recente, "O Homem Bruxa", o quarto álbum solo de sua carreira. Além de cantar, ele também faz mágicas e dança no espetáculo, que ocorre no Sesc Belenzinho com ingressos de R$ 6 a R$ 20. Nó na orelha | O rapper Criolo faz show gratuito no Centro Cultural Grajaú, na zona sul de São Paulo. Exposição | O espaço Red Bull Station, na Praça da Bandeira, inaugura a exposição com trabalhos produzidos por seis artistas que integraram a 12º residência artística promovida no espaço. Entre os nomes que expõe estão Raphael Escobar, de São Paulo, Carolina Cordeiro, de Minas Gerais, e Anton Steenbock, da Alemanha. A curadoria é de Fernando Velázquez. A entrada é gratuita. PARA SAIR DA CIDADE Para o frio | O Festival de Inverno de Campos do Jordão chega à sua 47ª edição neste sábado, com programação que segue até o dia 31/7. Haverá apresentação de mais de 80 espetáculos, entre concertos sinfônicos e de câmara. Veja a programação completa aqui. * PARA TER ASSUNTO Outra | Operação da Polícia Federal mirou Joesley Batista, da J&F (controladora da JBS), e Henrique Constantino, da Gol, por suspeita de pagarem propina para obter recursos do FGTS administrados pela Caixa. Retomada | A produção da indústria ficou estável em maio e deu sinais de que o período de perdas mais intensas pode ter ficado para trás, mostram dados do IBGE. Eurocopa | País de Gales bate a Bélgica e vai à semifinal em sua primeira Eurocopa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 25ºC. A mínima, de 14ºC. O dia deve amanhecer parcialmente nublado e seguir com algumas nuvens até a noite. Zona norte | A Rua Glória de Dourados, localizada no Jardim Pirituba, passará por alteração de circulação a partir de sábado (02/07), visando melhorar as condições de acessibilidade e fluidez na região.
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Flanelinha é morto a tiros perto de feira livre na zona sul de São Paulo
Um flanelinha menor de idade foi baleado neste domingo (1°), por volta das 12h15, próximo a uma feira livre no Campo Limpo, zona sul de São Paulo. A vítima, menor de idade, guardava carros na avenida Amadeu da Silva Samelo, na altura do número 152. Ele foi baleado por um indivíduo em uma moto preta, que fugiu sem levar nada, em direção à estrada do Campo Limpo. Ele chegou a ser atendido, mas morreu no local.
cotidiano
Flanelinha é morto a tiros perto de feira livre na zona sul de São PauloUm flanelinha menor de idade foi baleado neste domingo (1°), por volta das 12h15, próximo a uma feira livre no Campo Limpo, zona sul de São Paulo. A vítima, menor de idade, guardava carros na avenida Amadeu da Silva Samelo, na altura do número 152. Ele foi baleado por um indivíduo em uma moto preta, que fugiu sem levar nada, em direção à estrada do Campo Limpo. Ele chegou a ser atendido, mas morreu no local.
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Por que o Facebook quer que você passe a fazer transmissões ao vivo em vez de compartilhar fotos
Quer publicar no Facebook um álbum com 148 fotos de sua última viagem à praia? Pense de novo. Porque provalvelmente a rede social vai lhe sugerir que é melhor fazer uma transmissão ao vivo pra contar aos seus amigos o nome da praia, se as ondas estão muito fortes e o que você está planejando almoçar. Os responsáveis pelo site se surpreenderam ao notar que este tipo de vídeo, conhecido como Facebook Live, vem se tornando cada vez mais popular entre seus 1,6 bilhão de usuários desde que foi lançado, em janeiro deste ano. "As pessoas costumam receber dez vezes mais comentários do que em vídeo normais. Não esperávamos esta reação", diz o vice-presidente de gestão de produtos do Facebook, Will Cathcart, à BBC Mundo. Na quarta-feira da semana passada, o Facebook disponibilizou a ferramenta para todos os seus membros no mundo. Até então, só celebridades, empresas de mídia e usuários americanos podiam usá-la. O fundador da empresa, Mark Zuckerberg, fez um Facebook Live no mesmo dia para falar das novidades da ferramenta, que só está disponível para acessos por meio de tablets e celulares. Em uma transmissão de 16 minutos, ele respondeu a perguntas que os usuários enviavam em tempo real e garantiu que este tipo de vídeo gera "momentos verdadeiramente espontâneos e pessoais". DE VOCÊ PARA VOCÊ O vídeo já é um tipo de conteúdo popular no Facebook. Em janeiro, foram assistidas a 100 milhões de horas por dia, segundo a companhia. Desde que o Facebook Live começou a ser testado publicamente, uma equipe da rede social se dedica a melhorar a experiência dos usuários. Agora, por exemplo, dá para publicar reações às transmissões com emoticons, além de comentários. Também há novos filtros de cor para as imagens e é possível desenhar sobre elas. E também passou a ser possível fazer transmissões para um grupo ou evento específico. Essas atualizações são parecidas com recursos do aplicativo Snapchat, cada vez mais popular entre os jovens. No entanto, Cathcart diz que elas têm menos a ver com a concorrência e mais em aproveitar os recursos dos celulares mais modernos. "À medida que mais pessoas têm câmeras melhores no celular, temos buscado fazer do vídeo um ponto central do Facebook." O PERISCOPE NÃO FAZ O MESMO? O Facebook Live pode se tornar ainda uma ameaça ao Periscope, um aplicativo lançado pelo Twitter no ano passado com características bem semelhantes. Seus fundadores disseram em agosto do ano passado que tinham 10 milhões de contas registradas, um número ínfimo em comparação com o número de usuários do Facebook, que poderão agora fazer transmissões em vídeo. "Sempre correspondemos às preferências manifestadas por nossos usuários. Por exemplo, quando começamos, o destaque era para fotos. Mas, agora, estamos vendo muita gente adotar as transmissões de vídeo", afirma Cathcart. Por sua vez, Zuckerberg fez questão de esclarecer que "esses não são os mesmos vídeos que você pode assistir na TV ou no YouTube"."É uma nova experiência social", disse o criador da rede social.
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Por que o Facebook quer que você passe a fazer transmissões ao vivo em vez de compartilhar fotosQuer publicar no Facebook um álbum com 148 fotos de sua última viagem à praia? Pense de novo. Porque provalvelmente a rede social vai lhe sugerir que é melhor fazer uma transmissão ao vivo pra contar aos seus amigos o nome da praia, se as ondas estão muito fortes e o que você está planejando almoçar. Os responsáveis pelo site se surpreenderam ao notar que este tipo de vídeo, conhecido como Facebook Live, vem se tornando cada vez mais popular entre seus 1,6 bilhão de usuários desde que foi lançado, em janeiro deste ano. "As pessoas costumam receber dez vezes mais comentários do que em vídeo normais. Não esperávamos esta reação", diz o vice-presidente de gestão de produtos do Facebook, Will Cathcart, à BBC Mundo. Na quarta-feira da semana passada, o Facebook disponibilizou a ferramenta para todos os seus membros no mundo. Até então, só celebridades, empresas de mídia e usuários americanos podiam usá-la. O fundador da empresa, Mark Zuckerberg, fez um Facebook Live no mesmo dia para falar das novidades da ferramenta, que só está disponível para acessos por meio de tablets e celulares. Em uma transmissão de 16 minutos, ele respondeu a perguntas que os usuários enviavam em tempo real e garantiu que este tipo de vídeo gera "momentos verdadeiramente espontâneos e pessoais". DE VOCÊ PARA VOCÊ O vídeo já é um tipo de conteúdo popular no Facebook. Em janeiro, foram assistidas a 100 milhões de horas por dia, segundo a companhia. Desde que o Facebook Live começou a ser testado publicamente, uma equipe da rede social se dedica a melhorar a experiência dos usuários. Agora, por exemplo, dá para publicar reações às transmissões com emoticons, além de comentários. Também há novos filtros de cor para as imagens e é possível desenhar sobre elas. E também passou a ser possível fazer transmissões para um grupo ou evento específico. Essas atualizações são parecidas com recursos do aplicativo Snapchat, cada vez mais popular entre os jovens. No entanto, Cathcart diz que elas têm menos a ver com a concorrência e mais em aproveitar os recursos dos celulares mais modernos. "À medida que mais pessoas têm câmeras melhores no celular, temos buscado fazer do vídeo um ponto central do Facebook." O PERISCOPE NÃO FAZ O MESMO? O Facebook Live pode se tornar ainda uma ameaça ao Periscope, um aplicativo lançado pelo Twitter no ano passado com características bem semelhantes. Seus fundadores disseram em agosto do ano passado que tinham 10 milhões de contas registradas, um número ínfimo em comparação com o número de usuários do Facebook, que poderão agora fazer transmissões em vídeo. "Sempre correspondemos às preferências manifestadas por nossos usuários. Por exemplo, quando começamos, o destaque era para fotos. Mas, agora, estamos vendo muita gente adotar as transmissões de vídeo", afirma Cathcart. Por sua vez, Zuckerberg fez questão de esclarecer que "esses não são os mesmos vídeos que você pode assistir na TV ou no YouTube"."É uma nova experiência social", disse o criador da rede social.
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Anatel não deve aceitar acordo sobre dívida da Oi proposto pela operadora
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) poderá participar da mediação com a Oi por descontos no valor de sua dívida, mas a palavra final do regulador será "não". A operadora está em recuperação judicial e deve mais de R$ 65 bilhões, dos quais R$ 20,2 bilhões para a Anatel –só metade desse valor foi reconhecida pela Justiça. Prevista para esta quinta (24), a mediação será conduzida por um representante escolhido pela Justiça do Rio, onde tramita o processo de recuperação, e pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Mas, em visita nesta terça (22) ao ministro do TCU Bruno Dantas, responsável pelo monitoramento das empresas de telefonia no tribunal, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, afirmou que a agência até poderá comparecer à mediação, mas está impedida de fazer acordo devido a um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União). A proposta da Oi era transformar boa parte da dívida com a Anatel em novos investimentos. Da dívida que a Anatel tem com a Oi, estima-se que pelo menos R$ 7 bilhões poderiam ser convertidos em investimentos, o que aliviaria o caixa da empresa. Essa é uma das exigências apresentadas por grupos interessados em comprar a Oi. Embora defenda esse tipo de saída para a operadora, Quadros disse a Dantas que o parecer impede a agência de levar a negociação adiante. Como revelou a Folha, Dantas se dispôs a participar da comediação como forma de destravar as negociações entre credores. Segundo o ministro, não é interesse público permitir que a tele vá à falência e, ao participar dessa mediação conjunta, o tribunal já estaria dando seu aval para um possível acordo. A comediação foi um pedido do juiz Fernando Viana, responsável pelo processo no Rio, para tentar uma solução para o impasse que se instaurou entre credores e que pode levar a empresa à falência se não for resolvido. A tele reclamava que, embora credores públicos estivessem abertos a conceder descontos, temiam ser punidos mais tarde por uma fiscalização do TCU. Participando da mediação, o tribunal daria seu aval imediatamente, o que tornaria mais rápida uma solução para a Oi. Hoje, Banco do Brasil, Caixa, BNDES e Anatel têm R$ 20 bilhões reconhecidos pela Justiça para receber da Oi. Os outros R$ 45,6 bilhões estão nas mãos de credores privados, principalmente estrangeiros. Eles aceitam dar os descontos na dívida desde que os credores públicos também cedam um pouco na negociação. De acordo com seu plano de recuperação apresentado ao juiz, a Oi propõe descontos de até 70% no valor da dívida para começar a pagar em três anos. Para aqueles que não aceitarem descontos, o pagamento só começaria depois de dez anos.
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Anatel não deve aceitar acordo sobre dívida da Oi proposto pela operadoraA Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) poderá participar da mediação com a Oi por descontos no valor de sua dívida, mas a palavra final do regulador será "não". A operadora está em recuperação judicial e deve mais de R$ 65 bilhões, dos quais R$ 20,2 bilhões para a Anatel –só metade desse valor foi reconhecida pela Justiça. Prevista para esta quinta (24), a mediação será conduzida por um representante escolhido pela Justiça do Rio, onde tramita o processo de recuperação, e pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Mas, em visita nesta terça (22) ao ministro do TCU Bruno Dantas, responsável pelo monitoramento das empresas de telefonia no tribunal, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, afirmou que a agência até poderá comparecer à mediação, mas está impedida de fazer acordo devido a um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União). A proposta da Oi era transformar boa parte da dívida com a Anatel em novos investimentos. Da dívida que a Anatel tem com a Oi, estima-se que pelo menos R$ 7 bilhões poderiam ser convertidos em investimentos, o que aliviaria o caixa da empresa. Essa é uma das exigências apresentadas por grupos interessados em comprar a Oi. Embora defenda esse tipo de saída para a operadora, Quadros disse a Dantas que o parecer impede a agência de levar a negociação adiante. Como revelou a Folha, Dantas se dispôs a participar da comediação como forma de destravar as negociações entre credores. Segundo o ministro, não é interesse público permitir que a tele vá à falência e, ao participar dessa mediação conjunta, o tribunal já estaria dando seu aval para um possível acordo. A comediação foi um pedido do juiz Fernando Viana, responsável pelo processo no Rio, para tentar uma solução para o impasse que se instaurou entre credores e que pode levar a empresa à falência se não for resolvido. A tele reclamava que, embora credores públicos estivessem abertos a conceder descontos, temiam ser punidos mais tarde por uma fiscalização do TCU. Participando da mediação, o tribunal daria seu aval imediatamente, o que tornaria mais rápida uma solução para a Oi. Hoje, Banco do Brasil, Caixa, BNDES e Anatel têm R$ 20 bilhões reconhecidos pela Justiça para receber da Oi. Os outros R$ 45,6 bilhões estão nas mãos de credores privados, principalmente estrangeiros. Eles aceitam dar os descontos na dívida desde que os credores públicos também cedam um pouco na negociação. De acordo com seu plano de recuperação apresentado ao juiz, a Oi propõe descontos de até 70% no valor da dívida para começar a pagar em três anos. Para aqueles que não aceitarem descontos, o pagamento só começaria depois de dez anos.
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Bethânia celebra 50 anos de carreira em show com projeções no palco
Em um show memorável, que fez um mosaico de diversas fases de sua carreira e dos temas de sua predileção, amparado por uma cenografia cheia de tecnologia, Maria Bethânia deu largada às comemorações de seus 50 anos de palco na noite de sábado (10), na cidade em que tudo começou, o Rio. Concebido por Bethânia, com cenografia e direção geral de Bia Lessa, o show "Abraçar e Agradecer" é dividido em dois atos, com um total de 39 canções entremeadas por sete textos – de autores tradicionais nas apresentações da baiana, como Clarice Lispector e Fernando Pessoa, além de um escrito por ela mesma, em que lista seus agradecimentos. Recebida com a tradicional idolatria efusiva que seu público lhe dedica, a cantora entrou no palco do Vivo Rio ao som de "O Eterno em Mim", do mano Caetano, autor de seis canções do repertório. Ao longo de quase duas horas, Bethânia resgatou velhos sucessos como "Gostoso Demais" (em boa dobradinha nordestina com "Bela Mocidade") e "Brincar de Viver" (já no bis), e cantou suas diversas facetas, em blocos temáticos: a romântica, a litorânea, a interiorana, a religiosa, a filha da mata, a devota dos orixás. Também pontuou momentos marcantes de sua carreira, com canções como "Rosa dos Ventos" (do espetáculo e disco homônimo, dos anos 1970), "Carcará" (o marco inicial, do show "Opinião", de 1965, executada apenas pela banda) e "Você Não Sabe", de Roberto e Erasmo Carlos, uma das que gravou no disco tributo "As Canções que Você Fez pra Mim" (1993), produzido por Guto Graça Mello, com quem a cantora retoma a parceria nesta turnê. Por fim, promoveu seu CD mais recente, "Meus Quintais" (2014), de onde saíram oito canções do repertório do show. No palco, Bethânia atuou sobre um grande tablado central retangular, elevado — uma grande tela em forma de caixa, na qual foram projetadas diversas imagens. O efeito visual era coordenado às canções e, em alguns momentos, a cantora ainda cumpria uma coreografia específica. O resultado, em diversos trechos, foi fascinante, como quando ela interpretou o fado "Meu Amor É Marinheiro" pisando em uma pedra cercada por um mar bravio. Bethânia pisando nos astros decidida, graças à projeção de um céu estrelado, foi outro ponto visualmente impactante. Nem todas as projeções funcionaram a contento, no entanto, e o palco em formato de caixa trouxe um problema: por conta de sua altura, limitou a visão de quem estava sentado na plateia; apenas do alto era possível apreciar o efeito completo da cenografia. Cercando Bethânia no palco, divididos em quatro agrupamentos, ficaram os sete músicos, regidos pelo contrabaixista Jorge Hélder. A atuação da banda é destacada no interlúdio entre os dois atos, com versões instrumentais de "Até o Fim", "O Quereres", "Qui nem Jiló" e "Pisa na Fulô", e na saudação ao público durante "Folia de Reis", em que os músicos tocam instrumentos típicos da festa, como pandeiro de fita e acordeom. Merece destaque a viola de Paulo Dafilin durante a parte caipira do show, com "Eu, a Viola e Deus", de Rolando Boldrin (executada com citação de "Luar do Sertão"), e "Criação", de Chico Lobo, que ganhou toques de "Tristeza do Jeca" ao final. A escolha dos melhores momentos do show fica ao gosto do freguês, mas uma unanimidade foi a interpretação do clássico francês "Non Je ne Regrette Rien", já ao final, com Bethânia declamando a letra da canção em português. A recepção apoteótica da plateia fez a cantora interromper a continuidade do show para agradecer aos aplausos. A turnê "Abraçar e Agradecer" continua no Rio nesta semana (15, 17 e 18) e segue para São Paulo em março (14, 15, 21 e 22), no HSBC Brasil. Ao longo do ano, deve rodar outras capitais. REPERTÓRIO DE "ABRAÇAR E AGRADECER" - Ato 1 "O Eterno em Mim" (Caetano Veloso) "Dona do Dom" (Chico César) "Gita" (Raul Seixas e Paulo Coelho) "A Tua Presença Morena" (Caetano Veloso) "Nossos Momentos" (Caetano Veloso) "Começaria Tudo Outra Vez" (Gonzaguinha) "Gostoso Demais" (Dominguinhos e Nando Cordel) "Bela Mocidade" (Donato Alves) "Alegria" (Arnaldo Antunes) "Voz de Mágoa" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Dindi" (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) "Você não Sabe" (Erasmo Carlos e Roberto Carlos) "Tatuagem" (Chico Buarque) "Meu Amor É Marinheiro" (Manuel Alegre e Alain Oulman) "Todos os Lugares" (Suely Costa e Tite de Lemos) "Rosa dos Ventos" (Chico Buarque) - Ato 2 "Viramundo" (Gilberto Gil e Capinan) "Tudo de Novo" (Caetano Veloso) "Doce" (Roque Ferreira) "Oração à Mãe Menininha" (Dorival Caymmi) "Eu e Água" (Caetano Veloso) "Abraçar e Agradecer" (Gerônimo e Vevé Calazans) "Vento de Lá / Imbelezô Eu" (Roque Ferreira) "Folia de Reis" (Roque Ferreira) "Mãe Maria" (David Nasser e Custódio Mesquita) "Eu, a Viola e Deus" (Rolando Boldrin) "Criação" (Chico Lobo) "Casa de Cabloco" (Paulo Dafilin e Roque Ferreira) "Alguma Voz" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Maracanandé" (canto Tupi) - voz de Márcia Siqueira "Xavante" (Chico César) "Povos do Brasil" (Leandro Fregonesi) "Motriz" (Caetano Veloso) "Viver na Fazenda" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Eu te Desejo Amor" (Charles Trenet; versão Nelson Motta) "Non Je Ne Regrette Rien" (Michel Vancair e Charles Dumont) "Silêncio" (Flávia Wenceslau) - Bis "Brincar de Viver" (Guilherme Arantes e Jon Lucien) "O que É, o que É?" (Gonzaguinha)
ilustrada
Bethânia celebra 50 anos de carreira em show com projeções no palcoEm um show memorável, que fez um mosaico de diversas fases de sua carreira e dos temas de sua predileção, amparado por uma cenografia cheia de tecnologia, Maria Bethânia deu largada às comemorações de seus 50 anos de palco na noite de sábado (10), na cidade em que tudo começou, o Rio. Concebido por Bethânia, com cenografia e direção geral de Bia Lessa, o show "Abraçar e Agradecer" é dividido em dois atos, com um total de 39 canções entremeadas por sete textos – de autores tradicionais nas apresentações da baiana, como Clarice Lispector e Fernando Pessoa, além de um escrito por ela mesma, em que lista seus agradecimentos. Recebida com a tradicional idolatria efusiva que seu público lhe dedica, a cantora entrou no palco do Vivo Rio ao som de "O Eterno em Mim", do mano Caetano, autor de seis canções do repertório. Ao longo de quase duas horas, Bethânia resgatou velhos sucessos como "Gostoso Demais" (em boa dobradinha nordestina com "Bela Mocidade") e "Brincar de Viver" (já no bis), e cantou suas diversas facetas, em blocos temáticos: a romântica, a litorânea, a interiorana, a religiosa, a filha da mata, a devota dos orixás. Também pontuou momentos marcantes de sua carreira, com canções como "Rosa dos Ventos" (do espetáculo e disco homônimo, dos anos 1970), "Carcará" (o marco inicial, do show "Opinião", de 1965, executada apenas pela banda) e "Você Não Sabe", de Roberto e Erasmo Carlos, uma das que gravou no disco tributo "As Canções que Você Fez pra Mim" (1993), produzido por Guto Graça Mello, com quem a cantora retoma a parceria nesta turnê. Por fim, promoveu seu CD mais recente, "Meus Quintais" (2014), de onde saíram oito canções do repertório do show. No palco, Bethânia atuou sobre um grande tablado central retangular, elevado — uma grande tela em forma de caixa, na qual foram projetadas diversas imagens. O efeito visual era coordenado às canções e, em alguns momentos, a cantora ainda cumpria uma coreografia específica. O resultado, em diversos trechos, foi fascinante, como quando ela interpretou o fado "Meu Amor É Marinheiro" pisando em uma pedra cercada por um mar bravio. Bethânia pisando nos astros decidida, graças à projeção de um céu estrelado, foi outro ponto visualmente impactante. Nem todas as projeções funcionaram a contento, no entanto, e o palco em formato de caixa trouxe um problema: por conta de sua altura, limitou a visão de quem estava sentado na plateia; apenas do alto era possível apreciar o efeito completo da cenografia. Cercando Bethânia no palco, divididos em quatro agrupamentos, ficaram os sete músicos, regidos pelo contrabaixista Jorge Hélder. A atuação da banda é destacada no interlúdio entre os dois atos, com versões instrumentais de "Até o Fim", "O Quereres", "Qui nem Jiló" e "Pisa na Fulô", e na saudação ao público durante "Folia de Reis", em que os músicos tocam instrumentos típicos da festa, como pandeiro de fita e acordeom. Merece destaque a viola de Paulo Dafilin durante a parte caipira do show, com "Eu, a Viola e Deus", de Rolando Boldrin (executada com citação de "Luar do Sertão"), e "Criação", de Chico Lobo, que ganhou toques de "Tristeza do Jeca" ao final. A escolha dos melhores momentos do show fica ao gosto do freguês, mas uma unanimidade foi a interpretação do clássico francês "Non Je ne Regrette Rien", já ao final, com Bethânia declamando a letra da canção em português. A recepção apoteótica da plateia fez a cantora interromper a continuidade do show para agradecer aos aplausos. A turnê "Abraçar e Agradecer" continua no Rio nesta semana (15, 17 e 18) e segue para São Paulo em março (14, 15, 21 e 22), no HSBC Brasil. Ao longo do ano, deve rodar outras capitais. REPERTÓRIO DE "ABRAÇAR E AGRADECER" - Ato 1 "O Eterno em Mim" (Caetano Veloso) "Dona do Dom" (Chico César) "Gita" (Raul Seixas e Paulo Coelho) "A Tua Presença Morena" (Caetano Veloso) "Nossos Momentos" (Caetano Veloso) "Começaria Tudo Outra Vez" (Gonzaguinha) "Gostoso Demais" (Dominguinhos e Nando Cordel) "Bela Mocidade" (Donato Alves) "Alegria" (Arnaldo Antunes) "Voz de Mágoa" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Dindi" (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) "Você não Sabe" (Erasmo Carlos e Roberto Carlos) "Tatuagem" (Chico Buarque) "Meu Amor É Marinheiro" (Manuel Alegre e Alain Oulman) "Todos os Lugares" (Suely Costa e Tite de Lemos) "Rosa dos Ventos" (Chico Buarque) - Ato 2 "Viramundo" (Gilberto Gil e Capinan) "Tudo de Novo" (Caetano Veloso) "Doce" (Roque Ferreira) "Oração à Mãe Menininha" (Dorival Caymmi) "Eu e Água" (Caetano Veloso) "Abraçar e Agradecer" (Gerônimo e Vevé Calazans) "Vento de Lá / Imbelezô Eu" (Roque Ferreira) "Folia de Reis" (Roque Ferreira) "Mãe Maria" (David Nasser e Custódio Mesquita) "Eu, a Viola e Deus" (Rolando Boldrin) "Criação" (Chico Lobo) "Casa de Cabloco" (Paulo Dafilin e Roque Ferreira) "Alguma Voz" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Maracanandé" (canto Tupi) - voz de Márcia Siqueira "Xavante" (Chico César) "Povos do Brasil" (Leandro Fregonesi) "Motriz" (Caetano Veloso) "Viver na Fazenda" (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro) "Eu te Desejo Amor" (Charles Trenet; versão Nelson Motta) "Non Je Ne Regrette Rien" (Michel Vancair e Charles Dumont) "Silêncio" (Flávia Wenceslau) - Bis "Brincar de Viver" (Guilherme Arantes e Jon Lucien) "O que É, o que É?" 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O novo design latino-americano
Se você viajar para Nova York até 5 de abril não deixe de visitar a exposição "New Territories - Laboratories for Design, Craft and Art in Latin America" (newterritorieslab.org), no Museum of Arts and Design. Com curadoria de Lowery Stokes Sims e assistência da brasileira Adriana Kertzer, essa é a primeira exposição coletiva de design contemporâneo latino-americano em um museu norte-americano. O título "Novos Territórios" refere-se a uma frase do arquiteto italiano Gaetano Pesce sobre os tênues limites entre arte, design e artesanato na sociedade globalizada atual. Com obras de mais de 75 profissionais, entre os quais eu, a mostra foca em cidades que são incubadoras culturais e de inovação, como Caracas (Venezuela), Santiago (Chile), Havana (Cuba), San Juan (Porto Rico), Cidade do México (México), San Salvador (El Salvador) e São Paulo. São "cidades-laboratório" que lidam com temas como reciclagem e reaproveitamento, novos mercados, coletividade e experimentação, espaços públicos e identidade. Um exemplo são os tapetes do cubano Carlos Garaicoa, que mimetizam desenhos de pisos da cidade, verdadeiras arenas sociais. Os arquitetos brasileiros Marcio Kogan e Isay Weinfeld expõem uma cerca de proteção feita com revólveres, e o carioca David Elia apresenta sua mesa lateral à prova de balas -segundo o texto da curadoria, um estudo de 2013 das Nações Unidas identificou que, das 30 cidades mais violentas do mundo, 11 estão no Brasil. A exposição destaca ainda o modo como designers latino-americanos estão comprometidos em resgatar tradições do artesanato, a fim de preservar suas heranças nacionais, muitas vezes utilizando novas tecnologias digitais, como o "Losing my America", coordenado pelos chilenos do gt2P. Essa é uma das mais interessantes exposições de design que já visitei, especialmente pelo seu caráter político, explicitando o cunho social que objetos podem ter, denunciando corrupção, questões de gênero, desigualdades sociais e pobreza. Ela nos mostra que o design mais relevante hoje deve ir além de sua função estética e funcional. O design reflete a cultura de um povo.
colunas
O novo design latino-americanoSe você viajar para Nova York até 5 de abril não deixe de visitar a exposição "New Territories - Laboratories for Design, Craft and Art in Latin America" (newterritorieslab.org), no Museum of Arts and Design. Com curadoria de Lowery Stokes Sims e assistência da brasileira Adriana Kertzer, essa é a primeira exposição coletiva de design contemporâneo latino-americano em um museu norte-americano. O título "Novos Territórios" refere-se a uma frase do arquiteto italiano Gaetano Pesce sobre os tênues limites entre arte, design e artesanato na sociedade globalizada atual. Com obras de mais de 75 profissionais, entre os quais eu, a mostra foca em cidades que são incubadoras culturais e de inovação, como Caracas (Venezuela), Santiago (Chile), Havana (Cuba), San Juan (Porto Rico), Cidade do México (México), San Salvador (El Salvador) e São Paulo. São "cidades-laboratório" que lidam com temas como reciclagem e reaproveitamento, novos mercados, coletividade e experimentação, espaços públicos e identidade. Um exemplo são os tapetes do cubano Carlos Garaicoa, que mimetizam desenhos de pisos da cidade, verdadeiras arenas sociais. Os arquitetos brasileiros Marcio Kogan e Isay Weinfeld expõem uma cerca de proteção feita com revólveres, e o carioca David Elia apresenta sua mesa lateral à prova de balas -segundo o texto da curadoria, um estudo de 2013 das Nações Unidas identificou que, das 30 cidades mais violentas do mundo, 11 estão no Brasil. A exposição destaca ainda o modo como designers latino-americanos estão comprometidos em resgatar tradições do artesanato, a fim de preservar suas heranças nacionais, muitas vezes utilizando novas tecnologias digitais, como o "Losing my America", coordenado pelos chilenos do gt2P. Essa é uma das mais interessantes exposições de design que já visitei, especialmente pelo seu caráter político, explicitando o cunho social que objetos podem ter, denunciando corrupção, questões de gênero, desigualdades sociais e pobreza. Ela nos mostra que o design mais relevante hoje deve ir além de sua função estética e funcional. O design reflete a cultura de um povo.
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TIM suspende internet após cobrar faturas já pagas, diz leitora
A leitora Analia de Carvalho reclama que a operadora TIM cobrou faturas de sua conta de janeiro e fevereiro que já estavam pagas e que ainda interrompeu seu serviço de internet. Segundo ela, após entrar em contato com a operadora, a atendente disse que a TIM estava mudando sua forma de cobrança e que não haveria motivos para preocupação. Ela afirma que enviou os comprovantes de pagamento e que achou que o problema estivesse resolvido. Em agosto, foi informada de que não havia pago as faturas e teve sua internet cortada. Ela enviou os comprovantes mais uma vez, mas não teve o serviço restabelecido. RESPOSTA - A TIM afirmou que pediu os comprovantes novamente e contatou a leitora para marcar visita técnica. - Queixa de Francisco José do Nascimento O banco Itaú fez cobranças de anuidade não autorizadas no cartão de crédito, reclama leitor. Depois de solicitar o estorno integral do valor, as tarifas continuaram a serem debitadas mensalmente. Resposta do Itaú Unibanco - Diz que entrou em contato com o leitor e que a questão já foi solucionada. - Queixa de Chirleane Rocha de Oliveira As Casas Bahia entregaram um notebook novo com defeito, afirma a leitora. Ela conta que o aparelho foi comprado em março por R$ 1.999,99, mas em dois dias ele já começou a apresentar problemas. Resposta das Casas Bahia - Diz que não consegue contatar a cliente e que precisa do aparelho para análise técnica. - Queixa de Fabio Berlinga A Vivo não desbloqueou linha telefônica mesmo após o pagamento da fatura em atraso, relata leitor. A empresa deu um prazo de 30 minutos para restabelecer o serviço, mas atrasa o serviço há sete dias. Resposta da Vivo - Diz que a linha está operando e que o cliente estourou o limite de ligações de seu plano. - Queixa de Cláudia Fragoso O Banco do Brasil exige que o público forneça número de agência e conta para atendimentos telefônicos, o que impede o serviço para quem não é cliente, reclama a leitora, o que a obriga a ir pessoalmente a agências. Resposta do Banco do Brasil - Diz que a leitora foi contatada e que usuários em geral não precisam informar dados.
paineldoleitor
TIM suspende internet após cobrar faturas já pagas, diz leitoraA leitora Analia de Carvalho reclama que a operadora TIM cobrou faturas de sua conta de janeiro e fevereiro que já estavam pagas e que ainda interrompeu seu serviço de internet. Segundo ela, após entrar em contato com a operadora, a atendente disse que a TIM estava mudando sua forma de cobrança e que não haveria motivos para preocupação. Ela afirma que enviou os comprovantes de pagamento e que achou que o problema estivesse resolvido. Em agosto, foi informada de que não havia pago as faturas e teve sua internet cortada. Ela enviou os comprovantes mais uma vez, mas não teve o serviço restabelecido. RESPOSTA - A TIM afirmou que pediu os comprovantes novamente e contatou a leitora para marcar visita técnica. - Queixa de Francisco José do Nascimento O banco Itaú fez cobranças de anuidade não autorizadas no cartão de crédito, reclama leitor. Depois de solicitar o estorno integral do valor, as tarifas continuaram a serem debitadas mensalmente. Resposta do Itaú Unibanco - Diz que entrou em contato com o leitor e que a questão já foi solucionada. - Queixa de Chirleane Rocha de Oliveira As Casas Bahia entregaram um notebook novo com defeito, afirma a leitora. Ela conta que o aparelho foi comprado em março por R$ 1.999,99, mas em dois dias ele já começou a apresentar problemas. Resposta das Casas Bahia - Diz que não consegue contatar a cliente e que precisa do aparelho para análise técnica. - Queixa de Fabio Berlinga A Vivo não desbloqueou linha telefônica mesmo após o pagamento da fatura em atraso, relata leitor. A empresa deu um prazo de 30 minutos para restabelecer o serviço, mas atrasa o serviço há sete dias. Resposta da Vivo - Diz que a linha está operando e que o cliente estourou o limite de ligações de seu plano. - Queixa de Cláudia Fragoso O Banco do Brasil exige que o público forneça número de agência e conta para atendimentos telefônicos, o que impede o serviço para quem não é cliente, reclama a leitora, o que a obriga a ir pessoalmente a agências. Resposta do Banco do Brasil - Diz que a leitora foi contatada e que usuários em geral não precisam informar dados.
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Erramos: Por que a Páscoa tem ovos e coelhinhos? Veja 5 curiosidades sobre o feriado
Diferentemente do informado em "Por que a Páscoa tem ovos e coelhinhos? Veja 5 curiosidades sobre o feriado (As Mais - 05/04/2015 - 07h04), há mamíferos que são ovíparos. A data da Páscoa cristã ocorre no domingo posterior à primeira lua cheia a partir de 21 de março. O texto foi corrigido.
asmais
Erramos: Por que a Páscoa tem ovos e coelhinhos? Veja 5 curiosidades sobre o feriadoDiferentemente do informado em "Por que a Páscoa tem ovos e coelhinhos? Veja 5 curiosidades sobre o feriado (As Mais - 05/04/2015 - 07h04), há mamíferos que são ovíparos. A data da Páscoa cristã ocorre no domingo posterior à primeira lua cheia a partir de 21 de março. O texto foi corrigido.
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Conheça a brasileira que faz parte do elenco da nova série 'Festa Hi-5'
A atriz brasileira Milena Martines, 23, aparece em "Festa Hi-5"em um quadro cheio de jogos matemáticos. Para fazer a série, ela precisou morar em Buenos Aires, na Argentina. Como o programa é uma franquia para toda a América Latina, os atores falam espanhol (idioma dos países que são nossos vizinhos). No Brasil, ele será exibido dublado em português. "Não vai ter problema, as crianças já estão acostumadas com isso", acredita Milena, que dublará a si mesma em português. "A diferença entre a nova série e a original é o sangue latino. Tudo é mais animado", diz. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
folhinha
Conheça a brasileira que faz parte do elenco da nova série 'Festa Hi-5'A atriz brasileira Milena Martines, 23, aparece em "Festa Hi-5"em um quadro cheio de jogos matemáticos. Para fazer a série, ela precisou morar em Buenos Aires, na Argentina. Como o programa é uma franquia para toda a América Latina, os atores falam espanhol (idioma dos países que são nossos vizinhos). No Brasil, ele será exibido dublado em português. "Não vai ter problema, as crianças já estão acostumadas com isso", acredita Milena, que dublará a si mesma em português. "A diferença entre a nova série e a original é o sangue latino. Tudo é mais animado", diz. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
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Histórias pessoais ricas animam os arqueólogos
Os mandatários do Antigo Egito não tinham grandes pudores quando o assunto era vida sexual. Vejo o caso de Tutancâmon. Seu pai, o rei Akhenaton, era casado com Nefertiti, mas ela não era sua mãe. Akhenaton engravidou a própria irmã, segundo um estudo de DNA. O próprio Tutancâmon teve de se casar com uma meia-irmã ainda criança. Esses casamentos em família devem ter dado origem a doenças genéticas. Essa é uma possível explicação para que, em oposição a Nefertiti, famosa pela sua beleza, Tutancâmon tenha ficado para a história como um faraó deformado, que passou doente os 19 anos que viveu. Ele não conseguiu, aliás, nem ter filhos – é provável que problemas genéticos tenham feito com que os fetos morressem nas duas vezes em que a esposa engravidou. Seu reinado não foi nada demais, mas sua tumba, encontrada em 1922, estava incrivelmente bem preservada, o que permitiu grandes descobertas –e explica um pouco a ansiedade dos arqueólogos por encontrar novas pistas sobre o Egito Antigo.
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Histórias pessoais ricas animam os arqueólogosOs mandatários do Antigo Egito não tinham grandes pudores quando o assunto era vida sexual. Vejo o caso de Tutancâmon. Seu pai, o rei Akhenaton, era casado com Nefertiti, mas ela não era sua mãe. Akhenaton engravidou a própria irmã, segundo um estudo de DNA. O próprio Tutancâmon teve de se casar com uma meia-irmã ainda criança. Esses casamentos em família devem ter dado origem a doenças genéticas. Essa é uma possível explicação para que, em oposição a Nefertiti, famosa pela sua beleza, Tutancâmon tenha ficado para a história como um faraó deformado, que passou doente os 19 anos que viveu. Ele não conseguiu, aliás, nem ter filhos – é provável que problemas genéticos tenham feito com que os fetos morressem nas duas vezes em que a esposa engravidou. Seu reinado não foi nada demais, mas sua tumba, encontrada em 1922, estava incrivelmente bem preservada, o que permitiu grandes descobertas –e explica um pouco a ansiedade dos arqueólogos por encontrar novas pistas sobre o Egito Antigo.
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Apesar de protestos, famílias deixam terreno invadido na zona sul de SP
Os moradores realizaram protestos nos últimos dias para tentar reverter a reintegração de posse de um terreno invadido na zona sul de São Paulo. As famílias, contudo, não obtiveram êxito e na manhã desta terça-feira (14) retiram seus pertences do terreno. Desde as 6h, a Polícia Militar acompanha a desocupação do terreno na rua Paulo Guilguer Reimberg, no Jardim Manacás, com a presença de oficiais de Justiça. Uma retroescavadeira já realiza a destruição de parte dos barracos construídos no terreno. Os bombeiros também controlam focos de incêndio em alguns barracos. Apesar disso, segundo a polícia, a reintegração transcorre de forma pacífica. Boa parte das famílias que ocupavam o terreno deixaram o local ainda nesta segunda. A reintegração foi solicitada pela Agro Pecuária Sigal Ltda, proprietária da área, e determinada pelo juiz Paulo André Bueno de Camargo, da 2ª Vara Cível do Foro Regional II de Santo Amaro. De acordo com a PM, o terreno abrigava ao menos 900 pessoas ligadas ao Movimento Anchieta e Nós da Sul. No terreno, ocupado desde julho do ano passado, os moradores construíram aos menos 300 barracos de madeira. A Secretaria da Segurança Pública informou que a PM participou de reuniões com representantes dos moradores e outros órgãos envolvidos na desocupação como Sabesp, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Corpo de Bombeiros entre outros.
cotidiano
Apesar de protestos, famílias deixam terreno invadido na zona sul de SPOs moradores realizaram protestos nos últimos dias para tentar reverter a reintegração de posse de um terreno invadido na zona sul de São Paulo. As famílias, contudo, não obtiveram êxito e na manhã desta terça-feira (14) retiram seus pertences do terreno. Desde as 6h, a Polícia Militar acompanha a desocupação do terreno na rua Paulo Guilguer Reimberg, no Jardim Manacás, com a presença de oficiais de Justiça. Uma retroescavadeira já realiza a destruição de parte dos barracos construídos no terreno. Os bombeiros também controlam focos de incêndio em alguns barracos. Apesar disso, segundo a polícia, a reintegração transcorre de forma pacífica. Boa parte das famílias que ocupavam o terreno deixaram o local ainda nesta segunda. A reintegração foi solicitada pela Agro Pecuária Sigal Ltda, proprietária da área, e determinada pelo juiz Paulo André Bueno de Camargo, da 2ª Vara Cível do Foro Regional II de Santo Amaro. De acordo com a PM, o terreno abrigava ao menos 900 pessoas ligadas ao Movimento Anchieta e Nós da Sul. No terreno, ocupado desde julho do ano passado, os moradores construíram aos menos 300 barracos de madeira. A Secretaria da Segurança Pública informou que a PM participou de reuniões com representantes dos moradores e outros órgãos envolvidos na desocupação como Sabesp, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Corpo de Bombeiros entre outros.
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Grupo de turistas europeus é primeiro da fila no Maracanã para ver os Stones
Um grupo de turistas dinamarqueses e italianos será o primeiro a entrar no gramado do estádio do Maracanã para o show dos Rolling Stones neste sábado (20), o primeiro da etapa brasileira da turnê latino americana da banda. Os fãs chegaram ao estádio por volta das 10h e esperam sob um sol escaldante a abertura dos portões, que estava prevista para as 16h. Fãs pagam até R$ 70 por camiseta Abertura dos portões atrasa uma hora "Chegamos cedo porque normalmente as filas para shows dos Stones começam 12 horas antes e ficamos com medo de ficar para trás", disse o dinamarquês Kalle Schelde, 20 anos. Ele e o amigo Thomas Bekonyveri estão no Brasil há pouco mais de duas semanas, em meio a uma viagem pela América do Sul. Já os italianos, que vivem em Londres, aproveitaram o show como desculpa para passar as férias no Brasil. "É uma boa desculpa, não?", brincou Elia Germetti, 24. O grupo de amigos chegou ao Rio há duas semanas e deixa o país amanhã. Dois dos primeiros da fila participaram do concurso para escolher uma das músicas do show, votando em "All Down The Line". "Mas acho que vai dar 'Like a Rolling Stone'", diz Kalle. Neste momento, o clima é de tranquilidade em torno do estádio, com poucas pessoas nas filas. A apresentação principal está marcada para as 21h30.
ilustrada
Grupo de turistas europeus é primeiro da fila no Maracanã para ver os StonesUm grupo de turistas dinamarqueses e italianos será o primeiro a entrar no gramado do estádio do Maracanã para o show dos Rolling Stones neste sábado (20), o primeiro da etapa brasileira da turnê latino americana da banda. Os fãs chegaram ao estádio por volta das 10h e esperam sob um sol escaldante a abertura dos portões, que estava prevista para as 16h. Fãs pagam até R$ 70 por camiseta Abertura dos portões atrasa uma hora "Chegamos cedo porque normalmente as filas para shows dos Stones começam 12 horas antes e ficamos com medo de ficar para trás", disse o dinamarquês Kalle Schelde, 20 anos. Ele e o amigo Thomas Bekonyveri estão no Brasil há pouco mais de duas semanas, em meio a uma viagem pela América do Sul. Já os italianos, que vivem em Londres, aproveitaram o show como desculpa para passar as férias no Brasil. "É uma boa desculpa, não?", brincou Elia Germetti, 24. O grupo de amigos chegou ao Rio há duas semanas e deixa o país amanhã. Dois dos primeiros da fila participaram do concurso para escolher uma das músicas do show, votando em "All Down The Line". "Mas acho que vai dar 'Like a Rolling Stone'", diz Kalle. Neste momento, o clima é de tranquilidade em torno do estádio, com poucas pessoas nas filas. A apresentação principal está marcada para as 21h30.
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Com estradas paradas, paulistano curte vias vazias em São Paulo
No meio de uma avenida Sumaré (zona oeste de São Paulo) fechada para carros e com pouca gente, o casal de professores Pedro Cattai, 32, e Regina Fusco, 29, relembrava a infância num jogo de pique-bandeira com amigos. Um cenário bem diferente do que era visto nas estradas de São Paulo, onde os congestionamentos também atingiram quem antecipou a viagem -sem se concentrar apenas nos horários de pico. Esse contraste marcou o primeiro domingo do ano na rotina dos paulistanos depois do feriado de Réveillon. Se na capital a sensação era de tranquilidade, inclusive em seus pontos turísticos, e sem trânsito, nas vias que ligam ao litoral e ao interior as filas de carro se esticaram. Acompanhe em tempo real a situação das estradas em SP Quem antecipou a viagem para a manhã no sistema Anchieta-Imigrantes enfrentou ainda mais problemas do que quem deixou para encarar a estrada no final da tarde. Segundo a Ecovias (concessionária do sistema), de 540 mil carros que foram para o litoral no feriado, só 40 mil não haviam subido até as 19h. Na Régis Bittencourt e na Rio-Santos, os congestionamentos chegaram a 42 km e 77 km, respectivamente. Mesmo quem apostou no contrafluxo para descer, em vez de subir a serra, levou quatro horas para chegar ao Guarujá à tarde, três vezes mais do que a média, por causa da operação subida -quando a quantidade de pistas para descida é reduzida. Já a calmaria se estendeu pelos principais pontos de lazer da capital. Na avenida Paulista, fechada aos domingos para carros desde junho, estava mais fácil circular tanto a pé como na ciclovia. "Está tranquilo, mas a gente esperava que fosse estar mais vazio", disse a artesã Andrea Cava, 44, que vende sabonetes artesanais ali. Segundo ela, o "2015 da crise" prejudicou as vendas. "Sem os tradicionais enfeites de Natal, o movimento foi ruim." Tranquilidade ainda maior teve quem passeou pela avenida Sumaré, em Perdizes -pelo terceiro domingo seguido, a via teve um trecho fechado para carros. Ali, skatistas faziam manobras e crianças davam as primeiras pedaladas com espaço de sobra. No parque Ibirapuera, o movimento foi menor do que o de costume. "Demorei para achar vaga para o carro, mas o parque está tranquilo", disse o auxiliar de almoxarifado Clayton Veloso, 34, que foi com a mulher Dione, 38, e outros familiares ao parque. A espera para estacionar não foi problema para a sogra dele, Maria do Socorro, 65, que deixou Brejo Santo (CE) para passear em SP. "Desse jeito, não vou querer voltar."
cotidiano
Com estradas paradas, paulistano curte vias vazias em São PauloNo meio de uma avenida Sumaré (zona oeste de São Paulo) fechada para carros e com pouca gente, o casal de professores Pedro Cattai, 32, e Regina Fusco, 29, relembrava a infância num jogo de pique-bandeira com amigos. Um cenário bem diferente do que era visto nas estradas de São Paulo, onde os congestionamentos também atingiram quem antecipou a viagem -sem se concentrar apenas nos horários de pico. Esse contraste marcou o primeiro domingo do ano na rotina dos paulistanos depois do feriado de Réveillon. Se na capital a sensação era de tranquilidade, inclusive em seus pontos turísticos, e sem trânsito, nas vias que ligam ao litoral e ao interior as filas de carro se esticaram. Acompanhe em tempo real a situação das estradas em SP Quem antecipou a viagem para a manhã no sistema Anchieta-Imigrantes enfrentou ainda mais problemas do que quem deixou para encarar a estrada no final da tarde. Segundo a Ecovias (concessionária do sistema), de 540 mil carros que foram para o litoral no feriado, só 40 mil não haviam subido até as 19h. Na Régis Bittencourt e na Rio-Santos, os congestionamentos chegaram a 42 km e 77 km, respectivamente. Mesmo quem apostou no contrafluxo para descer, em vez de subir a serra, levou quatro horas para chegar ao Guarujá à tarde, três vezes mais do que a média, por causa da operação subida -quando a quantidade de pistas para descida é reduzida. Já a calmaria se estendeu pelos principais pontos de lazer da capital. Na avenida Paulista, fechada aos domingos para carros desde junho, estava mais fácil circular tanto a pé como na ciclovia. "Está tranquilo, mas a gente esperava que fosse estar mais vazio", disse a artesã Andrea Cava, 44, que vende sabonetes artesanais ali. Segundo ela, o "2015 da crise" prejudicou as vendas. "Sem os tradicionais enfeites de Natal, o movimento foi ruim." Tranquilidade ainda maior teve quem passeou pela avenida Sumaré, em Perdizes -pelo terceiro domingo seguido, a via teve um trecho fechado para carros. Ali, skatistas faziam manobras e crianças davam as primeiras pedaladas com espaço de sobra. No parque Ibirapuera, o movimento foi menor do que o de costume. "Demorei para achar vaga para o carro, mas o parque está tranquilo", disse o auxiliar de almoxarifado Clayton Veloso, 34, que foi com a mulher Dione, 38, e outros familiares ao parque. A espera para estacionar não foi problema para a sogra dele, Maria do Socorro, 65, que deixou Brejo Santo (CE) para passear em SP. "Desse jeito, não vou querer voltar."
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Em vitória da oposição, atual Comissão de Orçamento não vai votar contas de Dilma
Em uma vitória da oposição, a Comissão Mista do Orçamento alterou a ordem de votação de sua pauta, o que deve inviabilizar a análise das contas da presidente Dilma Rousseff pela atual composição do colegiado. Dentre 21 pontos, as chamadas pedaladas fiscais ficaram como o último item da pauta. O mandato dos integrantes da CMO termina na próxima terça (29) e todos os integrantes serão trocados. Isso significa que haverá um novo presidente, que designará um novo relator para proferir um novo parecer, o que abre brechas para que um nome afinado com a oposição assuma o caso. A atual composição é majoritariamente governista. Em dezembro, o atual relator, Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou um parecer que contrariou a recomendação do TCU (Tribunal de Contas da União) ao pedir a aprovação com ressalvas das contas de 2014 de Dilma. Em outubro, o TCU recomendou, por unanimidade, que as contas fossem reprovadas, por considerar que a presidente descumpriu no ano passado a Constituição e as leis que regem os gastos públicos. Como consequência disso, a União tem que pagar cerca de R$ 57 bilhões. O Congresso é quem dá a palavra final sobre a aprovação das contas de um presidente.
poder
Em vitória da oposição, atual Comissão de Orçamento não vai votar contas de DilmaEm uma vitória da oposição, a Comissão Mista do Orçamento alterou a ordem de votação de sua pauta, o que deve inviabilizar a análise das contas da presidente Dilma Rousseff pela atual composição do colegiado. Dentre 21 pontos, as chamadas pedaladas fiscais ficaram como o último item da pauta. O mandato dos integrantes da CMO termina na próxima terça (29) e todos os integrantes serão trocados. Isso significa que haverá um novo presidente, que designará um novo relator para proferir um novo parecer, o que abre brechas para que um nome afinado com a oposição assuma o caso. A atual composição é majoritariamente governista. Em dezembro, o atual relator, Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou um parecer que contrariou a recomendação do TCU (Tribunal de Contas da União) ao pedir a aprovação com ressalvas das contas de 2014 de Dilma. Em outubro, o TCU recomendou, por unanimidade, que as contas fossem reprovadas, por considerar que a presidente descumpriu no ano passado a Constituição e as leis que regem os gastos públicos. Como consequência disso, a União tem que pagar cerca de R$ 57 bilhões. O Congresso é quem dá a palavra final sobre a aprovação das contas de um presidente.
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Governo quer usar CPI da JBS para atenuar impacto das delações
Com novo fôlego após a reviravolta que colocou na berlinda executivos da JBS, aliados de Michel Temer pretendem usar a CPI mista recém-instalada no Congresso para criar um ambiente político que possibilite a absolvição de investigados e o desencorajamento de futuras delações premiadas. O objetivo, segundo a Folha ouviu de parlamentares, é direcionar o foco para eventuais falhas no trabalho de Rodrigo Janot, que deixa a chefia do Ministério Público neste domingo (17). Sob o discurso de que a CPI irá trabalhar para "separar o joio do trigo", a base de Temer -que controla 76% das cadeiras da comissão- pretende usar depoimentos, documentos e quebras de sigilo para dar caráter oficial a um antigo discurso de que são alvos da Procuradoria-Geral da República. Por esse discurso, Janot e sua equipe tentaram criminalizar atividades políticas lícitas, induzindo delatores a tratar sob o único guarda-chuva da "propina" corrupção pura e simples e atividades lícitas, como doações eleitorais declaradas e recebidas sem contrapartida. Além de minar a credibilidade da delação da JBS e, por tabela, de todas as outras conduzidas por Janot, busca-se aprovar no final a redação de um projeto de lei que altere as atuais regras de delação. Ainda não há definição clara sobre esse texto, mas uma medida que conta com amplo apoio é o estabelecimento de penas pesadas a delatores que não apresentarem provas de suas acusações. "A legislação da delação tem falhas. O cara delata até a mãe, inventa coisas para ser solto", diz o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer. A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS passou quatro meses parada até ter sido instalada no início do mês, pouco após vir à tona áudio em que Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F, dão a entender que receberam orientação de investigadores para fazer o acordo. Até as 19h de sexta (15), 151 requerimentos haviam sido apresentados pelos integrantes da comissão, cuja sessão da semana passada foi marcada por confusão. baixas Quatro de seus integrantes, os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Dário Berger (PMDB-SC), deixaram a comissão sob o argumento, entre outros, de que a CPI é "chapa-branca" e será destinada a um "acerto de contas" da base de Temer com os investigadores. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), uma das principais vozes da tropa de Temer, foi escolhido relator. Seus dois únicos requerimentos apresentados até agora pedem a convocação do advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, que se encontrou com Janot em um bar de Brasília um dia depois de a Procuradoria Geral pedir a prisão do executivo. O outro pretende levar à CPI a delegada da Polícia Federal Rúbia Pinheiro, que participou de encontro em fevereiro com Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, para explicar como funcionaria a colaboração. Os objetivos de Marun são provar que toda a operação que resultou nas denúncias contra Temer foi armada previamente, numa relação nebulosa entre investigadores e a JBS, com destaque para o papel do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar a favor da empresa quando ainda estava no cargo. Miller é alvo de vários requerimentos de convocação. "Essa é a CPI da vingança e de tentar limpar a barra dos investigados, que vão passar à condição de investigadores. É como o assaltante que bate a carteira e grita 'pega ladrão'", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Um dos sub-relatores, o deputado Fernando Francischini (SD-PR), que é delegado da PF, promete denunciar tentativas de transformar a comissão em um acerto de contas. Mas também critica a atuação de Janot e fala em propor a mudança da lei para regulamentar a participação da PF nas delações.
poder
Governo quer usar CPI da JBS para atenuar impacto das delaçõesCom novo fôlego após a reviravolta que colocou na berlinda executivos da JBS, aliados de Michel Temer pretendem usar a CPI mista recém-instalada no Congresso para criar um ambiente político que possibilite a absolvição de investigados e o desencorajamento de futuras delações premiadas. O objetivo, segundo a Folha ouviu de parlamentares, é direcionar o foco para eventuais falhas no trabalho de Rodrigo Janot, que deixa a chefia do Ministério Público neste domingo (17). Sob o discurso de que a CPI irá trabalhar para "separar o joio do trigo", a base de Temer -que controla 76% das cadeiras da comissão- pretende usar depoimentos, documentos e quebras de sigilo para dar caráter oficial a um antigo discurso de que são alvos da Procuradoria-Geral da República. Por esse discurso, Janot e sua equipe tentaram criminalizar atividades políticas lícitas, induzindo delatores a tratar sob o único guarda-chuva da "propina" corrupção pura e simples e atividades lícitas, como doações eleitorais declaradas e recebidas sem contrapartida. Além de minar a credibilidade da delação da JBS e, por tabela, de todas as outras conduzidas por Janot, busca-se aprovar no final a redação de um projeto de lei que altere as atuais regras de delação. Ainda não há definição clara sobre esse texto, mas uma medida que conta com amplo apoio é o estabelecimento de penas pesadas a delatores que não apresentarem provas de suas acusações. "A legislação da delação tem falhas. O cara delata até a mãe, inventa coisas para ser solto", diz o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer. A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS passou quatro meses parada até ter sido instalada no início do mês, pouco após vir à tona áudio em que Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F, dão a entender que receberam orientação de investigadores para fazer o acordo. Até as 19h de sexta (15), 151 requerimentos haviam sido apresentados pelos integrantes da comissão, cuja sessão da semana passada foi marcada por confusão. baixas Quatro de seus integrantes, os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Dário Berger (PMDB-SC), deixaram a comissão sob o argumento, entre outros, de que a CPI é "chapa-branca" e será destinada a um "acerto de contas" da base de Temer com os investigadores. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), uma das principais vozes da tropa de Temer, foi escolhido relator. Seus dois únicos requerimentos apresentados até agora pedem a convocação do advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, que se encontrou com Janot em um bar de Brasília um dia depois de a Procuradoria Geral pedir a prisão do executivo. O outro pretende levar à CPI a delegada da Polícia Federal Rúbia Pinheiro, que participou de encontro em fevereiro com Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, para explicar como funcionaria a colaboração. Os objetivos de Marun são provar que toda a operação que resultou nas denúncias contra Temer foi armada previamente, numa relação nebulosa entre investigadores e a JBS, com destaque para o papel do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar a favor da empresa quando ainda estava no cargo. Miller é alvo de vários requerimentos de convocação. "Essa é a CPI da vingança e de tentar limpar a barra dos investigados, que vão passar à condição de investigadores. É como o assaltante que bate a carteira e grita 'pega ladrão'", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Um dos sub-relatores, o deputado Fernando Francischini (SD-PR), que é delegado da PF, promete denunciar tentativas de transformar a comissão em um acerto de contas. Mas também critica a atuação de Janot e fala em propor a mudança da lei para regulamentar a participação da PF nas delações.
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Final da Eurocopa é o jogo da vida do emigrante português na França
No mês passado, dias antes da estreia de Portugal na Eurocopa, o recém-eleito presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa, visitou Champigny-Sur-Marne, uma cidadezinha da periferia de Paris. Por lá, nos anos 1950, uma favela agrupava os portugueses escapados da pobreza e da ditadura salazarista. O episódio joga luz sobre um aspecto menos conhecido da história colonial portuguesa. No século 19, Portugal especializou-se em "criar gado humano", "a principalíssima indústria portuguesa de exportação" segundo o historiador Oliveira Martins (1845-1894). Hoje, o quadro mudou bastante e o imigrante português deixou de morar em favelas para fazer parte da classe média europeia, mas a emigração continua sendo um barômetro do bem estar nacional: no auge da crise financeira, em 2011, o governo do Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho conclamou os portugueses a emigrar, para mitigar o desemprego e gerar renda com as remessas para suas famílias. Dos cerca de 30 milhões de portugueses espalhados pelo mundo (perto de um terço reside no Brasil), o contigente da França é o que mais alimenta o imaginário português. A vida dos "emigras" na França é contada no filme "A Gaiola Dourada" de Ruben Alves (2013), espécie de versão portuguesa do "A Que Horas Ela Volta" de Ana Muylaert (2015): uma comédia subversiva que aborda um tema sensível e fundamental para a compreensão da identidade nacional. Pacatos, brancos e católicos, os emigras portugueses estão perfeitamente integrados na paisagem francesa: cada bairro tem o seu boteco português, onde fazem pausa aqueles que tocam o dia a dia da cidade: porteiros, faxineiros, encanadores. Religiosamente, eles se reúnem aos domingos em certos cafés e centros comunitários para assistir os clássicos entre Porto, Benfica e Sporting de Lisboa. Esses lugares estarão especialmente lotados neste domingo. Uma final França-Portugal é o jogo da vida de um emigra, ainda mais quando cinco dos titulares prováveis são portugueses nascidos na França ou franceses de origem portuguesa. O time de Portugal conta com Anthony Lopes, goleiro reserva formado pelo Lyon, Raphael Guerreiro, lateral esquerdo revelação do Borussia Dortmund, e Adrien Silva, volante do Sporting de Lisboa. Do lado francês, o avô do astro Antoine Griezmann, Amaro Lopes, foi goleiro do Paços de Ferreira, em Portugal, antes de emigrar para Mâcon em 1957. Griezmann é o sucessor de outro luso-descendente, Robert Pires, grande atacante da seleção nos anos 2000. Se Portugal se consagrar campeão europeu, a história dirá que a seleção lusitana deixou de apostar tudo em Cristiano Ronaldo para montar um time de batalhadores modestos e de origens diversas, dispostos a morrer em campo pelo seu país. Essa história pode ser a redenção dos emigras, prisioneiros da sua identidade híbrida, ironizados por causa de sua fala portuguesa hesitante quando passam férias em Portugal e caricaturados pelas suas origens humildes na França. Esquecido por uma memória nacional seletiva, o sacrifício dos emigras na França ganharia finalmente um lugar de destaque no panteão de Portugal. Eles merecem. Afinal, como alegou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa em Champigny: "A França é excepcional, mas nós [Portugueses] somos muito melhores, mas muito melhores". MATHIAS ALENCASTRO, doutor em Ciência Política na Universidade de Oxford e mestre em Historia na Universidade Sorbonne Paris-IV. @Mat_Alencastro
esporte
Final da Eurocopa é o jogo da vida do emigrante português na FrançaNo mês passado, dias antes da estreia de Portugal na Eurocopa, o recém-eleito presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa, visitou Champigny-Sur-Marne, uma cidadezinha da periferia de Paris. Por lá, nos anos 1950, uma favela agrupava os portugueses escapados da pobreza e da ditadura salazarista. O episódio joga luz sobre um aspecto menos conhecido da história colonial portuguesa. No século 19, Portugal especializou-se em "criar gado humano", "a principalíssima indústria portuguesa de exportação" segundo o historiador Oliveira Martins (1845-1894). Hoje, o quadro mudou bastante e o imigrante português deixou de morar em favelas para fazer parte da classe média europeia, mas a emigração continua sendo um barômetro do bem estar nacional: no auge da crise financeira, em 2011, o governo do Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho conclamou os portugueses a emigrar, para mitigar o desemprego e gerar renda com as remessas para suas famílias. Dos cerca de 30 milhões de portugueses espalhados pelo mundo (perto de um terço reside no Brasil), o contigente da França é o que mais alimenta o imaginário português. A vida dos "emigras" na França é contada no filme "A Gaiola Dourada" de Ruben Alves (2013), espécie de versão portuguesa do "A Que Horas Ela Volta" de Ana Muylaert (2015): uma comédia subversiva que aborda um tema sensível e fundamental para a compreensão da identidade nacional. Pacatos, brancos e católicos, os emigras portugueses estão perfeitamente integrados na paisagem francesa: cada bairro tem o seu boteco português, onde fazem pausa aqueles que tocam o dia a dia da cidade: porteiros, faxineiros, encanadores. Religiosamente, eles se reúnem aos domingos em certos cafés e centros comunitários para assistir os clássicos entre Porto, Benfica e Sporting de Lisboa. Esses lugares estarão especialmente lotados neste domingo. Uma final França-Portugal é o jogo da vida de um emigra, ainda mais quando cinco dos titulares prováveis são portugueses nascidos na França ou franceses de origem portuguesa. O time de Portugal conta com Anthony Lopes, goleiro reserva formado pelo Lyon, Raphael Guerreiro, lateral esquerdo revelação do Borussia Dortmund, e Adrien Silva, volante do Sporting de Lisboa. Do lado francês, o avô do astro Antoine Griezmann, Amaro Lopes, foi goleiro do Paços de Ferreira, em Portugal, antes de emigrar para Mâcon em 1957. Griezmann é o sucessor de outro luso-descendente, Robert Pires, grande atacante da seleção nos anos 2000. Se Portugal se consagrar campeão europeu, a história dirá que a seleção lusitana deixou de apostar tudo em Cristiano Ronaldo para montar um time de batalhadores modestos e de origens diversas, dispostos a morrer em campo pelo seu país. Essa história pode ser a redenção dos emigras, prisioneiros da sua identidade híbrida, ironizados por causa de sua fala portuguesa hesitante quando passam férias em Portugal e caricaturados pelas suas origens humildes na França. Esquecido por uma memória nacional seletiva, o sacrifício dos emigras na França ganharia finalmente um lugar de destaque no panteão de Portugal. Eles merecem. Afinal, como alegou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa em Champigny: "A França é excepcional, mas nós [Portugueses] somos muito melhores, mas muito melhores". MATHIAS ALENCASTRO, doutor em Ciência Política na Universidade de Oxford e mestre em Historia na Universidade Sorbonne Paris-IV. @Mat_Alencastro
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2016 deixará saudade? NÃO
UM ANO PARA SER ESQUECIDO "Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito", afirmou Machado de Assis. O ano de 2016 deve ser esquecido, para que outros sejam escritos. Não pelas crises econômica e política que vivemos. Elas não foram uma novidade. Basta ter tempo de vida ou cultura histórica para saber disso. Não nasceram neste ano e nem nele terminarão. Analistas preveem um agravamento da crise econômica em 2017. Os fatos também apontam para um recrudescimento da crise política. A anorexia ética do governo Temer, seu descrédito popular e o nascimento de um agudo conflito entre os Poderes do Estado desenham cenários futuros desalentadores. O trágico legado de 2016 também não está nas denúncias de corrupção. Por mais que vituperem os moralistas de ocasião, a corrupção não é algo recente. Sua dimensão é endêmica desde a nossa colonização. A diferença é que, há mais de uma década, foram sendo criadas as condições para que corruptos e corruptores possam ser punidos. O fedor advindo da velha realidade passou a ser sentido por todos. Então, o que em 2016 deve ser apagado da lousa da história? Creio que seja o rasgar das páginas da nossa Constituição que asseguravam a existência de um Estado democrático de Direito. Nele, todo poder deveria ter sido exercido dentro dos limites da lei, pouco importando a nobreza de propósitos ou clamores do senso comum. Todo homem que tem o poder tende a dele abusar, disse Montesquieu, e o Estado de Direito nasceu para pôr freio a isso. Nasceu para fazer respeitar direitos e dizer "não" ao arbítrio. Em 2016, violentamos o nosso Estado de Direito e rasgamos a nossa Constituição, a partir de tramas oportunistas que não aceitavam os resultados das urnas de 2014. Ou ainda pela visão equivocada dos que supõem que "violações constitucionais" não fazem mal, se voltadas para "bons propósitos", como combater a corrupção. Enganaram-se. Primeiro, porque não se violenta mandatos populares impunemente. Destituir uma presidenta eleita, invocando-se atos que sempre foram considerados legais e praticados por governos anteriores, chegou à beira do ridículo. Com isso se atingiu a credibilidade das instituições e se inaugurou um período de ausência de limites para os Poderes. Se uma presidenta da República pode perder seu mandato desse modo, ninguém está obrigado a respeitar mais nada. Instaurou-se o "vale-tudo" institucional. Segundo, porque embora a corrupção deva ser combatida com vigor, isso deve se dar sempre dentro da lei. O arbítrio foi e sempre será uma fonte de instabilidade e insegurança. Se a ninguém é dado o direito de se acumpliciar para obstar "a sangria da classe política brasileira", ninguém também foi investido de poderes para criar "estados de exceção". O resultado está hoje escrito na lousa da história. Rompemos o Estado de Direito, violamos a democracia. Criamos, com isso, um descrédito institucional, um acirramento de conflitos e tiramos a intolerância do armário. De país pujante e estável nos tornamos, novamente, uma "república das bananas", onde o pastelão substituiu a Constituição. Não soubemos punir corruptos, garantindo a sobrevivência de empresas e minimizando prejuízos para a economia, como se faz em todo o mundo. Ignoramos as causas profundas que geram a corrupção, mantendo intocado nosso anacrônico sistema político. Há, pois, que se esquecer 2016. Há que se escrever de novo, na lousa, sobre o Estado democrático de Direito. Para que agora o que for escrito não seja nunca mais apagado. JOSÉ EDUARDO CARDOZO é advogado e procurador da Prefeitura de São Paulo. Foi ministro da Justiça e advogado-geral da União (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
2016 deixará saudade? NÃOUM ANO PARA SER ESQUECIDO "Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito", afirmou Machado de Assis. O ano de 2016 deve ser esquecido, para que outros sejam escritos. Não pelas crises econômica e política que vivemos. Elas não foram uma novidade. Basta ter tempo de vida ou cultura histórica para saber disso. Não nasceram neste ano e nem nele terminarão. Analistas preveem um agravamento da crise econômica em 2017. Os fatos também apontam para um recrudescimento da crise política. A anorexia ética do governo Temer, seu descrédito popular e o nascimento de um agudo conflito entre os Poderes do Estado desenham cenários futuros desalentadores. O trágico legado de 2016 também não está nas denúncias de corrupção. Por mais que vituperem os moralistas de ocasião, a corrupção não é algo recente. Sua dimensão é endêmica desde a nossa colonização. A diferença é que, há mais de uma década, foram sendo criadas as condições para que corruptos e corruptores possam ser punidos. O fedor advindo da velha realidade passou a ser sentido por todos. Então, o que em 2016 deve ser apagado da lousa da história? Creio que seja o rasgar das páginas da nossa Constituição que asseguravam a existência de um Estado democrático de Direito. Nele, todo poder deveria ter sido exercido dentro dos limites da lei, pouco importando a nobreza de propósitos ou clamores do senso comum. Todo homem que tem o poder tende a dele abusar, disse Montesquieu, e o Estado de Direito nasceu para pôr freio a isso. Nasceu para fazer respeitar direitos e dizer "não" ao arbítrio. Em 2016, violentamos o nosso Estado de Direito e rasgamos a nossa Constituição, a partir de tramas oportunistas que não aceitavam os resultados das urnas de 2014. Ou ainda pela visão equivocada dos que supõem que "violações constitucionais" não fazem mal, se voltadas para "bons propósitos", como combater a corrupção. Enganaram-se. Primeiro, porque não se violenta mandatos populares impunemente. Destituir uma presidenta eleita, invocando-se atos que sempre foram considerados legais e praticados por governos anteriores, chegou à beira do ridículo. Com isso se atingiu a credibilidade das instituições e se inaugurou um período de ausência de limites para os Poderes. Se uma presidenta da República pode perder seu mandato desse modo, ninguém está obrigado a respeitar mais nada. Instaurou-se o "vale-tudo" institucional. Segundo, porque embora a corrupção deva ser combatida com vigor, isso deve se dar sempre dentro da lei. O arbítrio foi e sempre será uma fonte de instabilidade e insegurança. Se a ninguém é dado o direito de se acumpliciar para obstar "a sangria da classe política brasileira", ninguém também foi investido de poderes para criar "estados de exceção". O resultado está hoje escrito na lousa da história. Rompemos o Estado de Direito, violamos a democracia. Criamos, com isso, um descrédito institucional, um acirramento de conflitos e tiramos a intolerância do armário. De país pujante e estável nos tornamos, novamente, uma "república das bananas", onde o pastelão substituiu a Constituição. Não soubemos punir corruptos, garantindo a sobrevivência de empresas e minimizando prejuízos para a economia, como se faz em todo o mundo. Ignoramos as causas profundas que geram a corrupção, mantendo intocado nosso anacrônico sistema político. Há, pois, que se esquecer 2016. Há que se escrever de novo, na lousa, sobre o Estado democrático de Direito. Para que agora o que for escrito não seja nunca mais apagado. JOSÉ EDUARDO CARDOZO é advogado e procurador da Prefeitura de São Paulo. Foi ministro da Justiça e advogado-geral da União (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Leitores criticam ação contra Dilma, ordem de Gilmar Mendes
A reportagem "Ministro do TSE pede ação contra campanha de Dilma" ("Poder", 22/8) trata da questão como se fosse uma ação de qualquer ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Mas diz respeito, mais uma vez, ao ministro Gilmar Mendes. Foi integrante do governo do PSDB e nomeado por Fernando Henrique para o STF. Tendo em vista as conhecidas ligações dele com aquele partido e o interesse do PSDB nesse caso, é óbvio que Mendes não poderia participar desse caso. A suspeição é evidente, mas parece não chamar a atenção do jornal. Roberto Lourenço (Jaboticabal, SP) * Seria mais sensato se ministro Gilmar Mendes, como um competente juiz, investigasse também a origem do dinheiro das campanhas de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado e outros. Soaria mais transparente e apartidário. Caso contrário, acreditaríamos nos boatos de que sua conduta tem conotação política. Vitor Pileggi Sobrinho (Ribeirão Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores criticam ação contra Dilma, ordem de Gilmar MendesA reportagem "Ministro do TSE pede ação contra campanha de Dilma" ("Poder", 22/8) trata da questão como se fosse uma ação de qualquer ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Mas diz respeito, mais uma vez, ao ministro Gilmar Mendes. Foi integrante do governo do PSDB e nomeado por Fernando Henrique para o STF. Tendo em vista as conhecidas ligações dele com aquele partido e o interesse do PSDB nesse caso, é óbvio que Mendes não poderia participar desse caso. A suspeição é evidente, mas parece não chamar a atenção do jornal. Roberto Lourenço (Jaboticabal, SP) * Seria mais sensato se ministro Gilmar Mendes, como um competente juiz, investigasse também a origem do dinheiro das campanhas de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado e outros. Soaria mais transparente e apartidário. Caso contrário, acreditaríamos nos boatos de que sua conduta tem conotação política. Vitor Pileggi Sobrinho (Ribeirão Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Justiça liberta Cavendish, Assad e Cachoeira, presos em operação da PF
O desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) concedeu o direito à prisão domiciliar dos empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Todos foram presos na quinta (30), na operação Saqueador, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro do grupo usando verbas públicas. Ainda foram beneficiados, Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções e Marcelo José Abbud, também detidos na operação. Athiê aceitou pedido dos advogados de Carlos Cachoeira e estendeu o benefício aos outros presos. Fernando Cavendish, único a não ser preso na ação por estar no exterior, também será beneficiado. Todos terão que cumprir a prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A íntegra da decisão está sob sigilo. A Folha apurou que uma das decisões de Ivan Athiê é de que os empresários devem se afastar do comando das empresas investigadas. Eles ainda estão proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça. No último dia 28, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a denúncia contra 23 pessoas feitas pelo procurador Leandro Metidieri, do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, o magistrado pediu a prisão dos cinco empresários. Bretas determinou que os presos comprovem ocupação lícita e que a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los. Nas investigações, a Polícia Federal e o MPF descobriram que entre 2007 e 2012, a empresa Delta recebeu R$ 11 bi em contratos públicos, sendo R$ 6,6 bi vindos de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes). De acordo com os investigadores, a Delta, através de seu escritório central e de outros regionais, realizou pagamentos a 18 empresas de fachada criadas por Carlos Cachoeira e por Adir Assad. PF e MPF calculam que R$ 370 milhões tenham sido lavados através dessas empresas. A Polícia Federal investiga se esse dinheiro foi repassado à agentes públicos. O procurador José Augusto Vagos lamentou a decisão e ressaltou que vai tentar reverter a decisão. "Fico a imaginar quais situações em concreto justificariam uma prisão cautelar para sua excelência, que, com todo respeito, sequer deu chance à PRR2 (Procuradoria Regional da República da 2ª Região) de ser ouvida. Foi um desprestígio para os órgãos que trabalharam duro nesta operação. Houve um gasto enorme de tempo, dinheiro, e sem maiores considerações e aprofundamentos, concedeu-se prisões domiciliares em série", disse o procurador. Nesta sexta, os empresários Carlos Cachoeira e Adir Assad chegaram a ser levados para o presídio de Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Como a decisão foi dada no fim da tarde, a dupla e os empresários Abbud e Abreu devem passar uma noite na unidade prisional. A defesa de Fernando Cavendish divulgou nota sobre o caso. "A decisão do magistrado reverte a prisão preventiva em prisão domiciliar, até que seja comprovada ocupação regular. A defesa reitera ainda que, consciente da legalidade dos seus atos, Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, e assim continuará a fazer no âmbito do inquérito policial". A Folha não conseguiu contato com as defesas dos outros quatro presos.
poder
Justiça liberta Cavendish, Assad e Cachoeira, presos em operação da PFO desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) concedeu o direito à prisão domiciliar dos empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Todos foram presos na quinta (30), na operação Saqueador, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro do grupo usando verbas públicas. Ainda foram beneficiados, Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções e Marcelo José Abbud, também detidos na operação. Athiê aceitou pedido dos advogados de Carlos Cachoeira e estendeu o benefício aos outros presos. Fernando Cavendish, único a não ser preso na ação por estar no exterior, também será beneficiado. Todos terão que cumprir a prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A íntegra da decisão está sob sigilo. A Folha apurou que uma das decisões de Ivan Athiê é de que os empresários devem se afastar do comando das empresas investigadas. Eles ainda estão proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça. No último dia 28, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a denúncia contra 23 pessoas feitas pelo procurador Leandro Metidieri, do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, o magistrado pediu a prisão dos cinco empresários. Bretas determinou que os presos comprovem ocupação lícita e que a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los. Nas investigações, a Polícia Federal e o MPF descobriram que entre 2007 e 2012, a empresa Delta recebeu R$ 11 bi em contratos públicos, sendo R$ 6,6 bi vindos de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes). De acordo com os investigadores, a Delta, através de seu escritório central e de outros regionais, realizou pagamentos a 18 empresas de fachada criadas por Carlos Cachoeira e por Adir Assad. PF e MPF calculam que R$ 370 milhões tenham sido lavados através dessas empresas. A Polícia Federal investiga se esse dinheiro foi repassado à agentes públicos. O procurador José Augusto Vagos lamentou a decisão e ressaltou que vai tentar reverter a decisão. "Fico a imaginar quais situações em concreto justificariam uma prisão cautelar para sua excelência, que, com todo respeito, sequer deu chance à PRR2 (Procuradoria Regional da República da 2ª Região) de ser ouvida. Foi um desprestígio para os órgãos que trabalharam duro nesta operação. Houve um gasto enorme de tempo, dinheiro, e sem maiores considerações e aprofundamentos, concedeu-se prisões domiciliares em série", disse o procurador. Nesta sexta, os empresários Carlos Cachoeira e Adir Assad chegaram a ser levados para o presídio de Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Como a decisão foi dada no fim da tarde, a dupla e os empresários Abbud e Abreu devem passar uma noite na unidade prisional. A defesa de Fernando Cavendish divulgou nota sobre o caso. "A decisão do magistrado reverte a prisão preventiva em prisão domiciliar, até que seja comprovada ocupação regular. A defesa reitera ainda que, consciente da legalidade dos seus atos, Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, e assim continuará a fazer no âmbito do inquérito policial". A Folha não conseguiu contato com as defesas dos outros quatro presos.
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Mortes: O 'tio-pai' das partidas de ludo
De um tabuleiro colorido de ludo, Celso Luiz tirava horas e horas de diversão, quase sempre acompanhado de um dos três sobrinhos ou um dos sete sobrinhos-netos. Eles dizem se lembrar de Celso como um verdadeiro "tio-pai" e "tio-vô". Na vizinhança da Vila Sônia, bairro da zona oeste da capital paulista onde morou por 35 anos, seu Celso era conhecido e querido por todos, do jornaleiro ao dono da quitanda. Aproveitava a proximidade de sua casa com o estádio do Morumbi para demonstrar, in loco, toda a sua paixão pelo São Paulo Futebol Clube —time da maioria esmagadora da família. Paulistano, viveu por toda a vida na capital. Nasceu no bairro de Pinheiros, filho de um contador da antiga companhia Light e de uma dona de casa. A única irmã, Maria Apparecida, conta que Celso começou a trabalhar já aos 14 anos, como office boy da extinta loja Mesbla. No início dos anos 60, trabalhava no Instituto Pinheiros quando conheceu Adélia, sobrinha de um funcionário da instituição. Casaram-se em 1963, e assim permaneceram pelos 52 anos seguintes. A facilidade em se comunicar lhe rendeu uma posição como propagandista farmacêutico, área em que trabalhou a maior parte da vida, visitando consultórios médicos para divulgar medicamentos. Morreu no dia 13, aos 77 anos, duas semanas após a descoberta de um câncer de pulmão. Deixa mulher, irmã, sobrinhos e sobrinhos-netos. A missa de sétimo dia será rezada neste sábado (18), às 19h, na paróquia São Benedito, Vila Sônia. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTA SEXTA-FEIRA 7º DIA Carlos Augusto Bresser de Paula - Amanhã (18/7), às 16h, na igreja São José do Belém, largo São José do Belém, s/n, Belenzinho. Klaus Furck - Amanhã (18/7), às 16h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, avenida Morumbi, 8.825, Brooklin. Terezinha do Amaral Pacini - Amanhã (18/7), às 12h, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 4º ANO Osvaldo Lacerda - Amanhã (18/7), às 19h, na igreja de São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 9º ANO Evangelina Barros Teixeira de Castro - Amanhã (18/7), às 19h, na igreja de São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista.
cotidiano
Mortes: O 'tio-pai' das partidas de ludoDe um tabuleiro colorido de ludo, Celso Luiz tirava horas e horas de diversão, quase sempre acompanhado de um dos três sobrinhos ou um dos sete sobrinhos-netos. Eles dizem se lembrar de Celso como um verdadeiro "tio-pai" e "tio-vô". Na vizinhança da Vila Sônia, bairro da zona oeste da capital paulista onde morou por 35 anos, seu Celso era conhecido e querido por todos, do jornaleiro ao dono da quitanda. Aproveitava a proximidade de sua casa com o estádio do Morumbi para demonstrar, in loco, toda a sua paixão pelo São Paulo Futebol Clube —time da maioria esmagadora da família. Paulistano, viveu por toda a vida na capital. Nasceu no bairro de Pinheiros, filho de um contador da antiga companhia Light e de uma dona de casa. A única irmã, Maria Apparecida, conta que Celso começou a trabalhar já aos 14 anos, como office boy da extinta loja Mesbla. No início dos anos 60, trabalhava no Instituto Pinheiros quando conheceu Adélia, sobrinha de um funcionário da instituição. Casaram-se em 1963, e assim permaneceram pelos 52 anos seguintes. A facilidade em se comunicar lhe rendeu uma posição como propagandista farmacêutico, área em que trabalhou a maior parte da vida, visitando consultórios médicos para divulgar medicamentos. Morreu no dia 13, aos 77 anos, duas semanas após a descoberta de um câncer de pulmão. Deixa mulher, irmã, sobrinhos e sobrinhos-netos. A missa de sétimo dia será rezada neste sábado (18), às 19h, na paróquia São Benedito, Vila Sônia. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTA SEXTA-FEIRA 7º DIA Carlos Augusto Bresser de Paula - Amanhã (18/7), às 16h, na igreja São José do Belém, largo São José do Belém, s/n, Belenzinho. Klaus Furck - Amanhã (18/7), às 16h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, avenida Morumbi, 8.825, Brooklin. Terezinha do Amaral Pacini - Amanhã (18/7), às 12h, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 4º ANO Osvaldo Lacerda - Amanhã (18/7), às 19h, na igreja de São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 9º ANO Evangelina Barros Teixeira de Castro - Amanhã (18/7), às 19h, na igreja de São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista.
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'Vai ter luta' na saúde e muito mais
O gasto com saúde é o primeiro campo das batalhas que serão causadas pela aprovação do "teto" para as despesas federais. O próximo, que deve ser muito mais amplo e intenso, será o da Previdência. Outros virão. A disputa vai se expandir para outros cantos do Orçamento. Vai envolver os interessados em serviços públicos de saúde e educação, tanto os mais ricos quanto os mais pobres. Vai envolver empresas beneficiárias de subsídios e reduções de impostos. Funcionários públicos. Beneficiários da Previdência e do seguro-desemprego. Caso a emenda constitucional que limita os gasto federais seja aprovada tal como passou em primeiro turno na Câmara, haverá disputa por uma quantidade fixa de dinheiro, como agora o povo começa a perceber. Fixa por pelo menos uma década, caso os próximos governo e Congresso não decidam derrubar o "teto" —tudo é possível. Por enquanto, grita-se contra a perspectiva de que a verba mínima para a saúde não vá crescer tal como o previsto na norma atual. Se a verba mínima permanecer a mesma, deve cair cerca de 5%, em termos per capita, até 2026, data prevista para a primeira revisão do "teto". Desde o início do século até 2015, crescera cerca de 30% (per capita). Caso o "teto" passe mesmo a vigorar, em breve os defensores dos recursos para a saúde, dentro e fora do governo, procurarão dinheiro noutra parte do Orçamento. Onde? Uma opção serão as desonerações de impostos e subsídios, dinheiro que as empresas deixam de recolher por concessão do governo. Na prática, um gasto que pode ser cancelado e transferido para outra rubrica –saúde, educação, Previdência, investimento. Também "na prática", o cancelamento desses gastos tributários equivaleria a um aumento de impostos, do ponto de vista das empresas. As "desonerações" da Previdência nos anos Dilma Rousseff são um desses gastos gordos. Por falar nisso, o gasto com Previdência, mesmo com reforma, ainda vai crescer bem por vários anos, achatando alguma outra despesa. De despesas maiores, sobram as aposentadorias e salários dos servidores federais e os investimentos "em obras". "Vai ter luta", como dizem certos militantes da política. Note-se de passagem que o governo gasta diretamente cerca de 1,7% do PIB em saúde. Gasta indiretamente, digamos, outro 0,5% do PIB em saúde por deixar de recolher impostos, renúncias fiscais do setor. Essa estimativa é dos pesquisadores Carlos Ocké-Reis (Ipea) e Filipe da Gama (Receita Federal), calculada na Nota Técnica 19 do Ipea, para dados de 2013. Entenda-se. Pessoas físicas e jurídicas podem abater despesas de saúde no Imposto de Renda. Há reduções de impostos ("desonerações") para a indústria farmacêutica e para hospitais filantrópicos. Isso é gasto indireto em saúde. Como tantos subsídios, será objeto de "luta". Caso se aprove de vez o "teto", a caça aos dinheiros do Orçamento será mais intensa. Haverá disputa do bolo de tamanho fixo, a ser dividido por mais gente, pois a população cresce. A alternativa será a "flexibilização" do teto, acompanhada de aumento de imposto, ou a privatização de certos serviços públicos. Será um debate da eleição de 2018. Será um conflito aberto em 2022, no mais tardar.
colunas
'Vai ter luta' na saúde e muito maisO gasto com saúde é o primeiro campo das batalhas que serão causadas pela aprovação do "teto" para as despesas federais. O próximo, que deve ser muito mais amplo e intenso, será o da Previdência. Outros virão. A disputa vai se expandir para outros cantos do Orçamento. Vai envolver os interessados em serviços públicos de saúde e educação, tanto os mais ricos quanto os mais pobres. Vai envolver empresas beneficiárias de subsídios e reduções de impostos. Funcionários públicos. Beneficiários da Previdência e do seguro-desemprego. Caso a emenda constitucional que limita os gasto federais seja aprovada tal como passou em primeiro turno na Câmara, haverá disputa por uma quantidade fixa de dinheiro, como agora o povo começa a perceber. Fixa por pelo menos uma década, caso os próximos governo e Congresso não decidam derrubar o "teto" —tudo é possível. Por enquanto, grita-se contra a perspectiva de que a verba mínima para a saúde não vá crescer tal como o previsto na norma atual. Se a verba mínima permanecer a mesma, deve cair cerca de 5%, em termos per capita, até 2026, data prevista para a primeira revisão do "teto". Desde o início do século até 2015, crescera cerca de 30% (per capita). Caso o "teto" passe mesmo a vigorar, em breve os defensores dos recursos para a saúde, dentro e fora do governo, procurarão dinheiro noutra parte do Orçamento. Onde? Uma opção serão as desonerações de impostos e subsídios, dinheiro que as empresas deixam de recolher por concessão do governo. Na prática, um gasto que pode ser cancelado e transferido para outra rubrica –saúde, educação, Previdência, investimento. Também "na prática", o cancelamento desses gastos tributários equivaleria a um aumento de impostos, do ponto de vista das empresas. As "desonerações" da Previdência nos anos Dilma Rousseff são um desses gastos gordos. Por falar nisso, o gasto com Previdência, mesmo com reforma, ainda vai crescer bem por vários anos, achatando alguma outra despesa. De despesas maiores, sobram as aposentadorias e salários dos servidores federais e os investimentos "em obras". "Vai ter luta", como dizem certos militantes da política. Note-se de passagem que o governo gasta diretamente cerca de 1,7% do PIB em saúde. Gasta indiretamente, digamos, outro 0,5% do PIB em saúde por deixar de recolher impostos, renúncias fiscais do setor. Essa estimativa é dos pesquisadores Carlos Ocké-Reis (Ipea) e Filipe da Gama (Receita Federal), calculada na Nota Técnica 19 do Ipea, para dados de 2013. Entenda-se. Pessoas físicas e jurídicas podem abater despesas de saúde no Imposto de Renda. Há reduções de impostos ("desonerações") para a indústria farmacêutica e para hospitais filantrópicos. Isso é gasto indireto em saúde. Como tantos subsídios, será objeto de "luta". Caso se aprove de vez o "teto", a caça aos dinheiros do Orçamento será mais intensa. Haverá disputa do bolo de tamanho fixo, a ser dividido por mais gente, pois a população cresce. A alternativa será a "flexibilização" do teto, acompanhada de aumento de imposto, ou a privatização de certos serviços públicos. Será um debate da eleição de 2018. Será um conflito aberto em 2022, no mais tardar.
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Morre aos 75 Jerry Heller, ex-empresário dos rappers do N.W.A
Jerry Heller, o homem que apresentou ao mundo os pioneiros do grupo de "gangsta rap" N.W.A., antes de romper com eles em um agitado divórcio, morreu aos 75 anos -informou sua gravadora, neste sábado (3). O ex-empresário do grupo da costa oeste americana morreu na sexta-feira de causas não divulgadas, segundo um comunicado da Ruthless Records, a gravadora que ele cofundou. Heller trabalhou com vários artistas de renome, como Elton John e Pink Floyd, antes de encontrar em 1987 um dos fundadores do N.W.A –abreviação de Niggaz Wit Attitude (negros de atitude)–, o rapper Eazy-E, e decidir formar o grupo. Mais tarde, Heller se envolveu em disputas com colegas de banda de Eazy –seus ex-protegidos e lendas do rap Dr. Dre e Ice Cube, que o acusaram de semear divisão entre o N.W.A. para maximizar seu próprio lucro. Heller denunciou em 2015 a equipe que produziu o sucesso de bilheterias "Straight Outta Compton", que relata a ascensão do N.W.A., por descrevê-lo como "um ladrão". Pediu US$ 110 milhões de indenização por danos e prejuízos. O N.W.A se separou após lançar seu último álbum em 1991.
ilustrada
Morre aos 75 Jerry Heller, ex-empresário dos rappers do N.W.AJerry Heller, o homem que apresentou ao mundo os pioneiros do grupo de "gangsta rap" N.W.A., antes de romper com eles em um agitado divórcio, morreu aos 75 anos -informou sua gravadora, neste sábado (3). O ex-empresário do grupo da costa oeste americana morreu na sexta-feira de causas não divulgadas, segundo um comunicado da Ruthless Records, a gravadora que ele cofundou. Heller trabalhou com vários artistas de renome, como Elton John e Pink Floyd, antes de encontrar em 1987 um dos fundadores do N.W.A –abreviação de Niggaz Wit Attitude (negros de atitude)–, o rapper Eazy-E, e decidir formar o grupo. Mais tarde, Heller se envolveu em disputas com colegas de banda de Eazy –seus ex-protegidos e lendas do rap Dr. Dre e Ice Cube, que o acusaram de semear divisão entre o N.W.A. para maximizar seu próprio lucro. Heller denunciou em 2015 a equipe que produziu o sucesso de bilheterias "Straight Outta Compton", que relata a ascensão do N.W.A., por descrevê-lo como "um ladrão". Pediu US$ 110 milhões de indenização por danos e prejuízos. O N.W.A se separou após lançar seu último álbum em 1991.
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Prefeito do DEM contrata firma de filhos de aliado sem licitação na BA
Recém-empossado para a Prefeitura de Camaçari, região metropolitana de Salvador, o prefeito Elinaldo Araújo (DEM) assinou contrato emergencial com dispensa de licitação para os serviços de coleta de lixo da cidade. A empresa contratada foi a Naturalle Tratamento de Resíduos, que tem como sócia a RVT Incorporação —pertencente aos irmãos Vitor e Rodrigo Loureiro Souto. Ambos são filhos do ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM), atual secretário da Fazenda de Salvador na gestão de ACM Neto (DEM). Responsável pela gestão da Naturalle, atuando como sócio administrador, Vitor Souto também é filiado ao DEM desde 2009. A empresa foi criada em 2014. O contrato emergencial, com prazo de 90 dias, custará R$ 17,4 milhões ao município. Prevê serviços de coleta de lixo domiciliar e de zeladoria como varrição, roçagem e lavagem das vias públicas. Quarta maior cidade da Bahia, Camaçari abriga o principal polo industrial do Estado. Tem a segunda maior economia e a segunda maior arrecadação da Bahia, com orçamento de R$ 1,2 bilhão. A Naturalle foi contratada em substituição à Abrantes Ambiental, que operava o lixo na gestão do prefeito Ademar Delgado (PCdoB) sob contrato emergencial encerrado em 31 de dezembro. A gestão de Delgado chegou a fazer licitação para coleta de lixo na reta final da gestão, vencida pela própria Abrantes. O certame, contudo, foi suspenso pela Justiça. Advogado especialista em Direito Público, José Amando Júnior diz que a contratação da nova empresa de coleta de lixo sem licitação não tem base legal. Mas diz que o erro foi da gestão anterior. "Tecnicamente, não houve emergência, mas falta de planejamento da gestão anterior. Como é inimaginável a cidade ficar sem coleta de lixo, já que não havia tempo hábil para uma licitação, a dispensa acaba aceita", diz. Segundo ele, a prefeitura deve usar o período do contrato emergencial para licitar o serviço de coleta de lixo. E deve ser punida caso prorrogue o contrato por mais tempo que os 90 dias previstos. PREFEITURAS Além da Naturalle, Vitor Souto também é sócio de outra empresa que atua no setor de coleta de lixo —a Ecolurb Engenharia, Conservação e Limpeza Urbana. As duas funcionam no mesmo endereço em Salvador. Desde 2013, a empresa assumiu a coleta de lixo de importantes municípios baianos governados por partidos aliados do DEM, caso de Valença, Irecê, Espanada e São Sebastião do Passé. Nas quatro cidades, os contratos firmados foram emergenciais, com dispensa de licitação. A Ecolurb também firmou contratos com prefeituras de Catu e Dias D'Ávila, governadas pelo PT. OUTRO LADO A prefeitura de Camaçari informou, por meio da coordenadoria de comunicação, que a contratação da Naturalle Tratamento de Resíduos foi feita de forma legal, com respaldo na lei de licitações. Diz que quatro empresas enviaram cartas à prefeitura manifestando interesse em assumir a operação de lixo da cidade, cujo contrato vigente seria encerrado em 31 de dezembro de 2016. Três das quatro empresas apresentaram propostas —Naturalle, MM Consultoria e Biosanear. Segundo a prefeitura, a Naturalle teria oferecido o menor preço. A prefeitura ainda afirma que o contrato representará economia de R$ 1 milhão por mês em comparação com a empresa que prestava o serviço na gestão anterior. Diz que o novo contrato prevê que a empresa também opere o aterro sanitário de Camaçari, que custa mensalmente R$ 980 mil. A prefeitura ainda informa que deverá licitar o serviço de coleta. Em nota, o empresário Vitor Souto afirmou que a contratação da Naturalle foi feita com base na Lei de Licitações chancelada pela Procuradoria do município. "Éramos uma das quatro empresas cadastradas e fomos contatadas para apresentar o nosso preço pelo serviço emergencial. Apresentamos o menor valor pelo serviço e vencemos", diz a nota. Ele ainda afirma que contratação da empresa possibilitou a normalização o serviço de coleta de lixo da cidade, que tinha seis mil toneladas de lixo acumuladas nas ruas.
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Prefeito do DEM contrata firma de filhos de aliado sem licitação na BARecém-empossado para a Prefeitura de Camaçari, região metropolitana de Salvador, o prefeito Elinaldo Araújo (DEM) assinou contrato emergencial com dispensa de licitação para os serviços de coleta de lixo da cidade. A empresa contratada foi a Naturalle Tratamento de Resíduos, que tem como sócia a RVT Incorporação —pertencente aos irmãos Vitor e Rodrigo Loureiro Souto. Ambos são filhos do ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM), atual secretário da Fazenda de Salvador na gestão de ACM Neto (DEM). Responsável pela gestão da Naturalle, atuando como sócio administrador, Vitor Souto também é filiado ao DEM desde 2009. A empresa foi criada em 2014. O contrato emergencial, com prazo de 90 dias, custará R$ 17,4 milhões ao município. Prevê serviços de coleta de lixo domiciliar e de zeladoria como varrição, roçagem e lavagem das vias públicas. Quarta maior cidade da Bahia, Camaçari abriga o principal polo industrial do Estado. Tem a segunda maior economia e a segunda maior arrecadação da Bahia, com orçamento de R$ 1,2 bilhão. A Naturalle foi contratada em substituição à Abrantes Ambiental, que operava o lixo na gestão do prefeito Ademar Delgado (PCdoB) sob contrato emergencial encerrado em 31 de dezembro. A gestão de Delgado chegou a fazer licitação para coleta de lixo na reta final da gestão, vencida pela própria Abrantes. O certame, contudo, foi suspenso pela Justiça. Advogado especialista em Direito Público, José Amando Júnior diz que a contratação da nova empresa de coleta de lixo sem licitação não tem base legal. Mas diz que o erro foi da gestão anterior. "Tecnicamente, não houve emergência, mas falta de planejamento da gestão anterior. Como é inimaginável a cidade ficar sem coleta de lixo, já que não havia tempo hábil para uma licitação, a dispensa acaba aceita", diz. Segundo ele, a prefeitura deve usar o período do contrato emergencial para licitar o serviço de coleta de lixo. E deve ser punida caso prorrogue o contrato por mais tempo que os 90 dias previstos. PREFEITURAS Além da Naturalle, Vitor Souto também é sócio de outra empresa que atua no setor de coleta de lixo —a Ecolurb Engenharia, Conservação e Limpeza Urbana. As duas funcionam no mesmo endereço em Salvador. Desde 2013, a empresa assumiu a coleta de lixo de importantes municípios baianos governados por partidos aliados do DEM, caso de Valença, Irecê, Espanada e São Sebastião do Passé. Nas quatro cidades, os contratos firmados foram emergenciais, com dispensa de licitação. A Ecolurb também firmou contratos com prefeituras de Catu e Dias D'Ávila, governadas pelo PT. OUTRO LADO A prefeitura de Camaçari informou, por meio da coordenadoria de comunicação, que a contratação da Naturalle Tratamento de Resíduos foi feita de forma legal, com respaldo na lei de licitações. Diz que quatro empresas enviaram cartas à prefeitura manifestando interesse em assumir a operação de lixo da cidade, cujo contrato vigente seria encerrado em 31 de dezembro de 2016. Três das quatro empresas apresentaram propostas —Naturalle, MM Consultoria e Biosanear. Segundo a prefeitura, a Naturalle teria oferecido o menor preço. A prefeitura ainda afirma que o contrato representará economia de R$ 1 milhão por mês em comparação com a empresa que prestava o serviço na gestão anterior. Diz que o novo contrato prevê que a empresa também opere o aterro sanitário de Camaçari, que custa mensalmente R$ 980 mil. A prefeitura ainda informa que deverá licitar o serviço de coleta. Em nota, o empresário Vitor Souto afirmou que a contratação da Naturalle foi feita com base na Lei de Licitações chancelada pela Procuradoria do município. "Éramos uma das quatro empresas cadastradas e fomos contatadas para apresentar o nosso preço pelo serviço emergencial. Apresentamos o menor valor pelo serviço e vencemos", diz a nota. Ele ainda afirma que contratação da empresa possibilitou a normalização o serviço de coleta de lixo da cidade, que tinha seis mil toneladas de lixo acumuladas nas ruas.
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Elio Gaspari traz novo paradigma para entendimento da história, diz leitor
Mais uma vez, Elio Gaspari ilumina a cena com um novo paradigma conceitual para o entendimento da nossa história. Um teste para seu DNA golpista nos coloca frente a frente com uma realidade cruel e incontornável: as sete pragas do Egito aqui viraram dez. PAULO NASCIMENTO (Santos, SP) * Os momentos históricos apresentados por Elio Gaspari são conhecidos, mas a leitura política (de esquerda ou direita) é diferente. A proclamação em 1889 que destituiu um imperador após 49 anos no poder não foi golpe. Em 1930, Getúlio fez a revolução capitalista no Brasil e mudou a estrutura econômica, incluindo a burguesia industrial, a classe média e o operariado no cenário nacional, uma revolução "do bem". Em 1955 foi uma continuação do golpe contra Getúlio. Em 1961, o parlamentarismo foi um golpe contra Jango, assim como em 1964. Nada justifica um golpe no momento. ANTONIO NEGRÃO DE SÁ, funcionário público (Rio de Janeiro, RJ) * A ombudsman (Conversa difícil ) diz, sobre a entrevista da presidenta, que "a obrigação de ouvir o contraditório não implica abrir mão de fazer perguntas espinhosas nem libera o personagem para falar o que quiser sem contradita". Concordo, mas tenho certeza que certas perguntas não se fazem para não ter de publicar certas respostas. Alguns personagens da oposição, em especial o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –que vive dizendo que o PT quebrou o Brasil–, fazem acusações variadas à presidenta sem que lhes seja, na contradita, apontado o fato de que eles são passíveis das mesmas acusações. CELSO BALLOTI (Santos, SP) * Esperamos que o TCU e o Congresso analisem com isenção as contas de 2014 do governo Dilma (Câmara abre caminho para análise das contas de Dilma ) e que o TSE observe com clareza e honestidade as doações de campanha feitas ao PT. Mas isso é pedir demais num país onde as decisões mais importantes são postergadas, onde as autoridades responsáveis pelo bom andamento das instituições fecham os olhos e dão um jeito de aprovar as irregularidades e crimes cometidos por políticos que levam o Brasil ao retrocesso e à desgraça social. Viveremos para assistir à mudança dessa realidade? MYRIAN MACEDO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Elio Gaspari traz novo paradigma para entendimento da história, diz leitorMais uma vez, Elio Gaspari ilumina a cena com um novo paradigma conceitual para o entendimento da nossa história. Um teste para seu DNA golpista nos coloca frente a frente com uma realidade cruel e incontornável: as sete pragas do Egito aqui viraram dez. PAULO NASCIMENTO (Santos, SP) * Os momentos históricos apresentados por Elio Gaspari são conhecidos, mas a leitura política (de esquerda ou direita) é diferente. A proclamação em 1889 que destituiu um imperador após 49 anos no poder não foi golpe. Em 1930, Getúlio fez a revolução capitalista no Brasil e mudou a estrutura econômica, incluindo a burguesia industrial, a classe média e o operariado no cenário nacional, uma revolução "do bem". Em 1955 foi uma continuação do golpe contra Getúlio. Em 1961, o parlamentarismo foi um golpe contra Jango, assim como em 1964. Nada justifica um golpe no momento. ANTONIO NEGRÃO DE SÁ, funcionário público (Rio de Janeiro, RJ) * A ombudsman (Conversa difícil ) diz, sobre a entrevista da presidenta, que "a obrigação de ouvir o contraditório não implica abrir mão de fazer perguntas espinhosas nem libera o personagem para falar o que quiser sem contradita". Concordo, mas tenho certeza que certas perguntas não se fazem para não ter de publicar certas respostas. Alguns personagens da oposição, em especial o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –que vive dizendo que o PT quebrou o Brasil–, fazem acusações variadas à presidenta sem que lhes seja, na contradita, apontado o fato de que eles são passíveis das mesmas acusações. CELSO BALLOTI (Santos, SP) * Esperamos que o TCU e o Congresso analisem com isenção as contas de 2014 do governo Dilma (Câmara abre caminho para análise das contas de Dilma ) e que o TSE observe com clareza e honestidade as doações de campanha feitas ao PT. Mas isso é pedir demais num país onde as decisões mais importantes são postergadas, onde as autoridades responsáveis pelo bom andamento das instituições fecham os olhos e dão um jeito de aprovar as irregularidades e crimes cometidos por políticos que levam o Brasil ao retrocesso e à desgraça social. Viveremos para assistir à mudança dessa realidade? MYRIAN MACEDO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Crise leva Acrópole a aceitar pagamentos com cartão de crédito
Precisando de dinheiro na conturbada Grécia, mas desesperado para visitar a Acrópole? Turistas que enfrentam caixas eletrônicos vazios não precisam se desesperar, os visitantes do sítio arqueológico agora podem, pela primeira vez, pagar com cartão –informou nesta segunda-feira (29) o ministério da Cultura. As pessoas há muito tempo vêm pedindo para poder usar cartões de débito ou crédito para comprar as entradas de € 12 (cerca de R$ 40) para a cidadela de Atenas. O ministério insistiu que as famílias que querem admirar o Partenon de perto não seriam penalizadas pela falta de dinheiro em espécie. Longas filas surgiram em caixas eletrônicos ao redor da cidade depois que a Grécia impôs controles de capital e fechou bancos em todo o país, na esperança de evitar uma corrida aos bancos na sequência de um fracasso de suas negociações de resgate. Os saques feitos nos caixas eletrônicos ficaram limitados a € 60 por dia, por cartão. Cartões emitidos por bancos estrangeiros estão isentos, mas alguns turistas estavam ficando sem dinheiro nesta segunda-feira quando as máquinas começaram a esvaziar. O ministério disse que os operadores turísticos também podem comprar a entradas para o local com notas promissórias, com o dinheiro a ser pago uma vez que os bancos reabram. O templo de 2.500 anos foi usado pelos gregos antigos para venerar a deusa Atena, deusa da sabedoria.
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Crise leva Acrópole a aceitar pagamentos com cartão de créditoPrecisando de dinheiro na conturbada Grécia, mas desesperado para visitar a Acrópole? Turistas que enfrentam caixas eletrônicos vazios não precisam se desesperar, os visitantes do sítio arqueológico agora podem, pela primeira vez, pagar com cartão –informou nesta segunda-feira (29) o ministério da Cultura. As pessoas há muito tempo vêm pedindo para poder usar cartões de débito ou crédito para comprar as entradas de € 12 (cerca de R$ 40) para a cidadela de Atenas. O ministério insistiu que as famílias que querem admirar o Partenon de perto não seriam penalizadas pela falta de dinheiro em espécie. Longas filas surgiram em caixas eletrônicos ao redor da cidade depois que a Grécia impôs controles de capital e fechou bancos em todo o país, na esperança de evitar uma corrida aos bancos na sequência de um fracasso de suas negociações de resgate. Os saques feitos nos caixas eletrônicos ficaram limitados a € 60 por dia, por cartão. Cartões emitidos por bancos estrangeiros estão isentos, mas alguns turistas estavam ficando sem dinheiro nesta segunda-feira quando as máquinas começaram a esvaziar. O ministério disse que os operadores turísticos também podem comprar a entradas para o local com notas promissórias, com o dinheiro a ser pago uma vez que os bancos reabram. O templo de 2.500 anos foi usado pelos gregos antigos para venerar a deusa Atena, deusa da sabedoria.
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Seleção migratória
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou seu endosso a um projeto do Congresso americano com vistas a reduzir a imigração legal pela metade num prazo de dez anos. A proposta, de dois senadores republicanos, institui um sistema baseado em "méritos" para a concessão do "green card" —o direito de residência no país. Hoje, 1 milhão de pessoas recebem esse benefício a cada ano. A população dos EUA é de cerca de 326 milhões de habitantes e estima-se que 11 milhões de imigrantes vivam ilegalmente no país. Propõe-se agora que passem a ter prioridade candidatos que demonstrem padrões elevados de capacitação profissional, educação e conhecimento da língua inglesa. A principal mudança é a restrição das regras que estendem o direito a parentes de imigrantes legalizados. Estatística referente a 2015 mostra que 64,6% dos que obtiveram residência permanente se valeram de relações de parentesco. Também cogita-se limitar a 50 mil o número de refugiados que podem ingressar no país a cada ano —em 2016, o presidente Barack Obama autorizou a entrada de cerca de 100 mil. O governo argumenta que o projeto segue normas de outros países, como o Canadá, que adotam sistema baseado em qualificações. O debate levanta críticas ideológicas e práticas. No primeiro caso, o fato de a mudança ter o patrocínio de Trump ressaltaria sua filiação ao ideário nacionalista e discriminatório que o presidente professa e reitera desde os tempos de sua candidatura. A medida seria uma espécie de "muro" legal a barrar os mais pobres, como latinos e árabes. Do ponto de vista pragmático, argumenta-se que, com menos imigrantes, uma série de atividades —na agricultura e nos serviços, por exemplo— ficaria ameaçada ou passaria a exigir salários mais elevados na tentativa, incerta, de atrair mão de obra com acesso a postos mais qualificados. A alegação do governo de que o plano defende os assalariados do país foi contestada por economistas que não veem conexão direta entre redução de imigrantes e promoção de americanos no mercado. Afirma-se, ainda, que uma economia de desemprego baixo, num país em processo de envelhecimento, requer mão de obra estrangeira —cortá-la limitaria a expansão. Trump, contudo, não parece se sensibilizar com os questionamentos. Pretende levar a proposta adiante, mesmo sob o risco de acrescentar mais um foco de desavenças aos muitos impasses que sua agenda já enfrenta no Congresso. [email protected]
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Seleção migratóriaO presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou seu endosso a um projeto do Congresso americano com vistas a reduzir a imigração legal pela metade num prazo de dez anos. A proposta, de dois senadores republicanos, institui um sistema baseado em "méritos" para a concessão do "green card" —o direito de residência no país. Hoje, 1 milhão de pessoas recebem esse benefício a cada ano. A população dos EUA é de cerca de 326 milhões de habitantes e estima-se que 11 milhões de imigrantes vivam ilegalmente no país. Propõe-se agora que passem a ter prioridade candidatos que demonstrem padrões elevados de capacitação profissional, educação e conhecimento da língua inglesa. A principal mudança é a restrição das regras que estendem o direito a parentes de imigrantes legalizados. Estatística referente a 2015 mostra que 64,6% dos que obtiveram residência permanente se valeram de relações de parentesco. Também cogita-se limitar a 50 mil o número de refugiados que podem ingressar no país a cada ano —em 2016, o presidente Barack Obama autorizou a entrada de cerca de 100 mil. O governo argumenta que o projeto segue normas de outros países, como o Canadá, que adotam sistema baseado em qualificações. O debate levanta críticas ideológicas e práticas. No primeiro caso, o fato de a mudança ter o patrocínio de Trump ressaltaria sua filiação ao ideário nacionalista e discriminatório que o presidente professa e reitera desde os tempos de sua candidatura. A medida seria uma espécie de "muro" legal a barrar os mais pobres, como latinos e árabes. Do ponto de vista pragmático, argumenta-se que, com menos imigrantes, uma série de atividades —na agricultura e nos serviços, por exemplo— ficaria ameaçada ou passaria a exigir salários mais elevados na tentativa, incerta, de atrair mão de obra com acesso a postos mais qualificados. A alegação do governo de que o plano defende os assalariados do país foi contestada por economistas que não veem conexão direta entre redução de imigrantes e promoção de americanos no mercado. Afirma-se, ainda, que uma economia de desemprego baixo, num país em processo de envelhecimento, requer mão de obra estrangeira —cortá-la limitaria a expansão. Trump, contudo, não parece se sensibilizar com os questionamentos. Pretende levar a proposta adiante, mesmo sob o risco de acrescentar mais um foco de desavenças aos muitos impasses que sua agenda já enfrenta no Congresso. [email protected]
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Veja 13 orientações sobre o que o turista pode ou não pode fazer
No início do mês, o secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Ruy Pereira Gaspar, e outras 30 pessoas foram autuados por dirigir buggy em praia onde veículos são proibidos -depois disso, ele disse que ampliará a fiscalização. Situações assim, de regras ligadas ao turismo sendo desobedecidas, são comuns. "Quem fiscaliza o ambiente é o turista consciente", diz Luiz Del Vigna, vice-presidente da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura). Segundo ele, a legislação fragmentada –há leis federais, estaduais e municipais– dificulta a fiscalização, a penalização e confunde o turista. Há quem discorde de tantas regras. Para o bugueiro Kadmo Donato, de Natal (RN), "o buggy é leve e não afeta em nada a duna". "Não sabia que catar conchinha na praia era proibido. Terei de voltar à Jericoacoara para devolver algumas que eu trouxe", diz a bancária Marina Faria, 31. "Acho que ninguém sabe disso, onde está escrito que não pode?" De fato, está escrito no documento Conduta Consciente em Ambientes Recifais, do Ministério do Meio Ambiente, que orienta que não sejam coletados "restos de conchas, corais, estrelas-do-mar e outras carapaças". Assim como essa recomendação, o ministério, por meio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), dá orientações gerais sobre práticas turísticas e sugere que o viajante se informe sobre o destino no órgão de turismo local. Por outro lado, não prevê punição para algumas regras que vierem a ser desrespeitadas. Sem fiscalização, dizem especialistas, deveria haver maior difusão de informações para inibir práticas que prejudicam ecossistemas. "Considero a promoção da educação ambiental o mais importante instrumento de proteção da natureza, devido ao caráter inibidor de condutas de potencial lesivo", afirma a advogada Ana Carolina de Melo Brito, da comissão de meio ambiente da OAB-PE, segundo quem há pouca presença do Estado na fiscalização das regras. Entre quem já segue a cartilha do ecoturista está a dona de casa Roberta Matheus Nogueira, 47, que faz trilhas de bicicleta há cerca de três anos -a maioria já abertas e sinalizadas. "A bicicleta não afeta o ambiente, além disso a gente não mexe na mata, recolhemos o nosso lixo e também o de outras pessoas." Além de buscar informações, o turista também deve escolher com critério as empresas que lhe prestarão serviços, diz Luiz Del Vigna, da Abeta (associação das empresas de ecoturismo). Isso porque a legislação não obriga que elas sejam certificadas com relação a segurança e boas práticas, mas muitas buscam atestados como o ISO21101 por conta própria. "A gente precisa que o turista exija os melhores serviços e conheça os riscos que ele e a natureza correm", diz Del Vigna. Veja a seguir 13 orientações sobre o que o turista pode ou não pode fazer 1. Posso andar de buggy na praia? Passeios em veículo com motor não são permitidos em áreas de dunas, pois prejudicam seu processo de formação natural, diz o ICMBio. Em praias sem dunas, de acordo com lei local, o tour é permitido. Segundo a Abeta, um problema é a destruição dos pontos de desova de tartarugas. Em Jericoacoara (CE), há locais em que a passagem de veículos é permitida -as orientações devem ser consultadas antes de realizar a atividade. Quem quer visitar os Lençóis Maranhenses em veículo 4 x 4 próprio deve antes pedir autorização à administração do parque, que fica em Barreirinhas (MA). * 2. Posso alimentar animais que vivem soltos na natureza? Nunca alimente os animais. Nem na praia, nem na mata. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, alimentar peixes com sobras, ração ou pão prejudica a saúde dos peixes e dos corais, além de causar desequilíbrio no ambiente. Alimentar animais silvestres na mata ou deixar restos de alimentos ao alcance deles também prejudica o organismo dos bichos. O órgão federal ICMBio já registrou casos de animais com perda de pelo, emagrecimento acentuado e até bichos que morreram devido a problemas como colesterol alto e diabetes. * 3. Posso fazer fogueiras na mata ou na praia? As fogueiras são proibidas em locais ambientalmente protegidos. A atividade enfraquece o solo e representa uma das grandes causas de incêndios florestais. O ICMBio orienta que, para cozinhar, o turista utilize um fogareiro próprio para acampamento. Para iluminação, é possível usar lampião ou lanterna, em vez de fogueira. Para se aquecer, basta ter a roupa adequada ao clima do local que se está visitando. Em São Paulo, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente orienta que os turistas não façam fogueiras nos locais de visitação, como o parque estadual Cantareira, declarado pela Unesco parte da reserva da biosfera da cidade de São Paulo em 1994. Caso a fogueira feita pelo turista cause incêndio florestal, ele pode ser responsabilizado por crime ambiental, com possibilidade de pena de reclusão de dois a quatro anos e multa. * 4. Posso tomar banho com sabonete em rios? O uso de produtos de higiene não é permitido por interferir nas características locais do ambiente. Sabonetes, óleos e produtos de higiene pessoal são prejudiciais ao ambiente -a espuma pode matar peixes e outros seres vivos. Na praia, em poças de maré, que são pequenas piscinas que se formam na maré baixa, ou em áreas de pouca circulação, use apenas protetor solar à prova de água, pois o uso de óleo prejudica as plantas e os animais. Em fontes naturais de água, também não use sabão nem lave utensílios pessoais. * 5. Posso fazer trilhas de moto na mata? O uso de motos para visitação em trilhas nos parques nacionais é proibido. De acordo com o ICMBio, esse tipo de veículo causa extremo impacto ambiental em matas e inviabiliza a utilização da trilha por outros visitantes. Segundo o Instituto EcoBrasil, entidade civil de turismo sustentável, o uso de motos é permitido somente em trilhas particulares e desde que não cause impactos ambientais. A Abeta também orienta que motos não sejam utilizadas para nenhum tipo de trilha em áreas de mata protegida por causarem muita destruição no ambiente. * 6. Posso fumar e tomar cerveja ao percorrer uma trilha? O consumo de bebidas alcoólicas e cigarros é proibido em locais de proteção ambiental. O álcool, porque afeta os reflexos dos turistas, podendo acarretar descuidos e acidentes; o cigarro, porque pode ocasionar focos de incêndio. Na Chapada dos Veadeiros (GO), a entrada nas áreas de visitação com bebidas alcoólicas ou qualquer outra droga é proibida. Também é vetada a entrada no local com armas, materiais ou instrumentos destinados a corte, caça, pesca ou quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna e à flora. * 7. Posso fazer trilha de bicicleta na mata? Você pode utilizar bicicletas somente em parques nacionais que possuem áreas preparadas para isso. No parque nacional da Tijuca (RJ), é proibida a circulação de bicicletas nas trilhas do local, no entanto, é possível praticar ciclismo nas estradas do local que estão preparadas para a atividade. De acordo com a Associação Internacional de Ciclismo de Montanha, o ciclista não deve deixar nada na trilha, dar sempre preferência aos animais (como cavalos) e passar apenas por caminhos já abertos. * 8. Posso mergulhar em qualquer lugar? A regulamentação da prática varia de acordo com cada local que está sendo visitado. O Ministério do Turismo orienta que os turistas procurem somente empresas credenciadas no órgão (veja em cadastur.turismo.gov.br ) para evitar danos à natureza. Algumas dicas para mergulho incluem cuidados como não pisar ou tocar em corais -em função de sua fragilidade-, movimentar-se lentamente na água para não afugentar animais e nunca coletar nada do ambiente de recifes. Em Fernando de Noronha (PE), por exemplo, há duas praias -Atalaia e Sueste- em que, devido à presença de corais, o visitante só pode entrar de colete salva-vidas e pé de pato. * 9. Posso andar de moto aquática na praia? Pode, desde que respeite os limites geográficos impostos por lei e esteja habilitado (veja como obter a carteira em dpc.mar.mil.br ). Segundo a Marinha, as embarcações motorizadas têm que respeitar a distância mínima de 200 metros da linha de arrebentação das ondas ou, no caso de lagos e lagoas, de onde se inicia o espelho d'água. Outra recomendação é que os usuários do transporte estejam com coletes salva-vidas. No verão de 2012, Grazielly Lames, 3, morreu atropelada por um jet ski pilotado por um adolescente que desobedeceu o limite em Bertioga (SP). * 10. Posso pescar em rios? A pesca esportiva e recreativa é proibida nos parques nacionais, segundo o ICMBio. Em áreas de proteção ambiental, florestas nacionais e reservas, a atividade segue as regras de cada local. A pesca esportiva e recreativa é uma atividade dirigida para poucas espécies de peixes, pois gera estresse nos animais. Em períodos como o defeso (época da reprodução; veja lista do Ministério da Pesca em bit.ly/1Ca6zl5 ) ou em locais não autorizados pode levar a um desequilíbrio da cadeia alimentar, afetando não só a espécie alvo da pesca, mas muitas outras, animais e vegetais. A pesca com explosivos ou substâncias químicas é proibida por ser nociva ao ambiente, considerada crime ambiental. De acordo com o ICMBio, como regra geral, pesca, caça ou coleta de qualquer material são proibidos nos parques nacionais e áreas de proteção. * 11. Posso pescar na praia? Segundo o Ministério do Meio Ambiente, é permitido pescar no mar exceto em áreas demarcadas como unidades de conservação da natureza de proteção integral, como patrimônio e áreas de exclusão para a segurança nacional e para o tráfego aquaviário -há placas que informam os pontos. Também há restrições de pesca de determinadas espécies sob risco de extinção -o governo proibiu, em dezembro, a pesca de 409 espécies (veja em bit.ly/14MVETV ). Na área de proteção da costa dos corais, que inclui parte do litoral de Alagoas e Pernambuco, não é permitido pescar em algumas regiões (veja em bit.ly/zonaspesca ). * 12. Posso coletar conchas para fazer artesanato? Não. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, restos de conchas, corais, estrelas-do-mar e outras carapaças servem de abrigo ou substrato para outros organismos; portanto, não colete esses materiais em nenhuma situação -nem para guardar de lembrança. Também é irregular ter joias e peças de decoração com corais. A compra e o comércio desse tipo de artesanato é um crime ambiental que pode render de um a três anos de detenção, além de multa. * 13. Se a trilha do parque estiver molhada, posso ir por outro caminho? Não. O Ministério do Meio Ambiente orienta que o turista fique sempre nas trilhas pré-determinadas, mesmo se elas estiverem molhadas, lamacentas ou escorregadias. Atalhos normalmente favorecem a erosão e a destruição de raízes e plantas inteiras. Além disso, no caso de precisar de ajuda, o acesso ao grupo será mais fácil se as pessoas estiverem em local conhecido. Colaborou Gustavo Simon * MANUAL DO BOM TURISTA Dicas para não prejudicar o meio ambiente Fontes: ICMBio, Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente, Instituto EcoBrasil, Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura e Marinha do Brasil
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Veja 13 orientações sobre o que o turista pode ou não pode fazerNo início do mês, o secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Ruy Pereira Gaspar, e outras 30 pessoas foram autuados por dirigir buggy em praia onde veículos são proibidos -depois disso, ele disse que ampliará a fiscalização. Situações assim, de regras ligadas ao turismo sendo desobedecidas, são comuns. "Quem fiscaliza o ambiente é o turista consciente", diz Luiz Del Vigna, vice-presidente da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura). Segundo ele, a legislação fragmentada –há leis federais, estaduais e municipais– dificulta a fiscalização, a penalização e confunde o turista. Há quem discorde de tantas regras. Para o bugueiro Kadmo Donato, de Natal (RN), "o buggy é leve e não afeta em nada a duna". "Não sabia que catar conchinha na praia era proibido. Terei de voltar à Jericoacoara para devolver algumas que eu trouxe", diz a bancária Marina Faria, 31. "Acho que ninguém sabe disso, onde está escrito que não pode?" De fato, está escrito no documento Conduta Consciente em Ambientes Recifais, do Ministério do Meio Ambiente, que orienta que não sejam coletados "restos de conchas, corais, estrelas-do-mar e outras carapaças". Assim como essa recomendação, o ministério, por meio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), dá orientações gerais sobre práticas turísticas e sugere que o viajante se informe sobre o destino no órgão de turismo local. Por outro lado, não prevê punição para algumas regras que vierem a ser desrespeitadas. Sem fiscalização, dizem especialistas, deveria haver maior difusão de informações para inibir práticas que prejudicam ecossistemas. "Considero a promoção da educação ambiental o mais importante instrumento de proteção da natureza, devido ao caráter inibidor de condutas de potencial lesivo", afirma a advogada Ana Carolina de Melo Brito, da comissão de meio ambiente da OAB-PE, segundo quem há pouca presença do Estado na fiscalização das regras. Entre quem já segue a cartilha do ecoturista está a dona de casa Roberta Matheus Nogueira, 47, que faz trilhas de bicicleta há cerca de três anos -a maioria já abertas e sinalizadas. "A bicicleta não afeta o ambiente, além disso a gente não mexe na mata, recolhemos o nosso lixo e também o de outras pessoas." Além de buscar informações, o turista também deve escolher com critério as empresas que lhe prestarão serviços, diz Luiz Del Vigna, da Abeta (associação das empresas de ecoturismo). Isso porque a legislação não obriga que elas sejam certificadas com relação a segurança e boas práticas, mas muitas buscam atestados como o ISO21101 por conta própria. "A gente precisa que o turista exija os melhores serviços e conheça os riscos que ele e a natureza correm", diz Del Vigna. Veja a seguir 13 orientações sobre o que o turista pode ou não pode fazer 1. Posso andar de buggy na praia? Passeios em veículo com motor não são permitidos em áreas de dunas, pois prejudicam seu processo de formação natural, diz o ICMBio. Em praias sem dunas, de acordo com lei local, o tour é permitido. Segundo a Abeta, um problema é a destruição dos pontos de desova de tartarugas. Em Jericoacoara (CE), há locais em que a passagem de veículos é permitida -as orientações devem ser consultadas antes de realizar a atividade. Quem quer visitar os Lençóis Maranhenses em veículo 4 x 4 próprio deve antes pedir autorização à administração do parque, que fica em Barreirinhas (MA). * 2. Posso alimentar animais que vivem soltos na natureza? Nunca alimente os animais. Nem na praia, nem na mata. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, alimentar peixes com sobras, ração ou pão prejudica a saúde dos peixes e dos corais, além de causar desequilíbrio no ambiente. Alimentar animais silvestres na mata ou deixar restos de alimentos ao alcance deles também prejudica o organismo dos bichos. O órgão federal ICMBio já registrou casos de animais com perda de pelo, emagrecimento acentuado e até bichos que morreram devido a problemas como colesterol alto e diabetes. * 3. Posso fazer fogueiras na mata ou na praia? As fogueiras são proibidas em locais ambientalmente protegidos. A atividade enfraquece o solo e representa uma das grandes causas de incêndios florestais. O ICMBio orienta que, para cozinhar, o turista utilize um fogareiro próprio para acampamento. Para iluminação, é possível usar lampião ou lanterna, em vez de fogueira. Para se aquecer, basta ter a roupa adequada ao clima do local que se está visitando. Em São Paulo, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente orienta que os turistas não façam fogueiras nos locais de visitação, como o parque estadual Cantareira, declarado pela Unesco parte da reserva da biosfera da cidade de São Paulo em 1994. Caso a fogueira feita pelo turista cause incêndio florestal, ele pode ser responsabilizado por crime ambiental, com possibilidade de pena de reclusão de dois a quatro anos e multa. * 4. Posso tomar banho com sabonete em rios? O uso de produtos de higiene não é permitido por interferir nas características locais do ambiente. Sabonetes, óleos e produtos de higiene pessoal são prejudiciais ao ambiente -a espuma pode matar peixes e outros seres vivos. Na praia, em poças de maré, que são pequenas piscinas que se formam na maré baixa, ou em áreas de pouca circulação, use apenas protetor solar à prova de água, pois o uso de óleo prejudica as plantas e os animais. Em fontes naturais de água, também não use sabão nem lave utensílios pessoais. * 5. Posso fazer trilhas de moto na mata? O uso de motos para visitação em trilhas nos parques nacionais é proibido. De acordo com o ICMBio, esse tipo de veículo causa extremo impacto ambiental em matas e inviabiliza a utilização da trilha por outros visitantes. Segundo o Instituto EcoBrasil, entidade civil de turismo sustentável, o uso de motos é permitido somente em trilhas particulares e desde que não cause impactos ambientais. A Abeta também orienta que motos não sejam utilizadas para nenhum tipo de trilha em áreas de mata protegida por causarem muita destruição no ambiente. * 6. Posso fumar e tomar cerveja ao percorrer uma trilha? O consumo de bebidas alcoólicas e cigarros é proibido em locais de proteção ambiental. O álcool, porque afeta os reflexos dos turistas, podendo acarretar descuidos e acidentes; o cigarro, porque pode ocasionar focos de incêndio. Na Chapada dos Veadeiros (GO), a entrada nas áreas de visitação com bebidas alcoólicas ou qualquer outra droga é proibida. Também é vetada a entrada no local com armas, materiais ou instrumentos destinados a corte, caça, pesca ou quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna e à flora. * 7. Posso fazer trilha de bicicleta na mata? Você pode utilizar bicicletas somente em parques nacionais que possuem áreas preparadas para isso. No parque nacional da Tijuca (RJ), é proibida a circulação de bicicletas nas trilhas do local, no entanto, é possível praticar ciclismo nas estradas do local que estão preparadas para a atividade. De acordo com a Associação Internacional de Ciclismo de Montanha, o ciclista não deve deixar nada na trilha, dar sempre preferência aos animais (como cavalos) e passar apenas por caminhos já abertos. * 8. Posso mergulhar em qualquer lugar? A regulamentação da prática varia de acordo com cada local que está sendo visitado. O Ministério do Turismo orienta que os turistas procurem somente empresas credenciadas no órgão (veja em cadastur.turismo.gov.br ) para evitar danos à natureza. Algumas dicas para mergulho incluem cuidados como não pisar ou tocar em corais -em função de sua fragilidade-, movimentar-se lentamente na água para não afugentar animais e nunca coletar nada do ambiente de recifes. Em Fernando de Noronha (PE), por exemplo, há duas praias -Atalaia e Sueste- em que, devido à presença de corais, o visitante só pode entrar de colete salva-vidas e pé de pato. * 9. Posso andar de moto aquática na praia? Pode, desde que respeite os limites geográficos impostos por lei e esteja habilitado (veja como obter a carteira em dpc.mar.mil.br ). Segundo a Marinha, as embarcações motorizadas têm que respeitar a distância mínima de 200 metros da linha de arrebentação das ondas ou, no caso de lagos e lagoas, de onde se inicia o espelho d'água. Outra recomendação é que os usuários do transporte estejam com coletes salva-vidas. No verão de 2012, Grazielly Lames, 3, morreu atropelada por um jet ski pilotado por um adolescente que desobedeceu o limite em Bertioga (SP). * 10. Posso pescar em rios? A pesca esportiva e recreativa é proibida nos parques nacionais, segundo o ICMBio. Em áreas de proteção ambiental, florestas nacionais e reservas, a atividade segue as regras de cada local. A pesca esportiva e recreativa é uma atividade dirigida para poucas espécies de peixes, pois gera estresse nos animais. Em períodos como o defeso (época da reprodução; veja lista do Ministério da Pesca em bit.ly/1Ca6zl5 ) ou em locais não autorizados pode levar a um desequilíbrio da cadeia alimentar, afetando não só a espécie alvo da pesca, mas muitas outras, animais e vegetais. A pesca com explosivos ou substâncias químicas é proibida por ser nociva ao ambiente, considerada crime ambiental. De acordo com o ICMBio, como regra geral, pesca, caça ou coleta de qualquer material são proibidos nos parques nacionais e áreas de proteção. * 11. Posso pescar na praia? Segundo o Ministério do Meio Ambiente, é permitido pescar no mar exceto em áreas demarcadas como unidades de conservação da natureza de proteção integral, como patrimônio e áreas de exclusão para a segurança nacional e para o tráfego aquaviário -há placas que informam os pontos. Também há restrições de pesca de determinadas espécies sob risco de extinção -o governo proibiu, em dezembro, a pesca de 409 espécies (veja em bit.ly/14MVETV ). Na área de proteção da costa dos corais, que inclui parte do litoral de Alagoas e Pernambuco, não é permitido pescar em algumas regiões (veja em bit.ly/zonaspesca ). * 12. Posso coletar conchas para fazer artesanato? Não. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, restos de conchas, corais, estrelas-do-mar e outras carapaças servem de abrigo ou substrato para outros organismos; portanto, não colete esses materiais em nenhuma situação -nem para guardar de lembrança. Também é irregular ter joias e peças de decoração com corais. A compra e o comércio desse tipo de artesanato é um crime ambiental que pode render de um a três anos de detenção, além de multa. * 13. Se a trilha do parque estiver molhada, posso ir por outro caminho? Não. O Ministério do Meio Ambiente orienta que o turista fique sempre nas trilhas pré-determinadas, mesmo se elas estiverem molhadas, lamacentas ou escorregadias. Atalhos normalmente favorecem a erosão e a destruição de raízes e plantas inteiras. Além disso, no caso de precisar de ajuda, o acesso ao grupo será mais fácil se as pessoas estiverem em local conhecido. Colaborou Gustavo Simon * MANUAL DO BOM TURISTA Dicas para não prejudicar o meio ambiente Fontes: ICMBio, Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente, Instituto EcoBrasil, Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura e Marinha do Brasil
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Leitores comentam sobre escolas básicas administradas pela PM
Se o que se busca ao final do processo educacional é, prioritariamente, caráter e capacidade intelectual, parabéns à PM de Goiás pelo excelente trabalho (Lousa, giz e farda). E desde quando a PM não é democrática? Como instituição, ela defende os direitos de cada cidadão estabelecidos pela democracia. Não dá para entender essa oposição. SÉRGIO EDUARDO MAURER (Taubaté, SP) * * Os "especialistas", pedagogos e sociólogos estão há décadas elaborando modelos de educação, e estamos longe ainda de resultados satisfatórios. As escolas administradas pela Polícia Militar têm apresentado melhorias no desempenho dos alunos. Devemos escolher a teoria de "especialistas" ou a prática que está dando resultados? JAIR DA SILVA SANTOS, professor (São Paulo, SP) * Os meus colegas que estudaram nessas instituições em Minas tiveram um ensino de altíssima qualidade, conseguiram entrar nas melhores universidades e atualmente todos estão estabilizados profissionalmente. A professora Carmen Moraes reprova o sistema desses colégios e utiliza argumentos pobres, porém ricos em conteúdo ideológico. RAQUEL AMORIM (Belo Horizonte, MG) * O que está publicado na matéria Cresce o número de escolas básicas públicas geridas pela PM é muito preocupante. A transferência de responsabilidades educacionais para a polícia e de responsabilidades policiais para a escola é exemplo de uma sociedade mais violenta e não simplesmente melhor administrada. É um tiro mortal no coração da escola pública e um forte incentivo para a naturalização do autoritarismo e da intolerância. MARCOS CEZAR DE FREITAS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam sobre escolas básicas administradas pela PMSe o que se busca ao final do processo educacional é, prioritariamente, caráter e capacidade intelectual, parabéns à PM de Goiás pelo excelente trabalho (Lousa, giz e farda). E desde quando a PM não é democrática? Como instituição, ela defende os direitos de cada cidadão estabelecidos pela democracia. Não dá para entender essa oposição. SÉRGIO EDUARDO MAURER (Taubaté, SP) * * Os "especialistas", pedagogos e sociólogos estão há décadas elaborando modelos de educação, e estamos longe ainda de resultados satisfatórios. As escolas administradas pela Polícia Militar têm apresentado melhorias no desempenho dos alunos. Devemos escolher a teoria de "especialistas" ou a prática que está dando resultados? JAIR DA SILVA SANTOS, professor (São Paulo, SP) * Os meus colegas que estudaram nessas instituições em Minas tiveram um ensino de altíssima qualidade, conseguiram entrar nas melhores universidades e atualmente todos estão estabilizados profissionalmente. A professora Carmen Moraes reprova o sistema desses colégios e utiliza argumentos pobres, porém ricos em conteúdo ideológico. RAQUEL AMORIM (Belo Horizonte, MG) * O que está publicado na matéria Cresce o número de escolas básicas públicas geridas pela PM é muito preocupante. A transferência de responsabilidades educacionais para a polícia e de responsabilidades policiais para a escola é exemplo de uma sociedade mais violenta e não simplesmente melhor administrada. É um tiro mortal no coração da escola pública e um forte incentivo para a naturalização do autoritarismo e da intolerância. MARCOS CEZAR DE FREITAS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Premiê francês admite falhas na segurança após ataques
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, admitiu nesta sexta-feira (8) que as 16 mortes de civis e de uma policial na França nos últimos três dias revelam que "há falhas" no sistema de monitoramento de pessoas suscetíveis de cometer atentados. "Há uma falha bem evidente. Quando acontecem 17 mortes, é porque houve erros", disse Valls à TV francesa, em referência às "centenas de indivíduos que viajam à Síria ou ao Iraque", onde são "treinados em terrorismo", e depois voltam à França. Valls destacou que as autoridades farão batidas, detenções e promoverão a adoção de duas novas leis antiterroristas. O premiê francês fez tais declarações logo após as forças de segurança terem posto fim a duas tomadas de reféns na região de Paris, que terminaram com três terroristas e quatro reféns mortos. Dois dos jihadistas mortos, os irmãos Said e Chérif Kouachi, são apontados como os autores do ataque na quarta-feira (7) contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos. CRÍTICA O rabino Marvin Hier, fundador e diretor da organização de defesa dos direitos humanos Simon Wiesenthal Center, baseada em Los Angeles, disse que os acontecimentos dos últimos dias expuseram a inteligência francesa e suas falhas de segurança. Hier afirmou também que os milhares de imãs na França deveriam se pronunciar mais, na comunidade muçulmana, contra o extremismo. Em declaração após a morte dos quatro reféns no mercado, ele disse que as autoridades francesas precisam, claramente, fazer mais. "Eles deveriam, certamente, estar fazendo mais para descobrir quem está entrando no país (...) Obviamente, tem sido um desastre para eles", declarou à AFP, referindo-se, sobretudo, aos jihadistas que chegam à França procedentes de lugares como a Síria. "Como eles chegaram ao país? Eles não apenas voaram pelo céu", ironizou.
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Premiê francês admite falhas na segurança após ataquesO primeiro-ministro francês, Manuel Valls, admitiu nesta sexta-feira (8) que as 16 mortes de civis e de uma policial na França nos últimos três dias revelam que "há falhas" no sistema de monitoramento de pessoas suscetíveis de cometer atentados. "Há uma falha bem evidente. Quando acontecem 17 mortes, é porque houve erros", disse Valls à TV francesa, em referência às "centenas de indivíduos que viajam à Síria ou ao Iraque", onde são "treinados em terrorismo", e depois voltam à França. Valls destacou que as autoridades farão batidas, detenções e promoverão a adoção de duas novas leis antiterroristas. O premiê francês fez tais declarações logo após as forças de segurança terem posto fim a duas tomadas de reféns na região de Paris, que terminaram com três terroristas e quatro reféns mortos. Dois dos jihadistas mortos, os irmãos Said e Chérif Kouachi, são apontados como os autores do ataque na quarta-feira (7) contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos. CRÍTICA O rabino Marvin Hier, fundador e diretor da organização de defesa dos direitos humanos Simon Wiesenthal Center, baseada em Los Angeles, disse que os acontecimentos dos últimos dias expuseram a inteligência francesa e suas falhas de segurança. Hier afirmou também que os milhares de imãs na França deveriam se pronunciar mais, na comunidade muçulmana, contra o extremismo. Em declaração após a morte dos quatro reféns no mercado, ele disse que as autoridades francesas precisam, claramente, fazer mais. "Eles deveriam, certamente, estar fazendo mais para descobrir quem está entrando no país (...) Obviamente, tem sido um desastre para eles", declarou à AFP, referindo-se, sobretudo, aos jihadistas que chegam à França procedentes de lugares como a Síria. "Como eles chegaram ao país? Eles não apenas voaram pelo céu", ironizou.
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Lava Jato encontra R$ 480 mil em dinheiro vivo na casa de Nuzman
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, foi intimado a depor nesta terça-feira (5) pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, por suspeita de participação em esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro recebesse a Olimpíada. A intimação acontece no âmbito da Operação Unfair Play, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça com o objetivo de prender o empresário Arthur Menezes de Soares, conhecido como "Rei Arthur", e Eliane Cavalcante, sócios de empresas de fornecimento de mão-de-obra para o governo do Rio. Soares, que permanece foragido, é suspeito de ter auxiliado na compra de votos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016, em 2009. Eliane foi presa nesta terça pela polícia. Em sua petição para realizar a operação, a procuradoria afirma que "há fortes indícios de que Carlos Arthur Nuzman teve participação direta nos atos de compra de votos para membros do COI na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e no repasse da vantagem indevida (propina) destinada a Sérgio Cabral e em enviada diretamente a Papa Massata Diack, por meio de Arthur Soares". Papa Massata Diack é filho do senegalês Lamine Diack, ex-presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e ex-membro COI, e um dos suspeitos de ter recebido dinheiro para garantir o voto de dirigentes africanos no Rio. "Sem a presença e negociação entabulada por Carlos Arthur Nuzman, essa engenhosa e complexa relação corrupta poderia não alcançar o sucesso que efetivamente alcançou", completa a procuradoria, afirmando que "Nuzman, como presidente do COB (e, posteriormente, também do comitê organizador da Rio-2016), foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares". Durante a operação, a Polícia Federal encontrou na casa de Nuzman R$ 480 mil em notas de dólares, libras, reais e euros. Também foi apreendido um passaporte russo pertencente ao cartola. O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão das contas de Nuzman e dos outros suspeitos de envolvimento na compra de votos do COI para pagamento de danos morais coletivos. O órgão afirma que o pedido tem como objetivo reparar o dano à imagem do Brasil causado no mundo em razão do escândalo. Setenta policiais federais cumprem também outros onze mandados de busca e apreensão em sete bairros do Rio (Leblon, Ipanema, Lagoa, Centro, São Conrado, Barra da Tijuca e Jacaré), em Nova Iguaçu (RJ) e em Paris. Trata-se de uma nova fase da Lava Jato no Rio, com as decisões expedidas pelo juiz Marcelo Bretas. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações começaram há nove meses e acontecem em cooperação com autoridades francesas e americanas. Os subornos aconteceram, de acordo com a PF, por meio de contratos fictícios de prestação de serviços, com repasses de dinheiro em espécie e para contas no exterior, além do pagamento de despesas pessoais. REI ARTHUR Dono do Grupo Facility, o empresário Arthur Cesar Menezes Soares Filho é investigado por procuradores da Operação Calicute, o braço fluminense da Operação Lava Jato. Apelidado de "Rei Artur" por sua proximidade com Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, Soares Filho recebeu quase R$ 3 bilhões por contratos assinados com o Estado durante os oito anos da gestão passada. Ele é apontado como o maior fornecedor de serviços terceirizados por meio de empresas ligadas ao Grupo Facility. Em janeiro, o empresário deu depoimento aos procuradores da Calicute e afirmou ser amigo pessoal do ex-governador, preso no ano passado. No depoimento, ele disse que começou a trabalhar no setor público em 1994 e não se lembrava de quando constituiu a Facility como empresa principal do grupo. Na investigação, os procuradores constataram que as empresas do empresário repassaram cerca de R$ 1 milhão para o escritório de advocacia da ex-mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. Questionado, Soares Filho disse que contratou o escritório de Adriana por recomendação do ex-governador. O empresário negou que o pagamento serviria como propina ao casal. OUTRO LADO O advogado que representa Nuzman, Sérgio Mazzillo, afirmou que seu cliente não cometeu ilegalidades e que o processo de disputa a sede das Olimpíadas não contou com compra de votos. Ele alegou que ainda não teve acesso aos autos do processo e que não faria mais comentários. "Não há fortes indícios de nada. Ele [Nuzman] falou que não atuou de maneira nenhuma irregular. Nada de errado foi feito na campanha. Nenhuma ilegalidade foi cometida pelo meu cliente. As explicações serão dadas", disse. O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que está a par da operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (5) que tem Carlos Arthur Nuzman como um dos alvos e tem feito "todo o esforço possível" para obter mais informações e, então, considerar quais medidas tomará. "O COI soube destas circunstâncias [da operação] por meio da imprensa e está fazendo todo o esforço possível para obter o máximo de informações. É do mais alto interesse do COI esclarecer este assunto", disse o comitê, por meio de nota.
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Lava Jato encontra R$ 480 mil em dinheiro vivo na casa de NuzmanCarlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, foi intimado a depor nesta terça-feira (5) pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, por suspeita de participação em esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro recebesse a Olimpíada. A intimação acontece no âmbito da Operação Unfair Play, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça com o objetivo de prender o empresário Arthur Menezes de Soares, conhecido como "Rei Arthur", e Eliane Cavalcante, sócios de empresas de fornecimento de mão-de-obra para o governo do Rio. Soares, que permanece foragido, é suspeito de ter auxiliado na compra de votos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016, em 2009. Eliane foi presa nesta terça pela polícia. Em sua petição para realizar a operação, a procuradoria afirma que "há fortes indícios de que Carlos Arthur Nuzman teve participação direta nos atos de compra de votos para membros do COI na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e no repasse da vantagem indevida (propina) destinada a Sérgio Cabral e em enviada diretamente a Papa Massata Diack, por meio de Arthur Soares". Papa Massata Diack é filho do senegalês Lamine Diack, ex-presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e ex-membro COI, e um dos suspeitos de ter recebido dinheiro para garantir o voto de dirigentes africanos no Rio. "Sem a presença e negociação entabulada por Carlos Arthur Nuzman, essa engenhosa e complexa relação corrupta poderia não alcançar o sucesso que efetivamente alcançou", completa a procuradoria, afirmando que "Nuzman, como presidente do COB (e, posteriormente, também do comitê organizador da Rio-2016), foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares". Durante a operação, a Polícia Federal encontrou na casa de Nuzman R$ 480 mil em notas de dólares, libras, reais e euros. Também foi apreendido um passaporte russo pertencente ao cartola. O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão das contas de Nuzman e dos outros suspeitos de envolvimento na compra de votos do COI para pagamento de danos morais coletivos. O órgão afirma que o pedido tem como objetivo reparar o dano à imagem do Brasil causado no mundo em razão do escândalo. Setenta policiais federais cumprem também outros onze mandados de busca e apreensão em sete bairros do Rio (Leblon, Ipanema, Lagoa, Centro, São Conrado, Barra da Tijuca e Jacaré), em Nova Iguaçu (RJ) e em Paris. Trata-se de uma nova fase da Lava Jato no Rio, com as decisões expedidas pelo juiz Marcelo Bretas. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações começaram há nove meses e acontecem em cooperação com autoridades francesas e americanas. Os subornos aconteceram, de acordo com a PF, por meio de contratos fictícios de prestação de serviços, com repasses de dinheiro em espécie e para contas no exterior, além do pagamento de despesas pessoais. REI ARTHUR Dono do Grupo Facility, o empresário Arthur Cesar Menezes Soares Filho é investigado por procuradores da Operação Calicute, o braço fluminense da Operação Lava Jato. Apelidado de "Rei Artur" por sua proximidade com Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, Soares Filho recebeu quase R$ 3 bilhões por contratos assinados com o Estado durante os oito anos da gestão passada. Ele é apontado como o maior fornecedor de serviços terceirizados por meio de empresas ligadas ao Grupo Facility. Em janeiro, o empresário deu depoimento aos procuradores da Calicute e afirmou ser amigo pessoal do ex-governador, preso no ano passado. No depoimento, ele disse que começou a trabalhar no setor público em 1994 e não se lembrava de quando constituiu a Facility como empresa principal do grupo. Na investigação, os procuradores constataram que as empresas do empresário repassaram cerca de R$ 1 milhão para o escritório de advocacia da ex-mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. Questionado, Soares Filho disse que contratou o escritório de Adriana por recomendação do ex-governador. O empresário negou que o pagamento serviria como propina ao casal. OUTRO LADO O advogado que representa Nuzman, Sérgio Mazzillo, afirmou que seu cliente não cometeu ilegalidades e que o processo de disputa a sede das Olimpíadas não contou com compra de votos. Ele alegou que ainda não teve acesso aos autos do processo e que não faria mais comentários. "Não há fortes indícios de nada. Ele [Nuzman] falou que não atuou de maneira nenhuma irregular. Nada de errado foi feito na campanha. Nenhuma ilegalidade foi cometida pelo meu cliente. As explicações serão dadas", disse. O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que está a par da operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (5) que tem Carlos Arthur Nuzman como um dos alvos e tem feito "todo o esforço possível" para obter mais informações e, então, considerar quais medidas tomará. "O COI soube destas circunstâncias [da operação] por meio da imprensa e está fazendo todo o esforço possível para obter o máximo de informações. É do mais alto interesse do COI esclarecer este assunto", disse o comitê, por meio de nota.
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Nome da função é comum aos dois gêneros
Paula Cesarino Costa é a quinta mulher a assumir o cargo na Folha. Por que então não se usa ombudswoman? Ombudsman é palavra sueca - que significa representante do cidadão - utilizada igualmente para os dois gêneros. Não teria sentido usar regra da língua inglesa. Tanto que, no caso de plural, a Folha usa ombudsmans e não ombudsmen. Nos EUA, há quem utilize ombudswoman ou até ombudsperson.
ombudsman
Nome da função é comum aos dois gênerosPaula Cesarino Costa é a quinta mulher a assumir o cargo na Folha. Por que então não se usa ombudswoman? Ombudsman é palavra sueca - que significa representante do cidadão - utilizada igualmente para os dois gêneros. Não teria sentido usar regra da língua inglesa. Tanto que, no caso de plural, a Folha usa ombudsmans e não ombudsmen. Nos EUA, há quem utilize ombudswoman ou até ombudsperson.
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EI reivindica ataque a restaurante em Bangladesh que matou ao menos dois
Homens armados mantiveram por mais de dez horas pelo menos 20 reféns dentro de um restaurante frequentado por estrangeiros em Dacca, capital de Bangladesh. O ataque foi reivindicado pela facção terrorista Estado Islâmico (EI). Até as 23h50 de Brasília, o número total de mortos não tinha sido confirmado: a polícia anunciou apenas que dois de seus agentes morreram no ataque e que haveria pelo menos 26 feridos -um deles civil. Por volta das 7h40 deste sábado (22h40 de sexta em Brasília), forças de segurança invadiram o restaurante para tentar libertar os reféns e houve intensa troca de tiros. O sequestro havia começado por volta das 21h20 locais (12h20 de Brasília). Antes da ação da polícia, a Amaq News, um dos braços de mídia do EI, afirmara que 24 pessoas teriam morrido na ação. Horas depois, divulgou fotos de corpos em um chão coberto de sangue como sendo os das vítimas do ataque. Não foi possível confirmar a autenticidade da imagem. Entre os reféns do restaurante Holey Artisan -que fica na região de Gulshan, onde se concentram as embaixadas na cidade-, estavam sete italianos e cidadãos de Índia, Japão e Argentina. Havia pelo menos um casal com duas crianças. "Nossa prioridade é salvar as vidas das pessoas presas lá dentro", afirmou o diretor da força de elite Batalhão de Ação Rápida, Benazir Ahmed, em meio à ação. "Queremos resolver isso de forma pacífica. Estamos tentando conversar com os autores do ataque, queremos saber o que eles querem." Segundo as autoridades, contudo, depois de horas de tentativa, não houve resposta por parte dos sequestradores. Sumon Reza, um funcionário que trabalhava na cozinha do restaurante e está entre as cerca de dez pessoas que conseguiram escapar, disse que pelo menos 35 pessoas -entre funcionários e clientes- permaneceram sob a mira de pelo menos nove pessoas armadas. De acordo com Ahmed, os autores do ataque teriam gritado "Allah Akbar" (Deus é maior) ao entrar no restaurante na noite de sexta. Os dois agentes de segurança morreram numa primeira troca de tiros com os sequestradores, que também teriam lançado explosivos contra as forças policiais. ATAQUES Mais de 90% da população de Bangladesh é muçulmana -a grande maioria dela, sunita. Recentemente, o país tem visto um aumento da violência militante. Desde 2013, cerca de 20 pessoas, entre escritores ateus, membros de minorias religiosas, ativistas e estrangeiros foram mortos em ataques, a maior parte deles com a utilização de machetes. Nos últimos meses, as ações se intensificaram. Os ataques despertaram o medo de que extremistas religiosos estariam ganhando espaço no país, apesar de sua tradição de tolerância. O EI e grupos afiliados à Al-Qaeda reivindicaram parte das ações terroristas, mas o governo do primeiro-ministro Sheikh Hasina nega que essas facções estejam presentes no país. Hasina tem combatido os radicais islâmicos dentro do país. Ele acusa os terroristas locais e partidos de oposição -especialmente o Partido Nacionalista e seu aliado islâmico Jamaat-e-Islami- de orquestrar os atos de violência para desestabilizar a nação.
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EI reivindica ataque a restaurante em Bangladesh que matou ao menos doisHomens armados mantiveram por mais de dez horas pelo menos 20 reféns dentro de um restaurante frequentado por estrangeiros em Dacca, capital de Bangladesh. O ataque foi reivindicado pela facção terrorista Estado Islâmico (EI). Até as 23h50 de Brasília, o número total de mortos não tinha sido confirmado: a polícia anunciou apenas que dois de seus agentes morreram no ataque e que haveria pelo menos 26 feridos -um deles civil. Por volta das 7h40 deste sábado (22h40 de sexta em Brasília), forças de segurança invadiram o restaurante para tentar libertar os reféns e houve intensa troca de tiros. O sequestro havia começado por volta das 21h20 locais (12h20 de Brasília). Antes da ação da polícia, a Amaq News, um dos braços de mídia do EI, afirmara que 24 pessoas teriam morrido na ação. Horas depois, divulgou fotos de corpos em um chão coberto de sangue como sendo os das vítimas do ataque. Não foi possível confirmar a autenticidade da imagem. Entre os reféns do restaurante Holey Artisan -que fica na região de Gulshan, onde se concentram as embaixadas na cidade-, estavam sete italianos e cidadãos de Índia, Japão e Argentina. Havia pelo menos um casal com duas crianças. "Nossa prioridade é salvar as vidas das pessoas presas lá dentro", afirmou o diretor da força de elite Batalhão de Ação Rápida, Benazir Ahmed, em meio à ação. "Queremos resolver isso de forma pacífica. Estamos tentando conversar com os autores do ataque, queremos saber o que eles querem." Segundo as autoridades, contudo, depois de horas de tentativa, não houve resposta por parte dos sequestradores. Sumon Reza, um funcionário que trabalhava na cozinha do restaurante e está entre as cerca de dez pessoas que conseguiram escapar, disse que pelo menos 35 pessoas -entre funcionários e clientes- permaneceram sob a mira de pelo menos nove pessoas armadas. De acordo com Ahmed, os autores do ataque teriam gritado "Allah Akbar" (Deus é maior) ao entrar no restaurante na noite de sexta. Os dois agentes de segurança morreram numa primeira troca de tiros com os sequestradores, que também teriam lançado explosivos contra as forças policiais. ATAQUES Mais de 90% da população de Bangladesh é muçulmana -a grande maioria dela, sunita. Recentemente, o país tem visto um aumento da violência militante. Desde 2013, cerca de 20 pessoas, entre escritores ateus, membros de minorias religiosas, ativistas e estrangeiros foram mortos em ataques, a maior parte deles com a utilização de machetes. Nos últimos meses, as ações se intensificaram. Os ataques despertaram o medo de que extremistas religiosos estariam ganhando espaço no país, apesar de sua tradição de tolerância. O EI e grupos afiliados à Al-Qaeda reivindicaram parte das ações terroristas, mas o governo do primeiro-ministro Sheikh Hasina nega que essas facções estejam presentes no país. Hasina tem combatido os radicais islâmicos dentro do país. Ele acusa os terroristas locais e partidos de oposição -especialmente o Partido Nacionalista e seu aliado islâmico Jamaat-e-Islami- de orquestrar os atos de violência para desestabilizar a nação.
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Chuvas no Chile enchem deserto do Atacama de flores
As chuvas fortes que caíram nos últimos meses no norte do Chile converteram o deserto do Atacama, o mais seco do mundo, em um jardim florido. O "deserto florido" é um fenômeno que ocorria a cada cinco ou dez anos anos, mas que vem se repetindo com maior frequência. A última vez que ele aconteceu foi em 2015. São mais de 200 espécies de plantas, a maioria endêmica. "Elas têm estratégias de sobrevivência", diz Gloria Rojas, chefe da área de botânica do Museu de História Natural de Santiago. As plantas ficam escondidas sob a terra seca, até o momento propício para florescer. A procissão de turistas que querem contemplar o fenômeno começou no início de agosto, mesmo que o ápice da floração seja entre esta semana e o final de setembro. A grande quantidade de vegetação atrai também diversas espécies de aves e abelhas, que chegam para consumir o néctar das flores, e capturar lagartixas e insetos.
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Chuvas no Chile enchem deserto do Atacama de floresAs chuvas fortes que caíram nos últimos meses no norte do Chile converteram o deserto do Atacama, o mais seco do mundo, em um jardim florido. O "deserto florido" é um fenômeno que ocorria a cada cinco ou dez anos anos, mas que vem se repetindo com maior frequência. A última vez que ele aconteceu foi em 2015. São mais de 200 espécies de plantas, a maioria endêmica. "Elas têm estratégias de sobrevivência", diz Gloria Rojas, chefe da área de botânica do Museu de História Natural de Santiago. As plantas ficam escondidas sob a terra seca, até o momento propício para florescer. A procissão de turistas que querem contemplar o fenômeno começou no início de agosto, mesmo que o ápice da floração seja entre esta semana e o final de setembro. A grande quantidade de vegetação atrai também diversas espécies de aves e abelhas, que chegam para consumir o néctar das flores, e capturar lagartixas e insetos.
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Dilma sanciona lei que estabelece regras para a instalação de antenas
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (22) a Lei Geral das Antenas, que estabelece regras nacionais para a instalação e o licenciamento das antenas de telecomunicações. Após a análise do texto pelo Planalto, um dos pontos mais polêmicos do projeto acabou sendo vetado. Trata-se do artigo que ajudava a pressionar as prefeituras a acelerar a analise dos pedidos encaminhados pelas teles. A instalação de qualquer antena de telecomunicações precisa receber o aval dos municípios, tendo em vista as políticas urbanas, proteção do patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico, e proteção à saúde da população e do meio ambiente. As empresas do setor, porém, reclamavam que a burocracia e reiterados pedidos de explicação acabavam por fazer com que esses processos durassem até dois anos. Com a nova Lei, os pleitos para instalação de antenas submetidos pelas empresas devem ser analisados pelas prefeituras em até 60 dias. O trecho vetado pela presidente, porém, previa que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tomasse frente do processo quando fosse esgotado o prazo. A agência reguladora não poderia negar o pleito das empresas, mas ficaria responsável por fazer todas as adequações para que a instalação ocorresse de acordo com as regras. Agora, se as prefeituras não derem resposta para os pedidos dentro do prazo, as teles terão de buscar recursos administrativos ou judiciais para fazer valer a regra. Os outros dois vetos da presidente apenas eliminam do texto interpretações que poderiam ser consideradas duvidosas. O primeiro caso é de um artigo que dava a entender que cabia ao governo federal a obrigação de investir na ampliação da infraestrutura do setor de telecomunicações, o que é uma responsabilidade das próprias empresas do setor. O último artigo vetado previa uma regulamentação posterior para garantir qualidade desses serviços, metas que já foram fixadas e impostas pela Anatel. NACIONAL A Lei das Antenas continua atendendo ao plano original do projeto, que é de criar regras nacionais para a colocação das antenas. Segundo levantamento do Sinditelebrasil, sindicato que representa as principais operadoras, existem 270 diferentes leis municipais para determinar as áreas em que as antenas podem ou não ser instaladas. As diferenças entre as regras acabavam por impor dificuldades para a colocação dos equipamentos e atrasava a realização de projetos.
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Dilma sanciona lei que estabelece regras para a instalação de antenasA presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (22) a Lei Geral das Antenas, que estabelece regras nacionais para a instalação e o licenciamento das antenas de telecomunicações. Após a análise do texto pelo Planalto, um dos pontos mais polêmicos do projeto acabou sendo vetado. Trata-se do artigo que ajudava a pressionar as prefeituras a acelerar a analise dos pedidos encaminhados pelas teles. A instalação de qualquer antena de telecomunicações precisa receber o aval dos municípios, tendo em vista as políticas urbanas, proteção do patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico, e proteção à saúde da população e do meio ambiente. As empresas do setor, porém, reclamavam que a burocracia e reiterados pedidos de explicação acabavam por fazer com que esses processos durassem até dois anos. Com a nova Lei, os pleitos para instalação de antenas submetidos pelas empresas devem ser analisados pelas prefeituras em até 60 dias. O trecho vetado pela presidente, porém, previa que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tomasse frente do processo quando fosse esgotado o prazo. A agência reguladora não poderia negar o pleito das empresas, mas ficaria responsável por fazer todas as adequações para que a instalação ocorresse de acordo com as regras. Agora, se as prefeituras não derem resposta para os pedidos dentro do prazo, as teles terão de buscar recursos administrativos ou judiciais para fazer valer a regra. Os outros dois vetos da presidente apenas eliminam do texto interpretações que poderiam ser consideradas duvidosas. O primeiro caso é de um artigo que dava a entender que cabia ao governo federal a obrigação de investir na ampliação da infraestrutura do setor de telecomunicações, o que é uma responsabilidade das próprias empresas do setor. O último artigo vetado previa uma regulamentação posterior para garantir qualidade desses serviços, metas que já foram fixadas e impostas pela Anatel. NACIONAL A Lei das Antenas continua atendendo ao plano original do projeto, que é de criar regras nacionais para a colocação das antenas. Segundo levantamento do Sinditelebrasil, sindicato que representa as principais operadoras, existem 270 diferentes leis municipais para determinar as áreas em que as antenas podem ou não ser instaladas. As diferenças entre as regras acabavam por impor dificuldades para a colocação dos equipamentos e atrasava a realização de projetos.
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Petrobras e volume baixo pesam e Bolsa tem 3ª queda; dólar vai a R$ 3,14
Um cenário de maior aversão a ativos de riscos e a queda de mais de 2% das ações da Petrobras pesaram sobre a Bolsa brasileira nesta sexta-feira (21). No mercado cambial, o dólar comercial voltou ao patamar de R$ 3,14, após cinco baixas consecutivas. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas do mercado brasileiro, fechou o dia com queda de 0,39%, para 64.684 pontos. Foi a terceira baixa seguida. Na semana, a Bolsa acumulou desvalorização de 1,15%, mas no mês o saldo ainda é positivo: alta de 2,84%. O aumento da percepção de risco fez investidores correrem para o dólar, considerado um ativo seguro. O dólar comercial encerrou o dia com valorização de 0,47%, para R$ 3,143, quebrando uma série de cinco depreciações. Na semana, a queda acumulada foi de 1,35%. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,12%, para R$ 3,129. Na semana, a desvalorização somou 1,74%. A moeda americana subiu depois de uma semana com forte fluxo de entrada de dólares pela oferta inicial de ações do Carrefour Brasil, que movimentou R$ 5,125 bilhões. A perspectiva de novos IPOs na Bolsa brasileira também colabora para o maior ingresso de recursos. No exterior, o dólar ganhou força ante 17 das 31 principais divisas mundiais. O Banco Central deu sequência a sua atuação no mercado brasileiro e vendeu a oferta de 8.300 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Assim, já rolou US$ 4,150 bilhões dos US$ 6,181 bilhões que vencem em agosto. O aumento da percepção global de risco não alterou o CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil, que fechou estável a 211,26 pontos. O risco-país não sobe há 11 sessões. No mês, o CDS recua 12,8%. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados encerraram o dia com sinais mistos. Os contratos com vencimento em janeiro de 2018 subiram de 8,525% para 8,530%. O contrato para janeiro de 2019 passou de 8,340% para 8,400%. Contratos com vencimento mais curto, até dezembro deste ano, recuaram, assim como os que têm prazo mais longo, a partir de outubro de 2020. AÇÕES O mau humor no exterior contagiou o mercado acionário brasileiro. Nos Estados Unidos e na Europa, os principais índices fecharam no vermelho, com resultados corporativos ruins pesando nos mercados. Aqui, a falta de notícias no cenário político e o período de férias dos investidores no Hemisfério Norte reduziram novamente os volumes negociados. "Como o volume estrangeiro é bastante relevante na Bolsa, e o investidor estrangeiro está de férias, fica difícil imaginar um volume expressivo de recursos vindo nas próximas semanas", afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos. Sem Brasília para movimentar o mercado, os investidores se ativeram a dados corporativos e ao mercado de commodities. Os papéis da Petrobras, por exemplo, recuaram mais de 2% afetados pela desvalorização do petróleo no exterior. O aumento de impostos cobrados sobre combustíveis também contribuiu para a queda das ações, pela percepção de que a gasolina perde competitividade em relação ao etanol. As ações mais negociadas da estatal recuaram 3,13%, para R$ 12,69. As ações que dão direito a voto caíram 2,49%, a R$ 13,29. Os preços do petróleo caíram cerca de 2,5% após consultoria projetar um aumento na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em julho, apesar do compromisso do grupo de reduzir a produção da commodity. No caso da Vale, as ações foram afetadas pela desvalorização de 1,34% dos preços do minério de ferro. Os papéis preferenciais da mineradora caíram 0,96%, para R$ 26,71. As ações ordinárias tiveram queda de 0,77%, para R$ 28,50. No setor financeiro, as ações de bancos fecharam o dia com sinais mistos. Os papéis do Itaú Unibanco subiram 0,03%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,41%, e as ordinárias fecharam estáveis. As ações do Banco do Brasil caíram 0,78%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil perderam 0,46%.
mercado
Petrobras e volume baixo pesam e Bolsa tem 3ª queda; dólar vai a R$ 3,14Um cenário de maior aversão a ativos de riscos e a queda de mais de 2% das ações da Petrobras pesaram sobre a Bolsa brasileira nesta sexta-feira (21). No mercado cambial, o dólar comercial voltou ao patamar de R$ 3,14, após cinco baixas consecutivas. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas do mercado brasileiro, fechou o dia com queda de 0,39%, para 64.684 pontos. Foi a terceira baixa seguida. Na semana, a Bolsa acumulou desvalorização de 1,15%, mas no mês o saldo ainda é positivo: alta de 2,84%. O aumento da percepção de risco fez investidores correrem para o dólar, considerado um ativo seguro. O dólar comercial encerrou o dia com valorização de 0,47%, para R$ 3,143, quebrando uma série de cinco depreciações. Na semana, a queda acumulada foi de 1,35%. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,12%, para R$ 3,129. Na semana, a desvalorização somou 1,74%. A moeda americana subiu depois de uma semana com forte fluxo de entrada de dólares pela oferta inicial de ações do Carrefour Brasil, que movimentou R$ 5,125 bilhões. A perspectiva de novos IPOs na Bolsa brasileira também colabora para o maior ingresso de recursos. No exterior, o dólar ganhou força ante 17 das 31 principais divisas mundiais. O Banco Central deu sequência a sua atuação no mercado brasileiro e vendeu a oferta de 8.300 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Assim, já rolou US$ 4,150 bilhões dos US$ 6,181 bilhões que vencem em agosto. O aumento da percepção global de risco não alterou o CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil, que fechou estável a 211,26 pontos. O risco-país não sobe há 11 sessões. No mês, o CDS recua 12,8%. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados encerraram o dia com sinais mistos. Os contratos com vencimento em janeiro de 2018 subiram de 8,525% para 8,530%. O contrato para janeiro de 2019 passou de 8,340% para 8,400%. Contratos com vencimento mais curto, até dezembro deste ano, recuaram, assim como os que têm prazo mais longo, a partir de outubro de 2020. AÇÕES O mau humor no exterior contagiou o mercado acionário brasileiro. Nos Estados Unidos e na Europa, os principais índices fecharam no vermelho, com resultados corporativos ruins pesando nos mercados. Aqui, a falta de notícias no cenário político e o período de férias dos investidores no Hemisfério Norte reduziram novamente os volumes negociados. "Como o volume estrangeiro é bastante relevante na Bolsa, e o investidor estrangeiro está de férias, fica difícil imaginar um volume expressivo de recursos vindo nas próximas semanas", afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos. Sem Brasília para movimentar o mercado, os investidores se ativeram a dados corporativos e ao mercado de commodities. Os papéis da Petrobras, por exemplo, recuaram mais de 2% afetados pela desvalorização do petróleo no exterior. O aumento de impostos cobrados sobre combustíveis também contribuiu para a queda das ações, pela percepção de que a gasolina perde competitividade em relação ao etanol. As ações mais negociadas da estatal recuaram 3,13%, para R$ 12,69. As ações que dão direito a voto caíram 2,49%, a R$ 13,29. Os preços do petróleo caíram cerca de 2,5% após consultoria projetar um aumento na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em julho, apesar do compromisso do grupo de reduzir a produção da commodity. No caso da Vale, as ações foram afetadas pela desvalorização de 1,34% dos preços do minério de ferro. Os papéis preferenciais da mineradora caíram 0,96%, para R$ 26,71. As ações ordinárias tiveram queda de 0,77%, para R$ 28,50. No setor financeiro, as ações de bancos fecharam o dia com sinais mistos. Os papéis do Itaú Unibanco subiram 0,03%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,41%, e as ordinárias fecharam estáveis. As ações do Banco do Brasil caíram 0,78%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil perderam 0,46%.
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Nosso estranho amor
–Que maravilha você ter vindo acompanhar sua irmãzinha hoje. Vocês são superparecidos, sabia? E como ela é cuidadosa contigo! Dá para ver na cara dela o carinho que tem por você. Coisa mais linda, viu. Fico até emocionada... Olho ao redor em busca de minha irmã, embora eu estivesse certo de que a cabeleireira falava, na realidade, de minha mulher, que se divertia, certamente, com alguma outra conversa de doido com a manicure em um canto do salão. Em situações assim, é preciso insistir um pouco para convencer o interlocutor de que cadeirantes (também os cegos, os surdos, os downs) são uns danados capazes de, sem literalmente correr atrás, trazer amores para o colinho e romances para suas vidas. –Nossa, é sua mulher? E está grávida, né? Benza Deus, que glória... Nunca vi um casal tão parecido assim de rosto. Você tem sorte, viu, meu filho? Uma mulher bonita dessas não é para qualquer um... Em outras oportunidades, ela já foi dada como minha enfermeira, minha babá, minha ama de leite, minha assistente, minha auxiliar de pagamento de promessas, minha concubina e como amiga inseparável que até dorme na mesma cama que eu. "Difinitivamente", como diria minha tia Filinha, não posso me ofender nem querer arrancar os cabelos com a pinça diante dessas comuns situações de confusão social diante do desconhecido. A melhor maneira de resolver impressões equivocadas como essas é uma breve beijoca na boca e um sorriso divertido para o público ávido para saber que diabos aquela mulher faz com o pobre do aleijado. Também contribui não entender as relações humanas como padrões de combinação de acordo com características físicas ou de comportamento. A graça de bons romances está em uma eterna descoberta e redescoberta do outro, em suas possibilidades de criar alegria para as chatices do dia a dia e no prazer de compartilhar o silêncio, a algazarra e o amanhã. Mas há sentido nas interpretações equivocadas, apressadas. A nossa lógica de amar guarda peculiaridades desconcertantes. Para ser compreendida, é necessário edificar no pensamento escoadouros para velhas maneiras de embalar a paixão. Em vez de eu abrir a porta da charanga, é ela quem me espera entrar no carro para depois ainda guardar a cadeira no porta-malas. Em vez de trocar a lâmpada, eu seguro a escada. Em vez de protegê-la da chuva, nós nos molhamos juntos. Em vez de carregar o peso das compras, procuro dar a ela a leveza de um sentimento de beija-flores. Não nos escoramos em padrões de "papel do homem" e "papel da mulher". Rabiscamos um novo enredo em que cabe a cada um a melhor maneira de proporcionar felicidade e construir um futuro de velhos fofos, parceiros e solidários um ao outro, da maneira que melhor nos for possível. Nestes tempos de novas formações familiares, de conquistas de gêneros, de avanços na maneira de entender a diversidade, é fundamental para a cidadania germinar pensamentos que libertem a mentalidade de amarras construídas com ignorância, com preconceito e com afastamento de causa.
colunas
Nosso estranho amor–Que maravilha você ter vindo acompanhar sua irmãzinha hoje. Vocês são superparecidos, sabia? E como ela é cuidadosa contigo! Dá para ver na cara dela o carinho que tem por você. Coisa mais linda, viu. Fico até emocionada... Olho ao redor em busca de minha irmã, embora eu estivesse certo de que a cabeleireira falava, na realidade, de minha mulher, que se divertia, certamente, com alguma outra conversa de doido com a manicure em um canto do salão. Em situações assim, é preciso insistir um pouco para convencer o interlocutor de que cadeirantes (também os cegos, os surdos, os downs) são uns danados capazes de, sem literalmente correr atrás, trazer amores para o colinho e romances para suas vidas. –Nossa, é sua mulher? E está grávida, né? Benza Deus, que glória... Nunca vi um casal tão parecido assim de rosto. Você tem sorte, viu, meu filho? Uma mulher bonita dessas não é para qualquer um... Em outras oportunidades, ela já foi dada como minha enfermeira, minha babá, minha ama de leite, minha assistente, minha auxiliar de pagamento de promessas, minha concubina e como amiga inseparável que até dorme na mesma cama que eu. "Difinitivamente", como diria minha tia Filinha, não posso me ofender nem querer arrancar os cabelos com a pinça diante dessas comuns situações de confusão social diante do desconhecido. A melhor maneira de resolver impressões equivocadas como essas é uma breve beijoca na boca e um sorriso divertido para o público ávido para saber que diabos aquela mulher faz com o pobre do aleijado. Também contribui não entender as relações humanas como padrões de combinação de acordo com características físicas ou de comportamento. A graça de bons romances está em uma eterna descoberta e redescoberta do outro, em suas possibilidades de criar alegria para as chatices do dia a dia e no prazer de compartilhar o silêncio, a algazarra e o amanhã. Mas há sentido nas interpretações equivocadas, apressadas. A nossa lógica de amar guarda peculiaridades desconcertantes. Para ser compreendida, é necessário edificar no pensamento escoadouros para velhas maneiras de embalar a paixão. Em vez de eu abrir a porta da charanga, é ela quem me espera entrar no carro para depois ainda guardar a cadeira no porta-malas. Em vez de trocar a lâmpada, eu seguro a escada. Em vez de protegê-la da chuva, nós nos molhamos juntos. Em vez de carregar o peso das compras, procuro dar a ela a leveza de um sentimento de beija-flores. Não nos escoramos em padrões de "papel do homem" e "papel da mulher". Rabiscamos um novo enredo em que cabe a cada um a melhor maneira de proporcionar felicidade e construir um futuro de velhos fofos, parceiros e solidários um ao outro, da maneira que melhor nos for possível. Nestes tempos de novas formações familiares, de conquistas de gêneros, de avanços na maneira de entender a diversidade, é fundamental para a cidadania germinar pensamentos que libertem a mentalidade de amarras construídas com ignorância, com preconceito e com afastamento de causa.
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Prefeitura e PM trocam acusações sobre fiscalização de camelôs em SP
A gestão Fernando Haddad diz que não é responsável pela redução da operação que fiscaliza camelôs. Sem fiscais para coibi-los, ambulantes voltaram às ruas de São Paulo. Já a Polícia Militar afirma que a responsabilidade pelo combate aos comerciantes ilegais é da administração municipal. "O que ocorre é que a ação delegada de fiscalização do comércio irregular é uma atividade voluntária dos policiais militares e, nos últimos anos, a Polícia Militar disponibilizou menos efetivo para fiscalizar o centro da cidade", diz a prefeitura, em nota. "A fiscalização do comércio ambulante irregular é, por lei, responsabilidade municipal", respondeu a PM. A corporação afirma que foi decisão da prefeitura reduzir em 62% (de 3.899 para 1.472) a atuação da PM. A gestão atual questiona o número de policiais alocados na administração passada, dizendo que não havia controle do efetivo e dos gastos. "Além das atividades voluntárias, a GCM atua diariamente no controle do espaço público e fiscalização do comércio ambulante", afirma. Segundo a prefeitura, a legalidade das apreensões feitas durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) é questionada na Justiça. A nova administração aponta suspeita de irregularidades e desvio de produtos de um galpão. A assessoria de Kassab afirmou que as ações contra a venda irregular de produtos foram acompanhadas por diversos órgãos, como Ministério Público e Polícia Civil. "As mercadorias apreendidas eram armazenadas em galpão equipado com câmeras de vigilância que, se não foram retiradas, gravaram todas as movimentações no local. As mercadorias, depois de liberadas legalmente, eram destruídas publicamente", afirmou a assessoria de Kassab. O ex-prefeito diz ainda que "obteve grande êxito no combate ao comércio irregular e à pirataria, tendo recebido prêmios".
cotidiano
Prefeitura e PM trocam acusações sobre fiscalização de camelôs em SPA gestão Fernando Haddad diz que não é responsável pela redução da operação que fiscaliza camelôs. Sem fiscais para coibi-los, ambulantes voltaram às ruas de São Paulo. Já a Polícia Militar afirma que a responsabilidade pelo combate aos comerciantes ilegais é da administração municipal. "O que ocorre é que a ação delegada de fiscalização do comércio irregular é uma atividade voluntária dos policiais militares e, nos últimos anos, a Polícia Militar disponibilizou menos efetivo para fiscalizar o centro da cidade", diz a prefeitura, em nota. "A fiscalização do comércio ambulante irregular é, por lei, responsabilidade municipal", respondeu a PM. A corporação afirma que foi decisão da prefeitura reduzir em 62% (de 3.899 para 1.472) a atuação da PM. A gestão atual questiona o número de policiais alocados na administração passada, dizendo que não havia controle do efetivo e dos gastos. "Além das atividades voluntárias, a GCM atua diariamente no controle do espaço público e fiscalização do comércio ambulante", afirma. Segundo a prefeitura, a legalidade das apreensões feitas durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) é questionada na Justiça. A nova administração aponta suspeita de irregularidades e desvio de produtos de um galpão. A assessoria de Kassab afirmou que as ações contra a venda irregular de produtos foram acompanhadas por diversos órgãos, como Ministério Público e Polícia Civil. "As mercadorias apreendidas eram armazenadas em galpão equipado com câmeras de vigilância que, se não foram retiradas, gravaram todas as movimentações no local. As mercadorias, depois de liberadas legalmente, eram destruídas publicamente", afirmou a assessoria de Kassab. O ex-prefeito diz ainda que "obteve grande êxito no combate ao comércio irregular e à pirataria, tendo recebido prêmios".
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Doria só não está à frente nos extremos da cidade, segundo o Datafolha
DE SÃO PAULO Isolado na liderança na disputa pela Prefeitura de São Paulo segundo a pesquisa Datafolha mais recente, o candidato tucano, João Doria, repete o primeiro lugar em todas as macrorregiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro), segundo o recorte regional do levantamento. Doria está numericamente à frente de Celso Russomanno (PRB) nas zonas norte e leste (27% a 24% e 25% a 24%, respectivamente) e, nas demais áreas, pela primeira vez lidera de forma isolada. Doria só deixa de ficar numericamente à frente em alguns locais quando são analisados os dados das sub-regiões: nos extremos da cidade (zonas identificadas pelo Datafolha como sul 2, oeste 2, norte 2 e leste 3), Marta Suplicy (PMDB) e o candidato do PRB melhoram seus índices e empatam com o tucano –ou deixam o empresário para trás. Na região sul 2, de distritos como Capão Redondo, Parelheiros e Grajaú, há um triplo empate: Doria e Russomanno têm 24% cada um, Marta tem 22%. Na oeste 2 (Jaguaré, Raposo Tavares, Rio Pequeno), Russomanno vence, com 33%, contra 28% do tucano. O deputado federal do PRB repete o quadro na zona norte 2 (de bairros como Anhanguera, Freguesia do Ó, Perus e Pirituba), em que marca 26%, contra 24% de Doria. Na zona leste 3 (Cidade Tiradentes, Guaianazes, São Mateus), Russomanno tem 25%, contra 21% da peemedebista e 17% de Doria –o pior desempenho do tucano. Intenção de voto para prefeito de São Paulo - Por região da cidade, em % CRESCIMENTO Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, do dia 21 de setembro, João Doria cresceu em todas as regiões e conseguiu superar Russomanno e Marta em alguns locais. Ainda que o tucano estivesse numericamente à frente na pesquisa global, o deputado do PRB mantinha-se à frente nas zonas norte (com 24%, contra 23% de Doria) e leste (29% a 23%), e Marta Suplicy (PMDB) liderava na zona sul (com 26% dos votos, contra 25% de Doria e 17% de Russomanno). Na zona oeste, o empresário subiu 10 pontos percentuais –ele já liderava com folga e, em votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), já soma 53%. Na região norte, Doria subiu 4 pontos; na leste, 2, mesmo índice da região central, e na sul, 7 pontos. Nesta área, por sua vez, Marta passou de 26% para 19% das intenções. Além da região oeste (em que tem 45% contra 17% de Russomanno, o segundo colocado), a vantagem de Doria também é grande no centro: tem 37%, contra 14% do parlamentar. Entre as duas pesquisas, Doria só perdeu votos na sub-região leste 1 (onde ficam distritos como Belém, Mooca e Tatuapé), na qual caiu 11 pontos –compensados pelos 12 pontos que cresceu na leste 2 (Aricanduva, Itaquera e Penha). MARTA E HADDAD Na pesquisa global, Marta deixou de empatar tecnicamente na primeira posição com Doria e Russomanno e passou à mesma situação com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), no terceiro lugar (ela tem 15%, contra 20% do levantamento do dia 21, e ele oscilou de 10% para 11%). A análise regional mostra que a peemedebista despencou em ao menos três extremos da cidade: na sub-região oeste 2, passou de 17% das intenções de voto para 5% –numericamente atrás de Haddad, que tem 8%, e com a mesma marca de Luiza Erundina (PSOL). No local, Doria subiu de 13% para 28%. Na sul 2, Marta foi de 33% para 22% (o tucano e Russomanno cresceram); na norte 1, a senadora licenciada caiu de 16% para 7% (a taxa que mais subiu no local, 4 pontos, foi a de indecisos). Haddad, por sua vez, ancora seu desempenho em sub-regiões mais nobres da cidade: ele alcança seus maiores índices na zona sul 1 (distritos de Campo Belo, Ipiranga, Moema, Vila Mariana; 15% das intenções de voto) e oeste 1 (Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Morumbi, Lapa; tem 12%). Em ambas, o petista está numericamente em segundo lugar, à frente de Russomanno e de Marta.
poder
Doria só não está à frente nos extremos da cidade, segundo o DatafolhaDE SÃO PAULO Isolado na liderança na disputa pela Prefeitura de São Paulo segundo a pesquisa Datafolha mais recente, o candidato tucano, João Doria, repete o primeiro lugar em todas as macrorregiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro), segundo o recorte regional do levantamento. Doria está numericamente à frente de Celso Russomanno (PRB) nas zonas norte e leste (27% a 24% e 25% a 24%, respectivamente) e, nas demais áreas, pela primeira vez lidera de forma isolada. Doria só deixa de ficar numericamente à frente em alguns locais quando são analisados os dados das sub-regiões: nos extremos da cidade (zonas identificadas pelo Datafolha como sul 2, oeste 2, norte 2 e leste 3), Marta Suplicy (PMDB) e o candidato do PRB melhoram seus índices e empatam com o tucano –ou deixam o empresário para trás. Na região sul 2, de distritos como Capão Redondo, Parelheiros e Grajaú, há um triplo empate: Doria e Russomanno têm 24% cada um, Marta tem 22%. Na oeste 2 (Jaguaré, Raposo Tavares, Rio Pequeno), Russomanno vence, com 33%, contra 28% do tucano. O deputado federal do PRB repete o quadro na zona norte 2 (de bairros como Anhanguera, Freguesia do Ó, Perus e Pirituba), em que marca 26%, contra 24% de Doria. Na zona leste 3 (Cidade Tiradentes, Guaianazes, São Mateus), Russomanno tem 25%, contra 21% da peemedebista e 17% de Doria –o pior desempenho do tucano. Intenção de voto para prefeito de São Paulo - Por região da cidade, em % CRESCIMENTO Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, do dia 21 de setembro, João Doria cresceu em todas as regiões e conseguiu superar Russomanno e Marta em alguns locais. Ainda que o tucano estivesse numericamente à frente na pesquisa global, o deputado do PRB mantinha-se à frente nas zonas norte (com 24%, contra 23% de Doria) e leste (29% a 23%), e Marta Suplicy (PMDB) liderava na zona sul (com 26% dos votos, contra 25% de Doria e 17% de Russomanno). Na zona oeste, o empresário subiu 10 pontos percentuais –ele já liderava com folga e, em votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), já soma 53%. Na região norte, Doria subiu 4 pontos; na leste, 2, mesmo índice da região central, e na sul, 7 pontos. Nesta área, por sua vez, Marta passou de 26% para 19% das intenções. Além da região oeste (em que tem 45% contra 17% de Russomanno, o segundo colocado), a vantagem de Doria também é grande no centro: tem 37%, contra 14% do parlamentar. Entre as duas pesquisas, Doria só perdeu votos na sub-região leste 1 (onde ficam distritos como Belém, Mooca e Tatuapé), na qual caiu 11 pontos –compensados pelos 12 pontos que cresceu na leste 2 (Aricanduva, Itaquera e Penha). MARTA E HADDAD Na pesquisa global, Marta deixou de empatar tecnicamente na primeira posição com Doria e Russomanno e passou à mesma situação com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), no terceiro lugar (ela tem 15%, contra 20% do levantamento do dia 21, e ele oscilou de 10% para 11%). A análise regional mostra que a peemedebista despencou em ao menos três extremos da cidade: na sub-região oeste 2, passou de 17% das intenções de voto para 5% –numericamente atrás de Haddad, que tem 8%, e com a mesma marca de Luiza Erundina (PSOL). No local, Doria subiu de 13% para 28%. Na sul 2, Marta foi de 33% para 22% (o tucano e Russomanno cresceram); na norte 1, a senadora licenciada caiu de 16% para 7% (a taxa que mais subiu no local, 4 pontos, foi a de indecisos). Haddad, por sua vez, ancora seu desempenho em sub-regiões mais nobres da cidade: ele alcança seus maiores índices na zona sul 1 (distritos de Campo Belo, Ipiranga, Moema, Vila Mariana; 15% das intenções de voto) e oeste 1 (Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Morumbi, Lapa; tem 12%). Em ambas, o petista está numericamente em segundo lugar, à frente de Russomanno e de Marta.
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Quinta tem 'Batman vs Superman' e saída para o feriadão
A Operação Estrada, da CET, começa na tarde desta quinta-feira. De acordo com o órgão, mais de 2 milhões de carros devem deixar São Paulo em direção ao litoral e interior. Marginais, av. dos Bandeirantes, rua das Juntas Provissórias e av. Salim Farah Maluf estão entre as vias que serão monitoradas. Quem vai para o interior deve evitar o período da tarde, a partir das 14h. De acordo com a concessionária ViaOeste, responsável pelo sistema Castello-Raposo é melhor viajar depois das 22h de quinta ou na manhã de sábado. * TEMPO O dia deve ser de sol com muitas nuvens. Pode chover a qualquer hora, de acordo com o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER O desemprego nas metrópoles chegou a 8,2% e é o maior desde maio de 2009, de acordo com o IBGE. A população desempregada (desocupada) em fevereiro chegou a 2 milhões de pessoas, 7,2% acima de janeiro deste ano, ou 136 mil pessoas a mais. E 39% acima do mesmo mês do ano passado. Um vazamento no Terminal Terrestre da Transpetro, na Baixada Santista, despejou uma quantidade de petróleo ainda não calculada no rio Cubatão, na noite de terça (22), afetando o abastecimento de água em todo o litoral. O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou nesta quarta-feira (23) a nova lei de zoneamento sem vetar as mudanças mais polêmicas feitas durante a tramitação do projeto na Câmara de São Paulo. Uma das modificações no texto foi a proibição de bares e restaurantes nas regiões dos Jardins, Pacaembu, City Lapa e Marajoara. AGENDA CULTURAL cinema O conflito entre Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill) deve fazer bombar as salas de cinema. Douglas Lambert, do blog "Surto Nerd", já viu o longa e não gostou, leia a crítica. Confira os locais e horários de exibição pagode Belo faz show na madrugada de quinta para sexta no Carioca Club, em Pinheiros. Ele deve tocar temas do seu álbum mais recente, "Mistério", mas não deixa faltar sucessos como "Desafio" e "Tua Boca". Carioca Club: R. Card. Arcoverde, 2.899 - Pinheiros - Oeste. Telefone: 3813-8598 hipster Ao lado de nomes como Rita Lee e Ney Matogrosso, o trombonista Bocato consolidou sua carreira. Ele toca nesta quinta em show que faz parte da programação da Casa Levi's, em Santa Cecília. A entrada é grátis. Associação Cultural Cecília: Casa Levi's, r. Vitorino Carmilo, 449 - Barra Funda - Oeste. Telefone: 2691-0262
saopaulo
Quinta tem 'Batman vs Superman' e saída para o feriadãoA Operação Estrada, da CET, começa na tarde desta quinta-feira. De acordo com o órgão, mais de 2 milhões de carros devem deixar São Paulo em direção ao litoral e interior. Marginais, av. dos Bandeirantes, rua das Juntas Provissórias e av. Salim Farah Maluf estão entre as vias que serão monitoradas. Quem vai para o interior deve evitar o período da tarde, a partir das 14h. De acordo com a concessionária ViaOeste, responsável pelo sistema Castello-Raposo é melhor viajar depois das 22h de quinta ou na manhã de sábado. * TEMPO O dia deve ser de sol com muitas nuvens. Pode chover a qualquer hora, de acordo com o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER O desemprego nas metrópoles chegou a 8,2% e é o maior desde maio de 2009, de acordo com o IBGE. A população desempregada (desocupada) em fevereiro chegou a 2 milhões de pessoas, 7,2% acima de janeiro deste ano, ou 136 mil pessoas a mais. E 39% acima do mesmo mês do ano passado. Um vazamento no Terminal Terrestre da Transpetro, na Baixada Santista, despejou uma quantidade de petróleo ainda não calculada no rio Cubatão, na noite de terça (22), afetando o abastecimento de água em todo o litoral. O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou nesta quarta-feira (23) a nova lei de zoneamento sem vetar as mudanças mais polêmicas feitas durante a tramitação do projeto na Câmara de São Paulo. Uma das modificações no texto foi a proibição de bares e restaurantes nas regiões dos Jardins, Pacaembu, City Lapa e Marajoara. AGENDA CULTURAL cinema O conflito entre Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill) deve fazer bombar as salas de cinema. Douglas Lambert, do blog "Surto Nerd", já viu o longa e não gostou, leia a crítica. Confira os locais e horários de exibição pagode Belo faz show na madrugada de quinta para sexta no Carioca Club, em Pinheiros. Ele deve tocar temas do seu álbum mais recente, "Mistério", mas não deixa faltar sucessos como "Desafio" e "Tua Boca". Carioca Club: R. Card. Arcoverde, 2.899 - Pinheiros - Oeste. Telefone: 3813-8598 hipster Ao lado de nomes como Rita Lee e Ney Matogrosso, o trombonista Bocato consolidou sua carreira. Ele toca nesta quinta em show que faz parte da programação da Casa Levi's, em Santa Cecília. A entrada é grátis. Associação Cultural Cecília: Casa Levi's, r. Vitorino Carmilo, 449 - Barra Funda - Oeste. Telefone: 2691-0262
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O PT flerta com o autoengano
O PT deve ser apeado do Planalto daqui a três dias, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A votação no Senado encerrará um ciclo de 13 anos no poder, e o partido será despachado na manhã seguinte para a oposição. Os petistas deveriam aproveitar o momento para pedir desculpas pelos descaminhos que aceleraram sua queda. Parecem mais preocupados com outras tarefas, como atacar o futuro governo Temer e tentar se descolar da presidente que sai de cena. No dia 1º, Lula alegou uma rouquidão para deixar a sucessora sozinha no palanque do Anhangabaú. Seus aliados têm alternado ataques públicos ao vice a queixas reservadas contra a presidente, a quem atribuem toda a culpa pelo impeachment. Tratar Dilma como o único problema é escolher a via do autoengano. Ela pode ser a principal responsável pelos erros na política econômica, mas tem pouco a ver com a maré de escândalos que criou o ambiente para a derrubada do governo. O cerco judicial ao PT voltou a se fechar na última semana. Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República denunciou Lula por tentativa de obstrução da Justiça. Na sexta, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro para financiar a campanha de 2014. Ele pode perder o cargo nos próximos dias. Se o Superior Tribunal de Justiça receber a denúncia, deverá ser afastado até o julgamento da ação penal. Por ironia, o vice-governador é um velho político do PMDB. Ninguém espera que os petistas se imolem em praça pública, mas é improvável que a sigla sobreviva sem mudar as práticas e oferecer uma autocrítica convincente aos eleitores. Quando o mensalão veio à tona, o ex-ministro Tarso Genro disse que o PT precisava se "refundar" e romper com a "cultura tolerante com a corrupção". O partido ignorou a cobrança e reforçou os laços com as empreiteiras. Deu nisso.
colunas
O PT flerta com o autoenganoO PT deve ser apeado do Planalto daqui a três dias, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A votação no Senado encerrará um ciclo de 13 anos no poder, e o partido será despachado na manhã seguinte para a oposição. Os petistas deveriam aproveitar o momento para pedir desculpas pelos descaminhos que aceleraram sua queda. Parecem mais preocupados com outras tarefas, como atacar o futuro governo Temer e tentar se descolar da presidente que sai de cena. No dia 1º, Lula alegou uma rouquidão para deixar a sucessora sozinha no palanque do Anhangabaú. Seus aliados têm alternado ataques públicos ao vice a queixas reservadas contra a presidente, a quem atribuem toda a culpa pelo impeachment. Tratar Dilma como o único problema é escolher a via do autoengano. Ela pode ser a principal responsável pelos erros na política econômica, mas tem pouco a ver com a maré de escândalos que criou o ambiente para a derrubada do governo. O cerco judicial ao PT voltou a se fechar na última semana. Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República denunciou Lula por tentativa de obstrução da Justiça. Na sexta, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro para financiar a campanha de 2014. Ele pode perder o cargo nos próximos dias. Se o Superior Tribunal de Justiça receber a denúncia, deverá ser afastado até o julgamento da ação penal. Por ironia, o vice-governador é um velho político do PMDB. Ninguém espera que os petistas se imolem em praça pública, mas é improvável que a sigla sobreviva sem mudar as práticas e oferecer uma autocrítica convincente aos eleitores. Quando o mensalão veio à tona, o ex-ministro Tarso Genro disse que o PT precisava se "refundar" e romper com a "cultura tolerante com a corrupção". O partido ignorou a cobrança e reforçou os laços com as empreiteiras. Deu nisso.
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Buraka já se acabou?
Há uma marcha popular que todos os portugueses sabem. "Santo Antônio já se acabou/ O São Pedro está-se acabar/ São João, São João/ Dá cá um balão para eu brincar." Nas últimas semanas, depois de a banda Buraka Som Sistema ter anunciado na sua página no Facebook que, após a turnê que vão fazer em 2016, para comemorar seus dez anos, vai "parar por tempo indeterminado", os primeiros versos ganharam a versão: "Buraka já se acabou? Buraka está-se a acabar? Kuduro, Kuduro...". No dia seguinte a terem dado um concerto no Piknic Électronik Lisboa, aquele que ficou a ser "o último concerto de 2015", a banda portuguesa mais internacional da atualidade anunciou: "Estamos já a preparar para o início de 2016 uma tour muito especial, onde vamos não só celebrar o nosso décimo aniversário como também fechar o ciclo de existência dos Buraka Som Sistema. Foram dez anos de atividade permanente (...), mas chegamos a um momento em que precisamos de parar, respirar e ter tempo para outros projetos". As reações não se fizeram esperar: "Vai ser o maior erro das vossas vidas! Não existe mais ninguém a fazer o que vocês fazem! Buraka sempre!" (Carlos Libério), "Só espero que estejam a gozar [troçar]" (Ana Paula Diogo), "Ninguém para os Buraka! Nem os próprios, quanto mais! Siga a dança" (Vasco Marques Correia). E ainda há quem peça que a turnê 2016 inclua o Brasil. O MAMBO ACABOU "A festa acabou, o mambo acabou...parou por quê'?" entoam os Buraka numa das suas famosas canções. Branko, Riot, Conductor, Kalaf e Blaya –os cinco membros deste coletivo, que nasceram em Lisboa, filhos de imigrantes das antigas colônias portuguesas, foram aos subúrbios de Luanda, em Angola, encontrar o kuduro. Lançaram o primeiro álbum, "From Buraka to the World", em 2006. Costumam explicar nos seus concertos no estrangeiro que a graça de Lisboa, onde vivem, é ser uma cidade onde se pode encontrar África, América do Sul, a Europa e também marcianos. Branko lança dia 4/9, um trabalho solo, "Atlas", mas o single "Louca", com MC Bin Laden & Marginal Men já se pode ouvir (soundcloud.com/platform/ branko-louca-feat-mc-bin-laden- marginal-men-boiler-room- debuts). O DJ Riot (Rui Pité) editou o EP "Originatore" e é curador do bar Musicbox, uma referência da música ao vivo na cidade. "O Angolano que Comprou Lisboa (por Metade do Preço)", livro de Kalaf Epalanga editado pela Caminho, já vai na terceira edição e foi adaptado a um espectáculo. Blaya editou o primeiro disco homônimo em 2013 (entre o rap e o baile funk) e é professora de kuduro. "Nada se perde, tudo se transforma, por isso mais do que acabar queremos chamar a isto uma paragem por tempo indeterminado", escreve a banda no Facebook. SHERAZADE À PORTUGUESA Quem não esteve parado nos últimos anos foi o cineasta Miguel Gomes. Depois do sucesso alcançado com "Tabu", pensou fazer um filme sobre futebol, chamado "Saltillo", que se passaria nos anos 80 numa cidade do México. Mas, um dia, a sua filha de cinco anos queria que ele lhe comprasse alguma coisa e, quando lhe respondeu não, ela perguntou se era por causa da crise. Foi aí que teve a ideia de filmar o país e a sua relação com a crise, e assim nasceu o projeto "As Mil e Uma Noites" (as1001noites.com). A primeira parte deste filme –de seis horas– "O Inquieto", estreou-se dia 27 nas salas portuguesas. Virá depois a segunda parte, "O Desolado" (25/9) e a terceira, "O Encantado" (11/10). Quando o filme passou no Festival de Cannes, o "Le Monde" descreveu-o como "uma epopeia fantástica, uma canção de amor aos derrotados da história, que são os portugueses de uma Europa em crise". Para realizar essa "crônica de Portugal" durante a intervenção da "troika" (2013 a 2014), Miguel Gomes teve a ajuda de uma equipa de jornalistas e utilizou atores amadores e profissionais. "WE ARE UNSTOPPABLE" Mas imparável só é mesmo Miss Conchita. A austríaca vencedora do Festival Eurovisão da Canção 2014 com a interpretação de "Rise Like a Phoenix" esteve esta semana em Lisboa. Conchita Wurst, que aos 26 anos se transformou numa bandeira de tolerância e dos direitos LGBT, veio lançar o álbum "Conchita". Ganhar o Festival Eurovisão da Canção de vestido, saltos agulha e com barba foi um "statement", mas não é suficiente para mudar a sociedade. "Ainda há um longo caminho a percorrer", diz a cantora (em novembro, sai em Portugal a biografia "Being Conchita "" We Are Unstoppable") e revela que é isso que a faz ser imparável. ISABEL COUTINHO, 49, é repórter do jornal português "Público".
ilustrissima
Buraka já se acabou?Há uma marcha popular que todos os portugueses sabem. "Santo Antônio já se acabou/ O São Pedro está-se acabar/ São João, São João/ Dá cá um balão para eu brincar." Nas últimas semanas, depois de a banda Buraka Som Sistema ter anunciado na sua página no Facebook que, após a turnê que vão fazer em 2016, para comemorar seus dez anos, vai "parar por tempo indeterminado", os primeiros versos ganharam a versão: "Buraka já se acabou? Buraka está-se a acabar? Kuduro, Kuduro...". No dia seguinte a terem dado um concerto no Piknic Électronik Lisboa, aquele que ficou a ser "o último concerto de 2015", a banda portuguesa mais internacional da atualidade anunciou: "Estamos já a preparar para o início de 2016 uma tour muito especial, onde vamos não só celebrar o nosso décimo aniversário como também fechar o ciclo de existência dos Buraka Som Sistema. Foram dez anos de atividade permanente (...), mas chegamos a um momento em que precisamos de parar, respirar e ter tempo para outros projetos". As reações não se fizeram esperar: "Vai ser o maior erro das vossas vidas! Não existe mais ninguém a fazer o que vocês fazem! Buraka sempre!" (Carlos Libério), "Só espero que estejam a gozar [troçar]" (Ana Paula Diogo), "Ninguém para os Buraka! Nem os próprios, quanto mais! Siga a dança" (Vasco Marques Correia). E ainda há quem peça que a turnê 2016 inclua o Brasil. O MAMBO ACABOU "A festa acabou, o mambo acabou...parou por quê'?" entoam os Buraka numa das suas famosas canções. Branko, Riot, Conductor, Kalaf e Blaya –os cinco membros deste coletivo, que nasceram em Lisboa, filhos de imigrantes das antigas colônias portuguesas, foram aos subúrbios de Luanda, em Angola, encontrar o kuduro. Lançaram o primeiro álbum, "From Buraka to the World", em 2006. Costumam explicar nos seus concertos no estrangeiro que a graça de Lisboa, onde vivem, é ser uma cidade onde se pode encontrar África, América do Sul, a Europa e também marcianos. Branko lança dia 4/9, um trabalho solo, "Atlas", mas o single "Louca", com MC Bin Laden & Marginal Men já se pode ouvir (soundcloud.com/platform/ branko-louca-feat-mc-bin-laden- marginal-men-boiler-room- debuts). O DJ Riot (Rui Pité) editou o EP "Originatore" e é curador do bar Musicbox, uma referência da música ao vivo na cidade. "O Angolano que Comprou Lisboa (por Metade do Preço)", livro de Kalaf Epalanga editado pela Caminho, já vai na terceira edição e foi adaptado a um espectáculo. Blaya editou o primeiro disco homônimo em 2013 (entre o rap e o baile funk) e é professora de kuduro. "Nada se perde, tudo se transforma, por isso mais do que acabar queremos chamar a isto uma paragem por tempo indeterminado", escreve a banda no Facebook. SHERAZADE À PORTUGUESA Quem não esteve parado nos últimos anos foi o cineasta Miguel Gomes. Depois do sucesso alcançado com "Tabu", pensou fazer um filme sobre futebol, chamado "Saltillo", que se passaria nos anos 80 numa cidade do México. Mas, um dia, a sua filha de cinco anos queria que ele lhe comprasse alguma coisa e, quando lhe respondeu não, ela perguntou se era por causa da crise. Foi aí que teve a ideia de filmar o país e a sua relação com a crise, e assim nasceu o projeto "As Mil e Uma Noites" (as1001noites.com). A primeira parte deste filme –de seis horas– "O Inquieto", estreou-se dia 27 nas salas portuguesas. Virá depois a segunda parte, "O Desolado" (25/9) e a terceira, "O Encantado" (11/10). Quando o filme passou no Festival de Cannes, o "Le Monde" descreveu-o como "uma epopeia fantástica, uma canção de amor aos derrotados da história, que são os portugueses de uma Europa em crise". Para realizar essa "crônica de Portugal" durante a intervenção da "troika" (2013 a 2014), Miguel Gomes teve a ajuda de uma equipa de jornalistas e utilizou atores amadores e profissionais. "WE ARE UNSTOPPABLE" Mas imparável só é mesmo Miss Conchita. A austríaca vencedora do Festival Eurovisão da Canção 2014 com a interpretação de "Rise Like a Phoenix" esteve esta semana em Lisboa. Conchita Wurst, que aos 26 anos se transformou numa bandeira de tolerância e dos direitos LGBT, veio lançar o álbum "Conchita". Ganhar o Festival Eurovisão da Canção de vestido, saltos agulha e com barba foi um "statement", mas não é suficiente para mudar a sociedade. "Ainda há um longo caminho a percorrer", diz a cantora (em novembro, sai em Portugal a biografia "Being Conchita "" We Are Unstoppable") e revela que é isso que a faz ser imparável. ISABEL COUTINHO, 49, é repórter do jornal português "Público".
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Aviso
Excepcionalmente hoje a coluna não será publicada.
colunas
AvisoExcepcionalmente hoje a coluna não será publicada.
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Porta trancada em cabine é efeito do 11 de Setembro
Um conceito desenvolvido no pós-11 de Setembro para impedir acesso de sequestradores à cabine de comando permite que um ou dois pilotos se mantenham trancados no cockpit, sem que ninguém na cabine de passageiros consiga entrar —nem mesmo outro tripulante. O padrão é que a porta fique sempre trancada por dentro. Se, por exemplo, um dos pilotos sai para ir ao banheiro, ele avisa por interfone que está retornando. O colega na cabine de comando, então, destrava a porta. Há também um olho mágico e, em alguns modelos de avião, câmeras. Há o risco de o piloto que permaneceu na cabine passe mal durante a ausência do colega, o que pode colocar a aeronave em perigo. Neste caso, o piloto do lado de fora digita um código que permite que ela se abra após um período determinado de tempo, em torno de 30 segundos. Uma buzina soa na cabine, para alertar quem está na cabine de que o código foi digitado —e, eventualmente, permitir acordar alguém que temporariamente tenha caído no sono. A indústria da aviação previu, depois dos atentados nos EUA, a possibilidade de um sequestrador obter esse código de acesso à cabine de comando —mediante ameaça a um piloto que tenha saído, por exemplo. Criou-se, então, um dispositivo pelo qual quem está na cabine de comando consegue bloquear a abertura da porta, mesmo com a digitação do código correto. Basta para isso mudar o comando da porta para "lock" (travado). Como a porta da cabine é blindada, é praticamente impossível entrar. A considerar esse cenário, um comandante disposto a se suicidar conseguiria fazê-lo —algo que apenas as investigações e a posterior revelação das conversas na cabine poderão confirmar. Apesar de ser um fenômeno raro, há precedente recente: em 29 de novembro de 2013, um piloto se trancou na cabine de um Embraer ERJ-190 da LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) durante um voo entre Maputo e Luanda (Angola) quando o copiloto saiu. Segundo a autoridade de aviação de Moçambique, foi possível ouvir nas gravações da caixa-preta batidas na porta e os alarmes que indicam a digitação do código, do lado de fora, pelo copiloto. A aeronave caiu sobre a Namíbia; as 33 pessoas a bordo morreram.
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Porta trancada em cabine é efeito do 11 de SetembroUm conceito desenvolvido no pós-11 de Setembro para impedir acesso de sequestradores à cabine de comando permite que um ou dois pilotos se mantenham trancados no cockpit, sem que ninguém na cabine de passageiros consiga entrar —nem mesmo outro tripulante. O padrão é que a porta fique sempre trancada por dentro. Se, por exemplo, um dos pilotos sai para ir ao banheiro, ele avisa por interfone que está retornando. O colega na cabine de comando, então, destrava a porta. Há também um olho mágico e, em alguns modelos de avião, câmeras. Há o risco de o piloto que permaneceu na cabine passe mal durante a ausência do colega, o que pode colocar a aeronave em perigo. Neste caso, o piloto do lado de fora digita um código que permite que ela se abra após um período determinado de tempo, em torno de 30 segundos. Uma buzina soa na cabine, para alertar quem está na cabine de que o código foi digitado —e, eventualmente, permitir acordar alguém que temporariamente tenha caído no sono. A indústria da aviação previu, depois dos atentados nos EUA, a possibilidade de um sequestrador obter esse código de acesso à cabine de comando —mediante ameaça a um piloto que tenha saído, por exemplo. Criou-se, então, um dispositivo pelo qual quem está na cabine de comando consegue bloquear a abertura da porta, mesmo com a digitação do código correto. Basta para isso mudar o comando da porta para "lock" (travado). Como a porta da cabine é blindada, é praticamente impossível entrar. A considerar esse cenário, um comandante disposto a se suicidar conseguiria fazê-lo —algo que apenas as investigações e a posterior revelação das conversas na cabine poderão confirmar. Apesar de ser um fenômeno raro, há precedente recente: em 29 de novembro de 2013, um piloto se trancou na cabine de um Embraer ERJ-190 da LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) durante um voo entre Maputo e Luanda (Angola) quando o copiloto saiu. Segundo a autoridade de aviação de Moçambique, foi possível ouvir nas gravações da caixa-preta batidas na porta e os alarmes que indicam a digitação do código, do lado de fora, pelo copiloto. A aeronave caiu sobre a Namíbia; as 33 pessoas a bordo morreram.
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Combate ao ebola na Libéria rende a médico prêmio de US$ 1 milhão
Quando Raj Panjabi decidiu voltar para a Libéria, onde cresceu, o país se recuperava de uma guerra civil e tinha apenas 54 médicos para uma população de 4 milhões. Formado em medicina nos EUA, para onde sua família fugiu no início do conflito, ele começou a ajudar as comunidades rurais, as mais afetadas pela falta de clínicas e hospitais. Foi com os US$ 6 mil que ganhou de presente de casamento que Panjabi montou sua primeira equipe na Libéria para treinar, equipar, empregar e administrar membros da comunidade para fornecerem serviços básicos de saúde. O resultado gerou a organização Last Mile Health há dez anos, que já serviu dezenas de milhares de pacientes e ajudou a treinar 1.300 pessoas para acabar com o ebola no país. Nesta semana, Panjabi recebeu um presente muito maior: US$ 1 milhão. O TED Prize é um prêmio dado anualmente pela mesma organização sem fins lucrativos que faz os TED Talks, que acontecem em Vancouver até sexta-feira. A ideia é prestigiar projetos com potencial de resolver grandes problemas do mundo, envolvendo a comunidade TED, seja com tecnologia, ideias e mais financiamento. "Sempre foi verdade na história do mundo que doenças são universais, e o acesso a saúde não", disse o médico, eleito uma das 100 pessoas mais influentes pela revista Time em 2016. "Via no dia a dia gente morrendo de coisas que não deveriam em pleno século 20. E isto acontece não só com crianças na Libéria, mas com gente em Dakota do Sul, no Alasca, no Brasil." Com o prêmio, Panjabi quer internacionalizar o Last Mile Health, criando a Community Health Academy (academia de saúde comunitária), uma plataforma global para treinar, apoiar e conectar "o maior exército de trabalhadores da saúde que o mundo já viu". "A hora é agora para os avanços incríveis na revolução da educação digital colidirem com a revolução da comunidade de trabalhadores da saúde", disse Panjabi, filho de pais indianos e médico associado na Harvard Medical School. "Queremos emponderar milhares de membros comunitários da área de saúde para servir milhões de pessoas nas comunidades mais remotas que não têm acesso, das florestas da Libéria às regiões rurais da América. Podemos salvar 30 milhões de vidas até 2030." Além de ferramentas de educação online, Panjabi quer usar a tecnologia de celulares para monitorar funcionários, com enfermeiras fazendo auditorias aleatórias, e também em testes baratos de diagnósticos, como um de apenas US$1 para detectar malária. "Hoje, com tanta gente com medo de perder o emprego por causa da tecnologia, estamos criando empregos com o uso de tecnologia", disse.
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Combate ao ebola na Libéria rende a médico prêmio de US$ 1 milhãoQuando Raj Panjabi decidiu voltar para a Libéria, onde cresceu, o país se recuperava de uma guerra civil e tinha apenas 54 médicos para uma população de 4 milhões. Formado em medicina nos EUA, para onde sua família fugiu no início do conflito, ele começou a ajudar as comunidades rurais, as mais afetadas pela falta de clínicas e hospitais. Foi com os US$ 6 mil que ganhou de presente de casamento que Panjabi montou sua primeira equipe na Libéria para treinar, equipar, empregar e administrar membros da comunidade para fornecerem serviços básicos de saúde. O resultado gerou a organização Last Mile Health há dez anos, que já serviu dezenas de milhares de pacientes e ajudou a treinar 1.300 pessoas para acabar com o ebola no país. Nesta semana, Panjabi recebeu um presente muito maior: US$ 1 milhão. O TED Prize é um prêmio dado anualmente pela mesma organização sem fins lucrativos que faz os TED Talks, que acontecem em Vancouver até sexta-feira. A ideia é prestigiar projetos com potencial de resolver grandes problemas do mundo, envolvendo a comunidade TED, seja com tecnologia, ideias e mais financiamento. "Sempre foi verdade na história do mundo que doenças são universais, e o acesso a saúde não", disse o médico, eleito uma das 100 pessoas mais influentes pela revista Time em 2016. "Via no dia a dia gente morrendo de coisas que não deveriam em pleno século 20. E isto acontece não só com crianças na Libéria, mas com gente em Dakota do Sul, no Alasca, no Brasil." Com o prêmio, Panjabi quer internacionalizar o Last Mile Health, criando a Community Health Academy (academia de saúde comunitária), uma plataforma global para treinar, apoiar e conectar "o maior exército de trabalhadores da saúde que o mundo já viu". "A hora é agora para os avanços incríveis na revolução da educação digital colidirem com a revolução da comunidade de trabalhadores da saúde", disse Panjabi, filho de pais indianos e médico associado na Harvard Medical School. "Queremos emponderar milhares de membros comunitários da área de saúde para servir milhões de pessoas nas comunidades mais remotas que não têm acesso, das florestas da Libéria às regiões rurais da América. Podemos salvar 30 milhões de vidas até 2030." Além de ferramentas de educação online, Panjabi quer usar a tecnologia de celulares para monitorar funcionários, com enfermeiras fazendo auditorias aleatórias, e também em testes baratos de diagnósticos, como um de apenas US$1 para detectar malária. "Hoje, com tanta gente com medo de perder o emprego por causa da tecnologia, estamos criando empregos com o uso de tecnologia", disse.
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Sem ser alvo, Paes é citado em peças da Lava Jato do Rio
Sem ser citado no pedido de prisão da Operação Rio 40º, deflagrada na manhã desta quinta-feira (3), o nome do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) já apareceu de forma lateral em outras peças na Lava Jato do Rio. Ele é mencionado em anexos da denúncia contra o empresário Marco Antônio de Luca, preso há dois meses, e num bilhete apreendido com Ary Ferreira Filho, ex-assessor do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Até o momento, o prefeito é alvo apenas de inquérito baseado na delação de executivos da Odebrecht, enviado recentemente à Justiça Federal do Rio. O Ministério Público Federal afirma que as investigações, até o momento, não identificaram envolvimento do peemedebista no esquema de corrupção apurado na operação desta quinta. "As investigações são relacionadas a fatos, não pessoas. As apurações continuam", disse o procurador Rafael Barretto, quando questionado sobre o envolvimento de Paes. Ex-dono do grupo Masan, de Luca foi preso sob acusação de pagar cerca de R$ 16 milhões de propina a Cabral. Em seu celular, apreendido na Operação Ratatuille, investigadores encontraram um texto que faz referência a "Duda" –como Paes é chamado por amigos. "A minha relação com o Duda é graças às festas na casa do meu pai, pagas pela empresa", escreveu ele. Os agentes encontraram também uma foto dos dois, aparentemente num churrasco, quando eram mais jovens. O nome de Paes aparece também num papel apreendido na casa de Ary Filho, preso em fevereiro na Operação Mascate. Nele, há apenas o nome do ex-prefeito seguido da expressão "PEU Guaratiba". O projeto de estruturação urbana do bairro da zona oeste esteve em discussão na Câmara Municipal em 2012. Ele preocupou ambientalista e moradores da região em razão do possível adensamento da área, alvo de forte especulação imobiliária. Em depoimento, o ex-assessor de Cabral disse que trabalhou nas duas campanhas de Paes para a prefeitura (2008 e 2012). Ele, porém, negou que houvesse sobras de caixa dois de campanha do ex-prefeito, como afirma ter ocorrido com Cabral. Os procuradores, contudo, afirmam que a cobrança de propina na secretaria municipal reproduz o modelo montado no Estado. O esquema é atribuído ao PMDB do Rio. OUTRO LADO Em nota, Paes afirmou que conheceu de Luca por meio do ex-prefeito César Maia (DEM), em 1992, quando entrou na política. "Tinha pouco contato antes de ser eleito prefeito e estive pouquíssimas vezes com ele depois que virei prefeito", afirmou ele. O peemedebista também negou ter conversado com Ary Filho sobre o PEU de Guaratiba. "Nas poucas vezes em que estive com o então assessor do governador Sérgio Cabral jamais ele falou sobre PEU de Guaratiba", disse ele. Em rápida entrevista à Folha, o peemedebista afirmou não estar preocupado com as investigações. Declarou estar "triste e envergonhado" com as informações divulgadas sobre seu secretário de Obras. "Ele é um quadro técnico da Prefeitura do Rio e por isso foi colocado naquela posição. Sempre me orgulhei do fato de nossas obras não estarem envolvidas em escândalos", afirmou ele. Ele refutou a tese de que o esquema apontado em denúncias contra Cabral tenha sido "replicado em âmbito municipal", como afirmou o juiz Marcelo Bretas. "Isso não consta nem da peça de acusação do Ministério Público. Meu nome ou minha condição política e partidária sequer são citados na denúncia [pedido de prisão]", disse o ex-prefeito. A executiva da Carioca Luciana Parente, uma das delatoras que envolveu o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, afirmou em depoimento que "desconhece exigências de pagamentos de vantagens indevidas por parte do [então] prefeito do Rio". Paes é alvo de um inquérito da Operação Lava Jato decorrente da delação premiada dos executivos da Odebrecht. De acordo com a empreiteira, o ex-prefeito do Rio recebeu de caixa dois de campanha R$ 11,6 milhões em dinheiro no Brasil e US$ 5,75 milhões em duas contas no exterior.
poder
Sem ser alvo, Paes é citado em peças da Lava Jato do RioSem ser citado no pedido de prisão da Operação Rio 40º, deflagrada na manhã desta quinta-feira (3), o nome do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) já apareceu de forma lateral em outras peças na Lava Jato do Rio. Ele é mencionado em anexos da denúncia contra o empresário Marco Antônio de Luca, preso há dois meses, e num bilhete apreendido com Ary Ferreira Filho, ex-assessor do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Até o momento, o prefeito é alvo apenas de inquérito baseado na delação de executivos da Odebrecht, enviado recentemente à Justiça Federal do Rio. O Ministério Público Federal afirma que as investigações, até o momento, não identificaram envolvimento do peemedebista no esquema de corrupção apurado na operação desta quinta. "As investigações são relacionadas a fatos, não pessoas. As apurações continuam", disse o procurador Rafael Barretto, quando questionado sobre o envolvimento de Paes. Ex-dono do grupo Masan, de Luca foi preso sob acusação de pagar cerca de R$ 16 milhões de propina a Cabral. Em seu celular, apreendido na Operação Ratatuille, investigadores encontraram um texto que faz referência a "Duda" –como Paes é chamado por amigos. "A minha relação com o Duda é graças às festas na casa do meu pai, pagas pela empresa", escreveu ele. Os agentes encontraram também uma foto dos dois, aparentemente num churrasco, quando eram mais jovens. O nome de Paes aparece também num papel apreendido na casa de Ary Filho, preso em fevereiro na Operação Mascate. Nele, há apenas o nome do ex-prefeito seguido da expressão "PEU Guaratiba". O projeto de estruturação urbana do bairro da zona oeste esteve em discussão na Câmara Municipal em 2012. Ele preocupou ambientalista e moradores da região em razão do possível adensamento da área, alvo de forte especulação imobiliária. Em depoimento, o ex-assessor de Cabral disse que trabalhou nas duas campanhas de Paes para a prefeitura (2008 e 2012). Ele, porém, negou que houvesse sobras de caixa dois de campanha do ex-prefeito, como afirma ter ocorrido com Cabral. Os procuradores, contudo, afirmam que a cobrança de propina na secretaria municipal reproduz o modelo montado no Estado. O esquema é atribuído ao PMDB do Rio. OUTRO LADO Em nota, Paes afirmou que conheceu de Luca por meio do ex-prefeito César Maia (DEM), em 1992, quando entrou na política. "Tinha pouco contato antes de ser eleito prefeito e estive pouquíssimas vezes com ele depois que virei prefeito", afirmou ele. O peemedebista também negou ter conversado com Ary Filho sobre o PEU de Guaratiba. "Nas poucas vezes em que estive com o então assessor do governador Sérgio Cabral jamais ele falou sobre PEU de Guaratiba", disse ele. Em rápida entrevista à Folha, o peemedebista afirmou não estar preocupado com as investigações. Declarou estar "triste e envergonhado" com as informações divulgadas sobre seu secretário de Obras. "Ele é um quadro técnico da Prefeitura do Rio e por isso foi colocado naquela posição. Sempre me orgulhei do fato de nossas obras não estarem envolvidas em escândalos", afirmou ele. Ele refutou a tese de que o esquema apontado em denúncias contra Cabral tenha sido "replicado em âmbito municipal", como afirmou o juiz Marcelo Bretas. "Isso não consta nem da peça de acusação do Ministério Público. Meu nome ou minha condição política e partidária sequer são citados na denúncia [pedido de prisão]", disse o ex-prefeito. A executiva da Carioca Luciana Parente, uma das delatoras que envolveu o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, afirmou em depoimento que "desconhece exigências de pagamentos de vantagens indevidas por parte do [então] prefeito do Rio". Paes é alvo de um inquérito da Operação Lava Jato decorrente da delação premiada dos executivos da Odebrecht. De acordo com a empreiteira, o ex-prefeito do Rio recebeu de caixa dois de campanha R$ 11,6 milhões em dinheiro no Brasil e US$ 5,75 milhões em duas contas no exterior.
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Morrem dois dos 33 leões resgatados de circo e levados a santuário na África
As leoas Kala e Rapunzel, que integraram o grupo de 33 leões resgatados de circos na Colômbia e no Peru e levados a um santuário na África, morreram de infecção por uma toxina, informou a Animals Defenders International (Defensores Internacionais de Animais). A entidade participou do resgate dos animais nos países latino-americanos e fez, desde 2015, uma campanha para financiar a viagem dos leões para o santuário Emoya Big Cat, em uma propriedade privada de 5.000 hectares situada em uma província ao norte de Johannesburgo. A viagem de avião, ao custo de R$ 35 mil por animal, finalmente ocorreu no final de abril, e os animais chegaram à sua nova casa em 1º de maio. "Quatro leões foram afetados por uma toxina do botulismo —que ocorre naturalmente, mas a maior parte dos leões tem resistência, e o tratamento costuma ser bem-sucedido. No entanto, Kala e Rapunzel, por quaisquer razões de seu passado (genética e cruzamentos, a doença ou história de vida), foram especialmente suscetíveis", informou a ADI pelo seu site, nesta sexta-feira (3). A entidade lamentou a morte das leoas —uma delas resgatada no Peru, e a outra na Colômbia— e disse ter feito o possível pela segurança dos animais. "Sabemos que animais resgatados após uma vida de nutrição precária e abusos sempre serão vulneráveis, independentemente de nossos melhores esforços de alimentação, tratamento veterinário e suplementação de vitaminas", escreveu a ADI. Quando as leoas chegaram ao santuário, disse a entidade, "estavam extremamente nervosas —Rapunzel tinha medo de sair de sua jaula—, mas desabrocharam em figuras brincalhonas".
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Morrem dois dos 33 leões resgatados de circo e levados a santuário na ÁfricaAs leoas Kala e Rapunzel, que integraram o grupo de 33 leões resgatados de circos na Colômbia e no Peru e levados a um santuário na África, morreram de infecção por uma toxina, informou a Animals Defenders International (Defensores Internacionais de Animais). A entidade participou do resgate dos animais nos países latino-americanos e fez, desde 2015, uma campanha para financiar a viagem dos leões para o santuário Emoya Big Cat, em uma propriedade privada de 5.000 hectares situada em uma província ao norte de Johannesburgo. A viagem de avião, ao custo de R$ 35 mil por animal, finalmente ocorreu no final de abril, e os animais chegaram à sua nova casa em 1º de maio. "Quatro leões foram afetados por uma toxina do botulismo —que ocorre naturalmente, mas a maior parte dos leões tem resistência, e o tratamento costuma ser bem-sucedido. No entanto, Kala e Rapunzel, por quaisquer razões de seu passado (genética e cruzamentos, a doença ou história de vida), foram especialmente suscetíveis", informou a ADI pelo seu site, nesta sexta-feira (3). A entidade lamentou a morte das leoas —uma delas resgatada no Peru, e a outra na Colômbia— e disse ter feito o possível pela segurança dos animais. "Sabemos que animais resgatados após uma vida de nutrição precária e abusos sempre serão vulneráveis, independentemente de nossos melhores esforços de alimentação, tratamento veterinário e suplementação de vitaminas", escreveu a ADI. Quando as leoas chegaram ao santuário, disse a entidade, "estavam extremamente nervosas —Rapunzel tinha medo de sair de sua jaula—, mas desabrocharam em figuras brincalhonas".
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Cresce o descontentamento de xiitas na Arábia Saudita após execuções
Desde a execução de quatro muçulmanos xiitas no sábado na Arábia Saudita, centenas ou mesmo milhares de integrantes dessa minoria muçulmana marcharam em protestos noturnos no país, e seu descontentamento pode abrir caminho para uma crise mais ampla. A execução de um dos prisioneiros xiitas, o clérigo dissidente Nimr al-Nimr, provocou um impasse internacional, com respostas furiosas da população xiita no Irã e em seus países aliados, mas causou também descontentamento internamente no distrito de Qatif, onde muitos consideraram a execução injustificada. "As pessoas estão com raiva. E eles estão surpresos, porque houve sinalizações positivas nos últimos meses de que as execuções não ocorreriam. As pessoas ouviam a seus discursos, e não há nenhuma prova direta de que ele estava sendo violento", disse um líder comunitário de Qatif por telefone. Os protestos em Qatif, distrito com cerca de 1 milhão de habitantes quase inteiramente xiitas na Província Leste do país exportador de petróleo, tem sido em grande parte pacíficos, embora uma morte a tiros e um ataque com armas contra veículos blindados tenham sido registrados. Qatif está localizado próximo a grandes instalações petrolíferas, e muitos de seus moradores trabalham para a petroleira estatal, a Saudi Aramco. Os protestos no passado não provocaram ataques contra a indústria petrolífera, mas um ônibus usado pela Aramco para transportar empregados foi incendiado depois de um protesto na noite de terça-feira (5). Filmagens de pessoas em passeata gritando "abaixo os Al Saud" e outros slogans contrários ao governo, corroboradas por testemunhas contatadas pela Reuters, circulam pelas redes sociais junto com vídeos que mostram tiros sendo disparados contra veículos blindados. "Eu não ouvi os tiros terça à noite, mas escutei muitos nas duas noites anteriores", disse à Reuters pelo telefone um morador da vila em que Nimr vivia, Al Awamiya. Assim como as outras pessoas com as quais a Reuters conversou, ele pediu para não ter seu nome revelado. A Arábia Saudita concede acesso para a mídia internacional a Qatif somente com a companhia de representantes do governo, o que justifica como sendo necessário para garantir a segurança dos jornalistas. MUNDO ISLÂMICO EM DISPUTA
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Cresce o descontentamento de xiitas na Arábia Saudita após execuçõesDesde a execução de quatro muçulmanos xiitas no sábado na Arábia Saudita, centenas ou mesmo milhares de integrantes dessa minoria muçulmana marcharam em protestos noturnos no país, e seu descontentamento pode abrir caminho para uma crise mais ampla. A execução de um dos prisioneiros xiitas, o clérigo dissidente Nimr al-Nimr, provocou um impasse internacional, com respostas furiosas da população xiita no Irã e em seus países aliados, mas causou também descontentamento internamente no distrito de Qatif, onde muitos consideraram a execução injustificada. "As pessoas estão com raiva. E eles estão surpresos, porque houve sinalizações positivas nos últimos meses de que as execuções não ocorreriam. As pessoas ouviam a seus discursos, e não há nenhuma prova direta de que ele estava sendo violento", disse um líder comunitário de Qatif por telefone. Os protestos em Qatif, distrito com cerca de 1 milhão de habitantes quase inteiramente xiitas na Província Leste do país exportador de petróleo, tem sido em grande parte pacíficos, embora uma morte a tiros e um ataque com armas contra veículos blindados tenham sido registrados. Qatif está localizado próximo a grandes instalações petrolíferas, e muitos de seus moradores trabalham para a petroleira estatal, a Saudi Aramco. Os protestos no passado não provocaram ataques contra a indústria petrolífera, mas um ônibus usado pela Aramco para transportar empregados foi incendiado depois de um protesto na noite de terça-feira (5). Filmagens de pessoas em passeata gritando "abaixo os Al Saud" e outros slogans contrários ao governo, corroboradas por testemunhas contatadas pela Reuters, circulam pelas redes sociais junto com vídeos que mostram tiros sendo disparados contra veículos blindados. "Eu não ouvi os tiros terça à noite, mas escutei muitos nas duas noites anteriores", disse à Reuters pelo telefone um morador da vila em que Nimr vivia, Al Awamiya. Assim como as outras pessoas com as quais a Reuters conversou, ele pediu para não ter seu nome revelado. A Arábia Saudita concede acesso para a mídia internacional a Qatif somente com a companhia de representantes do governo, o que justifica como sendo necessário para garantir a segurança dos jornalistas. MUNDO ISLÂMICO EM DISPUTA
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'O cinema está mudando', diz Julianne Moore sobre a temática gay
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Em seu novo trabalho, "Amor por Direito", que estreia no Brasil no dia 21/4, Julianne Moore —vencedora do Oscar 2015 de melhor atriz— (re)vive a história real da tenente Laurel Hester, já retratada no curta-metragem documental "Freeheld" (2007), de Cynthia Wade, que levou o Oscar. Em 2002, Laurel descobriu que tinha câncer no pulmão que chegaria ao estágio terminal. Ela, então, começa a brigar na Justiça para que a namorada Stacie (Ellen Page) pudesse ficar com a pensão depois de sua morte -direito básico para a família de qualquer policial local. O problema é que, naquela época, os homossexuais ainda tinham poucos direitos perante a sociedade. O tribunal se recusava a aceitar que um relacionamento estável e homoafetivo pudesse ser classificado como família. Dirigido por Peter Sollett, o filme conta com Steve Carell no elenco. Ele interpreta o ativista Steven Goldstein, que oferece ajuda a Laurel e Stacie —seu papel, na verdade, é chamar a atenção da mídia para o julgamento. Moore conversou com a sãopaulo, por telefone, sobre o longa. Leia a entrevista a seguir. * REPETECO DE TEMAS Para Sempre Alice Antes de fazer Laurel, Moore já viveu uma mulher doente e uma homossexual. Em "Para Sempre Alice", ela é uma professora diagnosticada com mal de Alzheimer. Minhas Mães e Meu Pai Ao lado de Annette Bening, Moore dá vida a Jules, que tem um casamento feliz com a mulher Nic. Os filhos, porém, começam a perguntar a elas sobre o pai biológico. * PAPO DE... ATRIZ Julianne Moore, 55, fala de sua personagem e da temática gay em Hollywood sãopaulo - O que mais te atraiu nesse papel? É uma incrível história de amor e fala sobre algo que todos querem: justiça. Em "Para Sempre Alice", você fez uma mulher com Alzheimer. Há semelhanças entre as personagens? É curioso ter feito duas mulheres doentes em tão pouco tempo. Tento trazer algo universal para cada personagem. Ao mesmo tempo, cada caso é diferente. Como você se preparou para interpretar a Laurel? Conversei muito com a Stacie. Ela abriu a casa dela para mim, mostrou-me fotos, respondeu todas as perguntas que eu tinha. Ela foi muito importante. Também conversei com o irmão e a irmã da Laurel. Assisti ao documentário e tive acesso a cenas e a materiais extras, que não estão no filme. Como parte da indústria do cinema, você sente que, nos últimos anos, Hollywood está mais aberta para filmes com a temática gay? Acho que sim. Nossa cultura está mudando, e isso se reflete no entretenimento. As pessoas querem saber mais sobre esse assunto agora, porque cada vez mais está na mídia. As pessoas estão mudando e o cinema também está. Você já interpretou uma mulher gay em "Minhas Mães e Meu Pai", mas a Laurel é diferente, porque precisa lutar pelos direitos dela. Sim, agora eu precisei entender essa luta. Foi muita sorte ter o documentário. Na verdade, foi mais fácil fazer a segunda parte do filme, quando Laurel está doente, porque está tudo lá. E acho muito interessante que, na época, ninguém acreditasse que elas iriam conseguir. Foi uma surpresa para todos. Há poucos filmes que mostram essa luta pelo ponto de vista feminino. Sim, acho até que esse é o primeiro. Há outras produções mostrando homens lutando por igualdade, mas é muito mais raro para mulheres. É interessante que, em "Amor por Direito", sua personagem deixe claro que ela não é uma ativista gay... Também acho isso muito interessante. A Laurel trabalhou a vida inteira na polícia e ela sempre lutou por justiça e por igualdade. Então, do ponto de vista dela, está apenas buscando a justiça. Não era uma questão de lutar pelos direitos gays ou a favor do casamento gay. Em junho do ano passado, a Suprema Corte dos Estados Unidos aprovou o casamento gay em todo o país. Quando o filme foi gravado? Ele acabou sendo bem atual. É verdade. Mas o projeto existe há oito anos. Nós começamos a filmar em 2014 e, é claro, já havia mudanças graduais ocorrendo. Mas foi uma grande coincidência. O "timing" foi certo, mas não fizemos isso de propósito. Você costuma fazer um filme atrás do outro. Já tem um novo projeto? Sim, tenho uma comédia a ser lançada que se chama "Maggie's Plan". Já pensou em tentar carreira na direção? Na verdade, nunca me passou pela cabeça. Vejo-me como atriz; sou assim. VEJA O TRAILER DE "AMOR POR DIREITO" Vídeo
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'O cinema está mudando', diz Julianne Moore sobre a temática gayLUIZA WOLF DE SÃO PAULO Em seu novo trabalho, "Amor por Direito", que estreia no Brasil no dia 21/4, Julianne Moore —vencedora do Oscar 2015 de melhor atriz— (re)vive a história real da tenente Laurel Hester, já retratada no curta-metragem documental "Freeheld" (2007), de Cynthia Wade, que levou o Oscar. Em 2002, Laurel descobriu que tinha câncer no pulmão que chegaria ao estágio terminal. Ela, então, começa a brigar na Justiça para que a namorada Stacie (Ellen Page) pudesse ficar com a pensão depois de sua morte -direito básico para a família de qualquer policial local. O problema é que, naquela época, os homossexuais ainda tinham poucos direitos perante a sociedade. O tribunal se recusava a aceitar que um relacionamento estável e homoafetivo pudesse ser classificado como família. Dirigido por Peter Sollett, o filme conta com Steve Carell no elenco. Ele interpreta o ativista Steven Goldstein, que oferece ajuda a Laurel e Stacie —seu papel, na verdade, é chamar a atenção da mídia para o julgamento. Moore conversou com a sãopaulo, por telefone, sobre o longa. Leia a entrevista a seguir. * REPETECO DE TEMAS Para Sempre Alice Antes de fazer Laurel, Moore já viveu uma mulher doente e uma homossexual. Em "Para Sempre Alice", ela é uma professora diagnosticada com mal de Alzheimer. Minhas Mães e Meu Pai Ao lado de Annette Bening, Moore dá vida a Jules, que tem um casamento feliz com a mulher Nic. Os filhos, porém, começam a perguntar a elas sobre o pai biológico. * PAPO DE... ATRIZ Julianne Moore, 55, fala de sua personagem e da temática gay em Hollywood sãopaulo - O que mais te atraiu nesse papel? É uma incrível história de amor e fala sobre algo que todos querem: justiça. Em "Para Sempre Alice", você fez uma mulher com Alzheimer. Há semelhanças entre as personagens? É curioso ter feito duas mulheres doentes em tão pouco tempo. Tento trazer algo universal para cada personagem. Ao mesmo tempo, cada caso é diferente. Como você se preparou para interpretar a Laurel? Conversei muito com a Stacie. Ela abriu a casa dela para mim, mostrou-me fotos, respondeu todas as perguntas que eu tinha. Ela foi muito importante. Também conversei com o irmão e a irmã da Laurel. Assisti ao documentário e tive acesso a cenas e a materiais extras, que não estão no filme. Como parte da indústria do cinema, você sente que, nos últimos anos, Hollywood está mais aberta para filmes com a temática gay? Acho que sim. Nossa cultura está mudando, e isso se reflete no entretenimento. As pessoas querem saber mais sobre esse assunto agora, porque cada vez mais está na mídia. As pessoas estão mudando e o cinema também está. Você já interpretou uma mulher gay em "Minhas Mães e Meu Pai", mas a Laurel é diferente, porque precisa lutar pelos direitos dela. Sim, agora eu precisei entender essa luta. Foi muita sorte ter o documentário. Na verdade, foi mais fácil fazer a segunda parte do filme, quando Laurel está doente, porque está tudo lá. E acho muito interessante que, na época, ninguém acreditasse que elas iriam conseguir. Foi uma surpresa para todos. Há poucos filmes que mostram essa luta pelo ponto de vista feminino. Sim, acho até que esse é o primeiro. Há outras produções mostrando homens lutando por igualdade, mas é muito mais raro para mulheres. É interessante que, em "Amor por Direito", sua personagem deixe claro que ela não é uma ativista gay... Também acho isso muito interessante. A Laurel trabalhou a vida inteira na polícia e ela sempre lutou por justiça e por igualdade. Então, do ponto de vista dela, está apenas buscando a justiça. Não era uma questão de lutar pelos direitos gays ou a favor do casamento gay. Em junho do ano passado, a Suprema Corte dos Estados Unidos aprovou o casamento gay em todo o país. Quando o filme foi gravado? Ele acabou sendo bem atual. É verdade. Mas o projeto existe há oito anos. Nós começamos a filmar em 2014 e, é claro, já havia mudanças graduais ocorrendo. Mas foi uma grande coincidência. O "timing" foi certo, mas não fizemos isso de propósito. Você costuma fazer um filme atrás do outro. Já tem um novo projeto? Sim, tenho uma comédia a ser lançada que se chama "Maggie's Plan". Já pensou em tentar carreira na direção? Na verdade, nunca me passou pela cabeça. Vejo-me como atriz; sou assim. VEJA O TRAILER DE "AMOR POR DIREITO" Vídeo
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Erramos: Ponto Crítico - Exposição - MAM nem tão dançante
Diferentemente do publicado no texto "MAM nem tão dançante" (Ilustríssima - 8/3/2015 - 03h05), o coreógrafo Rodrigo Pederneiras não participa da exposição "Museu Dançante".
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Erramos: Ponto Crítico - Exposição - MAM nem tão dançanteDiferentemente do publicado no texto "MAM nem tão dançante" (Ilustríssima - 8/3/2015 - 03h05), o coreógrafo Rodrigo Pederneiras não participa da exposição "Museu Dançante".
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Donald Trump indica duas mulheres para seu governo
Uma das estrelas em ascensão do Partido Republicano e uma bilionária doadora da legenda são as primeiras mulheres apontadas para o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Nikki Haley, governadora da Carolina do Sul, foi indicada para ser a embaixadora dos EUA na ONU (Nações Unidas). Para o cargo de secretária da Educação Trump escolheu a filantropista Betsy DeVos. As nomeações dão diversidade a um gabinete que vinha sofrendo críticas por só ter homens brancos leais a Trump. Durante a corrida presidencial, ambas foram críticas a Trump e apoiaram outros concorrentes republicanos. Filha de imigrantes indianos, Haley, 44, chegou a ser cotada para ocupar o cargo de secretária de Estado (chanceler), apesar de não ter experiência diplomática. Em seu segundo mandato como governadora, ela representa o que uma ala republicana mais moderada defende que seja a cara da nova geração de líderes do partido, mais jovem e diversa. Um dos cotados para representar o país na ONU também sugeria a tentativa de diversificar o governo: Richard Grennel, gay declarado que foi diretor de comunicação na ONU durante o governo de George W. Bush. "A governadora Haley tem um histórico comprovado de unir pessoas, independentemente de sua origem ou partido político", disse Trump num comunicado. De acordo com o anúncio, Haley se disse "honrada" em servir o país na ONU. Sinal de seu prestígio ascendente no Partido Republicano, Haley foi a escolhida para dar a resposta da oposição ao discurso do Estado da União do presidente Barack Obama, em janeiro. Mas o que mais chamou a atenção foram as críticas implícitas da governadora a Trump por sua proposta de barrar a entrada de muçulmanos nos EUA. "Em tempos ansiosos, pode ser tentador seguir o chamado das vozes mais raivosas", disse Haley. Trump rebateu, dizendo que Haley era "fraca em imigração" e que a população da Carolina do Sul tinha vergonha dela. Betsy DeVos, 58, é uma bilionária ativista educacional que defende a política de vales para que os pais possam matricular seus filhos em escolas privadas. Os entusiastas da proposta, em prática em 12 Estados dos EUA, afirmam que ela amplia as as opções. Seus críticos dizem quem ela enfraquece as escolas públicas. A nomeação de DeVos foi logo atacada pela Associação Nacional de Educação, maior sindicato de professores do país. "Seus esforços ao longo dos anos fizeram mais para debilitar a educação pública que apoiar os estudantes", criticou a entidade de classe. Com a apuração ainda incompleta, a vantagem da democrata Hillary Clinton sobre Trump no voto popular passou de 2 milhões de votos, segundo o site de análise Cook Report. Como a eleição nos EUA é indireta, Trump foi o vitorioso por ter mais votos no Colégio Eleitoral, onde contam-se os votos por Estado.
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Donald Trump indica duas mulheres para seu governoUma das estrelas em ascensão do Partido Republicano e uma bilionária doadora da legenda são as primeiras mulheres apontadas para o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Nikki Haley, governadora da Carolina do Sul, foi indicada para ser a embaixadora dos EUA na ONU (Nações Unidas). Para o cargo de secretária da Educação Trump escolheu a filantropista Betsy DeVos. As nomeações dão diversidade a um gabinete que vinha sofrendo críticas por só ter homens brancos leais a Trump. Durante a corrida presidencial, ambas foram críticas a Trump e apoiaram outros concorrentes republicanos. Filha de imigrantes indianos, Haley, 44, chegou a ser cotada para ocupar o cargo de secretária de Estado (chanceler), apesar de não ter experiência diplomática. Em seu segundo mandato como governadora, ela representa o que uma ala republicana mais moderada defende que seja a cara da nova geração de líderes do partido, mais jovem e diversa. Um dos cotados para representar o país na ONU também sugeria a tentativa de diversificar o governo: Richard Grennel, gay declarado que foi diretor de comunicação na ONU durante o governo de George W. Bush. "A governadora Haley tem um histórico comprovado de unir pessoas, independentemente de sua origem ou partido político", disse Trump num comunicado. De acordo com o anúncio, Haley se disse "honrada" em servir o país na ONU. Sinal de seu prestígio ascendente no Partido Republicano, Haley foi a escolhida para dar a resposta da oposição ao discurso do Estado da União do presidente Barack Obama, em janeiro. Mas o que mais chamou a atenção foram as críticas implícitas da governadora a Trump por sua proposta de barrar a entrada de muçulmanos nos EUA. "Em tempos ansiosos, pode ser tentador seguir o chamado das vozes mais raivosas", disse Haley. Trump rebateu, dizendo que Haley era "fraca em imigração" e que a população da Carolina do Sul tinha vergonha dela. Betsy DeVos, 58, é uma bilionária ativista educacional que defende a política de vales para que os pais possam matricular seus filhos em escolas privadas. Os entusiastas da proposta, em prática em 12 Estados dos EUA, afirmam que ela amplia as as opções. Seus críticos dizem quem ela enfraquece as escolas públicas. A nomeação de DeVos foi logo atacada pela Associação Nacional de Educação, maior sindicato de professores do país. "Seus esforços ao longo dos anos fizeram mais para debilitar a educação pública que apoiar os estudantes", criticou a entidade de classe. Com a apuração ainda incompleta, a vantagem da democrata Hillary Clinton sobre Trump no voto popular passou de 2 milhões de votos, segundo o site de análise Cook Report. Como a eleição nos EUA é indireta, Trump foi o vitorioso por ter mais votos no Colégio Eleitoral, onde contam-se os votos por Estado.
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Portuguesa tentará impedir o leilão do Canindé, diz presidente do clube
O presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida, afirmou na manhã desta quinta-feira (15) que o clube tentará impedir o leilão de parte do terreno do Canindé, marcado para iniciar no dia 7 de novembro. A venda do local causa divergências no conselho do clube. Parte dos membros concorda que essa é uma boa alternativa para sanar as dívidas. O presidente faz parte do grupo que se posiciona contra os arremates e disse que a diretoria trabalha juridicamente para impedir que ele aconteça. "A Portuguesa tem que embargar". "Acho que ele não acontece", completou o dirigente, que também afirmou que a diretoria contratou "juristas de renome" para tentar impugnar o pregão. Para o presidente, o dinheiro arrecadado com o terreno no Canindé não seria o suficiente para quitar a dívida de aproximadamente R$ 250 milhões. Almeida citou negociações com investidores como alternativas. Eles arcariam com a dívida do clube e comprariam a parte do terreno pertencente à Prefeitura de São Paulo –correspondente a cerca de 55% da área, que não integra o leilão– para transformar o espaço numa arena com shopping e hotel. Já o presidente do conselho deliberativo da Portuguesa, Leandro Teixeira Duarte, disse que o leilão ainda é a melhor alternativa. "Dadas as circunstâncias e a situação, não existe outra saída", disse à Folha. "Estou naquela de que é melhor perder um dedo para salvar o resto da mão", complementou. Ele destacou que a parte que está à venda é a sede social e não compreende o estádio, que é, em sua maior parte, da Prefeitura. "O que interessa para a comunidade é o futebol, não o clube social." De acordo com Duarte, depois da venda a diretoria deveria negociar com os credores para abrir mão de parte da dívida e receber o restante. LEILÃO Por decisão judicial, foi lançado no fim de agosto deste ano um edital para o leilão de parte do Canindé, que aconteceria a partir do dia 7 de novembro. O espaço leiloado é a parte pertencente ao clube e compreende piscinas, estacionamento e cerca de um terço do estádio. É avaliado em R$ 154.296.529,68 e o dinheiro arrecadado seria usado para quitar dívidas trabalhistas da Portuguesa. A crise no clube começou com uma ação judicial em 2002, com o ex-jogador Tiago Moraes Barcellos, que cobrava cerca de R$ 5 milhões. Após acordo, a Portuguesa quitou só metade do valor —e o jogador procurou a justiça. O processo cita também outros sete atletas que passaram pelo clube, débitos com a prefeitura e dívidas referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. José Luiz Ferreira de Almeida, assumiu a presidência da Portuguesa em abril deste ano. Na época, o time já vivia uma rotina de crise. Com o clube endividado, Almeida promoveu uma reformulação na equipe e cortou a folha salarial, então na casa dos R$ 150 mil, pela metade. Em campo, a Portuguesa acumula um rebaixamento por ano desde 2013, quando foi da Série A para a Série B do Brasileiro. Na época, o time escalou irregularmente o jogador Héverton e perdeu quatro pontos na última rodada do campeonato, o que levou à queda. Em 2014, caiu para a Série C. No ano passado, foi rebaixada para a Série A2 do Campeonato Paulista. Neste domingo (18), a Portuguesa enfrenta o Tombense para tentar evitar o rebaixamento para a Série D, quarta e última divisão do campeonato nacional. Esse seria o quarto rebaixamento em três anos. Além de precisar vencer, terá que secar o Macaé na partida contra o Botafogo-SP. INSTABILIDADE NA PORTUGUESA ENTRE 2014 E 2016 3 presidentes - Ilídio Lico - jan.14 a mar.15 - Jorge Manuel M. Gonçalves - abr.15 a mar.16 - José Luiz F. de Almeida - desde abr.16 * 14 treinadores 2014 Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Gerson Sodré, Silas, Benazzi e Zé Augusto 2015 Ailton Silva, Antonio Lopes dos Santos e Estevam Soares 2016 Estevam Soares, Ricardinho, Anderson Beraldo, Jorginho e Márcio Ribeiro * Crise técnica Desde o início de 2014, quase 160 jogadores atuaram pelo clube Crise financeira Avaliado em R$ 154 milhões o estádio do Canindé vai leilão em novembro. A dívida do clube já é de quase R$ 200 milhões, mas ainda pode crescer
esporte
Portuguesa tentará impedir o leilão do Canindé, diz presidente do clubeO presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida, afirmou na manhã desta quinta-feira (15) que o clube tentará impedir o leilão de parte do terreno do Canindé, marcado para iniciar no dia 7 de novembro. A venda do local causa divergências no conselho do clube. Parte dos membros concorda que essa é uma boa alternativa para sanar as dívidas. O presidente faz parte do grupo que se posiciona contra os arremates e disse que a diretoria trabalha juridicamente para impedir que ele aconteça. "A Portuguesa tem que embargar". "Acho que ele não acontece", completou o dirigente, que também afirmou que a diretoria contratou "juristas de renome" para tentar impugnar o pregão. Para o presidente, o dinheiro arrecadado com o terreno no Canindé não seria o suficiente para quitar a dívida de aproximadamente R$ 250 milhões. Almeida citou negociações com investidores como alternativas. Eles arcariam com a dívida do clube e comprariam a parte do terreno pertencente à Prefeitura de São Paulo –correspondente a cerca de 55% da área, que não integra o leilão– para transformar o espaço numa arena com shopping e hotel. Já o presidente do conselho deliberativo da Portuguesa, Leandro Teixeira Duarte, disse que o leilão ainda é a melhor alternativa. "Dadas as circunstâncias e a situação, não existe outra saída", disse à Folha. "Estou naquela de que é melhor perder um dedo para salvar o resto da mão", complementou. Ele destacou que a parte que está à venda é a sede social e não compreende o estádio, que é, em sua maior parte, da Prefeitura. "O que interessa para a comunidade é o futebol, não o clube social." De acordo com Duarte, depois da venda a diretoria deveria negociar com os credores para abrir mão de parte da dívida e receber o restante. LEILÃO Por decisão judicial, foi lançado no fim de agosto deste ano um edital para o leilão de parte do Canindé, que aconteceria a partir do dia 7 de novembro. O espaço leiloado é a parte pertencente ao clube e compreende piscinas, estacionamento e cerca de um terço do estádio. É avaliado em R$ 154.296.529,68 e o dinheiro arrecadado seria usado para quitar dívidas trabalhistas da Portuguesa. A crise no clube começou com uma ação judicial em 2002, com o ex-jogador Tiago Moraes Barcellos, que cobrava cerca de R$ 5 milhões. Após acordo, a Portuguesa quitou só metade do valor —e o jogador procurou a justiça. O processo cita também outros sete atletas que passaram pelo clube, débitos com a prefeitura e dívidas referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. José Luiz Ferreira de Almeida, assumiu a presidência da Portuguesa em abril deste ano. Na época, o time já vivia uma rotina de crise. Com o clube endividado, Almeida promoveu uma reformulação na equipe e cortou a folha salarial, então na casa dos R$ 150 mil, pela metade. Em campo, a Portuguesa acumula um rebaixamento por ano desde 2013, quando foi da Série A para a Série B do Brasileiro. Na época, o time escalou irregularmente o jogador Héverton e perdeu quatro pontos na última rodada do campeonato, o que levou à queda. Em 2014, caiu para a Série C. No ano passado, foi rebaixada para a Série A2 do Campeonato Paulista. Neste domingo (18), a Portuguesa enfrenta o Tombense para tentar evitar o rebaixamento para a Série D, quarta e última divisão do campeonato nacional. Esse seria o quarto rebaixamento em três anos. Além de precisar vencer, terá que secar o Macaé na partida contra o Botafogo-SP. INSTABILIDADE NA PORTUGUESA ENTRE 2014 E 2016 3 presidentes - Ilídio Lico - jan.14 a mar.15 - Jorge Manuel M. Gonçalves - abr.15 a mar.16 - José Luiz F. de Almeida - desde abr.16 * 14 treinadores 2014 Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Gerson Sodré, Silas, Benazzi e Zé Augusto 2015 Ailton Silva, Antonio Lopes dos Santos e Estevam Soares 2016 Estevam Soares, Ricardinho, Anderson Beraldo, Jorginho e Márcio Ribeiro * Crise técnica Desde o início de 2014, quase 160 jogadores atuaram pelo clube Crise financeira Avaliado em R$ 154 milhões o estádio do Canindé vai leilão em novembro. A dívida do clube já é de quase R$ 200 milhões, mas ainda pode crescer
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Kroton e Estácio podem desistir de união se Cade fizer muitas restrições
Os dois maiores grupos de educação superior privada do país, Kroton e Estácio, poderão desistir da combinação de seus negócios se o Cade, órgão de defesa da concorrência, impuser restrições que reduzam o faturamento combinado de ambas em pelo menos 15%, informaram as empresas. Em comunicados ao mercado enviados na noite de quinta-feira (14), as empresas afirmaram ainda que poderão desistir da operação se o Cade impuser venda ou restrição definitiva ao uso da marca Estácio. As empresas acertaram uma multa de R$ 150 milhões para quem desistir da operação, que reforçará a liderança da Kroton no ensino superior do país, ampliando sua base de alunos para cerca de 1,6 milhão de estudantes. Estudante Concentrado Kroton e Estácio tiveram receita líquida combinada de R$ 8,2 bilhões em 2015, o que significa que as empresas poderão recuar da transação se o Cade impuser restrições que reduzam este montante em cerca de R$ 1,2 bilhão. Ainda segundo os comunicados, a compra da Estácio pela Kroton prevê que os acionistas da Estácio recebam dividendo extraordinário de R$ 420 milhões, o que equivale a R$ 1,37 por ação. As empresas também informaram que as eventuais restrições a serem impostas pelo Cade não vão alterar a relação de troca ajustada de ações já acertada pelas empresas. Em outubro passado, a Kroton vendeu a relevante operação de ensino a distância Uniasselvi aos gestores de fundos Carlyle e Vinci Partners por R$ 1,1 bilhão, após determinação do Cade para a companhia se desfazer do ativo depois da aquisição da Anhanguera em 2013. HISTÓRIA Fundada na década de 70 como uma faculdade de direito na zona norte do Rio, a Estácio partiu para uma sequência agressiva de aquisições após receber investimento da empresa de private equity GP, que ficou com 20% da companhia, em 2008. Trouxe instituições de 22 Estados para seu portfólio, entrou na modalidade de ensino a distância, que permite forte elevação do número de alunos, com redução de custos nos ganhos de escala, e abriu capital. KROTON /1º TRI.2016 Receita líquida: R$ 1,27 bilhão Lucro líquido: R$ 505,9 milhões Dívida líquida: R$ 137,2 milhões Número de matrículas: 961.082 (2014) Marcas: Anhanguera, Pitágoras, Unic, Unime ESTÁCIO/ 1º TRI.2016 Receita líquida: R$ 793 milhões Lucro líquido: R$ 128,5 milhões Dívida líquida: R$ 568,9 milhões Número de matrículas: 409.586 (2014) Marcas: Estácio
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Kroton e Estácio podem desistir de união se Cade fizer muitas restriçõesOs dois maiores grupos de educação superior privada do país, Kroton e Estácio, poderão desistir da combinação de seus negócios se o Cade, órgão de defesa da concorrência, impuser restrições que reduzam o faturamento combinado de ambas em pelo menos 15%, informaram as empresas. Em comunicados ao mercado enviados na noite de quinta-feira (14), as empresas afirmaram ainda que poderão desistir da operação se o Cade impuser venda ou restrição definitiva ao uso da marca Estácio. As empresas acertaram uma multa de R$ 150 milhões para quem desistir da operação, que reforçará a liderança da Kroton no ensino superior do país, ampliando sua base de alunos para cerca de 1,6 milhão de estudantes. Estudante Concentrado Kroton e Estácio tiveram receita líquida combinada de R$ 8,2 bilhões em 2015, o que significa que as empresas poderão recuar da transação se o Cade impuser restrições que reduzam este montante em cerca de R$ 1,2 bilhão. Ainda segundo os comunicados, a compra da Estácio pela Kroton prevê que os acionistas da Estácio recebam dividendo extraordinário de R$ 420 milhões, o que equivale a R$ 1,37 por ação. As empresas também informaram que as eventuais restrições a serem impostas pelo Cade não vão alterar a relação de troca ajustada de ações já acertada pelas empresas. Em outubro passado, a Kroton vendeu a relevante operação de ensino a distância Uniasselvi aos gestores de fundos Carlyle e Vinci Partners por R$ 1,1 bilhão, após determinação do Cade para a companhia se desfazer do ativo depois da aquisição da Anhanguera em 2013. HISTÓRIA Fundada na década de 70 como uma faculdade de direito na zona norte do Rio, a Estácio partiu para uma sequência agressiva de aquisições após receber investimento da empresa de private equity GP, que ficou com 20% da companhia, em 2008. Trouxe instituições de 22 Estados para seu portfólio, entrou na modalidade de ensino a distância, que permite forte elevação do número de alunos, com redução de custos nos ganhos de escala, e abriu capital. KROTON /1º TRI.2016 Receita líquida: R$ 1,27 bilhão Lucro líquido: R$ 505,9 milhões Dívida líquida: R$ 137,2 milhões Número de matrículas: 961.082 (2014) Marcas: Anhanguera, Pitágoras, Unic, Unime ESTÁCIO/ 1º TRI.2016 Receita líquida: R$ 793 milhões Lucro líquido: R$ 128,5 milhões Dívida líquida: R$ 568,9 milhões Número de matrículas: 409.586 (2014) Marcas: Estácio
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Jacques Marcovitch: Crise e transição
O quadro energético em nosso país apresenta hoje duas crises numa só. Uma delas, ocasionada pelo baixo volume de chuvas, teve origem na redução da energia acumulada em reservatórios. A outra, provocada pela má gestão do sistema, decorreu da falta de medidas preventivas de racionalização e do aumento do custo do MWh de R$ 270 em 2013 para R$ 327 em 2014, e projeção para mais de R$ 450 em 2015. Cabe aos governos, em seus vários níveis de responsabilidade, fazer dessa crise a força para uma transição positiva. Desenham-se alguns caminhos: induzir a eficiência energética em equipamentos domiciliares e industriais via sistemas conectados e meios de transporte de baixo consumo energético; aumentar o acesso à energia de baixa emissão de carbono; e ajustar o quadro jurídico existente para o fortalecimento do potencial regional, como foi o caso da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Se quisermos outro exemplo do quanto as limitações atuais podem incentivar mudanças, basta observarmos as novas chances da energia solar no Brasil. Esta alternativa mostra-se, em 2015, com grande potencialidade, em consequência do encarecimento da força gerada por outras fontes. Já foi comentado em oportuno editorial da "Folha de S. Paulo" que a energia solar sequer figura nos registros da matriz brasileira. Ali consta somente a geração por hidrelétricas, carvão, petróleo e gás natural, biomassa, combustível nuclear e ventos. Enfatize-se, porém, que o atual número de 500 painéis solares no Brasil pode chegar ao dobro ainda em 2015. E, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal, serão 160 mil unidades instaladas até 2023. Como se vê, algo promissor na presente maré de informações negativas. A descarbonização na área energética deve levar em conta portanto, esta melhoria nas possibilidades de viabilização da energia solar, principalmente após os sinais de competitividade em consequência do elevado custo nas contas de luz. Esse tarifaço eleva as expectativas para esta fonte renovável de abastecimento em 23 estados e no Distrito Federal. Há que considerar também o sempre adiado consenso mundial em torno da sustentabilidade. Segundo a comunidade científica internacional as emissões futuras de carbono precisam ser inferiores a 1 trilhão de toneladas (1.000 Gt Co2) para limitar o aquecimento global em 2 graus. Cabe ao Brasil retomar seu protagonismo na transição para o desenvolvimento limpo, durante os encontros de cúpula com China, Estados Unidos e Alemanha alinhados para os próximos meses em Brasília e Washington. Somam-se a estes eventos as reuniões multilaterais para o Financiamento do Desenvolvimento, em Addis Abeba, e para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável pós-2015, em Nova York. No final do ano, em Paris, a grande oportunidade estará na COP 21, que reunirá, pela primeira vez, todas as nações do mundo. Esta cúpula tentará, finalmente, consolidar a esperada transição global para a economia verde. JACQUES MARCOVITCH é professor da FEA - USP. Foi reitor da USP. É autor dos livros "Para Mudar o Futuro: Mudanças Climáticas, Políticas Públicas e Estratégias Empresariais" e "A Gestão da Amazônia: Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas" * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Jacques Marcovitch: Crise e transiçãoO quadro energético em nosso país apresenta hoje duas crises numa só. Uma delas, ocasionada pelo baixo volume de chuvas, teve origem na redução da energia acumulada em reservatórios. A outra, provocada pela má gestão do sistema, decorreu da falta de medidas preventivas de racionalização e do aumento do custo do MWh de R$ 270 em 2013 para R$ 327 em 2014, e projeção para mais de R$ 450 em 2015. Cabe aos governos, em seus vários níveis de responsabilidade, fazer dessa crise a força para uma transição positiva. Desenham-se alguns caminhos: induzir a eficiência energética em equipamentos domiciliares e industriais via sistemas conectados e meios de transporte de baixo consumo energético; aumentar o acesso à energia de baixa emissão de carbono; e ajustar o quadro jurídico existente para o fortalecimento do potencial regional, como foi o caso da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Se quisermos outro exemplo do quanto as limitações atuais podem incentivar mudanças, basta observarmos as novas chances da energia solar no Brasil. Esta alternativa mostra-se, em 2015, com grande potencialidade, em consequência do encarecimento da força gerada por outras fontes. Já foi comentado em oportuno editorial da "Folha de S. Paulo" que a energia solar sequer figura nos registros da matriz brasileira. Ali consta somente a geração por hidrelétricas, carvão, petróleo e gás natural, biomassa, combustível nuclear e ventos. Enfatize-se, porém, que o atual número de 500 painéis solares no Brasil pode chegar ao dobro ainda em 2015. E, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal, serão 160 mil unidades instaladas até 2023. Como se vê, algo promissor na presente maré de informações negativas. A descarbonização na área energética deve levar em conta portanto, esta melhoria nas possibilidades de viabilização da energia solar, principalmente após os sinais de competitividade em consequência do elevado custo nas contas de luz. Esse tarifaço eleva as expectativas para esta fonte renovável de abastecimento em 23 estados e no Distrito Federal. Há que considerar também o sempre adiado consenso mundial em torno da sustentabilidade. Segundo a comunidade científica internacional as emissões futuras de carbono precisam ser inferiores a 1 trilhão de toneladas (1.000 Gt Co2) para limitar o aquecimento global em 2 graus. Cabe ao Brasil retomar seu protagonismo na transição para o desenvolvimento limpo, durante os encontros de cúpula com China, Estados Unidos e Alemanha alinhados para os próximos meses em Brasília e Washington. Somam-se a estes eventos as reuniões multilaterais para o Financiamento do Desenvolvimento, em Addis Abeba, e para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável pós-2015, em Nova York. No final do ano, em Paris, a grande oportunidade estará na COP 21, que reunirá, pela primeira vez, todas as nações do mundo. Esta cúpula tentará, finalmente, consolidar a esperada transição global para a economia verde. JACQUES MARCOVITCH é professor da FEA - USP. Foi reitor da USP. É autor dos livros "Para Mudar o Futuro: Mudanças Climáticas, Políticas Públicas e Estratégias Empresariais" e "A Gestão da Amazônia: Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas" * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Brasileiras conquistam duas pratas em Copa do Mundo de vela na França
DE SÃO PAULO As duplas brasileiras Ana Luiza Barbachan e Fernanda Oliveira, na classe 470, e Martine Grael e Kahena Kunze, na 49erFX, conquistaram, neste domingo (1), medalhas de prata na Copa do Mundo de vela, em Hyères, na França. "Para mim foi uma semana de incertezas. Primeiro porque estávamos um tempinho sem velejar e depois porque não saberia como o meu joelho iria reagir", disse Kahena referindo-se à lesão que teve no mês passado na Espanha. "Cheguei aqui ainda sentindo um incômodo, mas logo nos primeiros dias de treino, fui me sentido mais segura. Conseguimos velejar bem. Terminei este campeonato com um gostinho de quero muito mais. E queria deixar, o meu obrigada a Martine pela parceria, já que teve muita paciência nestas últimas semanas. Fiquei muito contente com este resultado aqui", completou a velejadora. Enquanto uma das duplas vice-campeãs voltou a ativa na França, a outra já vem se destacando nas últimas competições internacionais. Fernanda e Ana Luiza foram ao pódio pela terceira vez seguida, após bronze em Miami (EUA), prata em Mallorca (Espanha) e prata neste domingo. Da equipe olímpica brasileira, apenas Robert Scheidt, da laser, preferiu não participar da competição francesa devido ao foco na preparação para o Mundial, entre os dias 12 e 18 de maio, no México. Ainda estiveram Hyères os brasileiros Marco Grael e Gabriel Borges (49er); Jorge Zarif (Finn); Fernanda Decnop (Laser Radial); Samuel Albrecht e Isabel Swan (Nacra 17); Ricardo Winicki, o Bimba (RS:X masculina); e Patricia Freitas (RS:X feminina).
esporte
Brasileiras conquistam duas pratas em Copa do Mundo de vela na França DE SÃO PAULO As duplas brasileiras Ana Luiza Barbachan e Fernanda Oliveira, na classe 470, e Martine Grael e Kahena Kunze, na 49erFX, conquistaram, neste domingo (1), medalhas de prata na Copa do Mundo de vela, em Hyères, na França. "Para mim foi uma semana de incertezas. Primeiro porque estávamos um tempinho sem velejar e depois porque não saberia como o meu joelho iria reagir", disse Kahena referindo-se à lesão que teve no mês passado na Espanha. "Cheguei aqui ainda sentindo um incômodo, mas logo nos primeiros dias de treino, fui me sentido mais segura. Conseguimos velejar bem. Terminei este campeonato com um gostinho de quero muito mais. E queria deixar, o meu obrigada a Martine pela parceria, já que teve muita paciência nestas últimas semanas. Fiquei muito contente com este resultado aqui", completou a velejadora. Enquanto uma das duplas vice-campeãs voltou a ativa na França, a outra já vem se destacando nas últimas competições internacionais. Fernanda e Ana Luiza foram ao pódio pela terceira vez seguida, após bronze em Miami (EUA), prata em Mallorca (Espanha) e prata neste domingo. Da equipe olímpica brasileira, apenas Robert Scheidt, da laser, preferiu não participar da competição francesa devido ao foco na preparação para o Mundial, entre os dias 12 e 18 de maio, no México. Ainda estiveram Hyères os brasileiros Marco Grael e Gabriel Borges (49er); Jorge Zarif (Finn); Fernanda Decnop (Laser Radial); Samuel Albrecht e Isabel Swan (Nacra 17); Ricardo Winicki, o Bimba (RS:X masculina); e Patricia Freitas (RS:X feminina).
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Curry acerta 11 cestas de três e faz 51 pontos em vitória dos Warriors
O armador Stephen Curry brilhou em mais um jogo do Golden State Warriors. Na noite desta quarta-feira (3), o jogador marcou 51 pontos na vitória do seu time sobre o Washington Wizards, por 134 a 121, fora de casa, pela temporada regular da NBA. Curry acertou 11 cestas de três pontos em 16 arremessos. Ele distribuiu ainda duas assistências e pegou sete rebotes. "Parecia o Kobe [Bryant] quando ele fez 81 [pontos, contra o Toronto Raptors, em 2006]. Ele não errava. Você defende da melhor maneira possível. Ele nem teve muito espaço. E mesmo assim acertou muitos arremessos", disse John Wall, armador dos Wizards. Nenê atuou por 18 minutos pela equipe da casa e fez 12 pontos. Esta foi a oitava vitória consecutiva dos Warriors na temporada. O time lidera a Conferência Oeste com folga. Tem 45 vitórias e apenas quatro derrotas. Já os Wizards estão na 11ª posição da Conferência Leste, com 21 triunfos e 26 derrotas. Temporada da NBA
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Curry acerta 11 cestas de três e faz 51 pontos em vitória dos WarriorsO armador Stephen Curry brilhou em mais um jogo do Golden State Warriors. Na noite desta quarta-feira (3), o jogador marcou 51 pontos na vitória do seu time sobre o Washington Wizards, por 134 a 121, fora de casa, pela temporada regular da NBA. Curry acertou 11 cestas de três pontos em 16 arremessos. Ele distribuiu ainda duas assistências e pegou sete rebotes. "Parecia o Kobe [Bryant] quando ele fez 81 [pontos, contra o Toronto Raptors, em 2006]. Ele não errava. Você defende da melhor maneira possível. Ele nem teve muito espaço. E mesmo assim acertou muitos arremessos", disse John Wall, armador dos Wizards. Nenê atuou por 18 minutos pela equipe da casa e fez 12 pontos. Esta foi a oitava vitória consecutiva dos Warriors na temporada. O time lidera a Conferência Oeste com folga. Tem 45 vitórias e apenas quatro derrotas. Já os Wizards estão na 11ª posição da Conferência Leste, com 21 triunfos e 26 derrotas. Temporada da NBA
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#hashtag: 'Calculadora de Sonhos' da Sabesp vira piada na internet
A Sabesp divulgou nesta terça-feira (27) uma página na internet que mostra a que horas a pressão da água será reduzida em suas áreas de atuação na Grande São Paulo. Um serviço que era pedido pelos usuários desde que esta ... Leia post completo no blog
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#hashtag: 'Calculadora de Sonhos' da Sabesp vira piada na internetA Sabesp divulgou nesta terça-feira (27) uma página na internet que mostra a que horas a pressão da água será reduzida em suas áreas de atuação na Grande São Paulo. Um serviço que era pedido pelos usuários desde que esta ... Leia post completo no blog
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Leitores elogiam reportagem sobre animais com deficiência
Até que enfim um jornal deste porte deu importância aos animais especiais (#diferentemente especiais ). Aqui em casa, amamos a reportagem. Todos ficaram maravilhados e leram do início ao fim. VIVIAN SZWARC (São Paulo, SP) * O tema dos animais que precisam de ajuda tem sido cada vez mais abordado, e mesmo assim a causa ainda é carente de mídia e atenção. Espero ver mais reportagens brilhantes como essa. RICARDO SIMÃO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores elogiam reportagem sobre animais com deficiênciaAté que enfim um jornal deste porte deu importância aos animais especiais (#diferentemente especiais ). Aqui em casa, amamos a reportagem. Todos ficaram maravilhados e leram do início ao fim. VIVIAN SZWARC (São Paulo, SP) * O tema dos animais que precisam de ajuda tem sido cada vez mais abordado, e mesmo assim a causa ainda é carente de mídia e atenção. Espero ver mais reportagens brilhantes como essa. RICARDO SIMÃO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Em vídeo, Paes entrega apartamento e sugere que moradora 'trepe muito'
Um vídeo que circula na internet mostra o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), sugerindo a uma mulher que ganha um apartamento da prefeitura que faça "muito sexo" no imóvel. "Vai trepar muito nesse quartinho", diz Paes à mulher, identificada apenas como Rita, enquanto entra no apartamento. Não é possível saber o local e a data das imagens. O deputado Pedro Paulo (PMDB), candidato à Prefeitura do Rio, aparece no vídeo, o que indica que ele foi feito antes de 2 julho, desde quando ele não pode participar de inaugurações de obras públicas. Paes questiona se Rita é casada. Não é possível ouvir a resposta, mas deduz-se que respondeu negativamente, já que o prefeito sugere: "Vai trazer muito namorado para cá. [...] Rita, faz muito sexo aqui", disse o prefeito. Após a visita no apartamento, o prefeito vai para uma área de circulação aberta e fala com o público que assiste à inauguração. "Ela disse que vai fazer muito canguru perneta aqui. Tá liberado. A senha primeiro", grita ele ao público. Rita sai dizendo: "Vou fechar minha porta, sabe." Paes em seguida se vira para a pessoa que está filmando e diz: "Corta, hein." O prefeito costuma transmitir eventos de inauguração de obras públicas pelo aplicativo Periscope. Um de seus assessores faz as filmagens com celular. O vídeo que está circulando é editado, com alguns cortes durante a visita. A assessoria de imprensa do prefeito afirmou que não vai comentar. HISTÓRICO Não é a primeira vez que o prefeito do Rio se envolve em polêmicas ao tentar fazer o que considera piadas. Em março deste ano, Paes pediu desculpas à população pelos termos usados em conversa por telefone que teve com o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi tornada pública no âmbito da Operação Lava Jato. Na conversa, o prefeito do Rio disse que Lula tinha "alma de pobre" por supostamente ter um sítio em Atibaia (SP), que a cidade de Maricá é uma "merda de lugar", que a presidente Dilma e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), são mal ­humorados e que este último tem "uma mão gorda". "Agora, da próxima vez, o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre, comprando esses barcos de merda, sitiozinho vagabundo", disse o prefeito no telefonema. Paes continuou: "Eu, todo mundo fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava, é como se fosse em Maricá. Em julho, Paes respondia a críticas no Twitter e sugeriu a um morador insatisfeito que se mude da cidade. O morador, identificado na rede social como Caio Dantas, escreveu em sua página que "90% do nojo" que tem pela cidade é responsabilidade de Paes. "Se muda, pô!", rebateu o prefeito, que passou o fim da tarde interagindo no Twitter. Uma hora depois, ao ser questionado por outro usuário da rede social, Paes tentou amenizar: "(Ele) disse que quer se mudar. Por mim, fica".
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Em vídeo, Paes entrega apartamento e sugere que moradora 'trepe muito'Um vídeo que circula na internet mostra o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), sugerindo a uma mulher que ganha um apartamento da prefeitura que faça "muito sexo" no imóvel. "Vai trepar muito nesse quartinho", diz Paes à mulher, identificada apenas como Rita, enquanto entra no apartamento. Não é possível saber o local e a data das imagens. O deputado Pedro Paulo (PMDB), candidato à Prefeitura do Rio, aparece no vídeo, o que indica que ele foi feito antes de 2 julho, desde quando ele não pode participar de inaugurações de obras públicas. Paes questiona se Rita é casada. Não é possível ouvir a resposta, mas deduz-se que respondeu negativamente, já que o prefeito sugere: "Vai trazer muito namorado para cá. [...] Rita, faz muito sexo aqui", disse o prefeito. Após a visita no apartamento, o prefeito vai para uma área de circulação aberta e fala com o público que assiste à inauguração. "Ela disse que vai fazer muito canguru perneta aqui. Tá liberado. A senha primeiro", grita ele ao público. Rita sai dizendo: "Vou fechar minha porta, sabe." Paes em seguida se vira para a pessoa que está filmando e diz: "Corta, hein." O prefeito costuma transmitir eventos de inauguração de obras públicas pelo aplicativo Periscope. Um de seus assessores faz as filmagens com celular. O vídeo que está circulando é editado, com alguns cortes durante a visita. A assessoria de imprensa do prefeito afirmou que não vai comentar. HISTÓRICO Não é a primeira vez que o prefeito do Rio se envolve em polêmicas ao tentar fazer o que considera piadas. Em março deste ano, Paes pediu desculpas à população pelos termos usados em conversa por telefone que teve com o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi tornada pública no âmbito da Operação Lava Jato. Na conversa, o prefeito do Rio disse que Lula tinha "alma de pobre" por supostamente ter um sítio em Atibaia (SP), que a cidade de Maricá é uma "merda de lugar", que a presidente Dilma e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), são mal ­humorados e que este último tem "uma mão gorda". "Agora, da próxima vez, o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre, comprando esses barcos de merda, sitiozinho vagabundo", disse o prefeito no telefonema. Paes continuou: "Eu, todo mundo fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava, é como se fosse em Maricá. Em julho, Paes respondia a críticas no Twitter e sugeriu a um morador insatisfeito que se mude da cidade. O morador, identificado na rede social como Caio Dantas, escreveu em sua página que "90% do nojo" que tem pela cidade é responsabilidade de Paes. "Se muda, pô!", rebateu o prefeito, que passou o fim da tarde interagindo no Twitter. Uma hora depois, ao ser questionado por outro usuário da rede social, Paes tentou amenizar: "(Ele) disse que quer se mudar. Por mim, fica".
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É preciso falar dos presídios femininos e das presidiárias
Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, dentre outros, iniciaram 2017 marcados por rebeliões, fugas, mortes, atrocidades e barbáries no seu sistema prisional. Nunca esse tema tomou tanto espaço no debate nacional e internacional. É preciso enfrentá-lo permanentemente e não apenas enquanto as chacinas se sucedem. Não se pode mais admitir omissões, conivências, corrupção, repetição de tantos erros. Um aspecto, entretanto, tem sido pouco debatido. Todas as rebeliões têm ocorrido nos presídios masculinos. E não cabe análise simplista da predominância de estabelecimentos masculinos (75%), contra 18% mistos e 7% femininos. É preciso falar dos presídios femininos e das presidiárias que não fazem rebeliões. Na maioria jovens, negras, baixa escolaridade, responsáveis pelo sustento familiar e que exerciam trabalho informal antes do aprisionamento. Muitas são mães. Algumas vivem com seus filhos na prisão. São centenas de crianças nessas celas insalubres, malcheirosas e abandonadas desse tão rico Brasil. Outras dão à luz algemadas ou sem assistência médica, com a ajuda de outras detentas. Elas não têm acesso a absorventes ou a produtos de higiene e saúde tão essenciais ao gênero feminino. Somente em 2014 o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) elaborou o primeiro estudo dirigido às mulheres. São mais de 37 mil submetidas às mesmas condições degradantes dos homens. Assim como eles, e apesar de trabalharem e estudarem mais, para elas também não há uma política clara de ressocialização, embora a lei determine e a necessidade humana exija. E a situação só se agrava. Nos últimos 15 anos, a detenção de homens aumentou 220%, e de mulheres 567% (Infopen 2014). O tráfico de drogas, como colaboradoras (mulas), é o crime cometido por mais de 60% das detentas. São crimes que poderiam ser punidos com penas alternativas ou cumpridas em presídios produtivos e sócio recuperativos. Se é certo que quem cometeu crime deve pagar, é igualmente certo que o Estado tem o dever legal de recupera-las e reintegra-las. Esse tema vem sendo debatido pela bancada feminina. Em 2016, a Procuradoria da Mulher no Senado Federal organizou uma audiência pública, com a presença de estudiosos, representantes do poder público e de Nana Queiroz, autora do livro "Presos que menstruam". Esperamos que 2017 não seja o ano só de rebeliões e mortes bárbaras, mas do avanço das políticas públicas. Que se inicie uma trajetória de recuperação dos detentos e que se ouça essas mulheres de "gritos esquecidos".
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É preciso falar dos presídios femininos e das presidiáriasAmazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, dentre outros, iniciaram 2017 marcados por rebeliões, fugas, mortes, atrocidades e barbáries no seu sistema prisional. Nunca esse tema tomou tanto espaço no debate nacional e internacional. É preciso enfrentá-lo permanentemente e não apenas enquanto as chacinas se sucedem. Não se pode mais admitir omissões, conivências, corrupção, repetição de tantos erros. Um aspecto, entretanto, tem sido pouco debatido. Todas as rebeliões têm ocorrido nos presídios masculinos. E não cabe análise simplista da predominância de estabelecimentos masculinos (75%), contra 18% mistos e 7% femininos. É preciso falar dos presídios femininos e das presidiárias que não fazem rebeliões. Na maioria jovens, negras, baixa escolaridade, responsáveis pelo sustento familiar e que exerciam trabalho informal antes do aprisionamento. Muitas são mães. Algumas vivem com seus filhos na prisão. São centenas de crianças nessas celas insalubres, malcheirosas e abandonadas desse tão rico Brasil. Outras dão à luz algemadas ou sem assistência médica, com a ajuda de outras detentas. Elas não têm acesso a absorventes ou a produtos de higiene e saúde tão essenciais ao gênero feminino. Somente em 2014 o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) elaborou o primeiro estudo dirigido às mulheres. São mais de 37 mil submetidas às mesmas condições degradantes dos homens. Assim como eles, e apesar de trabalharem e estudarem mais, para elas também não há uma política clara de ressocialização, embora a lei determine e a necessidade humana exija. E a situação só se agrava. Nos últimos 15 anos, a detenção de homens aumentou 220%, e de mulheres 567% (Infopen 2014). O tráfico de drogas, como colaboradoras (mulas), é o crime cometido por mais de 60% das detentas. São crimes que poderiam ser punidos com penas alternativas ou cumpridas em presídios produtivos e sócio recuperativos. Se é certo que quem cometeu crime deve pagar, é igualmente certo que o Estado tem o dever legal de recupera-las e reintegra-las. Esse tema vem sendo debatido pela bancada feminina. Em 2016, a Procuradoria da Mulher no Senado Federal organizou uma audiência pública, com a presença de estudiosos, representantes do poder público e de Nana Queiroz, autora do livro "Presos que menstruam". Esperamos que 2017 não seja o ano só de rebeliões e mortes bárbaras, mas do avanço das políticas públicas. Que se inicie uma trajetória de recuperação dos detentos e que se ouça essas mulheres de "gritos esquecidos".
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Rio entra em estado de alerta para chuva forte
O município do Rio entrou em estágio de atenção para chuva na noite desta quinta-feira (22). O aviso, emitido pelo Centro de Operações da Prefeitura, antecede o chamado estágio de crise e significa um alerta para chuvas moderadas a fortes, com possibilidade de deslizamento de terra em pontos isolados, nas próximas horas. Ainda de acordo com o Centro de Operações, a zona norte é a principal região atingida pela chuvas. Há falta de luz em vários bairros como Bonsucesso, Irajá e Ilha do Governador. Também na estação Central do Brasil, no centro, faltou luz por cerca de 10 minutos. Segundo a Supervia, concessionária que administra os trens de transporte de passageiros, a circulação de trens foi interrompida durante o período. No entanto, não houve atrasos ou tumultos. A prefeitura recomenda que a população evite áreas sujeitas a alagamentos e que moradores de áreas de risco fiquem atentos aos alertas sonoros das sirenes, que indicam perigo de deslizamento.
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Rio entra em estado de alerta para chuva forteO município do Rio entrou em estágio de atenção para chuva na noite desta quinta-feira (22). O aviso, emitido pelo Centro de Operações da Prefeitura, antecede o chamado estágio de crise e significa um alerta para chuvas moderadas a fortes, com possibilidade de deslizamento de terra em pontos isolados, nas próximas horas. Ainda de acordo com o Centro de Operações, a zona norte é a principal região atingida pela chuvas. Há falta de luz em vários bairros como Bonsucesso, Irajá e Ilha do Governador. Também na estação Central do Brasil, no centro, faltou luz por cerca de 10 minutos. Segundo a Supervia, concessionária que administra os trens de transporte de passageiros, a circulação de trens foi interrompida durante o período. No entanto, não houve atrasos ou tumultos. A prefeitura recomenda que a população evite áreas sujeitas a alagamentos e que moradores de áreas de risco fiquem atentos aos alertas sonoros das sirenes, que indicam perigo de deslizamento.
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Casa das Rosas recebe sarau com sistema de som e projeções visuais
DE SÃO PAULO A Casa das Rosas, no centro de São Paulo, recebe às 19h do sábado (28) um sarau que envolve experiências sonoras, visuais e poéticas. Promovido pelo coletivo Saraund System, nome que brinca com os termos sarau e "sound system" (sistema de som com caixas de som, amplificadores e toca-discos típicos de festas em locais abertos), o evento é um sarau que contará com projeções multimídia, que convida o público a assistir, declamar e dançar poesia. O evento terá o microfone aberto a todos os interessados –as inscrições começam com uma hora de antecedência. O grupo é formado por: Fino Dflow (MC e poeta), Deivison Nunes (músico/sonoplasta), Vinicius Cripa (músico/sonoplasta), Felipe Temporim (DJ), Patrícia Maccaferri (fotógrafa) e Cris Rangel (diretora de arte). Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura - av. Paulista, 37, Bela Vista, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3285-6986 / 3288-9447. Ter. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e fer.: 10h às 18h. Saraund System: sáb. (28/2), 19h. Inscrições para participar do sarau começam com uma hora de antecedência. GRÁTIS
saopaulo
Casa das Rosas recebe sarau com sistema de som e projeções visuaisDE SÃO PAULO A Casa das Rosas, no centro de São Paulo, recebe às 19h do sábado (28) um sarau que envolve experiências sonoras, visuais e poéticas. Promovido pelo coletivo Saraund System, nome que brinca com os termos sarau e "sound system" (sistema de som com caixas de som, amplificadores e toca-discos típicos de festas em locais abertos), o evento é um sarau que contará com projeções multimídia, que convida o público a assistir, declamar e dançar poesia. O evento terá o microfone aberto a todos os interessados –as inscrições começam com uma hora de antecedência. O grupo é formado por: Fino Dflow (MC e poeta), Deivison Nunes (músico/sonoplasta), Vinicius Cripa (músico/sonoplasta), Felipe Temporim (DJ), Patrícia Maccaferri (fotógrafa) e Cris Rangel (diretora de arte). Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura - av. Paulista, 37, Bela Vista, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3285-6986 / 3288-9447. Ter. a sáb.: 10h às 22h. Dom. e fer.: 10h às 18h. Saraund System: sáb. (28/2), 19h. Inscrições para participar do sarau começam com uma hora de antecedência. GRÁTIS
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Impeachment, maconha e guilhotina
Poderá ser impedido um presidente que fumar maconha no palácio? Para Cass Sunstein, professor da Harvard Law School, a resposta é não. O impeachment exigiria abuso no exercício do cargo. Sunstein contrasta esse caso com a manipulação do serviço da Receita Federal para perseguir inimigos. Mas e se o presidente assassina um desafeto pessoal sem motivação política? Para o professor, neste caso, seria inconcebível sua permanência no cargo. O que constitui justa causa é objeto de ampla controvérsia. Questões referentes à responsabilidade fiscal cada vez mais fazem parte desse debate, como documenta o livro "The Constitutionalization of European Budgetary Constraints". A própria democracia nasceu em um quadro de disputas sobre o uso do dinheiro público. A Guerra Civil Inglesa, espécie de primeira fase da Revolução Gloriosa, foi uma disputa entre o rei e o Parlamento envolvendo autorização legislativa para a tributação e o gasto. O rei Charles 1º mandou cortar as orelhas do chefe da comissão de auditagem de suas contas no Parlamento. Teve o troco: acabou decapitado. O princípio moderno da soberania parlamentar foi assim instituído. O impeachment é a forma democrática de responsabilização. Para Benjamin Franklin, era uma alternativa à prática histórica da decapitação. Caso o presidente se tornasse odioso ("obnoxious"), deveria ser submetido a um julgamento. O impeachment seria então "uma forma de domesticar, civilizar o assassinato". A guilhotina não tem lugar na democracia. A tensão entre o impeachment como sanção ao crime e como punição ao desgoverno e à ilegitimidade é estrutural. O presidente americano Gerald Ford uma vez expressou que "um delito merecedor do impeachment é todo aquele que 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados considerem que assim o seja, com a concordância do Senado, em qualquer momento da história". Para Sunstein, a justificativa mais robusta para o impeachment ocorre quando há evidências de que a eleição presidencial está ancorada em corrupção. No Brasil, as questões do impedimento e da anulação de eleições são mantidas separadas e têm "loci" institucionais diversos: o Congresso Nacional e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), respectivamente. No entanto, essas esferas se comunicam, determinando a sorte do processo. Contraintuitivamente, o efeito não antecipado de uma derrota do pedido de impeachment no Congresso é o aumento das chances de anulação das eleições no TSE. Trata-se de medida extrema, que só adquiriria legitimidade quando o próprio órgão de justiça eleitoral tivesse dado provas de independência. A interferência do STF (Supremo Tribunal Federal) no processo da Câmara diminuiu a probabilidade de aprovação do impeachment, mas, paradoxalmente, cacifou o TSE (no qual três ministros são do próprio STF, um dos quais, Gilmar Mendes, será seu próximo presidente) para anular as eleições. É provável que a anulação tenha mais apoio popular do que a punição dos crimes de responsabilidade. A ênfase, entretanto, que é dada à mobilização nas ruas é excessiva. As "ruas" e as instituições de controle são substitutos, não complementos. Haverá tanto menos pessoas nas ruas quanto mais efetivas forem as instituições. A questão relevante é o contrafactual: quantas pessoas estariam nas ruas se tais instituições não estivessem funcionando? Assim, o apoio difuso à anulação das eleição provavelmente será ainda maior, com manifestações menos ruidosas. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco. É coautor de "Brazil in Transition: Beliefs, Leadership and Institutional Change" (Princeton University Press, 2016) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Impeachment, maconha e guilhotinaPoderá ser impedido um presidente que fumar maconha no palácio? Para Cass Sunstein, professor da Harvard Law School, a resposta é não. O impeachment exigiria abuso no exercício do cargo. Sunstein contrasta esse caso com a manipulação do serviço da Receita Federal para perseguir inimigos. Mas e se o presidente assassina um desafeto pessoal sem motivação política? Para o professor, neste caso, seria inconcebível sua permanência no cargo. O que constitui justa causa é objeto de ampla controvérsia. Questões referentes à responsabilidade fiscal cada vez mais fazem parte desse debate, como documenta o livro "The Constitutionalization of European Budgetary Constraints". A própria democracia nasceu em um quadro de disputas sobre o uso do dinheiro público. A Guerra Civil Inglesa, espécie de primeira fase da Revolução Gloriosa, foi uma disputa entre o rei e o Parlamento envolvendo autorização legislativa para a tributação e o gasto. O rei Charles 1º mandou cortar as orelhas do chefe da comissão de auditagem de suas contas no Parlamento. Teve o troco: acabou decapitado. O princípio moderno da soberania parlamentar foi assim instituído. O impeachment é a forma democrática de responsabilização. Para Benjamin Franklin, era uma alternativa à prática histórica da decapitação. Caso o presidente se tornasse odioso ("obnoxious"), deveria ser submetido a um julgamento. O impeachment seria então "uma forma de domesticar, civilizar o assassinato". A guilhotina não tem lugar na democracia. A tensão entre o impeachment como sanção ao crime e como punição ao desgoverno e à ilegitimidade é estrutural. O presidente americano Gerald Ford uma vez expressou que "um delito merecedor do impeachment é todo aquele que 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados considerem que assim o seja, com a concordância do Senado, em qualquer momento da história". Para Sunstein, a justificativa mais robusta para o impeachment ocorre quando há evidências de que a eleição presidencial está ancorada em corrupção. No Brasil, as questões do impedimento e da anulação de eleições são mantidas separadas e têm "loci" institucionais diversos: o Congresso Nacional e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), respectivamente. No entanto, essas esferas se comunicam, determinando a sorte do processo. Contraintuitivamente, o efeito não antecipado de uma derrota do pedido de impeachment no Congresso é o aumento das chances de anulação das eleições no TSE. Trata-se de medida extrema, que só adquiriria legitimidade quando o próprio órgão de justiça eleitoral tivesse dado provas de independência. A interferência do STF (Supremo Tribunal Federal) no processo da Câmara diminuiu a probabilidade de aprovação do impeachment, mas, paradoxalmente, cacifou o TSE (no qual três ministros são do próprio STF, um dos quais, Gilmar Mendes, será seu próximo presidente) para anular as eleições. É provável que a anulação tenha mais apoio popular do que a punição dos crimes de responsabilidade. A ênfase, entretanto, que é dada à mobilização nas ruas é excessiva. As "ruas" e as instituições de controle são substitutos, não complementos. Haverá tanto menos pessoas nas ruas quanto mais efetivas forem as instituições. A questão relevante é o contrafactual: quantas pessoas estariam nas ruas se tais instituições não estivessem funcionando? Assim, o apoio difuso à anulação das eleição provavelmente será ainda maior, com manifestações menos ruidosas. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco. É coautor de "Brazil in Transition: Beliefs, Leadership and Institutional Change" (Princeton University Press, 2016) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Entenda processos contra Neymar na Espanha e no Brasil
Ano após ano, Neymar aumenta o seu prestígio no futebol internacional. Em janeiro, pela primeira vez ele ficou entre os três melhores do mundo no prêmio Bola de Ouro da Fifa. Ao lado de Messi e Suárez, o atacante vem fazendo a sua melhor temporada desde que chegou ao Barcelona, em 2013. Fora de campo, porém, a vida de Neymar está mais complicada. O jogador enfrenta problemas com vários órgãos brasileiros e espanhóis. Nesta terça-feira, o jogador, seu pai e sua mãe irão depor na Justiça da Espanha. No Brasil, a denúncia mais recente partiu do Ministério Público Federal e envolve acusações de sonegação fiscal e falsidade ideológica. Desde que o craque saiu do Santos, os problemas fiscais foram recorrentes. Ele já teve os bens bloqueados, recebeu uma multa por problemas em declarações de imposto de renda de quando ainda era dependente, e até um Porsche comprado pelo astro foi alvo de questionamentos. Entenda abaixo os principais problemas judiciais enfrentados pelo jogador. Investigado na Justiça espanhola, Neymar é acusado pelo grupo DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante, de corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados. A Justiça vê indícios de irregularidade no contrato firmado entre Santos e Barcelona por 17 milhões de euros. Documentos mostram que o valor da negociação do atleta, feita em 2013, já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso. Há no processo uma ação criminal e outra cível. Na ação criminal, se for julgado procedente, os envolvidos no processo podem ser condenados de três a oito anos de prisão. Na cível, a DIS cobra cerca de R$ 30 milhões sobre o negócio. Neymar vai depor sobre a investigação nesta terça-feira (2). O Ministério Público Federal denunciou Neymar sob acusação de sonegação fiscal e falsidade ideológica, crimes com penas previstas de até cinco anos de prisão. Além do atleta, também foram denunciados o pai dele, Neymar da Silva Santos, Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, e Josep Maria Bartomeu, atual mandatário da equipe catalã. O procurador-chefe do MPF, Thiago Lacerda Nobre, disse à revista "Veja" que Neymar e o pai criaram três pequenas empresas para pagar menos impostos. Ao programa "Fantástico", Santos afirmou que quando elas foram criadas não havia necessidade de ter uma empresa grande. Em setembro do ano passado, a Justiça Federal bloqueou R$ 188,8 milhões das empresas do atacante. O jogador do Barcelona é acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos durante os anos de 2011 e 2013. As infrações cometidas envolvem as empresas Neymar Sport e Marketing e a N & N Consultoria Esportiva e Empresarial. Os pais de Neymar disseram que o jogador não é sócio de nenhuma das empresas e, portanto, "não pode declarar do que não se apropria". Em janeiro, um juiz federal de São Paulo decidiu que Neymar e o pai dele têm de pagar quase R$ 460 mil à Receita Federal devido à omissão de rendimentos em declarações do Imposto de Renda nos anos de 2007 e 2008, quando o jogador estava começando sua carreira no Santos. O valor devido pelo pai de Neymar é de R$ 266,3 mil, enquanto o jogador deve um montante de R$ 193,3 mil, de acordo com despacho do magistrado. Eles alegam que os valores não declarados se referem a pagamentos feitos à empresa NR Sports, e não diretamente ao jogador, sendo considerado indevidamente pela Receita como parte da remuneração dele. Um Porsche amarelo de Neymar foi apreendido em julho de 2014 devido a supostas irregularidades com a Receita Federal. Foi a Neymar Sport e Marketing, que cuida dos direitos de imagem do jogador, quem realizou a compra, em 2011, pelo valor de R$ 349 mil. A Neymar Sport foi autuada pela Receita, acusada de ter usado outra empresa irregularmente para importação do veículo. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior.
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Entenda processos contra Neymar na Espanha e no BrasilAno após ano, Neymar aumenta o seu prestígio no futebol internacional. Em janeiro, pela primeira vez ele ficou entre os três melhores do mundo no prêmio Bola de Ouro da Fifa. Ao lado de Messi e Suárez, o atacante vem fazendo a sua melhor temporada desde que chegou ao Barcelona, em 2013. Fora de campo, porém, a vida de Neymar está mais complicada. O jogador enfrenta problemas com vários órgãos brasileiros e espanhóis. Nesta terça-feira, o jogador, seu pai e sua mãe irão depor na Justiça da Espanha. No Brasil, a denúncia mais recente partiu do Ministério Público Federal e envolve acusações de sonegação fiscal e falsidade ideológica. Desde que o craque saiu do Santos, os problemas fiscais foram recorrentes. Ele já teve os bens bloqueados, recebeu uma multa por problemas em declarações de imposto de renda de quando ainda era dependente, e até um Porsche comprado pelo astro foi alvo de questionamentos. Entenda abaixo os principais problemas judiciais enfrentados pelo jogador. Investigado na Justiça espanhola, Neymar é acusado pelo grupo DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante, de corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados. A Justiça vê indícios de irregularidade no contrato firmado entre Santos e Barcelona por 17 milhões de euros. Documentos mostram que o valor da negociação do atleta, feita em 2013, já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso. Há no processo uma ação criminal e outra cível. Na ação criminal, se for julgado procedente, os envolvidos no processo podem ser condenados de três a oito anos de prisão. Na cível, a DIS cobra cerca de R$ 30 milhões sobre o negócio. Neymar vai depor sobre a investigação nesta terça-feira (2). O Ministério Público Federal denunciou Neymar sob acusação de sonegação fiscal e falsidade ideológica, crimes com penas previstas de até cinco anos de prisão. Além do atleta, também foram denunciados o pai dele, Neymar da Silva Santos, Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, e Josep Maria Bartomeu, atual mandatário da equipe catalã. O procurador-chefe do MPF, Thiago Lacerda Nobre, disse à revista "Veja" que Neymar e o pai criaram três pequenas empresas para pagar menos impostos. Ao programa "Fantástico", Santos afirmou que quando elas foram criadas não havia necessidade de ter uma empresa grande. Em setembro do ano passado, a Justiça Federal bloqueou R$ 188,8 milhões das empresas do atacante. O jogador do Barcelona é acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos durante os anos de 2011 e 2013. As infrações cometidas envolvem as empresas Neymar Sport e Marketing e a N & N Consultoria Esportiva e Empresarial. Os pais de Neymar disseram que o jogador não é sócio de nenhuma das empresas e, portanto, "não pode declarar do que não se apropria". Em janeiro, um juiz federal de São Paulo decidiu que Neymar e o pai dele têm de pagar quase R$ 460 mil à Receita Federal devido à omissão de rendimentos em declarações do Imposto de Renda nos anos de 2007 e 2008, quando o jogador estava começando sua carreira no Santos. O valor devido pelo pai de Neymar é de R$ 266,3 mil, enquanto o jogador deve um montante de R$ 193,3 mil, de acordo com despacho do magistrado. Eles alegam que os valores não declarados se referem a pagamentos feitos à empresa NR Sports, e não diretamente ao jogador, sendo considerado indevidamente pela Receita como parte da remuneração dele. Um Porsche amarelo de Neymar foi apreendido em julho de 2014 devido a supostas irregularidades com a Receita Federal. Foi a Neymar Sport e Marketing, que cuida dos direitos de imagem do jogador, quem realizou a compra, em 2011, pelo valor de R$ 349 mil. A Neymar Sport foi autuada pela Receita, acusada de ter usado outra empresa irregularmente para importação do veículo. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior.
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Receita do Google cresce, mas fica abaixo do esperado
As receitas do Google cresceram 15% no último trimestre de 2014, chegando a US$ 18,1 bilhões, um pouco abaixo do que o mercado estava esperando –analistas ouvidos pela Thomson Reuters tinham expectativa de receita de US$ 18,46 bilhões. O resultado confirma a tendência de desaceleração no crescimento dos ganhos da companhia. Os sites que são de propriedade do Google (sem contar seus parceiros) geraram US$ 12,42 bilhões, um crescimento de 18% em relação aos últimos três meses de 2013 –no terceiro trimestre de 2014, a alta havia sido de 20%. No grupo "outras receitas", que inclui a loja de aplicativos Google Play e aparelhos como o Chromecast, o ganho foi de US$ 1,95 bilhão ao Google, uma alta de 19% no quarto trimestre (no período imediatamente anterior, a alta havia sido de 50%). Um dos fatores para esse cenário de desaceleração é o custo por clique, ou seja, quanto os anunciantes pagam pelo tráfego em seus sites gerado a partir do Google, que caiu cerca de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso acontece principalmente por causa da competição com empresas como o Facebook no mercado de dispositivos móveis (tablets e celulares). Com a disputa por anunciantes entre as plataformas, as taxas ficam menores. Apesar de as companhias estarem pagando menos por cada clique, a receita do Google com esse tipo anúncio cresceu 14% no quarto trimestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior. Patrick Pichette, diretor de finanças do Google, citou também a influência do câmbio, com alta do dólar, sobre o resultado da companhia. Se as cotações das moedas internacionais tivessem ficado constantes entre o terceiro e o quarto trimestres de 2014, as receitas teriam sido US$ 541 milhões mais altas, diz. Outras empresas, como a Microsoft, também reclamaram do dólar forte ao apresentar os resultados do quarto trimestre do ano passado.
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Receita do Google cresce, mas fica abaixo do esperadoAs receitas do Google cresceram 15% no último trimestre de 2014, chegando a US$ 18,1 bilhões, um pouco abaixo do que o mercado estava esperando –analistas ouvidos pela Thomson Reuters tinham expectativa de receita de US$ 18,46 bilhões. O resultado confirma a tendência de desaceleração no crescimento dos ganhos da companhia. Os sites que são de propriedade do Google (sem contar seus parceiros) geraram US$ 12,42 bilhões, um crescimento de 18% em relação aos últimos três meses de 2013 –no terceiro trimestre de 2014, a alta havia sido de 20%. No grupo "outras receitas", que inclui a loja de aplicativos Google Play e aparelhos como o Chromecast, o ganho foi de US$ 1,95 bilhão ao Google, uma alta de 19% no quarto trimestre (no período imediatamente anterior, a alta havia sido de 50%). Um dos fatores para esse cenário de desaceleração é o custo por clique, ou seja, quanto os anunciantes pagam pelo tráfego em seus sites gerado a partir do Google, que caiu cerca de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso acontece principalmente por causa da competição com empresas como o Facebook no mercado de dispositivos móveis (tablets e celulares). Com a disputa por anunciantes entre as plataformas, as taxas ficam menores. Apesar de as companhias estarem pagando menos por cada clique, a receita do Google com esse tipo anúncio cresceu 14% no quarto trimestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior. Patrick Pichette, diretor de finanças do Google, citou também a influência do câmbio, com alta do dólar, sobre o resultado da companhia. Se as cotações das moedas internacionais tivessem ficado constantes entre o terceiro e o quarto trimestres de 2014, as receitas teriam sido US$ 541 milhões mais altas, diz. Outras empresas, como a Microsoft, também reclamaram do dólar forte ao apresentar os resultados do quarto trimestre do ano passado.
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Alta do dólar deve elevar renda do produtor pelo 7º ano
A crise provoca retração em praticamente todos os setores da economia brasileira. Mas alguns continuam driblando esse cenário adverso. Um deles é o agronegócio. O VBP (Valor Bruto da Produção), que reflete a renda do produtor, deverá atingir R$ 504 bilhões neste ano, 1% mais do que em igual período anterior. O crescimento é pequeno, em relação ao desempenho dos últimos anos, mas mostra vigor ao registrar o sétimo ano seguido de evolução. Há dez anos, esse valor era de apenas R$ 286 bilhões, conforme dados de José Gasques, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Os principais produtos da pauta de exportação brasileira têm forte queda no mercado externo, mas há um aumento de preços em reais, devido à valorização do dólar. E essa alta do dólar vem dando fôlego aos produtores, principalmente os de produtos exportáveis. O segmento de lavouras lidera a renda agropecuária no país e poderá somar R$ 327 bilhões neste ano. Há uma década, era de apenas R$ 187 bilhões. Além de preços melhores em reais, houve um aumento no volume produzido no ano passado. Já a pecuária, onde o Ministério da Agricultura inclui bovinos, frango, suínos, leite e ovos, deve atingir um valor de produção de R$ 177 bilhões neste ano, ante R$ 98 bilhões de há dez anos. Assim como no volume produzido, o valor de produção do setor agrícola está concentrado em poucos produtos. Apenas três deles -soja, cana-de-açúcar e milho- vão obter 64% de todo o VBP do setor de lavouras. A soja, como ocorre todos os anos, é o destaque. No ano passado, Mato Grosso manteve a liderança, mas sem crescimento de renda, em relação a 2014. Já Paraná e Rio Grande do Sul, devido ao clima favorável, tiveram crescimento de 11% e 17%, respectivamente. Com isso, o valor de produção da soja subiu para R$ 38 bilhões em 2015 no Sudeste, 14% mais, enquanto o do Centro-Oeste permaneceu estável, em R$ 45 bilhões. O milho, cereal que vem ganhando o mercado externo e atingiu recorde de exportações no ano passado, deve atingir R$ 38 bilhões neste ano, 7% menos do que em 2015. No ano passado, as receitas somaram R$ 41 bilhões, com liderança de Mato Grosso (R$ 10 bilhões) e do Paraná (R$ 6,2 bilhões). CAFÉ O café, cujo valor de produção deverá atingir R$ 27 bilhões neste ano, começa a mudar o perfil da renda. Em 2011, o VBP do café conilon somava 14% do total do setor. No ano passado, foi de 19%. A cana, segundo principal produto em renda para os produtores, deverá atingir R$ 47 bilhões neste ano. O ano passado foi marcado por uma valorização dos preços internos do etanol. Neste ano, a melhora no cenário externo para o açúcar deve sustentar os preços da commodity. * Ainda em queda As exportações de soja que estão sendo feitas pelo país neste mês são a US$ 366,8 por tonelada, em média, abaixo dos US$ 411,3 de 2015. Laranja O valor da produção nacional de laranja deverá subir para R$ 11,4 bilhões neste ano, 3,6% mais do que no ano passado. Apesar dessa alta, o valor fica bem abaixo dos R$ 17 bilhões de 2011. Inflação Os dados são Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, que aponta, ainda, que dois dos produtos que pesam atualmente na inflação vão perder valor de produção. Tomate Neste ano, o VBP desse produto, devido a problemas na produção, deverá recuar para R$ 12,6 bilhões, ante 13,2 bilhões em 2015. O da cebola cai para R$ 2,3 bilhões, 30% menos.
colunas
Alta do dólar deve elevar renda do produtor pelo 7º anoA crise provoca retração em praticamente todos os setores da economia brasileira. Mas alguns continuam driblando esse cenário adverso. Um deles é o agronegócio. O VBP (Valor Bruto da Produção), que reflete a renda do produtor, deverá atingir R$ 504 bilhões neste ano, 1% mais do que em igual período anterior. O crescimento é pequeno, em relação ao desempenho dos últimos anos, mas mostra vigor ao registrar o sétimo ano seguido de evolução. Há dez anos, esse valor era de apenas R$ 286 bilhões, conforme dados de José Gasques, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Os principais produtos da pauta de exportação brasileira têm forte queda no mercado externo, mas há um aumento de preços em reais, devido à valorização do dólar. E essa alta do dólar vem dando fôlego aos produtores, principalmente os de produtos exportáveis. O segmento de lavouras lidera a renda agropecuária no país e poderá somar R$ 327 bilhões neste ano. Há uma década, era de apenas R$ 187 bilhões. Além de preços melhores em reais, houve um aumento no volume produzido no ano passado. Já a pecuária, onde o Ministério da Agricultura inclui bovinos, frango, suínos, leite e ovos, deve atingir um valor de produção de R$ 177 bilhões neste ano, ante R$ 98 bilhões de há dez anos. Assim como no volume produzido, o valor de produção do setor agrícola está concentrado em poucos produtos. Apenas três deles -soja, cana-de-açúcar e milho- vão obter 64% de todo o VBP do setor de lavouras. A soja, como ocorre todos os anos, é o destaque. No ano passado, Mato Grosso manteve a liderança, mas sem crescimento de renda, em relação a 2014. Já Paraná e Rio Grande do Sul, devido ao clima favorável, tiveram crescimento de 11% e 17%, respectivamente. Com isso, o valor de produção da soja subiu para R$ 38 bilhões em 2015 no Sudeste, 14% mais, enquanto o do Centro-Oeste permaneceu estável, em R$ 45 bilhões. O milho, cereal que vem ganhando o mercado externo e atingiu recorde de exportações no ano passado, deve atingir R$ 38 bilhões neste ano, 7% menos do que em 2015. No ano passado, as receitas somaram R$ 41 bilhões, com liderança de Mato Grosso (R$ 10 bilhões) e do Paraná (R$ 6,2 bilhões). CAFÉ O café, cujo valor de produção deverá atingir R$ 27 bilhões neste ano, começa a mudar o perfil da renda. Em 2011, o VBP do café conilon somava 14% do total do setor. No ano passado, foi de 19%. A cana, segundo principal produto em renda para os produtores, deverá atingir R$ 47 bilhões neste ano. O ano passado foi marcado por uma valorização dos preços internos do etanol. Neste ano, a melhora no cenário externo para o açúcar deve sustentar os preços da commodity. * Ainda em queda As exportações de soja que estão sendo feitas pelo país neste mês são a US$ 366,8 por tonelada, em média, abaixo dos US$ 411,3 de 2015. Laranja O valor da produção nacional de laranja deverá subir para R$ 11,4 bilhões neste ano, 3,6% mais do que no ano passado. Apesar dessa alta, o valor fica bem abaixo dos R$ 17 bilhões de 2011. Inflação Os dados são Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, que aponta, ainda, que dois dos produtos que pesam atualmente na inflação vão perder valor de produção. Tomate Neste ano, o VBP desse produto, devido a problemas na produção, deverá recuar para R$ 12,6 bilhões, ante 13,2 bilhões em 2015. O da cebola cai para R$ 2,3 bilhões, 30% menos.
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Mulheres são eleitas pela primeira vez na Arábia Saudita
Pelo menos 19 mulheres foram eleitas no último sábado (12) nas eleições para os conselhos municipais na Arábia Saudita, as primeiras em que mulheres participaram como eleitoras e candidatas. O porta-voz da Comissão Geral Eleitoral, Hamad Al-Omar, disse à Associated Press que os assentos foram conquistados em pelo menos dez das 13 regiões -a maioria deles na capital real, Riad, onde mulheres ocuparão pelo menos quatro postos. Na Província Oriental, localizada no golfo Pérsico e que concentra a minoria xiita do país, pelo menos três mulheres foram eleitas. O pleito aberto, que não tinha cotas para mulheres, foi visto como abertura pequena, mas significativa para que o grupo desempenhe um papel mais igual na sociedade ultraconservadora saudita. Cerca de 7.000 candidatos, sendo 979 mulheres, disputavam 2.100 vagas em todo o país. Os conselhos são a única instituição do governo submetida ao voto popular, mas as duas votações anteriores, em 2005 e 2011, foram abertas apenas a homens. DECRETO Das cerca de 130 mil mulheres registradas para votar, 106 mil, ou cerca de 82%, foram às urnas. Entre os homens, havia 1,35 milhão de eleitores registrados, mas apenas 44% -cerca de 600 mil- votaram. A Arábia Saudita, uma monarquia islâmica, foi o último país no mundo a garantir o direito ao voto às mulheres. A participação feminina foi possível graças a um decreto de 2011, promulgado pelo então rei Abdullah bin abdul Aziz, que morreu em janeiro deste ano. No país, as mulheres são proibidas de dirigir automóveis e vivem sob a tutela de um "guardião" homem -em geral seu pai, marido ou irmão-, que tem o poder de tomar decisões importantes sobre suas vidas. No último dia 7, o país permitiu que mulheres divorciadas e viúvas passassem a administrar os negócios de suas famílias sem aprovação de um homem ou ordem judicial.
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Mulheres são eleitas pela primeira vez na Arábia SauditaPelo menos 19 mulheres foram eleitas no último sábado (12) nas eleições para os conselhos municipais na Arábia Saudita, as primeiras em que mulheres participaram como eleitoras e candidatas. O porta-voz da Comissão Geral Eleitoral, Hamad Al-Omar, disse à Associated Press que os assentos foram conquistados em pelo menos dez das 13 regiões -a maioria deles na capital real, Riad, onde mulheres ocuparão pelo menos quatro postos. Na Província Oriental, localizada no golfo Pérsico e que concentra a minoria xiita do país, pelo menos três mulheres foram eleitas. O pleito aberto, que não tinha cotas para mulheres, foi visto como abertura pequena, mas significativa para que o grupo desempenhe um papel mais igual na sociedade ultraconservadora saudita. Cerca de 7.000 candidatos, sendo 979 mulheres, disputavam 2.100 vagas em todo o país. Os conselhos são a única instituição do governo submetida ao voto popular, mas as duas votações anteriores, em 2005 e 2011, foram abertas apenas a homens. DECRETO Das cerca de 130 mil mulheres registradas para votar, 106 mil, ou cerca de 82%, foram às urnas. Entre os homens, havia 1,35 milhão de eleitores registrados, mas apenas 44% -cerca de 600 mil- votaram. A Arábia Saudita, uma monarquia islâmica, foi o último país no mundo a garantir o direito ao voto às mulheres. A participação feminina foi possível graças a um decreto de 2011, promulgado pelo então rei Abdullah bin abdul Aziz, que morreu em janeiro deste ano. No país, as mulheres são proibidas de dirigir automóveis e vivem sob a tutela de um "guardião" homem -em geral seu pai, marido ou irmão-, que tem o poder de tomar decisões importantes sobre suas vidas. No último dia 7, o país permitiu que mulheres divorciadas e viúvas passassem a administrar os negócios de suas famílias sem aprovação de um homem ou ordem judicial.
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Miami e a concórdia
Há cerca de 20 anos, na ocasião da abertura da exposição de um pintor cubano na cidade de Miami, um grupo de extremistas anticastristas fez uma fogueira pública e inquisitorial com uma das obras do artista, acusado de viver em Cuba e, portanto, de ser no mínimo representante do regime de Havana. Algum tempo depois foi difundida a imagem de uma máquina niveladora de ruas passando sobre os discos de um músico radicado na ilha e que pretendia apresentar-se na cidade. Mais recentemente, uma famosa orquestra cubana foi recebida no aeroporto internacional de Miami com cartazes exigindo que voltasse a Cuba, cena que se repetiu diante do teatro onde ela iria se apresentar. Pelo simples fato de viver e trabalhar em Cuba e, independentemente de sua projeção política ou social, todos esses artistas e muitos outros sofreram as consequências de um extremismo que alcançava grande visibilidade nos meios de comunicação, apesar de ser alimentado por um núcleo de exilados numericamente pequeno, embora politicamente poderoso. Por isso, ainda que não seja a realidade, mas apenas uma parte dela, esse núcleo sequestrava o estado de opinião e se convertia na imagem mais difundida do cubano de Miami enfrentando o cubano da ilha –como se eles fossem inimigos inconciliáveis. Em meio a esse clima político que se prolongou por muito mais anos do que deveria, sobretudo porque aquela imagem agressiva já não representava o pensamento real da maioria do exílio cubano radicado no sul da Flórida, alguns artistas da ilha insistiram em seus esforços de aproximar-se de uma comunidade na qual vive em torno de 1 milhão de seus compatriotas e outros tantos descendentes de exilados, nascidos nos Estados Unidos mas que têm forte relação cultural e espiritual com a terra de origem familiar. Com sua política de abrir espaços na relação com Cuba, antes mesmo de ser anunciado e depois implementado o restabelecimento dos vínculos diplomáticos entre os dois países, o governo de Barack Obama deu um passo importante para que aquelas reações dignas do homem das cavernas fossem perdendo espaço, sentido, capacidade de mobilizar. É que, à diferença de seu predecessor, Bush Jr., o presidente atual abriu as possibilidades desses reencontros com uma política muito mais permissiva de vistos, algo que beneficia não apenas os artistas, mas muitos cidadãos cubanos que querem visitar o vizinho do norte e muitos cubanos radicados nos Estados Unidos que querem passar alguns dias com seus familiares que permaneceram na ilha. E o rio fluiu e começou a arrastar lodos e obstáculos acumulados de um lado e outro do estreito da Flórida e a criar um novo clima social muito mais aberto e tolerante. Dois anos atrás tive uma experiência pessoal muito gratificante e demonstrativa do quanto mudou a relação dos cubanos de Miami com os cubanos de Cuba. Em uma de minhas visitas a esta cidade, decidi, pela primeira vez, realizar um ato público. Com o apoio da Universidade Internacional da Flórida e da mais importante livraria de Miami, fiz uma conferência acadêmica e um encontro com o público leitor. Nos dois casos, com a sala cheia, tive a satisfação de me comunicar com alguns leitores dos quais recebi as mais calorosas manifestações de afeto pessoal e de proximidade com minha obra, em um ambiente de harmonia crescente. Algo semelhante vem acontecendo com artistas plásticos, músicos e atores chegados de Cuba para fazer alguma ação cultural na cidade: a comunicação foi estabelecida com coerência e normalidade, como aconteceu quando um grupo de atores radicados em Cuba e outros que vivem em Miami se reuniu na Flórida para reeditar o programa humorístico mais popular da televisão cubana na década de 1990. E tudo transcorreu sem consequências ou incidentes, nem em Miami nem em Havana. Agora, durante minha passagem por Miami para a Feira Internacional do Livro, em que participarei de um debate enquanto esta coluna é publicada, tive a oportunidade de ver a estreia de um filme franco-cubano, mas de tema totalmente havanês, e de assistir a um concerto de jazz latino cujo destaque será um grande músico cubano e que será dedicado aos 40 anos da criação de um dos agrupamentos musicais emblemáticos da Cuba dos anos 1970. Nos dois eventos, um centrado na realidade cubana e outro voltado à nostalgia do passado compartilhada por tantos compatriotas de dentro e fora da ilha, as salas cheias de um público participativo e entusiasta criaram um ambiente de cumplicidade e comunicação afetiva e cultural. E é justamente desse ambiente que precisa o espírito de um país que durante décadas se dividiu entre os que ficaram e os que se foram, com todas as conotações políticas e até éticas que tiveram alguma razão de ser em um momento histórico, mas que os anos, a vida, a evolução das sociedades e o passar das gerações parecem ter superado definitivamente ou estarem no processo de fazê-lo, para o bem de todos, para o alívio da alma de um país que, sem renunciar à memória histórica, precisa olhar para frente e estender todas as pontes possíveis de entendimento. E esse caminho precisa ser pavimentado pela harmonia, não pelo ódio.
colunas
Miami e a concórdiaHá cerca de 20 anos, na ocasião da abertura da exposição de um pintor cubano na cidade de Miami, um grupo de extremistas anticastristas fez uma fogueira pública e inquisitorial com uma das obras do artista, acusado de viver em Cuba e, portanto, de ser no mínimo representante do regime de Havana. Algum tempo depois foi difundida a imagem de uma máquina niveladora de ruas passando sobre os discos de um músico radicado na ilha e que pretendia apresentar-se na cidade. Mais recentemente, uma famosa orquestra cubana foi recebida no aeroporto internacional de Miami com cartazes exigindo que voltasse a Cuba, cena que se repetiu diante do teatro onde ela iria se apresentar. Pelo simples fato de viver e trabalhar em Cuba e, independentemente de sua projeção política ou social, todos esses artistas e muitos outros sofreram as consequências de um extremismo que alcançava grande visibilidade nos meios de comunicação, apesar de ser alimentado por um núcleo de exilados numericamente pequeno, embora politicamente poderoso. Por isso, ainda que não seja a realidade, mas apenas uma parte dela, esse núcleo sequestrava o estado de opinião e se convertia na imagem mais difundida do cubano de Miami enfrentando o cubano da ilha –como se eles fossem inimigos inconciliáveis. Em meio a esse clima político que se prolongou por muito mais anos do que deveria, sobretudo porque aquela imagem agressiva já não representava o pensamento real da maioria do exílio cubano radicado no sul da Flórida, alguns artistas da ilha insistiram em seus esforços de aproximar-se de uma comunidade na qual vive em torno de 1 milhão de seus compatriotas e outros tantos descendentes de exilados, nascidos nos Estados Unidos mas que têm forte relação cultural e espiritual com a terra de origem familiar. Com sua política de abrir espaços na relação com Cuba, antes mesmo de ser anunciado e depois implementado o restabelecimento dos vínculos diplomáticos entre os dois países, o governo de Barack Obama deu um passo importante para que aquelas reações dignas do homem das cavernas fossem perdendo espaço, sentido, capacidade de mobilizar. É que, à diferença de seu predecessor, Bush Jr., o presidente atual abriu as possibilidades desses reencontros com uma política muito mais permissiva de vistos, algo que beneficia não apenas os artistas, mas muitos cidadãos cubanos que querem visitar o vizinho do norte e muitos cubanos radicados nos Estados Unidos que querem passar alguns dias com seus familiares que permaneceram na ilha. E o rio fluiu e começou a arrastar lodos e obstáculos acumulados de um lado e outro do estreito da Flórida e a criar um novo clima social muito mais aberto e tolerante. Dois anos atrás tive uma experiência pessoal muito gratificante e demonstrativa do quanto mudou a relação dos cubanos de Miami com os cubanos de Cuba. Em uma de minhas visitas a esta cidade, decidi, pela primeira vez, realizar um ato público. Com o apoio da Universidade Internacional da Flórida e da mais importante livraria de Miami, fiz uma conferência acadêmica e um encontro com o público leitor. Nos dois casos, com a sala cheia, tive a satisfação de me comunicar com alguns leitores dos quais recebi as mais calorosas manifestações de afeto pessoal e de proximidade com minha obra, em um ambiente de harmonia crescente. Algo semelhante vem acontecendo com artistas plásticos, músicos e atores chegados de Cuba para fazer alguma ação cultural na cidade: a comunicação foi estabelecida com coerência e normalidade, como aconteceu quando um grupo de atores radicados em Cuba e outros que vivem em Miami se reuniu na Flórida para reeditar o programa humorístico mais popular da televisão cubana na década de 1990. E tudo transcorreu sem consequências ou incidentes, nem em Miami nem em Havana. Agora, durante minha passagem por Miami para a Feira Internacional do Livro, em que participarei de um debate enquanto esta coluna é publicada, tive a oportunidade de ver a estreia de um filme franco-cubano, mas de tema totalmente havanês, e de assistir a um concerto de jazz latino cujo destaque será um grande músico cubano e que será dedicado aos 40 anos da criação de um dos agrupamentos musicais emblemáticos da Cuba dos anos 1970. Nos dois eventos, um centrado na realidade cubana e outro voltado à nostalgia do passado compartilhada por tantos compatriotas de dentro e fora da ilha, as salas cheias de um público participativo e entusiasta criaram um ambiente de cumplicidade e comunicação afetiva e cultural. E é justamente desse ambiente que precisa o espírito de um país que durante décadas se dividiu entre os que ficaram e os que se foram, com todas as conotações políticas e até éticas que tiveram alguma razão de ser em um momento histórico, mas que os anos, a vida, a evolução das sociedades e o passar das gerações parecem ter superado definitivamente ou estarem no processo de fazê-lo, para o bem de todos, para o alívio da alma de um país que, sem renunciar à memória histórica, precisa olhar para frente e estender todas as pontes possíveis de entendimento. E esse caminho precisa ser pavimentado pela harmonia, não pelo ódio.
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