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Ex-doméstica assiste a 'Que Horas Ela Volta' e diz que preconceito é real
INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Doméstica durante 24 anos, Maria Lima, 65, cobre o rosto com as mãos quando Val –empregada interpretada por Regina Casé no filme "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert– leva para a festa de aniversário da patroa o conjunto de xícaras que deu de presente a ela. Na sessão, que a sãopaulo acompanha, Maria aperta os olhos e repete "tragédia, tragédia". A cena termina com Val sendo empurrada pela patroa de volta para a cozinha. "Val, pelo amor de Deus, essa não. Eu disse que essa a gente vai levar para o Guarujá." A apreensão volta nos momentos em que Jéssica (Camila Márdila), filha de Val que vai fazer vestibular em São Paulo e fica na casa da família, desafia a hierarquia ao almoçar com o patrão e dormir no quarto de hóspedes. Além da própria experiência, Maria traz em suas reações o mandato como presidente do sindicato da categoria na cidade. Ela diz que situações como as do filme não são raras, mas que hoje as domésticas estão empenhadas em cobrar seus direitos. são paulo - "Que Horas Ela Volta?" é factível? Maria Lima - Sim, e a história é velha porque todas nós somos imigrantes, viemos do Nordeste para São Paulo à procura de uma vida melhor. É uma história já antiga, conhecida e reconhecida mundialmente. E achei muito bom. Tudo é verdade. Ela querer ser mãe do filho da outra, a história de fazer parte da família, o que não é coisa nenhuma. Sempre tem uma relação de desigualdade. Sua história conversa com a de Val, interpretada por Regina Casé? Sim. Quando cheguei, eles [os ex-patrões] tinham casado recentemente. Cuidei da filha e aí depois veio outra e fui cuidando. Saí quando uma estava com catorze anos e a outra com dez anos. Tudo o que eu tenho é graças ao trabalho doméstico. No começo a gente trata assim [como se fossem filha], mas depois a gente sabe que é só pelo trabalho, não tem que criar aquela imagem. Você tem respeito, admiração, ajuda educar porque a mãe trabalha e a criança tem que ficar no seu poder. Hoje elas são casadas, uma já tem filho e a gente troca figurinhas, vai visitar. Tenho um bom convívio, mas eles lá e eu aqui. Continuo sendo a Maria, mas a Maria que foi a empregada deles, não me considero da família, nunca. Porque onde você trabalha e recebe um salário não pode ser considerada da família. Você está lá para prestar um trabalho, tem que ter respeito, educação, ser uma boa profissional naquilo que você vai fazer, isso é o importante. Quais são as maiores reclamações das empregadas ao sindicato? São sempre as mesmas: "você não pode comer isso porque é do meu filho". "Vai na feira? Compra tal coisa para o meu filho." Elas contam e é realidade. Se sentem mal. Muitas delas estão pedindo as contas, porque querem fazer faculdade, o que não acontecia na minha época. As empregadas domésticas hoje questionam mais o patrão? Algumas. Elas procuram fazer interrogações, não aceitam qualquer coisa. Patrão não faz delas mais gato e sapato porque são ativas, pelo menos as que vão ao sindicato. "Ele quer que eu durma no emprego, mas não vou mais dormir porque tenho minha casa." "Quero meu horário de trabalho honesto, meu salário digno." Elas questionam tudo. Agora, com a PEC das domésticas [proposta de emenda constitucional aprovada em 2013], muitas vão com a patroa para se atualizar. Melhorou bastante. Os empregadores estão mais abertos a discutir essas questões? Estão entendendo, mas alguns relutam. Acham que a empregada tem que estar 24 horas a mercê e não é por aí. Hoje a gente tem a liberdade de ir e vir e tem o direito de dizer o que não quer. Sou um ser humano, tenho que ter minhas horas de descanso. Todo mundo faz luta pelos seus direitos, mas nossa categoria é tímida para ir para rua. Se acontecesse um movimento desse ia parar o país, porque todos dependem de uma pessoa em casa. Somos 7, 8 milhões. Você já pensou o caos? Quem fica para lavar, passar? E a desigualdade no Brasil? Melhorou um pouco. Esse governo foi o que mais trabalhou pela visão total dos trabalhadores, apesar dos pesares. Os nordestinos viajaram mais, comeram melhor, compraram seu carro, sua casa, puderam comprar seus supérfluos. Tudo tem seu tempo, sua hora. No passado a gente não tinha e hoje vamos usufruir, por que não? O que ainda falta? Precisa mais avanço da nossa parte. Oportunidade tem, mas precisamos avançar mais na igualdade. Digamos, aqui [no cinema] tem um monte de gente, quantas trabalhadores domésticas estão aqui presentes? Eu. Entendeu? Porque a essa hora da tarde, está todo mundo saindo do trabalho. Melhorou um pouco porque, em outras épocas, não se tinha a visibilidade que tem hoje. Minhas sobrinhas e os filhos de outras companheiras estão fazendo faculdade.
saopaulo
Ex-doméstica assiste a 'Que Horas Ela Volta' e diz que preconceito é realINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Doméstica durante 24 anos, Maria Lima, 65, cobre o rosto com as mãos quando Val –empregada interpretada por Regina Casé no filme "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert– leva para a festa de aniversário da patroa o conjunto de xícaras que deu de presente a ela. Na sessão, que a sãopaulo acompanha, Maria aperta os olhos e repete "tragédia, tragédia". A cena termina com Val sendo empurrada pela patroa de volta para a cozinha. "Val, pelo amor de Deus, essa não. Eu disse que essa a gente vai levar para o Guarujá." A apreensão volta nos momentos em que Jéssica (Camila Márdila), filha de Val que vai fazer vestibular em São Paulo e fica na casa da família, desafia a hierarquia ao almoçar com o patrão e dormir no quarto de hóspedes. Além da própria experiência, Maria traz em suas reações o mandato como presidente do sindicato da categoria na cidade. Ela diz que situações como as do filme não são raras, mas que hoje as domésticas estão empenhadas em cobrar seus direitos. são paulo - "Que Horas Ela Volta?" é factível? Maria Lima - Sim, e a história é velha porque todas nós somos imigrantes, viemos do Nordeste para São Paulo à procura de uma vida melhor. É uma história já antiga, conhecida e reconhecida mundialmente. E achei muito bom. Tudo é verdade. Ela querer ser mãe do filho da outra, a história de fazer parte da família, o que não é coisa nenhuma. Sempre tem uma relação de desigualdade. Sua história conversa com a de Val, interpretada por Regina Casé? Sim. Quando cheguei, eles [os ex-patrões] tinham casado recentemente. Cuidei da filha e aí depois veio outra e fui cuidando. Saí quando uma estava com catorze anos e a outra com dez anos. Tudo o que eu tenho é graças ao trabalho doméstico. No começo a gente trata assim [como se fossem filha], mas depois a gente sabe que é só pelo trabalho, não tem que criar aquela imagem. Você tem respeito, admiração, ajuda educar porque a mãe trabalha e a criança tem que ficar no seu poder. Hoje elas são casadas, uma já tem filho e a gente troca figurinhas, vai visitar. Tenho um bom convívio, mas eles lá e eu aqui. Continuo sendo a Maria, mas a Maria que foi a empregada deles, não me considero da família, nunca. Porque onde você trabalha e recebe um salário não pode ser considerada da família. Você está lá para prestar um trabalho, tem que ter respeito, educação, ser uma boa profissional naquilo que você vai fazer, isso é o importante. Quais são as maiores reclamações das empregadas ao sindicato? São sempre as mesmas: "você não pode comer isso porque é do meu filho". "Vai na feira? Compra tal coisa para o meu filho." Elas contam e é realidade. Se sentem mal. Muitas delas estão pedindo as contas, porque querem fazer faculdade, o que não acontecia na minha época. As empregadas domésticas hoje questionam mais o patrão? Algumas. Elas procuram fazer interrogações, não aceitam qualquer coisa. Patrão não faz delas mais gato e sapato porque são ativas, pelo menos as que vão ao sindicato. "Ele quer que eu durma no emprego, mas não vou mais dormir porque tenho minha casa." "Quero meu horário de trabalho honesto, meu salário digno." Elas questionam tudo. Agora, com a PEC das domésticas [proposta de emenda constitucional aprovada em 2013], muitas vão com a patroa para se atualizar. Melhorou bastante. Os empregadores estão mais abertos a discutir essas questões? Estão entendendo, mas alguns relutam. Acham que a empregada tem que estar 24 horas a mercê e não é por aí. Hoje a gente tem a liberdade de ir e vir e tem o direito de dizer o que não quer. Sou um ser humano, tenho que ter minhas horas de descanso. Todo mundo faz luta pelos seus direitos, mas nossa categoria é tímida para ir para rua. Se acontecesse um movimento desse ia parar o país, porque todos dependem de uma pessoa em casa. Somos 7, 8 milhões. Você já pensou o caos? Quem fica para lavar, passar? E a desigualdade no Brasil? Melhorou um pouco. Esse governo foi o que mais trabalhou pela visão total dos trabalhadores, apesar dos pesares. Os nordestinos viajaram mais, comeram melhor, compraram seu carro, sua casa, puderam comprar seus supérfluos. Tudo tem seu tempo, sua hora. No passado a gente não tinha e hoje vamos usufruir, por que não? O que ainda falta? Precisa mais avanço da nossa parte. Oportunidade tem, mas precisamos avançar mais na igualdade. Digamos, aqui [no cinema] tem um monte de gente, quantas trabalhadores domésticas estão aqui presentes? Eu. Entendeu? Porque a essa hora da tarde, está todo mundo saindo do trabalho. Melhorou um pouco porque, em outras épocas, não se tinha a visibilidade que tem hoje. Minhas sobrinhas e os filhos de outras companheiras estão fazendo faculdade.
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Doenças relacionadas ao excesso de peso não ameaçam apenas obesos
Pessoas que não são obesas podem correr riscos de morte por doenças relacionadas ao excesso de peso, aponta um novo estudo. Das 4 milhões de pessoas que morreram em 2015 por causas associadas ao sobrepeso, 40% não eram consideradas clinicamente obesas. O estudo mostra também que mais de 2 bilhões de crianças e adultos sofrem problemas de saúde ligados ao sobrepeso, incluindo diabetes tipo 2, doenças coronárias e câncer. Mas uma parte significativa dessas pessoas tinha um Índice de Massa Corporal (IMC) inferior a 30, limiar a partir do qual a pessoa é considerada obesa. Segundo o estudo, publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", as descobertas revelam uma "crescente e perturbadora crise de saúde pública global". "As pessoas que ignoram o ganho de peso fazem isso por sua conta e risco –risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, entre outras", diz Christopher Murray, autor do estudo e diretor do Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. "Aquelas resoluções mais ou menos sérias de Ano Novo para perder peso devem se tornar compromissos para todo o ano", aconselha. O estudo, que analisou dados de 195 países e territórios por um período de 35 anos, de 1980 a 2015, diz que 30% da população mundial –ou 2,2 bilhões de crianças e adultos– estão com excesso de peso. Isso inclui aproximadamente 108 milhões de crianças e mais de 600 milhões de adultos que têm um IMC maior do que 30 e são, portanto, considerados clinicamente obesos. AMOR PELO AÇÚCAR A obesidade se tornou uma epidemia mundial –a população de obesos dobrou em 70 países desde a década de 1980. Os Estados Unidos têm o maior nível de obesidade entre adultos e crianças (13% da população). O Egito lidera o ranking de adultos obesos –35% da população está nessa situação. Em entrevista no ano passado ao jornal britânico "The Guardian", Randa Abou el Naga, pesquisador na Organização Mundial de Saúde, atribuiu o problema no Egito à falta de "exercícios físicos vigorosos, enquanto a nutricionista Sherine el Shimi citou o "amor" do egípcio pelo açúcar. O relatório também mostrou que a taxa de obesidade está aumentando mais rapidamente entre crianças do que entre adultos. A China e a Índia têm os maiores números de crianças obesas, com 15,3 milhões e 14,4 milhões, respectivamente. "O problema não está relacionado exclusivamente à renda ou riqueza", diz o estudo. "A maior disponibilidade e acessibilidade a produtos densos em energia, além do forte marketing, podem explicar o excesso de peso em diferentes populações", acrescenta. As menores taxas de obesidade estão em Bangladesh e no Vietnã. Apenas 1% da população desses países é obesa. "O excesso de peso corporal é um dos problemas mais desafiadores de nossos tempos, afetando uma a cada três pessoas", diz Ashkan Afshin, coautor do estudo e professor de Saúde Global no IHME. Os autores destacam a necessidade de uma intervenção para reduzir a prevalência de um alto IMC e suas consequências.
equilibrioesaude
Doenças relacionadas ao excesso de peso não ameaçam apenas obesosPessoas que não são obesas podem correr riscos de morte por doenças relacionadas ao excesso de peso, aponta um novo estudo. Das 4 milhões de pessoas que morreram em 2015 por causas associadas ao sobrepeso, 40% não eram consideradas clinicamente obesas. O estudo mostra também que mais de 2 bilhões de crianças e adultos sofrem problemas de saúde ligados ao sobrepeso, incluindo diabetes tipo 2, doenças coronárias e câncer. Mas uma parte significativa dessas pessoas tinha um Índice de Massa Corporal (IMC) inferior a 30, limiar a partir do qual a pessoa é considerada obesa. Segundo o estudo, publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", as descobertas revelam uma "crescente e perturbadora crise de saúde pública global". "As pessoas que ignoram o ganho de peso fazem isso por sua conta e risco –risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, entre outras", diz Christopher Murray, autor do estudo e diretor do Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. "Aquelas resoluções mais ou menos sérias de Ano Novo para perder peso devem se tornar compromissos para todo o ano", aconselha. O estudo, que analisou dados de 195 países e territórios por um período de 35 anos, de 1980 a 2015, diz que 30% da população mundial –ou 2,2 bilhões de crianças e adultos– estão com excesso de peso. Isso inclui aproximadamente 108 milhões de crianças e mais de 600 milhões de adultos que têm um IMC maior do que 30 e são, portanto, considerados clinicamente obesos. AMOR PELO AÇÚCAR A obesidade se tornou uma epidemia mundial –a população de obesos dobrou em 70 países desde a década de 1980. Os Estados Unidos têm o maior nível de obesidade entre adultos e crianças (13% da população). O Egito lidera o ranking de adultos obesos –35% da população está nessa situação. Em entrevista no ano passado ao jornal britânico "The Guardian", Randa Abou el Naga, pesquisador na Organização Mundial de Saúde, atribuiu o problema no Egito à falta de "exercícios físicos vigorosos, enquanto a nutricionista Sherine el Shimi citou o "amor" do egípcio pelo açúcar. O relatório também mostrou que a taxa de obesidade está aumentando mais rapidamente entre crianças do que entre adultos. A China e a Índia têm os maiores números de crianças obesas, com 15,3 milhões e 14,4 milhões, respectivamente. "O problema não está relacionado exclusivamente à renda ou riqueza", diz o estudo. "A maior disponibilidade e acessibilidade a produtos densos em energia, além do forte marketing, podem explicar o excesso de peso em diferentes populações", acrescenta. As menores taxas de obesidade estão em Bangladesh e no Vietnã. Apenas 1% da população desses países é obesa. "O excesso de peso corporal é um dos problemas mais desafiadores de nossos tempos, afetando uma a cada três pessoas", diz Ashkan Afshin, coautor do estudo e professor de Saúde Global no IHME. Os autores destacam a necessidade de uma intervenção para reduzir a prevalência de um alto IMC e suas consequências.
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Galã de 'Diário da Princesa', sobrinho de Coppola dirige primeiro filme
Robert Schwartzman é um otimista. Acredita que tudo vai dar certo no final. Talvez por isso o rapaz de 33 anos, vocalista da banda Rooney e membro de uma das dinastias mais importantes de Hollywood, não tenha se sentido intimidado ao estrear como o cineasta mais novo do clã Coppola na última edição do Festival de Tribeca, em Nova York. O longa "Dreamland", sua estreia como diretor e roteirista, conta com a participação de alguns de seus familiares no elenco, como a atriz Talia Shire, sua mãe, e seu irmão, o ator e músico Jason Schwartzman. "Seria estranho se não trabalhássemos juntos. São bom profissionais, que funcionam para o projeto e com quem eu quis dividir esse momento. Do mesmo jeito que, como músico, quero que minha prima pense em mim quando vai fazer um filme para o qual posso contribuir", diz ele. A comédia, bem recebida pela crítica e ainda sem distribuição no Brasil, narra as agruras de um jovem aspirante a pianista (Johnny Simmons) na transição para a vida adulta. Tocando no bar de um hotel sofisticado em Beverly Hills, ele conhece uma mulher mais velha (Amy Landecker) com quem tem um caso curto e conturbado. "Fiz o filme como faço música: começo com uma ideia, um instrumento, e sigo até ver onde isso me leva. É uma história sobre relacionamentos", diz. "Quis retratar pessoas com muitos sonhos e ideias, mas que não chega a alcançar o que querem." Dirigir um filme era um sonho de Robert desde criança, mas que foi deixado de lado por conta da carreira musical. Ele nasceu e foi criado em Los Angeles, frequentando sets de filmagem para acompanhar a mãe e o pai, o produtor Jack Schwartzman. Chegou a fazer ponta como ator no primeiro filme da prima, Sofia Coppola, "As Virgens Suicidas" (1999), e como o par romântico de Anne Hathaway em "O Diário da Princesa". "Minha mãe sempre me levava para ver shows, ópera e balé. A arte sempre fez parte da nossa vida." Tanto que às vezes ele consegue unir as duas coisas. Como em 2014, quando compôs a trilha de "Palo Alto", longa de estreia da prima Gia Coppola, 29. Aos 17 anos, formou a Rooney, banda que encheu casas de shows nos Estados Unidos e Europa no início dos anos 2000. "Washed Away", o quinto álbum, lançado em maio, é influenciado pelo pop-rock dos anos 90 de bandas como The Cardigans e Grandaddy, além de uma parceria com a cantora e atriz francesa Soko. O álbum marca a retomada da banda, após um hiato de 6 anos, período em que Robert se dedicou à realização de "Dreamland". "Sinto necessidade de criar, de construir algo. Gosto de ter vários projetos paralelos", diz. Nesse momento, está focado na divulgação dos trabalhos recém-lançados, mas pretende explorar música e cinema na mesma medida -e sem pessimismo. "Levo o que faço a sério e sou exigente comigo mesmo, mas não tenho medo de falhar."
serafina
Galã de 'Diário da Princesa', sobrinho de Coppola dirige primeiro filmeRobert Schwartzman é um otimista. Acredita que tudo vai dar certo no final. Talvez por isso o rapaz de 33 anos, vocalista da banda Rooney e membro de uma das dinastias mais importantes de Hollywood, não tenha se sentido intimidado ao estrear como o cineasta mais novo do clã Coppola na última edição do Festival de Tribeca, em Nova York. O longa "Dreamland", sua estreia como diretor e roteirista, conta com a participação de alguns de seus familiares no elenco, como a atriz Talia Shire, sua mãe, e seu irmão, o ator e músico Jason Schwartzman. "Seria estranho se não trabalhássemos juntos. São bom profissionais, que funcionam para o projeto e com quem eu quis dividir esse momento. Do mesmo jeito que, como músico, quero que minha prima pense em mim quando vai fazer um filme para o qual posso contribuir", diz ele. A comédia, bem recebida pela crítica e ainda sem distribuição no Brasil, narra as agruras de um jovem aspirante a pianista (Johnny Simmons) na transição para a vida adulta. Tocando no bar de um hotel sofisticado em Beverly Hills, ele conhece uma mulher mais velha (Amy Landecker) com quem tem um caso curto e conturbado. "Fiz o filme como faço música: começo com uma ideia, um instrumento, e sigo até ver onde isso me leva. É uma história sobre relacionamentos", diz. "Quis retratar pessoas com muitos sonhos e ideias, mas que não chega a alcançar o que querem." Dirigir um filme era um sonho de Robert desde criança, mas que foi deixado de lado por conta da carreira musical. Ele nasceu e foi criado em Los Angeles, frequentando sets de filmagem para acompanhar a mãe e o pai, o produtor Jack Schwartzman. Chegou a fazer ponta como ator no primeiro filme da prima, Sofia Coppola, "As Virgens Suicidas" (1999), e como o par romântico de Anne Hathaway em "O Diário da Princesa". "Minha mãe sempre me levava para ver shows, ópera e balé. A arte sempre fez parte da nossa vida." Tanto que às vezes ele consegue unir as duas coisas. Como em 2014, quando compôs a trilha de "Palo Alto", longa de estreia da prima Gia Coppola, 29. Aos 17 anos, formou a Rooney, banda que encheu casas de shows nos Estados Unidos e Europa no início dos anos 2000. "Washed Away", o quinto álbum, lançado em maio, é influenciado pelo pop-rock dos anos 90 de bandas como The Cardigans e Grandaddy, além de uma parceria com a cantora e atriz francesa Soko. O álbum marca a retomada da banda, após um hiato de 6 anos, período em que Robert se dedicou à realização de "Dreamland". "Sinto necessidade de criar, de construir algo. Gosto de ter vários projetos paralelos", diz. Nesse momento, está focado na divulgação dos trabalhos recém-lançados, mas pretende explorar música e cinema na mesma medida -e sem pessimismo. "Levo o que faço a sério e sou exigente comigo mesmo, mas não tenho medo de falhar."
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Crianças de dez anos descrevem obras em audioguia do Masp; ouça os relatos
ISABEL SETA DE SÃO PAULO "As meninas são irmãs e bem parecidas, vestem o mesmo tipo de roupa, uma azul e outra rosa. Essa roupa deve pinicar o corpo. A menina de azul estava percebendo que sua irmã estava agoniada e deu sua mão como carinho, para ela se sentir melhor." Foi assim que crianças descreveram a famosa tela "Rosa e azul (As meninas Cahen d´Anvers)", de Renoir, para os guias de áudio da exposição "Histórias da Infância", que entrou em cartaz no Masp neste mês. Preocupada em tornar a mostra mais acessível para os pequenos, a curadoria do museu pendurou as obras em uma altura mais baixa que o 1,5 m habitual e convidou turmas da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima e do Colégio São Domingo para gravar suas impressões sobre as pinturas e fotografias que integram a exposição. "Questionamos na curadoria quem está representando a criança na mostra, e são todos artistas adultos. Ficamos pensando em como subverter essa lógica. Os áudios vêm com essa intenção de poder olhar o mundo pela perspectiva da criança", diz Luisa Proença, curadora do museu. O resultado são descrições espontâneas sobre como o "olhar de tristeza" de "O Escolar (O Filho do Carteiro)", de Van Gogh, se deve ao fato de "o pai dele não ficar muito em casa, já que ele é um carteiro e carteiros ficam o dia todo na rua". Ou sobre como o quadro "As Tentações de Santo Antão", de Hieronymus Bosch, parece o pesadelo de um dos garotos. Ouça no soundcloud "É muito engraçado, você acaba mesmo conseguindo ver coisas que não veria", diz Proença. O francês Christophe Buffet, do estúdio Zut, colaborou com o projeto e concorda: "As crianças não têm limites nem fronteiras. Se você faz uma gravação com um curador, sempre vai ter algum controle". Buffet começou a fazer guias para exposições quando ainda morava na França, e já fez projetos com crianças para o Louvre e para o Centre Pompidou, de arte contemporânea. "É uma coisa bem interessante de se fazer, porque não é comum aqui no Brasil. Audioguias muitas vezes são chatos, apenas com pessoas lendo textos de catálogos" afirma. Para o produtor, o guia de "Histórias da Infância" não é um roteiro que diz ao visitante o que pensar, mas que cria uma provocação. "Se uma criança de nove anos tem uma opinião formada e articulada sobre uma obra, por que você não tem?", questiona. LADO CRIATIVO Carlos Paglione, 9, aluno da escola Desembargador Amorim Lima, participou das atividades que antecederam as gravações. Para ele, a criança procura ver a obra pelo "lado criativo da coisa". "A visão da criança é completamente diferente, o adulto leva tudo muito a sério", completa sua colega Beatriz Rodrigues, 11. Eles contam que formaram duplas para escolher os quadros que iriam descrever. Além de pensar e discutir sobre a obra, os estudantes tinham que fazer um texto e explicar antes da gravação. Alguns ensaiaram se apresentando para os amigos –o que ajudou bastante na hora de falar com fluência, conta Buffet. "É difícil pensar na obra, você vai tentando achar detalhes e o sentido daquilo, mas do seu jeito", diz Carlos. Há algumas pérolas. Em uma gravação que não entrou para o compilado final, uma das crianças diz que o artista "está de parabéns" pelo quadro "Rosa e Azul". Em outra, na descrição do quadro "Tríptico: Cristo Carregando a Cruz, a Crucificação e o Sepultamento", de Jan van Dornicke, um dos participantes afirma que a crucificação foi "mais ou menos um terrorismo, só que só para o Jesus." DESENHOS Para aumentar a interação com a mostra, o Masp também organizou, entre janeiro e o início de abril, oficinas de criação de desenhos com crianças de 5 a 11 anos. Os trabalhos, feitos a partir da pergunta "como contar suas próprias histórias em desenhos?", estão expostos ao lado da produção dos demais artistas. A partir deste sábado (30), novas oficinas serão realizadas com a participação de artistas brasileiros. Cada atividade dura dois dias, sempre aos sábados e domingos, das 15h às 17h. As oficinas são gratuitas, precisam de inscrição e vão até 31 de julho –quando a mostra chega ao fim. Confira a programação completa no site do Masp. Exposição "Histórias da Infância" ONDE Masp - av. Paulista, 1578; tel. (11) 3251-5644 QUANDO Histórias da Infância - de 8/4 a 31/7 QUANTO de R$ 12 a R$ 25
saopaulo
Crianças de dez anos descrevem obras em audioguia do Masp; ouça os relatosISABEL SETA DE SÃO PAULO "As meninas são irmãs e bem parecidas, vestem o mesmo tipo de roupa, uma azul e outra rosa. Essa roupa deve pinicar o corpo. A menina de azul estava percebendo que sua irmã estava agoniada e deu sua mão como carinho, para ela se sentir melhor." Foi assim que crianças descreveram a famosa tela "Rosa e azul (As meninas Cahen d´Anvers)", de Renoir, para os guias de áudio da exposição "Histórias da Infância", que entrou em cartaz no Masp neste mês. Preocupada em tornar a mostra mais acessível para os pequenos, a curadoria do museu pendurou as obras em uma altura mais baixa que o 1,5 m habitual e convidou turmas da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima e do Colégio São Domingo para gravar suas impressões sobre as pinturas e fotografias que integram a exposição. "Questionamos na curadoria quem está representando a criança na mostra, e são todos artistas adultos. Ficamos pensando em como subverter essa lógica. Os áudios vêm com essa intenção de poder olhar o mundo pela perspectiva da criança", diz Luisa Proença, curadora do museu. O resultado são descrições espontâneas sobre como o "olhar de tristeza" de "O Escolar (O Filho do Carteiro)", de Van Gogh, se deve ao fato de "o pai dele não ficar muito em casa, já que ele é um carteiro e carteiros ficam o dia todo na rua". Ou sobre como o quadro "As Tentações de Santo Antão", de Hieronymus Bosch, parece o pesadelo de um dos garotos. Ouça no soundcloud "É muito engraçado, você acaba mesmo conseguindo ver coisas que não veria", diz Proença. O francês Christophe Buffet, do estúdio Zut, colaborou com o projeto e concorda: "As crianças não têm limites nem fronteiras. Se você faz uma gravação com um curador, sempre vai ter algum controle". Buffet começou a fazer guias para exposições quando ainda morava na França, e já fez projetos com crianças para o Louvre e para o Centre Pompidou, de arte contemporânea. "É uma coisa bem interessante de se fazer, porque não é comum aqui no Brasil. Audioguias muitas vezes são chatos, apenas com pessoas lendo textos de catálogos" afirma. Para o produtor, o guia de "Histórias da Infância" não é um roteiro que diz ao visitante o que pensar, mas que cria uma provocação. "Se uma criança de nove anos tem uma opinião formada e articulada sobre uma obra, por que você não tem?", questiona. LADO CRIATIVO Carlos Paglione, 9, aluno da escola Desembargador Amorim Lima, participou das atividades que antecederam as gravações. Para ele, a criança procura ver a obra pelo "lado criativo da coisa". "A visão da criança é completamente diferente, o adulto leva tudo muito a sério", completa sua colega Beatriz Rodrigues, 11. Eles contam que formaram duplas para escolher os quadros que iriam descrever. Além de pensar e discutir sobre a obra, os estudantes tinham que fazer um texto e explicar antes da gravação. Alguns ensaiaram se apresentando para os amigos –o que ajudou bastante na hora de falar com fluência, conta Buffet. "É difícil pensar na obra, você vai tentando achar detalhes e o sentido daquilo, mas do seu jeito", diz Carlos. Há algumas pérolas. Em uma gravação que não entrou para o compilado final, uma das crianças diz que o artista "está de parabéns" pelo quadro "Rosa e Azul". Em outra, na descrição do quadro "Tríptico: Cristo Carregando a Cruz, a Crucificação e o Sepultamento", de Jan van Dornicke, um dos participantes afirma que a crucificação foi "mais ou menos um terrorismo, só que só para o Jesus." DESENHOS Para aumentar a interação com a mostra, o Masp também organizou, entre janeiro e o início de abril, oficinas de criação de desenhos com crianças de 5 a 11 anos. Os trabalhos, feitos a partir da pergunta "como contar suas próprias histórias em desenhos?", estão expostos ao lado da produção dos demais artistas. A partir deste sábado (30), novas oficinas serão realizadas com a participação de artistas brasileiros. Cada atividade dura dois dias, sempre aos sábados e domingos, das 15h às 17h. As oficinas são gratuitas, precisam de inscrição e vão até 31 de julho –quando a mostra chega ao fim. Confira a programação completa no site do Masp. Exposição "Histórias da Infância" ONDE Masp - av. Paulista, 1578; tel. (11) 3251-5644 QUANDO Histórias da Infância - de 8/4 a 31/7 QUANTO de R$ 12 a R$ 25
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Leitores parabenizam a Folha pelos 95 anos
É com muita alegria que nós, do Magazine Luiza, cumprimentamos a Folha pelos seus 95 anos. Com o maior número de assinantes digitais, é o veículo que melhor está fazendo a transição para o eletrônico, com a mesma credibilidade que tem no impresso. Sabemos que quando esse período de mudanças terminar, a Folha permanecerá presente e relevante –e pronta para enfrentar os novos períodos que virão. FREDERICO TRAJANO, presidente-executivo do Magazine Luiza * Questionado sobre os deveres precípuos da imprensa, Rui Barbosa, o Águia de Haia, vociferou: "Tudo que se haja dito, e se disser da imprensa, ainda será pouco, se a considerarmos livre, isenta e moralizada. Moralizada não transgride com os abusos. Isenta não cede as seduções. Livre, não teme os potentados". Assim é a Folha há 95 anos. VALDIR DE CÓRDOVA BICUDO, investigador da Polícia Civil (Curitiba, PR) * A Folha agradece as mensagens pelos 95 anos recebidas de Felipe Clemente Santos, diretor-presidente da Apae-SP (São Paulo, SP), Paulo Maluf, deputado federal (Brasília, DF), Rodrigo Garcia, secretário de Estado da Habitação (São Paulo, SP), Alline Cezarani, diretora-executiva do Hospital Santa Catarina (São Paulo, SP), Antonio Salvador Silva, presidente do grupo CDI (São Paulo, SP) e Mirella Carnicelli, gerente regional do "New York Times" (São Paulo, SP). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores parabenizam a Folha pelos 95 anosÉ com muita alegria que nós, do Magazine Luiza, cumprimentamos a Folha pelos seus 95 anos. Com o maior número de assinantes digitais, é o veículo que melhor está fazendo a transição para o eletrônico, com a mesma credibilidade que tem no impresso. Sabemos que quando esse período de mudanças terminar, a Folha permanecerá presente e relevante –e pronta para enfrentar os novos períodos que virão. FREDERICO TRAJANO, presidente-executivo do Magazine Luiza * Questionado sobre os deveres precípuos da imprensa, Rui Barbosa, o Águia de Haia, vociferou: "Tudo que se haja dito, e se disser da imprensa, ainda será pouco, se a considerarmos livre, isenta e moralizada. Moralizada não transgride com os abusos. Isenta não cede as seduções. Livre, não teme os potentados". Assim é a Folha há 95 anos. VALDIR DE CÓRDOVA BICUDO, investigador da Polícia Civil (Curitiba, PR) * A Folha agradece as mensagens pelos 95 anos recebidas de Felipe Clemente Santos, diretor-presidente da Apae-SP (São Paulo, SP), Paulo Maluf, deputado federal (Brasília, DF), Rodrigo Garcia, secretário de Estado da Habitação (São Paulo, SP), Alline Cezarani, diretora-executiva do Hospital Santa Catarina (São Paulo, SP), Antonio Salvador Silva, presidente do grupo CDI (São Paulo, SP) e Mirella Carnicelli, gerente regional do "New York Times" (São Paulo, SP). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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SP deixa estado de atenção após 2 horas; início da semana terá frente fria
A forte chuva que atingiu a capital no fim da tarde deste domingo (28) deixou todas as regiões em estado de atenção para alagamentos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da prefeitura, registrou maior incidência de precipitações nas zonas sul –nos bairros Jardim Ângela e Parelheiros–, sudeste e na região central. Também choveu com força no bairro de Perus e na Freguesia do Ó, na zona norte. Às 20h35, toda a capital já havia saído do estado de atenção. Apesar da intensidade, não foram registrados pontos de alagamento pelo CGE. As próximas horas seguem com tempo instável e chuvoso, porém sem risco de temporal. Causada por áreas de instabilidade vindas do interior do Estado, a chuva continua nesta segunda (29), especialmente entre a madrugada e a manhã. De acordo com o CGE, os termômetros não devem passar dos 23ºC devido a uma frente fria que atinge a capital neste início de semana.Na terça (1º), as temperaturas devem cair mais, com máxima de 18ºC durante a madrugada.
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SP deixa estado de atenção após 2 horas; início da semana terá frente friaA forte chuva que atingiu a capital no fim da tarde deste domingo (28) deixou todas as regiões em estado de atenção para alagamentos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da prefeitura, registrou maior incidência de precipitações nas zonas sul –nos bairros Jardim Ângela e Parelheiros–, sudeste e na região central. Também choveu com força no bairro de Perus e na Freguesia do Ó, na zona norte. Às 20h35, toda a capital já havia saído do estado de atenção. Apesar da intensidade, não foram registrados pontos de alagamento pelo CGE. As próximas horas seguem com tempo instável e chuvoso, porém sem risco de temporal. Causada por áreas de instabilidade vindas do interior do Estado, a chuva continua nesta segunda (29), especialmente entre a madrugada e a manhã. De acordo com o CGE, os termômetros não devem passar dos 23ºC devido a uma frente fria que atinge a capital neste início de semana.Na terça (1º), as temperaturas devem cair mais, com máxima de 18ºC durante a madrugada.
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Bauza diz que Kardec entra no lugar de Calleri e que espera nova contratação
O técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, afirmou que na partida desta quarta (17) contra o The Strongest (BOL), às 19h30, no Pacaembu, deve manter praticamente a mesma equipe que atuou contra o Corinthians no domingo (14). "Decidi que o time vai ser o mesmo contra o Corinthians, salvo a entrada do Kardec pelo Calleri. É a única mudança", afirmou o treinador em entrevista coletiva nesta terça (16). Bauza também disse que, mesmo após a chegada do zagueiro Maicon, anunciado nesta segunda (15), o clube deve contratar mais um jogador nesta semana. "Não está encerrada a possibilidade de que chegue mais alguém. Nos resta uma semana e, possivelmente, mais alguém deve chegar", declarou. Perguntado para qual posição deve ser o novo reforço, o treinador desconversou. "Zagueiro, meio, atacante."
esporte
Bauza diz que Kardec entra no lugar de Calleri e que espera nova contrataçãoO técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, afirmou que na partida desta quarta (17) contra o The Strongest (BOL), às 19h30, no Pacaembu, deve manter praticamente a mesma equipe que atuou contra o Corinthians no domingo (14). "Decidi que o time vai ser o mesmo contra o Corinthians, salvo a entrada do Kardec pelo Calleri. É a única mudança", afirmou o treinador em entrevista coletiva nesta terça (16). Bauza também disse que, mesmo após a chegada do zagueiro Maicon, anunciado nesta segunda (15), o clube deve contratar mais um jogador nesta semana. "Não está encerrada a possibilidade de que chegue mais alguém. Nos resta uma semana e, possivelmente, mais alguém deve chegar", declarou. Perguntado para qual posição deve ser o novo reforço, o treinador desconversou. "Zagueiro, meio, atacante."
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Polvo na brasa coroa arroz espanhol cremoso no Manioca
O polvo finalizado na brasa servido sobre um arroz-bomba cremoso misturado com uma emulsão de açafrão é um convite para ir ao Manioca, no shopping Iguatemi. Apesar de estar num shopping, o restaurante tem uma aura de fazenda, pé-direito alto e iluminação natural –ali é fácil se desconectar em absoluto da frieza e pompa dos corredores de lojas. Bem, de volta ao prato: trata-se de um pedido especial, que custa R$ 103, mas seu preparo tem esmero e a porção é farta. Heleza Rizzo, chef do grupo Maní, deixou a cozinha da casa a cargo de Bianca Monteiro que leva o arroz-bomba à frigideira sobre um sofrito que, depois de muito tempo no fogo, ganha a consistência de uma pasta, de sabor concentrado. O arroz, em seguida, é embebido em etapas intercaladas, em caldo de frango e caldo de polvo, com páprica, e depois misturado a uma emulsão de açafrão –fica al dente, cremoso e fumegante. Sobre ele, a estrela do prato: tentáculos carnudos de polvo finalizados na brasa, que lhe dá crocância e sabor defumado, uma beleza. Manioca Onde: shopping Iguatemi (av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano; tel. 2924-2333)
tv
Polvo na brasa coroa arroz espanhol cremoso no ManiocaO polvo finalizado na brasa servido sobre um arroz-bomba cremoso misturado com uma emulsão de açafrão é um convite para ir ao Manioca, no shopping Iguatemi. Apesar de estar num shopping, o restaurante tem uma aura de fazenda, pé-direito alto e iluminação natural –ali é fácil se desconectar em absoluto da frieza e pompa dos corredores de lojas. Bem, de volta ao prato: trata-se de um pedido especial, que custa R$ 103, mas seu preparo tem esmero e a porção é farta. Heleza Rizzo, chef do grupo Maní, deixou a cozinha da casa a cargo de Bianca Monteiro que leva o arroz-bomba à frigideira sobre um sofrito que, depois de muito tempo no fogo, ganha a consistência de uma pasta, de sabor concentrado. O arroz, em seguida, é embebido em etapas intercaladas, em caldo de frango e caldo de polvo, com páprica, e depois misturado a uma emulsão de açafrão –fica al dente, cremoso e fumegante. Sobre ele, a estrela do prato: tentáculos carnudos de polvo finalizados na brasa, que lhe dá crocância e sabor defumado, uma beleza. Manioca Onde: shopping Iguatemi (av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano; tel. 2924-2333)
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Multinacional de educação compra Ibmec por quase R$ 700 milhões
A operação brasileira da multinacional de educação DeVry anunciou nesta terça-feira (15) a compra de 96,4% da brasileira Ibmec por aproximadamente R$ 700 milhões. Com unidades no Rio de Janeiro, em Brasília e Belo Horizonte sob a marca Ibmec, e em Campinas com a bandeira Metrocamp, o Ibmec possui atualmente um portfólio de 15 mil estudantes de graduação e pós-graduação no país, incluindo os cursos a distância. Por meio de nota, Daniel Hamburger, presidente da DeVry, afirmou que o grupo tem na educação superior brasileira um interesse de longo prazo, apesar da crise atual. "Estamos realizando esse negócio agora porque são raras as oportunidades de adquirir uma instituição do calibre do Ibmec", disse. Segundo a empresa, a ação faz parte de um projeto de expansão da DeVry Brasil para o Sudeste iniciado há um ano com a aquisição da Damásio Educacional. A DeVry chegou ao Brasil em 2009, com a aquisição do Grupo Fanor, que passou a se chamar DeVry Brasil. Desde então, foram R$ 570 milhões em aquisições no país. Hoje controla 16 instituições de ensino locais, com 23 campi e centros de ensino que atendem mais de 135 mil alunos. Em seu portfólio tem instituições como Unifavip (Pernambuco), Ruy Barbosa (Bahia) e Faculdade Boa Viagem (Pernambuco). De acordo com especialistas no setor, a compra do Ibmec terá importância estratégica para a DeVry porque representa um ganho de qualidade para o grupo. A instituição é considerada uma marca forte no setor de educação privada no Brasil. Há pouco mais de uma década, a filial de São Paulo foi doada, com todas as suas atividades educacionais, a um instituto sem fins lucrativos, passando a adotar o nome Ibmec São Paulo, que posteriormente viria a ser trocado para Insper. FUSÕES E AQUISIÇÕES As operações de fusão e aquisição devem crescer em 2016, de acordo com projeções do Credit Suisse, que ajudou a estruturar a operação anunciada nesta terça. Fábio Mourão, à frente do Departamento de Investment Banking do banco, afirmou que o volume de negócios pode chegar a R$ 150 bilhões no próximo ano, acima dos cerca de R$ 140 bilhões registrados neste ano. Como em 2015, as operações devem ocorrer por três motivos: consolidação, busca de liquidez e reorganização de dívidas. "Mudou a motivação para as transações", disse. Segundo Mourão, as maiores oportunidades de negócios no ano que vem estarão nos setores de energia e infraestrutura. Em menor escala, haverá também operações nas empresas ligadas a commodities, em especial nos setores de mineração e aço, dada a queda nos preços das matérias-primas.
mercado
Multinacional de educação compra Ibmec por quase R$ 700 milhõesA operação brasileira da multinacional de educação DeVry anunciou nesta terça-feira (15) a compra de 96,4% da brasileira Ibmec por aproximadamente R$ 700 milhões. Com unidades no Rio de Janeiro, em Brasília e Belo Horizonte sob a marca Ibmec, e em Campinas com a bandeira Metrocamp, o Ibmec possui atualmente um portfólio de 15 mil estudantes de graduação e pós-graduação no país, incluindo os cursos a distância. Por meio de nota, Daniel Hamburger, presidente da DeVry, afirmou que o grupo tem na educação superior brasileira um interesse de longo prazo, apesar da crise atual. "Estamos realizando esse negócio agora porque são raras as oportunidades de adquirir uma instituição do calibre do Ibmec", disse. Segundo a empresa, a ação faz parte de um projeto de expansão da DeVry Brasil para o Sudeste iniciado há um ano com a aquisição da Damásio Educacional. A DeVry chegou ao Brasil em 2009, com a aquisição do Grupo Fanor, que passou a se chamar DeVry Brasil. Desde então, foram R$ 570 milhões em aquisições no país. Hoje controla 16 instituições de ensino locais, com 23 campi e centros de ensino que atendem mais de 135 mil alunos. Em seu portfólio tem instituições como Unifavip (Pernambuco), Ruy Barbosa (Bahia) e Faculdade Boa Viagem (Pernambuco). De acordo com especialistas no setor, a compra do Ibmec terá importância estratégica para a DeVry porque representa um ganho de qualidade para o grupo. A instituição é considerada uma marca forte no setor de educação privada no Brasil. Há pouco mais de uma década, a filial de São Paulo foi doada, com todas as suas atividades educacionais, a um instituto sem fins lucrativos, passando a adotar o nome Ibmec São Paulo, que posteriormente viria a ser trocado para Insper. FUSÕES E AQUISIÇÕES As operações de fusão e aquisição devem crescer em 2016, de acordo com projeções do Credit Suisse, que ajudou a estruturar a operação anunciada nesta terça. Fábio Mourão, à frente do Departamento de Investment Banking do banco, afirmou que o volume de negócios pode chegar a R$ 150 bilhões no próximo ano, acima dos cerca de R$ 140 bilhões registrados neste ano. Como em 2015, as operações devem ocorrer por três motivos: consolidação, busca de liquidez e reorganização de dívidas. "Mudou a motivação para as transações", disse. Segundo Mourão, as maiores oportunidades de negócios no ano que vem estarão nos setores de energia e infraestrutura. Em menor escala, haverá também operações nas empresas ligadas a commodities, em especial nos setores de mineração e aço, dada a queda nos preços das matérias-primas.
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COI diz que crise política e econômica do Brasil afeta Rio-2016
Autoridades do Comitê Olímpico Internacional (COI) disseram nesta quarta-feira (9) que têm esperanças de que a Olimpíada do ano que vem no Rio de Janeiro não será prejudicada pelo turbilhão político e pela recessão econômica no Brasil, embora os preparativos tenham "inevitavelmente" sido afetados. A Rio-2016 vem sofrendo com atrasos há anos, mas a situação está melhorando, segundo a entidade. O COI também disse que criou um grupo de trabalho para analisar os custos no período preparatório para os Jogos, num momento em que a entidade e organizadores têm de lidar com uma crise financeira. À medida que os preparativos rumam para a reta final, a presidente Dilma Rousseff se vê também diante de um possível processo de impeachment. "Isso inevitavelmente irá afetar os Jogos", disse o vice-presidente do COI, Craig Reedie, a repórteres quando indagado se a situação do Brasil terá algum impacto na preparação. "Existem desafios", afirmou ele depois que os organizadores da Rio-2016 entregaram um relatório de progresso ao comitê executivo do COI durante uma reunião. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou um pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, deixando mais tenso o clima político no país. A Polícia Federal, que investiga o escândalo de corrupção da Petrobras, também pretende analisar os contratos de construção da Rio-16, que chegam a 10 bilhões de dólares.  O quadro atual contrasta profundamente com o momento em que o Rio conquistou o direito de sediar a Olimpíada em 2009, quando o país desfrutava de uma bonança econômica. Mas Reedie afirmou que está havendo progresso para finalizar a tempo os preparativos para os primeiros Jogos da América do Sul. "Houve uma grande melhoria da situação nos últimos meses. Isso é boa notícia", comentou. O presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, declarou que a situação geral foi apresentada ao COI de maneira transparente. "Não tentamos fugir [dos fatos]. O mais importante é que nada afete os atletas e a organização dos Jogos." Os organizadores estão procurando formas de reduzir o orçamento sem comprometer o evento, uma tarefa dura a oito meses da abertura.  "Precisamos ajustar tudo", disse Nuzman. "Mas isso é normal. Todas as cidades [olímpicas] passam por isso. A coisa mais importante é entregar grandes Jogos." GOVERNO HONRARÁ COMPROMISSOS E NÃO HA PREOCUPAÇÃO COM A OLIMPÍADA, DIZ MINISTRO O governo vai honrar todos os recursos e compromissos previstos para a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, garantiu o ministro do Esporte, George Hilton, após o COI afirmar que a crise política e econômica do país afeta os preparativos para o evento. "Não há por que se preocupar. O planejamento veio de muitos anos e apesar dos contingenciamentos [em orgãos do governo], os recursos estão mantidos e vamos entregar no prazo", disse o ministro a jornalistas em evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio. "Temos uma Olimpíada com muitos recursos privados e com parceiros. Não há preocupação nem do ponto de vista fiscal. Otimizamos já no ano passado os recursos para garantir as obras. A questão política também não [tem influência no repasse]", acrescentou. Segundo Hilton, as preocupações do COI não se justificam e, no mês passado, a organização dos Jogos recebeu elogios de integrantes do COI. "Temos um cronograma que está em dia, temos cuidado para ele ser cumprido e damos atenção total ao orçamento para que não haja comprometimento", disse ele. "Na última reunião eles [COI] saíram plenamente satisfeitos com o que viram e há hoje um nível de realização elevado. Prefiro ficar com o último relatório deles, que elogiou os Jogos." Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão ser realizados entre 5 e 21 de agosto.
esporte
COI diz que crise política e econômica do Brasil afeta Rio-2016Autoridades do Comitê Olímpico Internacional (COI) disseram nesta quarta-feira (9) que têm esperanças de que a Olimpíada do ano que vem no Rio de Janeiro não será prejudicada pelo turbilhão político e pela recessão econômica no Brasil, embora os preparativos tenham "inevitavelmente" sido afetados. A Rio-2016 vem sofrendo com atrasos há anos, mas a situação está melhorando, segundo a entidade. O COI também disse que criou um grupo de trabalho para analisar os custos no período preparatório para os Jogos, num momento em que a entidade e organizadores têm de lidar com uma crise financeira. À medida que os preparativos rumam para a reta final, a presidente Dilma Rousseff se vê também diante de um possível processo de impeachment. "Isso inevitavelmente irá afetar os Jogos", disse o vice-presidente do COI, Craig Reedie, a repórteres quando indagado se a situação do Brasil terá algum impacto na preparação. "Existem desafios", afirmou ele depois que os organizadores da Rio-2016 entregaram um relatório de progresso ao comitê executivo do COI durante uma reunião. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou um pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, deixando mais tenso o clima político no país. A Polícia Federal, que investiga o escândalo de corrupção da Petrobras, também pretende analisar os contratos de construção da Rio-16, que chegam a 10 bilhões de dólares.  O quadro atual contrasta profundamente com o momento em que o Rio conquistou o direito de sediar a Olimpíada em 2009, quando o país desfrutava de uma bonança econômica. Mas Reedie afirmou que está havendo progresso para finalizar a tempo os preparativos para os primeiros Jogos da América do Sul. "Houve uma grande melhoria da situação nos últimos meses. Isso é boa notícia", comentou. O presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, declarou que a situação geral foi apresentada ao COI de maneira transparente. "Não tentamos fugir [dos fatos]. O mais importante é que nada afete os atletas e a organização dos Jogos." Os organizadores estão procurando formas de reduzir o orçamento sem comprometer o evento, uma tarefa dura a oito meses da abertura.  "Precisamos ajustar tudo", disse Nuzman. "Mas isso é normal. Todas as cidades [olímpicas] passam por isso. A coisa mais importante é entregar grandes Jogos." GOVERNO HONRARÁ COMPROMISSOS E NÃO HA PREOCUPAÇÃO COM A OLIMPÍADA, DIZ MINISTRO O governo vai honrar todos os recursos e compromissos previstos para a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, garantiu o ministro do Esporte, George Hilton, após o COI afirmar que a crise política e econômica do país afeta os preparativos para o evento. "Não há por que se preocupar. O planejamento veio de muitos anos e apesar dos contingenciamentos [em orgãos do governo], os recursos estão mantidos e vamos entregar no prazo", disse o ministro a jornalistas em evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio. "Temos uma Olimpíada com muitos recursos privados e com parceiros. Não há preocupação nem do ponto de vista fiscal. Otimizamos já no ano passado os recursos para garantir as obras. A questão política também não [tem influência no repasse]", acrescentou. Segundo Hilton, as preocupações do COI não se justificam e, no mês passado, a organização dos Jogos recebeu elogios de integrantes do COI. "Temos um cronograma que está em dia, temos cuidado para ele ser cumprido e damos atenção total ao orçamento para que não haja comprometimento", disse ele. "Na última reunião eles [COI] saíram plenamente satisfeitos com o que viram e há hoje um nível de realização elevado. Prefiro ficar com o último relatório deles, que elogiou os Jogos." Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão ser realizados entre 5 e 21 de agosto.
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Chapecoense divulga valores de doações recebidas após tragédia
A Chapecoense divulgou nesta quinta-feira (9) um informe com valores recebidos "a título de doação e repassados aos familiares das vítimas do acidente aéreo" –a tragédia com a delegação em 29 de novembro, na Colômbia, na qual 71 pessoas morreram. A informação foi apresentada em meio a divergências entre o departamento jurídico do clube e os familiares de vítimas fatais do acidente, que vêm ocorrendo desde o início do ano, a respeito de indenizações. Em fevereiro, por exemplo, a família do volante Gil, deu entrada em ação contra o clube na Justiça do Trabalho para pedir salários que o jogador receberia até o fim de seu contrato, em dezembro de 2017. Segundo o comunicado divulgado, uma auditoria independente confirmou a arrecadação total de R$ 2.977.360,37. Desta quantia, o maior valor veio do amistoso Brasil x Colômbia no Rio de Janeiro: R$ 1.050.811,75. O total arrecadado será dividido entre 68 familiares e sobreviventes da tragédia –cada um dos 68 receberia R$ 43.784,71 brutos, mas o valor cai para R$ 40.281,93 descontados os impostos. Entretanto, o valor mínimo estabelecido para acidentes aéreos, segundo a convenção de Montreal, é de R$ 520 mil. Também de acordo com o comunicado divulgado pelo clube, qualquer nova doação destinado a familiares de vítimas "deverá ser transferida do doador diretamente para as associações das vítimas e dos sobreviventes". A partir de março, o clube só receberá doações "destinadas exclusivamente ao clube para sua reconstrução, evitando problemas contábeis e dúvidas a respeito". CONFIRA OS VALORES APRESENTADOS PELA CHAPECOENSE
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Chapecoense divulga valores de doações recebidas após tragédiaA Chapecoense divulgou nesta quinta-feira (9) um informe com valores recebidos "a título de doação e repassados aos familiares das vítimas do acidente aéreo" –a tragédia com a delegação em 29 de novembro, na Colômbia, na qual 71 pessoas morreram. A informação foi apresentada em meio a divergências entre o departamento jurídico do clube e os familiares de vítimas fatais do acidente, que vêm ocorrendo desde o início do ano, a respeito de indenizações. Em fevereiro, por exemplo, a família do volante Gil, deu entrada em ação contra o clube na Justiça do Trabalho para pedir salários que o jogador receberia até o fim de seu contrato, em dezembro de 2017. Segundo o comunicado divulgado, uma auditoria independente confirmou a arrecadação total de R$ 2.977.360,37. Desta quantia, o maior valor veio do amistoso Brasil x Colômbia no Rio de Janeiro: R$ 1.050.811,75. O total arrecadado será dividido entre 68 familiares e sobreviventes da tragédia –cada um dos 68 receberia R$ 43.784,71 brutos, mas o valor cai para R$ 40.281,93 descontados os impostos. Entretanto, o valor mínimo estabelecido para acidentes aéreos, segundo a convenção de Montreal, é de R$ 520 mil. Também de acordo com o comunicado divulgado pelo clube, qualquer nova doação destinado a familiares de vítimas "deverá ser transferida do doador diretamente para as associações das vítimas e dos sobreviventes". A partir de março, o clube só receberá doações "destinadas exclusivamente ao clube para sua reconstrução, evitando problemas contábeis e dúvidas a respeito". CONFIRA OS VALORES APRESENTADOS PELA CHAPECOENSE
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Se economia ficar como está, será insustentável, diz professor
Na sétima e última mesa de debates da "TV Folha" sobre o impeachment da presidente Dilma, Mario Cesar Carvalho, repórter especial da Folha, Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, e Fernando Abrucio, cientista político, falaram sobre o futuro da Operação Lava Jato e do país em um provável governo Temer. "Não tenho dúvidas de que o PMDB tentará interferir na Operação Lava Jato", afirmou Mario Cesar Carvalho. "Não é um acaso que a cúpula do PMDB tenha aparecido na Lava Jato neste momento." "O governo tentou atenuar os efeitos da crise, mas meteu os pés pelas mãos na política econômica", disse Naercio Menezes Filho. Para ele, isso criou tanto um problema econômico, trazendo recessão ao país, como acabou com as contas públicas. "Se ficar do jeito que está, ficará insustentável." O repórter especial Fernando Canzian fez a mediação do programa, que teve a participação de Igor Gielow, diretor da Sucursal de Brasília, direto de Brasília com os bastidores da votação no Senado.
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Se economia ficar como está, será insustentável, diz professorNa sétima e última mesa de debates da "TV Folha" sobre o impeachment da presidente Dilma, Mario Cesar Carvalho, repórter especial da Folha, Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, e Fernando Abrucio, cientista político, falaram sobre o futuro da Operação Lava Jato e do país em um provável governo Temer. "Não tenho dúvidas de que o PMDB tentará interferir na Operação Lava Jato", afirmou Mario Cesar Carvalho. "Não é um acaso que a cúpula do PMDB tenha aparecido na Lava Jato neste momento." "O governo tentou atenuar os efeitos da crise, mas meteu os pés pelas mãos na política econômica", disse Naercio Menezes Filho. Para ele, isso criou tanto um problema econômico, trazendo recessão ao país, como acabou com as contas públicas. "Se ficar do jeito que está, ficará insustentável." O repórter especial Fernando Canzian fez a mediação do programa, que teve a participação de Igor Gielow, diretor da Sucursal de Brasília, direto de Brasília com os bastidores da votação no Senado.
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Em sinal de alinhamento com PC do B, Maranhão arquiva CPI da UNE
Em mais uma demonstração de alinhamento com o PT e o PC do B, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), arquivou a CPI da UNE (União Nacional dos Estudantes), que havia sido criada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes de ser afastado do cargo. A decisão foi tomada com base em uma questão de ordem apresentada pelo deputados federais Orlando Silva (PC do B-SP) e Erika Kokay (PT-DF), que alegaram não haver razão determinada para a instalação da comissão de inquérito. A iniciativa havia sido criada em maio a pedido do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), alvo recorrente de manifestações organizadas pela entidade estudantil, e foi criticada por partidos de esquerda. No requerimento de criação, ele ressaltou que o objetivo era investigar "atitudes tidas como suspeitas" em convênios da entidade estudantil com órgãos federais e na aplicação do dinheiro recebido a título de indenização pelos danos sofridos na ditadura militar. O presidente interino é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B, e foi aconselhado por ele na decisão de anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, que acabou sendo revogada no mesmo dia. Não é a primeira vez que Maranhão desfaz uma decisão tomada por Cunha após o pedido de renúncia do peemedebista. Na sexta-feira (8), ele também demitiu o diretor da Secretaria-Geral da Mesa, Silvio Avelino. O funcionário havia sido colocado no cargo por Cunha e era considerado um dos seus principais aliados nas manobras realizadas pelo peemedebista na Câmara dos Deputados.
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Em sinal de alinhamento com PC do B, Maranhão arquiva CPI da UNEEm mais uma demonstração de alinhamento com o PT e o PC do B, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), arquivou a CPI da UNE (União Nacional dos Estudantes), que havia sido criada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes de ser afastado do cargo. A decisão foi tomada com base em uma questão de ordem apresentada pelo deputados federais Orlando Silva (PC do B-SP) e Erika Kokay (PT-DF), que alegaram não haver razão determinada para a instalação da comissão de inquérito. A iniciativa havia sido criada em maio a pedido do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), alvo recorrente de manifestações organizadas pela entidade estudantil, e foi criticada por partidos de esquerda. No requerimento de criação, ele ressaltou que o objetivo era investigar "atitudes tidas como suspeitas" em convênios da entidade estudantil com órgãos federais e na aplicação do dinheiro recebido a título de indenização pelos danos sofridos na ditadura militar. O presidente interino é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B, e foi aconselhado por ele na decisão de anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, que acabou sendo revogada no mesmo dia. Não é a primeira vez que Maranhão desfaz uma decisão tomada por Cunha após o pedido de renúncia do peemedebista. Na sexta-feira (8), ele também demitiu o diretor da Secretaria-Geral da Mesa, Silvio Avelino. O funcionário havia sido colocado no cargo por Cunha e era considerado um dos seus principais aliados nas manobras realizadas pelo peemedebista na Câmara dos Deputados.
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Após desavença, premiê australiano zomba de Donald Trump
O primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull zombou do presidente norte-americano Donald Trump em um discurso privado diante de figuras da política em Camberra, e um vídeo do momento vazou nesta quinta-feira (15). Turnbull imitou Trump durante um monólogo satírico em um baile de caridade, zombando das supostas conexões do presidente com a Rússia, de seus índices de aprovação nas pesquisas de opinião público, e do primeiro encontro entre eles, que aconteceu no mês passado em Nova York. "Foi bonito. Foi um belo encontro, e nenhum encontro me deixou mais confortável", disse Turnbull sobre a reunião, marcada para reparar os danos no relacionamento entre os dois países depois de um primeiro contato telefônico acrimonioso, em janeiro. "O Donald e eu estávamos vencendo, vencendo e vencendo nas pesquisas. Estávamos vencendo muito. Estávamos vencendo como jamais vencemos no passado", ele disse no vídeo, que vazou para a rede de TV australiana Nine. "Não as pesquisas falsas. Nessas não estamos vencendo. Estamos vencendo nas pesquisas reais. Você sabe, as pesquisas online. É fácil vencer, nelas. Tenho um contato lá na Rússia. Pode acreditar, é verdade. Verdade mesmo". A Austrália é aliada firme dos Estados Unidos, membro do grupo "Five Eyes" - cinco países que compartilham informações sigilosas. Os australianos respondem pelo terceiro maior contingente militar estrangeiro no Iraque. Mas a aliança passou por turbulências este ano quando Trump criticou Turnbull por mencionar, na primeira conversa telefônica entre eles, um acordo sobre assentamento de refugiados assinado na era Obama. O desentendimento levou o presidente dos Estados Unidos a definir a conversa como "de longe a pior conversa telefônica" que já teve com um líder estrangeiro, e optou por abreviar a ligação. Os dois líderes se reuniram em Nova York no mês passado à bordo de um navio da era da Segunda Guerra Mundial, antes de um jantar que celebrou o 75º aniversário da Batalha do Mar de Coral, na qual forças norte-americanas e australianas derrotaram os japoneses. Trump se atrasou para o encontro com Turnbull, porque estava enfrentando problemas de política interna, o que gerou queixas de alguns parlamentares oposicionistas australianos, que entenderam que Turnbull foi esnobado. No entanto, Trump mais tarde declarou à mídia seu amor pela Austrália. "Amo a Austrália. Temos um relacionamento fantástico". Trump é famoso pela intolerância a qualquer coisa que veja como insulto, e recorre ao Twitter imediatamente para atacar pessoas que zombem dele ou o critiquem. Mas os analistas previram que o monólogo satírico de Turnbull não teria grande efeito sobre o relacionamento entre a Austrália e os Estados Unidos. "Trump tem uma série de relacionamentos tempestuosos com líderes mundiais, mas eles não parecem afetar o relacionamento mais profundo entre os Estados Unidos e os países que eles representam. Por exemplo, o acordo entre Austrália e Estados Unidos sobre refugiados foi mantido, e os norte-americanos continuam a vender bilhões de dólares em armas ao Qatar", disse David Smith diretor acadêmico do Centro de Estudos dos Estados Unidos na Universidade de Sydney. "Creio que é improvável que a brincadeira afete Trump, que tem muito com que se preocupar em Washington", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Após desavença, premiê australiano zomba de Donald TrumpO primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull zombou do presidente norte-americano Donald Trump em um discurso privado diante de figuras da política em Camberra, e um vídeo do momento vazou nesta quinta-feira (15). Turnbull imitou Trump durante um monólogo satírico em um baile de caridade, zombando das supostas conexões do presidente com a Rússia, de seus índices de aprovação nas pesquisas de opinião público, e do primeiro encontro entre eles, que aconteceu no mês passado em Nova York. "Foi bonito. Foi um belo encontro, e nenhum encontro me deixou mais confortável", disse Turnbull sobre a reunião, marcada para reparar os danos no relacionamento entre os dois países depois de um primeiro contato telefônico acrimonioso, em janeiro. "O Donald e eu estávamos vencendo, vencendo e vencendo nas pesquisas. Estávamos vencendo muito. Estávamos vencendo como jamais vencemos no passado", ele disse no vídeo, que vazou para a rede de TV australiana Nine. "Não as pesquisas falsas. Nessas não estamos vencendo. Estamos vencendo nas pesquisas reais. Você sabe, as pesquisas online. É fácil vencer, nelas. Tenho um contato lá na Rússia. Pode acreditar, é verdade. Verdade mesmo". A Austrália é aliada firme dos Estados Unidos, membro do grupo "Five Eyes" - cinco países que compartilham informações sigilosas. Os australianos respondem pelo terceiro maior contingente militar estrangeiro no Iraque. Mas a aliança passou por turbulências este ano quando Trump criticou Turnbull por mencionar, na primeira conversa telefônica entre eles, um acordo sobre assentamento de refugiados assinado na era Obama. O desentendimento levou o presidente dos Estados Unidos a definir a conversa como "de longe a pior conversa telefônica" que já teve com um líder estrangeiro, e optou por abreviar a ligação. Os dois líderes se reuniram em Nova York no mês passado à bordo de um navio da era da Segunda Guerra Mundial, antes de um jantar que celebrou o 75º aniversário da Batalha do Mar de Coral, na qual forças norte-americanas e australianas derrotaram os japoneses. Trump se atrasou para o encontro com Turnbull, porque estava enfrentando problemas de política interna, o que gerou queixas de alguns parlamentares oposicionistas australianos, que entenderam que Turnbull foi esnobado. No entanto, Trump mais tarde declarou à mídia seu amor pela Austrália. "Amo a Austrália. Temos um relacionamento fantástico". Trump é famoso pela intolerância a qualquer coisa que veja como insulto, e recorre ao Twitter imediatamente para atacar pessoas que zombem dele ou o critiquem. Mas os analistas previram que o monólogo satírico de Turnbull não teria grande efeito sobre o relacionamento entre a Austrália e os Estados Unidos. "Trump tem uma série de relacionamentos tempestuosos com líderes mundiais, mas eles não parecem afetar o relacionamento mais profundo entre os Estados Unidos e os países que eles representam. Por exemplo, o acordo entre Austrália e Estados Unidos sobre refugiados foi mantido, e os norte-americanos continuam a vender bilhões de dólares em armas ao Qatar", disse David Smith diretor acadêmico do Centro de Estudos dos Estados Unidos na Universidade de Sydney. "Creio que é improvável que a brincadeira afete Trump, que tem muito com que se preocupar em Washington", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Cientistas tentam descobrir se elevou frequência de ressacas no Brasil
Morar pertinho da praia pode ter inconvenientes bem piores do que a ferrugem nos móveis e eletrodomésticos, efeito da maresia. Volta e meia o mar se revolta e invade quiosques e avenidas com suas ondas, causando estragos consideráveis como os vistos recentemente no litoral do Sul e do Sudeste. Ainda faltam métodos confiáveis de previsão das ressacas e dados que confirmem se elas estão ocorrendo com maior frequência. Por isso mesmo, o fenômeno oceano-meteorológico tem ganhado mais atenção e protagonismo nas discussões e pesquisas climáticas, numa tentativa de compreendê-lo melhor. "Há uma crescente percepção nas últimas duas décadas de que as ressacas são um problema", afirma o climatologista José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). O problema é que não há um registro histórico detalhado nem muita informação a respeito das ressacas no litoral brasileiro, segundo Roberto Fontes, professor da Unesp de São Vicente. Daí a dificuldade em dizer se os fenômenos aumentaram em número e intensidade nos últimos anos –seja por causa do aquecimento global ou outras mudanças climáticas. Como se forma a ressaca Uma estatística curiosa é o registro de que, entre eventos chamados de popularmente de "maré alta" e ressacas, 73% dos fenômenos se concentram na década de 2000, de acordo com uma pesquisa de 2008 baseada em acervos de jornais e em bancos de dados de desastres da cidade de Santos, no litoral de São Paulo. em 88 anos observados Apesar de não existir uma capacidade observacional tão detalhada do clima para saber exatamente o que está acontecendo, para o estudioso do clima e professor da USP Paulo Artaxo o risco é claro. "Todos os modelos climáticos apontam claramente para um aumento contínuo nas ressacas e no nível do mar, que subiu 25 cm nos últimos cem anos." Para o físico e professor da USP Belmiro Castro, porém, é prematuro dizer que as mudanças climáticas estão causando um aumento na ressaca. Dentro do complexo sistema climático, o aquecimento global poderia até arrefecer as ressacas, caso reduzisse a intensidade das frentes frias, por exemplo. BARREIRAS Se há dúvidas com relação ao aumento da frequência de ressacas, fica a certeza de que as cidades têm de estar preparadas para o pior. Artaxo afirma que não há nenhuma perspectiva de diminuição dos eventos climáticos extremos. Pelo contrário. Em Santos, uma pesquisa recente apontou que a população em áreas de risco rejeita fortemente a ideia de ser realocada para uma área mais segura. As opções que restam são a criação de barreiras e o "engordamento" da praia, "empurrando" o mar para mais além de onde fica. Outra medida importante é a dragagem, que retira dejetos do fundo do estuário, aumentando a profundidade e dificultando que, em eventos extremos, o mar avance tanto. A previsão é que ele suba pelo menos 18 centímetros até 2050 em Santos. Estima-se que, com um investimento de menos de R$ 300 milhões, seja possível reverter mais de R$ 1 bilhão em prejuízos. Como 44% da população mundial vive em regiões costeiras, a pesquisa do impacto de eventos climáticos extremos e dos cenários de adaptação ganha cada vez mais relevância. ORIGEM A aparente indisciplina oceânica é produto da combinação de dois fatores: a presença de ventos fortes e da altura da maré –fenômeno determinado astronomicamente pelas posições relativas do Sol, da Lua e da Terra. Os maiores efeitos (ou seja, maiores amplitudes de marés altas) acontecem quando os três astros formam uma linha reta, maximizando a ação da força gravitacional, que move as águas. Isso acontece nas fases de lua nova e de lua cheia. Descontando os efeitos meteorológicos, a variação da altura do nível do mar é o que o cientistas chamam de um fenômeno determinístico, ou seja, é possível saber com certeza qual será a altura da maré a cada instante. A preamar (pico da maré alta) e a baixamar (menor nível da maré baixa) se alternam em intervalos de um pouco mais de seis horas. A pior ressaca possível aparece principalmente quando há coincidência de ventos fortes, causados por frentes frias, com as marés cheias. Para prever as ressacas, o difícil é saber quando a ventania virá. As massas geladas de ar que vão provar ressacas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil se formam na Antártida, ao sul. Ao passarem próximos à costa com grande intensidade –fenômeno que recebe o nome de ciclone extratropical–, os ventos provocam a ressaca. Quando os ventos vêm do norte, o efeito geralmente é oposto, diminuindo o nível do mar na costa, explica Castro. Não dá para afirmar ao certo quando um ciclone desses passará próximo à nossa costa e quão intensa será a força desses ventos. O que se sabe é que o período de maior incidência é em torno do inverno. A previsão só funciona bem quando o evento já está bem perto de acontecer, relata Castro, que coordena um laboratório que estuda o tema. Um dos resultados da pesquisa é um mapa de risco que consegue prever, com confiabilidade maior que 80%, uma ressaca com até dois dias de antecedência. A meta, diz Castro, é chegar a uma previsão confiável com cinco dias de antecedência. Por ora, as previsões para o Estado de São Paulo podem ser acompanhadas no site do projeto.
ambiente
Cientistas tentam descobrir se elevou frequência de ressacas no BrasilMorar pertinho da praia pode ter inconvenientes bem piores do que a ferrugem nos móveis e eletrodomésticos, efeito da maresia. Volta e meia o mar se revolta e invade quiosques e avenidas com suas ondas, causando estragos consideráveis como os vistos recentemente no litoral do Sul e do Sudeste. Ainda faltam métodos confiáveis de previsão das ressacas e dados que confirmem se elas estão ocorrendo com maior frequência. Por isso mesmo, o fenômeno oceano-meteorológico tem ganhado mais atenção e protagonismo nas discussões e pesquisas climáticas, numa tentativa de compreendê-lo melhor. "Há uma crescente percepção nas últimas duas décadas de que as ressacas são um problema", afirma o climatologista José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). O problema é que não há um registro histórico detalhado nem muita informação a respeito das ressacas no litoral brasileiro, segundo Roberto Fontes, professor da Unesp de São Vicente. Daí a dificuldade em dizer se os fenômenos aumentaram em número e intensidade nos últimos anos –seja por causa do aquecimento global ou outras mudanças climáticas. Como se forma a ressaca Uma estatística curiosa é o registro de que, entre eventos chamados de popularmente de "maré alta" e ressacas, 73% dos fenômenos se concentram na década de 2000, de acordo com uma pesquisa de 2008 baseada em acervos de jornais e em bancos de dados de desastres da cidade de Santos, no litoral de São Paulo. em 88 anos observados Apesar de não existir uma capacidade observacional tão detalhada do clima para saber exatamente o que está acontecendo, para o estudioso do clima e professor da USP Paulo Artaxo o risco é claro. "Todos os modelos climáticos apontam claramente para um aumento contínuo nas ressacas e no nível do mar, que subiu 25 cm nos últimos cem anos." Para o físico e professor da USP Belmiro Castro, porém, é prematuro dizer que as mudanças climáticas estão causando um aumento na ressaca. Dentro do complexo sistema climático, o aquecimento global poderia até arrefecer as ressacas, caso reduzisse a intensidade das frentes frias, por exemplo. BARREIRAS Se há dúvidas com relação ao aumento da frequência de ressacas, fica a certeza de que as cidades têm de estar preparadas para o pior. Artaxo afirma que não há nenhuma perspectiva de diminuição dos eventos climáticos extremos. Pelo contrário. Em Santos, uma pesquisa recente apontou que a população em áreas de risco rejeita fortemente a ideia de ser realocada para uma área mais segura. As opções que restam são a criação de barreiras e o "engordamento" da praia, "empurrando" o mar para mais além de onde fica. Outra medida importante é a dragagem, que retira dejetos do fundo do estuário, aumentando a profundidade e dificultando que, em eventos extremos, o mar avance tanto. A previsão é que ele suba pelo menos 18 centímetros até 2050 em Santos. Estima-se que, com um investimento de menos de R$ 300 milhões, seja possível reverter mais de R$ 1 bilhão em prejuízos. Como 44% da população mundial vive em regiões costeiras, a pesquisa do impacto de eventos climáticos extremos e dos cenários de adaptação ganha cada vez mais relevância. ORIGEM A aparente indisciplina oceânica é produto da combinação de dois fatores: a presença de ventos fortes e da altura da maré –fenômeno determinado astronomicamente pelas posições relativas do Sol, da Lua e da Terra. Os maiores efeitos (ou seja, maiores amplitudes de marés altas) acontecem quando os três astros formam uma linha reta, maximizando a ação da força gravitacional, que move as águas. Isso acontece nas fases de lua nova e de lua cheia. Descontando os efeitos meteorológicos, a variação da altura do nível do mar é o que o cientistas chamam de um fenômeno determinístico, ou seja, é possível saber com certeza qual será a altura da maré a cada instante. A preamar (pico da maré alta) e a baixamar (menor nível da maré baixa) se alternam em intervalos de um pouco mais de seis horas. A pior ressaca possível aparece principalmente quando há coincidência de ventos fortes, causados por frentes frias, com as marés cheias. Para prever as ressacas, o difícil é saber quando a ventania virá. As massas geladas de ar que vão provar ressacas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil se formam na Antártida, ao sul. Ao passarem próximos à costa com grande intensidade –fenômeno que recebe o nome de ciclone extratropical–, os ventos provocam a ressaca. Quando os ventos vêm do norte, o efeito geralmente é oposto, diminuindo o nível do mar na costa, explica Castro. Não dá para afirmar ao certo quando um ciclone desses passará próximo à nossa costa e quão intensa será a força desses ventos. O que se sabe é que o período de maior incidência é em torno do inverno. A previsão só funciona bem quando o evento já está bem perto de acontecer, relata Castro, que coordena um laboratório que estuda o tema. Um dos resultados da pesquisa é um mapa de risco que consegue prever, com confiabilidade maior que 80%, uma ressaca com até dois dias de antecedência. A meta, diz Castro, é chegar a uma previsão confiável com cinco dias de antecedência. Por ora, as previsões para o Estado de São Paulo podem ser acompanhadas no site do projeto.
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Dois bombeiros morrem e 11 ficam feridos em incêndio na China
Dois bombeiros morreram e outros 11 ficaram feridos quando tentavam apagar um incêndio ocorrido em um edifício residencial na cidade de Harbin, no nordeste da China, informou neste sábado a agência oficial de notícias Xinhua. As equipes chegaram ao local ainda na sexta-feira para tentar conter o fogo no prédio de 11 andares. O incêndio teria começado por volta das 13h locais de ontem (3h de quinta-feira em Brasília) nos primeiros andares, usados como armazém para uma loja que vendia peças de cerâmica. A equipe estava dentro do edifício tentando apagar as chamas quando às 22 h locais (12 h de quinta-feira em Brasília), parte da construção desabou. De acordo com a Xinhua, ao menos um bombeiro segue soterrado no local. O fogo continua sem poder ser totalmente apagado pelo Corpo de Bombeiros. Moradores da região tiveram que ser evacuados, informaram as autoridades de Harbin.
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Dois bombeiros morrem e 11 ficam feridos em incêndio na ChinaDois bombeiros morreram e outros 11 ficaram feridos quando tentavam apagar um incêndio ocorrido em um edifício residencial na cidade de Harbin, no nordeste da China, informou neste sábado a agência oficial de notícias Xinhua. As equipes chegaram ao local ainda na sexta-feira para tentar conter o fogo no prédio de 11 andares. O incêndio teria começado por volta das 13h locais de ontem (3h de quinta-feira em Brasília) nos primeiros andares, usados como armazém para uma loja que vendia peças de cerâmica. A equipe estava dentro do edifício tentando apagar as chamas quando às 22 h locais (12 h de quinta-feira em Brasília), parte da construção desabou. De acordo com a Xinhua, ao menos um bombeiro segue soterrado no local. O fogo continua sem poder ser totalmente apagado pelo Corpo de Bombeiros. Moradores da região tiveram que ser evacuados, informaram as autoridades de Harbin.
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A Folha é pluralista o suficiente? Sim
JORNAL DE BELO MOSAICO A Folha convidou-me a escrever sobre ela mesma, falar sobre sua categorização como órgão de comunicação social que professa, ou não, o pluralismo. No pressuposto, claro, de ser o pluralismo algo virtuoso, um relevante ou até mesmo imprescindível bem da vida, qualificador de quem o pratique ou se coloque a serviço dele. Bem, de saída, aponho o meu carimbo de adesão ao pressuposto. O pluralismo é algo virtuoso, sim, e do tipo essencial. A própria Constituição assim o qualifica em duas explícitas passagens. A primeira, no seu preâmbulo, enuncia que são seis os "valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos". Ei-los: "a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça". Depois, já no grupo dos bens jurídicos enfaticamente chamados de "princípios fundamentais" da nossa República Federativa, encarta "o pluralismo político" (inciso 5º do art. 1º). Que se conclui dessas duas passagens? Da primeira, que o pluralismo é o necessário modo de ser de uma sociedade que se ponha como o ponto da otimizada convergência daqueles seis expressos valores: liberdade, segurança, bem-estar, igualdade, desenvolvimento e justiça em sentido material. São os seis mais aptos valores à elevação de uma mecânica vida em sociedade para um estado de orgânica vida em comunidade. Estado do pluralismo como categoria cultural ou social-genérica, percebe-se, movida pela ideia-força de que todo mundo não é todo mundo. Cada pessoa é ela mesma, por um modo tão único quanto irrepetível. Pelo que, nos marcos de um direito democraticamente posto, pode-se firmar na vida em comum sobre os pilares de seu próprio entendimento. São múltiplas as crenças –políticas, filosóficas, científicas, religiosas, profissionais, artísticas, sexuais– que fazem da própria consciência a mais cristalina fonte da mundividência igualmente pessoal. Já na segunda passagem da Constituição, o que se tem é o pluralismo tão somente político. O pluralismo como diversidade de consciências e mundividências, por certo, porém no exclusivo campo das ideologias. Ou seja, o campo da filosofia política ou das concepções acerca da mais eficiente e justa forma de estruturação do Estado como personalização jurídica do povo. Espaço, então, das relações fundamentais entre os governantes e os governados da mesma pólis. No Brasil, representa o espaço do necessário imbricamento conceitual entre o pluralismo político do art. 1º e o pluripartidarismo do art. 17 da Constituição. Vou, então, à resposta que me foi pedida. Com toda honestidade intelectual, tenho a Folha como um jornal pluralista. Sou leitor das suas páginas há pelo menos 30 anos. Em cada jornalista do quilate de um Elio Gaspari, Carlos Heitor Cony, Janio de Freitas, Ruy Castro, Clóvis Rossi, Valdo Cruz, Hélio Schwartsman, André Singer e Ferreira Gullar pinço a mais certeira peça para a composição desse inexcedivelmente belo mosaico de nome pluralismo. Seja o de caráter cultural ou social-genérico, seja o especificamente político. Aqui embutido o pluripartidarismo. Prossigo para fazer um registro quanto ao campo da política. Amigos e parentes em bom número e boa capacidade de análise queixam-se de que os editoriais e as reportagens da Folha são tendenciosos. Avaliam que carregam nas tintas da crítica ao governo e aos partidos que a ele dão sustentação, suavizando as pinceladas, todavia, quanto aos partidos e políticos de oposição. Com o que chego a concordar, mas também ponderando que o renitente mau desempenho do Poder Executivo Federal e muitas práticas dos seus aliados sob o fogo cruzado da Justiça parecem dar razão a quem afirma: uma coisa é perdoar o pecador; outra, o pregador. CARLOS AYRES BRITTO, 73, doutor em direito constitucional pela PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é ex-presidente do Supremo Tribunal Federal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
A Folha é pluralista o suficiente? SimJORNAL DE BELO MOSAICO A Folha convidou-me a escrever sobre ela mesma, falar sobre sua categorização como órgão de comunicação social que professa, ou não, o pluralismo. No pressuposto, claro, de ser o pluralismo algo virtuoso, um relevante ou até mesmo imprescindível bem da vida, qualificador de quem o pratique ou se coloque a serviço dele. Bem, de saída, aponho o meu carimbo de adesão ao pressuposto. O pluralismo é algo virtuoso, sim, e do tipo essencial. A própria Constituição assim o qualifica em duas explícitas passagens. A primeira, no seu preâmbulo, enuncia que são seis os "valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos". Ei-los: "a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça". Depois, já no grupo dos bens jurídicos enfaticamente chamados de "princípios fundamentais" da nossa República Federativa, encarta "o pluralismo político" (inciso 5º do art. 1º). Que se conclui dessas duas passagens? Da primeira, que o pluralismo é o necessário modo de ser de uma sociedade que se ponha como o ponto da otimizada convergência daqueles seis expressos valores: liberdade, segurança, bem-estar, igualdade, desenvolvimento e justiça em sentido material. São os seis mais aptos valores à elevação de uma mecânica vida em sociedade para um estado de orgânica vida em comunidade. Estado do pluralismo como categoria cultural ou social-genérica, percebe-se, movida pela ideia-força de que todo mundo não é todo mundo. Cada pessoa é ela mesma, por um modo tão único quanto irrepetível. Pelo que, nos marcos de um direito democraticamente posto, pode-se firmar na vida em comum sobre os pilares de seu próprio entendimento. São múltiplas as crenças –políticas, filosóficas, científicas, religiosas, profissionais, artísticas, sexuais– que fazem da própria consciência a mais cristalina fonte da mundividência igualmente pessoal. Já na segunda passagem da Constituição, o que se tem é o pluralismo tão somente político. O pluralismo como diversidade de consciências e mundividências, por certo, porém no exclusivo campo das ideologias. Ou seja, o campo da filosofia política ou das concepções acerca da mais eficiente e justa forma de estruturação do Estado como personalização jurídica do povo. Espaço, então, das relações fundamentais entre os governantes e os governados da mesma pólis. No Brasil, representa o espaço do necessário imbricamento conceitual entre o pluralismo político do art. 1º e o pluripartidarismo do art. 17 da Constituição. Vou, então, à resposta que me foi pedida. Com toda honestidade intelectual, tenho a Folha como um jornal pluralista. Sou leitor das suas páginas há pelo menos 30 anos. Em cada jornalista do quilate de um Elio Gaspari, Carlos Heitor Cony, Janio de Freitas, Ruy Castro, Clóvis Rossi, Valdo Cruz, Hélio Schwartsman, André Singer e Ferreira Gullar pinço a mais certeira peça para a composição desse inexcedivelmente belo mosaico de nome pluralismo. Seja o de caráter cultural ou social-genérico, seja o especificamente político. Aqui embutido o pluripartidarismo. Prossigo para fazer um registro quanto ao campo da política. Amigos e parentes em bom número e boa capacidade de análise queixam-se de que os editoriais e as reportagens da Folha são tendenciosos. Avaliam que carregam nas tintas da crítica ao governo e aos partidos que a ele dão sustentação, suavizando as pinceladas, todavia, quanto aos partidos e políticos de oposição. Com o que chego a concordar, mas também ponderando que o renitente mau desempenho do Poder Executivo Federal e muitas práticas dos seus aliados sob o fogo cruzado da Justiça parecem dar razão a quem afirma: uma coisa é perdoar o pecador; outra, o pregador. CARLOS AYRES BRITTO, 73, doutor em direito constitucional pela PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é ex-presidente do Supremo Tribunal Federal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Goleiro é problema para Gallo, que já pensa em usar veterano na Rio-2016
Neymar, mais um atacante e um goleiro. O técnico da seleção brasileira olímpica, Alexandre Gallo, já afirmou que o craque brasileiro e essas duas posições seriam usadas acima do limite de 23 anos que consta no regulamento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio –cada seleção só pode usar três atletas acima desta idade. A maior preocupação de Gallo hoje para montar o time é com os goleiros. Pela primeira vez na história da participação brasileira na competição, não há um goleiro com a idade limite que esteja consolidado na posição em clubes brasileiro ou até mesmo do exterior. Gallo também se inspira no México, campeão olímpico em 2012 batendo o Brasil na decisão, por 2 a 1, em Londres. Na ocasião, os mexicanos levaram seu goleiro da seleção principal, José Corona. "Levar um goleiro mais velho fez a diferença para o México. Tenho essa preocupação sim, porque temos goleiros jovens, com potencial, mas que estão sem experiência de grandes jogos", disse o treinador. Para os amistosos dessa semana contra o Paraguai sub-23, nesta sexta (27), em Cariacica-ES, e de domingo (29), frente ao México, em São Luis-MA, Gallo chamou para o time olímpico Jacsson, do Inter, que já havia frequentando as convocações, e dois novatos na equipe: David, do Criciúma, e Jean, do Bahia. "Espero que não precise convocar um goleiro mais velho. Acho que os mais jovens podem brigar por essa posição", disse Jacsson, 21, quarto goleiro do profissional do Inter e que não fez nenhuma partida no profissional. David, 19, e Jean, 19, já atuaram pelo profissional de Criciúma e Bahia, e o segundo vem sendo titular da equipe de Salvador. Mas são bem mais jovens do que o limite de idade para os Jogos Olímpicos, 23 anos. Gallo apostava, inicialmente, em Ederson, 21 anos, do Rio Ave, de Portugal. Mas o arqueiro teve desempenho ruim em um torneio na China, disputado em novembro do ano passado. Na última olimpíada, o titular seria Rafael Cabral, ex-Santos e hoje no Napoli, mas se machucou e deu espaço para Neto, da Fiorentina, e Gabriel, do Milan, que acabou como titular, mesmo sem ter o ritmo de jogo ideal em seu clube. Grandes goleiros já disputaram a Olimpíada pelo Brasil, como Dida, em 1996, Taffarel, em 1988, e Gilmar Rinaldi, em 1984. Rinaldi é o atual coordenador de seleções da CBF e foi medalhista de prata em Los Angeles ao lado de Dunga, hoje técnico da seleção principal. Para os Jogos de Los Angeles houve liberação para que atleta profissionais com mais de 23 anos jogassem, sem limite, desde que nunca tivesses disputado uma Copa do Mundo.
esporte
Goleiro é problema para Gallo, que já pensa em usar veterano na Rio-2016Neymar, mais um atacante e um goleiro. O técnico da seleção brasileira olímpica, Alexandre Gallo, já afirmou que o craque brasileiro e essas duas posições seriam usadas acima do limite de 23 anos que consta no regulamento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio –cada seleção só pode usar três atletas acima desta idade. A maior preocupação de Gallo hoje para montar o time é com os goleiros. Pela primeira vez na história da participação brasileira na competição, não há um goleiro com a idade limite que esteja consolidado na posição em clubes brasileiro ou até mesmo do exterior. Gallo também se inspira no México, campeão olímpico em 2012 batendo o Brasil na decisão, por 2 a 1, em Londres. Na ocasião, os mexicanos levaram seu goleiro da seleção principal, José Corona. "Levar um goleiro mais velho fez a diferença para o México. Tenho essa preocupação sim, porque temos goleiros jovens, com potencial, mas que estão sem experiência de grandes jogos", disse o treinador. Para os amistosos dessa semana contra o Paraguai sub-23, nesta sexta (27), em Cariacica-ES, e de domingo (29), frente ao México, em São Luis-MA, Gallo chamou para o time olímpico Jacsson, do Inter, que já havia frequentando as convocações, e dois novatos na equipe: David, do Criciúma, e Jean, do Bahia. "Espero que não precise convocar um goleiro mais velho. Acho que os mais jovens podem brigar por essa posição", disse Jacsson, 21, quarto goleiro do profissional do Inter e que não fez nenhuma partida no profissional. David, 19, e Jean, 19, já atuaram pelo profissional de Criciúma e Bahia, e o segundo vem sendo titular da equipe de Salvador. Mas são bem mais jovens do que o limite de idade para os Jogos Olímpicos, 23 anos. Gallo apostava, inicialmente, em Ederson, 21 anos, do Rio Ave, de Portugal. Mas o arqueiro teve desempenho ruim em um torneio na China, disputado em novembro do ano passado. Na última olimpíada, o titular seria Rafael Cabral, ex-Santos e hoje no Napoli, mas se machucou e deu espaço para Neto, da Fiorentina, e Gabriel, do Milan, que acabou como titular, mesmo sem ter o ritmo de jogo ideal em seu clube. Grandes goleiros já disputaram a Olimpíada pelo Brasil, como Dida, em 1996, Taffarel, em 1988, e Gilmar Rinaldi, em 1984. Rinaldi é o atual coordenador de seleções da CBF e foi medalhista de prata em Los Angeles ao lado de Dunga, hoje técnico da seleção principal. Para os Jogos de Los Angeles houve liberação para que atleta profissionais com mais de 23 anos jogassem, sem limite, desde que nunca tivesses disputado uma Copa do Mundo.
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Direitos na democracia
A marca da recente democracia brasileira são os direitos humanos. Nos últimos 25 anos a sociedade foi, progressivamente, conquistando direitos. Isso porque desde 1988, o Brasil fez uma opção definitiva pela afirmação dos Direitos Humanos no país, alinhando-se às diretrizes da Declaração Internacional dos Direitos Humanos da ONU, que completa 67 anos essa semana. Demos um passo significativo rumo à consolidação dos direitos sociais, culturais e econômicos no país, e o ápice desse movimento em torno da garantia de direitos no Brasil se deu com a erradicação da miséria, o que significou que os brasileiros, finalmente, não mais são privados das condições mínimas para viver com dignidade. Avançamos no campo material e da subsistência e também nas lutas históricas e simbólicas. No período mais recente aprovamos o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, PNDH-3, que é uma linha mestra condutora das nossas políticas públicas, instalamos a Comissão Nacional da Verdade e Mecanismo de Combate à Tortura, fortalecemos os programas de proteção a vítimas e defensores de direitos humanos, influenciamos os processos de educação formal e não formal com Educação em Direitos Humanos, lançamos o Programa Viver Sem Limites que dá à população com deficiência outra qualidade de vida. Também é digno de nota a erradicação do subregistro civil de nascimento, que, em 2014, segundo dados divulgados pelo IBGE recentemente chegou a apenas 1% de crianças não registradas, quando a ONU considera que se alcançando um patamar de 5% o subregistro já estaria erradicado - entre diversas outras ações. Com instituições públicas cada vez mais sólidas, o Brasil e suas políticas públicas se fortaleceram progressivamente. A incorporação das vozes da sociedade civil e dos movimentos sociais ao processo de formulação de políticas públicas foi fundamental para o desenvolvimento do país e permitiram que tivéssemos as condições necessárias para que nos destacássemos no cenário internacional como exemplo de políticas de Direitos Humanos a ser seguido por muitas Nações. Barrar esse processo contínuo de conquistas pode ter danos inimagináveis para nosso país, e para tantas populações vulneráveis e minorias, que vêm de uma trajetória de afirmação e conquista de direitos, uma trajetória de luta pela igualdade de direitos e condições de vida em todos os cantos. Nós não podemos colocar tudo isso em risco. As ameaças de retrocessos institucionais e a nossa dificuldade de reagir a essas dificuldades nos apontam o grande desafio que temos ela frente que é o de, sob as atuais condições conjunturais, avançar no diálogo democrático. Precisamos debater exaustivamente os diversos temas dos direitos humanos Brasil afora, discutir em cada estado, em cada município, diretamente com o nosso povo, sobre os direitos dos idosos, da população LGBT, de crianças e adolescentes, das pessoas com deficiência, assim como a importância dos defensores de direitos humanos, o combate ao racismo, ao trabalho escravo, à violência contra a mulher, a promoção da diversidade religiosa, o direito à saúde, à segurança pública, ao trabalho, à educação, à mobilidade urbana, o direito à cidade. Afinal, os direitos humanos não são de um partido ou de um parlamentar, os direitos humanos são o que há de mais nobre em nós, que é nossa capacidade de reconhecer no outro e nas nossas diferenças, as nossas iguais condições. Sem democracia não é possível garantir direitos, da mesma forma que sem direitos uma democracia não pode vigorar. A luta pela democracia que atravessa a história do Brasil mais uma vez nos convoca a elevarmos nossas vozes para garantir que o país mantenha-se firme em sua opção definitiva pela cidadania plena. Os direitos humanos não são negociáveis. NILMA LINO GOMES é ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos ROGÉRIO SOTTILI é secretário especial dos Direitos Humanos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Direitos na democraciaA marca da recente democracia brasileira são os direitos humanos. Nos últimos 25 anos a sociedade foi, progressivamente, conquistando direitos. Isso porque desde 1988, o Brasil fez uma opção definitiva pela afirmação dos Direitos Humanos no país, alinhando-se às diretrizes da Declaração Internacional dos Direitos Humanos da ONU, que completa 67 anos essa semana. Demos um passo significativo rumo à consolidação dos direitos sociais, culturais e econômicos no país, e o ápice desse movimento em torno da garantia de direitos no Brasil se deu com a erradicação da miséria, o que significou que os brasileiros, finalmente, não mais são privados das condições mínimas para viver com dignidade. Avançamos no campo material e da subsistência e também nas lutas históricas e simbólicas. No período mais recente aprovamos o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, PNDH-3, que é uma linha mestra condutora das nossas políticas públicas, instalamos a Comissão Nacional da Verdade e Mecanismo de Combate à Tortura, fortalecemos os programas de proteção a vítimas e defensores de direitos humanos, influenciamos os processos de educação formal e não formal com Educação em Direitos Humanos, lançamos o Programa Viver Sem Limites que dá à população com deficiência outra qualidade de vida. Também é digno de nota a erradicação do subregistro civil de nascimento, que, em 2014, segundo dados divulgados pelo IBGE recentemente chegou a apenas 1% de crianças não registradas, quando a ONU considera que se alcançando um patamar de 5% o subregistro já estaria erradicado - entre diversas outras ações. Com instituições públicas cada vez mais sólidas, o Brasil e suas políticas públicas se fortaleceram progressivamente. A incorporação das vozes da sociedade civil e dos movimentos sociais ao processo de formulação de políticas públicas foi fundamental para o desenvolvimento do país e permitiram que tivéssemos as condições necessárias para que nos destacássemos no cenário internacional como exemplo de políticas de Direitos Humanos a ser seguido por muitas Nações. Barrar esse processo contínuo de conquistas pode ter danos inimagináveis para nosso país, e para tantas populações vulneráveis e minorias, que vêm de uma trajetória de afirmação e conquista de direitos, uma trajetória de luta pela igualdade de direitos e condições de vida em todos os cantos. Nós não podemos colocar tudo isso em risco. As ameaças de retrocessos institucionais e a nossa dificuldade de reagir a essas dificuldades nos apontam o grande desafio que temos ela frente que é o de, sob as atuais condições conjunturais, avançar no diálogo democrático. Precisamos debater exaustivamente os diversos temas dos direitos humanos Brasil afora, discutir em cada estado, em cada município, diretamente com o nosso povo, sobre os direitos dos idosos, da população LGBT, de crianças e adolescentes, das pessoas com deficiência, assim como a importância dos defensores de direitos humanos, o combate ao racismo, ao trabalho escravo, à violência contra a mulher, a promoção da diversidade religiosa, o direito à saúde, à segurança pública, ao trabalho, à educação, à mobilidade urbana, o direito à cidade. Afinal, os direitos humanos não são de um partido ou de um parlamentar, os direitos humanos são o que há de mais nobre em nós, que é nossa capacidade de reconhecer no outro e nas nossas diferenças, as nossas iguais condições. Sem democracia não é possível garantir direitos, da mesma forma que sem direitos uma democracia não pode vigorar. A luta pela democracia que atravessa a história do Brasil mais uma vez nos convoca a elevarmos nossas vozes para garantir que o país mantenha-se firme em sua opção definitiva pela cidadania plena. Os direitos humanos não são negociáveis. NILMA LINO GOMES é ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos ROGÉRIO SOTTILI é secretário especial dos Direitos Humanos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Primeiras diretrizes
As primeiras manifestações dos responsáveis pela economia no governo de Michel Temer (PMDB), embora genéricas, foram enfáticas. Sem rodeios, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que estão nos planos tanto uma reforma da Previdência como das leis do trabalho. Não se trata mais de simples declaração de um político profissional, acostumado a selecionar palavras e a ignorar compromissos assumidos. Trata-se de carta de intenções assinada por quem parece gozar de ampla liberdade e total respaldo dentro da nova gestão. Nesta sexta-feira (13), Meirelles de fato transmitiu a mensagem de que é principal autoridade da área econômica. Ressaltou que tem o poder de nomear os presidentes dos bancos públicos e, mais importante, anunciar o nome do presidente do Banco Central, em tese uma autoridade autônoma, por costume, desde a virada do século. A divisão de tarefas da nova equipe parece bem ordenada. A Romero Jucá, no Planejamento, caberá cuidar de racionalizar a gestão, de desregulamentar a economia e do diálogo com o empresariado. José Serra, nas Relações Exteriores, terá meios e o apoio de Temer para transformar a política comercial externa. Imagina-se que haverá não só mais abertura mas também uma reorientação geopolítica dos acordos: tratados bilaterais ou multilaterais, o que for de maior conveniência econômica, em vez de alinhamento ideológico. Ainda não há, porém, iniciativas concretas. Meirelles sugere que anunciará novas metas de contenção de gastos somente quando houver avaliação realista das despesas e receitas —há desconfiança a respeito dos balanços deixados pela gestão Dilma Rousseff (PT). Não ficou claro como funcionará o teto para gastos públicos; a princípio, supõe-se que não haverá crescimento real das despesas (nada além da inflação). Quanto a aumento de impostos, apesar da automática ojeriza que esse tipo de proposta suscita, uma tributação extra e provisória soa inevitável. Haverá renegociação de dívidas com Estados: a União relaxará a cobrança de débitos em troca de contenção de despesas com servidores e, provavelmente, de um acordo de simplificação do ICMS. Desonerações de impostos e subsídios para empresas serão revistos, embora o ministro tenha ressalvado que compromissos não serão rompidos: a revisão ocorreria no vencimento desses benefícios. A maior parte dos reajustes de servidores acordados será concedida, mas haverá reestudo dos salários da administração pública. Em suma, um programa essencialmente correto em suas diretrizes. Resta conhecer o plano em si e saber se o novo governo, assumindo num contexto anormal, terá capacidade política de superar as inevitáveis resistências. [email protected]
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Primeiras diretrizesAs primeiras manifestações dos responsáveis pela economia no governo de Michel Temer (PMDB), embora genéricas, foram enfáticas. Sem rodeios, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que estão nos planos tanto uma reforma da Previdência como das leis do trabalho. Não se trata mais de simples declaração de um político profissional, acostumado a selecionar palavras e a ignorar compromissos assumidos. Trata-se de carta de intenções assinada por quem parece gozar de ampla liberdade e total respaldo dentro da nova gestão. Nesta sexta-feira (13), Meirelles de fato transmitiu a mensagem de que é principal autoridade da área econômica. Ressaltou que tem o poder de nomear os presidentes dos bancos públicos e, mais importante, anunciar o nome do presidente do Banco Central, em tese uma autoridade autônoma, por costume, desde a virada do século. A divisão de tarefas da nova equipe parece bem ordenada. A Romero Jucá, no Planejamento, caberá cuidar de racionalizar a gestão, de desregulamentar a economia e do diálogo com o empresariado. José Serra, nas Relações Exteriores, terá meios e o apoio de Temer para transformar a política comercial externa. Imagina-se que haverá não só mais abertura mas também uma reorientação geopolítica dos acordos: tratados bilaterais ou multilaterais, o que for de maior conveniência econômica, em vez de alinhamento ideológico. Ainda não há, porém, iniciativas concretas. Meirelles sugere que anunciará novas metas de contenção de gastos somente quando houver avaliação realista das despesas e receitas —há desconfiança a respeito dos balanços deixados pela gestão Dilma Rousseff (PT). Não ficou claro como funcionará o teto para gastos públicos; a princípio, supõe-se que não haverá crescimento real das despesas (nada além da inflação). Quanto a aumento de impostos, apesar da automática ojeriza que esse tipo de proposta suscita, uma tributação extra e provisória soa inevitável. Haverá renegociação de dívidas com Estados: a União relaxará a cobrança de débitos em troca de contenção de despesas com servidores e, provavelmente, de um acordo de simplificação do ICMS. Desonerações de impostos e subsídios para empresas serão revistos, embora o ministro tenha ressalvado que compromissos não serão rompidos: a revisão ocorreria no vencimento desses benefícios. A maior parte dos reajustes de servidores acordados será concedida, mas haverá reestudo dos salários da administração pública. Em suma, um programa essencialmente correto em suas diretrizes. Resta conhecer o plano em si e saber se o novo governo, assumindo num contexto anormal, terá capacidade política de superar as inevitáveis resistências. [email protected]
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Projeto de cápsula ultrarrápida quer substituir carros nos EUA em 2019
"Onde você mora define com quem você vai namorar. Se você é da zona norte e está com alguém da zona sul de São Paulo, então o relacionamento pode não dar muito certo." Foi dessa forma que Dirk Ahlborn, presidente-executivo da Hyperloop, de propriedade do empresário Elon Musk, apresentou seu principal projeto: uma cápsula tripulável que pretende substituir estradas e ferrovias e fazer viagens de cerca de 1.200 quilômetros por hora, ou um quilômetro a cada três segundos. O Hyperloop, cujos detalhes haviam sido divulgados em 2013, é um exemplo de novidade em uma área tradicional, a do transporte metropolitano. Para inspirar empreendedores, Ahlborn esteve nesta segunda-feira (16) na Innovator Summit, evento sobre inovação que acontece em São Paulo –a mesma cidade em que, segundo ele, não dá para namorar com alguém que more longe por causa do trânsito ruim. "Vi aqui no evento um palestrante falando sobre dinossauros e unicórnios. Não conheço nada mais antigo e sem inovação no mundo que uma estrada", diz. Segundo o projeto da Hyperloop, o novo meio de transporte consiste em uma cápsula colocada em um tubo com pressão reduzida, que diminui a resistência do ar. Aceleradores ao longo do caminho, darão velocidade ao veículo. Os tubos poderão ser montados em qualquer lugar e serão sustentados por pilares. "Vi alguns da construção do metrô quando cheguei em São Paulo, e são perfeitos para o Hyperloop", brincou Ahlborn. "Mas o que você faz com pilares sozinhos? Nada. Nós queremos saber o que fazer com eles. Pode ser um jardim vertical, um apiário ou construirmos alguma tecnologia para economizar água. Temos o problema de seca na Califórnia", disse. Além do dinheiro vindo das passagens, Ahlborn afirmou que o Hyperloop será lucrativo, já que poderá vender a energia que gerar e não for aproveitar para o próprio trabalho. O plano é que ele consiga estocar a energia solar, dos ventos e a cinética, dissipada quando o veículo freia. "Não conheço nenhum projeto de estrada que seja lucrativo. Nós seremos em oito anos", afirma. A construção do Hyperloop deve começar em 2016, e a expectativa é que faça as primeiras viagens em 2019. O primeiro trecho deverá ligar as cidades de Los Angeles e San Francisco, nos EUA, em um trajeto cuja estimativa será de 35 minutos. Em comparação, de carro, leva cerca de seis horas.
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Projeto de cápsula ultrarrápida quer substituir carros nos EUA em 2019"Onde você mora define com quem você vai namorar. Se você é da zona norte e está com alguém da zona sul de São Paulo, então o relacionamento pode não dar muito certo." Foi dessa forma que Dirk Ahlborn, presidente-executivo da Hyperloop, de propriedade do empresário Elon Musk, apresentou seu principal projeto: uma cápsula tripulável que pretende substituir estradas e ferrovias e fazer viagens de cerca de 1.200 quilômetros por hora, ou um quilômetro a cada três segundos. O Hyperloop, cujos detalhes haviam sido divulgados em 2013, é um exemplo de novidade em uma área tradicional, a do transporte metropolitano. Para inspirar empreendedores, Ahlborn esteve nesta segunda-feira (16) na Innovator Summit, evento sobre inovação que acontece em São Paulo –a mesma cidade em que, segundo ele, não dá para namorar com alguém que more longe por causa do trânsito ruim. "Vi aqui no evento um palestrante falando sobre dinossauros e unicórnios. Não conheço nada mais antigo e sem inovação no mundo que uma estrada", diz. Segundo o projeto da Hyperloop, o novo meio de transporte consiste em uma cápsula colocada em um tubo com pressão reduzida, que diminui a resistência do ar. Aceleradores ao longo do caminho, darão velocidade ao veículo. Os tubos poderão ser montados em qualquer lugar e serão sustentados por pilares. "Vi alguns da construção do metrô quando cheguei em São Paulo, e são perfeitos para o Hyperloop", brincou Ahlborn. "Mas o que você faz com pilares sozinhos? Nada. Nós queremos saber o que fazer com eles. Pode ser um jardim vertical, um apiário ou construirmos alguma tecnologia para economizar água. Temos o problema de seca na Califórnia", disse. Além do dinheiro vindo das passagens, Ahlborn afirmou que o Hyperloop será lucrativo, já que poderá vender a energia que gerar e não for aproveitar para o próprio trabalho. O plano é que ele consiga estocar a energia solar, dos ventos e a cinética, dissipada quando o veículo freia. "Não conheço nenhum projeto de estrada que seja lucrativo. Nós seremos em oito anos", afirma. A construção do Hyperloop deve começar em 2016, e a expectativa é que faça as primeiras viagens em 2019. O primeiro trecho deverá ligar as cidades de Los Angeles e San Francisco, nos EUA, em um trajeto cuja estimativa será de 35 minutos. Em comparação, de carro, leva cerca de seis horas.
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Polônia tem 'chiqueirinho' de adulto para ordenar farofa na praia
O "kit praia" na Polônia vai além da canga, do guarda-sol e do protetor solar. Como mostra um ensaio do fotógrafo polonês Kacper Kowalski, 39, realizado na cidade de Władysławowo, banhistas apostam em divisórias na hora de curtir o verão à beira do mar Báltico. Não trata-se apenas de uma busca por privacidade. Segundo Kowalski, a estrutura –que consiste em um tecido têxtil preso a um suporte de madeira– serve para proteger os poloneses dos fortes ventos vindos do oceano, que acabam por levantar a areia. A foto foi tirada em julho de 2008, a partir de um parapente. "Ainda não existiam drones à época. Fiz o ensaio enquanto controlava o equipamento", conta ele. Mesmo com a nova tecnologia, o fotógrafo não abriu mão de voar: Kowalski conta que faz imagens aéreas todos os dias, e que vir ao Brasil está em seus planos. Os trabalhos já lhe renderam três prêmios no World Press Photo. Quem for à Colômbia nos próximos meses poderá conhecer mais um pouco do trabalho do fotógrafo. Entre 12 de maio e 20 de junho, ele participará de uma mostra no Museu Nacional de Fotografia, em Bogotá. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Dunas do Rio Grande do Norte, por Patrick Muller 'Fábrica de icebergs na Groenlândia, por Érico Hiller Cores e os sabores de Belém do Pará, por Gabriel Cabral Israel e Jordânia, por Thays Bittar Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros Viña del Mar, por Alexandre Moreira Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo
turismo
Polônia tem 'chiqueirinho' de adulto para ordenar farofa na praiaO "kit praia" na Polônia vai além da canga, do guarda-sol e do protetor solar. Como mostra um ensaio do fotógrafo polonês Kacper Kowalski, 39, realizado na cidade de Władysławowo, banhistas apostam em divisórias na hora de curtir o verão à beira do mar Báltico. Não trata-se apenas de uma busca por privacidade. Segundo Kowalski, a estrutura –que consiste em um tecido têxtil preso a um suporte de madeira– serve para proteger os poloneses dos fortes ventos vindos do oceano, que acabam por levantar a areia. A foto foi tirada em julho de 2008, a partir de um parapente. "Ainda não existiam drones à época. Fiz o ensaio enquanto controlava o equipamento", conta ele. Mesmo com a nova tecnologia, o fotógrafo não abriu mão de voar: Kowalski conta que faz imagens aéreas todos os dias, e que vir ao Brasil está em seus planos. Os trabalhos já lhe renderam três prêmios no World Press Photo. Quem for à Colômbia nos próximos meses poderá conhecer mais um pouco do trabalho do fotógrafo. Entre 12 de maio e 20 de junho, ele participará de uma mostra no Museu Nacional de Fotografia, em Bogotá. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Dunas do Rio Grande do Norte, por Patrick Muller 'Fábrica de icebergs na Groenlândia, por Érico Hiller Cores e os sabores de Belém do Pará, por Gabriel Cabral Israel e Jordânia, por Thays Bittar Astrofotógrafo registra céus pelo mundo Fotógrafo registra paisagem 'alienígena' do Atacama Castelos da França, por Fernando Bianchi Cidade de Uyuni, na Bolívia, por Johnson Barros Viña del Mar, por Alexandre Moreira Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo
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Rock in Rio anuncia apresentações de João Donato, Liniker e Johnny Hooker
O Rock in Rio ampliou o line-up do festival nesta sexta-feira (24), com Liniker, Johnny Hooker e Almério que se apresentarão juntos, no dia 17 de setembro, no Palco Sunset. Outra novidade é o show — 16/9 — do pianista João Donato que subirá ao palco junto Mariana Aydar, Emanuelle Araújo, Tiê e Lucy Alves. A cantora de MPB, Céu e a banda de rock psicodélico Boogarins se apresentarão dia 15 de setembro. Também está confirmado o encontro da banda Baiana System junto com a cantora Titica, no dia 21. Os 120 mil ingressos para o festival que foram disponibilizados em venda antecipada, em novembro, se esgotaram antes do anúncio da programação completa do Rock in Rio. A venda oficial de ingressos começa em 6 de abril. A sétima edição do Rock in Rio acontece nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro de 2017, no Parque Olímpico. OUTRAS ATRAÇÕES O festival já confirmou outras atrações estrangeiras, como Karol Conka e Bomba Stéreo — no dia 23 de setembro —, Emicida e Charles Bradley — no dia 16 de setembro —, The Who e Guns N'Roses -dia 23/9–, Justin Timberlake -que se apresenta em 17/9 —, Lady Gaga —no dia 15 de setembro—,Fergie — que canta no dia 16 de setembro-, o cantor britânicoBilly Idol subirá ao palco em 21 de setembro — e a banda americana Bon Jovi, que encerrará a noite do dia 22 de setembro. Entre os brasileiros, haverá show de Ney Matogrosso e Nação Zumbi, no dia 22, para resgatar canções dos Secos e Molhados, Skank e Ivete Sangalo.
ilustrada
Rock in Rio anuncia apresentações de João Donato, Liniker e Johnny HookerO Rock in Rio ampliou o line-up do festival nesta sexta-feira (24), com Liniker, Johnny Hooker e Almério que se apresentarão juntos, no dia 17 de setembro, no Palco Sunset. Outra novidade é o show — 16/9 — do pianista João Donato que subirá ao palco junto Mariana Aydar, Emanuelle Araújo, Tiê e Lucy Alves. A cantora de MPB, Céu e a banda de rock psicodélico Boogarins se apresentarão dia 15 de setembro. Também está confirmado o encontro da banda Baiana System junto com a cantora Titica, no dia 21. Os 120 mil ingressos para o festival que foram disponibilizados em venda antecipada, em novembro, se esgotaram antes do anúncio da programação completa do Rock in Rio. A venda oficial de ingressos começa em 6 de abril. A sétima edição do Rock in Rio acontece nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro de 2017, no Parque Olímpico. OUTRAS ATRAÇÕES O festival já confirmou outras atrações estrangeiras, como Karol Conka e Bomba Stéreo — no dia 23 de setembro —, Emicida e Charles Bradley — no dia 16 de setembro —, The Who e Guns N'Roses -dia 23/9–, Justin Timberlake -que se apresenta em 17/9 —, Lady Gaga —no dia 15 de setembro—,Fergie — que canta no dia 16 de setembro-, o cantor britânicoBilly Idol subirá ao palco em 21 de setembro — e a banda americana Bon Jovi, que encerrará a noite do dia 22 de setembro. Entre os brasileiros, haverá show de Ney Matogrosso e Nação Zumbi, no dia 22, para resgatar canções dos Secos e Molhados, Skank e Ivete Sangalo.
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Descoberta nova espécie de tartaruga gigante nas ilhas Galápagos
Cientistas disseram ter identificado uma nova espécie de tartaruga gigante nas ilhas Galápagos, no Equador. Há apenas 250 animais da nova espécie, que recebeu o nome científico de Chelonoidis donfaustoi. A nova espécie identificada vive numa área de 40km² no oeste da ilha de Santa Cruz e é diferente geneticamente de outras espécies gigantes na ilha e de outras ilhas. Pesquisadores acreditavam que todas as tartarugas gigantes da ilha eram da mesma espécie. Há, agora, 15 espécies diferentes de tartarugas gigantes. O Parque Nacional de Galápagos divulgou o vídeo na quarta-feira, mas as imagens foram feitas em agosto. Clique para assistir ao vídeo
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Descoberta nova espécie de tartaruga gigante nas ilhas GalápagosCientistas disseram ter identificado uma nova espécie de tartaruga gigante nas ilhas Galápagos, no Equador. Há apenas 250 animais da nova espécie, que recebeu o nome científico de Chelonoidis donfaustoi. A nova espécie identificada vive numa área de 40km² no oeste da ilha de Santa Cruz e é diferente geneticamente de outras espécies gigantes na ilha e de outras ilhas. Pesquisadores acreditavam que todas as tartarugas gigantes da ilha eram da mesma espécie. Há, agora, 15 espécies diferentes de tartarugas gigantes. O Parque Nacional de Galápagos divulgou o vídeo na quarta-feira, mas as imagens foram feitas em agosto. Clique para assistir ao vídeo
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Diretor do Colégio Bandeirantes contesta reportagem sobre negociação
A reportagem de Mariana Barbosa ("Fundo Gera, de Lemann, negocia compra do Colégio Bandeirantes", "Mercado", 28/4) foi bastante correta ao incluir a negativa do colégio e do próprio Fundo Gera no texto, mas acredito ser necessário esclarecer que os 70 anos de história e tradição da instituição não estão à venda. Diferentemente do título, equivocado e tendencioso, não está ocorrendo nenhuma negociação de venda do colégio. Seguimos firmes em nosso propósito de formar cidadãos preparados para a vida por meio de um método pedagógico próprio altamente eficaz, com o apoio de um corpo docente de excelência. É por isso que reafirmamos nosso compromisso com a qualidade e descartamos qualquer negociação que coloque em xeque o nosso propósito. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Diretor do Colégio Bandeirantes contesta reportagem sobre negociaçãoA reportagem de Mariana Barbosa ("Fundo Gera, de Lemann, negocia compra do Colégio Bandeirantes", "Mercado", 28/4) foi bastante correta ao incluir a negativa do colégio e do próprio Fundo Gera no texto, mas acredito ser necessário esclarecer que os 70 anos de história e tradição da instituição não estão à venda. Diferentemente do título, equivocado e tendencioso, não está ocorrendo nenhuma negociação de venda do colégio. Seguimos firmes em nosso propósito de formar cidadãos preparados para a vida por meio de um método pedagógico próprio altamente eficaz, com o apoio de um corpo docente de excelência. É por isso que reafirmamos nosso compromisso com a qualidade e descartamos qualquer negociação que coloque em xeque o nosso propósito. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É preciso lutar contra o design anticonsumidor de sites
Há uma péssima tendência tomando conta da internet. Trata-se do uso do design para criar sites que confundem ou até mesmo enganam o consumidor a comprar produtos e serviços que não estavam planejados. Ou que dificultam o cancelamento ou a desistência de compras efetuadas. Hoje, quem adquire uma passagem aérea pela rede enfrenta um labirinto de páginas e informações que, além da passagem original, tentam vender uma série de serviços adicionais, de seguros, a reserva de veículos ou hotéis. Até aí tudo bem. A questão é que as páginas são desenhadas para confundir. Se o consumidor seguir seu "instinto" ou o padrão de navegação que parece "natural", levará mais tempo ou comprará mais do que precisa. O oposto acontece com relação ao cancelamento de serviços. Para cancelar uma passagem (ou emitir uma gratuitamente com milhas), é preciso passar por um procedimento em geral excruciante, cuidadosamente desenhado para gastar o tempo do usuário, aumentando as chances de que desista do processo. A regra é "facilite a entrada e dificulte ao máximo a saída". Infelizmente esse padrão contaminou não só companhias aéreas mas também empresas de telefonia, TV a cabo, lojas virtuais, call centers, serviços e aplicativos em geral. Um caso emblemático é o da companhia aérea irlandesa Ryanair. Em certo momento, sua página perguntava ao consumidor: "De que país você é?". Quando o usuário respondia, ele automaticamente adquiria um seguro-viagem. Para não comprar, ele teria de buscar na lista de países a frase: "Não quero comprar seguro-viagem". Para ajudar a combater essa tendência, um grupo de designers criou o projeto DarkPatterrns.org ("Padrões Obscuros"). Nele, há uma compilação de casos reais de truques para enganar o consumidor. Essa é uma nova e essencial área para as organizações que defendem os direitos de consumidores e usuários da internet. Esse tipo de design abusa do chamado "princípio bovino". Com pequenas "cercas" e caminhos traçados, é possível conduzir grandes rebanhos. Em outras palavras, tratam usuários como gado, levando-os a percursos irracionais e ineficientes. O tempo gasto, multiplicado pelo número de pessoas afetadas, resulta em enorme peso morto. Isso também depõe contra o próprio design. Há cada vez mais grupos a instituições propondo a criação de um código de ética para designers, sugerindo que recusem esse tipo de projeto. Há também propostas para a criação de selos que certifiquem serviços que estão livres do design anticonsumidor. Em uma sociedade cada vez mais complexa, o design é uma ferramenta essencial para repensar as instituições (já até escrevi que o design é o novo MBA). É preocupante que ele seja usado para atuar contra os princípios que orientam sua razão de ser. Grandes designers humanistas, como o casal Ray e Charles Eames, estariam desapontadíssimos. READER JÁ ERA O encantamento com a geração Y JÁ É Geração Z JÁ VEM Geração alpha
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É preciso lutar contra o design anticonsumidor de sitesHá uma péssima tendência tomando conta da internet. Trata-se do uso do design para criar sites que confundem ou até mesmo enganam o consumidor a comprar produtos e serviços que não estavam planejados. Ou que dificultam o cancelamento ou a desistência de compras efetuadas. Hoje, quem adquire uma passagem aérea pela rede enfrenta um labirinto de páginas e informações que, além da passagem original, tentam vender uma série de serviços adicionais, de seguros, a reserva de veículos ou hotéis. Até aí tudo bem. A questão é que as páginas são desenhadas para confundir. Se o consumidor seguir seu "instinto" ou o padrão de navegação que parece "natural", levará mais tempo ou comprará mais do que precisa. O oposto acontece com relação ao cancelamento de serviços. Para cancelar uma passagem (ou emitir uma gratuitamente com milhas), é preciso passar por um procedimento em geral excruciante, cuidadosamente desenhado para gastar o tempo do usuário, aumentando as chances de que desista do processo. A regra é "facilite a entrada e dificulte ao máximo a saída". Infelizmente esse padrão contaminou não só companhias aéreas mas também empresas de telefonia, TV a cabo, lojas virtuais, call centers, serviços e aplicativos em geral. Um caso emblemático é o da companhia aérea irlandesa Ryanair. Em certo momento, sua página perguntava ao consumidor: "De que país você é?". Quando o usuário respondia, ele automaticamente adquiria um seguro-viagem. Para não comprar, ele teria de buscar na lista de países a frase: "Não quero comprar seguro-viagem". Para ajudar a combater essa tendência, um grupo de designers criou o projeto DarkPatterrns.org ("Padrões Obscuros"). Nele, há uma compilação de casos reais de truques para enganar o consumidor. Essa é uma nova e essencial área para as organizações que defendem os direitos de consumidores e usuários da internet. Esse tipo de design abusa do chamado "princípio bovino". Com pequenas "cercas" e caminhos traçados, é possível conduzir grandes rebanhos. Em outras palavras, tratam usuários como gado, levando-os a percursos irracionais e ineficientes. O tempo gasto, multiplicado pelo número de pessoas afetadas, resulta em enorme peso morto. Isso também depõe contra o próprio design. Há cada vez mais grupos a instituições propondo a criação de um código de ética para designers, sugerindo que recusem esse tipo de projeto. Há também propostas para a criação de selos que certifiquem serviços que estão livres do design anticonsumidor. Em uma sociedade cada vez mais complexa, o design é uma ferramenta essencial para repensar as instituições (já até escrevi que o design é o novo MBA). É preocupante que ele seja usado para atuar contra os princípios que orientam sua razão de ser. Grandes designers humanistas, como o casal Ray e Charles Eames, estariam desapontadíssimos. READER JÁ ERA O encantamento com a geração Y JÁ É Geração Z JÁ VEM Geração alpha
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Lei que proíbe o foie gras é derrubada em decisão final do Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo encerrou, na última quarta-feira (24), a discussão sobre o projeto de lei que proibia o comércio e a produção de foie gras na cidade de São Paulo. No julgamento de uma Adin (ação direta de inconstitucionalidade) movida pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes), o tribunal decidiu, agora em caráter definitivo, que o projeto aprovado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em junho do ano passado é, de fato, inconstitucional. Na ação, a ANR argumentava que a lei significaria "usurpação de competências" por parte do município. "A proibição de produção e comercialização de foie gras não encerra matéria de predominante interesse local", ratificou o relator do caso, desembargador Sérgio Rui, em despacho do Órgão Especial do TJ-SP. Em julho de 2015, Rui já havia suspendido a aprovação do texto; em agosto, o órgão negou recurso movido pela prefeitura à decisão. Assim, empórios e restaurantes da cidade podem continuar a comercializar e usar normalmente a iguaria francesa –fígado gordo de patos e gansos. Vale dizer, ainda cabe recurso da decisão, agora ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília; a prefeitura anunciou que deve recorrer. "A proibição nunca chegou a valer", afirma o advogado da ANR, Eduardo Yoshikawa. O CASO O cerco ao foie gras em São Paulo começou a ser desenhado em 2013, quando o vereador Laércio Benko (PHS) apresentou um projeto que impediria a venda e a produção da iguaria na cidade. Depois de passar um tempo esquecido na Câmara, o projeto foi aprovado, por unanimidade, em maio de 2015. Cerca de 40 dias depois, Haddad sancionou o texto –depois também de protestos de ativistas de defesa dos animais pedirem sua aprovação e de um parecer da Procuradoria Geral do Município recomendar o veto ao projeto. A expectativa à época, diga-se, era que o prefeito, tido como apreciador da iguaria, derrubasse o texto vindo da Câmara. "Nem tudo que gosto, eu consumo", justificou, dias depois. Tradicional na culinária francesa, o foie gras –na tradução literal, "fígado gorduroso"– é obtido a partir da alimentação forçada de gansos e patos, por uma técnica conhecida como "gavage". Na justificativa do projeto original, o vereador Benko alegava que o produto, classificado como "simples aperitivo das classes abastadas", "não traz nenhum beneficio à saúde humana" e que, para sua produção, submete as aves a "um verdadeiro sofrimento".
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Lei que proíbe o foie gras é derrubada em decisão final do Tribunal de JustiçaO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo encerrou, na última quarta-feira (24), a discussão sobre o projeto de lei que proibia o comércio e a produção de foie gras na cidade de São Paulo. No julgamento de uma Adin (ação direta de inconstitucionalidade) movida pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes), o tribunal decidiu, agora em caráter definitivo, que o projeto aprovado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em junho do ano passado é, de fato, inconstitucional. Na ação, a ANR argumentava que a lei significaria "usurpação de competências" por parte do município. "A proibição de produção e comercialização de foie gras não encerra matéria de predominante interesse local", ratificou o relator do caso, desembargador Sérgio Rui, em despacho do Órgão Especial do TJ-SP. Em julho de 2015, Rui já havia suspendido a aprovação do texto; em agosto, o órgão negou recurso movido pela prefeitura à decisão. Assim, empórios e restaurantes da cidade podem continuar a comercializar e usar normalmente a iguaria francesa –fígado gordo de patos e gansos. Vale dizer, ainda cabe recurso da decisão, agora ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília; a prefeitura anunciou que deve recorrer. "A proibição nunca chegou a valer", afirma o advogado da ANR, Eduardo Yoshikawa. O CASO O cerco ao foie gras em São Paulo começou a ser desenhado em 2013, quando o vereador Laércio Benko (PHS) apresentou um projeto que impediria a venda e a produção da iguaria na cidade. Depois de passar um tempo esquecido na Câmara, o projeto foi aprovado, por unanimidade, em maio de 2015. Cerca de 40 dias depois, Haddad sancionou o texto –depois também de protestos de ativistas de defesa dos animais pedirem sua aprovação e de um parecer da Procuradoria Geral do Município recomendar o veto ao projeto. A expectativa à época, diga-se, era que o prefeito, tido como apreciador da iguaria, derrubasse o texto vindo da Câmara. "Nem tudo que gosto, eu consumo", justificou, dias depois. Tradicional na culinária francesa, o foie gras –na tradução literal, "fígado gorduroso"– é obtido a partir da alimentação forçada de gansos e patos, por uma técnica conhecida como "gavage". Na justificativa do projeto original, o vereador Benko alegava que o produto, classificado como "simples aperitivo das classes abastadas", "não traz nenhum beneficio à saúde humana" e que, para sua produção, submete as aves a "um verdadeiro sofrimento".
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Rio receberá versão do maior salão de gastronomia do mundo
Será realizada no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, a primeira edição brasileira do Sirha, um dos principais eventos de gastronomia do mundo. Nesta segunda-feira (24), um evento na cidade antecipou detalhes do salão, que incluirá uma seletiva do prêmio Bocuse d'Or, competição que acontece a cada dois anos em Lyon, na França, e é considerada a Copa do Mundo da gastronomia. "Viemos ao Rio para ficar", diz Marie-Odile Fondeur, diretora do Sirha Rio. "O evento acontecerá todos os anos na cidade". A melhor colocação que o Brasil já teve no Bocuse d'Or foi o décimo lugar, em 1997, conquistado pelo piauiense Naim dos Santos. Por falta de incentivo e financiamento, o Brasil nem sequer competiu nas edições de 2011 e deste ano. Isso deverá mudar com a chegada ao Brasil da multinacional francesa GL Events, uma das maiores empresas de eventos do mundo –faturou € 939 milhões em 2014. Proprietária, entre outras coisas, do Bocuse d'Or, produz anualmente em Lyon o salão de gastronomia Sirha, o maior do mundo. Neste ano, pela primeira vez, haverá uma versão carioca, o Sirha Rio. Além da feira de negócios, com cem expositores, o evento (de 14 a 16 de outubro, no Centro de Convenções SulAmérica) vai abrigar a etapa eliminatória para eleger o chef que representará o Brasil na segunda etapa eliminatória, no ano que vem, no México. "Receber esse evento é muito importante para a gastronomia brasileira. Eu me emociono, porque a gente sonha com isso há muitos anos", disse o chef Claude Troisgros, do restaurante carioca Olympe, convidado pela GL Events para presidir o Sirha Rio. "Tem uma coisa muito forte acontecendo no Brasil neste momento". Dentre oito candidatos brasileiros, em outubro um júri presidido pelo chef Alex Atala (D.O.M., Dalva e Dito e bar Riviera) vai selecionar um representante brasileiro para seguir para as eliminatórias latino-americanas. O chef Laurent Suadeau, presidente do Bocuse d'Or brasileiro, foi quem selecionou os oito jovens. "Vai ser uma oportunidade de abrir novos caminhos", diz Giovanna Grossi, 23, única mulher do grupo, que vive em Maceió (AL) mas já trabalhou em grandes restaurantes, como Quique Dacosta (Espanha) e Maison Pic (França). A competição importa não só para os que concorrem. Eles ganham reconhecimento e dinheiro (o ganhador da etapa brasileira leva R$ 10 mil para casa, e o grande campeão da final em Lyon, em 2017, € 25 mil). Além disso, o país que representam ganha destaque no cenário mundial. "O Brasil nunca conseguiu uma alta performance no passado por falta de apoio e engajamento de todas as partes envolvidas, inclusive dos chefs. É importante corrigir isso e receber bem o Sirha", diz Atala. "Ter uma etapa eliminatória no Rio é um caminho importante para o Brasil." O Bocuse d'Or foi criado em 1987 pelo lendário francês Paul Bocuse, um dos mentores de Claude Troisgros e um dos chefs mais importantes da história da gastronomia. "Eu o considero um dos meus pais", diz Troisgros. Seu filho Jerôme Bocuse, também chef, virá ao Rio para ser o presidente de honra do júri, que inclui ainda os chefs Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) e Emmanuel Bassoleil (Skye), entre outros. "O Jerôme estar presente é muito importante para o país", afirma. Simultaneamente ao Bocuse d'Or, o Sirha Rio acolherá a etapa brasileira da Coupe du Monde de la Pâtisserie (versão doce do campeonato), presidida pelo pâtissier Philippe Brie, do Sofitel Copacabana. A feira, que terá uma parte dedicada a ingredientes das diferentes regiões do Brasil, será dirigida a profissionais do ramo e estudantes de gastronomia. Também englobará o Mesa Show, aberto ao público. O evento terá cinco aulas de cozinha com chefs conhecidos e degustações de vinhos. Os três dias culminarão com um grande jantar de gala em que os maiores chefs do Brasil serão homenageados, no hotel Copacabana Palace.
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Rio receberá versão do maior salão de gastronomia do mundoSerá realizada no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, a primeira edição brasileira do Sirha, um dos principais eventos de gastronomia do mundo. Nesta segunda-feira (24), um evento na cidade antecipou detalhes do salão, que incluirá uma seletiva do prêmio Bocuse d'Or, competição que acontece a cada dois anos em Lyon, na França, e é considerada a Copa do Mundo da gastronomia. "Viemos ao Rio para ficar", diz Marie-Odile Fondeur, diretora do Sirha Rio. "O evento acontecerá todos os anos na cidade". A melhor colocação que o Brasil já teve no Bocuse d'Or foi o décimo lugar, em 1997, conquistado pelo piauiense Naim dos Santos. Por falta de incentivo e financiamento, o Brasil nem sequer competiu nas edições de 2011 e deste ano. Isso deverá mudar com a chegada ao Brasil da multinacional francesa GL Events, uma das maiores empresas de eventos do mundo –faturou € 939 milhões em 2014. Proprietária, entre outras coisas, do Bocuse d'Or, produz anualmente em Lyon o salão de gastronomia Sirha, o maior do mundo. Neste ano, pela primeira vez, haverá uma versão carioca, o Sirha Rio. Além da feira de negócios, com cem expositores, o evento (de 14 a 16 de outubro, no Centro de Convenções SulAmérica) vai abrigar a etapa eliminatória para eleger o chef que representará o Brasil na segunda etapa eliminatória, no ano que vem, no México. "Receber esse evento é muito importante para a gastronomia brasileira. Eu me emociono, porque a gente sonha com isso há muitos anos", disse o chef Claude Troisgros, do restaurante carioca Olympe, convidado pela GL Events para presidir o Sirha Rio. "Tem uma coisa muito forte acontecendo no Brasil neste momento". Dentre oito candidatos brasileiros, em outubro um júri presidido pelo chef Alex Atala (D.O.M., Dalva e Dito e bar Riviera) vai selecionar um representante brasileiro para seguir para as eliminatórias latino-americanas. O chef Laurent Suadeau, presidente do Bocuse d'Or brasileiro, foi quem selecionou os oito jovens. "Vai ser uma oportunidade de abrir novos caminhos", diz Giovanna Grossi, 23, única mulher do grupo, que vive em Maceió (AL) mas já trabalhou em grandes restaurantes, como Quique Dacosta (Espanha) e Maison Pic (França). A competição importa não só para os que concorrem. Eles ganham reconhecimento e dinheiro (o ganhador da etapa brasileira leva R$ 10 mil para casa, e o grande campeão da final em Lyon, em 2017, € 25 mil). Além disso, o país que representam ganha destaque no cenário mundial. "O Brasil nunca conseguiu uma alta performance no passado por falta de apoio e engajamento de todas as partes envolvidas, inclusive dos chefs. É importante corrigir isso e receber bem o Sirha", diz Atala. "Ter uma etapa eliminatória no Rio é um caminho importante para o Brasil." O Bocuse d'Or foi criado em 1987 pelo lendário francês Paul Bocuse, um dos mentores de Claude Troisgros e um dos chefs mais importantes da história da gastronomia. "Eu o considero um dos meus pais", diz Troisgros. Seu filho Jerôme Bocuse, também chef, virá ao Rio para ser o presidente de honra do júri, que inclui ainda os chefs Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) e Emmanuel Bassoleil (Skye), entre outros. "O Jerôme estar presente é muito importante para o país", afirma. Simultaneamente ao Bocuse d'Or, o Sirha Rio acolherá a etapa brasileira da Coupe du Monde de la Pâtisserie (versão doce do campeonato), presidida pelo pâtissier Philippe Brie, do Sofitel Copacabana. A feira, que terá uma parte dedicada a ingredientes das diferentes regiões do Brasil, será dirigida a profissionais do ramo e estudantes de gastronomia. Também englobará o Mesa Show, aberto ao público. O evento terá cinco aulas de cozinha com chefs conhecidos e degustações de vinhos. Os três dias culminarão com um grande jantar de gala em que os maiores chefs do Brasil serão homenageados, no hotel Copacabana Palace.
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Com início de frente fria, quarta tem previsão de chuva pela manhã
Esperada por alguns, lamentada por outros, a primeira frente fria do ano deve chegar com força nesta quarta (27). A previsão, segundo o Climatempo, é de chuva de manhã e temperatura máxima de apenas 22ºC –frente aos 30ºC dos últimos dias– e mínima de 16ºC. Já a partir de quinta (28), as chuvas diminuem e o frio só aumenta. Hora de tirar os casacos do armário e preparar-se para dias gelados, com temperaturas entre 13ºC e 20ºC –o vento frio soprando do mar deve causar uma sensação térmica ainda mais baixa. Foi inaugurado, na semana passada, mais um trecho de ciclovia. O percurso, de 1,9 km de extensão, permite a conexão entre a avenida Paulista e o parque Ibirapuera, segundo a CET. * VOCÊ DEVERIA SABER O relator da comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), marcou para esta sexta-feira (29) a defesa da presidente, que será apresentada pelo advogado-geral da União José Eduardo Cardozo. Um dia antes, a comissão ouvirá os autores do pedido de impeachment. A segunda geração do Chromecast, aparelho "popular" do Google que conecta televisores à internet, começou a ser comercializado no Brasil nesta terça-feira (26) por R$ 399 -o dobro da primeira versão no lançamento, em 2014, e ao menos R$ 150 a mais que o preço praticado pelos varejistas hoje. * AGENDA CULTURAL Criança | Começa nesta quarta (27), a nova temporada do musical "Disney on Ice". A pista de gelo será o palco para o encontro de oito princesas da Disney, entre elas Bela e Jasmine. Já o segundo ato será dedicado, em grande parte, às irmãs Anna e Elsa de "Frozen - Uma Aventura Congelante". Os ingressos vão de R$ 35 (meia) a R$ 280 (inteira). Ginásio do Ibirapuera - r. Manoel da Nóbrega, 1.361, Paraíso, tel. 3887-3500. 5.164 lugares. Qua.: 20h. Qui.: 15h30 e 19h30. Ingr.: R$ 70 a R$ 240. Camarote: R$ 270 e R$ 280. Ingr. p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br.
saopaulo
Com início de frente fria, quarta tem previsão de chuva pela manhãEsperada por alguns, lamentada por outros, a primeira frente fria do ano deve chegar com força nesta quarta (27). A previsão, segundo o Climatempo, é de chuva de manhã e temperatura máxima de apenas 22ºC –frente aos 30ºC dos últimos dias– e mínima de 16ºC. Já a partir de quinta (28), as chuvas diminuem e o frio só aumenta. Hora de tirar os casacos do armário e preparar-se para dias gelados, com temperaturas entre 13ºC e 20ºC –o vento frio soprando do mar deve causar uma sensação térmica ainda mais baixa. Foi inaugurado, na semana passada, mais um trecho de ciclovia. O percurso, de 1,9 km de extensão, permite a conexão entre a avenida Paulista e o parque Ibirapuera, segundo a CET. * VOCÊ DEVERIA SABER O relator da comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), marcou para esta sexta-feira (29) a defesa da presidente, que será apresentada pelo advogado-geral da União José Eduardo Cardozo. Um dia antes, a comissão ouvirá os autores do pedido de impeachment. A segunda geração do Chromecast, aparelho "popular" do Google que conecta televisores à internet, começou a ser comercializado no Brasil nesta terça-feira (26) por R$ 399 -o dobro da primeira versão no lançamento, em 2014, e ao menos R$ 150 a mais que o preço praticado pelos varejistas hoje. * AGENDA CULTURAL Criança | Começa nesta quarta (27), a nova temporada do musical "Disney on Ice". A pista de gelo será o palco para o encontro de oito princesas da Disney, entre elas Bela e Jasmine. Já o segundo ato será dedicado, em grande parte, às irmãs Anna e Elsa de "Frozen - Uma Aventura Congelante". Os ingressos vão de R$ 35 (meia) a R$ 280 (inteira). Ginásio do Ibirapuera - r. Manoel da Nóbrega, 1.361, Paraíso, tel. 3887-3500. 5.164 lugares. Qua.: 20h. Qui.: 15h30 e 19h30. Ingr.: R$ 70 a R$ 240. Camarote: R$ 270 e R$ 280. Ingr. p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br.
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Com internet, cada vez mais jovens sofrem de depressão e ansiedade
Minha aluna Julie e eu fizemos um estudo recentemente sobre os resultados de saúde mental associados a estar separado da família durante os anos da universidade (como quando o estudante faz faculdade em outro Estado, algo que é muito comum, é claro). As conclusões foram complexas, e não vou entediá-los com nuances. Mas vou citar um dado que chamou minha atenção: na amostra de mais de 200 estudantes universitários que estudamos, 59% relataram ter recebido o diagnóstico de algum transtorno psicológico em algum momento. Veja bem, não foram 59% dos entrevistados que relataram ter ficado ansiosos ou deprimidos em algum momento. A pergunta era, muito explicitamente, se eles tinham recebido um diagnóstico de transtorno. Pense nisso. Trabalho em um ambiente universitário, ajudando jovens a se desenvolverem no tempo que passam sob nossa monitoria. O êxito deles é o nosso êxito –acredito realmente nisso–, e eu presto atenção nos meus alunos. Não há dúvida alguma de que ao longo do tempo temos visto um aumento de todos os tipos de transtornos psicológicos entre nossos estudantes. A cada ano, mais e mais estudantes relatam ter tido problemas com ansiedade ou depressão, além de outros problemas. Nosso centro de assistência psicológica no campus está totalmente saturado o tempo todo, como estão outros centros semelhantes pelo país afora. A CIFRA Essa cifra de 59% é representativa? Talvez. Em um artigo sobre esse tema publicado em 2014 também no site Psychology Today, Gregg Henriques apresentou algumas estatísticas, mostrando que entre um quarto e um terço dos estudantes universitários satisfaz os critérios de um diagnóstico de ansiedade ou depressão. Embora essa parcela seja inferior à que Julie e eu encontramos em nosso estudo, é possível que o índice tenha subido tanto assim durante esse tempo. Pelo que eu vejo, parece que essa é a verdade. É uma parcela altíssima. INTERNET E SAÚDE MENTAL Numa conversa que tive recentemente com um cientista comportamental mundialmente renomado, Jonathan Haidt, ele chamou minha atenção para o trabalho de Jean Twenge, cujo livro ainda inédito "iGen: Why Today's Super-Connected Kids Are Growing Up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy–and Completely Unprepared for Adulthood–and What That Means for the Rest of Us" (A geração da internet: por que os jovens hiperconectados de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes –e totalmente despreparados para a idade adulta– e o que isso significa para o resto de nós) se aprofunda nos efeitos psicológicos de ser membro da geração da internet. Como é o caso de qualquer avanço tecnológico, a tecnologia da internet (incluindo mensagens de texto, e-mails, Snapchat, Instagram etc.) foi criada para melhorar a condição humana. E é claro que o fez, sob muitos aspectos. Por exemplo, hoje, na maioria dos casos, ninguém no mundo precisa possuir uma enciclopédia, uma lista telefônica ou um dicionário. Se você conhece bem o meu trabalho, deve saber que frequentemente aplico uma lente evolutiva na análise de questões comportamentais ("Evolutionary Psychology 101", Springer Publishing Company). Ao fazê-lo, muitas vezes pergunto se os problemas modernos são pelo menos parcialmente resultantes de uma assimetria evolutiva –que existe quando algum aspecto de nosso ambiente moderno destoa das condições ancestrais que eram típicas do mundo de nossos antepassados durante a parte mais longa da evolução humana. Pense na geração da internet (também descrita frequentemente como a geração Z). Esses jovens nasceram mais ou menos entre 1995 e 2005. As tecnologias da internet existem desde que eles nasceram. Eles cresceram cercados por essas coisas. Possuem celulares e, em sua maioria, são completamente dependentes deles. Usam mídias sociais, como o Snapchat, incessantemente. É verdade que eles sabem procurar informações, descobrir fatos sobre tópicos de todo tipo e organizar suas vidas de maneiras que os jovens de épocas anteriores nunca puderam. Mas não existe almoço grátis, é claro, e tudo tem seu custo. Jonathan Haidt me fez ver que o acesso constante à internet desfrutado pelos jovens dessa geração pode muito bem desempenhar um papel importante na crise moderna de saúde mental que afeta os jovens de nosso mundo hoje. A seguir, veja três maneiras pelas quais os smartphones (e as tecnologias relacionadas) podem estar contribuindo para a crise atual de saúde mental. 1. A comunicação não individualizada frequentemente é cruel e mesquinha Uma constatação comum na literatura de psicologia social é que as pessoas agem de maneira relativamente antissocial quando sua identidade é oculta –quando agem anonimamente. Pense em como as pessoas são desindividualizadas na internet. Existem sites de todos os tipos em que as pessoas podem deixar feedback anônimo sobre empresas, médicos, professores universitários, professores de escolas e outros. Jovens da geração da internet constantemente interagem remotamente com pessoas de todo lugar, literalmente, de tal modo que, mesmo quando estão interagindo com uma pessoa que conhecem, essa pessoa está atrás de uma tela. Sob condições ancestrais, nossos antepassados só se comunicavam cara a cara, em contextos em que não havia desindividualização. Em suma, hoje é muito mais fácil os jovens serem mesquinhos e cruéis uns com os outros do que foi em qualquer momento passado da história humana, graças à internet. E resultados sociais que geram sofrimento podem, sem dúvida alguma, exercer consequências graves sobre a saúde mental. 2. O telefone celular gera dependência real Praticamente todos os desejos que os humanos desenvolveram graças à evolução podem ser realizados por meio de nosso celular. Interações sociais, aprovação social, sexo, emoções vibrantes, relacionamentos –qualquer coisa. Não surpreende que uma pesquisa recente da CNN tenha constatado que 50% dos teens são viciados no uso de seus celulares. Sabe-se que esse tipo de dependência afeta o sono, as interações sociais e todos os outros aspectos fundamentais do cotidiano. Além disso, é importante notar que uma dependência é uma dependência. Pesquisas sobre a natureza das dependências revelam que os circuitos cerebrais associados a adições de qualquer espécie geralmente são mais ou menos os mesmos, independentemente do teor daquelas. A dependência do telefone celular não difere da dependência de qualquer outra coisa –e está provocando estragos na vida mental de nossos jovens. 3. As tecnologias da internet estão afastando os jovens da natureza A evolução levou o homem a passar boa parte do tempo ao ar livre –simples assim. Pesquisas sobre diversos aspectos da psicologia humana mostram que sentimos amor natural pelos diversos tipos de ambientes externos e que se pode teorizar que os humanos evoluíram com "biofilia" –ou amor pelo mundo vivo. Sair na natureza é importante para nós. Os hominídeos ancestrais eram cercados por natureza todos os dias de suas vidas. Não há dúvida alguma de que as tecnologias da internet afastam os adolescentes e jovens da natureza. Você já tentou levar seus filhos adolescentes para uma caminhada nas montanhas ultimamente? Às vezes parece que seria mais fácil levá-los ao dentista. É uma pena, porque estar ao ar livre tem efeitos benéficos diversos para as pessoas. SOFRIMENTO O mundo anda confuso; não é fácil identificar quais são os problemas mais urgentes de nosso tempo. Pessoalmente, diria que existem argumentos fortes para dizer que uma candidata é a crise de saúde mental da geração da internet. Nossos jovens estão sofrendo. Esses são nossos filhos. E, igualmente importante, estes são os líderes da próxima geração. Em última análise, precisamos que eles tenham a melhor saúde possível, de todas as maneiras. A dependência das tecnologias da internet é onipresente em sua geração, e isso tem consequências adversas não pretendidas de todo tipo que provavelmente terão efeitos sociais e pessoais de longo prazo e em escala maciça. É hora de tomarmos medidas sistemáticas para lidar com os problemas associados ao uso das tecnologias da internet por nossos jovens. Precisamos fazê-lo por nossos filhos e por nosso futuro compartilhado. Obrigado a Jonathan Haidt pelas reflexões instigantes sobre esse tópico que inspiraram este post. GLENN GEHER é professor e diretor de psicologia na State University of New York, em New Paltz. O texto original pode ser lido aqui Tradução de CLARA ALLAIN
ilustrissima
Com internet, cada vez mais jovens sofrem de depressão e ansiedadeMinha aluna Julie e eu fizemos um estudo recentemente sobre os resultados de saúde mental associados a estar separado da família durante os anos da universidade (como quando o estudante faz faculdade em outro Estado, algo que é muito comum, é claro). As conclusões foram complexas, e não vou entediá-los com nuances. Mas vou citar um dado que chamou minha atenção: na amostra de mais de 200 estudantes universitários que estudamos, 59% relataram ter recebido o diagnóstico de algum transtorno psicológico em algum momento. Veja bem, não foram 59% dos entrevistados que relataram ter ficado ansiosos ou deprimidos em algum momento. A pergunta era, muito explicitamente, se eles tinham recebido um diagnóstico de transtorno. Pense nisso. Trabalho em um ambiente universitário, ajudando jovens a se desenvolverem no tempo que passam sob nossa monitoria. O êxito deles é o nosso êxito –acredito realmente nisso–, e eu presto atenção nos meus alunos. Não há dúvida alguma de que ao longo do tempo temos visto um aumento de todos os tipos de transtornos psicológicos entre nossos estudantes. A cada ano, mais e mais estudantes relatam ter tido problemas com ansiedade ou depressão, além de outros problemas. Nosso centro de assistência psicológica no campus está totalmente saturado o tempo todo, como estão outros centros semelhantes pelo país afora. A CIFRA Essa cifra de 59% é representativa? Talvez. Em um artigo sobre esse tema publicado em 2014 também no site Psychology Today, Gregg Henriques apresentou algumas estatísticas, mostrando que entre um quarto e um terço dos estudantes universitários satisfaz os critérios de um diagnóstico de ansiedade ou depressão. Embora essa parcela seja inferior à que Julie e eu encontramos em nosso estudo, é possível que o índice tenha subido tanto assim durante esse tempo. Pelo que eu vejo, parece que essa é a verdade. É uma parcela altíssima. INTERNET E SAÚDE MENTAL Numa conversa que tive recentemente com um cientista comportamental mundialmente renomado, Jonathan Haidt, ele chamou minha atenção para o trabalho de Jean Twenge, cujo livro ainda inédito "iGen: Why Today's Super-Connected Kids Are Growing Up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy–and Completely Unprepared for Adulthood–and What That Means for the Rest of Us" (A geração da internet: por que os jovens hiperconectados de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes –e totalmente despreparados para a idade adulta– e o que isso significa para o resto de nós) se aprofunda nos efeitos psicológicos de ser membro da geração da internet. Como é o caso de qualquer avanço tecnológico, a tecnologia da internet (incluindo mensagens de texto, e-mails, Snapchat, Instagram etc.) foi criada para melhorar a condição humana. E é claro que o fez, sob muitos aspectos. Por exemplo, hoje, na maioria dos casos, ninguém no mundo precisa possuir uma enciclopédia, uma lista telefônica ou um dicionário. Se você conhece bem o meu trabalho, deve saber que frequentemente aplico uma lente evolutiva na análise de questões comportamentais ("Evolutionary Psychology 101", Springer Publishing Company). Ao fazê-lo, muitas vezes pergunto se os problemas modernos são pelo menos parcialmente resultantes de uma assimetria evolutiva –que existe quando algum aspecto de nosso ambiente moderno destoa das condições ancestrais que eram típicas do mundo de nossos antepassados durante a parte mais longa da evolução humana. Pense na geração da internet (também descrita frequentemente como a geração Z). Esses jovens nasceram mais ou menos entre 1995 e 2005. As tecnologias da internet existem desde que eles nasceram. Eles cresceram cercados por essas coisas. Possuem celulares e, em sua maioria, são completamente dependentes deles. Usam mídias sociais, como o Snapchat, incessantemente. É verdade que eles sabem procurar informações, descobrir fatos sobre tópicos de todo tipo e organizar suas vidas de maneiras que os jovens de épocas anteriores nunca puderam. Mas não existe almoço grátis, é claro, e tudo tem seu custo. Jonathan Haidt me fez ver que o acesso constante à internet desfrutado pelos jovens dessa geração pode muito bem desempenhar um papel importante na crise moderna de saúde mental que afeta os jovens de nosso mundo hoje. A seguir, veja três maneiras pelas quais os smartphones (e as tecnologias relacionadas) podem estar contribuindo para a crise atual de saúde mental. 1. A comunicação não individualizada frequentemente é cruel e mesquinha Uma constatação comum na literatura de psicologia social é que as pessoas agem de maneira relativamente antissocial quando sua identidade é oculta –quando agem anonimamente. Pense em como as pessoas são desindividualizadas na internet. Existem sites de todos os tipos em que as pessoas podem deixar feedback anônimo sobre empresas, médicos, professores universitários, professores de escolas e outros. Jovens da geração da internet constantemente interagem remotamente com pessoas de todo lugar, literalmente, de tal modo que, mesmo quando estão interagindo com uma pessoa que conhecem, essa pessoa está atrás de uma tela. Sob condições ancestrais, nossos antepassados só se comunicavam cara a cara, em contextos em que não havia desindividualização. Em suma, hoje é muito mais fácil os jovens serem mesquinhos e cruéis uns com os outros do que foi em qualquer momento passado da história humana, graças à internet. E resultados sociais que geram sofrimento podem, sem dúvida alguma, exercer consequências graves sobre a saúde mental. 2. O telefone celular gera dependência real Praticamente todos os desejos que os humanos desenvolveram graças à evolução podem ser realizados por meio de nosso celular. Interações sociais, aprovação social, sexo, emoções vibrantes, relacionamentos –qualquer coisa. Não surpreende que uma pesquisa recente da CNN tenha constatado que 50% dos teens são viciados no uso de seus celulares. Sabe-se que esse tipo de dependência afeta o sono, as interações sociais e todos os outros aspectos fundamentais do cotidiano. Além disso, é importante notar que uma dependência é uma dependência. Pesquisas sobre a natureza das dependências revelam que os circuitos cerebrais associados a adições de qualquer espécie geralmente são mais ou menos os mesmos, independentemente do teor daquelas. A dependência do telefone celular não difere da dependência de qualquer outra coisa –e está provocando estragos na vida mental de nossos jovens. 3. As tecnologias da internet estão afastando os jovens da natureza A evolução levou o homem a passar boa parte do tempo ao ar livre –simples assim. Pesquisas sobre diversos aspectos da psicologia humana mostram que sentimos amor natural pelos diversos tipos de ambientes externos e que se pode teorizar que os humanos evoluíram com "biofilia" –ou amor pelo mundo vivo. Sair na natureza é importante para nós. Os hominídeos ancestrais eram cercados por natureza todos os dias de suas vidas. Não há dúvida alguma de que as tecnologias da internet afastam os adolescentes e jovens da natureza. Você já tentou levar seus filhos adolescentes para uma caminhada nas montanhas ultimamente? Às vezes parece que seria mais fácil levá-los ao dentista. É uma pena, porque estar ao ar livre tem efeitos benéficos diversos para as pessoas. SOFRIMENTO O mundo anda confuso; não é fácil identificar quais são os problemas mais urgentes de nosso tempo. Pessoalmente, diria que existem argumentos fortes para dizer que uma candidata é a crise de saúde mental da geração da internet. Nossos jovens estão sofrendo. Esses são nossos filhos. E, igualmente importante, estes são os líderes da próxima geração. Em última análise, precisamos que eles tenham a melhor saúde possível, de todas as maneiras. A dependência das tecnologias da internet é onipresente em sua geração, e isso tem consequências adversas não pretendidas de todo tipo que provavelmente terão efeitos sociais e pessoais de longo prazo e em escala maciça. É hora de tomarmos medidas sistemáticas para lidar com os problemas associados ao uso das tecnologias da internet por nossos jovens. Precisamos fazê-lo por nossos filhos e por nosso futuro compartilhado. Obrigado a Jonathan Haidt pelas reflexões instigantes sobre esse tópico que inspiraram este post. GLENN GEHER é professor e diretor de psicologia na State University of New York, em New Paltz. O texto original pode ser lido aqui Tradução de CLARA ALLAIN
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Empresas mantêm otimismo contra alta de tributo de viagens ao exterior
As principais entidades que representam empresas do setor de turismo reafirmaram, nesta quarta-feira (20), o otimismo pelo cumprimento, por parte do governo, de um acordo que reduz a alíquota da tributação para o envio de dinheiro para o exterior em viagens. Em entrevista coletiva, os presidentes da Clia Abremar (associação das operadoras de cruzeiros), da Braztoa (das operadoras), da Belta (intercâmbio), da Abav (agências) e da Abeta (ecoturismo e turismo de aventura), disseram estar em contato frequente com diferentes figuras do governo federal –incluindo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o vice-presidente, Michel Temer. Todos, de acordo com as entidades, têm reafirmado o compromisso estabelecido pelos ministérios do Turismo e da Fazenda em dezembro passado. Segundo o acordo, costurado em parceria com as entidades, a alíquota que começou a valer em 1o de janeiro, de 25%, seria reduzida para uma de 6,38% –não por acaso, a mesma cobrada de IOF em transações internacionais em cartão de crédito. Até este ano, o envio de dinheiro para o exterior em viagens era isento de impostos. Para montar pacotes internacionais, agências de viagens contratam serviços fora do país e remetem dinheiro para pagar por eles –por isso, são diretamente afetadas com a nova tributação. "Nunca tivemos portas tão abertas no governo federal como hoje, por causa dessa situação. E em todas as conversas que tivemos, com as mais diferentes instâncias, vemos que o governo tem esse compromisso", disse Edmar Bull, presidente da Abav. "O ministro do Turismo [Henrique Eduardo Alves] está exaustivamente ao nosso lado, e sentimos nele preocupação, envolvimento, parceria", afirmou Magda Nassar, da Braztoa. "Estamos tendo sucesso, mas é um sucesso demorado, porque estamos lidando com leis". Na semana passada, as entidades se reuniram em Brasília com representantes do Ministério da Fazenda e da Receita Federal e obtiveram o compromisso de uma resolução para esta terça-feira (19) –que não se cumpriu. Agora, apesar do clima de otimismo, preferem não prever uma data para a publicação da medida provisória que vai rever a alíquota. "Pode ser nas próximas horas, nos próximos dias. Só não podemos esperar muito mais", disse Magda. Segundo as entidades, nesses 20 dias do ano operadoras e agências estão cobrando a taxa de 6,38% (que deve entrar em vigor de forma retroativa até 1o de janeiro) e evitado fazer novas remessas, já que o que está valendo é a alíquota de 25%. "Associados fizeram adiantamento de remessas em dezembro, ainda com a isenção, e hoje estão liquidando esses créditos e negociando com os fornecedores no exterior, que têm se mostrado compreensivos", disse Marco Ferraz, da Clia Abremar. A demora para a edição da MP, segundo apurou a Folha, se deve à necessidade de o governo encontrar uma forma de compensar, no Orçamento da União deste ano, as perdas com a redução da alíquota, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal; o Orçamento foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada prevendo a arrecadação com a alíquota cheia, de 25%. Procurado, o Ministério da Fazenda não se pronunciou.
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Empresas mantêm otimismo contra alta de tributo de viagens ao exteriorAs principais entidades que representam empresas do setor de turismo reafirmaram, nesta quarta-feira (20), o otimismo pelo cumprimento, por parte do governo, de um acordo que reduz a alíquota da tributação para o envio de dinheiro para o exterior em viagens. Em entrevista coletiva, os presidentes da Clia Abremar (associação das operadoras de cruzeiros), da Braztoa (das operadoras), da Belta (intercâmbio), da Abav (agências) e da Abeta (ecoturismo e turismo de aventura), disseram estar em contato frequente com diferentes figuras do governo federal –incluindo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o vice-presidente, Michel Temer. Todos, de acordo com as entidades, têm reafirmado o compromisso estabelecido pelos ministérios do Turismo e da Fazenda em dezembro passado. Segundo o acordo, costurado em parceria com as entidades, a alíquota que começou a valer em 1o de janeiro, de 25%, seria reduzida para uma de 6,38% –não por acaso, a mesma cobrada de IOF em transações internacionais em cartão de crédito. Até este ano, o envio de dinheiro para o exterior em viagens era isento de impostos. Para montar pacotes internacionais, agências de viagens contratam serviços fora do país e remetem dinheiro para pagar por eles –por isso, são diretamente afetadas com a nova tributação. "Nunca tivemos portas tão abertas no governo federal como hoje, por causa dessa situação. E em todas as conversas que tivemos, com as mais diferentes instâncias, vemos que o governo tem esse compromisso", disse Edmar Bull, presidente da Abav. "O ministro do Turismo [Henrique Eduardo Alves] está exaustivamente ao nosso lado, e sentimos nele preocupação, envolvimento, parceria", afirmou Magda Nassar, da Braztoa. "Estamos tendo sucesso, mas é um sucesso demorado, porque estamos lidando com leis". Na semana passada, as entidades se reuniram em Brasília com representantes do Ministério da Fazenda e da Receita Federal e obtiveram o compromisso de uma resolução para esta terça-feira (19) –que não se cumpriu. Agora, apesar do clima de otimismo, preferem não prever uma data para a publicação da medida provisória que vai rever a alíquota. "Pode ser nas próximas horas, nos próximos dias. Só não podemos esperar muito mais", disse Magda. Segundo as entidades, nesses 20 dias do ano operadoras e agências estão cobrando a taxa de 6,38% (que deve entrar em vigor de forma retroativa até 1o de janeiro) e evitado fazer novas remessas, já que o que está valendo é a alíquota de 25%. "Associados fizeram adiantamento de remessas em dezembro, ainda com a isenção, e hoje estão liquidando esses créditos e negociando com os fornecedores no exterior, que têm se mostrado compreensivos", disse Marco Ferraz, da Clia Abremar. A demora para a edição da MP, segundo apurou a Folha, se deve à necessidade de o governo encontrar uma forma de compensar, no Orçamento da União deste ano, as perdas com a redução da alíquota, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal; o Orçamento foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada prevendo a arrecadação com a alíquota cheia, de 25%. Procurado, o Ministério da Fazenda não se pronunciou.
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Doria diz que painéis de vidro na raia da USP ficarão prontos em janeiro
O prefeito João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (19) que o projeto de substituir o muro de concreto que separa a raia olímpica da USP da Marginal Pinheiros por painéis de vidro deve ser concluído em 20 de janeiro de 2018. De acordo com o prefeito, a ideia é integrar mais a Cidade Universitária à vida da capital. "A marginal Pinheiros é a via de maior fluxo da América Latina. Cerca de 3 milhões de pessoas passam por ali diariamente. A existência do muro era um confinamento em relação à cidade e seus frequentadores", disse Doria em coletiva de imprensa. Inicialmente, o projeto da prefeitura era o de substituir o muro de concreto por gradis. No entanto, após queixas de frequentadores de que a mudança geraria aumento de ruído e de poluição atmosférica na raia olímpica, surgiu a ideia da instalação dos painéis de vidro. Segundo Doria, o projeto de R$ 15 milhões será custeado por empresas parceiras e não envolve despesas por parte da prefeitura ou da USP. Os painéis serão feitos de vidro temperado com espessura de 10 mm, com película de proteção, cerca de cinco vezes mais resistente do que um vidro comum. Junto aos 2,2 km de extensão do muro serão instaladas câmeras do projeto "City Câmeras" para vigilância da área. "O muro reflete o que muitos pensavam sobre a universidade: separada do resto da cidade. Essa vida segregada levou às dificuldades financeiras que vivemos hoje. Temos a política inversa de que a universidade tem que se integrar o máximo possível. Ela tem que conversar com todos os setores senão perde sua função. Temos um lema: derrubar os muros da USP. Queremos deixar quem passa ver o que tem lá dentro. Vai ficar mais bonito e os paulistanos vão saber que aquilo ali é deles", disse o reitor da USP Marco Antonio Zago. As obras no local começarão em setembro e deverão ser tocadas no período noturno para não interromper o fluxo de carros na região. Questionado sobre reclamações do Ministério Público de que não estaria sendo informado do projeto, Doria deu resposta dura. "Com todo o respeito ao promotor, eu não fui eleito por promotor, eu fui eleito pelo povo e eu tenho que prestar contas ao povo de São Paulo". Zago adotou tom mais brando e disse que as informações serão repassadas ao Ministério Público.
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Doria diz que painéis de vidro na raia da USP ficarão prontos em janeiroO prefeito João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (19) que o projeto de substituir o muro de concreto que separa a raia olímpica da USP da Marginal Pinheiros por painéis de vidro deve ser concluído em 20 de janeiro de 2018. De acordo com o prefeito, a ideia é integrar mais a Cidade Universitária à vida da capital. "A marginal Pinheiros é a via de maior fluxo da América Latina. Cerca de 3 milhões de pessoas passam por ali diariamente. A existência do muro era um confinamento em relação à cidade e seus frequentadores", disse Doria em coletiva de imprensa. Inicialmente, o projeto da prefeitura era o de substituir o muro de concreto por gradis. No entanto, após queixas de frequentadores de que a mudança geraria aumento de ruído e de poluição atmosférica na raia olímpica, surgiu a ideia da instalação dos painéis de vidro. Segundo Doria, o projeto de R$ 15 milhões será custeado por empresas parceiras e não envolve despesas por parte da prefeitura ou da USP. Os painéis serão feitos de vidro temperado com espessura de 10 mm, com película de proteção, cerca de cinco vezes mais resistente do que um vidro comum. Junto aos 2,2 km de extensão do muro serão instaladas câmeras do projeto "City Câmeras" para vigilância da área. "O muro reflete o que muitos pensavam sobre a universidade: separada do resto da cidade. Essa vida segregada levou às dificuldades financeiras que vivemos hoje. Temos a política inversa de que a universidade tem que se integrar o máximo possível. Ela tem que conversar com todos os setores senão perde sua função. Temos um lema: derrubar os muros da USP. Queremos deixar quem passa ver o que tem lá dentro. Vai ficar mais bonito e os paulistanos vão saber que aquilo ali é deles", disse o reitor da USP Marco Antonio Zago. As obras no local começarão em setembro e deverão ser tocadas no período noturno para não interromper o fluxo de carros na região. Questionado sobre reclamações do Ministério Público de que não estaria sendo informado do projeto, Doria deu resposta dura. "Com todo o respeito ao promotor, eu não fui eleito por promotor, eu fui eleito pelo povo e eu tenho que prestar contas ao povo de São Paulo". Zago adotou tom mais brando e disse que as informações serão repassadas ao Ministério Público.
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Rede Folha se compromete a tornar o empreendedorismo social referência
Iniciativa pioneira da Folha, a Rede Folha teve os princípios definidos pelos próprios empreendedores socioambientais em um encontro entre os dias 5 e 7 de agosto de 2011, quando estabelecida a missão e visão que aglutinam os membros da comunidade. Todas as organizações selecionadas pelos prêmios Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro desde 2005 podem participar da rede.
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Rede Folha se compromete a tornar o empreendedorismo social referênciaIniciativa pioneira da Folha, a Rede Folha teve os princípios definidos pelos próprios empreendedores socioambientais em um encontro entre os dias 5 e 7 de agosto de 2011, quando estabelecida a missão e visão que aglutinam os membros da comunidade. Todas as organizações selecionadas pelos prêmios Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro desde 2005 podem participar da rede.
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Inscrições para Enem 2016 começam em 9 de maio
As inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano iniciam às 10h do dia 9 de maio e seguem até as 23h59 do dia 20 do mesmo mês. As datas e as regras da nova edição do exame foram anunciadas nesta quinta-feira (14) pelo Ministério da Educação. A avaliação é adotada como critério de seleção e ingresso na maioria das universidades e institutos federais. Também é critério de acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) e a bolsas do ProUni (Programa Universidade para Todos). Interessados em participar da nova edição do exame devem acessar o site enem.inep.gov.br/participante para efetuar as inscrições. A taxa de inscrição neste ano é de R$ 68 –no ano anterior, era de R$ 63. O pagamento pode ser feito em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos correios até às 21h59 do dia 25 de maio. A inscrição é gratuita para estudantes concluintes do ensino médio na rede pública ou para aqueles que declararem carência. O participante que recebeu isenção em 2015 mas não compareceu para a realização das provas não terá direito à isenção. Estudantes, no entanto, podem enviar uma justificativa para a ausência no momento da inscrição, que será analisada pelo Inep. Assim como no ano anterior, o cartão de confirmação da inscrição estará disponível apenas pela internet. Não haverá envio dos cartões pelos correios. DATAS E HORÁRIOS Neste ano, as provas ocorrerão nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, serão aplicadas as provas de ciências humanas e ciências da natureza. No dia seguinte, ocorrem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática. Aplicado geralmente em outubro, o Enem deste ano foi adiado por causa das eleições de 2016, medida que também já aconteceu nos anos anteriores. Os portões dos locais de prova devem ser abertos às 12h do horário de Brasília, e fechados às 13h. Assim como no ano passado, haverá um intervalo de 30 minutos de espera entre o fechamento dos portões e o início das provas, como medida de segurança. SEGURANÇA A edição 2016 do exame terá um novo procedimento de segurança, com a coleta de dados biométricos, ou seja, das digitais dos participantes. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o objetivo é eliminar a possibilidade de fraudes e da prova ser realizada por outra pessoa no lugar de quem se inscreveu. "É fraude zero. Cada vez mais estamos eliminando [a possibilidade]", afirma. Ainda de acordo com Mercadante, caso a fraude seja identificada, a prova poderá ser anulada a qualquer momento. Os envolvidos também serão sujeitos às sanções penais. Antes da prova, também haverá checagem por meio de detectores de metais e serão disponibilizados porta-objetos para guardar pertences pessoais. SIMULADOS E PRAZOS O Ministério da Educação também lançou um aplicativo para os estudantes que quiserem acompanhar prazos do Enem e guardar informações sobre a inscrição. O aplicativo estará disponível para as plataformas Android e IOS. Estudantes do 3º ano do ensino médio da rede pública e privada podem participar de simulados online oferecidos pelo MEC, por meio da plataforma "Hora do Enem", no link horadoenem.mec.gov.br. As inscrições para o primeiro simulado devem ser feitas até o dia 14 de abril. O simulado ocorrerá em 30 de abril, com duração de 4h. Já as notas serão disponibilizadas no dia 2 de maio. Após a realização do simulado, o estudante receberá um plano de estudos com os exercícios e aulas que precisa acompanhar. "A hora que ele fizer o simulado ele vai ter um diagnóstico bem detalhado do que precisa estudar", diz Mercadante. Inicialmente, o simulado será ofertado apenas para os estudantes que estão concluindo o ensino médio. A pasta ainda avalia a possibilidade de ofertar, em outra data, o exame para outros participantes interessados. Segundo Mercadante, a iniciativa servirá como teste para uma reformulação no exame nos próximos anos, intenção que já foi divulgada pelo governo. "Se essa experiência do simulado der certo, podemos ter um Enem eletrônico no futuro", afirma. O ministro lançou ainda um apelo para que as informações sobre os simulados cheguem aos estudantes em meio ao conturbado momento político. "A educação não pode se subordinar a uma crise política", disse. "Esqueçam quem é o ministro da Educação. Estou pedindo que a gente não prejudique os estudantes que tem a grande oportunidade da vida deles neste ano", completou. Em 2015, o Enem recebeu 7,7 milhões de inscritos. A estimativa do MEC é que o número de interessados em participar das provas neste ano seja próximo ao registrado no ano anterior.
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Inscrições para Enem 2016 começam em 9 de maioAs inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano iniciam às 10h do dia 9 de maio e seguem até as 23h59 do dia 20 do mesmo mês. As datas e as regras da nova edição do exame foram anunciadas nesta quinta-feira (14) pelo Ministério da Educação. A avaliação é adotada como critério de seleção e ingresso na maioria das universidades e institutos federais. Também é critério de acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) e a bolsas do ProUni (Programa Universidade para Todos). Interessados em participar da nova edição do exame devem acessar o site enem.inep.gov.br/participante para efetuar as inscrições. A taxa de inscrição neste ano é de R$ 68 –no ano anterior, era de R$ 63. O pagamento pode ser feito em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos correios até às 21h59 do dia 25 de maio. A inscrição é gratuita para estudantes concluintes do ensino médio na rede pública ou para aqueles que declararem carência. O participante que recebeu isenção em 2015 mas não compareceu para a realização das provas não terá direito à isenção. Estudantes, no entanto, podem enviar uma justificativa para a ausência no momento da inscrição, que será analisada pelo Inep. Assim como no ano anterior, o cartão de confirmação da inscrição estará disponível apenas pela internet. Não haverá envio dos cartões pelos correios. DATAS E HORÁRIOS Neste ano, as provas ocorrerão nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, serão aplicadas as provas de ciências humanas e ciências da natureza. No dia seguinte, ocorrem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática. Aplicado geralmente em outubro, o Enem deste ano foi adiado por causa das eleições de 2016, medida que também já aconteceu nos anos anteriores. Os portões dos locais de prova devem ser abertos às 12h do horário de Brasília, e fechados às 13h. Assim como no ano passado, haverá um intervalo de 30 minutos de espera entre o fechamento dos portões e o início das provas, como medida de segurança. SEGURANÇA A edição 2016 do exame terá um novo procedimento de segurança, com a coleta de dados biométricos, ou seja, das digitais dos participantes. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o objetivo é eliminar a possibilidade de fraudes e da prova ser realizada por outra pessoa no lugar de quem se inscreveu. "É fraude zero. Cada vez mais estamos eliminando [a possibilidade]", afirma. Ainda de acordo com Mercadante, caso a fraude seja identificada, a prova poderá ser anulada a qualquer momento. Os envolvidos também serão sujeitos às sanções penais. Antes da prova, também haverá checagem por meio de detectores de metais e serão disponibilizados porta-objetos para guardar pertences pessoais. SIMULADOS E PRAZOS O Ministério da Educação também lançou um aplicativo para os estudantes que quiserem acompanhar prazos do Enem e guardar informações sobre a inscrição. O aplicativo estará disponível para as plataformas Android e IOS. Estudantes do 3º ano do ensino médio da rede pública e privada podem participar de simulados online oferecidos pelo MEC, por meio da plataforma "Hora do Enem", no link horadoenem.mec.gov.br. As inscrições para o primeiro simulado devem ser feitas até o dia 14 de abril. O simulado ocorrerá em 30 de abril, com duração de 4h. Já as notas serão disponibilizadas no dia 2 de maio. Após a realização do simulado, o estudante receberá um plano de estudos com os exercícios e aulas que precisa acompanhar. "A hora que ele fizer o simulado ele vai ter um diagnóstico bem detalhado do que precisa estudar", diz Mercadante. Inicialmente, o simulado será ofertado apenas para os estudantes que estão concluindo o ensino médio. A pasta ainda avalia a possibilidade de ofertar, em outra data, o exame para outros participantes interessados. Segundo Mercadante, a iniciativa servirá como teste para uma reformulação no exame nos próximos anos, intenção que já foi divulgada pelo governo. "Se essa experiência do simulado der certo, podemos ter um Enem eletrônico no futuro", afirma. O ministro lançou ainda um apelo para que as informações sobre os simulados cheguem aos estudantes em meio ao conturbado momento político. "A educação não pode se subordinar a uma crise política", disse. "Esqueçam quem é o ministro da Educação. Estou pedindo que a gente não prejudique os estudantes que tem a grande oportunidade da vida deles neste ano", completou. Em 2015, o Enem recebeu 7,7 milhões de inscritos. A estimativa do MEC é que o número de interessados em participar das provas neste ano seja próximo ao registrado no ano anterior.
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Conheça Roma pelas mãos de 12 artesãos tradicionais da cidade
Quem passeia por Roma se admira com um sem número de ateliês históricos que fazem de tudo: confeccionam chapéus elegantes e sapatos sob medida, restauram pinturas e antiguidades valiosas, confeccionam joias, esculturas, lustres e grandes vitrais, tingem tecidos, estofam móveis e até revestem cúpulas de abajures. Hoje, à frente desses ateliês estão profissionais que representam o melhor da produção artesanal da capital italiana e são responsáveis pela produção de bens de exportação que os moradores da cidade orgulhosamente dizem ter a qualidade "made in Italy". Mas não só isso. São produtos que ajudam a contar um pouco da história e da cultura dessa metrópole milenar. A reportagem da Folha esteve em alguns desses negócios artesanais –todos com produtos que pela originalidade e qualidade foram abraçados pelo programa Progetto Ere (progettoere.it ), criado pela Câmara de Comércio da capital italiana para zelar pelos ofícios de alguns dos melhores mestres romanos. As visitas guardam sempre pequenas surpresas. Em uma delas, a dona de uma chapelaria explicou por que o ofício podia realmente causar problemas neurológicos em chapeleiros, algo que foi inspiração para o personagem meio maluco de "Alice no País das Maravilhas" (1865), do escritor inglês Lewis Carroll –a exposição ao mercúrio causava o problema (leia mais na página. D6). TRADIÇÃO RESGATADA Na abertura do evento que apresentou o projeto Ere, abreviatura de "excelências romanas para exportação", o organizador Erino Colombi disse que "o mundo é pequeno, mas tem a medida do homem". Especialista em empreendedorismo, ele reconhece a importância econômica dos sofisticados artesãos que trabalham em diferentes ofícios: arte, moda, decoração e joalheria, por exemplo. Em uma segunda fase, ele quer começar a rodar o mundo mostrando esses trabalhos, que são a um só tempo típicos e universais, clássicos e atemporais. Com cerca de 3 milhões de habitantes, Roma tem ao menos 2.700 anos de história e é uma das metrópoles mais visitadas pelos turistas –uma urbe cuja caleidoscópica existência deixou marcas em diversas camadas arquitetônicas: a etrusca; a imperial, que está presente nas ruínas do Fórum Romano, do Coliseu e do Pantheon; a barroca, evidenciada nas importantes esculturas, praças, fontes, aquedutos e igrejas; e em diversas outras, como a renascentista, a pagã e a cristã. Apesar de destacar toda essa herança, para além dos monumentos históricos, Colombi nota que a capital vive um momento delicado em que, em face da globalização acelerada, é preciso voltar, acolher os artesãos de talento e proteger os trabalhos artísticos identificados com a tradição romana. Conheça nas próximas páginas alguns desses verdadeiros centros de arte. Há casas fundadas no século 19, artistas que fazem até hoje peças para o papa e saberes passados de geração para geração, desde restauração de telas clássicas a anéis que passam dos € 2.000 (R$ 8.200). Quem sabe na sua próxima viagem a Roma você considere colocar algumas dessas casas nos seus roteiros pela capital da Itália. * MÃOS À OBRA Conheça a história e o método de produção de 12 oficinas romanas, que têm até o papa como cliente 1. MÃOS DO TARANTINO Dante Mortet, escultor cuja família veio de Florença, integra a sexta geração de escultores. Seu ateliê tem de tudo: bustos do escritor Dante Alighieri e do revolucionário Garibaldi, objetos inusitados de prata, medalhas, taças e troféus. Mas são as mãos de personalidades e clientes ricos, em tamanho real, que viraram a sua marca registrada. De Niro é meu freguês", conta, referindo-se ao ator e diretor famoso por "Touro Indomável". Ele também já plasmou os punhos de Martin Scorsese, Kirk Douglas e Quentin Tarantino –diretor que também está no círculo de amizades do escultor e até já incluiu mãos esculpidas por Mortet em seus filmes. O artista desconversa quando o assunto é preço, mas deixa escapar que, para moldar uma dessas obras, precisa de um mês de trabalho e cobra de acordo com o bolso do cliente –cerca de € 5.000 (R$ 21 mil). ONDE Bottega Mortet (via dei Portoghesi, 18) MAIS bottegamortet.com - 2. OFÍCIO DE GERAÇÕES Riccardo Alfonsi trabalha ao lado do pai, Vittorio, na Alfonsi Gioielli, uma pequena oficina de joias cuja qualidade é comparável à das grandes marcas. Vittorio, de 78 anos, é joalheiro há mais de seis décadas. "Hoje, as escolas de joalheria são muito técnicas. Os aprendizes sabem a que temperatura o ouro se funde, mas muitas vezes não sabem soldar uma peça", lamenta. Escondido atrás das duas bancadas do ateliê, um diploma assinado pelo ex-presidente Francesco Cossiga, em 1987, atesta que, graças ao trabalho, Vittorio foi sagrado "cavallieri", uma grande honraria na Itália. Os preços das joias são difíceis de precisar -dependem das pedras, dos metais e também da montagem. De todo modo, um anel de ouro pode custar cerca de € 2.000 (R$ 8.350), mas há joias mais modestas por valores a partir de € 750 (mais de R$ 3.100). ONDE Alfonsi Gioielli (via Vittoria, 80) MAIS riccardoalfonsi.it - 3. NOVA VIDA PARA A ARTE Repleto de pinturas a óleo, esse laboratório de restauros lida principalmente com obras de importantes artistas. A família Pavia entrou no ramo de restauração de arte ainda nos primeiros anos do século 19. Hoje, Alessandro e sua mulher, Lycia Giola, coordenam os trabalhos e o acervo. Com equipamentos modernos, especialistas examinam as técnicas empregadas nas obras para reproduzi-las, examinam pigmentos originais e usam até raio-X ou equipamento de infravermelho para identificar composições e formas escondidas. Lycia se entusiasma com o que um restauro pode revelar sobre obras que são entregues aos seus cuidados. Ela conta que, em um dos trabalhos, encontrou uma pintura de Giacomo Balla (1871-1958) sob uma tela que havia sido reutilizada. ONDE Pavia Restauro (via Margutta, 54) MAIS paviarestauro.com (agendamento de visitas pelo e-mail [email protected]) - 4. GRANDES E PESADOS Mais uma minifábrica arrojada do que propriamente um pequeno ateliê, o estúdio do "bronzista" Marco Riccardi cria diferentes peças de decoração, como mesas e imensos lustres metálicos. O lugar ainda restaura objetos e, outras vezes, reproduz itens clássicos, identificados com as moradias romanas mais elegantes. O negócio foi iniciado pelo pai, Mariano Riccardi, há 60 anos. Espalhados pelo espaço, há grandes e luxuosos objetos de bronze e de outros metais dourados ou prateados, como carrilhões adornados por esculturas, peças sólidas para decoração de ambientes ou para equipar banheiros. Tudo é feito a mão, e Riccardi tem em Nova York uma galeria que o representa, já que o artesão também faz objetos autorais mais pesados, em geral de metal prateado e inspiração mais contemporânea. ONDE Marco Riccardi bronzista (Borgo Vittorio, 28/29) MAIS bronzarte.it - 5. O ANJO DOS MATARAZZO Na tradicional via dell'Orso, o antigo ateliê de Vincenzo Piovano preserva anjos de terracota, fragmentos de estátuas de madeira pregados nas paredes, partes de uma maquete de Roma nas estantes e mesas barrocas recebendo camadas de ouro. O restaurador e escultor Vincenzo, que hoje trabalha ao lado das filhas Michela e Alessandra, é um artesão à moda antiga. "Não valorizam mais tanto nosso trabalho. Como Roma é plena de patrimônio artístico que precisa de restauros permanentemente, espero que atentem para a necessidade da continuação do nosso ofício", reclama, antes de mostrar um catálogo de 1984 que mostra um santo de madeira em tamanho natural feito por ele para a família ítalo-brasileira Matarazzo, de São Paulo. ONDE Vincenzo Piovano e figlie (via dell'Orso, 26) MAIS tel. +39 066869920 - 6. REINO DOS 'PARALUMIS' No centro histórico de Roma, em uma oficina que lembra um pouco a dos inventores típicos das histórias em quadrinhos, a L.A.R. faz abajures e almofadas luxuriantes desde 1938. Os irmãos Antonello e Fabrizio, que fazem parte da terceira geração de uma família dedicada à arte da decoração, dizem acreditar que seus ancestrais tinham mais liberdade de criação. "Antes, muitos dos clientes pertenciam à nobreza e, paradoxalmente, aceitavam e confiavam mais no trabalho que fazíamos, na nossa escolha das estampas, por exemplo", dizem os dois. Em italiano, abajures são chamados de "paralumi" –e, nos dois andares do ateliê abarrotado de objetos e tecidos de cores vivas, há itens decorativos por toda parte, principalmente os tais "paralumi". ONDE L.A.R. dal 1938 (via del Leoncino, 29) MAIS paralumi.it - 7. ROUPEIRO DO ZICO A loja principal da Dan, exclusiva para homens, faz gravatas, camisas clássicas ou arrojadas há mais de 50 anos. Mas a empresa iniciada pelo mestre-costureiro Dario Mandatori em 1973 tem mais outras duas lojas, estas que vestem mulheres e crianças. Há roupas prontas, como camisas clássicas a partir de € 130 (cerca de R$ 540), mas o fino é encomendar uma vestimenta sob medida, escolhendo o tecido, o tipo de corte e o monograma que virá bordado no bolso, que pode ser o símbolo de uma família ou um brasão pessoal. Entre os fregueses habituais que o procuram em busca de seus tecidos para cobrir o corpo, o proprietário menciona o jogador brasileiro de futebol Zico e também o ator norte-americano Gregory Peck. ONDE Dan Roma (via Francesco Crispi, 60) MAIS danroma.com 8. VIDROS COLORIDOS Para a Nigéria, a Vetrarte d'Arte Giuliani, que existe desde 1900, fez um vitral de 1.400 m² que está no Ecumenical Centre de Abuja. Eles usam uma técnica milenar para produzir vidros de diversas cores que, cortados com diamante, são artisticamente unidos por uma estreita barrinha de chumbo, formando mosaicos realistas ou abstratos, dependendo da encomenda. No interior da fábrica, onde os espaços são grandes, os vitrais têm estilos tão ecléticos que já foram usados em prédios da cidade alemã de Leipzig, em mesquitas, no palácio real de Doha, no Qatar, em construções na Arábia Saudita e até no próprio Vaticano, um dos seus fregueses habituais. ONDE Vetrate d'Arte Giuliani (via Garibaldi, 55A) MAIS vetrategiuliani.com - 9. VACAS NA MESA DO PAPA Fausto Maria Franchi, que hoje trabalha ao lado de seu filho Enrico, faz objetos e esculturas de estilo moderno usando metais, especialmente a prata. Ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras, que ganha porcentagem da venda de seus trabalhos, o artista faz, por exemplo, esculturas de vacas que denunciam a proliferação de alimentos transgênicos. A pouca distância do rio Tibre, o ateliê Bottega Franchi é uma galeria que ostenta uma vitrine com suas obras. Não muito longe dali, no Vaticano, o papa Francisco, que aboliu o uso de ouro, tem uma das vacas de Fausto exposta sobre sua mesa de trabalho. ONDE Bottega Franchi di Enrico Franchi (via di Ripetta, 156) MAIS bottegafranchi.com - 10. CHAPÉUS MAIS MALUCOS Desde 1936, a Antica Manifattura Capelli confecciona chapéus no mesmo local, cujas prateleiras exibem mais de 1.500 formas de madeira. Os modelos, sejam eles cartolas ou femininos, são feitos em método tradicional, quando o feltro é aquecido no vapor e esticado por um chapeleiro sobre as formas de madeira. Patrizia Fabri, que era freguesa do negócio e resolveu adquiri-lo nos anos 1980, conta que, antigamente, os chapeleiros tinham fama de "malucos" por causa da intoxicação causada pelos vapores do mercúrio usado no processo. Daí a alusão do escritor Lewis Carroll (1832-1892) no personagem Chapeleiro Maluco em "Alice no País das Maravilhas". ONDE Antica Manifattura Cappelli (via Degli Scipioni, 46) MAIS antica-cappelleria.it - 11. e 12. SAPATOS À MÃO Chique e para poucos, a Bocache & Salvucci demora ao menos 14 horas para confeccionar manualmente um par de sapatos de couro. Mas o cliente, por sua vez, vai esperar mais de um mês para receber a primeira encomenda, cujo preço pode passar de € 1.000 (R$ 4.160). Esse é o tempo que leva para fazer a forma. Na Calzoleria Petrocchi, os calçados feitos a mão por Marco Cecchi também são vendidos sob encomenda. Ele utiliza couro de vitelos franceses, alemães e ingleses para cobrir os pés de damas e cavalheiros que disponham de pelo menos € 800 (R$ 3.330). ONDE Bocache & Salvucci Calzolai (via Francesco Crispi, 115/A; bocachesalvucci.com ); Calzoleria Petrocchi (Vicolo Sugarelli, 2; calzoleriapetrocchi.it ) O jornalista viajou a convite da Câmara
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Conheça Roma pelas mãos de 12 artesãos tradicionais da cidadeQuem passeia por Roma se admira com um sem número de ateliês históricos que fazem de tudo: confeccionam chapéus elegantes e sapatos sob medida, restauram pinturas e antiguidades valiosas, confeccionam joias, esculturas, lustres e grandes vitrais, tingem tecidos, estofam móveis e até revestem cúpulas de abajures. Hoje, à frente desses ateliês estão profissionais que representam o melhor da produção artesanal da capital italiana e são responsáveis pela produção de bens de exportação que os moradores da cidade orgulhosamente dizem ter a qualidade "made in Italy". Mas não só isso. São produtos que ajudam a contar um pouco da história e da cultura dessa metrópole milenar. A reportagem da Folha esteve em alguns desses negócios artesanais –todos com produtos que pela originalidade e qualidade foram abraçados pelo programa Progetto Ere (progettoere.it ), criado pela Câmara de Comércio da capital italiana para zelar pelos ofícios de alguns dos melhores mestres romanos. As visitas guardam sempre pequenas surpresas. Em uma delas, a dona de uma chapelaria explicou por que o ofício podia realmente causar problemas neurológicos em chapeleiros, algo que foi inspiração para o personagem meio maluco de "Alice no País das Maravilhas" (1865), do escritor inglês Lewis Carroll –a exposição ao mercúrio causava o problema (leia mais na página. D6). TRADIÇÃO RESGATADA Na abertura do evento que apresentou o projeto Ere, abreviatura de "excelências romanas para exportação", o organizador Erino Colombi disse que "o mundo é pequeno, mas tem a medida do homem". Especialista em empreendedorismo, ele reconhece a importância econômica dos sofisticados artesãos que trabalham em diferentes ofícios: arte, moda, decoração e joalheria, por exemplo. Em uma segunda fase, ele quer começar a rodar o mundo mostrando esses trabalhos, que são a um só tempo típicos e universais, clássicos e atemporais. Com cerca de 3 milhões de habitantes, Roma tem ao menos 2.700 anos de história e é uma das metrópoles mais visitadas pelos turistas –uma urbe cuja caleidoscópica existência deixou marcas em diversas camadas arquitetônicas: a etrusca; a imperial, que está presente nas ruínas do Fórum Romano, do Coliseu e do Pantheon; a barroca, evidenciada nas importantes esculturas, praças, fontes, aquedutos e igrejas; e em diversas outras, como a renascentista, a pagã e a cristã. Apesar de destacar toda essa herança, para além dos monumentos históricos, Colombi nota que a capital vive um momento delicado em que, em face da globalização acelerada, é preciso voltar, acolher os artesãos de talento e proteger os trabalhos artísticos identificados com a tradição romana. Conheça nas próximas páginas alguns desses verdadeiros centros de arte. Há casas fundadas no século 19, artistas que fazem até hoje peças para o papa e saberes passados de geração para geração, desde restauração de telas clássicas a anéis que passam dos € 2.000 (R$ 8.200). Quem sabe na sua próxima viagem a Roma você considere colocar algumas dessas casas nos seus roteiros pela capital da Itália. * MÃOS À OBRA Conheça a história e o método de produção de 12 oficinas romanas, que têm até o papa como cliente 1. MÃOS DO TARANTINO Dante Mortet, escultor cuja família veio de Florença, integra a sexta geração de escultores. Seu ateliê tem de tudo: bustos do escritor Dante Alighieri e do revolucionário Garibaldi, objetos inusitados de prata, medalhas, taças e troféus. Mas são as mãos de personalidades e clientes ricos, em tamanho real, que viraram a sua marca registrada. De Niro é meu freguês", conta, referindo-se ao ator e diretor famoso por "Touro Indomável". Ele também já plasmou os punhos de Martin Scorsese, Kirk Douglas e Quentin Tarantino –diretor que também está no círculo de amizades do escultor e até já incluiu mãos esculpidas por Mortet em seus filmes. O artista desconversa quando o assunto é preço, mas deixa escapar que, para moldar uma dessas obras, precisa de um mês de trabalho e cobra de acordo com o bolso do cliente –cerca de € 5.000 (R$ 21 mil). ONDE Bottega Mortet (via dei Portoghesi, 18) MAIS bottegamortet.com - 2. OFÍCIO DE GERAÇÕES Riccardo Alfonsi trabalha ao lado do pai, Vittorio, na Alfonsi Gioielli, uma pequena oficina de joias cuja qualidade é comparável à das grandes marcas. Vittorio, de 78 anos, é joalheiro há mais de seis décadas. "Hoje, as escolas de joalheria são muito técnicas. Os aprendizes sabem a que temperatura o ouro se funde, mas muitas vezes não sabem soldar uma peça", lamenta. Escondido atrás das duas bancadas do ateliê, um diploma assinado pelo ex-presidente Francesco Cossiga, em 1987, atesta que, graças ao trabalho, Vittorio foi sagrado "cavallieri", uma grande honraria na Itália. Os preços das joias são difíceis de precisar -dependem das pedras, dos metais e também da montagem. De todo modo, um anel de ouro pode custar cerca de € 2.000 (R$ 8.350), mas há joias mais modestas por valores a partir de € 750 (mais de R$ 3.100). ONDE Alfonsi Gioielli (via Vittoria, 80) MAIS riccardoalfonsi.it - 3. NOVA VIDA PARA A ARTE Repleto de pinturas a óleo, esse laboratório de restauros lida principalmente com obras de importantes artistas. A família Pavia entrou no ramo de restauração de arte ainda nos primeiros anos do século 19. Hoje, Alessandro e sua mulher, Lycia Giola, coordenam os trabalhos e o acervo. Com equipamentos modernos, especialistas examinam as técnicas empregadas nas obras para reproduzi-las, examinam pigmentos originais e usam até raio-X ou equipamento de infravermelho para identificar composições e formas escondidas. Lycia se entusiasma com o que um restauro pode revelar sobre obras que são entregues aos seus cuidados. Ela conta que, em um dos trabalhos, encontrou uma pintura de Giacomo Balla (1871-1958) sob uma tela que havia sido reutilizada. ONDE Pavia Restauro (via Margutta, 54) MAIS paviarestauro.com (agendamento de visitas pelo e-mail [email protected]) - 4. GRANDES E PESADOS Mais uma minifábrica arrojada do que propriamente um pequeno ateliê, o estúdio do "bronzista" Marco Riccardi cria diferentes peças de decoração, como mesas e imensos lustres metálicos. O lugar ainda restaura objetos e, outras vezes, reproduz itens clássicos, identificados com as moradias romanas mais elegantes. O negócio foi iniciado pelo pai, Mariano Riccardi, há 60 anos. Espalhados pelo espaço, há grandes e luxuosos objetos de bronze e de outros metais dourados ou prateados, como carrilhões adornados por esculturas, peças sólidas para decoração de ambientes ou para equipar banheiros. Tudo é feito a mão, e Riccardi tem em Nova York uma galeria que o representa, já que o artesão também faz objetos autorais mais pesados, em geral de metal prateado e inspiração mais contemporânea. ONDE Marco Riccardi bronzista (Borgo Vittorio, 28/29) MAIS bronzarte.it - 5. O ANJO DOS MATARAZZO Na tradicional via dell'Orso, o antigo ateliê de Vincenzo Piovano preserva anjos de terracota, fragmentos de estátuas de madeira pregados nas paredes, partes de uma maquete de Roma nas estantes e mesas barrocas recebendo camadas de ouro. O restaurador e escultor Vincenzo, que hoje trabalha ao lado das filhas Michela e Alessandra, é um artesão à moda antiga. "Não valorizam mais tanto nosso trabalho. Como Roma é plena de patrimônio artístico que precisa de restauros permanentemente, espero que atentem para a necessidade da continuação do nosso ofício", reclama, antes de mostrar um catálogo de 1984 que mostra um santo de madeira em tamanho natural feito por ele para a família ítalo-brasileira Matarazzo, de São Paulo. ONDE Vincenzo Piovano e figlie (via dell'Orso, 26) MAIS tel. +39 066869920 - 6. REINO DOS 'PARALUMIS' No centro histórico de Roma, em uma oficina que lembra um pouco a dos inventores típicos das histórias em quadrinhos, a L.A.R. faz abajures e almofadas luxuriantes desde 1938. Os irmãos Antonello e Fabrizio, que fazem parte da terceira geração de uma família dedicada à arte da decoração, dizem acreditar que seus ancestrais tinham mais liberdade de criação. "Antes, muitos dos clientes pertenciam à nobreza e, paradoxalmente, aceitavam e confiavam mais no trabalho que fazíamos, na nossa escolha das estampas, por exemplo", dizem os dois. Em italiano, abajures são chamados de "paralumi" –e, nos dois andares do ateliê abarrotado de objetos e tecidos de cores vivas, há itens decorativos por toda parte, principalmente os tais "paralumi". ONDE L.A.R. dal 1938 (via del Leoncino, 29) MAIS paralumi.it - 7. ROUPEIRO DO ZICO A loja principal da Dan, exclusiva para homens, faz gravatas, camisas clássicas ou arrojadas há mais de 50 anos. Mas a empresa iniciada pelo mestre-costureiro Dario Mandatori em 1973 tem mais outras duas lojas, estas que vestem mulheres e crianças. Há roupas prontas, como camisas clássicas a partir de € 130 (cerca de R$ 540), mas o fino é encomendar uma vestimenta sob medida, escolhendo o tecido, o tipo de corte e o monograma que virá bordado no bolso, que pode ser o símbolo de uma família ou um brasão pessoal. Entre os fregueses habituais que o procuram em busca de seus tecidos para cobrir o corpo, o proprietário menciona o jogador brasileiro de futebol Zico e também o ator norte-americano Gregory Peck. ONDE Dan Roma (via Francesco Crispi, 60) MAIS danroma.com 8. VIDROS COLORIDOS Para a Nigéria, a Vetrarte d'Arte Giuliani, que existe desde 1900, fez um vitral de 1.400 m² que está no Ecumenical Centre de Abuja. Eles usam uma técnica milenar para produzir vidros de diversas cores que, cortados com diamante, são artisticamente unidos por uma estreita barrinha de chumbo, formando mosaicos realistas ou abstratos, dependendo da encomenda. No interior da fábrica, onde os espaços são grandes, os vitrais têm estilos tão ecléticos que já foram usados em prédios da cidade alemã de Leipzig, em mesquitas, no palácio real de Doha, no Qatar, em construções na Arábia Saudita e até no próprio Vaticano, um dos seus fregueses habituais. ONDE Vetrate d'Arte Giuliani (via Garibaldi, 55A) MAIS vetrategiuliani.com - 9. VACAS NA MESA DO PAPA Fausto Maria Franchi, que hoje trabalha ao lado de seu filho Enrico, faz objetos e esculturas de estilo moderno usando metais, especialmente a prata. Ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras, que ganha porcentagem da venda de seus trabalhos, o artista faz, por exemplo, esculturas de vacas que denunciam a proliferação de alimentos transgênicos. A pouca distância do rio Tibre, o ateliê Bottega Franchi é uma galeria que ostenta uma vitrine com suas obras. Não muito longe dali, no Vaticano, o papa Francisco, que aboliu o uso de ouro, tem uma das vacas de Fausto exposta sobre sua mesa de trabalho. ONDE Bottega Franchi di Enrico Franchi (via di Ripetta, 156) MAIS bottegafranchi.com - 10. CHAPÉUS MAIS MALUCOS Desde 1936, a Antica Manifattura Capelli confecciona chapéus no mesmo local, cujas prateleiras exibem mais de 1.500 formas de madeira. Os modelos, sejam eles cartolas ou femininos, são feitos em método tradicional, quando o feltro é aquecido no vapor e esticado por um chapeleiro sobre as formas de madeira. Patrizia Fabri, que era freguesa do negócio e resolveu adquiri-lo nos anos 1980, conta que, antigamente, os chapeleiros tinham fama de "malucos" por causa da intoxicação causada pelos vapores do mercúrio usado no processo. Daí a alusão do escritor Lewis Carroll (1832-1892) no personagem Chapeleiro Maluco em "Alice no País das Maravilhas". ONDE Antica Manifattura Cappelli (via Degli Scipioni, 46) MAIS antica-cappelleria.it - 11. e 12. SAPATOS À MÃO Chique e para poucos, a Bocache & Salvucci demora ao menos 14 horas para confeccionar manualmente um par de sapatos de couro. Mas o cliente, por sua vez, vai esperar mais de um mês para receber a primeira encomenda, cujo preço pode passar de € 1.000 (R$ 4.160). Esse é o tempo que leva para fazer a forma. Na Calzoleria Petrocchi, os calçados feitos a mão por Marco Cecchi também são vendidos sob encomenda. Ele utiliza couro de vitelos franceses, alemães e ingleses para cobrir os pés de damas e cavalheiros que disponham de pelo menos € 800 (R$ 3.330). ONDE Bocache & Salvucci Calzolai (via Francesco Crispi, 115/A; bocachesalvucci.com ); Calzoleria Petrocchi (Vicolo Sugarelli, 2; calzoleriapetrocchi.it ) O jornalista viajou a convite da Câmara
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Com crise, empresas aéreas asiáticas deixarão o Brasil após Olimpíada
Depois que a Olimpíada e a Paraolimpíada do Rio acabarem, ao menos duas companhias aéreas estrangeiras vão deixar de operar no Brasil –coincidentemente, ambas são asiáticas. A Korean Air, que implantou em 2008 a rota São Paulo-Seul, com escala em Los Angeles (EUA), fará a última viagem em 24 de setembro (a seguinte, que sairia no dia 26, não vai mais decolar). A empresa não informou detalhes do que levou à decisão, mas na imprensa sul-coreana circulou a informação de que a rota seria deficitária. Nos últimos tempos, inclusive, haviam sido alterados os aviões usados, para modelos de menor capacidade, e o número de viagens semanais, de cinco para três. Quem comprou passagens para depois de 24 de setembro deve procurar a empresa para ser reembolsado ou realocado em voos de parceiros (por exemplo, a American, se o destino for Los Angeles). Outra empresa que vai encerrar as operações é a Singapore Airlines, que chegou ao Brasil em 2011. A rota São Paulo-Cingapura, com escala em Barcelona (Espanha), vai ser interrompida depois do voo de 20 de outubro. Segundo a empresa, a "difícil decisão é resultado do fraco desempenho sustentado pela rota". Clientes afetados também podem pedir reembolso sem taxas extras. A Singapore diz que "continuará a servir o Brasil em conexões com parceiras". As asiáticas não serão as únicas a alterar a estrutura no Brasil. O país perdeu, em março, uma conexão com o Chile, realizada pela chilena Sky. Na mesma época, a angolana Taag reduziu a frequência de seus voos. Eles eram diários, partindo alternadamente de São Paulo e do Rio, e passaram a sair cinco vezes por semana; a empresa ainda estuda transformar o voo em circular (Luanda-São Paulo-Rio-Luanda). Entre março e maio, a American suspendeu as ligações a cidades americanas como Miami partindo de Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Salvador e Recife (permanecem os voos a partir de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Manaus). "A companhia avalia continuamente sua rede de voos, observando a demanda e a oferta em cada rota em que opera. Queremos assegurar que nossa frota e tripulações sirvam rotas rentáveis", afirmou a empresa. Ainda neste mês, a Gol vai interromper seus voos para Barbados e Tobago, no Caribe, também para "adequar a malha à demanda do país". Em 15 de setembro, a Air France vai encerrar a rota Brasília-Paris (continuam voos a partir de São Paulo e do Rio) –"em virtude da queda da demanda na rota, causada pela desaceleração econômica do Brasil". Em outubro, a Lufthansa suspende a São Paulo-Munique (permanece o voo diário a Frankfurt).
turismo
Com crise, empresas aéreas asiáticas deixarão o Brasil após OlimpíadaDepois que a Olimpíada e a Paraolimpíada do Rio acabarem, ao menos duas companhias aéreas estrangeiras vão deixar de operar no Brasil –coincidentemente, ambas são asiáticas. A Korean Air, que implantou em 2008 a rota São Paulo-Seul, com escala em Los Angeles (EUA), fará a última viagem em 24 de setembro (a seguinte, que sairia no dia 26, não vai mais decolar). A empresa não informou detalhes do que levou à decisão, mas na imprensa sul-coreana circulou a informação de que a rota seria deficitária. Nos últimos tempos, inclusive, haviam sido alterados os aviões usados, para modelos de menor capacidade, e o número de viagens semanais, de cinco para três. Quem comprou passagens para depois de 24 de setembro deve procurar a empresa para ser reembolsado ou realocado em voos de parceiros (por exemplo, a American, se o destino for Los Angeles). Outra empresa que vai encerrar as operações é a Singapore Airlines, que chegou ao Brasil em 2011. A rota São Paulo-Cingapura, com escala em Barcelona (Espanha), vai ser interrompida depois do voo de 20 de outubro. Segundo a empresa, a "difícil decisão é resultado do fraco desempenho sustentado pela rota". Clientes afetados também podem pedir reembolso sem taxas extras. A Singapore diz que "continuará a servir o Brasil em conexões com parceiras". As asiáticas não serão as únicas a alterar a estrutura no Brasil. O país perdeu, em março, uma conexão com o Chile, realizada pela chilena Sky. Na mesma época, a angolana Taag reduziu a frequência de seus voos. Eles eram diários, partindo alternadamente de São Paulo e do Rio, e passaram a sair cinco vezes por semana; a empresa ainda estuda transformar o voo em circular (Luanda-São Paulo-Rio-Luanda). Entre março e maio, a American suspendeu as ligações a cidades americanas como Miami partindo de Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Salvador e Recife (permanecem os voos a partir de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Manaus). "A companhia avalia continuamente sua rede de voos, observando a demanda e a oferta em cada rota em que opera. Queremos assegurar que nossa frota e tripulações sirvam rotas rentáveis", afirmou a empresa. Ainda neste mês, a Gol vai interromper seus voos para Barbados e Tobago, no Caribe, também para "adequar a malha à demanda do país". Em 15 de setembro, a Air France vai encerrar a rota Brasília-Paris (continuam voos a partir de São Paulo e do Rio) –"em virtude da queda da demanda na rota, causada pela desaceleração econômica do Brasil". Em outubro, a Lufthansa suspende a São Paulo-Munique (permanece o voo diário a Frankfurt).
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Keira Knightley será Fada Açucarada em novo filme de 'O Quebra-Nozes'
Keira Knightley fará parte do elenco de um novo filme baseado na história de "O Quebra-Nozes", do escritor francês Alexandre Dumas, imortalizada no balé do russo Tchaikovsky, anunciou nesta terça (16) a Variety. A atriz se junta a Mackenzie Foy ("Interstellar"), Morgan Freeman e à bailarina Misty Copeland, já confirmados para a produção da Disney. Na versão live-action (mistura de animação com atores reais), Keira interpretará a Fada Açucarada, personagem que tem um dos mais temas mais famosos do balé de 1892. "The Nutcracker and the Four Realms" ("O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos", em tradução livre), como foi intitulado até o momento, terá apenas uma sequência principal de dança, segundo a publicação.
ilustrada
Keira Knightley será Fada Açucarada em novo filme de 'O Quebra-Nozes'Keira Knightley fará parte do elenco de um novo filme baseado na história de "O Quebra-Nozes", do escritor francês Alexandre Dumas, imortalizada no balé do russo Tchaikovsky, anunciou nesta terça (16) a Variety. A atriz se junta a Mackenzie Foy ("Interstellar"), Morgan Freeman e à bailarina Misty Copeland, já confirmados para a produção da Disney. Na versão live-action (mistura de animação com atores reais), Keira interpretará a Fada Açucarada, personagem que tem um dos mais temas mais famosos do balé de 1892. "The Nutcracker and the Four Realms" ("O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos", em tradução livre), como foi intitulado até o momento, terá apenas uma sequência principal de dança, segundo a publicação.
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AGU quer processar JBS por possível lucro obtido com delação premiada
A AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu processar os movimentos sociais e as centrais sindicais responsáveis pelo protesto na semana passada em Brasília. O órgão também está se planejando para processar a JBS caso fique comprovado que a empresa lucrou com a divulgação de sua delação. A manifestação teve como alvo Michel Temer e as reformas promovidas pelo governo. A delação da JBS incluiu acusações contra o presidente e membros de seu governo. A ministra Grace Mendonça, que chefia a pasta, afirmou nesta terça (30) que todos os movimentos que organizaram a manifestação contra o governo Michel Temer na Esplanada dos Ministérios responderão nos processos. O objetivo, diz ela, é ressarcir o erário pelos prejuízos causados com a depredação de prédios públicos. A primeira ação envolve os danos ao prédio do Ministério da Agricultura. Nele, a AGU pede R$ 1,5 milhão. Segundo ela, há outras ações envolvendo os prejuízos causados em outros seis ministérios. No caso da JBS, Grace disse que a AGU aguarda a conclusão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre operações supostamente feitas pela companhias às vésperas da divulgação de seu acordo de delação. Há suspeita de que a empresa tenha comprado dólares e vendido ações, antecipando-se à desvalorização do real e à queda dos papéis na Bovespa. Segundo Grace, a pasta está preparada para entrar na Justiça por danos ao sistema financeiro. As informações foram dadas após a ministra participar de debate no evento Fórum Brasil Investimentos, em São Paulo. PERPLEXIDADE Afirmando que representa apenas a União e não o presidente, Grace disse que ficou "perplexa", como "toda a sociedade", diante "da situação relacionada ao diálogo do presidente da República", referindo-se à conversa com Temer gravada por Joesley Batista. Disse que, por isso, é fundamental que a perícia no áudio seja concluída. Questionada sobre exatamente o que causou perplexidade no caso, ela disse que se referia aos termos do acordo que concedeu ao dono da JBS "praticamente imunidade de uma perspectiva criminal". "Se alguma nulidade for constatada na delação, a Suprema Corte dará o tratamento adequado", disse Grace. Apesar de ter criticado o acordo firmado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), ela não quis comentar o conteúdo da conversa divulgada. Sobre isso, ela disse que o presidente "tem demonstrado seriedade e respeito às regra constitucionais" e "fará esclarecimentos com total tranquilidade". DEMOCRACIA "DURA" A democracia é, às vezes, mais dura do que uma ditadura, disse o presidente do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro, no evento. Carreiro fazia referência ao fato de o tribunal ter tomado medidas rigorosas, segundo ele, contra os desmandos ocorridos na Petrobras e, em decorrência disso, ter de lidar hoje com 23 mandados de segurança contra as suas ações. No mesmo painel, o ex-secretário de política econômica, Marcos Lisboa, disse que o que oferece insegurança ao Brasil não é o Estado de Direito. Para ele, vários escândalos mostram que "há muito de errado em nossos controles".
mercado
AGU quer processar JBS por possível lucro obtido com delação premiadaA AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu processar os movimentos sociais e as centrais sindicais responsáveis pelo protesto na semana passada em Brasília. O órgão também está se planejando para processar a JBS caso fique comprovado que a empresa lucrou com a divulgação de sua delação. A manifestação teve como alvo Michel Temer e as reformas promovidas pelo governo. A delação da JBS incluiu acusações contra o presidente e membros de seu governo. A ministra Grace Mendonça, que chefia a pasta, afirmou nesta terça (30) que todos os movimentos que organizaram a manifestação contra o governo Michel Temer na Esplanada dos Ministérios responderão nos processos. O objetivo, diz ela, é ressarcir o erário pelos prejuízos causados com a depredação de prédios públicos. A primeira ação envolve os danos ao prédio do Ministério da Agricultura. Nele, a AGU pede R$ 1,5 milhão. Segundo ela, há outras ações envolvendo os prejuízos causados em outros seis ministérios. No caso da JBS, Grace disse que a AGU aguarda a conclusão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre operações supostamente feitas pela companhias às vésperas da divulgação de seu acordo de delação. Há suspeita de que a empresa tenha comprado dólares e vendido ações, antecipando-se à desvalorização do real e à queda dos papéis na Bovespa. Segundo Grace, a pasta está preparada para entrar na Justiça por danos ao sistema financeiro. As informações foram dadas após a ministra participar de debate no evento Fórum Brasil Investimentos, em São Paulo. PERPLEXIDADE Afirmando que representa apenas a União e não o presidente, Grace disse que ficou "perplexa", como "toda a sociedade", diante "da situação relacionada ao diálogo do presidente da República", referindo-se à conversa com Temer gravada por Joesley Batista. Disse que, por isso, é fundamental que a perícia no áudio seja concluída. Questionada sobre exatamente o que causou perplexidade no caso, ela disse que se referia aos termos do acordo que concedeu ao dono da JBS "praticamente imunidade de uma perspectiva criminal". "Se alguma nulidade for constatada na delação, a Suprema Corte dará o tratamento adequado", disse Grace. Apesar de ter criticado o acordo firmado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), ela não quis comentar o conteúdo da conversa divulgada. Sobre isso, ela disse que o presidente "tem demonstrado seriedade e respeito às regra constitucionais" e "fará esclarecimentos com total tranquilidade". DEMOCRACIA "DURA" A democracia é, às vezes, mais dura do que uma ditadura, disse o presidente do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro, no evento. Carreiro fazia referência ao fato de o tribunal ter tomado medidas rigorosas, segundo ele, contra os desmandos ocorridos na Petrobras e, em decorrência disso, ter de lidar hoje com 23 mandados de segurança contra as suas ações. No mesmo painel, o ex-secretário de política econômica, Marcos Lisboa, disse que o que oferece insegurança ao Brasil não é o Estado de Direito. Para ele, vários escândalos mostram que "há muito de errado em nossos controles".
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Veja Nova Orleans destruída pelo Katrina e reconstruída após dez anos
Há dez anos, a passagem do furacão Katrina. deixou devastada a cidade de Nova Orleans, no Estado americano da Louisiana. Localizada abaixo do nível do mar, Nova Orleans é protegida por diques. Na manhã de 29 de agosto de 2005, quando o Katrina tocou o solo dos Estados Unidos com ventos de até 193 quilômetros por hora, os diques se romperam, deixando mais de 80% da cidade alagada. O furacão Katrina foi um dos maiores desastres naturais a atingir os Estados Unidos. No total, mais de 1.800 pessoas morreram. A reconstrução das áreas afetadas teve o custo recorde US$ 108 bilhões (R$ 385 bilhões). Nas montagens abaixo, as fotos à esquerda mostram pontos de Nova Orleans logo após a tragédia; as imagens à direita representam os mesmos locais atualmente. * - - - -
mundo
Veja Nova Orleans destruída pelo Katrina e reconstruída após dez anosHá dez anos, a passagem do furacão Katrina. deixou devastada a cidade de Nova Orleans, no Estado americano da Louisiana. Localizada abaixo do nível do mar, Nova Orleans é protegida por diques. Na manhã de 29 de agosto de 2005, quando o Katrina tocou o solo dos Estados Unidos com ventos de até 193 quilômetros por hora, os diques se romperam, deixando mais de 80% da cidade alagada. O furacão Katrina foi um dos maiores desastres naturais a atingir os Estados Unidos. No total, mais de 1.800 pessoas morreram. A reconstrução das áreas afetadas teve o custo recorde US$ 108 bilhões (R$ 385 bilhões). Nas montagens abaixo, as fotos à esquerda mostram pontos de Nova Orleans logo após a tragédia; as imagens à direita representam os mesmos locais atualmente. * - - - -
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Professores estaduais de SP fazem paralisação nesta sexta-feira
Profissionais da Educação do Estado de São Paulo fazem nesta sexta-feira (29) paralisação e dois atos contra a política salarial do governo Geraldo Alckmin (PSDB). A Apeoesp, uma das cinco entidades sindicais que organizam as manifestações, pode decretar greve hoje. A categoria exige reajuste. O último aumento foi no meio do ano de 2014. Os professores pedem a recomposição da inflação do período, de 16,6%, segundo o IPCA. Até agora, o governo não sinalizou com uma possibilidade de reajuste. Maior sindicato da rede, a Apeoesp convocou assembleia para as 14h na avenida Paulista. Os outros sindicatos se reúnem na praça da República, às 15h, para debater a mobilização e, segundo os dirigentes, definir um calendário de uma possível greve. A última vez que as entidades se unificaram para uma paralisação foi em 2010. A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Bebel, diz que o secretário José Renato Nalini pediu para discutir o reajuste no dia 24 de maio. "A categoria está indignada e parte dos professores acha que a greve é a saída agora", diz. "Mas há quem prefira aguardar, vamos discutir com a base". Francisco Poli, da Udemo (sindicato dos diretores de escolas), diz que o aumento vai depender de Alckmin. "A palavra final é do governador. E aí não estamos sentindo sensibilidade". "A insatisfação é muito grande e, no caso dos diretores, eles precisam absorver todos os problemas da rede, como merenda, falta de impressora, e professores." REIVINDICAÇÕES 16,6% é o reajuste pedido pela categoria, para repor a inflação desde jul.2014, data do último aumento (7%) Outras exigências: R$ 2.415,89 é o piso salarial dos professores de São Paulo com 40 horas de carga horária 259 mil é o total de profissionais da Educação na rede estadual de SP; são 3,5 milhões de alunos -49% é a diferença entre o piso salarial de um professor em SP e a média de um profissional com nível superior
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Professores estaduais de SP fazem paralisação nesta sexta-feiraProfissionais da Educação do Estado de São Paulo fazem nesta sexta-feira (29) paralisação e dois atos contra a política salarial do governo Geraldo Alckmin (PSDB). A Apeoesp, uma das cinco entidades sindicais que organizam as manifestações, pode decretar greve hoje. A categoria exige reajuste. O último aumento foi no meio do ano de 2014. Os professores pedem a recomposição da inflação do período, de 16,6%, segundo o IPCA. Até agora, o governo não sinalizou com uma possibilidade de reajuste. Maior sindicato da rede, a Apeoesp convocou assembleia para as 14h na avenida Paulista. Os outros sindicatos se reúnem na praça da República, às 15h, para debater a mobilização e, segundo os dirigentes, definir um calendário de uma possível greve. A última vez que as entidades se unificaram para uma paralisação foi em 2010. A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Bebel, diz que o secretário José Renato Nalini pediu para discutir o reajuste no dia 24 de maio. "A categoria está indignada e parte dos professores acha que a greve é a saída agora", diz. "Mas há quem prefira aguardar, vamos discutir com a base". Francisco Poli, da Udemo (sindicato dos diretores de escolas), diz que o aumento vai depender de Alckmin. "A palavra final é do governador. E aí não estamos sentindo sensibilidade". "A insatisfação é muito grande e, no caso dos diretores, eles precisam absorver todos os problemas da rede, como merenda, falta de impressora, e professores." REIVINDICAÇÕES 16,6% é o reajuste pedido pela categoria, para repor a inflação desde jul.2014, data do último aumento (7%) Outras exigências: R$ 2.415,89 é o piso salarial dos professores de São Paulo com 40 horas de carga horária 259 mil é o total de profissionais da Educação na rede estadual de SP; são 3,5 milhões de alunos -49% é a diferença entre o piso salarial de um professor em SP e a média de um profissional com nível superior
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Minuto da Política: veja destaques desta quarta-feira
O ex-ministro do governo Lula José Dirceu foi condenado a 23 anos e três meses de prisão, acusado de participar de esquema de propina na Petrobras. É a maior condenação da Operação Lava Jato até agora. Dirceu, que é suspeito de receber R$ 15 milhões de propina da empresa Engevix por meio de sua consultoria, já havia sido condenado pelo mensalão. Ele está preso desde agosto, no Paraná. A defesa dele nega as acusações e diz que vai recorrer da decisão. Veja estes e outros destaques no vídeo a seguir, com Daniela Mercier.
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Minuto da Política: veja destaques desta quarta-feiraO ex-ministro do governo Lula José Dirceu foi condenado a 23 anos e três meses de prisão, acusado de participar de esquema de propina na Petrobras. É a maior condenação da Operação Lava Jato até agora. Dirceu, que é suspeito de receber R$ 15 milhões de propina da empresa Engevix por meio de sua consultoria, já havia sido condenado pelo mensalão. Ele está preso desde agosto, no Paraná. A defesa dele nega as acusações e diz que vai recorrer da decisão. Veja estes e outros destaques no vídeo a seguir, com Daniela Mercier.
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Renner deixa cliente com 'nome sujo' após conta paga, diz leitor
O leitor Robert Amorim conta ter ficado com o nome "negativado" após uma compra na loja Renner. Ele diz que fez o pagamento até antes da data de vencimento, mas na mesma semana recebeu uma carta do Serasa e outra do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) avisando que seu nome seria incluído na lista de restrição. Amorim tentou resolver a questão na central de cobrança da Renner, que informou que o débito estava em aberto. Para evitar problemas, ele diz que foi até a loja e pagou a conta novamente. O problema, porém, não foi resolvido. "Eu já paguei duas vezes por um mesmo valor. Eu não vou pagar a terceira", diz. RESPOSTA - A Renner diz a situação foi solucionada e o cliente não consta em cadastro restritivo de crédito. - Queixa de José Fernando Dias Pereira: débito indevido Curso de graduação foi trancado no meio de 2013 com as mensalidades pagas. Porém sistema do SCPC aponta dívida de R$ 1.843,30 com a universidade, referente a setembro daquele ano. Resposta da Estácio Diz que solicitou o cancelamento do débito e que vai atualizar o status do ex-aluno. - Queixa de Anderson Barberi: conserto demorado Após sucessivos reparos desde outubro de 2014, adega foi recolhida para testes em 1º de dezembro de 2015. A previsão de resposta era de três dias, mas, após um mês, assistência não diz quando o produto será devolvido. Resposta da Electrolux Informa que realizará a troca do produto visando minimizar todo o transtorno. - Queixa de Carlos Roberto de Castro: falta de resposta Após um golpe em cartão de crédito, cliente enviou duas cartas a banco pedindo o não reconhecimento de compras e saques realizados. Um mês após a última manifestação, instituição ainda não respondeu. Resposta do HSBC Afirma que prestou esclarecimentos ao cliente sobre as transações não reconhecidas. - Queixa de Alan Marcel: falha em produto Aplicação do produto contra pulgas e carrapatos Advantage Max3 não funcionou em cachorro mesmo com o cumprimento de todas as orientações da bula. Não houve retorno da fabricante sobre reclamação. Resposta da Bayer Dúvidas foram esclarecidas e o animal foi atendido pela clínica da empresa.
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Renner deixa cliente com 'nome sujo' após conta paga, diz leitorO leitor Robert Amorim conta ter ficado com o nome "negativado" após uma compra na loja Renner. Ele diz que fez o pagamento até antes da data de vencimento, mas na mesma semana recebeu uma carta do Serasa e outra do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) avisando que seu nome seria incluído na lista de restrição. Amorim tentou resolver a questão na central de cobrança da Renner, que informou que o débito estava em aberto. Para evitar problemas, ele diz que foi até a loja e pagou a conta novamente. O problema, porém, não foi resolvido. "Eu já paguei duas vezes por um mesmo valor. Eu não vou pagar a terceira", diz. RESPOSTA - A Renner diz a situação foi solucionada e o cliente não consta em cadastro restritivo de crédito. - Queixa de José Fernando Dias Pereira: débito indevido Curso de graduação foi trancado no meio de 2013 com as mensalidades pagas. Porém sistema do SCPC aponta dívida de R$ 1.843,30 com a universidade, referente a setembro daquele ano. Resposta da Estácio Diz que solicitou o cancelamento do débito e que vai atualizar o status do ex-aluno. - Queixa de Anderson Barberi: conserto demorado Após sucessivos reparos desde outubro de 2014, adega foi recolhida para testes em 1º de dezembro de 2015. A previsão de resposta era de três dias, mas, após um mês, assistência não diz quando o produto será devolvido. Resposta da Electrolux Informa que realizará a troca do produto visando minimizar todo o transtorno. - Queixa de Carlos Roberto de Castro: falta de resposta Após um golpe em cartão de crédito, cliente enviou duas cartas a banco pedindo o não reconhecimento de compras e saques realizados. Um mês após a última manifestação, instituição ainda não respondeu. Resposta do HSBC Afirma que prestou esclarecimentos ao cliente sobre as transações não reconhecidas. - Queixa de Alan Marcel: falha em produto Aplicação do produto contra pulgas e carrapatos Advantage Max3 não funcionou em cachorro mesmo com o cumprimento de todas as orientações da bula. Não houve retorno da fabricante sobre reclamação. Resposta da Bayer Dúvidas foram esclarecidas e o animal foi atendido pela clínica da empresa.
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Janot cita repasses de donos de Gol e JBS a operador
O grupo proprietário da JBS repassou cerca de R$ 31 milhões para empresas do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro nos últimos anos, de acordo com informações repassadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. Ainda segundo Janot, empresas ligadas ao dono da Gol, Henrique Constantino, transferiram R$ 492.500 a uma empresa de Funaro. Ambos são suspeitos de pagar propina para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, com base em relatos da delação premiada do ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto. Os dados constam de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) repassados ao Supremo por Janot para pedir a busca e apreensão contra os dois empresários na Operação Sépsis, realizada na última sexta-feira (1º). A ação levou a buscas nas casas de Constantino e de Joesley Batista, dono da J&F –controladora da JBS, maior processadora de carne bovina do mundo. Também resultou na prisão preventiva de Funaro, apontando como operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na corrupção na Caixa. Segundo os relatórios dos investigadores, houve transferências de diversas empresas do grupo para Funaro. A J&F teria remetido mais de R$ 13 milhões. Já a Agrícola Jandelle SA –detentora da marca Big Frango, adquirida pelo grupo JBS em novembro de 2014– teria repassado R$ 11,5 milhões para o operador. Também são citadas remessas da JBS, de R$ 3,8 milhões, e da Eldorado Brasil, de R$ 3,2 milhões. As transações foram utilizadas por Janot para mostrar o que chama de "relação próxima" entre Batista e Funaro. O procurador-geral afirmou ainda que as movimentações são consideradas "suspeitas". "Não custa recordar que Funaro não possui atividade lícita real e não há sentido econômico nas referidas transações", escreveu Janot. A Eldorado foi apontada na delação de Cleto como responsável por pagar propina em troca da obtenção de um aporte de R$ 940 milhões do FI-FGTS. Segundo Cleto, Funaro era operador desses recebimentos de propina e também teria se beneficiado. No caso de Constantino, a PGR aponta como suspeitas transferências de duas empresas ligadas a ele, a Viação Piracicabana e a Princesa do Norte. Janot diz que esses pagamentos ocorreram entre maio e agosto de 2012, poucos meses depois da aprovação de um aporte do FI-FGTS de R$ 300 milhões para empresa de Constantino. OUTRO LADO O advogado de Lúcio Funaro, Daniel Gerber, afirmou que os pagamentos a ele são por "negócios lícitos". A assessoria da J&F afirmou que os repasses são referentes a serviços que ele prestou. Citou que Funaro intermediou a compra da Big Frango pela JBS, atuou na saída da família Bertin da holding e vendeu móveis e imóveis. A Eldorado diz que a captação de recursos do FI-FGTS seguiu todas as regras. A assessoria de Henrique Constantino afirmou que "colabora com as autoridades".
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Janot cita repasses de donos de Gol e JBS a operadorO grupo proprietário da JBS repassou cerca de R$ 31 milhões para empresas do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro nos últimos anos, de acordo com informações repassadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. Ainda segundo Janot, empresas ligadas ao dono da Gol, Henrique Constantino, transferiram R$ 492.500 a uma empresa de Funaro. Ambos são suspeitos de pagar propina para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, com base em relatos da delação premiada do ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto. Os dados constam de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) repassados ao Supremo por Janot para pedir a busca e apreensão contra os dois empresários na Operação Sépsis, realizada na última sexta-feira (1º). A ação levou a buscas nas casas de Constantino e de Joesley Batista, dono da J&F –controladora da JBS, maior processadora de carne bovina do mundo. Também resultou na prisão preventiva de Funaro, apontando como operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na corrupção na Caixa. Segundo os relatórios dos investigadores, houve transferências de diversas empresas do grupo para Funaro. A J&F teria remetido mais de R$ 13 milhões. Já a Agrícola Jandelle SA –detentora da marca Big Frango, adquirida pelo grupo JBS em novembro de 2014– teria repassado R$ 11,5 milhões para o operador. Também são citadas remessas da JBS, de R$ 3,8 milhões, e da Eldorado Brasil, de R$ 3,2 milhões. As transações foram utilizadas por Janot para mostrar o que chama de "relação próxima" entre Batista e Funaro. O procurador-geral afirmou ainda que as movimentações são consideradas "suspeitas". "Não custa recordar que Funaro não possui atividade lícita real e não há sentido econômico nas referidas transações", escreveu Janot. A Eldorado foi apontada na delação de Cleto como responsável por pagar propina em troca da obtenção de um aporte de R$ 940 milhões do FI-FGTS. Segundo Cleto, Funaro era operador desses recebimentos de propina e também teria se beneficiado. No caso de Constantino, a PGR aponta como suspeitas transferências de duas empresas ligadas a ele, a Viação Piracicabana e a Princesa do Norte. Janot diz que esses pagamentos ocorreram entre maio e agosto de 2012, poucos meses depois da aprovação de um aporte do FI-FGTS de R$ 300 milhões para empresa de Constantino. OUTRO LADO O advogado de Lúcio Funaro, Daniel Gerber, afirmou que os pagamentos a ele são por "negócios lícitos". A assessoria da J&F afirmou que os repasses são referentes a serviços que ele prestou. Citou que Funaro intermediou a compra da Big Frango pela JBS, atuou na saída da família Bertin da holding e vendeu móveis e imóveis. A Eldorado diz que a captação de recursos do FI-FGTS seguiu todas as regras. A assessoria de Henrique Constantino afirmou que "colabora com as autoridades".
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Último álbum de David Bowie, 'Blackstar' é finalista do Mercury Prize
"Blackstar', último lançamento de David Bowie, é um dos finalistas do Mercury Prize, que define o melhor álbum britânico e irlandês do ano para a indústria fonográfica. "É música para fazer sentido em nosso tempo inquietante –sincera, irritada, pensativa e emocionante", destacou o júri da premiação sobre o álbum do camaleão. Ao todo, 12 álbuns foram selecionados para a final do prêmio que será concedido nesta quinta (15). Bowie morreu em janeiro, vítima de câncer, dois dias depois do lançamento do álbum, na data em que completou 69 anos. Outro candidato importante ao prêmio é Radiohead, pelo álbum "A Moon Shaped Pool". Nem Bowie ou Radiohead venceram o Mercury Prize alguma vez. O grupo, inclusive, tem o recorde de indicações sem nunca levar o prêmio. Pela primeira vez desde a criação do Mercury Prize em 1992, nascido como uma alternativa aos Brit Awards, o público poderá votar, mas será o júri, formado por membros da indústria, que terá a palavra final. Os outros finalistas ao prêmio são Anohni ("Hopeless"), Bat for Lashes ("The Bride"), Jamie Woon ("Making Time"), Kano ("Made In The Manor"), Laura Mvula ("The Dreaming Room"), Michael Kiwanuka ("Love & Hate") Savages ("Adore Life"), Skepta ("Konnichiwa"), The 1975 ("I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It") e The Comet Is Coming ("Channel the Spirits"). Videoclipe de David Bowie
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Último álbum de David Bowie, 'Blackstar' é finalista do Mercury Prize"Blackstar', último lançamento de David Bowie, é um dos finalistas do Mercury Prize, que define o melhor álbum britânico e irlandês do ano para a indústria fonográfica. "É música para fazer sentido em nosso tempo inquietante –sincera, irritada, pensativa e emocionante", destacou o júri da premiação sobre o álbum do camaleão. Ao todo, 12 álbuns foram selecionados para a final do prêmio que será concedido nesta quinta (15). Bowie morreu em janeiro, vítima de câncer, dois dias depois do lançamento do álbum, na data em que completou 69 anos. Outro candidato importante ao prêmio é Radiohead, pelo álbum "A Moon Shaped Pool". Nem Bowie ou Radiohead venceram o Mercury Prize alguma vez. O grupo, inclusive, tem o recorde de indicações sem nunca levar o prêmio. Pela primeira vez desde a criação do Mercury Prize em 1992, nascido como uma alternativa aos Brit Awards, o público poderá votar, mas será o júri, formado por membros da indústria, que terá a palavra final. Os outros finalistas ao prêmio são Anohni ("Hopeless"), Bat for Lashes ("The Bride"), Jamie Woon ("Making Time"), Kano ("Made In The Manor"), Laura Mvula ("The Dreaming Room"), Michael Kiwanuka ("Love & Hate") Savages ("Adore Life"), Skepta ("Konnichiwa"), The 1975 ("I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It") e The Comet Is Coming ("Channel the Spirits"). Videoclipe de David Bowie
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Lista dos 50 melhores restaurantes do mundo será divulgada nesta segunda
Acontece nesta segunda-feira (1º), em Londres, a cerimônia de premiação dos 50 melhores restaurantes do mundo. A lista organizada pela revista britânica "Restaurant" só será divulgada a partir das 20h (16h, de Brasília). Os chefs já se reúnem em frente Guildhall para o evento. Devem estar entre os 50 melhores dois restaurantes brasileiros: D.O.M. (do chef Alex Atala) e Maní (de Helena Rizzo e Daniel Redondo). O catalão Redondo é o único representante entre os três na cerimônia. "Estar aqui já é um prêmio", disse à Folha. Em seu perfil no Instagram, o chef Alex Atala escreveu "Não importa a posição. Consistência. Dez anos entre os 50 melhores restaurantes do mundo! Estamos muito felizes por alcançar o maior desafio: consistência". Para assistir à transmissão ao vivo clique aqui. Na semana anterior à premiação, organizadores divulgaram os restaurantes ranqueados entre o 51o e 100o. Esta foi a primeira vez que o anúncio foi feito antes da cerimônia –normalmente são divulgados antes do evento os premiados em categorias especiais como melhor chef mulher (Hélène Darroze ) e conjunto da obra (Daniel Boulud ). Onze casas entraram para esta parte da lista, entre elas o argentino Tegui (em 83o lugar), o nono colocado na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina. Outro assunto deste ano foi o movimento criado contra o prêmio, o Occupy 50 Best. O abaixo-assinado encabeçado pela blogueira Marie Eatsider, a documentarista Hind Meddeb e a RP Zoé Reyners, pede que os patrocinadores retirem seu apoio ao prêmio, chamado de parcial e machista. A organização refutou as acusações e reafirmou que não interfere nos votos dos especialistas –que devem se basear em suas experiências recentes em sete restaurantes. A PREMIAÇÃO A lista de 50 melhores restaurantes do mundo é publicada, desde 2002, pela revista britânica especializada "Restaurant". Cinco casas já lideraram o ranking: o primeiro vencedor foi o El Bulli, de Ferran Adrià, na Catalunha (Espanha); nos dois anos seguintes (2003 e 2004), o americano The French Laundry, do chef Thomas Keller, na Califórnia, levou o prêmio. Em 2005, a liderança voltou para a Europa, por meio do The Fat Duck, de Heston Blumenthal, em Bray (Inglaterra). O El Bulli dominou a premiação entre 2006 e 2009, perdendo a liderança, em 2010, para o Noma, de Copenhague (Dinamarca). A casa de René Redzepi foi superada, em 2013, pelo El Celler de Can Roca, de Girona (Espanha) e depois retomou a liderança. Os escolhidos são indicados por um júri formado por mil pessoas, entre críticos, chefs, restaurateurs e "foodies" –ao menos um terço do corpo de jurados deve ser renovado a cada ano. Os jurados indicam sete restaurantes, por ordem de preferência. Ao menos três dos locais têm de estar fora da região do jurado, que precisa ter comido, nos últimos 18 meses, em todos os restaurantes que indicou. Qualquer casa do mundo pode ser indicada –desde que tenha ficado aberta durante o período de votação e não planeje fechar as portas nas semanas seguintes à divulgação do ranking. Além da lista que engloba 100 restaurantes, a "Restaurant" premia o conjunto da obra de um chef, a melhor chef mulher e o melhor chef de sobremesas do mundo, um restaurante promissor, um que represente a escolha dos chefs e o restaurante mais sustentável da lista. O ranking também serve de base para destacar as melhores casas de cada continente, o restaurante novo na lista mais bem colocado e o que galgou mais posições.
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Lista dos 50 melhores restaurantes do mundo será divulgada nesta segundaAcontece nesta segunda-feira (1º), em Londres, a cerimônia de premiação dos 50 melhores restaurantes do mundo. A lista organizada pela revista britânica "Restaurant" só será divulgada a partir das 20h (16h, de Brasília). Os chefs já se reúnem em frente Guildhall para o evento. Devem estar entre os 50 melhores dois restaurantes brasileiros: D.O.M. (do chef Alex Atala) e Maní (de Helena Rizzo e Daniel Redondo). O catalão Redondo é o único representante entre os três na cerimônia. "Estar aqui já é um prêmio", disse à Folha. Em seu perfil no Instagram, o chef Alex Atala escreveu "Não importa a posição. Consistência. Dez anos entre os 50 melhores restaurantes do mundo! Estamos muito felizes por alcançar o maior desafio: consistência". Para assistir à transmissão ao vivo clique aqui. Na semana anterior à premiação, organizadores divulgaram os restaurantes ranqueados entre o 51o e 100o. Esta foi a primeira vez que o anúncio foi feito antes da cerimônia –normalmente são divulgados antes do evento os premiados em categorias especiais como melhor chef mulher (Hélène Darroze ) e conjunto da obra (Daniel Boulud ). Onze casas entraram para esta parte da lista, entre elas o argentino Tegui (em 83o lugar), o nono colocado na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina. Outro assunto deste ano foi o movimento criado contra o prêmio, o Occupy 50 Best. O abaixo-assinado encabeçado pela blogueira Marie Eatsider, a documentarista Hind Meddeb e a RP Zoé Reyners, pede que os patrocinadores retirem seu apoio ao prêmio, chamado de parcial e machista. A organização refutou as acusações e reafirmou que não interfere nos votos dos especialistas –que devem se basear em suas experiências recentes em sete restaurantes. A PREMIAÇÃO A lista de 50 melhores restaurantes do mundo é publicada, desde 2002, pela revista britânica especializada "Restaurant". Cinco casas já lideraram o ranking: o primeiro vencedor foi o El Bulli, de Ferran Adrià, na Catalunha (Espanha); nos dois anos seguintes (2003 e 2004), o americano The French Laundry, do chef Thomas Keller, na Califórnia, levou o prêmio. Em 2005, a liderança voltou para a Europa, por meio do The Fat Duck, de Heston Blumenthal, em Bray (Inglaterra). O El Bulli dominou a premiação entre 2006 e 2009, perdendo a liderança, em 2010, para o Noma, de Copenhague (Dinamarca). A casa de René Redzepi foi superada, em 2013, pelo El Celler de Can Roca, de Girona (Espanha) e depois retomou a liderança. Os escolhidos são indicados por um júri formado por mil pessoas, entre críticos, chefs, restaurateurs e "foodies" –ao menos um terço do corpo de jurados deve ser renovado a cada ano. Os jurados indicam sete restaurantes, por ordem de preferência. Ao menos três dos locais têm de estar fora da região do jurado, que precisa ter comido, nos últimos 18 meses, em todos os restaurantes que indicou. Qualquer casa do mundo pode ser indicada –desde que tenha ficado aberta durante o período de votação e não planeje fechar as portas nas semanas seguintes à divulgação do ranking. Além da lista que engloba 100 restaurantes, a "Restaurant" premia o conjunto da obra de um chef, a melhor chef mulher e o melhor chef de sobremesas do mundo, um restaurante promissor, um que represente a escolha dos chefs e o restaurante mais sustentável da lista. O ranking também serve de base para destacar as melhores casas de cada continente, o restaurante novo na lista mais bem colocado e o que galgou mais posições.
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Novos voos
Pode-se considerar positivo o resultado do leilão de quatro aeroportos federais nesta quinta (16). Foi a primeira rodada de privatizações do setor de infraestrutura na gestão de Michel Temer (PMDB) –e depois da Lava Jato. Ao conceder à iniciativa privada a exploração dos terminais de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, o governo receberá à vista R$ 1,5 bilhão, mais de 90% acima do preço mínimo estipulado. A arrecadação ao longo dos 30 anos dos contratos chegará a R$ 3,7 bilhões. Trata-se de um alívio para a equipe de Temer, que receava um fracasso por falta de interessados. A despeito do número menor de concorrentes no certame —apenas três empresas, contra 11 grupos em 2012 e cinco em 2014—, os preços elevaram-se em todas as disputas. Esperam-se dos concessionários investimentos de R$ 6,6 bilhões. Conforme nova cláusula dos contratos, destinada a reduzir incertezas no negócio, o volume dos aportes dependerá de condições como o nível de demanda dos usuários. Do total de passageiros do país, 59% serão atendidos por aeroportos em regime de concessão —12% nos terminais recém-privatizados. O perfil das empresas vencedoras indica nova etapa no setor. São todas operadoras reconhecidas (a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suíça Zürich), que entraram sozinhas na empreitada. A ausência da estatal Infraero e de empreiteiras marca mudança fundamental em relação aos leilões realizados na gestão de Dilma Rousseff (PT). Desmobiliza-se o modelo que associava políticos, grandes construtoras, bancos federais e fundos de pensão em torno dos grandes projetos. A demonstração de que o país pode atrair investimentos em moldes de mercado e sem financiamento oficial é a notícia mais importante a ser comemorada. Deve-se conter os ânimos, porém, diante da dimensão dos desafios envolvidos na infraestrutura nacional. Se a regulamentação do setor aeroportuário está mais bem resolvida, o mesmo não se pode dizer, por exemplo, de ferrovias, mobilidade urbana e saneamento. Permanecem as dificuldades de sempre —má qualidade dos projetos, imprevisibilidade no licenciamento ambiental, confusão de jurisdição dos vários órgãos de controle, riscos de judicialização. São vícios resultantes de anos de intervenção caótica do Estado, seja por descrença nos mecanismos de mercado, seja por associação indevida entre políticas públicas e negócios privados. Nesse sentido, parece promissora a entrada de participantes não comprometidos com as deletérias práticas anteriores. [email protected]
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Novos voosPode-se considerar positivo o resultado do leilão de quatro aeroportos federais nesta quinta (16). Foi a primeira rodada de privatizações do setor de infraestrutura na gestão de Michel Temer (PMDB) –e depois da Lava Jato. Ao conceder à iniciativa privada a exploração dos terminais de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, o governo receberá à vista R$ 1,5 bilhão, mais de 90% acima do preço mínimo estipulado. A arrecadação ao longo dos 30 anos dos contratos chegará a R$ 3,7 bilhões. Trata-se de um alívio para a equipe de Temer, que receava um fracasso por falta de interessados. A despeito do número menor de concorrentes no certame —apenas três empresas, contra 11 grupos em 2012 e cinco em 2014—, os preços elevaram-se em todas as disputas. Esperam-se dos concessionários investimentos de R$ 6,6 bilhões. Conforme nova cláusula dos contratos, destinada a reduzir incertezas no negócio, o volume dos aportes dependerá de condições como o nível de demanda dos usuários. Do total de passageiros do país, 59% serão atendidos por aeroportos em regime de concessão —12% nos terminais recém-privatizados. O perfil das empresas vencedoras indica nova etapa no setor. São todas operadoras reconhecidas (a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suíça Zürich), que entraram sozinhas na empreitada. A ausência da estatal Infraero e de empreiteiras marca mudança fundamental em relação aos leilões realizados na gestão de Dilma Rousseff (PT). Desmobiliza-se o modelo que associava políticos, grandes construtoras, bancos federais e fundos de pensão em torno dos grandes projetos. A demonstração de que o país pode atrair investimentos em moldes de mercado e sem financiamento oficial é a notícia mais importante a ser comemorada. Deve-se conter os ânimos, porém, diante da dimensão dos desafios envolvidos na infraestrutura nacional. Se a regulamentação do setor aeroportuário está mais bem resolvida, o mesmo não se pode dizer, por exemplo, de ferrovias, mobilidade urbana e saneamento. Permanecem as dificuldades de sempre —má qualidade dos projetos, imprevisibilidade no licenciamento ambiental, confusão de jurisdição dos vários órgãos de controle, riscos de judicialização. São vícios resultantes de anos de intervenção caótica do Estado, seja por descrença nos mecanismos de mercado, seja por associação indevida entre políticas públicas e negócios privados. Nesse sentido, parece promissora a entrada de participantes não comprometidos com as deletérias práticas anteriores. [email protected]
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Virgilio Viana: Água do rio Amazonas para o resto do Brasil
A escassez de água é um problema que se agrava em todo o mundo, inclusive no Brasil. O cenário é extremamente preocupante, especialmente no contexto das mudanças climáticas globais. Segundo a ciência, secas extremas estarão cada vez mais frequentes ao longo deste século. Devemos nos preparar para isso e não tratar a seca de 2014 como um evento isolado. Existem alternativas para lidar com o problema da escassez, sendo algumas consensuais e simples e outras mais complexas, que exigem estudos de viabilidade. Comecemos pelas alternativas consensuais e óbvias. Primeiro, é necessário tratar os esgotos das cidades brasileiras. É inadmissível que a sétima economia do mundo trate apenas 38,7% do seu esgoto. Devemos ter uma meta clara para ter esgoto zero nos rios brasileiros. É necessário também controlar a poluição dos aquíferos subterrâneos brasileiros. Segundo, é necessário recuperar e restaurar a cobertura florestal das nascentes dos rios brasileiros. Não podemos assistir de maneira passiva à morte de rios como o São Francisco. Terceiro, é necessário melhorar a eficiência do uso da água, reduzindo perdas na rede de distribuição e o desperdício de água nas residências, na agricultura, na indústria e no setor de serviços. Devemos analisar também opções ousadas. Vale observar o que está sendo feito na China. Este país está prestes a concluir a primeira etapa da construção de três gigantescos canais que aproveitarão água dos principais rios do sul do país para o norte árido, onde fica a populosa capital Pequim. Esse projeto vai resultar no aproveitamento de 44,8 bilhões de metros cúbicos de água por ano, ao custo de 62 bilhões de dólares. A primeira grande obra de transporte de água na China foi o milenar Canal Central, construído 1409 anos atrás. A vazão anual média do rio Amazonas é de 132 milímetros cúbicos por segundo. A título de comparação, é 50 vezes maior do que a vazão do rio São Francisco e 100 vezes superior ao projeto da China. Proponho que seja instituída pela Presidência da República uma comissão de alto nível para analisar esse tema, coordenada por uma instituição de grande respeito como, por exemplo, a Academia Brasileira de Ciências. Esta comissão deveria ir à China e à Califórnia para analisar o que está sendo feito e realizar uma série de debates pelo Brasil. Esse amplo debate deve ter um forte caráter técnico e cientifico. Depois disso, feitos estes estudos e debates, caberia ao Governo Federal e o Congresso Nacional receber o relatório e avaliar a conveniência de transformá-lo em política de estado. A análise da viabilidade do aproveitamento da água da Amazônia deve responder algumas questões essenciais. Quais são as soluções tecnológicas para evitar que ocorra a invasão de espécies amazônicas nas demais bacias hidrográficas brasileiras? Qual é o limite de captação de água da Amazônia para evitar problemas ambientais, incluindo o aumento da salinização da água no estuário? Como fazer com que os principais beneficiários sejam os segmentos mais pobres do país? Quais são as soluções de engenharia para transportar a água? Qual seria o melhor traçado? Qual seria um orçamento aproximado e honesto? Quais são as tecnologias mais eficientes para atenuar os impactos ambientais, reduzir os custos e aumentar os benefícios sociais? O fornecimento de água da Amazônia para o Brasil não pode cometer erros do século passado e considerar que a água é uma dádiva da natureza a custo zero. Não há mais espaço para pensar na Amazônia como sendo um mero fornecedor de benefícios ao Brasil sem ter nenhuma compensação por isso. A melhor forma de conservar a Amazônia a longo prazo é valorizar economicamente a floresta em pé. A água dos rios amazônicos é um subproduto da floresta em pé. Utilizar a água do rio Amazonas é uma alternativa que deve ser analisada com seriedade. Não devemos embarcar no debate raso que frequentemente encontramos no Brasil. Não se trata de ser contra ou a favor, como numa discussão sobre futebol numa mesa de bar. O que defendo é que esta alternativa seja estudada de forma séria, utilizando o estado da arte da ciência e das tecnologias disponíveis. Além do desafio do projeto em si, temos o desafio de pensar em longo prazo, de maneira suprapartidária, acima das vaidades pessoais e institucionais - algo raro no Brasil. Trata-se de um projeto nacional, não de um programa de governo. VIRGILIO VIANA é superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável - FAS * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Virgilio Viana: Água do rio Amazonas para o resto do BrasilA escassez de água é um problema que se agrava em todo o mundo, inclusive no Brasil. O cenário é extremamente preocupante, especialmente no contexto das mudanças climáticas globais. Segundo a ciência, secas extremas estarão cada vez mais frequentes ao longo deste século. Devemos nos preparar para isso e não tratar a seca de 2014 como um evento isolado. Existem alternativas para lidar com o problema da escassez, sendo algumas consensuais e simples e outras mais complexas, que exigem estudos de viabilidade. Comecemos pelas alternativas consensuais e óbvias. Primeiro, é necessário tratar os esgotos das cidades brasileiras. É inadmissível que a sétima economia do mundo trate apenas 38,7% do seu esgoto. Devemos ter uma meta clara para ter esgoto zero nos rios brasileiros. É necessário também controlar a poluição dos aquíferos subterrâneos brasileiros. Segundo, é necessário recuperar e restaurar a cobertura florestal das nascentes dos rios brasileiros. Não podemos assistir de maneira passiva à morte de rios como o São Francisco. Terceiro, é necessário melhorar a eficiência do uso da água, reduzindo perdas na rede de distribuição e o desperdício de água nas residências, na agricultura, na indústria e no setor de serviços. Devemos analisar também opções ousadas. Vale observar o que está sendo feito na China. Este país está prestes a concluir a primeira etapa da construção de três gigantescos canais que aproveitarão água dos principais rios do sul do país para o norte árido, onde fica a populosa capital Pequim. Esse projeto vai resultar no aproveitamento de 44,8 bilhões de metros cúbicos de água por ano, ao custo de 62 bilhões de dólares. A primeira grande obra de transporte de água na China foi o milenar Canal Central, construído 1409 anos atrás. A vazão anual média do rio Amazonas é de 132 milímetros cúbicos por segundo. A título de comparação, é 50 vezes maior do que a vazão do rio São Francisco e 100 vezes superior ao projeto da China. Proponho que seja instituída pela Presidência da República uma comissão de alto nível para analisar esse tema, coordenada por uma instituição de grande respeito como, por exemplo, a Academia Brasileira de Ciências. Esta comissão deveria ir à China e à Califórnia para analisar o que está sendo feito e realizar uma série de debates pelo Brasil. Esse amplo debate deve ter um forte caráter técnico e cientifico. Depois disso, feitos estes estudos e debates, caberia ao Governo Federal e o Congresso Nacional receber o relatório e avaliar a conveniência de transformá-lo em política de estado. A análise da viabilidade do aproveitamento da água da Amazônia deve responder algumas questões essenciais. Quais são as soluções tecnológicas para evitar que ocorra a invasão de espécies amazônicas nas demais bacias hidrográficas brasileiras? Qual é o limite de captação de água da Amazônia para evitar problemas ambientais, incluindo o aumento da salinização da água no estuário? Como fazer com que os principais beneficiários sejam os segmentos mais pobres do país? Quais são as soluções de engenharia para transportar a água? Qual seria o melhor traçado? Qual seria um orçamento aproximado e honesto? Quais são as tecnologias mais eficientes para atenuar os impactos ambientais, reduzir os custos e aumentar os benefícios sociais? O fornecimento de água da Amazônia para o Brasil não pode cometer erros do século passado e considerar que a água é uma dádiva da natureza a custo zero. Não há mais espaço para pensar na Amazônia como sendo um mero fornecedor de benefícios ao Brasil sem ter nenhuma compensação por isso. A melhor forma de conservar a Amazônia a longo prazo é valorizar economicamente a floresta em pé. A água dos rios amazônicos é um subproduto da floresta em pé. Utilizar a água do rio Amazonas é uma alternativa que deve ser analisada com seriedade. Não devemos embarcar no debate raso que frequentemente encontramos no Brasil. Não se trata de ser contra ou a favor, como numa discussão sobre futebol numa mesa de bar. O que defendo é que esta alternativa seja estudada de forma séria, utilizando o estado da arte da ciência e das tecnologias disponíveis. Além do desafio do projeto em si, temos o desafio de pensar em longo prazo, de maneira suprapartidária, acima das vaidades pessoais e institucionais - algo raro no Brasil. Trata-se de um projeto nacional, não de um programa de governo. VIRGILIO VIANA é superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável - FAS * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Diário de Los Angeles - Dessalinização e Lloyd Wright na crista da onda
Os dois museus da Fundação Getty de Los Angeles esvaziaram seus espelhos d'água, enquanto o calçadão da Third Street Promenade, em Santa Mônica, segue firme com seu chafariz de dinossauro. A seca também anda brava na cidade, como em todo o Estado da Califórnia, que entra em seu quarto e pior ano de crise, mas nem todos se entendem na melhor forma de conservação. Alguns se voltam para o reservatório natural vizinho, o oceano. Diversos planos de dessalinização tomam conta da região, incluindo a maior usina do tipo no hemisfério ocidental, em Carlsbad, a 150 km ao sul de L.A. Com investimentos de US$ 1 bilhão, a empresa privada Poseidon Water quer produzir 212 milhões de litros de água potável por dia. A firma trabalha com engenheiros de Israel, país que em breve terá metade de sua água oriunda da dessalinização. Em Santa Barbara, a 150 km ao norte de L.A., uma usina dos anos 1990 voltará à ação após uma reforma de US$ 40 milhões. Dessalinização não é novidade por aqui, mas nunca foi algo popular. Nos condados de Santa Cruz e Marin, a população foi contra projetos do gênero. Entre as preocupações ambientais, estão a grande quantidade de eletricidade requerida pelo processo e o impacto nas vidas marinhas com a retirada da água do oceano e o descarte de sal. Em Long Beach, praia de L.A., uma usina foi construída em 2006 e seria a maior do país, mas acabou desativada em 2010. "É muito mais caro do que importar água, e temos outras opções para considerar primeiro, como reciclagem e água subterrânea", diz Kevin Wattier, diretor do Departamento de Água de Long Beach. FRANK LLOYD WRIGHT A primeira casa que o arquiteto Frank Lloyd Wright (1867-1959) projetou para Los Angeles reabriu suas portas para o público neste ano, num evento 24 horas e longas filas, após seis anos de reformas. A Hollyhock House, construída entre 1919 e 1921 para a excêntrica herdeira do petróleo Aline Barnsdall, é também a primeira da fase maia de Wright, feita com blocos de cimento texturizados no topo de uma colina com vista para Hollywood. As visitas acontecem de quinta a domingo e custam US$ 7. Hoje a residência pertence à cidade e faz parte do Barnsdall Art Park Complex, de programação extensa e variada, que inclui degustação de vinhos, cinema ao ar livre e workshops de arte. Mais difícil de visitar, outra imponente construção de Wright na cidade é a Ennis House, de 1924, usada como a casa do protagonista de "Blade Runner" (1982) e cenário de trabalhos de David Lynch, como "Twin Peaks" (1990-91). A propriedade no bairro de Los Feliz foi construída com 27 mil blocos, feitos manualmente com o granito retirado do próprio terreno, ao estilo de um templo maia. Dez tours para 200 pessoas foram organizados no último dia 5 pelo American Institute of Architects, e os próximos devem acontecer em setembro (ingressos à venda em agosto). A residência passou por uma reforma de US$ 6 milhões em 2007 e foi vendida em 2011 por US$ 4,5 milhões para um executivo que prometeu (em contrato) abri-la para visitas do público. SUNSET STRIP Um pouco da importância rock'n'roll de Los Angeles está em cartaz no museu Skirball, com 20 fotografias de "billboards" pintados a mão e pendurados entre os anos 1960 e 1980 na Sunset Strip, centro de uma agitada cena musical. Estão lá letreiros do álbum de estreia do The Doors, propaganda dos Beatles e show de Bob Dylan. O mesmo museu traz uma exposição sobre o lendário empresário Bill Graham (1931-91), que ajudou a criar concertos para causas humanitárias, como o Live Aid, que completa 50 anos em 2015. GÊNIO CALIFORNIANO Um dos filmes musicais mais aguardados do ano se passa em Los Angeles e retrata a vida conturbada de Brian Wilson, líder dos Beach Boys e hoje com 72 anos. Paul Dano vive Wilson quando jovem, dando detalhes incríveis da produção do álbum "Pet Sounds", enquanto John Cusack o faz mais velho, desorientado e doente, prestes a ser salvo por sua segunda mulher. "Love & Mercy" estreia em junho nos EUA (ainda sem data no Brasil). FERNANDA EZABELLA, 34, jornalista brasileira, vive em Los Angeles.
ilustrissima
Diário de Los Angeles - Dessalinização e Lloyd Wright na crista da ondaOs dois museus da Fundação Getty de Los Angeles esvaziaram seus espelhos d'água, enquanto o calçadão da Third Street Promenade, em Santa Mônica, segue firme com seu chafariz de dinossauro. A seca também anda brava na cidade, como em todo o Estado da Califórnia, que entra em seu quarto e pior ano de crise, mas nem todos se entendem na melhor forma de conservação. Alguns se voltam para o reservatório natural vizinho, o oceano. Diversos planos de dessalinização tomam conta da região, incluindo a maior usina do tipo no hemisfério ocidental, em Carlsbad, a 150 km ao sul de L.A. Com investimentos de US$ 1 bilhão, a empresa privada Poseidon Water quer produzir 212 milhões de litros de água potável por dia. A firma trabalha com engenheiros de Israel, país que em breve terá metade de sua água oriunda da dessalinização. Em Santa Barbara, a 150 km ao norte de L.A., uma usina dos anos 1990 voltará à ação após uma reforma de US$ 40 milhões. Dessalinização não é novidade por aqui, mas nunca foi algo popular. Nos condados de Santa Cruz e Marin, a população foi contra projetos do gênero. Entre as preocupações ambientais, estão a grande quantidade de eletricidade requerida pelo processo e o impacto nas vidas marinhas com a retirada da água do oceano e o descarte de sal. Em Long Beach, praia de L.A., uma usina foi construída em 2006 e seria a maior do país, mas acabou desativada em 2010. "É muito mais caro do que importar água, e temos outras opções para considerar primeiro, como reciclagem e água subterrânea", diz Kevin Wattier, diretor do Departamento de Água de Long Beach. FRANK LLOYD WRIGHT A primeira casa que o arquiteto Frank Lloyd Wright (1867-1959) projetou para Los Angeles reabriu suas portas para o público neste ano, num evento 24 horas e longas filas, após seis anos de reformas. A Hollyhock House, construída entre 1919 e 1921 para a excêntrica herdeira do petróleo Aline Barnsdall, é também a primeira da fase maia de Wright, feita com blocos de cimento texturizados no topo de uma colina com vista para Hollywood. As visitas acontecem de quinta a domingo e custam US$ 7. Hoje a residência pertence à cidade e faz parte do Barnsdall Art Park Complex, de programação extensa e variada, que inclui degustação de vinhos, cinema ao ar livre e workshops de arte. Mais difícil de visitar, outra imponente construção de Wright na cidade é a Ennis House, de 1924, usada como a casa do protagonista de "Blade Runner" (1982) e cenário de trabalhos de David Lynch, como "Twin Peaks" (1990-91). A propriedade no bairro de Los Feliz foi construída com 27 mil blocos, feitos manualmente com o granito retirado do próprio terreno, ao estilo de um templo maia. Dez tours para 200 pessoas foram organizados no último dia 5 pelo American Institute of Architects, e os próximos devem acontecer em setembro (ingressos à venda em agosto). A residência passou por uma reforma de US$ 6 milhões em 2007 e foi vendida em 2011 por US$ 4,5 milhões para um executivo que prometeu (em contrato) abri-la para visitas do público. SUNSET STRIP Um pouco da importância rock'n'roll de Los Angeles está em cartaz no museu Skirball, com 20 fotografias de "billboards" pintados a mão e pendurados entre os anos 1960 e 1980 na Sunset Strip, centro de uma agitada cena musical. Estão lá letreiros do álbum de estreia do The Doors, propaganda dos Beatles e show de Bob Dylan. O mesmo museu traz uma exposição sobre o lendário empresário Bill Graham (1931-91), que ajudou a criar concertos para causas humanitárias, como o Live Aid, que completa 50 anos em 2015. GÊNIO CALIFORNIANO Um dos filmes musicais mais aguardados do ano se passa em Los Angeles e retrata a vida conturbada de Brian Wilson, líder dos Beach Boys e hoje com 72 anos. Paul Dano vive Wilson quando jovem, dando detalhes incríveis da produção do álbum "Pet Sounds", enquanto John Cusack o faz mais velho, desorientado e doente, prestes a ser salvo por sua segunda mulher. "Love & Mercy" estreia em junho nos EUA (ainda sem data no Brasil). FERNANDA EZABELLA, 34, jornalista brasileira, vive em Los Angeles.
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Continência deixa de ser gesto comum aos militares no pódio
ITALO NOGUEIRA DO RIO Os atletas militares foram os responsáveis pelas quatro medalhas do Brasil nesta primeira semana da Olimpíada. No pódio, porém, nem todos prestaram continência. O comportamento na Olimpíada difere do apresentado no Pan de 2015, quando chamou a atenção o gesto no pódio feito por quase todos que integram as Forças Armadas. São 145 esportistas militares na delegação do Brasil (31%). O número superou a meta Programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, que previa cem atletas das Forças Armadas no evento. O objetivo é que o contingente consiga dez medalhas. Fazem parte dos quadros do Exército o atirado Felipe Wu e o judoca Rafael Silva —ambos prestaram continência no pódio. As judocas Rafaela Silva e Mayra Aguiar fazem parte da Marinha -elas não fizeram o gesto. No Pan de Toronto, todos realizaram o cumprimento militar. "Antes no judô não podia ter manifestação, nem o sinal da cruz. Para não correr o risco de perder a medalha, mantive minha mão no lugar", disse Rafaela Silva, ouro na categoria leve (até 57 kg). O COI proíbe manifestações políticas e religiosas nos Jogos. O gesto é um sinal de respeito, na avaliação de militares e do COB. Brasileiros na Rio-2016
esporte
Continência deixa de ser gesto comum aos militares no pódio ITALO NOGUEIRA DO RIO Os atletas militares foram os responsáveis pelas quatro medalhas do Brasil nesta primeira semana da Olimpíada. No pódio, porém, nem todos prestaram continência. O comportamento na Olimpíada difere do apresentado no Pan de 2015, quando chamou a atenção o gesto no pódio feito por quase todos que integram as Forças Armadas. São 145 esportistas militares na delegação do Brasil (31%). O número superou a meta Programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, que previa cem atletas das Forças Armadas no evento. O objetivo é que o contingente consiga dez medalhas. Fazem parte dos quadros do Exército o atirado Felipe Wu e o judoca Rafael Silva —ambos prestaram continência no pódio. As judocas Rafaela Silva e Mayra Aguiar fazem parte da Marinha -elas não fizeram o gesto. No Pan de Toronto, todos realizaram o cumprimento militar. "Antes no judô não podia ter manifestação, nem o sinal da cruz. Para não correr o risco de perder a medalha, mantive minha mão no lugar", disse Rafaela Silva, ouro na categoria leve (até 57 kg). O COI proíbe manifestações políticas e religiosas nos Jogos. O gesto é um sinal de respeito, na avaliação de militares e do COB. Brasileiros na Rio-2016
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Ex-presidente da Caixa assume secretaria no governo da Bahia
Três meses depois de deixar a presidência da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda vai assumir uma secretaria no governo de Rui Costa (PT), na Bahia. Hereda foi anunciado nesta quinta-feira (14) pelo governador como novo titular da secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia –pasta responsável pela política de atração de investimentos ao Estado. Nascido em Salvador, Hereda nunca ocupou cargos públicos na Bahia. Ascendeu na política em São Paulo, onde foi secretário municipal na capital, em Diadema e em Ribeirão Pires. Foi vice-presidente da Caixa entre 2005 e 2011, quando assumiu o comando da estatal, deixando o cargo em fevereiro deste ano. "Tenho, agora, a possibilidade de realizar um sonho que todo cidadão tem: contribuir com o seu Estado em uma função estratégica", afirmou Hereda em nota enviada pelo governo baiano. Ao assumir o cargo, Hereda seguirá trajetória semelhante à do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que também assumiu uma secretaria no governo baiano após deixar o comando de uma empresa federal importante. A posse de Hereda no novo cargo está marcada para 22 de maio. SUBSTITUTO O ex-presidente da Caixa assume o cargo de secretário deixado por James Correia –que foi nomeado para o cargo em 2009, ainda na gestão do ex-governador e hoje ministro da Defesa Jaques Wagner (PT). Correia pediu demissão no quarto mês do governo Rui Costa, afirmando que iria dedicar-se à iniciativa privada, onde fez carreira como consultor da área de energia. Petista de longa data, Correia ficou conhecido ao dizer a um repórter que tinha falado, por telefone, com o ex-ministro José Dirceu –que então estava preso na penitenciária da Papuda. Dias depois, o ex-secretário negou o telefonema. Em junho do ano passado, envolveu-se em nova polêmica ao usar um carro oficial para ir assistir a um jogo da Copa do Mundo em Salvador.
poder
Ex-presidente da Caixa assume secretaria no governo da BahiaTrês meses depois de deixar a presidência da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda vai assumir uma secretaria no governo de Rui Costa (PT), na Bahia. Hereda foi anunciado nesta quinta-feira (14) pelo governador como novo titular da secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia –pasta responsável pela política de atração de investimentos ao Estado. Nascido em Salvador, Hereda nunca ocupou cargos públicos na Bahia. Ascendeu na política em São Paulo, onde foi secretário municipal na capital, em Diadema e em Ribeirão Pires. Foi vice-presidente da Caixa entre 2005 e 2011, quando assumiu o comando da estatal, deixando o cargo em fevereiro deste ano. "Tenho, agora, a possibilidade de realizar um sonho que todo cidadão tem: contribuir com o seu Estado em uma função estratégica", afirmou Hereda em nota enviada pelo governo baiano. Ao assumir o cargo, Hereda seguirá trajetória semelhante à do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que também assumiu uma secretaria no governo baiano após deixar o comando de uma empresa federal importante. A posse de Hereda no novo cargo está marcada para 22 de maio. SUBSTITUTO O ex-presidente da Caixa assume o cargo de secretário deixado por James Correia –que foi nomeado para o cargo em 2009, ainda na gestão do ex-governador e hoje ministro da Defesa Jaques Wagner (PT). Correia pediu demissão no quarto mês do governo Rui Costa, afirmando que iria dedicar-se à iniciativa privada, onde fez carreira como consultor da área de energia. Petista de longa data, Correia ficou conhecido ao dizer a um repórter que tinha falado, por telefone, com o ex-ministro José Dirceu –que então estava preso na penitenciária da Papuda. Dias depois, o ex-secretário negou o telefonema. Em junho do ano passado, envolveu-se em nova polêmica ao usar um carro oficial para ir assistir a um jogo da Copa do Mundo em Salvador.
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Anonymous troca site de propaganda terrorista por anúncio de Viagra
Hackers do grupo Anonymous substituíram um site com propaganda da milícia radical Estado Islâmico por propagandas de Viagra, informou o site britânico "International Business Times" nesta quarta-feira (25). "Fique mais calmo", dizem os hackers. "Gente demais está nessa coisa de Estado Islâmico. Por favor, olhe para este anúncio enquanto melhoramos nossa infraestrutura para oferecer todo o conteúdo radical de que vocês necessitam." Hospedado na rede anônima Tor, uma espécie de internet em que é necessário software especial para navegação, o site foi invadido uma semana depois de ser criado. Além dos remédios para impotência, havia anúncios para antidepressivos como o Prozac. De acordo com o "IBTimes", as propagandas ofereciam produtos de uma farmácia on-line que aceita bitcoins como pagamento. A invasão do site na rede anônima é uma das primeiras desse tipo em uma campanha promovida por grupos hacker como Anonymous e Ghost Security Group. A ideia é tirar do ar milhares de sites e contas nas redes sociais que contenham propaganda da milícia que reivindicou autoria dos ataques em Paris, no último dia 13. Na semana seguinte aos atentados que mataram 130 pessoas, o Anonymous declarou guerra digital à milícia radical em um vídeo postado no YouTube. Depois, alegou que o grupo havia conseguido tirar do ar mais de 5.000 contas supostamente ligadas ao Estado Islâmico no Twitter.
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Anonymous troca site de propaganda terrorista por anúncio de ViagraHackers do grupo Anonymous substituíram um site com propaganda da milícia radical Estado Islâmico por propagandas de Viagra, informou o site britânico "International Business Times" nesta quarta-feira (25). "Fique mais calmo", dizem os hackers. "Gente demais está nessa coisa de Estado Islâmico. Por favor, olhe para este anúncio enquanto melhoramos nossa infraestrutura para oferecer todo o conteúdo radical de que vocês necessitam." Hospedado na rede anônima Tor, uma espécie de internet em que é necessário software especial para navegação, o site foi invadido uma semana depois de ser criado. Além dos remédios para impotência, havia anúncios para antidepressivos como o Prozac. De acordo com o "IBTimes", as propagandas ofereciam produtos de uma farmácia on-line que aceita bitcoins como pagamento. A invasão do site na rede anônima é uma das primeiras desse tipo em uma campanha promovida por grupos hacker como Anonymous e Ghost Security Group. A ideia é tirar do ar milhares de sites e contas nas redes sociais que contenham propaganda da milícia que reivindicou autoria dos ataques em Paris, no último dia 13. Na semana seguinte aos atentados que mataram 130 pessoas, o Anonymous declarou guerra digital à milícia radical em um vídeo postado no YouTube. Depois, alegou que o grupo havia conseguido tirar do ar mais de 5.000 contas supostamente ligadas ao Estado Islâmico no Twitter.
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A melhor linguiça do mundo é feita em São Paulo
Demorei demais e seu Gijo não me esperou. Ele nem sabia que eu estava escrevendo. Quase não conversei com ele nas minhas visitas à loja na Vila Mariana, na zona sul paulistana. Já sabia tudo o que precisava: que ali se produziam as melhores linguiças do mundo. "Produzo", ele me corrigiria. Seu Gijo nem me contou nenhum caso, não cantou uma ária de ópera, andava meio jururu nas vezes que fui lá. Sentado, estava sorridente e mandou o vozeirão: "Pode comprar, é esta mesmo", percebendo a minha hesitação diante da variedade. Mas não se animou a bater papo e eu não insisti. Afinal, ele estava lá desde 1949 e tinha direito a encarnar o personagem quando quisesse. A variedade para escolha é mesmo grande. Algumas linguiças precisam de explicação, pois são criações dele (uma dezena só de calabresas). Recomendou a romana, um quilo. Era muito, calculo que para umas dez pessoas, e somos dois. Pois comprei e não sobrou um pedaço. Há coisas que te incomodam, parecem chamar da geladeira ou do fogão. Já estava deitado e sentia o cheiro na memória. "Só mais um pedacinho", eu me prometia. E fui devorando noite adentro. Aquele sussuro da gula. Dali em diante, sempre comprei a mesma. Demorei a guardar o nome (pesquisei, por isso, afirmei "romana" aí acima). Eu chamo de x-tudo, pois leva carne de porco, nozes, azeitonas, alcaparras e passas brancas e mais alguma coisa. Um monumento. A loja continua uma atração, mesmo sem seu Gijo. Ele conseguiu fazer um cenário pitoresco, banco com as cores italianas, toldo chamativo, aquele ambiente cantineiro com o medo ao vazio estético, cada canto aproveitado e saturado de informação: são fotos, diplomas, prêmios, misturados com garrafas de vinho, escudos do Palmeiras, coisas para beliscar e muitas linguiças. Luiz Trozzi morreu em dezembro do ano passado e não vai imprimir, emoldurar e dependurar esta coluna no meio das outras menções na imprensa que enfeitam a loja. Mas continuarei comendo a mesmerizante linguiça romana, um quilo para duas pessoas. Afinal, na minha vida, vi o inimigo ser a esquerda, a direita, o açúcar, o colesterol, a vanguarda, o álcool, o glúten e o cloreto de sódio. A carne de porco então... Foi considerada quase assassina, ainda por cima frita! Acho a ideia de pensar a comida como nutriente e não para o prazer aborrecida demais, ainda bem que o porco voltou para a lista de permitidos. O plano era pedir a ele uma dica para a coluna, mas com meu atraso retiro do site uma de suas receitas de preparo da linguiça (que usei para fazer a romana durante o Carnaval). Só que eu frito no forno, numa frigideira de fundo bem grosso. Ele recomendava pingar laranja azeda e no final, fora do fogo, colocar meia dose de conhaque e deixar tampado um pouco para pegar o gosto. Gijo Linguiça Onde r. Doutor Pinto Ferraz, 16, Vila Mariana, tel. 5904-3694. Quando de seg. a sex., das 8h às 19h; sáb., das 8h às 18h. * NO PÃO OU COM FAROFA Os produtos do seu Gijo são especiais. A citada "Romana" é uma refeição, portentosa, temperada, despudorada nos seus sabores, nada delicada. Não sabe ficar no canto como coadjuvante. Melhor servi-la com uma farofa bem neutra ou até mesmo com fina farinha pura. Outra opção é com pão: o sanduíche de linguiça, clássico da informalidade, é uma perfeição. Nos dois casos eu gosto, até pela proximidade da origem, com vinhos italianos de Sangiovese ou um Barbera. Mas sempre dá para experimentar outra coisa, daí que sugiro uma nova casta. * OUSE A UVA CINSAULT Algumas uvas são mais rústicas ou menos imponentes, têm seu papel em blends, mas não são muito queridas sozinhas. Muitas vezes tiveram seu destino secundário traçado por acidentes geográficos, são de regiões menos nobres e acabam relegadas ao preconceito e ao nariz torcido. Então, vivem um dia de Gata Borralheira, algum enólogo doidão insiste nelas em outro lugar e conseguem grandes vinhos. Foi assim com a Carignan, com a Bonarda, com a uva chilena País e, provei na semana passada, com a Cinsault nas mãos de Marcelo Retamal, da De Martino. O vinho chama-se Cinsault Viejas Tinajas, importado pela Decanter, e é produzido em enormes ânforas centenárias (as viejas tinajas do nome). Um vinho para beber frio, fácil de dar goladas amplas e perfeito com o nosso sanduíche de linguiça romana. * Vinhos da semana (1) De Martino Viejas Tinajas Cinsault, R$ 149 (Premium). (2) Marqués de Griñon Crianza, R$ 130 (Winebrands). (3) Temporada Malbec Fabre, R$ 65 (Premium). (4) Doña Paula Los Cardos Syrah, R$ 64 (Inovini). * valores de referência
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A melhor linguiça do mundo é feita em São PauloDemorei demais e seu Gijo não me esperou. Ele nem sabia que eu estava escrevendo. Quase não conversei com ele nas minhas visitas à loja na Vila Mariana, na zona sul paulistana. Já sabia tudo o que precisava: que ali se produziam as melhores linguiças do mundo. "Produzo", ele me corrigiria. Seu Gijo nem me contou nenhum caso, não cantou uma ária de ópera, andava meio jururu nas vezes que fui lá. Sentado, estava sorridente e mandou o vozeirão: "Pode comprar, é esta mesmo", percebendo a minha hesitação diante da variedade. Mas não se animou a bater papo e eu não insisti. Afinal, ele estava lá desde 1949 e tinha direito a encarnar o personagem quando quisesse. A variedade para escolha é mesmo grande. Algumas linguiças precisam de explicação, pois são criações dele (uma dezena só de calabresas). Recomendou a romana, um quilo. Era muito, calculo que para umas dez pessoas, e somos dois. Pois comprei e não sobrou um pedaço. Há coisas que te incomodam, parecem chamar da geladeira ou do fogão. Já estava deitado e sentia o cheiro na memória. "Só mais um pedacinho", eu me prometia. E fui devorando noite adentro. Aquele sussuro da gula. Dali em diante, sempre comprei a mesma. Demorei a guardar o nome (pesquisei, por isso, afirmei "romana" aí acima). Eu chamo de x-tudo, pois leva carne de porco, nozes, azeitonas, alcaparras e passas brancas e mais alguma coisa. Um monumento. A loja continua uma atração, mesmo sem seu Gijo. Ele conseguiu fazer um cenário pitoresco, banco com as cores italianas, toldo chamativo, aquele ambiente cantineiro com o medo ao vazio estético, cada canto aproveitado e saturado de informação: são fotos, diplomas, prêmios, misturados com garrafas de vinho, escudos do Palmeiras, coisas para beliscar e muitas linguiças. Luiz Trozzi morreu em dezembro do ano passado e não vai imprimir, emoldurar e dependurar esta coluna no meio das outras menções na imprensa que enfeitam a loja. Mas continuarei comendo a mesmerizante linguiça romana, um quilo para duas pessoas. Afinal, na minha vida, vi o inimigo ser a esquerda, a direita, o açúcar, o colesterol, a vanguarda, o álcool, o glúten e o cloreto de sódio. A carne de porco então... Foi considerada quase assassina, ainda por cima frita! Acho a ideia de pensar a comida como nutriente e não para o prazer aborrecida demais, ainda bem que o porco voltou para a lista de permitidos. O plano era pedir a ele uma dica para a coluna, mas com meu atraso retiro do site uma de suas receitas de preparo da linguiça (que usei para fazer a romana durante o Carnaval). Só que eu frito no forno, numa frigideira de fundo bem grosso. Ele recomendava pingar laranja azeda e no final, fora do fogo, colocar meia dose de conhaque e deixar tampado um pouco para pegar o gosto. Gijo Linguiça Onde r. Doutor Pinto Ferraz, 16, Vila Mariana, tel. 5904-3694. Quando de seg. a sex., das 8h às 19h; sáb., das 8h às 18h. * NO PÃO OU COM FAROFA Os produtos do seu Gijo são especiais. A citada "Romana" é uma refeição, portentosa, temperada, despudorada nos seus sabores, nada delicada. Não sabe ficar no canto como coadjuvante. Melhor servi-la com uma farofa bem neutra ou até mesmo com fina farinha pura. Outra opção é com pão: o sanduíche de linguiça, clássico da informalidade, é uma perfeição. Nos dois casos eu gosto, até pela proximidade da origem, com vinhos italianos de Sangiovese ou um Barbera. Mas sempre dá para experimentar outra coisa, daí que sugiro uma nova casta. * OUSE A UVA CINSAULT Algumas uvas são mais rústicas ou menos imponentes, têm seu papel em blends, mas não são muito queridas sozinhas. Muitas vezes tiveram seu destino secundário traçado por acidentes geográficos, são de regiões menos nobres e acabam relegadas ao preconceito e ao nariz torcido. Então, vivem um dia de Gata Borralheira, algum enólogo doidão insiste nelas em outro lugar e conseguem grandes vinhos. Foi assim com a Carignan, com a Bonarda, com a uva chilena País e, provei na semana passada, com a Cinsault nas mãos de Marcelo Retamal, da De Martino. O vinho chama-se Cinsault Viejas Tinajas, importado pela Decanter, e é produzido em enormes ânforas centenárias (as viejas tinajas do nome). Um vinho para beber frio, fácil de dar goladas amplas e perfeito com o nosso sanduíche de linguiça romana. * Vinhos da semana (1) De Martino Viejas Tinajas Cinsault, R$ 149 (Premium). (2) Marqués de Griñon Crianza, R$ 130 (Winebrands). (3) Temporada Malbec Fabre, R$ 65 (Premium). (4) Doña Paula Los Cardos Syrah, R$ 64 (Inovini). * valores de referência
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Ilustrador premiado no Jabuti vai dar dicas e desenhar ao vivo para crianças
Não são apenas as palavras que contam a história de um livro. É o que defende o artista plástico e ilustrador Fernando Vilela, que já ganhou o Prêmio Jabuti três vezes. Neste sábado (22), Vilela estará na Livraria da Vila de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, participando do terceiro encontro da série "Jabuti entre Autores e Leitores". Idealizado pela Câmara Brasileira do Livro, o evento leva artistas premiados para debater com crianças e adultos sobre suas obras. Paulo Venturelli, autor de "Visita à Baleia", abriu a série no fim de julho. Neste sábado, além de detalhar como funciona seu processo de criação, o artista plástico fará ilustrações ao vivo para os participantes. Vilela venceu dois prêmios Jabuti com o livro "Lampião e Lancelote" em 2007 –nas categorias "Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil" e "Infantil"– e ficou em segundo lugar com as ilustrações da obra "Simbá, o Marujo", em 2013. No ano passado, o artista fez uma ilustração exclusiva para a "Folhinha" em homenagem à escritora Ruth Rocha, que comemorou 45 anos de carreira na literatura infantil (veja acima). PARA CONFERIR "Jabuti entre Autores e Leitores", com Fernando Vilela QUANDO 22 de agosto, às 16h ONDE Livraria da Vila - r. Fradique Coutinho, 915, Pinheiros QUANTO grátis
folhinha
Ilustrador premiado no Jabuti vai dar dicas e desenhar ao vivo para criançasNão são apenas as palavras que contam a história de um livro. É o que defende o artista plástico e ilustrador Fernando Vilela, que já ganhou o Prêmio Jabuti três vezes. Neste sábado (22), Vilela estará na Livraria da Vila de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, participando do terceiro encontro da série "Jabuti entre Autores e Leitores". Idealizado pela Câmara Brasileira do Livro, o evento leva artistas premiados para debater com crianças e adultos sobre suas obras. Paulo Venturelli, autor de "Visita à Baleia", abriu a série no fim de julho. Neste sábado, além de detalhar como funciona seu processo de criação, o artista plástico fará ilustrações ao vivo para os participantes. Vilela venceu dois prêmios Jabuti com o livro "Lampião e Lancelote" em 2007 –nas categorias "Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil" e "Infantil"– e ficou em segundo lugar com as ilustrações da obra "Simbá, o Marujo", em 2013. No ano passado, o artista fez uma ilustração exclusiva para a "Folhinha" em homenagem à escritora Ruth Rocha, que comemorou 45 anos de carreira na literatura infantil (veja acima). PARA CONFERIR "Jabuti entre Autores e Leitores", com Fernando Vilela QUANDO 22 de agosto, às 16h ONDE Livraria da Vila - r. Fradique Coutinho, 915, Pinheiros QUANTO grátis
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Narrador-delator sem culpa torna 'Cabo de Guerra' perturbador
O ponto de vista de um delator é raro nas obras que abordam o período da ditadura militar brasileira. Justamente por ser incomum, este é o primeiro mérito de "Cabo de Guerra", romance recém-lançado de Ivone Benedetti. Tradutora prestigiada e professora, Ivone mostra total domínio da técnica da narrativa na sua terceira obra de ficção. A escritora também publicou "Immaculada"(2009), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura de 2010, e o livro de contos "Tenho um Cavalo Alfaraz" (2011). "Cabo de Guerra" é narrado em primeira pessoa pelo personagem principal: um rapaz que deixa a Bahia para estudar em São Paulo na década de 1960 e torna-se um "cachorro", modo como eram chamados os agentes do governo infiltrados nos grupos de esquerda. Não se sabe o nome desse personagem "sinistro", como definiu Bernardo Kucinski no texto da orelha do livro. Aos 24 anos, o rapaz envolve-se com militantes comunistas. Apesar de estudar a doutrina e fazer de seu apartamento uma espécie de "aparelho", ele não tem convicções. Quando é levado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social ) sucumbe facilmente à tortura e passa a agir como infiltrado. A súbita mudança instiga a refletir sobre a motivação para colaborar com a violência e tortura dos seus, até então, amigos. É precisamente esse o aspecto que torna o livro um tanto perturbador –função que se espera da literatura, frisa-se. Porque o que mais atordoa não é a brutalidade dos militares, mas a passividade do protagonista. A ausência de culpa sobre os atos que levam à morte de diversas pessoas é transtornante. O narrador criado pro Ivone escreve em um tempo presente, em 2009, e consegue conduzir a leitura por fatos ocorridos nos quarenta anos anteriores. A tarefa de "ir e vir" no tempo é árdua e executada de modo primoroso. No círculo de relações do personagem estão militantes de esquerda, militares, um mafioso e diversas mulheres que entram e saem de sua vida. Sua irmã, Mariquinha, é uma exceção. Dedicada e incansável, ela acompanha o irmão na decadência marcada por abuso de álcool, morar na rua e depressão. O cabo de guerra do título deveria ser a consciência do personagem, que surge difusa e tardiamente. Aos 64 anos, o homem ainda não mostra indícios claros de remorso. Como o próprio diz, em certa passagem do livro, "para quem sempre se divide não há ponto final". CABO DE GUERRA AUTOR Ivone Benedetti EDITORA Boitempo QUANTO: R$ 54 (604 págs.)
ilustrada
Narrador-delator sem culpa torna 'Cabo de Guerra' perturbadorO ponto de vista de um delator é raro nas obras que abordam o período da ditadura militar brasileira. Justamente por ser incomum, este é o primeiro mérito de "Cabo de Guerra", romance recém-lançado de Ivone Benedetti. Tradutora prestigiada e professora, Ivone mostra total domínio da técnica da narrativa na sua terceira obra de ficção. A escritora também publicou "Immaculada"(2009), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura de 2010, e o livro de contos "Tenho um Cavalo Alfaraz" (2011). "Cabo de Guerra" é narrado em primeira pessoa pelo personagem principal: um rapaz que deixa a Bahia para estudar em São Paulo na década de 1960 e torna-se um "cachorro", modo como eram chamados os agentes do governo infiltrados nos grupos de esquerda. Não se sabe o nome desse personagem "sinistro", como definiu Bernardo Kucinski no texto da orelha do livro. Aos 24 anos, o rapaz envolve-se com militantes comunistas. Apesar de estudar a doutrina e fazer de seu apartamento uma espécie de "aparelho", ele não tem convicções. Quando é levado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social ) sucumbe facilmente à tortura e passa a agir como infiltrado. A súbita mudança instiga a refletir sobre a motivação para colaborar com a violência e tortura dos seus, até então, amigos. É precisamente esse o aspecto que torna o livro um tanto perturbador –função que se espera da literatura, frisa-se. Porque o que mais atordoa não é a brutalidade dos militares, mas a passividade do protagonista. A ausência de culpa sobre os atos que levam à morte de diversas pessoas é transtornante. O narrador criado pro Ivone escreve em um tempo presente, em 2009, e consegue conduzir a leitura por fatos ocorridos nos quarenta anos anteriores. A tarefa de "ir e vir" no tempo é árdua e executada de modo primoroso. No círculo de relações do personagem estão militantes de esquerda, militares, um mafioso e diversas mulheres que entram e saem de sua vida. Sua irmã, Mariquinha, é uma exceção. Dedicada e incansável, ela acompanha o irmão na decadência marcada por abuso de álcool, morar na rua e depressão. O cabo de guerra do título deveria ser a consciência do personagem, que surge difusa e tardiamente. Aos 64 anos, o homem ainda não mostra indícios claros de remorso. Como o próprio diz, em certa passagem do livro, "para quem sempre se divide não há ponto final". CABO DE GUERRA AUTOR Ivone Benedetti EDITORA Boitempo QUANTO: R$ 54 (604 págs.)
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Trio ofensivo deve ser mantido no Santos diante do Palmeiras
Os atacantes Gabriel, Geuvânio e Ricardo Oliveira devem formar o ataque do Santos contra o Palmeiras, no próximo domingo (19), no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. O trio está praticamente garantido no jogo apesar de o técnico Dorival Júnior ter focado o trabalho no setor defensivo, durante o treino de quarta-feira (15). Dorival exigiu mais dos jogadores de marcação. Com 21 gols sofridos em 13 jogos, o Santos tem a pior defesa do campeonato ao lado do Vasco da Gama. Ambos estão na zona de rebaixamento. Uma novidade no Santos para o clássico pode ser o volante Renato, que está à disposição após oito jogos em que ficou afastado por lesão.
esporte
Trio ofensivo deve ser mantido no Santos diante do PalmeirasOs atacantes Gabriel, Geuvânio e Ricardo Oliveira devem formar o ataque do Santos contra o Palmeiras, no próximo domingo (19), no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. O trio está praticamente garantido no jogo apesar de o técnico Dorival Júnior ter focado o trabalho no setor defensivo, durante o treino de quarta-feira (15). Dorival exigiu mais dos jogadores de marcação. Com 21 gols sofridos em 13 jogos, o Santos tem a pior defesa do campeonato ao lado do Vasco da Gama. Ambos estão na zona de rebaixamento. Uma novidade no Santos para o clássico pode ser o volante Renato, que está à disposição após oito jogos em que ficou afastado por lesão.
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Por praticidade, pizzarias migram para o gás e se opõem a 'mito da lenha'
"Cozinhar com lenha é como ter um primeiro encontro. É algo que se espera com grande expectativa e um pouco de ansiedade. Nunca se sabe com certeza quais serão as condições: o dia pode estar ventoso, a lenha pode estar bem seca ou verde." Em seu livro "Sete Fogos", o chef argentino Francis Mallmann defende a madeira da faísca à última brasa. No que se refere à pizza, hoje muita gente em São Paulo chamaria esse amor de romântico. A cidade tem cada vez mais estabelecimentos trocando o forno a lenha pelo a gás para assar suas pizzas. A Associação Pizzarias Unidas, que reúne 115 estabelecimentos, estima que metade das casas paulistanas usa forno a gás. "Essa não é mais uma tendência, é uma realidade", diz o vice-presidente da entidade, Carlos Zoppetti. Há quem queira maquiar essa realidade. "Algumas pizzarias disfarçam a tubulação de gás com um pouco de madeira e ainda pedem o nosso sigilo de que o forno funciona a gás", relata Roney Moreira, da Fornoflex, que constrói equipamentos híbridos, que aceitam os dois combustíveis. "Tenho que derrubar ponto a ponto o paradigma de que pizza boa é feita com lenha." Interessada na migração, a Comgás, distribuidora de gás natural em São Paulo, fez uma campanha para incentivar a conversão do combustível e reuniu números. Segundo a empresa, de maio de 2014 até agora há pelo menos 68 novos fornos de pizza a gás no mercado. A maioria, em estabelecimentos pequenos. Para essas casas, há vantagens claras: não ter de armazenar a madeira (e lidar com os insetos que podem vir com ela), economizar com filtros para a fumaça (por lei, devem estar nas chaminés) e poder controlar melhor a temperatura no forno. Entre grandes pizzarias, no entanto, surgem outros pontos de vista. "Há muito romantismo ainda. O mito da lenha vem de quando só existiam ela e o forno de padaria [mais simples]", diz Roberto Loscalzo, proprietário da Veridiana, pizzaria com três endereços na capital, que usam gás. "Não existe nada contra o forno híbrido", afirma. O termo usado no mercado é "híbrido", mas quem faz o trabalho é o gás. Por fora, o forno é aquele familiar, feito de alvenaria, com boca arredondada. Dentro, há um bocal lateral que concentra a chama, e a madeira (podem ser apenas duas toras, no cantinho do forno) acaba servindo só para "aromatizar"o ambiente. Segundo Moreira, qualquer que seja o combustível no forno, o importante é a "qualidade térmica": atingir e manter altas temperaturas. "A lenha não proporciona um padrão de temperatura. É preciso medi-la o tempo todo e é difícil estabelecer exatamente quantos graus se quer", diz Tony Martin, da Graça di Napolli, que nasceu em junho de 2014, já a gás. Com as toras, embora seja "tudo mais difícil", nas palavras de Benny Goldenberg, do Mangiare (italiano que também serve pizzas), o trabalho vale a pena. "Um dia o fogo gira para um lado, em outro gira para o outro. É mais selvagem, e isso se reflete no prato de uma forma interessante, com queimadinhos, coisas irregulares, crostas bem formadas pela alta temperatura." Para André Guidon, da Leggera, só a madeira proporciona o calor (entre 430ºC e 450ºC) de que uma receita napolitana precisa para que a massa molhada por tomate asse rapidamente (em 60 segundos) e as bordas fiquem altas e cheias de ar. "O calor do forno a lenha é alimentado de três formas: pela brasa em contato com o lastro [base do forno], pela chama e pelo ar quente circulando. O gás se concentra em uma parte determinada do forno, é desequilibrado. Quando a pizza, fria, entra em contato com o lastro, rouba seu calor, e a recuperação da temperatura é mais lenta." Professor de química da USP, Cassius Stevani discorda. Diz que o gás reage bem mais rapidamente que a madeira, com combustão completa e que essa chama é mais estável e homogênea. "Tudo depende de como o forno é fabricado e do cozinheiro." DEFUMADO O debate reacende quando se fala do sabor defumado. Se para os defensores do gás isso é besteira –porque a pizza fica tão pouco tempo no forno que não chegaria a ser defumada–, para os afeitos à lenha, isso é o que justifica o trabalho adicional que se tem com ela. "Até o salão fica com o cheiro gostoso da lenha queimada. É como dizer que churrasco em grelha elétrica é igual ao com carvão", afirma o colunista da Folha Josimar Melo. Por essa razão, os sócios da Bráz fizeram testes cegos internos com a receita preparada em cada forno. Decidiram manter o combustível tradicional. "O sabor que a lenha dá é mais complexo, com mais nuances, além do efeito das chamas que gratinam a cobertura", diz o sócio André Lima. A Carlos Pizza, aberta neste ano, também analisou o assunto antes de optar pelo forno a lenha (no qual prepara também os tomates do molho e até sobremesas). "Não tivemos um resultado satisfatório com o gás", diz o proprietário, Carlos Verna. "É algo sutil, como em um vinho que fica seis meses em barril de carvalho e outro que fica oito. São poucos os que sentem a diferença, mas queremos atingir esses poucos." DEBATE QUENTE Veja os argumentos GÁS > não é preciso armazenar a lenha no estabelecimento, liberando espaço e evitando a presença de insetos > a chama do gás é facilmente regulável, o que pode gerar um controle mais eficiente da temperatura > economiza-se com a manutenção do filtro de fumaça (exigido por lei) e do forno (com o tempo, o choque da madeira com a base do forno causa danos) LENHA > o calor é alimentado de diferentes formas, pela chama, pela brasa e pelo ar quente, e por isso a temperatura se restabelece mais rapidamente > o sabor da pizza é diferente, mais complexo, com aromas de defumação no forno > o calor "selvagem" da lenha dá queimadinhos irregulares na pizza que deixam o sabor com mais nuances CASAS CITADAS NA REPORTAGEM GRAÇA DI NAPOLLI (gás) ONDE r. Dr. César, 704, Santana; tel. (11) 3477-2030 VERIDIANA (gás) ONDE r. Da. Veridiana, 661, Higienópolis; tel. (11) 3120-5050 (mais dois endereços) LEGGERA (lenha) ONDE r. Diana, 80, Perdizes; tel. (11) 3862-2581 MANGIARE GASTRONOMIA (lenha) ONDE av. Imperatriz Leopoldina, 681, Vila Leopoldina; tel. (11) 3034-5074 BRÁZ (lenha) ONDE r. Sergipe, 406, Consolação; tel. (11) 3214-3337 (mais três endereços) CARLOS PIZZA (lenha) ONDE r. Harmonia, 501, Vila Madalena; tel. (11) 3813-2017
comida
Por praticidade, pizzarias migram para o gás e se opõem a 'mito da lenha'"Cozinhar com lenha é como ter um primeiro encontro. É algo que se espera com grande expectativa e um pouco de ansiedade. Nunca se sabe com certeza quais serão as condições: o dia pode estar ventoso, a lenha pode estar bem seca ou verde." Em seu livro "Sete Fogos", o chef argentino Francis Mallmann defende a madeira da faísca à última brasa. No que se refere à pizza, hoje muita gente em São Paulo chamaria esse amor de romântico. A cidade tem cada vez mais estabelecimentos trocando o forno a lenha pelo a gás para assar suas pizzas. A Associação Pizzarias Unidas, que reúne 115 estabelecimentos, estima que metade das casas paulistanas usa forno a gás. "Essa não é mais uma tendência, é uma realidade", diz o vice-presidente da entidade, Carlos Zoppetti. Há quem queira maquiar essa realidade. "Algumas pizzarias disfarçam a tubulação de gás com um pouco de madeira e ainda pedem o nosso sigilo de que o forno funciona a gás", relata Roney Moreira, da Fornoflex, que constrói equipamentos híbridos, que aceitam os dois combustíveis. "Tenho que derrubar ponto a ponto o paradigma de que pizza boa é feita com lenha." Interessada na migração, a Comgás, distribuidora de gás natural em São Paulo, fez uma campanha para incentivar a conversão do combustível e reuniu números. Segundo a empresa, de maio de 2014 até agora há pelo menos 68 novos fornos de pizza a gás no mercado. A maioria, em estabelecimentos pequenos. Para essas casas, há vantagens claras: não ter de armazenar a madeira (e lidar com os insetos que podem vir com ela), economizar com filtros para a fumaça (por lei, devem estar nas chaminés) e poder controlar melhor a temperatura no forno. Entre grandes pizzarias, no entanto, surgem outros pontos de vista. "Há muito romantismo ainda. O mito da lenha vem de quando só existiam ela e o forno de padaria [mais simples]", diz Roberto Loscalzo, proprietário da Veridiana, pizzaria com três endereços na capital, que usam gás. "Não existe nada contra o forno híbrido", afirma. O termo usado no mercado é "híbrido", mas quem faz o trabalho é o gás. Por fora, o forno é aquele familiar, feito de alvenaria, com boca arredondada. Dentro, há um bocal lateral que concentra a chama, e a madeira (podem ser apenas duas toras, no cantinho do forno) acaba servindo só para "aromatizar"o ambiente. Segundo Moreira, qualquer que seja o combustível no forno, o importante é a "qualidade térmica": atingir e manter altas temperaturas. "A lenha não proporciona um padrão de temperatura. É preciso medi-la o tempo todo e é difícil estabelecer exatamente quantos graus se quer", diz Tony Martin, da Graça di Napolli, que nasceu em junho de 2014, já a gás. Com as toras, embora seja "tudo mais difícil", nas palavras de Benny Goldenberg, do Mangiare (italiano que também serve pizzas), o trabalho vale a pena. "Um dia o fogo gira para um lado, em outro gira para o outro. É mais selvagem, e isso se reflete no prato de uma forma interessante, com queimadinhos, coisas irregulares, crostas bem formadas pela alta temperatura." Para André Guidon, da Leggera, só a madeira proporciona o calor (entre 430ºC e 450ºC) de que uma receita napolitana precisa para que a massa molhada por tomate asse rapidamente (em 60 segundos) e as bordas fiquem altas e cheias de ar. "O calor do forno a lenha é alimentado de três formas: pela brasa em contato com o lastro [base do forno], pela chama e pelo ar quente circulando. O gás se concentra em uma parte determinada do forno, é desequilibrado. Quando a pizza, fria, entra em contato com o lastro, rouba seu calor, e a recuperação da temperatura é mais lenta." Professor de química da USP, Cassius Stevani discorda. Diz que o gás reage bem mais rapidamente que a madeira, com combustão completa e que essa chama é mais estável e homogênea. "Tudo depende de como o forno é fabricado e do cozinheiro." DEFUMADO O debate reacende quando se fala do sabor defumado. Se para os defensores do gás isso é besteira –porque a pizza fica tão pouco tempo no forno que não chegaria a ser defumada–, para os afeitos à lenha, isso é o que justifica o trabalho adicional que se tem com ela. "Até o salão fica com o cheiro gostoso da lenha queimada. É como dizer que churrasco em grelha elétrica é igual ao com carvão", afirma o colunista da Folha Josimar Melo. Por essa razão, os sócios da Bráz fizeram testes cegos internos com a receita preparada em cada forno. Decidiram manter o combustível tradicional. "O sabor que a lenha dá é mais complexo, com mais nuances, além do efeito das chamas que gratinam a cobertura", diz o sócio André Lima. A Carlos Pizza, aberta neste ano, também analisou o assunto antes de optar pelo forno a lenha (no qual prepara também os tomates do molho e até sobremesas). "Não tivemos um resultado satisfatório com o gás", diz o proprietário, Carlos Verna. "É algo sutil, como em um vinho que fica seis meses em barril de carvalho e outro que fica oito. São poucos os que sentem a diferença, mas queremos atingir esses poucos." DEBATE QUENTE Veja os argumentos GÁS > não é preciso armazenar a lenha no estabelecimento, liberando espaço e evitando a presença de insetos > a chama do gás é facilmente regulável, o que pode gerar um controle mais eficiente da temperatura > economiza-se com a manutenção do filtro de fumaça (exigido por lei) e do forno (com o tempo, o choque da madeira com a base do forno causa danos) LENHA > o calor é alimentado de diferentes formas, pela chama, pela brasa e pelo ar quente, e por isso a temperatura se restabelece mais rapidamente > o sabor da pizza é diferente, mais complexo, com aromas de defumação no forno > o calor "selvagem" da lenha dá queimadinhos irregulares na pizza que deixam o sabor com mais nuances CASAS CITADAS NA REPORTAGEM GRAÇA DI NAPOLLI (gás) ONDE r. Dr. César, 704, Santana; tel. (11) 3477-2030 VERIDIANA (gás) ONDE r. Da. Veridiana, 661, Higienópolis; tel. (11) 3120-5050 (mais dois endereços) LEGGERA (lenha) ONDE r. Diana, 80, Perdizes; tel. (11) 3862-2581 MANGIARE GASTRONOMIA (lenha) ONDE av. Imperatriz Leopoldina, 681, Vila Leopoldina; tel. (11) 3034-5074 BRÁZ (lenha) ONDE r. Sergipe, 406, Consolação; tel. (11) 3214-3337 (mais três endereços) CARLOS PIZZA (lenha) ONDE r. Harmonia, 501, Vila Madalena; tel. (11) 3813-2017
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Corinthians se vinga, vence Cerro e recupera liderança na Libertadores
Com gosto de revanche, o Corinthians venceu o Cerro Porteño (PAR) na noite desta quarta-feira (16), em Itaquera. Com o placar de 2 a 0, o time brasileiro se vingou da derrota que teve na semana passada para os paraguaios, em Assunção, no Defensores del Chaco. Lucca e Víctor Mareco, contra, foram os autores dos gols do duelo. Sem dois titulares –Rodriguinho e André foram expulsos na última quarta (9) Tite conseguiu organizar o seu esquema tático, mantendo o 4-1-4-1, e viu a melhor performance do ano de seus comandados. Mais do que o resultado positivo, os alvinegros chegaram muitas vezes ao gol adversário, tocaram bastante a bola e criaram muitas chances. Além de ter feito o primeiro gol da partida, Lucca roubou a atenção na maior parte dos 90 minutos, fazendo grande exibição. No segundo tempo, quase marcou um golaço, com direito a lençol e outro drible no zagueiro. A bola, porém, não entrou. Outro que foi muito bem na noite desta quarta foi o jovem Maycon, garoto de 18 anos que fez sua estreia na Libertadores. Correu, deu carrinho, desarmou e deu bons passes: satisfez a torcida e a comissão técnica, substituindo Rodriguinho. O rival paraguaio praticamente não deu trabalho. Depois da metade do segundo tempo chegou a assustar duas vezes o goleiro Cássio, que conseguiu impedir o gol e a reação dos adversários. Com a vitória, o Corinthians voltou a ser líder do Grupo 8, com 9 pontos, ficando com vantagem de dois pontos em relação ao segundo e ao terceiro da chave, Santa Fe e Cerro, com 7 cada um. O último é o Cobresal, que até agora não somou nenhum ponto no torneio. Faltam ainda duas rodadas até terminar esta primeira fase da Libertadores. O time brasileiro só volta a campo agora daqui a três semanas, contra o Santa Fe, em Bogotá, no El Campín, no dia 6 de abril, às 21h45. O último jogo desta etapa é contra o Cobresal, na arena em Itaquera, no dia 20 de abril. PROTESTOS Enquanto o Brasil convulsionava fora do gramado de Itaquera por causa de vazamento de conversas entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, a Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, intensificou o protesto contra Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa. A uniformizada espalhou pequenos cartazes no setor norte da arena em Itaquera, com mensagens contra o deputado estadual. As mensagens eram duas: "CPI da merenda já" e "Quem vai prender o ladrão da merenda". Inimigo das organizadas há anos, Capez é investigado na Operação Alba Branca, que apura desvios de merendas escolares. O protesto também foi contra a diretoria do Corinthians. Uma faixa maior surgiu no setor leste, logo acima das placas dos patrocinadores. "Cadê as contas do estádio", dizia a mensagem. A Gaviões cobra da cúpula alvinegra que detalhe os gastos e as receitas na arena, além de esclarecer despesas com o Fiel Torcedor e ingressos.
esporte
Corinthians se vinga, vence Cerro e recupera liderança na LibertadoresCom gosto de revanche, o Corinthians venceu o Cerro Porteño (PAR) na noite desta quarta-feira (16), em Itaquera. Com o placar de 2 a 0, o time brasileiro se vingou da derrota que teve na semana passada para os paraguaios, em Assunção, no Defensores del Chaco. Lucca e Víctor Mareco, contra, foram os autores dos gols do duelo. Sem dois titulares –Rodriguinho e André foram expulsos na última quarta (9) Tite conseguiu organizar o seu esquema tático, mantendo o 4-1-4-1, e viu a melhor performance do ano de seus comandados. Mais do que o resultado positivo, os alvinegros chegaram muitas vezes ao gol adversário, tocaram bastante a bola e criaram muitas chances. Além de ter feito o primeiro gol da partida, Lucca roubou a atenção na maior parte dos 90 minutos, fazendo grande exibição. No segundo tempo, quase marcou um golaço, com direito a lençol e outro drible no zagueiro. A bola, porém, não entrou. Outro que foi muito bem na noite desta quarta foi o jovem Maycon, garoto de 18 anos que fez sua estreia na Libertadores. Correu, deu carrinho, desarmou e deu bons passes: satisfez a torcida e a comissão técnica, substituindo Rodriguinho. O rival paraguaio praticamente não deu trabalho. Depois da metade do segundo tempo chegou a assustar duas vezes o goleiro Cássio, que conseguiu impedir o gol e a reação dos adversários. Com a vitória, o Corinthians voltou a ser líder do Grupo 8, com 9 pontos, ficando com vantagem de dois pontos em relação ao segundo e ao terceiro da chave, Santa Fe e Cerro, com 7 cada um. O último é o Cobresal, que até agora não somou nenhum ponto no torneio. Faltam ainda duas rodadas até terminar esta primeira fase da Libertadores. O time brasileiro só volta a campo agora daqui a três semanas, contra o Santa Fe, em Bogotá, no El Campín, no dia 6 de abril, às 21h45. O último jogo desta etapa é contra o Cobresal, na arena em Itaquera, no dia 20 de abril. PROTESTOS Enquanto o Brasil convulsionava fora do gramado de Itaquera por causa de vazamento de conversas entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, a Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, intensificou o protesto contra Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa. A uniformizada espalhou pequenos cartazes no setor norte da arena em Itaquera, com mensagens contra o deputado estadual. As mensagens eram duas: "CPI da merenda já" e "Quem vai prender o ladrão da merenda". Inimigo das organizadas há anos, Capez é investigado na Operação Alba Branca, que apura desvios de merendas escolares. O protesto também foi contra a diretoria do Corinthians. Uma faixa maior surgiu no setor leste, logo acima das placas dos patrocinadores. "Cadê as contas do estádio", dizia a mensagem. A Gaviões cobra da cúpula alvinegra que detalhe os gastos e as receitas na arena, além de esclarecer despesas com o Fiel Torcedor e ingressos.
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Principal tendência do PT contesta posição de Lula sobre eleição na sigla
Maior força interna do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil) está contestando, formalmente, seu mais ilustre integrante: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após uma série de reuniões internas, dois representantes da corrente divulgaram um documento em que acusam de caciquismo os autores da proposta de realização de um congresso interno para a escolha da nova direção do partido. A ideia foi apresentada pelo presidente do PT, Rui Falcão, há 15 dias, com o endosso da esquerda do partido. Segundo petistas, Lula está entre seus apoiadores e não rejeitou a proposta quando discutida em reunião, em Brasília, com senadores e deputados petistas. O ex-presidente prega a "oxigenação" do PT. Pelo modelo proposto por Falcão, o partido convocaria um congresso com poderes para troca de comando da sigla no primeiro semestre de 2017. Hoje maioria na estrutura partidária, a CNB insiste na realização de eleições diretas. Falcão enfrentou ataques assim que sugeriu a fórmula ao partido. Criticado por não ter consultado a CNB, ele chegou a pedir desculpas por sua atitude intempestiva. Um militante de esquerda disse a Falcão, porém, que suas melhores decisões são as impetuosas. A receita de Falcão conta ainda com apoio da esquerda partidária sob o argumento de que a eleição direta privilegia os detentores da máquina do partido. Assinado pela secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, e por Jorge Coelho, um dos vice-presidentes da sigla, o texto da CNB prega a eleição direta e associa a "capas pretas" os idealizadores do congresso. Usa ainda a expressão "mandonismo" para qualificá-los. "A concepção que está subjacente ao fim das diretas do PT é retirar o direito do voto de um filiado ter o mesmo valor do voto do chamado capa preta", diz o documento. "Hoje os filiados votam nas direções e presidentes locais, estaduais e nacional. Com o fim das diretas do PT, o filiado só votaria na direção local, ficando a nobre tarefa de eleger a direção estadual aos iluminados do Estado, e apenas os nobres, nobilíssimos, ungidos escolheriam a direção e o presidente nacional." PRESIDÊNCIA A corrente também rejeita nomes cogitados por Lula para a presidência do partido, como o senador Lindbergh Farias (RJ) e o ex-ministro Jaques Wagner (BA). Os comandantes da CNB afirmaram a Lula que seu nome é o único capaz de unificar a sigla. Apesar de temer retaliações após escolha do ex-presidente para o comando do PT, como retenção de recursos do fundo partidário para sigla, os dirigentes da CNB disseram a Lula que a indicação de outro nome requer o crivo da tendência. A CNB sofreu baixas com a explosão da Operação Lava Jato. Para manter seu poderio, preserva o nome de dois ex-tesoureiros do partido e hoje presos –João Vaccari Neto e Paulo Ferreira– na lista de membros do diretório nacional. Agora, tenta se reorganizar para não perder essa hegemonia.
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Principal tendência do PT contesta posição de Lula sobre eleição na siglaMaior força interna do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil) está contestando, formalmente, seu mais ilustre integrante: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após uma série de reuniões internas, dois representantes da corrente divulgaram um documento em que acusam de caciquismo os autores da proposta de realização de um congresso interno para a escolha da nova direção do partido. A ideia foi apresentada pelo presidente do PT, Rui Falcão, há 15 dias, com o endosso da esquerda do partido. Segundo petistas, Lula está entre seus apoiadores e não rejeitou a proposta quando discutida em reunião, em Brasília, com senadores e deputados petistas. O ex-presidente prega a "oxigenação" do PT. Pelo modelo proposto por Falcão, o partido convocaria um congresso com poderes para troca de comando da sigla no primeiro semestre de 2017. Hoje maioria na estrutura partidária, a CNB insiste na realização de eleições diretas. Falcão enfrentou ataques assim que sugeriu a fórmula ao partido. Criticado por não ter consultado a CNB, ele chegou a pedir desculpas por sua atitude intempestiva. Um militante de esquerda disse a Falcão, porém, que suas melhores decisões são as impetuosas. A receita de Falcão conta ainda com apoio da esquerda partidária sob o argumento de que a eleição direta privilegia os detentores da máquina do partido. Assinado pela secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, e por Jorge Coelho, um dos vice-presidentes da sigla, o texto da CNB prega a eleição direta e associa a "capas pretas" os idealizadores do congresso. Usa ainda a expressão "mandonismo" para qualificá-los. "A concepção que está subjacente ao fim das diretas do PT é retirar o direito do voto de um filiado ter o mesmo valor do voto do chamado capa preta", diz o documento. "Hoje os filiados votam nas direções e presidentes locais, estaduais e nacional. Com o fim das diretas do PT, o filiado só votaria na direção local, ficando a nobre tarefa de eleger a direção estadual aos iluminados do Estado, e apenas os nobres, nobilíssimos, ungidos escolheriam a direção e o presidente nacional." PRESIDÊNCIA A corrente também rejeita nomes cogitados por Lula para a presidência do partido, como o senador Lindbergh Farias (RJ) e o ex-ministro Jaques Wagner (BA). Os comandantes da CNB afirmaram a Lula que seu nome é o único capaz de unificar a sigla. Apesar de temer retaliações após escolha do ex-presidente para o comando do PT, como retenção de recursos do fundo partidário para sigla, os dirigentes da CNB disseram a Lula que a indicação de outro nome requer o crivo da tendência. A CNB sofreu baixas com a explosão da Operação Lava Jato. Para manter seu poderio, preserva o nome de dois ex-tesoureiros do partido e hoje presos –João Vaccari Neto e Paulo Ferreira– na lista de membros do diretório nacional. Agora, tenta se reorganizar para não perder essa hegemonia.
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Com pratos contemporâneos, restaurante Lilu propõe cozinha compartilhada
DE SÃO PAULO Inaugurado em novembro passado, o restaurante do chef André Mifano fica no miolo do agitado bairro de Pinheiros e propõe uma cozinha compartilhada. Os pratos são apresentados em porções de tamanho ideal para dividir. Confira a avaliação dos críticos da sãopaulo. * LILU Avaliação geral: muito bom R. Francisco Leitão, 269, Pinheiros, tel. 3062-942 * ALCINO LEITE NETO, editor da "Três Estrelas" Avaliação: bom Cozinha contemporânea, com algo de brasileira, oferecida em pouco mais de dez pratos, bem elaborados e amenos * LUIZA FECAROTTA, crítica da Folha Avaliação: muito bom Eis um novo André Mifano, mais ousado, mas firme em sua essência: tratar com respeito e simplicidade os ingredientes em seu estado bruto * MANUEL DA COSTA PINTO, colunista da sãopaulo Avaliação: muito bom Longe das referências italianas do Vito, chef André Mifano inventa com consistência e ingredientes vigorosos na nova casa * MARCELO KATSUKI, blogueiro da Folha Avaliação: muito bom Dos drinques à sobremesa, tudo é especial. Mifano consegue dar relevância a ingredientes simples com pratos inspirados * CRÍTICO SECRETO, convidado especial da sãopaulo Avaliação: muito bom Para ir a dois. Pratos pequenos, receitas que fazem alegrias com o simples. O ambiente, apinhado e com música pop, é que não apetece
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Com pratos contemporâneos, restaurante Lilu propõe cozinha compartilhadaDE SÃO PAULO Inaugurado em novembro passado, o restaurante do chef André Mifano fica no miolo do agitado bairro de Pinheiros e propõe uma cozinha compartilhada. Os pratos são apresentados em porções de tamanho ideal para dividir. Confira a avaliação dos críticos da sãopaulo. * LILU Avaliação geral: muito bom R. Francisco Leitão, 269, Pinheiros, tel. 3062-942 * ALCINO LEITE NETO, editor da "Três Estrelas" Avaliação: bom Cozinha contemporânea, com algo de brasileira, oferecida em pouco mais de dez pratos, bem elaborados e amenos * LUIZA FECAROTTA, crítica da Folha Avaliação: muito bom Eis um novo André Mifano, mais ousado, mas firme em sua essência: tratar com respeito e simplicidade os ingredientes em seu estado bruto * MANUEL DA COSTA PINTO, colunista da sãopaulo Avaliação: muito bom Longe das referências italianas do Vito, chef André Mifano inventa com consistência e ingredientes vigorosos na nova casa * MARCELO KATSUKI, blogueiro da Folha Avaliação: muito bom Dos drinques à sobremesa, tudo é especial. Mifano consegue dar relevância a ingredientes simples com pratos inspirados * CRÍTICO SECRETO, convidado especial da sãopaulo Avaliação: muito bom Para ir a dois. Pratos pequenos, receitas que fazem alegrias com o simples. O ambiente, apinhado e com música pop, é que não apetece
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Assessor nega que Maluf tenha contas no exterior
A fonte da Folha insiste em dizer que o dinheiro devolvido à Prefeitura de São Paulo pelos bancos Citibank e UBS ("PM retira manifestantes do parque Augusta" ) pertence ao ex-prefeito Paulo Maluf, o que não é verdade. Já dissemos aqui à exaustão que o nome de Paulo Maluf não consta de nenhum processo que envolva esse assunto, e que esse dinheiro não é dele. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Assessor nega que Maluf tenha contas no exteriorA fonte da Folha insiste em dizer que o dinheiro devolvido à Prefeitura de São Paulo pelos bancos Citibank e UBS ("PM retira manifestantes do parque Augusta" ) pertence ao ex-prefeito Paulo Maluf, o que não é verdade. Já dissemos aqui à exaustão que o nome de Paulo Maluf não consta de nenhum processo que envolva esse assunto, e que esse dinheiro não é dele. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Na cadeia, Bandido da Luz Vermelha cantava Roberto Carlos e Raul Seixas
Taubaté, 1987 Nada mais daquele guarda-roupa estiloso adotado no auge da fama para dançar iê-iê-iê em boates de Santos. Três décadas atrás, quando nos encontramos, João Acácio vestia calça cáqui, camiseta branca e tênis de pano. Nos cabelos curtos trazia discretos sinais de embranquecimento. Era um sábado de agosto. Vinte anos antes, ele, o Bandido da Luz Vermelha, havia sido preso após longa caçada policial lembrada neste mês pela Folha. Na sala onde eu o entrevistava para o jornal "O Estado de S. Paulo", João Acácio se dizia regenerado. Já não estava ali, na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, onde conversávamos, o homem destemido que nos anos 1960 roubava joias e dinheiro em casas luxuosas depois de acordar os moradores com o clarão de uma lanterna. Nem o sujeito que teve a ousadia de revelar a um desembargador a vontade de matar algumas autoridades e depois "morrer com seis tiros na cara". Menos ainda o galanteador incorrigível que, em plena sessão de julgamento, lançou piscadelas a uma mulher. Citado em 94 processos como autor de assaltos, homicídios e estupros, ele se declarava arrependido. "Sou honesto, bacana, amigo de Deus." Sua rotina agora se resumia ao trabalho na oficina de montagem de prendedores de roupa e à leitura da Bíblia. Aprendera a ser "humilde, manso", apesar de uma ou outra recaída para os lados da imodéstia –ainda se achava sábio e bonito, ainda se mostrava orgulhoso das façanhas que o transformaram num "bandido famoso, noticiado pela imprensa internacional". Coisas do passado. Quem se apresentava ali, aos 45 anos, era um homem cujos prazeres, revelados em meio a frases atropeladas, não iam além de comer chocolate e cantar. Ofereceu a mim e a "toda a humanidade" interpretações emocionadas de "Caminhoneiro", de Roberto e Erasmo Carlos, e de "Cowboy Fora da Lei" e "Gita", de Raul Seixas. Presenteou-me com um livreto, "Novo Testamento - Salmos, Provérbios". No início, uma frase escrita a caneta: "Luz Vermelha ama só a Deus", afirmação desmontada numa das páginas finais: "Luz Vermelha não ama ninguém". Antes de ser reconduzido à cela, caminhando por um corredor mal iluminado, voltou-se para mim e prenunciou: "Hoje você vai sonhar comigo". Não deu outra. Numa Remington da Casa de Custódia, escrevi o texto, transmitido ao jornal por telefone. Quatro meses depois, recebi uma carta de João Acácio. Outras viriam, também endereçadas ao fotógrafo Newton Aguiar, meu parceiro naquela entrevista. Em todas, a mesma despedida: "Respeitosamente, sem mais, assino-me: João Acácio Pereira da Costa, o saudoso e inesquecível exLuz Vermelha". Agradecia pela visita, uma das raras recebidas em 20 anos na prisão, seis deles passados no Manicômio Judiciário. Ele contava que, depois daquela nossa conversa, até Gil Gomes o havia procurado com uma equipe da TV Record para uma "produção estupenda". Alternando frases escritas com tinta azul e vermelha, desejou-me um feliz Natal, "com todo conforto" e um cardápio variado, composto por "bananas, champanhe, uísque, chocolate, nozes e –por que não?– amendoins". Numa outra carta, o ex-Luz afirmou ter sido "positivamente o homem que bateu recorde nas paixões, nas perseveranças e na saudade que abalou corações". E continuou: "Como homem de fabulosa fama internacional, sempre fui curioso e vivi uma vida historiada... Fui homem que passou para a galeria dos bandidos lendários, fui manchete de jornais e cheguei a ser recorde e sucesso de literatura". Tudo isso até o dia em que alguma coisa se deu: "Entrei em eclipse lunar e solar, e assim, num duelo de titã entre o crime e a perfeição, vi que o crime não compensa". João Acácio ficou preso até 1997 e voltou para Joinville, sua cidade natal, onde seria assassinado. FERNANDO LICHTI BARROS, 64, jornalista e músico, é autor de "Do Calypso ao Cha-cha-chá - Músicos em São Paulo na Década de 60" (Nova Ilusão).
ilustrissima
Na cadeia, Bandido da Luz Vermelha cantava Roberto Carlos e Raul SeixasTaubaté, 1987 Nada mais daquele guarda-roupa estiloso adotado no auge da fama para dançar iê-iê-iê em boates de Santos. Três décadas atrás, quando nos encontramos, João Acácio vestia calça cáqui, camiseta branca e tênis de pano. Nos cabelos curtos trazia discretos sinais de embranquecimento. Era um sábado de agosto. Vinte anos antes, ele, o Bandido da Luz Vermelha, havia sido preso após longa caçada policial lembrada neste mês pela Folha. Na sala onde eu o entrevistava para o jornal "O Estado de S. Paulo", João Acácio se dizia regenerado. Já não estava ali, na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, onde conversávamos, o homem destemido que nos anos 1960 roubava joias e dinheiro em casas luxuosas depois de acordar os moradores com o clarão de uma lanterna. Nem o sujeito que teve a ousadia de revelar a um desembargador a vontade de matar algumas autoridades e depois "morrer com seis tiros na cara". Menos ainda o galanteador incorrigível que, em plena sessão de julgamento, lançou piscadelas a uma mulher. Citado em 94 processos como autor de assaltos, homicídios e estupros, ele se declarava arrependido. "Sou honesto, bacana, amigo de Deus." Sua rotina agora se resumia ao trabalho na oficina de montagem de prendedores de roupa e à leitura da Bíblia. Aprendera a ser "humilde, manso", apesar de uma ou outra recaída para os lados da imodéstia –ainda se achava sábio e bonito, ainda se mostrava orgulhoso das façanhas que o transformaram num "bandido famoso, noticiado pela imprensa internacional". Coisas do passado. Quem se apresentava ali, aos 45 anos, era um homem cujos prazeres, revelados em meio a frases atropeladas, não iam além de comer chocolate e cantar. Ofereceu a mim e a "toda a humanidade" interpretações emocionadas de "Caminhoneiro", de Roberto e Erasmo Carlos, e de "Cowboy Fora da Lei" e "Gita", de Raul Seixas. Presenteou-me com um livreto, "Novo Testamento - Salmos, Provérbios". No início, uma frase escrita a caneta: "Luz Vermelha ama só a Deus", afirmação desmontada numa das páginas finais: "Luz Vermelha não ama ninguém". Antes de ser reconduzido à cela, caminhando por um corredor mal iluminado, voltou-se para mim e prenunciou: "Hoje você vai sonhar comigo". Não deu outra. Numa Remington da Casa de Custódia, escrevi o texto, transmitido ao jornal por telefone. Quatro meses depois, recebi uma carta de João Acácio. Outras viriam, também endereçadas ao fotógrafo Newton Aguiar, meu parceiro naquela entrevista. Em todas, a mesma despedida: "Respeitosamente, sem mais, assino-me: João Acácio Pereira da Costa, o saudoso e inesquecível exLuz Vermelha". Agradecia pela visita, uma das raras recebidas em 20 anos na prisão, seis deles passados no Manicômio Judiciário. Ele contava que, depois daquela nossa conversa, até Gil Gomes o havia procurado com uma equipe da TV Record para uma "produção estupenda". Alternando frases escritas com tinta azul e vermelha, desejou-me um feliz Natal, "com todo conforto" e um cardápio variado, composto por "bananas, champanhe, uísque, chocolate, nozes e –por que não?– amendoins". Numa outra carta, o ex-Luz afirmou ter sido "positivamente o homem que bateu recorde nas paixões, nas perseveranças e na saudade que abalou corações". E continuou: "Como homem de fabulosa fama internacional, sempre fui curioso e vivi uma vida historiada... Fui homem que passou para a galeria dos bandidos lendários, fui manchete de jornais e cheguei a ser recorde e sucesso de literatura". Tudo isso até o dia em que alguma coisa se deu: "Entrei em eclipse lunar e solar, e assim, num duelo de titã entre o crime e a perfeição, vi que o crime não compensa". João Acácio ficou preso até 1997 e voltou para Joinville, sua cidade natal, onde seria assassinado. FERNANDO LICHTI BARROS, 64, jornalista e músico, é autor de "Do Calypso ao Cha-cha-chá - Músicos em São Paulo na Década de 60" (Nova Ilusão).
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A escalada da crise política e seus riscos
Em dezembro de 2015, Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, autorizou a tramitação do impeachment. Muitos viram ali a rota para desatar o nó da crise que remontava às eleições de 2014. Nesse cenário, multidões voltaram às ruas com objetivos e narrativas contrastantes. À denúncia da corrupção sistêmica do PT se contrapôs o discurso do golpe. O impedimento se consumou. Michel Temer assumiu. Um novo governo se organizou. A crise, no entanto, persistiu e ameaça, agora, transbordar do plano político para o institucional, em um confronto aberto envolvendo os três Poderes e o Ministério Público, tendo ao fundo uma economia em seu terceiro ano de recessão. Por que o impeachment e o novo governo, com maioria parlamentar e alinhado às propostas do establishment econômico e financeiro, foram insuficientes para arrestar a crise? Por que tamanha mudança foi incapaz até mesmo de reduzir a temperatura do conflito? A resposta é que a operação impeachment foi apenas mais um lance, embora crucial, no confronto mais visceral em curso, indefinido em seu desenlace. O afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff foi manobra estratégica (e de risco, pois desestabilizadora de regras essenciais do jogo democrático) imprescindível à elite política para responder à ameaça existencial da Lava Jato. O motor da crise resulta do choque entre as práticas que regeram, até aqui, a relação entre o dinheiro e a política -transversais ao sistema partidário, como a delação da Odebrecht comprova- e o fortalecimento das instituições (Ministério Público, Justiça e Polícia Federal), que colocaram em xeque aquele "modus operandi". Assim, a mudança de governo pela via "nuclear" do impeachment (a outra via, mais suave, com Lula no comando a partir da Casa Civil, foi abatida em pleno voo pelos vazamentos de Curitiba e por uma liminar monocrática do ministro Gilmar Mendes, jamais examinada pelo plenário do STF), ao conduzir ao poder o PMDB, peça central do sistema e emblema de suas práticas, só poderia ter como resultado a escalada do conflito. O que foi revelado no diálogo entre o senador Romero Jucá e Sérgio Machado era um segredo de polichinelo. Sem um refluxo da Lava Jato, a colisão prossegue, em ondas sísmicas e sucessivas. É incerto se o conflito irá se resolver pelos canais regulares. Disseminam-se, entre os atores envolvidos, métodos "heterodoxos" que desbordam dos parâmetros institucionais. Se já há muito os vazamentos seletivos e ilegais e as prisões temporárias "permanentes" para obter delações "espontâneas" sofrem críticas, a recusa recente do presidente do Senado de cumprir determinação do STF, seguida do recuo, sem fundamento jurídico convincente, do tribunal, em meio a óbvias pressões políticas, potencializou a perplexidade. O uso aberto da produção legal como artefato retaliatório também se incorporou ao cenário, assim como o incômodo simétrico de juízes e procuradores em submeterem salários e prerrogativas a limites razoáveis. Há risco de corrosão da autoridade do STF, árbitro final do sistema. Sua incapacidade, potencializada pela crise, de criar previsibilidade quanto à sua agenda e ao "timing" de suas decisões, de estipular limites para atuação e a disputa individual de seus membros, de garantir o respeito destes às próprias normas legais e regimentais e de manter-se a uma distância regulamentar da disputa partidária tem efeitos disruptivos no sistema político. A solidez institucional se assemelha à sinalização de trânsito. Enquanto os faróis funcionam, coordenam-se comportamentos e expectativas, fornecendo-se um mínimo de previsibilidade e segurança. O Brasil dedicou-se em 2016 ao esporte de alto risco de apagar aos poucos seus semáforos. Este 2017 nos dirá das chances de reverter esse flerte letal com a escuridão. SÉRGIO EDUARDO FERRAZ é doutor em ciência política pela USP e auditor do Tesouro da Secretaria da Fazenda de Pernambuco PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
A escalada da crise política e seus riscosEm dezembro de 2015, Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, autorizou a tramitação do impeachment. Muitos viram ali a rota para desatar o nó da crise que remontava às eleições de 2014. Nesse cenário, multidões voltaram às ruas com objetivos e narrativas contrastantes. À denúncia da corrupção sistêmica do PT se contrapôs o discurso do golpe. O impedimento se consumou. Michel Temer assumiu. Um novo governo se organizou. A crise, no entanto, persistiu e ameaça, agora, transbordar do plano político para o institucional, em um confronto aberto envolvendo os três Poderes e o Ministério Público, tendo ao fundo uma economia em seu terceiro ano de recessão. Por que o impeachment e o novo governo, com maioria parlamentar e alinhado às propostas do establishment econômico e financeiro, foram insuficientes para arrestar a crise? Por que tamanha mudança foi incapaz até mesmo de reduzir a temperatura do conflito? A resposta é que a operação impeachment foi apenas mais um lance, embora crucial, no confronto mais visceral em curso, indefinido em seu desenlace. O afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff foi manobra estratégica (e de risco, pois desestabilizadora de regras essenciais do jogo democrático) imprescindível à elite política para responder à ameaça existencial da Lava Jato. O motor da crise resulta do choque entre as práticas que regeram, até aqui, a relação entre o dinheiro e a política -transversais ao sistema partidário, como a delação da Odebrecht comprova- e o fortalecimento das instituições (Ministério Público, Justiça e Polícia Federal), que colocaram em xeque aquele "modus operandi". Assim, a mudança de governo pela via "nuclear" do impeachment (a outra via, mais suave, com Lula no comando a partir da Casa Civil, foi abatida em pleno voo pelos vazamentos de Curitiba e por uma liminar monocrática do ministro Gilmar Mendes, jamais examinada pelo plenário do STF), ao conduzir ao poder o PMDB, peça central do sistema e emblema de suas práticas, só poderia ter como resultado a escalada do conflito. O que foi revelado no diálogo entre o senador Romero Jucá e Sérgio Machado era um segredo de polichinelo. Sem um refluxo da Lava Jato, a colisão prossegue, em ondas sísmicas e sucessivas. É incerto se o conflito irá se resolver pelos canais regulares. Disseminam-se, entre os atores envolvidos, métodos "heterodoxos" que desbordam dos parâmetros institucionais. Se já há muito os vazamentos seletivos e ilegais e as prisões temporárias "permanentes" para obter delações "espontâneas" sofrem críticas, a recusa recente do presidente do Senado de cumprir determinação do STF, seguida do recuo, sem fundamento jurídico convincente, do tribunal, em meio a óbvias pressões políticas, potencializou a perplexidade. O uso aberto da produção legal como artefato retaliatório também se incorporou ao cenário, assim como o incômodo simétrico de juízes e procuradores em submeterem salários e prerrogativas a limites razoáveis. Há risco de corrosão da autoridade do STF, árbitro final do sistema. Sua incapacidade, potencializada pela crise, de criar previsibilidade quanto à sua agenda e ao "timing" de suas decisões, de estipular limites para atuação e a disputa individual de seus membros, de garantir o respeito destes às próprias normas legais e regimentais e de manter-se a uma distância regulamentar da disputa partidária tem efeitos disruptivos no sistema político. A solidez institucional se assemelha à sinalização de trânsito. Enquanto os faróis funcionam, coordenam-se comportamentos e expectativas, fornecendo-se um mínimo de previsibilidade e segurança. O Brasil dedicou-se em 2016 ao esporte de alto risco de apagar aos poucos seus semáforos. Este 2017 nos dirá das chances de reverter esse flerte letal com a escuridão. SÉRGIO EDUARDO FERRAZ é doutor em ciência política pela USP e auditor do Tesouro da Secretaria da Fazenda de Pernambuco PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Gordices: Biscoitos ganham forma de mandala nas mãos de doceira
Ao longo de meses, Maria Vilma Ferrato rabiscou testes e mais testes de receitas em seu caderno para chegar à sua flor gourmet. O resultado são biscoitos feitos sem lactose e sem glúten, à semelhança de mandalas, delicados, crocantes e de várias cores, a depender do sabor. Formada em ciências da computação, Maria Vilma buscou inspiração na família para pensar num produto novo e sofisticado ao qual se dedicar. Pois uma de suas tias teve uma fábrica de doces; outra, faz crochê até hoje, "sem óculos, aos 95 anos". Na Sweet Café, os biscoitos fazem companhia ao chá, ao café e a algumas sobremesas –e podem ser comprados em embalagens para presente. Também são vendidos sob encomenda em sabores como banana, com gosto acentuado da fruta, usada em forma de farinha na receita, cardamomo, laranja com canela, frutas vermelhas e outras. FLOR GOURMET florgourmet.com.br
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Gordices: Biscoitos ganham forma de mandala nas mãos de doceiraAo longo de meses, Maria Vilma Ferrato rabiscou testes e mais testes de receitas em seu caderno para chegar à sua flor gourmet. O resultado são biscoitos feitos sem lactose e sem glúten, à semelhança de mandalas, delicados, crocantes e de várias cores, a depender do sabor. Formada em ciências da computação, Maria Vilma buscou inspiração na família para pensar num produto novo e sofisticado ao qual se dedicar. Pois uma de suas tias teve uma fábrica de doces; outra, faz crochê até hoje, "sem óculos, aos 95 anos". Na Sweet Café, os biscoitos fazem companhia ao chá, ao café e a algumas sobremesas –e podem ser comprados em embalagens para presente. Também são vendidos sob encomenda em sabores como banana, com gosto acentuado da fruta, usada em forma de farinha na receita, cardamomo, laranja com canela, frutas vermelhas e outras. FLOR GOURMET florgourmet.com.br
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História de Rapunzel é o 11º volume da Coleção Folha
A aventura de Rapunzel e suas tranças cor de mel anima as páginas do 11º volume da Coleção Folha Histórias de Reis, Príncipes e Princesas. O livro, que traz um dos contos de fadas mais conhecidos e apreciados no mundo, estará à venda nas bancas no domingo (9) por R$ 18,90. Uma curiosidade: você sabia que rapunzel (ou rapôncio) é uma verdura de folha arredondada e cuja aparência lembra o espinafre? A planta existe mesmo e foi por causa dela que a moça que possui as tranças mais longas do mundo ganhou este nome. Tudo começou quando sua mãe ainda estava grávida. A mulher viu fartos pés de rapunzel crescendo na horta de uma vizinha e não conseguiu dominar seu desejo de comer uma bela salada da verdura. Acontece que aquela não era uma vizinha qualquer, mas uma velha feiticeira que ficou muito irritada ao perceber que as plantas haviam sido roubadas. Em troca, exigiu que os pais lhe dessem a criança assim que ela nascesse. A família aceitou a imposição, e foi assim que Rapunzel acabou trancada em uma torre. Apesar de triste, esse é, felizmente, só o início da história que tem também um príncipe apaixonado e disposto a tudo para salvar sua amada. O texto é uma adaptação feita pela escritora Rosane Pamplona da história publicada pelos irmãos Grimm no livro "Contos de Grimm". A coletânea reúne outras histórias como "Cinderela" e "Bela Adormecida".
ilustrada
História de Rapunzel é o 11º volume da Coleção FolhaA aventura de Rapunzel e suas tranças cor de mel anima as páginas do 11º volume da Coleção Folha Histórias de Reis, Príncipes e Princesas. O livro, que traz um dos contos de fadas mais conhecidos e apreciados no mundo, estará à venda nas bancas no domingo (9) por R$ 18,90. Uma curiosidade: você sabia que rapunzel (ou rapôncio) é uma verdura de folha arredondada e cuja aparência lembra o espinafre? A planta existe mesmo e foi por causa dela que a moça que possui as tranças mais longas do mundo ganhou este nome. Tudo começou quando sua mãe ainda estava grávida. A mulher viu fartos pés de rapunzel crescendo na horta de uma vizinha e não conseguiu dominar seu desejo de comer uma bela salada da verdura. Acontece que aquela não era uma vizinha qualquer, mas uma velha feiticeira que ficou muito irritada ao perceber que as plantas haviam sido roubadas. Em troca, exigiu que os pais lhe dessem a criança assim que ela nascesse. A família aceitou a imposição, e foi assim que Rapunzel acabou trancada em uma torre. Apesar de triste, esse é, felizmente, só o início da história que tem também um príncipe apaixonado e disposto a tudo para salvar sua amada. O texto é uma adaptação feita pela escritora Rosane Pamplona da história publicada pelos irmãos Grimm no livro "Contos de Grimm". A coletânea reúne outras histórias como "Cinderela" e "Bela Adormecida".
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TCU vê falhas em programa de regularização fundiária
Mais ambicioso programa de regularização fundiária do país, o Terra Legal deu milhares de títulos de terras com suspeitas de irregularidades, deixou de cumprir metas e não sabe quanto arrecadou vendendo áreas públicas, de acordo com uma auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O programa foi criado em 2009 para tornar legais as posses de áreas públicas na Amazônia Legal. A auditoria está em fase final, mas ainda não foi julgada pelos ministros do TCU. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Terra Legal esteve envolto em polêmica no seu início. O programa nasceu após a aprovação no Congresso de uma Medida Provisória que ficou conhecida como "MP da Grilagem". O receio do setor ambientalista era que o governo desse áreas para grileiros (pessoas que se apropriam de terras públicas criminalmente, geralmente por meio de fraude e violência) e legalizasse posses irregulares. Após cinco anos da sua criação, porém, o TCU traçou um panorama de descontrole na execução das ações – que visam regularizar 67 milhões de hectares, ou cerca de 8% do território nacional. Posteriormente, essa área foi atualizada para 55 milhões de hectares, meta atual. Há, primeiro, um problema de lentidão. Segundo o relatório preliminar da auditoria, ao qual a Folha teve acesso, mantido o atual ritmo, o programa só bateria sua meta de 150 mil títulos de terras no ano de 2059. A ideia inicial é que os títulos fossem concedidos em cinco anos, segundo o tribunal de contas. Até julho de 2014, haviam sido dados 7.951 títulos. Desse total, foram encontrados problemas ou indícios de problemas em quase metade deles. Em 11% (887) deles, os beneficiários não atendiam aos requisitos do programa federal: já eram assentados da reforma agrária, possuíam outro imóvel rural em seu nome ou do cônjuge, já tinham morrido ou obtinham maior parte de sua renda em atividades fora da propriedade rural. Outros 37% (2.931) dos beneficiários têm indícios do não enquadramento nesses requisitos: detêm cargo público ou emprego privado, são sócios de empresas não agrícolas e declararam residência em outro Estado, por exemplo. Segundo o TCU, os proprietários e suas famílias devem explorar diretamente a terra para se beneficiarem do programa. Por isso, os auditores consideraram que alguns desses casos são claramente descumpridores dos requisitos, enquanto os demais devem ser apurados pelo governo federal. Caso confirmadas essas irregularidades, a estimativa é que a União tenha perdido cerca de R$ 300 milhões, que é o valor de mercado dessas áreas sob suspeita de irregularidade com títulos de terra já concedidos. O valor do prejuízo pode aumentar caso cresçam os títulos de terras com irregularidades ao longo do programa. DESCONTROLE O programa, por exemplo, não sabe quanto já arrecadou com o pagamento das taxas para conceder as terras. Isso ocorre porque não há um sistema informatizado que faça esse controle. Ainda é apontado como um problema a cobrança pelo valor da terra abaixo do preço de mercado e também abaixo dos próprios valores cobrados pelo governo federal nos assentamentos da reforma agrária. Dentre as propostas dos auditores para encaminhamento do relatório estão que se estabeleça controles internos para fazer cruzamento de dados dos beneficiários com outros sistemas do governo, como da Receita Federal, suspenda os títulos apontados como suspeitos de irregularidades e promova audiência com gestores ligados ao programa para ouvi-los sobre esses problemas. OUTRO LADO O Ministério do Desenvolvimento Agrário informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que segue "estritamente" o que determina a legislação do programa Terra Legal, mais ambicioso programa de regularização fundiária do país. De acordo com auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a iniciativa teria deixado de cumprir metas. O ministério afirma que a definição dos preços das terras obedece à lei e que retoma para a União os imóveis rurais com título de terra indeferido. Ao relatório do Tribunal de Contas da União, disse que pode anular títulos a qualquer momento caso seja detectada alguma irregularidade. O ministério também afirmou que não tem acesso aos dados da Receita, por isso não fez cruzamento das informações dos beneficiários do programa -feita pelos auditores, que constataram pessoas que ganharam terra mesmo estando fora do perfil previsto pelo Terra Legal. O órgão informou também que está desenvolvendo um sistema para contabilizar o pagamento das taxas de aquisição de terras, para obter um controle da arrecadação. Sobre a demora no programa, a pasta disse que já concedeu cerca de 18 mil títulos até agora e que o ritmo das concessões passou a aumentar após uma lentidão inicial.
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TCU vê falhas em programa de regularização fundiáriaMais ambicioso programa de regularização fundiária do país, o Terra Legal deu milhares de títulos de terras com suspeitas de irregularidades, deixou de cumprir metas e não sabe quanto arrecadou vendendo áreas públicas, de acordo com uma auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O programa foi criado em 2009 para tornar legais as posses de áreas públicas na Amazônia Legal. A auditoria está em fase final, mas ainda não foi julgada pelos ministros do TCU. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Terra Legal esteve envolto em polêmica no seu início. O programa nasceu após a aprovação no Congresso de uma Medida Provisória que ficou conhecida como "MP da Grilagem". O receio do setor ambientalista era que o governo desse áreas para grileiros (pessoas que se apropriam de terras públicas criminalmente, geralmente por meio de fraude e violência) e legalizasse posses irregulares. Após cinco anos da sua criação, porém, o TCU traçou um panorama de descontrole na execução das ações – que visam regularizar 67 milhões de hectares, ou cerca de 8% do território nacional. Posteriormente, essa área foi atualizada para 55 milhões de hectares, meta atual. Há, primeiro, um problema de lentidão. Segundo o relatório preliminar da auditoria, ao qual a Folha teve acesso, mantido o atual ritmo, o programa só bateria sua meta de 150 mil títulos de terras no ano de 2059. A ideia inicial é que os títulos fossem concedidos em cinco anos, segundo o tribunal de contas. Até julho de 2014, haviam sido dados 7.951 títulos. Desse total, foram encontrados problemas ou indícios de problemas em quase metade deles. Em 11% (887) deles, os beneficiários não atendiam aos requisitos do programa federal: já eram assentados da reforma agrária, possuíam outro imóvel rural em seu nome ou do cônjuge, já tinham morrido ou obtinham maior parte de sua renda em atividades fora da propriedade rural. Outros 37% (2.931) dos beneficiários têm indícios do não enquadramento nesses requisitos: detêm cargo público ou emprego privado, são sócios de empresas não agrícolas e declararam residência em outro Estado, por exemplo. Segundo o TCU, os proprietários e suas famílias devem explorar diretamente a terra para se beneficiarem do programa. Por isso, os auditores consideraram que alguns desses casos são claramente descumpridores dos requisitos, enquanto os demais devem ser apurados pelo governo federal. Caso confirmadas essas irregularidades, a estimativa é que a União tenha perdido cerca de R$ 300 milhões, que é o valor de mercado dessas áreas sob suspeita de irregularidade com títulos de terra já concedidos. O valor do prejuízo pode aumentar caso cresçam os títulos de terras com irregularidades ao longo do programa. DESCONTROLE O programa, por exemplo, não sabe quanto já arrecadou com o pagamento das taxas para conceder as terras. Isso ocorre porque não há um sistema informatizado que faça esse controle. Ainda é apontado como um problema a cobrança pelo valor da terra abaixo do preço de mercado e também abaixo dos próprios valores cobrados pelo governo federal nos assentamentos da reforma agrária. Dentre as propostas dos auditores para encaminhamento do relatório estão que se estabeleça controles internos para fazer cruzamento de dados dos beneficiários com outros sistemas do governo, como da Receita Federal, suspenda os títulos apontados como suspeitos de irregularidades e promova audiência com gestores ligados ao programa para ouvi-los sobre esses problemas. OUTRO LADO O Ministério do Desenvolvimento Agrário informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que segue "estritamente" o que determina a legislação do programa Terra Legal, mais ambicioso programa de regularização fundiária do país. De acordo com auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a iniciativa teria deixado de cumprir metas. O ministério afirma que a definição dos preços das terras obedece à lei e que retoma para a União os imóveis rurais com título de terra indeferido. Ao relatório do Tribunal de Contas da União, disse que pode anular títulos a qualquer momento caso seja detectada alguma irregularidade. O ministério também afirmou que não tem acesso aos dados da Receita, por isso não fez cruzamento das informações dos beneficiários do programa -feita pelos auditores, que constataram pessoas que ganharam terra mesmo estando fora do perfil previsto pelo Terra Legal. O órgão informou também que está desenvolvendo um sistema para contabilizar o pagamento das taxas de aquisição de terras, para obter um controle da arrecadação. Sobre a demora no programa, a pasta disse que já concedeu cerca de 18 mil títulos até agora e que o ritmo das concessões passou a aumentar após uma lentidão inicial.
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Redes inteligentes permitem controlar e reduzir consumo de energia elétrica
Você certamente foi surpreendido neste ano com o aumento no valor da sua conta de luz. Imagine que, em um futuro não muito distante, será possível saber, antes da conta chegar, quanto você pagará à sua concessionária na data do vencimento. Mais do que isso: além de conhecer com antecedência o quanto gastou, você poderá gerenciar o seu consumo. Se estiver gastando muito, perceberá antes, e poderá administrar melhor o uso da eletricidade até o final do mês. Saberá também qual eletrodoméstico está consumindo mais. A tecnologia que possibilitará um controle maior do consumo de energia já existe e é utilizada em parte de grandes clientes industriais e comerciais. Conhecido como "smart grid", ou "redes inteligentes", esse sistema em breve estará disponível também para residências. A chave para o seu funcionamento são os medidores eletrônicos inteligentes, mais modernos do que os utilizados hoje. Além de possibilitar o gerenciamento do consumo, na internet ou aplicativo, esses aparelhos viabilizarão medição remota do consumo. "Hoje, uma pessoa precisa ligar para avisar que está sem fornecimento de energia. Com os sistemas inteligentes, isso não será mais preciso", diz Sidney Simonaggio, vice-presidente de Operações da AES Eletropaulo. Outra vantagem do sistema, diz ele, é a redução de perdas, pois será mais fácil detectar fraudes. A partir do próximo ano, a empresa começará a trocar todos os medidores dos 66 mil usuários de Barueri (SP). O projeto piloto custará cerca de R$ 72 milhões. A CPFL também pretende trocar os medidores em 2 milhões de clientes a partir de 2017, segundo o diretor de engenharia Paulo Bombassaro. A empresa deve investir R$ 700 milhões na mudança. GERAÇÃO O objetivo principal dos sistemas inteligentes de energia é tornar o consumo mais eficiente e evitar desperdícios. "Com essa inteligência, a forma de usar a energia seria diferente e os reservatórios, mais preservados, reduzindo o impacto da crise hídrica", afirma Sergio Jacobsen, gerente-geral da área de "smart grids" da Siemens. A inteligência do sistema começa nas usinas. Hoje, a operação de grandes hidrelétricas já é controlada remotamente. "Todos os equipamentos dentro de uma usina são acionados de uma sala fechada, com poucas pessoas", diz José Nardi, gerente da área de geração da ABB. No caso da AES Tietê, um avião inteligente de pequeno porte sobrevoa os reservatórios sem o auxílio do piloto. O equipamento, chamado Vant, fotografa as margens. Para inspecionar os equipamentos das usinas, a empresa utiliza um robô subaquático. Por meio de câmeras de vídeo e sensores operados por controle remoto, ele identifica e evita problemas nas turbinas. DISTRIBUIÇÃO Produzida a energia, ela segue para as redes de transmissão e distribuição, onde o controle do fluxo é fundamental para evitar perdas e garantir o fornecimento. Diversas soluções digitais permitem o monitoramento do caminho da energia, da usina às casas. Nas distribuidoras, softwares inteligentes controlam toda a operação da rede. O objetivo é identificar, o mais rápido possível, problemas que possam afetar o fornecimento, como chuvas ou queda de árvores. "O objetivo é ter o mínimo possível de interrupção. Se houver, os sistemas devem garantir que se restabeleça da forma mais rápida possível", diz Ricardo Van Erven, diretor geral da GE Digital Energy para a América Latina. Em caso de falhas, as redes inteligentes vão identificá-las, recalcular uma rota alternativa para que a energia chegue ao destino e redirecioná-la remotamente. "É como um GPS", compara Erven. "Uma interrupção, que demoraria uma hora para ser resolvida, pode ser sanada em 3 minutos", afirma Bombassaro, da CPFL.
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Redes inteligentes permitem controlar e reduzir consumo de energia elétricaVocê certamente foi surpreendido neste ano com o aumento no valor da sua conta de luz. Imagine que, em um futuro não muito distante, será possível saber, antes da conta chegar, quanto você pagará à sua concessionária na data do vencimento. Mais do que isso: além de conhecer com antecedência o quanto gastou, você poderá gerenciar o seu consumo. Se estiver gastando muito, perceberá antes, e poderá administrar melhor o uso da eletricidade até o final do mês. Saberá também qual eletrodoméstico está consumindo mais. A tecnologia que possibilitará um controle maior do consumo de energia já existe e é utilizada em parte de grandes clientes industriais e comerciais. Conhecido como "smart grid", ou "redes inteligentes", esse sistema em breve estará disponível também para residências. A chave para o seu funcionamento são os medidores eletrônicos inteligentes, mais modernos do que os utilizados hoje. Além de possibilitar o gerenciamento do consumo, na internet ou aplicativo, esses aparelhos viabilizarão medição remota do consumo. "Hoje, uma pessoa precisa ligar para avisar que está sem fornecimento de energia. Com os sistemas inteligentes, isso não será mais preciso", diz Sidney Simonaggio, vice-presidente de Operações da AES Eletropaulo. Outra vantagem do sistema, diz ele, é a redução de perdas, pois será mais fácil detectar fraudes. A partir do próximo ano, a empresa começará a trocar todos os medidores dos 66 mil usuários de Barueri (SP). O projeto piloto custará cerca de R$ 72 milhões. A CPFL também pretende trocar os medidores em 2 milhões de clientes a partir de 2017, segundo o diretor de engenharia Paulo Bombassaro. A empresa deve investir R$ 700 milhões na mudança. GERAÇÃO O objetivo principal dos sistemas inteligentes de energia é tornar o consumo mais eficiente e evitar desperdícios. "Com essa inteligência, a forma de usar a energia seria diferente e os reservatórios, mais preservados, reduzindo o impacto da crise hídrica", afirma Sergio Jacobsen, gerente-geral da área de "smart grids" da Siemens. A inteligência do sistema começa nas usinas. Hoje, a operação de grandes hidrelétricas já é controlada remotamente. "Todos os equipamentos dentro de uma usina são acionados de uma sala fechada, com poucas pessoas", diz José Nardi, gerente da área de geração da ABB. No caso da AES Tietê, um avião inteligente de pequeno porte sobrevoa os reservatórios sem o auxílio do piloto. O equipamento, chamado Vant, fotografa as margens. Para inspecionar os equipamentos das usinas, a empresa utiliza um robô subaquático. Por meio de câmeras de vídeo e sensores operados por controle remoto, ele identifica e evita problemas nas turbinas. DISTRIBUIÇÃO Produzida a energia, ela segue para as redes de transmissão e distribuição, onde o controle do fluxo é fundamental para evitar perdas e garantir o fornecimento. Diversas soluções digitais permitem o monitoramento do caminho da energia, da usina às casas. Nas distribuidoras, softwares inteligentes controlam toda a operação da rede. O objetivo é identificar, o mais rápido possível, problemas que possam afetar o fornecimento, como chuvas ou queda de árvores. "O objetivo é ter o mínimo possível de interrupção. Se houver, os sistemas devem garantir que se restabeleça da forma mais rápida possível", diz Ricardo Van Erven, diretor geral da GE Digital Energy para a América Latina. Em caso de falhas, as redes inteligentes vão identificá-las, recalcular uma rota alternativa para que a energia chegue ao destino e redirecioná-la remotamente. "É como um GPS", compara Erven. "Uma interrupção, que demoraria uma hora para ser resolvida, pode ser sanada em 3 minutos", afirma Bombassaro, da CPFL.
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Luz no fundo do poço do túnel
"O MÁXIMO que se pode dizer é que há sinais esparsos de que as coisas estão piorando mais devagar. Algumas das boas notícias não convencem... Mesmo quando o pior passar, não terá passado. O desemprego ainda continuou a crescer por um ano e meio depois do fim oficial da recessão..." Isto era Paul Krugman, o Nobel de Economia, escrevendo em abril de 2009 sobre a recessão que ainda devastava os EUA. Na superfície, as frases lembram o nosso caso de agora. Lá nos EUA, otimistas viam então "brotos verdes", primavera econômica. Aqui, ainda tentamos enxergar se sobrou algo da plantação depois de uma praga de gafanhotos seguida de queimada e geada. Ainda está geando. Menos. A nossa conversa sobre a luz de vela no fundo do poço do túnel adveio da melhora tímida da confiança econômica em maio, do resultado do PIB menos depressivo do que o esperado (nesta quarta) e de piscadelas de vida da indústria, ainda em coma (nesta quinta). Uma surpresa positiva foi o investimento (em novas instalações produtivas, equipamentos e construções). Caiu menos do que o esperado nas contas do PIB. Além do mais, nas contas da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) cresce desde janeiro. Parecem "brotos verdes". Não é isso. Melhor que nada, de qualquer modo. Nesta crise, a indústria de bens de capital desceu ao mais profundo dos infernos em pelo menos 13 anos e, provavelmente, dos últimos 20 anos, a julgar por indicadores indiretos. O nível de produção atual é 28% menor que o de abril de 2015. Até março, o consumo doméstico de bens de capital (produção local menos exportações, mais importações) ainda caia mais 27%, em um ano. A despiora do setor parece vir do aumento discreto das vendas no exterior, desde janeiro. Em suma, o investimento apenas está caindo mais devagar. Melhor que nada, de qualquer modo. Não haverá convalescença sem novos projetos de investimento. O setor privado estará na retranca por um bom tempo, ainda mais se o tempo voltar a fechar na política. O governo terá de ir ao ataque: 1) Destravando já concessões para investimentos em infraestrutura (que só devem vir em 2017 e olhe lá); 2) Limpando sujeira e ruínas de Petrobras, construção civil e setor elétrico; 3) Arrumando as normas que regulam setores que vão de teles e até, em escala menor, mineração, onde há algum dinheiro para investir, parado por falta de definições; 4) Dando um jeito na política econômica, fiscal, a fim de baixar juros o quanto antes. Quanto à recuperação pelo consumo, a produção industrial vai depender de um cabo de guerra. De um lado, estão crédito e renda, caindo ainda em ritmo acelerado; de outro, estaria a confiança de voltar a comprar por parte de quem ainda tem algum (dinheiro e emprego). Há, sim, otimismos. Os economistas do Bradesco escreveram assim, em comentário sobre o resultado da indústria: "Após a surpresa positiva com o resultado do PIB do primeiro trimestre, os dados da Pesquisa Industrial Mensal de abril reforçam nossa expectativa de estabilização da economia no segundo trimestre. Os sinais começaram a aparecer de forma mais consistente desde fevereiro e março deste ano".
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Luz no fundo do poço do túnel"O MÁXIMO que se pode dizer é que há sinais esparsos de que as coisas estão piorando mais devagar. Algumas das boas notícias não convencem... Mesmo quando o pior passar, não terá passado. O desemprego ainda continuou a crescer por um ano e meio depois do fim oficial da recessão..." Isto era Paul Krugman, o Nobel de Economia, escrevendo em abril de 2009 sobre a recessão que ainda devastava os EUA. Na superfície, as frases lembram o nosso caso de agora. Lá nos EUA, otimistas viam então "brotos verdes", primavera econômica. Aqui, ainda tentamos enxergar se sobrou algo da plantação depois de uma praga de gafanhotos seguida de queimada e geada. Ainda está geando. Menos. A nossa conversa sobre a luz de vela no fundo do poço do túnel adveio da melhora tímida da confiança econômica em maio, do resultado do PIB menos depressivo do que o esperado (nesta quarta) e de piscadelas de vida da indústria, ainda em coma (nesta quinta). Uma surpresa positiva foi o investimento (em novas instalações produtivas, equipamentos e construções). Caiu menos do que o esperado nas contas do PIB. Além do mais, nas contas da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) cresce desde janeiro. Parecem "brotos verdes". Não é isso. Melhor que nada, de qualquer modo. Nesta crise, a indústria de bens de capital desceu ao mais profundo dos infernos em pelo menos 13 anos e, provavelmente, dos últimos 20 anos, a julgar por indicadores indiretos. O nível de produção atual é 28% menor que o de abril de 2015. Até março, o consumo doméstico de bens de capital (produção local menos exportações, mais importações) ainda caia mais 27%, em um ano. A despiora do setor parece vir do aumento discreto das vendas no exterior, desde janeiro. Em suma, o investimento apenas está caindo mais devagar. Melhor que nada, de qualquer modo. Não haverá convalescença sem novos projetos de investimento. O setor privado estará na retranca por um bom tempo, ainda mais se o tempo voltar a fechar na política. O governo terá de ir ao ataque: 1) Destravando já concessões para investimentos em infraestrutura (que só devem vir em 2017 e olhe lá); 2) Limpando sujeira e ruínas de Petrobras, construção civil e setor elétrico; 3) Arrumando as normas que regulam setores que vão de teles e até, em escala menor, mineração, onde há algum dinheiro para investir, parado por falta de definições; 4) Dando um jeito na política econômica, fiscal, a fim de baixar juros o quanto antes. Quanto à recuperação pelo consumo, a produção industrial vai depender de um cabo de guerra. De um lado, estão crédito e renda, caindo ainda em ritmo acelerado; de outro, estaria a confiança de voltar a comprar por parte de quem ainda tem algum (dinheiro e emprego). Há, sim, otimismos. Os economistas do Bradesco escreveram assim, em comentário sobre o resultado da indústria: "Após a surpresa positiva com o resultado do PIB do primeiro trimestre, os dados da Pesquisa Industrial Mensal de abril reforçam nossa expectativa de estabilização da economia no segundo trimestre. Os sinais começaram a aparecer de forma mais consistente desde fevereiro e março deste ano".
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Claro dá chip extra para leitora e diz que ela contratou duas linhas
Em junho de 2016, a leitora Eduarda Nogueira Diniz comprou um celular na Claro. Na época, ela recebeu um chip adicional cuja única função seria desbloquear a linha do aparelho. Em julho deste ano, Eduarda procurou a operadora para negociar a contratação de um plano mais barato. Contudo, foi surpreendida: na verdade, o tal chip extra seria uma linha separada daquela contratada por ela. Consequentemente, os empecilhos para mudar de plano dobraram. O período de fidelização –a partir do qual a alteração do plano é grátis– passou de 12 para 24 meses e a multa, agora devida, foi multiplicada por dois. Resposta da Claro: diz ter entrado em contato com a leitora e que "esclareceu as informações necessárias." - Queixa de Leonardo de Paiva Apostolico: seguro incancelável Leitor quer mudar contrato de seguro de imóvel alugado, pois entende que o beneficiário é o proprietário. Após mais de dois meses de idas e vindas, continua pagando indevidamente pelo seguro. Resposta da Bradesco Seguros: diz que entrou em contato com leitor para os "devidos esclarecimentos." - Queixa de Anderson Fazoli: garantia violada Leitor contratou garantia estendida no momento da compra de impressora. Porém, o produto quebrou e a seguradora não quer cobrir os reparos: alega que os dados constantes na garantia não são os da impressora. Resposta da Kalunga: lamenta o ocorrido e diz que corrigiu os dados com a seguradora. - Queixa de Ramirez Augusto Pessoa Fernandes: reembolso menor Leitor contratou pacote turístico para Fernando de Noronha (PE), mas teve que cancelar a viagem devido a uma cirurgia de sua mulher. A Azul Viagens reembolsou menos de um terço do valor. Resposta da Azul: diz que o valor reembolsado está de acordo com o contrato assinado pelo leitor. - Queixa de Melchior Martin Neto: erro no sistema Leitor não consegue comprar celular por meio de desconto na fatura mensal do seu plano, pois a central de atendimento da operadora Tim, que é mecanizada, sempre acusa "erro no sistema." Resposta da Tim: informa que os pedidos anteriores foram cancelados por indisponibilidade do produto.
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Claro dá chip extra para leitora e diz que ela contratou duas linhasEm junho de 2016, a leitora Eduarda Nogueira Diniz comprou um celular na Claro. Na época, ela recebeu um chip adicional cuja única função seria desbloquear a linha do aparelho. Em julho deste ano, Eduarda procurou a operadora para negociar a contratação de um plano mais barato. Contudo, foi surpreendida: na verdade, o tal chip extra seria uma linha separada daquela contratada por ela. Consequentemente, os empecilhos para mudar de plano dobraram. O período de fidelização –a partir do qual a alteração do plano é grátis– passou de 12 para 24 meses e a multa, agora devida, foi multiplicada por dois. Resposta da Claro: diz ter entrado em contato com a leitora e que "esclareceu as informações necessárias." - Queixa de Leonardo de Paiva Apostolico: seguro incancelável Leitor quer mudar contrato de seguro de imóvel alugado, pois entende que o beneficiário é o proprietário. Após mais de dois meses de idas e vindas, continua pagando indevidamente pelo seguro. Resposta da Bradesco Seguros: diz que entrou em contato com leitor para os "devidos esclarecimentos." - Queixa de Anderson Fazoli: garantia violada Leitor contratou garantia estendida no momento da compra de impressora. Porém, o produto quebrou e a seguradora não quer cobrir os reparos: alega que os dados constantes na garantia não são os da impressora. Resposta da Kalunga: lamenta o ocorrido e diz que corrigiu os dados com a seguradora. - Queixa de Ramirez Augusto Pessoa Fernandes: reembolso menor Leitor contratou pacote turístico para Fernando de Noronha (PE), mas teve que cancelar a viagem devido a uma cirurgia de sua mulher. A Azul Viagens reembolsou menos de um terço do valor. Resposta da Azul: diz que o valor reembolsado está de acordo com o contrato assinado pelo leitor. - Queixa de Melchior Martin Neto: erro no sistema Leitor não consegue comprar celular por meio de desconto na fatura mensal do seu plano, pois a central de atendimento da operadora Tim, que é mecanizada, sempre acusa "erro no sistema." Resposta da Tim: informa que os pedidos anteriores foram cancelados por indisponibilidade do produto.
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Violações da fronteira entre México e EUA caem para nível dos anos 1970
A proposta de orçamento recentemente divulgada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o ano de 2018 inclui aumento de US$ 4,5 bilhões (R$ 14 bilhões) nas verbas de programas que reforçam as fronteiras e o sistema de imigração, o que inclui o projeto e construção de um muro na fronteira com o México. A proposta de ampliação de gastos com o controle de fronteiras e defesa apresentada por Trump, como parte de um orçamento de "poder duro", seria bancada por redução de gastos com programas ambientais, assistência internacional e apoio às artes, entre outras coisas. No entanto, existe um problema no muro planejado por Trump. Não há qualquer indicação de que ele possa atingir seus objetivos. Um dos motivos principais é simples: o número de pessoas que atravessam a fronteira já não é tão grande quanto no passado. Novas pesquisas que serão apresentadas em uma conferência da Brookings Institution esta semana demonstram que o influxo de trabalhadores jovens e de baixa capacitação aos Estados Unidos deve cair nos próximos anos, devido ao baixo crescimento na força de trabalho do México e de outros países latino-americanos. Embora entre os anos 1980 e a metade da década de 2000 tenha acontecido um boom de imigração, em 2015, 75% dos imigrantes com baixa capacitação profissional radicados nos Estados Unidos estavam no país há 11 anos ou mais, de acordo com o estudo conduzido por Gordon Hanson, Chen Liu e Craig McIntosh, da Universidade da Califórnia em San Diego. O número de detenções na fronteira com o México –um indicador do número de mexicanos, centro-americanos e outros estrangeiros que estão tentando entrar nos Estados Unidos– já caiu a números vistos pela última vez nos anos 1970. Os mexicanos respondem por pouco mais da metade da população de imigrantes não autorizados nos Estados Unidos, que caiu em mais de um milhão de pessoas ante seu pico em 2007, de acordo com estimativas do Pew Research Center, uma organização de pesquisa apartidária. No primeiro mês de Trump no poder, o número de detenções na fronteira parece ter caído de maneira ainda mais dramática. O Departamento de Segurança Interna (DSI) dos Estados Unidos anunciou que as travessias ilegais de fronteira caíram em 40% de janeiro para fevereiro. Apreensões na fronteira com o México - Prisões de imigrantes sem autorização caem sob Trump Além disso, hoje a probabilidade de que um imigrante não autorizado esteja ilegalmente no país por estourar o prazo de seu visto de turismo é mais alta do que a probabilidade de que ele tenha entrado cruzando ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos. E em 2015, o número de canadenses que estouraram o prazo de seus vistos foi duas vezes mais alto que o de mexicanos. O DSI estimou que o muro de Trump custará até US$ 21,6 bilhões (R$ 67 bilhões) no total, ao longo de sua construção. Trump insiste em que o México pagará por ela, uma afirmação firmemente rejeitada pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto. Trump retratou os imigrantes não autorizados como criminosos desde o momento em que anunciou sua candidatura à Presidência, quando ele afirmou que imigrantes mexicanos traziam drogas e crime aos Estados Unidos e eram estupradores, ainda que "alguns deles, presumo, sejam boas pessoas". Como presidente, Trump convidou famílias de vítimas de crimes perpetrados por imigrantes para assistirem ao seu primeiro discurso no Congresso, durante o qual ele anunciou a criação de um novo departamento governamental cujo foco seriam os crimes dos imigrantes. No entanto, não existem indicações de que um muro na fronteira reduziria o índice de criminalidade nos Estados Unidos. Sem dúvida imigrantes não autorizados cometeram crimes violentos, mas os dados não demonstram que eles cometam proporcionalmente mais crimes do que os cidadãos nascidos nos Estados Unidos. O Instituto de Política de Migrações estimou em 2015 que 300 mil dos aproximadamente 11 milhões de imigrantes não autorizados que vivem nos Estados Unidos já foram condenados por crimes, e que número ainda mais alto deles havia cometido delitos. Mas a proporção de criminosos encarcerados é muito maior para as pessoas nascidas nos Estados Unidos do que para os imigrantes, que normalmente, com poucas exceções, servem suas sentenças antes de serem deportados, caso tenham sido condenados também a deportação. Estimar o impacto econômico das restrições à imigração não autorizada é mais complicado, dadas as informações imprecisas que estão disponíveis, mas a maioria dos economistas que pesquisaram sobre o assunto concorda que gastos significativos para conter o ingresso de imigrantes não autorizados provavelmente prejudicariam a economia dos Estados Unidos como um todo. O Arizona é um bom exemplo para observar o que acontece quando os imigrantes não autorizados partem. Em 2008, o Estado implementou o programa E-Verify, que tornava mais difícil a obtenção de emprego por imigrantes não autorizados. Isso resultou em 40% de queda na população estadual de imigrantes não autorizados, até 2012, de acordo com o Pew Research Center –a maior queda registrada entre todos os Estados norte-americanos. Por causa das partidas, a agência de classificação de crédito Moody's estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Arizona caiu em média 2% ao ano entre 2008 e 2015, de acordo com uma análise conduzida a pedido do "Wall Street Journal". Cidadãos nascidos nos Estados Unidos e imigrantes legais ocuparam apenas 10% dos empregos abandonados pelos imigrantes ilegais, desde 2008, de acordo com a análise, causando uma falta continuada de mão de obra nos setores agrícola, de paisagismo e de construção civil. No entanto, pessoas que vieram a ocupar postos de trabalho abandonados por imigrantes não autorizados no Arizona se beneficiaram de salários mais altos do que os vigentes antes da implementação do programa E-Verify. Os economistas divergem sobre os prejuízos que os trabalhadores norte-americanos de baixa capacitação sofrem com a presença de imigrantes não autorizados, e há quem alegue que não existem prejuízos. Estudos respeitados, pelos economistas David Card e Giovanna Peri, demonstram que os influxos de imigrantes não autorizados de baixa capacitação profissional tiveram efeito neutro ou até ajudaram os trabalhadores norte-americanos de baixa capacitação, ao lhes propiciar a oportunidade de especialização em trabalhos que requerem capacitação mais elevada. Por outro lado, o economista George Borias, da Universidade Harvard, estima que o influxo de imigrantes de baixa capacitação tenha causado queda de entre US$ 800 e US$ 1.500 (R$ 2.500 e R$ 4.700, respectivamente) ao ano nos salários obtidos por trabalhadores nascidos nos Estados Unidos que não tenham completado o segundo grau. A despeito do desacordo sobre a dimensão das perdas sofridas pelos trabalhadores norte-americanos em função da imigração de trabalhadores desqualificados, se é que essas perdas existem, existe uma espécie de consenso em torno da ideia de que restringir completamente a imigração não autorizada causaria perdas líquidas à economia dos Estados Unidos, especialmente se o processo exigir gastos muito altos. Além do custo estimado de US$ 21,6 bilhões para a muralha na fronteira, John Kelly, o secretário do DSI, anunciou a contratação de mais 5.000 homens para a patrulha de fronteira e outros 10 mil para o serviço de imigração e alfândega norte-americanos, a fim de cumprir o disposto nos decretos de Trump sobre imigração. A grande questão que os Estados Unidos enfrentam agora é o envelhecimento da população existente de imigrantes não documentados, de acordo com o estudo da Universidade da Califórnia em San Diego. O estudo calcula que o total de latino-americanos com menos de 40 anos de idade vivendo nos Estados Unidos cairá em 6% nos próximos 15 anos, enquanto a população de mais de 40 anos de idade crescerá em 82%, dentro dessa categoria demográfica. "O debate atual dos Estados Unidos sobre a política de imigração tem algo de retrógrado", os autores do estudo afirmam. "O desafio não é como deter o influxo em larga escala de trabalhadores, algo que já foi realizado, mas como administrar uma grande população de imigrantes não documentados já assentados no país. Imensos investimentos na construção de barreiras de fronteira ou na expansão da patrulha de fronteira nada farão para que enfrentemos esse desafio." Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Violações da fronteira entre México e EUA caem para nível dos anos 1970A proposta de orçamento recentemente divulgada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o ano de 2018 inclui aumento de US$ 4,5 bilhões (R$ 14 bilhões) nas verbas de programas que reforçam as fronteiras e o sistema de imigração, o que inclui o projeto e construção de um muro na fronteira com o México. A proposta de ampliação de gastos com o controle de fronteiras e defesa apresentada por Trump, como parte de um orçamento de "poder duro", seria bancada por redução de gastos com programas ambientais, assistência internacional e apoio às artes, entre outras coisas. No entanto, existe um problema no muro planejado por Trump. Não há qualquer indicação de que ele possa atingir seus objetivos. Um dos motivos principais é simples: o número de pessoas que atravessam a fronteira já não é tão grande quanto no passado. Novas pesquisas que serão apresentadas em uma conferência da Brookings Institution esta semana demonstram que o influxo de trabalhadores jovens e de baixa capacitação aos Estados Unidos deve cair nos próximos anos, devido ao baixo crescimento na força de trabalho do México e de outros países latino-americanos. Embora entre os anos 1980 e a metade da década de 2000 tenha acontecido um boom de imigração, em 2015, 75% dos imigrantes com baixa capacitação profissional radicados nos Estados Unidos estavam no país há 11 anos ou mais, de acordo com o estudo conduzido por Gordon Hanson, Chen Liu e Craig McIntosh, da Universidade da Califórnia em San Diego. O número de detenções na fronteira com o México –um indicador do número de mexicanos, centro-americanos e outros estrangeiros que estão tentando entrar nos Estados Unidos– já caiu a números vistos pela última vez nos anos 1970. Os mexicanos respondem por pouco mais da metade da população de imigrantes não autorizados nos Estados Unidos, que caiu em mais de um milhão de pessoas ante seu pico em 2007, de acordo com estimativas do Pew Research Center, uma organização de pesquisa apartidária. No primeiro mês de Trump no poder, o número de detenções na fronteira parece ter caído de maneira ainda mais dramática. O Departamento de Segurança Interna (DSI) dos Estados Unidos anunciou que as travessias ilegais de fronteira caíram em 40% de janeiro para fevereiro. Apreensões na fronteira com o México - Prisões de imigrantes sem autorização caem sob Trump Além disso, hoje a probabilidade de que um imigrante não autorizado esteja ilegalmente no país por estourar o prazo de seu visto de turismo é mais alta do que a probabilidade de que ele tenha entrado cruzando ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos. E em 2015, o número de canadenses que estouraram o prazo de seus vistos foi duas vezes mais alto que o de mexicanos. O DSI estimou que o muro de Trump custará até US$ 21,6 bilhões (R$ 67 bilhões) no total, ao longo de sua construção. Trump insiste em que o México pagará por ela, uma afirmação firmemente rejeitada pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto. Trump retratou os imigrantes não autorizados como criminosos desde o momento em que anunciou sua candidatura à Presidência, quando ele afirmou que imigrantes mexicanos traziam drogas e crime aos Estados Unidos e eram estupradores, ainda que "alguns deles, presumo, sejam boas pessoas". Como presidente, Trump convidou famílias de vítimas de crimes perpetrados por imigrantes para assistirem ao seu primeiro discurso no Congresso, durante o qual ele anunciou a criação de um novo departamento governamental cujo foco seriam os crimes dos imigrantes. No entanto, não existem indicações de que um muro na fronteira reduziria o índice de criminalidade nos Estados Unidos. Sem dúvida imigrantes não autorizados cometeram crimes violentos, mas os dados não demonstram que eles cometam proporcionalmente mais crimes do que os cidadãos nascidos nos Estados Unidos. O Instituto de Política de Migrações estimou em 2015 que 300 mil dos aproximadamente 11 milhões de imigrantes não autorizados que vivem nos Estados Unidos já foram condenados por crimes, e que número ainda mais alto deles havia cometido delitos. Mas a proporção de criminosos encarcerados é muito maior para as pessoas nascidas nos Estados Unidos do que para os imigrantes, que normalmente, com poucas exceções, servem suas sentenças antes de serem deportados, caso tenham sido condenados também a deportação. Estimar o impacto econômico das restrições à imigração não autorizada é mais complicado, dadas as informações imprecisas que estão disponíveis, mas a maioria dos economistas que pesquisaram sobre o assunto concorda que gastos significativos para conter o ingresso de imigrantes não autorizados provavelmente prejudicariam a economia dos Estados Unidos como um todo. O Arizona é um bom exemplo para observar o que acontece quando os imigrantes não autorizados partem. Em 2008, o Estado implementou o programa E-Verify, que tornava mais difícil a obtenção de emprego por imigrantes não autorizados. Isso resultou em 40% de queda na população estadual de imigrantes não autorizados, até 2012, de acordo com o Pew Research Center –a maior queda registrada entre todos os Estados norte-americanos. Por causa das partidas, a agência de classificação de crédito Moody's estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Arizona caiu em média 2% ao ano entre 2008 e 2015, de acordo com uma análise conduzida a pedido do "Wall Street Journal". Cidadãos nascidos nos Estados Unidos e imigrantes legais ocuparam apenas 10% dos empregos abandonados pelos imigrantes ilegais, desde 2008, de acordo com a análise, causando uma falta continuada de mão de obra nos setores agrícola, de paisagismo e de construção civil. No entanto, pessoas que vieram a ocupar postos de trabalho abandonados por imigrantes não autorizados no Arizona se beneficiaram de salários mais altos do que os vigentes antes da implementação do programa E-Verify. Os economistas divergem sobre os prejuízos que os trabalhadores norte-americanos de baixa capacitação sofrem com a presença de imigrantes não autorizados, e há quem alegue que não existem prejuízos. Estudos respeitados, pelos economistas David Card e Giovanna Peri, demonstram que os influxos de imigrantes não autorizados de baixa capacitação profissional tiveram efeito neutro ou até ajudaram os trabalhadores norte-americanos de baixa capacitação, ao lhes propiciar a oportunidade de especialização em trabalhos que requerem capacitação mais elevada. Por outro lado, o economista George Borias, da Universidade Harvard, estima que o influxo de imigrantes de baixa capacitação tenha causado queda de entre US$ 800 e US$ 1.500 (R$ 2.500 e R$ 4.700, respectivamente) ao ano nos salários obtidos por trabalhadores nascidos nos Estados Unidos que não tenham completado o segundo grau. A despeito do desacordo sobre a dimensão das perdas sofridas pelos trabalhadores norte-americanos em função da imigração de trabalhadores desqualificados, se é que essas perdas existem, existe uma espécie de consenso em torno da ideia de que restringir completamente a imigração não autorizada causaria perdas líquidas à economia dos Estados Unidos, especialmente se o processo exigir gastos muito altos. Além do custo estimado de US$ 21,6 bilhões para a muralha na fronteira, John Kelly, o secretário do DSI, anunciou a contratação de mais 5.000 homens para a patrulha de fronteira e outros 10 mil para o serviço de imigração e alfândega norte-americanos, a fim de cumprir o disposto nos decretos de Trump sobre imigração. A grande questão que os Estados Unidos enfrentam agora é o envelhecimento da população existente de imigrantes não documentados, de acordo com o estudo da Universidade da Califórnia em San Diego. O estudo calcula que o total de latino-americanos com menos de 40 anos de idade vivendo nos Estados Unidos cairá em 6% nos próximos 15 anos, enquanto a população de mais de 40 anos de idade crescerá em 82%, dentro dessa categoria demográfica. "O debate atual dos Estados Unidos sobre a política de imigração tem algo de retrógrado", os autores do estudo afirmam. "O desafio não é como deter o influxo em larga escala de trabalhadores, algo que já foi realizado, mas como administrar uma grande população de imigrantes não documentados já assentados no país. Imensos investimentos na construção de barreiras de fronteira ou na expansão da patrulha de fronteira nada farão para que enfrentemos esse desafio." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Marca de cerveja inaugura bar conceito em aeroporto
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, ganhou no mês passado o Living Heineken, primeiro bar conceito da marca no país. Enquanto aguardam pelo embarque, os passageiros podem provar petiscos, itens de café da manhã, lanches e pratos rápidos. Para beber, além da cerveja da marca (R$ 12,50), há outras dez opções da bebida e drinques clássicos. O espaço também oferece serviços informativos. É o caso do placar com o status dos voos e dos jogos americanos que mostram a distância e o tempo entre o bar e os portões de embarque. GRU Airport - Aeroporto Internacional de São Paulo. Rod. Hélio Smidt, s/nº, terminal 3, Aeroporto, tel. 2445-7231. 90 lugares. Seg. a dom.: 8h às 24h.
saopaulo
Marca de cerveja inaugura bar conceito em aeroportoMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, ganhou no mês passado o Living Heineken, primeiro bar conceito da marca no país. Enquanto aguardam pelo embarque, os passageiros podem provar petiscos, itens de café da manhã, lanches e pratos rápidos. Para beber, além da cerveja da marca (R$ 12,50), há outras dez opções da bebida e drinques clássicos. O espaço também oferece serviços informativos. É o caso do placar com o status dos voos e dos jogos americanos que mostram a distância e o tempo entre o bar e os portões de embarque. GRU Airport - Aeroporto Internacional de São Paulo. Rod. Hélio Smidt, s/nº, terminal 3, Aeroporto, tel. 2445-7231. 90 lugares. Seg. a dom.: 8h às 24h.
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Entregadores de bicicleta de Londres brigam por direitos na Justiça
A última batalha jurídica sobre direitos e responsabilidades na economia da mão de obra independente começa hoje com o primeiro de quatro casos abertos por entregadores que usam bicicletas em Londres. A ação de emprego movida por Maggie Dewhurst contra a firma CitySprint segue casos semelhantes em que trabalhadores lutam para impedir que as empresas os classifiquem como autônomos, sem direitos e proteções legais. Seu caso é apoiado por um sindicato pequeno mas ativo, a União de Trabalhadores Independentes da Grã-Bretanha (IWGB na sigla em inglês). É o primeiro de quatro casos de entregadores a ser julgado pelo mesmo juiz; os outros envolvem as firmas eCourier, Addison Lee e Excel Group Services. O autoemprego cresceu rapidamente no Reino Unido desde a crise financeira, provocando um debate sobre se a tendência representa uma nova onda de empreendedorismo ou uma subclasse crescente de trabalhadores inseguros. A primeira-ministra Theresa May ordenou uma série de revisões dos direitos dos trabalhadores para garantir que eles estejam acompanhando a mudança da economia, em que um em cada sete trabalhadores é autônomo. Dois motoristas apoiados pelo sindicato GMB ganharam um caso semelhante contra a Uber no mês passado. O tribunal disse que a empresa exerce controle demasiado sobre os motoristas para poder classificá-los legitimamente como "autônomos". A Uber está apelando contra a decisão. O IWGB também pede o reconhecimento do sindicato e dos direitos dos trabalhadores para entregadores do Deliveroo, que entrega comida de restaurantes em domicílio. Ontem, porém, a Deliveroo recusou o pedido do IWGB de um "acordo de reconhecimento voluntário", que exigiria que a startup britânica negociasse condições de trabalho com representantes sindicais. O sindicato chamou a decisão da companhia de "infeliz, mas não surpreendente", e acrescentou: "A Deliveroo mostrou que, assim como outras empresas da chamada economia independente, não vai agir corretamente até que seja obrigada a isso". Enquanto Uber e Deliveroo são dois nomes dos mais conhecidos na economia independente, Anna McCaffrey, sócia-sênior da equipe de emprego na firma de advocacia Taylor Wessing, disse que o caso dos entregadores mostra que o debate sobre trabalho autônomo vai muito mais longe. "Enquanto aplicativos como Uber e Deliveroo e outras empresas de tecnologia online podem ser o que muitos pensam quando se fala em economia do trabalho independente, os casos dos entregadores mostram o impacto maior que o foco na 'situação dos trabalhadores' provavelmente terá em qualquer empresa cujo modelo de negócios envolva contratar indivíduos... como fornecedores autônomos." Jason Moyer-Lee, o secretário-geral do IWGB, disse que espera revolucionar o modo de operação do setor de entregadores. "A imagem maior é que há anos essas companhias classificam os entregadores como fornecedores independentes para privá-los de direitos básicos", disse ele. "A indústria... usa essas práticas e esperamos encerrá-las com esses processos." O IWGB afirmará que entregadores como Dewhurst não gozam de liberdade suficiente para ser classificados como verdadeiros trabalhadores autônomos. A CitySprint, que tem uma rede de 3.500 entregadores autônomos, disse: "Podemos confirmar que recebemos a notificação de uma ação judicial. Devido ao processo legal, não podemos comentar nada a esta altura". Traduzido por LUIZ ROBERTO M. GONÇALVES
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Entregadores de bicicleta de Londres brigam por direitos na JustiçaA última batalha jurídica sobre direitos e responsabilidades na economia da mão de obra independente começa hoje com o primeiro de quatro casos abertos por entregadores que usam bicicletas em Londres. A ação de emprego movida por Maggie Dewhurst contra a firma CitySprint segue casos semelhantes em que trabalhadores lutam para impedir que as empresas os classifiquem como autônomos, sem direitos e proteções legais. Seu caso é apoiado por um sindicato pequeno mas ativo, a União de Trabalhadores Independentes da Grã-Bretanha (IWGB na sigla em inglês). É o primeiro de quatro casos de entregadores a ser julgado pelo mesmo juiz; os outros envolvem as firmas eCourier, Addison Lee e Excel Group Services. O autoemprego cresceu rapidamente no Reino Unido desde a crise financeira, provocando um debate sobre se a tendência representa uma nova onda de empreendedorismo ou uma subclasse crescente de trabalhadores inseguros. A primeira-ministra Theresa May ordenou uma série de revisões dos direitos dos trabalhadores para garantir que eles estejam acompanhando a mudança da economia, em que um em cada sete trabalhadores é autônomo. Dois motoristas apoiados pelo sindicato GMB ganharam um caso semelhante contra a Uber no mês passado. O tribunal disse que a empresa exerce controle demasiado sobre os motoristas para poder classificá-los legitimamente como "autônomos". A Uber está apelando contra a decisão. O IWGB também pede o reconhecimento do sindicato e dos direitos dos trabalhadores para entregadores do Deliveroo, que entrega comida de restaurantes em domicílio. Ontem, porém, a Deliveroo recusou o pedido do IWGB de um "acordo de reconhecimento voluntário", que exigiria que a startup britânica negociasse condições de trabalho com representantes sindicais. O sindicato chamou a decisão da companhia de "infeliz, mas não surpreendente", e acrescentou: "A Deliveroo mostrou que, assim como outras empresas da chamada economia independente, não vai agir corretamente até que seja obrigada a isso". Enquanto Uber e Deliveroo são dois nomes dos mais conhecidos na economia independente, Anna McCaffrey, sócia-sênior da equipe de emprego na firma de advocacia Taylor Wessing, disse que o caso dos entregadores mostra que o debate sobre trabalho autônomo vai muito mais longe. "Enquanto aplicativos como Uber e Deliveroo e outras empresas de tecnologia online podem ser o que muitos pensam quando se fala em economia do trabalho independente, os casos dos entregadores mostram o impacto maior que o foco na 'situação dos trabalhadores' provavelmente terá em qualquer empresa cujo modelo de negócios envolva contratar indivíduos... como fornecedores autônomos." Jason Moyer-Lee, o secretário-geral do IWGB, disse que espera revolucionar o modo de operação do setor de entregadores. "A imagem maior é que há anos essas companhias classificam os entregadores como fornecedores independentes para privá-los de direitos básicos", disse ele. "A indústria... usa essas práticas e esperamos encerrá-las com esses processos." O IWGB afirmará que entregadores como Dewhurst não gozam de liberdade suficiente para ser classificados como verdadeiros trabalhadores autônomos. A CitySprint, que tem uma rede de 3.500 entregadores autônomos, disse: "Podemos confirmar que recebemos a notificação de uma ação judicial. Devido ao processo legal, não podemos comentar nada a esta altura". Traduzido por LUIZ ROBERTO M. GONÇALVES
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PF desarticula grupo suspeito de fraudar precatórios da Justiça Federal
A Polícia Federal desarticulou nesta quarta-feira (29) um grupo que fraudava saques de precatórios da Justiça Federal e que provocou prejuízos estimados em R$ 10 milhões.Segundo a PF, advogados da quadrilha davam entrada em pedidos de precatórios (ações perdidas pelos entes públicos) da União na Justiça Federal do Mato Grosso do Sul. Eles usavam procurações em nome de pessoas falecidas e davam endereços e contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas laranjas de outros Estados para dificultar as investigações.Leia a reportagem
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PF desarticula grupo suspeito de fraudar precatórios da Justiça FederalA Polícia Federal desarticulou nesta quarta-feira (29) um grupo que fraudava saques de precatórios da Justiça Federal e que provocou prejuízos estimados em R$ 10 milhões.Segundo a PF, advogados da quadrilha davam entrada em pedidos de precatórios (ações perdidas pelos entes públicos) da União na Justiça Federal do Mato Grosso do Sul. Eles usavam procurações em nome de pessoas falecidas e davam endereços e contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas laranjas de outros Estados para dificultar as investigações.Leia a reportagem
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Dia da Criança, quarta pode ter chuva e traz alterações no trânsito
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 12 de outubro de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que lá no fundo ainda é criança! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * FERIADO Abre e fecha | Devido ao feriado de 12 de outubro, quando se comemora o Dia de Nossa Senhora Aparecida e da Criança, serviços e centros de comércio de São Paulo funcionarão em esquema especial na cidade. Confira a programação de bancos, Poupatempo, parques e mercados municipais prevista para esta quarta-feira (12). * PARA CURTIR A CIDADE Dia da Criança | Veja 45 opções de evento para celebrar o Dia da Criança em São Paulo nesta quarta-feira de feriado. Para curtir com os pequenos | Instituições ligadas à Secretaria de Estado da Cultura celebram o Dia da Criança. O Catavento Cultural terá corrida de carrinhos movidos por bexigas. O Museu da Casa Brasileira trará músicas dos Beatles na voz de um grupo infantojuvenil. Veja a programação em estadodacultura.sp.gov.br Onde Vivem os Monstros | A ópera de Oliver Knussen é baseada no livro homônimo de Maurice Sendak. Com regência e direção musical do maestro André dos Santos, a montagem de um ato tem duas apresentações nesta quarta, às 11h e às 17h. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO PEC 241 | Após a Câmara aprovar em primeiro turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto de gastos públicos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (11) que está pessoalmente empenhado em dar celeridade à tramitação da proposta na Casa. "A tramitação da PEC do gasto aqui no Senado será célere. Nós vamos, até o fim do ano fiscal, votar. Já estou atuando pessoalmente para que até o fim do ano tenhamos uma decisão." Bom investimento? | Abilio Diniz, 79, um dos principais nomes do setor privado no país, está otimista. "O Brasil está de volta aos negócios. É um novo momento. [...] Não há lugar melhor no mundo para investir do que o Brasil." É um contraste e tanto para quem, 11 meses atrás, também em Nova York, anunciou: "O Brasil está em liquidação". Meia-volta | O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou nesta terça-feira (11) que apenas alguns pontos poderão ter o limite de velocidade mantido em 50 km/h nas marginais Tietê e Pinheiros, próximo a vias de acesso. "Nossa decisão foi muito madura, estudada e avaliada tecnicamente, as velocidades vão sim ser alteradas para 90 km/h, 70 km/h e 60 km/h", disse. Corinthians | O técnico Oswaldo de Oliveira, 65, deverá ser anunciado como novo técnico do Corinthians nesta quarta-feira (12). Ele pediu demissão do Sport na noite desta terça-feira após se reunir com dirigentes da equipe pernambucana em Chapecó, onde o clube enfrenta a Chapecoense nesta quarta, às 11h, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar do pedido de demissão, o treinador ainda dirige o time rubro-negro contra a Chapecoense. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet para esta quarta de feriado é de 28ºC, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. A mínima prevista fica em 15ºC. Veja mais aqui. Zona norte | A ciclofaixa de lazer na zona norte não funciona entre a avenida Braz Leme e a avenida General Ataliba Leonel devido à realização do evento "Corrida Santos Dumont 2016", organizada pela Força Aérea Brasileira. Em razão disso, também haverá interdições totais e parciais na av. Braz Leme em ambos os sentidos. Veja mais aqui. Zona oeste | A região ao redor do Allianz Parque terá trânsito monitorado pela CET devido à realização do concerto de Andrea Bocelli, que terá os portões abertos a partir das 18h. O trânsito deve se intensificar no local. Centro | A rua Dr. Vila Nova, no centro, fica bloqueada entre as ruas Maria Antônia e Major Sertório para a realização de uma festa voltada para o Dia da Criança.
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Dia da Criança, quarta pode ter chuva e traz alterações no trânsitoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 12 de outubro de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que lá no fundo ainda é criança! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * FERIADO Abre e fecha | Devido ao feriado de 12 de outubro, quando se comemora o Dia de Nossa Senhora Aparecida e da Criança, serviços e centros de comércio de São Paulo funcionarão em esquema especial na cidade. Confira a programação de bancos, Poupatempo, parques e mercados municipais prevista para esta quarta-feira (12). * PARA CURTIR A CIDADE Dia da Criança | Veja 45 opções de evento para celebrar o Dia da Criança em São Paulo nesta quarta-feira de feriado. Para curtir com os pequenos | Instituições ligadas à Secretaria de Estado da Cultura celebram o Dia da Criança. O Catavento Cultural terá corrida de carrinhos movidos por bexigas. O Museu da Casa Brasileira trará músicas dos Beatles na voz de um grupo infantojuvenil. Veja a programação em estadodacultura.sp.gov.br Onde Vivem os Monstros | A ópera de Oliver Knussen é baseada no livro homônimo de Maurice Sendak. Com regência e direção musical do maestro André dos Santos, a montagem de um ato tem duas apresentações nesta quarta, às 11h e às 17h. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO PEC 241 | Após a Câmara aprovar em primeiro turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto de gastos públicos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (11) que está pessoalmente empenhado em dar celeridade à tramitação da proposta na Casa. "A tramitação da PEC do gasto aqui no Senado será célere. Nós vamos, até o fim do ano fiscal, votar. Já estou atuando pessoalmente para que até o fim do ano tenhamos uma decisão." Bom investimento? | Abilio Diniz, 79, um dos principais nomes do setor privado no país, está otimista. "O Brasil está de volta aos negócios. É um novo momento. [...] Não há lugar melhor no mundo para investir do que o Brasil." É um contraste e tanto para quem, 11 meses atrás, também em Nova York, anunciou: "O Brasil está em liquidação". Meia-volta | O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou nesta terça-feira (11) que apenas alguns pontos poderão ter o limite de velocidade mantido em 50 km/h nas marginais Tietê e Pinheiros, próximo a vias de acesso. "Nossa decisão foi muito madura, estudada e avaliada tecnicamente, as velocidades vão sim ser alteradas para 90 km/h, 70 km/h e 60 km/h", disse. Corinthians | O técnico Oswaldo de Oliveira, 65, deverá ser anunciado como novo técnico do Corinthians nesta quarta-feira (12). Ele pediu demissão do Sport na noite desta terça-feira após se reunir com dirigentes da equipe pernambucana em Chapecó, onde o clube enfrenta a Chapecoense nesta quarta, às 11h, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar do pedido de demissão, o treinador ainda dirige o time rubro-negro contra a Chapecoense. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet para esta quarta de feriado é de 28ºC, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. A mínima prevista fica em 15ºC. Veja mais aqui. Zona norte | A ciclofaixa de lazer na zona norte não funciona entre a avenida Braz Leme e a avenida General Ataliba Leonel devido à realização do evento "Corrida Santos Dumont 2016", organizada pela Força Aérea Brasileira. Em razão disso, também haverá interdições totais e parciais na av. Braz Leme em ambos os sentidos. Veja mais aqui. Zona oeste | A região ao redor do Allianz Parque terá trânsito monitorado pela CET devido à realização do concerto de Andrea Bocelli, que terá os portões abertos a partir das 18h. O trânsito deve se intensificar no local. Centro | A rua Dr. Vila Nova, no centro, fica bloqueada entre as ruas Maria Antônia e Major Sertório para a realização de uma festa voltada para o Dia da Criança.
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Demanda mundial retraída impede aumento das exportações
Apesar do aumento na rentabilidade, a indústria ainda não conseguiu reverter a queda nos volumes exportados, o que provoca uma retração de 11,5% na receita com as vendas de produtos manufaturados ao exterior de janeiro a agosto deste ano. Como o câmbio deixou de ser um problema, outros fatores explicam a dificuldade em aumentar os embarques. O principal deles é a redução da demanda mundial. Segundo levantamento da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), com dados da Secex, as exportações brasileiras de produtos industrializados caíram para todos os blocos econômicos até agosto, com exceção do Nafta (América do Norte), graças à alta de 5,3% nas vendas aos EUA no período. A receita com as exportações ao Mercosul caiu 10,8%. Para a União Europeia e África, as quedas foram de 19,7% e 13,4%, respectivamente. "As economias dos importadores também sofrem com a queda no preço das commodities. Com exceção dos EUA, todos os mercados se retraíram", diz José Augusto de Castro, presidente da AEB. As importações mundiais recuaram 9,3% em junho, em relação ao mesmo mês de 2014, de acordo com os dados mais recentes da Funcex. "O aumento nos volumes depende de outros fatores além da taxa de câmbio, como a demanda mundial, que não está ajudando", afirma Daiane Santos, da Funcex. O tempo necessário para renegociar contratos e reconquistar mercados também ajuda a explicar a demora na recuperação das exportações. É o caso do setor de calçados, que já sentiu melhora na rentabilidade, mas espera elevar os volumes a partir de setembro. "Esperamos fechar novos contratos em duas importantes feiras internacionais que ocorrem no próximo mês", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados. Castro, da AEB, cita a indústria calçadista como uma das mais favoráveis a aumentar as exportações, assim como a de móveis e de materiais de construção. Não por acaso, são setores já acostumados a exportar para os EUA, único mercado em expansão. "Mas, como todo o mundo está de olho nos EUA, a competição será grande, inclusive com a Europa", diz. Ele lembra que a desvalorização do euro ante o dólar aumenta a competitividade dos produtos europeus nos EUA.
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Demanda mundial retraída impede aumento das exportaçõesApesar do aumento na rentabilidade, a indústria ainda não conseguiu reverter a queda nos volumes exportados, o que provoca uma retração de 11,5% na receita com as vendas de produtos manufaturados ao exterior de janeiro a agosto deste ano. Como o câmbio deixou de ser um problema, outros fatores explicam a dificuldade em aumentar os embarques. O principal deles é a redução da demanda mundial. Segundo levantamento da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), com dados da Secex, as exportações brasileiras de produtos industrializados caíram para todos os blocos econômicos até agosto, com exceção do Nafta (América do Norte), graças à alta de 5,3% nas vendas aos EUA no período. A receita com as exportações ao Mercosul caiu 10,8%. Para a União Europeia e África, as quedas foram de 19,7% e 13,4%, respectivamente. "As economias dos importadores também sofrem com a queda no preço das commodities. Com exceção dos EUA, todos os mercados se retraíram", diz José Augusto de Castro, presidente da AEB. As importações mundiais recuaram 9,3% em junho, em relação ao mesmo mês de 2014, de acordo com os dados mais recentes da Funcex. "O aumento nos volumes depende de outros fatores além da taxa de câmbio, como a demanda mundial, que não está ajudando", afirma Daiane Santos, da Funcex. O tempo necessário para renegociar contratos e reconquistar mercados também ajuda a explicar a demora na recuperação das exportações. É o caso do setor de calçados, que já sentiu melhora na rentabilidade, mas espera elevar os volumes a partir de setembro. "Esperamos fechar novos contratos em duas importantes feiras internacionais que ocorrem no próximo mês", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados. Castro, da AEB, cita a indústria calçadista como uma das mais favoráveis a aumentar as exportações, assim como a de móveis e de materiais de construção. Não por acaso, são setores já acostumados a exportar para os EUA, único mercado em expansão. "Mas, como todo o mundo está de olho nos EUA, a competição será grande, inclusive com a Europa", diz. Ele lembra que a desvalorização do euro ante o dólar aumenta a competitividade dos produtos europeus nos EUA.
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Espanhóis do Boa Mistura criam ilusão de ótica em muro para festival
Para dar visibilidade à unidade do Sesc Osasco o grupo madrilenho Boa Mistura foi convidado para pintar um mural que forma um jogo entre palavras. "A ideia surgiu dentro do festival Festa! que já tinha artistas locais e regionais e pensamos em um pessoal internacional para trazer uma luz e um holofote para toda a programação que está sendo feita na unidade para o mural", explicou a curadora Sabrina da Paixão. Em 2012, o grupo de artistas ficou conhecido após realizar um trabalho na vila Brasilândia, no qual pintaram casas com palavras como "amor", "beleza", "firmeza" e "doçura". Depois disso, eles fizeram intervenções artísticas em ruas de diversos países, como Polônia, Espanha, Quênia e Peru. Leia mais na "Ilustrada".
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Espanhóis do Boa Mistura criam ilusão de ótica em muro para festivalPara dar visibilidade à unidade do Sesc Osasco o grupo madrilenho Boa Mistura foi convidado para pintar um mural que forma um jogo entre palavras. "A ideia surgiu dentro do festival Festa! que já tinha artistas locais e regionais e pensamos em um pessoal internacional para trazer uma luz e um holofote para toda a programação que está sendo feita na unidade para o mural", explicou a curadora Sabrina da Paixão. Em 2012, o grupo de artistas ficou conhecido após realizar um trabalho na vila Brasilândia, no qual pintaram casas com palavras como "amor", "beleza", "firmeza" e "doçura". Depois disso, eles fizeram intervenções artísticas em ruas de diversos países, como Polônia, Espanha, Quênia e Peru. Leia mais na "Ilustrada".
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O doente está mal, mas tem cura
Juan Carlos Osorio, em entrevista à Folha, sintetizou bem a maneira de jogar do futebol brasileiro, de muita emoção e de pouco controle do jogo. As equipes correm muito, jogam muitas bolas na área, atuam com muita intensidade e emoção e vivem de sobressaltos, de lances picados, individuais, isolados, às vezes, bonitos. Há pouca troca de passes e pouco domínio da bola e do jogo. Osorio falou ainda que os jogadores brasileiros precisam aprender a tomar decisões certas, o que concordo. Para isso, é necessário lucidez, técnica e controle emocional. O típico jogador brasileiro é veloz, habilidoso, individualista e confuso. Ameaça muito e realiza pouco. Os times atuam muito separados. Uma das razões de as maiores equipes do mundo não terem mais um clássico meia de ligação é o pouco espaço entre os setores e a pouca distância entre o jogador mais recuado e o mais adiantado. Se há poucos espaços entre a defesa e o ataque, não há motivo para dividir o meio-campo entre os volantes, que marcam e jogam do meio para trás, e os meias ofensivos, que criam, atacam e jogam do meio para frente. Os meio-campistas fazem a dupla função. Há também coisas boas acontecendo no futebol brasileiro. Além do aumento da média de público, do tempo de bola em jogo, do maior número de bons gramados e da diminuição do número de faltas, existe uma tentativa de se jogar um futebol melhor, como fazem, principalmente, Atlético-MG e Palmeiras. As duas equipes associam, em uma mesma partida, a posse de bola e a troca curta de passes com rápidos contra-ataques. Essa união de estilos é hoje a maior evolução do futebol mundial. No primeiro gol do Palmeiras sobre o Vasco, Arouca, no próprio campo, tocou para Rafael Marques, avançou, recebeu a bola na intermediária e passou para Leandro Pereira fazer o gol. Rafael Carioca e Giovanni Augusto, destaques do Atlético-MG, são dois armadores que se completam. Outras equipes têm jogado bem, como Grêmio e Sport. Falta ao time gaúcho mais agressividade no ataque. O jovem Luan, uma promessa, tem muita habilidade, criatividade, velocidade, se movimenta bastante, mas, para ser um jogador excepcional, precisa ser mais decisivo no ataque. Maicon, capitão do time, desarma no próprio campo, toca, avança, recebe, toca e faz todo o time trocar passes. No São Paulo, diziam que ele era muito lento. Ele é muito superior aos atuais volantes do time paulista. Faltam ao futebol brasileiro mais jogadores excepcionais, especialmente do meio para frente. A maior qualidade da seleção da Espanha, seguida pela da Alemanha, que dominam o futebol desde 2008, é a presença de vários jogadores de alto nível, intermediários entre um Neymar, um Messi, um Cristiano Ronaldo, e os bons, como Oscar, William e tantos outros que o Brasil possui. Um Neymar surge do nada, sem programação. Já os excepcionais podem ser formados. Porque eles desapareceram do futebol brasileiro? Para encontrar soluções e um bom tratamento para um doente, é necessário ter um amplo e correto diagnóstico. O doente, o futebol brasileiro, está mal, mas tem cura.
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O doente está mal, mas tem curaJuan Carlos Osorio, em entrevista à Folha, sintetizou bem a maneira de jogar do futebol brasileiro, de muita emoção e de pouco controle do jogo. As equipes correm muito, jogam muitas bolas na área, atuam com muita intensidade e emoção e vivem de sobressaltos, de lances picados, individuais, isolados, às vezes, bonitos. Há pouca troca de passes e pouco domínio da bola e do jogo. Osorio falou ainda que os jogadores brasileiros precisam aprender a tomar decisões certas, o que concordo. Para isso, é necessário lucidez, técnica e controle emocional. O típico jogador brasileiro é veloz, habilidoso, individualista e confuso. Ameaça muito e realiza pouco. Os times atuam muito separados. Uma das razões de as maiores equipes do mundo não terem mais um clássico meia de ligação é o pouco espaço entre os setores e a pouca distância entre o jogador mais recuado e o mais adiantado. Se há poucos espaços entre a defesa e o ataque, não há motivo para dividir o meio-campo entre os volantes, que marcam e jogam do meio para trás, e os meias ofensivos, que criam, atacam e jogam do meio para frente. Os meio-campistas fazem a dupla função. Há também coisas boas acontecendo no futebol brasileiro. Além do aumento da média de público, do tempo de bola em jogo, do maior número de bons gramados e da diminuição do número de faltas, existe uma tentativa de se jogar um futebol melhor, como fazem, principalmente, Atlético-MG e Palmeiras. As duas equipes associam, em uma mesma partida, a posse de bola e a troca curta de passes com rápidos contra-ataques. Essa união de estilos é hoje a maior evolução do futebol mundial. No primeiro gol do Palmeiras sobre o Vasco, Arouca, no próprio campo, tocou para Rafael Marques, avançou, recebeu a bola na intermediária e passou para Leandro Pereira fazer o gol. Rafael Carioca e Giovanni Augusto, destaques do Atlético-MG, são dois armadores que se completam. Outras equipes têm jogado bem, como Grêmio e Sport. Falta ao time gaúcho mais agressividade no ataque. O jovem Luan, uma promessa, tem muita habilidade, criatividade, velocidade, se movimenta bastante, mas, para ser um jogador excepcional, precisa ser mais decisivo no ataque. Maicon, capitão do time, desarma no próprio campo, toca, avança, recebe, toca e faz todo o time trocar passes. No São Paulo, diziam que ele era muito lento. Ele é muito superior aos atuais volantes do time paulista. Faltam ao futebol brasileiro mais jogadores excepcionais, especialmente do meio para frente. A maior qualidade da seleção da Espanha, seguida pela da Alemanha, que dominam o futebol desde 2008, é a presença de vários jogadores de alto nível, intermediários entre um Neymar, um Messi, um Cristiano Ronaldo, e os bons, como Oscar, William e tantos outros que o Brasil possui. Um Neymar surge do nada, sem programação. Já os excepcionais podem ser formados. Porque eles desapareceram do futebol brasileiro? Para encontrar soluções e um bom tratamento para um doente, é necessário ter um amplo e correto diagnóstico. O doente, o futebol brasileiro, está mal, mas tem cura.
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Avião faz pouso forçado na rodovia dos Bandeirantes no interior de SP
Uma avião de pequeno porte fez um pouso forçado no final da manhã desta sexta-feira (27) na rodovia dos Bandeirantes, na região de Jundiaí (a 58 km de São Paulo). A CCR AutoBan, concessionária responsável pela via, informou que o fato aconteceu por volta das 11h, na altura do km 60 da via, em direção à capital paulista. A E J Escola de Aeronáutica Civil, que opera há 15 anos na região, informou que a aeronave estava em um voo de instrução quando efetuou um pouso forçado na rodovia. O avião decolou do aeroporto de Jundiaí com um instrutor e um aluno. No momento do pouso, o aluno estava pilotando o avião. Os dois não sofreram qualquer tipo de ferimento. Renan Rocha, diretor administrativo da escola, informou que a aeronave estava em estado regular e que tanto o instrutor quanto o aluno estão com as habilitações válidas. A suspeita é que houve uma pane no motor que obrigou o piloto a pousar na rodovia. A escola, contudo, diz que espera técnicos do Ceripa (Centro Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes) para avaliar e divulgar as causas do incidente. A CCR AutoBan informou que, por volta das 11h40, o avião já havia sido deslocado para o canteiro e as pistas liberadas para o tráfego. O avião não atingiu nenhum motorista.
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Avião faz pouso forçado na rodovia dos Bandeirantes no interior de SPUma avião de pequeno porte fez um pouso forçado no final da manhã desta sexta-feira (27) na rodovia dos Bandeirantes, na região de Jundiaí (a 58 km de São Paulo). A CCR AutoBan, concessionária responsável pela via, informou que o fato aconteceu por volta das 11h, na altura do km 60 da via, em direção à capital paulista. A E J Escola de Aeronáutica Civil, que opera há 15 anos na região, informou que a aeronave estava em um voo de instrução quando efetuou um pouso forçado na rodovia. O avião decolou do aeroporto de Jundiaí com um instrutor e um aluno. No momento do pouso, o aluno estava pilotando o avião. Os dois não sofreram qualquer tipo de ferimento. Renan Rocha, diretor administrativo da escola, informou que a aeronave estava em estado regular e que tanto o instrutor quanto o aluno estão com as habilitações válidas. A suspeita é que houve uma pane no motor que obrigou o piloto a pousar na rodovia. A escola, contudo, diz que espera técnicos do Ceripa (Centro Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes) para avaliar e divulgar as causas do incidente. A CCR AutoBan informou que, por volta das 11h40, o avião já havia sido deslocado para o canteiro e as pistas liberadas para o tráfego. O avião não atingiu nenhum motorista.
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Campus Party recebe o primeiro Campeonato Brasileiro de Drones
Durante a 10ª edição da Campus Party Brasil deste ano, a arena montada para o 1º Campeonato Brasileiro de Drones, chama a atenção logo na entrada. Na área externa, de acesso gratuito para o público, uma série de arcos luminosos, protegidos por uma rede, abriga o zum-zum-zum dos robôs voando rápido pela pista. De tempos em tempos tudo fica em silêncio por uns minutos para que os pilotos usem a escada para desenroscar algum drone da rede ou recolher os pedaços de quem se espatifou no chão. O circuito, desenhado pelo piloto brasileiro Rafael Paiva, 35, é feito de uma série de portais pelos quais os drones precisam passar, algumas vezes executando manobras como um loop, para um passe duplo. Vence quem fizer o melhor tempo sem precisar usar a escada. Para esta primeira edição são 31 pilotos brasileiros e uma mexicana, convidada pela organização. Apenas uma brasileira compete entre os homens. Paiva, um dos pilotos de drone mais experientes do país, diz que o campeonato é um pontapé inicial para o esporte no Brasil. Com um currículo de sete campeonatos e três vitórias lá fora, ele conta que nos Estados Unidos as provas já reúnem mais de 200 pilotos e têm transmissão pela TV. "Ainda estamos começando, não temos componentes nacionais, por exemplo, tudo é importado e tarifado. Eu gosto de brincar que sou patrocinado pela China", comenta. Ele tem patrocínio mas nenhum dos apoiadores é brasileiros e reclama que o material acaba encarecido pelas tarifas de importação. Até a quinta (2), a arena abre para os treinos livres. Na sexta, é feita a tomada de tempo de cada drone, que se classifica para a grande final, no sábado (3), onde as máquinas duelam em duplas, no esquema mata-mata. Os drones usados em corrida são bem diferentes dos utilizados para filmagens ou hobby. Eles são menores, com cerca de 20 cm entre cada hélice, não têm sistemas automáticos de estabilização e os pilotos guiam a máquina usando um óculos parecido com os de realidade virtual, que transmite o que a câmera a bordo capta. O evento é organizado pelo laboratório de tecnologia Mirante Lab, que também faz um worskshop de drones, na área interna da Campus Party, na quinta (2). "Começamos a ver isso surgindo como um esporte lá fora, organizamos uma corrida pequena em São Paulo e percebemos que havia um público interessado em competir a sério", diz Guilherme Kominami, um dos responsáveis pelo projeto. Segundo ele, já estão previstas outras etapas do Brasileiro, que devem acontecer em outros estados. "O mais incrível desse esporte é que ele reúne tanto gente que gosta de adrenalina, como quem gosta de tecnologia e eletrônica, é bem democrático", diz, enquanto alguém busca a escada mais uma vez.
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Campus Party recebe o primeiro Campeonato Brasileiro de DronesDurante a 10ª edição da Campus Party Brasil deste ano, a arena montada para o 1º Campeonato Brasileiro de Drones, chama a atenção logo na entrada. Na área externa, de acesso gratuito para o público, uma série de arcos luminosos, protegidos por uma rede, abriga o zum-zum-zum dos robôs voando rápido pela pista. De tempos em tempos tudo fica em silêncio por uns minutos para que os pilotos usem a escada para desenroscar algum drone da rede ou recolher os pedaços de quem se espatifou no chão. O circuito, desenhado pelo piloto brasileiro Rafael Paiva, 35, é feito de uma série de portais pelos quais os drones precisam passar, algumas vezes executando manobras como um loop, para um passe duplo. Vence quem fizer o melhor tempo sem precisar usar a escada. Para esta primeira edição são 31 pilotos brasileiros e uma mexicana, convidada pela organização. Apenas uma brasileira compete entre os homens. Paiva, um dos pilotos de drone mais experientes do país, diz que o campeonato é um pontapé inicial para o esporte no Brasil. Com um currículo de sete campeonatos e três vitórias lá fora, ele conta que nos Estados Unidos as provas já reúnem mais de 200 pilotos e têm transmissão pela TV. "Ainda estamos começando, não temos componentes nacionais, por exemplo, tudo é importado e tarifado. Eu gosto de brincar que sou patrocinado pela China", comenta. Ele tem patrocínio mas nenhum dos apoiadores é brasileiros e reclama que o material acaba encarecido pelas tarifas de importação. Até a quinta (2), a arena abre para os treinos livres. Na sexta, é feita a tomada de tempo de cada drone, que se classifica para a grande final, no sábado (3), onde as máquinas duelam em duplas, no esquema mata-mata. Os drones usados em corrida são bem diferentes dos utilizados para filmagens ou hobby. Eles são menores, com cerca de 20 cm entre cada hélice, não têm sistemas automáticos de estabilização e os pilotos guiam a máquina usando um óculos parecido com os de realidade virtual, que transmite o que a câmera a bordo capta. O evento é organizado pelo laboratório de tecnologia Mirante Lab, que também faz um worskshop de drones, na área interna da Campus Party, na quinta (2). "Começamos a ver isso surgindo como um esporte lá fora, organizamos uma corrida pequena em São Paulo e percebemos que havia um público interessado em competir a sério", diz Guilherme Kominami, um dos responsáveis pelo projeto. Segundo ele, já estão previstas outras etapas do Brasileiro, que devem acontecer em outros estados. "O mais incrível desse esporte é que ele reúne tanto gente que gosta de adrenalina, como quem gosta de tecnologia e eletrônica, é bem democrático", diz, enquanto alguém busca a escada mais uma vez.
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PSDB diz que não apoiará pauta 'eleitoreira' de Temer
O PSDB decidiu acompanhar com lupa todas as medidas adotadas agora pelo presidente interino, Michel Temer. O partido acredita que esse será o melhor termômetro para mensurar, na prática, as intenções do peemedebista de se colocar como candidato à Presidência em 2018. Integrantes da cúpula do tucanato falaram sobre o assunto na terça-feira (2), em almoço no gabinete do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE). A conversa ocorreu no esteio das revelações de que aliados de Temer já projetam um cenário em que ele, conquistando bons índices de aprovação popular, dispute a eleição em 2018. O interino desautorizou publicamente essas especulações, mas os tucanos elegeram outro termômetro como principal fonte para medir o apetite político de Temer: sua agenda no Legislativo. Segundo um integrante da cúpula do partido, se o interino "começar a jogar para frente" projetos estruturantes e complexos, como a reforma da Previdência, haverá aí um forte sinal de que ele sucumbiu a uma pauta eleitoreira. Durante o almoço desta terça, senadores do PSDB chegaram a dizer que o partido "deu a Presidência a Temer", e agora ele precisa "dar um governo ao Brasil". Se não for assim, diz um integrante da cúpula do partido, o PSDB estará "fora". Ciente das desconfianças que as especulações sobre uma possível disputa à reeleição causaram no ninho tucano, Temer propôs um encontro com os principais nomes do partido, um jantar, na própria terça. A agenda de votações do Congresso, entretanto, fez com que a conversa fosse adiada. Ela deverá acontecer na próxima semana.
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PSDB diz que não apoiará pauta 'eleitoreira' de TemerO PSDB decidiu acompanhar com lupa todas as medidas adotadas agora pelo presidente interino, Michel Temer. O partido acredita que esse será o melhor termômetro para mensurar, na prática, as intenções do peemedebista de se colocar como candidato à Presidência em 2018. Integrantes da cúpula do tucanato falaram sobre o assunto na terça-feira (2), em almoço no gabinete do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE). A conversa ocorreu no esteio das revelações de que aliados de Temer já projetam um cenário em que ele, conquistando bons índices de aprovação popular, dispute a eleição em 2018. O interino desautorizou publicamente essas especulações, mas os tucanos elegeram outro termômetro como principal fonte para medir o apetite político de Temer: sua agenda no Legislativo. Segundo um integrante da cúpula do partido, se o interino "começar a jogar para frente" projetos estruturantes e complexos, como a reforma da Previdência, haverá aí um forte sinal de que ele sucumbiu a uma pauta eleitoreira. Durante o almoço desta terça, senadores do PSDB chegaram a dizer que o partido "deu a Presidência a Temer", e agora ele precisa "dar um governo ao Brasil". Se não for assim, diz um integrante da cúpula do partido, o PSDB estará "fora". Ciente das desconfianças que as especulações sobre uma possível disputa à reeleição causaram no ninho tucano, Temer propôs um encontro com os principais nomes do partido, um jantar, na própria terça. A agenda de votações do Congresso, entretanto, fez com que a conversa fosse adiada. Ela deverá acontecer na próxima semana.
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Marcelo Katsuki: Prato do dia: Beato
Hoje é dia de strogonoff O Beato foi reformulado no final do ano passado: o chef Alberto Landgraf (Epice) juntou-se aos irmão Bruno e Leonardo Ventre para criar um novo conceito para a casa, mais despojado, e isso se refletiu no menu ... Leia post completo no blog
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Marcelo Katsuki: Prato do dia: BeatoHoje é dia de strogonoff O Beato foi reformulado no final do ano passado: o chef Alberto Landgraf (Epice) juntou-se aos irmão Bruno e Leonardo Ventre para criar um novo conceito para a casa, mais despojado, e isso se refletiu no menu ... Leia post completo no blog
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Jornal reforça seu pluralismo ao expor críticas a colunista, diz leitor
A resposta de Janio de Freitas, genial jornalista, é de um respeito incomensurável pela liberdade de expressão e pelos leitores, mesmo pelos que acreditam que o xingamento é o caminho (Apenas, e até o fim, um profissional). MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * A Folha reforça a credibilidade em sua linha editorial de equidistância e respeito às manifestações de pensamentos opostos ou conflitantes ao dar espaço às críticas de leitores que discordaram das posições de Janio de Freitas, membro de seu Conselho Editorial, expostas em recente artigo. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Jornal reforça seu pluralismo ao expor críticas a colunista, diz leitorA resposta de Janio de Freitas, genial jornalista, é de um respeito incomensurável pela liberdade de expressão e pelos leitores, mesmo pelos que acreditam que o xingamento é o caminho (Apenas, e até o fim, um profissional). MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * A Folha reforça a credibilidade em sua linha editorial de equidistância e respeito às manifestações de pensamentos opostos ou conflitantes ao dar espaço às críticas de leitores que discordaram das posições de Janio de Freitas, membro de seu Conselho Editorial, expostas em recente artigo. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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São Paulo não precisa de 'corujão', mas, sim de atenção básica eficiente
E lá vem mais um novo programa para a saúde de São Paulo. "Corujão da Saúde" é uma das principais propostas do prefeito eleito, João Doria (PSDB), que promete usar a estrutura dos hospitais privados para o atendimento gratuito da população na madrugada. Segundo o tucano, o corujão consiste em "alugar" mais de 40 hospitais privados, de várias regiões da cidade, para funcionarem das 20h às 8h, atendendo pacientes da rede municipal. A proposta não é exatamente nova. Entre gestores de planos de saúde, essa é uma ideia que já foi defendida em outras ocasiões como forma de utilizar a capacidade ociosa de hospitais privados. Acontece que a coisa não é tão simples assim. Aparelhos não funcionam sozinhos. E hora extra de funcionário custa muito caro. Plantões de médicos também. Essa foi uma das razões pelas quais a iniciativa não avançou. A ver quais argumentos e condições Dória utilizará para convencer os empresários do setor. Outro entrave na proposta tem a ver com a disponibilidade do morador em se deslocar da periferia para a região central nas madrugadas para fazer exames. Haverá transporte público? E o trabalhador que pega no batente muito cedo, como fica? Perderá dia de trabalho? Conseguirá licença médica? Nesse quesito, o atual programa "Hora Certa" faz mais sentido e merecia ser ampliado. Ele permite, por exemplo, que as pessoas sejam atendidas perto de casa e com hora marcada. Especialistas do setor argumentam que a principal prioridade da cidade é investir numa atenção básica eficiente, que consegue resolver até 80% dos problemas, sem necessidade de especialistas. Nos últimos anos, cada prefeito quis deixar sua "marca", o que colaborou para deixar o sistema fragmentado e com múltiplos gestores. Dória não apresentou até agora metas sanitárias ou assistenciais para enfrentar os motivos pelos quais os paulistanos adoecem e morrem. Na capital, cerca de 22% dos habitantes são hipertensos, 20% são fumantes, 17% têm transtornos mentais comuns, 14% são obesos, 7% têm diabetes. Fala também da contratação imediata de 800 médicos, que serão "incentivados" a trabalhar na periferia, mas não diz de onde sairão os recursos e de como convencerá os profissionais a deixar as regiões mais centrais da cidade. Enfim, ainda há muito o que se esmiuçar nas propostas do prefeito eleito para que elas avancem além das peças publicitárias da campanha eleitoral.
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São Paulo não precisa de 'corujão', mas, sim de atenção básica eficienteE lá vem mais um novo programa para a saúde de São Paulo. "Corujão da Saúde" é uma das principais propostas do prefeito eleito, João Doria (PSDB), que promete usar a estrutura dos hospitais privados para o atendimento gratuito da população na madrugada. Segundo o tucano, o corujão consiste em "alugar" mais de 40 hospitais privados, de várias regiões da cidade, para funcionarem das 20h às 8h, atendendo pacientes da rede municipal. A proposta não é exatamente nova. Entre gestores de planos de saúde, essa é uma ideia que já foi defendida em outras ocasiões como forma de utilizar a capacidade ociosa de hospitais privados. Acontece que a coisa não é tão simples assim. Aparelhos não funcionam sozinhos. E hora extra de funcionário custa muito caro. Plantões de médicos também. Essa foi uma das razões pelas quais a iniciativa não avançou. A ver quais argumentos e condições Dória utilizará para convencer os empresários do setor. Outro entrave na proposta tem a ver com a disponibilidade do morador em se deslocar da periferia para a região central nas madrugadas para fazer exames. Haverá transporte público? E o trabalhador que pega no batente muito cedo, como fica? Perderá dia de trabalho? Conseguirá licença médica? Nesse quesito, o atual programa "Hora Certa" faz mais sentido e merecia ser ampliado. Ele permite, por exemplo, que as pessoas sejam atendidas perto de casa e com hora marcada. Especialistas do setor argumentam que a principal prioridade da cidade é investir numa atenção básica eficiente, que consegue resolver até 80% dos problemas, sem necessidade de especialistas. Nos últimos anos, cada prefeito quis deixar sua "marca", o que colaborou para deixar o sistema fragmentado e com múltiplos gestores. Dória não apresentou até agora metas sanitárias ou assistenciais para enfrentar os motivos pelos quais os paulistanos adoecem e morrem. Na capital, cerca de 22% dos habitantes são hipertensos, 20% são fumantes, 17% têm transtornos mentais comuns, 14% são obesos, 7% têm diabetes. Fala também da contratação imediata de 800 médicos, que serão "incentivados" a trabalhar na periferia, mas não diz de onde sairão os recursos e de como convencerá os profissionais a deixar as regiões mais centrais da cidade. Enfim, ainda há muito o que se esmiuçar nas propostas do prefeito eleito para que elas avancem além das peças publicitárias da campanha eleitoral.
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Leitores comentam suposto envolvimento de Dirceu na Lava Jato
Mesmo tendo seu mandato cassado e sido execrado da vida pública, condenado pelo STF, José Dirceu manteve seus tentáculos junto às diversas áreas controladas pelos governos do PT ("Dirceu recebeu R$ 4 mi de construtoras investigadas"). Qual empresário em sã consciência firmaria contrato de consultoria com pessoas com esses antecedentes? Se prolongadas as investigações em outros setores, como fundos de pensão e outros, aparecerão as digitais do tão notório mau político. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Sei que contratos de consultorias são regidos por cláusulas de confidencialidade. Mas surpreende a qualquer pessoa minimamente informada que alguém que, desde a adolescência, só faz política e nunca se destacou como estudante ou profissional, seja tão prestigiado como consultor. Pasmo ainda maior se dá com os contratos de consultorias que envolvem conhecimentos sobre a economia interna de outros países. É um acinte como fazem advocacia administrativa e tráfico de influência no Brasil. HUMBERTO DE SOUZA ABREU (São Gonçalo do Rio Abaixo, MG) * Sobre o artigo "Não precisamos de empreiteiras criminosas", gostaria de transmitir ao professor Paulo Feldmann que o Brasil também não precisa de administradores e de políticos criminosos. Da mesma forma que não vejo a necessidade de nos apoiarmos em empresas estrangeiras, quando nosso mercado dispõe de diversas construtoras capazes de arcar com as obras de infraestrutura, desde que não sejam "empacotadas" em megaprojetos que inviabilizem a formação de consórcios de médias empresas. CARLOS EDUARDO LIMA JORGE, presidente da Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (São Paulo, SP) * Sobre a reportagem "Delator diz ter ganho US$ 1,5 mi de lobista", a Andrade Gutierrez esclarece que foi procurada pela Folha e enviou resposta na noite de quinta-feira (22): "A Andrade Gutierrez nega e repudia as acusações –baseadas em ilações e não fatos– feitas por Paulo Roberto Costa em depoimento divulgado e afirma, como vem fazendo desde o início das investigações, que nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos e Petrobras. Cabe lembrar que em depoimentos já concedidos à PF por Alberto Youssef e Fernando Soares, divulgados pela imprensa, ambos disseram não haver envolvimento do Grupo e seus executivos em assuntos relacionados à Lava Jato. A AG reitera que não tem ou teve envolvimento com fatos relacionados com as investigações". ANDRÉ MORAGAS, diretor de comunicação da Andrade Gutierrez (Rio de Janeiro, RJ) * Cada dia fica mais evidente que a cabeça pensante de toda essa maracutaia petista sempre foi José Dirceu. Sua capacidade é tão grande que até conseguiu enrolar o espertíssimo Lula, que achou que tudo iria dar certo. Apareceram três pedras no caminho que detonaram todo o projeto: Roberto Jefferson, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro. Deu no que está dando. GERALDO DE PAULA E SILVA, professor (Teresópolis, RJ) * "Não precisamos de empreiteiras criminosas" disse Feldmann. Mas certamente precisamos de empreiteiras competentes. Essas nossas "empreiteiras criminosas" possuem milhares de trabalhadores bastante qualificados. Não parece a melhor opção para o Brasil jogá-los no desemprego ao contratar empreiteiras estrangeiras, como sugere Feldmann. Ainda mais, quem é que garante que essas empreiteiras estrangeiras não são também criminosas? Até grandes empresas internacionais, como a Lehman Brothers, têm sido responsabilizadas por crises na economia mundial! Não seria melhor entregar a administração dessas nossas "empreiteiras criminosas" aos seus trabalhadores, à maioria que não cometeu crimes? Transparência e vigilância é o que tem que acontecer para que o número de crimes de corrupção diminuam RUTE BEVILAQUA (São Paulo, SP) * Além da proibição de doações de empreiteiras, poderia ser proibida toda e qualquer doação a partidos e políticos. Vale lembrar os R$ 4 mi que foram parar na conta da empresa de um certo companheiro estrelado (e condenado). No mais, são os partidos políticos que deveriam financiar suas próprias estruturas e campanhas, seja pelo já poupudo Fundo Partidário (quase R$ 300 mi, em 2013), seja pela contribuição de seus filiados, que apesar de não ter estatísticas fidedignas, é uma gorda quantia. LEONARDO FRAGA (São Paulo, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam suposto envolvimento de Dirceu na Lava JatoMesmo tendo seu mandato cassado e sido execrado da vida pública, condenado pelo STF, José Dirceu manteve seus tentáculos junto às diversas áreas controladas pelos governos do PT ("Dirceu recebeu R$ 4 mi de construtoras investigadas"). Qual empresário em sã consciência firmaria contrato de consultoria com pessoas com esses antecedentes? Se prolongadas as investigações em outros setores, como fundos de pensão e outros, aparecerão as digitais do tão notório mau político. OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP) * Sei que contratos de consultorias são regidos por cláusulas de confidencialidade. Mas surpreende a qualquer pessoa minimamente informada que alguém que, desde a adolescência, só faz política e nunca se destacou como estudante ou profissional, seja tão prestigiado como consultor. Pasmo ainda maior se dá com os contratos de consultorias que envolvem conhecimentos sobre a economia interna de outros países. É um acinte como fazem advocacia administrativa e tráfico de influência no Brasil. HUMBERTO DE SOUZA ABREU (São Gonçalo do Rio Abaixo, MG) * Sobre o artigo "Não precisamos de empreiteiras criminosas", gostaria de transmitir ao professor Paulo Feldmann que o Brasil também não precisa de administradores e de políticos criminosos. Da mesma forma que não vejo a necessidade de nos apoiarmos em empresas estrangeiras, quando nosso mercado dispõe de diversas construtoras capazes de arcar com as obras de infraestrutura, desde que não sejam "empacotadas" em megaprojetos que inviabilizem a formação de consórcios de médias empresas. CARLOS EDUARDO LIMA JORGE, presidente da Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (São Paulo, SP) * Sobre a reportagem "Delator diz ter ganho US$ 1,5 mi de lobista", a Andrade Gutierrez esclarece que foi procurada pela Folha e enviou resposta na noite de quinta-feira (22): "A Andrade Gutierrez nega e repudia as acusações –baseadas em ilações e não fatos– feitas por Paulo Roberto Costa em depoimento divulgado e afirma, como vem fazendo desde o início das investigações, que nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos e Petrobras. Cabe lembrar que em depoimentos já concedidos à PF por Alberto Youssef e Fernando Soares, divulgados pela imprensa, ambos disseram não haver envolvimento do Grupo e seus executivos em assuntos relacionados à Lava Jato. A AG reitera que não tem ou teve envolvimento com fatos relacionados com as investigações". ANDRÉ MORAGAS, diretor de comunicação da Andrade Gutierrez (Rio de Janeiro, RJ) * Cada dia fica mais evidente que a cabeça pensante de toda essa maracutaia petista sempre foi José Dirceu. Sua capacidade é tão grande que até conseguiu enrolar o espertíssimo Lula, que achou que tudo iria dar certo. Apareceram três pedras no caminho que detonaram todo o projeto: Roberto Jefferson, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro. Deu no que está dando. GERALDO DE PAULA E SILVA, professor (Teresópolis, RJ) * "Não precisamos de empreiteiras criminosas" disse Feldmann. Mas certamente precisamos de empreiteiras competentes. Essas nossas "empreiteiras criminosas" possuem milhares de trabalhadores bastante qualificados. Não parece a melhor opção para o Brasil jogá-los no desemprego ao contratar empreiteiras estrangeiras, como sugere Feldmann. Ainda mais, quem é que garante que essas empreiteiras estrangeiras não são também criminosas? Até grandes empresas internacionais, como a Lehman Brothers, têm sido responsabilizadas por crises na economia mundial! Não seria melhor entregar a administração dessas nossas "empreiteiras criminosas" aos seus trabalhadores, à maioria que não cometeu crimes? Transparência e vigilância é o que tem que acontecer para que o número de crimes de corrupção diminuam RUTE BEVILAQUA (São Paulo, SP) * Além da proibição de doações de empreiteiras, poderia ser proibida toda e qualquer doação a partidos e políticos. Vale lembrar os R$ 4 mi que foram parar na conta da empresa de um certo companheiro estrelado (e condenado). No mais, são os partidos políticos que deveriam financiar suas próprias estruturas e campanhas, seja pelo já poupudo Fundo Partidário (quase R$ 300 mi, em 2013), seja pela contribuição de seus filiados, que apesar de não ter estatísticas fidedignas, é uma gorda quantia. LEONARDO FRAGA (São Paulo, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Masp organiza grande exposição com obras do elétrico Toulouse-Lautrec
O fogo começou às cinco para as nove da noite, quando a cantora que fazia o papel de Mignon, na ópera de Ambroise Thomas, pedia numa ária a proteção da Virgem Maria. Era o dia 25 de maio de 1887, no teatro da Opéra-Comique. Morreram 110 pessoas, e mais de 200 ficam feridas. A tragédia tinha sido prevista 13 dias antes, pelo ministro da Cultura: o teatro iria queimar; "trata-se de um fato estatístico". Poucos anos antes, um incêndio na Ópera de Viena causara quase 500 mortes. Era o declínio da iluminação a gás. A luz elétrica encontrava cada vez mais defensores por razões de segurança –tendo a vantagem adicional, e democrática, de permitir a instalação de pequenos motores para quem se dedicasse em casa a trabalhos artesanais, como a costura ou a marcenaria. A eletricidade passou a colorir a paisagem de Paris: o rio Sena, dizia um escritor em 1900, "torna-se violeta, azul-pavão, cor de sangue... Uma orgia de volts e de ampères!". Não é incomum que a pintura de Toulouse-Lautrec (1864-1901) inspire comparações com aquela nova forma de iluminação urbana. Comentando um quadro do pintor ("A Toalete", 1896), Giulio Carlo Argan diz que ali "a luz não bate sobre superfícies coloridas dando-lhe brilho ou vibração: ela passa pelos filamentos de cor como a energia elétrica pelos fios do circuito". Sobre "No Moulin Rouge" (1892), Sam Hunter e John Jacobus notam que o quadro "arde nas cores elétricas de laranja e verde". No catálogo para a grande exposição de Lautrec no Masp, que vai até 1º de outubro, Luciano Migliaccio fala dos bailes de máscaras organizados por um amigo do pintor, o banqueiro Cernuschi, na sua mansão: foram "os primeiros em Paris a serem iluminados por luz elétrica". Naqueles tempos, havia um grande debate técnico sobre os diferentes tipos de lâmpada a utilizar. Prevaleceram, como se sabe, as que possuem um pequeno filamento metálico incandescente. Mas havia também as de arco voltaico –as que, como nos filmes de Frankenstein, criam uma espécie de relâmpago contínuo a ligar dois bastõezinhos de energia. Imagino que não seja apenas pela luz e pela cor mas também pelos zigue-zagues do traço que o "elétrico" se manifesta nos quadros de Lautrec. Há muito tempo o Masp não fazia exposição de tamanha envergadura. Há quadros e desenhos de grande importância, trazidos de Chicago, de Paris ou de Madri (o lindo "A Ruiva numa Camisa Branca"). Sem contar a quantidade de cartazes e esboços que, retratando o mundo da prostituição e do teatro de variedades, fizeram de Toulouse-Lautrec não apenas um representante notável do impressionismo mas um revolucionário no campo da ilustração, da caricatura e da comunicação comercial. Aí, a cor e a luz importam pouco. O que chama atenção é o contraste entre dois tipos de desenho, de linha. O primeiro tipo é mordaz, carregado, cruel –bocas retorcidas de carmim, sobrancelhas diabólicas, magrezas sobrenaturais, e, Deus do céu, quanta mulher de nariz pontudo! Ao mesmo tempo, há muita gordura fluida, desenho que parece derreter conforme chega à borda inferior do quadro, camisolão das mulheres da vida em horas de folga. Simbolicamente, o jogo se dá entre "dissipação" e "perversidade", formas do decadentismo em fins do século 19. De origem aristocrática, Toulouse-Lautrec gastou sua breve vida entre artistas, boêmios, prostitutas, homossexuais, bêbados e drogados; era um meio social que desprezava os limites entre as classes, as barreiras da convenção. Algo de "mole", de "tortuoso", de "indistinto" aparece em seus desenhos, ao mesmo tempo que cada rosto guarda a ponta da provocação, do desplante, do desafio. A influência do art nouveau está também presente nos cartazes –e basta lembrar os trabalhos de ferro que ainda se veem em alguns edifícios e estações de metrô em Paris para que uma contradição parecida venha à mente. Nas grades e portões de Hector Guimard (1867-1942), formas curvas, imitando orquídeas e plantas parasitas, são implantadas no meio duro e técnico do metal. O duro e o mole, a masculinidade industrial e o flexível feminino se compõem na ambiguidade da belle époque –e esses cavalheiros de cartola, essas mulheres com as rugas cobertas de creme e pó de arroz se jogam ao brilho inquieto das lâmpadas de Lautrec, numa breve e deslumbrante incandescência.
colunas
Masp organiza grande exposição com obras do elétrico Toulouse-LautrecO fogo começou às cinco para as nove da noite, quando a cantora que fazia o papel de Mignon, na ópera de Ambroise Thomas, pedia numa ária a proteção da Virgem Maria. Era o dia 25 de maio de 1887, no teatro da Opéra-Comique. Morreram 110 pessoas, e mais de 200 ficam feridas. A tragédia tinha sido prevista 13 dias antes, pelo ministro da Cultura: o teatro iria queimar; "trata-se de um fato estatístico". Poucos anos antes, um incêndio na Ópera de Viena causara quase 500 mortes. Era o declínio da iluminação a gás. A luz elétrica encontrava cada vez mais defensores por razões de segurança –tendo a vantagem adicional, e democrática, de permitir a instalação de pequenos motores para quem se dedicasse em casa a trabalhos artesanais, como a costura ou a marcenaria. A eletricidade passou a colorir a paisagem de Paris: o rio Sena, dizia um escritor em 1900, "torna-se violeta, azul-pavão, cor de sangue... Uma orgia de volts e de ampères!". Não é incomum que a pintura de Toulouse-Lautrec (1864-1901) inspire comparações com aquela nova forma de iluminação urbana. Comentando um quadro do pintor ("A Toalete", 1896), Giulio Carlo Argan diz que ali "a luz não bate sobre superfícies coloridas dando-lhe brilho ou vibração: ela passa pelos filamentos de cor como a energia elétrica pelos fios do circuito". Sobre "No Moulin Rouge" (1892), Sam Hunter e John Jacobus notam que o quadro "arde nas cores elétricas de laranja e verde". No catálogo para a grande exposição de Lautrec no Masp, que vai até 1º de outubro, Luciano Migliaccio fala dos bailes de máscaras organizados por um amigo do pintor, o banqueiro Cernuschi, na sua mansão: foram "os primeiros em Paris a serem iluminados por luz elétrica". Naqueles tempos, havia um grande debate técnico sobre os diferentes tipos de lâmpada a utilizar. Prevaleceram, como se sabe, as que possuem um pequeno filamento metálico incandescente. Mas havia também as de arco voltaico –as que, como nos filmes de Frankenstein, criam uma espécie de relâmpago contínuo a ligar dois bastõezinhos de energia. Imagino que não seja apenas pela luz e pela cor mas também pelos zigue-zagues do traço que o "elétrico" se manifesta nos quadros de Lautrec. Há muito tempo o Masp não fazia exposição de tamanha envergadura. Há quadros e desenhos de grande importância, trazidos de Chicago, de Paris ou de Madri (o lindo "A Ruiva numa Camisa Branca"). Sem contar a quantidade de cartazes e esboços que, retratando o mundo da prostituição e do teatro de variedades, fizeram de Toulouse-Lautrec não apenas um representante notável do impressionismo mas um revolucionário no campo da ilustração, da caricatura e da comunicação comercial. Aí, a cor e a luz importam pouco. O que chama atenção é o contraste entre dois tipos de desenho, de linha. O primeiro tipo é mordaz, carregado, cruel –bocas retorcidas de carmim, sobrancelhas diabólicas, magrezas sobrenaturais, e, Deus do céu, quanta mulher de nariz pontudo! Ao mesmo tempo, há muita gordura fluida, desenho que parece derreter conforme chega à borda inferior do quadro, camisolão das mulheres da vida em horas de folga. Simbolicamente, o jogo se dá entre "dissipação" e "perversidade", formas do decadentismo em fins do século 19. De origem aristocrática, Toulouse-Lautrec gastou sua breve vida entre artistas, boêmios, prostitutas, homossexuais, bêbados e drogados; era um meio social que desprezava os limites entre as classes, as barreiras da convenção. Algo de "mole", de "tortuoso", de "indistinto" aparece em seus desenhos, ao mesmo tempo que cada rosto guarda a ponta da provocação, do desplante, do desafio. A influência do art nouveau está também presente nos cartazes –e basta lembrar os trabalhos de ferro que ainda se veem em alguns edifícios e estações de metrô em Paris para que uma contradição parecida venha à mente. Nas grades e portões de Hector Guimard (1867-1942), formas curvas, imitando orquídeas e plantas parasitas, são implantadas no meio duro e técnico do metal. O duro e o mole, a masculinidade industrial e o flexível feminino se compõem na ambiguidade da belle époque –e esses cavalheiros de cartola, essas mulheres com as rugas cobertas de creme e pó de arroz se jogam ao brilho inquieto das lâmpadas de Lautrec, numa breve e deslumbrante incandescência.
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La organización de Río 2016 planea calmar el "clima caliente" entre brasileños y argentinos
CAMILA MATTOSO ÉDER FANTONI ENVIADOS ESPECIALES A RÍO La organización de Río 2016 intenta calmar los ánimos de los hinchas argentinos y los brasileños. Debido a la rivalidad y a la importancia del partido del sábado (13) entre los dos países en el básquet masculino, el comité de los Juegos hizo una propuesta: el intercambio de banderas antes del inicio del juego. Ni Argentina ni Brasil confirmaron todavía que habrá intercambio, pero es muy probable que acepten la idea. El jueves (11), después de sus respectivos partidos, jugadores y comisiones técnicas tanto de Brasil como de Argentina pidieron calma a los hinchas. Argentinos y brasileños han estado provocándose en muchas ocasiones en estos Juegos Olímpicos y la expectativa es que la Arena Carioca 1, donde va a tener lugar el enfrentamiento, esté repleta este sábado. Mário Andrada, director de comunicación del Comité Río-2016, dijo estar "seguro de que todos van a comportarse de manera adecuada y vamos a salir [del partido] como hermanos que somos". El duelo es de extrema importancia para las dos selecciones. Brasil cuenta con dos derrotas y una victoria, mientras que Argentina posee dos triunfos y una derrota. Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *La ceremonia de apertura de los Juegos Olímpicos, elogiada por la prensa internacional *En el morro da Mangueira hubo "área vip", música funk y asado durante la ceremonia de apertura *Cafeterías registran falta de comida en el primer día de los Juegos Olímpícos
esporte
La organización de Río 2016 planea calmar el "clima caliente" entre brasileños y argentinos CAMILA MATTOSO ÉDER FANTONI ENVIADOS ESPECIALES A RÍO La organización de Río 2016 intenta calmar los ánimos de los hinchas argentinos y los brasileños. Debido a la rivalidad y a la importancia del partido del sábado (13) entre los dos países en el básquet masculino, el comité de los Juegos hizo una propuesta: el intercambio de banderas antes del inicio del juego. Ni Argentina ni Brasil confirmaron todavía que habrá intercambio, pero es muy probable que acepten la idea. El jueves (11), después de sus respectivos partidos, jugadores y comisiones técnicas tanto de Brasil como de Argentina pidieron calma a los hinchas. Argentinos y brasileños han estado provocándose en muchas ocasiones en estos Juegos Olímpicos y la expectativa es que la Arena Carioca 1, donde va a tener lugar el enfrentamiento, esté repleta este sábado. Mário Andrada, director de comunicación del Comité Río-2016, dijo estar "seguro de que todos van a comportarse de manera adecuada y vamos a salir [del partido] como hermanos que somos". El duelo es de extrema importancia para las dos selecciones. Brasil cuenta con dos derrotas y una victoria, mientras que Argentina posee dos triunfos y una derrota. Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *La ceremonia de apertura de los Juegos Olímpicos, elogiada por la prensa internacional *En el morro da Mangueira hubo "área vip", música funk y asado durante la ceremonia de apertura *Cafeterías registran falta de comida en el primer día de los Juegos Olímpícos
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BHP Billiton revisa meta de produção de minério após desastre em Mariana
A BHP Billiton informou que está revisando sua meta de produção de minério de ferro para o ano fiscal de 2016 após o desastre provocado pelo rompimento de barragens da Samarco em Mariana (MG), que analistas descreveram como um duro golpe para a maior mineradora do mundo. Ao menos duas pessoas morreram e pelo menos 28 estão desaparecidas desde que o rompimento das barragens da Samarco, uma joint venture da BHP com a Vale, provocou uma enxurrada de água e lama com restos de minerais, alagando áreas a até 100 quilômetros de distância do ponto de rompimento. A Samarco disse que não estabeleceu ainda uma data para retomar o funcionamento da mina, que produziu 29 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado. A parte da BHP representou cerca de 6% de sua produção total de minério no ano até o fim de junho de 2015 e contribuiu com cerca de 3% do lucro principal antes de juros e impostos, embora analistas afirmem que o possível custo do desastre seria mais significativo para a companhia. "É provavelmente a última coisa de que a companhia precisa, dado que ela está com dificuldade para gerar lucros, a caminho de pagar dividendos a partir de dívida, e agora eles têm esse caso", disse Ric Ronge, gestor de portfólio da Pengana Capital. "Em dólares e em termos de sua capacidade de operar responsavelmente, é muito significativo", disse Ronge, se recusando a dar uma estimativa sobre quanto o custo do acidente pode representar. A BHP planejava produzir 247 milhões de toneladas no ano fiscal até 30 de junho de 2016 antes do desastre, alta de 6% sobre um ano antes, o que a coloca atrás da Vale e da Rio Tinto. A Samarco tem capacidade de produção de 30,5 milhões de toneladas ao ano de pelotas de minério de ferro e de processar 32 milhões de toneladas de concentrado de ferro anualmente.
mercado
BHP Billiton revisa meta de produção de minério após desastre em MarianaA BHP Billiton informou que está revisando sua meta de produção de minério de ferro para o ano fiscal de 2016 após o desastre provocado pelo rompimento de barragens da Samarco em Mariana (MG), que analistas descreveram como um duro golpe para a maior mineradora do mundo. Ao menos duas pessoas morreram e pelo menos 28 estão desaparecidas desde que o rompimento das barragens da Samarco, uma joint venture da BHP com a Vale, provocou uma enxurrada de água e lama com restos de minerais, alagando áreas a até 100 quilômetros de distância do ponto de rompimento. A Samarco disse que não estabeleceu ainda uma data para retomar o funcionamento da mina, que produziu 29 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado. A parte da BHP representou cerca de 6% de sua produção total de minério no ano até o fim de junho de 2015 e contribuiu com cerca de 3% do lucro principal antes de juros e impostos, embora analistas afirmem que o possível custo do desastre seria mais significativo para a companhia. "É provavelmente a última coisa de que a companhia precisa, dado que ela está com dificuldade para gerar lucros, a caminho de pagar dividendos a partir de dívida, e agora eles têm esse caso", disse Ric Ronge, gestor de portfólio da Pengana Capital. "Em dólares e em termos de sua capacidade de operar responsavelmente, é muito significativo", disse Ronge, se recusando a dar uma estimativa sobre quanto o custo do acidente pode representar. A BHP planejava produzir 247 milhões de toneladas no ano fiscal até 30 de junho de 2016 antes do desastre, alta de 6% sobre um ano antes, o que a coloca atrás da Vale e da Rio Tinto. A Samarco tem capacidade de produção de 30,5 milhões de toneladas ao ano de pelotas de minério de ferro e de processar 32 milhões de toneladas de concentrado de ferro anualmente.
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Pescadores resgatados de naufrágio no litoral de Pernambuco recebem alta
Os dois últimos pescadores que ainda estava internados depois de terem sido resgatados de um naufrágio no litoral pernambucano receberam alta médica neste sábado (26). Eles e mais seis homens foram encontrados no litoral de Fortaleza (CE), na última quinta-feira (24), véspera de Natal, após terem ficado cinco dias à deriva. O grupo havia saído de Natal (RN) para pescar no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), no sábado (19), quando o barco em que estavam afundou. De acordo com o Comando do 3º Distrito Naval, a embarcação Rei Artur pertencia à empresa de serviços portuários Veleiro Despacho Marítimo, que tem sede na capital potiguar. Os náufragos foram encontrados por José Nilton Pereira da Silva, 52, com a ajuda de mais três tripulantes da embarcação Rio Prata, segundo informações da Capitania dos Portos do Ceará. Os pescadores, que sobreviveram com a ajuda de um bote reserva, ração e um pouco de água, foram levados ao Porto do Mucuripe, onde receberam os primeiros socorros do Samu (Serviço Médico de Urgência). De lá, foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). Seis dos oito náufragos potiguares chegaram a Natal na madrugada deste sábado (26). Os outros dois pescadores devem desembarcar na capital do Rio Grande do Norte na madrugada deste domingo (27). A Marinha vai abrir um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio. Serão ouvidos os pescadores e representantes da empresa responsável pela embarcação. O resultado deve sair em 90 dias. A reportagem tentou entrar em contato com a Veleiro Despacho Marítimo, mas ninguém atendeu.
cotidiano
Pescadores resgatados de naufrágio no litoral de Pernambuco recebem altaOs dois últimos pescadores que ainda estava internados depois de terem sido resgatados de um naufrágio no litoral pernambucano receberam alta médica neste sábado (26). Eles e mais seis homens foram encontrados no litoral de Fortaleza (CE), na última quinta-feira (24), véspera de Natal, após terem ficado cinco dias à deriva. O grupo havia saído de Natal (RN) para pescar no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), no sábado (19), quando o barco em que estavam afundou. De acordo com o Comando do 3º Distrito Naval, a embarcação Rei Artur pertencia à empresa de serviços portuários Veleiro Despacho Marítimo, que tem sede na capital potiguar. Os náufragos foram encontrados por José Nilton Pereira da Silva, 52, com a ajuda de mais três tripulantes da embarcação Rio Prata, segundo informações da Capitania dos Portos do Ceará. Os pescadores, que sobreviveram com a ajuda de um bote reserva, ração e um pouco de água, foram levados ao Porto do Mucuripe, onde receberam os primeiros socorros do Samu (Serviço Médico de Urgência). De lá, foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). Seis dos oito náufragos potiguares chegaram a Natal na madrugada deste sábado (26). Os outros dois pescadores devem desembarcar na capital do Rio Grande do Norte na madrugada deste domingo (27). A Marinha vai abrir um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio. Serão ouvidos os pescadores e representantes da empresa responsável pela embarcação. O resultado deve sair em 90 dias. A reportagem tentou entrar em contato com a Veleiro Despacho Marítimo, mas ninguém atendeu.
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Criança deve trabalhar? Leia sobre o tema na coluna de Rosely Sayão
Você gosta de brincar, não gosta? Adora? Ah! Tem toda a razão em gostar de brincar. Estudar e brincar, sozinha ou em grupo, são duas coisas das mais importantes na vida de qualquer criança. Hoje vou falar sobre uma situação que eu acho que você já conhece, mas talvez nunca tenha dado muita importância. Há crianças que não podem brincar. Não, elas não foram proibidas. Elas não têm tempo, sabe por quê? Porque trabalham. Sim, isso mesmo: trabalham como gente grande, às vezes até em serviços muito pesados que podem prejudicar a saúde. Leia a coluna completa aqui, e veja também tiras de Armandinho.
folhinha
Criança deve trabalhar? Leia sobre o tema na coluna de Rosely SayãoVocê gosta de brincar, não gosta? Adora? Ah! Tem toda a razão em gostar de brincar. Estudar e brincar, sozinha ou em grupo, são duas coisas das mais importantes na vida de qualquer criança. Hoje vou falar sobre uma situação que eu acho que você já conhece, mas talvez nunca tenha dado muita importância. Há crianças que não podem brincar. Não, elas não foram proibidas. Elas não têm tempo, sabe por quê? Porque trabalham. Sim, isso mesmo: trabalham como gente grande, às vezes até em serviços muito pesados que podem prejudicar a saúde. Leia a coluna completa aqui, e veja também tiras de Armandinho.
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Bar traz novos drinques que misturam gim e Amarula
DE SÃO PAULO O gim continua sob os holofotes no G&T, bar dedicado ao destilado. Mas, nos novos drinques apresentados na carta da estação da casa, quem brilha é outra bebida: a Amarula. Entre as novidades estão o shot de gim com o licor (R$ 15) e o Amarulanti (R$ 25), uma mescla de gim com capim-limão, licor de limão-siciliano, Amarula e hortelã. Outra novidade do barman Mário Oliveira leva o Arapuru, primeiro gim produzido no Brasil. O drinque (R$ 35), que carrega o nome do conterrâneo, traz caju e limão. R. Peixoto Gomide, 1.679, Jardim Paulista, região oeste, Seg. a sáb.: 18h às 24h. Valet a partir de R$ 20.
saopaulo
Bar traz novos drinques que misturam gim e AmarulaDE SÃO PAULO O gim continua sob os holofotes no G&T, bar dedicado ao destilado. Mas, nos novos drinques apresentados na carta da estação da casa, quem brilha é outra bebida: a Amarula. Entre as novidades estão o shot de gim com o licor (R$ 15) e o Amarulanti (R$ 25), uma mescla de gim com capim-limão, licor de limão-siciliano, Amarula e hortelã. Outra novidade do barman Mário Oliveira leva o Arapuru, primeiro gim produzido no Brasil. O drinque (R$ 35), que carrega o nome do conterrâneo, traz caju e limão. R. Peixoto Gomide, 1.679, Jardim Paulista, região oeste, Seg. a sáb.: 18h às 24h. Valet a partir de R$ 20.
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PF nega envolvimento em esquema para prejudicar Eduardo Cunha
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudia a mera suposição, publicada em importante veículo de comunicação, de que alguém da cúpula da Polícia Federal tenha, a mando do governo, forjado gravação a fim de prejudicar uma das candidaturas à presidência da Câmara dos Deputados. Para que não paire nenhuma dúvida acerca da tentativa de envolver uma séria e respeitada instituição, como a Polícia Federal, em disputas político-partidárias, os delegados federais manifestam o maior interesse na rápida apuração e elucidação dos fatos com punição dos eventuais responsáveis. PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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PF nega envolvimento em esquema para prejudicar Eduardo CunhaA Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudia a mera suposição, publicada em importante veículo de comunicação, de que alguém da cúpula da Polícia Federal tenha, a mando do governo, forjado gravação a fim de prejudicar uma das candidaturas à presidência da Câmara dos Deputados. Para que não paire nenhuma dúvida acerca da tentativa de envolver uma séria e respeitada instituição, como a Polícia Federal, em disputas político-partidárias, os delegados federais manifestam o maior interesse na rápida apuração e elucidação dos fatos com punição dos eventuais responsáveis. PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para ACM Neto, projeto político do PT é 'ciclo que se encerrou'
O "projeto político do PT é um ciclo que se encerrou". A opinião é do prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM). O político diz que o conjunto de forças que disputaram contra o partido foram bem principalmente no Nordeste, região decisiva para a vitória de Dilma em 2014. ACM Neto participou da programação ao vivo junto com o vice-prefeito eleito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Os dois políticos concordam que a eleição de políticos não tradicionais em várias cidades refletem a opinião das ruas. "Ou [os partidos] se modernizam ou serão rejeitados na urna", resume ACM.
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Para ACM Neto, projeto político do PT é 'ciclo que se encerrou'O "projeto político do PT é um ciclo que se encerrou". A opinião é do prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM). O político diz que o conjunto de forças que disputaram contra o partido foram bem principalmente no Nordeste, região decisiva para a vitória de Dilma em 2014. ACM Neto participou da programação ao vivo junto com o vice-prefeito eleito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Os dois políticos concordam que a eleição de políticos não tradicionais em várias cidades refletem a opinião das ruas. "Ou [os partidos] se modernizam ou serão rejeitados na urna", resume ACM.
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Tati Bernardi tem sagaz percepção do vazio das relações, diz Ligia Kogos
O artigo Quem casa quer... encher o saco, de Tati Bernardi, revela a sagaz percepção que ela tem do vazio, da inconsistência e da padronização das relações e comportamentos dos nossos tempos, através de humor e originalidade que são brisa refrescante no mar de chatices que nos assola. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Tati Bernardi tem sagaz percepção do vazio das relações, diz Ligia KogosO artigo Quem casa quer... encher o saco, de Tati Bernardi, revela a sagaz percepção que ela tem do vazio, da inconsistência e da padronização das relações e comportamentos dos nossos tempos, através de humor e originalidade que são brisa refrescante no mar de chatices que nos assola. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Nova técnica permite visualização de células em escala quase molecular
Uma nova técnica laboratorial permite aos pesquisadores enxergarem minúsculas características biológicas, como neurônios e sinapses individuais, em escala quase molecular, usando microscópios convencionais. Em um artigo publicado recentemente na revista "Science", pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts relataram como conseguiram aumentar em até cinco vezes o tamanho físico de células e tecidos, mas preservando sua estrutura. Eles batizaram a nova técnica de microscopia de expansão. Ao aumentarem a resolução dos microscópios convencionais, os cientistas conseguem vislumbrar as estruturas proteicas que formam canais iônicos e o contorno da membrana que contém o genoma dentro de uma célula. Os pesquisadores examinaram circuitos neuronais, descobrindo conexões locais no cérebro e melhorando a compreensão sobre redes maiores. A máxima capacidade de resolução dos microscópios convencionais é de 200 nanômetros (um fio de cabelo é 500 vezes mais largo do que isso). Nas últimas décadas, os cientistas se esforçam para ultrapassar esses limites. No ano passado, três cientistas receberam o Prêmio Nobel por uma técnica na qual moléculas fluorescentes são usadas de forma a aumentar a capacidade de resolução dos microscópios ópticos. Mas a técnica exige equipamentos especializados e é cara. Com a microscopia de expansão, Edward Boyden, do Centro de Engenharia Neurobiológica do MIT, e seus colegas conseguiram, com um microscópio óptico, observar objetos que medem originalmente apenas 70 nanômetros, em células e tecido cerebral cultivados em laboratório. Eles também foram capazes de produzir animações de altíssima resolução nas quais o espectador "voa" através de uma imagem tridimensional detalhada do hipocampo do cérebro de um rato. "Esperamos ter uma tecnologia que permita fazer a varredura do sistema nervoso de animais inteiros", disse Boyden. A ideia surgiu como uma brincadeira, segundo o cientista. Mas ele e dois pós-graduandos perceberam que a técnica poderia ser viável depois de explorarem o trabalho de Toyoichi Tanaka, que descobriu uma classe de géis "inteligentes", que respondem a estímulos como a água. Um desses materiais é um polímero usado em fraldas, que absorve de 200 a 300 vezes a sua massa em água. Os pesquisadores perceberam que isso era perfeito para inchar tecido biológico. Os investigadores aplicam um corante fluorescente à amostra. Em seguida, inserem no tecido pequenos pedaços que formam o polímero. O tecido então é quimicamente "picado" para poder ser aumentado com água. O tecido se expande, e as estruturas traçadas explodem em visibilidade. A microscopia de expansão poderá no futuro permitir que os cientistas criem modelos tridimensionais de áreas do cérebro de animais, possibilitando o mapeamento dos processos biológicos de uma região para outra. E esse método pode revelar as estruturas das proteínas individuais, detalhes estruturais dentro das células e outras funções biológicas em um detalhamento quase molecular. Boyden disse a técnica não irá capturar processos dinâmicos no cérebro, mas propiciará descobertas sobre o funcionamento cerebral por meio de amostras antes e depois dos processos.
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Nova técnica permite visualização de células em escala quase molecularUma nova técnica laboratorial permite aos pesquisadores enxergarem minúsculas características biológicas, como neurônios e sinapses individuais, em escala quase molecular, usando microscópios convencionais. Em um artigo publicado recentemente na revista "Science", pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts relataram como conseguiram aumentar em até cinco vezes o tamanho físico de células e tecidos, mas preservando sua estrutura. Eles batizaram a nova técnica de microscopia de expansão. Ao aumentarem a resolução dos microscópios convencionais, os cientistas conseguem vislumbrar as estruturas proteicas que formam canais iônicos e o contorno da membrana que contém o genoma dentro de uma célula. Os pesquisadores examinaram circuitos neuronais, descobrindo conexões locais no cérebro e melhorando a compreensão sobre redes maiores. A máxima capacidade de resolução dos microscópios convencionais é de 200 nanômetros (um fio de cabelo é 500 vezes mais largo do que isso). Nas últimas décadas, os cientistas se esforçam para ultrapassar esses limites. No ano passado, três cientistas receberam o Prêmio Nobel por uma técnica na qual moléculas fluorescentes são usadas de forma a aumentar a capacidade de resolução dos microscópios ópticos. Mas a técnica exige equipamentos especializados e é cara. Com a microscopia de expansão, Edward Boyden, do Centro de Engenharia Neurobiológica do MIT, e seus colegas conseguiram, com um microscópio óptico, observar objetos que medem originalmente apenas 70 nanômetros, em células e tecido cerebral cultivados em laboratório. Eles também foram capazes de produzir animações de altíssima resolução nas quais o espectador "voa" através de uma imagem tridimensional detalhada do hipocampo do cérebro de um rato. "Esperamos ter uma tecnologia que permita fazer a varredura do sistema nervoso de animais inteiros", disse Boyden. A ideia surgiu como uma brincadeira, segundo o cientista. Mas ele e dois pós-graduandos perceberam que a técnica poderia ser viável depois de explorarem o trabalho de Toyoichi Tanaka, que descobriu uma classe de géis "inteligentes", que respondem a estímulos como a água. Um desses materiais é um polímero usado em fraldas, que absorve de 200 a 300 vezes a sua massa em água. Os pesquisadores perceberam que isso era perfeito para inchar tecido biológico. Os investigadores aplicam um corante fluorescente à amostra. Em seguida, inserem no tecido pequenos pedaços que formam o polímero. O tecido então é quimicamente "picado" para poder ser aumentado com água. O tecido se expande, e as estruturas traçadas explodem em visibilidade. A microscopia de expansão poderá no futuro permitir que os cientistas criem modelos tridimensionais de áreas do cérebro de animais, possibilitando o mapeamento dos processos biológicos de uma região para outra. E esse método pode revelar as estruturas das proteínas individuais, detalhes estruturais dentro das células e outras funções biológicas em um detalhamento quase molecular. Boyden disse a técnica não irá capturar processos dinâmicos no cérebro, mas propiciará descobertas sobre o funcionamento cerebral por meio de amostras antes e depois dos processos.
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Cientistas transformam CO2 em pedra para conter gases do efeito estufa
Cientistas acreditam ter encontrado uma maneira inteligente de reduzir as emissões de dióxido de carbono –apenas transformando-as em pedra. Pesquisadores relataram um experimento na Islândia em que injetaram gás carbônico e água no interior de rochas vulcânicas. Reações com os minerais nas camadas profundas de basalto converteram o dióxido de carbono em um sólido estável, com consistência de giz. Outro resultado animador, como descreveu o grupo em artigo na revista "Science", foi a velocidade do processo: questão de meses. "De 220 toneladas de gás carbônico injetado, 95% foi convertido em pedra calcária em menos de dois anos", afirma o coordenador da pesquisa, Juerg Matter, da Universidade de Southampton, no Reino Unido. "Foi uma grande surpresa para todos os cientistas envolvidos no projeto, e pensamos: 'Uau, isso é realmente rápido!", lembrou Matter em entrevista ao programa de rádio Science In Action (Ciência em Ação), da BBC. Com o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, e o consequente aquecimento do planeta, pesquisadores estão ansiosos para investigar as chamadas soluções de sequestro e conservação de carbono. Experimentos anteriores injetaram gás carbônico puro em arenito, ou aquíferos profundos de água salgada. As locações escolhidas –que incluíram poços desativados de petróleo e gás– se valiam de camadas impermeáveis de rochas resistentes para conter o dióxido de carbono. Mas o temor era que o gás sempre encontraria um jeito de voltar à atmosfera. O chamado Projeto Carbfix na Islândia, por outro lado, busca solidificar o carbono indesejado. Trabalhando com a usina geotérmica de Hellisheidi, no entorno de Reykjavik, a iniciativa combinou gás carbônico e água para produzir um líquido levemente ácido, injetado centenas de metros até as rochas basálticas que compõem grande parte dessa ilha do Norte do Atlântico. A água de baixo pH (3.2) serviu para dissolver os íons de cálcio e magnésio nas camadas de basalto, que reagiram com o dióxido de carbono para gerar os carbonatos de cálcio e magnésio. Tubos inseridos no local dos testes coletaram pedras com os característicos carbonatos brancos ocupando os poros das rochas. Os pesquisadores também "marcaram" o CO2 com carbono-14, uma forma radioativa do elemento. Desta maneira puderam verificar se parte do CO2 injetado estava voltando à superfície ou escoando por algum curso d'água. Nenhum vazamento foi detectado. "Isso significa que podemos bombear grandes quantidades de CO2 e armazená-lo de maneira bem segura e em um curto período de tempo", disse o coautor do estudo Martin Stute, do Observatório Terrestre de Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, nos EUA. "No futuro, podemos imaginar o uso disso em usinas de energia em locais com muito basalto –e há muitos locais assim." Matter acrescentou: "Você pode encontrar basaltos em todo continente, e certamente em alto-mar, porque a crosta oceânica, abaixo do leito oceânico, é todo de rocha basáltica. Não há problemas em termos de disponibilidade de basalto para dar conta das emissões globais de CO2." Ainda há, no entanto, o problema do custo. Capturar CO2 em usinas e outros complexos industriais é caro - sem incentivos, o processo estaria condenado ao prejuízo. Outro ponto a ser considerado é a infraestrutura necessária para bombear gás até o local em questão. No caso do Projeto Carbfix, há necessidade de um volume significativo de água. Apenas 5% da massa bombeada terra abaixo é CO2. Christopher Rochelle é um especialista em sequestro e conservação de carbono no Serviço Geológico Britânico, e não se envolveu com o experimento na Islândia. Para ele, o Projeto Carbfix destaca a importância de ir além dos modelos e estudos de laboratório. Apenas com demonstrações reais, afirma, é possível verificar se a tecnologia é aplicável. "Precisamos de mais testes como esse da Islândia para entender melhor os tipos de processos que estão em curso e quão rápido eles atuam", afirmou Rochelle. "Aqui eles injetaram (CO2) em rochas reativas e os minerais se precipitaram de maneira relativamente rápida, e não puderam mais se mover a lugar algum. Isso é ótimo, mas as rochas abaixo da Islândia são diferentes daquelas abaixo do Mar do Norte, por exemplo. Então o enfoque dependerá de onde você estiver. Precisaremos de um portfólio de técnicas." A usina geotérmica de Hellisheidi agora já avançou para além do experimento descrito na revista "Science", e está injetando CO2 rotineiramente no subsolo, e em grandes volumes. A companhia também está enterrado sulfeto de hidrogênio - outro subproduto da usina. Isso ajuda moradores que tiveram que conviver com o eventual cheiro de ovo podre invadindo suas propriedades.
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Cientistas transformam CO2 em pedra para conter gases do efeito estufaCientistas acreditam ter encontrado uma maneira inteligente de reduzir as emissões de dióxido de carbono –apenas transformando-as em pedra. Pesquisadores relataram um experimento na Islândia em que injetaram gás carbônico e água no interior de rochas vulcânicas. Reações com os minerais nas camadas profundas de basalto converteram o dióxido de carbono em um sólido estável, com consistência de giz. Outro resultado animador, como descreveu o grupo em artigo na revista "Science", foi a velocidade do processo: questão de meses. "De 220 toneladas de gás carbônico injetado, 95% foi convertido em pedra calcária em menos de dois anos", afirma o coordenador da pesquisa, Juerg Matter, da Universidade de Southampton, no Reino Unido. "Foi uma grande surpresa para todos os cientistas envolvidos no projeto, e pensamos: 'Uau, isso é realmente rápido!", lembrou Matter em entrevista ao programa de rádio Science In Action (Ciência em Ação), da BBC. Com o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, e o consequente aquecimento do planeta, pesquisadores estão ansiosos para investigar as chamadas soluções de sequestro e conservação de carbono. Experimentos anteriores injetaram gás carbônico puro em arenito, ou aquíferos profundos de água salgada. As locações escolhidas –que incluíram poços desativados de petróleo e gás– se valiam de camadas impermeáveis de rochas resistentes para conter o dióxido de carbono. Mas o temor era que o gás sempre encontraria um jeito de voltar à atmosfera. O chamado Projeto Carbfix na Islândia, por outro lado, busca solidificar o carbono indesejado. Trabalhando com a usina geotérmica de Hellisheidi, no entorno de Reykjavik, a iniciativa combinou gás carbônico e água para produzir um líquido levemente ácido, injetado centenas de metros até as rochas basálticas que compõem grande parte dessa ilha do Norte do Atlântico. A água de baixo pH (3.2) serviu para dissolver os íons de cálcio e magnésio nas camadas de basalto, que reagiram com o dióxido de carbono para gerar os carbonatos de cálcio e magnésio. Tubos inseridos no local dos testes coletaram pedras com os característicos carbonatos brancos ocupando os poros das rochas. Os pesquisadores também "marcaram" o CO2 com carbono-14, uma forma radioativa do elemento. Desta maneira puderam verificar se parte do CO2 injetado estava voltando à superfície ou escoando por algum curso d'água. Nenhum vazamento foi detectado. "Isso significa que podemos bombear grandes quantidades de CO2 e armazená-lo de maneira bem segura e em um curto período de tempo", disse o coautor do estudo Martin Stute, do Observatório Terrestre de Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, nos EUA. "No futuro, podemos imaginar o uso disso em usinas de energia em locais com muito basalto –e há muitos locais assim." Matter acrescentou: "Você pode encontrar basaltos em todo continente, e certamente em alto-mar, porque a crosta oceânica, abaixo do leito oceânico, é todo de rocha basáltica. Não há problemas em termos de disponibilidade de basalto para dar conta das emissões globais de CO2." Ainda há, no entanto, o problema do custo. Capturar CO2 em usinas e outros complexos industriais é caro - sem incentivos, o processo estaria condenado ao prejuízo. Outro ponto a ser considerado é a infraestrutura necessária para bombear gás até o local em questão. No caso do Projeto Carbfix, há necessidade de um volume significativo de água. Apenas 5% da massa bombeada terra abaixo é CO2. Christopher Rochelle é um especialista em sequestro e conservação de carbono no Serviço Geológico Britânico, e não se envolveu com o experimento na Islândia. Para ele, o Projeto Carbfix destaca a importância de ir além dos modelos e estudos de laboratório. Apenas com demonstrações reais, afirma, é possível verificar se a tecnologia é aplicável. "Precisamos de mais testes como esse da Islândia para entender melhor os tipos de processos que estão em curso e quão rápido eles atuam", afirmou Rochelle. "Aqui eles injetaram (CO2) em rochas reativas e os minerais se precipitaram de maneira relativamente rápida, e não puderam mais se mover a lugar algum. Isso é ótimo, mas as rochas abaixo da Islândia são diferentes daquelas abaixo do Mar do Norte, por exemplo. Então o enfoque dependerá de onde você estiver. Precisaremos de um portfólio de técnicas." A usina geotérmica de Hellisheidi agora já avançou para além do experimento descrito na revista "Science", e está injetando CO2 rotineiramente no subsolo, e em grandes volumes. A companhia também está enterrado sulfeto de hidrogênio - outro subproduto da usina. Isso ajuda moradores que tiveram que conviver com o eventual cheiro de ovo podre invadindo suas propriedades.
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Turismo de Miami já sente impactos do vírus da zika, diz consultoria
Turistas fizeram menos reservas de hotéis e as tarifas aéreas para Miami ficaram mais baratas desde que o vírus da zika foi detectado na região. É o que mostram dados revisados pela agência Reuters. Hotéis reservaram 2,9% menos quartos no distrito central de Miami e nas áreas ao norte nas primeiras três semanas de agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a consultoria STR. A região inclui o distrito das artes de Wynwood, onde, em 29 de julho, autoridades da Flórida confirmaram casos de pessoas infectadas pelo vírus –as primeiras transmissões autóctones nos Estados Unidos. A queda nas reservas hoteleiras pode ser um sinal precoce do efeito do vírus na robusta indústria turística de Miami, que movimentou US$ 24,4 bilhões em 2015, segundo o Greater Miami Convention and Visitor Bureau. A diferença, nas áreas norte e de Downtown Miami, representa uma ruptura em uma grande sequência de crescimento nas reservas, que vem desde 2010. De janeiro a julho de 2016, a estadia de turistas em hotéis havia crescido 1,2% em relação ao ano passado, segundo a STR. Mas, na semana encerrada no último dia 20, o número de quartos vendidos caiu 4,2% em relação à mesma semana de 2015. Jan Freitag, vice-presidente sênior da consultoria, disse à Reuters que o declínio não se deu porque os números do ano passado foram anormalmente grandes, e que ele poderia, sim, refletir o impacto da preocupação com o vírus da zika. "Não sabemos o suficiente ainda", afirma, acrescentando que, para uma conclusão mais concreta, seriam necessários dados de ao menos mais dois meses e uma análise do tráfego de viajantes vindos da Europa e do Brasil, que estão entre os maiores emissores de turistas para o sul da Flórida. "O vírus da zika não é só uma séria ameaça à saúde pública: tem potencial para ser uma ameaça igualmente séria à economia local", diz o analista da indústria de viagens Henry Harteveldt, para quem a preocupação com o vírus provavelmente contribuiu com o declínio no turismo em Miami. PASSAGENS AÉREAS Nesta semana, autoridades relataram novas infecções pelo vírus da zika em Wynwood e um caso a centenas de quilômetros de distância, no condado de Pinellas County, na costa do Golfo. Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) disseram que mulheres grávidas receosas com a exposição ao vírus devem evitar todo o condado de Miami-Dade. Os órgãos de turismo de Miami afirmam que a administração dos hotéis não fez alertas sobre cancelamentos ligados ao vírus da zika. "É cedo para dizer, a partir dos dados, que a zika teve impacto no turismo. Isso não aparece tão rapidamente", diz William Talbert, diretor do Greater Miami Convention and Visitors Bureau. Em um indicativo de que companhias aéreas têm tentado estimular a demanda a partir de e para Miami, as tarifas ficaram mais baratas em relação a um ano atrás, segundo uma análise das principais rotas domésticas dos EUA feita pela Harrell Associates, à qual a Reuters teve acesso. As tarifas de lazer em rotas de Miami caíram 9% no final de julho, em comparação ao ano passado; as que tinham Fort Lauderdale como destino ficaram 14% menores, segundo os dados da Harrell Associates. As amostras das tarifas foram levantadas nos dias 18 e 25 de julho. Desde que os primeiros casos de zika foram anunciados, a queda nas taxas a partir de e para Miami aumentou para 16%; para Fort Lauderdale, 18%, segundo a análise. Esses dados foram colhidos em 15 e 22 de agosto. No país, as tarifas de lazer em meados de agosto estão 3% mais baratas do que no ano passado, segundo a Harrell Associates. A American Airlines, a de maior porte em Miami, não quis comentar mercados individualmente, nem se o vírus poderiam impactar seus negócios. Sua principal rival na região, a JetBlue Airways, também não comentou. MIAMI BEACH Apesar de a região de Miami Beach continuar a ver alta na demanda hoteleira em agosto, a taxa de crescimento parece estar em ritmo menor: de 6,4% mais alta nos primeiros sete meses do ano comparados ao mesmo período de 2015, para 2,6% neste mês, segundo os dados da STR. A mesma tendência vale para os condados de Miami-Dade e Monroe. De acordo com a consultoria, Miami Beach tem cerca de 2,5 vezes o número de hotéis de Downtown Miami e o norte da região.
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Turismo de Miami já sente impactos do vírus da zika, diz consultoriaTuristas fizeram menos reservas de hotéis e as tarifas aéreas para Miami ficaram mais baratas desde que o vírus da zika foi detectado na região. É o que mostram dados revisados pela agência Reuters. Hotéis reservaram 2,9% menos quartos no distrito central de Miami e nas áreas ao norte nas primeiras três semanas de agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a consultoria STR. A região inclui o distrito das artes de Wynwood, onde, em 29 de julho, autoridades da Flórida confirmaram casos de pessoas infectadas pelo vírus –as primeiras transmissões autóctones nos Estados Unidos. A queda nas reservas hoteleiras pode ser um sinal precoce do efeito do vírus na robusta indústria turística de Miami, que movimentou US$ 24,4 bilhões em 2015, segundo o Greater Miami Convention and Visitor Bureau. A diferença, nas áreas norte e de Downtown Miami, representa uma ruptura em uma grande sequência de crescimento nas reservas, que vem desde 2010. De janeiro a julho de 2016, a estadia de turistas em hotéis havia crescido 1,2% em relação ao ano passado, segundo a STR. Mas, na semana encerrada no último dia 20, o número de quartos vendidos caiu 4,2% em relação à mesma semana de 2015. Jan Freitag, vice-presidente sênior da consultoria, disse à Reuters que o declínio não se deu porque os números do ano passado foram anormalmente grandes, e que ele poderia, sim, refletir o impacto da preocupação com o vírus da zika. "Não sabemos o suficiente ainda", afirma, acrescentando que, para uma conclusão mais concreta, seriam necessários dados de ao menos mais dois meses e uma análise do tráfego de viajantes vindos da Europa e do Brasil, que estão entre os maiores emissores de turistas para o sul da Flórida. "O vírus da zika não é só uma séria ameaça à saúde pública: tem potencial para ser uma ameaça igualmente séria à economia local", diz o analista da indústria de viagens Henry Harteveldt, para quem a preocupação com o vírus provavelmente contribuiu com o declínio no turismo em Miami. PASSAGENS AÉREAS Nesta semana, autoridades relataram novas infecções pelo vírus da zika em Wynwood e um caso a centenas de quilômetros de distância, no condado de Pinellas County, na costa do Golfo. Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) disseram que mulheres grávidas receosas com a exposição ao vírus devem evitar todo o condado de Miami-Dade. Os órgãos de turismo de Miami afirmam que a administração dos hotéis não fez alertas sobre cancelamentos ligados ao vírus da zika. "É cedo para dizer, a partir dos dados, que a zika teve impacto no turismo. Isso não aparece tão rapidamente", diz William Talbert, diretor do Greater Miami Convention and Visitors Bureau. Em um indicativo de que companhias aéreas têm tentado estimular a demanda a partir de e para Miami, as tarifas ficaram mais baratas em relação a um ano atrás, segundo uma análise das principais rotas domésticas dos EUA feita pela Harrell Associates, à qual a Reuters teve acesso. As tarifas de lazer em rotas de Miami caíram 9% no final de julho, em comparação ao ano passado; as que tinham Fort Lauderdale como destino ficaram 14% menores, segundo os dados da Harrell Associates. As amostras das tarifas foram levantadas nos dias 18 e 25 de julho. Desde que os primeiros casos de zika foram anunciados, a queda nas taxas a partir de e para Miami aumentou para 16%; para Fort Lauderdale, 18%, segundo a análise. Esses dados foram colhidos em 15 e 22 de agosto. No país, as tarifas de lazer em meados de agosto estão 3% mais baratas do que no ano passado, segundo a Harrell Associates. A American Airlines, a de maior porte em Miami, não quis comentar mercados individualmente, nem se o vírus poderiam impactar seus negócios. Sua principal rival na região, a JetBlue Airways, também não comentou. MIAMI BEACH Apesar de a região de Miami Beach continuar a ver alta na demanda hoteleira em agosto, a taxa de crescimento parece estar em ritmo menor: de 6,4% mais alta nos primeiros sete meses do ano comparados ao mesmo período de 2015, para 2,6% neste mês, segundo os dados da STR. A mesma tendência vale para os condados de Miami-Dade e Monroe. De acordo com a consultoria, Miami Beach tem cerca de 2,5 vezes o número de hotéis de Downtown Miami e o norte da região.
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Corrente de ar levanta saias e embola cabelos na estação Fradique Coutinho
Dezesseis metros abaixo do asfalto quente da rua dos Pinheiros, em São Paulo, uma brisa de ar bagunça os cabelos e levanta as saias das transeuntes subterrâneas, que se sentem "em uma propaganda da Pantene", com os cabelos ao vento, ou como a Marilyn Monroe tentando segurar o vestido branco. Essa ventania fica dentro da Fradique Coutinho, estação de metrô da linha amarela inaugurada no fim do ano passado entre as paradas Paulista e Faria Lima. Concentrado nas escadas rolantes dos dois lados --tanto em direção à Luz, quanto ao Butantã--, o vento chega a balançar a placa que indica a saída da plataforma. A estudante Maria Fernanda Liuti, 14, que citou a marca de produtos de cabelo, disse "amém" por não estar usando vestido na quinta-feira (8), quando passou pela estação e teve seus longos fios negros bagunçados.Saiba mais em http://folha.com/no1692932
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Corrente de ar levanta saias e embola cabelos na estação Fradique CoutinhoDezesseis metros abaixo do asfalto quente da rua dos Pinheiros, em São Paulo, uma brisa de ar bagunça os cabelos e levanta as saias das transeuntes subterrâneas, que se sentem "em uma propaganda da Pantene", com os cabelos ao vento, ou como a Marilyn Monroe tentando segurar o vestido branco. Essa ventania fica dentro da Fradique Coutinho, estação de metrô da linha amarela inaugurada no fim do ano passado entre as paradas Paulista e Faria Lima. Concentrado nas escadas rolantes dos dois lados --tanto em direção à Luz, quanto ao Butantã--, o vento chega a balançar a placa que indica a saída da plataforma. A estudante Maria Fernanda Liuti, 14, que citou a marca de produtos de cabelo, disse "amém" por não estar usando vestido na quinta-feira (8), quando passou pela estação e teve seus longos fios negros bagunçados.Saiba mais em http://folha.com/no1692932
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Aposentado morto em ciclovia tinha saído de casa para comprar pão
O aposentado Florisvaldo Carvalho da Rocha, 78, saiu de casa para comprar pão no supermercado do outro lado da rua, como fazia diariamente, quando foi atingido pelo ciclista debaixo do Minhocão na tarde de segunda (17). Ele morava com a mulher, Erenita, com quem era casado havia 43 anos e que foi avisada pela vizinha sobre a colisão que tiraria a vida de seu marido. Rocha teve traumatismo craniano e morreu após ser levado à Santa Casa. O aposentado estava bem de saúde após passar por um período doente. Chegou a ter convulsões e a usar cadeira de rodas, mas já tinha retomado a rotina. No velório, o filho mais velho, Eduardo Carvalho Rocha, lembrava o aniversário do pai, comemorado uma semana antes do acidente. "Agora eu estou enterrando ele. E por uma coisa estúpida", disse. Ele afirma que seu pai conhecia bem o local e culpa a falta de "informação e planejamento" para a instalação da ciclovia. "A prefeitura tem que se preocupar com campanhas educativas, não impor as coisas, colocar uma ciclovia e pronto", diz ele, para quem seu pai, diferentemente da versão do ciclista que o atropelou, foi atingido no canteiro central, e não na faixa de ônibus. "É a primeira vez que vejo ciclovia onde passam pedestres. Quem inventou?", diz Luciana Marinho, 28, que trabalha em uma igreja perto do local do acidente e que ajudou a socorreu Rocha. Clique no infográfico: Atropelamento no entorno da ciclovia
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Aposentado morto em ciclovia tinha saído de casa para comprar pãoO aposentado Florisvaldo Carvalho da Rocha, 78, saiu de casa para comprar pão no supermercado do outro lado da rua, como fazia diariamente, quando foi atingido pelo ciclista debaixo do Minhocão na tarde de segunda (17). Ele morava com a mulher, Erenita, com quem era casado havia 43 anos e que foi avisada pela vizinha sobre a colisão que tiraria a vida de seu marido. Rocha teve traumatismo craniano e morreu após ser levado à Santa Casa. O aposentado estava bem de saúde após passar por um período doente. Chegou a ter convulsões e a usar cadeira de rodas, mas já tinha retomado a rotina. No velório, o filho mais velho, Eduardo Carvalho Rocha, lembrava o aniversário do pai, comemorado uma semana antes do acidente. "Agora eu estou enterrando ele. E por uma coisa estúpida", disse. Ele afirma que seu pai conhecia bem o local e culpa a falta de "informação e planejamento" para a instalação da ciclovia. "A prefeitura tem que se preocupar com campanhas educativas, não impor as coisas, colocar uma ciclovia e pronto", diz ele, para quem seu pai, diferentemente da versão do ciclista que o atropelou, foi atingido no canteiro central, e não na faixa de ônibus. "É a primeira vez que vejo ciclovia onde passam pedestres. Quem inventou?", diz Luciana Marinho, 28, que trabalha em uma igreja perto do local do acidente e que ajudou a socorreu Rocha. Clique no infográfico: Atropelamento no entorno da ciclovia
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Companhias aéreas dos EUA permitem que passageiros compartilhem milhas
No mundo dos programas de fidelidade, é quase automático que as coisas só piorem. Cada mudança que uma companhia de viagens ou varejo descreve como melhora na verdade significará, ao que parece, que o consumidor receberá menos pontos, precisará de mais pontos para obter recompensas ou terá menos flexibilidade em seu uso. Por isso, é hora de pararmos para considerar um esforço que atraiu pouca atenção, de parte de algumas das companhias de aviação norte-americanas de menor porte, e que ajuda passageiros a obter passagens grátis com muito mais rapidez do que costumavam, e sem cobrá-los pelo privilégio. Conhecido como programa de compartilhamento de milhagem ou de milhagem conjunta, ele permite que os passageiros da Hawaiian Airlines, Sun Country Airlines e JetBlue Airways ofereçam milhas de seus programas de fidelidade a outros passageiros, ou se unam para ganhar passagens gratuitas mais rápido. Famílias, por exemplo, podem combinar todas as suas milhas de modo a que um grupo de quatro pessoas ganhe uma passagem grátis muito mais rápido. E crianças que poderiam demorar cinco a 10 anos para ganhar uma passagem gratuita por sua conta agora podem contribuir para um programa conjunto que ajuda sua família a economizar dinheiro com menos demora. Grandes companhias de aviação como a American, Southwest e United não oferecem coisa alguma de comparável. Para tentar entender por que não o fazem, e se a situação pode um dia mudar, leia abaixo os detalhes das ofertas das companhias de menor porte. O programa ShareMiles, da Hawaiian Airlines, foi o primeiro a surgir, em 2001. Embora os participantes possam transferir a quem quer que queiram a quantidade de milhas que desejem, o destinatário precisa ser portador de um cartão de crédito ou débito da Hawaiian, e ser o titular desse cartão. Em 2013, a Sun Country começou a oferecer um sistema de pontos compartilhados. A companhia de aviação, que realiza muitos voos entre Minneapolis-St. Paul e as partes ensolaradas dos Estados Unidos, permite que até 10 pessoas formem um grupo e contribuam com parte ou o total de seus pontos de milhagem para ele. Larry Chestler, vice-presidente executivo de desenvolvimento de negócios na Sun Country, trabalhou para empresas de maior porte no setor e contrasta sua operação com a das companhias de aviação que costumam mimar os viajantes de negócios regulares. "Somos uma companhia de aviação muito orientada ao lazer", ele disse. "Nossa intenção ao criar os pontos compartilhados era reconhecer que muitas viagens de lazer envolvem famílias, e podem não ser tão frequentes. Estamos reconhecendo uma forma muito diferente de fidelidade". A JetBlue, a maior das três companhias de aviação que permite livre compartilhamento de pontos, também tem muitos negócios em mercados de lazer e clima quente. Seu serviço de compartilhamento de pontos para famílias permite grupos formados por até dois adultos e cinco crianças, ainda que a companhia tenha dito que pretende expandir o número de adultos, no futuro. Quando a JetBlue começou a permitir esses grupos, três anos, atrás, também foi muito explícita em informar aos clientes que poderiam definir "família" como quisessem. Namorados e namoradas, melhores amigos —todos seriam bem-vindos. "Não queríamos impor muitas regras", disse Scott Resnick, diretor de marketing de fidelidade da empresa. "Quem somos nós para dizer? Não posso supor que eu é que sei que cara deve ter a sua família". Pais ardilosos podem ver esses programas como maneira excelente de confiscar a milhagem dos filhos, trazer parentes para tomar conta deles e depois viajar de férias sem as crianças. Nada de errado nisso. As companhias de aviação reportam outras formas comuns de uso: grupos formados por avós e netos, ou pais que usam os pontos acumulados para as viagens de seus filhos de e para a universidade. Tudo parece muito bacana, e como membro de um programa familiar conjunto da JetBlue, posso confirmar que não há grandes ressalvas aparentes, desde que você se mantenha em contato com o seu "parente". Assim, como defender o egoísmo dos programas de milhagem das grandes companhias de aviação? Tim Winship, norte-americano que trabalhou no setor de aviação antes de começar a comentá-lo, o que ele agora faz no site smartertravel.com, acredita que exista um elemento cultural em ação. Milhas compartilhadas, ele disse, são mais comuns em companhias de aviação sediadas fora dos Estados Unidos. "Não temos tanto foco na unidade familiar, e em adicionar valor a esse status, da forma que parece acontecer em países da Europa e da Ásia", ele disse. RECOMPENSAS As normas que proíbem compartilhar milhas também estão relacionadas ao esforço de equilibrismo que há muito atormenta os executivos de marketing de fidelidade. Por um lado, qualquer empresa com um programa de recompensas precisa distribuir recompensas suficientes para manter o interesse dos clientes (e, no caso das companhias de aviação, para garantir que as companhias de cartões de crédito continuem a desembolsar bilhões de dólares anuais comprando milhas para presentear aos clientes que portem cartões com marcas das companhias de aviação). Mas os programas também precisam fazer sentido financeiramente, e nenhuma empresa quer ser mais generosa do que o mínimo necessário. Quando pessoas sem muitas milhas desistem de registrá-las ou de acompanhar seu total de milhagem, e de tentar usá-la, o lucro para uma companhia de aviação pode ser grande. Afinal, ela vendeu algumas daquelas milhas a terceiros, que as conferiram a seus clientes, e a companhia de aviação jamais precisará resgatar as milhas em questão e pode ficar com o pagamento por elas, quando o passageiro abandona o programa de fidelidade. Os programas de milhagem compartilhada tem o potencial de reduzir a proporção de pontos de recompensa que terminam abandonados, porque o compartilhamento torna mais fácil resgatá-los. A JetBlue e a Sun Country, porém, disseram não ter visto grandes mudanças nos índices de desistência. Isso talvez aconteça porque poucas pessoas usam os programas conjuntos, ou porque os membros desses programas são o tipo de pessoa que jamais abandonaria sua milhagem. Além disso, American, Delta, Southwest e United têm, todas programas que permitem transferência de milhagem, mediante o pagamento de uma tarifa. Essas empresas provavelmente relutam em abrir mão dessa fonte de faturamento. A Delta permite que os membros de elite de seu programa de fidelidade compartilhem de suas recompensas de outra maneira, como upgrade de classe para um companheiro de viagem, se houver assentos disponíveis, ou autorizando os clientes que gastam mais a conferir um ano de benefícios do programa de elite a uma pessoa de sua escolha. E muitas companhias de aviação permitem que as pessoas doem milhas a instituições de caridade ou as gastem em assinaturas. Por 3.200 milhas da American, por exemplo, uma pessoa pode assinar para receber 304 edições do "Wall Street Journal". Isso equivale a US$ 32, se você avaliar cada milha em um centavo de dólar, e a soma representa uma fração do que uma assinatura do jornal custaria. Assim, existem diversas maneiras fáceis de extrair pelo menos algum valor das milhas e pontos acumulados, e a pessoa não precisa desistir deles. Mas os viajantes poucos frequentes que prefiram a passagem grátis tradicional continuarão a enfrentar dificuldades para obtê-la se voarem apenas nas grandes companhias de aviação. Ou, talvez, poderíamos todos levar em conta o que está acontecendo, nesse caso, e votar com nosso dinheiro. Embora a JetBlue esteja reduzindo em alguns centímetros o espaço entre as fileiras de poltronas em sua classe econômica, as telas nas costas dos assentos e os salgadinhos que ela serve em voo fazem com que as viagens pareçam mais curtas. E quando minha família, com quatro pessoas, precisa gastar milhares de dólares em passagens para a Flórida, a milhagem compartilhada certamente me inclina a optar pela JetBlue de preferência à Delta. Se número suficiente de passageiros começarem a tomar decisão semelhante, talvez as grandes companhias de aviação facilitem que sejamos mais generosos uns com os outros. Até lá, por favor me passem as batatinhas púrpuras. REGRAS DO COMPARTILHAMENTO Quer compartilhar as milhas de seu programa de fidelidade com um amigo ou parente? Isso pode custar alguma coisa. Eis as regras de compartilhamento de algumas das maiores companhias de aviação dos Estados Unidos. Algumas podem ter valores mínimos ou máximos de transferência, por transação ou por ano. E os impostos podem acarretar custo adicional. Alaska Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 25 por transação. American Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 12,50 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 15 por transação. Delta Air Lines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 30 por transação. Frontier Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas. Mas cuidado, porque as milhas da Frontier expiram depois de apenas seis meses de inatividade na conta. Hawaiian Airlines: O programa ShareMiles da empresa permite transferência gratuita de milhas, desde que estas vão para o portador titular de um cartão de crédito ou débito com a marca da Hawaiian. Os passageiros também podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas (com um mínimo de duas mil milhas), e mais uma tarifa de US$ 25 por transação. JetBlue Airways: O programa de milhagem familiar compartilhada da empresa permite que até dois adultos e cinco crianças compartilhem sua milhagem, total ou parcialmente. Também permite transferências, ao preço de US$ 12,50 por mil milhas. Southwest Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas. Spirit Airlines: Os passageiros não podem transferir milhagem. Sun Country Airlines: Até 10 pessoas podem formar um grupo de compartilhamento de milhagem, sem custos. Os passageiros podem combinar dinheiro e pontos (em qualquer valor) para comprar passagens. United Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 15 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 30 por transação. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Companhias aéreas dos EUA permitem que passageiros compartilhem milhasNo mundo dos programas de fidelidade, é quase automático que as coisas só piorem. Cada mudança que uma companhia de viagens ou varejo descreve como melhora na verdade significará, ao que parece, que o consumidor receberá menos pontos, precisará de mais pontos para obter recompensas ou terá menos flexibilidade em seu uso. Por isso, é hora de pararmos para considerar um esforço que atraiu pouca atenção, de parte de algumas das companhias de aviação norte-americanas de menor porte, e que ajuda passageiros a obter passagens grátis com muito mais rapidez do que costumavam, e sem cobrá-los pelo privilégio. Conhecido como programa de compartilhamento de milhagem ou de milhagem conjunta, ele permite que os passageiros da Hawaiian Airlines, Sun Country Airlines e JetBlue Airways ofereçam milhas de seus programas de fidelidade a outros passageiros, ou se unam para ganhar passagens gratuitas mais rápido. Famílias, por exemplo, podem combinar todas as suas milhas de modo a que um grupo de quatro pessoas ganhe uma passagem grátis muito mais rápido. E crianças que poderiam demorar cinco a 10 anos para ganhar uma passagem gratuita por sua conta agora podem contribuir para um programa conjunto que ajuda sua família a economizar dinheiro com menos demora. Grandes companhias de aviação como a American, Southwest e United não oferecem coisa alguma de comparável. Para tentar entender por que não o fazem, e se a situação pode um dia mudar, leia abaixo os detalhes das ofertas das companhias de menor porte. O programa ShareMiles, da Hawaiian Airlines, foi o primeiro a surgir, em 2001. Embora os participantes possam transferir a quem quer que queiram a quantidade de milhas que desejem, o destinatário precisa ser portador de um cartão de crédito ou débito da Hawaiian, e ser o titular desse cartão. Em 2013, a Sun Country começou a oferecer um sistema de pontos compartilhados. A companhia de aviação, que realiza muitos voos entre Minneapolis-St. Paul e as partes ensolaradas dos Estados Unidos, permite que até 10 pessoas formem um grupo e contribuam com parte ou o total de seus pontos de milhagem para ele. Larry Chestler, vice-presidente executivo de desenvolvimento de negócios na Sun Country, trabalhou para empresas de maior porte no setor e contrasta sua operação com a das companhias de aviação que costumam mimar os viajantes de negócios regulares. "Somos uma companhia de aviação muito orientada ao lazer", ele disse. "Nossa intenção ao criar os pontos compartilhados era reconhecer que muitas viagens de lazer envolvem famílias, e podem não ser tão frequentes. Estamos reconhecendo uma forma muito diferente de fidelidade". A JetBlue, a maior das três companhias de aviação que permite livre compartilhamento de pontos, também tem muitos negócios em mercados de lazer e clima quente. Seu serviço de compartilhamento de pontos para famílias permite grupos formados por até dois adultos e cinco crianças, ainda que a companhia tenha dito que pretende expandir o número de adultos, no futuro. Quando a JetBlue começou a permitir esses grupos, três anos, atrás, também foi muito explícita em informar aos clientes que poderiam definir "família" como quisessem. Namorados e namoradas, melhores amigos —todos seriam bem-vindos. "Não queríamos impor muitas regras", disse Scott Resnick, diretor de marketing de fidelidade da empresa. "Quem somos nós para dizer? Não posso supor que eu é que sei que cara deve ter a sua família". Pais ardilosos podem ver esses programas como maneira excelente de confiscar a milhagem dos filhos, trazer parentes para tomar conta deles e depois viajar de férias sem as crianças. Nada de errado nisso. As companhias de aviação reportam outras formas comuns de uso: grupos formados por avós e netos, ou pais que usam os pontos acumulados para as viagens de seus filhos de e para a universidade. Tudo parece muito bacana, e como membro de um programa familiar conjunto da JetBlue, posso confirmar que não há grandes ressalvas aparentes, desde que você se mantenha em contato com o seu "parente". Assim, como defender o egoísmo dos programas de milhagem das grandes companhias de aviação? Tim Winship, norte-americano que trabalhou no setor de aviação antes de começar a comentá-lo, o que ele agora faz no site smartertravel.com, acredita que exista um elemento cultural em ação. Milhas compartilhadas, ele disse, são mais comuns em companhias de aviação sediadas fora dos Estados Unidos. "Não temos tanto foco na unidade familiar, e em adicionar valor a esse status, da forma que parece acontecer em países da Europa e da Ásia", ele disse. RECOMPENSAS As normas que proíbem compartilhar milhas também estão relacionadas ao esforço de equilibrismo que há muito atormenta os executivos de marketing de fidelidade. Por um lado, qualquer empresa com um programa de recompensas precisa distribuir recompensas suficientes para manter o interesse dos clientes (e, no caso das companhias de aviação, para garantir que as companhias de cartões de crédito continuem a desembolsar bilhões de dólares anuais comprando milhas para presentear aos clientes que portem cartões com marcas das companhias de aviação). Mas os programas também precisam fazer sentido financeiramente, e nenhuma empresa quer ser mais generosa do que o mínimo necessário. Quando pessoas sem muitas milhas desistem de registrá-las ou de acompanhar seu total de milhagem, e de tentar usá-la, o lucro para uma companhia de aviação pode ser grande. Afinal, ela vendeu algumas daquelas milhas a terceiros, que as conferiram a seus clientes, e a companhia de aviação jamais precisará resgatar as milhas em questão e pode ficar com o pagamento por elas, quando o passageiro abandona o programa de fidelidade. Os programas de milhagem compartilhada tem o potencial de reduzir a proporção de pontos de recompensa que terminam abandonados, porque o compartilhamento torna mais fácil resgatá-los. A JetBlue e a Sun Country, porém, disseram não ter visto grandes mudanças nos índices de desistência. Isso talvez aconteça porque poucas pessoas usam os programas conjuntos, ou porque os membros desses programas são o tipo de pessoa que jamais abandonaria sua milhagem. Além disso, American, Delta, Southwest e United têm, todas programas que permitem transferência de milhagem, mediante o pagamento de uma tarifa. Essas empresas provavelmente relutam em abrir mão dessa fonte de faturamento. A Delta permite que os membros de elite de seu programa de fidelidade compartilhem de suas recompensas de outra maneira, como upgrade de classe para um companheiro de viagem, se houver assentos disponíveis, ou autorizando os clientes que gastam mais a conferir um ano de benefícios do programa de elite a uma pessoa de sua escolha. E muitas companhias de aviação permitem que as pessoas doem milhas a instituições de caridade ou as gastem em assinaturas. Por 3.200 milhas da American, por exemplo, uma pessoa pode assinar para receber 304 edições do "Wall Street Journal". Isso equivale a US$ 32, se você avaliar cada milha em um centavo de dólar, e a soma representa uma fração do que uma assinatura do jornal custaria. Assim, existem diversas maneiras fáceis de extrair pelo menos algum valor das milhas e pontos acumulados, e a pessoa não precisa desistir deles. Mas os viajantes poucos frequentes que prefiram a passagem grátis tradicional continuarão a enfrentar dificuldades para obtê-la se voarem apenas nas grandes companhias de aviação. Ou, talvez, poderíamos todos levar em conta o que está acontecendo, nesse caso, e votar com nosso dinheiro. Embora a JetBlue esteja reduzindo em alguns centímetros o espaço entre as fileiras de poltronas em sua classe econômica, as telas nas costas dos assentos e os salgadinhos que ela serve em voo fazem com que as viagens pareçam mais curtas. E quando minha família, com quatro pessoas, precisa gastar milhares de dólares em passagens para a Flórida, a milhagem compartilhada certamente me inclina a optar pela JetBlue de preferência à Delta. Se número suficiente de passageiros começarem a tomar decisão semelhante, talvez as grandes companhias de aviação facilitem que sejamos mais generosos uns com os outros. Até lá, por favor me passem as batatinhas púrpuras. REGRAS DO COMPARTILHAMENTO Quer compartilhar as milhas de seu programa de fidelidade com um amigo ou parente? Isso pode custar alguma coisa. Eis as regras de compartilhamento de algumas das maiores companhias de aviação dos Estados Unidos. Algumas podem ter valores mínimos ou máximos de transferência, por transação ou por ano. E os impostos podem acarretar custo adicional. Alaska Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 25 por transação. American Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 12,50 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 15 por transação. Delta Air Lines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 30 por transação. Frontier Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas. Mas cuidado, porque as milhas da Frontier expiram depois de apenas seis meses de inatividade na conta. Hawaiian Airlines: O programa ShareMiles da empresa permite transferência gratuita de milhas, desde que estas vão para o portador titular de um cartão de crédito ou débito com a marca da Hawaiian. Os passageiros também podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas (com um mínimo de duas mil milhas), e mais uma tarifa de US$ 25 por transação. JetBlue Airways: O programa de milhagem familiar compartilhada da empresa permite que até dois adultos e cinco crianças compartilhem sua milhagem, total ou parcialmente. Também permite transferências, ao preço de US$ 12,50 por mil milhas. Southwest Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 10 por mil milhas. Spirit Airlines: Os passageiros não podem transferir milhagem. Sun Country Airlines: Até 10 pessoas podem formar um grupo de compartilhamento de milhagem, sem custos. Os passageiros podem combinar dinheiro e pontos (em qualquer valor) para comprar passagens. United Airlines: Os passageiros podem transferir milhagem pagando US$ 15 por mil milhas, e mais uma tarifa de US$ 30 por transação. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Skank comemora 20 anos do disco que lançou 'Garota Nacional'
O Skank já era uma das mais celebradas bandas nacionais dos anos 1990 quando lançou, há 20 anos, seu terceiro disco, "O Samba Poconé". Repetir o sucesso do álbum anterior, "Calango" (1994) —que vendeu mais de um milhão de cópias graças a uma sequência de hits como "Jackie Tequila", "Te Ver" e cover de "É Proibido Fumar"— seria difícil. Mas, como o vocalista Samuel Rosa lembrou à plateia do Vivo Rio na noite deste sábado (15), a banda tinha um trunfo, que se tornaria a canção mais popular de sua carreira. "Havia uma expectativa enorme em relação a esse álbum, que seria de certa forma a prova do segundo disco, apesar de ser o terceiro. E ele começou com o acachapante hit 'Garota Nacional', e aí foi um pulo enorme, porque passou do Brasil para outros países também", disse o cantor para o público que encheu a casa de shows do Aterro do Flamengo, no centro do Rio. A apresentação foi a primeira de uma miniturnê que celebra as duas décadas do campeão de vendas (dois milhões de unidades) que consolidou o quarteto mineiro como uma banda de estádio, para multidões. "'O Samba Poconé' foi de uma repercussão retumbante em termos de popularidade. Foi um momento até um pouco difícil para nós. A gente começou a viajar muito pelo Brasil e fora do Brasil, 'Garota Nacional' não parava de tocar. E a gente não podia reclamar, afinal de contas era uma coisa com que a gente sempre sonhou, até hoje sonha", disse Samuel. O show foi também uma chance de lembrar que o álbum "tinha mais assunto do que só 'Garota Nacional'", como afirmou o vocalista antes de cantar "Sem Terra" —uma das muitas canções de temática política que caracterizam a carreira dos mineiros desde o início. O repertório da turnê comemorativa também resgata pérolas como o reggae "Zé Trindade", homenagem ao humorista da Atlântida, e o acelerado forró "Poconé". Os mineiros abriram o show com duas do disco mais recente ("Velocia", 2014): o rock "A Noite" e a pop "Do Mesmo Jeito", seguida pela igualmente radiofônica "Uma Canção É pra Isso". O bloco dedicado a "O Samba Poconé" teve oito das 11 canções do disco. Ele foi aberto justamente pela primeira faixa dele, "É uma Partida de Futebol", outro sucesso de grande magnitude, e foi encerrado pelo terceiro hit gerado pelo CD, a romântica "Tão Seu". O resto do longo show (28 músicas) foi como sintonizar numa rádio FM: uma imensa sequência de canções populares para o público cantar e gravar com seus celulares. * SETLIST "A Noite" "Do Mesmo Jeito" "Uma Canção É pra Isso" "É uma Partida de Futebol" "Eu Disse a Ela" "Os Exilados" "Zé Trindade" "Sem Terra" "Poconé" "Garota Nacional" "Tão Seu" "Canção Noturna" "Ainda Gosto Dela" "Jackie Tequila" "Balada do Amor Inabalável" "Te Ver" "Acima do Sol" "Três Lados" "Vou Deixar" "Esquecimento" "Sutilmente" "Vamos Fugir" "Amores Imperfeitos" "Resposta" "Dois Rios" "Ela me Deixou" "É Proibido Fumar" "Saideira"
ilustrada
Skank comemora 20 anos do disco que lançou 'Garota Nacional'O Skank já era uma das mais celebradas bandas nacionais dos anos 1990 quando lançou, há 20 anos, seu terceiro disco, "O Samba Poconé". Repetir o sucesso do álbum anterior, "Calango" (1994) —que vendeu mais de um milhão de cópias graças a uma sequência de hits como "Jackie Tequila", "Te Ver" e cover de "É Proibido Fumar"— seria difícil. Mas, como o vocalista Samuel Rosa lembrou à plateia do Vivo Rio na noite deste sábado (15), a banda tinha um trunfo, que se tornaria a canção mais popular de sua carreira. "Havia uma expectativa enorme em relação a esse álbum, que seria de certa forma a prova do segundo disco, apesar de ser o terceiro. E ele começou com o acachapante hit 'Garota Nacional', e aí foi um pulo enorme, porque passou do Brasil para outros países também", disse o cantor para o público que encheu a casa de shows do Aterro do Flamengo, no centro do Rio. A apresentação foi a primeira de uma miniturnê que celebra as duas décadas do campeão de vendas (dois milhões de unidades) que consolidou o quarteto mineiro como uma banda de estádio, para multidões. "'O Samba Poconé' foi de uma repercussão retumbante em termos de popularidade. Foi um momento até um pouco difícil para nós. A gente começou a viajar muito pelo Brasil e fora do Brasil, 'Garota Nacional' não parava de tocar. E a gente não podia reclamar, afinal de contas era uma coisa com que a gente sempre sonhou, até hoje sonha", disse Samuel. O show foi também uma chance de lembrar que o álbum "tinha mais assunto do que só 'Garota Nacional'", como afirmou o vocalista antes de cantar "Sem Terra" —uma das muitas canções de temática política que caracterizam a carreira dos mineiros desde o início. O repertório da turnê comemorativa também resgata pérolas como o reggae "Zé Trindade", homenagem ao humorista da Atlântida, e o acelerado forró "Poconé". Os mineiros abriram o show com duas do disco mais recente ("Velocia", 2014): o rock "A Noite" e a pop "Do Mesmo Jeito", seguida pela igualmente radiofônica "Uma Canção É pra Isso". O bloco dedicado a "O Samba Poconé" teve oito das 11 canções do disco. Ele foi aberto justamente pela primeira faixa dele, "É uma Partida de Futebol", outro sucesso de grande magnitude, e foi encerrado pelo terceiro hit gerado pelo CD, a romântica "Tão Seu". O resto do longo show (28 músicas) foi como sintonizar numa rádio FM: uma imensa sequência de canções populares para o público cantar e gravar com seus celulares. * SETLIST "A Noite" "Do Mesmo Jeito" "Uma Canção É pra Isso" "É uma Partida de Futebol" "Eu Disse a Ela" "Os Exilados" "Zé Trindade" "Sem Terra" "Poconé" "Garota Nacional" "Tão Seu" "Canção Noturna" "Ainda Gosto Dela" "Jackie Tequila" "Balada do Amor Inabalável" "Te Ver" "Acima do Sol" "Três Lados" "Vou Deixar" "Esquecimento" "Sutilmente" "Vamos Fugir" "Amores Imperfeitos" "Resposta" "Dois Rios" "Ela me Deixou" "É Proibido Fumar" "Saideira"
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United dará até US$ 10 mil a quem deixar voo em caso de overbooking
A United Airlines, que ainda está tentando recuperar o equilíbrio duas semanas depois da divulgação de um vídeo que mostrava um policial arrastando um de seus passageiros violentamente para fora do avião, ofereceu o seu mais completo relato sobre o episódio e anunciou nesta quinta (27) uma série de medidas para impedir que algo parecido volte a acontecer. As medidas incluem novos limites para quando passageiros podem ser removidos de aviões e incentivos financeiros muito mais altos —até US$ 10 mil em certificados de viagem— para aqueles que se dispuserem a mudar seus voos. Em um relatório detalhando suas conclusões sobre o incidente de 9 de abril, a United voltou a se desculpar pelos acontecimentos envolvendo o passageiro, Dr. David Dao, que sofreu uma concussão e uma fratura no nariz, além de perder dois dentes, de acordo com seu advogado, Thomas Demetrio. A companhia de aviação também prometeu adotar diversas outras mudanças em seus sistemas de reserva e embarque ainda neste ano. A United afirmou que passageiros que já estão embarcados jamais deveriam ter de abrir mão de seus lugares, a não ser por problemas de segurança. A companhia também informou que não solicitaria mais a intervenção da polícia para remover passageiros de aviões por questões relacionadas a reservas e que todos os tripulantes viajando para outras missões de voo teriam assentos reservados para eles pelo menos uma hora antes da partida —duas mudanças que a empresa já havia anunciado. vídeo passageiro da United Airlines OVERBOOKING E CHECK-IN A United também informou que criaria um novo processo automatizado de check-in que daria aos passageiros a chance de expressar a disposição de abrir mão de seus assentos voluntariamente. Executivos do setor disseram que as ofertas de pagamento teriam valor inicial de algumas centenas de dólares e que pagamentos próximos aos novos limites seriam raros. Policiais arrastaram Dao para fora de um avião da United em Chicago, a fim de liberar um lugar para um empregado da empresa que estava tentando chegar a outra cidade. O episódio se tornou um desastre de relações públicas, levando a United a empreender um exame completo da maneira pela qual trata seus passageiros. "Nosso objetivo é reduzir os incidentes de negação involuntária de embarque para o mais próximo de zero e nos tornarmos uma empresa cujo foco esteja mais no cliente", afirmou a companhia. A United também planeja reduzir o overbooking em alguns de seus voos e criar uma equipe especial em seu call center para encontrar soluções para esse tipo de problema. Maggie Schmerin, porta-voz da empresa, disse que em lugar de simplesmente tentar transferir passageiros a outros voos destinados à mesma cidade, a companhia os transportaria a aeroportos próximos e pagaria por serviços de carros para que eles concluam seus trajetos. BAGAGEM Em mais um esforço por reconquistar a confiança dos consumidores, a United anunciou que trataria de outra causa de frustração entre os passageiros —a indenização por bagagem perdida, que não se relaciona ao episódio envolvendo Dao. De acordo com o relatório, a United pagará US$ 1.500 aos passageiros que perderem suas malas, sem necessidade de qualquer forma de comprovação. Os passageiros que perderem bagagens de valor superior terão direito de pedir indenização adicional, afirmou a empresa. As mudanças que a United está adotando são "passos na direção certa", disse Douglas Kidd, diretor executivo da Associação Nacional de Passageiros de Aviação dos Estados Unidos, em Vienna, Virgínia. Mas, ele acrescentou, "alguém deveria ter usado a cabeça com relação a Dao e dito que, se ele era médico e precisava atender pacientes no dia seguinte, o melhor seria encontrar outra pessoa para retirar do avião." Demetrio, o advogado de Dao, disse que ele e seu cliente acreditavam que o plano da United fosse "um excelente começo, e em curto prazo", para resolver os problemas que os passageiros enfrentam em muitas companhias de aviação. Ele disse esperar que o treinamento expandido dos funcionários da United incluísse técnicas "para reduzir a tensão da situação, em lugar de jogar lenha na fogueira". MUDANÇAS E DESCULPAS O episódio envolvendo Dao causou mudanças no comando da United. O conselho da empresa anunciou na sexta-feira que o presidente-executivo Oscar Munoz não assumiria o posto de presidente do conselho, como estava planejado. O conselho também está ajustando os pacotes de remuneração de executivos de forma a "vinculá-los de forma direta e significativa ao progresso quanto a melhorar a experiência dos passageiros". Pouco depois do episódio, Munoz parecia ter atribuído a Dao a culpa pelos problemas. Mas o executivo logo mudou de posição, pedindo desculpas a Dao repetidamente e declarando sentir "vergonha" pela situação. Em declaração divulgada nesta quinta, junto com o relatório, Munoz disse que estava ciente de que "agir vale mais do que falar". "Estamos tomando medidas concretas e significativas para corrigir as coisas e garantir que nada parecido volte a acontecer." O relatório da United inclui uma descrição explícita do que aconteceu em 9 de abril, ainda que não traga muitos detalhes novos. A United havia divulgado muitas das informações nesta quarta-feira (26), em respostas escritas a questões apresentadas pelo Comitê de Comércio do Senado. Dao e dezenas de outros passageiros haviam embarcado em um voo da United Express para Louisville, no fim da tarde, e a companhia em seguida determinou que problemas de manutenção em outro avião poderiam impedir que uma tripulação de voo de quatro pessoas chegasse a Louisville em tempo de realizar um voo marcado para a manhã seguinte, de acordo com o relatório da empresa. A United disse que estava preocupada com a possibilidade de ter de cancelar o voo que partiria de Louisville, prejudicando 100 outros passageiros, se a tripulação não chegasse à cidade em tempo. Por isso, ofereceu US$ 800 em crédito aos passageiros que concordassem em ceder seus lugares, no voo que partiria de Chicago. Quando ninguém aceitou a oferta, os agentes de embarque invocaram o processo da companhia para negar embarque a passageiros mesmo sem a concordância destes. De acordo com o relatório, isso significa que os passageiros que tivessem pago as tarifas mais baixas, não estivessem a caminho de trasbordos, e houvessem realizado seu check-in mais tarde ocupavam as primeiras posições na lista para remoção do avião. Outro critério envolvido na seleção era se o passageiro participava do plano de milhagem da empresa, segundo o relatório. Representantes da United disseram que esse foi o procedimento seguido para selecionar Dao, a mulher dele e outro casal para remoção do avião. O outro casal aceitou a indenização e desembarcou. Depois que Dao se recusou a sair, funcionários da United chamaram policiais do Departamento de Aviação de Chicago para persuadi-lo a sair. Mas de acordo com vídeos gravados por passageiros e com relatórios da polícia de aviação divulgados na terça-feira, Dao tentou impedir os policiais de removê-lo de seu assento, antes que fosse arrastado para fora. A United compromete-se a: >> Limitar o uso de autoridades policiais a situações de segurança e proteção >> Não pedir que clientes já acomodados no avião abram mão de seus assentos involuntariamente, a menos em situação de riscos à segurança >> Aumentar os incentivos de compensação ao consumidor para cessão voluntária do assento para até US$ 10 mil >> Criar um time de soluções para o consumidor, com o objetivo de fornecer respostas mais criativas aos agentes, como usar aeroportos próximos, outras linhas aéreas ou transporte terrestre para levar o consumidor até seu destino >> Garantir que as tripulações estejam programadas para o voo com até 60 minutos de antecedência à partida. >> Fornecer mais treinamentos anuais para os funcionários >> Criar um sistema automatizado para solicitar a voluntários que mudem seus planos de viagem. >> Reduzir a quantidade de overbooking >> Empoderar os funcionários para que resolvam problemas de atendimento ao consumidor na ocasião >> Eliminar a fita vermelha nos pertences perdidos permanentemente, adotando uma política de não fazer perguntas para bagagens perdidas Tradução de PAULO MIGLIACCI
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United dará até US$ 10 mil a quem deixar voo em caso de overbookingA United Airlines, que ainda está tentando recuperar o equilíbrio duas semanas depois da divulgação de um vídeo que mostrava um policial arrastando um de seus passageiros violentamente para fora do avião, ofereceu o seu mais completo relato sobre o episódio e anunciou nesta quinta (27) uma série de medidas para impedir que algo parecido volte a acontecer. As medidas incluem novos limites para quando passageiros podem ser removidos de aviões e incentivos financeiros muito mais altos —até US$ 10 mil em certificados de viagem— para aqueles que se dispuserem a mudar seus voos. Em um relatório detalhando suas conclusões sobre o incidente de 9 de abril, a United voltou a se desculpar pelos acontecimentos envolvendo o passageiro, Dr. David Dao, que sofreu uma concussão e uma fratura no nariz, além de perder dois dentes, de acordo com seu advogado, Thomas Demetrio. A companhia de aviação também prometeu adotar diversas outras mudanças em seus sistemas de reserva e embarque ainda neste ano. A United afirmou que passageiros que já estão embarcados jamais deveriam ter de abrir mão de seus lugares, a não ser por problemas de segurança. A companhia também informou que não solicitaria mais a intervenção da polícia para remover passageiros de aviões por questões relacionadas a reservas e que todos os tripulantes viajando para outras missões de voo teriam assentos reservados para eles pelo menos uma hora antes da partida —duas mudanças que a empresa já havia anunciado. vídeo passageiro da United Airlines OVERBOOKING E CHECK-IN A United também informou que criaria um novo processo automatizado de check-in que daria aos passageiros a chance de expressar a disposição de abrir mão de seus assentos voluntariamente. Executivos do setor disseram que as ofertas de pagamento teriam valor inicial de algumas centenas de dólares e que pagamentos próximos aos novos limites seriam raros. Policiais arrastaram Dao para fora de um avião da United em Chicago, a fim de liberar um lugar para um empregado da empresa que estava tentando chegar a outra cidade. O episódio se tornou um desastre de relações públicas, levando a United a empreender um exame completo da maneira pela qual trata seus passageiros. "Nosso objetivo é reduzir os incidentes de negação involuntária de embarque para o mais próximo de zero e nos tornarmos uma empresa cujo foco esteja mais no cliente", afirmou a companhia. A United também planeja reduzir o overbooking em alguns de seus voos e criar uma equipe especial em seu call center para encontrar soluções para esse tipo de problema. Maggie Schmerin, porta-voz da empresa, disse que em lugar de simplesmente tentar transferir passageiros a outros voos destinados à mesma cidade, a companhia os transportaria a aeroportos próximos e pagaria por serviços de carros para que eles concluam seus trajetos. BAGAGEM Em mais um esforço por reconquistar a confiança dos consumidores, a United anunciou que trataria de outra causa de frustração entre os passageiros —a indenização por bagagem perdida, que não se relaciona ao episódio envolvendo Dao. De acordo com o relatório, a United pagará US$ 1.500 aos passageiros que perderem suas malas, sem necessidade de qualquer forma de comprovação. Os passageiros que perderem bagagens de valor superior terão direito de pedir indenização adicional, afirmou a empresa. As mudanças que a United está adotando são "passos na direção certa", disse Douglas Kidd, diretor executivo da Associação Nacional de Passageiros de Aviação dos Estados Unidos, em Vienna, Virgínia. Mas, ele acrescentou, "alguém deveria ter usado a cabeça com relação a Dao e dito que, se ele era médico e precisava atender pacientes no dia seguinte, o melhor seria encontrar outra pessoa para retirar do avião." Demetrio, o advogado de Dao, disse que ele e seu cliente acreditavam que o plano da United fosse "um excelente começo, e em curto prazo", para resolver os problemas que os passageiros enfrentam em muitas companhias de aviação. Ele disse esperar que o treinamento expandido dos funcionários da United incluísse técnicas "para reduzir a tensão da situação, em lugar de jogar lenha na fogueira". MUDANÇAS E DESCULPAS O episódio envolvendo Dao causou mudanças no comando da United. O conselho da empresa anunciou na sexta-feira que o presidente-executivo Oscar Munoz não assumiria o posto de presidente do conselho, como estava planejado. O conselho também está ajustando os pacotes de remuneração de executivos de forma a "vinculá-los de forma direta e significativa ao progresso quanto a melhorar a experiência dos passageiros". Pouco depois do episódio, Munoz parecia ter atribuído a Dao a culpa pelos problemas. Mas o executivo logo mudou de posição, pedindo desculpas a Dao repetidamente e declarando sentir "vergonha" pela situação. Em declaração divulgada nesta quinta, junto com o relatório, Munoz disse que estava ciente de que "agir vale mais do que falar". "Estamos tomando medidas concretas e significativas para corrigir as coisas e garantir que nada parecido volte a acontecer." O relatório da United inclui uma descrição explícita do que aconteceu em 9 de abril, ainda que não traga muitos detalhes novos. A United havia divulgado muitas das informações nesta quarta-feira (26), em respostas escritas a questões apresentadas pelo Comitê de Comércio do Senado. Dao e dezenas de outros passageiros haviam embarcado em um voo da United Express para Louisville, no fim da tarde, e a companhia em seguida determinou que problemas de manutenção em outro avião poderiam impedir que uma tripulação de voo de quatro pessoas chegasse a Louisville em tempo de realizar um voo marcado para a manhã seguinte, de acordo com o relatório da empresa. A United disse que estava preocupada com a possibilidade de ter de cancelar o voo que partiria de Louisville, prejudicando 100 outros passageiros, se a tripulação não chegasse à cidade em tempo. Por isso, ofereceu US$ 800 em crédito aos passageiros que concordassem em ceder seus lugares, no voo que partiria de Chicago. Quando ninguém aceitou a oferta, os agentes de embarque invocaram o processo da companhia para negar embarque a passageiros mesmo sem a concordância destes. De acordo com o relatório, isso significa que os passageiros que tivessem pago as tarifas mais baixas, não estivessem a caminho de trasbordos, e houvessem realizado seu check-in mais tarde ocupavam as primeiras posições na lista para remoção do avião. Outro critério envolvido na seleção era se o passageiro participava do plano de milhagem da empresa, segundo o relatório. Representantes da United disseram que esse foi o procedimento seguido para selecionar Dao, a mulher dele e outro casal para remoção do avião. O outro casal aceitou a indenização e desembarcou. Depois que Dao se recusou a sair, funcionários da United chamaram policiais do Departamento de Aviação de Chicago para persuadi-lo a sair. Mas de acordo com vídeos gravados por passageiros e com relatórios da polícia de aviação divulgados na terça-feira, Dao tentou impedir os policiais de removê-lo de seu assento, antes que fosse arrastado para fora. A United compromete-se a: >> Limitar o uso de autoridades policiais a situações de segurança e proteção >> Não pedir que clientes já acomodados no avião abram mão de seus assentos involuntariamente, a menos em situação de riscos à segurança >> Aumentar os incentivos de compensação ao consumidor para cessão voluntária do assento para até US$ 10 mil >> Criar um time de soluções para o consumidor, com o objetivo de fornecer respostas mais criativas aos agentes, como usar aeroportos próximos, outras linhas aéreas ou transporte terrestre para levar o consumidor até seu destino >> Garantir que as tripulações estejam programadas para o voo com até 60 minutos de antecedência à partida. >> Fornecer mais treinamentos anuais para os funcionários >> Criar um sistema automatizado para solicitar a voluntários que mudem seus planos de viagem. >> Reduzir a quantidade de overbooking >> Empoderar os funcionários para que resolvam problemas de atendimento ao consumidor na ocasião >> Eliminar a fita vermelha nos pertences perdidos permanentemente, adotando uma política de não fazer perguntas para bagagens perdidas Tradução de PAULO MIGLIACCI
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