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Vietnã inaugura o maior teleférico de três cabos do mundo
As autoridades do Vietnã inauguraram no norte do país o teleférico de três cabos mais longo do mundo, com extensão de 3.143 metros. A notícia, divulgada na última quarta-feira (3) pela imprensa local é um novo recorde reconhecido pelo "Guinness Book", o livro dos recordes. O funicular, que em 15 minutos levará os turistas do vale Muong Hoa à montanha Fan Si Pan, na província de Lao Cai, foi apresentado em uma cerimônia com a presença de representantes do "Guinness". O sistema poderá transportar 2.000 passageiros por hora, com cabines com capacidade para 35 pessoas, segundo a agência estatal vietnamita "VNA".
turismo
Vietnã inaugura o maior teleférico de três cabos do mundoAs autoridades do Vietnã inauguraram no norte do país o teleférico de três cabos mais longo do mundo, com extensão de 3.143 metros. A notícia, divulgada na última quarta-feira (3) pela imprensa local é um novo recorde reconhecido pelo "Guinness Book", o livro dos recordes. O funicular, que em 15 minutos levará os turistas do vale Muong Hoa à montanha Fan Si Pan, na província de Lao Cai, foi apresentado em uma cerimônia com a presença de representantes do "Guinness". O sistema poderá transportar 2.000 passageiros por hora, com cabines com capacidade para 35 pessoas, segundo a agência estatal vietnamita "VNA".
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Campeã olímpica admite ter feito aborto para correr em Pequim-2008
A norte-americana Sanya Richard-Ross, campeã olímpica no revezamento 4 x 400m rasos em Atenas, Pequim e Londres, admitiu em sua autobiografia, "Chasing Grace", lançada nesta semana, que abortou uma gravidez antes dos Jogos de 2008, na China. "Como uma cristã, alguém que tenta fazer as coisas certas, fui colocada em uma situação que eu jamais pensei que eu estaria. Isso me testou como ser humano", relatou Richard-Ross, em entrevista concedida a um podcast nos Estados Unidos. De acordo com o relato da atleta no livro, a decisão pelo aborto foi tomada após uma conversa por telefone com o marido, Aaron Ross. A intervenção ocorreu na véspera da viagem a Pequim. "Naquele momento, parecia não haver escolha. O debate de quando a vida começa passou pela minha cabeça e o peso de uma criança fora do casamento no auge da minha carreira parecia insustentável. O que meus patrocinadores, família, minha igreja e meus fãs pensariam de mim?", questiona a velocista, também campeã olímpica dos 400m rasos em Londres-2012 e medalhista de bronze na mesma prova em Pequim-2008. Ela demonstra arrependimento pela decisão tomada no passado, mas diz se sentir perdoada e que enxergou o acontecimento como uma oportunidade de trazer sua experiência a outras pessoas com o mesmo dilema. "Não foi uma história fácil de compartilhar. No fim, fiz isso para glorificar Deus e contar às pessoas que você pode voltar atrás sobre qualquer decisão, independentemente de quão difícil foi tomá-la ou o quanto você pensou no passado. Você ainda pode ter Deus ao seu lado", concluiu.
esporte
Campeã olímpica admite ter feito aborto para correr em Pequim-2008A norte-americana Sanya Richard-Ross, campeã olímpica no revezamento 4 x 400m rasos em Atenas, Pequim e Londres, admitiu em sua autobiografia, "Chasing Grace", lançada nesta semana, que abortou uma gravidez antes dos Jogos de 2008, na China. "Como uma cristã, alguém que tenta fazer as coisas certas, fui colocada em uma situação que eu jamais pensei que eu estaria. Isso me testou como ser humano", relatou Richard-Ross, em entrevista concedida a um podcast nos Estados Unidos. De acordo com o relato da atleta no livro, a decisão pelo aborto foi tomada após uma conversa por telefone com o marido, Aaron Ross. A intervenção ocorreu na véspera da viagem a Pequim. "Naquele momento, parecia não haver escolha. O debate de quando a vida começa passou pela minha cabeça e o peso de uma criança fora do casamento no auge da minha carreira parecia insustentável. O que meus patrocinadores, família, minha igreja e meus fãs pensariam de mim?", questiona a velocista, também campeã olímpica dos 400m rasos em Londres-2012 e medalhista de bronze na mesma prova em Pequim-2008. Ela demonstra arrependimento pela decisão tomada no passado, mas diz se sentir perdoada e que enxergou o acontecimento como uma oportunidade de trazer sua experiência a outras pessoas com o mesmo dilema. "Não foi uma história fácil de compartilhar. No fim, fiz isso para glorificar Deus e contar às pessoas que você pode voltar atrás sobre qualquer decisão, independentemente de quão difícil foi tomá-la ou o quanto você pensou no passado. Você ainda pode ter Deus ao seu lado", concluiu.
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'Fora quem não presta', diz Elza Soares em show lotado na Virada
Sentada como uma rainha num trono, seu enorme vestido de plástico preto se desdobrando pelos degraus montados em cima do palco, Elza Soares começou seu show nesta Virada Cultural com meia hora de atraso, abrindo com "A Mulher do Fim do Mundo", faixa-título de seu álbum mais recente. Num dos pontos altos do show, Elza cantou "A Carne", aquela dos versos "a carne mais barata do mercado é a carne negra", rodeada de dançarinos negros descamisados, que se sentavam sobre as abas de sua saia. "Não é a mais barata, a carne negra", gritava a cantora, em meio aos refrões, levando o público à loucura. "Eu quero democracia, quero direitos iguais, democracia, democracia, democracia. Fora quem não presta", ela repetia como um mantra. Depois da primeira música, Elza pediu gritos do público. "Vamos fazer barulho nesta cidade", dizia. "Barulho, barulho, barulho." Na sequência, vieram "O Canal" e "Luz Vermelha", duas das composições mais fortes e sombrias de seu mais novo disco. Uma multidão se espremia da boca do palco até o meio da avenida por alguns quarteirões. Antes do início do show, a equipe da cantora havia puxado um coro "fora, Temer" e cantado "golpistas não passarão" durante testes de microfone. Dos dois lados do cercadinho VIP, houve protestos contra o governo do presidente interino —uma enorme faixa dizendo "vaza, Temer" tremulava sobre o público mais perto do palco. Em reação a gritos contra Temer, a cantora fez um discreto "joinha" com a mão direita, sem quebrar a expressão de enfezada. Logo antes de cantar "Maria da Vila Matilde", seu hino contra a violência doméstica que começa com o já viralizado verso "cadê meu celular, eu vou ligar no 180", a cantora fez um alerta à plateia, dizendo ser esse um assunto muito sério. Depois do momento de militância política, Elza engatou a explícita "Pra Fuder", escrita por Kiko Dinucci, também provocando comoção na plateia, que dançava e cantava. Ancorado no repertório forte e hiperpolitizado de seu último disco, Elza Soares fez uma das apresentações mais concorridas da Virada, o público cantou junto. Havia empurra-empurra perto do palco e invasões do cercadinho VIP em frente ao palco eram frequentes.
ilustrada
'Fora quem não presta', diz Elza Soares em show lotado na ViradaSentada como uma rainha num trono, seu enorme vestido de plástico preto se desdobrando pelos degraus montados em cima do palco, Elza Soares começou seu show nesta Virada Cultural com meia hora de atraso, abrindo com "A Mulher do Fim do Mundo", faixa-título de seu álbum mais recente. Num dos pontos altos do show, Elza cantou "A Carne", aquela dos versos "a carne mais barata do mercado é a carne negra", rodeada de dançarinos negros descamisados, que se sentavam sobre as abas de sua saia. "Não é a mais barata, a carne negra", gritava a cantora, em meio aos refrões, levando o público à loucura. "Eu quero democracia, quero direitos iguais, democracia, democracia, democracia. Fora quem não presta", ela repetia como um mantra. Depois da primeira música, Elza pediu gritos do público. "Vamos fazer barulho nesta cidade", dizia. "Barulho, barulho, barulho." Na sequência, vieram "O Canal" e "Luz Vermelha", duas das composições mais fortes e sombrias de seu mais novo disco. Uma multidão se espremia da boca do palco até o meio da avenida por alguns quarteirões. Antes do início do show, a equipe da cantora havia puxado um coro "fora, Temer" e cantado "golpistas não passarão" durante testes de microfone. Dos dois lados do cercadinho VIP, houve protestos contra o governo do presidente interino —uma enorme faixa dizendo "vaza, Temer" tremulava sobre o público mais perto do palco. Em reação a gritos contra Temer, a cantora fez um discreto "joinha" com a mão direita, sem quebrar a expressão de enfezada. Logo antes de cantar "Maria da Vila Matilde", seu hino contra a violência doméstica que começa com o já viralizado verso "cadê meu celular, eu vou ligar no 180", a cantora fez um alerta à plateia, dizendo ser esse um assunto muito sério. Depois do momento de militância política, Elza engatou a explícita "Pra Fuder", escrita por Kiko Dinucci, também provocando comoção na plateia, que dançava e cantava. Ancorado no repertório forte e hiperpolitizado de seu último disco, Elza Soares fez uma das apresentações mais concorridas da Virada, o público cantou junto. Havia empurra-empurra perto do palco e invasões do cercadinho VIP em frente ao palco eram frequentes.
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Dois homens morrem ao cair de apartamento em Copacabana (RJ)
Dois homens morreram ao cair, na manhã desta terça (24), de um apartamento em Copacabana, zona sul do Rio. Policiais civis investigam se um dos corpos foi ou não jogado do imóvel. De acordo com policiais militares do Batalhão de Copacabana, Paulo Campos Domingues Lourenzo, 60, caiu da janela do seu apartamento, no nono andar, de um edifício da rua Figueiredo Magalhães. No corpo de Lourenzo havia vários ferimentos que suspeita-se terem sido provocados por faca. A queda aconteceu às 5h30. Um outro homem, Erik Alessandro Menegotto, 22, tentou deixar o apartamento por outra janela. Para isso, ele tentou descer para uma outra parte do edifício utilizando uma corda formada por lençóis. A corda se rompeu e ele caiu. Ferido, Menegotto foi levado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade. Policiais civis e peritos passaram a manhã ouvindo moradores e fazendo perícia no apartamento. Vizinhos relataram a um dos agentes que Lourenzo e Menegotto chegaram no local por volta das 3h e logo depois iniciaram uma grande discussão.
cotidiano
Dois homens morrem ao cair de apartamento em Copacabana (RJ)Dois homens morreram ao cair, na manhã desta terça (24), de um apartamento em Copacabana, zona sul do Rio. Policiais civis investigam se um dos corpos foi ou não jogado do imóvel. De acordo com policiais militares do Batalhão de Copacabana, Paulo Campos Domingues Lourenzo, 60, caiu da janela do seu apartamento, no nono andar, de um edifício da rua Figueiredo Magalhães. No corpo de Lourenzo havia vários ferimentos que suspeita-se terem sido provocados por faca. A queda aconteceu às 5h30. Um outro homem, Erik Alessandro Menegotto, 22, tentou deixar o apartamento por outra janela. Para isso, ele tentou descer para uma outra parte do edifício utilizando uma corda formada por lençóis. A corda se rompeu e ele caiu. Ferido, Menegotto foi levado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade. Policiais civis e peritos passaram a manhã ouvindo moradores e fazendo perícia no apartamento. Vizinhos relataram a um dos agentes que Lourenzo e Menegotto chegaram no local por volta das 3h e logo depois iniciaram uma grande discussão.
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Ação cerebral para checar memória explica sensação de déjà vu, diz estudo
"Nossa, isso já aconteceu." Quantas vezes você teve aquela rápida sensação de já ter vivido uma cena antes? O nome dado a esse "replay" que às vezes vivenciamos é déjà vu. E agora os cientistas conseguiram entender por que isso acontece. Em estudo publicado no "The Quarterly Journal of Experimental Psychology", a equipe concluiu que um déjà vu é nosso cérebro mandando sinais para ver se houve algum tipo de "erro de memória". Ou seja, o fenômeno é nosso cérebro verificando se houve alguma incoerência entre o que realmente vivemos e o que achamos que vivemos. Assim, o fenômeno não é uma viagem no tempo, mas, sim, o cérebro checando a memória que acabou de criar. Entender exatamente como o déjà vu funciona foi um mistério por muito tempo, principalmente pela natureza do fenômeno ser imprevisível. Sem ter como prever quando a sensação acontece, os pesquisadores tinham dificuldade de analisar as reações cerebrais que ela causa. Mas o cientista Akira O'Connor, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, achou uma solução para o problema: ele e sua equipe conseguiram provocar o déjà vu em laboratório. Para criar o fenômeno de propósito, os cientistas falavam para os voluntários uma lista de palavras relacionadas, como cama, travesseiro, pijama, noite, descanso, mas não citavam a palavra-chave do assunto, neste caso, o sono. Em seguida, O'Connor perguntava se a pessoa tinha ouvido alguma palavra que começava com a letra "S". Os voluntários respondiam que não. Depois disso, cientistas questionaram se os voluntários tinham ouvido a palavra "sono". Eles sabiam que não, mas por estarem pensando no contexto das palavras afirmaram sentir um déjà vu ao ouvir a pergunta. ANALISANDO O REPLAY Os pesquisadores conseguiram mapear o cérebro de 21 pessoas enquanto tinham a sensação. Era esperado que áreas do cérebro envolvidas com a memória, como o hipocampo, fossem ativadas durante o déjà vu, mas isso não aconteceu. Exames mostraram que as áreas frontais do cérebro, envolvidas na tomada de decisões, é que foram acionadas. Logo, ter um déjà vu é um bom sinal por mostrar que o sistema de "checagem de memória" está funcionando bem e que é improvável que você esqueça ou confunda eventos passados. Mas se você não costuma ter déjà vu não se preocupe, sua cabeça também está saudável. De acordo com os pesquisadores, não sentir o fenômeno quer dizer que seu sistema de memória está infalível. Não ter gatilho para o déjà vu quer dizer que sua cabeça não está cometendo erro nenhum de memória.
ciencia
Ação cerebral para checar memória explica sensação de déjà vu, diz estudo"Nossa, isso já aconteceu." Quantas vezes você teve aquela rápida sensação de já ter vivido uma cena antes? O nome dado a esse "replay" que às vezes vivenciamos é déjà vu. E agora os cientistas conseguiram entender por que isso acontece. Em estudo publicado no "The Quarterly Journal of Experimental Psychology", a equipe concluiu que um déjà vu é nosso cérebro mandando sinais para ver se houve algum tipo de "erro de memória". Ou seja, o fenômeno é nosso cérebro verificando se houve alguma incoerência entre o que realmente vivemos e o que achamos que vivemos. Assim, o fenômeno não é uma viagem no tempo, mas, sim, o cérebro checando a memória que acabou de criar. Entender exatamente como o déjà vu funciona foi um mistério por muito tempo, principalmente pela natureza do fenômeno ser imprevisível. Sem ter como prever quando a sensação acontece, os pesquisadores tinham dificuldade de analisar as reações cerebrais que ela causa. Mas o cientista Akira O'Connor, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, achou uma solução para o problema: ele e sua equipe conseguiram provocar o déjà vu em laboratório. Para criar o fenômeno de propósito, os cientistas falavam para os voluntários uma lista de palavras relacionadas, como cama, travesseiro, pijama, noite, descanso, mas não citavam a palavra-chave do assunto, neste caso, o sono. Em seguida, O'Connor perguntava se a pessoa tinha ouvido alguma palavra que começava com a letra "S". Os voluntários respondiam que não. Depois disso, cientistas questionaram se os voluntários tinham ouvido a palavra "sono". Eles sabiam que não, mas por estarem pensando no contexto das palavras afirmaram sentir um déjà vu ao ouvir a pergunta. ANALISANDO O REPLAY Os pesquisadores conseguiram mapear o cérebro de 21 pessoas enquanto tinham a sensação. Era esperado que áreas do cérebro envolvidas com a memória, como o hipocampo, fossem ativadas durante o déjà vu, mas isso não aconteceu. Exames mostraram que as áreas frontais do cérebro, envolvidas na tomada de decisões, é que foram acionadas. Logo, ter um déjà vu é um bom sinal por mostrar que o sistema de "checagem de memória" está funcionando bem e que é improvável que você esqueça ou confunda eventos passados. Mas se você não costuma ter déjà vu não se preocupe, sua cabeça também está saudável. De acordo com os pesquisadores, não sentir o fenômeno quer dizer que seu sistema de memória está infalível. Não ter gatilho para o déjà vu quer dizer que sua cabeça não está cometendo erro nenhum de memória.
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Sete coisas que talvez você não saiba sobre as estrias
Embora muitas pessoas tenham estrias, não é algo que elas costumam exibir. Por isso, quando a modelo Chrissy Teigen tuitou uma foto das linhas brancas na sua coxa, a imagem causou um rebuliço nas redes sociais. "São tão suaves", disse Teigen, que também escreveu que gostava do desenho formado pelas estrias em sua pele. Em inglês, elas às vezes são chamadas de tiger stripes (algo como listras de tigre). As estrias são linhas visíveis na pele, normalmente longas e finas, que ocorrem quando ela se estira rapidamente, o que faz as fibras elásticas da pele se romperem. "É um rompimento do colágeno que é visível na superfície da pele", descreveu Dr. Sweta Rai, da Associação Britânica de Dermatologistas. Inicialmente são vermelhas ou roxas, mas, com o tempo, tendem a atenuar-se e ganhar um tom esbranquiçado. Abaixo, listamos sete aspectos das estrias que talvez você desconhecia. 1. Os homens também têm Embora as estrias afetem principalmente as mulheres, os homens também podem desenvolvê-las. Às vezes, especialmente no caso de adolescentes, as estrias aparecem nas costas, cobrindo a coluna com linhas horizontais. Entre aqueles que praticam musculação muitas vezes elas aparecem nos ombros. 2. Eles podem ir a qualquer lugar, até mesmo no rosto As estrias podem aparecer em qualquer parte do corpo onde a pele for esticada, mas são mais frequentes em áreas que tendem a armazenar gordura, como o abdômen, tórax, braços, nádegas e coxas. Há um tipo específico de estrias causadas pela Síndrome de Cushing, uma doença rara, devido a níveis elevados de um hormônio chamado cortisol no sangue. Neste caso, as marcas são geralmente maiores, e podem aparecer na face. 3. Não aparecem só na gravidez As estrias surgem quando a pele estica muito em um curto período de tempo. Dessa forma, podem sair durante surtos de crescimento em adolescentes, bem como durante um rápido ganho de peso, e, é claro, também na gravidez.. 4. Mas nem todas as grávidas têm A probabilidade de que uma mulher grávida desenvolva essas marcas depende, em certa medida, de fatores genéticos, mas também de quanto sua barriga cresce. Mães que têm uma gravidez múltipla são mais propensas a ter estrias. Eles não são uma consequência inevitável da gravidez, mas são muito frequentes: afetam 90% das grávidas. 5. Não há evidência de que é possível evitá-las Embora existam muitos produtos no mercado que afirmam que podem prevenir as estrias, há pouca evidência científica sobre sua eficácia. Hidratantes não podem impedir a quebra do colágeno e, assim, não podem prevenir o surgimento das estrias. Mas eles podem fazer a pele parecer mais suave e macia. Evitar o que em inglês é conhecido como dieta "iô-iô", ou seja, ciclos rápidos de ganho e perda de peso, pode ajudar a evitar essas marcas. 6. Algumas desaparecem e outras podem ser tratadas Ao longo do tempo, a maioria das estrias tende a atenuar-se e algumas desaparecem completamente. Mas esse processo normalmente leva mais de um ano. É improvável que cremes, loções e géis que estão no mercado consigam que as estrias sejam mais atenuadas do que seriam naturalmente com o tempo. Se as estrias são vistas como um problema, existem alguns tratamentos dermatológicos disponíveis, mas normalmente eles não são cobertos por serviços de saúde pública, já que são considerados uma questão estética. Também não há muita evidência de que os tratamentos funcionem. A terapia a laser pode não eliminar completamente as estrias, mas ajuda a torná-las menos perceptíveis. Tratamentos a laser variam de acordo com o tipo de estria e de pele. Há também pessoas que se submetem a cirurgia plástica para reduzir as estrias. 7. Elas podem ter um grande impacto emocional Especialistas recomendam não banalizar condições dermatológicas como as estrias já que, para algumas pessoas, elas podem ter um impacto psicológico e emocional duradouro. Há aqueles que se sentem socialmente isolados, desenvolvem baixa autoestima e outros problemas ligados à imagem corporal por causa dessas marcas. Outros podem ficar particularmente vulneráveis em situações sociais onde as estrias estão visíveis, como na piscina, na praia ou no início de um relacionamento íntimo.
equilibrioesaude
Sete coisas que talvez você não saiba sobre as estriasEmbora muitas pessoas tenham estrias, não é algo que elas costumam exibir. Por isso, quando a modelo Chrissy Teigen tuitou uma foto das linhas brancas na sua coxa, a imagem causou um rebuliço nas redes sociais. "São tão suaves", disse Teigen, que também escreveu que gostava do desenho formado pelas estrias em sua pele. Em inglês, elas às vezes são chamadas de tiger stripes (algo como listras de tigre). As estrias são linhas visíveis na pele, normalmente longas e finas, que ocorrem quando ela se estira rapidamente, o que faz as fibras elásticas da pele se romperem. "É um rompimento do colágeno que é visível na superfície da pele", descreveu Dr. Sweta Rai, da Associação Britânica de Dermatologistas. Inicialmente são vermelhas ou roxas, mas, com o tempo, tendem a atenuar-se e ganhar um tom esbranquiçado. Abaixo, listamos sete aspectos das estrias que talvez você desconhecia. 1. Os homens também têm Embora as estrias afetem principalmente as mulheres, os homens também podem desenvolvê-las. Às vezes, especialmente no caso de adolescentes, as estrias aparecem nas costas, cobrindo a coluna com linhas horizontais. Entre aqueles que praticam musculação muitas vezes elas aparecem nos ombros. 2. Eles podem ir a qualquer lugar, até mesmo no rosto As estrias podem aparecer em qualquer parte do corpo onde a pele for esticada, mas são mais frequentes em áreas que tendem a armazenar gordura, como o abdômen, tórax, braços, nádegas e coxas. Há um tipo específico de estrias causadas pela Síndrome de Cushing, uma doença rara, devido a níveis elevados de um hormônio chamado cortisol no sangue. Neste caso, as marcas são geralmente maiores, e podem aparecer na face. 3. Não aparecem só na gravidez As estrias surgem quando a pele estica muito em um curto período de tempo. Dessa forma, podem sair durante surtos de crescimento em adolescentes, bem como durante um rápido ganho de peso, e, é claro, também na gravidez.. 4. Mas nem todas as grávidas têm A probabilidade de que uma mulher grávida desenvolva essas marcas depende, em certa medida, de fatores genéticos, mas também de quanto sua barriga cresce. Mães que têm uma gravidez múltipla são mais propensas a ter estrias. Eles não são uma consequência inevitável da gravidez, mas são muito frequentes: afetam 90% das grávidas. 5. Não há evidência de que é possível evitá-las Embora existam muitos produtos no mercado que afirmam que podem prevenir as estrias, há pouca evidência científica sobre sua eficácia. Hidratantes não podem impedir a quebra do colágeno e, assim, não podem prevenir o surgimento das estrias. Mas eles podem fazer a pele parecer mais suave e macia. Evitar o que em inglês é conhecido como dieta "iô-iô", ou seja, ciclos rápidos de ganho e perda de peso, pode ajudar a evitar essas marcas. 6. Algumas desaparecem e outras podem ser tratadas Ao longo do tempo, a maioria das estrias tende a atenuar-se e algumas desaparecem completamente. Mas esse processo normalmente leva mais de um ano. É improvável que cremes, loções e géis que estão no mercado consigam que as estrias sejam mais atenuadas do que seriam naturalmente com o tempo. Se as estrias são vistas como um problema, existem alguns tratamentos dermatológicos disponíveis, mas normalmente eles não são cobertos por serviços de saúde pública, já que são considerados uma questão estética. Também não há muita evidência de que os tratamentos funcionem. A terapia a laser pode não eliminar completamente as estrias, mas ajuda a torná-las menos perceptíveis. Tratamentos a laser variam de acordo com o tipo de estria e de pele. Há também pessoas que se submetem a cirurgia plástica para reduzir as estrias. 7. Elas podem ter um grande impacto emocional Especialistas recomendam não banalizar condições dermatológicas como as estrias já que, para algumas pessoas, elas podem ter um impacto psicológico e emocional duradouro. Há aqueles que se sentem socialmente isolados, desenvolvem baixa autoestima e outros problemas ligados à imagem corporal por causa dessas marcas. Outros podem ficar particularmente vulneráveis em situações sociais onde as estrias estão visíveis, como na piscina, na praia ou no início de um relacionamento íntimo.
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Feira de construção civil espera movimentar R$ 20 mi em duas horas
BRUNO LEE DE SÃO PAULO Um saco de cimento de 50 quilos para todos os tipos de obra custa, em média, R$ 25 nas casas do ramo. Multiplica-se o valor centenas de milhares de vezes e o resultado é a cifra que deve ser movimentada (R$ 20 milhões) em uma única rodada de negociações com duas horas de duração na Feicon Batimat (Feira Internacional da Construção Civil) deste ano. As transações envolverão muito mais que cimento. O evento, que chega a sua 23ª edição em 2017, juntará 18 setores debaixo de um mesmo teto, o centro São Paulo Expo, entre 4 e 8 de abril: de serviços profissionais e TI a decoração, passando por automação e segurança, máquinas e equipamentos para construção e aquecimento e refrigeração de ambientes. Desde sua criação, o evento sempre ocorreu no primeiro trimestre do ano, abrindo o calendário de vendas da construção civil, diz Alexandre Brown, diretor da feira. "Recebemos dos expositores o retorno de que eles aguardam a Feicon para lançar um produto no mercado." Neste ano, o número de empresas participantes deve ficar na casa dos 400, entre nacionais e estrangeiras (30% do total). FOCO EM NEGÓCIOS Já o público pode até diminuir, por razões estratégicas. "Nosso foco agora é em negócios. Não queremos o visitante apenas curioso, queremos o visitante que vai para fazer negócios", afirma. Em 2016, 96 mil pessoas passaram pelo evento. A maioria, entre 60% e 70%, era de lojistas e varejistas. O restante era composto por arquitetos, engenheiros e gente de construtoras. "Por essa razão, a Feicon não tem mais a parte de entretenimento, por exemplo", diz o executivo. Nessa mesma chave, foi ampliada de uma para duas horas a duração da rodada de negociações, quando compradores previamente cadastrados têm um tête-à-tête com os expositores. A organização espera, assim, movimentar, no mínimo, o dobro do valor do ano passado (R$ 10 milhões). "Isso é apenas uma das ações promovidas. Não é possível dizer que a feira movimentou R$ 10 milhões. Não conseguimos mensurar quanto a Feicon movimenta para além desse encontro, já que as partes também realizam negócios após o evento", acrescenta Brown.
sobretudo
Feira de construção civil espera movimentar R$ 20 mi em duas horas BRUNO LEE DE SÃO PAULO Um saco de cimento de 50 quilos para todos os tipos de obra custa, em média, R$ 25 nas casas do ramo. Multiplica-se o valor centenas de milhares de vezes e o resultado é a cifra que deve ser movimentada (R$ 20 milhões) em uma única rodada de negociações com duas horas de duração na Feicon Batimat (Feira Internacional da Construção Civil) deste ano. As transações envolverão muito mais que cimento. O evento, que chega a sua 23ª edição em 2017, juntará 18 setores debaixo de um mesmo teto, o centro São Paulo Expo, entre 4 e 8 de abril: de serviços profissionais e TI a decoração, passando por automação e segurança, máquinas e equipamentos para construção e aquecimento e refrigeração de ambientes. Desde sua criação, o evento sempre ocorreu no primeiro trimestre do ano, abrindo o calendário de vendas da construção civil, diz Alexandre Brown, diretor da feira. "Recebemos dos expositores o retorno de que eles aguardam a Feicon para lançar um produto no mercado." Neste ano, o número de empresas participantes deve ficar na casa dos 400, entre nacionais e estrangeiras (30% do total). FOCO EM NEGÓCIOS Já o público pode até diminuir, por razões estratégicas. "Nosso foco agora é em negócios. Não queremos o visitante apenas curioso, queremos o visitante que vai para fazer negócios", afirma. Em 2016, 96 mil pessoas passaram pelo evento. A maioria, entre 60% e 70%, era de lojistas e varejistas. O restante era composto por arquitetos, engenheiros e gente de construtoras. "Por essa razão, a Feicon não tem mais a parte de entretenimento, por exemplo", diz o executivo. Nessa mesma chave, foi ampliada de uma para duas horas a duração da rodada de negociações, quando compradores previamente cadastrados têm um tête-à-tête com os expositores. A organização espera, assim, movimentar, no mínimo, o dobro do valor do ano passado (R$ 10 milhões). "Isso é apenas uma das ações promovidas. Não é possível dizer que a feira movimentou R$ 10 milhões. Não conseguimos mensurar quanto a Feicon movimenta para além desse encontro, já que as partes também realizam negócios após o evento", acrescenta Brown.
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Salto no escuro
Encerra-se nesta segunda-feira (15) o prazo para que partidos políticos e coligações registrem seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. No dia seguinte terá início a campanha para as eleições municipais, quando pela primeira vez será testada a proibição à doação de empresas . Imposta antes pelo Supremo Tribunal Federal e depois sacramentada em lei pelo Congresso, a restrição faz parte de um conjunto de novas regras que têm suscitado considerável controvérsia. Ponto mais polêmico do pacote, o veto ao dinheiro empresarial desperta preocupação mesmo entre pessoas que o defendem, como Nicolao Dino, vice-procurador-geral eleitoral. Para ele, a medida pode levar à ampliação do caixa dois. Raciocínio semelhante faz Susan Rose-Ackerman, americana referência em pesquisas sobre corrupção. "Tenho a preocupação de que proibições absolutas a doações corporativas vão simplesmente produzir um aumento em pagamentos que serão corruptos", afirmou em entrevista a esta Folha. Faz sentido. Dadas as dimensões das maiores cidades brasileiras e o modelo eleitoral do país, a necessidade de financiamento das campanhas não desaparecerá por força de um ato legislativo. Embora no mundo ideal a canetada pareça moralizadora, na realidade política ela deve gerar efeitos colaterais. Um deles é a presumível maior proporção de recursos empresariais por baixo dos panos. Outro, mais grave, é o aumento do peso relativo de fontes ilícitas. Membros do Ministério Público Eleitoral consideram grande a chance de o crime organizado atuar na arrecadação ilegal para campanhas. Somado a duas outras regras novas —a diminuição do período de campanha, de 90 para 45 dias, e do horário eleitoral na TV, de 45 para 35—, o aperto no financiamento tende a favorecer tipos específicos de candidato: os que já têm mandato, os ricos (não há limite ao uso de dinheiro próprio), celebridades e os apoiados por máquinas governamentais, igrejas e sindicatos. Não surpreende que diversos especialistas e políticos já deem como certa uma reforma desse pacote legislativo —que, nessa hipótese, terá sido testado pela primeira e última vez neste ano. Ao discorrer sobre o assunto, o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que o país deu um salto no escuro ao vetar doação privada sem alterar o sistema eleitoral. Tem razão o ministro. Em vez de fazerem da eleição um laboratório, os congressistas deveriam votar uma cláusula de desempenho e o fim das coligações em disputa para deputado e vereador —medidas capazes de corrigir um defeito central do modelo brasileiro: o número excessivo de partidos. [email protected]
opiniao
Salto no escuroEncerra-se nesta segunda-feira (15) o prazo para que partidos políticos e coligações registrem seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. No dia seguinte terá início a campanha para as eleições municipais, quando pela primeira vez será testada a proibição à doação de empresas . Imposta antes pelo Supremo Tribunal Federal e depois sacramentada em lei pelo Congresso, a restrição faz parte de um conjunto de novas regras que têm suscitado considerável controvérsia. Ponto mais polêmico do pacote, o veto ao dinheiro empresarial desperta preocupação mesmo entre pessoas que o defendem, como Nicolao Dino, vice-procurador-geral eleitoral. Para ele, a medida pode levar à ampliação do caixa dois. Raciocínio semelhante faz Susan Rose-Ackerman, americana referência em pesquisas sobre corrupção. "Tenho a preocupação de que proibições absolutas a doações corporativas vão simplesmente produzir um aumento em pagamentos que serão corruptos", afirmou em entrevista a esta Folha. Faz sentido. Dadas as dimensões das maiores cidades brasileiras e o modelo eleitoral do país, a necessidade de financiamento das campanhas não desaparecerá por força de um ato legislativo. Embora no mundo ideal a canetada pareça moralizadora, na realidade política ela deve gerar efeitos colaterais. Um deles é a presumível maior proporção de recursos empresariais por baixo dos panos. Outro, mais grave, é o aumento do peso relativo de fontes ilícitas. Membros do Ministério Público Eleitoral consideram grande a chance de o crime organizado atuar na arrecadação ilegal para campanhas. Somado a duas outras regras novas —a diminuição do período de campanha, de 90 para 45 dias, e do horário eleitoral na TV, de 45 para 35—, o aperto no financiamento tende a favorecer tipos específicos de candidato: os que já têm mandato, os ricos (não há limite ao uso de dinheiro próprio), celebridades e os apoiados por máquinas governamentais, igrejas e sindicatos. Não surpreende que diversos especialistas e políticos já deem como certa uma reforma desse pacote legislativo —que, nessa hipótese, terá sido testado pela primeira e última vez neste ano. Ao discorrer sobre o assunto, o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que o país deu um salto no escuro ao vetar doação privada sem alterar o sistema eleitoral. Tem razão o ministro. Em vez de fazerem da eleição um laboratório, os congressistas deveriam votar uma cláusula de desempenho e o fim das coligações em disputa para deputado e vereador —medidas capazes de corrigir um defeito central do modelo brasileiro: o número excessivo de partidos. [email protected]
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Ilha de Gorée, no Senegal, é destino para conhecer história de escravidão
Apenas 500 francos senegaleses -uns R$ 3- e 20 minutos de ferry separam a ilha de Gorée de Dacar, capital do Senegal, suficientes porém para um mergulho vertiginoso no passado e num dos lugares mais lindos do mundo.Leia mais aqui
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Ilha de Gorée, no Senegal, é destino para conhecer história de escravidãoApenas 500 francos senegaleses -uns R$ 3- e 20 minutos de ferry separam a ilha de Gorée de Dacar, capital do Senegal, suficientes porém para um mergulho vertiginoso no passado e num dos lugares mais lindos do mundo.Leia mais aqui
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'País não está preparado para legalizar a maconha', diz ex-Planet Hemp
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Zegon conheceu o rap na rua, quando ainda era skatista e circulava sobre rodinhas nos arredores da estação São Bento, do vale do Anhangabaú e da praça Roosevelt. Foi assim que o DJ e produtor entrou em contato com a primeira geração do hip-hop do centro de São Paulo, em meados dos anos 1980. Aos 45 anos, o músico já produziu mais de cem álbuns, fez parte do Planet Hemp —vendeu 1 milhão de discos com o grupo— e criou projetos como o Tropkillaz, de bass music e hip-hop. Hoje comanda o seu primeiro selo musical (Buuum, da plataforma Skol Music). sãopaulo - Você conheceu o rap na rua, certo? Zegon - Sou da geração do skate dos anos 1980. A gente andava na estação São Bento e na praça Roosevelt, misturados com punks e b-boys [breakdancers], que frequentavam os mesmos lugares. O contato com o rap foi pelo skate. O Planet Hemp era ousado nas letras. Acha que a música ficou careta? A gente era feliz e não sabia. A geração posterior é bunda-mole. Teve um deslumbre com internet e videogame e faltou rua, o que acabou gerando falta de atitude. Sinto que está longe de aparecer alguém com liderança. Vocês falavam sobre legalizar a maconha. Como vê esse processo? Acho que o Brasil não está preparado para a legalização. É só ver como as pessoas dirigem aqui, a 160 km/h para estacionar o carro. Imagina o que a "playboyzada" vai fazer com maconha na cabeça? A educação aqui é muito atrasada em relação aos países que legalizaram. Tem que melhorar muita coisa. Como foi o convite para criar o seu primeiro selo? Sempre quis criar algo com a minha cara. Quando o Coy [Freitas] me chamou para o projeto da Skol, com [os produtores] Miranda e Dudu na jogada, aceitei na hora. Só queria artistas do underground. Agora chove pedido, até de sertanejo que jura que temos tudo a ver. Mas quem é bom mesmo não bate à porta. Há música sem patrocínio? Aqui a indústria do disco está a sete palmos. O único jeito de as gravadoras sobreviverem é morder metade do cachê dos shows e emprestar dinheiro para o artista. Com uma marca, a gente gera conteúdo e ela, a estrutura. Isso não é novo. A Natura bancou discos da Nação Zumbi, da Tulipa, do Jeneci. É possível ter uma cena "mainstream" de qualidade, sem esse lixo pop que está aí. Ao todo, a gente vai lançar 15 artistas.
saopaulo
'País não está preparado para legalizar a maconha', diz ex-Planet HempNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Zegon conheceu o rap na rua, quando ainda era skatista e circulava sobre rodinhas nos arredores da estação São Bento, do vale do Anhangabaú e da praça Roosevelt. Foi assim que o DJ e produtor entrou em contato com a primeira geração do hip-hop do centro de São Paulo, em meados dos anos 1980. Aos 45 anos, o músico já produziu mais de cem álbuns, fez parte do Planet Hemp —vendeu 1 milhão de discos com o grupo— e criou projetos como o Tropkillaz, de bass music e hip-hop. Hoje comanda o seu primeiro selo musical (Buuum, da plataforma Skol Music). sãopaulo - Você conheceu o rap na rua, certo? Zegon - Sou da geração do skate dos anos 1980. A gente andava na estação São Bento e na praça Roosevelt, misturados com punks e b-boys [breakdancers], que frequentavam os mesmos lugares. O contato com o rap foi pelo skate. O Planet Hemp era ousado nas letras. Acha que a música ficou careta? A gente era feliz e não sabia. A geração posterior é bunda-mole. Teve um deslumbre com internet e videogame e faltou rua, o que acabou gerando falta de atitude. Sinto que está longe de aparecer alguém com liderança. Vocês falavam sobre legalizar a maconha. Como vê esse processo? Acho que o Brasil não está preparado para a legalização. É só ver como as pessoas dirigem aqui, a 160 km/h para estacionar o carro. Imagina o que a "playboyzada" vai fazer com maconha na cabeça? A educação aqui é muito atrasada em relação aos países que legalizaram. Tem que melhorar muita coisa. Como foi o convite para criar o seu primeiro selo? Sempre quis criar algo com a minha cara. Quando o Coy [Freitas] me chamou para o projeto da Skol, com [os produtores] Miranda e Dudu na jogada, aceitei na hora. Só queria artistas do underground. Agora chove pedido, até de sertanejo que jura que temos tudo a ver. Mas quem é bom mesmo não bate à porta. Há música sem patrocínio? Aqui a indústria do disco está a sete palmos. O único jeito de as gravadoras sobreviverem é morder metade do cachê dos shows e emprestar dinheiro para o artista. Com uma marca, a gente gera conteúdo e ela, a estrutura. Isso não é novo. A Natura bancou discos da Nação Zumbi, da Tulipa, do Jeneci. É possível ter uma cena "mainstream" de qualidade, sem esse lixo pop que está aí. Ao todo, a gente vai lançar 15 artistas.
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Além de Portugal campeã, Euro mostrou fim do tiki-taka, zebras e que hooligans ainda são um problema
A Eurocopa-2016 terminou neste domingo (10) com o título de Portugal. O campeonato, porém, mostrou muito mais do que isso. Teve, por exemplo, a eliminação da Espanha nas quartas de final com um futebol bem abaixo daquele que encantou o mundo na Copa de 2010 e na Euro de 2008 e 2012. Exibiu ainda mais um fracasso da Inglaterra e forças sem tradição no futebol, como Islândia e País de Gales. "A Eurocopa mostrou que há muitas seleções com nível semelhante", disse PVC, colunista da Folha. Os flagras de Cristiano Ronaldo vendo sua imagem refletida em telões de estádios mundo afora ajudaram a difundir o estigma de craque egocêntrico, vaidoso e egoísta. Há quem conviveu com o atacante, caso do brasileiro Deco, que conteste a versão. Fato é que apesar da fama, o atacante virou capitão de Portugal. Uma imagem, a do gajo convencendo o lesionado e abatido Moutinho a cobrar o pênalti contra a Polônia, mostrou o astro como líder do time. No fim das contas, ele ergueu o troféu de campeão do torneio. Opinião do Curro "Cristiano Ronaldo continua o centro das atenções. O três vezes melhor jogador do mundo fez e aconteceu na Euro, do início ao fim. Criticou a 'retranca' da Islândia, errou pênalti contra a Áustria, atirou microfone de repórter em um lago, foi decisivo (dois gols) diante da Hungria, animou colega sem confiança a bater pênalti ante a Polônia, venceu esperado duelo com Bale e, na final, saiu machucado no início, chorando de dor –chorou também no fim, de alegria". Veja vídeo Após o fracasso da Copa de 2014, Vicente del Bosque foi mantido no cargo de técnico da Espanha. Campeão do mundo de 2010 e da Euro de 2008 e 2012, propôs uma transição de geração. Jogadores mudaram, Xavi se aposentou da equipe nacional e Casillas perdeu lugar no time para De Gea. O técnico manteve, porém, o estilo de jogo –o chamado "tiki-taka", com domínio de posse de bola e trocas de passes precisos. O efeito já não era o mesmo nos adversários. A seleção espanhola até venceu os dois primeiros jogos, contra República Tcheca e Turquia, mas perdeu para a Croácia, na primeira fase. Quando o mata-mata começou, não adiantou ter 59% de posse de bola e dar 539 passes contra a Itália, que fez dois gols e eliminou os espanhóis. Del Bosque, então, pediu para sair. Fora de moda durante os últimos anos na Europa, o 3-5-2 (para quem não lembra, o esquema usado por Felipão na Copa de 2002) foi utilizado por seleções que tiveram algum sucesso no torneio. Caso da Itália, por exemplo. Com um time não lá muito empolgante, sem nenhum craque, o técnico Antonio Conte usou a estrutura da Juventus, com os três zagueiros Barzagli, Bonucci e Chiellini. Ele não foi o único a escalar um trio de defensores. Os semifinalistas País de Gales, com o trio James Chester, Ashley Williams e Ben Davies, e até a Alemanha montaram seus times assim. Nas quartas de final, contra a Itália, o técnico Joachim Löw armou um paredão na frente de Neuer com Hummels, Boateng e Höwedes. A 'zebras' andaram soltas nesta Eurocopa. Que o diga Islândia e País de Gales. Os islandeses terminaram a primeira fase na segunda colocação do grupo F, à frente de Portugal e atrás de outra zebra (Hungria). Os húngaros foram eliminados nas oitavas de final, mas a Islândia, um país que tem apenas cerca de 320 mil habitantes, avançou às quartas ao eliminar a Inglaterra. Só parou diante da França. Já País de Gales, do atacante Gareth Bale, foi ainda mais longe. Em sua primeira Eurocopa, se classificou para a semifinal, só não foi páreo para Portugal. De qualquer maneira, as duas seleções foram recebidas com uma grande festa em seus países. Opinião do Juca "O melhor legado, fora do gramado, desta Euro foi o comportamento da torcida da Islândia, que deixou até para os anfitriões franceses um novo jeito de torcer, ao estilo viking". Sem jogos da seleção brasileira, eliminada na Copa América, a Globo abriu a grade para a Eurocopa a partir das oitavas de final. Escalou Galvão Bueno, seu principal narrador, para a final do torneio e até pediu a mudança da data do jogo do Corinthians, que foi para o sábado. Tudo para transmitir em TV aberta a decisão entre Portugal e França, às 16h, no domingo. SporTV, canal a cabo do Grupo Globo, e a Band também exibiram os jogos do torneio. A emissora do grupo Bandeirantes comemorou os números de audiência obtidos com as transmissões dos jogos europeus. Quase sempre com um copo de cerveja nas mãos, os hooligans mostraram uma grande disposição para arrumar confusão nesta Euro. Logo no primeiro dia da competição, a polícia francesa teve que usar gás lacrimogêneo para intervir em confrontos entre torcedores ingleses e moradores locais na cidade portuária de Marselha. No dia seguinte, ingleses e russos brigaram tanto fora como dentro do estádio. Socos e pontapés foram trocados entre as duas torcidas no estádio Vélodrome. A Uefa chegou a avisar que a Rússia seria excluída do campeonato em caso de novos incidentes com torcedores. A Inglaterra possui um punhado de grandes talentos, como Sterling, Kane, Rooney e Vardy, mas, mesmo assim, não consegue se encontrar. Nesta Euro, mais um fracasso. Não passou das oitavas de final. E foi eliminada pela Islândia, uma seleção sem expressão nenhuma no cenário do futebol mundial. E faz tempo que o futebol inglês não brilha. Na Copa do Mundo de 2014, por exemplo, nem passou da primeira fase. Na Eurocopa de 2012, ficou nas quartas. Em 2008, nem esteve presente no torneio continental. A derrota para a Islândia provocou até a saída do técnico Roy Hodgson. E agora, quem poderá ajudar esta Inglaterra? Opinião do PVC "O mais interessante desta Eurocopa foi o equilíbrio. Europa mostrou que há muitas seleções com nível semelhante e que futebol é cada vez mais coletivo". A Bélgica não tem as mesmas tradições da Inglaterra, mas possui, hoje, talvez a sua melhor geração de jogadores. Conta com jogadores como Courtois, Nainggolan, Witsel, De Bruyne e Hazard. A seleção do país ocupa a segunda posição do ranking da Fifa, atrás apenas da Argentina, e à frente até da Alemanha, mas quando o negócio é para valer as coisas mudam. Na Copa de 2014, por exemplo, caíram nas quartas. Na Euro, pararam na mesma fase. Perderam por 3 a 1 para País de Gales. E saíram sem mostrar o porquê realmente estão na vice-liderança do ranking da Fifa. Desde que Zidane deixou a seleção francesa, os torcedores nunca viram uma geração de jogadores tão talentosa como essa. Pogba, Kanté, Matuidi, Giroud, Griezmann, Martial... Esses são alguns nomes do forte time francês, que é comandado pelo técnico Didier Deschamps, capitão do título mundial de 1998. Em sete jogos nesta Euro, o time venceu cinco partidas e teve a melhor média de gols do campeonato (1,86). Só faltou o título. Opinião do Juca "Dentro de campo, com as inevitáveis lesões musculares típicas de fins de temporada, ficaram as avaliações apressadas sobre o desempenho, por exemplo, da Alemanha, como se a derrota para a França as permitisse. Mais uma vez os detalhes foram esquecidos, embora fossem muitos. Sem Hummels, suspenso, e sem Khedira e Mario Gomez, com lesões musculares, os alemães sofreram e mesmo assim dominaram a França, que teve a seu favor uma grande atuação do goleiro Lloris e dois erros incomuns: o do capitão Schweinsteiger, que fez um pênalti bizarro no primeiro gol, e do melhor goleiro do mundo, Neuer, que deu um soco fraco numa bola fácil no segundo. Mata-mata é isso, um jogo permite resultados anormais, embora não permita conclusões definitivas, sem desmerecer a bela seleção francesa, empurrada também por uma torcida que levanta os mortos ao cantar a Marselhesa".
asmais
Além de Portugal campeã, Euro mostrou fim do tiki-taka, zebras e que hooligans ainda são um problemaA Eurocopa-2016 terminou neste domingo (10) com o título de Portugal. O campeonato, porém, mostrou muito mais do que isso. Teve, por exemplo, a eliminação da Espanha nas quartas de final com um futebol bem abaixo daquele que encantou o mundo na Copa de 2010 e na Euro de 2008 e 2012. Exibiu ainda mais um fracasso da Inglaterra e forças sem tradição no futebol, como Islândia e País de Gales. "A Eurocopa mostrou que há muitas seleções com nível semelhante", disse PVC, colunista da Folha. Os flagras de Cristiano Ronaldo vendo sua imagem refletida em telões de estádios mundo afora ajudaram a difundir o estigma de craque egocêntrico, vaidoso e egoísta. Há quem conviveu com o atacante, caso do brasileiro Deco, que conteste a versão. Fato é que apesar da fama, o atacante virou capitão de Portugal. Uma imagem, a do gajo convencendo o lesionado e abatido Moutinho a cobrar o pênalti contra a Polônia, mostrou o astro como líder do time. No fim das contas, ele ergueu o troféu de campeão do torneio. Opinião do Curro "Cristiano Ronaldo continua o centro das atenções. O três vezes melhor jogador do mundo fez e aconteceu na Euro, do início ao fim. Criticou a 'retranca' da Islândia, errou pênalti contra a Áustria, atirou microfone de repórter em um lago, foi decisivo (dois gols) diante da Hungria, animou colega sem confiança a bater pênalti ante a Polônia, venceu esperado duelo com Bale e, na final, saiu machucado no início, chorando de dor –chorou também no fim, de alegria". Veja vídeo Após o fracasso da Copa de 2014, Vicente del Bosque foi mantido no cargo de técnico da Espanha. Campeão do mundo de 2010 e da Euro de 2008 e 2012, propôs uma transição de geração. Jogadores mudaram, Xavi se aposentou da equipe nacional e Casillas perdeu lugar no time para De Gea. O técnico manteve, porém, o estilo de jogo –o chamado "tiki-taka", com domínio de posse de bola e trocas de passes precisos. O efeito já não era o mesmo nos adversários. A seleção espanhola até venceu os dois primeiros jogos, contra República Tcheca e Turquia, mas perdeu para a Croácia, na primeira fase. Quando o mata-mata começou, não adiantou ter 59% de posse de bola e dar 539 passes contra a Itália, que fez dois gols e eliminou os espanhóis. Del Bosque, então, pediu para sair. Fora de moda durante os últimos anos na Europa, o 3-5-2 (para quem não lembra, o esquema usado por Felipão na Copa de 2002) foi utilizado por seleções que tiveram algum sucesso no torneio. Caso da Itália, por exemplo. Com um time não lá muito empolgante, sem nenhum craque, o técnico Antonio Conte usou a estrutura da Juventus, com os três zagueiros Barzagli, Bonucci e Chiellini. Ele não foi o único a escalar um trio de defensores. Os semifinalistas País de Gales, com o trio James Chester, Ashley Williams e Ben Davies, e até a Alemanha montaram seus times assim. Nas quartas de final, contra a Itália, o técnico Joachim Löw armou um paredão na frente de Neuer com Hummels, Boateng e Höwedes. A 'zebras' andaram soltas nesta Eurocopa. Que o diga Islândia e País de Gales. Os islandeses terminaram a primeira fase na segunda colocação do grupo F, à frente de Portugal e atrás de outra zebra (Hungria). Os húngaros foram eliminados nas oitavas de final, mas a Islândia, um país que tem apenas cerca de 320 mil habitantes, avançou às quartas ao eliminar a Inglaterra. Só parou diante da França. Já País de Gales, do atacante Gareth Bale, foi ainda mais longe. Em sua primeira Eurocopa, se classificou para a semifinal, só não foi páreo para Portugal. De qualquer maneira, as duas seleções foram recebidas com uma grande festa em seus países. Opinião do Juca "O melhor legado, fora do gramado, desta Euro foi o comportamento da torcida da Islândia, que deixou até para os anfitriões franceses um novo jeito de torcer, ao estilo viking". Sem jogos da seleção brasileira, eliminada na Copa América, a Globo abriu a grade para a Eurocopa a partir das oitavas de final. Escalou Galvão Bueno, seu principal narrador, para a final do torneio e até pediu a mudança da data do jogo do Corinthians, que foi para o sábado. Tudo para transmitir em TV aberta a decisão entre Portugal e França, às 16h, no domingo. SporTV, canal a cabo do Grupo Globo, e a Band também exibiram os jogos do torneio. A emissora do grupo Bandeirantes comemorou os números de audiência obtidos com as transmissões dos jogos europeus. Quase sempre com um copo de cerveja nas mãos, os hooligans mostraram uma grande disposição para arrumar confusão nesta Euro. Logo no primeiro dia da competição, a polícia francesa teve que usar gás lacrimogêneo para intervir em confrontos entre torcedores ingleses e moradores locais na cidade portuária de Marselha. No dia seguinte, ingleses e russos brigaram tanto fora como dentro do estádio. Socos e pontapés foram trocados entre as duas torcidas no estádio Vélodrome. A Uefa chegou a avisar que a Rússia seria excluída do campeonato em caso de novos incidentes com torcedores. A Inglaterra possui um punhado de grandes talentos, como Sterling, Kane, Rooney e Vardy, mas, mesmo assim, não consegue se encontrar. Nesta Euro, mais um fracasso. Não passou das oitavas de final. E foi eliminada pela Islândia, uma seleção sem expressão nenhuma no cenário do futebol mundial. E faz tempo que o futebol inglês não brilha. Na Copa do Mundo de 2014, por exemplo, nem passou da primeira fase. Na Eurocopa de 2012, ficou nas quartas. Em 2008, nem esteve presente no torneio continental. A derrota para a Islândia provocou até a saída do técnico Roy Hodgson. E agora, quem poderá ajudar esta Inglaterra? Opinião do PVC "O mais interessante desta Eurocopa foi o equilíbrio. Europa mostrou que há muitas seleções com nível semelhante e que futebol é cada vez mais coletivo". A Bélgica não tem as mesmas tradições da Inglaterra, mas possui, hoje, talvez a sua melhor geração de jogadores. Conta com jogadores como Courtois, Nainggolan, Witsel, De Bruyne e Hazard. A seleção do país ocupa a segunda posição do ranking da Fifa, atrás apenas da Argentina, e à frente até da Alemanha, mas quando o negócio é para valer as coisas mudam. Na Copa de 2014, por exemplo, caíram nas quartas. Na Euro, pararam na mesma fase. Perderam por 3 a 1 para País de Gales. E saíram sem mostrar o porquê realmente estão na vice-liderança do ranking da Fifa. Desde que Zidane deixou a seleção francesa, os torcedores nunca viram uma geração de jogadores tão talentosa como essa. Pogba, Kanté, Matuidi, Giroud, Griezmann, Martial... Esses são alguns nomes do forte time francês, que é comandado pelo técnico Didier Deschamps, capitão do título mundial de 1998. Em sete jogos nesta Euro, o time venceu cinco partidas e teve a melhor média de gols do campeonato (1,86). Só faltou o título. Opinião do Juca "Dentro de campo, com as inevitáveis lesões musculares típicas de fins de temporada, ficaram as avaliações apressadas sobre o desempenho, por exemplo, da Alemanha, como se a derrota para a França as permitisse. Mais uma vez os detalhes foram esquecidos, embora fossem muitos. Sem Hummels, suspenso, e sem Khedira e Mario Gomez, com lesões musculares, os alemães sofreram e mesmo assim dominaram a França, que teve a seu favor uma grande atuação do goleiro Lloris e dois erros incomuns: o do capitão Schweinsteiger, que fez um pênalti bizarro no primeiro gol, e do melhor goleiro do mundo, Neuer, que deu um soco fraco numa bola fácil no segundo. Mata-mata é isso, um jogo permite resultados anormais, embora não permita conclusões definitivas, sem desmerecer a bela seleção francesa, empurrada também por uma torcida que levanta os mortos ao cantar a Marselhesa".
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Oito publicitários explicam a língua da propaganda
GISELLE HIRATA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Não entendeu? Confira, abaixo, a explicação para os termos mais usados pelos publicitários Job é job "Se me disserem 'vou te passar um trabalho ou uma demanda', não vou entender. São palavras fundadoras da publicidade. Acho que não existe um sinônimo tão específico para isso", diz Rafael Pitanguy, VP de criação da Y&R. Outros termos famosos entre os publicitários: approach (abordagem ou linha de comunicação de uma campanha), brand (marca), budget (orçamento ou verba), fee (taxa ou pagamento por serviço) e target (público-alvo) CEOs & Cia. CFO (chief financial officer, diretor financeiro), CMO (chief marketing officer, diretor de marketing), CCO (chief creative officer, diretor criativo), COO (chief operating officer, diretor operacional), CFO (chief financial officer, diretor financeiro), VP (vice-presidente), CDO (chief digital officer, líder da área digital)... A sopa de letrinhas da publicidade ajuda a definir cargos e funções. "Muitas agências têm contas alinhadas e acabam adotando a estrutura de empresas internacionais. Mas, nesse meio, é comum mesmo inventar e criar nomes e cargos novos", afirma Pernil, diretor de criação da AlmapBBDO Viralizou Alguns termos do universo da publicidade já estão na boca do povo. É o caso de brainstorming (reunião para discutir ideias) e feedback (resposta). Também existem as que foram aportuguesadas, como "leiaute" (de layout). Entre os verbos que derivaram do inglês, "brifar" (de briefing). "Isso simboliza nossa capacidade inventiva de desburocratizar as relações humanas. Mais do que aportuguesar, a nossa força criativa está no que conseguimos abrasileirar. Um bom exemplo é o "zapzap" [de WhatsApp]", diz Marcelo Reis, copresidente e CCO da Leo Burnett Tailor Made In Keyvisuals (imagens que definem uma campanha), creators (criadores de conteúdo digital), influencers (influenciadores), youtubers (estrelas do YouTube), viral (conteúdo que ganha repercussão na web), SEO (search engine optimization, otimização de sites) e branded content (conteúdo da marca, que mescla informação, publicidade e entretenimento). "A publicidade segue as tendências. Hoje, estamos na era do mobile. Tudo o que é mobile é moderno", afirma Hugo Rodrigues, presidente da Publicis Out "A publicidade lida com mudanças de comportamento e estamos suscetíveis ao modismo. Muitos dos termos que se empregavam ficaram para trás. Um deles é o 360 graus [comunicação integrada com ações on-line e off-line]. A agência fazia barba, cabelo e bigode", conta Felipe Luchi, sócio e CCO da Lew'Lara\TBWA. Outras palavras que ficaram no passado: telespectador, internauta, heavy e light user (consumidores potenciais e pouco frequentes). "Há um tempo, teve a moda do big data (conjunto de dados armazenados), que já era meio velha na área da tecnologia. Vi um monte de gente tentando encaixar em discurso, artigo e post no Facebook sem fazer a menor ideia do que estava falando", diz Daniell Rezende, diretor de criação da Talent Marcel Vintage Vira e mexe, algumas palavras voltam à moda. "É o caso de storytelling [comercial que utiliza técnicas narrativas], merchandising [ou merchan -ação promocional de uma marca ou serviço em um ponto de venda], identidade visual e fidelização", lista Marcio Borges, diretor-geral da WMcCann Rio Arte de guerra "Muitas palavras que usamos foram emprestadas do universo das guerras, são termos bélicos que estavam em alta nas décadas de 1940 e 1950. Me incomoda profundamente, por exemplo, pensar no público como alvo [público-alvo]. Existe fazer campanha, que é relacionado a conquistar um território, e estratégia, usada em operações militares", lembra Eco Moliterno, VP de criação da Africa. Shooting (atirar/tiroteio) também é muito usado para falar de filmagem/filmes publicitários
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Oito publicitários explicam a língua da propagandaGISELLE HIRATA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Não entendeu? Confira, abaixo, a explicação para os termos mais usados pelos publicitários Job é job "Se me disserem 'vou te passar um trabalho ou uma demanda', não vou entender. São palavras fundadoras da publicidade. Acho que não existe um sinônimo tão específico para isso", diz Rafael Pitanguy, VP de criação da Y&R. Outros termos famosos entre os publicitários: approach (abordagem ou linha de comunicação de uma campanha), brand (marca), budget (orçamento ou verba), fee (taxa ou pagamento por serviço) e target (público-alvo) CEOs & Cia. CFO (chief financial officer, diretor financeiro), CMO (chief marketing officer, diretor de marketing), CCO (chief creative officer, diretor criativo), COO (chief operating officer, diretor operacional), CFO (chief financial officer, diretor financeiro), VP (vice-presidente), CDO (chief digital officer, líder da área digital)... A sopa de letrinhas da publicidade ajuda a definir cargos e funções. "Muitas agências têm contas alinhadas e acabam adotando a estrutura de empresas internacionais. Mas, nesse meio, é comum mesmo inventar e criar nomes e cargos novos", afirma Pernil, diretor de criação da AlmapBBDO Viralizou Alguns termos do universo da publicidade já estão na boca do povo. É o caso de brainstorming (reunião para discutir ideias) e feedback (resposta). Também existem as que foram aportuguesadas, como "leiaute" (de layout). Entre os verbos que derivaram do inglês, "brifar" (de briefing). "Isso simboliza nossa capacidade inventiva de desburocratizar as relações humanas. Mais do que aportuguesar, a nossa força criativa está no que conseguimos abrasileirar. Um bom exemplo é o "zapzap" [de WhatsApp]", diz Marcelo Reis, copresidente e CCO da Leo Burnett Tailor Made In Keyvisuals (imagens que definem uma campanha), creators (criadores de conteúdo digital), influencers (influenciadores), youtubers (estrelas do YouTube), viral (conteúdo que ganha repercussão na web), SEO (search engine optimization, otimização de sites) e branded content (conteúdo da marca, que mescla informação, publicidade e entretenimento). "A publicidade segue as tendências. Hoje, estamos na era do mobile. Tudo o que é mobile é moderno", afirma Hugo Rodrigues, presidente da Publicis Out "A publicidade lida com mudanças de comportamento e estamos suscetíveis ao modismo. Muitos dos termos que se empregavam ficaram para trás. Um deles é o 360 graus [comunicação integrada com ações on-line e off-line]. A agência fazia barba, cabelo e bigode", conta Felipe Luchi, sócio e CCO da Lew'Lara\TBWA. Outras palavras que ficaram no passado: telespectador, internauta, heavy e light user (consumidores potenciais e pouco frequentes). "Há um tempo, teve a moda do big data (conjunto de dados armazenados), que já era meio velha na área da tecnologia. Vi um monte de gente tentando encaixar em discurso, artigo e post no Facebook sem fazer a menor ideia do que estava falando", diz Daniell Rezende, diretor de criação da Talent Marcel Vintage Vira e mexe, algumas palavras voltam à moda. "É o caso de storytelling [comercial que utiliza técnicas narrativas], merchandising [ou merchan -ação promocional de uma marca ou serviço em um ponto de venda], identidade visual e fidelização", lista Marcio Borges, diretor-geral da WMcCann Rio Arte de guerra "Muitas palavras que usamos foram emprestadas do universo das guerras, são termos bélicos que estavam em alta nas décadas de 1940 e 1950. Me incomoda profundamente, por exemplo, pensar no público como alvo [público-alvo]. Existe fazer campanha, que é relacionado a conquistar um território, e estratégia, usada em operações militares", lembra Eco Moliterno, VP de criação da Africa. Shooting (atirar/tiroteio) também é muito usado para falar de filmagem/filmes publicitários
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Ser criativo não basta, é preciso saber de negócios, diz fundadora do youPIX
O youPIX CON, evento que reuniu criadores de conteúdo digital, especialistas e profissionais de diferentes empresas nesta segunda-feira (25), em São Paulo, promoveu uma maratona de 12 horas voltada ao entretenimento na internet. Partindo da ideia de que os chamados influenciadores digitais estão redefinindo a comunicação e ditando comportamento, as mais de 50 atividades discutiram como o mercado pode se organizar diante de um cenário em que a linha entre quem cria, publica e monetiza conteúdo digital fica cada vez mais invisível. O evento, que existe desde 2006 para debater a cibercultura e o consumo do jovem na web, mudou o formato há três anos para dar atenção maior a quem cria conteúdo na internet. Neste ano, um dos propósitos dos debates era mostrar a esses produtores que eles também são os empresários responsáveis por trazer audiência aos canais e convertê-la em lucros e contratos com marcas. Uma das palestras que a reportagem assistiu ensinava "como precificar e negociar o trabalho com marcas". Em meio a expressões comuns para quem lida com marketing (algoritmos, "views", engajamento, retenção, CPV etc), uma horda de celulares se levantou para fotografar uma planilha com valores médios cobrados por alguns desses criadores onipresentes nas redes sociais. Um dos exemplos mostra um resultado líquido de quase R$ 17 mil por contrato. "Tem que valorizar sua influência", aconselhou Adrianne Elias, CEO da Co.Criators. Segundo Bia Granja, cofundadora do youPIX, ser criativo não basta, é preciso aprender a ler dados e aprofundar os conhecimentos em negócio. O evento procura evidenciar que, ainda que a internet seja democrática, cresce o número de pessoas que se profissionaliza como criador de conteúdo. Em uma das conferências, representantes do YouTube e do Twitter afirmaram que, para além da concorrência tecnológica entre as plataformas, um dos principais desafios é disputar o tempo dos internautas, que buscam se conectar com pessoas e também com seus interesses. A Globo, por exemplo, em mais uma tentativa de falar com o público que está na web, esteve no youPIX para apresentar seu novo programa "Lazinho com Você", um formato transmídia que estreia em dezembro na TV sob o comando do ator Lázaro Ramos. O jornalista Fábio Takahashi, coordenador do Núcleo de Inteligência da Folha, participou da programação para apresentar como o jornal usa dados para produzir reportagens mais precisas, contar boas histórias e combater notícias falsas. No mesmo palco, adolescentes e pré-adolescentes cheios de desenvoltura ensinaram uma plateia nem tão jovem assim a usar o Musical.ly, o aplicativo de vídeo do momento. Ao fim da palestra, uma frase comum de ser ouvida: "estamos todos velhos".
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Ser criativo não basta, é preciso saber de negócios, diz fundadora do youPIXO youPIX CON, evento que reuniu criadores de conteúdo digital, especialistas e profissionais de diferentes empresas nesta segunda-feira (25), em São Paulo, promoveu uma maratona de 12 horas voltada ao entretenimento na internet. Partindo da ideia de que os chamados influenciadores digitais estão redefinindo a comunicação e ditando comportamento, as mais de 50 atividades discutiram como o mercado pode se organizar diante de um cenário em que a linha entre quem cria, publica e monetiza conteúdo digital fica cada vez mais invisível. O evento, que existe desde 2006 para debater a cibercultura e o consumo do jovem na web, mudou o formato há três anos para dar atenção maior a quem cria conteúdo na internet. Neste ano, um dos propósitos dos debates era mostrar a esses produtores que eles também são os empresários responsáveis por trazer audiência aos canais e convertê-la em lucros e contratos com marcas. Uma das palestras que a reportagem assistiu ensinava "como precificar e negociar o trabalho com marcas". Em meio a expressões comuns para quem lida com marketing (algoritmos, "views", engajamento, retenção, CPV etc), uma horda de celulares se levantou para fotografar uma planilha com valores médios cobrados por alguns desses criadores onipresentes nas redes sociais. Um dos exemplos mostra um resultado líquido de quase R$ 17 mil por contrato. "Tem que valorizar sua influência", aconselhou Adrianne Elias, CEO da Co.Criators. Segundo Bia Granja, cofundadora do youPIX, ser criativo não basta, é preciso aprender a ler dados e aprofundar os conhecimentos em negócio. O evento procura evidenciar que, ainda que a internet seja democrática, cresce o número de pessoas que se profissionaliza como criador de conteúdo. Em uma das conferências, representantes do YouTube e do Twitter afirmaram que, para além da concorrência tecnológica entre as plataformas, um dos principais desafios é disputar o tempo dos internautas, que buscam se conectar com pessoas e também com seus interesses. A Globo, por exemplo, em mais uma tentativa de falar com o público que está na web, esteve no youPIX para apresentar seu novo programa "Lazinho com Você", um formato transmídia que estreia em dezembro na TV sob o comando do ator Lázaro Ramos. O jornalista Fábio Takahashi, coordenador do Núcleo de Inteligência da Folha, participou da programação para apresentar como o jornal usa dados para produzir reportagens mais precisas, contar boas histórias e combater notícias falsas. No mesmo palco, adolescentes e pré-adolescentes cheios de desenvoltura ensinaram uma plateia nem tão jovem assim a usar o Musical.ly, o aplicativo de vídeo do momento. Ao fim da palestra, uma frase comum de ser ouvida: "estamos todos velhos".
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Usiminas e ArcelorMittal seguem CSN e elevarão preços de aço novamente
As companhias siderúrgicas Usiminas e ArcelorMittal estão informando distribuidores de aços planos nesta semana sobre um terceiro reajuste nos preços, seguindo anúncio feito na semana passada pela rival CSN, disse nesta terça-feira (17) o presidente da entidade que representa os revendedores. "Usiminas e Arcelor estão subindo mais uma vez os preços, ao redor de 10%", disse o presidente do Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço), Carlos Loureiro. Segundo ele, o novo aumento, o terceiro seguido desde abril, é válido a partir de 1º de junho. Loureiro comentou que com o novo reajuste a diferença de preços do aço entre os mercados interno e externo fica positiva em 5%, o que dificultaria um eventual quarto incremento nos próximos meses. No total, os três reajustes elevarão os preços do aço aos distribuidores em 35%, disse ele. Segundo o presidente do Inda, o cenário favorável para o reajuste ocorre depois que as siderúrgicas conseguiram implementar totalmente os dois aumentos anteriores junto aos distribuidores, que são responsáveis por cerca de 30% do volume de produção das usinas. Além disso, as importações de aço seguem em queda livre, dificultadas por falta de crédito a importadores e baixa demanda interna, o que tem como consequência um encarecimento de despesas relacionadas a frete. "Está praticamente impossível importar", disse Loureiro. De janeiro a abril, as importações de aço plano no Brasil despencaram 76,2% sobre um ano antes, para 151,4 mil toneladas, segundo dados do Inda. A entidade informou mais cedo que as vendas de aços planos por distribuidores em abril caíram 8,4% sobre um ano antes, acumulando queda no primeiro quadrimestre de 11,9%. Loureiro afirmou que o Inda mantém a previsão de que as vendas do setor este ano vão encolher 7%, para 2,946 milhões de toneladas, mas a entidade deverá rever a projeção no próximo mês, passada a posse de Michel Temer como presidente interino. "Agora a perspectiva é um pouco melhor (para a economia). A Dilma não estava conseguindo aprovar nada de positivo com o Congresso do jeito que estava (...) Agora o presidente Temer tem nesta fase de lua de mel boas chances de aprovar medidas necessárias", disse Loureiro. "O pior cenário agora é a Dilma voltar", acrescentou.
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Usiminas e ArcelorMittal seguem CSN e elevarão preços de aço novamenteAs companhias siderúrgicas Usiminas e ArcelorMittal estão informando distribuidores de aços planos nesta semana sobre um terceiro reajuste nos preços, seguindo anúncio feito na semana passada pela rival CSN, disse nesta terça-feira (17) o presidente da entidade que representa os revendedores. "Usiminas e Arcelor estão subindo mais uma vez os preços, ao redor de 10%", disse o presidente do Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço), Carlos Loureiro. Segundo ele, o novo aumento, o terceiro seguido desde abril, é válido a partir de 1º de junho. Loureiro comentou que com o novo reajuste a diferença de preços do aço entre os mercados interno e externo fica positiva em 5%, o que dificultaria um eventual quarto incremento nos próximos meses. No total, os três reajustes elevarão os preços do aço aos distribuidores em 35%, disse ele. Segundo o presidente do Inda, o cenário favorável para o reajuste ocorre depois que as siderúrgicas conseguiram implementar totalmente os dois aumentos anteriores junto aos distribuidores, que são responsáveis por cerca de 30% do volume de produção das usinas. Além disso, as importações de aço seguem em queda livre, dificultadas por falta de crédito a importadores e baixa demanda interna, o que tem como consequência um encarecimento de despesas relacionadas a frete. "Está praticamente impossível importar", disse Loureiro. De janeiro a abril, as importações de aço plano no Brasil despencaram 76,2% sobre um ano antes, para 151,4 mil toneladas, segundo dados do Inda. A entidade informou mais cedo que as vendas de aços planos por distribuidores em abril caíram 8,4% sobre um ano antes, acumulando queda no primeiro quadrimestre de 11,9%. Loureiro afirmou que o Inda mantém a previsão de que as vendas do setor este ano vão encolher 7%, para 2,946 milhões de toneladas, mas a entidade deverá rever a projeção no próximo mês, passada a posse de Michel Temer como presidente interino. "Agora a perspectiva é um pouco melhor (para a economia). A Dilma não estava conseguindo aprovar nada de positivo com o Congresso do jeito que estava (...) Agora o presidente Temer tem nesta fase de lua de mel boas chances de aprovar medidas necessárias", disse Loureiro. "O pior cenário agora é a Dilma voltar", acrescentou.
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Com bares e oficinas, Vila Olímpia é polo de admiradores do motociclismo
NAEIF HADDAD DE SÃO PAULO Em meados do século passado, a região da Vila Olímpia era conhecida pelos modestos curtumes. Hoje eles não mais existem, mas o couro ainda simboliza, de outro modo, o bairro da zona sul de São Paulo. É o couro das jaquetas dos pilotos de Harley-Davidson e dos bancos customizados sobre as duas rodas. Na última década, a Vila Olímpia se tornou um polo de admiradores do motociclismo, com bares temáticos, lojas de motos e peças, oficinas de mecânica e customização. A sãopaulo contou pelo menos 11 estabelecimentos ligados a esse universo no bairro. Prevalece o comércio dedicado a máquinas potentes, como a BMW, mas existem opções mais acessíveis, como a loja de peças Italsuiss, na avenida Santo Amaro. O sucesso do Johnnie Wash, aberto há 13 anos, foi um dos fatores responsáveis por impulsionar a associação do bairro com as motos. Era —e continua sendo— um espaço múltiplo, com bar, sinuca, estúdio de customização, oficina, loja de peças. Foi inaugurado na avenida Cardoso de Melo. Hoje, está na rua Gomes de Carvalho. A casa está vinculada a alguma marca? "Não, sou um polígamo das motos", responde, categórico, Ricardo Medrano, um dos sócios do Johnnie Wash. * ONDE ENCONTRAR AS MOTOS: NACAR CONCEPT Com mais de 30 anos, vende motos novas e usadas. Tem uma barbearia e um bar Av. dos Bandeirantes, 2.053, tel. 3044-6656, nacarconcept.com.br. * BOX 203 É principalmente uma oficina, mas também vende motos R. Alvorada, 203, tel. 3578-5990. * STEEL DREAMS De tudo um pouco: mecânica, customização das motos, venda de peças, capacetes personalizados R. Baluarte, 642, tel. 3045-1355. * BETO MOTOS Oficina especializada em motos BMW R. Professor Vahia de Abreu, 373, tel. 3045-8287. * TWIN BIKES Oficina especializada em Harley e BMW R. Gomes de Carvalho, 106, tel. 2367-6937. * HOT CUSTOM Voltada para customização de Harley-Davidson. Também vende motos R. Gomes de Carvalho, 577, tel. 5092-3685, hotcustom.com.br. * Z Z CYCLE Compra, venda e troca de motos, especialmente as mais potentes. Também faz customização R. Nova Cidade, 349, tel. 3044-5346, facebook.com/zzcycle. * JOHNNIE WASH Além do bar, com um amplo salão, tem serviço de customização de motos, barbearia e loja R. Gomes de Carvalho, 815, tel. 3054-2323, johnniewash.com.br. * ITALSUISS Fundada em 1958, venda peças para moto, em especial modelos Yamaha Av. Santo Amaro, 1.744, tel. 3841-9474, italsuiss.com.br. * EUROBIKE Loja ampla, especializada em motos BMW Av. Hélio Pellegrino, 825, tel. 2313-5000, eurobike.com.br. * SHIBUYA GARAGE Dedicada à customização de motos como Harley-Davidson, Triumph e BMW. No comando, está o designer Teidy Deguchio Av. Brig. Faria Lima, 4.565, tel. 3969- 4657, shibuyagarage.com.br.
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Com bares e oficinas, Vila Olímpia é polo de admiradores do motociclismoNAEIF HADDAD DE SÃO PAULO Em meados do século passado, a região da Vila Olímpia era conhecida pelos modestos curtumes. Hoje eles não mais existem, mas o couro ainda simboliza, de outro modo, o bairro da zona sul de São Paulo. É o couro das jaquetas dos pilotos de Harley-Davidson e dos bancos customizados sobre as duas rodas. Na última década, a Vila Olímpia se tornou um polo de admiradores do motociclismo, com bares temáticos, lojas de motos e peças, oficinas de mecânica e customização. A sãopaulo contou pelo menos 11 estabelecimentos ligados a esse universo no bairro. Prevalece o comércio dedicado a máquinas potentes, como a BMW, mas existem opções mais acessíveis, como a loja de peças Italsuiss, na avenida Santo Amaro. O sucesso do Johnnie Wash, aberto há 13 anos, foi um dos fatores responsáveis por impulsionar a associação do bairro com as motos. Era —e continua sendo— um espaço múltiplo, com bar, sinuca, estúdio de customização, oficina, loja de peças. Foi inaugurado na avenida Cardoso de Melo. Hoje, está na rua Gomes de Carvalho. A casa está vinculada a alguma marca? "Não, sou um polígamo das motos", responde, categórico, Ricardo Medrano, um dos sócios do Johnnie Wash. * ONDE ENCONTRAR AS MOTOS: NACAR CONCEPT Com mais de 30 anos, vende motos novas e usadas. Tem uma barbearia e um bar Av. dos Bandeirantes, 2.053, tel. 3044-6656, nacarconcept.com.br. * BOX 203 É principalmente uma oficina, mas também vende motos R. Alvorada, 203, tel. 3578-5990. * STEEL DREAMS De tudo um pouco: mecânica, customização das motos, venda de peças, capacetes personalizados R. Baluarte, 642, tel. 3045-1355. * BETO MOTOS Oficina especializada em motos BMW R. Professor Vahia de Abreu, 373, tel. 3045-8287. * TWIN BIKES Oficina especializada em Harley e BMW R. Gomes de Carvalho, 106, tel. 2367-6937. * HOT CUSTOM Voltada para customização de Harley-Davidson. Também vende motos R. Gomes de Carvalho, 577, tel. 5092-3685, hotcustom.com.br. * Z Z CYCLE Compra, venda e troca de motos, especialmente as mais potentes. Também faz customização R. Nova Cidade, 349, tel. 3044-5346, facebook.com/zzcycle. * JOHNNIE WASH Além do bar, com um amplo salão, tem serviço de customização de motos, barbearia e loja R. Gomes de Carvalho, 815, tel. 3054-2323, johnniewash.com.br. * ITALSUISS Fundada em 1958, venda peças para moto, em especial modelos Yamaha Av. Santo Amaro, 1.744, tel. 3841-9474, italsuiss.com.br. * EUROBIKE Loja ampla, especializada em motos BMW Av. Hélio Pellegrino, 825, tel. 2313-5000, eurobike.com.br. * SHIBUYA GARAGE Dedicada à customização de motos como Harley-Davidson, Triumph e BMW. No comando, está o designer Teidy Deguchio Av. Brig. Faria Lima, 4.565, tel. 3969- 4657, shibuyagarage.com.br.
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Diz-se muita besteira sobre o boicote a Israel, escreve presidente de federação
É insuportável o besteirol em torno do boicote a Israel. O movimento chamado BDS (Boicotes, Desinvestimento e Sanções) tem uma intenção clara de destruir o Estado judeu, criado legitimamente em 1947 pelas Nações Unidas e que é hoje a única democracia existente no Oriente Médio. O mais incrível é que pessoas supostamente cultas não se preocupem com o mínimo de leitura e estudo para entender o caso. O assunto não tem nada a ver com o governo de Israel ser de esquerda ou de direita, tem a ver com o fato de que para alguns Israel não poderia existir como Estado judeu no Oriente Médio. Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Diz-se muita besteira sobre o boicote a Israel, escreve presidente de federaçãoÉ insuportável o besteirol em torno do boicote a Israel. O movimento chamado BDS (Boicotes, Desinvestimento e Sanções) tem uma intenção clara de destruir o Estado judeu, criado legitimamente em 1947 pelas Nações Unidas e que é hoje a única democracia existente no Oriente Médio. O mais incrível é que pessoas supostamente cultas não se preocupem com o mínimo de leitura e estudo para entender o caso. O assunto não tem nada a ver com o governo de Israel ser de esquerda ou de direita, tem a ver com o fato de que para alguns Israel não poderia existir como Estado judeu no Oriente Médio. Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ex-ministro do Equador é preso sob acusação de receber propina da Odebrecht
A Justiça do Equador determinou neste sábado (22) prisão preventiva de 90 dias para o ex-ministro da Energia Alecksey Mosquera, no âmbito de uma investigação sobre subornos de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) pagos pela empreiteira brasileira a funcionários do governo do Equador. Identificado pela Procuradoria como Alexei M., entre 2007 e 2009, Mosquera foi ministro de Energia no governo do presidente socialista Rafael Correa, que termina sua gestão em 24 de maio, após dez anos no poder. O também detido Marcelo E. cumprirá prisão domiciliar por ter 70 anos de idade. "A juíza dispôs prisão preventiva para Alexei M. e prisão domiciliar para Marcelo E.", indicou o procurador-geral Galo Chiriboga no Twitter, depois da audiência de apresentação de acusações em um tribunal em Quito. A instrução judicial levará 90 dias e, nesse período, ambos terão suas contas bancárias bloqueadas. Os dois são os primeiros detidos no Equador como parte do inquérito para tentar esclarecer o escândalo de corrupção da Odebrecht no país. O jornal estatal "El Telégrafo" informou que Mosquera e Marcelo E. foram acusados de lavagem de dinheiro e que os dois teriam sido capturados na sexta-feira (21). Ainda segundo "El Telégrafo", o procurador Wilson Toainga apresentou provas de depósitos bancários de US$ 924 mil (cerca de R$ 2.9 milhões) para Mosquera, e US$ 80 mil (R$ 252 mil) para Marcelo. Esses valores "lhes teriam sido dados pela Odebrecht para o contrato de construção da hidrelétrica Toachi Pilatón", firmado em 2007. Depois disso, o Estado equatoriano rompeu o acordo e indenizou a empreiteira. A Procuradoria abriu essa investigação após a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro, de que a Odebrecht pagou, entre 2007 e 2016, um total de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) a funcionários equatorianos. A Justiça equatoriana já bloqueou pagamentos de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 126 milhões) à Odebrecht para garantir uma indenização ao Estado, ao mesmo tempo em que proibiu temporariamente que as instituições estatais assinem contratos com a empresa brasileira. O Brasil entregará ao Equador dados sobre os supostos subornos a partir de junho, após o fim do prazo do sigilo judicial com a Odebrecht, de acordo com anúncio do procurador-geral feito no mês passado.
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Ex-ministro do Equador é preso sob acusação de receber propina da OdebrechtA Justiça do Equador determinou neste sábado (22) prisão preventiva de 90 dias para o ex-ministro da Energia Alecksey Mosquera, no âmbito de uma investigação sobre subornos de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) pagos pela empreiteira brasileira a funcionários do governo do Equador. Identificado pela Procuradoria como Alexei M., entre 2007 e 2009, Mosquera foi ministro de Energia no governo do presidente socialista Rafael Correa, que termina sua gestão em 24 de maio, após dez anos no poder. O também detido Marcelo E. cumprirá prisão domiciliar por ter 70 anos de idade. "A juíza dispôs prisão preventiva para Alexei M. e prisão domiciliar para Marcelo E.", indicou o procurador-geral Galo Chiriboga no Twitter, depois da audiência de apresentação de acusações em um tribunal em Quito. A instrução judicial levará 90 dias e, nesse período, ambos terão suas contas bancárias bloqueadas. Os dois são os primeiros detidos no Equador como parte do inquérito para tentar esclarecer o escândalo de corrupção da Odebrecht no país. O jornal estatal "El Telégrafo" informou que Mosquera e Marcelo E. foram acusados de lavagem de dinheiro e que os dois teriam sido capturados na sexta-feira (21). Ainda segundo "El Telégrafo", o procurador Wilson Toainga apresentou provas de depósitos bancários de US$ 924 mil (cerca de R$ 2.9 milhões) para Mosquera, e US$ 80 mil (R$ 252 mil) para Marcelo. Esses valores "lhes teriam sido dados pela Odebrecht para o contrato de construção da hidrelétrica Toachi Pilatón", firmado em 2007. Depois disso, o Estado equatoriano rompeu o acordo e indenizou a empreiteira. A Procuradoria abriu essa investigação após a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro, de que a Odebrecht pagou, entre 2007 e 2016, um total de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) a funcionários equatorianos. A Justiça equatoriana já bloqueou pagamentos de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 126 milhões) à Odebrecht para garantir uma indenização ao Estado, ao mesmo tempo em que proibiu temporariamente que as instituições estatais assinem contratos com a empresa brasileira. O Brasil entregará ao Equador dados sobre os supostos subornos a partir de junho, após o fim do prazo do sigilo judicial com a Odebrecht, de acordo com anúncio do procurador-geral feito no mês passado.
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Palmeira no parque Trianon causa dano a plantas nativas e será removida
Último remanescente de mata atlântica na região central de SP, o parque Trianon, na av. Paulista, tem sofrido perda de plantas nativas por causa de uma palmeira exótica que foi plantada no local há anos e tem ocupado o espaço da vegetação original. Para resolver o problema, a prefeitura e a ONG SOS Mata Atlântica vão fazer o replantio de espécies locais, como o palmito juçara, e a retirada das plantas invasoras. Segundo o secretário do Verde, Gilberto Natalini, as primeiras 100 mudas serão plantadas em 5 de junho. Leia a coluna completa aqui.
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Palmeira no parque Trianon causa dano a plantas nativas e será removidaÚltimo remanescente de mata atlântica na região central de SP, o parque Trianon, na av. Paulista, tem sofrido perda de plantas nativas por causa de uma palmeira exótica que foi plantada no local há anos e tem ocupado o espaço da vegetação original. Para resolver o problema, a prefeitura e a ONG SOS Mata Atlântica vão fazer o replantio de espécies locais, como o palmito juçara, e a retirada das plantas invasoras. Segundo o secretário do Verde, Gilberto Natalini, as primeiras 100 mudas serão plantadas em 5 de junho. Leia a coluna completa aqui.
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PMs deixam posto em protesto de servidores no Rio e são aplaudidos
Um vídeo feito durante protesto de servidores contra o pacote de austeridade do governo, na tarde desta quarta-feira (16), na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), mostra dois policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar deixando a tropa que reprimia os manifestantes. O vídeo foi gravado por Julio Trindade, funcionário do Tribunal de Justiça, que fica em um prédio vizinho à Alerj. A Assembleia começou a debater nesta quarta o pacote apresentado pelo governador Luiz Fernando Pezão para enfrentar a crise no Rio. Segundo Trindade, o Batalhão seguia em direção à Alerj, "reprimindo a população —alguns manifestantes, mas outros esperando atendimento ou retornando de almoço— com bombas e jatos d'água". PMs abandonam cerco no Rio Ainda de acordo com Trindade, quando o Batalhão chegou perto da Assembleia, os dois policiais, que estavam na linha de frente segurando escudos, abandonaram o posto e voltaram no sentido contrário ao do protesto. "Não queremos mais participar disso", disseram, segundo Trindade. Em seguida, foram ovacionados pela população. O vídeo gravado por Trindade mostra apenas o momento em que um dos policiais, já distante do Batalhão, é aplaudido pelas pessoas ao redor. Procurada, a PM disse que vai analisar as imagens para verificar a situação. Entre os manifestantes havia muitos policiais. Em vários momentos, policiais subiram em carros de som para pedir que seus colegas não hostilizassem aqueles que faziam a segurança do prédio.
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PMs deixam posto em protesto de servidores no Rio e são aplaudidosUm vídeo feito durante protesto de servidores contra o pacote de austeridade do governo, na tarde desta quarta-feira (16), na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), mostra dois policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar deixando a tropa que reprimia os manifestantes. O vídeo foi gravado por Julio Trindade, funcionário do Tribunal de Justiça, que fica em um prédio vizinho à Alerj. A Assembleia começou a debater nesta quarta o pacote apresentado pelo governador Luiz Fernando Pezão para enfrentar a crise no Rio. Segundo Trindade, o Batalhão seguia em direção à Alerj, "reprimindo a população —alguns manifestantes, mas outros esperando atendimento ou retornando de almoço— com bombas e jatos d'água". PMs abandonam cerco no Rio Ainda de acordo com Trindade, quando o Batalhão chegou perto da Assembleia, os dois policiais, que estavam na linha de frente segurando escudos, abandonaram o posto e voltaram no sentido contrário ao do protesto. "Não queremos mais participar disso", disseram, segundo Trindade. Em seguida, foram ovacionados pela população. O vídeo gravado por Trindade mostra apenas o momento em que um dos policiais, já distante do Batalhão, é aplaudido pelas pessoas ao redor. Procurada, a PM disse que vai analisar as imagens para verificar a situação. Entre os manifestantes havia muitos policiais. Em vários momentos, policiais subiram em carros de som para pedir que seus colegas não hostilizassem aqueles que faziam a segurança do prédio.
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Ex-diretor da Odebrecht deixa a prisão em Curitiba
O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Salles de Alencar deixou a prisão nesta sexta-feira (16) após uma decisão favorável do STF (Supremo Tribunal Federal). Alencar saiu do Complexo Médico Penal, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba), por volta das 17h. Ele estava num carro e não falou com a imprensa. O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht estava detido desde junho deste ano, acusado de participar de um esquema de corrupção na Petrobras. Uma conversa dele com o ex-presidente Lula foi captada durante as investigações da Operação Lava Jato. Alencar acompanhou o político petista em viagens ao exterior, durante seu mandato, e foi apontado pela PF como responsável por transações internacionais suspeitas. O ministro Teori Zavascki, responsável pela decisão do STF, entendeu que não ficou comprovado que Alexandrino poderia interferir nas investigações, o que justificava a manutenção da prisão preventiva até aqui. Apesar da soltura, Alencar não poderá deixar o país nem manter contato com outros investigados e deverá comparecer mensalmente à Justiça. Outros quatro executivos da Odebrecht –incluindo o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht– continuam detidos preventivamente em Curitiba, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
poder
Ex-diretor da Odebrecht deixa a prisão em CuritibaO ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Salles de Alencar deixou a prisão nesta sexta-feira (16) após uma decisão favorável do STF (Supremo Tribunal Federal). Alencar saiu do Complexo Médico Penal, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba), por volta das 17h. Ele estava num carro e não falou com a imprensa. O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht estava detido desde junho deste ano, acusado de participar de um esquema de corrupção na Petrobras. Uma conversa dele com o ex-presidente Lula foi captada durante as investigações da Operação Lava Jato. Alencar acompanhou o político petista em viagens ao exterior, durante seu mandato, e foi apontado pela PF como responsável por transações internacionais suspeitas. O ministro Teori Zavascki, responsável pela decisão do STF, entendeu que não ficou comprovado que Alexandrino poderia interferir nas investigações, o que justificava a manutenção da prisão preventiva até aqui. Apesar da soltura, Alencar não poderá deixar o país nem manter contato com outros investigados e deverá comparecer mensalmente à Justiça. Outros quatro executivos da Odebrecht –incluindo o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht– continuam detidos preventivamente em Curitiba, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
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FHC minimiza chances de Lula em corrida presidencial de 2018
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou as chances do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais para a presidência. "Primeiro precisamos ver se é isso mesmo. Pesquisa fora de época não é pesquisa, é projeção no vazio", disse, em evento em São Paulo nesta segunda-feira (24). Ele afirma que, se for verdade todas as acusações que estão sendo feitas contra o ex-presidente Lula, seus concorrentes teriam uma forte arma para combatê-lo. "Isso vira uma arma de campanha e afeta também a reputação. Eu ganhei do Lula duas vezes e não acho que ele seja um bicho papão." Questionado se considera que Lula vai murchar nas pesquisas, Fernando Henrique disse que acreditar que os outros é que crescerão. POPULISMO O ex-presidente falou também sobre a ameaça de crescimento do populismo no Brasil após a eleição do americano Donald Trump. Para ele, o populismo americano e o europeu são diferentes do brasileiro. "O nosso sempre foi mais progressista. O de lá é mais fechado. Mas o protecionismo dele, esse é perigoso. É um certo isolacionismo americano." Ele disse acreditar que o Brasil deveria tirar proveito de um eventual encolhimento americano para se expandir na região, procurando o México e países que estavam ligados ao Tratado Transpacífico. REFORMA TRABALHISTA A jornalistas, Fernando Henrique respondeu também sobre o que faria se a reforma trabalhista estivesse em suas mãos. "Se não tiver a flexibilidade, você não pode nem reduzir a jornada de trabalho. Ela é fixa." Na opinião do ex-presidente, o mundo contemporâneo não é mais compatível com esse tipo de regra. "Isso quer dizer que não se deve dar proteção ao trabalhador? Não, tem que dar. Quem está exercendo o poder tem que ter o papel mediador neste processo", diz. Sobre a possibilidade de Temer aprovar a reforma da Previdência, Fernando Henrique Cardoso demonstrou ceticismo. "Nenhum presidente consegue tudo o que deseja. Eu não consegui. Mas a gente consegue alguma coisa."
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FHC minimiza chances de Lula em corrida presidencial de 2018O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou as chances do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais para a presidência. "Primeiro precisamos ver se é isso mesmo. Pesquisa fora de época não é pesquisa, é projeção no vazio", disse, em evento em São Paulo nesta segunda-feira (24). Ele afirma que, se for verdade todas as acusações que estão sendo feitas contra o ex-presidente Lula, seus concorrentes teriam uma forte arma para combatê-lo. "Isso vira uma arma de campanha e afeta também a reputação. Eu ganhei do Lula duas vezes e não acho que ele seja um bicho papão." Questionado se considera que Lula vai murchar nas pesquisas, Fernando Henrique disse que acreditar que os outros é que crescerão. POPULISMO O ex-presidente falou também sobre a ameaça de crescimento do populismo no Brasil após a eleição do americano Donald Trump. Para ele, o populismo americano e o europeu são diferentes do brasileiro. "O nosso sempre foi mais progressista. O de lá é mais fechado. Mas o protecionismo dele, esse é perigoso. É um certo isolacionismo americano." Ele disse acreditar que o Brasil deveria tirar proveito de um eventual encolhimento americano para se expandir na região, procurando o México e países que estavam ligados ao Tratado Transpacífico. REFORMA TRABALHISTA A jornalistas, Fernando Henrique respondeu também sobre o que faria se a reforma trabalhista estivesse em suas mãos. "Se não tiver a flexibilidade, você não pode nem reduzir a jornada de trabalho. Ela é fixa." Na opinião do ex-presidente, o mundo contemporâneo não é mais compatível com esse tipo de regra. "Isso quer dizer que não se deve dar proteção ao trabalhador? Não, tem que dar. Quem está exercendo o poder tem que ter o papel mediador neste processo", diz. Sobre a possibilidade de Temer aprovar a reforma da Previdência, Fernando Henrique Cardoso demonstrou ceticismo. "Nenhum presidente consegue tudo o que deseja. Eu não consegui. Mas a gente consegue alguma coisa."
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Leitores comentam encontro "secreto" entre Janot e Cardozo
Muito intrigante esse encontro entre o ministro Cardozo e o procurador Janot. Se o tema da conversa foi uma suposta ameaça à integridade do procurador-geral da República, por que vem sendo tratado tão sigilosamente? Não seria de interesse dos cidadãos saber da existência dessa ameaça, com total transparência? Qual "órgão de informação" a detectou? Quando? De que forma? De onde parte? A sociedade aguarda respostas ansiosamente. ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador (Belo Horizonte, MG) * O PT passou anos acusando Geraldo Brindeiro de ser o "engavetador-geral da República". Agora este governo tem um procurador-geral para chamar de seu. É vergonhoso que Rodrigo Janot se encontre às escondidas com o ministro da Justiça e com o vice-presidente da República a poucos dias de apresentar a lista de políticos suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato. JÉSSICA MARIANE SOARES DA SILVA (Itapevi, SP) * Tinha razão Joaquim Barbosa quando sugeriu a demissão do ministro da Justiça devido ao seu pronunciamento em favor dos ora processados incursos na Operação Lava Jato. O ministro mais uma vez se vê em palpos de aranha quando estranhamente alega que o procurador-geral da República está em risco. EBER SOARES DE SOUZA (Niterói, RJ) * A nova CPI da Petrobras é uma piada. Grande parte de seus membros, a começar pelo presidente, recebeu doações de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, cujo dinheiro é proveniente de corrupção. Para que toda essa encenação vire um circo, só está faltando convocarem o grande deputado Tiririca para cantar. ANTONIO AUGUSTO DE CASTRO OLIVEIRA (Osasco, SP) * A possível queda do "rating" do Brasil é fruto, entre outras coisas, do "estelionato contábil" oculto sob o nome de "contabilidade criativa", por meio do qual o governo Dilma 1 tentava maquiar os resultados da contabilidade oficial do país. Isso nos trouxe agora a um ajuste duríssimo, em que todos fomos penalizados. Depois houve um estelionato eleitoral, seguido de uma tentativa de esconder o petrolão, e muitas coisas mais. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam encontro "secreto" entre Janot e CardozoMuito intrigante esse encontro entre o ministro Cardozo e o procurador Janot. Se o tema da conversa foi uma suposta ameaça à integridade do procurador-geral da República, por que vem sendo tratado tão sigilosamente? Não seria de interesse dos cidadãos saber da existência dessa ameaça, com total transparência? Qual "órgão de informação" a detectou? Quando? De que forma? De onde parte? A sociedade aguarda respostas ansiosamente. ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador (Belo Horizonte, MG) * O PT passou anos acusando Geraldo Brindeiro de ser o "engavetador-geral da República". Agora este governo tem um procurador-geral para chamar de seu. É vergonhoso que Rodrigo Janot se encontre às escondidas com o ministro da Justiça e com o vice-presidente da República a poucos dias de apresentar a lista de políticos suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato. JÉSSICA MARIANE SOARES DA SILVA (Itapevi, SP) * Tinha razão Joaquim Barbosa quando sugeriu a demissão do ministro da Justiça devido ao seu pronunciamento em favor dos ora processados incursos na Operação Lava Jato. O ministro mais uma vez se vê em palpos de aranha quando estranhamente alega que o procurador-geral da República está em risco. EBER SOARES DE SOUZA (Niterói, RJ) * A nova CPI da Petrobras é uma piada. Grande parte de seus membros, a começar pelo presidente, recebeu doações de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, cujo dinheiro é proveniente de corrupção. Para que toda essa encenação vire um circo, só está faltando convocarem o grande deputado Tiririca para cantar. ANTONIO AUGUSTO DE CASTRO OLIVEIRA (Osasco, SP) * A possível queda do "rating" do Brasil é fruto, entre outras coisas, do "estelionato contábil" oculto sob o nome de "contabilidade criativa", por meio do qual o governo Dilma 1 tentava maquiar os resultados da contabilidade oficial do país. Isso nos trouxe agora a um ajuste duríssimo, em que todos fomos penalizados. Depois houve um estelionato eleitoral, seguido de uma tentativa de esconder o petrolão, e muitas coisas mais. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Secretário de Haddad responde a leitor sobre sacolas plásticas
Com relação à carta do leitor Jatiacy Francisco da Silva, de Guarulhos (Painel do Leitor, 5/4), a Prefeitura de São Paulo esclarece que não determinou a venda das sacolas verdes e cinzas. Na verdade, apenas especificou os modelos que podem ser distribuídos. A decisão sobre cobrar ou não pelas sacolas, como sempre foi, é do varejista. Nunzio Briguglio, secretário municipal de Comunicação de São Paulo (São Paulo, SP) * Santa ignorância essa polêmica com as sacolas plásticas na cidade de São Paulo. De que adianta tirar as sacolas dos mercados se quase todos os produtos que compramos estão em embalagens plásticas? Todos sabemos que os grandes vilões do meio ambiente são as garrafas pet. Então, o que vai mudar se retirarmos as sacolas? Se, de fato, mudar alguma coisa, sou a favor de retirar as sacolas plásticas de circulação, caso contrário a medida não passará de especulação e de alguém querendo levar vantagem, como em tudo neste país. Edson Luiz Nascimento (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Secretário de Haddad responde a leitor sobre sacolas plásticasCom relação à carta do leitor Jatiacy Francisco da Silva, de Guarulhos (Painel do Leitor, 5/4), a Prefeitura de São Paulo esclarece que não determinou a venda das sacolas verdes e cinzas. Na verdade, apenas especificou os modelos que podem ser distribuídos. A decisão sobre cobrar ou não pelas sacolas, como sempre foi, é do varejista. Nunzio Briguglio, secretário municipal de Comunicação de São Paulo (São Paulo, SP) * Santa ignorância essa polêmica com as sacolas plásticas na cidade de São Paulo. De que adianta tirar as sacolas dos mercados se quase todos os produtos que compramos estão em embalagens plásticas? Todos sabemos que os grandes vilões do meio ambiente são as garrafas pet. Então, o que vai mudar se retirarmos as sacolas? Se, de fato, mudar alguma coisa, sou a favor de retirar as sacolas plásticas de circulação, caso contrário a medida não passará de especulação e de alguém querendo levar vantagem, como em tudo neste país. Edson Luiz Nascimento (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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A primeira CatCon de Los Angeles foi muito fofa, porém tensa
Sou uma pessoa que curte mais cachorros, então fiquei meio cínica quando ouvi falar na CatCon. Eu não sabia muito bem o que esperar; além disso, o site do evento não entrava muito em detalhes, prometendo em sua descrição "a maior feira de produtos voltados para gatos, incluindo móveis, arte, brinquedos e roupas... além de discussões com os maiores especialistas em gatos do mundo". Fiquei achando que a convenção seria só mais um mar de produtos de memes de gatos a preços exorbitantes. Assim, fui à CatCon com uma certa cautela e uma resolução de aço de não comprar nada. Dando as boas-vindas na entrada da convenção, estava um quiosque de café da Stumptown que teve uma ideia genial: encher os visitantes já excitados com cafeína logo no começo do dia. Café era o único produto que vi que não era uma compra fofa e completamente desnecessária, pois (para o meu desgosto) eu o queria desesperadamente. O primeiro estande que vi estava vendendo produtos da Pusheen the Cat, o que instantaneamente destruiu meu cinismo e minha resolução de não gastar dinheiro. Se você não conhece a Pusheen, ela é uma gata gordinha de desenho que faz coisas fofas na forma de GIF. A CatCon tinha um estoque enorme de Pusheens de pelúcia de tamanho normal, mas a Pusheen de Grace era do tamanho de uma cama pequena. Era a coisa mais fofa que já vi na vida. Encostei minha cabeça nela e rezei para alguém aparecer, ver quanto eu precisava disso e comprar para mim. Essa Pusheen não tinha uma etiqueta de preço. E, se você precisa perguntar, é porque você não pode pagar. Também tinha muita coisa fofa para quem não curte gatos tanto assim. Passei por um estande vendendo "steamed buns", coelhinhos de pelúcia com cara de bravos enfiados em potinhos de bambu. Por que animais fofinhos bravos são tão fofos? Fiz uma matemática rápida na cabeça para ver se eu podia comprar um desses. Isso podia me motivar a fazer meu trabalho, pensei comigo mesma, aumentando minha moral no escritório (meu apartamento). Felizmente, antes que eu tomasse uma decisão ruim, me distraí com dois caras usando sungas com temática de gato. Eles estavam numa fila enorme para ver o Lil' Bub's Big Show. Lil' Bub, claro, é uma gata celebridade de olhos esbugalhados e língua quase sempre visível. Ela é mais famosa do que qualquer um de nós vai ser na vida. Descobri que o evento dela tinha participação de Jack McBrayer e começava às 16 horas. Eram 14h32 quando passei pelos caras de sunga, e eles me disseram que a fila tinha começado pelo menos uma hora antes. Eu tinha visto muitos produtos e eventos para humanos até aquele momento, mas nada para gatos de verdade. Aí vi um display do Katris, um móvel composto de várias peças que funciona como árvore de gatos, prateleira de livros e mesinha de café numa coisa só. E os móveis para gatos não paravam por aí. Passei pelo estande da CatistrophiCreation, que vendia móveis complicados e caros especialmente para gatos, incluindo uma ponte de corda e uma "árvore tornado". Essas casinhas de gato eram muito mais legais do que qualquer lugar onde já morei. Se seu gato ficasse entediado de todos esses móveis especiais, você podia comprar uma roda de exercícios para gatos no estande seguinte. A One Fast Cat estava vendendo o que era basicamente uma roda de hamster gigante para gatos. A "roda de exercícios" deles custava US$ 249, mais US$ 20 para cada pad de espuma extra que você precisasse. É difícil imaginar ver isso na casa de alguém e não questionar a sanidade da pessoa, mas os gatos nos vídeos da One Fast Cat pareciam estar se divertindo, então quem sou eu para dizer alguma coisa, né? One Fast Cat Nesse ponto, eu já estava lá há uma hora, e comecei a sentir uma certa conquista por não ter comprado nada. O que não foi tarefa fácil. Além de estandes e mais estandes vendendo coisas fofas, vários comerciantes e promotores itinerantes estavam entregando panfletos e cartões de visita. O panfleto mais estranho que recebi era de um vídeo de gato —não um canal do YouTube, só um vídeo. Era a propaganda do clipe "Cool Cat" da Stereolizza, que supostamente seria "O VÍDEO DE GATO MAIS ENGRAÇADO DA HISTÓRIA!!!" (Caps e pontos de exclamação tirados diretamente do panfleto). Assisti o vídeo e, para ser sincera, não é o vídeo de gato mais engraçado da história. Como eu tinha mostrado um autocontrole heroico não comprando nada, senti que merecia um café das várias barraquinhas da Stumptown dentro da convenção, cujo único erro foi não fazer uma faixa escrito "fique gatfeinado!" Isso é Marketing 01, gente. Mas o destino tinha outros planos para mim, então na minha jornada desgraçada até a barraquinha de café, passei pela The Little Friends of Printmaking. Só o nome já me dizia que eu não tinha chance. Apesar das impressões não serem especialmente voltadas para gatos, os pôsteres deles cativaram o público. Todos eram extremamente fofos e inspirados num estilo vintage anos 60. Me descontrolei e acabei comprando o pôster de dois ratinhos comendo um morando. O título era "Amor e Amizade". O que eu podia fazer? Meu ceticismo inicial não teve chance contra a magia da CatCon. Longe de parecer uma armadilha de consumismo, a convenção estava cheia de pequenos empresários brilhando com o entusiasmo dos compradores. Vários donos de negócios me disseram que tinham vendido tudo no primeiro dia. E é difícil se sentir cínico cercado de gente vestindo acessórios de gato da cabeça aos pés. E mais: parte das vendas ia para a FixNation, uma organização sem fins lucrativos que resgata gatos de rua. Então eu era moralmente obrigada a comprar alguma coisa, né? Né, gente??? Siga a Allegra Ringo no Twitter. TRADUZIDO POR MARINA SCHNOOR
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A primeira CatCon de Los Angeles foi muito fofa, porém tensaSou uma pessoa que curte mais cachorros, então fiquei meio cínica quando ouvi falar na CatCon. Eu não sabia muito bem o que esperar; além disso, o site do evento não entrava muito em detalhes, prometendo em sua descrição "a maior feira de produtos voltados para gatos, incluindo móveis, arte, brinquedos e roupas... além de discussões com os maiores especialistas em gatos do mundo". Fiquei achando que a convenção seria só mais um mar de produtos de memes de gatos a preços exorbitantes. Assim, fui à CatCon com uma certa cautela e uma resolução de aço de não comprar nada. Dando as boas-vindas na entrada da convenção, estava um quiosque de café da Stumptown que teve uma ideia genial: encher os visitantes já excitados com cafeína logo no começo do dia. Café era o único produto que vi que não era uma compra fofa e completamente desnecessária, pois (para o meu desgosto) eu o queria desesperadamente. O primeiro estande que vi estava vendendo produtos da Pusheen the Cat, o que instantaneamente destruiu meu cinismo e minha resolução de não gastar dinheiro. Se você não conhece a Pusheen, ela é uma gata gordinha de desenho que faz coisas fofas na forma de GIF. A CatCon tinha um estoque enorme de Pusheens de pelúcia de tamanho normal, mas a Pusheen de Grace era do tamanho de uma cama pequena. Era a coisa mais fofa que já vi na vida. Encostei minha cabeça nela e rezei para alguém aparecer, ver quanto eu precisava disso e comprar para mim. Essa Pusheen não tinha uma etiqueta de preço. E, se você precisa perguntar, é porque você não pode pagar. Também tinha muita coisa fofa para quem não curte gatos tanto assim. Passei por um estande vendendo "steamed buns", coelhinhos de pelúcia com cara de bravos enfiados em potinhos de bambu. Por que animais fofinhos bravos são tão fofos? Fiz uma matemática rápida na cabeça para ver se eu podia comprar um desses. Isso podia me motivar a fazer meu trabalho, pensei comigo mesma, aumentando minha moral no escritório (meu apartamento). Felizmente, antes que eu tomasse uma decisão ruim, me distraí com dois caras usando sungas com temática de gato. Eles estavam numa fila enorme para ver o Lil' Bub's Big Show. Lil' Bub, claro, é uma gata celebridade de olhos esbugalhados e língua quase sempre visível. Ela é mais famosa do que qualquer um de nós vai ser na vida. Descobri que o evento dela tinha participação de Jack McBrayer e começava às 16 horas. Eram 14h32 quando passei pelos caras de sunga, e eles me disseram que a fila tinha começado pelo menos uma hora antes. Eu tinha visto muitos produtos e eventos para humanos até aquele momento, mas nada para gatos de verdade. Aí vi um display do Katris, um móvel composto de várias peças que funciona como árvore de gatos, prateleira de livros e mesinha de café numa coisa só. E os móveis para gatos não paravam por aí. Passei pelo estande da CatistrophiCreation, que vendia móveis complicados e caros especialmente para gatos, incluindo uma ponte de corda e uma "árvore tornado". Essas casinhas de gato eram muito mais legais do que qualquer lugar onde já morei. Se seu gato ficasse entediado de todos esses móveis especiais, você podia comprar uma roda de exercícios para gatos no estande seguinte. A One Fast Cat estava vendendo o que era basicamente uma roda de hamster gigante para gatos. A "roda de exercícios" deles custava US$ 249, mais US$ 20 para cada pad de espuma extra que você precisasse. É difícil imaginar ver isso na casa de alguém e não questionar a sanidade da pessoa, mas os gatos nos vídeos da One Fast Cat pareciam estar se divertindo, então quem sou eu para dizer alguma coisa, né? One Fast Cat Nesse ponto, eu já estava lá há uma hora, e comecei a sentir uma certa conquista por não ter comprado nada. O que não foi tarefa fácil. Além de estandes e mais estandes vendendo coisas fofas, vários comerciantes e promotores itinerantes estavam entregando panfletos e cartões de visita. O panfleto mais estranho que recebi era de um vídeo de gato —não um canal do YouTube, só um vídeo. Era a propaganda do clipe "Cool Cat" da Stereolizza, que supostamente seria "O VÍDEO DE GATO MAIS ENGRAÇADO DA HISTÓRIA!!!" (Caps e pontos de exclamação tirados diretamente do panfleto). Assisti o vídeo e, para ser sincera, não é o vídeo de gato mais engraçado da história. Como eu tinha mostrado um autocontrole heroico não comprando nada, senti que merecia um café das várias barraquinhas da Stumptown dentro da convenção, cujo único erro foi não fazer uma faixa escrito "fique gatfeinado!" Isso é Marketing 01, gente. Mas o destino tinha outros planos para mim, então na minha jornada desgraçada até a barraquinha de café, passei pela The Little Friends of Printmaking. Só o nome já me dizia que eu não tinha chance. Apesar das impressões não serem especialmente voltadas para gatos, os pôsteres deles cativaram o público. Todos eram extremamente fofos e inspirados num estilo vintage anos 60. Me descontrolei e acabei comprando o pôster de dois ratinhos comendo um morando. O título era "Amor e Amizade". O que eu podia fazer? Meu ceticismo inicial não teve chance contra a magia da CatCon. Longe de parecer uma armadilha de consumismo, a convenção estava cheia de pequenos empresários brilhando com o entusiasmo dos compradores. Vários donos de negócios me disseram que tinham vendido tudo no primeiro dia. E é difícil se sentir cínico cercado de gente vestindo acessórios de gato da cabeça aos pés. E mais: parte das vendas ia para a FixNation, uma organização sem fins lucrativos que resgata gatos de rua. Então eu era moralmente obrigada a comprar alguma coisa, né? Né, gente??? Siga a Allegra Ringo no Twitter. TRADUZIDO POR MARINA SCHNOOR
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Ana Paula Padrão faz workshop sobre empoderamento feminino em SP
A Escola de Você, plataforma de cursos on-line e gratuitos que promovem o empoderamento feminino por meio do empreendedorismo, realiza no dia 19 de novembro em São Paulo o workshop "A arte de negociação". Diversas especialistas em empreendedorismo, administração e imagem pessoal vão ensinar técnicas eficazes de negociação para se ter bons resultados na carreira, seja para abrir o próprio negócio ou assumir cargos de liderança, e na vida pessoal. Entre as palestrantes estão as jornalistas e empreendedoras Ana Paula Padrão e Natália Leite, fundadoras da Escola de Você; Camila Farani, que é investidora "anjo" de startups criadas por mulheres e uma das juradas no programa "Shark Tank", da Sony; Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora; Soraia Schutel, doutora em administração e empresária; e Patrícia Tucci, empreendedora e especialista em imagem pessoal. Os ingressos para participar do evento estão à venda na internet e custam de R$ 290 a R$ 385. A arte da negociação – Club Homs - avenida Paulista, 735. Bela Vista - São Paulo. Sábado, 19 de novembro, das 8h às 18h. Ingressos à venda.
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Ana Paula Padrão faz workshop sobre empoderamento feminino em SPA Escola de Você, plataforma de cursos on-line e gratuitos que promovem o empoderamento feminino por meio do empreendedorismo, realiza no dia 19 de novembro em São Paulo o workshop "A arte de negociação". Diversas especialistas em empreendedorismo, administração e imagem pessoal vão ensinar técnicas eficazes de negociação para se ter bons resultados na carreira, seja para abrir o próprio negócio ou assumir cargos de liderança, e na vida pessoal. Entre as palestrantes estão as jornalistas e empreendedoras Ana Paula Padrão e Natália Leite, fundadoras da Escola de Você; Camila Farani, que é investidora "anjo" de startups criadas por mulheres e uma das juradas no programa "Shark Tank", da Sony; Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora; Soraia Schutel, doutora em administração e empresária; e Patrícia Tucci, empreendedora e especialista em imagem pessoal. Os ingressos para participar do evento estão à venda na internet e custam de R$ 290 a R$ 385. A arte da negociação – Club Homs - avenida Paulista, 735. Bela Vista - São Paulo. Sábado, 19 de novembro, das 8h às 18h. Ingressos à venda.
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Veja quatro reestreias no teatro: de comédia a Shakespeare em cordel
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Quatro peças de diferentes estilos acabam de renovar temporada na capital paulista: tem drama, comédia, musical e até Shakespeare em formato de cordel BEATLES NUM CÉU DE DIAMANTES É a sétima temporada do espetáculo, que passeia pela obra dos Beatles com canções como "Yesterday", "Let it Be" e "Strawberry Fields Forever". Conduzida sem diálogos, só com as letras das músicas, a montagem é composta por atores-cantores que interpretam os sucessos em vários ritmos. Informe-se sobre o evento FALE MAIS SOBRE ISSO A atriz e psicóloga Flavia Garrafa interpreta Laura, uma terapeuta que precisa lidar com sua vida enlouquecedora enquanto reflete sobre os problemas de seus quatro pacientes: um cara que acha que é Deus, uma velhinha fofa que só fala palavrão, um homem que usa cronogramas para tudo e uma moça que foi trocada por outra mais jovem. Ao estreitar laços com cada um deles, a protagonista faz com que a comédia ganhe traços comoventes. Informe-se sobre o evento HAMELETE - O CORDEL A peça, que ganhou o prêmio de melhor espetáculo em 2014 no Festival de Teatro Cidade de São Paulo, apresenta uma versão de "Hamlet" em formato de cordel. Na trama escrita por William Skakespeare, contada aqui de forma menos trágica do que a original —mas sem eliminar o caráter reflexivo da obra—, um príncipe quer vingar a morte do pai, assassinado por seu tio. Informe-se sobre o evento A LÍNGUA EM PEDAÇOS O texto é baseado no livro autobiográfico da poetisa e santa espanhola Teresa d'Ávila (1515-1582), "O Livro da Vida", e mostra o embate entre a carmelita e seu inquisidor, que a acusa de subversão e heresia. Informe-se sobre o evento
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Veja quatro reestreias no teatro: de comédia a Shakespeare em cordelFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Quatro peças de diferentes estilos acabam de renovar temporada na capital paulista: tem drama, comédia, musical e até Shakespeare em formato de cordel BEATLES NUM CÉU DE DIAMANTES É a sétima temporada do espetáculo, que passeia pela obra dos Beatles com canções como "Yesterday", "Let it Be" e "Strawberry Fields Forever". Conduzida sem diálogos, só com as letras das músicas, a montagem é composta por atores-cantores que interpretam os sucessos em vários ritmos. Informe-se sobre o evento FALE MAIS SOBRE ISSO A atriz e psicóloga Flavia Garrafa interpreta Laura, uma terapeuta que precisa lidar com sua vida enlouquecedora enquanto reflete sobre os problemas de seus quatro pacientes: um cara que acha que é Deus, uma velhinha fofa que só fala palavrão, um homem que usa cronogramas para tudo e uma moça que foi trocada por outra mais jovem. Ao estreitar laços com cada um deles, a protagonista faz com que a comédia ganhe traços comoventes. Informe-se sobre o evento HAMELETE - O CORDEL A peça, que ganhou o prêmio de melhor espetáculo em 2014 no Festival de Teatro Cidade de São Paulo, apresenta uma versão de "Hamlet" em formato de cordel. Na trama escrita por William Skakespeare, contada aqui de forma menos trágica do que a original —mas sem eliminar o caráter reflexivo da obra—, um príncipe quer vingar a morte do pai, assassinado por seu tio. Informe-se sobre o evento A LÍNGUA EM PEDAÇOS O texto é baseado no livro autobiográfico da poetisa e santa espanhola Teresa d'Ávila (1515-1582), "O Livro da Vida", e mostra o embate entre a carmelita e seu inquisidor, que a acusa de subversão e heresia. Informe-se sobre o evento
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Especialistas sugerem 'tática de guerrilha' para mudar de emprego
Com 11,4 milhões de desempregados disputando vagas no país, o profissional que quiser mudar de emprego deve adotar táticas de guerrilha enquanto ainda estiver no trabalho. A avaliação é de Adilson Parrella, do Caldwell Partners, de recrutamento de executivos, que participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta segunda-feira (11) ao lado de Giancarlo Borba, sócio do setor trabalhista do escritório de advocacia Siqueira Castro. Por tática de guerrilha, entenda-se começar a traçar uma estratégia na condição de empregado. Isso passa por retomar os contatos de colegas da área e também por eventualmente desenhar um plano de ação que possibilite enxergar outros segmentos de atuação, fora do escopo inicial. Um funcionário que tenha passado por outros momentos de crise, por exemplo, é um ativo valioso no mercado atualmente e em vários setores segundo Parrella. No vídeo, Giancarlo Borba mostra a diferença de rescisão que a empresa pode pagar em caso de demissão sem justa causa, com justa causa, e se o empregador pedir demissão. Borba exemplifica também os principais erros que os empregados cometem ao entrar com uma ação trabalhista contra o empregador, como relatar práticas que não condizem com a realidade ---acusar a companhia de uma violação sem comprovação, por exemplo.
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Especialistas sugerem 'tática de guerrilha' para mudar de empregoCom 11,4 milhões de desempregados disputando vagas no país, o profissional que quiser mudar de emprego deve adotar táticas de guerrilha enquanto ainda estiver no trabalho. A avaliação é de Adilson Parrella, do Caldwell Partners, de recrutamento de executivos, que participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta segunda-feira (11) ao lado de Giancarlo Borba, sócio do setor trabalhista do escritório de advocacia Siqueira Castro. Por tática de guerrilha, entenda-se começar a traçar uma estratégia na condição de empregado. Isso passa por retomar os contatos de colegas da área e também por eventualmente desenhar um plano de ação que possibilite enxergar outros segmentos de atuação, fora do escopo inicial. Um funcionário que tenha passado por outros momentos de crise, por exemplo, é um ativo valioso no mercado atualmente e em vários setores segundo Parrella. No vídeo, Giancarlo Borba mostra a diferença de rescisão que a empresa pode pagar em caso de demissão sem justa causa, com justa causa, e se o empregador pedir demissão. Borba exemplifica também os principais erros que os empregados cometem ao entrar com uma ação trabalhista contra o empregador, como relatar práticas que não condizem com a realidade ---acusar a companhia de uma violação sem comprovação, por exemplo.
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Apoio ao impeachment de Collor após pedido ser aceito era de 75%
Em 6 de setembro de 1992, dias após o pedido de impeachment contra Fernando Collor ter sido aceito pelo presidente da Câmara, 75% da população defendia o afastamento do presidente, segundo pesquisa Datafolha. A pesquisa mais recente sobre a presidente Dilma Rousseff, realizada em 25 e 26 de novembro, antes, portanto, do pedido de afastamento ser acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostra 65% de apoio ao afastamento. Segundo a pesquisa Datafolha, 30% afirmam que o Congresso não deveria abrir um processo para afastar Dilma e 5% estão indecisos. A mesma pesquisa revela que 56% não acreditam que ela será afastada, enquanto 36% acham que Dilma perderá seu cargo. Em 1992, 18% eram contra o afastamento de Collor e 7% não sabiam. Na época, o governo Collor tinha desaprovação de 68%. Apenas 10% julgavam sua gestão ótima ou boa. A última pesquisa Datafolha aponta desaprovação de 67% para Dilma. O índice só não é pior do que os 71% atingidos em pesquisa de agosto deste ano. Atualmente, 10% consideram o governo da petista ótimo ou bom. Avaliação do governo Dilma Opinião sobre o impeachment Chance de afastamento OUTRAS PESQUISAS Antes do impeachment de Collor ser deflagrado, em 16 de setembro, 70% defendiam seu afastamento e 21% eram contra. Nessa data, 55% acreditavam que o Congresso não aprovaria o impeachment. Em 29 de setembro, dia da votação do impeachment pelos deputados, a porcentagem havia crescido para 80%. Indecisos somavam 7% e os que defendiam a permanência de Collor eram 13%. A Câmara acolheu o impeachment de Collor por 441 votos a favor e 38 contra. Ele foi afastado do cargo três dias depois, em 2 de outubro.
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Apoio ao impeachment de Collor após pedido ser aceito era de 75%Em 6 de setembro de 1992, dias após o pedido de impeachment contra Fernando Collor ter sido aceito pelo presidente da Câmara, 75% da população defendia o afastamento do presidente, segundo pesquisa Datafolha. A pesquisa mais recente sobre a presidente Dilma Rousseff, realizada em 25 e 26 de novembro, antes, portanto, do pedido de afastamento ser acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostra 65% de apoio ao afastamento. Segundo a pesquisa Datafolha, 30% afirmam que o Congresso não deveria abrir um processo para afastar Dilma e 5% estão indecisos. A mesma pesquisa revela que 56% não acreditam que ela será afastada, enquanto 36% acham que Dilma perderá seu cargo. Em 1992, 18% eram contra o afastamento de Collor e 7% não sabiam. Na época, o governo Collor tinha desaprovação de 68%. Apenas 10% julgavam sua gestão ótima ou boa. A última pesquisa Datafolha aponta desaprovação de 67% para Dilma. O índice só não é pior do que os 71% atingidos em pesquisa de agosto deste ano. Atualmente, 10% consideram o governo da petista ótimo ou bom. Avaliação do governo Dilma Opinião sobre o impeachment Chance de afastamento OUTRAS PESQUISAS Antes do impeachment de Collor ser deflagrado, em 16 de setembro, 70% defendiam seu afastamento e 21% eram contra. Nessa data, 55% acreditavam que o Congresso não aprovaria o impeachment. Em 29 de setembro, dia da votação do impeachment pelos deputados, a porcentagem havia crescido para 80%. Indecisos somavam 7% e os que defendiam a permanência de Collor eram 13%. A Câmara acolheu o impeachment de Collor por 441 votos a favor e 38 contra. Ele foi afastado do cargo três dias depois, em 2 de outubro.
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Queridinho de Jay-Z, rapper Talib Kweli toca em evento hip hop de SP
Às 23h55 de sexta (7) começa em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) a quinta edição do Jambox Music Experience, evento de cultura hip-hop que traz o rapper nova-iorquino Talib Kweli como destaque. O Jambox é um minifestival com cara de balada. Organizado por Luisa Viscardi, 26, e Rizza Bomfim, 30, o show foca no "turntablism" —pilar do hip-hop, consiste em manipular sons no toca-discos para criar música, em vez de simplesmente reproduzi-la, como um DJ "normal" o faria. Nesta edição, o "turntablism" será representado pelos brasileiros DJ Sleep (do Haikaiss), Nedu Lopes, DJ residente do evento, e EB. Mas a atração principal será Talib, que se apresenta junto com o rapper carioca radicado na Flórida Niko Is. "A gente está crescendo para trazer shows que englobem a cultura hip-hop", afirma a fotógrafa Rizza Bomfim. Nenhum até agora, porém, do calibre de Talib, 39, o nova-iorquino do Brooklyn que já fez parceria com Kanye West, teve com Mos Def um grupo nos 1990, o Black Star, e foi homenageado por Jay-Z em "Moment of Clarity". "If skills sold, truth be told, I'd probably be lyrically Talib Kweli", canta Jay-Z. Em português: "Se habilidades vendessem fossem vendida, verdade seja dita, eu provavelmente seria liricamente Talib Kweli". "A gente tem recebido uma série de mensagens, pessoas vindo de outros Estados para vê-lo", diz Rizzo. A última passagem de Talib pela cidade foi em 2008, no Indie Hip Hop. De acordo com ela, o rapper tem "uma conexão muito grande com o Brasil". Talvez seja por isso, aliás, que Talib Kweli esteja dando trabalho para as organizadoras. Sua chegada a São Paulo estava agendada para sábado (1º), mas ele decidiu fazer uma parada no Rio. Para curtir a "vida louca" carioca, segundo um assessor, acabou dando bolo numa série de compromissos na capital paulista, como a gravação de uma parceria com o Haikaiss, no domingo —o encontro só rolou nesta quinta (6). JAMBOX MUSIC EXPERIENCE QUANDO: SEX. (7), ÀS 23H55 ONDE: SUPERLOFT, R. CARDEAL ARCOVERDE, 2926 QUANTO: R$ 50 CLASSIFICAÇÃO: 18 ANOS
ilustrada
Queridinho de Jay-Z, rapper Talib Kweli toca em evento hip hop de SPÀs 23h55 de sexta (7) começa em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) a quinta edição do Jambox Music Experience, evento de cultura hip-hop que traz o rapper nova-iorquino Talib Kweli como destaque. O Jambox é um minifestival com cara de balada. Organizado por Luisa Viscardi, 26, e Rizza Bomfim, 30, o show foca no "turntablism" —pilar do hip-hop, consiste em manipular sons no toca-discos para criar música, em vez de simplesmente reproduzi-la, como um DJ "normal" o faria. Nesta edição, o "turntablism" será representado pelos brasileiros DJ Sleep (do Haikaiss), Nedu Lopes, DJ residente do evento, e EB. Mas a atração principal será Talib, que se apresenta junto com o rapper carioca radicado na Flórida Niko Is. "A gente está crescendo para trazer shows que englobem a cultura hip-hop", afirma a fotógrafa Rizza Bomfim. Nenhum até agora, porém, do calibre de Talib, 39, o nova-iorquino do Brooklyn que já fez parceria com Kanye West, teve com Mos Def um grupo nos 1990, o Black Star, e foi homenageado por Jay-Z em "Moment of Clarity". "If skills sold, truth be told, I'd probably be lyrically Talib Kweli", canta Jay-Z. Em português: "Se habilidades vendessem fossem vendida, verdade seja dita, eu provavelmente seria liricamente Talib Kweli". "A gente tem recebido uma série de mensagens, pessoas vindo de outros Estados para vê-lo", diz Rizzo. A última passagem de Talib pela cidade foi em 2008, no Indie Hip Hop. De acordo com ela, o rapper tem "uma conexão muito grande com o Brasil". Talvez seja por isso, aliás, que Talib Kweli esteja dando trabalho para as organizadoras. Sua chegada a São Paulo estava agendada para sábado (1º), mas ele decidiu fazer uma parada no Rio. Para curtir a "vida louca" carioca, segundo um assessor, acabou dando bolo numa série de compromissos na capital paulista, como a gravação de uma parceria com o Haikaiss, no domingo —o encontro só rolou nesta quinta (6). JAMBOX MUSIC EXPERIENCE QUANDO: SEX. (7), ÀS 23H55 ONDE: SUPERLOFT, R. CARDEAL ARCOVERDE, 2926 QUANTO: R$ 50 CLASSIFICAÇÃO: 18 ANOS
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Técnico mais longevo da Série A, Zé Ricardo deixa o comando do Flamengo
Zé Ricardo não é mais o treinador do Flamengo. A decisão foi tomada na noite deste domingo após reunião entre o técnico e a diretoria do clube, realizada na casa do presidente Eduardo Bandeira de Mello. No encontro, a cúpula rubro-negra decidiu demitir Zé Ricardo, que estava no cargo desde maio de 2016 e era o treinador mais longevo da Série A do Brasileiro. Além dele, o auxiliar Cléber dos Santos também deixa o clube. tweet A saída do treinador vem após uma sequência negativa, com uma vitória em oito jogos. Neste período, foram ainda três empates e quatro derrotas –a última delas, neste domingo, um 2 a 0 diante do Vitória na Ilha do Urubu. A tendência é que Jayme de Almeida assuma interinamente o comando da equipe. O Flamengo volta a entrar em campo na quarta-feira (9), quando recebe o Palestino (Chile) pela Copa Sul-Americana.
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Técnico mais longevo da Série A, Zé Ricardo deixa o comando do FlamengoZé Ricardo não é mais o treinador do Flamengo. A decisão foi tomada na noite deste domingo após reunião entre o técnico e a diretoria do clube, realizada na casa do presidente Eduardo Bandeira de Mello. No encontro, a cúpula rubro-negra decidiu demitir Zé Ricardo, que estava no cargo desde maio de 2016 e era o treinador mais longevo da Série A do Brasileiro. Além dele, o auxiliar Cléber dos Santos também deixa o clube. tweet A saída do treinador vem após uma sequência negativa, com uma vitória em oito jogos. Neste período, foram ainda três empates e quatro derrotas –a última delas, neste domingo, um 2 a 0 diante do Vitória na Ilha do Urubu. A tendência é que Jayme de Almeida assuma interinamente o comando da equipe. O Flamengo volta a entrar em campo na quarta-feira (9), quando recebe o Palestino (Chile) pela Copa Sul-Americana.
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Netflix faz testes e adapta algoritmo para fisgar espectador por mais tempo
É quinta-feira à noite na sede do Netflix em Los Gatos, na Califórnia (EUA). Poucos minutos antes do lançamento da segunda temporada da série "Demolidor", engenheiros e gerentes de produto analisam gráficos com dados de um teste: exibir uma contagem regressiva antes da estreia do programa faz com que os usuários o vejam mais? Alguns dos 75 milhões de usuários do serviço estão vendo o relógio, outros, não. O grupo que clicar mais para ver as aventuras do super-herói cego pode definir como o site de vídeos por streaming fará seus próximos lançamentos. Essa é apenas uma das maneiras como a empresa avalia a audiência para "prendê-la" ante a tela. A análise de dados não influencia apenas a distribuição do conteúdo. A decisão sobre o que produzir também passa por ela (foram mais de 600 horas de programas em 2015). Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo origina, conta que a companhia percebeu que pessoas nascidas por volta dos anos 1980 estavam assistindo a muitos programas da década -o que foi interpretado como uma busca por atrações que esses espectadores, hoje pais, lembravam como bons para ver com a família. Esse foi um dos motivos para a rede ter decidido fazer uma nova temporada de "Fuller House" ("Três É Demais"), comédia familiar que foi sucesso até os anos 1990. Tudo pode ser registrado - se as pessoas assistiram a um filme por apenas dois minutos, se viram sete episódios em sequência e depois, exaustos, caíram no sono. Mas só 1% de todas as informações é "ouro" e acaba definindo o que vai ser sugerido que você assista, conta Todd Yellin, vice-presidente por trás do desenvolvimento dos algoritmos que definem o que estará em sua página inicial. Os outros 99% são "lixo", diz ele, que aceita revelar só o que não importa para essa conta: gênero, idade e localização, por representarem apenas estereótipos. "Eu adoro a animação 'World of Tomorrow', que é sombria. O que isso diz sobre o meu vizinho? Nada." Uma das táticas do Netflix é analisar os dados dos espectadores e, com base no que eles parecem gostar de ver, incluí-los em grupos de interesses. Há mais de 2.000, e cada pessoa tipicamente se enquadra em cinco deles (na imagem acima, veja o exemplo de um desses grupos e, destacados, usuários com gostos tão parecidos que parecem ser a mesma pessoa). Yellin afirma que a companhia está tentando ser mais sutil. "Nós costumávamos ser mais ingênuos e superexplorar os sinais. Então se você assistisse a comédias românticas, nós recomendávamos comédias românticas demais. Agora nós tentamos captar outras informações", afirma. Devavrat Shah, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), diz que um dos desafios é tornar esses sistemas mais personalizáveis, sem categorizar tanto os usuários -se eles forem colocados em caixas rotuladas, fica mais difícil entender a necessidade de cada um. "De manhã você pode querer ver notícias e, à noite, novelas. A máquina precisa reconhecer aquele momento específico e responder em alguns milissegundos." Outro desafio, diz ele, é fazer com que o algoritmo ainda permita que as pessoas possam descobrir coisas novas: um ponto polêmico da recomendação de conteúdo, presente em sites populares desde a loja virtual Amazon até o Facebook, passando pelo musical Spotify, é o risco de esses sistemas colocarem seus usuários em uma "bolha" de seus próprios gostos, em meio a opções infinitas. "Nós cavamos de forma muito profunda, mas muito estreita", diz o crítico de música Ben Ratliff no novo livro "Every Song Ever", em que tenta guiar o leitor para além das máquinas. "Algoritmos estão nos ouvindo. Nós deveríamos ao menos tentar ouvir melhor do que estamos sendo escutados." Para Roberto Hirata Jr., professor do IME-USP, entretanto, os próprios usuários devem estar atentos a isso. "É como quando vamos a uma loja e encontramos um ótimo vendedor. Depende de nós estabelecer um limite, não do vendedor", diz ele. * CERTIFICAÇÃO O Netflix começou a certificar smart TVs (levando em conta fatores como o tempo de acionamento). Os modelos UH6300, UH6500, UH7500, UH8500, UH 9500, e G6, da LG, e X85D, X93D e X94D, da Sony, têm o selo. O jornalista viajou a convite do Netflix
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Netflix faz testes e adapta algoritmo para fisgar espectador por mais tempoÉ quinta-feira à noite na sede do Netflix em Los Gatos, na Califórnia (EUA). Poucos minutos antes do lançamento da segunda temporada da série "Demolidor", engenheiros e gerentes de produto analisam gráficos com dados de um teste: exibir uma contagem regressiva antes da estreia do programa faz com que os usuários o vejam mais? Alguns dos 75 milhões de usuários do serviço estão vendo o relógio, outros, não. O grupo que clicar mais para ver as aventuras do super-herói cego pode definir como o site de vídeos por streaming fará seus próximos lançamentos. Essa é apenas uma das maneiras como a empresa avalia a audiência para "prendê-la" ante a tela. A análise de dados não influencia apenas a distribuição do conteúdo. A decisão sobre o que produzir também passa por ela (foram mais de 600 horas de programas em 2015). Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo origina, conta que a companhia percebeu que pessoas nascidas por volta dos anos 1980 estavam assistindo a muitos programas da década -o que foi interpretado como uma busca por atrações que esses espectadores, hoje pais, lembravam como bons para ver com a família. Esse foi um dos motivos para a rede ter decidido fazer uma nova temporada de "Fuller House" ("Três É Demais"), comédia familiar que foi sucesso até os anos 1990. Tudo pode ser registrado - se as pessoas assistiram a um filme por apenas dois minutos, se viram sete episódios em sequência e depois, exaustos, caíram no sono. Mas só 1% de todas as informações é "ouro" e acaba definindo o que vai ser sugerido que você assista, conta Todd Yellin, vice-presidente por trás do desenvolvimento dos algoritmos que definem o que estará em sua página inicial. Os outros 99% são "lixo", diz ele, que aceita revelar só o que não importa para essa conta: gênero, idade e localização, por representarem apenas estereótipos. "Eu adoro a animação 'World of Tomorrow', que é sombria. O que isso diz sobre o meu vizinho? Nada." Uma das táticas do Netflix é analisar os dados dos espectadores e, com base no que eles parecem gostar de ver, incluí-los em grupos de interesses. Há mais de 2.000, e cada pessoa tipicamente se enquadra em cinco deles (na imagem acima, veja o exemplo de um desses grupos e, destacados, usuários com gostos tão parecidos que parecem ser a mesma pessoa). Yellin afirma que a companhia está tentando ser mais sutil. "Nós costumávamos ser mais ingênuos e superexplorar os sinais. Então se você assistisse a comédias românticas, nós recomendávamos comédias românticas demais. Agora nós tentamos captar outras informações", afirma. Devavrat Shah, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), diz que um dos desafios é tornar esses sistemas mais personalizáveis, sem categorizar tanto os usuários -se eles forem colocados em caixas rotuladas, fica mais difícil entender a necessidade de cada um. "De manhã você pode querer ver notícias e, à noite, novelas. A máquina precisa reconhecer aquele momento específico e responder em alguns milissegundos." Outro desafio, diz ele, é fazer com que o algoritmo ainda permita que as pessoas possam descobrir coisas novas: um ponto polêmico da recomendação de conteúdo, presente em sites populares desde a loja virtual Amazon até o Facebook, passando pelo musical Spotify, é o risco de esses sistemas colocarem seus usuários em uma "bolha" de seus próprios gostos, em meio a opções infinitas. "Nós cavamos de forma muito profunda, mas muito estreita", diz o crítico de música Ben Ratliff no novo livro "Every Song Ever", em que tenta guiar o leitor para além das máquinas. "Algoritmos estão nos ouvindo. Nós deveríamos ao menos tentar ouvir melhor do que estamos sendo escutados." Para Roberto Hirata Jr., professor do IME-USP, entretanto, os próprios usuários devem estar atentos a isso. "É como quando vamos a uma loja e encontramos um ótimo vendedor. Depende de nós estabelecer um limite, não do vendedor", diz ele. * CERTIFICAÇÃO O Netflix começou a certificar smart TVs (levando em conta fatores como o tempo de acionamento). Os modelos UH6300, UH6500, UH7500, UH8500, UH 9500, e G6, da LG, e X85D, X93D e X94D, da Sony, têm o selo. O jornalista viajou a convite do Netflix
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Vírus são mais perigosos de manhã do que à noite, diz estudo
Vírus são mais perigosos quando infectam suas vítimas pela manhã, de acordo com um estudo recente feito pela Universidade de Cambridge. A pesquisa, publicada pela revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostrou que os vírus têm dez vezes mais sucesso em adoecer a sua "vítima" se a infecção tiver início pela manhã, aparentemente porque nosso relógio biológico está mais suscetível. E a mesma pesquisa percebeu, em seus estudos com animais, que um relógio biológico desajustado –algo provocado por jornadas de trabalho em turnos diferentes ou jet lag– sempre está mais vulnerável a infecções. Para os pesquisadores, as descobertas podem ajudar a reforçar o combate a pandemias. Vírus –ao contrário de bactérias e parasitas– são completamente dependentes de sua capacidade de "sequestrar" o maquinário dentro das células para se replicar. Mas essas células mudam muito como parte desse padrão de 24 horas conhecido como relógio biológico, que influencia, por exemplo, o funcionamento do nosso sistema imunológico e a liberação de hormônios. No estudo, camundongos foram infectados com o influenza, que causa a gripe, ou com o vírus da herpes. E os animais infectados durante a manhã apresentaram níveis virais dez vezes maior do que aqueles infectados durante a noite. Os vírus que chegavam mais tarde falharam em um processo que, metaforicamente, pode ser explicado como se eles estivessem tentando fazer operários reféns dentro de uma fábrica, mas depois que o turno dos operários tivesse terminado. "Há uma grande diferença", disse o professor Akhilesh Reddy, um dos pesquisadores, à BBC. "O vírus precisa de todo o aparato disponível na hora certa (para ser eficaz), mas uma pequena infecção pela manhã pode se desenvolver mais rapidamente e se espalhar pelo corpo." Reddy acredita que as descobertas podem ajudar a controlar surtos de doenças. "Em uma pandemia, ficar em casa durante o dia pode ser importante (para) salvar vidas. Se os testes comprovarem a hipótese, isso pode ter um grande impacto." RELÓGIO BIOLÓGICO Outros testes mostraram que alterar o relógio biológico de um animal os deixa "presos" em um estado que facilita o sucesso de vírus. "Isso sugere que quem trabalha em turnos diferentes –quem trabalha às vezes de madrugada e às vezes durante o dia e, por isso, tem um relógio biológico desajustado– está mais sujeito a doenças virais", explica Rachel Edgar, autora principal do estudo. "Se isso for confirmado, esses trabalhadores podem se tornar candidatos a receber a vacina anual da gripe", completa. Os pesquisadores usaram apenas dois tipos de vírus no estudo. Mas os dois eram muito diferentes (um era vírus de DNA e o outro de RNA), o que leva os pesquisadores a acreditar que o princípio se aplica a um grande número de vírus. Cerca de 10% dos genes - as instruções para gerenciar o corpo humano –mudam durante o dia, e isso é controlado pelo relógio biológico interno. A pesquisa focou em um gene chamado Bmal1, que tem o pico de atividade durante a tarde tanto em camundongos quanto em pessoas. "É a ligação com o Bmal1 que é importante, já que quando seu nível está baixo (durante a manhã) você fica muito sujeito a infecções", diz Reddy. Curiosamente, o Bmal1 fica menos ativo em pessoas durante os meses de inverno –sugerindo que ele pode ter um papel no fato de as pessoas estarem mais sujeitas a infecções nessa época do ano. Já há outras evidências da ligação entre o relógio biológico e infecções: vacinas contra gripe são mais eficientes se tomadas pela manhã, e o jet lag afeta o desempenho do parasita da malária.
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Vírus são mais perigosos de manhã do que à noite, diz estudoVírus são mais perigosos quando infectam suas vítimas pela manhã, de acordo com um estudo recente feito pela Universidade de Cambridge. A pesquisa, publicada pela revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostrou que os vírus têm dez vezes mais sucesso em adoecer a sua "vítima" se a infecção tiver início pela manhã, aparentemente porque nosso relógio biológico está mais suscetível. E a mesma pesquisa percebeu, em seus estudos com animais, que um relógio biológico desajustado –algo provocado por jornadas de trabalho em turnos diferentes ou jet lag– sempre está mais vulnerável a infecções. Para os pesquisadores, as descobertas podem ajudar a reforçar o combate a pandemias. Vírus –ao contrário de bactérias e parasitas– são completamente dependentes de sua capacidade de "sequestrar" o maquinário dentro das células para se replicar. Mas essas células mudam muito como parte desse padrão de 24 horas conhecido como relógio biológico, que influencia, por exemplo, o funcionamento do nosso sistema imunológico e a liberação de hormônios. No estudo, camundongos foram infectados com o influenza, que causa a gripe, ou com o vírus da herpes. E os animais infectados durante a manhã apresentaram níveis virais dez vezes maior do que aqueles infectados durante a noite. Os vírus que chegavam mais tarde falharam em um processo que, metaforicamente, pode ser explicado como se eles estivessem tentando fazer operários reféns dentro de uma fábrica, mas depois que o turno dos operários tivesse terminado. "Há uma grande diferença", disse o professor Akhilesh Reddy, um dos pesquisadores, à BBC. "O vírus precisa de todo o aparato disponível na hora certa (para ser eficaz), mas uma pequena infecção pela manhã pode se desenvolver mais rapidamente e se espalhar pelo corpo." Reddy acredita que as descobertas podem ajudar a controlar surtos de doenças. "Em uma pandemia, ficar em casa durante o dia pode ser importante (para) salvar vidas. Se os testes comprovarem a hipótese, isso pode ter um grande impacto." RELÓGIO BIOLÓGICO Outros testes mostraram que alterar o relógio biológico de um animal os deixa "presos" em um estado que facilita o sucesso de vírus. "Isso sugere que quem trabalha em turnos diferentes –quem trabalha às vezes de madrugada e às vezes durante o dia e, por isso, tem um relógio biológico desajustado– está mais sujeito a doenças virais", explica Rachel Edgar, autora principal do estudo. "Se isso for confirmado, esses trabalhadores podem se tornar candidatos a receber a vacina anual da gripe", completa. Os pesquisadores usaram apenas dois tipos de vírus no estudo. Mas os dois eram muito diferentes (um era vírus de DNA e o outro de RNA), o que leva os pesquisadores a acreditar que o princípio se aplica a um grande número de vírus. Cerca de 10% dos genes - as instruções para gerenciar o corpo humano –mudam durante o dia, e isso é controlado pelo relógio biológico interno. A pesquisa focou em um gene chamado Bmal1, que tem o pico de atividade durante a tarde tanto em camundongos quanto em pessoas. "É a ligação com o Bmal1 que é importante, já que quando seu nível está baixo (durante a manhã) você fica muito sujeito a infecções", diz Reddy. Curiosamente, o Bmal1 fica menos ativo em pessoas durante os meses de inverno –sugerindo que ele pode ter um papel no fato de as pessoas estarem mais sujeitas a infecções nessa época do ano. Já há outras evidências da ligação entre o relógio biológico e infecções: vacinas contra gripe são mais eficientes se tomadas pela manhã, e o jet lag afeta o desempenho do parasita da malária.
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Uma luz para Barcelona
Durante meu mandato como relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, tive a oportunidade de visitar a Espanha e pude conhecer de perto a Plataforma de los Afectados por la Hipoteca (PAH), movimento social surgido em 2009, em meio à crise imobiliária-financeira que levou milhares de pessoas a perderem suas casas naquele país. A crise habitacional vivida na Espanha não foi isolada: outros países, como Estados Unidos e Irlanda, também viram explodir as execuções hipotecárias. Em outros contextos, como no México e na China, a bolha imobiliária deixou milhares de apartamentos vazios, além de uma escalada internacional sem precedentes nos valores de aluguéis e imóveis. No caso da Espanha, as pessoas perderam suas casas para os bancos e, ainda por cima, ficaram endividadas. Isso porque com a crise, como os preços dos imóveis des- pencaram, o valor dos apartamentos que foram entregues aos bancos não cobria o valor total da dívida contraída. Além disso, a crise também aumentou de forma vertiginosa os despejos pelo não pagamento de aluguéis. Foi nesse contexto que, a partir da iniciativa de uma organização de direitos humanos –o Observatori Desc– se organizou a PAH, que vem mobilizando a população em defesa do direito à moradia, contra os despejos. Uma das integrantes da organização e liderança da PAH foi Ada Calou, que acaba de se eleger prefeita de Barcelona. A imprensa tem destacado o abalo que essas eleições causaram na tradicional divisão entre o Partido Popular (PP) e o Partido Socialista Obrero Español (PSOE), que dominam a política espanhola desde o fim da ditadura franquista. Não apenas em Barcelona, mas também em Madri, esses partidos agora perdem espaço institucional para novas agremiações e coalizões que emergiram de movimentos sociais que tomaram as ruas nos últimos anos. No entanto, a vitória de Ada Colau chama a atenção não apenas por esta razão, mas pelo conteúdo de sua plataforma. Na área social, a chapa vitoriosa apresenta medidas emergenciais relacionadas à segurança alimentar, à saúde, à habitação, aos serviços básicos (água, luz, gás) e à mobilidade urbana. Desprivatizar o serviço de água e rever tarifas, taxar companhias elétricas pelo uso do espaço público e ampliar a gratuidade no transporte público são algumas das propostas. Ainda, propõe paralisar grandes projetos urbanísticos contrários ao bem comum que, desde os anos 1990, estão sendo implementados na cidade através de PPPs, com forte aporte de recursos públicos. Com relação às políticas habitacionais, a proposta é ampliar a oferta de moradia social e oferecer alternativas aos despejos. Neste sentido, as medidas apresentadas envolvem desde a mobilização de imóveis vazios em poder dos bancos à declaração de toda a cidade como zona de preempção, a fim de que a prefeitura tenha prioridade na compra e venda de imóveis e possa obtê-los a preços abaixo dos de mercado. Para os que lutam pelo direito à cidade e à moradia, se tiver sucesso na implementação de suas propostas, Ada Colau mostrará que é possível enfrentar o modelo hegemônico da financeirização da habitação e da cidade. Por isso, Barcelona é uma luz no fim do túnel, não apenas para a Espanha, mas para as cidades do mundo.
colunas
Uma luz para BarcelonaDurante meu mandato como relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, tive a oportunidade de visitar a Espanha e pude conhecer de perto a Plataforma de los Afectados por la Hipoteca (PAH), movimento social surgido em 2009, em meio à crise imobiliária-financeira que levou milhares de pessoas a perderem suas casas naquele país. A crise habitacional vivida na Espanha não foi isolada: outros países, como Estados Unidos e Irlanda, também viram explodir as execuções hipotecárias. Em outros contextos, como no México e na China, a bolha imobiliária deixou milhares de apartamentos vazios, além de uma escalada internacional sem precedentes nos valores de aluguéis e imóveis. No caso da Espanha, as pessoas perderam suas casas para os bancos e, ainda por cima, ficaram endividadas. Isso porque com a crise, como os preços dos imóveis des- pencaram, o valor dos apartamentos que foram entregues aos bancos não cobria o valor total da dívida contraída. Além disso, a crise também aumentou de forma vertiginosa os despejos pelo não pagamento de aluguéis. Foi nesse contexto que, a partir da iniciativa de uma organização de direitos humanos –o Observatori Desc– se organizou a PAH, que vem mobilizando a população em defesa do direito à moradia, contra os despejos. Uma das integrantes da organização e liderança da PAH foi Ada Calou, que acaba de se eleger prefeita de Barcelona. A imprensa tem destacado o abalo que essas eleições causaram na tradicional divisão entre o Partido Popular (PP) e o Partido Socialista Obrero Español (PSOE), que dominam a política espanhola desde o fim da ditadura franquista. Não apenas em Barcelona, mas também em Madri, esses partidos agora perdem espaço institucional para novas agremiações e coalizões que emergiram de movimentos sociais que tomaram as ruas nos últimos anos. No entanto, a vitória de Ada Colau chama a atenção não apenas por esta razão, mas pelo conteúdo de sua plataforma. Na área social, a chapa vitoriosa apresenta medidas emergenciais relacionadas à segurança alimentar, à saúde, à habitação, aos serviços básicos (água, luz, gás) e à mobilidade urbana. Desprivatizar o serviço de água e rever tarifas, taxar companhias elétricas pelo uso do espaço público e ampliar a gratuidade no transporte público são algumas das propostas. Ainda, propõe paralisar grandes projetos urbanísticos contrários ao bem comum que, desde os anos 1990, estão sendo implementados na cidade através de PPPs, com forte aporte de recursos públicos. Com relação às políticas habitacionais, a proposta é ampliar a oferta de moradia social e oferecer alternativas aos despejos. Neste sentido, as medidas apresentadas envolvem desde a mobilização de imóveis vazios em poder dos bancos à declaração de toda a cidade como zona de preempção, a fim de que a prefeitura tenha prioridade na compra e venda de imóveis e possa obtê-los a preços abaixo dos de mercado. Para os que lutam pelo direito à cidade e à moradia, se tiver sucesso na implementação de suas propostas, Ada Colau mostrará que é possível enfrentar o modelo hegemônico da financeirização da habitação e da cidade. Por isso, Barcelona é uma luz no fim do túnel, não apenas para a Espanha, mas para as cidades do mundo.
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Entidades repudiam ação contra jornalistas que atuaram na Ucrânia
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e entidades internacionais repudiaram a ação de um site ucraniano de divulgar dados privados de jornalistas que cobriram o conflito no leste do país. Segundo agências de notícias, o site seria ligado ao governo da Ucrânia, interessado em buscar "espiões russos" entre os repórteres. A Abraji classificou de "inadmissível" o episódio, que envolve a atuação profissional jornalística de quatro brasileiros, entre eles um da Folha. "A Abraji considera inadmissível a perseguição de agentes e apoiadores do Estado ucraniano a repórteres no desempenho de suas funções e vai acionar as entidades internacionais das quais é associada para encaminhar manifestações de repúdio à divulgação dos dados e à tentativa de intimidar os jornalistas", disse a associação, em nota divulgada nesta segunda (23). Há dois anos, territórios na região leste estão sob controle de rebeldes separatistas pró-Rússia. Desde então, o grupo, que se autoproclamou República Popular de Donetsk, exige que os jornalistas que atuam em sua área de comando sejam identificados e credenciados por eles. Uma espécie de credencial costuma ser emitida para os repórteres circularem nas áreas de Donetsk e Lugansk. Um site chamado "Mirotvorets" divulgou, há cerca de duas semanas, uma planilha com os nomes completos, telefones e emails pessoais, além de outros dados, de cerca de 4.500 jornalistas credenciados desta maneira, incluindo nomes de veículos como CNN, "The New York Times", BBC, Reuters e Associated Press. Os responsáveis acusam os jornalistas de "colaborar com organizações terroristas". Segundo agências de notícias, o site é ligado a um assessor do ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov. A lista teria sido obtida por hackers que acessaram arquivos dos separatistas. Em sua página no Facebook, o ministro do Interior afirmou ser "imoral" o fato de jornalistas terem tido contato com rebeldes e atuado sob permissão deles. Segundo o ministro, esse tipo de cobertura seria uma forma de "colaborar" com a ocupação da região. Entre os quatro jornalistas brasileiros está Leandro Colon, enviado pela Folha em 2014 para cobrir o conflito. Na época, Colon era correspondente do jornal em Londres e hoje é repórter especial do jornal na sucursal de Brasília. Os outros três jornalistas brasileiros são Andrei Netto ("O Estado de S. Paulo"), o fotógrafo Mauricio Lima (que recentemente ganhou o Prêmio Pulitzer, o mais prestigiado do jornalismo) e Sandro Fernandes, que atuou para o site Opera Mundi na região. Em nota divulgada no dia 11 de maio, o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) "condenou" o episódio. "A publicação de contatos privados de jornalistas os colocam em risco. Na pior das hipóteses, essa ação pode ser lida como um gesto velado para atingir jornalistas", disse Nina Ognianova, coordenadora do comitê para Europa e Ásia Central. O CPJ ainda orientou os jornalistas citados a tomar precauções com a segurança de seus emails e informações digitais. O grupo Repórter Sem Fronteiras (RSF) considerou "absurdo" o vazamento. "Isso expõe os jornalistas a um perigo real e muitos deles já começaram a receber ameaças", afirmou Johann Bihr, do RSF no leste europeu e Ásia Central. De acordo com ele, o caso é um "intolerável ataque à liberdade de informação e deve ser tratado com a maior seriedade". Para a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), o que ocorreu é "alarmante" e pode colocar em risco a segurança dos jornalistas. "Os jornalistas reportam sobre assuntos de interesse público e não devem ser intimidados por fazerem seu trabalho", afirmou Dunja Mijatovic, representante de Liberdade de Imprensa do órgão. A Procuradoria de Kiev teria aberto uma investigação sobre o assunto. O governo americano também se manifestou. Em uma entrevista coletiva no dia 11 de maio, a porta-voz do Departamento de Estado Americano, Elizabeth Trudeau, afirmou que o governo de Barack Obama estava atento. "Os Estados Unidos apoiam totalmente os princípios fundamentais de liberdade de imprensa. Jornalistas desempenham um papel crítico, particularmente onde direitos civis e políticos são frágeis e em área de conflito em que os perigos para informar são extremos. Desta forma, estamos preocupados", disse.
mundo
Entidades repudiam ação contra jornalistas que atuaram na UcrâniaA Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e entidades internacionais repudiaram a ação de um site ucraniano de divulgar dados privados de jornalistas que cobriram o conflito no leste do país. Segundo agências de notícias, o site seria ligado ao governo da Ucrânia, interessado em buscar "espiões russos" entre os repórteres. A Abraji classificou de "inadmissível" o episódio, que envolve a atuação profissional jornalística de quatro brasileiros, entre eles um da Folha. "A Abraji considera inadmissível a perseguição de agentes e apoiadores do Estado ucraniano a repórteres no desempenho de suas funções e vai acionar as entidades internacionais das quais é associada para encaminhar manifestações de repúdio à divulgação dos dados e à tentativa de intimidar os jornalistas", disse a associação, em nota divulgada nesta segunda (23). Há dois anos, territórios na região leste estão sob controle de rebeldes separatistas pró-Rússia. Desde então, o grupo, que se autoproclamou República Popular de Donetsk, exige que os jornalistas que atuam em sua área de comando sejam identificados e credenciados por eles. Uma espécie de credencial costuma ser emitida para os repórteres circularem nas áreas de Donetsk e Lugansk. Um site chamado "Mirotvorets" divulgou, há cerca de duas semanas, uma planilha com os nomes completos, telefones e emails pessoais, além de outros dados, de cerca de 4.500 jornalistas credenciados desta maneira, incluindo nomes de veículos como CNN, "The New York Times", BBC, Reuters e Associated Press. Os responsáveis acusam os jornalistas de "colaborar com organizações terroristas". Segundo agências de notícias, o site é ligado a um assessor do ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov. A lista teria sido obtida por hackers que acessaram arquivos dos separatistas. Em sua página no Facebook, o ministro do Interior afirmou ser "imoral" o fato de jornalistas terem tido contato com rebeldes e atuado sob permissão deles. Segundo o ministro, esse tipo de cobertura seria uma forma de "colaborar" com a ocupação da região. Entre os quatro jornalistas brasileiros está Leandro Colon, enviado pela Folha em 2014 para cobrir o conflito. Na época, Colon era correspondente do jornal em Londres e hoje é repórter especial do jornal na sucursal de Brasília. Os outros três jornalistas brasileiros são Andrei Netto ("O Estado de S. Paulo"), o fotógrafo Mauricio Lima (que recentemente ganhou o Prêmio Pulitzer, o mais prestigiado do jornalismo) e Sandro Fernandes, que atuou para o site Opera Mundi na região. Em nota divulgada no dia 11 de maio, o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) "condenou" o episódio. "A publicação de contatos privados de jornalistas os colocam em risco. Na pior das hipóteses, essa ação pode ser lida como um gesto velado para atingir jornalistas", disse Nina Ognianova, coordenadora do comitê para Europa e Ásia Central. O CPJ ainda orientou os jornalistas citados a tomar precauções com a segurança de seus emails e informações digitais. O grupo Repórter Sem Fronteiras (RSF) considerou "absurdo" o vazamento. "Isso expõe os jornalistas a um perigo real e muitos deles já começaram a receber ameaças", afirmou Johann Bihr, do RSF no leste europeu e Ásia Central. De acordo com ele, o caso é um "intolerável ataque à liberdade de informação e deve ser tratado com a maior seriedade". Para a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), o que ocorreu é "alarmante" e pode colocar em risco a segurança dos jornalistas. "Os jornalistas reportam sobre assuntos de interesse público e não devem ser intimidados por fazerem seu trabalho", afirmou Dunja Mijatovic, representante de Liberdade de Imprensa do órgão. A Procuradoria de Kiev teria aberto uma investigação sobre o assunto. O governo americano também se manifestou. Em uma entrevista coletiva no dia 11 de maio, a porta-voz do Departamento de Estado Americano, Elizabeth Trudeau, afirmou que o governo de Barack Obama estava atento. "Os Estados Unidos apoiam totalmente os princípios fundamentais de liberdade de imprensa. Jornalistas desempenham um papel crítico, particularmente onde direitos civis e políticos são frágeis e em área de conflito em que os perigos para informar são extremos. Desta forma, estamos preocupados", disse.
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Traficante colombiano procurado pelos EUA é preso em Ribeirão Preto
Apontado como um dos principais traficantes da Colômbia, Eduard Fernando Giraldo Cardoza foi preso pela PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (28) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). O traficante é ligado ao grupo paramilitar Los Urabeños, que tem como um dos focos de atuação enviar cocaína para os EUA por meio de submarinos construídos artesanalmente. Ele foi preso num hotel da cidade e, em seguida, transferido para São Paulo. A PF vai pedir hoje a prisão preventiva dele e está tentando validar mandados de prisão expedidos contra Cardoza na Colômbia e nos EUA. Segundo o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, a partir disso ele poderá ser deportado ou extraditado para um dos dois países. O grupo, também conhecido por "clã Usuga", em alusão ao seu líder, Dairo Antonio Usuga David, atua na zona rural colombiana e costuma se deslocar a pé, em núcleos de no máximo 15 pessoas, todas altamente armadas. Conhecedores do campo, escondem-se facilmente quando helicópteros do Exército colombiano se aproximam. De acordo com a polícia, Cardoza foi preso depois que a PF em Tabatinga (AM) informou que uma mulher colombiana atravessou a fronteira no dia anterior com destino a Ribeirão. A PF procurou a polícia colombiana e descobriu se tratar da mulher do traficante, que desembarcou no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão, e foi imediatamente levada por dois homens a um hotel da cidade. Agentes da Polícia Federal que monitoravam o desembarque no aeroporto seguiram o trio e conseguiram prender o traficante no hotel. A mulher foi liberada. Cardoza, que estava hospedado com documentos falsos, é tido como um dos "chefes de cobrança" de Los Urubeños, responsável por sequestros e assassinatos, além do tráfico de drogas. Ainda não se sabe o motivo de o traficante estar em Ribeirão Preto, cidade integrante da chamada "rota caipira do tráfico". "Não sabemos ainda se ele estava fugindo e se escondeu aqui ou se tem alguma conexão na região", disse o delegado. NO MAR Entre 1993 e 2011, a polícia colombiana fez 71 apreensões de submarinos construídos de maneira artesanal para o envio de drogas aos EUA. Produzidos com fibra de vidro, os submarinos do tráfico normalmente têm capacidade de transportar quatro tripulantes e até seis toneladas de cocaína, com autonomia de operação de três dias. Em 2011, a Colômbia descobriu uma fábrica artesanal de submarinos pertencente ao grupo Los Urabeños, em parceria com agentes norte-americanos. Em junho do ano passado, a DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) ofereceu recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem à prisão de Usuga David.
cotidiano
Traficante colombiano procurado pelos EUA é preso em Ribeirão PretoApontado como um dos principais traficantes da Colômbia, Eduard Fernando Giraldo Cardoza foi preso pela PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (28) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). O traficante é ligado ao grupo paramilitar Los Urabeños, que tem como um dos focos de atuação enviar cocaína para os EUA por meio de submarinos construídos artesanalmente. Ele foi preso num hotel da cidade e, em seguida, transferido para São Paulo. A PF vai pedir hoje a prisão preventiva dele e está tentando validar mandados de prisão expedidos contra Cardoza na Colômbia e nos EUA. Segundo o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, a partir disso ele poderá ser deportado ou extraditado para um dos dois países. O grupo, também conhecido por "clã Usuga", em alusão ao seu líder, Dairo Antonio Usuga David, atua na zona rural colombiana e costuma se deslocar a pé, em núcleos de no máximo 15 pessoas, todas altamente armadas. Conhecedores do campo, escondem-se facilmente quando helicópteros do Exército colombiano se aproximam. De acordo com a polícia, Cardoza foi preso depois que a PF em Tabatinga (AM) informou que uma mulher colombiana atravessou a fronteira no dia anterior com destino a Ribeirão. A PF procurou a polícia colombiana e descobriu se tratar da mulher do traficante, que desembarcou no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão, e foi imediatamente levada por dois homens a um hotel da cidade. Agentes da Polícia Federal que monitoravam o desembarque no aeroporto seguiram o trio e conseguiram prender o traficante no hotel. A mulher foi liberada. Cardoza, que estava hospedado com documentos falsos, é tido como um dos "chefes de cobrança" de Los Urubeños, responsável por sequestros e assassinatos, além do tráfico de drogas. Ainda não se sabe o motivo de o traficante estar em Ribeirão Preto, cidade integrante da chamada "rota caipira do tráfico". "Não sabemos ainda se ele estava fugindo e se escondeu aqui ou se tem alguma conexão na região", disse o delegado. NO MAR Entre 1993 e 2011, a polícia colombiana fez 71 apreensões de submarinos construídos de maneira artesanal para o envio de drogas aos EUA. Produzidos com fibra de vidro, os submarinos do tráfico normalmente têm capacidade de transportar quatro tripulantes e até seis toneladas de cocaína, com autonomia de operação de três dias. Em 2011, a Colômbia descobriu uma fábrica artesanal de submarinos pertencente ao grupo Los Urabeños, em parceria com agentes norte-americanos. Em junho do ano passado, a DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) ofereceu recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem à prisão de Usuga David.
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Festival Satyrianas homenageia atriz transexual Phedra de Córdoba
Figura emblemática no teatro paulistano, a atriz transexual Phedra de Córdoba é a homenageada do 17º festival Satyrianas, que começa neste sábado (12), na praça Roosevelt. Phedra morreu em abril, aos 77, de câncer no pulmão. "É uma festa da diversidade", define o coordenador geral do evento, Gustavo Ferreira. "A homenagem vai além da artista que ela foi, traz ao Satyrianas a diversidade latente que precisa ser falada com glamour e brilho; a discussão sobre um teatro de resistência." Nascida em Cuba e radicada no Brasil desde a década de 1950, Phedra de Córdoba fez parte da geração do teatro de revista e em 2003 entrou para Os Satyros. No grupo, virou um símbolo e era considerada a "Diva da Roosevelt". Uma das homenagens é o musical "Phedras por Phedra", com direção de Robson Catalunha, no domingo (13), às 20h, na Estação Satyros. Baseada nos diários da atriz, a apresentação é "uma celebração alegre e questionadora", segundo o ator Gero Camilo, que está no elenco. O espetáculo foi apresentado pela primeira vez em março, no Teatro Oficina, para arrecadar dinheiro que ajudaria no tratamento da atriz. "Agora é uma forma de matar um pouco da saudade, resgatando a irreverência que ela deixou dentro da arte", afirma Camilo. Parte da biografia da cubana será contada na peça "Entrevista com Phedra", escrita pelo jornalista Miguel Arcanjo. O texto ganha sua primeira leitura dramatizada dentro do festival, na terça (15), às 19h, no Satyros 1. "É uma conversa entre Phedra e um jornalista, que mostra uma mulher cheia de carisma, uma diva nata", explica Arcanjo. A leitura tem direção de Juan Manuel Tellategui, e no elenco estão Livia La Gatto e Raphael Garcia. As celebrações a Phedra de Córdoba ainda incluem um desfile, no sábado, às 20h, ao ar livre. Amigos da atriz se vestem com os figurinos dela na intervenção "Strass, Carajo!", com curadoria das figurinistas Bia Pieratti Bueno e Carol Reissman. Entre as roupas estão peças usadas em espetáculos d'Os Satyros, nas apresentações de dança flamenca e na época de vedete. Em todas as homenagens será usada parte das cinzas da atriz, guardadas pelos diretores Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral. ININTERRUPTO Neste ano, o Satyrianas deve superar em poucos números as 500 atrações de 2015, segundo os produtores. Não há patrocínio da prefeitura e do governo do Estado e parte da verba (ainda não divulgada) vem de doações. "Vamos realizar com verba própria e com ajuda de parceiros e apoiadores", diz Ferreira. Em 78 horas ininterruptas, haverá apresentações de teatro, performances, atividades de moda, cinema e música. A abertura, às 14h deste sábado, é com o bloco Domingo Ela Não Vai. Entre os destaques desta edição estão o show de Lineker, a apresentação do musical dos Dzi Croquettes e a volta da projeção de filmes ao ar livre. Uma novidade é a substituição de tendas por um único palco, aberto, na praça. * SATYRIANAS QUANDO das 14h de sáb. (12) às 12h de ter. (15), ininterruptamente ONDE diversos locais; programação em satyrianas.com.br QUANTO pague quanto puder
ilustrada
Festival Satyrianas homenageia atriz transexual Phedra de CórdobaFigura emblemática no teatro paulistano, a atriz transexual Phedra de Córdoba é a homenageada do 17º festival Satyrianas, que começa neste sábado (12), na praça Roosevelt. Phedra morreu em abril, aos 77, de câncer no pulmão. "É uma festa da diversidade", define o coordenador geral do evento, Gustavo Ferreira. "A homenagem vai além da artista que ela foi, traz ao Satyrianas a diversidade latente que precisa ser falada com glamour e brilho; a discussão sobre um teatro de resistência." Nascida em Cuba e radicada no Brasil desde a década de 1950, Phedra de Córdoba fez parte da geração do teatro de revista e em 2003 entrou para Os Satyros. No grupo, virou um símbolo e era considerada a "Diva da Roosevelt". Uma das homenagens é o musical "Phedras por Phedra", com direção de Robson Catalunha, no domingo (13), às 20h, na Estação Satyros. Baseada nos diários da atriz, a apresentação é "uma celebração alegre e questionadora", segundo o ator Gero Camilo, que está no elenco. O espetáculo foi apresentado pela primeira vez em março, no Teatro Oficina, para arrecadar dinheiro que ajudaria no tratamento da atriz. "Agora é uma forma de matar um pouco da saudade, resgatando a irreverência que ela deixou dentro da arte", afirma Camilo. Parte da biografia da cubana será contada na peça "Entrevista com Phedra", escrita pelo jornalista Miguel Arcanjo. O texto ganha sua primeira leitura dramatizada dentro do festival, na terça (15), às 19h, no Satyros 1. "É uma conversa entre Phedra e um jornalista, que mostra uma mulher cheia de carisma, uma diva nata", explica Arcanjo. A leitura tem direção de Juan Manuel Tellategui, e no elenco estão Livia La Gatto e Raphael Garcia. As celebrações a Phedra de Córdoba ainda incluem um desfile, no sábado, às 20h, ao ar livre. Amigos da atriz se vestem com os figurinos dela na intervenção "Strass, Carajo!", com curadoria das figurinistas Bia Pieratti Bueno e Carol Reissman. Entre as roupas estão peças usadas em espetáculos d'Os Satyros, nas apresentações de dança flamenca e na época de vedete. Em todas as homenagens será usada parte das cinzas da atriz, guardadas pelos diretores Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral. ININTERRUPTO Neste ano, o Satyrianas deve superar em poucos números as 500 atrações de 2015, segundo os produtores. Não há patrocínio da prefeitura e do governo do Estado e parte da verba (ainda não divulgada) vem de doações. "Vamos realizar com verba própria e com ajuda de parceiros e apoiadores", diz Ferreira. Em 78 horas ininterruptas, haverá apresentações de teatro, performances, atividades de moda, cinema e música. A abertura, às 14h deste sábado, é com o bloco Domingo Ela Não Vai. Entre os destaques desta edição estão o show de Lineker, a apresentação do musical dos Dzi Croquettes e a volta da projeção de filmes ao ar livre. Uma novidade é a substituição de tendas por um único palco, aberto, na praça. * SATYRIANAS QUANDO das 14h de sáb. (12) às 12h de ter. (15), ininterruptamente ONDE diversos locais; programação em satyrianas.com.br QUANTO pague quanto puder
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Sindicato diz que HSBC descarta demissão em massa no Brasil
O banco britânico HSBC descartou que fará demissões em massa em seu processo de venda no Brasil, segundo informou a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro). A instituição financeira informou que não comentaria o resultado do encontro com o grupo de sindicalistas que ocorreu nesta quarta-feira em São Paulo. "Os diretores de recursos humanos e relações sindicais afirmaram que não há intenção de fazer demissões em massa para entregar o banco enxuto ao seu novo dono e disseram que até hoje [quarta] não se sabe ainda quem será o comprador", disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT. Bradesco, Itaú e Santander são os três bancos que fizeram propostas iniciais pelo HSBC no país. O banco britânico anunciou na terça-feira (9) uma reestruturação global de suas atividades e espera levantar US$ 17 bilhões com a venda de suas unidades brasileira e turca. O plano, detalhado durante um evento com investidores, tem como objetivo recuperar a rentabilidade e superar as perdas ocasionadas pelo escândalo conhecido como Swissleaks, em que a instituição é acusada de ajudar clientes de alta renda a sonegar imposto e a ocultar recursos depositados na Suíça. No ano passado, o HSBC Brasil teve prejuízo de R$ 549 milhões. "Eles nos explicaram que houve muito mal entendido na divulgação das informações na Inglaterra, quando foi dito que o banco queria eliminar 50 mil posições no mundo. A situação dos cerca de 21 mil funcionários do HSBC no Brasil nos preocupa", disse o sindicalista. Segundo ele, reuniões a cada 15 dias estão programadas entre a direção do banco e representantes da comissão que reúne funcionários do HSBC, além de dirigentes de São Paulo e do Paraná para que os sindicatos possam acompanhar o processo da venda. "É preciso ter uma definição de quem será o comprador para que possamos ter noção do impacto do negócio. Sabemos que será um negócio demorado, que deve passar por aprovação do Banco Central. Mas defendemos um acordo para manutenção do nível de emprego", disse o presidente da Contraf-CUT.
mercado
Sindicato diz que HSBC descarta demissão em massa no BrasilO banco britânico HSBC descartou que fará demissões em massa em seu processo de venda no Brasil, segundo informou a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro). A instituição financeira informou que não comentaria o resultado do encontro com o grupo de sindicalistas que ocorreu nesta quarta-feira em São Paulo. "Os diretores de recursos humanos e relações sindicais afirmaram que não há intenção de fazer demissões em massa para entregar o banco enxuto ao seu novo dono e disseram que até hoje [quarta] não se sabe ainda quem será o comprador", disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT. Bradesco, Itaú e Santander são os três bancos que fizeram propostas iniciais pelo HSBC no país. O banco britânico anunciou na terça-feira (9) uma reestruturação global de suas atividades e espera levantar US$ 17 bilhões com a venda de suas unidades brasileira e turca. O plano, detalhado durante um evento com investidores, tem como objetivo recuperar a rentabilidade e superar as perdas ocasionadas pelo escândalo conhecido como Swissleaks, em que a instituição é acusada de ajudar clientes de alta renda a sonegar imposto e a ocultar recursos depositados na Suíça. No ano passado, o HSBC Brasil teve prejuízo de R$ 549 milhões. "Eles nos explicaram que houve muito mal entendido na divulgação das informações na Inglaterra, quando foi dito que o banco queria eliminar 50 mil posições no mundo. A situação dos cerca de 21 mil funcionários do HSBC no Brasil nos preocupa", disse o sindicalista. Segundo ele, reuniões a cada 15 dias estão programadas entre a direção do banco e representantes da comissão que reúne funcionários do HSBC, além de dirigentes de São Paulo e do Paraná para que os sindicatos possam acompanhar o processo da venda. "É preciso ter uma definição de quem será o comprador para que possamos ter noção do impacto do negócio. Sabemos que será um negócio demorado, que deve passar por aprovação do Banco Central. Mas defendemos um acordo para manutenção do nível de emprego", disse o presidente da Contraf-CUT.
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Leitores criticam reportagem sobre programa anticrack da prefeitura
Por que não publicar que 6 em cada 10 não desistem (4 em cada 10 desistem de ação anticrack de Haddad, "Cotidiano", 17/5)? Por que o pessimismo institucionalizado? Abomino o PT de hoje, mas o título demonstra má vontade e não informa. O programa trata o problema corretamente e, se 6 entre 10 persistem, é um sucesso. MAURICIO SILVA (Filadélfia, EUA) * Achei estranha a chamada da "Primeira Página" desse domingo (17/5). Não seria mais coerente publicar que de cada 10 viciados, 6 permanecem no programa? Ou é nada o que está sendo conseguido? WILSON DAHER, médico (São José Rio Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores criticam reportagem sobre programa anticrack da prefeituraPor que não publicar que 6 em cada 10 não desistem (4 em cada 10 desistem de ação anticrack de Haddad, "Cotidiano", 17/5)? Por que o pessimismo institucionalizado? Abomino o PT de hoje, mas o título demonstra má vontade e não informa. O programa trata o problema corretamente e, se 6 entre 10 persistem, é um sucesso. MAURICIO SILVA (Filadélfia, EUA) * Achei estranha a chamada da "Primeira Página" desse domingo (17/5). Não seria mais coerente publicar que de cada 10 viciados, 6 permanecem no programa? Ou é nada o que está sendo conseguido? WILSON DAHER, médico (São José Rio Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ritual de árbitro antes de partida decisiva do Paulista tem tutor e reza
Assim que entrou no vestiário do Allianz Parque, Raphael Claus, 37, foi cumprimentado por Roberto Perassi, 55, integrante da comissão de arbitragem da FPF (Federação Paulista de Futebol). Abraçou os auxiliares, tomou um banho e voltou para o hotel na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O Palmeiras havia vencido a Ponte Preta por 1 a 0 no sábado (22), resultado que levou o time de Campinas para final do Estadual. Claus reviu algumas jogadas, mas não teve tempo para os programas de debate esportivo. Foi se encontrar com a namorada, que mora em São Paulo. Neste domingo (23), viu novamente os 90 minutos. Desinteressado em dribles, lançamentos e jogadas de habilidade, assistiu às jogadas com olhos de árbitro da Fifa, como o broche que leva sempre na lapela do terno faz questão de lembrar. Posicionamento, direção de corrida, decisões de cartões amarelos. Era isso o que importava. "O árbitro tem de ser pró-ativo. Não pode ser uma figura passiva. Deve estar preparado para as situações que podem acontecer. Claro que o futebol é imprevisível. É o esporte em que a zebra é mais comum. Mas a arbitragem precisa estar preparada para diferentes situações", disse ele em entrevista à Folha, esparramado em sofá do hotel próximo à sede da FPF. Árbitros de ponta têm preparação de atleta profissional. Concentram-se antes dos jogos decisivos. Têm personal trainer, nutricionista, psicóloga oferecida pela federação para lidar com eventuais erros e formam elenco unido. No sábado, quando desceu ao lobby do hotel para ir ao estádio, Claus e os auxiliares encontraram o quarteto de arbitragem de Corinthians e São Paulo os esperando. Flavio Rodrigues de Souza, sorteado para o clássico deste domingo, queria lhes dar um abraço e desejar boa sorte. Os juízes são mais parecidos com jogadores do que se pode imaginar. A exemplo dos atletas, eles têm certeza de que as pessoas não têm a percepção correta do que é dirigir uma partida. "Poucos entendem o que é a arbitragem. Na imprensa isso melhorou um pouco com ex-árbitros comentando na TV. Mas muitos não conhecem as regras, inclusive jogadores, o que é pior ainda porque essa é a profissão deles", queixou-se Claus. Um exemplo: homens do apito do Campeonato Paulista têm "técnicos". São chamados de tutores e acompanham os juízes a partir do momento em que são sorteados para os jogos. É iniciativa da FPF e foi implantada nesta temporada. O tutor de Claus é Roberto Perassi, que foi árbitro por 22 anos da FPF e CBF e se aposentou em 2000. Um dia antes da semifinal, ele teve uma conversa com Claus. Ambos falaram sobre as características das duas equipes semifinalistas, como atuam taticamente, quais são os atletas mais velozes, quem está pendurado com dois cartões amarelos, quais defesas atuam em linha, como se posicionam nas cobranças de faltas e escanteios... Perassi preencheu a avaliação depois da semifinal e deu uma nota que ajuda a compor o ranking da arbitragem da federação paulista. As notas são fundamentais porque apenas os mais bem ranqueados entram no sorteio dos jogos importantes. E, quanto mais decisivo o confronto, maior a remuneração. "A gente tenta prevenir o árbitro para todas as situações. Fazemos um acompanhamento prático com imagem. Ele tem de chegar ao estádio preparado para qualquer possibilidade. Na época em que eu apitava, dependia apenas das minhas observações", afirmou Perassi. DESCANSO Claus descansou o máximo possível. No sábado, jantou com os outros integrantes do quarteto de arbitragem da partida e foi para o quarto. Acordou no domingo por volta das 10h, no limite para tomar café da manhã do hotel. Voltou para a cama e dormiu um pouco mais. "Quanto mais energia eu poupar, melhor", reconhece. Nos 90 minutos da partida, ele sabe que vai correr entre 10 e 12 km. Mais do que os zagueiros e alguns atacantes. O árbitro não ficou isolado no mundo. Entrou na internet, leu jornais, mas se preocupou apenas com as notícias sobre Palmeiras e Ponte Preta. Pulou as análises e evitou os debates. Às 15h, começou a se preparar para a semifinal. A saída para o Allianz Parque estava marcada para as 16h. O argumento da necessidade de concentração para a arbitragem é o mesmo usado para os jogadores. "O árbitro se concentra um dia antes para já entrar no clima da partida. Se fica em casa, tem problema com filho, com a esposa, questões a resolver. Aqui [no hotel] é só o jogo", completou Perassi. Claus apenas se desligou do jogo (ou pelo menos tentou) ao ir jantar com a sua namorada. Lembrou-se apenas no dia seguinte, quando foi assistir de novo aos 90 minutos. Costuma ser assim. A não ser... "Quando acontece algum erro, não dá. A gente fica remoendo aquilo por uma semana", confessou.
esporte
Ritual de árbitro antes de partida decisiva do Paulista tem tutor e rezaAssim que entrou no vestiário do Allianz Parque, Raphael Claus, 37, foi cumprimentado por Roberto Perassi, 55, integrante da comissão de arbitragem da FPF (Federação Paulista de Futebol). Abraçou os auxiliares, tomou um banho e voltou para o hotel na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O Palmeiras havia vencido a Ponte Preta por 1 a 0 no sábado (22), resultado que levou o time de Campinas para final do Estadual. Claus reviu algumas jogadas, mas não teve tempo para os programas de debate esportivo. Foi se encontrar com a namorada, que mora em São Paulo. Neste domingo (23), viu novamente os 90 minutos. Desinteressado em dribles, lançamentos e jogadas de habilidade, assistiu às jogadas com olhos de árbitro da Fifa, como o broche que leva sempre na lapela do terno faz questão de lembrar. Posicionamento, direção de corrida, decisões de cartões amarelos. Era isso o que importava. "O árbitro tem de ser pró-ativo. Não pode ser uma figura passiva. Deve estar preparado para as situações que podem acontecer. Claro que o futebol é imprevisível. É o esporte em que a zebra é mais comum. Mas a arbitragem precisa estar preparada para diferentes situações", disse ele em entrevista à Folha, esparramado em sofá do hotel próximo à sede da FPF. Árbitros de ponta têm preparação de atleta profissional. Concentram-se antes dos jogos decisivos. Têm personal trainer, nutricionista, psicóloga oferecida pela federação para lidar com eventuais erros e formam elenco unido. No sábado, quando desceu ao lobby do hotel para ir ao estádio, Claus e os auxiliares encontraram o quarteto de arbitragem de Corinthians e São Paulo os esperando. Flavio Rodrigues de Souza, sorteado para o clássico deste domingo, queria lhes dar um abraço e desejar boa sorte. Os juízes são mais parecidos com jogadores do que se pode imaginar. A exemplo dos atletas, eles têm certeza de que as pessoas não têm a percepção correta do que é dirigir uma partida. "Poucos entendem o que é a arbitragem. Na imprensa isso melhorou um pouco com ex-árbitros comentando na TV. Mas muitos não conhecem as regras, inclusive jogadores, o que é pior ainda porque essa é a profissão deles", queixou-se Claus. Um exemplo: homens do apito do Campeonato Paulista têm "técnicos". São chamados de tutores e acompanham os juízes a partir do momento em que são sorteados para os jogos. É iniciativa da FPF e foi implantada nesta temporada. O tutor de Claus é Roberto Perassi, que foi árbitro por 22 anos da FPF e CBF e se aposentou em 2000. Um dia antes da semifinal, ele teve uma conversa com Claus. Ambos falaram sobre as características das duas equipes semifinalistas, como atuam taticamente, quais são os atletas mais velozes, quem está pendurado com dois cartões amarelos, quais defesas atuam em linha, como se posicionam nas cobranças de faltas e escanteios... Perassi preencheu a avaliação depois da semifinal e deu uma nota que ajuda a compor o ranking da arbitragem da federação paulista. As notas são fundamentais porque apenas os mais bem ranqueados entram no sorteio dos jogos importantes. E, quanto mais decisivo o confronto, maior a remuneração. "A gente tenta prevenir o árbitro para todas as situações. Fazemos um acompanhamento prático com imagem. Ele tem de chegar ao estádio preparado para qualquer possibilidade. Na época em que eu apitava, dependia apenas das minhas observações", afirmou Perassi. DESCANSO Claus descansou o máximo possível. No sábado, jantou com os outros integrantes do quarteto de arbitragem da partida e foi para o quarto. Acordou no domingo por volta das 10h, no limite para tomar café da manhã do hotel. Voltou para a cama e dormiu um pouco mais. "Quanto mais energia eu poupar, melhor", reconhece. Nos 90 minutos da partida, ele sabe que vai correr entre 10 e 12 km. Mais do que os zagueiros e alguns atacantes. O árbitro não ficou isolado no mundo. Entrou na internet, leu jornais, mas se preocupou apenas com as notícias sobre Palmeiras e Ponte Preta. Pulou as análises e evitou os debates. Às 15h, começou a se preparar para a semifinal. A saída para o Allianz Parque estava marcada para as 16h. O argumento da necessidade de concentração para a arbitragem é o mesmo usado para os jogadores. "O árbitro se concentra um dia antes para já entrar no clima da partida. Se fica em casa, tem problema com filho, com a esposa, questões a resolver. Aqui [no hotel] é só o jogo", completou Perassi. Claus apenas se desligou do jogo (ou pelo menos tentou) ao ir jantar com a sua namorada. Lembrou-se apenas no dia seguinte, quando foi assistir de novo aos 90 minutos. Costuma ser assim. A não ser... "Quando acontece algum erro, não dá. A gente fica remoendo aquilo por uma semana", confessou.
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Vinte frases (verdadeiras) de Caio Fernando Abreu para citar na internet
Vinte frases, uma para cada ano sem Caio Fernando Abreu. O autor de "Morangos Mofados" (Nova Fronteira) completa, nesta quinta-feira (24), duas décadas de morte. Passado esse tempo, o sombrio e melancólico Caio F. é hoje campeão de frases citadas pela internet —junto à sua amada Clarice Lispector, diga-se— mesmo que as frases não sejam dele. Para quem não quer não fazer feio por aí, a Folha aproveita o aniversário de morte do autor para listar 20 frases —verdadeiríssimas— do escritor de "Onde Andará Dulce Veiga?". Boa parte delas foi compilada no livro "Caio Fernando Abreu de A a Z", lançado pela Nova Fronteira em 2013 justamente para evitar que frases absurdas como "Se a sua estrela não brilha, não tente apagar a minha" fossem atribuídas ao escritor. "Te espero aqui onde estou, abismo, no centro do furacão." "Choro sempre quando os dias terminam, porque sei que não nos procuraremos pelas noites." "Planta mal cuidada fenece que nem amizade sem trato." "Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também, todas as formas de amor. Hay que trabalhar y trabalhar, sabe?" "Preciso de você para dizer que te amo outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã." "Não sentia mais sua ausência porque eu também era ausência." "Eu não me autoconheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas." "Eu não tinha nenhum amigo. Só Peter Pan." "O mundo, apesar de redondo, tem muitas esquinas." "Meu coração é o mendigo mais faminto da rua mais miserável." "A coisa que uma pessoa mais precisa na vida é gostar das outras pessoas e ser gostada também." "Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita." "Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões." "Não saberás nunca que nesse exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva." "Volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca." "Nós somos um —esse que procura sem encontrar e, quando encontra, não costuma suportar o encontro que desmente sua própria sina." "Às vezes o que parece um descaminho é um caminho inaparente que conduz a outro caminho melhor." "Vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha." "Meu coração é um sapo rajado, viscoso e cansado, à espera do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe." "Meu coração é um anjo de pedra com a asa quebrada."
ilustrada
Vinte frases (verdadeiras) de Caio Fernando Abreu para citar na internetVinte frases, uma para cada ano sem Caio Fernando Abreu. O autor de "Morangos Mofados" (Nova Fronteira) completa, nesta quinta-feira (24), duas décadas de morte. Passado esse tempo, o sombrio e melancólico Caio F. é hoje campeão de frases citadas pela internet —junto à sua amada Clarice Lispector, diga-se— mesmo que as frases não sejam dele. Para quem não quer não fazer feio por aí, a Folha aproveita o aniversário de morte do autor para listar 20 frases —verdadeiríssimas— do escritor de "Onde Andará Dulce Veiga?". Boa parte delas foi compilada no livro "Caio Fernando Abreu de A a Z", lançado pela Nova Fronteira em 2013 justamente para evitar que frases absurdas como "Se a sua estrela não brilha, não tente apagar a minha" fossem atribuídas ao escritor. "Te espero aqui onde estou, abismo, no centro do furacão." "Choro sempre quando os dias terminam, porque sei que não nos procuraremos pelas noites." "Planta mal cuidada fenece que nem amizade sem trato." "Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também, todas as formas de amor. Hay que trabalhar y trabalhar, sabe?" "Preciso de você para dizer que te amo outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã." "Não sentia mais sua ausência porque eu também era ausência." "Eu não me autoconheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas." "Eu não tinha nenhum amigo. Só Peter Pan." "O mundo, apesar de redondo, tem muitas esquinas." "Meu coração é o mendigo mais faminto da rua mais miserável." "A coisa que uma pessoa mais precisa na vida é gostar das outras pessoas e ser gostada também." "Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita." "Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões." "Não saberás nunca que nesse exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva." "Volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca." "Nós somos um —esse que procura sem encontrar e, quando encontra, não costuma suportar o encontro que desmente sua própria sina." "Às vezes o que parece um descaminho é um caminho inaparente que conduz a outro caminho melhor." "Vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha." "Meu coração é um sapo rajado, viscoso e cansado, à espera do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe." "Meu coração é um anjo de pedra com a asa quebrada."
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Bichões espalham sementes de árvores campeãs em minimizar efeito-estufa
Florestas que não possuem mais sua população de grandes animais, mesmo que estejam aparentemente intactas, podem perder boa parte de sua capacidade de minimizar as causas do aquecimento global, afirma um estudo liderado por especialistas brasileiros. A questão é que os herbívoros de grande porte –no Brasil, esse grupo inclui bichos como as antas, os muriquis, as cutias e os tucanos– são os únicos que conseguem devorar com eficiência os frutos maiores (cujas sementes têm diâmetro superior a 12 milímetros, calculam os pesquisadores). Ou seja, sem esses grandes frugívoros (comedores de frutas), fica inviável o processo de dispersão das sementes grandalhonas pela mata, já que o normal seria que elas fossem expelidas pelo sistema digestivo dos animais, já com uma camada fertilizante de fezes de lambuja. O VAZIO QUE RESTA - Sem bichos grandes, mata perde árvores que mais combatem aquecimento global Acontece que há uma correlação forte entre frutos e sementes grandes, de um lado, e árvores igualmente portentosas, de outro. Em geral, são justamente as árvores com esse tipo de fruto que respondem pelo grosso da capacidade que a mata tem de retirar CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono, cujo aumento é a principal causa do aquecimento global) da atmosfera. Portanto, sem os bichos que atuam como jardineiros dessas plantas, sobra mais dióxido de carbono no ar –e aumentam as chances de um clima mais instável no futuro. DEFAUNAÇÃO Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, liderados por Mauro Galetti, da Unesp de Rio Claro, estão entre os principais estudiosos do fenômeno da defaunação, ou seja, do progressivo esvaziamento de florestas aparentemente saudáveis. No Brasil, esse problema é especialmente grave na mata atlântica, o bioma do país que sofre há mais tempo com a pressão intensiva da ação humana. Mas, independentemente do lugar do país ou do planeta, a defaunação sempre acontece seguindo um padrão similar: os primeiros bichos a sumir são os maiores, em especial mamíferos e aves de grande porte. Isso acontece tanto porque tais animais precisam de amplas extensões de ambiente saudável para sobreviver quanto pelo fato de eles renderem mais carne (e carne mais saborosa) para caçadores, o que faz com que sejam perseguidos sistematicamente. Muitas vezes, ainda que determinada área não esteja desmatada, a pressão da caça faz com que só tenham sobrado pequenas aves, morcegos, roedores e marsupiais (além, é claro, de invertebrados). Em estudos anteriores, Galetti e seus colegas já tinham mostrado que esse fenômeno pode ser tão grave quanto o desmatamento propriamente dito, porque os animais de grande porte são os engenheiros de seus ecossistemas, abrindo clareiras, dispersando sementes e controlando a população dos animais de tamanho mais modesto. Na nova pesquisa, que acaba de sair na revista especializada "Science Advances", a equipe usou dados de campo e simulações para tentar dimensionar o quanto essa perda afetaria a capacidade da floresta de sugar CO2 (e colaborar para atenuar o efeito-estufa). Em tese, qualquer planta é capaz disso –por meio da fotossíntese, os vegetais em crescimento usam a luz do Sol, além de água e gás carbônico para fabricar as moléculas que compõem seu organismo. Mas algumas árvores são especialmente eficientes nisso, diz Galetti. "Normalmente, as árvores que têm grandes sementes são as de madeira densa, que armazenam mais carbono", declarou o pesquisador em comunicado. MATA ATLÂNTICA Para ser mais específico, após analisar 31 áreas de mata atlântica com florestas de mil hectares ou mais de extensão, contendo mais de 800 espécies diferentes de árvores, os especialistas verificaram que 21% dessas espécies tinham sementes grandes dispersadas por animais, das quais 70% eram de espécies com madeira "de lei", de alta densidade –boa para estocar carbono, portanto. Além disso, as árvores de sementes grandes, como jatobás e maçarandubas, também tendem a ser aquelas mais altas. O próximo passo foi simular o que aconteceria se, devido à falta dos animais "jardineiros", essas espécies de sementes grandes começassem a sumir da mata por falta de novas mudinhas (cedo ou tarde, é o que vai acabar acontecendo se essas áreas não forem repovoadas por bichos de grande porte). Resultado: cada hectare dessas matas deixaria de retirar da atmosfera entre uma e quatro toneladas de carbono, dependendo da gravidade do cenário. "Quando as árvores com madeira nobre morrem e não há mais os dispersores de sementes, elas são repostas por árvores de madeira 'mole'. O resultado é uma nova floresta, dominada por árvores menores com madeiras mais leves, que armazenam menos carbono", resume Carolina Bello, doutoranda da Unesp. Portanto, se a ideia é usar as matas para combater as mudanças climáticas, evitar o desmatamento não basta –é preciso que elas voltem a ter populações viáveis de bichos de grande porte.
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Bichões espalham sementes de árvores campeãs em minimizar efeito-estufaFlorestas que não possuem mais sua população de grandes animais, mesmo que estejam aparentemente intactas, podem perder boa parte de sua capacidade de minimizar as causas do aquecimento global, afirma um estudo liderado por especialistas brasileiros. A questão é que os herbívoros de grande porte –no Brasil, esse grupo inclui bichos como as antas, os muriquis, as cutias e os tucanos– são os únicos que conseguem devorar com eficiência os frutos maiores (cujas sementes têm diâmetro superior a 12 milímetros, calculam os pesquisadores). Ou seja, sem esses grandes frugívoros (comedores de frutas), fica inviável o processo de dispersão das sementes grandalhonas pela mata, já que o normal seria que elas fossem expelidas pelo sistema digestivo dos animais, já com uma camada fertilizante de fezes de lambuja. O VAZIO QUE RESTA - Sem bichos grandes, mata perde árvores que mais combatem aquecimento global Acontece que há uma correlação forte entre frutos e sementes grandes, de um lado, e árvores igualmente portentosas, de outro. Em geral, são justamente as árvores com esse tipo de fruto que respondem pelo grosso da capacidade que a mata tem de retirar CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono, cujo aumento é a principal causa do aquecimento global) da atmosfera. Portanto, sem os bichos que atuam como jardineiros dessas plantas, sobra mais dióxido de carbono no ar –e aumentam as chances de um clima mais instável no futuro. DEFAUNAÇÃO Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, liderados por Mauro Galetti, da Unesp de Rio Claro, estão entre os principais estudiosos do fenômeno da defaunação, ou seja, do progressivo esvaziamento de florestas aparentemente saudáveis. No Brasil, esse problema é especialmente grave na mata atlântica, o bioma do país que sofre há mais tempo com a pressão intensiva da ação humana. Mas, independentemente do lugar do país ou do planeta, a defaunação sempre acontece seguindo um padrão similar: os primeiros bichos a sumir são os maiores, em especial mamíferos e aves de grande porte. Isso acontece tanto porque tais animais precisam de amplas extensões de ambiente saudável para sobreviver quanto pelo fato de eles renderem mais carne (e carne mais saborosa) para caçadores, o que faz com que sejam perseguidos sistematicamente. Muitas vezes, ainda que determinada área não esteja desmatada, a pressão da caça faz com que só tenham sobrado pequenas aves, morcegos, roedores e marsupiais (além, é claro, de invertebrados). Em estudos anteriores, Galetti e seus colegas já tinham mostrado que esse fenômeno pode ser tão grave quanto o desmatamento propriamente dito, porque os animais de grande porte são os engenheiros de seus ecossistemas, abrindo clareiras, dispersando sementes e controlando a população dos animais de tamanho mais modesto. Na nova pesquisa, que acaba de sair na revista especializada "Science Advances", a equipe usou dados de campo e simulações para tentar dimensionar o quanto essa perda afetaria a capacidade da floresta de sugar CO2 (e colaborar para atenuar o efeito-estufa). Em tese, qualquer planta é capaz disso –por meio da fotossíntese, os vegetais em crescimento usam a luz do Sol, além de água e gás carbônico para fabricar as moléculas que compõem seu organismo. Mas algumas árvores são especialmente eficientes nisso, diz Galetti. "Normalmente, as árvores que têm grandes sementes são as de madeira densa, que armazenam mais carbono", declarou o pesquisador em comunicado. MATA ATLÂNTICA Para ser mais específico, após analisar 31 áreas de mata atlântica com florestas de mil hectares ou mais de extensão, contendo mais de 800 espécies diferentes de árvores, os especialistas verificaram que 21% dessas espécies tinham sementes grandes dispersadas por animais, das quais 70% eram de espécies com madeira "de lei", de alta densidade –boa para estocar carbono, portanto. Além disso, as árvores de sementes grandes, como jatobás e maçarandubas, também tendem a ser aquelas mais altas. O próximo passo foi simular o que aconteceria se, devido à falta dos animais "jardineiros", essas espécies de sementes grandes começassem a sumir da mata por falta de novas mudinhas (cedo ou tarde, é o que vai acabar acontecendo se essas áreas não forem repovoadas por bichos de grande porte). Resultado: cada hectare dessas matas deixaria de retirar da atmosfera entre uma e quatro toneladas de carbono, dependendo da gravidade do cenário. "Quando as árvores com madeira nobre morrem e não há mais os dispersores de sementes, elas são repostas por árvores de madeira 'mole'. O resultado é uma nova floresta, dominada por árvores menores com madeiras mais leves, que armazenam menos carbono", resume Carolina Bello, doutoranda da Unesp. Portanto, se a ideia é usar as matas para combater as mudanças climáticas, evitar o desmatamento não basta –é preciso que elas voltem a ter populações viáveis de bichos de grande porte.
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Editorial: Futebol de outro mundo
Pela selvageria, as cenas registradas na Itália dias atrás em tudo lembravam a violência tantas vezes associada a jogos de futebol no Brasil. Pela reação das autoridades, ficou fácil notar a diferença. Acompanhando o Feyenoord, da Holanda, torcedores que foram a Roma assistir à partida válida pela Liga Europa deixaram um rastro de destruição na capital italiana. O vandalismo, que começou na quarta-feira (18), intensificou-se no dia seguinte, quando uma fonte do século 17 terminou avariada. Para os padrões brasileiros, talvez a vigorosa manifestação do prefeito de Roma, Ignazio Marino, já soasse surpreendente: "Isso não vai ficar assim. (...) Esse tipo de gente não é bem-vindo nesta cidade". A agilidade da Justiça, então, parece coisa de outro mundo. Na quinta-feira (19) à tarde, soube-se não só que mais de 20 simpatizantes da equipe holandesa haviam sido detidos, o que não causa tanta estranheza, mas também que 19 já tinham sido condenados. Enquanto isso, reportagem desta Folha mostrava o quanto a realidade brasileira é distinta. Segundo levantamento feito pelo jornal, brigas entre torcidas organizadas de clubes paulistas provocaram a morte de ao menos 11 pessoas nos últimos dez anos. Nesse período, não houve nenhuma condenação judicial relativa a esses crimes. Sem melhorar esse tipo de estatística, o Brasil não conseguirá transformar seus estádios em ambientes acolhedores para quem busca uma opção de lazer, a exemplo do que ocorre na Europa –e a despeito de episódios pontuais de violência como os vistos na Itália. Esse seria apenas um passo, contudo. Marco Aurelio Klein, autor do relatório final da Comissão Paz no Esporte, tem razão ao afirmar que não existe solução mágica. Somente um conjunto de ações será capaz de garantir alguma segurança nos jogos de futebol. Klein menciona dois importantes legados da Copa: estádios sem alambrado e o sistema de monitoramento, que, segundo ele, deve ser ostensivo. Aponta, ainda, a necessidade de treinar melhor a polícia, que deve abandonar a retórica bélica, e de impedir que o vândalo frequente as arenas esportivas. Quanto a esse último ponto, os clubes poderiam ajudar muito. Resta saber se os dirigentes estão de fato convencidos de que o futebol brasileiro precisa se modernizar tanto dentro como fora de campo.
opiniao
Editorial: Futebol de outro mundoPela selvageria, as cenas registradas na Itália dias atrás em tudo lembravam a violência tantas vezes associada a jogos de futebol no Brasil. Pela reação das autoridades, ficou fácil notar a diferença. Acompanhando o Feyenoord, da Holanda, torcedores que foram a Roma assistir à partida válida pela Liga Europa deixaram um rastro de destruição na capital italiana. O vandalismo, que começou na quarta-feira (18), intensificou-se no dia seguinte, quando uma fonte do século 17 terminou avariada. Para os padrões brasileiros, talvez a vigorosa manifestação do prefeito de Roma, Ignazio Marino, já soasse surpreendente: "Isso não vai ficar assim. (...) Esse tipo de gente não é bem-vindo nesta cidade". A agilidade da Justiça, então, parece coisa de outro mundo. Na quinta-feira (19) à tarde, soube-se não só que mais de 20 simpatizantes da equipe holandesa haviam sido detidos, o que não causa tanta estranheza, mas também que 19 já tinham sido condenados. Enquanto isso, reportagem desta Folha mostrava o quanto a realidade brasileira é distinta. Segundo levantamento feito pelo jornal, brigas entre torcidas organizadas de clubes paulistas provocaram a morte de ao menos 11 pessoas nos últimos dez anos. Nesse período, não houve nenhuma condenação judicial relativa a esses crimes. Sem melhorar esse tipo de estatística, o Brasil não conseguirá transformar seus estádios em ambientes acolhedores para quem busca uma opção de lazer, a exemplo do que ocorre na Europa –e a despeito de episódios pontuais de violência como os vistos na Itália. Esse seria apenas um passo, contudo. Marco Aurelio Klein, autor do relatório final da Comissão Paz no Esporte, tem razão ao afirmar que não existe solução mágica. Somente um conjunto de ações será capaz de garantir alguma segurança nos jogos de futebol. Klein menciona dois importantes legados da Copa: estádios sem alambrado e o sistema de monitoramento, que, segundo ele, deve ser ostensivo. Aponta, ainda, a necessidade de treinar melhor a polícia, que deve abandonar a retórica bélica, e de impedir que o vândalo frequente as arenas esportivas. Quanto a esse último ponto, os clubes poderiam ajudar muito. Resta saber se os dirigentes estão de fato convencidos de que o futebol brasileiro precisa se modernizar tanto dentro como fora de campo.
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Com Rildo no lugar de Malcom, Tite define equipe que pega o Joinville
O Corinthians realizou na manhã deste sábado (12) o último treino antes de enfrentar o Joinville no domingo, no Itaquerão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. E o técnico Tite fez mudanças no time. A começar pelo ataque, o comandante corintiano promoveu Rildo à titularidade no lugar de Malcom. Na última partida, diante do Grêmio, o atacante entrou bem e ganhou a confiança do treinador. Uendel, recuperado de lesão, Elias, de volta da seleção brasileira, além de Fagner e Gil, que retornam após cumprirem suspensão pelo terceiro cartão amarelo, são outras novidades na equipe titular. A formação que deve iniciar o duelo com os catarinenses deve ser composta por Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Uendel; Ralf, Jadson, Elias e Renato Augusto; Rildo e Vagner Love. O volante Bruno Henrique, que sofreu uma entorse e um edema ósseo no tornozelo esquerdo, segue como desfalque. Ele não foi a campo neste sábado e também não deve voltar no duelo da próxima quarta-feira, diante do Internacional, no Beira-Rio.
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Com Rildo no lugar de Malcom, Tite define equipe que pega o JoinvilleO Corinthians realizou na manhã deste sábado (12) o último treino antes de enfrentar o Joinville no domingo, no Itaquerão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. E o técnico Tite fez mudanças no time. A começar pelo ataque, o comandante corintiano promoveu Rildo à titularidade no lugar de Malcom. Na última partida, diante do Grêmio, o atacante entrou bem e ganhou a confiança do treinador. Uendel, recuperado de lesão, Elias, de volta da seleção brasileira, além de Fagner e Gil, que retornam após cumprirem suspensão pelo terceiro cartão amarelo, são outras novidades na equipe titular. A formação que deve iniciar o duelo com os catarinenses deve ser composta por Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Uendel; Ralf, Jadson, Elias e Renato Augusto; Rildo e Vagner Love. O volante Bruno Henrique, que sofreu uma entorse e um edema ósseo no tornozelo esquerdo, segue como desfalque. Ele não foi a campo neste sábado e também não deve voltar no duelo da próxima quarta-feira, diante do Internacional, no Beira-Rio.
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Prefeitura aponta redução da criminalidade na cracolândia, em SP
Os principais índices de criminalidade caíram no último ano na região da cracolândia, no centro de São Paulo, de acordo com dados da prefeitura. O quadrilátero, de cerca de 300 m² no bairro da Luz, é conhecido pela grande concentração de usuários de drogas, principalmente o crack. De acordo com os números da administração municipal, não foi registrado nenhum homicídio doloso –quando há a intenção de matar– de janeiro até o fim de outubro deste ano. No mesmo período de 2013 e 2014, foi registrado um crime desse tipo por ano. As ocorrências de lesão corporal dolosa registraram a queda mais significativa no período. Foram 45 registros desse tipo de ocorrência de janeiro a outubro deste ano contra 95 em 2014 –uma redução de 53%. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse à Folha que a criminalidade caiu na região devido à presença ostensiva do poder público à adesão de usuários ao programa De Braços Abertos. "Tenho 200 guardas civis lá em três turnos. Trocamos luminárias, revitalizamos a região e ainda atendemos 500 pessoas no De Braços Abertos", afirmou. O presidente do Conseg (conselho de segurança) Santa Cecília, Fábio Fortes, disse que a queda só ocorreu porque os moradores deixaram de registrar os crimes. "A única queda real é a de registros de ocorrências, por medo, cansaço e desilusão das vítimas. A frase do prefeito traduz o descompromisso com as soluções para o grave problema da insegurança de São Paulo, especialmente em Campos Eliseos", disse. Baseado no conceito de redução de danos, o Braços Abertos consiste em incluir os usuários de crack em um trabalho de varrição de ruas. Se trabalharem de segunda a sexta-feira, recebem um salário de R$ 509 por mês, além de alimentação, hospedagem e assistência. Haddad fez questão de ressaltar que as investigações e prisões feitas pelo Denarc (departamento de narcóticos da Polícia Civil) também foram essenciais para a queda na criminalidade. "Estou positivamente impressionado com o trabalho que o delegado Ruy Fontes está fazendo à frente do Denarc. Ele faz um trabalho de inteligência que não existia antes", disse. Questionado se a redução dos crimes na região foi influenciada pela dispersão dos viciados por outras vias da região, Haddad disse que ocorreu o contrário. "Essas pessoas se distribuíam em um espaço muito extenso, o que dificultava o controle. Agora, elas ficam entre as ruas Helvetia e alameda Glete (cerca de 150 metros)", afirmou. O número de furtos também caiu 40% no mesmo período. Nos oito primeiros meses de 2014, foram registradas 339 ocorrências do tipo contra 204 neste ano. Para o prefeito, esses são sinais de que a cracolândia hoje é um território mais tranquilo, onde "é notável que está havendo uma melhoria." Por outro lado, uma reportagem do "Jornal Nacional", da Rede Globo, na quarta-feira (18) mostrou quadrilhas fazendo arrastões na região do Brás –bairro de comércio popular na região central. A média de usuários no fluxo, como é chamado o local onde os viciados de crack se concentram para usar e comprar a pedra, caiu de 1500 para 300 pessoas de abril de 2014 até este mês, segundo a prefeitura. A administração faz três limpezas diárias na cracolândia, com jatos d'água e caminhões de lixo. DE BRAÇOS ABERTOS A Folha revelou neste mês que, em um ano, 25% dos usuários que aderiram ao programa De Braços Abertos largaram o serviço. Segundo o dado mais atualizado da prefeitura, no final de agosto, eram 298 pessoas, contra 399 no mesmo período do ano passado. Os usuários dizem que muitos não se adaptam à rotina de trabalho e acabam abandonando o programa. Deixam de receber o dinheiro, mas boa parte deles continua com hospedagem e alimentação garantidos pela gestão. Dos 505 oficialmente cadastrados como participantes do Braços Abertos, mais de 200 estão nessa situação. Usuário de crack, Walter de Lima, 44, vive na rua desde criança. Chegou a trabalhar por seis meses no serviço de varrição do programa. PROGRAMA ANTICRACK
cotidiano
Prefeitura aponta redução da criminalidade na cracolândia, em SPOs principais índices de criminalidade caíram no último ano na região da cracolândia, no centro de São Paulo, de acordo com dados da prefeitura. O quadrilátero, de cerca de 300 m² no bairro da Luz, é conhecido pela grande concentração de usuários de drogas, principalmente o crack. De acordo com os números da administração municipal, não foi registrado nenhum homicídio doloso –quando há a intenção de matar– de janeiro até o fim de outubro deste ano. No mesmo período de 2013 e 2014, foi registrado um crime desse tipo por ano. As ocorrências de lesão corporal dolosa registraram a queda mais significativa no período. Foram 45 registros desse tipo de ocorrência de janeiro a outubro deste ano contra 95 em 2014 –uma redução de 53%. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse à Folha que a criminalidade caiu na região devido à presença ostensiva do poder público à adesão de usuários ao programa De Braços Abertos. "Tenho 200 guardas civis lá em três turnos. Trocamos luminárias, revitalizamos a região e ainda atendemos 500 pessoas no De Braços Abertos", afirmou. O presidente do Conseg (conselho de segurança) Santa Cecília, Fábio Fortes, disse que a queda só ocorreu porque os moradores deixaram de registrar os crimes. "A única queda real é a de registros de ocorrências, por medo, cansaço e desilusão das vítimas. A frase do prefeito traduz o descompromisso com as soluções para o grave problema da insegurança de São Paulo, especialmente em Campos Eliseos", disse. Baseado no conceito de redução de danos, o Braços Abertos consiste em incluir os usuários de crack em um trabalho de varrição de ruas. Se trabalharem de segunda a sexta-feira, recebem um salário de R$ 509 por mês, além de alimentação, hospedagem e assistência. Haddad fez questão de ressaltar que as investigações e prisões feitas pelo Denarc (departamento de narcóticos da Polícia Civil) também foram essenciais para a queda na criminalidade. "Estou positivamente impressionado com o trabalho que o delegado Ruy Fontes está fazendo à frente do Denarc. Ele faz um trabalho de inteligência que não existia antes", disse. Questionado se a redução dos crimes na região foi influenciada pela dispersão dos viciados por outras vias da região, Haddad disse que ocorreu o contrário. "Essas pessoas se distribuíam em um espaço muito extenso, o que dificultava o controle. Agora, elas ficam entre as ruas Helvetia e alameda Glete (cerca de 150 metros)", afirmou. O número de furtos também caiu 40% no mesmo período. Nos oito primeiros meses de 2014, foram registradas 339 ocorrências do tipo contra 204 neste ano. Para o prefeito, esses são sinais de que a cracolândia hoje é um território mais tranquilo, onde "é notável que está havendo uma melhoria." Por outro lado, uma reportagem do "Jornal Nacional", da Rede Globo, na quarta-feira (18) mostrou quadrilhas fazendo arrastões na região do Brás –bairro de comércio popular na região central. A média de usuários no fluxo, como é chamado o local onde os viciados de crack se concentram para usar e comprar a pedra, caiu de 1500 para 300 pessoas de abril de 2014 até este mês, segundo a prefeitura. A administração faz três limpezas diárias na cracolândia, com jatos d'água e caminhões de lixo. DE BRAÇOS ABERTOS A Folha revelou neste mês que, em um ano, 25% dos usuários que aderiram ao programa De Braços Abertos largaram o serviço. Segundo o dado mais atualizado da prefeitura, no final de agosto, eram 298 pessoas, contra 399 no mesmo período do ano passado. Os usuários dizem que muitos não se adaptam à rotina de trabalho e acabam abandonando o programa. Deixam de receber o dinheiro, mas boa parte deles continua com hospedagem e alimentação garantidos pela gestão. Dos 505 oficialmente cadastrados como participantes do Braços Abertos, mais de 200 estão nessa situação. Usuário de crack, Walter de Lima, 44, vive na rua desde criança. Chegou a trabalhar por seis meses no serviço de varrição do programa. PROGRAMA ANTICRACK
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Crescimento do Japão no 3° tri diminui afetado por redução dos estoques
A economia japonesa cresceu muito mais lentamente do que inicialmente estimado no terceiro trimestre, conforme mostraram os dados revisados, à medida que as despesas de capital diminuíram e as empresas reduziram os estoques —renovando as preocupações com as perspectivas de crescimento do Japão. A economia do Japão cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% no trimestre de julho a setembro, resultado ajustado para baixo em relação à leitura preliminar de 2,2%, de acordo com dados do Gabinete do governo divulgados nesta quinta-feira (8). O valor revisado ficou abaixo da mediana das estimativas de crescimento anualizado de 2,4% em uma pesquisa da Reuters com economistas. As despesas de capital caíram 0,4% no trimestre, contra a estimativa preliminar de estabilidade, uma vez que as siderúrgicas e o setor imobiliário reduziram o investimento. Do lado positivo, os gastos dos consumidores foram revisados para cima e dados separados mostraram que a confiança do setor de serviços melhorou. No entanto, a fraca despesa de capital pode moderar o otimismo de que a economia poderia acelerar no próximo ano. Os estoques reduziram 0,3 ponto percentual do crescimento, mais do que a leitura anterior de 0,1 ponto percentual de contração. Já exportações líquidas somaram 0,3 ponto percentual, menor que o 0,5 ponto percentual no trimestre anterior. Porém, os economistas estavam otimistas de que as exportações podem crescer no futuro, já que o iene caiu para a mínima de oito meses, após Donald Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos.
mercado
Crescimento do Japão no 3° tri diminui afetado por redução dos estoquesA economia japonesa cresceu muito mais lentamente do que inicialmente estimado no terceiro trimestre, conforme mostraram os dados revisados, à medida que as despesas de capital diminuíram e as empresas reduziram os estoques —renovando as preocupações com as perspectivas de crescimento do Japão. A economia do Japão cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% no trimestre de julho a setembro, resultado ajustado para baixo em relação à leitura preliminar de 2,2%, de acordo com dados do Gabinete do governo divulgados nesta quinta-feira (8). O valor revisado ficou abaixo da mediana das estimativas de crescimento anualizado de 2,4% em uma pesquisa da Reuters com economistas. As despesas de capital caíram 0,4% no trimestre, contra a estimativa preliminar de estabilidade, uma vez que as siderúrgicas e o setor imobiliário reduziram o investimento. Do lado positivo, os gastos dos consumidores foram revisados para cima e dados separados mostraram que a confiança do setor de serviços melhorou. No entanto, a fraca despesa de capital pode moderar o otimismo de que a economia poderia acelerar no próximo ano. Os estoques reduziram 0,3 ponto percentual do crescimento, mais do que a leitura anterior de 0,1 ponto percentual de contração. Já exportações líquidas somaram 0,3 ponto percentual, menor que o 0,5 ponto percentual no trimestre anterior. Porém, os economistas estavam otimistas de que as exportações podem crescer no futuro, já que o iene caiu para a mínima de oito meses, após Donald Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos.
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Borussia adota tom informal nas redes sociais e passa de 13,5 mi de seguidores
A abordagem informal, com brincadeira até em derrotas, leva cada vez mais pessoas às páginas das mídias sociais do clube alemão Borussia Dortmund. Só no Facebook são mais de 12 milhões de seguidores, o dobro do total de torcedores do time na Alemanha. Mais de 1,5 milhão de seguidores no Twitter e 12,5 milhões de curtidas no Facebook: nada mal para um clube que, no momento, figura na décima colocação do Campeonato Alemão e tem, na Alemanha, cerca de 6 milhões de torcedores. Os números, porém, são fruto de muito trabalho. E os responsáveis por esse sucesso online, David Görges e sua equipe, atuam em escritórios distantes do famoso estádio Signal Iduna Park. Eles abriram a página do clube no Facebook em 2007, mas foi somente em 2011 que começaram a encarar as redes sociais de maneira realmente séria. "Foi a primeira vez que o clube colocou uma estratégia em termos de mídia", diz Görges. Desde então, o Borussia tem demonstrado um estilo particular em suas interações online, marcadas por um tom informal em grande parte dos posts. É mais uma comunicação direta entre clube e torcedores do que um trabalho estritamente característico de uma agência de marketing. "Temos uma abordagem diferente de outros clubes, fruto de como entendemos esses canais. Nosso marketing foca em ser verdadeiro com nossos fãs, e representamos isso nas mídias sociais também", argumenta Görges. O Twitter é a rede na qual o sentimento de torcedor mostra-se mais aflorado. E, com apenas 140 caracteres, trabalhar de forma bem-humorada é crucial. "Nós reviramos nossos canais, mas em níveis diferentes. Podemos ser um pouco irônicos às vezes, mas também específicos no Twitter, apenas pela diversão. Isso nos agrada, é o jeito que somos", explica Görges. O Facebook do clube é a plataforma com maior audiência e, portanto, tem sido o seu grande foco nos últimos quatro anos. Com maior escala de alcance, a interação é feita de maneira mais rebuscada e disciplinada. Ser hábil para diferenciar estilos, por sinal, é igualmente vital para o sucesso online. E o time que trabalha neste setor do clube entende que brincadeiras devem ocorrer somente em determinadas situações. Quando estava em último no Campeonato Alemão, no início da atual temporada, não era fácil achar o tom correto, explica Görges. "Não usamos esses canais para nós mesmos, mas sim para os torcedores. Esta é a parte mais fundamental", reforça. Twitter LINGUAGEM DO POVO Para a maioria dos torcedores, um sábado de Campeonato Alemão se inicia como sempre: café da manhã seguido de deslocamento para o jogo. Para Peter Flore, é diferente. O homem por trás do Twitter do Borussia começa a se preparar para o trabalho assim que o relógio bate meia-noite e não para até os últimos segundos do dia. Tal qual um torcedor que veste uma camisa da sorte, Flore gosta de seguir um ritual. Ao estacionar sempre no mesmo lugar, nos dias de jogos, ele traça seu percurso até o estádio algumas horas antes de a bola rolar e ainda vai ao centro do gramado para sentir a atmosfera. "Nossa cobertura ao vivo começa por volta de duas horas antes da partida. Sem roteiro. Não há um plano para antes ou durante a partida, mas esse é o melhor jeito de mostrar emoção. Você não pode roteirizar uma partida de futebol, então por que tentar planejar?", explica. Flore relembra que em seu mais famoso momento online, após inúmeras oportunidades perdidas pelo Borussia Dortmund contra o Borussia Mönchengladbach, os torcedores estavam prestes a perder a paciência. "Assim que perdemos outra chance, eu comecei a bater aleatoriamente nas letras do teclado e publiquei. Acrescentei a hashtag do jogo para que as pessoas entendessem que não se tratava de um erro", diz. O tweet foi replicado 12 mil vezes, um recorde na conta do Borussia. Houve um número similar quando Sven Bender quebrou o nariz e sangrou em todo o uniforme, tendo que trocar a camisa quatro vezes. Flore postou uma foto da camiseta de Bender na loja do clube, ironizando: "Temos várias outras." São exemplos de como um toque pessoal funciona. POSTS EM INGLÊS E ALEMÃO Contrariando uma tendência, o Borussia continua trabalhando apenas com uma central para contas de Facebook e Twitter, o que significa que a linguagem, em termos idiomáticos, é limitada. Enquanto o alcance global do clube segue em expansão, a intenção é postar apenas em alemão e inglês, pelo menos por enquanto. É um grande contraste em relação a outros clubes do Alemão, como Schalke 04, Mainz e Bayern de Munique, que há muito criaram contas em inglês, espanhol e até em japonês para diferentes mercados. Depois de estudar literatura americana na universidade, Peter Flore diz que tende a escrever seus comentários primeiramente em inglês, depois, em alemão, a fim de evitar traduções incorretas. No entanto, as primeiras palavras de cada post são sempre em alemão. "Nós certamente temos pensado em abrir uma nova conta para uma segunda língua no Twitter, mas, por outro lado, o melhor seria uma solução técnica, como no Facebook, para delinear certa área. Vamos ver o que a próxima temporada nos traz", diz David Görges. De fato, as próximas inovações estão a caminho. Nesta temporada, o clube planeja lançar um aplicativo para celular focado no dia do jogo, que repassará aos torcedores que estiverem na Alemanha tudo o que acontece dentro e fora do estádio. Posts de mídias sociais, assim como trânsito e previsão do tempo serão incluídos no aplicativo. "Torcedores de futebol são primeiramente mobile. Tudo é mobile atualmente, e é isso que estamos planejando para o futuro próximo", diz Görges. A chave, entretanto, vira rapidamente e de maneira instintiva, tal qual um bom jogador de futebol. "Gosto de ver nosso time de mídias sociais como surfistas que remam e esperam as ondas chegarem. Eles precisam estar atentos e focados. Se a notícia vier, eles podem surfar. Se você perder uma onda grande, não conseguirá pegá-la novamente."
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Borussia adota tom informal nas redes sociais e passa de 13,5 mi de seguidoresA abordagem informal, com brincadeira até em derrotas, leva cada vez mais pessoas às páginas das mídias sociais do clube alemão Borussia Dortmund. Só no Facebook são mais de 12 milhões de seguidores, o dobro do total de torcedores do time na Alemanha. Mais de 1,5 milhão de seguidores no Twitter e 12,5 milhões de curtidas no Facebook: nada mal para um clube que, no momento, figura na décima colocação do Campeonato Alemão e tem, na Alemanha, cerca de 6 milhões de torcedores. Os números, porém, são fruto de muito trabalho. E os responsáveis por esse sucesso online, David Görges e sua equipe, atuam em escritórios distantes do famoso estádio Signal Iduna Park. Eles abriram a página do clube no Facebook em 2007, mas foi somente em 2011 que começaram a encarar as redes sociais de maneira realmente séria. "Foi a primeira vez que o clube colocou uma estratégia em termos de mídia", diz Görges. Desde então, o Borussia tem demonstrado um estilo particular em suas interações online, marcadas por um tom informal em grande parte dos posts. É mais uma comunicação direta entre clube e torcedores do que um trabalho estritamente característico de uma agência de marketing. "Temos uma abordagem diferente de outros clubes, fruto de como entendemos esses canais. Nosso marketing foca em ser verdadeiro com nossos fãs, e representamos isso nas mídias sociais também", argumenta Görges. O Twitter é a rede na qual o sentimento de torcedor mostra-se mais aflorado. E, com apenas 140 caracteres, trabalhar de forma bem-humorada é crucial. "Nós reviramos nossos canais, mas em níveis diferentes. Podemos ser um pouco irônicos às vezes, mas também específicos no Twitter, apenas pela diversão. Isso nos agrada, é o jeito que somos", explica Görges. O Facebook do clube é a plataforma com maior audiência e, portanto, tem sido o seu grande foco nos últimos quatro anos. Com maior escala de alcance, a interação é feita de maneira mais rebuscada e disciplinada. Ser hábil para diferenciar estilos, por sinal, é igualmente vital para o sucesso online. E o time que trabalha neste setor do clube entende que brincadeiras devem ocorrer somente em determinadas situações. Quando estava em último no Campeonato Alemão, no início da atual temporada, não era fácil achar o tom correto, explica Görges. "Não usamos esses canais para nós mesmos, mas sim para os torcedores. Esta é a parte mais fundamental", reforça. Twitter LINGUAGEM DO POVO Para a maioria dos torcedores, um sábado de Campeonato Alemão se inicia como sempre: café da manhã seguido de deslocamento para o jogo. Para Peter Flore, é diferente. O homem por trás do Twitter do Borussia começa a se preparar para o trabalho assim que o relógio bate meia-noite e não para até os últimos segundos do dia. Tal qual um torcedor que veste uma camisa da sorte, Flore gosta de seguir um ritual. Ao estacionar sempre no mesmo lugar, nos dias de jogos, ele traça seu percurso até o estádio algumas horas antes de a bola rolar e ainda vai ao centro do gramado para sentir a atmosfera. "Nossa cobertura ao vivo começa por volta de duas horas antes da partida. Sem roteiro. Não há um plano para antes ou durante a partida, mas esse é o melhor jeito de mostrar emoção. Você não pode roteirizar uma partida de futebol, então por que tentar planejar?", explica. Flore relembra que em seu mais famoso momento online, após inúmeras oportunidades perdidas pelo Borussia Dortmund contra o Borussia Mönchengladbach, os torcedores estavam prestes a perder a paciência. "Assim que perdemos outra chance, eu comecei a bater aleatoriamente nas letras do teclado e publiquei. Acrescentei a hashtag do jogo para que as pessoas entendessem que não se tratava de um erro", diz. O tweet foi replicado 12 mil vezes, um recorde na conta do Borussia. Houve um número similar quando Sven Bender quebrou o nariz e sangrou em todo o uniforme, tendo que trocar a camisa quatro vezes. Flore postou uma foto da camiseta de Bender na loja do clube, ironizando: "Temos várias outras." São exemplos de como um toque pessoal funciona. POSTS EM INGLÊS E ALEMÃO Contrariando uma tendência, o Borussia continua trabalhando apenas com uma central para contas de Facebook e Twitter, o que significa que a linguagem, em termos idiomáticos, é limitada. Enquanto o alcance global do clube segue em expansão, a intenção é postar apenas em alemão e inglês, pelo menos por enquanto. É um grande contraste em relação a outros clubes do Alemão, como Schalke 04, Mainz e Bayern de Munique, que há muito criaram contas em inglês, espanhol e até em japonês para diferentes mercados. Depois de estudar literatura americana na universidade, Peter Flore diz que tende a escrever seus comentários primeiramente em inglês, depois, em alemão, a fim de evitar traduções incorretas. No entanto, as primeiras palavras de cada post são sempre em alemão. "Nós certamente temos pensado em abrir uma nova conta para uma segunda língua no Twitter, mas, por outro lado, o melhor seria uma solução técnica, como no Facebook, para delinear certa área. Vamos ver o que a próxima temporada nos traz", diz David Görges. De fato, as próximas inovações estão a caminho. Nesta temporada, o clube planeja lançar um aplicativo para celular focado no dia do jogo, que repassará aos torcedores que estiverem na Alemanha tudo o que acontece dentro e fora do estádio. Posts de mídias sociais, assim como trânsito e previsão do tempo serão incluídos no aplicativo. "Torcedores de futebol são primeiramente mobile. Tudo é mobile atualmente, e é isso que estamos planejando para o futuro próximo", diz Görges. A chave, entretanto, vira rapidamente e de maneira instintiva, tal qual um bom jogador de futebol. "Gosto de ver nosso time de mídias sociais como surfistas que remam e esperam as ondas chegarem. Eles precisam estar atentos e focados. Se a notícia vier, eles podem surfar. Se você perder uma onda grande, não conseguirá pegá-la novamente."
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EUA e Cuba terão primeiras reuniões em 21 e 22 de janeiro em Havana
A primeira rodada de reuniões entre os EUA e Cuba para iniciar o processo de normalização de suas relações diplomáticas será celebrada em 21 e 22 de janeiro, em Havana, informou nesta quinta-feira (8) a porta-voz do Departamento de Estado americana. A delegação dos Estados Unidos será liderada pela vice-secretária de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, disse a porta-voz, Jen Psaki. Jacobson viajará a Havana "aproveitando que já tinha sido agendada para esta data uma reunião para discutir assuntos migratórios com as autoridades cubanas. A decisão de restabelecer relações diplomáticas será um assunto da reunião, assim como a reabertura de embaixadas, acertos de logística, pessoal, vistos e temas afins", acrescentou. Psaki disse que os detalhes sobre a formação da delegação ainda não foram finalizados e preferiu não apontar quem seria o interlocutor de Jacobson pela parte cubana nessas negociações. Trata-se, segundo a porta-voz, de uma oportunidade para iniciar o processo de "discutir assuntos específicos, de conversar sobre detalhes logísticos, de forma que, por enquanto, não temos prazos determinados". Os presidentes de EUA e Cuba surpreenderam o mundo em 17 de dezembro, ao anunciar que deixariam para trás meio século de enfrentamentos para iniciar conversas para a normalização plena das relações diplomáticas. O acordo foi selado em definitivo com uma histórica conversa por telefone de quase uma hora entre o presidente americano, Barack Obama, e o líder cubano, Raúl Castro.
mundo
EUA e Cuba terão primeiras reuniões em 21 e 22 de janeiro em HavanaA primeira rodada de reuniões entre os EUA e Cuba para iniciar o processo de normalização de suas relações diplomáticas será celebrada em 21 e 22 de janeiro, em Havana, informou nesta quinta-feira (8) a porta-voz do Departamento de Estado americana. A delegação dos Estados Unidos será liderada pela vice-secretária de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, disse a porta-voz, Jen Psaki. Jacobson viajará a Havana "aproveitando que já tinha sido agendada para esta data uma reunião para discutir assuntos migratórios com as autoridades cubanas. A decisão de restabelecer relações diplomáticas será um assunto da reunião, assim como a reabertura de embaixadas, acertos de logística, pessoal, vistos e temas afins", acrescentou. Psaki disse que os detalhes sobre a formação da delegação ainda não foram finalizados e preferiu não apontar quem seria o interlocutor de Jacobson pela parte cubana nessas negociações. Trata-se, segundo a porta-voz, de uma oportunidade para iniciar o processo de "discutir assuntos específicos, de conversar sobre detalhes logísticos, de forma que, por enquanto, não temos prazos determinados". Os presidentes de EUA e Cuba surpreenderam o mundo em 17 de dezembro, ao anunciar que deixariam para trás meio século de enfrentamentos para iniciar conversas para a normalização plena das relações diplomáticas. O acordo foi selado em definitivo com uma histórica conversa por telefone de quase uma hora entre o presidente americano, Barack Obama, e o líder cubano, Raúl Castro.
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MPF recorrerá de decisão que isentou SBT de indenização por Sheherazade
O MPF (Ministério Público Federal) vai recorrer da decisão judicial que deu razão ao SBT em processo envolvendo um comentário de Rachel Sheherazade. Em 2014, a jornalista disse na emissora "compreender" pessoas que amarraram em um poste no Rio um adolescente suspeito de furto, que ela chamou de "marginalzinho". JUSTICEIROS 2 O MPF enxergou apologia do crime de tortura, além de incitação "à hostilidade e à violência injustificada", e pedia que a emissora pagasse indenização de R$ 532 mil por danos coletivos. A Justiça concordou com o argumento do SBT de que a jornalista praticou "o exercício da liberdade de expressão do pensamento e opinião". Leia a coluna completa aqui.
colunas
MPF recorrerá de decisão que isentou SBT de indenização por SheherazadeO MPF (Ministério Público Federal) vai recorrer da decisão judicial que deu razão ao SBT em processo envolvendo um comentário de Rachel Sheherazade. Em 2014, a jornalista disse na emissora "compreender" pessoas que amarraram em um poste no Rio um adolescente suspeito de furto, que ela chamou de "marginalzinho". JUSTICEIROS 2 O MPF enxergou apologia do crime de tortura, além de incitação "à hostilidade e à violência injustificada", e pedia que a emissora pagasse indenização de R$ 532 mil por danos coletivos. A Justiça concordou com o argumento do SBT de que a jornalista praticou "o exercício da liberdade de expressão do pensamento e opinião". Leia a coluna completa aqui.
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Afiada feito lâmina de barbear
A P&G resolveu não mais patrocinar a CBF, a Casa Bandida do Futebol. A Gillette cortou, sem trocadilho, seu alto investimento na entidade e confirmou que foi porque não quer ver mais sua marca associada aos escândalos de corrupção que a abalam desde Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Antes tarde do que nunca, você poderá pensar e pensará certo. Mas não seria justo deixar de realçar o didatismo da medida para incentivar outros patrocinadores a fazer o mesmo. E não são poucos e não são pequenos. Estamos tratando da Nike, Itaú, Vivo, Ambev, Sadia, Chevrolet, Mastercard, Samsung, Gol, Michelin, Ultrafarma e EF Englishtown. A P&G, no Brasil, seguiu o exemplo de cinco grandes anunciantes que já tiraram seus times de campo da Fifa: Sony, Emirates, Castrol, Continental e Johnson&Johnson. Outras multinacionais gigantescas como a Coca-Cola, Visa, McDonald's e Budweiser exigiram a imediata renúncia de Joseph Blatter e condicionaram suas permanências à nova governança e transparência. O discurso de que patrocinavam a Copa, não a Fifa, se esgotou, como urge que se esgote, por aqui, o de que o patrocínio é para a seleção e não para a CBF. Até o 7 a 1 cabia o cinismo, porque argumentava-se que o time da CBF era vitorioso, pentacampeão mundial, blábláblá. Ora, o pentacampeonato permanece e permanecerá, mas a imagem vitoriosa foi soterrada no Mineirão. Por outro lado, a renúncia de Teixeira, a prisão de Marin e o licenciamento de Del Nero revelam que seguir respaldando a atual estrutura de poder é um tiro no pé, sem chuteiras. Quem tiver coragem e quiser livrar suas marcas de tanta sujeira que siga o caminho da Gillette. Sem riscos de se cortar. FIASCO PAULISTA Não cobremos valentia da Ponte Preta, Bragantino ou Oeste, três dos oito eleitores paulistas na assembleia da CBF. Nem altivez da Federação Paulista de Futebol, uma mini-CBF comandada por velho parceiro de Del Nero. Só deploremos a covardia de Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras que, mais uma vez, ao concordar em votar no candidato do indiciado Del Nero para sucedê-lo mostraram que são farinhas do mesmo saco. Pela primeira vez em 101 anos de CBF os clubes são maioria numa eleição, 40 contra 27 federações, e nem assim tomaram para si os destinos do futebol porque, no fundo, e no raso, são mais do mesmo e não querem mudança alguma, felizes em viver promiscuamente no lamaçal em que vivem. Quando a lama chegar aos seus narizes será tarde e do escândalo brotará, tomara, um novo tempo, com os clubes organizados como empresas para poder fazer frente ao baile que levam de alemães e ingleses. Porque cartas com exigências que se repetem há anos são apenas aquilo que Getúlio Vargas chamava de "guampadas de bois mansos". RÉPLICAS Andrés Sanchez replicou de novo. Repita-se mais uma vez o já dito tantas vezes: suas críticas enriquecem o currículo do criticado. No dia em que fizer um elogio será imediatamente processado.
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Afiada feito lâmina de barbearA P&G resolveu não mais patrocinar a CBF, a Casa Bandida do Futebol. A Gillette cortou, sem trocadilho, seu alto investimento na entidade e confirmou que foi porque não quer ver mais sua marca associada aos escândalos de corrupção que a abalam desde Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Antes tarde do que nunca, você poderá pensar e pensará certo. Mas não seria justo deixar de realçar o didatismo da medida para incentivar outros patrocinadores a fazer o mesmo. E não são poucos e não são pequenos. Estamos tratando da Nike, Itaú, Vivo, Ambev, Sadia, Chevrolet, Mastercard, Samsung, Gol, Michelin, Ultrafarma e EF Englishtown. A P&G, no Brasil, seguiu o exemplo de cinco grandes anunciantes que já tiraram seus times de campo da Fifa: Sony, Emirates, Castrol, Continental e Johnson&Johnson. Outras multinacionais gigantescas como a Coca-Cola, Visa, McDonald's e Budweiser exigiram a imediata renúncia de Joseph Blatter e condicionaram suas permanências à nova governança e transparência. O discurso de que patrocinavam a Copa, não a Fifa, se esgotou, como urge que se esgote, por aqui, o de que o patrocínio é para a seleção e não para a CBF. Até o 7 a 1 cabia o cinismo, porque argumentava-se que o time da CBF era vitorioso, pentacampeão mundial, blábláblá. Ora, o pentacampeonato permanece e permanecerá, mas a imagem vitoriosa foi soterrada no Mineirão. Por outro lado, a renúncia de Teixeira, a prisão de Marin e o licenciamento de Del Nero revelam que seguir respaldando a atual estrutura de poder é um tiro no pé, sem chuteiras. Quem tiver coragem e quiser livrar suas marcas de tanta sujeira que siga o caminho da Gillette. Sem riscos de se cortar. FIASCO PAULISTA Não cobremos valentia da Ponte Preta, Bragantino ou Oeste, três dos oito eleitores paulistas na assembleia da CBF. Nem altivez da Federação Paulista de Futebol, uma mini-CBF comandada por velho parceiro de Del Nero. Só deploremos a covardia de Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras que, mais uma vez, ao concordar em votar no candidato do indiciado Del Nero para sucedê-lo mostraram que são farinhas do mesmo saco. Pela primeira vez em 101 anos de CBF os clubes são maioria numa eleição, 40 contra 27 federações, e nem assim tomaram para si os destinos do futebol porque, no fundo, e no raso, são mais do mesmo e não querem mudança alguma, felizes em viver promiscuamente no lamaçal em que vivem. Quando a lama chegar aos seus narizes será tarde e do escândalo brotará, tomara, um novo tempo, com os clubes organizados como empresas para poder fazer frente ao baile que levam de alemães e ingleses. Porque cartas com exigências que se repetem há anos são apenas aquilo que Getúlio Vargas chamava de "guampadas de bois mansos". RÉPLICAS Andrés Sanchez replicou de novo. Repita-se mais uma vez o já dito tantas vezes: suas críticas enriquecem o currículo do criticado. No dia em que fizer um elogio será imediatamente processado.
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Dilma Rousseff deve reconhecer seus erros, diz leitor
Será que esse bando de agitadores políticos da atualidade alcançou a mensagem de Michel Laub, ou ele vai ter que desenhar para ser compreendido? O artigo é a imagem fiel de nossa triste política nacional. CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) * Alguém deve dizer à presidente Dilma Rousseff que não é feio errar. Conhecer o erro e nele persistir é que é feio. ALUISIO DOBES (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dilma Rousseff deve reconhecer seus erros, diz leitorSerá que esse bando de agitadores políticos da atualidade alcançou a mensagem de Michel Laub, ou ele vai ter que desenhar para ser compreendido? O artigo é a imagem fiel de nossa triste política nacional. CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) * Alguém deve dizer à presidente Dilma Rousseff que não é feio errar. Conhecer o erro e nele persistir é que é feio. ALUISIO DOBES (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Homenageado na Mostra, José Mojica Marins cansou de ser o Zé do Caixão
José Mojica Marins, 79, quer distância de seu personagem principal. Precisos sete palmos. "Não gosto mais de ser chamado de Zé do Caixão", diz o diretor que popularizou o gênero do terror no Brasil com a epopeia do coveiro psicopata à procura de uma mulher para gerar seu herdeiro perfeito. O criador fabula, agora, matar a criatura que protagonizou sua clássica trilogia, reexibida nesta semana na Mostra de Cinema de SP (que lhe concedeu o Prêmio Leon Cakoff): "À Meia Noite Levarei sua Alma", "Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver" e "Encarnação do Demônio". Vislumbra um filme em que ele e seu personagem duelem. O diretor o abate com um tiro. "Zé luta por um filho e acaba tendo um. Mas morre antes de ver a criança, que já começa a andar. É meio dramático." Dramático foi também o último ano. Mojica morreu. Por questão de segundos, mas morreu: em 2014, teve duas paradas cardíacas que paralisaram seu coração. Ficou quase cinco meses na UTI do Incor (Instituto do Coração). Hoje faz diálise e supera novos revertérios, como enfisema pulmonar e gastrite hemorrágica. Agora, Mojica –que no passado misturava rum com vodca e hoje bebe uma taça de vinho tinto e só– será brindado. A filha Liz Marins (ou Liz Vamp), 39, encomendou 96 garrafas de cachaça envelhecida em barris de carvalho, reedição gourmet de uma antiga pinga do pai, a Marafo. As doses serão vendidas na abertura de uma exposição no MIS (Museu da Imagem e do Som) paulista sobre Zé do Caixão, neste sábado (31). Mojica é homenageado em outras três frentes: as sessões com suas obras na Mostra de São Paulo, uma nova edição de um livro sobre sua vida, "Maldito", e uma série biográfica no canal pago Space (os dois episódios iniciais serão transmitidos no festival de cinema). O diretor dá uma garfada no carpaccio ("amo carne crua"), num restaurante do centro paulistano. Olha bem a foto de Matheus Natchtergaele, a caráter como o protagonista da série. O programa contará os bastidores de seis filmes da carreira de Mojica, do faroeste "A Sina do Aventureiro" a "24 Horas de Sexo Explícito", passando, é claro, pela criação do personagem Zé do Caixão. RECLUSO "Tinha que ter mais gente com esta cara", diz, confundindo a foto de Nachtergaele com uma dele próprio. O vaivém por hospitais debilitou mente e corpo de Mojica. Antes, ele adorava a mídia. Ia do "Roda Viva" (TV Cultura), onde criticou estrangeirismos como "um drácula raquítico", ao "Viva a Noite" (SBT), apresentado por Gugu nos anos 1980. Lá Mojica chorou ao lhe cortarem as longas unhas de Coffin Joe (nome de Zé do Caixão no exterior), enquanto um locutor brincava: "Ele é o único amigo que não consegue ler a 'Playboy'". Agora está recluso. Esta é sua primeira entrevista desde que passou pela maratona hospitalar. "Católico não praticante", filho de uma bailarina e de um toureiro (que virou gerente de cinema), ele queria ter mais dinheiro. "Para fazer as loucuras minhas", afirma. "Ressuscitar pessoas" seria um belo poder para se ter, diz. Escolheria Beethoven. "Não sou muito fã, mas fez muita coisa diferente. Que nem eu." Sem a prótese dentária (está no conserto) e de calça e blusa pretas, mantém a aura do personagem que diz querer enterrar. Zé do Caixão lhe deu fama, mas também trabalho. Parte da "intelligentsia" cinematográfica se recusava a vê-lo como igual –uma das exceções foi Glauber Rocha (1939-1981), que na década de 1960 saía do cinema berrando: "Puta que pariu, esse cara é um gênio!". "Senti desprezo demais. Lutei muito para mostrar que era um ser humano e deveria ser tratado como tal", afirma. Anos atrás, Mojica se animava ao falar de projetos em suspenso, como uma nova produção de Zé do Caixão, "Sete Ventres Para um Demônio". A filha Liz fala em retomar o programa no Canal Brasil, "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", para o qual o pai já levou o fotógrafo J.R. Duran e a aspirante a celebridade Geisy Arruda. Sem datas à vista. Hoje, Mojica leva uma vida pacata, sob cuidados da ex-mulher Nilce, evangélica que não aprecia que ele beba vinho. O diretor conta ter tido cinco mulheres ("algumas simultâneas") e sete filhos. Quando seu coração parou de bater, no meio de 2014, não viu o filme de sua vida lhe passar pelos olhos. Só lembra do aperto que deu no mais romântico dos músculos. "Achei que ia embora. Foi a única hora em que me entristeci. Não queria partir, não. Não sem realizar mais coisas." Com um suspiro, reconhece. "Sei que o Zé é imortal. Acho que depois que eu morrer vão falar muito mais dele do que de mim." * HORROR NA MOSTRA DE CINEMA DE SÃO PAULO Veja os filmes de terror que tomam as telonas nos próximos dias "À Meia-Noite Levarei sua Alma" Neste longa de 1964, Zé do Caixão violenta a mulher do amigo para tentar gerar um filho perfeito > qua. (28), 19h30, no vão do Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3251-5644 "Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver" Censurado no lançamento, em 1967, o filme teve de mudar uma frase em que o coveiro dizia não crer em Deus > qua. (28), 19h30, no vão do Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3251-5644 "Encarnação do Demônio" Último filme de Mojica, que encerra a trilogia do Zé do Caixão. Lançado em 2008, é também o último em que Jece Valadão (1930-2006) atuou > qui. (29), 22h, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696 "Série Zé do Caixão" Primeiros dois capítulos do seriado inspirado na biografia 'Maldito' (leia texto nesta página). Matheus Natchtergaele interpreta o cineasta > qui. (29), 19h, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696; sáb. (31), 20h, no Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca, r. Frei Caneca, 569, tel. (11) 3472-2362 "Bone Tomahawk" O americano S. Craig Zahler traz a história de pistoleiros que caçam canibais > sex. (30), 19h15, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696 "A Bruxa" Feitiçaria no século 17 é a tônica do longa de Robert Eggers > sex. (30), 23h59, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696; sáb. (31), 21h50, no Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca, r. Frei Caneca, 569, tel. (11) 3472-2362; dom. (1º/11), 22h15, na Cinesala, r. Fradique Coutinho, 361, tel. (11) 5096-0585; seg. (2), no Espaço Itaú de Cinema - Augusta, r. Augusta, 147, tel. (11) 3288-6780 "O Quarto Proibido" Guy Maddin e Evan Johnson narram a agonia da tripulação de um submarino que, com poucas horas de oxigênio, luta para sobreviver > sex. (30), 16h45, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696
ilustrada
Homenageado na Mostra, José Mojica Marins cansou de ser o Zé do CaixãoJosé Mojica Marins, 79, quer distância de seu personagem principal. Precisos sete palmos. "Não gosto mais de ser chamado de Zé do Caixão", diz o diretor que popularizou o gênero do terror no Brasil com a epopeia do coveiro psicopata à procura de uma mulher para gerar seu herdeiro perfeito. O criador fabula, agora, matar a criatura que protagonizou sua clássica trilogia, reexibida nesta semana na Mostra de Cinema de SP (que lhe concedeu o Prêmio Leon Cakoff): "À Meia Noite Levarei sua Alma", "Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver" e "Encarnação do Demônio". Vislumbra um filme em que ele e seu personagem duelem. O diretor o abate com um tiro. "Zé luta por um filho e acaba tendo um. Mas morre antes de ver a criança, que já começa a andar. É meio dramático." Dramático foi também o último ano. Mojica morreu. Por questão de segundos, mas morreu: em 2014, teve duas paradas cardíacas que paralisaram seu coração. Ficou quase cinco meses na UTI do Incor (Instituto do Coração). Hoje faz diálise e supera novos revertérios, como enfisema pulmonar e gastrite hemorrágica. Agora, Mojica –que no passado misturava rum com vodca e hoje bebe uma taça de vinho tinto e só– será brindado. A filha Liz Marins (ou Liz Vamp), 39, encomendou 96 garrafas de cachaça envelhecida em barris de carvalho, reedição gourmet de uma antiga pinga do pai, a Marafo. As doses serão vendidas na abertura de uma exposição no MIS (Museu da Imagem e do Som) paulista sobre Zé do Caixão, neste sábado (31). Mojica é homenageado em outras três frentes: as sessões com suas obras na Mostra de São Paulo, uma nova edição de um livro sobre sua vida, "Maldito", e uma série biográfica no canal pago Space (os dois episódios iniciais serão transmitidos no festival de cinema). O diretor dá uma garfada no carpaccio ("amo carne crua"), num restaurante do centro paulistano. Olha bem a foto de Matheus Natchtergaele, a caráter como o protagonista da série. O programa contará os bastidores de seis filmes da carreira de Mojica, do faroeste "A Sina do Aventureiro" a "24 Horas de Sexo Explícito", passando, é claro, pela criação do personagem Zé do Caixão. RECLUSO "Tinha que ter mais gente com esta cara", diz, confundindo a foto de Nachtergaele com uma dele próprio. O vaivém por hospitais debilitou mente e corpo de Mojica. Antes, ele adorava a mídia. Ia do "Roda Viva" (TV Cultura), onde criticou estrangeirismos como "um drácula raquítico", ao "Viva a Noite" (SBT), apresentado por Gugu nos anos 1980. Lá Mojica chorou ao lhe cortarem as longas unhas de Coffin Joe (nome de Zé do Caixão no exterior), enquanto um locutor brincava: "Ele é o único amigo que não consegue ler a 'Playboy'". Agora está recluso. Esta é sua primeira entrevista desde que passou pela maratona hospitalar. "Católico não praticante", filho de uma bailarina e de um toureiro (que virou gerente de cinema), ele queria ter mais dinheiro. "Para fazer as loucuras minhas", afirma. "Ressuscitar pessoas" seria um belo poder para se ter, diz. Escolheria Beethoven. "Não sou muito fã, mas fez muita coisa diferente. Que nem eu." Sem a prótese dentária (está no conserto) e de calça e blusa pretas, mantém a aura do personagem que diz querer enterrar. Zé do Caixão lhe deu fama, mas também trabalho. Parte da "intelligentsia" cinematográfica se recusava a vê-lo como igual –uma das exceções foi Glauber Rocha (1939-1981), que na década de 1960 saía do cinema berrando: "Puta que pariu, esse cara é um gênio!". "Senti desprezo demais. Lutei muito para mostrar que era um ser humano e deveria ser tratado como tal", afirma. Anos atrás, Mojica se animava ao falar de projetos em suspenso, como uma nova produção de Zé do Caixão, "Sete Ventres Para um Demônio". A filha Liz fala em retomar o programa no Canal Brasil, "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", para o qual o pai já levou o fotógrafo J.R. Duran e a aspirante a celebridade Geisy Arruda. Sem datas à vista. Hoje, Mojica leva uma vida pacata, sob cuidados da ex-mulher Nilce, evangélica que não aprecia que ele beba vinho. O diretor conta ter tido cinco mulheres ("algumas simultâneas") e sete filhos. Quando seu coração parou de bater, no meio de 2014, não viu o filme de sua vida lhe passar pelos olhos. Só lembra do aperto que deu no mais romântico dos músculos. "Achei que ia embora. Foi a única hora em que me entristeci. Não queria partir, não. Não sem realizar mais coisas." Com um suspiro, reconhece. "Sei que o Zé é imortal. Acho que depois que eu morrer vão falar muito mais dele do que de mim." * HORROR NA MOSTRA DE CINEMA DE SÃO PAULO Veja os filmes de terror que tomam as telonas nos próximos dias "À Meia-Noite Levarei sua Alma" Neste longa de 1964, Zé do Caixão violenta a mulher do amigo para tentar gerar um filho perfeito > qua. (28), 19h30, no vão do Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3251-5644 "Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver" Censurado no lançamento, em 1967, o filme teve de mudar uma frase em que o coveiro dizia não crer em Deus > qua. (28), 19h30, no vão do Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3251-5644 "Encarnação do Demônio" Último filme de Mojica, que encerra a trilogia do Zé do Caixão. Lançado em 2008, é também o último em que Jece Valadão (1930-2006) atuou > qui. (29), 22h, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696 "Série Zé do Caixão" Primeiros dois capítulos do seriado inspirado na biografia 'Maldito' (leia texto nesta página). Matheus Natchtergaele interpreta o cineasta > qui. (29), 19h, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696; sáb. (31), 20h, no Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca, r. Frei Caneca, 569, tel. (11) 3472-2362 "Bone Tomahawk" O americano S. Craig Zahler traz a história de pistoleiros que caçam canibais > sex. (30), 19h15, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696 "A Bruxa" Feitiçaria no século 17 é a tônica do longa de Robert Eggers > sex. (30), 23h59, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696; sáb. (31), 21h50, no Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca, r. Frei Caneca, 569, tel. (11) 3472-2362; dom. (1º/11), 22h15, na Cinesala, r. Fradique Coutinho, 361, tel. (11) 5096-0585; seg. (2), no Espaço Itaú de Cinema - Augusta, r. Augusta, 147, tel. (11) 3288-6780 "O Quarto Proibido" Guy Maddin e Evan Johnson narram a agonia da tripulação de um submarino que, com poucas horas de oxigênio, luta para sobreviver > sex. (30), 16h45, no Cinearte, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3285-3696
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Tablets e smartphones facilitam declarar o IR, mas impedem retificar
Desde 2013, a Receita recebe declarações por tablets e smartphones (aplicativo m-IRPF). Essas plataformas proporcionam maior facilidade para o contribuinte. Mas os que pretendem usá-las devem ficar atentos, pois há várias restrições. Não poderão usar o m-IRPF os contribuintes ou seus dependentes que receberam, de uma só vez, rendimentos de anos anteriores, os com rendimentos do exterior e os que tiveram ganhos de capital na venda de bens e direitos. Mas a principal restrição que pode inibir o uso de tablets e smartphones é que, se houver necessidade de retificação, ela não poderá ser feita por essas plataformas. Assim, o contribuinte terá de migrar para um computador. Para isso, será preciso seguir estes passos: a) localizar o arquivo da declaração salvo em seu tablet ou smartphone; b) copiar o arquivo para o seu micro, na pasta de sua preferência; c) instalar os programas IRPF e Receitanet (ambos de 2016) em seu micro; d) dentro do programa, no menu "Ferramentas", ir em "Cópia de Segurança" e "Restaurar" (a declaração será importada para o programa); e) fazer as modificações necessárias, gravar e transmitir a declaração pelo Receitanet. Para apresentar a retificadora será preciso informar o número do recibo de entrega da declaração original. Devido a todas essas restrições, o computador ainda é a melhor forma para prestar contas ao fisco.
mercado
Tablets e smartphones facilitam declarar o IR, mas impedem retificarDesde 2013, a Receita recebe declarações por tablets e smartphones (aplicativo m-IRPF). Essas plataformas proporcionam maior facilidade para o contribuinte. Mas os que pretendem usá-las devem ficar atentos, pois há várias restrições. Não poderão usar o m-IRPF os contribuintes ou seus dependentes que receberam, de uma só vez, rendimentos de anos anteriores, os com rendimentos do exterior e os que tiveram ganhos de capital na venda de bens e direitos. Mas a principal restrição que pode inibir o uso de tablets e smartphones é que, se houver necessidade de retificação, ela não poderá ser feita por essas plataformas. Assim, o contribuinte terá de migrar para um computador. Para isso, será preciso seguir estes passos: a) localizar o arquivo da declaração salvo em seu tablet ou smartphone; b) copiar o arquivo para o seu micro, na pasta de sua preferência; c) instalar os programas IRPF e Receitanet (ambos de 2016) em seu micro; d) dentro do programa, no menu "Ferramentas", ir em "Cópia de Segurança" e "Restaurar" (a declaração será importada para o programa); e) fazer as modificações necessárias, gravar e transmitir a declaração pelo Receitanet. Para apresentar a retificadora será preciso informar o número do recibo de entrega da declaração original. Devido a todas essas restrições, o computador ainda é a melhor forma para prestar contas ao fisco.
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Arma genética natural pode ajudar a combater mosquito da malária
Cientistas acharam um "gene da masculinidade" que pode ser fatal para fêmeas –mas, no caso, apenas do mosquito transmissor da malária. A pesquisa do Instituto Pirbright, em Surrey, no Reino Unido, identificou o gene Yob no cromossomo Y do mosquito da espécie Anopheles gambiae, o mais letal vetor da doença na África. Trata-se do segundo gene semelhante encontrado em insetos. O primeiro foi um gene determinante da masculinidade, o Nix, identificado no Aedes aegypti, principal transmissor de dengue e zika. CONHEÇA POSSÍVEL MÉTODO DE CONTROLE DO VETOR Essas descobertas podem facilitar o controle da transmissão dessas doenças ao selecionar sexualmente e matar as fêmeas. Os machos não se alimentam com sangue humano. Já as fêmeas têm esse vampiresco hábito, durante o qual transferem para o sangue os parasitas e vírus causadores de doenças. Os pesquisadores notaram que o gene Yob começa a ficar ativo cerca de duas horas depois que os ovos de mosquito foram postos, e antes de outros genes que já se sabia estarem associados à determinação do sexo. Nestas primeiras horas o sexo é determinado por um sinal genético que ativa uma verdadeira "cascata" de genes. O estudo consistiu em sequenciar –determinar letra por letra do alfabeto genético– todas as mensagens químicas produzidas por embriões, machos e fêmeas, do mosquito. A comparação revelou que apenas os machos tinham os fragmentos correspondentes ao Yob. Mas o que veio em seguida foi particularmente encorajador: o Yob revelou-se um matador de fêmeas por meio dos seus "transcritos". A transcrição é o primeiro passo da expressão gênica, isto é, o processo pelo qual a informação contida no gene é usada para sintetizar um produto funcional, em geral proteínas. Na transcrição, um trecho de DNA (ácido desoxirribonucleico) é copiado na forma de RNA (ácido ribonucleico), mais especificamente o mRNA –RNA mensageiro. Embriões de fêmeas injetados com o mRNA transcrito do Yob não sobreviveram, assim como embriões machos privados do gene. O Yob é expressado durante toda a vida do macho. Segundo os cientistas, o Yob também tem outra função importante no desenvolvimento do embrião, a de "dosar" o nível de transcritos de genes localizados no cromossomo X. Nos machos isso produz uma grande expressão gênica, uma forma de compensar por só ter uma cópia do cromossomo. Já nas fêmeas, com seus dois cromossomos X, a presença do Yob leva a uma transcrição exagerada dos dois, com resultados fatais. COMBATE Jaroslaw Krzywinski, um dos líderes da pesquisa, lembra que inseticidas e drogas têm ajudado a controlar a malária, mas é necessário agir em várias frentes, pois tanto o mosquito como o parasita podem adquirir resistência. "Estratégias genéticas, como as utilizadas com sucesso para controlar pragas agrícolas, têm um grande potencial. No entanto, elas exigem a libertação de apenas mosquitos machos, o que representa um obstáculo intransponível para estender o controle genético para vetores da malária, porque não há métodos eficientes para separar os sexos em anopheles atualmente", diz o pesquisador. "Agora, a propriedade de matar fêmeas com o gene Yob nos dá uma valiosa ferramenta para a produção via engenharia genética de machos de anopheles adequados para o controle da malária no futuro", conclui Krzywinski. Em um comentário sobre a pesquisa publicado na mesma edição, Steven P. Sinkins, da Universidade Lancaster, Reino Unido, afirma que apesar de o uso do Yob como um mecanismo transgênico para determinar sexo e matar fêmeas ser uma possibilidade, além de ajudar também na estratégia de lançar machos estéreis no ambiente, o custo disso seria proibitivo para ser usado em toda a África. Mas a descoberta pode ajudar em estratégias autossustentáveis, como a ideia de produzir mosquitos incapazes de transmitir o parasita, ou causar uma crise populacional ao desequilibrar a relação entre machos e fêmeas na natureza, "talvez a probabilidade mais excitante no contexto de controle da malária", afirma Sinkins.
ciencia
Arma genética natural pode ajudar a combater mosquito da maláriaCientistas acharam um "gene da masculinidade" que pode ser fatal para fêmeas –mas, no caso, apenas do mosquito transmissor da malária. A pesquisa do Instituto Pirbright, em Surrey, no Reino Unido, identificou o gene Yob no cromossomo Y do mosquito da espécie Anopheles gambiae, o mais letal vetor da doença na África. Trata-se do segundo gene semelhante encontrado em insetos. O primeiro foi um gene determinante da masculinidade, o Nix, identificado no Aedes aegypti, principal transmissor de dengue e zika. CONHEÇA POSSÍVEL MÉTODO DE CONTROLE DO VETOR Essas descobertas podem facilitar o controle da transmissão dessas doenças ao selecionar sexualmente e matar as fêmeas. Os machos não se alimentam com sangue humano. Já as fêmeas têm esse vampiresco hábito, durante o qual transferem para o sangue os parasitas e vírus causadores de doenças. Os pesquisadores notaram que o gene Yob começa a ficar ativo cerca de duas horas depois que os ovos de mosquito foram postos, e antes de outros genes que já se sabia estarem associados à determinação do sexo. Nestas primeiras horas o sexo é determinado por um sinal genético que ativa uma verdadeira "cascata" de genes. O estudo consistiu em sequenciar –determinar letra por letra do alfabeto genético– todas as mensagens químicas produzidas por embriões, machos e fêmeas, do mosquito. A comparação revelou que apenas os machos tinham os fragmentos correspondentes ao Yob. Mas o que veio em seguida foi particularmente encorajador: o Yob revelou-se um matador de fêmeas por meio dos seus "transcritos". A transcrição é o primeiro passo da expressão gênica, isto é, o processo pelo qual a informação contida no gene é usada para sintetizar um produto funcional, em geral proteínas. Na transcrição, um trecho de DNA (ácido desoxirribonucleico) é copiado na forma de RNA (ácido ribonucleico), mais especificamente o mRNA –RNA mensageiro. Embriões de fêmeas injetados com o mRNA transcrito do Yob não sobreviveram, assim como embriões machos privados do gene. O Yob é expressado durante toda a vida do macho. Segundo os cientistas, o Yob também tem outra função importante no desenvolvimento do embrião, a de "dosar" o nível de transcritos de genes localizados no cromossomo X. Nos machos isso produz uma grande expressão gênica, uma forma de compensar por só ter uma cópia do cromossomo. Já nas fêmeas, com seus dois cromossomos X, a presença do Yob leva a uma transcrição exagerada dos dois, com resultados fatais. COMBATE Jaroslaw Krzywinski, um dos líderes da pesquisa, lembra que inseticidas e drogas têm ajudado a controlar a malária, mas é necessário agir em várias frentes, pois tanto o mosquito como o parasita podem adquirir resistência. "Estratégias genéticas, como as utilizadas com sucesso para controlar pragas agrícolas, têm um grande potencial. No entanto, elas exigem a libertação de apenas mosquitos machos, o que representa um obstáculo intransponível para estender o controle genético para vetores da malária, porque não há métodos eficientes para separar os sexos em anopheles atualmente", diz o pesquisador. "Agora, a propriedade de matar fêmeas com o gene Yob nos dá uma valiosa ferramenta para a produção via engenharia genética de machos de anopheles adequados para o controle da malária no futuro", conclui Krzywinski. Em um comentário sobre a pesquisa publicado na mesma edição, Steven P. Sinkins, da Universidade Lancaster, Reino Unido, afirma que apesar de o uso do Yob como um mecanismo transgênico para determinar sexo e matar fêmeas ser uma possibilidade, além de ajudar também na estratégia de lançar machos estéreis no ambiente, o custo disso seria proibitivo para ser usado em toda a África. Mas a descoberta pode ajudar em estratégias autossustentáveis, como a ideia de produzir mosquitos incapazes de transmitir o parasita, ou causar uma crise populacional ao desequilibrar a relação entre machos e fêmeas na natureza, "talvez a probabilidade mais excitante no contexto de controle da malária", afirma Sinkins.
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Com rodízio, cidade de Pernambuco só tem água dois dias por mês
Todas as manhãs, a dona de casa Dorinha Arruda, 44, tem de esperar a carroça passar para botar água no feijão. Compra três ou quatro latas de água por dia, a R$ 1,25, para cozinhar. O que sobra serve para o banho de cuia –tem dia que não sobra. A casa onde mora com a filha de 12 anos, em Santa Cruz do Capibaribe (PE), não tem torneiras nem chuveiro –e há tempos não tem água encanada. "Faz de um ano a dois, eu nem conto mais", diz ela. Desde o início do mês, moradores da terceira maior cidade do agreste pernambucano enfrentam um rodízio oficial rigoroso: são dois dias com água e 28 sem. Outros 115 dos 185 municípios do Estado também passam por algum tipo de racionamento. A crise poderia estar perto do fim se uma obra estratégica para enfrentar a seca tivesse seguido o cronograma. Parceria entre Estado e Ministério da Integração, a Adutora do Agreste deveria ter a primeira etapa concluída até junho, mas está com apenas 62% das obras prontas, devido a atrasos nos repasses do governo federal. No sertão, outras duas obras que beneficiariam 14 municípios de Pernambuco e oito da Paraíba podem parar. Enquanto isso, carroças, carros-pipa e caminhonetes disputam espaço nas ruas estreitas de Santa Cruz do Capibaribe para vender água nas casas dos 99 mil moradores. Uma vez por semana, dona Dorinha paga ainda R$ 45 para encher a cisterna de 2.000 litros. É com essa água, mais salobra, que cuida da limpeza geral. "O dinheiro que era para comprar roupa ou xampu vai para comprar água", lamenta. Nas bacias enfileiradas no chão, ela guarda cada gota que pode ser reaproveitada, para que a água dure a semana inteira. "Isso é ouro, ninguém pode gastar." Uma gambiarra ajuda a reaproveitar a água que escorre pelo ralo do tanque. "Tirei um cano daqui, aí quando estou lavando roupa a água do ralo cai no balde, já para jogar no banheiro e ir economizando", explica. O período chuvoso, que vai até maio no sertão e até julho no agreste, já se aproxima do fim sem previsão de melhora. "Teria que chover em toda a região e por vários dias seguidos para resolver o problema", afirma o meteorologista Patrice Oliveira.
cotidiano
Com rodízio, cidade de Pernambuco só tem água dois dias por mêsTodas as manhãs, a dona de casa Dorinha Arruda, 44, tem de esperar a carroça passar para botar água no feijão. Compra três ou quatro latas de água por dia, a R$ 1,25, para cozinhar. O que sobra serve para o banho de cuia –tem dia que não sobra. A casa onde mora com a filha de 12 anos, em Santa Cruz do Capibaribe (PE), não tem torneiras nem chuveiro –e há tempos não tem água encanada. "Faz de um ano a dois, eu nem conto mais", diz ela. Desde o início do mês, moradores da terceira maior cidade do agreste pernambucano enfrentam um rodízio oficial rigoroso: são dois dias com água e 28 sem. Outros 115 dos 185 municípios do Estado também passam por algum tipo de racionamento. A crise poderia estar perto do fim se uma obra estratégica para enfrentar a seca tivesse seguido o cronograma. Parceria entre Estado e Ministério da Integração, a Adutora do Agreste deveria ter a primeira etapa concluída até junho, mas está com apenas 62% das obras prontas, devido a atrasos nos repasses do governo federal. No sertão, outras duas obras que beneficiariam 14 municípios de Pernambuco e oito da Paraíba podem parar. Enquanto isso, carroças, carros-pipa e caminhonetes disputam espaço nas ruas estreitas de Santa Cruz do Capibaribe para vender água nas casas dos 99 mil moradores. Uma vez por semana, dona Dorinha paga ainda R$ 45 para encher a cisterna de 2.000 litros. É com essa água, mais salobra, que cuida da limpeza geral. "O dinheiro que era para comprar roupa ou xampu vai para comprar água", lamenta. Nas bacias enfileiradas no chão, ela guarda cada gota que pode ser reaproveitada, para que a água dure a semana inteira. "Isso é ouro, ninguém pode gastar." Uma gambiarra ajuda a reaproveitar a água que escorre pelo ralo do tanque. "Tirei um cano daqui, aí quando estou lavando roupa a água do ralo cai no balde, já para jogar no banheiro e ir economizando", explica. O período chuvoso, que vai até maio no sertão e até julho no agreste, já se aproxima do fim sem previsão de melhora. "Teria que chover em toda a região e por vários dias seguidos para resolver o problema", afirma o meteorologista Patrice Oliveira.
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Sabe tudo sobre o coelhinho e ovos de Páscoa? Faça o quiz e comprove
A Páscoa é um dos feriados mais desejados pelas crianças, principalmente por causa dos ovos de Páscoa, que costumam lotar os armários da cozinha. Você sabia que dar chocolate de presente é uma tradição que surgiu muito depois do nascimento de Jesus Cristo? E que os judeus também têm uma Páscoa para chamar de sua? Faça o quiz acima e mostre que você entende dessa data.
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Sabe tudo sobre o coelhinho e ovos de Páscoa? Faça o quiz e comproveA Páscoa é um dos feriados mais desejados pelas crianças, principalmente por causa dos ovos de Páscoa, que costumam lotar os armários da cozinha. Você sabia que dar chocolate de presente é uma tradição que surgiu muito depois do nascimento de Jesus Cristo? E que os judeus também têm uma Páscoa para chamar de sua? Faça o quiz acima e mostre que você entende dessa data.
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'Exceções à neutralidade não podem virar regra', diz deputado sobre Marco Civil
As exceções da neutralidade da rede, que serão debatidas na regulamentação do Marco Civil da Internet, devem ser tratadas como raridade, de acordo com Alessandro Molon, deputado federal (PT-RJ) e relator da lei de 2014. Pelo princípio da neutralidade da rede, não é permitido o bloqueio de conteúdo ou que companhias de internet e de mídia não tenham o direito de usar bandas de conexão mais rápidas, pagando por isso, em detrimento de outros consumidores ou competidores. "Não dá para incluir oito, dez exceções no documento. Se isso acontecer, a exceção vira regra", disse o deputado durante um fórum sobre o projeto realizado na Campus Party 2015. "A regra tem que ser a neutralidade, que já foi definida pelo texto aprovado", defendeu. A regulamentação por decreto presidencial do Marco Civil entrou em consulta pública no dia 28 de janeiro. O processo discutirá conteúdos já inclusos no texto da lei, mas que foram tratados de maneira genérica. Além das exceções à neutralidade, devem ser debatidos temas como a guarda de registros de conexão pelas operadoras e a privacidade na rede. "A gente já quis prever, no próprio texto do Marco, exceções à neutralidade que viriam neste decreto", explicou o deputado. O documento, disponível na internet, permite a discriminação do tráfego de dados na priorização de serviços de emergência e em questões técnicas que visam melhorar a experiência do usuário na rede. Sobre a guarda de informações privadas, Molon disse que a regulamentação procurará restringir ao máximo os tipos de empresas que terão esse poder. "O desafio é limitá-lo apenas às empresas que forem indispensáveis do ponto de vista da segurança pública", afirmou o relator. "Faz sentido, por exemplo, exigir que uma farmácia guarde os dados de seus clientes? Me parece que não", comentou. REGULAMENTAÇÃO PARTICIPATIVA Para o deputado, submeter um decreto presidencial à consulta pública é um grande avanço democrático para o país. "O Marco Civil não é importante apenas pelo seu conteúdo, mas também pelo que ele representa do ponto de vista da democracia", disse Molon. A "lei da internet" brasileira foi submetida à consulta pública durante todo o seu processo de construção e, de acordo com o deputado do PT, chegou a ser alterado três vezes por sugestões da população antes de ser aprovado na câmara. A consulta pública da regulamentação do Marco Civil está aberta até o dia 28 de fevereiro (prazo sujeito à prorrogação). É possível participar on-line por meio do portal do Ministério da Justiça.
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'Exceções à neutralidade não podem virar regra', diz deputado sobre Marco CivilAs exceções da neutralidade da rede, que serão debatidas na regulamentação do Marco Civil da Internet, devem ser tratadas como raridade, de acordo com Alessandro Molon, deputado federal (PT-RJ) e relator da lei de 2014. Pelo princípio da neutralidade da rede, não é permitido o bloqueio de conteúdo ou que companhias de internet e de mídia não tenham o direito de usar bandas de conexão mais rápidas, pagando por isso, em detrimento de outros consumidores ou competidores. "Não dá para incluir oito, dez exceções no documento. Se isso acontecer, a exceção vira regra", disse o deputado durante um fórum sobre o projeto realizado na Campus Party 2015. "A regra tem que ser a neutralidade, que já foi definida pelo texto aprovado", defendeu. A regulamentação por decreto presidencial do Marco Civil entrou em consulta pública no dia 28 de janeiro. O processo discutirá conteúdos já inclusos no texto da lei, mas que foram tratados de maneira genérica. Além das exceções à neutralidade, devem ser debatidos temas como a guarda de registros de conexão pelas operadoras e a privacidade na rede. "A gente já quis prever, no próprio texto do Marco, exceções à neutralidade que viriam neste decreto", explicou o deputado. O documento, disponível na internet, permite a discriminação do tráfego de dados na priorização de serviços de emergência e em questões técnicas que visam melhorar a experiência do usuário na rede. Sobre a guarda de informações privadas, Molon disse que a regulamentação procurará restringir ao máximo os tipos de empresas que terão esse poder. "O desafio é limitá-lo apenas às empresas que forem indispensáveis do ponto de vista da segurança pública", afirmou o relator. "Faz sentido, por exemplo, exigir que uma farmácia guarde os dados de seus clientes? Me parece que não", comentou. REGULAMENTAÇÃO PARTICIPATIVA Para o deputado, submeter um decreto presidencial à consulta pública é um grande avanço democrático para o país. "O Marco Civil não é importante apenas pelo seu conteúdo, mas também pelo que ele representa do ponto de vista da democracia", disse Molon. A "lei da internet" brasileira foi submetida à consulta pública durante todo o seu processo de construção e, de acordo com o deputado do PT, chegou a ser alterado três vezes por sugestões da população antes de ser aprovado na câmara. A consulta pública da regulamentação do Marco Civil está aberta até o dia 28 de fevereiro (prazo sujeito à prorrogação). É possível participar on-line por meio do portal do Ministério da Justiça.
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Adriana Calcanhotto dá vida nova a clássicos de Lupicínio Rodrigues
VERMELHO Eis um disco forte e intenso como a cor que o nomeia. São 18 faixas "quentes" que, entre canções e poesias, trazem o competente som da dupla formada por Luis Felipe Gama (pianista, compositor e arranjador) e a exímia cantora Ana Luiza. Diferente de "Entrelaço", álbum gravado anteriormente pela dupla, em trio com o guitarrista, compositor e arranjador Natan Marques, "Vermelho" traz sonoridade encorpada de quarteto, com Alberto Luccas, no contrabaixo acústico, e Everton Barba, na bateria. No disco da dupla, que existe desde 1994, fica claro o forte talento de ambos que tem sido reconhecido e ovacionado na Europa, Cuba, Argentina e Uruguai. A densidade em música, poesia e interpretação explica o porquê dos dois amealharem admiradores como Pablo Milanés, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Chico Buarque. O som, resultado de uma gravação em tempo real, impressiona. Entre as músicas, "A Canção do nosso Amor", com letra de Delcio Carvalho. Emocionante. (CARLOS BOZZO JUNIOR) ARTISTAS: Luis Felipe Gama e Ana Luiza GRAVADORA: Tratore QUANTO: R$ 29,90 AVALIAÇÃO: ótimo * THIAGO FRANÇA A imponderável beleza de que se revestem certos estranhamentos da poesia lírica moderna, desde Baudelaire, surge plena em "Thiago França": o disco abre-se com um gato (em "Cipó") e termina num "Cadáver", "Disfarçado/ Entre o matagal", digno das mais líricas flores do mal. Quanto ao nome, abstenha-se de explicações: veja as fotos do encarte e vá ver ao vivo, para desentender e vibrar! O álbum marca encontro antológico e emocionante para a música brasileira: Ná Ozzetti, a cantora maior, cruza o Passo Torto, os portadores das mais lindas estranhezas musicais: Romulo Fróes, Kiko Dinucci, Marcelo Cabral e Rodrigo Campos. Preguiça e conformismo auditivos de fora, é óbvio (não foi pra isso que existiu um Grupo Rumo?), pode-se usufruir das letras inquietantes ("Uma frase a esmo/ Queima meu sossego"), que nascem irmãs de sons e texturas instrumentais inusitadas ("Passo antimusical..."). "O céu já desabou", "O cinema é melhor"... mas como "Perder essa mulher"? Ná sabe muito bem do passo que dá! (ROBERTO ALVES) ARTISTAS: Ná Ozzetti e Passo Torto GRAVADORA: YB Music QUANTO: R$ 15 AVALIAÇÃO: ótimo * LOUCURA - ADRIANA CALCANHOTTO CANTA LUPICÍNIO RODRIGUES Escrito assim, como uma manchete de jornal, o título do novo disco de Adriana Calcanhotto parece o resultado de um ato impensado. Depois de Elza Soares fazer shows cantando Lupicínio Rodrigues, quem mais ousaria fazer o mesmo? Mas Calcanhotto encontra seu lugar ao dar nova vida a clássicos como "Ela Disse-me Assim", "Nervos de Aço" e "Volta". Contida, a cantora não sai do tom nem no final, quando entoa o hino do Grêmio e canta "Cenário de Mangueira", um samba raro transformado em funk carioca. Gravado em dezembro de 2014, ano que marcou o centenário do compositor gaúcho, o show ganhou um elegante registro ao vivo em CD e DVD. A banda, recrutada pela cantora especialmente para a ocasião, é composta por Dadi Carvalho (violão), Cézar Mendes (violão), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) e Alberto Continentino (baixo). A apresentação tem ainda participações especiais de Arthur de Faria (acordeom), além de Arthur Nestrovski e Cid Campos, ambos nos violões. (LÍGIA NOGUEIRA) ARTISTA: Adriana Calcanhotto GRAVADORA: Sony Music QUANTO: R$ 25 (CD) e R$ 35 (DVD) AVALIAÇÃO: ótimo
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Adriana Calcanhotto dá vida nova a clássicos de Lupicínio RodriguesVERMELHO Eis um disco forte e intenso como a cor que o nomeia. São 18 faixas "quentes" que, entre canções e poesias, trazem o competente som da dupla formada por Luis Felipe Gama (pianista, compositor e arranjador) e a exímia cantora Ana Luiza. Diferente de "Entrelaço", álbum gravado anteriormente pela dupla, em trio com o guitarrista, compositor e arranjador Natan Marques, "Vermelho" traz sonoridade encorpada de quarteto, com Alberto Luccas, no contrabaixo acústico, e Everton Barba, na bateria. No disco da dupla, que existe desde 1994, fica claro o forte talento de ambos que tem sido reconhecido e ovacionado na Europa, Cuba, Argentina e Uruguai. A densidade em música, poesia e interpretação explica o porquê dos dois amealharem admiradores como Pablo Milanés, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Chico Buarque. O som, resultado de uma gravação em tempo real, impressiona. Entre as músicas, "A Canção do nosso Amor", com letra de Delcio Carvalho. Emocionante. (CARLOS BOZZO JUNIOR) ARTISTAS: Luis Felipe Gama e Ana Luiza GRAVADORA: Tratore QUANTO: R$ 29,90 AVALIAÇÃO: ótimo * THIAGO FRANÇA A imponderável beleza de que se revestem certos estranhamentos da poesia lírica moderna, desde Baudelaire, surge plena em "Thiago França": o disco abre-se com um gato (em "Cipó") e termina num "Cadáver", "Disfarçado/ Entre o matagal", digno das mais líricas flores do mal. Quanto ao nome, abstenha-se de explicações: veja as fotos do encarte e vá ver ao vivo, para desentender e vibrar! O álbum marca encontro antológico e emocionante para a música brasileira: Ná Ozzetti, a cantora maior, cruza o Passo Torto, os portadores das mais lindas estranhezas musicais: Romulo Fróes, Kiko Dinucci, Marcelo Cabral e Rodrigo Campos. Preguiça e conformismo auditivos de fora, é óbvio (não foi pra isso que existiu um Grupo Rumo?), pode-se usufruir das letras inquietantes ("Uma frase a esmo/ Queima meu sossego"), que nascem irmãs de sons e texturas instrumentais inusitadas ("Passo antimusical..."). "O céu já desabou", "O cinema é melhor"... mas como "Perder essa mulher"? Ná sabe muito bem do passo que dá! (ROBERTO ALVES) ARTISTAS: Ná Ozzetti e Passo Torto GRAVADORA: YB Music QUANTO: R$ 15 AVALIAÇÃO: ótimo * LOUCURA - ADRIANA CALCANHOTTO CANTA LUPICÍNIO RODRIGUES Escrito assim, como uma manchete de jornal, o título do novo disco de Adriana Calcanhotto parece o resultado de um ato impensado. Depois de Elza Soares fazer shows cantando Lupicínio Rodrigues, quem mais ousaria fazer o mesmo? Mas Calcanhotto encontra seu lugar ao dar nova vida a clássicos como "Ela Disse-me Assim", "Nervos de Aço" e "Volta". Contida, a cantora não sai do tom nem no final, quando entoa o hino do Grêmio e canta "Cenário de Mangueira", um samba raro transformado em funk carioca. Gravado em dezembro de 2014, ano que marcou o centenário do compositor gaúcho, o show ganhou um elegante registro ao vivo em CD e DVD. A banda, recrutada pela cantora especialmente para a ocasião, é composta por Dadi Carvalho (violão), Cézar Mendes (violão), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) e Alberto Continentino (baixo). A apresentação tem ainda participações especiais de Arthur de Faria (acordeom), além de Arthur Nestrovski e Cid Campos, ambos nos violões. (LÍGIA NOGUEIRA) ARTISTA: Adriana Calcanhotto GRAVADORA: Sony Music QUANTO: R$ 25 (CD) e R$ 35 (DVD) AVALIAÇÃO: ótimo
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O Complexo de Lindbergh
Lindbergh Farias (PT-RJ) causou um dano imenso ao país. E aqui não me refiro à sua vergonhosa atuação como senador da República, mas ao trauma que deixou em toda uma geração.   Símbolo das manifestações contra o ex-presidente Fernando Collor, o então ativista rapidamente se tornou o queridinho da imprensa. Apesar de, na época, ser do PCdoB e, portanto, defender ideias absolutamente retrógradas, pintaram nele a imagem de uma juventude que renovaria a política, a representação da esperança de um novo país pós-impeachment.   A ascensão política de Lindbergh Farias foi meteórica. De deputado federal para prefeito de Nova Iguaçu (RJ), de prefeito para Senador. Igualmente veloz foi o desgaste de sua imagem. Logo que entrou no Senado, seguiu a política hipócrita de seu partido, o PT, e se aliou ao seu antigo inimigo, Fernando Collor. Mais recentemente, o ex-cara-pintada e o ex-presidente se encontraram na Lava Jato, ambos alvos de inquéritos. O frescor da nova política —que seria trazida por um jovem militante comunista— mostrou ser apenas um bafo da velha politicagem.   Como bem definiu Reinaldo Azevedo, Lindbergh é um cara-pintada que virou cara de pau. Antes, liderava movimentos estudantis pelo impeachment de Collor. Hoje, além de ser aliado dele, diz que impeachment é golpe. Não há decepção maior para aqueles que o apoiaram na época, mas mantiveram a coerência e também tomaram as ruas contra o governo Dilma.   É exatamente por isso que diversas pessoas têm criticado a iniciativa de alguns líderes de movimentos de rua, como Fernando Holiday, do MBL, que está concorrendo à vereança em São Paulo. Quem foi cara-pintada e não superou o trauma Lindbergh crê que não é possível participar de movimentos de rua e atuar na política institucional sem abrir mão de todas as virtudes. Isso, na prática, é criminalizar a política. Se as virtudes e os ideais de uma pessoa não conseguem nem sequer sobreviver a uma eleição, então devemos jogar a democracia no lixo. Essa mentalidade foi genialmente batizada por um colega de movimento de "Complexo de Lindbergh".   "Ah, mas Lindbergh também era honesto, idealista, foi a política que o corrompeu!". Antes de qualquer coisa, é preciso desmentir essa história de que Lindbergh mudou. Em sua essência, ele sempre foi o que é. Já quando protestava contra Collor, era militante do PCdoB e "companheiro" de luta de Lula. Ele sempre defendeu os mesmos ideais. A única diferença é que passou de comunista revolucionário a comunista fisiológico -o que, levando-se em consideração as implicações de ser revolucionário, é um inegável avanço.   Os caras-pintadas que se decepcionaram com Lindbergh não podem ser reféns de um complexo que só beneficia aqueles que só estão na política para que a coisa pública atenda aos seus fins privados -e isso, como sabemos, inclui certos companheiros do partido de "Lindinho". Só será possível mudar se não criminalizarmos a mudança possível.
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O Complexo de LindberghLindbergh Farias (PT-RJ) causou um dano imenso ao país. E aqui não me refiro à sua vergonhosa atuação como senador da República, mas ao trauma que deixou em toda uma geração.   Símbolo das manifestações contra o ex-presidente Fernando Collor, o então ativista rapidamente se tornou o queridinho da imprensa. Apesar de, na época, ser do PCdoB e, portanto, defender ideias absolutamente retrógradas, pintaram nele a imagem de uma juventude que renovaria a política, a representação da esperança de um novo país pós-impeachment.   A ascensão política de Lindbergh Farias foi meteórica. De deputado federal para prefeito de Nova Iguaçu (RJ), de prefeito para Senador. Igualmente veloz foi o desgaste de sua imagem. Logo que entrou no Senado, seguiu a política hipócrita de seu partido, o PT, e se aliou ao seu antigo inimigo, Fernando Collor. Mais recentemente, o ex-cara-pintada e o ex-presidente se encontraram na Lava Jato, ambos alvos de inquéritos. O frescor da nova política —que seria trazida por um jovem militante comunista— mostrou ser apenas um bafo da velha politicagem.   Como bem definiu Reinaldo Azevedo, Lindbergh é um cara-pintada que virou cara de pau. Antes, liderava movimentos estudantis pelo impeachment de Collor. Hoje, além de ser aliado dele, diz que impeachment é golpe. Não há decepção maior para aqueles que o apoiaram na época, mas mantiveram a coerência e também tomaram as ruas contra o governo Dilma.   É exatamente por isso que diversas pessoas têm criticado a iniciativa de alguns líderes de movimentos de rua, como Fernando Holiday, do MBL, que está concorrendo à vereança em São Paulo. Quem foi cara-pintada e não superou o trauma Lindbergh crê que não é possível participar de movimentos de rua e atuar na política institucional sem abrir mão de todas as virtudes. Isso, na prática, é criminalizar a política. Se as virtudes e os ideais de uma pessoa não conseguem nem sequer sobreviver a uma eleição, então devemos jogar a democracia no lixo. Essa mentalidade foi genialmente batizada por um colega de movimento de "Complexo de Lindbergh".   "Ah, mas Lindbergh também era honesto, idealista, foi a política que o corrompeu!". Antes de qualquer coisa, é preciso desmentir essa história de que Lindbergh mudou. Em sua essência, ele sempre foi o que é. Já quando protestava contra Collor, era militante do PCdoB e "companheiro" de luta de Lula. Ele sempre defendeu os mesmos ideais. A única diferença é que passou de comunista revolucionário a comunista fisiológico -o que, levando-se em consideração as implicações de ser revolucionário, é um inegável avanço.   Os caras-pintadas que se decepcionaram com Lindbergh não podem ser reféns de um complexo que só beneficia aqueles que só estão na política para que a coisa pública atenda aos seus fins privados -e isso, como sabemos, inclui certos companheiros do partido de "Lindinho". Só será possível mudar se não criminalizarmos a mudança possível.
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Micale tenta reimplantar o 4-3-3, que não se vê na seleção desde 1992
Rogério Micale quer o Brasil jogando como Brasil. Depois de tantas declarações de técnicos importantes e críticos das últimas conquistas da seleção, como Cesar Luis Menotti, para quem a seleção não joga bem desde a Copa do Mundo de 1986 —exagero— Micale tenta reimplantar o 4-3-3, que não se veste de amarelo desde 1992. À época, Parreira escalava Mauro Silva, Luís Henrique e Raí, um volante forte e dois meias criativos. Micale afirma que usa três meias. O central, Thiago Maia, é um volante com boa saída de jogo. Rafinha cria pela meia esquerda e protege o setor de Neymar. Será seu guarda-costas. "Quando tivermos a bola, quero um time que se movimente e tenha pelo menos quatro jogadores no ataque em busca do gol. Sem a bola, organização. Com ela, quero o caos. O caos organizado", diz o técnico. Ele sabe que tem a chance de sua vida. Na meia direita, Felype Anderson deve perder o lugar para Renato Augusto. Mas foi o melhor jogador dos oito amistosos disputados pela seleção sob o comando de Micale. Jogou todos e marcou dois gols. No último deles, deu duas assistências contra a África do Sul, adversária da estreia, quinta-feira (4), em Brasília. Sábado, no último amistoso preparatório, contra o Japão, a seleção estreou Marquinhos, Renato Augusto, Neymar e William, que não tinham disputado nenhuma das sete partidas anteriores de Micale. Daí ser surpreendente tanta gente dizer que o Brasil é favorito para a medalha de ouro. Há talento e vários rivais vêm enfraquecidos. Mas os talentosos jogaram juntos pela primeira vez há dois dias. Futebol não é tênis, não é esporte individual. Há a necessidade de formatar uma equipe, missão em que Micale se esmerou em duas semanas de treinos modernos. Nos primeiros sete dias, trabalhou o ataque. Nos sete seguintes, organizou a defesa, que atuará a maior parte do tempo na altura do meio-de-campo, porque o técnico quer marcação forte na saída de bola dos rivais. É bom. Ainda que seja prudente lembrar que o Brasil de Micale perdeu a final do Mundial Sub-20 na prorrogação contra a Sérvia por causa de um gol de contra-ataque depois de bola perdida quando toda a equipe estava no campo ofensivo. Micale tornou-se o namoradinho do Brasil. Todo mundo torce por ele, como não acontecia desde o primeiro dia de Felipão, em 2001. No segundo dia, o técnico não queria mais Romário e a lua-de-mel terminou. Com Micale, o seu desejo de ver uma equipe envolvente e ofensiva devolve o gosto por assistir à seleção que muita gente não tinha há tempos. Esse combustível vai ajudar. A divisão com outras modalidades também pode diminuir a pressão pelo título, que atrapalhou em 2014. Esta avaliação é compartilhada pelo técnico Jurgen Klinsmann. No livro Das Reboot —Reiniciar— sobre a reconstrução da seleção alemã, Klinsmann cita o Brasil de 2014 ao falar do preparo psicológico que exigiu antes de disputar a Copa do Mundo como anfitrião, pela Alemanha em 2006. "O Brasil parecia querer solucionar todos os problemas do país dentro de campo e não suportou a pressão", diz Klinsmann. Transformar craques em um time e fazê-los saber lidar com a obsessão da medalha vai valer ouro. SALVOS Corinthians salva Cristóvão das críticas, que têm mais a ver com a ideia de que não era o técnico ideal do que com seus erros. A diferença de pontos salva o campeonato. Na 17ª rodada, 11 pontos separam 1º ao 6º na Espanha, 9 na Inglaterra. Aqui são 4 pontos. BAUZA BEM O São Paulo não venceu a Chapecoense neste domingo (31), no Morumbi, pelo terceiro ano seguido, mas Bauza mostrou recuperação. Fez alterações no time e agrediu no segundo tempo, com quatro atacantes e Cueva como segundo volante. Foi o melhor em campo.
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Micale tenta reimplantar o 4-3-3, que não se vê na seleção desde 1992Rogério Micale quer o Brasil jogando como Brasil. Depois de tantas declarações de técnicos importantes e críticos das últimas conquistas da seleção, como Cesar Luis Menotti, para quem a seleção não joga bem desde a Copa do Mundo de 1986 —exagero— Micale tenta reimplantar o 4-3-3, que não se veste de amarelo desde 1992. À época, Parreira escalava Mauro Silva, Luís Henrique e Raí, um volante forte e dois meias criativos. Micale afirma que usa três meias. O central, Thiago Maia, é um volante com boa saída de jogo. Rafinha cria pela meia esquerda e protege o setor de Neymar. Será seu guarda-costas. "Quando tivermos a bola, quero um time que se movimente e tenha pelo menos quatro jogadores no ataque em busca do gol. Sem a bola, organização. Com ela, quero o caos. O caos organizado", diz o técnico. Ele sabe que tem a chance de sua vida. Na meia direita, Felype Anderson deve perder o lugar para Renato Augusto. Mas foi o melhor jogador dos oito amistosos disputados pela seleção sob o comando de Micale. Jogou todos e marcou dois gols. No último deles, deu duas assistências contra a África do Sul, adversária da estreia, quinta-feira (4), em Brasília. Sábado, no último amistoso preparatório, contra o Japão, a seleção estreou Marquinhos, Renato Augusto, Neymar e William, que não tinham disputado nenhuma das sete partidas anteriores de Micale. Daí ser surpreendente tanta gente dizer que o Brasil é favorito para a medalha de ouro. Há talento e vários rivais vêm enfraquecidos. Mas os talentosos jogaram juntos pela primeira vez há dois dias. Futebol não é tênis, não é esporte individual. Há a necessidade de formatar uma equipe, missão em que Micale se esmerou em duas semanas de treinos modernos. Nos primeiros sete dias, trabalhou o ataque. Nos sete seguintes, organizou a defesa, que atuará a maior parte do tempo na altura do meio-de-campo, porque o técnico quer marcação forte na saída de bola dos rivais. É bom. Ainda que seja prudente lembrar que o Brasil de Micale perdeu a final do Mundial Sub-20 na prorrogação contra a Sérvia por causa de um gol de contra-ataque depois de bola perdida quando toda a equipe estava no campo ofensivo. Micale tornou-se o namoradinho do Brasil. Todo mundo torce por ele, como não acontecia desde o primeiro dia de Felipão, em 2001. No segundo dia, o técnico não queria mais Romário e a lua-de-mel terminou. Com Micale, o seu desejo de ver uma equipe envolvente e ofensiva devolve o gosto por assistir à seleção que muita gente não tinha há tempos. Esse combustível vai ajudar. A divisão com outras modalidades também pode diminuir a pressão pelo título, que atrapalhou em 2014. Esta avaliação é compartilhada pelo técnico Jurgen Klinsmann. No livro Das Reboot —Reiniciar— sobre a reconstrução da seleção alemã, Klinsmann cita o Brasil de 2014 ao falar do preparo psicológico que exigiu antes de disputar a Copa do Mundo como anfitrião, pela Alemanha em 2006. "O Brasil parecia querer solucionar todos os problemas do país dentro de campo e não suportou a pressão", diz Klinsmann. Transformar craques em um time e fazê-los saber lidar com a obsessão da medalha vai valer ouro. SALVOS Corinthians salva Cristóvão das críticas, que têm mais a ver com a ideia de que não era o técnico ideal do que com seus erros. A diferença de pontos salva o campeonato. Na 17ª rodada, 11 pontos separam 1º ao 6º na Espanha, 9 na Inglaterra. Aqui são 4 pontos. BAUZA BEM O São Paulo não venceu a Chapecoense neste domingo (31), no Morumbi, pelo terceiro ano seguido, mas Bauza mostrou recuperação. Fez alterações no time e agrediu no segundo tempo, com quatro atacantes e Cueva como segundo volante. Foi o melhor em campo.
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Aviação de Israel ataca posições do Hamas na faixa de Gaza
A aviação de Israel atacou na madrugada desta quinta-feira (5) quatro posições do movimento palestino Hamas na faixa de Gaza, informou o Exército do país. "Respondendo aos ataques em curso contra as tropas israelenses, um aparelho da Força Aérea de Israel atacou durante a madrugada quatro alvos terroristas do Hamas no norte da faixa de Gaza." Aparelhos israelenses já haviam atacado, na quarta-feira (4), cinco posições do Hamas no sul da faixa de Gaza, após confrontos na fronteira entre o território palestino e Israel. Nos últimos dias, "o Hamas realizou disparos de morteiro e de foguetes contra tropas israelenses" operando ao longo da barreira de segurança entre Israel e a faixa de Gaza, informou um oficial. As atividades israelenses têm um caráter "defensivo", já que buscam proteger Israel de incursões palestinas, destacou o Exército. Concretamente, o objetivo das forças israelenses é localizar e destruir os túneis que o Hamas utiliza para realizar ataques contra comunidades de civis israelenses perto da fronteira. "O Exército israelense não tolera nem tolerará nada que suponha uma ameaça à vida dos habitantes do sul de Israel, e está determinado a desbaratar qualquer tentativa neste sentido." Os túneis citados por Israel foram uma das causas da guerra na faixa de Gaza em 2014, que matou 2.251 palestinos —a maioria civis— e 73 israelenses, entre eles 67 soldados, segundo as Nações Unidas.
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Aviação de Israel ataca posições do Hamas na faixa de GazaA aviação de Israel atacou na madrugada desta quinta-feira (5) quatro posições do movimento palestino Hamas na faixa de Gaza, informou o Exército do país. "Respondendo aos ataques em curso contra as tropas israelenses, um aparelho da Força Aérea de Israel atacou durante a madrugada quatro alvos terroristas do Hamas no norte da faixa de Gaza." Aparelhos israelenses já haviam atacado, na quarta-feira (4), cinco posições do Hamas no sul da faixa de Gaza, após confrontos na fronteira entre o território palestino e Israel. Nos últimos dias, "o Hamas realizou disparos de morteiro e de foguetes contra tropas israelenses" operando ao longo da barreira de segurança entre Israel e a faixa de Gaza, informou um oficial. As atividades israelenses têm um caráter "defensivo", já que buscam proteger Israel de incursões palestinas, destacou o Exército. Concretamente, o objetivo das forças israelenses é localizar e destruir os túneis que o Hamas utiliza para realizar ataques contra comunidades de civis israelenses perto da fronteira. "O Exército israelense não tolera nem tolerará nada que suponha uma ameaça à vida dos habitantes do sul de Israel, e está determinado a desbaratar qualquer tentativa neste sentido." Os túneis citados por Israel foram uma das causas da guerra na faixa de Gaza em 2014, que matou 2.251 palestinos —a maioria civis— e 73 israelenses, entre eles 67 soldados, segundo as Nações Unidas.
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Valores de bens de candidatos à prefeitura superam o declarado à Justiça Eleitoral
ARTUR RODRIGUES GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO Um apartamento de 45 m² no condomínio Cingapura —modelo de habitação popular em São Paulo— sem elevador vale R$ 115 mil atualmente, de acordo com anúncio num site de imóveis. Quem vê a declaração de bens apresentada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) pode ter a falsa impressão de que o imóvel em que ele vive no Paraíso (zona sul), com o triplo do tamanho, vale menos do que isso: R$ 90 mil. Levantamento feito pela Folha mostra que as informações prestadas à Justiça Eleitoral pela maioria dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo indicam que eles têm patrimônio bem maior do que o declarado. A declaração dos candidatos, porém, está amparada por lei, que não obriga a divulgação de valores atualizados dos imóveis. Os valores de alguns imóveis, todos localizados na capital paulista, são até dez vezes mais valiosos do que o informado pelos candidatos. Para chegar à constatação, a reportagem pesquisou o valor venal de referência dos imóveis, calculado pela administração municipal. Com exceção de Luiza Erundina (PSOL), os candidatos que figuram entre os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto lançaram valores desatualizados de seus imóveis. Um dos patrimônios subvalorizados é a casa em que vive o líder nas pesquisas, o deputado federal Celso Russomanno (PRB). Em sua declaração à Justiça Eleitoral, Russomanno apresentou uma residência no Jardim das Paineiras, região do Morumbi (zona oeste), com valor de R$ 301,1 mil. A avaliação atualizada da propriedade, de acordo com critérios da prefeitura, é R$ 2,4 milhões. Dentre os bens de Haddad está o apartamento onde mora com a família no Paraíso. Segundo a declaração prestada à Justiça Eleitoral, o valor dele é R$ 90 mil. No entanto, o imóvel custa R$ 945,5 mil, dez vezes mais, também de acordo com os cálculos da prefeitura. O valor real do imóvel representa o dobro do patrimônio total declarado pelo prefeito: R$ 451,9 mil. Veja infográfico CASARÃO Mais rico entre os candidatos no município, João Doria (PSDB) é dono de casas no bairro nobre Jardim América (zona oeste) e outros bens que somam R$ 180 milhões de patrimônio. Mas a cifra real é ainda maior. Por exemplo, a soma de três imóveis nos Jardins representa R$ 20 milhões, segundo a declaração dele. O valor estimado atualizado só da casa onde ele vive é de R$ 45,8 milhões. Marta Suplicy, candidata do PMDB, também tem um dos maiores patrimônios, com R$ 13,3 milhões. O imóvel mais caro dela é um apartamento no Jardim Paulistano (zona oeste), avaliado em R$ 1,8 milhão. No entanto, o valor estimado do imóvel é R$ 3,9 milhões. Para o cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o fato de ser mais rico ou mais pobre não muda a imagem do candidato perante o eleitor. "As pessoas estão mais interessados em saber se eles mentem, se eles roubam. O eleitor vai deixar de votar no candidato se souber que aquele patrimônio foi obtido por meio de desvio de dinheiro público ou se ele omite o que tem", afirmou. Para ele, a história mostra que eleitores pobres não veem problema em eleger endinheirados. "O [Paulo] Maluf já era rico quando entrou na política. É eleito até hoje, porém, perdeu votos quando surgiram denúncias de corrupção", afirmou. Questionados sobre o assunto, os candidatos afirmaram que seguiram a legislação eleitoral ao prestar as informações. OUTRO LADO A maioria dos candidatos diz que atendeu à legislação eleitoral ao informar seu total de bens. "A atualização de valores imóveis é feito na alienação. O candidato está seguindo as normativas da Receita Federal. Não há nenhum segredo no valor dos imóveis, apenas seguiu-se o caráter formal da declaração", diz, em nota, a coordenação da campanha de Haddad. Anderson Pomini, advogado da campanha de João Doria (PSDB), diz que a variação financeira dos valores dos bens declarados é irrelevante para a norma eleitoral. "A legislação exige que o candidato apresente relação dos seus bens conforme foram declarados à Receita Federal. O objetivo exclusivo da declaração é analisar a eventual evolução patrimonial ao final dos quatro anos do mandato, caso venha a ser eleito", disse Pomini. A campanha de Marta Suplicy (PMDB) disse, também em nota, que a candidata declarou o valor pago na compra dos imóveis, "o que é permitido pela Justiça Eleitoral e segue as normas da Receita Federal". Artur Rollo, advogado de Celso Russomanno (PRB), diz que o candidato declarou valores dos bens referentes às datas das compras. Segundo ele, a legislação impede a atualização dos valores dos bens porque só na data da venda deve ser apurado o lucro líquido. "Para dar um exemplo, um imóvel que tenha sido adquirido há 20 anos por R$ 100 mil deve ser informado com este mesmo valor na declaração de 2015, mesmo que seja avaliado pelo mercado em R$ 500 mil, atualmente", disse. Luiza Erundina (PSOL) disse que a declaração foi feita de acordo com o valor de mercado do imóvel.
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Valores de bens de candidatos à prefeitura superam o declarado à Justiça EleitoralARTUR RODRIGUES GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO Um apartamento de 45 m² no condomínio Cingapura —modelo de habitação popular em São Paulo— sem elevador vale R$ 115 mil atualmente, de acordo com anúncio num site de imóveis. Quem vê a declaração de bens apresentada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) pode ter a falsa impressão de que o imóvel em que ele vive no Paraíso (zona sul), com o triplo do tamanho, vale menos do que isso: R$ 90 mil. Levantamento feito pela Folha mostra que as informações prestadas à Justiça Eleitoral pela maioria dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo indicam que eles têm patrimônio bem maior do que o declarado. A declaração dos candidatos, porém, está amparada por lei, que não obriga a divulgação de valores atualizados dos imóveis. Os valores de alguns imóveis, todos localizados na capital paulista, são até dez vezes mais valiosos do que o informado pelos candidatos. Para chegar à constatação, a reportagem pesquisou o valor venal de referência dos imóveis, calculado pela administração municipal. Com exceção de Luiza Erundina (PSOL), os candidatos que figuram entre os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto lançaram valores desatualizados de seus imóveis. Um dos patrimônios subvalorizados é a casa em que vive o líder nas pesquisas, o deputado federal Celso Russomanno (PRB). Em sua declaração à Justiça Eleitoral, Russomanno apresentou uma residência no Jardim das Paineiras, região do Morumbi (zona oeste), com valor de R$ 301,1 mil. A avaliação atualizada da propriedade, de acordo com critérios da prefeitura, é R$ 2,4 milhões. Dentre os bens de Haddad está o apartamento onde mora com a família no Paraíso. Segundo a declaração prestada à Justiça Eleitoral, o valor dele é R$ 90 mil. No entanto, o imóvel custa R$ 945,5 mil, dez vezes mais, também de acordo com os cálculos da prefeitura. O valor real do imóvel representa o dobro do patrimônio total declarado pelo prefeito: R$ 451,9 mil. Veja infográfico CASARÃO Mais rico entre os candidatos no município, João Doria (PSDB) é dono de casas no bairro nobre Jardim América (zona oeste) e outros bens que somam R$ 180 milhões de patrimônio. Mas a cifra real é ainda maior. Por exemplo, a soma de três imóveis nos Jardins representa R$ 20 milhões, segundo a declaração dele. O valor estimado atualizado só da casa onde ele vive é de R$ 45,8 milhões. Marta Suplicy, candidata do PMDB, também tem um dos maiores patrimônios, com R$ 13,3 milhões. O imóvel mais caro dela é um apartamento no Jardim Paulistano (zona oeste), avaliado em R$ 1,8 milhão. No entanto, o valor estimado do imóvel é R$ 3,9 milhões. Para o cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o fato de ser mais rico ou mais pobre não muda a imagem do candidato perante o eleitor. "As pessoas estão mais interessados em saber se eles mentem, se eles roubam. O eleitor vai deixar de votar no candidato se souber que aquele patrimônio foi obtido por meio de desvio de dinheiro público ou se ele omite o que tem", afirmou. Para ele, a história mostra que eleitores pobres não veem problema em eleger endinheirados. "O [Paulo] Maluf já era rico quando entrou na política. É eleito até hoje, porém, perdeu votos quando surgiram denúncias de corrupção", afirmou. Questionados sobre o assunto, os candidatos afirmaram que seguiram a legislação eleitoral ao prestar as informações. OUTRO LADO A maioria dos candidatos diz que atendeu à legislação eleitoral ao informar seu total de bens. "A atualização de valores imóveis é feito na alienação. O candidato está seguindo as normativas da Receita Federal. Não há nenhum segredo no valor dos imóveis, apenas seguiu-se o caráter formal da declaração", diz, em nota, a coordenação da campanha de Haddad. Anderson Pomini, advogado da campanha de João Doria (PSDB), diz que a variação financeira dos valores dos bens declarados é irrelevante para a norma eleitoral. "A legislação exige que o candidato apresente relação dos seus bens conforme foram declarados à Receita Federal. O objetivo exclusivo da declaração é analisar a eventual evolução patrimonial ao final dos quatro anos do mandato, caso venha a ser eleito", disse Pomini. A campanha de Marta Suplicy (PMDB) disse, também em nota, que a candidata declarou o valor pago na compra dos imóveis, "o que é permitido pela Justiça Eleitoral e segue as normas da Receita Federal". Artur Rollo, advogado de Celso Russomanno (PRB), diz que o candidato declarou valores dos bens referentes às datas das compras. Segundo ele, a legislação impede a atualização dos valores dos bens porque só na data da venda deve ser apurado o lucro líquido. "Para dar um exemplo, um imóvel que tenha sido adquirido há 20 anos por R$ 100 mil deve ser informado com este mesmo valor na declaração de 2015, mesmo que seja avaliado pelo mercado em R$ 500 mil, atualmente", disse. Luiza Erundina (PSOL) disse que a declaração foi feita de acordo com o valor de mercado do imóvel.
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Soluções e problemas
SÃO PAULO - As cenas de imigrantes tentando entrar na Europa e sendo repelidos são de cortar o coração. E ficam ainda mais difíceis de aceitar quando se considera que, do ponto de vista racional, uma das medidas econômicas mais óbvias que beneficiaria bilhões de pessoas praticamente sem custos seria abrir as fronteiras em escala mundial. Parece delírio, mas não é. Há sólida teoria por trás dessa tese, que é defendida, entre outros, pelo economista Bryan Caplan e pelo filósofo William MacAskill. Para começar, a economia mundial ganharia enormemente com a mobilidade da mão de obra. Algumas estimativas falam em aumento de até 50% do PIB mundial. Cálculos mais conservadores põem o benefício na escala dos trilhões de dólares por ano. A principal razão de o mundo ser pobre é que a esmagadora maioria da população global vive em ambientes que não lhe permitem ser produtiva. Estudo dos economistas Michael Clemens, Claudio Montenegro e Lant Pritchett mostra que 85% das diferenças salariais entre as pessoas se devem ao lugar onde elas trabalham. Transportar um trabalhador haitiano para os EUA, sem mexer em mais nada, implicaria um incremento de 680% em sua renda. No caso de um nigeriano, a majoração é de 1.000%. Obviamente, nem todos trocariam de país, mas os efeitos da mobilidade se espalhariam mesmo assim, pois imigrantes costumam mandar dinheiro para a família que fica. Apesar disso, o mundo rico não apenas não aceita facilitar a imigração como se esforça para dificultá-la. Há a percepção disseminada de que estrangeiros roubam empregos e exploram a seguridade social. Aqui as evidências são mais ambíguas, mas os melhores estudos disponíveis não amparam essa impressão. Ao que tudo indica, o país que recebe imigrantes ou ganha com isso ou perde muito pouco. Como diz Caplan, a imigração é uma solução em busca de um problema.
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Soluções e problemasSÃO PAULO - As cenas de imigrantes tentando entrar na Europa e sendo repelidos são de cortar o coração. E ficam ainda mais difíceis de aceitar quando se considera que, do ponto de vista racional, uma das medidas econômicas mais óbvias que beneficiaria bilhões de pessoas praticamente sem custos seria abrir as fronteiras em escala mundial. Parece delírio, mas não é. Há sólida teoria por trás dessa tese, que é defendida, entre outros, pelo economista Bryan Caplan e pelo filósofo William MacAskill. Para começar, a economia mundial ganharia enormemente com a mobilidade da mão de obra. Algumas estimativas falam em aumento de até 50% do PIB mundial. Cálculos mais conservadores põem o benefício na escala dos trilhões de dólares por ano. A principal razão de o mundo ser pobre é que a esmagadora maioria da população global vive em ambientes que não lhe permitem ser produtiva. Estudo dos economistas Michael Clemens, Claudio Montenegro e Lant Pritchett mostra que 85% das diferenças salariais entre as pessoas se devem ao lugar onde elas trabalham. Transportar um trabalhador haitiano para os EUA, sem mexer em mais nada, implicaria um incremento de 680% em sua renda. No caso de um nigeriano, a majoração é de 1.000%. Obviamente, nem todos trocariam de país, mas os efeitos da mobilidade se espalhariam mesmo assim, pois imigrantes costumam mandar dinheiro para a família que fica. Apesar disso, o mundo rico não apenas não aceita facilitar a imigração como se esforça para dificultá-la. Há a percepção disseminada de que estrangeiros roubam empregos e exploram a seguridade social. Aqui as evidências são mais ambíguas, mas os melhores estudos disponíveis não amparam essa impressão. Ao que tudo indica, o país que recebe imigrantes ou ganha com isso ou perde muito pouco. Como diz Caplan, a imigração é uma solução em busca de um problema.
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Organização em ambientes pequenos exige descarte e móveis multiúso
ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Para quem vive em imóveis compactos, deixar a casa em ordem vai além de manter cada coisa em seu lugar: é preciso enxugar o estilo de vida e lançar mão de truques de marcenaria e arquitetura que otimizem o espaço. "Qualidade de vida em pequenos imóveis exige viver bem com poucos objetos. Quanto menor o acúmulo, melhor", disse à Folha o arquiteto americano Azby Brown, professor da Universidade de Tóquio e autor de "The Very Small Home: Japanese Ideas for Living Well in Limited Space" ("A casa muito pequena: ideias japonesas para viver bem em espaços limitados", em tradução livre), sem edição no Brasil. Antes de qualquer arrumação, Brown recomenda que o morador faça um balanço da própria rotina para determinar quais objetos são usados com mais frequência e quais têm pouca utilidade. Nesse inventário é preciso considerar, por exemplo, se a pessoa passa pouco tempo em casa ou se trabalha ali mesmo, segundo a arquiteta Mariane Cunha, da empresa de reformas Ah!sim. "Ao conhecer melhor nossos gostos e necessidades, conseguimos aproveitar os espaços de casa de acordo com sua real função e não desperdiçá-los com o acúmulo de coisas", afirma. Depois do descarte, o próximo passo é categorizar os objetos e deixar no mesmo local aqueles que fazem parte de um mesmo grupo. Por exemplo: itens de penteadeira, como cosméticos, escovas de cabelo e secadores, devem ficar ou no quarto ou no banheiro, e não espalhados pelos dois cômodos. A especialista em organização pessoal Ingrid Lisboa dá outro conselho: "Tudo o que é de uso constante deve ficar à vista, e o que não é deve ser guardado", diz. ENTRA E SAI Para não transformar seu apartamento de 67 metros quadrados em um depósito, a arquiteta Andrea Balastreire, 46, tem o costume de descartar um item sempre que compra algo novo. "Na hora da compra também avalio se é algo que vou usar muito. Do contrário, não vejo sentido em levar", diz ela, que vive em São Paulo. Descartar objetos antes de arrumar a casa é uma das estratégias da organizadora japonesa Marie Kondo, autora do best-seller "A Mágica da Arrumação" (Sextante, 160 págs., R$ 24,90) -veja entrevista. Segundo o arquiteto brasileiro Naoki Otake, que viveu no Japão por cinco anos, nas casas orientais os móveis são menores, o que aumenta o espaço de circulação mesmo em ambientes pequenos. "No Brasil, o mobiliário é maior, em estilo norte-americano, e ainda deixamos as peças muito próximas", diz. Outro problema para ele é o excesso de decoração, que pode poluir o ambiente. "Na casa japonesa não há bibelôs espalhados. A decoração é feita com arranjos florais, como o ikebana, cerâmica e caligrafia. É preciso prezar pela simplicidade", afirma. Se a metragem é pouca, ele recomenda investir em móveis que podem ser adaptados, como balcões dobráveis, pufes que viram mesa de centro e luminárias pregadas à parede, que economizam o espaço de um criado-mudo. A arquiteta Andrea Balastreire, além de evitar as "coleções" de objetos, usou móveis sob medida para deixar os cômodos mais organizados. No quarto, instalou um armário no canto da cama para guardar sapatos e toalhas. Na cozinha, uma mesa dobrável dá apoio extra e garante espaço de circulação. SOB MEDIDA Prateleiras, armários suspensos e gaveteiros embaixo das camas são alternativas para aproveitar os cantos de apartamentos pequenos. "Sempre que possível, invista em móveis dois em um, que não deixam o ambiente sobrecarregado", afirma a arquiteta Érica Salguero. A psicóloga Thaisa Cortelazzi, 37, que divide com o marido e a filha de 2 anos um apartamento de 47 metros quadrados em São Paulo, construiu uma pequena prateleira na parede do banheiro, com gesso, para acomodar toalhas e outros produtos de higiene. "Conseguimos tirar a tralha do caminho sem perder espaço." Mas móveis e técnicas de organização não resolvem o problema sozinhos, segundo Lisboa. O grande desafio para manter o ambiente em ordem é criar o hábito de devolver os objetos para seus lugares designados após o uso. "A organização não está no armário, mas nas condutas diárias do morador. Se ele mantém suas coisas espalhadas, a bagunça vai voltar", afirma Lisboa.
sobretudo
Organização em ambientes pequenos exige descarte e móveis multiúso ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Para quem vive em imóveis compactos, deixar a casa em ordem vai além de manter cada coisa em seu lugar: é preciso enxugar o estilo de vida e lançar mão de truques de marcenaria e arquitetura que otimizem o espaço. "Qualidade de vida em pequenos imóveis exige viver bem com poucos objetos. Quanto menor o acúmulo, melhor", disse à Folha o arquiteto americano Azby Brown, professor da Universidade de Tóquio e autor de "The Very Small Home: Japanese Ideas for Living Well in Limited Space" ("A casa muito pequena: ideias japonesas para viver bem em espaços limitados", em tradução livre), sem edição no Brasil. Antes de qualquer arrumação, Brown recomenda que o morador faça um balanço da própria rotina para determinar quais objetos são usados com mais frequência e quais têm pouca utilidade. Nesse inventário é preciso considerar, por exemplo, se a pessoa passa pouco tempo em casa ou se trabalha ali mesmo, segundo a arquiteta Mariane Cunha, da empresa de reformas Ah!sim. "Ao conhecer melhor nossos gostos e necessidades, conseguimos aproveitar os espaços de casa de acordo com sua real função e não desperdiçá-los com o acúmulo de coisas", afirma. Depois do descarte, o próximo passo é categorizar os objetos e deixar no mesmo local aqueles que fazem parte de um mesmo grupo. Por exemplo: itens de penteadeira, como cosméticos, escovas de cabelo e secadores, devem ficar ou no quarto ou no banheiro, e não espalhados pelos dois cômodos. A especialista em organização pessoal Ingrid Lisboa dá outro conselho: "Tudo o que é de uso constante deve ficar à vista, e o que não é deve ser guardado", diz. ENTRA E SAI Para não transformar seu apartamento de 67 metros quadrados em um depósito, a arquiteta Andrea Balastreire, 46, tem o costume de descartar um item sempre que compra algo novo. "Na hora da compra também avalio se é algo que vou usar muito. Do contrário, não vejo sentido em levar", diz ela, que vive em São Paulo. Descartar objetos antes de arrumar a casa é uma das estratégias da organizadora japonesa Marie Kondo, autora do best-seller "A Mágica da Arrumação" (Sextante, 160 págs., R$ 24,90) -veja entrevista. Segundo o arquiteto brasileiro Naoki Otake, que viveu no Japão por cinco anos, nas casas orientais os móveis são menores, o que aumenta o espaço de circulação mesmo em ambientes pequenos. "No Brasil, o mobiliário é maior, em estilo norte-americano, e ainda deixamos as peças muito próximas", diz. Outro problema para ele é o excesso de decoração, que pode poluir o ambiente. "Na casa japonesa não há bibelôs espalhados. A decoração é feita com arranjos florais, como o ikebana, cerâmica e caligrafia. É preciso prezar pela simplicidade", afirma. Se a metragem é pouca, ele recomenda investir em móveis que podem ser adaptados, como balcões dobráveis, pufes que viram mesa de centro e luminárias pregadas à parede, que economizam o espaço de um criado-mudo. A arquiteta Andrea Balastreire, além de evitar as "coleções" de objetos, usou móveis sob medida para deixar os cômodos mais organizados. No quarto, instalou um armário no canto da cama para guardar sapatos e toalhas. Na cozinha, uma mesa dobrável dá apoio extra e garante espaço de circulação. SOB MEDIDA Prateleiras, armários suspensos e gaveteiros embaixo das camas são alternativas para aproveitar os cantos de apartamentos pequenos. "Sempre que possível, invista em móveis dois em um, que não deixam o ambiente sobrecarregado", afirma a arquiteta Érica Salguero. A psicóloga Thaisa Cortelazzi, 37, que divide com o marido e a filha de 2 anos um apartamento de 47 metros quadrados em São Paulo, construiu uma pequena prateleira na parede do banheiro, com gesso, para acomodar toalhas e outros produtos de higiene. "Conseguimos tirar a tralha do caminho sem perder espaço." Mas móveis e técnicas de organização não resolvem o problema sozinhos, segundo Lisboa. O grande desafio para manter o ambiente em ordem é criar o hábito de devolver os objetos para seus lugares designados após o uso. "A organização não está no armário, mas nas condutas diárias do morador. Se ele mantém suas coisas espalhadas, a bagunça vai voltar", afirma Lisboa.
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Baptista define Prass como titular do Palmeiras para a temporada
Eduardo Baptista definiu que Fernando Prass será o goleiro titular do Palmeiras para a temporada. Depois de esconder a sua escolha na sexta (27), o técnico oficializou a decisão neste domingo, após o empate por 1 a 1 com a Ponte Preta, no Allianz Parque. Afastado desde o meio do ano, quando se machucou na preparação da seleção brasileira olímpica, Prass recuperou a forma física em 2017. Ele entrará no lugar de Jaílson, titular na reta final da conquista do Campeonato Brasileiro. "O Prass vai ser o goleiro. Conversei com ele e com o Jaílson junto com o Oscar (preparador de goleiros). É a decisão. São dois goleiros de muita qualidade, importantes para o Palmeiras. Marcaram o nome na história. É difícil escolher entre eles, mas é uma decisão que você toma sabendo que vai estar sendo justo", afirmou o técnico. Apesar de voltar aos gramados, o goleiro não recuperará a condição de ser capitão da equipe. O técnico já anunciou que o dono da faixa será Dudu, que virou referência em campo com Cuca no ano passado. Se no gol Eduardo Baptista já escolheu o titular, no ataque, ele ainda não disse quem será o homem gol do time. Alecsandro, Willian e Barrios brigam por um lugar. "A gente ainda tem o Alecsandro, que não jogou hoje [domingo] e foi por uma opção minha de fazer rodízio. Barrios e Willian ainda não tinham jogado. Estamos observando e não é nesse jogo que a gente vai definir. A gente tem condições de analisar com calma e escolher o que for melhor. A gente tem tempo para tomar a decisão", disse o treinador. O Palmeiras fará mais um jogo-treino nesta segunda-feira (30) na Academia de Futebol, contra o Nacional. A estreia no Paulista está marcada para o domingo (5), contra o Botafogo-SP. Eduardo Baptista analisou o amistoso contra a Ponte e afirmou que a equipe vai precisar melhorar a sua pontaria para vencer as partidas. "O primeiro tempo foi muito bom. Com infiltração, bola por dentro, troca de meia com extrema, penetração do Willian, ultrapassagem dos laterais, segurança da defesa. Mesmo estando em cima da Ponte Preta, sofremos apenas um contra-ataque. A ideia é não sofrer nenhum", analisou o treinador. "Foi como teste, para o encerramento de uma pré-temporada, muito bom em todos os quesitos. Até a lição de quando tem o domínio total, você precisa converter isso em gols e fazer placar elástico. O jogo de hoje nos deu, além da análise tática e técnica, uma lição: precisamos converter os gols", completou.
esporte
Baptista define Prass como titular do Palmeiras para a temporadaEduardo Baptista definiu que Fernando Prass será o goleiro titular do Palmeiras para a temporada. Depois de esconder a sua escolha na sexta (27), o técnico oficializou a decisão neste domingo, após o empate por 1 a 1 com a Ponte Preta, no Allianz Parque. Afastado desde o meio do ano, quando se machucou na preparação da seleção brasileira olímpica, Prass recuperou a forma física em 2017. Ele entrará no lugar de Jaílson, titular na reta final da conquista do Campeonato Brasileiro. "O Prass vai ser o goleiro. Conversei com ele e com o Jaílson junto com o Oscar (preparador de goleiros). É a decisão. São dois goleiros de muita qualidade, importantes para o Palmeiras. Marcaram o nome na história. É difícil escolher entre eles, mas é uma decisão que você toma sabendo que vai estar sendo justo", afirmou o técnico. Apesar de voltar aos gramados, o goleiro não recuperará a condição de ser capitão da equipe. O técnico já anunciou que o dono da faixa será Dudu, que virou referência em campo com Cuca no ano passado. Se no gol Eduardo Baptista já escolheu o titular, no ataque, ele ainda não disse quem será o homem gol do time. Alecsandro, Willian e Barrios brigam por um lugar. "A gente ainda tem o Alecsandro, que não jogou hoje [domingo] e foi por uma opção minha de fazer rodízio. Barrios e Willian ainda não tinham jogado. Estamos observando e não é nesse jogo que a gente vai definir. A gente tem condições de analisar com calma e escolher o que for melhor. A gente tem tempo para tomar a decisão", disse o treinador. O Palmeiras fará mais um jogo-treino nesta segunda-feira (30) na Academia de Futebol, contra o Nacional. A estreia no Paulista está marcada para o domingo (5), contra o Botafogo-SP. Eduardo Baptista analisou o amistoso contra a Ponte e afirmou que a equipe vai precisar melhorar a sua pontaria para vencer as partidas. "O primeiro tempo foi muito bom. Com infiltração, bola por dentro, troca de meia com extrema, penetração do Willian, ultrapassagem dos laterais, segurança da defesa. Mesmo estando em cima da Ponte Preta, sofremos apenas um contra-ataque. A ideia é não sofrer nenhum", analisou o treinador. "Foi como teste, para o encerramento de uma pré-temporada, muito bom em todos os quesitos. Até a lição de quando tem o domínio total, você precisa converter isso em gols e fazer placar elástico. O jogo de hoje nos deu, além da análise tática e técnica, uma lição: precisamos converter os gols", completou.
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Frederico Vasconcelos: Tribunal decide se Luiz Estevão fica preso na ala de vulneráveis da Papuda
MP vê "regalia" na área criada para réus do mensalão. Defesa quer garantir a integridade física do ex-senador. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) deverá decidir na próxima quinta-feira (29) se o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) permanecerá cumprindo ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: Tribunal decide se Luiz Estevão fica preso na ala de vulneráveis da PapudaMP vê "regalia" na área criada para réus do mensalão. Defesa quer garantir a integridade física do ex-senador. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) deverá decidir na próxima quinta-feira (29) se o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) permanecerá cumprindo ... Leia post completo no blog
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'Excelente e versátil humorista', diz maestro sobre Jorge Loredo
Se Susanna Lira me permitir, acrescento alguns dados ao seu belo e delicado artigo sobre Zé Bonitinho. Tive oportunidade de assistir a uma atuação na qual ele imitava e ironizava artistas dos musicais da Broadway e de Hollywood (de cartola e casaca) e demonstrava ser um excelente e versátil humorista. Também tive oportunidade de conhecê-lo e me surpreender com sua personalidade. Figura tranquila e agradabilíssima, em nada lembrando o personagem caricato que o celebrizou. E, por ser um bom advogado previdenciário, ele ajudou dezenas de colegas no momento da aposentadoria. Se, para o grande público, sobram lembranças hilárias dessa figura, para muitos de seus colegas, inesquecível gratidão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Excelente e versátil humorista', diz maestro sobre Jorge LoredoSe Susanna Lira me permitir, acrescento alguns dados ao seu belo e delicado artigo sobre Zé Bonitinho. Tive oportunidade de assistir a uma atuação na qual ele imitava e ironizava artistas dos musicais da Broadway e de Hollywood (de cartola e casaca) e demonstrava ser um excelente e versátil humorista. Também tive oportunidade de conhecê-lo e me surpreender com sua personalidade. Figura tranquila e agradabilíssima, em nada lembrando o personagem caricato que o celebrizou. E, por ser um bom advogado previdenciário, ele ajudou dezenas de colegas no momento da aposentadoria. Se, para o grande público, sobram lembranças hilárias dessa figura, para muitos de seus colegas, inesquecível gratidão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Idosos superam artrite e até depressão com esporte: 'Prefiro morrer na quadra a largar isso'
Faz frio em Itatiba (SP) na terça-feira, mas a temperatura não intimida Regina Sartorato, que separa o short, a camiseta e as joelheiras –porque é dia de vôlei. O time todo está em quadra, porque é preciso treinar para o campeonato que está chegando. Elas são as atuais campeãs dos Jogos Regionais dos Idosos (Jori) do Estado de São Paulo e serão time a ser batido –ou seja, é hora de suar a camisa. Parece a rotina de um time qualquer, não fosse pela média de idade das jogadoras. Elas têm entre 60 e 70 anos e "se descobriram" atletas depois da aposentadoria. Elas se dedicam com afinco aos dois treinos semanais, de uma hora e meia cada um. E aprenderam a conviver com dores típicas desta idade, como dores musculares ou nas juntas. "Quando meu marido me inscreveu para jogar, eu disse: você é louco, eu sofro da coluna. Mas na quadra eu não sinto dor nenhuma. Me sinto uma menina de 35 anos", disse à BBC Brasil Dalva Assunção, de 69 anos. Ela trabalhou na roça com a enxada por muito tempo e disse "nunca ter visto bola na vida" até descobrir o time, quatro anos atrás. Se no caso de Dalva, o vôlei ajuda a aliviar a dor, em outros, traz novos desafios. Como no caso de Maria do Socorro de Oliveira, que há um ano descobriu sofrer de artrite reumatoide. "É uma artrite que não tem cura, tem que estar tratando sempre. Ela dá muita dor. Mas como eu gosto muito, eu tomo cortisona e aí eu consigo vir treinar", contou. Aos 74 anos, não há mais o que a tire da quadra. "Já saí de braço aqui, com Helder me carregando e fui direto para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento), porque eu não conseguia andar. A artrite reumatoide pega as juntas, o braço, a coluna, tudo. Mas eu enfrento, porque me faz muito bem." Além das limitações físicas, muitas das mulheres que jogam na equipe –que chamam de time da "melhor idade"– em Itatiba enfrentam dores ainda mais profundas fora de quadra, por conta da perda dos maridos, de filhos ou da solidão que acompanha a velhice. Regina Sartorato, de 74 anos, teve de lidar com depressão após a morte de seu companheiro, em 2014. Ela não queria mais treinar e pensou em "se aposentar" de vez. Mas a família foi quem lhe convenceu do contrário. "Eles disseram que era para eu continuar, porque era isso que ele gostaria que eu fizesse. E o vôlei me ajuda muito. Porque a vida continua, não é?". Hoje, no alto de seus 1,80 m, ela é um dos destaques do time no ataque. Mas o vôlei que elas jogam é um pouco diferente. Aqui vale segurar a bola dentro da quadra antes de passá-la para a outra jogadora –só não vale andar com ela. São seis atletas em quadra, como na regra normal, e os jogos têm até três sets de 15 pontos. A bola é mais murcha e não é permitido saltar na hora do ataque (dar "cortada") –tudo no vôlei adaptado é pensado para preservar a saúde das atletas. INÍCIO O time de "vôlei adaptado" da terceira idade da cidade, que fica a 90 km de São Paulo e é do lado de Campinas, surgiu em 2003. Algumas estão lá há mais de dez anos; outras ainda são "novatas" e não estiveram na fatídica estreia da equipe em competições, quando Itatiba tomou sonoros 15 x 0 e 15 x 1 no único jogo que disputou naquele ano. "Com um mês de treino, eu quis levá-las à primeira edição dos Jogos Regionais do Idoso (Jori). Perdemos feio. Mas a gente não desistiu", contou Tecla Jorenti, de 70 anos, responsável pelo início do projeto. Tecla foi atleta de basquete e atletismo na universidade e se formou em Educação Física. Assim que assumiu o projeto de ginástica para a 3ª idade da prefeitura de Itatiba, passou a pesquisar que outros esportes poderiam ser praticados nessa fase da vida. Foi quando descobriu o vôlei adaptado. "Minha ideia era para melhorar a qualidade de vida e socialização, para que elas interagissem mais entre elas. Porque tinha mulher na ginástica que era muito sozinha, viúva, não tinha companhia para sair." A ginástica, então, virou vôlei adaptado. Mas, de cara, a experiência não deu muito certo. O medo da bola ainda predominava. Após a disputa do primeiro Jori, quando elas tinham apenas seis jogadoras, pensaram em desistir. "Todas ficaram decepcionadas quando foi 15 a 0 e 15 a 1", conta Tecla. "Elas não estavam acostumadas, eram todas dona de casa. Então a bola vinha e elas desviavam. Fizemos um ponto de saque só. Aí fomos treinando, jogando e logo deslanchou." BENEFÍCIOS Das seis atletas que começaram, duas ainda estão na equipe, que hoje conta com 25 mulheres. Jorenti que, no começo, era a técnica do time, por não ter idade ainda para ser jogadora, hoje faz parte da equipe. E se lá em 2003, Itatiba passou "vergonha" nos Jogos Regionais do Idoso, hoje elas acumulam dois vice-campeonatos na categoria de 60 anos, além do título da categoria dos 70. No treino, todas elas chegaram exibindo as medalhas para a reportagem –e até começaram o alongamento sem tirá-las do peito. "Nunca pensei que nessa idade eu iria ter os títulos que tenho", diz Regina Sartorato, que atua no time desde o primeiro campeonato, há 14 anos. "Meus netos se enaltecem com a avó", conta Maria do Socorro. "Falam para todo mundo: 'minha avó joga vôlei'. E me sinto orgulhosa de poder fazer isso, me traz autoafirmação, valores, respeito. Recomendaria a todas as pessoas da terceira idade que fizessem." Agora, elas se preparam para o Jogos Abertos do Idoso (Jai) de outubro, em Sertãozinho. Será a final estadual da competição, que tem outras oito etapas regionais, está na 21ª edição, conta com a participação de 300 cidades paulistas e envolve mais de 14 mil atletas a partir de 60 anos. O esquema é similar aos Jogos Universitários, com quatro dias de competição, e as pessoas dormindo em colchões nos alojamentos (geralmente, salas de aulas nas escolas). Mas para as atletas de Itatiba, o campeonato, os títulos e as medalhas são apenas o complemento. O que elas mais ganham com o vôlei é vida. "A gente vive mais. Você não pensa que você está velho, você pensa que está jovem. Eu jogo aqui hoje, amanhã em Campinas, depois volto para o amistoso...não tem tempo para ficar pensando em velhice", disse Dalva Assunção. "Eu iria morrer na quadra, mas eu não largaria. Com toda a sinceridade. Só se não tiver jeito, que eu tenha que vir de cadeira de roda", concluiu Maria do Socorro.
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Idosos superam artrite e até depressão com esporte: 'Prefiro morrer na quadra a largar isso'Faz frio em Itatiba (SP) na terça-feira, mas a temperatura não intimida Regina Sartorato, que separa o short, a camiseta e as joelheiras –porque é dia de vôlei. O time todo está em quadra, porque é preciso treinar para o campeonato que está chegando. Elas são as atuais campeãs dos Jogos Regionais dos Idosos (Jori) do Estado de São Paulo e serão time a ser batido –ou seja, é hora de suar a camisa. Parece a rotina de um time qualquer, não fosse pela média de idade das jogadoras. Elas têm entre 60 e 70 anos e "se descobriram" atletas depois da aposentadoria. Elas se dedicam com afinco aos dois treinos semanais, de uma hora e meia cada um. E aprenderam a conviver com dores típicas desta idade, como dores musculares ou nas juntas. "Quando meu marido me inscreveu para jogar, eu disse: você é louco, eu sofro da coluna. Mas na quadra eu não sinto dor nenhuma. Me sinto uma menina de 35 anos", disse à BBC Brasil Dalva Assunção, de 69 anos. Ela trabalhou na roça com a enxada por muito tempo e disse "nunca ter visto bola na vida" até descobrir o time, quatro anos atrás. Se no caso de Dalva, o vôlei ajuda a aliviar a dor, em outros, traz novos desafios. Como no caso de Maria do Socorro de Oliveira, que há um ano descobriu sofrer de artrite reumatoide. "É uma artrite que não tem cura, tem que estar tratando sempre. Ela dá muita dor. Mas como eu gosto muito, eu tomo cortisona e aí eu consigo vir treinar", contou. Aos 74 anos, não há mais o que a tire da quadra. "Já saí de braço aqui, com Helder me carregando e fui direto para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento), porque eu não conseguia andar. A artrite reumatoide pega as juntas, o braço, a coluna, tudo. Mas eu enfrento, porque me faz muito bem." Além das limitações físicas, muitas das mulheres que jogam na equipe –que chamam de time da "melhor idade"– em Itatiba enfrentam dores ainda mais profundas fora de quadra, por conta da perda dos maridos, de filhos ou da solidão que acompanha a velhice. Regina Sartorato, de 74 anos, teve de lidar com depressão após a morte de seu companheiro, em 2014. Ela não queria mais treinar e pensou em "se aposentar" de vez. Mas a família foi quem lhe convenceu do contrário. "Eles disseram que era para eu continuar, porque era isso que ele gostaria que eu fizesse. E o vôlei me ajuda muito. Porque a vida continua, não é?". Hoje, no alto de seus 1,80 m, ela é um dos destaques do time no ataque. Mas o vôlei que elas jogam é um pouco diferente. Aqui vale segurar a bola dentro da quadra antes de passá-la para a outra jogadora –só não vale andar com ela. São seis atletas em quadra, como na regra normal, e os jogos têm até três sets de 15 pontos. A bola é mais murcha e não é permitido saltar na hora do ataque (dar "cortada") –tudo no vôlei adaptado é pensado para preservar a saúde das atletas. INÍCIO O time de "vôlei adaptado" da terceira idade da cidade, que fica a 90 km de São Paulo e é do lado de Campinas, surgiu em 2003. Algumas estão lá há mais de dez anos; outras ainda são "novatas" e não estiveram na fatídica estreia da equipe em competições, quando Itatiba tomou sonoros 15 x 0 e 15 x 1 no único jogo que disputou naquele ano. "Com um mês de treino, eu quis levá-las à primeira edição dos Jogos Regionais do Idoso (Jori). Perdemos feio. Mas a gente não desistiu", contou Tecla Jorenti, de 70 anos, responsável pelo início do projeto. Tecla foi atleta de basquete e atletismo na universidade e se formou em Educação Física. Assim que assumiu o projeto de ginástica para a 3ª idade da prefeitura de Itatiba, passou a pesquisar que outros esportes poderiam ser praticados nessa fase da vida. Foi quando descobriu o vôlei adaptado. "Minha ideia era para melhorar a qualidade de vida e socialização, para que elas interagissem mais entre elas. Porque tinha mulher na ginástica que era muito sozinha, viúva, não tinha companhia para sair." A ginástica, então, virou vôlei adaptado. Mas, de cara, a experiência não deu muito certo. O medo da bola ainda predominava. Após a disputa do primeiro Jori, quando elas tinham apenas seis jogadoras, pensaram em desistir. "Todas ficaram decepcionadas quando foi 15 a 0 e 15 a 1", conta Tecla. "Elas não estavam acostumadas, eram todas dona de casa. Então a bola vinha e elas desviavam. Fizemos um ponto de saque só. Aí fomos treinando, jogando e logo deslanchou." BENEFÍCIOS Das seis atletas que começaram, duas ainda estão na equipe, que hoje conta com 25 mulheres. Jorenti que, no começo, era a técnica do time, por não ter idade ainda para ser jogadora, hoje faz parte da equipe. E se lá em 2003, Itatiba passou "vergonha" nos Jogos Regionais do Idoso, hoje elas acumulam dois vice-campeonatos na categoria de 60 anos, além do título da categoria dos 70. No treino, todas elas chegaram exibindo as medalhas para a reportagem –e até começaram o alongamento sem tirá-las do peito. "Nunca pensei que nessa idade eu iria ter os títulos que tenho", diz Regina Sartorato, que atua no time desde o primeiro campeonato, há 14 anos. "Meus netos se enaltecem com a avó", conta Maria do Socorro. "Falam para todo mundo: 'minha avó joga vôlei'. E me sinto orgulhosa de poder fazer isso, me traz autoafirmação, valores, respeito. Recomendaria a todas as pessoas da terceira idade que fizessem." Agora, elas se preparam para o Jogos Abertos do Idoso (Jai) de outubro, em Sertãozinho. Será a final estadual da competição, que tem outras oito etapas regionais, está na 21ª edição, conta com a participação de 300 cidades paulistas e envolve mais de 14 mil atletas a partir de 60 anos. O esquema é similar aos Jogos Universitários, com quatro dias de competição, e as pessoas dormindo em colchões nos alojamentos (geralmente, salas de aulas nas escolas). Mas para as atletas de Itatiba, o campeonato, os títulos e as medalhas são apenas o complemento. O que elas mais ganham com o vôlei é vida. "A gente vive mais. Você não pensa que você está velho, você pensa que está jovem. Eu jogo aqui hoje, amanhã em Campinas, depois volto para o amistoso...não tem tempo para ficar pensando em velhice", disse Dalva Assunção. "Eu iria morrer na quadra, mas eu não largaria. Com toda a sinceridade. Só se não tiver jeito, que eu tenha que vir de cadeira de roda", concluiu Maria do Socorro.
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Parques e Pacaembu devem estar no mercado em até 4 meses, prevê Doria
O prefeito João Doria (PSDB) prevê que a concessão de 107 parques municipais de São Paulo e do estádio do Pacaembu esteja oficialmente em disputa pela iniciativa privada, com licitação aberta no mercado, no prazo máximo de quatro meses. Vitrines do plano de desestatização da gestão tucana com projetos mais adiantados, esses equipamentos receberam manifestações de interesse e passaram em primeira votação na Câmara –a prefeitura espera um aval do Legislativo em segunda e última votação até setembro. No caso dos parques, a administração Doria habilitou 21 empresas em um chamamento inicial e diz ter sido procurada por restaurante famoso, com estrela Michelin (principal guia gastronômico mundial), interessado em se instalar no Ibirapuera, na zona sul, considerado a "joia da coroa". Em relação ao Pacaembu, cinco consórcios apresentaram esboços arquitetônicos do que projetam no estádio. A prefeitura já enviou três projetos de lei para a Câmara como parte do plano de desestatização da gestão Doria. Os referentes ao Pacaembu e ao Bilhete Único, mercados, parques, sistema de bicicletas e mobiliário urbano passaram em primeira votação em junho. O projeto de alienação de imóveis ainda não foi colocado em votação. O tucano tem maioria na Casa, mas, além da oposição de PT e PSOL, tem enfrentado resistência dentro do próprio PSDB. Os próximos três projetos que serão enviados aos vereadores estão definidos: privatizações do autódromo de Interlagos e SPTuris/Anhembi e a concessão de cemitérios. O plano completo de Doria tem 55 equipamentos públicos. Segundo Wilson Poit, secretário de Desestatização e Parcerias, a situação dos parques "está bem na frente." Com as empresas interessadas no chamamento público habilitadas, a prefeitura agora aguarda a entrega de projetos até 24 de agosto. A partir daí, assim que a Câmara der aval, um comitê formado por secretários montará um edital da concessão com os "combos" –que unirão os parques mais atraentes, como Ibirapuera, com outros menos cobiçados. Os futuros concessionários poderão explorar as áreas com eventos, estacionamento, alimentos e bebidas. "Há dois restaurantes fechados dentro do parque Ibirapuera que podem ser explorados. Aluguel de bicicletas, patrocínio de mobiliário do parque, como bancos. Há uma quantidade muito grande de filmagens feitas lá e que pagam um valor de tabela público, defasado, que poderia ser mais bem explorado", diz. DEZ ANOS A expectativa da gestão Doria é arrecadar cerca de R$ 7 bilhões com privatizações. No caso do Pacaembu, cinco consórcios já manifestaram interesse em assumir a operação do estádio e do clube. A prefeitura calcula que a concessão deve ter prazo mínimo de dez anos para ser rentável –assim como os parques. Os interessados tiveram que apresentar esboços arquitetônicos do que projetam no Pacaembu. O material já está em poder do Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio) e do Condephaat (órgão estadual), que precisam aprovar a execução de obras no estádio tombado. Sobre a possibilidade de realizar shows e eventos no estádio, Poit diz que está previsto no chamamento público inicial –assim como estará na futura concessão– a necessidade de respeitar um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com a associação de moradores do bairro e que estabelece restrições. "A ideia é ter o Pacaembu como arena poliesportiva, com foco em futebol, tênis, NBA, UFC, entre outros. No entanto, fora o Museu do Futebol, o estádio fica muito abandonado. No decorrer do tempo, os moradores podem ficar com um 'mico', que pode até ser invadido", conclui. O discurso, que sugere uma tentativa de convencer moradores do bairro a estudar flexibilizações depois da concessão, é semelhante ao difundido pelo prefeito para reforçar a intenção de vender terrenos públicos municipais. Nesta quinta (3), durante palestra em Curitiba a empresários paranaenses, Doria defendeu uma "gestão privatista" e chamou de "inúteis" um conjunto de 1.300 imóveis que sua gestão pretende vender. "Para quê ter? Só para ser ocupado pelo MST e outros movimentos dessa natureza?" NA JUSTIÇA O vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano, entrou com mandado de segurança na Justiça no qual pede a anulação da primeira votação do projeto de lei sobre o plano municipal de desestatizações, da gestão João Doria. Ele argumenta que o trâmite pelo qual passou até ser votado foi "ilegal" e "injusto." Segundo ele, o regimento prevê que, antes de ser votado, o projeto teria de ter passado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da qual ele é o presidente. Outra irregularidade teria sido a falta de explicação para a urgência de ter "cortado caminho" por mecanismo conhecido como "Congressos de Comissões". "Sou a favor do projeto, mas houve um atropelo do regimento", afirma. "Podem mandar o projeto para segunda votação na Câmara, mas ela será anulada caso o mandado seja atendido", continua. "Estão tentando passar os projetos de qualquer jeito. O problema é com a presidência da Câmara, e não com a prefeitura", diz Covas, referindo-se ao vereador Milton Leite (DEM). Covas aspirava ao cargo de presidente da Câmara, mas no final de 2016 perdeu para Leite, que teve apoio de Doria. A despeito de compor a base aliada, tem entrado em colisão com a prefeitura. Em junho, deu voto que impediu avanço do projeto de desestatização na Câmara. "Os projetos são vagos. Aprovar na Câmara será fácil. O problema será pôr de pé uma equação financeira sustentável e positiva para a prefeitura", diz o vereador Antonio Donato, líder do PT na Casa. A assessoria de imprensa da Câmara disse que a aprovação "seguiu os trâmites e o regimento interno da Casa". Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba * Em que fase estão os repasses de serviços e equipamentos municipais a empresas Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 10 anos Custo anual de manutenção: R$ 9 milhões Projeto de lei: 364/2017 Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em junho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 5 consórcios - Abertura da licitação é planejada para novembro - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 10 anos Custo anual de manutenção: R$ 180 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 26 empresas - 21 foram habilitadas e devem entregar projetos em 24.ago - Abertura da licitação é planejada para novembro - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 20 anos Custo anual de manutenção: R$ 51 milhões Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 12 consórcios - Abertura da licitação é planejada para o primeiro trimestre de 2018 - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: A definir Custo anual de manutenção: R$ 200 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Secretaria de Urbanismo lançou consulta pública até julho sobre os terminais Capelinha, Princesa Isabel e Campo Limpo, que devem ser licitados até o final do ano - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: A definir Custo anual de manutenção: R$ 430 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Prefeitura e Estado vão começar a receber manifestações de interesse em agosto - Deve passar por 2ª votação até setembro - Licitação deve começar até o final do ano - Modelo: Privatização Custo anual de manutenção: R$ 33,5 milhões (Anhembi) Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: - Em 20.ago acontecerá pregão eletrônico para definir o banco que vai assumir a operação de venda - Prefeitura quer colocar em leilão por valor mínimo até dezembro - Modelo: Privatização Custo anual de manutenção: R$ 7 milhões + reformas Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: Texto só deve ser votado após a aprovação da Operação Urbana Jurubatuba –ela permite a construção de prédios mais altos, portanto valorizaria o empreendimento e aumentaria o valor arrecadado com a venda
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Parques e Pacaembu devem estar no mercado em até 4 meses, prevê DoriaO prefeito João Doria (PSDB) prevê que a concessão de 107 parques municipais de São Paulo e do estádio do Pacaembu esteja oficialmente em disputa pela iniciativa privada, com licitação aberta no mercado, no prazo máximo de quatro meses. Vitrines do plano de desestatização da gestão tucana com projetos mais adiantados, esses equipamentos receberam manifestações de interesse e passaram em primeira votação na Câmara –a prefeitura espera um aval do Legislativo em segunda e última votação até setembro. No caso dos parques, a administração Doria habilitou 21 empresas em um chamamento inicial e diz ter sido procurada por restaurante famoso, com estrela Michelin (principal guia gastronômico mundial), interessado em se instalar no Ibirapuera, na zona sul, considerado a "joia da coroa". Em relação ao Pacaembu, cinco consórcios apresentaram esboços arquitetônicos do que projetam no estádio. A prefeitura já enviou três projetos de lei para a Câmara como parte do plano de desestatização da gestão Doria. Os referentes ao Pacaembu e ao Bilhete Único, mercados, parques, sistema de bicicletas e mobiliário urbano passaram em primeira votação em junho. O projeto de alienação de imóveis ainda não foi colocado em votação. O tucano tem maioria na Casa, mas, além da oposição de PT e PSOL, tem enfrentado resistência dentro do próprio PSDB. Os próximos três projetos que serão enviados aos vereadores estão definidos: privatizações do autódromo de Interlagos e SPTuris/Anhembi e a concessão de cemitérios. O plano completo de Doria tem 55 equipamentos públicos. Segundo Wilson Poit, secretário de Desestatização e Parcerias, a situação dos parques "está bem na frente." Com as empresas interessadas no chamamento público habilitadas, a prefeitura agora aguarda a entrega de projetos até 24 de agosto. A partir daí, assim que a Câmara der aval, um comitê formado por secretários montará um edital da concessão com os "combos" –que unirão os parques mais atraentes, como Ibirapuera, com outros menos cobiçados. Os futuros concessionários poderão explorar as áreas com eventos, estacionamento, alimentos e bebidas. "Há dois restaurantes fechados dentro do parque Ibirapuera que podem ser explorados. Aluguel de bicicletas, patrocínio de mobiliário do parque, como bancos. Há uma quantidade muito grande de filmagens feitas lá e que pagam um valor de tabela público, defasado, que poderia ser mais bem explorado", diz. DEZ ANOS A expectativa da gestão Doria é arrecadar cerca de R$ 7 bilhões com privatizações. No caso do Pacaembu, cinco consórcios já manifestaram interesse em assumir a operação do estádio e do clube. A prefeitura calcula que a concessão deve ter prazo mínimo de dez anos para ser rentável –assim como os parques. Os interessados tiveram que apresentar esboços arquitetônicos do que projetam no Pacaembu. O material já está em poder do Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio) e do Condephaat (órgão estadual), que precisam aprovar a execução de obras no estádio tombado. Sobre a possibilidade de realizar shows e eventos no estádio, Poit diz que está previsto no chamamento público inicial –assim como estará na futura concessão– a necessidade de respeitar um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com a associação de moradores do bairro e que estabelece restrições. "A ideia é ter o Pacaembu como arena poliesportiva, com foco em futebol, tênis, NBA, UFC, entre outros. No entanto, fora o Museu do Futebol, o estádio fica muito abandonado. No decorrer do tempo, os moradores podem ficar com um 'mico', que pode até ser invadido", conclui. O discurso, que sugere uma tentativa de convencer moradores do bairro a estudar flexibilizações depois da concessão, é semelhante ao difundido pelo prefeito para reforçar a intenção de vender terrenos públicos municipais. Nesta quinta (3), durante palestra em Curitiba a empresários paranaenses, Doria defendeu uma "gestão privatista" e chamou de "inúteis" um conjunto de 1.300 imóveis que sua gestão pretende vender. "Para quê ter? Só para ser ocupado pelo MST e outros movimentos dessa natureza?" NA JUSTIÇA O vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano, entrou com mandado de segurança na Justiça no qual pede a anulação da primeira votação do projeto de lei sobre o plano municipal de desestatizações, da gestão João Doria. Ele argumenta que o trâmite pelo qual passou até ser votado foi "ilegal" e "injusto." Segundo ele, o regimento prevê que, antes de ser votado, o projeto teria de ter passado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da qual ele é o presidente. Outra irregularidade teria sido a falta de explicação para a urgência de ter "cortado caminho" por mecanismo conhecido como "Congressos de Comissões". "Sou a favor do projeto, mas houve um atropelo do regimento", afirma. "Podem mandar o projeto para segunda votação na Câmara, mas ela será anulada caso o mandado seja atendido", continua. "Estão tentando passar os projetos de qualquer jeito. O problema é com a presidência da Câmara, e não com a prefeitura", diz Covas, referindo-se ao vereador Milton Leite (DEM). Covas aspirava ao cargo de presidente da Câmara, mas no final de 2016 perdeu para Leite, que teve apoio de Doria. A despeito de compor a base aliada, tem entrado em colisão com a prefeitura. Em junho, deu voto que impediu avanço do projeto de desestatização na Câmara. "Os projetos são vagos. Aprovar na Câmara será fácil. O problema será pôr de pé uma equação financeira sustentável e positiva para a prefeitura", diz o vereador Antonio Donato, líder do PT na Casa. A assessoria de imprensa da Câmara disse que a aprovação "seguiu os trâmites e o regimento interno da Casa". Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba * Em que fase estão os repasses de serviços e equipamentos municipais a empresas Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 10 anos Custo anual de manutenção: R$ 9 milhões Projeto de lei: 364/2017 Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em junho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 5 consórcios - Abertura da licitação é planejada para novembro - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 10 anos Custo anual de manutenção: R$ 180 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 26 empresas - 21 foram habilitadas e devem entregar projetos em 24.ago - Abertura da licitação é planejada para novembro - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: Mínimo de 20 anos Custo anual de manutenção: R$ 51 milhões Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: - Prefeitura recebeu manifestações de interesse de 12 consórcios - Abertura da licitação é planejada para o primeiro trimestre de 2018 - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: A definir Custo anual de manutenção: R$ 200 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Deve passar por 2ª votação até setembro - Secretaria de Urbanismo lançou consulta pública até julho sobre os terminais Capelinha, Princesa Isabel e Campo Limpo, que devem ser licitados até o final do ano - Modelo: Concessão Período projetado de concessão: A definir Custo anual de manutenção: R$ 430 milhões Projeto de lei: 367/2017 (pacote de privatizações) Em que fase está: - Foi aprovado em 1ª votação em julho - Prefeitura e Estado vão começar a receber manifestações de interesse em agosto - Deve passar por 2ª votação até setembro - Licitação deve começar até o final do ano - Modelo: Privatização Custo anual de manutenção: R$ 33,5 milhões (Anhembi) Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: - Em 20.ago acontecerá pregão eletrônico para definir o banco que vai assumir a operação de venda - Prefeitura quer colocar em leilão por valor mínimo até dezembro - Modelo: Privatização Custo anual de manutenção: R$ 7 milhões + reformas Projeto de lei: Será mandado para a Câmara em agosto Em que fase está: Texto só deve ser votado após a aprovação da Operação Urbana Jurubatuba –ela permite a construção de prédios mais altos, portanto valorizaria o empreendimento e aumentaria o valor arrecadado com a venda
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A crise fiscal e o colapso das políticas públicas estaduais
A política pública caminha para o colapso na maioria dos governos estaduais. Muitos Estados têm reduzido a compra de bens e serviços essenciais pela dificuldade em pagar regulamente os fornecedores, seis já não conseguem pagar em dia a folha de pagamento e a Previdência dos servidores, e dois estão inadimplentes com os pagamentos das suas dívidas. Essas dificuldades irão se agravar na ausência de reformas profundas. Os gastos com pessoal, ativos e inativos, aumentam bem mais do que a arrecadação e consomem quase todos os recursos disponíveis em um número crescente de casos. Desde 2009, assistiu-se ao aumento expressivo dos gastos com servidores. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, esses aumentos foram, em média, acima de 16% ao ano durante vários anos. As regras da Previdência pública resultam em gastos crescentes incompatíveis com as receitas estaduais. Como as decisões judiciais têm priorizado o pagamento da folha, diversas políticas têm tido cortes severos. Não haverá recursos suficientes para a manutenção de hospitais e estradas, ou a compra de medicamentos ou os meios para segurança pública. Será crescente a dificuldade para o pagamento de salários e aposentadorias. Essa crise não surpreende. Os problemas dos Estados são conhecidos há anos. Em vez de enfrentá-los, porém, optou-se por medidas oportunistas, como financiar os gastos correntes com receitas extraordinárias, como o aumento do endividamento com aval do Tesouro, a equivocada renegociação das dívidas estaduais, ou, ainda, a utilização dos depósitos judiciais. Os limites para gasto com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal foram atendidos por meio de inúmeros critérios criativos, como a exclusão dos auxílios e dos gastos com terceiros. A anuência silenciosa dos órgãos de controle com as medidas oportunistas adotadas pelos Estados, que apenas adiaram e agravaram os problemas, colaborou com a degradação fiscal. O populismo, cuja mais recente pérola foi a proposta de que o país subsidie as tarifas de ônibus de São Paulo, soma-se ao corporativismo dos servidores públicos. Governadores fracos não enfrentaram o debate sobre a insustentabilidade do regime de Previdência, nem a necessidade de meritocracia e de gestão eficiente na política pública. A saída fácil das vinculações das despesas, sem instrumentos de gestão, resultou no paradoxo de gastos crescentes em áreas essenciais, como saúde e educação, e resultados medíocres para a população. A combinação de populismo com corporativismo está levando ao colapso da política pública.
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A crise fiscal e o colapso das políticas públicas estaduaisA política pública caminha para o colapso na maioria dos governos estaduais. Muitos Estados têm reduzido a compra de bens e serviços essenciais pela dificuldade em pagar regulamente os fornecedores, seis já não conseguem pagar em dia a folha de pagamento e a Previdência dos servidores, e dois estão inadimplentes com os pagamentos das suas dívidas. Essas dificuldades irão se agravar na ausência de reformas profundas. Os gastos com pessoal, ativos e inativos, aumentam bem mais do que a arrecadação e consomem quase todos os recursos disponíveis em um número crescente de casos. Desde 2009, assistiu-se ao aumento expressivo dos gastos com servidores. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, esses aumentos foram, em média, acima de 16% ao ano durante vários anos. As regras da Previdência pública resultam em gastos crescentes incompatíveis com as receitas estaduais. Como as decisões judiciais têm priorizado o pagamento da folha, diversas políticas têm tido cortes severos. Não haverá recursos suficientes para a manutenção de hospitais e estradas, ou a compra de medicamentos ou os meios para segurança pública. Será crescente a dificuldade para o pagamento de salários e aposentadorias. Essa crise não surpreende. Os problemas dos Estados são conhecidos há anos. Em vez de enfrentá-los, porém, optou-se por medidas oportunistas, como financiar os gastos correntes com receitas extraordinárias, como o aumento do endividamento com aval do Tesouro, a equivocada renegociação das dívidas estaduais, ou, ainda, a utilização dos depósitos judiciais. Os limites para gasto com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal foram atendidos por meio de inúmeros critérios criativos, como a exclusão dos auxílios e dos gastos com terceiros. A anuência silenciosa dos órgãos de controle com as medidas oportunistas adotadas pelos Estados, que apenas adiaram e agravaram os problemas, colaborou com a degradação fiscal. O populismo, cuja mais recente pérola foi a proposta de que o país subsidie as tarifas de ônibus de São Paulo, soma-se ao corporativismo dos servidores públicos. Governadores fracos não enfrentaram o debate sobre a insustentabilidade do regime de Previdência, nem a necessidade de meritocracia e de gestão eficiente na política pública. A saída fácil das vinculações das despesas, sem instrumentos de gestão, resultou no paradoxo de gastos crescentes em áreas essenciais, como saúde e educação, e resultados medíocres para a população. A combinação de populismo com corporativismo está levando ao colapso da política pública.
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Desenhos do Ghibli e fim do violão das gueixas
Em julho de 2016, o Museu Ghibli reabriu as portas após dois meses de reforma. Mas foi somente no começo de dezembro que consegui o concorrido ingresso para visitar o local, depois de três longos meses de tentativas frustradas. Mesmo para quem não é fã de animação, vale a pena visitar o museu, localizado ao lado do parque Inokashira. Mais do que um espaço para mostrar as obras do Studio Ghibli –responsável por filmes como "A Viagem de Chihiro", "Túmulo dos Vagalumes" e "Meu Vizinho Totoro", entre outros–, o local é dedicado à animação como um todo. Cerca de dez milhões de pessoas já passaram por ali desde a inauguração, em outubro de 2001. A sensação é de estarmos dentro de um cenário de desenho. Um dos atrativos do lugar é a seleção de curtas-metragens produzidos exclusivamente para o museu. A grande novidade pós-reforma é uma sala em forma de ônibus-gato, personagem do desenho "Meu Vizinho Totoro". Espalhados pelo prédio de três andares, os personagens famosos da premiada companhia japonesa de animação se misturam com a arquitetura. O museu tem ainda um café, um parque infantil, um jardim na cobertura e uma loja de lembrancinhas. É estritamente proibido tirar fotos na parte interna. "O Museu Ghibli é um portal para um mundo de contos. Como o protagonista de uma história, pedimos que você experimente o espaço do museu com seus próprios olhos e sentidos, em vez de usar o visor de uma câmera", justifica a direção. APOSENTADORIA O que todos os fãs de anime (animação japonesa) querem saber é se o cineasta Hayao Miyazaki, considerado o "deus da animação" e um dos fundadores do Studio Ghibli, aposentou-se mesmo. Há pouco mais de três anos, ele anunciou que não produziria mais filmes. Mas em 2016 foi divulgado que Miyazaki estava trabalhando em um curta-metragem exclusivo para o museu. "Kemushi no Boro" (a lagarta Boro, em tradução livre) está previsto para estrear na primavera de 2017. É um curta de 12 minutos que Miyazaki começou a produzir em 2015, mas que vem sendo pensado desde os anos 1990. Em um documentário exibido pela rede pública de TV NHK no final do ano passado, o cineasta deixou claro que quer transformar esse trabalho em uma animação de longa duração a ser lançada antes das Olimpíadas de Tóquio, em 2020. SHAMISEN EM CRISE São poucos os instrumentos musicais que se integram tão perfeitamente à tradição cultural de uma nação quanto o shamisen, uma espécie de violão de três cordas –em japonês, shamisen significa literalmente "três cordas". O instrumento está presente no teatro Kabuki, nas peças com bonecos, nas músicas tradicionais e nas performances de gueixas. No entanto, o shamisen vive uma crise existencial. É cada vez menor o número de artesãos capazes de fabricar o objeto na sua forma original, que tem cobertura com couro de gato ou de cachorro. Já se tentou usar couro de canguru e de bode, além de produtos sintéticos, mas os tradicionalistas argumentam que o som nunca será o mesmo se a matéria-prima for outra. O couro dos felinos e dos cães é usado desde o período Edo (1603-1868). Hoje o país importa o material de países como China e Tailândia, mas o comércio vem diminuindo por causa de grupos de defesa dos direitos dos animais. Segundo dados da Associação de Promoção da Música de Shamisen, são vendidos por ano cerca de 2.000 instrumentos. O número vem caindo drasticamente. Até 1975, havia cerca de 700 lojas especializadas. Hoje, restam apenas 200. RELAÇÃO BILATERAL Incerteza é a palavra que a mídia japonesa mais tem usado para definir a relação bilateral com os Estados Unidos após a eleição de Trump. Preocupado, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, agiu rápido e foi o primeiro líder mundial a se encontrar com o presidente eleito. A grande preocupação do país é perder a proteção das tropas norte-americanas, presentes em diversas bases militares instaladas no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Afinal, a região é um barril de pólvora, com a China ganhando poder bélico e a Coreia do Norte desenvolvendo arsenal nuclear. Abe tem feito sua parte. No final de 2016, seguindo os passos de Obama (primeiro presidente americano em exercício a visitar Hiroshima), o premiê aportou em Pearl Harbor para uma visita histórica. Os vizinhos asiáticos, é claro, não gostaram. Coreia do Sul e China disseram que o país deveria se esforçar para se reconciliar com os países que foram vítimas do Exército imperialista japonês antes e durante a Segunda Guerra. EWERTHON TOBACE, 40, é jornalista, produtor e documentarista em Tóquio.
ilustrissima
Desenhos do Ghibli e fim do violão das gueixasEm julho de 2016, o Museu Ghibli reabriu as portas após dois meses de reforma. Mas foi somente no começo de dezembro que consegui o concorrido ingresso para visitar o local, depois de três longos meses de tentativas frustradas. Mesmo para quem não é fã de animação, vale a pena visitar o museu, localizado ao lado do parque Inokashira. Mais do que um espaço para mostrar as obras do Studio Ghibli –responsável por filmes como "A Viagem de Chihiro", "Túmulo dos Vagalumes" e "Meu Vizinho Totoro", entre outros–, o local é dedicado à animação como um todo. Cerca de dez milhões de pessoas já passaram por ali desde a inauguração, em outubro de 2001. A sensação é de estarmos dentro de um cenário de desenho. Um dos atrativos do lugar é a seleção de curtas-metragens produzidos exclusivamente para o museu. A grande novidade pós-reforma é uma sala em forma de ônibus-gato, personagem do desenho "Meu Vizinho Totoro". Espalhados pelo prédio de três andares, os personagens famosos da premiada companhia japonesa de animação se misturam com a arquitetura. O museu tem ainda um café, um parque infantil, um jardim na cobertura e uma loja de lembrancinhas. É estritamente proibido tirar fotos na parte interna. "O Museu Ghibli é um portal para um mundo de contos. Como o protagonista de uma história, pedimos que você experimente o espaço do museu com seus próprios olhos e sentidos, em vez de usar o visor de uma câmera", justifica a direção. APOSENTADORIA O que todos os fãs de anime (animação japonesa) querem saber é se o cineasta Hayao Miyazaki, considerado o "deus da animação" e um dos fundadores do Studio Ghibli, aposentou-se mesmo. Há pouco mais de três anos, ele anunciou que não produziria mais filmes. Mas em 2016 foi divulgado que Miyazaki estava trabalhando em um curta-metragem exclusivo para o museu. "Kemushi no Boro" (a lagarta Boro, em tradução livre) está previsto para estrear na primavera de 2017. É um curta de 12 minutos que Miyazaki começou a produzir em 2015, mas que vem sendo pensado desde os anos 1990. Em um documentário exibido pela rede pública de TV NHK no final do ano passado, o cineasta deixou claro que quer transformar esse trabalho em uma animação de longa duração a ser lançada antes das Olimpíadas de Tóquio, em 2020. SHAMISEN EM CRISE São poucos os instrumentos musicais que se integram tão perfeitamente à tradição cultural de uma nação quanto o shamisen, uma espécie de violão de três cordas –em japonês, shamisen significa literalmente "três cordas". O instrumento está presente no teatro Kabuki, nas peças com bonecos, nas músicas tradicionais e nas performances de gueixas. No entanto, o shamisen vive uma crise existencial. É cada vez menor o número de artesãos capazes de fabricar o objeto na sua forma original, que tem cobertura com couro de gato ou de cachorro. Já se tentou usar couro de canguru e de bode, além de produtos sintéticos, mas os tradicionalistas argumentam que o som nunca será o mesmo se a matéria-prima for outra. O couro dos felinos e dos cães é usado desde o período Edo (1603-1868). Hoje o país importa o material de países como China e Tailândia, mas o comércio vem diminuindo por causa de grupos de defesa dos direitos dos animais. Segundo dados da Associação de Promoção da Música de Shamisen, são vendidos por ano cerca de 2.000 instrumentos. O número vem caindo drasticamente. Até 1975, havia cerca de 700 lojas especializadas. Hoje, restam apenas 200. RELAÇÃO BILATERAL Incerteza é a palavra que a mídia japonesa mais tem usado para definir a relação bilateral com os Estados Unidos após a eleição de Trump. Preocupado, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, agiu rápido e foi o primeiro líder mundial a se encontrar com o presidente eleito. A grande preocupação do país é perder a proteção das tropas norte-americanas, presentes em diversas bases militares instaladas no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Afinal, a região é um barril de pólvora, com a China ganhando poder bélico e a Coreia do Norte desenvolvendo arsenal nuclear. Abe tem feito sua parte. No final de 2016, seguindo os passos de Obama (primeiro presidente americano em exercício a visitar Hiroshima), o premiê aportou em Pearl Harbor para uma visita histórica. Os vizinhos asiáticos, é claro, não gostaram. Coreia do Sul e China disseram que o país deveria se esforçar para se reconciliar com os países que foram vítimas do Exército imperialista japonês antes e durante a Segunda Guerra. EWERTHON TOBACE, 40, é jornalista, produtor e documentarista em Tóquio.
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Homenagem a Hermógenes de Andrade é filme tradicional e engajado
Uma tuberculose severa aos 35 anos revolucionou a vida de José Hermógenes de Andrade Filho (1921-2015). Militar, ele descobriu livros de ioga enquanto estava com a "vida estagnada" dedicada à cura da doença. Começou fazendo exercícios escondido no banheiro. Ao longo de décadas, se transformou em um dos maiores divulgadores da prática no Brasil. Escreveu mais de 30 livros, como "Yoga para Nervosos", misturando filosofia de vida, autoajuda, poesia, técnicas terapêuticas. Desde os 1960, vendeu mais de meio milhão de exemplares, sendo o primeiro autor nacional de best-seller para o seu editor. "Autoperfeição com Hatha Yoga" (1962) está na 50ª edição. Fragmentos da trajetória desse líder espiritual, comunicador e ativista está em "Hermógenes, Professor e Poeta do Yoga", de Bárbara Tavares. É um documentário para adeptos do modo de vida. Sua atmosfera é de divulgação e de propaganda do método. Tem o mérito de recuperar uma história especial e pouco conhecida para quem não frequenta as academias. Vídeos caseiros relembram suas peregrinações pelo Brasil e pela Índia. Palestras, debates, passeios passam pela tela. A qualidade das imagens e do áudio dessas cenas antigas nem sempre é boa, mas têm papel documental. Hermógenes vai envelhecendo, mas não perde o vigor físico e a facilidade para eletrizar plateias. Sua academia, no centro da cidade do Rio de Janeiro, chegou a ter 800 alunos. Muitos deles dão entrevistas sobre a influência do professor, seu carisma e determinação. Ressaltam o humor e as piadas que salpicavam suas apresentações. Hermógenes era dado a inventar expressões como "normótico" (aquele que leva uma vida normal) e "egoesclerose" (a doença do tempo atual). Certa vez diagnosticou como "esculhambose" o mal que afligia uma pessoa com muitas dores nas costas. A fita expõe depoimentos de pessoas que relatam como superaram situações dramáticas com a ajuda das ideias do mestre. Um deles é de Marcelo Yuka, músico e político, fundador da banda O Rappa, que ficou paraplégico ao ser baleado em assalto em 2000. Sem espaço para discussões e críticas, o documentário trata o ioga como um comportamento que funde espiritualidade, disciplina, exercício, meditação. Para ampliar o foco, ouve religiosos de diversas crenças e médicos que defendem o método para melhorar a vida de doentes. Tradicional e engajado, o filme é uma homenagem a um precursor e agitador que deixou marcas. HERMÓGENES, PROFESSOR E POETA DO YOGA DIREÇÃO: BÁRBARA TAVARES PRODUÇÃO: BRASIL, 2015 CLASSIFICAÇÃO: LIVRE QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
ilustrada
Homenagem a Hermógenes de Andrade é filme tradicional e engajadoUma tuberculose severa aos 35 anos revolucionou a vida de José Hermógenes de Andrade Filho (1921-2015). Militar, ele descobriu livros de ioga enquanto estava com a "vida estagnada" dedicada à cura da doença. Começou fazendo exercícios escondido no banheiro. Ao longo de décadas, se transformou em um dos maiores divulgadores da prática no Brasil. Escreveu mais de 30 livros, como "Yoga para Nervosos", misturando filosofia de vida, autoajuda, poesia, técnicas terapêuticas. Desde os 1960, vendeu mais de meio milhão de exemplares, sendo o primeiro autor nacional de best-seller para o seu editor. "Autoperfeição com Hatha Yoga" (1962) está na 50ª edição. Fragmentos da trajetória desse líder espiritual, comunicador e ativista está em "Hermógenes, Professor e Poeta do Yoga", de Bárbara Tavares. É um documentário para adeptos do modo de vida. Sua atmosfera é de divulgação e de propaganda do método. Tem o mérito de recuperar uma história especial e pouco conhecida para quem não frequenta as academias. Vídeos caseiros relembram suas peregrinações pelo Brasil e pela Índia. Palestras, debates, passeios passam pela tela. A qualidade das imagens e do áudio dessas cenas antigas nem sempre é boa, mas têm papel documental. Hermógenes vai envelhecendo, mas não perde o vigor físico e a facilidade para eletrizar plateias. Sua academia, no centro da cidade do Rio de Janeiro, chegou a ter 800 alunos. Muitos deles dão entrevistas sobre a influência do professor, seu carisma e determinação. Ressaltam o humor e as piadas que salpicavam suas apresentações. Hermógenes era dado a inventar expressões como "normótico" (aquele que leva uma vida normal) e "egoesclerose" (a doença do tempo atual). Certa vez diagnosticou como "esculhambose" o mal que afligia uma pessoa com muitas dores nas costas. A fita expõe depoimentos de pessoas que relatam como superaram situações dramáticas com a ajuda das ideias do mestre. Um deles é de Marcelo Yuka, músico e político, fundador da banda O Rappa, que ficou paraplégico ao ser baleado em assalto em 2000. Sem espaço para discussões e críticas, o documentário trata o ioga como um comportamento que funde espiritualidade, disciplina, exercício, meditação. Para ampliar o foco, ouve religiosos de diversas crenças e médicos que defendem o método para melhorar a vida de doentes. Tradicional e engajado, o filme é uma homenagem a um precursor e agitador que deixou marcas. HERMÓGENES, PROFESSOR E POETA DO YOGA DIREÇÃO: BÁRBARA TAVARES PRODUÇÃO: BRASIL, 2015 CLASSIFICAÇÃO: LIVRE QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
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Afronta em Caracas
Não causa nenhuma surpresa o ocorrido na quinta-feira (18), em Caracas, com a comitiva de senadores brasileiros que intentava visitar opositores presos pelo governo da Venezuela. Num episódio que mais uma vez confirma a deterioração das instituições daquele país, atos de hostilidade se organizaram contra a visita, barrando o percurso do micro-ônibus que levava os congressistas. O mínimo a esperar, em tais situações, seria que se oferecessem garantias de segurança para o deslocamento dos parlamentares. Uma turba de militantes cercou, porém, o veículo da comitiva. A intimidação foi facilitada pela múltipla operação de tráfego coincidentemente organizada naquele mesmo dia –envolvendo o traslado de um prisioneiro recém-extraditado, a limpeza de túneis, um derramamento de carga e não se sabe mais que outros expedientes. É comum nos governos habituados ao abuso da força o recurso a subterfúgios e disfarces inconvincentes antes da explicitação, de uma vez por todas, de seu caráter ditatorial. Milícias supostamente autônomas fizeram em muitos países a obra preparatória da violência e da desordem antes de se efetuar o golpe final do totalitarismo. Também não escapa ao figurino fascista a nota do deboche –tal como expressa pelo vice-presidente Jorge Arreaza, que enviou mensagem à mulher de um dos políticos encarcerados pelo regime. Se os senadores tentavam visitar os opositores presos, disse a autoridade venezuelana, era porque não tinham "muito trabalho por lá [no Brasil]". Por improvisada que possa ter sido a iniciativa dos brasileiros (e por mais que lhes tenha resultado em ganho político), não há como aceitar tal expressão de desrespeito. Se a plena vigência da democracia é condição para que um país pertença ao Mercosul, não se pode negar legitimidade à missão dos senadores, querendo avaliar "in loco" uma situação política que o Executivo brasileiro já deu mostras de tratar com complacência. Neste caso, ao menos, o Itamaraty reagiu com prontidão. Repudiou o incidente, como seria de esperar. Enquanto espessas sombras continuam a pesar sobre o horizonte político venezuelano, continuam pouco nítidas, todavia, as reais disposições do petismo perante seus companheiros do norte. [email protected]
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Afronta em CaracasNão causa nenhuma surpresa o ocorrido na quinta-feira (18), em Caracas, com a comitiva de senadores brasileiros que intentava visitar opositores presos pelo governo da Venezuela. Num episódio que mais uma vez confirma a deterioração das instituições daquele país, atos de hostilidade se organizaram contra a visita, barrando o percurso do micro-ônibus que levava os congressistas. O mínimo a esperar, em tais situações, seria que se oferecessem garantias de segurança para o deslocamento dos parlamentares. Uma turba de militantes cercou, porém, o veículo da comitiva. A intimidação foi facilitada pela múltipla operação de tráfego coincidentemente organizada naquele mesmo dia –envolvendo o traslado de um prisioneiro recém-extraditado, a limpeza de túneis, um derramamento de carga e não se sabe mais que outros expedientes. É comum nos governos habituados ao abuso da força o recurso a subterfúgios e disfarces inconvincentes antes da explicitação, de uma vez por todas, de seu caráter ditatorial. Milícias supostamente autônomas fizeram em muitos países a obra preparatória da violência e da desordem antes de se efetuar o golpe final do totalitarismo. Também não escapa ao figurino fascista a nota do deboche –tal como expressa pelo vice-presidente Jorge Arreaza, que enviou mensagem à mulher de um dos políticos encarcerados pelo regime. Se os senadores tentavam visitar os opositores presos, disse a autoridade venezuelana, era porque não tinham "muito trabalho por lá [no Brasil]". Por improvisada que possa ter sido a iniciativa dos brasileiros (e por mais que lhes tenha resultado em ganho político), não há como aceitar tal expressão de desrespeito. Se a plena vigência da democracia é condição para que um país pertença ao Mercosul, não se pode negar legitimidade à missão dos senadores, querendo avaliar "in loco" uma situação política que o Executivo brasileiro já deu mostras de tratar com complacência. Neste caso, ao menos, o Itamaraty reagiu com prontidão. Repudiou o incidente, como seria de esperar. Enquanto espessas sombras continuam a pesar sobre o horizonte político venezuelano, continuam pouco nítidas, todavia, as reais disposições do petismo perante seus companheiros do norte. [email protected]
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Ego e demonstração de poder dominam ações da Lava Jato, diz leitor
OPERAÇÃO LAVA JATO O pedido de soltura do juiz Sergio Moro horas após a prisão do ex-ministro Guido Mantega em um hospital demonstra a total prepotência e arrogância do MPF, PF e o show que essas operações se transformaram. O ego e a demostração de poder entre aqueles que se intitulam os "mocinhos" dessa história são maiores do que o senso de justiça que deveriam ter por obrigação. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * A PF seguiu o protocolo específico para tal caso, não adentrou o hospital e aguardou do lado de fora que Mantega se apresentasse. O procedimento é técnico, não emocional e ou conforme a conveniência dos envolvidos. DAGOBERTO SOARES (Passos, MG) * Muito digna a decisão do juiz Moro, tendo em vista a situação da família e o fato de buscas e depoimentos poderem ser obtidos como foram. O resto é esperneio do PT, que faz qualquer coisa para desqualificar a Justiça e tentar escapar dela. RADOICO GUIMARÃES (São Paulo, SP) * A expressão mais suave para a atuação indesculpável da Polícia Federal e seus mandantes contra Guido Mantega é "ação covarde". JOSÉ MARIA PACHECO DE SOUZA (São Paulo, SP) * O advogado de Mantega está no seu papel de defesa, para isso é contratado e remunerado. Na falta de argumentos convincentes, só resta espernear. LUIZ ROGÉRIO DE CARVALHO (Florianópolis, SC) * Parece que para a Lava Jato tem que haver espetáculo acima de tudo. Mantega é pessoa pública, tem endereço conhecido e sabe-se da doença de sua esposa. Custaria muito adiar a ação em algumas horas? ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Desumanos, seletivos politicamente e desrespeitosos, os policiais federais a mando da operação Lava Jato mais parecem uns insanos macartistas. Se prendem autoridades com esse ímpeto o que não farão contra cidadãos comuns daqui em diante. Temos que denunciar ao mundo, à ONU, toda essa ilegalidade. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) * Não nos impressionemos com a magnitude dos nomes: Lula, José Dirceu, Guido Mantega, Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht... São todos brasileiros, como eu e você, submetidos às mesmas leis. RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ) - ANISTIA AO CAIXA DOIS Por que a Câmara pode votar o projeto de anistia para o crime de caixa dois de um dia para o outro e precisa de mais de um ano para votar a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, sem falar na reforma eleitoral? É fácil. Um projeto beneficia os próprios parlamentares. Os outros beneficiam o país. Não custa insistir: devemos nos lembrar disso quando formos votar em 2018. ZEEV CALMANOVICI (São Paulo, SP) * Em meu tempo de criança, quando alguém se mostrava "esperto'', costumávamos dizer que tinha dado uma de "João sem braço". Hoje podemos dizer o mesmo dos "espertos" políticos que, sorrateiramente, colocaram para votação o projeto referente ao caixa dois. Felizmente, o embuste foi descoberto e a matéria retirada da pauta de votação. Mas, até agora, não se descobriu o "João" (ou os "Joãos"), por mais que se tenha procurado. CARLOS EDUARDO POMPEU (Limeira, SP) - ESTUPRO O resultado da pesquisa não me surpreendeu. A sociedade é machista. A incoerência é que, apesar de sermos maioria, não se dá à mulher a mesma importância que o homem tem na sociedade. Não temos a mesma liberdade de escolha, a mesma valorização no trabalho e, principalmente, somos vistas como objeto de desejo. Sendo a educação das crianças feita pelas mães, salvo exceções, isso significa que, enquanto as mulheres não se posicionarem, dificilmente haverá mudanças. MARIA LUCIA M. GUERRA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Ao belo artigo de Contardo Caligaris parece servir o aforismo de Sartre: "Não importa o que fizeram de ti, mas, sim, o que tu fazes daquilo que fizeram de ti". WILSON DAHER (São José do Rio Preto, SP) * Chegam a constranger certos textos de Ruy Castro e de Cony. Este, quem sabe pela idade, já se permite tudo; aquele é cronista de uma nota só. Saudades dos textos de Luiz Fernando Vianna. Mais textos de Alvaro Costa e Silva, por favor, porque está difícil chegar à coluna Rio. JOÃO GUALBERTO FRONZIN (Curitiba, PR) * Parabéns a Clóvis Rossi pelo seu brilhante artigo "Lula beatifica os políticos". Lula sempre teve raciocínios sem pé nem cabeça, mas o pior é que há pessoas que concordam com ele. Triste Brasil! MARCUS VINICIUS ROCHA DE ASSIS (Goiânia, GO) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS São incoerentes as considerações de Gilberto Maringoni Na mesma edição da Folha vemos que o PSOL se coliga com muitos partidos que patrocinaram o golpe, muitos do chamado centrão ("Geleia real", "Eleições 2016", 22/9). Mas, se assumirmos que política é a arte do possível, tudo se permite, inclusive o discurso. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - CONSULTORIA NA USP Parabenizo a USP por contratar a consultoria privada McKinsey & Company. É lamentável que ex-alunos não participem mais da gestão da USP, como ocorre nas melhores instituições do mundo. Há só um ou dois representantes no Conselho Universitário? EDUARDO ARMANDO (São Paulo, SP) - GREVE DOS BANCÁRIOS Se existe algo que prejudica muitas pessoas é uma greve geral de bancários. Prejudica principalmente as pessoas mais idosas ou que não têm acesso fácil à internet. A legislação deveria limitar o direito de grave a esse serviço essencial, em situação que se assemelhasse ao serviço de saúde ou a outros serviços essenciais, permitindo algum acesso a caixas e gerentes. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ego e demonstração de poder dominam ações da Lava Jato, diz leitorOPERAÇÃO LAVA JATO O pedido de soltura do juiz Sergio Moro horas após a prisão do ex-ministro Guido Mantega em um hospital demonstra a total prepotência e arrogância do MPF, PF e o show que essas operações se transformaram. O ego e a demostração de poder entre aqueles que se intitulam os "mocinhos" dessa história são maiores do que o senso de justiça que deveriam ter por obrigação. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * A PF seguiu o protocolo específico para tal caso, não adentrou o hospital e aguardou do lado de fora que Mantega se apresentasse. O procedimento é técnico, não emocional e ou conforme a conveniência dos envolvidos. DAGOBERTO SOARES (Passos, MG) * Muito digna a decisão do juiz Moro, tendo em vista a situação da família e o fato de buscas e depoimentos poderem ser obtidos como foram. O resto é esperneio do PT, que faz qualquer coisa para desqualificar a Justiça e tentar escapar dela. RADOICO GUIMARÃES (São Paulo, SP) * A expressão mais suave para a atuação indesculpável da Polícia Federal e seus mandantes contra Guido Mantega é "ação covarde". JOSÉ MARIA PACHECO DE SOUZA (São Paulo, SP) * O advogado de Mantega está no seu papel de defesa, para isso é contratado e remunerado. Na falta de argumentos convincentes, só resta espernear. LUIZ ROGÉRIO DE CARVALHO (Florianópolis, SC) * Parece que para a Lava Jato tem que haver espetáculo acima de tudo. Mantega é pessoa pública, tem endereço conhecido e sabe-se da doença de sua esposa. Custaria muito adiar a ação em algumas horas? ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Desumanos, seletivos politicamente e desrespeitosos, os policiais federais a mando da operação Lava Jato mais parecem uns insanos macartistas. Se prendem autoridades com esse ímpeto o que não farão contra cidadãos comuns daqui em diante. Temos que denunciar ao mundo, à ONU, toda essa ilegalidade. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) * Não nos impressionemos com a magnitude dos nomes: Lula, José Dirceu, Guido Mantega, Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht... São todos brasileiros, como eu e você, submetidos às mesmas leis. RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ) - ANISTIA AO CAIXA DOIS Por que a Câmara pode votar o projeto de anistia para o crime de caixa dois de um dia para o outro e precisa de mais de um ano para votar a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, sem falar na reforma eleitoral? É fácil. Um projeto beneficia os próprios parlamentares. Os outros beneficiam o país. Não custa insistir: devemos nos lembrar disso quando formos votar em 2018. ZEEV CALMANOVICI (São Paulo, SP) * Em meu tempo de criança, quando alguém se mostrava "esperto'', costumávamos dizer que tinha dado uma de "João sem braço". Hoje podemos dizer o mesmo dos "espertos" políticos que, sorrateiramente, colocaram para votação o projeto referente ao caixa dois. Felizmente, o embuste foi descoberto e a matéria retirada da pauta de votação. Mas, até agora, não se descobriu o "João" (ou os "Joãos"), por mais que se tenha procurado. CARLOS EDUARDO POMPEU (Limeira, SP) - ESTUPRO O resultado da pesquisa não me surpreendeu. A sociedade é machista. A incoerência é que, apesar de sermos maioria, não se dá à mulher a mesma importância que o homem tem na sociedade. Não temos a mesma liberdade de escolha, a mesma valorização no trabalho e, principalmente, somos vistas como objeto de desejo. Sendo a educação das crianças feita pelas mães, salvo exceções, isso significa que, enquanto as mulheres não se posicionarem, dificilmente haverá mudanças. MARIA LUCIA M. GUERRA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Ao belo artigo de Contardo Caligaris parece servir o aforismo de Sartre: "Não importa o que fizeram de ti, mas, sim, o que tu fazes daquilo que fizeram de ti". WILSON DAHER (São José do Rio Preto, SP) * Chegam a constranger certos textos de Ruy Castro e de Cony. Este, quem sabe pela idade, já se permite tudo; aquele é cronista de uma nota só. Saudades dos textos de Luiz Fernando Vianna. Mais textos de Alvaro Costa e Silva, por favor, porque está difícil chegar à coluna Rio. JOÃO GUALBERTO FRONZIN (Curitiba, PR) * Parabéns a Clóvis Rossi pelo seu brilhante artigo "Lula beatifica os políticos". Lula sempre teve raciocínios sem pé nem cabeça, mas o pior é que há pessoas que concordam com ele. Triste Brasil! MARCUS VINICIUS ROCHA DE ASSIS (Goiânia, GO) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS São incoerentes as considerações de Gilberto Maringoni Na mesma edição da Folha vemos que o PSOL se coliga com muitos partidos que patrocinaram o golpe, muitos do chamado centrão ("Geleia real", "Eleições 2016", 22/9). Mas, se assumirmos que política é a arte do possível, tudo se permite, inclusive o discurso. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - CONSULTORIA NA USP Parabenizo a USP por contratar a consultoria privada McKinsey & Company. É lamentável que ex-alunos não participem mais da gestão da USP, como ocorre nas melhores instituições do mundo. Há só um ou dois representantes no Conselho Universitário? EDUARDO ARMANDO (São Paulo, SP) - GREVE DOS BANCÁRIOS Se existe algo que prejudica muitas pessoas é uma greve geral de bancários. Prejudica principalmente as pessoas mais idosas ou que não têm acesso fácil à internet. A legislação deveria limitar o direito de grave a esse serviço essencial, em situação que se assemelhasse ao serviço de saúde ou a outros serviços essenciais, permitindo algum acesso a caixas e gerentes. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É um erro não ajudar regime sírio a combater Estado Islâmico, diz Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira (28) a ajuda ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, como uma forma de controlar o avanço do Estado Islâmico pelos países do Oriente Médio. Os russos são os principais aliados de Assad e impediram qualquer punição mais dura ao ditador sírio desde o início da guerra civil, em 2011. Nas últimas semanas, Moscou tem enviado reforço militar para ajudar o regime. Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Putin disse que é um "erro enorme" não cooperar com Assad e que o regime e suas milícias são os únicos a combater de verdade a expansão da milícia radical na Síria. "Nós devemos finalmente reconhecer que ninguém exceto Assad e suas milícias estão enfrentando de verdade o Estado Islâmico. A solução é restaurar o poder estatal na Síria. Não há outra alternativa", defendeu. O líder incluiu o envio de armas a Damasco como uma das ações da Rússia contra o terrorismo. Para ele, é necessário fazer uma ampla coalizão contra o terrorismo, chefiada pelos países do Oriente Médio. "Seria parecida com aquela contra Hitler na Segunda Guerra Mundial. Se conseguirmos isso não precisaremos mais de campos de refugiados. Temos uma grande e trágica imigração. É uma dura lição para todos nós, incluindo a Europa." Putin falou minutos depois do presidente americano, Barack Obama, que chamou Assad de tirano. Obama, no entanto, defendeu as discussões com a Rússia e com o Irã para buscar uma solução ao conflito. A guerra civil na Síria deverá ser o principal assunto do encontro bilateral entre o russo e o americano na tarde desta segunda. Putin ainda deverá encontrar o ditador cubano, Raúl Castro, e o presidente do Irã, Hasan Rowhani. UCRÂNIA Depois de criticar o papel das potências ocidentais no combate ao Estado Islâmico, ele reclamou da expansão da Otan e da lógica do confronto que levou à crise política e ao conflito armado na Ucrânia. Para Putin, a derrubada de seu aliado Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014, foi "um golpe militar coordenado de fora da Ucrânia, que levou a uma guerra fria", em uma crítica indireta aos Estados Unidos. "A integridade territorial da Ucrânia não pode ser garantida com ameaça e a força das armas. Precisamos considerar verdadeiramente os interesses e os direitos das pessoas do leste do país e respeitar sua eleição." O líder afirmou que, depois da Guerra Fria, "um centro único de dominação emergiu no mundo, o qual decidiu que não deveria contar com a ONU" e considerou que estas tentativas de minar o órgão são "extremamente perigosas". Por fim, criticou as sanções econômicas aplicadas por europeus e americanos contra o país, a que chamou de resultado de "um crescente egoísmo econômico". Durante o discurso de Putin, a delegação ucraniana deixou o plenário da Assembleia-Geral da ONU.
mundo
É um erro não ajudar regime sírio a combater Estado Islâmico, diz PutinO presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira (28) a ajuda ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, como uma forma de controlar o avanço do Estado Islâmico pelos países do Oriente Médio. Os russos são os principais aliados de Assad e impediram qualquer punição mais dura ao ditador sírio desde o início da guerra civil, em 2011. Nas últimas semanas, Moscou tem enviado reforço militar para ajudar o regime. Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Putin disse que é um "erro enorme" não cooperar com Assad e que o regime e suas milícias são os únicos a combater de verdade a expansão da milícia radical na Síria. "Nós devemos finalmente reconhecer que ninguém exceto Assad e suas milícias estão enfrentando de verdade o Estado Islâmico. A solução é restaurar o poder estatal na Síria. Não há outra alternativa", defendeu. O líder incluiu o envio de armas a Damasco como uma das ações da Rússia contra o terrorismo. Para ele, é necessário fazer uma ampla coalizão contra o terrorismo, chefiada pelos países do Oriente Médio. "Seria parecida com aquela contra Hitler na Segunda Guerra Mundial. Se conseguirmos isso não precisaremos mais de campos de refugiados. Temos uma grande e trágica imigração. É uma dura lição para todos nós, incluindo a Europa." Putin falou minutos depois do presidente americano, Barack Obama, que chamou Assad de tirano. Obama, no entanto, defendeu as discussões com a Rússia e com o Irã para buscar uma solução ao conflito. A guerra civil na Síria deverá ser o principal assunto do encontro bilateral entre o russo e o americano na tarde desta segunda. Putin ainda deverá encontrar o ditador cubano, Raúl Castro, e o presidente do Irã, Hasan Rowhani. UCRÂNIA Depois de criticar o papel das potências ocidentais no combate ao Estado Islâmico, ele reclamou da expansão da Otan e da lógica do confronto que levou à crise política e ao conflito armado na Ucrânia. Para Putin, a derrubada de seu aliado Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014, foi "um golpe militar coordenado de fora da Ucrânia, que levou a uma guerra fria", em uma crítica indireta aos Estados Unidos. "A integridade territorial da Ucrânia não pode ser garantida com ameaça e a força das armas. Precisamos considerar verdadeiramente os interesses e os direitos das pessoas do leste do país e respeitar sua eleição." O líder afirmou que, depois da Guerra Fria, "um centro único de dominação emergiu no mundo, o qual decidiu que não deveria contar com a ONU" e considerou que estas tentativas de minar o órgão são "extremamente perigosas". Por fim, criticou as sanções econômicas aplicadas por europeus e americanos contra o país, a que chamou de resultado de "um crescente egoísmo econômico". Durante o discurso de Putin, a delegação ucraniana deixou o plenário da Assembleia-Geral da ONU.
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Mortes: Salvou duas vezes a agricultura brasileira
Carlos Alves de Seixas tinha 17 anos quando tentou ser herói pela primeira vez. Alistou-se nas fileiras do Exército Constitucionalista e foi combater as forças federais na Revolução de 1932. Levou um tiro na cabeça quando defendia a Frente de Queluz (SP), voltou para casa, recuperou-se, retornou às trincheiras. Saiu derrotado. Não era ali, arma em punho, que se tornaria herói. Aconteceu anos depois, já formado engenheiro agrônomo pela turma de 1937, a primeira da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz após a incorporação à USP. Peça-chave do Instituto Biológico, comandou duas campanhas históricas. A primeira, o combate aos gafanhotos. E no fim dos anos 40, descobriu o meio químico para combater a broca do café, que devastava lavouras responsáveis por 60% das exportações do país. Sentava na rabeira de um avião Paulistinha e cuidava ele próprio da pulverização das plantações. O sucesso o levou a outros países onde a broca ameaçava o café. Na volta ao Brasil, teve papel preponderante no desenvolvimento da região do rio Araguaia. No último dia 13 de junho, ainda trabalhando, completou 100 anos. Era o profissional em atividade mais idoso registrado no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de SP. Morreu no dia 6, de insuficiência respiratória. Deixa três filhos, oito netos —entre eles um que Carlos queria que se formasse em direito, mas que teimou em ser jornalista— e dez bisnetos. A missa de sétimo dia será rezada hoje (12/8), às 18h30, na paróquia Santíssimo Sacramento, no Paraíso, em São Paulo. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUARTA-FEIRA Isac Flor - Aos 86, casado com Nadir Flor. Cemitério Israelita do Butantã. Bertha Szczupak - Aos 86. Deixa os filhos Mario, Angela e Rubens. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Alice da Silva Gordo Amaral - Hoje (12/8), às 19h30, na paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 90, Jd. Paulistano. Jandyr Guilherme João Falzoni - Hoje (12/8), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jardim Europa. * 1º ANO Maria Pontes de Oliveira - Hoje (12/8), às 19h, na paróquia São José, r. Pedro Celestino, 1.446, Campo Grande (MS). * 4º ANO Waldemar Adas - Amanhã (13/8), às 7h30, na igreja N. S. dos Pobres, av. Dr. Vital Brasil, 1.185, Butantã. * 13º ANO Fumico Aoki Miura - Hoje (12/8), às 19h, na paróquia São Luis Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César.
cotidiano
Mortes: Salvou duas vezes a agricultura brasileiraCarlos Alves de Seixas tinha 17 anos quando tentou ser herói pela primeira vez. Alistou-se nas fileiras do Exército Constitucionalista e foi combater as forças federais na Revolução de 1932. Levou um tiro na cabeça quando defendia a Frente de Queluz (SP), voltou para casa, recuperou-se, retornou às trincheiras. Saiu derrotado. Não era ali, arma em punho, que se tornaria herói. Aconteceu anos depois, já formado engenheiro agrônomo pela turma de 1937, a primeira da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz após a incorporação à USP. Peça-chave do Instituto Biológico, comandou duas campanhas históricas. A primeira, o combate aos gafanhotos. E no fim dos anos 40, descobriu o meio químico para combater a broca do café, que devastava lavouras responsáveis por 60% das exportações do país. Sentava na rabeira de um avião Paulistinha e cuidava ele próprio da pulverização das plantações. O sucesso o levou a outros países onde a broca ameaçava o café. Na volta ao Brasil, teve papel preponderante no desenvolvimento da região do rio Araguaia. No último dia 13 de junho, ainda trabalhando, completou 100 anos. Era o profissional em atividade mais idoso registrado no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de SP. Morreu no dia 6, de insuficiência respiratória. Deixa três filhos, oito netos —entre eles um que Carlos queria que se formasse em direito, mas que teimou em ser jornalista— e dez bisnetos. A missa de sétimo dia será rezada hoje (12/8), às 18h30, na paróquia Santíssimo Sacramento, no Paraíso, em São Paulo. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUARTA-FEIRA Isac Flor - Aos 86, casado com Nadir Flor. Cemitério Israelita do Butantã. Bertha Szczupak - Aos 86. Deixa os filhos Mario, Angela e Rubens. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Alice da Silva Gordo Amaral - Hoje (12/8), às 19h30, na paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 90, Jd. Paulistano. Jandyr Guilherme João Falzoni - Hoje (12/8), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jardim Europa. * 1º ANO Maria Pontes de Oliveira - Hoje (12/8), às 19h, na paróquia São José, r. Pedro Celestino, 1.446, Campo Grande (MS). * 4º ANO Waldemar Adas - Amanhã (13/8), às 7h30, na igreja N. S. dos Pobres, av. Dr. Vital Brasil, 1.185, Butantã. * 13º ANO Fumico Aoki Miura - Hoje (12/8), às 19h, na paróquia São Luis Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César.
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Cinema pop e pictórico de Derek Jarman ganha mostra em São Paulo
Em meados dos anos 1980, o nome de Derek Jarman ganhou ressonância pop em parte por ele ter realizado os primeiros clipes para os Smiths que não consistiam apenas em imagens de Morrissey rebolando e trinando no palco. As lindas sobreposições em looping que ele utilizou como eco da melancolia de "There's a Light That Never Goes Out" e as colagens com que reforça a ira de "The Queen Is Dead" viraram hits na MTV e, com isso, seus trabalhos como cineasta também ganharam visibilidade. A mostra "Derek Jarman - Cinema É Liberdade", em cartaz de hoje a 1º de junho no Caixa Belas Artes (r. da Consolação, 2423), reúne 26 títulos dele ou sobre ele e reconstitui uma trajetória que se difundiu entre os smithsmaníacos da época, mas que já era sólida e extensa há mais de uma década. Jarman segue, junto aos também britânicos Ken Russell, Terry Gilliam e Peter Greenaway, uma tradição de cinema pictórico, mais preocupado com a expressividade visual do que com a palavra ou com a dramaturgia. Sua experiência começa como cenógrafo da Royal Opera House, templo clássico londrino onde ele refina no embate com os materiais sua alma de esteta. No início dos anos 1970, Jarman estreia no cinema como diretor de arte em "Os Demônios", de Russell, e logo emenda "O Messias Selvagem", outra extravagância do mesmo diretor. A estreia como diretor em "Sebastiane" (1976) revela que, além do esteticismo, a reinterpretação homoerótica do martírio de São Sebastião o aproxima da linhagem de Kenneth Anger e de Jean Genet. "Jubileu", feito em pleno furor punk de 1978, capta aquele estado de espírito e celebra com anarquia a degradação do império durante as comemorações de 25 anos da rainha Elisabeth 2ª no poder. A liberdade que adota no tratamento de temas "respeitáveis" projeta-se também na experimentação com suportes, como o Super-8 e o 16 mm, que Jarman usa por serem baratos e por permitirem resultados poéticos insubordináveis ao do cinema oficial e narrativo feito em 35 mm. Na década seguinte, o status inventivo de Jarman impõe-se no circuito institucional dos festivais, que ele usa para fazer reverberar suas ousadias estilísticas em cinebiografias longe da fórmula, como "Caravaggio" (1986), "Edward 2º" (1991) e "Wittgenstein" (1992). Em paralelo, ele perseguiu um trabalho mais experimental, com enfática linguagem "queer" em "The Angelic Conversation" (1985) ou como forma de protesto político em "The Last of England" e "War Requiem", ambos de 1989. O diagnóstico de Aids, que o levou à morte precoce em 1994, aos 52 anos, inspira o terminal e mais impactante trabalho do realizador, "Blue" (1993). A sobreposição de uma tela incessante azul, vozes e música afirmam a vocação sensorial do cinema, que formas como o digital e o cinema expandido vêm, desde então, tratando de aprofundar. Veja a programação completa no site da mostra.
ilustrada
Cinema pop e pictórico de Derek Jarman ganha mostra em São PauloEm meados dos anos 1980, o nome de Derek Jarman ganhou ressonância pop em parte por ele ter realizado os primeiros clipes para os Smiths que não consistiam apenas em imagens de Morrissey rebolando e trinando no palco. As lindas sobreposições em looping que ele utilizou como eco da melancolia de "There's a Light That Never Goes Out" e as colagens com que reforça a ira de "The Queen Is Dead" viraram hits na MTV e, com isso, seus trabalhos como cineasta também ganharam visibilidade. A mostra "Derek Jarman - Cinema É Liberdade", em cartaz de hoje a 1º de junho no Caixa Belas Artes (r. da Consolação, 2423), reúne 26 títulos dele ou sobre ele e reconstitui uma trajetória que se difundiu entre os smithsmaníacos da época, mas que já era sólida e extensa há mais de uma década. Jarman segue, junto aos também britânicos Ken Russell, Terry Gilliam e Peter Greenaway, uma tradição de cinema pictórico, mais preocupado com a expressividade visual do que com a palavra ou com a dramaturgia. Sua experiência começa como cenógrafo da Royal Opera House, templo clássico londrino onde ele refina no embate com os materiais sua alma de esteta. No início dos anos 1970, Jarman estreia no cinema como diretor de arte em "Os Demônios", de Russell, e logo emenda "O Messias Selvagem", outra extravagância do mesmo diretor. A estreia como diretor em "Sebastiane" (1976) revela que, além do esteticismo, a reinterpretação homoerótica do martírio de São Sebastião o aproxima da linhagem de Kenneth Anger e de Jean Genet. "Jubileu", feito em pleno furor punk de 1978, capta aquele estado de espírito e celebra com anarquia a degradação do império durante as comemorações de 25 anos da rainha Elisabeth 2ª no poder. A liberdade que adota no tratamento de temas "respeitáveis" projeta-se também na experimentação com suportes, como o Super-8 e o 16 mm, que Jarman usa por serem baratos e por permitirem resultados poéticos insubordináveis ao do cinema oficial e narrativo feito em 35 mm. Na década seguinte, o status inventivo de Jarman impõe-se no circuito institucional dos festivais, que ele usa para fazer reverberar suas ousadias estilísticas em cinebiografias longe da fórmula, como "Caravaggio" (1986), "Edward 2º" (1991) e "Wittgenstein" (1992). Em paralelo, ele perseguiu um trabalho mais experimental, com enfática linguagem "queer" em "The Angelic Conversation" (1985) ou como forma de protesto político em "The Last of England" e "War Requiem", ambos de 1989. O diagnóstico de Aids, que o levou à morte precoce em 1994, aos 52 anos, inspira o terminal e mais impactante trabalho do realizador, "Blue" (1993). A sobreposição de uma tela incessante azul, vozes e música afirmam a vocação sensorial do cinema, que formas como o digital e o cinema expandido vêm, desde então, tratando de aprofundar. Veja a programação completa no site da mostra.
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Ciência desvenda mistério do vestido que 'muda de cor'
A imagem original do vestido: que cores você vê? Como nossos olhos podem estar errados? Quando vemos algo claramente, falamos sobre o que vimos com certeza absoluta. Mas às vezes cometemos erros. Azul e preto ou branco e dourado? É o frisson que vem causando a foto do vestido acima. A discussão virou um dos temas mais compartilhados nas redes sociais, em especial no Twitter, onde alcançou status de trending topic, ou assunto entre os mais comentados, no Brasil e no mundo. "Qual é a cor desse vestido? Vejo branco e dourado. Kanye vê preto e azul, quem é o daltônico?", escreveu Kim Kardashian na rede. Também no microblog, a ganhadora do Oscar Julianne Moore disse que via branco e dourado, mas Taylor Swift e Justin Bieber viram azul e preto. O QUE DIZ A TECNOLOGIA Se você enxerga o vestido branco e dourado, está simplesmente equivocado. Pedimos à editora de fotografia do Serviço Mundial da BBC, Emma Lynch, que nos ajudasse a determinar objetivamente a cor do vestido usando um software de edição de fotos. Ela disse que, após análise, todos os tons da cor do vestido são azuis, e não brancos. Ao aumentar a saturação - tornando as cores existentes mais fortes, mas sem acrescentar novas cores - o vestido aparece azul para todos. Estes resultados são confirmados pelo uso da ferramenta de conta-gotas do software, que captura amostras de áreas específicas do tecido. Este software identifica o código de cor do computador de qualquer pixel na tela. E nesse caso também gera resultados em tons de azul. COMO TUDO COMEÇOU As conclusões são confirmadas pela responsável por distribuir a imagem do vestido nas redes sociais. Caitlin McNeill, uma escocesa de 21 anos, faz parte de uma banda de folk. Na semana passada, o grupo tocou em um casamento onde a mãe da noiva estava usando o vestido. Caitlin contou ao site BuzzFeed News que as discordâncias sobre a cor do vestido começaram pouco antes da festa, quando a mãe da noiva compartilhou com o casal uma foto da roupa que planejava usar. A noiva e o noivo não conseguiram chegar a um acordo sobre se o vestido na foto era azul e preto ou branco e dourado. Então postaram a imagem no Facebook. McNeill, depois, compartilhou a foto em seu Tumblr. A história cresceu nas redes sociais e não parou mais. McNeill disse que o vestido azul e preto é da marca Roman Originals e, embora houvesse outras opções de cores disponíveis, nenhum deles era branco e dourado. Manipulação em computador intensifica cores e deixa claro que o vestido é azul POR QUE CORES DIFERENTES? De acordo com o site de tecnologia Wired.com, a chave para decifrar o enigma do vestido está na forma como os olhos e o cérebro evoluíram para ver cores na luz solar. Como os seres humanos evoluíram para ver a luz do dia, seus cérebros começaram a levar em conta o fato de que a luz muda de cor. Os objetos têm um certo tom vermelho rosado de madrugada, mais azul-branco ao meio-dia, e voltam a ser mais avermelhadas no pôr do sol. O cérebro tenta descontar o efeito da luz do sol (ou outra fonte de luz) para chegar a uma cor "verdadeira". Por isso, algumas pessoas veem azul no vestido mas seus cérebros ignoram isso, atribuindo a cor azulada à fonte de luz, em vez de ao próprio vestido. Elas veem branco e dourado. Os cérebros dos outros atribuem o azul que eles veem ao próprio vestido. Este fenômeno existe há milhares de anos, mas há algo especial nesta foto do vestido que tornou as diferenças na forma como vemos a cor mais clara do que nunca.
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Ciência desvenda mistério do vestido que 'muda de cor'A imagem original do vestido: que cores você vê? Como nossos olhos podem estar errados? Quando vemos algo claramente, falamos sobre o que vimos com certeza absoluta. Mas às vezes cometemos erros. Azul e preto ou branco e dourado? É o frisson que vem causando a foto do vestido acima. A discussão virou um dos temas mais compartilhados nas redes sociais, em especial no Twitter, onde alcançou status de trending topic, ou assunto entre os mais comentados, no Brasil e no mundo. "Qual é a cor desse vestido? Vejo branco e dourado. Kanye vê preto e azul, quem é o daltônico?", escreveu Kim Kardashian na rede. Também no microblog, a ganhadora do Oscar Julianne Moore disse que via branco e dourado, mas Taylor Swift e Justin Bieber viram azul e preto. O QUE DIZ A TECNOLOGIA Se você enxerga o vestido branco e dourado, está simplesmente equivocado. Pedimos à editora de fotografia do Serviço Mundial da BBC, Emma Lynch, que nos ajudasse a determinar objetivamente a cor do vestido usando um software de edição de fotos. Ela disse que, após análise, todos os tons da cor do vestido são azuis, e não brancos. Ao aumentar a saturação - tornando as cores existentes mais fortes, mas sem acrescentar novas cores - o vestido aparece azul para todos. Estes resultados são confirmados pelo uso da ferramenta de conta-gotas do software, que captura amostras de áreas específicas do tecido. Este software identifica o código de cor do computador de qualquer pixel na tela. E nesse caso também gera resultados em tons de azul. COMO TUDO COMEÇOU As conclusões são confirmadas pela responsável por distribuir a imagem do vestido nas redes sociais. Caitlin McNeill, uma escocesa de 21 anos, faz parte de uma banda de folk. Na semana passada, o grupo tocou em um casamento onde a mãe da noiva estava usando o vestido. Caitlin contou ao site BuzzFeed News que as discordâncias sobre a cor do vestido começaram pouco antes da festa, quando a mãe da noiva compartilhou com o casal uma foto da roupa que planejava usar. A noiva e o noivo não conseguiram chegar a um acordo sobre se o vestido na foto era azul e preto ou branco e dourado. Então postaram a imagem no Facebook. McNeill, depois, compartilhou a foto em seu Tumblr. A história cresceu nas redes sociais e não parou mais. McNeill disse que o vestido azul e preto é da marca Roman Originals e, embora houvesse outras opções de cores disponíveis, nenhum deles era branco e dourado. Manipulação em computador intensifica cores e deixa claro que o vestido é azul POR QUE CORES DIFERENTES? De acordo com o site de tecnologia Wired.com, a chave para decifrar o enigma do vestido está na forma como os olhos e o cérebro evoluíram para ver cores na luz solar. Como os seres humanos evoluíram para ver a luz do dia, seus cérebros começaram a levar em conta o fato de que a luz muda de cor. Os objetos têm um certo tom vermelho rosado de madrugada, mais azul-branco ao meio-dia, e voltam a ser mais avermelhadas no pôr do sol. O cérebro tenta descontar o efeito da luz do sol (ou outra fonte de luz) para chegar a uma cor "verdadeira". Por isso, algumas pessoas veem azul no vestido mas seus cérebros ignoram isso, atribuindo a cor azulada à fonte de luz, em vez de ao próprio vestido. Elas veem branco e dourado. Os cérebros dos outros atribuem o azul que eles veem ao próprio vestido. Este fenômeno existe há milhares de anos, mas há algo especial nesta foto do vestido que tornou as diferenças na forma como vemos a cor mais clara do que nunca.
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A princesa russa que viu e narrou o Reich
RESUMO Nobre nascida na Rússia no ano da Revolução, Marie Vassiltchikov, ou Missie, cresceu no exílio. Trabalhando para o governo alemão, ela registrou, nos "Diários de Berlim 1940-1945", que a Boitempo lança neste mês, os bastidores da Segunda Guerra, com destaque para a tentativa de matar Hitler na Operação Valquíria. * A autora deste diário, Marie ("Missie") Vassiltchikov, nasceu em São Petersburgo, na Rússia, em 11 de janeiro de 1917. Morreu de leucemia, em Londres, em 12 de agosto de 1978. Era a quarta criança (terceira filha) numa família de cinco. Seus pais, o príncipe Illarion e a princesa Lydia Vassiltchikov, deixaram a Rússia na primavera de 1919, e Missie cresceu, como refugiada, na Alemanha, na França, onde foi à escola, e na Lituânia (que entre 1918 e 1940 foi uma república independente), onde a família de seu pai tivera uma propriedade antes da Revolução e onde, ao final da década de 1930, ela trabalhou como secretária da Legação Britânica. O começo da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, encontrou-a na Alemanha, onde, com sua segunda irmã, Tatiana (agora princesa Metternich), passava o verão com uma amiga de infância de sua mãe, a condessa Olga Pückler, na casa de campo desta, o palácio Friedland, na Silésia. O resto da família achava-se espalhado: os pais e o irmão mais novo, George ("Georgie"), viviam na Lituânia; a irmã mais velha, Irena, em Roma. O irmão mais velho, Alexander, de 27 anos, morrera de tuberculose na Suíça, um pouco antes, naquele mesmo ano. Depois da depressão econômica do começo dos anos 1930, era praticamente impossível para um estrangeiro conseguir autorização para trabalhar em qualquer uma das democracias do Ocidente. Apenas na Itália fascista e (mais ainda) na Alemanha nazista o desemprego fora grandemente superado graças a programas públicos de trabalho e, é claro, pelo rearmamento. Possuindo as qualificações necessárias, somente nesses países seria possível para pessoas apátridas (como as garotas Vassiltchikov) ganharem a vida. Em janeiro de 1940, as duas irmãs mudaram-se para Berlim, à procura de trabalho. O diário de Missie começa com a chegada de ambas à capital alemã, onde, durante o primeiro inverno da guerra, à parte os blecautes e o severo racionamento de comida, a vida ainda era surpreendentemente "normal". Apenas com a invasão alemã da Dinamarca e da Noruega, em abril daquele ano, a guerra e seus esperados horrores, e logo seus desafios éticos, foram ascendendo ao primeiro plano, até dominarem tudo mais. Embora não fosse cidadã alemã, graças à falta de linguistas qualificados, Missie logo achou trabalho: primeiro, no Serviço de Rádio, depois no Departamento de Informações do Ministério do Exterior. Neste, ela trabalhou de perto com um dos núcleos duros dos resistentes antinazistas que viriam a se envolver ativamente no que passou para a história como Conspiração de 20 de Julho. A sua descrição dia a dia, às vezes hora a hora, da fracassada tentativa do conde Von Stauffenberg para matar Hitler e do reinado do terror que se seguiu (no qual muitos de seus amigos mais próximos ou conhecidos pereceriam) é o único diário conhecido que dá um testemunho ocular do que aconteceu. Tendo escapado afinal das ruínas da Berlim bombardeada, ela viria a passar os últimos meses da guerra trabalhando como enfermeira num hospital de Viena -de novo sob o bombardeio dos Aliados. Missie escrevia seu diário de modo compulsivo. Diariamente ela datilografava um sumário dos acontecimentos. Apenas as narrativas mais longas, como a dos bombardeios de Berlim em novembro de 1943, foram escritas "ex post facto", embora imediatamente depois dos eventos. O diário foi escrito em inglês, língua com que tinha familiaridade desde criança. As páginas datilografadas eram guardadas num arquivo em seu escritório, escondidas entre relatórios oficiais. Quando o material se tornava volumoso demais, ela o levava para casa e o escondia por lá ou, às vezes, em casas de campo que estivesse visitando. No começo isso era feito tão ostensivamente que mais de uma vez algum de seus superiores disse: "Vamos lá, Missie, ponha seu diário de lado e trabalhe um pouco". Ela tomou precauções mais sérias apenas quando começou a anotar o plano do 20 de Julho. A narrativa desse período era escrita numa taquigrafia pessoal que ela transcreveu somente depois da guerra. Embora ela tivesse de abandonar várias casas por causa dos bombardeios, e, mais para o fim da guerra, de fugir da Viena sitiada para salvar a vida, muito do diário sobreviveu, incluindo as passagens historicamente mais essenciais. Faltam apenas partes de 1941 e 1942, e do começo de 1943. Estas foram deliberadamente destruídas ou se perderam -ou ainda se encontram fora de alcance no presente. Pouco depois do fim da guerra, Missie datilografou as partes em taquigrafia e redatilografou todo o restante. Essa segunda versão ficou intocada por mais de um quarto de século, até 1976, quando, depois de muita reflexão e muita insistência por parte de familiares e amigos, ela afinal se decidiu a tornar público seu diário. Assim mesmo, ela fez questão de cortar muito pouco do conteúdo e nada mudar de substancial. Todas as modificações se referiram à linguagem, ou ao trabalho comum de edição, ou ainda à troca de iniciais por nomes completos. Ela acreditava firmemente que qualquer valor que seu diário tivesse se deveria ao fato de ser completamente espontâneo, honesto e escrito sem reservas, uma vez que originalmente não se destinava à publicação. Seus testemunhos oculares, suas reações e emoções no calor da hora falavam por si mesmos: essa era sua impressão. Tudo perderia muito de seu interesse se algo fosse adulterado por um juízo posterior aos eventos, sem falar na possibilidade de (auto)censura para preservá-la de constrangimentos ou poupar os sentimentos de outras pessoas. Essa versão do diário -a terceira e definitiva- ficou pronta apenas algumas semanas antes de sua morte. O leitor poderá ficar estupefato diante da atitude algo ambígua de Missie com relação à guerra em geral, os contendores, os alemães, os Aliados, a Rússia, a União Soviética e seus compatriotas russo-soviéticos (que, a propósito, ela sempre considerou como tais). Mas sendo, como todos nós, uma sincera patriota russa, ela nunca sucumbiu à tentação de identificar a Rússia e os russos com a URSS e o regime bolchevique-soviético e seus representantes oficiais. Ela rejeitava enfaticamente o nazismo e também o comunismo, e pelas mesmas razões. Assim, por exemplo, quando se refere aos sofrimentos do povo russo ou a seu heroísmo, ela usa instintivamente o termo "russo". Da mesma forma como escreve instintivamente o termo "soviético" ao se referir às ações mais iníquas da URSS. E sua rejeição de ambos os sistemas, o nazista e o comunista, tinha raízes mais arraigadas do que apenas políticas. Era profundamente moral e ética. Porque, se aquilo que os alemães estavam fazendo na Rússia provocava-lhe indignação -como a qualquer patriota russo-, o mesmo acontecia em relação à perseguição dos judeus praticada pelos próprios nazistas na Alemanha e por seus cúmplices nos territórios ocupados. E o mesmo acontecia diante dos atos de violência praticados pelo Exército Vermelho e o NKVD na Europa Oriental e nas zonas alemãs ocupadas pelos soviéticos. O seu chefe no Ministério de Relações Exteriores, Adam von Trott (que seria enforcado pelos nazistas), escreveu numa carta à esposa o seguinte sobre Missie: "Há nela algo [...] que lhe permite pairar muito acima de tudo e de todos. Isso, claro, é um pouco trágico, até mesmo quase inquietante". Trott identificava de modo correto o dilema de Missie na última guerra; apesar de sua sensibilidade em relação a tudo que fosse russo, para ela, que já vivera em vários países e tinha amigos de muitas nacionalidades, não valiam conceitos como "alemão", "russo" ou "aliado". Havia apenas "seres humanos", "indivíduos". Estes, ela os dividia em dois tipos: os "decentes", que mereciam respeito, e os "não decentes", que não o mereciam. Ela confiava e se tornava amiga apenas dos primeiros, e reciprocamente. Isso explica por que, embora não fosse uma alemã, ela mereceu a confiança daqueles que planejavam o ultrassecreto atentado contra Hitler de 20 de julho de 1944. Também explica o contínuo sucesso que seu livro encontrou entre os leitores dos países onde foi publicado, bem como o fascínio incontornável por sua personalidade, até hoje, meio século depois dos eventos que ela descreve. Uma das recompensas mais afetuosas que recebi, enquanto preparava o original de minha irmã para publicação, foi a pronta resposta e a assistência em tudo (além de, ocasionalmente, a hospitalidade) de todos que procurei, atrás de informações pessoais ou de fundo que se acrescentassem a ele. Isso se referiu ainda a esclarecimentos, fontes ou material fotográfico e tanto por parte de quem tinha conhecido Missie pessoalmente quanto por parte daqueles que não a conheceram. Em alguns dos casos, isso implicava avivar lembranças que as pessoas tinham tentado arrancar da mente, não importa quão admiráveis fossem suas atitudes políticas ou seus comportamentos pessoais naqueles dias de trevas; sua generosidade é digna do maior apreço. Nota: Este prefácio foi escrito pelo irmão de Missie para a versão em livro dos diários. Por questão de espaço, as notas originais foram suprimidas ou adaptadas para esta edição da "Ilustríssima".
ilustrissima
A princesa russa que viu e narrou o ReichRESUMO Nobre nascida na Rússia no ano da Revolução, Marie Vassiltchikov, ou Missie, cresceu no exílio. Trabalhando para o governo alemão, ela registrou, nos "Diários de Berlim 1940-1945", que a Boitempo lança neste mês, os bastidores da Segunda Guerra, com destaque para a tentativa de matar Hitler na Operação Valquíria. * A autora deste diário, Marie ("Missie") Vassiltchikov, nasceu em São Petersburgo, na Rússia, em 11 de janeiro de 1917. Morreu de leucemia, em Londres, em 12 de agosto de 1978. Era a quarta criança (terceira filha) numa família de cinco. Seus pais, o príncipe Illarion e a princesa Lydia Vassiltchikov, deixaram a Rússia na primavera de 1919, e Missie cresceu, como refugiada, na Alemanha, na França, onde foi à escola, e na Lituânia (que entre 1918 e 1940 foi uma república independente), onde a família de seu pai tivera uma propriedade antes da Revolução e onde, ao final da década de 1930, ela trabalhou como secretária da Legação Britânica. O começo da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, encontrou-a na Alemanha, onde, com sua segunda irmã, Tatiana (agora princesa Metternich), passava o verão com uma amiga de infância de sua mãe, a condessa Olga Pückler, na casa de campo desta, o palácio Friedland, na Silésia. O resto da família achava-se espalhado: os pais e o irmão mais novo, George ("Georgie"), viviam na Lituânia; a irmã mais velha, Irena, em Roma. O irmão mais velho, Alexander, de 27 anos, morrera de tuberculose na Suíça, um pouco antes, naquele mesmo ano. Depois da depressão econômica do começo dos anos 1930, era praticamente impossível para um estrangeiro conseguir autorização para trabalhar em qualquer uma das democracias do Ocidente. Apenas na Itália fascista e (mais ainda) na Alemanha nazista o desemprego fora grandemente superado graças a programas públicos de trabalho e, é claro, pelo rearmamento. Possuindo as qualificações necessárias, somente nesses países seria possível para pessoas apátridas (como as garotas Vassiltchikov) ganharem a vida. Em janeiro de 1940, as duas irmãs mudaram-se para Berlim, à procura de trabalho. O diário de Missie começa com a chegada de ambas à capital alemã, onde, durante o primeiro inverno da guerra, à parte os blecautes e o severo racionamento de comida, a vida ainda era surpreendentemente "normal". Apenas com a invasão alemã da Dinamarca e da Noruega, em abril daquele ano, a guerra e seus esperados horrores, e logo seus desafios éticos, foram ascendendo ao primeiro plano, até dominarem tudo mais. Embora não fosse cidadã alemã, graças à falta de linguistas qualificados, Missie logo achou trabalho: primeiro, no Serviço de Rádio, depois no Departamento de Informações do Ministério do Exterior. Neste, ela trabalhou de perto com um dos núcleos duros dos resistentes antinazistas que viriam a se envolver ativamente no que passou para a história como Conspiração de 20 de Julho. A sua descrição dia a dia, às vezes hora a hora, da fracassada tentativa do conde Von Stauffenberg para matar Hitler e do reinado do terror que se seguiu (no qual muitos de seus amigos mais próximos ou conhecidos pereceriam) é o único diário conhecido que dá um testemunho ocular do que aconteceu. Tendo escapado afinal das ruínas da Berlim bombardeada, ela viria a passar os últimos meses da guerra trabalhando como enfermeira num hospital de Viena -de novo sob o bombardeio dos Aliados. Missie escrevia seu diário de modo compulsivo. Diariamente ela datilografava um sumário dos acontecimentos. Apenas as narrativas mais longas, como a dos bombardeios de Berlim em novembro de 1943, foram escritas "ex post facto", embora imediatamente depois dos eventos. O diário foi escrito em inglês, língua com que tinha familiaridade desde criança. As páginas datilografadas eram guardadas num arquivo em seu escritório, escondidas entre relatórios oficiais. Quando o material se tornava volumoso demais, ela o levava para casa e o escondia por lá ou, às vezes, em casas de campo que estivesse visitando. No começo isso era feito tão ostensivamente que mais de uma vez algum de seus superiores disse: "Vamos lá, Missie, ponha seu diário de lado e trabalhe um pouco". Ela tomou precauções mais sérias apenas quando começou a anotar o plano do 20 de Julho. A narrativa desse período era escrita numa taquigrafia pessoal que ela transcreveu somente depois da guerra. Embora ela tivesse de abandonar várias casas por causa dos bombardeios, e, mais para o fim da guerra, de fugir da Viena sitiada para salvar a vida, muito do diário sobreviveu, incluindo as passagens historicamente mais essenciais. Faltam apenas partes de 1941 e 1942, e do começo de 1943. Estas foram deliberadamente destruídas ou se perderam -ou ainda se encontram fora de alcance no presente. Pouco depois do fim da guerra, Missie datilografou as partes em taquigrafia e redatilografou todo o restante. Essa segunda versão ficou intocada por mais de um quarto de século, até 1976, quando, depois de muita reflexão e muita insistência por parte de familiares e amigos, ela afinal se decidiu a tornar público seu diário. Assim mesmo, ela fez questão de cortar muito pouco do conteúdo e nada mudar de substancial. Todas as modificações se referiram à linguagem, ou ao trabalho comum de edição, ou ainda à troca de iniciais por nomes completos. Ela acreditava firmemente que qualquer valor que seu diário tivesse se deveria ao fato de ser completamente espontâneo, honesto e escrito sem reservas, uma vez que originalmente não se destinava à publicação. Seus testemunhos oculares, suas reações e emoções no calor da hora falavam por si mesmos: essa era sua impressão. Tudo perderia muito de seu interesse se algo fosse adulterado por um juízo posterior aos eventos, sem falar na possibilidade de (auto)censura para preservá-la de constrangimentos ou poupar os sentimentos de outras pessoas. Essa versão do diário -a terceira e definitiva- ficou pronta apenas algumas semanas antes de sua morte. O leitor poderá ficar estupefato diante da atitude algo ambígua de Missie com relação à guerra em geral, os contendores, os alemães, os Aliados, a Rússia, a União Soviética e seus compatriotas russo-soviéticos (que, a propósito, ela sempre considerou como tais). Mas sendo, como todos nós, uma sincera patriota russa, ela nunca sucumbiu à tentação de identificar a Rússia e os russos com a URSS e o regime bolchevique-soviético e seus representantes oficiais. Ela rejeitava enfaticamente o nazismo e também o comunismo, e pelas mesmas razões. Assim, por exemplo, quando se refere aos sofrimentos do povo russo ou a seu heroísmo, ela usa instintivamente o termo "russo". Da mesma forma como escreve instintivamente o termo "soviético" ao se referir às ações mais iníquas da URSS. E sua rejeição de ambos os sistemas, o nazista e o comunista, tinha raízes mais arraigadas do que apenas políticas. Era profundamente moral e ética. Porque, se aquilo que os alemães estavam fazendo na Rússia provocava-lhe indignação -como a qualquer patriota russo-, o mesmo acontecia em relação à perseguição dos judeus praticada pelos próprios nazistas na Alemanha e por seus cúmplices nos territórios ocupados. E o mesmo acontecia diante dos atos de violência praticados pelo Exército Vermelho e o NKVD na Europa Oriental e nas zonas alemãs ocupadas pelos soviéticos. O seu chefe no Ministério de Relações Exteriores, Adam von Trott (que seria enforcado pelos nazistas), escreveu numa carta à esposa o seguinte sobre Missie: "Há nela algo [...] que lhe permite pairar muito acima de tudo e de todos. Isso, claro, é um pouco trágico, até mesmo quase inquietante". Trott identificava de modo correto o dilema de Missie na última guerra; apesar de sua sensibilidade em relação a tudo que fosse russo, para ela, que já vivera em vários países e tinha amigos de muitas nacionalidades, não valiam conceitos como "alemão", "russo" ou "aliado". Havia apenas "seres humanos", "indivíduos". Estes, ela os dividia em dois tipos: os "decentes", que mereciam respeito, e os "não decentes", que não o mereciam. Ela confiava e se tornava amiga apenas dos primeiros, e reciprocamente. Isso explica por que, embora não fosse uma alemã, ela mereceu a confiança daqueles que planejavam o ultrassecreto atentado contra Hitler de 20 de julho de 1944. Também explica o contínuo sucesso que seu livro encontrou entre os leitores dos países onde foi publicado, bem como o fascínio incontornável por sua personalidade, até hoje, meio século depois dos eventos que ela descreve. Uma das recompensas mais afetuosas que recebi, enquanto preparava o original de minha irmã para publicação, foi a pronta resposta e a assistência em tudo (além de, ocasionalmente, a hospitalidade) de todos que procurei, atrás de informações pessoais ou de fundo que se acrescentassem a ele. Isso se referiu ainda a esclarecimentos, fontes ou material fotográfico e tanto por parte de quem tinha conhecido Missie pessoalmente quanto por parte daqueles que não a conheceram. Em alguns dos casos, isso implicava avivar lembranças que as pessoas tinham tentado arrancar da mente, não importa quão admiráveis fossem suas atitudes políticas ou seus comportamentos pessoais naqueles dias de trevas; sua generosidade é digna do maior apreço. Nota: Este prefácio foi escrito pelo irmão de Missie para a versão em livro dos diários. Por questão de espaço, as notas originais foram suprimidas ou adaptadas para esta edição da "Ilustríssima".
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Família de brasileiro executado pressiona Indonésia por laudo médico
A defesa do paranaense Rodrigo Gularte, executado na Indonésia em abril por tráfico de drogas, apresentou pedido na Procuradoria Geral do país para que um laudo médico que comprovaria seus problemas mentais seja divulgado. Gularte havia sido avaliado por médicos a pedido das autoridades indonésias em março após ter sido diagnosticado com esquizofrenia em exames anteriores, mas este relatório jamais foi publicado. O advogado de Gularte, Ricky Gunawan, disse ter apresentado um pedido de liberação de informação à Procuradoria Geral para a divulgação deste laudo. A análise do processo poderá levar até seis meses, segundo ele. Gularte foi condenado à morte em 2005, um ano após ter sido preso ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína em pranchas de surfe. Ele foi executado apesar dos apelos da família para que autoridades revissem a pena devido sua condição médica. "É uma questão de princípios para a gente e é nosso direito e da família. No final, Rodrigo foi executado porque a Procuradoria acreditou que ele estava bem mentalmente", disse Gunawan. "Nós queremos provar que Rodrigo tinha problemas mentais e, assim, deveria ter sido transferido para um hospital ao invés de ser executado". O porta-voz da Procuradoria Geral indonésia, Tony Spontana, não respondeu às ligações da BBC Brasil para comentar a ação. À época da execução, ele havia dito que todas as possibilidades de recorrer da sentença haviam sido esgotadas. 'NÃO ACABOU' Familiares alegam que Gularte sofria de bipolaridade e esquizofrenia e que fora aliciado por traficantes internacionais devido aos seus problemas mentais. Dizem eles que, mesmo nos momentos finais, o brasileiro indicava não acreditar que seria executado e afirmava que a pena de morte na Indonésia havia sido abolida. A defesa alega que a lei indonésia proíbe que réus com problemas mentais sejam condenados à morte e que a condição de Gularte não teria sido levada em consideração em seu julgamento. Angelita Muxfeldt, prima de Gularte que passou três meses na Indonésia tentando reverter a execução, disse que o país errou ao executá-lo e que houve "várias falhas" no processo. "O Rodrigo não estava bem para ser executado, eles atropelaram o processo, eles não deram o laudo para não mostrar o quão errado eles estavam. E se esse laudo existe... nós vamos tentar (que seja divulgado). Não acabou", disse Muxfeldt. A Indonésia retomou as execuções alegando estar numa situação de emergência devido às drogas. A pena de morte para traficantes tem apoio popular no país. "Deus queira que essas execuções parem. Porque isso não vai mudar a droga na Indonésia. A droga é um nível diferente... As pessoas que estão sendo executadas não têm nada a ver com o grande tráfico de drogas lá dentro". Além do pedido na Procuradoria, a defesa deverá tentar que o caso do brasileiro seja revisto por uma Corte indonésia –mas um prazo para esta ação ainda não foi definido, segundo o advogado. "(O objetivo) é limpar o nome de Rodrigo de forma que a Corte considere que ele tinha um sério problema mental e, dessa maneira, não poderia ser responsabilizado pelo seu crime", disse Gunawan. Além de Gularte, sete condenados por tráfico também foram executados por fuzilamento. Em janeiro, outros seis haviam sido mortos, entre eles o carioca Marco Archer Cardoso Moreira.
bbc
Família de brasileiro executado pressiona Indonésia por laudo médicoA defesa do paranaense Rodrigo Gularte, executado na Indonésia em abril por tráfico de drogas, apresentou pedido na Procuradoria Geral do país para que um laudo médico que comprovaria seus problemas mentais seja divulgado. Gularte havia sido avaliado por médicos a pedido das autoridades indonésias em março após ter sido diagnosticado com esquizofrenia em exames anteriores, mas este relatório jamais foi publicado. O advogado de Gularte, Ricky Gunawan, disse ter apresentado um pedido de liberação de informação à Procuradoria Geral para a divulgação deste laudo. A análise do processo poderá levar até seis meses, segundo ele. Gularte foi condenado à morte em 2005, um ano após ter sido preso ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína em pranchas de surfe. Ele foi executado apesar dos apelos da família para que autoridades revissem a pena devido sua condição médica. "É uma questão de princípios para a gente e é nosso direito e da família. No final, Rodrigo foi executado porque a Procuradoria acreditou que ele estava bem mentalmente", disse Gunawan. "Nós queremos provar que Rodrigo tinha problemas mentais e, assim, deveria ter sido transferido para um hospital ao invés de ser executado". O porta-voz da Procuradoria Geral indonésia, Tony Spontana, não respondeu às ligações da BBC Brasil para comentar a ação. À época da execução, ele havia dito que todas as possibilidades de recorrer da sentença haviam sido esgotadas. 'NÃO ACABOU' Familiares alegam que Gularte sofria de bipolaridade e esquizofrenia e que fora aliciado por traficantes internacionais devido aos seus problemas mentais. Dizem eles que, mesmo nos momentos finais, o brasileiro indicava não acreditar que seria executado e afirmava que a pena de morte na Indonésia havia sido abolida. A defesa alega que a lei indonésia proíbe que réus com problemas mentais sejam condenados à morte e que a condição de Gularte não teria sido levada em consideração em seu julgamento. Angelita Muxfeldt, prima de Gularte que passou três meses na Indonésia tentando reverter a execução, disse que o país errou ao executá-lo e que houve "várias falhas" no processo. "O Rodrigo não estava bem para ser executado, eles atropelaram o processo, eles não deram o laudo para não mostrar o quão errado eles estavam. E se esse laudo existe... nós vamos tentar (que seja divulgado). Não acabou", disse Muxfeldt. A Indonésia retomou as execuções alegando estar numa situação de emergência devido às drogas. A pena de morte para traficantes tem apoio popular no país. "Deus queira que essas execuções parem. Porque isso não vai mudar a droga na Indonésia. A droga é um nível diferente... As pessoas que estão sendo executadas não têm nada a ver com o grande tráfico de drogas lá dentro". Além do pedido na Procuradoria, a defesa deverá tentar que o caso do brasileiro seja revisto por uma Corte indonésia –mas um prazo para esta ação ainda não foi definido, segundo o advogado. "(O objetivo) é limpar o nome de Rodrigo de forma que a Corte considere que ele tinha um sério problema mental e, dessa maneira, não poderia ser responsabilizado pelo seu crime", disse Gunawan. Além de Gularte, sete condenados por tráfico também foram executados por fuzilamento. Em janeiro, outros seis haviam sido mortos, entre eles o carioca Marco Archer Cardoso Moreira.
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Banco Central mostra cada vez mais sua dependência, escreve leitor
Embora existam especialistas dizendo que o Banco Central poderia manter a taxa de juros inalterada, é óbvio que o órgão mostrou mais uma vez sua fraqueza, dependência do governo e do PT. Como uma autoridade monetária quer demonstrar capacidade e autonomia, se aceita mudar sua linha de pensamento assim que começa a receber críticas do partido do governo? Isso seria inadmissível em um país sério. Alexandre B. Baroni (São Paulo, SP) * Se a crise econômica é tão grave quanto a imprensa alardeia, só se pode concluir que a inflação nada tem a ver com aquecimento da demanda. Aumentar a taxa de juros para combater a inflação só faz sentido se for com o objetivo de esfriar a economia, o que não parece ser o nosso caso. É estranho ver a imprensa lamentando a manutenção dos juros. Pensando bem, é justo lamentar a decisão. O mais acertado teria sido baixar significativamente a Selic em lugar de só mantê-la. Sidnei José de Brito (São Paulo, SP) * Quando um governo está desacreditado, qualquer notícia é má notícia. A manutenção da taxa de juros, que poderia, circunstancialmente, ser uma boa notícia, vira automaticamente uma má notícia. Qualquer movimento deste desgoverno é sempre encarado com total desconfiança. Ulysses Fernandes Nunes Jr. (São Paulo, SP) * Os diretores do Banco Central decidiram pela manutenção da taxa de juros preocupados com a questão do emprego. Só se for com o emprego deles. Paulo Della Vedova, engenheiro (Mogi das Cruzes, SP) * A Petrobras está amargando uma crise sem precedentes, mas gasta R$ 800 mil financiando o Fórum Social Mundial, um evento puramente político, em Porto Alegre. Dá para entender isso? José Rubin (São Paulo, SP) * Sobre a declaração de Lula a respeito de sua honestidade, penso que, se ele realmente fosse honesto, não precisaria dizê-lo. Se não é honesto, ao dizer sê-lo, mente. Ambas dão razão à sua grande rejeição atual. Wilian Oliveira Junqueira (Belo Horizonte, MG) * Everardo Maciel diz ser contra a criação de novos impostos ("O Brasil precisa de uma 'comissão da verdade fiscal', "Mercado", 21/1), mas, quando secretário da Receita, trabalhou para criar a famigerada CPMF no governo Fernando Henrique Cardoso. Ao ser questionado sobre o meio de o país poderia sair da crise, apresentou resposta vaga e ambígua. Assim fica difícil sair da crise. Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Banco Central mostra cada vez mais sua dependência, escreve leitorEmbora existam especialistas dizendo que o Banco Central poderia manter a taxa de juros inalterada, é óbvio que o órgão mostrou mais uma vez sua fraqueza, dependência do governo e do PT. Como uma autoridade monetária quer demonstrar capacidade e autonomia, se aceita mudar sua linha de pensamento assim que começa a receber críticas do partido do governo? Isso seria inadmissível em um país sério. Alexandre B. Baroni (São Paulo, SP) * Se a crise econômica é tão grave quanto a imprensa alardeia, só se pode concluir que a inflação nada tem a ver com aquecimento da demanda. Aumentar a taxa de juros para combater a inflação só faz sentido se for com o objetivo de esfriar a economia, o que não parece ser o nosso caso. É estranho ver a imprensa lamentando a manutenção dos juros. Pensando bem, é justo lamentar a decisão. O mais acertado teria sido baixar significativamente a Selic em lugar de só mantê-la. Sidnei José de Brito (São Paulo, SP) * Quando um governo está desacreditado, qualquer notícia é má notícia. A manutenção da taxa de juros, que poderia, circunstancialmente, ser uma boa notícia, vira automaticamente uma má notícia. Qualquer movimento deste desgoverno é sempre encarado com total desconfiança. Ulysses Fernandes Nunes Jr. (São Paulo, SP) * Os diretores do Banco Central decidiram pela manutenção da taxa de juros preocupados com a questão do emprego. Só se for com o emprego deles. Paulo Della Vedova, engenheiro (Mogi das Cruzes, SP) * A Petrobras está amargando uma crise sem precedentes, mas gasta R$ 800 mil financiando o Fórum Social Mundial, um evento puramente político, em Porto Alegre. Dá para entender isso? José Rubin (São Paulo, SP) * Sobre a declaração de Lula a respeito de sua honestidade, penso que, se ele realmente fosse honesto, não precisaria dizê-lo. Se não é honesto, ao dizer sê-lo, mente. Ambas dão razão à sua grande rejeição atual. Wilian Oliveira Junqueira (Belo Horizonte, MG) * Everardo Maciel diz ser contra a criação de novos impostos ("O Brasil precisa de uma 'comissão da verdade fiscal', "Mercado", 21/1), mas, quando secretário da Receita, trabalhou para criar a famigerada CPMF no governo Fernando Henrique Cardoso. Ao ser questionado sobre o meio de o país poderia sair da crise, apresentou resposta vaga e ambígua. Assim fica difícil sair da crise. Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Tudo o que é preciso para fazer literatura
Ricardo pediu demissão do trabalho pra poder terminar, finalmente, o seu romance. Ricardo gostava do seu trabalho em um prédio na Berrini, mas não gostava nem do prédio e nem da Berrini. Gostar não bastava, amor mesmo ele tinha pela literatura. No primeiro dia em casa, entendeu que sem uma porta delimitando o escritório seria impossível. A criança berrando, a empregada puxando papo, a mulher ligando. Até o arquiteto terminar a reforma foram sete semanas sem nenhuma linha escrita por Ricardo. Isolado em sua ilha criativa, Ricardo entendeu que sem ar-condicionado seria impossível. Teve que quebrar as paredes recém-levantadas pra meter um Split Inverter. Foram mais 16 dias sem nenhuma palavra escrita, apenas alguns xingamentos por e-mail para a Fujitsu porque eles atrasaram dois dias. Congelado e isolado em seu escritório com frigobar (notou que seria impossível escrever sem um frigobar), Ricardo entendeu que só tem assunto quem está fora de casa, vivendo a vida ou simplesmente vendo a dos outros. Resolveu comprar um laptop e se aventurar em um café. Sempre achou muito chique pessoas que "escrevem em um café". Tentou um perto da sua casa, mas ficou travado. Tentou um bem longe da sua casa e continuou travado. As pessoas falam muito alto nos cafés. Ricardo concluiu que o problema era São Paulo. Essa cidade combina com prédios na Berrini e não com literatura. Comprou então um terreno pequeno no meio do mato e, nos quase dois anos que demorou pra construir, encher de móveis e a Net realmente aparecer, não escreveu nenhuma linha do seu romance. Claro! Era impossível tocar o mais divino em si enquanto estivesse estressado com uma obra que não acabava nunca! E, falando em obra, daqui a pouco o mundo saberia do que ele é capaz. A mesa de madeira de demolição era voltada para árvores. A cadeira estava na altura mais adequada em relação ao seu problema na lombar, e o computador, em cima de livros de arte sacra, estava na altura mais adequada em relação ao seu problema na cervical. Agora vai! Ricardo escreveu a primeira frase "Era uma manhã como outra qualquer quando...". Achou a frase uma boa de uma bosta e mudou para "Não fosse uma manhã qualquer quando..." e deduziu que essa era pior ainda. A casa inteira fedia mofo com cachorro molhado. Quem é que escreve num lugar desses? A grana foi acabando toda, a mulher foi pagando tudo, o filho foi crescendo e demandando mil coisas e Ricardo sumiu. Por dias a família não teve notícias do escritor até que, em uma manhã como outra qualquer, ele apareceu fantasiado de mendigo. Achou que dormindo na rua teria assunto pro livro. E você escreveu alguma caralha, seu desgraçado? A paciência da pobre esposa estava mais surrada que a roupa de Ricardo. A resposta era: não. Infelizmente ele foi obrigado a trocar seu laptop por uma manta quadriculada de lã, em uma madrugada fria. Ricardo tentou Paris, cocaína, tatuagem, depressão, traição, homossexualidade, acupuntura, suicídio e curso de escritor na Vila Madalena. Nenhuma dessas coisas resultou em romance, mas Ricardo sabe bem o motivo: ele ainda é muito novo. Agora, de volta ao prédio na Berrini, ele planeja, em breve, fazer o que sempre quis: largar tudo pra escrever seu romance. Quem sabe um dia.
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Tudo o que é preciso para fazer literaturaRicardo pediu demissão do trabalho pra poder terminar, finalmente, o seu romance. Ricardo gostava do seu trabalho em um prédio na Berrini, mas não gostava nem do prédio e nem da Berrini. Gostar não bastava, amor mesmo ele tinha pela literatura. No primeiro dia em casa, entendeu que sem uma porta delimitando o escritório seria impossível. A criança berrando, a empregada puxando papo, a mulher ligando. Até o arquiteto terminar a reforma foram sete semanas sem nenhuma linha escrita por Ricardo. Isolado em sua ilha criativa, Ricardo entendeu que sem ar-condicionado seria impossível. Teve que quebrar as paredes recém-levantadas pra meter um Split Inverter. Foram mais 16 dias sem nenhuma palavra escrita, apenas alguns xingamentos por e-mail para a Fujitsu porque eles atrasaram dois dias. Congelado e isolado em seu escritório com frigobar (notou que seria impossível escrever sem um frigobar), Ricardo entendeu que só tem assunto quem está fora de casa, vivendo a vida ou simplesmente vendo a dos outros. Resolveu comprar um laptop e se aventurar em um café. Sempre achou muito chique pessoas que "escrevem em um café". Tentou um perto da sua casa, mas ficou travado. Tentou um bem longe da sua casa e continuou travado. As pessoas falam muito alto nos cafés. Ricardo concluiu que o problema era São Paulo. Essa cidade combina com prédios na Berrini e não com literatura. Comprou então um terreno pequeno no meio do mato e, nos quase dois anos que demorou pra construir, encher de móveis e a Net realmente aparecer, não escreveu nenhuma linha do seu romance. Claro! Era impossível tocar o mais divino em si enquanto estivesse estressado com uma obra que não acabava nunca! E, falando em obra, daqui a pouco o mundo saberia do que ele é capaz. A mesa de madeira de demolição era voltada para árvores. A cadeira estava na altura mais adequada em relação ao seu problema na lombar, e o computador, em cima de livros de arte sacra, estava na altura mais adequada em relação ao seu problema na cervical. Agora vai! Ricardo escreveu a primeira frase "Era uma manhã como outra qualquer quando...". Achou a frase uma boa de uma bosta e mudou para "Não fosse uma manhã qualquer quando..." e deduziu que essa era pior ainda. A casa inteira fedia mofo com cachorro molhado. Quem é que escreve num lugar desses? A grana foi acabando toda, a mulher foi pagando tudo, o filho foi crescendo e demandando mil coisas e Ricardo sumiu. Por dias a família não teve notícias do escritor até que, em uma manhã como outra qualquer, ele apareceu fantasiado de mendigo. Achou que dormindo na rua teria assunto pro livro. E você escreveu alguma caralha, seu desgraçado? A paciência da pobre esposa estava mais surrada que a roupa de Ricardo. A resposta era: não. Infelizmente ele foi obrigado a trocar seu laptop por uma manta quadriculada de lã, em uma madrugada fria. Ricardo tentou Paris, cocaína, tatuagem, depressão, traição, homossexualidade, acupuntura, suicídio e curso de escritor na Vila Madalena. Nenhuma dessas coisas resultou em romance, mas Ricardo sabe bem o motivo: ele ainda é muito novo. Agora, de volta ao prédio na Berrini, ele planeja, em breve, fazer o que sempre quis: largar tudo pra escrever seu romance. Quem sabe um dia.
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Bienal do Livro de SP anuncia mais três autores estrangeiros
A Bienal do Livro de São Paulo, que acontece de 26 de agosto a 4 de setembro, anunciou mais três autores estrangeiros em sua programação. Entre eles, está Yeonmi Park, autora de "Para Poder Viver" (Companhia das Letras), na qual conta como fugiu da Coreia do Norte aos 13 anos com a mãe e todos os percalços pelos quais passou, como ser vendida por traficantes de pessoas. A irlandesa Marian Keyes, que escreveu os best-sellers "Melancia", "Férias" e "Sushi", entre outros —publicada no país pela Bertrand Brasil— também virá para o evento.. A sexualidade fará parte da programação com a terceira escritora convidada. A Bienal anunciou a psicóloga Becky Albertalli, autora de "Simon vs a Agenda Homo Sapiens" (Intrínseca), no qual narra os dilemas de um adolescente sobre assumir ou não que é gay. A Bienal já havia anunciado, em abril, Ava Dellaira, autora de "Cartas de Amor aos Mortos" (Seguinte); Jennifer Niven, de "Por Lugares Incríveis" (Seguinte); e Lucinda Riley, que já veio em 2014 mas volta para lançar "A Garota Italiana" e o terceiro volume da série "As Sete Irmãs", ambos da Arqueiro. Na lista também estão Amy Ewing ("A Cidade Solitária", ed. Leya), Tarryn Fisher ("A Oportunista", ed. Faro) e Kevin Hearne "Herdeiro do Jedi" (ed. Aleph).
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Bienal do Livro de SP anuncia mais três autores estrangeirosA Bienal do Livro de São Paulo, que acontece de 26 de agosto a 4 de setembro, anunciou mais três autores estrangeiros em sua programação. Entre eles, está Yeonmi Park, autora de "Para Poder Viver" (Companhia das Letras), na qual conta como fugiu da Coreia do Norte aos 13 anos com a mãe e todos os percalços pelos quais passou, como ser vendida por traficantes de pessoas. A irlandesa Marian Keyes, que escreveu os best-sellers "Melancia", "Férias" e "Sushi", entre outros —publicada no país pela Bertrand Brasil— também virá para o evento.. A sexualidade fará parte da programação com a terceira escritora convidada. A Bienal anunciou a psicóloga Becky Albertalli, autora de "Simon vs a Agenda Homo Sapiens" (Intrínseca), no qual narra os dilemas de um adolescente sobre assumir ou não que é gay. A Bienal já havia anunciado, em abril, Ava Dellaira, autora de "Cartas de Amor aos Mortos" (Seguinte); Jennifer Niven, de "Por Lugares Incríveis" (Seguinte); e Lucinda Riley, que já veio em 2014 mas volta para lançar "A Garota Italiana" e o terceiro volume da série "As Sete Irmãs", ambos da Arqueiro. Na lista também estão Amy Ewing ("A Cidade Solitária", ed. Leya), Tarryn Fisher ("A Oportunista", ed. Faro) e Kevin Hearne "Herdeiro do Jedi" (ed. Aleph).
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Conheça quatro alternativas pouco conhecidas aos absorventes íntimos
Uma recente escassez de absorventes íntimos na Argentina e na Venezuela levaram esses dois países a repensar alternativas para a higiene das mulheres no período menstrual. A discussão tomou proporções nacionais nos dois países. Uma rede de televisão venezuelana, a Vive TV, chegou a transmitir um tutorial ensinando as mulheres a produzir seus próprios absorventes íntimos "ecologicamente sustentáveis" usando um pano. Veja abaixo algumas alternativas para absorventes higiênicos: O 'MOONCUP' Essa é uma das opções mais populares que existem atualmente. O copo é feito de silicone e seus fabricantes dizem que pode ser usado para coletar fluidos menstruais por anos. O produto pode ser usado a noite toda e tem marcas para indicar quando está cheio. Um selo evita vazamentos e ajuda na retirada do copo. No entanto, são necessários alguns cuidados. O copo deve ser usado por um máximo de 8 horas por vez e, depois de esvaziá-lo, os médicos recomendam a esterilização do mooncup com comprimidos especiais ou em água fervendo durante três minutos. A necessidade de esterilização, no entanto, é vista como desvantagem para a mulher que está acostumada à praticidade dos descartáveis. "Talvez seja esse o motivo pelo qual apenas uma pequena porcentagem de mulheres escolhe utilizá-lo", disse à BBC Guillermo Galán, membro da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Chile. "Esse método é mais apoiado por um grupo de mulheres que dão prioridade a formas mais naturais de higiene íntima." Segundo Galán, o produto normalmente não causa irritação nem inflamação, "já que é um copo de fluido menstrual feito de silicone especial". Fabricantes do coletor de fluido menstrual garantem que o 'mooncup' pode ser usado por anos ESPONJAS NATURAIS Essas esponjas especialmente tratadas também são reutilizáveis. Elas são completamente limpas, desinfetadas e secas antes de serem vendidas. Para utilizá-las, é preciso primeiro mergulhá-las em água quente. A esponja irá se expandir e se adaptar ao formato da vagina. Durante o ciclo menstrual, as mulheres devem tirá-la e lavá-la com água quando precisarem. Depois, a esponja deve ser mantida imersa em água com duas gotas de azeite durante à noite e, depois, enxaguada e seca antes de ser guardada. Esponjas usadas para a menstruação devem ser desinfetadas, lavadas e secas antes de serem vendidas Segundo especialistas, essa esponja também permite relações sexuais. Para muitas mulheres que aderiram ao método, a origem natural da esponja é sua principal vantagem, mas isso também pode torná-la menos segura. "Teoricamente, elas funcionam bem porque são tanto absorventes como 'tampões'. Mas como são um elemento biológico, algumas mulheres podem desenvolver reações alérgicas no longo prazo", disse Galán. TOALHAS ÍNTIMAS REUTILIZÁVEIS Essas toalhas de algodão eram muito usadas por mulheres antes da popularização do absorvente descartável. Existem toalhas em diferentes formatos e cores e elas são vendidas de diversas maneiras, mas também podem ser fabricadas em casa. Toalhas de algodão eram popular antes do surgimento dos absorventes descartáveis As mulheres que fazem uso desse método dizem que ele é mais confortável do que os absorventes sintéticos e não irritam a pele. As toalhas também podem ser lavadas e reutilizadas - mas não podem ser consideradas exatamente "ecologicamente sustentáveis", pois é necessário bastante água para lavá-las. ABSORVENTE TIPO 'FRALDA' Esses produtos, que podem facilmente ser encontrados na internet, não devem ser confundidos com as fraldas para adultos. São semelhantes a uma calcinha, mas têm propriedades absorventes e não mancham. Também podem ser reutilizados e lavados normalmente com a roupa íntima. O design desse tipo de absorvente é parecido com o de absorventes descartáveis. Eles são feitos de material antibacterial que absorve os fluidos. De acordo com Galan, porém, é essencial que a calcinha seja feita de algodão, já que outro tipo de material não oferece a "ventilação adequada". "É mais fácil a umidade ficar presa em calcinhas feitas de fibra sintética do que de algodão. Por isso, há um risco maior de infecções por fungos."
bbc
Conheça quatro alternativas pouco conhecidas aos absorventes íntimosUma recente escassez de absorventes íntimos na Argentina e na Venezuela levaram esses dois países a repensar alternativas para a higiene das mulheres no período menstrual. A discussão tomou proporções nacionais nos dois países. Uma rede de televisão venezuelana, a Vive TV, chegou a transmitir um tutorial ensinando as mulheres a produzir seus próprios absorventes íntimos "ecologicamente sustentáveis" usando um pano. Veja abaixo algumas alternativas para absorventes higiênicos: O 'MOONCUP' Essa é uma das opções mais populares que existem atualmente. O copo é feito de silicone e seus fabricantes dizem que pode ser usado para coletar fluidos menstruais por anos. O produto pode ser usado a noite toda e tem marcas para indicar quando está cheio. Um selo evita vazamentos e ajuda na retirada do copo. No entanto, são necessários alguns cuidados. O copo deve ser usado por um máximo de 8 horas por vez e, depois de esvaziá-lo, os médicos recomendam a esterilização do mooncup com comprimidos especiais ou em água fervendo durante três minutos. A necessidade de esterilização, no entanto, é vista como desvantagem para a mulher que está acostumada à praticidade dos descartáveis. "Talvez seja esse o motivo pelo qual apenas uma pequena porcentagem de mulheres escolhe utilizá-lo", disse à BBC Guillermo Galán, membro da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Chile. "Esse método é mais apoiado por um grupo de mulheres que dão prioridade a formas mais naturais de higiene íntima." Segundo Galán, o produto normalmente não causa irritação nem inflamação, "já que é um copo de fluido menstrual feito de silicone especial". Fabricantes do coletor de fluido menstrual garantem que o 'mooncup' pode ser usado por anos ESPONJAS NATURAIS Essas esponjas especialmente tratadas também são reutilizáveis. Elas são completamente limpas, desinfetadas e secas antes de serem vendidas. Para utilizá-las, é preciso primeiro mergulhá-las em água quente. A esponja irá se expandir e se adaptar ao formato da vagina. Durante o ciclo menstrual, as mulheres devem tirá-la e lavá-la com água quando precisarem. Depois, a esponja deve ser mantida imersa em água com duas gotas de azeite durante à noite e, depois, enxaguada e seca antes de ser guardada. Esponjas usadas para a menstruação devem ser desinfetadas, lavadas e secas antes de serem vendidas Segundo especialistas, essa esponja também permite relações sexuais. Para muitas mulheres que aderiram ao método, a origem natural da esponja é sua principal vantagem, mas isso também pode torná-la menos segura. "Teoricamente, elas funcionam bem porque são tanto absorventes como 'tampões'. Mas como são um elemento biológico, algumas mulheres podem desenvolver reações alérgicas no longo prazo", disse Galán. TOALHAS ÍNTIMAS REUTILIZÁVEIS Essas toalhas de algodão eram muito usadas por mulheres antes da popularização do absorvente descartável. Existem toalhas em diferentes formatos e cores e elas são vendidas de diversas maneiras, mas também podem ser fabricadas em casa. Toalhas de algodão eram popular antes do surgimento dos absorventes descartáveis As mulheres que fazem uso desse método dizem que ele é mais confortável do que os absorventes sintéticos e não irritam a pele. As toalhas também podem ser lavadas e reutilizadas - mas não podem ser consideradas exatamente "ecologicamente sustentáveis", pois é necessário bastante água para lavá-las. ABSORVENTE TIPO 'FRALDA' Esses produtos, que podem facilmente ser encontrados na internet, não devem ser confundidos com as fraldas para adultos. São semelhantes a uma calcinha, mas têm propriedades absorventes e não mancham. Também podem ser reutilizados e lavados normalmente com a roupa íntima. O design desse tipo de absorvente é parecido com o de absorventes descartáveis. Eles são feitos de material antibacterial que absorve os fluidos. De acordo com Galan, porém, é essencial que a calcinha seja feita de algodão, já que outro tipo de material não oferece a "ventilação adequada". "É mais fácil a umidade ficar presa em calcinhas feitas de fibra sintética do que de algodão. Por isso, há um risco maior de infecções por fungos."
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Monge budista diz que apartamento do Japão na Vila tinha privada entupida
CAMILA MATTOSO MARCEL MERGUIZO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Nem mesmo das críticas de um monge budista o comitê organizador dos Jogos do Rio conseguiu escapar. Nesta segunda-feira (25), o japonês Kazuki Yazawa, 27, atleta da canoagem slalom, disse à Folha que o apartamento dele na Vila Olímpica também estava com problemas. "O chão estava muito sujo e as privadas não davam descarga. Depois, foi tudo resolvido", afirmou Yazawa enquanto comprava uma toalha de banho na loja de produtos da Rio-2016, na Praça da Vila. Esportistas de diversos países já criticaram a Vila Olímpica desde que ela foi aberta aos competidores no último domingo (24). O caso mais grave foi o da Austrália, que recusou hospedar seus atletas no local até que os problemas fossem resolvidos. Em decisão semelhante, a Argentina resolveu mudar parte de sua delegação também para edifícios fora da Vila devido às obras inacabadas.
esporte
Monge budista diz que apartamento do Japão na Vila tinha privada entupida CAMILA MATTOSO MARCEL MERGUIZO ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Nem mesmo das críticas de um monge budista o comitê organizador dos Jogos do Rio conseguiu escapar. Nesta segunda-feira (25), o japonês Kazuki Yazawa, 27, atleta da canoagem slalom, disse à Folha que o apartamento dele na Vila Olímpica também estava com problemas. "O chão estava muito sujo e as privadas não davam descarga. Depois, foi tudo resolvido", afirmou Yazawa enquanto comprava uma toalha de banho na loja de produtos da Rio-2016, na Praça da Vila. Esportistas de diversos países já criticaram a Vila Olímpica desde que ela foi aberta aos competidores no último domingo (24). O caso mais grave foi o da Austrália, que recusou hospedar seus atletas no local até que os problemas fossem resolvidos. Em decisão semelhante, a Argentina resolveu mudar parte de sua delegação também para edifícios fora da Vila devido às obras inacabadas.
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Perfis opostos
Pesquisa Datafolha mostra diferenças entre os os manifestantes que foram às ruas na sexta-feira (13) e no domingo (15)
infograficos
Perfis opostosPesquisa Datafolha mostra diferenças entre os os manifestantes que foram às ruas na sexta-feira (13) e no domingo (15)
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Tradição culinária de Ano Novo, bolinho mochi mata nove no Japão
Nove pessoas morreram engasgadas no Japão nos últimos dias após comerem um tradicional bolo gelatinoso de arroz. Conhecido como "mochi", o bolo faz parte das comemorações de Ano Novo no país. Os japoneses consomem em média um quilo de bolinhos por pessoa. De acordo com a mídia japonesa, 18 pessoas foram hospitalizadas com casos de asfixia por causa do bolinho e, até sexta-feira, 13 delas encontravam-se em estado grave. Tradicional quitute de Ano Novo, o "mochi" tem tradição até na fabricação da massa O Corpo de Bombeiros do Japão se viu forçado a emitir um comunicado pedindo que crianças e idosos partam o "mochi" em pedaços antes de comê-lo. ENZIMA O bolinho é consumido de forma maciça no Japão durante as festas de fim de ano, como acompanhamento para sopas ou sozinho, de preferência envolto em algas secas. Casos fatais de asfixia são registrados todos os anos, mas segundo as autoridades japonesas, a última virada do ano teve um número particularmente alto de casos. A consistência gelatinosa do bolinho pode tornar sua deglutição perigosa para crianças e idosos; as autoridades até recomendam o corte do "mochi" Em 2014, por exemplo, houve quatro mortes, duas a mais que em 2013. Mais de 80% dos casos de asfixia ocorrem entre a população idosa e a indústria alimentícia japonesa tenta encontrar soluções - um fabricante de Osaka, por exemplo, oferece uma versão do bolinho de arroz que contém uma enzima para torná-lo menos gelatinoso e mais fácil de engolir. O tradicionalismo do "mochi" envolve até sua fabricação: há cerimônias para bater a massa, por exemplo.
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Tradição culinária de Ano Novo, bolinho mochi mata nove no JapãoNove pessoas morreram engasgadas no Japão nos últimos dias após comerem um tradicional bolo gelatinoso de arroz. Conhecido como "mochi", o bolo faz parte das comemorações de Ano Novo no país. Os japoneses consomem em média um quilo de bolinhos por pessoa. De acordo com a mídia japonesa, 18 pessoas foram hospitalizadas com casos de asfixia por causa do bolinho e, até sexta-feira, 13 delas encontravam-se em estado grave. Tradicional quitute de Ano Novo, o "mochi" tem tradição até na fabricação da massa O Corpo de Bombeiros do Japão se viu forçado a emitir um comunicado pedindo que crianças e idosos partam o "mochi" em pedaços antes de comê-lo. ENZIMA O bolinho é consumido de forma maciça no Japão durante as festas de fim de ano, como acompanhamento para sopas ou sozinho, de preferência envolto em algas secas. Casos fatais de asfixia são registrados todos os anos, mas segundo as autoridades japonesas, a última virada do ano teve um número particularmente alto de casos. A consistência gelatinosa do bolinho pode tornar sua deglutição perigosa para crianças e idosos; as autoridades até recomendam o corte do "mochi" Em 2014, por exemplo, houve quatro mortes, duas a mais que em 2013. Mais de 80% dos casos de asfixia ocorrem entre a população idosa e a indústria alimentícia japonesa tenta encontrar soluções - um fabricante de Osaka, por exemplo, oferece uma versão do bolinho de arroz que contém uma enzima para torná-lo menos gelatinoso e mais fácil de engolir. O tradicionalismo do "mochi" envolve até sua fabricação: há cerimônias para bater a massa, por exemplo.
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Sexta tem redução de velocidade na avenida Rebouças e show de Iggy Pop
O QUE AFETA SUA VIDA O corredor Rebouças/Eusébio Matoso, na zona oeste, passa a operar a 50km/h a partir desta sexta (16). A velocidade do túnel Fernando Vieira de Melo também cai entre as avenidas Eusébio Matoso e Rebouças. Fique atento e vá devagar! Quatro vias da zona sul serão bloqueadas para a tradicional Brooklin Fest, que chega à sua 21º edição neste fim de semana. Das 22h de sexta (16) às 4h de segunda (19), trechos das ruas Joaquim Nabuco, Princesa Isabel e Barão do Triunfo ficam interditadas para carros. A festa, que homenageia a cultura alemã, começa no sábado (17) e reúne apresentações de música, dança gastronomia. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (16) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO A máxima pode chegar a 33ºC nesta sexta (16), que terá possibilidade de chuvas em áreas isoladas durante a tarde e noite. A mínima fica em 20ºC. * CULTURA E LAZER O punk rocker Iggy Pop é um dos artistas que sobe ao palco do Audio SP nesta sexta (16), para o primeiro dia de apresentações do Popload Festival. Idealizado pelo jornalista Lucio Ribeiro, o festival reúne o rapper Emicida, a banda escocesa Belle & Sebastian, a cantora americana Natalie Prass e outros nomes. Em dois dias, serão 14 atrações brasileiras e internacionais. Ingr.: R$ 320 a R$480 Estreia nesta sexta (16), na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a peça "Uma Noite sem o Aspirador de Pó". A trama conta a história de uma mulher solitária que passa seus dias conversando com o aspirador de pó na companhia de um gato e uma tartaruga cega. As coisas mudam com a chegada de um vizinho que chega para pedir ração. Ingr.: GRÁTIS Também começa nesta sexta (16) a exposição beneficente de artes visuais Chapel Art Show, com homenagens ao paulistano Nelson Leirner. Quem passar pela Chapel School, na zona sul, pode conferir 80 obras do artista, além de outras 150 de nomes brasileiros como Alex Flemming e Cássio Vasconcelos. Inrg.: GRÁTIS Para se divertir com os pequenos, a 13º edição do Festival Internacional de Cinema Infantil é uma boa opção para o fim de semana. Curtas e longas nacionais e internacionais, como "Os Boxtrolls", serão exibidos no Eldorado Cinemark, a partir das 15h. Ingr.: R$ 23 a R$32 Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Sexta tem redução de velocidade na avenida Rebouças e show de Iggy PopO QUE AFETA SUA VIDA O corredor Rebouças/Eusébio Matoso, na zona oeste, passa a operar a 50km/h a partir desta sexta (16). A velocidade do túnel Fernando Vieira de Melo também cai entre as avenidas Eusébio Matoso e Rebouças. Fique atento e vá devagar! Quatro vias da zona sul serão bloqueadas para a tradicional Brooklin Fest, que chega à sua 21º edição neste fim de semana. Das 22h de sexta (16) às 4h de segunda (19), trechos das ruas Joaquim Nabuco, Princesa Isabel e Barão do Triunfo ficam interditadas para carros. A festa, que homenageia a cultura alemã, começa no sábado (17) e reúne apresentações de música, dança gastronomia. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (16) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO A máxima pode chegar a 33ºC nesta sexta (16), que terá possibilidade de chuvas em áreas isoladas durante a tarde e noite. A mínima fica em 20ºC. * CULTURA E LAZER O punk rocker Iggy Pop é um dos artistas que sobe ao palco do Audio SP nesta sexta (16), para o primeiro dia de apresentações do Popload Festival. Idealizado pelo jornalista Lucio Ribeiro, o festival reúne o rapper Emicida, a banda escocesa Belle & Sebastian, a cantora americana Natalie Prass e outros nomes. Em dois dias, serão 14 atrações brasileiras e internacionais. Ingr.: R$ 320 a R$480 Estreia nesta sexta (16), na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a peça "Uma Noite sem o Aspirador de Pó". A trama conta a história de uma mulher solitária que passa seus dias conversando com o aspirador de pó na companhia de um gato e uma tartaruga cega. As coisas mudam com a chegada de um vizinho que chega para pedir ração. Ingr.: GRÁTIS Também começa nesta sexta (16) a exposição beneficente de artes visuais Chapel Art Show, com homenagens ao paulistano Nelson Leirner. Quem passar pela Chapel School, na zona sul, pode conferir 80 obras do artista, além de outras 150 de nomes brasileiros como Alex Flemming e Cássio Vasconcelos. Inrg.: GRÁTIS Para se divertir com os pequenos, a 13º edição do Festival Internacional de Cinema Infantil é uma boa opção para o fim de semana. Curtas e longas nacionais e internacionais, como "Os Boxtrolls", serão exibidos no Eldorado Cinemark, a partir das 15h. Ingr.: R$ 23 a R$32 Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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O planeta nas cédulas
Nós agora temos uma boa ideia de quem estará nas cédulas em novembro: Hillary Clinton, quase certamente –após sua explosão na Carolina do Sul, os mercados de previsão lhe deram uma probabilidade de 96% de garantir a indicação de seu partido–, e Donald Trump, com elevada probabilidade, atualmente com 80% nos mercados. Mas, mesmo se não houver uma virada impressionante no que resta das primárias, já sabemos muito bem o que estará em jogo: o destino do planeta. Por que digo isso? Obviamente, a divisão partidária sobre a política ambiental tem crescido cada vez mais. Apenas oito anos atrás, John McCain, candidato do partido republicano, tinha uma plataforma que incluía um sistema de "cap and trade" –que restringe as emissões, mas permite que licenças de poluição sejam compradas e vendidas– para limitar gases de efeito estufa. Desde então, porém, a negação da ciência do clima e a oposição a qualquer coisa que possa evitar uma catástrofe se tornaram pilares essenciais da identidade republicana. Assim, a escolha em 2016 é mais gritante do que nunca. No entanto, essa divisão partidária não seria, por si só, suficiente para fazer deste um ano verdadeiramente crucial. Afinal, a eleição de um presidente pró-ambiente não faria muita diferença se ele ou (mais provavelmente) ela não estiverem dispostos a nos levar para longe do precipício. E a verdade é que, dado o retrocesso republicano e o quase bloqueio do partido na Câmara, nem mesmo uma arrasadora vitória democrata seria capaz de criar um ambiente político no qual qualquer proposta parecida com a de McCain em 2008 fosse aprovada pelo congresso. Mas o ponto é: o próximo presidente não terá de aprovar uma legislação abrangente, nem mesmo qualquer legislação, para dar um grande passo para salvar o planeta. Um progresso dramático em tecnologia de energia nos colocou em uma posição em que a ação executiva –ação que se baseia na lei existente– pode alcançar grandes feitos. Tudo de que precisamos é um executivo disposto a pôr essa ação em prática e uma Suprema Corte que não fique em seu caminho. E a eleição deste ano irá determinar se essas condições existirão. Muitas pessoas, incluindo algumas que deveriam ter ainda mais conhecimento, parecem estranhamente alheias à revolução em curso em energia renovável. Recentemente, Bill Gates declarou, como tem feito diversas vezes ao longo dos últimos anos, que precisamos de um "milagre da energia" –algum tipo de avanço tecnológico impressionante– para conter a mudança climática. Mas nós já tivemos esse milagre: o custo da eletricidade gerada pelo vento e pelo sol caiu drasticamente, enquanto os custos de armazenamento, cruciais para tornar as energias renováveis ​​plenamente competitivas em relação à energia convencional, estão afundando enquanto falamos. O resultado é que estamos apenas a alguns anos de um mundo em que as fontes de energia neutras em carbono poderiam substituir grande parte do nosso consumo de combustíveis fósseis a um custo bastante modesto. É verdade que os republicanos ainda repetem roboticamente que qualquer tentativa de limitar as emissões iria "destruir a economia". Mas, neste momento, tais afirmações são absurdas. Tanto uma questão de caráter técnico quanto econômico, as reduções drásticas nas emissões seriam, de fato, bastante fáceis de se alcançar. O que nos levaria para o outro lado seriam políticas moderadamente pró-ambiente. Como economista de carteirinha, sou obrigado a dizer que seria melhor se essas políticas tomassem a forma de um sistema global como o "cap and trade" ou impostos sobre carbono, o que daria incentivos para reduzir as emissões em toda a economia. Mas algo como o Clean Power Plan [plano de energia limpa] da administração Obama, que usaria regulamentos flexíveis impostos pela Agência de Proteção Ambiental sobre os principais emissores, deve ser o suficiente para nos colocar em um longo caminho em direção à meta. E, como eu disse, não haveria necessidade de nenhuma nova legislação, apenas um presidente disposto a agir e uma Suprema Corte que não fique no caminho desse presidente, sacrificando o planeta em nome de uma ideologia conservadora. Além disso, o acordo de Paris do ano passado significa que, se os EUA avançarem sobre a ação climática, grande parte do mundo seguirá seu exemplo. Não sei você, mas eu fico muito nervoso com essa situação. Enquanto a perspectiva de uma ação efetiva sobre o clima parecia remota, fiquei apenas desesperado, e tenho certeza de que muitos outros também, confortavelmente entorpecidos –como sabiam que nada ia acontecer, apenas seguiram em frente. Agora, porém, a salvação está claramente ao nosso alcance, mas continua sendo possível também que arranquemos a derrota das garras da vitória. E essa é, de longe, a questão mais importante que existe; isso supera até mesmo coisas como a saúde, a reforma financeira e a desigualdade. Então, vou lutar desesperadamente durante toda essa eleição. Sem dúvida, haverá muita animação ao longo do caminho, dado o "freak show" ocorrendo em um dos lados. Mas não vou esquecer que o que está em jogo desta vez é muito sério. E você também não deveria. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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O planeta nas cédulasNós agora temos uma boa ideia de quem estará nas cédulas em novembro: Hillary Clinton, quase certamente –após sua explosão na Carolina do Sul, os mercados de previsão lhe deram uma probabilidade de 96% de garantir a indicação de seu partido–, e Donald Trump, com elevada probabilidade, atualmente com 80% nos mercados. Mas, mesmo se não houver uma virada impressionante no que resta das primárias, já sabemos muito bem o que estará em jogo: o destino do planeta. Por que digo isso? Obviamente, a divisão partidária sobre a política ambiental tem crescido cada vez mais. Apenas oito anos atrás, John McCain, candidato do partido republicano, tinha uma plataforma que incluía um sistema de "cap and trade" –que restringe as emissões, mas permite que licenças de poluição sejam compradas e vendidas– para limitar gases de efeito estufa. Desde então, porém, a negação da ciência do clima e a oposição a qualquer coisa que possa evitar uma catástrofe se tornaram pilares essenciais da identidade republicana. Assim, a escolha em 2016 é mais gritante do que nunca. No entanto, essa divisão partidária não seria, por si só, suficiente para fazer deste um ano verdadeiramente crucial. Afinal, a eleição de um presidente pró-ambiente não faria muita diferença se ele ou (mais provavelmente) ela não estiverem dispostos a nos levar para longe do precipício. E a verdade é que, dado o retrocesso republicano e o quase bloqueio do partido na Câmara, nem mesmo uma arrasadora vitória democrata seria capaz de criar um ambiente político no qual qualquer proposta parecida com a de McCain em 2008 fosse aprovada pelo congresso. Mas o ponto é: o próximo presidente não terá de aprovar uma legislação abrangente, nem mesmo qualquer legislação, para dar um grande passo para salvar o planeta. Um progresso dramático em tecnologia de energia nos colocou em uma posição em que a ação executiva –ação que se baseia na lei existente– pode alcançar grandes feitos. Tudo de que precisamos é um executivo disposto a pôr essa ação em prática e uma Suprema Corte que não fique em seu caminho. E a eleição deste ano irá determinar se essas condições existirão. Muitas pessoas, incluindo algumas que deveriam ter ainda mais conhecimento, parecem estranhamente alheias à revolução em curso em energia renovável. Recentemente, Bill Gates declarou, como tem feito diversas vezes ao longo dos últimos anos, que precisamos de um "milagre da energia" –algum tipo de avanço tecnológico impressionante– para conter a mudança climática. Mas nós já tivemos esse milagre: o custo da eletricidade gerada pelo vento e pelo sol caiu drasticamente, enquanto os custos de armazenamento, cruciais para tornar as energias renováveis ​​plenamente competitivas em relação à energia convencional, estão afundando enquanto falamos. O resultado é que estamos apenas a alguns anos de um mundo em que as fontes de energia neutras em carbono poderiam substituir grande parte do nosso consumo de combustíveis fósseis a um custo bastante modesto. É verdade que os republicanos ainda repetem roboticamente que qualquer tentativa de limitar as emissões iria "destruir a economia". Mas, neste momento, tais afirmações são absurdas. Tanto uma questão de caráter técnico quanto econômico, as reduções drásticas nas emissões seriam, de fato, bastante fáceis de se alcançar. O que nos levaria para o outro lado seriam políticas moderadamente pró-ambiente. Como economista de carteirinha, sou obrigado a dizer que seria melhor se essas políticas tomassem a forma de um sistema global como o "cap and trade" ou impostos sobre carbono, o que daria incentivos para reduzir as emissões em toda a economia. Mas algo como o Clean Power Plan [plano de energia limpa] da administração Obama, que usaria regulamentos flexíveis impostos pela Agência de Proteção Ambiental sobre os principais emissores, deve ser o suficiente para nos colocar em um longo caminho em direção à meta. E, como eu disse, não haveria necessidade de nenhuma nova legislação, apenas um presidente disposto a agir e uma Suprema Corte que não fique no caminho desse presidente, sacrificando o planeta em nome de uma ideologia conservadora. Além disso, o acordo de Paris do ano passado significa que, se os EUA avançarem sobre a ação climática, grande parte do mundo seguirá seu exemplo. Não sei você, mas eu fico muito nervoso com essa situação. Enquanto a perspectiva de uma ação efetiva sobre o clima parecia remota, fiquei apenas desesperado, e tenho certeza de que muitos outros também, confortavelmente entorpecidos –como sabiam que nada ia acontecer, apenas seguiram em frente. Agora, porém, a salvação está claramente ao nosso alcance, mas continua sendo possível também que arranquemos a derrota das garras da vitória. E essa é, de longe, a questão mais importante que existe; isso supera até mesmo coisas como a saúde, a reforma financeira e a desigualdade. Então, vou lutar desesperadamente durante toda essa eleição. Sem dúvida, haverá muita animação ao longo do caminho, dado o "freak show" ocorrendo em um dos lados. Mas não vou esquecer que o que está em jogo desta vez é muito sério. E você também não deveria. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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PF apura omissão em declaração de bens de prefeito petista de Hortolândia
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (20) oito mandados de busca e apreensão na residência e em empresas ligadas ao prefeito Antonio Meira (PT), de Hortolândia (a 109 km de São Paulo). Meira é investigado por suposta omissão de dados na declaração de bens dada à Justiça Eleitoral e pode responder por crime de falsificação de declaração. A pena é de até cinco anos de prisão. Segundo a PF, na declaração não constava a propriedade de diversos imóveis em seu nome, sendo que o valor apresentado para parte dos bens declarados é "visivelmente inferior" ao de mercado. Os mandados foram expedidos pela Procuradoria Regional Eleitoral na operação Fio da Meada. Foram recolhidos documentos que podem comprovar a relação do prefeito nos imóveis. A PF apura agora os motivos pelos quais o petista não informou os imóveis à Justiça. Isso inclui apuração de lavagem de dinheiro ou até outros crimes. Meira ainda não se manifestou oficialmente sobre as apreensões. Em um dos casos, de acordo com a corporação, uma testemunha afirmou ter vendido uma fazenda ao escritório contábil do qual o prefeito é sócio no valor de R$ 1,5 milhão, que foram pagos em dinheiro. A polícia quer saber a origem do dinheiro, considerando que o prefeito informou o valor de sua participação na empresa em R$ 5.868. O escritório é em sociedade com o irmão, Aparecido Antônio Meira, que é vereador em Hortolândia pelo PRP. O Ministério Público também está no caso e apura crimes de improbidade administrativa. O sigilo fiscal do prefeito, da sua mulher Cleudice Baldo Meira, secretária da Educação, e do irmão, já foram quebrados. O vereador Aparecido Meira ainda não se manifestou oficialmente sobre a apuração. O advogado André Guimarães, que representa o prefeito de Hortolândia, sua mulher e o irmão do vereador, informou que eles veem com tranquilidade a operação da Polícia Federal e que não há prática de crime de falsificação de declaração. "A Procuradoria Regional Eleitoral pediu a busca e apreensão para tentar reunir provas num inquérito que existe há dois anos. Já apresentamos todos os documentos e os meus clientes estão tranquilos com relação à investigação", disse. Sobre a compra da fazenda, Guimarães informou que o negócio foi feito há 20 anos e o valor exato da aquisição à época foi de R$ 101,4 mil. "Portanto, não há o que falar sobre outros valores, conforme relatado [pela PF]", disse o advogado.
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PF apura omissão em declaração de bens de prefeito petista de HortolândiaA Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (20) oito mandados de busca e apreensão na residência e em empresas ligadas ao prefeito Antonio Meira (PT), de Hortolândia (a 109 km de São Paulo). Meira é investigado por suposta omissão de dados na declaração de bens dada à Justiça Eleitoral e pode responder por crime de falsificação de declaração. A pena é de até cinco anos de prisão. Segundo a PF, na declaração não constava a propriedade de diversos imóveis em seu nome, sendo que o valor apresentado para parte dos bens declarados é "visivelmente inferior" ao de mercado. Os mandados foram expedidos pela Procuradoria Regional Eleitoral na operação Fio da Meada. Foram recolhidos documentos que podem comprovar a relação do prefeito nos imóveis. A PF apura agora os motivos pelos quais o petista não informou os imóveis à Justiça. Isso inclui apuração de lavagem de dinheiro ou até outros crimes. Meira ainda não se manifestou oficialmente sobre as apreensões. Em um dos casos, de acordo com a corporação, uma testemunha afirmou ter vendido uma fazenda ao escritório contábil do qual o prefeito é sócio no valor de R$ 1,5 milhão, que foram pagos em dinheiro. A polícia quer saber a origem do dinheiro, considerando que o prefeito informou o valor de sua participação na empresa em R$ 5.868. O escritório é em sociedade com o irmão, Aparecido Antônio Meira, que é vereador em Hortolândia pelo PRP. O Ministério Público também está no caso e apura crimes de improbidade administrativa. O sigilo fiscal do prefeito, da sua mulher Cleudice Baldo Meira, secretária da Educação, e do irmão, já foram quebrados. O vereador Aparecido Meira ainda não se manifestou oficialmente sobre a apuração. O advogado André Guimarães, que representa o prefeito de Hortolândia, sua mulher e o irmão do vereador, informou que eles veem com tranquilidade a operação da Polícia Federal e que não há prática de crime de falsificação de declaração. "A Procuradoria Regional Eleitoral pediu a busca e apreensão para tentar reunir provas num inquérito que existe há dois anos. Já apresentamos todos os documentos e os meus clientes estão tranquilos com relação à investigação", disse. Sobre a compra da fazenda, Guimarães informou que o negócio foi feito há 20 anos e o valor exato da aquisição à época foi de R$ 101,4 mil. "Portanto, não há o que falar sobre outros valores, conforme relatado [pela PF]", disse o advogado.
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Marina Melo canta violência contra a mulher em álbum de estreia
Quando decidiu incluir a música "Laura" às vésperas da gravação do seu primeiro disco, a paulistana Marina Melo não imaginava o que as páginas policiais reservavam para o mês de lançamento de "Soft Apocalipse". O caso da adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo em uma favela no Rio tornou o álbum mais ligado ao cotidiano. "Laura", que a cantora exibe nesta edição do "TV Folha Playlist", foi composta antes do ocorrido, quando as redes sociais já haviam sido tomadas pelas revelações de primeiros assédios sofridos por mulheres. "Na verdade, essas coisas vêm acontecendo há muito tempo e estão aflorando agora. Essa música não é atual por causa dos 33 estupradores, é atual há anos e espero que deixe de ser", diz Marina no vídeo acima. No programa, a cantora também apresenta "Saudade". Ambas as faixas (assista abaixo) compõem o "Soft Apocalipse", que deve ser lançado em um show no Centro Cultural Rio Verde, em São Paulo, no final de junho. "Laura" Assista "Saudade" Assista
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Marina Melo canta violência contra a mulher em álbum de estreiaQuando decidiu incluir a música "Laura" às vésperas da gravação do seu primeiro disco, a paulistana Marina Melo não imaginava o que as páginas policiais reservavam para o mês de lançamento de "Soft Apocalipse". O caso da adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo em uma favela no Rio tornou o álbum mais ligado ao cotidiano. "Laura", que a cantora exibe nesta edição do "TV Folha Playlist", foi composta antes do ocorrido, quando as redes sociais já haviam sido tomadas pelas revelações de primeiros assédios sofridos por mulheres. "Na verdade, essas coisas vêm acontecendo há muito tempo e estão aflorando agora. Essa música não é atual por causa dos 33 estupradores, é atual há anos e espero que deixe de ser", diz Marina no vídeo acima. No programa, a cantora também apresenta "Saudade". Ambas as faixas (assista abaixo) compõem o "Soft Apocalipse", que deve ser lançado em um show no Centro Cultural Rio Verde, em São Paulo, no final de junho. "Laura" Assista "Saudade" Assista
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Gripado, Cássio desfalca o Corinthians contra o Sport
O técnico do Corinthians, Tite, não poderá contar com o goleiro Cássio para o jogo contra o Sport, marcado para este domingo (29), às 17h, na Arena Pernambuco, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Convocado para a seleção brasileira para os jogos contra a Argentina e Peru, Cássio foi vetado em razão de uma gripe. Assim, Walter será o titular no gol. Outro desfalque será o lateral esquerdo Arana, que realizou um procedimento cirúrgico para retirar um abcesso na coxa direita. Tite também cogita poupar alguns jogadores considerados titulares, como Felipe, Elias e Renato Augusto. Assim, a provável escalação do Corinthians é Walter; Fagner, Edu Dracena, Gil e Uendel; Cristian; Romero, Bruno Henrique, Rodriguinho e Jadson; Vagner Love. Com 80 pontos, o clube pode superar a campanha realizada pelo Cruzeiro em 2014 —a melhor desde 2006, quando o Brasileiro passou a ter 20 clubes. No ano passado, a equipe mineira terminou a competição com a mesma pontuação já conquistada pelo time de Tite. ALEXANDRE PATO Em entrevista ao programa Esporte Fantástico, da TV Record, exibido nESTE sábado (28), o treinador corintiano voltou a dizer que gostaria de contar com o atacante Alexandre Pato, que está emprestado ao São Paulo. "É um atleta do clube, valorizado que é pela qualidade que tem. Eu quero o Alexandre Pato", disse Tite. O atacante retorna de empréstimo no início do ano.
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Gripado, Cássio desfalca o Corinthians contra o SportO técnico do Corinthians, Tite, não poderá contar com o goleiro Cássio para o jogo contra o Sport, marcado para este domingo (29), às 17h, na Arena Pernambuco, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Convocado para a seleção brasileira para os jogos contra a Argentina e Peru, Cássio foi vetado em razão de uma gripe. Assim, Walter será o titular no gol. Outro desfalque será o lateral esquerdo Arana, que realizou um procedimento cirúrgico para retirar um abcesso na coxa direita. Tite também cogita poupar alguns jogadores considerados titulares, como Felipe, Elias e Renato Augusto. Assim, a provável escalação do Corinthians é Walter; Fagner, Edu Dracena, Gil e Uendel; Cristian; Romero, Bruno Henrique, Rodriguinho e Jadson; Vagner Love. Com 80 pontos, o clube pode superar a campanha realizada pelo Cruzeiro em 2014 —a melhor desde 2006, quando o Brasileiro passou a ter 20 clubes. No ano passado, a equipe mineira terminou a competição com a mesma pontuação já conquistada pelo time de Tite. ALEXANDRE PATO Em entrevista ao programa Esporte Fantástico, da TV Record, exibido nESTE sábado (28), o treinador corintiano voltou a dizer que gostaria de contar com o atacante Alexandre Pato, que está emprestado ao São Paulo. "É um atleta do clube, valorizado que é pela qualidade que tem. Eu quero o Alexandre Pato", disse Tite. O atacante retorna de empréstimo no início do ano.
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Fernando Baiano 'fez uma calhordice' ao delatar Cerveró, disse Delcídio
Na reunião gravada pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que o lobista Fernando Baiano "fez uma calhordice" ao assinar delação premiada e acusar Cerveró de corrupção. A gravação provocou nesta quarta-feira (25) a prisão de Delcídio, do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, do banqueiro André Esteves e uma ordem de prisão para o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que está no exterior. A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil. "É uma vergonha o que ele fez! Bicho! Para as oportunidades que o Nestor deu, porra!", comentou Delcídio. E completou: "Fernando fazer uma calhordice dessa, uma canalhice dessas". Ao falar sobre o mesmo assunto, o advogado Edson Ribeiro disse que Sérgio Riera, advogado de Fernando Baiano, "traiu". Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, concorda: "Sim, ele fez o jogo do Ministério Público, assinou". Bernardo comenta que Fernando Baiano já está solto e o advogado também fala sobre o doleiro Alberto Youssef, que fez delação mas continua preso em Curitiba. "Youssef em cada delação que faz, ele melhora a situação dele lá dentro", disse Edson Ribeiro. O advogado comentou ainda que Fernando Baiano "segurou para o Eduardo, não botou o nome do Eduardo", mas não deixa claro se está se referindo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Neste caso, Cunha foi efetivamente citado pela delação do lobista, que disse ter lhe entregue propina. A defesa de Delcídio disse, em nota ontem, que sua prisão desrespeita a Constituição e questionou a credibilidade do delator.
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Fernando Baiano 'fez uma calhordice' ao delatar Cerveró, disse DelcídioNa reunião gravada pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que o lobista Fernando Baiano "fez uma calhordice" ao assinar delação premiada e acusar Cerveró de corrupção. A gravação provocou nesta quarta-feira (25) a prisão de Delcídio, do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, do banqueiro André Esteves e uma ordem de prisão para o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que está no exterior. A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil. "É uma vergonha o que ele fez! Bicho! Para as oportunidades que o Nestor deu, porra!", comentou Delcídio. E completou: "Fernando fazer uma calhordice dessa, uma canalhice dessas". Ao falar sobre o mesmo assunto, o advogado Edson Ribeiro disse que Sérgio Riera, advogado de Fernando Baiano, "traiu". Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, concorda: "Sim, ele fez o jogo do Ministério Público, assinou". Bernardo comenta que Fernando Baiano já está solto e o advogado também fala sobre o doleiro Alberto Youssef, que fez delação mas continua preso em Curitiba. "Youssef em cada delação que faz, ele melhora a situação dele lá dentro", disse Edson Ribeiro. O advogado comentou ainda que Fernando Baiano "segurou para o Eduardo, não botou o nome do Eduardo", mas não deixa claro se está se referindo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Neste caso, Cunha foi efetivamente citado pela delação do lobista, que disse ter lhe entregue propina. A defesa de Delcídio disse, em nota ontem, que sua prisão desrespeita a Constituição e questionou a credibilidade do delator.
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Mau humor global e BC fazem dólar subir a R$ 3,57; Bolsa recua quase 2%
O dólar volta a se fortalecer frente a várias moedas nesta terça-feira (3), com o aumento das preocupações em relação ao crescimento da economia global. As commodities recuam, pressionando os ativos de países emergentes. No Brasil, a moeda americana sobe mais de 2%, impulsionada também por mais uma atuação do Banco Central no mercado de câmbio. O Ibovespa acompanha seus pares globais em meio ao mau humor generalizado, e perde mais de 2%, com a forte queda das ações de bancos, Vale e Petrobras. Os juros futuros também sobem, seguindo o aumento do dólar e da aversão ao risco. Segundo analistas, apesar do otimismo de investidores com um eventual governo de Michel Temer, predomina a cautela em relação aos desdobramentos no cenário político. O mercado aguarda a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, na semana que vem. CÃMBIO E JUROS O dólar à vista subia há pouco 2,42%, a R$ 3,5752; o dólar comercial avançava 2,46%, a R$ 3,5770. O Banco Central realizou nesta manhã mais um leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária. Foram leiloados apenas 9.800 dos 20.000 contratos ofertados, no montante de US$ 490 milhões. Mas a maior pressão de alta da moeda americana vem do exterior. Os mercados globais reagem a novos sinais de desaceleração da economia global, particularmente na China. O BCE (Banco Central Europeu) disse nesta terça-feira que a fraqueza das economias emergentes pode ser duradoura, representando riscos ao crescimento até das economias avançadas. Como consequência da maior aversão ao risco, os juros futuros sobem no mercado doméstico. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,660% para 13,675% e o de DI para janeiro de 2021 subia de 12,410% para 12,530%. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, ganhava 2,51%, para 345,856 pontos. BOLSA O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 1,98%, aos 52.501,18 pontos. As ações da Vale recuavam 5,11%, a R$ 14,83 (PNA) e 6,13%, a R$ 18,65 (ON), reagindo à queda de mais de 4% no preço do minério de ferro na China. Os papéis da Petrobras perdiam 3,34%, a R$ 9,83 (PN), e 2,71%, a R$ 12,91 (ON). Em Londres, o petróleo Brent caía 1,94%, a US$ 44,94 o barril, enquanto em Nova York o petróleo tipo WTI recuava 2,52%, a US$ 43,65, com novas preocupações em relação ao excesso de oferta global. Itaú Unibanco PN liderava as quedas do setor financeiro, com -4,31%. O maior banco privado brasileiro anunciou nesta terça-feira (3) que seu lucro líquido do período somou R$ 5,184 bilhões, queda de 9,6% em relação aos R$ 5,733 bilhões observados no mesmo período de 2015. Foi ainda o menor lucro desde o segundo trimestre de 2014. O banco também informou que o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9% no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2015 era de 3%. Foi o maior patamar desde setembro de 2013. Ainda no setor, Banco do Brasil ON caía 3,52%; Bradesco PN, -1,89%; Santander unit, -0,60%; e BM&FBovespa ON, -1,40%. "O cenário doméstico não mostra nenhuma novidade passível de digerir esse mau humor externo e o dia também será difícil por aqui. Resultados corporativos mostram a difícil realidade que a esperança tratou de mascarar com a alta recente da Bolsa", comenta a equipe da Lerosa Investimentos, em relatório. EXTERIOR Balanços fracos de empresas no primeiro trimestre também são outro fator de pressão para os índices acionários no exterior. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 1,09%; o S&P 500, -1,11% e o Nasdaq, -1,22%. Na Europa, a Bolsa de Londres perdia 0,81%; Paris, -1,33%; Frankfurt, -1,74%; Madri, -2,66%; e Milão, -2,24%. Na Ásia, as Bolsas chinesas subiram na volta do feriado desta segunda-feira (2), apesar de dados sinalizando a desaceleração da economia do país. A Bolsa de Tóquio ficou fechada por conta de um feriado que durará até quinta-feira (5). O iene, no entanto, bateu nova máxima em 18 meses ante o dólar, impulsionado pelos temores de desaceleração global.
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Mau humor global e BC fazem dólar subir a R$ 3,57; Bolsa recua quase 2%O dólar volta a se fortalecer frente a várias moedas nesta terça-feira (3), com o aumento das preocupações em relação ao crescimento da economia global. As commodities recuam, pressionando os ativos de países emergentes. No Brasil, a moeda americana sobe mais de 2%, impulsionada também por mais uma atuação do Banco Central no mercado de câmbio. O Ibovespa acompanha seus pares globais em meio ao mau humor generalizado, e perde mais de 2%, com a forte queda das ações de bancos, Vale e Petrobras. Os juros futuros também sobem, seguindo o aumento do dólar e da aversão ao risco. Segundo analistas, apesar do otimismo de investidores com um eventual governo de Michel Temer, predomina a cautela em relação aos desdobramentos no cenário político. O mercado aguarda a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, na semana que vem. CÃMBIO E JUROS O dólar à vista subia há pouco 2,42%, a R$ 3,5752; o dólar comercial avançava 2,46%, a R$ 3,5770. O Banco Central realizou nesta manhã mais um leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária. Foram leiloados apenas 9.800 dos 20.000 contratos ofertados, no montante de US$ 490 milhões. Mas a maior pressão de alta da moeda americana vem do exterior. Os mercados globais reagem a novos sinais de desaceleração da economia global, particularmente na China. O BCE (Banco Central Europeu) disse nesta terça-feira que a fraqueza das economias emergentes pode ser duradoura, representando riscos ao crescimento até das economias avançadas. Como consequência da maior aversão ao risco, os juros futuros sobem no mercado doméstico. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,660% para 13,675% e o de DI para janeiro de 2021 subia de 12,410% para 12,530%. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, ganhava 2,51%, para 345,856 pontos. BOLSA O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 1,98%, aos 52.501,18 pontos. As ações da Vale recuavam 5,11%, a R$ 14,83 (PNA) e 6,13%, a R$ 18,65 (ON), reagindo à queda de mais de 4% no preço do minério de ferro na China. Os papéis da Petrobras perdiam 3,34%, a R$ 9,83 (PN), e 2,71%, a R$ 12,91 (ON). Em Londres, o petróleo Brent caía 1,94%, a US$ 44,94 o barril, enquanto em Nova York o petróleo tipo WTI recuava 2,52%, a US$ 43,65, com novas preocupações em relação ao excesso de oferta global. Itaú Unibanco PN liderava as quedas do setor financeiro, com -4,31%. O maior banco privado brasileiro anunciou nesta terça-feira (3) que seu lucro líquido do período somou R$ 5,184 bilhões, queda de 9,6% em relação aos R$ 5,733 bilhões observados no mesmo período de 2015. Foi ainda o menor lucro desde o segundo trimestre de 2014. O banco também informou que o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9% no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2015 era de 3%. Foi o maior patamar desde setembro de 2013. Ainda no setor, Banco do Brasil ON caía 3,52%; Bradesco PN, -1,89%; Santander unit, -0,60%; e BM&FBovespa ON, -1,40%. "O cenário doméstico não mostra nenhuma novidade passível de digerir esse mau humor externo e o dia também será difícil por aqui. Resultados corporativos mostram a difícil realidade que a esperança tratou de mascarar com a alta recente da Bolsa", comenta a equipe da Lerosa Investimentos, em relatório. EXTERIOR Balanços fracos de empresas no primeiro trimestre também são outro fator de pressão para os índices acionários no exterior. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 1,09%; o S&P 500, -1,11% e o Nasdaq, -1,22%. Na Europa, a Bolsa de Londres perdia 0,81%; Paris, -1,33%; Frankfurt, -1,74%; Madri, -2,66%; e Milão, -2,24%. Na Ásia, as Bolsas chinesas subiram na volta do feriado desta segunda-feira (2), apesar de dados sinalizando a desaceleração da economia do país. A Bolsa de Tóquio ficou fechada por conta de um feriado que durará até quinta-feira (5). O iene, no entanto, bateu nova máxima em 18 meses ante o dólar, impulsionado pelos temores de desaceleração global.
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'Não procuro emprego', diz procurador em resposta a críticos no Congresso
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira (25) que não procura emprego e que exerce um cargo público obtido por concurso, criticando indiretamente as iniciativas do Congresso Nacional em impedir sua recondução ao cargo como retaliação às investigações contra parlamentares na Operação Lava Jato. "Eu não procuro emprego. Eu tenho uma função pública que assumi por concurso público e a exerço há 31 anos", declarou, durante evento na Procuradoria-Geral da República de lançamento de campanha de combate à corrupção. Ao fazer a crítica, porém, ele não fez referência direta às iniciativas de parlamentares de impedirem a renovação de mandato do procurador-geral, que termina em setembro. Janot também afirmou que, se um procurador não fizer, outro o fará, ressaltando a "impessoalidade" da atuação do órgão, uma crítica às declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que Janot o está investigando por "querela pessoal". "Caso um não possa fazer, não se iludam, outro com muito mais razão e mais força o fará. Assim nos ordena a Constituição, a República, a democracia, e nós todos membros do Ministério Público a esses ditames nos rendemos, para que possamos prosseguir no combate à corrupção", disse Janot. O procurador-geral ainda defendeu uma reforma política que dê "novos contornos à representatividade advinda do povo" e disse que a sociedade civil deve ser ouvida, citando a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). #CORRUPÇÃONÃO A PGR lançou nesta segunda a campanha de combate à corrupção com ênfase nas redes sociais, #corrupçãonão (formato no qual são divulgados temas em redes sociais). Também comemorou os dez anos da cooperação internacional do Ministério Público Federal com um seminário realizado nesta segunda e na terça-feira (26).
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'Não procuro emprego', diz procurador em resposta a críticos no CongressoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira (25) que não procura emprego e que exerce um cargo público obtido por concurso, criticando indiretamente as iniciativas do Congresso Nacional em impedir sua recondução ao cargo como retaliação às investigações contra parlamentares na Operação Lava Jato. "Eu não procuro emprego. Eu tenho uma função pública que assumi por concurso público e a exerço há 31 anos", declarou, durante evento na Procuradoria-Geral da República de lançamento de campanha de combate à corrupção. Ao fazer a crítica, porém, ele não fez referência direta às iniciativas de parlamentares de impedirem a renovação de mandato do procurador-geral, que termina em setembro. Janot também afirmou que, se um procurador não fizer, outro o fará, ressaltando a "impessoalidade" da atuação do órgão, uma crítica às declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que Janot o está investigando por "querela pessoal". "Caso um não possa fazer, não se iludam, outro com muito mais razão e mais força o fará. Assim nos ordena a Constituição, a República, a democracia, e nós todos membros do Ministério Público a esses ditames nos rendemos, para que possamos prosseguir no combate à corrupção", disse Janot. O procurador-geral ainda defendeu uma reforma política que dê "novos contornos à representatividade advinda do povo" e disse que a sociedade civil deve ser ouvida, citando a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). #CORRUPÇÃONÃO A PGR lançou nesta segunda a campanha de combate à corrupção com ênfase nas redes sociais, #corrupçãonão (formato no qual são divulgados temas em redes sociais). Também comemorou os dez anos da cooperação internacional do Ministério Público Federal com um seminário realizado nesta segunda e na terça-feira (26).
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Seen, no alto do hotel Tivoli Mofarrej, tem comida desequilibrada e preços extravagantes
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O Seen pode atrair por alguns atributos. Primeiro, o óbvio: fica no 23o andar do hotel Tivoli Mofarrej e, inteiro envidraçado, oferece uma supervista da cidade. O salão tem seu charme, pé-direito alto, um bar central, lustres modernos, sofá de veludo. Para quem é afeito, é um belo lugar para ver e ser visto, tem música alta, luz baixa (mal dá para enxergar a comida) e um ar de exclusividade. A comida, pois, parece secundária no Seen. Falta unidade ao cardápio e os preços são extravagantes —não condizem com o que entrega. Eis, por exemplo, vieiras gratinadas, deitadas sobre creme de alho-poró e cogumelos. Quatro unidades custam R$ 98 e nem sequer podem ser celebradas. Sua delicadeza é massacrada por uma miscelânea de sabores —o perfume exuberante do azeite trufado, o parmesão maçaricado por cima. Uma violência ao molusco. Do mar sai-se bem o ceviche, com equilíbrio, potência e brasilidade (R$ 45). Lâminas de peixe branco (este varia de acordo com a oferta, provei um bom linguado) passam rapidamente por uma marinada e mantêm textura preservada. O peixe é acomodado em um tucupi concentrado, intenso e com harmoniosa picância, e servido com sagu de coco, que traz delicadeza ao todo —na textura gelatinosa e no sabor suave. Falha a mandioca frita que guarnece o prato, com excesso de gordura. A fritura do cordeiro à milanesa, porém, foi bem caprichada. Finas fatias avermelhadas e tenras surgem envolvidas em farinha de pão, crocante e sequinha. Não fosse o exagero de alecrim no preparo, seria um acerto total (R$ 78, sem acompanhamentos). Pode soar preciosismo, mas também não consigo levar a sério um cardápio que anuncia penne com camarão ao molho de champanhe, dill e pera (R$ 64) e leva à mesa uma massa passada do ponto, embalada em creme de leite com espumante e crustáceos tristes, passados do ponto. Muita pompa para pouca entrega. Por falar em pompa, o balcão de sushi é pura ostentação e, de novo, não há equilíbrio: é um mata-mata de sabores e um incontido uso de azeite de trufa. Na ala dos "especiais", sushi de atum, foie gras e alho-poró crispy (este murcho, embebido em gordura; R$ 42, a dupla) e wagyu, salsa de trufa negra e ovo de codorna (R$ 44, a dupla). Para chegar ao topo, há que cruzar os recepcionistas, subir 23 andares, dar o nome à hostess, atravessar uma cortina de veludo. Sentar ao balcão para esperar um lugar (a casa anda lotada), sentar à mesa e aguardar os pratos e, bem, comer quando a fome até já passou. Não falemos (de novo) da conta. Você está disposto? Seen Onde: Hotel Tivoli Mofarrej (al. Santos, 1.437, 23o andar); tel, 3146-5923. Quando: de seg. a qui., das 19h à 1h; sex. e sáb., das 19h às 2h. Avaliação: regular.
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Seen, no alto do hotel Tivoli Mofarrej, tem comida desequilibrada e preços extravagantesLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O Seen pode atrair por alguns atributos. Primeiro, o óbvio: fica no 23o andar do hotel Tivoli Mofarrej e, inteiro envidraçado, oferece uma supervista da cidade. O salão tem seu charme, pé-direito alto, um bar central, lustres modernos, sofá de veludo. Para quem é afeito, é um belo lugar para ver e ser visto, tem música alta, luz baixa (mal dá para enxergar a comida) e um ar de exclusividade. A comida, pois, parece secundária no Seen. Falta unidade ao cardápio e os preços são extravagantes —não condizem com o que entrega. Eis, por exemplo, vieiras gratinadas, deitadas sobre creme de alho-poró e cogumelos. Quatro unidades custam R$ 98 e nem sequer podem ser celebradas. Sua delicadeza é massacrada por uma miscelânea de sabores —o perfume exuberante do azeite trufado, o parmesão maçaricado por cima. Uma violência ao molusco. Do mar sai-se bem o ceviche, com equilíbrio, potência e brasilidade (R$ 45). Lâminas de peixe branco (este varia de acordo com a oferta, provei um bom linguado) passam rapidamente por uma marinada e mantêm textura preservada. O peixe é acomodado em um tucupi concentrado, intenso e com harmoniosa picância, e servido com sagu de coco, que traz delicadeza ao todo —na textura gelatinosa e no sabor suave. Falha a mandioca frita que guarnece o prato, com excesso de gordura. A fritura do cordeiro à milanesa, porém, foi bem caprichada. Finas fatias avermelhadas e tenras surgem envolvidas em farinha de pão, crocante e sequinha. Não fosse o exagero de alecrim no preparo, seria um acerto total (R$ 78, sem acompanhamentos). Pode soar preciosismo, mas também não consigo levar a sério um cardápio que anuncia penne com camarão ao molho de champanhe, dill e pera (R$ 64) e leva à mesa uma massa passada do ponto, embalada em creme de leite com espumante e crustáceos tristes, passados do ponto. Muita pompa para pouca entrega. Por falar em pompa, o balcão de sushi é pura ostentação e, de novo, não há equilíbrio: é um mata-mata de sabores e um incontido uso de azeite de trufa. Na ala dos "especiais", sushi de atum, foie gras e alho-poró crispy (este murcho, embebido em gordura; R$ 42, a dupla) e wagyu, salsa de trufa negra e ovo de codorna (R$ 44, a dupla). Para chegar ao topo, há que cruzar os recepcionistas, subir 23 andares, dar o nome à hostess, atravessar uma cortina de veludo. Sentar ao balcão para esperar um lugar (a casa anda lotada), sentar à mesa e aguardar os pratos e, bem, comer quando a fome até já passou. Não falemos (de novo) da conta. Você está disposto? Seen Onde: Hotel Tivoli Mofarrej (al. Santos, 1.437, 23o andar); tel, 3146-5923. Quando: de seg. a qui., das 19h à 1h; sex. e sáb., das 19h às 2h. Avaliação: regular.
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Biografia conta história de superação de Serginho no vôlei
"Chegou um magrelo, perninhas finas, shortinho, camisetinha branca. Não tinha a menor postura de jogador. Eu me perguntei: 'Será que isso joga, meu Deus?'. Mas como era a última seletiva e não tinha ninguém para jogar, eu o vi bater bola e falei: 'Acho que pode dar certo'." São as impressões da professora Sílvia Souza Lima registradas no recém-lançado "Degrau por Degrau - A Trajetória de Serginho, de Pirituba ao Olimpo", de autoria de Daniel Bortoletto, jornalista do diário "Lance!". Sílvia foi a responsável por dar a primeira chance no vôlei ao menino Sergio Dutra Santos, e logo no Palmeiras -ele é corintiano fanático e hoje, aos 41 anos, joga no Corinthians/Guarulhos. Àquela altura, o garoto já havia tentado a peneira de clubes como Banespa e Pirelli, sem sucesso. Um dos méritos do livro, aliás, é narrar com clareza e fluência os anos de sacrifício de Serginho antes de se tornar o maior medalhista em esportes coletivos da história olímpica do Brasil, com dois ouros (Atenas-2004 e Rio-2016) e duas pratas (Pequim-2008 e Londres-2012). Nascido em Diamante do Norte (PR), ele se mudou com a família para São Paulo quando tinha só nove meses. Na adolescência em uma área carente do bairro de Pirituba, na zona norte paulistana, ele trabalhou como empacotador e vendedor ambulante, entre outro bicos. "Não passávamos fome, mas às vezes a quantidade não dava pra todo mundo. Se alguém estava com mais fome, o outro dava um pouco da sua parte", conta Nei, irmão caçula de Serginho, no primeiro capítulo. Outro trunfo do livro é a descrição de momentos memoráveis. Em detalhes, o autor mostra como uma fala de Serginho antes da disputa contra a França, na Rio-2016, foi determinante para que a equipe, enfim, ganhasse ímpeto rumo ao título. O líbero lançou mão de uma imagem forte, uma UTI, para lembrar os problemas pulmonares que seu segundo filho, Matheus, havia tido logo após o nascimento. Também recorreu a UTI como símbolo do fim que estava próximo -uma derrota para a França eliminaria a seleção brasileira e seria a despedida olímpica de Serginho. A emoção dos atletas após a fala dele contribuiu para o time se reerguer até alcançar o ápice, a vitória na partida final, contra a Itália. Há, contudo, problemas evidentes no livro. O autor reitera conceitos genéricos, como garra e resistência, mas pouco explora aspectos técnicos. Quais os métodos de treinamento levaram Serginho a lapidar o passe a ponto de alcançar a precisão que acostumamos a ver? Não é um detalhe em se tratando do maior líbero da história. "Degrau por Degrau" aborda conflitos que tumultuaram a seleção, como o que levou à saída do levantador Ricardinho. Mas não expõe detalhes, como era de se esperar em uma obra de fôlego. Por fim, um índice onomástico viria bem a calhar. DEGRAU POR DEGRAU AUTOR Daniel Bortoletto EDITORA Planeta (254 págs.) QUANTO R$ 36,90 CLASSIFICAÇÃO bom
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Biografia conta história de superação de Serginho no vôlei"Chegou um magrelo, perninhas finas, shortinho, camisetinha branca. Não tinha a menor postura de jogador. Eu me perguntei: 'Será que isso joga, meu Deus?'. Mas como era a última seletiva e não tinha ninguém para jogar, eu o vi bater bola e falei: 'Acho que pode dar certo'." São as impressões da professora Sílvia Souza Lima registradas no recém-lançado "Degrau por Degrau - A Trajetória de Serginho, de Pirituba ao Olimpo", de autoria de Daniel Bortoletto, jornalista do diário "Lance!". Sílvia foi a responsável por dar a primeira chance no vôlei ao menino Sergio Dutra Santos, e logo no Palmeiras -ele é corintiano fanático e hoje, aos 41 anos, joga no Corinthians/Guarulhos. Àquela altura, o garoto já havia tentado a peneira de clubes como Banespa e Pirelli, sem sucesso. Um dos méritos do livro, aliás, é narrar com clareza e fluência os anos de sacrifício de Serginho antes de se tornar o maior medalhista em esportes coletivos da história olímpica do Brasil, com dois ouros (Atenas-2004 e Rio-2016) e duas pratas (Pequim-2008 e Londres-2012). Nascido em Diamante do Norte (PR), ele se mudou com a família para São Paulo quando tinha só nove meses. Na adolescência em uma área carente do bairro de Pirituba, na zona norte paulistana, ele trabalhou como empacotador e vendedor ambulante, entre outro bicos. "Não passávamos fome, mas às vezes a quantidade não dava pra todo mundo. Se alguém estava com mais fome, o outro dava um pouco da sua parte", conta Nei, irmão caçula de Serginho, no primeiro capítulo. Outro trunfo do livro é a descrição de momentos memoráveis. Em detalhes, o autor mostra como uma fala de Serginho antes da disputa contra a França, na Rio-2016, foi determinante para que a equipe, enfim, ganhasse ímpeto rumo ao título. O líbero lançou mão de uma imagem forte, uma UTI, para lembrar os problemas pulmonares que seu segundo filho, Matheus, havia tido logo após o nascimento. Também recorreu a UTI como símbolo do fim que estava próximo -uma derrota para a França eliminaria a seleção brasileira e seria a despedida olímpica de Serginho. A emoção dos atletas após a fala dele contribuiu para o time se reerguer até alcançar o ápice, a vitória na partida final, contra a Itália. Há, contudo, problemas evidentes no livro. O autor reitera conceitos genéricos, como garra e resistência, mas pouco explora aspectos técnicos. Quais os métodos de treinamento levaram Serginho a lapidar o passe a ponto de alcançar a precisão que acostumamos a ver? Não é um detalhe em se tratando do maior líbero da história. "Degrau por Degrau" aborda conflitos que tumultuaram a seleção, como o que levou à saída do levantador Ricardinho. Mas não expõe detalhes, como era de se esperar em uma obra de fôlego. Por fim, um índice onomástico viria bem a calhar. DEGRAU POR DEGRAU AUTOR Daniel Bortoletto EDITORA Planeta (254 págs.) QUANTO R$ 36,90 CLASSIFICAÇÃO bom
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Lesionados se reapresentam antes no São Paulo
O elenco do São Paulo só se reapresenta na próxima quinta-feira (8). Porém, para os lesionados, a pré-temporada já começou. Os zagueiros Lucão e Rodrigo Caio, além dos recém-contratados Breno e Daniel, compareceram ao centro de treinamento da Barra Funda nesta segunda (5) e retomaram o processo de recuperação para 2015. Rodrigo Caio, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em agosto do ano passado, fez exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular e chegou a correr em volta do gramado pela manhã durante 30 minutos. O zagueiro ainda não tem uma data definida para voltar a jogar. Isso só deve acontecer em meados de março. Lucão, por sua vez, se recupera de uma fratura no pé esquerdo, sofrida em novembro de 2014, enquanto o meia-atacante Daniel tem uma lesão no ligamento cruzado do joelho direito. Já Breno não joga há dois anos. Segundo o São Paulo, os quatro jogadores vão treinar em período integral no centro de treinamento. O primeiro jogo oficial do time tricolor na temporada será contra a Penapolense, fora de casa, em 1º de fevereiro, pelo Campeonato Paulista.
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Lesionados se reapresentam antes no São PauloO elenco do São Paulo só se reapresenta na próxima quinta-feira (8). Porém, para os lesionados, a pré-temporada já começou. Os zagueiros Lucão e Rodrigo Caio, além dos recém-contratados Breno e Daniel, compareceram ao centro de treinamento da Barra Funda nesta segunda (5) e retomaram o processo de recuperação para 2015. Rodrigo Caio, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em agosto do ano passado, fez exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular e chegou a correr em volta do gramado pela manhã durante 30 minutos. O zagueiro ainda não tem uma data definida para voltar a jogar. Isso só deve acontecer em meados de março. Lucão, por sua vez, se recupera de uma fratura no pé esquerdo, sofrida em novembro de 2014, enquanto o meia-atacante Daniel tem uma lesão no ligamento cruzado do joelho direito. Já Breno não joga há dois anos. Segundo o São Paulo, os quatro jogadores vão treinar em período integral no centro de treinamento. O primeiro jogo oficial do time tricolor na temporada será contra a Penapolense, fora de casa, em 1º de fevereiro, pelo Campeonato Paulista.
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Sexta tem desfile das escolas campeãs e estreias no cinema
O QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do sambódromo do Anhembi, na zona norte, em decorrência do Desfile das Escolas Campeãs, que acontece na noite desta sexa-feira (12). A CET deve monitorar o trânsito nas imediações e os motoristas devem ter atenção redobrada ao tráfego lento na Marginal. TEMPO Sol com muitas nuvens durante o dia e noite, mas sem previsão de chuvas, segundo o Climatempo. A temperatura cai um pouco, com máxima de 28ºC e mínima de 19ºC. CULTURA E LAZER Aproveite a noite de sexta para conferir uma das estreias do cinema. Entre as novidades estão o anti-herói da Marvel "Deadpool" e "Garota Dinamarquesa", que tem duas indicações ao Oscar. A concorrida exposição "O Mundo de Tim Burton"abre nesta sexta mais um lote para venda ingressos. É sua chance de garantir a entrada na mostra, que vai até maio. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Sexta tem desfile das escolas campeãs e estreias no cinemaO QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do sambódromo do Anhembi, na zona norte, em decorrência do Desfile das Escolas Campeãs, que acontece na noite desta sexa-feira (12). A CET deve monitorar o trânsito nas imediações e os motoristas devem ter atenção redobrada ao tráfego lento na Marginal. TEMPO Sol com muitas nuvens durante o dia e noite, mas sem previsão de chuvas, segundo o Climatempo. A temperatura cai um pouco, com máxima de 28ºC e mínima de 19ºC. CULTURA E LAZER Aproveite a noite de sexta para conferir uma das estreias do cinema. Entre as novidades estão o anti-herói da Marvel "Deadpool" e "Garota Dinamarquesa", que tem duas indicações ao Oscar. A concorrida exposição "O Mundo de Tim Burton"abre nesta sexta mais um lote para venda ingressos. É sua chance de garantir a entrada na mostra, que vai até maio. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Maior estudioso da comida brasileira será tema de exposição e série de TV
Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) foi um sujeito erudito que encheu cadernos de notas, observou os costumes do brasileiro sem trégua, ouviu escravos de "inesgotáveis recordações", leu vagarosamente receitas escritas à mão. Considerado um dos mais importantes pesquisadores da cultura popular brasileira –e por que diabos tão restrito ao universo acadêmico?–, Cascudo vira personagem central de duas grandes ações culturais, uma exposição e uma série documental de TV. A mostra "O Tempo e Eu (e Vc)" homenageia sua vida e obra a partir de terça (20), no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. "O grande legado de Cascudo foi registrar a vida das pessoas e valorizar brasis invisíveis", diz o curador Gustavo Wanderley. Em 600 m2, arma-se um passeio sinestésico pela infância do autor, pelas tradições orais ligadas às lendas e aos mitos (eis o saci, o lobisomem), pelos gestos (o aperto de mãos, o abraçar), pelas festas (e o corpo do brasileiro que "não precisou aprender a dançar"), pelas fés. E, bem, sempre seduzido pela alimentação, ainda caminha-se pelas práticas culinárias. Já dizia ele, "o alimento contém substâncias imponderáveis e decisivas para o espírito, a alegria, a disposição criadora, o bom humor". O módulo "todo trabalho do homem é por sua boca" parte da obra "A História da Alimentação no Brasil", um calhamaço de quase mil páginas reconhecido como referência. Foi nesse tratado que Cascudo esmiuçou a contribuição que os índios, os portugueses e os africanos deram à formação da nossa cozinha nacional. "Na época, foi bastante inovador. Cascudo tentou entender como essas três grandes etnias ajudaram a definir o paladar brasileiro", diz João Luiz Maximo, historiador e também curador do módulo. É essa mesma obra, calcada na miscigenação alimentar, que o cineasta paulistano Eugênio Puppo toma emprestada para dar caldo a uma série documental para TV, cuja produção começa em fevereiro e tem lançamento previsto para 2017. "Cascudo foge à regra dos grandes intelectuais. Ele era um bom prosador, ia à feira, conversava com as pessoas. É esse clima do dia a dia do brasileiro que queremos trazer na série", diz Puppo. SUBSTITUIR, INCORPORAR Na mostra no Museu da Língua Portuguesa, um cenário traz 126 tábuas de madeira a girar no próprio eixo, nas quais são apresentadas imagens e trechos do "cardápio indígena", da "ementa portuguesa" e da "dieta africana". Entra-se em contato, por exemplo, com rituais indígenas que celebram bebidas derivadas da mandioca, raiz que recebeu "registro laudatório de todos os cronistas" desde o início da posse da terra. "Também vamos tratar de dois conceitos caros, a substituição e a incorporação", diz Gustavo Wanderley. Para ilustrá-los, toma-se como modelo a doçaria portuguesa, já centenária quando o açúcar apareceu, antes calcada no mel de abelhas à semelhança do que se fazia na Antiguidade clássica. No contato com as frutas tropicais, troca-se o marmelo pela goiaba, por exemplo, mas o modo de cocção, nos tachos de cobre, permanece. Houve rápida incorporação de costumes portugueses –ainda tão contemporâneos–, como "oferecer alimentos na alegria do convívio, comer juntos", registrou Cascudo. "O português sempre fez caldos e cozidos. Aqui, ele encontra a farinha de mandioca, feita com tecnologia indígena e a incorpora nos preparos. Nasce, assim, o pirão", explica o curador. Para Mara Salles, uma das mais icônicas cozinheiras da culinária nacional em São Paulo, a obra de Cascudo propiciou "um olhar mais aprofundado sobre o homem e sobre o ambiente". "Eu entrei na gastronomia um pouco pela antropologia, um pouco pela farra. E sempre fui meio cerebral com a comida." Roberta Sudbrack, da casa homônima no Rio, valoriza ingredientes vulgarizados do nosso dia a dia, e, assim, busca estar em contato com as cozinheiras anônimas do Brasil, com as quais mantém identidade, tal qual Cascudo fez. "Sua obra é fundamental para qualquer um de nós porque até hoje nos identifica." Oxalá seu trabalho possa, enfim, estar mais próximo dos brasileiros, e que os brasileiros, portanto, possam se conhecer melhor. O TEMPO E EU (E VC) QUANDO estreia ter. (20); de ter. a dom., das 10h às 18h (bilheteria fecha as 17h); até 14/02/2016 ONDE Museu da Língua Portuguesa, praça da Luz, s/nº, tel. (11) 3322-0080 QUANTO R$ 6 (grátis aos sábados)
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Maior estudioso da comida brasileira será tema de exposição e série de TVLuís da Câmara Cascudo (1898-1986) foi um sujeito erudito que encheu cadernos de notas, observou os costumes do brasileiro sem trégua, ouviu escravos de "inesgotáveis recordações", leu vagarosamente receitas escritas à mão. Considerado um dos mais importantes pesquisadores da cultura popular brasileira –e por que diabos tão restrito ao universo acadêmico?–, Cascudo vira personagem central de duas grandes ações culturais, uma exposição e uma série documental de TV. A mostra "O Tempo e Eu (e Vc)" homenageia sua vida e obra a partir de terça (20), no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. "O grande legado de Cascudo foi registrar a vida das pessoas e valorizar brasis invisíveis", diz o curador Gustavo Wanderley. Em 600 m2, arma-se um passeio sinestésico pela infância do autor, pelas tradições orais ligadas às lendas e aos mitos (eis o saci, o lobisomem), pelos gestos (o aperto de mãos, o abraçar), pelas festas (e o corpo do brasileiro que "não precisou aprender a dançar"), pelas fés. E, bem, sempre seduzido pela alimentação, ainda caminha-se pelas práticas culinárias. Já dizia ele, "o alimento contém substâncias imponderáveis e decisivas para o espírito, a alegria, a disposição criadora, o bom humor". O módulo "todo trabalho do homem é por sua boca" parte da obra "A História da Alimentação no Brasil", um calhamaço de quase mil páginas reconhecido como referência. Foi nesse tratado que Cascudo esmiuçou a contribuição que os índios, os portugueses e os africanos deram à formação da nossa cozinha nacional. "Na época, foi bastante inovador. Cascudo tentou entender como essas três grandes etnias ajudaram a definir o paladar brasileiro", diz João Luiz Maximo, historiador e também curador do módulo. É essa mesma obra, calcada na miscigenação alimentar, que o cineasta paulistano Eugênio Puppo toma emprestada para dar caldo a uma série documental para TV, cuja produção começa em fevereiro e tem lançamento previsto para 2017. "Cascudo foge à regra dos grandes intelectuais. Ele era um bom prosador, ia à feira, conversava com as pessoas. É esse clima do dia a dia do brasileiro que queremos trazer na série", diz Puppo. SUBSTITUIR, INCORPORAR Na mostra no Museu da Língua Portuguesa, um cenário traz 126 tábuas de madeira a girar no próprio eixo, nas quais são apresentadas imagens e trechos do "cardápio indígena", da "ementa portuguesa" e da "dieta africana". Entra-se em contato, por exemplo, com rituais indígenas que celebram bebidas derivadas da mandioca, raiz que recebeu "registro laudatório de todos os cronistas" desde o início da posse da terra. "Também vamos tratar de dois conceitos caros, a substituição e a incorporação", diz Gustavo Wanderley. Para ilustrá-los, toma-se como modelo a doçaria portuguesa, já centenária quando o açúcar apareceu, antes calcada no mel de abelhas à semelhança do que se fazia na Antiguidade clássica. No contato com as frutas tropicais, troca-se o marmelo pela goiaba, por exemplo, mas o modo de cocção, nos tachos de cobre, permanece. Houve rápida incorporação de costumes portugueses –ainda tão contemporâneos–, como "oferecer alimentos na alegria do convívio, comer juntos", registrou Cascudo. "O português sempre fez caldos e cozidos. Aqui, ele encontra a farinha de mandioca, feita com tecnologia indígena e a incorpora nos preparos. Nasce, assim, o pirão", explica o curador. Para Mara Salles, uma das mais icônicas cozinheiras da culinária nacional em São Paulo, a obra de Cascudo propiciou "um olhar mais aprofundado sobre o homem e sobre o ambiente". "Eu entrei na gastronomia um pouco pela antropologia, um pouco pela farra. E sempre fui meio cerebral com a comida." Roberta Sudbrack, da casa homônima no Rio, valoriza ingredientes vulgarizados do nosso dia a dia, e, assim, busca estar em contato com as cozinheiras anônimas do Brasil, com as quais mantém identidade, tal qual Cascudo fez. "Sua obra é fundamental para qualquer um de nós porque até hoje nos identifica." Oxalá seu trabalho possa, enfim, estar mais próximo dos brasileiros, e que os brasileiros, portanto, possam se conhecer melhor. O TEMPO E EU (E VC) QUANDO estreia ter. (20); de ter. a dom., das 10h às 18h (bilheteria fecha as 17h); até 14/02/2016 ONDE Museu da Língua Portuguesa, praça da Luz, s/nº, tel. (11) 3322-0080 QUANTO R$ 6 (grátis aos sábados)
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Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
Com o quinto título de Super Bowl conquistado na madrugada de segunda (6), com a vitória por 34 a 28 sobre o Atlanta Falcons após inédita prorrogação, em Houston, Tom Brady e o técnico Bill Belichick consolidaram aquela que, possivelmente, tornou-se a maior dinastia da NFL. Juntos, eles comandaram o New England Patriots a sete disputas de Super Bowl em 15 anos, feitos inéditos para um jogador e um treinador. Ganharam cinco vezes (2002, 2004, 2005, 2015 e 2017). A equipe, que antes da era Brady-Belichick havia disputado duas decisões da NFL –e perdido ambas–, se transformou em sinônimo de triunfo. A vitória sobre os Falcons provou-se a mais difícil de todas. Para obtê-la, após ficarem 25 pontos atrás do placar (28 a 3), Brady e companheiros tiveram que atuar em nível máximo na decisão. Como resultado, o Super Bowl 51 entrou para a história como palco de recordes quebrados nas pouco mais de quatro horas de partida. Ao menos 18 marcas foram batidas durante o duelo. Brady, que terminou eleito o jogador mais valioso da decisão –honraria que obteve pela quarta vez em sua carreira–, foi o protagonista. O quarterback, marido da modelo brasileira Gisele Bündchen, foi quem mais passes tentou (62), mais passes completou (43) e mais jardas lançou (466) em uma única partida da finalíssima. Com os números da atuação deste domingo, também se estabeleceu como quarterback com mais jardas, touchdowns e passes completados em Super Bowls. Mais importante, ele completou 22 de seus 30 lançamentos no segundo tempo, o que mudou a maré do jogo. "Ele é um assassino. Ele estraçalha o coração das pessoas", afirmou Chris Long, jogador de defesa dos Patriots. "Temos o maior de todos os quarterbacks. Calmo, frio, coletivo que sabe fazer as jogadas necessárias", emendou outro companheiro de equipe, Trey Flowers. Brady afirmou que "todos nós vamos nos lembrar desse jogo para o resto de nossas vidas". "Nós passamos por cima de vários obstáculos e valeu a pena", complementou. Até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem Brady é amigo, parabenizou-o via Twitter. O único dissabor da noite para o jogador foi o sumiço de sua camisa da partida. Ele acreditava que ela foi roubada. "Vai estar no eBay [plataforma de comércio online] em algum momento." Chamada - Super Bowl AUDIÊNCIA Se Brady regeu com maestria a reação, outro companheiro de equipe enfileirou marcas relevantes. James White, por exemplo, bateu o recorde de pontos anotados em um Super Bowl (20) e o de mais recepções feitas (14). "Eu acho que James White merecia o prêmio de MVP", rendeu-se Brady ao colega, que anotou três touchdowns. "Seria muito bom para ele, que é como um filho mais velho para mim", brincou. Curiosamente, em um jogo em que marcas foram derrubadas sem piedade, um dos dados mais aguardados não impressionou. O duelo teve 111,3 milhões de espectadores na Fox, emissora de TV que transmitiu o evento nos EUA. Foi "apenas" a quarta maior audiência do Super Bowl na história. A edição mais vista em todos foi a de 2015, quando o New England Patriots derrotou o Seattle Seahawks. A audiência da final de 2016, em que o Denver Broncos venceu o Carolina Panthers, também superou a de Patriots x Falcons: teve 111,9 milhões de espectadores. DECISÃO ENTRE NEW ENGLAND E ATLANTA VIU INÚMERAS MARCAS SEREM QUEBRADAS TOM BRADY - Jogador com mais atuações em Super Bowl (7) - Quarterback com mais títulos de NFL (5) - Mais passes tentados (62) - Mais passes completados (43) - Mais jardas lançadas (466) - Mais passes completados por um quarterback em Super Bowls (207) - Mais jardas lançadas em Super Bowls (2.071) - Mais passes para touchdown em Super Bowls (15) BILL BELICHICK - Técnico com mais títulos de NFL (5) - Técnico com mais aparições em Super Bowl (7) JAMES WHITE - Mais pontos feitos em um Super Bowl (20) - Mais recepções (14) NEW ENGLAND PATRIOTS - Maior virada (deficit de 25 pontos) - Mais primeiras descidas (37) - Mais jogadas ofensivas (93) - Primeira vez que uma vitória foi obtida na prorrogação
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Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principaisCom o quinto título de Super Bowl conquistado na madrugada de segunda (6), com a vitória por 34 a 28 sobre o Atlanta Falcons após inédita prorrogação, em Houston, Tom Brady e o técnico Bill Belichick consolidaram aquela que, possivelmente, tornou-se a maior dinastia da NFL. Juntos, eles comandaram o New England Patriots a sete disputas de Super Bowl em 15 anos, feitos inéditos para um jogador e um treinador. Ganharam cinco vezes (2002, 2004, 2005, 2015 e 2017). A equipe, que antes da era Brady-Belichick havia disputado duas decisões da NFL –e perdido ambas–, se transformou em sinônimo de triunfo. A vitória sobre os Falcons provou-se a mais difícil de todas. Para obtê-la, após ficarem 25 pontos atrás do placar (28 a 3), Brady e companheiros tiveram que atuar em nível máximo na decisão. Como resultado, o Super Bowl 51 entrou para a história como palco de recordes quebrados nas pouco mais de quatro horas de partida. Ao menos 18 marcas foram batidas durante o duelo. Brady, que terminou eleito o jogador mais valioso da decisão –honraria que obteve pela quarta vez em sua carreira–, foi o protagonista. O quarterback, marido da modelo brasileira Gisele Bündchen, foi quem mais passes tentou (62), mais passes completou (43) e mais jardas lançou (466) em uma única partida da finalíssima. Com os números da atuação deste domingo, também se estabeleceu como quarterback com mais jardas, touchdowns e passes completados em Super Bowls. Mais importante, ele completou 22 de seus 30 lançamentos no segundo tempo, o que mudou a maré do jogo. "Ele é um assassino. Ele estraçalha o coração das pessoas", afirmou Chris Long, jogador de defesa dos Patriots. "Temos o maior de todos os quarterbacks. Calmo, frio, coletivo que sabe fazer as jogadas necessárias", emendou outro companheiro de equipe, Trey Flowers. Brady afirmou que "todos nós vamos nos lembrar desse jogo para o resto de nossas vidas". "Nós passamos por cima de vários obstáculos e valeu a pena", complementou. Até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem Brady é amigo, parabenizou-o via Twitter. O único dissabor da noite para o jogador foi o sumiço de sua camisa da partida. Ele acreditava que ela foi roubada. "Vai estar no eBay [plataforma de comércio online] em algum momento." Chamada - Super Bowl AUDIÊNCIA Se Brady regeu com maestria a reação, outro companheiro de equipe enfileirou marcas relevantes. James White, por exemplo, bateu o recorde de pontos anotados em um Super Bowl (20) e o de mais recepções feitas (14). "Eu acho que James White merecia o prêmio de MVP", rendeu-se Brady ao colega, que anotou três touchdowns. "Seria muito bom para ele, que é como um filho mais velho para mim", brincou. Curiosamente, em um jogo em que marcas foram derrubadas sem piedade, um dos dados mais aguardados não impressionou. O duelo teve 111,3 milhões de espectadores na Fox, emissora de TV que transmitiu o evento nos EUA. Foi "apenas" a quarta maior audiência do Super Bowl na história. A edição mais vista em todos foi a de 2015, quando o New England Patriots derrotou o Seattle Seahawks. A audiência da final de 2016, em que o Denver Broncos venceu o Carolina Panthers, também superou a de Patriots x Falcons: teve 111,9 milhões de espectadores. DECISÃO ENTRE NEW ENGLAND E ATLANTA VIU INÚMERAS MARCAS SEREM QUEBRADAS TOM BRADY - Jogador com mais atuações em Super Bowl (7) - Quarterback com mais títulos de NFL (5) - Mais passes tentados (62) - Mais passes completados (43) - Mais jardas lançadas (466) - Mais passes completados por um quarterback em Super Bowls (207) - Mais jardas lançadas em Super Bowls (2.071) - Mais passes para touchdown em Super Bowls (15) BILL BELICHICK - Técnico com mais títulos de NFL (5) - Técnico com mais aparições em Super Bowl (7) JAMES WHITE - Mais pontos feitos em um Super Bowl (20) - Mais recepções (14) NEW ENGLAND PATRIOTS - Maior virada (deficit de 25 pontos) - Mais primeiras descidas (37) - Mais jogadas ofensivas (93) - Primeira vez que uma vitória foi obtida na prorrogação
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