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São Paulo, cidade digital
Na maior metrópole brasileira, pessoas e empresas multiplicam seus contatos pelas redes sociais. Usam aplicativos que aceleram as facilidades do cotidiano e modelam o mundo virtual. Sob esse prisma, São Paulo acompanha a evolução tecnológica do mundo. Os movimentos, porém, são limitados. Não há no universo eletrônico da cidade uma perfeita interação entre a comunidade e seus mais importantes entes públicos e privados. Falta uma parte essencial para unir a população paulistana em torno de suas demandas e necessidades, de suas ofertas, de seus atrativos e de suas possibilidades. Sente-se falta de um espaço virtual que propicie à cidade encontrar-se com os fluxos de uma comunicação plena e, com esse novo aparato tecnológico, avançar em direção a um mundo integrado, bem organizado, com serviços públicos mais eficientes e democráticos. Sob esse novo conceito, abriremos caminho para o que se chama de São Paulo, Cidade Digital. O objetivo é alargar a estrada, acelerar os passos de todos os grupos sociais e colocar São Paulo entre as melhores referências mundiais no que diz respeito ao uso democrático da tecnologia. Se o Rio é a cidade Olímpica, São Paulo será a cidade digital. Ao promovermos essa expansão, alcançaremos o pódio de capital intelectual do continente, maior polo do turismo de negócios, da cultura, do entretenimento, da mídia, dos setores produtivos e do trabalho. A Cidade Eletrônica se estrutura a partir da visão de que as ferramentas digitais constituem o melhor modelo para facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços da municipalidade, integrando interesses da comunidade, estimulando atividades, empreendedorismo, criatividade e investimentos. Vale destacar o rápido surgimento das chamadas cidades virtuais pelo mundo, incentivadas por prefeituras e agências de desenvolvimento urbano para possibilitar um maior acesso à telemática e a um futuro urbano mais positivo. As cidades virtuais são espaços eletrônicos, em geral com base na internet, desenvolvidos para interligar, de forma explícita, as agendas de desenvolvimento de cada município. Funcionam como base da gestão pública direcionada a uma variedade de objetivos urbanos: marketing, estímulo ao turismo de eventos e de consumo, integração das comunicações entre população e governos, incremento da competitividade empresarial, apoio às culturas locais e melhor dinâmica nos serviços de saúde, educação e segurança. Diante dessa moldura, a situação que se enxerga neste momento na cidade de São Paulo é desanimadora: os vários setores da administração não se falam. Aliás, não há comunicação nem mesmo dentro de uma área importante como a da saúde. Por consequência, o cidadão não sabe os recursos oferecidos na cidade. Nem quais as principais carências que demandam maiores investimentos. Tratamos, portanto, da questão da transparência: a população pode e deve obter informações on-line e fiscalizar o andamento da gestão pública, tudo via internet. São Paulo, Cidade Digital é um programa viável, com investimentos majoritariamente privados, para fazer da capital paulista uma metrópole banda larga. Isso vai atrair investimentos, novas empresas e oportunidades. Dará uma nova dinâmica a São Paulo, que hoje, infelizmente, é a cidade do devagar quase parando. JOÃO DORIA, 58, é jornalista, empresário e pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
São Paulo, cidade digitalNa maior metrópole brasileira, pessoas e empresas multiplicam seus contatos pelas redes sociais. Usam aplicativos que aceleram as facilidades do cotidiano e modelam o mundo virtual. Sob esse prisma, São Paulo acompanha a evolução tecnológica do mundo. Os movimentos, porém, são limitados. Não há no universo eletrônico da cidade uma perfeita interação entre a comunidade e seus mais importantes entes públicos e privados. Falta uma parte essencial para unir a população paulistana em torno de suas demandas e necessidades, de suas ofertas, de seus atrativos e de suas possibilidades. Sente-se falta de um espaço virtual que propicie à cidade encontrar-se com os fluxos de uma comunicação plena e, com esse novo aparato tecnológico, avançar em direção a um mundo integrado, bem organizado, com serviços públicos mais eficientes e democráticos. Sob esse novo conceito, abriremos caminho para o que se chama de São Paulo, Cidade Digital. O objetivo é alargar a estrada, acelerar os passos de todos os grupos sociais e colocar São Paulo entre as melhores referências mundiais no que diz respeito ao uso democrático da tecnologia. Se o Rio é a cidade Olímpica, São Paulo será a cidade digital. Ao promovermos essa expansão, alcançaremos o pódio de capital intelectual do continente, maior polo do turismo de negócios, da cultura, do entretenimento, da mídia, dos setores produtivos e do trabalho. A Cidade Eletrônica se estrutura a partir da visão de que as ferramentas digitais constituem o melhor modelo para facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços da municipalidade, integrando interesses da comunidade, estimulando atividades, empreendedorismo, criatividade e investimentos. Vale destacar o rápido surgimento das chamadas cidades virtuais pelo mundo, incentivadas por prefeituras e agências de desenvolvimento urbano para possibilitar um maior acesso à telemática e a um futuro urbano mais positivo. As cidades virtuais são espaços eletrônicos, em geral com base na internet, desenvolvidos para interligar, de forma explícita, as agendas de desenvolvimento de cada município. Funcionam como base da gestão pública direcionada a uma variedade de objetivos urbanos: marketing, estímulo ao turismo de eventos e de consumo, integração das comunicações entre população e governos, incremento da competitividade empresarial, apoio às culturas locais e melhor dinâmica nos serviços de saúde, educação e segurança. Diante dessa moldura, a situação que se enxerga neste momento na cidade de São Paulo é desanimadora: os vários setores da administração não se falam. Aliás, não há comunicação nem mesmo dentro de uma área importante como a da saúde. Por consequência, o cidadão não sabe os recursos oferecidos na cidade. Nem quais as principais carências que demandam maiores investimentos. Tratamos, portanto, da questão da transparência: a população pode e deve obter informações on-line e fiscalizar o andamento da gestão pública, tudo via internet. São Paulo, Cidade Digital é um programa viável, com investimentos majoritariamente privados, para fazer da capital paulista uma metrópole banda larga. Isso vai atrair investimentos, novas empresas e oportunidades. Dará uma nova dinâmica a São Paulo, que hoje, infelizmente, é a cidade do devagar quase parando. JOÃO DORIA, 58, é jornalista, empresário e pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Vila-Matas celebra a arte contemporânea em novo livro
O escritor espanhol Enrique Vila-Matas possui familiaridade com arte contemporânea. Ele é um interlocutor frequente da artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster, chegando a usá-la como personagem no livro "Dublinesca" (Cosac Naify, 2011). Outra artista com quem Vila-Matas já desenvolveu projeto é a também francesa Sophie Calle. Não é de estranhar, então, que o autor tenha sido convidado a participar da 13ª Documenta de Kassel, em 2012, na Alemanha, e dessa experiência tenha produzido seu mais novo romance, "Não Há Lugar para a Lógica em Kassel". A Documenta costuma ser considerada a mais importante mostra de arte contemporânea, já que, como ocorre apenas a cada cinco anos, propicia tempo suficiente para uma ampla pesquisa curatorial, além de possuir um dos maiores orçamentos para uma única exposição. Em 2012, a cargo de Carolyn Christov-Bakargiev, um dos projetos da mostra foi convidar oito escritores (incluindo nomes como o mexicano Mario Bellatin e o chileno Alejandro Zambra) a permanecer alguns dias em um restaurante e lá escrever, se assim o desejassem. O primeiro livro a ser publicado dessa experiência é o de Vila-Matas. Em "Não Há Lugar para a Lógica em Kassel", o autor, como em outros casos, apresenta-se como personagem, utilizando a exposição como pano de fundo. Se é com certa ironia que Vila-Matas apresenta sua missão no restaurante –"em circunstâncias normais, eu teria fugido dali na mesma hora"–, é com muito entusiasmo que ele descreve algumas das obras emblemáticas dessa Documenta. É o caso da instalação sonora de Janet Cardiff e George Bures Miller, que trouxe de volta a Segunda Guerra Mundial a Kassel, ou da sala escura onde Tino Sehgal criou "This Variation". O mesmo ocorre com a radical intervenção de Pierre Huyghe em um parque da cidade, um lixão habitado por um galgo com uma das patas rosa. "Era impossível ficar indiferente ali", descreve Vila-Matas no livro. "Não Há Lugar" segue com outra marca do escritor, o imenso número de referências, especialmente a outros autores, o que o caracteriza como uma espécie de DJ da literatura. A vantagem em seu novo livro é que, além de Borges, Wittgenstein ou Robert Walser, para citar apenas alguns nomes sempre mencionados, Vila-Matas, sem preconceitos, presta homenagem a alguns dos mais radicais artistas contemporâneos. NÃO HÁ LUGAR PARA A LÓGICA EM KASSEL AUTOR: ENRIQUE VILA-MATAS EDITORA: COSAC NAIFY TRADUÇÃO: ANTÔNIO XERXENESKY QUANTO: R$ 47 (288 PÁGS.)
ilustrada
Vila-Matas celebra a arte contemporânea em novo livroO escritor espanhol Enrique Vila-Matas possui familiaridade com arte contemporânea. Ele é um interlocutor frequente da artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster, chegando a usá-la como personagem no livro "Dublinesca" (Cosac Naify, 2011). Outra artista com quem Vila-Matas já desenvolveu projeto é a também francesa Sophie Calle. Não é de estranhar, então, que o autor tenha sido convidado a participar da 13ª Documenta de Kassel, em 2012, na Alemanha, e dessa experiência tenha produzido seu mais novo romance, "Não Há Lugar para a Lógica em Kassel". A Documenta costuma ser considerada a mais importante mostra de arte contemporânea, já que, como ocorre apenas a cada cinco anos, propicia tempo suficiente para uma ampla pesquisa curatorial, além de possuir um dos maiores orçamentos para uma única exposição. Em 2012, a cargo de Carolyn Christov-Bakargiev, um dos projetos da mostra foi convidar oito escritores (incluindo nomes como o mexicano Mario Bellatin e o chileno Alejandro Zambra) a permanecer alguns dias em um restaurante e lá escrever, se assim o desejassem. O primeiro livro a ser publicado dessa experiência é o de Vila-Matas. Em "Não Há Lugar para a Lógica em Kassel", o autor, como em outros casos, apresenta-se como personagem, utilizando a exposição como pano de fundo. Se é com certa ironia que Vila-Matas apresenta sua missão no restaurante –"em circunstâncias normais, eu teria fugido dali na mesma hora"–, é com muito entusiasmo que ele descreve algumas das obras emblemáticas dessa Documenta. É o caso da instalação sonora de Janet Cardiff e George Bures Miller, que trouxe de volta a Segunda Guerra Mundial a Kassel, ou da sala escura onde Tino Sehgal criou "This Variation". O mesmo ocorre com a radical intervenção de Pierre Huyghe em um parque da cidade, um lixão habitado por um galgo com uma das patas rosa. "Era impossível ficar indiferente ali", descreve Vila-Matas no livro. "Não Há Lugar" segue com outra marca do escritor, o imenso número de referências, especialmente a outros autores, o que o caracteriza como uma espécie de DJ da literatura. A vantagem em seu novo livro é que, além de Borges, Wittgenstein ou Robert Walser, para citar apenas alguns nomes sempre mencionados, Vila-Matas, sem preconceitos, presta homenagem a alguns dos mais radicais artistas contemporâneos. NÃO HÁ LUGAR PARA A LÓGICA EM KASSEL AUTOR: ENRIQUE VILA-MATAS EDITORA: COSAC NAIFY TRADUÇÃO: ANTÔNIO XERXENESKY QUANTO: R$ 47 (288 PÁGS.)
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Oposição vai à Procuradoria contra indicação de Alexandre de Moraes
O PSOL anunciou que vai protocolar uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer por causa da indicação de Alexandre de Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo a legenda, a representação será por "ato de desvio de finalidade". Em nota, o partido da oposição diz que Temer nomeou Moraes não para aprimorar o corpo técnico do Supremo, mas para ter alguém de "absoluta confiança" na Corte. O PSOL argumenta que o futuro ministro não somente será membro do STF como também será o revisor dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Na representação, há também a lembrança de que Moraes era filiado ao PSDB, partido que compõe a base governista - ele anunciou sua desfiliação nesta quarta (08). Com o material em mãos, a PGR decidirá quais providências tomará. O indicado de Temer ainda passará por uma sabatina no Senado para ser aprovado para então a ocupar a vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no dia 19 de janeiro.
poder
Oposição vai à Procuradoria contra indicação de Alexandre de MoraesO PSOL anunciou que vai protocolar uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer por causa da indicação de Alexandre de Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo a legenda, a representação será por "ato de desvio de finalidade". Em nota, o partido da oposição diz que Temer nomeou Moraes não para aprimorar o corpo técnico do Supremo, mas para ter alguém de "absoluta confiança" na Corte. O PSOL argumenta que o futuro ministro não somente será membro do STF como também será o revisor dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Na representação, há também a lembrança de que Moraes era filiado ao PSDB, partido que compõe a base governista - ele anunciou sua desfiliação nesta quarta (08). Com o material em mãos, a PGR decidirá quais providências tomará. O indicado de Temer ainda passará por uma sabatina no Senado para ser aprovado para então a ocupar a vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no dia 19 de janeiro.
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Sanders e Hillary opinam sobre cavernas e Star Wars em novo meme
Hillary Clinton e Bernie Sanders estão em disputa acirrada pela indicação do Partido Democrata para as presidenciais nos EUA, e os eleitores, mais do que nunca, precisam ter em mente as diferenças entre os dois candidatos. Para a escolha, o que vale são temas realmente relevantes, como, por exemplo, Star Wars, Harry Potter e vampiros do Espaço. Pelo menos, é o que informam alguns cartazes espalhados pela cidade de Los Angeles. De acordo com o site "Tech Insider", o meme surgiu com o comediante Jeff Wysaski, conhecido por fazer intervenções em panfletos, produtos e cartazes e depois deixá-los a público como se fossem reais. A brincadeira de Wysaski ganhou vida própria na internet, com outros eleitores montando novas versões. No meme, Sanders aparece como um velhinho bem informado e entusiasta de quase tudo. Já Hillary tenta se esforçar para parecer carismática, sem muito sucesso. Confira: * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Harry Potter Bernie: Super fã. Li todos os livros. Sei de todos os pormenores. Eu aposto que a Hillary nem sabe o que é um trouxa. Hillary: Eu sou "hofflepump"! [confusão com a palavra "hufflepuff", em português, lufa-lufa] * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Dormir Bernie: [engolindo vodca com Red Bull] "POSSO DORMIR QUANDO MORRER!" Hillary: [se plugando em uma tomada de parede] "Robôs não precisam dormir" * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Vampiros do Espaço Bernie: Temos que aprender a trabalhar com vampiros do Espaço, ou corremos o risco de sermos escravizados por sua sede de sangue galáctica. Hillary: Obama diz que eles não são reais. Eu sou amiga de Obama. Obama Obama Obama. * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Revolta dos robôs Bernie: [gritando com o aspirador de pô] "PODE VIR BABACA!!" Hillary: [risada metálica nervosa] "HA HA HA" * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Cavernas Bernie: Cavernas são místicas af ("as fuck"). Um dia eu fui em uma caverna e o fantasma de uma tartaruga apareceu na minha frente e me disse que eu deveria concorrer à Presidência Hillary: Cavernas são legais, acho * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Star Wars Bernie: Star Wars é uma excelente série e eu achei que o Episódio 7º foi um ótimo retorno às raízes da franquia Hillary: [faz com a mão a saudação dos vulcanianos, do filme "Star Trek"] * pokemon BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Pokémon Bernie: O jogo não satisfaz os jogadores competitivos. O conceito de metagame é uma mentalidade de elite que faz o jogador comum sofrer Hillary: Eu usei minha master ball [a mais rara e melhor pokebola] em um Rattata * Radiohead BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Radiohead Bernie: "Ok Computer" é um dos álbuns que definiram os anos 1990, e a decisão de lançar "Kid A" imediatamente após isso é um dos momentos mais importantes da história do rock Hillary: Eu amo a música "Creep"
mundo
Sanders e Hillary opinam sobre cavernas e Star Wars em novo memeHillary Clinton e Bernie Sanders estão em disputa acirrada pela indicação do Partido Democrata para as presidenciais nos EUA, e os eleitores, mais do que nunca, precisam ter em mente as diferenças entre os dois candidatos. Para a escolha, o que vale são temas realmente relevantes, como, por exemplo, Star Wars, Harry Potter e vampiros do Espaço. Pelo menos, é o que informam alguns cartazes espalhados pela cidade de Los Angeles. De acordo com o site "Tech Insider", o meme surgiu com o comediante Jeff Wysaski, conhecido por fazer intervenções em panfletos, produtos e cartazes e depois deixá-los a público como se fossem reais. A brincadeira de Wysaski ganhou vida própria na internet, com outros eleitores montando novas versões. No meme, Sanders aparece como um velhinho bem informado e entusiasta de quase tudo. Já Hillary tenta se esforçar para parecer carismática, sem muito sucesso. Confira: * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Harry Potter Bernie: Super fã. Li todos os livros. Sei de todos os pormenores. Eu aposto que a Hillary nem sabe o que é um trouxa. Hillary: Eu sou "hofflepump"! [confusão com a palavra "hufflepuff", em português, lufa-lufa] * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Dormir Bernie: [engolindo vodca com Red Bull] "POSSO DORMIR QUANDO MORRER!" Hillary: [se plugando em uma tomada de parede] "Robôs não precisam dormir" * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Vampiros do Espaço Bernie: Temos que aprender a trabalhar com vampiros do Espaço, ou corremos o risco de sermos escravizados por sua sede de sangue galáctica. Hillary: Obama diz que eles não são reais. Eu sou amiga de Obama. Obama Obama Obama. * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Revolta dos robôs Bernie: [gritando com o aspirador de pô] "PODE VIR BABACA!!" Hillary: [risada metálica nervosa] "HA HA HA" * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Cavernas Bernie: Cavernas são místicas af ("as fuck"). Um dia eu fui em uma caverna e o fantasma de uma tartaruga apareceu na minha frente e me disse que eu deveria concorrer à Presidência Hillary: Cavernas são legais, acho * BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Star Wars Bernie: Star Wars é uma excelente série e eu achei que o Episódio 7º foi um ótimo retorno às raízes da franquia Hillary: [faz com a mão a saudação dos vulcanianos, do filme "Star Trek"] * pokemon BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Pokémon Bernie: O jogo não satisfaz os jogadores competitivos. O conceito de metagame é uma mentalidade de elite que faz o jogador comum sofrer Hillary: Eu usei minha master ball [a mais rara e melhor pokebola] em um Rattata * Radiohead BERNIE OU HILLARY? Fique informado. Compare-os nos assuntos que importam. Assunto: Radiohead Bernie: "Ok Computer" é um dos álbuns que definiram os anos 1990, e a decisão de lançar "Kid A" imediatamente após isso é um dos momentos mais importantes da história do rock Hillary: Eu amo a música "Creep"
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Alfaiates de 'Poderoso Chefão' estreiam no cinema nacional em 'Real'
Mafiosos, políticos, agentes secretos e corretores da bolsa não são tão diferentes uns dos outros quanto parecem ser. Pelo menos no cinema, todos usam a mesma roupa: um costume Scabal. Desde que Marlon Brando e a família Corleone apareceram em "O Poderoso Chefão" (1972) com smokings da grife belga, encomendados pelo diretor Francis Ford Coppola, o acrônimo de Sociedade Comercial Anglo Belga Alemã Luxemburguesa não saiu mais dos guarda-roupas de Hollywood, da elite empresarial e das monarquias. Tem xeque árabe que procura os tecidos produzidos com pó de diamante, tem empresário afim de parecer o corretor interpretado por Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street" (2014), e até presidente com vontade de dar uma de James Bond, da cinessérie "007", com um conjunto da marca. A grife preferida dos "chefões" do cinema e da vida real chegará pela primeira vez ao circuito brasileiro com o lançamento de "Real - O Plano por Trás da História". Com previsão de estreia para o dia 25 deste mês, o longa de Rodrigo Bittencourt versa sobre o poder, aqui, o do economista Gustavo Franco, um dos idealizadores do plano econômico que pôs fim à hiperinflação de 1993 no país. Do orçamento de R$ 100 mil destinado às roupas do filme, a figurinista Marielle Vasconcellos usou R$ 30 mil para uma encomenda "simples" de três costumes e camisas Scabal grafadas com monogramas, tudo para abastecer o conciso guarda-roupa cênico do ator Emilio Orciollo Neto. É ele quem dá vida ao economista que ascendeu dos corredores da Puc-Rio, onde lecionou, aos de Brasília, quando a convite do ex-professor e então presidente do Banco Central Pedro Malan integrou, em 1993, o grupo de especialistas em política econômica que fundou o Real. Dois costumes típicos dos 1990, pretos e de silhuetas largas, e um outro, grafite, justo e combinado com camisa azul, serviram para ilustrar a evolução de Franco em sua busca pelo sucesso. "Precisava dar a ele protagonismo na tela. O personagem deveria se destacar dos demais, e isso fica visível na construção dos costumes com pesponto na lapela, tecido estruturado e botões caseados da marca. Ele tinha de parecer 'o cara'", diz Marielle. Os ternos foram cortados por Vasco Vascocellos, alfaiate autorizado pela Scabal para atender aos clientes da marca no Brasil. Foi ele quem levou a estética artesanal da alfaiataria para o visual de Orciollo, que, segundo a figurinista, se opõe aos ternos industrializados dos outros personagens. DISNEY LONDRINA E é essa sina pelo poder e pela customização -tudo na marca é feito para o corpo do cliente- que os homens parecem procurar nas vitrines da Scabal da rua Savile Row, em Londres. Pela estreita ruela preenchida com as casas de alfaiataria mais exclusivas do mundo e carros de luxo ocupados por motoristas à espera dos chefes que foram às compras, uma porta dá acesso à Disneylândia particular dos abastados. A Serafina teve de esperar quase uma hora para falar com Ricky Ahora, o gerente da loja que, pacientemente, escolhia com um cliente o tecido de uma peça a caminho do corte. Parece pouco tempo se forem levadas em conta as mais de 200 combinações possíveis, entre as mais de 4 mil misturas de lã, cashmere, seda, linho e outras matérias-primas cruas produzidas nos teares da marca. Na badalada loja há pouca ostentação e nenhuma referência aos filmes que a Scabal vestiu. À primeira vista, o ponto é mais um comércio bem organizado por cores, tecidos e conjuntos para ocasiões especiais. Quando tocadas, as araras se transformam em brinquedos para aqueles que gostam de sentir as diferenças de gramatura e luminescência dos tecidos. Um smoking chega a custar R$ 250 mil e um conjunto sai por R$ 20 mil em média na loja londrina. "Quem nos procura quer se sentir poderoso, fazer que a roupa expresse sua personalidade e que ela seja realmente diferente do que se encontra em lojas comuns", explica Ahora, enquanto mostra um pedaço de tecido impregnado de pó de ouro disputado pelos clientes do Oriente Médio. "Cada nacionalidade tem um gosto em se tratando de tecidos, mas todo mundo quer o mesmo estilo inglês, mais rígido e sóbrio. Diria que os homens, em geral, estão sempre querendo parecer mais masculinos." Nem por decreto real ele revela os nomes dos clientes, mas confirma as notícias de que a realeza, o presidente americano Donald Trump, o jogador David Beckham, o rapper Eminem e o novo queridinho da Grã Bretanha, o ator Benedict Cumberbatch, do filme "O Jogo da Imitação", já frequentaram os provadores comandados por ele. "Faz parte do nosso trabalho manter a discrição, até porque não importa se entra um presidente ou um jovem trabalhador comum. Eles sangram do mesmo jeito, têm a mesma preocupação com a altura, o peso ou o tamanho dos seus iates. Quando baixam as calças, os homens são todos iguais."
serafina
Alfaiates de 'Poderoso Chefão' estreiam no cinema nacional em 'Real'Mafiosos, políticos, agentes secretos e corretores da bolsa não são tão diferentes uns dos outros quanto parecem ser. Pelo menos no cinema, todos usam a mesma roupa: um costume Scabal. Desde que Marlon Brando e a família Corleone apareceram em "O Poderoso Chefão" (1972) com smokings da grife belga, encomendados pelo diretor Francis Ford Coppola, o acrônimo de Sociedade Comercial Anglo Belga Alemã Luxemburguesa não saiu mais dos guarda-roupas de Hollywood, da elite empresarial e das monarquias. Tem xeque árabe que procura os tecidos produzidos com pó de diamante, tem empresário afim de parecer o corretor interpretado por Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street" (2014), e até presidente com vontade de dar uma de James Bond, da cinessérie "007", com um conjunto da marca. A grife preferida dos "chefões" do cinema e da vida real chegará pela primeira vez ao circuito brasileiro com o lançamento de "Real - O Plano por Trás da História". Com previsão de estreia para o dia 25 deste mês, o longa de Rodrigo Bittencourt versa sobre o poder, aqui, o do economista Gustavo Franco, um dos idealizadores do plano econômico que pôs fim à hiperinflação de 1993 no país. Do orçamento de R$ 100 mil destinado às roupas do filme, a figurinista Marielle Vasconcellos usou R$ 30 mil para uma encomenda "simples" de três costumes e camisas Scabal grafadas com monogramas, tudo para abastecer o conciso guarda-roupa cênico do ator Emilio Orciollo Neto. É ele quem dá vida ao economista que ascendeu dos corredores da Puc-Rio, onde lecionou, aos de Brasília, quando a convite do ex-professor e então presidente do Banco Central Pedro Malan integrou, em 1993, o grupo de especialistas em política econômica que fundou o Real. Dois costumes típicos dos 1990, pretos e de silhuetas largas, e um outro, grafite, justo e combinado com camisa azul, serviram para ilustrar a evolução de Franco em sua busca pelo sucesso. "Precisava dar a ele protagonismo na tela. O personagem deveria se destacar dos demais, e isso fica visível na construção dos costumes com pesponto na lapela, tecido estruturado e botões caseados da marca. Ele tinha de parecer 'o cara'", diz Marielle. Os ternos foram cortados por Vasco Vascocellos, alfaiate autorizado pela Scabal para atender aos clientes da marca no Brasil. Foi ele quem levou a estética artesanal da alfaiataria para o visual de Orciollo, que, segundo a figurinista, se opõe aos ternos industrializados dos outros personagens. DISNEY LONDRINA E é essa sina pelo poder e pela customização -tudo na marca é feito para o corpo do cliente- que os homens parecem procurar nas vitrines da Scabal da rua Savile Row, em Londres. Pela estreita ruela preenchida com as casas de alfaiataria mais exclusivas do mundo e carros de luxo ocupados por motoristas à espera dos chefes que foram às compras, uma porta dá acesso à Disneylândia particular dos abastados. A Serafina teve de esperar quase uma hora para falar com Ricky Ahora, o gerente da loja que, pacientemente, escolhia com um cliente o tecido de uma peça a caminho do corte. Parece pouco tempo se forem levadas em conta as mais de 200 combinações possíveis, entre as mais de 4 mil misturas de lã, cashmere, seda, linho e outras matérias-primas cruas produzidas nos teares da marca. Na badalada loja há pouca ostentação e nenhuma referência aos filmes que a Scabal vestiu. À primeira vista, o ponto é mais um comércio bem organizado por cores, tecidos e conjuntos para ocasiões especiais. Quando tocadas, as araras se transformam em brinquedos para aqueles que gostam de sentir as diferenças de gramatura e luminescência dos tecidos. Um smoking chega a custar R$ 250 mil e um conjunto sai por R$ 20 mil em média na loja londrina. "Quem nos procura quer se sentir poderoso, fazer que a roupa expresse sua personalidade e que ela seja realmente diferente do que se encontra em lojas comuns", explica Ahora, enquanto mostra um pedaço de tecido impregnado de pó de ouro disputado pelos clientes do Oriente Médio. "Cada nacionalidade tem um gosto em se tratando de tecidos, mas todo mundo quer o mesmo estilo inglês, mais rígido e sóbrio. Diria que os homens, em geral, estão sempre querendo parecer mais masculinos." Nem por decreto real ele revela os nomes dos clientes, mas confirma as notícias de que a realeza, o presidente americano Donald Trump, o jogador David Beckham, o rapper Eminem e o novo queridinho da Grã Bretanha, o ator Benedict Cumberbatch, do filme "O Jogo da Imitação", já frequentaram os provadores comandados por ele. "Faz parte do nosso trabalho manter a discrição, até porque não importa se entra um presidente ou um jovem trabalhador comum. Eles sangram do mesmo jeito, têm a mesma preocupação com a altura, o peso ou o tamanho dos seus iates. Quando baixam as calças, os homens são todos iguais."
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Saúde pública e meio ambiente em perigo
Com uma comissão formada por diversas equipes do governo federal, o Brasil aprovou em 2008 variedades de milho transgênico Bt (com gene cry - o mesmo gene toxico inserido na cana de açúcar transgênico ). Na época, o presidente do CTNbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) afirmou para imprensa que quem decide pela liberação dos transgênicos não são relatórios técnicos dos órgãos governamentais legitimados e definidos pela Constituição, mas sim a comissão que preside. Mais do que isso: afirmou não haver problema algum em consultores do fabricante dos transgênicos julgarem, na comissão, seu próprio produto! Sim, contrariando todas éticas e todos os conceitos científicos e legais. A história se repete neste ano com pareceres sem dados suficientes, sem números que devem ser analisados estatisticamente. Artigos publicados por cientistas altamente qualificados nos mais importantes periódicos do mundo foram unânimes em confirmar: o gene cry nas culturas transgênicas Bt, como o milho. induziu má formação nos rins e no coração, por exemplo. Causou danos no sistema hematopoiético e há inclusive claros sinais de toxidade hepatorenal em animais que consomem plantas transgênicas desse gene cry por longo tempo. Os prejuízos causados ao meio ambiente também são relevantes, pois a toxina Bt tem efeito fatal sobre predadores, provocando desequilíbrio nas populações de insetos e extinção de espécies. O fato foi relatado e publicado em vários periódicos. O efeito da toxina Bt no solo é altamente destruidor. Ela persiste ativa e se mistura com facilidade com a argila. Fica protegida contra degradação microbial e age contra microrganismos, impedindo a decomposição da matéria orgânica e criando, assim, uma série de problemas para a agricultura. A hibridação natural dessas variedades transgênicas com variedades naturais da cana (ervas daninhas, escapes) pode acontecer com maior frequência, pois a cana-de-açúcar é uma planta totalmente alógama, afetando a fauna e levando à extinção de espécies de insetos. Isto foi documentado pelos trabalhos publicado em periódicos como "Nature" e "Molecular Ecology". A CTNBio nunca divulgou em seu site oficial os relatórios e a experimentação científica realizados sobre a biossegurança que levaram à aprovação da cana-de-açúcar transgênica. Em várias reportagens publicadas recentemente, há indignações sobre potenciais conflitos de interesse. A maioria dos países europeus proíbe o milho transgênico Bt com gene cry, pois acreditam em dados científicos, em números e em análise científica sem interferência de política e politicagem. Áustria, França, Alemanha, Grécia são alguns dos exemplos. Não sabemos o que a futura geração poderá sofrer de efeitos colaterais pela toxina acumulada e depositada gradualmente nos órgãos humanas e no meio ambiente. Nos Estados Unidos, há relatos sobre casos fatais humanos devido ao consumo do milho Bt. NAGIB NASSAR, botânico e geneticista, doutor em genética e melhoramento de plantas, é professor emérito da Universidade de Brasília PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Saúde pública e meio ambiente em perigoCom uma comissão formada por diversas equipes do governo federal, o Brasil aprovou em 2008 variedades de milho transgênico Bt (com gene cry - o mesmo gene toxico inserido na cana de açúcar transgênico ). Na época, o presidente do CTNbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) afirmou para imprensa que quem decide pela liberação dos transgênicos não são relatórios técnicos dos órgãos governamentais legitimados e definidos pela Constituição, mas sim a comissão que preside. Mais do que isso: afirmou não haver problema algum em consultores do fabricante dos transgênicos julgarem, na comissão, seu próprio produto! Sim, contrariando todas éticas e todos os conceitos científicos e legais. A história se repete neste ano com pareceres sem dados suficientes, sem números que devem ser analisados estatisticamente. Artigos publicados por cientistas altamente qualificados nos mais importantes periódicos do mundo foram unânimes em confirmar: o gene cry nas culturas transgênicas Bt, como o milho. induziu má formação nos rins e no coração, por exemplo. Causou danos no sistema hematopoiético e há inclusive claros sinais de toxidade hepatorenal em animais que consomem plantas transgênicas desse gene cry por longo tempo. Os prejuízos causados ao meio ambiente também são relevantes, pois a toxina Bt tem efeito fatal sobre predadores, provocando desequilíbrio nas populações de insetos e extinção de espécies. O fato foi relatado e publicado em vários periódicos. O efeito da toxina Bt no solo é altamente destruidor. Ela persiste ativa e se mistura com facilidade com a argila. Fica protegida contra degradação microbial e age contra microrganismos, impedindo a decomposição da matéria orgânica e criando, assim, uma série de problemas para a agricultura. A hibridação natural dessas variedades transgênicas com variedades naturais da cana (ervas daninhas, escapes) pode acontecer com maior frequência, pois a cana-de-açúcar é uma planta totalmente alógama, afetando a fauna e levando à extinção de espécies de insetos. Isto foi documentado pelos trabalhos publicado em periódicos como "Nature" e "Molecular Ecology". A CTNBio nunca divulgou em seu site oficial os relatórios e a experimentação científica realizados sobre a biossegurança que levaram à aprovação da cana-de-açúcar transgênica. Em várias reportagens publicadas recentemente, há indignações sobre potenciais conflitos de interesse. A maioria dos países europeus proíbe o milho transgênico Bt com gene cry, pois acreditam em dados científicos, em números e em análise científica sem interferência de política e politicagem. Áustria, França, Alemanha, Grécia são alguns dos exemplos. Não sabemos o que a futura geração poderá sofrer de efeitos colaterais pela toxina acumulada e depositada gradualmente nos órgãos humanas e no meio ambiente. Nos Estados Unidos, há relatos sobre casos fatais humanos devido ao consumo do milho Bt. NAGIB NASSAR, botânico e geneticista, doutor em genética e melhoramento de plantas, é professor emérito da Universidade de Brasília PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Advogado critica OAB por não combater gastos do Judiciário
Ao ler a interessante matéria Justiça gasta R$ 3,8 bi com 'penduricalhos'), eu me perguntei se a Ordem dos Advogados do Brasil não deveria ocupar-se em combater tais aberrações, que afrontam o cidadão comum e os princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade, em vez de ajuizar uma oportunista e descabida ação contra a redução da velocidade nas marginais de São Paulo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Advogado critica OAB por não combater gastos do JudiciárioAo ler a interessante matéria Justiça gasta R$ 3,8 bi com 'penduricalhos'), eu me perguntei se a Ordem dos Advogados do Brasil não deveria ocupar-se em combater tais aberrações, que afrontam o cidadão comum e os princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade, em vez de ajuizar uma oportunista e descabida ação contra a redução da velocidade nas marginais de São Paulo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Como descobrir o que o Facebook sabe sobre você
Já parou para pensar sobre tudo o que o Facebook sabe sobre você? E mais do que isso, sobre que conexões ele faz para obter informações a seu respeito? A rede social mais popular do mundo reúne dados detalhados sobre quase 1,5 bilhão de pessoas, cerca de 96 milhões delas no Brasil. Com esses dados, a gigante criada por Mark Zuckerberg consegue vender anúncios segmentados para outras empresas –um restaurante que quer atingir mulheres de 25 a 40 anos em determinada cidade e que gostem de culinária asiática, por exemplo. Para tornar esses anúncios mais eficientes, o Facebook precisa ter um raio-X bastante preciso das pessoas que eles podem atingir. Para isso, usa não só as informações sobre tudo o que você faz na rede –o que curte, o que decide que não quer ver, de onde você se conecta, onde faz check-in (marcar onde está) etc. –como também tudo o que você faz em outros sites e aplicativos nos quais optou por se cadastrar via seu perfil de Facebook. É por isso que, mesmo ajustando configurações de privacidade, é impossível evitar que o site armazene informações sobre você. Não adianta compartilhar mensagens, avisos nem manifestos. "Quando você cria uma conta no Facebook, automaticamente concorda que ele usará seus dados para ganhar dinheiro. É o preço que você paga", explica o especialista em direito digital Thiago Tavares, da ONG Safernet. Nos últimos anos, e após casos polêmicos como o do austríaco Max Schrems –cuja investigação sobre o que o Facebook sabia sobre ele levou à maior ação coletiva contra a empresa no mundo, o caso Europa vs. Facebook -, a empresa tem deixado mais claras suas políticas de dados e de privacidade. Mesmo assim, ainda pode ser surpreendente mergulhar na infinidade de dados que você fornece, voluntária e involuntariamente, ao Facebook. "É um exercício de tirar o fôlego, porque quando você recebe o arquivo com todos os seus dados, passa a ter uma dimensão do quão exposto você está. Passo isso como exercício para meus alunos na universidade. A maioria das pessoas diz 'não sabia que eles tinham tantas informações a meu respeito'", conta Tavares. Motivada pela pergunta, decidi fazer o download dos dados que o site tem sobre mim –opção disponibilizada na seção "Geral", das configurações do Facebook– e investigar outros dados que ficam armazenados no meu perfil. Confira algumas das informações surpreendentes que o Facebook armazena sobre você: 1 - As 'coordenadas' do seu rosto Ao baixar uma cópia dos principais dados sobre mim no Facebook, obtive um pacote com pastas para fotos e vídeos e um arquivo chamado "index.htm", que deve ser aberto em um navegador. Esse arquivo permite visualizar essas informações de maneira organizada. Logo na primeira página do arquivo, onde estão as informações pessoais, é possível ver três linhas de números que equivalem a uma espécie de impressão digital do seu rosto, segundo Thiago Tavares. "Existem 34 pontos na face que são fixos e mapeáveis. A distância entre esses pontos pode ser calculada e esse cálculo permite que um algoritmo consiga identificar automaticamente uma face." É por isso que, quando um amigo coloca uma foto com você, o Facebook consegue saber que você está lá e sugerir que ele te marque nela. "Esse é um tipo de dado que as pessoas compartilham sobre você, mesmo que você não queira", explica Tavares. No entanto, você pode impedir que a empresa guarde esse mapa da sua face e reconheça você nas fotos. Basta ir em "Configurações da linha do tempo e marcações" e escolher a opção "Ninguém" na pergunta "Quem vê as sugestões de marcações quando fotos parecidas com você são carregadas?". 2 - Por onde você anda - dentro e fora da internet Para muitos, uma das seções mais surpreendentes do arquivo do Facebook é a de "Segurança". Ali estão, por exemplo, informações sobre os computadores, celulares e tablets que você usou para entrar no site. No meu caso a lista cobria os três últimos anos. Ali estão os IPs –espécies de endereços numéricos usados pelos dispositivos para se comunicarem entre si na internet– e também as datas e horários em que acessei o Facebook, os navegadores que eu utilizei e até a operadora do celular com o qual eu me conectei. Estes são tipos de "logs de acesso", que, de acordo com o Marco Civil da Internet no Brasil, devem ser armazenados por pelo menos seis meses para permitir que a polícia investigue qualquer crime que possa ter sido cometido na rede social com sua participação. Além disso, o arquivo também lista cookies que o Facebook armazenou no seu navegador –são arquivos que registram rastros de navegação sobre tempo que você permaneceu em cada página, a sequência de cliques que deu, os dados que você colocou em um formulário online, o site através do qual você chegou naquela página etc. "Se eu desabilitar no meu navegador o armazenamento de cookies, não consigo usar o Facebook e muitos sites ou serviços. É por isso que esses produtos não são de graça como a maioria acha que são. Você paga com seus dados pessoais e com sua privacidade, fornecendo esse rastro de tudo o que faz", diz Tavares. Até mesmo as fotos que você compartilha no seu perfil podem trazer dados detalhados sobre onde você estava quando as tirou– e não é preciso ser um grande detetive para descobri-los. O EXIF, uma espécie de "etiqueta" que arquivos digitais de imagem possuem, contém mais dados do que se imagina. Ao chegar na sessão "Fotos" do arquivo, percebi que as imagens feitas com câmeras analógicas que postei no site traziam informações como o modelo e o fabricante da câmera e, no caso das digitais, também as configurações usadas na foto (abertura do diafragma e foco, por exemplo), além de data e hora em que a imagem foi feita. Já algumas fotos compartilhadas do Instagram traziam coordenadas de latitude e longitude de onde foram postadas. Se você é do tipo que faz "check-in" nos lugares onde vai, não deve ser surpresa encontrar alguns deles, aqueles que você criou ("casa da minha avó", por exemplo), no arquivo que baixou. 3 - Fotos que você 'esqueceu' no celular A seção de "fotos sincronizadas" dos dados baixados do Facebook também é intrigante. Como eu não tinha nenhuma, não sabia exatamente o que aquela "gaveta" deveria armazenar. O app do Facebook para smartphones traz, atualmente, uma opção de sincronizar automaticamente o seu celular com o seu perfil na rede. Habilitando a opção, o site se comunica com seu celular e transfere as últimas fotos que você tirou, sem que você precise fazê-lo manualmente, para um álbum privado. Caso você queira, pode tornar o álbum público ou compartilhar fotos individuais com amigos. De acordo com a empresa, "o recurso tem o objetivo de facilitar o compartilhamento com aqueles que importam para você. Nenhuma foto é postada no Facebook, a menos que o usuário decida compartilhá-las e confirme a ação". Mas Thiago Tavares alerta também para os perigos da ferramenta. Afinal, fotos indesejadas também podem acabar indo parar no site, mesmo que não estejam públicas. E se alguém conseguir a senha da sua conta, terá acesso a elas. "Muitos vazamentos não intencionais de fotos íntimas acabam acontecendo assim, com a ativação da sincronização de fotos automática do celular com o Facebook. A pessoa nem sabe que vazou", afirma. 4 - O que você 'gostaria' de comprar Na seção "Anúncios" do meu arquivo de dados, encontrei uma longa lista de empresas e tópicos que o Facebook acha que eu gostaria de ver na minha linha do tempo. A maioria dos itens estava correto, mas alguns não faziam muito sentido, como filmes dos quais eu não gosto especialmente ou nomes de cidades e personalidades com os quais não tenho relação. Mais abaixo, há ainda uma lista dos anúncios em que eu cliquei no site. De acordo com Tavares, o Facebook decide quais anúncios mostrar a você a partir do seu comportamento na rede social –o que você curte, onde faz check-in, o que os seus amigos fazem. Mas o site não informa exatamente quais ações executadas por você leva a essa seleção. Qual curtida fez com que aparecesse para mim algo sobre um baixista americano chamado John Patitucci, que eu não conhecia até agora? Nem consigo imaginar. Se você usa bastante a opção "conectar com o Facebook" em outros sites e serviços, para evitar ter diversos cadastros, saiba que o que você faz nesses sites também poderá ser usado na rede de Mark Zuckerberg. Nas suas configurações, você pode impedir que o Facebook use dados sobre sua atividade nestes outros sites e aplicativos para refinar os anúncios que mostra a você. Mesmo assim, a empresa continua coletando estas informações –e elas não estão disponíveis para download. Mas e se eu não quiser mais ver nenhuma propaganda no Facebook? Impossível, diz Tavares. "É impossível não ver anúncios no Facebook, da mesma forma que é impossível ter 100% de privacidade usando redes sociais. Uma coisa se tornou incompatível com a outra. É vendendo anúncios que a plataforma ganha dinheiro", afirma. Mas isso significa que o Facebook está enviando estas informações sobre você diretamente para outras empresas? A empresa diz que não e, de fato, segundo Tavares, não é possível afirmar que esteja. "Os anunciantes customizam campanhas e as segmentam (escolhem o público que querem atingir com cada campanha). Como o Facebook sabe quem exatamente preenche aquele perfil, ele direciona esse anúncio para esse usuário", explica. Também nas configurações do seu perfil, na seção "Anúncios", você tem acesso a uma lista muito mais completa do que o Facebook acha que você gostaria de ver ou comprar. Nesse caso, é possível até tirar e adicionar coisas à lista. É importante lembrar, no entanto, que isso também significa fornecer mais informação específica sobre suas preferências ao Facebook. 5 - Todas as suas buscas Nem todos os dados que o Facebook armazena sobre você estão no arquivo disponível para download. Todas as suas interações, comentários, curtidas, marcações e buscas na rede social –desde o momento em que você entrou lá –estão armazenados no "Registro de Atividades". Para chegar lá, clique na setinha para baixo que fica no canto superior direito da sua página, ao lado do cadeado. Um dos detalhes surpreendentes que encontrei nessa sessão, no item "Fotos", são todos os vídeos a que assisti dentro do Facebook, mesmo que não tenha curtido os posts em que eles estavam, nem deixado comentários. Basta apertar o play e o site registra ao que eu assisti. Da mesma forma, estão registradas absolutamente todas as coisas que eu digitei na seção de busca desde que criei minha conta, em 2007 –nomes de pessoas, eventos e outras palavras-chave. O registro de atividades, aliás, é a melhor maneira e saber, em tempo real, o que você está informando ao site. Se compartilha músicas que está ouvindo, livros que está lendo, se decide não ver posts de um amigo na sua linha do tempo ou confirma presença em eventos, tudo estará ali. Por ser uma rede social, o Facebook reúne informações principalmente através das interações que seus usuários têm entre si. Então cada vez que você manda uma mensagem para alguém ou aparece em uma foto de amigos, esta interação passa a pertencer a vocês dois. E ela não desaparece quando você sai da plataforma. Atualmente, o Facebook possui duas opções de saída. Desativar sua conta é como "dar um tempo" no relacionamento. Todas as suas informações permanecem lá, segundo a empresa, até que você decida voltar. Já a opção de excluir a conta significa um ponto final. O Facebook diz que pode levar até 90 dias para deletar todas as suas publicações, mas mensagens privadas trocadas com amigos, por exemplo, continuam nas caixas de mensagens deles. "A sua privacidade hoje não depende só do que você publica sobre si mesmo, mas também do que o outro compartilha ou publica sobre você", diz Thiago Tavares. "Enquanto seus amigos estiverem no Facebook, você nunca vai sair completamente dele, porque suas interações permanecem lá."
bbc
Como descobrir o que o Facebook sabe sobre vocêJá parou para pensar sobre tudo o que o Facebook sabe sobre você? E mais do que isso, sobre que conexões ele faz para obter informações a seu respeito? A rede social mais popular do mundo reúne dados detalhados sobre quase 1,5 bilhão de pessoas, cerca de 96 milhões delas no Brasil. Com esses dados, a gigante criada por Mark Zuckerberg consegue vender anúncios segmentados para outras empresas –um restaurante que quer atingir mulheres de 25 a 40 anos em determinada cidade e que gostem de culinária asiática, por exemplo. Para tornar esses anúncios mais eficientes, o Facebook precisa ter um raio-X bastante preciso das pessoas que eles podem atingir. Para isso, usa não só as informações sobre tudo o que você faz na rede –o que curte, o que decide que não quer ver, de onde você se conecta, onde faz check-in (marcar onde está) etc. –como também tudo o que você faz em outros sites e aplicativos nos quais optou por se cadastrar via seu perfil de Facebook. É por isso que, mesmo ajustando configurações de privacidade, é impossível evitar que o site armazene informações sobre você. Não adianta compartilhar mensagens, avisos nem manifestos. "Quando você cria uma conta no Facebook, automaticamente concorda que ele usará seus dados para ganhar dinheiro. É o preço que você paga", explica o especialista em direito digital Thiago Tavares, da ONG Safernet. Nos últimos anos, e após casos polêmicos como o do austríaco Max Schrems –cuja investigação sobre o que o Facebook sabia sobre ele levou à maior ação coletiva contra a empresa no mundo, o caso Europa vs. Facebook -, a empresa tem deixado mais claras suas políticas de dados e de privacidade. Mesmo assim, ainda pode ser surpreendente mergulhar na infinidade de dados que você fornece, voluntária e involuntariamente, ao Facebook. "É um exercício de tirar o fôlego, porque quando você recebe o arquivo com todos os seus dados, passa a ter uma dimensão do quão exposto você está. Passo isso como exercício para meus alunos na universidade. A maioria das pessoas diz 'não sabia que eles tinham tantas informações a meu respeito'", conta Tavares. Motivada pela pergunta, decidi fazer o download dos dados que o site tem sobre mim –opção disponibilizada na seção "Geral", das configurações do Facebook– e investigar outros dados que ficam armazenados no meu perfil. Confira algumas das informações surpreendentes que o Facebook armazena sobre você: 1 - As 'coordenadas' do seu rosto Ao baixar uma cópia dos principais dados sobre mim no Facebook, obtive um pacote com pastas para fotos e vídeos e um arquivo chamado "index.htm", que deve ser aberto em um navegador. Esse arquivo permite visualizar essas informações de maneira organizada. Logo na primeira página do arquivo, onde estão as informações pessoais, é possível ver três linhas de números que equivalem a uma espécie de impressão digital do seu rosto, segundo Thiago Tavares. "Existem 34 pontos na face que são fixos e mapeáveis. A distância entre esses pontos pode ser calculada e esse cálculo permite que um algoritmo consiga identificar automaticamente uma face." É por isso que, quando um amigo coloca uma foto com você, o Facebook consegue saber que você está lá e sugerir que ele te marque nela. "Esse é um tipo de dado que as pessoas compartilham sobre você, mesmo que você não queira", explica Tavares. No entanto, você pode impedir que a empresa guarde esse mapa da sua face e reconheça você nas fotos. Basta ir em "Configurações da linha do tempo e marcações" e escolher a opção "Ninguém" na pergunta "Quem vê as sugestões de marcações quando fotos parecidas com você são carregadas?". 2 - Por onde você anda - dentro e fora da internet Para muitos, uma das seções mais surpreendentes do arquivo do Facebook é a de "Segurança". Ali estão, por exemplo, informações sobre os computadores, celulares e tablets que você usou para entrar no site. No meu caso a lista cobria os três últimos anos. Ali estão os IPs –espécies de endereços numéricos usados pelos dispositivos para se comunicarem entre si na internet– e também as datas e horários em que acessei o Facebook, os navegadores que eu utilizei e até a operadora do celular com o qual eu me conectei. Estes são tipos de "logs de acesso", que, de acordo com o Marco Civil da Internet no Brasil, devem ser armazenados por pelo menos seis meses para permitir que a polícia investigue qualquer crime que possa ter sido cometido na rede social com sua participação. Além disso, o arquivo também lista cookies que o Facebook armazenou no seu navegador –são arquivos que registram rastros de navegação sobre tempo que você permaneceu em cada página, a sequência de cliques que deu, os dados que você colocou em um formulário online, o site através do qual você chegou naquela página etc. "Se eu desabilitar no meu navegador o armazenamento de cookies, não consigo usar o Facebook e muitos sites ou serviços. É por isso que esses produtos não são de graça como a maioria acha que são. Você paga com seus dados pessoais e com sua privacidade, fornecendo esse rastro de tudo o que faz", diz Tavares. Até mesmo as fotos que você compartilha no seu perfil podem trazer dados detalhados sobre onde você estava quando as tirou– e não é preciso ser um grande detetive para descobri-los. O EXIF, uma espécie de "etiqueta" que arquivos digitais de imagem possuem, contém mais dados do que se imagina. Ao chegar na sessão "Fotos" do arquivo, percebi que as imagens feitas com câmeras analógicas que postei no site traziam informações como o modelo e o fabricante da câmera e, no caso das digitais, também as configurações usadas na foto (abertura do diafragma e foco, por exemplo), além de data e hora em que a imagem foi feita. Já algumas fotos compartilhadas do Instagram traziam coordenadas de latitude e longitude de onde foram postadas. Se você é do tipo que faz "check-in" nos lugares onde vai, não deve ser surpresa encontrar alguns deles, aqueles que você criou ("casa da minha avó", por exemplo), no arquivo que baixou. 3 - Fotos que você 'esqueceu' no celular A seção de "fotos sincronizadas" dos dados baixados do Facebook também é intrigante. Como eu não tinha nenhuma, não sabia exatamente o que aquela "gaveta" deveria armazenar. O app do Facebook para smartphones traz, atualmente, uma opção de sincronizar automaticamente o seu celular com o seu perfil na rede. Habilitando a opção, o site se comunica com seu celular e transfere as últimas fotos que você tirou, sem que você precise fazê-lo manualmente, para um álbum privado. Caso você queira, pode tornar o álbum público ou compartilhar fotos individuais com amigos. De acordo com a empresa, "o recurso tem o objetivo de facilitar o compartilhamento com aqueles que importam para você. Nenhuma foto é postada no Facebook, a menos que o usuário decida compartilhá-las e confirme a ação". Mas Thiago Tavares alerta também para os perigos da ferramenta. Afinal, fotos indesejadas também podem acabar indo parar no site, mesmo que não estejam públicas. E se alguém conseguir a senha da sua conta, terá acesso a elas. "Muitos vazamentos não intencionais de fotos íntimas acabam acontecendo assim, com a ativação da sincronização de fotos automática do celular com o Facebook. A pessoa nem sabe que vazou", afirma. 4 - O que você 'gostaria' de comprar Na seção "Anúncios" do meu arquivo de dados, encontrei uma longa lista de empresas e tópicos que o Facebook acha que eu gostaria de ver na minha linha do tempo. A maioria dos itens estava correto, mas alguns não faziam muito sentido, como filmes dos quais eu não gosto especialmente ou nomes de cidades e personalidades com os quais não tenho relação. Mais abaixo, há ainda uma lista dos anúncios em que eu cliquei no site. De acordo com Tavares, o Facebook decide quais anúncios mostrar a você a partir do seu comportamento na rede social –o que você curte, onde faz check-in, o que os seus amigos fazem. Mas o site não informa exatamente quais ações executadas por você leva a essa seleção. Qual curtida fez com que aparecesse para mim algo sobre um baixista americano chamado John Patitucci, que eu não conhecia até agora? Nem consigo imaginar. Se você usa bastante a opção "conectar com o Facebook" em outros sites e serviços, para evitar ter diversos cadastros, saiba que o que você faz nesses sites também poderá ser usado na rede de Mark Zuckerberg. Nas suas configurações, você pode impedir que o Facebook use dados sobre sua atividade nestes outros sites e aplicativos para refinar os anúncios que mostra a você. Mesmo assim, a empresa continua coletando estas informações –e elas não estão disponíveis para download. Mas e se eu não quiser mais ver nenhuma propaganda no Facebook? Impossível, diz Tavares. "É impossível não ver anúncios no Facebook, da mesma forma que é impossível ter 100% de privacidade usando redes sociais. Uma coisa se tornou incompatível com a outra. É vendendo anúncios que a plataforma ganha dinheiro", afirma. Mas isso significa que o Facebook está enviando estas informações sobre você diretamente para outras empresas? A empresa diz que não e, de fato, segundo Tavares, não é possível afirmar que esteja. "Os anunciantes customizam campanhas e as segmentam (escolhem o público que querem atingir com cada campanha). Como o Facebook sabe quem exatamente preenche aquele perfil, ele direciona esse anúncio para esse usuário", explica. Também nas configurações do seu perfil, na seção "Anúncios", você tem acesso a uma lista muito mais completa do que o Facebook acha que você gostaria de ver ou comprar. Nesse caso, é possível até tirar e adicionar coisas à lista. É importante lembrar, no entanto, que isso também significa fornecer mais informação específica sobre suas preferências ao Facebook. 5 - Todas as suas buscas Nem todos os dados que o Facebook armazena sobre você estão no arquivo disponível para download. Todas as suas interações, comentários, curtidas, marcações e buscas na rede social –desde o momento em que você entrou lá –estão armazenados no "Registro de Atividades". Para chegar lá, clique na setinha para baixo que fica no canto superior direito da sua página, ao lado do cadeado. Um dos detalhes surpreendentes que encontrei nessa sessão, no item "Fotos", são todos os vídeos a que assisti dentro do Facebook, mesmo que não tenha curtido os posts em que eles estavam, nem deixado comentários. Basta apertar o play e o site registra ao que eu assisti. Da mesma forma, estão registradas absolutamente todas as coisas que eu digitei na seção de busca desde que criei minha conta, em 2007 –nomes de pessoas, eventos e outras palavras-chave. O registro de atividades, aliás, é a melhor maneira e saber, em tempo real, o que você está informando ao site. Se compartilha músicas que está ouvindo, livros que está lendo, se decide não ver posts de um amigo na sua linha do tempo ou confirma presença em eventos, tudo estará ali. Por ser uma rede social, o Facebook reúne informações principalmente através das interações que seus usuários têm entre si. Então cada vez que você manda uma mensagem para alguém ou aparece em uma foto de amigos, esta interação passa a pertencer a vocês dois. E ela não desaparece quando você sai da plataforma. Atualmente, o Facebook possui duas opções de saída. Desativar sua conta é como "dar um tempo" no relacionamento. Todas as suas informações permanecem lá, segundo a empresa, até que você decida voltar. Já a opção de excluir a conta significa um ponto final. O Facebook diz que pode levar até 90 dias para deletar todas as suas publicações, mas mensagens privadas trocadas com amigos, por exemplo, continuam nas caixas de mensagens deles. "A sua privacidade hoje não depende só do que você publica sobre si mesmo, mas também do que o outro compartilha ou publica sobre você", diz Thiago Tavares. "Enquanto seus amigos estiverem no Facebook, você nunca vai sair completamente dele, porque suas interações permanecem lá."
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Espetáculos infantis abordam o mundo animal em São Paulo; confira
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO A estrela Peppa Pig (leia em "Os eleitos", abaixo) e mais cinco peças e musicais abordam o mundo animal. Veja quais: BICHOS DE CÁ Como o nome sugere, o espetáculo do grupo Nhambuzim apresenta músicas e histórias sobre os animais do Brasil. As canções falam a respeito do tatu, da onça pintada, do lobo-guará e de outras espécies ameaçadas de extinção. Para cada bicho, foram feitas uma história e uma canção em um ritmo característico da região onde ele vive. A música sobre o jabuti, por exemplo, tem a pegada do maracatu, de Pernambuco. Já a canção da sucuri vem no compasso do lundu marajoara, som natural da Ilha de Marajó. Informe-se sobre o evento * BICHO BICHINHO BICHÃO Dirigida por Simone Grande e Daniela Schitini, a Fabulosa Cia. de Teatro de Histórias narra a aventura de uma cabrita e de dois cabritinhos que procuram uma casa para morar. Eles pensam que encontraram o local perfeito, mas o fantasma de um malvado bichão já vive ali. Para completar, um lobo cruel também espreita o lugar. Os cabritos contam com a ajuda de aliados e, como não têm força física, usam a inteligência para vencer os seus inimigos. Informe-se sobre o evento * CLASSIFICADOS A Cia. La Mínima conta a história de um circo que precisou deixar os animais partirem por causa de uma lei que proíbe o uso de bichos nos shows. Inconformados, os membros da trupe se disfarçam de gente para continuar no picadeiro. Informe-se sobre o evento * JOÃO E MARIA* A adaptação da Cia. Le Plat du Jour tem cenário giratório e trata do desmatamento das florestas. Os protagonistas da trama são as aves Bicudinha e Bicudona, que encontram os irmãos J.M. e M.J. Informe-se sobre o evento * ZOO-ILÓGICO A renomada Cia. Truks é conhecida por criar peças com bonecos. Neste espetáculo, um pai decide levar o filho a um piquenique no zoológico. Ao chegarem lá, entretanto, encontram o lugar de portas fechadas. Para conter a decepção da criança, o pai cria os próprios bichos usando objetos que eles haviam levado para a comilança, como pratos, talheres, panos e garrafas. Informe-se sobre o evento - OS ELEITOS MÔNICA RODRIGUES DA COSTA, editora de livros da Publifolhinha, elege o musical 'Peppa - A Caça ao Tesouro' Traz canções com versos que convidam as crianças a exercitar a coordenação enquanto aprendem sobre onomatopeias e meios de transporte. Em locais como um navio, Peppa e George Pig, Pedro, o Pônei, e a vaqueira Daisy decifram enigmas para achar um tesouro na ilha dos piratas. Informe-se sobre o evento * FABIANA FUTEMA, do blog 'Maternar', sugere a peça 'Chovendo na Roseira' Adultos e crianças podem ver um pouco da própria realidade neste relato sobre os pais de Maria Laura, tão atarefados e envolvidos com eletrônicos que mal têm tempo para dar atenção à filha. Entediada em um dia de chuva, ela aprende brincadeiras com amigos que faz no jardim de casa -tudo ao som de muita música, como "Água", de Djavan. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, São Paulo, SP. Tel.: (11) 5693-4000. 195 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 29/3. Ingr.: R$ 30. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br * GABRIELA ROMEU, jornalista especializada em crianças, recomenda o livro 'No Oco da Avelã' Inspirado em um conto popular escocês, traz a história de um menino valente que trava um encontro com a Morte. O pequeno queria salvar a mãe das garras da malvada e a personagem acaba aprisionada dentro de uma avelã. Um belo livro para falar da vida -e de seus ciclos. Editora: Edições SM (2013, 1ª edição, 32 págs., R$ 38). Autora: Muriel Mingau. Ilustradora: Carmen Segovia. Tradutora: Chantal Castelli
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Espetáculos infantis abordam o mundo animal em São Paulo; confiraLUIZA WOLF DE SÃO PAULO A estrela Peppa Pig (leia em "Os eleitos", abaixo) e mais cinco peças e musicais abordam o mundo animal. Veja quais: BICHOS DE CÁ Como o nome sugere, o espetáculo do grupo Nhambuzim apresenta músicas e histórias sobre os animais do Brasil. As canções falam a respeito do tatu, da onça pintada, do lobo-guará e de outras espécies ameaçadas de extinção. Para cada bicho, foram feitas uma história e uma canção em um ritmo característico da região onde ele vive. A música sobre o jabuti, por exemplo, tem a pegada do maracatu, de Pernambuco. Já a canção da sucuri vem no compasso do lundu marajoara, som natural da Ilha de Marajó. Informe-se sobre o evento * BICHO BICHINHO BICHÃO Dirigida por Simone Grande e Daniela Schitini, a Fabulosa Cia. de Teatro de Histórias narra a aventura de uma cabrita e de dois cabritinhos que procuram uma casa para morar. Eles pensam que encontraram o local perfeito, mas o fantasma de um malvado bichão já vive ali. Para completar, um lobo cruel também espreita o lugar. Os cabritos contam com a ajuda de aliados e, como não têm força física, usam a inteligência para vencer os seus inimigos. Informe-se sobre o evento * CLASSIFICADOS A Cia. La Mínima conta a história de um circo que precisou deixar os animais partirem por causa de uma lei que proíbe o uso de bichos nos shows. Inconformados, os membros da trupe se disfarçam de gente para continuar no picadeiro. Informe-se sobre o evento * JOÃO E MARIA* A adaptação da Cia. Le Plat du Jour tem cenário giratório e trata do desmatamento das florestas. Os protagonistas da trama são as aves Bicudinha e Bicudona, que encontram os irmãos J.M. e M.J. Informe-se sobre o evento * ZOO-ILÓGICO A renomada Cia. Truks é conhecida por criar peças com bonecos. Neste espetáculo, um pai decide levar o filho a um piquenique no zoológico. Ao chegarem lá, entretanto, encontram o lugar de portas fechadas. Para conter a decepção da criança, o pai cria os próprios bichos usando objetos que eles haviam levado para a comilança, como pratos, talheres, panos e garrafas. Informe-se sobre o evento - OS ELEITOS MÔNICA RODRIGUES DA COSTA, editora de livros da Publifolhinha, elege o musical 'Peppa - A Caça ao Tesouro' Traz canções com versos que convidam as crianças a exercitar a coordenação enquanto aprendem sobre onomatopeias e meios de transporte. Em locais como um navio, Peppa e George Pig, Pedro, o Pônei, e a vaqueira Daisy decifram enigmas para achar um tesouro na ilha dos piratas. Informe-se sobre o evento * FABIANA FUTEMA, do blog 'Maternar', sugere a peça 'Chovendo na Roseira' Adultos e crianças podem ver um pouco da própria realidade neste relato sobre os pais de Maria Laura, tão atarefados e envolvidos com eletrônicos que mal têm tempo para dar atenção à filha. Entediada em um dia de chuva, ela aprende brincadeiras com amigos que faz no jardim de casa -tudo ao som de muita música, como "Água", de Djavan. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, São Paulo, SP. Tel.: (11) 5693-4000. 195 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 29/3. Ingr.: R$ 30. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br * GABRIELA ROMEU, jornalista especializada em crianças, recomenda o livro 'No Oco da Avelã' Inspirado em um conto popular escocês, traz a história de um menino valente que trava um encontro com a Morte. O pequeno queria salvar a mãe das garras da malvada e a personagem acaba aprisionada dentro de uma avelã. Um belo livro para falar da vida -e de seus ciclos. Editora: Edições SM (2013, 1ª edição, 32 págs., R$ 38). Autora: Muriel Mingau. Ilustradora: Carmen Segovia. Tradutora: Chantal Castelli
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Com status de cult, Odair José lança disco de rock com show em São Paulo
Odair José está em forma. Para a sessão de fotos que ilustra esta página, o cantor se equilibra no sofá de um restaurante no centro de São Paulo. A posição –os pés apoiados no encosto e a cabeça pendendo contra a gravidade– exige que ele force o abdome para não cair. Ele aguenta o tranco? "Tá achando o quê? Eu corro 1.200 km por ano, rapaz", afirma o cantor goiano sobre seu condicionamento físico, apontando os dois indicadores para a lente do fotógrafo. Aos 66 anos, Odair José diz que se exercita religiosamente todas as manhãs, jura que não se cansa nunca e que tem gás para tocar ao vivo "durante duas horas, sem parar". A prova dos nove acontece nesta quinta (12) e sexta (13), quando ele apresenta o show de lançamento do seu novo álbum, "Dia 16" na choperia do Sesc Pompeia. O nome do 35º álbum de inéditas de Odair é uma alusão a seu aniversário, em 16 de agosto. "É tempo de comemorar", dizem os versos de "Dia 16", a primeira do disco. E é mesmo, ao menos para Odair José, que inclui a música entre os cinco melhores de sua discografia. "Passei um período achando que eu era um merda", diz ele. "Dos anos 80 aos 2000 tenho um trabalho desnecessário. Eu fazia disco por fazer." Parte da virada veio com o tributo "Vou Tirar Você Desse Lugar" (Tratore), lançado em 2006. O disco reúne releituras de sucessos de Odair José gravadas por músicos pop, como Mombojó, Zeca Baleiro, Pato Fu e Mundo Livre S/A. Em 2013, a Universal relançou uma caixa com os quatro primeiros álbuns do cantor: "Assim Sou Eu..." (1972), "Odair José" (1973), "Lembranças" (1974) e "Odair" (1975). JUÍZO DO TEMPO "Ele sempre foi um artista influente, mas agora, com o juízo generoso do tempo e da história, tem sido devidamente reconhecido e será cada vez mais", diz Zeca Baleiro, que produziu "Praça Tiradentes", penúltimo álbum de Odair, lançado em 2012. No fim, o reconhecimento de artistas mais jovens acabou fazendo com Odair o que o título do álbum-tributo anunciava. "Quando cruzava com esse pessoal mais jovem, ouvia [eles dizerem]: 'Você é muito bom'. Comecei a analisar aquilo", conta ele. "Isso me fez olhar de novo para o meu trabalho como olhava nos anos 1970." Com levada rock e pop, "Dia 16" foi gravado no mesmo espírito de "O Filho de José e Maria" (1977). Considerado o trabalho mais experimental de sua carreira, a ópera-rock adaptava a trajetória bíblica de Jesus Cristo com episódios de descoberta sexual. Acabou censurada pela ditadura, por pressão da Igreja Católica. A ideia do novo álbum, assim como em "O Filho...", era entrar no estúdio com todos os músicos ensaiados, como uma banda de garagem, e "fazer um disco que a gente pudesse repetir no palco". "O que esse disco tem de novo é a simplicidade e a liberdade do alternativo, de fazer a coisa como quis fazer. Ele é disciplinado, radiofônico", comenta o cantor. "Espero que as pessoas concordem." Da ópera-rock, "Dia 16" herda a música "Fera", deixada de fora de "O Filho de José e Maria" pela gravadora e inédita desde então. De sua trajetória, o cantor preserva o estilo de compor, que define como "repórter musical". Brega, jamais. "Desde 1970, o Roberto Carlos canta bolero. Então ele é um cantor de bolero? Não, ele é o Rei. Agora, se você faz um bolero, uma balada, é brega", defende Odair, para quem não há "nada mais pop, mais rock 'n' roll" do que o que faz desde o primeiro disco: compor sobre o cotidiano e os tabus da sociedade brasileira. "Em vez de falar 'eu te darei o céu', as pessoas estavam indo para a cama, estavam fazendo sexo na beira do muro. Eu fui relatar isso nas minhas músicas." Tocando em boates no Rio de Janeiro, conheceu um homem que se apaixonou por uma prostituta e acabou se casando com ela. O resultado foi a canção "Vou Tirar Você Desse Lugar", de 1972. Prostituição, pílula anticoncepcional ("Uma Vida Só - Pare de Tomar a Pílula"), maconha ("A Viagem"), as humilhações vividas por uma empregada doméstica ("Deixa Essa Vergonha de Lado") –muitas foram as questões morais que entraram no radar de Odair José desde os anos 1970. Desta vez, dois tabus se destacam em "Dia 16". Da pílula, Odair José passou para os "vaso-dilatadores", eufemismo para os remédios da família Viagra. Em "A Moça e O Velho", ele discute o preconceito que costuma acompanhar os comentários sobre casais com diferença de idade. "Pode até ser que a moça esteja com o velho por algum interesse", explica."Mas hoje em dia os velhos ainda dão no couro. Eu sou um velho, e acho que ainda dou no couro." Sobre "Sem Compromisso", ele diz que defende o sexo fora do casamento: "O cara tem amante e não concorda que a mulher dele faça o mesmo, isso é o quê? Hipocrisia. Ô, bicho, tem tesão no cara? Vai dar para ele. As pessoas serão mais felizes". "O brasileiro é moralista. Acho bom liberar o olhar, parar com essa coisa de 'não pode'", diz o cantor. SHOW DE LANÇAMENTO QUANDO nesta quinta (12) e nesta sexta (13), às 21h30 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 9 e R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 18 anos Fotografia ANDRÉ FELIPE e CARLOS CECCONELLO | Edição ANDRÉ FELIPE
ilustrada
Com status de cult, Odair José lança disco de rock com show em São PauloOdair José está em forma. Para a sessão de fotos que ilustra esta página, o cantor se equilibra no sofá de um restaurante no centro de São Paulo. A posição –os pés apoiados no encosto e a cabeça pendendo contra a gravidade– exige que ele force o abdome para não cair. Ele aguenta o tranco? "Tá achando o quê? Eu corro 1.200 km por ano, rapaz", afirma o cantor goiano sobre seu condicionamento físico, apontando os dois indicadores para a lente do fotógrafo. Aos 66 anos, Odair José diz que se exercita religiosamente todas as manhãs, jura que não se cansa nunca e que tem gás para tocar ao vivo "durante duas horas, sem parar". A prova dos nove acontece nesta quinta (12) e sexta (13), quando ele apresenta o show de lançamento do seu novo álbum, "Dia 16" na choperia do Sesc Pompeia. O nome do 35º álbum de inéditas de Odair é uma alusão a seu aniversário, em 16 de agosto. "É tempo de comemorar", dizem os versos de "Dia 16", a primeira do disco. E é mesmo, ao menos para Odair José, que inclui a música entre os cinco melhores de sua discografia. "Passei um período achando que eu era um merda", diz ele. "Dos anos 80 aos 2000 tenho um trabalho desnecessário. Eu fazia disco por fazer." Parte da virada veio com o tributo "Vou Tirar Você Desse Lugar" (Tratore), lançado em 2006. O disco reúne releituras de sucessos de Odair José gravadas por músicos pop, como Mombojó, Zeca Baleiro, Pato Fu e Mundo Livre S/A. Em 2013, a Universal relançou uma caixa com os quatro primeiros álbuns do cantor: "Assim Sou Eu..." (1972), "Odair José" (1973), "Lembranças" (1974) e "Odair" (1975). JUÍZO DO TEMPO "Ele sempre foi um artista influente, mas agora, com o juízo generoso do tempo e da história, tem sido devidamente reconhecido e será cada vez mais", diz Zeca Baleiro, que produziu "Praça Tiradentes", penúltimo álbum de Odair, lançado em 2012. No fim, o reconhecimento de artistas mais jovens acabou fazendo com Odair o que o título do álbum-tributo anunciava. "Quando cruzava com esse pessoal mais jovem, ouvia [eles dizerem]: 'Você é muito bom'. Comecei a analisar aquilo", conta ele. "Isso me fez olhar de novo para o meu trabalho como olhava nos anos 1970." Com levada rock e pop, "Dia 16" foi gravado no mesmo espírito de "O Filho de José e Maria" (1977). Considerado o trabalho mais experimental de sua carreira, a ópera-rock adaptava a trajetória bíblica de Jesus Cristo com episódios de descoberta sexual. Acabou censurada pela ditadura, por pressão da Igreja Católica. A ideia do novo álbum, assim como em "O Filho...", era entrar no estúdio com todos os músicos ensaiados, como uma banda de garagem, e "fazer um disco que a gente pudesse repetir no palco". "O que esse disco tem de novo é a simplicidade e a liberdade do alternativo, de fazer a coisa como quis fazer. Ele é disciplinado, radiofônico", comenta o cantor. "Espero que as pessoas concordem." Da ópera-rock, "Dia 16" herda a música "Fera", deixada de fora de "O Filho de José e Maria" pela gravadora e inédita desde então. De sua trajetória, o cantor preserva o estilo de compor, que define como "repórter musical". Brega, jamais. "Desde 1970, o Roberto Carlos canta bolero. Então ele é um cantor de bolero? Não, ele é o Rei. Agora, se você faz um bolero, uma balada, é brega", defende Odair, para quem não há "nada mais pop, mais rock 'n' roll" do que o que faz desde o primeiro disco: compor sobre o cotidiano e os tabus da sociedade brasileira. "Em vez de falar 'eu te darei o céu', as pessoas estavam indo para a cama, estavam fazendo sexo na beira do muro. Eu fui relatar isso nas minhas músicas." Tocando em boates no Rio de Janeiro, conheceu um homem que se apaixonou por uma prostituta e acabou se casando com ela. O resultado foi a canção "Vou Tirar Você Desse Lugar", de 1972. Prostituição, pílula anticoncepcional ("Uma Vida Só - Pare de Tomar a Pílula"), maconha ("A Viagem"), as humilhações vividas por uma empregada doméstica ("Deixa Essa Vergonha de Lado") –muitas foram as questões morais que entraram no radar de Odair José desde os anos 1970. Desta vez, dois tabus se destacam em "Dia 16". Da pílula, Odair José passou para os "vaso-dilatadores", eufemismo para os remédios da família Viagra. Em "A Moça e O Velho", ele discute o preconceito que costuma acompanhar os comentários sobre casais com diferença de idade. "Pode até ser que a moça esteja com o velho por algum interesse", explica."Mas hoje em dia os velhos ainda dão no couro. Eu sou um velho, e acho que ainda dou no couro." Sobre "Sem Compromisso", ele diz que defende o sexo fora do casamento: "O cara tem amante e não concorda que a mulher dele faça o mesmo, isso é o quê? Hipocrisia. Ô, bicho, tem tesão no cara? Vai dar para ele. As pessoas serão mais felizes". "O brasileiro é moralista. Acho bom liberar o olhar, parar com essa coisa de 'não pode'", diz o cantor. SHOW DE LANÇAMENTO QUANDO nesta quinta (12) e nesta sexta (13), às 21h30 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 9 e R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 18 anos Fotografia ANDRÉ FELIPE e CARLOS CECCONELLO | Edição ANDRÉ FELIPE
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Por falta de pagamento, empresa de segurança rompe com a Santa Casa
O Grupo GR, responsável pela segurança da Santa Casa de São Paulo, afirmou que irá encerrar os serviços prestados nesta sexta-feira (7) após atraso nos pagamentos nos últimos sete meses. De acordo com a empresa terceirizada, a dívida acumulada é de R$ 10 milhões. O grupo presta serviços à Santa Casa desde 2007 com uma equipe de 500 funcionários. Segundo comunicado divulgado pela empresa, todos os empregados estão em fase de demissão por causa do prejuízo. Em nota, a Santa Casa de São Paulo confirmou que o contrato com a empresa foi rescindido, à pedido da terceirizada, e que uma nova responsável deverá assumir a segurança do hospital às 6h de sábado (8). Ainda segundo a Santa Casa, o Grupo GR se comprometeu a manter a equipe atual em seus postos até que a nova empresa assuma o setor. A informação não foi confirmada pela empresa. "O valor do contrato firmado com a GR na gestão anterior é incompatível com o que a Santa Casa podia e pode, hoje, pagar. A dívida foi negociada e um acordo de parcelamento feito ainda na gestão anterior. As parcelas estão sendo pagas em dia", afirma nota divulgada pela Santa Casa. Ainda segundo o texto, "a prioridade, neste momento, é garantir o atendimento à saúde pública". CRISE Em junho, o pediatra José Luiz Setúbal, 58, foi aclamado novo provedor da Santa Casa de São Paulo, que passa pela pior crise de sua história. O médico, da família fundadora do banco Itaú, comprometeu-se a adotar medidas de "transparência e de democracia" no início de sua gestão, que vai até 2017. Setúbal assumiu o cargo de provedor em substituição a Kalil Rocha Abdalla, que renunciou ao posto em abril e tem sua gestão investigada pela Promotoria. O novo provedor colocou como meta de seu início de mandato buscar apoio político para conseguir mais prazo e mais espaço para renegociação das dívidas do hospital. Ele também disse, após assumir o cargo, que serão necessários ajustes no potencial de atendimento do hospital e em seu quadro de funcionários. Segundo uma auditoria contratada pelo governo do Estado de São Paulo no fim do ano passado, a dívida da Santa Casa de São Paulo supera os R$ 770 milhões. Só os débitos com fornecedores superam R$ 100 milhões. Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia. À época, o hospital alegou a falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas.
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Por falta de pagamento, empresa de segurança rompe com a Santa CasaO Grupo GR, responsável pela segurança da Santa Casa de São Paulo, afirmou que irá encerrar os serviços prestados nesta sexta-feira (7) após atraso nos pagamentos nos últimos sete meses. De acordo com a empresa terceirizada, a dívida acumulada é de R$ 10 milhões. O grupo presta serviços à Santa Casa desde 2007 com uma equipe de 500 funcionários. Segundo comunicado divulgado pela empresa, todos os empregados estão em fase de demissão por causa do prejuízo. Em nota, a Santa Casa de São Paulo confirmou que o contrato com a empresa foi rescindido, à pedido da terceirizada, e que uma nova responsável deverá assumir a segurança do hospital às 6h de sábado (8). Ainda segundo a Santa Casa, o Grupo GR se comprometeu a manter a equipe atual em seus postos até que a nova empresa assuma o setor. A informação não foi confirmada pela empresa. "O valor do contrato firmado com a GR na gestão anterior é incompatível com o que a Santa Casa podia e pode, hoje, pagar. A dívida foi negociada e um acordo de parcelamento feito ainda na gestão anterior. As parcelas estão sendo pagas em dia", afirma nota divulgada pela Santa Casa. Ainda segundo o texto, "a prioridade, neste momento, é garantir o atendimento à saúde pública". CRISE Em junho, o pediatra José Luiz Setúbal, 58, foi aclamado novo provedor da Santa Casa de São Paulo, que passa pela pior crise de sua história. O médico, da família fundadora do banco Itaú, comprometeu-se a adotar medidas de "transparência e de democracia" no início de sua gestão, que vai até 2017. Setúbal assumiu o cargo de provedor em substituição a Kalil Rocha Abdalla, que renunciou ao posto em abril e tem sua gestão investigada pela Promotoria. O novo provedor colocou como meta de seu início de mandato buscar apoio político para conseguir mais prazo e mais espaço para renegociação das dívidas do hospital. Ele também disse, após assumir o cargo, que serão necessários ajustes no potencial de atendimento do hospital e em seu quadro de funcionários. Segundo uma auditoria contratada pelo governo do Estado de São Paulo no fim do ano passado, a dívida da Santa Casa de São Paulo supera os R$ 770 milhões. Só os débitos com fornecedores superam R$ 100 milhões. Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia. À época, o hospital alegou a falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas.
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Análise: Nova legislação ajuda, mas ainda não soluciona questões antigas
Após quase cinco anos de tramitação, o novo Código de Processo Civil deve entrar em vigor em um ano com a promessa de agilizar a maior parte dos processos no país. Diferentemente das leis de direito material, como o Código Civil, que regulam relações entre as pessoas, os códigos processuais ditam o modo de aplicação dessas leis aos casos concretos. Eles estabelecem o método a ser utilizado pelo Judiciário para decidir quem tem razão. Sem bons códigos, processos se alongam e fica-se com a impressão de que compensa descumprir a lei e desrespeitar contratos. Quando o senador José Sarney convocou a comissão para elaborar o anteprojeto de novo Código de Processo Civil, a promessa era que ele reduziria pela metade o tempo de duração dos processos. Para atingir essa meta, a nova lei aposta em novidades como técnicas de julgamento de litígios em massa (resolução de demandas repetitivas), utilização de técnicas consensuais de solução de litígios (mediação, conciliação etc.), maior valorização da jurisprudência, e abreviação do procedimento em casos em que o direito da parte já possa ser comprovado logo de início (tutela da evidência). Outras modificações foram introduzidas para possibilitar julgamentos de melhor qualidade. Por exemplo, a nova lei contém diversas regras que permitem a eliminação de vícios processuais. No sistema atual, esses vícios levam ao fim prematuro do processo e à necessidade do ajuizamento de uma nova ação. A nova lei possibilita ao magistrado priorizar a análise do conteúdo (mérito) sempre que ela entrar em choque com o excessivo formalismo. Contudo, algumas das propostas originais, como a redução do número de recursos e a eliminação do efeito suspensivo do recurso de apelação, que trariam maior celeridade, não chegaram ao texto final por pressão política e de grupos de interesse. Outras alterações devem tomar ainda mais tempo dos magistrados. A nova lei exige, por exemplo, uma fundamentação mais completa das decisões, com a análise de todos os argumentos trazidos pelas partes. Decisões que já são muitas vezes desnecessariamente longas deverão se tornar ainda mais longas. A lei atende a reivindicações dos advogados, como a contagem dos prazos em dias úteis, a suspensão dos trabalhos forenses entre 20 de dezembro e 20 de janeiro e o estabelecimento de regras mais claras sobre honorários advocatícios. Apesar de facilitar os cálculos, certamente não ajuda a atingir o objetivo de uma Justiça mais célere. Embora boa parte da morosidade seja causada intencionalmente pelas partes envolvidas na ação, não se pode negar a contribuição da Justiça para que processos fiquem parados por meses ou anos. A lei, a contragosto de alguns magistrados, avança ao obrigá-los a seguirem a ordem de chegada dos processos, mas não estabelece outros mecanismos concretos que os forcem a respeitar os prazos. E essa talvez seja a lacuna mais grave ainda sem solução. GUSTAVO ROMANO é mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA) e responsável pelo site direito.folha.com.br.
poder
Análise: Nova legislação ajuda, mas ainda não soluciona questões antigasApós quase cinco anos de tramitação, o novo Código de Processo Civil deve entrar em vigor em um ano com a promessa de agilizar a maior parte dos processos no país. Diferentemente das leis de direito material, como o Código Civil, que regulam relações entre as pessoas, os códigos processuais ditam o modo de aplicação dessas leis aos casos concretos. Eles estabelecem o método a ser utilizado pelo Judiciário para decidir quem tem razão. Sem bons códigos, processos se alongam e fica-se com a impressão de que compensa descumprir a lei e desrespeitar contratos. Quando o senador José Sarney convocou a comissão para elaborar o anteprojeto de novo Código de Processo Civil, a promessa era que ele reduziria pela metade o tempo de duração dos processos. Para atingir essa meta, a nova lei aposta em novidades como técnicas de julgamento de litígios em massa (resolução de demandas repetitivas), utilização de técnicas consensuais de solução de litígios (mediação, conciliação etc.), maior valorização da jurisprudência, e abreviação do procedimento em casos em que o direito da parte já possa ser comprovado logo de início (tutela da evidência). Outras modificações foram introduzidas para possibilitar julgamentos de melhor qualidade. Por exemplo, a nova lei contém diversas regras que permitem a eliminação de vícios processuais. No sistema atual, esses vícios levam ao fim prematuro do processo e à necessidade do ajuizamento de uma nova ação. A nova lei possibilita ao magistrado priorizar a análise do conteúdo (mérito) sempre que ela entrar em choque com o excessivo formalismo. Contudo, algumas das propostas originais, como a redução do número de recursos e a eliminação do efeito suspensivo do recurso de apelação, que trariam maior celeridade, não chegaram ao texto final por pressão política e de grupos de interesse. Outras alterações devem tomar ainda mais tempo dos magistrados. A nova lei exige, por exemplo, uma fundamentação mais completa das decisões, com a análise de todos os argumentos trazidos pelas partes. Decisões que já são muitas vezes desnecessariamente longas deverão se tornar ainda mais longas. A lei atende a reivindicações dos advogados, como a contagem dos prazos em dias úteis, a suspensão dos trabalhos forenses entre 20 de dezembro e 20 de janeiro e o estabelecimento de regras mais claras sobre honorários advocatícios. Apesar de facilitar os cálculos, certamente não ajuda a atingir o objetivo de uma Justiça mais célere. Embora boa parte da morosidade seja causada intencionalmente pelas partes envolvidas na ação, não se pode negar a contribuição da Justiça para que processos fiquem parados por meses ou anos. A lei, a contragosto de alguns magistrados, avança ao obrigá-los a seguirem a ordem de chegada dos processos, mas não estabelece outros mecanismos concretos que os forcem a respeitar os prazos. E essa talvez seja a lacuna mais grave ainda sem solução. GUSTAVO ROMANO é mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA) e responsável pelo site direito.folha.com.br.
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No PlayStation VR, jogar 'Resident Evil 7' é como estar em filme de terror
Em 13 de outubro, por US$ 400, o PlayStation VR chegará às lojas dos Estados Unidos - ainda não há previsão de lançamento no Brasil -, com a promessa de ao menos 50 jogos no acervo inicial. Dentre os principais estão "Resident Evil 7", "Batman: Arkham VR" e um porção de "Final Fantasy XV". O UOL Jogos teve a chance de testar os três títulos durante um evento que aconteceu logo após a conferência da Sony, nesta segunda-feira (13), em Los Angeles. De longe, "Resident Evil 7" é o que mais se destaca. Previsto para chegar em 24 de janeiro do ano que vem, o game da Capcom se passa em uma propriedade rural abandonada nos EUA e, ainda que envolto em mistério, parece marcar o retorno da franquia às raízes do gênero que ela mesma ajudou a consagrar, o "survival horror". Em forma de VR, o game é tão imersivo e assustador quanto parece. Era comum ouvir os gritos dos jornalistas que se assustavam ao testar a demonstração, que é semelhante àquela exibida na conferência da Sony. É como participar de um filme de terror, com algumas vantagens estratégicas, como se inclinar nas quinas e dar uma espiadinha antes de explorar o cômodo seguinte. Por outro lado, para aqueles de coração fraco, claramente será uma experiência masoquista - mas, afinal, é aí que está a graça do negócio. Batman" e "Final Fantasy" não animan no VR Se "Resident Evil" empolgou no formato de Realidade Virtual, o mesmo não se pode dizer de "Batman: Arkham VR" e "Final Fantasy XV". No caso do Homem-Morcego, a demonstração, que utilizava dois controles PS Move como as mãos do herói, consistia em, parado no mesmo lugar, descer um elevador da Mansão Wayne até a Bat-Caverna, onde era possível vestir a armadura do Batman, atirar batarangues etc. Certamente o jogo da Rocksteady não vai se resumir apenas a isso, mas não ficou claro exatamente qual o propósito da experiência. Já "Final Fantasy XV" possibilitava travar algumas batalhas como Prompto, em primeira pessoa, além de passear de carro pelo mundo aberto do game. Como em "Batman", "FF XV" em VR deixa mais perguntas do que respostas: qual exatamente será o conteúdo oferecido para o PlayStation VR? Quando será lançado? São questões a serem respondidas, quem sabe, ao longo da E3, mas no momento, dos três nomes de peso - "Resident Evil", "Batman" e "FF" -, só o primeiro se salva.
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No PlayStation VR, jogar 'Resident Evil 7' é como estar em filme de terrorEm 13 de outubro, por US$ 400, o PlayStation VR chegará às lojas dos Estados Unidos - ainda não há previsão de lançamento no Brasil -, com a promessa de ao menos 50 jogos no acervo inicial. Dentre os principais estão "Resident Evil 7", "Batman: Arkham VR" e um porção de "Final Fantasy XV". O UOL Jogos teve a chance de testar os três títulos durante um evento que aconteceu logo após a conferência da Sony, nesta segunda-feira (13), em Los Angeles. De longe, "Resident Evil 7" é o que mais se destaca. Previsto para chegar em 24 de janeiro do ano que vem, o game da Capcom se passa em uma propriedade rural abandonada nos EUA e, ainda que envolto em mistério, parece marcar o retorno da franquia às raízes do gênero que ela mesma ajudou a consagrar, o "survival horror". Em forma de VR, o game é tão imersivo e assustador quanto parece. Era comum ouvir os gritos dos jornalistas que se assustavam ao testar a demonstração, que é semelhante àquela exibida na conferência da Sony. É como participar de um filme de terror, com algumas vantagens estratégicas, como se inclinar nas quinas e dar uma espiadinha antes de explorar o cômodo seguinte. Por outro lado, para aqueles de coração fraco, claramente será uma experiência masoquista - mas, afinal, é aí que está a graça do negócio. Batman" e "Final Fantasy" não animan no VR Se "Resident Evil" empolgou no formato de Realidade Virtual, o mesmo não se pode dizer de "Batman: Arkham VR" e "Final Fantasy XV". No caso do Homem-Morcego, a demonstração, que utilizava dois controles PS Move como as mãos do herói, consistia em, parado no mesmo lugar, descer um elevador da Mansão Wayne até a Bat-Caverna, onde era possível vestir a armadura do Batman, atirar batarangues etc. Certamente o jogo da Rocksteady não vai se resumir apenas a isso, mas não ficou claro exatamente qual o propósito da experiência. Já "Final Fantasy XV" possibilitava travar algumas batalhas como Prompto, em primeira pessoa, além de passear de carro pelo mundo aberto do game. Como em "Batman", "FF XV" em VR deixa mais perguntas do que respostas: qual exatamente será o conteúdo oferecido para o PlayStation VR? Quando será lançado? São questões a serem respondidas, quem sabe, ao longo da E3, mas no momento, dos três nomes de peso - "Resident Evil", "Batman" e "FF" -, só o primeiro se salva.
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Destaques do Chile, Vidal e Sánchez são dúvidas contra o Brasil
Destaques dos chilenos na conquista da Copa América, o meia Vidal e o atacante Alexis Sánchez correm risco de ficar de fora do confronto contra a seleção brasileira, nesta quinta (8), no Estádio Nacional. Vidal é quem mais preocupa o técnico Jorge Sampaoli. O jogador do Bayern de Munique ainda não treinou em Santiago e reclama de dores no joelho direito. Já Sánchez realiza tratamento desde segunda (5), mas tem mais chance de entrar em campo nesta quinta. Ele se recupera de uma contusão na virilha sofrida na vitória do Arsenal sobre o Manchester United, no domingo (4), por 3 a 0. O atacante marcou dois gols na partida. "Vejo hoje o Vidal muito longe da partida. A intenção é recuperá-lo para a segunda partida das eliminatórias", afirmou Sampaoli. Caso Vidal fique de fora, Jaime Valdés é o seu substituto. Fabián Orellana é o mais cotado para entrar no lugar de Sánchez. O volante Aránguiz, ex-Internacional e atualmente no Bayer Leverkusen, não chegou a ser convocado. Ele foi submetido a uma cirurgia no calcanhar esquerdo em agosto e está fora do futebol nos próximos seis meses. Aránguiz também teve atuação de destaque na Copa América.
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Destaques do Chile, Vidal e Sánchez são dúvidas contra o BrasilDestaques dos chilenos na conquista da Copa América, o meia Vidal e o atacante Alexis Sánchez correm risco de ficar de fora do confronto contra a seleção brasileira, nesta quinta (8), no Estádio Nacional. Vidal é quem mais preocupa o técnico Jorge Sampaoli. O jogador do Bayern de Munique ainda não treinou em Santiago e reclama de dores no joelho direito. Já Sánchez realiza tratamento desde segunda (5), mas tem mais chance de entrar em campo nesta quinta. Ele se recupera de uma contusão na virilha sofrida na vitória do Arsenal sobre o Manchester United, no domingo (4), por 3 a 0. O atacante marcou dois gols na partida. "Vejo hoje o Vidal muito longe da partida. A intenção é recuperá-lo para a segunda partida das eliminatórias", afirmou Sampaoli. Caso Vidal fique de fora, Jaime Valdés é o seu substituto. Fabián Orellana é o mais cotado para entrar no lugar de Sánchez. O volante Aránguiz, ex-Internacional e atualmente no Bayer Leverkusen, não chegou a ser convocado. Ele foi submetido a uma cirurgia no calcanhar esquerdo em agosto e está fora do futebol nos próximos seis meses. Aránguiz também teve atuação de destaque na Copa América.
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'Ilustríssima' passa a ter novos colunistas a partir deste domingo
A "Ilustríssima" ganha a partir deste domingo (3) quatro colunistas. Sempre à página 2 do caderno que circula aos domingos, Jorge Coli, Angela Alonso, Bernardo Carvalho e Otavio Frias Filho se alternarão a cada semana, abordando temas variados, da produção cultural à política. O primeiro colunista, que estreia neste domingo (3), é Jorge Coli. Professor titular de história da arte na Unicamp e autor de "O Corpo da Liberdade" (Cosac Naify), ele foi colunista do caderno "Mais!" de 1998 a 2000 e de 2001 até a última edição daquele caderno, em 2010. Em sua estreia na "Ilustríssima", Coli reflete sobre os aspectos autoritários do modernismo, a partir da mostra do artista holandês Piet Mondrian (1872-1944) atualmente em cartaz em São Paulo. No dia 10/4, será a vez de Angela Alonso. Professora do departamento de sociologia da USP, Alonso é presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e autora de "Flores, Votos e Balas" (Companhia das Letras), em que conta a história do primeiro grande movimento social da história do Brasil, a campanha pela abolição da escravatura. ROMANCISTA Sucede-se Bernardo Carvalho, na edição de 17/4. Romancista premiado, Carvalho foi jornalista da Folha, tendo trabalhado no caderno "Ilustrada" e atuado como correspondente do jornal em Paris e em Nova York. O autor de "Reprodução" foi ainda responsável pela coluna de crítica literária "Resenha da Semana" (entre 1999 e 2002), na "Ilustrada", e colunista do mesmo caderno (de 2002 a 2008). A coluna que fecha a sequência aos domingos na "Ilustríssima" cabe a Otavio Frias Filho. Diretor de Redação da Folha, é autor de "Queda Livre" e "Cinco Peças e Uma Farsa". Ele fará sua estreia na seção em 24/4. NOVOS COLUNISTAS Domingo (3/4) Jorge Coli, professor de história da arte da Unicamp Domingo (10/4) Angela Alonso, docente de sociologia da USP e presidente do Cebrap Domingo (17/4) Bernardo Carvalho, romancista, autor de "Nove Noites" e "Reprodução" Domingo (24/4) Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, autor de "Queda Livre" e "Cinco Peças e Uma Farsa"
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'Ilustríssima' passa a ter novos colunistas a partir deste domingoA "Ilustríssima" ganha a partir deste domingo (3) quatro colunistas. Sempre à página 2 do caderno que circula aos domingos, Jorge Coli, Angela Alonso, Bernardo Carvalho e Otavio Frias Filho se alternarão a cada semana, abordando temas variados, da produção cultural à política. O primeiro colunista, que estreia neste domingo (3), é Jorge Coli. Professor titular de história da arte na Unicamp e autor de "O Corpo da Liberdade" (Cosac Naify), ele foi colunista do caderno "Mais!" de 1998 a 2000 e de 2001 até a última edição daquele caderno, em 2010. Em sua estreia na "Ilustríssima", Coli reflete sobre os aspectos autoritários do modernismo, a partir da mostra do artista holandês Piet Mondrian (1872-1944) atualmente em cartaz em São Paulo. No dia 10/4, será a vez de Angela Alonso. Professora do departamento de sociologia da USP, Alonso é presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e autora de "Flores, Votos e Balas" (Companhia das Letras), em que conta a história do primeiro grande movimento social da história do Brasil, a campanha pela abolição da escravatura. ROMANCISTA Sucede-se Bernardo Carvalho, na edição de 17/4. Romancista premiado, Carvalho foi jornalista da Folha, tendo trabalhado no caderno "Ilustrada" e atuado como correspondente do jornal em Paris e em Nova York. O autor de "Reprodução" foi ainda responsável pela coluna de crítica literária "Resenha da Semana" (entre 1999 e 2002), na "Ilustrada", e colunista do mesmo caderno (de 2002 a 2008). A coluna que fecha a sequência aos domingos na "Ilustríssima" cabe a Otavio Frias Filho. Diretor de Redação da Folha, é autor de "Queda Livre" e "Cinco Peças e Uma Farsa". Ele fará sua estreia na seção em 24/4. NOVOS COLUNISTAS Domingo (3/4) Jorge Coli, professor de história da arte da Unicamp Domingo (10/4) Angela Alonso, docente de sociologia da USP e presidente do Cebrap Domingo (17/4) Bernardo Carvalho, romancista, autor de "Nove Noites" e "Reprodução" Domingo (24/4) Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, autor de "Queda Livre" e "Cinco Peças e Uma Farsa"
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Setor de estrutura de telefonia prevê investir R$ 1,2 bi em torres em 2017
As companhias detentoras de torres de telefonia planejam investir R$ 1,2 bilhão em 2017 para construir e fazer a reforma de antenas, segundo a Abrintel, que representa as empresas do setor. O valor representa um aumento de 10% em relação aos aportes feitos em 2016 -um "crescimento orgânico", afirma o presidente da associação, Lourenço Coelho. "Ainda há muitos entraves regulatórios, ligados à autorização para instalar novas torres, que impedem uma expansão maior", avalia. As empresas do setor também têm feito investimentos na compra de torres já existentes. Neste ano, cerca de R$ 1 bilhão foi gasto na compra de estruturas controladas por operadoras de telefonia. Não há uma projeção para as aquisições de 2017, mas "as companhias mantêm o apetite e, como a maior parte delas vêm de fora, há capital." Um dos fatores que poderá impulsionar o mercado nos próximos anos é a nova gestão da Prefeitura de São Paulo, que se mostrou mais aberta ao diálogo com a iniciativa privada, avalia Coelho. A capital paulista precisaria triplicar sua estrutura de telefonia para atingir padrões recomendados pelo setor, segundo a associação Leia a coluna completa aqui.
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Setor de estrutura de telefonia prevê investir R$ 1,2 bi em torres em 2017As companhias detentoras de torres de telefonia planejam investir R$ 1,2 bilhão em 2017 para construir e fazer a reforma de antenas, segundo a Abrintel, que representa as empresas do setor. O valor representa um aumento de 10% em relação aos aportes feitos em 2016 -um "crescimento orgânico", afirma o presidente da associação, Lourenço Coelho. "Ainda há muitos entraves regulatórios, ligados à autorização para instalar novas torres, que impedem uma expansão maior", avalia. As empresas do setor também têm feito investimentos na compra de torres já existentes. Neste ano, cerca de R$ 1 bilhão foi gasto na compra de estruturas controladas por operadoras de telefonia. Não há uma projeção para as aquisições de 2017, mas "as companhias mantêm o apetite e, como a maior parte delas vêm de fora, há capital." Um dos fatores que poderá impulsionar o mercado nos próximos anos é a nova gestão da Prefeitura de São Paulo, que se mostrou mais aberta ao diálogo com a iniciativa privada, avalia Coelho. A capital paulista precisaria triplicar sua estrutura de telefonia para atingir padrões recomendados pelo setor, segundo a associação Leia a coluna completa aqui.
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TIM não faz portabilidade de celular no prazo, afirma leitora
A leitora Dayse Santiago queixa-se da demora para completar a portabilidade de linha de celular para a TIM. Ela conta que, após fazer a solicitação em loja, a operadora pediu quatro dias para fazer a mudança, mas o prazo não foi cumprido. Em novo contato para questionar o atraso, Dayse foi informada por uma atendente de que o pedido havia sido cancelado. A funcionária não soube explicar o porquê. A leitora então fez uma nova solicitação de portabilidade, em outra loja da TIM, com a promessa de que a mudança ocorreria em cinco dias. Mais uma vez, o pedido não foi atendido no prazo. "Muitas pessoas não conseguiram me contatar, e minha portabilidade, que seria resolvida em alguns dias, não foi concluída", reclama. Resposta - A TIM diz que, em contato com a leitora, confirmou a portabilidade. - Queixa de Vera Lia Zuliani Bianchi: Falha na energia Fornecimento de luz é constantemente interrompido em residência, chovendo ou não. AES Eletropaulo é informada das falhas, mas demora para fazer reparo, e mesmo assim problema sempre se repete. Resposta da AES Eletropaulo Diz que realizou manutenção preventiva no trecho da rede que abastece a casa da leitora. - Queixa de Vera Marta Reolon: Cobrança indevida Assinatura da Sky foi cancelada após preço de plano ser aumentado mensalmente, apesar de oferta de promoção. Mesmo com serviço de TV interrompido, boletos de mensalidade ainda são enviados. Resposta da Sky Informa que as faturas foram enviadas por erro no sistema e podem ser desconsideradas. - Queixa de Paulo Sergio Mariano: Sem documentação Segunda via de carta de concessão de terreno comprado no cemitério municipal Bela Vista foi solicitada à Prefeitura de Osasco. Porém, passados quase 90 dias após o pedido, documento ainda não foi emitido. Resposta da prefeitura Esclarece que o documento foi emitido e, após aviso, retirado pelo leitor. - Queixa de Olencio Caetano Araujo: Produto não entregue Brinquedo foi comprado com dinheiro e pontos de programa de fidelidade de cartão da Porto Seguro. Quase 50 dias depois da compra, mercadoria ainda não foi enviada, e empresa não dá explicações. Resposta da Porto Seguro Afirma que, em contato com o consumidor, solucionou de forma definitiva o caso relatado.
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TIM não faz portabilidade de celular no prazo, afirma leitoraA leitora Dayse Santiago queixa-se da demora para completar a portabilidade de linha de celular para a TIM. Ela conta que, após fazer a solicitação em loja, a operadora pediu quatro dias para fazer a mudança, mas o prazo não foi cumprido. Em novo contato para questionar o atraso, Dayse foi informada por uma atendente de que o pedido havia sido cancelado. A funcionária não soube explicar o porquê. A leitora então fez uma nova solicitação de portabilidade, em outra loja da TIM, com a promessa de que a mudança ocorreria em cinco dias. Mais uma vez, o pedido não foi atendido no prazo. "Muitas pessoas não conseguiram me contatar, e minha portabilidade, que seria resolvida em alguns dias, não foi concluída", reclama. Resposta - A TIM diz que, em contato com a leitora, confirmou a portabilidade. - Queixa de Vera Lia Zuliani Bianchi: Falha na energia Fornecimento de luz é constantemente interrompido em residência, chovendo ou não. AES Eletropaulo é informada das falhas, mas demora para fazer reparo, e mesmo assim problema sempre se repete. Resposta da AES Eletropaulo Diz que realizou manutenção preventiva no trecho da rede que abastece a casa da leitora. - Queixa de Vera Marta Reolon: Cobrança indevida Assinatura da Sky foi cancelada após preço de plano ser aumentado mensalmente, apesar de oferta de promoção. Mesmo com serviço de TV interrompido, boletos de mensalidade ainda são enviados. Resposta da Sky Informa que as faturas foram enviadas por erro no sistema e podem ser desconsideradas. - Queixa de Paulo Sergio Mariano: Sem documentação Segunda via de carta de concessão de terreno comprado no cemitério municipal Bela Vista foi solicitada à Prefeitura de Osasco. Porém, passados quase 90 dias após o pedido, documento ainda não foi emitido. Resposta da prefeitura Esclarece que o documento foi emitido e, após aviso, retirado pelo leitor. - Queixa de Olencio Caetano Araujo: Produto não entregue Brinquedo foi comprado com dinheiro e pontos de programa de fidelidade de cartão da Porto Seguro. Quase 50 dias depois da compra, mercadoria ainda não foi enviada, e empresa não dá explicações. Resposta da Porto Seguro Afirma que, em contato com o consumidor, solucionou de forma definitiva o caso relatado.
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Empresa de logística da Cosan muda atuação
A Brado, empresa de armazenagem e transporte de contêineres do grupo Cosan, ampliou seu foco de atuação para fazer a logística de cargas por meio de vários modais. Criada em 2011 como uma empresa de transporte ferroviário, a companhia passou a fazer o que chama de "inteligência logística". "Não somos responsáveis apenas pela movimentação de mercadorias em contêineres, que viajam principalmente por ferrovias", diz Rogério Patrus, diretor-presidente da companhia. "Quando um cliente precisa que suas mercadorias cheguem do ponto A ao B, desenvolvemos um plano da operação, com os modais mais eficientes para cada caso, dentro do prazo definido." A nova abordagem deverá permitir que a Brado movimente mais de 90 mil contêineres cheios ao ano em 2017. Neste ano, a projeção é fechar com 70 mil contêineres, mesma marca de 2015. Caso a expectativa se concretize, o crescimento em número de contêineres transportados será de 30% -projeção que há anos a empresa não divulgava. A empresa faz parte do grupo Cosan através da Rumo Logística, que assumiu as operações da ALL, além de ter hoje outras parcerias. A Brado vem buscando também uma diversificação de cargas. A predominância era de mercadorias congeladas e grãos em contêineres, mais do Centro-Oeste para os portos do Sul e do Sudeste. "Estamos batendo recordes no transporte de madeira, papel e celulose, além de passar a movimentar outras mercadorias", relata. A companhia está em fase de testes de transporte de alguns produtos químicos. Outra novidade é a expansão para a região Norte, usando parte da ferrovia Norte-Sul. "O mercado segue tendência animadora", acrescenta o diretor-presidente. nos trilhos - Toneladas transportadas pelo setor no país, em milhões RAIO-X Brado Logística 70 mil foi a média de contêineres cheios, ao ano, em 2015 e 2016 2,4 mil vagões 22 terminais * Governo de SP quer atrair verba privada a parques e zoológicos A Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo vai buscar parceiros privados para investir em parques urbanos -como o Villa-Lobos e o da Juventude-, no Zoológico e no Instituto Botânico. A ideia é disponibilizar espaços, como quadras, ciclovias, bebedouros e jardins, para que empresas façam propagandas e eventos. Em troca, pagarão uma contrapartida em dinheiro ou melhorias nos locais. "Com a queda de arrecadação, é absolutamente salutar que se encontrem formas alternativas de financiamento", afirma o secretário da pasta, Ricardo Salles. O projeto é um piloto para um programa em que empresas "adotariam" um parque -ou seja, fariam a gestão do local por um período. "Isso será pensado após esse teste." A expectativa é que a iniciativa movimente, em 2017, entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões -metade em investimentos em reformas, metade em pagamentos diretos. O orçamento anual da Coordenadoria de Parques Urbanos é de R$ 50 milhões. Salles vai se reunir com possíveis interessados, na quarta-feira (19), e convidá-los a enviar propostas para avaliação. Em seguida, serão abertos chamamentos para cada projeto que for aprovado. "O objetivo é que as atividades comecem a partir de janeiro do ano que vem." * Em todos os cantos A Plusoft, de serviços de canais de comunicação com clientes, investiu R$ 12 milhões em um software que reúne reclamações dispersas em várias plataformas. "Jovens dificilmente ligam para o 0800. Eles escrevem um texto na internet em que falam mal do produto ou serviço e depois mandam e-mail. A ideia é ter o histórico em um local só", diz o diretor-executivo Guilherme Porto. Ruim... O volume de vendas de ração para cães teve redução de 2,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2015, segundo a consultoria Kantar Worldpanel. ...para cachorro A queda está associada à menor quantidade comprada a cada ida ao ponto de venda. A retração, no entanto, já foi maior: 9,8% no primeiro semestre de 2015 em comparação ao de 2014. Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e CAROLINA MUNIZ
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Empresa de logística da Cosan muda atuaçãoA Brado, empresa de armazenagem e transporte de contêineres do grupo Cosan, ampliou seu foco de atuação para fazer a logística de cargas por meio de vários modais. Criada em 2011 como uma empresa de transporte ferroviário, a companhia passou a fazer o que chama de "inteligência logística". "Não somos responsáveis apenas pela movimentação de mercadorias em contêineres, que viajam principalmente por ferrovias", diz Rogério Patrus, diretor-presidente da companhia. "Quando um cliente precisa que suas mercadorias cheguem do ponto A ao B, desenvolvemos um plano da operação, com os modais mais eficientes para cada caso, dentro do prazo definido." A nova abordagem deverá permitir que a Brado movimente mais de 90 mil contêineres cheios ao ano em 2017. Neste ano, a projeção é fechar com 70 mil contêineres, mesma marca de 2015. Caso a expectativa se concretize, o crescimento em número de contêineres transportados será de 30% -projeção que há anos a empresa não divulgava. A empresa faz parte do grupo Cosan através da Rumo Logística, que assumiu as operações da ALL, além de ter hoje outras parcerias. A Brado vem buscando também uma diversificação de cargas. A predominância era de mercadorias congeladas e grãos em contêineres, mais do Centro-Oeste para os portos do Sul e do Sudeste. "Estamos batendo recordes no transporte de madeira, papel e celulose, além de passar a movimentar outras mercadorias", relata. A companhia está em fase de testes de transporte de alguns produtos químicos. Outra novidade é a expansão para a região Norte, usando parte da ferrovia Norte-Sul. "O mercado segue tendência animadora", acrescenta o diretor-presidente. nos trilhos - Toneladas transportadas pelo setor no país, em milhões RAIO-X Brado Logística 70 mil foi a média de contêineres cheios, ao ano, em 2015 e 2016 2,4 mil vagões 22 terminais * Governo de SP quer atrair verba privada a parques e zoológicos A Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo vai buscar parceiros privados para investir em parques urbanos -como o Villa-Lobos e o da Juventude-, no Zoológico e no Instituto Botânico. A ideia é disponibilizar espaços, como quadras, ciclovias, bebedouros e jardins, para que empresas façam propagandas e eventos. Em troca, pagarão uma contrapartida em dinheiro ou melhorias nos locais. "Com a queda de arrecadação, é absolutamente salutar que se encontrem formas alternativas de financiamento", afirma o secretário da pasta, Ricardo Salles. O projeto é um piloto para um programa em que empresas "adotariam" um parque -ou seja, fariam a gestão do local por um período. "Isso será pensado após esse teste." A expectativa é que a iniciativa movimente, em 2017, entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões -metade em investimentos em reformas, metade em pagamentos diretos. O orçamento anual da Coordenadoria de Parques Urbanos é de R$ 50 milhões. Salles vai se reunir com possíveis interessados, na quarta-feira (19), e convidá-los a enviar propostas para avaliação. Em seguida, serão abertos chamamentos para cada projeto que for aprovado. "O objetivo é que as atividades comecem a partir de janeiro do ano que vem." * Em todos os cantos A Plusoft, de serviços de canais de comunicação com clientes, investiu R$ 12 milhões em um software que reúne reclamações dispersas em várias plataformas. "Jovens dificilmente ligam para o 0800. Eles escrevem um texto na internet em que falam mal do produto ou serviço e depois mandam e-mail. A ideia é ter o histórico em um local só", diz o diretor-executivo Guilherme Porto. Ruim... O volume de vendas de ração para cães teve redução de 2,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2015, segundo a consultoria Kantar Worldpanel. ...para cachorro A queda está associada à menor quantidade comprada a cada ida ao ponto de venda. A retração, no entanto, já foi maior: 9,8% no primeiro semestre de 2015 em comparação ao de 2014. Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e CAROLINA MUNIZ
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Evento em Pinheiros terá coquetel engarrafado a R$ 20, sanduíches e jazz
DE SÃO PAULO Na terça-feira (24) será realizado o lançamento do ProhibitionBox, serviço de drinques por assinatura, no House of Food. No evento, serão vendidos coquetéis clássicos em garrafinhas (R$ 20 cada) e sanduíches de caponata com coalhada, rosbife com picles e porco desfiado com aioli picante (R$ 23) preparados por Benny Goldenberg, do Mangiare, ao som de jazz. Com a assinatura (prohibitionbox.com.br ), são entregues semanalmente três drinques (R$ 240 por mês), que podem ser escolhidos entre 25 receitas —na geladeira, os coquetéis podem durar uma semana. Há também a opção de compra de apenas uma caixa (R$ 70) e de uma seleção de 20 botânicos para o gim-tônica (R$ 200). Lançamento ProhibitionBox. House of Food. R. Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 57, Pinheiros. Ter., das 18h à 0h
saopaulo
Evento em Pinheiros terá coquetel engarrafado a R$ 20, sanduíches e jazzDE SÃO PAULO Na terça-feira (24) será realizado o lançamento do ProhibitionBox, serviço de drinques por assinatura, no House of Food. No evento, serão vendidos coquetéis clássicos em garrafinhas (R$ 20 cada) e sanduíches de caponata com coalhada, rosbife com picles e porco desfiado com aioli picante (R$ 23) preparados por Benny Goldenberg, do Mangiare, ao som de jazz. Com a assinatura (prohibitionbox.com.br ), são entregues semanalmente três drinques (R$ 240 por mês), que podem ser escolhidos entre 25 receitas —na geladeira, os coquetéis podem durar uma semana. Há também a opção de compra de apenas uma caixa (R$ 70) e de uma seleção de 20 botânicos para o gim-tônica (R$ 200). Lançamento ProhibitionBox. House of Food. R. Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 57, Pinheiros. Ter., das 18h à 0h
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Ministério passa a exigir nota maior para novos cursos de direito
O MEC (Ministério da Educação) aumentou o rigor para a abertura de novos cursos de direito. As regras foram definidas em portaria publicada em dezembro e valem para os 89 pedidos que aguardam parecer da pasta. Há pouco menos de dois anos, o MEC congelou a abertura dos cursos e passou a discutir mudança nas diretrizes curriculares e no processo de avaliação da graduação. Na ocasião, o então ministro da pasta Aloizio Mercadante afirmou que o estoque de pedidos aguardando parecer do MEC alcançava um potencial de 25 mil novas vagas –atualmente, os cursos da área oferecem 221 mil, segundo o censo mais recente. O grupo de 89 cursos que aguarda parecer do MEC terá de obter nota 4 no conceito de curso, resultado de uma avaliação que analisa fatores como infraestrutura e qualificação do corpo docente. Hoje, a nota exigida pelo MEC é 3, numa escala entre 1 e 5. A pasta pode ainda solicitar à instituição convênios com órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria e advocacia públicas para estágio dos estudantes. Também ficou detalhado o papel da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Caso a entidade se posicione contra a abertura do curso, ele só poderá ser autorizado pelo MEC caso a instituição tenha nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos), que leva em conta todas as graduações oferecidas. Pelos critérios atuais, a nota 3 no IGC já é considerada satisfatória. "O parecer da OAB sempre foi tratado com atenção, mas era visto como uma opinião da qual o MEC poderia divergir tranquilamente", afirma Alexandre Veronese, presidente da Associação Brasileira de Ensino do Direito. Agora, o CNE (Conselho Nacional de Educação) começa a discutir uma proposta para novas diretrizes curriculares e avaliação dos cursos em funcionamento. O debate terá como referência proposta encaminhada pelo MEC no fim do ano passado. Ela defende analisar a inserção dos formandos no mercado e coletar dados sobre funcionamento dos núcleos de prática jurídica das escolas de direito. "Hoje, a prática jurídica integra o currículo dos cursos. O problema parece ser [a falta] de uma fundamentação teórica que lhe dê sustentação", diz George Browne, docente da UFPE (federal de Pernambuco). Direito é o curso com maior número de alunos de graduação no país. Entre 2003 e 2013, houve aumento de 51% nas matrículas.
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Ministério passa a exigir nota maior para novos cursos de direitoO MEC (Ministério da Educação) aumentou o rigor para a abertura de novos cursos de direito. As regras foram definidas em portaria publicada em dezembro e valem para os 89 pedidos que aguardam parecer da pasta. Há pouco menos de dois anos, o MEC congelou a abertura dos cursos e passou a discutir mudança nas diretrizes curriculares e no processo de avaliação da graduação. Na ocasião, o então ministro da pasta Aloizio Mercadante afirmou que o estoque de pedidos aguardando parecer do MEC alcançava um potencial de 25 mil novas vagas –atualmente, os cursos da área oferecem 221 mil, segundo o censo mais recente. O grupo de 89 cursos que aguarda parecer do MEC terá de obter nota 4 no conceito de curso, resultado de uma avaliação que analisa fatores como infraestrutura e qualificação do corpo docente. Hoje, a nota exigida pelo MEC é 3, numa escala entre 1 e 5. A pasta pode ainda solicitar à instituição convênios com órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria e advocacia públicas para estágio dos estudantes. Também ficou detalhado o papel da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Caso a entidade se posicione contra a abertura do curso, ele só poderá ser autorizado pelo MEC caso a instituição tenha nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos), que leva em conta todas as graduações oferecidas. Pelos critérios atuais, a nota 3 no IGC já é considerada satisfatória. "O parecer da OAB sempre foi tratado com atenção, mas era visto como uma opinião da qual o MEC poderia divergir tranquilamente", afirma Alexandre Veronese, presidente da Associação Brasileira de Ensino do Direito. Agora, o CNE (Conselho Nacional de Educação) começa a discutir uma proposta para novas diretrizes curriculares e avaliação dos cursos em funcionamento. O debate terá como referência proposta encaminhada pelo MEC no fim do ano passado. Ela defende analisar a inserção dos formandos no mercado e coletar dados sobre funcionamento dos núcleos de prática jurídica das escolas de direito. "Hoje, a prática jurídica integra o currículo dos cursos. O problema parece ser [a falta] de uma fundamentação teórica que lhe dê sustentação", diz George Browne, docente da UFPE (federal de Pernambuco). Direito é o curso com maior número de alunos de graduação no país. Entre 2003 e 2013, houve aumento de 51% nas matrículas.
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Carioca que já foi 12 vezes à Disney vira 'tira-dúvidas' oficial dos parques
Para tirar dúvidas de turistas sobre seus parques, a Disney criou, em 2008, o fórum on-line Moms Panel (painel de mães), com voluntários conhecedores do universo da empresa. Neste ano, estreou o serviço em português, para o qual escolheu duas "painelistas" brasileiras. Uma delas é a carioca Camila R., que não divulga o sobrenome por determinação do contrato com a Disney. Leia o depoimento de Camila R, que já foi 12 vezes à Disney. Desde criança fui uma "Disneymaníaca". Lia gibis, livros, edições especiais e via os filmes. E sempre fui louca para conhecer os parques, mas nunca tive a chance. Via amigas minhas em melhor condição financeira viajarem e ficava só babando. Quando me casei, aos 22 anos, descobri que meu marido também era "Disneymaníaco" -e nossa lua de mel foi a primeira viagem dos dois para a Disney, em Orlando. Voltamos encantados: o lugar era tudo o que eu esperava e muito mais. Tudo era mágico: a organização, a beleza, o cuidado com os detalhes, a limpeza dos ambientes. Desde então, a cada vez que aparece uma oportunidade, optamos pela Disney. Não conheço nada na Europa, mas já fui 12 vezes aos parques -com meu marido, com e sem meus filhos, com meus pais e sogros, amigos... Como o destino tem apelo para qualquer pessoa (para mim, une gastronomia, compras e diversão de forma única), acho mais fácil ir para lá e agradar a todos de uma vez. Meu sogro, de 82 anos, nunca tinha tido interesse por lá, desdenhou quando embarcou, mas, ao conhecer, ficou apaixonado. Hoje, faz questão de andar no primeiro carrinho da montanha-russa. Conforme fui explorando o mundo Disney, conheci o Moms Panel e comecei a usá-lo. É inevitável ter dúvidas sobre esse universo, então fuçava o arquivo e cheguei a enviar algumas perguntas, que sempre foram respondidas e me ajudaram bastante. No ano passado, em setembro, fiquei sabendo que a Disney estava chamando brasileiras para inaugurar o serviço em português do painel. Descobri isso por volta de 21h de um dia -e as inscrições terminavam à meia-noite! Apesar de fazer tudo em cima da hora, passei por essa primeira etapa, de conhecimentos gerais, e por mais três: uma de vídeo, outra de perguntas e respostas e uma entrevista por telefone [em português, com uma representante da empresa]. Em novembro fui aprovada e no mês seguinte fui mais uma vez para Orlando para um treinamento de quatro dias, no qual aprendi muita coisa sobre os parques. Em janeiro comecei, com a Gina, que foi aprovada comigo, a responder às perguntas feitas em português. Em três meses já tirei 187 dúvidas. Geralmente acesso o painel duas vezes por semana, quando não estou no trabalho [é dona de uma loja de bolos], e passo até quatro horas respondendo a dúvidas -e quase todos os dias falo com a Gina, que mora no Espírito Santo. Ficamos amigas. As questões mais comuns entre brasileiros que escrevem para o site são ligadas a como reservar refeições na companhia de personagens ou conseguir um horário na Bibbidi Bobbidi Boutique [em que as crianças se fantasiam]. Essa assessoria à Disney é algo que sempre fiz com prazer. Sentava com amigos, familiares que iam para lá e brincava que daria uma aula. Copiava meus mapas, explicava atração por atração e reservava restaurantes. Falar sobre a Disney, ajudar às pessoas a ter a melhor experiência lá, como a que eu tenho, me dá prazer. Fico chateada quando a pessoa volta e conta que perdeu alguma atração legal. Nos EUA, o painel é algo de prestígio, o pessoal da Disney brinca que as "moms" sabem mais do que eles; para mim, então, é um grande orgulho fazer parte da primeira equipe brasileira do painel, mesmo sendo algo voluntário. Recomendo planejamento. É um lugar lotado, com muitos turistas, e chegar de última hora, cair de paraquedas nas atrações é complicado -e desnecessário, porque há muita coisa na internet, e os parques têm ferramentas que permitem que você faça reservas e saia daqui com o roteiro todo planejado. Minhas atrações favoritas são o Soarin [Epcot Center], a Torre do Terror, o hotel Animal Kingdom Lodge e o espetáculo da Bela e a Fera. Prefiro ir em dezembro, ver a decoração de Natal. Neste ano, já estou com passagens compradas para outubro.
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Carioca que já foi 12 vezes à Disney vira 'tira-dúvidas' oficial dos parquesPara tirar dúvidas de turistas sobre seus parques, a Disney criou, em 2008, o fórum on-line Moms Panel (painel de mães), com voluntários conhecedores do universo da empresa. Neste ano, estreou o serviço em português, para o qual escolheu duas "painelistas" brasileiras. Uma delas é a carioca Camila R., que não divulga o sobrenome por determinação do contrato com a Disney. Leia o depoimento de Camila R, que já foi 12 vezes à Disney. Desde criança fui uma "Disneymaníaca". Lia gibis, livros, edições especiais e via os filmes. E sempre fui louca para conhecer os parques, mas nunca tive a chance. Via amigas minhas em melhor condição financeira viajarem e ficava só babando. Quando me casei, aos 22 anos, descobri que meu marido também era "Disneymaníaco" -e nossa lua de mel foi a primeira viagem dos dois para a Disney, em Orlando. Voltamos encantados: o lugar era tudo o que eu esperava e muito mais. Tudo era mágico: a organização, a beleza, o cuidado com os detalhes, a limpeza dos ambientes. Desde então, a cada vez que aparece uma oportunidade, optamos pela Disney. Não conheço nada na Europa, mas já fui 12 vezes aos parques -com meu marido, com e sem meus filhos, com meus pais e sogros, amigos... Como o destino tem apelo para qualquer pessoa (para mim, une gastronomia, compras e diversão de forma única), acho mais fácil ir para lá e agradar a todos de uma vez. Meu sogro, de 82 anos, nunca tinha tido interesse por lá, desdenhou quando embarcou, mas, ao conhecer, ficou apaixonado. Hoje, faz questão de andar no primeiro carrinho da montanha-russa. Conforme fui explorando o mundo Disney, conheci o Moms Panel e comecei a usá-lo. É inevitável ter dúvidas sobre esse universo, então fuçava o arquivo e cheguei a enviar algumas perguntas, que sempre foram respondidas e me ajudaram bastante. No ano passado, em setembro, fiquei sabendo que a Disney estava chamando brasileiras para inaugurar o serviço em português do painel. Descobri isso por volta de 21h de um dia -e as inscrições terminavam à meia-noite! Apesar de fazer tudo em cima da hora, passei por essa primeira etapa, de conhecimentos gerais, e por mais três: uma de vídeo, outra de perguntas e respostas e uma entrevista por telefone [em português, com uma representante da empresa]. Em novembro fui aprovada e no mês seguinte fui mais uma vez para Orlando para um treinamento de quatro dias, no qual aprendi muita coisa sobre os parques. Em janeiro comecei, com a Gina, que foi aprovada comigo, a responder às perguntas feitas em português. Em três meses já tirei 187 dúvidas. Geralmente acesso o painel duas vezes por semana, quando não estou no trabalho [é dona de uma loja de bolos], e passo até quatro horas respondendo a dúvidas -e quase todos os dias falo com a Gina, que mora no Espírito Santo. Ficamos amigas. As questões mais comuns entre brasileiros que escrevem para o site são ligadas a como reservar refeições na companhia de personagens ou conseguir um horário na Bibbidi Bobbidi Boutique [em que as crianças se fantasiam]. Essa assessoria à Disney é algo que sempre fiz com prazer. Sentava com amigos, familiares que iam para lá e brincava que daria uma aula. Copiava meus mapas, explicava atração por atração e reservava restaurantes. Falar sobre a Disney, ajudar às pessoas a ter a melhor experiência lá, como a que eu tenho, me dá prazer. Fico chateada quando a pessoa volta e conta que perdeu alguma atração legal. Nos EUA, o painel é algo de prestígio, o pessoal da Disney brinca que as "moms" sabem mais do que eles; para mim, então, é um grande orgulho fazer parte da primeira equipe brasileira do painel, mesmo sendo algo voluntário. Recomendo planejamento. É um lugar lotado, com muitos turistas, e chegar de última hora, cair de paraquedas nas atrações é complicado -e desnecessário, porque há muita coisa na internet, e os parques têm ferramentas que permitem que você faça reservas e saia daqui com o roteiro todo planejado. Minhas atrações favoritas são o Soarin [Epcot Center], a Torre do Terror, o hotel Animal Kingdom Lodge e o espetáculo da Bela e a Fera. Prefiro ir em dezembro, ver a decoração de Natal. Neste ano, já estou com passagens compradas para outubro.
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Cantora americana processa Justin Bieber por plágio no megahit 'Sorry'
O megahit "Sorry' rendeu a Justin Bieber o topo das paradas, mas também um processo da cantora indie americana White Hinterland. Ela afirma que o cantor e o produtor da música, Skrillrex, usaram sem pedir permissão um "riff vocal proeminente" de sua canção "Ring the bell" (compare abaixo). Em um texto publicado no Facebook nesta quinta (26), Hinterland —cujo nome verdadeiro é Casey Dienel—, diz que deu entrada no processo contra o ídolo pop canadense e "as outras partes responsáveis" pelo suposto plágio. Veículos da imprensa americana confirmaram a ação judicial. O riff em questão aparece no início e no refrão da música de Bieber. Ao "TMZ", Dienel afirmou que ele é repetido seis vezes na faixa. Segundo ela, também há semelhanças nas bases de teclado, baixo e percussão. No Facebook, a cantora alega que seus advogados tentaram entrar em contato com Bieber, mas foram ignorados. "Eles se recusaram até mesmo a conhecer minha reivindicação, apesar da obviedade da semelhança", escreveu. "Justin Bieber é o maior artista do mundo, e tenho certeza de que ele e sua equipe irão me atacar. Mas não tive outra opção. Acredito que tenho a obrigação de defender a minha música e a minha arte." "Sorry" ficou no topo das paradas por semanas em vários países, incluindo EUA e Reino Unido. O clipe da música no YouTube tem mais de 1,4 bilhão de visualizações. Bieber e Skrillrex ainda não comentaram o assunto. * Compare as duas músicas: assista assista
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Cantora americana processa Justin Bieber por plágio no megahit 'Sorry'O megahit "Sorry' rendeu a Justin Bieber o topo das paradas, mas também um processo da cantora indie americana White Hinterland. Ela afirma que o cantor e o produtor da música, Skrillrex, usaram sem pedir permissão um "riff vocal proeminente" de sua canção "Ring the bell" (compare abaixo). Em um texto publicado no Facebook nesta quinta (26), Hinterland —cujo nome verdadeiro é Casey Dienel—, diz que deu entrada no processo contra o ídolo pop canadense e "as outras partes responsáveis" pelo suposto plágio. Veículos da imprensa americana confirmaram a ação judicial. O riff em questão aparece no início e no refrão da música de Bieber. Ao "TMZ", Dienel afirmou que ele é repetido seis vezes na faixa. Segundo ela, também há semelhanças nas bases de teclado, baixo e percussão. No Facebook, a cantora alega que seus advogados tentaram entrar em contato com Bieber, mas foram ignorados. "Eles se recusaram até mesmo a conhecer minha reivindicação, apesar da obviedade da semelhança", escreveu. "Justin Bieber é o maior artista do mundo, e tenho certeza de que ele e sua equipe irão me atacar. Mas não tive outra opção. Acredito que tenho a obrigação de defender a minha música e a minha arte." "Sorry" ficou no topo das paradas por semanas em vários países, incluindo EUA e Reino Unido. O clipe da música no YouTube tem mais de 1,4 bilhão de visualizações. Bieber e Skrillrex ainda não comentaram o assunto. * Compare as duas músicas: assista assista
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Conexão underground
RESUMO Aos 77 anos, o guru de uma geração prepara livro sobre a relação entre o filósofo Heidegger e os hippies. Responsável por uma coluna em "O Pasquim" que foi pioneira na divulgação da contracultura no Brasil, o escritor, jornalista, diretor de teatro e roteirista gaúcho Luiz Carlos Maciel hoje está à procura de emprego. * Num hospital do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Maciel assistia à oração de evangélicos da Igreja Deus é Amor, reunidos por uma amiga em torno de seu leito. A pneumonia trazia-lhe pensamentos desordenados. O ensaísta relembrara uma imagem criada pelo antropólogo Carlos Castaneda, que situava a morte pessoal no lado esquerdo do ser humano, um pouco recuada, à distância de um braço, para servir de conselheira ao longo da vida. De uma geração colorida pelos encontros com o hinduísmo, o budismo e o taoismo, o influente teórico e divulgador da contracultura nos anos 1960 e 70 ouviria dessa vez uma pergunta vigorosa de religiosos pentecostais. "Aceito Jesus", respondeu Maciel, em lágrimas, na UTI. O episódio entrou em seu recente livro "O Sol da Liberdade" [Vieira & Lent, 296 págs., R$ 39], lançado no segundo semestre de 2014, e a presumida conversão evangélica surpreendeu alguns amigos. Advertido pela editora sobre a ambiguidade do epílogo intitulado "O Rei dos Reis", Maciel o manteve, preparando-se para os mal-entendidos. "Deixo isso no ar!", diverte-se, recuperado da internação. "Nunca frequentei, não sou da igreja, não gosto de igrejas, nenhuma delas, nem cristã, nem hinduísta, nem budista, nenhuma. Acredito nas doutrinas mas não nas organizações criadas para fazer a cabeça das pessoas", esclarece, talvez para o descanso de antigos leitores. Somente uma ressalva: "Sempre, em toda a minha vida, aceitei Jesus, um iluminado, um mestre". A luz moderada de uma tarde de maio envolve seu apartamento cheio de caixas de documentos para a mudança de endereço, ali mesmo no Leblon. Resistem os toques orientais na decoração. Aos 77 anos, depois de trabalhar por duas décadas na Rede Globo e mais outra na Record, em núcleos de roteiro, Maciel está desempregado há um ano, e sem qualquer rendimento fixo. Segundo relata, não tem aposentadoria e, de uns tempos para cá, os convites minguaram. "Sairei daqui para um apartamento menor", disse, incerto quanto aos motivos de seu isolamento: "Só sei que sou maldito". Este ano, ainda pretende emplacar o monólogo "Morrer, Dormir, Talvez Sonhar" (um inventário de suas experiências com a morte), além de dois roteiros de cinema, um deles baseado no arquétipo de Romeu e Julieta. Maciel mantém a mística de ter feito parte da patota inicial de "O Pasquim", o famoso semanário humorístico nascido de conversas entre Tarso de Castro, Jaguar e Sérgio Cabral, e levado às bancas em junho de 1969. No tabloide, Maciel transformou a coluna "Underground" em observatório pioneiro das rebeldias existenciais e políticas da juventude brasileira e internacional naqueles tempos de contracultura. Filtrava ali informações sobre movimentos de vanguarda, experiências com drogas, sexualidade, música, literatura, religiões e tremores outros que sacudiram a "Era de Aquário" –supostamente inaugurada pelo festival de Woodstock, em agosto daquele ano. GURU Sem jamais receitar mantras, acabou carregando o epíteto de "guru da contracultura". Cansado do chavão, transparece uma índole de guru relutante. "Isso é uma coisa da mídia. Quanto mais eu vivo, mais acho que a natureza da mídia é a estupidez", espeta, ainda que a orelha de seu livro registre o título. Houve o dia em que, adoentado e autoirônico, previu uma manchete de jornal: "Morre Luiz Carlos Maciel, o guru da contracultura". A pecha de mestre espiritual não faz justiça ao seu repertório erudito, que não se restringe à contracultura, nem se ampara em jogos esotéricos e misticismos. Mesmo quando advogou em defesa do "poder dos sentidos", como o fez no "Manifesto Hippie" publicado no "Pasquim", manteve uma crença flexível na racionalidade. "Foi um homem, não digo racionalista no sentido ortodoxo, mas um mediador. Sempre tendeu à possibilidade de harmonia entre a razão e a emoção, o sentimento e a imaginação", afirma o designer gráfico Rogério Duarte, um dos mentores da Tropicália e cofundador do jornal alternativo "Flor do Mal", aventura compartilhada com o amigo no fim de 1971. Miscelânea de ensaios novos e antigos, organizados por Patrícia Marcondes de Barros, doutora em história pela Unesp, "O Sol da Liberdade" repassa as vanguardas efêmeras da década de 1960 e aborda questões políticas atuais. Análises do fortalecimento da direita e do fuzuê dos "black blocs" são vizinhas de reflexões sobre filósofos, escritores e artistas como Norman O. Brown, Norman Mailer, Herbert Marcuse, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Castaneda, Philip K. Dick, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Ubaldo Ribeiro e Rogério Duarte. No estudo dos "black blocs" brasileiros, assíduos nos protestos de junho de 2013, Maciel não encontra bestas-feras, mas sim anarquistas românticos, que quebram caixas de bancos e não recolhem o dinheiro. "O anarquismo é um romantismo", sentenciou em "O Mistério dos Vândalos". Sorridente, atualiza o ensaio: "Este ano, não se viu 'black bloc' em nenhum lugar. Quer dizer, estou considerando que esses 'black blocs' já eram. O movimento nasceu, se desenvolveu e morreu. Em um ano. Não é espantoso? E achavam que os hippies tinham durado pouco, hein?". Mais preocupante é o "retrocesso geral na vida coletiva", enfatiza Maciel. "Em política, é uma coisa escandalosa. Toda a complexidade foi eliminada e reduzida, de novo, a um flá-flu entre esquerda e direita, entre governo e oposição. A grossura é cada vez maior." "Infelizmente –não sei se digo 'infelizmente', para mim é indiferente–, a maior parte de minha geração, de escritores e intelectuais, foi tudo para a direita. Considero esses caras que foram meus companheiros de geração tudo fascista. São udenistas. A UDN brigava com Getúlio [Vargas] e o PTB, eles brigam com o PT e o Lula. Igualzinho", compara. E faz uma advertência aos críticos da postura inercial da presidente Dilma Rousseff: "Dilma pode não conhecer o que diz Lao Tsé, mas ela é taoista pela própria natureza. É a não ação. Não estão sabendo de nada!". TROPICÁLIA Gaúcho de Porto Alegre, nascido em 15 de março de 1938, Luiz Carlos Maciel formou-se em filosofia na Universidade do Rio Grande do Sul. Estudante influenciado pelo existencialismo e imerso na cena teatral, atreveu-se a dirigir aos 19 anos a peça "Esperando Godot", de Samuel Beckett. Em 1958, após uma viagem a Recife com o Teatro Universitário, dirigido por Antônio Abujamra, conheceu em Salvador um rapaz obcecado por cinema: Glauber Rocha. Confiante na profecia glauberiana de que a Bahia seria "o berço da nova cultura brasileira", Maciel decidiu morar em Salvador no ano seguinte, com o apoio de uma bolsa de estudos da Escola de Teatro. Glauber o escalaria como protagonista do curta "A Cruz na Praça", hoje desaparecido, cujo enredo envolvia uma paquera homossexual. É de 1959 o primeiro livro de Maciel, "Samuel Beckett e a Solidão Humana", editado em Porto Alegre. No final daquele ano, aproveitou um intercâmbio da universidade baiana com a Fundação Rockefeller e foi estudar direção teatral no Instituto Carnegie de Tecnologia, em Pittsburgh (EUA). Os 18 meses americanos serviram para aprofundar suas ideias políticas, debaixo do estrondo da Revolução Cubana, e conhecer a prosa de Norman Mailer e da geração beat de Jack Kerouac e Allen Ginsberg. No retorno à Bahia, assumiu uma cadeira de professor. Ex-aluno e assistente de direção de Maciel na montagem de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, Jorge Salomão recorda-se dos exercícios ministrados pelo jovem mestre, em 1963: "Era totalmente experimental. Aprendemos com ele a improvisar. Uma vez, pediu para cada um pegar uma pintura –escolhi Goya– e discutir a dramaticidade dela". A beleza física também é evocada por contemporâneos: as sobrancelhas grossas e coladas compunham uma masculinidade sem rudeza. Pouco antes do golpe de 1964, Maciel passou a residir no Rio, acomodando-se no apartamento de Glauber. Outra vez anônimo, embarcou no jornalismo: inicialmente, no "Panfleto" de Tarso de Castro, vinculado a Leonel Brizola. Fora das redações, ligou-se ao teatro vanguardista e dirigiu o filme "Society em Baby-Doll" (1965), no qual revelou a atriz Marieta Severo. Cedo, virou um entusiasta do movimento tropicalista, e não demoraria a ser incluído "entre o hippie e a Tropicália" na canção "Cosa Nostra", de Jorge Ben. "Nunca mais vi isso acontecer, mas houve em nossa geração essa sintonia espontânea. Caetano se identificava com Glauber, que se identificava com Zé Celso, que se identificava com Glauber", observa Maciel. Um elo a mais: em 1967, Zé Celso admirava o "gaúcho-baiano", que assumiu um laboratório no Teatro Oficina, sendo encarregado de construir um novo estilo interpretativo, proveniente da mistura alquímica entre Bertolt Brecht e os improvisos dos atores. Um marco do moderno teatro brasileiro, a encenação de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, originou-se de uma dica do professor visitante. "No Rio Grande do Sul, Ruggero Jacobbi (diretor e crítico italiano, 1920-81) leu toda a dramaturgia brasileira e ficou maravilhado com a obra teatral de Oswald. Ele passou isso pro Maciel, que poderia passar pra mil pessoas, mas passou pra mim, para o Oficina. O 'Rei da Vela' iluminou toda a nossa geração da Tropicália", conta José Celso Martinez Corrêa. "Todos nós estávamos em transe. E nesse transe ele foi um dos bruxos." Caetano Veloso mantém uma afinidade iniciada há mais de 50 anos. "Maciel, desde a juventude em Salvador, foi para mim uma clareira no mundo mental da esquerda. Ele mostrava interesse pelos autores que estavam fora do cânone de Lukács. Coerente com ele ter sacado a contracultura. No dia em que parti para Londres ele me pediu que escrevesse para um jornal de resistência que amigos seus estavam fundando: 'O Pasquim'. Eu mandava meus textos para ele. E a coincidência de seus interesses com os nossos (o rock inglês, as filosofias orientais, as drogas alucinógenas, os movimentos dos negros, das mulheres e dos veados) indicavam que ele seria quem melhor iria acompanhar o desenrolar da contracultura desde a perspectiva brasileira. Eu o adoro e nunca deixei de conferir o que ele escreve", diz Caetano à Folha. No "Pasquim", Maciel sacudiu o jornalismo brasileiro ao lado de Jaguar, Henfil, Fortuna, Ivan Lessa, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Sérgio Augusto, Sérgio Cabral, Tarso e Ziraldo. Bolada por Tarso –"você pode botar todas essas maluquices suas"–, a coluna "Underground" atraía cartas abundantes de jovens em busca de um guru que os livrasse de repressões sexuais e males do espírito. O jornalista trazia as boas, e às vezes as trágicas, de artistas como Janis Joplin (entrevistou-a no Copacabana Palace), Jimi Hendrix e Richie Havens. "Maciel era a doçura, Tarso era o gauchão de fronteira, já entrava montado a cavalo", brinca o cartunista Ziraldo. Durante os dois meses de prisão de integrantes do "Pasquim", no final de 1970, Maciel caiu numa leve "deprê" na Vila Militar. "De todos nós era o que mais sentia falta da companheira. No resto, era muito divertido, deve ter lido uns 30 livros", recorda-se Ziraldo. Acostumado à tesoura da censura, o cabeludo Maciel teve de enfrentar a tesoura de um tenente que ordenou o corte das suas madeixas. DISCÓRDIA Em 1971, apontado como gestor perdulário, Tarso brigou com uma parte dos colegas e deixou o "Pasquim". Sem respaldo, Maciel enfrentaria a pinimba de Millôr, espécie de interventor para recuperar as finanças do jornal. "Millôr mandou cortar a minha grana. Mas, pra sacanear, fiquei escrevendo mesmo sem receber (até 1972)", lembra. Depois de cair fora, engajou-se no nanico "Flor do Mal" e na versão brasileira da revista "Rolling Stone", crias radiantes e breves. Maciel situa na fase pós-Tarso o início das hostilidades do "Pasquim" contra os baianos Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, qualificados de "bahiunos", invasores odaras do Rio –em resposta, os ofendidos se assumiriam "doces bárbaros". "Millôr tinha horror (aos tropicalistas). Tinha uma personalidade muito forte e influenciava os outros. Quem tinha uma personalidade forte, também, era o Francis. Aí eles formaram uma dupla e dominaram o 'Pasquim'. Só não iam atrás o Tarso e eu", sustenta. Ziraldo pondera que as idiossincrasias dos envolvidos prejudicam a análise dessa ruptura. Não havia pensamento único. "É uma história superlonga. Cada um vê o fato de seu jeito. Cada um conta a sua história. Ninguém mandou ir embora, apenas o jornal tomou outro caminho. Não houve desavença com Millôr. O jornal achou melhor ir pra luta política", pacifica. Auto-declarado colaborador "expulso", o compositor Jorge Mautner identifica "uma linha de pensamento contra a outra" –e afiança: "Foi um ciúme do 'Pasquim'. No retorno do exílio, Caetano e Gil tinham um poder de agregação maior". Caetano estima que o começo da discórdia pode remontar a 1964. "Paulo Francis escreveu na Folha, nos anos 80, que o Rio de Janeiro começou a acabar quando Maria Bethânia substituiu Nara (Leão) no 'Opinião'. Depois de desancar a interpretação de 'Carcará' por Bethânia, ele concluía: 'E atrás dela veio essa gente'. Acho que havia uma combinação de ciúme geracional, esnobismo com relação à música popular e preconceito antinordestino. A rejeição de Millôr a Chico Buarque mostra o ciúme e o desprezo. Nós éramos, além de tudo, baianos. E ligados ao ideário da contracultura", avalia o músico. "Apesar de poder haver divergências de interesses, acho que isso não era o núcleo da questão", prossegue Caetano, exilado com Gilberto Gil em Londres, entre 1969 e 1972. "Eles viram nossa volta como chance para publicar hostilidades antigas. Me doeu porque meu culto a Millôr e minha admiração por Francis eram muito mais antigas. O primeiro foi herói de minha infância. O segundo, figura influente de minha adolescência. Uma vez Jaguar foi a minha casa na Bahia com Rosinha de Valença e me confessou amor, pediu perdão e disse que toda a hostilidade do 'Pasquim' se devia a Millôr. Dedé, que estava comigo, achou covarde. Agora li no livro de Maciel uma confirmação do que Jaguar contou." FILÓSOFO Com um passado de amizades masculinas intensas, Maciel confessa ter poucos amigos, e nem é uma solidão, pois ao seu redor florescem as amigas. "A mulher é mais inteligente do que o homem, tem mais convivência com os segredos finais do ser." Do casamento com Yonne d'Argollo Ferrão, nasceram dois filhos, Lúcia Maria e Roberto. Nos anos 60, casou-se com a atriz Célia Azevedo. Desde 1976 está firme com Maria Cláudia, a bela estrela de novelas da Globo dos anos 70 e 80. Numa cadeira, a um braço do dono, o gato Serápis o observa de olhos mansos. O nome peludo veio de uma divindade helenística-egípcia e evoluiu para os apelidos Serapinho e Pinho. Outros sete gatos estão pela casa. Encasacado, barba e cabelos prateados, o escritor descreve as chatices de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema): "Não sei quantas pneumonias eu tive. Aí é um saco. Dez dias de antibióticos, eu vou pro hospital, levo um tempo pra me recuperar". Por conselho médico, largou o cigarro e as bebidas alcoólicas. "Vou retornar à contracultura por causa do Heidegger", avisa. No próximo livro, associará o filósofo alemão à vivência dos hippies. "A contracultura e o movimento hippie não tiveram um pensamento por trás. Era uma intuição. Vivia todo mundo cabeludo, fumando maconha, tomando LSD. Não estavam confrontando nada. Heidegger poderia explicar essa situação." Os hippies gostavam de guitarra elétrica, mas não viviam tecnologicamente. De seu lado, "Heidegger achou que a tecnologia era a manifestação mais brutal e evidente do que ele chamou de esquecimento do ser". Além disso, o autor de "Ser e Tempo" e os hippies possuíam uma idêntica propensão ao mundo rural, abertos à influência das doutrinas orientais. "O contato com a natureza daria mais acesso à lembrança do ser", Maciel argumenta. "Acho que o Heidegger tinha para ele que estava além da política. Se o pensamento estava além da política, foda-se o marxismo, o nazismo pra esquerda, o nazismo pra direita. Isso não teria importância. Eu me lembro que, na minha época de hippie, desenvolvi uma indiferença intuitiva pra política." Velho tema contracultural, a questão das drogas leva Maciel a citar o neurocientista americano Timothy Leary: "As drogas são substâncias que enlouquecem as pessoas que não as usam". É possível uma convivência feliz com a maconha, a cocaína e o LSD? "Pergunte a Morgan Freeman, aquele ator de Hollywood, que queima fumo todos os dias", galhofa. "É evidente que as substâncias têm consequências diretas. Já se disse que um remédio é remédio em pequena quantidade. Em grande quantidade, é veneno. De um jeito mata, de outro cura. O ácido tonifica o sistema nervoso. Nos dias seguintes à viagem, você fica numa boa, dá uma felicidade que não se sabe por quê. Agora, se tomar todo dia, você pira, fica psicótico, maluco." Um apego amoroso ao mundo atravessa a expressão de Maciel na hora de falar dos prejuízos da ausência de emprego na maturidade. "Amor fati, disse Nietzsche no final da vida, quando descobriu que o buraco é mais embaixo. Amor ao que acontecer. Se você não amar a desgraça que acontece, você não está amando a vida. Você tem que amar a vida sempre. O único valor que existe é a vida. Então, amor fati, vamo que vamo, é o jeito" –ele sorri, na dele. CLAUDIO LEAL, 33, é jornalista.
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Conexão undergroundRESUMO Aos 77 anos, o guru de uma geração prepara livro sobre a relação entre o filósofo Heidegger e os hippies. Responsável por uma coluna em "O Pasquim" que foi pioneira na divulgação da contracultura no Brasil, o escritor, jornalista, diretor de teatro e roteirista gaúcho Luiz Carlos Maciel hoje está à procura de emprego. * Num hospital do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Maciel assistia à oração de evangélicos da Igreja Deus é Amor, reunidos por uma amiga em torno de seu leito. A pneumonia trazia-lhe pensamentos desordenados. O ensaísta relembrara uma imagem criada pelo antropólogo Carlos Castaneda, que situava a morte pessoal no lado esquerdo do ser humano, um pouco recuada, à distância de um braço, para servir de conselheira ao longo da vida. De uma geração colorida pelos encontros com o hinduísmo, o budismo e o taoismo, o influente teórico e divulgador da contracultura nos anos 1960 e 70 ouviria dessa vez uma pergunta vigorosa de religiosos pentecostais. "Aceito Jesus", respondeu Maciel, em lágrimas, na UTI. O episódio entrou em seu recente livro "O Sol da Liberdade" [Vieira & Lent, 296 págs., R$ 39], lançado no segundo semestre de 2014, e a presumida conversão evangélica surpreendeu alguns amigos. Advertido pela editora sobre a ambiguidade do epílogo intitulado "O Rei dos Reis", Maciel o manteve, preparando-se para os mal-entendidos. "Deixo isso no ar!", diverte-se, recuperado da internação. "Nunca frequentei, não sou da igreja, não gosto de igrejas, nenhuma delas, nem cristã, nem hinduísta, nem budista, nenhuma. Acredito nas doutrinas mas não nas organizações criadas para fazer a cabeça das pessoas", esclarece, talvez para o descanso de antigos leitores. Somente uma ressalva: "Sempre, em toda a minha vida, aceitei Jesus, um iluminado, um mestre". A luz moderada de uma tarde de maio envolve seu apartamento cheio de caixas de documentos para a mudança de endereço, ali mesmo no Leblon. Resistem os toques orientais na decoração. Aos 77 anos, depois de trabalhar por duas décadas na Rede Globo e mais outra na Record, em núcleos de roteiro, Maciel está desempregado há um ano, e sem qualquer rendimento fixo. Segundo relata, não tem aposentadoria e, de uns tempos para cá, os convites minguaram. "Sairei daqui para um apartamento menor", disse, incerto quanto aos motivos de seu isolamento: "Só sei que sou maldito". Este ano, ainda pretende emplacar o monólogo "Morrer, Dormir, Talvez Sonhar" (um inventário de suas experiências com a morte), além de dois roteiros de cinema, um deles baseado no arquétipo de Romeu e Julieta. Maciel mantém a mística de ter feito parte da patota inicial de "O Pasquim", o famoso semanário humorístico nascido de conversas entre Tarso de Castro, Jaguar e Sérgio Cabral, e levado às bancas em junho de 1969. No tabloide, Maciel transformou a coluna "Underground" em observatório pioneiro das rebeldias existenciais e políticas da juventude brasileira e internacional naqueles tempos de contracultura. Filtrava ali informações sobre movimentos de vanguarda, experiências com drogas, sexualidade, música, literatura, religiões e tremores outros que sacudiram a "Era de Aquário" –supostamente inaugurada pelo festival de Woodstock, em agosto daquele ano. GURU Sem jamais receitar mantras, acabou carregando o epíteto de "guru da contracultura". Cansado do chavão, transparece uma índole de guru relutante. "Isso é uma coisa da mídia. Quanto mais eu vivo, mais acho que a natureza da mídia é a estupidez", espeta, ainda que a orelha de seu livro registre o título. Houve o dia em que, adoentado e autoirônico, previu uma manchete de jornal: "Morre Luiz Carlos Maciel, o guru da contracultura". A pecha de mestre espiritual não faz justiça ao seu repertório erudito, que não se restringe à contracultura, nem se ampara em jogos esotéricos e misticismos. Mesmo quando advogou em defesa do "poder dos sentidos", como o fez no "Manifesto Hippie" publicado no "Pasquim", manteve uma crença flexível na racionalidade. "Foi um homem, não digo racionalista no sentido ortodoxo, mas um mediador. Sempre tendeu à possibilidade de harmonia entre a razão e a emoção, o sentimento e a imaginação", afirma o designer gráfico Rogério Duarte, um dos mentores da Tropicália e cofundador do jornal alternativo "Flor do Mal", aventura compartilhada com o amigo no fim de 1971. Miscelânea de ensaios novos e antigos, organizados por Patrícia Marcondes de Barros, doutora em história pela Unesp, "O Sol da Liberdade" repassa as vanguardas efêmeras da década de 1960 e aborda questões políticas atuais. Análises do fortalecimento da direita e do fuzuê dos "black blocs" são vizinhas de reflexões sobre filósofos, escritores e artistas como Norman O. Brown, Norman Mailer, Herbert Marcuse, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Castaneda, Philip K. Dick, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Ubaldo Ribeiro e Rogério Duarte. No estudo dos "black blocs" brasileiros, assíduos nos protestos de junho de 2013, Maciel não encontra bestas-feras, mas sim anarquistas românticos, que quebram caixas de bancos e não recolhem o dinheiro. "O anarquismo é um romantismo", sentenciou em "O Mistério dos Vândalos". Sorridente, atualiza o ensaio: "Este ano, não se viu 'black bloc' em nenhum lugar. Quer dizer, estou considerando que esses 'black blocs' já eram. O movimento nasceu, se desenvolveu e morreu. Em um ano. Não é espantoso? E achavam que os hippies tinham durado pouco, hein?". Mais preocupante é o "retrocesso geral na vida coletiva", enfatiza Maciel. "Em política, é uma coisa escandalosa. Toda a complexidade foi eliminada e reduzida, de novo, a um flá-flu entre esquerda e direita, entre governo e oposição. A grossura é cada vez maior." "Infelizmente –não sei se digo 'infelizmente', para mim é indiferente–, a maior parte de minha geração, de escritores e intelectuais, foi tudo para a direita. Considero esses caras que foram meus companheiros de geração tudo fascista. São udenistas. A UDN brigava com Getúlio [Vargas] e o PTB, eles brigam com o PT e o Lula. Igualzinho", compara. E faz uma advertência aos críticos da postura inercial da presidente Dilma Rousseff: "Dilma pode não conhecer o que diz Lao Tsé, mas ela é taoista pela própria natureza. É a não ação. Não estão sabendo de nada!". TROPICÁLIA Gaúcho de Porto Alegre, nascido em 15 de março de 1938, Luiz Carlos Maciel formou-se em filosofia na Universidade do Rio Grande do Sul. Estudante influenciado pelo existencialismo e imerso na cena teatral, atreveu-se a dirigir aos 19 anos a peça "Esperando Godot", de Samuel Beckett. Em 1958, após uma viagem a Recife com o Teatro Universitário, dirigido por Antônio Abujamra, conheceu em Salvador um rapaz obcecado por cinema: Glauber Rocha. Confiante na profecia glauberiana de que a Bahia seria "o berço da nova cultura brasileira", Maciel decidiu morar em Salvador no ano seguinte, com o apoio de uma bolsa de estudos da Escola de Teatro. Glauber o escalaria como protagonista do curta "A Cruz na Praça", hoje desaparecido, cujo enredo envolvia uma paquera homossexual. É de 1959 o primeiro livro de Maciel, "Samuel Beckett e a Solidão Humana", editado em Porto Alegre. No final daquele ano, aproveitou um intercâmbio da universidade baiana com a Fundação Rockefeller e foi estudar direção teatral no Instituto Carnegie de Tecnologia, em Pittsburgh (EUA). Os 18 meses americanos serviram para aprofundar suas ideias políticas, debaixo do estrondo da Revolução Cubana, e conhecer a prosa de Norman Mailer e da geração beat de Jack Kerouac e Allen Ginsberg. No retorno à Bahia, assumiu uma cadeira de professor. Ex-aluno e assistente de direção de Maciel na montagem de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, Jorge Salomão recorda-se dos exercícios ministrados pelo jovem mestre, em 1963: "Era totalmente experimental. Aprendemos com ele a improvisar. Uma vez, pediu para cada um pegar uma pintura –escolhi Goya– e discutir a dramaticidade dela". A beleza física também é evocada por contemporâneos: as sobrancelhas grossas e coladas compunham uma masculinidade sem rudeza. Pouco antes do golpe de 1964, Maciel passou a residir no Rio, acomodando-se no apartamento de Glauber. Outra vez anônimo, embarcou no jornalismo: inicialmente, no "Panfleto" de Tarso de Castro, vinculado a Leonel Brizola. Fora das redações, ligou-se ao teatro vanguardista e dirigiu o filme "Society em Baby-Doll" (1965), no qual revelou a atriz Marieta Severo. Cedo, virou um entusiasta do movimento tropicalista, e não demoraria a ser incluído "entre o hippie e a Tropicália" na canção "Cosa Nostra", de Jorge Ben. "Nunca mais vi isso acontecer, mas houve em nossa geração essa sintonia espontânea. Caetano se identificava com Glauber, que se identificava com Zé Celso, que se identificava com Glauber", observa Maciel. Um elo a mais: em 1967, Zé Celso admirava o "gaúcho-baiano", que assumiu um laboratório no Teatro Oficina, sendo encarregado de construir um novo estilo interpretativo, proveniente da mistura alquímica entre Bertolt Brecht e os improvisos dos atores. Um marco do moderno teatro brasileiro, a encenação de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, originou-se de uma dica do professor visitante. "No Rio Grande do Sul, Ruggero Jacobbi (diretor e crítico italiano, 1920-81) leu toda a dramaturgia brasileira e ficou maravilhado com a obra teatral de Oswald. Ele passou isso pro Maciel, que poderia passar pra mil pessoas, mas passou pra mim, para o Oficina. O 'Rei da Vela' iluminou toda a nossa geração da Tropicália", conta José Celso Martinez Corrêa. "Todos nós estávamos em transe. E nesse transe ele foi um dos bruxos." Caetano Veloso mantém uma afinidade iniciada há mais de 50 anos. "Maciel, desde a juventude em Salvador, foi para mim uma clareira no mundo mental da esquerda. Ele mostrava interesse pelos autores que estavam fora do cânone de Lukács. Coerente com ele ter sacado a contracultura. No dia em que parti para Londres ele me pediu que escrevesse para um jornal de resistência que amigos seus estavam fundando: 'O Pasquim'. Eu mandava meus textos para ele. E a coincidência de seus interesses com os nossos (o rock inglês, as filosofias orientais, as drogas alucinógenas, os movimentos dos negros, das mulheres e dos veados) indicavam que ele seria quem melhor iria acompanhar o desenrolar da contracultura desde a perspectiva brasileira. Eu o adoro e nunca deixei de conferir o que ele escreve", diz Caetano à Folha. No "Pasquim", Maciel sacudiu o jornalismo brasileiro ao lado de Jaguar, Henfil, Fortuna, Ivan Lessa, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Sérgio Augusto, Sérgio Cabral, Tarso e Ziraldo. Bolada por Tarso –"você pode botar todas essas maluquices suas"–, a coluna "Underground" atraía cartas abundantes de jovens em busca de um guru que os livrasse de repressões sexuais e males do espírito. O jornalista trazia as boas, e às vezes as trágicas, de artistas como Janis Joplin (entrevistou-a no Copacabana Palace), Jimi Hendrix e Richie Havens. "Maciel era a doçura, Tarso era o gauchão de fronteira, já entrava montado a cavalo", brinca o cartunista Ziraldo. Durante os dois meses de prisão de integrantes do "Pasquim", no final de 1970, Maciel caiu numa leve "deprê" na Vila Militar. "De todos nós era o que mais sentia falta da companheira. No resto, era muito divertido, deve ter lido uns 30 livros", recorda-se Ziraldo. Acostumado à tesoura da censura, o cabeludo Maciel teve de enfrentar a tesoura de um tenente que ordenou o corte das suas madeixas. DISCÓRDIA Em 1971, apontado como gestor perdulário, Tarso brigou com uma parte dos colegas e deixou o "Pasquim". Sem respaldo, Maciel enfrentaria a pinimba de Millôr, espécie de interventor para recuperar as finanças do jornal. "Millôr mandou cortar a minha grana. Mas, pra sacanear, fiquei escrevendo mesmo sem receber (até 1972)", lembra. Depois de cair fora, engajou-se no nanico "Flor do Mal" e na versão brasileira da revista "Rolling Stone", crias radiantes e breves. Maciel situa na fase pós-Tarso o início das hostilidades do "Pasquim" contra os baianos Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, qualificados de "bahiunos", invasores odaras do Rio –em resposta, os ofendidos se assumiriam "doces bárbaros". "Millôr tinha horror (aos tropicalistas). Tinha uma personalidade muito forte e influenciava os outros. Quem tinha uma personalidade forte, também, era o Francis. Aí eles formaram uma dupla e dominaram o 'Pasquim'. Só não iam atrás o Tarso e eu", sustenta. Ziraldo pondera que as idiossincrasias dos envolvidos prejudicam a análise dessa ruptura. Não havia pensamento único. "É uma história superlonga. Cada um vê o fato de seu jeito. Cada um conta a sua história. Ninguém mandou ir embora, apenas o jornal tomou outro caminho. Não houve desavença com Millôr. O jornal achou melhor ir pra luta política", pacifica. Auto-declarado colaborador "expulso", o compositor Jorge Mautner identifica "uma linha de pensamento contra a outra" –e afiança: "Foi um ciúme do 'Pasquim'. No retorno do exílio, Caetano e Gil tinham um poder de agregação maior". Caetano estima que o começo da discórdia pode remontar a 1964. "Paulo Francis escreveu na Folha, nos anos 80, que o Rio de Janeiro começou a acabar quando Maria Bethânia substituiu Nara (Leão) no 'Opinião'. Depois de desancar a interpretação de 'Carcará' por Bethânia, ele concluía: 'E atrás dela veio essa gente'. Acho que havia uma combinação de ciúme geracional, esnobismo com relação à música popular e preconceito antinordestino. A rejeição de Millôr a Chico Buarque mostra o ciúme e o desprezo. Nós éramos, além de tudo, baianos. E ligados ao ideário da contracultura", avalia o músico. "Apesar de poder haver divergências de interesses, acho que isso não era o núcleo da questão", prossegue Caetano, exilado com Gilberto Gil em Londres, entre 1969 e 1972. "Eles viram nossa volta como chance para publicar hostilidades antigas. Me doeu porque meu culto a Millôr e minha admiração por Francis eram muito mais antigas. O primeiro foi herói de minha infância. O segundo, figura influente de minha adolescência. Uma vez Jaguar foi a minha casa na Bahia com Rosinha de Valença e me confessou amor, pediu perdão e disse que toda a hostilidade do 'Pasquim' se devia a Millôr. Dedé, que estava comigo, achou covarde. Agora li no livro de Maciel uma confirmação do que Jaguar contou." FILÓSOFO Com um passado de amizades masculinas intensas, Maciel confessa ter poucos amigos, e nem é uma solidão, pois ao seu redor florescem as amigas. "A mulher é mais inteligente do que o homem, tem mais convivência com os segredos finais do ser." Do casamento com Yonne d'Argollo Ferrão, nasceram dois filhos, Lúcia Maria e Roberto. Nos anos 60, casou-se com a atriz Célia Azevedo. Desde 1976 está firme com Maria Cláudia, a bela estrela de novelas da Globo dos anos 70 e 80. Numa cadeira, a um braço do dono, o gato Serápis o observa de olhos mansos. O nome peludo veio de uma divindade helenística-egípcia e evoluiu para os apelidos Serapinho e Pinho. Outros sete gatos estão pela casa. Encasacado, barba e cabelos prateados, o escritor descreve as chatices de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema): "Não sei quantas pneumonias eu tive. Aí é um saco. Dez dias de antibióticos, eu vou pro hospital, levo um tempo pra me recuperar". Por conselho médico, largou o cigarro e as bebidas alcoólicas. "Vou retornar à contracultura por causa do Heidegger", avisa. No próximo livro, associará o filósofo alemão à vivência dos hippies. "A contracultura e o movimento hippie não tiveram um pensamento por trás. Era uma intuição. Vivia todo mundo cabeludo, fumando maconha, tomando LSD. Não estavam confrontando nada. Heidegger poderia explicar essa situação." Os hippies gostavam de guitarra elétrica, mas não viviam tecnologicamente. De seu lado, "Heidegger achou que a tecnologia era a manifestação mais brutal e evidente do que ele chamou de esquecimento do ser". Além disso, o autor de "Ser e Tempo" e os hippies possuíam uma idêntica propensão ao mundo rural, abertos à influência das doutrinas orientais. "O contato com a natureza daria mais acesso à lembrança do ser", Maciel argumenta. "Acho que o Heidegger tinha para ele que estava além da política. Se o pensamento estava além da política, foda-se o marxismo, o nazismo pra esquerda, o nazismo pra direita. Isso não teria importância. Eu me lembro que, na minha época de hippie, desenvolvi uma indiferença intuitiva pra política." Velho tema contracultural, a questão das drogas leva Maciel a citar o neurocientista americano Timothy Leary: "As drogas são substâncias que enlouquecem as pessoas que não as usam". É possível uma convivência feliz com a maconha, a cocaína e o LSD? "Pergunte a Morgan Freeman, aquele ator de Hollywood, que queima fumo todos os dias", galhofa. "É evidente que as substâncias têm consequências diretas. Já se disse que um remédio é remédio em pequena quantidade. Em grande quantidade, é veneno. De um jeito mata, de outro cura. O ácido tonifica o sistema nervoso. Nos dias seguintes à viagem, você fica numa boa, dá uma felicidade que não se sabe por quê. Agora, se tomar todo dia, você pira, fica psicótico, maluco." Um apego amoroso ao mundo atravessa a expressão de Maciel na hora de falar dos prejuízos da ausência de emprego na maturidade. "Amor fati, disse Nietzsche no final da vida, quando descobriu que o buraco é mais embaixo. Amor ao que acontecer. Se você não amar a desgraça que acontece, você não está amando a vida. Você tem que amar a vida sempre. O único valor que existe é a vida. Então, amor fati, vamo que vamo, é o jeito" –ele sorri, na dele. CLAUDIO LEAL, 33, é jornalista.
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Quarta tem temperatura agradável e show de banda com filho de Caetano Veloso
DE SÃO PAULO São Paulo, 28 de setembro de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que consegue se enrolar sozinho! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Juventude colorida | Tendo entre seus integrantes o compositor Tom Veloso, filho de Caetano Veloso, e vencedora do Prêmio da Música Brasileira, a banda Dônica realiza o show "Continuidade dos Parques". Composto ainda pelo vocalista José Ibarra, pelo baixista Miguel Guimarães, pelo baterista André Almeida e pelo guitarrista Lucas Nunes, o grupo conta com influências do rock progressivo e da música brasileira. O show terá participação de Seu Jorge e de Maria Gadú. Ingressos custam R$ 100. Veja mais aqui. Teatro | A peça bíblica "A Rainha Esther" tem montagem encerrada nesta quarta (28) às 20h30, no teatro Bibi Ferreira. No espetáculo, Esther se torna rainha sem que ninguém saiba da sua origem judaica. Quando toma o poder, ela salva os judeus jurados de morte pelo homem de confiança do rei. Ingressos custam R$ 50. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Carandiru | O Tribunal de Justiça de SP anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presidiários foram assassinados em uma ação da PM para conter um motim na antiga Casa de Detenção de São Paulo. A Promotoria anunciou que entrará com um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para manter as condenações. Rojão | A quinta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta terça-feira que os dois acusados de soltarem o rojão que matou o cinegrafista da Band Santiago de Andrade, em fevereiro de 2014, no Rio de Janeiro, vão a júri popular. Libertadores | A Conmebol anunciou mudanças no regulamento da Libertadores do ano que vem. O torneio será disputado durante toda a próxima temporada, de fevereiro a novembro. Segundo a confederação, a decisão foi tomada para "harmonizar os calendários da competição com os torneios locais de cada país". * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A agenda da Câmara Municipal nesta quarta começa com reunião ordinária da CPI que investiga contratos firmados com o Theatro Municipal, em esquema investigado que causou rombo de R$ 15 milhões nas contas da instituição. O encontro tem início às 10h. O dia segue com reuniões de outras comissões permanentes da casa. Veja a agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 27ºC. A mínima deve ficar em 10ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. Centro | A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | A rua José Gomes Falcão, na Barra Funda, fica parcialmente interditada até março de 2018.
saopaulo
Quarta tem temperatura agradável e show de banda com filho de Caetano VelosoDE SÃO PAULO São Paulo, 28 de setembro de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que consegue se enrolar sozinho! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Juventude colorida | Tendo entre seus integrantes o compositor Tom Veloso, filho de Caetano Veloso, e vencedora do Prêmio da Música Brasileira, a banda Dônica realiza o show "Continuidade dos Parques". Composto ainda pelo vocalista José Ibarra, pelo baixista Miguel Guimarães, pelo baterista André Almeida e pelo guitarrista Lucas Nunes, o grupo conta com influências do rock progressivo e da música brasileira. O show terá participação de Seu Jorge e de Maria Gadú. Ingressos custam R$ 100. Veja mais aqui. Teatro | A peça bíblica "A Rainha Esther" tem montagem encerrada nesta quarta (28) às 20h30, no teatro Bibi Ferreira. No espetáculo, Esther se torna rainha sem que ninguém saiba da sua origem judaica. Quando toma o poder, ela salva os judeus jurados de morte pelo homem de confiança do rei. Ingressos custam R$ 50. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Carandiru | O Tribunal de Justiça de SP anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presidiários foram assassinados em uma ação da PM para conter um motim na antiga Casa de Detenção de São Paulo. A Promotoria anunciou que entrará com um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para manter as condenações. Rojão | A quinta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta terça-feira que os dois acusados de soltarem o rojão que matou o cinegrafista da Band Santiago de Andrade, em fevereiro de 2014, no Rio de Janeiro, vão a júri popular. Libertadores | A Conmebol anunciou mudanças no regulamento da Libertadores do ano que vem. O torneio será disputado durante toda a próxima temporada, de fevereiro a novembro. Segundo a confederação, a decisão foi tomada para "harmonizar os calendários da competição com os torneios locais de cada país". * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A agenda da Câmara Municipal nesta quarta começa com reunião ordinária da CPI que investiga contratos firmados com o Theatro Municipal, em esquema investigado que causou rombo de R$ 15 milhões nas contas da instituição. O encontro tem início às 10h. O dia segue com reuniões de outras comissões permanentes da casa. Veja a agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 27ºC. A mínima deve ficar em 10ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. Centro | A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | A rua José Gomes Falcão, na Barra Funda, fica parcialmente interditada até março de 2018.
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Suzuki Vitara surpreende e lidera ranking Folha-Mauá entre jipinhos
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA No princípio, havia o Suzuki Vitara. Foi o utilitário compacto japonês que mostrou aos brasileiros que modelos rústicos podiam ter ar-condicionado e direção levinha nos idos dos anos 1990, época da reabertura do mercado aos carros importados. Após ficar ausente por alguns anos, a marca japonesa retornou ao Brasil em 2008 com um utilitário crescido, mas o público só queria saber de jipinhos compactos. Foi assim até novembro, quando a quarta geração do Vitara chegou às lojas e ao topo do Ranking Folha-Mauá. O utilitário avaliado tinha tração dianteira e motor 1.4 turbo com 146 cv. Foi o suficiente para vencer todas as provas das quais participou. No consumo rodoviário com gasolina, a marca de 18 km/l o coloca entre os carros mais econômicos de 2016. Seu desempenho supera o do também turbinado Peugeot 2008 THP, grande campeão da categoria em 2015. Com 4,17 metros de comprimento, o Vitara oferece espaço equivalente ao do Jeep Renegade. Ou seja: não é a melhor opção para famílias. Outro problema é o preço: os R$ 108 mil cobrados pelo Suzuki turbo o colocam na faixa mais alta do segmento. Em posições honrosas estão a picape VW Saveiro Cross cabine dupla (R$ 72,7 mil), a melhor do ano nas provas de aceleração e consumo com etanol, e o Nissan Kicks SL (R$ 90 mil), que se destacou em medições de retomada. O chinês JAC T5 completa o pódio, obtendo números razoáveis em versões com caixa manual ou automática, do tipo CVT (transmissão continuamente variável). Bem equipado, é o modelo mais em conta do segmento, sendo vendido a R$ 70 mil. UTILITÁRIOS MÉDIOS A GASOLINA OU FLEX Transformar um jipão de duas toneladas em carro superesportivo não faz muito sentido, mas os resultados obtidos pelo Range Rover SVR justificam a proposta. O utilitário, que custa R$ 599 mil e oferece todo o espaço necessário para uma família, chegou aos 100 km/h em 5,4 segundos. Não é carro para consumidores que prezam pela discrição, já que o porte e o ronco grave do motor 5.0 V8 (550 cv) chegam a soar como agressões aos veículos que o cercam no trânsito. Em segundo lugar ficou o Jaguar F-Pace S (R$ 408 mil), que é outro exemplo do auge atingido pelos britânicos no que se refere à engenharia. Os campeões dividem espaço nas linhas de montagem. O F-Pace S é mais atual e aproveita melhor o espaço da cabine, mas seu sistema de amortecimento não é tão gentil quanto o do SVR -buracos, lombadas e valetas são mais percebidos. UTILITÁRIOS A DIESEL Primeiro Volvo a diesel comercializado oficialmente no Brasil, o XC60 D5 dominou os resultados em seu segmento. Seu motor 2.4 (220 cv) não é o que a marca tem de mais moderno na prateleira, mas suas virtudes bastaram. No mais, trata-se de um carro espaçoso e agradável ao volante. A Chevrolet S10 ocupa a segunda posição no ranking. A versão 2017 traz direção com assistência elétrica e nova central multimídia. Outro que se destacou em 2016 foi o motor 2.0 do grupo FCA Fiat Chrysler, que foi o melhor em provas de consumo com a picape Fiat Toro e o utilitário Jeep Compass.
sobretudo
Suzuki Vitara surpreende e lidera ranking Folha-Mauá entre jipinhos EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA No princípio, havia o Suzuki Vitara. Foi o utilitário compacto japonês que mostrou aos brasileiros que modelos rústicos podiam ter ar-condicionado e direção levinha nos idos dos anos 1990, época da reabertura do mercado aos carros importados. Após ficar ausente por alguns anos, a marca japonesa retornou ao Brasil em 2008 com um utilitário crescido, mas o público só queria saber de jipinhos compactos. Foi assim até novembro, quando a quarta geração do Vitara chegou às lojas e ao topo do Ranking Folha-Mauá. O utilitário avaliado tinha tração dianteira e motor 1.4 turbo com 146 cv. Foi o suficiente para vencer todas as provas das quais participou. No consumo rodoviário com gasolina, a marca de 18 km/l o coloca entre os carros mais econômicos de 2016. Seu desempenho supera o do também turbinado Peugeot 2008 THP, grande campeão da categoria em 2015. Com 4,17 metros de comprimento, o Vitara oferece espaço equivalente ao do Jeep Renegade. Ou seja: não é a melhor opção para famílias. Outro problema é o preço: os R$ 108 mil cobrados pelo Suzuki turbo o colocam na faixa mais alta do segmento. Em posições honrosas estão a picape VW Saveiro Cross cabine dupla (R$ 72,7 mil), a melhor do ano nas provas de aceleração e consumo com etanol, e o Nissan Kicks SL (R$ 90 mil), que se destacou em medições de retomada. O chinês JAC T5 completa o pódio, obtendo números razoáveis em versões com caixa manual ou automática, do tipo CVT (transmissão continuamente variável). Bem equipado, é o modelo mais em conta do segmento, sendo vendido a R$ 70 mil. UTILITÁRIOS MÉDIOS A GASOLINA OU FLEX Transformar um jipão de duas toneladas em carro superesportivo não faz muito sentido, mas os resultados obtidos pelo Range Rover SVR justificam a proposta. O utilitário, que custa R$ 599 mil e oferece todo o espaço necessário para uma família, chegou aos 100 km/h em 5,4 segundos. Não é carro para consumidores que prezam pela discrição, já que o porte e o ronco grave do motor 5.0 V8 (550 cv) chegam a soar como agressões aos veículos que o cercam no trânsito. Em segundo lugar ficou o Jaguar F-Pace S (R$ 408 mil), que é outro exemplo do auge atingido pelos britânicos no que se refere à engenharia. Os campeões dividem espaço nas linhas de montagem. O F-Pace S é mais atual e aproveita melhor o espaço da cabine, mas seu sistema de amortecimento não é tão gentil quanto o do SVR -buracos, lombadas e valetas são mais percebidos. UTILITÁRIOS A DIESEL Primeiro Volvo a diesel comercializado oficialmente no Brasil, o XC60 D5 dominou os resultados em seu segmento. Seu motor 2.4 (220 cv) não é o que a marca tem de mais moderno na prateleira, mas suas virtudes bastaram. No mais, trata-se de um carro espaçoso e agradável ao volante. A Chevrolet S10 ocupa a segunda posição no ranking. A versão 2017 traz direção com assistência elétrica e nova central multimídia. Outro que se destacou em 2016 foi o motor 2.0 do grupo FCA Fiat Chrysler, que foi o melhor em provas de consumo com a picape Fiat Toro e o utilitário Jeep Compass.
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Com estreia no MIS, peça interativa fala sobre viagem sem volta a Marte
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O ponto final no título do espetáculo "Você Não Está Aqui.", que estreia na próxima sexta-feira (30) no MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo), serve para representar o tamanho minúsculo que o planeta Terra tem de fato. O texto escrito por Pedro Granato e Ricardo Malerbi, que começou a ganhar forma há um ano, instiga uma reflexão sobre as visões distorcidas que criamos de fatos científicos, como a proporção entre Terra e Sol —esse último é infinitamente maior do que nosso planeta, mas na maioria das ilustrações que conhecemos ele não aparece tão grande. Granato, que também dirige a peça, brinca que resgatou as aulas de física da escola. "O legal é pegar esse lado da ciência com um viés humanista, colocar as coisas em perspectiva", diz o autor, que diz ter pesquisado muito, tanto em livros clássicos —como os do físico Albert Einstein (1879-1955) e do astrônomo Carl Sagan (1934-1996)— quanto em publicações recentes. O público é determinante no monólogo interpretado por Malerbi, construindo e escolhendo os rumos da história a partir da pergunta: "Você aceitaria embarcar em uma viagem sem volta a outro planeta?". A ideia é que esse questionamento induza a plateia —que ficará caminhando pelo salão redondo do MIS, onde a montagem será encenada— a pensar sobre quem somos e sobre nossa importância no mundo. Trechos de vídeos da Nasa em alta resolução também serão exibidos. Informe-se sobre o evento
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Com estreia no MIS, peça interativa fala sobre viagem sem volta a MarteFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O ponto final no título do espetáculo "Você Não Está Aqui.", que estreia na próxima sexta-feira (30) no MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo), serve para representar o tamanho minúsculo que o planeta Terra tem de fato. O texto escrito por Pedro Granato e Ricardo Malerbi, que começou a ganhar forma há um ano, instiga uma reflexão sobre as visões distorcidas que criamos de fatos científicos, como a proporção entre Terra e Sol —esse último é infinitamente maior do que nosso planeta, mas na maioria das ilustrações que conhecemos ele não aparece tão grande. Granato, que também dirige a peça, brinca que resgatou as aulas de física da escola. "O legal é pegar esse lado da ciência com um viés humanista, colocar as coisas em perspectiva", diz o autor, que diz ter pesquisado muito, tanto em livros clássicos —como os do físico Albert Einstein (1879-1955) e do astrônomo Carl Sagan (1934-1996)— quanto em publicações recentes. O público é determinante no monólogo interpretado por Malerbi, construindo e escolhendo os rumos da história a partir da pergunta: "Você aceitaria embarcar em uma viagem sem volta a outro planeta?". A ideia é que esse questionamento induza a plateia —que ficará caminhando pelo salão redondo do MIS, onde a montagem será encenada— a pensar sobre quem somos e sobre nossa importância no mundo. Trechos de vídeos da Nasa em alta resolução também serão exibidos. Informe-se sobre o evento
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Marta repreende Picciani por seu apoio a Dilma e enaltece Temer
Recém-filiada ao PMDB, a senadora Marta Suplicy repreendeu publicamente o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, por sua aproximação com a presidente Dilma Rousseff. A cúpula do PMDB prestigiou neste sábado (26) o ato de filiação de Marta ao partido. Líder do PMDB na Câmara, Picciani foi acomodado no fundo do palanque, longe de expoentes do partido. Hoje um dos defensores da presidente Dilma Rousseff na bancada do PMDB, ele foi citado por Marta: "Picciani, a gente tem que se unir. Vou pedir de coração. Ouça os mais velhos. A gente está num momento importante. Eu queria muito entrar num PMDB que utilizasse a sabedoria acumulada do PMDB e o momento é agora." Sem falar diretamente num eventual processo do impeachment de Dilma, Marta fez questão de frisar que ingressa no partido que foi de Uyisses Guimarães (morto em 1992). Como deputado, Ulysses teve papel fundamental para o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Marta citou Ulysses num momento em que justificava sua entrada no PMDB por querer um país sem corrupção. "A gente quer um Brasil livre, livre da corrupção, livre das mentiras e daqueles que usam a política como meio de obter vantagens pessoais", disse ela, à mesa com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Em seus 25 minutos de discurso, Marta elogiou peemedebistas, como Romero Jucá (RR), a quem chamou de "líder nato", Renan Calheiros (AL) e Edison Lobão (MA). Ela encerrou seu discurso afirmando que Temer tem todas as qualidades que o momento exige: "Temer é um líder, um conciliador, um homem do diálogo, qualidades pessoais essenciais que este momento exige. Eu me sinto à vontade, segura, sob tua presidência. Todos nós estamos com você, Michel". CHALITA Marta resvalou nas denúncias existentes contra o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, ao dizer que ele é vítima de injustiça. Também disposto a concorrer à Prefeitura dissera que o "o PMDB não tem dono". Ao discursar minutos depois, Marta disse que se sentia dona do partido e propôs uma parceria com Chalita. "A vida pública, Chalita, é cheia de armadilhas e nunca faz justiça aos grandes. Deus escreve certo por linhas tortas. Chalita, agora juntos vamos fazer o PMDB mais forte", afirmou. PÓS-1964 No encontro, todos os discursos foram marcados pela descrição da crise política. O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que "o PMDB tem grande preocupação com a circunstância nacional". "Depois de 1964, nós estamos vivendo no Brasil a maior crise política e econômica. A solução econômica tem que vir rapidamente. Tão grande será o PMDB quanto puder dar as respostas que o Brasil precisa", discursou Renan. Sucessor de Dilma num eventual impeachment, o presidente em exercício, Michel Temer, afirmou que "há um momento em que o PMDB converge". "É quando se trata do Brasil, do interesse. Neste momento há uma convergência absoluta do PMDB", disse ele. Para o senador Romero Jucá (RR), o ato é uma demonstração de que o "PMDB está buscando seu próprio caminho". O ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA) afirma que a filiação de Marta é um indício de que o "PMDB se afastará do PT".
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Marta repreende Picciani por seu apoio a Dilma e enaltece TemerRecém-filiada ao PMDB, a senadora Marta Suplicy repreendeu publicamente o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, por sua aproximação com a presidente Dilma Rousseff. A cúpula do PMDB prestigiou neste sábado (26) o ato de filiação de Marta ao partido. Líder do PMDB na Câmara, Picciani foi acomodado no fundo do palanque, longe de expoentes do partido. Hoje um dos defensores da presidente Dilma Rousseff na bancada do PMDB, ele foi citado por Marta: "Picciani, a gente tem que se unir. Vou pedir de coração. Ouça os mais velhos. A gente está num momento importante. Eu queria muito entrar num PMDB que utilizasse a sabedoria acumulada do PMDB e o momento é agora." Sem falar diretamente num eventual processo do impeachment de Dilma, Marta fez questão de frisar que ingressa no partido que foi de Uyisses Guimarães (morto em 1992). Como deputado, Ulysses teve papel fundamental para o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Marta citou Ulysses num momento em que justificava sua entrada no PMDB por querer um país sem corrupção. "A gente quer um Brasil livre, livre da corrupção, livre das mentiras e daqueles que usam a política como meio de obter vantagens pessoais", disse ela, à mesa com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Em seus 25 minutos de discurso, Marta elogiou peemedebistas, como Romero Jucá (RR), a quem chamou de "líder nato", Renan Calheiros (AL) e Edison Lobão (MA). Ela encerrou seu discurso afirmando que Temer tem todas as qualidades que o momento exige: "Temer é um líder, um conciliador, um homem do diálogo, qualidades pessoais essenciais que este momento exige. Eu me sinto à vontade, segura, sob tua presidência. Todos nós estamos com você, Michel". CHALITA Marta resvalou nas denúncias existentes contra o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, ao dizer que ele é vítima de injustiça. Também disposto a concorrer à Prefeitura dissera que o "o PMDB não tem dono". Ao discursar minutos depois, Marta disse que se sentia dona do partido e propôs uma parceria com Chalita. "A vida pública, Chalita, é cheia de armadilhas e nunca faz justiça aos grandes. Deus escreve certo por linhas tortas. Chalita, agora juntos vamos fazer o PMDB mais forte", afirmou. PÓS-1964 No encontro, todos os discursos foram marcados pela descrição da crise política. O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que "o PMDB tem grande preocupação com a circunstância nacional". "Depois de 1964, nós estamos vivendo no Brasil a maior crise política e econômica. A solução econômica tem que vir rapidamente. Tão grande será o PMDB quanto puder dar as respostas que o Brasil precisa", discursou Renan. Sucessor de Dilma num eventual impeachment, o presidente em exercício, Michel Temer, afirmou que "há um momento em que o PMDB converge". "É quando se trata do Brasil, do interesse. Neste momento há uma convergência absoluta do PMDB", disse ele. Para o senador Romero Jucá (RR), o ato é uma demonstração de que o "PMDB está buscando seu próprio caminho". O ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA) afirma que a filiação de Marta é um indício de que o "PMDB se afastará do PT".
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Eduardo Moscovis busca se desligar da 'imagem de ator global'
Eduardo Moscovis voltou a fumar. Durante uma tarde chuvosa na casa em que mora no bairro de São Conrado, no Rio, o ator enrola um cigarro sem pressa e explica que, apesar de ter retornado ao hábito recentemente, já pensa em parar. * "Eu fiquei sem um tempão, mas fui fazer a peça 'Um Bonde Chamado Desejo' e o personagem fuma. Aí percebi que já tava com uma vontade louca de voltar e, agora, de parar de novo", diz à repórter Marcela Paes. * O espetáculo, que foi elogiado pela crítica e é sucesso de público, é um dos projetos que Du, como prefere ser chamado, fez durante o período de nove anos afastados das novelas. Voltou em a "A Regra do Jogo", que terminou no início deste ano. "Existe um emblema. E todos os narizes torcidos para este emblema que é ser um ator da Rede Globo. Tem dois lados: o ator global e o ator global pejorativo. E às vezes nem o ator, só 'o global'. Lá atrás eu vinha me questionando sobre o lugar que eu ocupava, e mesmo depois desse tempo ainda acho que não me desvencilhei dessa imagem", diz ele, que afirma sempre ter tido "respaldo da emissora". * Segundo o ator, a mudança de rumo na carreira foi motivada mais pela vontade de fazer coisas diferentes. * "Apesar de estar feliz com meu reconhecimento, eu tinha uma inquietude artística que foi o que me moveu. Tem uma galera do cinema que só trabalha com o ator das novelas, mas têm outros que querem o oposto disso e eu queria tudo, queria investigar, ser provocado e ir pra um lugar difícil." * O longa "O Outro Lado do Paraíso", que é inspirado em um conto de Luiz Fernando Emediato e ganhou melhor filme do júri popular no Festival de Gramado, é outro projeto de que Eduardo participou durante o tempo afastado dos folhetins. Na obra ele vive um trabalhador que se muda para Brasília no período do golpe militar, em 1964. * "Tem sim gente que está comparando o momento do filme com o momento que vivemos agora. E, claro, existem semelhanças. Mas eu não sei se o que está acontecendo é um golpe. Independentemente do nome que se dá, isso é muito grave. Eu sinceramente não consigo te dizer se sou a favor do impeachment da presidente Dilma, estou me questionando muito sobre isso. Mas até que ponto esse movimento não foi legítimo? E as pessoas nas redes sociais estão muito agressivas. Temos que ter mais calma." * Para Du, a questão política é secundária no filme, que enfoca as relações e problemas de um menino que se vê obrigado a mudar de cidade. * O afastamento das novelas foi planejado, mas a volta, não. Eduardo ligou para a diretora Amora Mautner depois de ter lido em um jornal que ela e ator Caio Blat fariam algo sobre a obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski. "Eu me interesso pelo universo do escritor e liguei numas de dizer 'ó, se precisar de ator, tô aí [risos]'." Amora aproveitou a oportunidade e fez o convite para novela. * "Foi engraçado. A Amora, com aquele jeito dela, já falou 'olha, isso vai rolar, mas agora eu vou começar uma novela. Aliás, você faz teste?' Eu respondi: 'Pô, como assim, Amora? Claro que eu faço' Mas pensando em como ia me organizar emocionalmente pra essa maratona que é uma novela". Inicialmente Du foi cotado para o papel de Romero, que ficou para Alexandre Nero. Mas, já envolvido, encarnou o vilão Orlando. * Até o fim do ano ele lança o filme "Berenice Procura", começa a gravar uma nova série para o GNT, dirigida por José Henrique Fonseca, e retorna para a terceira temporada de "Questão de Família", no mesmo canal. "Estarei meio ocupado" [risos]. * A cachorra Clara começa a latir. A vira-lata, encontrada na praia, foi adotada pelo ator e sua família. "Ela veio meio mancando e ficou seguindo a gente um tempão. Aí resolvemos trazer para casa", explica, enquanto uma seleção de músicas, na maioria MPB, ecoa pelo ambiente amplo e iluminado. * Ele é casado com a apresentadora Cynthia Howlett, com quem tem dois filhos: Rodrigo, 4, e Manuela, 6. Eduardo também é pai de duas adolescentes, Gabriela e Sofia, de sua união com a diretora Roberta Richard. * Nas paredes da sala, além de muitas fotos de família e até de papeis encenados por ele (como Petruchio de "O Cravo e A Rosa"), há uma colagem com vários retratos feita pelos filhos. * "Eu tenho sorte de ter tido filhos com duas mães muito legais e que estão muito atentas, então já é meio caminho andado. Nosso exercício da paternidade é sim ficar louco e paranoico, mas ao mesmo tempo deixar que eles vivam, tem que ser tranquilo. Nós orientamos e deixamos viver. As duas mais velhas já estão saindo, voltam tarde, e a menor está observando isso e aprendendo, é um processo natural, uma rede muito legal. São todos super maneiros", diz ele, antes de apagar o cigarro.
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Eduardo Moscovis busca se desligar da 'imagem de ator global'Eduardo Moscovis voltou a fumar. Durante uma tarde chuvosa na casa em que mora no bairro de São Conrado, no Rio, o ator enrola um cigarro sem pressa e explica que, apesar de ter retornado ao hábito recentemente, já pensa em parar. * "Eu fiquei sem um tempão, mas fui fazer a peça 'Um Bonde Chamado Desejo' e o personagem fuma. Aí percebi que já tava com uma vontade louca de voltar e, agora, de parar de novo", diz à repórter Marcela Paes. * O espetáculo, que foi elogiado pela crítica e é sucesso de público, é um dos projetos que Du, como prefere ser chamado, fez durante o período de nove anos afastados das novelas. Voltou em a "A Regra do Jogo", que terminou no início deste ano. "Existe um emblema. E todos os narizes torcidos para este emblema que é ser um ator da Rede Globo. Tem dois lados: o ator global e o ator global pejorativo. E às vezes nem o ator, só 'o global'. Lá atrás eu vinha me questionando sobre o lugar que eu ocupava, e mesmo depois desse tempo ainda acho que não me desvencilhei dessa imagem", diz ele, que afirma sempre ter tido "respaldo da emissora". * Segundo o ator, a mudança de rumo na carreira foi motivada mais pela vontade de fazer coisas diferentes. * "Apesar de estar feliz com meu reconhecimento, eu tinha uma inquietude artística que foi o que me moveu. Tem uma galera do cinema que só trabalha com o ator das novelas, mas têm outros que querem o oposto disso e eu queria tudo, queria investigar, ser provocado e ir pra um lugar difícil." * O longa "O Outro Lado do Paraíso", que é inspirado em um conto de Luiz Fernando Emediato e ganhou melhor filme do júri popular no Festival de Gramado, é outro projeto de que Eduardo participou durante o tempo afastado dos folhetins. Na obra ele vive um trabalhador que se muda para Brasília no período do golpe militar, em 1964. * "Tem sim gente que está comparando o momento do filme com o momento que vivemos agora. E, claro, existem semelhanças. Mas eu não sei se o que está acontecendo é um golpe. Independentemente do nome que se dá, isso é muito grave. Eu sinceramente não consigo te dizer se sou a favor do impeachment da presidente Dilma, estou me questionando muito sobre isso. Mas até que ponto esse movimento não foi legítimo? E as pessoas nas redes sociais estão muito agressivas. Temos que ter mais calma." * Para Du, a questão política é secundária no filme, que enfoca as relações e problemas de um menino que se vê obrigado a mudar de cidade. * O afastamento das novelas foi planejado, mas a volta, não. Eduardo ligou para a diretora Amora Mautner depois de ter lido em um jornal que ela e ator Caio Blat fariam algo sobre a obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski. "Eu me interesso pelo universo do escritor e liguei numas de dizer 'ó, se precisar de ator, tô aí [risos]'." Amora aproveitou a oportunidade e fez o convite para novela. * "Foi engraçado. A Amora, com aquele jeito dela, já falou 'olha, isso vai rolar, mas agora eu vou começar uma novela. Aliás, você faz teste?' Eu respondi: 'Pô, como assim, Amora? Claro que eu faço' Mas pensando em como ia me organizar emocionalmente pra essa maratona que é uma novela". Inicialmente Du foi cotado para o papel de Romero, que ficou para Alexandre Nero. Mas, já envolvido, encarnou o vilão Orlando. * Até o fim do ano ele lança o filme "Berenice Procura", começa a gravar uma nova série para o GNT, dirigida por José Henrique Fonseca, e retorna para a terceira temporada de "Questão de Família", no mesmo canal. "Estarei meio ocupado" [risos]. * A cachorra Clara começa a latir. A vira-lata, encontrada na praia, foi adotada pelo ator e sua família. "Ela veio meio mancando e ficou seguindo a gente um tempão. Aí resolvemos trazer para casa", explica, enquanto uma seleção de músicas, na maioria MPB, ecoa pelo ambiente amplo e iluminado. * Ele é casado com a apresentadora Cynthia Howlett, com quem tem dois filhos: Rodrigo, 4, e Manuela, 6. Eduardo também é pai de duas adolescentes, Gabriela e Sofia, de sua união com a diretora Roberta Richard. * Nas paredes da sala, além de muitas fotos de família e até de papeis encenados por ele (como Petruchio de "O Cravo e A Rosa"), há uma colagem com vários retratos feita pelos filhos. * "Eu tenho sorte de ter tido filhos com duas mães muito legais e que estão muito atentas, então já é meio caminho andado. Nosso exercício da paternidade é sim ficar louco e paranoico, mas ao mesmo tempo deixar que eles vivam, tem que ser tranquilo. Nós orientamos e deixamos viver. As duas mais velhas já estão saindo, voltam tarde, e a menor está observando isso e aprendendo, é um processo natural, uma rede muito legal. São todos super maneiros", diz ele, antes de apagar o cigarro.
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Leitor elogia coluna de Samuel Pessôa
Excelente artigo de Samuel Pessôa. A impressão que fica do malogro intervencionista da denominada "nova matriz econômica" é que ela foi idealizada por intelectuais e economistas que deixaram de realizar uma severa e lúcida crítica da realidade brasileira. Também por causa disso, o governo do PT, nossa última grande utopia, caiu em descrença geral. Até quando seremos vítimas de modelos redentores falhados? Quem é que paga a conta?
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Leitor elogia coluna de Samuel PessôaExcelente artigo de Samuel Pessôa. A impressão que fica do malogro intervencionista da denominada "nova matriz econômica" é que ela foi idealizada por intelectuais e economistas que deixaram de realizar uma severa e lúcida crítica da realidade brasileira. Também por causa disso, o governo do PT, nossa última grande utopia, caiu em descrença geral. Até quando seremos vítimas de modelos redentores falhados? Quem é que paga a conta?
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Galeria abre temporada 2017 com individual de artista cubano Alexandre Arrechea
DE SÃO PAULO A galeria Nara Roesler abriu seu calendário de mostras de 2017 no último sábado (4) com "Refazer", primeira individual do cubano Alexandre Arrechea. Um dos fundadores e ex-membro do coletivo Los Carpinteros (que expôs no Brasil no ano passado) o artista radicado em Nova York trouxe a São Paulo esculturas, aquarelas e murais –estes, aplicados nas paredes da galeria. Sua obra se usa de metáforas visuais para discutir temas atuais, como a desigualdade. Galeria Nara Roesler. Av. Europa, 655, Jardim Europa, tel. 2039-5454. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 15h. Até 18/3. GRÁTIS - ESPAÇOS CULTURAIS Djanira - Cronista de Ritos, Pintora de Costumes Cerca de 120 obras da pintora paulista Djanira da Mota e Silva (1914-1979) compõem a exposição, em cartaz até este domingo (5). Há têmperas, guaches e nanquins, entre outros trabalhos, elaborados entre 1940 e 1979. Djanira percorreu o Brasil retratando o cotidiano da população. Centro Cultural Correios de São Paulo. Av. São João, s/ nº, Vale do Anhangabaú, Centro, tel. 2102-3690. Ter. a dom.: 11h às 17h. Até 5/2. Livre. GRÁTIS Erwin Wurm: O Corpo É a Casa Objetos cotidianos são a matéria-prima para as obras bem-humoradas do austríaco Erwin Wurm, que expõe pela primeira vez no país. A exposição tem cerca de 40 trabalhos do artista, como "Conversível Gordo" (2005), uma inflada Ferrari vermelha, e "Esculturas Abstratas" (2013), série de salsichas de bronze roliças em poses humanas. Centro Cultural Banco do Brasil. R. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651. Seg. e qua. a dom.: 9h às 21h. Até 3/4. Livre. GRÁTIS * GALERIAS Hexacordo Dezenove desenhos em papel, quatro telas e quatro objetos integram esta individual do professor, pintor e desenhista Antonio Carlos Rodrigues, o Tuneu. Desdobramentos da produção dos últimos anos do artista, os trabalhos são inspirados em hexágonos. Galeria Raquel Arnaud. R. Fidalga, 125, Pinheiros, tel. 3083-6322. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 12h às 16h. Até 25/3. Livre. GRÁTIS Nósoutros A individual do fotógrafo paulistano Bob Wolfenson reúne 28 imagens de personagens anônimos clicados por ele ao longo de quatro anos em lugares pelo mundo. Anexo Millan. R. Fradique Coutinho, 1.416, Pinheiros, tel. 3031-6007. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 18h. Até 24/2. Livre. GRÁTIS O Homem e a Pedra Conhecido por seu trabalho na moda, o fotógrafo Eduardo Rezende apresenta uma série de imagens em preto e branco clicadas na Islândia, que trazem um cenário inóspito composto de céu, mar e areia. Gabriel Wickbold Studio & Gallery. R. Lourenço de Almeida, 167, Vila Nova Conceição, tel. 3051-4919. Seg. a sex.: 10h às 18h. Até 17/3. Livre. GRÁTIS * MUSEUS Carrilho da Graça: Lisboa A obra de João Luís Carrilho da Graça, um dos mais importantes arquitetos portugueses contemporâneos, pode ser vista nesta mostra. Entre seus trabalhos mais conhecidos está o projeto da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano, tel. 3032-3727. Ter. a dom.: 10h às 18h. Até 19/3. Livre. Valet a partir de R$ 16. Ingresso: R$ 8. Sáb. e dom.: grátis Poema Sujo O fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos apresenta mostra baseada em "Poema Sujo" (1976), escrito por Ferreira Gullar (1930-2016) em seu exílio na Argentina. As cem imagens, tiradas em São Luís, remetem às pessoas e sensações descritas por Gullar. Museu Afro Brasil. Av. Pedro A. Cabral, portão 10, Pq. Ibirapuera, tel. 3320-8900. Ter. a dom.: 10h às 17h. Até 26/3. Livre. Ingr.: R$ 6. Sáb.: grátis Trofologia É a primeira mostra da Temporada de Projetos do Paço das Artes, que ocupa parte do MIS enquanto não inaugura sua nova sede. O pernambucano Sérgio Vasconcelos exibe vídeos e fotografias que remetem à trofologia, ciência que ensina a restabelecer a saúde por meio da alimentação. MIS. Av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Ter. a sex.: 11h às 20h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 11h às 19h. Até 5/3. Livre. Estac. R$ 18. GRÁTIS * UNIDADES DO SESC Gianni Ratto - 100 anos A vida e a obra do diretor teatral, cenógrafo e figurinista italiano radicado no Brasil Gianni Ratto (1916-2005) são retomadas na mostra. Como em um palco, fotos, croquis, maquetes e objetos estão dispostos em painéis pendurados por cordas. Sesc Consolação. R. Dr. Vila Nova, 245, V. Buarque, tel. 3234-3000. Seg. a sex.: 11h30 às 21h30. Sáb.: 10h às 18h30. Até 29/4. Livre. GRÁTIS
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Galeria abre temporada 2017 com individual de artista cubano Alexandre ArrecheaDE SÃO PAULO A galeria Nara Roesler abriu seu calendário de mostras de 2017 no último sábado (4) com "Refazer", primeira individual do cubano Alexandre Arrechea. Um dos fundadores e ex-membro do coletivo Los Carpinteros (que expôs no Brasil no ano passado) o artista radicado em Nova York trouxe a São Paulo esculturas, aquarelas e murais –estes, aplicados nas paredes da galeria. Sua obra se usa de metáforas visuais para discutir temas atuais, como a desigualdade. Galeria Nara Roesler. Av. Europa, 655, Jardim Europa, tel. 2039-5454. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 15h. Até 18/3. GRÁTIS - ESPAÇOS CULTURAIS Djanira - Cronista de Ritos, Pintora de Costumes Cerca de 120 obras da pintora paulista Djanira da Mota e Silva (1914-1979) compõem a exposição, em cartaz até este domingo (5). Há têmperas, guaches e nanquins, entre outros trabalhos, elaborados entre 1940 e 1979. Djanira percorreu o Brasil retratando o cotidiano da população. Centro Cultural Correios de São Paulo. Av. São João, s/ nº, Vale do Anhangabaú, Centro, tel. 2102-3690. Ter. a dom.: 11h às 17h. Até 5/2. Livre. GRÁTIS Erwin Wurm: O Corpo É a Casa Objetos cotidianos são a matéria-prima para as obras bem-humoradas do austríaco Erwin Wurm, que expõe pela primeira vez no país. A exposição tem cerca de 40 trabalhos do artista, como "Conversível Gordo" (2005), uma inflada Ferrari vermelha, e "Esculturas Abstratas" (2013), série de salsichas de bronze roliças em poses humanas. Centro Cultural Banco do Brasil. R. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651. Seg. e qua. a dom.: 9h às 21h. Até 3/4. Livre. GRÁTIS * GALERIAS Hexacordo Dezenove desenhos em papel, quatro telas e quatro objetos integram esta individual do professor, pintor e desenhista Antonio Carlos Rodrigues, o Tuneu. Desdobramentos da produção dos últimos anos do artista, os trabalhos são inspirados em hexágonos. Galeria Raquel Arnaud. R. Fidalga, 125, Pinheiros, tel. 3083-6322. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 12h às 16h. Até 25/3. Livre. GRÁTIS Nósoutros A individual do fotógrafo paulistano Bob Wolfenson reúne 28 imagens de personagens anônimos clicados por ele ao longo de quatro anos em lugares pelo mundo. Anexo Millan. R. Fradique Coutinho, 1.416, Pinheiros, tel. 3031-6007. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 18h. Até 24/2. Livre. GRÁTIS O Homem e a Pedra Conhecido por seu trabalho na moda, o fotógrafo Eduardo Rezende apresenta uma série de imagens em preto e branco clicadas na Islândia, que trazem um cenário inóspito composto de céu, mar e areia. Gabriel Wickbold Studio & Gallery. R. Lourenço de Almeida, 167, Vila Nova Conceição, tel. 3051-4919. Seg. a sex.: 10h às 18h. Até 17/3. Livre. GRÁTIS * MUSEUS Carrilho da Graça: Lisboa A obra de João Luís Carrilho da Graça, um dos mais importantes arquitetos portugueses contemporâneos, pode ser vista nesta mostra. Entre seus trabalhos mais conhecidos está o projeto da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano, tel. 3032-3727. Ter. a dom.: 10h às 18h. Até 19/3. Livre. Valet a partir de R$ 16. Ingresso: R$ 8. Sáb. e dom.: grátis Poema Sujo O fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos apresenta mostra baseada em "Poema Sujo" (1976), escrito por Ferreira Gullar (1930-2016) em seu exílio na Argentina. As cem imagens, tiradas em São Luís, remetem às pessoas e sensações descritas por Gullar. Museu Afro Brasil. Av. Pedro A. Cabral, portão 10, Pq. Ibirapuera, tel. 3320-8900. Ter. a dom.: 10h às 17h. Até 26/3. Livre. Ingr.: R$ 6. Sáb.: grátis Trofologia É a primeira mostra da Temporada de Projetos do Paço das Artes, que ocupa parte do MIS enquanto não inaugura sua nova sede. O pernambucano Sérgio Vasconcelos exibe vídeos e fotografias que remetem à trofologia, ciência que ensina a restabelecer a saúde por meio da alimentação. MIS. Av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Ter. a sex.: 11h às 20h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 11h às 19h. Até 5/3. Livre. Estac. R$ 18. GRÁTIS * UNIDADES DO SESC Gianni Ratto - 100 anos A vida e a obra do diretor teatral, cenógrafo e figurinista italiano radicado no Brasil Gianni Ratto (1916-2005) são retomadas na mostra. Como em um palco, fotos, croquis, maquetes e objetos estão dispostos em painéis pendurados por cordas. Sesc Consolação. R. Dr. Vila Nova, 245, V. Buarque, tel. 3234-3000. Seg. a sex.: 11h30 às 21h30. Sáb.: 10h às 18h30. Até 29/4. Livre. GRÁTIS
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Salto de maturidade
Com elegância, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, tratou de afastar qualquer possibilidade de atrito entre ele e seu colega Marco Aurélio Mello. Este, na terça-feira (5), determinou que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desarquivasse um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Na visão do ministro, caberia ao plenário da Câmara dos Deputados, e não ao presidente da Casa, avaliar a pertinência de instaurar tal processo. Na quarta, analisando recurso de igual natureza, Celso de Mello respeitou a jurisprudência do STF e manteve outra decisão de Cunha, no sentido de arquivar um segundo pedido de afastamento de Temer. O decano da corte argumentou, com razão, que não deveria interferir no funcionamento do Legislativo. Um dia depois, respondendo a perguntas sobre a divergência com o colega, disse que conflitos interpretativos são normais. "Não temos uma situação que possa ser considerada atípica", afirmou o decano. Celso de Mello está certo quando lembra que são comuns os conflitos de interpretação. Exagera na mesura, contudo, ao asseverar que a situação não era atípica. Era. O princípio da separação entre os Poderes está bem assentado na Constituição. Não que o Judiciário não possa se imiscuir nos assuntos do Executivo ou do Legislativo; o sistema funciona com freios e contrapesos, de forma que um possa conter excessos do outro. Investidas judiciais, entretanto, deveriam ocorrer somente em face de patente violação legal e, sobretudo nas circunstâncias duvidosas, mediante aprovação do plenário do STF, quando se tratar de interferir em atos do governo federal ou do Congresso. Nunca por resolução de um único ministro. Dúvidas não faltavam no caso decidido por Marco Aurélio Mello. Primeiro porque o regimento da Câmara prevê recursos contra o arquivamento de pedido de impeachment, sendo desnecessária a intervenção judicial. Segundo porque o Supremo jamais havia adotado essa linha em pedidos anteriores. Ministros podem, naturalmente, questionar a tradição da corte; em temas tão delicados, todavia, deveriam sempre levar a discussão para o plenário. Crítica semelhante cabe a Gilmar Mendes. Igualmente de forma monocrática, o ministro anulou a posse do ex-presidente Lula no Ministério da Casa Civil -um ato discricionário da chefia do Executivo. Pior, feriados e viagens pessoais garantiram que a decisão tenha validade por no mínimo um mês, embora ela seja provisória. O Executivo e o Legislativo, dada a magnitude dos escândalos, sairão menores desta crise. O Judiciário pode sair maior; precisa, para isso, utilizar como critério apenas a lei, dividindo as demandas em certas e erradas, sem considerar consequências para amigos e inimigos -um salto de maturidade, aliás, que toda a sociedade precisa dar. [email protected]
opiniao
Salto de maturidadeCom elegância, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, tratou de afastar qualquer possibilidade de atrito entre ele e seu colega Marco Aurélio Mello. Este, na terça-feira (5), determinou que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desarquivasse um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Na visão do ministro, caberia ao plenário da Câmara dos Deputados, e não ao presidente da Casa, avaliar a pertinência de instaurar tal processo. Na quarta, analisando recurso de igual natureza, Celso de Mello respeitou a jurisprudência do STF e manteve outra decisão de Cunha, no sentido de arquivar um segundo pedido de afastamento de Temer. O decano da corte argumentou, com razão, que não deveria interferir no funcionamento do Legislativo. Um dia depois, respondendo a perguntas sobre a divergência com o colega, disse que conflitos interpretativos são normais. "Não temos uma situação que possa ser considerada atípica", afirmou o decano. Celso de Mello está certo quando lembra que são comuns os conflitos de interpretação. Exagera na mesura, contudo, ao asseverar que a situação não era atípica. Era. O princípio da separação entre os Poderes está bem assentado na Constituição. Não que o Judiciário não possa se imiscuir nos assuntos do Executivo ou do Legislativo; o sistema funciona com freios e contrapesos, de forma que um possa conter excessos do outro. Investidas judiciais, entretanto, deveriam ocorrer somente em face de patente violação legal e, sobretudo nas circunstâncias duvidosas, mediante aprovação do plenário do STF, quando se tratar de interferir em atos do governo federal ou do Congresso. Nunca por resolução de um único ministro. Dúvidas não faltavam no caso decidido por Marco Aurélio Mello. Primeiro porque o regimento da Câmara prevê recursos contra o arquivamento de pedido de impeachment, sendo desnecessária a intervenção judicial. Segundo porque o Supremo jamais havia adotado essa linha em pedidos anteriores. Ministros podem, naturalmente, questionar a tradição da corte; em temas tão delicados, todavia, deveriam sempre levar a discussão para o plenário. Crítica semelhante cabe a Gilmar Mendes. Igualmente de forma monocrática, o ministro anulou a posse do ex-presidente Lula no Ministério da Casa Civil -um ato discricionário da chefia do Executivo. Pior, feriados e viagens pessoais garantiram que a decisão tenha validade por no mínimo um mês, embora ela seja provisória. O Executivo e o Legislativo, dada a magnitude dos escândalos, sairão menores desta crise. O Judiciário pode sair maior; precisa, para isso, utilizar como critério apenas a lei, dividindo as demandas em certas e erradas, sem considerar consequências para amigos e inimigos -um salto de maturidade, aliás, que toda a sociedade precisa dar. [email protected]
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Quem mais vai ficar de fora da reforma da Previdência?
E —mais uma vez— o governo Temer recuou. Ouviu de deputados que não conseguiria aprovar a reforma da Previdência sem excluir os funcionários públicos estaduais e municipais. Para salvar o resto, manteve as aposentadorias (muitas vezes, generosas e fora do padrão do restante da população) dos servidores dessas duas esferas. Eles representam nada menos que 86% do total de funcionários públicos do Brasil. Grupos de interesse tiveram uma vitória. Quem perde mais? Não é o governo. É a população que continuará a pagar por tais privilégios. Fica mais difícil, dessa forma, convencer as pessoas a fazerem sacrifícios e apoiarem a necessária e impopular reforma. Apesar de cruel, já era de certa forma esperado que algo do tipo acontecesse. Funcionários públicos compõem um grupo relativamente pequeno e homogêneo, quando comparamos com os demais brasileiros. Têm maior facilidade, portanto, de se organizar e pressionar políticos, virando o jogo para si. Entre os demais trabalhadores do Brasil, temos um número bem maior de pessoas, com interesses consideravelmente difusos. Fica mais difícil lutar para impedir manobras como essas. Os indivíduos têm mais dificuldade em se informar. Resultado: os grupos privilegiados dominam o debate. Esse conceito é bem conhecido em economia e ciência política. Trata-se do problema da ação coletiva. Grupos pequenos e bem organizados levam vantagem sobre os outros integrantes da população em temas que lhes são caros. Concentram para si os benefícios de uma política, empurrando os custos para os demais. Para completar, o governo não parece muito interessado em entrar nessa briga de informação e desinformação. Tampouco em esclarecer a população da necessidade de uma reforma. Distorções e mentiras deslavadas acabam sendo disseminadas por aí, sem que haja uma defesa mais firme por parte de quem está propondo a reforma. É o caso de narrativas que defendem que não há déficit na Previdência, por exemplo. Ou de histórias de que trabalharemos até morrer, pois a expectativa de vida ao nascer seria baixa comparada à idade mínima proposta de 65 anos para aposentar —quando o correto não é olhar para a expectativa de vida ao nascer, mas sim para a sobrevida média após 65. A decisão do governo não elimina o problema. Apenas o transfere para Estados e municípios cujos sistemas de Previdência estão em apuros. Em alguns Estados gasta-se mais com funcionários inativos do que com ativos. Reformas serão necessárias nessas esferas de governo e terão de ser tocadas pelos respectivos governantes. O governo Temer escolheu compartilhar o ônus político da reforma com governadores e prefeitos —imaginamos que eles não estejam muito felizes. Só que esse arranjo funciona apenas se os governadores e prefeitos tiverem, de fato, incentivos para fazerem reformas amplas e radicais. Essa motivação será particularmente fraca se tiverem a expectativa de que a União os salvará de eventual nova crise fiscal no futuro. Imagine que, daqui a uns anos, apareça um Estado que não reformou sua Previdência. Por causa do gasto substancial com servidores inativos, suponha que esse Estado deixe de prestar serviços públicos básicos, como saúde e segurança. Você acha que o governo federal viria ou não ao socorro? Provavelmente, sim. Mas, nessa situação, o Estado está empurrando a conta para todos os brasileiros. Ou seja, Estados que fizeram seus deveres de casa pagarão para ajudar o Estado que não reformou a Previdência de seus servidores. Convenhamos, o incentivo individual a fazer uma reforma decente não é muito forte nessas condições. A não ser que haja um posicionamento muito crível do governo federal de que, no futuro, não socorrerá Estados que não realizarem reformas; a estratégia do governo será um tiro n'água. E não há nenhum movimento nesse sentido por parte do Executivo. Mesmo que houvesse. Quem acreditaria? Dessa forma, mantêm-se aposentadorias elevadas, totalmente fora do padrão médio de renda do cidadão. A bomba está armada e, quando estourar, a conta desses privilégios será paga por todos nós. Mas há outro problema sério na decisão do governo: revela certa fraqueza e pouca disposição a resistir a pressões. Já podemos esperar pelos outros grupos de interesse que virão com força total. Por enquanto, só funcionários públicos estaduais e municipais podem manter o status quo. Você acha que servidores federais ficarão parados? * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique aqui.
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Quem mais vai ficar de fora da reforma da Previdência?E —mais uma vez— o governo Temer recuou. Ouviu de deputados que não conseguiria aprovar a reforma da Previdência sem excluir os funcionários públicos estaduais e municipais. Para salvar o resto, manteve as aposentadorias (muitas vezes, generosas e fora do padrão do restante da população) dos servidores dessas duas esferas. Eles representam nada menos que 86% do total de funcionários públicos do Brasil. Grupos de interesse tiveram uma vitória. Quem perde mais? Não é o governo. É a população que continuará a pagar por tais privilégios. Fica mais difícil, dessa forma, convencer as pessoas a fazerem sacrifícios e apoiarem a necessária e impopular reforma. Apesar de cruel, já era de certa forma esperado que algo do tipo acontecesse. Funcionários públicos compõem um grupo relativamente pequeno e homogêneo, quando comparamos com os demais brasileiros. Têm maior facilidade, portanto, de se organizar e pressionar políticos, virando o jogo para si. Entre os demais trabalhadores do Brasil, temos um número bem maior de pessoas, com interesses consideravelmente difusos. Fica mais difícil lutar para impedir manobras como essas. Os indivíduos têm mais dificuldade em se informar. Resultado: os grupos privilegiados dominam o debate. Esse conceito é bem conhecido em economia e ciência política. Trata-se do problema da ação coletiva. Grupos pequenos e bem organizados levam vantagem sobre os outros integrantes da população em temas que lhes são caros. Concentram para si os benefícios de uma política, empurrando os custos para os demais. Para completar, o governo não parece muito interessado em entrar nessa briga de informação e desinformação. Tampouco em esclarecer a população da necessidade de uma reforma. Distorções e mentiras deslavadas acabam sendo disseminadas por aí, sem que haja uma defesa mais firme por parte de quem está propondo a reforma. É o caso de narrativas que defendem que não há déficit na Previdência, por exemplo. Ou de histórias de que trabalharemos até morrer, pois a expectativa de vida ao nascer seria baixa comparada à idade mínima proposta de 65 anos para aposentar —quando o correto não é olhar para a expectativa de vida ao nascer, mas sim para a sobrevida média após 65. A decisão do governo não elimina o problema. Apenas o transfere para Estados e municípios cujos sistemas de Previdência estão em apuros. Em alguns Estados gasta-se mais com funcionários inativos do que com ativos. Reformas serão necessárias nessas esferas de governo e terão de ser tocadas pelos respectivos governantes. O governo Temer escolheu compartilhar o ônus político da reforma com governadores e prefeitos —imaginamos que eles não estejam muito felizes. Só que esse arranjo funciona apenas se os governadores e prefeitos tiverem, de fato, incentivos para fazerem reformas amplas e radicais. Essa motivação será particularmente fraca se tiverem a expectativa de que a União os salvará de eventual nova crise fiscal no futuro. Imagine que, daqui a uns anos, apareça um Estado que não reformou sua Previdência. Por causa do gasto substancial com servidores inativos, suponha que esse Estado deixe de prestar serviços públicos básicos, como saúde e segurança. Você acha que o governo federal viria ou não ao socorro? Provavelmente, sim. Mas, nessa situação, o Estado está empurrando a conta para todos os brasileiros. Ou seja, Estados que fizeram seus deveres de casa pagarão para ajudar o Estado que não reformou a Previdência de seus servidores. Convenhamos, o incentivo individual a fazer uma reforma decente não é muito forte nessas condições. A não ser que haja um posicionamento muito crível do governo federal de que, no futuro, não socorrerá Estados que não realizarem reformas; a estratégia do governo será um tiro n'água. E não há nenhum movimento nesse sentido por parte do Executivo. Mesmo que houvesse. Quem acreditaria? Dessa forma, mantêm-se aposentadorias elevadas, totalmente fora do padrão médio de renda do cidadão. A bomba está armada e, quando estourar, a conta desses privilégios será paga por todos nós. Mas há outro problema sério na decisão do governo: revela certa fraqueza e pouca disposição a resistir a pressões. Já podemos esperar pelos outros grupos de interesse que virão com força total. Por enquanto, só funcionários públicos estaduais e municipais podem manter o status quo. Você acha que servidores federais ficarão parados? * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique aqui.
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No tatame de Pinheiros
Com cheirinho de novo, as paredes que fazem divisa com o jardim ao fundo do "dojô", a sala de treino da academia Butoku-Kan, sustentam quadros com ideogramas que simbolizam a força bruta da água. Na lateral, os espelhos refletem os movimentos firmes e precisos de Taketo Okuda, uma das maiores autoridades do caratê no Brasil. Os poemas dos quadros ajudam a entender a filosofia do "sensei", termo japonês que significa "professor" e pelo qual seus discípulos respeitosamente o chamam. Para o grupo de 60 alunos, formado por executivos, empresários, arquitetos e estudantes dos 8 aos 75 anos —metade deles faixa preta—, o "sensei" Okuda define o espaço como um templo, onde o aluno entra para se tornar "um ser humano melhor". O professor saiu do Japão nos anos 1970 para ensinar caratê aqui. Durante os últimos 23 anos, deu aulas num amplo estúdio na rua Joaquim Antunes. Na última segunda-feira (18), inaugurou a sua nova academia na rua Cunha Gago. "Caratê não é só esporte." Para ele, exercício é como um processo de evolução. Os ensinamentos de sua filosofia zen-budista levam em conta que a luta, a competição e o desejo de vencer podem desviar a atenção da principal finalidade do treino: "a eterna batalha do ser humano consigo mesmo". Formado em filosofia, Daniel Flores Nunes, 38, um dos quatro professores da academia, treina com Okuda há 21 anos. Conta que o mestre chegava a causar medo "por sua dureza e rigidez ao disparar sua sequência de ataques". Hoje, está mais "sereno, em sintonia com sua filosofia". Como costumam dizer por lá: "Oss"! Expressão que, entre muitos significados, quer dizer "desculpe-me" e "entendi". - DIA DE DOMINGO Julia Pimenta, 29, Chef do Sweet Pimenta. Vila Madalena MANHÃ Gosto muito de sair a pé. Vou bastante à padaria Villa Grano (villagrano.com.br), pertinho de casa, onde costumo comer o pão de queijo recheado. TARDE Costumo ir ao Martín Fierro (tel. 3814- 6747), que tem uma comida muito boa e um ótimo serviço. Meu prato favorito é o bife à milanesa com purê de batata. De sobremesa, sugiro o alfajor de maisena. NOITE Tenho muitos botecos perto de casa. Saio para tomar uma no bar do Seu Zé (tel. 3815-8858), onde, além de cerveja de garrafa, são vendidas empanadas deliciosas. Gosto da de carne. Também adoro a pimenta caseira. - MEU LOOK É ASSIM... ...Como faço tudo de bicicleta, adoro usar o visual esporte chique, com camisa de alfaiataria, combinando com jeans, tênis e mochilas descoladas. Às vezes, com um sapato de salto dentro. Se estiver frio, arremato com uma echarpe. Taiza Krueder, 41, empresária, Jardim Europa
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No tatame de PinheirosCom cheirinho de novo, as paredes que fazem divisa com o jardim ao fundo do "dojô", a sala de treino da academia Butoku-Kan, sustentam quadros com ideogramas que simbolizam a força bruta da água. Na lateral, os espelhos refletem os movimentos firmes e precisos de Taketo Okuda, uma das maiores autoridades do caratê no Brasil. Os poemas dos quadros ajudam a entender a filosofia do "sensei", termo japonês que significa "professor" e pelo qual seus discípulos respeitosamente o chamam. Para o grupo de 60 alunos, formado por executivos, empresários, arquitetos e estudantes dos 8 aos 75 anos —metade deles faixa preta—, o "sensei" Okuda define o espaço como um templo, onde o aluno entra para se tornar "um ser humano melhor". O professor saiu do Japão nos anos 1970 para ensinar caratê aqui. Durante os últimos 23 anos, deu aulas num amplo estúdio na rua Joaquim Antunes. Na última segunda-feira (18), inaugurou a sua nova academia na rua Cunha Gago. "Caratê não é só esporte." Para ele, exercício é como um processo de evolução. Os ensinamentos de sua filosofia zen-budista levam em conta que a luta, a competição e o desejo de vencer podem desviar a atenção da principal finalidade do treino: "a eterna batalha do ser humano consigo mesmo". Formado em filosofia, Daniel Flores Nunes, 38, um dos quatro professores da academia, treina com Okuda há 21 anos. Conta que o mestre chegava a causar medo "por sua dureza e rigidez ao disparar sua sequência de ataques". Hoje, está mais "sereno, em sintonia com sua filosofia". Como costumam dizer por lá: "Oss"! Expressão que, entre muitos significados, quer dizer "desculpe-me" e "entendi". - DIA DE DOMINGO Julia Pimenta, 29, Chef do Sweet Pimenta. Vila Madalena MANHÃ Gosto muito de sair a pé. Vou bastante à padaria Villa Grano (villagrano.com.br), pertinho de casa, onde costumo comer o pão de queijo recheado. TARDE Costumo ir ao Martín Fierro (tel. 3814- 6747), que tem uma comida muito boa e um ótimo serviço. Meu prato favorito é o bife à milanesa com purê de batata. De sobremesa, sugiro o alfajor de maisena. NOITE Tenho muitos botecos perto de casa. Saio para tomar uma no bar do Seu Zé (tel. 3815-8858), onde, além de cerveja de garrafa, são vendidas empanadas deliciosas. Gosto da de carne. Também adoro a pimenta caseira. - MEU LOOK É ASSIM... ...Como faço tudo de bicicleta, adoro usar o visual esporte chique, com camisa de alfaiataria, combinando com jeans, tênis e mochilas descoladas. Às vezes, com um sapato de salto dentro. Se estiver frio, arremato com uma echarpe. Taiza Krueder, 41, empresária, Jardim Europa
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'A Doce Vida' é uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo
Sétimo longa de Federico Fellini, "A Doce Vida" é um milagre, de um tempo em que o cinema italiano era pródigo em milagres. Estamos em 1960, em meio ao estouro do cinema moderno europeu, com sua pujança autoral, enquanto do outro lado do Atlântico Hollywood se entregava cada vez mais aos interesses financeiros. Após "Noites de Cabíria" (1957), Fellini rompe com seus últimos laços neorrealistas e constrói uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo. Esqueçam "A Grande Beleza" (2013), a bobagem de Paolo Sorrentino com a qual "A Doce Vida" foi insistentemente comparado. Fellini não precisa fazer uma longa propaganda de bebida para expor o que pensa. Precisa apenas de um invejável poder de observação e de um alter ego (Fellini foi jornalista na juventude). O jornalista de celebridades Marcello (Marcello Mastroianni) quer se tornar um escritor de verdade, um intelectual, mas perde tempo num circuito de festas e perdições diversas. Ele sabe que o ambiente em que está inserido é uma farsa, mas ao mesmo tempo não encontra forças para ir contra a maré. Por vezes, reage a tudo e a todos com um tédio que mais parece charme aos olhos mundanos. Desde a primeira imagem, de um helicóptero levando uma estátua de Cristo (imagem buñueliana que será homenageada por Theo Angelopoulos em "Paisagem na Neblina"), até o encerramento na praia, com a menina que diz algo que Marcello não consegue ouvir, percebemos estar diante de uma obra-prima. A ligação entre esses dois momentos é perfeita. Acompanhando o helicóptero que leva a estátua está um outro helicóptero, com Marcello e um fotógrafo. Passam por uma cobertura onde garotas tomam banho de sol. Marcello tenta falar com elas, mas elas não conseguem ouvi-lo. Como seu conterrâneo Michelangelo Antonioni (sobretudo na trilogia formada, por "A Aventura", "A Noite" e "O Eclipse"), Fellini fala, entre muitas outras coisas, da dificuldade de comunicação no mundo moderno. Com elenco impressionante (Anouk Aimée, Anita Ekberg, Alain Cuny), "A Doce Vida", seu filme mais ambicioso, mostra um mundo repleto de frivolidades, com pessoas falsas, de alegrias e reações postiças. É praticamente uma antevisão do que vivemos hoje em diversos setores da sociedade. A DOCE VIDA (La Dolce Vita) DIREÇÃO: FEDERICO FELLINI ELENCO: MARCELLO MASTROIANNI, ANITA EKBERG, ANOUK AIMÉE PRODUÇÃO: ITÁLIA/FRANÇA, 1960 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
ilustrada
'A Doce Vida' é uma poderosa crítica à sociedade do espetáculoSétimo longa de Federico Fellini, "A Doce Vida" é um milagre, de um tempo em que o cinema italiano era pródigo em milagres. Estamos em 1960, em meio ao estouro do cinema moderno europeu, com sua pujança autoral, enquanto do outro lado do Atlântico Hollywood se entregava cada vez mais aos interesses financeiros. Após "Noites de Cabíria" (1957), Fellini rompe com seus últimos laços neorrealistas e constrói uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo. Esqueçam "A Grande Beleza" (2013), a bobagem de Paolo Sorrentino com a qual "A Doce Vida" foi insistentemente comparado. Fellini não precisa fazer uma longa propaganda de bebida para expor o que pensa. Precisa apenas de um invejável poder de observação e de um alter ego (Fellini foi jornalista na juventude). O jornalista de celebridades Marcello (Marcello Mastroianni) quer se tornar um escritor de verdade, um intelectual, mas perde tempo num circuito de festas e perdições diversas. Ele sabe que o ambiente em que está inserido é uma farsa, mas ao mesmo tempo não encontra forças para ir contra a maré. Por vezes, reage a tudo e a todos com um tédio que mais parece charme aos olhos mundanos. Desde a primeira imagem, de um helicóptero levando uma estátua de Cristo (imagem buñueliana que será homenageada por Theo Angelopoulos em "Paisagem na Neblina"), até o encerramento na praia, com a menina que diz algo que Marcello não consegue ouvir, percebemos estar diante de uma obra-prima. A ligação entre esses dois momentos é perfeita. Acompanhando o helicóptero que leva a estátua está um outro helicóptero, com Marcello e um fotógrafo. Passam por uma cobertura onde garotas tomam banho de sol. Marcello tenta falar com elas, mas elas não conseguem ouvi-lo. Como seu conterrâneo Michelangelo Antonioni (sobretudo na trilogia formada, por "A Aventura", "A Noite" e "O Eclipse"), Fellini fala, entre muitas outras coisas, da dificuldade de comunicação no mundo moderno. Com elenco impressionante (Anouk Aimée, Anita Ekberg, Alain Cuny), "A Doce Vida", seu filme mais ambicioso, mostra um mundo repleto de frivolidades, com pessoas falsas, de alegrias e reações postiças. É praticamente uma antevisão do que vivemos hoje em diversos setores da sociedade. A DOCE VIDA (La Dolce Vita) DIREÇÃO: FEDERICO FELLINI ELENCO: MARCELLO MASTROIANNI, ANITA EKBERG, ANOUK AIMÉE PRODUÇÃO: ITÁLIA/FRANÇA, 1960 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
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Na Paulista, refugiados protestam contra assassinato de haitiano
Um grupo de refugiados protestou neste domingo (1º), em São Paulo, contra a xenofobia e o assassinato do haitiano Fetiere Sterlin em Navegantes (SC). Sterlin foi assassinado a facadas por um grupo de dez pessoas quando voltava de uma festa no dia 17 de outubro. Os manifestantes se reuniram na frente do Masp e caminharam pela avenida Paulista, cujas faixas de rolamento estavam abertas para pedestres e fechadas para os carros. "Brasil, país de imigrantes. Só não são bem-vindos negros", dizia uma faixa carregada pelo grupo. O protesto foi organizado pelo grupo Voluntários Amigos dos Haitianos e teve apoio do Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto de São Paulo. Falando por um megafone, o congolês Pitchou Luambo, 34, coordenador do Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto de São Paulo, disse que os refugiados, no Brasil, só querem sobreviver. "A pessoa que consegue chegar no Brasil é para ser admirada, porque não é fácil. Mas quando ela chega aqui, é jogada no chão", disse Luambo. "Meu filho vai ser brasileiro. Amanhã, meu filho vai casar com o filho de vocês."
cotidiano
Na Paulista, refugiados protestam contra assassinato de haitianoUm grupo de refugiados protestou neste domingo (1º), em São Paulo, contra a xenofobia e o assassinato do haitiano Fetiere Sterlin em Navegantes (SC). Sterlin foi assassinado a facadas por um grupo de dez pessoas quando voltava de uma festa no dia 17 de outubro. Os manifestantes se reuniram na frente do Masp e caminharam pela avenida Paulista, cujas faixas de rolamento estavam abertas para pedestres e fechadas para os carros. "Brasil, país de imigrantes. Só não são bem-vindos negros", dizia uma faixa carregada pelo grupo. O protesto foi organizado pelo grupo Voluntários Amigos dos Haitianos e teve apoio do Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto de São Paulo. Falando por um megafone, o congolês Pitchou Luambo, 34, coordenador do Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto de São Paulo, disse que os refugiados, no Brasil, só querem sobreviver. "A pessoa que consegue chegar no Brasil é para ser admirada, porque não é fácil. Mas quando ela chega aqui, é jogada no chão", disse Luambo. "Meu filho vai ser brasileiro. Amanhã, meu filho vai casar com o filho de vocês."
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Seul acredita que drone da Coreia do Norte fotografou escudo antimísseis
Um drone que acredita-se ser da Coreia do Norte tirou fotos do sistema antimísseis instalado pelos Estados Unidos na Coreia do Sul antes de cair ao retornar para o norte, informou nesta terça-feira (13) Seul. "Nós confirmamos que ele tirou aproximadamente dez fotos" do escudo antimísseis, conhecido como Thaad, afirmou uma autoridade do Ministério de Defesa da Coreia do Sul. A suspeita é de que o equipamento pertença a Pyongyang. O drone foi encontrado pelo governo sul-coreano na última sexta-feira (9), em uma região montanhosa na fronteira com a Coreia do Norte. O regime do ditador Kim jong-un conta com cerca de 300 veículos aéreos não tripulados de diferentes tipos, incluindo drones de combate e um projetado para reconhecimento, segundo um relatório do ano passado feito pela ONU. Na semana passada, Seul decidiu suspender a instalação do escudo antimísseis americano, iniciada em abril, para avaliar seu impacto no ambiente. A decisão deve atrasar a implantação total do sistema, já que a revisão pode demorar mais de um ano. O governo do presidente sul-coreano Moon Jae-in, eleito em maio, é crítico ao escudo Thaad. A instalação do sistema também irrita a China, que o considera uma ameaça à estabilidade da região. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. Pyongyang diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato. NOVO MINISTRO Defensor de mais diálogo com Pyongyang, Moon indicou um nome técnico para chefiar o Ministério da Unificação, pasta encarregada dos assuntos relacionados à Coreia do Norte. Cho Myoung-gyon, 60, é funcionário de carreira do ministério, tendo trabalhado na gestão do ex-presidente liberal Roh Moo-hyun (2003-2008), do mesmo grupo político de Moon. No ministério, Cho trabalhou pelo complexo industrial de Kaesong, mantido pelas duas Coreias na porção norte da península até fevereiro de 2016, quando a ex-presidente conservadora Park Geun-hye ordenou o fechamento do complexo. Cho também organizou a cúpula intercoreana de 2007, que reuniu o então presidente Roh com Kim Jong-il (1941-2011), pai de Kim Kong-un, à época líder norte-coreano.
mundo
Seul acredita que drone da Coreia do Norte fotografou escudo antimísseisUm drone que acredita-se ser da Coreia do Norte tirou fotos do sistema antimísseis instalado pelos Estados Unidos na Coreia do Sul antes de cair ao retornar para o norte, informou nesta terça-feira (13) Seul. "Nós confirmamos que ele tirou aproximadamente dez fotos" do escudo antimísseis, conhecido como Thaad, afirmou uma autoridade do Ministério de Defesa da Coreia do Sul. A suspeita é de que o equipamento pertença a Pyongyang. O drone foi encontrado pelo governo sul-coreano na última sexta-feira (9), em uma região montanhosa na fronteira com a Coreia do Norte. O regime do ditador Kim jong-un conta com cerca de 300 veículos aéreos não tripulados de diferentes tipos, incluindo drones de combate e um projetado para reconhecimento, segundo um relatório do ano passado feito pela ONU. Na semana passada, Seul decidiu suspender a instalação do escudo antimísseis americano, iniciada em abril, para avaliar seu impacto no ambiente. A decisão deve atrasar a implantação total do sistema, já que a revisão pode demorar mais de um ano. O governo do presidente sul-coreano Moon Jae-in, eleito em maio, é crítico ao escudo Thaad. A instalação do sistema também irrita a China, que o considera uma ameaça à estabilidade da região. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. Pyongyang diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato. NOVO MINISTRO Defensor de mais diálogo com Pyongyang, Moon indicou um nome técnico para chefiar o Ministério da Unificação, pasta encarregada dos assuntos relacionados à Coreia do Norte. Cho Myoung-gyon, 60, é funcionário de carreira do ministério, tendo trabalhado na gestão do ex-presidente liberal Roh Moo-hyun (2003-2008), do mesmo grupo político de Moon. No ministério, Cho trabalhou pelo complexo industrial de Kaesong, mantido pelas duas Coreias na porção norte da península até fevereiro de 2016, quando a ex-presidente conservadora Park Geun-hye ordenou o fechamento do complexo. Cho também organizou a cúpula intercoreana de 2007, que reuniu o então presidente Roh com Kim Jong-il (1941-2011), pai de Kim Kong-un, à época líder norte-coreano.
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Chuva para, e associação argentina prevê estádio cheio em clássico
Desta vez, parece que o clássico Argentina x Brasil vai acontecer. Previsão do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina é de que haja diminuição da nebulosidade na região metropolitana de Buenos Aires e que não chova esta noite. Na manhã desta sexta (13), ainda chovia na capital argentina, mas sem a força da noite de quinta (12) que fez com que o jogo entre Argentina e Brasil, pela terceira rodada das eliminatórias para a Copa-2018, fosse adiado para esta sexta, às 22h (de Brasília). O principal motivo para o adiamento não foi o estado de gramado, bastante encharcado, mas que talvez tivesse condições razoáveis para uma partida de futebol, já que o ápice da chuva aconteceu duas horas e meia antes do confronto. A Conmebol e a AFA (Associação de Futebol da Argentina) entenderam que o alagamento das ruas que cercam o estádio Monumental de Nuñez impediria a chegada dos torcedores, que pagaram entre R$ 60 e R$ 700 para esgotar as entradas. A AFA espera mais de 50 mil pessoas no estádio, e sem seus principais atacantes como Messi, Aguero e Tevez, todos machucados, avalia que a pressão da torcida pode ser importante para bater o Brasil que terá o retorno de Neymar, após suspensão.
esporte
Chuva para, e associação argentina prevê estádio cheio em clássicoDesta vez, parece que o clássico Argentina x Brasil vai acontecer. Previsão do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina é de que haja diminuição da nebulosidade na região metropolitana de Buenos Aires e que não chova esta noite. Na manhã desta sexta (13), ainda chovia na capital argentina, mas sem a força da noite de quinta (12) que fez com que o jogo entre Argentina e Brasil, pela terceira rodada das eliminatórias para a Copa-2018, fosse adiado para esta sexta, às 22h (de Brasília). O principal motivo para o adiamento não foi o estado de gramado, bastante encharcado, mas que talvez tivesse condições razoáveis para uma partida de futebol, já que o ápice da chuva aconteceu duas horas e meia antes do confronto. A Conmebol e a AFA (Associação de Futebol da Argentina) entenderam que o alagamento das ruas que cercam o estádio Monumental de Nuñez impediria a chegada dos torcedores, que pagaram entre R$ 60 e R$ 700 para esgotar as entradas. A AFA espera mais de 50 mil pessoas no estádio, e sem seus principais atacantes como Messi, Aguero e Tevez, todos machucados, avalia que a pressão da torcida pode ser importante para bater o Brasil que terá o retorno de Neymar, após suspensão.
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'Diminuir benefícios dos políticos nem é cogitado', diz leitor sobre nova meta
META FISCAL Diminuir o salário e benefícios dos políticos nem é cogitado. Por que será? LEVY H. BITTENCOURT NETO (Londrina, PR) * O governo petista apresentou superavit por 11 anos. Após adotar uma política de desonerações e subsídios, à época defendida por empresários, o país teve um deficit de R$ 32 bilhões em 2014. "Dilma quebrou o país", diziam. Em 2015 vieram pautas-bomba, a paralisação das reformas necessárias, o veto a aumento de impostos à elite, que pouco paga, e o impeachment que parou o país. Agora o deficit é de R$ 159 bilhões. Quem quebrou o país? CRISTIANO PENHA (Campinas, SP) - REFIS Quando leio que deputados e senadores que devem à União R$ 3 bilhões querem privilégios no programa de refinanciamento de dívidas, fico pensando na quantidade de trabalhadores que encararam grandes filas para sacar o FGTS e pagar suas contas. LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA (São Paulo, SP) - VENEZUELA Donald Trump, num de seus rompantes, ao cogitar intervir militarmente na Venezuela para restabelecer a democracia, conseguiu a proeza de unir o povo venezuelano a Nicolás Maduro contra o "imperialismo americano". HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - BOLSONARO CONDENADO A condenação de Jair Bolsonaro mostra que o deputado não possui "licença para mitar", como alardeiam seus anacrônicos asseclas. Ainda que a Justiça seja falha, a apologia do estupro continua sendo crime. Se o STJ começar a dar exemplos baseados em provas explícitas e irrefutáveis, poderá evoluir para analisar melhor processos fundamentados apenas em indícios e convicções. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - CARAVANA DE LULA Adversários políticos de Lula se manifestam contrariamente à sua caravana por puro revanchismo e inveja do prestígio que ele carrega perante os eleitores. O mais importante é o apoio que ele tem do povo, não picuinhas de alguns, que querem sabotar a sua campanha pelo Nordeste. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) * Lula, em sua caravana nordestina, tenta tirar proveito da situação escabrosa em que o Brasil se encontra. Esquece, porém, que foi ele mesmo que a criou, direta e indiretamente. Acontece que o povo não é bobo e sente no bolso o desastre que foi o governo do PT. GERALDO DE PAULA E SILVA (Teresópolis, RJ) - COLUNISTAS Gosto muito dos escritos de Ruy Castro. Tenho-o na conta de um excelente cronista, muito inspirado. Tanto que, não raro, se supera, como em "Digo, Lula". Vê-lo comparar Lula ao decrépito e melancolicamente decadente monstro Godzilla, que ultimamente só servia para animar festas de aniversários infantis porque já não assustava mais ninguém, foi delicioso. SÉRGIO ALEIXO (São Luís do Paraitinga, SP) * Gostando ou não de Lula, está cada vez mais difícil ler as tentativas de conexão com o ex-presidente feitas por Ruy Castro. O que era uma menção ao trabalho de Haruo Nakajima e seu Godzilla, de tantas lembranças na TV em preto e branco, simplesmente se perdeu no parágrafo final. LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Hélio Schwartsman diz que os investidores estão contando com a racionalidade do Brasil. O que ele chama de racionalidade pode ser comparado à manutenção com vida, mas em coma, de um paciente, para que os piolhos possam sugar seu sangue. Se houver reação (febre) ou desperdício com nutrição do cérebro (educação) ou das pernas (saúde em geral), reduzindo o sangue disponível, os parasitos abandonam o paciente. CARLOS BRISOLA MARCONDES, professor da UFSC (Florianópolis, SC) * Creio que Francisco Daudt esteja desatualizado. As pesquisas demonstram que, hoje, há um exército de mulheres dispostas a arcar com a criação dos filhos, independentemente de "pavões". Acentue-se que muitas já o fazem por mera opção, antes mesmo da gravidez desejada ou não. Portanto há, sim, "pavoas" entre os humanos. M. INÊS DE ARAÚJO PRADO (São João da Boa Vista, SP) - GESTÃO DORIA O prefeito João Doria gosta muito de passear pelo exterior e pelo país. Seria muito bom se, em seus passeios, incluísse a nossa cidade, da qual se orgulha de ser gestor, e visse a sujeira na praça da Sé e nas ruas adjacentes. O centro de São Paulo está um "lixão". Dá pena ver a situação a que chegamos na atual gestão. GILCÉRIA OLIVEIRA (São Paulo, SP) - CAMPANHA Admiro o trabalho do jornal, principalmente seu esforço investigativo, mas não posso me calar diante do erro. A reportagem "Papéis em fazenda de amigo de Temer contêm valores associados ao PMDB" divulga uma planilha em que aparece o meu nome. Ao ver na planilha 100 mil relacionados a mim, pensei que alguém tinha recebido dinheiro em meu nome, já que a ajuda do partido a mim se limitou a material de propaganda mais R$ 10 mil. Fui verificar e vi que 100 mil é o total de santinhos que recebi. Desta vez, a Folha misturou alhos com bugalhos e, nessa confusão, sobrou para mim, que a duras penas luto no movimento de mulheres do partido e faço campanha com quase nenhum recurso. BRUNA LEE, produtora cultural (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS GABRIELA SÁ PESSOA E FELIPE BACHTOLD - A reportagem deixa claro que os números citados nos documentos não se referem necessariamente a dinheiro e podem ser referentes a material de campanha. - CIÊNCIA O editorial "Ciência à míngua" merece ser exaltado, pois traz visão clara e precisa sobre a manutenção de investimentos em setores estratégicos —como ciência e tecnologia— em momentos de um ajuste fiscal necessário. É preciso rever a ideia de promover cortes lineares no Orçamento, prejudicando diretamente tais segmentos. Assim como saúde e educação, pesquisa, desenvolvimento e inovação são fundamentais para o futuro do país. MARCOS CINTRA, presidente da Finep (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
'Diminuir benefícios dos políticos nem é cogitado', diz leitor sobre nova metaMETA FISCAL Diminuir o salário e benefícios dos políticos nem é cogitado. Por que será? LEVY H. BITTENCOURT NETO (Londrina, PR) * O governo petista apresentou superavit por 11 anos. Após adotar uma política de desonerações e subsídios, à época defendida por empresários, o país teve um deficit de R$ 32 bilhões em 2014. "Dilma quebrou o país", diziam. Em 2015 vieram pautas-bomba, a paralisação das reformas necessárias, o veto a aumento de impostos à elite, que pouco paga, e o impeachment que parou o país. Agora o deficit é de R$ 159 bilhões. Quem quebrou o país? CRISTIANO PENHA (Campinas, SP) - REFIS Quando leio que deputados e senadores que devem à União R$ 3 bilhões querem privilégios no programa de refinanciamento de dívidas, fico pensando na quantidade de trabalhadores que encararam grandes filas para sacar o FGTS e pagar suas contas. LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA (São Paulo, SP) - VENEZUELA Donald Trump, num de seus rompantes, ao cogitar intervir militarmente na Venezuela para restabelecer a democracia, conseguiu a proeza de unir o povo venezuelano a Nicolás Maduro contra o "imperialismo americano". HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - BOLSONARO CONDENADO A condenação de Jair Bolsonaro mostra que o deputado não possui "licença para mitar", como alardeiam seus anacrônicos asseclas. Ainda que a Justiça seja falha, a apologia do estupro continua sendo crime. Se o STJ começar a dar exemplos baseados em provas explícitas e irrefutáveis, poderá evoluir para analisar melhor processos fundamentados apenas em indícios e convicções. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - CARAVANA DE LULA Adversários políticos de Lula se manifestam contrariamente à sua caravana por puro revanchismo e inveja do prestígio que ele carrega perante os eleitores. O mais importante é o apoio que ele tem do povo, não picuinhas de alguns, que querem sabotar a sua campanha pelo Nordeste. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) * Lula, em sua caravana nordestina, tenta tirar proveito da situação escabrosa em que o Brasil se encontra. Esquece, porém, que foi ele mesmo que a criou, direta e indiretamente. Acontece que o povo não é bobo e sente no bolso o desastre que foi o governo do PT. GERALDO DE PAULA E SILVA (Teresópolis, RJ) - COLUNISTAS Gosto muito dos escritos de Ruy Castro. Tenho-o na conta de um excelente cronista, muito inspirado. Tanto que, não raro, se supera, como em "Digo, Lula". Vê-lo comparar Lula ao decrépito e melancolicamente decadente monstro Godzilla, que ultimamente só servia para animar festas de aniversários infantis porque já não assustava mais ninguém, foi delicioso. SÉRGIO ALEIXO (São Luís do Paraitinga, SP) * Gostando ou não de Lula, está cada vez mais difícil ler as tentativas de conexão com o ex-presidente feitas por Ruy Castro. O que era uma menção ao trabalho de Haruo Nakajima e seu Godzilla, de tantas lembranças na TV em preto e branco, simplesmente se perdeu no parágrafo final. LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Hélio Schwartsman diz que os investidores estão contando com a racionalidade do Brasil. O que ele chama de racionalidade pode ser comparado à manutenção com vida, mas em coma, de um paciente, para que os piolhos possam sugar seu sangue. Se houver reação (febre) ou desperdício com nutrição do cérebro (educação) ou das pernas (saúde em geral), reduzindo o sangue disponível, os parasitos abandonam o paciente. CARLOS BRISOLA MARCONDES, professor da UFSC (Florianópolis, SC) * Creio que Francisco Daudt esteja desatualizado. As pesquisas demonstram que, hoje, há um exército de mulheres dispostas a arcar com a criação dos filhos, independentemente de "pavões". Acentue-se que muitas já o fazem por mera opção, antes mesmo da gravidez desejada ou não. Portanto há, sim, "pavoas" entre os humanos. M. INÊS DE ARAÚJO PRADO (São João da Boa Vista, SP) - GESTÃO DORIA O prefeito João Doria gosta muito de passear pelo exterior e pelo país. Seria muito bom se, em seus passeios, incluísse a nossa cidade, da qual se orgulha de ser gestor, e visse a sujeira na praça da Sé e nas ruas adjacentes. O centro de São Paulo está um "lixão". Dá pena ver a situação a que chegamos na atual gestão. GILCÉRIA OLIVEIRA (São Paulo, SP) - CAMPANHA Admiro o trabalho do jornal, principalmente seu esforço investigativo, mas não posso me calar diante do erro. A reportagem "Papéis em fazenda de amigo de Temer contêm valores associados ao PMDB" divulga uma planilha em que aparece o meu nome. Ao ver na planilha 100 mil relacionados a mim, pensei que alguém tinha recebido dinheiro em meu nome, já que a ajuda do partido a mim se limitou a material de propaganda mais R$ 10 mil. Fui verificar e vi que 100 mil é o total de santinhos que recebi. Desta vez, a Folha misturou alhos com bugalhos e, nessa confusão, sobrou para mim, que a duras penas luto no movimento de mulheres do partido e faço campanha com quase nenhum recurso. BRUNA LEE, produtora cultural (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS GABRIELA SÁ PESSOA E FELIPE BACHTOLD - A reportagem deixa claro que os números citados nos documentos não se referem necessariamente a dinheiro e podem ser referentes a material de campanha. - CIÊNCIA O editorial "Ciência à míngua" merece ser exaltado, pois traz visão clara e precisa sobre a manutenção de investimentos em setores estratégicos —como ciência e tecnologia— em momentos de um ajuste fiscal necessário. É preciso rever a ideia de promover cortes lineares no Orçamento, prejudicando diretamente tais segmentos. Assim como saúde e educação, pesquisa, desenvolvimento e inovação são fundamentais para o futuro do país. MARCOS CINTRA, presidente da Finep (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Astrologia
Sol e Saturno sinalizam decisões duradouras de amplo alcance social. LUA NOVA EM AQUÁRIO: 8/2 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Acertos e erros em dia de cobranças e também de aplausos! A ideia boa é preparar a programação do Carnaval à noite, com amigos e outros queridos. Antes, movimento ao redor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Sintonia astral superfavorável para você, taurino! Bom para namorar, dar e ganhar presentes, investir em beleza e cuidados pessoais. Até a tarde, capriche no agrado ao seu amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Geminianos podem se divertir mais hoje, com uma tarde variada, divertida, que apela a encontros, planos que entusiasmam e sonhos compartilhados. Amores no ar. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Intuição com determinação torna você poderoso, pois sabe o que quer e o que tem de fazer para chegar lá. Boas surpresas ao cair da tarde. Decisões em marcha. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Como anda sua coluna, pele, visão? Três astros em Capricórnio advertem para dar atenção à saúde. Mais vale prevenir que remediar agora. Muito trabalho, mas nada incrível. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Hoje é de Marte, poderoso em Escorpião, dinamizando sua mente. O astro recebe auxílio de Vênus, Mercúrio e Plutão –mais revelações e entendimento. Desafios à vista. LIBRA (23 set. a 22 out.) Ordem e eficiência na vida cotidiana ajudam a simplificar tudo: eis a mensagem dos astros neste momento de limpeza geral. Tudo vem à tona –aproveite para deixar ir embora. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Oscilações emocionais até o início da tarde trazem para a linha de frente sua relação com as pessoas. Como não está paciente nem disposto, selecione bem as companhias. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) A Lua entra hoje em seu signo, configurando aquele período do mês excelente para cuidar da vida privada, da saúde e das emoções. Fuja para dar conta dessas demandas! CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Fazendo parte de uma tribo de gente que suspeita facilmente de quase tudo, às vezes é difícil comunicar como e por que você tem um pé atrás. Nem tente explicar: os fatos falarão. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Sol e Saturno em ótimo aspecto favorecem um início de mês temperado com novos compromissos e responsabilidades. Você está maduro para elas. Comece sem tardar. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Novas responsabilidades chamam por você –e ainda é bom ficar nos bastidores, sem chamar atenção sobre si. Em tempo apropriado, você será reconhecido. Amor em baixa.
ilustrada
AstrologiaSol e Saturno sinalizam decisões duradouras de amplo alcance social. LUA NOVA EM AQUÁRIO: 8/2 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Acertos e erros em dia de cobranças e também de aplausos! A ideia boa é preparar a programação do Carnaval à noite, com amigos e outros queridos. Antes, movimento ao redor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Sintonia astral superfavorável para você, taurino! Bom para namorar, dar e ganhar presentes, investir em beleza e cuidados pessoais. Até a tarde, capriche no agrado ao seu amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Geminianos podem se divertir mais hoje, com uma tarde variada, divertida, que apela a encontros, planos que entusiasmam e sonhos compartilhados. Amores no ar. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Intuição com determinação torna você poderoso, pois sabe o que quer e o que tem de fazer para chegar lá. Boas surpresas ao cair da tarde. Decisões em marcha. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Como anda sua coluna, pele, visão? Três astros em Capricórnio advertem para dar atenção à saúde. Mais vale prevenir que remediar agora. Muito trabalho, mas nada incrível. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Hoje é de Marte, poderoso em Escorpião, dinamizando sua mente. O astro recebe auxílio de Vênus, Mercúrio e Plutão –mais revelações e entendimento. Desafios à vista. LIBRA (23 set. a 22 out.) Ordem e eficiência na vida cotidiana ajudam a simplificar tudo: eis a mensagem dos astros neste momento de limpeza geral. Tudo vem à tona –aproveite para deixar ir embora. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Oscilações emocionais até o início da tarde trazem para a linha de frente sua relação com as pessoas. Como não está paciente nem disposto, selecione bem as companhias. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) A Lua entra hoje em seu signo, configurando aquele período do mês excelente para cuidar da vida privada, da saúde e das emoções. Fuja para dar conta dessas demandas! CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Fazendo parte de uma tribo de gente que suspeita facilmente de quase tudo, às vezes é difícil comunicar como e por que você tem um pé atrás. Nem tente explicar: os fatos falarão. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Sol e Saturno em ótimo aspecto favorecem um início de mês temperado com novos compromissos e responsabilidades. Você está maduro para elas. Comece sem tardar. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Novas responsabilidades chamam por você –e ainda é bom ficar nos bastidores, sem chamar atenção sobre si. Em tempo apropriado, você será reconhecido. Amor em baixa.
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Palmeiras vence o Grêmio de virada e se recupera de derrota em clássico
Mesmo atuando fora do Allianz Parque, onde tinha conseguido as suas duas vitórias no Campeonato Brasileiro, o Palmeiras conseguiu mostrar poder de reação após estar perdendo por 2 a 1 e derrotou o Grêmio por 4 a 3 na noite desta quinta-feira (2), pelo encerramento da quinta rodada da competição. Com o resultado, o time alviverde, que não jogou em seu estádio pois o mesmo está sendo preparado para um show no próximo fim de semana, chegou aos nove pontos e se aproximou do G-4. Já o Grêmio, que não havia sofrido gol ainda na competição, continuou com dez, na vice-liderança. O Palmeiras começou o duelo a todo vapor e, com 1min de jogo, fez 1 a 0 com Gabriel Jesus. Depois, foi dominado pela equipe gaúcha e levou dois gols de Giuliano. No entanto, o time do técnico Cuca mostrou a sua força e decretou a vitória com gols de Róger Guedes, Vitor Hugo e Thiago Santos antes do apito final. Nos acréscimos, Edilson ainda descontou para os visitantes. Agora, as duas equipes voltam a campo no próximo domingo (05). O Palmeiras enfrenta o Flamengo, em Brasília, às 16h, enquanto o Grêmio joga diante da Ponte Preta, em casa, no mesmo horário. Com a vitória, o Palmeiras se recupera de derrota para o São Paulo, por 1 a 0, no domingo (29), pela quarta rodada da competição. Veja vídeo O JOGO Com 1min de jogo, o Palmeiras abriu o placar na partida e passou a impressão que seria superior no confronto. No lance, Gabriel Jesus recebeu belo passe em profundidade de Dudu na grande área e chutou cruzado para fazer 1 a 0. Porém, após o gol, o time alviverde recuou e foi totalmente dominado pelo Grêmio até o intervalo. Com mais posse de bola e presença ofensiva, a equipe gaúcha teve duas chances de empatar logo em seguida, com Luan e Everton. Já o time palmeirense, com muitos erros nos passes e sem conseguir os contra-ataques, só voltou a ameaçar a defesa visitante depois dos 30min, quando as finalizações de Gabriel Jesus e Moisés pararam no goleiro Bruno Grassi. Melhor em campo, o Grêmio chegou ao empate, no entanto, em um lance confuso e irregular. Após uma cobrança de falta na intermediária do Palmeiras, Geromel cabeceou no travessão e, no rebote, Bressan empatou o jogo em impedimento. A bola ainda desviou em Giuliano antes de vazar Fernado Prass. O técnico Cuca buscou dar mais velocidade aos contra-ataques do Palmeiras com a entrada de Róger Guedes na vaga de Alecsandro logo na volta dos vestiários. Com mais mobilidade, a equipe paulista era melhor na partida quando sofreu o segundo gol, marcado por Giuliano após bela jogada do lateral Edilson, aos 9min. Mas, em um lance fortuito, Róger Guedes aproveitou um bate-rebate na grande área gremista e empatou o jogo dois minutos mais tarde. Depois dos 2 a 2, o Palmeiras continuou melhor e pressionou os visitantes até o apito final. Róger Guedes e Tchê Tchê criaram boas oportunidades de virar o placar, mas pecaram nas finalizações. A vitória então veio em jogadas de bola parada. Primeiro, aos 27min, quando o zagueiro Vitor Hugo aproveitou cobrança de escanteio e marcou de cabeça. Já aos 38min, Thiago Santos, também pelo alto, ampliou o placar para 4 a 2 após cobrança de falta de Dudu no campo de ataque. Nos acréscimos, o lateral Edilson ainda descontou para o Grêmio em chute rasteiro de fora da área.
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Palmeiras vence o Grêmio de virada e se recupera de derrota em clássicoMesmo atuando fora do Allianz Parque, onde tinha conseguido as suas duas vitórias no Campeonato Brasileiro, o Palmeiras conseguiu mostrar poder de reação após estar perdendo por 2 a 1 e derrotou o Grêmio por 4 a 3 na noite desta quinta-feira (2), pelo encerramento da quinta rodada da competição. Com o resultado, o time alviverde, que não jogou em seu estádio pois o mesmo está sendo preparado para um show no próximo fim de semana, chegou aos nove pontos e se aproximou do G-4. Já o Grêmio, que não havia sofrido gol ainda na competição, continuou com dez, na vice-liderança. O Palmeiras começou o duelo a todo vapor e, com 1min de jogo, fez 1 a 0 com Gabriel Jesus. Depois, foi dominado pela equipe gaúcha e levou dois gols de Giuliano. No entanto, o time do técnico Cuca mostrou a sua força e decretou a vitória com gols de Róger Guedes, Vitor Hugo e Thiago Santos antes do apito final. Nos acréscimos, Edilson ainda descontou para os visitantes. Agora, as duas equipes voltam a campo no próximo domingo (05). O Palmeiras enfrenta o Flamengo, em Brasília, às 16h, enquanto o Grêmio joga diante da Ponte Preta, em casa, no mesmo horário. Com a vitória, o Palmeiras se recupera de derrota para o São Paulo, por 1 a 0, no domingo (29), pela quarta rodada da competição. Veja vídeo O JOGO Com 1min de jogo, o Palmeiras abriu o placar na partida e passou a impressão que seria superior no confronto. No lance, Gabriel Jesus recebeu belo passe em profundidade de Dudu na grande área e chutou cruzado para fazer 1 a 0. Porém, após o gol, o time alviverde recuou e foi totalmente dominado pelo Grêmio até o intervalo. Com mais posse de bola e presença ofensiva, a equipe gaúcha teve duas chances de empatar logo em seguida, com Luan e Everton. Já o time palmeirense, com muitos erros nos passes e sem conseguir os contra-ataques, só voltou a ameaçar a defesa visitante depois dos 30min, quando as finalizações de Gabriel Jesus e Moisés pararam no goleiro Bruno Grassi. Melhor em campo, o Grêmio chegou ao empate, no entanto, em um lance confuso e irregular. Após uma cobrança de falta na intermediária do Palmeiras, Geromel cabeceou no travessão e, no rebote, Bressan empatou o jogo em impedimento. A bola ainda desviou em Giuliano antes de vazar Fernado Prass. O técnico Cuca buscou dar mais velocidade aos contra-ataques do Palmeiras com a entrada de Róger Guedes na vaga de Alecsandro logo na volta dos vestiários. Com mais mobilidade, a equipe paulista era melhor na partida quando sofreu o segundo gol, marcado por Giuliano após bela jogada do lateral Edilson, aos 9min. Mas, em um lance fortuito, Róger Guedes aproveitou um bate-rebate na grande área gremista e empatou o jogo dois minutos mais tarde. Depois dos 2 a 2, o Palmeiras continuou melhor e pressionou os visitantes até o apito final. Róger Guedes e Tchê Tchê criaram boas oportunidades de virar o placar, mas pecaram nas finalizações. A vitória então veio em jogadas de bola parada. Primeiro, aos 27min, quando o zagueiro Vitor Hugo aproveitou cobrança de escanteio e marcou de cabeça. Já aos 38min, Thiago Santos, também pelo alto, ampliou o placar para 4 a 2 após cobrança de falta de Dudu no campo de ataque. Nos acréscimos, o lateral Edilson ainda descontou para o Grêmio em chute rasteiro de fora da área.
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Homem que invadiu fórum fez vídeo forçando juíza a declará-lo inocente
Alfredo José dos Santos, 36, o homem que invadiu o fórum do Butantã tarde da última quarta-feira (30) na tarde da última quarta-feira (30), gravou um vídeo forçando uma juíza a declará-lo inocente.No vídeo, Santos aparece rendendo a juíza Tatiana Moreira Lima, que está deitada no chão. Ele se dirige à câmera do celular dizendo que queria provar que ele era inocente. Ele então força a magistrada a dizer durante a gravação que Santos era inocente.Pelas imagens, é possível ver que o chão no entorno da juíza está grande quantidade de líquido que, segundo a polícia, era inflamável.
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Homem que invadiu fórum fez vídeo forçando juíza a declará-lo inocenteAlfredo José dos Santos, 36, o homem que invadiu o fórum do Butantã tarde da última quarta-feira (30) na tarde da última quarta-feira (30), gravou um vídeo forçando uma juíza a declará-lo inocente.No vídeo, Santos aparece rendendo a juíza Tatiana Moreira Lima, que está deitada no chão. Ele se dirige à câmera do celular dizendo que queria provar que ele era inocente. Ele então força a magistrada a dizer durante a gravação que Santos era inocente.Pelas imagens, é possível ver que o chão no entorno da juíza está grande quantidade de líquido que, segundo a polícia, era inflamável.
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Presidente do BC argentino renuncia e abre caminho para equipe de Macri
O kirchnerista Alejandro Vanoli renunciou nesta quarta-feira (9) ao comando do Banco Central argentino. A decisão é anunciada um dia antes da posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri. A saída de Vanoli era uma das condições que a equipe econômica de Macri colocava para poder conseguir eliminar as restrições à venda de moeda estrangeira. O cargo foi entregue nesta tarde à atual mandatária, Cristina Kirchner. "Tenho a honra de dirigir-me à senhora para colocar à disposição meu cargo de presidente do Banco Central. Minha decisão é clara e irrevogável", disse, em carta a Cristina. "Acho que seria oportuno analisar a pertinência de uma modificação normativa para que coincida o início e o final do mandato do presidente do Banco Central com o do presidente da República." O peronista havia assumido o cargo em outubro de 2014. A duração de seu mandato gerou controvérsia —Vanoli dizia que ficaria no cargo até 2019, quando analistas consideravam que seu período terminaria em setembro de 2016. Agora, quem assume a instituição é o economista Federico Sturzenegger, ex-presidente do Banco Ciudad, pertencente ao governo da cidade de Buenos Aires, governada por Mauricio Macri desde 2007. Segundo o jornal "La Nación", os dois se reuniram nesta quarta para acertar detalhes da transição no cargo. Além de Vanoli, também renunciou o vice-presidente do Banco Central, Miguel Angel Pesce. A publicação também afirma que os integrantes do governo Macri planejam também retirar os outros nove membros da diretoria do banco, cinco dos quais foram nomeados pelo último ministro de Economia de Cristina, Axel Kicillof.
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Presidente do BC argentino renuncia e abre caminho para equipe de MacriO kirchnerista Alejandro Vanoli renunciou nesta quarta-feira (9) ao comando do Banco Central argentino. A decisão é anunciada um dia antes da posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri. A saída de Vanoli era uma das condições que a equipe econômica de Macri colocava para poder conseguir eliminar as restrições à venda de moeda estrangeira. O cargo foi entregue nesta tarde à atual mandatária, Cristina Kirchner. "Tenho a honra de dirigir-me à senhora para colocar à disposição meu cargo de presidente do Banco Central. Minha decisão é clara e irrevogável", disse, em carta a Cristina. "Acho que seria oportuno analisar a pertinência de uma modificação normativa para que coincida o início e o final do mandato do presidente do Banco Central com o do presidente da República." O peronista havia assumido o cargo em outubro de 2014. A duração de seu mandato gerou controvérsia —Vanoli dizia que ficaria no cargo até 2019, quando analistas consideravam que seu período terminaria em setembro de 2016. Agora, quem assume a instituição é o economista Federico Sturzenegger, ex-presidente do Banco Ciudad, pertencente ao governo da cidade de Buenos Aires, governada por Mauricio Macri desde 2007. Segundo o jornal "La Nación", os dois se reuniram nesta quarta para acertar detalhes da transição no cargo. Além de Vanoli, também renunciou o vice-presidente do Banco Central, Miguel Angel Pesce. A publicação também afirma que os integrantes do governo Macri planejam também retirar os outros nove membros da diretoria do banco, cinco dos quais foram nomeados pelo último ministro de Economia de Cristina, Axel Kicillof.
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Nokia prepara retorno ao mercado de celulares inteligentes após 2016
A Nokia está contratando especialistas em software, testando novos produtos e buscando parceiros de vendas enquanto planeja a volta ao mercado de celulares, de onde está fora desde a venda de seu negócio de aparelhos móveis para a Microsoft no final de 2013. Já tendo alcançado o posto de maior fabricante de celulares do mundo, a companhia foi pega despreparada pelo surgimento dos smartphones e ultrapassada pela Apple e Samsung. A Nokia vendeu sua unidade de aparelhos móveis à Microsoft no final de 2013 e tem se concentrado exclusivamente em fabricar equipamentos para redes de telecomunicações. Agora o chefe da Nokia, Rajeev Suri, está planejando um retorno ao mercado de celulares. No entanto, ele precisa esperar até o fim de 2016 -após o vencimento do acordo de não concorrência com a Microsoft- antes de poder considerar entrar novamente no negócio de aparelhos móveis, mas os preparativos estão avançando. A companhia já testou o mercado de consumo ao lançar um tablet Android, o N1, na China em janeiro e revelando há alguns dias uma "câmera para realidade virtual" -anunciando o aparelho como o "renascimento da Nokia". A empresa também lançou o aplicativo para Android chamado Z Launcher, que organiza o conteúdo dos smartphones. Uma carta que a Nokia tem na manga é um dos maiores portfólios de propriedade intelectual da indústria de dispositivos móveis, incluindo patentes que reteve após vender seu negócio de celulares. A companhia não quer desperdiçar esses recursos, construídos com dezenas de bilhões de euros de investimentos nas últimas duas décadas.
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Nokia prepara retorno ao mercado de celulares inteligentes após 2016A Nokia está contratando especialistas em software, testando novos produtos e buscando parceiros de vendas enquanto planeja a volta ao mercado de celulares, de onde está fora desde a venda de seu negócio de aparelhos móveis para a Microsoft no final de 2013. Já tendo alcançado o posto de maior fabricante de celulares do mundo, a companhia foi pega despreparada pelo surgimento dos smartphones e ultrapassada pela Apple e Samsung. A Nokia vendeu sua unidade de aparelhos móveis à Microsoft no final de 2013 e tem se concentrado exclusivamente em fabricar equipamentos para redes de telecomunicações. Agora o chefe da Nokia, Rajeev Suri, está planejando um retorno ao mercado de celulares. No entanto, ele precisa esperar até o fim de 2016 -após o vencimento do acordo de não concorrência com a Microsoft- antes de poder considerar entrar novamente no negócio de aparelhos móveis, mas os preparativos estão avançando. A companhia já testou o mercado de consumo ao lançar um tablet Android, o N1, na China em janeiro e revelando há alguns dias uma "câmera para realidade virtual" -anunciando o aparelho como o "renascimento da Nokia". A empresa também lançou o aplicativo para Android chamado Z Launcher, que organiza o conteúdo dos smartphones. Uma carta que a Nokia tem na manga é um dos maiores portfólios de propriedade intelectual da indústria de dispositivos móveis, incluindo patentes que reteve após vender seu negócio de celulares. A companhia não quer desperdiçar esses recursos, construídos com dezenas de bilhões de euros de investimentos nas últimas duas décadas.
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Confira empresas que fazem limpeza de calhas em imóveis em São Paulo
DE SÃO PAULO * EXTERMINEX Desentope, retira folhas e resíduos. A limpeza de 60 metros de calha sai por R$ 350. Tel.: (11) 5872-2226; exterminex.com.br F2 SERVIÇOS Além da limpeza, aplica produto antiferrugem na parte interna da calha. Custa R$ 850 (por 60 metros de calha). Tel.: (11) 96616-4142; f2telhadoseservicos.com.br LJM REFORMA E CONSTRUÇÃO A limpeza de até 10 metros de calha custa cerca de R$ 300. O serviço demora de duas a três horas. Tel.: (11) 98544-1732 ou (11) 94796 -9831; ljmconstrucoes.com.br E&S LIMPEZA ESPECIALIZADA Cobra R$ 10,50 para limpar um metro linear de calha. Tel.: (11) 95349-1359 ou (11) 95101-2010; eslimpezaespecializada.com.br
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Confira empresas que fazem limpeza de calhas em imóveis em São Paulo DE SÃO PAULO * EXTERMINEX Desentope, retira folhas e resíduos. A limpeza de 60 metros de calha sai por R$ 350. Tel.: (11) 5872-2226; exterminex.com.br F2 SERVIÇOS Além da limpeza, aplica produto antiferrugem na parte interna da calha. Custa R$ 850 (por 60 metros de calha). Tel.: (11) 96616-4142; f2telhadoseservicos.com.br LJM REFORMA E CONSTRUÇÃO A limpeza de até 10 metros de calha custa cerca de R$ 300. O serviço demora de duas a três horas. Tel.: (11) 98544-1732 ou (11) 94796 -9831; ljmconstrucoes.com.br E&S LIMPEZA ESPECIALIZADA Cobra R$ 10,50 para limpar um metro linear de calha. Tel.: (11) 95349-1359 ou (11) 95101-2010; eslimpezaespecializada.com.br
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Terça com chuva tem despedida de balada na Água Branca e "9ª Sinfonia de Beethoven"
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 1º de novembro de 2016. Terça-feira. É oficial: já é novembro! Bom dia para você nem sentiu o tempo passar! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Tchau Neu, até Breve | Depois de oito anos instalado no mesmo sobrado na Barra Funda, o clube noturno Neu encerra suas atividades nesta terça. Para se despedir do público, Guab e Dago animam a pista a partir das 22h, quando a casa abre a porta. Entradas custam R$ 20. Veja mais informações aqui. Memórias vivas | A véspera do Dia de Finados terá homenagem à data no Cemitério e Crematório Primaveras, em Guarulhos, na Região Metropolitana. Misturando linguagens como teatro, dança, circo e a prática do parkour, o diretor Diogo Granato apresenta uma adaptação do conto "Nada a e Nossa Condição", de Guimarães Rosa. O memorial fica na av. Otávio Braga de Mesquita, 3.535, em Guarulhos. A atração tem início às 19h30 com uma missa. Música | Inserido na nova cena da psicodelia brasileira, o quarteto carioca The Outs propõe uma mistura de experimentações sonoras com harmonias pop em show no Sesc Pompeia. O grupo já tocou ao lado de nomes como Cachorro Grande e, em 2016, lançou seu disco de estreia, "Percipere". A entrada é gratuita. Veja mais aqui. Orquestra | Comandada pelo regente Luciano Camargo, a Orquestra Acadêmica de São Paulo e o Coral da Cidade de São Paulo, apresenta a "9ª Sinfonia de Beethoven" em concerto no Teatro Bradesco. Ingressos custam de R$ 60 a R$ 120. Veja mais aqui. Exposição | O ator e diretor Pedro Lopes apresenta a videoinstalação "Arcanos Urbanos, inspirada no baralho o tarô de Marselha (versão clássica), em exposição no MIS. A entrada é gratuita. * PARA TER ASSUNTO No Rio | O senador e prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), afirmou que sua vitória não representa a ascensão do conservadorismo. Apesar disso, afirmou que sua eleição significa que a população quer o respeito aos "valores da família e da vida". Bispo licenciado da Igreja Universal, o senador disse que vai ser "um inconformado com qualquer tipo de intolerância com as minorias sejam elas quais forem". Ocupação | O Ministério da Educação irá divulgar nesta terça-feira (1º) a lista das escolas que devem ter as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) adiadas devido às ocupações por estudantes. A medida ocorre diante do fim do prazo estabelecido pela pasta para que as escolas selecionadas como locais de prova sejam desocupadas -previsto para as 23h59 desta segunda (31). Impostos | O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (31) durante entrevista ao programa "A Voz do Brasil" que não haverá aumento de impostos porque o governo está evitando o crescimento de despesas através da PEC do Teto. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo recebe reunião da comissão permanente do meio ambiente (das 13h às 15h) e encontro com o grande conselho municipal do idoso (14h às 17h). Veja a agenda da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A terça deve ser quente, de acordo com o Inmet. A temperatura máxima prevista é de 30ºC. A mínima é de 17ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado de manhã. À noite e à tarde há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Zona leste | A av. Sapopemba será interditada entre as ruas Milton da Cruz e Francisca Marinho das 23h desta terça às 5h de quarta (2) para a realização de obras da linha 15 do metrô monotrilho. Zona sul | A av. Santo Amaro terá trecho interditado entre a av. Roque Petrella e a av. Morumbi a partir das 10h para realização de obras da linha 5-lilás do metrô.
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Terça com chuva tem despedida de balada na Água Branca e "9ª Sinfonia de Beethoven"BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 1º de novembro de 2016. Terça-feira. É oficial: já é novembro! Bom dia para você nem sentiu o tempo passar! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Tchau Neu, até Breve | Depois de oito anos instalado no mesmo sobrado na Barra Funda, o clube noturno Neu encerra suas atividades nesta terça. Para se despedir do público, Guab e Dago animam a pista a partir das 22h, quando a casa abre a porta. Entradas custam R$ 20. Veja mais informações aqui. Memórias vivas | A véspera do Dia de Finados terá homenagem à data no Cemitério e Crematório Primaveras, em Guarulhos, na Região Metropolitana. Misturando linguagens como teatro, dança, circo e a prática do parkour, o diretor Diogo Granato apresenta uma adaptação do conto "Nada a e Nossa Condição", de Guimarães Rosa. O memorial fica na av. Otávio Braga de Mesquita, 3.535, em Guarulhos. A atração tem início às 19h30 com uma missa. Música | Inserido na nova cena da psicodelia brasileira, o quarteto carioca The Outs propõe uma mistura de experimentações sonoras com harmonias pop em show no Sesc Pompeia. O grupo já tocou ao lado de nomes como Cachorro Grande e, em 2016, lançou seu disco de estreia, "Percipere". A entrada é gratuita. Veja mais aqui. Orquestra | Comandada pelo regente Luciano Camargo, a Orquestra Acadêmica de São Paulo e o Coral da Cidade de São Paulo, apresenta a "9ª Sinfonia de Beethoven" em concerto no Teatro Bradesco. Ingressos custam de R$ 60 a R$ 120. Veja mais aqui. Exposição | O ator e diretor Pedro Lopes apresenta a videoinstalação "Arcanos Urbanos, inspirada no baralho o tarô de Marselha (versão clássica), em exposição no MIS. A entrada é gratuita. * PARA TER ASSUNTO No Rio | O senador e prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), afirmou que sua vitória não representa a ascensão do conservadorismo. Apesar disso, afirmou que sua eleição significa que a população quer o respeito aos "valores da família e da vida". Bispo licenciado da Igreja Universal, o senador disse que vai ser "um inconformado com qualquer tipo de intolerância com as minorias sejam elas quais forem". Ocupação | O Ministério da Educação irá divulgar nesta terça-feira (1º) a lista das escolas que devem ter as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) adiadas devido às ocupações por estudantes. A medida ocorre diante do fim do prazo estabelecido pela pasta para que as escolas selecionadas como locais de prova sejam desocupadas -previsto para as 23h59 desta segunda (31). Impostos | O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (31) durante entrevista ao programa "A Voz do Brasil" que não haverá aumento de impostos porque o governo está evitando o crescimento de despesas através da PEC do Teto. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo recebe reunião da comissão permanente do meio ambiente (das 13h às 15h) e encontro com o grande conselho municipal do idoso (14h às 17h). Veja a agenda da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A terça deve ser quente, de acordo com o Inmet. A temperatura máxima prevista é de 30ºC. A mínima é de 17ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado de manhã. À noite e à tarde há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Zona leste | A av. Sapopemba será interditada entre as ruas Milton da Cruz e Francisca Marinho das 23h desta terça às 5h de quarta (2) para a realização de obras da linha 15 do metrô monotrilho. Zona sul | A av. Santo Amaro terá trecho interditado entre a av. Roque Petrella e a av. Morumbi a partir das 10h para realização de obras da linha 5-lilás do metrô.
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Com ajuda do Peru, seleção é a 1ª a se classificar para o Mundial
Na véspera do jogo contra o Paraguai, Neymar aceitou entrar em campo com a faixa de capitão depois de abrir mão do posto após a medalha de ouro olímpica. Nesta terça (28), com o Itaquerão lotado, o atacante do Barcelona comandou a seleção na vitória por 3 a 0 sobre os paraguaios. Uma hora depois, o Brasil confirmou a classificação para a Copa do Mundo da Rússia, beneficiada pela vitória do Peru diante do Uruguai, por 2 a 1, em Lima. Antes, a Colômbia, que venceu o Equador, por 2 a 0, também ajudou o time a garantir a vaga antecipada. Com 33 pontos, a equipe comanda por Tite é a primeira a obter a vaga dentro do campo para a Copa –excluindo a Rússia, sede do torneio. A classificação também foi a mais antecipada de uma seleção nas eliminatórias sul-americanas desde que a competição passou a ser disputada no atual formato, em pontos corridos e jogos de ida e volta. Em junho, o Brasil voltará a campo. Fará dois amistosos na Austrália. Um com os donos da casa e outro será contra a Argentina. "A equipe não está pronta. Ainda precisa se consolidar", afirmou Tite, tentando conter a euforia antes de o Peru garantir a vitória. Quando o resultado foi confirmado, Tite foi aplaudido pelos jornalistas. "Vai ter hoje uma caipora [um copão de caipirinha] desse tamanho", disse. PARTIDA O Brasil começou pressionando em Itaquera, e teve dificuldade para superar os defensores adversários. Já os paraguaios apostavam nos erros da seleção. O gol não demorou a sair e Neymar voltou a ser protagonista. Aos 18 minutos do segundo tempo, ele encantou os torcedores ao arrancar antes do meio campo com a bola, driblar três adversários e fazer um golaço, o segundo do time. O ex-santista ainda desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro, e teve outros dois gols anulados. Aplaudido pelos torcedores, Neymar ainda deixou o Itaquerão como o artilheiro da seleção nas eliminatórias. Ele já marcou seis gols. O atacante já atuou três vezes no estádio do Corinthians e balançou as redes em todas elas. Antes, marcara na abertura da Copa do Mundo e na Olimpíada. Desde que Tite assumiu o comando do time canarinho, Neymar cresceu muito tanto taticamente quanto no aspecto disciplinar. Na era Tite, o atacante disputou sete jogos nas eliminatórias sul-americanas. Com o treinador gaúcho, a seleção marcou 24 gols no torneio. Com Neymar em campo, foram 22. Com Dunga, ele não marcou nas eliminatórias. Em São Paulo, o treinador chegou a nona vitória consecutiva e manteve os 100 % de aproveitamento. No final do primeiro tempo, o ex-corintiano já era reverenciado pelos torcedores, que gritavam seu nome. Companheiro do ex-santista desde as divisões de base da seleção, o carioca Philippe Coutinho armou boas jogadas e ainda fez o primeiro gol do time nacional, aos 34 minutos do primeiro tempo. O terceiro gol foi de Marcelo, aos 40 minutos do segundo, após bela triangulação. RENDA O jogo no Itaquerão foi a segunda maior renda da seleção nas eliminatórias. Com os 44.378 ingressos vendidos, a CBF arrecadou R$ 12,3 milhões. Em novembro, a seleção faturou R$ 12,7 milhões no clássico com a Argentina, no Mineirão. A renda recorde no país foi registrada na final da Libertadores de 2013, quando o Atlético-MG venceu o Olímpia. Na ocasião, o clube obteve R$ 14,1 milhões.
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Com ajuda do Peru, seleção é a 1ª a se classificar para o MundialNa véspera do jogo contra o Paraguai, Neymar aceitou entrar em campo com a faixa de capitão depois de abrir mão do posto após a medalha de ouro olímpica. Nesta terça (28), com o Itaquerão lotado, o atacante do Barcelona comandou a seleção na vitória por 3 a 0 sobre os paraguaios. Uma hora depois, o Brasil confirmou a classificação para a Copa do Mundo da Rússia, beneficiada pela vitória do Peru diante do Uruguai, por 2 a 1, em Lima. Antes, a Colômbia, que venceu o Equador, por 2 a 0, também ajudou o time a garantir a vaga antecipada. Com 33 pontos, a equipe comanda por Tite é a primeira a obter a vaga dentro do campo para a Copa –excluindo a Rússia, sede do torneio. A classificação também foi a mais antecipada de uma seleção nas eliminatórias sul-americanas desde que a competição passou a ser disputada no atual formato, em pontos corridos e jogos de ida e volta. Em junho, o Brasil voltará a campo. Fará dois amistosos na Austrália. Um com os donos da casa e outro será contra a Argentina. "A equipe não está pronta. Ainda precisa se consolidar", afirmou Tite, tentando conter a euforia antes de o Peru garantir a vitória. Quando o resultado foi confirmado, Tite foi aplaudido pelos jornalistas. "Vai ter hoje uma caipora [um copão de caipirinha] desse tamanho", disse. PARTIDA O Brasil começou pressionando em Itaquera, e teve dificuldade para superar os defensores adversários. Já os paraguaios apostavam nos erros da seleção. O gol não demorou a sair e Neymar voltou a ser protagonista. Aos 18 minutos do segundo tempo, ele encantou os torcedores ao arrancar antes do meio campo com a bola, driblar três adversários e fazer um golaço, o segundo do time. O ex-santista ainda desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro, e teve outros dois gols anulados. Aplaudido pelos torcedores, Neymar ainda deixou o Itaquerão como o artilheiro da seleção nas eliminatórias. Ele já marcou seis gols. O atacante já atuou três vezes no estádio do Corinthians e balançou as redes em todas elas. Antes, marcara na abertura da Copa do Mundo e na Olimpíada. Desde que Tite assumiu o comando do time canarinho, Neymar cresceu muito tanto taticamente quanto no aspecto disciplinar. Na era Tite, o atacante disputou sete jogos nas eliminatórias sul-americanas. Com o treinador gaúcho, a seleção marcou 24 gols no torneio. Com Neymar em campo, foram 22. Com Dunga, ele não marcou nas eliminatórias. Em São Paulo, o treinador chegou a nona vitória consecutiva e manteve os 100 % de aproveitamento. No final do primeiro tempo, o ex-corintiano já era reverenciado pelos torcedores, que gritavam seu nome. Companheiro do ex-santista desde as divisões de base da seleção, o carioca Philippe Coutinho armou boas jogadas e ainda fez o primeiro gol do time nacional, aos 34 minutos do primeiro tempo. O terceiro gol foi de Marcelo, aos 40 minutos do segundo, após bela triangulação. RENDA O jogo no Itaquerão foi a segunda maior renda da seleção nas eliminatórias. Com os 44.378 ingressos vendidos, a CBF arrecadou R$ 12,3 milhões. Em novembro, a seleção faturou R$ 12,7 milhões no clássico com a Argentina, no Mineirão. A renda recorde no país foi registrada na final da Libertadores de 2013, quando o Atlético-MG venceu o Olímpia. Na ocasião, o clube obteve R$ 14,1 milhões.
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Obras de Hélio Oiticica e de seu pai, José Oiticica Filho, estão em mostras
Hélio Oiticica era ainda um adolescente quando seu pai o levou para ver a primeira Bienal de São Paulo. Em 1951, "Unidade Tripartida", obra do artista suíço Max Bill, era a grande vedete da mostra. Toda de aço, a escultura é um infinito abraçável, uma fita metálica que começa e termina nela mesma, formando um laço resplandecente. Uma âncora conceitual da abstração geométrica que ganharia força no Brasil, transparecendo tanto no trabalho de Hélio quanto no do pai, essa obra pode ser vista em retrospecto como uma ilustração da relação entre os dois. José Oiticica Filho, o pai de Hélio, era um cientista que estudava insetos durante o dia e à noite se trancava num quarto escuro em casa para revelar fotografias de intestinos de mariposas. Dessas formas quase abstratas, surgiram experimentos visuais delirantes, fazendo de JOF, como ele ficou conhecido, um dos pioneiros da fotografia moderna do país, em especial por sua atenção às formas geométricas. Duas exposições com imagens de JOF em galerias do Rio e de São Paulo e uma grande retrospectiva dedicada à obra de Hélio Oiticica, em cartaz no Espaço Cultural Airton Queiroz, em Fortaleza, agora tentam criar um diálogo entre esses artistas. Mas essa não é uma conversa de igual para igual. Na história da arte brasileira, Hélio, morto aos 42, em 1980, se tornou um mito ao traduzir o construtivismo herdado das vanguardas europeias –de Malevitch, na Rússia, a Mondrian, na Holanda– para uma realidade tropical, abalando o rigor matemático das composições com uma dimensão carnal, a ginga do corpo. Não existe narrativa da arte do país construída nas últimas décadas que não tenha sua figura como astro central. Desde sua redescoberta pelo circuito nos anos 1990, sua obra foi alvo de uma série de mostras, e o mercado respondeu à altura, transformando o que restou de suas criações em joias caras e disputadíssimas. Seu pai não teve o mesmo destino. Há sete anos, quando um incêndio atingiu a casa da família no Jardim Botânico, no Rio, e destruiu uma parte dos acervos de pai e filho, quase nada se falou sobre a obra de JOF –muitos de seus 20 mil negativos foram destruídos, e as impressões que restaram agora passam por restauros. Essas imagens ressuscitadas do esquecimento agora podem ser vistas numa mostra na galeria Índica, no Rio, e a partir de 18 de fevereiro na Raquel Arnaud, em São Paulo, num esforço de resgate de sua obra, ofuscada pela de Hélio. "Talvez a sombra do próprio filho tenha sido muito grande", diz Ricardo Sardenberg, organizador da mostra paulistana sobre JOF. "Todo mundo conhece só o Hélio, mas a obra do pai é reveladora. Não dá para escapar dessa ligação entre pai e filho." De fato, da mesma forma que o projeto plástico de Hélio parte da abstração geométrica mais rígida e vai até a ruptura com o plano da pintura para gerar estruturas e relevos coloridos que flutuam no espaço e podem ser penetrados pelo corpo do espectador, a obra de JOF cria um curto-circuito no que seria a abstração convencional. Na superfície, ele parece obedecer a um cânone, mas o uso de figuras às vezes reconhecíveis e camadas e camadas de traços fotografados e refotografados implodem sua estrutura geométrica, instaurando uma espécie de ruído que rouba a cena. É o que Celso Favaretto, um dos organizadores da mostra de Hélio em Fortaleza, chama de "perturbação e oscilação" ou "ato de intervenção na forma, que se torna viva". De todas as obras de Hélio, aliás, seus "Metaesquemas', pinturas em que retângulos coloridos parecem tremer e se desprender de uma grade mais rígida, são as que mais lembram as abstrações do pai. Nesses trabalhos, Hélio questionava a ortodoxia visual que aprendeu nos anos 1950 com o Grupo Frente, artistas que experimentavam com a abstração geométrica. Ele conheceu o movimento pelas mãos do pai, que era amigo de Ivan Serpa, um de seus líderes. Enquanto Hélio caminhava rumo à explosão da forma geométrica no espaço, JOF buscava diluir as fronteiras entre pintura e fotografia –processos paralelos que desmontavam a estoicidade do construtivismo. INCONFORMISMO Mesmo a ausência do pai também teve um impacto na obra do filho. Quando JOF morreu, em 1964, aos 57, Hélio entrou na fase mais radical de sua obra. É quando ele subiu o morro da Mangueira e criou os "Parangolés", as capas coloridas primeiro usadas pelos passistas da escola de samba. Mais tarde, faria sua obra-prima, a instalação "Tropicália", uma interpretação construtivista da arquitetura das favelas, amalgamando a experiência popular e as vanguardas abstratas. "É um inconformismo estético junto a um inconformismo social", diz Favaretto. "É ao mesmo tempo sobre cultura e sobre o Brasil." Tal qual a obra do pai. OITICICAS Saiba onde ver as obras FORTALEZA Uma retrospectiva de Hélio Oiticica está em cartaz até 1º de maio no Espaço Cultural Airton Queiroz (av. Washington Soares, 1.321, Fortaleza, tel. 85-3477-3319; de ter. a sex., das 9h às 19h; sáb., 10h às 18h; dom., 12h às 18h; grátis) RIO Fotografias de José Oiticica Filho estão até 12 de março na galeria Índica (r. Visconde de Pirajá, 82, Rio, tel. 21-2523-6493; de ter. a sáb., das 10h às 19h; grátis) SÃO PAULO Mostra de José Oiticica Filho começa em 18 de fevereiro na Raquel Arnaud (r. Fidalga, 125, tel. 11-3083-6322; de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 12h às 16h; até 26/3; grátis)
ilustrada
Obras de Hélio Oiticica e de seu pai, José Oiticica Filho, estão em mostrasHélio Oiticica era ainda um adolescente quando seu pai o levou para ver a primeira Bienal de São Paulo. Em 1951, "Unidade Tripartida", obra do artista suíço Max Bill, era a grande vedete da mostra. Toda de aço, a escultura é um infinito abraçável, uma fita metálica que começa e termina nela mesma, formando um laço resplandecente. Uma âncora conceitual da abstração geométrica que ganharia força no Brasil, transparecendo tanto no trabalho de Hélio quanto no do pai, essa obra pode ser vista em retrospecto como uma ilustração da relação entre os dois. José Oiticica Filho, o pai de Hélio, era um cientista que estudava insetos durante o dia e à noite se trancava num quarto escuro em casa para revelar fotografias de intestinos de mariposas. Dessas formas quase abstratas, surgiram experimentos visuais delirantes, fazendo de JOF, como ele ficou conhecido, um dos pioneiros da fotografia moderna do país, em especial por sua atenção às formas geométricas. Duas exposições com imagens de JOF em galerias do Rio e de São Paulo e uma grande retrospectiva dedicada à obra de Hélio Oiticica, em cartaz no Espaço Cultural Airton Queiroz, em Fortaleza, agora tentam criar um diálogo entre esses artistas. Mas essa não é uma conversa de igual para igual. Na história da arte brasileira, Hélio, morto aos 42, em 1980, se tornou um mito ao traduzir o construtivismo herdado das vanguardas europeias –de Malevitch, na Rússia, a Mondrian, na Holanda– para uma realidade tropical, abalando o rigor matemático das composições com uma dimensão carnal, a ginga do corpo. Não existe narrativa da arte do país construída nas últimas décadas que não tenha sua figura como astro central. Desde sua redescoberta pelo circuito nos anos 1990, sua obra foi alvo de uma série de mostras, e o mercado respondeu à altura, transformando o que restou de suas criações em joias caras e disputadíssimas. Seu pai não teve o mesmo destino. Há sete anos, quando um incêndio atingiu a casa da família no Jardim Botânico, no Rio, e destruiu uma parte dos acervos de pai e filho, quase nada se falou sobre a obra de JOF –muitos de seus 20 mil negativos foram destruídos, e as impressões que restaram agora passam por restauros. Essas imagens ressuscitadas do esquecimento agora podem ser vistas numa mostra na galeria Índica, no Rio, e a partir de 18 de fevereiro na Raquel Arnaud, em São Paulo, num esforço de resgate de sua obra, ofuscada pela de Hélio. "Talvez a sombra do próprio filho tenha sido muito grande", diz Ricardo Sardenberg, organizador da mostra paulistana sobre JOF. "Todo mundo conhece só o Hélio, mas a obra do pai é reveladora. Não dá para escapar dessa ligação entre pai e filho." De fato, da mesma forma que o projeto plástico de Hélio parte da abstração geométrica mais rígida e vai até a ruptura com o plano da pintura para gerar estruturas e relevos coloridos que flutuam no espaço e podem ser penetrados pelo corpo do espectador, a obra de JOF cria um curto-circuito no que seria a abstração convencional. Na superfície, ele parece obedecer a um cânone, mas o uso de figuras às vezes reconhecíveis e camadas e camadas de traços fotografados e refotografados implodem sua estrutura geométrica, instaurando uma espécie de ruído que rouba a cena. É o que Celso Favaretto, um dos organizadores da mostra de Hélio em Fortaleza, chama de "perturbação e oscilação" ou "ato de intervenção na forma, que se torna viva". De todas as obras de Hélio, aliás, seus "Metaesquemas', pinturas em que retângulos coloridos parecem tremer e se desprender de uma grade mais rígida, são as que mais lembram as abstrações do pai. Nesses trabalhos, Hélio questionava a ortodoxia visual que aprendeu nos anos 1950 com o Grupo Frente, artistas que experimentavam com a abstração geométrica. Ele conheceu o movimento pelas mãos do pai, que era amigo de Ivan Serpa, um de seus líderes. Enquanto Hélio caminhava rumo à explosão da forma geométrica no espaço, JOF buscava diluir as fronteiras entre pintura e fotografia –processos paralelos que desmontavam a estoicidade do construtivismo. INCONFORMISMO Mesmo a ausência do pai também teve um impacto na obra do filho. Quando JOF morreu, em 1964, aos 57, Hélio entrou na fase mais radical de sua obra. É quando ele subiu o morro da Mangueira e criou os "Parangolés", as capas coloridas primeiro usadas pelos passistas da escola de samba. Mais tarde, faria sua obra-prima, a instalação "Tropicália", uma interpretação construtivista da arquitetura das favelas, amalgamando a experiência popular e as vanguardas abstratas. "É um inconformismo estético junto a um inconformismo social", diz Favaretto. "É ao mesmo tempo sobre cultura e sobre o Brasil." Tal qual a obra do pai. OITICICAS Saiba onde ver as obras FORTALEZA Uma retrospectiva de Hélio Oiticica está em cartaz até 1º de maio no Espaço Cultural Airton Queiroz (av. Washington Soares, 1.321, Fortaleza, tel. 85-3477-3319; de ter. a sex., das 9h às 19h; sáb., 10h às 18h; dom., 12h às 18h; grátis) RIO Fotografias de José Oiticica Filho estão até 12 de março na galeria Índica (r. Visconde de Pirajá, 82, Rio, tel. 21-2523-6493; de ter. a sáb., das 10h às 19h; grátis) SÃO PAULO Mostra de José Oiticica Filho começa em 18 de fevereiro na Raquel Arnaud (r. Fidalga, 125, tel. 11-3083-6322; de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 12h às 16h; até 26/3; grátis)
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Decolar.com cobra por viagem que não foi realizada, diz leitora
Sônia Costa, 70, reclama que o site Decolar.com cobra por uma viagem cancelada. Ela fez reservas de hotel e passagem, mas, quando foi contratar o seguro viagem, seu cartão foi recusado. Entendendo que o pacote todo havia sido cancelado, não realizou a viagem. Mesmo assim, foi efetuada a cobrança da primeira parcela. Um atendente informou que o dinheiro seria estornado, mas não verificou se a viagem estava mesmo cancelada. Como a cobrança continuou, ela ligou à empresa novamente, que afirmou que apenas o seguro havia sido cancelado, e não a viagem, por isso não poderia fazer nada. Já foram cobradas oito parcelas. RESPOSTA - O Decolar.com diz que entrou em contato com a cliente e segue à disposição para dúvidas. - Queixa de Antonia Quesada Membrine: Cobrança indevida Carrefour não entrega produto e ainda cobra pela compra, que foi cancelada desde dezembro. Empresa prometeu que faria o reembolso, mas depois afirmou que o pedido estava em análise. RESPOSTA - Informa que fez o cancelamento da compra e que o estorno ficará visível no próximo mês. - Queixa de Roberto Lage Costa Junior: Exame não incluso O plano de saúde Prevent Senior não realiza o exame de eocinófilos, pedido pelo médico do convênio; a ANS (Agência Nacional de Saúde) informou que a operadora pode cobri-lo, mas não é obrigada. RESPOSTA - Afirma que contatou o cliente e está à disposição para eventuais dúvidas. - Queixa de Marcos Antonio de Lucena: Falta de opções O plano de saúde Amil só possui uma nutricionista disponível para crianças na zona norte de São Paulo. O site da operadora também é confuso e não difere atendimentos infantis de adultos. RESPOSTA - Esclarece que confirmou o agendamento da consulta para esta terça-feira (2). - Queixa de Wanderley Aparecido Pitol: Falta de informação A Claro diz que "podem" ser geradas duas faturas caso data de vencimento de cobrança seja alterada, mas não informa quando isso será feito. A empresa diz que é assim que funciona e não pode fazer nada. RESPOSTA - Diz que prestou as informações necessárias ao cliente e continua à disposição. Direito do consumidor
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Decolar.com cobra por viagem que não foi realizada, diz leitoraSônia Costa, 70, reclama que o site Decolar.com cobra por uma viagem cancelada. Ela fez reservas de hotel e passagem, mas, quando foi contratar o seguro viagem, seu cartão foi recusado. Entendendo que o pacote todo havia sido cancelado, não realizou a viagem. Mesmo assim, foi efetuada a cobrança da primeira parcela. Um atendente informou que o dinheiro seria estornado, mas não verificou se a viagem estava mesmo cancelada. Como a cobrança continuou, ela ligou à empresa novamente, que afirmou que apenas o seguro havia sido cancelado, e não a viagem, por isso não poderia fazer nada. Já foram cobradas oito parcelas. RESPOSTA - O Decolar.com diz que entrou em contato com a cliente e segue à disposição para dúvidas. - Queixa de Antonia Quesada Membrine: Cobrança indevida Carrefour não entrega produto e ainda cobra pela compra, que foi cancelada desde dezembro. Empresa prometeu que faria o reembolso, mas depois afirmou que o pedido estava em análise. RESPOSTA - Informa que fez o cancelamento da compra e que o estorno ficará visível no próximo mês. - Queixa de Roberto Lage Costa Junior: Exame não incluso O plano de saúde Prevent Senior não realiza o exame de eocinófilos, pedido pelo médico do convênio; a ANS (Agência Nacional de Saúde) informou que a operadora pode cobri-lo, mas não é obrigada. RESPOSTA - Afirma que contatou o cliente e está à disposição para eventuais dúvidas. - Queixa de Marcos Antonio de Lucena: Falta de opções O plano de saúde Amil só possui uma nutricionista disponível para crianças na zona norte de São Paulo. O site da operadora também é confuso e não difere atendimentos infantis de adultos. RESPOSTA - Esclarece que confirmou o agendamento da consulta para esta terça-feira (2). - Queixa de Wanderley Aparecido Pitol: Falta de informação A Claro diz que "podem" ser geradas duas faturas caso data de vencimento de cobrança seja alterada, mas não informa quando isso será feito. A empresa diz que é assim que funciona e não pode fazer nada. RESPOSTA - Diz que prestou as informações necessárias ao cliente e continua à disposição. Direito do consumidor
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Médica cancela cirurgia com paciente na mesa, afirma leitora
A leitora Catarina Alves reclama do tratamento dado a seu pai no hospital ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande SP. Ela conta que o pai, Celso Teixeira Alves, deveria remover um carcinoma. Ele é cardíaco, usa marca-passo e já teve um AVC. Segundo a leitora, todas essas informações constavam do prontuário médico, elaborado pelo cardiologista e pela cirurgiã que faria o procedimento. Na hora da cirurgia, a médica alegou que não havia sido informada da condição do paciente, conta Catarina. A cirurgia foi cancelada e a médica foi embora sem dar satisfações ao paciente, que teve uma crise de pressão alta. Depois, a família foi informada que deveria buscar outro médico, pois a cirurgiã não teria mais horários. Resposta - A Amil informa que entrou em contato com a mulher do paciente e prestou os devidos esclarecimentos. - Queixa de Sheila Martins de Oliveira: sem entrega Correios repetidas vezes alegam que entregas não puderam ser concluídas porque cliente estava ausente, quando esta mora em um prédio com porteiro 24h por dia. Já são três as vezes em que isso aconteceu. Resposta dos Correios Diz que na verdade as entregas não estão sendo feitas por risco de assaltos na região. - Queixa de Ivandir Valente Da Silva: promessa não cumprida Avon promete incentivos para revendedoras que atingirem 130 pontos em creme e sérum Renew, mas não entregou produtos, não permite a devolução nem abate do boleto aquilo que está indisponível. Resposta da Avon Informa que entrou em contato com a revendedora e o caso foi solucionado. - Queixa de Cintia Casagrande: promessa não cumprida 2 Casas Bahia prometeu entregar produtos no dia seguinte ao da compra, mas na data nada foi entregue. Cliente levou alguns produtos direto da loja, mas outros tiveram longo atraso, e vários apresentaram problemas. Resposta das Casas Bahia Afirma que entrou em contato com a cliente e resolveu os problemas relatados. - Queixa de Moacyr Barbosa Neto: troca sem vantagem Assistência técnica da Samsung afirmou que não tinha peça para consertar celular e ofereceu para trocar aparelho por outro modelo, que seria do mesmo tamanho, mas melhor. Contudo, celular oferecido não era compatível. Resposta da Samsung Informa que entrou em contato com o cliente e a situação foi solucionada.
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Médica cancela cirurgia com paciente na mesa, afirma leitoraA leitora Catarina Alves reclama do tratamento dado a seu pai no hospital ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande SP. Ela conta que o pai, Celso Teixeira Alves, deveria remover um carcinoma. Ele é cardíaco, usa marca-passo e já teve um AVC. Segundo a leitora, todas essas informações constavam do prontuário médico, elaborado pelo cardiologista e pela cirurgiã que faria o procedimento. Na hora da cirurgia, a médica alegou que não havia sido informada da condição do paciente, conta Catarina. A cirurgia foi cancelada e a médica foi embora sem dar satisfações ao paciente, que teve uma crise de pressão alta. Depois, a família foi informada que deveria buscar outro médico, pois a cirurgiã não teria mais horários. Resposta - A Amil informa que entrou em contato com a mulher do paciente e prestou os devidos esclarecimentos. - Queixa de Sheila Martins de Oliveira: sem entrega Correios repetidas vezes alegam que entregas não puderam ser concluídas porque cliente estava ausente, quando esta mora em um prédio com porteiro 24h por dia. Já são três as vezes em que isso aconteceu. Resposta dos Correios Diz que na verdade as entregas não estão sendo feitas por risco de assaltos na região. - Queixa de Ivandir Valente Da Silva: promessa não cumprida Avon promete incentivos para revendedoras que atingirem 130 pontos em creme e sérum Renew, mas não entregou produtos, não permite a devolução nem abate do boleto aquilo que está indisponível. Resposta da Avon Informa que entrou em contato com a revendedora e o caso foi solucionado. - Queixa de Cintia Casagrande: promessa não cumprida 2 Casas Bahia prometeu entregar produtos no dia seguinte ao da compra, mas na data nada foi entregue. Cliente levou alguns produtos direto da loja, mas outros tiveram longo atraso, e vários apresentaram problemas. Resposta das Casas Bahia Afirma que entrou em contato com a cliente e resolveu os problemas relatados. - Queixa de Moacyr Barbosa Neto: troca sem vantagem Assistência técnica da Samsung afirmou que não tinha peça para consertar celular e ofereceu para trocar aparelho por outro modelo, que seria do mesmo tamanho, mas melhor. Contudo, celular oferecido não era compatível. Resposta da Samsung Informa que entrou em contato com o cliente e a situação foi solucionada.
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Polícia detém milhares de imigrantes em estádio de futebol de ilha grega
Mais de 2.000 refugiados foram detidos em um estádio na ilha grega de Kos depois que a tropa de choque da polícia fracassou em seus esforços para conter as ondas de imigrantes recentes recolhidos nos últimos dias de seus acampamentos improvisados naquela ilha. Diversos dos refugiados, que são em sua maioria sírios e afegãos, desmaiaram como resultado de insolações, e um deles teve um ataque epiléptico, informou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que estava prestando assistência médica no estádio. Em dado momento a polícia usou uma bomba de efeito moral para manter a ordem, e a equipe dos MSF se retirou do local por motivos de segurança. Julia Kourafa, porta-voz dos MSF no estádio, disse que "a situação estava se tornando incontrolável, e havia completa falta de coordenação. Era só a polícia, lá, sem presença do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e sem segurança para a [nossa] equipe". Kourafa acrescentou que "esta é a primeira vez que vemos algo assim na Grécia —pessoas trancafiadas em um estádio e controladas pela tropa de choque. Estamos falando de mães com crianças, de pessoas idosas. Ficaram trancados e expostos ao sol por muitas horas". Os imigrantes foram detidos no estádio originalmente na noite de terça-feira (11), ostensivamente para que fossem registrados. Mas, de acordo com Kourafa, só havia três policiais presentes para fazer o registro, o que retardou o processo e exacerbou as tensões, resultando na retirada da MSF por volta da meia-noite. Eles voltaram cedo na manhã seguinte para prover assistência médica, mas os refugiados continuavam trancados no estádio. As autoridades gregas forneceram poucos, se algum, alimentos e água, e os refugiados continuavam a desmaiar. As tensões também estavam crescendo rapidamente em diversas outras ilhas do leste da Grécia, às quais mais de 120 mil refugiados chegaram desde o começo do ano —ante cerca de 30 mil durante todo o ano de 2014. Por onde entram os imigrantes REGISTRO Tendo realizado a curta travessia de barco da Turquia para a União Europeia, os refugiados se frustram ao se verem essencialmente aprisionados nas ilhas gregas. As autoridades da Grécia estão tentando registrá-los antes que sejam transferidos a Atenas e tacitamente autorizados a prosseguir para outros países da Europa. Mas devido à escala sem precedentes da crise, a polícia grega não vem sendo capaz de processar os imigrantes com rapidez suficiente, o que causa gargalos em ilhas como Kos. Houve momentos em que as autoridades não conseguiram fornecer comida suficiente e não encontraram espaço para abrigar tantos imigrantes, com mais de mil deles chegando da Turquia a cada dia. . O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras declarou na semana passada que seu país, que já está enfrentando uma crise econômica, não conta com a infraestrutura necessária para enfrentar também uma crise de imigrantes. A despeito da situação nas ilhas, muitos dos 1,6 milhão de refugiados sírios que atualmente estão no limbo na Turquia continuam a ter planos de fazer a travessia para a Grécia. Mousa, ex-estudante de literatura inglesa que planeja chegar a Kos no final do mês, disse que não havia mudado de ideia, a despeito de ter assistido um vídeo que mostra a situação no estádio. Ele disse que seu plano era comprar um passaporte falso da União Europeia ao chegar a Kos, em lugar de se registrar como refugiado junto ao governo grego. Mousa disse que "eu ainda gostaria de ir, porque, do modo como planejei, vou chegar a Kos e lá direto ao aeroporto para [outro destino na União Europeia]. Não vou ter de lidar com as autoridades da Grécia". Boa parte do esforço humanitário para ajudar os refugiados, que em geral são fugitivos das guerras na Síria e Afeganistão, vem cabendo a voluntários locais e ONGs. A falta de recursos e o ritmo lento de registro resultaram em protestos e em confrontos esporádicos com a polícia. Antes de trancar os imigrantes no estádio durante a noite, a polícia de Kos usou extintores de incêndio para forçar o recuo de um grupo de imigrantes que estavam protestando. Algumas semanas atrás, o Exército grego foi forçado a agir para manter a ordem e fornecer suprimentos adicionais em um campo de imigrantes na ilha de Lesbos, onde as autoridades civis haviam esgotado seu estoque de alimentos para abastecer os imigrantes. O jornal "Ekatimerini" reportou que os serviços de imigração haviam enviado a Kos uma dúzia de agentes adicionais, entre os quais alguns que falam árabe, para acelerar a identificação e registro dos 7.000 imigrantes, em sua maioria sírios, que estima-se estejam na ilha agora. Duas unidades da tropa de choque da polícia também foram transportadas de avião à ilha, informou Dimitris Tsaknakis, o chefe da polícia nacional grega, ao jornal, e outros 250 policiais de unidades regulares estavam a caminho de Kos e das ilhas de Lesbos e Samnos, no leste do Mar Egeu. PORTA DE ENTRADA As ilhas gregas são agora o principal ponto de entrada para os imigrantes que buscam chegar à Europa de barco. O número de imigrantes que vêm chegando à Grécia superou o de chegadas à Itália, que tradicionalmente servia como portão de entrada principal para os imigrantes marítimos. O ritmo de chegada de imigrantes continua a ser recorde na Itália, mas ainda assim o país recebeu 20 mil refugiados a menos do que a Grécia em 2015. Também há temores de um gargalo na ponta oposta do território da Grécia, em sua fronteira norte, com a Macedônia. Soldados macedônios fecharam a fronteira por breve período, em junho, bloqueando a rota de saída de milhares de refugiados que esperavam chegar ao norte da Europa, e criando a perspectiva de um fechamento mais permanente da fronteira, no futuro. O diretor de operações dos MSF, Brice de la Vingne, disse que "nossa organização está muito preocupada com a maneira pela qual a situação está evoluindo em Kos. O que antes era uma situação de inação do Estado agora se tornou uma situação de abuso do Estado, com a polícia empregando força cada vez maior contra essas pessoas vulneráveis". "A grande maioria das pessoas que chegam aqui são refugiados que tentam fugir da guerra na Síria e Afeganistão. As autoridades de Kos declararam claramente não ter a intenção de melhorar a situação dessas pessoas, porque acreditam que isso representaria um 'fator de atração'. Mas a verdade é que pessoas que estão fugindo da guerra continuarão a chegar, quer as autoridades tentem impedi-las de fazê-lo, quer não". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Polícia detém milhares de imigrantes em estádio de futebol de ilha gregaMais de 2.000 refugiados foram detidos em um estádio na ilha grega de Kos depois que a tropa de choque da polícia fracassou em seus esforços para conter as ondas de imigrantes recentes recolhidos nos últimos dias de seus acampamentos improvisados naquela ilha. Diversos dos refugiados, que são em sua maioria sírios e afegãos, desmaiaram como resultado de insolações, e um deles teve um ataque epiléptico, informou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que estava prestando assistência médica no estádio. Em dado momento a polícia usou uma bomba de efeito moral para manter a ordem, e a equipe dos MSF se retirou do local por motivos de segurança. Julia Kourafa, porta-voz dos MSF no estádio, disse que "a situação estava se tornando incontrolável, e havia completa falta de coordenação. Era só a polícia, lá, sem presença do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e sem segurança para a [nossa] equipe". Kourafa acrescentou que "esta é a primeira vez que vemos algo assim na Grécia —pessoas trancafiadas em um estádio e controladas pela tropa de choque. Estamos falando de mães com crianças, de pessoas idosas. Ficaram trancados e expostos ao sol por muitas horas". Os imigrantes foram detidos no estádio originalmente na noite de terça-feira (11), ostensivamente para que fossem registrados. Mas, de acordo com Kourafa, só havia três policiais presentes para fazer o registro, o que retardou o processo e exacerbou as tensões, resultando na retirada da MSF por volta da meia-noite. Eles voltaram cedo na manhã seguinte para prover assistência médica, mas os refugiados continuavam trancados no estádio. As autoridades gregas forneceram poucos, se algum, alimentos e água, e os refugiados continuavam a desmaiar. As tensões também estavam crescendo rapidamente em diversas outras ilhas do leste da Grécia, às quais mais de 120 mil refugiados chegaram desde o começo do ano —ante cerca de 30 mil durante todo o ano de 2014. Por onde entram os imigrantes REGISTRO Tendo realizado a curta travessia de barco da Turquia para a União Europeia, os refugiados se frustram ao se verem essencialmente aprisionados nas ilhas gregas. As autoridades da Grécia estão tentando registrá-los antes que sejam transferidos a Atenas e tacitamente autorizados a prosseguir para outros países da Europa. Mas devido à escala sem precedentes da crise, a polícia grega não vem sendo capaz de processar os imigrantes com rapidez suficiente, o que causa gargalos em ilhas como Kos. Houve momentos em que as autoridades não conseguiram fornecer comida suficiente e não encontraram espaço para abrigar tantos imigrantes, com mais de mil deles chegando da Turquia a cada dia. . O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras declarou na semana passada que seu país, que já está enfrentando uma crise econômica, não conta com a infraestrutura necessária para enfrentar também uma crise de imigrantes. A despeito da situação nas ilhas, muitos dos 1,6 milhão de refugiados sírios que atualmente estão no limbo na Turquia continuam a ter planos de fazer a travessia para a Grécia. Mousa, ex-estudante de literatura inglesa que planeja chegar a Kos no final do mês, disse que não havia mudado de ideia, a despeito de ter assistido um vídeo que mostra a situação no estádio. Ele disse que seu plano era comprar um passaporte falso da União Europeia ao chegar a Kos, em lugar de se registrar como refugiado junto ao governo grego. Mousa disse que "eu ainda gostaria de ir, porque, do modo como planejei, vou chegar a Kos e lá direto ao aeroporto para [outro destino na União Europeia]. Não vou ter de lidar com as autoridades da Grécia". Boa parte do esforço humanitário para ajudar os refugiados, que em geral são fugitivos das guerras na Síria e Afeganistão, vem cabendo a voluntários locais e ONGs. A falta de recursos e o ritmo lento de registro resultaram em protestos e em confrontos esporádicos com a polícia. Antes de trancar os imigrantes no estádio durante a noite, a polícia de Kos usou extintores de incêndio para forçar o recuo de um grupo de imigrantes que estavam protestando. Algumas semanas atrás, o Exército grego foi forçado a agir para manter a ordem e fornecer suprimentos adicionais em um campo de imigrantes na ilha de Lesbos, onde as autoridades civis haviam esgotado seu estoque de alimentos para abastecer os imigrantes. O jornal "Ekatimerini" reportou que os serviços de imigração haviam enviado a Kos uma dúzia de agentes adicionais, entre os quais alguns que falam árabe, para acelerar a identificação e registro dos 7.000 imigrantes, em sua maioria sírios, que estima-se estejam na ilha agora. Duas unidades da tropa de choque da polícia também foram transportadas de avião à ilha, informou Dimitris Tsaknakis, o chefe da polícia nacional grega, ao jornal, e outros 250 policiais de unidades regulares estavam a caminho de Kos e das ilhas de Lesbos e Samnos, no leste do Mar Egeu. PORTA DE ENTRADA As ilhas gregas são agora o principal ponto de entrada para os imigrantes que buscam chegar à Europa de barco. O número de imigrantes que vêm chegando à Grécia superou o de chegadas à Itália, que tradicionalmente servia como portão de entrada principal para os imigrantes marítimos. O ritmo de chegada de imigrantes continua a ser recorde na Itália, mas ainda assim o país recebeu 20 mil refugiados a menos do que a Grécia em 2015. Também há temores de um gargalo na ponta oposta do território da Grécia, em sua fronteira norte, com a Macedônia. Soldados macedônios fecharam a fronteira por breve período, em junho, bloqueando a rota de saída de milhares de refugiados que esperavam chegar ao norte da Europa, e criando a perspectiva de um fechamento mais permanente da fronteira, no futuro. O diretor de operações dos MSF, Brice de la Vingne, disse que "nossa organização está muito preocupada com a maneira pela qual a situação está evoluindo em Kos. O que antes era uma situação de inação do Estado agora se tornou uma situação de abuso do Estado, com a polícia empregando força cada vez maior contra essas pessoas vulneráveis". "A grande maioria das pessoas que chegam aqui são refugiados que tentam fugir da guerra na Síria e Afeganistão. As autoridades de Kos declararam claramente não ter a intenção de melhorar a situação dessas pessoas, porque acreditam que isso representaria um 'fator de atração'. Mas a verdade é que pessoas que estão fugindo da guerra continuarão a chegar, quer as autoridades tentem impedi-las de fazê-lo, quer não". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Partidários do 'Brexit' lançam vídeo do 'Dia da Independência' para atrair voto
A campanha pelo "Brexit", nome dado à saída dos britânicos da União Europeia, divulgou um vídeo no qual chama os eleitores a votarem pelo "Dia da Independência". O vídeo apareceu tão logo as primeiras pesquisas de intenção de votos divulgadas nesta quinta-feira (23) passaram a apontar vantagem cada vez maior para a permanência do Reino Unido no bloco. Campanha defende saída do Reino Unido da UE A reação em vídeo dos partidários do Brexit foi divulgada na internet enquanto os britânicos ainda voltam no plebiscito e aposta na nostalgia. Com 1 minuto e 28 segundos, o vídeo mostra imagens de tropas britânicas nas ilhas Falkland (ou Malvinas, para os argentinos), de um trem a vapor e de um famoso jogador inglês de críquete disputando uma partida contra a Austrália em 1981. Também chama os britânicos a fazer deste 23 de junho "o dia da independência" e diz que o Reino Unido é grande, forte e bravo como a Austrália e o Canadá. A campanha do Brexit foi a que mais arrecadou recursos na reta final do plebiscito, de acordo com a comissão eleitoral do Reino Unido. Do total de £ 6,4 milhões (cerca de R$ 32 mi) de libras arrecadadas entre 13 de maio e 9 de junho, os que querem sair do bloco contabilizaram £3,6 milhões (R$ 18 mi). Em conjunto, desde fevereiro, as duas campanhas somaram doações que ultrapassam £27 milhões (R$ 135 mi). Pelas regras eleitorais britânicas, apenas contribuições superiores a £ 7.500 foram registradas. REAÇÕES Não foi apenas a campanha pelo Brexit que reagiu às pesquisas. A libra valorizou em relação ao dólar nesta quinta e o mercado de apostas pelo "fica" também esquentou. "Os apostadores normalmente acertam, mas erraram feio comigo na última vez, não foi?", observou o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, depois de votar pela permanência no bloco. O primeiro-ministro David Cameron, acompanhado de sua mulher, também votou pela manhã, mas não deu nenhuma declaração pública. Nigel Farage, líder do Ukip e defensor ferrenho da saída do bloco, mostrava-se otimista, mas já indicava que seria uma disputa difícil. "Realmente acho que temos uma chance forte. Mas tudo depende do índice de participação e daqueles que votam pelo permaneça ficarem em casa", disse. Entre os principais nomes da campanha, o único que ainda não votou foi Boris Johnson, partidário do Brexit. O ex-prefeito conservador de Londres está em St. Andrews para a cerimônia de formatura da sua filha. Em entrevista ao jornal "Telegraph", Johnson admitiu que sua carreira está em risco caso o "Brexit" seja derrotado. "Francamente, esse pode ser o fim da minha carreira política. Eu já fiquei oito anos na prefeitura de Londres, gostei muito, foi um grande privilégio. Está bom para mim." Johnson viu no plebiscito uma chance de disputar a liderança do Partido Conservador com David Cameron e, consequentemente, pleitear o posto de premiê do Reino Unido. Assim como os conservadores, os britânicos chegam ao dia do plebiscito divididos e repletos de feridas. Durante o debate ficou claro que, mais que as consequências para a economia, a imigração é um dos pontos de maior polêmica e preocupação no Reino Unido. Não importa o resultado, haverá muitas feridas a cicatrizar. RESULTADO Os eleitores têm até as 22h (18h do Brasil) para votarem. A participação, contudo, não é obrigatória. Depois de encerrada a votação, as urnas serão levadas para 382 postos de contagem. O resultado final, previsto para a manhã de sexta (24), será anunciado em Manchester. Ainda que o "Brexit" vença, a saída do bloco não será imediata. O Parlamento britânico deverá referendar a decisão que, em seguida, segue para o Conselho Europeu, onde haverá negociação para definir os termos da saída. Estima-se que o processo dure dois anos. 'Brexit' - o plebiscito britânico
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Partidários do 'Brexit' lançam vídeo do 'Dia da Independência' para atrair votoA campanha pelo "Brexit", nome dado à saída dos britânicos da União Europeia, divulgou um vídeo no qual chama os eleitores a votarem pelo "Dia da Independência". O vídeo apareceu tão logo as primeiras pesquisas de intenção de votos divulgadas nesta quinta-feira (23) passaram a apontar vantagem cada vez maior para a permanência do Reino Unido no bloco. Campanha defende saída do Reino Unido da UE A reação em vídeo dos partidários do Brexit foi divulgada na internet enquanto os britânicos ainda voltam no plebiscito e aposta na nostalgia. Com 1 minuto e 28 segundos, o vídeo mostra imagens de tropas britânicas nas ilhas Falkland (ou Malvinas, para os argentinos), de um trem a vapor e de um famoso jogador inglês de críquete disputando uma partida contra a Austrália em 1981. Também chama os britânicos a fazer deste 23 de junho "o dia da independência" e diz que o Reino Unido é grande, forte e bravo como a Austrália e o Canadá. A campanha do Brexit foi a que mais arrecadou recursos na reta final do plebiscito, de acordo com a comissão eleitoral do Reino Unido. Do total de £ 6,4 milhões (cerca de R$ 32 mi) de libras arrecadadas entre 13 de maio e 9 de junho, os que querem sair do bloco contabilizaram £3,6 milhões (R$ 18 mi). Em conjunto, desde fevereiro, as duas campanhas somaram doações que ultrapassam £27 milhões (R$ 135 mi). Pelas regras eleitorais britânicas, apenas contribuições superiores a £ 7.500 foram registradas. REAÇÕES Não foi apenas a campanha pelo Brexit que reagiu às pesquisas. A libra valorizou em relação ao dólar nesta quinta e o mercado de apostas pelo "fica" também esquentou. "Os apostadores normalmente acertam, mas erraram feio comigo na última vez, não foi?", observou o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, depois de votar pela permanência no bloco. O primeiro-ministro David Cameron, acompanhado de sua mulher, também votou pela manhã, mas não deu nenhuma declaração pública. Nigel Farage, líder do Ukip e defensor ferrenho da saída do bloco, mostrava-se otimista, mas já indicava que seria uma disputa difícil. "Realmente acho que temos uma chance forte. Mas tudo depende do índice de participação e daqueles que votam pelo permaneça ficarem em casa", disse. Entre os principais nomes da campanha, o único que ainda não votou foi Boris Johnson, partidário do Brexit. O ex-prefeito conservador de Londres está em St. Andrews para a cerimônia de formatura da sua filha. Em entrevista ao jornal "Telegraph", Johnson admitiu que sua carreira está em risco caso o "Brexit" seja derrotado. "Francamente, esse pode ser o fim da minha carreira política. Eu já fiquei oito anos na prefeitura de Londres, gostei muito, foi um grande privilégio. Está bom para mim." Johnson viu no plebiscito uma chance de disputar a liderança do Partido Conservador com David Cameron e, consequentemente, pleitear o posto de premiê do Reino Unido. Assim como os conservadores, os britânicos chegam ao dia do plebiscito divididos e repletos de feridas. Durante o debate ficou claro que, mais que as consequências para a economia, a imigração é um dos pontos de maior polêmica e preocupação no Reino Unido. Não importa o resultado, haverá muitas feridas a cicatrizar. RESULTADO Os eleitores têm até as 22h (18h do Brasil) para votarem. A participação, contudo, não é obrigatória. Depois de encerrada a votação, as urnas serão levadas para 382 postos de contagem. O resultado final, previsto para a manhã de sexta (24), será anunciado em Manchester. Ainda que o "Brexit" vença, a saída do bloco não será imediata. O Parlamento britânico deverá referendar a decisão que, em seguida, segue para o Conselho Europeu, onde haverá negociação para definir os termos da saída. Estima-se que o processo dure dois anos. 'Brexit' - o plebiscito britânico
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Ministro do TSE libera processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer
O ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), liberou nesta segunda (15) para a pauta da corte o processo que pede a cassação da chapa presidencial de 2014. O caso começou a ser julgado em 4 de abril, mas foi suspenso para abrir mais prazo às defesas da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer. Agora, caberá ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, marcar uma nova data para o julgamento ser retomado. De acordo com a assessoria do tribunal, Mendes está na Russia e na quinta (18), quando estará de volta, deve conversar com os outros integrantes da corte para definir o novo cronograma. Tanto o ministro Herman Benjamin, relator do processo, quanto a Procuradoria-Geral Eleitoral, recomendaram a cassação da chapa vencedora. Dois novos ministros participarão da retomada do julgamento. Admar Gonzaga assumiu a vaga aberta com a saída do advogado Henrique Neves, cujo mandato terminou em 16 de abril. Ele atuava como ministro substituto há quatro anos. Tarcísio Vieira, também ministro substituto, assumiu a cadeira de Luciana Lóssio, que deixou o tribunal em 5 de maio.
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Ministro do TSE libera processo que pede a cassação da chapa Dilma-TemerO ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), liberou nesta segunda (15) para a pauta da corte o processo que pede a cassação da chapa presidencial de 2014. O caso começou a ser julgado em 4 de abril, mas foi suspenso para abrir mais prazo às defesas da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer. Agora, caberá ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, marcar uma nova data para o julgamento ser retomado. De acordo com a assessoria do tribunal, Mendes está na Russia e na quinta (18), quando estará de volta, deve conversar com os outros integrantes da corte para definir o novo cronograma. Tanto o ministro Herman Benjamin, relator do processo, quanto a Procuradoria-Geral Eleitoral, recomendaram a cassação da chapa vencedora. Dois novos ministros participarão da retomada do julgamento. Admar Gonzaga assumiu a vaga aberta com a saída do advogado Henrique Neves, cujo mandato terminou em 16 de abril. Ele atuava como ministro substituto há quatro anos. Tarcísio Vieira, também ministro substituto, assumiu a cadeira de Luciana Lóssio, que deixou o tribunal em 5 de maio.
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Operação da linha 5-lilás do metrô será dada à iniciativa privada, diz Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta terça-feira (21) que vai conceder à iniciativa privada a linha 5-lilás do metrô. Essa parte do sistema metroviário tem atualmente 9,3 km de extensão e liga as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Em processo de expansão desde 2009, a linha deve ganhar até 2018 mais 11,5 km, com dez novas estações e terminando na estação Chácara Klabin, em interligação com a linha 2-verde. A concessão anunciada por Alckmin, porém, refere-se apenas à operação da linha 5-lilás, e não às obras que estão em curso. Atualmente, só uma das cinco linhas do metrô de São Paulo tem operação privada: a 4-amarela, que liga a Luz, no centro, ao Butantã. As demais linhas são administradas pela própria estatal. A futura linha 6-laranja do metrô, entre a Brasilândia (zona norte) e a estação São Joaquim (centro), também está sendo feita em regime de PPP (Parceria Público Privada). No caso da expansão da linha 5, segundo a gestão Alckmin, os investimentos da ampliação serão de R$ 9,1 bilhões e a última estação só deve ficar pronta em 2018. Outras nove estações devem ser entregues em 2017, três no primeiro semestre e seis no segundo. FASE DE ESTUDO De acordo com Alckmin, "o setor privado vai operar toda a linha 5-lilás, inclusive o trecho que já está concluído e em funcionamento. Quem vencer, vai operar de Capão Redondo até Chácara Klabin". O governador defende também que "a medida vai preservar e gerar muito emprego, além de melhorar a logística de São Paulo e reduzir o custo Brasil". O Metrô de São Paulo informou, no entanto, que "as definições sobre a concessão de operação e manutenção serão resultados de estudo de modelagem financeira e jurídica que foi recém-iniciado". A empresa disse que só "a partir da conclusão deste levantamento será possível informar o cronograma, escopo e mais detalhes deste processo". METROVIÁRIOS A iniciativa do governo estadual de conceder a linha 5-lilás à iniciativa privada não foi bem recebida pela categoria dos metroviários. Conforme o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, "evidentemente, estamos vendo isso com muita preocupação. Vamos tentar resistir a mais esse ataque do governador, que quer privatizar o metrô com essas concessões". Fernandes explicou que o sindicato vai abrir uma discussão com os trabalhadores do sistema e que deve anunciar um posicionamento oficial em coletiva de imprensa marcada para esta quarta-feira (22) LINHA OURO Outra parte do sistema metroviário de São Paulo em obras, a linha 17-Ouro gerou uma interdição nesta terça-feira (21). O tráfego de veículos na rua Ipiranga, bairro Campo Belo, será interditado no trecho entre a rua Visconde de Ourem até 50 metros antes da avenida Washington Luís. Segundo o Metrô de São Paulo, a medida será necessária para "realizar a construção de um dos acessos da futura estação Jardim Aeroporto, em monotrilho". A duração prevista para obra é de 12 meses.
cotidiano
Operação da linha 5-lilás do metrô será dada à iniciativa privada, diz AlckminO governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta terça-feira (21) que vai conceder à iniciativa privada a linha 5-lilás do metrô. Essa parte do sistema metroviário tem atualmente 9,3 km de extensão e liga as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Em processo de expansão desde 2009, a linha deve ganhar até 2018 mais 11,5 km, com dez novas estações e terminando na estação Chácara Klabin, em interligação com a linha 2-verde. A concessão anunciada por Alckmin, porém, refere-se apenas à operação da linha 5-lilás, e não às obras que estão em curso. Atualmente, só uma das cinco linhas do metrô de São Paulo tem operação privada: a 4-amarela, que liga a Luz, no centro, ao Butantã. As demais linhas são administradas pela própria estatal. A futura linha 6-laranja do metrô, entre a Brasilândia (zona norte) e a estação São Joaquim (centro), também está sendo feita em regime de PPP (Parceria Público Privada). No caso da expansão da linha 5, segundo a gestão Alckmin, os investimentos da ampliação serão de R$ 9,1 bilhões e a última estação só deve ficar pronta em 2018. Outras nove estações devem ser entregues em 2017, três no primeiro semestre e seis no segundo. FASE DE ESTUDO De acordo com Alckmin, "o setor privado vai operar toda a linha 5-lilás, inclusive o trecho que já está concluído e em funcionamento. Quem vencer, vai operar de Capão Redondo até Chácara Klabin". O governador defende também que "a medida vai preservar e gerar muito emprego, além de melhorar a logística de São Paulo e reduzir o custo Brasil". O Metrô de São Paulo informou, no entanto, que "as definições sobre a concessão de operação e manutenção serão resultados de estudo de modelagem financeira e jurídica que foi recém-iniciado". A empresa disse que só "a partir da conclusão deste levantamento será possível informar o cronograma, escopo e mais detalhes deste processo". METROVIÁRIOS A iniciativa do governo estadual de conceder a linha 5-lilás à iniciativa privada não foi bem recebida pela categoria dos metroviários. Conforme o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, "evidentemente, estamos vendo isso com muita preocupação. Vamos tentar resistir a mais esse ataque do governador, que quer privatizar o metrô com essas concessões". Fernandes explicou que o sindicato vai abrir uma discussão com os trabalhadores do sistema e que deve anunciar um posicionamento oficial em coletiva de imprensa marcada para esta quarta-feira (22) LINHA OURO Outra parte do sistema metroviário de São Paulo em obras, a linha 17-Ouro gerou uma interdição nesta terça-feira (21). O tráfego de veículos na rua Ipiranga, bairro Campo Belo, será interditado no trecho entre a rua Visconde de Ourem até 50 metros antes da avenida Washington Luís. Segundo o Metrô de São Paulo, a medida será necessária para "realizar a construção de um dos acessos da futura estação Jardim Aeroporto, em monotrilho". A duração prevista para obra é de 12 meses.
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Cometa visitado por sonda é tão pouco denso que flutuaria no mar
A aventura começa a virar ciência, na primeira bateria de artigos científicos baseada nos dados da missão espacial europeia Rosetta, a primeira na história a pousar em um cometa, em novembro. Oito trabalhos publicados ontem na revista científica "Science" apresentam a mais completa análise já feita de um objeto desse tipo. O "raio-X" foi obtido entre agosto e setembro do ano passado, quando a sonda chegou ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e se estabeleceu em órbita dele. Os trabalhos ainda não contemplam a etapa mais emocionante da missão, quando o módulo Philae pousou com sucesso –e um bocado de sorte– na superfície do astro. Ainda assim, são de longe a mais rica coleção de informações já obtida de um cometa. Os resultados da Rosetta confirmam a imagem geral que os cientistas já tinham desses objetos –basicamente bolas de gelo misturadas com rochas e compostos orgânicos, formadas na mesma época em que surgiram os planetas, 4,6 bilhões de anos atrás. Contudo, uma das coisas que surpreenderam foi a completa ausência de grandes áreas de gelo exposto. A superfície inteira parece recoberta por grãos de poeira feitos de compostos orgânicos. Os cientistas descobriram ainda que o cometa é menos denso do que uma rolha. Assim, se o astro, um bloco de 4 km de largura, fosse jogado no mar, flutuaria. Um dos instrumentos da Rosetta descobriu que essa baixa densidade se deve ao interior poroso –são pequenas cavidades, como em uma esponja, em vez de uma única grande área aberta. A baixa massa faz com que a gravidade do cometa seja fraca. Os cientistas descobriram que ele tem um cânion de 900 metros de altura, mas o surpreendente é que seria possível para um humano pular nesse buraco e cair suavemente no fundo. O físico Rhett Allain, aliás, calculou que seria possível soltar um astronauta de uma nave que estivesse apenas sobrevoando o cometa. Ele desceria vagarosamente até o solo e "pousaria" sem se machucar. Além disso, um pulo mais forte poderia ser o suficiente para fazê-lo subir novamente até a nave. FORMATO Outro aspecto curioso do Churyumov-Gerasimenko é que, à primeira vista, ele parece composto por dois corpos diferentes, grudados. São dois lóbulos, um maior (4,1 km de largura) e outro menor (2,5 km), colados por um "pescoço". A dúvida dos cientistas é: são dois objetos que se encostaram e se tornaram um, ou é um só, e o formato bizarro se dá pelo desgaste maior na região do pescoço, pela evaporação de gelo? Até agora, ainda não foi possível determinar isso. "Ambas hipóteses permanecem válidas. Só observações podem excluir uma delas", diz Holger Sierks, líder da equipe que controla as câmeras Osiris, principal sistema de imageamento da Rosetta. Os cientistas buscam encontrar diferenças de composição ou densidade entre os dois lóbulos, evidência de que são dois pedaços distintos. "Até agora, eles se mostraram muito parecidos", diz Sierks. RUMO AO SOL Ao "escoltar" o cometa até as redondezas do Sol, a missão Rosetta poderá observar todas as transformações que ocorrem na superfície conforme a viagem acontece. O encontro entre os dois aconteceu a 3,7 unidades astronômicas de distância do Sol –uma unidade astronômica representa a distância da nossa estrela-mãe à Terra. É uma região bem fria do sistema, além da chamada "linha de neve", que marca a fronteira a partir da qual a água se comporta como rocha sólida no espaço. Conforme ele avança em sua órbita elíptica, essa distância vem diminuindo. Em maio, ele atingirá o periélio –o ponto de máxima aproximação com o Sol. Na ocasião, ele estará a 1,2 unidades astronômicas do astro-rei, quase a mesma distância que a Terra. Ao cruzar a linha de neve, mais e mais gelo começa a evaporar, o que produz a cauda pronunciada dos cometas. Essa evaporação vai permitir acesso a materiais mais profundos do cometa, que remontam aos primórdios da sua formação. "Isso será incrível. Esperamos enormes mudanças", disse à Folha Holger Sierks, líder da equipe que controla as câmeras Osiris, principal sistema de imageamento da Rosetta.
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Cometa visitado por sonda é tão pouco denso que flutuaria no marA aventura começa a virar ciência, na primeira bateria de artigos científicos baseada nos dados da missão espacial europeia Rosetta, a primeira na história a pousar em um cometa, em novembro. Oito trabalhos publicados ontem na revista científica "Science" apresentam a mais completa análise já feita de um objeto desse tipo. O "raio-X" foi obtido entre agosto e setembro do ano passado, quando a sonda chegou ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e se estabeleceu em órbita dele. Os trabalhos ainda não contemplam a etapa mais emocionante da missão, quando o módulo Philae pousou com sucesso –e um bocado de sorte– na superfície do astro. Ainda assim, são de longe a mais rica coleção de informações já obtida de um cometa. Os resultados da Rosetta confirmam a imagem geral que os cientistas já tinham desses objetos –basicamente bolas de gelo misturadas com rochas e compostos orgânicos, formadas na mesma época em que surgiram os planetas, 4,6 bilhões de anos atrás. Contudo, uma das coisas que surpreenderam foi a completa ausência de grandes áreas de gelo exposto. A superfície inteira parece recoberta por grãos de poeira feitos de compostos orgânicos. Os cientistas descobriram ainda que o cometa é menos denso do que uma rolha. Assim, se o astro, um bloco de 4 km de largura, fosse jogado no mar, flutuaria. Um dos instrumentos da Rosetta descobriu que essa baixa densidade se deve ao interior poroso –são pequenas cavidades, como em uma esponja, em vez de uma única grande área aberta. A baixa massa faz com que a gravidade do cometa seja fraca. Os cientistas descobriram que ele tem um cânion de 900 metros de altura, mas o surpreendente é que seria possível para um humano pular nesse buraco e cair suavemente no fundo. O físico Rhett Allain, aliás, calculou que seria possível soltar um astronauta de uma nave que estivesse apenas sobrevoando o cometa. Ele desceria vagarosamente até o solo e "pousaria" sem se machucar. Além disso, um pulo mais forte poderia ser o suficiente para fazê-lo subir novamente até a nave. FORMATO Outro aspecto curioso do Churyumov-Gerasimenko é que, à primeira vista, ele parece composto por dois corpos diferentes, grudados. São dois lóbulos, um maior (4,1 km de largura) e outro menor (2,5 km), colados por um "pescoço". A dúvida dos cientistas é: são dois objetos que se encostaram e se tornaram um, ou é um só, e o formato bizarro se dá pelo desgaste maior na região do pescoço, pela evaporação de gelo? Até agora, ainda não foi possível determinar isso. "Ambas hipóteses permanecem válidas. Só observações podem excluir uma delas", diz Holger Sierks, líder da equipe que controla as câmeras Osiris, principal sistema de imageamento da Rosetta. Os cientistas buscam encontrar diferenças de composição ou densidade entre os dois lóbulos, evidência de que são dois pedaços distintos. "Até agora, eles se mostraram muito parecidos", diz Sierks. RUMO AO SOL Ao "escoltar" o cometa até as redondezas do Sol, a missão Rosetta poderá observar todas as transformações que ocorrem na superfície conforme a viagem acontece. O encontro entre os dois aconteceu a 3,7 unidades astronômicas de distância do Sol –uma unidade astronômica representa a distância da nossa estrela-mãe à Terra. É uma região bem fria do sistema, além da chamada "linha de neve", que marca a fronteira a partir da qual a água se comporta como rocha sólida no espaço. Conforme ele avança em sua órbita elíptica, essa distância vem diminuindo. Em maio, ele atingirá o periélio –o ponto de máxima aproximação com o Sol. Na ocasião, ele estará a 1,2 unidades astronômicas do astro-rei, quase a mesma distância que a Terra. Ao cruzar a linha de neve, mais e mais gelo começa a evaporar, o que produz a cauda pronunciada dos cometas. Essa evaporação vai permitir acesso a materiais mais profundos do cometa, que remontam aos primórdios da sua formação. "Isso será incrível. Esperamos enormes mudanças", disse à Folha Holger Sierks, líder da equipe que controla as câmeras Osiris, principal sistema de imageamento da Rosetta.
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Dólar bate R$ 2,91, mas perde força; Bolsa sobe ajudada por Petrobras
O dólar segue sua trajetória de alta no mercado cambial e, após operar no patamar de R$ 2,91, perdeu força nesta terça-feira (03), com investidores analisando o cenário econômico negativo no Brasil e as incertezas em torno da aprovação do pacote de ajustes fiscais necessário para resgatar a credibilidade do país. Já a Bolsa avança, impulsionada pela alta das ações da Petrobras, que chegou a subir mais de 3% e, por volta de 13h15, tinha valorização de mais de 1% nesta sessão após a empresa anunciar que pretende vender US$ 13,7 bilhões em ativos neste ano e no próximo (leia mais abaixo). Às 13h16, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,27%, a R$ 2,90, maior patamar desde 15 de setembro de 2004. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha avanço de 0,17%, a R$ 2,90, maior valor desde 15 de setembro de 2004. Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o dólar é pressionado pelas dúvidas sobre a aprovação dos ajustes fiscais pretendidos pelo governo. "A 'rebeldia' noticiada do presidente do Senado deve trazer mais complicações para o governo no âmbito da aprovação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica", afirma, em relatório. "Não custa lembrar que na Câmara dos Deputados o atual presidente conta com um histórico complicado na relação com o governo. A tudo isso adicionam-se os efeitos nada desprezíveis da 'lista Janot', que será entregue ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Há muita especulação em torno dos nomes dos possíveis políticos que constarão da lista", complementa. Segundo ele, dependendo dos nomes envolvidos o Congresso ficará paralisado. "Esse caldeirão politico, somando-se à perspectiva de alta nas taxas de juros nos EUA, vêm alimentando a subida da cotação do dólar. Há apostas no mercado de que a cotação da divisa norte americana bata em breve os R$ 3,00. É a precificação pelo risco", avalia. Outro fator de pressão é a dúvida em torno do programa de atuações diárias do Banco Central no câmbio. Alguns analistas acreditam que a autoridade monetária pode encerrar essas intervenções no fim do mês. Mas nesta terça-feira o BC deu continuidade às suas atuações e vendeu 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais que vencem em 1º de abril, equivalente a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais. Contando com o leilão de swaps para rolagem desta sessão, em que a autoridade monetária vendeu a oferta integral, cerca de 7% do lote de abril já foram rolados. BOLSA As ações da Petrobras sobem nesta sessão, enquanto a Bolsa apresenta instabilidade. Às 13h17, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha leve alta de 0,35%, a 51.198 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 42 subiam, 25 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. As ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 1,70%, a R$ 9,56, às 13h18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 1,29%, a R$ 9,40. no mesmo horário. A petrolífera anunciou que espera obter US$ 13,7 bilhões (R$ 39 bilhões) com a venda de ativos no Brasil e no exterior. A cifra representa um aumento de 25% em relação ao teto da meta originalmente traçada -de US$ 11 bilhões (R$ 32 bilhões), valor estabelecido em fevereiro do ano passado no Plano de Negócios e Gestão para os anos de 2014 a 2018. O piso, na época, foi fixado em US$ 5 bilhões (R$ 14,5 bilhões). Segundo a Petrobras, 30% dos recursos devem vir da venda de projetos de exploração e produção, como a venda de parcial ou integral de campos de petróleo e gás. A expectativa é que outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de distribuição de postos de combustíveis. A maior fatia, prevê a estatal, deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes.
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Dólar bate R$ 2,91, mas perde força; Bolsa sobe ajudada por PetrobrasO dólar segue sua trajetória de alta no mercado cambial e, após operar no patamar de R$ 2,91, perdeu força nesta terça-feira (03), com investidores analisando o cenário econômico negativo no Brasil e as incertezas em torno da aprovação do pacote de ajustes fiscais necessário para resgatar a credibilidade do país. Já a Bolsa avança, impulsionada pela alta das ações da Petrobras, que chegou a subir mais de 3% e, por volta de 13h15, tinha valorização de mais de 1% nesta sessão após a empresa anunciar que pretende vender US$ 13,7 bilhões em ativos neste ano e no próximo (leia mais abaixo). Às 13h16, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,27%, a R$ 2,90, maior patamar desde 15 de setembro de 2004. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha avanço de 0,17%, a R$ 2,90, maior valor desde 15 de setembro de 2004. Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o dólar é pressionado pelas dúvidas sobre a aprovação dos ajustes fiscais pretendidos pelo governo. "A 'rebeldia' noticiada do presidente do Senado deve trazer mais complicações para o governo no âmbito da aprovação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica", afirma, em relatório. "Não custa lembrar que na Câmara dos Deputados o atual presidente conta com um histórico complicado na relação com o governo. A tudo isso adicionam-se os efeitos nada desprezíveis da 'lista Janot', que será entregue ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Há muita especulação em torno dos nomes dos possíveis políticos que constarão da lista", complementa. Segundo ele, dependendo dos nomes envolvidos o Congresso ficará paralisado. "Esse caldeirão politico, somando-se à perspectiva de alta nas taxas de juros nos EUA, vêm alimentando a subida da cotação do dólar. Há apostas no mercado de que a cotação da divisa norte americana bata em breve os R$ 3,00. É a precificação pelo risco", avalia. Outro fator de pressão é a dúvida em torno do programa de atuações diárias do Banco Central no câmbio. Alguns analistas acreditam que a autoridade monetária pode encerrar essas intervenções no fim do mês. Mas nesta terça-feira o BC deu continuidade às suas atuações e vendeu 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais que vencem em 1º de abril, equivalente a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais. Contando com o leilão de swaps para rolagem desta sessão, em que a autoridade monetária vendeu a oferta integral, cerca de 7% do lote de abril já foram rolados. BOLSA As ações da Petrobras sobem nesta sessão, enquanto a Bolsa apresenta instabilidade. Às 13h17, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha leve alta de 0,35%, a 51.198 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 42 subiam, 25 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. As ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 1,70%, a R$ 9,56, às 13h18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 1,29%, a R$ 9,40. no mesmo horário. A petrolífera anunciou que espera obter US$ 13,7 bilhões (R$ 39 bilhões) com a venda de ativos no Brasil e no exterior. A cifra representa um aumento de 25% em relação ao teto da meta originalmente traçada -de US$ 11 bilhões (R$ 32 bilhões), valor estabelecido em fevereiro do ano passado no Plano de Negócios e Gestão para os anos de 2014 a 2018. O piso, na época, foi fixado em US$ 5 bilhões (R$ 14,5 bilhões). Segundo a Petrobras, 30% dos recursos devem vir da venda de projetos de exploração e produção, como a venda de parcial ou integral de campos de petróleo e gás. A expectativa é que outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de distribuição de postos de combustíveis. A maior fatia, prevê a estatal, deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes.
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Deficit de atenção pode estar ligado a tamanho do cérebro, diz estudo
As pessoas com Transtorno por Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm o cérebro levemente menor, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (16), que reitera que se trata de uma alteração física, e não apenas de uma má conduta. Este estudo, o maior até agora dedicado ao cérebro das pessoas com esta síndrome, encontrou "diferenças estruturais" e evidências de atraso no desenvolvimento, segundo os pesquisadores. "Os resultados de nosso estudo confirmam que as pessoas com TDAH têm diferenças na estrutura cerebral, o que sugere que o TDAH é um transtorno no cérebro", afirmou a diretora do estudo, Martine Hoogman, do Centro Médico da Universidade Radboud, na Holanda. "Esperamos que isto ajude a reduzir o estigma de que o TDAH é 'apenas um rótulo' para crianças com dificuldades ou que é provocado por uma educação pobre", acrescentou em um comunicado. As conclusões do estudo, no qual participaram 1.713 pessoas com esta síndrome e 1.529 pessoas sem ela, foi publicado na revista "The Lancet Psychiatry". O TDAH é diagnosticado geralmente na infância, mas pode perdurar nos adultos. Seus sintomas mais frequentes são os problemas de concentração, a hiperatividade e a impulsividade. A causa do transtorno gera controvérsia e alguns especialistas insistem que o TDAH é apenas um pretexto para utilizar medicamentos que suavizem o comportamento de crianças com personalidades conflitivas. Neste estudo, Hoogman e sua equipe analisaram as ressonâncias magnéticas de pessoas entre 4 e 63 anos, com ou sem TDAH, e mediram o volume total de seu cérebro, assim como o tamanho de sete regiões que podem estar vinculadas ao transtorno. O volume total era menor em pessoas diagnosticadas com a síndrome, também de cinco zonas do cérebro, disseram os cientistas. "Estas diferenças são muito pequenas (...) por isso, a dimensão de nosso estudo, sem precedentes, era crucial para nos ajudar a detectar isto", acrescentou Hoogman. Outros estudos anteriores, que vinculam as mudanças no volume do cérebro com o TDAH, eram muito pequenos para ser conclusivos, afirmou.
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Deficit de atenção pode estar ligado a tamanho do cérebro, diz estudoAs pessoas com Transtorno por Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm o cérebro levemente menor, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (16), que reitera que se trata de uma alteração física, e não apenas de uma má conduta. Este estudo, o maior até agora dedicado ao cérebro das pessoas com esta síndrome, encontrou "diferenças estruturais" e evidências de atraso no desenvolvimento, segundo os pesquisadores. "Os resultados de nosso estudo confirmam que as pessoas com TDAH têm diferenças na estrutura cerebral, o que sugere que o TDAH é um transtorno no cérebro", afirmou a diretora do estudo, Martine Hoogman, do Centro Médico da Universidade Radboud, na Holanda. "Esperamos que isto ajude a reduzir o estigma de que o TDAH é 'apenas um rótulo' para crianças com dificuldades ou que é provocado por uma educação pobre", acrescentou em um comunicado. As conclusões do estudo, no qual participaram 1.713 pessoas com esta síndrome e 1.529 pessoas sem ela, foi publicado na revista "The Lancet Psychiatry". O TDAH é diagnosticado geralmente na infância, mas pode perdurar nos adultos. Seus sintomas mais frequentes são os problemas de concentração, a hiperatividade e a impulsividade. A causa do transtorno gera controvérsia e alguns especialistas insistem que o TDAH é apenas um pretexto para utilizar medicamentos que suavizem o comportamento de crianças com personalidades conflitivas. Neste estudo, Hoogman e sua equipe analisaram as ressonâncias magnéticas de pessoas entre 4 e 63 anos, com ou sem TDAH, e mediram o volume total de seu cérebro, assim como o tamanho de sete regiões que podem estar vinculadas ao transtorno. O volume total era menor em pessoas diagnosticadas com a síndrome, também de cinco zonas do cérebro, disseram os cientistas. "Estas diferenças são muito pequenas (...) por isso, a dimensão de nosso estudo, sem precedentes, era crucial para nos ajudar a detectar isto", acrescentou Hoogman. Outros estudos anteriores, que vinculam as mudanças no volume do cérebro com o TDAH, eram muito pequenos para ser conclusivos, afirmou.
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Leitor critica autoritarismo do presidente da Câmara
Para melhorar a imagem da Câmara, deputado Eduardo Cunha, é preciso melhorar a substância. Em artigo na Folha ("Opinião", 15/2), Cunha defendeu "uma Casa independente e sem submissão a outros Poderes, mas impedindo, contudo, que ela se transforme em palanque eleitoral para o exercício da oposição". Então quer dizer que o Parlamento, o Congresso Nacional, não é o local para a oposição fazer oposição? Fica claro e inequívoco o autoritarismo do presidente da Câmara. Na prática, ele está apenas elevando seu preço. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica autoritarismo do presidente da CâmaraPara melhorar a imagem da Câmara, deputado Eduardo Cunha, é preciso melhorar a substância. Em artigo na Folha ("Opinião", 15/2), Cunha defendeu "uma Casa independente e sem submissão a outros Poderes, mas impedindo, contudo, que ela se transforme em palanque eleitoral para o exercício da oposição". Então quer dizer que o Parlamento, o Congresso Nacional, não é o local para a oposição fazer oposição? Fica claro e inequívoco o autoritarismo do presidente da Câmara. Na prática, ele está apenas elevando seu preço. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Condomínio projetado por imigrantes explica sucesso da av. Paulista
Quase duas dezenas de torres residenciais, a maioria erguida nos anos 1950, explicam parte do sucesso de público da avenida Paulista. Enquanto outras vias se tornam desertas à noite e aos finais de semana, ela reúne pelo menos 5.000 moradores de rendas diversas, de quitinetes a apartamentos-palacianos. Um dos melhores exemplares dessa safra é o condomínio Pauliceia-São Carlos do Pinhal, formado por duas torres de 23 andares, cada uma delas virada para a via que a batiza. Não existe apartamento de fundos, todos têm vista, incrementada pelos janelões que vão quase do chão ao teto. Há quatro tipos de unidades, de 70 m² a 193 m², comuns naquela São Paulo menos segregada por renda. Os jardins generosos, com bancos com encosto, vão praticamente de uma rua à outra. O prédio é assinado por dois arquitetos, o francês Jacques Pilon e o italiano Gian Carlo Gasperini. O primeiro, autor da Biblioteca Mário de Andrade e do edifício Santo André, na praça Buenos Aires, começou com a linguagem clássica, depois foi influenciado pelo déco e abriu um dos primeiros escritórios profissionais de arquitetura da cidade. No início dos anos 1950, Pilon contrata Gasperini, de apenas 26 anos, para ser o chefe de projetos. Acredita-se que o resultado final do conjunto se deva mais ao jovem que ao veterano, que então administrava mais que projetava. Depois de ser coautor do edifício-galeria Metrópole, que projetou aos 33 anos, Gasperini abriu em 1962 um escritório próprio com os sócios Plinio Croce e Roberto Aflalo, o mais antigo do país ainda em atividade. Fizeram mais de 1.200 projetos. Aos 90 anos, é difícil achar outro arquiteto que tenha erguido mais metros quadrados no Brasil que Gasperini.
colunas
Condomínio projetado por imigrantes explica sucesso da av. PaulistaQuase duas dezenas de torres residenciais, a maioria erguida nos anos 1950, explicam parte do sucesso de público da avenida Paulista. Enquanto outras vias se tornam desertas à noite e aos finais de semana, ela reúne pelo menos 5.000 moradores de rendas diversas, de quitinetes a apartamentos-palacianos. Um dos melhores exemplares dessa safra é o condomínio Pauliceia-São Carlos do Pinhal, formado por duas torres de 23 andares, cada uma delas virada para a via que a batiza. Não existe apartamento de fundos, todos têm vista, incrementada pelos janelões que vão quase do chão ao teto. Há quatro tipos de unidades, de 70 m² a 193 m², comuns naquela São Paulo menos segregada por renda. Os jardins generosos, com bancos com encosto, vão praticamente de uma rua à outra. O prédio é assinado por dois arquitetos, o francês Jacques Pilon e o italiano Gian Carlo Gasperini. O primeiro, autor da Biblioteca Mário de Andrade e do edifício Santo André, na praça Buenos Aires, começou com a linguagem clássica, depois foi influenciado pelo déco e abriu um dos primeiros escritórios profissionais de arquitetura da cidade. No início dos anos 1950, Pilon contrata Gasperini, de apenas 26 anos, para ser o chefe de projetos. Acredita-se que o resultado final do conjunto se deva mais ao jovem que ao veterano, que então administrava mais que projetava. Depois de ser coautor do edifício-galeria Metrópole, que projetou aos 33 anos, Gasperini abriu em 1962 um escritório próprio com os sócios Plinio Croce e Roberto Aflalo, o mais antigo do país ainda em atividade. Fizeram mais de 1.200 projetos. Aos 90 anos, é difícil achar outro arquiteto que tenha erguido mais metros quadrados no Brasil que Gasperini.
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De dentro do vagão: conheça cinco viagens para fazer de trem pelo mundo
Quem ama viajar sabe que o trem pode ser apenas o meio de transporte de um destino ao outro ou a própria viagem. E são vários os percursos, em todos os continentes, que permitem ao turista apreciar o destino escolhido sem sair de um vagão. 1. Moscou - Vladivostok (Ásia) O mais famoso desses trajetos é da Transiberiana, na Rússia. Da estação Yaroslavky, em Moscou, até Vladivostok, próximo da China e da Coreia do Norte, são quase 10 mil quilômetros em uma estrada de ferro. A viagem de trem mais famosa do mundo, atravessa, por sete dias, parte da Europa oriental e do continente asiático. Construído em 1916 pelos czares russos, o trajeto é ideal para quem quer conhecer diversas culturas, paisagens e regiões, em seis fusos horários diferentes. 2. Quito - costa de Durán (América Latina) Na América Latina pode-se encontrar uma viagem de trem imperdível para quem quer mergulhar no universo mágico dos incas. O trem "Crucero", no Equador, sobe 41 quilômetros na ingrime montanha Nariz del Diablo, da capital Quito até a costa de Durán. A viagem dura quatro dias e passa por 14 vulcões andinos. 3. Edimburgo - montanhas de Highland (Europa) A Escócia também entra na lista com o luxuoso trem Royal Scotsman, que parte de Edimburgo e vai até as montanhas de Highland, atravessando paisagens de tirar o fôlego. Nos vagões, os funcionários entretêm os viajantes com histórias de cavaleiros e de antigas lendas. O passeio tem algumas paradas programadas, como visitas a castelos e muralhas, ao famoso Lago Ness e às melhores destilarias de whisky. 4. Trens Shinkansen no Japão (Ásia) A linha de trens Shinkansen, no Japão, também é uma ótima opção para quem quer velocidade. Ela liga várias cidades japonesas com velocidades superiores a 300 km/h. O país também conta com um trem (em construção) que liga Osaka a Tóquio, que atinge o recorde mundial de 581 km/h, graças à tecnologia de levitação magnética. 5. Cidade do Cabo (África) Já para quem procura luxo, conforto e paisagens exóticas, o Rovo Rail, na África, é ideal. O refinado e elegante trem, chamado também de "Pride of Africa", é o mais caro do mundo. Com um serviço espetacular e uma cozinha de alta qualidade, a viagem sai da Cidade do Cabo, na África do Sul, passando pelas Cataratas Vitória e pelo deserto de Namíbia. O passeio também conta com tours guiados e safáris em todas as paradas.
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De dentro do vagão: conheça cinco viagens para fazer de trem pelo mundoQuem ama viajar sabe que o trem pode ser apenas o meio de transporte de um destino ao outro ou a própria viagem. E são vários os percursos, em todos os continentes, que permitem ao turista apreciar o destino escolhido sem sair de um vagão. 1. Moscou - Vladivostok (Ásia) O mais famoso desses trajetos é da Transiberiana, na Rússia. Da estação Yaroslavky, em Moscou, até Vladivostok, próximo da China e da Coreia do Norte, são quase 10 mil quilômetros em uma estrada de ferro. A viagem de trem mais famosa do mundo, atravessa, por sete dias, parte da Europa oriental e do continente asiático. Construído em 1916 pelos czares russos, o trajeto é ideal para quem quer conhecer diversas culturas, paisagens e regiões, em seis fusos horários diferentes. 2. Quito - costa de Durán (América Latina) Na América Latina pode-se encontrar uma viagem de trem imperdível para quem quer mergulhar no universo mágico dos incas. O trem "Crucero", no Equador, sobe 41 quilômetros na ingrime montanha Nariz del Diablo, da capital Quito até a costa de Durán. A viagem dura quatro dias e passa por 14 vulcões andinos. 3. Edimburgo - montanhas de Highland (Europa) A Escócia também entra na lista com o luxuoso trem Royal Scotsman, que parte de Edimburgo e vai até as montanhas de Highland, atravessando paisagens de tirar o fôlego. Nos vagões, os funcionários entretêm os viajantes com histórias de cavaleiros e de antigas lendas. O passeio tem algumas paradas programadas, como visitas a castelos e muralhas, ao famoso Lago Ness e às melhores destilarias de whisky. 4. Trens Shinkansen no Japão (Ásia) A linha de trens Shinkansen, no Japão, também é uma ótima opção para quem quer velocidade. Ela liga várias cidades japonesas com velocidades superiores a 300 km/h. O país também conta com um trem (em construção) que liga Osaka a Tóquio, que atinge o recorde mundial de 581 km/h, graças à tecnologia de levitação magnética. 5. Cidade do Cabo (África) Já para quem procura luxo, conforto e paisagens exóticas, o Rovo Rail, na África, é ideal. O refinado e elegante trem, chamado também de "Pride of Africa", é o mais caro do mundo. Com um serviço espetacular e uma cozinha de alta qualidade, a viagem sai da Cidade do Cabo, na África do Sul, passando pelas Cataratas Vitória e pelo deserto de Namíbia. O passeio também conta com tours guiados e safáris em todas as paradas.
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Banco Central acaba com linha de crédito subsidiado para investimento
O Banco Central anunciou nesta quinta-feira (21) o fim de uma linha de crédito com juros baixos para investimentos. Desde 2012, bancos públicos e privados podiam utilizar 20% dos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos com as mesmas características do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), principal linha usada após a crise de 2008/2009. Em dezembro, o BC decidiu que novos empréstimos nessa linha só poderiam ser deduzidos dos compulsórios (dinheiro que fica retido no BC) até 2019. Agora, anunciou o fim da linha, que soma hoje cerca de R$ 15 bilhões. Com a decisão, esse saldo deverá ser reduzido na medida em que os empréstimos forem vencendo. PSI No mês passado, o governo decidiu encerrar o PSI, que gerava elevadas despesas com subsídios para o governo federal e ficou conhecido como "Bolsa Empresário". O PSI, concedido por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), terminou com uma conta para pagar de pelo menos R$ 214 bilhões. A maior parte desse valor (R$ 184 bilhões) entrará na contabilidade da União como dívida pública. O restante (R$ 30 bilhões) terá de ser coberto pelo Tesouro até 2041 para compensar a diferença entre os juros pagos pelo BNDES à União na captação dos recursos (mais elevados) e as taxas cobradas dos tomadores dos empréstimos (abaixo da inflação).
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Banco Central acaba com linha de crédito subsidiado para investimentoO Banco Central anunciou nesta quinta-feira (21) o fim de uma linha de crédito com juros baixos para investimentos. Desde 2012, bancos públicos e privados podiam utilizar 20% dos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos com as mesmas características do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), principal linha usada após a crise de 2008/2009. Em dezembro, o BC decidiu que novos empréstimos nessa linha só poderiam ser deduzidos dos compulsórios (dinheiro que fica retido no BC) até 2019. Agora, anunciou o fim da linha, que soma hoje cerca de R$ 15 bilhões. Com a decisão, esse saldo deverá ser reduzido na medida em que os empréstimos forem vencendo. PSI No mês passado, o governo decidiu encerrar o PSI, que gerava elevadas despesas com subsídios para o governo federal e ficou conhecido como "Bolsa Empresário". O PSI, concedido por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), terminou com uma conta para pagar de pelo menos R$ 214 bilhões. A maior parte desse valor (R$ 184 bilhões) entrará na contabilidade da União como dívida pública. O restante (R$ 30 bilhões) terá de ser coberto pelo Tesouro até 2041 para compensar a diferença entre os juros pagos pelo BNDES à União na captação dos recursos (mais elevados) e as taxas cobradas dos tomadores dos empréstimos (abaixo da inflação).
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Uma em cada dez crianças com HIV é imune à Aids, indica estudo
Um estudo revelou pela primeira vez que um pequeno grupo de crianças é capaz de desenvolver uma defesa natural à Aids, doença causada pelo vírus HIV. A pesquisa, feita na África do Sul, analisou 170 crianças infectadas com o HIV que nunca haviam recebido terapia antirretroviral e, mesmo assim, nunca desenvolveram a síndrome devastadora causada pelo vírus. Os cientistas descobriram que, nelas, o sistema imunológico simplesmente ignorou a presença do vírus no corpo. O estudo foi detalhado na publicação científica "Science Translational Medicine". A Aids é uma doença que afeta o sistema de defesa do corpo humano. O vírus do HIV ataca (e mata) os glóbulos brancos (células do sangue que combatem as doenças). Conforme eles contra-atacam, tentando combater o HIV, há um sobrecarregamento do sistema imunológico. As células de defesa acabam morrendo por inflamação crônica e o sistema fica vulnerável a qualquer outra doença que acomete a pessoa infectada. O que aconteceu com as crianças imunes à Aids foi que o sistema imunológico não contra-atacou o HIV –apenas ignorou a presença do vírus. EVOLUÇÃO DO SISTEMA? Um dos autores da pesquisa, Philip Goulder, pesquisador da Universidade de Oxford, diz que "travar uma guerra contra o vírus geralmente é a coisa errada" do ponto de vista do sistema imunológico. Segundo ele, ao contrário do que pode parecer, não atacar o vírus pode salvar o sistema. Esse comportamento é similar ao que alguns macacos têm com o vírus da imunodeficiência símia (SIV). Nesses animais, as estratégias de adaptação à infecção pelo vírus já evoluíram durante centenas de milhares de anos. "A seleção natural trabalhou nesses casos, e o mecanismo é muito similar ao que tem acontecido nessas crianças que não desenvolvem a doença", disse Goulder. Uma infecção por HIV não tratada na infância mataria 60% das crianças afetadas em dois anos e meio. Mas o estudo pode ajudar a desenvolver novas terapias de imunidade para a infecção do vírus. "Uma das coisas que fica de lição é que a Aids não tem tanto a ver só com o HIV, mas principalmente com a forma como o sistema imunológico responde a ele", explicou Goulder. Para Goulder, as descobertas podem ajudar a encontrar formas de reequilibrar o sistema imunológico em todos os pacientes com HIV. "Nós podemos identificar, com isso, um novo caminho que a longo prazo pode significar novas formas de tratamento para todos os pacientes infectados com o HIV." VANTAGENS PARA AS CRIANÇAS Esse tipo de defesa contra a Aids é quase exclusivo das crianças. O sistema imunológico dos adultos tende a atacar o vírus com toda força. As crianças têm um sistema imunológico mais "tolerante" que, conforme vai "amadurecendo", vai se tornando mais agressivo. Por isso é que a catapora, por exemplo, tem efeitos muito mais severos em adultos do que em crianças: a diferença é a forma como o sistema reage a ela. Mas isso também significa que, conforme a criança cresce, seu sistema imunológico também se torna "adulto" e ela tem mais riscos de desenvolver a Aids. As pessoas que têm HIV podem ter uma expectativa de vida normal se fizerem uso de remédios antirretrovirais. Mas o sistema imunológico delas nunca volta ao normal e elas enfrentam riscos maiores de doenças cardiovasculares, câncer ou demência.
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Uma em cada dez crianças com HIV é imune à Aids, indica estudoUm estudo revelou pela primeira vez que um pequeno grupo de crianças é capaz de desenvolver uma defesa natural à Aids, doença causada pelo vírus HIV. A pesquisa, feita na África do Sul, analisou 170 crianças infectadas com o HIV que nunca haviam recebido terapia antirretroviral e, mesmo assim, nunca desenvolveram a síndrome devastadora causada pelo vírus. Os cientistas descobriram que, nelas, o sistema imunológico simplesmente ignorou a presença do vírus no corpo. O estudo foi detalhado na publicação científica "Science Translational Medicine". A Aids é uma doença que afeta o sistema de defesa do corpo humano. O vírus do HIV ataca (e mata) os glóbulos brancos (células do sangue que combatem as doenças). Conforme eles contra-atacam, tentando combater o HIV, há um sobrecarregamento do sistema imunológico. As células de defesa acabam morrendo por inflamação crônica e o sistema fica vulnerável a qualquer outra doença que acomete a pessoa infectada. O que aconteceu com as crianças imunes à Aids foi que o sistema imunológico não contra-atacou o HIV –apenas ignorou a presença do vírus. EVOLUÇÃO DO SISTEMA? Um dos autores da pesquisa, Philip Goulder, pesquisador da Universidade de Oxford, diz que "travar uma guerra contra o vírus geralmente é a coisa errada" do ponto de vista do sistema imunológico. Segundo ele, ao contrário do que pode parecer, não atacar o vírus pode salvar o sistema. Esse comportamento é similar ao que alguns macacos têm com o vírus da imunodeficiência símia (SIV). Nesses animais, as estratégias de adaptação à infecção pelo vírus já evoluíram durante centenas de milhares de anos. "A seleção natural trabalhou nesses casos, e o mecanismo é muito similar ao que tem acontecido nessas crianças que não desenvolvem a doença", disse Goulder. Uma infecção por HIV não tratada na infância mataria 60% das crianças afetadas em dois anos e meio. Mas o estudo pode ajudar a desenvolver novas terapias de imunidade para a infecção do vírus. "Uma das coisas que fica de lição é que a Aids não tem tanto a ver só com o HIV, mas principalmente com a forma como o sistema imunológico responde a ele", explicou Goulder. Para Goulder, as descobertas podem ajudar a encontrar formas de reequilibrar o sistema imunológico em todos os pacientes com HIV. "Nós podemos identificar, com isso, um novo caminho que a longo prazo pode significar novas formas de tratamento para todos os pacientes infectados com o HIV." VANTAGENS PARA AS CRIANÇAS Esse tipo de defesa contra a Aids é quase exclusivo das crianças. O sistema imunológico dos adultos tende a atacar o vírus com toda força. As crianças têm um sistema imunológico mais "tolerante" que, conforme vai "amadurecendo", vai se tornando mais agressivo. Por isso é que a catapora, por exemplo, tem efeitos muito mais severos em adultos do que em crianças: a diferença é a forma como o sistema reage a ela. Mas isso também significa que, conforme a criança cresce, seu sistema imunológico também se torna "adulto" e ela tem mais riscos de desenvolver a Aids. As pessoas que têm HIV podem ter uma expectativa de vida normal se fizerem uso de remédios antirretrovirais. Mas o sistema imunológico delas nunca volta ao normal e elas enfrentam riscos maiores de doenças cardiovasculares, câncer ou demência.
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Ex-Mercedes, Paddy Lowe é o novo diretor técnico da Williams
O engenheiro Paddy Lowe assumiu nesta quinta-feira (16) o cargo de diretor técnico da escuderia Williams, como parte de uma reforma da escudeira britânica. Na temporada passada da Fórmula 1, Lowe defendia a Mercedes e deixou a escudeira em meados de janeiro deste ano. Na equipe alemã, Lowe ajudou a conquistar os três títulos consecutivos de pilotos e construtores Lowe, que já havia trabalhado com a Williams entre 1987 e 1993, será o chefe de engenharia Grove fábrica. O engenheiro britânico substitui Pat Symonds, que deixou Williams no final da temporada passada, e também terá uma participação no conselho de administração. Na mesma época, o brasileiro Felipe Massa, 35, anunciou que ia adiar a aposentadoria e que correria pela Williams em 2017. Com a vinda de Massa, a equipe confirmou a ida do finlandês Valtteri Bottas para a Mercedes, para o lugar do atual campeão Nico Rosberg, que surpreendentemente se aposentou após o título. Foi justamente a saída de Rosberg que deu ao brasileiro a chance de voltar. "A inesperada retirada do Nico provocou uma reviravolta única de eventos. Foi oferecida uma oportunidade fantástica ao Bottas e, como resultado, uma oportunidade surgiu para mim", afirmou Massa ao site da Williams.
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Ex-Mercedes, Paddy Lowe é o novo diretor técnico da WilliamsO engenheiro Paddy Lowe assumiu nesta quinta-feira (16) o cargo de diretor técnico da escuderia Williams, como parte de uma reforma da escudeira britânica. Na temporada passada da Fórmula 1, Lowe defendia a Mercedes e deixou a escudeira em meados de janeiro deste ano. Na equipe alemã, Lowe ajudou a conquistar os três títulos consecutivos de pilotos e construtores Lowe, que já havia trabalhado com a Williams entre 1987 e 1993, será o chefe de engenharia Grove fábrica. O engenheiro britânico substitui Pat Symonds, que deixou Williams no final da temporada passada, e também terá uma participação no conselho de administração. Na mesma época, o brasileiro Felipe Massa, 35, anunciou que ia adiar a aposentadoria e que correria pela Williams em 2017. Com a vinda de Massa, a equipe confirmou a ida do finlandês Valtteri Bottas para a Mercedes, para o lugar do atual campeão Nico Rosberg, que surpreendentemente se aposentou após o título. Foi justamente a saída de Rosberg que deu ao brasileiro a chance de voltar. "A inesperada retirada do Nico provocou uma reviravolta única de eventos. Foi oferecida uma oportunidade fantástica ao Bottas e, como resultado, uma oportunidade surgiu para mim", afirmou Massa ao site da Williams.
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De caso com Jagger a humor instável, veja 5 momentos de Bowie na Folha
Em seus 69 anos de vida, David Bowie foi espacial, feminino, pierrô, sir e recluso. Todas as facetas do artista, que morreu no domingo (10) após uma batalha de 18 meses contra o câncer, passaram pelas páginas da Folha. E isso não foi tudo. Curiosidades deliciosas, algumas nunca comprovadas, também tiveram vez, como um suposto caso entre o cantor e Mick Jagger, relatado por uma ex-mulher de Bowie em 1990. Veja, abaixo, cinco momentos do camaleão do rock registrados no jornal e leia mais no Acervo Folha. * NA CAMA COM JAGGER David Bowie e Mick Jagger, dois dos maiores astros do rock de todos os tempos, juntos na mesma cama? Foi o que contou à televisão a ex-mulher de Bowie, Angela. A Folha noticiou o caso: em 1990. No programa "Joan Rivers Show", Angela, que se divorciou do cantor em 1980, brincou que o ex-marido e líder dos Rolling Stones talvez tenham criado juntos a música "Angie", de 1973 —que sempre foi interpretada como referência a um suposto caso dela com Jagger. Bowie assumiu sua bissexualidade em 1972. Leia aqui MUDANÇAS DE HUMOR NO BRASIL O artista não conseguiu dormir por causa de turbulências em seu voo ao Rio, em 19 de setembro de 1990. Azar dos produtores, que ficaram assustados com o mau-humor do astro na chegada ao país para a turnê brasileira daquele ano. Porém, em uma coletiva realizada no mesmo dia, Bowie surpreendeu ao aparecer renovado: sorridente, cantarolando "para checar o som" e com maquiagem leve para disfarçar o cansaço. Na entrevista, cujo relato foi publicado na capa da "Ilustrada", disse que seu melhor personagem era... David Bowie. Leia aqui. BOWIE POR RITA Em um espirituoso texto de 1994, Rita Lee declarou na Folha seu amor por Bowie, a quem chamava de "primo", aproveitando o lançamento de uma coletânea de hits do cantor. Ela lembra de quando conheceu o ídolo minutos antes de uma apresentação no Brasil —"(...) ele me desejou, imagine, que curtisse o show dele"— e brinca que interpretou o encontro como um pedido de casamento. Mas foi traída, meses depois, quando Bowie se casou com a modelo Iman. Leia aqui CINQUENTÃO Em 1997, o cantor entrou para o clube dos roqueiros cinquentões. A reportagem publicada na "Ilustrada" dois dias antes de seu aniversário mostra que, ao contrário de muitos da sua geração, Bowie não apelou para a repetição de fórmulas em troca de sucesso fácil. Para celebrar a data, ele lançou o disco "Earthling", que teve o single "Telling Lies" divulgado primeiro na internet —em uma das primeiras iniciativas do tipo. O texto fala ainda das parcerias do artista com o produtor Brian Eno e Trent Reznor, líder do Nine Inch Nails, e da promessa —cumprida— de nunca ficar preso ao passado. Leia aqui. BOWIE E MOBY Dois artistas de gerações diferentes e com a estranheza pop e comercial em comum, Bowie e o músico americano Moby se entrevistaram pela internet. O papo foi publicado na Folha em 2001, às vésperas do período recluso do cantor britânico. Eles discorrem sobre religião, as motivações artísticas e agradáveis aleatoriedades —"Você já beijou alguém enquanto uma de suas músicas estava tocando?", pergunta Moby a Bowie, que conta já ter ordenhado uma vaca ouvindo "Heroes". Leia aqui.
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De caso com Jagger a humor instável, veja 5 momentos de Bowie na FolhaEm seus 69 anos de vida, David Bowie foi espacial, feminino, pierrô, sir e recluso. Todas as facetas do artista, que morreu no domingo (10) após uma batalha de 18 meses contra o câncer, passaram pelas páginas da Folha. E isso não foi tudo. Curiosidades deliciosas, algumas nunca comprovadas, também tiveram vez, como um suposto caso entre o cantor e Mick Jagger, relatado por uma ex-mulher de Bowie em 1990. Veja, abaixo, cinco momentos do camaleão do rock registrados no jornal e leia mais no Acervo Folha. * NA CAMA COM JAGGER David Bowie e Mick Jagger, dois dos maiores astros do rock de todos os tempos, juntos na mesma cama? Foi o que contou à televisão a ex-mulher de Bowie, Angela. A Folha noticiou o caso: em 1990. No programa "Joan Rivers Show", Angela, que se divorciou do cantor em 1980, brincou que o ex-marido e líder dos Rolling Stones talvez tenham criado juntos a música "Angie", de 1973 —que sempre foi interpretada como referência a um suposto caso dela com Jagger. Bowie assumiu sua bissexualidade em 1972. Leia aqui MUDANÇAS DE HUMOR NO BRASIL O artista não conseguiu dormir por causa de turbulências em seu voo ao Rio, em 19 de setembro de 1990. Azar dos produtores, que ficaram assustados com o mau-humor do astro na chegada ao país para a turnê brasileira daquele ano. Porém, em uma coletiva realizada no mesmo dia, Bowie surpreendeu ao aparecer renovado: sorridente, cantarolando "para checar o som" e com maquiagem leve para disfarçar o cansaço. Na entrevista, cujo relato foi publicado na capa da "Ilustrada", disse que seu melhor personagem era... David Bowie. Leia aqui. BOWIE POR RITA Em um espirituoso texto de 1994, Rita Lee declarou na Folha seu amor por Bowie, a quem chamava de "primo", aproveitando o lançamento de uma coletânea de hits do cantor. Ela lembra de quando conheceu o ídolo minutos antes de uma apresentação no Brasil —"(...) ele me desejou, imagine, que curtisse o show dele"— e brinca que interpretou o encontro como um pedido de casamento. Mas foi traída, meses depois, quando Bowie se casou com a modelo Iman. Leia aqui CINQUENTÃO Em 1997, o cantor entrou para o clube dos roqueiros cinquentões. A reportagem publicada na "Ilustrada" dois dias antes de seu aniversário mostra que, ao contrário de muitos da sua geração, Bowie não apelou para a repetição de fórmulas em troca de sucesso fácil. Para celebrar a data, ele lançou o disco "Earthling", que teve o single "Telling Lies" divulgado primeiro na internet —em uma das primeiras iniciativas do tipo. O texto fala ainda das parcerias do artista com o produtor Brian Eno e Trent Reznor, líder do Nine Inch Nails, e da promessa —cumprida— de nunca ficar preso ao passado. Leia aqui. BOWIE E MOBY Dois artistas de gerações diferentes e com a estranheza pop e comercial em comum, Bowie e o músico americano Moby se entrevistaram pela internet. O papo foi publicado na Folha em 2001, às vésperas do período recluso do cantor britânico. Eles discorrem sobre religião, as motivações artísticas e agradáveis aleatoriedades —"Você já beijou alguém enquanto uma de suas músicas estava tocando?", pergunta Moby a Bowie, que conta já ter ordenhado uma vaca ouvindo "Heroes". Leia aqui.
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Porte de drogas para uso pessoal deve ser descriminalizado no Brasil? Sim
LEI DE DROGAS VIOLA A CONSTITUIÇÃO O Brasil é um dos únicos países da América do Sul que ainda criminaliza o consumo de drogas. Se o STF seguir o recente voto dado pelo ministro Gilmar Mendes poderemos deixar de ser um dos países mais atrasado da região em matéria de legislação de drogas e aceitar que usuário não é caso de polícia. Não seria o Congresso o espaço mais apropriado para este debate? Não. O que está em jogo é o respeito à Constituição. Tribunais constitucionais de vários países já decidiram que o Estado não pode criminalizar alguém pela decisão de ingerir uma substância. Cabe proibir ou regular, mas não utilizar o direito penal para lidar com o caso. Além disso, o direito à saúde, amplamente garantido por lei, é desrespeitado ao se tratar o uso como crime. A dificuldade de se oferecer tratamento adequado nesse contexto é enorme. Foi graças à descriminalização do consumo que Portugal conseguiu praticamente zerar o número de overdoses. Nossa Constituição também é desrespeitada pela forma como a lei é aplicada. A grande maioria dos presos com drogas portava pequenas quantidades, era réu primário e pobre. Muitos são, na verdade, usuários. Mas hoje o pensamento é de que ricos com pequenas quantidades são usuários e que pobres são traficantes, ainda mais se forem negros. Pessoas estão sendo presas por sua condição social, o que viola a Constituição. O STF não pode admitir tamanha injustiça. Para que o tribunal corrija essa injustiça, não basta que decida pela descriminalização do consumo. É necessário que sejam estabelecidos critérios de distinção entre usuário e traficante. O Supremo pode e deve exigir que sejam estabelecidos critérios objetivos para acabar com a discriminação absurda com a qual convivemos hoje. Em dezenas de países o critério objetivo mais usado é o da quantidade de drogas consumidas em um espaço de tempo, em geral de dez dias a um mês. A quantidade varia para cada tipo de droga, buscando se aproximar ao máximo da realidade do padrão médio de consumo de uma sociedade. A maioria dos países que adotaram esse critério, como Portugal, Espanha, Áustria, alguns estados dos EUA e Uruguai, o fez levando em conta dados sobre o consumo real. Adotar quantidades muito baixas pode produzir efeitos perversos. O México estabeleceu quantidades muito pequenas e o efeito foi o aumento da quantidade de usuários presos. Para garantir o cumprimento da Constituição é necessário que sejam quantidades realistas. Além disso, o critério quantidades não deve ser absoluto. Deve ser confrontado com outras questões como porte de armas ou prova de venda. Nenhum critério é perfeito, mas não se pode mais conviver com um sistema punitivo que encarcera negros e pobres, desconsiderando o princípio da presunção de inocência. Importantes psiquiatras e neurocientistas brasileiros assinaram nota técnica com três cenários de quantidades de referência de consumo pessoal no Brasil. A nota foi escrita com base em pesquisas científicas, prática clínica e consultas a usuários, cultivadores, juristas, acadêmicos e lideranças sociais. É fundamental que o Supremo Tribunal Federal leve em conta a opinião desses especialistas para tomar uma decisão que garanta o respeito à Constituição e produza efeitos positivos para a população. A Constituição é descumprida cotidianamente na aplicação da lei de drogas no Brasil. Tratamento discriminatório, falta de acesso à saúde e violação à presunção de inocência são a regra. Cabe ao Supremo cumprir o seu papel de guardião da Constituição e garantir sua prevalência na execução da política de drogas em nosso país. ILONA SZABÓ é diretora do Instituto Igarapé e coordenadora da Comissão Global de Políticas sobre Drogas da ONU PEDRO ABRAMOVAY, 35, é diretor para a América Latina da Open Society Foundations, foi Secretário Nacional de Justiça (governo Dilma) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Porte de drogas para uso pessoal deve ser descriminalizado no Brasil? SimLEI DE DROGAS VIOLA A CONSTITUIÇÃO O Brasil é um dos únicos países da América do Sul que ainda criminaliza o consumo de drogas. Se o STF seguir o recente voto dado pelo ministro Gilmar Mendes poderemos deixar de ser um dos países mais atrasado da região em matéria de legislação de drogas e aceitar que usuário não é caso de polícia. Não seria o Congresso o espaço mais apropriado para este debate? Não. O que está em jogo é o respeito à Constituição. Tribunais constitucionais de vários países já decidiram que o Estado não pode criminalizar alguém pela decisão de ingerir uma substância. Cabe proibir ou regular, mas não utilizar o direito penal para lidar com o caso. Além disso, o direito à saúde, amplamente garantido por lei, é desrespeitado ao se tratar o uso como crime. A dificuldade de se oferecer tratamento adequado nesse contexto é enorme. Foi graças à descriminalização do consumo que Portugal conseguiu praticamente zerar o número de overdoses. Nossa Constituição também é desrespeitada pela forma como a lei é aplicada. A grande maioria dos presos com drogas portava pequenas quantidades, era réu primário e pobre. Muitos são, na verdade, usuários. Mas hoje o pensamento é de que ricos com pequenas quantidades são usuários e que pobres são traficantes, ainda mais se forem negros. Pessoas estão sendo presas por sua condição social, o que viola a Constituição. O STF não pode admitir tamanha injustiça. Para que o tribunal corrija essa injustiça, não basta que decida pela descriminalização do consumo. É necessário que sejam estabelecidos critérios de distinção entre usuário e traficante. O Supremo pode e deve exigir que sejam estabelecidos critérios objetivos para acabar com a discriminação absurda com a qual convivemos hoje. Em dezenas de países o critério objetivo mais usado é o da quantidade de drogas consumidas em um espaço de tempo, em geral de dez dias a um mês. A quantidade varia para cada tipo de droga, buscando se aproximar ao máximo da realidade do padrão médio de consumo de uma sociedade. A maioria dos países que adotaram esse critério, como Portugal, Espanha, Áustria, alguns estados dos EUA e Uruguai, o fez levando em conta dados sobre o consumo real. Adotar quantidades muito baixas pode produzir efeitos perversos. O México estabeleceu quantidades muito pequenas e o efeito foi o aumento da quantidade de usuários presos. Para garantir o cumprimento da Constituição é necessário que sejam quantidades realistas. Além disso, o critério quantidades não deve ser absoluto. Deve ser confrontado com outras questões como porte de armas ou prova de venda. Nenhum critério é perfeito, mas não se pode mais conviver com um sistema punitivo que encarcera negros e pobres, desconsiderando o princípio da presunção de inocência. Importantes psiquiatras e neurocientistas brasileiros assinaram nota técnica com três cenários de quantidades de referência de consumo pessoal no Brasil. A nota foi escrita com base em pesquisas científicas, prática clínica e consultas a usuários, cultivadores, juristas, acadêmicos e lideranças sociais. É fundamental que o Supremo Tribunal Federal leve em conta a opinião desses especialistas para tomar uma decisão que garanta o respeito à Constituição e produza efeitos positivos para a população. A Constituição é descumprida cotidianamente na aplicação da lei de drogas no Brasil. Tratamento discriminatório, falta de acesso à saúde e violação à presunção de inocência são a regra. Cabe ao Supremo cumprir o seu papel de guardião da Constituição e garantir sua prevalência na execução da política de drogas em nosso país. ILONA SZABÓ é diretora do Instituto Igarapé e coordenadora da Comissão Global de Políticas sobre Drogas da ONU PEDRO ABRAMOVAY, 35, é diretor para a América Latina da Open Society Foundations, foi Secretário Nacional de Justiça (governo Dilma) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Peça com ingressos esgotados em cemitério frustra público da Virada
O público lotou a capela do Cemitério da Consolação na noite deste sábado (20) para assistir ao espetáculo "Para Gelar a Alma", do grupo Na Companhia de Mulheres. O local não acomodou todos os que vieram para ver a obra, e o sentimento era de frustração na porta do cemitério, onde se acumulavam centenas de pessoas. A companhia anunciou nesta semana em sua página de Facebook que os ingressos estão esgotados para todos os dias da temporada, que vai até 5 de julho. A maioria dos que vieram e ficaram de fora não sabiam que era necessário fazer reserva por e-mail e reclamava que essa informação não estava no site nem no aplicativo da Virada. Abgail Tatit, uma das protagonistas da peça, disse que a companhia recebeu mais de mil e-mails solicitando reserva. "Acho que por ser num cemitério, as pessoas ficam curiosas", afirma. A atriz diz que o grupo está avaliando a possibilidade de prorrogar a temporada por mais um mês. Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques "É inacreditável uma peça com os ingressos esgotados estar na Virada, porque as pessoas vêm até aqui e ficam de fora", reclamou a publicitária Jussara Rocha, 52. A obra inicialmente não fazia parte da programação da Virada e entrou no evento "por adesão", segundo Fatima D'Agostino, do serviço funerário. O espetáculo entrou em cartaz no dia 13 de junho e é resultado de uma parceria entre a companhia teatral e o programa "Memória & Vida" do serviço funerário do município, voltado para promover os cemitérios como espaços de cultura e memória. Inspirada em contos de Edgar Allan Poe e em elementos da cultura popular brasileira, a peça mistura mistério e terror. Três benzedeiras, que foram amaldiçoadas a nunca serem felizes no amor e escaparam da morte, convidam o público a ouvir suas histórias, tomar cafezinho e aprender seus rituais e simpatias. A agente de viagens Simonetta Occhiomero, 48, disse que o que chama a sua atenção dela na peça é a associação do imaginário de Allan Poe a um cemitério: "É um casamento perfeito". A estudante Janaína Quitério, 35, que veio de Campinas (SP) e aguardava na fila desde as 17h30, comemorou quando, cinco minutos antes de começar o espetáculo, avisaram que havia uma desistência na "fila da esperança", como se referem os atores à extensa lista de espera, e ela poderia entrar.
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Peça com ingressos esgotados em cemitério frustra público da ViradaO público lotou a capela do Cemitério da Consolação na noite deste sábado (20) para assistir ao espetáculo "Para Gelar a Alma", do grupo Na Companhia de Mulheres. O local não acomodou todos os que vieram para ver a obra, e o sentimento era de frustração na porta do cemitério, onde se acumulavam centenas de pessoas. A companhia anunciou nesta semana em sua página de Facebook que os ingressos estão esgotados para todos os dias da temporada, que vai até 5 de julho. A maioria dos que vieram e ficaram de fora não sabiam que era necessário fazer reserva por e-mail e reclamava que essa informação não estava no site nem no aplicativo da Virada. Abgail Tatit, uma das protagonistas da peça, disse que a companhia recebeu mais de mil e-mails solicitando reserva. "Acho que por ser num cemitério, as pessoas ficam curiosas", afirma. A atriz diz que o grupo está avaliando a possibilidade de prorrogar a temporada por mais um mês. Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques "É inacreditável uma peça com os ingressos esgotados estar na Virada, porque as pessoas vêm até aqui e ficam de fora", reclamou a publicitária Jussara Rocha, 52. A obra inicialmente não fazia parte da programação da Virada e entrou no evento "por adesão", segundo Fatima D'Agostino, do serviço funerário. O espetáculo entrou em cartaz no dia 13 de junho e é resultado de uma parceria entre a companhia teatral e o programa "Memória & Vida" do serviço funerário do município, voltado para promover os cemitérios como espaços de cultura e memória. Inspirada em contos de Edgar Allan Poe e em elementos da cultura popular brasileira, a peça mistura mistério e terror. Três benzedeiras, que foram amaldiçoadas a nunca serem felizes no amor e escaparam da morte, convidam o público a ouvir suas histórias, tomar cafezinho e aprender seus rituais e simpatias. A agente de viagens Simonetta Occhiomero, 48, disse que o que chama a sua atenção dela na peça é a associação do imaginário de Allan Poe a um cemitério: "É um casamento perfeito". A estudante Janaína Quitério, 35, que veio de Campinas (SP) e aguardava na fila desde as 17h30, comemorou quando, cinco minutos antes de começar o espetáculo, avisaram que havia uma desistência na "fila da esperança", como se referem os atores à extensa lista de espera, e ela poderia entrar.
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De Serra Leoa a Londres, passando por São Paulo: empreender é a resposta
Enquanto muitos discutem os problemas, reclamam do que não está funcionando ou lamentam que as pessoas poderiam ser mais educadas e o governo menos corrupto, outros trabalham para mudar essas realidades. Empreender e apoiar empreendedores, por exemplo, são tarefas muito gratificantes. Nós, do Impact Hub, uma rede global de empreendedores de impacto, estamos apoiando times que vão atuar em países africanos como Serra Leoa, Burundi, Quênia e Congo. Fiquei impressionado com o time de Serra Leoa. Embora o país ainda viva o trauma de uma guerra civil e a epidemia de ebola, eles encontram força para transformar, arriscar e criar um Impact Hub para dar suporte a centenas de empreendedores que não se rendem à dura realidade e querem transformar o país africano. Um bom exemplo de negócio que está recebendo apoio em Serra Leoa é o Shine a Light, que trabalha com mulheres de comunidades locais para desenvolver produtos e placas solares criando uma alternativa de renda e uma fonte acessível e sustentável de energia. Outro negócio que floresce por lá é o River Number Two Initiative, que reinveste o lucro da operação de hotéis na construção e manutenção de escolas. Um dos desafios para montar um Impact Hub é começar a formar uma comunidade empreendedora. De novo, nossos colegas de Serra Leoa não se curvaram às dificuldades. Como não podem promover grandes encontros no momento em função da epidemia de ebola, eles organizaram um "hackathon", uma maratona virtual utilizando o WhatsApp. Foi a forma como conseguiram envolver muitas pessoas para trabalhar na busca de soluções para os problemas que o país enfrenta. Ao conviver com pessoas que estão superando desafios como esses em Serra Leoa, começamos a repensar o que podemos alcançar ao conectarmos pessoas no mundo todo comprometidas em gerar mudanças positivas no planeta. Nossas colegas em Freetown, capital de Serra Leoa, passará a atuar em rede com empreendedores espalhados nos mais de 70 Impact Hubs no mundo. Abre-se assim a possibilidade de encontrar parceiros de negócios para promover exportação de produtos locais ou fazer parcerias com organizações sociais que trabalham com soluções em saúde pública, além de entrar em contato com negócios sociais que promovem o aprendizado de programação entre os jovens ou esbarrar em uma empresa digital que esteja em expansão e tenha interesse em ter um time também no país africano. Enfim, são muitas as possibilidades a serem exploradas. Muitas querem empreender, mas para ter sucesso na empreitada precisam de conexão, ferramentas e conhecimento. Essa é nossa visão no Impact Hub ao expandir nossa plataforma para conectar todos os indivíduos e organizações com o propósito de cocriarmos um mundo radicalmente melhor. Começamos em um galpão em Londres, depois montamos o segundo Impact Hub aqui em São Paulo e hoje são mais de 70 comunidades empreendedoras espalhadas pelo mundo, sempre comandadas por líderes locais. Acreditamos que o impacto positivo no mundo não pode ocorrer de maneira isolada, precisamos de ação coletiva. E o empreendedorismo tem se mostrado uma ótima resposta para os desafios que enfrentamos no dia a dia. HENRIQUE BUSSACOS, 35, co-fundador Impact Hub São Paulo e de Florianópolis, é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas e tem mestrado em desenvolvimento socioeconômico pela Universidade de Sussex.
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De Serra Leoa a Londres, passando por São Paulo: empreender é a respostaEnquanto muitos discutem os problemas, reclamam do que não está funcionando ou lamentam que as pessoas poderiam ser mais educadas e o governo menos corrupto, outros trabalham para mudar essas realidades. Empreender e apoiar empreendedores, por exemplo, são tarefas muito gratificantes. Nós, do Impact Hub, uma rede global de empreendedores de impacto, estamos apoiando times que vão atuar em países africanos como Serra Leoa, Burundi, Quênia e Congo. Fiquei impressionado com o time de Serra Leoa. Embora o país ainda viva o trauma de uma guerra civil e a epidemia de ebola, eles encontram força para transformar, arriscar e criar um Impact Hub para dar suporte a centenas de empreendedores que não se rendem à dura realidade e querem transformar o país africano. Um bom exemplo de negócio que está recebendo apoio em Serra Leoa é o Shine a Light, que trabalha com mulheres de comunidades locais para desenvolver produtos e placas solares criando uma alternativa de renda e uma fonte acessível e sustentável de energia. Outro negócio que floresce por lá é o River Number Two Initiative, que reinveste o lucro da operação de hotéis na construção e manutenção de escolas. Um dos desafios para montar um Impact Hub é começar a formar uma comunidade empreendedora. De novo, nossos colegas de Serra Leoa não se curvaram às dificuldades. Como não podem promover grandes encontros no momento em função da epidemia de ebola, eles organizaram um "hackathon", uma maratona virtual utilizando o WhatsApp. Foi a forma como conseguiram envolver muitas pessoas para trabalhar na busca de soluções para os problemas que o país enfrenta. Ao conviver com pessoas que estão superando desafios como esses em Serra Leoa, começamos a repensar o que podemos alcançar ao conectarmos pessoas no mundo todo comprometidas em gerar mudanças positivas no planeta. Nossas colegas em Freetown, capital de Serra Leoa, passará a atuar em rede com empreendedores espalhados nos mais de 70 Impact Hubs no mundo. Abre-se assim a possibilidade de encontrar parceiros de negócios para promover exportação de produtos locais ou fazer parcerias com organizações sociais que trabalham com soluções em saúde pública, além de entrar em contato com negócios sociais que promovem o aprendizado de programação entre os jovens ou esbarrar em uma empresa digital que esteja em expansão e tenha interesse em ter um time também no país africano. Enfim, são muitas as possibilidades a serem exploradas. Muitas querem empreender, mas para ter sucesso na empreitada precisam de conexão, ferramentas e conhecimento. Essa é nossa visão no Impact Hub ao expandir nossa plataforma para conectar todos os indivíduos e organizações com o propósito de cocriarmos um mundo radicalmente melhor. Começamos em um galpão em Londres, depois montamos o segundo Impact Hub aqui em São Paulo e hoje são mais de 70 comunidades empreendedoras espalhadas pelo mundo, sempre comandadas por líderes locais. Acreditamos que o impacto positivo no mundo não pode ocorrer de maneira isolada, precisamos de ação coletiva. E o empreendedorismo tem se mostrado uma ótima resposta para os desafios que enfrentamos no dia a dia. HENRIQUE BUSSACOS, 35, co-fundador Impact Hub São Paulo e de Florianópolis, é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas e tem mestrado em desenvolvimento socioeconômico pela Universidade de Sussex.
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Bitcoin perde 86% de seu valor de pico e levanta dúvidas sobre sua viabilidade
Durante as duas primeiras semanas do ano, a moeda virtual bitcoin desvalorizou-se 43%, chegando ao valor de US$ 177 (cerca de R$ 470) nesta quarta (14). Em relação ao seu preço de pico, de US$ 1.242 (R$ 3.300), o bitcoin perdeu cerca de 86% do valor. A desvalorização teve início no começo do ano passado e segue de maneira acentuada desde então. Nesta quinta-feira, a moeda se recuperou ligeiramente, e era comercializada por US$ 200 (R$ 530) no final do dia. Na semana passada, uma das principais empresas britânicas que comercializa bitcoins, a Bitstamp, disse ter perdido 19 mil moedas (cerca de R$ 11 milhões) depois de uma invasão de cibercriminosos. Analistas apontam o colapso, em fevereiro do ano passado, da Bolsa japonesa Mt.Gox, uma das operadoras mais importantes da moeda virtual, como um dos principais motivos para esse quadro. A companhia entrou com pedido de falência após perder 850 mil bitcoins (US$ 400 milhões na cotação da época) em um alegado ataque hacker. O problema –ainda não esclarecido totalmente– fomentou a discussão sobre a regulação do mercado de bitcoins em vários países, aumentando a interferência do governo sobre o dinheiro digital em países como Japão e EUA. CÍRCULO VICIOSO Uma das características que costumam atrair usuários para o mundo do dinheiro digital é, justamente, a independência em relação às regulamentações legais das transações por dinheiro físico. Em sites da imprensa especializada, analistas dizem que o mercado de bitcoins encontra-se atualmente em um ciclo vicioso: com a frequente desvalorização da moeda, usuários se veem obrigados a vender suas bitcoins para recuperar os custos em dólares, o que causa um excesso de oferta e, consequentemente, o barateamento do dinheiro virtual. A desvalorização começa a atingir também a própria base de operação da moeda. Companhias mineradoras –as empresas com computadores que regem as operações dos usuários de bitcoins por meio de complexos algoritmos– encontram dificuldades para se manter funcionando. Uma dessas mineradoras, a CEX.io, fechou as portas temporariamente nesta segunda-feira (12). O alto investimento feito em equipamentos para rodar o sistema não tem se mostrado lucrativo. Para piorar o cenário, o conhecido uso de bitcoins como moeda para atividades criminais, como venda de drogas, na chamada "internet secreta", ajuda a derrubar a reputação do dinheiro digital. PREVISÕES Um dos responsáveis por supervisionar o funcionamento do bitcoin, Gavin Andresen, cientista-chefe da Fundação Bitcoin, desaconselha que leigos comprem a moeda. "É, na verdade, perigoso", disse ao "Financial Times". "Não use, a menos que você é letrado o suficiente em técnica para garantir que seu computador vai estar seguro." Por outro lado, Andresen acredita que, assim como aconteceu como a web, o bitcoin deixará de ser tão misterioso e volátil e amadurecerá como um negócio sustentável. Ele diz que mais de US$ 300 milhões foram investidos em start-ups relacionadas à moeda virtual só no ano passado. Isso também implica em melhorias infraestruturais: atualmente, diz ele, a rede de computadores em que é rodado o sistema bitcoin comporta sete transações por segundo –em comparação, a bandeira Visa de cartões de crédito é capaz de fazer 50 mil por segundo. Para Izabella Kaminska, jornalista do mesmo jornal econômico, a chance de o bitcoin vir a se tornar de massas –depois dos incidentes negativos citados– é "zero". "Não é uma questão de 'se', mas de 'quando' o público perderá completamente o interesse nesse experimento." O colunista do "Guardian" Matthew Sparkes, por outro lado, afirma que, "como moeda, o bitcoin pode estar morrendo, mas como tecnologia está florescendo." Para ele, a rede de computadores em que se baseia a moeda vai além da aplicação monetária e tem potencial para outros produtos, menos arriscados. "Imagine uma rede social livre de acionistas, propagandas ou invasão de privacidade, ou um sistema de votação impossível de ser manipulado", disse, em relação à criptografia da rede. "Ou mesmo uma internet completamente nova e fora do alcance dos governos que querem censurar, filtrar ou apagar informações."
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Bitcoin perde 86% de seu valor de pico e levanta dúvidas sobre sua viabilidadeDurante as duas primeiras semanas do ano, a moeda virtual bitcoin desvalorizou-se 43%, chegando ao valor de US$ 177 (cerca de R$ 470) nesta quarta (14). Em relação ao seu preço de pico, de US$ 1.242 (R$ 3.300), o bitcoin perdeu cerca de 86% do valor. A desvalorização teve início no começo do ano passado e segue de maneira acentuada desde então. Nesta quinta-feira, a moeda se recuperou ligeiramente, e era comercializada por US$ 200 (R$ 530) no final do dia. Na semana passada, uma das principais empresas britânicas que comercializa bitcoins, a Bitstamp, disse ter perdido 19 mil moedas (cerca de R$ 11 milhões) depois de uma invasão de cibercriminosos. Analistas apontam o colapso, em fevereiro do ano passado, da Bolsa japonesa Mt.Gox, uma das operadoras mais importantes da moeda virtual, como um dos principais motivos para esse quadro. A companhia entrou com pedido de falência após perder 850 mil bitcoins (US$ 400 milhões na cotação da época) em um alegado ataque hacker. O problema –ainda não esclarecido totalmente– fomentou a discussão sobre a regulação do mercado de bitcoins em vários países, aumentando a interferência do governo sobre o dinheiro digital em países como Japão e EUA. CÍRCULO VICIOSO Uma das características que costumam atrair usuários para o mundo do dinheiro digital é, justamente, a independência em relação às regulamentações legais das transações por dinheiro físico. Em sites da imprensa especializada, analistas dizem que o mercado de bitcoins encontra-se atualmente em um ciclo vicioso: com a frequente desvalorização da moeda, usuários se veem obrigados a vender suas bitcoins para recuperar os custos em dólares, o que causa um excesso de oferta e, consequentemente, o barateamento do dinheiro virtual. A desvalorização começa a atingir também a própria base de operação da moeda. Companhias mineradoras –as empresas com computadores que regem as operações dos usuários de bitcoins por meio de complexos algoritmos– encontram dificuldades para se manter funcionando. Uma dessas mineradoras, a CEX.io, fechou as portas temporariamente nesta segunda-feira (12). O alto investimento feito em equipamentos para rodar o sistema não tem se mostrado lucrativo. Para piorar o cenário, o conhecido uso de bitcoins como moeda para atividades criminais, como venda de drogas, na chamada "internet secreta", ajuda a derrubar a reputação do dinheiro digital. PREVISÕES Um dos responsáveis por supervisionar o funcionamento do bitcoin, Gavin Andresen, cientista-chefe da Fundação Bitcoin, desaconselha que leigos comprem a moeda. "É, na verdade, perigoso", disse ao "Financial Times". "Não use, a menos que você é letrado o suficiente em técnica para garantir que seu computador vai estar seguro." Por outro lado, Andresen acredita que, assim como aconteceu como a web, o bitcoin deixará de ser tão misterioso e volátil e amadurecerá como um negócio sustentável. Ele diz que mais de US$ 300 milhões foram investidos em start-ups relacionadas à moeda virtual só no ano passado. Isso também implica em melhorias infraestruturais: atualmente, diz ele, a rede de computadores em que é rodado o sistema bitcoin comporta sete transações por segundo –em comparação, a bandeira Visa de cartões de crédito é capaz de fazer 50 mil por segundo. Para Izabella Kaminska, jornalista do mesmo jornal econômico, a chance de o bitcoin vir a se tornar de massas –depois dos incidentes negativos citados– é "zero". "Não é uma questão de 'se', mas de 'quando' o público perderá completamente o interesse nesse experimento." O colunista do "Guardian" Matthew Sparkes, por outro lado, afirma que, "como moeda, o bitcoin pode estar morrendo, mas como tecnologia está florescendo." Para ele, a rede de computadores em que se baseia a moeda vai além da aplicação monetária e tem potencial para outros produtos, menos arriscados. "Imagine uma rede social livre de acionistas, propagandas ou invasão de privacidade, ou um sistema de votação impossível de ser manipulado", disse, em relação à criptografia da rede. "Ou mesmo uma internet completamente nova e fora do alcance dos governos que querem censurar, filtrar ou apagar informações."
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'Enquanto as Crianças Dormem' apresenta sonho americano em antimusical tragicômico
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO O novo espetáculo do diretor Dan Rosseto, 37, "Enquanto as Crianças Dormem", está longe de ser um musical tradicional. Na contramão do padrão Broadway, o elenco não tem longa experiência em musicais, as canções são interpretadas sem microfone e não há grandes números de dança. "A peça pode ser classificada como um antimusical tragicômico", define o diretor. A estreia será em 31 de maio no teatro Aliança Francesa, na região central de São Paulo. A história gira em torno de uma atendente de uma rede de fast-food que entra em um esquema de tráfico de drogas. Tudo para tentar virar uma atriz de musicais na América. "A ideia é discutir o que as pessoas são capazes de fazer para realizar um sonho", diz ele. O espetáculo terá canções originais, compostas por Fred Silveira, e outras mais pop. Teatro Aliança Francesa. R. General Jardim, 182, Vila Buarque, tel.: 3017-5699. Qua. e qui: 20h30. Até 27/7. R$ 50. * + PRODUÇÕES Sem 'sofrência' Canções do grupo Roupa Nova vão embalar uma comédia romântica. "Só Você" deverá estrear no segundo semestre na capital. "Eles têm um repertório extenso, conhecido por várias gerações, que se encaixou muito bem na narrativa", diz Bel Gomes, sócia da produtora Beleleo Produções. "Gosto do fato de que as canções de amor do grupo têm uma pegada alegre, não são sofridas." A montagem terá direção de Leopoldo Pacheco e direção musical de Daniel Rocha. Amor proibido Após uma breve temporada no ano passado, "Ruindade, o Musical" voltará aos palcos, em 5 de maio, com nove atores novos e cenografia em estilo mais gótico. Com clássicos da MPB, a peça traz a história de uma cidade onde é proibido amar. Teatro Viradalata. R. Apinajés, 1.387, Sumaré, tel.: 3868-2535. Sex.: 21h. Até 30/6. R$ 40.
saopaulo
'Enquanto as Crianças Dormem' apresenta sonho americano em antimusical tragicômicoJÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO O novo espetáculo do diretor Dan Rosseto, 37, "Enquanto as Crianças Dormem", está longe de ser um musical tradicional. Na contramão do padrão Broadway, o elenco não tem longa experiência em musicais, as canções são interpretadas sem microfone e não há grandes números de dança. "A peça pode ser classificada como um antimusical tragicômico", define o diretor. A estreia será em 31 de maio no teatro Aliança Francesa, na região central de São Paulo. A história gira em torno de uma atendente de uma rede de fast-food que entra em um esquema de tráfico de drogas. Tudo para tentar virar uma atriz de musicais na América. "A ideia é discutir o que as pessoas são capazes de fazer para realizar um sonho", diz ele. O espetáculo terá canções originais, compostas por Fred Silveira, e outras mais pop. Teatro Aliança Francesa. R. General Jardim, 182, Vila Buarque, tel.: 3017-5699. Qua. e qui: 20h30. Até 27/7. R$ 50. * + PRODUÇÕES Sem 'sofrência' Canções do grupo Roupa Nova vão embalar uma comédia romântica. "Só Você" deverá estrear no segundo semestre na capital. "Eles têm um repertório extenso, conhecido por várias gerações, que se encaixou muito bem na narrativa", diz Bel Gomes, sócia da produtora Beleleo Produções. "Gosto do fato de que as canções de amor do grupo têm uma pegada alegre, não são sofridas." A montagem terá direção de Leopoldo Pacheco e direção musical de Daniel Rocha. Amor proibido Após uma breve temporada no ano passado, "Ruindade, o Musical" voltará aos palcos, em 5 de maio, com nove atores novos e cenografia em estilo mais gótico. Com clássicos da MPB, a peça traz a história de uma cidade onde é proibido amar. Teatro Viradalata. R. Apinajés, 1.387, Sumaré, tel.: 3868-2535. Sex.: 21h. Até 30/6. R$ 40.
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Lixo: Em vez de reduzir, país gera mais resíduos e cidades seguem usando lixões
Na contramão do bom senso e da sustentabilidade, a produção de lixo residencial urbano aumentou 29% no Brasil nos últimos dez anos. Só em 2014, foram geradas 78,6 milhões de toneladas de resíduos, um crescimento de 2,9% em relação a 2013. Por dia, cada habitante gera 1,062 quilo de resíduos, em média. Em Brasília, onde continua funcionando o maior depósito a céu aberto da América Latina, o Lixão da Estrutural, o índice é de mais de 1,5 quilo por pessoa. E cerca de 10% dos materiais sem serventia gerados na cidades brasileiras não são sequer coletados. Apesar do aumento da geração de lixo, a quantidade de resíduos que tem destinação final adequada não se alterou significativamente desde que foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, em 2010, que previa a erradicação dos lixões para agosto de 2014. Em 2010, 57,6% do lixo era destinado corretamente para aterros sanitários. Depois de quatro anos, o número subiu para 58,4%. Ainda são 3.334 os municípios brasileiros que usam lixões e aterros controlados. Essas cidades colocaram, em 2014, cerca de 29 milhões de toneladas de lixo nesses locais. A deposição fora dos aterros sanitários preparados para este fim resulta na disseminação de pragas urbanas, doenças para pessoas e animais, na contaminação dos solos, dos cursos d'água e dos rios subterrâneos, expandindo o problema de forma colossal, ainda mais em tempos de crise da água. Os dados constam do último levantamento anual realizado pela Abrelpe, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, e divulgado no último dia 28, em São Paulo. A pesquisa foi feita em 400 municípios, onde residem 91,7 milhões de pessoas, quase metade da população do país (200 milhões). Segundo a entidade, a evolução da gestão de resíduos tem sido muito lenta no país, "Mais de 78 milhões de brasileiros (38,5% da população) não têm acesso a serviços de tratamento de resíduos e mais de 20 milhões sequer contam com a coleta regular de lixo", diz Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe. Silva aponta também que os recursos aplicados em serviços de gestão de limpeza no país não acompanharam o crescimento do lixo gerado. O valor médio aplicado pelas administrações públicas foi de R$ 9,98 por habitante por mês em 2014 e era de R$ 9,95 por habitante por mês em 2010. "Considerando a inflação do período, o montante de recursos proporcionalmente caiu no período avaliado", diz. Para quem quer um fio de esperança, o estudo da Abrelpe mostra que houve um pequeno aumento no número de cidades brasileiras que têm alguma iniciativa de coleta seletiva: em 2010 eram 57,6% e hoje são 64,8%. Vamos em frente.
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Lixo: Em vez de reduzir, país gera mais resíduos e cidades seguem usando lixõesNa contramão do bom senso e da sustentabilidade, a produção de lixo residencial urbano aumentou 29% no Brasil nos últimos dez anos. Só em 2014, foram geradas 78,6 milhões de toneladas de resíduos, um crescimento de 2,9% em relação a 2013. Por dia, cada habitante gera 1,062 quilo de resíduos, em média. Em Brasília, onde continua funcionando o maior depósito a céu aberto da América Latina, o Lixão da Estrutural, o índice é de mais de 1,5 quilo por pessoa. E cerca de 10% dos materiais sem serventia gerados na cidades brasileiras não são sequer coletados. Apesar do aumento da geração de lixo, a quantidade de resíduos que tem destinação final adequada não se alterou significativamente desde que foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, em 2010, que previa a erradicação dos lixões para agosto de 2014. Em 2010, 57,6% do lixo era destinado corretamente para aterros sanitários. Depois de quatro anos, o número subiu para 58,4%. Ainda são 3.334 os municípios brasileiros que usam lixões e aterros controlados. Essas cidades colocaram, em 2014, cerca de 29 milhões de toneladas de lixo nesses locais. A deposição fora dos aterros sanitários preparados para este fim resulta na disseminação de pragas urbanas, doenças para pessoas e animais, na contaminação dos solos, dos cursos d'água e dos rios subterrâneos, expandindo o problema de forma colossal, ainda mais em tempos de crise da água. Os dados constam do último levantamento anual realizado pela Abrelpe, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, e divulgado no último dia 28, em São Paulo. A pesquisa foi feita em 400 municípios, onde residem 91,7 milhões de pessoas, quase metade da população do país (200 milhões). Segundo a entidade, a evolução da gestão de resíduos tem sido muito lenta no país, "Mais de 78 milhões de brasileiros (38,5% da população) não têm acesso a serviços de tratamento de resíduos e mais de 20 milhões sequer contam com a coleta regular de lixo", diz Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe. Silva aponta também que os recursos aplicados em serviços de gestão de limpeza no país não acompanharam o crescimento do lixo gerado. O valor médio aplicado pelas administrações públicas foi de R$ 9,98 por habitante por mês em 2014 e era de R$ 9,95 por habitante por mês em 2010. "Considerando a inflação do período, o montante de recursos proporcionalmente caiu no período avaliado", diz. Para quem quer um fio de esperança, o estudo da Abrelpe mostra que houve um pequeno aumento no número de cidades brasileiras que têm alguma iniciativa de coleta seletiva: em 2010 eram 57,6% e hoje são 64,8%. Vamos em frente.
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Sábado tem show de ex-Porta dos Fundos, quarteto de cordas gratuito e estreia de peça
DE SÃO PAULO São Paulo, 9 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que nesse fim de semana não quer saber de loucuras! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Mistura | Ex-Porta dos Fundos, a cantora interpreta músicas de seu segundo disco, "Problema Meu", lançado neste ano, com faixas com ritmos variados e letras divertidas em show no Theatro Net. Veja bate-papo com a cantora aqui. Grátis | O quarteto de cordas do Instituto Baccarelli apresenta composições de Beethoven, Ernst Mahler e Villa-Lobos no Centro Cultural São Paulo. A apresentação tem inicio às 15h30. Teatro | O espetáculo "Berenice Morre", da Cia. Os ZZZlots, estreia na SP Escola de Teatro. A peça faz uma reflexão sobre a passagem do tempo a partir de três planos sobrepostos. Dirigida por Barbara Lamounier, Gilherme Udo e Sergio Zlotnic, a montagem tem texto de Sergio Zlotnic. * PARA TER ASSUNTO Racha | A disputa pela sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Câmara causa fissuras na base de apoio de Michel Temer. A data da eleição opõe PMDB e "centrão" a PSDB, DEM e PSB. Nos EUA | Micah Xavier Johnson, 25, identificado como o atirador que matou cinco policiais em Dallas na quinta, era veterano do exército dos EUA serviu no Afeganistão. Transporte | A gestão Fernando Haddad (PT) liberou o comércio de alvarás de táxi na cidade de São Paulo, atividade considerada ilegal até então. Isso ocorre no momento em que a chegada de aplicativos de transporte como o Uber faz despencar o valor das licenças. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | O dia esquenta —pouco, mas esquenta. A máxima esperada para este sábado (9) é de 24°C. Já a mínima pode chegar a 8°C Região central | Nada de veículos na rua General Osório, entre as ruas do Triunfo e dos Andradas, do meio-dia até as 22h Zona sul | A avenida Pedro Álvares Cabral, ali na região do parque Ibirapuera, tem interdições das 7h às 15h, por conta das comemorações do aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932 Zona oeste | A região do Butantã recebe uma prova ciclística das 6h ao meio-dia. Com isso, devem ser bloqueados trechos de vias como a Lineu de Paula Machado, Presidente Juscelino Kubitschek, Henrique Chamma
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Sábado tem show de ex-Porta dos Fundos, quarteto de cordas gratuito e estreia de peçaDE SÃO PAULO São Paulo, 9 de julho de 2016. Sábado. Bom dia para você que nesse fim de semana não quer saber de loucuras! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Mistura | Ex-Porta dos Fundos, a cantora interpreta músicas de seu segundo disco, "Problema Meu", lançado neste ano, com faixas com ritmos variados e letras divertidas em show no Theatro Net. Veja bate-papo com a cantora aqui. Grátis | O quarteto de cordas do Instituto Baccarelli apresenta composições de Beethoven, Ernst Mahler e Villa-Lobos no Centro Cultural São Paulo. A apresentação tem inicio às 15h30. Teatro | O espetáculo "Berenice Morre", da Cia. Os ZZZlots, estreia na SP Escola de Teatro. A peça faz uma reflexão sobre a passagem do tempo a partir de três planos sobrepostos. Dirigida por Barbara Lamounier, Gilherme Udo e Sergio Zlotnic, a montagem tem texto de Sergio Zlotnic. * PARA TER ASSUNTO Racha | A disputa pela sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Câmara causa fissuras na base de apoio de Michel Temer. A data da eleição opõe PMDB e "centrão" a PSDB, DEM e PSB. Nos EUA | Micah Xavier Johnson, 25, identificado como o atirador que matou cinco policiais em Dallas na quinta, era veterano do exército dos EUA serviu no Afeganistão. Transporte | A gestão Fernando Haddad (PT) liberou o comércio de alvarás de táxi na cidade de São Paulo, atividade considerada ilegal até então. Isso ocorre no momento em que a chegada de aplicativos de transporte como o Uber faz despencar o valor das licenças. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | O dia esquenta —pouco, mas esquenta. A máxima esperada para este sábado (9) é de 24°C. Já a mínima pode chegar a 8°C Região central | Nada de veículos na rua General Osório, entre as ruas do Triunfo e dos Andradas, do meio-dia até as 22h Zona sul | A avenida Pedro Álvares Cabral, ali na região do parque Ibirapuera, tem interdições das 7h às 15h, por conta das comemorações do aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932 Zona oeste | A região do Butantã recebe uma prova ciclística das 6h ao meio-dia. Com isso, devem ser bloqueados trechos de vias como a Lineu de Paula Machado, Presidente Juscelino Kubitschek, Henrique Chamma
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Entretempos: Relação entre fotografia e fetiche move britânico em autorretratos com burcas
"Não há absolutamente nenhuma maneira de provar que esta história é real. Eu posso imaginar o prazer de 2041 quando eu dizer a ele que um jornalista perguntou isso. É este tipo de questionamento que lhe dá prazer no que ... Leia post completo no blog
ilustrada
Entretempos: Relação entre fotografia e fetiche move britânico em autorretratos com burcas"Não há absolutamente nenhuma maneira de provar que esta história é real. Eu posso imaginar o prazer de 2041 quando eu dizer a ele que um jornalista perguntou isso. É este tipo de questionamento que lhe dá prazer no que ... Leia post completo no blog
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Corretor do segmento de luxo deve saber mediar egos
BRUNO LEE DE SÃO PAULO Durante a negociação de um imóvel de mais de R$ 30 milhões, comprador e vendedor chegaram a um impasse por causa de um sofá branco de design italiano. Um queria que a peça ficasse; o outro, não. Venceu a primeira parte, e o acordo foi fechado. Quem conta a história é Daisy Haik, integrante de um grupo de 12 corretores da Coelho da Fonseca que atende clientes de alto padrão. Para ela, o relato ilustra uma das principais funções de profissionais que atuam nesse ramo: lidar com disputas de poder. "Quanto maior o valor, mais complicado. Um sempre se acha mais poderoso que o outro e, quando a negociação aquece, o corretor tem que mediar egos", diz. É questão de poder dizer "eu ganhei", afirma Cristiane Pei, corretora autônoma que trabalha no mesmo segmento. "Por causa de R$ 100 já deixei de fechar um contrato de locação de dezenas de milhares de reais." A comissão pela "diplomacia dos milhões" varia, em média, de 1,5% a 2% do valor do imóvel, dependendo da empresa corretora. O luxo, no entanto, por vezes, fica só no nome: as vendas não têm periodicidade fixa e as tratativas podem se arrastar por até oito meses, diz Haik. E os corretores não recebem salário. "Não tem nada de poesia nesta profissão. Corretor não ganha dinheiro fácil, é dificílimo. Trabalha-se muito e de graça, muitas vezes", diz. Além disso, o preço do imóvel costuma atrair exigências igualmente altas. Diretor-geral de vendas da imobiliária Lopes há um ano, Emir Elizeu Martins, 51, teve um cliente que queria, antes de se decidir pela compra, saber a velocidade do elevador que seria colocado no prédio. Afinal, tratava-se de uma cobertura de R$ 12 milhões no Ibirapuera, zona sul da capital. Há também a faceta "glamour" da profissão, proporcional ao poder aquisitivo dos clientes. Martins, por exemplo, já foi convidado por um mesmo cliente a passar um Réveillon na Suíça e, em maio deste ano, a ser seu padrinho de casamento. A cerimônia ocorreu em Florença (Itália). A relação entre os dois passou pela negociação de três imóveis: dois residenciais e um andar inteiro de um prédio comercial na avenida Faria Lima, avaliado em R$ 16 milhões. Todos adquiridos como investimento. QUEM INDICA Uma das matérias-primas do ramo é uma ampla rede de relacionamentos. A corretora Cristiane Pei, por exemplo, tem 7.030 telefones gravados em sua agenda no celular. Haik e Martins carregam números similares. Para chegar a esse nível, é preciso circular por eventos que atraem o perfil de cliente de alto padrão e saber quem está procurando o quê, dizem os corretores.
sobretudo
Corretor do segmento de luxo deve saber mediar egos BRUNO LEE DE SÃO PAULO Durante a negociação de um imóvel de mais de R$ 30 milhões, comprador e vendedor chegaram a um impasse por causa de um sofá branco de design italiano. Um queria que a peça ficasse; o outro, não. Venceu a primeira parte, e o acordo foi fechado. Quem conta a história é Daisy Haik, integrante de um grupo de 12 corretores da Coelho da Fonseca que atende clientes de alto padrão. Para ela, o relato ilustra uma das principais funções de profissionais que atuam nesse ramo: lidar com disputas de poder. "Quanto maior o valor, mais complicado. Um sempre se acha mais poderoso que o outro e, quando a negociação aquece, o corretor tem que mediar egos", diz. É questão de poder dizer "eu ganhei", afirma Cristiane Pei, corretora autônoma que trabalha no mesmo segmento. "Por causa de R$ 100 já deixei de fechar um contrato de locação de dezenas de milhares de reais." A comissão pela "diplomacia dos milhões" varia, em média, de 1,5% a 2% do valor do imóvel, dependendo da empresa corretora. O luxo, no entanto, por vezes, fica só no nome: as vendas não têm periodicidade fixa e as tratativas podem se arrastar por até oito meses, diz Haik. E os corretores não recebem salário. "Não tem nada de poesia nesta profissão. Corretor não ganha dinheiro fácil, é dificílimo. Trabalha-se muito e de graça, muitas vezes", diz. Além disso, o preço do imóvel costuma atrair exigências igualmente altas. Diretor-geral de vendas da imobiliária Lopes há um ano, Emir Elizeu Martins, 51, teve um cliente que queria, antes de se decidir pela compra, saber a velocidade do elevador que seria colocado no prédio. Afinal, tratava-se de uma cobertura de R$ 12 milhões no Ibirapuera, zona sul da capital. Há também a faceta "glamour" da profissão, proporcional ao poder aquisitivo dos clientes. Martins, por exemplo, já foi convidado por um mesmo cliente a passar um Réveillon na Suíça e, em maio deste ano, a ser seu padrinho de casamento. A cerimônia ocorreu em Florença (Itália). A relação entre os dois passou pela negociação de três imóveis: dois residenciais e um andar inteiro de um prédio comercial na avenida Faria Lima, avaliado em R$ 16 milhões. Todos adquiridos como investimento. QUEM INDICA Uma das matérias-primas do ramo é uma ampla rede de relacionamentos. A corretora Cristiane Pei, por exemplo, tem 7.030 telefones gravados em sua agenda no celular. Haik e Martins carregam números similares. Para chegar a esse nível, é preciso circular por eventos que atraem o perfil de cliente de alto padrão e saber quem está procurando o quê, dizem os corretores.
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Justiça aceita denúncia sobre superfaturamentos na CPTM
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia criminal na qual o Ministério Público indica que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) superfaturou em R$ 538 milhões, em valores atualizados, seis contratos de manutenção e reforma de trens, assinados entre 2012 e 2013, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), segundo a assessoria de imprensa da Promotoria. Passaram à condição de réus o ex-presidente da CPTM Mario Bandeira e três diretores que continuam na companhia: José Luiz Lavorente (diretor de operação e manutenção à época dos contratos), Milton Frasson (diretor administrativo e financeiro) e Domingos Cassetari (gerente de contratações e compras). Executivos das empresas CAF, Trail Infraestrutura, Termoisa e MGE, que fecharam os contratos com a CPTM, também deverão apresentar defesa no processo judicial. Segundo a acusação criminal apresentada pelo promotor Marcelo Mendroni, o suposto superfaturamento ocorreu em contratos que somam cerca de R$ 1,76 bilhão, em valores atualizados. O sobrepreço corresponde a 30,3% do montante global, de acordo com a denúncia. Porém, levantamento feito pela Folha indica que a acusação contém erros sobre os valores pagos para reforma e manutenção de trens. A falha coloca em dúvida a principal alegação da Promotoria: a de que os preços dos contratos, assinados em 2012, foram superfaturados. A denúncia diz que houve um superfaturamento de R$ 406,4 milhões, em valores da época, porque os contratos de R$ 907,2 milhões teriam sido reajustados para R$ 1,35 bilhão. Os valores pagos, no entanto, são muito menores do que aqueles apresentados na acusação do promotor Marcelo Mendroni no último dia 12. O total pago foi de R$ 752,4 milhões, e não R$ 1,35 bilhão, de acordo com valores que a CPTM desembolsou e é obrigada a colocar no Portal da Transparência do governo do Estado. O levantamento feito pela reportagem, contabilizando valores pagos entre 2013 e março deste ano, foi confirmado pela empresa pública. Como os contratos somam pouco mais de R$ 900 milhões e foram pagos R$ 752,4 milhões, não é possível falar em superfaturamento. Mendroni disse à Folha que usou na denúncia que apresentou à Justiça valores que aparecem em relatórios da presidência da CPTM que homologaram as licitações. OUTRO LADO A CPTM diz que não houve superfaturamento e que os reajustes seguiram índices previstos em contratos. "O Ministério Público comparou os valores contratados (base ago/2012) com os efetivamente pagos, desconsiderando o índice de reajuste fixado nos próprios contratos, concluindo equivocadamente por superfaturamento", segundo nota da companhia. A empresa nega que tenha havido fraude na licitação, já que 11 empresas disputaram os contratos e nenhuma das hipóteses previstas em e-mails se concretizou. O advogado Marco Antonio Nahum, defensor de Bandeira, Lavorente e Frasson, diz que a acusação formal contém muitos equívocos e deverá ser arquivada. "Na denúncia há confusão entre o que é valor orçado e o que é valor pago", afirma Nahum. Belisário dos Santos Jr., defensor do executivo Telmo Porto, diz que a denúncia é inepta e isso será demonstrado nas próximas fases do processo. "Houve erro de avaliação do Ministério Público quanto aos valores ligados aos contratos e quanto às mensagens internas mencionadas na acusação", segundo o advogado. A Folha não conseguiu fazer contato com as defesas dos outros acusados.
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Justiça aceita denúncia sobre superfaturamentos na CPTMA Justiça de São Paulo aceitou denúncia criminal na qual o Ministério Público indica que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) superfaturou em R$ 538 milhões, em valores atualizados, seis contratos de manutenção e reforma de trens, assinados entre 2012 e 2013, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), segundo a assessoria de imprensa da Promotoria. Passaram à condição de réus o ex-presidente da CPTM Mario Bandeira e três diretores que continuam na companhia: José Luiz Lavorente (diretor de operação e manutenção à época dos contratos), Milton Frasson (diretor administrativo e financeiro) e Domingos Cassetari (gerente de contratações e compras). Executivos das empresas CAF, Trail Infraestrutura, Termoisa e MGE, que fecharam os contratos com a CPTM, também deverão apresentar defesa no processo judicial. Segundo a acusação criminal apresentada pelo promotor Marcelo Mendroni, o suposto superfaturamento ocorreu em contratos que somam cerca de R$ 1,76 bilhão, em valores atualizados. O sobrepreço corresponde a 30,3% do montante global, de acordo com a denúncia. Porém, levantamento feito pela Folha indica que a acusação contém erros sobre os valores pagos para reforma e manutenção de trens. A falha coloca em dúvida a principal alegação da Promotoria: a de que os preços dos contratos, assinados em 2012, foram superfaturados. A denúncia diz que houve um superfaturamento de R$ 406,4 milhões, em valores da época, porque os contratos de R$ 907,2 milhões teriam sido reajustados para R$ 1,35 bilhão. Os valores pagos, no entanto, são muito menores do que aqueles apresentados na acusação do promotor Marcelo Mendroni no último dia 12. O total pago foi de R$ 752,4 milhões, e não R$ 1,35 bilhão, de acordo com valores que a CPTM desembolsou e é obrigada a colocar no Portal da Transparência do governo do Estado. O levantamento feito pela reportagem, contabilizando valores pagos entre 2013 e março deste ano, foi confirmado pela empresa pública. Como os contratos somam pouco mais de R$ 900 milhões e foram pagos R$ 752,4 milhões, não é possível falar em superfaturamento. Mendroni disse à Folha que usou na denúncia que apresentou à Justiça valores que aparecem em relatórios da presidência da CPTM que homologaram as licitações. OUTRO LADO A CPTM diz que não houve superfaturamento e que os reajustes seguiram índices previstos em contratos. "O Ministério Público comparou os valores contratados (base ago/2012) com os efetivamente pagos, desconsiderando o índice de reajuste fixado nos próprios contratos, concluindo equivocadamente por superfaturamento", segundo nota da companhia. A empresa nega que tenha havido fraude na licitação, já que 11 empresas disputaram os contratos e nenhuma das hipóteses previstas em e-mails se concretizou. O advogado Marco Antonio Nahum, defensor de Bandeira, Lavorente e Frasson, diz que a acusação formal contém muitos equívocos e deverá ser arquivada. "Na denúncia há confusão entre o que é valor orçado e o que é valor pago", afirma Nahum. Belisário dos Santos Jr., defensor do executivo Telmo Porto, diz que a denúncia é inepta e isso será demonstrado nas próximas fases do processo. "Houve erro de avaliação do Ministério Público quanto aos valores ligados aos contratos e quanto às mensagens internas mencionadas na acusação", segundo o advogado. A Folha não conseguiu fazer contato com as defesas dos outros acusados.
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Jovem encontra barra de meio quilo de ouro em lago na Alemanha
Uma turista de 16 anos fez uma descoberta incomum ao se banhar no lago Königssee, na Baviera: a cerca de dois metros de profundidade, ela topou com uma barra de 500 gramas de ouro. Investigadores tentam agora desvendar de onde a peça poderia ter vindo. Segundo o relato da polícia, a jovem do Estado da Renânia do Norte-Vestfália nadava no lago quando, de repente, avistou a barra de ouro. Ela, que estava de férias com a família na Baviera, entregou o achado à polícia, que atestou a veracidade do ouro e estimou o valor dos 500 gramas do metal precioso em 16 mil euros (cerca de R$ 63 mil). Posteriormente, agentes vasculharam a área da descoberta, mas outros objetos de valor não foram encontrados. É difícil saber há quanto tempo o lingote de ouro estava no lago. "Ele parece relativamente novo", disse o chefe da polícia local ao jornal Süddeutsche Zeitung. "Com certeza, a peça não fazia parte do tesouro de [Adolf] Hitler." Como a barra de ouro foi parar no lago e a quem pertencia segue incerto. O número de série que identificaria a barra foi raspado. Especialistas da polícia criminal da Baviera estão agora tentando tornar o número novamente visível. Caso o proprietário não apareça e a barra não esteja ligada à uma atividade criminal, a jovem de 16 anos pode ficar com a barra de ouro, assegurou um porta-voz da polícia bávara.
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Jovem encontra barra de meio quilo de ouro em lago na AlemanhaUma turista de 16 anos fez uma descoberta incomum ao se banhar no lago Königssee, na Baviera: a cerca de dois metros de profundidade, ela topou com uma barra de 500 gramas de ouro. Investigadores tentam agora desvendar de onde a peça poderia ter vindo. Segundo o relato da polícia, a jovem do Estado da Renânia do Norte-Vestfália nadava no lago quando, de repente, avistou a barra de ouro. Ela, que estava de férias com a família na Baviera, entregou o achado à polícia, que atestou a veracidade do ouro e estimou o valor dos 500 gramas do metal precioso em 16 mil euros (cerca de R$ 63 mil). Posteriormente, agentes vasculharam a área da descoberta, mas outros objetos de valor não foram encontrados. É difícil saber há quanto tempo o lingote de ouro estava no lago. "Ele parece relativamente novo", disse o chefe da polícia local ao jornal Süddeutsche Zeitung. "Com certeza, a peça não fazia parte do tesouro de [Adolf] Hitler." Como a barra de ouro foi parar no lago e a quem pertencia segue incerto. O número de série que identificaria a barra foi raspado. Especialistas da polícia criminal da Baviera estão agora tentando tornar o número novamente visível. Caso o proprietário não apareça e a barra não esteja ligada à uma atividade criminal, a jovem de 16 anos pode ficar com a barra de ouro, assegurou um porta-voz da polícia bávara.
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Prepare-se: quinta de show sertanejo, "rei do swing" e chuva no fim de tarde
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Ao invés de criticar, faça sua parte!" Regina Lemos, 52, advogada, Vila Buarque * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Prepare-se: quinta de show sertanejo, "rei do swing" e chuva no fim de tardeDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Ao invés de criticar, faça sua parte!" Regina Lemos, 52, advogada, Vila Buarque * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Brasil perdeu etiqueta pública, afirma cientista político
No dia em que a Lava Jato completa dois anos, o juiz Sergio Moro, um dos destaques da operação, comete seu primeiro grande erro. A opinião é do repórter especial da Folha Mario Cesar Carvalho. O jornalista refere-se à divulgação do grampo telefônico, onde Dilma diz que encaminharia a Lula o "termo de posse" de ministro. "Não me parece razoável que um juiz faça essa loucura nesse momento", diz Carvalho apontando que a polarização do país só aumentará nas ruas. Para Fernando Abrucio, cientista político da FGV, o país perdeu a etiqueta pública. "O Executivo, o Legislativo e o Judiciário devem pensar nas consequências de seus atos. Hoje, os atores são inconsequentes", aponta. O reflexo dessa "inconsequência" tem inflamados as ruas e preocupado o Planalto, segundo Leandro Colon, repórter da Folha em Brasília. "Além de apagar o incêndio das ruas, o governo esperava uma reação melhor do mercado, o que não ocorreu". O Ibovespa fechou em alta de 6,60% e o dólar comercial fechou o dia em queda de 2,32%,cotado a R$ 3,65.
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Brasil perdeu etiqueta pública, afirma cientista políticoNo dia em que a Lava Jato completa dois anos, o juiz Sergio Moro, um dos destaques da operação, comete seu primeiro grande erro. A opinião é do repórter especial da Folha Mario Cesar Carvalho. O jornalista refere-se à divulgação do grampo telefônico, onde Dilma diz que encaminharia a Lula o "termo de posse" de ministro. "Não me parece razoável que um juiz faça essa loucura nesse momento", diz Carvalho apontando que a polarização do país só aumentará nas ruas. Para Fernando Abrucio, cientista político da FGV, o país perdeu a etiqueta pública. "O Executivo, o Legislativo e o Judiciário devem pensar nas consequências de seus atos. Hoje, os atores são inconsequentes", aponta. O reflexo dessa "inconsequência" tem inflamados as ruas e preocupado o Planalto, segundo Leandro Colon, repórter da Folha em Brasília. "Além de apagar o incêndio das ruas, o governo esperava uma reação melhor do mercado, o que não ocorreu". O Ibovespa fechou em alta de 6,60% e o dólar comercial fechou o dia em queda de 2,32%,cotado a R$ 3,65.
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Burger Joint, Taco Bell, Ben & Jerry's e mais redes gringas para visitar em SP
DE SÃO PAULO Brasileiro adora uma novidade que vem de fora. De olho nesse mercado, pelo menos 20 marcas gringas, entre restaurantes e docerias, trataram de instalar unidades em SP. Além das receitas, algumas lojas têm ambiente tal e qual ao da matriz nos EUA. * BEN & JERRY'S A aposta da rede (com lojas espalhadas em 28 países) são os sorvetes incrementados com toppings pedaçudos. No caso do Half Baked, novidade no cardápio brasileiro, a massa de chocolate e baunilha é entremeada por nacos de biscoito e de bolo de chocolate. Fique esperto: vez ou outra, a sorveteria distribui sorvetes no Free Cone Day —a fila fica imensa, mas, bem, é de graça. R. Oscar Freire, 957, Cerqueira César, região oeste, tel. 3213-9114. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 10h às 21h. CC: V, M, AE, E. Preço (uma bola): R$ 12 * BURGER JOINT Parece mesmo a hamburgueria de Nova York, toda pichada —há canetinhas disponíveis para você também deixar seu rabisco. No caixa, o cliente escolhe os complementos do hambúrguer: queijo, alface, tomate, cebola-roxa, picles, mostarda, catchup e maionese. Quer a versão completa? Peça pelo The Works (R$ 22) e aguarde o atendente te chamar pelo nome. R. Bela Cintra, 2.116, Consolação, região oeste, tel. 2495-1019. 59 lugares. Seg. e ter.: 12h às 23h. Qua. e dom.: 12h às 24h. Qui. a sáb.: 12h à 1h. CC: V, M, AE, E, D. Valet R$ 25 * CARLO'S BAKERY Se a fila não fizer parte dos seus planos, vá cedo ou em horários alternativos. A doceria (a primeira fora dos EUA), atrai fãs do programa Cake Boss, em busca dos bolos de Buddy Valastro. Além dos cobertos por pasta americana, há outras 30 opções de doces. Os cannoli (R$ 14 o tradicional) e a lobster tail (massa folhada com creme; R$ 14) são as vedetes. R. Bela Cintra, 2.182, Consolação, região oeste, tel. 2306-0687. 150 lugares. Seg. a dom.: 10h às 21h. CC: V, M, AE, E, D * OUTBACK STEAKHOUSE A rede chegou ao país em 1997 e, até hoje, acumula filas (há mais de 20 lojas na cidade). A espera para comer a Ribs on the Barbie (costela suína ao barbecue; R$ 60,90) pode ultrapassar uma hora. Ou seja, vá sem pressa. Porções de cebola empanada e de fritas com cheddar e bacon ajudam a passar o tempo. Trav. Casalbuono, 120, V. Guilherme, região norte, tel. 2221-7373. 370 lugares. Seg. a qui. e dom.: 11h30às 23h. Sex. e sáb.: 11h30 à 1h. CC: V, M, AE, D. Estac. a partir de R$ 10 * TACO BELL Ícone da cozinha tex-mex, opera num esquema fast-food, com cardápio mais enxuto que nos EUA. Os combos de tacos, burritos ou quesadillas (a partir de R$ 21) são acompanhados de refrigerante e fritas. Para compartilhar, há porção de nachos com tudo que se tem direito: guacamole, sour cream, pico de gallo e queijo. R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi, região sul, s/ tel. 18 lugares. Seg. a dom. e feriado.: 10h às 22h. CC: V, M, E
especial
Burger Joint, Taco Bell, Ben & Jerry's e mais redes gringas para visitar em SPDE SÃO PAULO Brasileiro adora uma novidade que vem de fora. De olho nesse mercado, pelo menos 20 marcas gringas, entre restaurantes e docerias, trataram de instalar unidades em SP. Além das receitas, algumas lojas têm ambiente tal e qual ao da matriz nos EUA. * BEN & JERRY'S A aposta da rede (com lojas espalhadas em 28 países) são os sorvetes incrementados com toppings pedaçudos. No caso do Half Baked, novidade no cardápio brasileiro, a massa de chocolate e baunilha é entremeada por nacos de biscoito e de bolo de chocolate. Fique esperto: vez ou outra, a sorveteria distribui sorvetes no Free Cone Day —a fila fica imensa, mas, bem, é de graça. R. Oscar Freire, 957, Cerqueira César, região oeste, tel. 3213-9114. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 10h às 21h. CC: V, M, AE, E. Preço (uma bola): R$ 12 * BURGER JOINT Parece mesmo a hamburgueria de Nova York, toda pichada —há canetinhas disponíveis para você também deixar seu rabisco. No caixa, o cliente escolhe os complementos do hambúrguer: queijo, alface, tomate, cebola-roxa, picles, mostarda, catchup e maionese. Quer a versão completa? Peça pelo The Works (R$ 22) e aguarde o atendente te chamar pelo nome. R. Bela Cintra, 2.116, Consolação, região oeste, tel. 2495-1019. 59 lugares. Seg. e ter.: 12h às 23h. Qua. e dom.: 12h às 24h. Qui. a sáb.: 12h à 1h. CC: V, M, AE, E, D. Valet R$ 25 * CARLO'S BAKERY Se a fila não fizer parte dos seus planos, vá cedo ou em horários alternativos. A doceria (a primeira fora dos EUA), atrai fãs do programa Cake Boss, em busca dos bolos de Buddy Valastro. Além dos cobertos por pasta americana, há outras 30 opções de doces. Os cannoli (R$ 14 o tradicional) e a lobster tail (massa folhada com creme; R$ 14) são as vedetes. R. Bela Cintra, 2.182, Consolação, região oeste, tel. 2306-0687. 150 lugares. Seg. a dom.: 10h às 21h. CC: V, M, AE, E, D * OUTBACK STEAKHOUSE A rede chegou ao país em 1997 e, até hoje, acumula filas (há mais de 20 lojas na cidade). A espera para comer a Ribs on the Barbie (costela suína ao barbecue; R$ 60,90) pode ultrapassar uma hora. Ou seja, vá sem pressa. Porções de cebola empanada e de fritas com cheddar e bacon ajudam a passar o tempo. Trav. Casalbuono, 120, V. Guilherme, região norte, tel. 2221-7373. 370 lugares. Seg. a qui. e dom.: 11h30às 23h. Sex. e sáb.: 11h30 à 1h. CC: V, M, AE, D. Estac. a partir de R$ 10 * TACO BELL Ícone da cozinha tex-mex, opera num esquema fast-food, com cardápio mais enxuto que nos EUA. Os combos de tacos, burritos ou quesadillas (a partir de R$ 21) são acompanhados de refrigerante e fritas. Para compartilhar, há porção de nachos com tudo que se tem direito: guacamole, sour cream, pico de gallo e queijo. R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi, região sul, s/ tel. 18 lugares. Seg. a dom. e feriado.: 10h às 22h. CC: V, M, E
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Aos 66, Sonia Braga diz que 'Aquarius' a fez se sentir adolescente de novo
Foi em cima de telhados que a atriz Sonia Braga, 66, desenvolveu dois dos personagens mais importantes de sua carreira. Em 1975, ela subiu num de telhas coloniais vermelhas para resgatar a pipa de um moleque de Ilhéus. Com vestido florido, fez metade da população da pacata cidade baiana quase ter uma síncope. "Gabriela", novela da Rede Globo baseada em livro do escritor Jorge Amado (1912-2001), colocou sua intérprete na rota das mulheres sensuais. A fama de símbolo sexual jamais deixou de lhe acompanhar. Quarenta anos mais tarde, na cobertura de um prédio no Chelsea, em Nova York, espaço oferecido pelo amigo e roteirista Mauricio Zacharias, Sonia teve um encontro com o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho. Lá discutiram a personagem Clara, jornalista e escritora aposentada, protagonista do filme "Aquarius", que estreia no Brasil em 1º de setembro. Clara é a última moradora do prédio que dá nome ao filme e fica de frente para uma praia no Recife. Por resistir a se mudar do local que deverá ser demolido, se torna vítima de pressão orquestrada pela construtora, uma metáfora sobre o maquiavelismo instaurado na vida política e social de um Brasil recente. Exibido no Festival de Cannes em maio, "Aquarius" rendeu elogios à atuação da atriz, que a deixaram "surpresa" e "sufocada". "Sempre tive o defeito de ser famosa", explica Sonia. "O elemento surpresa havia desaparecido. Quando fiz 'Dona Flor' (1976), me mostraram um anúncio de página inteira publicado no New York Times. Achei normal. 'Aquarius' foi um presente inesperado. Havia chegado a um ponto em minha carreira em que pensava: 'Se não tiver mais nada, tá bom assim, minha história já está escrita." Sonia não concorda que o filme é sua volta ao cinema brasileiro. "Tieta" (1996), sim, o foi. "A única volta, se é que existe, é o fato de Kleber ter me injetado energia novamente, me feito rejuvenescer. Me sinto uma adolescente neste momento." Sonia nunca teve tantos diálogos num filme como em "Aquarius". Tirando o prólogo da história, está presente em todas as cenas, colocando um LP na vitrola para ouvir "O Quintal do Vizinho", de Roberto e Erasmo Carlos, ou pagando um michê para transar com ela. Foram mais de 120 páginas de texto para ler. Kleber a convenceu a fazer três semanas de ensaios, método que, antes de encontrar o diretor, fazia Sonia "passar mal". Foi um set feliz. "Sonhei com uma equipe assim por toda minha vida", diz. "Odeio a distinção equipe técnica e elenco, e o fato de que essa divisão, por vezes, resulta num entrosamento menos visceral", diz. "Clint [Eastwood] é o diretor que mais se aproximou a esse estilo de que gosto, de estar presente o tempo todo." A LOUCA DO BAIRRO Em 2015, naquela cobertura do Chelsea, Sonia repetiu a Kleber o que sentiu ao ler o roteiro. "Estranhamente me fez sentir como se tivesse recebido a oportunidade de escolher minhas próprias palavras caso tivesse uma plataforma para me expressar sobre certas indignações", diz. "Sempre lutei pela justiça, pela consciência da cidadania, por direitos trabalhistas. Sabe o que é você se sentir louco, sabendo que não está louco? Brigar com a Comlurb [companhia de limpeza pública no Rio de Janeiro] para a retirada do lixo da rua, ir ao Supremo Tribunal Federal para garantir a lei dos direitos autorais dos atores ou ir a público defender nossa Constituição... Pronto, de repente, você é a louca do bairro." A chegada de "Aquarius" em Cannes não causou frisson apenas entre críticos. No dia da exibição do filme, elenco e produção pararam na entrada do Grand Palais e fizeram um protesto contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, segurando cartazes em inglês e francês dizendo que "um golpe de Estado havia ocorrido no Brasil" e que o "mundo não deveria aceitar esse governo ilegítimo". Ao voltar para Nova York, Sonia encontrou uma enxurrada de mensagens que a atacavam em sua página no Facebook. "Disseram que o Ministério da Cultura patrocinou nossa viagem para Cannes, os vestidos, o champanhe e o caviar. Primeiro, o vestido foi feito para mim pelo meu grande amigo [o designer norte-americano] Narciso Rodriguez. Não bebo e não me lembro de ter comido caviar em Cannes. Passei 12 horas por dia divulgando um filme brasileiro numa das competições artísticas mais importantes do mundo", diz. "As pessoas precisam se informar melhor." Sentada no computador de seu apartamento no bairro de Alphabet City, em Nova York, Sonia passou dez horas diárias, durante um período de cinco dias, lendo as mensagens de ódio. "Fui uma por uma. Não entendo pessoas que não conseguem abrir um canal de diálogo." Dos milhares de seguidores que bloqueou, Sonia decidiu denunciar ao Facebook cerca de cem deles, cujas mensagens classificou como intimidação e perseguição política. "Nesse sentido foi uma vitória deles, pois tive que fechar minha página para comentários. É chato porque tem gente que gosta de mim e gostaria de escrever algo legal." Se Clara, sua personagem em "Aquarius", deu voz às opiniões da atriz sobre justiça e cidadania, Gabriela foi sua melhor tradução. "A fala 'Sapato, não, seu Nacib' sou eu", diz a atriz. A Sonia que se encontra com a reportagem de Serafina é a Sonia normal, a não "montada", aquela de cabelão solto ("Sempre me perguntam o que passo no cabelo e sempre respondo: 'a mão, para fazer a trança!'"). Assista ao trailer de Aquarius Usa salto plataforma, calça jeans baggy (novidade em seu guarda-roupa, não comprava um jeans há anos), uma blusa justa de algodão e pochete amarrada na cintura. São tantos itens de sobrevivência nessa pochete que o acessório se parece com um daqueles cinturões de eletricistas. Fuçando ali, entre molho de chaves e lanterna, é bem possível encontrar uma chave de fenda. Ou, como Kleber disse sobre a versão maximizada da pochete, uma enorme mochila cinza que a atriz havia esquecido num dos ensaios: "Aqui está, Sonia, pois nunca sabemos quando vai se ter uma guerra nuclear". ANTI-SONIA Quando lhe pergunto em que ponto surgiu a anti-Sonia Braga, a atriz é rápida: "Ela sempre esteve presente". Aos 17 anos, seguindo uma dica de José Rubens Siqueira, que a dirigiu em seu primeiro curta, "Atenção, Perigo" (1966), foi fazer um teste para o musical "Hair". O diretor Ademar Guerra não gostou da Sonia que deu as caras no teste. "Ele achou que eu tinha ido vestida de hippie para conquistar o papel. Mas, era minha roupa do dia a dia." Para a banca examinadora, Ademar disse não querer aquela menininha. Mas a coreógrafa Márika Gidali discordou: "Preciso dela, pois sabe dançar". "Nunca aprendi a sambar, mas, desde os dez anos, era boa no jazz. Assistia ao programa de dança do coreógrafo Lennie Dale na TV de noite, aprendia a coreografia e, de manhã, quando o programa era reprisado, dançava junto o número memorizado." Por causa de um revés financeiro na família, após a morte do pai, Hélio Braga, Sonia precisou interromper um curso de balé, no qual se destacava. Até hoje, ela acredita que, caso tivesse prosseguido, poderia até ter sido primeira bailarina do Municipal em vez de atriz. Ela também não fez cursos de arte dramática. Em Nova York, Sonia gosta de tirar fotografias de cenas da cidade. Fez cursos porque "queria aprender a coisa da maneira correta". Recentemente, iniciou dieta radical: comida crua. Adora assistir a documentários na TV ("Making a Murderer", que retrata as falhas do sistema judiciário americano, é um de seus preferidos). E faz caminhadas na cidade. Para voltar para casa, prefere o transporte público. "Algumas pessoas no Brasil acham que eu deveria ter um carro com motorista. Que perspectiva de vida é essa? Imagina o John Kennedy Jr. não ter podido andar de metrô?" Sonia também defende seu lado doméstico, de fazer faxina. "Tive um namorado bem famoso que, no fim de noite, ia colocar suas próprias roupas na máquina de lavar." Namorados famosos são um tema que deixa Sonia entediada, "principalmente por que me atribuem romances que nunca tive", diz. "Não tenho controle sobre o que falam, jamais vou proibir um livro que escrevam e não vou desmentir mais." Um dos não namorados? O roqueiro David Lee Roth. "Era um amigo divertido. Ia me pegar em casa com seu Cadillac conversível para irmos dançar no Palladium, a discoteca da moda em Nova York depois do fechamento da Studio 54. Ele dirigia cantando aos berros e usava um terno de estampas havaianas. Uma vez, nesse mesmo conversível, levou o Robert Downey Jr., o Anthony Michael Hall e eu para uma festa." A partir de 30 de setembro, Sonia aparecerá em quatro episódios da série da Netflix "Luke Cage", sobre super-herói da Marvel. Interpreta a dona de um restaurante no bairro do Harlem, em Nova York, mãe da atriz Rosario Dawson. Além da série, tem outros três projetos engatilhados, todos filmes. Existe conversa embrionária de que "Aquarius" poderá ter uma campanha para o Oscar. Sonia já passou por isso antes, na época de "O Beijo da Mulher-Aranha" (1985). Nos bastidores da cerimônia do Oscar, em 1986, um ano depois de "O Beijo" ter estourado nos Estados Unidos, Sonia sentiu um toque em seu ombro. "Oi, Sonia, não vai falar comigo?" A mão pertencia a um de seus grandes ídolos, que ela havia conhecido há pouco: Elizabeth Taylor. Se Taylor a reconheceu, a cena não se repete sempre em Nova York, cidade em que ninguém se impressiona com ninguém. Sonia lembra uma cena, no final dos anos 80, quando o Empire era o único restaurante de Manhattan aberto até as 4h. "Uma noite cheguei e fui colocar meu nome na lista de espera. Soletrei meu sobrenome para o host ranzinza e ele disse: 'Ah, Braga, como a Sonia Braga'. E respondi: Sim, na verdade, sou ela'. E ele: 'Tá, conta outra. Mas, enquanto isso, você poderia esperar lá no fim da fila?'"
serafina
Aos 66, Sonia Braga diz que 'Aquarius' a fez se sentir adolescente de novoFoi em cima de telhados que a atriz Sonia Braga, 66, desenvolveu dois dos personagens mais importantes de sua carreira. Em 1975, ela subiu num de telhas coloniais vermelhas para resgatar a pipa de um moleque de Ilhéus. Com vestido florido, fez metade da população da pacata cidade baiana quase ter uma síncope. "Gabriela", novela da Rede Globo baseada em livro do escritor Jorge Amado (1912-2001), colocou sua intérprete na rota das mulheres sensuais. A fama de símbolo sexual jamais deixou de lhe acompanhar. Quarenta anos mais tarde, na cobertura de um prédio no Chelsea, em Nova York, espaço oferecido pelo amigo e roteirista Mauricio Zacharias, Sonia teve um encontro com o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho. Lá discutiram a personagem Clara, jornalista e escritora aposentada, protagonista do filme "Aquarius", que estreia no Brasil em 1º de setembro. Clara é a última moradora do prédio que dá nome ao filme e fica de frente para uma praia no Recife. Por resistir a se mudar do local que deverá ser demolido, se torna vítima de pressão orquestrada pela construtora, uma metáfora sobre o maquiavelismo instaurado na vida política e social de um Brasil recente. Exibido no Festival de Cannes em maio, "Aquarius" rendeu elogios à atuação da atriz, que a deixaram "surpresa" e "sufocada". "Sempre tive o defeito de ser famosa", explica Sonia. "O elemento surpresa havia desaparecido. Quando fiz 'Dona Flor' (1976), me mostraram um anúncio de página inteira publicado no New York Times. Achei normal. 'Aquarius' foi um presente inesperado. Havia chegado a um ponto em minha carreira em que pensava: 'Se não tiver mais nada, tá bom assim, minha história já está escrita." Sonia não concorda que o filme é sua volta ao cinema brasileiro. "Tieta" (1996), sim, o foi. "A única volta, se é que existe, é o fato de Kleber ter me injetado energia novamente, me feito rejuvenescer. Me sinto uma adolescente neste momento." Sonia nunca teve tantos diálogos num filme como em "Aquarius". Tirando o prólogo da história, está presente em todas as cenas, colocando um LP na vitrola para ouvir "O Quintal do Vizinho", de Roberto e Erasmo Carlos, ou pagando um michê para transar com ela. Foram mais de 120 páginas de texto para ler. Kleber a convenceu a fazer três semanas de ensaios, método que, antes de encontrar o diretor, fazia Sonia "passar mal". Foi um set feliz. "Sonhei com uma equipe assim por toda minha vida", diz. "Odeio a distinção equipe técnica e elenco, e o fato de que essa divisão, por vezes, resulta num entrosamento menos visceral", diz. "Clint [Eastwood] é o diretor que mais se aproximou a esse estilo de que gosto, de estar presente o tempo todo." A LOUCA DO BAIRRO Em 2015, naquela cobertura do Chelsea, Sonia repetiu a Kleber o que sentiu ao ler o roteiro. "Estranhamente me fez sentir como se tivesse recebido a oportunidade de escolher minhas próprias palavras caso tivesse uma plataforma para me expressar sobre certas indignações", diz. "Sempre lutei pela justiça, pela consciência da cidadania, por direitos trabalhistas. Sabe o que é você se sentir louco, sabendo que não está louco? Brigar com a Comlurb [companhia de limpeza pública no Rio de Janeiro] para a retirada do lixo da rua, ir ao Supremo Tribunal Federal para garantir a lei dos direitos autorais dos atores ou ir a público defender nossa Constituição... Pronto, de repente, você é a louca do bairro." A chegada de "Aquarius" em Cannes não causou frisson apenas entre críticos. No dia da exibição do filme, elenco e produção pararam na entrada do Grand Palais e fizeram um protesto contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, segurando cartazes em inglês e francês dizendo que "um golpe de Estado havia ocorrido no Brasil" e que o "mundo não deveria aceitar esse governo ilegítimo". Ao voltar para Nova York, Sonia encontrou uma enxurrada de mensagens que a atacavam em sua página no Facebook. "Disseram que o Ministério da Cultura patrocinou nossa viagem para Cannes, os vestidos, o champanhe e o caviar. Primeiro, o vestido foi feito para mim pelo meu grande amigo [o designer norte-americano] Narciso Rodriguez. Não bebo e não me lembro de ter comido caviar em Cannes. Passei 12 horas por dia divulgando um filme brasileiro numa das competições artísticas mais importantes do mundo", diz. "As pessoas precisam se informar melhor." Sentada no computador de seu apartamento no bairro de Alphabet City, em Nova York, Sonia passou dez horas diárias, durante um período de cinco dias, lendo as mensagens de ódio. "Fui uma por uma. Não entendo pessoas que não conseguem abrir um canal de diálogo." Dos milhares de seguidores que bloqueou, Sonia decidiu denunciar ao Facebook cerca de cem deles, cujas mensagens classificou como intimidação e perseguição política. "Nesse sentido foi uma vitória deles, pois tive que fechar minha página para comentários. É chato porque tem gente que gosta de mim e gostaria de escrever algo legal." Se Clara, sua personagem em "Aquarius", deu voz às opiniões da atriz sobre justiça e cidadania, Gabriela foi sua melhor tradução. "A fala 'Sapato, não, seu Nacib' sou eu", diz a atriz. A Sonia que se encontra com a reportagem de Serafina é a Sonia normal, a não "montada", aquela de cabelão solto ("Sempre me perguntam o que passo no cabelo e sempre respondo: 'a mão, para fazer a trança!'"). Assista ao trailer de Aquarius Usa salto plataforma, calça jeans baggy (novidade em seu guarda-roupa, não comprava um jeans há anos), uma blusa justa de algodão e pochete amarrada na cintura. São tantos itens de sobrevivência nessa pochete que o acessório se parece com um daqueles cinturões de eletricistas. Fuçando ali, entre molho de chaves e lanterna, é bem possível encontrar uma chave de fenda. Ou, como Kleber disse sobre a versão maximizada da pochete, uma enorme mochila cinza que a atriz havia esquecido num dos ensaios: "Aqui está, Sonia, pois nunca sabemos quando vai se ter uma guerra nuclear". ANTI-SONIA Quando lhe pergunto em que ponto surgiu a anti-Sonia Braga, a atriz é rápida: "Ela sempre esteve presente". Aos 17 anos, seguindo uma dica de José Rubens Siqueira, que a dirigiu em seu primeiro curta, "Atenção, Perigo" (1966), foi fazer um teste para o musical "Hair". O diretor Ademar Guerra não gostou da Sonia que deu as caras no teste. "Ele achou que eu tinha ido vestida de hippie para conquistar o papel. Mas, era minha roupa do dia a dia." Para a banca examinadora, Ademar disse não querer aquela menininha. Mas a coreógrafa Márika Gidali discordou: "Preciso dela, pois sabe dançar". "Nunca aprendi a sambar, mas, desde os dez anos, era boa no jazz. Assistia ao programa de dança do coreógrafo Lennie Dale na TV de noite, aprendia a coreografia e, de manhã, quando o programa era reprisado, dançava junto o número memorizado." Por causa de um revés financeiro na família, após a morte do pai, Hélio Braga, Sonia precisou interromper um curso de balé, no qual se destacava. Até hoje, ela acredita que, caso tivesse prosseguido, poderia até ter sido primeira bailarina do Municipal em vez de atriz. Ela também não fez cursos de arte dramática. Em Nova York, Sonia gosta de tirar fotografias de cenas da cidade. Fez cursos porque "queria aprender a coisa da maneira correta". Recentemente, iniciou dieta radical: comida crua. Adora assistir a documentários na TV ("Making a Murderer", que retrata as falhas do sistema judiciário americano, é um de seus preferidos). E faz caminhadas na cidade. Para voltar para casa, prefere o transporte público. "Algumas pessoas no Brasil acham que eu deveria ter um carro com motorista. Que perspectiva de vida é essa? Imagina o John Kennedy Jr. não ter podido andar de metrô?" Sonia também defende seu lado doméstico, de fazer faxina. "Tive um namorado bem famoso que, no fim de noite, ia colocar suas próprias roupas na máquina de lavar." Namorados famosos são um tema que deixa Sonia entediada, "principalmente por que me atribuem romances que nunca tive", diz. "Não tenho controle sobre o que falam, jamais vou proibir um livro que escrevam e não vou desmentir mais." Um dos não namorados? O roqueiro David Lee Roth. "Era um amigo divertido. Ia me pegar em casa com seu Cadillac conversível para irmos dançar no Palladium, a discoteca da moda em Nova York depois do fechamento da Studio 54. Ele dirigia cantando aos berros e usava um terno de estampas havaianas. Uma vez, nesse mesmo conversível, levou o Robert Downey Jr., o Anthony Michael Hall e eu para uma festa." A partir de 30 de setembro, Sonia aparecerá em quatro episódios da série da Netflix "Luke Cage", sobre super-herói da Marvel. Interpreta a dona de um restaurante no bairro do Harlem, em Nova York, mãe da atriz Rosario Dawson. Além da série, tem outros três projetos engatilhados, todos filmes. Existe conversa embrionária de que "Aquarius" poderá ter uma campanha para o Oscar. Sonia já passou por isso antes, na época de "O Beijo da Mulher-Aranha" (1985). Nos bastidores da cerimônia do Oscar, em 1986, um ano depois de "O Beijo" ter estourado nos Estados Unidos, Sonia sentiu um toque em seu ombro. "Oi, Sonia, não vai falar comigo?" A mão pertencia a um de seus grandes ídolos, que ela havia conhecido há pouco: Elizabeth Taylor. Se Taylor a reconheceu, a cena não se repete sempre em Nova York, cidade em que ninguém se impressiona com ninguém. Sonia lembra uma cena, no final dos anos 80, quando o Empire era o único restaurante de Manhattan aberto até as 4h. "Uma noite cheguei e fui colocar meu nome na lista de espera. Soletrei meu sobrenome para o host ranzinza e ele disse: 'Ah, Braga, como a Sonia Braga'. E respondi: Sim, na verdade, sou ela'. E ele: 'Tá, conta outra. Mas, enquanto isso, você poderia esperar lá no fim da fila?'"
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Em "Rãs", de Mo Yan, aborteira chinesa personifica o poder do Estado
Quando o escritor chinês Mo Yan recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2012 e foi calorosamente elogiado pelo governo comunista, se tornou um dos mais criticados ganhadores na história da grande honraria. Entre as acusações mais benignas que lhe foram feitas estava a de que não merecia o prêmio. Herta Müller, também ganhadora do prêmio, definiu a escolha como "catastrófica"; Salman Rushdie definiu Mo como "títere" do regime por não expressar apoio a Liu Xiaobo, ganhador do Nobel da Paz que o governo chinês mantém encarcerado; e ele foi definido como apologista do regime chinês, por não criticar o governo. Ao fazer seu discurso de aceitação, Mo disse que a sensação era a de assistir a uma peça sobre a vida de outra pessoa. O que ficou fácil de ignorar em meio a todo esse barulho é a escrita de Mo. Seu mais recente romance, "Rãs", traduzido de maneira graciosa e coloquial para o inglês por Howard Goldblatt, não é trabalho de um pau mandado ou ideólogo. É uma história épica, rica e perturbadora –e também muito humana– sobre a política do governo chinês que só autoriza um filho por casal, e os leitores ocidentais que imaginam compreender como o sistema funciona terão de mudar de ideia. "Rãs" é um livro surpreendentemente dramático por conta dos confrontos entre os pais prospectivos e as autoridades de planejamento familiar (ou melhor, os aborteiros do governo), que realmente acreditam que aquilo que estão fazendo é o melhor e não agem apenas porque são essas as suas ordens. Em retrospecto, e para quem contempla a situação de longe, pode parecer que a China impôs essa política com pulso de ferro e sem resistência. Mas não foi bem assim. Os dois principais personagens de "Rãs" –que se passa no nordeste da China, em uma região que serve como equivalente de Mo para o condado de Yoknapawpha, de Faulkner– são o narrador, que usa o pseudônimo "Girino", e sua tia Gugu, que ele vê como intrépida heroína. Gugu nasceu em 1937 e foi a primeira parteira moderna a trabalhar na cidade natal do Girino. Na verdade, ela foi a primeira pessoa a tratar partos com técnicas mais modernas que as de uma feiticeira sem qualquer treinamento. As descrições Gugu sobre os métodos das antigas curandeiras são apavorantes –"elas usavam unhas compridas, seus olhos tinham um brilho esverdeado e fosfórico, e seu hálito fedia", escreve Mo. "Ela contou que as curandeiras pressionavam a barriga da mulher com um rolo de macarrão, e a amordaçavam com trapos, para impedir que o bebê saísse pela boca". Esses métodos primitivos estavam em uso antes que Gugu, como adolescente, executasse seu primeiro parto, combinando a compaixão de um médico à autoridade de um general. Ela poderia ter feito carreira brilhante como médica e funcionária do partido caso não tivesse se apaixonado em 1960 por um piloto da força aérea que desertou e voou para Taiwan, onde aderiu a Chiang Kai-shek. Se o piloto não tivesse se referido a Gugu em seu diário como "idiota vermelha", por conta da lealdade dela ao partido, e das ideias burguesas que ele abrigava clandestinamente, quem sabe qual poderia ter sido o preço dessa traição? Mo Yan, cujo nome real é Guan Moye, diz tudo que precisa sobre a Revolução Cultural por meio de uma cena na qual o Girino e outros meninos de escola comem carvão e dizem que o sabor é delicioso. A força de "Rãs" está no humor sombrio, e não na exploração narrativa da miséria. Assim, claro, a fome do período é terrível, mas é aliviada por uma safra recorde de batatas doces, e com isso os jovens famintos voltam a se tornar férteis. E isso traz gestações, o que poderia voltar a causar fome caso as autoridades permitissem o nascimento de todas aquelas crianças. As regras de planejamento familiar estabelecidas pelo governo não são inflexíveis. Mais de um bebê é autorizado caso a família tenha uma menina na primeira tentativa, mas é preciso um intervalo de oito anos entre filhos. Tente transmitir essa ordem a casais jovens, apaixonados e que recuperaram a saúde... Na verdade, Gugu tenta: educar os casais se torna a sua missão, e o livro descreve os esforços dela para trabalhar pelo bem comum. Mas em caso após caso ela se vê impedida por situações que não demoram a descambar para uma espécie de loucura. Em um caso, Gugu se posta diante de uma casa onde vive uma grávida, e ameaça derrubar uma preciosa árvore da vida e depois demolir as casas dos vizinhos, e responsabilizar o pai da gestante pelo prejuízo, caso ela não saia. O que ela se tornou? Ao longo do livro, o Girino repete essa pergunta, a ele mesmo e a um personagem não identificado e que ocupa posição de autoridade. (Os capítulos do livro tomam a forma de longas cartas do Girino a esse homem. Por fim, ele escreve uma peça decepcionantemente sem graça sobre a vida de Gugu, e a envia igualmente ao seu correspondente.) Devemos vê-la como uma boa mulher que se tornou má? Como salvadora ou como destruidora de vidas, como amiga das mulheres ou como perigo para elas? Outra parte inesquecível do livro mostra forças lideradas por Gugu tentando capturar uma mulher grávida antes que ela tenha o bebê. Para Gugu, um feto ainda no útero é alvo válido. Mas se a criança nascer, se torna cidadã chinesa e Gugu perde o direito de tirar sua vida. Para tornar a situação ainda mais surreal (as imagens e o clima de intensidade criados por Mo levaram a comparações justificadas com Gabriel García Márquez), há as rãs do título. O termo não é apenas uma referência ao girino e seu apelido. A presença viscosa das rãs significa todos os estágios da fecundidade, do esperma ao bebê; elas servem até para representar o mercado negro de filhos gerados por mães de aluguel, para os casais que não são capazes de conceber. As rãs são objetos de horror e desejo, e dão ao livro uma qualidade estranha, de pesadelo, que serve para solapar a estrutura ordeira, imposta pelo governo, que deveria prevalecer. Há mais mágica na criação de bonecos que parecem bebês e são tratados como filhos por mulheres ávidas por determinar exatamente que tipo de criança produzirão. Um dado artista desfruta do inexplicável poder de criar o boneco certo para cada pessoa, e "Rãs" se mostra tão confortável diante desse talento inexplicável e místico quando diante das normas reais do Estado chinês para a reprodução. Que parte dessa história é mais estranha? Se Mo Yan fosse apenas aquilo que seus detratores apontam, esse livro perturbador e inventivo ofereceria uma resposta. "Rãs" sai no Brasil pela Companhia das Letras em setembro. Tradução de PAULO MIGLIACCI
ilustrissima
Em "Rãs", de Mo Yan, aborteira chinesa personifica o poder do EstadoQuando o escritor chinês Mo Yan recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2012 e foi calorosamente elogiado pelo governo comunista, se tornou um dos mais criticados ganhadores na história da grande honraria. Entre as acusações mais benignas que lhe foram feitas estava a de que não merecia o prêmio. Herta Müller, também ganhadora do prêmio, definiu a escolha como "catastrófica"; Salman Rushdie definiu Mo como "títere" do regime por não expressar apoio a Liu Xiaobo, ganhador do Nobel da Paz que o governo chinês mantém encarcerado; e ele foi definido como apologista do regime chinês, por não criticar o governo. Ao fazer seu discurso de aceitação, Mo disse que a sensação era a de assistir a uma peça sobre a vida de outra pessoa. O que ficou fácil de ignorar em meio a todo esse barulho é a escrita de Mo. Seu mais recente romance, "Rãs", traduzido de maneira graciosa e coloquial para o inglês por Howard Goldblatt, não é trabalho de um pau mandado ou ideólogo. É uma história épica, rica e perturbadora –e também muito humana– sobre a política do governo chinês que só autoriza um filho por casal, e os leitores ocidentais que imaginam compreender como o sistema funciona terão de mudar de ideia. "Rãs" é um livro surpreendentemente dramático por conta dos confrontos entre os pais prospectivos e as autoridades de planejamento familiar (ou melhor, os aborteiros do governo), que realmente acreditam que aquilo que estão fazendo é o melhor e não agem apenas porque são essas as suas ordens. Em retrospecto, e para quem contempla a situação de longe, pode parecer que a China impôs essa política com pulso de ferro e sem resistência. Mas não foi bem assim. Os dois principais personagens de "Rãs" –que se passa no nordeste da China, em uma região que serve como equivalente de Mo para o condado de Yoknapawpha, de Faulkner– são o narrador, que usa o pseudônimo "Girino", e sua tia Gugu, que ele vê como intrépida heroína. Gugu nasceu em 1937 e foi a primeira parteira moderna a trabalhar na cidade natal do Girino. Na verdade, ela foi a primeira pessoa a tratar partos com técnicas mais modernas que as de uma feiticeira sem qualquer treinamento. As descrições Gugu sobre os métodos das antigas curandeiras são apavorantes –"elas usavam unhas compridas, seus olhos tinham um brilho esverdeado e fosfórico, e seu hálito fedia", escreve Mo. "Ela contou que as curandeiras pressionavam a barriga da mulher com um rolo de macarrão, e a amordaçavam com trapos, para impedir que o bebê saísse pela boca". Esses métodos primitivos estavam em uso antes que Gugu, como adolescente, executasse seu primeiro parto, combinando a compaixão de um médico à autoridade de um general. Ela poderia ter feito carreira brilhante como médica e funcionária do partido caso não tivesse se apaixonado em 1960 por um piloto da força aérea que desertou e voou para Taiwan, onde aderiu a Chiang Kai-shek. Se o piloto não tivesse se referido a Gugu em seu diário como "idiota vermelha", por conta da lealdade dela ao partido, e das ideias burguesas que ele abrigava clandestinamente, quem sabe qual poderia ter sido o preço dessa traição? Mo Yan, cujo nome real é Guan Moye, diz tudo que precisa sobre a Revolução Cultural por meio de uma cena na qual o Girino e outros meninos de escola comem carvão e dizem que o sabor é delicioso. A força de "Rãs" está no humor sombrio, e não na exploração narrativa da miséria. Assim, claro, a fome do período é terrível, mas é aliviada por uma safra recorde de batatas doces, e com isso os jovens famintos voltam a se tornar férteis. E isso traz gestações, o que poderia voltar a causar fome caso as autoridades permitissem o nascimento de todas aquelas crianças. As regras de planejamento familiar estabelecidas pelo governo não são inflexíveis. Mais de um bebê é autorizado caso a família tenha uma menina na primeira tentativa, mas é preciso um intervalo de oito anos entre filhos. Tente transmitir essa ordem a casais jovens, apaixonados e que recuperaram a saúde... Na verdade, Gugu tenta: educar os casais se torna a sua missão, e o livro descreve os esforços dela para trabalhar pelo bem comum. Mas em caso após caso ela se vê impedida por situações que não demoram a descambar para uma espécie de loucura. Em um caso, Gugu se posta diante de uma casa onde vive uma grávida, e ameaça derrubar uma preciosa árvore da vida e depois demolir as casas dos vizinhos, e responsabilizar o pai da gestante pelo prejuízo, caso ela não saia. O que ela se tornou? Ao longo do livro, o Girino repete essa pergunta, a ele mesmo e a um personagem não identificado e que ocupa posição de autoridade. (Os capítulos do livro tomam a forma de longas cartas do Girino a esse homem. Por fim, ele escreve uma peça decepcionantemente sem graça sobre a vida de Gugu, e a envia igualmente ao seu correspondente.) Devemos vê-la como uma boa mulher que se tornou má? Como salvadora ou como destruidora de vidas, como amiga das mulheres ou como perigo para elas? Outra parte inesquecível do livro mostra forças lideradas por Gugu tentando capturar uma mulher grávida antes que ela tenha o bebê. Para Gugu, um feto ainda no útero é alvo válido. Mas se a criança nascer, se torna cidadã chinesa e Gugu perde o direito de tirar sua vida. 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Veja oficinas e lojas de autopeças de marcas americanas em São Paulo
DE SÃO PAULO DOCTOR AMERICAN CAR É especializada em Chrysler, Dodge, Ram e Jeep. Um coxim superior do PT Cruiser sai por R$ 400. Contato: (11) 3637-3764 ou dramericancar.com.br AG III Trabalha com Chrysler, Jeep e Dodge. A troca de óleo da Dodge Dakota V6 (gasolina) custa em média R$ 361. Contato: (11) 3951.1585 ou www.oficinaag3.com.br CHEVY AUTO CENTER Atende modelos fora de linha da Chevrolet, como Chevette e Opala. Contato: (11)3875-7099 ou chevyautocenter.com.br SANDRE SERVICE Especializada em Ford. O câmbio automático do Explorer 96 custa cerca de R$ 11 mil. Contato: (11) 4979-3000 ou mecanicaespecializadaford.com.br
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Engenheiro da Odebrecht que ajudou em reforma de sítio é muito prestativo
Achei muito simpático e prestativo o engenheiro Frederico Barbosa, da Odebrecht, que ajudou desinteressadamente na reforma do sítio em Atibaia ("Engenheiro afirma que apenas deu 'apoio informal'", "Poder", 29/1). Tenho uma pessoa da família que está precisando fazer um puxadinho em casa para abrigar um filho recém-casado. Ela precisa de um engenheiro, mas está sem dinheiro. Será que nas próximas férias Frederico poderia prestar esse favor ao meu parente? Maria M. de Andrade (Belo Horizonte, MG) * De ridículo em ridículo, a Folha vai aderindo alegremente ao reino da babaquice. A manchete sem noção da edição desta sexta, "Odebrecht bancou reforma de sítio usado por Lula, dizem fornecedores" ("Primeira Página"), pode ser resumida nisto: uma notícia implausível, sem provas materiais de qualquer ilícito e que vai para a capa do jornal com um único objetivo: caluniar Lula. José Cláuver de Aguiar Junior (Santos, SP) * Todo ex-presidente tem direito a quatro servidores para segurança e apoio, a dois veículos, motoristas e ao assessoramento de dois servidores. Já que Lula nega ter vínculo com o sítio e com o tríplex, as autoridades poderiam convocar tais funcionários para prestar esclarecimentos sobre a rotina do ex-presidente. Túllio Marco Soares Carvalho, advogado (Belo Horizonte, MG) * A intimação do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, para depor na condição de investigados pelo Ministério Público de São Paulo constrange de forma positiva a Justiça Federal. Parabéns ao promotor Cássio Conserino pelo ato de coragem. Devanir Amâncio (São Paulo, SP) * Por que os deputados do PSOL e da Rede que entraram com representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha, por este ter mentido sobre a existência de contas no exterior, alegando que elas são de um truste do qual ele é beneficiário, não se revoltam contra a alegação de Lula, que diz ser só um cotista de um consórcio para usar o tríplex? Ronaldo Gomes Ferraz (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Engenheiro da Odebrecht que ajudou em reforma de sítio é muito prestativoAchei muito simpático e prestativo o engenheiro Frederico Barbosa, da Odebrecht, que ajudou desinteressadamente na reforma do sítio em Atibaia ("Engenheiro afirma que apenas deu 'apoio informal'", "Poder", 29/1). Tenho uma pessoa da família que está precisando fazer um puxadinho em casa para abrigar um filho recém-casado. Ela precisa de um engenheiro, mas está sem dinheiro. Será que nas próximas férias Frederico poderia prestar esse favor ao meu parente? Maria M. de Andrade (Belo Horizonte, MG) * De ridículo em ridículo, a Folha vai aderindo alegremente ao reino da babaquice. A manchete sem noção da edição desta sexta, "Odebrecht bancou reforma de sítio usado por Lula, dizem fornecedores" ("Primeira Página"), pode ser resumida nisto: uma notícia implausível, sem provas materiais de qualquer ilícito e que vai para a capa do jornal com um único objetivo: caluniar Lula. José Cláuver de Aguiar Junior (Santos, SP) * Todo ex-presidente tem direito a quatro servidores para segurança e apoio, a dois veículos, motoristas e ao assessoramento de dois servidores. Já que Lula nega ter vínculo com o sítio e com o tríplex, as autoridades poderiam convocar tais funcionários para prestar esclarecimentos sobre a rotina do ex-presidente. Túllio Marco Soares Carvalho, advogado (Belo Horizonte, MG) * A intimação do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, para depor na condição de investigados pelo Ministério Público de São Paulo constrange de forma positiva a Justiça Federal. Parabéns ao promotor Cássio Conserino pelo ato de coragem. Devanir Amâncio (São Paulo, SP) * Por que os deputados do PSOL e da Rede que entraram com representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha, por este ter mentido sobre a existência de contas no exterior, alegando que elas são de um truste do qual ele é beneficiário, não se revoltam contra a alegação de Lula, que diz ser só um cotista de um consórcio para usar o tríplex? Ronaldo Gomes Ferraz (Rio de Janeiro, RJ) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dilma diz que foi 'privilégio' nomear Teori Zavascki ao STF
A ex-presidente Dilma Rousseff, que indicou o ministro Teori Zavascki ao STF (Supremo Tribunal Federal) durante seu primeiro mandado, em 2012, divulgou nota na qual afirma que foi um "privilegio" tê-lo nomeado. "É com imenso pesar que recebo a notícia da trágica morte do ministro Teori Zavascki. Hoje perdemos um grande brasileiro. Como juiz e cidadão, Teori se consagrou como um intelectual do Direito, zeloso das leis e da Justiça", escreveu a petista. "Tive o privilégio de indicá-lo para ministro, com ampla aprovação do Senado. Desempenhou esta função com destemor como um homem sério e íntegro. Lamento a dor da família e dos amigos, recebam meus sentimentos de pesar e respeito", concluiu. Ex-ministro da Justiça na gestão da petista, José Eduardo Cardozo afirmou que "a morte de Teori Zavascki é uma grande perda não apenas para o Poder Judiciário, mas para todo o país. Foi um dos homens mais dignos que tive oportunidade de conhecer em toda minha vida". "Conhecedor do direito, juiz imparcial e humano. Com a sua morte, perde a justiça, perdem os brasileiros", concluiu. Teori Zavascki, 68, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (19) em um acidente de avião na costa de Paraty (RJ). O Corpo de Bombeiros do Rio confirmou que ao menos três pessoas morreram na queda. De acordo com os bombeiros, o avião permanece submerso e três pessoas estão presas nas ferragens. Não há informações até o momento sobre demais ocupantes. A capacidade da aeronave é de sete pessoas, incluindo tripulantes. Juiz da corte desde 2012, ele era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros.
poder
Dilma diz que foi 'privilégio' nomear Teori Zavascki ao STFA ex-presidente Dilma Rousseff, que indicou o ministro Teori Zavascki ao STF (Supremo Tribunal Federal) durante seu primeiro mandado, em 2012, divulgou nota na qual afirma que foi um "privilegio" tê-lo nomeado. "É com imenso pesar que recebo a notícia da trágica morte do ministro Teori Zavascki. Hoje perdemos um grande brasileiro. Como juiz e cidadão, Teori se consagrou como um intelectual do Direito, zeloso das leis e da Justiça", escreveu a petista. "Tive o privilégio de indicá-lo para ministro, com ampla aprovação do Senado. Desempenhou esta função com destemor como um homem sério e íntegro. Lamento a dor da família e dos amigos, recebam meus sentimentos de pesar e respeito", concluiu. Ex-ministro da Justiça na gestão da petista, José Eduardo Cardozo afirmou que "a morte de Teori Zavascki é uma grande perda não apenas para o Poder Judiciário, mas para todo o país. Foi um dos homens mais dignos que tive oportunidade de conhecer em toda minha vida". "Conhecedor do direito, juiz imparcial e humano. Com a sua morte, perde a justiça, perdem os brasileiros", concluiu. Teori Zavascki, 68, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (19) em um acidente de avião na costa de Paraty (RJ). O Corpo de Bombeiros do Rio confirmou que ao menos três pessoas morreram na queda. De acordo com os bombeiros, o avião permanece submerso e três pessoas estão presas nas ferragens. Não há informações até o momento sobre demais ocupantes. A capacidade da aeronave é de sete pessoas, incluindo tripulantes. Juiz da corte desde 2012, ele era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros.
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Viagem em navio da Disney tem diversões exclusivas para adultos
Passar dias em alto-mar num cruzeiro abarrotado de crianças, comendo panquecas em forma de Mickey no café da manhã e esbarrando no Pateta pelos corredores. Achou sexy? Pois muitos adultos curtindo luas de mel (héteros ou homossexuais), despedidas de solteiro e aposentadorias embarcam na ideia. Mais especificamente num dos quatro navios da Disney Cruise Line. Antes que os acusem de padecer da síndrome de Peter Pan, o menino que não queria crescer, saiba que é possível unir "Disney" e "diversão para maiores" na mesma sentença. Afinal, se há algo que não falta em embarcações como a Disney Wonder, na qual a Folha navegou no mês passado, são espaços proibidos para baixinhos. A maioria da população adulta a bordo é de pais que deixam seus rebentos aos cuidados de funcionários enquanto montam programação paralela. Há ainda aqueles sem filhos que curtem a vida adoidados em bares, spa, lounges e ofurôs colados à uma piscina vetada a menores de 18 anos. São quatro dias pelos mares das Bahamas, saindo de Porto Canaveral, na Flórida. O cronograma incluiu degustação de vinho, cerveja e mojito; palestra sobre acupuntura; tratamentos estéticos que vão de clareamento de dentes à massagem sueca. Uma das lojas é voltada ao público maduro. À venda, bolsa de couro com estampa de personagens Disney (US$ 328, ou R$ 1.024), esculturas de Romero Britto (Pato Donald sai por US$ 65, ou R$ 203) e até produtos desfiliados da anfitriã, como joias e uísques. Um pacote com três camisinhas custa US$ 3,99 (R$ 12,50). A partir de US$ 3.000 (R$ 9.367) adicionais é possível casar ou renovar votos matrimoniais no navio -os noivos podem entrar ao som do tema de "A Bela Adormecida" e brindar com o champanhe da casa, "Conto de Fadas". A "experiência Disney" sai caro. No trajeto pelas Bahamas, a cabine mais em conta, para duas pessoas, custa US$ 1.317 (R$ 4.112). O preço varia por temporada e chega a US$ 11 mil (R$ 34 mil) -a suíte mais vip do navio Disney Dream, em agosto, verão no hemisfério norte. Tirar foto com personagens da Disney -há sempre uma Pequena Sereia ou um Pluto dando sopa- não é o único diferencial. O passageiro tem à disposição refeições ilimitadas (inclusive o serviço de quarto 24 horas), exceto álcool e refrigerantes de lata. São 10 mil pratos por dia, calcula Lloyd Machado, diretor de hotelaria. Há opções para todos, do vegetariano ao celíaco. "Mas estamos de férias, se negarmos batata frita será uma revolução", brinca. No andar das piscinas, o nono de dez pavimentos, há estações gratuitas de comida, como o self-service de sorvete e a Pizzaria do Pinóquio. Um cinema passa produções com selo Disney, como "Rogue", do universo "Star Wars". Há uma parada numa ilha privada da Disney, onde adultos têm uma praia só para eles -dá para se armar com drinques tropicais e arrastar cadeiras para dentro do mar quase translúcido. A equipe do navio age como se fosse discípula da protagonista "Alegria" na animação "Divertidamente". Camareiros dão bom dia como se fosse sempre Natal e arrumam as toalhas de banho em forma de cisnes se beijando. Garçons sorridentes acompanham o jantar, cada dia servido num dos três restaurantes internos (há ainda um quarto, de menu italiano e dresscode formal, pago por fora: US$ 30 por cabeça). Não perderam o humor nem quando o mar agitado do primeiro dia cobriu o piso com o vômito de passageiros. Um garçom cantarolava a trilha de "A Pequena Sereia" enquanto um colega oferecia sacos de papel aos indispostos. TEATRO E KARAOKÊ No café da manhã, desfrutar de um "open bar" de sucos e achocolatados. Dali direto para a fila, esperar sua vez para tirar foto com um trio de princesas da Disney: Ariel ("A Pequena Sereia"), Tiana ("A Princesa e o Sapo") ou Bela ("A Bela e a Fera"). Em seguida, subir até o deque das piscinas e escorregar num tobogã de três andares. Brincar em espaços que reproduzem o quarto de brinquedos de "Toy Story" e a taverna de "Frozen", onde meninos e meninas participam de um simulacro da cerimônia de coroação da rainha Elsa e da princesa Anna, com participação especial do falante boneco de neve Olaf. Há ainda a atração interativa "Academia de Super-Heróis da Marvel". De vez em quando alguns deles -atores fantasiados como o Capitão América, a Viúva Negra e o Homem-Aranha- aparecem no pedaço para dar um oi. Essas são algumas das diversões para crianças no Disney Wonder, um dos quatro navios da linha de cruzeiros do grupo. Há atrações específicas para pré-adolescentes e adolescentes -os mais velhos podem curtir karaokês e festas que vão até as 2h. Cada temporada tem uma noite temática para toda a família. "Star Wars" e Halloween (com um Mickey vampiro) já foram inspirações. A viagem com a repórter da Folha embarcada teve a "Noite dos Piratas", com tripulantes e passageiros de todas as idades vestidos a caráter e show de fogos de artifício no final. Às 18h, as famílias se reúnem para assistir a musicais de padrão Broadway num teatro a bordo, exclusividade para os cruzeiros. "Frozen" tem até neve de mentirinha despejada sobre a plateia. A rainha Elsa da aventura gelada, que na animação é uma loira de traços nórdicos, na peça é interpretada por uma atriz negra. (Nenhuma criança pareceu estranhar, mas um espectador adulto chiou pela "falta de fidelidade" à obra original). Tiana, a única princesa negra da Disney, batiza um dos restaurantes do navio, com jazz ao vivo. A jornalista viajou a convite da Disney Cruise Line
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Viagem em navio da Disney tem diversões exclusivas para adultosPassar dias em alto-mar num cruzeiro abarrotado de crianças, comendo panquecas em forma de Mickey no café da manhã e esbarrando no Pateta pelos corredores. Achou sexy? Pois muitos adultos curtindo luas de mel (héteros ou homossexuais), despedidas de solteiro e aposentadorias embarcam na ideia. Mais especificamente num dos quatro navios da Disney Cruise Line. Antes que os acusem de padecer da síndrome de Peter Pan, o menino que não queria crescer, saiba que é possível unir "Disney" e "diversão para maiores" na mesma sentença. Afinal, se há algo que não falta em embarcações como a Disney Wonder, na qual a Folha navegou no mês passado, são espaços proibidos para baixinhos. A maioria da população adulta a bordo é de pais que deixam seus rebentos aos cuidados de funcionários enquanto montam programação paralela. Há ainda aqueles sem filhos que curtem a vida adoidados em bares, spa, lounges e ofurôs colados à uma piscina vetada a menores de 18 anos. São quatro dias pelos mares das Bahamas, saindo de Porto Canaveral, na Flórida. O cronograma incluiu degustação de vinho, cerveja e mojito; palestra sobre acupuntura; tratamentos estéticos que vão de clareamento de dentes à massagem sueca. Uma das lojas é voltada ao público maduro. À venda, bolsa de couro com estampa de personagens Disney (US$ 328, ou R$ 1.024), esculturas de Romero Britto (Pato Donald sai por US$ 65, ou R$ 203) e até produtos desfiliados da anfitriã, como joias e uísques. Um pacote com três camisinhas custa US$ 3,99 (R$ 12,50). A partir de US$ 3.000 (R$ 9.367) adicionais é possível casar ou renovar votos matrimoniais no navio -os noivos podem entrar ao som do tema de "A Bela Adormecida" e brindar com o champanhe da casa, "Conto de Fadas". A "experiência Disney" sai caro. No trajeto pelas Bahamas, a cabine mais em conta, para duas pessoas, custa US$ 1.317 (R$ 4.112). O preço varia por temporada e chega a US$ 11 mil (R$ 34 mil) -a suíte mais vip do navio Disney Dream, em agosto, verão no hemisfério norte. Tirar foto com personagens da Disney -há sempre uma Pequena Sereia ou um Pluto dando sopa- não é o único diferencial. O passageiro tem à disposição refeições ilimitadas (inclusive o serviço de quarto 24 horas), exceto álcool e refrigerantes de lata. São 10 mil pratos por dia, calcula Lloyd Machado, diretor de hotelaria. Há opções para todos, do vegetariano ao celíaco. "Mas estamos de férias, se negarmos batata frita será uma revolução", brinca. No andar das piscinas, o nono de dez pavimentos, há estações gratuitas de comida, como o self-service de sorvete e a Pizzaria do Pinóquio. Um cinema passa produções com selo Disney, como "Rogue", do universo "Star Wars". Há uma parada numa ilha privada da Disney, onde adultos têm uma praia só para eles -dá para se armar com drinques tropicais e arrastar cadeiras para dentro do mar quase translúcido. A equipe do navio age como se fosse discípula da protagonista "Alegria" na animação "Divertidamente". Camareiros dão bom dia como se fosse sempre Natal e arrumam as toalhas de banho em forma de cisnes se beijando. Garçons sorridentes acompanham o jantar, cada dia servido num dos três restaurantes internos (há ainda um quarto, de menu italiano e dresscode formal, pago por fora: US$ 30 por cabeça). Não perderam o humor nem quando o mar agitado do primeiro dia cobriu o piso com o vômito de passageiros. Um garçom cantarolava a trilha de "A Pequena Sereia" enquanto um colega oferecia sacos de papel aos indispostos. TEATRO E KARAOKÊ No café da manhã, desfrutar de um "open bar" de sucos e achocolatados. Dali direto para a fila, esperar sua vez para tirar foto com um trio de princesas da Disney: Ariel ("A Pequena Sereia"), Tiana ("A Princesa e o Sapo") ou Bela ("A Bela e a Fera"). Em seguida, subir até o deque das piscinas e escorregar num tobogã de três andares. Brincar em espaços que reproduzem o quarto de brinquedos de "Toy Story" e a taverna de "Frozen", onde meninos e meninas participam de um simulacro da cerimônia de coroação da rainha Elsa e da princesa Anna, com participação especial do falante boneco de neve Olaf. Há ainda a atração interativa "Academia de Super-Heróis da Marvel". De vez em quando alguns deles -atores fantasiados como o Capitão América, a Viúva Negra e o Homem-Aranha- aparecem no pedaço para dar um oi. Essas são algumas das diversões para crianças no Disney Wonder, um dos quatro navios da linha de cruzeiros do grupo. Há atrações específicas para pré-adolescentes e adolescentes -os mais velhos podem curtir karaokês e festas que vão até as 2h. Cada temporada tem uma noite temática para toda a família. "Star Wars" e Halloween (com um Mickey vampiro) já foram inspirações. A viagem com a repórter da Folha embarcada teve a "Noite dos Piratas", com tripulantes e passageiros de todas as idades vestidos a caráter e show de fogos de artifício no final. Às 18h, as famílias se reúnem para assistir a musicais de padrão Broadway num teatro a bordo, exclusividade para os cruzeiros. "Frozen" tem até neve de mentirinha despejada sobre a plateia. A rainha Elsa da aventura gelada, que na animação é uma loira de traços nórdicos, na peça é interpretada por uma atriz negra. (Nenhuma criança pareceu estranhar, mas um espectador adulto chiou pela "falta de fidelidade" à obra original). Tiana, a única princesa negra da Disney, batiza um dos restaurantes do navio, com jazz ao vivo. A jornalista viajou a convite da Disney Cruise Line
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Para leitor, fata de educação da torcida maculou o ouro de Thiago Braz
OLIMPÍADA A falta de educação esportiva e de fair play da torcida brasileira acabou por macular o ouro de Thiago Braz. O brasileiro tem que se conscientizar de que há esportes que necessitam de silêncio em determinados momentos de concentração. Esporte não se resume ao básico "nós contra eles" do futebol. JEFFERSON C VIEIRA (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Dilma Rousseff não aceita que é perfeitamente legal, nessa conjuntura, a ação dos senadores para destituí-la do cargo. Se ela desconhece a Constituição, que contempla tal procedimento, não deveria ter postulado o cargo de presidente do Brasil. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) * No futuro, ao falar sobre o golpe de 2016, vai ser difícil explicar por que a posse de Lula como ministro de Dilma seria uma tentativa de obstruir a Operação Lava Jato. Ora, se fosse ministro, Lula responderia diretamente ao STF, a princípio sob escrutínio do rigoroso ministro Teori Zavascki. Pior, em eventual condenação no STF, o ex-presidente não teria direito a recursos. SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) - MERCOSUL Não consigo entender a política externa do chanceler José Serra. Não admite a presidência do Mercosul nas mãos da Venezuela porque, segundo ele, lá não existe democracia. E um golpe parlamentar para destituir uma presidenta eleita democraticamente não seria motivo suficiente para o Brasil ser expulso do Mercosul? GILCÉRIA OLIVEIRA (São Paulo, SP) - PREVIDÊNCIA Paulo Tafner afirma em entrevista que se deve acabar progressivamente com as aposentadorias especiais e que não há razão para professores se aposentarem antes dos demais. Não consigo entender por que o professor que se aposenta cinco anos antes dos demais onera a Previdência, e o político, aposentado com apenas oito anos de trabalho, não onera. Será que estamos tão burros a ponto de não ver o óbvio? WALTER JALIL GARIB (São Paulo, SP) * As finanças da Previdência são um "balaio de gatos". Juntam-se os custos dos altos rendimentos de juízes, militares e políticos, cujo patrão, o Estado, não contribuiu de forma adequada à pensão a que eles têm direito por lei. Uma excelente ideia seria, para a transparência do sistema previdenciário, separar financeiramente essas categorias de aposentados. EDUARDO F. VAZ, aposentado (Campinas, SP) - COLUNISTAS Como cada um escreve sobre o que quiser, nenhum reparo pode ser feito sobre as preferências temáticas de Elio Gaspari. Mas essa preferência atávica pelo estilo (ou falta dele) da presidenta Dilma Rousseff me parece um desperdício do talento do escriba, principalmente quando as instituições estão sendo desvirtuadas de maneira tão grotesca. Pode-se falar do mau estilo dela, dos seus erros e defeitos, mas, diante do cinismo tolerante ao golpe que se vê no país, é como ver a árvore e ignorar a imensa floresta ao redor. FRANCIS AUGUSTO MEDEIROS (Oslo, Noruega) * Hélio Schwartsman argumenta com objetividade e razão. Excepcionalmente, errou em "Véu da prepotência". Proibir o uso de vestes que escondam o rosto limita um direito individual, mas assegura o direito coletivo à segurança. Esconder a face inviabiliza a identificação pessoal preventiva pelo Estado. Na França, fortemente submetida a ataques de fanáticos religiosos, essa medida se impõe. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * Mais uma vez brilhante, Ruy Castro nos mostra a verdade. Tenho certeza de que os brasileiros se sentiram gratificados e representados com essa crônica sobre os desmandos de Lula, que, além de irônica e engraçada, mostra a realidade dos fatos. WAGNER JOSÉ CALLEGARI (Limeira, SP) * Enquanto a maioria dos cronistas da Folha tenta pacificar os ânimos e melhorar o debate político, Ruy Castro volta ao clima "coxinhas x petralhas", com um artigo rasteiro e cheio de discurso de ódio. É por artigos como esse que Letícias, Chicos, Gregorios e outros tantos são agredidos nas ruas. Muito triste. ADJALMA R. DA SILVA (Belo Horizonte, MG) * Genial a sugestão de Ruy Castro em sua coluna. MST e MTST já podem organizar suas tropas e realizar uma ocupação "justificada". Sítio improdutivo e tríplex desocupado. Que ideia genial! ANAMARIA MOLLO DE CARVALHO (Brasília, DF) * A Folha, considerada sua dimensão, raramente se equivoca. Porém quando o faz o efeito é devastador. Assim foi com o senador Aécio Neves, catapultado a colunista. Uma lástima. Reincide no erro ao ceder espaço para a senadora Vanessa Grazziotin. Pergunto à colunista Vanessa-é-golpe-Grazziotin: o ministro Lewandowski, presidente da mais alta corte do país, preside e comanda a farsa do golpe? CARLOS ALBERTO BELLOZI (Belo Horizonte, MG) - LEI CIDADE LIMPA Sobre o artigo de José Américo Dias, a Otima esclarece que cumpre rigorosamente seu contrato. Em apenas quatro anos, investiu R$ 276 milhões na instalação e manutenção de 6.500 novos abrigos de ônibus. Repassou outros R$ 55 milhões em outorgas para a prefeitura. A receita líquida da empresa registrada em 2015 não foi R$ 280 milhões, mas R$ 118 milhões, conforme publicado no "Diário Oficial". FERNANDO PAIVA, diretor da Otima (São Paulo, SP) * NOTA DA REDAÇÃO - Leia a seção "Erramos". - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para leitor, fata de educação da torcida maculou o ouro de Thiago BrazOLIMPÍADA A falta de educação esportiva e de fair play da torcida brasileira acabou por macular o ouro de Thiago Braz. O brasileiro tem que se conscientizar de que há esportes que necessitam de silêncio em determinados momentos de concentração. Esporte não se resume ao básico "nós contra eles" do futebol. JEFFERSON C VIEIRA (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Dilma Rousseff não aceita que é perfeitamente legal, nessa conjuntura, a ação dos senadores para destituí-la do cargo. Se ela desconhece a Constituição, que contempla tal procedimento, não deveria ter postulado o cargo de presidente do Brasil. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) * No futuro, ao falar sobre o golpe de 2016, vai ser difícil explicar por que a posse de Lula como ministro de Dilma seria uma tentativa de obstruir a Operação Lava Jato. Ora, se fosse ministro, Lula responderia diretamente ao STF, a princípio sob escrutínio do rigoroso ministro Teori Zavascki. Pior, em eventual condenação no STF, o ex-presidente não teria direito a recursos. SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) - MERCOSUL Não consigo entender a política externa do chanceler José Serra. Não admite a presidência do Mercosul nas mãos da Venezuela porque, segundo ele, lá não existe democracia. E um golpe parlamentar para destituir uma presidenta eleita democraticamente não seria motivo suficiente para o Brasil ser expulso do Mercosul? GILCÉRIA OLIVEIRA (São Paulo, SP) - PREVIDÊNCIA Paulo Tafner afirma em entrevista que se deve acabar progressivamente com as aposentadorias especiais e que não há razão para professores se aposentarem antes dos demais. Não consigo entender por que o professor que se aposenta cinco anos antes dos demais onera a Previdência, e o político, aposentado com apenas oito anos de trabalho, não onera. Será que estamos tão burros a ponto de não ver o óbvio? WALTER JALIL GARIB (São Paulo, SP) * As finanças da Previdência são um "balaio de gatos". Juntam-se os custos dos altos rendimentos de juízes, militares e políticos, cujo patrão, o Estado, não contribuiu de forma adequada à pensão a que eles têm direito por lei. Uma excelente ideia seria, para a transparência do sistema previdenciário, separar financeiramente essas categorias de aposentados. EDUARDO F. VAZ, aposentado (Campinas, SP) - COLUNISTAS Como cada um escreve sobre o que quiser, nenhum reparo pode ser feito sobre as preferências temáticas de Elio Gaspari. Mas essa preferência atávica pelo estilo (ou falta dele) da presidenta Dilma Rousseff me parece um desperdício do talento do escriba, principalmente quando as instituições estão sendo desvirtuadas de maneira tão grotesca. Pode-se falar do mau estilo dela, dos seus erros e defeitos, mas, diante do cinismo tolerante ao golpe que se vê no país, é como ver a árvore e ignorar a imensa floresta ao redor. FRANCIS AUGUSTO MEDEIROS (Oslo, Noruega) * Hélio Schwartsman argumenta com objetividade e razão. Excepcionalmente, errou em "Véu da prepotência". Proibir o uso de vestes que escondam o rosto limita um direito individual, mas assegura o direito coletivo à segurança. Esconder a face inviabiliza a identificação pessoal preventiva pelo Estado. Na França, fortemente submetida a ataques de fanáticos religiosos, essa medida se impõe. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * Mais uma vez brilhante, Ruy Castro nos mostra a verdade. Tenho certeza de que os brasileiros se sentiram gratificados e representados com essa crônica sobre os desmandos de Lula, que, além de irônica e engraçada, mostra a realidade dos fatos. WAGNER JOSÉ CALLEGARI (Limeira, SP) * Enquanto a maioria dos cronistas da Folha tenta pacificar os ânimos e melhorar o debate político, Ruy Castro volta ao clima "coxinhas x petralhas", com um artigo rasteiro e cheio de discurso de ódio. É por artigos como esse que Letícias, Chicos, Gregorios e outros tantos são agredidos nas ruas. Muito triste. ADJALMA R. DA SILVA (Belo Horizonte, MG) * Genial a sugestão de Ruy Castro em sua coluna. MST e MTST já podem organizar suas tropas e realizar uma ocupação "justificada". Sítio improdutivo e tríplex desocupado. Que ideia genial! ANAMARIA MOLLO DE CARVALHO (Brasília, DF) * A Folha, considerada sua dimensão, raramente se equivoca. Porém quando o faz o efeito é devastador. Assim foi com o senador Aécio Neves, catapultado a colunista. Uma lástima. Reincide no erro ao ceder espaço para a senadora Vanessa Grazziotin. Pergunto à colunista Vanessa-é-golpe-Grazziotin: o ministro Lewandowski, presidente da mais alta corte do país, preside e comanda a farsa do golpe? CARLOS ALBERTO BELLOZI (Belo Horizonte, MG) - LEI CIDADE LIMPA Sobre o artigo de José Américo Dias, a Otima esclarece que cumpre rigorosamente seu contrato. Em apenas quatro anos, investiu R$ 276 milhões na instalação e manutenção de 6.500 novos abrigos de ônibus. Repassou outros R$ 55 milhões em outorgas para a prefeitura. A receita líquida da empresa registrada em 2015 não foi R$ 280 milhões, mas R$ 118 milhões, conforme publicado no "Diário Oficial". FERNANDO PAIVA, diretor da Otima (São Paulo, SP) * NOTA DA REDAÇÃO - Leia a seção "Erramos". - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Native' já alcança 11% da receita publicitária do jornalismo, diz estudo
A primeira pesquisa global sobre "native advertising" (publicidade nativa), junto a 156 organizações de mídia de 48 países, com ênfase em jornais, levantou que 11% das receitas publicitárias em 2015 já foram nessa categoria de anúncios. "Native", na definição adotada pelo levantamento, é "publicidade paga em que o anúncio combina com a forma, a sensação, a função e a qualidade do conteúdo do veículo em que aparece". É por vezes chamada também de "branded content" (conteúdo de marca). Seu conteúdo frequentemente não aborda a marca do anunciante, mas tópico paralelo, que produz um efeito indireto sobre ela. A pesquisa, realizada pela Inma (sigla em inglês para Associação Internacional de Mídia Jornalística) e pelo NAI (Instituto de Publicidade Nativa), registrou que a expectativa das organizações jornalísticas é que a proporção de anúncios nessa categoria alcance 25% em 2018. RÓTULO Segundo o levantamento, 60% dos veículos rotulam o material, para diferenciar de sua produção jornalística, como "Conteúdo patrocinado" (Sponsored content). Essa não é necessariamente a única forma de identificar "native": 24% usam uma visualização um pouco diferente; 24%, rotulam como "Publicidade" (Advertisement), e 22%, como "Conteúdo pago" (Paid content). No que o estudo classifica como "a descoberta mais perturbadora", 7% não diferenciam de maneira nenhuma a publicidade nativa. Mas os autores, o jornalista dinamarquês Jesper Laursen e a inglesa Martha Stone, sublinham que "a maioria das organizações ao redor do mundo consideram rotular essencial, para ajudar o público a distinguir entre conteúdo jornalístico e pago". O levantamento mostra também como é distribuída a produção da publicidade nativa veiculada: 42% das organizações recorrem, ao menos em parte, às suas próprias Redações; 33%, a "estúdio próprio"; e 28%, a uma "equipe separada", mas ainda do veículo. Em produção externa, 26% citaram "agência parceira", e 17%, "agência do anunciante". Entre outros, recorrem hoje à publicidade nativa jornais como o "New York Times" e a Folha, ambos com equipes desvinculadas da Redação, ligadas ao departamento comercial, e com anúncios identificados como tal. "'Native' é uma das soluções mais faladas no setor de mídia por uma boa razão", diz o estudo. "Ela é hoje uma das mais lucrativas formas de publicidade digital nos portfólios." Entre outras razões, porque "a adoção de bloqueadores de publicidade se aproxima de 500 milhões, ao redor do mundo, mostrando o descontentamento dos consumidores com os anúncios" tradicionais, do tipo "banner".
mercado
'Native' já alcança 11% da receita publicitária do jornalismo, diz estudoA primeira pesquisa global sobre "native advertising" (publicidade nativa), junto a 156 organizações de mídia de 48 países, com ênfase em jornais, levantou que 11% das receitas publicitárias em 2015 já foram nessa categoria de anúncios. "Native", na definição adotada pelo levantamento, é "publicidade paga em que o anúncio combina com a forma, a sensação, a função e a qualidade do conteúdo do veículo em que aparece". É por vezes chamada também de "branded content" (conteúdo de marca). Seu conteúdo frequentemente não aborda a marca do anunciante, mas tópico paralelo, que produz um efeito indireto sobre ela. A pesquisa, realizada pela Inma (sigla em inglês para Associação Internacional de Mídia Jornalística) e pelo NAI (Instituto de Publicidade Nativa), registrou que a expectativa das organizações jornalísticas é que a proporção de anúncios nessa categoria alcance 25% em 2018. RÓTULO Segundo o levantamento, 60% dos veículos rotulam o material, para diferenciar de sua produção jornalística, como "Conteúdo patrocinado" (Sponsored content). Essa não é necessariamente a única forma de identificar "native": 24% usam uma visualização um pouco diferente; 24%, rotulam como "Publicidade" (Advertisement), e 22%, como "Conteúdo pago" (Paid content). No que o estudo classifica como "a descoberta mais perturbadora", 7% não diferenciam de maneira nenhuma a publicidade nativa. Mas os autores, o jornalista dinamarquês Jesper Laursen e a inglesa Martha Stone, sublinham que "a maioria das organizações ao redor do mundo consideram rotular essencial, para ajudar o público a distinguir entre conteúdo jornalístico e pago". O levantamento mostra também como é distribuída a produção da publicidade nativa veiculada: 42% das organizações recorrem, ao menos em parte, às suas próprias Redações; 33%, a "estúdio próprio"; e 28%, a uma "equipe separada", mas ainda do veículo. Em produção externa, 26% citaram "agência parceira", e 17%, "agência do anunciante". Entre outros, recorrem hoje à publicidade nativa jornais como o "New York Times" e a Folha, ambos com equipes desvinculadas da Redação, ligadas ao departamento comercial, e com anúncios identificados como tal. "'Native' é uma das soluções mais faladas no setor de mídia por uma boa razão", diz o estudo. "Ela é hoje uma das mais lucrativas formas de publicidade digital nos portfólios." Entre outras razões, porque "a adoção de bloqueadores de publicidade se aproxima de 500 milhões, ao redor do mundo, mostrando o descontentamento dos consumidores com os anúncios" tradicionais, do tipo "banner".
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Código Florestal: a lei da insatisfação generalizada
Em fevereiro desse ano, o Programa de Regularização Ambiental (PRA) foi regulamentado no Estado de São Paulo pelas Secretarias de Meio Ambiente (SMA) e da Agricultura e Abastecimento (SAA), por meio da Resolução Conjunta SMA/SAA nº 01/2016. A edição da resolução conjunta ocorreu menos de quatro semanas após uma resolução exclusiva da SMA sobre o tema ter sido revogada depois de apenas uma semana em vigor, o que se deve, segundo veiculado pela imprensa, a pressões de ruralistas. O recente ocorrido revela que o cenário de insegurança jurídica que cerca a aplicação da Lei nº 12.651/2012, especialmente no tocante à compensação de reserva legal, cômputo de áreas de preservação permanente (APP) e áreas de Cerrado, que ainda prevalecem. Desde sua publicação, há quase quatro anos, o Código Florestal tem sido objeto de polêmicas e não foi plenamente aplicado. Ainda em 2012, poucos meses após sua publicação, a polêmica acerca da legislação florestal chegou aos tribunais, escancarando a insatisfação generalizada de ruralistas e ambientalistas. De um lado, produtores rurais que buscaram regularizar seus imóveis nos termos da nova lei, valendo-se, especialmente, do acréscimo das APPs ao cômputo da área de reserva legal e da compensação ambiental; de outro, o Ministério Público (MP) a sustentar a tese da inconstitucionalidade da Lei nº 12.651/2012, com fundamento na chamada Teoria da Proibição do Retrocesso, segundo a qual, em tese, uma lei superveniente não pode reduzir a proteção anteriormente outorgada por outra ao meio ambiente. Ações civis públicas e termos de ajustamento de conduta (TAC) iniciados ou firmados sob vigência da lei florestal antiga, mas ainda em curso ou em fase de cumprimento no advento da nova lei, são exemplos das questões que alcançaram os tribunais. A pressão do MP tem sido tamanha que, no noroeste paulista, em alguns casos, imóveis sem curso d'água e, portanto, sem APP, passaram a valer mais que imóveis cortados por riachos, já que ter APP no imóvel tornou-se sinônimo de problema. De olho nas usinas de açúcar, álcool e etanol, alguns promotores de Justiça passaram a pressionar pequenos produtores rurais, que arrendavam parte de suas terras para o cultivo de cana. Esses custam ainda a entender por que o MP lhes nega a possibilidade de incluir as APP no cômputo da reserva legal. "Por que o Código Penal pode retroagir para beneficiar bandido, mas o Código Florestal não pode retroagir para me beneficiar?", questionou-me certa vez um produtor da região de São José do Rio Preto, interior de SP. Atentas à necessidade de segurança jurídica, as Câmaras Reservadas ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo têm se manifestado, desde 2012, pela constitucionalidade da Lei nº 12.651/2012, determinando, na grande maioria dos casos, a sua imediata aplicação. Contudo, a maioria das turmas julgadoras do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforma decisões favoráveis à aplicação do Código Florestal, com base na já mencionada Teoria da Proibição do Retrocesso, afastando, assim, mais uma vez, a aplicação da nova legislação. Ademais, antes mesmo de completar um ano, o Código Florestal se tornou objeto de três ações diretas de inconstitucionalidade (ADI), ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF). Embora o pedido liminar para suspender a aplicação da Lei nº 12. 651, de 2012, tenha sido negado pelo ministro Luiz Fux, as ADIs ainda aguardam julgamento. A questão ganhou um novo capítulo: relator das Ações no Supremo, Fux convocou Audiência Pública para o dia 18 de abril para tratar da matéria. Em São Paulo, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) emitiu, em maio de 2013, um parecer com respostas a questões formuladas pela SMA sobre a aplicação do novo Código Florestal em território paulista. Em linhas gerais, o documento seguiu a regra de prevalência da norma mais restritiva e protetiva ao meio ambiente, inviabilizando, na prática, a aplicação de importantes instrumentos da nova lei, em especial a possibilidade de instituição de reserva legal por meio de compensação ambiental. Desta sorte, grande parte dos processos administrativos com pedidos de compensação ambiental deixaram de ser apreciados pelo órgão ambiental paulista, à espera da regulamentação estadual sobre o tema, que só ocorreu com a recente edição da resolução conjunta das Secretarias de M eio Ambiente e da Agricultura. A nova regulamentação, apesar de mais flexível que o mencionado parecer da PGE, ainda dificulta bastante a compensação ambiental, restringindo-a muito em comparação com o texto original da Lei nº 12.651, de 2012. Ruralistas e ambientalistas ainda terão que conviver neste cenário de insegurança jurídica por mais algum tempo. O prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é requisito para adesão ao PRA, se estende até maio de 2016. Até lá, ainda que o STF se manifeste de forma conclusiva com o julgamento das ADIs, questões técnicas, especialmente relacionadas à regeneração e recomposição de áreas de Cerrado, podem reacender os debates. Infelizmente, a Lei nº 12. 651, de 2012 não foi formulada com base nos fundamentos técnicos-científicos necessários para evitar uma série de problemas jurídicos. LETÍCIA YUMI MARQUES é especialista em direito ambiental da Lee, Brock Camargo Advogados, e professora convidada de Direito Ambiental do Curso de Direito Imobiliário do Cogeae-PUC-SP e membro da Comissão de Infraestrutura, Logística e Desenvolvimento Sustentável da OAB-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Código Florestal: a lei da insatisfação generalizadaEm fevereiro desse ano, o Programa de Regularização Ambiental (PRA) foi regulamentado no Estado de São Paulo pelas Secretarias de Meio Ambiente (SMA) e da Agricultura e Abastecimento (SAA), por meio da Resolução Conjunta SMA/SAA nº 01/2016. A edição da resolução conjunta ocorreu menos de quatro semanas após uma resolução exclusiva da SMA sobre o tema ter sido revogada depois de apenas uma semana em vigor, o que se deve, segundo veiculado pela imprensa, a pressões de ruralistas. O recente ocorrido revela que o cenário de insegurança jurídica que cerca a aplicação da Lei nº 12.651/2012, especialmente no tocante à compensação de reserva legal, cômputo de áreas de preservação permanente (APP) e áreas de Cerrado, que ainda prevalecem. Desde sua publicação, há quase quatro anos, o Código Florestal tem sido objeto de polêmicas e não foi plenamente aplicado. Ainda em 2012, poucos meses após sua publicação, a polêmica acerca da legislação florestal chegou aos tribunais, escancarando a insatisfação generalizada de ruralistas e ambientalistas. De um lado, produtores rurais que buscaram regularizar seus imóveis nos termos da nova lei, valendo-se, especialmente, do acréscimo das APPs ao cômputo da área de reserva legal e da compensação ambiental; de outro, o Ministério Público (MP) a sustentar a tese da inconstitucionalidade da Lei nº 12.651/2012, com fundamento na chamada Teoria da Proibição do Retrocesso, segundo a qual, em tese, uma lei superveniente não pode reduzir a proteção anteriormente outorgada por outra ao meio ambiente. Ações civis públicas e termos de ajustamento de conduta (TAC) iniciados ou firmados sob vigência da lei florestal antiga, mas ainda em curso ou em fase de cumprimento no advento da nova lei, são exemplos das questões que alcançaram os tribunais. A pressão do MP tem sido tamanha que, no noroeste paulista, em alguns casos, imóveis sem curso d'água e, portanto, sem APP, passaram a valer mais que imóveis cortados por riachos, já que ter APP no imóvel tornou-se sinônimo de problema. De olho nas usinas de açúcar, álcool e etanol, alguns promotores de Justiça passaram a pressionar pequenos produtores rurais, que arrendavam parte de suas terras para o cultivo de cana. Esses custam ainda a entender por que o MP lhes nega a possibilidade de incluir as APP no cômputo da reserva legal. "Por que o Código Penal pode retroagir para beneficiar bandido, mas o Código Florestal não pode retroagir para me beneficiar?", questionou-me certa vez um produtor da região de São José do Rio Preto, interior de SP. Atentas à necessidade de segurança jurídica, as Câmaras Reservadas ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo têm se manifestado, desde 2012, pela constitucionalidade da Lei nº 12.651/2012, determinando, na grande maioria dos casos, a sua imediata aplicação. Contudo, a maioria das turmas julgadoras do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforma decisões favoráveis à aplicação do Código Florestal, com base na já mencionada Teoria da Proibição do Retrocesso, afastando, assim, mais uma vez, a aplicação da nova legislação. Ademais, antes mesmo de completar um ano, o Código Florestal se tornou objeto de três ações diretas de inconstitucionalidade (ADI), ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF). Embora o pedido liminar para suspender a aplicação da Lei nº 12. 651, de 2012, tenha sido negado pelo ministro Luiz Fux, as ADIs ainda aguardam julgamento. A questão ganhou um novo capítulo: relator das Ações no Supremo, Fux convocou Audiência Pública para o dia 18 de abril para tratar da matéria. Em São Paulo, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) emitiu, em maio de 2013, um parecer com respostas a questões formuladas pela SMA sobre a aplicação do novo Código Florestal em território paulista. Em linhas gerais, o documento seguiu a regra de prevalência da norma mais restritiva e protetiva ao meio ambiente, inviabilizando, na prática, a aplicação de importantes instrumentos da nova lei, em especial a possibilidade de instituição de reserva legal por meio de compensação ambiental. Desta sorte, grande parte dos processos administrativos com pedidos de compensação ambiental deixaram de ser apreciados pelo órgão ambiental paulista, à espera da regulamentação estadual sobre o tema, que só ocorreu com a recente edição da resolução conjunta das Secretarias de M eio Ambiente e da Agricultura. A nova regulamentação, apesar de mais flexível que o mencionado parecer da PGE, ainda dificulta bastante a compensação ambiental, restringindo-a muito em comparação com o texto original da Lei nº 12.651, de 2012. Ruralistas e ambientalistas ainda terão que conviver neste cenário de insegurança jurídica por mais algum tempo. O prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é requisito para adesão ao PRA, se estende até maio de 2016. Até lá, ainda que o STF se manifeste de forma conclusiva com o julgamento das ADIs, questões técnicas, especialmente relacionadas à regeneração e recomposição de áreas de Cerrado, podem reacender os debates. Infelizmente, a Lei nº 12. 651, de 2012 não foi formulada com base nos fundamentos técnicos-científicos necessários para evitar uma série de problemas jurídicos. LETÍCIA YUMI MARQUES é especialista em direito ambiental da Lee, Brock Camargo Advogados, e professora convidada de Direito Ambiental do Curso de Direito Imobiliário do Cogeae-PUC-SP e membro da Comissão de Infraestrutura, Logística e Desenvolvimento Sustentável da OAB-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Leitor comenta coluna de Demétrio Magnoli
Demétrio Magnoli escancara as bobagens do manifesto econômico do PT concebido por seus "intelectuais". Diante de tal documento, seria impossível o partido permanecer junto a Dilma. O que quer o PT ? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta coluna de Demétrio MagnoliDemétrio Magnoli escancara as bobagens do manifesto econômico do PT concebido por seus "intelectuais". Diante de tal documento, seria impossível o partido permanecer junto a Dilma. O que quer o PT ? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Grupos de sem teto realizam protestos em São Paulo
Protestos promovidos pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) interromperam diversas vias em municípios de sete Estados do país nesta quarta (18). Houve registros em São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Paraná, Ceará e Paraíba.No chamado Dia Nacional de Lutas pela Reforma Urbana, os manifestantes fizeram duas exigências: lançamento imediato do programa Minha Casa Minha Vida 3, prometido pelo governo desde 2014, e recuo no ajuste fiscal. Leia: http://folha.com/no1604530
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Grupos de sem teto realizam protestos em São PauloProtestos promovidos pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) interromperam diversas vias em municípios de sete Estados do país nesta quarta (18). Houve registros em São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Paraná, Ceará e Paraíba.No chamado Dia Nacional de Lutas pela Reforma Urbana, os manifestantes fizeram duas exigências: lançamento imediato do programa Minha Casa Minha Vida 3, prometido pelo governo desde 2014, e recuo no ajuste fiscal. Leia: http://folha.com/no1604530
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Plástico: Uma dupla espanhola e sua estranha mania de embrulhar belos prédios
Um dos lugares mais belos do Rio, a piscina do Parque Lage ganhou ares de nave espacial ultracolorida no fim de janeiro, quando a dupla de artistas espanhóis Sergi Arbusà e Pol Clusella instalou uma enorme bolha de ar bem ... Leia post completo no blog
ilustrada
Plástico: Uma dupla espanhola e sua estranha mania de embrulhar belos prédiosUm dos lugares mais belos do Rio, a piscina do Parque Lage ganhou ares de nave espacial ultracolorida no fim de janeiro, quando a dupla de artistas espanhóis Sergi Arbusà e Pol Clusella instalou uma enorme bolha de ar bem ... Leia post completo no blog
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Sete canções para tocar nos fones dos pequenos no Dia da Criança
AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO Está em busca de uma trilha sonora para o Dia da Criança, na próxima quinta-feira (12)? Confira sete dicas para curtir no feriado com os pequenos. * 'O Sol e a Lua' Pequeno Cidadão, banda que Edgard Scandurra (Ira!), Taciana Barros e Antonio Pinto montaram com seus filhos, mostra como fazer música de qualidade sem derrapar em receitas batidas. O grupo faz uma apresentação gratuita nesta quinta-feira (12), no Sesc Bom Retiro. Video * 'O Leãozinho' Um clássico é um clássico. A canção de Caetano Veloso embalou gerações com seu violão dedilhado e virou referência para artistas como Mallu Magalhães. Curiosamente, a composição foi escrita no fim dos anos 1970 para um adulto que hoje já é avô —o baixista Dadi Carvalho. Vídeo * 'A Noite no Castelo' Idealizado por Luiz Tatit, o grupo Rumo lançou em 1988 o premiado álbum "Quero Passear", que traz "A Noite no Castelo" e outras canções. A obra foi precursora da dupla Palavra Cantada, um dos principais grupos infantis do país hoje —Paulo Tatit, irmão de Luiz, é um dos integrantes. Vídeo * 'Preto no Branco' A canção curtinha e percussiva aborda as diferenças raciais de forma lúdica e, ao mesmo tempo, despretensiosa: "A gente é feito filme antigo / é bonito em preto e em branco". A faixa integra o repertório simples, mas não simplório, do grupo Cria, finalista do 25º Prêmio da Música Brasileira. Vídeo * 'Brincadeira de Menina' Aos 13 anos, a rapper MC Soffia é uma das principais vozes de sua geração. Em suas letras, ela expõe o olhar da criança sobre o cotidiano desafiador, falando sobre temas como racismo e feminismo. Na música, ela dispara: "As minas fazem tudo, até mandar umas rimas". Vídeo * 'Yellow Submarine' Para as crianças que já entendem um pouco de inglês, o álbum "Yellow Submarine" —trilha sonora da animação homônima—, dos Beatles, é um prato cheio. Na faixa-título, sons de tempestade e sinos de navio, gravados com engenhocas no estúdio, remetem à vida em alto-mar. Vídeo * 'Passarinhos' Em seu álbum mais recente, "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa", de 2016, o rapper Emicida se envereda por letras lúdicas, como em "Passarinhos", que conta com participação de Vanessa da Mata. O clipe da faixa faz um bom lobby pela leitura. Vídeo
saopaulo
Sete canções para tocar nos fones dos pequenos no Dia da CriançaAMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO Está em busca de uma trilha sonora para o Dia da Criança, na próxima quinta-feira (12)? Confira sete dicas para curtir no feriado com os pequenos. * 'O Sol e a Lua' Pequeno Cidadão, banda que Edgard Scandurra (Ira!), Taciana Barros e Antonio Pinto montaram com seus filhos, mostra como fazer música de qualidade sem derrapar em receitas batidas. O grupo faz uma apresentação gratuita nesta quinta-feira (12), no Sesc Bom Retiro. Video * 'O Leãozinho' Um clássico é um clássico. A canção de Caetano Veloso embalou gerações com seu violão dedilhado e virou referência para artistas como Mallu Magalhães. Curiosamente, a composição foi escrita no fim dos anos 1970 para um adulto que hoje já é avô —o baixista Dadi Carvalho. Vídeo * 'A Noite no Castelo' Idealizado por Luiz Tatit, o grupo Rumo lançou em 1988 o premiado álbum "Quero Passear", que traz "A Noite no Castelo" e outras canções. A obra foi precursora da dupla Palavra Cantada, um dos principais grupos infantis do país hoje —Paulo Tatit, irmão de Luiz, é um dos integrantes. Vídeo * 'Preto no Branco' A canção curtinha e percussiva aborda as diferenças raciais de forma lúdica e, ao mesmo tempo, despretensiosa: "A gente é feito filme antigo / é bonito em preto e em branco". A faixa integra o repertório simples, mas não simplório, do grupo Cria, finalista do 25º Prêmio da Música Brasileira. Vídeo * 'Brincadeira de Menina' Aos 13 anos, a rapper MC Soffia é uma das principais vozes de sua geração. Em suas letras, ela expõe o olhar da criança sobre o cotidiano desafiador, falando sobre temas como racismo e feminismo. Na música, ela dispara: "As minas fazem tudo, até mandar umas rimas". Vídeo * 'Yellow Submarine' Para as crianças que já entendem um pouco de inglês, o álbum "Yellow Submarine" —trilha sonora da animação homônima—, dos Beatles, é um prato cheio. Na faixa-título, sons de tempestade e sinos de navio, gravados com engenhocas no estúdio, remetem à vida em alto-mar. Vídeo * 'Passarinhos' Em seu álbum mais recente, "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa", de 2016, o rapper Emicida se envereda por letras lúdicas, como em "Passarinhos", que conta com participação de Vanessa da Mata. O clipe da faixa faz um bom lobby pela leitura. Vídeo
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A Olimpíada que encolheu
RIO DE JANEIRO - Com exceção da prefeitura de Eduardo Paes (PMDB-RJ), que sabe como a Olimpíada é importante para o Rio e vital para seu futuro político, nenhum dos outros níveis de governo vem dando a atenção necessária à Rio-2016 –Dilma e Pezão têm problemas muito maiores e mais imediatos. Foi o Brasil de 2009, e o país que ele prometia ser em 2016, quem ganhou o direito de sediar os Jogos. Mas o desinteresse do governo federal fez com que eles se tornassem um evento local, que diz respeito apenas à cidade do Rio. No discurso em que mais se aproximou de uma narrativa política para a Rio-2016, Dilma limitou-se a ler uma lista de "Dez Mandamentos" criados de improviso pela Prefeitura do Rio, todos centrados em benefícios locais, nada com perspectiva nacional ou de política externa. Como não tinha um plano para aproveitar a exposição trazida com o megaevento –nem sequer um projeto para o turismo–, o governo federal foi pego desprevenido pela cobertura negativa da imprensa estrangeira, que começou com a preocupação em torno das águas poluídas da Guanabara, escalou para os efeitos da crise econômica nos Jogos e, agora, chegou aos riscos à saúde de atletas e turistas por causa da zika. Ciente do vácuo de discurso e de olho em 2018, Paes já começou a vender ao público a tese de que a Rio-2016 será uma amostra do Brasil que dá certo, de um país que "não é só Lava Jato, roubalheira, falta de planejamento", como disse à Folha. Descontada a marquetagem, o prefeito de fato tem um trunfo: até agora não há denúncias de corrupção nas obras dos Jogos, o que é praticamente um milagre, dado que a maior parte delas está a cargo das empreiteiras da Lava Jato. Mas isso talvez se deva também à notória falta de transparência que envolve os gastos e obras olímpicas.
colunas
A Olimpíada que encolheuRIO DE JANEIRO - Com exceção da prefeitura de Eduardo Paes (PMDB-RJ), que sabe como a Olimpíada é importante para o Rio e vital para seu futuro político, nenhum dos outros níveis de governo vem dando a atenção necessária à Rio-2016 –Dilma e Pezão têm problemas muito maiores e mais imediatos. Foi o Brasil de 2009, e o país que ele prometia ser em 2016, quem ganhou o direito de sediar os Jogos. Mas o desinteresse do governo federal fez com que eles se tornassem um evento local, que diz respeito apenas à cidade do Rio. No discurso em que mais se aproximou de uma narrativa política para a Rio-2016, Dilma limitou-se a ler uma lista de "Dez Mandamentos" criados de improviso pela Prefeitura do Rio, todos centrados em benefícios locais, nada com perspectiva nacional ou de política externa. Como não tinha um plano para aproveitar a exposição trazida com o megaevento –nem sequer um projeto para o turismo–, o governo federal foi pego desprevenido pela cobertura negativa da imprensa estrangeira, que começou com a preocupação em torno das águas poluídas da Guanabara, escalou para os efeitos da crise econômica nos Jogos e, agora, chegou aos riscos à saúde de atletas e turistas por causa da zika. Ciente do vácuo de discurso e de olho em 2018, Paes já começou a vender ao público a tese de que a Rio-2016 será uma amostra do Brasil que dá certo, de um país que "não é só Lava Jato, roubalheira, falta de planejamento", como disse à Folha. Descontada a marquetagem, o prefeito de fato tem um trunfo: até agora não há denúncias de corrupção nas obras dos Jogos, o que é praticamente um milagre, dado que a maior parte delas está a cargo das empreiteiras da Lava Jato. Mas isso talvez se deva também à notória falta de transparência que envolve os gastos e obras olímpicas.
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Presidente do TST critica oposição do MPT à reforma trabalhista
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho, afirmou que não cabe ao Ministério Público do Trabalho (MPT) criticar a reforma trabalhista em tramitação no Congresso. "O Ministério Público não tem que sair por aí defendendo a não mudança da lei, mas aplicar a lei como ela está colocada", disse o presidente do TST durante evento promovido na Fecomercio-SP para discussão da legislação trabalhista na visão empresarial, coordenado por seu pai, o jurista Ives Gandra Martins, e Ney Prado, presidente da Aide (Academia Internacional de Direito e Economia). "O Ministério Público não defende trabalhador, mas a ordem jurídica. Quem defende trabalhador é sindicato", afirmou. Membros da entidade e da Justiça do Trabalho têm se posicionado publicamente contra o projeto, afirmando que ele reduz a proteção ao trabalhador. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista O ministro, por sua vez, defendeu a reforma, que classifica como uma modernização da legislação trabalhista —segundo ele, defasada. "A reforma tampa lacunas, traz segurança jurídica e mais equilíbrio nas relações de trabalho", disse. O eixo central do projeto de lei é a prevalência das negociações entre empregado e empresa sobre a CLT. Atualmente, a Justiça do Trabalho anula esses acordos quando entende que eles violam a legislação. "Fazer isso é desrespeitar a vontade democrática do empresariado e dos trabalhadores", afirmou. A prevalência do negociado sobre o legislado e mudanças no processo judicial, como a previsão de multa para quem entrar com ação por má-fé, devem reduzir o número de reclamações nos tribunais, afirmou o presidente do TST. Segundo ele, as ações na Justiça do Trabalho giram em torno de 3 milhões ao ano. Para o ministro, as relações de trabalho devem ser de colaboração entre trabalhadores e empresa —modelo para o qual a reforma contribui— e não de conflito ou "luta de classes", disse. IGNORÂNCIA Para o especialista em direito trabalhista José Pastore, que também participou do evento, a oposição ao projeto de lei é fruto de ignorância. "A ignorância é a maior inimiga da reforma", disse. Segundo ele, a opinião pública "vem recebendo um tiroteio dizendo que a reforma vai revogar tudo", quando a reforma traria um avanço ao abrir espaço para as partes negociarem ao mesmo tempo em que mantém proteções ao trabalhador, como o veto à negociação de direitos como o 13 salário e o descanso semanal remunerado. O principal impacto da reforma no curto prazo deve ser a redução de processos na Justiça, segundo Pastore. "Para as empresas, isso é redução do custo Brasil na veia", afirmou. No médio prazo, o mercado de trabalho deve começar a adotar as novas formas de contratação introduzidas pela reforma, como o trabalho intermitente. No longo prazo, esse processo vai levar a um aumento da formalização do mercado de trabalho e "a redução do medo de empregar".
mercado
Presidente do TST critica oposição do MPT à reforma trabalhistaO presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho, afirmou que não cabe ao Ministério Público do Trabalho (MPT) criticar a reforma trabalhista em tramitação no Congresso. "O Ministério Público não tem que sair por aí defendendo a não mudança da lei, mas aplicar a lei como ela está colocada", disse o presidente do TST durante evento promovido na Fecomercio-SP para discussão da legislação trabalhista na visão empresarial, coordenado por seu pai, o jurista Ives Gandra Martins, e Ney Prado, presidente da Aide (Academia Internacional de Direito e Economia). "O Ministério Público não defende trabalhador, mas a ordem jurídica. Quem defende trabalhador é sindicato", afirmou. Membros da entidade e da Justiça do Trabalho têm se posicionado publicamente contra o projeto, afirmando que ele reduz a proteção ao trabalhador. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista O ministro, por sua vez, defendeu a reforma, que classifica como uma modernização da legislação trabalhista —segundo ele, defasada. "A reforma tampa lacunas, traz segurança jurídica e mais equilíbrio nas relações de trabalho", disse. O eixo central do projeto de lei é a prevalência das negociações entre empregado e empresa sobre a CLT. Atualmente, a Justiça do Trabalho anula esses acordos quando entende que eles violam a legislação. "Fazer isso é desrespeitar a vontade democrática do empresariado e dos trabalhadores", afirmou. A prevalência do negociado sobre o legislado e mudanças no processo judicial, como a previsão de multa para quem entrar com ação por má-fé, devem reduzir o número de reclamações nos tribunais, afirmou o presidente do TST. Segundo ele, as ações na Justiça do Trabalho giram em torno de 3 milhões ao ano. Para o ministro, as relações de trabalho devem ser de colaboração entre trabalhadores e empresa —modelo para o qual a reforma contribui— e não de conflito ou "luta de classes", disse. IGNORÂNCIA Para o especialista em direito trabalhista José Pastore, que também participou do evento, a oposição ao projeto de lei é fruto de ignorância. "A ignorância é a maior inimiga da reforma", disse. Segundo ele, a opinião pública "vem recebendo um tiroteio dizendo que a reforma vai revogar tudo", quando a reforma traria um avanço ao abrir espaço para as partes negociarem ao mesmo tempo em que mantém proteções ao trabalhador, como o veto à negociação de direitos como o 13 salário e o descanso semanal remunerado. O principal impacto da reforma no curto prazo deve ser a redução de processos na Justiça, segundo Pastore. "Para as empresas, isso é redução do custo Brasil na veia", afirmou. No médio prazo, o mercado de trabalho deve começar a adotar as novas formas de contratação introduzidas pela reforma, como o trabalho intermitente. No longo prazo, esse processo vai levar a um aumento da formalização do mercado de trabalho e "a redução do medo de empregar".
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Leitor aponta preconceito religioso em coluna sobre Preta Gil
Creio em religião afro-brasileira e trabalho muito para acabar com o preconceito religioso. Por isso, peço a Eliane Trindade (Por que a felicidade de Preta Gil incomoda?, 19/5) que se informe, pois a denominação "Exu" significa guardião, não demônio ou algo que traz desgraça. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor aponta preconceito religioso em coluna sobre Preta GilCreio em religião afro-brasileira e trabalho muito para acabar com o preconceito religioso. Por isso, peço a Eliane Trindade (Por que a felicidade de Preta Gil incomoda?, 19/5) que se informe, pois a denominação "Exu" significa guardião, não demônio ou algo que traz desgraça. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para Padilha, é 'ilusão' unir Congresso por ajuste fiscal após impeachment
O ex-ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), um dos peemedebistas mais próximos do vice-presidente Michel Temer, disse que é "ilusão" pensar que o PMDB vai conseguir, no caso da aprovação do impeachment, unir o Congresso em torno de um ajuste fiscal defendido por Temer. "Isso não existe. Não vamos ter a ilusão de que vamos ter a unificação. Certamente teremos uma maioria consistente, e isso será expressado na votação [de domingo] e depois no Senado para que se possa fazer aquelas transformações, aqueles ajustes", afirmou Padilha, no Salão Verde da Câmara, pouco depois da abertura do processo de debate e votação do impeachment no plenário. Ele defendeu que só há uma forma de melhorar a situação financeira no país: "gastar menos do que recebe", mas preservando "as conquistas sociais dos últimos anos". "Temos que ter competência para mostrar que o Brasil é viável. Isso interna e externamente." Questionado se isso passaria por uma diminuição de cargos comissionados na Esplanada e de ministérios, Padilha desconversou: "Quem vai falar sobre o governo é o presidente Michel". Apontado do possível ato falho pelos repórteres, Padilha afirmou: "disse presidente do partido, do PMDB". Segundo o ex-ministro de Dilma, Temer "possivelmente tem na cabeça já alguma coisa" sobre seu possível gabinete e sobre os ministérios em uma possível gestão. Se o processo de impeachment for arquivado, no entanto, Padilha diz que não haverá problema de Temer seguir como vice. "São coisas absolutamente distintas, existe uma relação institucional desde o começo e ela vai prosseguir até o fim", afirmou. "As divergências políticas, circunstanciais ou até quase que permanentes, elas não se sobrepõem ao plano institucional." Para ele, as instituições estão funcionando muito bem. "Vide o debate o julgamento no Supremo ontem, em que mostrou a absoluta legalidade [do procedimento de impeachment]."
poder
Para Padilha, é 'ilusão' unir Congresso por ajuste fiscal após impeachmentO ex-ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), um dos peemedebistas mais próximos do vice-presidente Michel Temer, disse que é "ilusão" pensar que o PMDB vai conseguir, no caso da aprovação do impeachment, unir o Congresso em torno de um ajuste fiscal defendido por Temer. "Isso não existe. Não vamos ter a ilusão de que vamos ter a unificação. Certamente teremos uma maioria consistente, e isso será expressado na votação [de domingo] e depois no Senado para que se possa fazer aquelas transformações, aqueles ajustes", afirmou Padilha, no Salão Verde da Câmara, pouco depois da abertura do processo de debate e votação do impeachment no plenário. Ele defendeu que só há uma forma de melhorar a situação financeira no país: "gastar menos do que recebe", mas preservando "as conquistas sociais dos últimos anos". "Temos que ter competência para mostrar que o Brasil é viável. Isso interna e externamente." Questionado se isso passaria por uma diminuição de cargos comissionados na Esplanada e de ministérios, Padilha desconversou: "Quem vai falar sobre o governo é o presidente Michel". Apontado do possível ato falho pelos repórteres, Padilha afirmou: "disse presidente do partido, do PMDB". Segundo o ex-ministro de Dilma, Temer "possivelmente tem na cabeça já alguma coisa" sobre seu possível gabinete e sobre os ministérios em uma possível gestão. Se o processo de impeachment for arquivado, no entanto, Padilha diz que não haverá problema de Temer seguir como vice. "São coisas absolutamente distintas, existe uma relação institucional desde o começo e ela vai prosseguir até o fim", afirmou. "As divergências políticas, circunstanciais ou até quase que permanentes, elas não se sobrepõem ao plano institucional." Para ele, as instituições estão funcionando muito bem. "Vide o debate o julgamento no Supremo ontem, em que mostrou a absoluta legalidade [do procedimento de impeachment]."
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"Made in Brazil"
No final de 2013, muito se falava sobre a possibilidade da chamada "tempestade perfeita", entendida à época como a combinação profana do rebaixamento da nota da dívida brasileira com o aumento das taxas de juros nos EUA. Segundo o ex-ministro Delfim Netto, em tal cenário teríamos "uma rápida elevação da taxa de juros no mundo, uma mudança dos fluxos de capitais, um ajuste instantâneo e profundo da nossa taxa de câmbio, uma redução do crédito bancário, uma queda dramática da renda real dos trabalhadores e a volta (...) de taxas de juros reais aos absurdos níveis com que vivemos durante tantos anos, acompanhados por um aumento do desemprego". Embora a nota da dívida tenha sido rebaixada, não chegamos a perder (ainda!) o "grau de investimento", nosso atestado de bons pagadores. Por outro lado, em que pesem os sinais de recuperação cada vez mais evidentes da economia americana, como mostrado no mais recente relatório do mercado de trabalho, as taxas de juros (no caso para aplicação nos títulos de dez anos do Tesouro) se encontram cerca de um ponto percentual mais baixas do que eram à época, na casa de 1,80% ao ano. A verdade é que essa temida "tempestade perfeita" (ainda) não ocorreu. No entanto, à falta da ajuda meteorológica estrangeira o governo, com sua competência habitual, tratou de criar a versão brasileira desse desastre climatológico-econômico. O consenso entre os economistas que contribuem para a pesquisa Focus, do BC, aponta para crescimento nulo em 2015, com a inflação superando 7%, e isso num cenário que não contempla racionamento de energia e água (ainda; perdão pela repetição do advérbio). Assim, o mercado de trabalho, que não foi bem do ponto de vista de geração de empregos em 2014, deve provavelmente ter desempenho ainda pior em 2015. Nesse contexto, é difícil imaginar que a taxa de desemprego vá permanecer tão baixa quanto nos últimos anos. É tentador atribuir esse quadro desolador às políticas adotadas no período mais recente e não tenho a menor dúvida de que economistas já conhecidos por seu baixo apego à honestidade intelectual não hesitarão em fazer exatamente isso. Aliás, não parece ser outra a motivação do manifesto "heterodoxo" publicado na semana passada. A verdade, contudo, é que a "tempestade perfeita" vem sendo gestada domesticamente há anos, mas ganhou velocidade do fim de 2014 para cá. Do lado da política macroeconômica, a irresponsabilidade foi a norma. A incapacidade de reconhecer que a desaceleração da economia brasileira resultava essencialmente de limitações do lado da oferta levou a políticas de aumento sem precedentes do gasto governamental, assim como ao desmonte da estrutura institucional que impunha alguma disciplina ao setor público. A Lei de Responsabilidade Fiscal foi devidamente imolada no altar da "nova matriz macroeconômica". Da mesma forma, o descaso com a inflação ficou evidente na condução desastrada da política monetária de 2011 para cá, também implicando considerável retrocesso institucional. Tão ou mais importante, porém, foi a deterioração da política microeconômica. Retomando velhos vícios no que se refere à intervenção no domínio econômico, o governo desarticulou setores importantes, reduzindo ainda mais o ritmo de expansão da produtividade, agravando o problema do baixo crescimento. O resultado dessas políticas não poderia ser diferente do observado: estagnação, inflação acima da meta, deficit externos elevados e dívida pública crescente, agravados agora pela gestão desastrosa tanto da Petrobras quanto do setor energético, supostamente áreas de especialidade da presidente. A "tempestade perfeita" é apenas o ponto culminante dos erros do governo, cuja responsabilidade cabe igualmente aos economistas que não só aplaudiram a política econômica da presidente mas também pediram bis e agora tentam desajeitadamente fingir que nada têm a ver com o problema.
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"Made in Brazil"No final de 2013, muito se falava sobre a possibilidade da chamada "tempestade perfeita", entendida à época como a combinação profana do rebaixamento da nota da dívida brasileira com o aumento das taxas de juros nos EUA. Segundo o ex-ministro Delfim Netto, em tal cenário teríamos "uma rápida elevação da taxa de juros no mundo, uma mudança dos fluxos de capitais, um ajuste instantâneo e profundo da nossa taxa de câmbio, uma redução do crédito bancário, uma queda dramática da renda real dos trabalhadores e a volta (...) de taxas de juros reais aos absurdos níveis com que vivemos durante tantos anos, acompanhados por um aumento do desemprego". Embora a nota da dívida tenha sido rebaixada, não chegamos a perder (ainda!) o "grau de investimento", nosso atestado de bons pagadores. Por outro lado, em que pesem os sinais de recuperação cada vez mais evidentes da economia americana, como mostrado no mais recente relatório do mercado de trabalho, as taxas de juros (no caso para aplicação nos títulos de dez anos do Tesouro) se encontram cerca de um ponto percentual mais baixas do que eram à época, na casa de 1,80% ao ano. A verdade é que essa temida "tempestade perfeita" (ainda) não ocorreu. No entanto, à falta da ajuda meteorológica estrangeira o governo, com sua competência habitual, tratou de criar a versão brasileira desse desastre climatológico-econômico. O consenso entre os economistas que contribuem para a pesquisa Focus, do BC, aponta para crescimento nulo em 2015, com a inflação superando 7%, e isso num cenário que não contempla racionamento de energia e água (ainda; perdão pela repetição do advérbio). Assim, o mercado de trabalho, que não foi bem do ponto de vista de geração de empregos em 2014, deve provavelmente ter desempenho ainda pior em 2015. Nesse contexto, é difícil imaginar que a taxa de desemprego vá permanecer tão baixa quanto nos últimos anos. É tentador atribuir esse quadro desolador às políticas adotadas no período mais recente e não tenho a menor dúvida de que economistas já conhecidos por seu baixo apego à honestidade intelectual não hesitarão em fazer exatamente isso. Aliás, não parece ser outra a motivação do manifesto "heterodoxo" publicado na semana passada. A verdade, contudo, é que a "tempestade perfeita" vem sendo gestada domesticamente há anos, mas ganhou velocidade do fim de 2014 para cá. Do lado da política macroeconômica, a irresponsabilidade foi a norma. A incapacidade de reconhecer que a desaceleração da economia brasileira resultava essencialmente de limitações do lado da oferta levou a políticas de aumento sem precedentes do gasto governamental, assim como ao desmonte da estrutura institucional que impunha alguma disciplina ao setor público. A Lei de Responsabilidade Fiscal foi devidamente imolada no altar da "nova matriz macroeconômica". Da mesma forma, o descaso com a inflação ficou evidente na condução desastrada da política monetária de 2011 para cá, também implicando considerável retrocesso institucional. Tão ou mais importante, porém, foi a deterioração da política microeconômica. Retomando velhos vícios no que se refere à intervenção no domínio econômico, o governo desarticulou setores importantes, reduzindo ainda mais o ritmo de expansão da produtividade, agravando o problema do baixo crescimento. O resultado dessas políticas não poderia ser diferente do observado: estagnação, inflação acima da meta, deficit externos elevados e dívida pública crescente, agravados agora pela gestão desastrosa tanto da Petrobras quanto do setor energético, supostamente áreas de especialidade da presidente. A "tempestade perfeita" é apenas o ponto culminante dos erros do governo, cuja responsabilidade cabe igualmente aos economistas que não só aplaudiram a política econômica da presidente mas também pediram bis e agora tentam desajeitadamente fingir que nada têm a ver com o problema.
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Silva abraça de vez o som popular com um álbum em que canta Marisa Monte
A mãe decidiu que o caçula Lúcio iria ser violinista. Ele gostava de piano, mas chegou tarde, a família capixaba já tinha muitos pianistas. Chorava para não ir à aula de violino, mas depois pegou gosto. O destino do futuro concertista mudou depois de um tempo na Europa, de onde voltou decidido a ser músico popular. Tanto que escolheu para essa missão o nome brasileiro mais popular: Silva. Ele nasceu com o nome, mas transformá-lo em rótulo artístico levou tempo. "Eu demorei a me enxergar como cantor, sempre fui músico, tocava os instrumentos todos. Por isso queria achar o nome para um projeto. Pensei em várias opções, mas tenho até vergonha de falar", conta Lúcio Souza Silva, 28, que a cada temporada vai chegando mais perto da popularidade almejada. Em tempos de buscas diárias na internet, ser apenas Silva é complicado. No Google, é preciso associar seu nome a palavras como "cantor", "músico", ou ao título de um de seus discos ou de suas canções. "Ninguém usa só Silva. O difícil foi registrar site. Eu uso 'listentosilva', coisas agringalhadas, é o que dá." Agora, uma opção é procurar por "silva + marisa monte". Ele acaba de lançar um álbum no qual faz versões para músicas da cantora. Se a cada um de seus três primeiros discos autorais a popularidade aumentou, agora deve disparar com "Silva Canta Marisa". Das 12 faixas, uma é inédita, "Noturno (Nada de Novo na Noite)", escrita por ele com o irmão mais velho, Lucas, parceiro constante, e a própria Marisa. Em 2015, Silva foi convidado para participar do programa "Versões", do canal BIS, que coloca artistas emergentes para tocar músicas de nomes consagrados. Pensou em Caetano e Chico Buarque, mas, com medo das comparações, escolheu Marisa. Depois da exibição do programa, veio o convite do Sesc, em São Paulo, para que aquilo fosse transformado em show. Então Silva e Marisa se conheceram pessoalmente. Na primeira vez em que foi à casa da cantora, já fizeram música juntos. Não uma, mas logo duas. "A Marisa é muito fominha. Você vai na casa dela, começa a conversar e daqui a pouco ela diz: 'Vamos sentar no piano?'. Ela é muito prática, cheia de ideias. Se deixar, cada vez que você a visitar sai uma música. Ela é workaholic, eu admiro isso, porque sou preguiçoso." Agora o disco deve virar show, começando turnê no dia 17 de dezembro, em São Paulo. PREGUIÇA PRODUTIVA Para quem se define preguiçoso, a produção de Silva impressiona. São quatro discos lançados nos últimos cinco anos: "Claridão" (2012), "Vista pro Mar" (2013), "Júpiter" (2015) e o projeto com Marisa. Escutá-los em ordem cronológica permite a percepção clara de uma evolução. Ele foi de um som mais eletrônico, no qual sua voz se escondia entre os instrumentos, a um formato de canção, com letras românticas simples e diretas. "Acho que minha carreira foi acompanhando a minha evolução pessoal. Eu sou bem sincero, não tenho muito talento para essa coisa de ser personagem." Mas a timidez não veio da infância ou da adolescência. Era desinibido quando tocava em orquestras, talvez sob a proteção da figura do maestro, à frente de todos. Essa coisa de virar cantor é que o deixou tímido. Quando essa responsabilidade de ser "frontman" surgiu, veio junto a timidez. "Fui construindo uma nova confiança aos poucos, fiz terapia, faço até hoje e me ajuda à beça." Ele foi morar na Europa aos 20 anos, uma forma de se emancipar da família conservadora e protestante. Passou um ano e meio em Dublin, na Irlanda, com um grupo musical de rua. "Éramos eu e mais cinco músicos, a gente pagava o aluguel tocando na rua. Todos hippies, completamente diferentes de mim. Eram largados, e eu ali, todo arrumado pela avó, todo certinho. Eu estava no meio do meu curso superior de violino, tocando Mozart e empolgado para ser um concertista. Aí uma amiga me convenceu a cantar com ela." AMOR PELO MAR De volta ao Brasil com três demos, mostrou suas primeiras composições a alguns amigos do Rio de Janeiro, que o elogiaram. Em 2011, colocou músicas na internet, que chamaram a atenção dos produtores do festival espanhol Sónar. Antes que assinasse com uma gravadora, foi escalado para a edição brasileira do festival, em 2012. O garoto que chorava na aula de violino hoje toca também piano, seu favorito, e violão. Fala que "arranha" contrabaixo e brinca com violoncelo em casa. Hoje compõe no piano, mas já usou bastante o computador. "Fui bem robô no começo, usava softwares. 'Claridão" e 'Vista pro Mar" são discos que eu fiz como produtor de música eletrônica". No primeiro, aproveitou as poucas músicas que tinha lançado na internet e construiu o resto do disco em volta delas. Depois, quis que o segundo disco tivesse "uma cara de mar". Além de morar em Vitória, cidade praiana, conheceu pessoas que contavam a ele sobre candomblé, coisas de cultura e religião ligadas ao mar. Ficou encantado com Iemanjá. Fez um disco menos eletrônico. "Júpiter" veio numa época em que admite estar menos reprimido, "pessoalmente, sexualmente, musicalmente". Uma fase de mais segurança. "Não era mais novinho, já tinha tido mais experiências amorosas e quebrado a cara. Na época do 'Claridão' ainda não tinha sofrido. Acredito que é um disco assexuado, uma coisa muito etérea, viajante. Quando fui para a Europa, era muito certinho. Lá tive experiências com drogas, usei LSD. Isso abriu a minha cabeça de uma forma impressionante." MAIS PELE Em "Júpiter", Silva quis fazer uma coisa mais "pele". Pele é o que não falta no clipe de "Feliz e Ponto", que o exibe num triângulo de beijos e abraços com uma garota e outro homem, os três nus. "Quis falar de amor de uma forma mais direta, sem tantos rodeios, e eu tinha mais vivência para falar, era uma coisa sincera." A cada disco ele reduziu a quantidade de instrumentos na gravação. Diz que sua vontade é compor uma canção legal, sem a pretensão de fazer algo que nunca fizeram antes. Dedica agora bom tempo a coisas antigas que não ouvia há anos, como Billie Holiday, Chet Baker, jazz, muito João Gilberto. Gente que trabalha com instrumental enxuto, daí veio um pouco dessa "limpeza". "Alguns evoluem no sentido de agregar mais. A minha maturidade como produtor vem de enxugar o som." Silva ainda mora em Vitória porque é um lugar barato, comparado com Rio e São Paulo. Segundo ele, isso lhe dá um poder de escolha. "Em São Paulo, por exemplo, você paga um aluguel caríssimo e recebe muito convite. Você vai acabar topando coisas que não quer muito fazer, só pela grana. Quero ter o poder de escolha de dizer não." Ele mora com os pais. Seus dois irmãos estão casados, então foi "promovido" a filho único. "Minha família é supercoruja comigo, até depois do clipe de 'Feliz e Ponto' não torceram o nariz. Minha mãe, apesar de ser evangélica, é muito hippie, toca flauta numa orquestra barroca, é professora universitária, muito zen. Meu pai tem 70 anos, eu gosto de estar perto deles por enquanto." Silva diz que as viagens constantes o castigam. Dorme mal, não se alimenta direito. "Fiz exames e minhas taxas estavam todas ruins. Comecei a ficar preocupado, sou muito novo para ter esses problemas. Voltei a nadar, faço ioga, umas coisas assim". A tal da natureza preguiçosa que ele aponta em si, mas é difícil de ver de fora, pode atrapalhar a nova rotina. Ou ele pode mudar sem perceber, como foi com seu som. "Eu estou tentando."
serafina
Silva abraça de vez o som popular com um álbum em que canta Marisa MonteA mãe decidiu que o caçula Lúcio iria ser violinista. Ele gostava de piano, mas chegou tarde, a família capixaba já tinha muitos pianistas. Chorava para não ir à aula de violino, mas depois pegou gosto. O destino do futuro concertista mudou depois de um tempo na Europa, de onde voltou decidido a ser músico popular. Tanto que escolheu para essa missão o nome brasileiro mais popular: Silva. Ele nasceu com o nome, mas transformá-lo em rótulo artístico levou tempo. "Eu demorei a me enxergar como cantor, sempre fui músico, tocava os instrumentos todos. Por isso queria achar o nome para um projeto. Pensei em várias opções, mas tenho até vergonha de falar", conta Lúcio Souza Silva, 28, que a cada temporada vai chegando mais perto da popularidade almejada. Em tempos de buscas diárias na internet, ser apenas Silva é complicado. No Google, é preciso associar seu nome a palavras como "cantor", "músico", ou ao título de um de seus discos ou de suas canções. "Ninguém usa só Silva. O difícil foi registrar site. Eu uso 'listentosilva', coisas agringalhadas, é o que dá." Agora, uma opção é procurar por "silva + marisa monte". Ele acaba de lançar um álbum no qual faz versões para músicas da cantora. Se a cada um de seus três primeiros discos autorais a popularidade aumentou, agora deve disparar com "Silva Canta Marisa". Das 12 faixas, uma é inédita, "Noturno (Nada de Novo na Noite)", escrita por ele com o irmão mais velho, Lucas, parceiro constante, e a própria Marisa. Em 2015, Silva foi convidado para participar do programa "Versões", do canal BIS, que coloca artistas emergentes para tocar músicas de nomes consagrados. Pensou em Caetano e Chico Buarque, mas, com medo das comparações, escolheu Marisa. Depois da exibição do programa, veio o convite do Sesc, em São Paulo, para que aquilo fosse transformado em show. Então Silva e Marisa se conheceram pessoalmente. Na primeira vez em que foi à casa da cantora, já fizeram música juntos. Não uma, mas logo duas. "A Marisa é muito fominha. Você vai na casa dela, começa a conversar e daqui a pouco ela diz: 'Vamos sentar no piano?'. Ela é muito prática, cheia de ideias. Se deixar, cada vez que você a visitar sai uma música. Ela é workaholic, eu admiro isso, porque sou preguiçoso." Agora o disco deve virar show, começando turnê no dia 17 de dezembro, em São Paulo. PREGUIÇA PRODUTIVA Para quem se define preguiçoso, a produção de Silva impressiona. São quatro discos lançados nos últimos cinco anos: "Claridão" (2012), "Vista pro Mar" (2013), "Júpiter" (2015) e o projeto com Marisa. Escutá-los em ordem cronológica permite a percepção clara de uma evolução. Ele foi de um som mais eletrônico, no qual sua voz se escondia entre os instrumentos, a um formato de canção, com letras românticas simples e diretas. "Acho que minha carreira foi acompanhando a minha evolução pessoal. Eu sou bem sincero, não tenho muito talento para essa coisa de ser personagem." Mas a timidez não veio da infância ou da adolescência. Era desinibido quando tocava em orquestras, talvez sob a proteção da figura do maestro, à frente de todos. Essa coisa de virar cantor é que o deixou tímido. Quando essa responsabilidade de ser "frontman" surgiu, veio junto a timidez. "Fui construindo uma nova confiança aos poucos, fiz terapia, faço até hoje e me ajuda à beça." Ele foi morar na Europa aos 20 anos, uma forma de se emancipar da família conservadora e protestante. Passou um ano e meio em Dublin, na Irlanda, com um grupo musical de rua. "Éramos eu e mais cinco músicos, a gente pagava o aluguel tocando na rua. Todos hippies, completamente diferentes de mim. Eram largados, e eu ali, todo arrumado pela avó, todo certinho. Eu estava no meio do meu curso superior de violino, tocando Mozart e empolgado para ser um concertista. Aí uma amiga me convenceu a cantar com ela." AMOR PELO MAR De volta ao Brasil com três demos, mostrou suas primeiras composições a alguns amigos do Rio de Janeiro, que o elogiaram. Em 2011, colocou músicas na internet, que chamaram a atenção dos produtores do festival espanhol Sónar. Antes que assinasse com uma gravadora, foi escalado para a edição brasileira do festival, em 2012. O garoto que chorava na aula de violino hoje toca também piano, seu favorito, e violão. Fala que "arranha" contrabaixo e brinca com violoncelo em casa. Hoje compõe no piano, mas já usou bastante o computador. "Fui bem robô no começo, usava softwares. 'Claridão" e 'Vista pro Mar" são discos que eu fiz como produtor de música eletrônica". No primeiro, aproveitou as poucas músicas que tinha lançado na internet e construiu o resto do disco em volta delas. Depois, quis que o segundo disco tivesse "uma cara de mar". Além de morar em Vitória, cidade praiana, conheceu pessoas que contavam a ele sobre candomblé, coisas de cultura e religião ligadas ao mar. Ficou encantado com Iemanjá. Fez um disco menos eletrônico. "Júpiter" veio numa época em que admite estar menos reprimido, "pessoalmente, sexualmente, musicalmente". Uma fase de mais segurança. "Não era mais novinho, já tinha tido mais experiências amorosas e quebrado a cara. Na época do 'Claridão' ainda não tinha sofrido. Acredito que é um disco assexuado, uma coisa muito etérea, viajante. Quando fui para a Europa, era muito certinho. Lá tive experiências com drogas, usei LSD. Isso abriu a minha cabeça de uma forma impressionante." MAIS PELE Em "Júpiter", Silva quis fazer uma coisa mais "pele". Pele é o que não falta no clipe de "Feliz e Ponto", que o exibe num triângulo de beijos e abraços com uma garota e outro homem, os três nus. "Quis falar de amor de uma forma mais direta, sem tantos rodeios, e eu tinha mais vivência para falar, era uma coisa sincera." A cada disco ele reduziu a quantidade de instrumentos na gravação. Diz que sua vontade é compor uma canção legal, sem a pretensão de fazer algo que nunca fizeram antes. Dedica agora bom tempo a coisas antigas que não ouvia há anos, como Billie Holiday, Chet Baker, jazz, muito João Gilberto. Gente que trabalha com instrumental enxuto, daí veio um pouco dessa "limpeza". "Alguns evoluem no sentido de agregar mais. A minha maturidade como produtor vem de enxugar o som." Silva ainda mora em Vitória porque é um lugar barato, comparado com Rio e São Paulo. Segundo ele, isso lhe dá um poder de escolha. "Em São Paulo, por exemplo, você paga um aluguel caríssimo e recebe muito convite. Você vai acabar topando coisas que não quer muito fazer, só pela grana. Quero ter o poder de escolha de dizer não." Ele mora com os pais. Seus dois irmãos estão casados, então foi "promovido" a filho único. "Minha família é supercoruja comigo, até depois do clipe de 'Feliz e Ponto' não torceram o nariz. Minha mãe, apesar de ser evangélica, é muito hippie, toca flauta numa orquestra barroca, é professora universitária, muito zen. Meu pai tem 70 anos, eu gosto de estar perto deles por enquanto." Silva diz que as viagens constantes o castigam. Dorme mal, não se alimenta direito. "Fiz exames e minhas taxas estavam todas ruins. Comecei a ficar preocupado, sou muito novo para ter esses problemas. Voltei a nadar, faço ioga, umas coisas assim". A tal da natureza preguiçosa que ele aponta em si, mas é difícil de ver de fora, pode atrapalhar a nova rotina. Ou ele pode mudar sem perceber, como foi com seu som. "Eu estou tentando."
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Nas redes sociais, movimentação às vésperas de protesto é mais fraca
A movimentação nas redes sociais para os protestos deste domingo (16) foi mais fraca do que a observada antes das outras duas grandes manifestações contra o governo que ocorreram neste ano, em 15 de março e 12 de abril. Segundo análise de termos relacionados a protestos feitos pela empresa de monitoramento de redes sociais Seekr a pedido da Folha, o assunto foi alvo de pouco mais de 20 mil postagens no Twitter, no Instagram, no YouTube e no Google+, de segunda-feira (10) a quinta-feira (13) desta semana. É menos da metade dos mais de 45 mil postagens registradas na semana anterior ao protesto de 15 de março. Na véspera do protesto de 12 de abril, foram quase 28 mil. A pesquisa, porém, não abrange termos específicos de cada um dos protestos. Também não monitora o Facebook e as conversas no aplicativo WhatsApp, por impossibilidade técnica. De semelhante entre os protestos, há a concentração dos locais das postagens. Em todas as semanas pré-protestos, a maioria veio dos Estados de São Paulo, Rio e Minas Gerais –onde também ocorreram, junto de Brasília, as manifestações com mais pessoas. Menções sobre os protestos em redes sociais* Para Eduardo Luiz Prange Júnior, responsável pela pesquisa, um aspecto relevante das interações sobre protestos é o menor embate entre situação e oposição. "Nas eleições, por exemplo, as duas partes se atacavam muito. Os pró-governo continuam atuando, mas estão menos combatentes", disse. "Ou estão em dúvida sobre a escolha por Dilma ou esperando o desenrolar do noticiário [sobre a Operação Lava Jato ou as "pedaladas fiscais" do governo]". MILITÂNCIA A pouca penetração do assunto nas redes sociais também foi observada pela especialista em redes sociais Raquel Recuero, professora da UCPel (Universidade Católica de Pelotas). Segundo ela, há um grupo de contas chamando para os protestos que tem grande interação entre si, mas as mensagens atingem poucos que não são militantes. "Não é que as pessoas querem ou não querem impeachment. Mas quem fala [nas redes sociais] é militante. Não é como em junho de 2013, quando todo mundo falava", disse Raquel. Ela lembra que muitas mensagens são reforçadas por usuários robôs ativados por militantes. "A militância robotizada é forte, principalmente no Twitter, o que polui os dados e diminui ainda mais o espaço para discussão, pois o objetivo dela é ajudar a ganhar no grito", disse Raquel. O cientista político Emmanuel Publio Dias, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), lembra que não existe mais o "sabor da novidade" do início do ano, quando a Operação Lava Jato começou a atingir políticos e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, deixou a estatal. "O tema está cansando. A internet apenas reflete a falta de propostas de mudança da vida real", apontou.
poder
Nas redes sociais, movimentação às vésperas de protesto é mais fracaA movimentação nas redes sociais para os protestos deste domingo (16) foi mais fraca do que a observada antes das outras duas grandes manifestações contra o governo que ocorreram neste ano, em 15 de março e 12 de abril. Segundo análise de termos relacionados a protestos feitos pela empresa de monitoramento de redes sociais Seekr a pedido da Folha, o assunto foi alvo de pouco mais de 20 mil postagens no Twitter, no Instagram, no YouTube e no Google+, de segunda-feira (10) a quinta-feira (13) desta semana. É menos da metade dos mais de 45 mil postagens registradas na semana anterior ao protesto de 15 de março. Na véspera do protesto de 12 de abril, foram quase 28 mil. A pesquisa, porém, não abrange termos específicos de cada um dos protestos. Também não monitora o Facebook e as conversas no aplicativo WhatsApp, por impossibilidade técnica. De semelhante entre os protestos, há a concentração dos locais das postagens. Em todas as semanas pré-protestos, a maioria veio dos Estados de São Paulo, Rio e Minas Gerais –onde também ocorreram, junto de Brasília, as manifestações com mais pessoas. Menções sobre os protestos em redes sociais* Para Eduardo Luiz Prange Júnior, responsável pela pesquisa, um aspecto relevante das interações sobre protestos é o menor embate entre situação e oposição. "Nas eleições, por exemplo, as duas partes se atacavam muito. Os pró-governo continuam atuando, mas estão menos combatentes", disse. "Ou estão em dúvida sobre a escolha por Dilma ou esperando o desenrolar do noticiário [sobre a Operação Lava Jato ou as "pedaladas fiscais" do governo]". MILITÂNCIA A pouca penetração do assunto nas redes sociais também foi observada pela especialista em redes sociais Raquel Recuero, professora da UCPel (Universidade Católica de Pelotas). Segundo ela, há um grupo de contas chamando para os protestos que tem grande interação entre si, mas as mensagens atingem poucos que não são militantes. "Não é que as pessoas querem ou não querem impeachment. Mas quem fala [nas redes sociais] é militante. Não é como em junho de 2013, quando todo mundo falava", disse Raquel. Ela lembra que muitas mensagens são reforçadas por usuários robôs ativados por militantes. "A militância robotizada é forte, principalmente no Twitter, o que polui os dados e diminui ainda mais o espaço para discussão, pois o objetivo dela é ajudar a ganhar no grito", disse Raquel. O cientista político Emmanuel Publio Dias, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), lembra que não existe mais o "sabor da novidade" do início do ano, quando a Operação Lava Jato começou a atingir políticos e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, deixou a estatal. "O tema está cansando. A internet apenas reflete a falta de propostas de mudança da vida real", apontou.
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Líder do Kuait visita Arábia Saudita para tentar mediar crise com Qatar
O emir do Kuait viajará nesta terça-feira (6) para a Arábia Saudita para tentar mediar a crise diplomática entre aliados árabes e o Qatar, que teve seus laços com países da região rompidos na segunda após ser acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã. Chefe de Estado do Kuait, o emir Sheikh Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah se reunirá com o rei Salman, da Arábia Saudita, país que liderou a iniciativa de isolamento do Qatar. A decisão abriu a mais grave crise diplomática no golfo Pérsico desde a guerra contra o Iraque, em 1991. Além da Arábia Saudita, romperam relações diplomáticas com o país os governos de Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. As Maldivas, um arquipélago localizado no oceano Índico, e o governo da Líbia sediado no leste do país —que não é reconhecido internacionalmente— também se uniram no boicote ao Qatar. O Qatar rejeitou o rompimento, que chamou de "injustificável" e "sem fundamento", e viu com bons olhos a iniciativa de mediação do Kuait. O chefe do Estado do Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani, conversou com seu colega do Kuait por telefone à noite sobre a crise. O chanceler Mohammed bin Abdulrahman al-Thani disse à emissora qatariana Al Jazeera que o país quer dar ao emir do Kuait o poder de "proceder e comunicar com as partes na crise e tentar conter o problema". Em uma escalada da crise, a Jordânia anunciou na tarde desta terça-feira que irá "reduzir presença diplomática" no Qatar e que cancelou o registro local da Al Jazeera, o que implica no fechamento do escritório jordaniano da emissora. Segundo o porta-voz do governo jordaniano, Mohammed Momani, a decisão foi tomada para assegurar a estabilidade regional, coordenando as políticas dos países árabes, e para "acabar com a crise em nossa região". ACUSAÇÕES Ao romper com o Qatar, os regimes da região acusaram o país de apoiar organizações como Al Qaeda, Estado Islâmico e Irmandade Muçulmana, grupo considerado "terrorista" pelo Egito e os países do Golfo. Além disso, esses países viam com maus olhos a recente aproximação do Qatar com o Irã, grande rival religioso e econômico da Arábia Saudita. Segundo o jornal britânico "Financial Times", o estopim para o rompimento teria sido o pagamento de um resgate de US$ 1 bilhão pelo Qatar a extremistas que haviam sequestrado membros da família real do país no sul do Iraque, durante uma viagem de caça. O dinheiro teria sido destinado a um braço da rede terrorista Al Qaeda na Síria e agentes de segurança do Irã. Além da ruptura diplomática, os países do Golfo fecharam espaços aéreos e acessos terrestres e marítimos ao Qatar, além de proibirem viagens ao país e a entrada de qatarianos. A suspensão dos voos foi anunciada pelas principais companhias aéreas do Golfo. Em resposta, a Qatar Airways também anunciou a suspensão de todos os voos para a Arábia Saudita. O Qatar também foi expulso da coalizão militar árabe que atua no conflito no Iêmen, pelo suposto apoio a terroristas no país. O Qatar sempre ocupou um lugar à parte na região, com sua própria política regional e afirmando sua influência por meio do esporte, em especial com a organização da Copa do Mundo de 2022. TRUMP Nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lembrou de sua recente visita à Arábia Saudita —em que pediu a líderes regionais que cortem o apoio a terroristas —, insinuando que o rompimento com o Qatar é resultado de seus esforços. "Durante minha recente visita ao Oriente Médio eu afirmei que não pode mais haver financiamento para ideologias radicais. Líderes apontaram para o Qatar —veja!", disse Trump. Na segunda-feira (5), o Departamento de Estado americano havia reagido à crise diplomática no Golfo com comedimento, pedindo aos países que permaneçam unidos —Washington é aliado da Arábia Saudita e do Qatar. Os Estados Unidos têm especial interesse no Qatar, onde mantêm sua maior base aérea no Oriente Médio. A instalação é essencial para os ataques aéreos liderados por Washington contra a milícia terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
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Líder do Kuait visita Arábia Saudita para tentar mediar crise com QatarO emir do Kuait viajará nesta terça-feira (6) para a Arábia Saudita para tentar mediar a crise diplomática entre aliados árabes e o Qatar, que teve seus laços com países da região rompidos na segunda após ser acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã. Chefe de Estado do Kuait, o emir Sheikh Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah se reunirá com o rei Salman, da Arábia Saudita, país que liderou a iniciativa de isolamento do Qatar. A decisão abriu a mais grave crise diplomática no golfo Pérsico desde a guerra contra o Iraque, em 1991. Além da Arábia Saudita, romperam relações diplomáticas com o país os governos de Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. As Maldivas, um arquipélago localizado no oceano Índico, e o governo da Líbia sediado no leste do país —que não é reconhecido internacionalmente— também se uniram no boicote ao Qatar. O Qatar rejeitou o rompimento, que chamou de "injustificável" e "sem fundamento", e viu com bons olhos a iniciativa de mediação do Kuait. O chefe do Estado do Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani, conversou com seu colega do Kuait por telefone à noite sobre a crise. O chanceler Mohammed bin Abdulrahman al-Thani disse à emissora qatariana Al Jazeera que o país quer dar ao emir do Kuait o poder de "proceder e comunicar com as partes na crise e tentar conter o problema". Em uma escalada da crise, a Jordânia anunciou na tarde desta terça-feira que irá "reduzir presença diplomática" no Qatar e que cancelou o registro local da Al Jazeera, o que implica no fechamento do escritório jordaniano da emissora. Segundo o porta-voz do governo jordaniano, Mohammed Momani, a decisão foi tomada para assegurar a estabilidade regional, coordenando as políticas dos países árabes, e para "acabar com a crise em nossa região". ACUSAÇÕES Ao romper com o Qatar, os regimes da região acusaram o país de apoiar organizações como Al Qaeda, Estado Islâmico e Irmandade Muçulmana, grupo considerado "terrorista" pelo Egito e os países do Golfo. Além disso, esses países viam com maus olhos a recente aproximação do Qatar com o Irã, grande rival religioso e econômico da Arábia Saudita. Segundo o jornal britânico "Financial Times", o estopim para o rompimento teria sido o pagamento de um resgate de US$ 1 bilhão pelo Qatar a extremistas que haviam sequestrado membros da família real do país no sul do Iraque, durante uma viagem de caça. O dinheiro teria sido destinado a um braço da rede terrorista Al Qaeda na Síria e agentes de segurança do Irã. Além da ruptura diplomática, os países do Golfo fecharam espaços aéreos e acessos terrestres e marítimos ao Qatar, além de proibirem viagens ao país e a entrada de qatarianos. A suspensão dos voos foi anunciada pelas principais companhias aéreas do Golfo. Em resposta, a Qatar Airways também anunciou a suspensão de todos os voos para a Arábia Saudita. O Qatar também foi expulso da coalizão militar árabe que atua no conflito no Iêmen, pelo suposto apoio a terroristas no país. O Qatar sempre ocupou um lugar à parte na região, com sua própria política regional e afirmando sua influência por meio do esporte, em especial com a organização da Copa do Mundo de 2022. TRUMP Nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lembrou de sua recente visita à Arábia Saudita —em que pediu a líderes regionais que cortem o apoio a terroristas —, insinuando que o rompimento com o Qatar é resultado de seus esforços. "Durante minha recente visita ao Oriente Médio eu afirmei que não pode mais haver financiamento para ideologias radicais. Líderes apontaram para o Qatar —veja!", disse Trump. Na segunda-feira (5), o Departamento de Estado americano havia reagido à crise diplomática no Golfo com comedimento, pedindo aos países que permaneçam unidos —Washington é aliado da Arábia Saudita e do Qatar. Os Estados Unidos têm especial interesse no Qatar, onde mantêm sua maior base aérea no Oriente Médio. A instalação é essencial para os ataques aéreos liderados por Washington contra a milícia terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
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Sem reforma da Previdência, não haverá estabilidade na economia
O gasto público em aposentadorias e pensões, incluindo tanto trabalhadores do setor privado (RGPS) como funcionários públicos (RPPS), atingiu cerca de R$ 700 bilhões no ano passado, pouco menos de 12% do PIB. Ao mesmo tempo, porém, somos um país relativamente jovem: a população acima de 60 anos ("idosos") corresponde a uns 10% do total, proporção não muito distinta da observada em outros países latino-americanos, como o México ou o Chile. Apesar disso, países com estrutura etária similar à nossa gastam muito menos; nossa despesa, na verdade, se assemelha à de países bem mais velhos (e muito mais ricos), como a Alemanha, onde os "idosos" correspondem a um quarto da população total. Trata-se de um fato, não uma opinião. Em consequência, deve ficar claro que, se nada for feito, a despesa previdenciária seguirá crescendo acima do PIB, refletindo principalmente o envelhecimento natural da população. Em 2026, os "idosos" representarão perto de 18% da população, proporção que se elevará para 22% em 2036, trazendo o gasto para a casa de 20% do PIB, superior ao de qualquer país no mundo hoje. Isso é o reflexo de um conjunto de distorções. No que se refere ao RGPS, por exemplo, não há –ao contrário da experiência mundial– idade mínima para aposentadoria. Assim, a idade média de quem se aposenta pelo tempo de contribuição gira em torno de 55 anos. Não parece cedo demais à luz de uma expectativa de vida ao nascer de 72 anos, mas essa comparação é equivocada. O dado relevante, que pode ser obtido nas tábuas de mortalidade do IBGE, é a expectativa de vida de quem atinge 55 anos, valor que se encontra hoje próximo a 81 anos. Não é por outro motivo que se propõe não apenas a fixação de uma idade mínima (no caso, 65 anos) mas a previsão de ajustes periódicos com base no aumento da expectativa de sobrevida. Da mesma forma estima-se que pensões por morte pagas pelo INSS representem algo como 3,6% do PIB, ante uma média mundial equivalente a 1,4% do PIB, evidência de outra distorção que tem pesado no aumento persistente do gasto previdenciário. Por fim, sem querer esgotar o (longo) capítulo das distorções, nota-se que o valor médio das aposentadorias e pensões do funcionalismo supera, em muito, o equivalente do INSS. Estudo recente de Paulo Tafner revela que a média desses pagamentos no caso do governo federal (pouco menos de 1 milhão de aposentados e pensionistas) atingiu R$ 10,6 mil/mês no ano passado, ante R$ 1.000/mês no caso do INSS (incluindo amparos assistenciais). Isso sem falar nos regimes previdenciários estaduais, origem de boa parte de seus problemas fiscais hoje observados. Nenhuma dessas distorções será resolvida cobrando a dívida ativa do INSS (em grande parte dívida de empresas falidas e que não cobriria um ano do gasto ) nem com o fim das renúncias fiscais, duas supostas panaceias frequentemente apregoadas como alternativas à reforma. Nada contra, mas não evitariam que o gasto continuasse a crescer de maneira insustentável. A reforma previdenciária proposta pela atual administração representa mais uma oportunidade para o país começar a corrigir os rumos que nos levaram à crise atual. Não é perfeita, mas sem ela não haverá como reconquistar a estabilidade perdida nos últimos anos.
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Sem reforma da Previdência, não haverá estabilidade na economiaO gasto público em aposentadorias e pensões, incluindo tanto trabalhadores do setor privado (RGPS) como funcionários públicos (RPPS), atingiu cerca de R$ 700 bilhões no ano passado, pouco menos de 12% do PIB. Ao mesmo tempo, porém, somos um país relativamente jovem: a população acima de 60 anos ("idosos") corresponde a uns 10% do total, proporção não muito distinta da observada em outros países latino-americanos, como o México ou o Chile. Apesar disso, países com estrutura etária similar à nossa gastam muito menos; nossa despesa, na verdade, se assemelha à de países bem mais velhos (e muito mais ricos), como a Alemanha, onde os "idosos" correspondem a um quarto da população total. Trata-se de um fato, não uma opinião. Em consequência, deve ficar claro que, se nada for feito, a despesa previdenciária seguirá crescendo acima do PIB, refletindo principalmente o envelhecimento natural da população. Em 2026, os "idosos" representarão perto de 18% da população, proporção que se elevará para 22% em 2036, trazendo o gasto para a casa de 20% do PIB, superior ao de qualquer país no mundo hoje. Isso é o reflexo de um conjunto de distorções. No que se refere ao RGPS, por exemplo, não há –ao contrário da experiência mundial– idade mínima para aposentadoria. Assim, a idade média de quem se aposenta pelo tempo de contribuição gira em torno de 55 anos. Não parece cedo demais à luz de uma expectativa de vida ao nascer de 72 anos, mas essa comparação é equivocada. O dado relevante, que pode ser obtido nas tábuas de mortalidade do IBGE, é a expectativa de vida de quem atinge 55 anos, valor que se encontra hoje próximo a 81 anos. Não é por outro motivo que se propõe não apenas a fixação de uma idade mínima (no caso, 65 anos) mas a previsão de ajustes periódicos com base no aumento da expectativa de sobrevida. Da mesma forma estima-se que pensões por morte pagas pelo INSS representem algo como 3,6% do PIB, ante uma média mundial equivalente a 1,4% do PIB, evidência de outra distorção que tem pesado no aumento persistente do gasto previdenciário. Por fim, sem querer esgotar o (longo) capítulo das distorções, nota-se que o valor médio das aposentadorias e pensões do funcionalismo supera, em muito, o equivalente do INSS. Estudo recente de Paulo Tafner revela que a média desses pagamentos no caso do governo federal (pouco menos de 1 milhão de aposentados e pensionistas) atingiu R$ 10,6 mil/mês no ano passado, ante R$ 1.000/mês no caso do INSS (incluindo amparos assistenciais). Isso sem falar nos regimes previdenciários estaduais, origem de boa parte de seus problemas fiscais hoje observados. Nenhuma dessas distorções será resolvida cobrando a dívida ativa do INSS (em grande parte dívida de empresas falidas e que não cobriria um ano do gasto ) nem com o fim das renúncias fiscais, duas supostas panaceias frequentemente apregoadas como alternativas à reforma. Nada contra, mas não evitariam que o gasto continuasse a crescer de maneira insustentável. A reforma previdenciária proposta pela atual administração representa mais uma oportunidade para o país começar a corrigir os rumos que nos levaram à crise atual. Não é perfeita, mas sem ela não haverá como reconquistar a estabilidade perdida nos últimos anos.
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Papa diz não haver 'razões religiosas' que justifiquem os ataques
O papa Francisco condenou os ataques em Paris durante uma entrevista de rádio, neste sábado (14), e disse não haver razões religiosas e humanas para justificar o que aconteceu. O pontífice disse ainda estar comovido e entristecido. "Não posso entender. Essas coisas são muito difíceis de entender. Foram seres humanos que fizeram isso." Paris amanheceu abalada após os ataques coordenados em diversos pontos da cidade que mataram, de acordo com números oficiais, 127 pessoas. Foi o pior ataque terrorista da história da capital francesa. O grupo extremista islâmico Estado Islâmico (EI) alega ter sido o responsável pelos ataques na cidade em um comunicado, divulgado na manhã deste sábado (14). O EI afirmou que os ataques foram perpetrados para mostrar à França que será um alvo preferencial enquanto "continuar com suas políticas" e que "são uma resposta aos insultos ao profeta do Islã e aos ataques aéreos" no território reivindicado pelo grupo. Leia mais aqui Clique nos ícones do mapa para mais detalhes: Mapa: Onde foram os ataques em Paris
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Papa diz não haver 'razões religiosas' que justifiquem os ataquesO papa Francisco condenou os ataques em Paris durante uma entrevista de rádio, neste sábado (14), e disse não haver razões religiosas e humanas para justificar o que aconteceu. O pontífice disse ainda estar comovido e entristecido. "Não posso entender. Essas coisas são muito difíceis de entender. Foram seres humanos que fizeram isso." Paris amanheceu abalada após os ataques coordenados em diversos pontos da cidade que mataram, de acordo com números oficiais, 127 pessoas. Foi o pior ataque terrorista da história da capital francesa. O grupo extremista islâmico Estado Islâmico (EI) alega ter sido o responsável pelos ataques na cidade em um comunicado, divulgado na manhã deste sábado (14). O EI afirmou que os ataques foram perpetrados para mostrar à França que será um alvo preferencial enquanto "continuar com suas políticas" e que "são uma resposta aos insultos ao profeta do Islã e aos ataques aéreos" no território reivindicado pelo grupo. Leia mais aqui Clique nos ícones do mapa para mais detalhes: Mapa: Onde foram os ataques em Paris
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