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Congresso da Colômbia aprova uso medicinal da maconha
O Congresso colombiano aprovou na noite desta quarta (25) o projeto de lei que autoriza o cultivo e o uso da maconha com objetivos medicinais e científicos. A iniciativa, promovida pelo senador liberal Juan Manuel Galán, com o apoio do governo de Juan Manuel Santos, foi aprovada em último debate pela Câmara por 84 votos contra quatro, e segue agora para conciliação no Senado e para sanção presidencial. "Esperávamos isto há muito tempo", declarou Natalia Tangarife, cujo filho sofre de epilepsia refratária e consegue evitar as convulsões graças ao óleo de maconha. "Hoje ganharam os pacientes", tuitou Galán, citando milhares de pessoas com epilepsia, câncer, artrite reumatoide e fibromialgia, entre muitas outras doenças, que não precisarão mais recorrer a traficantes. Santos já havia legalizado por decreto, em dezembro, o uso terapêutico da maconha, regularizando o cultivo, transformação, importação e exportação da erva e seus derivados com objetivos terapêuticos. O decreto tinha como objetivo complementar a lei em tramitação no Congresso.
mundo
Congresso da Colômbia aprova uso medicinal da maconhaO Congresso colombiano aprovou na noite desta quarta (25) o projeto de lei que autoriza o cultivo e o uso da maconha com objetivos medicinais e científicos. A iniciativa, promovida pelo senador liberal Juan Manuel Galán, com o apoio do governo de Juan Manuel Santos, foi aprovada em último debate pela Câmara por 84 votos contra quatro, e segue agora para conciliação no Senado e para sanção presidencial. "Esperávamos isto há muito tempo", declarou Natalia Tangarife, cujo filho sofre de epilepsia refratária e consegue evitar as convulsões graças ao óleo de maconha. "Hoje ganharam os pacientes", tuitou Galán, citando milhares de pessoas com epilepsia, câncer, artrite reumatoide e fibromialgia, entre muitas outras doenças, que não precisarão mais recorrer a traficantes. Santos já havia legalizado por decreto, em dezembro, o uso terapêutico da maconha, regularizando o cultivo, transformação, importação e exportação da erva e seus derivados com objetivos terapêuticos. O decreto tinha como objetivo complementar a lei em tramitação no Congresso.
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Corinthians tenta 2ª vitória com versátil Danilo e mais 10
Em 2004, Cuca, então técnico do São Paulo, ofereceu um churrasco para quem conseguisse imitar Danilo. Onze anos depois, o meia de 35 anos continua com o mesmo jeito caipira, discreto e mineiro. Mas agora é também um sobrevivente. Nesta quarta-feira (4), às 22h, o Corinthians será Danilo e mais dez contra o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelo Grupo 2 da Libertadores. "Ele é capaz de fazer qualquer função que eu peça em altíssimo nível", elogia Tite. Um mérito que nem sempre foi reconhecido. No ano passado, a diretoria não queria renovar seu contrato. Achava que o ciclo do jogador no Parque São Jorge estava encerrado. Só ganhou um novo contrato –até o fim de 2015– porque os outros atletas da posição não corresponderam. Neste ano, quando recebeu uma chance, manteve a regularidade admirada por Tite desde 2010, ano em que se encontraram pela primeira vez. Antes disso, estava no Kashima Antlers, do Japão, e queria voltar para o Brasil. Foi oferecido ao São Paulo, onde havia sido campeão da Libertadores e Mundial em 2005. A proposta foi recusada pelo clube porque, aos 30 anos, era considerado velho. "O futebol me deu muitas coisas na vida. Aprendi que as coisas mudam muito rapidamente. Se você não serve hoje, amanhã pode fazer um gol decisivo e ser titular. É assim mesmo", reconhece. Danilo sabe do que está falando. São cinco títulos pelo Corinthians (Brasileiro-2011, Libertadores e Mundial-2012, Paulista e Recopa-2013). Fez o gol que colocou a equipe na final do torneio sul-americano. Empatou a partida na Vila Belmiro que fez o clube campeão estadual. "Eu sempre acredito que coisas boas vão aparecer para mim. Trabalho para isso. Se não vou começar jogando, é uma opção do treinador. Mas quando entro, acredito que conseguirei coisas grandes", completa Danilo. SEM RECONHECIMENTO Com seu jeito acanhado fora de campo, tem uma carreira recheada de títulos, mas não pode dizer o mesmo quanto a prêmios individuais. No Brasileiro, o máximo que conseguiu foi ser o quarto melhor meia em 2003, quando jogava pelo Goiás. Nunca foi convocado para a seleção brasileira. Neste ano, Tite ameaça reinventá-lo. Danilo, meia que já quebrou o galho de volante e até de lateral, é escalado também como um falso centroavante. Deu mais certo do que o próprio treinador acreditava ser possível. "Como pivô, ele não precisa ter um raio de ação tão grande. Não se desgasta tanto. Pode jogar em qualquer uma das duas posições [meia ou ataque]", analisa Tite. Contra o San Lorenzo, Danilo deve voltar a atuar no ataque. Com a contusão de Emerson Sheik, ele poderia voltar para o meio, mas Tite preferiu não modificar o esquema que deu certo na estreia do time na Libertadores. "Eu não escolho posição, não. De centroavante é até bom. Eu corro menos. Estou ficando velho", brinca, com o mesmo jeito caipira que divertia Cuca há 11 anos.
esporte
Corinthians tenta 2ª vitória com versátil Danilo e mais 10Em 2004, Cuca, então técnico do São Paulo, ofereceu um churrasco para quem conseguisse imitar Danilo. Onze anos depois, o meia de 35 anos continua com o mesmo jeito caipira, discreto e mineiro. Mas agora é também um sobrevivente. Nesta quarta-feira (4), às 22h, o Corinthians será Danilo e mais dez contra o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelo Grupo 2 da Libertadores. "Ele é capaz de fazer qualquer função que eu peça em altíssimo nível", elogia Tite. Um mérito que nem sempre foi reconhecido. No ano passado, a diretoria não queria renovar seu contrato. Achava que o ciclo do jogador no Parque São Jorge estava encerrado. Só ganhou um novo contrato –até o fim de 2015– porque os outros atletas da posição não corresponderam. Neste ano, quando recebeu uma chance, manteve a regularidade admirada por Tite desde 2010, ano em que se encontraram pela primeira vez. Antes disso, estava no Kashima Antlers, do Japão, e queria voltar para o Brasil. Foi oferecido ao São Paulo, onde havia sido campeão da Libertadores e Mundial em 2005. A proposta foi recusada pelo clube porque, aos 30 anos, era considerado velho. "O futebol me deu muitas coisas na vida. Aprendi que as coisas mudam muito rapidamente. Se você não serve hoje, amanhã pode fazer um gol decisivo e ser titular. É assim mesmo", reconhece. Danilo sabe do que está falando. São cinco títulos pelo Corinthians (Brasileiro-2011, Libertadores e Mundial-2012, Paulista e Recopa-2013). Fez o gol que colocou a equipe na final do torneio sul-americano. Empatou a partida na Vila Belmiro que fez o clube campeão estadual. "Eu sempre acredito que coisas boas vão aparecer para mim. Trabalho para isso. Se não vou começar jogando, é uma opção do treinador. Mas quando entro, acredito que conseguirei coisas grandes", completa Danilo. SEM RECONHECIMENTO Com seu jeito acanhado fora de campo, tem uma carreira recheada de títulos, mas não pode dizer o mesmo quanto a prêmios individuais. No Brasileiro, o máximo que conseguiu foi ser o quarto melhor meia em 2003, quando jogava pelo Goiás. Nunca foi convocado para a seleção brasileira. Neste ano, Tite ameaça reinventá-lo. Danilo, meia que já quebrou o galho de volante e até de lateral, é escalado também como um falso centroavante. Deu mais certo do que o próprio treinador acreditava ser possível. "Como pivô, ele não precisa ter um raio de ação tão grande. Não se desgasta tanto. Pode jogar em qualquer uma das duas posições [meia ou ataque]", analisa Tite. Contra o San Lorenzo, Danilo deve voltar a atuar no ataque. Com a contusão de Emerson Sheik, ele poderia voltar para o meio, mas Tite preferiu não modificar o esquema que deu certo na estreia do time na Libertadores. "Eu não escolho posição, não. De centroavante é até bom. Eu corro menos. Estou ficando velho", brinca, com o mesmo jeito caipira que divertia Cuca há 11 anos.
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Ueba! Trabalho só de macumba!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Dia do Trabalho! Volta pra cama! Preguiça! Quem inventou o trabalho não tinha porra nenhuma pra fazer! Rarará! E aí perguntei para um amigo: "O que voce tá fazendo hoje, domingo, 1º de Maio?". "Atualizando o meu currículo, que eu acabei de ficar desempregado". Rarará! Trabalho agora no Brasil só se for de macumba. Vaga em encruzilhada! Emprego virou uma coisa tão excepcional que virou plantão no "Jornal Nacional": "Plantão Urgente! Tantantan! Abriu uma vaga de porteiro em Perdizes!" E Dia do Trabalho só tinha graça quando o Lula falava mal do governo! Em São Bernardo. Com show da Lecy Brandão! Rarará! E hoje é dia de encarar o Paulinho da Força com aquela cara de cirrose hepática crônica! Cara de hepatite mal curada! Cara de boteco. E o PT convocou 2.000 lhamas para grande cusparada contra o impeachment. Cuspiração! Cuspaço contra o Golpe! E eu sou contra insultar em restaurante e contra cuspir. O Brasil tá precisando de um mutirão de psiquiatras. Um só não basta! Rarará! E o novo apelido do Temer: Frankstemer. E o novo regime político no Brasil: vice-presidencialismo. E o chargista Pater revela quem o Temer vai nomear como Ministro da Fazenda: o Pato da Fiesp! Rarará! O Brasil é tão louco que um patinho de banheira virou ídolo nacional! Com seguranças e tudo. Tem uns homens com paus e canos tomando conta do Pato na Paulista! E a manchete do jornal "Meia Hora" com a foto do Temer: "O Presidente Azulzinho". Então o slogan do governo vai ser: "Ou Vai ou Viagra". Eu sempre disse que o Temer casar com uma miss quarenta anos mais nova era uma TEMERIDADE! O Presidente Azulzinho! Rarará! E como disse o outro: se é verdade que o mundo gira, vou ficar deitado esperando o emprego passar aqui em casa! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Trabalho só de macumba!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Dia do Trabalho! Volta pra cama! Preguiça! Quem inventou o trabalho não tinha porra nenhuma pra fazer! Rarará! E aí perguntei para um amigo: "O que voce tá fazendo hoje, domingo, 1º de Maio?". "Atualizando o meu currículo, que eu acabei de ficar desempregado". Rarará! Trabalho agora no Brasil só se for de macumba. Vaga em encruzilhada! Emprego virou uma coisa tão excepcional que virou plantão no "Jornal Nacional": "Plantão Urgente! Tantantan! Abriu uma vaga de porteiro em Perdizes!" E Dia do Trabalho só tinha graça quando o Lula falava mal do governo! Em São Bernardo. Com show da Lecy Brandão! Rarará! E hoje é dia de encarar o Paulinho da Força com aquela cara de cirrose hepática crônica! Cara de hepatite mal curada! Cara de boteco. E o PT convocou 2.000 lhamas para grande cusparada contra o impeachment. Cuspiração! Cuspaço contra o Golpe! E eu sou contra insultar em restaurante e contra cuspir. O Brasil tá precisando de um mutirão de psiquiatras. Um só não basta! Rarará! E o novo apelido do Temer: Frankstemer. E o novo regime político no Brasil: vice-presidencialismo. E o chargista Pater revela quem o Temer vai nomear como Ministro da Fazenda: o Pato da Fiesp! Rarará! O Brasil é tão louco que um patinho de banheira virou ídolo nacional! Com seguranças e tudo. Tem uns homens com paus e canos tomando conta do Pato na Paulista! E a manchete do jornal "Meia Hora" com a foto do Temer: "O Presidente Azulzinho". Então o slogan do governo vai ser: "Ou Vai ou Viagra". Eu sempre disse que o Temer casar com uma miss quarenta anos mais nova era uma TEMERIDADE! O Presidente Azulzinho! Rarará! E como disse o outro: se é verdade que o mundo gira, vou ficar deitado esperando o emprego passar aqui em casa! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Número de médicos em SP cresce mais do que o da população em geral
O número de médicos no Estado de São Paulo cresceu em ritmo quase quatro vezes superior ao da população paulista nos últimos 35 anos, segundo censo do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) divulgado nesta quarta-feira (14). Enquanto a população paulista aumentou 78% entre 1980 e 2015, o número de médicos no Estado cresceu 287%, chegando a 124 mil profissionais, segundo o levantamento Demografia Médica. Assim, o número de médicos chegou a 2,79 profissionais para cada mil habitantes –acima da média nacional, de 2,1, mas bem abaixo das médias do Rio de Janeiro (3,75) e Distrito Federal (4,9). Esses profissionais, contudo, são mais comuns não só nos grandes centros urbanos, mas em áreas mais ricas das cidades. Na capital paulista, por exemplo, a densidade é de 4,58 médicos por mil habitantes. Ainda assim, faltam médicos para atuar na rede pública na periferia da cidade. O presidente do Cremesp (conselho de medicina de SP), Mauro Aranha, avalia que a ausência de hospitais de médio e grande porte, com residência médica, e de planos de carreira adequados sejam os principais entraves para a baixa demanda de profissionais nas regiões mais periféricas da cidade. "O que atrai os médicos jovens são as residências. Por isso, há grande concentração de médicos nas áreas mais centrais de São Paulo, o que cria um vazio populacional de médicos para atendimentos nos extremos sul e leste da cidade." Dessa forma, diz Aranha, o levantamento vai ajudar a direcionar e a subsidiar políticas públicas mais justas. As cidades com mais médicos por habitante em SP são Santos (6,9 profissionais por mil pessoas), Botucatu (6,45), Ribeirão Preto (6,2), Presidente Prudente (5,82) e São José do Rio Preto (5,56) –em comum, essas cidades possuem cursos de medicina. Em todo o Estado, diz o conselho, há 46 faculdades de medicina. Aranha afirma que o problema não está no número de faculdades, mas nos locais em que as novas instituições solicitam a abertura da unidade. Ele cita como exemplo o pedido de duas novas instituições na região de Santos. "Em Santos já há duas faculdades de medicina, mas recebemos no último ano pedido de abertura para Cubatão e Guarujá. É absolutamente desnecessário. Seria melhor ter um programa de residência médica em áreas em que você não tem esse tipo de programa, com Vale do Ribeira, região próxima ao litoral norte." Já a região mais provida de profissionais é a de Ribeirão Preto, com 3,32 médicos por mil habitantes, seguida pela Grande São Paulo, com 3,05 médicos por mil habitantes. As regiões mais carentes são a de Registro (0,86) e de São João da Boa Vista (1,37). ESPECIALISTAS De acordo com o censo do Conselho, 40% dos médicos não possuem especialização. As áreas em que mais procuradas são pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia obstetrícia. Segundo Aranha, essas são as áreas mais procuradas porque o pronto-socorro tem que ter essas áreas, além da alta demanda. Além disso, ele lembra que a pediatria está hiperespecializada, com poucos pediatras gerais, o que também dificuldade o atendimento. Já medicina esportiva, radioterapia, cirurgia de mão e genética médica são as que têm o menor número de médicos especialistas especialistas. O presidente do Cremesp explica que o principal problema é a falta de especialistas em medicina da família e comunidade, que é a porta de entrada para a saúde. "Há poucos profissionais para medicina da família, com poder de resolutividade de 70% a 80% das doenças. Na saúde da família há a prevenção e as doenças são tratadas no início, o que impede a evolução do quadro, além criar uma relação mais próxima com os pacientes." Aranha diz que investir na medicina da família fará com que haja barateamento dos custos e melhoria na efetividade no tratamento das doenças. As mulheres estão à frente em áreas como dermatologia (são 77% dos profissionais), alergia e imunologia (72%) e pediatria (72%). Elas são maioria em 14 das 53 especialidades. Por outro lado, em 12 áreas cirúrgicas os homens são mais de 80% dos médicos, incluindo ortopedia e traumatologia (93%) e urologia (98%) –apenas 26 dos 1306 urologistas em atividade são mulheres. Aranha diz que ocorre um processo de feminização na medicina –54% dos médicos com até 35 anos são mulheres. Contudo, o avanço do número de mulheres na área gera certa preocupação, como a diferenciação salarial por gênero e o aumento de estresse. "As mulheres médicas trabalham o mesmo tempo que os homens, mas ainda recebem menos. Os médicos, em geral, trabalham em três postos, e as médicas tem um quarto em casa" Outro fato importante, diz Aranha, é o aumento dos casos de suicídios. "Diferentemente da população geral, o suicídio é duas a três vezes maior em médicas que em médicos. Na população geral, isso é ao contrário."
cotidiano
Número de médicos em SP cresce mais do que o da população em geralO número de médicos no Estado de São Paulo cresceu em ritmo quase quatro vezes superior ao da população paulista nos últimos 35 anos, segundo censo do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) divulgado nesta quarta-feira (14). Enquanto a população paulista aumentou 78% entre 1980 e 2015, o número de médicos no Estado cresceu 287%, chegando a 124 mil profissionais, segundo o levantamento Demografia Médica. Assim, o número de médicos chegou a 2,79 profissionais para cada mil habitantes –acima da média nacional, de 2,1, mas bem abaixo das médias do Rio de Janeiro (3,75) e Distrito Federal (4,9). Esses profissionais, contudo, são mais comuns não só nos grandes centros urbanos, mas em áreas mais ricas das cidades. Na capital paulista, por exemplo, a densidade é de 4,58 médicos por mil habitantes. Ainda assim, faltam médicos para atuar na rede pública na periferia da cidade. O presidente do Cremesp (conselho de medicina de SP), Mauro Aranha, avalia que a ausência de hospitais de médio e grande porte, com residência médica, e de planos de carreira adequados sejam os principais entraves para a baixa demanda de profissionais nas regiões mais periféricas da cidade. "O que atrai os médicos jovens são as residências. Por isso, há grande concentração de médicos nas áreas mais centrais de São Paulo, o que cria um vazio populacional de médicos para atendimentos nos extremos sul e leste da cidade." Dessa forma, diz Aranha, o levantamento vai ajudar a direcionar e a subsidiar políticas públicas mais justas. As cidades com mais médicos por habitante em SP são Santos (6,9 profissionais por mil pessoas), Botucatu (6,45), Ribeirão Preto (6,2), Presidente Prudente (5,82) e São José do Rio Preto (5,56) –em comum, essas cidades possuem cursos de medicina. Em todo o Estado, diz o conselho, há 46 faculdades de medicina. Aranha afirma que o problema não está no número de faculdades, mas nos locais em que as novas instituições solicitam a abertura da unidade. Ele cita como exemplo o pedido de duas novas instituições na região de Santos. "Em Santos já há duas faculdades de medicina, mas recebemos no último ano pedido de abertura para Cubatão e Guarujá. É absolutamente desnecessário. Seria melhor ter um programa de residência médica em áreas em que você não tem esse tipo de programa, com Vale do Ribeira, região próxima ao litoral norte." Já a região mais provida de profissionais é a de Ribeirão Preto, com 3,32 médicos por mil habitantes, seguida pela Grande São Paulo, com 3,05 médicos por mil habitantes. As regiões mais carentes são a de Registro (0,86) e de São João da Boa Vista (1,37). ESPECIALISTAS De acordo com o censo do Conselho, 40% dos médicos não possuem especialização. As áreas em que mais procuradas são pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia obstetrícia. Segundo Aranha, essas são as áreas mais procuradas porque o pronto-socorro tem que ter essas áreas, além da alta demanda. Além disso, ele lembra que a pediatria está hiperespecializada, com poucos pediatras gerais, o que também dificuldade o atendimento. Já medicina esportiva, radioterapia, cirurgia de mão e genética médica são as que têm o menor número de médicos especialistas especialistas. O presidente do Cremesp explica que o principal problema é a falta de especialistas em medicina da família e comunidade, que é a porta de entrada para a saúde. "Há poucos profissionais para medicina da família, com poder de resolutividade de 70% a 80% das doenças. Na saúde da família há a prevenção e as doenças são tratadas no início, o que impede a evolução do quadro, além criar uma relação mais próxima com os pacientes." Aranha diz que investir na medicina da família fará com que haja barateamento dos custos e melhoria na efetividade no tratamento das doenças. As mulheres estão à frente em áreas como dermatologia (são 77% dos profissionais), alergia e imunologia (72%) e pediatria (72%). Elas são maioria em 14 das 53 especialidades. Por outro lado, em 12 áreas cirúrgicas os homens são mais de 80% dos médicos, incluindo ortopedia e traumatologia (93%) e urologia (98%) –apenas 26 dos 1306 urologistas em atividade são mulheres. Aranha diz que ocorre um processo de feminização na medicina –54% dos médicos com até 35 anos são mulheres. Contudo, o avanço do número de mulheres na área gera certa preocupação, como a diferenciação salarial por gênero e o aumento de estresse. "As mulheres médicas trabalham o mesmo tempo que os homens, mas ainda recebem menos. Os médicos, em geral, trabalham em três postos, e as médicas tem um quarto em casa" Outro fato importante, diz Aranha, é o aumento dos casos de suicídios. "Diferentemente da população geral, o suicídio é duas a três vezes maior em médicas que em médicos. Na população geral, isso é ao contrário."
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Aviso de férias
A colunista está em férias.
colunas
Aviso de fériasA colunista está em férias.
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Formação de professor desafia equilíbrio para ensinar religião
Ao menos no papel, a proposta da nova versão da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para o ensino religioso nas escolas públicas tem muitas virtudes. A ideia central do projeto é evitar a armadilha de transformar essa disciplina em mera aula de catecismo disfarçada e usá-la para que os alunos aprendam a discutir os prós e contras de todas as diferentes tradições religiosas. Se colocado em prática com êxito, o currículo realizará a proeza de implantar um modelo de ensino religioso que não fere a laicidade do Estado (ou seja, o princípio de que o Estado brasileiro não promove nem ataca nenhuma crença ou descrença religiosa específica). Não seria pouco. Hoje, a disciplina está presente no ensino fundamental público do Brasil como uma parte ao mesmo tempo obrigatória e optativa do currículo (no ensino médio ela não está presente). Alunos na educação básica - Por etapa, em milhões* Para ser mais exato, a oferta do ensino religioso é, em tese, obrigatória –ou seja, é preciso que as escolas sejam capazes de oferecer o curso-, mas assistir às aulas é opcional, dependendo da escolha do aluno e de sua família. Para evitar que o ensino religioso seja simplesmente cooptado por confissões específicas, o novo texto da BNCC propõe um enfoque reflexivo e comparativo. Mencionando especificamente as tradições religiosas cristãs, islâmicas, judaicas, orientais, africanas e indígenas, o currículo prevê que os alunos discutam o impacto das diferentes crenças e dos vários rituais no cotidiano das pessoas, nas concepções éticas e na história da humanidade -nesse último ponto, a única menção a um evento específico envolve o impacto negativo da catequese católica sobre as populações indígenas brasileiras. Esse detalhe poderia sugerir que o documento está propondo um "ensino antirreligioso", mas no conjunto, o texto é bastante equilibrado. A BNCC defende que é preciso encarar o respeito à diversidade e liberdade religiosas sob o prisma dos direitos humanos e adota distanciamento respeitoso quando sugere que os alunos analisem os diversos textos sagrados verificando tanto seus elementos que promovem a compaixão quanto os que podem incentivar intolerância e violência. Base Nacional Curricular DE BOAS INTENÇÕES... Para usar uma metáfora de origem religiosa, porém, não dá para negar que a população do Inferno está repleta de gente bem-intencionada. Para que o ideal de um ensino religioso crítico, pluralista e não confessional vire realidade, é preciso transpor barreiras gigantescas. A primeira delas é semelhante à enfrentada, em maior ou menor grau, por todas as disciplinas da BNCC, mas talvez seja ainda mais aguda no caso do ensino religioso: tem a ver com a formação dos professores. As diretrizes propostas pelo documento só poderão ser colocadas em prática decentemente por profissionais que tenham familiaridade com os mais diferentes aspectos do fenômeno religioso, capacidade de relacionar os elementos da religiosidade com questões éticas, políticas e históricas, equilíbrio e jogo de cintura para não pregar nenhum credo específico e, ao mesmo tempo, mostrar aos alunos tanto o lado positivo quanto o negativo das religiões. Se alguém sabe onde encontrar esse tipo de professor em quantidade suficiente para abastecer as escolas públicas do Brasil, por favor avise o Ministério da Educação urgentemente –mas parece difícil que eles existam. Bons cursos de ciências da religião ainda estão restritos a poucas universidades; gente com formação em história, sociologia ou filosofia, que poderia suprir essa lacuna, frequentemente não se aprofunda em temas religiosos (ou não os tolera); e teólogos normalmente têm uma formação voltada para uma denominação religiosa específica. Esse último ponto tem relação com outra possível armadilha: é muito difícil imaginar que a maioria das pessoas com treinamento suficiente para lecionar ensino religioso seria capaz de evitar totalmente alguma forma de proselitismo. Outro pecado relevante da proposta é ser genérica demais em relação ao conteúdo. Não faria mal definir, por exemplo, um destaque específico a determinadas tradições religiosas ou textos sagrados -para um aluno brasileiro, faz mais sentido estudar a tradição judaico-cristã e o candomblé, por exemplo, do que mitos polinésios. - 26.jun.2014 - Plano Nacional de Educação é sancionado; lei prevê que o governo crie proposta de base curricular em até dois anos 16.set.2015 - MEC apresenta a 1ª versão do documento e abre consulta pública; as áreas de história e gramática geraram polêmica 15.dez.2015 - Ministério inicia análise das contribuições recebidas na consulta pública 3.mai.2016 - MEC divulga 2ª versão da base e a envia ao Conselho Nacional de Educação e a representantes de Estados e municípios jun. a ago.2016 - Texto está sendo debatido nos Estados e deve ser devolvido ao MEC até agosto ago a nov.2016 - Um comitê gestor vai revisar a base (ensinos infantil e fundamental) e debater o ensino médio nov.2016 - O objetivo é ter a versão final até essa data (para infantil e fundamental), mas não há previsão de quando ela começa a valer 1ºsem.2017 - MEC deve definir a base curricular do ensino médio, após aprovação de projeto de lei no Congresso que prevê um novo formato para a etapa
educacao
Formação de professor desafia equilíbrio para ensinar religiãoAo menos no papel, a proposta da nova versão da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para o ensino religioso nas escolas públicas tem muitas virtudes. A ideia central do projeto é evitar a armadilha de transformar essa disciplina em mera aula de catecismo disfarçada e usá-la para que os alunos aprendam a discutir os prós e contras de todas as diferentes tradições religiosas. Se colocado em prática com êxito, o currículo realizará a proeza de implantar um modelo de ensino religioso que não fere a laicidade do Estado (ou seja, o princípio de que o Estado brasileiro não promove nem ataca nenhuma crença ou descrença religiosa específica). Não seria pouco. Hoje, a disciplina está presente no ensino fundamental público do Brasil como uma parte ao mesmo tempo obrigatória e optativa do currículo (no ensino médio ela não está presente). Alunos na educação básica - Por etapa, em milhões* Para ser mais exato, a oferta do ensino religioso é, em tese, obrigatória –ou seja, é preciso que as escolas sejam capazes de oferecer o curso-, mas assistir às aulas é opcional, dependendo da escolha do aluno e de sua família. Para evitar que o ensino religioso seja simplesmente cooptado por confissões específicas, o novo texto da BNCC propõe um enfoque reflexivo e comparativo. Mencionando especificamente as tradições religiosas cristãs, islâmicas, judaicas, orientais, africanas e indígenas, o currículo prevê que os alunos discutam o impacto das diferentes crenças e dos vários rituais no cotidiano das pessoas, nas concepções éticas e na história da humanidade -nesse último ponto, a única menção a um evento específico envolve o impacto negativo da catequese católica sobre as populações indígenas brasileiras. Esse detalhe poderia sugerir que o documento está propondo um "ensino antirreligioso", mas no conjunto, o texto é bastante equilibrado. A BNCC defende que é preciso encarar o respeito à diversidade e liberdade religiosas sob o prisma dos direitos humanos e adota distanciamento respeitoso quando sugere que os alunos analisem os diversos textos sagrados verificando tanto seus elementos que promovem a compaixão quanto os que podem incentivar intolerância e violência. Base Nacional Curricular DE BOAS INTENÇÕES... Para usar uma metáfora de origem religiosa, porém, não dá para negar que a população do Inferno está repleta de gente bem-intencionada. Para que o ideal de um ensino religioso crítico, pluralista e não confessional vire realidade, é preciso transpor barreiras gigantescas. A primeira delas é semelhante à enfrentada, em maior ou menor grau, por todas as disciplinas da BNCC, mas talvez seja ainda mais aguda no caso do ensino religioso: tem a ver com a formação dos professores. As diretrizes propostas pelo documento só poderão ser colocadas em prática decentemente por profissionais que tenham familiaridade com os mais diferentes aspectos do fenômeno religioso, capacidade de relacionar os elementos da religiosidade com questões éticas, políticas e históricas, equilíbrio e jogo de cintura para não pregar nenhum credo específico e, ao mesmo tempo, mostrar aos alunos tanto o lado positivo quanto o negativo das religiões. Se alguém sabe onde encontrar esse tipo de professor em quantidade suficiente para abastecer as escolas públicas do Brasil, por favor avise o Ministério da Educação urgentemente –mas parece difícil que eles existam. Bons cursos de ciências da religião ainda estão restritos a poucas universidades; gente com formação em história, sociologia ou filosofia, que poderia suprir essa lacuna, frequentemente não se aprofunda em temas religiosos (ou não os tolera); e teólogos normalmente têm uma formação voltada para uma denominação religiosa específica. Esse último ponto tem relação com outra possível armadilha: é muito difícil imaginar que a maioria das pessoas com treinamento suficiente para lecionar ensino religioso seria capaz de evitar totalmente alguma forma de proselitismo. Outro pecado relevante da proposta é ser genérica demais em relação ao conteúdo. Não faria mal definir, por exemplo, um destaque específico a determinadas tradições religiosas ou textos sagrados -para um aluno brasileiro, faz mais sentido estudar a tradição judaico-cristã e o candomblé, por exemplo, do que mitos polinésios. - 26.jun.2014 - Plano Nacional de Educação é sancionado; lei prevê que o governo crie proposta de base curricular em até dois anos 16.set.2015 - MEC apresenta a 1ª versão do documento e abre consulta pública; as áreas de história e gramática geraram polêmica 15.dez.2015 - Ministério inicia análise das contribuições recebidas na consulta pública 3.mai.2016 - MEC divulga 2ª versão da base e a envia ao Conselho Nacional de Educação e a representantes de Estados e municípios jun. a ago.2016 - Texto está sendo debatido nos Estados e deve ser devolvido ao MEC até agosto ago a nov.2016 - Um comitê gestor vai revisar a base (ensinos infantil e fundamental) e debater o ensino médio nov.2016 - O objetivo é ter a versão final até essa data (para infantil e fundamental), mas não há previsão de quando ela começa a valer 1ºsem.2017 - MEC deve definir a base curricular do ensino médio, após aprovação de projeto de lei no Congresso que prevê um novo formato para a etapa
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Brasil é país que mais baixa app de dublagens Dubsmash em uma semana
Na semana passada, o Brasil foi o país que mais fez downloads do aplicativo Dubsmash, que serve para o usuário "dublar" o trecho de uma música ou o diálogo de um filme, por exemplo, e enviar o vídeo para os amigos. O app foi lançado em novembro de 2014, mas só se tornou popular por aqui depois que celebridades como o jogador Neymar começaram a usá-lo. Criado por um grupo de alemães, o sistema foi baixado mais de 20 milhões de vezes no mundo. Veja vídeo Esse, na verdade, foi o terceiro aplicativo criado pelo grupo, que se conheceu em 2013 em um evento de programação em Berlim –nenhum deles teve sucesso. O último, chamado Starlize, permitia que o usuário criasse vídeos musicais pessoais. "Todos os apps tinham vídeos, mas eram muito complicados, então os fundadores decidiram reduzir o número de recursos", conta Matéo Sossah, 26, diretor de operações da companhia. Hoje, o principal uso do Dubsmash é criar os vídeos com as dublagens, que podem ser enviados pelo WhatsApp, por exemplo. De acordo com Sossah, a ideia é tornar a ferramenta mais parecida com uma rede social, com recursos que permitam que as pessoas troquem os filmes na plataforma. Isso permitiria que a companhia fugisse do perigo de criar um aplicativo que fica muito popular rapidamente, mas acaba esquecida também, algo que Sossah diz não temer por estar "ouvindo os usuários".
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Brasil é país que mais baixa app de dublagens Dubsmash em uma semanaNa semana passada, o Brasil foi o país que mais fez downloads do aplicativo Dubsmash, que serve para o usuário "dublar" o trecho de uma música ou o diálogo de um filme, por exemplo, e enviar o vídeo para os amigos. O app foi lançado em novembro de 2014, mas só se tornou popular por aqui depois que celebridades como o jogador Neymar começaram a usá-lo. Criado por um grupo de alemães, o sistema foi baixado mais de 20 milhões de vezes no mundo. Veja vídeo Esse, na verdade, foi o terceiro aplicativo criado pelo grupo, que se conheceu em 2013 em um evento de programação em Berlim –nenhum deles teve sucesso. O último, chamado Starlize, permitia que o usuário criasse vídeos musicais pessoais. "Todos os apps tinham vídeos, mas eram muito complicados, então os fundadores decidiram reduzir o número de recursos", conta Matéo Sossah, 26, diretor de operações da companhia. Hoje, o principal uso do Dubsmash é criar os vídeos com as dublagens, que podem ser enviados pelo WhatsApp, por exemplo. De acordo com Sossah, a ideia é tornar a ferramenta mais parecida com uma rede social, com recursos que permitam que as pessoas troquem os filmes na plataforma. Isso permitiria que a companhia fugisse do perigo de criar um aplicativo que fica muito popular rapidamente, mas acaba esquecida também, algo que Sossah diz não temer por estar "ouvindo os usuários".
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Eduardo Cunha é alvo de protesto no plenário da Câmara
Acusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras e alvo de processo de cassação, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de protesto no plenário da Câmara, nesta terça-feira (17).Participantes de uma comissão geral que debatia no plenário a situação das mulheres negras puxaram um "fora Cunha" assim que o peemedebista assumiu a presidência para abrir a sessão de votações do dia.Leia mais aqui
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Eduardo Cunha é alvo de protesto no plenário da CâmaraAcusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras e alvo de processo de cassação, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de protesto no plenário da Câmara, nesta terça-feira (17).Participantes de uma comissão geral que debatia no plenário a situação das mulheres negras puxaram um "fora Cunha" assim que o peemedebista assumiu a presidência para abrir a sessão de votações do dia.Leia mais aqui
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De Casagrande a Lobão, veja reações à aprovação do impeachment
A Câmara dos Deputados aprovou, neste domingo (17), a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Agora, a decisão precisa ser referendada pelo Senado. A Folha pediu a artistas, intelectuais, personalidades e entidades que comentassem o resultado. Nomes como o cartunista Ziraldo e o ator Paulo Betti lamentaram a decisão. "Não se pode cassar um presidente por incompetência. Não minha opinião, Dilma não cometeu nenhum crime que justifique isso", afirmou Ziraldo à Folha. Betti seguiu na mesma linha: "Vivemos uma situação surreal em que o Congresso, comandado pelo maior escroque do país, quer retirar o poder legal de uma presidente honesta. Já o músico Lobão comemorou o resultado, mas com cautela. "Nós ainda não ganhamos o jogo, tem o Senado. Tenho que ser muito criterioso: nós ganhamos uma batalha, só vamos conseguir fincar a bandeirinha da vitória quando o PT estiver de fato fora do poder", afirmou. O cineasta Bruno Barreto, diretor de "Última Parada 174", manifestou "alívio" com a decisão. "O país vai ser destravado dessa inércia, dessa asfixia, dessa paralisação em que se encontra. Não acho que seja golpe de maneira alguma. A Dilma está numa situação incontornável, ela é um desastre no governo". Veja, abaixo, a repercussão. * "Ficou claro que mais de 50% dos nossos deputados não têm a menor condição de falar. Que vergonha! Foi me dando agonia. Eu pensava: "não é possível que eles estejam falando isso". É bom que a gente começa a entender em quem votou, que tipo de gente está lá. Tinha que ser minimamente importante saber falar. O que aconteceu lá foi um show, falta de concordância verbal, de plural. Muita tinta acaju e pouco português. Fiquei envergonhada de ser representada por essas pessoas." ADRIANE GALISTEU, 43, apresentadora de "Papo de Cozinha", na GNT "Neste momento o Brasil tem que caminhar, a recuperação não vai ser fácil. A Argentina teve uma retomada difícil e aqui também terá. O Brasil é um mercado de muito interesse, não apenas pelo tamanho, mas pela diversidade da indústria. Vai haver uma mudança. Certamente, em um governo Temer, os empresários argentinos voltarão a investir aqui. Uma boa parte deles deixou de apostar no Brasil, por falta de confiança. A Argentina é muito dependente do mercado brasileiro, eles sentem muito a crise daqui. A expectativa é que o "vento Malbec" de confiança que agora sopra na Argentina chegue até aqui." ALBERTO ALZUETA, 78, presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira * "Não é só tirar a Dilma que se resolveu o problema. A mudança que está se iniciando não vai ser fácil. É uma viagem em estrada cheia de lama, cheia de fossas. O novo presidente, quando assumir, deve mostrar ao país a realidade. Deve mostrar qual o déficit que nós temos e mostrar que é preciso uma mudança estrutural, em que todos vão contribuir, com sacrifício. Não é para enganar mais. Se houver dinheiro, que maravilha. Mas não pode mais sair distribuindo benefícios com o dinheiro dos outros." ALENCAR BURTI, 85, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) * "Esse dia será marcado como um dia muito triste para a democracia, e os que apoiaram o processo muito possivelmente serão lembrados como os que apoiaram o golpe de 1964." ANDRÉ AUGUSTO SALVADOR BEZERRA, 44, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia * "Houve equívocos, e não poucos, na gestão da presidente Dilma. Mas o que hoje deveria ter sido objeto de consideração não era a qualidade, e, sim, a legalidade do governo. Um impedimento sem nítida fundamentação jurídica é danoso à democracia. A desejável estabilidade da economia não pode se sobrepor à preservação dos princípios do direito. É nas urnas e mediante o voto popular que as mudanças de governo se legitimam." ANTÔNIO CARLOS SECCHIN, 63, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras * "Com a votação, as instituições mostram um amadurecimento democrático. A Câmara e o Senado fazem seu papel, e nós, como Judiciário, ficaremos atentos para que não haja interferências e para que a Lava Jato continue a cumprir seu papel". ANTÔNIO CÉSAR BOCHENEK, 40, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) * "É uma grande vitória da direita. Para mim, é uma coisa triste. Quando o sujeito diz "Voto em nome da família", eu nem precisava ouvir o voto, sabia que era contra Dilma. Mas o PT também não tem o que chorar. Diferente dos mártires cristãos, Dilma, Lula e o PT não estão pagando por suas virtudes, mas por seus pecados. Tiveram a chance de mudar o modo de fazer política no Brasil, mas preferiram o modo antigo. Agora começa a luta por eleições diretas para presidente. Não sem antes conduzir Eduardo Cunha e Lula ao banco dos réus. ANTONIO RISÉRIO, 62, escritor * "Seja o que for, a única coisa que me vem à cabeça é um trecho de um poema do poeta português Alexandre O'Neill,: 'O medo vai ter tudo'. E lá pelas tantas ele diz: 'Penso no que o medo vai ter e tenho medo, que é justamente o que o medo quer'. Não lamento nem aplaudo nem nada. O Brasil está perigosamente dividido. Acho que não adiantaram os protestos de um lado e de outro. A coisa foi resolvida no tapetão mesmo". ANTÔNIO TORRES, 75, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras * "O que acabamos de ver foi um contragolpe democrático. Golpe foi a trama urdida desde 2010 por Lula e Dilma, cujo resultado aí está à vista de todos: o Brasil em escombros. As instituições democráticas reagiram, como delas se esperava". BOLÍVAR LAMOUNIER, 72, é cientista político e autor do livro "Tribunos, profetas e sacerdotes" (Companhia das Letras) * "A minha primeira reação é de alívio, porque alguma coisa vai mudar. O país vai ser destravado dessa inércia, dessa asfixia, dessa paralisação em que se encontra. Não acho que seja golpe de maneira alguma. A Dilma está numa situação incontornável, ela é um desastre no governo. O certo teria sido ela pedir a renúncia, em um ato de grandeza." BRUNO BARRETO, 61, cineasta, diretor de "Flores Raras" e "Última Parada 174", entre outros * "Isso é um golpe, um ataque ao povo brasileiro. O mundo inteiro sabe que esse Congresso é o mais medíocre da história da república, e as maiores vitimas do que ocorreu serão os usuários do SUS". CAIO ROSENTHAL, 66, médico infectologista e membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo * "Sou suspeito para falar porque eu não gosto do PT, nunca votei no PT, mas eu não vejo outra saída. O certo seria ela renunciar, porque ela é honesta, mas não tem competência nem tranquilidade para presidir. (...) O Cunha diz que não tem dinheiro lá fora, o banco suíço manda o extrato e não acontece nada, ele vai escapar desse impeachment. Eu estou desacreditado, também não acredito que Michel Temer vá conseguir milagre. (...) Esses deputados são semianalfabetos, eles estão brincando, 'pelo meu pai, pela minha filha', eu fico revoltado. (...) Eu estou muito triste, mesmo ganhando, eu tenho medo do que vai acontecer, da violência, porque estão agredindo gente errada." CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA, 80, humorista e apresentador de "A Praça É Nossa", do SBT. * "Sou favorável ao impeachment, porque chegou a uma situação insustentável. Não posso me ater só à discussão das pedaladas, mas o governo acabou sendo de uma irresponsabilidade muito grande em vários aspectos, gerando um descontrole politico que afeta o ambiente econômico. Os negócios estão parados em diversos setores, em compasso de espera, e alguns setores foram mais afetados. Os próprios Estados também têm tido dificuldades. Temos visto uma inadimplência maior do que se esperava, um atraso muito grande nos pagamentos ou mesmo paralisação, em Estados como Rio de Janeiro e Bahia, o que gera um efeito cascata de desemprego, de recuperações judiciais, como nunca se viu. A situação é bem crítica. É importante ter algum tipo de ruptura para uma coalizão, como se fez na época do Itamar, um candidato fora do padrão que conseguiu uma transição que permitiu depois a estabilização econômica. Esperamos um período de trégua. Acho que a crise é profunda, mas se tivermos estabilidade política, um governo que possa aprovar reformas necessárias, controlar o gasto público e gerar um espírito de confiança no empresariado, você começa a retomar a máquina". CARLOS EDUARDO GOUVÊA, 47, diretor da Abiad (Associação Brasileira de Indústria de Alimentos Dietéticos) * "Havendo um novo governo, que ele aumente os investimentos e reverta o processo de desmonte da Polícia Federal, para que consigamos repor os policiais e tenhamos recursos para realizar as operações e mobilizar as polícias. E que o governo apoie a autonomia pela PEC 412, fortalecendo as instituições. CARLOS EDUARDO SOBRAL, 38, Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal * "Eu não concordo com isso que está acontecendo, eu sou contra o golpe." CASAGRANDE, 53, ex-jogador e comentarista * "Estou envergonhado de ser brasileiro. Esse grito estava há 13 anos preso na garganta das elites e da classe média conservadora, mas não precisava ser liberado assim, através de um golpe de Estado. E um dado por pessoas absolutamente suspeitas de cometer crimes. Me sinto impotente. Não existe mais a legalidade no país, o poder econômico faz o que bem entende. Perdemos todos com isso. Mas é uma chance de o pessoal contra o golpe, que está dividido, se reconstruir. O artista no Brasil trabalha na adversidade. A ditadura foi o período mais fértil da cultura no Brasil. Pode ser que as pessoas se unam contra esse novo golpe, que agora cria um inimigo externo, visível, e que haja uma potencialização da cultura." CHACAL, 64, poeta e letrista * "O Brasil está atravessando uma difícil crise econômica e política e para poder enfrentá-la é necessário que o país e seus dirigentes tomem decisões em defesa da nação e de sua recuperação. Crises são complexas, mas também são uma oportunidade para realizar mudanças estruturais, com reformas muito mais profundas, que tenham foco na população e no seu bem-estar." CLAUDIA SENDER, presidente da TAM * "É importante lembrar que o processo do impeachment seguiu todos os trâmites dentro de um marco constitucional. Foi discutido dentro de uma comissão, seguiu todas as etapas legais e, sobretudo, se materializou diante de um grande clamor popular. Lamentavelmente, esse desfecho tinha que acontecer. A presidente não soube conduzir o governo e conquistar apoio. Ela não teve capacidade de levar suas propostas adiante. Criou-se uma guerra entre o Executivo e o Legislativo. Ficou inadministrável. Não há nenhuma condição de governabilidade que possa reter a presidente. Além disso, o governo foi desgastado pelo processo da Lava Jato. Estou confiante, acredito que o Temer vai conseguir fazer um governo de coalização." CLAUDIO LOTTENBERG, 55, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein * "Sofrer horas assistindo ao comportamento e ao discurso dos envolvidos foi algo entre assustador, didático e melancolicamente esperado. Ainda assim, a impassibilidade da face reptiliana de Eduardo Cunha frente às imprecações tem sua beleza. Quanto ao resultado, como anarquista, para mim tanto faz. Tudo é triste". DANIEL PELLIZZARI, 42, escritor * "A saúde está sofrendo muito, precisamos de financiamento, precisamos progredir. Desejo que o país caminhe rapidamente para uma estabilidade e consigamos trazer os recursos que são necessários. Estou na torcida para que as coisas se resolvam e o cidadão brasileiro consiga ter a saúde que merece". DAVID UIP, 63, infectologista, secretário da Saúde do Estado de São Paulo * "Não concordo com a bandeira dos artistas serem contra o impeachment. O país está paralisado e quebrado pelo PT. A Dilma não tem condições de governar. Acredito que a transição de poder pode fazer a engrenagem andar novamente. A politica no Brasil é vergonhosa, não existe uma política nacional, existem interessem partidários". EDUARDO SRUR, 41, artista plástico * "Nos últimos três anos, tivemos queda no consumo por conta da queda de confiança. Isso causou os danos econômicos que estão aí. Sem dúvidas o impeachment vai resultar numa retomada do otimismo e da confiança. Naturalmente que não é só isso que recupera a economia do país, mas o otimismo faz retomar os investimentos, o crédito, o consumo e os empregos. Está claro que temos uma janela de 12 meses pela frente para que sejam feitas as reformas necessárias, principalmente a trabalhista, a previdenciária e a fiscal. Depois desses 12 meses veremos se foi apenas um sopro de otimismo ou uma definitiva retomada do crescimento." EDUARDO TERRA, 41, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) * "Sou a favor do Brasil. E tudo o que faz mal ao Brasil eu execro. Esse governo nitidamente faz mal ao Brasil. Por isso, sou a favor do impeachment. Mas não sei se o próximo será bom, não conheço muito a história do Temer. Tomara que não seja ruim. O Brasil não merece isso, não, criança." ELKE MARAVILHA, 71, modelo, atriz e apresentadora * "A situação está tão ruim que qualquer mudança é bem-vinda. Mas a aprovação do impeachment pelos deputados não significa que tudo estará resolvido na segunda e, como num passe de mágica, o Brasil voltará a crescer. Vai demorar um longo tempo até que se consiga colocar as coisas em ordem. Será preciso mais que a troca de governo. Será necessário fazer as reformas políticas e trabalhistas sobre as quais ouvimos há décadas, mas nada vemos de efetivo." ÉRICO FERREIRA, 68, presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) * "Um governo comandado por Michel Temer tem mais condições de propôr mudanças. Seria muito difícil acreditar que a presidente propusesse mudanças amanhã, depois de já ter ganho uma segunda eleição sem conseguir fazer isso, e agora fragilizada por este processo de impeachment. Esperamos que ele tenha condições de adotar medidas como a diminuição do número de ministérios, a retomada do tripé macroeconômico, e a recuperação da confiança dos investidores, dando garantias de que as regras do jogo serão menas modificadas. O desafio principal é mostrar que tem apoio para fazer isso. Nosso desejo é que ele aproveite a breve lua de mel que ele terá com os políticos e o empresariado. Ele vai ganhar uma confiança quase de graça nos próximos dias. Vai precisar mostrar que ele é merecedor dessa confiança." FÁBIO PINA, 46, economista da FecomércioSP * "Precisamos resolver rapidamente a crise política. Um governo novo poderá criar um plano econômico eficaz para a retomada da economia. O Temer (Michel) sempre teve habilidade no trato, sabe conversar. Acredito que ele já sai com uma boa vantagem no Congresso, principalmente, agora que tem o apoio do PSDB. Eles (PMDB e PSDB) têm um pensamento em comum. Estão na mesma direção. Acredito que o novo governo terá capacidade de elaborar um plano para colocar a economia nos eixos." FERNANDO FIGUEIREDO, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) * "Vou me dedicar em tempo integral a infernizar a vida dos golpistas. Dos que armaram, dos que votaram e dos que se beneficiaram do golpe. Não vou dar sossego a eles e só vou sossegar quando derrubá-los." FERNANDO MORAIS, 69, jornalista e escritor, autor de "Olga" e "Chatô - O Rei do Brasil" * "Minha avaliação é bastante positiva. A Câmara ouviu o clamor das ruas e acendeu uma luz no final do túnel, sinalizando que o país está retomando o seu trilho. Mas é uma primeira etapa, precisaremos consolidar [o impeachment] no Senado. Serão dias difíceis para o sucessor, mas teremos uma mudança nos humores da economia e na confiança dos brasileiros e dos empresários. O ciclo do setor imobiliário é de longo prazo, o que faz com que ele dependa muito da confiança das pessoas." FLAVIO AMARY, 45, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) * "É um passo importante, o país vive um momento muito difícil com queda do PIB, indústrias paralisadas, aumento da inflação e do desemprego. Todo esse cenário político, econômico e social exige mudanças. A Dilma não tem mais condições de governabilidade. O impeachment é o primeiro passo, o governo cometeu graves equívocos, mentiu para se eleger. A Câmara está ouvindo a voz das ruas" - FLORISVAL MEINÃO, 70, presidente da Associação Paulista de Medicina * "Eu acho que o processo foi feito de uma forma adequada e ele terá o dom de iniciar um novo momento no nosso país. O combustível principal para que uma sociedade possa se desenvolver é a credibilidade. Infelizmente, o governo atual perdeu a credibilidade e a confiança. Nesse momento há a necessidade de se dar um basta e começar novamente. Existe uma tarefa muito grande para o país e essa tarefa não pode ser feita pelo atual governo, porque ele não reúne os predicados nem políticos nem técnicos para isso. Ou mudávamos ou passaríamos dois anos parados." FRANCISCO BALESTRIN, 59, presidente da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) * "Essa votação renova a esperança de mudança. O governo de Dilma Rousseff fez uma gestão muito ruim, teve o problema da corrupção e acabou entrando em uma crise econômica que aumentou as taxas de desemprego. Minha esperança é que o novo governo faça as mudanças necessárias para que a economia possa reagir, os empregos voltem a ser gerados, acabe a retração do PIB e permita que a justiça continue a ser feita." GIOVANNI GUIDO CERRI, 62, diretor científico da Associação Médica Brasileira * "É uma situação delicada para o país, mas que não é definitiva. É preciso manter o movimento e alguma perspectiva de futuro. É o momento de pensar novos modelos de negócio a partir de um novo modelo de pensamento, um momento que nos obriga a ter novas ideias, a priorizar a criatividade e a inovação. Não acredito que isso esteja vinculado à questão política, que já nos atrapalhou o suficiente. Como setor, vamos ter de lidar com o que vier." GISELA SCHULZINGER, 52, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagem) * "Desde que assumiu, a presidente vem fazendo uma gestão medíocre. O que está fazendo o agronegócio ter resultados positivos é o agronegócio do passado. Agora a gente começa a desenhar e construir o agro do futuro. Tem que fazer a união dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e tem que tratar o pequeno, médio e grande agricultor da mesma maneira. Dar a ele a mesma forma de se desenvolver. O pequeno não pode ser tratado com bolsa agricultor." GUSTAVO JUNQUEIRA, 43, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira) * "Com Dilma ou sem Dilma, não acredito que tenha uma solução, o caos na saúde já está instalado. Só que a presença de Dilma no governo torna essa situação pior, pois a confiança em sua capacidade de resolver os problemas do país não existe. Mas a resolução dessas questões não virá no curto prazo, ainda mais quando falta dinheiro em Estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Quando as empresas não conseguem ter lucro, elas também não conseguem complementar a remuneração dos profissionais que são mal pagos pelo SUS. Nunca vi nada parecido. Vejo o sistema como um todo entrar em colapso." HENRIQUE PRATA, 63, diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos * "Como escritora portuguesa, criada no fulgor e na originalidade da cultura brasileira, e próxima do Brasil das universidades, do jornalismo de referência, dos editores, de Rubem Fonseca e Caetano Veloso, assistir a esta votação do impeachment de Dilma Rousseff foi um choque. Antes de mais nada, pelo baixíssimo nível das intervenções e justificações. O Brasil não vai melhorar com a destituição injustificada da presidente: o panorama político está muito degradado". INÊS PEDROSA, 53, escritora portuguesa * "Sou apartidário, mas avalio que o processo de impeachment em curso no Brasil gerará um clima maior de incerteza na universidade pública. O setor passa por uma grande dificuldade orçamentária há dois anos. As universidades têm se expandido e, muitas delas estão em obras, com contratos em aberto para isso. O atual governo petista tem mantido um discurso de garantia do orçamento, mas não sabemos qual será a linha do próximo governo, caso o impeachment aconteça." IVAN CAMARGO, engenheiro eletricista, 55, reitor da UnB (Universidade de Brasília) * "A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) entrou nesse processo [de apoio ao impeachment] depois que um trabalhador da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) pregou invasão de propriedade, baderna no país, e recebeu um abraço da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Não se mantém ganhos sociais com violência. A ministra Katia Abreu hoje é uma pessoa do outro lado dos produtores rurais. Ela resolveu aderir ao governo. O que nós queremos [de um novo governo], primeiro, é que o produtor tenha tranquilidade de produzir. Não podemos continuar com a violência no campo e com a insegurança jurídica. Queremos um plano agrícola de médio prazo, dois a três anos. A CNA não quer nem apontar nome nenhum [para o ministério da Agricultura], quer ficar na condição de vetar. Se o presidente [Temer] por acaso chamar a CNA a opinar e o nome apresentado reunir condições técnicas, devemos apoiar". JOÃO MARTINS, 75, presidente da CNA ( Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) * "A declaração de voto de cada deputado até o fim da votação é um documento do Brasil, um retrato da classe politica. Espero que cada um, vendo isso, pense em como foi representado nessa votação pelo seu deputado. A luta continua. O golpe ainda não se concretizou. Duvido que passe no Senado, lá o nível de argumentação é melhor, tem que ser aprovado por dois terços e é presidido pelo STF. Não vai ter o circo de horrores dessa votação, em que teve gente que votou em nome de torturadores. E de qualquer maneira um governo Temer-Cunha não vai existir, duvido que brasileiros queiram ser governados por um golpista sem votos e por um ladrão condenado no STF." JORGE FURTADO, 56, cineasta e roteirista * "A situação econômica não vai se alterar do dia para a noite. O mercado ficará todo na expectativa de uma decisão definitiva sobre o processo de impeachment da presidente e de como será a condução da economia a partir daí. As incorporadoras estão sem confiança e crédito para investir e o consumidor evita tomar decisões, apesar de o mercado de imóveis usados se sair relativamente bem. O setor imobiliário irá responder quando forem tomadas medidas de volta do crédito e flexibilização de financiamentos, por parte dos bancos. Mesmo diante dessa catástrofe política e econômica, os brasileiros dão um sinal de amadurecimento político. Espero que todos tenham confiança no futuro do país." JOSÉ AUGUSTO VIANA NETO, 65, presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) * "Temos esperança de que o projeto do Michel Temer mexa em questões muito importantes da economia, promovendo reformas como a trabalhista e a da previdência. É a maneira de encontrar uma saída para a crise que estamos vivendo e recuperar o segmento de serviços como um todo. O setor de lavanderias teve uma queda brutal de movimento, vários estabelecimentos fecharam e outros estão no limite da sobrevivência." JOSÉ CARLOS LAROCCA, 70, presidente do Sindilav (Sindicato Intermunicipal de Lavanderias no Estado de São Paulo) e diretor-secretário da FecomercioSP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) * "O caos político e econômico se instaurou pela falta de capacidade de negociação da presidente Dilma. O impeachment dá ao governo uma chance de renascer. O grande limitador do crescimento econômico e da retomada de emprego é a confiança. O impeachment garante ao novo governo um voto de confiança e caberá ao novo presidente aproveitá-lo para proporcionar ganhos econômicos estruturais mais fortes para o país e não cair na armadilha de reativar a economia a qualquer custo, de forma frágil e provisória." JOSÉ CLAUDIO SECURATO, 37, presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) * "Hoje o que aconteceu foi a prova do amadurecimento dos eleitores, que pressionaram os deputados e fizeram com que eles honrassem seus votos. Os eleitores sentiram na pele o que está acontecendo na economia. Embora quem vá assumir não tenha tanta credibilidade o país precisava mudar. Um novo governo precisa fazer a reforma trabalhista, mudar uma lei que é da década de 50. O governo precisa parar de gastar, acabar com o cabide de emprego, precisa ouvir os setores, aceitar sugestões. E precisa fazer uma reforma política. O processo do impeachment ser comandado por réu acusado de corrupção é uma prova da necessidade da reforma política." JOSÉ DO EGITO FROTA LOPES FILHO, 53, presidente da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores) * "Eu lamento profundamente. Estou convencido desde o início de que não há nenhuma base jurídica ou legal para o afastamento da presidente Dilma. Esse é um passo perigoso para a jovem democracia brasileira. Cria uma sensação de insegurança e um precedente perigoso. Outro problema é a falta de legitimidade do vice, Temer, e de seu sucessor, Eduardo Cunha, que é uma figura nefasta. Por outro lado, nos últimos três meses houve uma mobilização interessante de jovens, mulheres, negros, pessoas da área da cultura e da periferia demonstrando que a sociedade civil brasileira está viva e vai participar desse processo. Abrimos com isso um novo capítulo da democracia. É um momento perigoso e delicado. Esperamos que a sociedade ajude a impedir qualquer tipo de retrocesso." JOSÉ GOMES TEMPORÃO, 64, ex-ministro da Saúde e diretor-executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Unasul) * "Acredito que o governo Temer tenha mais condições de tomar as duras medidas que são necessárias para melhorar a economia e, consequentemente, o setor da construção, cuja situação atual é insuportável. Não adianta aumentar impostos, é preciso cortar despesas, fazer ajustes fiscais e uma reforma previdenciária, iniciativas que não foram tomadas no governo Dilma. O setor da construção só terá condições de produzir e atrair capital estrangeiro com a redução dos juros e da inflação. Não existe a certeza de que isso acontecerá com um novo governo, mas ao menos surge uma nova esperança. Não há golpe nenhum, o impeachment é totalmente legítimo." JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO, 58, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) * "O país tem todas as condições de voltar a crescer. O fator político foi preponderante para a economia do país paralisar. O fim das incertezas faz com que o empresariado volte a investir. O país está parado esperando o que vai acontecer em Brasília. O que a gente espera é que o Senado resolva isso logo e o país volte a andar. O setor de máquinas sofreu muito com a queda nos investimentos. Precisamos de juros baixos, menos impostos e um câmbio que seja menos volátil. O câmbio precisa ser livre, mas estabilizado. Queremos que o governo tenha ministérios fortes e no médio e longo prazo faça as reformas tributárias, política e trabalhista" JOSÉ VELLOSO, 54, presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) * "A única coisa que eu quero falar é que as primeiras vítimas da histórica falta de investimento educacional são a elite e a classe política. A partir daí você vê o que aconteceu aí, esse desfile interminável de pessoas despreparadas para estarem no lugar em que estão". KLEBER MENDONÇA FILHO, 47, diretor de cinema * "O juiz Moro ressuscitou a crença na justiça no Brasil. O Brasil precisa passar pelo impeachment e mudar a relação da sociedade com o Estado. Torna-se necessário uma nova atitude da sociedade e o resgate da dignidade das instituições públicas (três poderes). O Brasil já viveu uma experiência semelhante com o mandato interino do presidente Itamar Franco. Lembremos que desta fase, o Brasil encontrou a prosperidade e a estabilidade econômica, assim como resgatou a crença nas instituições públicas". LARS GRAEL, 52, ex-velejador e ex-secretário nacional do esporte do governo FHC * "Estou profundamente consternada. Considero que foi dado um golpe, e além disso fiquei extremamente perplexa com a falta de qualquer consistência nas falas dos parlamentares que votaram a favor do impeachment. Fizeram todos falas voltadas para questões não políticas, enquanto os que votaram contra fizeram posicionamentos de fato políticos. Vejo [o dia de amanhã] com grande consternação e apreensão. Eu cresci durante a ditadura e sei como é grave a desobediência da Constituição e do Estado de Direito." LAURA DE MELLO E SOUZA, 63, historiadora e professora da Universidade de Paris IV Sorbonne * "Depois desse dia fundamental na história da vida política brasileira, a pergunta que fica é se a democracia brasileira aguenta mais essa quebra da rotina eleitoral. Temos uma história feita de golpes e contragolpe: 1822, a maioridade de Pedro II, o 15 de Novembro de 1889, os golpes de 1930 e de 1964; todos arrombaram a Constituição. Dessa vez não se pode dizer que houve golpe, ao menos nesse sentido. Mas sabemos, igualmente, que a nossa carta tem um modelo de impeachment falho e que permite várias interpretações. Ademais deixa a presidente da república vulnerável. Por isso o impeachment virou retórica política; vontade política de lado a lado. Se há algo certo, é que o país está dividido e que o congresso é expressão dessa discórdia. Democracia não é, porém, projeto de iguais e entre iguais; significa conviver e aprender com a pluralidade. Apesar de me opor ao impeachment, nos termos e por quem foi realizado, penso que depois desse resultado na Câmara é forçoso conviver com a diferença, que faz parte de uma agenda republicana e cidadã. Que o Brasil saia mais forte desse embate e que reforce suas instituições; as únicas que podem garantir nossa vida cívica saudável". LILIA SCHWARCZ, 58, historiadora e autora de "As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos." * "O dia de hoje coroou uma luta que foi muito séria e daninha. Tivemos que enfrentar uma patrulha inclemente. Eu fui um dos primeiros a pedir o impeachment, em 2014, na época em que se identificaram as pedaladas. Eu tenho uma responsabilidade, porque passei 11 anos nos palanques do PT, ajudando a eleger parlamentares pelo Brasil afora. Tinha essa dívida para sanar, e venho fazendo desde 2005, quando eu migrei para o outro lado, depois de perceber que estava em uma canoa furada. Era um partido que queria se destacar pela ética, moral e me ludibriou. Nós ainda não ganhamos o jogo, tem o Senado. Tenho que ser muito criterioso: nós ganhamos uma batalha, só vamos conseguir fincar a bandeirinha da vitória quando o PT estiver de fato fora do poder." LOBÃO, 58, cantor e compositor * "Grande oportunidade para colocarmos a economia na direção correta. Uma equipe econômica de respeito aporta credibilidade e antecipará os resultados de uma política econômica coerente. Saldo comercial crescente e inflação em queda impulsionam a corrente para frente. A pauta das reformas é consensual. A pergunta que não quer calar: um político do PMDB terá o empenho necessário para aprovar medidas impopulares de ajuste fiscal em ano eleitoral?" LUIS PAULO ROSENBERG, economista e consultor * "É importante que as questões políticas não continuem contaminando a economia. É um momento de todos se juntarem pensando em um Brasil melhor, com retomada do desenvolvimento." LUIZ MOAN, 61, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) * "No Brasil dos meus sonhos frente a uma crise institucional deste porte a presidente e os líderes dos partidos teriam se reunido em torno de uma agenda de reformas e para o estabelecimento de um calendário de curto prazo com convocação de eleições gerais. Mas este país infelizmente não existe". LUIZ SCHWARCZ, 59, editor * "A agenda para o Brasil crescer é a mesma, independentemente de quem esteja no governo. Tirar um governo que estava falhando e colocar outro por si só não vai solucionar os grandes problemas e dilemas de um ajuste fiscal permanente no Brasil. A grande dúvida é saber se o novo presidente terá capacidade de criar uma coalizão política pró-reformas no longo prazo." MANSUETO ALMEIDA, economista, especialista em contas públicas * "Durante a transmissão da votação, faltou entrar, a cada cinco minutos, uma vinheta anunciando: patrocínio da Fiesp. Ou, até, a narração do golpe, festejando: 'bem, amigos da Rede Globo'. Cada voto pró-impeachment era um voto contra a minha homossexualidade, a minha cidadania, a minha literatura. Batia, cada voto retrógrado, na minha cara de imigrante, de sertanejo, de escritor, de ativista cultural teimoso. Nós, artistas, estamos feridos, mas não estamos rendidos. É hora de redobrar as forças. De enfrentar o mal com todos os nossos afetos - juntos. Sempre juntos. Eles não entendem de amor. Não entendem de respeito. Não entendem que este é só o começo da luta. Essa, a luta pela verdade, eles jamais vencerão." MARCELINO FREIRE, 49, escritor * "Mesmo em meio à incerteza de que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal, a grande batalha terminou hoje [domingo]. Dificilmente, o Senado vai reverter esse resultado porque o governo está sitiado e imerso em uma crise política adversa. Tenho certeza absoluta de que, se o país não estivesse em dificuldade financeira, não estaríamos discutindo o impeachment. A educação é diretamente afetada por toda essa movimentação política. O setor privado registra perda significativa de alunos, com a derrocada do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil]. Os recursos das universidades federais estão cada vez menores e impactam, sobretudo, a pesquisa e o ensino. Vai ser difícil um novo governo estabelecer todas as prioridades do setor se não fizer as reformas tributária, previdenciária e política." MARCO ANTONIO CARVALHO TEIXEIRA, 50, cientista político e professor do departamento de gestão pública da FGV-SP * "O país reclama, exige que se apurem todas as denúncias. Não há ninguém maior que o Brasil. A aceitação pela Câmara da abertura do [processo de] impeachment evidencia que não pode haver denúncia de prática ilícita sem a devida apuração, ninguém escapa do controle da legalidade". MARCOS DA COSTA, 51, presidente da OAB-SP * "A presidente foi eleita por 54 milhões de brasileiros e um Congresso de 513 pode tirá-la do cargo? Por razões como o Brasil não crescer? Nunca vi isso. Não é justo. Quem tira um presidente é o povo, através da eleição. Mas a luta não acabou. Ainda há duas votações no Senado. Acredito que não é para baixar a guarda. Eu não vou baixar a minha." MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, 52, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) * "Estou muito triste e envergonhada da classe politica que nós temos no Brasil. Em poucos momentos [durante a votação] eu ouvi que a cassação do mandato da presidente Dilma dizia respeito a um crime cometido por ela. Todos os deputados disseram que o voto era em nome de Deus, da família, dos filhos. Foi uma cassação estritamente politica. O Brasil perde a chance de se consolidar como uma democracia sólida e séria, com um governo que sempre lutou pela inclusão social, pela democratização do acesso ao ensino. É lamentável que tenhamos um espetáculo tão triste quanto esse na democracia." MARIA LÚCIA CAVALLI NEDER, 64, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) * "O sol que iluminou no domingo boa parte do país não passou de uma pegadinha da história. Foi um dia sombrio para o Brasil. Este impeachment de Michel Temer, Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro é um golpe de Estado. Na democracia, presidente se elege no voto, e não no tapetão. O próprio deputado Jair Bolsonaro reconheceu a identidade entre o golpe anti-João Goulart e o impeachment contra Dilma. É um ultraje à democracia a homenagem a um torturador e assassino como Carlos Alberto Brilhante Ustra." MÁRIO MAGALHÃES, 52, jornalista e biógrafo de Carlos Marighella * "O impeachment dá um clima de otimismo e esperança, mas os problemas precisam ser resolvidos. Estou com esperança de que esse novo governo vai fazer os ajustes necessários o mais rápido possível." MEYER NIGRI, presidente da construtora Tecnisa * "Não lamento pelo PT, que merecia pagar por sua corrupção e incompetência (eu preferia que fosse nas urnas), e sim pela democracia bananeira do país. O Congresso prova o fracasso dos nossos valores, da nossa escola, da nossa estética no sentido amplo do termo." MICHEL LAUB, 42, escritor * "De início eu julguei que a presidente era apenas uma das vítimas do partido e das suas alianças. Esse sentimento se esvaneceu com o tempo. Com as recentes revelações, conclui que ela é conivente. E isso é muito grave em um país em que prevalece a injustiça social, e onde os exemplos são tão necessários. São os exemplos que conseguem produzir transformações na sociedade, combater a corrupção e forjar uma nação digna. A Dilma não tem mais o poder de gerar bons exemplos, então não tem mais condições de gerir o Brasil." MIGUEL SROUGI, 69, professor titular de urologia da USP * "Foi a maior peça farsesca do Brasil recente. Esse é o pior Congresso da história republicana: com os deputados mais desqualificados, os mais corruptos. Mas a esquerda precisa fazer uma autocrítica. O espaço privilegiado da esquerda contemporânea é a crítica. Todo o sistema político brasileiro está falho. Não vejo saída para o Brasil a curto prazo enquanto não houver uma manifestação popular por reforma política. Tenho certeza que todos querem a deposição do Cunha. É um traço de união importante dessas duas partes da população que são politicamente opostas, mas que querem uma política mais justa e confiável." MILTON HATOUM, 63, escritor * "O grande ponto é que, pela primeira vez na história recente, uma questão política está travando a economia. No mensalão, o país continuou andando, produzindo, crescendo. O setor farmacêutico depende muito do nível de emprego, víamos as classes C e D passando a consumir medicamentos, sendo incluídas, mas isso parou. A gente quer que a partir de amanhã o país volte a andar. Deixe o país nas mãos do empresariado e ele fará o Brasil voltar a crescer." NELSON MUSSOLINI, 58, presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) * "Estou de luto. Diria que as palavras estão de luto. É um show de lugares-comuns o que estou assistindo desde que a votação começou. A linguagem morreu. E com a nossa linguagem o pensamento morre junto. Vejo a mediocridade, a banalidade, o vazio. [Os deputados] só pensam em si, na família, em Deus. Quem diz não ao impeachment fala em nome do povo, da democracia. Está evidente a diferença. O discurso do impeachment é pessoal. O discurso contra ele é público. O lugar-comum é a condenação da língua. É onde fica o conservadorismo". NOEMI JAFFE, 54, professora, escritora e crítica literária * "Eu acho que o Brasil talvez leve décadas para se recuperar dessa estupidez. Acho que alguma coisa na sacralidade institucional foi profundamente ferida. A minha sensação é de estupor, de espanto. Me bateu uma tristeza funda, porque eu agora eu não sei se eu vou viver para ver a as instituições se solidificarem de novo. A partir de agora, parece que a ilusão que a gente teve de democratização foi embora". NUNO RAMOS, 56, artista plástico * "É um golpe. O que está em curso é um processo de destituição da Dilma sem base material. Quando eu analiso o discurso contrário, vejo que o que está em jogo é um julgamento político. Enquanto esse processo for discutido, todos os desafios centrais da educação ficarão à margem. Não se faz política educacional nessas condições. E mais: as forças contrárias à Dilma se apresentaram com tendência fortemente privatista e poderão colocar em risco todas as conquistas educacionais já consolidadas, ainda mais, na educação básica." OCIMAR MUNHOZ ALAVARSE, 56, pedagogo, é professor da faculdade de educação da USP * "Sensacional. Eu nunca votei no PT, meu voto seria sim." OSCAR SCHMIDT, ex-jogador de basquete * "Lá na Câmara disseram muita besteira para justificar muita hipocrisia, justificar um ataque à democracia. Esses deputados são decepcionantes, não representam o povo brasileiro. Têm uma resistência visível ao Brasil melhorar. A rua é feliz, para a frente, dos dois lados. Lá é o contrário. Os acontecimentos recentes têm que dar força a todos nós. Essa votação não pode significar a desunião daqueles que querem o melhor para o Brasil e o mundo. Embora eu torcesse para que não houvesse impeachment, isso pode ser positivo. Nós estamos ainda experimentando a democracia. Tem muita gente conectada, participando, dizendo o que não quer, e isso é muito importante." PASCOAL DA CONCEIÇÃO, 62, ator * "Vivemos uma situação surreal em que o Congresso, comandado pelo maior escroque do país, quer retirar o poder legal de uma presidente honesta. Mas existe um fator altamente positivo: formou-se uma enorme e eficaz rede pela legalidade, que produziu resultados surpreendentes de informação. A esquerda está fortalecida e o povo mais consciente, independentemente do resultado da votação". PAULO BETTI, 63, ator e produtor * "Uma entidade como a nossa deve sempre ter posição apolítica. Mas temos que reconhecer que o Brasil vive um momento de total paralisação econômica, fruto da situação extremamente ruim que estamos passando. Uma mudança, nessas condições, sempre é vista com certo otimismo, pois indica uma certa esperança de uma nova conduta e de uma melhoria, mesmo que a médio e a longo prazo. De imediato, está claro que a economia precisa de atitudes extremamente complexas que não foram tomadas, de ajustes fiscais, na Previdência e na máquina pública. Elas vão nos permitir sorrir a médio e a longo prazo. Por isso, o impeachment acabou sendo a única opção." PAULO FRACARO, 68, presidente da Abimo (Associação Brasileira das Indústrias Médico, Odontológicos, Hospitalares e de Equipamentos de Laboratório) * "Dilma Rousseff e o PT cometeram erros crassos mais do que suficientes para explicar a derrocada do governo, mas é impossível não se horrorizar com um processo de impeachment que põe no comando do país o que há de mais podre na política brasileira. Espero estar enganado, mas creio que a partir de amanhã a grande imprensa vai estampar editoriais com os lugares-comuns de sempre, conclamando o país à pacificação e à volta à normalidade, uma maneira disfarçada de dizer: vamos acabar com a operação Lava Jato, já que seu único real objetivo - tirar o PT do governo - foi finalmente atingido. Não pela primeira vez na história, a atuação desastrada da esquerda acabou tendo o efeito de entregar o poder às forças mais retrógradas do espectro político. É uma catástrofe." PAULO HENRIQUES BRITTO, 64, poeta e tradutor literário * "O que se percebe no Congresso é uma sensação que permeia a nossa sociedade, que quer mudanças, mostra o inconformismo nesse momento com o sistema político. Precisamos pensar em como tirar lições dessa crise. A redução na capacidade financeira do governo se reflete no orçamento para a saúde —e ele já não era adequado. Uma questão muito importante, ficando a presidente Dilma ou assumindo o vice-presidente, é que haja um compromisso de colocar uma pessoa com competência técnica no Ministério da Saúde. A saúde não pode ser moeda de troca política." PAULO HOFF, 47, diretor-geral do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) * "A aprovação do processo do impeachment na Câmara foi uma vitória dos trabalhadores, e respondeu aos anseios do povo nas ruas. Agora, a batalha vai ser no Senado. Se confirmada, a mudança no comando do governo traz uma perspectiva de melhora nos rumos da economia. O governo atual cometeu muitos equívocos na política econômica, o que trouxe aumento do desemprego e travou o crescimento do país." PAULO PEREIRA DA SILVA, 60, deputado federal (SD-SP) e presidente da Força Sindical * "A gente está a favor do crescimento econômico, de que o consumidor não perca mais o poder aquisitivo além do que que já perdeu. E, para isso, é preciso que haja uma mudança. Da forma como está, estamos estagnados. Um novo governo trará uma oportunidade única para que se tenha uma liderança, que não precisa necessariamente ser um novo presidente, mas que possa realizar este projeto." PEDRO CELSO GONÇALVES, 57, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) * "Não concordo com o impeachment. Estamos só trocando de posição. O certo seria convocar novas eleições para escolhermos também novos parlamentares. Não adianta tirar um governo que já não tem credibilidade e colocar alguém que representa a continuidade dele. Estamos é no fundo do poço". PEPEU GOMES, 64, músico * "O governo Dilma foi um fracasso enquanto uma proposta de mudanças profundas no país. A forma de se desfazer do governoé tragicamente a forma de um golpe, um golpe de novo tipo, não é um golpe militar, mas um golpe parlamentar, de um Parlamento que se encontra no pior momento e que tem tradição golpista, e com certo respaldo de setores do Judiciário. Ensaiamos alguma coisa como um estado brando de exceção parlamentar com respaldo judicial. Dilma teria de ser derrotada nas urnas. O que se espera é que, no Senado e, eventualmente, por decisões do Supremo, isso possa ser contestado, embora seja cada vez mais difícil." RICARDO ANTUNES, 63, professor titular de sociologia da Unicamp * "Me impressionou muito o nível de vulgaridade e deselegância da maioria das pessoas do Congresso. Parece um destino latino-americano. Quando o poder econômico vê que não vai conseguir ganhar as eleições, ele promove um golpe de Estado. Essa coisa de 'Tchau, querida' é de um machismo repugnante. A vulgaridade dessas pessoas é um choque muito grande. A pior coisa que a América Latina produziu é o macho latino. Aqueles caras falando em nome da família, aquela masculinidade horrorosa é a pior coisa." RICARDO LÍSIAS, 40, escritor * "Somos plurais e, por isso, a UGT não fechou questão pró ou contra o impeachment. Independentemente do que acontecer daqui para frente, precisamos de uma política econômica que acabe com essa sangria para o trabalhador. Crises econômicas anteriores nunca haviam chegado antes à base da pirâmide, o setor de comércio e serviços, como está ocorrendo agora. É um crime lesa-pátria contra o trabalhador, que está sofrendo com o aumento do desemprego. O setor nunca havia esse sentido esse gosto amargo antes. Temos que ter a retomada do emprego, e o seguro-desemprego tem que ser ampliado." RICARDO PATAH, 62, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) * "Agora temos a esperança de que tudo isso possa mudar, vai custar caro ainda, temos uma situação complicada pela frente, mas pelo menos uma coisa volta: a esperança de momentos melhores, porque pior é muito difícil que fique. Assistindo a esse espetáculo dantesco dos nossos políticos é fora do sério imaginar que esse é o nível do Congresso, uma grande parte desse Congresso é uma piada. O brasileiro tem que aprender a votar, mas temos que ter candidatos à altura da grandiosidade do nosso país." ROBERTO JUSTUS, 60, publicitário, empresário e apresentador de televisão. * "O fato é que a mudança de presidente não muda a situação econômica do país. Se o impeachment for aprovado no Senado, vai depender da capacidade do presidente Temer organizar um governo de coalizão para propor reformas. Mas sou movido à esperança, sou produtor rural. O Brasil precisaria de uma estratégia de longo prazo [para o agronegócio], com logística, seguro rural, política de preços mínimos modernizada, política comercial que abra mercados e recursos para tecnologia. Inclusive com reformas legislativas mais consistentes. Não se resume a curto prazo. ROBERTO RODRIGUES, ex-ministro da agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV/EESP * "Espero que o país encontre seu caminho num ambiente democrático e de amplo entendimento, que será essencial para reestabelecer a confiança nos agentes econômicos, base para tirar o país da recessão e retomar o crescimento econômico." ROBERTO SETUBAL, presidente do Itaú Unibanco * "Golpe não vale, mas, por incompetência, feliz ou infelizmente, o PT cometeu erros terríveis. Por isso, eu considero que o processo é justo". ROBSON CAETANO, 51, ex-atleta * "É um processo longo e democrático, que tem um fundo educativo. É importante para esta geração vivenciar isso". ROSE NEUBAUER, 70, presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e do Instituto Protagonistés * "O impeachment ainda não se consumou, mas a confiança deu um grande salto. Teremos enormes dificuldades, mas poderemos superar." SEBASTIÃO BOMFIM, empresário, fundador da rede Centauro * "É importante que tenhamos estabilidade política para retomarmos o crescimento. O país passa por um forte processo de desindustrialização nos últimos anos." STEFAN KETTER, 56, presidente da Fiat Chrysler América Latina * "O que o setor de brinquedos precisa é de muita serenidade. É muito ruim a indústria ficar paralisada. O que importa de fato, com ou sem impeachment, é destravar a economia. Precisamos voltar a produzir, a exportar, a vender o Brasil lá fora. Não tenho posição sobre qual o melhor caminho político para isso, mas temos que resolver logo essa situação." SYNÉSIO BATISTA DA COSTA, 58, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) * "Acho que tivemos uma visualização inédita do Brasil que habita a Câmara. É triste. Acho que o país está ingovernável. Sou por novas eleições". TADEU JUNGLE, 60, cineasta * "É estarrecedor que não haja nenhuma argumentação sobre o mérito do processo. Isso nos leva a crer que as coisas não estão bem fundamentadas, em um Congresso conservador e machista. Além disso, o programa do governo PMDB, que já foi divulgado, é extremamente perigoso para a sociedade". TATIANA ROQUE, 45, presidente do sindicato dos professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) * "O que houve neste domingo na Câmara foi triste, muito ruim, porque foi um julgamento político da presidenta, sem qualquer fundamentação. Isso não resolve os problemas dos trabalhadores. O que vai acontecer agora é o prolongamento da crise política, que paralisa a economia. É um terceiro turno interminável. Só que os problemas econômicos vão continuar. Não concordo com o golpe [o impeachment], mas a política econômica atual tem que mudar. O Brasil também precisa de uma reforma política urgente." VAGNER FREITAS, 50, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) * "A peça da política virou uma extraordinária chanchada. O povo anarquista está lotando os teatros, fazendo bruxaria e mandando energia contra esse Congresso, que hoje só falou imbecilidade, boçalidade. Espera-se ainda que [o impeachment] não passe. Você vê que há um levante da esquerda. Nas ruas o contraste é enorme, no lado verde-amarelo é um clima de Coreia do Norte, no outro é maracatu, samba, rock, funk, sem-terra, sem-teto, uma diversidade maravilhosa. É um plano capitaneado por aquele sujeito de quem nem gosto de dizer o nome, apoiado por pessoas mecânicas, inexpressivas. Mas o povo não vai deixar barato, vai dar uma reviravolta. O artista se adapta. O povo que não quer [o impeachment] está vibrando, enquanto o rebanho está lá dizendo besteira. É uma farsa ridícula que não vai durar." ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA, 79, ator e encenador, presidente e diretor artístico da Associação Teat(r)o Oficina * "Não acho que o impeachment seja a solução para os problemas econômicos, não é isso o que nós queríamos para o Brasil. Mas ele significa a oportunidade de retomar uma agenda econômica para o país, o que é muito positivo. Não podemos ficar apenas voltados para uma agenda política. Daqui para a frente o mercado se volta para o que esperar do próximo governo. A capacidade de atrair nomes com credibilidade para a equipe econômica será fundamental, porque eles vão exigir apoio político para implementar uma agenda que não será fácil. ZEINA LATIF, economista-chefe da XP Investimentos * "Acho que a democracia tem que aguentar um presidente até o fim, a não ser que ele seja um criminoso. Por isso acho que isso é um golpe. Se o presidente eleito fracassa, ele tem que cumprir o mandato mesmo assim. Não se pode cassar um presidente por incompetência. Não minha opinião, Dilma não cometeu nenhum crime que justifique isso". ZIRALDO, 83, cartunista
poder
De Casagrande a Lobão, veja reações à aprovação do impeachmentA Câmara dos Deputados aprovou, neste domingo (17), a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Agora, a decisão precisa ser referendada pelo Senado. A Folha pediu a artistas, intelectuais, personalidades e entidades que comentassem o resultado. Nomes como o cartunista Ziraldo e o ator Paulo Betti lamentaram a decisão. "Não se pode cassar um presidente por incompetência. Não minha opinião, Dilma não cometeu nenhum crime que justifique isso", afirmou Ziraldo à Folha. Betti seguiu na mesma linha: "Vivemos uma situação surreal em que o Congresso, comandado pelo maior escroque do país, quer retirar o poder legal de uma presidente honesta. Já o músico Lobão comemorou o resultado, mas com cautela. "Nós ainda não ganhamos o jogo, tem o Senado. Tenho que ser muito criterioso: nós ganhamos uma batalha, só vamos conseguir fincar a bandeirinha da vitória quando o PT estiver de fato fora do poder", afirmou. O cineasta Bruno Barreto, diretor de "Última Parada 174", manifestou "alívio" com a decisão. "O país vai ser destravado dessa inércia, dessa asfixia, dessa paralisação em que se encontra. Não acho que seja golpe de maneira alguma. A Dilma está numa situação incontornável, ela é um desastre no governo". Veja, abaixo, a repercussão. * "Ficou claro que mais de 50% dos nossos deputados não têm a menor condição de falar. Que vergonha! Foi me dando agonia. Eu pensava: "não é possível que eles estejam falando isso". É bom que a gente começa a entender em quem votou, que tipo de gente está lá. Tinha que ser minimamente importante saber falar. O que aconteceu lá foi um show, falta de concordância verbal, de plural. Muita tinta acaju e pouco português. Fiquei envergonhada de ser representada por essas pessoas." ADRIANE GALISTEU, 43, apresentadora de "Papo de Cozinha", na GNT "Neste momento o Brasil tem que caminhar, a recuperação não vai ser fácil. A Argentina teve uma retomada difícil e aqui também terá. O Brasil é um mercado de muito interesse, não apenas pelo tamanho, mas pela diversidade da indústria. Vai haver uma mudança. Certamente, em um governo Temer, os empresários argentinos voltarão a investir aqui. Uma boa parte deles deixou de apostar no Brasil, por falta de confiança. A Argentina é muito dependente do mercado brasileiro, eles sentem muito a crise daqui. A expectativa é que o "vento Malbec" de confiança que agora sopra na Argentina chegue até aqui." ALBERTO ALZUETA, 78, presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira * "Não é só tirar a Dilma que se resolveu o problema. A mudança que está se iniciando não vai ser fácil. É uma viagem em estrada cheia de lama, cheia de fossas. O novo presidente, quando assumir, deve mostrar ao país a realidade. Deve mostrar qual o déficit que nós temos e mostrar que é preciso uma mudança estrutural, em que todos vão contribuir, com sacrifício. Não é para enganar mais. Se houver dinheiro, que maravilha. Mas não pode mais sair distribuindo benefícios com o dinheiro dos outros." ALENCAR BURTI, 85, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) * "Esse dia será marcado como um dia muito triste para a democracia, e os que apoiaram o processo muito possivelmente serão lembrados como os que apoiaram o golpe de 1964." ANDRÉ AUGUSTO SALVADOR BEZERRA, 44, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia * "Houve equívocos, e não poucos, na gestão da presidente Dilma. Mas o que hoje deveria ter sido objeto de consideração não era a qualidade, e, sim, a legalidade do governo. Um impedimento sem nítida fundamentação jurídica é danoso à democracia. A desejável estabilidade da economia não pode se sobrepor à preservação dos princípios do direito. É nas urnas e mediante o voto popular que as mudanças de governo se legitimam." ANTÔNIO CARLOS SECCHIN, 63, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras * "Com a votação, as instituições mostram um amadurecimento democrático. A Câmara e o Senado fazem seu papel, e nós, como Judiciário, ficaremos atentos para que não haja interferências e para que a Lava Jato continue a cumprir seu papel". ANTÔNIO CÉSAR BOCHENEK, 40, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) * "É uma grande vitória da direita. Para mim, é uma coisa triste. Quando o sujeito diz "Voto em nome da família", eu nem precisava ouvir o voto, sabia que era contra Dilma. Mas o PT também não tem o que chorar. Diferente dos mártires cristãos, Dilma, Lula e o PT não estão pagando por suas virtudes, mas por seus pecados. Tiveram a chance de mudar o modo de fazer política no Brasil, mas preferiram o modo antigo. Agora começa a luta por eleições diretas para presidente. Não sem antes conduzir Eduardo Cunha e Lula ao banco dos réus. ANTONIO RISÉRIO, 62, escritor * "Seja o que for, a única coisa que me vem à cabeça é um trecho de um poema do poeta português Alexandre O'Neill,: 'O medo vai ter tudo'. E lá pelas tantas ele diz: 'Penso no que o medo vai ter e tenho medo, que é justamente o que o medo quer'. Não lamento nem aplaudo nem nada. O Brasil está perigosamente dividido. Acho que não adiantaram os protestos de um lado e de outro. A coisa foi resolvida no tapetão mesmo". ANTÔNIO TORRES, 75, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras * "O que acabamos de ver foi um contragolpe democrático. Golpe foi a trama urdida desde 2010 por Lula e Dilma, cujo resultado aí está à vista de todos: o Brasil em escombros. As instituições democráticas reagiram, como delas se esperava". BOLÍVAR LAMOUNIER, 72, é cientista político e autor do livro "Tribunos, profetas e sacerdotes" (Companhia das Letras) * "A minha primeira reação é de alívio, porque alguma coisa vai mudar. O país vai ser destravado dessa inércia, dessa asfixia, dessa paralisação em que se encontra. Não acho que seja golpe de maneira alguma. A Dilma está numa situação incontornável, ela é um desastre no governo. O certo teria sido ela pedir a renúncia, em um ato de grandeza." BRUNO BARRETO, 61, cineasta, diretor de "Flores Raras" e "Última Parada 174", entre outros * "Isso é um golpe, um ataque ao povo brasileiro. O mundo inteiro sabe que esse Congresso é o mais medíocre da história da república, e as maiores vitimas do que ocorreu serão os usuários do SUS". CAIO ROSENTHAL, 66, médico infectologista e membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo * "Sou suspeito para falar porque eu não gosto do PT, nunca votei no PT, mas eu não vejo outra saída. O certo seria ela renunciar, porque ela é honesta, mas não tem competência nem tranquilidade para presidir. (...) O Cunha diz que não tem dinheiro lá fora, o banco suíço manda o extrato e não acontece nada, ele vai escapar desse impeachment. Eu estou desacreditado, também não acredito que Michel Temer vá conseguir milagre. (...) Esses deputados são semianalfabetos, eles estão brincando, 'pelo meu pai, pela minha filha', eu fico revoltado. (...) Eu estou muito triste, mesmo ganhando, eu tenho medo do que vai acontecer, da violência, porque estão agredindo gente errada." CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA, 80, humorista e apresentador de "A Praça É Nossa", do SBT. * "Sou favorável ao impeachment, porque chegou a uma situação insustentável. Não posso me ater só à discussão das pedaladas, mas o governo acabou sendo de uma irresponsabilidade muito grande em vários aspectos, gerando um descontrole politico que afeta o ambiente econômico. Os negócios estão parados em diversos setores, em compasso de espera, e alguns setores foram mais afetados. Os próprios Estados também têm tido dificuldades. Temos visto uma inadimplência maior do que se esperava, um atraso muito grande nos pagamentos ou mesmo paralisação, em Estados como Rio de Janeiro e Bahia, o que gera um efeito cascata de desemprego, de recuperações judiciais, como nunca se viu. A situação é bem crítica. É importante ter algum tipo de ruptura para uma coalizão, como se fez na época do Itamar, um candidato fora do padrão que conseguiu uma transição que permitiu depois a estabilização econômica. Esperamos um período de trégua. Acho que a crise é profunda, mas se tivermos estabilidade política, um governo que possa aprovar reformas necessárias, controlar o gasto público e gerar um espírito de confiança no empresariado, você começa a retomar a máquina". CARLOS EDUARDO GOUVÊA, 47, diretor da Abiad (Associação Brasileira de Indústria de Alimentos Dietéticos) * "Havendo um novo governo, que ele aumente os investimentos e reverta o processo de desmonte da Polícia Federal, para que consigamos repor os policiais e tenhamos recursos para realizar as operações e mobilizar as polícias. E que o governo apoie a autonomia pela PEC 412, fortalecendo as instituições. CARLOS EDUARDO SOBRAL, 38, Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal * "Eu não concordo com isso que está acontecendo, eu sou contra o golpe." CASAGRANDE, 53, ex-jogador e comentarista * "Estou envergonhado de ser brasileiro. Esse grito estava há 13 anos preso na garganta das elites e da classe média conservadora, mas não precisava ser liberado assim, através de um golpe de Estado. E um dado por pessoas absolutamente suspeitas de cometer crimes. Me sinto impotente. Não existe mais a legalidade no país, o poder econômico faz o que bem entende. Perdemos todos com isso. Mas é uma chance de o pessoal contra o golpe, que está dividido, se reconstruir. O artista no Brasil trabalha na adversidade. A ditadura foi o período mais fértil da cultura no Brasil. Pode ser que as pessoas se unam contra esse novo golpe, que agora cria um inimigo externo, visível, e que haja uma potencialização da cultura." CHACAL, 64, poeta e letrista * "O Brasil está atravessando uma difícil crise econômica e política e para poder enfrentá-la é necessário que o país e seus dirigentes tomem decisões em defesa da nação e de sua recuperação. Crises são complexas, mas também são uma oportunidade para realizar mudanças estruturais, com reformas muito mais profundas, que tenham foco na população e no seu bem-estar." CLAUDIA SENDER, presidente da TAM * "É importante lembrar que o processo do impeachment seguiu todos os trâmites dentro de um marco constitucional. Foi discutido dentro de uma comissão, seguiu todas as etapas legais e, sobretudo, se materializou diante de um grande clamor popular. Lamentavelmente, esse desfecho tinha que acontecer. A presidente não soube conduzir o governo e conquistar apoio. Ela não teve capacidade de levar suas propostas adiante. Criou-se uma guerra entre o Executivo e o Legislativo. Ficou inadministrável. Não há nenhuma condição de governabilidade que possa reter a presidente. Além disso, o governo foi desgastado pelo processo da Lava Jato. Estou confiante, acredito que o Temer vai conseguir fazer um governo de coalização." CLAUDIO LOTTENBERG, 55, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein * "Sofrer horas assistindo ao comportamento e ao discurso dos envolvidos foi algo entre assustador, didático e melancolicamente esperado. Ainda assim, a impassibilidade da face reptiliana de Eduardo Cunha frente às imprecações tem sua beleza. Quanto ao resultado, como anarquista, para mim tanto faz. Tudo é triste". DANIEL PELLIZZARI, 42, escritor * "A saúde está sofrendo muito, precisamos de financiamento, precisamos progredir. Desejo que o país caminhe rapidamente para uma estabilidade e consigamos trazer os recursos que são necessários. Estou na torcida para que as coisas se resolvam e o cidadão brasileiro consiga ter a saúde que merece". DAVID UIP, 63, infectologista, secretário da Saúde do Estado de São Paulo * "Não concordo com a bandeira dos artistas serem contra o impeachment. O país está paralisado e quebrado pelo PT. A Dilma não tem condições de governar. Acredito que a transição de poder pode fazer a engrenagem andar novamente. A politica no Brasil é vergonhosa, não existe uma política nacional, existem interessem partidários". EDUARDO SRUR, 41, artista plástico * "Nos últimos três anos, tivemos queda no consumo por conta da queda de confiança. Isso causou os danos econômicos que estão aí. Sem dúvidas o impeachment vai resultar numa retomada do otimismo e da confiança. Naturalmente que não é só isso que recupera a economia do país, mas o otimismo faz retomar os investimentos, o crédito, o consumo e os empregos. Está claro que temos uma janela de 12 meses pela frente para que sejam feitas as reformas necessárias, principalmente a trabalhista, a previdenciária e a fiscal. Depois desses 12 meses veremos se foi apenas um sopro de otimismo ou uma definitiva retomada do crescimento." EDUARDO TERRA, 41, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) * "Sou a favor do Brasil. E tudo o que faz mal ao Brasil eu execro. Esse governo nitidamente faz mal ao Brasil. Por isso, sou a favor do impeachment. Mas não sei se o próximo será bom, não conheço muito a história do Temer. Tomara que não seja ruim. O Brasil não merece isso, não, criança." ELKE MARAVILHA, 71, modelo, atriz e apresentadora * "A situação está tão ruim que qualquer mudança é bem-vinda. Mas a aprovação do impeachment pelos deputados não significa que tudo estará resolvido na segunda e, como num passe de mágica, o Brasil voltará a crescer. Vai demorar um longo tempo até que se consiga colocar as coisas em ordem. Será preciso mais que a troca de governo. Será necessário fazer as reformas políticas e trabalhistas sobre as quais ouvimos há décadas, mas nada vemos de efetivo." ÉRICO FERREIRA, 68, presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) * "Um governo comandado por Michel Temer tem mais condições de propôr mudanças. Seria muito difícil acreditar que a presidente propusesse mudanças amanhã, depois de já ter ganho uma segunda eleição sem conseguir fazer isso, e agora fragilizada por este processo de impeachment. Esperamos que ele tenha condições de adotar medidas como a diminuição do número de ministérios, a retomada do tripé macroeconômico, e a recuperação da confiança dos investidores, dando garantias de que as regras do jogo serão menas modificadas. O desafio principal é mostrar que tem apoio para fazer isso. Nosso desejo é que ele aproveite a breve lua de mel que ele terá com os políticos e o empresariado. Ele vai ganhar uma confiança quase de graça nos próximos dias. Vai precisar mostrar que ele é merecedor dessa confiança." FÁBIO PINA, 46, economista da FecomércioSP * "Precisamos resolver rapidamente a crise política. Um governo novo poderá criar um plano econômico eficaz para a retomada da economia. O Temer (Michel) sempre teve habilidade no trato, sabe conversar. Acredito que ele já sai com uma boa vantagem no Congresso, principalmente, agora que tem o apoio do PSDB. Eles (PMDB e PSDB) têm um pensamento em comum. Estão na mesma direção. Acredito que o novo governo terá capacidade de elaborar um plano para colocar a economia nos eixos." FERNANDO FIGUEIREDO, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) * "Vou me dedicar em tempo integral a infernizar a vida dos golpistas. Dos que armaram, dos que votaram e dos que se beneficiaram do golpe. Não vou dar sossego a eles e só vou sossegar quando derrubá-los." FERNANDO MORAIS, 69, jornalista e escritor, autor de "Olga" e "Chatô - O Rei do Brasil" * "Minha avaliação é bastante positiva. A Câmara ouviu o clamor das ruas e acendeu uma luz no final do túnel, sinalizando que o país está retomando o seu trilho. Mas é uma primeira etapa, precisaremos consolidar [o impeachment] no Senado. Serão dias difíceis para o sucessor, mas teremos uma mudança nos humores da economia e na confiança dos brasileiros e dos empresários. O ciclo do setor imobiliário é de longo prazo, o que faz com que ele dependa muito da confiança das pessoas." FLAVIO AMARY, 45, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) * "É um passo importante, o país vive um momento muito difícil com queda do PIB, indústrias paralisadas, aumento da inflação e do desemprego. Todo esse cenário político, econômico e social exige mudanças. A Dilma não tem mais condições de governabilidade. O impeachment é o primeiro passo, o governo cometeu graves equívocos, mentiu para se eleger. A Câmara está ouvindo a voz das ruas" - FLORISVAL MEINÃO, 70, presidente da Associação Paulista de Medicina * "Eu acho que o processo foi feito de uma forma adequada e ele terá o dom de iniciar um novo momento no nosso país. O combustível principal para que uma sociedade possa se desenvolver é a credibilidade. Infelizmente, o governo atual perdeu a credibilidade e a confiança. Nesse momento há a necessidade de se dar um basta e começar novamente. Existe uma tarefa muito grande para o país e essa tarefa não pode ser feita pelo atual governo, porque ele não reúne os predicados nem políticos nem técnicos para isso. Ou mudávamos ou passaríamos dois anos parados." FRANCISCO BALESTRIN, 59, presidente da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) * "Essa votação renova a esperança de mudança. O governo de Dilma Rousseff fez uma gestão muito ruim, teve o problema da corrupção e acabou entrando em uma crise econômica que aumentou as taxas de desemprego. Minha esperança é que o novo governo faça as mudanças necessárias para que a economia possa reagir, os empregos voltem a ser gerados, acabe a retração do PIB e permita que a justiça continue a ser feita." GIOVANNI GUIDO CERRI, 62, diretor científico da Associação Médica Brasileira * "É uma situação delicada para o país, mas que não é definitiva. É preciso manter o movimento e alguma perspectiva de futuro. É o momento de pensar novos modelos de negócio a partir de um novo modelo de pensamento, um momento que nos obriga a ter novas ideias, a priorizar a criatividade e a inovação. Não acredito que isso esteja vinculado à questão política, que já nos atrapalhou o suficiente. Como setor, vamos ter de lidar com o que vier." GISELA SCHULZINGER, 52, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagem) * "Desde que assumiu, a presidente vem fazendo uma gestão medíocre. O que está fazendo o agronegócio ter resultados positivos é o agronegócio do passado. Agora a gente começa a desenhar e construir o agro do futuro. Tem que fazer a união dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e tem que tratar o pequeno, médio e grande agricultor da mesma maneira. Dar a ele a mesma forma de se desenvolver. O pequeno não pode ser tratado com bolsa agricultor." GUSTAVO JUNQUEIRA, 43, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira) * "Com Dilma ou sem Dilma, não acredito que tenha uma solução, o caos na saúde já está instalado. Só que a presença de Dilma no governo torna essa situação pior, pois a confiança em sua capacidade de resolver os problemas do país não existe. Mas a resolução dessas questões não virá no curto prazo, ainda mais quando falta dinheiro em Estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Quando as empresas não conseguem ter lucro, elas também não conseguem complementar a remuneração dos profissionais que são mal pagos pelo SUS. Nunca vi nada parecido. Vejo o sistema como um todo entrar em colapso." HENRIQUE PRATA, 63, diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos * "Como escritora portuguesa, criada no fulgor e na originalidade da cultura brasileira, e próxima do Brasil das universidades, do jornalismo de referência, dos editores, de Rubem Fonseca e Caetano Veloso, assistir a esta votação do impeachment de Dilma Rousseff foi um choque. Antes de mais nada, pelo baixíssimo nível das intervenções e justificações. O Brasil não vai melhorar com a destituição injustificada da presidente: o panorama político está muito degradado". INÊS PEDROSA, 53, escritora portuguesa * "Sou apartidário, mas avalio que o processo de impeachment em curso no Brasil gerará um clima maior de incerteza na universidade pública. O setor passa por uma grande dificuldade orçamentária há dois anos. As universidades têm se expandido e, muitas delas estão em obras, com contratos em aberto para isso. O atual governo petista tem mantido um discurso de garantia do orçamento, mas não sabemos qual será a linha do próximo governo, caso o impeachment aconteça." IVAN CAMARGO, engenheiro eletricista, 55, reitor da UnB (Universidade de Brasília) * "A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) entrou nesse processo [de apoio ao impeachment] depois que um trabalhador da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) pregou invasão de propriedade, baderna no país, e recebeu um abraço da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Não se mantém ganhos sociais com violência. A ministra Katia Abreu hoje é uma pessoa do outro lado dos produtores rurais. Ela resolveu aderir ao governo. O que nós queremos [de um novo governo], primeiro, é que o produtor tenha tranquilidade de produzir. Não podemos continuar com a violência no campo e com a insegurança jurídica. Queremos um plano agrícola de médio prazo, dois a três anos. A CNA não quer nem apontar nome nenhum [para o ministério da Agricultura], quer ficar na condição de vetar. Se o presidente [Temer] por acaso chamar a CNA a opinar e o nome apresentado reunir condições técnicas, devemos apoiar". JOÃO MARTINS, 75, presidente da CNA ( Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) * "A declaração de voto de cada deputado até o fim da votação é um documento do Brasil, um retrato da classe politica. Espero que cada um, vendo isso, pense em como foi representado nessa votação pelo seu deputado. A luta continua. O golpe ainda não se concretizou. Duvido que passe no Senado, lá o nível de argumentação é melhor, tem que ser aprovado por dois terços e é presidido pelo STF. Não vai ter o circo de horrores dessa votação, em que teve gente que votou em nome de torturadores. E de qualquer maneira um governo Temer-Cunha não vai existir, duvido que brasileiros queiram ser governados por um golpista sem votos e por um ladrão condenado no STF." JORGE FURTADO, 56, cineasta e roteirista * "A situação econômica não vai se alterar do dia para a noite. O mercado ficará todo na expectativa de uma decisão definitiva sobre o processo de impeachment da presidente e de como será a condução da economia a partir daí. As incorporadoras estão sem confiança e crédito para investir e o consumidor evita tomar decisões, apesar de o mercado de imóveis usados se sair relativamente bem. O setor imobiliário irá responder quando forem tomadas medidas de volta do crédito e flexibilização de financiamentos, por parte dos bancos. Mesmo diante dessa catástrofe política e econômica, os brasileiros dão um sinal de amadurecimento político. Espero que todos tenham confiança no futuro do país." JOSÉ AUGUSTO VIANA NETO, 65, presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) * "Temos esperança de que o projeto do Michel Temer mexa em questões muito importantes da economia, promovendo reformas como a trabalhista e a da previdência. É a maneira de encontrar uma saída para a crise que estamos vivendo e recuperar o segmento de serviços como um todo. O setor de lavanderias teve uma queda brutal de movimento, vários estabelecimentos fecharam e outros estão no limite da sobrevivência." JOSÉ CARLOS LAROCCA, 70, presidente do Sindilav (Sindicato Intermunicipal de Lavanderias no Estado de São Paulo) e diretor-secretário da FecomercioSP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) * "O caos político e econômico se instaurou pela falta de capacidade de negociação da presidente Dilma. O impeachment dá ao governo uma chance de renascer. O grande limitador do crescimento econômico e da retomada de emprego é a confiança. O impeachment garante ao novo governo um voto de confiança e caberá ao novo presidente aproveitá-lo para proporcionar ganhos econômicos estruturais mais fortes para o país e não cair na armadilha de reativar a economia a qualquer custo, de forma frágil e provisória." JOSÉ CLAUDIO SECURATO, 37, presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) * "Hoje o que aconteceu foi a prova do amadurecimento dos eleitores, que pressionaram os deputados e fizeram com que eles honrassem seus votos. Os eleitores sentiram na pele o que está acontecendo na economia. Embora quem vá assumir não tenha tanta credibilidade o país precisava mudar. Um novo governo precisa fazer a reforma trabalhista, mudar uma lei que é da década de 50. O governo precisa parar de gastar, acabar com o cabide de emprego, precisa ouvir os setores, aceitar sugestões. E precisa fazer uma reforma política. O processo do impeachment ser comandado por réu acusado de corrupção é uma prova da necessidade da reforma política." JOSÉ DO EGITO FROTA LOPES FILHO, 53, presidente da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores) * "Eu lamento profundamente. Estou convencido desde o início de que não há nenhuma base jurídica ou legal para o afastamento da presidente Dilma. Esse é um passo perigoso para a jovem democracia brasileira. Cria uma sensação de insegurança e um precedente perigoso. Outro problema é a falta de legitimidade do vice, Temer, e de seu sucessor, Eduardo Cunha, que é uma figura nefasta. Por outro lado, nos últimos três meses houve uma mobilização interessante de jovens, mulheres, negros, pessoas da área da cultura e da periferia demonstrando que a sociedade civil brasileira está viva e vai participar desse processo. Abrimos com isso um novo capítulo da democracia. É um momento perigoso e delicado. Esperamos que a sociedade ajude a impedir qualquer tipo de retrocesso." JOSÉ GOMES TEMPORÃO, 64, ex-ministro da Saúde e diretor-executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Unasul) * "Acredito que o governo Temer tenha mais condições de tomar as duras medidas que são necessárias para melhorar a economia e, consequentemente, o setor da construção, cuja situação atual é insuportável. Não adianta aumentar impostos, é preciso cortar despesas, fazer ajustes fiscais e uma reforma previdenciária, iniciativas que não foram tomadas no governo Dilma. O setor da construção só terá condições de produzir e atrair capital estrangeiro com a redução dos juros e da inflação. Não existe a certeza de que isso acontecerá com um novo governo, mas ao menos surge uma nova esperança. Não há golpe nenhum, o impeachment é totalmente legítimo." JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO, 58, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) * "O país tem todas as condições de voltar a crescer. O fator político foi preponderante para a economia do país paralisar. O fim das incertezas faz com que o empresariado volte a investir. O país está parado esperando o que vai acontecer em Brasília. O que a gente espera é que o Senado resolva isso logo e o país volte a andar. O setor de máquinas sofreu muito com a queda nos investimentos. Precisamos de juros baixos, menos impostos e um câmbio que seja menos volátil. O câmbio precisa ser livre, mas estabilizado. Queremos que o governo tenha ministérios fortes e no médio e longo prazo faça as reformas tributárias, política e trabalhista" JOSÉ VELLOSO, 54, presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) * "A única coisa que eu quero falar é que as primeiras vítimas da histórica falta de investimento educacional são a elite e a classe política. A partir daí você vê o que aconteceu aí, esse desfile interminável de pessoas despreparadas para estarem no lugar em que estão". KLEBER MENDONÇA FILHO, 47, diretor de cinema * "O juiz Moro ressuscitou a crença na justiça no Brasil. O Brasil precisa passar pelo impeachment e mudar a relação da sociedade com o Estado. Torna-se necessário uma nova atitude da sociedade e o resgate da dignidade das instituições públicas (três poderes). O Brasil já viveu uma experiência semelhante com o mandato interino do presidente Itamar Franco. Lembremos que desta fase, o Brasil encontrou a prosperidade e a estabilidade econômica, assim como resgatou a crença nas instituições públicas". LARS GRAEL, 52, ex-velejador e ex-secretário nacional do esporte do governo FHC * "Estou profundamente consternada. Considero que foi dado um golpe, e além disso fiquei extremamente perplexa com a falta de qualquer consistência nas falas dos parlamentares que votaram a favor do impeachment. Fizeram todos falas voltadas para questões não políticas, enquanto os que votaram contra fizeram posicionamentos de fato políticos. Vejo [o dia de amanhã] com grande consternação e apreensão. Eu cresci durante a ditadura e sei como é grave a desobediência da Constituição e do Estado de Direito." LAURA DE MELLO E SOUZA, 63, historiadora e professora da Universidade de Paris IV Sorbonne * "Depois desse dia fundamental na história da vida política brasileira, a pergunta que fica é se a democracia brasileira aguenta mais essa quebra da rotina eleitoral. Temos uma história feita de golpes e contragolpe: 1822, a maioridade de Pedro II, o 15 de Novembro de 1889, os golpes de 1930 e de 1964; todos arrombaram a Constituição. Dessa vez não se pode dizer que houve golpe, ao menos nesse sentido. Mas sabemos, igualmente, que a nossa carta tem um modelo de impeachment falho e que permite várias interpretações. Ademais deixa a presidente da república vulnerável. Por isso o impeachment virou retórica política; vontade política de lado a lado. Se há algo certo, é que o país está dividido e que o congresso é expressão dessa discórdia. Democracia não é, porém, projeto de iguais e entre iguais; significa conviver e aprender com a pluralidade. Apesar de me opor ao impeachment, nos termos e por quem foi realizado, penso que depois desse resultado na Câmara é forçoso conviver com a diferença, que faz parte de uma agenda republicana e cidadã. Que o Brasil saia mais forte desse embate e que reforce suas instituições; as únicas que podem garantir nossa vida cívica saudável". LILIA SCHWARCZ, 58, historiadora e autora de "As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos." * "O dia de hoje coroou uma luta que foi muito séria e daninha. Tivemos que enfrentar uma patrulha inclemente. Eu fui um dos primeiros a pedir o impeachment, em 2014, na época em que se identificaram as pedaladas. Eu tenho uma responsabilidade, porque passei 11 anos nos palanques do PT, ajudando a eleger parlamentares pelo Brasil afora. Tinha essa dívida para sanar, e venho fazendo desde 2005, quando eu migrei para o outro lado, depois de perceber que estava em uma canoa furada. Era um partido que queria se destacar pela ética, moral e me ludibriou. Nós ainda não ganhamos o jogo, tem o Senado. Tenho que ser muito criterioso: nós ganhamos uma batalha, só vamos conseguir fincar a bandeirinha da vitória quando o PT estiver de fato fora do poder." LOBÃO, 58, cantor e compositor * "Grande oportunidade para colocarmos a economia na direção correta. Uma equipe econômica de respeito aporta credibilidade e antecipará os resultados de uma política econômica coerente. Saldo comercial crescente e inflação em queda impulsionam a corrente para frente. A pauta das reformas é consensual. A pergunta que não quer calar: um político do PMDB terá o empenho necessário para aprovar medidas impopulares de ajuste fiscal em ano eleitoral?" LUIS PAULO ROSENBERG, economista e consultor * "É importante que as questões políticas não continuem contaminando a economia. É um momento de todos se juntarem pensando em um Brasil melhor, com retomada do desenvolvimento." LUIZ MOAN, 61, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) * "No Brasil dos meus sonhos frente a uma crise institucional deste porte a presidente e os líderes dos partidos teriam se reunido em torno de uma agenda de reformas e para o estabelecimento de um calendário de curto prazo com convocação de eleições gerais. Mas este país infelizmente não existe". LUIZ SCHWARCZ, 59, editor * "A agenda para o Brasil crescer é a mesma, independentemente de quem esteja no governo. Tirar um governo que estava falhando e colocar outro por si só não vai solucionar os grandes problemas e dilemas de um ajuste fiscal permanente no Brasil. A grande dúvida é saber se o novo presidente terá capacidade de criar uma coalizão política pró-reformas no longo prazo." MANSUETO ALMEIDA, economista, especialista em contas públicas * "Durante a transmissão da votação, faltou entrar, a cada cinco minutos, uma vinheta anunciando: patrocínio da Fiesp. Ou, até, a narração do golpe, festejando: 'bem, amigos da Rede Globo'. Cada voto pró-impeachment era um voto contra a minha homossexualidade, a minha cidadania, a minha literatura. Batia, cada voto retrógrado, na minha cara de imigrante, de sertanejo, de escritor, de ativista cultural teimoso. Nós, artistas, estamos feridos, mas não estamos rendidos. É hora de redobrar as forças. De enfrentar o mal com todos os nossos afetos - juntos. Sempre juntos. Eles não entendem de amor. Não entendem de respeito. Não entendem que este é só o começo da luta. Essa, a luta pela verdade, eles jamais vencerão." MARCELINO FREIRE, 49, escritor * "Mesmo em meio à incerteza de que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal, a grande batalha terminou hoje [domingo]. Dificilmente, o Senado vai reverter esse resultado porque o governo está sitiado e imerso em uma crise política adversa. Tenho certeza absoluta de que, se o país não estivesse em dificuldade financeira, não estaríamos discutindo o impeachment. A educação é diretamente afetada por toda essa movimentação política. O setor privado registra perda significativa de alunos, com a derrocada do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil]. Os recursos das universidades federais estão cada vez menores e impactam, sobretudo, a pesquisa e o ensino. Vai ser difícil um novo governo estabelecer todas as prioridades do setor se não fizer as reformas tributária, previdenciária e política." MARCO ANTONIO CARVALHO TEIXEIRA, 50, cientista político e professor do departamento de gestão pública da FGV-SP * "O país reclama, exige que se apurem todas as denúncias. Não há ninguém maior que o Brasil. A aceitação pela Câmara da abertura do [processo de] impeachment evidencia que não pode haver denúncia de prática ilícita sem a devida apuração, ninguém escapa do controle da legalidade". MARCOS DA COSTA, 51, presidente da OAB-SP * "A presidente foi eleita por 54 milhões de brasileiros e um Congresso de 513 pode tirá-la do cargo? Por razões como o Brasil não crescer? Nunca vi isso. Não é justo. Quem tira um presidente é o povo, através da eleição. Mas a luta não acabou. Ainda há duas votações no Senado. Acredito que não é para baixar a guarda. Eu não vou baixar a minha." MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, 52, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) * "Estou muito triste e envergonhada da classe politica que nós temos no Brasil. Em poucos momentos [durante a votação] eu ouvi que a cassação do mandato da presidente Dilma dizia respeito a um crime cometido por ela. Todos os deputados disseram que o voto era em nome de Deus, da família, dos filhos. Foi uma cassação estritamente politica. O Brasil perde a chance de se consolidar como uma democracia sólida e séria, com um governo que sempre lutou pela inclusão social, pela democratização do acesso ao ensino. É lamentável que tenhamos um espetáculo tão triste quanto esse na democracia." MARIA LÚCIA CAVALLI NEDER, 64, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) * "O sol que iluminou no domingo boa parte do país não passou de uma pegadinha da história. Foi um dia sombrio para o Brasil. Este impeachment de Michel Temer, Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro é um golpe de Estado. Na democracia, presidente se elege no voto, e não no tapetão. O próprio deputado Jair Bolsonaro reconheceu a identidade entre o golpe anti-João Goulart e o impeachment contra Dilma. É um ultraje à democracia a homenagem a um torturador e assassino como Carlos Alberto Brilhante Ustra." MÁRIO MAGALHÃES, 52, jornalista e biógrafo de Carlos Marighella * "O impeachment dá um clima de otimismo e esperança, mas os problemas precisam ser resolvidos. Estou com esperança de que esse novo governo vai fazer os ajustes necessários o mais rápido possível." MEYER NIGRI, presidente da construtora Tecnisa * "Não lamento pelo PT, que merecia pagar por sua corrupção e incompetência (eu preferia que fosse nas urnas), e sim pela democracia bananeira do país. O Congresso prova o fracasso dos nossos valores, da nossa escola, da nossa estética no sentido amplo do termo." MICHEL LAUB, 42, escritor * "De início eu julguei que a presidente era apenas uma das vítimas do partido e das suas alianças. Esse sentimento se esvaneceu com o tempo. Com as recentes revelações, conclui que ela é conivente. E isso é muito grave em um país em que prevalece a injustiça social, e onde os exemplos são tão necessários. São os exemplos que conseguem produzir transformações na sociedade, combater a corrupção e forjar uma nação digna. A Dilma não tem mais o poder de gerar bons exemplos, então não tem mais condições de gerir o Brasil." MIGUEL SROUGI, 69, professor titular de urologia da USP * "Foi a maior peça farsesca do Brasil recente. Esse é o pior Congresso da história republicana: com os deputados mais desqualificados, os mais corruptos. Mas a esquerda precisa fazer uma autocrítica. O espaço privilegiado da esquerda contemporânea é a crítica. Todo o sistema político brasileiro está falho. Não vejo saída para o Brasil a curto prazo enquanto não houver uma manifestação popular por reforma política. Tenho certeza que todos querem a deposição do Cunha. É um traço de união importante dessas duas partes da população que são politicamente opostas, mas que querem uma política mais justa e confiável." MILTON HATOUM, 63, escritor * "O grande ponto é que, pela primeira vez na história recente, uma questão política está travando a economia. No mensalão, o país continuou andando, produzindo, crescendo. O setor farmacêutico depende muito do nível de emprego, víamos as classes C e D passando a consumir medicamentos, sendo incluídas, mas isso parou. A gente quer que a partir de amanhã o país volte a andar. Deixe o país nas mãos do empresariado e ele fará o Brasil voltar a crescer." NELSON MUSSOLINI, 58, presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) * "Estou de luto. Diria que as palavras estão de luto. É um show de lugares-comuns o que estou assistindo desde que a votação começou. A linguagem morreu. E com a nossa linguagem o pensamento morre junto. Vejo a mediocridade, a banalidade, o vazio. [Os deputados] só pensam em si, na família, em Deus. Quem diz não ao impeachment fala em nome do povo, da democracia. Está evidente a diferença. O discurso do impeachment é pessoal. O discurso contra ele é público. O lugar-comum é a condenação da língua. É onde fica o conservadorismo". NOEMI JAFFE, 54, professora, escritora e crítica literária * "Eu acho que o Brasil talvez leve décadas para se recuperar dessa estupidez. Acho que alguma coisa na sacralidade institucional foi profundamente ferida. A minha sensação é de estupor, de espanto. Me bateu uma tristeza funda, porque eu agora eu não sei se eu vou viver para ver a as instituições se solidificarem de novo. A partir de agora, parece que a ilusão que a gente teve de democratização foi embora". NUNO RAMOS, 56, artista plástico * "É um golpe. O que está em curso é um processo de destituição da Dilma sem base material. Quando eu analiso o discurso contrário, vejo que o que está em jogo é um julgamento político. Enquanto esse processo for discutido, todos os desafios centrais da educação ficarão à margem. Não se faz política educacional nessas condições. E mais: as forças contrárias à Dilma se apresentaram com tendência fortemente privatista e poderão colocar em risco todas as conquistas educacionais já consolidadas, ainda mais, na educação básica." OCIMAR MUNHOZ ALAVARSE, 56, pedagogo, é professor da faculdade de educação da USP * "Sensacional. Eu nunca votei no PT, meu voto seria sim." OSCAR SCHMIDT, ex-jogador de basquete * "Lá na Câmara disseram muita besteira para justificar muita hipocrisia, justificar um ataque à democracia. Esses deputados são decepcionantes, não representam o povo brasileiro. Têm uma resistência visível ao Brasil melhorar. A rua é feliz, para a frente, dos dois lados. Lá é o contrário. Os acontecimentos recentes têm que dar força a todos nós. Essa votação não pode significar a desunião daqueles que querem o melhor para o Brasil e o mundo. Embora eu torcesse para que não houvesse impeachment, isso pode ser positivo. Nós estamos ainda experimentando a democracia. Tem muita gente conectada, participando, dizendo o que não quer, e isso é muito importante." PASCOAL DA CONCEIÇÃO, 62, ator * "Vivemos uma situação surreal em que o Congresso, comandado pelo maior escroque do país, quer retirar o poder legal de uma presidente honesta. Mas existe um fator altamente positivo: formou-se uma enorme e eficaz rede pela legalidade, que produziu resultados surpreendentes de informação. A esquerda está fortalecida e o povo mais consciente, independentemente do resultado da votação". PAULO BETTI, 63, ator e produtor * "Uma entidade como a nossa deve sempre ter posição apolítica. Mas temos que reconhecer que o Brasil vive um momento de total paralisação econômica, fruto da situação extremamente ruim que estamos passando. Uma mudança, nessas condições, sempre é vista com certo otimismo, pois indica uma certa esperança de uma nova conduta e de uma melhoria, mesmo que a médio e a longo prazo. De imediato, está claro que a economia precisa de atitudes extremamente complexas que não foram tomadas, de ajustes fiscais, na Previdência e na máquina pública. Elas vão nos permitir sorrir a médio e a longo prazo. Por isso, o impeachment acabou sendo a única opção." PAULO FRACARO, 68, presidente da Abimo (Associação Brasileira das Indústrias Médico, Odontológicos, Hospitalares e de Equipamentos de Laboratório) * "Dilma Rousseff e o PT cometeram erros crassos mais do que suficientes para explicar a derrocada do governo, mas é impossível não se horrorizar com um processo de impeachment que põe no comando do país o que há de mais podre na política brasileira. Espero estar enganado, mas creio que a partir de amanhã a grande imprensa vai estampar editoriais com os lugares-comuns de sempre, conclamando o país à pacificação e à volta à normalidade, uma maneira disfarçada de dizer: vamos acabar com a operação Lava Jato, já que seu único real objetivo - tirar o PT do governo - foi finalmente atingido. Não pela primeira vez na história, a atuação desastrada da esquerda acabou tendo o efeito de entregar o poder às forças mais retrógradas do espectro político. É uma catástrofe." PAULO HENRIQUES BRITTO, 64, poeta e tradutor literário * "O que se percebe no Congresso é uma sensação que permeia a nossa sociedade, que quer mudanças, mostra o inconformismo nesse momento com o sistema político. Precisamos pensar em como tirar lições dessa crise. A redução na capacidade financeira do governo se reflete no orçamento para a saúde —e ele já não era adequado. Uma questão muito importante, ficando a presidente Dilma ou assumindo o vice-presidente, é que haja um compromisso de colocar uma pessoa com competência técnica no Ministério da Saúde. A saúde não pode ser moeda de troca política." PAULO HOFF, 47, diretor-geral do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) * "A aprovação do processo do impeachment na Câmara foi uma vitória dos trabalhadores, e respondeu aos anseios do povo nas ruas. Agora, a batalha vai ser no Senado. Se confirmada, a mudança no comando do governo traz uma perspectiva de melhora nos rumos da economia. O governo atual cometeu muitos equívocos na política econômica, o que trouxe aumento do desemprego e travou o crescimento do país." PAULO PEREIRA DA SILVA, 60, deputado federal (SD-SP) e presidente da Força Sindical * "A gente está a favor do crescimento econômico, de que o consumidor não perca mais o poder aquisitivo além do que que já perdeu. E, para isso, é preciso que haja uma mudança. Da forma como está, estamos estagnados. Um novo governo trará uma oportunidade única para que se tenha uma liderança, que não precisa necessariamente ser um novo presidente, mas que possa realizar este projeto." PEDRO CELSO GONÇALVES, 57, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) * "Não concordo com o impeachment. Estamos só trocando de posição. O certo seria convocar novas eleições para escolhermos também novos parlamentares. Não adianta tirar um governo que já não tem credibilidade e colocar alguém que representa a continuidade dele. Estamos é no fundo do poço". PEPEU GOMES, 64, músico * "O governo Dilma foi um fracasso enquanto uma proposta de mudanças profundas no país. A forma de se desfazer do governoé tragicamente a forma de um golpe, um golpe de novo tipo, não é um golpe militar, mas um golpe parlamentar, de um Parlamento que se encontra no pior momento e que tem tradição golpista, e com certo respaldo de setores do Judiciário. Ensaiamos alguma coisa como um estado brando de exceção parlamentar com respaldo judicial. Dilma teria de ser derrotada nas urnas. O que se espera é que, no Senado e, eventualmente, por decisões do Supremo, isso possa ser contestado, embora seja cada vez mais difícil." RICARDO ANTUNES, 63, professor titular de sociologia da Unicamp * "Me impressionou muito o nível de vulgaridade e deselegância da maioria das pessoas do Congresso. Parece um destino latino-americano. Quando o poder econômico vê que não vai conseguir ganhar as eleições, ele promove um golpe de Estado. Essa coisa de 'Tchau, querida' é de um machismo repugnante. A vulgaridade dessas pessoas é um choque muito grande. A pior coisa que a América Latina produziu é o macho latino. Aqueles caras falando em nome da família, aquela masculinidade horrorosa é a pior coisa." RICARDO LÍSIAS, 40, escritor * "Somos plurais e, por isso, a UGT não fechou questão pró ou contra o impeachment. Independentemente do que acontecer daqui para frente, precisamos de uma política econômica que acabe com essa sangria para o trabalhador. Crises econômicas anteriores nunca haviam chegado antes à base da pirâmide, o setor de comércio e serviços, como está ocorrendo agora. É um crime lesa-pátria contra o trabalhador, que está sofrendo com o aumento do desemprego. O setor nunca havia esse sentido esse gosto amargo antes. Temos que ter a retomada do emprego, e o seguro-desemprego tem que ser ampliado." RICARDO PATAH, 62, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) * "Agora temos a esperança de que tudo isso possa mudar, vai custar caro ainda, temos uma situação complicada pela frente, mas pelo menos uma coisa volta: a esperança de momentos melhores, porque pior é muito difícil que fique. Assistindo a esse espetáculo dantesco dos nossos políticos é fora do sério imaginar que esse é o nível do Congresso, uma grande parte desse Congresso é uma piada. O brasileiro tem que aprender a votar, mas temos que ter candidatos à altura da grandiosidade do nosso país." ROBERTO JUSTUS, 60, publicitário, empresário e apresentador de televisão. * "O fato é que a mudança de presidente não muda a situação econômica do país. Se o impeachment for aprovado no Senado, vai depender da capacidade do presidente Temer organizar um governo de coalizão para propor reformas. Mas sou movido à esperança, sou produtor rural. O Brasil precisaria de uma estratégia de longo prazo [para o agronegócio], com logística, seguro rural, política de preços mínimos modernizada, política comercial que abra mercados e recursos para tecnologia. Inclusive com reformas legislativas mais consistentes. Não se resume a curto prazo. ROBERTO RODRIGUES, ex-ministro da agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV/EESP * "Espero que o país encontre seu caminho num ambiente democrático e de amplo entendimento, que será essencial para reestabelecer a confiança nos agentes econômicos, base para tirar o país da recessão e retomar o crescimento econômico." ROBERTO SETUBAL, presidente do Itaú Unibanco * "Golpe não vale, mas, por incompetência, feliz ou infelizmente, o PT cometeu erros terríveis. Por isso, eu considero que o processo é justo". ROBSON CAETANO, 51, ex-atleta * "É um processo longo e democrático, que tem um fundo educativo. É importante para esta geração vivenciar isso". ROSE NEUBAUER, 70, presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e do Instituto Protagonistés * "O impeachment ainda não se consumou, mas a confiança deu um grande salto. Teremos enormes dificuldades, mas poderemos superar." SEBASTIÃO BOMFIM, empresário, fundador da rede Centauro * "É importante que tenhamos estabilidade política para retomarmos o crescimento. O país passa por um forte processo de desindustrialização nos últimos anos." STEFAN KETTER, 56, presidente da Fiat Chrysler América Latina * "O que o setor de brinquedos precisa é de muita serenidade. É muito ruim a indústria ficar paralisada. O que importa de fato, com ou sem impeachment, é destravar a economia. Precisamos voltar a produzir, a exportar, a vender o Brasil lá fora. Não tenho posição sobre qual o melhor caminho político para isso, mas temos que resolver logo essa situação." SYNÉSIO BATISTA DA COSTA, 58, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) * "Acho que tivemos uma visualização inédita do Brasil que habita a Câmara. É triste. Acho que o país está ingovernável. Sou por novas eleições". TADEU JUNGLE, 60, cineasta * "É estarrecedor que não haja nenhuma argumentação sobre o mérito do processo. Isso nos leva a crer que as coisas não estão bem fundamentadas, em um Congresso conservador e machista. Além disso, o programa do governo PMDB, que já foi divulgado, é extremamente perigoso para a sociedade". TATIANA ROQUE, 45, presidente do sindicato dos professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) * "O que houve neste domingo na Câmara foi triste, muito ruim, porque foi um julgamento político da presidenta, sem qualquer fundamentação. Isso não resolve os problemas dos trabalhadores. O que vai acontecer agora é o prolongamento da crise política, que paralisa a economia. É um terceiro turno interminável. Só que os problemas econômicos vão continuar. Não concordo com o golpe [o impeachment], mas a política econômica atual tem que mudar. O Brasil também precisa de uma reforma política urgente." VAGNER FREITAS, 50, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) * "A peça da política virou uma extraordinária chanchada. O povo anarquista está lotando os teatros, fazendo bruxaria e mandando energia contra esse Congresso, que hoje só falou imbecilidade, boçalidade. Espera-se ainda que [o impeachment] não passe. Você vê que há um levante da esquerda. Nas ruas o contraste é enorme, no lado verde-amarelo é um clima de Coreia do Norte, no outro é maracatu, samba, rock, funk, sem-terra, sem-teto, uma diversidade maravilhosa. É um plano capitaneado por aquele sujeito de quem nem gosto de dizer o nome, apoiado por pessoas mecânicas, inexpressivas. Mas o povo não vai deixar barato, vai dar uma reviravolta. O artista se adapta. O povo que não quer [o impeachment] está vibrando, enquanto o rebanho está lá dizendo besteira. É uma farsa ridícula que não vai durar." ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA, 79, ator e encenador, presidente e diretor artístico da Associação Teat(r)o Oficina * "Não acho que o impeachment seja a solução para os problemas econômicos, não é isso o que nós queríamos para o Brasil. Mas ele significa a oportunidade de retomar uma agenda econômica para o país, o que é muito positivo. Não podemos ficar apenas voltados para uma agenda política. Daqui para a frente o mercado se volta para o que esperar do próximo governo. A capacidade de atrair nomes com credibilidade para a equipe econômica será fundamental, porque eles vão exigir apoio político para implementar uma agenda que não será fácil. ZEINA LATIF, economista-chefe da XP Investimentos * "Acho que a democracia tem que aguentar um presidente até o fim, a não ser que ele seja um criminoso. Por isso acho que isso é um golpe. Se o presidente eleito fracassa, ele tem que cumprir o mandato mesmo assim. Não se pode cassar um presidente por incompetência. Não minha opinião, Dilma não cometeu nenhum crime que justifique isso". ZIRALDO, 83, cartunista
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O presunto e as moscas
A corrupção no Brasil é endêmica. Convive conosco desde o Descobrimento. Basta ler a carta do escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, ao rei de Portugal que se vê ali um pedido de resolução de questões privadas por vias públicas. O genro de Caminha havia sido condenado a degredo por ter cometido um crime. "A Ela [Vossa Alteza]", escreve Caminha no último parágrafo da carta, "peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'ela receberei em muita mercê". Por que eu deveria, então, dar continuidade a este artigo se já em 1º de maio de 1500 essa praga habitava terras brasileiras? Não haveria sentido em ocupar um espaço tão nobre quanto este para abordar um problema insolúvel. Apesar de o senso comum nos dizer que o Brasil sempre foi e que sempre será assim, acreditar que a corrupção no país jamais deixará de ser uma chaga é não olhar para a causa do problema, apenas para a consequência. Imagine a sala de uma casa e que na janela dessa sala exista um enorme e apetitoso presunto. Não é preciso esperar muito tempo para que uma nuvem de moscas venha tomar conta do ambiente e passe a zanzar em volta desse presunto. Abanar o pedaço de carne na janela não vai adiantar absolutamente nada. Além disso, as moscas porão seus ovos no presunto e ali se reproduzirão. Será possível passar o resto dos dias abanando o presunto que os insetos jamais lhe deixarão em paz. Essa analogia serve para ilustrar a seguinte ideia: prender os corruptos é necessário, mas só isso não é suficiente. O sistema vai se encarregar de fazer com que eles se reproduzam. Da forma como os negócios públicos são feitos, podemos trocar todos os bandidos por pretensos mocinhos que logo os mocinhos se tornam bandidos. Os que não aceitarem entrar no esquema serão automaticamente ejetados do processo. É preciso, portanto, mudar o sistema –ou seja, tirar o presunto da janela. Fazer a corrupção chegar a níveis bem menores no Brasil pode ser mais simples do que se pensa. É preciso, em primeiro lugar, deixar o Estado enxuto, diminuindo ao máximo o número de estatais e, no caso das empresas estratégicas, é necessário tirar o monopólio delas, atraindo ao país concorrentes para estimular a competição. Assim, negócios escusos envolvendo dinheiro público serão reduzidos naturalmente. Com isso, o Estado estimula a meritocracia, que é a essência do sucesso no ambiente concorrencial. Um comprador de sapatos de uma loja de departamentos que recebe propina para comprar de um determinado fornecedor, por exemplo, vai tirar do mercado a empresa para a qual trabalha porque esse sapato, invariavelmente, custará mais caro do que na concorrência. No caso de uma companhia como a Petrobras, que atua sozinha em diversas áreas, estamos vendo agora como os preços eram dados e o custo que isso trouxe ao país. O melhor exemplo de como a concorrência só traz benefícios aos serviços, especialmente os públicos, é os Correios. A parte da estatal que tem concorrência, o Sedex, é eficiente, enquanto a parte monopolista da empresa padece de todos os males da falta de meritocracia e do monopólio. O Estado deve, portanto, ser encarado como um prestador de serviços à sociedade. Deve atuar em prol do aluno da rede pública, do paciente do Sistema Único de Saúde, do aposentado. A estrutura estatal deve servir à população, e não a quem dela se apropriou. E o livre mercado, que é o antídoto natural contra a corrupção, deve ser o inspirador e o agente principal desse processo. FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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O presunto e as moscasA corrupção no Brasil é endêmica. Convive conosco desde o Descobrimento. Basta ler a carta do escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, ao rei de Portugal que se vê ali um pedido de resolução de questões privadas por vias públicas. O genro de Caminha havia sido condenado a degredo por ter cometido um crime. "A Ela [Vossa Alteza]", escreve Caminha no último parágrafo da carta, "peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'ela receberei em muita mercê". Por que eu deveria, então, dar continuidade a este artigo se já em 1º de maio de 1500 essa praga habitava terras brasileiras? Não haveria sentido em ocupar um espaço tão nobre quanto este para abordar um problema insolúvel. Apesar de o senso comum nos dizer que o Brasil sempre foi e que sempre será assim, acreditar que a corrupção no país jamais deixará de ser uma chaga é não olhar para a causa do problema, apenas para a consequência. Imagine a sala de uma casa e que na janela dessa sala exista um enorme e apetitoso presunto. Não é preciso esperar muito tempo para que uma nuvem de moscas venha tomar conta do ambiente e passe a zanzar em volta desse presunto. Abanar o pedaço de carne na janela não vai adiantar absolutamente nada. Além disso, as moscas porão seus ovos no presunto e ali se reproduzirão. Será possível passar o resto dos dias abanando o presunto que os insetos jamais lhe deixarão em paz. Essa analogia serve para ilustrar a seguinte ideia: prender os corruptos é necessário, mas só isso não é suficiente. O sistema vai se encarregar de fazer com que eles se reproduzam. Da forma como os negócios públicos são feitos, podemos trocar todos os bandidos por pretensos mocinhos que logo os mocinhos se tornam bandidos. Os que não aceitarem entrar no esquema serão automaticamente ejetados do processo. É preciso, portanto, mudar o sistema –ou seja, tirar o presunto da janela. Fazer a corrupção chegar a níveis bem menores no Brasil pode ser mais simples do que se pensa. É preciso, em primeiro lugar, deixar o Estado enxuto, diminuindo ao máximo o número de estatais e, no caso das empresas estratégicas, é necessário tirar o monopólio delas, atraindo ao país concorrentes para estimular a competição. Assim, negócios escusos envolvendo dinheiro público serão reduzidos naturalmente. Com isso, o Estado estimula a meritocracia, que é a essência do sucesso no ambiente concorrencial. Um comprador de sapatos de uma loja de departamentos que recebe propina para comprar de um determinado fornecedor, por exemplo, vai tirar do mercado a empresa para a qual trabalha porque esse sapato, invariavelmente, custará mais caro do que na concorrência. No caso de uma companhia como a Petrobras, que atua sozinha em diversas áreas, estamos vendo agora como os preços eram dados e o custo que isso trouxe ao país. O melhor exemplo de como a concorrência só traz benefícios aos serviços, especialmente os públicos, é os Correios. A parte da estatal que tem concorrência, o Sedex, é eficiente, enquanto a parte monopolista da empresa padece de todos os males da falta de meritocracia e do monopólio. O Estado deve, portanto, ser encarado como um prestador de serviços à sociedade. Deve atuar em prol do aluno da rede pública, do paciente do Sistema Único de Saúde, do aposentado. A estrutura estatal deve servir à população, e não a quem dela se apropriou. E o livre mercado, que é o antídoto natural contra a corrupção, deve ser o inspirador e o agente principal desse processo. FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Veja ideias para passar o Dia dos Namorados em casa, evitar filas e ficar a sós
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Se a vontade é a de evitar as filas dos restaurantes, ter um momento intimista ou aproveitar o aconchego do lar, veja algumas ideias para contribuir com o clima romântico do Dia dos Namorados. * NÃO QUER ERRAR? por Nina Horta (colunista da Folha) * NÃO VAI COZINHAR? Veja opções de onde comprar o jantar de 12/6 A chef Ana Soares, do Mesa III, oferece opções para levar para casa. Como antepasto, há tapenade de azeitonas (R$ 32) e tostadas na lenha (R$ 16). A entrada pode ser uma terrine de salmão defumado, alho-poró e aspargos (R$ 95) e o principal fagottini de pato e cogumelo (R$ 55) ao creme de laranja (R$ 35). Para adoçar, tiramisù (R$ 16). Quem montar uma caixa completa tem 10% de desconto. Mesa III. R. Alves Guimarães, 1.474, Pinheiros, tel. 3868-5501. A rotisseria da Casa Santa Luzia tem diversas receitas do chef Carlos Siffert. Há "finger foods" como a verrine de cogumelos e alho-poró (R$ 9,50) e bolinhas de queijo de cabra e papoula (R$ 4,40) e opções de pratos como quibe de abóbora (R$ 31,60, para dois) e capelli de vitela ao molho trufado (R$ 77,40, para dois). Para adoçar, torta de figo e pinoli ao vinho do Porto (R$ 14,70, para um). Casa Santa Luzia. Alameda Lorena, 1.471, Jardim Paulista, tel. 3897-5000. Encomendar até 6/6. Apesar de não ser exatamente uma rotisseria, a Ghee Banqueteria indica algumas de suas receitas em porções para dois. Para começar, salada de polvo com endívias, ervilha e nozes-pecãs (R$ 51) ou creme de mandioquinha com frango (R$ 30). Como prato, bombom de mignon com crosta de castanha ao molho de vinho (R$ 90) ou raviolone de búfala ao molho de tomate (R$ 70). Para finalizar, terrine de chocolate e calda de frutas vermelhas (R$ 18, cada um). Ghee Banqueteria. R. Sen. Carlos Teixeira de Carvalho, 232, Cambuci, tel. 3208-0767. Encomendar até 8/6; taxa de entrega R$ 60. Para aquecer em banho-maria ou no micro-ondas, Lelena e Maria Regina César indicam, como entrada, pappa ao pomodoro (sopa de tomates assados com croutons de azeitona), salmão assado com nhoque de batatas ao creme de espinafre e, para fechar, um pudim cremoso, para comer de colher (R$ 69 por pessoa). Damádalê. R. Dep. Lacerda Franco, 452, Pinheiros, tel. 2925-7010. Encomendar até 6/6.
saopaulo
Veja ideias para passar o Dia dos Namorados em casa, evitar filas e ficar a sósMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Se a vontade é a de evitar as filas dos restaurantes, ter um momento intimista ou aproveitar o aconchego do lar, veja algumas ideias para contribuir com o clima romântico do Dia dos Namorados. * NÃO QUER ERRAR? por Nina Horta (colunista da Folha) * NÃO VAI COZINHAR? Veja opções de onde comprar o jantar de 12/6 A chef Ana Soares, do Mesa III, oferece opções para levar para casa. Como antepasto, há tapenade de azeitonas (R$ 32) e tostadas na lenha (R$ 16). A entrada pode ser uma terrine de salmão defumado, alho-poró e aspargos (R$ 95) e o principal fagottini de pato e cogumelo (R$ 55) ao creme de laranja (R$ 35). Para adoçar, tiramisù (R$ 16). Quem montar uma caixa completa tem 10% de desconto. Mesa III. R. Alves Guimarães, 1.474, Pinheiros, tel. 3868-5501. A rotisseria da Casa Santa Luzia tem diversas receitas do chef Carlos Siffert. Há "finger foods" como a verrine de cogumelos e alho-poró (R$ 9,50) e bolinhas de queijo de cabra e papoula (R$ 4,40) e opções de pratos como quibe de abóbora (R$ 31,60, para dois) e capelli de vitela ao molho trufado (R$ 77,40, para dois). Para adoçar, torta de figo e pinoli ao vinho do Porto (R$ 14,70, para um). Casa Santa Luzia. Alameda Lorena, 1.471, Jardim Paulista, tel. 3897-5000. Encomendar até 6/6. Apesar de não ser exatamente uma rotisseria, a Ghee Banqueteria indica algumas de suas receitas em porções para dois. Para começar, salada de polvo com endívias, ervilha e nozes-pecãs (R$ 51) ou creme de mandioquinha com frango (R$ 30). Como prato, bombom de mignon com crosta de castanha ao molho de vinho (R$ 90) ou raviolone de búfala ao molho de tomate (R$ 70). Para finalizar, terrine de chocolate e calda de frutas vermelhas (R$ 18, cada um). Ghee Banqueteria. R. Sen. Carlos Teixeira de Carvalho, 232, Cambuci, tel. 3208-0767. Encomendar até 8/6; taxa de entrega R$ 60. Para aquecer em banho-maria ou no micro-ondas, Lelena e Maria Regina César indicam, como entrada, pappa ao pomodoro (sopa de tomates assados com croutons de azeitona), salmão assado com nhoque de batatas ao creme de espinafre e, para fechar, um pudim cremoso, para comer de colher (R$ 69 por pessoa). Damádalê. R. Dep. Lacerda Franco, 452, Pinheiros, tel. 2925-7010. Encomendar até 6/6.
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Após vitória, Tite desconversa sobre Bernard e empresário viaja para negociar
Sem falar no nome de Bernard, Tite confirmou que o Corinthians tem interesse em contratar mais um jogador com característica ofensiva. Ele poderia ser utilizado no Campeonato Paulista a partir das quartas de final e entrar na Libertadores a partir das oitavas de final. "Precisamos de mais um jogador para a armação porque tivemos a saída de Lodeiro", disse o treinador. A diretoria corintiana não considera muito provável a contratação do meia-atacante que foi reserva da seleção brasileira na Copa de 2014. Porque tudo depende do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, dono dos direitos do jogador. Mas se houver a possibilidade de realizar a negociação, o clube brasileiro está disposto a tentar. Editoria de Arte/Folhapress A situação precisa ser resolvida até o final deste mês, quando será fechada a janela para transferências internacionais na Ucrânia. Bernard entrou em conflito com o técnico Mircea Lucescu e não vem sendo utilizado. O empresário do atleta, Adriano Spadotto, viajou para conversar com os dirigentes da equipe europeia e tentar viabilizar a transação. O Corinthians já avisou que não tem condições de comprar o vínculo de Bernard e nem pagar o salário de cerca de R$ 1 milhão que ele recebe na Ucrânia. O diretor de futebol corintiano, Sérgio Janikian, não quis se comprometer com o assunto. Disse que era preciso esperar. O clube também está preocupado com a renovação de contrato de Guerrero, que termina em julho deste ano. Não houve acerto até agora especialmente por causa das luvas do atacante. Ele pede US$ 7 milhões. "A negociação com o Guerrero vai acontecer, mas com responsabilidade. Pensando no Corinthians", analisou Janikian.
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Após vitória, Tite desconversa sobre Bernard e empresário viaja para negociarSem falar no nome de Bernard, Tite confirmou que o Corinthians tem interesse em contratar mais um jogador com característica ofensiva. Ele poderia ser utilizado no Campeonato Paulista a partir das quartas de final e entrar na Libertadores a partir das oitavas de final. "Precisamos de mais um jogador para a armação porque tivemos a saída de Lodeiro", disse o treinador. A diretoria corintiana não considera muito provável a contratação do meia-atacante que foi reserva da seleção brasileira na Copa de 2014. Porque tudo depende do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, dono dos direitos do jogador. Mas se houver a possibilidade de realizar a negociação, o clube brasileiro está disposto a tentar. Editoria de Arte/Folhapress A situação precisa ser resolvida até o final deste mês, quando será fechada a janela para transferências internacionais na Ucrânia. Bernard entrou em conflito com o técnico Mircea Lucescu e não vem sendo utilizado. O empresário do atleta, Adriano Spadotto, viajou para conversar com os dirigentes da equipe europeia e tentar viabilizar a transação. O Corinthians já avisou que não tem condições de comprar o vínculo de Bernard e nem pagar o salário de cerca de R$ 1 milhão que ele recebe na Ucrânia. O diretor de futebol corintiano, Sérgio Janikian, não quis se comprometer com o assunto. Disse que era preciso esperar. O clube também está preocupado com a renovação de contrato de Guerrero, que termina em julho deste ano. Não houve acerto até agora especialmente por causa das luvas do atacante. Ele pede US$ 7 milhões. "A negociação com o Guerrero vai acontecer, mas com responsabilidade. Pensando no Corinthians", analisou Janikian.
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Diretora do Facebook narra o luto e suas consequências
"Plano B - Como Encarar Adversidades, Desenvolver Resiliência e Encontrar Felicidade", que a editora Fontanar lança neste mês no Brasil, é um livro sobre o luto de Sheryl Sandberg, 47 anos, chefe de operações do Facebook, que perdeu o marido ainda jovem numa situação inesperada. Sandberg, que escreve o livro em parceria com o psicólogo Adam Grant, é uma altíssima executiva da rede social, foi vice-presidente de vendas on-line do Google e trabalhou para Larry Summers como sua chefe de gabinete quando ele foi secretário do Tesouro americano, além de outras credenciais. Mas seu novo livro traça a dor de uma mulher comum que encontrou o marido morto e precisará se sustentar em pé, combatendo a própria prostração para amparar as crianças. Quem consegue superar o sentimentalismo da primeira página, em que a viúva relata o primeiro encontro romântico e a evolução do casal na década de 1990, encontra rapidamente a descrição da morte de Dave Goldberg, o homem que apresentou a Sandberg a internet e músicas que ela nunca ouvira. Goldberg morreu em 2015, aos 47 anos, de uma arritmia cardíaca provocada por doença coronariana, durante uma viagem de férias ao México com a mulher. Foi encontrado por ela morto no chão da academia. Ele era presidente-executivo da SurveyMonkey, empresa de ferramentas para pesquisas de opinião on-line. Ainda na introdução, fica fácil notar que "Plano B", número 1 de vendas na lista do "New York Times", não é o primeiro sucesso da executiva no mercado editorial. Ela escreveu o best-seller "Faça Acontecer", um livro de conselhos feministas para mulheres no trabalho, e soube evitar que a narrativa de um drama pessoal seguida do discurso de resiliência se perdesse numa armadilha melodramática. Se em "Faça Acontecer" a executiva de sucesso foi criticada por desconsiderar obstáculos enfrentados pelas mães de classe média –como horários escolares incompatíveis com a jornada de trabalho–, em "Plano B", Sandberg é mais democrática. Uma das mulheres mais ricas dos EUA, a autora também reflete sobre consequências que costumam acompanhar o luto, mas escapam de sua realidade, como as dificuldades financeiras e o impacto do sofrimento no desempenho dos trabalhadores. "Só nos EUA, estima-se que a perda de produtividade relacionada ao luto custe às empresas algo como US$ 75 bilhões por ano. Esse prejuízo poderia ser minimizado, e o fardo para as pessoas em luto, diminuído, se os empregadores permitissem mais tempo de licença, horários reduzidos ou flexíveis e ajuda financeira." FRANQUEZA Para além das construções características da autoajuda, como as lições de que "o humor pode nos tornar mais resilientes" ou de que é preciso aprender com fracassos, Sandberg compartilha detalhes factuais, como a triste cena em que leva aos filhos a notícia da tragédia. A franqueza com que ela expõe ao leitor os pormenores íntimos de seu luto contrasta com a personagem pouco espontânea de Sandberg enquanto celebridade do mundo corporativo. Sem deixar de mencionar Mark Zuckerberg, ela lembra que foi ele um dos responsáveis por organizar o velório e narra o retorno ao escritório. "Os primeiros dias de volta ao trabalho foram de absoluta névoa. Na primeira reunião, a única coisa em que eu conseguia pensar era: 'Do que eles estão falando e que importância tem?'. Em certo momento, me envolvi com o debate e durante um segundo –talvez meio segundo– esqueci. Esqueci a morte." A memória da perseguição feminina pela liderança no trabalho, tão discutida em "Faça Acontecer", fica latente durante a leitura de "Plano B" –em especial os trechos em que ela abordava a importância de ter um marido plenamente comprometido, que a incentivou a ter sucesso tão grande quanto o dele nos negócios. Plano B QUANTO: R$ 39,90 (216 PÁGS.) AUTOR: SHERYL SANDBERG E ADAM GRANT EDITORA: FONTANAR
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Diretora do Facebook narra o luto e suas consequências"Plano B - Como Encarar Adversidades, Desenvolver Resiliência e Encontrar Felicidade", que a editora Fontanar lança neste mês no Brasil, é um livro sobre o luto de Sheryl Sandberg, 47 anos, chefe de operações do Facebook, que perdeu o marido ainda jovem numa situação inesperada. Sandberg, que escreve o livro em parceria com o psicólogo Adam Grant, é uma altíssima executiva da rede social, foi vice-presidente de vendas on-line do Google e trabalhou para Larry Summers como sua chefe de gabinete quando ele foi secretário do Tesouro americano, além de outras credenciais. Mas seu novo livro traça a dor de uma mulher comum que encontrou o marido morto e precisará se sustentar em pé, combatendo a própria prostração para amparar as crianças. Quem consegue superar o sentimentalismo da primeira página, em que a viúva relata o primeiro encontro romântico e a evolução do casal na década de 1990, encontra rapidamente a descrição da morte de Dave Goldberg, o homem que apresentou a Sandberg a internet e músicas que ela nunca ouvira. Goldberg morreu em 2015, aos 47 anos, de uma arritmia cardíaca provocada por doença coronariana, durante uma viagem de férias ao México com a mulher. Foi encontrado por ela morto no chão da academia. Ele era presidente-executivo da SurveyMonkey, empresa de ferramentas para pesquisas de opinião on-line. Ainda na introdução, fica fácil notar que "Plano B", número 1 de vendas na lista do "New York Times", não é o primeiro sucesso da executiva no mercado editorial. Ela escreveu o best-seller "Faça Acontecer", um livro de conselhos feministas para mulheres no trabalho, e soube evitar que a narrativa de um drama pessoal seguida do discurso de resiliência se perdesse numa armadilha melodramática. Se em "Faça Acontecer" a executiva de sucesso foi criticada por desconsiderar obstáculos enfrentados pelas mães de classe média –como horários escolares incompatíveis com a jornada de trabalho–, em "Plano B", Sandberg é mais democrática. Uma das mulheres mais ricas dos EUA, a autora também reflete sobre consequências que costumam acompanhar o luto, mas escapam de sua realidade, como as dificuldades financeiras e o impacto do sofrimento no desempenho dos trabalhadores. "Só nos EUA, estima-se que a perda de produtividade relacionada ao luto custe às empresas algo como US$ 75 bilhões por ano. Esse prejuízo poderia ser minimizado, e o fardo para as pessoas em luto, diminuído, se os empregadores permitissem mais tempo de licença, horários reduzidos ou flexíveis e ajuda financeira." FRANQUEZA Para além das construções características da autoajuda, como as lições de que "o humor pode nos tornar mais resilientes" ou de que é preciso aprender com fracassos, Sandberg compartilha detalhes factuais, como a triste cena em que leva aos filhos a notícia da tragédia. A franqueza com que ela expõe ao leitor os pormenores íntimos de seu luto contrasta com a personagem pouco espontânea de Sandberg enquanto celebridade do mundo corporativo. Sem deixar de mencionar Mark Zuckerberg, ela lembra que foi ele um dos responsáveis por organizar o velório e narra o retorno ao escritório. "Os primeiros dias de volta ao trabalho foram de absoluta névoa. Na primeira reunião, a única coisa em que eu conseguia pensar era: 'Do que eles estão falando e que importância tem?'. Em certo momento, me envolvi com o debate e durante um segundo –talvez meio segundo– esqueci. Esqueci a morte." A memória da perseguição feminina pela liderança no trabalho, tão discutida em "Faça Acontecer", fica latente durante a leitura de "Plano B" –em especial os trechos em que ela abordava a importância de ter um marido plenamente comprometido, que a incentivou a ter sucesso tão grande quanto o dele nos negócios. Plano B QUANTO: R$ 39,90 (216 PÁGS.) AUTOR: SHERYL SANDBERG E ADAM GRANT EDITORA: FONTANAR
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Na Suécia, príncipe casa com ex-participante de reality show
Esqueça a controvérsia sobre a origem plebeia de Kate Middleton. Na Suécia, a nova princesa é uma ex-participante de reality show e modelo de revistas masculinas. Sofia Hellqvist, 30, oficializou neste sábado (13) sua união com o príncipe Carl-Philip, 36, único filho homem do rei Carl 16 Gustaf e da rainha Sílvia, de origem brasileira. Leia mais aqui
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Na Suécia, príncipe casa com ex-participante de reality showEsqueça a controvérsia sobre a origem plebeia de Kate Middleton. Na Suécia, a nova princesa é uma ex-participante de reality show e modelo de revistas masculinas. Sofia Hellqvist, 30, oficializou neste sábado (13) sua união com o príncipe Carl-Philip, 36, único filho homem do rei Carl 16 Gustaf e da rainha Sílvia, de origem brasileira. Leia mais aqui
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Conheça pizzarias que servem a verdadeira receita napolitana em SP
POR TOMÁS CHIAVERINI Uma pizza que se preste tem oito pedaços, borda bem crocante e queijo, muito queijo, certo? Bem, há controvérsias. A receita, que virou o maior clássico da gastronomia paulistana, chegou a São Paulo com os Imigrantes italianos, no começo do século passado. Uma vez em solo nacional, foi sendo adaptada, tanto ao gosto dos brasileiros quanto aos ingredientes disponíveis, e acabou um tanto diferente da original napolitana. Essa realidade, contudo, tende a mudar, com a proliferação de casas onde a ordem é investir na volta às raízes. A primeira delas surgiu há quase dois anos, num discreto sobrado de Perdizes. É a que mais leva a sério o compromisso com o velho mundo e a única da cidade certificada por servir pizzas verdadeiramente napolitanas. O nome, Leggera (leve em italiano) é uma referência à massa. Feita com farinha italiana tipo 00 (mais fina do que a comum), é fermentada por pelo menos 24 horas antes de ir para o forno à lenha, também construído nos moldes napolitanos - o que torna possível alcançar temperaturas mais altas. "A borda é inflada, aerada e extremamente macia. Não é tão crocante quanto estamos acostumados porque assa muito rapidamente", explica o sócio e chef-executivo da Leggera, André Guidon, 35. O tomate do molho, cultivado em solo vulcânico aos pés do Vesúvio e importado em latas, tem menos sementes e menor acidez do que o brasileiro. As coberturas são delicadas, poucas e simples. Ah, sim, e um pequeno detalhe: as pizzas são individuais e de um único sabor. Nada de meia frango com catupiry meia baiana, portanto. "A pizza é que nem o amor da nossa vida. Tem de ser único e não queremos dividir com ninguém", diz o italiano Luigi Testa, 28, gerente geral do Eataly. Numa das esquinas do mercado, recém-aberto no bairro do Itaim, está a La Pizza, que também aposta nas redondas individuais, feitas nos moldes napolitanos. A casa é uma franquia da rede italiana Rossopomodoro e trabalha exclusivamente com produtos importados - incluindo os três pizzaiolos, recém-chegados de Nápoles. "O legal é que em São Paulo a pizza é levada tão a sério quanto na Itália", diz Testa. Ele sentiu o peso dessa seriedade logo que chegou à cidade quando, num jantar com amigos, resolveu tecer elogios às pizzas napolitanas. Levou uma invertida da anfitriã: "Você não sabe nada de pizza, a melhor pizza do mundo é a pizza de São Paulo". Testa não levou a mal, mas ficou surpreso com o que escutou. "Eu nunca tinha imaginado que alguém, de algum outro lugar do mundo, pudesse achar que tinha uma pizza melhor do que a italiana", diz. Mas, no meio dessa seriedade toda, ainda há espaço para brincadeiras, inovações e licenças poéticas. Na Leggera, por exemplo, quem quiser arriscar algo diferente, pode provar, entre outras, a Divina Comédia. Criação da casa, ela leva linguiça curada picante, mozzarella de búfala, manjericão, parmesão, cebola-roxa caramelizada e queijo provola defumado. Essa mistura de tradição e modernidade também dita a regra na Carlos, inaugurada em fevereiro, no coração boêmio da Vila Madalena. Ali, a massa também tem fermentação lenta e é servida em formato individual. Mas, as tradicionais marguerita e marinara convivem com ingredientes como raspas de laranja, picles de erva-doce e queijos típicos brasileiros. "Adaptamos um pouco ao nosso gosto, porque a ideia não é fazer apenas cópias da pizza napolitana," diz Luciano Nardelli, 37, um dos sócios. A aposta parece ter funcionado e a Carlos não atravessa um fim-de-semana sem que filas de espera se formem na calçada da rua Harmonia. DATAPIZZA Fonte: Associação Pizzarias Unidas
saopaulo
Conheça pizzarias que servem a verdadeira receita napolitana em SPPOR TOMÁS CHIAVERINI Uma pizza que se preste tem oito pedaços, borda bem crocante e queijo, muito queijo, certo? Bem, há controvérsias. A receita, que virou o maior clássico da gastronomia paulistana, chegou a São Paulo com os Imigrantes italianos, no começo do século passado. Uma vez em solo nacional, foi sendo adaptada, tanto ao gosto dos brasileiros quanto aos ingredientes disponíveis, e acabou um tanto diferente da original napolitana. Essa realidade, contudo, tende a mudar, com a proliferação de casas onde a ordem é investir na volta às raízes. A primeira delas surgiu há quase dois anos, num discreto sobrado de Perdizes. É a que mais leva a sério o compromisso com o velho mundo e a única da cidade certificada por servir pizzas verdadeiramente napolitanas. O nome, Leggera (leve em italiano) é uma referência à massa. Feita com farinha italiana tipo 00 (mais fina do que a comum), é fermentada por pelo menos 24 horas antes de ir para o forno à lenha, também construído nos moldes napolitanos - o que torna possível alcançar temperaturas mais altas. "A borda é inflada, aerada e extremamente macia. Não é tão crocante quanto estamos acostumados porque assa muito rapidamente", explica o sócio e chef-executivo da Leggera, André Guidon, 35. O tomate do molho, cultivado em solo vulcânico aos pés do Vesúvio e importado em latas, tem menos sementes e menor acidez do que o brasileiro. As coberturas são delicadas, poucas e simples. Ah, sim, e um pequeno detalhe: as pizzas são individuais e de um único sabor. Nada de meia frango com catupiry meia baiana, portanto. "A pizza é que nem o amor da nossa vida. Tem de ser único e não queremos dividir com ninguém", diz o italiano Luigi Testa, 28, gerente geral do Eataly. Numa das esquinas do mercado, recém-aberto no bairro do Itaim, está a La Pizza, que também aposta nas redondas individuais, feitas nos moldes napolitanos. A casa é uma franquia da rede italiana Rossopomodoro e trabalha exclusivamente com produtos importados - incluindo os três pizzaiolos, recém-chegados de Nápoles. "O legal é que em São Paulo a pizza é levada tão a sério quanto na Itália", diz Testa. Ele sentiu o peso dessa seriedade logo que chegou à cidade quando, num jantar com amigos, resolveu tecer elogios às pizzas napolitanas. Levou uma invertida da anfitriã: "Você não sabe nada de pizza, a melhor pizza do mundo é a pizza de São Paulo". Testa não levou a mal, mas ficou surpreso com o que escutou. "Eu nunca tinha imaginado que alguém, de algum outro lugar do mundo, pudesse achar que tinha uma pizza melhor do que a italiana", diz. Mas, no meio dessa seriedade toda, ainda há espaço para brincadeiras, inovações e licenças poéticas. Na Leggera, por exemplo, quem quiser arriscar algo diferente, pode provar, entre outras, a Divina Comédia. Criação da casa, ela leva linguiça curada picante, mozzarella de búfala, manjericão, parmesão, cebola-roxa caramelizada e queijo provola defumado. Essa mistura de tradição e modernidade também dita a regra na Carlos, inaugurada em fevereiro, no coração boêmio da Vila Madalena. Ali, a massa também tem fermentação lenta e é servida em formato individual. Mas, as tradicionais marguerita e marinara convivem com ingredientes como raspas de laranja, picles de erva-doce e queijos típicos brasileiros. "Adaptamos um pouco ao nosso gosto, porque a ideia não é fazer apenas cópias da pizza napolitana," diz Luciano Nardelli, 37, um dos sócios. A aposta parece ter funcionado e a Carlos não atravessa um fim-de-semana sem que filas de espera se formem na calçada da rua Harmonia. DATAPIZZA Fonte: Associação Pizzarias Unidas
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Interesse público
Em decisão que não pode ser qualificada senão como censura inadmissível, o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, concedeu liminar que impede esta Folha de publicar reportagem sobre tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer. Os fatos são de conhecimento público: em abril do ano passado, a mulher do presidente Michel Temer (PMDB), então interino, teve seu telefone celular clonado; em outubro, Silvonei José de Jesus Souza foi condenado pelo crime de ter exigido R$ 300 mil em troca da não divulgação dos arquivos a que teve acesso. Este jornal publicou informações sobre o caso na sexta-feira (10), em sua versão digital. Naquele dia, um advogado lotado na Casa Civil pediu à Justiça, em nome da primeira-dama, a supressão do texto, também reproduzido na edição impressa de sábado (11). Em seu despacho, que ainda alcançou o jornal "O Globo", o juiz veda a divulgação de qualquer dado —seja em forma de áudio, imagem ou mensagem escrita— obtido no aparelho celular. "A inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro", afirma. Tivesse ouvido todas as partes antes de conceder a liminar, o magistrado não poderia desconhecer que a reportagem amparava-se inteiramente nas ações penais abertas para a apuração do crime, cujo conteúdo estava disponível a quem se dispusesse a consultá-lo. Ora, como falar em preservação da intimidade pessoal quando se lida com episódios verídicos e notórios, com documentos oficiais a que os cidadãos têm livre acesso? De resto, trata-se de caso de evidente interesse público. Tentativa de chantagem contra a mulher do presidente da República é acontecimento relevante, cujas repercussões em potencial transcendem a esfera da privacidade. O direito do público à informação, basilar em uma democracia, pressupõe que os veículos de comunicação disponham de plena autonomia para conduzir sua linha editorial, conforme os preceitos constitucionais e o entendimento consagrado pelo Supremo Tribunal Federal. Quem informa responde pela veracidade e pela relevância do que publica; os que se sentem prejudicados têm todo o direito de recorrer aos tribunais. O descabido é a censura prévia, cuja memória deveria restringir-se aos tempos dos regimes autoritários. A ofensiva contra princípios tão elementares mancharia a imagem de qualquer governo. Desta vez, adiciona-se o efeito de fomentar uma desconfiança indevida com a reação desproporcional à gravidade dos fatos noticiados.
opiniao
Interesse públicoEm decisão que não pode ser qualificada senão como censura inadmissível, o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, concedeu liminar que impede esta Folha de publicar reportagem sobre tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer. Os fatos são de conhecimento público: em abril do ano passado, a mulher do presidente Michel Temer (PMDB), então interino, teve seu telefone celular clonado; em outubro, Silvonei José de Jesus Souza foi condenado pelo crime de ter exigido R$ 300 mil em troca da não divulgação dos arquivos a que teve acesso. Este jornal publicou informações sobre o caso na sexta-feira (10), em sua versão digital. Naquele dia, um advogado lotado na Casa Civil pediu à Justiça, em nome da primeira-dama, a supressão do texto, também reproduzido na edição impressa de sábado (11). Em seu despacho, que ainda alcançou o jornal "O Globo", o juiz veda a divulgação de qualquer dado —seja em forma de áudio, imagem ou mensagem escrita— obtido no aparelho celular. "A inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro", afirma. Tivesse ouvido todas as partes antes de conceder a liminar, o magistrado não poderia desconhecer que a reportagem amparava-se inteiramente nas ações penais abertas para a apuração do crime, cujo conteúdo estava disponível a quem se dispusesse a consultá-lo. Ora, como falar em preservação da intimidade pessoal quando se lida com episódios verídicos e notórios, com documentos oficiais a que os cidadãos têm livre acesso? De resto, trata-se de caso de evidente interesse público. Tentativa de chantagem contra a mulher do presidente da República é acontecimento relevante, cujas repercussões em potencial transcendem a esfera da privacidade. O direito do público à informação, basilar em uma democracia, pressupõe que os veículos de comunicação disponham de plena autonomia para conduzir sua linha editorial, conforme os preceitos constitucionais e o entendimento consagrado pelo Supremo Tribunal Federal. Quem informa responde pela veracidade e pela relevância do que publica; os que se sentem prejudicados têm todo o direito de recorrer aos tribunais. O descabido é a censura prévia, cuja memória deveria restringir-se aos tempos dos regimes autoritários. A ofensiva contra princípios tão elementares mancharia a imagem de qualquer governo. Desta vez, adiciona-se o efeito de fomentar uma desconfiança indevida com a reação desproporcional à gravidade dos fatos noticiados.
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Torneio de xadrez para crianças é uma das atrações da 'Semana do Brincar'
Nesta quarta (28), é celebrado o Dia Mundial do Brincar. Para comemorar a data, foi criada a Semana do Brincar, que começou no domingo (24) e vai até o próximo sábado (30). Jogar xadrez, pular corda e brincar de peão são algumas das atividades que fazem parte da programação em São Paulo, pensada para crianças e adultos. O evento conta com oficinas, brincadeiras e espetáculos gratuitos, em espaços públicos e privados. Também são realizadas rodas de conversas e palestras sobre o tema deste ano: "Para ter criatividade, resiliência e coragem é preciso brincar". O movimento internacional Aliança pela Infância, que promove a ação, pretende reunir 250 mil pessoas de todas as regiões do Brasil. Em 2014, participaram 115 municípios. Confira abaixo algumas atrações que acontecem por São Paulo nos últimos dias do evento. * Sesc Pinheiros ATIVIDADES torneio de xadrez e damas para iniciantes e avançados, a partir de 7 anos ONDE r. Pais Leme, 195, Pinheiros QUANDO 30 e 31 de maio, das 15h às 18h MAM ATIVIDADES visita sensorial ao Jardim de Esculturas com piquenique com desenhos comestíveis e feira de troca de brinquedos ONDE Parque do Ibirapuera - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3 QUANDO 28 e 30 de maio (horários variam) Sesc Pompeia ATIVIDADES oficina de cinema para crianças: passeio audiovisual pela história do cinema, seus grandes personagens e sua evolução ao longo do tempo. Com elenco do espetáculo "Filminho" ONDE QUANDO 30 de maio, às 15h Espaço Alana ATIVIDADES oficinas de brinquedo e pintura no rosto, teatro de bonecos e contação de história ONDE r. Erva do Sereno, 642, Jardim Pantanal QUANDO até 30 de maio, a partir das 14h Parque Darcy Silva ATIVIDADES brincadeiras livres (corda, peteca, bola, cabana, elástico) e brincadeiras cantadas (rodas e gincanas) ONDE av. Salim Antônio Curiati, s/nº QUANDO 30 de maio, das 9h às 12h Sesc Bom Retiro ATIVIDADES shows de música, contações de história, exibição de filmes e oficinas de construção de brinquedos ONDE al. Nothmann, 185 - Campos Elíseos QUANDO 28 a 30 de maio (horários variam) * MAPA DO BRINCAR Em maio de 2009, a "Folhinha" lançou o Mapa do Brincar, um site que reúne hoje mais de 750 brincadeiras do Brasil, sugeridas por 10 mil crianças das cinco regiões do país. No acervo, pais, professores e crianças podem encontrar onze jeitos de soltar pipa, por exemplo.
folhinha
Torneio de xadrez para crianças é uma das atrações da 'Semana do Brincar'Nesta quarta (28), é celebrado o Dia Mundial do Brincar. Para comemorar a data, foi criada a Semana do Brincar, que começou no domingo (24) e vai até o próximo sábado (30). Jogar xadrez, pular corda e brincar de peão são algumas das atividades que fazem parte da programação em São Paulo, pensada para crianças e adultos. O evento conta com oficinas, brincadeiras e espetáculos gratuitos, em espaços públicos e privados. Também são realizadas rodas de conversas e palestras sobre o tema deste ano: "Para ter criatividade, resiliência e coragem é preciso brincar". O movimento internacional Aliança pela Infância, que promove a ação, pretende reunir 250 mil pessoas de todas as regiões do Brasil. Em 2014, participaram 115 municípios. Confira abaixo algumas atrações que acontecem por São Paulo nos últimos dias do evento. * Sesc Pinheiros ATIVIDADES torneio de xadrez e damas para iniciantes e avançados, a partir de 7 anos ONDE r. Pais Leme, 195, Pinheiros QUANDO 30 e 31 de maio, das 15h às 18h MAM ATIVIDADES visita sensorial ao Jardim de Esculturas com piquenique com desenhos comestíveis e feira de troca de brinquedos ONDE Parque do Ibirapuera - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3 QUANDO 28 e 30 de maio (horários variam) Sesc Pompeia ATIVIDADES oficina de cinema para crianças: passeio audiovisual pela história do cinema, seus grandes personagens e sua evolução ao longo do tempo. Com elenco do espetáculo "Filminho" ONDE QUANDO 30 de maio, às 15h Espaço Alana ATIVIDADES oficinas de brinquedo e pintura no rosto, teatro de bonecos e contação de história ONDE r. Erva do Sereno, 642, Jardim Pantanal QUANDO até 30 de maio, a partir das 14h Parque Darcy Silva ATIVIDADES brincadeiras livres (corda, peteca, bola, cabana, elástico) e brincadeiras cantadas (rodas e gincanas) ONDE av. Salim Antônio Curiati, s/nº QUANDO 30 de maio, das 9h às 12h Sesc Bom Retiro ATIVIDADES shows de música, contações de história, exibição de filmes e oficinas de construção de brinquedos ONDE al. Nothmann, 185 - Campos Elíseos QUANDO 28 a 30 de maio (horários variam) * MAPA DO BRINCAR Em maio de 2009, a "Folhinha" lançou o Mapa do Brincar, um site que reúne hoje mais de 750 brincadeiras do Brasil, sugeridas por 10 mil crianças das cinco regiões do país. No acervo, pais, professores e crianças podem encontrar onze jeitos de soltar pipa, por exemplo.
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Por menos bêbados ao volante, cidade cria programa que dá corridas do Uber
Uma cidade do Estado norte-americano de Nova Jersey que caminha para bater o recorde de número de casos de embriaguez ao volante se tornou a primeira dos Estados Unidos a fazer uma parceria com aplicativos de transporte como o Uber. Para manter as ruas seguras em Evesham, uma cidade de 45 mil pessoas no sul do Estado, qualquer um que beber em um de 19 bares e restaurantes terá direito a uma corrida de Uber para casa, em um programa financiado por doadores iniciado na semana passada. As doações de organizações sem fins lucrativos e empresas também estão financiando uma segunda opção de corrida iniciada nesta sexta-feira por meio do aplicativo BeMyDD. O aplicativo permite que o usuário possa chamar um motorista para levá-lo para casa junto com seu próprio carro. "Estamos lidando com pessoas que podem ter bebido muito, então precisamos tornar simples para elas abrir o celular e apertar um botão", disse o prefeito de Evesham, Randy Brown. A cidade está caminhando para atingir 250 prisões por direção alcoolizada em 2015, um recorde para a localidade, segundo Brown.
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Por menos bêbados ao volante, cidade cria programa que dá corridas do UberUma cidade do Estado norte-americano de Nova Jersey que caminha para bater o recorde de número de casos de embriaguez ao volante se tornou a primeira dos Estados Unidos a fazer uma parceria com aplicativos de transporte como o Uber. Para manter as ruas seguras em Evesham, uma cidade de 45 mil pessoas no sul do Estado, qualquer um que beber em um de 19 bares e restaurantes terá direito a uma corrida de Uber para casa, em um programa financiado por doadores iniciado na semana passada. As doações de organizações sem fins lucrativos e empresas também estão financiando uma segunda opção de corrida iniciada nesta sexta-feira por meio do aplicativo BeMyDD. O aplicativo permite que o usuário possa chamar um motorista para levá-lo para casa junto com seu próprio carro. "Estamos lidando com pessoas que podem ter bebido muito, então precisamos tornar simples para elas abrir o celular e apertar um botão", disse o prefeito de Evesham, Randy Brown. A cidade está caminhando para atingir 250 prisões por direção alcoolizada em 2015, um recorde para a localidade, segundo Brown.
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Na estreia de Lucas Silva, Real Madrid vence Deportivo La Coruña em casa
Jogando pela primeira vez com a camisa do Real Madrid, o brasileiro Lucas Silva ajudou sua equipe a vencer, por 2 a 0, o Deportivo La Coruña neste sábado (14), pela 23ª rodada do Campeonato Espanhol. O jogador de 21 anos, que jogou a última temporada pelo Cruzeiro, viu o primeiro gol do banco de reservas. Aos 22 minutos do primeiro tempo, Bale cruzou para Benzema que desviou para o meio da área. A bola sobrou para Isco, que com um belo chute acertou o ângulo e abriu o placar para o Real. A equipe de Madrid não conseguia entrar na zaga adversária, e por diversas vezes viu o placar ser ameaçado com boas chegadas do La Coruña. Até que aos 25 minutos o brasileiro entrou em campo, no lugar de Illaramendi, e três minutos depois viu Benzema ampliar o marcador. O atacante recebeu passe de Cristiano Ronaldo e só teve o trabalho de empurrar para as redes. Com a vitória, o Real Madrid permanece na liderança do Campeonato, com 57 pontos, quatro pontos a mais que o vice-líder Barcelona, que pega o Levante, neste domingo (15). A equipe comandada por Carlo Ancelotti tem um compromisso pela Liga dos Campeões na próxima quarta (18), contra o Shalke 04, fora de casa. CONFIRA OS JOGOS E RESULTADOS DA 23ª RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL SEXTA (13) Almería 2 x 2 Real Sociedad SÁBADO (14) Sevilla 3 x 0 Córdoba Real Madrid 2 x 0 Deportivo La Coruña Granada 0 x 0 Athletic Bilbao Málaga 0 x 2 Espanyol DOMINGO (15) Valencia x Getafe Barcelona x Levante Rayo Vallecano x Villareal Celta de Vigo x Atlético de Madrid Eibar x Elche
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Na estreia de Lucas Silva, Real Madrid vence Deportivo La Coruña em casaJogando pela primeira vez com a camisa do Real Madrid, o brasileiro Lucas Silva ajudou sua equipe a vencer, por 2 a 0, o Deportivo La Coruña neste sábado (14), pela 23ª rodada do Campeonato Espanhol. O jogador de 21 anos, que jogou a última temporada pelo Cruzeiro, viu o primeiro gol do banco de reservas. Aos 22 minutos do primeiro tempo, Bale cruzou para Benzema que desviou para o meio da área. A bola sobrou para Isco, que com um belo chute acertou o ângulo e abriu o placar para o Real. A equipe de Madrid não conseguia entrar na zaga adversária, e por diversas vezes viu o placar ser ameaçado com boas chegadas do La Coruña. Até que aos 25 minutos o brasileiro entrou em campo, no lugar de Illaramendi, e três minutos depois viu Benzema ampliar o marcador. O atacante recebeu passe de Cristiano Ronaldo e só teve o trabalho de empurrar para as redes. Com a vitória, o Real Madrid permanece na liderança do Campeonato, com 57 pontos, quatro pontos a mais que o vice-líder Barcelona, que pega o Levante, neste domingo (15). A equipe comandada por Carlo Ancelotti tem um compromisso pela Liga dos Campeões na próxima quarta (18), contra o Shalke 04, fora de casa. CONFIRA OS JOGOS E RESULTADOS DA 23ª RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL SEXTA (13) Almería 2 x 2 Real Sociedad SÁBADO (14) Sevilla 3 x 0 Córdoba Real Madrid 2 x 0 Deportivo La Coruña Granada 0 x 0 Athletic Bilbao Málaga 0 x 2 Espanyol DOMINGO (15) Valencia x Getafe Barcelona x Levante Rayo Vallecano x Villareal Celta de Vigo x Atlético de Madrid Eibar x Elche
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Símbolo de comédias eróticas italianas, Laura Antonelli morre esquecida
A atriz italiana Laura Antonelli, destaque das comédias eróticas do cinema dos anos 70, foi encontrada morta nesta segunda-feira (22) em sua casa em Ladispoli, perto de Roma, informou a imprensa. A causa da morte de Antonelli, de 73 anos, não foi divulgada. Laura Antonelli nasceu em 28 de novembro de 1941 na cidade de Pula, hoje na Croácia, mas que na época era parte da Itália. A atriz ficou famosa com as comédias eróticas italianas do fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, como "A Revolução Sexual" (1968) ou "Malícia" (1973). Durante a carreira, Laura trabalhou com alguns dos grandes nomes do cinema italiano, como Luchino Visconti, Dino Risi, Ettore Scola e Luigi Comencini. A atriz foi casada com Jean-Paul Belmondo de 1972 a 1980, um período em que viveu em Paris e rodou vários filmes com diretores franceses. "Laura foi para mim, antes de tudo, uma companheira adorável, com um encanto excepcional", disse ele à AFP. Sua carreira chegou ao fim nos anos 1980, após várias cirurgias plásticas malsucedidas e problemas judiciais provocados pela descoberta de cocaína em sua casa. Desde então ela morava em Ladispoli, a 40 km de Roma. CREPÚSCULO Os problemas com a justiça deram início a uma espiral descendente na carreira da atriz. Condenada em 1991 a três anos e seis meses de prisão por tráfico de drogas, a corte de apelações a absolveu apenas nove anos depois, após reconhecer que ela era dependente química e não uma traficante. Aos problemas judiciais se somou uma depressão, causada, entre outras coisas, pelos resultados de uma cirurgia plástica mal sucedida, que a deixou desfigurada. Ela procurou um cirurgião porque queria melhorar o visual para voltar ao cinema. A ideia de voltar às telas em grande estilo com "Malícia 2000" logo se evaporou com os resultados das operações. A atriz passou anos em uma batalha judicial, apresentando recursos e pedindo indenização pelos danos a sua imagem, que acabaram lhe dando outro golpe: descobriu que as deformações foram causadas por uma alergia. Angustiada, frágil, pobre e deformada, ela foi internada várias vezes por problemas psiquiátricos e passou os últimos anos de sua vida sozinha, triste e isolada. "Não via televisão fazia 30 anos e escutava só a Rádio Maria, a emissora religiosa", recorda o ator Lino Banfi, amigo e companheiro de elenco em comédias eróticas. "Se aproveitaram de sua bondade e fragilidade."
ilustrada
Símbolo de comédias eróticas italianas, Laura Antonelli morre esquecidaA atriz italiana Laura Antonelli, destaque das comédias eróticas do cinema dos anos 70, foi encontrada morta nesta segunda-feira (22) em sua casa em Ladispoli, perto de Roma, informou a imprensa. A causa da morte de Antonelli, de 73 anos, não foi divulgada. Laura Antonelli nasceu em 28 de novembro de 1941 na cidade de Pula, hoje na Croácia, mas que na época era parte da Itália. A atriz ficou famosa com as comédias eróticas italianas do fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, como "A Revolução Sexual" (1968) ou "Malícia" (1973). Durante a carreira, Laura trabalhou com alguns dos grandes nomes do cinema italiano, como Luchino Visconti, Dino Risi, Ettore Scola e Luigi Comencini. A atriz foi casada com Jean-Paul Belmondo de 1972 a 1980, um período em que viveu em Paris e rodou vários filmes com diretores franceses. "Laura foi para mim, antes de tudo, uma companheira adorável, com um encanto excepcional", disse ele à AFP. Sua carreira chegou ao fim nos anos 1980, após várias cirurgias plásticas malsucedidas e problemas judiciais provocados pela descoberta de cocaína em sua casa. Desde então ela morava em Ladispoli, a 40 km de Roma. CREPÚSCULO Os problemas com a justiça deram início a uma espiral descendente na carreira da atriz. Condenada em 1991 a três anos e seis meses de prisão por tráfico de drogas, a corte de apelações a absolveu apenas nove anos depois, após reconhecer que ela era dependente química e não uma traficante. Aos problemas judiciais se somou uma depressão, causada, entre outras coisas, pelos resultados de uma cirurgia plástica mal sucedida, que a deixou desfigurada. Ela procurou um cirurgião porque queria melhorar o visual para voltar ao cinema. A ideia de voltar às telas em grande estilo com "Malícia 2000" logo se evaporou com os resultados das operações. A atriz passou anos em uma batalha judicial, apresentando recursos e pedindo indenização pelos danos a sua imagem, que acabaram lhe dando outro golpe: descobriu que as deformações foram causadas por uma alergia. Angustiada, frágil, pobre e deformada, ela foi internada várias vezes por problemas psiquiátricos e passou os últimos anos de sua vida sozinha, triste e isolada. "Não via televisão fazia 30 anos e escutava só a Rádio Maria, a emissora religiosa", recorda o ator Lino Banfi, amigo e companheiro de elenco em comédias eróticas. "Se aproveitaram de sua bondade e fragilidade."
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Livros resgatam relatos de mulheres vítimas do nazismo no Holocausto
Quando criança, na Londres dos anos 1950, Angela Schluter recebia dezenas de cartões de aniversário de familiares no exterior —os remetentes iam desde Viena até a Austrália. Muito nova, ela não notava que a letra era sempre a mesma. A autora era Edith Hahn Beer, sua mãe, que enviava os cartões para que a filha tivesse a impressão de que, em algum lugar, havia uma grande família lhe desejando votos de feliz aniversário. Não havia. O Holocausto engoliu quase todos os membros da família Hahn de Viena. Angela tinha já seus 52 anos quando, durante uma visita à casa de um amigo, descobriu como sua mãe, judia, havia sobrevivido ao horror nazista. Ao responder a essa pergunta feita pelo amigo da filha, Edith revelou que havia assumido a identidade de uma amiga cristã, Grete Denner, deixando Viena rumo à Munique. Lá, conheceu o pai de Angela e seu primeiro marido, Werner Vetter, um membro do Partido Nazista. Edith atravessou parte da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) disfarçada como dona de casa no coração do Terceiro Reich. Confessou a Vetter sua verdadeira origem ao ser pedida em casamento. Ele não deu mostras de se importar —retrucou que também ele havia escondido um segredo: era casado e pai de uma filha, mas iria se divorciar. "Eu fiquei chocada que vivi minha vida com essa mulher e não soube de nada sobre ela, algo tão importante", afirma à Folha Angela, 73, que ainda mora em Londres. "Ela nunca falou sobre, queria me proteger. Até aquele dia, quando meu amigo perguntou a ela, e ela respondeu." Por insistência da filha, as memórias deram origem ao livro "A Mulher do Oficial Nazista", publicado nos Estados Unidos em 1998, no Reino Unido no ano seguinte e agora no Brasil, pela editora HarperCollins (272 págs., por R$ 39,90). "Acho que ela estava feliz por ter tirado isso do peito dela. Claro que há uma sombra, mas não é uma história de campo de concentração. É diferente e tem o ponto de vista de uma mulher. A maioria é escrita por e sobre homens", conta Angela. Antes de assumir a identidade de Grete, Edith, que nunca pôde concluir o doutorado em direito, foi semiescrava em uma plantação de aspargos e depois em uma fábrica de papel na Alemanha. Ao retornar para Viena, em junho de 1942, sua mãe acabara de ser enviada para um gueto na Polônia. Klothilde Hahn foi uma das primeiras vítimas do campo de extermínio de Maly-Trostinets, hoje em Belarus. Angela recorda uma manhã em sua casa, em Londres, quando a mãe já passava dos 90 anos e estava com a saúde debilitada após uma cirurgia cardíaca. "Ela olhou para mim com seus grandes olhos castanhos e disse: 'Não consegui dormir'". Edith havia decidido, durante a noite anterior, contar os parentes assassinados no Holocausto. "Ao chegar no número 24 eu parei de contar", disse ela à filha. No final da guerra, o marido de Edith (ou Grete), mesmo cego de um olho, foi convocado pelo regime nazista em um último esforço de recrutamento. Poucas semanas após pisar em um campo de batalha, foi ferido e capturado pelos russos. Libertado em 1947, encontrou um lar diferente ao voltar para casa, em Brandemburgo, no leste da Alemanha, região que agora era controlada pelos soviéticos. Edith era juíza e dividia os cuidados de Angela, então com três anos, com a reconstrução do sistema judiciário local. Vetter queria Grette, a dona de casa submissa. O divórcio foi a saída. Ao ser pressionada a colaborar com a NKVD, polícia secreta soviética, Edith percebeu que escapara de um Estado policial apenas para cair em outro. Fez as malas e partiu com Angela para Londres, onde morava uma de suas irmãs que havia conseguido escapar dos nazistas antes do início da guerra —a outra foi para a Palestina, então sob domínio britânico. Como suas qualificações legais não eram válidas no Reino Unido, Edith nunca mais trabalhou com o direito. Casou-se com um comerciante de joias, também judeu, em 1957. "O segundo marido de minha mãe, Fred Beer, ele foi meu pai de verdade", diz Angela. Quando ele morreu, em 1979, Edith vendeu a casa e avisou à filha que estava de mudança para Israel. "Eu perguntei 'por que Israel agora?', você tem mais de 70 anos", lembra Angela. "Ela disse que era porque ao menos uma vez na vida queria viver entre judeus, em um país judaico." Edith morou sozinha em Netanya, na costa israelense, por quase 20 anos. Voltou para o Reino Unido após uma cirurgia cardíaca, para ficar perto da filha. Morreu em 2009, aos 95 anos. "Ela era boa em guardar segredos." RAVENSBRÜCK Em suas memórias, Edith recorda uma noite de 1943. Sozinha em seu apartamento em Brandemburgo —Vetter ainda não voltara do trabalho—, ela ficou tentada em sintonizar o rádio na BBC de Londres. Um ano após a estrondosa derrota para os russos em Stalingrado, as tropas alemãs começavam a perder fôlego na guerra. As emissoras nazistas, porém, maquiavam o noticiário a fim de relatar um cenário positivo, ao gosto do ministro da Propaganda, Joseph Goebbels. Em uma "briga interna" consigo mesma, Edith afirma que "poderia acabar em Ravensbrück" se algum vizinho descobrisse que ela ouvia a rádio do inimigo. A menção a esse campo de concentração exclusivamente para mulheres pode passar despercebida, até por se dar logo após a lembrança de campos maiores e mais conhecidos no aparato de extermínio nazista, como Dachau e Buchenwald. "Historiadores mais generalistas tendem a simplesmente ignorar o campo para mulheres porque ele era precisamente isso: um campo para mulheres e, portanto, de interesse menor", diz à Folha a jornalista britânica Sarah Helm, autora de "Ravensbrück", espécie de biografia do campo publicado pela editora Record em março. Localizado a cerca de 80 km ao norte de Berlim, o local foi libertado pelos russos, o que o deixou por muitas décadas atrás da Cortina de Ferro, dificultando o acesso de pesquisadores e jornalistas ocidentais, lembra Helm. Apesar de haver farta pesquisa acadêmica sobre o campo, pouco foi publicado para o público em geral. "As pesquisas buscam analisar e teorizar mas não tentam trazer à vida o campo, as personalidades das mulheres", avalia a jornalista. Aberto em maio de 1939, o campo funcionou até os estertores da guerra, em 1945. Cerca de 130 mil mulheres foram prisioneiras lá —entre elas Olga Benário, a alemã que se casara com o comunista brasileiro Luís Carlos Prestes e foi entregue pelo governo Getúlio Vargas a Adolf Hitler em 1936. Estima-se que entre 30 mil e 90 mil mulheres foram assassinadas em Ravensbrück nos meses finais da guerra, quando o campo foi convertido em local de extermínio. "A história de mulheres, seu sofrimento e coragem é central para o Holocausto. Frequentemente as mulheres, e grupos como ciganos, testemunhas de Jeová, lésbicas e prisioneiros políticos, são excluídos do relato da atrocidade nazista. O trabalho sobre Ravensbrück ajuda a compensar esse desequilíbrio", afirma Helm, que se dedicou por quase dez anos à produção do livro. A autora enxerga Ravensbrück como um "microcosmo" do Holocausto. "A ideia de aprisionar as 'bocas inúteis', a construção da sessão feminina em Auschwitz, o horror dos experimentos médicos, o envio de judias aos campos do leste, as marchas da morte e a instalação de uma câmara de gás no final, é tudo parte da história de Ravensbrück e da história mais ampla do Holocausto."
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Livros resgatam relatos de mulheres vítimas do nazismo no HolocaustoQuando criança, na Londres dos anos 1950, Angela Schluter recebia dezenas de cartões de aniversário de familiares no exterior —os remetentes iam desde Viena até a Austrália. Muito nova, ela não notava que a letra era sempre a mesma. A autora era Edith Hahn Beer, sua mãe, que enviava os cartões para que a filha tivesse a impressão de que, em algum lugar, havia uma grande família lhe desejando votos de feliz aniversário. Não havia. O Holocausto engoliu quase todos os membros da família Hahn de Viena. Angela tinha já seus 52 anos quando, durante uma visita à casa de um amigo, descobriu como sua mãe, judia, havia sobrevivido ao horror nazista. Ao responder a essa pergunta feita pelo amigo da filha, Edith revelou que havia assumido a identidade de uma amiga cristã, Grete Denner, deixando Viena rumo à Munique. Lá, conheceu o pai de Angela e seu primeiro marido, Werner Vetter, um membro do Partido Nazista. Edith atravessou parte da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) disfarçada como dona de casa no coração do Terceiro Reich. Confessou a Vetter sua verdadeira origem ao ser pedida em casamento. Ele não deu mostras de se importar —retrucou que também ele havia escondido um segredo: era casado e pai de uma filha, mas iria se divorciar. "Eu fiquei chocada que vivi minha vida com essa mulher e não soube de nada sobre ela, algo tão importante", afirma à Folha Angela, 73, que ainda mora em Londres. "Ela nunca falou sobre, queria me proteger. Até aquele dia, quando meu amigo perguntou a ela, e ela respondeu." Por insistência da filha, as memórias deram origem ao livro "A Mulher do Oficial Nazista", publicado nos Estados Unidos em 1998, no Reino Unido no ano seguinte e agora no Brasil, pela editora HarperCollins (272 págs., por R$ 39,90). "Acho que ela estava feliz por ter tirado isso do peito dela. Claro que há uma sombra, mas não é uma história de campo de concentração. É diferente e tem o ponto de vista de uma mulher. A maioria é escrita por e sobre homens", conta Angela. Antes de assumir a identidade de Grete, Edith, que nunca pôde concluir o doutorado em direito, foi semiescrava em uma plantação de aspargos e depois em uma fábrica de papel na Alemanha. Ao retornar para Viena, em junho de 1942, sua mãe acabara de ser enviada para um gueto na Polônia. Klothilde Hahn foi uma das primeiras vítimas do campo de extermínio de Maly-Trostinets, hoje em Belarus. Angela recorda uma manhã em sua casa, em Londres, quando a mãe já passava dos 90 anos e estava com a saúde debilitada após uma cirurgia cardíaca. "Ela olhou para mim com seus grandes olhos castanhos e disse: 'Não consegui dormir'". Edith havia decidido, durante a noite anterior, contar os parentes assassinados no Holocausto. "Ao chegar no número 24 eu parei de contar", disse ela à filha. No final da guerra, o marido de Edith (ou Grete), mesmo cego de um olho, foi convocado pelo regime nazista em um último esforço de recrutamento. Poucas semanas após pisar em um campo de batalha, foi ferido e capturado pelos russos. Libertado em 1947, encontrou um lar diferente ao voltar para casa, em Brandemburgo, no leste da Alemanha, região que agora era controlada pelos soviéticos. Edith era juíza e dividia os cuidados de Angela, então com três anos, com a reconstrução do sistema judiciário local. Vetter queria Grette, a dona de casa submissa. O divórcio foi a saída. Ao ser pressionada a colaborar com a NKVD, polícia secreta soviética, Edith percebeu que escapara de um Estado policial apenas para cair em outro. Fez as malas e partiu com Angela para Londres, onde morava uma de suas irmãs que havia conseguido escapar dos nazistas antes do início da guerra —a outra foi para a Palestina, então sob domínio britânico. Como suas qualificações legais não eram válidas no Reino Unido, Edith nunca mais trabalhou com o direito. Casou-se com um comerciante de joias, também judeu, em 1957. "O segundo marido de minha mãe, Fred Beer, ele foi meu pai de verdade", diz Angela. Quando ele morreu, em 1979, Edith vendeu a casa e avisou à filha que estava de mudança para Israel. "Eu perguntei 'por que Israel agora?', você tem mais de 70 anos", lembra Angela. "Ela disse que era porque ao menos uma vez na vida queria viver entre judeus, em um país judaico." Edith morou sozinha em Netanya, na costa israelense, por quase 20 anos. Voltou para o Reino Unido após uma cirurgia cardíaca, para ficar perto da filha. Morreu em 2009, aos 95 anos. "Ela era boa em guardar segredos." RAVENSBRÜCK Em suas memórias, Edith recorda uma noite de 1943. Sozinha em seu apartamento em Brandemburgo —Vetter ainda não voltara do trabalho—, ela ficou tentada em sintonizar o rádio na BBC de Londres. Um ano após a estrondosa derrota para os russos em Stalingrado, as tropas alemãs começavam a perder fôlego na guerra. As emissoras nazistas, porém, maquiavam o noticiário a fim de relatar um cenário positivo, ao gosto do ministro da Propaganda, Joseph Goebbels. Em uma "briga interna" consigo mesma, Edith afirma que "poderia acabar em Ravensbrück" se algum vizinho descobrisse que ela ouvia a rádio do inimigo. A menção a esse campo de concentração exclusivamente para mulheres pode passar despercebida, até por se dar logo após a lembrança de campos maiores e mais conhecidos no aparato de extermínio nazista, como Dachau e Buchenwald. "Historiadores mais generalistas tendem a simplesmente ignorar o campo para mulheres porque ele era precisamente isso: um campo para mulheres e, portanto, de interesse menor", diz à Folha a jornalista britânica Sarah Helm, autora de "Ravensbrück", espécie de biografia do campo publicado pela editora Record em março. Localizado a cerca de 80 km ao norte de Berlim, o local foi libertado pelos russos, o que o deixou por muitas décadas atrás da Cortina de Ferro, dificultando o acesso de pesquisadores e jornalistas ocidentais, lembra Helm. Apesar de haver farta pesquisa acadêmica sobre o campo, pouco foi publicado para o público em geral. "As pesquisas buscam analisar e teorizar mas não tentam trazer à vida o campo, as personalidades das mulheres", avalia a jornalista. Aberto em maio de 1939, o campo funcionou até os estertores da guerra, em 1945. Cerca de 130 mil mulheres foram prisioneiras lá —entre elas Olga Benário, a alemã que se casara com o comunista brasileiro Luís Carlos Prestes e foi entregue pelo governo Getúlio Vargas a Adolf Hitler em 1936. Estima-se que entre 30 mil e 90 mil mulheres foram assassinadas em Ravensbrück nos meses finais da guerra, quando o campo foi convertido em local de extermínio. "A história de mulheres, seu sofrimento e coragem é central para o Holocausto. Frequentemente as mulheres, e grupos como ciganos, testemunhas de Jeová, lésbicas e prisioneiros políticos, são excluídos do relato da atrocidade nazista. O trabalho sobre Ravensbrück ajuda a compensar esse desequilíbrio", afirma Helm, que se dedicou por quase dez anos à produção do livro. A autora enxerga Ravensbrück como um "microcosmo" do Holocausto. "A ideia de aprisionar as 'bocas inúteis', a construção da sessão feminina em Auschwitz, o horror dos experimentos médicos, o envio de judias aos campos do leste, as marchas da morte e a instalação de uma câmara de gás no final, é tudo parte da história de Ravensbrück e da história mais ampla do Holocausto."
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Eduardo Faerstein e Fabio Gomes: Falsos alimentos
Em sua coluna na Folha publicada em 9/12 (Maus hábitos colocam o país entre os líderes em obesidade), Cláudia Collucci chama a atenção dos leitores para um dos principais –e crescentes– problemas de saúde pública em nosso país: a obesidade. Além de apresentar dados corretos e inquietantes sobre o problema, a jornalista menciona o novo Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado recentemente pelo Ministério da Saúde, que aborda aspectos fundamentais do modo como nos relacionamos com a comida e os impactos dessa relação sobre a saúde, a cultura, os recursos naturais e as relações sociais. Tem se tornado confusa a noção do que é de fato alimento. O espaço da comida no orçamento dos brasileiros tem sido cada vez mais tomado por produtos que são chamados de alimentos, indevidamente. São supérfluos comestíveis, fabricados e promovidos de modo a aumentar progressivamente sua participação no sistema alimentar. Para tanto, são utilizadas estratégias mercadológicas: personagens infantis no rótulo de produtos, propaganda com jingle que "gruda" na mente, sorteios, venda casada com brinquedos e oferta de porções gigantes a preços promocionais. Chega-se até ao financiamento de campanhas eleitorais e à contratação de cientistas para afirmarem que o produto faz bem. Esses "produtos" ultra processados (ex. refrigerante, pratos prontos, guloseimas), em geral, não são versões alteradas de alimentos, e sim produtos de natureza distinta daquela dos ingredientes neles utilizados. Apresentam composição nutricional desequilibrada, com altos teores de gordura, açúcar e/ou sal, baixo teor de fibras e alta densidade de calorias; são hiperpalatáveis (com componentes que realçam sabor, induzindo seu consumo habitual) e em geral estão prontos para imediato consumo. Associam-se a práticas alimentares não saudáveis, como substituir refeições por lanches e comer sem atenção, excessivamente e a qualquer hora em praticamente qualquer lugar. Seu uso, já se sabe, vem contribuindo para a epidemia mundial de excesso de peso, causando aumento do diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, entre outros problemas. Em seu texto, a jornalista sublinha que "a obesidade ainda não entrou pra valer na agenda política do país" e questiona: "receio do enfrentamento de interesses da indústria alimentícia ou apenas desinteresse total pela saúde da população e pelas finanças públicas?" Por tudo isso, mais do que o sugerido estimulo à força de vontade individual para mudança de hábitos, cabe insistir vigorosamente: o consumo desses produtos deve ser limitado por meio de medidas legislativas restritivas das estratégias mercadológicas e econômicas (p. ex. taxação), uma vez que esforços individuais são insuficientes contra o arsenal persuasivo, e iniciativas voluntárias do setor produtivo não são efetivas contra sua própria prática. Somente com tais medidas será possível promover ambientes favoráveis à alimentação saudável tanto do ponto de vista nutricional como social, ambiental e cultural. EDUARDO FAERSTEIN é epidemiologista FABIO GOMES é nutricionista * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Eduardo Faerstein e Fabio Gomes: Falsos alimentosEm sua coluna na Folha publicada em 9/12 (Maus hábitos colocam o país entre os líderes em obesidade), Cláudia Collucci chama a atenção dos leitores para um dos principais –e crescentes– problemas de saúde pública em nosso país: a obesidade. Além de apresentar dados corretos e inquietantes sobre o problema, a jornalista menciona o novo Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado recentemente pelo Ministério da Saúde, que aborda aspectos fundamentais do modo como nos relacionamos com a comida e os impactos dessa relação sobre a saúde, a cultura, os recursos naturais e as relações sociais. Tem se tornado confusa a noção do que é de fato alimento. O espaço da comida no orçamento dos brasileiros tem sido cada vez mais tomado por produtos que são chamados de alimentos, indevidamente. São supérfluos comestíveis, fabricados e promovidos de modo a aumentar progressivamente sua participação no sistema alimentar. Para tanto, são utilizadas estratégias mercadológicas: personagens infantis no rótulo de produtos, propaganda com jingle que "gruda" na mente, sorteios, venda casada com brinquedos e oferta de porções gigantes a preços promocionais. Chega-se até ao financiamento de campanhas eleitorais e à contratação de cientistas para afirmarem que o produto faz bem. Esses "produtos" ultra processados (ex. refrigerante, pratos prontos, guloseimas), em geral, não são versões alteradas de alimentos, e sim produtos de natureza distinta daquela dos ingredientes neles utilizados. Apresentam composição nutricional desequilibrada, com altos teores de gordura, açúcar e/ou sal, baixo teor de fibras e alta densidade de calorias; são hiperpalatáveis (com componentes que realçam sabor, induzindo seu consumo habitual) e em geral estão prontos para imediato consumo. Associam-se a práticas alimentares não saudáveis, como substituir refeições por lanches e comer sem atenção, excessivamente e a qualquer hora em praticamente qualquer lugar. Seu uso, já se sabe, vem contribuindo para a epidemia mundial de excesso de peso, causando aumento do diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, entre outros problemas. Em seu texto, a jornalista sublinha que "a obesidade ainda não entrou pra valer na agenda política do país" e questiona: "receio do enfrentamento de interesses da indústria alimentícia ou apenas desinteresse total pela saúde da população e pelas finanças públicas?" Por tudo isso, mais do que o sugerido estimulo à força de vontade individual para mudança de hábitos, cabe insistir vigorosamente: o consumo desses produtos deve ser limitado por meio de medidas legislativas restritivas das estratégias mercadológicas e econômicas (p. ex. taxação), uma vez que esforços individuais são insuficientes contra o arsenal persuasivo, e iniciativas voluntárias do setor produtivo não são efetivas contra sua própria prática. Somente com tais medidas será possível promover ambientes favoráveis à alimentação saudável tanto do ponto de vista nutricional como social, ambiental e cultural. EDUARDO FAERSTEIN é epidemiologista FABIO GOMES é nutricionista * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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PM entra no Centro Paula Souza e inicia negociação para retirar alunos
A Força Tática da Polícia Militar entrou no prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, para garantir, segundo a PM, a liberdade de trabalho dos funcionários da autarquia do governo do Estado, ocupada por estudantes desde quinta-feira (28). Por volta das 10h50, um pelotão entrou pelo portão de trás, e os policiais caminharam pela garagem. Ainda de acordo com a PM, a decisão de cumprir a reintegração de posse autorizada pela Justiça ainda está sendo avaliada pela corporação e discutida com os estudantes. A Polícia Militar diz ainda que vai esgotar todos os recursos antes de decidir como retirar os alunos do prédio. Assim que chegaram ao hall do centro, que é a sede das escolas técnicas do Estado, os PMs se posicionaram frente a frente com estudantes, que passaram a entoar cantos contra o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e contra a polícia paulista. Até o início da tarde desta segunda, cerca de 40 policiais da Força Tática continuam dentro da unidade frente a frente com os estudantes, que permanecem no hall de entrada do prédio. Não houve, de fato, até o momento a reintegração de posse do prédio. Nos andares de cima, funcionários estão trabalhando normalmente. Assim que a polícia entrou, os funcionários conseguiram entrar pela porta dos fundos, e os estudantes abriram os portões da frente, o que permitiu que alunos que estavam do lado de fora entrassem no prédio e engrossassem a ocupação. O clima foi de tensão pela manhã, mas até o momento não houve agressões. Na manhã desta segunda, mesmo após decisão judicial pela reintegração de posse do prédio, os estudantes haviam realizado uma assembleia na qual decidiram que a entrada dos funcionários no prédio não seria liberada. O Paula Souza argumenta que a ocupação pode atrasar o processamento da folha de pagamento, o que deixaria funcionários sem salário. Integrantes da ocupação foram para a frente do prédio para explicar a decisão aos servidores. "O Centro Paula Souza e o governo têm condições de atender nossas reivindicações. Entendemos a preocupação de vocês, mas se o administrativo funcionar o governo não vai atender a gente", disse um dos estudantes aos trabalhadores. Muitos profissionais se queixaram, mas o clima foi tranquilo. "O que eles estão fazendo é valido, mas acaba atrapalhado a gente", disse o administrador Jorge Soares, 37. REINTEGRAÇÃO A Justiça de São Paulo acatou pedido de reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza. Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (2) a PM tenta negociar a entrada dos funcionários no prédio. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, acompanhou a entrada da polícia no local. As ruas do entorno da unidade, que fica na rua Andradas, estão interditadas. Os estudantes reivindicam entrega de merenda nas Etecs (escolas técnicas). Estudantes ocuparam nesta manhã a Etesp, na avenida Tiradentes, principal escola técnica de São Paulo, e a Etec Paulistano, no Jardim Paulistano. Segundo o movimento, cerca de 130 alunos ocupam a Etesp. Já são três unidades do Centro Paula Souza ocupadas. Na sede do CPS, cerca de 150 estudantes realizaram nesta manhã uma assembleia para decidir os rumos da ocupação. Na semana passada, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu que as unidades que não recebem merenda passariam a receber merenda seca. Uma em cada dez Etecs não recebem merenda. "Vamos decidir em conjunto o que fazer. A área administrativa do prédio está trancada e intacta", garantiu um dos alunos ocupantes, que não se identificou. O movimento ainda reivindica o fim do fechamento de salas nas escolas estaduais. Como a Folha revelou no sábado, a Justiça exigiu que o governo detalhasse o fechamento de salas em curso na rede estadual. OCUPAÇÃO - Estudantes fazem protesto no Centro Paula Souza
educacao
PM entra no Centro Paula Souza e inicia negociação para retirar alunosA Força Tática da Polícia Militar entrou no prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, para garantir, segundo a PM, a liberdade de trabalho dos funcionários da autarquia do governo do Estado, ocupada por estudantes desde quinta-feira (28). Por volta das 10h50, um pelotão entrou pelo portão de trás, e os policiais caminharam pela garagem. Ainda de acordo com a PM, a decisão de cumprir a reintegração de posse autorizada pela Justiça ainda está sendo avaliada pela corporação e discutida com os estudantes. A Polícia Militar diz ainda que vai esgotar todos os recursos antes de decidir como retirar os alunos do prédio. Assim que chegaram ao hall do centro, que é a sede das escolas técnicas do Estado, os PMs se posicionaram frente a frente com estudantes, que passaram a entoar cantos contra o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e contra a polícia paulista. Até o início da tarde desta segunda, cerca de 40 policiais da Força Tática continuam dentro da unidade frente a frente com os estudantes, que permanecem no hall de entrada do prédio. Não houve, de fato, até o momento a reintegração de posse do prédio. Nos andares de cima, funcionários estão trabalhando normalmente. Assim que a polícia entrou, os funcionários conseguiram entrar pela porta dos fundos, e os estudantes abriram os portões da frente, o que permitiu que alunos que estavam do lado de fora entrassem no prédio e engrossassem a ocupação. O clima foi de tensão pela manhã, mas até o momento não houve agressões. Na manhã desta segunda, mesmo após decisão judicial pela reintegração de posse do prédio, os estudantes haviam realizado uma assembleia na qual decidiram que a entrada dos funcionários no prédio não seria liberada. O Paula Souza argumenta que a ocupação pode atrasar o processamento da folha de pagamento, o que deixaria funcionários sem salário. Integrantes da ocupação foram para a frente do prédio para explicar a decisão aos servidores. "O Centro Paula Souza e o governo têm condições de atender nossas reivindicações. Entendemos a preocupação de vocês, mas se o administrativo funcionar o governo não vai atender a gente", disse um dos estudantes aos trabalhadores. Muitos profissionais se queixaram, mas o clima foi tranquilo. "O que eles estão fazendo é valido, mas acaba atrapalhado a gente", disse o administrador Jorge Soares, 37. REINTEGRAÇÃO A Justiça de São Paulo acatou pedido de reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza. Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (2) a PM tenta negociar a entrada dos funcionários no prédio. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, acompanhou a entrada da polícia no local. As ruas do entorno da unidade, que fica na rua Andradas, estão interditadas. Os estudantes reivindicam entrega de merenda nas Etecs (escolas técnicas). Estudantes ocuparam nesta manhã a Etesp, na avenida Tiradentes, principal escola técnica de São Paulo, e a Etec Paulistano, no Jardim Paulistano. Segundo o movimento, cerca de 130 alunos ocupam a Etesp. Já são três unidades do Centro Paula Souza ocupadas. Na sede do CPS, cerca de 150 estudantes realizaram nesta manhã uma assembleia para decidir os rumos da ocupação. Na semana passada, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu que as unidades que não recebem merenda passariam a receber merenda seca. Uma em cada dez Etecs não recebem merenda. "Vamos decidir em conjunto o que fazer. A área administrativa do prédio está trancada e intacta", garantiu um dos alunos ocupantes, que não se identificou. O movimento ainda reivindica o fim do fechamento de salas nas escolas estaduais. Como a Folha revelou no sábado, a Justiça exigiu que o governo detalhasse o fechamento de salas em curso na rede estadual. OCUPAÇÃO - Estudantes fazem protesto no Centro Paula Souza
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Máquina secadora da Samsung quebra e cliente tem que pagar por motor
A leitora Nathalia Nogueira Molon comprou uma máquina de lavar e secar roupas da Samsung, com a orientação de limpar seu filtro a cada duas semanas. Com menos de três meses de uso, a secagem deixou de funcionar. Após visita técnica, foi constatado "mau uso" e a nova orientação foi a de limpar o filtro todos os dias. "Comprei uma máquina de uma marca que eu achei que fosse a melhor do mercado, paguei R$ 2.600 mais R$ 265 de instalação, para ter que limpar o filtro todos os dias!", reclama a leitora. Ela afirma ainda que a limpeza do filtro não consta nos manuais e diz que teve que pagar por um novo motor. Resposta da Samsung - Informa que entrou em contato com a consumidora e que prestou os esclarecimentos. - Queixa de Paulo Szymonowicz: serviço não realizado A AES Eletropaulo inspecionou condomínio para fornecimento de energia elétrica há mais de um mês, mas ainda não fez a ligação. Leitor acionou a ouvidoria e foi informado que não havia pedido para o endereço citado. Resposta da AES Eletropaulo: Diz que lamenta o ocorrido e que regularizou o fornecimento de energia no local. - Queixa de João Luiz Silva Vendruscolo: serviço não realizado 2 Transferência de modo de cobrança de pacote da Vivo para débito automático em conta corrente foi solicitado há mais seis meses, mas ainda não foi realizada, apesar de reiterados pedidos. Resposta da Vivo: Diz que regularizou a situação e que a fatura passará ao débito automático em maio. - Queixa de Sueli Scarlati: contato frustrado Agência do banco Santander não atende às sucessivas tentativas de contato telefônico. A cliente é atendida por mensagem gravada, e, após passar por triagem do menu, a ligação sempre cai. Resposta do Santander: Diz que entrou em contato com a cliente, esclareceu e resolveu o caso. - Queixa de Doralice Neves Perrone: produto quebrado Computador comprado nas Casas Bahia veio quebrado e empresa afirmou que não trocaria por não haver outro em estoque. Não foi aceito nem mesmo o pedido de outro produto com o pagamento da diferença. Resposta das Casas Bahia: Diz que não teve sucesso em contatar a cliente e que a troca está autorizada na loja.
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Máquina secadora da Samsung quebra e cliente tem que pagar por motorA leitora Nathalia Nogueira Molon comprou uma máquina de lavar e secar roupas da Samsung, com a orientação de limpar seu filtro a cada duas semanas. Com menos de três meses de uso, a secagem deixou de funcionar. Após visita técnica, foi constatado "mau uso" e a nova orientação foi a de limpar o filtro todos os dias. "Comprei uma máquina de uma marca que eu achei que fosse a melhor do mercado, paguei R$ 2.600 mais R$ 265 de instalação, para ter que limpar o filtro todos os dias!", reclama a leitora. Ela afirma ainda que a limpeza do filtro não consta nos manuais e diz que teve que pagar por um novo motor. Resposta da Samsung - Informa que entrou em contato com a consumidora e que prestou os esclarecimentos. - Queixa de Paulo Szymonowicz: serviço não realizado A AES Eletropaulo inspecionou condomínio para fornecimento de energia elétrica há mais de um mês, mas ainda não fez a ligação. Leitor acionou a ouvidoria e foi informado que não havia pedido para o endereço citado. Resposta da AES Eletropaulo: Diz que lamenta o ocorrido e que regularizou o fornecimento de energia no local. - Queixa de João Luiz Silva Vendruscolo: serviço não realizado 2 Transferência de modo de cobrança de pacote da Vivo para débito automático em conta corrente foi solicitado há mais seis meses, mas ainda não foi realizada, apesar de reiterados pedidos. Resposta da Vivo: Diz que regularizou a situação e que a fatura passará ao débito automático em maio. - Queixa de Sueli Scarlati: contato frustrado Agência do banco Santander não atende às sucessivas tentativas de contato telefônico. A cliente é atendida por mensagem gravada, e, após passar por triagem do menu, a ligação sempre cai. Resposta do Santander: Diz que entrou em contato com a cliente, esclareceu e resolveu o caso. - Queixa de Doralice Neves Perrone: produto quebrado Computador comprado nas Casas Bahia veio quebrado e empresa afirmou que não trocaria por não haver outro em estoque. Não foi aceito nem mesmo o pedido de outro produto com o pagamento da diferença. Resposta das Casas Bahia: Diz que não teve sucesso em contatar a cliente e que a troca está autorizada na loja.
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Duque abandonou R$ 39 milhões de propina na Suíça, afirma delator
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque abandonou US$ 12 milhões —ou R$ 39,3 milhões, em valores atualizados— que recebeu de propina em uma conta na Suíça, de acordo com Zwi Skornicki, delator da Lava Jato. Skornicki representa no Brasil uma empresa de Cingapura, a Keppel Fels, e disse que pagou a propina a Duque por conta de um contrato de compra de uma plataforma para exploração de petróleo na bacia de Campos, no Estado do Rio, a P-56. O suborno, ainda segundo Skornicki, foi pago de 2008, quando a Petrobras contratou a Keppel Fels e a Technip para fazer a plataforma, a 2011, quando foi entregue. A plataforma custou US$ 1,5 bilhão (R$ 5 bilhões). A propina, de acordo com o delator, foi de 1% sobre o valor do contrato e beneficiou Duque, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e o PT. Duque foi indicado ao cargo de diretor de Serviços da Petrobras pelo PT, segundo procuradores da Lava Jato. Ele está preso desde março do ano passado, já foi condenado a 41 anos de prisão em duas ações penais e tenta fechar um acordo de delação premiada com procuradores da operação. O delator diz que descobriu que os US$ 12 milhões não haviam sido tocados por Duque ao autorizar seus advogados a buscar na Suíça documentos para fechar seu acordo de delação. O banco informou que o montante continuava lá. A conta não foi aberta em nome de Duque porque o banco Delta recusou-o por ele ser diretor da estatal e não ter como justificar por que recebera aquele montante, segundo o relato de Skornicki. O próprio banco sugeriu uma manobra para driblar o veto: Skornicki abriria a conta em seu nome e colocaria alguém de extrema confiança de Duque como procurador, tudo de acordo com a versão do delator. Assim foi feito. Um dos filhos de Duque, Daniel, foi nomeado procurador da conta. Uma das hipóteses dos investigadores da Lava Jato é que Renato Duque não tocou na conta para evitar que o filho passasse a ser investigado. Os US$ 12 milhões em que Duque não mexeu devem retornar à Petrobras. Já Skornicki terá de devolver US$ 24 milhões (R$ 78,5 milhões), segundo seu o acordo de delação. OUTRO LADO Os advogados de Duque e de Skornicki não quiseram se pronunciar. O PT diz que só recebe doações legais, todas declaradas à Justiça.
poder
Duque abandonou R$ 39 milhões de propina na Suíça, afirma delatorO ex-diretor da Petrobras Renato Duque abandonou US$ 12 milhões —ou R$ 39,3 milhões, em valores atualizados— que recebeu de propina em uma conta na Suíça, de acordo com Zwi Skornicki, delator da Lava Jato. Skornicki representa no Brasil uma empresa de Cingapura, a Keppel Fels, e disse que pagou a propina a Duque por conta de um contrato de compra de uma plataforma para exploração de petróleo na bacia de Campos, no Estado do Rio, a P-56. O suborno, ainda segundo Skornicki, foi pago de 2008, quando a Petrobras contratou a Keppel Fels e a Technip para fazer a plataforma, a 2011, quando foi entregue. A plataforma custou US$ 1,5 bilhão (R$ 5 bilhões). A propina, de acordo com o delator, foi de 1% sobre o valor do contrato e beneficiou Duque, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e o PT. Duque foi indicado ao cargo de diretor de Serviços da Petrobras pelo PT, segundo procuradores da Lava Jato. Ele está preso desde março do ano passado, já foi condenado a 41 anos de prisão em duas ações penais e tenta fechar um acordo de delação premiada com procuradores da operação. O delator diz que descobriu que os US$ 12 milhões não haviam sido tocados por Duque ao autorizar seus advogados a buscar na Suíça documentos para fechar seu acordo de delação. O banco informou que o montante continuava lá. A conta não foi aberta em nome de Duque porque o banco Delta recusou-o por ele ser diretor da estatal e não ter como justificar por que recebera aquele montante, segundo o relato de Skornicki. O próprio banco sugeriu uma manobra para driblar o veto: Skornicki abriria a conta em seu nome e colocaria alguém de extrema confiança de Duque como procurador, tudo de acordo com a versão do delator. Assim foi feito. Um dos filhos de Duque, Daniel, foi nomeado procurador da conta. Uma das hipóteses dos investigadores da Lava Jato é que Renato Duque não tocou na conta para evitar que o filho passasse a ser investigado. Os US$ 12 milhões em que Duque não mexeu devem retornar à Petrobras. Já Skornicki terá de devolver US$ 24 milhões (R$ 78,5 milhões), segundo seu o acordo de delação. OUTRO LADO Os advogados de Duque e de Skornicki não quiseram se pronunciar. O PT diz que só recebe doações legais, todas declaradas à Justiça.
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Regra de três
Embora a uma distância segura das situações calamitosas vividas em outros Estados, o governo de São Paulo está longe de superar o impacto da recessão econômica sobre suas finanças. Seus balanços mais recentes dão conta de que a arrecadação de impostos voltou a despencar em 2016, quando somou R$ 146,6 bilhões. Após três anos consecutivos de queda —reflexo da derrocada da produção industrial e do consumo das famílias—, a perda para a receita anual, em valores corrigidos, ronda os R$ 25 bilhões. Em um revés financeiro dessa dimensão, as vítimas mais imediatas são os investimentos, despesas não obrigatórias que podem incluir de obras de transporte urbano à construção de hospitais e escolas. Conforme a Secretaria da Fazenda, o Estado investiu R$ 8,2 bilhões no ano passado (R$ 15,3 bilhões se somadas as empresas estatais que dispõem de recursos próprios), o menor montante desta década. A administração de Geraldo Alckmin (PSDB) pode encontrar algum conforto na comparação de tais cifras com a ruína de governos como os de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que precisam mendigar socorro federal para conseguir pagar suas dívidas e os salários do funcionalismo. Mas é fato que o grupo tucano, há espantosos 22 anos no comando da máquina estadual, enfrenta restrições orçamentárias até então tidas como superadas. Se o partido pode gabar-se de manter as contas em relativa ordem, os progressos das políticas públicas, hoje já menos vistosos, demandarão mais eficiência e inovação. O exemplo mais flagrante se dá na educação, de desempenho cronicamente insatisfatório. Nesta semana, divulgou-se que o Saresp, exame anual do rendimento escolar na rede paulista, mostrou mais uma vez resultados bem abaixo dos desejados, conforme parâmetros adotados pelo próprio governo. Com ligeira melhora nas notas de português e alguma piora em matemática, as provas evidenciam a estagnação do aprendizado em um patamar inaceitável para a unidade mais rica da Federação —onde praticamente metade dos estudantes do último ano do ensino público médio não domina o uso da prosaica regra de três. O cálculo de proporção direta, aliás, não se aplica à relação entre verba disponível e qualidade da educação. As despesas no setor elevaram-se em São Paulo e no país ao longo dos anos de bonança econômica, sem melhora correspondente do nível de ensino. Agora, a falta de dinheiro só torna mais explícita a escassez de ideias. [email protected]
opiniao
Regra de trêsEmbora a uma distância segura das situações calamitosas vividas em outros Estados, o governo de São Paulo está longe de superar o impacto da recessão econômica sobre suas finanças. Seus balanços mais recentes dão conta de que a arrecadação de impostos voltou a despencar em 2016, quando somou R$ 146,6 bilhões. Após três anos consecutivos de queda —reflexo da derrocada da produção industrial e do consumo das famílias—, a perda para a receita anual, em valores corrigidos, ronda os R$ 25 bilhões. Em um revés financeiro dessa dimensão, as vítimas mais imediatas são os investimentos, despesas não obrigatórias que podem incluir de obras de transporte urbano à construção de hospitais e escolas. Conforme a Secretaria da Fazenda, o Estado investiu R$ 8,2 bilhões no ano passado (R$ 15,3 bilhões se somadas as empresas estatais que dispõem de recursos próprios), o menor montante desta década. A administração de Geraldo Alckmin (PSDB) pode encontrar algum conforto na comparação de tais cifras com a ruína de governos como os de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que precisam mendigar socorro federal para conseguir pagar suas dívidas e os salários do funcionalismo. Mas é fato que o grupo tucano, há espantosos 22 anos no comando da máquina estadual, enfrenta restrições orçamentárias até então tidas como superadas. Se o partido pode gabar-se de manter as contas em relativa ordem, os progressos das políticas públicas, hoje já menos vistosos, demandarão mais eficiência e inovação. O exemplo mais flagrante se dá na educação, de desempenho cronicamente insatisfatório. Nesta semana, divulgou-se que o Saresp, exame anual do rendimento escolar na rede paulista, mostrou mais uma vez resultados bem abaixo dos desejados, conforme parâmetros adotados pelo próprio governo. Com ligeira melhora nas notas de português e alguma piora em matemática, as provas evidenciam a estagnação do aprendizado em um patamar inaceitável para a unidade mais rica da Federação —onde praticamente metade dos estudantes do último ano do ensino público médio não domina o uso da prosaica regra de três. O cálculo de proporção direta, aliás, não se aplica à relação entre verba disponível e qualidade da educação. As despesas no setor elevaram-se em São Paulo e no país ao longo dos anos de bonança econômica, sem melhora correspondente do nível de ensino. Agora, a falta de dinheiro só torna mais explícita a escassez de ideias. [email protected]
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Atores mais velhos se destacam em filmes de ação do cinema americano
O verão deveria ser uma época juvenil, na qual os cinemas são entregues a desenhos animados, comédias e filmes baseados em brinquedos, histórias em quadrinhos e parques de diversões. É quando a constante obsessão dos estúdios em atrair as crianças atinge o clímax. No mundo do cinema, o verão do Hemisfério Norte começa na primeira semana de maio, o deste ano teve o lançamento de "Vingadores: Era de Ultron", com Chris Evans, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson e o ator cinquentão, Robert Downey Jr. "Vingadores" olha torto para os jovens, mas não totalmente: seu patriarca é Samuel L. Jackson, que não aparenta ter 66 anos. A exemplo dos também sexagenários Denzel Washington e Bruce Willis, Jackson há décadas é um astro dos filmes de ação. Alguns de seus colegas, como Liam Neeson e Helen Mirren, são relativamente recém-chegados a esse gênero, depois de carreiras de sucesso em filmes mais artísticos. Ser um herói de ação não é a única forma de estrelato na maturidade. Meryl Streep, 65, eterna indicada ao Oscar e queridinha dos críticos, só nos últimos dez anos cumpriu seu potencial como chamariz de bilheteria. Desde 2006, ela atuou em cinco filmes que ultrapassaram ou se aproximaram da marca de US$ 100 milhões em ingressos vendidos na América do Norte. Astros com mais de 50 anos emprestam peso, talento e um profissionalismo experiente e tranquilo a projetos que, sem eles, talvez não tivessem essas qualidades. Quando um cineasta escala Streep para o elenco, tem quase certeza de uma atuação memorável. Ela significa dinheiro em caixa, assim como Morgan Freeman, o idoso que mais trabalha no cinema -honra que compartilha com Clint Eastwood, 84, que voltou a se tornar um fenômeno de público e crítica, provando novamente que o cinema vive um momento de conexão com a terceira idade. Em julho, Arnold Schwarzenegger, 67, cumprirá novamente sua promessa ("Eu voltarei") em "O Exterminador do Futuro - Gênesis". O primeiro "Exterminador do Futuro" saiu em 1984. Willis fez cinco "Duro de Matar" ao longo de 25 anos. Contando com a sequência esperada em breve, Tom Cruise já filmou cinco "Missão Impossível" desde 1996, quando, aos 33 anos, ainda tinha cara de menino. O símbolo mais visível do idoso em filmes de ação é Neeson, 62, que deu um novo rumo para a carreira na série "Busca Implacável", de forma similar ao que fez Charles Bronson em "Desejo de Matar". O primeiro "Busca..." arrecadou US$ 100 milhões no começo de 2009, fazendo de Neeson um dínamo nas bilheterias e dando início à tendência de recrutar atores idosos. Agora, todo mundo quer entrar em cena: Willis, Kevin Costner, Sylvester Stallone... Harrison Ford será para sempre Han Solo para milhões de fãs; aos 70 e poucos anos, estará novamente nesse papel em "Star Wars - O Despertar da Força", que estreia em dezembro. Ford também é Indiana Jones, claro, e agora assumiu a figura do vovô travesso num universo crescentemente dominado por pais irritados e superprotetores. Cada vez mais, as mulheres vêm assumindo papéis secundários nesse caos, e às vezes até mais do que isso. A capacidade que Mirren tem de criar personagens férreas e obstinadas -como a rainha Elizabeth 2ª e a detetive Jane Tennison na série "Prime Suspect"- a levou ao hiperviolento "Red - Aposentados e Perigosos", série cômica sobre assassinos e espiões idosos e aposentados. A franquia "Red" é uma espécie de "Os Doze Condenados" para a terceira idade, com a própria Mirren, 69, de roupa camuflada e manuseando armas. Esses filmes brincam com os estereótipos da idade e às vezes sucumbem a eles, muito embora a atuação sexy e espirituosa de Mirren destrua qualquer insinuação de que estaria no momento de ela se aposentar. A afirmação da sexualidade de uma mulher de meia-idade (ou mais) na tela de cinema é uma forma de rebelião num setor ridicularizado por sua tendência a limitar a desejabilidade da mulher a uma faixa etária estreita. Num filme de um grande estúdio americano, a imagem de Sandra Bullock dominando o universo em "Gravidade" ou de Streep como vocalista de banda de rock no novo "De Volta Para Casa" é quase revolucionária. Sempre houve lugar para veteranos no cinema, mas eles costumavam ser muito mais jovens. Gloria Swanson tinha só 50 quando interpretou Norma Desmond, a estrela do cinema mudo tragicamente fossilizada em "Crepúsculo dos Deuses", de Billy Wilder. Com essa mesma idade, Bullock foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela revista "People". Os atuais filmes voltados para o grande público não se saem bem ao retratar o romantismo, e muitas vezes nem tentam, mas são exceções "O Exótico Hotel Marigold" e "I'll See You in My Dreams", com Blythe Danner e Sam Elliott, que estreia neste mês. Os cineastas e talvez o público parecem mais confortáveis em ver aposentados dando tiros e derrubando helicópteros do que fazendo amor. Embora o "cinemão" continue explorando o filão juvenil, outra coisa também está acontecendo: mais atores idosos em filmes não necessariamente sobre terceira idade. Os astros dos EUA, como o país que eles refletem, estão envelhecendo, um fato que eles ao mesmo tempo rejeitam e buscam aproveitar. Esses atores sempre foram símbolos de glamour e potência e costumam relutar em deixar os holofotes. Eles são também veículos para nossos ideais e aspirações, incluindo o sonho de envelhecer sem desacelerar, com ou sem uma metralhadora na mão. Eles estão mudando o rosto do estrelato, uma ruga de cada vez. RODRIGO LEITE
ilustrada
Atores mais velhos se destacam em filmes de ação do cinema americanoO verão deveria ser uma época juvenil, na qual os cinemas são entregues a desenhos animados, comédias e filmes baseados em brinquedos, histórias em quadrinhos e parques de diversões. É quando a constante obsessão dos estúdios em atrair as crianças atinge o clímax. No mundo do cinema, o verão do Hemisfério Norte começa na primeira semana de maio, o deste ano teve o lançamento de "Vingadores: Era de Ultron", com Chris Evans, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson e o ator cinquentão, Robert Downey Jr. "Vingadores" olha torto para os jovens, mas não totalmente: seu patriarca é Samuel L. Jackson, que não aparenta ter 66 anos. A exemplo dos também sexagenários Denzel Washington e Bruce Willis, Jackson há décadas é um astro dos filmes de ação. Alguns de seus colegas, como Liam Neeson e Helen Mirren, são relativamente recém-chegados a esse gênero, depois de carreiras de sucesso em filmes mais artísticos. Ser um herói de ação não é a única forma de estrelato na maturidade. Meryl Streep, 65, eterna indicada ao Oscar e queridinha dos críticos, só nos últimos dez anos cumpriu seu potencial como chamariz de bilheteria. Desde 2006, ela atuou em cinco filmes que ultrapassaram ou se aproximaram da marca de US$ 100 milhões em ingressos vendidos na América do Norte. Astros com mais de 50 anos emprestam peso, talento e um profissionalismo experiente e tranquilo a projetos que, sem eles, talvez não tivessem essas qualidades. Quando um cineasta escala Streep para o elenco, tem quase certeza de uma atuação memorável. Ela significa dinheiro em caixa, assim como Morgan Freeman, o idoso que mais trabalha no cinema -honra que compartilha com Clint Eastwood, 84, que voltou a se tornar um fenômeno de público e crítica, provando novamente que o cinema vive um momento de conexão com a terceira idade. Em julho, Arnold Schwarzenegger, 67, cumprirá novamente sua promessa ("Eu voltarei") em "O Exterminador do Futuro - Gênesis". O primeiro "Exterminador do Futuro" saiu em 1984. Willis fez cinco "Duro de Matar" ao longo de 25 anos. Contando com a sequência esperada em breve, Tom Cruise já filmou cinco "Missão Impossível" desde 1996, quando, aos 33 anos, ainda tinha cara de menino. O símbolo mais visível do idoso em filmes de ação é Neeson, 62, que deu um novo rumo para a carreira na série "Busca Implacável", de forma similar ao que fez Charles Bronson em "Desejo de Matar". O primeiro "Busca..." arrecadou US$ 100 milhões no começo de 2009, fazendo de Neeson um dínamo nas bilheterias e dando início à tendência de recrutar atores idosos. Agora, todo mundo quer entrar em cena: Willis, Kevin Costner, Sylvester Stallone... Harrison Ford será para sempre Han Solo para milhões de fãs; aos 70 e poucos anos, estará novamente nesse papel em "Star Wars - O Despertar da Força", que estreia em dezembro. Ford também é Indiana Jones, claro, e agora assumiu a figura do vovô travesso num universo crescentemente dominado por pais irritados e superprotetores. Cada vez mais, as mulheres vêm assumindo papéis secundários nesse caos, e às vezes até mais do que isso. A capacidade que Mirren tem de criar personagens férreas e obstinadas -como a rainha Elizabeth 2ª e a detetive Jane Tennison na série "Prime Suspect"- a levou ao hiperviolento "Red - Aposentados e Perigosos", série cômica sobre assassinos e espiões idosos e aposentados. A franquia "Red" é uma espécie de "Os Doze Condenados" para a terceira idade, com a própria Mirren, 69, de roupa camuflada e manuseando armas. Esses filmes brincam com os estereótipos da idade e às vezes sucumbem a eles, muito embora a atuação sexy e espirituosa de Mirren destrua qualquer insinuação de que estaria no momento de ela se aposentar. A afirmação da sexualidade de uma mulher de meia-idade (ou mais) na tela de cinema é uma forma de rebelião num setor ridicularizado por sua tendência a limitar a desejabilidade da mulher a uma faixa etária estreita. Num filme de um grande estúdio americano, a imagem de Sandra Bullock dominando o universo em "Gravidade" ou de Streep como vocalista de banda de rock no novo "De Volta Para Casa" é quase revolucionária. Sempre houve lugar para veteranos no cinema, mas eles costumavam ser muito mais jovens. Gloria Swanson tinha só 50 quando interpretou Norma Desmond, a estrela do cinema mudo tragicamente fossilizada em "Crepúsculo dos Deuses", de Billy Wilder. Com essa mesma idade, Bullock foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela revista "People". Os atuais filmes voltados para o grande público não se saem bem ao retratar o romantismo, e muitas vezes nem tentam, mas são exceções "O Exótico Hotel Marigold" e "I'll See You in My Dreams", com Blythe Danner e Sam Elliott, que estreia neste mês. Os cineastas e talvez o público parecem mais confortáveis em ver aposentados dando tiros e derrubando helicópteros do que fazendo amor. Embora o "cinemão" continue explorando o filão juvenil, outra coisa também está acontecendo: mais atores idosos em filmes não necessariamente sobre terceira idade. Os astros dos EUA, como o país que eles refletem, estão envelhecendo, um fato que eles ao mesmo tempo rejeitam e buscam aproveitar. Esses atores sempre foram símbolos de glamour e potência e costumam relutar em deixar os holofotes. Eles são também veículos para nossos ideais e aspirações, incluindo o sonho de envelhecer sem desacelerar, com ou sem uma metralhadora na mão. Eles estão mudando o rosto do estrelato, uma ruga de cada vez. RODRIGO LEITE
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Google é acusado por autoridades antitruste da Rússia
As autoridades antitruste da Rússia acusaram o Google de forçar ilegalmente fabricantes de hardware a instalar os serviços de internet da empresa em seus aparelhos, em companhia do software Android que ela produz, e com isso se anteciparam a uma investigação da Comissão Europeia sobre preocupações semelhantes. A ação russa surge pouco mais de três meses depois que as autoridades antitruste do país iniciaram uma investigação, deflagrada por uma queixa do Yandex, um provedor russo de serviços de busca online. O caso coincide com a tensão renovada causada por recentes regulamentos russos cujo objetivo é forçar as empresas estrangeiras de internet a hospedar proporção maior de seus dados em servidores instalados no país. A companhia de buscas ainda estava respondendo a questões quando as autoridades decidiram levar o caso a público, de acordo com uma pessoa informada sobre o processo. As ações do Yandex subiram quase 7% em Nova York na segunda-feira (14), por conta da notícia. Mas elas ainda estão dois terços abaixo de seu pico no ano passado, em parte por conta de preocupações com a possibilidade de que a força do Google no mercado móvel tenha permitido que a companhia erodisse a participação majoritária do Yandex no mercado russo de buscas. Em comunicado divulgado na segunda-feira (14), o Serviço Federal Antimonopólio da Rússia acusou o Google de abusar do domínio do Android ao exigir que os fabricantes de hardware instalem a loja Google Play, a barra de buscas e outros apps do Google, dando-lhes posição proeminente nas telas iniciais dos aparelhos. O Google também foi acusado de barrar apps rivais de outras companhias para smartphones. A agência anunciou que publicaria suas conclusões em 10 dias, e que a violação acarretava multa de até 15% dos proventos que o Google tenha gerado no mercado em questão. Este ano, as autoridades regulatórias de Bruxelas ampliaram seu inquérito sobre atitudes anticompetitivas do Google para incluir o software Android. O software para smartphones é um produto de fonte aberta, o que significa que qualquer fabricante de hardware pode usá-lo. Mas para se qualificar como usuário "oficial" do Android, o que permite o emprego da marca, entre outras coisas, os fabricantes precisam incluir um pacote de serviços do Google que inclui a loja Play, a barra de buscas e o app de mapas. Em comunicado, Alexey Dotsenko, vice-presidente da agência antitruste russa, foi citado como tendo declarado que a agência isentaria as empresas de hardware de parte de seus contratos com o Google que limitam os serviços que elas podem pré-instalar nos aparelhos que produzem. O Yandex anunciou que "recebia com agrado a decisão positiva do serviço antimonopólio russo, que considerou essa difícil questão, estudou as provas e encontrou uma violação por parte do Google". A companhia anunciou que esperava uma "completa solução" da questão. A agência russa de combate a monopólios lançou uma investigação sobre o Google em fevereiro, depois de uma queixa do Yandex que acusava o Google de concorrência desleal. Na segunda-feira (14), a agência anunciou que havia abandonado aquela investigação. Mas acatou uma segunda queixa que o Yandex apresentou no começo de junho, acusando o Google de abusar de sua posição dominante. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Google é acusado por autoridades antitruste da RússiaAs autoridades antitruste da Rússia acusaram o Google de forçar ilegalmente fabricantes de hardware a instalar os serviços de internet da empresa em seus aparelhos, em companhia do software Android que ela produz, e com isso se anteciparam a uma investigação da Comissão Europeia sobre preocupações semelhantes. A ação russa surge pouco mais de três meses depois que as autoridades antitruste do país iniciaram uma investigação, deflagrada por uma queixa do Yandex, um provedor russo de serviços de busca online. O caso coincide com a tensão renovada causada por recentes regulamentos russos cujo objetivo é forçar as empresas estrangeiras de internet a hospedar proporção maior de seus dados em servidores instalados no país. A companhia de buscas ainda estava respondendo a questões quando as autoridades decidiram levar o caso a público, de acordo com uma pessoa informada sobre o processo. As ações do Yandex subiram quase 7% em Nova York na segunda-feira (14), por conta da notícia. Mas elas ainda estão dois terços abaixo de seu pico no ano passado, em parte por conta de preocupações com a possibilidade de que a força do Google no mercado móvel tenha permitido que a companhia erodisse a participação majoritária do Yandex no mercado russo de buscas. Em comunicado divulgado na segunda-feira (14), o Serviço Federal Antimonopólio da Rússia acusou o Google de abusar do domínio do Android ao exigir que os fabricantes de hardware instalem a loja Google Play, a barra de buscas e outros apps do Google, dando-lhes posição proeminente nas telas iniciais dos aparelhos. O Google também foi acusado de barrar apps rivais de outras companhias para smartphones. A agência anunciou que publicaria suas conclusões em 10 dias, e que a violação acarretava multa de até 15% dos proventos que o Google tenha gerado no mercado em questão. Este ano, as autoridades regulatórias de Bruxelas ampliaram seu inquérito sobre atitudes anticompetitivas do Google para incluir o software Android. O software para smartphones é um produto de fonte aberta, o que significa que qualquer fabricante de hardware pode usá-lo. Mas para se qualificar como usuário "oficial" do Android, o que permite o emprego da marca, entre outras coisas, os fabricantes precisam incluir um pacote de serviços do Google que inclui a loja Play, a barra de buscas e o app de mapas. Em comunicado, Alexey Dotsenko, vice-presidente da agência antitruste russa, foi citado como tendo declarado que a agência isentaria as empresas de hardware de parte de seus contratos com o Google que limitam os serviços que elas podem pré-instalar nos aparelhos que produzem. O Yandex anunciou que "recebia com agrado a decisão positiva do serviço antimonopólio russo, que considerou essa difícil questão, estudou as provas e encontrou uma violação por parte do Google". A companhia anunciou que esperava uma "completa solução" da questão. A agência russa de combate a monopólios lançou uma investigação sobre o Google em fevereiro, depois de uma queixa do Yandex que acusava o Google de concorrência desleal. Na segunda-feira (14), a agência anunciou que havia abandonado aquela investigação. Mas acatou uma segunda queixa que o Yandex apresentou no começo de junho, acusando o Google de abusar de sua posição dominante. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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'Orlando lado B', Kissimmee tem aventuras na natureza
Se Orlando é uma terra de fantasia e ostentação, com seus megaparques, outra cidade, 30 km ao sul dali, serve de contraponto para abraçar roteiros de mais contato com a natureza –e que não ficam a dever no lado radical. Kissimmee ("água longa" na linguagem nativa dos índios seminole, primeiros habitantes dessa região originalmente pantanosa) é, desde os anos 1880, contígua e complementar à vizinha mais famosa da Flórida central. Imersa na natureza, oferece passeios de balão e caiaque, observação de jacarés e pilotagem de quadriciclos em trilhas enlameadas, além de destacar a história local. E as famílias com crianças são, sim, bem-vindas. LÁ DO ALTO Os passeios que melhor revelam a geografia e a natureza locais são os de balão. E a primeira condição para descobrir Kissimmee do alto é acordar cedo: a decolagem é feita sempre às 5h30 –e sempre envolve o espetáculo de dezenas de balões subindo ao mesmo tempo. Além de reservar, em agências como a Orlando Balloon Rides (orlandoballoonrides.com), é necessário, no dia anterior ao voo, ligar para conferir a previsão do tempo. No ar, o vento dita os caminhos, e o local do pouso é incerto. Silencioso, o voo sobre a plana paisagem de Kissimmee encanta também ao desvelar reflexos do sol nascente sobre os espelhos-d'água. Na volta, em terra, muitas das atrações de Kissimmee continuam a explorar a herança dos pântanos da região. Com um jeito de parquinho à moda antiga, o Gatorland (gatorland.com), clássico local, emociona mais as crianças, com seus inúmeros cercados de jacarés e um minizoo de aves exóticas. Os mais crescidos podem se divertir escorregando na tirolesa Screamin' Gator Zip Line. Também junta pequenos e marmanjos o Orlando Tree Trek (orlandotreetrek.com), com excelente estrutura para o arvorismo: de tirolesas a cabos suspensos com trajetos de dificuldades variadas. Mas se os planos forem realmente radicalizar e ficar coberto de lama, a região de Lake County é mais indicada. Na Revolution Off-Road (re volutionoffroad.com; reservar), em Clermont, é possível pilotar veículos como quadriciclos e pequenos carros anfíbios canadenses por trilhas e mesmo dentro de um lago. Quando a noite cai, é tempo de mudar de cenário e visitar a Boogy Creek Airboats (bariboats.com), propriedade rural cercada por um lago onde se observa jacarés. As lanchas são movidas a hélices como as de avião, de modo que é importante levar uma capa para se proteger do vento –e um lenço para a boca, pois há muitos insetos. Outra parada para observar a natureza, o The Paddling Center at Shingle Creek (paddlingcenter.com) aluga caiaques e silenciosos barcos com motor elétrico para explorar um dos pequenos rios ainda virgens da região. Pássaros de todos os tamanhos, pequenos jacarés e muitas tartarugas disputam o espaço com grandes árvores, refletidas nas águas plácidas desses rios.
turismo
'Orlando lado B', Kissimmee tem aventuras na naturezaSe Orlando é uma terra de fantasia e ostentação, com seus megaparques, outra cidade, 30 km ao sul dali, serve de contraponto para abraçar roteiros de mais contato com a natureza –e que não ficam a dever no lado radical. Kissimmee ("água longa" na linguagem nativa dos índios seminole, primeiros habitantes dessa região originalmente pantanosa) é, desde os anos 1880, contígua e complementar à vizinha mais famosa da Flórida central. Imersa na natureza, oferece passeios de balão e caiaque, observação de jacarés e pilotagem de quadriciclos em trilhas enlameadas, além de destacar a história local. E as famílias com crianças são, sim, bem-vindas. LÁ DO ALTO Os passeios que melhor revelam a geografia e a natureza locais são os de balão. E a primeira condição para descobrir Kissimmee do alto é acordar cedo: a decolagem é feita sempre às 5h30 –e sempre envolve o espetáculo de dezenas de balões subindo ao mesmo tempo. Além de reservar, em agências como a Orlando Balloon Rides (orlandoballoonrides.com), é necessário, no dia anterior ao voo, ligar para conferir a previsão do tempo. No ar, o vento dita os caminhos, e o local do pouso é incerto. Silencioso, o voo sobre a plana paisagem de Kissimmee encanta também ao desvelar reflexos do sol nascente sobre os espelhos-d'água. Na volta, em terra, muitas das atrações de Kissimmee continuam a explorar a herança dos pântanos da região. Com um jeito de parquinho à moda antiga, o Gatorland (gatorland.com), clássico local, emociona mais as crianças, com seus inúmeros cercados de jacarés e um minizoo de aves exóticas. Os mais crescidos podem se divertir escorregando na tirolesa Screamin' Gator Zip Line. Também junta pequenos e marmanjos o Orlando Tree Trek (orlandotreetrek.com), com excelente estrutura para o arvorismo: de tirolesas a cabos suspensos com trajetos de dificuldades variadas. Mas se os planos forem realmente radicalizar e ficar coberto de lama, a região de Lake County é mais indicada. Na Revolution Off-Road (re volutionoffroad.com; reservar), em Clermont, é possível pilotar veículos como quadriciclos e pequenos carros anfíbios canadenses por trilhas e mesmo dentro de um lago. Quando a noite cai, é tempo de mudar de cenário e visitar a Boogy Creek Airboats (bariboats.com), propriedade rural cercada por um lago onde se observa jacarés. As lanchas são movidas a hélices como as de avião, de modo que é importante levar uma capa para se proteger do vento –e um lenço para a boca, pois há muitos insetos. Outra parada para observar a natureza, o The Paddling Center at Shingle Creek (paddlingcenter.com) aluga caiaques e silenciosos barcos com motor elétrico para explorar um dos pequenos rios ainda virgens da região. Pássaros de todos os tamanhos, pequenos jacarés e muitas tartarugas disputam o espaço com grandes árvores, refletidas nas águas plácidas desses rios.
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Após IR, governo pode 'suavizar' desoneração da folha de pagamento
Depois do recuo na correção da tabela do IR na fonte, uma ala do governo Dilma defende que a mesma estratégia seja adotada para aprovar a alteração no programa de desoneração tributária da folha de pagamento. Assessores presidenciais ouvidos pela Folha defendem que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) aceite mudanças na proposta antes de ela ser reencaminhada ao Congresso, com uma "suavização" da tributação elevada para os 56 setores incluídos na desoneração. A avaliação é que, pela reação tanto da base aliada do governo como de empresários, a proposta anterior –que eleva as alíquotas sobre o faturamento de 1% para 2,5% e de 2% para 4,5%– não será aprovada no Congresso. Segundo a Folha apurou, o governo desistiu momentaneamente de encaminhar o texto do projeto de lei para substituir a medida provisória que foi devolvida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Juridicamente, o governo avalia que Renan não podia ter tomado a decisão sozinho e que, por isso, poderia alegar que a MP continua valendo. A orientação do Planalto, no entanto, foi não acirrar a crise com o peemedebista. O projeto de lei que substitui a MP está assinado pela presidente Dilma e pronto para ser encaminhado com pedido de urgência ao Congresso, mas o governo decidiu aguardar o fechamento do acordo da tabela do IR para começar a tratar do tema. Segundo um assessor, o texto será enviado em "breve", assim que a presidente decidir com Levy a melhor estratégia para conduzi-lo. EMENDA OU PROJETO Dentro do governo, há quem defenda transformar a proposta numa emenda a uma medida provisória que já esteja em tramitação no Congresso, o que aceleraria sua aprovação. A desoneração da folha de pagamento foi uma das medidas adotadas pela presidente Dilma durante seu primeiro mandato para reduzir o custo das empresas e preservar empregos. Por meio do programa, a empresa deixava de pagar 20% de contribuição sobre a folha de pagamentos e passava a pagar 1% ou 2%, dependendo do setor, sobre o faturamento. No dia em que anunciou o aumento das alíquotas, Joaquim Levy disse que, com a nova proposta, o custo da desoneração cairia de R$ 25,2 bilhões por ano para R$ 12,4 bilhões por ano. A mudança também permitia que as empresas escolhessem se preferiam pagar tributo sobre o faturamento ou voltar a recolher 20% sobre a folha. O aumento de até 150% no imposto a ser pago pelos setores incluídos na desoneração, no entanto, provocou críticas de empresários e de sindicatos, que temem um aumento nas demissões.
mercado
Após IR, governo pode 'suavizar' desoneração da folha de pagamentoDepois do recuo na correção da tabela do IR na fonte, uma ala do governo Dilma defende que a mesma estratégia seja adotada para aprovar a alteração no programa de desoneração tributária da folha de pagamento. Assessores presidenciais ouvidos pela Folha defendem que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) aceite mudanças na proposta antes de ela ser reencaminhada ao Congresso, com uma "suavização" da tributação elevada para os 56 setores incluídos na desoneração. A avaliação é que, pela reação tanto da base aliada do governo como de empresários, a proposta anterior –que eleva as alíquotas sobre o faturamento de 1% para 2,5% e de 2% para 4,5%– não será aprovada no Congresso. Segundo a Folha apurou, o governo desistiu momentaneamente de encaminhar o texto do projeto de lei para substituir a medida provisória que foi devolvida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Juridicamente, o governo avalia que Renan não podia ter tomado a decisão sozinho e que, por isso, poderia alegar que a MP continua valendo. A orientação do Planalto, no entanto, foi não acirrar a crise com o peemedebista. O projeto de lei que substitui a MP está assinado pela presidente Dilma e pronto para ser encaminhado com pedido de urgência ao Congresso, mas o governo decidiu aguardar o fechamento do acordo da tabela do IR para começar a tratar do tema. Segundo um assessor, o texto será enviado em "breve", assim que a presidente decidir com Levy a melhor estratégia para conduzi-lo. EMENDA OU PROJETO Dentro do governo, há quem defenda transformar a proposta numa emenda a uma medida provisória que já esteja em tramitação no Congresso, o que aceleraria sua aprovação. A desoneração da folha de pagamento foi uma das medidas adotadas pela presidente Dilma durante seu primeiro mandato para reduzir o custo das empresas e preservar empregos. Por meio do programa, a empresa deixava de pagar 20% de contribuição sobre a folha de pagamentos e passava a pagar 1% ou 2%, dependendo do setor, sobre o faturamento. No dia em que anunciou o aumento das alíquotas, Joaquim Levy disse que, com a nova proposta, o custo da desoneração cairia de R$ 25,2 bilhões por ano para R$ 12,4 bilhões por ano. A mudança também permitia que as empresas escolhessem se preferiam pagar tributo sobre o faturamento ou voltar a recolher 20% sobre a folha. O aumento de até 150% no imposto a ser pago pelos setores incluídos na desoneração, no entanto, provocou críticas de empresários e de sindicatos, que temem um aumento nas demissões.
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Suicídio e prevenção
Suscita preocupação o dado divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (21) segundo o qual avançaram 12% os casos de suicídio Brasil, entre 2011 e 2015. A sociedade não pode assistir inerme a tamanho desperdício de vidas. Foram 11.736 casos em 2015. Cinco anos antes, ainda eram 10.490. As razões do aumento pedem investigação, mas não há que esperar por estudos acadêmicos para fazer o que mais importa: prevenção. Não se descarta que parte do aumento se deva a um incremento na notificação. O tabu social ainda leva alguns profissionais de saúde e familiares a evitar que esse ato de desespero extremo figure como causa oficial da morte. Entretanto o tratamento mais aberto do tema nos últimos tempos parece contribuir para que se conheça melhor sua real dimensão. O maior contingente de suicidas é de homens (79%). Entre jovens de 15 a 29 anos de idade, aparece como a quarta principal causa de morte, mas a maior taxa se registra entre idosos -8,9 mortes por 100 mil pessoas com mais de 70 anos, contra 6,8 por 100 mil entre os que têm de 20 a 29 anos. A região Sul, com meros 14% da população, representa 23% dos episódios. Dos 4 municípios nacionais com maior incidência, 3 ficam no Rio Grande do Sul. Há informação suficiente sobre os grupos de maior risco. Não faltam estudos, ademais, a afirmar que 9 entre 10 casos podem ser evitados. E o maior fator preditivo para um suicídio consumado é a realização de tentativas anteriores. O sistema público já conta com um modelo consagrado para o trabalho de prevenção. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a presença no município de um Centro de Atenção Psicossocial –locais para atendimento especializado e assistência social, mais conhecidos pela sigla Caps– diminui em 14% o risco de suicídio. Existem hoje no Brasil 2.463 desses estabelecimentos, mas são 5.570 os municípios. Além disso, metrópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro abrigam vários Caps. Para alcançar a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, há que capilarizar ainda mais esse serviço, que de resto atende pessoas com todo tipo de problemas mentais e psicológicos. Seria desejável que o ministério apresentasse um cronograma para a expansão da rede. Suicídio não tem cura, mas pode ser prevenido.
opiniao
Suicídio e prevençãoSuscita preocupação o dado divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (21) segundo o qual avançaram 12% os casos de suicídio Brasil, entre 2011 e 2015. A sociedade não pode assistir inerme a tamanho desperdício de vidas. Foram 11.736 casos em 2015. Cinco anos antes, ainda eram 10.490. As razões do aumento pedem investigação, mas não há que esperar por estudos acadêmicos para fazer o que mais importa: prevenção. Não se descarta que parte do aumento se deva a um incremento na notificação. O tabu social ainda leva alguns profissionais de saúde e familiares a evitar que esse ato de desespero extremo figure como causa oficial da morte. Entretanto o tratamento mais aberto do tema nos últimos tempos parece contribuir para que se conheça melhor sua real dimensão. O maior contingente de suicidas é de homens (79%). Entre jovens de 15 a 29 anos de idade, aparece como a quarta principal causa de morte, mas a maior taxa se registra entre idosos -8,9 mortes por 100 mil pessoas com mais de 70 anos, contra 6,8 por 100 mil entre os que têm de 20 a 29 anos. A região Sul, com meros 14% da população, representa 23% dos episódios. Dos 4 municípios nacionais com maior incidência, 3 ficam no Rio Grande do Sul. Há informação suficiente sobre os grupos de maior risco. Não faltam estudos, ademais, a afirmar que 9 entre 10 casos podem ser evitados. E o maior fator preditivo para um suicídio consumado é a realização de tentativas anteriores. O sistema público já conta com um modelo consagrado para o trabalho de prevenção. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a presença no município de um Centro de Atenção Psicossocial –locais para atendimento especializado e assistência social, mais conhecidos pela sigla Caps– diminui em 14% o risco de suicídio. Existem hoje no Brasil 2.463 desses estabelecimentos, mas são 5.570 os municípios. Além disso, metrópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro abrigam vários Caps. Para alcançar a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, há que capilarizar ainda mais esse serviço, que de resto atende pessoas com todo tipo de problemas mentais e psicológicos. Seria desejável que o ministério apresentasse um cronograma para a expansão da rede. Suicídio não tem cura, mas pode ser prevenido.
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Transtorno genético faz braço de adolescente crescer sem parar
"Tenho um braço perfeito, sem qualquer problema. Mas o outro ficou desproporcional." Leah Hardcastle, 14, tem um distúrbio que, em inglês, chama-se segmental overgrowth (supercrescimento segmentar) e faz seu braço esquerdo se desenvolver continuamente em um ritmo anormal desde seu nascimento. A adolescente já teve de se submeter a mais de 30 cirurgias para reduzir o tamanho do membro. "Após cada operação, o braço fica bom por alguns meses e, depois, volta a crescer muito rápido ou aos poucos", disse ela ao programa "Incredible Medicine: Dr Weston's Casebook" ("Medicina Incrível: o Livro de Casos do Dr. Weston"), da BBC. E por que esse transtorno não afeta nenhuma outra parte do corpo de Leah? Uma equipe de cientistas da Universidade Cambridge, nos Estados Unidos, está em busca desta resposta com uma pesquisa pioneira liderada pelo especialista em metabolismo Robert Semple. Ele acredita que a condição de Leah tenha origem na etapa inicial do desenvolvimento embrionário, quando Leah ainda estava no útero de sua mãe. "Todos começamos a vida como um óvulo fecundado", explica Semple. "Nesse óvulo se produz uma mistura dos genes da mãe e do pai, gerando o bloco genético que depois será transferido para todas as células de nosso corpo na idade adulta. Então, nesta fase, uma célula se torna duas, depois, quatro e assim por diante." "Mas tudo isso depende de que seja produzida uma cópia exata de todos os 24 mil genes. Se houver uma mudança em um gene, as propriedades desta célula ficam alteradas." "Então, em uma situação dessas, o embrião passa a conter células normais e uma célula anormal." No caso de Leah, as células que se transformaram no seu braço esquerdo tinham uma mutação em um dos genes, o que fez com que essa parte do seu corpo se desenvolvesse de forma anormal. "Já havíamos estudado pacientes semelhantes quando conhecemos Leah e tínhamos uma boa ideia de que a mutação ocorre quase sempre no gene PIK3CA", diz. Esse gene está envolvido no controle do crescimento. Assim, as células de Leah que têm a anormalidade genética não sabem quando devem parar de crescer. Semple compara essa condição a outro mal que não tem nada a ver com o supercrescimento de Leah: o câncer, que também é gerado a partir de um desenvolvimento celular anormal em uma parte do corpo. E essa semelhança deu ao pesquisador uma ideia. "Sabíamos que, se usássemos um dos medicamentos contra câncer, talvez pudéssemos ter a chance de deter o supercrescimento ou mesmo reduzi-lo em pacientes como Leah." A adolescente acaba de participar dos primeiros testes com uma droga usada no combate ao câncer. Um exame permitiu medir de forma detalhada as mudanças na massa corporal de seu braço. Mas, neste primeiro momento, o tratamento não gerou qualquer alteração. No entanto, a pesquisa ainda está em seus primeiros estágios, e tratou-se apenas do primeiro medicamento testado –entre vários possíveis. Assim, ainda há esperança de que, no futuro, seja possível encontrar uma cura para pacientes como Leah.
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Transtorno genético faz braço de adolescente crescer sem parar"Tenho um braço perfeito, sem qualquer problema. Mas o outro ficou desproporcional." Leah Hardcastle, 14, tem um distúrbio que, em inglês, chama-se segmental overgrowth (supercrescimento segmentar) e faz seu braço esquerdo se desenvolver continuamente em um ritmo anormal desde seu nascimento. A adolescente já teve de se submeter a mais de 30 cirurgias para reduzir o tamanho do membro. "Após cada operação, o braço fica bom por alguns meses e, depois, volta a crescer muito rápido ou aos poucos", disse ela ao programa "Incredible Medicine: Dr Weston's Casebook" ("Medicina Incrível: o Livro de Casos do Dr. Weston"), da BBC. E por que esse transtorno não afeta nenhuma outra parte do corpo de Leah? Uma equipe de cientistas da Universidade Cambridge, nos Estados Unidos, está em busca desta resposta com uma pesquisa pioneira liderada pelo especialista em metabolismo Robert Semple. Ele acredita que a condição de Leah tenha origem na etapa inicial do desenvolvimento embrionário, quando Leah ainda estava no útero de sua mãe. "Todos começamos a vida como um óvulo fecundado", explica Semple. "Nesse óvulo se produz uma mistura dos genes da mãe e do pai, gerando o bloco genético que depois será transferido para todas as células de nosso corpo na idade adulta. Então, nesta fase, uma célula se torna duas, depois, quatro e assim por diante." "Mas tudo isso depende de que seja produzida uma cópia exata de todos os 24 mil genes. Se houver uma mudança em um gene, as propriedades desta célula ficam alteradas." "Então, em uma situação dessas, o embrião passa a conter células normais e uma célula anormal." No caso de Leah, as células que se transformaram no seu braço esquerdo tinham uma mutação em um dos genes, o que fez com que essa parte do seu corpo se desenvolvesse de forma anormal. "Já havíamos estudado pacientes semelhantes quando conhecemos Leah e tínhamos uma boa ideia de que a mutação ocorre quase sempre no gene PIK3CA", diz. Esse gene está envolvido no controle do crescimento. Assim, as células de Leah que têm a anormalidade genética não sabem quando devem parar de crescer. Semple compara essa condição a outro mal que não tem nada a ver com o supercrescimento de Leah: o câncer, que também é gerado a partir de um desenvolvimento celular anormal em uma parte do corpo. E essa semelhança deu ao pesquisador uma ideia. "Sabíamos que, se usássemos um dos medicamentos contra câncer, talvez pudéssemos ter a chance de deter o supercrescimento ou mesmo reduzi-lo em pacientes como Leah." A adolescente acaba de participar dos primeiros testes com uma droga usada no combate ao câncer. Um exame permitiu medir de forma detalhada as mudanças na massa corporal de seu braço. Mas, neste primeiro momento, o tratamento não gerou qualquer alteração. No entanto, a pesquisa ainda está em seus primeiros estágios, e tratou-se apenas do primeiro medicamento testado –entre vários possíveis. Assim, ainda há esperança de que, no futuro, seja possível encontrar uma cura para pacientes como Leah.
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Google Assistente em português é liberado para iOS
O Google disponibilizou, nesta sexta-feira (25), o seu aplicativo de assistente pessoal em português para quem usa o sistema operacional concorrente, o iOS. Agora, quem usa iPhone terá acesso ao recurso do Google, que permite usar o comando de voz para fazer buscas, tocar músicas, procurar endereços etc. O Assistente está disponível na App Store, disputando espaço diretamente com o Siri, popular assistente da Apple, que também fala português. O aplicativo já estava disponível para usuários de Android desde 17 de agosto. O antecessor do Assistente no Android era o Google Now, que tinha recursos mais limitados.
tec
Google Assistente em português é liberado para iOSO Google disponibilizou, nesta sexta-feira (25), o seu aplicativo de assistente pessoal em português para quem usa o sistema operacional concorrente, o iOS. Agora, quem usa iPhone terá acesso ao recurso do Google, que permite usar o comando de voz para fazer buscas, tocar músicas, procurar endereços etc. O Assistente está disponível na App Store, disputando espaço diretamente com o Siri, popular assistente da Apple, que também fala português. O aplicativo já estava disponível para usuários de Android desde 17 de agosto. O antecessor do Assistente no Android era o Google Now, que tinha recursos mais limitados.
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Gabriel Medina processa achocolatado que usou sua imagem na internet
O surfista Gabriel Medina decidiu processar a Nescau por usar sua imagem sem autorização. O atleta acionou a Nestlé, que fabrica o achocolatado, e conseguiu obrigá-la a retirar uma publicação no site e no Facebook que o relacionava à marca. NA ONDA A defesa de Medina pede agora indenização por violação do direito de imagem. A Nestlé diz que "tem por política não comentar assuntos sob apreciação da Justiça" Leia a coluna completa aqui.
colunas
Gabriel Medina processa achocolatado que usou sua imagem na internetO surfista Gabriel Medina decidiu processar a Nescau por usar sua imagem sem autorização. O atleta acionou a Nestlé, que fabrica o achocolatado, e conseguiu obrigá-la a retirar uma publicação no site e no Facebook que o relacionava à marca. NA ONDA A defesa de Medina pede agora indenização por violação do direito de imagem. A Nestlé diz que "tem por política não comentar assuntos sob apreciação da Justiça" Leia a coluna completa aqui.
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SP deve abrir 12 oficinas de 'faça você mesmo' até o fim do ano
A Prefeitura de São Paulo pretende abrir 12 Fab Labs, que são oficinas com equipamentos abertas ao público, na capital paulista até o final de 2015. A informação é do secretário de Serviços da prefeitura, Simão Pedro Chiovetti Normalmente, Fab Labs são espaços abertos que fornecem a infraestrutura para que os visitantes desenvolvam os seus próprios projetos. São oferecidas máquinas como impressoras 3D, fresadoras e cortadoras a laser. Já há unidades no Brasil desse tipo de laboratório em funcionamento, como o Garagem Fab Lab, que fica no bairro da Bela Vista, em São Paulo, e outro na USP. "A ideia é oferecer acesso a equipamentos e ferramentas tecnológicas, como impressoras 3D, não só para quem quer aprender a manusear novos instrumentos, mas também como suporte para pequenos empreendedores", disse o secretário, durante entrevista coletiva que abriu a Campus Party 2015 –evento de tecnologia que começa nesta terça-feira (3), em São Paulo. Segundo Chiovetti, o primeiro Fab Lab será aberto em Cidade Tiradentes, na zona leste. Bairros como Itaquera, Freguesia do Ó e Butantã também receberão as oficinas públicas. O edital da proposta está sendo concluído e deve ser apresentado nesta semana. O secretário citou ainda o projeto de instalação de wi-fi público em praças da cidade. Segundo ele, 108 das 120 praças incluídas inicialmente na iniciativa já possuem internet sem fio. "A coordenadoria tem a pretensão de abrir um outro processo e de repensar o financiamento das praças digitais nesse ano para pelo menos duplicarmos esse numero", afirmou. CAMPUS PARTY A oitava edição da Campus Party começou nesta terça-feira (3) e vai até o próximo sábado (8), no Expo Imigrantes, zona sul de São Paulo. O evento tem uma temática central pela primeira vez: os campuseiros vão celebrar o 150º aniversário do livro "Da Terra à Lua", de Júlio Verne. Entre as principais atrações estão o cientista brasileiro Miguel Nicolelis, o jornalista Chris Anderson, ex-editor da revista "Wired", e o ator Paul Zaloom, que ficou famoso nos anos 1990 por seu papel em "O Mundo de Beakman". Colaborou JOÃO VITOR OLIVEIRA, de São Paulo
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SP deve abrir 12 oficinas de 'faça você mesmo' até o fim do anoA Prefeitura de São Paulo pretende abrir 12 Fab Labs, que são oficinas com equipamentos abertas ao público, na capital paulista até o final de 2015. A informação é do secretário de Serviços da prefeitura, Simão Pedro Chiovetti Normalmente, Fab Labs são espaços abertos que fornecem a infraestrutura para que os visitantes desenvolvam os seus próprios projetos. São oferecidas máquinas como impressoras 3D, fresadoras e cortadoras a laser. Já há unidades no Brasil desse tipo de laboratório em funcionamento, como o Garagem Fab Lab, que fica no bairro da Bela Vista, em São Paulo, e outro na USP. "A ideia é oferecer acesso a equipamentos e ferramentas tecnológicas, como impressoras 3D, não só para quem quer aprender a manusear novos instrumentos, mas também como suporte para pequenos empreendedores", disse o secretário, durante entrevista coletiva que abriu a Campus Party 2015 –evento de tecnologia que começa nesta terça-feira (3), em São Paulo. Segundo Chiovetti, o primeiro Fab Lab será aberto em Cidade Tiradentes, na zona leste. Bairros como Itaquera, Freguesia do Ó e Butantã também receberão as oficinas públicas. O edital da proposta está sendo concluído e deve ser apresentado nesta semana. O secretário citou ainda o projeto de instalação de wi-fi público em praças da cidade. Segundo ele, 108 das 120 praças incluídas inicialmente na iniciativa já possuem internet sem fio. "A coordenadoria tem a pretensão de abrir um outro processo e de repensar o financiamento das praças digitais nesse ano para pelo menos duplicarmos esse numero", afirmou. CAMPUS PARTY A oitava edição da Campus Party começou nesta terça-feira (3) e vai até o próximo sábado (8), no Expo Imigrantes, zona sul de São Paulo. O evento tem uma temática central pela primeira vez: os campuseiros vão celebrar o 150º aniversário do livro "Da Terra à Lua", de Júlio Verne. Entre as principais atrações estão o cientista brasileiro Miguel Nicolelis, o jornalista Chris Anderson, ex-editor da revista "Wired", e o ator Paul Zaloom, que ficou famoso nos anos 1990 por seu papel em "O Mundo de Beakman". Colaborou JOÃO VITOR OLIVEIRA, de São Paulo
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Mortes: Promotora, lutou contra salários altos de prefeitos
Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari gostava de dizer que não era promotora de acusação, mas de justiça social. E foi com essa preocupação com a sociedade que levou a carreira no Ministério Público de São Paulo e também a vida pessoal. De família de juristas –o pai é professor de direito, e a irmã mais velha é juíza–, passou no concurso para a promotoria em 1996. Começou a trabalhar em cidades da Grande SP, como Embu das Artes e Jandira. "Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, ela já se preocupava com abusos de prefeitos", diz o marido, Eduardo Reale Ferrari, com quem estava havia duas décadas. Em junho de 2000, por exemplo, a Folha noticiava seus esforços para reduzir, na Justiça, a remuneração do prefeito de Jandira, que ganhava à época R$ 24,5 mil, enquanto o prefeito de São Paulo recebia R$ 6 mil por mês. Na capital, trabalhou na Escola Superior do Ministério Público, época em que foi mais realizada profissionalmente, conta Eduardo, porque reunia duas paixões: a promotoria e a educação. Em casa, é lembrada como alegre e bem-humorada, além de muito dedicada aos filhos, Henrique e Luca. "Eu brincava que, em toda decisão que ia tomar, precisava 'pedir vista' ao Ministério Público", diz Eduardo, que também é advogado. Não resistiu a um câncer de mama, contra o qual lutou por quatro anos, e morreu na última sexta (31), aos 45 anos, deixando os pais, cinco irmãos, o marido e os filhos. A missa de sétimo dia acontece nesta quinta (6), às 19h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, em São Paulo. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Promotora, lutou contra salários altos de prefeitosMaria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari gostava de dizer que não era promotora de acusação, mas de justiça social. E foi com essa preocupação com a sociedade que levou a carreira no Ministério Público de São Paulo e também a vida pessoal. De família de juristas –o pai é professor de direito, e a irmã mais velha é juíza–, passou no concurso para a promotoria em 1996. Começou a trabalhar em cidades da Grande SP, como Embu das Artes e Jandira. "Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, ela já se preocupava com abusos de prefeitos", diz o marido, Eduardo Reale Ferrari, com quem estava havia duas décadas. Em junho de 2000, por exemplo, a Folha noticiava seus esforços para reduzir, na Justiça, a remuneração do prefeito de Jandira, que ganhava à época R$ 24,5 mil, enquanto o prefeito de São Paulo recebia R$ 6 mil por mês. Na capital, trabalhou na Escola Superior do Ministério Público, época em que foi mais realizada profissionalmente, conta Eduardo, porque reunia duas paixões: a promotoria e a educação. Em casa, é lembrada como alegre e bem-humorada, além de muito dedicada aos filhos, Henrique e Luca. "Eu brincava que, em toda decisão que ia tomar, precisava 'pedir vista' ao Ministério Público", diz Eduardo, que também é advogado. Não resistiu a um câncer de mama, contra o qual lutou por quatro anos, e morreu na última sexta (31), aos 45 anos, deixando os pais, cinco irmãos, o marido e os filhos. A missa de sétimo dia acontece nesta quinta (6), às 19h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, em São Paulo. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Desonestidade intelectual da esquerda é impressionante, diz leitor
VERBA PARA PRESÍDIOS A redução de 85% nos repasses do governo federal para Estados construírem presídios foi mais um item que contribuiu para a carnificina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus. Além dessa redução, temos a corrupção do sistema com a entrada de dinheiro, drogas, celulares e a superlotação. Como se tudo isso não fosse suficiente, as autoridades colocam lado a lado facções rivais, alegando que deve ser assim, pois o Estado é "quem manda" nos presídios. Será? ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - FACÇÕES CRIMINOSAS O colunista Vinicius Torres Freire faz um paralelo entre a organização "das empreiteiras" e as facções criminosas dos presídios. Considero lamentável o tratamento genérico dado às construtoras, quando temos no país milhares de empresas que trabalham honestamente, com qualidade, a preços justos, porém nem sempre recebendo em dia pelos seus serviços, inclusive em obras penitenciárias. CARLOS EDUARDO LIMA JORGE, presidente da COP (Comissão de Obras Públicas) da Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC) (Brasília, DF) - JOSÉ EDUARDO CARDOZO É impressionante a desonestidade intelectual de alguns setores da esquerda. O ex-ministro José Eduardo Cardozo, por exemplo, quando diz de maneira depreciativa "um governo de homens brancos, sem mulheres e conservadores", deve achar que há alguma superioridade moral em um governo de mulheres, negras e liberais. Quanto deboche com a opinião alheia! JOSÉ CISNANDO ARAÚJO MOTA (São Paulo, SP) - LIMPEZA URBANA Se não incentivar o processo educativo da população, o novo prefeito de São Paulo não colherá muitos frutos. Lembro que nos últimos anos foram instaladas milhares de lixeiras de plástico e quase todas já foram destruídas e/ou furtadas. Sugiro uma ampla campanha de conscientização, pela mídia e até nas escolas, para que ninguém mais jogue lixo nas ruas, recolham o cocô dos cachorros, não cuspam nas calçadas etc. Vamos nos engajar por uma cidade mais limpa e bonita. Sejamos todos prefeitos. TACACO IAMANACA (São Paulo, SP) - DONALD TRUMP Trump só vê o comércio com mão única, de dentro para fora. Todavia, o comércio internacional é uma estrada de mão dupla, pois ele só existe quando há compradores e vendedores. Os EUA também precisam comprar muitas coisas que vêm de fora. Vamos ver o que vai acontecer entre promessas eleitorais e a realidade nua e crua dos fatos comerciais. Muitas vezes o despertar para a realidade costuma ser cruel. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - CONTAS MUNICIPAIS O editorial "A tarefa dos prefeitos" coloca o cancelamento da Oficina de Música de Curitiba em um contexto absolutamente equivocado. Foi uma decisão política populista e demagógica, e não medida de saneamento das contas públicas –o evento tem ótima relação custo/benefício. A oficina é um festival de música clássica, de forte viés pedagógico, que atende mais de 1.500 alunos. Se isso é "área não prioritária", como quer o editorial, podemos começar a temer por escolas e bibliotecas. *NELSON RUBENS KUNZE,* diretor-editor da revista "CONCERTO" (São Paulo, SP) - ELIO GASPARI Em relação a citações da coluna de Elio Gaspari, o Rio Ônibus esclarece que a Lei nº 5.223, relativa à redução do ISS, foi sancionada pela Câmara de Vereadores como elemento fundamental para a implantação do Bilhete Único Carioca. O incentivo fiscal não é direcionado às empresas de ônibus, mas sim aos usuários. É uma política pública que beneficia, por meio de tarifa reduzida, milhões de passageiros. Isenções fiscais também beneficiam usuários de ônibus em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras. LÉLIS TEIXEIRA, presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (RJ) - 'MAGAL E OS FORMIGAS' Quero agradecer ao critico Naief Haddad e ao jornal pelo debate sobre o filme "Magal e os Formigas", que dirigi. Após a primeira crítica do filme, a Folha, de forma democrática, abriu espaço para minha réplica e para uma tréplica do crítico. Acredito que debates como esse ajudam a melhorar o cinema brasileiro e a atividade crítica. Posso dizer que, lendo a tréplica, entendi a posição de Naief sobre o filme. Acredito que também ficou mais claro aos leitores do jornal. NEWTON CANNITO, diretor do filme 'Magal e os Formigas' (São Paulo, SP) - INDIFERENÇA O artigo "O risco da indiferença", de Francisco Balestrin, coloca com clareza a falta de motivação e até indiferença dos cidadãos na luta por um sistema de saúde eficiente. Quem defende os nossos pacientes? Não serão os deputados e senadores silentes e ausentes quando o ministro da Saúde reduziu em 98% os incentivos fiscais voltados à saúde das pessoas com deficiência (Pronas). Se essa mesma redução tivesse ocorrido na Lei Rouanet certamente artistas, empresários, veículos de comunicação etc. estariam nas ruas bradando por justiça. LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, médica fisiatra, professora da Faculdade de Medicina da USP e secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Desonestidade intelectual da esquerda é impressionante, diz leitorVERBA PARA PRESÍDIOS A redução de 85% nos repasses do governo federal para Estados construírem presídios foi mais um item que contribuiu para a carnificina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus. Além dessa redução, temos a corrupção do sistema com a entrada de dinheiro, drogas, celulares e a superlotação. Como se tudo isso não fosse suficiente, as autoridades colocam lado a lado facções rivais, alegando que deve ser assim, pois o Estado é "quem manda" nos presídios. Será? ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - FACÇÕES CRIMINOSAS O colunista Vinicius Torres Freire faz um paralelo entre a organização "das empreiteiras" e as facções criminosas dos presídios. Considero lamentável o tratamento genérico dado às construtoras, quando temos no país milhares de empresas que trabalham honestamente, com qualidade, a preços justos, porém nem sempre recebendo em dia pelos seus serviços, inclusive em obras penitenciárias. CARLOS EDUARDO LIMA JORGE, presidente da COP (Comissão de Obras Públicas) da Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC) (Brasília, DF) - JOSÉ EDUARDO CARDOZO É impressionante a desonestidade intelectual de alguns setores da esquerda. O ex-ministro José Eduardo Cardozo, por exemplo, quando diz de maneira depreciativa "um governo de homens brancos, sem mulheres e conservadores", deve achar que há alguma superioridade moral em um governo de mulheres, negras e liberais. Quanto deboche com a opinião alheia! JOSÉ CISNANDO ARAÚJO MOTA (São Paulo, SP) - LIMPEZA URBANA Se não incentivar o processo educativo da população, o novo prefeito de São Paulo não colherá muitos frutos. Lembro que nos últimos anos foram instaladas milhares de lixeiras de plástico e quase todas já foram destruídas e/ou furtadas. Sugiro uma ampla campanha de conscientização, pela mídia e até nas escolas, para que ninguém mais jogue lixo nas ruas, recolham o cocô dos cachorros, não cuspam nas calçadas etc. Vamos nos engajar por uma cidade mais limpa e bonita. Sejamos todos prefeitos. TACACO IAMANACA (São Paulo, SP) - DONALD TRUMP Trump só vê o comércio com mão única, de dentro para fora. Todavia, o comércio internacional é uma estrada de mão dupla, pois ele só existe quando há compradores e vendedores. Os EUA também precisam comprar muitas coisas que vêm de fora. Vamos ver o que vai acontecer entre promessas eleitorais e a realidade nua e crua dos fatos comerciais. Muitas vezes o despertar para a realidade costuma ser cruel. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - CONTAS MUNICIPAIS O editorial "A tarefa dos prefeitos" coloca o cancelamento da Oficina de Música de Curitiba em um contexto absolutamente equivocado. Foi uma decisão política populista e demagógica, e não medida de saneamento das contas públicas –o evento tem ótima relação custo/benefício. A oficina é um festival de música clássica, de forte viés pedagógico, que atende mais de 1.500 alunos. Se isso é "área não prioritária", como quer o editorial, podemos começar a temer por escolas e bibliotecas. *NELSON RUBENS KUNZE,* diretor-editor da revista "CONCERTO" (São Paulo, SP) - ELIO GASPARI Em relação a citações da coluna de Elio Gaspari, o Rio Ônibus esclarece que a Lei nº 5.223, relativa à redução do ISS, foi sancionada pela Câmara de Vereadores como elemento fundamental para a implantação do Bilhete Único Carioca. O incentivo fiscal não é direcionado às empresas de ônibus, mas sim aos usuários. É uma política pública que beneficia, por meio de tarifa reduzida, milhões de passageiros. Isenções fiscais também beneficiam usuários de ônibus em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras. LÉLIS TEIXEIRA, presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (RJ) - 'MAGAL E OS FORMIGAS' Quero agradecer ao critico Naief Haddad e ao jornal pelo debate sobre o filme "Magal e os Formigas", que dirigi. Após a primeira crítica do filme, a Folha, de forma democrática, abriu espaço para minha réplica e para uma tréplica do crítico. Acredito que debates como esse ajudam a melhorar o cinema brasileiro e a atividade crítica. Posso dizer que, lendo a tréplica, entendi a posição de Naief sobre o filme. Acredito que também ficou mais claro aos leitores do jornal. NEWTON CANNITO, diretor do filme 'Magal e os Formigas' (São Paulo, SP) - INDIFERENÇA O artigo "O risco da indiferença", de Francisco Balestrin, coloca com clareza a falta de motivação e até indiferença dos cidadãos na luta por um sistema de saúde eficiente. Quem defende os nossos pacientes? Não serão os deputados e senadores silentes e ausentes quando o ministro da Saúde reduziu em 98% os incentivos fiscais voltados à saúde das pessoas com deficiência (Pronas). Se essa mesma redução tivesse ocorrido na Lei Rouanet certamente artistas, empresários, veículos de comunicação etc. estariam nas ruas bradando por justiça. LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, médica fisiatra, professora da Faculdade de Medicina da USP e secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. 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Em discurso, Trump omite ou exagera dados sobre violência e economia
O discurso com que Donald Trump aceitou a indicação presidencial do Partido Republicano, em Cleveland, veio repleto de suas hipérboles características e do tipo de retórica política imprecisa que é muito difícil conferir. Mas também havia fatos. Ao descrever os problemas que buscaria resolver caso chegue à Casa Branca, Trump ofereceu uma série de fatos desanimadores sobre a economia, crimes e política externa. "Aqui em nossa convenção, não haverá mentiras", disse Trump. Muitos dos fatos de Trump pareciam verdadeiros, ainda que o candidato presidencial republicano às vezes tenha deixado de mencionar a história inteira ou de oferecer o contexto completo que poderia ajudar a explicar seus números. E em alguns casos, os fatos pareciam exagerados ou enganosos, como parte da mensagem ideológica mais ampla que Trump buscava transmitir. Eis o que verificamos quanto aos fatos de algumas de suas afirmações. * "Houve uma alta de 17% nos homicídios nas 50 maiores cidades dos Estados Unidos, no ano passado. Foi a maior alta em 25 anos". Verificação: As estatísticas se baseiam em uma análise de dados preliminares sobre o crime divulgados pelo Departamento da Justiça, e refletem de modo preciso o que as autoridades descrevem como uma disparada no número de homicídios em grandes cidades. A informação desconsidera a queda registrada em algumas delas, como Nova York, que registrou 25% menos homicídios nos três primeiros meses de 2016. - "Na capital de nossa nação, os homicídios subiram em 50%. Na vizinha Baltimore, a alta foi de 60%". Verificação: As estatísticas se baseiam em uma análise executada pelo jornal "Washington Post", que não identificou um padrão claro para explicar que cidades registraram alta nos homicídios. - "Em Chicago, a cidade do presidente, mais de 2.000 pessoas foram vítimas de ataques com armas de fogo este ano apenas. E quase 4.000 pessoas foram mortas na área de Chicago desde que ele assumiu". Verificação: Isso é no geral verdade. O departamento de polícia de Chicago registrou 2.242 ataques a tiros em 2016. E embora não esteja claro o que Trump quis dizer exatamente com "área de Chicago", os números parecem bater com o total de homicídios registrados na cidade desde o início de 2009. - "O número de policiais mortos em serviço cresceu em quase 50% ante o total registrado no mesmo momento do ano em 2015". Verificação: Na verdade, a Officer Down Memorial Page, que registra mortes de policiais, informa que 68 policiais foram mortos em serviço até agora este ano, quase exatamente o mesmo número de policiais mortos em serviço até este momento do ano passado. - "Quase 180 mil imigrantes ilegais com fichas criminais, e que tiveram sua deportação de nosso país decretada, continuam à solta, hoje, ameaçando cidadãos pacíficos". Verificação: Esse número vem de um relatório do Departamento de Segurança Interna (DSI), que informou ao Congresso no ano passado que quase um milhão de imigrantes sem documentação haviam tido sua deportação decretada, mas continuavam no país. Trump não mencionou o fato de que a maioria dessas 180 mil eram pessoas acusadas de crimes não violentos. - "O número de novas famílias de imigrantes ilegais que atravessaram nossas fronteiras até agora este ano excede o total de 2015". Verificação: Isso é verdade, de acordo com relatórios da Patrulha de Fronteira que afirmam que mais de 51 mil famílias foram detidas nas fronteiras nos primeiros nove meses do atual ano fiscal, ante cerca de 40 mil no ano fiscal passado. Mas o número continua inferior ao de 2014, quando a disparada no número de famílias que cruzaram as fronteiras dos Estados Unidos causou controvérsia política. - "Quase 40% das crianças negras estão vivendo na pobreza, e 58% dos jovens negros não têm empregos". Verificação: De acordo com o Serviço de Estatísticas do Trabalho, o índice de desemprego entre os negros de 16 a 19 anos de idade era de 31,2% em junho (ante 14,1% para os brancos da mesma faixa etária). - "A renda domiciliar caiu em mais de US$ 4 mil desde o ano 2000". Verificação: Isso é no geral verdade. A renda domiciliar média norte-americana era de US$ 57.724 em 2000, e em 2014, o ano mais recente para o qual este dado está disponível, ela foi de US$ 53.657. - "Nosso deficit comercial na indústria atingiu um recorde histórico —quase US$ 800 bilhões em um único ano". Verificação: O deficit no comércio de bens —produtos importados menos produtos exportados— foi de US$ 763 bilhões no ano passado. Mas isso inclui produtos agrícolas e matérias-primas como o carvão. Além disso, o deficit comercial total no ano passado foi de apenas US$ 500 bilhões, porque os Estados Unidos registram superávit no comércio de serviços. - "O presidente Obama dobrou nossa dívida nacional para mais de US$ 19 trilhões, e ela continua a crescer". Verificação: A dívida nacional era de US$ 10,6 trilhões no dia da posse de Obama, e em abril era de US$ 19,2 trilhões. Não exatamente o dobro, mas perto disso. - "Quarenta e três milhões de norte-americanos recebem assistência alimentar do governo". Verificação: Em outubro, este número era razoavelmente exato, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. - "Em 2009, antes de Hillary, o Estado Islâmico nem existia. A Líbia estava cooperando. O Egito era pacífico. O Iraque estava vendo uma redução realmente grande na violência. O Irã estava sendo sufocado pelas sanções. A Síria estava sob controle". Verificação: Trump está no geral certo. Mas Líbia, Síria e Egito foram varridos pela Primavera Árabe, um levante sobre o qual Obama e Hillary não tinham controle. E as sanções sobre o Irã estavam começando a ser reforçadas naquele momento; tornaram-se muito mais severas no governo Obama do que eram no governo Bush. Isso ajudou a forçar Teerã a negociar o acordo nuclear do ano passado. - "Isso aconteceu logo antes da assinatura do acordo com o Irã, que devolveu US$ 150 bilhões ao Irã e não nos deu coisa alguma —a história verá esse acordo como um dos piores já assinados". Verificação: O acordo não deu dinheiro ao Irã diretamente, mas ao aliviar ou suspender sanções permitiu que Teerã retomasse o acesso a bilhões de seu próprio dinheiro, congelado em contas internacionais. E o valor exato das sanções é discutível. - "Minha oponente apelou por uma radical elevação de 550% no número de refugiados sírios admitidos, para além do influxo maciço de refugiados ao país sob a liderança do presidente Obama". Verificação: Isso é verdade, já que Hillary declarou em setembro que desejava "avançar de um bom começo, com 10 mil refugiados, para 65 mil". Mas ela também disse que melhoraria o processo já rigoroso de avaliação de antecedentes, especialmente para os refugiados sírios. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Em discurso, Trump omite ou exagera dados sobre violência e economiaO discurso com que Donald Trump aceitou a indicação presidencial do Partido Republicano, em Cleveland, veio repleto de suas hipérboles características e do tipo de retórica política imprecisa que é muito difícil conferir. Mas também havia fatos. Ao descrever os problemas que buscaria resolver caso chegue à Casa Branca, Trump ofereceu uma série de fatos desanimadores sobre a economia, crimes e política externa. "Aqui em nossa convenção, não haverá mentiras", disse Trump. Muitos dos fatos de Trump pareciam verdadeiros, ainda que o candidato presidencial republicano às vezes tenha deixado de mencionar a história inteira ou de oferecer o contexto completo que poderia ajudar a explicar seus números. E em alguns casos, os fatos pareciam exagerados ou enganosos, como parte da mensagem ideológica mais ampla que Trump buscava transmitir. Eis o que verificamos quanto aos fatos de algumas de suas afirmações. * "Houve uma alta de 17% nos homicídios nas 50 maiores cidades dos Estados Unidos, no ano passado. Foi a maior alta em 25 anos". Verificação: As estatísticas se baseiam em uma análise de dados preliminares sobre o crime divulgados pelo Departamento da Justiça, e refletem de modo preciso o que as autoridades descrevem como uma disparada no número de homicídios em grandes cidades. A informação desconsidera a queda registrada em algumas delas, como Nova York, que registrou 25% menos homicídios nos três primeiros meses de 2016. - "Na capital de nossa nação, os homicídios subiram em 50%. Na vizinha Baltimore, a alta foi de 60%". Verificação: As estatísticas se baseiam em uma análise executada pelo jornal "Washington Post", que não identificou um padrão claro para explicar que cidades registraram alta nos homicídios. - "Em Chicago, a cidade do presidente, mais de 2.000 pessoas foram vítimas de ataques com armas de fogo este ano apenas. E quase 4.000 pessoas foram mortas na área de Chicago desde que ele assumiu". Verificação: Isso é no geral verdade. O departamento de polícia de Chicago registrou 2.242 ataques a tiros em 2016. E embora não esteja claro o que Trump quis dizer exatamente com "área de Chicago", os números parecem bater com o total de homicídios registrados na cidade desde o início de 2009. - "O número de policiais mortos em serviço cresceu em quase 50% ante o total registrado no mesmo momento do ano em 2015". Verificação: Na verdade, a Officer Down Memorial Page, que registra mortes de policiais, informa que 68 policiais foram mortos em serviço até agora este ano, quase exatamente o mesmo número de policiais mortos em serviço até este momento do ano passado. - "Quase 180 mil imigrantes ilegais com fichas criminais, e que tiveram sua deportação de nosso país decretada, continuam à solta, hoje, ameaçando cidadãos pacíficos". Verificação: Esse número vem de um relatório do Departamento de Segurança Interna (DSI), que informou ao Congresso no ano passado que quase um milhão de imigrantes sem documentação haviam tido sua deportação decretada, mas continuavam no país. Trump não mencionou o fato de que a maioria dessas 180 mil eram pessoas acusadas de crimes não violentos. - "O número de novas famílias de imigrantes ilegais que atravessaram nossas fronteiras até agora este ano excede o total de 2015". Verificação: Isso é verdade, de acordo com relatórios da Patrulha de Fronteira que afirmam que mais de 51 mil famílias foram detidas nas fronteiras nos primeiros nove meses do atual ano fiscal, ante cerca de 40 mil no ano fiscal passado. Mas o número continua inferior ao de 2014, quando a disparada no número de famílias que cruzaram as fronteiras dos Estados Unidos causou controvérsia política. - "Quase 40% das crianças negras estão vivendo na pobreza, e 58% dos jovens negros não têm empregos". Verificação: De acordo com o Serviço de Estatísticas do Trabalho, o índice de desemprego entre os negros de 16 a 19 anos de idade era de 31,2% em junho (ante 14,1% para os brancos da mesma faixa etária). - "A renda domiciliar caiu em mais de US$ 4 mil desde o ano 2000". Verificação: Isso é no geral verdade. A renda domiciliar média norte-americana era de US$ 57.724 em 2000, e em 2014, o ano mais recente para o qual este dado está disponível, ela foi de US$ 53.657. - "Nosso deficit comercial na indústria atingiu um recorde histórico —quase US$ 800 bilhões em um único ano". Verificação: O deficit no comércio de bens —produtos importados menos produtos exportados— foi de US$ 763 bilhões no ano passado. Mas isso inclui produtos agrícolas e matérias-primas como o carvão. Além disso, o deficit comercial total no ano passado foi de apenas US$ 500 bilhões, porque os Estados Unidos registram superávit no comércio de serviços. - "O presidente Obama dobrou nossa dívida nacional para mais de US$ 19 trilhões, e ela continua a crescer". Verificação: A dívida nacional era de US$ 10,6 trilhões no dia da posse de Obama, e em abril era de US$ 19,2 trilhões. Não exatamente o dobro, mas perto disso. - "Quarenta e três milhões de norte-americanos recebem assistência alimentar do governo". Verificação: Em outubro, este número era razoavelmente exato, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. - "Em 2009, antes de Hillary, o Estado Islâmico nem existia. A Líbia estava cooperando. O Egito era pacífico. O Iraque estava vendo uma redução realmente grande na violência. O Irã estava sendo sufocado pelas sanções. A Síria estava sob controle". Verificação: Trump está no geral certo. Mas Líbia, Síria e Egito foram varridos pela Primavera Árabe, um levante sobre o qual Obama e Hillary não tinham controle. E as sanções sobre o Irã estavam começando a ser reforçadas naquele momento; tornaram-se muito mais severas no governo Obama do que eram no governo Bush. Isso ajudou a forçar Teerã a negociar o acordo nuclear do ano passado. - "Isso aconteceu logo antes da assinatura do acordo com o Irã, que devolveu US$ 150 bilhões ao Irã e não nos deu coisa alguma —a história verá esse acordo como um dos piores já assinados". Verificação: O acordo não deu dinheiro ao Irã diretamente, mas ao aliviar ou suspender sanções permitiu que Teerã retomasse o acesso a bilhões de seu próprio dinheiro, congelado em contas internacionais. E o valor exato das sanções é discutível. - "Minha oponente apelou por uma radical elevação de 550% no número de refugiados sírios admitidos, para além do influxo maciço de refugiados ao país sob a liderança do presidente Obama". Verificação: Isso é verdade, já que Hillary declarou em setembro que desejava "avançar de um bom começo, com 10 mil refugiados, para 65 mil". Mas ela também disse que melhoraria o processo já rigoroso de avaliação de antecedentes, especialmente para os refugiados sírios. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Judicialização da saúde
Notoriamente presenciamos a falência do Estado no processo de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso ocorre muito por conta dos interesses do setor privado, que envolve operadoras de planos de saúde, indústrias farmacêuticas, grupos de empresários, entre outros. Juntos, corrompem o Executivo e financiam o Legislativo, de maneira que este trabalhe para os interesses do capital, contribuindo para o processo de atrofiamento e sucateamento da saúde pública. Enquanto isso, o setor privado cresce de forma vertiginosa, por meio projetos de lei, propostas de emenda à constituição e nomeação de representantes desses empresários para ocupar cargos na diretoria de órgãos que deveriam regular, fiscalizar e prezar pelo bom funcionamento da saúde pública. O episódio mais recente foi o Ministério da Saúde ter se transformado em "moeda de troca", visando manter a governabilidade do país, e sendo entregue para um representante de um partido que não tem qualquer compromisso com a defesa do SUS. Diante desse cenário, um fenômeno vem ganhando força, que é a judicialização da saúde. Nas diversas regiões do país, os Plantões Judiciários se tornaram verdadeiros plantões de saúde, com demandas que vão desde acesso a medicamentos até leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Com base nos artigos 6º e 196º da Constituição Federal de 1988, que garantem a saúde como direito social e dever do Estado, o Judiciário vem buscando soluções para os anseios da população. Tais demandas poderiam ser facilmente resolvidas pelas autoridades competentes. No entanto, apesar do esforço dos magistrados, o Judiciário, assim como o Executivo e o Legislativo, também está sujeito às pressões dos empresários do setor privado da saúde. Uma realidade do Estado do Rio de Janeiro é o baixo número de leitos nas unidades de saúde. Em vista disso, juízes atuantes no Plantão Judiciário baseavam-se no artigo 461 do Código de Processo Civil (Lei Nº 5.869/1973) para garantir a internação dos pacientes na rede privada. Uma dessas providências era a incursão de oficiais de Justiça em UTIs dos hospitais privados, de maneira a verificar a presença ou não de leitos vagos. Medida justa ao analisarmos que a expansão do setor privado conta com o apoio do Estado por meio de linhas de crédito no BNDES, parcerias público-privadas (PPPs), renúncia fiscal, isenção de impostos, renegociação ou até perdão de dívidas, uso de reservas técnicas, entre outras ações com o objetivo de suprir a deficiência do setor público sucateado. Eis que o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, no uso de suas atribuições, publica um ato (aviso TJRJ Nº 48/2015) que impede tais incursões em UTIs, alegando risco de contaminação dos pacientes e dos oficiais de Justiça. No entanto, existem regras rígidas de biossegurança nesses ambientes, que vão desde a higienização das mãos à utilização de jalecos descartáveis. Com base nessa alegação, então os pacientes hospitalizados nesses ambientes não podem receber visitas de seus familiares? O desembargador ainda complementa o ato informando que a verificação de leitos será feita pelo chefe do plantão hospitalar. Partindo do pressuposto de que o médico plantonista é um funcionário da unidade e que segue ordens, haverá isonomia e imparcialidade de sua parte? Para os donos dos hospitais privados o que é melhor, reservar um leito para um paciente detentor de um plano de saúde avançado ou para um usuário do SUS? Bem, em um cenário no qual observamos o Executivo e o Legislativo sem credibilidade, estaríamos diante de um Judiciário indo ladeira abaixo? LEANDRO FARIAS, 26, é farmacêutico da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e coordenador do Movimento Chega de Descaso * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Judicialização da saúdeNotoriamente presenciamos a falência do Estado no processo de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso ocorre muito por conta dos interesses do setor privado, que envolve operadoras de planos de saúde, indústrias farmacêuticas, grupos de empresários, entre outros. Juntos, corrompem o Executivo e financiam o Legislativo, de maneira que este trabalhe para os interesses do capital, contribuindo para o processo de atrofiamento e sucateamento da saúde pública. Enquanto isso, o setor privado cresce de forma vertiginosa, por meio projetos de lei, propostas de emenda à constituição e nomeação de representantes desses empresários para ocupar cargos na diretoria de órgãos que deveriam regular, fiscalizar e prezar pelo bom funcionamento da saúde pública. O episódio mais recente foi o Ministério da Saúde ter se transformado em "moeda de troca", visando manter a governabilidade do país, e sendo entregue para um representante de um partido que não tem qualquer compromisso com a defesa do SUS. Diante desse cenário, um fenômeno vem ganhando força, que é a judicialização da saúde. Nas diversas regiões do país, os Plantões Judiciários se tornaram verdadeiros plantões de saúde, com demandas que vão desde acesso a medicamentos até leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Com base nos artigos 6º e 196º da Constituição Federal de 1988, que garantem a saúde como direito social e dever do Estado, o Judiciário vem buscando soluções para os anseios da população. Tais demandas poderiam ser facilmente resolvidas pelas autoridades competentes. No entanto, apesar do esforço dos magistrados, o Judiciário, assim como o Executivo e o Legislativo, também está sujeito às pressões dos empresários do setor privado da saúde. Uma realidade do Estado do Rio de Janeiro é o baixo número de leitos nas unidades de saúde. Em vista disso, juízes atuantes no Plantão Judiciário baseavam-se no artigo 461 do Código de Processo Civil (Lei Nº 5.869/1973) para garantir a internação dos pacientes na rede privada. Uma dessas providências era a incursão de oficiais de Justiça em UTIs dos hospitais privados, de maneira a verificar a presença ou não de leitos vagos. Medida justa ao analisarmos que a expansão do setor privado conta com o apoio do Estado por meio de linhas de crédito no BNDES, parcerias público-privadas (PPPs), renúncia fiscal, isenção de impostos, renegociação ou até perdão de dívidas, uso de reservas técnicas, entre outras ações com o objetivo de suprir a deficiência do setor público sucateado. Eis que o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, no uso de suas atribuições, publica um ato (aviso TJRJ Nº 48/2015) que impede tais incursões em UTIs, alegando risco de contaminação dos pacientes e dos oficiais de Justiça. No entanto, existem regras rígidas de biossegurança nesses ambientes, que vão desde a higienização das mãos à utilização de jalecos descartáveis. Com base nessa alegação, então os pacientes hospitalizados nesses ambientes não podem receber visitas de seus familiares? O desembargador ainda complementa o ato informando que a verificação de leitos será feita pelo chefe do plantão hospitalar. Partindo do pressuposto de que o médico plantonista é um funcionário da unidade e que segue ordens, haverá isonomia e imparcialidade de sua parte? Para os donos dos hospitais privados o que é melhor, reservar um leito para um paciente detentor de um plano de saúde avançado ou para um usuário do SUS? Bem, em um cenário no qual observamos o Executivo e o Legislativo sem credibilidade, estaríamos diante de um Judiciário indo ladeira abaixo? LEANDRO FARIAS, 26, é farmacêutico da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e coordenador do Movimento Chega de Descaso * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Chefe do Goldman não vai longe com memorando de maratona
Pela primeira vez desde que comecei a ter interesse em coisas desse tipo, um memorando de motivação interna tem circulado na internet —não por ser considerado ruim, mas por ser avaliado como bom. Ele foi escrito por Joseph Mauro, diretor de renda fixa da Goldman Sachs em Londres, e enviado para jovens colaboradores do banco desanimados, na tentativa de impedi-los de sair da empresa para se juntar a startups de internet. "Todos os jovens na área de finanças devem lê-lo", jorra a manchete da "Business Insider", que reproduziu o e-mail na semana passada. Foquei o e-mail e descobri que, superficialmente, pelo menos, ele tinha algumas coisas interessantes. "Com base em quantos de vocês que entram em contato para marcar uma hora na minha agenda para conversar ou tomar um café... há claramente uma angústia do outro lado", começou. Mauro, evidentemente, dominou a primeira lição de como se comunicar com os quadros jovens: quando a moral está baixa, digamos assim. É uma pena somente a forma como ele faz isso —o "entrar em contato" e o "tomar" um café estão em desacordo, em seu orgulho brega, com a realidade de uma discussão de carreira com um parceiro do Goldman. Mauro, em seguida, promete desistir de oferecer conselhos: "Eu sei que vocês vão considerar minhas opiniões tendenciosas e fora da realidade." É exatamente isso —eles vão, mesmo. Até o momento em que estraga tudo dando conselhos, parece que ele também aprendeu a lição dois: jovens profissionais tendem a não acreditar nem concordar com uma palavra do que você diz. Em vez disso, ele narra os caminhos errados que tomou em sua própria carreira e repete o conselho inútil que lhe foi dado ao longo da estrada. Em 2000, ele deixou o Goldman depois de apenas um ano para fazer parte de uma startup, logo que estourou a bolha da internet. Ele ilustra claramente com uma série de gráficos a estupidez do timing (juntamente com a insinuação de que deixar o Goldman agora para ir para uma startup seria igualmente estúpido). Isso mostra que ele aprendeu a lição número três: os jovens não ligam para palavras. Um e-mail composto em grande parte de por capturas de tela da Bloomberg (ou fotos ou vídeos) tem uma chance muito maior de ser absorvido do que os velhos e repugnantes parágrafos de texto. Em seguida, ele repete o conselho dado por um operador que disse que os ingressos da temporada do Fulham foram uma aposta melhor do que os do Chelsea e o Citi, uma aposta melhor do que Goldman. "Ele está agora na corretagem", diz Mauro alegremente. Aqui está a lição quatro: para que seu público esteja do seu lado, tente rir de um terceiro elemento estúpido. Esse é um truque baixo, mas sempre funciona —eu sei porque eu construí uma carreira com ele. Em sua vida até agora, o único conselho que Mauro seguiu veio do fundador de uma startup de internet que lhe disse em 2000: "Esse negócio é uma maratona. Você está de volta ao início. Comece a correr." Por sua vez, esse é o conselho que ele agora está passando para seus colaboradores: "Continue correndo". Ele termina o e-mail assim: "De vez em quando... você vai receber de mim simplesmente a pergunta: em que quilômetro você está? Lendo isso, me fiz a seguinte pergunta: em que planeta ele vive? A resposta deve ser que ele está no planeta Goldman, onde todas as metáforas são masculinas, esportivas e tratam de resistência. E onde, apesar da afirmação de que nada será decidido de cima para baixo, há conselhos fáceis, oferecidos com a expectativa de que serão seguidos. Se eu fosse um jovem banqueiro do Goldman, estaria tanto indiferente quanto perplexo com o decreto "continue correndo". A que velocidade eu deveria correr? Em que direção? Tudo bem se eu parar para descansar e beber um pouco d'água às vezes? Por quanto tempo eu tenho que continuar em frente? Por que eu preciso correr uma maratona de qualquer maneira? Ouso dizer que o que Mauro estava tentando dizer era que esse é um jogo longo. Mercados sobem - e descem. A moral sobe – e desce. Bolhas inflam – e explodem. Coisas que afetam uma decisão agora não duram. É tudo verdade. E é a mesma coisa que eu, por vezes, digo aos meus filhos, já que eles estão começando em suas carreiras —mas eles não dão a menor atenção. Não porque eu falhei em tentar apimentar a mensagem com capturas de tela da Bloomberg, mas porque, quando você tem seus vinte anos de idade, não há benefícios óbvios em jogar um jogo longo, e há vários em um menor. A carreira satisfatória, para continuar com a metáfora cansativa, é menos uma maratona do que uma série de sprints. No entanto, essa não é a principal razão pela qual não há esperança no recado de Mauro. O maior problema é que ele não consegue dar atenção à lição mais importante de todas. Ela indica que há uma relação inversa entre o número de destinatários de um e-mail e seu poder de motivação. Quando enviado a uma audiência de massa, um memorando terá sempre poder de motivação zero. Aqui vai meu conselho para o chefe do Goldman. Esqueça e-mails. Estenda a mão individualmente para qualquer colaborador que deseja tomar um café. Diga a eles que são brilhantes. Ofereça-lhes mais dinheiro. Assim, você vai fazer com que continuem correndo – mas só pelo tempo em que isso lhes servir. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
colunas
Chefe do Goldman não vai longe com memorando de maratonaPela primeira vez desde que comecei a ter interesse em coisas desse tipo, um memorando de motivação interna tem circulado na internet —não por ser considerado ruim, mas por ser avaliado como bom. Ele foi escrito por Joseph Mauro, diretor de renda fixa da Goldman Sachs em Londres, e enviado para jovens colaboradores do banco desanimados, na tentativa de impedi-los de sair da empresa para se juntar a startups de internet. "Todos os jovens na área de finanças devem lê-lo", jorra a manchete da "Business Insider", que reproduziu o e-mail na semana passada. Foquei o e-mail e descobri que, superficialmente, pelo menos, ele tinha algumas coisas interessantes. "Com base em quantos de vocês que entram em contato para marcar uma hora na minha agenda para conversar ou tomar um café... há claramente uma angústia do outro lado", começou. Mauro, evidentemente, dominou a primeira lição de como se comunicar com os quadros jovens: quando a moral está baixa, digamos assim. É uma pena somente a forma como ele faz isso —o "entrar em contato" e o "tomar" um café estão em desacordo, em seu orgulho brega, com a realidade de uma discussão de carreira com um parceiro do Goldman. Mauro, em seguida, promete desistir de oferecer conselhos: "Eu sei que vocês vão considerar minhas opiniões tendenciosas e fora da realidade." É exatamente isso —eles vão, mesmo. Até o momento em que estraga tudo dando conselhos, parece que ele também aprendeu a lição dois: jovens profissionais tendem a não acreditar nem concordar com uma palavra do que você diz. Em vez disso, ele narra os caminhos errados que tomou em sua própria carreira e repete o conselho inútil que lhe foi dado ao longo da estrada. Em 2000, ele deixou o Goldman depois de apenas um ano para fazer parte de uma startup, logo que estourou a bolha da internet. Ele ilustra claramente com uma série de gráficos a estupidez do timing (juntamente com a insinuação de que deixar o Goldman agora para ir para uma startup seria igualmente estúpido). Isso mostra que ele aprendeu a lição número três: os jovens não ligam para palavras. Um e-mail composto em grande parte de por capturas de tela da Bloomberg (ou fotos ou vídeos) tem uma chance muito maior de ser absorvido do que os velhos e repugnantes parágrafos de texto. Em seguida, ele repete o conselho dado por um operador que disse que os ingressos da temporada do Fulham foram uma aposta melhor do que os do Chelsea e o Citi, uma aposta melhor do que Goldman. "Ele está agora na corretagem", diz Mauro alegremente. Aqui está a lição quatro: para que seu público esteja do seu lado, tente rir de um terceiro elemento estúpido. Esse é um truque baixo, mas sempre funciona —eu sei porque eu construí uma carreira com ele. Em sua vida até agora, o único conselho que Mauro seguiu veio do fundador de uma startup de internet que lhe disse em 2000: "Esse negócio é uma maratona. Você está de volta ao início. Comece a correr." Por sua vez, esse é o conselho que ele agora está passando para seus colaboradores: "Continue correndo". Ele termina o e-mail assim: "De vez em quando... você vai receber de mim simplesmente a pergunta: em que quilômetro você está? Lendo isso, me fiz a seguinte pergunta: em que planeta ele vive? A resposta deve ser que ele está no planeta Goldman, onde todas as metáforas são masculinas, esportivas e tratam de resistência. E onde, apesar da afirmação de que nada será decidido de cima para baixo, há conselhos fáceis, oferecidos com a expectativa de que serão seguidos. Se eu fosse um jovem banqueiro do Goldman, estaria tanto indiferente quanto perplexo com o decreto "continue correndo". A que velocidade eu deveria correr? Em que direção? Tudo bem se eu parar para descansar e beber um pouco d'água às vezes? Por quanto tempo eu tenho que continuar em frente? Por que eu preciso correr uma maratona de qualquer maneira? Ouso dizer que o que Mauro estava tentando dizer era que esse é um jogo longo. Mercados sobem - e descem. A moral sobe – e desce. Bolhas inflam – e explodem. Coisas que afetam uma decisão agora não duram. É tudo verdade. E é a mesma coisa que eu, por vezes, digo aos meus filhos, já que eles estão começando em suas carreiras —mas eles não dão a menor atenção. Não porque eu falhei em tentar apimentar a mensagem com capturas de tela da Bloomberg, mas porque, quando você tem seus vinte anos de idade, não há benefícios óbvios em jogar um jogo longo, e há vários em um menor. A carreira satisfatória, para continuar com a metáfora cansativa, é menos uma maratona do que uma série de sprints. No entanto, essa não é a principal razão pela qual não há esperança no recado de Mauro. O maior problema é que ele não consegue dar atenção à lição mais importante de todas. Ela indica que há uma relação inversa entre o número de destinatários de um e-mail e seu poder de motivação. Quando enviado a uma audiência de massa, um memorando terá sempre poder de motivação zero. Aqui vai meu conselho para o chefe do Goldman. Esqueça e-mails. Estenda a mão individualmente para qualquer colaborador que deseja tomar um café. Diga a eles que são brilhantes. Ofereça-lhes mais dinheiro. Assim, você vai fazer com que continuem correndo – mas só pelo tempo em que isso lhes servir. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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É deprimente o reencontro entre Collor e Lindbergh, diz leitor
Ricardo Melo desqualifica "quem" diz para desacreditar "o que" diz. Coloca "denúncias" entre aspas, como a dizer que ele sabe que não passam de mentiras, e menciona os "golpistas habituais", sem especificar quem seriam. Youssef pode ser tudo aquilo, mas a questão é esta: o que diz é verdadeiro ou não? MARCO CESARE PERROTTI (Santos, SP) * "O tempo é o senhor da razão." Na iminência de ser cassado, Collor repetiu várias vezes essa frase. Depois de tantos anos, é deprimente seu reencontro com Lindbergh Farias, que como líder cara-pintada ajudou a derrubá-lo. E eu um dia pensei que ele poderia virar presidente. DEVANIR AMÂNCIO (São Paulo, SP) * A respeito da coluna de Carlos Heitor Cony, acredito que o presidente da Petrobras quando Paulo Francis fez suas denúncias, Joel Rennó, o foi no mandato de FHC. Portanto, se Cony diz que Dilma deveria saber do que ocorria na Petrobras, FHC também deveria. NICOLA GRANATO (Santos, SP) * Cony confunde alhos com bugalhos quando menciona a morte de Paulo Francis, colocando-a na conta de Lula e Dilma. As denúncias de corrupção na Petrobras feitas por Francis em 1997 se referem ao governo FHC, agora comprovadas pela confissão de Pedro Barusco. Nenhuma investigação foi feita na época. PAULO CAMPOS (São Paulo, SP) * Não reconheço no Cony que assina o deplorável artigo publicado em 10 de março de 2015, na Folha, aquele Cony que em 1964 escrevia no Correio da Manhã corajosos artigos contra o golpe. JOSÉ ROBERTO TEIXEIRA LEITE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É deprimente o reencontro entre Collor e Lindbergh, diz leitorRicardo Melo desqualifica "quem" diz para desacreditar "o que" diz. Coloca "denúncias" entre aspas, como a dizer que ele sabe que não passam de mentiras, e menciona os "golpistas habituais", sem especificar quem seriam. Youssef pode ser tudo aquilo, mas a questão é esta: o que diz é verdadeiro ou não? MARCO CESARE PERROTTI (Santos, SP) * "O tempo é o senhor da razão." Na iminência de ser cassado, Collor repetiu várias vezes essa frase. Depois de tantos anos, é deprimente seu reencontro com Lindbergh Farias, que como líder cara-pintada ajudou a derrubá-lo. E eu um dia pensei que ele poderia virar presidente. DEVANIR AMÂNCIO (São Paulo, SP) * A respeito da coluna de Carlos Heitor Cony, acredito que o presidente da Petrobras quando Paulo Francis fez suas denúncias, Joel Rennó, o foi no mandato de FHC. Portanto, se Cony diz que Dilma deveria saber do que ocorria na Petrobras, FHC também deveria. NICOLA GRANATO (Santos, SP) * Cony confunde alhos com bugalhos quando menciona a morte de Paulo Francis, colocando-a na conta de Lula e Dilma. As denúncias de corrupção na Petrobras feitas por Francis em 1997 se referem ao governo FHC, agora comprovadas pela confissão de Pedro Barusco. Nenhuma investigação foi feita na época. PAULO CAMPOS (São Paulo, SP) * Não reconheço no Cony que assina o deplorável artigo publicado em 10 de março de 2015, na Folha, aquele Cony que em 1964 escrevia no Correio da Manhã corajosos artigos contra o golpe. JOSÉ ROBERTO TEIXEIRA LEITE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Canais de Amsterdã estão no Álbum de Viagem; veja as fotos
O fotógrafo Ivan Ribeiro, auxiliar de produção da Folha, conta ter ficado impressionado com a variedade de pessoas em Amsterdã: "O mundo inteiro anda por ali", comentou. Ele passou quatro dias das férias na cidade. Na mesma viagem conheceu ainda Londres, Paris, Bruxelas e Berlim, mas a capital holandesa foi um dos destinos que mais gostou. "É um lugar que eu voltaria para ficar mais tempo". * Veja outras edições do Álbum de Viagem Norte do país, por Henrique Manreza Água, por Valdemir Cunha Salvador, por Marco Sebás Ushuaia, por Maya Brasiliano América Central, por Vitor Schietti Patagônia chilena, por Tuca Reinés Arrufo em Fernando de Noronha, por Davi Ribeiro Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Nova York, por Gabriel Cabral O Mundo em Minas, por Renato Weil e Glória Tupinambás Cuba e Miami, por Maritza Caneca Berlim, por Julia Chequer Lisboa, por Mariana Pinto
turismo
Canais de Amsterdã estão no Álbum de Viagem; veja as fotosO fotógrafo Ivan Ribeiro, auxiliar de produção da Folha, conta ter ficado impressionado com a variedade de pessoas em Amsterdã: "O mundo inteiro anda por ali", comentou. Ele passou quatro dias das férias na cidade. Na mesma viagem conheceu ainda Londres, Paris, Bruxelas e Berlim, mas a capital holandesa foi um dos destinos que mais gostou. "É um lugar que eu voltaria para ficar mais tempo". * Veja outras edições do Álbum de Viagem Norte do país, por Henrique Manreza Água, por Valdemir Cunha Salvador, por Marco Sebás Ushuaia, por Maya Brasiliano América Central, por Vitor Schietti Patagônia chilena, por Tuca Reinés Arrufo em Fernando de Noronha, por Davi Ribeiro Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Nova York, por Gabriel Cabral O Mundo em Minas, por Renato Weil e Glória Tupinambás Cuba e Miami, por Maritza Caneca Berlim, por Julia Chequer Lisboa, por Mariana Pinto
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Os móveis de Chico Togni e outras 4 indicações culturais
EXPOSIÇÃO | MAURÍCIO ADINOLFI E CHICO TOGNI O paulistano Maurício Adinolfi apresenta em "Mangue" o resultado de três anos de trabalho, uma série de seis pinturas monocromáticas prata em que usou óleo, pigmento prata, laca e verniz. Já "O Avião não Dá Marcha Ré", do mineiro Togni, mostra objetos, que por vezes lembram móveis, construídos com papelão, tinta, sucata e lixo. galeria Pilar | tel. (11) 3661-7119 | de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h | grátis | até 13/2 * PERFORMANCE | ÍNDIGO A apresentação de Barbara Rodrigues fecha o mês da série "Performapa" do Sesc Ipiranga. Na performance, a artista pernambucana usa água, pedras, tecidos e sons para discutir a relação humana com a natureza e o tempo, mergulhando seu vestido branco em uma bacia contendo corante índigo. Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | sáb. (31), às 19h | grátis * LANÇAMENTO | QUERIA TER FICADO MAIS O livro traz 12 histórias de diferentes cidades, escritas por 12 mulheres - as narrativas tratam de locais próximos, como Buenos Aires, por Cecilia Arbolave, e de outros mais distantes e inesperados, como a pequena vila de Yangshuo, na China, por Florencia Escudero. O projeto gráfico de Luciana Martins separou os textos em envelopes, como se fossem cartas, e as aquarelas com que Eva Uviedo ilustrou cada uma das missivas estarão expostas no evento. Estúdio Lâmina | tel. (11) 3228-6815 | sáb. (31), às 16h Lote 42 | R$ 49,90 (107 págs.) * LIVRO | RASGA-MORTALHA Com ilustrações do artista plástico Rodrigo Barrales, o livro de estreia de W. B. Lemos reúne 40 poemas. São escritos baseados nas leituras do autor de nomes como Baudelaire e William Blake. Circuito | R$ 35 (96 págs.) * EXPOSIÇÃO | ASAS A RAÍZES Sob curadoria de Sonia Salcedo del Castillo, a mostra reúne dez artistas que trabalham nos mais diferentes formatos, como pintura, desenho, fotografia, escultura e instalação. Algumas das obras, que lidam com a imaginação, foram feitas especialmente para o evento, entre elas as de Gê Orthof, Leila Danziger e Neno del Castillo. Caixa Cultural - Rio | tel. (21) 3980-3815 | de ter. a dom., das 10h às 21h | grátis | até 15/3
ilustrissima
Os móveis de Chico Togni e outras 4 indicações culturaisEXPOSIÇÃO | MAURÍCIO ADINOLFI E CHICO TOGNI O paulistano Maurício Adinolfi apresenta em "Mangue" o resultado de três anos de trabalho, uma série de seis pinturas monocromáticas prata em que usou óleo, pigmento prata, laca e verniz. Já "O Avião não Dá Marcha Ré", do mineiro Togni, mostra objetos, que por vezes lembram móveis, construídos com papelão, tinta, sucata e lixo. galeria Pilar | tel. (11) 3661-7119 | de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h | grátis | até 13/2 * PERFORMANCE | ÍNDIGO A apresentação de Barbara Rodrigues fecha o mês da série "Performapa" do Sesc Ipiranga. Na performance, a artista pernambucana usa água, pedras, tecidos e sons para discutir a relação humana com a natureza e o tempo, mergulhando seu vestido branco em uma bacia contendo corante índigo. Sesc Ipiranga | tel. (11) 3340-2000 | sáb. (31), às 19h | grátis * LANÇAMENTO | QUERIA TER FICADO MAIS O livro traz 12 histórias de diferentes cidades, escritas por 12 mulheres - as narrativas tratam de locais próximos, como Buenos Aires, por Cecilia Arbolave, e de outros mais distantes e inesperados, como a pequena vila de Yangshuo, na China, por Florencia Escudero. O projeto gráfico de Luciana Martins separou os textos em envelopes, como se fossem cartas, e as aquarelas com que Eva Uviedo ilustrou cada uma das missivas estarão expostas no evento. Estúdio Lâmina | tel. (11) 3228-6815 | sáb. (31), às 16h Lote 42 | R$ 49,90 (107 págs.) * LIVRO | RASGA-MORTALHA Com ilustrações do artista plástico Rodrigo Barrales, o livro de estreia de W. B. Lemos reúne 40 poemas. São escritos baseados nas leituras do autor de nomes como Baudelaire e William Blake. Circuito | R$ 35 (96 págs.) * EXPOSIÇÃO | ASAS A RAÍZES Sob curadoria de Sonia Salcedo del Castillo, a mostra reúne dez artistas que trabalham nos mais diferentes formatos, como pintura, desenho, fotografia, escultura e instalação. Algumas das obras, que lidam com a imaginação, foram feitas especialmente para o evento, entre elas as de Gê Orthof, Leila Danziger e Neno del Castillo. Caixa Cultural - Rio | tel. (21) 3980-3815 | de ter. a dom., das 10h às 21h | grátis | até 15/3
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Empresa de cruzeiros LGBT promete 'roupões fofinhos' e chá gourmet
Uma nova companhia de cruzeiros promete ser a primeira da indústria a oferecer itinerários voltados para o público LGBT. A Anteros promete ser "tão inclusiva quanto exclusiva", com um navio para não mais do que 400 passageiros e roteiros durante o ano todo –as viagens devem começar em abril ou maio de 2017. Segundo o jornal "The New York Times", a companhia vai operar na Europa durante o verão e o outono do hemisfério norte (entre junho e dezembro), com base nos portos de Barcelona (Espanha) e Atenas (Grécia), com itinerários de cinco a 14 dias. No inverno, o navio será realocado no Caribe, com base em St. Maarten (território holandês) e Colón, no Panamá. Em entrevista ao site Huffington Post, Tyler Sminkey, gestor de clientes da companhia, disse que a Anteros foi pensada a partir do conceito de que "todos precisam de um lugar seguro, receptivo e acolhedor, onde as pessoas podem ser quem elas quiserem e se sentirem aceitas." Para Sminkey, muitas companhias veem a comunidade LGBT como um grupo importante de consumidores, mas não permitem uma experiência completa em um ambiente de mercado de massas. "Assim que pessoas LGBT embarcarem no navio, elas vão saber que essa experiência de cruzeiro foi criada com eles em mente", disse. De acordo com ele, o navio terá interiores decorados por designers famosos, itens de higiene especiais, roupões fofinhos e chinelos em cada cabine, serviço de chá gourmet, tripulação treinada para receber bem cada "subcomunidade" e excursões personalizadas. Os itinerários foram pensados, por exemplo, para coincidir com eventos como paradas de orgulho gay. Destinos nem sempre visitados pelas grandes armadoras, mas com "pensamento avançado" e gay-friendly, como Saba, outro território holandês no Caribe, estão na mira da empresa. Os funcionários responsáveis por isso, segundo Sminkey, são "veteranos da indústria de cruzeiros, mas também parte da comunidade LGBT".
turismo
Empresa de cruzeiros LGBT promete 'roupões fofinhos' e chá gourmetUma nova companhia de cruzeiros promete ser a primeira da indústria a oferecer itinerários voltados para o público LGBT. A Anteros promete ser "tão inclusiva quanto exclusiva", com um navio para não mais do que 400 passageiros e roteiros durante o ano todo –as viagens devem começar em abril ou maio de 2017. Segundo o jornal "The New York Times", a companhia vai operar na Europa durante o verão e o outono do hemisfério norte (entre junho e dezembro), com base nos portos de Barcelona (Espanha) e Atenas (Grécia), com itinerários de cinco a 14 dias. No inverno, o navio será realocado no Caribe, com base em St. Maarten (território holandês) e Colón, no Panamá. Em entrevista ao site Huffington Post, Tyler Sminkey, gestor de clientes da companhia, disse que a Anteros foi pensada a partir do conceito de que "todos precisam de um lugar seguro, receptivo e acolhedor, onde as pessoas podem ser quem elas quiserem e se sentirem aceitas." Para Sminkey, muitas companhias veem a comunidade LGBT como um grupo importante de consumidores, mas não permitem uma experiência completa em um ambiente de mercado de massas. "Assim que pessoas LGBT embarcarem no navio, elas vão saber que essa experiência de cruzeiro foi criada com eles em mente", disse. De acordo com ele, o navio terá interiores decorados por designers famosos, itens de higiene especiais, roupões fofinhos e chinelos em cada cabine, serviço de chá gourmet, tripulação treinada para receber bem cada "subcomunidade" e excursões personalizadas. Os itinerários foram pensados, por exemplo, para coincidir com eventos como paradas de orgulho gay. Destinos nem sempre visitados pelas grandes armadoras, mas com "pensamento avançado" e gay-friendly, como Saba, outro território holandês no Caribe, estão na mira da empresa. Os funcionários responsáveis por isso, segundo Sminkey, são "veteranos da indústria de cruzeiros, mas também parte da comunidade LGBT".
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Estudantes que tentaram ocupar escola técnica deixam delegacia em SP
Ao menos 36 pessoas que tentaram ocupar o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula de Souza, no centro de São Paulo, deixaram o 2º DP (Bom Retiro) por volta das 2h desta sexta-feira (4). Os estudantes secundaristas e do ensino superior tinham ocupado a área externa do prédio às 17h50 desta quinta (3). Eles instalaram barracas sob a marquise. A Polícia Militar foi acionada e isolou o quarteirão. Pouco antes das 19h, a tropa de choque chegou. A presença da força policial foi suficiente para dispersar os manifestantes. Durante a chegada do choque, o grito de guerra era: "Alckmin, cara de pau, quero a Fatec igual à do comercial". Um grupo de estudantes foi colocado em um ônibus da polícia e levado à delegacia. Os estudantes reivindicam a liberação das bolsas de estudo para quem estuda em Fatecs. Eles também protestam contra PEC 241 e a reforma do ensino médio. AGRESSÕES Na delegacia, policiais militares disseram que a desocupação do prédio foi pacífica com os estudantes recolhendo as barracas que tinham montado sob a marquise da escola técnica. No entanto, um adolescente de 16 anos disse que um policial militar não identificado chutou o seu queixo no momento em que se abaixou para guardar uma pasta na mochila. Como estava com tontura, uma lesão no queixo e um dente quebrado, o adolescente foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo. Outras três adolescentes, com idades entre 16 e 17 anos, também falaram que foram chutadas por policiais militares. Todos devem fazer exame de corpo de delito. GUARULHOS Também na noite desta quinta, o campus da Unifesp em Guarulhos foi ocupado por estudantes que protestam contra a PEC 241 e a reforma do ensino médio. Os manifestantes tinham decidido passar a noite no local. Em uma página do Facebook, eles afirmam que a ocupação foi decidida em assembleia. facebook DESOCUPAÇÕES Depois de quase um mês de ocupações de estudantes a escolas e prédios públicos pelo Brasil, começaram ordens judiciais para reintegrar posse dos locais. Na tarde desta quinta, uma juíza do Paraná determinou a reintegração de posse das 44 escolas no estado que ainda estavam ocupadas. Na segunda (1º), um juiz do Distrito Federal liberou o uso de instrumentos similares aos de tortura para liberar escolas da capital. As ocupações afetaram o Enem, que acontece neste fim de semana. Quase 200 mil candidatos que fariam o exame nesses locais tiveram a prova adiada para os dias 3 e 4 de dezembro.
educacao
Estudantes que tentaram ocupar escola técnica deixam delegacia em SPAo menos 36 pessoas que tentaram ocupar o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula de Souza, no centro de São Paulo, deixaram o 2º DP (Bom Retiro) por volta das 2h desta sexta-feira (4). Os estudantes secundaristas e do ensino superior tinham ocupado a área externa do prédio às 17h50 desta quinta (3). Eles instalaram barracas sob a marquise. A Polícia Militar foi acionada e isolou o quarteirão. Pouco antes das 19h, a tropa de choque chegou. A presença da força policial foi suficiente para dispersar os manifestantes. Durante a chegada do choque, o grito de guerra era: "Alckmin, cara de pau, quero a Fatec igual à do comercial". Um grupo de estudantes foi colocado em um ônibus da polícia e levado à delegacia. Os estudantes reivindicam a liberação das bolsas de estudo para quem estuda em Fatecs. Eles também protestam contra PEC 241 e a reforma do ensino médio. AGRESSÕES Na delegacia, policiais militares disseram que a desocupação do prédio foi pacífica com os estudantes recolhendo as barracas que tinham montado sob a marquise da escola técnica. No entanto, um adolescente de 16 anos disse que um policial militar não identificado chutou o seu queixo no momento em que se abaixou para guardar uma pasta na mochila. Como estava com tontura, uma lesão no queixo e um dente quebrado, o adolescente foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo. Outras três adolescentes, com idades entre 16 e 17 anos, também falaram que foram chutadas por policiais militares. Todos devem fazer exame de corpo de delito. GUARULHOS Também na noite desta quinta, o campus da Unifesp em Guarulhos foi ocupado por estudantes que protestam contra a PEC 241 e a reforma do ensino médio. Os manifestantes tinham decidido passar a noite no local. Em uma página do Facebook, eles afirmam que a ocupação foi decidida em assembleia. facebook DESOCUPAÇÕES Depois de quase um mês de ocupações de estudantes a escolas e prédios públicos pelo Brasil, começaram ordens judiciais para reintegrar posse dos locais. Na tarde desta quinta, uma juíza do Paraná determinou a reintegração de posse das 44 escolas no estado que ainda estavam ocupadas. Na segunda (1º), um juiz do Distrito Federal liberou o uso de instrumentos similares aos de tortura para liberar escolas da capital. As ocupações afetaram o Enem, que acontece neste fim de semana. Quase 200 mil candidatos que fariam o exame nesses locais tiveram a prova adiada para os dias 3 e 4 de dezembro.
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Rosely Sayão explica por que crianças devem ter contato com a natureza
Já tomou chuva? Eu não estou falando daquela chuva que só molhou um pouco os seus sapatos e o seu cabelo enquanto você corria do carro para a entrada da escola, não. Falo daquela que você mesmo procura porque quer se molhar, quer sentir os pingos de água caindo na pele. É uma delícia! Já subiu em alguma árvore para pegar uma fruta ou observar o ninho de algum pássaro, escolhendo os galhos que percebe que aguentam o seu peso? Já pulou corda em cima de uma poça d'água, provocando aquela chuva de baixo para cima de pingos que saltam até uma altura e depois caem à sua volta? Leia a coluna completa de Rosely Sayão aqui.
folhinha
Rosely Sayão explica por que crianças devem ter contato com a naturezaJá tomou chuva? Eu não estou falando daquela chuva que só molhou um pouco os seus sapatos e o seu cabelo enquanto você corria do carro para a entrada da escola, não. Falo daquela que você mesmo procura porque quer se molhar, quer sentir os pingos de água caindo na pele. É uma delícia! Já subiu em alguma árvore para pegar uma fruta ou observar o ninho de algum pássaro, escolhendo os galhos que percebe que aguentam o seu peso? Já pulou corda em cima de uma poça d'água, provocando aquela chuva de baixo para cima de pingos que saltam até uma altura e depois caem à sua volta? Leia a coluna completa de Rosely Sayão aqui.
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Penúltima rodada do 1º turno tem 20% mais gols que média do Brasileiro
Com um jogo de sete gols e outro de cinco, a 18ª rodada do Campeonato Brasileiro elevou a média de bolas na rede da competição. Foram 26 gols em 10 jogos, média de 2,6 por partida. Até a rodada anterior, a média da competição era de 2,18 tentos marcados por rodada. Agora, passou a ser de 2,2. A vitória do Corinthians sobre o Sport por 4 a 3 e o triunfo do Flamengo diante do Atlético-PR por 3 a 2 foram os principais jogos responsáveis pelo aumento. Outras partidas de três gols, como Joinville 3 x 0 Cruzeiro e Coritiba 2 x 1 Palmeiras também contribuíram. Os números poderiam ser ainda melhores, não fosse o placar zerado no empate entre Goiás e Chapecoense. A rodada com mais gols até agora foi a 4ª, que teve 29 bolas balançando as redes. A 18ª rodada foi a quarta melhor da competição. CONFIRA O TOTAL DE GOLS RODADA POR RODADA 1ª Rodada 28 gols 2ª Rodada 17 gols 3ª Rodada 15 gols 4ª Rodada 29 gols 5ª Rodada 26 gols 6ª Rodada 20 gols 7ª Rodada 24 gols 8ª Rodada 19 gols 9ª Rodada 22 gols 10ª Rodada 22 gols 11ª Rodada 20 gols 12ª Rodada 24 gols 13ª Rodada 27 gols 14ª Rodada 16 gols 15ª Rodada 20 gols 16ª Rodada 21 gols 17ª Rodada 21 gols 18ª Rodada 26 gols
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Penúltima rodada do 1º turno tem 20% mais gols que média do BrasileiroCom um jogo de sete gols e outro de cinco, a 18ª rodada do Campeonato Brasileiro elevou a média de bolas na rede da competição. Foram 26 gols em 10 jogos, média de 2,6 por partida. Até a rodada anterior, a média da competição era de 2,18 tentos marcados por rodada. Agora, passou a ser de 2,2. A vitória do Corinthians sobre o Sport por 4 a 3 e o triunfo do Flamengo diante do Atlético-PR por 3 a 2 foram os principais jogos responsáveis pelo aumento. Outras partidas de três gols, como Joinville 3 x 0 Cruzeiro e Coritiba 2 x 1 Palmeiras também contribuíram. Os números poderiam ser ainda melhores, não fosse o placar zerado no empate entre Goiás e Chapecoense. A rodada com mais gols até agora foi a 4ª, que teve 29 bolas balançando as redes. A 18ª rodada foi a quarta melhor da competição. CONFIRA O TOTAL DE GOLS RODADA POR RODADA 1ª Rodada 28 gols 2ª Rodada 17 gols 3ª Rodada 15 gols 4ª Rodada 29 gols 5ª Rodada 26 gols 6ª Rodada 20 gols 7ª Rodada 24 gols 8ª Rodada 19 gols 9ª Rodada 22 gols 10ª Rodada 22 gols 11ª Rodada 20 gols 12ª Rodada 24 gols 13ª Rodada 27 gols 14ª Rodada 16 gols 15ª Rodada 20 gols 16ª Rodada 21 gols 17ª Rodada 21 gols 18ª Rodada 26 gols
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Sustentabilidade precisa estar em toda a cadeia produtiva, dizem empresas
As empresas devem integrar os padrões de sustentabilidade em toda a sua linha de produção, do fornecedor ao consumidor final. Essa foi a conclusão dos especialistas reunidos para discutir Empresas e Sustentabilidade no Fórum Economia Limpa, que aconteceu nesta segunda-feira (20) e continua na terça-feira (21). "Essa inteligência de você conseguir fazer o bem e gerar negócio para a sua empresa é como se constrói um futuro sustentável", disse Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade da Basf na América do Sul, no evento promovido pela Folha, Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) e Novelis. "O maior desafio é você engajar toda essa cadeia, todos os parceiros no dia a dia", completou Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Para Malu, a incorporação da sustentabilidade como elemento da cadeia de produção passa pelo conceito de ecoeficiência. A ideia é garantir que haja uma produção melhor com menor consumo de recursos e menos impacto ambiental. Para Graziano, essas ações dariam margem para mudanças concretas na concorrência entre as empresas. "Há um reflexo no mercado, já que os padrões de produção vão aumentando e os concorrentes acabam indo atrás." Essa preocupação com a fabricação dos produtos chega também à outra ponta, no consumidor final. Segundo Malu Nunes, as pesquisas realizadas pelo Grupo Boticário apontam que 69% dos consumidores levam em conta os atributos de sustentabilidade ao fazer uma compra. O terceiro participante da mesa, Carlos Medeiros, membro do Conselho Diretor da Abralatas, destacou o papel das políticas públicas. Medeiros argumenta que quando um produto é mais barato, porém pouco sustentável, acaba trazendo de volta um ônus ao consumidor. "Um tratamento tributário diferenciado permitiria fazer a distinção de produtos que cumprem as metas ambientais."
seminariosfolha
Sustentabilidade precisa estar em toda a cadeia produtiva, dizem empresasAs empresas devem integrar os padrões de sustentabilidade em toda a sua linha de produção, do fornecedor ao consumidor final. Essa foi a conclusão dos especialistas reunidos para discutir Empresas e Sustentabilidade no Fórum Economia Limpa, que aconteceu nesta segunda-feira (20) e continua na terça-feira (21). "Essa inteligência de você conseguir fazer o bem e gerar negócio para a sua empresa é como se constrói um futuro sustentável", disse Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade da Basf na América do Sul, no evento promovido pela Folha, Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) e Novelis. "O maior desafio é você engajar toda essa cadeia, todos os parceiros no dia a dia", completou Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Para Malu, a incorporação da sustentabilidade como elemento da cadeia de produção passa pelo conceito de ecoeficiência. A ideia é garantir que haja uma produção melhor com menor consumo de recursos e menos impacto ambiental. Para Graziano, essas ações dariam margem para mudanças concretas na concorrência entre as empresas. "Há um reflexo no mercado, já que os padrões de produção vão aumentando e os concorrentes acabam indo atrás." Essa preocupação com a fabricação dos produtos chega também à outra ponta, no consumidor final. Segundo Malu Nunes, as pesquisas realizadas pelo Grupo Boticário apontam que 69% dos consumidores levam em conta os atributos de sustentabilidade ao fazer uma compra. O terceiro participante da mesa, Carlos Medeiros, membro do Conselho Diretor da Abralatas, destacou o papel das políticas públicas. Medeiros argumenta que quando um produto é mais barato, porém pouco sustentável, acaba trazendo de volta um ônus ao consumidor. "Um tratamento tributário diferenciado permitiria fazer a distinção de produtos que cumprem as metas ambientais."
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Caribe tem opções glamorosas para curtir todos as tonalidades de cor do mar
FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO O Caribe, na verdade, são vários Caribes. Várias culturas, vários idiomas, várias colonizações. Turisticamente, dá para fazer uma divisão rasa: inclusivo e exclusivo. Um bom representante do exclusivo é Turcos e Caicos. As poucas reportagens de turismo sobre esse território britânico geralmente destacam que Bill Gates e Oprah Winfrey passam férias lá. Não que alguém de classe média consiga ver o bilionário de sunga ou a apresentadora de TV com maiô. As celebridades ficam em áreas reservadíssimas do arquipélago. De qualquer forma, se sente exclusivo ali mesmo quem teve de fazer muitas contas para a viagem. O destino mais conhecido é a ilha principal, Providenciales. E que ilha! São poucos hotéis, quase todos à beira-mar, pouca gente na areia e na água quentinha. A comida-símbolo é a lagosta. Se após alguns dias a areia branca e o mar sei-lá-que-cor-de-tão-bonito cansarem, há passeios para ilhotas ao redor, em lanchas para poucas pessoas, abastecidas com vinho branco, espumante, cerveja e lanchinhos. O visual muda um pouco, algumas iguanas e vegetação rasteira ficam mais evidentes. E tudo continua lindo. Por ser território britânico, há um charme adicional nas ilhas. O trânsito usa mão inglesa (volante na direita) e tem foto da rainha Elizabeth 2ª no aeroporto (que é bem modesto). Claro que ser exclusivo tem um preço. Um quarto padrão, num bom hotel em Providenciales, não tem diária menor do que US$ 400 para o casal, incluído apenas o café da manhã. Uma refeição convencional, de comida internacional, chega facilmente a US$ 100, para dois adultos e uma criança. Aqui surge a oportunidade de falar do Caribe inclusivo. Punta Cana, na vizinha República Dominicana, pode ajudar. Um hotel padrão tem diária de US$ 200 para o casal, no esquema tudo incluído. O glamour é raro, o copo de plástico é quase a regra. Há um disputa, ainda que tácita, por cadeiras e quiosques na praia. As refeições cotidianas certamente não estarão entre as inesquecíveis da vida. Mas dentro dos próprios hotéis há restaurantes melhores, geralmente incluídos no pacote. Basta fazer reserva. Se o sentimento de exclusividade não está presente, estão a temperatura agradável, a areia branca e o mesmo mar sei-lá-que-cor-de-tão-bonito. Por muitos cifrões a menos. - 1. CANCÚN No litoral do México, tem vários resorts e vida noturna agitada 2. PUNTA CANA Entre as atrações, nadar com golfinhos e mergulho para iniciantes 3. ARUBA A pequena ilha tem mar azul, areia branca e trilhas no deserto 4. CURAÇAO Ilha ao norte da Venezuela, tem praias com corais onde é possível mergulhar 5. BARBADOS Além de praias de mar azul, tem como atração casas coloniais inglesas e destilarias de rum * 1. BAHAMAS A ilha principal é acessível apenas de barco e possui uma grande reserva natural 2. COZUMEL Alternativa à Cancun, a ilha fica no litoral mexicano 3. SAN BLÁS Arquipélago com mais de 300 ilhotas cercadas por águas azul-turquesa 4. MONTEGO BAY A três horas de carro da capital da Jamaica, tem noites animadas pelo som de reggae 5. SAN BARTHS Ilha com pouco mais de 20 km², tem praias tranquilas e lojas de luxo - VENICE TURISMO veniceturismo.com.br Tel. 3087-4747 A partir de US$ 1.014 Inclui aéreo, seis noites em apto. duplo com all inclusive em Punta Cana e traslados ABREUTUR abreutur.com.br Tel. 3702-1840 A partir de US$ 966 Inclui aéreo, cinco noites em apto. duplo com all inclusive em Punta Cana e traslados CVC cvc.com.br Tel. 3003-9282 A partir de US$ 1.445 Aéreo, quatro noites em apto. duplo em Turks e Caicos e traslados
saopaulo
Caribe tem opções glamorosas para curtir todos as tonalidades de cor do marFÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO O Caribe, na verdade, são vários Caribes. Várias culturas, vários idiomas, várias colonizações. Turisticamente, dá para fazer uma divisão rasa: inclusivo e exclusivo. Um bom representante do exclusivo é Turcos e Caicos. As poucas reportagens de turismo sobre esse território britânico geralmente destacam que Bill Gates e Oprah Winfrey passam férias lá. Não que alguém de classe média consiga ver o bilionário de sunga ou a apresentadora de TV com maiô. As celebridades ficam em áreas reservadíssimas do arquipélago. De qualquer forma, se sente exclusivo ali mesmo quem teve de fazer muitas contas para a viagem. O destino mais conhecido é a ilha principal, Providenciales. E que ilha! São poucos hotéis, quase todos à beira-mar, pouca gente na areia e na água quentinha. A comida-símbolo é a lagosta. Se após alguns dias a areia branca e o mar sei-lá-que-cor-de-tão-bonito cansarem, há passeios para ilhotas ao redor, em lanchas para poucas pessoas, abastecidas com vinho branco, espumante, cerveja e lanchinhos. O visual muda um pouco, algumas iguanas e vegetação rasteira ficam mais evidentes. E tudo continua lindo. Por ser território britânico, há um charme adicional nas ilhas. O trânsito usa mão inglesa (volante na direita) e tem foto da rainha Elizabeth 2ª no aeroporto (que é bem modesto). Claro que ser exclusivo tem um preço. Um quarto padrão, num bom hotel em Providenciales, não tem diária menor do que US$ 400 para o casal, incluído apenas o café da manhã. Uma refeição convencional, de comida internacional, chega facilmente a US$ 100, para dois adultos e uma criança. Aqui surge a oportunidade de falar do Caribe inclusivo. Punta Cana, na vizinha República Dominicana, pode ajudar. Um hotel padrão tem diária de US$ 200 para o casal, no esquema tudo incluído. O glamour é raro, o copo de plástico é quase a regra. Há um disputa, ainda que tácita, por cadeiras e quiosques na praia. As refeições cotidianas certamente não estarão entre as inesquecíveis da vida. Mas dentro dos próprios hotéis há restaurantes melhores, geralmente incluídos no pacote. Basta fazer reserva. Se o sentimento de exclusividade não está presente, estão a temperatura agradável, a areia branca e o mesmo mar sei-lá-que-cor-de-tão-bonito. Por muitos cifrões a menos. - 1. CANCÚN No litoral do México, tem vários resorts e vida noturna agitada 2. PUNTA CANA Entre as atrações, nadar com golfinhos e mergulho para iniciantes 3. ARUBA A pequena ilha tem mar azul, areia branca e trilhas no deserto 4. CURAÇAO Ilha ao norte da Venezuela, tem praias com corais onde é possível mergulhar 5. BARBADOS Além de praias de mar azul, tem como atração casas coloniais inglesas e destilarias de rum * 1. BAHAMAS A ilha principal é acessível apenas de barco e possui uma grande reserva natural 2. COZUMEL Alternativa à Cancun, a ilha fica no litoral mexicano 3. SAN BLÁS Arquipélago com mais de 300 ilhotas cercadas por águas azul-turquesa 4. MONTEGO BAY A três horas de carro da capital da Jamaica, tem noites animadas pelo som de reggae 5. SAN BARTHS Ilha com pouco mais de 20 km², tem praias tranquilas e lojas de luxo - VENICE TURISMO veniceturismo.com.br Tel. 3087-4747 A partir de US$ 1.014 Inclui aéreo, seis noites em apto. duplo com all inclusive em Punta Cana e traslados ABREUTUR abreutur.com.br Tel. 3702-1840 A partir de US$ 966 Inclui aéreo, cinco noites em apto. duplo com all inclusive em Punta Cana e traslados CVC cvc.com.br Tel. 3003-9282 A partir de US$ 1.445 Aéreo, quatro noites em apto. duplo em Turks e Caicos e traslados
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Receita trimestral do Alibaba decepciona, e ações despencam
As ações do Alibaba Group chegaram a cair mais de 10% nesta quinta-feira (29), varrendo mais de US$ 25 bilhões em valor de mercado da gigante chinesa de internet, após a companhia registrar uma receita trimestral aquém das expectativas dos analistas. A receita da maior empresa de e-commerce do mundo subiu 40%, para US$ 4,22 bilhões no trimestre encerrado em dezembro, abaixo da estimativa média de analistas de US$ 4,45 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. O lucro por ação, calculado para excluir itens extraordinários e não recorrentes, superou as estimativas de US$ 0,75, chegando a US$ 0,81. Mas os investidores pareceram ter outras preocupações, quatro meses depois da empresa fazer eu IPO (oferta pública inicial de ações) de US$ 25 bilhões. "(A queda no preço das ações) hoje não é pelo lucro por ação, é pelo crescimento da receita", disse o analista Tian Hou, da TH Capital em Pequim. "Quando o Alibaba disse que estava se expandindo, investindo, as expectativas das pessoas eram para crescimento da receita e encolhimento do lucro. No entanto, eles fizeram o contrário, contrariando as expectativas." Às 15h39 (horário de Brasília), os papéis caíam 9,4%.
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Receita trimestral do Alibaba decepciona, e ações despencamAs ações do Alibaba Group chegaram a cair mais de 10% nesta quinta-feira (29), varrendo mais de US$ 25 bilhões em valor de mercado da gigante chinesa de internet, após a companhia registrar uma receita trimestral aquém das expectativas dos analistas. A receita da maior empresa de e-commerce do mundo subiu 40%, para US$ 4,22 bilhões no trimestre encerrado em dezembro, abaixo da estimativa média de analistas de US$ 4,45 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. O lucro por ação, calculado para excluir itens extraordinários e não recorrentes, superou as estimativas de US$ 0,75, chegando a US$ 0,81. Mas os investidores pareceram ter outras preocupações, quatro meses depois da empresa fazer eu IPO (oferta pública inicial de ações) de US$ 25 bilhões. "(A queda no preço das ações) hoje não é pelo lucro por ação, é pelo crescimento da receita", disse o analista Tian Hou, da TH Capital em Pequim. "Quando o Alibaba disse que estava se expandindo, investindo, as expectativas das pessoas eram para crescimento da receita e encolhimento do lucro. No entanto, eles fizeram o contrário, contrariando as expectativas." Às 15h39 (horário de Brasília), os papéis caíam 9,4%.
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Confira agora sua nota no Enem 2015 por meio de aplicativo da Folha
Quem fez Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano já pode ter uma prévia da sua nota nas quatro áreas do conhecimento do exame com ajuda do aplicativo Quero a minha nota! O app, lançado pela Folha em parceria com a empresa TunEduc, confere o gabarito do Enem e entrega aos usuários uma estimativa bastante precisa da sua nota no exame. O cálculo das notas é feito com base na amostra de usuários. O Quero a minha nota! usa mesma tecnologia do MEC para fazer os cálculos -a chamada TRI. É um sistema que atribui pesos diferentes para as questões, dependendo do grau de dificuldade delas. Baixe o app 'Quero a minha nota!' (Android) Versão web do 'Quero a minha nota!' As notas de Ciências Humanas e de Matemática já estavam disponíveis no aplicativo há alguns dias; a partir desta segunda-feira (9), os usuários também conseguem acessar as suas respectivas notas de Linguagens e de Ciências da Natureza. Com uma prévia da nota do Enem em mãos, o estudante consegue estimar em quais cursos e universidades conseguiria entrar nesse ano, considerando as notas de corte do ano passado. O MEC deve divulgar as notas oficiais de quem fez o exame somente em janeiro de 2016. Até agora, cerca 70 mil estudantes já baixaram o app e inseriram suas respostas no Enem. Quanto mais usuários inserirem suas respostas no Enem no sistema, mais preciso será o cálculo da nota de cada aluno. O Enem é o maior exame do mundo em número de aplicantes -neste ano, foram mais de oito milhões de estudantes inscritos. As notas do exame são usadas como processo seletivo das universidades federais e como parte da nota de algumas escolas estaduais e particulares. A nota no Enem também é usada para obtenção de financiamento estudantil -nesse caso, é preciso ter um mínimo de 450 pontos na prova.
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Confira agora sua nota no Enem 2015 por meio de aplicativo da FolhaQuem fez Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano já pode ter uma prévia da sua nota nas quatro áreas do conhecimento do exame com ajuda do aplicativo Quero a minha nota! O app, lançado pela Folha em parceria com a empresa TunEduc, confere o gabarito do Enem e entrega aos usuários uma estimativa bastante precisa da sua nota no exame. O cálculo das notas é feito com base na amostra de usuários. O Quero a minha nota! usa mesma tecnologia do MEC para fazer os cálculos -a chamada TRI. É um sistema que atribui pesos diferentes para as questões, dependendo do grau de dificuldade delas. Baixe o app 'Quero a minha nota!' (Android) Versão web do 'Quero a minha nota!' As notas de Ciências Humanas e de Matemática já estavam disponíveis no aplicativo há alguns dias; a partir desta segunda-feira (9), os usuários também conseguem acessar as suas respectivas notas de Linguagens e de Ciências da Natureza. Com uma prévia da nota do Enem em mãos, o estudante consegue estimar em quais cursos e universidades conseguiria entrar nesse ano, considerando as notas de corte do ano passado. O MEC deve divulgar as notas oficiais de quem fez o exame somente em janeiro de 2016. Até agora, cerca 70 mil estudantes já baixaram o app e inseriram suas respostas no Enem. Quanto mais usuários inserirem suas respostas no Enem no sistema, mais preciso será o cálculo da nota de cada aluno. O Enem é o maior exame do mundo em número de aplicantes -neste ano, foram mais de oito milhões de estudantes inscritos. As notas do exame são usadas como processo seletivo das universidades federais e como parte da nota de algumas escolas estaduais e particulares. A nota no Enem também é usada para obtenção de financiamento estudantil -nesse caso, é preciso ter um mínimo de 450 pontos na prova.
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PF vai ouvir advogado sobre vazamento da delação de Cerveró
O advogado carioca Sérgio Riera, que negociou o acordo de delação premiada entre Fernando Soares, o "Baiano", e a Procuradoria-Geral da República, será ouvido no inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o vazamento da minuta da colaboração de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Riera é apontado pela PF como um dos principais suspeitos pelo vazamento do acordo. Cerveró chegou a fazer duas reuniões com Riera para contratá-lo, segundo a Folha apurou. O advogado recebeu por e-mail cópias dos termos que Cerveró discutia na delação. O ex-diretor, no entanto, desistiu de contratá-lo por julgar que ele não acrescentaria muito a sua estratégia. Atualmente Riera negocia a delação premiada de outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que era responsável pela área de Serviços da estatal. Uma cópia da minuta da delação estava nas mãos do banqueiro André Esteves, segundo o ministro do Supremo Teori Zavascki, e foi citada como um dos motivos da prisão do sócio do banco BTG, decretada pelo Supremo na quarta-feira (25). O senador Delcídio do Amaral foi preso no mesmo dia. Eles são acusados de sabotar as apurações da Lava Jato, tentativa que foi documentada pelo filho de Cerveró, Bernardo, com gravações, posteriormente entregues ao Ministério Público. No documento da delação, que continua sob sigilo, Cerveró narra que o banqueiro e o senador participaram de atos de corrupção em contratos da Petrobras e da BR Distribuidora, respectivamente, o que ambos negam. HOMOLOGAÇÃO O inquérito para investigar o vazamento da delação de Cerveró foi aberto na quinta (26) pela Polícia Federal de Curitiba. As apurações, no entanto, foram suspensas até a próxima semana devido a um pedido da Procuradoria para que, primeiro, o acordo de Cerveró seja homologado pelo Supremo, o que deve acontecer nos próximos dez dias. O acordo precisa da aprovação do Supremo porque cita políticos com foro privilegiado. Além de Riera, a PF também convocará os envolvidos na gravação feita pelo filho de Cerveró que resultou na denúncia contra Delcídio e Esteves.
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PF vai ouvir advogado sobre vazamento da delação de CerveróO advogado carioca Sérgio Riera, que negociou o acordo de delação premiada entre Fernando Soares, o "Baiano", e a Procuradoria-Geral da República, será ouvido no inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o vazamento da minuta da colaboração de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Riera é apontado pela PF como um dos principais suspeitos pelo vazamento do acordo. Cerveró chegou a fazer duas reuniões com Riera para contratá-lo, segundo a Folha apurou. O advogado recebeu por e-mail cópias dos termos que Cerveró discutia na delação. O ex-diretor, no entanto, desistiu de contratá-lo por julgar que ele não acrescentaria muito a sua estratégia. Atualmente Riera negocia a delação premiada de outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que era responsável pela área de Serviços da estatal. Uma cópia da minuta da delação estava nas mãos do banqueiro André Esteves, segundo o ministro do Supremo Teori Zavascki, e foi citada como um dos motivos da prisão do sócio do banco BTG, decretada pelo Supremo na quarta-feira (25). O senador Delcídio do Amaral foi preso no mesmo dia. Eles são acusados de sabotar as apurações da Lava Jato, tentativa que foi documentada pelo filho de Cerveró, Bernardo, com gravações, posteriormente entregues ao Ministério Público. No documento da delação, que continua sob sigilo, Cerveró narra que o banqueiro e o senador participaram de atos de corrupção em contratos da Petrobras e da BR Distribuidora, respectivamente, o que ambos negam. HOMOLOGAÇÃO O inquérito para investigar o vazamento da delação de Cerveró foi aberto na quinta (26) pela Polícia Federal de Curitiba. As apurações, no entanto, foram suspensas até a próxima semana devido a um pedido da Procuradoria para que, primeiro, o acordo de Cerveró seja homologado pelo Supremo, o que deve acontecer nos próximos dez dias. O acordo precisa da aprovação do Supremo porque cita políticos com foro privilegiado. Além de Riera, a PF também convocará os envolvidos na gravação feita pelo filho de Cerveró que resultou na denúncia contra Delcídio e Esteves.
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Safáris na Namíbia revelam animais, dunas e deserto de árvores secas
Elefantes, impalas, girafas e outras espécies bebem água em um lago, em aparente harmonia. Em um átimo, todos levantam a cabeça e rapidamente se afastam dali. "Provavelmente perceberam que um grupo de leões está por perto", explica o guia. Dito e feito, minutos depois, se avista um grupo de três leões se aproximando da fonte de água. Na Namíbia, a maneira mais cômoda de fazer um safári é contratar agências especializadas, como a Chameleon (chameleonsafaris.com ), em Windhoek, capital do país. Existem passeios rápidos, de dois dias e para uma única localidade, até opções de mais de dez dias, por diversas paisagens. Os preços partem de cerca de US$ 300 (R$ 1.020). Os destinos mais procurados são os parques nacionais de Etosha e de Sossusvlei –com mais tempo, é possível ir ao Flash River Canyon. O passeio de seis dias começa cedo, com um deslocamento de aproximadamente cinco horas até Etosha, ao norte. Da entrada do parque ao local onde estão as acomodações são mais cerca de duas horas por uma região árida, onde já é possível ver girafas, elefantes, impalas, rinocerontes, leões... No dia seguinte, são mais três saídas: uma logo ao nascer do sol, outra depois do café da manhã e a última após o almoço. O objetivo, como no primeiro parágrafo, é sempre encontrar os tão esperados olhos d'água, onde nos períodos de seca os animais se concentram para matar a sede. CENÁRIO DE DALÍ Os animais são mais difíceis de serem vistos em Sossusvlei, parque com dunas de areia e um deserto de árvores mortas. A duna mais acessível é a de número 45 –que fica a 45 quilômetros de Sesriem, a entrada do lugar. Mas é a mais alta que reúne o maior número de turistas. Big Daddy, como é conhecida, tem 325 metros de altura (o Pão de Açúcar, no Rio, tem 396 metros). A visão da subida pode desestimular os mais preguiçosos a chegar ao cume, mas a ladeira não é tão ruim quanto parece. É certo que a trilha vai se tornando mais inclinada com a subida, mas, em compensação, a paisagem se torna cada vez mais bonita. Principalmente quando é possível ver, à direita, o cenário esbranquiçado do Deadvlei, com suas árvores secas e esparsas brotando da areia. Um deserto de troncos que parece saído de um quadro surrealista de Salvador Dalí. A paisagem é boa para fotos. O melhor horário é logo após o amanhecer ou durante o pôr do sol, quando ganha tons que vão do amarelo ao vermelho, e as dunas parecem ainda mais volumosas. Contudo, só pode estar dentro de Sossusvlei nessas horas quem se hospedou no parque. Entre as opções de acomodação estão o Sesriem Campsite (camping, por cerca de R$ 50 por dia) e o Sossus Dune Lodge (em quartos, com diárias a partir de R$ 670 por pessoa). No dia seguinte, voltando a Windhoek, no caminho há um centro de reabilitação de guepardos, típicos da região. Em alguns locais ainda é possível comprar artesanatos dos povos herero e himba, etnias tradicionais que aproveitam o turismo como fonte de renda. * Clique aqui e veja seleção de pacotes e voos para conhecer países do sul da África África
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Safáris na Namíbia revelam animais, dunas e deserto de árvores secasElefantes, impalas, girafas e outras espécies bebem água em um lago, em aparente harmonia. Em um átimo, todos levantam a cabeça e rapidamente se afastam dali. "Provavelmente perceberam que um grupo de leões está por perto", explica o guia. Dito e feito, minutos depois, se avista um grupo de três leões se aproximando da fonte de água. Na Namíbia, a maneira mais cômoda de fazer um safári é contratar agências especializadas, como a Chameleon (chameleonsafaris.com ), em Windhoek, capital do país. Existem passeios rápidos, de dois dias e para uma única localidade, até opções de mais de dez dias, por diversas paisagens. Os preços partem de cerca de US$ 300 (R$ 1.020). Os destinos mais procurados são os parques nacionais de Etosha e de Sossusvlei –com mais tempo, é possível ir ao Flash River Canyon. O passeio de seis dias começa cedo, com um deslocamento de aproximadamente cinco horas até Etosha, ao norte. Da entrada do parque ao local onde estão as acomodações são mais cerca de duas horas por uma região árida, onde já é possível ver girafas, elefantes, impalas, rinocerontes, leões... No dia seguinte, são mais três saídas: uma logo ao nascer do sol, outra depois do café da manhã e a última após o almoço. O objetivo, como no primeiro parágrafo, é sempre encontrar os tão esperados olhos d'água, onde nos períodos de seca os animais se concentram para matar a sede. CENÁRIO DE DALÍ Os animais são mais difíceis de serem vistos em Sossusvlei, parque com dunas de areia e um deserto de árvores mortas. A duna mais acessível é a de número 45 –que fica a 45 quilômetros de Sesriem, a entrada do lugar. Mas é a mais alta que reúne o maior número de turistas. Big Daddy, como é conhecida, tem 325 metros de altura (o Pão de Açúcar, no Rio, tem 396 metros). A visão da subida pode desestimular os mais preguiçosos a chegar ao cume, mas a ladeira não é tão ruim quanto parece. É certo que a trilha vai se tornando mais inclinada com a subida, mas, em compensação, a paisagem se torna cada vez mais bonita. Principalmente quando é possível ver, à direita, o cenário esbranquiçado do Deadvlei, com suas árvores secas e esparsas brotando da areia. Um deserto de troncos que parece saído de um quadro surrealista de Salvador Dalí. A paisagem é boa para fotos. O melhor horário é logo após o amanhecer ou durante o pôr do sol, quando ganha tons que vão do amarelo ao vermelho, e as dunas parecem ainda mais volumosas. Contudo, só pode estar dentro de Sossusvlei nessas horas quem se hospedou no parque. Entre as opções de acomodação estão o Sesriem Campsite (camping, por cerca de R$ 50 por dia) e o Sossus Dune Lodge (em quartos, com diárias a partir de R$ 670 por pessoa). No dia seguinte, voltando a Windhoek, no caminho há um centro de reabilitação de guepardos, típicos da região. Em alguns locais ainda é possível comprar artesanatos dos povos herero e himba, etnias tradicionais que aproveitam o turismo como fonte de renda. * Clique aqui e veja seleção de pacotes e voos para conhecer países do sul da África África
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Nova versão da base nacional curricular traz de volta história da Europa
Após receber críticas e mais de 12 milhões de sugestões em consulta pública, o Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira (3) uma nova versão da proposta de uma base nacional curricular, documento que definirá os conteúdos mínimos a serem ensinados nas escolas das redes pública e privada do país. A primeira proposta, apresentada em setembro de 2015, sofreu muitas críticas de especialistas, que viam problemas como falta de relação entre os conteúdos, pontos com interferência ideológica e ausência de temas considerados importantes para a formação dos alunos. O eixo de ciências humanas recebeu várias mudanças, em especial os conteúdos de história, um dos mais questionados por especialistas na proposta anterior. A crítica era que o novo modelo tinha maior ênfase na história da África e das Américas, mas pouca atenção à história antiga europeia, por exemplo. A nova versão volta a apresentar esse conteúdo. "O ponto central do debate é que a história precisa valorizar a antiguidade clássica. Precisa valorizar nosso pertencimento ao mundo ocidental, mas incorporar novas dimensões, sobretudo a história da África e também a contribuição dos povos indígenas", diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O currículo de língua portuguesa também foi readequado –ganhou reforço na gramática e em literatura na nova proposta, de acordo com o MEC. A alteração ocorreu após críticas de que esses conteúdos estavam pouco presentes. FLEXIBILIZAÇÃO Outra das principais mudanças é uma proposta de flexibilização do currículo do ensino médio, que passa a ser composto por "unidades curriculares" e com maior ligação com a formação profissional. Na prática, segundo Mercadante, a medida retira a divisão dos conteúdos por ano e dá a possibilidade de que a organização do ensino seja feita pelas escolas. "Não é uma estrutura seriada. Isso significa que há um conjunto de disciplinas articuladas e não é preciso implementá-las de forma seriada e sequenciada. Há mais liberdade para compor o currículo", afirma. Além de mais flexível, a nova proposta, de acordo com o MEC, permite uma maior ligação do currículo com atividades e conteúdos que levam à formação profissional e tecnológica, possibilidade que não existia na primeira versão. Na outra ponta, a nova proposta também traz mudanças nas estratégias para a educação infantil. Antes dividida por um conteúdo único, a etapa passa a ter objetivos de aprendizagem separados por faixas etárias. O conteúdo também ganha apoio para incentivar a alfabetização e a transição para o ensino fundamental, segundo apresentação feita por especialistas ligados ao MEC nesta terça-feira. MAIS AMPLO O novo documento tem mais do que o dobro de páginas da versão anterior. Ambas as propostas foram construídas por 116 especialistas, divididos em 29 comissões. Apesar da aparente ampliação, o secretário de Educação Básica, Manuel Palácios, diz que houve "enxugamento" na proposta curricular. A mudança, assim, seria nos textos introdutórios de cada área do conhecimento, com o objetivo de deixar mais claro os objetivos da proposta. A construção de uma base nacional de ensino é uma das metas do Plano Nacional de Educação. A estimativa é que o documento esteja finalizado até o fim deste ano. Até lá, a nova versão deve passar por análise do Conselho Nacional de Educação e receber contribuições de Estados e municípios, por meio de seminários sobre o tema. Segundo Mercadante, a ideia é que os currículos sejam implementados em 2018. 'GOLPE' E 'LUTA' Durante o evento de lançamento da proposta, o ministro evitou comentar sobre o momento político e ressaltou que a construção de uma base curricular faz parte de uma política de Estado. "Mas uma coisa eu não posso deixar de falar: não vai ter golpe na base nacional comum. E se tiver, vai ter luta", afirmou. O presidente do Conselho Nacional de Educação, Gilberto Garcia, também afirmou que a base "tem que estar acima do interesse de governos". Representantes dos secretários municipais e estaduais também defenderam a adoção de uma base comum de ensino. "Já temos superada a discussão de ter ou não uma base. Estamos em busca de um modelo que seja melhor para o país e de trabalhar para que as distâncias que existem sejam minimizadas", afirmou no evento Aléssio Costa Lima, da Undime, entidade que representa os dirigentes municipais de educação. "Diferentemente das críticas de quem diz que a base engessa, vemos a base como espaço de flexibilidade para que seja contemplada a cultura regional", completa. Apesar do pouco tempo para análise, especialistas veem pontos positivos nas mudanças apresentadas nesta terça-feira. Para Alice Andrés, do Movimento Pela Base, a nova organização do documento traz avanços, como maior foco na integração das disciplinas e no desenvolvimento do aluno. Outras alterações ainda precisam ser analisadas, afirma. "À primeira vista, tudo indica que estamos no rumo correto", diz. Presente no encontro, o ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, defendeu as mudanças no ensino médio. "Temos hoje no ensino médio um problema de evasão. Enquanto no fundamental 1 e 2 já conseguimos garantir que a grande maioria esteja na escola, no ensino médio temos problemas de matrícula, permanência, conclusão e de qualidade", diz. "Me parece muito importante que ao terminar o ensino médio os alunos estejam capacitados para entrar no ensino profissional e para viverem como cidadãos", afirma, em referência também aos conteúdos de ciências humanas.
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Nova versão da base nacional curricular traz de volta história da EuropaApós receber críticas e mais de 12 milhões de sugestões em consulta pública, o Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira (3) uma nova versão da proposta de uma base nacional curricular, documento que definirá os conteúdos mínimos a serem ensinados nas escolas das redes pública e privada do país. A primeira proposta, apresentada em setembro de 2015, sofreu muitas críticas de especialistas, que viam problemas como falta de relação entre os conteúdos, pontos com interferência ideológica e ausência de temas considerados importantes para a formação dos alunos. O eixo de ciências humanas recebeu várias mudanças, em especial os conteúdos de história, um dos mais questionados por especialistas na proposta anterior. A crítica era que o novo modelo tinha maior ênfase na história da África e das Américas, mas pouca atenção à história antiga europeia, por exemplo. A nova versão volta a apresentar esse conteúdo. "O ponto central do debate é que a história precisa valorizar a antiguidade clássica. Precisa valorizar nosso pertencimento ao mundo ocidental, mas incorporar novas dimensões, sobretudo a história da África e também a contribuição dos povos indígenas", diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O currículo de língua portuguesa também foi readequado –ganhou reforço na gramática e em literatura na nova proposta, de acordo com o MEC. A alteração ocorreu após críticas de que esses conteúdos estavam pouco presentes. FLEXIBILIZAÇÃO Outra das principais mudanças é uma proposta de flexibilização do currículo do ensino médio, que passa a ser composto por "unidades curriculares" e com maior ligação com a formação profissional. Na prática, segundo Mercadante, a medida retira a divisão dos conteúdos por ano e dá a possibilidade de que a organização do ensino seja feita pelas escolas. "Não é uma estrutura seriada. Isso significa que há um conjunto de disciplinas articuladas e não é preciso implementá-las de forma seriada e sequenciada. Há mais liberdade para compor o currículo", afirma. Além de mais flexível, a nova proposta, de acordo com o MEC, permite uma maior ligação do currículo com atividades e conteúdos que levam à formação profissional e tecnológica, possibilidade que não existia na primeira versão. Na outra ponta, a nova proposta também traz mudanças nas estratégias para a educação infantil. Antes dividida por um conteúdo único, a etapa passa a ter objetivos de aprendizagem separados por faixas etárias. O conteúdo também ganha apoio para incentivar a alfabetização e a transição para o ensino fundamental, segundo apresentação feita por especialistas ligados ao MEC nesta terça-feira. MAIS AMPLO O novo documento tem mais do que o dobro de páginas da versão anterior. Ambas as propostas foram construídas por 116 especialistas, divididos em 29 comissões. Apesar da aparente ampliação, o secretário de Educação Básica, Manuel Palácios, diz que houve "enxugamento" na proposta curricular. A mudança, assim, seria nos textos introdutórios de cada área do conhecimento, com o objetivo de deixar mais claro os objetivos da proposta. A construção de uma base nacional de ensino é uma das metas do Plano Nacional de Educação. A estimativa é que o documento esteja finalizado até o fim deste ano. Até lá, a nova versão deve passar por análise do Conselho Nacional de Educação e receber contribuições de Estados e municípios, por meio de seminários sobre o tema. Segundo Mercadante, a ideia é que os currículos sejam implementados em 2018. 'GOLPE' E 'LUTA' Durante o evento de lançamento da proposta, o ministro evitou comentar sobre o momento político e ressaltou que a construção de uma base curricular faz parte de uma política de Estado. "Mas uma coisa eu não posso deixar de falar: não vai ter golpe na base nacional comum. E se tiver, vai ter luta", afirmou. O presidente do Conselho Nacional de Educação, Gilberto Garcia, também afirmou que a base "tem que estar acima do interesse de governos". Representantes dos secretários municipais e estaduais também defenderam a adoção de uma base comum de ensino. "Já temos superada a discussão de ter ou não uma base. Estamos em busca de um modelo que seja melhor para o país e de trabalhar para que as distâncias que existem sejam minimizadas", afirmou no evento Aléssio Costa Lima, da Undime, entidade que representa os dirigentes municipais de educação. "Diferentemente das críticas de quem diz que a base engessa, vemos a base como espaço de flexibilidade para que seja contemplada a cultura regional", completa. Apesar do pouco tempo para análise, especialistas veem pontos positivos nas mudanças apresentadas nesta terça-feira. Para Alice Andrés, do Movimento Pela Base, a nova organização do documento traz avanços, como maior foco na integração das disciplinas e no desenvolvimento do aluno. Outras alterações ainda precisam ser analisadas, afirma. "À primeira vista, tudo indica que estamos no rumo correto", diz. Presente no encontro, o ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, defendeu as mudanças no ensino médio. "Temos hoje no ensino médio um problema de evasão. Enquanto no fundamental 1 e 2 já conseguimos garantir que a grande maioria esteja na escola, no ensino médio temos problemas de matrícula, permanência, conclusão e de qualidade", diz. "Me parece muito importante que ao terminar o ensino médio os alunos estejam capacitados para entrar no ensino profissional e para viverem como cidadãos", afirma, em referência também aos conteúdos de ciências humanas.
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Restaurar móveis e usar espelhos são opções para renovar a sala; veja mais dicas
MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quer economizar na decoração? Restaurar móveis existentes, incluindo fazer a pintura de cadeiras e a trocar o tecido do sofá, são dicas para dar nova cara ao ambiente. Confira outras sugestões para renovar o espaço. 1. Renovar a pintura é uma das táticas mais aplicadas —e uma das mais eficientes. Para enriquecer ainda mais o ambiente, crie contraste de cores entre o forro e as paredes 2. O papel de parede é uma ótima saída para quem quer evitar sujeira e gastos com mão de obra. "Dá para mudar a cara de uma sala em quatro horas", diz Fábio Bouillet, do Artis Design+ 3. Colocar espelho em uma das paredes é outro recurso interessante: o objeto ajuda a ampliar o ambiente e a transformar rapidamente o cômodo 4. Invista em luminárias: elas mudam o visual do ambiente e criam "cenas", como um cantinho novo. Lâmpadas com tons mais quentes dão mais aconchego 5. Um estudo de layout confirma se a distribuição das peças está adequada para não prejudicar a circulação. Um sofá de três lugares pode ser substituído por um de dois e uma poltrona, acomodando o mesmo número de pessoas de maneira mais flexível 6. Outra saída para economizar na decoração é restaurar móveis existentes, como a pintura de cadeiras e a troca do tecido do sofá 7. Troque os acabamentos elétricos de interruptores e tomadas. É um recurso rápido, que atualiza bastante o visual de um imóvel mais antigo 8. O rodapé valoriza a pintura e o piso. Escolha modelos prontos de poliestireno ou MDF. Eles dispensam pintura e ajudam a economizar tempo e dinheiro 9. Enjoou do sofá? Troque as almofadas, escolhendo modelos estampados ou de cores fortes, que criem contraste com o móvel 10. Para renovar o piso: raspagem e aplicação de resina em pisos de madeira ou instalação de piso vinílico ou laminado 11. Há tapetes para todos os gostos e bolsos, e a escolha de uma peça marcante vai transformar o ambiente, além de acrescentar uma nova textura na decoração 12. Em vez de comprar móveis, uma dica é promover a troca de peças entre os ambientes. Exemplo: colocar a poltrona do quarto na sala
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Restaurar móveis e usar espelhos são opções para renovar a sala; veja mais dicasMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quer economizar na decoração? Restaurar móveis existentes, incluindo fazer a pintura de cadeiras e a trocar o tecido do sofá, são dicas para dar nova cara ao ambiente. Confira outras sugestões para renovar o espaço. 1. Renovar a pintura é uma das táticas mais aplicadas —e uma das mais eficientes. Para enriquecer ainda mais o ambiente, crie contraste de cores entre o forro e as paredes 2. O papel de parede é uma ótima saída para quem quer evitar sujeira e gastos com mão de obra. "Dá para mudar a cara de uma sala em quatro horas", diz Fábio Bouillet, do Artis Design+ 3. Colocar espelho em uma das paredes é outro recurso interessante: o objeto ajuda a ampliar o ambiente e a transformar rapidamente o cômodo 4. Invista em luminárias: elas mudam o visual do ambiente e criam "cenas", como um cantinho novo. Lâmpadas com tons mais quentes dão mais aconchego 5. Um estudo de layout confirma se a distribuição das peças está adequada para não prejudicar a circulação. Um sofá de três lugares pode ser substituído por um de dois e uma poltrona, acomodando o mesmo número de pessoas de maneira mais flexível 6. Outra saída para economizar na decoração é restaurar móveis existentes, como a pintura de cadeiras e a troca do tecido do sofá 7. Troque os acabamentos elétricos de interruptores e tomadas. É um recurso rápido, que atualiza bastante o visual de um imóvel mais antigo 8. O rodapé valoriza a pintura e o piso. Escolha modelos prontos de poliestireno ou MDF. Eles dispensam pintura e ajudam a economizar tempo e dinheiro 9. Enjoou do sofá? Troque as almofadas, escolhendo modelos estampados ou de cores fortes, que criem contraste com o móvel 10. Para renovar o piso: raspagem e aplicação de resina em pisos de madeira ou instalação de piso vinílico ou laminado 11. Há tapetes para todos os gostos e bolsos, e a escolha de uma peça marcante vai transformar o ambiente, além de acrescentar uma nova textura na decoração 12. Em vez de comprar móveis, uma dica é promover a troca de peças entre os ambientes. Exemplo: colocar a poltrona do quarto na sala
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Leitores divergem sobre postura do juiz Sergio Moro
Parabéns à Folha pelo editorial Protagonismo perigoso. Neste momento em que o país sofre com a instabilidade política, a voz serena do jornal contribui para uma saída que passa pela união do povo brasileiro. OVÍDIO CARLOS DE BRITO (São Paulo, SP) * Ives Gandra Martins e Hamilton Dias de Souza (Lula ministro, para quê? ), ao embalo da notória rivalidade que nutrem contra o partido da presidente, dão por esquecido que o princípio da imparcialidade de um juiz é uma garantia de justiça para as partes e uma garantia constitucional. É simples, até para os que não fazem parte do mundo jurídico. INES VIEIRA LOPES (Campinas, SP) * É uma lástima que Sergio Moro, numa atitude precipitada e espalhafatosa, comprometa a imagem de seriedade da Lava Jato e, dessa forma, contribua para jogar fora uma oportunidade histórica de passar o país a limpo no que se refere à corrupção. CARLOS ALBERTO LOPES NEVES (Porto Alegre, RS) * Em O suicídio da Lava Jato, Vladimir Safatle atribui a Sergio Moro um "crime grave", sustentando que "não há absolutamente nada que justifique o desrespeito à inviolabilidade da comunicação entre cliente e advogado". Ao contrário do que parece, essa inviolabilidade não é absoluta e pode ser quebrada, sim, por juiz diante de indícios de autoria e materialidade da prática de crime, inclusive para averiguar condutas criminosas de que sejam partícipes o advogado e seu cliente. Para evitar tamanha inversão dos papéis, bastava ao colunista ler o artigo 7º do Estatuto da Advocacia (com atenção ao inciso 2 e parágrafos 6º e 7º, criados em lei de 2008, sancionada pelo então presidente da República). FABIO DA ROCHA GENTILE, advogado e sócio do BGR Advogados (São Paulo, SP) * Lembro a Vladimir Safatle que os motivos de Moro podem até serem discutidos. O conteúdo das interceptações, não. THIAGO PASTORI (São Paulo, SP) * Nossa frágil democracia, na prática, só funciona com revelações de impacto como as desta semana. Com isso caem as farsas, os jogos de palavras. A população e principalmente a imprensa, tem uma responsabilidade vital neste momento de nosso país, para não deixar escapar a oportunidade de limparmos os corruptos, de qualquer partido. CLÁUDIO FERRO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores divergem sobre postura do juiz Sergio MoroParabéns à Folha pelo editorial Protagonismo perigoso. Neste momento em que o país sofre com a instabilidade política, a voz serena do jornal contribui para uma saída que passa pela união do povo brasileiro. OVÍDIO CARLOS DE BRITO (São Paulo, SP) * Ives Gandra Martins e Hamilton Dias de Souza (Lula ministro, para quê? ), ao embalo da notória rivalidade que nutrem contra o partido da presidente, dão por esquecido que o princípio da imparcialidade de um juiz é uma garantia de justiça para as partes e uma garantia constitucional. É simples, até para os que não fazem parte do mundo jurídico. INES VIEIRA LOPES (Campinas, SP) * É uma lástima que Sergio Moro, numa atitude precipitada e espalhafatosa, comprometa a imagem de seriedade da Lava Jato e, dessa forma, contribua para jogar fora uma oportunidade histórica de passar o país a limpo no que se refere à corrupção. CARLOS ALBERTO LOPES NEVES (Porto Alegre, RS) * Em O suicídio da Lava Jato, Vladimir Safatle atribui a Sergio Moro um "crime grave", sustentando que "não há absolutamente nada que justifique o desrespeito à inviolabilidade da comunicação entre cliente e advogado". Ao contrário do que parece, essa inviolabilidade não é absoluta e pode ser quebrada, sim, por juiz diante de indícios de autoria e materialidade da prática de crime, inclusive para averiguar condutas criminosas de que sejam partícipes o advogado e seu cliente. Para evitar tamanha inversão dos papéis, bastava ao colunista ler o artigo 7º do Estatuto da Advocacia (com atenção ao inciso 2 e parágrafos 6º e 7º, criados em lei de 2008, sancionada pelo então presidente da República). FABIO DA ROCHA GENTILE, advogado e sócio do BGR Advogados (São Paulo, SP) * Lembro a Vladimir Safatle que os motivos de Moro podem até serem discutidos. O conteúdo das interceptações, não. THIAGO PASTORI (São Paulo, SP) * Nossa frágil democracia, na prática, só funciona com revelações de impacto como as desta semana. Com isso caem as farsas, os jogos de palavras. A população e principalmente a imprensa, tem uma responsabilidade vital neste momento de nosso país, para não deixar escapar a oportunidade de limparmos os corruptos, de qualquer partido. CLÁUDIO FERRO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Grupo faz bicicletada para protestar contra suspensão das ciclovias em SP
"Retrocesso", "perplexidade" e "indignação" foram algumas das palavras usadas por ciclistas, que se reuniram numa "bicicletada" na noite da última sexta-feira (27), para se referir à decisão da Justiça de suspender as obras das ciclovias em São Paulo.
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Grupo faz bicicletada para protestar contra suspensão das ciclovias em SP"Retrocesso", "perplexidade" e "indignação" foram algumas das palavras usadas por ciclistas, que se reuniram numa "bicicletada" na noite da última sexta-feira (27), para se referir à decisão da Justiça de suspender as obras das ciclovias em São Paulo.
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Gabriel Jesus viaja com o City, mas Guardiola despista sobre escalação
O retorno de Gabriel Jesus pode estar próximo. Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (21), o técnico Pep Guardiola confirmou que o brasileiro viajará com o elenco do Manchester City para a partida contra o Arsenal, marcada para domingo (23), às 11h, pela semifinal da Copa da Inglaterra. Apesar de confirmar que o atacante viaja com o elenco, o treinador, porém, despistou se ele será relacionado para o duelo. "Ele está muito melhor. Hoje [sexta-feira] fez parte do treino. Ele está voltando com sua alegria e estamos muito felizes que ele está voltando. Todo o elenco vai viajar como um grupo para Wembley, então ele fará parte disso. Depois, vamos ver como será". Guardiola, inclusive, não descartou começar com Gabriel Jesus entre os titulares da equipe. "Depois do jantar vou decidir a equipe que joga". Gabriel Jesus não entra em campo desde 13 de fevereiro. Na ocasião, o atacante fraturou o quinto metatarso durante a partida contra o Bournemouth. Ele foi operado três dias depois. Arsenal e Manchester City se enfrentarão pela semifinal da Copa da Inglaterra. A partida acontecerá no domingo (23), às 11h (de Brasília).
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Gabriel Jesus viaja com o City, mas Guardiola despista sobre escalaçãoO retorno de Gabriel Jesus pode estar próximo. Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (21), o técnico Pep Guardiola confirmou que o brasileiro viajará com o elenco do Manchester City para a partida contra o Arsenal, marcada para domingo (23), às 11h, pela semifinal da Copa da Inglaterra. Apesar de confirmar que o atacante viaja com o elenco, o treinador, porém, despistou se ele será relacionado para o duelo. "Ele está muito melhor. Hoje [sexta-feira] fez parte do treino. Ele está voltando com sua alegria e estamos muito felizes que ele está voltando. Todo o elenco vai viajar como um grupo para Wembley, então ele fará parte disso. Depois, vamos ver como será". Guardiola, inclusive, não descartou começar com Gabriel Jesus entre os titulares da equipe. "Depois do jantar vou decidir a equipe que joga". Gabriel Jesus não entra em campo desde 13 de fevereiro. Na ocasião, o atacante fraturou o quinto metatarso durante a partida contra o Bournemouth. Ele foi operado três dias depois. Arsenal e Manchester City se enfrentarão pela semifinal da Copa da Inglaterra. A partida acontecerá no domingo (23), às 11h (de Brasília).
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'Se a internet é uma droga, é melhor que antidepressivo', diz psicanalista
A grande virada dos tempos contemporâneos é marcada por uma forte crise da democracia e do individualismo. As turbulências globalizadas ameaçam a Europa com desvios totalitários em meio ao descrédito na política tradicional e ao sentimento de perda de representação social. Há um crescente anseio por mudanças, mas de rumo incerto. Este é o diagnóstico resumido da psicanalista e historiadora Elisabeth Roudinesco ao analisar o homem deste conturbado início de século. A francesa é a convidada de setembro do Fronteiras do Pensamento 2016 e aproveitará para lançar no país a edição brasileira de sua biografia de Sigmund Freud (ed. Zahar), minucioso estudo de cerca de 600 páginas no qual define o pai da psicanálise como "conservador rebelde" e criador de uma "revolução simbólica" em perpétuo movimento. Leia abaixo trechos da entrevista, feita no apartamento da psicanalista, em Paris. * Folha - Para a senhora, não se pode falar em evolução da psicanálise, mas de "rearranjos" em função das mudanças na sociedade. Elisabeth Roudinesco - A psicanálise não é uma disciplina científica, no sentido das ciências da natureza. Também não é uma ciência suscetível de progressos como a medicina. Hoje não se cura doença como se fazia na época de Hipócrates. No domínio do psiquismo, não há progresso da ciência. É a razão pela qual se pode sempre voltar aos textos fundadores. Por outro lado, surgiram psicotrópicos e remédios, que não são um progresso em si, pois nunca curaram loucura nem neuroses. Os loucos passaram do asilo à vida na cidade. Não temos curas, mas rearranjos. Qual é o futuro do tratamento psiquiátrico químico? Com a química, acreditou-se que havia progresso, que doenças psíquicas seriam erradicadas. Mas elas são apenas tratadas de modo diferente. É melhor ter remédios do que hospícios? Sim, mas é um progresso social, não científico. Após 40 anos, a ilusão da química está sendo contestada pelos próprios pacientes. A sra. critica um certo emburrecimento dos psicanalistas. Não foi por acaso que abandonei a prática clínica e me tornei historiadora. Hoje, a cultura psicanalítica, o estudo dos textos, não são mais os psicanalistas que fazem. Eles desertaram para publicar casos clínicos. Os estudos quem faz são filósofos, literatos, historiadores. Este fenômeno é mais evidente nos EUA e na Europa, e menos no Brasil. Por que menos no Brasil? Os psicanalistas brasileiros são ecléticos, menos dogmáticos. A ausência no Brasil de um grande pensamento ordenado resultou em algo mais positivo. Há 30 anos, os psicanalistas franceses viajavam ao Brasil como colonizadores. E sofreram um terrível golpe, porque hoje os brasileiros são melhores que eles. Qual é, na sua opinião, a grande virada dos novos tempos? É a crise atual da democracia. O fim do comunismo, em 1989, deu esperança ao liberalismo, que se tornou o sistema dominante, com a ideia de que o indivíduo se basta a si mesmo. Isso acabou em 2008, na crise financeira. Percebeu-se que as desigualdades cresciam e que a economia financeira criava condições para sua própria destruição. Veio a era das dúvidas. E uma renovação religiosa terrível no mundo, contestação obscurantista do liberalismo. Como vamos sair disso? Não sei. Como a sra. percebe a velocidade das mudanças hoje? Sou muito favorável à internet. Todas as novas tecnologias nos acrescentam muito. Mas é preciso educação e inteligência para fazer a triagem diante da tela. A ideia de curas no meio do mato sem internet e televisão é algo ridículo. Não se deve responsabilizar máquinas por nossas escolhas. E a ideia de que minha tela é uma droga é formidável. Se é uma droga, é melhor que álcool e remédios. Hoje, em hospitais psiquiátricos e asilos para idosos, se proíbe internet. É um horror. Tiram a única droga importante, melhor que os antidepressivos. São os excessos delirantes de nossa sociedade. Que outros excessos a sra. vê? No combate ao sofrimento animal, com o que concordo, o veganismo é delirante. Não consumir produtos de origem animal? É um fanatismo perigoso. A lógica é ainda mais débil porque somos animais, então um bebê não poderia ser amamentado, pois o leite vem de um animal. Uma ejaculação é o mesmo. Também não podemos matar animais perigosos, ratos, escorpiões. É um novo fanatismo. Mudar de hábitos é mais difícil hoje? Não é mais difícil. A questão é que, ao se viver uma mudança, não se sabe onde ela pode dar. Maio de 68 não foi uma revolução, mas uma adaptação social diante de instituições arcaicas. No fundo, isso se repete. Por trás de Maio de 68 havia a contestação da Guerra do Vietnã, a descolonização e a ideia de que devíamos parar de agir como polícia no mundo inteiro. Hoje, temos o retorno do religioso, a globalização. Mas não creio que seja revolução. E se houver uma, será um golpe de Estado fascista, isso que é terrível. Não tínhamos fascismo em 68. Hoje, há demanda por mudança, mas uma extrema direita com 30% de intenções de voto. E em relação à mudança de hábitos, pessoais? As gerações de hoje querem famílias, um pouco de ordem. Os homossexuais entraram na ordem. Imbecis hostis ao casamento gay não entendem que se trata de uma demanda liberal. Não tem a ver com revolução de esquerda. É uma adaptação de velhas instituições a novos costumes, como Maio de 68. E o indivíduo no meio disso? Se o indivíduo não tem ideal coletivo, não é nada. Liberdade individual não basta. O chamado "Freud bashing", onda de ataques à vida e à obra de Freud, acabou? Sim, mas vamos ter um novo "Freud bashing", mais suave. Será uma tentativa de eliminar a aventura intelectual, de afogá-la no cientificismo. O "Freud bashing" surgiu em parte porque se fez da psicanálise um imperialismo do sentido. Não se pode fazer ditaduras de pensamento. Houve o mesmo contra Darwin, Einstein, Marx. Sempre que um pensador muda o olhar do homem sobre si mesmo, e é o caso de Freud, há uma recorrente vontade de destruí-lo. Fronteiras do Pensamento
ilustrada
'Se a internet é uma droga, é melhor que antidepressivo', diz psicanalistaA grande virada dos tempos contemporâneos é marcada por uma forte crise da democracia e do individualismo. As turbulências globalizadas ameaçam a Europa com desvios totalitários em meio ao descrédito na política tradicional e ao sentimento de perda de representação social. Há um crescente anseio por mudanças, mas de rumo incerto. Este é o diagnóstico resumido da psicanalista e historiadora Elisabeth Roudinesco ao analisar o homem deste conturbado início de século. A francesa é a convidada de setembro do Fronteiras do Pensamento 2016 e aproveitará para lançar no país a edição brasileira de sua biografia de Sigmund Freud (ed. Zahar), minucioso estudo de cerca de 600 páginas no qual define o pai da psicanálise como "conservador rebelde" e criador de uma "revolução simbólica" em perpétuo movimento. Leia abaixo trechos da entrevista, feita no apartamento da psicanalista, em Paris. * Folha - Para a senhora, não se pode falar em evolução da psicanálise, mas de "rearranjos" em função das mudanças na sociedade. Elisabeth Roudinesco - A psicanálise não é uma disciplina científica, no sentido das ciências da natureza. Também não é uma ciência suscetível de progressos como a medicina. Hoje não se cura doença como se fazia na época de Hipócrates. No domínio do psiquismo, não há progresso da ciência. É a razão pela qual se pode sempre voltar aos textos fundadores. Por outro lado, surgiram psicotrópicos e remédios, que não são um progresso em si, pois nunca curaram loucura nem neuroses. Os loucos passaram do asilo à vida na cidade. Não temos curas, mas rearranjos. Qual é o futuro do tratamento psiquiátrico químico? Com a química, acreditou-se que havia progresso, que doenças psíquicas seriam erradicadas. Mas elas são apenas tratadas de modo diferente. É melhor ter remédios do que hospícios? Sim, mas é um progresso social, não científico. Após 40 anos, a ilusão da química está sendo contestada pelos próprios pacientes. A sra. critica um certo emburrecimento dos psicanalistas. Não foi por acaso que abandonei a prática clínica e me tornei historiadora. Hoje, a cultura psicanalítica, o estudo dos textos, não são mais os psicanalistas que fazem. Eles desertaram para publicar casos clínicos. Os estudos quem faz são filósofos, literatos, historiadores. Este fenômeno é mais evidente nos EUA e na Europa, e menos no Brasil. Por que menos no Brasil? Os psicanalistas brasileiros são ecléticos, menos dogmáticos. A ausência no Brasil de um grande pensamento ordenado resultou em algo mais positivo. Há 30 anos, os psicanalistas franceses viajavam ao Brasil como colonizadores. E sofreram um terrível golpe, porque hoje os brasileiros são melhores que eles. Qual é, na sua opinião, a grande virada dos novos tempos? É a crise atual da democracia. O fim do comunismo, em 1989, deu esperança ao liberalismo, que se tornou o sistema dominante, com a ideia de que o indivíduo se basta a si mesmo. Isso acabou em 2008, na crise financeira. Percebeu-se que as desigualdades cresciam e que a economia financeira criava condições para sua própria destruição. Veio a era das dúvidas. E uma renovação religiosa terrível no mundo, contestação obscurantista do liberalismo. Como vamos sair disso? Não sei. Como a sra. percebe a velocidade das mudanças hoje? Sou muito favorável à internet. Todas as novas tecnologias nos acrescentam muito. Mas é preciso educação e inteligência para fazer a triagem diante da tela. A ideia de curas no meio do mato sem internet e televisão é algo ridículo. Não se deve responsabilizar máquinas por nossas escolhas. E a ideia de que minha tela é uma droga é formidável. Se é uma droga, é melhor que álcool e remédios. Hoje, em hospitais psiquiátricos e asilos para idosos, se proíbe internet. É um horror. Tiram a única droga importante, melhor que os antidepressivos. São os excessos delirantes de nossa sociedade. Que outros excessos a sra. vê? No combate ao sofrimento animal, com o que concordo, o veganismo é delirante. Não consumir produtos de origem animal? É um fanatismo perigoso. A lógica é ainda mais débil porque somos animais, então um bebê não poderia ser amamentado, pois o leite vem de um animal. Uma ejaculação é o mesmo. Também não podemos matar animais perigosos, ratos, escorpiões. É um novo fanatismo. Mudar de hábitos é mais difícil hoje? Não é mais difícil. A questão é que, ao se viver uma mudança, não se sabe onde ela pode dar. Maio de 68 não foi uma revolução, mas uma adaptação social diante de instituições arcaicas. No fundo, isso se repete. Por trás de Maio de 68 havia a contestação da Guerra do Vietnã, a descolonização e a ideia de que devíamos parar de agir como polícia no mundo inteiro. Hoje, temos o retorno do religioso, a globalização. Mas não creio que seja revolução. E se houver uma, será um golpe de Estado fascista, isso que é terrível. Não tínhamos fascismo em 68. Hoje, há demanda por mudança, mas uma extrema direita com 30% de intenções de voto. E em relação à mudança de hábitos, pessoais? As gerações de hoje querem famílias, um pouco de ordem. Os homossexuais entraram na ordem. Imbecis hostis ao casamento gay não entendem que se trata de uma demanda liberal. Não tem a ver com revolução de esquerda. É uma adaptação de velhas instituições a novos costumes, como Maio de 68. E o indivíduo no meio disso? Se o indivíduo não tem ideal coletivo, não é nada. Liberdade individual não basta. O chamado "Freud bashing", onda de ataques à vida e à obra de Freud, acabou? Sim, mas vamos ter um novo "Freud bashing", mais suave. Será uma tentativa de eliminar a aventura intelectual, de afogá-la no cientificismo. O "Freud bashing" surgiu em parte porque se fez da psicanálise um imperialismo do sentido. Não se pode fazer ditaduras de pensamento. Houve o mesmo contra Darwin, Einstein, Marx. Sempre que um pensador muda o olhar do homem sobre si mesmo, e é o caso de Freud, há uma recorrente vontade de destruí-lo. Fronteiras do Pensamento
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Convocada dois dias antes de viagem, brasileira vibra com ouros na ginástica
A equipe brasileira de ginástica rítmica embarcaria no sábado retrasado (11) para o Pan de Toronto, mas não passava pela cabeça de Morgana Gmach disputar o evento. Reserva do conjunto, ela estava conformada em assisti-lo pela televisão. Na quinta (9), seu telefone tocou em meio a treinamentos em Aracaju, onde se baseia o time permanente. "Você vai para o Pan", escutou. A capitã brasileira, Débora Falda, havia acabado de sofrer uma lesão e estava fora de Toronto. "Arrumei as malas às pressas. Trouxe pouca roupa, praticamente peguei só o que tinha pela frente. Mas, é claro, fiquei empolgada", contou. Morgana viajou com a equipe, e, para quem não tinha expectativa alguma, o Pan saiu melhor que a encomenda. Ela e o conjunto nacional faturaram dois ouros e uma prata nas finais por equipamentos e na geral que disputaram. "Saí mais do que no lucro. E nosso desempenho foi melhor do que o esperado", afirmou a paranaense de 21 anos, natural de Toledo. Ciente da dor por que passou Débora, capitã até a véspera do Pan, a equipe brasileira a presenteou com uma mascote do evento. Mas Morgana não abre mão da medalha. "Fizemos uma homenagem e demos um presente. Mas da medalha não dá para abrir mão, né?", disse, aos risos. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Convocada dois dias antes de viagem, brasileira vibra com ouros na ginásticaA equipe brasileira de ginástica rítmica embarcaria no sábado retrasado (11) para o Pan de Toronto, mas não passava pela cabeça de Morgana Gmach disputar o evento. Reserva do conjunto, ela estava conformada em assisti-lo pela televisão. Na quinta (9), seu telefone tocou em meio a treinamentos em Aracaju, onde se baseia o time permanente. "Você vai para o Pan", escutou. A capitã brasileira, Débora Falda, havia acabado de sofrer uma lesão e estava fora de Toronto. "Arrumei as malas às pressas. Trouxe pouca roupa, praticamente peguei só o que tinha pela frente. Mas, é claro, fiquei empolgada", contou. Morgana viajou com a equipe, e, para quem não tinha expectativa alguma, o Pan saiu melhor que a encomenda. Ela e o conjunto nacional faturaram dois ouros e uma prata nas finais por equipamentos e na geral que disputaram. "Saí mais do que no lucro. E nosso desempenho foi melhor do que o esperado", afirmou a paranaense de 21 anos, natural de Toledo. Ciente da dor por que passou Débora, capitã até a véspera do Pan, a equipe brasileira a presenteou com uma mascote do evento. Mas Morgana não abre mão da medalha. "Fizemos uma homenagem e demos um presente. Mas da medalha não dá para abrir mão, né?", disse, aos risos. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Vice brasileiro isola o São Paulo na ponta do Ranking Folha 2014
O São Paulo não conseguiu o título brasileiro, parou nas semifinais da Sul-Americana, fechou o segundo ano consecutivo sem taça e, mesmo assim, voltou a se isolar na liderança do Ranking Folha. O vice da Série A deu 15 pontos ao time e foi suficiente para fazê-lo se descolar do Flamengo, com quem estava empatado em 2013 –o clube do Rio ganhou dez pontos pela conquista do Estadual. O São Paulo lidera o levantamento desde 2005, ano em que foi campeão paulista, da Libertadores e do Mundial. Embora não tenham conseguido mudar suas posições no ranking, os times de Minas Gerais foram os que mais pontuaram na temporada. O Cruzeiro esteve perto da "tríplice coroa": levou o Estadual e o bi nacional, foi vice da Copa do Brasil e se aproximou do top 5. Está na mesma sexta posição de 2013, mas a distância para o Santos caiu de 61 para 26 pontos. Já o Atlético-MG, 11º colocado, bateu o arquirrival na final da Copa do Brasil, foi vice mineiro, ganhou o único título internacional do país no ano (a Recopa Sul-Americana) e diminuiu de 90 para 67 pontos a desvantagem em relação ao Fluminense, o 10º. O Ranking Folha, publicado desde 1996, é uma classificação histórica do desempenho dos times brasileiros. Ele distribui pontos por títulos estaduais, regionais, nacionais ou internacionais. Torneios de divisões inferiores não são considerados. O ranking de 2014 tem 35 clubes. Para figurar nele, uma equipe tem de ter ao menos um título ou vice nacional ou internacional, o que explica por que o Ituano levou o Paulista, mas não está na lista. Diferente de 2013, quando a Ponte Preta passou a integrar o ranking após ser vice da Sul-Americana, não há estreante nesta temporada. DECISÃO DA FIFA FAZ PALMEIRAS SUBIR O Palmeiras subiu uma posição no Ranking Folha (de 4º para 3º lugar) porque em 2014 a Fifa reconheceu o título da Copa Rio, de 1951, como o "primeiro campeonato mundial de clubes" –oito times, sendo seis estrangeiros, participaram. A Fifa, no entanto, fez distinção entre este título e o Mundial de Clubes organizado por ela desde 2000. A Folha decidiu atribuir ao título a mesma pontuação do Torneio Intercontinental (30), que reunia campeões da América do Sul e da Europa. O Mundial de Clubes distribui 40 pontos.
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Vice brasileiro isola o São Paulo na ponta do Ranking Folha 2014O São Paulo não conseguiu o título brasileiro, parou nas semifinais da Sul-Americana, fechou o segundo ano consecutivo sem taça e, mesmo assim, voltou a se isolar na liderança do Ranking Folha. O vice da Série A deu 15 pontos ao time e foi suficiente para fazê-lo se descolar do Flamengo, com quem estava empatado em 2013 –o clube do Rio ganhou dez pontos pela conquista do Estadual. O São Paulo lidera o levantamento desde 2005, ano em que foi campeão paulista, da Libertadores e do Mundial. Embora não tenham conseguido mudar suas posições no ranking, os times de Minas Gerais foram os que mais pontuaram na temporada. O Cruzeiro esteve perto da "tríplice coroa": levou o Estadual e o bi nacional, foi vice da Copa do Brasil e se aproximou do top 5. Está na mesma sexta posição de 2013, mas a distância para o Santos caiu de 61 para 26 pontos. Já o Atlético-MG, 11º colocado, bateu o arquirrival na final da Copa do Brasil, foi vice mineiro, ganhou o único título internacional do país no ano (a Recopa Sul-Americana) e diminuiu de 90 para 67 pontos a desvantagem em relação ao Fluminense, o 10º. O Ranking Folha, publicado desde 1996, é uma classificação histórica do desempenho dos times brasileiros. Ele distribui pontos por títulos estaduais, regionais, nacionais ou internacionais. Torneios de divisões inferiores não são considerados. O ranking de 2014 tem 35 clubes. Para figurar nele, uma equipe tem de ter ao menos um título ou vice nacional ou internacional, o que explica por que o Ituano levou o Paulista, mas não está na lista. Diferente de 2013, quando a Ponte Preta passou a integrar o ranking após ser vice da Sul-Americana, não há estreante nesta temporada. DECISÃO DA FIFA FAZ PALMEIRAS SUBIR O Palmeiras subiu uma posição no Ranking Folha (de 4º para 3º lugar) porque em 2014 a Fifa reconheceu o título da Copa Rio, de 1951, como o "primeiro campeonato mundial de clubes" –oito times, sendo seis estrangeiros, participaram. A Fifa, no entanto, fez distinção entre este título e o Mundial de Clubes organizado por ela desde 2000. A Folha decidiu atribuir ao título a mesma pontuação do Torneio Intercontinental (30), que reunia campeões da América do Sul e da Europa. O Mundial de Clubes distribui 40 pontos.
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Na Campus Party, máquinas 'tunadas' até batem asas
Sobre uma bancada da Campus Party, um acampamento de tecnologia com palestras e workshops que começou nesta terça-feira (26) e vai até domingo (31) em São Paulo, repousa um enorme Goku, personagem do desenho animado "Dragon Ball Z". Trata-se de um casemod, um gabinete de computador personalizado, montado do zero pelo analista de suporte Emerson Pedroso, 23. Ele trabalhou principalmente com materiais recicláveis, como massa biscuit e tinta acrílica para criar o computador de quase 1 metro de altura em formato de Goku. A brincadeira custou cerca de R$ 600, valor bem abaixo da média dos outros casemods que são trazidos para a Campus Party para participar de uma competição que elege o melhor de todos –o vencedor costuma ganhar um ingresso para a próxima edição, um troféu e um prêmio simbólico, além do título, é claro. As máquinas custam normalmente entre R$ 3.000 e R$ 4.000 para serem confeccionadas. Emerson veio sozinho e sem patrocínio –diferentemente de outros participantes que compõem equipes profissionais. "Ano passado trouxe um Charizard [personagem de Pokemón] que custou R$ 4.800 e ficou em terceiro lugar na competição. Neste ano quis fazer algo com menos recursos", contou. A paixão de Emerson, que veio de Rondanópolis (MT), por casemods começou na Campus Party de 2013. "Eu vi a facilidade que era mexer com robótica e decidi que precisava aprender a fazer aquilo também". Hoje ele tem também um canal no YouTube chamado Oficina DIY (sigla em inglês para Do It Yourself, faça você mesmo), onde já ensinou até a criar um capacitador de fluxo, da série "De Volta para o Futuro". Foi também na Campus Party que Emerson conheceu outro apaixonado por casemodding, Alexandre Ferreira de Souza, 41, que monta seu próprio casemod a duas bancadas do colega. Trata-se de uma criatura de 2,20 metros de altura por 6 metros de largura (com as asas abertas). O animatrônico de Alexandre –que usa robótica para movimentar as asas, acionadas pelo celular ou pelo tablet– foi inspirado em um personagem da série "Gundam", desenho animado japonês que passava na extinta TV Manchete. Auxiliado pela mãe e assistido de perto pelo filho, Rafael, 8, Alexandre encaixava as peças finais na máquina. Ele investiu quase quatro meses e R$ 3.000 do próprio bolso para completar a montagem e trazer seu Gundam para sua décima Campus Party –ele compareceu em todas as edições de São Paulo e uma em Recife. "Eu sou hiperativo, se eu não estou criando alguma coisa, eu passo mal", conta Alexandre, que no ano passado trouxe um casemod em formato de Homem de Ferro, seu maior sucesso até agora e que o levou a dar várias palestras sobre robótica pelo Brasil. Como Alexandre, os amigos Rafael Da Hora (quinta Campus Party), 24, e Luan Maia (terceira Campus Party) também se inspiraram em desenhos antigos para criar seu casemod. Como hobby, criaram um "robô computador" feito à imagem de Megas, do desenho Megas XLR, que passava no Cartoon Network. "Foi o primeiro desenho com robôs que eu assisti", conta Luan. O casemod foi todo feito à mão, sem patrocínio e tem até um sistema de som automotivo que toca músicas. "No desenho, falava que ele era como um carro e todo carro que se preze tem um sistema de som", diz Rafael. EM FAMÍLIA Alexandre não foi o único a trazer toda uma caravana familiar para a Campus Party. A fotógrafa Débora Rodrigues de Jesus, 28, também veio acompanhada de marido, sobrinho e até de sua filha, Lilith, de quatro meses. O marido também faz computadores personalizados, o sobrinho ajuda a pintar os casemods e, por enquanto somente sua Lilith escapa do trabalho e descansa tranquila em um carrinho de bebê. Fã de "tudo quando é game", Débora começou a montar computadores personalizados por diversão, influenciada pelo marido, que é técnico de TI. Eles fazem parte da equipe Cooler Master e já ganharam a competição mais de uma vez, inclusive o campeonato mundial. Ela conta que cada computador, depois de pronto, chega a valer em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil.
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Na Campus Party, máquinas 'tunadas' até batem asasSobre uma bancada da Campus Party, um acampamento de tecnologia com palestras e workshops que começou nesta terça-feira (26) e vai até domingo (31) em São Paulo, repousa um enorme Goku, personagem do desenho animado "Dragon Ball Z". Trata-se de um casemod, um gabinete de computador personalizado, montado do zero pelo analista de suporte Emerson Pedroso, 23. Ele trabalhou principalmente com materiais recicláveis, como massa biscuit e tinta acrílica para criar o computador de quase 1 metro de altura em formato de Goku. A brincadeira custou cerca de R$ 600, valor bem abaixo da média dos outros casemods que são trazidos para a Campus Party para participar de uma competição que elege o melhor de todos –o vencedor costuma ganhar um ingresso para a próxima edição, um troféu e um prêmio simbólico, além do título, é claro. As máquinas custam normalmente entre R$ 3.000 e R$ 4.000 para serem confeccionadas. Emerson veio sozinho e sem patrocínio –diferentemente de outros participantes que compõem equipes profissionais. "Ano passado trouxe um Charizard [personagem de Pokemón] que custou R$ 4.800 e ficou em terceiro lugar na competição. Neste ano quis fazer algo com menos recursos", contou. A paixão de Emerson, que veio de Rondanópolis (MT), por casemods começou na Campus Party de 2013. "Eu vi a facilidade que era mexer com robótica e decidi que precisava aprender a fazer aquilo também". Hoje ele tem também um canal no YouTube chamado Oficina DIY (sigla em inglês para Do It Yourself, faça você mesmo), onde já ensinou até a criar um capacitador de fluxo, da série "De Volta para o Futuro". Foi também na Campus Party que Emerson conheceu outro apaixonado por casemodding, Alexandre Ferreira de Souza, 41, que monta seu próprio casemod a duas bancadas do colega. Trata-se de uma criatura de 2,20 metros de altura por 6 metros de largura (com as asas abertas). O animatrônico de Alexandre –que usa robótica para movimentar as asas, acionadas pelo celular ou pelo tablet– foi inspirado em um personagem da série "Gundam", desenho animado japonês que passava na extinta TV Manchete. Auxiliado pela mãe e assistido de perto pelo filho, Rafael, 8, Alexandre encaixava as peças finais na máquina. Ele investiu quase quatro meses e R$ 3.000 do próprio bolso para completar a montagem e trazer seu Gundam para sua décima Campus Party –ele compareceu em todas as edições de São Paulo e uma em Recife. "Eu sou hiperativo, se eu não estou criando alguma coisa, eu passo mal", conta Alexandre, que no ano passado trouxe um casemod em formato de Homem de Ferro, seu maior sucesso até agora e que o levou a dar várias palestras sobre robótica pelo Brasil. Como Alexandre, os amigos Rafael Da Hora (quinta Campus Party), 24, e Luan Maia (terceira Campus Party) também se inspiraram em desenhos antigos para criar seu casemod. Como hobby, criaram um "robô computador" feito à imagem de Megas, do desenho Megas XLR, que passava no Cartoon Network. "Foi o primeiro desenho com robôs que eu assisti", conta Luan. O casemod foi todo feito à mão, sem patrocínio e tem até um sistema de som automotivo que toca músicas. "No desenho, falava que ele era como um carro e todo carro que se preze tem um sistema de som", diz Rafael. EM FAMÍLIA Alexandre não foi o único a trazer toda uma caravana familiar para a Campus Party. A fotógrafa Débora Rodrigues de Jesus, 28, também veio acompanhada de marido, sobrinho e até de sua filha, Lilith, de quatro meses. O marido também faz computadores personalizados, o sobrinho ajuda a pintar os casemods e, por enquanto somente sua Lilith escapa do trabalho e descansa tranquila em um carrinho de bebê. Fã de "tudo quando é game", Débora começou a montar computadores personalizados por diversão, influenciada pelo marido, que é técnico de TI. Eles fazem parte da equipe Cooler Master e já ganharam a competição mais de uma vez, inclusive o campeonato mundial. Ela conta que cada computador, depois de pronto, chega a valer em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil.
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Prova de inglês da Unifesp exigiu mais conhecimento dos candidatos
As questões de inglês foram os principais desafios dos vestibulandos no primeiro dia do vestibular misto da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na avaliação de professora ouvida pela Folha. O exame ocorreu nesta quinta-feira (10). Dos 17.669 inscritos, 15.050 realizaram a prova, representando 85,2% de presença, segundo a organização do exame. Os candidatos responderam a 30 questões de múltipla escolha de língua portuguesa e 15 de inglês, além da redação. A prova teve início às 14h -confira o caderno e o gabarito. As questões de inglês exigiram um pouco mais de conhecimento de vocabulário e noções de matemática, como porcentagens, disse a professora Lu Cunha, do cursinho pré-vestibular Objetivo. "A prova de língua portuguesa foi bem feita, clara diversificada e equilibrada. Um bom candidato não teve problemas com as questões", afirmou a professora. Segundo ela, apenas a primeira questão da disciplina, que exigiu interpretação de texto, tinha problemas de enunciado. O vestibular misto é válido para os cursos de bacharelado em ciências biológicas (período integral) e engenharia química (integral e noturno) do campus de Diadema, na Grande São Paulo, e para os cursos de ciências biológicas -modalidade médica, fonoaudiologia e medicina (todos em período integral) do campus de São Paulo. O desempenho no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) também é utilizado na composição da nota final. Nesta sexta (11), também às 14h, acontece a prova de conhecimentos específicos, com 20 questões dissertativas de matemática, biologia, química e física. A lista de aprovados será divulgada no dia 29 de janeiro de 2016.
educacao
Prova de inglês da Unifesp exigiu mais conhecimento dos candidatosAs questões de inglês foram os principais desafios dos vestibulandos no primeiro dia do vestibular misto da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na avaliação de professora ouvida pela Folha. O exame ocorreu nesta quinta-feira (10). Dos 17.669 inscritos, 15.050 realizaram a prova, representando 85,2% de presença, segundo a organização do exame. Os candidatos responderam a 30 questões de múltipla escolha de língua portuguesa e 15 de inglês, além da redação. A prova teve início às 14h -confira o caderno e o gabarito. As questões de inglês exigiram um pouco mais de conhecimento de vocabulário e noções de matemática, como porcentagens, disse a professora Lu Cunha, do cursinho pré-vestibular Objetivo. "A prova de língua portuguesa foi bem feita, clara diversificada e equilibrada. Um bom candidato não teve problemas com as questões", afirmou a professora. Segundo ela, apenas a primeira questão da disciplina, que exigiu interpretação de texto, tinha problemas de enunciado. O vestibular misto é válido para os cursos de bacharelado em ciências biológicas (período integral) e engenharia química (integral e noturno) do campus de Diadema, na Grande São Paulo, e para os cursos de ciências biológicas -modalidade médica, fonoaudiologia e medicina (todos em período integral) do campus de São Paulo. O desempenho no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) também é utilizado na composição da nota final. Nesta sexta (11), também às 14h, acontece a prova de conhecimentos específicos, com 20 questões dissertativas de matemática, biologia, química e física. A lista de aprovados será divulgada no dia 29 de janeiro de 2016.
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Editorial: Os sócios reagem
Congresso Nacional, Poder Executivo, partidos políticos, empresas privadas e, claro, a Petrobras: não são poucas as instituições sobre as quais a Operação Lava Jato lança várias e corrosivas levas de compostos detergentes. Dificilmente poderia acontecer coisa pior do que a eventualidade de assistir-se ao ingresso de novos personagens no processo de desmoralização atualmente em curso. A notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manteve contatos fora da agenda oficial com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, dá ocasião a movimentos de desconfiança. Figuras de primeiro plano na administração federal –como o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Gleisi Hoffmann, sua colega na Casa Civil– veem-se incluídas na lista de personalidades que devem ser objeto de inquérito. Ministério Público e governo federal se encontram, desse modo, em campos opostos neste caso –e a circunstância de que, por mais de uma vez, ministro e procurador se tenham visto em segredo é, no mínimo, razão de desconforto. Duas circunstâncias, porém, atenuam o mal-estar provocado pelo injustificável sigilo. A primeira é que, com a atuação de Janot, estão longe de ter sido contemplados os interesses do governo Dilma Rousseff (PT), constrangido com as suspeitas lançadas sobre vários de seus ex-ministros. O segundo fator a conferir credibilidade ao pedido de investigações é, precisamente, o que parece haver de desespero nas tentativas de contestá-lo. Não é outra a impressão causada pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de seu equivalente na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ambos reagiram com veemência à inclusão de seus nomes na lista da Lava Jato. Calheiros, cujo histórico sugere que se salpique a necessária presunção de inocência com alguns grãos de sabedoria, acusa o Planalto de dirigir os atos de Janot. Cunha, num infeliz arroubo, declara que o governo federal busca "sócios na lama". Sócios na lama? Mas quem não o é? PMDB, PP, PT, empreiteiras e parlamentares, nenhum escapa das mais graves suspeitas. O pedido de inquérito não é uma condenação. Corresponde, antes, a um dever incontornável por parte do Ministério Público; este seria acusado de omissão se poupasse os nomes mencionados. Cabe agora verificar serenamente, na massa de denúncias e delações, o que de fato se sustenta. A intimidação retórica e a beligerância contra um Executivo notoriamente acuado não são capazes de recuperar –muito ao contrário– a credibilidade de ninguém.
opiniao
Editorial: Os sócios reagemCongresso Nacional, Poder Executivo, partidos políticos, empresas privadas e, claro, a Petrobras: não são poucas as instituições sobre as quais a Operação Lava Jato lança várias e corrosivas levas de compostos detergentes. Dificilmente poderia acontecer coisa pior do que a eventualidade de assistir-se ao ingresso de novos personagens no processo de desmoralização atualmente em curso. A notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manteve contatos fora da agenda oficial com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, dá ocasião a movimentos de desconfiança. Figuras de primeiro plano na administração federal –como o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Gleisi Hoffmann, sua colega na Casa Civil– veem-se incluídas na lista de personalidades que devem ser objeto de inquérito. Ministério Público e governo federal se encontram, desse modo, em campos opostos neste caso –e a circunstância de que, por mais de uma vez, ministro e procurador se tenham visto em segredo é, no mínimo, razão de desconforto. Duas circunstâncias, porém, atenuam o mal-estar provocado pelo injustificável sigilo. A primeira é que, com a atuação de Janot, estão longe de ter sido contemplados os interesses do governo Dilma Rousseff (PT), constrangido com as suspeitas lançadas sobre vários de seus ex-ministros. O segundo fator a conferir credibilidade ao pedido de investigações é, precisamente, o que parece haver de desespero nas tentativas de contestá-lo. Não é outra a impressão causada pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de seu equivalente na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ambos reagiram com veemência à inclusão de seus nomes na lista da Lava Jato. Calheiros, cujo histórico sugere que se salpique a necessária presunção de inocência com alguns grãos de sabedoria, acusa o Planalto de dirigir os atos de Janot. Cunha, num infeliz arroubo, declara que o governo federal busca "sócios na lama". Sócios na lama? Mas quem não o é? PMDB, PP, PT, empreiteiras e parlamentares, nenhum escapa das mais graves suspeitas. O pedido de inquérito não é uma condenação. Corresponde, antes, a um dever incontornável por parte do Ministério Público; este seria acusado de omissão se poupasse os nomes mencionados. Cabe agora verificar serenamente, na massa de denúncias e delações, o que de fato se sustenta. A intimidação retórica e a beligerância contra um Executivo notoriamente acuado não são capazes de recuperar –muito ao contrário– a credibilidade de ninguém.
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Avó, mãe e neta morrem em acidente na Anhanguera
Quatro pessoas morreram e duas estão gravemente feridas após um engavetamento registrado na praça de pedágio da rodovia Anhanguera, em Nova Odessa (a 122 km de São Paulo), no final da tarde desta quarta-feira (18). Três das quatro vítimas fatais eram da mesma família -avó, mãe e neta. O veículo em que elas estavam foi atingido na traseira por um outro carro enquanto estava parado na cabine de cobrança manual. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o carro foi arremessado a cerca de sete metros e atingiu um outro veículo que estava à frente, saindo da praça de pedágio. Amélia Leite, 89; Conceição Aparecida Leite Rossi, 66; e Fabiane Rossi, 43, morreram na hora. O passageiro Ailton Aparecido Paula, 60, que estava no veículo que causou o engavetamento, morreu na madrugada desta quinta-feira (19) no Hospital Estadual de Sumaré, onde está internada outra vítima do acidente, Elenice Mendonça de Paula, 54. Já o motorista, João de Paula, 58, está internado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da cidade. O quadro clínico dos dois é estável, segundo as assessorias das unidades. Antes de bater contra a traseira do veículo, o carro teria se chocado contra a mureta da praça de pedágio, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária. Uma das hipóteses para o acidente é de que o motorista teria sofrido um mal súbito, já que ele não aparentava estar alcoolizado. Também não há marcas de frenagem no asfalto. No entanto, a Polícia Militar Rodoviária ainda não sabe quais são as causas do acidente. A Polícia Civil de Nova Odessa vai investigar o caso. ENTERRO O enterro dos corpos das três mulheres está marcado para as 11h desta sexta-feira (20) em Itirapina (a 212 km de São Paulo). O velório acontece na Igreja Matriz de São Sebastião, na cidade. O corpo de Ailton Aparecido Paula será velado e enterrado no cemitério de Paulínia (a 117 km de São Paulo), também nesta sexta.
cotidiano
Avó, mãe e neta morrem em acidente na AnhangueraQuatro pessoas morreram e duas estão gravemente feridas após um engavetamento registrado na praça de pedágio da rodovia Anhanguera, em Nova Odessa (a 122 km de São Paulo), no final da tarde desta quarta-feira (18). Três das quatro vítimas fatais eram da mesma família -avó, mãe e neta. O veículo em que elas estavam foi atingido na traseira por um outro carro enquanto estava parado na cabine de cobrança manual. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o carro foi arremessado a cerca de sete metros e atingiu um outro veículo que estava à frente, saindo da praça de pedágio. Amélia Leite, 89; Conceição Aparecida Leite Rossi, 66; e Fabiane Rossi, 43, morreram na hora. O passageiro Ailton Aparecido Paula, 60, que estava no veículo que causou o engavetamento, morreu na madrugada desta quinta-feira (19) no Hospital Estadual de Sumaré, onde está internada outra vítima do acidente, Elenice Mendonça de Paula, 54. Já o motorista, João de Paula, 58, está internado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da cidade. O quadro clínico dos dois é estável, segundo as assessorias das unidades. Antes de bater contra a traseira do veículo, o carro teria se chocado contra a mureta da praça de pedágio, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária. Uma das hipóteses para o acidente é de que o motorista teria sofrido um mal súbito, já que ele não aparentava estar alcoolizado. Também não há marcas de frenagem no asfalto. No entanto, a Polícia Militar Rodoviária ainda não sabe quais são as causas do acidente. A Polícia Civil de Nova Odessa vai investigar o caso. ENTERRO O enterro dos corpos das três mulheres está marcado para as 11h desta sexta-feira (20) em Itirapina (a 212 km de São Paulo). O velório acontece na Igreja Matriz de São Sebastião, na cidade. O corpo de Ailton Aparecido Paula será velado e enterrado no cemitério de Paulínia (a 117 km de São Paulo), também nesta sexta.
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Netflix precisa crescer fora dos EUA, mas tarefa não é das mais fáceis
Sem conseguir atingir suas metas de crescimento nos EUA, a Netflix tem ampliado os esforços para se expandir no exterior, mas suas ambições globais têm esbarrado em uma série de obstáculos. Legislações distintas nos países em que opera e concorrência ferrenha de serviços similares são alguns dos desafios da empresa, que opera em 50 mercados e tem 24 milhões de assinantes fora dos EUA (cerca de um terço dos usuários totais). Isso se aplica especialmente à União Europeia, onde as regras atuais muitas vezes limitam a oferta de conteúdo em todos os 28 países da região. As audiências nacionais, muitas das quais não são fluentes em inglês, frequentemente preferem programas em idiomas locais, e os potenciais assinantes hesitam em pagar por conteúdo premium. "Tínhamos expectativas de que a Netflix estivesse se saindo um pouco melhor, mas o panorama televisivo tem orientação local muito forte", disse David Sidebottom, analista da Futuresource Consultancy, em referência ao alcance internacional da Netflix. Em muitos países, da França à Índia, a empresa enfrenta rivais bem estabelecidos, muitos dos quais imitam os serviços da Netflix enquanto promovem conteúdo no idioma local para audiências nacionais. Para tirar os concorrentes do caminho, os executivos da Netflix passaram a assinar acordos mundiais de licenciamento, muitas vezes pagando ágio significativo, com estúdios que oferecem sucessos de Hollywood a todos os mercados simultaneamente. No momento, os contratos de conteúdo são assinados em nível regional ou nacional. E, em um esforço para atrair os clientes internacionais mais céticos, muitos dos quais nem ouviram falar da Netflix, a empresa formou parcerias com operadoras nacionais de telefonia móvel e TV a cabo para oferecer serviços de vídeo como parte seus pacotes existentes de serviços a pedido. "Oferecer a Netflix é outro motivo para que nossos clientes fiquem conosco", disse Marco Patuano, presidente-executivo da Telecom Italia. Outra estratégia foi produzir conteúdo em outros idiomas que não o inglês, o que inclui "Narcos", uma série falada principalmente em espanhol sobre Pablo Escobar. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Netflix precisa crescer fora dos EUA, mas tarefa não é das mais fáceisSem conseguir atingir suas metas de crescimento nos EUA, a Netflix tem ampliado os esforços para se expandir no exterior, mas suas ambições globais têm esbarrado em uma série de obstáculos. Legislações distintas nos países em que opera e concorrência ferrenha de serviços similares são alguns dos desafios da empresa, que opera em 50 mercados e tem 24 milhões de assinantes fora dos EUA (cerca de um terço dos usuários totais). Isso se aplica especialmente à União Europeia, onde as regras atuais muitas vezes limitam a oferta de conteúdo em todos os 28 países da região. As audiências nacionais, muitas das quais não são fluentes em inglês, frequentemente preferem programas em idiomas locais, e os potenciais assinantes hesitam em pagar por conteúdo premium. "Tínhamos expectativas de que a Netflix estivesse se saindo um pouco melhor, mas o panorama televisivo tem orientação local muito forte", disse David Sidebottom, analista da Futuresource Consultancy, em referência ao alcance internacional da Netflix. Em muitos países, da França à Índia, a empresa enfrenta rivais bem estabelecidos, muitos dos quais imitam os serviços da Netflix enquanto promovem conteúdo no idioma local para audiências nacionais. Para tirar os concorrentes do caminho, os executivos da Netflix passaram a assinar acordos mundiais de licenciamento, muitas vezes pagando ágio significativo, com estúdios que oferecem sucessos de Hollywood a todos os mercados simultaneamente. No momento, os contratos de conteúdo são assinados em nível regional ou nacional. E, em um esforço para atrair os clientes internacionais mais céticos, muitos dos quais nem ouviram falar da Netflix, a empresa formou parcerias com operadoras nacionais de telefonia móvel e TV a cabo para oferecer serviços de vídeo como parte seus pacotes existentes de serviços a pedido. "Oferecer a Netflix é outro motivo para que nossos clientes fiquem conosco", disse Marco Patuano, presidente-executivo da Telecom Italia. Outra estratégia foi produzir conteúdo em outros idiomas que não o inglês, o que inclui "Narcos", uma série falada principalmente em espanhol sobre Pablo Escobar. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Festival em São Paulo serve cortes especiais do gado japonês wagyu
Festival destinado aos amantes de cortes especiais de carne, o 2º Wagyu Fest está marcado para acontecer entre os dias 11 de janeiro e 11 de fevereiro, em São Paulo. O evento, como o nome indica, celebra a nobre raça bovina wagyu, vinda do Japão e que passou a ser criada no Brasil. Ela é conhecida pelo alto índice de gordura entremeada na carne, que dá mais sabor e maciez. Neste ano, dois cortes dessa carne serão servidos. O primeiro é o wagyu steak, um filé de 350 gramas, extraído do coração da alcatra (R$ 78). O outro é a maminha, uma peça de 800 gramas, assada inteira e fatiada na mesa –que serve duas pessoas (R$ 198). Nos preços estão incluídos uma cerveja por pessoa, couvert e dois acompanhamentos: arroz do cozinheiro (com ovos, bacon e batata palha) e farofa Bassi (com ovos e linguiça assada em cubinhos). A novidade da segunda edição do festival é que ele acontecerá em dois endereços: além do Templo da Carne Marcos Bassi, no bairro da Bela Vista, a Casa de Grelhados Marcos Bassi, que abriu há alguns meses, na Vila Olímpia, está participando. Reservas podem ser feitas no site dos restaurantes. 2º WAGYU FEST QUANDO de 11/1 a 11/2 ONDE Templo da Carne Marcos Bassi (r. Treze de Mario, 668, Bela Vista) e Casa de Grelhados Marcos Bassi (r. Ministro Jesuíno Cardoso, 501, Vila Olímpia) QUANTO a partir de R$ 78
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Festival em São Paulo serve cortes especiais do gado japonês wagyuFestival destinado aos amantes de cortes especiais de carne, o 2º Wagyu Fest está marcado para acontecer entre os dias 11 de janeiro e 11 de fevereiro, em São Paulo. O evento, como o nome indica, celebra a nobre raça bovina wagyu, vinda do Japão e que passou a ser criada no Brasil. Ela é conhecida pelo alto índice de gordura entremeada na carne, que dá mais sabor e maciez. Neste ano, dois cortes dessa carne serão servidos. O primeiro é o wagyu steak, um filé de 350 gramas, extraído do coração da alcatra (R$ 78). O outro é a maminha, uma peça de 800 gramas, assada inteira e fatiada na mesa –que serve duas pessoas (R$ 198). Nos preços estão incluídos uma cerveja por pessoa, couvert e dois acompanhamentos: arroz do cozinheiro (com ovos, bacon e batata palha) e farofa Bassi (com ovos e linguiça assada em cubinhos). A novidade da segunda edição do festival é que ele acontecerá em dois endereços: além do Templo da Carne Marcos Bassi, no bairro da Bela Vista, a Casa de Grelhados Marcos Bassi, que abriu há alguns meses, na Vila Olímpia, está participando. Reservas podem ser feitas no site dos restaurantes. 2º WAGYU FEST QUANDO de 11/1 a 11/2 ONDE Templo da Carne Marcos Bassi (r. Treze de Mario, 668, Bela Vista) e Casa de Grelhados Marcos Bassi (r. Ministro Jesuíno Cardoso, 501, Vila Olímpia) QUANTO a partir de R$ 78
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Críticos da Folha sugerem peças e livros infantis para curtir na semana; veja as dicas
DE SÃO PAULO Fabiana Futema, do blog "Maternar", sugere a peça "Fósforos, Nuvens e Passarinhos" Indicação: acima de 8 anos Espetáculo itinerante, que começa em um casarão em Perdizes e termina no parque da Água Branca, aborda o abandono e o trabalho infantil. Três personages simbolizam essas situações: o garoto que tenta vender uma capa de chuva, uma pequena vendedora de fósforos e o menino-passarinho que morou em uma árvore em Higienópolis. As canções interpretadas pelos atores trazem um refresco. A Casa Tombada. R. Ministro Godói, 109, Perdizes, tel. 99555-1386. Dom.: 16h. Seg.: 15h. Até 14/11. 80 min. Livre. É necessário reservar pelo tel. GRÁTIS * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "Este É o Lobo" Indicação: acima de 5 anos Vilão temido em 11 de cada 10 histórias infantis, o lobo já assustou vovozinha, chapeuzinho, porquinho e outros "inhos" por aí. Até que um menino fica frente a frente com a criatura de olhos tão grandes, orelhas tão compridas e boca enorme! E tem uma ideia diferente. Com pouco texto e muita sensibilidade, o livro mostra a importância da amizade. Autor: Alexandre Rampazo. Editora: DCL (2016, 56 págs., R$ 27). * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, recomenda as peças da "Mostra Barracão Cultural" Indicação: acima de 5 anos Ainda dá tempo de comemorar os 15 anos de estrada do Barracão Cultural com dois espetáculos primorosos: "Já Pra Cama!", sobre as peripécias de pais e filhos na hora de dormir, e "Cacoete", inspirado na obra de Eva Furnari. As trilhas sonoras, de Dr. Morris, são sempre um deleite à parte nas peças. Teatro Cacilda Becker. R. Tito, 295, Lapa, tel. 3864-4513. 198 lugares. Já Pra Cama!: Sáb. (22) e dom. (23): 16h. Cacoete: Sáb. (29) e dom. (30): 16h. Até 30/10. Retirar ingr. 1h antes. GRÁTIS * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, destaca a peça "Lua de Chocolate" Indicação: acima de 3 anos Com a ajuda de bonecos e luz negra, as irmãs Thabata e Mila brincam com o Vovô de contar a história de como o chocolate ficou famoso. Os espanhóis conheceram o cacau no México e alteraram a receita da bebida feita com o fruto, que era sagrada para os astecas. A corte espanhola adorou. As crianças sobem ao palco e encenam com o elenco a luta entre os guerreiros europeus e os povos indígenas. Teatro Alfa - sala B. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 27/11. 55 min. Livre. Ingressos: R$ 15 e R$30.
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Críticos da Folha sugerem peças e livros infantis para curtir na semana; veja as dicasDE SÃO PAULO Fabiana Futema, do blog "Maternar", sugere a peça "Fósforos, Nuvens e Passarinhos" Indicação: acima de 8 anos Espetáculo itinerante, que começa em um casarão em Perdizes e termina no parque da Água Branca, aborda o abandono e o trabalho infantil. Três personages simbolizam essas situações: o garoto que tenta vender uma capa de chuva, uma pequena vendedora de fósforos e o menino-passarinho que morou em uma árvore em Higienópolis. As canções interpretadas pelos atores trazem um refresco. A Casa Tombada. R. Ministro Godói, 109, Perdizes, tel. 99555-1386. Dom.: 16h. Seg.: 15h. Até 14/11. 80 min. Livre. É necessário reservar pelo tel. GRÁTIS * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "Este É o Lobo" Indicação: acima de 5 anos Vilão temido em 11 de cada 10 histórias infantis, o lobo já assustou vovozinha, chapeuzinho, porquinho e outros "inhos" por aí. Até que um menino fica frente a frente com a criatura de olhos tão grandes, orelhas tão compridas e boca enorme! E tem uma ideia diferente. Com pouco texto e muita sensibilidade, o livro mostra a importância da amizade. Autor: Alexandre Rampazo. Editora: DCL (2016, 56 págs., R$ 27). * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, recomenda as peças da "Mostra Barracão Cultural" Indicação: acima de 5 anos Ainda dá tempo de comemorar os 15 anos de estrada do Barracão Cultural com dois espetáculos primorosos: "Já Pra Cama!", sobre as peripécias de pais e filhos na hora de dormir, e "Cacoete", inspirado na obra de Eva Furnari. As trilhas sonoras, de Dr. Morris, são sempre um deleite à parte nas peças. Teatro Cacilda Becker. R. Tito, 295, Lapa, tel. 3864-4513. 198 lugares. Já Pra Cama!: Sáb. (22) e dom. (23): 16h. Cacoete: Sáb. (29) e dom. (30): 16h. Até 30/10. Retirar ingr. 1h antes. GRÁTIS * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, destaca a peça "Lua de Chocolate" Indicação: acima de 3 anos Com a ajuda de bonecos e luz negra, as irmãs Thabata e Mila brincam com o Vovô de contar a história de como o chocolate ficou famoso. Os espanhóis conheceram o cacau no México e alteraram a receita da bebida feita com o fruto, que era sagrada para os astecas. A corte espanhola adorou. As crianças sobem ao palco e encenam com o elenco a luta entre os guerreiros europeus e os povos indígenas. Teatro Alfa - sala B. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 27/11. 55 min. Livre. Ingressos: R$ 15 e R$30.
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Real é a terceira moeda que mais perde força ante o dólar
Em meio a uma tendência global de alta do dólar, o real já acumula em um ano a terceira maior desvalorização entre as moedas das principais economias do mundo –e é provável que a queda tenha de ser maior. Segundo dados do Banco Central, a moeda norte-americana teve elevação de 18,5% em relação à brasileira nos 12 meses encerrados nesta quarta-feira (18), bem acima da inflação doméstica no período. Em termos nominais, a taxa só fica abaixo das contabilizadas na Rússia, onde o rublo passou por um colapso no final de 2014, e na zona do euro, região mais fragilizada pela crise internacional. Os números mostram um avanço quase generalizado do dólar em relação às moedas dos países do G-20 –as economias que têm maior peso na produção global– e o tradicional franco suíço. Trata-se de mais um obstáculo para a recuperação da economia brasileira. Em quase todo o mundo rico, a desvalorização das moedas é uma ação proposital dos governos: países europeus, Japão e Canadá, entre outros, adotaram a medida para tornar seus produtos mais baratos, fortalecer as exportações e estimular a expansão da renda doméstica. No caso do real, as perdas foram intensificadas nas últimas semanas devido às incertezas do mercado local. Embora necessária aos objetivos da política econômica, a queda ainda produz mais problemas do que soluções. A equipe do ministro Joaquim Levy (Fazenda) precisa enfrentar três desafios mais imediatos: estancar as perdas do país nas transações de bens e serviços com o resto do mundo, reequilibrar o Orçamento e conter a inflação. A desvalorização cambial é o único remédio de resultados rápidos para a primeira mazela, mas tem o efeito colateral de dificultar as duas outras tarefas. Quando o dólar sobe, os produtos nacionais, cujos custos são medidos em reais, ficam mais baratos no exterior, estimulando as exportações; do outro lado da balança comercial, as compras de mercadorias estrangeiras ficam mais caras. No entanto, a despeito do baque sofrido pela moeda brasileira, o deficit nas transações com o exterior se agravou: passou de US$ 81,1 bilhões, em 2013, para US$ 90,9 bilhões no ano passado. O potencial impacto positivo do câmbio no comércio exterior tende a ser comprometido pela desvalorização das moedas de outros países –fenômeno que ganhou o nome de "guerra cambial" nos últimos anos. O Brasil sofre ainda com a queda dos preços internacionais das matérias-primas, estratégicas na pauta nacional de exportações. Produtos primários agrícolas e minerais viveram uma era de preços recordes até o início do governo Dilma Rousseff, quando o dólar se aproximou de R$ 1,50. Com a reversão desse ciclo, a moeda norte-americana passou dos R$ 2,80 e, na projeção central do mercado, chegará a R$ 2,90 até dezembro –embora sejam cada vez mais comuns previsões de cotações acima dos R$ 3. Como consequência, os produtos importados mais caros pressionarão a inflação; para conter os preços, o Banco Central terá de manter os juros acima dos patamares do ano passado, aumentando os encargos da dívida pública.
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Real é a terceira moeda que mais perde força ante o dólarEm meio a uma tendência global de alta do dólar, o real já acumula em um ano a terceira maior desvalorização entre as moedas das principais economias do mundo –e é provável que a queda tenha de ser maior. Segundo dados do Banco Central, a moeda norte-americana teve elevação de 18,5% em relação à brasileira nos 12 meses encerrados nesta quarta-feira (18), bem acima da inflação doméstica no período. Em termos nominais, a taxa só fica abaixo das contabilizadas na Rússia, onde o rublo passou por um colapso no final de 2014, e na zona do euro, região mais fragilizada pela crise internacional. Os números mostram um avanço quase generalizado do dólar em relação às moedas dos países do G-20 –as economias que têm maior peso na produção global– e o tradicional franco suíço. Trata-se de mais um obstáculo para a recuperação da economia brasileira. Em quase todo o mundo rico, a desvalorização das moedas é uma ação proposital dos governos: países europeus, Japão e Canadá, entre outros, adotaram a medida para tornar seus produtos mais baratos, fortalecer as exportações e estimular a expansão da renda doméstica. No caso do real, as perdas foram intensificadas nas últimas semanas devido às incertezas do mercado local. Embora necessária aos objetivos da política econômica, a queda ainda produz mais problemas do que soluções. A equipe do ministro Joaquim Levy (Fazenda) precisa enfrentar três desafios mais imediatos: estancar as perdas do país nas transações de bens e serviços com o resto do mundo, reequilibrar o Orçamento e conter a inflação. A desvalorização cambial é o único remédio de resultados rápidos para a primeira mazela, mas tem o efeito colateral de dificultar as duas outras tarefas. Quando o dólar sobe, os produtos nacionais, cujos custos são medidos em reais, ficam mais baratos no exterior, estimulando as exportações; do outro lado da balança comercial, as compras de mercadorias estrangeiras ficam mais caras. No entanto, a despeito do baque sofrido pela moeda brasileira, o deficit nas transações com o exterior se agravou: passou de US$ 81,1 bilhões, em 2013, para US$ 90,9 bilhões no ano passado. O potencial impacto positivo do câmbio no comércio exterior tende a ser comprometido pela desvalorização das moedas de outros países –fenômeno que ganhou o nome de "guerra cambial" nos últimos anos. O Brasil sofre ainda com a queda dos preços internacionais das matérias-primas, estratégicas na pauta nacional de exportações. Produtos primários agrícolas e minerais viveram uma era de preços recordes até o início do governo Dilma Rousseff, quando o dólar se aproximou de R$ 1,50. Com a reversão desse ciclo, a moeda norte-americana passou dos R$ 2,80 e, na projeção central do mercado, chegará a R$ 2,90 até dezembro –embora sejam cada vez mais comuns previsões de cotações acima dos R$ 3. Como consequência, os produtos importados mais caros pressionarão a inflação; para conter os preços, o Banco Central terá de manter os juros acima dos patamares do ano passado, aumentando os encargos da dívida pública.
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Que coisa mais linda a crônica de Carlos Heitor Cony, elogia leitor
Como classificar a crônica Metáforas e parábolas, de Carlos Heitor Cony? Nenhum adjetivo vai ser suficiente. Que coisa mais linda! * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Que coisa mais linda a crônica de Carlos Heitor Cony, elogia leitorComo classificar a crônica Metáforas e parábolas, de Carlos Heitor Cony? Nenhum adjetivo vai ser suficiente. Que coisa mais linda! * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Morre Jean-Pierre Coffe, inimigo da 'junk food'
O crítico gastronômico francês Jean-Pierre Coffe, célebre por sua sinceridade na cruzada contra a "junk food", morreu aos 78 anos, após se impor como um personagem truculento no rádio e na TV. Coffe, que colaborou com numerosos meios de comunicação, era muito popular como membro do programa de rádio "Les Grosses Têtes", da emissora RTL, que anunciou seu falecimento na noite desta terça-feira (29). Segundo a imprensa, Coffe morreu durante a madrugada em sua residência no sudoeste de Paris, em circunstâncias não divulgadas. Convencido de que se pode comer bem e barato, Jean-Pierre Coffe convidava o público a "mudar seus hábitos alimentares" e gritava com frequência "isto é uma merda" ao se referir a "junk food". Coffe escreveu cerca de 60 livros sobre cozinha, receitas e jardinagem.
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Morre Jean-Pierre Coffe, inimigo da 'junk food'O crítico gastronômico francês Jean-Pierre Coffe, célebre por sua sinceridade na cruzada contra a "junk food", morreu aos 78 anos, após se impor como um personagem truculento no rádio e na TV. Coffe, que colaborou com numerosos meios de comunicação, era muito popular como membro do programa de rádio "Les Grosses Têtes", da emissora RTL, que anunciou seu falecimento na noite desta terça-feira (29). Segundo a imprensa, Coffe morreu durante a madrugada em sua residência no sudoeste de Paris, em circunstâncias não divulgadas. Convencido de que se pode comer bem e barato, Jean-Pierre Coffe convidava o público a "mudar seus hábitos alimentares" e gritava com frequência "isto é uma merda" ao se referir a "junk food". Coffe escreveu cerca de 60 livros sobre cozinha, receitas e jardinagem.
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Chiquinho Scarpa faz saldão de objetos e põe a casa à venda por R$ 80 milhões
O número 9 da praça Nicolau Scarpa, no Jardim América, pode em breve deixar de ser habitado por pessoas com o mesmo sobrenome do logradouro: depois de fazer um saldão de móveis e bricabraques em esquema "família vende tudo", até o domingo passado, Chiquinho Scarpa já tem interessados em pagar R$ 80 milhões pela mansão. A propriedade, com 8 salas, 24 vagas para carros, 4 dormitórios (sendo 3 deles suítes) e 10 banheiros, está à venda pela internet. O anúncio mostra dezenas de fotos do local, piscina, campo de futebol e até do quarto do conde Scarpa, 64. Procurado, ele confirmou o anúncio, mas disse que não comentaria a proposta. Imobiliárias travam uma disputa para ver quem consegue vender a casa e levar a comissão, de cerca de 10% do valor. "Já tem um interessado. Não posso falar, mas afirmo que eu vou vender essa casa", diz Charles Hanry Calfat Salem, dono de uma corretora de luxo e filho de um dos melhores amigos de Chiquinho. O imóvel é onde Chiquinho fez a famosa ação de marketing do enterro do Bentley. No ano passado, Chiquinho apareceu em um programa da TV francesa mostrando sua casa e anunciando que ela estaria à venda por US$ 100 milhões (à época, R$ 266 milhões). Procurado pela Folha, ele disse: "Não está à venda no mercado. É só se houver uma proposta". Não houve. O valor baixou para um terço do inicial e a família começou a se desfazer dos pertences. O bazar ofereceu artigos como lençóis, uniforme de empregados, vasos e até uma TV, vendida por R$ 100. Toalhas saíram por R$ 5. "Comprei um jogo de lençóis de linho com as iniciais dele bordadas só para fazer foto para o Instagram", diz o publicitário Ricardo Marn, fã de Chiquinho. Já itens de luxo da decoração, como um lustre de cristal, estão à venda há dois anos pelo antiquarista Luiz Mello. "O objetivo era esvaziar a casa. Havia um quarto com 231 vasos", diz Chiquinho. Ele diz que não sabe o valor arrecadado, porque o dinheiro foi para as irmãs, mas considera que deva ser entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Ah, foi porcaria, pouca coisa." SOBRENOME FALIDO "Pooobre, pobre ele nunca vai ser", diz um empresário que frequenta a casa, "mas foram-se os tempos de conseguir manter um estilo de vida nababesco. Sobrenomes vão à falência." O avô de Chiquinho, que nomeia a praça, foi dono de diversos casarões na avenida Paulista e um dos maiores acionistas do Grupo Votorantim. Amigos do conde relatam que, dos imóveis, só restaram alguns andares do prédio que leva o nome da família, na Paulista, e a casa que agora está à venda. O conde minimiza os boatos de que estaria mal das pernas. "Eu estou bem, obrigado. O que me preocupa é a situação do país", diz o economista por formação, que comemora nas redes sociais o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Após a venda, Chiquinho se mudaria para poucos quarteirões de distância. Iria morar no apartamento de 500 m² de Marlene Nicolau, 50, uma das donas da rede de escolas Microcamp -os dois estão noivos há mais de um ano. Irmã de Chiquinho e coproprietária do imóvel, Renata McClelland Scarpa, 56, afirma desconhecer a venda da casa. "Por favor, coloque que não tenho nada a ver com isso. Nenhum de nós está sabendo nada disso." Terceirizaram a liquidação de bens da família? "Sim, terceirizamos."
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Chiquinho Scarpa faz saldão de objetos e põe a casa à venda por R$ 80 milhõesO número 9 da praça Nicolau Scarpa, no Jardim América, pode em breve deixar de ser habitado por pessoas com o mesmo sobrenome do logradouro: depois de fazer um saldão de móveis e bricabraques em esquema "família vende tudo", até o domingo passado, Chiquinho Scarpa já tem interessados em pagar R$ 80 milhões pela mansão. A propriedade, com 8 salas, 24 vagas para carros, 4 dormitórios (sendo 3 deles suítes) e 10 banheiros, está à venda pela internet. O anúncio mostra dezenas de fotos do local, piscina, campo de futebol e até do quarto do conde Scarpa, 64. Procurado, ele confirmou o anúncio, mas disse que não comentaria a proposta. Imobiliárias travam uma disputa para ver quem consegue vender a casa e levar a comissão, de cerca de 10% do valor. "Já tem um interessado. Não posso falar, mas afirmo que eu vou vender essa casa", diz Charles Hanry Calfat Salem, dono de uma corretora de luxo e filho de um dos melhores amigos de Chiquinho. O imóvel é onde Chiquinho fez a famosa ação de marketing do enterro do Bentley. No ano passado, Chiquinho apareceu em um programa da TV francesa mostrando sua casa e anunciando que ela estaria à venda por US$ 100 milhões (à época, R$ 266 milhões). Procurado pela Folha, ele disse: "Não está à venda no mercado. É só se houver uma proposta". Não houve. O valor baixou para um terço do inicial e a família começou a se desfazer dos pertences. O bazar ofereceu artigos como lençóis, uniforme de empregados, vasos e até uma TV, vendida por R$ 100. Toalhas saíram por R$ 5. "Comprei um jogo de lençóis de linho com as iniciais dele bordadas só para fazer foto para o Instagram", diz o publicitário Ricardo Marn, fã de Chiquinho. Já itens de luxo da decoração, como um lustre de cristal, estão à venda há dois anos pelo antiquarista Luiz Mello. "O objetivo era esvaziar a casa. Havia um quarto com 231 vasos", diz Chiquinho. Ele diz que não sabe o valor arrecadado, porque o dinheiro foi para as irmãs, mas considera que deva ser entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Ah, foi porcaria, pouca coisa." SOBRENOME FALIDO "Pooobre, pobre ele nunca vai ser", diz um empresário que frequenta a casa, "mas foram-se os tempos de conseguir manter um estilo de vida nababesco. Sobrenomes vão à falência." O avô de Chiquinho, que nomeia a praça, foi dono de diversos casarões na avenida Paulista e um dos maiores acionistas do Grupo Votorantim. Amigos do conde relatam que, dos imóveis, só restaram alguns andares do prédio que leva o nome da família, na Paulista, e a casa que agora está à venda. O conde minimiza os boatos de que estaria mal das pernas. "Eu estou bem, obrigado. O que me preocupa é a situação do país", diz o economista por formação, que comemora nas redes sociais o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Após a venda, Chiquinho se mudaria para poucos quarteirões de distância. Iria morar no apartamento de 500 m² de Marlene Nicolau, 50, uma das donas da rede de escolas Microcamp -os dois estão noivos há mais de um ano. Irmã de Chiquinho e coproprietária do imóvel, Renata McClelland Scarpa, 56, afirma desconhecer a venda da casa. "Por favor, coloque que não tenho nada a ver com isso. Nenhum de nós está sabendo nada disso." Terceirizaram a liquidação de bens da família? "Sim, terceirizamos."
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Para o bem do esporte, empresas deveriam boicotar a CBF, afirma leitor
Sempre é prazeroso ler o que escreve Mariliz Pereira Jorge. Nesse sábado de Carnaval, ela, com muita ousadia, tenacidade e competência sensível, coloca uma realidade insofismável (Quem vai apagar a luz? ). Quanto à CBF, outras empresas deveriam boicotá-la a bem do esporte nacional e da decência. Nunca é tarde para reconhecer que vale a pena ser digno. Com a palavra os senhores patrocinadores da CBF. JOSÉ ORLANDO DE SIQUEIRA (Passos, MG) * Se os presidentes de clubes deixarem de alimentar as torcidas organizadas (com dinheiro, ingressos e ônibus), haverá muito mais frequência e melhores rendas com a presença de torcedores normais e seus familiares. Esses torcedores serão sempre em maior número que as torcidas financiadas e bandidas. MÁRCIO MIGLIACCI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para o bem do esporte, empresas deveriam boicotar a CBF, afirma leitorSempre é prazeroso ler o que escreve Mariliz Pereira Jorge. Nesse sábado de Carnaval, ela, com muita ousadia, tenacidade e competência sensível, coloca uma realidade insofismável (Quem vai apagar a luz? ). Quanto à CBF, outras empresas deveriam boicotá-la a bem do esporte nacional e da decência. Nunca é tarde para reconhecer que vale a pena ser digno. Com a palavra os senhores patrocinadores da CBF. JOSÉ ORLANDO DE SIQUEIRA (Passos, MG) * Se os presidentes de clubes deixarem de alimentar as torcidas organizadas (com dinheiro, ingressos e ônibus), haverá muito mais frequência e melhores rendas com a presença de torcedores normais e seus familiares. Esses torcedores serão sempre em maior número que as torcidas financiadas e bandidas. MÁRCIO MIGLIACCI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Trump diz que Irã cumpre acordo nuclear, mas EUA ampliam sanções
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer que o Irã "cumpre as condições" de acordo de restrição nuclear, o governo norte-americano anunciou nesta terça (18) novas sanções ao país. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, as sanções serão implantadas por causa do programa iraniano de mísseis balísticos e pelo "apoio de Teerã a grupos terroristas" no Oriente Médio. As sanções atingem indivíduos ou entidades que, segundo os EUA, são apoiadores do programa de mísseis de Teerã ou da Guarda Republicana. Antes, Trump havia se afastado da promessa de campanha de suspender o acordo nuclear com o Irã ao anunciar que manterá o tratado, ao menos por ora. Sob os termos, firmado há dois anos, Teerã reduziu a produção de material nuclear em troca da suspensão de diversas sanções econômicas. "As condições", segundo um funcionário da Casa Branca, "foram cumpridas, com base em informação de que dispõem os Estados Unidos". O chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, afirmou nesta segunda-feira que o governo Trump "envia sinais contraditórios" sobre a vontade dos EUA de manter o acordo nuclear. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (18), a Chancelaria iraniana afirmou que vai retaliar a ação americana com sanções a cidadãos americanos "que tomaram medidas contra o Irã e outras nações regionais muçulmanas". O nome dos americanos atingidos pelas sanções deve ser divulgado em breve, segundo o texto. O ministério classificou ainda a medida americana como desprezível e sem valor. Desde que o pacto entrou em vigor, em janeiro de 2016, o Executivo americano deve "certificá-lo" a cada 90 dias no Congresso, ou seja, confirmar que Teerã respeita os termos estabelecidos. O governo Trump certificou esse acordo pela primeira vez em abril. Em maio, o presidente republicano já havia dado continuidade à política de seu antecessor Barack Obama, no que diz respeito à suspensão das sanções vinculadas ao programa nuclear. O texto do acordo de restrição foi firmado em 14 de julho de 2015, em Viena, na Áustria, pelo Irã e pelas principais potências mundiais (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha). O acordo repousa sobre uma série de pontos técnicos e foi visto em Washington como uma forma de evitar uma ação militar para impedir que o Irã obtivesse a arma nuclear. Não aliviou, porém, as tensões entre Teerã e Washington. Ambos continuam em lados opostos em conflitos no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen. Durante a campanha eleitoral, Trump denunciou esse acordo nuclear e prometeu renegociá-lo, sendo mais duro com o Irã. * País cumpre acordo de restrição Fev.2010 Irã anuncia início da produção de urânio a 20%; potências passam a defender novas punições Fev.2012 Israel ameaça atacar instalações nucleares iranianas; Teerã propõe retomada do diálogo com grandes potências Mar.2012 UE aceita oferta para retomar o diálogo nuclear no âmbito do P5+1 Nov. 2013 Irã e potências chegam a acordo preliminar Jan. 2014 Entra em vigor acordo nuclear preliminar Jul.2015 As partes anunciam histórico acordo para restringir as atividades nucleares do Irã Jan.2016 EUA e Europa levantam sanções contra o Irã, como previsto no acordo Jul.2017 Trump reconhece que o Irã "cumpre as condições" do acordo nuclear, mas anuncia novas sanções por causa do programa de mísseis balísticos e pelo "apoio de Teerã a grupos terroristas"
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Trump diz que Irã cumpre acordo nuclear, mas EUA ampliam sançõesApós o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer que o Irã "cumpre as condições" de acordo de restrição nuclear, o governo norte-americano anunciou nesta terça (18) novas sanções ao país. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, as sanções serão implantadas por causa do programa iraniano de mísseis balísticos e pelo "apoio de Teerã a grupos terroristas" no Oriente Médio. As sanções atingem indivíduos ou entidades que, segundo os EUA, são apoiadores do programa de mísseis de Teerã ou da Guarda Republicana. Antes, Trump havia se afastado da promessa de campanha de suspender o acordo nuclear com o Irã ao anunciar que manterá o tratado, ao menos por ora. Sob os termos, firmado há dois anos, Teerã reduziu a produção de material nuclear em troca da suspensão de diversas sanções econômicas. "As condições", segundo um funcionário da Casa Branca, "foram cumpridas, com base em informação de que dispõem os Estados Unidos". O chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, afirmou nesta segunda-feira que o governo Trump "envia sinais contraditórios" sobre a vontade dos EUA de manter o acordo nuclear. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (18), a Chancelaria iraniana afirmou que vai retaliar a ação americana com sanções a cidadãos americanos "que tomaram medidas contra o Irã e outras nações regionais muçulmanas". O nome dos americanos atingidos pelas sanções deve ser divulgado em breve, segundo o texto. O ministério classificou ainda a medida americana como desprezível e sem valor. Desde que o pacto entrou em vigor, em janeiro de 2016, o Executivo americano deve "certificá-lo" a cada 90 dias no Congresso, ou seja, confirmar que Teerã respeita os termos estabelecidos. O governo Trump certificou esse acordo pela primeira vez em abril. Em maio, o presidente republicano já havia dado continuidade à política de seu antecessor Barack Obama, no que diz respeito à suspensão das sanções vinculadas ao programa nuclear. O texto do acordo de restrição foi firmado em 14 de julho de 2015, em Viena, na Áustria, pelo Irã e pelas principais potências mundiais (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha). O acordo repousa sobre uma série de pontos técnicos e foi visto em Washington como uma forma de evitar uma ação militar para impedir que o Irã obtivesse a arma nuclear. Não aliviou, porém, as tensões entre Teerã e Washington. Ambos continuam em lados opostos em conflitos no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen. Durante a campanha eleitoral, Trump denunciou esse acordo nuclear e prometeu renegociá-lo, sendo mais duro com o Irã. * País cumpre acordo de restrição Fev.2010 Irã anuncia início da produção de urânio a 20%; potências passam a defender novas punições Fev.2012 Israel ameaça atacar instalações nucleares iranianas; Teerã propõe retomada do diálogo com grandes potências Mar.2012 UE aceita oferta para retomar o diálogo nuclear no âmbito do P5+1 Nov. 2013 Irã e potências chegam a acordo preliminar Jan. 2014 Entra em vigor acordo nuclear preliminar Jul.2015 As partes anunciam histórico acordo para restringir as atividades nucleares do Irã Jan.2016 EUA e Europa levantam sanções contra o Irã, como previsto no acordo Jul.2017 Trump reconhece que o Irã "cumpre as condições" do acordo nuclear, mas anuncia novas sanções por causa do programa de mísseis balísticos e pelo "apoio de Teerã a grupos terroristas"
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Unesp divulga classificação geral do vestibular do meio do ano; confira
A Vunesp, fundação responsável pelo vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), divulgou nesta segunda-feira (11) a lista com os nomes dos estudantes classificados no vestibular do meio do ano. Confira aqui. O candidato selecionado deverá confirmar seu interesse pela vaga exclusivamente pelo site da Vunesp até as 16h (horário de Brasília) desta terça (12). Aquele que não confirmar será considerado desistente do processo e não será convocado para matrícula. Confira o manual. A primeira lista de convocados para matrícula será divulgada na próxima quinta (14) –os candidatos devem realizar a matrícula on-line até o dia 15 de julho. As demais listas serão divulgadas nos dias 18, 21, 25 e 28 deste mês. Este ano, a instituição oferece 360 vagas para nove cursos de graduação em cinco cidades de São Paulo. Das vagas ofertadas, 35% (126) são pelo Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública, que destina vagas a alunos que tenham feito todo o ensino médio em escola pública. Com início em agosto, os candidatos disputam vagas para os cursos de engenharia de produção (Bauru), engenharias agronômica, civil, elétrica e mecânica (Ilha Solteira), engenharia agronômica (Registro), engenharia aeronáutica (São João da Boa Vista), engenharias ambiental e de controle e automação (Sorocaba). PRIMEIRA FASE A primeira fase do vestibular do meio de ano da Unesp foi aplicada no dia 15 de maio e teve 9,8% de abstenção : 1.353 candidatos dos 13.763 inscritos não compareceram. No vestibular 2015, o índice foi de 10,2%. A prova foi composta por 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: "linguagens e códigos" (que engloba língua portuguesa, literatura, língua inglesa, educação física e arte), "ciências humanas" (história, geografia e filosofia) e "ciências da natureza e matemática" (biologia, física, matemática e química). Professores de cursos pré-vestibular consultados pela Folha classificaram a prova como concisa e bem contextualizada. Para Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, em Campinas, foi uma prova no "padrão da Unesp", bem estruturada e com boa contextualização na maior parte das questões. Já para a representante do cursinho Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, as questões tiveram alternativas curtas, "o que não acontece na prova do fim do ano". Para a professora, a prova teve um nível de dificuldade médio. "A (matéria) mais difícil foi história e as mais fáceis, física e geografia". SEGUNDA FASE A segunda fase do vestibular foi realizada nos dias 11 e 12 de junho. No primeiro dia, os estudantes responderam questões das áreas de ciências da natureza, matemática e ciências humanas. No segundo dia, as questões foram de linguagens e códigos, além de uma redação. Professores de cursinhos pré-vestibulares avaliaram que as provas tiveram dificuldade média. As questões, explicaram, trataram de temas tradicionais em disciplinas como física e mais modernos em história."Biologia e química tiveram questões tradicionais, envolvendo química orgânica e genética. O aluno que se preparou foi bem", explica Vera Lucia Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo. "Já em história os temas eram modernos. Havia uma questão sobre como o capitalismo influencia nos problemas atuais da África. Normalmente, perguntas sobre temas africanos falam do colonialismo", explica Vera. "Talvez o aluno tenha se surpreendido com questões de gramática, nem tanto como literatura", disse Célio Pasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante. Uma delas pedia que o candidato identificasse os referentes em alguns pronomes de "Memórias de um Sargento de Milícias". Já a redação tratou do conceito de família a partir de textos que falavam do projeto de lei que cria o Estatuto da Família. "Esse tema exige que o candidato tome uma posição. Ele pode ser mais conservador e ter uma conceito de família mais restrito, mas não acredito que a Unesp vá levar isso em conta. Acredito que ela vá avaliar como o candidato escreve e não a posição pessoal dele", disse Vera, do Objetivo.
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Unesp divulga classificação geral do vestibular do meio do ano; confiraA Vunesp, fundação responsável pelo vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), divulgou nesta segunda-feira (11) a lista com os nomes dos estudantes classificados no vestibular do meio do ano. Confira aqui. O candidato selecionado deverá confirmar seu interesse pela vaga exclusivamente pelo site da Vunesp até as 16h (horário de Brasília) desta terça (12). Aquele que não confirmar será considerado desistente do processo e não será convocado para matrícula. Confira o manual. A primeira lista de convocados para matrícula será divulgada na próxima quinta (14) –os candidatos devem realizar a matrícula on-line até o dia 15 de julho. As demais listas serão divulgadas nos dias 18, 21, 25 e 28 deste mês. Este ano, a instituição oferece 360 vagas para nove cursos de graduação em cinco cidades de São Paulo. Das vagas ofertadas, 35% (126) são pelo Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública, que destina vagas a alunos que tenham feito todo o ensino médio em escola pública. Com início em agosto, os candidatos disputam vagas para os cursos de engenharia de produção (Bauru), engenharias agronômica, civil, elétrica e mecânica (Ilha Solteira), engenharia agronômica (Registro), engenharia aeronáutica (São João da Boa Vista), engenharias ambiental e de controle e automação (Sorocaba). PRIMEIRA FASE A primeira fase do vestibular do meio de ano da Unesp foi aplicada no dia 15 de maio e teve 9,8% de abstenção : 1.353 candidatos dos 13.763 inscritos não compareceram. No vestibular 2015, o índice foi de 10,2%. A prova foi composta por 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: "linguagens e códigos" (que engloba língua portuguesa, literatura, língua inglesa, educação física e arte), "ciências humanas" (história, geografia e filosofia) e "ciências da natureza e matemática" (biologia, física, matemática e química). Professores de cursos pré-vestibular consultados pela Folha classificaram a prova como concisa e bem contextualizada. Para Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, em Campinas, foi uma prova no "padrão da Unesp", bem estruturada e com boa contextualização na maior parte das questões. Já para a representante do cursinho Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, as questões tiveram alternativas curtas, "o que não acontece na prova do fim do ano". Para a professora, a prova teve um nível de dificuldade médio. "A (matéria) mais difícil foi história e as mais fáceis, física e geografia". SEGUNDA FASE A segunda fase do vestibular foi realizada nos dias 11 e 12 de junho. No primeiro dia, os estudantes responderam questões das áreas de ciências da natureza, matemática e ciências humanas. No segundo dia, as questões foram de linguagens e códigos, além de uma redação. Professores de cursinhos pré-vestibulares avaliaram que as provas tiveram dificuldade média. As questões, explicaram, trataram de temas tradicionais em disciplinas como física e mais modernos em história."Biologia e química tiveram questões tradicionais, envolvendo química orgânica e genética. O aluno que se preparou foi bem", explica Vera Lucia Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo. "Já em história os temas eram modernos. Havia uma questão sobre como o capitalismo influencia nos problemas atuais da África. Normalmente, perguntas sobre temas africanos falam do colonialismo", explica Vera. "Talvez o aluno tenha se surpreendido com questões de gramática, nem tanto como literatura", disse Célio Pasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante. Uma delas pedia que o candidato identificasse os referentes em alguns pronomes de "Memórias de um Sargento de Milícias". Já a redação tratou do conceito de família a partir de textos que falavam do projeto de lei que cria o Estatuto da Família. "Esse tema exige que o candidato tome uma posição. Ele pode ser mais conservador e ter uma conceito de família mais restrito, mas não acredito que a Unesp vá levar isso em conta. Acredito que ela vá avaliar como o candidato escreve e não a posição pessoal dele", disse Vera, do Objetivo.
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Como vai ser a Campus Party em 2024? Acampantes dão seus palpites
O futuro é o carro-chefe das palestras, workshops e atividades da Campus Party neste ano, em São Paulo. O evento, criado em 2008, chegou a sua nona edição na cidade com o tema "feel the future" (sinta o futuro, em inglês). Perguntamos aos campuseiros –apelido dado aos participantes da festa– o que eles imaginam que será a Campus Party daqui a oito anos, em 2024. No futuro visualizado por eles, drones já serão algo do cotidiano, a realidade virtual terá ganhos novas proporções com hologramas e os robôs inteligentes, quem sabe, já estarão entre nós. Veja a galeria abaixo com as repostas dos campuseiros.
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Como vai ser a Campus Party em 2024? Acampantes dão seus palpitesO futuro é o carro-chefe das palestras, workshops e atividades da Campus Party neste ano, em São Paulo. O evento, criado em 2008, chegou a sua nona edição na cidade com o tema "feel the future" (sinta o futuro, em inglês). Perguntamos aos campuseiros –apelido dado aos participantes da festa– o que eles imaginam que será a Campus Party daqui a oito anos, em 2024. No futuro visualizado por eles, drones já serão algo do cotidiano, a realidade virtual terá ganhos novas proporções com hologramas e os robôs inteligentes, quem sabe, já estarão entre nós. Veja a galeria abaixo com as repostas dos campuseiros.
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São Paulo vence clássico e mantém jejum do Palmeiras no Morumbi
Com um gol de cabeça do meia Ganso ainda no primeiro tempo, o São Paulo conseguiu manter a escrita de não perder para o Palmeiras no Morumbi há 14 anos e venceu o clássico por 1 a 0 na tarde deste domingo (29), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Desde 21 de março de 2002 —quando o meia Alex passou por dois adversários, deu um chapéu em Ceni e anotou um dos mais belos gols da história do confronto na goleada por 4 a 2—, o time alviverde não vence na casa do rival. De quebra, os são-paulinos conseguiram acabar com um jejum de dez partidas sem vencer um clássico paulista. O último triunfo havia sido no Nacional do ano passado, quando a equipe então comandada por Milton Cruz fez 3 a 2 no Santos. De lá para cá, foram três empates e sete derrotas. O jogo também foi marcado pela presença de torcida única devido à determinação da Secretaria de Segurança Pública do Estado após brigas entre membros de torcidas organizadas ao longo primeiro semestre. Com isso, o público total foi de apenas 21.016 pessoas. Com a vitória, o São Paulo chegou aos sete pontos, na sexta colocação, enquanto o Palmeiras continuou com seis, no oitavo lugar. Os dois times voltam a campo no próximo meio de semana. Na quarta (01), o São Paulo visita o Figueirense às 2h145, enquanto o Palmeiras joga no dia seguinte, contra o Grêmio, no Pacaembu, às 21h. Veja vídeo O JOGO O São Paulo começou o clássico perdido na marcação e, mesmo com mais posse de bola, viu o Palmeiras criar as melhores chances de gol em contra-ataques. Como aos 2min, quando o goleiro Denis evitou gol certo em cabeçada de Alecsandro na pequena área. No entanto, quando o time alviverde era melhor em campo, a equipe do Morumbi fez o rival beber do próprio veneno e abriu o placar na sua primeira jogada de contra-ataque. Aos 11min, após uma rápida descida ao ataque, o lateral Bruno cruzou para a grande área adversária, onde Ganso se aproveitou de uma falha do zagueiro Thiago Martins e, de cabeça, mandou no canto de Fernando Prass. Foi o sétimo gol do meia na temporada e o primeiro marcado contra o Palmeiras com a camisa são-paulina. Depois de ficar em vantagem no placar, o São Paulo recuou e não ofereceu mais contra-ataques aos visitantes. Com isso, o time alviverde teve muitas dificuldades de propor o jogo com a defesa são-paulina bem postada. Com Gabriel Jesus e Róger Guedes muito mal individualmente, a bola pouco chegou ao centroavante Alecsandro. Nem os lampejos de Dudu fizeram os palmeirenses ameaçarem novamente o goleiro Denis até o intervalo. As entradas de Rafael Marques e Moisés logo na volta dos vestiários deixaram o Palmeiras ainda mais ofensivo no segundo tempo. Aos 9min, Denis evitou o empate em chute de fora da área de Rafael Marques. Porém, ao contrário da etapa inicial, o time do Morumbi conseguiu armar contra-ataques com mais frequência e, se não fosse a excelente atuação do goleiro Fernando Prass, teria ampliado o placar em finalizações de Centurión, Thiago Mendes, Maicon e Kelvin. No fim, quando a equipe visitante já não conseguia sequer ter a posse de bola, o atacante recém-contratado Ytalo desperdiçou outra chance na saída do goleiro palmeirense.
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São Paulo vence clássico e mantém jejum do Palmeiras no MorumbiCom um gol de cabeça do meia Ganso ainda no primeiro tempo, o São Paulo conseguiu manter a escrita de não perder para o Palmeiras no Morumbi há 14 anos e venceu o clássico por 1 a 0 na tarde deste domingo (29), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Desde 21 de março de 2002 —quando o meia Alex passou por dois adversários, deu um chapéu em Ceni e anotou um dos mais belos gols da história do confronto na goleada por 4 a 2—, o time alviverde não vence na casa do rival. De quebra, os são-paulinos conseguiram acabar com um jejum de dez partidas sem vencer um clássico paulista. O último triunfo havia sido no Nacional do ano passado, quando a equipe então comandada por Milton Cruz fez 3 a 2 no Santos. De lá para cá, foram três empates e sete derrotas. O jogo também foi marcado pela presença de torcida única devido à determinação da Secretaria de Segurança Pública do Estado após brigas entre membros de torcidas organizadas ao longo primeiro semestre. Com isso, o público total foi de apenas 21.016 pessoas. Com a vitória, o São Paulo chegou aos sete pontos, na sexta colocação, enquanto o Palmeiras continuou com seis, no oitavo lugar. Os dois times voltam a campo no próximo meio de semana. Na quarta (01), o São Paulo visita o Figueirense às 2h145, enquanto o Palmeiras joga no dia seguinte, contra o Grêmio, no Pacaembu, às 21h. Veja vídeo O JOGO O São Paulo começou o clássico perdido na marcação e, mesmo com mais posse de bola, viu o Palmeiras criar as melhores chances de gol em contra-ataques. Como aos 2min, quando o goleiro Denis evitou gol certo em cabeçada de Alecsandro na pequena área. No entanto, quando o time alviverde era melhor em campo, a equipe do Morumbi fez o rival beber do próprio veneno e abriu o placar na sua primeira jogada de contra-ataque. Aos 11min, após uma rápida descida ao ataque, o lateral Bruno cruzou para a grande área adversária, onde Ganso se aproveitou de uma falha do zagueiro Thiago Martins e, de cabeça, mandou no canto de Fernando Prass. Foi o sétimo gol do meia na temporada e o primeiro marcado contra o Palmeiras com a camisa são-paulina. Depois de ficar em vantagem no placar, o São Paulo recuou e não ofereceu mais contra-ataques aos visitantes. Com isso, o time alviverde teve muitas dificuldades de propor o jogo com a defesa são-paulina bem postada. Com Gabriel Jesus e Róger Guedes muito mal individualmente, a bola pouco chegou ao centroavante Alecsandro. Nem os lampejos de Dudu fizeram os palmeirenses ameaçarem novamente o goleiro Denis até o intervalo. As entradas de Rafael Marques e Moisés logo na volta dos vestiários deixaram o Palmeiras ainda mais ofensivo no segundo tempo. Aos 9min, Denis evitou o empate em chute de fora da área de Rafael Marques. Porém, ao contrário da etapa inicial, o time do Morumbi conseguiu armar contra-ataques com mais frequência e, se não fosse a excelente atuação do goleiro Fernando Prass, teria ampliado o placar em finalizações de Centurión, Thiago Mendes, Maicon e Kelvin. No fim, quando a equipe visitante já não conseguia sequer ter a posse de bola, o atacante recém-contratado Ytalo desperdiçou outra chance na saída do goleiro palmeirense.
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Morre o dramaturgo britânico Peter Shaffer, autor de 'Amadeus'
O dramaturgo britânico Peter Shaffer, autor de "Amadeus", cujo roteiro para o cinema lhe rendeu um Oscar, morreu nesta segunda-feira (6), na Irlanda, aos 90 anos, anunciou sua agência de representação. Ele estava internado em um hospital de Marymount, do condado de Cork. A causa da morte não foi divulgada. Shaffer escreveu mais de 18 peças. "Amadeus", seu maior sucesso, é um relato ficcional sobre a relação entre Mozart e seu amargo rival, o compositor italiano Antonio Salieri. O texto ganhou um prêmio Tony de melhor peça de teatro em 1981. Três anos depois, o filme baseado na história recebeu oito estatuetas no Oscar. "Equus", de 1973, sobre um psiquiatra que tenta tratar um jovem adolescente obcecado por cavalos, também ganhou sua versão cinematográfica, em 1977. O longa foi indicado a três Oscars, incluindo o de melhor roteiro adaptado. O dramaturgo nasceu em Liverpool em 1926. Ele era irmão gêmeo de Anthony Shaffer, também autor de sucesso, que assinou o roteiro do filme de Alfred Hitchcock "Frenesi" (1972) e o de "Morte Sobre o Nilo" (1978), de John Guillermin. Estudou História na Universidade de Cambridge, onde se formou em 1950. Trabalhou em minas de carvão, como balconista de livraria e assistente de biblioteca antes de descobrir seu talento dramático. Sua primeira peça, "The Salt Land" (1954), foi apresentada pelo canal de TV BBC. Shaffer vivia em Nova York, mas visitava regularmente Londres e o condado irlandês de Cork, onde comemorou seus 90 anos no mês passado.
ilustrada
Morre o dramaturgo britânico Peter Shaffer, autor de 'Amadeus'O dramaturgo britânico Peter Shaffer, autor de "Amadeus", cujo roteiro para o cinema lhe rendeu um Oscar, morreu nesta segunda-feira (6), na Irlanda, aos 90 anos, anunciou sua agência de representação. Ele estava internado em um hospital de Marymount, do condado de Cork. A causa da morte não foi divulgada. Shaffer escreveu mais de 18 peças. "Amadeus", seu maior sucesso, é um relato ficcional sobre a relação entre Mozart e seu amargo rival, o compositor italiano Antonio Salieri. O texto ganhou um prêmio Tony de melhor peça de teatro em 1981. Três anos depois, o filme baseado na história recebeu oito estatuetas no Oscar. "Equus", de 1973, sobre um psiquiatra que tenta tratar um jovem adolescente obcecado por cavalos, também ganhou sua versão cinematográfica, em 1977. O longa foi indicado a três Oscars, incluindo o de melhor roteiro adaptado. O dramaturgo nasceu em Liverpool em 1926. Ele era irmão gêmeo de Anthony Shaffer, também autor de sucesso, que assinou o roteiro do filme de Alfred Hitchcock "Frenesi" (1972) e o de "Morte Sobre o Nilo" (1978), de John Guillermin. Estudou História na Universidade de Cambridge, onde se formou em 1950. Trabalhou em minas de carvão, como balconista de livraria e assistente de biblioteca antes de descobrir seu talento dramático. Sua primeira peça, "The Salt Land" (1954), foi apresentada pelo canal de TV BBC. Shaffer vivia em Nova York, mas visitava regularmente Londres e o condado irlandês de Cork, onde comemorou seus 90 anos no mês passado.
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Em tenda itinerante, livreiro vende obras novas a preços baixos
RODOLFO LUCENA DE SÃO PAULO "Todo artista tem de ir aonde o povo está", ensina o poeta, e o livreiro José Antonio Mantovani, 45, resolveu tomar a lição para seu negócio. Vende romances, novelas, obras didáticas, textos de autoajuda e livros para colorir em tendas instaladas em pontos movimentados da cidade. "Feira do Livro", proclama o letreiro pintado na barraca instalada no início da Paulista —uma outra, semelhante à primeira, funciona próximo à estação Barra Funda do metrô. Sob a proteção da lona, dezenas de livros novos oferecidos a preços módicos —há bancadas em que tudo sai por R$ 10. "Provamos que não é verdade que o brasileiro não gosta de ler. Nossa experiência mostrou que, quando há preço bom e grande variedade de opções, ele compra e ainda faz questão de dar de presente", diz Mantovani. Teorias à parte, o fato é que o projeto Livros na Cidade começou como forma de ampliar a renda do comerciante, que é dono de uma banca de jornais e de uma livraria na zona norte. A ideia surgiu depois que o livreiro foi convidado para montar uma banca no Memorial da América Latina, em 2013. "Em dois dias, vendi mais que em uma semana inteira em minha loja", diz Mantovani, na área desde 1993. Passou também a levar sua feira a cidades do interior. Em 2013, conseguiu autorização da prefeitura para ocupar as ruas de São Paulo. "A primeira feira na cidade aconteceu no largo Ana Rosa. Foi um sucesso. Quando você ocupa os espaços públicos ociosos com atividades culturais, eles se tornam agradáveis." Ele chega a vender 200 livros em um dia. A lista dos mais cobiçados inclui "O Pequeno Príncipe", a Bíblia e "A Bíblia do Churrasco", além de obras de autores como o especialista em drama de tribunais John Grisham. Tudo por preços mais atraentes que os vistos nas livrarias tradicionais, já que ele negocia diretamente com as editoras. "Como o custo de armazenagem é muito alto, às vezes optam por vender o livro até por menos do que o preço de custo." Livros na Cidade. Pça. Dom José Gaspar com r. 7 de Abril e av. Paulista com r. 13 de Maio. Até 30/7, de seg. a dom.: 7h às 20h. www.cialivrosnacidade.com.br
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Em tenda itinerante, livreiro vende obras novas a preços baixosRODOLFO LUCENA DE SÃO PAULO "Todo artista tem de ir aonde o povo está", ensina o poeta, e o livreiro José Antonio Mantovani, 45, resolveu tomar a lição para seu negócio. Vende romances, novelas, obras didáticas, textos de autoajuda e livros para colorir em tendas instaladas em pontos movimentados da cidade. "Feira do Livro", proclama o letreiro pintado na barraca instalada no início da Paulista —uma outra, semelhante à primeira, funciona próximo à estação Barra Funda do metrô. Sob a proteção da lona, dezenas de livros novos oferecidos a preços módicos —há bancadas em que tudo sai por R$ 10. "Provamos que não é verdade que o brasileiro não gosta de ler. Nossa experiência mostrou que, quando há preço bom e grande variedade de opções, ele compra e ainda faz questão de dar de presente", diz Mantovani. Teorias à parte, o fato é que o projeto Livros na Cidade começou como forma de ampliar a renda do comerciante, que é dono de uma banca de jornais e de uma livraria na zona norte. A ideia surgiu depois que o livreiro foi convidado para montar uma banca no Memorial da América Latina, em 2013. "Em dois dias, vendi mais que em uma semana inteira em minha loja", diz Mantovani, na área desde 1993. Passou também a levar sua feira a cidades do interior. Em 2013, conseguiu autorização da prefeitura para ocupar as ruas de São Paulo. "A primeira feira na cidade aconteceu no largo Ana Rosa. Foi um sucesso. Quando você ocupa os espaços públicos ociosos com atividades culturais, eles se tornam agradáveis." Ele chega a vender 200 livros em um dia. A lista dos mais cobiçados inclui "O Pequeno Príncipe", a Bíblia e "A Bíblia do Churrasco", além de obras de autores como o especialista em drama de tribunais John Grisham. Tudo por preços mais atraentes que os vistos nas livrarias tradicionais, já que ele negocia diretamente com as editoras. "Como o custo de armazenagem é muito alto, às vezes optam por vender o livro até por menos do que o preço de custo." Livros na Cidade. Pça. Dom José Gaspar com r. 7 de Abril e av. Paulista com r. 13 de Maio. Até 30/7, de seg. a dom.: 7h às 20h. www.cialivrosnacidade.com.br
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Quais são os desafios da nova premiê britânica? Editora comenta
O premiê britânico, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira (11) que vai deixar o cargo na próxima quarta (13).A decisão abre oficialmente o processo de sucessão no governo do Reino Unido, que deve ser assumido pela atual secretária do Interior, Theresa May.Neste vídeo, a editoria de "Mundo", Luciana Coelho, fala dos desafios a serem enfrentados por May, que será primeira mulher a assumir governo desde Margaret Thatcher.A jornalista lembra que a futura premiê terá que negociar questões de comércio, migração, investimento e finanças.Favorita para ser a nova premiê desde que Cameron anunciou que deixaria o governo, após o plebiscito que decidiu pela saída britânica da União Europeia, em junho, May se consolidou como única candidata a premiê depois que sua concorrente, Andrea Leadsom, desistiu da disputa, também nesta segunda (11).Leia mais aqui
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Quais são os desafios da nova premiê britânica? Editora comentaO premiê britânico, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira (11) que vai deixar o cargo na próxima quarta (13).A decisão abre oficialmente o processo de sucessão no governo do Reino Unido, que deve ser assumido pela atual secretária do Interior, Theresa May.Neste vídeo, a editoria de "Mundo", Luciana Coelho, fala dos desafios a serem enfrentados por May, que será primeira mulher a assumir governo desde Margaret Thatcher.A jornalista lembra que a futura premiê terá que negociar questões de comércio, migração, investimento e finanças.Favorita para ser a nova premiê desde que Cameron anunciou que deixaria o governo, após o plebiscito que decidiu pela saída britânica da União Europeia, em junho, May se consolidou como única candidata a premiê depois que sua concorrente, Andrea Leadsom, desistiu da disputa, também nesta segunda (11).Leia mais aqui
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Ponto Crítico - Exposição - O trabalho como arte
Hans Gunter Flieg nunca pediu para ser artista. É fotógrafo de profissão. Mesmo assim, talvez por isso, fez um dos trabalhos visuais mais consistentes do Brasil no século 20. A sua exposição, em cartaz na unidade Ibirapuera do Museu de Arte Contemporânea da USP, em São Paulo até 29/3, mostra a construção de um pensamento estético fino sobre a modernização acelerada da cidade no século passado. Flieg nasceu na Alemanha em 1923. Com 16 anos, veio para o Brasil. Filho de uma culta família judia da Saxônia, trouxe na bagagem sua experiência com o modernismo alemão, a nova objetividade e o gosto pela fotografia. Aqui, ampliou seus conhecimentos técnicos e se entusiasmou com a produção dos fotógrafos da revista "Life". Ele participou do processo de atualização da publicidade, da imprensa e da comunicação visual. Fotografou o Masp, a primeira Bienal de São Paulo e o MAM. Além disso, participou do rico debate artístico e arquitetônico das vanguardas paulistas. Atendendo a diferentes clientes, suas fotos acompanhavam relatórios de fábrica, apareciam reproduzidas nos calendários, ilustravam textos e anúncios. As imagens eram feitas de acordo com as exigências do contratante. Flieg, em um aspecto, trabalha de maneira similar a artistas contemporâneos. As suas imagens são encenadas. Tudo é controlado, o modo como a luz pousa sobre os objetos e o espaço, a pose dos personagens, a sujeira no chão, o estado das máquinas, as proporções. Eram cenas dirigidas, que levavam tempo para montar. O sentido das imagens não é a captura de um momento decisivo, é composição, no sentido estrito. Em uma fotografia que ele fez na Indústria Elétrica Brown Boveri, em 1961, um homem aparece no fundo da imagem com uma prancheta, a inspecionar uma das duas máquinas diante dele. Perto das máquinas, o inspetor se apequena em seu guarda-pó. Isso se deve à composição, que amplia a escala das máquinas e diminui o inspetor. A máquina, em um espaço amplo e quase vazio, está isolada, desconectada do complexo fabril, sem função. Frontal, ela domina a composição. Aparece, entretanto, como objeto de contemplação, que obriga o inspetor a se concentrar, como os personagens de uma tela de Chardin (1699-1779), e tomar notas. Na mesma sessão, Flieg retrata um fuso elétrico centralizado no plano em 90 graus do chão. O fotógrafo nos mostra os refletores em torno da peça, iluminada como uma obra de arte, permitindo-nos ver todas as suas reentrâncias. O objeto é descrito como a escultura "Unidade Tripartida", de Max Bill. Está isolado, como uma relíquia futurista. Por isso, nas fotografias de Flieg, as esculturas de Jean Tinguely (1925-91) e os equipamentos da indústria Zauli são aparentadas. São feitos do trabalho humano que guardam diferenças, mas podem, nos dois casos, serem mostrados de modo contemplativo. Uma ética do trabalho permeia a produção do fotógrafo. As diferentes atividades que ele retratou, apresentam homens dignos realizando seus afazeres com dedicação e sabedoria. Sejam eles operários, escultores ou sopradores de vidro, todos parecem fazer o melhor. As hierarquias existem, são visíveis em algumas fotografias, mas nenhum trabalho é qualitativamente superior. A imagem do trabalho não é a impositiva linha de produção do filme "A Nós a Liberdade" (1931), de René Clair. Em uma foto da fábrica Cristais Prado, de 1947, os operários surgem em duas fileiras polindo vidros. Os trabalhadores se diferenciam uns dos outros. São gestos diferentes, expressões faciais diferentes, humores diferentes. A cena é feita para individualizar os personagens e mostrar a maestria deles na atividade. Flieg pensava atividade como profissão. A empatia por esses personagens provavelmente passa por alguma identidade entre o fotógrafo e o que era fotografado. São cenas de um período histórico peculiar, otimista. De um futuro que se aproximava velozmente, com violência. Era uma época de muitas promessas. Flieg deu forma a algumas delas em imagens também otimistas, de homens a criar uma outra vida. TIAGO MESQUITA, 36, é crítico de arte, autor de "O Olhar do Colecionador" (BEĨ Editora).
ilustrissima
Ponto Crítico - Exposição - O trabalho como arteHans Gunter Flieg nunca pediu para ser artista. É fotógrafo de profissão. Mesmo assim, talvez por isso, fez um dos trabalhos visuais mais consistentes do Brasil no século 20. A sua exposição, em cartaz na unidade Ibirapuera do Museu de Arte Contemporânea da USP, em São Paulo até 29/3, mostra a construção de um pensamento estético fino sobre a modernização acelerada da cidade no século passado. Flieg nasceu na Alemanha em 1923. Com 16 anos, veio para o Brasil. Filho de uma culta família judia da Saxônia, trouxe na bagagem sua experiência com o modernismo alemão, a nova objetividade e o gosto pela fotografia. Aqui, ampliou seus conhecimentos técnicos e se entusiasmou com a produção dos fotógrafos da revista "Life". Ele participou do processo de atualização da publicidade, da imprensa e da comunicação visual. Fotografou o Masp, a primeira Bienal de São Paulo e o MAM. Além disso, participou do rico debate artístico e arquitetônico das vanguardas paulistas. Atendendo a diferentes clientes, suas fotos acompanhavam relatórios de fábrica, apareciam reproduzidas nos calendários, ilustravam textos e anúncios. As imagens eram feitas de acordo com as exigências do contratante. Flieg, em um aspecto, trabalha de maneira similar a artistas contemporâneos. As suas imagens são encenadas. Tudo é controlado, o modo como a luz pousa sobre os objetos e o espaço, a pose dos personagens, a sujeira no chão, o estado das máquinas, as proporções. Eram cenas dirigidas, que levavam tempo para montar. O sentido das imagens não é a captura de um momento decisivo, é composição, no sentido estrito. Em uma fotografia que ele fez na Indústria Elétrica Brown Boveri, em 1961, um homem aparece no fundo da imagem com uma prancheta, a inspecionar uma das duas máquinas diante dele. Perto das máquinas, o inspetor se apequena em seu guarda-pó. Isso se deve à composição, que amplia a escala das máquinas e diminui o inspetor. A máquina, em um espaço amplo e quase vazio, está isolada, desconectada do complexo fabril, sem função. Frontal, ela domina a composição. Aparece, entretanto, como objeto de contemplação, que obriga o inspetor a se concentrar, como os personagens de uma tela de Chardin (1699-1779), e tomar notas. Na mesma sessão, Flieg retrata um fuso elétrico centralizado no plano em 90 graus do chão. O fotógrafo nos mostra os refletores em torno da peça, iluminada como uma obra de arte, permitindo-nos ver todas as suas reentrâncias. O objeto é descrito como a escultura "Unidade Tripartida", de Max Bill. Está isolado, como uma relíquia futurista. Por isso, nas fotografias de Flieg, as esculturas de Jean Tinguely (1925-91) e os equipamentos da indústria Zauli são aparentadas. São feitos do trabalho humano que guardam diferenças, mas podem, nos dois casos, serem mostrados de modo contemplativo. Uma ética do trabalho permeia a produção do fotógrafo. As diferentes atividades que ele retratou, apresentam homens dignos realizando seus afazeres com dedicação e sabedoria. Sejam eles operários, escultores ou sopradores de vidro, todos parecem fazer o melhor. As hierarquias existem, são visíveis em algumas fotografias, mas nenhum trabalho é qualitativamente superior. A imagem do trabalho não é a impositiva linha de produção do filme "A Nós a Liberdade" (1931), de René Clair. Em uma foto da fábrica Cristais Prado, de 1947, os operários surgem em duas fileiras polindo vidros. Os trabalhadores se diferenciam uns dos outros. São gestos diferentes, expressões faciais diferentes, humores diferentes. A cena é feita para individualizar os personagens e mostrar a maestria deles na atividade. Flieg pensava atividade como profissão. A empatia por esses personagens provavelmente passa por alguma identidade entre o fotógrafo e o que era fotografado. São cenas de um período histórico peculiar, otimista. De um futuro que se aproximava velozmente, com violência. Era uma época de muitas promessas. Flieg deu forma a algumas delas em imagens também otimistas, de homens a criar uma outra vida. TIAGO MESQUITA, 36, é crítico de arte, autor de "O Olhar do Colecionador" (BEĨ Editora).
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Banda faz o aquecimento para o baile oficial do "Perola da Guanabara"
Banda faz o aquecimento para o baile oficial do "Perola da Guanabara"
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Banda faz o aquecimento para o baile oficial do "Perola da Guanabara"Banda faz o aquecimento para o baile oficial do "Perola da Guanabara"
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Erramos: A privataria petista na Petrobras africana
Diferentemente do que afirma o texto "A privataria petista na Petrobras africana", publicado na versão impressa e no site da Folha (Opinião - 25/01/2015 - 02h00), os campos de petróleo nigerianos de Akpo e Agbami respondiam por 60% do petróleo importado pelo Brasil em maio de 2013, quando foram vendidos. Os 55 mil barris por dia respondiam por 25% do petróleo importado refinado pela Petrobras, e não pela quantidade total de petróleo refinado pela estatal.
colunas
Erramos: A privataria petista na Petrobras africanaDiferentemente do que afirma o texto "A privataria petista na Petrobras africana", publicado na versão impressa e no site da Folha (Opinião - 25/01/2015 - 02h00), os campos de petróleo nigerianos de Akpo e Agbami respondiam por 60% do petróleo importado pelo Brasil em maio de 2013, quando foram vendidos. Os 55 mil barris por dia respondiam por 25% do petróleo importado refinado pela Petrobras, e não pela quantidade total de petróleo refinado pela estatal.
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Rede de ONGs propõe metas para economia sustentável
O Observatório do Clima –rede que reúne 37 entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro– apresentou hoje um documento com propostas rumo a uma economia mais sustentável. O Observatório espera que o documento seja uma contribuição para as Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDC, em inglês), metas que os países deverão apresentar até 1º de outubro deste ano na 21ª Conferência do Clima da ONU, que vai acontecer em Paris, no fim do ano. O governo brasileiro ainda não indicou as bases da INDC que levará para a reunião da França. "Os documentos de outros países às vezes não são muito detalhados. O Observatório do Clima traz orientações para a INDC do Brasil tanto em tem termos de estrutura quanto em termos do nível de ambição necessária para ele faça sua parte", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório. De acordo com o documento, o Brasil deve se comprometer a limitar suas emissões de gases-estufa a 1 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente até 2030. O número representa 35% de redução em relação às emissões de 2010. Entre as propostas apresentadas também está zerar o desmatamento e evitar a expansão de fontes de energia fóssil. Para atingir os objetivos, o documento propõe zerar a perda de cobertura florestal e recuperar as áreas degradadas em áreas de preservação permanente e reserva legal. Ampliar a eficiência energética e aumentar uso de energias renováveis são atitudes que também devem ser tomadas. Em termos de orçamento, o documento prevê que até 2020, todos os Plano Plurianuais e orçamentos federais do Brasil devam incluir recursos claros para financiamento das ações necessárias à conquista das metas propostas na INDC. "Queremos demonstrar que é factível permanecer dentro do limite proposto. É uma meta robusta, mas é uma forma de contribuir substancialmente para um acordo mais ambicioso em Paris", disse Rittl.
ambiente
Rede de ONGs propõe metas para economia sustentávelO Observatório do Clima –rede que reúne 37 entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro– apresentou hoje um documento com propostas rumo a uma economia mais sustentável. O Observatório espera que o documento seja uma contribuição para as Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDC, em inglês), metas que os países deverão apresentar até 1º de outubro deste ano na 21ª Conferência do Clima da ONU, que vai acontecer em Paris, no fim do ano. O governo brasileiro ainda não indicou as bases da INDC que levará para a reunião da França. "Os documentos de outros países às vezes não são muito detalhados. O Observatório do Clima traz orientações para a INDC do Brasil tanto em tem termos de estrutura quanto em termos do nível de ambição necessária para ele faça sua parte", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório. De acordo com o documento, o Brasil deve se comprometer a limitar suas emissões de gases-estufa a 1 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente até 2030. O número representa 35% de redução em relação às emissões de 2010. Entre as propostas apresentadas também está zerar o desmatamento e evitar a expansão de fontes de energia fóssil. Para atingir os objetivos, o documento propõe zerar a perda de cobertura florestal e recuperar as áreas degradadas em áreas de preservação permanente e reserva legal. Ampliar a eficiência energética e aumentar uso de energias renováveis são atitudes que também devem ser tomadas. Em termos de orçamento, o documento prevê que até 2020, todos os Plano Plurianuais e orçamentos federais do Brasil devam incluir recursos claros para financiamento das ações necessárias à conquista das metas propostas na INDC. "Queremos demonstrar que é factível permanecer dentro do limite proposto. É uma meta robusta, mas é uma forma de contribuir substancialmente para um acordo mais ambicioso em Paris", disse Rittl.
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Venice Beach, em Los Angeles, espelha sofisticação informal da região
Em Venice Beach, praia contígua a Santa Monica, a atmosfera hippie e uma decadência com elegância teve origem em 1900, quando o empresário Abbot Kinney, então alcunhado "o rei do fumo" por ser importador de tabaco, rasgou canais inspirados nos de Veneza e construiu uma paródia de palácio Ducal que ainda está por lá. Mas são lugares por aquela região que, longe de serem hippies, espelham a sofisticação informal dos californianos de Los Angeles. Um bom exemplo é o "modernete" bistrô Gjelina, onde se recomenda fazer reserva. Outra localidade muito procurada para quem quer flanar, fazer boas compras, comer ou comprar iguarias, o The Grove and Original Farmer's Market, inaugurado em 1934, como se pode constatar pela singela torre de madeira com o relógio que fica no meio do conjunto. Alguns dos grandes nomes que já passaram por lá são Marilyn Monroe e Frank Sinatra. Entre as lojas do Farmer's Market, há filiais da Apple, Michael Koors, Antropologie e uma loja de departamentos Nordstrom. Na área das cerca de cem barraquinhas de comida e pequenos restaurantes há de tudo: caramelos artesanais, salgados, bons vinhos –inclusive para levar–, frutos do mar, comida étnica, churrasco e apetrechos de cozinha. O bistrô afrancesado Monsieur Marcel serve dezenas de tipos de vinhos em taça e é certamente o mais agradável e menos improvisado de todos, tem boas entradas e saladinhas com queijo, além de pratos clássicos, como o bouef bourguignon (cozido de carne ao vinho). GJELINA ONDE 1.429, Abbot Kinney Boulevard QUANTO US$ 13 (R$ 41) a salada de chicória, pera asiática, avelã e queijo parmesão por US$ 13 (R$ 41) SITE não tem THE GROVE AND ORIGINAL FARMER'S MARKET ONDE 6.333 West Third Street QUANTO a partir de US$ 44 (R$ 138) o tour pelo mercado SITE farmersmarketla.com MONSIEUR MARCEL ONDE no The Grove and Original Farmer's Market QUANTO pratos a partir de us$ 7 (r$ 22); porção de lulas fritas por us$ 13 (r$ 41) SITE mrmarcel.com
turismo
Venice Beach, em Los Angeles, espelha sofisticação informal da regiãoEm Venice Beach, praia contígua a Santa Monica, a atmosfera hippie e uma decadência com elegância teve origem em 1900, quando o empresário Abbot Kinney, então alcunhado "o rei do fumo" por ser importador de tabaco, rasgou canais inspirados nos de Veneza e construiu uma paródia de palácio Ducal que ainda está por lá. Mas são lugares por aquela região que, longe de serem hippies, espelham a sofisticação informal dos californianos de Los Angeles. Um bom exemplo é o "modernete" bistrô Gjelina, onde se recomenda fazer reserva. Outra localidade muito procurada para quem quer flanar, fazer boas compras, comer ou comprar iguarias, o The Grove and Original Farmer's Market, inaugurado em 1934, como se pode constatar pela singela torre de madeira com o relógio que fica no meio do conjunto. Alguns dos grandes nomes que já passaram por lá são Marilyn Monroe e Frank Sinatra. Entre as lojas do Farmer's Market, há filiais da Apple, Michael Koors, Antropologie e uma loja de departamentos Nordstrom. Na área das cerca de cem barraquinhas de comida e pequenos restaurantes há de tudo: caramelos artesanais, salgados, bons vinhos –inclusive para levar–, frutos do mar, comida étnica, churrasco e apetrechos de cozinha. O bistrô afrancesado Monsieur Marcel serve dezenas de tipos de vinhos em taça e é certamente o mais agradável e menos improvisado de todos, tem boas entradas e saladinhas com queijo, além de pratos clássicos, como o bouef bourguignon (cozido de carne ao vinho). GJELINA ONDE 1.429, Abbot Kinney Boulevard QUANTO US$ 13 (R$ 41) a salada de chicória, pera asiática, avelã e queijo parmesão por US$ 13 (R$ 41) SITE não tem THE GROVE AND ORIGINAL FARMER'S MARKET ONDE 6.333 West Third Street QUANTO a partir de US$ 44 (R$ 138) o tour pelo mercado SITE farmersmarketla.com MONSIEUR MARCEL ONDE no The Grove and Original Farmer's Market QUANTO pratos a partir de us$ 7 (r$ 22); porção de lulas fritas por us$ 13 (r$ 41) SITE mrmarcel.com
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Esqueleto pode decifrar objeto mais misterioso da história da tecnologia
O chamado mecanismo de Anticitera é um dos artefatos mais misteriosos da história da tecnologia. E não é para menos. Criado há 2.000 anos na Grécia Antiga, este objeto de bronze corroído não é maior do que um laptop moderno e parece uma máquina do futuro. Em junho deste ano, um grupo de cientistas conseguiu decifrar um enigma, que desde a sua descoberta, em 1900, não havia sido solucionado: para que servia? O "primeiro computador criado pela raça humana", tal como descreveram seus descobridores, era utilizado com fins astronômicos, como rastrear complexos movimentos da Lua e dos planetas. Agora, um grupo de arqueólogos submarinos deu um passo adiante: recuperar restos de um esqueleto humano localizado em um barco naufragado na ilha grega de Symi, onde estava este artefato enigmático. ENIGMA A revista científica "Nature" publicou na última segunda (19) que os ossos desenterrados estavam em ótimo estado de preservação. Por causa disso, os cientistas já puderam determinar que os restos pertencem a um homem jovem, ao redor de 20 anos. Ele foi batizado de Pamphilos, que, em grego, significa "amigos de todos". Segundo os pesquisadores, futuros exames de DNA poderiam ajudar a desvendar alguns dos mistérios que envolvem o mecanismo de Anticitera, como a origem geográfica dos ancestrais de Pamphilos e, portanto, do artefato. Também seria possível saber detalhes físicos do jovem (cor de pele e olhos, por exemplo) e até que tipo de atividades ele realizava ou quais condições de vida tinha devido ao estado de seus ossos.
ciencia
Esqueleto pode decifrar objeto mais misterioso da história da tecnologiaO chamado mecanismo de Anticitera é um dos artefatos mais misteriosos da história da tecnologia. E não é para menos. Criado há 2.000 anos na Grécia Antiga, este objeto de bronze corroído não é maior do que um laptop moderno e parece uma máquina do futuro. Em junho deste ano, um grupo de cientistas conseguiu decifrar um enigma, que desde a sua descoberta, em 1900, não havia sido solucionado: para que servia? O "primeiro computador criado pela raça humana", tal como descreveram seus descobridores, era utilizado com fins astronômicos, como rastrear complexos movimentos da Lua e dos planetas. Agora, um grupo de arqueólogos submarinos deu um passo adiante: recuperar restos de um esqueleto humano localizado em um barco naufragado na ilha grega de Symi, onde estava este artefato enigmático. ENIGMA A revista científica "Nature" publicou na última segunda (19) que os ossos desenterrados estavam em ótimo estado de preservação. Por causa disso, os cientistas já puderam determinar que os restos pertencem a um homem jovem, ao redor de 20 anos. Ele foi batizado de Pamphilos, que, em grego, significa "amigos de todos". Segundo os pesquisadores, futuros exames de DNA poderiam ajudar a desvendar alguns dos mistérios que envolvem o mecanismo de Anticitera, como a origem geográfica dos ancestrais de Pamphilos e, portanto, do artefato. Também seria possível saber detalhes físicos do jovem (cor de pele e olhos, por exemplo) e até que tipo de atividades ele realizava ou quais condições de vida tinha devido ao estado de seus ossos.
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Litoral do ES vive desalento após lama; pescadores trabalham para Samarco
Ao desaguar na foz do rio Doce, ganhando o mar do litoral do Espírito Santo, a avalanche de lama da maior catástrofe ambiental do país deixou, no pequeno distrito de Regência, a mesma desesperança do ponto de partida. Desde a chegada do rejeito de minério da barragem que se rompeu há um mês em Mariana, a mancha turva na praia da Regência só cresceu. O futuro é incerto, mas a economia local, por ora, se voltou completamente para as atividades do pós-tragédia. A comunidade de pescadores de Regência, a maior prejudicada no local, está quase toda trabalhando para a Samarco. Leia mais sobre essas e outras histórias no quinto e último capítulo do especial "O Caminho da Lama", que seguiu o rastro deixado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG).
cotidiano
Litoral do ES vive desalento após lama; pescadores trabalham para SamarcoAo desaguar na foz do rio Doce, ganhando o mar do litoral do Espírito Santo, a avalanche de lama da maior catástrofe ambiental do país deixou, no pequeno distrito de Regência, a mesma desesperança do ponto de partida. Desde a chegada do rejeito de minério da barragem que se rompeu há um mês em Mariana, a mancha turva na praia da Regência só cresceu. O futuro é incerto, mas a economia local, por ora, se voltou completamente para as atividades do pós-tragédia. A comunidade de pescadores de Regência, a maior prejudicada no local, está quase toda trabalhando para a Samarco. Leia mais sobre essas e outras histórias no quinto e último capítulo do especial "O Caminho da Lama", que seguiu o rastro deixado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG).
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Editorial: Começo, meio e fim
A Câmara dos Deputados contrariou o Executivo mais uma vez ao aprovar, nesta semana, um projeto de lei que dá ao governo federal um prazo de 30 dias para rever e reduzir as dívidas que Estados e municípios têm com a União. Calcula-se que o Tesouro perca com a proposta R$ 163 bilhões até 2040, ou R$ 3 bilhões somente em 2015. Ciente de que a medida seria aprovada também no Senado, o Planalto negociou uma trégua até a próxima terça-feira (31). No empenho de ampliar o desgaste do governo, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), exigiu que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apresente ao Congresso soluções alternativas para o ajuste das contas públicas, de forma a aliviar a situação de prefeitos e governadores. Outros senadores querem que Levy defina também uma posição sobre a convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelos Estados. O estágio a que chegou a controvérsia evidencia a falta de coerência do governo Dilma Rousseff (PT). A lei que altera os indexadores das dívidas foi aprovada em 2014 com o patrocínio do Planalto, interessado em agradar governadores e prefeitos. Tratava-se de repor o equilíbrio dos contratos de acordo com a realidade atual –seus juros haviam sido fixados numa época em que a taxa básica da economia chegava a superar 20% ao ano. A revisão faz sentido, mas deveria ser aplicada apenas em relação ao futuro. A presidente, no entanto, escolheu não vetar a incidência retroativa dos juros mais baixos. Agora, em meio ao aperto orçamentário, o governo procura adiar a mudança com a qual se comprometera de bom grado. Lembra, para tanto, que a lei autoriza o aditamento, mas não o torna obrigatório. Se a pressão do Congresso para forçar a alteração tem duvidosa força jurídica –os débitos de Estados e municípios com a União em tese não podem ser alterados sem acordo entre as partes–, nem por isso convém ignorar uma norma votada pelo Legislativo e sancionada pelo próprio Executivo. É preciso buscar uma solução, e o caminho mais promissor, de fato, passa por um plano com começo, meio e fim que satisfaça o Congresso e permita ao Executivo arcar com o custo da renegociação –de preferência a partir de 2016, quando, assim se espera, o ajuste econômico começará a produzir efeitos. Não se pode perder de vista, além disso, que a alteração nas dívidas deve se dar de forma a afastar a impressão de que a Lei de Responsabilidade Fiscal possa estar ameaçada. Seja como for, criou-se uma oportunidade para aprimorar as relações federativas. Se os senadores pleiteiam a convalidação dos incentivos fiscais dos Estados, deveriam oferecer como contrapartida ajuda para dar cabo da guerra fiscal. Isso implica superar resistências paroquiais e chegar a um acordo razoável a respeito das alíquotas de origem e destino de ICMS.
opiniao
Editorial: Começo, meio e fimA Câmara dos Deputados contrariou o Executivo mais uma vez ao aprovar, nesta semana, um projeto de lei que dá ao governo federal um prazo de 30 dias para rever e reduzir as dívidas que Estados e municípios têm com a União. Calcula-se que o Tesouro perca com a proposta R$ 163 bilhões até 2040, ou R$ 3 bilhões somente em 2015. Ciente de que a medida seria aprovada também no Senado, o Planalto negociou uma trégua até a próxima terça-feira (31). No empenho de ampliar o desgaste do governo, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), exigiu que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apresente ao Congresso soluções alternativas para o ajuste das contas públicas, de forma a aliviar a situação de prefeitos e governadores. Outros senadores querem que Levy defina também uma posição sobre a convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelos Estados. O estágio a que chegou a controvérsia evidencia a falta de coerência do governo Dilma Rousseff (PT). A lei que altera os indexadores das dívidas foi aprovada em 2014 com o patrocínio do Planalto, interessado em agradar governadores e prefeitos. Tratava-se de repor o equilíbrio dos contratos de acordo com a realidade atual –seus juros haviam sido fixados numa época em que a taxa básica da economia chegava a superar 20% ao ano. A revisão faz sentido, mas deveria ser aplicada apenas em relação ao futuro. A presidente, no entanto, escolheu não vetar a incidência retroativa dos juros mais baixos. Agora, em meio ao aperto orçamentário, o governo procura adiar a mudança com a qual se comprometera de bom grado. Lembra, para tanto, que a lei autoriza o aditamento, mas não o torna obrigatório. Se a pressão do Congresso para forçar a alteração tem duvidosa força jurídica –os débitos de Estados e municípios com a União em tese não podem ser alterados sem acordo entre as partes–, nem por isso convém ignorar uma norma votada pelo Legislativo e sancionada pelo próprio Executivo. É preciso buscar uma solução, e o caminho mais promissor, de fato, passa por um plano com começo, meio e fim que satisfaça o Congresso e permita ao Executivo arcar com o custo da renegociação –de preferência a partir de 2016, quando, assim se espera, o ajuste econômico começará a produzir efeitos. Não se pode perder de vista, além disso, que a alteração nas dívidas deve se dar de forma a afastar a impressão de que a Lei de Responsabilidade Fiscal possa estar ameaçada. Seja como for, criou-se uma oportunidade para aprimorar as relações federativas. Se os senadores pleiteiam a convalidação dos incentivos fiscais dos Estados, deveriam oferecer como contrapartida ajuda para dar cabo da guerra fiscal. Isso implica superar resistências paroquiais e chegar a um acordo razoável a respeito das alíquotas de origem e destino de ICMS.
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Geólogos buscam por ligação entre artefatos antigos e Cristo
Reverenciados por alguns como as mais significativas de todas as relíquias cristãs, mas rejeitados por outros sob acusações de falsificação ou especulação imprudente, dois artefatos –uma urna funerária e uma tumba– desencadearam o mais acirrado debate arqueológico e teológico das últimas décadas. A polêmica gira em torno de inscrições que levaram alguns a sugerir que Jesus de Nazaré foi casado e teve um filho e que a Ressurreição nunca aconteceu. Agora, um geólogo radicado em Jerusalém acredita ter encontrado um elo entre os dois artefatos, reforçando sua autenticidade. O primeiro artefato é um ossuário (urna funerária) com uma inscrição em aramaico: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus". Seu proprietário, um colecionador de Israel, diz ter adquirido a peça de um negociante de antiguidades na década de 1970. Cerca de uma década atrás, a Autoridade de Antiguidades do governo israelense declarou que a parte que diz "irmão de Jesus" era falsa. Um processo foi aberto contra o colecionador, mas em 2012 um tribunal de Jerusalém determinou que o Estado não havia conseguido provar as acusações. O segundo artefato é uma tumba descoberta em 1980 em Jerusalém Oriental, mas que ganhou destaque em 2007 graças ao documentário "O Túmulo Secreto de Jesus", produzido por James Cameron com roteiro de Simcha Jacobovici, cineasta de origem israelense radicado em Toronto. A câmara funerária, que ficou conhecida como Tumba de Talpiot, continha dez ossuários, alguns com inscrições que foram interpretadas como "Jesus filho de José", "Maria" e outros nomes associados ao Novo Testamento. Os nomes levaram Jacobovici e outros a afirmarem que essa foi, provavelmente, a tumba da família de Jesus de Nazaré, uma hipótese rejeitada por especialistas segundo os quais esses nomes eram comuns na época. Críticos como Amos Kloner, à época arqueólogo distrital de Jerusalém, basicamente acusou Jacobovici de tirar conclusões precipitadas para promover seu filme. Jacobovici diz que, se ficar provado que o ossuário de Tiago provinha da Tumba de Talpiot, isso reforçará as chances de ele ter pertencido à família de Jesus. Agora, o geólogo Aryeh Shimron está convencido de que estabeleceu essa correlação ao identificar uma igualdade geoquímica entre elementos presentes em amostras colhidas nos ossuários da Tumba de Talpiot e no ossuário de Tiago. Quando os ossuários de Talpiot foram descobertos, eles estavam cobertos por um tipo de solo chamado rendzina, que é característico das colinas de Jerusalém Oriental e seria capaz de conferir uma assinatura geoquímica única aos ossuários enterrados sob ele. "Acho que tenho uma prova realmente poderosa e virtualmente inequívoca de que o ossuário de Tiago passou a maior parte da sua vida, ou da sua morte, na Tumba de Talpiot", disse Shimron, 79, que foi pesquisador a serviço do Departamento de Pesquisas Geológicas de Israel. Shimron baseou sua pesquisa na tese de que um terremoto no ano 363 encheu a Tumba de Talpiot com terra e lama, arrastando a pedra que tapava a entrada e, num fato excepcional, cobrindo os ossuários feitos de giz. Há sete anos, Shimron estuda a química das amostras da crosta de giz raspada da parte inferior dos ossuários de Talpiot e, mais recentemente, do ossuário de Tiago. Ele também já estudou amostras de solo e entulho de dentro dos ossuários. Além disso, examinou amostras de ossuários de cerca de 15 outras tumbas. Shimron estava em busca de quantidades incomuns de elementos derivados do solo rendzina, como silício, alumínio e magnésio, bem como oligoelementos, incluindo fósforo e cromo –componentes do tipo de solo que segundo ele preencheu a Tumba de Talpiot durante o terremoto. Os resultados, afirma, colocam o ossuário de Tiago no mesmo grupo que os ossuários da Tumba de Talpiot. As descobertas de Shimron parecem fadadas a reabrir polêmicas. Existe a noção de que a existência de restos mortais de Jesus, inclusive matéria óssea, contrariaria a tese da ressurreição corpórea. Além disso, especulações de que uma das urnas achadas em Talpiot possa ter sido de Maria Madalena, enquanto outra trazia a inscrição "Judá, filho de Jesus", contribuíram para a controvérsia que cerca as descobertas. Shimron disse que esperava críticas, inclusive de pessoas que consideram abominável que um cientista, como ele mesmo disse, "brinque com Jesus e com os ossos de Maria".
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Geólogos buscam por ligação entre artefatos antigos e CristoReverenciados por alguns como as mais significativas de todas as relíquias cristãs, mas rejeitados por outros sob acusações de falsificação ou especulação imprudente, dois artefatos –uma urna funerária e uma tumba– desencadearam o mais acirrado debate arqueológico e teológico das últimas décadas. A polêmica gira em torno de inscrições que levaram alguns a sugerir que Jesus de Nazaré foi casado e teve um filho e que a Ressurreição nunca aconteceu. Agora, um geólogo radicado em Jerusalém acredita ter encontrado um elo entre os dois artefatos, reforçando sua autenticidade. O primeiro artefato é um ossuário (urna funerária) com uma inscrição em aramaico: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus". Seu proprietário, um colecionador de Israel, diz ter adquirido a peça de um negociante de antiguidades na década de 1970. Cerca de uma década atrás, a Autoridade de Antiguidades do governo israelense declarou que a parte que diz "irmão de Jesus" era falsa. Um processo foi aberto contra o colecionador, mas em 2012 um tribunal de Jerusalém determinou que o Estado não havia conseguido provar as acusações. O segundo artefato é uma tumba descoberta em 1980 em Jerusalém Oriental, mas que ganhou destaque em 2007 graças ao documentário "O Túmulo Secreto de Jesus", produzido por James Cameron com roteiro de Simcha Jacobovici, cineasta de origem israelense radicado em Toronto. A câmara funerária, que ficou conhecida como Tumba de Talpiot, continha dez ossuários, alguns com inscrições que foram interpretadas como "Jesus filho de José", "Maria" e outros nomes associados ao Novo Testamento. Os nomes levaram Jacobovici e outros a afirmarem que essa foi, provavelmente, a tumba da família de Jesus de Nazaré, uma hipótese rejeitada por especialistas segundo os quais esses nomes eram comuns na época. Críticos como Amos Kloner, à época arqueólogo distrital de Jerusalém, basicamente acusou Jacobovici de tirar conclusões precipitadas para promover seu filme. Jacobovici diz que, se ficar provado que o ossuário de Tiago provinha da Tumba de Talpiot, isso reforçará as chances de ele ter pertencido à família de Jesus. Agora, o geólogo Aryeh Shimron está convencido de que estabeleceu essa correlação ao identificar uma igualdade geoquímica entre elementos presentes em amostras colhidas nos ossuários da Tumba de Talpiot e no ossuário de Tiago. Quando os ossuários de Talpiot foram descobertos, eles estavam cobertos por um tipo de solo chamado rendzina, que é característico das colinas de Jerusalém Oriental e seria capaz de conferir uma assinatura geoquímica única aos ossuários enterrados sob ele. "Acho que tenho uma prova realmente poderosa e virtualmente inequívoca de que o ossuário de Tiago passou a maior parte da sua vida, ou da sua morte, na Tumba de Talpiot", disse Shimron, 79, que foi pesquisador a serviço do Departamento de Pesquisas Geológicas de Israel. Shimron baseou sua pesquisa na tese de que um terremoto no ano 363 encheu a Tumba de Talpiot com terra e lama, arrastando a pedra que tapava a entrada e, num fato excepcional, cobrindo os ossuários feitos de giz. Há sete anos, Shimron estuda a química das amostras da crosta de giz raspada da parte inferior dos ossuários de Talpiot e, mais recentemente, do ossuário de Tiago. Ele também já estudou amostras de solo e entulho de dentro dos ossuários. Além disso, examinou amostras de ossuários de cerca de 15 outras tumbas. Shimron estava em busca de quantidades incomuns de elementos derivados do solo rendzina, como silício, alumínio e magnésio, bem como oligoelementos, incluindo fósforo e cromo –componentes do tipo de solo que segundo ele preencheu a Tumba de Talpiot durante o terremoto. Os resultados, afirma, colocam o ossuário de Tiago no mesmo grupo que os ossuários da Tumba de Talpiot. As descobertas de Shimron parecem fadadas a reabrir polêmicas. Existe a noção de que a existência de restos mortais de Jesus, inclusive matéria óssea, contrariaria a tese da ressurreição corpórea. Além disso, especulações de que uma das urnas achadas em Talpiot possa ter sido de Maria Madalena, enquanto outra trazia a inscrição "Judá, filho de Jesus", contribuíram para a controvérsia que cerca as descobertas. Shimron disse que esperava críticas, inclusive de pessoas que consideram abominável que um cientista, como ele mesmo disse, "brinque com Jesus e com os ossos de Maria".
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Saiba mais sobre tipos de pisos e tapetes para não errar nas compras
INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Antes de decorar, veja as principais diferenças entre os tipos de revestimentos e de tapetes para não pisar em falso na hora das compras TAPETES Onde colocar Como combinar Materiais Limpeza PISOS Novidades Como trocar Materiais Limpeza Fontes: Simone Lourensi, designer de produto da Eliane Revestimentos; Flávia Athayde Vibiano, gerente de marketing da Eucatex; Francesca Alzati, arquiteta da By Kamy Tapetes; Regina Costa, gerente nacional de vendas técnicas da Via Rosa Porcelanatos, e Lair Neto, gerente administrativo de compras da Madel.
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Saiba mais sobre tipos de pisos e tapetes para não errar nas comprasINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Antes de decorar, veja as principais diferenças entre os tipos de revestimentos e de tapetes para não pisar em falso na hora das compras TAPETES Onde colocar Como combinar Materiais Limpeza PISOS Novidades Como trocar Materiais Limpeza Fontes: Simone Lourensi, designer de produto da Eliane Revestimentos; Flávia Athayde Vibiano, gerente de marketing da Eucatex; Francesca Alzati, arquiteta da By Kamy Tapetes; Regina Costa, gerente nacional de vendas técnicas da Via Rosa Porcelanatos, e Lair Neto, gerente administrativo de compras da Madel.
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Tá.Na.Hora usa SMS para disseminar informações e monitorar saúde
Para os pais de primeira viagem Jessica Engel, 18, e Jefferson Kwitschal, 21, as mensagens começaram a chegar desde a primeira consulta de pré-natal. A cada SMS vinham orientações sobre o passo a passo da gestação e até sugestões para o futuro pai massagear os pés da companheira. "Eu tinha medo do parto, mas as mensagens falaram para caminhar, para conversar com o pai e para pensar em coisas boas e isso ajudou", diz Jessica. Após o nascimento da filha, Isabelly, que está com sete meses, a mãe continua a receber mensagens sobre o o desenvolvimento da bebê e dicas como possibilidade de reação às vacinas. Conheça a Tá.Na.Hora Cerca de 300 mães estão sendo monitoradas em Rio Negrinho (SC), onde a Tá.Na.Hora Saúde Digital realizou o piloto do SMS Bebê, programa de monitoramento de gestantes e bebês presente em quatro Estados. A start-up social disponibiliza 50 programas diferentes voltadas para doenças ou questões de saúde diferentes, distribuídos em mais de 400 versões e adaptados para grupos demográficos específicos. São enviadas atualmente 57 mil mensagens por mês, atingindo 40 mil famílias (estima-se 100 mil pessoas). Na prática, as mensagens tentam influenciar o comportamento do paciente de forma positiva, encorajando práticas saudáveis e a adesão ao tratamento, se houver. "Nós acreditamos que nem tudo na saúde se resolve com mais médicos ou mais medicamentos. Tentamos influenciar o comportamento humano usando o celular", diz Michael Kapps, cofundador da Tá.Na.Hora. A equipe do serviço de saúde digital constrói "árvores" de perguntas e respostas que vão direcionando o "robô" que envia as mensagens, para que essas sejam adequadas às respostas dadas pelo usuário. Os profissionais também estudam os horários em que as mensagens são enviadas e que tipo de SMS tem maior taxa de resposta, para que o engajamento seja cada vez maior. IMPACTO Um estudo clínico está em andamento para medir o impacto das mensagens frequentes via celular na saúde das famílias que fazem uso do SMSBebê. Resultados preliminares indicam maior conhecimento da mãe e aumento da presença do pai no pré-natal; estão sendo monitorados outros quesitos como vacinação das crianças e desenvolvimento cerebral. Flávia Trindade dos Santos, enfermeira da Unidade Básica de Saúde do bairro do Cruzeiro, em Rio Negrinho (SC), diz que os SMS enviados para gestantes e mães ajudam a reduzir as idas desnecessárias à unidade, já que muitas dicas orientam sobre ocorrências normais na gravidez e primeira infância. Outro efeito das mensagens é aumentar a participação dos pais, que também podem se cadastrar para receber os SMS. "Nem todos podem vir às consultas de pré-natal, mas por receberem as mensagens acompanham melhor a gestação", diz ela. As mensagens constantes acabam por criar vínculos. "É como um amigo virtual. Eu acordava e já ia olhar as mensagens", diz Marina Pereira, 31, que recebe os SMS desde o início da gestação do filho Matheus, hoje com um ano. Em um estudo interno, foi identificado aumento de 10% de adesão aos medicamentos, 10% na taxa de vacinas em crianças cadastradas no SMS Bebê, e engajamento de 90% em pacientes em pré e pós-operatório. "Da gravidez dos meus outros quatro filhos, ninguém me perguntava como eu estava me sentido. Às vezes, a gente se sente meio carente. No virtual eu tinha um amigo", relata Ilka Lemes, 43, sobre as mensagens de texto que lhe acompanharam durante a quinta gestação. A Tá.Na.Hora investe no momento em um projeto piloto do SMS Especial, voltado aos pais de crianças com síndrome de Down, que vão recebam mensagens sobre saúde e desenvolvimento. "Vamos mandar mensagens aos pais e parentes para garantir a estimulação das crianças e depois também para empoderar os adolescentes e eles possam entrar no mercado de trabalho", afirma Michael Kapps, o cofundador do negócio social de saúde digital. VACINA DA DENGUE Outro projeto em andamento é com o Instituto Butantan, de São Paulo. Por meio do sistema da Tá.Na.Hora, os pesquisadores usam SMS para o estudo clínico com brasileiros que estão testando uma vacina da Dengue Desde fevereiro, a Tá.Na.Hora monitora os 16.944 voluntários em 12 Estados. Eles serão acompanhados por cinco anos para medir a eficácia da imunização daquela que pode ser a primeira vacina desenvolvida pelo SUS. É um projeto de R$ 300 milhões, financiado pelo governo federal em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA. A Tá.Na.Hora encarou o desafio de fazer parte de um estudo tão relevante. "Eles viram a oportunidade de trabalhar no desenvolvimento de uma vacina no sistema público, pelo SUS e para o SUS", afirma Ricardo Palacios, gerente de pesquisa do Instituto Butantan. Os SMS disparados semanalmente possibilitam um acompanhamento mais ágil, com maior segurança e menor necessidade de visitas e telefonemas periódicos aos voluntários submetidos aos primeiros testes vacina contra a dengue. Hoje, o SUS representa 50% do faturamento da Tá.Ná.Hora, os outros 50% são advindos de receitas do setor privado, no qual a start-up social está ligada a grandes empresas que fornecem o serviço a seus funcionários e planos de saúde nacionais, como os da Unimed, e regionais.
empreendedorsocial
Tá.Na.Hora usa SMS para disseminar informações e monitorar saúdePara os pais de primeira viagem Jessica Engel, 18, e Jefferson Kwitschal, 21, as mensagens começaram a chegar desde a primeira consulta de pré-natal. A cada SMS vinham orientações sobre o passo a passo da gestação e até sugestões para o futuro pai massagear os pés da companheira. "Eu tinha medo do parto, mas as mensagens falaram para caminhar, para conversar com o pai e para pensar em coisas boas e isso ajudou", diz Jessica. Após o nascimento da filha, Isabelly, que está com sete meses, a mãe continua a receber mensagens sobre o o desenvolvimento da bebê e dicas como possibilidade de reação às vacinas. Conheça a Tá.Na.Hora Cerca de 300 mães estão sendo monitoradas em Rio Negrinho (SC), onde a Tá.Na.Hora Saúde Digital realizou o piloto do SMS Bebê, programa de monitoramento de gestantes e bebês presente em quatro Estados. A start-up social disponibiliza 50 programas diferentes voltadas para doenças ou questões de saúde diferentes, distribuídos em mais de 400 versões e adaptados para grupos demográficos específicos. São enviadas atualmente 57 mil mensagens por mês, atingindo 40 mil famílias (estima-se 100 mil pessoas). Na prática, as mensagens tentam influenciar o comportamento do paciente de forma positiva, encorajando práticas saudáveis e a adesão ao tratamento, se houver. "Nós acreditamos que nem tudo na saúde se resolve com mais médicos ou mais medicamentos. Tentamos influenciar o comportamento humano usando o celular", diz Michael Kapps, cofundador da Tá.Na.Hora. A equipe do serviço de saúde digital constrói "árvores" de perguntas e respostas que vão direcionando o "robô" que envia as mensagens, para que essas sejam adequadas às respostas dadas pelo usuário. Os profissionais também estudam os horários em que as mensagens são enviadas e que tipo de SMS tem maior taxa de resposta, para que o engajamento seja cada vez maior. IMPACTO Um estudo clínico está em andamento para medir o impacto das mensagens frequentes via celular na saúde das famílias que fazem uso do SMSBebê. Resultados preliminares indicam maior conhecimento da mãe e aumento da presença do pai no pré-natal; estão sendo monitorados outros quesitos como vacinação das crianças e desenvolvimento cerebral. Flávia Trindade dos Santos, enfermeira da Unidade Básica de Saúde do bairro do Cruzeiro, em Rio Negrinho (SC), diz que os SMS enviados para gestantes e mães ajudam a reduzir as idas desnecessárias à unidade, já que muitas dicas orientam sobre ocorrências normais na gravidez e primeira infância. Outro efeito das mensagens é aumentar a participação dos pais, que também podem se cadastrar para receber os SMS. "Nem todos podem vir às consultas de pré-natal, mas por receberem as mensagens acompanham melhor a gestação", diz ela. As mensagens constantes acabam por criar vínculos. "É como um amigo virtual. Eu acordava e já ia olhar as mensagens", diz Marina Pereira, 31, que recebe os SMS desde o início da gestação do filho Matheus, hoje com um ano. Em um estudo interno, foi identificado aumento de 10% de adesão aos medicamentos, 10% na taxa de vacinas em crianças cadastradas no SMS Bebê, e engajamento de 90% em pacientes em pré e pós-operatório. "Da gravidez dos meus outros quatro filhos, ninguém me perguntava como eu estava me sentido. Às vezes, a gente se sente meio carente. No virtual eu tinha um amigo", relata Ilka Lemes, 43, sobre as mensagens de texto que lhe acompanharam durante a quinta gestação. A Tá.Na.Hora investe no momento em um projeto piloto do SMS Especial, voltado aos pais de crianças com síndrome de Down, que vão recebam mensagens sobre saúde e desenvolvimento. "Vamos mandar mensagens aos pais e parentes para garantir a estimulação das crianças e depois também para empoderar os adolescentes e eles possam entrar no mercado de trabalho", afirma Michael Kapps, o cofundador do negócio social de saúde digital. VACINA DA DENGUE Outro projeto em andamento é com o Instituto Butantan, de São Paulo. Por meio do sistema da Tá.Na.Hora, os pesquisadores usam SMS para o estudo clínico com brasileiros que estão testando uma vacina da Dengue Desde fevereiro, a Tá.Na.Hora monitora os 16.944 voluntários em 12 Estados. Eles serão acompanhados por cinco anos para medir a eficácia da imunização daquela que pode ser a primeira vacina desenvolvida pelo SUS. É um projeto de R$ 300 milhões, financiado pelo governo federal em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA. A Tá.Na.Hora encarou o desafio de fazer parte de um estudo tão relevante. "Eles viram a oportunidade de trabalhar no desenvolvimento de uma vacina no sistema público, pelo SUS e para o SUS", afirma Ricardo Palacios, gerente de pesquisa do Instituto Butantan. Os SMS disparados semanalmente possibilitam um acompanhamento mais ágil, com maior segurança e menor necessidade de visitas e telefonemas periódicos aos voluntários submetidos aos primeiros testes vacina contra a dengue. Hoje, o SUS representa 50% do faturamento da Tá.Ná.Hora, os outros 50% são advindos de receitas do setor privado, no qual a start-up social está ligada a grandes empresas que fornecem o serviço a seus funcionários e planos de saúde nacionais, como os da Unimed, e regionais.
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Primeiro debate entre Hillary e Trump será em 26 de setembro
O primeiro dos três debates televisionados entre os prováveis candidatos à Casa Branca Hillary Clinton (democrata) e Donald Trump (republicano) ocorrerá no dia 26 de setembro, uma segunda-feira, na Universidade Estadual Wright, em Dayton, Ohio. Os embates seguintes serão nos dias 9 e 19 de outubro, na Universidade Washington em St. Louis, Missouri, e na Universidade de Nevada, em Las Vegas, respectivamente. A eleição será no dia 8 de novembro. Todos os debates serão transmitidos, ao vivo, das 22h às 23h30 (hora de Brasília) pelas redes CNN, Fox News e MSNBC, além da C-SPAN, ABC e CBS. O primeiro e o último confrontos terão o mesmo formato: seis blocos de aproximadamente 15 minutos. Em cada um deles, será debatido um tema a ser definido pelo moderador e anunciado pelo menos uma semana antes do debate. Os candidatos terão dois minutos para responder à pergunta do moderador, e depois poderão debater entre si o tópico. O tempo restante do bloco será usado pelo moderador para "aprofundar" a discussão daquele tema. O segundo embate terá formato diferente, com a participação do público. Metade das perguntas aos candidatos virá dos eleitores, a outra metade, do moderador. Os eleitores que farão as perguntas deverão ser indecisos selecionados pela Organização Gallup. Na última semana, uma pesquisa nacional do "New York Times" e da rede CBS mostrou Hillary e Trump empatados, com 40% das intenções de voto cada. O único debate entre os candidatos a vice ocorrerá em 4 de outubro, também às 22h (hora de Brasília) na Universidade Longwood, em Farmville, na Virgínia. Neste, o formato será semelhante ao primeiro e ao último embates dos presidenciáveis, com uma diferença na distribuição do tempo: nove blocos de dez minutos cada.
mundo
Primeiro debate entre Hillary e Trump será em 26 de setembroO primeiro dos três debates televisionados entre os prováveis candidatos à Casa Branca Hillary Clinton (democrata) e Donald Trump (republicano) ocorrerá no dia 26 de setembro, uma segunda-feira, na Universidade Estadual Wright, em Dayton, Ohio. Os embates seguintes serão nos dias 9 e 19 de outubro, na Universidade Washington em St. Louis, Missouri, e na Universidade de Nevada, em Las Vegas, respectivamente. A eleição será no dia 8 de novembro. Todos os debates serão transmitidos, ao vivo, das 22h às 23h30 (hora de Brasília) pelas redes CNN, Fox News e MSNBC, além da C-SPAN, ABC e CBS. O primeiro e o último confrontos terão o mesmo formato: seis blocos de aproximadamente 15 minutos. Em cada um deles, será debatido um tema a ser definido pelo moderador e anunciado pelo menos uma semana antes do debate. Os candidatos terão dois minutos para responder à pergunta do moderador, e depois poderão debater entre si o tópico. O tempo restante do bloco será usado pelo moderador para "aprofundar" a discussão daquele tema. O segundo embate terá formato diferente, com a participação do público. Metade das perguntas aos candidatos virá dos eleitores, a outra metade, do moderador. Os eleitores que farão as perguntas deverão ser indecisos selecionados pela Organização Gallup. Na última semana, uma pesquisa nacional do "New York Times" e da rede CBS mostrou Hillary e Trump empatados, com 40% das intenções de voto cada. O único debate entre os candidatos a vice ocorrerá em 4 de outubro, também às 22h (hora de Brasília) na Universidade Longwood, em Farmville, na Virgínia. Neste, o formato será semelhante ao primeiro e ao último embates dos presidenciáveis, com uma diferença na distribuição do tempo: nove blocos de dez minutos cada.
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Rio é eleito o melhor destino de praia para gays na América Latina
O Rio de Janeiro foi apontado, neste mês, como o melhor destino de praia da América Latina para o turismo LGBT. A premiação foi entregue na 9a Conferência Internacional de Negócios e Turismo LGBT. O evento, conhecido como Gnetwork360, foi realizado no começo do mês pela Câmara de Comércio Gay-Lésbica da Argentina, em Buenos Aires. Pela primeira vez a conferência fez uma eleição, ouvindo 200 representantes e líderes da comunidade LGBT na região. A premiação do melhor do turismo "gay friendly" foi dividida em cinco categorias. O Rio foi apontado por 51% dos votantes como melhor destino de praia para esse público, seguido de Puerto Vallarta e Cancún, ambos no México. Na eleição de melhor destino LGBT da América Latina, no entanto, a cidade brasileira foi desbancada pela sede do evento, Buenos Aires –apontada por 63% dos entrevistados. "Em Buenos Aires não se fala mais em tolerância, porque isso implica a situação de alguém superior ao outro. Aqui falamos de pessoas que são iguais, somos uma sociedade muito respeitosa", disse ao serviço em espanhol da CNN Pablo de Luca, presidente da Câmara de Comércio Gay-Lésbica da Argentina. "Na Argentina a comunidade LGBT está em todo lado, não há um 'bairro rosa' que nos represente". Nessa categoria, depois da capital argentina e do Rio, ficou São Paulo. A cidade paulistana ainda foi vice no prêmio de melhor destino urbano LGBT, atrás, novamente, de Buenos Aires (que teve 61% dos votos). Outras duas categorias premiaram empresas: a norte-americana Delta foi apontada como empresa aérea mais "gay friendly" da América Latina (seguida por American Airlines e KLM), e a Marriott venceu como melhor rede hoteleira (com 19% dos votos, pouco acima dos 18% dados à W). De Luca explicou o que faz a diferença para a comunidade LGBT em viagens. "Não é necessário que o hotel pendure uma bandeirinha para dizer que é 'gay friendly'. O que se precisa é que, quando eu use os serviços de qualquer empresa, me façam sentir como me sinto em casa, onde não haja assombro em ver um casal do mesmo sexo", disse, à CNN. Segundo ele, para além da premiação, Bogotá, na Colômbia, é "uma joia escondida, que a comunidade gay internacional deve descobrir". No outro extremo, ainda pode ser difícil para homossexuais viajarem para destinos como a Jamaica e países do Caribe, que têm sociedades mais conservadoras.
turismo
Rio é eleito o melhor destino de praia para gays na América LatinaO Rio de Janeiro foi apontado, neste mês, como o melhor destino de praia da América Latina para o turismo LGBT. A premiação foi entregue na 9a Conferência Internacional de Negócios e Turismo LGBT. O evento, conhecido como Gnetwork360, foi realizado no começo do mês pela Câmara de Comércio Gay-Lésbica da Argentina, em Buenos Aires. Pela primeira vez a conferência fez uma eleição, ouvindo 200 representantes e líderes da comunidade LGBT na região. A premiação do melhor do turismo "gay friendly" foi dividida em cinco categorias. O Rio foi apontado por 51% dos votantes como melhor destino de praia para esse público, seguido de Puerto Vallarta e Cancún, ambos no México. Na eleição de melhor destino LGBT da América Latina, no entanto, a cidade brasileira foi desbancada pela sede do evento, Buenos Aires –apontada por 63% dos entrevistados. "Em Buenos Aires não se fala mais em tolerância, porque isso implica a situação de alguém superior ao outro. Aqui falamos de pessoas que são iguais, somos uma sociedade muito respeitosa", disse ao serviço em espanhol da CNN Pablo de Luca, presidente da Câmara de Comércio Gay-Lésbica da Argentina. "Na Argentina a comunidade LGBT está em todo lado, não há um 'bairro rosa' que nos represente". Nessa categoria, depois da capital argentina e do Rio, ficou São Paulo. A cidade paulistana ainda foi vice no prêmio de melhor destino urbano LGBT, atrás, novamente, de Buenos Aires (que teve 61% dos votos). Outras duas categorias premiaram empresas: a norte-americana Delta foi apontada como empresa aérea mais "gay friendly" da América Latina (seguida por American Airlines e KLM), e a Marriott venceu como melhor rede hoteleira (com 19% dos votos, pouco acima dos 18% dados à W). De Luca explicou o que faz a diferença para a comunidade LGBT em viagens. "Não é necessário que o hotel pendure uma bandeirinha para dizer que é 'gay friendly'. O que se precisa é que, quando eu use os serviços de qualquer empresa, me façam sentir como me sinto em casa, onde não haja assombro em ver um casal do mesmo sexo", disse, à CNN. Segundo ele, para além da premiação, Bogotá, na Colômbia, é "uma joia escondida, que a comunidade gay internacional deve descobrir". No outro extremo, ainda pode ser difícil para homossexuais viajarem para destinos como a Jamaica e países do Caribe, que têm sociedades mais conservadoras.
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Presidente da Turquia diz que ataque tenta 'semear o caos no país'
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo que o atentado que deixou 39 mortos em uma boate de Istambul durante as celebrações do Ano-Novo buscava "semear o caos no país". "Agem para destruir a moral do país e semear o caos tomando deliberadamente como alvo a paz da nação e dos civis com estes ataques de ódio", declarou Erdogan em sua primeira reação ao massacre, segundo um comunicado publicado pela presidência. O ataque começou uma hora depois de os turcos darem as boas-vindas ao novo ano, quando o criminoso matou a tiros um policial e um civil na entrada da Reina, uma das boates mais exclusivas da cidade, antes de continuar o massacre em seu interior, segundo as autoridades. O atentado foi registrado depois de um ano de 2016 sangrento para a Turquia, marcado por vários ataques mortíferos atribuídos aos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) que deixaram conjuntamente centenas de mortos. Mas Erdogan prometeu continuar com a luta contra o terrorismo. "A Turquia está determinada a continuar lutando até o fim contra o terrorismo e a fazer o necessário para garantir a segurança de seus cidadãos e assegurar a paz na região", disse. Ele acrescentou que a Turquia implementará os meios necessários –militares, econômicos, políticos ou sociais– contra "organizações terroristas" e os países que as apoiam, sem informar a quais grupos ou nações se referia.
mundo
Presidente da Turquia diz que ataque tenta 'semear o caos no país'O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo que o atentado que deixou 39 mortos em uma boate de Istambul durante as celebrações do Ano-Novo buscava "semear o caos no país". "Agem para destruir a moral do país e semear o caos tomando deliberadamente como alvo a paz da nação e dos civis com estes ataques de ódio", declarou Erdogan em sua primeira reação ao massacre, segundo um comunicado publicado pela presidência. O ataque começou uma hora depois de os turcos darem as boas-vindas ao novo ano, quando o criminoso matou a tiros um policial e um civil na entrada da Reina, uma das boates mais exclusivas da cidade, antes de continuar o massacre em seu interior, segundo as autoridades. O atentado foi registrado depois de um ano de 2016 sangrento para a Turquia, marcado por vários ataques mortíferos atribuídos aos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) que deixaram conjuntamente centenas de mortos. Mas Erdogan prometeu continuar com a luta contra o terrorismo. "A Turquia está determinada a continuar lutando até o fim contra o terrorismo e a fazer o necessário para garantir a segurança de seus cidadãos e assegurar a paz na região", disse. Ele acrescentou que a Turquia implementará os meios necessários –militares, econômicos, políticos ou sociais– contra "organizações terroristas" e os países que as apoiam, sem informar a quais grupos ou nações se referia.
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Após 2 anos, padrasto do menino Joaquim deixa a prisão
Após dois anos e três meses de prisão, Guilherme Raymo Longo, padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, 3, morto em novembro de 2013 em Ribeirão Preto (SP), foi libertado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Preso preventivamente desde a época do crime, Longo obteve habeas corpus nesta segunda-feira (22) sob a alegação de excesso de prazo de detenção sem julgamento. O técnico em informática, que estava preso em Tremembé desde janeiro de 2014, deixou a prisão na tarde desta quarta-feira (23). A decisão de libertá-lo foi dada por unanimidade na 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), após dez tentativas feitas pela sua defesa ao TJ, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal). Veja imagens Para o Ministério Público Estadual, Longo matou o enteado, que era diabético, com uma alta dosagem de insulina. O crime teria ocorrido dentro da casa da família, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto, em 5 de novembro de 2013. Ele sempre negou. Após a morte de Joaquim, ainda segundo a Promotoria, Longo jogou o corpo no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam e, de lá, ele teria sido levado até o ribeirão Preto, afluente do rio Pardo. O corpo do garoto foi encontrado em Barretos, a 150 km do local em que teria desaparecido, cinco dias depois. Exames feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) descartaram que o menino tenha morrido afogado, já que não havia água em seus pulmões. Longo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já a mãe do garoto, Natália Ponte, foi denunciada por suposta omissão e chegou a ser presa. Ela foi libertada posteriormente e aguarda o julgamento em liberdade. A defesa de Longo pede desde 2014 a realização de um novo exame nas vísceras do garoto para comprovar se havia superdosagem de insulina. A defesa sempre alegou que não existiam provas contra o técnico em informática. Segundo especialistas, a insulina é metabolizada rapidamente pelo organismo, e seria difícil a perícia identificar uma superdosagem da substância no corpo do garoto.
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Após 2 anos, padrasto do menino Joaquim deixa a prisãoApós dois anos e três meses de prisão, Guilherme Raymo Longo, padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, 3, morto em novembro de 2013 em Ribeirão Preto (SP), foi libertado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Preso preventivamente desde a época do crime, Longo obteve habeas corpus nesta segunda-feira (22) sob a alegação de excesso de prazo de detenção sem julgamento. O técnico em informática, que estava preso em Tremembé desde janeiro de 2014, deixou a prisão na tarde desta quarta-feira (23). A decisão de libertá-lo foi dada por unanimidade na 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), após dez tentativas feitas pela sua defesa ao TJ, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal). Veja imagens Para o Ministério Público Estadual, Longo matou o enteado, que era diabético, com uma alta dosagem de insulina. O crime teria ocorrido dentro da casa da família, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto, em 5 de novembro de 2013. Ele sempre negou. Após a morte de Joaquim, ainda segundo a Promotoria, Longo jogou o corpo no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam e, de lá, ele teria sido levado até o ribeirão Preto, afluente do rio Pardo. O corpo do garoto foi encontrado em Barretos, a 150 km do local em que teria desaparecido, cinco dias depois. Exames feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) descartaram que o menino tenha morrido afogado, já que não havia água em seus pulmões. Longo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já a mãe do garoto, Natália Ponte, foi denunciada por suposta omissão e chegou a ser presa. Ela foi libertada posteriormente e aguarda o julgamento em liberdade. A defesa de Longo pede desde 2014 a realização de um novo exame nas vísceras do garoto para comprovar se havia superdosagem de insulina. A defesa sempre alegou que não existiam provas contra o técnico em informática. Segundo especialistas, a insulina é metabolizada rapidamente pelo organismo, e seria difícil a perícia identificar uma superdosagem da substância no corpo do garoto.
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O preço alto da greve
Não há dúvida de que os professores brasileiros ganham salários incompatíveis com a dignidade humana. Sobretudo se levarmos em conta os que trabalham na educação básica. Não que os de nível superior sejam privilegiados, mas ganham proporcionalmente melhor. Se esse fato é uma realidade nos grandes centros urbanos, a tragédia é ainda maior se alongarmos a vista para o interior, especialmente as escolas públicas do Norte e do Nordeste. É comum nessas regiões professores trocarem salários por assistência médica, como se fossem elementos excludentes. Em São Paulo, os professores estaduais mantiveram uma greve de 89 dias, recorde brasileiro. Os seus líderes toparam fazer uma justa reposição para compensar os dias parados. Aí é que foi dado um nó na matemática: houve uma paralisação de 89 dias. O acordo que foi feito era utilizar as férias –de 30 dias– para fazer a reposição. É fácil concluir quantos conhecimentos foram sonegados aos alunos pela absoluta impossibilidade da sua ministração. Três meses não cabem num só. E mais: durante essa reposição fajuta, a merenda sofreu o diabo, embora seja obrigatória. Seria justo que houvesse o fornecimento da alimentação normal (arroz, feijão, carne, macarrão), com as calorias que são indispensáveis. Adotando um procedimento no mínimo "criativo", a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo forneceu a chamada "merenda seca", com alimentos que não precisam ser cozidos, como lanches, leite, sucos, frutas e barrinhas de cereal. Seria formidável se isso fosse distribuído regularmente às crianças, mas não foi o que ocorreu. Em muitas escolas, nem essa merenda emergencial foi providenciada. Muitos alunos tiveram dores de cabeça, em virtude da fome com que passaram horas tentando aprender alguma coisa. Outros, sabendo dessa precariedade, deixaram de frequentar as aulas de reposição, o que acabou se transformando num honesto engodo. Houve escolas que trataram os seus alunos com bolachas de água e sal, como se isso fosse suficiente parta alimentá-los. Alguns mestres argumentarão que ganhar mal é um enorme transtorno. Não há dúvida, mas a corda está arrebentando do lado mais fraco, que é o aluno. Mesmo na dita reposição, por exemplo, o transporte escolar também é precário, ou seja, não funciona de modo adequado. Existe a "merenda seca", mas o "ônibus seco" ainda não foi inventado. A condução também faltou aos alunos moradores de bairros distantes. Mais uma dificuldade que não pode ser transposta. O que resulta disso tudo é a necessidade de rever a forma de reivindicar do magistério. A greve é um recurso extremo, mas seguramente não pode sacrificar o alunado. Três meses sem aulas e uma reposição de araque fazem mal ao sistema e nem significam ganhos apreciáveis do magistério. Os aumentos salariais solicitados pelos professores ficaram muito aquém do reivindicado e os malefícios contabilizados exigem que se rediscuta o relacionamento das autoridades com os integrantes do sistema. Ou perderão todos, o que sinceramente é uma lástima. ARNALDO NISKIER, 80, doutor em educação, é membro da Academia Brasileira de Letras e professor emérito da Universidade Candido Mendes * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O preço alto da greveNão há dúvida de que os professores brasileiros ganham salários incompatíveis com a dignidade humana. Sobretudo se levarmos em conta os que trabalham na educação básica. Não que os de nível superior sejam privilegiados, mas ganham proporcionalmente melhor. Se esse fato é uma realidade nos grandes centros urbanos, a tragédia é ainda maior se alongarmos a vista para o interior, especialmente as escolas públicas do Norte e do Nordeste. É comum nessas regiões professores trocarem salários por assistência médica, como se fossem elementos excludentes. Em São Paulo, os professores estaduais mantiveram uma greve de 89 dias, recorde brasileiro. Os seus líderes toparam fazer uma justa reposição para compensar os dias parados. Aí é que foi dado um nó na matemática: houve uma paralisação de 89 dias. O acordo que foi feito era utilizar as férias –de 30 dias– para fazer a reposição. É fácil concluir quantos conhecimentos foram sonegados aos alunos pela absoluta impossibilidade da sua ministração. Três meses não cabem num só. E mais: durante essa reposição fajuta, a merenda sofreu o diabo, embora seja obrigatória. Seria justo que houvesse o fornecimento da alimentação normal (arroz, feijão, carne, macarrão), com as calorias que são indispensáveis. Adotando um procedimento no mínimo "criativo", a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo forneceu a chamada "merenda seca", com alimentos que não precisam ser cozidos, como lanches, leite, sucos, frutas e barrinhas de cereal. Seria formidável se isso fosse distribuído regularmente às crianças, mas não foi o que ocorreu. Em muitas escolas, nem essa merenda emergencial foi providenciada. Muitos alunos tiveram dores de cabeça, em virtude da fome com que passaram horas tentando aprender alguma coisa. Outros, sabendo dessa precariedade, deixaram de frequentar as aulas de reposição, o que acabou se transformando num honesto engodo. Houve escolas que trataram os seus alunos com bolachas de água e sal, como se isso fosse suficiente parta alimentá-los. Alguns mestres argumentarão que ganhar mal é um enorme transtorno. Não há dúvida, mas a corda está arrebentando do lado mais fraco, que é o aluno. Mesmo na dita reposição, por exemplo, o transporte escolar também é precário, ou seja, não funciona de modo adequado. Existe a "merenda seca", mas o "ônibus seco" ainda não foi inventado. A condução também faltou aos alunos moradores de bairros distantes. Mais uma dificuldade que não pode ser transposta. O que resulta disso tudo é a necessidade de rever a forma de reivindicar do magistério. A greve é um recurso extremo, mas seguramente não pode sacrificar o alunado. Três meses sem aulas e uma reposição de araque fazem mal ao sistema e nem significam ganhos apreciáveis do magistério. Os aumentos salariais solicitados pelos professores ficaram muito aquém do reivindicado e os malefícios contabilizados exigem que se rediscuta o relacionamento das autoridades com os integrantes do sistema. Ou perderão todos, o que sinceramente é uma lástima. ARNALDO NISKIER, 80, doutor em educação, é membro da Academia Brasileira de Letras e professor emérito da Universidade Candido Mendes * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ministério Público denuncia quatro médicos por morte de paciente no Rio
Quatro médicos foram denunciados na terça-feira (6) pelo Ministério Público do Rio sob acusação de homicídio culposo contra a farmacêutica Ana Carolina Cassino, 23. Ela morreu em agosto de 2014 após esperar por 28 horas uma cirurgia de apendicite no hospital da Unimed, no Rio. O MP denunciou o cirurgião José Luis de Souza Varela, os médicos Maurício Assed Estefan Gomes, Marcus Vinícius Botelho do Couto e o diretor-médico da unidade, Luiz Antônio de Almeida Campos. Após a morte da mulher, Leandro Farias, 25, criou o movimento Chega de Descaso, que recebe denúncias pelo país De acordo com a promotoria, Varela não estava no hospital quando Ana foi internada, dia 15 de agosto, apesar de estar de plantão naquele dia. Segundo a denúncia, o cirurgião marcou para o dia seguinte a intervenção após ouvir o diagnóstico por telefone, sem que ninguém de sua equipe médica tivesse feito uma avaliação presencial. Ana deu entrada no hospital da Unimed às 13h48 do dia 15 de agosto e foi diagnosticada com apendicite aguda. Laudo produzido às 17h30 atestava a necessidade de internação e avaliação cirúrgica. Varela marcou o procedimento para as 15h do dia seguinte. Enquanto aguardava a cirurgia, a paciente apresentou quadro de hipotensão e choque séptico refratário e teve de ser transferida para a Unidade de Suporte Hospitalar. "Somente às 17h27 foi encaminhada ao centro cirúrgico para a realização do procedimento, 24 horas após ter sido diagnosticada com quadro de apendicite aguda e quase 28 horas após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento da Unimed, consignando-se que, às 16h39, o denunciado José Luis De Souza Varela encontrava-se ainda 'a caminho' do hospital", diz a ação. Após a cirurgia, Ana foi transferida para a UTI cirúrgica, onde deveria permanecer entubada. Apesar disso, às 22h, Gomes e Couto, sem anuência de Varela, "realizaram a extubação da vítima, que teve parada cardiorrespiratória e morreu no dia 17", segundo o MP. O MP também denunciou Campos por considerar que o diretor-médico da unidade foi negligente ao não disponibilizar cirurgião para diagnóstico de pacientes. A Unimed Rio informou, por sua assessoria de imprensa, que "tem colaborado com todas as autoridades públicas para esclarecimento dos fatos". A operadora diz que não foi informada sobre a denúncia do MP. Procurado em seu consultório, Varela disse que não vai se pronunciar sobre o caso. Campos, Gomes e Couto não foram localizados para comentar.
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Ministério Público denuncia quatro médicos por morte de paciente no RioQuatro médicos foram denunciados na terça-feira (6) pelo Ministério Público do Rio sob acusação de homicídio culposo contra a farmacêutica Ana Carolina Cassino, 23. Ela morreu em agosto de 2014 após esperar por 28 horas uma cirurgia de apendicite no hospital da Unimed, no Rio. O MP denunciou o cirurgião José Luis de Souza Varela, os médicos Maurício Assed Estefan Gomes, Marcus Vinícius Botelho do Couto e o diretor-médico da unidade, Luiz Antônio de Almeida Campos. Após a morte da mulher, Leandro Farias, 25, criou o movimento Chega de Descaso, que recebe denúncias pelo país De acordo com a promotoria, Varela não estava no hospital quando Ana foi internada, dia 15 de agosto, apesar de estar de plantão naquele dia. Segundo a denúncia, o cirurgião marcou para o dia seguinte a intervenção após ouvir o diagnóstico por telefone, sem que ninguém de sua equipe médica tivesse feito uma avaliação presencial. Ana deu entrada no hospital da Unimed às 13h48 do dia 15 de agosto e foi diagnosticada com apendicite aguda. Laudo produzido às 17h30 atestava a necessidade de internação e avaliação cirúrgica. Varela marcou o procedimento para as 15h do dia seguinte. Enquanto aguardava a cirurgia, a paciente apresentou quadro de hipotensão e choque séptico refratário e teve de ser transferida para a Unidade de Suporte Hospitalar. "Somente às 17h27 foi encaminhada ao centro cirúrgico para a realização do procedimento, 24 horas após ter sido diagnosticada com quadro de apendicite aguda e quase 28 horas após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento da Unimed, consignando-se que, às 16h39, o denunciado José Luis De Souza Varela encontrava-se ainda 'a caminho' do hospital", diz a ação. Após a cirurgia, Ana foi transferida para a UTI cirúrgica, onde deveria permanecer entubada. Apesar disso, às 22h, Gomes e Couto, sem anuência de Varela, "realizaram a extubação da vítima, que teve parada cardiorrespiratória e morreu no dia 17", segundo o MP. O MP também denunciou Campos por considerar que o diretor-médico da unidade foi negligente ao não disponibilizar cirurgião para diagnóstico de pacientes. A Unimed Rio informou, por sua assessoria de imprensa, que "tem colaborado com todas as autoridades públicas para esclarecimento dos fatos". A operadora diz que não foi informada sobre a denúncia do MP. Procurado em seu consultório, Varela disse que não vai se pronunciar sobre o caso. Campos, Gomes e Couto não foram localizados para comentar.
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Os puros e os justos
As mídias sociais enlouqueceram. Apenas na quarta-feira, foram mais de 7 milhões de compartilhamentos de matérias e postagens sobre Lula e seu depoimento a Sergio Moro. Um lado apresentou um Lula enquadrado, isolado e constrangido; o outro mostrou um Lula triunfante e desafiador, recebendo o apoio dos movimentos sociais. Na semana, falou-se quatro vezes mais de Lula no Facebook do que das ações do presidente em exercício. O ressurgimento eleitoral do ex-presidente Lula e o aumento da preferência pelo PT, registrados na última pesquisa Datafolha, empurraram a já insuportável polarização política para um nível ainda mais extremo. De um lado, não se entende como as centenas de milhões desviados que aparecem todos os dias no noticiário podem não causar indignação e revolta —e infere-se que se a pessoa não se importa com o saque aos recursos públicos é porque deve estar levando a sua parte do butim. Do outro lado, impera a convicção de que tudo não passa de um jogo de cena: que sob o disfarce da luta contra a corrupção conduzida por um Judiciário parcial e seletivo, encontra-se a defesa dos privilégios de classe que o governo do ex-presidente metalúrgico combateu. Enfrentar o discurso anticorrupção seria assim tomar partido na luta de classes, na luta contra o golpe e, em última instância, impedir o advento do fascismo. Um estrangeiro poderia achar que a descrição acima é uma caricatura, mas infelizmente, é um retrato fiel do debate político no Brasil. Em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária, as principais centrais sindicais, inclusive as que não são de esquerda, convocaram uma greve geral. Os professores das escolas privadas aderiram à greve, exercendo um direito elementar, respaldado pela Constituição federal. Pais de alunos fizeram abaixo-assinados, escreveram cartas raivosas e armaram cenas nas portas das escolas de todo o país, enfurecidos com os professores radicais que estavam atrapalhando sua rotina, promovendo a vagabundagem e doutrinando as crianças. Cineastas inscritos num festival em Pernambuco resolveram boicotar o evento, retirando seus filmes da competição quando tomaram "conhecimento da grade completa dos filmes selecionados" e descobriram que, entre eles, havia também filmes "de direita", o que favoreceria "um discurso partidário" alinhado aos "grupos que compactuaram e financiaram o golpe". O festival teve que ser adiado e talvez venha a ser cancelado. Estamos caminhando rapidamente para um endurecimento do enfrentamento político que pode ter graves consequências. Pais já não aceitam conviver com professores dos filhos que defendem seus direitos trabalhistas e cineastas já não conseguem aceitar ver seus filmes exibidos ao lado de outros que adotam uma posição política diferente. Vimos até a situação extrema de um pai que assassinou o próprio filho e em seguida se matou porque o rapaz apoiava a ocupação de escolas e universidades. Tudo isso parece surpreendente porque os fatos não justificam posições tão apaixonadas. O impeachment da presidente Dilma, celebrado pelos antipetistas, levou ao poder um grupo político que, ao que tudo indica, está ainda mais envolvido com corrupção. Além disso, as chances hoje de um acordão para salvar a classe política, com anistia ao caixa dois e introdução do voto em lista fechada, parecem maiores do que nunca. Também não parece razoável ver como bastião da luta de classes o ex-presidente que concedeu desonerações bilionárias às grandes empresas, que se aliou com José Sarney e que teve Henrique Meirelles como ministro, que jogou para debaixo do tapete a agenda dos impostos progressivos e que voou para Curitiba para depor num processo sobre relações espúrias com empreiteiras num jatinho do maior conglomerado privado de educação. Nenhum desses poréns parece suficientes para amenizar a acalorada disputa retórica que mesmeriza aqueles que querem arrastar o país para o apocalipse, um confronto final e decisivo entre os puros que acreditam combater a corrupção e os justos que acreditam defender a classe trabalhadora.
colunas
Os puros e os justosAs mídias sociais enlouqueceram. Apenas na quarta-feira, foram mais de 7 milhões de compartilhamentos de matérias e postagens sobre Lula e seu depoimento a Sergio Moro. Um lado apresentou um Lula enquadrado, isolado e constrangido; o outro mostrou um Lula triunfante e desafiador, recebendo o apoio dos movimentos sociais. Na semana, falou-se quatro vezes mais de Lula no Facebook do que das ações do presidente em exercício. O ressurgimento eleitoral do ex-presidente Lula e o aumento da preferência pelo PT, registrados na última pesquisa Datafolha, empurraram a já insuportável polarização política para um nível ainda mais extremo. De um lado, não se entende como as centenas de milhões desviados que aparecem todos os dias no noticiário podem não causar indignação e revolta —e infere-se que se a pessoa não se importa com o saque aos recursos públicos é porque deve estar levando a sua parte do butim. Do outro lado, impera a convicção de que tudo não passa de um jogo de cena: que sob o disfarce da luta contra a corrupção conduzida por um Judiciário parcial e seletivo, encontra-se a defesa dos privilégios de classe que o governo do ex-presidente metalúrgico combateu. Enfrentar o discurso anticorrupção seria assim tomar partido na luta de classes, na luta contra o golpe e, em última instância, impedir o advento do fascismo. Um estrangeiro poderia achar que a descrição acima é uma caricatura, mas infelizmente, é um retrato fiel do debate político no Brasil. Em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária, as principais centrais sindicais, inclusive as que não são de esquerda, convocaram uma greve geral. Os professores das escolas privadas aderiram à greve, exercendo um direito elementar, respaldado pela Constituição federal. Pais de alunos fizeram abaixo-assinados, escreveram cartas raivosas e armaram cenas nas portas das escolas de todo o país, enfurecidos com os professores radicais que estavam atrapalhando sua rotina, promovendo a vagabundagem e doutrinando as crianças. Cineastas inscritos num festival em Pernambuco resolveram boicotar o evento, retirando seus filmes da competição quando tomaram "conhecimento da grade completa dos filmes selecionados" e descobriram que, entre eles, havia também filmes "de direita", o que favoreceria "um discurso partidário" alinhado aos "grupos que compactuaram e financiaram o golpe". O festival teve que ser adiado e talvez venha a ser cancelado. Estamos caminhando rapidamente para um endurecimento do enfrentamento político que pode ter graves consequências. Pais já não aceitam conviver com professores dos filhos que defendem seus direitos trabalhistas e cineastas já não conseguem aceitar ver seus filmes exibidos ao lado de outros que adotam uma posição política diferente. Vimos até a situação extrema de um pai que assassinou o próprio filho e em seguida se matou porque o rapaz apoiava a ocupação de escolas e universidades. Tudo isso parece surpreendente porque os fatos não justificam posições tão apaixonadas. O impeachment da presidente Dilma, celebrado pelos antipetistas, levou ao poder um grupo político que, ao que tudo indica, está ainda mais envolvido com corrupção. Além disso, as chances hoje de um acordão para salvar a classe política, com anistia ao caixa dois e introdução do voto em lista fechada, parecem maiores do que nunca. Também não parece razoável ver como bastião da luta de classes o ex-presidente que concedeu desonerações bilionárias às grandes empresas, que se aliou com José Sarney e que teve Henrique Meirelles como ministro, que jogou para debaixo do tapete a agenda dos impostos progressivos e que voou para Curitiba para depor num processo sobre relações espúrias com empreiteiras num jatinho do maior conglomerado privado de educação. Nenhum desses poréns parece suficientes para amenizar a acalorada disputa retórica que mesmeriza aqueles que querem arrastar o país para o apocalipse, um confronto final e decisivo entre os puros que acreditam combater a corrupção e os justos que acreditam defender a classe trabalhadora.
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'Deus é brasileiro' e deve trazer mais chuva, diz ministro de Energia
O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta terça-feira (20) que é preciso contar com Deus para que haja mais chuvas e, com isso, sejam recuperados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que garantiria mais tranquilidade no fornecimento. "Deus é brasileiro. Temos que contar que ele vai trazer um pouco de umidade e chuva para que possamos ter mais tranquilidade ainda", disse ele, em tom de brincadeira. O ministro convocou uma coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília, para comentar os resultados da reunião feita durante a tarde pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), com participação de técnicos da pasta e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Durante a entrevista, a luz do auditório apagou e a plateia ficou por alguns segundos no escuro. "Essa intercorrência foi do escurinho do cinema", brincou enquanto um de seus assessores correu para religar a luz. Ao longo da entrevista, o ministro apresentou informações detalhadas sobre o que chamou de falha nas usinas que acabaram sendo desligadas nesta segunda-feira (19). DETALHES Segundo o relatório lido por Braga, a usina Governador Ney Braga, da Copel, foi desligada por "atuação indevida da proteção de potência reversa". Até que se avalie a questão, essa proteção está temporariamente desabilitada. Depois, as usinas Amador Aguiar e Volta Grande, da Cemig, foram desligadas por atuação dos "limitadores de abertura do distribuidor", que já teriam sido ajustados. A unidade 1 da usina hidrelétrica Cana Brava e a unidade 2 de S. Salvador, da Tractebel, teriam desligado por oscilação de potência e agora terão de passar por reavaliação em seus ajustes de controle. As unidades 3 e 4 da usina hidrelétrica Governador Parigot de Souza, da Copel, e unidades 1 e 2 de Passos S. João, da Eletrosul, foram desligadas por ajustes indevidos da proteção de subfrequência, que já teriam sido corrigidos. As cinco unidades da usina térmica de Linhares foram desligadas por atuação da proteção de subfrequência. Enquanto as sete unidades da usina termelétrica Viana foram desligadas por uma proteção devido a variação brusca de potência, cujo motivo esta sendo investigado. A usina de Angra I desligou pela atuação da proteção de subfrequência, cuja possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear. REFORÇO O ministro destacou que o ONS já tomou medidas para reforçar a "alimentação" de geração no Sudeste do país. Isso seria feito por meio da transferência adicional de 300 megawatts de Itaipu, por meio de corrente contínua; a abertura da interligação Sudeste/Nordeste, com injeção adicional de mais 400 megawatts no Sudeste e Centro-Oeste do país; a ressincronização de Angra 1, com geração parcial entre 100 e 200 megawatts. Ao mesmo tempo, a Petrobras, que possui sete mil megawatts de termelétricas no sistema, vai acelerar o retorno de algumas de suas usinas, que estavam passando pelo processo de manutenção preventiva. Esses equipamentos entrarão na rede entre o dia 22 de janeiro e o dia 18 de fevereiro, somando 867 megawatts de reforço. No total, essa prevista entrada de energia no sistema vai ser chegar a 1.500 megawatts de energia. "Para fortalecimento do sistema", explicou o ministro. "Para que intercorrências como as de ontem tenham um nível de segurança ainda maior do que aconteceu", acrescentou. Segundo o ministro, a medida da Petrobras faz parte de um "esforço geral" que está sendo feito para deixar o sistema "ainda mais robusto". METRÔ Sobre o desligamento do metrô em São Paulo, o ministro preferiu deixar que seu secretário-executivo respondesse aos jornalistas, porque, segundo ele, não queria que sua resposta pudesse sofrer interpretações políticas. "A Eletropaulo até avisou ao governo do Estado que jamais cortaria carga que atingisse estação do metrô", disse Márcio Zimmermann. "O problema que ocorreu no metro de São Paulo foi local e não teve nada a ver com a ocorrência [com o apagão]", concluiu. EXPERIÊNCIAS Questionado sobre a possibilidade de os problemas no setor elétricos afetarem a visão do Brasil fora do país, Eduardo Braga fez comparações com os Estados Unidos e citou uma de suas experiências recentes no exterior. "Estive recentemente em Nova York e vivi uma intercorrência climática. Fiquei horas sem energia elétrica. Nem por isso a Dow Jones mudou sua perspectiva", afirmou. "Nosso sistema é confiável e nós temos segurança para repor uma intercorrência desse tamanho. Tivemos uma intercorrência ontem, que começou às 14h55, e às 15h45, cinquenta minutos depois estávamos com a situação normalizada", destacou. FALTA DE ENERGIA O ministro voltou a repetir que o apagão não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos. A posição do ministro tenta se sobrepor ao fato de que ontem, segundo o próprio ONS, houve um recorde de consumo de energia minutos antes de o desligamento ocorrer. A alegação também é feita em um momento em que os reservatórios estão historicamente mais baixos para um mês de janeiro e diante desta nova temporada de seca em meio ao período chuvoso. "Neste momento o sistema está funcionando sem nenhuma intercorrência", disse Braga. Ele frisou também que o sistema elétrico está "preparado" para atender às demandas de pico, obedecendo cenários limites traçados pelos técnicos do setor. O Ministério de Minas e Energia também prometeu para o fim de março um diagnóstico geral sobre o setor elétrico, promessa que já havia sido feita no momento em que o novo ministro assumiu a cadeira de Edison Lobão.
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'Deus é brasileiro' e deve trazer mais chuva, diz ministro de EnergiaO ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta terça-feira (20) que é preciso contar com Deus para que haja mais chuvas e, com isso, sejam recuperados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que garantiria mais tranquilidade no fornecimento. "Deus é brasileiro. Temos que contar que ele vai trazer um pouco de umidade e chuva para que possamos ter mais tranquilidade ainda", disse ele, em tom de brincadeira. O ministro convocou uma coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília, para comentar os resultados da reunião feita durante a tarde pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), com participação de técnicos da pasta e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Durante a entrevista, a luz do auditório apagou e a plateia ficou por alguns segundos no escuro. "Essa intercorrência foi do escurinho do cinema", brincou enquanto um de seus assessores correu para religar a luz. Ao longo da entrevista, o ministro apresentou informações detalhadas sobre o que chamou de falha nas usinas que acabaram sendo desligadas nesta segunda-feira (19). DETALHES Segundo o relatório lido por Braga, a usina Governador Ney Braga, da Copel, foi desligada por "atuação indevida da proteção de potência reversa". Até que se avalie a questão, essa proteção está temporariamente desabilitada. Depois, as usinas Amador Aguiar e Volta Grande, da Cemig, foram desligadas por atuação dos "limitadores de abertura do distribuidor", que já teriam sido ajustados. A unidade 1 da usina hidrelétrica Cana Brava e a unidade 2 de S. Salvador, da Tractebel, teriam desligado por oscilação de potência e agora terão de passar por reavaliação em seus ajustes de controle. As unidades 3 e 4 da usina hidrelétrica Governador Parigot de Souza, da Copel, e unidades 1 e 2 de Passos S. João, da Eletrosul, foram desligadas por ajustes indevidos da proteção de subfrequência, que já teriam sido corrigidos. As cinco unidades da usina térmica de Linhares foram desligadas por atuação da proteção de subfrequência. Enquanto as sete unidades da usina termelétrica Viana foram desligadas por uma proteção devido a variação brusca de potência, cujo motivo esta sendo investigado. A usina de Angra I desligou pela atuação da proteção de subfrequência, cuja possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear. REFORÇO O ministro destacou que o ONS já tomou medidas para reforçar a "alimentação" de geração no Sudeste do país. Isso seria feito por meio da transferência adicional de 300 megawatts de Itaipu, por meio de corrente contínua; a abertura da interligação Sudeste/Nordeste, com injeção adicional de mais 400 megawatts no Sudeste e Centro-Oeste do país; a ressincronização de Angra 1, com geração parcial entre 100 e 200 megawatts. Ao mesmo tempo, a Petrobras, que possui sete mil megawatts de termelétricas no sistema, vai acelerar o retorno de algumas de suas usinas, que estavam passando pelo processo de manutenção preventiva. Esses equipamentos entrarão na rede entre o dia 22 de janeiro e o dia 18 de fevereiro, somando 867 megawatts de reforço. No total, essa prevista entrada de energia no sistema vai ser chegar a 1.500 megawatts de energia. "Para fortalecimento do sistema", explicou o ministro. "Para que intercorrências como as de ontem tenham um nível de segurança ainda maior do que aconteceu", acrescentou. Segundo o ministro, a medida da Petrobras faz parte de um "esforço geral" que está sendo feito para deixar o sistema "ainda mais robusto". METRÔ Sobre o desligamento do metrô em São Paulo, o ministro preferiu deixar que seu secretário-executivo respondesse aos jornalistas, porque, segundo ele, não queria que sua resposta pudesse sofrer interpretações políticas. "A Eletropaulo até avisou ao governo do Estado que jamais cortaria carga que atingisse estação do metrô", disse Márcio Zimmermann. "O problema que ocorreu no metro de São Paulo foi local e não teve nada a ver com a ocorrência [com o apagão]", concluiu. EXPERIÊNCIAS Questionado sobre a possibilidade de os problemas no setor elétricos afetarem a visão do Brasil fora do país, Eduardo Braga fez comparações com os Estados Unidos e citou uma de suas experiências recentes no exterior. "Estive recentemente em Nova York e vivi uma intercorrência climática. Fiquei horas sem energia elétrica. Nem por isso a Dow Jones mudou sua perspectiva", afirmou. "Nosso sistema é confiável e nós temos segurança para repor uma intercorrência desse tamanho. Tivemos uma intercorrência ontem, que começou às 14h55, e às 15h45, cinquenta minutos depois estávamos com a situação normalizada", destacou. FALTA DE ENERGIA O ministro voltou a repetir que o apagão não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos. A posição do ministro tenta se sobrepor ao fato de que ontem, segundo o próprio ONS, houve um recorde de consumo de energia minutos antes de o desligamento ocorrer. A alegação também é feita em um momento em que os reservatórios estão historicamente mais baixos para um mês de janeiro e diante desta nova temporada de seca em meio ao período chuvoso. "Neste momento o sistema está funcionando sem nenhuma intercorrência", disse Braga. Ele frisou também que o sistema elétrico está "preparado" para atender às demandas de pico, obedecendo cenários limites traçados pelos técnicos do setor. O Ministério de Minas e Energia também prometeu para o fim de março um diagnóstico geral sobre o setor elétrico, promessa que já havia sido feita no momento em que o novo ministro assumiu a cadeira de Edison Lobão.
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Desmilinguindo
Apenas na grande desvalorização do real, em 1999, a moeda brasileira perdeu tanto valor em um ano. Na verdade, a coisa anda um pouco pior agora, mas passemos, por enquanto. Dado o tumulto no dia a dia ordinário do mercado à desordem extraordinária da política, não resta muito o que dizer propriamente sobre economia, nem mesmo sobre a conjuntura mais imediata. Sabe-se apenas que, nesta batida de juros e de câmbio, quase tudo vai travar. As taxas de juros sobem sem limite na praça do mercado. Mesmo que alguém, empresas, tenha coragem ou necessidade desesperada de tomar dinheiro emprestado a esses preços, a maioria que tem o privilégio de esperar vai fazê-lo. Esperar por quanto tempo? Ninguém sabe de nada. Considere-se o essencial do ambiente sinistro de ontem. Escorria de Brasília até o "mercado" e vice-versa que essas agências de avaliação de risco de calote estão "avisando" que o Brasil tem algumas semanas antes de novo rebaixamento de seu crédito. Enquanto isso, na política, negociava-se hora a hora o destino do governo de Dilma Rousseff. Isto é, tratava-se de modo caótico e desesperado do que seria feito da votação dos vetos da presidente a medidas lunáticas de aumento de gastos aprovadas neste ano pelo Congresso (parte delas com anuência irresponsável e apoio alegre do Judiciário, aliás). A derrubada dos vetos seria a desautorização terminal de Dilma Rousseff. Muito mais que isso, seria a evidência de ruína descontrolada das contas do governo, sinal de que a elite política coloca mais fogo na casa em dia de terremoto. A situação era repulsivamente lamentável. Por exemplo, o governo correu ontem para publicar uma edição extra do Diário Oficial da União, com algumas medidas do pacote salva-vidas anunciado na semana passada, entre elas a emenda constitucional que recria a CPMF. Tratava-se de "demonstrar" que o governo empenha-se em tapar o rombo que orçou para o ano que vem. A isto foi reduzido o governo do Brasil. Na prática, o crédito de país, governo e empresas está rebaixado e baixando cada vez mais. Essas agências dariam uma espécie de tiro de misericórdia ou chutariam um cachorro moribundo. Duas "notas vermelhas" riscariam os negócios com o Brasil do mapa de muito investidor grande, oficialmente. "Na prática" quer dizer que tanto pelo descrédito do governo quanto pelo risco de rebaixamento formal do crédito, muita gente se antecipa e vende reais. Simples assim, todo mundo agora já sabe. Não se sabe por quanto tempo o dólar permanecerá em sua jornada nas estrelas, mas viajou o bastante para arruinar as previsões de inflação e taxa básica de juros para o ano que vem. A dúvida agora diz respeito à maneira pela qual o BC vai lidar com o desastre. Na praça, os juros voam, de par com o dólar. Por fim, note-se quão impressionante é o derretimento do real, que supera o esboroamento de 1999, mas em contexto completamente diverso. Saía-se de um regime de câmbio quase fixo, administrado. Além do mais, muito importante, o Brasil estava quebrado em várias frentes, em particular no que diz respeito às suas contas externas. A dívida externa era grande, parte importante da dívida do governo era em dólar. Agora, conseguiu-se fabricar uma crise todinha em casa. Grossa incompetência caseirinha.
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DesmilinguindoApenas na grande desvalorização do real, em 1999, a moeda brasileira perdeu tanto valor em um ano. Na verdade, a coisa anda um pouco pior agora, mas passemos, por enquanto. Dado o tumulto no dia a dia ordinário do mercado à desordem extraordinária da política, não resta muito o que dizer propriamente sobre economia, nem mesmo sobre a conjuntura mais imediata. Sabe-se apenas que, nesta batida de juros e de câmbio, quase tudo vai travar. As taxas de juros sobem sem limite na praça do mercado. Mesmo que alguém, empresas, tenha coragem ou necessidade desesperada de tomar dinheiro emprestado a esses preços, a maioria que tem o privilégio de esperar vai fazê-lo. Esperar por quanto tempo? Ninguém sabe de nada. Considere-se o essencial do ambiente sinistro de ontem. Escorria de Brasília até o "mercado" e vice-versa que essas agências de avaliação de risco de calote estão "avisando" que o Brasil tem algumas semanas antes de novo rebaixamento de seu crédito. Enquanto isso, na política, negociava-se hora a hora o destino do governo de Dilma Rousseff. Isto é, tratava-se de modo caótico e desesperado do que seria feito da votação dos vetos da presidente a medidas lunáticas de aumento de gastos aprovadas neste ano pelo Congresso (parte delas com anuência irresponsável e apoio alegre do Judiciário, aliás). A derrubada dos vetos seria a desautorização terminal de Dilma Rousseff. Muito mais que isso, seria a evidência de ruína descontrolada das contas do governo, sinal de que a elite política coloca mais fogo na casa em dia de terremoto. A situação era repulsivamente lamentável. Por exemplo, o governo correu ontem para publicar uma edição extra do Diário Oficial da União, com algumas medidas do pacote salva-vidas anunciado na semana passada, entre elas a emenda constitucional que recria a CPMF. Tratava-se de "demonstrar" que o governo empenha-se em tapar o rombo que orçou para o ano que vem. A isto foi reduzido o governo do Brasil. Na prática, o crédito de país, governo e empresas está rebaixado e baixando cada vez mais. Essas agências dariam uma espécie de tiro de misericórdia ou chutariam um cachorro moribundo. Duas "notas vermelhas" riscariam os negócios com o Brasil do mapa de muito investidor grande, oficialmente. "Na prática" quer dizer que tanto pelo descrédito do governo quanto pelo risco de rebaixamento formal do crédito, muita gente se antecipa e vende reais. Simples assim, todo mundo agora já sabe. Não se sabe por quanto tempo o dólar permanecerá em sua jornada nas estrelas, mas viajou o bastante para arruinar as previsões de inflação e taxa básica de juros para o ano que vem. A dúvida agora diz respeito à maneira pela qual o BC vai lidar com o desastre. Na praça, os juros voam, de par com o dólar. Por fim, note-se quão impressionante é o derretimento do real, que supera o esboroamento de 1999, mas em contexto completamente diverso. Saía-se de um regime de câmbio quase fixo, administrado. Além do mais, muito importante, o Brasil estava quebrado em várias frentes, em particular no que diz respeito às suas contas externas. A dívida externa era grande, parte importante da dívida do governo era em dólar. Agora, conseguiu-se fabricar uma crise todinha em casa. Grossa incompetência caseirinha.
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