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Veja os cartuns de Arnaldo Branco e Rafa Campos deste domingo
* ARNALDO BRANCO, 43, é cartunista e autor de "O Mau Humor de Arnaldo Branco" (Flâneur). RAFA CAMPOS, 45, é ilustrador e cartunista.
ilustrissima
Veja os cartuns de Arnaldo Branco e Rafa Campos deste domingo* ARNALDO BRANCO, 43, é cartunista e autor de "O Mau Humor de Arnaldo Branco" (Flâneur). RAFA CAMPOS, 45, é ilustrador e cartunista.
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Leitores comentam problemas educacionais brasileiros
A educadora Neca Setúbal (Desafios para um novo rumo na educação), em seu brilhante artigo, menciona o projeto de mobilização da Chapada Diamantina na Bahia, que, premiado mais de duas vezes, envolve mais de 30 municípios da região. Poderia, sim, ser modelo para a educação no Brasil. MARIO HERMELINO FERREIRA, advogado (São Paulo, SP) * A propósito da coluna de Paula Cesarino Costa (As universidades estão no lixo), vale mencionar que, em Guarulhos, o campus da EFLCH, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está paralisado desde março, em decorrência da greve de alunos pela suspensão de linhas de ônibus executivos gratuitas que eram oferecidas em conjunto com o passe escolar, entre outras reivindicações. Parece que o slogan "Pátria Educadora" é mais um caso de marketing político-partidário, sem a intenção de promover o incremento na formação educacional de que o país tanto necessita. AIRTON REIS JÚNIOR (Guarulhos, SP) * Temos salas de aula caindo aos pedaços, professores agredidos, desmotivados, menosprezados e mal remunerados, alunos ludibriados no exterior sem o dinheiro dos programas do governo, universitários abandonando sonhos por não conseguirem a continuação de seus financiamentos. É preciso ter muita cara de pau para usar a palavra "pátria" para fazer propaganda de uma grande mentira. RUBEM DE O. CAUDURO (Brasília, DF) * Sozinha, bastaria a charge de Angeli , que nos diz tudo. Mas, tanto o artigo de Paula Cesarino Costa, como a crítica ampla e correta do leitor Marco Antonio Esteves Balbi completam o panorama sombrio da educação neste país. E é com tristeza que vejo diminuir a esperança que depositei na gestão do ministro Renato Janine Ribeiro diante do que respondeu na Entrevista da 2ª dada à Folha, pouco antes de tomar posse. Contudo, confio em sua capacidade, experiência e seriedade para leva-la adiante, dispondo-se e a todo o seu efetivo da boa vontade em levar o Brasil a um nível de excelência na Educação. Motivos para isso existem, basta visitarmos o site do MEC para que os conheçamos, como por exemplo, a excelente produção de livros realizada em 2014 e destinada a suprir cerca de 60 mil escolas em todo o país. Agora, fico a refletir: o que de real está se realizando em favor professores como capacitação, remuneração e outros estímulos todos muito importantes, para que sejam perseverantes nesse nobre labor? E ficam aqui mais duas perguntas: quais serão, realmente, os entraves que impedem o nosso progresso e, mais importante, como cada um de nós poderá contribuir para que nossa "Pátria" seja mesmo "Educadora"? THEREZINHA KROISS FERIGATO (Jundiaí, SP) * É preciso esclarecer alguns pontos sobre o artigo Obscurantismo, de Vladimir Safatle. O primeiro se refere a um equívoco do autor, que diz: "Há alguns anos, alguns dos mais destacados professores (...) criaram a cátedra Michel Foucault". Ora, a referida unidade é matéria ainda em discussão na Universidade e sua Mantenedora, logo, não há decisão quanto a sua existência. Não podemos deixar de registrar, porém, que a PUC-SP sempre apoiou, apóia e não deixará de apoiar a pesquisa. Isso significa que estudos sobre Foucault (e qualquer outro pensador) continuam a ser realizados livremente, e independem da criação de cátedras. Além de ser um dos três pilares que fundamentam o sistema universitário, o incentivo à investigação científica e à produção de conhecimento são marcas desta Universidade, como comprova nossa história ousada em busca da liberdade e da verdade. Não poderia ser diferente: a expressão "A sapiência e a ciência serão aumentadas", escrita em nosso brasão, é vivenciada por nossos docentes e alunos desde a criação da Instituição, em 1946. Por fim, e em nome dessa história, somos obrigados a repudiar a sugestão, pelo autor, de que a PUC-SP "se aproxima de um seminário católico ou de uma maquinaria de proselitismo religioso". Somos uma Instituição católica cuja missão é formar cidadãos e profissionais éticos e comprometidos com a sociedade, não importando a religião professada pela comunidade. É importante fazer tal registro porque, às vezes, quem tenta esclarecer sem conhecimento de causa é que acaba sendo obscurantista. THIAGO PACHECO, assessor de imprensa da PUC-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam problemas educacionais brasileirosA educadora Neca Setúbal (Desafios para um novo rumo na educação), em seu brilhante artigo, menciona o projeto de mobilização da Chapada Diamantina na Bahia, que, premiado mais de duas vezes, envolve mais de 30 municípios da região. Poderia, sim, ser modelo para a educação no Brasil. MARIO HERMELINO FERREIRA, advogado (São Paulo, SP) * A propósito da coluna de Paula Cesarino Costa (As universidades estão no lixo), vale mencionar que, em Guarulhos, o campus da EFLCH, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está paralisado desde março, em decorrência da greve de alunos pela suspensão de linhas de ônibus executivos gratuitas que eram oferecidas em conjunto com o passe escolar, entre outras reivindicações. Parece que o slogan "Pátria Educadora" é mais um caso de marketing político-partidário, sem a intenção de promover o incremento na formação educacional de que o país tanto necessita. AIRTON REIS JÚNIOR (Guarulhos, SP) * Temos salas de aula caindo aos pedaços, professores agredidos, desmotivados, menosprezados e mal remunerados, alunos ludibriados no exterior sem o dinheiro dos programas do governo, universitários abandonando sonhos por não conseguirem a continuação de seus financiamentos. É preciso ter muita cara de pau para usar a palavra "pátria" para fazer propaganda de uma grande mentira. RUBEM DE O. CAUDURO (Brasília, DF) * Sozinha, bastaria a charge de Angeli , que nos diz tudo. Mas, tanto o artigo de Paula Cesarino Costa, como a crítica ampla e correta do leitor Marco Antonio Esteves Balbi completam o panorama sombrio da educação neste país. E é com tristeza que vejo diminuir a esperança que depositei na gestão do ministro Renato Janine Ribeiro diante do que respondeu na Entrevista da 2ª dada à Folha, pouco antes de tomar posse. Contudo, confio em sua capacidade, experiência e seriedade para leva-la adiante, dispondo-se e a todo o seu efetivo da boa vontade em levar o Brasil a um nível de excelência na Educação. Motivos para isso existem, basta visitarmos o site do MEC para que os conheçamos, como por exemplo, a excelente produção de livros realizada em 2014 e destinada a suprir cerca de 60 mil escolas em todo o país. Agora, fico a refletir: o que de real está se realizando em favor professores como capacitação, remuneração e outros estímulos todos muito importantes, para que sejam perseverantes nesse nobre labor? E ficam aqui mais duas perguntas: quais serão, realmente, os entraves que impedem o nosso progresso e, mais importante, como cada um de nós poderá contribuir para que nossa "Pátria" seja mesmo "Educadora"? THEREZINHA KROISS FERIGATO (Jundiaí, SP) * É preciso esclarecer alguns pontos sobre o artigo Obscurantismo, de Vladimir Safatle. O primeiro se refere a um equívoco do autor, que diz: "Há alguns anos, alguns dos mais destacados professores (...) criaram a cátedra Michel Foucault". Ora, a referida unidade é matéria ainda em discussão na Universidade e sua Mantenedora, logo, não há decisão quanto a sua existência. Não podemos deixar de registrar, porém, que a PUC-SP sempre apoiou, apóia e não deixará de apoiar a pesquisa. Isso significa que estudos sobre Foucault (e qualquer outro pensador) continuam a ser realizados livremente, e independem da criação de cátedras. Além de ser um dos três pilares que fundamentam o sistema universitário, o incentivo à investigação científica e à produção de conhecimento são marcas desta Universidade, como comprova nossa história ousada em busca da liberdade e da verdade. Não poderia ser diferente: a expressão "A sapiência e a ciência serão aumentadas", escrita em nosso brasão, é vivenciada por nossos docentes e alunos desde a criação da Instituição, em 1946. Por fim, e em nome dessa história, somos obrigados a repudiar a sugestão, pelo autor, de que a PUC-SP "se aproxima de um seminário católico ou de uma maquinaria de proselitismo religioso". Somos uma Instituição católica cuja missão é formar cidadãos e profissionais éticos e comprometidos com a sociedade, não importando a religião professada pela comunidade. É importante fazer tal registro porque, às vezes, quem tenta esclarecer sem conhecimento de causa é que acaba sendo obscurantista. THIAGO PACHECO, assessor de imprensa da PUC-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Renata Vanzetto, Ivan Ralston e outros chefs indicam onde ir no Dia dos Pais
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO O empresário Facundo Guerra e os chefs Ivan Ralston, Jefferson Rueda, Renata Vanzetto, Fábio Vieira, Chico Ferreira e Mac Le Dantec sugerem restaurantes, que não os seus, para curtir o Dia dos Pais. CHICO FERREIRA O Frevo é um clássico de quando eu era pequeno. Íamos às quartas e sempre encontrávamos vários pais jantando com os filhos. Rua Oscar Freire, 603, Jardim Paulista, tel.: 3082-3434 No Jiquitaia a comida brasileira é muitíssimo bem feita. Como meu pai mora no Conjunto Nacional, é uma boa opção para ir a pé. R. Antônio Carlos, 268, Consolação, tel.: 3262-2366 Sentar no balcão do Sushiguen e deixar o mestre Shimizu fazer o que estiver melhor no dia é certeza de uma boa refeição! Rua Manoel da Nóbrega, 76, ed. Barão de Ouro Branco, Cerqueira César, tel.: (11) 3289 5566 - FACUNDO GUERRA Dia dos Pais para mim é sempre no Fuentes, restaurante espanhol do centro. Espaço generoso, nunca está lotado -nem em Dia dos Pais-, não precisa de reserva e tem paellas que servem até três gerações de pais de uma só vez. R. do Seminário, 149, Centro, tel.: 3228-1680 Outro que gosto muito é o Boi na Brasa. Carnes que fazem jus ao nome. Tem a melhor fauna de São Paulo na hora do almoço de domingo. R. Mq. de Itú, 139, Vila Buarque, Centro, tel.: 3223-6162 Uma última opção é o Rei do Filet, também do centro, onde o filé é tão tenro que é cortado com uma colher pelo garçom, diante do freguês mesmo. Adoro o ritual e o restaurante atende os pais paulistanos há mais de um século. Al. Santos, 1.105 - Cerqueira César - Oeste. Telefone: 3289-3347 - FÁBIO VIEIRA Ainda não conheço o Amadeus, mas é um lugar que ouço apenas elogios. Tenho certeza que farei uma boa refeição lá. R. Haddock Lobo, 807, Cerqueira César, tel.: 3061-2859. Identifico-me com o Brasil a Gosto: me sinto à vontade lá. Além disso, tenho uma parceria recente com a chef Ana Luiza e lá é um lugar que me agrada. R. Prof. Azevedo Amaral, 70, Jardim Paulista, tel.: 3086-3565 O Rancho Nordestino fica na rua Manuel Dutra. É um lugar sem frescuras, simples e muito gostoso. Acho a carne de sol deles maravilhosa, além da paçoca de carne e o feijão de corda. Bom para quem aprecia e deseja provar a cozinha nordestina. R. Manuel Dutra, 498, Bela Vista, Centro, tel.: 3106-7257 - JEFFERSON RUEDA Gosto muito do Bicol, um restaurante coreano. A comida é excelente, além do lugar. Churrasco coreano muito bem executado. Praça Gen. Polidoro, 111, Aclimação, tel. 3341-3745 Tudo no Chou é feito na brasa, legumes, arroz, carnes -a cozinha do fogo, uma das minhas paixões. R. Mateus Grou, 345, Pinheiros, tel.: 3083-6998 No Capuano, o fusilli com brachola é a pedida da casa. A seresta aos domingos é imperdível. R. Cons. Carrão, 416, Bela Vista, tel.: 3288-1460 - IVAN RALSTON Para não levá-lo aos restaurantes da família (no Ráscal, no Cortés ou no Tuju), levaria meu pai ao 12 Bistrô, ao Maní ou ao Vito. Gosto muito dos três. 12 Bistrô R. Simão Álvares, 1.018, Pinheiros, tel.: 3562-7550 Maní R. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros, tel.: 3085-4148 Vito R. Isabel de Castela, 529, Vila Madalena, tel.: 3032-1469 - MARC LE DANTEC Indico o Le Repas por ser um típico restaurante francês e muito aconchegante. R. Ferreira de Araújo, 450, Pinheiros, tel.: 2366-9882 O Sal Gastronomia tem cozinha autêntica, com simplicidade, mas de sabores marcantes. R. Minas Gerais, 352, Higienópolis, Centro, tel.: 3151-3085 Gosto do Esquina Mocotó pela comida nordestina contemporânea, ambiente simpático e simpatia do chef Rodrigo Oliveira. Av. Nsa. Sra. do Loreto, 1.108, Vila Medeiros, tel.: 2949-7049 - RENATA VANZETTO Meu pai é de família italiana, ama carbonara, e, na minha opinião, a Tappo Trattoria tem o melhor de São Paulo. R. da Consolação, 2.967, Cerqueira César, tel.: 3063-4864 Meu pai adora festa, lugar animado, e o Minato Izakaya é um dos lugares mais divertidos para ir comer (e muito bem). R. dos Pinheiros, 1.308, Pinheiros, tel.: 3814-8065 O Underdog tem o melhor hambúrguer de São Paulo. Quase ninguém conhece, tem duas mesas e é sensacional. Meu pai iria pirar. R. João Moura, 541, Pinheiros, sem telefone
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Renata Vanzetto, Ivan Ralston e outros chefs indicam onde ir no Dia dos PaisGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO O empresário Facundo Guerra e os chefs Ivan Ralston, Jefferson Rueda, Renata Vanzetto, Fábio Vieira, Chico Ferreira e Mac Le Dantec sugerem restaurantes, que não os seus, para curtir o Dia dos Pais. CHICO FERREIRA O Frevo é um clássico de quando eu era pequeno. Íamos às quartas e sempre encontrávamos vários pais jantando com os filhos. Rua Oscar Freire, 603, Jardim Paulista, tel.: 3082-3434 No Jiquitaia a comida brasileira é muitíssimo bem feita. Como meu pai mora no Conjunto Nacional, é uma boa opção para ir a pé. R. Antônio Carlos, 268, Consolação, tel.: 3262-2366 Sentar no balcão do Sushiguen e deixar o mestre Shimizu fazer o que estiver melhor no dia é certeza de uma boa refeição! Rua Manoel da Nóbrega, 76, ed. Barão de Ouro Branco, Cerqueira César, tel.: (11) 3289 5566 - FACUNDO GUERRA Dia dos Pais para mim é sempre no Fuentes, restaurante espanhol do centro. Espaço generoso, nunca está lotado -nem em Dia dos Pais-, não precisa de reserva e tem paellas que servem até três gerações de pais de uma só vez. R. do Seminário, 149, Centro, tel.: 3228-1680 Outro que gosto muito é o Boi na Brasa. Carnes que fazem jus ao nome. Tem a melhor fauna de São Paulo na hora do almoço de domingo. R. Mq. de Itú, 139, Vila Buarque, Centro, tel.: 3223-6162 Uma última opção é o Rei do Filet, também do centro, onde o filé é tão tenro que é cortado com uma colher pelo garçom, diante do freguês mesmo. Adoro o ritual e o restaurante atende os pais paulistanos há mais de um século. Al. Santos, 1.105 - Cerqueira César - Oeste. Telefone: 3289-3347 - FÁBIO VIEIRA Ainda não conheço o Amadeus, mas é um lugar que ouço apenas elogios. Tenho certeza que farei uma boa refeição lá. R. Haddock Lobo, 807, Cerqueira César, tel.: 3061-2859. Identifico-me com o Brasil a Gosto: me sinto à vontade lá. Além disso, tenho uma parceria recente com a chef Ana Luiza e lá é um lugar que me agrada. R. Prof. Azevedo Amaral, 70, Jardim Paulista, tel.: 3086-3565 O Rancho Nordestino fica na rua Manuel Dutra. É um lugar sem frescuras, simples e muito gostoso. Acho a carne de sol deles maravilhosa, além da paçoca de carne e o feijão de corda. Bom para quem aprecia e deseja provar a cozinha nordestina. R. Manuel Dutra, 498, Bela Vista, Centro, tel.: 3106-7257 - JEFFERSON RUEDA Gosto muito do Bicol, um restaurante coreano. A comida é excelente, além do lugar. Churrasco coreano muito bem executado. Praça Gen. Polidoro, 111, Aclimação, tel. 3341-3745 Tudo no Chou é feito na brasa, legumes, arroz, carnes -a cozinha do fogo, uma das minhas paixões. R. Mateus Grou, 345, Pinheiros, tel.: 3083-6998 No Capuano, o fusilli com brachola é a pedida da casa. A seresta aos domingos é imperdível. R. Cons. Carrão, 416, Bela Vista, tel.: 3288-1460 - IVAN RALSTON Para não levá-lo aos restaurantes da família (no Ráscal, no Cortés ou no Tuju), levaria meu pai ao 12 Bistrô, ao Maní ou ao Vito. Gosto muito dos três. 12 Bistrô R. Simão Álvares, 1.018, Pinheiros, tel.: 3562-7550 Maní R. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros, tel.: 3085-4148 Vito R. Isabel de Castela, 529, Vila Madalena, tel.: 3032-1469 - MARC LE DANTEC Indico o Le Repas por ser um típico restaurante francês e muito aconchegante. R. Ferreira de Araújo, 450, Pinheiros, tel.: 2366-9882 O Sal Gastronomia tem cozinha autêntica, com simplicidade, mas de sabores marcantes. R. Minas Gerais, 352, Higienópolis, Centro, tel.: 3151-3085 Gosto do Esquina Mocotó pela comida nordestina contemporânea, ambiente simpático e simpatia do chef Rodrigo Oliveira. Av. Nsa. Sra. do Loreto, 1.108, Vila Medeiros, tel.: 2949-7049 - RENATA VANZETTO Meu pai é de família italiana, ama carbonara, e, na minha opinião, a Tappo Trattoria tem o melhor de São Paulo. R. da Consolação, 2.967, Cerqueira César, tel.: 3063-4864 Meu pai adora festa, lugar animado, e o Minato Izakaya é um dos lugares mais divertidos para ir comer (e muito bem). R. dos Pinheiros, 1.308, Pinheiros, tel.: 3814-8065 O Underdog tem o melhor hambúrguer de São Paulo. Quase ninguém conhece, tem duas mesas e é sensacional. Meu pai iria pirar. R. João Moura, 541, Pinheiros, sem telefone
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Pendências entre EUA e Cuba atrasam reconciliação; confira algumas
A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Cuba está sendo vista como um passo importante em direção à normalização completa das relações entre EUA e Cuba após décadas de hostilidade. No entanto, apesar do alvoroço da visita e após meses de reuniões de alto nível, ainda há muitos assuntos importantes impedindo os países de restabelecer inteiramente seus laços. O EMBARGO O embargo à Cuba foi a reação de Washington ao confisco de bens americanos após a revolução de 1959. Foi um ponto de tensão constante entre os países por décadas. Cuba disse que levantar o embargo é necessário para estabilizar os laços. Mas esta decisão não está nas mãos de Obama, já que precisa ser aprovada pelo Congresso americano, controlado pelos republicanos, que se opõem ao levantamento do embargo antes que Cuba faça movimentos significativos em direção à democratização. DIRETOS HUMANOS Os EUA insistiram que gostariam de ver melhorias na questão dos direitos humanos em Cuba e o fim da prisão de dissidentes políticos. Mas Cuba diz que vê direitos humanos de forma diferente e aponta a oferta de saúde universal e educação como exemplo da forma como protege os direitos de seus cidadãos. Os EUA também querem que Cuba se afaste do sistema de partido único mas o governo cubano diz que quer reconhecimento pelo que vê como uma "democracia participativa" de partido único. LEI DE AJUSTE CUBANO Em 1966 os EUA implementaram a Lei do Ajuste Cubano, que dá a cubanos um caminho mais rápido para obter residência permanente nos EUA. Cuba diz que isso é um vestígio da Guerra Fria que precisa acabar e já pediu o fim da lei diversas vezes, pois ela causaria a perda de vidas no mar e tráfico de pessoas. Também argumenta que as políticas de migração americanas têm sido usadas como arma política contra a revolução. BASE NAVAL AMERICANA EM GUANTÁNAMO Havana e Washington não conseguiram um acordo sobre a base de Guantánamo, que ganhou notoriedade após os ataques de 11 de Setembro, quando os EUA construíram ali um centro de detenção para suspeitos de terrorismo. A base tem 45 milhas quadradas e está "alugada" de Cuba desde 1903, após os EUA ajudarem Cuba a ganhar independência da Espanha. Foi alugada por U$ 4.085 por ano. De acordo com Fidel Castro, os cheques, que Cuba considerava um insulto, não foram descontados desde a Revolução. Havana pediu a devolução do território diversas vezes. Em 2015, o presidente Raúl Castro disse que o retorno do território "legalmente ocupado" seria "indispensável" em qualquer normalização de laços com os EUA. Os EUA nunca indicaram ter planos para fechar a base naval. IMPRENSA Raúl Castro criticou fortemente a Radio e TV Marti, emissora baseada em Miami e financiada pelos EUA, classificando-a como um grande impedimento para a normalização completa das relações. Cuba interfere em sinais de transmissão mas a Radio Marti, em particular, alcança ouvintes na ilha com seu noticiário 24 horas. Os EUA argumentam que as emissoras oferecem aos cubanos acesso a notícias e informações das quais eles são privados devido aos rígidos controles das autoridades cubanas sobre a mídia. RELAÇÕES INTERNACIONAIS Cuba também criticou a oposição de Washington ao governo da Venezuela, descrevendo a atitude americana como interferências em assuntos domésticos de um de seus maiores aliados. E os EUA também veem os vínculos de Cuba com outros governos esquerdistas da América Latina, como o da Bolívia, como um problema.
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Pendências entre EUA e Cuba atrasam reconciliação; confira algumasA visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Cuba está sendo vista como um passo importante em direção à normalização completa das relações entre EUA e Cuba após décadas de hostilidade. No entanto, apesar do alvoroço da visita e após meses de reuniões de alto nível, ainda há muitos assuntos importantes impedindo os países de restabelecer inteiramente seus laços. O EMBARGO O embargo à Cuba foi a reação de Washington ao confisco de bens americanos após a revolução de 1959. Foi um ponto de tensão constante entre os países por décadas. Cuba disse que levantar o embargo é necessário para estabilizar os laços. Mas esta decisão não está nas mãos de Obama, já que precisa ser aprovada pelo Congresso americano, controlado pelos republicanos, que se opõem ao levantamento do embargo antes que Cuba faça movimentos significativos em direção à democratização. DIRETOS HUMANOS Os EUA insistiram que gostariam de ver melhorias na questão dos direitos humanos em Cuba e o fim da prisão de dissidentes políticos. Mas Cuba diz que vê direitos humanos de forma diferente e aponta a oferta de saúde universal e educação como exemplo da forma como protege os direitos de seus cidadãos. Os EUA também querem que Cuba se afaste do sistema de partido único mas o governo cubano diz que quer reconhecimento pelo que vê como uma "democracia participativa" de partido único. LEI DE AJUSTE CUBANO Em 1966 os EUA implementaram a Lei do Ajuste Cubano, que dá a cubanos um caminho mais rápido para obter residência permanente nos EUA. Cuba diz que isso é um vestígio da Guerra Fria que precisa acabar e já pediu o fim da lei diversas vezes, pois ela causaria a perda de vidas no mar e tráfico de pessoas. Também argumenta que as políticas de migração americanas têm sido usadas como arma política contra a revolução. BASE NAVAL AMERICANA EM GUANTÁNAMO Havana e Washington não conseguiram um acordo sobre a base de Guantánamo, que ganhou notoriedade após os ataques de 11 de Setembro, quando os EUA construíram ali um centro de detenção para suspeitos de terrorismo. A base tem 45 milhas quadradas e está "alugada" de Cuba desde 1903, após os EUA ajudarem Cuba a ganhar independência da Espanha. Foi alugada por U$ 4.085 por ano. De acordo com Fidel Castro, os cheques, que Cuba considerava um insulto, não foram descontados desde a Revolução. Havana pediu a devolução do território diversas vezes. Em 2015, o presidente Raúl Castro disse que o retorno do território "legalmente ocupado" seria "indispensável" em qualquer normalização de laços com os EUA. Os EUA nunca indicaram ter planos para fechar a base naval. IMPRENSA Raúl Castro criticou fortemente a Radio e TV Marti, emissora baseada em Miami e financiada pelos EUA, classificando-a como um grande impedimento para a normalização completa das relações. Cuba interfere em sinais de transmissão mas a Radio Marti, em particular, alcança ouvintes na ilha com seu noticiário 24 horas. Os EUA argumentam que as emissoras oferecem aos cubanos acesso a notícias e informações das quais eles são privados devido aos rígidos controles das autoridades cubanas sobre a mídia. RELAÇÕES INTERNACIONAIS Cuba também criticou a oposição de Washington ao governo da Venezuela, descrevendo a atitude americana como interferências em assuntos domésticos de um de seus maiores aliados. E os EUA também veem os vínculos de Cuba com outros governos esquerdistas da América Latina, como o da Bolívia, como um problema.
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Apple investe US$ 200 mi em vidro americano e melhora imagem no país
A Apple está investindo no desenvolvimento da próxima geração de vidro fabricado nos Estados Unidos para seus iPhones e iPads, o que pode ter o efeito colateral de melhorar a situação da companhia com a classe política em Washington. A Apple anunciou na sexta-feira (12) que estava investindo US$ 200 milhões na Corning, fabricante dos revestimentos resistentes a arranhões que recobrem os iPhones e iPads, com o objetivo de ajudá-la a desenvolver e produzir vidros mais sofisticados em sua fábrica em Harrodsburg, Kentucky. A Corning fabrica o vidro usado em todos os iPhones, desde o lançamento do modelo original, dez anos atrás. O investimento da empresa, o primeiro realizado pelo fundo de US$ 1 bilhão criado pela gigante da tecnologia para promover processos industriais avançados nos Estados Unidos, ajudará a Corning a desenvolver vidros mais finos e versáteis para o iPhone e outras linhas de produtos que a Apple está explorando, como telas para carros autoguiados e óculos de realidade aumentada. A decisão vai além da tradicional prática de subsidiar fornecedores adotada pela Apple, disse Tim Bajarin, presidente da consultoria de tecnologia Creative Strategies. "Eu veria o investimento como uma parceria entre Apple e Corning para determinar em que outras coisas o vidro pode ser usado", ele disse. "Eles estão literalmente pensando sobre coisas em que eu e você ainda não estamos pensando". O investimento também é um gesto de boa vontade para com os republicanos, incluindo o presidente Donald Trump, que já criticou a Apple por fabricar seus iPhones na China, e o líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, senador pelo Kentucky. A Apple informou ter gasto US$ 50 bilhões no ano passado junto a fornecedores norte-americanos, ainda que só uma de suas linhas de produtos, o quase obsoleto computador Mac Pro, seja fabricada nos Estados Unidos. No mês passado, Trump delineou um plano que reduziria a alíquota dos impostos pagos por empresas e ofereceria incentivos especiais a companhias que optassem por repatriar lucros retidos no exterior. A Apple tem reservas de caixa mais altas que qualquer outra empresa norte-americana –US$ 257 bilhões em 1º de abril–, e virtualmente todo esse dinheiro está estacionado em contas bancárias no exterior, sobre as quais a empresa não paga impostos. Tim Cook, o presidente-executivo da Apple, se queixou repetidamente de que os impostos norte-americanos são altos demais e prometeu que o dinheiro da empresa não seria repatriado até que os impostos caíssem. Em uma demonstração explícita das implicações políticas do acordo entre a Apple e a Corning, o senador McConnell participou do anúncio formal da parceria na sexta-feira, junto a executivos das duas empresas, na fábrica da Corning em Harrodsburg, construída há 65 anos. "Como milhões de pessoas em todo o mundo, a última coisa que olho antes de dormir e a primeira coisa que olho ao acordar é meu iPhone", disse McConnell. "Mas diferentemente de milhões de pessoas em todo o mundo, penso em Harrodsburg, Kentucky, e no Gorilla Glass que o pessoal fabrica aqui". O senador disse que havia muito que o Congresso podia fazer para ajudar a Corning e a Apple a conquistarem sucesso ainda maior. "Vamos tentar, por meio de uma reforma tributária abrangente, colocar essas duas empresas em posição melhor para concorrer com companhias de outros países", ele disse. Jeff Williams, vice-presidente de operações da Apple, disse que quando Steve Jobs, o fundador da empresa, exibiu o primeiro protótipo do iPhone no evento de lançamento do produto, em 2007, a tela do aparelho era de plástico. Jobs se queixou de que carregar o iPhone no bolso arranhava a tela com muita facilidade, e ordenou que Williams a substituísse por vidro inquebrável e à prova de arranhões, antes da data de lançamento marcada para dali a seis meses. Vidro como esse só existia em laboratório, na época, mas a Corning correu para conseguir colocá-lo em produção. "Tudo isso aconteceu bem aqui em Harrodsburg, e a Apple lhes deve muito agradecimentos", disse Williams aos operários da Corning. Tradução de PAULO MIGLIACCI
tec
Apple investe US$ 200 mi em vidro americano e melhora imagem no paísA Apple está investindo no desenvolvimento da próxima geração de vidro fabricado nos Estados Unidos para seus iPhones e iPads, o que pode ter o efeito colateral de melhorar a situação da companhia com a classe política em Washington. A Apple anunciou na sexta-feira (12) que estava investindo US$ 200 milhões na Corning, fabricante dos revestimentos resistentes a arranhões que recobrem os iPhones e iPads, com o objetivo de ajudá-la a desenvolver e produzir vidros mais sofisticados em sua fábrica em Harrodsburg, Kentucky. A Corning fabrica o vidro usado em todos os iPhones, desde o lançamento do modelo original, dez anos atrás. O investimento da empresa, o primeiro realizado pelo fundo de US$ 1 bilhão criado pela gigante da tecnologia para promover processos industriais avançados nos Estados Unidos, ajudará a Corning a desenvolver vidros mais finos e versáteis para o iPhone e outras linhas de produtos que a Apple está explorando, como telas para carros autoguiados e óculos de realidade aumentada. A decisão vai além da tradicional prática de subsidiar fornecedores adotada pela Apple, disse Tim Bajarin, presidente da consultoria de tecnologia Creative Strategies. "Eu veria o investimento como uma parceria entre Apple e Corning para determinar em que outras coisas o vidro pode ser usado", ele disse. "Eles estão literalmente pensando sobre coisas em que eu e você ainda não estamos pensando". O investimento também é um gesto de boa vontade para com os republicanos, incluindo o presidente Donald Trump, que já criticou a Apple por fabricar seus iPhones na China, e o líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, senador pelo Kentucky. A Apple informou ter gasto US$ 50 bilhões no ano passado junto a fornecedores norte-americanos, ainda que só uma de suas linhas de produtos, o quase obsoleto computador Mac Pro, seja fabricada nos Estados Unidos. No mês passado, Trump delineou um plano que reduziria a alíquota dos impostos pagos por empresas e ofereceria incentivos especiais a companhias que optassem por repatriar lucros retidos no exterior. A Apple tem reservas de caixa mais altas que qualquer outra empresa norte-americana –US$ 257 bilhões em 1º de abril–, e virtualmente todo esse dinheiro está estacionado em contas bancárias no exterior, sobre as quais a empresa não paga impostos. Tim Cook, o presidente-executivo da Apple, se queixou repetidamente de que os impostos norte-americanos são altos demais e prometeu que o dinheiro da empresa não seria repatriado até que os impostos caíssem. Em uma demonstração explícita das implicações políticas do acordo entre a Apple e a Corning, o senador McConnell participou do anúncio formal da parceria na sexta-feira, junto a executivos das duas empresas, na fábrica da Corning em Harrodsburg, construída há 65 anos. "Como milhões de pessoas em todo o mundo, a última coisa que olho antes de dormir e a primeira coisa que olho ao acordar é meu iPhone", disse McConnell. "Mas diferentemente de milhões de pessoas em todo o mundo, penso em Harrodsburg, Kentucky, e no Gorilla Glass que o pessoal fabrica aqui". O senador disse que havia muito que o Congresso podia fazer para ajudar a Corning e a Apple a conquistarem sucesso ainda maior. "Vamos tentar, por meio de uma reforma tributária abrangente, colocar essas duas empresas em posição melhor para concorrer com companhias de outros países", ele disse. Jeff Williams, vice-presidente de operações da Apple, disse que quando Steve Jobs, o fundador da empresa, exibiu o primeiro protótipo do iPhone no evento de lançamento do produto, em 2007, a tela do aparelho era de plástico. Jobs se queixou de que carregar o iPhone no bolso arranhava a tela com muita facilidade, e ordenou que Williams a substituísse por vidro inquebrável e à prova de arranhões, antes da data de lançamento marcada para dali a seis meses. Vidro como esse só existia em laboratório, na época, mas a Corning correu para conseguir colocá-lo em produção. "Tudo isso aconteceu bem aqui em Harrodsburg, e a Apple lhes deve muito agradecimentos", disse Williams aos operários da Corning. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Questão diplomática tira camaronês do Cruzeiro de jogo da Libertadores
O Cruzeiro não poderá contar com o camaronês Joel como uma das opções para o duelo contra o River Plate, na quinta-feira (21), pela partida de ida das quartas de final da Taça Libertadores da América. De acordo com a assessoria do clube mineiro, o consulado argentino fez, na noite de terça-feira, uma recomendação para que o atacante não esteja em campo, devido à falta de relações diplomáticas entre Argentina e Camarões. O jogador de 21 anos já havia sido baixa em outro confronto do Cruzeiro com um clube argentino: o Huracán. O motivo foi não ter visto para entrar na Argentina. O técnico Marcelo Oliveira optou por outro estrangeiro para a vaga de Joel. O colombiano Riascos será uma das opções para o setor ofensivo para o confronto com o River Plate.
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Questão diplomática tira camaronês do Cruzeiro de jogo da LibertadoresO Cruzeiro não poderá contar com o camaronês Joel como uma das opções para o duelo contra o River Plate, na quinta-feira (21), pela partida de ida das quartas de final da Taça Libertadores da América. De acordo com a assessoria do clube mineiro, o consulado argentino fez, na noite de terça-feira, uma recomendação para que o atacante não esteja em campo, devido à falta de relações diplomáticas entre Argentina e Camarões. O jogador de 21 anos já havia sido baixa em outro confronto do Cruzeiro com um clube argentino: o Huracán. O motivo foi não ter visto para entrar na Argentina. O técnico Marcelo Oliveira optou por outro estrangeiro para a vaga de Joel. O colombiano Riascos será uma das opções para o setor ofensivo para o confronto com o River Plate.
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Bate-papo com jornalista discute relação entre comida e cultura
O segundo encontro do projeto Comer é Mais –que começou em março deste ano e teve como primeiro tema a mandioca– apresentará a relação entre alimento e cultura em um bate-papo com o jornalista e curador Celso Fioravante, neste sábado (23) no Sesc Belenzinho. O evento pretende discutir as relações entre cultura e alimentação a partir da produção de artistas desde o século 16 até hoje, começando com as ilustrações de banquetes antropofágicos de Hans Staden –que foi capturado pela tribo tupinambá no século 16– chegando a artistas contemporâneos como Vik Muniz, Adriana Varejão e Tunga. A retirada de senhas para o evento começara às 10h30, trinta minutos antes do início do bate-papo, marcado para às 11h. A primeira edição do Comer é Mais se estendeu durante todo o ano de 2014 com encontros para discutir o mundo da comida para além do ato de comer. BATE-PAPO COMIDA PELA ARTE - COM CELSO FIORAVANTE Quando neste sábado (23), das 11h às 13h Onde Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1000; tel: 11/ 2076-9700 Mais www.sescsp.org.br/belenzinho
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Bate-papo com jornalista discute relação entre comida e culturaO segundo encontro do projeto Comer é Mais –que começou em março deste ano e teve como primeiro tema a mandioca– apresentará a relação entre alimento e cultura em um bate-papo com o jornalista e curador Celso Fioravante, neste sábado (23) no Sesc Belenzinho. O evento pretende discutir as relações entre cultura e alimentação a partir da produção de artistas desde o século 16 até hoje, começando com as ilustrações de banquetes antropofágicos de Hans Staden –que foi capturado pela tribo tupinambá no século 16– chegando a artistas contemporâneos como Vik Muniz, Adriana Varejão e Tunga. A retirada de senhas para o evento começara às 10h30, trinta minutos antes do início do bate-papo, marcado para às 11h. A primeira edição do Comer é Mais se estendeu durante todo o ano de 2014 com encontros para discutir o mundo da comida para além do ato de comer. BATE-PAPO COMIDA PELA ARTE - COM CELSO FIORAVANTE Quando neste sábado (23), das 11h às 13h Onde Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1000; tel: 11/ 2076-9700 Mais www.sescsp.org.br/belenzinho
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Namoros na política
Achei irresistível, embora de gosto duvidoso, comentar o sururu entre José Serra e Kátia Abreu, em festa de confraternização na casa do senador Eunício Oliveira, na última quarta (9). A bebida jogada no rosto do senador tucano fez a alegria das redes sociais, cabendo menção a duas piadinhas obviamente anti-serristas. A primeira mostra uma careta do atingido, reclamando não se tratar de um "Bordeaux" de boa safra; a segunda menciona o perito convocado no caso da bolinha de papel jogada contra Serra na campanha de 2010, cogitando de sua eventual participação numa denúncia por tentativa de afogamento em taça de vinho... Há algo de menos engraçado, entretanto, nesse regozijo com a reação de Kátia Abreu. Parte da esquerda celebra o mau bocado de Serra simplesmente porque ele pertence ao campo adversário –e eis que uma velha inimiga, tratada de ruralista, latifundiária, inimiga do meio ambiente durante anos a fio, torna-se (como a própria Dilma) "guerreira do povo brasileiro". É difícil dizer se a circunstância justificava a reação de Kátia Abreu. O senador tucano teria, segundo os relatos disponíveis, chegado sem esta nem aquela à rodinha em que a ministra da Agricultura conversava e dito que ela tinha fama de namoradeira. Ofendida, Kátia Abreu joga o vinho na cara de Serra. "Ela se casou neste ano", teria advertido, em pânico, o presidente do Senado, Renan Calheiros. Não sei com que tom de voz a frase foi pronunciada, o quanto se tinha bebido na festa, nem com que frequência José Serra se compraz em comentários irônicos ou abusivos contra seus colegas. Considera-se, por exemplo, que Aécio Neves perdeu votos ao chamar Dilma Rousseff de "leviana" num debate. A afirmação nada tinha a ver com o comportamento amoroso da presidente –é leviano quem assume compromissos irrefletidamente, ou fala sem pensar. Parece que em alguns ambientes e lugares do país a palavra tem o mesmo sentido atribuído ao "namoradeira" de José Serra. Divulga-se, em velada defesa do tucano, um perfil publicado na revista "Claudia" em 2013, no qual a própria Kátia Abreu diz ter "namorado muito" no passado. O que não é a mesma coisa, cabe admitir, do que se dizer "namoradeira". Sem conhecer todos os antecedentes do episódio, procuro entretanto comentar algo do contexto geral em que aconteceu. Estive com Serra em alguns jantares e situações informais; ele é muito calmo, inteligentíssimo e sedutor. A voz é baixa, o olhar não se desvia, e ele não economiza confidências –criando com isso um ambiente de imediata intimidade. Ao mesmo tempo, todo mundo sente que não há apenas inteligência, mas cerebralismo, e não apenas calma, mas sangue-frio, em sua aparência –a carreira pública, os olhos, a testa, que sei eu, transmitem um quê de intencionalidade permanente em sua "démarche". Se algo que ele disser puder ser levado a mal, será. Pessoalmente, acho isso injusto, mas não sou nem mulher nem político. Some-se a isso a cultura brasileira mais ampla, de que a frase de Renan Calheiros é exemplo significativo. Não se chama de "namoradeira" uma mulher casada. "Ah, ah, senador, ouvi dizer que o senhor não resiste a um rabo-de-saia...! He, he, he, ho, ho, ho, isso são as más línguas..." Ninguém se importaria em saber se nosso Don Juan de Brasília é casado ou solteiro. O atraso da mentalidade brasileira nesse ponto é patente. Isso não elimina, claro, o potencial ofensivo de se usar o termo "namoradeira". Mesmo acreditando que uma mulher, casada ou não, possa namorar quem quiser –porque não vou julgar seu caráter em função disso– posso querer desqualificá-la chamando-a assim. Seja como for, a hostilidade latente na política brasileira não se resume ao desentendimento entre um Serra e uma agricultora. É possível que, do ponto de vista individual, todo político que não for um crápula completo esteja vivendo contradições insuportáveis. Dilma tenta fazer uma política econômica de que discorda, Kátia Abreu assume posto ao lado de petistas e movimentos sociais que a abominavam, Serra sempre bufou contra os excessos ortodoxos dos tucanos. A esquerda se alia com a direita, a direita se envergonha do neodireitismo que precisa bajular. A política anda muito "namoradeira", com efeito –natural que as cenas e os sururus se multipliquem, numa tentativa de salvar-se a honra que ainda sobra.
colunas
Namoros na políticaAchei irresistível, embora de gosto duvidoso, comentar o sururu entre José Serra e Kátia Abreu, em festa de confraternização na casa do senador Eunício Oliveira, na última quarta (9). A bebida jogada no rosto do senador tucano fez a alegria das redes sociais, cabendo menção a duas piadinhas obviamente anti-serristas. A primeira mostra uma careta do atingido, reclamando não se tratar de um "Bordeaux" de boa safra; a segunda menciona o perito convocado no caso da bolinha de papel jogada contra Serra na campanha de 2010, cogitando de sua eventual participação numa denúncia por tentativa de afogamento em taça de vinho... Há algo de menos engraçado, entretanto, nesse regozijo com a reação de Kátia Abreu. Parte da esquerda celebra o mau bocado de Serra simplesmente porque ele pertence ao campo adversário –e eis que uma velha inimiga, tratada de ruralista, latifundiária, inimiga do meio ambiente durante anos a fio, torna-se (como a própria Dilma) "guerreira do povo brasileiro". É difícil dizer se a circunstância justificava a reação de Kátia Abreu. O senador tucano teria, segundo os relatos disponíveis, chegado sem esta nem aquela à rodinha em que a ministra da Agricultura conversava e dito que ela tinha fama de namoradeira. Ofendida, Kátia Abreu joga o vinho na cara de Serra. "Ela se casou neste ano", teria advertido, em pânico, o presidente do Senado, Renan Calheiros. Não sei com que tom de voz a frase foi pronunciada, o quanto se tinha bebido na festa, nem com que frequência José Serra se compraz em comentários irônicos ou abusivos contra seus colegas. Considera-se, por exemplo, que Aécio Neves perdeu votos ao chamar Dilma Rousseff de "leviana" num debate. A afirmação nada tinha a ver com o comportamento amoroso da presidente –é leviano quem assume compromissos irrefletidamente, ou fala sem pensar. Parece que em alguns ambientes e lugares do país a palavra tem o mesmo sentido atribuído ao "namoradeira" de José Serra. Divulga-se, em velada defesa do tucano, um perfil publicado na revista "Claudia" em 2013, no qual a própria Kátia Abreu diz ter "namorado muito" no passado. O que não é a mesma coisa, cabe admitir, do que se dizer "namoradeira". Sem conhecer todos os antecedentes do episódio, procuro entretanto comentar algo do contexto geral em que aconteceu. Estive com Serra em alguns jantares e situações informais; ele é muito calmo, inteligentíssimo e sedutor. A voz é baixa, o olhar não se desvia, e ele não economiza confidências –criando com isso um ambiente de imediata intimidade. Ao mesmo tempo, todo mundo sente que não há apenas inteligência, mas cerebralismo, e não apenas calma, mas sangue-frio, em sua aparência –a carreira pública, os olhos, a testa, que sei eu, transmitem um quê de intencionalidade permanente em sua "démarche". Se algo que ele disser puder ser levado a mal, será. Pessoalmente, acho isso injusto, mas não sou nem mulher nem político. Some-se a isso a cultura brasileira mais ampla, de que a frase de Renan Calheiros é exemplo significativo. Não se chama de "namoradeira" uma mulher casada. "Ah, ah, senador, ouvi dizer que o senhor não resiste a um rabo-de-saia...! He, he, he, ho, ho, ho, isso são as más línguas..." Ninguém se importaria em saber se nosso Don Juan de Brasília é casado ou solteiro. O atraso da mentalidade brasileira nesse ponto é patente. Isso não elimina, claro, o potencial ofensivo de se usar o termo "namoradeira". Mesmo acreditando que uma mulher, casada ou não, possa namorar quem quiser –porque não vou julgar seu caráter em função disso– posso querer desqualificá-la chamando-a assim. Seja como for, a hostilidade latente na política brasileira não se resume ao desentendimento entre um Serra e uma agricultora. É possível que, do ponto de vista individual, todo político que não for um crápula completo esteja vivendo contradições insuportáveis. Dilma tenta fazer uma política econômica de que discorda, Kátia Abreu assume posto ao lado de petistas e movimentos sociais que a abominavam, Serra sempre bufou contra os excessos ortodoxos dos tucanos. A esquerda se alia com a direita, a direita se envergonha do neodireitismo que precisa bajular. A política anda muito "namoradeira", com efeito –natural que as cenas e os sururus se multipliquem, numa tentativa de salvar-se a honra que ainda sobra.
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Resolução põe fim ao termo 'autos de resistência' em boletim de ocorrência
O "Diário Oficial" da União publicou nesta segunda-feira (4) a resolução conjunta do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil que aboliu a utilização dos termos auto de resistência (quando a polícia alega ter reagido para se defender) e resistência seguida de morte nos boletins de ocorrência e inquéritos policiais nos casos em que há lesão corporal ou morte decorrentes da oposição à intervenção policial. O fim dos termos é uma reivindicação antiga das organizações de direitos humanos no Brasil. A resolução é de outubro do ano passado, mas havia a necessidade da publicação no Diário Oficial da União para que entre em vigência. É baseada em decisão aprovada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em 2012, que recomendou o fim do uso de termos genéricos para camuflar mortes causadas por agentes de Estado. Um dos objetivos da medida é dar transparência às apurações de casos em que a intervenção policial tem como consequência lesões corporais ou mortes. De acordo com a resolução, os dirigentes dos órgãos de polícia judiciária terão que registrar as ocorrências como "lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial" ou "homicídio decorrente de oposição à intervenção policial", de acordo com o caso. A resolução determina também que nos casos de resistência à ação policial o delegado de polícia deverá verificar se o executor e as pessoas que o ajudaram usaram, de forma moderada, os meios necessários e disponíveis para defender-se ou vencer a resistência. Organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional defendem o fim dos autos de resistência como forma de garantir mais eficiência às investigações de crimes de mortes violentas ocorridas em ações com a participação de agentes do Estado, com a garantia de acesso à perícia oficial, preservação da cena do crime e participação do Ministério Público nas investigações. De acordo com a Anistia Internacional, as vítimas dos chamados autos de resistência em sua maioria são jovens negros, do sexo masculino, moradores de favelas e periferias. Um exemplo recente é o caso do assassinato de cinco jovens em Costa Barros, no subúrbio do Rio. Eles voltavam de uma comemoração quando levaram dezenas de tiros. Quatro policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e fraude processual –teriam tentado forjar um cenário de auto de resistência no local do crime.
cotidiano
Resolução põe fim ao termo 'autos de resistência' em boletim de ocorrênciaO "Diário Oficial" da União publicou nesta segunda-feira (4) a resolução conjunta do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil que aboliu a utilização dos termos auto de resistência (quando a polícia alega ter reagido para se defender) e resistência seguida de morte nos boletins de ocorrência e inquéritos policiais nos casos em que há lesão corporal ou morte decorrentes da oposição à intervenção policial. O fim dos termos é uma reivindicação antiga das organizações de direitos humanos no Brasil. A resolução é de outubro do ano passado, mas havia a necessidade da publicação no Diário Oficial da União para que entre em vigência. É baseada em decisão aprovada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em 2012, que recomendou o fim do uso de termos genéricos para camuflar mortes causadas por agentes de Estado. Um dos objetivos da medida é dar transparência às apurações de casos em que a intervenção policial tem como consequência lesões corporais ou mortes. De acordo com a resolução, os dirigentes dos órgãos de polícia judiciária terão que registrar as ocorrências como "lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial" ou "homicídio decorrente de oposição à intervenção policial", de acordo com o caso. A resolução determina também que nos casos de resistência à ação policial o delegado de polícia deverá verificar se o executor e as pessoas que o ajudaram usaram, de forma moderada, os meios necessários e disponíveis para defender-se ou vencer a resistência. Organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional defendem o fim dos autos de resistência como forma de garantir mais eficiência às investigações de crimes de mortes violentas ocorridas em ações com a participação de agentes do Estado, com a garantia de acesso à perícia oficial, preservação da cena do crime e participação do Ministério Público nas investigações. De acordo com a Anistia Internacional, as vítimas dos chamados autos de resistência em sua maioria são jovens negros, do sexo masculino, moradores de favelas e periferias. Um exemplo recente é o caso do assassinato de cinco jovens em Costa Barros, no subúrbio do Rio. Eles voltavam de uma comemoração quando levaram dezenas de tiros. Quatro policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e fraude processual –teriam tentado forjar um cenário de auto de resistência no local do crime.
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Estudantes negros são expulsos de loja, e Apple é acusada de racismo
Seis estudantes negros foram expulsos de uma loja da Apple em Melbourne, na Austrália, na terça-feira (10). Um vídeo do ocorrido, postado pelo estudante Francis Ose, mostra um funcionário da empresa dizendo: "Esses caras [da segurança] estão apenas um pouco preocupados com a sua presença na nossa loja... eles estão apenas preocupados que vocês possam roubar alguma coisa." Ao que um dos rapazes respondeu: "Por que nós roubaríamos alguma coisa?", antes de o funcionário pedir que eles deixassem o estabelecimento. O caso tomou as redes sociais, nas quais vários usuários disseram se tratar de racismo. Ose escreveu em uma postagem no Facebook, acompanhada pelo vídeo: "Simplesmente racismo. Pelo menos os fizemos pedir desculpas". Um dos estudantes, Mabior Ater contou ao site Fairfax Media que essa não foi a primeira vez que ele experienciou preconceito racial, mas que "é a primeira vez que foi algo tão grande". "Eu venho aqui há muito tempo e nunca pensei que algo assim fosse acontecer, é claro que fiquei ofendido", disse. Depois do ocorrido, o diretor do colégio dos seis meninos acompanhou-os à loja em busca de um pedido de desculpas. Uma gerente da Apple se desculpou em nome da empresa e "disse que nós [os estudantes] somos bem-vindos lá a qualquer momento", contou Ater. Outro jovem que havia sido expulso Mohamed Semra escreveu no Facebook: "O mundo sabe a nossa história, isso podia ter acontecido com qualquer outra criança africana. Esse racismo precisa parar, ponto."
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Estudantes negros são expulsos de loja, e Apple é acusada de racismoSeis estudantes negros foram expulsos de uma loja da Apple em Melbourne, na Austrália, na terça-feira (10). Um vídeo do ocorrido, postado pelo estudante Francis Ose, mostra um funcionário da empresa dizendo: "Esses caras [da segurança] estão apenas um pouco preocupados com a sua presença na nossa loja... eles estão apenas preocupados que vocês possam roubar alguma coisa." Ao que um dos rapazes respondeu: "Por que nós roubaríamos alguma coisa?", antes de o funcionário pedir que eles deixassem o estabelecimento. O caso tomou as redes sociais, nas quais vários usuários disseram se tratar de racismo. Ose escreveu em uma postagem no Facebook, acompanhada pelo vídeo: "Simplesmente racismo. Pelo menos os fizemos pedir desculpas". Um dos estudantes, Mabior Ater contou ao site Fairfax Media que essa não foi a primeira vez que ele experienciou preconceito racial, mas que "é a primeira vez que foi algo tão grande". "Eu venho aqui há muito tempo e nunca pensei que algo assim fosse acontecer, é claro que fiquei ofendido", disse. Depois do ocorrido, o diretor do colégio dos seis meninos acompanhou-os à loja em busca de um pedido de desculpas. Uma gerente da Apple se desculpou em nome da empresa e "disse que nós [os estudantes] somos bem-vindos lá a qualquer momento", contou Ater. Outro jovem que havia sido expulso Mohamed Semra escreveu no Facebook: "O mundo sabe a nossa história, isso podia ter acontecido com qualquer outra criança africana. Esse racismo precisa parar, ponto."
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Quadrilha explode caixa eletrônico e foge de barco no Guarujá (SP)
Uma quadrilha explodiu ao menos um caixa eletrônico de um agência da Caixa Econômica Federal, na região da Vila Santa Rosa, no Guarujá (86 km de São Paulo), na madrugada desta quarta-feira (29). Ao menos 12 homens armados invadiram o banco localizado na avenida Adhemar de Barros, por volta da 0h30. Moradores da região ouviram o barulho da explosão e ligaram para o 190. Quando os policiais chegaram ao local encontraram um caixa eletrônico destruído pela explosão. Testemunhas disseram à PM que os ladrões fugiram de barco levando o dinheiro. O valor furtado não foi informado pela polícia. Por volta das 5h, nenhum suspeito do furto tinha sido preso.
cotidiano
Quadrilha explode caixa eletrônico e foge de barco no Guarujá (SP)Uma quadrilha explodiu ao menos um caixa eletrônico de um agência da Caixa Econômica Federal, na região da Vila Santa Rosa, no Guarujá (86 km de São Paulo), na madrugada desta quarta-feira (29). Ao menos 12 homens armados invadiram o banco localizado na avenida Adhemar de Barros, por volta da 0h30. Moradores da região ouviram o barulho da explosão e ligaram para o 190. Quando os policiais chegaram ao local encontraram um caixa eletrônico destruído pela explosão. Testemunhas disseram à PM que os ladrões fugiram de barco levando o dinheiro. O valor furtado não foi informado pela polícia. Por volta das 5h, nenhum suspeito do furto tinha sido preso.
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Marco Aurélio diz que não se mudará para Turma da Lava Jato no STF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello disse nesta terça-feira (10) que não irá pedir sua transferência para a turma da corte que analisará a maior parte dos processos da Lava Jato. Como Mello é o integrante mais antigo da Primeira Turma, se ele se dispusesse a mudar para a Segunda, que desde a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa está com uma cadeira vazia, teria preferência. Sem ele, a Segunda Turma terá de contar com a boa vontade de um dos outro quatro ministros da Primeira Turma para completar seu quórum de cinco membros antes de uma eventual indicação da presidente Dilma Rousseff. Além de Mello, compõem o primeiro colegiado os ministros: Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. A proposta de substituição de um ministro da Primeira Turma para a Segunda foi feita hoje pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e pelo relator dos processos da Lava Jato, Teori Zavascki. Segundo ele, a demora de mais de sete meses para a presidente Dilma indicar um novo ministro para a corte está atrapalhando os trabalhos da Segunda Turma, que está apenas com quatro dos cinco possíveis ministros e terá de analisar diversos inquéritos da Lava Jato. Com isso, há situações de empate, que acabam por beneficiar os réus. Além disso, os ministros ponderaram que, com a Segunda Turma completa, a pressão política para a escolha de um novo ministro seria reduzida.
poder
Marco Aurélio diz que não se mudará para Turma da Lava Jato no STFO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello disse nesta terça-feira (10) que não irá pedir sua transferência para a turma da corte que analisará a maior parte dos processos da Lava Jato. Como Mello é o integrante mais antigo da Primeira Turma, se ele se dispusesse a mudar para a Segunda, que desde a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa está com uma cadeira vazia, teria preferência. Sem ele, a Segunda Turma terá de contar com a boa vontade de um dos outro quatro ministros da Primeira Turma para completar seu quórum de cinco membros antes de uma eventual indicação da presidente Dilma Rousseff. Além de Mello, compõem o primeiro colegiado os ministros: Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. A proposta de substituição de um ministro da Primeira Turma para a Segunda foi feita hoje pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e pelo relator dos processos da Lava Jato, Teori Zavascki. Segundo ele, a demora de mais de sete meses para a presidente Dilma indicar um novo ministro para a corte está atrapalhando os trabalhos da Segunda Turma, que está apenas com quatro dos cinco possíveis ministros e terá de analisar diversos inquéritos da Lava Jato. Com isso, há situações de empate, que acabam por beneficiar os réus. Além disso, os ministros ponderaram que, com a Segunda Turma completa, a pressão política para a escolha de um novo ministro seria reduzida.
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Quem humaniza o profissional da saúde?
Propor ações envolvendo arte e cultura dentro de hospitais, era algo difícil de ser concebido há algumas décadas. Era visto com inúmeras ressalvas pelos profissionais da saúde responsáveis pelo atendimento. Afinal, o clima de leveza e descontração gerado por estas atividades em nada parecia combinar com as dificuldades naturais diariamente vividas por eles no ambiente hospitalar. Hoje, felizmente, essa realidade faz parte do passado. Cada vez mais os artistas e os educadores são requisitados em todas as áreas das instituições de saúde. É um movimento sem volta, graças à compreensão universal de que o tratamento humanizado é um processo vital na recuperação física e psicológica do indivíduo. Embora ainda haja muito a se fazer no que diz respeito à humanização das relações nos hospitais, é notável o grande avanço experimentado nos últimos anos. Porém, intriga olhar para trás e tentar entender a razão de jamais se pensar em uma humanização voltada também aos profissionais da saúde. Não parece óbvio que, para tratar os pacientes em sua plenitude, é preciso, em primeiro lugar, buscar melhorar as condições de trabalho de quem cuida deles no dia a dia? Muito pouco se faz a este respeito. O que se constata são jornadas de trabalho exaustivas, pressão psicológica em seu nível mais elevado e salários incompatíveis. O resultado disso são profissionais da saúde com estafas física e mental, recepcionista, faxineiro, cozinheiro até os médicos, passando pela equipe de enfermagem. Para os auxiliares de enfermagem, técnicos e enfermeiros, o cenário é ainda mais desafiador. São eles os responsáveis pela linha de frente do atendimento, posição estratégica e ao mesmo tempo delicada, à medida que os obriga a sofrer pressão de todos os lados. Firmou-se por aqui uma visão distorcida de humanização, como se ela se limitasse a ações esporádicas para trazer alguma leveza à dura realidade de nossas instituições de saúde. Na verdade, deve ser concebida como modelo de gestão a ser aplicado e fiscalizado no cotidiano das instituições. O sucesso de qualquer meta nessa área precisa, portanto, passar pela valorização do profissional da saúde. Para que ele de fato compreenda o seu papel na instituição, seja devidamente capacitado e saiba atuar de forma eficaz nas questões enfrentadas pelo paciente. A boa notícia é que alguns hospitais parecem estar despertando para tal realidade. Procuram levar um novo olhar aos seus profissionais. Ainda é muito pouco, obviamente, diante do panorama preocupante da saúde no país. Da mesma forma que o conceito de humanização para o paciente evoluiu nos últimos anos, é possível estender essas ações em larga escala também aos profissionais da saúde. Uma nova ordem que beneficiará a todos nós que, querendo ou não, um dia necessitaremos dos serviços desses profissionais nos hospitais. REGINA VIDIGAL GUARITA, diretora-presidente da Associação Arte Despertar, é integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais
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Quem humaniza o profissional da saúde?Propor ações envolvendo arte e cultura dentro de hospitais, era algo difícil de ser concebido há algumas décadas. Era visto com inúmeras ressalvas pelos profissionais da saúde responsáveis pelo atendimento. Afinal, o clima de leveza e descontração gerado por estas atividades em nada parecia combinar com as dificuldades naturais diariamente vividas por eles no ambiente hospitalar. Hoje, felizmente, essa realidade faz parte do passado. Cada vez mais os artistas e os educadores são requisitados em todas as áreas das instituições de saúde. É um movimento sem volta, graças à compreensão universal de que o tratamento humanizado é um processo vital na recuperação física e psicológica do indivíduo. Embora ainda haja muito a se fazer no que diz respeito à humanização das relações nos hospitais, é notável o grande avanço experimentado nos últimos anos. Porém, intriga olhar para trás e tentar entender a razão de jamais se pensar em uma humanização voltada também aos profissionais da saúde. Não parece óbvio que, para tratar os pacientes em sua plenitude, é preciso, em primeiro lugar, buscar melhorar as condições de trabalho de quem cuida deles no dia a dia? Muito pouco se faz a este respeito. O que se constata são jornadas de trabalho exaustivas, pressão psicológica em seu nível mais elevado e salários incompatíveis. O resultado disso são profissionais da saúde com estafas física e mental, recepcionista, faxineiro, cozinheiro até os médicos, passando pela equipe de enfermagem. Para os auxiliares de enfermagem, técnicos e enfermeiros, o cenário é ainda mais desafiador. São eles os responsáveis pela linha de frente do atendimento, posição estratégica e ao mesmo tempo delicada, à medida que os obriga a sofrer pressão de todos os lados. Firmou-se por aqui uma visão distorcida de humanização, como se ela se limitasse a ações esporádicas para trazer alguma leveza à dura realidade de nossas instituições de saúde. Na verdade, deve ser concebida como modelo de gestão a ser aplicado e fiscalizado no cotidiano das instituições. O sucesso de qualquer meta nessa área precisa, portanto, passar pela valorização do profissional da saúde. Para que ele de fato compreenda o seu papel na instituição, seja devidamente capacitado e saiba atuar de forma eficaz nas questões enfrentadas pelo paciente. A boa notícia é que alguns hospitais parecem estar despertando para tal realidade. Procuram levar um novo olhar aos seus profissionais. Ainda é muito pouco, obviamente, diante do panorama preocupante da saúde no país. Da mesma forma que o conceito de humanização para o paciente evoluiu nos últimos anos, é possível estender essas ações em larga escala também aos profissionais da saúde. Uma nova ordem que beneficiará a todos nós que, querendo ou não, um dia necessitaremos dos serviços desses profissionais nos hospitais. REGINA VIDIGAL GUARITA, diretora-presidente da Associação Arte Despertar, é integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais
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Hoje na TV: Chelsea x Liverpool, Copa da Liga Inglesa
Destaques da programação desta terça-feira (27) 6h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN 7h - Austrália x Emirados Árabes, Copa da Ásia, SporTV 14h - Belgorod x Paris, Europeu masc. de vôlei, Bandsports 15h30 - África do Sul x Gana, Copa Africana de Nações, SporTV 17h - Friedrichshafen x Zenit Kazan, Europeu masc. de vôlei, Bandsports 17h45 - Chelsea x Liverpool, Copa da Liga Inglesa, ESPN Brasil 17h45 - Milan x Lazio, Copa da Itália, ESPN 19h15 - Rio do Sul x Rio de Janeiro, Superliga fem. de vôlei, SporTV 19h30 - Uberlândia x Brasília, NBB, SporTV 2 21h30 - Juiz de Fora x Montes Claros, Superliga masc. de vôlei, SporTV 22h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN 22h - Pittsburgh Penguins x Winnipeg Jets, hóquei no gelo, ESPN + 24h - De Paul x Providence, basquete universitário, Bandsports
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Hoje na TV: Chelsea x Liverpool, Copa da Liga InglesaDestaques da programação desta terça-feira (27) 6h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN 7h - Austrália x Emirados Árabes, Copa da Ásia, SporTV 14h - Belgorod x Paris, Europeu masc. de vôlei, Bandsports 15h30 - África do Sul x Gana, Copa Africana de Nações, SporTV 17h - Friedrichshafen x Zenit Kazan, Europeu masc. de vôlei, Bandsports 17h45 - Chelsea x Liverpool, Copa da Liga Inglesa, ESPN Brasil 17h45 - Milan x Lazio, Copa da Itália, ESPN 19h15 - Rio do Sul x Rio de Janeiro, Superliga fem. de vôlei, SporTV 19h30 - Uberlândia x Brasília, NBB, SporTV 2 21h30 - Juiz de Fora x Montes Claros, Superliga masc. de vôlei, SporTV 22h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN 22h - Pittsburgh Penguins x Winnipeg Jets, hóquei no gelo, ESPN + 24h - De Paul x Providence, basquete universitário, Bandsports
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Polícia busca por seis foragidos suspeitos de estuprar menina no Rio
Policiais civis de várias delegacias do Rio realizam nesta segunda-feira (30) uma operação para prender seis suspeitos de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, no dia 21 de maio. Eles já são considerados foragidos pela policia. São procurados Raí Souza, 18, que seria o dono do celular no qual foi feita a gravação da vítima nua, o jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, apontado como namorado da vítima, Michel Brasil, Raphael Belo, Marcelo Correa e Sergio Luiz da Silva Junior. Esse último, conhecido como Da Rússia, é chefe do tráfico do morro da Barão, onde ficava a casa em que a menina foi estuprada. Além de mandados de prisão, a polícia também cumpre mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos. Os agentes estiveram em endereços na Praça Seca e na Taquara, em Jacarepaguá, no Recreio dos Bandeirantes, na favela do Rola, em Santa Cruz, e na favela de Cidade de Deus. Após protesto da advogada Eloisa Samy, que defendia a adolescente, e do Ministério Público, a Polícia Civil decidiu afastar o delegado Alessandro Thiers da investigação do estupro da adolescente. Desde domingo (29), o Chefe de Polícia Civil, o delegado Fernando Veloso, passou a coordenação da operação para a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deste domingo (29), Veloso disse que o laudo do vídeo sobre o crime deverá contrariar o "senso comum" e que não havia registro de sangue nas imagens. A polícia anunciou neste domingo que a vítima entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A Polícia Civil promete para esta tarde divulgar o laudo preliminar de médicos do IML (Instituto Médico Legal) feito na adolescente. - CRONOLOGIA DO CASO 21.mai.2016 - A adolescente foi estuprada na madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir ao baile funk. 22.mai.2016 - Acorda cercada por homens armados, mesmo dia em que volta para casa 24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo com ela circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico 25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre o vídeo 26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML 27.mai.2016 - A menina presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; neste mesmo dia, a polícia localiza a casa em que o crime aconteceu 28.mai.2016 - A advogada da vítima, Eloísa Samy, pediu à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers, títular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DCRI). Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia" 29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio tirou do delegado Alessandro Thiers o comando das investigações. O caso passou para a delegada Cristina Bento, titular da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). O Chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que o laudo do vídeo sobre o crime deverá contrariar o "senso comum" e que não havia registro de sangue nas imagens. Também neste domingo, a polícia anunciou que a vítima entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A advogada da adolescente, Eloísa Samy, anunciou nas redes sociais que deixou o caso. A Defensoria Pública do Rio passou a representar a vítima. Na TV, a adolescente disse que está com medo e tem recebido ameaças de morte na internet
cotidiano
Polícia busca por seis foragidos suspeitos de estuprar menina no RioPoliciais civis de várias delegacias do Rio realizam nesta segunda-feira (30) uma operação para prender seis suspeitos de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, no dia 21 de maio. Eles já são considerados foragidos pela policia. São procurados Raí Souza, 18, que seria o dono do celular no qual foi feita a gravação da vítima nua, o jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, apontado como namorado da vítima, Michel Brasil, Raphael Belo, Marcelo Correa e Sergio Luiz da Silva Junior. Esse último, conhecido como Da Rússia, é chefe do tráfico do morro da Barão, onde ficava a casa em que a menina foi estuprada. Além de mandados de prisão, a polícia também cumpre mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos. Os agentes estiveram em endereços na Praça Seca e na Taquara, em Jacarepaguá, no Recreio dos Bandeirantes, na favela do Rola, em Santa Cruz, e na favela de Cidade de Deus. Após protesto da advogada Eloisa Samy, que defendia a adolescente, e do Ministério Público, a Polícia Civil decidiu afastar o delegado Alessandro Thiers da investigação do estupro da adolescente. Desde domingo (29), o Chefe de Polícia Civil, o delegado Fernando Veloso, passou a coordenação da operação para a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deste domingo (29), Veloso disse que o laudo do vídeo sobre o crime deverá contrariar o "senso comum" e que não havia registro de sangue nas imagens. A polícia anunciou neste domingo que a vítima entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A Polícia Civil promete para esta tarde divulgar o laudo preliminar de médicos do IML (Instituto Médico Legal) feito na adolescente. - CRONOLOGIA DO CASO 21.mai.2016 - A adolescente foi estuprada na madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir ao baile funk. 22.mai.2016 - Acorda cercada por homens armados, mesmo dia em que volta para casa 24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo com ela circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico 25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre o vídeo 26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML 27.mai.2016 - A menina presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; neste mesmo dia, a polícia localiza a casa em que o crime aconteceu 28.mai.2016 - A advogada da vítima, Eloísa Samy, pediu à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers, títular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DCRI). Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia" 29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio tirou do delegado Alessandro Thiers o comando das investigações. O caso passou para a delegada Cristina Bento, titular da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). O Chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que o laudo do vídeo sobre o crime deverá contrariar o "senso comum" e que não havia registro de sangue nas imagens. Também neste domingo, a polícia anunciou que a vítima entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A advogada da adolescente, Eloísa Samy, anunciou nas redes sociais que deixou o caso. A Defensoria Pública do Rio passou a representar a vítima. Na TV, a adolescente disse que está com medo e tem recebido ameaças de morte na internet
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Prepare-se: sexta de sol, Marcel Powell e estreia de peça no Sesc Vila Mariana
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tem que ter garra pra conquistar o que quer. Eu uso as minhas vontades como inspirações e tento ser firme pra aguentar o rojão. Procuro a liberdade acreditando nas minhas opiniões. Minha mente é meu lar." Alexandre Jankovic, 18, estação de metrô Marechal Deodoro * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: sexta de sol, Marcel Powell e estreia de peça no Sesc Vila MarianaDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tem que ter garra pra conquistar o que quer. Eu uso as minhas vontades como inspirações e tento ser firme pra aguentar o rojão. Procuro a liberdade acreditando nas minhas opiniões. Minha mente é meu lar." Alexandre Jankovic, 18, estação de metrô Marechal Deodoro * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Vulcão lança camada de cinza sobre vilarejo no México
Cinzas expelidas pelo vulcão Colima, no oeste do México, levaram autoridades a retirar 19 pessoas de um vilarejo próximo neste sábado (11). Toda a área num raio de cinco quilômetros do vulcão foi isolada. O vulcão começou sua erupção na quinta-feira (09) e tem aumentado sua atividade, levando oficiais a realocar moradores do município de Comala para o povoado de Becerrera, a três quilômetros de distância, para evitar que fossem afetados pelas cinzas do vulcão. A Defesa Civil disse que os habitantes foram levados para um abrigo temporário. O órgão informou que cinco centímetros de cinzas caíram em Yerbabuena, um distrito de Comala. Também chamado de vulcão do Fogo, a formação fica perto da divisa entre os Estados de Colima e Jalisco, cuja capital é Guadalajara. No entanto, a cidade não deve ser atingida pelas cinzas. A expectativa das autoridades mexicanas é que as erupções cessem nos próximos dias. Com 3.820 metros de altitude, o Vulcão de Colima é considerado como um dos mais ativos do México junto com o Popocatéptl, no centro do país.
mundo
Vulcão lança camada de cinza sobre vilarejo no MéxicoCinzas expelidas pelo vulcão Colima, no oeste do México, levaram autoridades a retirar 19 pessoas de um vilarejo próximo neste sábado (11). Toda a área num raio de cinco quilômetros do vulcão foi isolada. O vulcão começou sua erupção na quinta-feira (09) e tem aumentado sua atividade, levando oficiais a realocar moradores do município de Comala para o povoado de Becerrera, a três quilômetros de distância, para evitar que fossem afetados pelas cinzas do vulcão. A Defesa Civil disse que os habitantes foram levados para um abrigo temporário. O órgão informou que cinco centímetros de cinzas caíram em Yerbabuena, um distrito de Comala. Também chamado de vulcão do Fogo, a formação fica perto da divisa entre os Estados de Colima e Jalisco, cuja capital é Guadalajara. No entanto, a cidade não deve ser atingida pelas cinzas. A expectativa das autoridades mexicanas é que as erupções cessem nos próximos dias. Com 3.820 metros de altitude, o Vulcão de Colima é considerado como um dos mais ativos do México junto com o Popocatéptl, no centro do país.
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PMDB mira comissão que vai sabatinar novo ministro do STF
Após praticamente garantir a eleição de Eunício Oliveira (CE) à presidência do Senado e selar a escolha de Renan Calheiros (AL) para a liderança do partido na Casa, a cúpula do PMDB no Congresso voltou suas articulações para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), vista, neste momento, como a mais importante do Parlamento. O colegiado é tradicionalmente proeminente, mas este ano, quando o Congresso e o governo se preparam para o impacto da mega-delação da Odebrecht, homologada há dois dias, ganhou contornos ainda mais estratégicos. Caberá à CCJ sabatinar o indicado do presidente Michel Temer para o substituir Teori Zavascki no STF (Supremo Tribunal Federal), além do próximo procurador-geral da República, em setembro. Pela importância que a comissão terá, a CCJ é alvo de preocupação de Temer. Neste momento, Renan é o mais enfático defensor da tese de que o presidente deve indicar um nome com trânsito político para o STF. Como mostrou a Folha na última sexta (27), o recado foi dado em um jantar na residência do senador. Na ocasião, Temer ouviu que "não pode errar", que seu indicado não deve "ser avesso à política" e que, acima de tudo, precisa ser um nome palatável à CCJ e ao Senado, que terá de aprová-lo. Renan e Eunício são hoje vistos como aliados do presidente, mas foram vacilantes em diversos momentos, especialmente no início da articulação do impeachment de Dilma Rousseff. É nesse cenário que os dois senadores trabalham para ampliar o poder de fogo de seu grupo político nas principais frentes do Congresso. Ambos são citados por delatores da Lava Jato. Renan já responde a oito inquéritos no esteio da operação. Eunício ainda não teve nenhuma apuração aberta contra ele. Nesta quarta-feira (1º), o senador cearense deverá ser eleito presidente, sucedendo Renan no cargo. Este, por sua vez, ocupará o lugar de Eunício na liderança do PMDB. Cabe ao líder da sigla indicar os nomes do partido que irão integrar as comissões. Por ser a maior bancada do Senado, o PMDB pode indicar não só o presidente, como outros oito dos 21 integrantes do colegiado. candidatos Nesta terça (31), após ter sido eleito por aclamação o novo líder do PMDB, Renan coordenou as discussões em torno da CCJ. Cinco peemedebistas se colocaram na disputa pela chefia da comissão: Marta Suplicy (SP), Edson Lobão (MA), José Maranhão (PB), Garibaldi Alves (PI) e Raimundo Lira (PB). Segundo integrantes da legenda, Lobão conta com o apoio do ex-presidente José Sarney. O problema é que a sigla sabe que sua nomeação seria alvo de críticas, já que ele é um citados por mais de um delator do esquema de corrupção da Petrobras. O Planalto acompanha a movimentação para tentar evitar que a presidência da CCJ se torne mais um foco de desgaste e suspeitas de que Temer opera para prejudicar ou influenciar o avanço da Operação Lava Jato. Por isso, entre os nomes colocados, despontam três opções: Marta, Garibaldi e Lira, mais palatáveis aos três caciques do PMDB que dão as cartas no momento: o próprio Temer, Renan e Eunício. O PMDB pretende apresentar nesta quarta –mesmo dia da eleição da presidência e Mesa Diretora da Casa– o nome que chefiará a CCJ. Colaboraram GUSTAVO URIBE E DÉBORA ÁLVARES, de Brasília
poder
PMDB mira comissão que vai sabatinar novo ministro do STFApós praticamente garantir a eleição de Eunício Oliveira (CE) à presidência do Senado e selar a escolha de Renan Calheiros (AL) para a liderança do partido na Casa, a cúpula do PMDB no Congresso voltou suas articulações para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), vista, neste momento, como a mais importante do Parlamento. O colegiado é tradicionalmente proeminente, mas este ano, quando o Congresso e o governo se preparam para o impacto da mega-delação da Odebrecht, homologada há dois dias, ganhou contornos ainda mais estratégicos. Caberá à CCJ sabatinar o indicado do presidente Michel Temer para o substituir Teori Zavascki no STF (Supremo Tribunal Federal), além do próximo procurador-geral da República, em setembro. Pela importância que a comissão terá, a CCJ é alvo de preocupação de Temer. Neste momento, Renan é o mais enfático defensor da tese de que o presidente deve indicar um nome com trânsito político para o STF. Como mostrou a Folha na última sexta (27), o recado foi dado em um jantar na residência do senador. Na ocasião, Temer ouviu que "não pode errar", que seu indicado não deve "ser avesso à política" e que, acima de tudo, precisa ser um nome palatável à CCJ e ao Senado, que terá de aprová-lo. Renan e Eunício são hoje vistos como aliados do presidente, mas foram vacilantes em diversos momentos, especialmente no início da articulação do impeachment de Dilma Rousseff. É nesse cenário que os dois senadores trabalham para ampliar o poder de fogo de seu grupo político nas principais frentes do Congresso. Ambos são citados por delatores da Lava Jato. Renan já responde a oito inquéritos no esteio da operação. Eunício ainda não teve nenhuma apuração aberta contra ele. Nesta quarta-feira (1º), o senador cearense deverá ser eleito presidente, sucedendo Renan no cargo. Este, por sua vez, ocupará o lugar de Eunício na liderança do PMDB. Cabe ao líder da sigla indicar os nomes do partido que irão integrar as comissões. Por ser a maior bancada do Senado, o PMDB pode indicar não só o presidente, como outros oito dos 21 integrantes do colegiado. candidatos Nesta terça (31), após ter sido eleito por aclamação o novo líder do PMDB, Renan coordenou as discussões em torno da CCJ. Cinco peemedebistas se colocaram na disputa pela chefia da comissão: Marta Suplicy (SP), Edson Lobão (MA), José Maranhão (PB), Garibaldi Alves (PI) e Raimundo Lira (PB). Segundo integrantes da legenda, Lobão conta com o apoio do ex-presidente José Sarney. O problema é que a sigla sabe que sua nomeação seria alvo de críticas, já que ele é um citados por mais de um delator do esquema de corrupção da Petrobras. O Planalto acompanha a movimentação para tentar evitar que a presidência da CCJ se torne mais um foco de desgaste e suspeitas de que Temer opera para prejudicar ou influenciar o avanço da Operação Lava Jato. Por isso, entre os nomes colocados, despontam três opções: Marta, Garibaldi e Lira, mais palatáveis aos três caciques do PMDB que dão as cartas no momento: o próprio Temer, Renan e Eunício. O PMDB pretende apresentar nesta quarta –mesmo dia da eleição da presidência e Mesa Diretora da Casa– o nome que chefiará a CCJ. Colaboraram GUSTAVO URIBE E DÉBORA ÁLVARES, de Brasília
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Ampliar comércio será 'linha mestra' do Itamaraty, diz novo chanceler
Diante de um cenário de forte déficit comercial em 2014, o Itamaraty terá como "linha mestra de atuação" a busca por ampliar o espaço da produção brasileira no cenário internacional. Esse foi o objetivo apontado pelo novo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em seu primeiro discurso no cargo, na tarde desta sexta-feira (2). Apesar de reconhecer "permanentes desafios materiais" dos postos brasileiros no exterior, Vieira cobrou uma diplomacia de resultados, "que se medem com números e se obtém com consciência da missão, ação e engajamento". Diante de diplomatas e demais servidores da casa, ele ainda tocou em temas delicados da pasta, como a carência de recursos e a insatisfação dos diplomatas mais jovens com a progressão na carreira. "A linha mestra de atuação do Itamaraty (...) será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos", afirmou em evento de transmissão de cargo no Palácio Itamaraty. Vieira também anunciou o novo secretário-executivo do Itamaraty: Sérgio Danese, então subsecretário-geral das comunidades brasileiras no exterior substitui o embaixador Eduardo dos Santos. DIPLOMACIA DE RESULTADOS O novo chanceler afirmou que os postos brasileiros atuam sob a "pressão de imensas dificuldades" e disse que fará "tudo o que estiverao meu alcance" para sanar as carências. Vieira, no entanto, cobrou empenho dos diplomatas em embaixadas e consulados no exterior. "Não basta estarmos presentes no mundo. É preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados. Resultados que se medem com números e se obtém com consciência da missão, com ação e engajamento." Ele ainda argumentou que os desafios do Itamaraty "não são novos" nem exclusivos da chancelaria brasileira. "São comuns a muitas das grandes chancelarias", argumentou. INSATISFAÇÃO Vieira assumiu um "compromisso" com o "aprimoramento e modernização dos métodos de trabalho do Itamaraty". Hoje, há uma insatisfação de jovens diplomatas diante do processo de remoção e crescimento na carreira. Com a ampliação das vagas em concurso para a carreira, durante o governo do ex-presidente Lula (2003-2010), diplomatas afirmam enfrentar maior dificuldade para ascender a categorias mais altas, como ministro e embaixador. "Darei especial atenção aos anseios dos colegas mais jovens, cuja dedicação entusiasmada sempre foi um dos esteios fundamentais do Itamaraty e sem a qual não teríamos a força de trabalho e espírito de renovação que nos distingue", afirmou aos presentes. "As questões centrais de seleção, formação, progressão funcional, remuneração, circulação entre os postos e aperfeiçoamento profissional ao longo da carreira precisam ser enfrentados a luz dos objetivos e do alcance da política externa", disse Vieira. EXCLUSIVISMO O novo chanceler afirmou que o Itamaraty continuará buscando aprofundar suas relações com os diversos países e regiões, desde os vizinhos da América do Sul até nações desenvolvidas da União Europeia e Estados Unidos. Ex-embaixador em Washington, ele negou que a agenda terá "exclusivismos". "Seguiremos um princípio básico de que nossos interesses são geográfica e tematicamente universais e portanto não apresentam contradições entre si nem aceitam exclusivismos." PATRIOTA E SABOIA Além da presença do vice-presidente, Michel Temer, e do senador José Sarney (PMDB-AP), o evento foi acompanhado por ex-chanceleres, como Celso Amorim e Antonio Patriota. No Salão Brasília, também estava o ministro Eduardo Saboia, que auxiliou a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. O episódio foi motivo de desgaste com o Palácio do Planalto e motivou a saída de Patriota, atualmente representante do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York. Ele foi substituído por Figueiredo em agosto de 2013.
mundo
Ampliar comércio será 'linha mestra' do Itamaraty, diz novo chancelerDiante de um cenário de forte déficit comercial em 2014, o Itamaraty terá como "linha mestra de atuação" a busca por ampliar o espaço da produção brasileira no cenário internacional. Esse foi o objetivo apontado pelo novo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em seu primeiro discurso no cargo, na tarde desta sexta-feira (2). Apesar de reconhecer "permanentes desafios materiais" dos postos brasileiros no exterior, Vieira cobrou uma diplomacia de resultados, "que se medem com números e se obtém com consciência da missão, ação e engajamento". Diante de diplomatas e demais servidores da casa, ele ainda tocou em temas delicados da pasta, como a carência de recursos e a insatisfação dos diplomatas mais jovens com a progressão na carreira. "A linha mestra de atuação do Itamaraty (...) será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos", afirmou em evento de transmissão de cargo no Palácio Itamaraty. Vieira também anunciou o novo secretário-executivo do Itamaraty: Sérgio Danese, então subsecretário-geral das comunidades brasileiras no exterior substitui o embaixador Eduardo dos Santos. DIPLOMACIA DE RESULTADOS O novo chanceler afirmou que os postos brasileiros atuam sob a "pressão de imensas dificuldades" e disse que fará "tudo o que estiverao meu alcance" para sanar as carências. Vieira, no entanto, cobrou empenho dos diplomatas em embaixadas e consulados no exterior. "Não basta estarmos presentes no mundo. É preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados. Resultados que se medem com números e se obtém com consciência da missão, com ação e engajamento." Ele ainda argumentou que os desafios do Itamaraty "não são novos" nem exclusivos da chancelaria brasileira. "São comuns a muitas das grandes chancelarias", argumentou. INSATISFAÇÃO Vieira assumiu um "compromisso" com o "aprimoramento e modernização dos métodos de trabalho do Itamaraty". Hoje, há uma insatisfação de jovens diplomatas diante do processo de remoção e crescimento na carreira. Com a ampliação das vagas em concurso para a carreira, durante o governo do ex-presidente Lula (2003-2010), diplomatas afirmam enfrentar maior dificuldade para ascender a categorias mais altas, como ministro e embaixador. "Darei especial atenção aos anseios dos colegas mais jovens, cuja dedicação entusiasmada sempre foi um dos esteios fundamentais do Itamaraty e sem a qual não teríamos a força de trabalho e espírito de renovação que nos distingue", afirmou aos presentes. "As questões centrais de seleção, formação, progressão funcional, remuneração, circulação entre os postos e aperfeiçoamento profissional ao longo da carreira precisam ser enfrentados a luz dos objetivos e do alcance da política externa", disse Vieira. EXCLUSIVISMO O novo chanceler afirmou que o Itamaraty continuará buscando aprofundar suas relações com os diversos países e regiões, desde os vizinhos da América do Sul até nações desenvolvidas da União Europeia e Estados Unidos. Ex-embaixador em Washington, ele negou que a agenda terá "exclusivismos". "Seguiremos um princípio básico de que nossos interesses são geográfica e tematicamente universais e portanto não apresentam contradições entre si nem aceitam exclusivismos." PATRIOTA E SABOIA Além da presença do vice-presidente, Michel Temer, e do senador José Sarney (PMDB-AP), o evento foi acompanhado por ex-chanceleres, como Celso Amorim e Antonio Patriota. No Salão Brasília, também estava o ministro Eduardo Saboia, que auxiliou a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. O episódio foi motivo de desgaste com o Palácio do Planalto e motivou a saída de Patriota, atualmente representante do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York. Ele foi substituído por Figueiredo em agosto de 2013.
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Leia o conto "Perecíveis", de Elisa Band
SOBRE O TEXTO O conto aqui publicado dá título ao livro que a autora lança pela Lamparina Luminosa, na terça (25). O evento ocorre a partir das 18h30, na SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco (praça Roosevelt, 210, São Paulo). Eu congelei bife pra você. Filé mignon. É mais mole, não precisa bater. Eu congelei costelas pra você. De boi e de porco. Eu congelei moelas, há quem goste. Se temperar direito, até as moelas ficam boas, gostosas como uma janela fechada em dia de chuva de granizo. E a janela é de vidro. Tem coração também. Vários. Eu devia ter congelado todos juntos, mas congelei um a um. Tinha salsinha, cebolinha e tempo, mas já acabou. Eu congelei fígado, um fígado inteiro, quase novo, pra gente poder usar à vontade, talvez em alguma ocasião especial. Tem também meia garrafa de Jack Daniels. Eu congelei um filho ou dois, perto da moela, lindos, quase tão lindos como um cachorro filhote que eu congelei e coloquei perto da sopa de ervilha, ou de algum feriado, ele poderia ser descongelado à temperatura ambiente pra ser usado com vinho branco, perto do mar. Eu deixei alguns congelados prontos, feriados, férias, cebolinha, fim de semana, peito de frango, horas, minutos, cebola picada, segundos. É só descongelar, sempre à temperatura ambiente. Mas já está lá faz um tempo, eu não sei se se estragou. Tem pastos aqui, pastos inteiros, bois, vacas e búfalos. Viagens pra Índia. Tem uma viagem pro pé do Himalaia que está quase vencendo. Eu congelei bife, fígado, moelas, coração, filhos, feriados, caldo de carne, tempo, fósforos, calcinhas, animais exóticos, festas de aniversário com poucas pessoas, sanduíches, papel A4, salsão, um bar do centro de São Paulo, semanas inteiras, músculo, músicas variadas, em áudio, MP3 e alguns discos de vinil, transar, foder e fazer amor, cenouras cozidas, tacos de bilhar, alguns sonhos sem interpretação. Eu congelei molho de tomate concentrado, sístoles e diástoles, beijos, ursos, febre, camisas, comidas (das longas), pintas, listras e pelos castanhos, bife à parmigiana, algum felino lânguido que pode acariciar, creme de leite, pequenos acidentes domésticos que terminam bem, costas da mão muito próximas, costelas de porco e de vaca, Leste Europeu, séries americanas, striptease e batatas, mas batatas não congelam muito bem. ELISA BAND, 41, encenadora, performer e arte educadora, estreia na ficção com "Perecíveis" (Lamparina Luminosa). DAVID MAGILA, 36, artista plástico, venceu o Prêmio Aquisição do 40º Salão de Ribeirão Preto deste ano, cuja exposição vai até 20/9.
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Leia o conto "Perecíveis", de Elisa BandSOBRE O TEXTO O conto aqui publicado dá título ao livro que a autora lança pela Lamparina Luminosa, na terça (25). O evento ocorre a partir das 18h30, na SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco (praça Roosevelt, 210, São Paulo). Eu congelei bife pra você. Filé mignon. É mais mole, não precisa bater. Eu congelei costelas pra você. De boi e de porco. Eu congelei moelas, há quem goste. Se temperar direito, até as moelas ficam boas, gostosas como uma janela fechada em dia de chuva de granizo. E a janela é de vidro. Tem coração também. Vários. Eu devia ter congelado todos juntos, mas congelei um a um. Tinha salsinha, cebolinha e tempo, mas já acabou. Eu congelei fígado, um fígado inteiro, quase novo, pra gente poder usar à vontade, talvez em alguma ocasião especial. Tem também meia garrafa de Jack Daniels. Eu congelei um filho ou dois, perto da moela, lindos, quase tão lindos como um cachorro filhote que eu congelei e coloquei perto da sopa de ervilha, ou de algum feriado, ele poderia ser descongelado à temperatura ambiente pra ser usado com vinho branco, perto do mar. Eu deixei alguns congelados prontos, feriados, férias, cebolinha, fim de semana, peito de frango, horas, minutos, cebola picada, segundos. É só descongelar, sempre à temperatura ambiente. Mas já está lá faz um tempo, eu não sei se se estragou. Tem pastos aqui, pastos inteiros, bois, vacas e búfalos. Viagens pra Índia. Tem uma viagem pro pé do Himalaia que está quase vencendo. Eu congelei bife, fígado, moelas, coração, filhos, feriados, caldo de carne, tempo, fósforos, calcinhas, animais exóticos, festas de aniversário com poucas pessoas, sanduíches, papel A4, salsão, um bar do centro de São Paulo, semanas inteiras, músculo, músicas variadas, em áudio, MP3 e alguns discos de vinil, transar, foder e fazer amor, cenouras cozidas, tacos de bilhar, alguns sonhos sem interpretação. Eu congelei molho de tomate concentrado, sístoles e diástoles, beijos, ursos, febre, camisas, comidas (das longas), pintas, listras e pelos castanhos, bife à parmigiana, algum felino lânguido que pode acariciar, creme de leite, pequenos acidentes domésticos que terminam bem, costas da mão muito próximas, costelas de porco e de vaca, Leste Europeu, séries americanas, striptease e batatas, mas batatas não congelam muito bem. ELISA BAND, 41, encenadora, performer e arte educadora, estreia na ficção com "Perecíveis" (Lamparina Luminosa). DAVID MAGILA, 36, artista plástico, venceu o Prêmio Aquisição do 40º Salão de Ribeirão Preto deste ano, cuja exposição vai até 20/9.
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Sebrae planeja fundo para oferecer crédito a micro e pequenos negócios
O Sebrae planeja disponibilizar dinheiro para crédito orientado a micro e pequenos negócios, afirma o presidente nacional do órgão, Guilherme Afif Domingos. A ideia é criar um fundo e gerar operações que, somadas, ultrapassariam R$ 1 bilhão por ano em empréstimos, segundo uma pessoa próxima da instituição. Hoje, a agência de apoio tem aplicações em títulos públicos. É esse recurso que deve passar a ser direcionado aos empréstimos. "O valor é do Sebrae, disponível, e eu não quero fazer caixa para o governo, mas, sim, aplicar no pequeno empreendedor", afirma Afif. "Precisamos nos preparar e estudar com outras instituições públicas como seria administrado esse recurso. Esperamos que até o próximo ano o projeto esteja em pé." A intermediação dos empréstimos ficará a cargo de uma instituição financeira, mas consultores do Sebrae devem orientar a contratação dos empréstimos, diz o presidente da instituição. A dificuldade para acessar crédito é uma reclamação das empresas: "O mercado de pequenos é abandonado pelo sistema financeiro". BNDES Leia a coluna completa aqui.
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Sebrae planeja fundo para oferecer crédito a micro e pequenos negóciosO Sebrae planeja disponibilizar dinheiro para crédito orientado a micro e pequenos negócios, afirma o presidente nacional do órgão, Guilherme Afif Domingos. A ideia é criar um fundo e gerar operações que, somadas, ultrapassariam R$ 1 bilhão por ano em empréstimos, segundo uma pessoa próxima da instituição. Hoje, a agência de apoio tem aplicações em títulos públicos. É esse recurso que deve passar a ser direcionado aos empréstimos. "O valor é do Sebrae, disponível, e eu não quero fazer caixa para o governo, mas, sim, aplicar no pequeno empreendedor", afirma Afif. "Precisamos nos preparar e estudar com outras instituições públicas como seria administrado esse recurso. Esperamos que até o próximo ano o projeto esteja em pé." A intermediação dos empréstimos ficará a cargo de uma instituição financeira, mas consultores do Sebrae devem orientar a contratação dos empréstimos, diz o presidente da instituição. A dificuldade para acessar crédito é uma reclamação das empresas: "O mercado de pequenos é abandonado pelo sistema financeiro". BNDES Leia a coluna completa aqui.
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Cartunista Laerte mostra obra inédita feita para filme nacional
MATRIZ PARA O CARTAZ DO FILME "PERISCÓPIO" Desenho e Bordado A cartunista da Folha Laerte Coutinho, considerada uma das melhores representantes da sua arte no país, fez o desenho acima, que recebeu intervenções em bordado, para o cartaz do filme "Periscópio". O longa de ficção do diretor Kiko Goifman estreia em 27 de agosto.
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Cartunista Laerte mostra obra inédita feita para filme nacionalMATRIZ PARA O CARTAZ DO FILME "PERISCÓPIO" Desenho e Bordado A cartunista da Folha Laerte Coutinho, considerada uma das melhores representantes da sua arte no país, fez o desenho acima, que recebeu intervenções em bordado, para o cartaz do filme "Periscópio". O longa de ficção do diretor Kiko Goifman estreia em 27 de agosto.
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Colas e adesivos substituem pregos na hora de fixar coisas na parede
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Na hora de pendurar um quadro, é cada vez menos necessário bater o martelo ou sacar uma furadeira. Vários adesivos e colas especiais podem ser usados para fixar coisas nas paredes e no teto. Alguns são removíveis —na hora de alterar o lugar da pintura ou mudar de casa, as paredes ficam intactas. "A ideia é inspirada na pata da lagartixa, que consegue se prender e se soltar da parede com facilidade", explica Fernando Galembeck, químico e professor da Unicamp."Esses adesivos têm capacidade de se deformar para aderir à rugosidade da parede, mas como não penetram nos poros da superfície, são removíveis." Galembeck explica que colas definitivas, como o epóxi, fazem uma ligação átomo a átomo com a superfície onde são colocadas. Já nos adesivos que saem, a conexão é muito próxima, mas não chega ao nível atômico. "Os produtos que chegam ao consumidor agora são usados há décadas na indústria", diz o especialista. Entre novas colas em estudo, há uma feita com celulose, que facilitará a reciclagem de papel grudado. Veja a seguir quatro colantes úteis para a decoração e um que pode ajudar se surgir um imprevisto. * 1. Super Bonder Power Flex A nova versão do produto, lançada no fim de 2014, é indicada para unir em definitivo materiais porosos e flexíveis e pode ser aplicada em objetos ou superfícies verticais. Cola madeira, couro, borracha, metal, porcelana e vários tipos de plástico. R$ 4,50 a embalagem de 2g (preço sugerido). 2. Cascola Monta & Fixa O adesivo é indicado para prender rodapés, luminárias e outras estruturas diretamente sobre as paredes. Há uma versão do produto, que não usa solvente, específica para fixar espelhos e cubas, o que evita o surgimento de manchas com o passar do tempo. Cascola Monta & Fixa PL 500, para aplicação interna, 360g. R$ 32, na Telhanorte. 3. Scotch Fixa Forte A fita dupla face suporta até 180 g a cada 2,5 cm e pode ser usada para prender quadros, canaletas, réguas de tomadas e outros objetos. A remoção pode ser feita com uma faca ou fio de nylon, mas pode deixar alguns resíduos nas paredes. Há versões para ambientes internos e externos. Fixa forte transparente para ambientes internos, rolo de 25 mm x 2 m. R$ 18,89 na Leroy Merlin. 4. Command adesivos De formatos variados, servem para fixar quadros, placas e outras coisas nas paredes. A remoção é feita de forma fácil e não deixa manchas na estrutura. Há também adesivos com ganchos, que podem segurar toalhas e roupas pesando até 900 g cada. Gancho adesivo para quadros com três unidades. R$ 17,70, na Kalunga. 5. Loctite Descola Tudo Esse tipo de produto pode ser usado para remover Super Bonder, restos de etiquetas coladas em vidros e outros adesivos que teimam em não sair de várias superfícies, incluindo a pele (exceto olhos e boca) e tecidos. É preciso aplicar sobre a área com cola e aguardar 15 minutos para fazer o desgrude. R$ 13,99 a embalagem de 2g na Leroy Merlin.
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Colas e adesivos substituem pregos na hora de fixar coisas na paredeRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Na hora de pendurar um quadro, é cada vez menos necessário bater o martelo ou sacar uma furadeira. Vários adesivos e colas especiais podem ser usados para fixar coisas nas paredes e no teto. Alguns são removíveis —na hora de alterar o lugar da pintura ou mudar de casa, as paredes ficam intactas. "A ideia é inspirada na pata da lagartixa, que consegue se prender e se soltar da parede com facilidade", explica Fernando Galembeck, químico e professor da Unicamp."Esses adesivos têm capacidade de se deformar para aderir à rugosidade da parede, mas como não penetram nos poros da superfície, são removíveis." Galembeck explica que colas definitivas, como o epóxi, fazem uma ligação átomo a átomo com a superfície onde são colocadas. Já nos adesivos que saem, a conexão é muito próxima, mas não chega ao nível atômico. "Os produtos que chegam ao consumidor agora são usados há décadas na indústria", diz o especialista. Entre novas colas em estudo, há uma feita com celulose, que facilitará a reciclagem de papel grudado. Veja a seguir quatro colantes úteis para a decoração e um que pode ajudar se surgir um imprevisto. * 1. Super Bonder Power Flex A nova versão do produto, lançada no fim de 2014, é indicada para unir em definitivo materiais porosos e flexíveis e pode ser aplicada em objetos ou superfícies verticais. Cola madeira, couro, borracha, metal, porcelana e vários tipos de plástico. R$ 4,50 a embalagem de 2g (preço sugerido). 2. Cascola Monta & Fixa O adesivo é indicado para prender rodapés, luminárias e outras estruturas diretamente sobre as paredes. Há uma versão do produto, que não usa solvente, específica para fixar espelhos e cubas, o que evita o surgimento de manchas com o passar do tempo. Cascola Monta & Fixa PL 500, para aplicação interna, 360g. R$ 32, na Telhanorte. 3. Scotch Fixa Forte A fita dupla face suporta até 180 g a cada 2,5 cm e pode ser usada para prender quadros, canaletas, réguas de tomadas e outros objetos. A remoção pode ser feita com uma faca ou fio de nylon, mas pode deixar alguns resíduos nas paredes. Há versões para ambientes internos e externos. Fixa forte transparente para ambientes internos, rolo de 25 mm x 2 m. R$ 18,89 na Leroy Merlin. 4. Command adesivos De formatos variados, servem para fixar quadros, placas e outras coisas nas paredes. A remoção é feita de forma fácil e não deixa manchas na estrutura. Há também adesivos com ganchos, que podem segurar toalhas e roupas pesando até 900 g cada. Gancho adesivo para quadros com três unidades. R$ 17,70, na Kalunga. 5. Loctite Descola Tudo Esse tipo de produto pode ser usado para remover Super Bonder, restos de etiquetas coladas em vidros e outros adesivos que teimam em não sair de várias superfícies, incluindo a pele (exceto olhos e boca) e tecidos. É preciso aplicar sobre a área com cola e aguardar 15 minutos para fazer o desgrude. R$ 13,99 a embalagem de 2g na Leroy Merlin.
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São Paulo tenta sobreviver na Libertadores e segurar Muricy
O argentino San Lorenzo, atual campeão da Libertadores, venceu só um jogo na atual edição e estaria fora das oitavas de final se o torneio terminasse agora. Ainda assim, o time jogará sob pressão menor do que o São Paulo, que ocupa posição melhor no grupo 2. A partida ocorre nesta quarta (1º de abril), em Buenos Aires,às 19h45, com transmissão na Fox Sports. Pode parecer brincadeira do Dia da Mentira. Não é. O São Paulo enfrenta a sua pior crise desde que lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013. Após investir nos reforços pedidos pelo técnico, a diretoria está insatisfeita com o trabalho de Muricy Ramalho. Ao jejum em clássicos (foram três derrotas e um empate neste ano), soma-se a falta de desempenhos convincentes mesmo contra times pequenos. Essa combinação pesa cada vez mais sobre os ombros do treinador, cuja permanência depende da ida às oitavas de final. Hoje, o grupo é liderado pelo Corinthians, com nove pontos. O São Paulo é o segundo colocado com seis pontos, três a mais que o San Lorenzo. Só os dois primeiros seguem adiante. A meta é voltar ao Brasil sem derrota. Vitória ou empate deixarão o time em posição confortável no torneio. Já um revés pode levar o São Paulo ao terceiro lugar do grupo, a depender do número de gols tomados. Depois do San Lorenzo, o time enfrenta o Danubio (URU), em Montevidéu, dia 15, e o Corinthians, no Morumbi, dia 22. A equipe são-paulina chegou a Buenos Aires por volta das 14h de terça (31) e admitindo sentir a pressão. Apesar da greve de transportes no país, o São Paulo não teve problemas na programação. Treinou no estádio rival durante à tarde. Muricy promoverá alterações, com o meia Boschilia na vaga de Ganso. O atacante Alan Kardec, que viajaria no fim da tarde por causa do nascimento da filha na terça (31), deve substituir Luis Fabiano, que está machucado. CALDEIRÃO Pela primeira vez nesta Libertadores, o San Lorenzo terá a presença de torcedores no Nuevo Gasómetro. Contra o Corinthians, em 4 de março, jogou sem torcida cumprindo punição da Conmebol. A expectativa era grande. "O São Paulo não está funcionando", diz Pablo Gelbardt, 62, que levará três dos cinco filhos ao jogo.
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São Paulo tenta sobreviver na Libertadores e segurar MuricyO argentino San Lorenzo, atual campeão da Libertadores, venceu só um jogo na atual edição e estaria fora das oitavas de final se o torneio terminasse agora. Ainda assim, o time jogará sob pressão menor do que o São Paulo, que ocupa posição melhor no grupo 2. A partida ocorre nesta quarta (1º de abril), em Buenos Aires,às 19h45, com transmissão na Fox Sports. Pode parecer brincadeira do Dia da Mentira. Não é. O São Paulo enfrenta a sua pior crise desde que lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013. Após investir nos reforços pedidos pelo técnico, a diretoria está insatisfeita com o trabalho de Muricy Ramalho. Ao jejum em clássicos (foram três derrotas e um empate neste ano), soma-se a falta de desempenhos convincentes mesmo contra times pequenos. Essa combinação pesa cada vez mais sobre os ombros do treinador, cuja permanência depende da ida às oitavas de final. Hoje, o grupo é liderado pelo Corinthians, com nove pontos. O São Paulo é o segundo colocado com seis pontos, três a mais que o San Lorenzo. Só os dois primeiros seguem adiante. A meta é voltar ao Brasil sem derrota. Vitória ou empate deixarão o time em posição confortável no torneio. Já um revés pode levar o São Paulo ao terceiro lugar do grupo, a depender do número de gols tomados. Depois do San Lorenzo, o time enfrenta o Danubio (URU), em Montevidéu, dia 15, e o Corinthians, no Morumbi, dia 22. A equipe são-paulina chegou a Buenos Aires por volta das 14h de terça (31) e admitindo sentir a pressão. Apesar da greve de transportes no país, o São Paulo não teve problemas na programação. Treinou no estádio rival durante à tarde. Muricy promoverá alterações, com o meia Boschilia na vaga de Ganso. O atacante Alan Kardec, que viajaria no fim da tarde por causa do nascimento da filha na terça (31), deve substituir Luis Fabiano, que está machucado. CALDEIRÃO Pela primeira vez nesta Libertadores, o San Lorenzo terá a presença de torcedores no Nuevo Gasómetro. Contra o Corinthians, em 4 de março, jogou sem torcida cumprindo punição da Conmebol. A expectativa era grande. "O São Paulo não está funcionando", diz Pablo Gelbardt, 62, que levará três dos cinco filhos ao jogo.
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Regra da Anvisa deve aumentar venda de medicamentos sem prescrição
Todo mundo sabe de cor uma lista de seus medicamentos isentos de prescrição favoritos: tem aquele para dor de cabeça, o que alivia a dor muscular e os que servem para a queimação no estômago. A busca por essas drogas só vem crescendo no país —e há a expectativa de que aumente ainda mais, com uma nova regra da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em vista. De 2014 para 2015, o consumo dos remédios conhecidos como OTC (over the counter, que significa "em cima do balcão", ou seja, sem o intermédio de um farmacêutico) subiu 14%. Em anos anteriores, o crescimento também superou dois dígitos (veja infográfico). TIPOS DE MEDICAMENTOS MAIS VENDIDOS EM 2015 - (em unidades) Esse mercado corresponde hoje a R$ 16,4 bilhões e vende mais de 1 bilhão de unidades anuais —correspondentes a um terço do total de vendas de medicamentos. Caso a Anvisa aprove uma nova regra que facilite a transformação de medicamentos tarja vermelha (que precisam de receita médica) em OTCs, essa fatia pode aumentar mais, segundo Jonas Marques, presidente da Abimip (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Isentos de Prescrição) -ainda que muitas drogas de tarja vermelha já sejam vendidas na prática sem receita. A nova resolução pode ainda acelerar a entrada de novos medicamentos sem prescrição no mercado, já que ela prevê a aprovação do princípio ativo —desse modo, não seria necessário que cada fabricante entrasse com um pedido diferente. UNIDADES VENDIDAS - (em milhões) RISCOS Um candidato a mudar de categoria para OTC é o omeprazol, medicamento bastante utilizado para desconfortos estomacais. No entanto, seu uso prolongado pode causar o chamado efeito rebote: quando é interrompido, os sintomas voltam agravados. Especialmente em idosos, o uso crônico da droga leva à diminuição da absorção de vitamina B12, causando deficit de concentração, confusão mental, anemia e até alterações de ritmo cardíaco. Além disso, alguns analgésicos e anti-inflamatórios podem causar alergias, sangramentos (especialmente em hipertensos) e trazer prejuízos à saúde de pacientes renais, com problemas de fígado e diabéticos. "Se o médico receitou, a pessoa pode usar. Mas é fundamental se consultar de tempos em tempos para garantir que os medicamentos sem prescrição que são usados regularmente podem ser ingeridos sem risco", diz Antonio Carlos Lopes, professor titular da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. O crescimento do mercado dos OTCs, avalia Lopes, aconteceu por causa de uma deterioração do sistema de saúde -não há médicos para atender a todos. Já a indústria defende a ideia de "autocuidado", segundo a qual o paciente, conhecendo o próprio corpo, seria capaz de tomar decisões como a de escolher um analgésico para dor de cabeça. "A classe médica se incomoda com a divulgação de informações sobre remédios para o consumidor, e nós seguimos as regras da Anvisa de que o tom tem que ser muito mais explicativo do que vendedor", diz Cesar Bentim, diretor da unidade de medicamentos isentos de prescrição do Aché Laboratórios. PRODUTOS MAIS VENDIDOS EM 2015 - (em unidades) Mas é certo que ampliar a oferta de OTCs significa em aumento na receita. Hoje, 11% da receita do Aché provém destes remédios, mas Bentim diz que essa parcela pode chegar na casa dos 25%. Apesar do baixo risco, existe uma série de recomendações para evitar problemas. A primeira, por mais óbvia que pareça, é ler a bula. Outra é só tomar o medicamento enquanto houver sintoma. A terceira, menos conhecida, é nunca tomar dois remédios com o mesmo princípio ativo. Na piora dos sintomas ou no aparecimento de dores agudas ou de efeitos indesejados (como manchas na pele), o uso deve ser interrompido.
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Regra da Anvisa deve aumentar venda de medicamentos sem prescriçãoTodo mundo sabe de cor uma lista de seus medicamentos isentos de prescrição favoritos: tem aquele para dor de cabeça, o que alivia a dor muscular e os que servem para a queimação no estômago. A busca por essas drogas só vem crescendo no país —e há a expectativa de que aumente ainda mais, com uma nova regra da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em vista. De 2014 para 2015, o consumo dos remédios conhecidos como OTC (over the counter, que significa "em cima do balcão", ou seja, sem o intermédio de um farmacêutico) subiu 14%. Em anos anteriores, o crescimento também superou dois dígitos (veja infográfico). TIPOS DE MEDICAMENTOS MAIS VENDIDOS EM 2015 - (em unidades) Esse mercado corresponde hoje a R$ 16,4 bilhões e vende mais de 1 bilhão de unidades anuais —correspondentes a um terço do total de vendas de medicamentos. Caso a Anvisa aprove uma nova regra que facilite a transformação de medicamentos tarja vermelha (que precisam de receita médica) em OTCs, essa fatia pode aumentar mais, segundo Jonas Marques, presidente da Abimip (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Isentos de Prescrição) -ainda que muitas drogas de tarja vermelha já sejam vendidas na prática sem receita. A nova resolução pode ainda acelerar a entrada de novos medicamentos sem prescrição no mercado, já que ela prevê a aprovação do princípio ativo —desse modo, não seria necessário que cada fabricante entrasse com um pedido diferente. UNIDADES VENDIDAS - (em milhões) RISCOS Um candidato a mudar de categoria para OTC é o omeprazol, medicamento bastante utilizado para desconfortos estomacais. No entanto, seu uso prolongado pode causar o chamado efeito rebote: quando é interrompido, os sintomas voltam agravados. Especialmente em idosos, o uso crônico da droga leva à diminuição da absorção de vitamina B12, causando deficit de concentração, confusão mental, anemia e até alterações de ritmo cardíaco. Além disso, alguns analgésicos e anti-inflamatórios podem causar alergias, sangramentos (especialmente em hipertensos) e trazer prejuízos à saúde de pacientes renais, com problemas de fígado e diabéticos. "Se o médico receitou, a pessoa pode usar. Mas é fundamental se consultar de tempos em tempos para garantir que os medicamentos sem prescrição que são usados regularmente podem ser ingeridos sem risco", diz Antonio Carlos Lopes, professor titular da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. O crescimento do mercado dos OTCs, avalia Lopes, aconteceu por causa de uma deterioração do sistema de saúde -não há médicos para atender a todos. Já a indústria defende a ideia de "autocuidado", segundo a qual o paciente, conhecendo o próprio corpo, seria capaz de tomar decisões como a de escolher um analgésico para dor de cabeça. "A classe médica se incomoda com a divulgação de informações sobre remédios para o consumidor, e nós seguimos as regras da Anvisa de que o tom tem que ser muito mais explicativo do que vendedor", diz Cesar Bentim, diretor da unidade de medicamentos isentos de prescrição do Aché Laboratórios. PRODUTOS MAIS VENDIDOS EM 2015 - (em unidades) Mas é certo que ampliar a oferta de OTCs significa em aumento na receita. Hoje, 11% da receita do Aché provém destes remédios, mas Bentim diz que essa parcela pode chegar na casa dos 25%. Apesar do baixo risco, existe uma série de recomendações para evitar problemas. A primeira, por mais óbvia que pareça, é ler a bula. Outra é só tomar o medicamento enquanto houver sintoma. A terceira, menos conhecida, é nunca tomar dois remédios com o mesmo princípio ativo. Na piora dos sintomas ou no aparecimento de dores agudas ou de efeitos indesejados (como manchas na pele), o uso deve ser interrompido.
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União atrasa verba e faz escolas técnicas suspenderem Pronatec
Escolas técnicas participantes do Pronatec decidiram suspender as aulas do programa e demitir professores, devido aos atrasos no pagamento do governo federal. A gestão Dilma Rousseff ainda não repassou recursos equivalentes às aulas de novembro, dezembro e janeiro. Até 2014, a União pagava até 45 dias após cada mês letivo. O atraso fez com que os colégios Augustus (MG) e Futura (PR) suspendessem as aulas, à espera da normalização dos pagamentos. As escolas possuem, respectivamente, 300 e 220 estudantes. Os institutos federais de Minas Gerais e o de Farroupilha (RS) também chegaram a suspender as atividades, mas já retornaram, após pagamento de parte do atrasado. Conforme a Folha informou mês passado, dificuldades orçamentárias fizeram com que o governo atrasasse repasses desde o fim de 2014. Outro problema no Pronatec é que a União ainda não informou às escolas quantos novos alunos poderão ingressar no programa neste ano. As aulas foram adiadas em um mês, com previsão agora para início em junho. Os colégios já se preparam para receber menos alunos. Dificuldades no programa fizeram com que fossem demitidos professores nos colégios Factum, Cristo Redentor e Senac, no Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros, o corte ficou em 10%. O Senac informou que foram 35 docentes. Questionado sobre os problemas no Pronatec, o Ministério da Educação disse apenas que, na semana passada, já trabalhava para fazer o pagamento de dois dos três meses atrasados. O programa foi uma das principais bandeiras de Dilma nas eleições. EMPRÉSTIMOS "Estávamos recorrendo a empréstimos bancários, mas isso tem um limite. E o Ministério da Educação nunca deixa claro quando pagará", afirmou o diretor do Futura (PR), Marcos Aurélio de Mattos. Aluno do curso de massoterapia no colégio, Jeverson Branski, 36, disse entender a situação da escola. "O Pronatec é uma ótima política de educação, mas está com esse problema de recursos. Demoraremos mais para nos formar e trabalhar na área." O colégio Augustus (MG) afirmou que não possui mais caixa, por isso suspendeu as aulas. A escola já prevê que, dos 300 alunos, devem voltar apenas 100, pois muitos se frustraram com a situação. "Tivemos de demitir 10% dos professores, suspender investimentos. Como organizar as atividades nesse cenário de incertezas?", disse a diretora do colégio Factum (RS), Bárbara Nissola. Algumas escolas afirmam também que foram avisadas informalmente por técnicos do ministério de que o Pronatec deve sofrer mudanças para as próximas turmas. Uma das ideias é exigir que paguem parte do curso alunos não beneficiados por programas de auxílio do governo (como Bolsa Família ou auxílio desemprego). Hoje, os cursos são gratuitos. Assim, diminuiriam os gastos federais com o Pronatec, ao mesmo tempo em que os alunos poderiam se comprometer mais com as atividades -as escolas reclamam da alta evasão de estudantes. Sobre a eventual alteração, a pasta disse que reavalia constantemente programas.
educacao
União atrasa verba e faz escolas técnicas suspenderem PronatecEscolas técnicas participantes do Pronatec decidiram suspender as aulas do programa e demitir professores, devido aos atrasos no pagamento do governo federal. A gestão Dilma Rousseff ainda não repassou recursos equivalentes às aulas de novembro, dezembro e janeiro. Até 2014, a União pagava até 45 dias após cada mês letivo. O atraso fez com que os colégios Augustus (MG) e Futura (PR) suspendessem as aulas, à espera da normalização dos pagamentos. As escolas possuem, respectivamente, 300 e 220 estudantes. Os institutos federais de Minas Gerais e o de Farroupilha (RS) também chegaram a suspender as atividades, mas já retornaram, após pagamento de parte do atrasado. Conforme a Folha informou mês passado, dificuldades orçamentárias fizeram com que o governo atrasasse repasses desde o fim de 2014. Outro problema no Pronatec é que a União ainda não informou às escolas quantos novos alunos poderão ingressar no programa neste ano. As aulas foram adiadas em um mês, com previsão agora para início em junho. Os colégios já se preparam para receber menos alunos. Dificuldades no programa fizeram com que fossem demitidos professores nos colégios Factum, Cristo Redentor e Senac, no Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros, o corte ficou em 10%. O Senac informou que foram 35 docentes. Questionado sobre os problemas no Pronatec, o Ministério da Educação disse apenas que, na semana passada, já trabalhava para fazer o pagamento de dois dos três meses atrasados. O programa foi uma das principais bandeiras de Dilma nas eleições. EMPRÉSTIMOS "Estávamos recorrendo a empréstimos bancários, mas isso tem um limite. E o Ministério da Educação nunca deixa claro quando pagará", afirmou o diretor do Futura (PR), Marcos Aurélio de Mattos. Aluno do curso de massoterapia no colégio, Jeverson Branski, 36, disse entender a situação da escola. "O Pronatec é uma ótima política de educação, mas está com esse problema de recursos. Demoraremos mais para nos formar e trabalhar na área." O colégio Augustus (MG) afirmou que não possui mais caixa, por isso suspendeu as aulas. A escola já prevê que, dos 300 alunos, devem voltar apenas 100, pois muitos se frustraram com a situação. "Tivemos de demitir 10% dos professores, suspender investimentos. Como organizar as atividades nesse cenário de incertezas?", disse a diretora do colégio Factum (RS), Bárbara Nissola. Algumas escolas afirmam também que foram avisadas informalmente por técnicos do ministério de que o Pronatec deve sofrer mudanças para as próximas turmas. Uma das ideias é exigir que paguem parte do curso alunos não beneficiados por programas de auxílio do governo (como Bolsa Família ou auxílio desemprego). Hoje, os cursos são gratuitos. Assim, diminuiriam os gastos federais com o Pronatec, ao mesmo tempo em que os alunos poderiam se comprometer mais com as atividades -as escolas reclamam da alta evasão de estudantes. Sobre a eventual alteração, a pasta disse que reavalia constantemente programas.
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Globo lança 'Supermax' em HQ e debate 'TV Pirata' na Comic Con
A Globo fará o pré-lançamento do thriller "Supermax" na Comic Con, principal feira de cultura pop dos EUA, realizada em São Paulo entre 3 e 6 de dezembro. A série, que estreia em 2016 e se passa em uma prisão de segurança máxima, será apresentada, com introdução a alguns personagens, em uma HQ. E haverá um painel sobre a produção com José Alvarenga Jr., Marçal Aquino, Dennison Ramalho e Carolina Kotscho. A emissora também debaterá na feira o humorístico "TV Pirata", com os autores Cláudio Paiva e Cláudio Manoel, e os atores Ney Matogrosso e Diogo Vilela. Jorge Furtado, criador de "Doce de Mãe", ganhadora do Emmy Internacional, dará uma "masterclass" sobre o papel do roteirista no universo de séries de TV. Trio calafrio Depois do cinema, "E Aí, Comeu?" ganhará versão para a TV no Multishow em 2016. As gravações terminam em dezembro, no Rio. A série, adaptação da peça de Marcelo Rubens Paiva, relata histórias amorosas dos personagens de Marcos Palmeira (à esq.), Bruno Mazzeo (ao centro) e Emilio Orciollo Netto. Em andamento E também no Multishow, o novo programa do Casseta & Planeta, previsto para este ano, ficará para o segundo semestre de 2016. Espera, Mickey Nívea Stelmann adiou o plano de morar em Orlando (EUA) porque foi convidada a integrar o elenco de "A Terra Prometida", próxima trama bíblica da Record. "Comprei casa, mobiliei. Agora não sei quando me mudo", diz. Chamou, chamou O Viva reexibirá os cinco episódios do remake da "Escolinha do Professor Raimundo" neste sábado (28), às 19h. 27 e 24% de crescimento de audiência tiveram, respectivamente, as novelas "Chiquititas" e "Cúmplices de Um Resgate" (SBT) nesta 4ª (25), em relação à semana anterior. Valeu, Moisés Esse aumento é reflexo do fim de "Os Dez Mandamentos" (Record). #Tenso O humorista Murilo Couto, do "Agora É Tarde" (SBT), de Danilo Gentili, disse ao "Pânico" da Jovem Pan estar "com medo" do que há por vir com o "late show" de Marcelo Adnet na Globo e a possível ida de Fábio Porchat para a Record. "Vai ser um pau." >> Com BIANCA SOARES
ilustrada
Globo lança 'Supermax' em HQ e debate 'TV Pirata' na Comic ConA Globo fará o pré-lançamento do thriller "Supermax" na Comic Con, principal feira de cultura pop dos EUA, realizada em São Paulo entre 3 e 6 de dezembro. A série, que estreia em 2016 e se passa em uma prisão de segurança máxima, será apresentada, com introdução a alguns personagens, em uma HQ. E haverá um painel sobre a produção com José Alvarenga Jr., Marçal Aquino, Dennison Ramalho e Carolina Kotscho. A emissora também debaterá na feira o humorístico "TV Pirata", com os autores Cláudio Paiva e Cláudio Manoel, e os atores Ney Matogrosso e Diogo Vilela. Jorge Furtado, criador de "Doce de Mãe", ganhadora do Emmy Internacional, dará uma "masterclass" sobre o papel do roteirista no universo de séries de TV. Trio calafrio Depois do cinema, "E Aí, Comeu?" ganhará versão para a TV no Multishow em 2016. As gravações terminam em dezembro, no Rio. A série, adaptação da peça de Marcelo Rubens Paiva, relata histórias amorosas dos personagens de Marcos Palmeira (à esq.), Bruno Mazzeo (ao centro) e Emilio Orciollo Netto. Em andamento E também no Multishow, o novo programa do Casseta & Planeta, previsto para este ano, ficará para o segundo semestre de 2016. Espera, Mickey Nívea Stelmann adiou o plano de morar em Orlando (EUA) porque foi convidada a integrar o elenco de "A Terra Prometida", próxima trama bíblica da Record. "Comprei casa, mobiliei. Agora não sei quando me mudo", diz. Chamou, chamou O Viva reexibirá os cinco episódios do remake da "Escolinha do Professor Raimundo" neste sábado (28), às 19h. 27 e 24% de crescimento de audiência tiveram, respectivamente, as novelas "Chiquititas" e "Cúmplices de Um Resgate" (SBT) nesta 4ª (25), em relação à semana anterior. Valeu, Moisés Esse aumento é reflexo do fim de "Os Dez Mandamentos" (Record). #Tenso O humorista Murilo Couto, do "Agora É Tarde" (SBT), de Danilo Gentili, disse ao "Pânico" da Jovem Pan estar "com medo" do que há por vir com o "late show" de Marcelo Adnet na Globo e a possível ida de Fábio Porchat para a Record. "Vai ser um pau." >> Com BIANCA SOARES
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Peça circense sobre a história da aviação está entre os bons passeios para as crianças
DE SÃO PAULO Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, sugere a peça "VaiqueuVoo" indicação: acima de 5 anos A companhia de circo acrobático Irmãos Sabatino monta seu aparelho circense no parque Ibirapuera e dá um show ao ar livre, com giros nas barras paralelas e na báscula, saltos mortais e outras exibições aéreas, que misturam números de equilíbrio com ginástica olímpica. Entre uma atração e outra, o elenco interage com o público com guerra de bolinhas e aviõezinhos de papel. Parque Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, tel. 5574-5045. Dom. (6): 10h e 16h. Sáb. (26): 16h. Dom. (27).: 10h e 16h. Até 27/11. 50 min. Livre GRÁTIS * Fabiana Futema, do blog "Maternar", recomenda a peça "Livro de Ouro" A menina Sofia e seu cachorro Millôr se metem em várias aventuras após saírem em busca do "Livro de Ouro". Desde que a obra desapareceu de Livrópolis, os moradores ficaram sem imaginação e criatividade. Foi a chance de um gênio malvado aparecer e tentar afastar a população do mundo dos livros. Sesc Bom Retiro. Al. Nothmann, 185, C. Elíseos, tel. 3332-3600. 291 lugares. Ter. e dom.: 12h. Até 4/12. 60 min. Livre Ingresso: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "Poeminhas da Terra" Só no português falado no Brasil existe biju, aipim, pipoca, tapioca, cutia e sucuri. Combinando palavras e sons que remetem ao idioma tupi com ilustrações aquareladas e coloridas, o livro reúne versos curtos sobre o dia a dia de aldeias indígenas e se torna um banquete para ser lido com boca cheia e olhos atentos. Autora: Márcia Leite. Ilustradora: Tatiana Móes. Editora: Pulo do Gato (2016, 32 págs., R$ 38,50) * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, destaca a exposição "Nuno e as Coisas Incríveis" Inspirada no livro "Nuno e as Coisas Incríveis" (editora Jujuba), a mostra inédita de André Neves reúne ilustrações originais, cadernetas com anotações sobre processos criativos e painéis nos quais o visitante é convidado a desenhar ou escrever sua lista de coisas incríveis. Localizada numa livraria especializada em livros infantis, a mostra é um convite para adentrar de modo especial no universo literário do artista pernambucano. Livraria Novesete. R. França Pinto, 97, Vila Mariana, região sul, tel. 5573-7889. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 18h. Até 30/1. GRÁTIS - Contadores de histórias Com-Pipi ou Sem-Pipi Baseada no livro "Ceci tem Pipi?", de Thierry Lenain, a história mostra João, um menino que sabe que existem pessoas "com pipi" e outras "sem pipi" e que as que têm são consideradas mais fortes. Mas a opinião do garoto vai começar a mudar quando chegar uma nova colega na escola, que gosta de fazer tudo o que os meninos fazem. Sesc Bom Retiro - biblioteca. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, região central, tel. 3332-3600. Ter. (8): 17h30. 8/11. 30 min. Livre Estac. a partir de R$ 10. GRÁTIS Macbeth - Muito Barulho por Shakespeare Neste trabalho, a Cínica Cia. faz uma homenagem ao dramaturgo William Shakespeare (1564-1616) recontando a história de uma ambiciosa disputa por um reino e suas trágicas consequências. Sesc Pompeia - Área de Convivência. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. Dom. (6): 16h. Até 6/11. 40 min. Livre GRÁTIS * Shows Cúmplices de um Resgate A telenovela exibida no SBT, que faz sucesso com as crianças, chega aos palcos com este show cujo repertório contempla canções como "SuperStar" e "Pra Ver se Cola". Os atores Bia Lanutti (Lola), Fhelipe Gomes (Téo), Lipe Volpato (Mateus), Graciely Junqueira (Chloé) e Giovanni Venturini (Nico) são alguns dos que participam do espetáculo, convidando o público a passear por diversos gêneros da música brasileira. Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, região sul, tel. 4003-5588. 3.873 lugares. Dom. (6): 16h. Até 6/11. 100 min. Livre CC: V, M, AE, E, D, H. Valet R$ 50. Ingresso: R$ 60 a R$ 180 * Teatro infantil Filhotes do Brasil Direção: Wanderley Piras e Adriana Telg. Elenco: Dinho Weller, Fábio de Sousa, Felipe Alves e outros. 20 min. Livre. Criado por Beto Andreetta e dirigido por Wanderley Piras e Adriana Telg, o espetáculo mostra diferentes facetas das relações entre pais e seus filhotes. Ambientada na floresta amazônica, a peça da Cia. Buzum!, encenada dentro de um ônibus, retrata uma família indígena, cujo chefe conta aos pequenos diversas histórias sobre animais. Centro Esportivo Tietê. Av. Santos Dumont, 843, Luz, região central, tel. 3227-8652. 40 vagas p/ período. Dom. (6): 10h, 11h, 12h, 14h, 15h e 16h. Até 6/11. Retirar ingresso com 30 min. de antecedência. GRÁTIS
saopaulo
Peça circense sobre a história da aviação está entre os bons passeios para as criançasDE SÃO PAULO Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, sugere a peça "VaiqueuVoo" indicação: acima de 5 anos A companhia de circo acrobático Irmãos Sabatino monta seu aparelho circense no parque Ibirapuera e dá um show ao ar livre, com giros nas barras paralelas e na báscula, saltos mortais e outras exibições aéreas, que misturam números de equilíbrio com ginástica olímpica. Entre uma atração e outra, o elenco interage com o público com guerra de bolinhas e aviõezinhos de papel. Parque Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, tel. 5574-5045. Dom. (6): 10h e 16h. Sáb. (26): 16h. Dom. (27).: 10h e 16h. Até 27/11. 50 min. Livre GRÁTIS * Fabiana Futema, do blog "Maternar", recomenda a peça "Livro de Ouro" A menina Sofia e seu cachorro Millôr se metem em várias aventuras após saírem em busca do "Livro de Ouro". Desde que a obra desapareceu de Livrópolis, os moradores ficaram sem imaginação e criatividade. Foi a chance de um gênio malvado aparecer e tentar afastar a população do mundo dos livros. Sesc Bom Retiro. Al. Nothmann, 185, C. Elíseos, tel. 3332-3600. 291 lugares. Ter. e dom.: 12h. Até 4/12. 60 min. Livre Ingresso: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "Poeminhas da Terra" Só no português falado no Brasil existe biju, aipim, pipoca, tapioca, cutia e sucuri. Combinando palavras e sons que remetem ao idioma tupi com ilustrações aquareladas e coloridas, o livro reúne versos curtos sobre o dia a dia de aldeias indígenas e se torna um banquete para ser lido com boca cheia e olhos atentos. Autora: Márcia Leite. Ilustradora: Tatiana Móes. Editora: Pulo do Gato (2016, 32 págs., R$ 38,50) * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, destaca a exposição "Nuno e as Coisas Incríveis" Inspirada no livro "Nuno e as Coisas Incríveis" (editora Jujuba), a mostra inédita de André Neves reúne ilustrações originais, cadernetas com anotações sobre processos criativos e painéis nos quais o visitante é convidado a desenhar ou escrever sua lista de coisas incríveis. Localizada numa livraria especializada em livros infantis, a mostra é um convite para adentrar de modo especial no universo literário do artista pernambucano. Livraria Novesete. R. França Pinto, 97, Vila Mariana, região sul, tel. 5573-7889. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 18h. Até 30/1. GRÁTIS - Contadores de histórias Com-Pipi ou Sem-Pipi Baseada no livro "Ceci tem Pipi?", de Thierry Lenain, a história mostra João, um menino que sabe que existem pessoas "com pipi" e outras "sem pipi" e que as que têm são consideradas mais fortes. Mas a opinião do garoto vai começar a mudar quando chegar uma nova colega na escola, que gosta de fazer tudo o que os meninos fazem. Sesc Bom Retiro - biblioteca. Al. Nothmann, 185, Campos Elíseos, região central, tel. 3332-3600. Ter. (8): 17h30. 8/11. 30 min. Livre Estac. a partir de R$ 10. GRÁTIS Macbeth - Muito Barulho por Shakespeare Neste trabalho, a Cínica Cia. faz uma homenagem ao dramaturgo William Shakespeare (1564-1616) recontando a história de uma ambiciosa disputa por um reino e suas trágicas consequências. Sesc Pompeia - Área de Convivência. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. Dom. (6): 16h. Até 6/11. 40 min. Livre GRÁTIS * Shows Cúmplices de um Resgate A telenovela exibida no SBT, que faz sucesso com as crianças, chega aos palcos com este show cujo repertório contempla canções como "SuperStar" e "Pra Ver se Cola". Os atores Bia Lanutti (Lola), Fhelipe Gomes (Téo), Lipe Volpato (Mateus), Graciely Junqueira (Chloé) e Giovanni Venturini (Nico) são alguns dos que participam do espetáculo, convidando o público a passear por diversos gêneros da música brasileira. Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, região sul, tel. 4003-5588. 3.873 lugares. Dom. (6): 16h. Até 6/11. 100 min. Livre CC: V, M, AE, E, D, H. Valet R$ 50. Ingresso: R$ 60 a R$ 180 * Teatro infantil Filhotes do Brasil Direção: Wanderley Piras e Adriana Telg. Elenco: Dinho Weller, Fábio de Sousa, Felipe Alves e outros. 20 min. Livre. Criado por Beto Andreetta e dirigido por Wanderley Piras e Adriana Telg, o espetáculo mostra diferentes facetas das relações entre pais e seus filhotes. Ambientada na floresta amazônica, a peça da Cia. Buzum!, encenada dentro de um ônibus, retrata uma família indígena, cujo chefe conta aos pequenos diversas histórias sobre animais. Centro Esportivo Tietê. Av. Santos Dumont, 843, Luz, região central, tel. 3227-8652. 40 vagas p/ período. Dom. (6): 10h, 11h, 12h, 14h, 15h e 16h. Até 6/11. Retirar ingresso com 30 min. de antecedência. GRÁTIS
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ONU recebe relatos de 82 civis mortos em Aleppo, inclusive 13 crianças
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta terça-feira (13) que as ofensivas pro-governo Sírio mataram pelo menos 82 civis ao entrar nas áreas dominadas por rebeldes em Aleppo. De cordo com o porta-voz Rupert Colville, relatos falam em soldados entrando em casas e matando pessoas. Ele afirma que 11 mulheres e 13 crianças estavam entre os mortos em quatro bairros do bolsão dominado por rebeldes em Aleppo. CESSAR-FOGO Grupos rebeldes que combatem em Aleppo afirmaram ter entrado em acordo com a Rússia para estabelecer um cessar-fogo na cidade e retirar civis e combatentes dos bairros sitiados. Segundo um representante da facção Exército Livre da Síria, a trégua entrou em vigor nesta terça. Segundo a emissora BBC, o embaixador da Rússia na ONU confirmou o acordo para que os rebeldes deixem a cidade. Mais cedo, de acordo com uma autoridade da Turquia havia dito que o país negocia com a Rússia a abertura de um corredor para evacuar rebeldes e civis sírios dos bairros ainda dominados pela oposição em Aleppo, As defesas dos rebeldes caíram nesta segunda-feira (12), levando a um grande avanço do exército sírio por mais de metade do bolsão no meio da cidade dominado pelos opositores, que tiveram que recuar. "Oficiais turcos e russos devem se encontrar na Turquia amanhã [quarta-feira (14)] para avaliara situação. A reunião deve abordar a abertura de um corredor, bem como um cessar-fogo", afirmou um oficial turco que não quis se identificar. Ele também afirmou que a Turquia continua seus esforços com os EUA, Irã, União Europeia e países do Golfo para evacuar os opositores de Aleppo. ÁREAS ABANDONADAS O exército sírio e aliados tomaram controle total dos distritos de Aleppo abandonados por rebeldes durante retirada da cidade, disse nesta terça-feira uma fonte militar síria. A recaptura de toda a área rebelde será a maior vitória em campo de batalha até o momento para o presidente sírio, Bashar Al-Assad, e sua coalizão militar de tropas sírias, Força Aérea russa, Irã e milícias xiitas. A derrota deixaria os rebeldes sem presença significativa em quaisquer das principais cidades da Síria. Eles ainda mantém parte de áreas no campo de Aleppo e a província de Idlib. Após dias de intensos bombardeios em áreas tomadas por rebeldes, a taxa de ataques aéreos e bombardeios caiu consideravelmente na noite de segunda-feira. No entanto, uso de foguetes continuou em áreas tomadas por rebeldes, relatou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Rebeldes e forças do governo ainda lutam em pontos ao redor do enclave reduzido, relatou o grupo monitor.
mundo
ONU recebe relatos de 82 civis mortos em Aleppo, inclusive 13 criançasO Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta terça-feira (13) que as ofensivas pro-governo Sírio mataram pelo menos 82 civis ao entrar nas áreas dominadas por rebeldes em Aleppo. De cordo com o porta-voz Rupert Colville, relatos falam em soldados entrando em casas e matando pessoas. Ele afirma que 11 mulheres e 13 crianças estavam entre os mortos em quatro bairros do bolsão dominado por rebeldes em Aleppo. CESSAR-FOGO Grupos rebeldes que combatem em Aleppo afirmaram ter entrado em acordo com a Rússia para estabelecer um cessar-fogo na cidade e retirar civis e combatentes dos bairros sitiados. Segundo um representante da facção Exército Livre da Síria, a trégua entrou em vigor nesta terça. Segundo a emissora BBC, o embaixador da Rússia na ONU confirmou o acordo para que os rebeldes deixem a cidade. Mais cedo, de acordo com uma autoridade da Turquia havia dito que o país negocia com a Rússia a abertura de um corredor para evacuar rebeldes e civis sírios dos bairros ainda dominados pela oposição em Aleppo, As defesas dos rebeldes caíram nesta segunda-feira (12), levando a um grande avanço do exército sírio por mais de metade do bolsão no meio da cidade dominado pelos opositores, que tiveram que recuar. "Oficiais turcos e russos devem se encontrar na Turquia amanhã [quarta-feira (14)] para avaliara situação. A reunião deve abordar a abertura de um corredor, bem como um cessar-fogo", afirmou um oficial turco que não quis se identificar. Ele também afirmou que a Turquia continua seus esforços com os EUA, Irã, União Europeia e países do Golfo para evacuar os opositores de Aleppo. ÁREAS ABANDONADAS O exército sírio e aliados tomaram controle total dos distritos de Aleppo abandonados por rebeldes durante retirada da cidade, disse nesta terça-feira uma fonte militar síria. A recaptura de toda a área rebelde será a maior vitória em campo de batalha até o momento para o presidente sírio, Bashar Al-Assad, e sua coalizão militar de tropas sírias, Força Aérea russa, Irã e milícias xiitas. A derrota deixaria os rebeldes sem presença significativa em quaisquer das principais cidades da Síria. Eles ainda mantém parte de áreas no campo de Aleppo e a província de Idlib. Após dias de intensos bombardeios em áreas tomadas por rebeldes, a taxa de ataques aéreos e bombardeios caiu consideravelmente na noite de segunda-feira. No entanto, uso de foguetes continuou em áreas tomadas por rebeldes, relatou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Rebeldes e forças do governo ainda lutam em pontos ao redor do enclave reduzido, relatou o grupo monitor.
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São Paulo terá 50 salas de cinema municipais até 2016, afirma Haddad
A Prefeitura de São Paulo pretende criar 50 salas de cinema municipais espalhadas pela cidade até o fim de 2016. "A ideia é espalhar salas pela cidade porque a gente vê que o circuito comercial é muito prisioneiro de uma lógica que acaba restringindo demais o número de títulos, de filmes que são exibidos. A gente quer romper essa lógica", disse o prefeito Fernando Haddad (PT). A programação deve ser majoritariamente formada por filmes brasileiros e latino-americanos. De acordo com Haddad, as salas devem ter entre 200 e 450 lugares. Os espaços devem ficar dentro de equipamentos culturais municipais –um dos locais definidos foi o Teatro Flávio Império, na zona leste, reinaugurado no sábado (31). A administração municipal ainda estuda se o acesso será gratuito ou a preços módicos, entre R$ 1 e R$ 2. "Tem muita gente que defende a cobrança de um preço simbólico para fins de contabilização do número de pessoas que viram o filme. Quando você abre 100% gratuito, acaba não contabilizando para o filme o que ele efetivamente angariou de publico. E quando você cobra nem que for o preço da pipoca –pipoca barata, né?– você contabiliza", afirmou Haddad.
cotidiano
São Paulo terá 50 salas de cinema municipais até 2016, afirma HaddadA Prefeitura de São Paulo pretende criar 50 salas de cinema municipais espalhadas pela cidade até o fim de 2016. "A ideia é espalhar salas pela cidade porque a gente vê que o circuito comercial é muito prisioneiro de uma lógica que acaba restringindo demais o número de títulos, de filmes que são exibidos. A gente quer romper essa lógica", disse o prefeito Fernando Haddad (PT). A programação deve ser majoritariamente formada por filmes brasileiros e latino-americanos. De acordo com Haddad, as salas devem ter entre 200 e 450 lugares. Os espaços devem ficar dentro de equipamentos culturais municipais –um dos locais definidos foi o Teatro Flávio Império, na zona leste, reinaugurado no sábado (31). A administração municipal ainda estuda se o acesso será gratuito ou a preços módicos, entre R$ 1 e R$ 2. "Tem muita gente que defende a cobrança de um preço simbólico para fins de contabilização do número de pessoas que viram o filme. Quando você abre 100% gratuito, acaba não contabilizando para o filme o que ele efetivamente angariou de publico. E quando você cobra nem que for o preço da pipoca –pipoca barata, né?– você contabiliza", afirmou Haddad.
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Abrindo a caixa-preta da saúde
As denúncias de existência de uma "máfia das próteses" -um esquema criminoso de fraudes, superfaturamento e realização de cirurgias desnecessárias, que desvia dinheiro do SUS, encarece planos de saúde e coloca em risco a vida de pacientes- trouxeram à tona um problema que é a ponta visível de uma grave doença que acomete todo o sistema de saúde do país. Passados dois anos desde que o escândalo veio a público, dando origem a CPIs, grupos de trabalho e uma série de ações, as causas do problema já foram amplamente debatidas e são bem conhecidas. Resta agora avançarmos em direção às soluções se quisermos salvar o doente. Na raiz do problema está um misto de desvios de conduta -que devem ser tratados como casos de polícia e devidamente punidos- com distorções do sistema de saúde. Nessa última destaca-se um modelo de reembolso que paga pelo número de exames e procedimentos realizados e pela quantidade de materiais e produtos utilizados. Não é preciso alçar grandes voos para inferir que esse modelo pode dar margem a pedidos excessivos ou desnecessários de exames e procedimentos e a fraudes, desperdiçando recursos da Saúde e prejudicando pacientes. Some-se a esse cenário a falta de transparência nos preços e serviços praticados ao longo da cadeia -por indústria, distribuidores, hospitais, profissionais de saúde, pacientes e planos de saúde- e temos aí uma "tempestade perfeita", agravada por uma combinação de circunstâncias que acarretam o desastre. É o que ocorreu e ocorre no caso da máfia das próteses. Uma das iniciativas propostas pelo governo para aumentar a transparência no segmento é a padronização da nomenclatura desses dispositivos, o que permitirá a comparação entre produtos. A iniciativa é importante, porém insuficiente. Soluções realmente eficazes demandam um conhecimento vasto da cadeia como um todo e a compreensão de que nem tudo que eleva o preço final dos produtos decorre de fraudes. Para isso, é preciso abrir essa "caixa-preta" e dar uma transparência aos serviços e valores que possibilite ao SUS, planos de saúde ou ao próprio paciente saber se está pagando por um crime ou por um serviço legítimo. A cadeia de comercialização desses produtos é complexa. Inclui uma série de serviços lícitos que são agregados no percurso entre a indústria e o paciente e, em grande parte, computados no preço final. É o caso do fornecimento pelo fabricante ou distribuidor de instrumental cirúrgico a hospitais, de serviços como estocagem, limpeza e esterilização e até da programação de aparelhos como marca-passo, a cargo do fornecedor durante toda a vida útil do equipamento. Na Alemanha, por exemplo, o especialista recebe pelo serviço a cada vez que um marca-passo é ajustado. No Brasil, esse custo -assim como a estimativa de todas as vezes em que a operação será repetida- está embutido no preço do produto. Precisamos criar condições na saúde para separar o joio do trigo. Para isso, deve-se aumentar a transparência da comercialização dos produtos, dar visibilidade aos serviços incluídos no custo, punir rigorosamente os desvios éticos e rever o modelo de reembolso. Só assim conseguiremos coibir fraudes, dar maior segurança aos pacientes e estruturar um sistema de saúde sustentável, que faça o melhor uso dos recursos disponíveis. CARLOS ALBERTO P. GOULART, engenheiro eletrônico, é presidente-executivo da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Abrindo a caixa-preta da saúdeAs denúncias de existência de uma "máfia das próteses" -um esquema criminoso de fraudes, superfaturamento e realização de cirurgias desnecessárias, que desvia dinheiro do SUS, encarece planos de saúde e coloca em risco a vida de pacientes- trouxeram à tona um problema que é a ponta visível de uma grave doença que acomete todo o sistema de saúde do país. Passados dois anos desde que o escândalo veio a público, dando origem a CPIs, grupos de trabalho e uma série de ações, as causas do problema já foram amplamente debatidas e são bem conhecidas. Resta agora avançarmos em direção às soluções se quisermos salvar o doente. Na raiz do problema está um misto de desvios de conduta -que devem ser tratados como casos de polícia e devidamente punidos- com distorções do sistema de saúde. Nessa última destaca-se um modelo de reembolso que paga pelo número de exames e procedimentos realizados e pela quantidade de materiais e produtos utilizados. Não é preciso alçar grandes voos para inferir que esse modelo pode dar margem a pedidos excessivos ou desnecessários de exames e procedimentos e a fraudes, desperdiçando recursos da Saúde e prejudicando pacientes. Some-se a esse cenário a falta de transparência nos preços e serviços praticados ao longo da cadeia -por indústria, distribuidores, hospitais, profissionais de saúde, pacientes e planos de saúde- e temos aí uma "tempestade perfeita", agravada por uma combinação de circunstâncias que acarretam o desastre. É o que ocorreu e ocorre no caso da máfia das próteses. Uma das iniciativas propostas pelo governo para aumentar a transparência no segmento é a padronização da nomenclatura desses dispositivos, o que permitirá a comparação entre produtos. A iniciativa é importante, porém insuficiente. Soluções realmente eficazes demandam um conhecimento vasto da cadeia como um todo e a compreensão de que nem tudo que eleva o preço final dos produtos decorre de fraudes. Para isso, é preciso abrir essa "caixa-preta" e dar uma transparência aos serviços e valores que possibilite ao SUS, planos de saúde ou ao próprio paciente saber se está pagando por um crime ou por um serviço legítimo. A cadeia de comercialização desses produtos é complexa. Inclui uma série de serviços lícitos que são agregados no percurso entre a indústria e o paciente e, em grande parte, computados no preço final. É o caso do fornecimento pelo fabricante ou distribuidor de instrumental cirúrgico a hospitais, de serviços como estocagem, limpeza e esterilização e até da programação de aparelhos como marca-passo, a cargo do fornecedor durante toda a vida útil do equipamento. Na Alemanha, por exemplo, o especialista recebe pelo serviço a cada vez que um marca-passo é ajustado. No Brasil, esse custo -assim como a estimativa de todas as vezes em que a operação será repetida- está embutido no preço do produto. Precisamos criar condições na saúde para separar o joio do trigo. Para isso, deve-se aumentar a transparência da comercialização dos produtos, dar visibilidade aos serviços incluídos no custo, punir rigorosamente os desvios éticos e rever o modelo de reembolso. Só assim conseguiremos coibir fraudes, dar maior segurança aos pacientes e estruturar um sistema de saúde sustentável, que faça o melhor uso dos recursos disponíveis. CARLOS ALBERTO P. GOULART, engenheiro eletrônico, é presidente-executivo da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Rede Nossa São Paulo lança site e app para acompanhar metas da prefeitura
DE SÃO PAULO O morador de São Paulo agora pode acompanhar de perto as 123 metas da prefeitura, que devem ser executadas até o final da gestão de Fernando Haddad, em 2016. A Rede Nossa São Paulo lançou nesta terça-feira (24) o site e o aplicativo do sistema De Olho nas Metas, elaborado em parceria com a empresa Eokoe e o Centro de Mídias Cívicas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). No site, o internauta pode ver detalhes dos projetos incluídos em cada meta, como seu andamento, localização exata e empresas envolvidas. As informações são coletados da prefeitura com exceção do último item, que vem do Tribunal de Contas do Município. O usuário também pode comentar e postar fotos nos projetos que selecionar. Se fizer o cadastro, pode seguir as ações para receber notificação em caso de mudança. Há um cadastro apenas para conselheiros, que podem criar páginas para os conselhos participativos dos quais são membros. APLICATIVO Disponível até quarta-feira (25), o aplicativo do De Olho nas Metas permite que conselheiros, organizações e cidadãos criem campanhas cívicas ligadas às metas ou sobre outros problemas das cidades. Eles poderão usar o celular para tirar fotos, informar a localização do problema e dar outras informações. Segundo a coordenadora do projeto, Clara Meyer, as ferramentas começaram a ser desenvolvidas no ano passado como uma forma dos paulistanos interagirem com o plano de metas. "Tudo foi pensado para que cidadãos sigam os projetos mais de perto e para que os conselheiros façam campanha dentro de suas regiões, divulguem informações. O sistema facilita o trabalho dos conselhos e aumenta a participação das pessoas."
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Rede Nossa São Paulo lança site e app para acompanhar metas da prefeituraDE SÃO PAULO O morador de São Paulo agora pode acompanhar de perto as 123 metas da prefeitura, que devem ser executadas até o final da gestão de Fernando Haddad, em 2016. A Rede Nossa São Paulo lançou nesta terça-feira (24) o site e o aplicativo do sistema De Olho nas Metas, elaborado em parceria com a empresa Eokoe e o Centro de Mídias Cívicas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). No site, o internauta pode ver detalhes dos projetos incluídos em cada meta, como seu andamento, localização exata e empresas envolvidas. As informações são coletados da prefeitura com exceção do último item, que vem do Tribunal de Contas do Município. O usuário também pode comentar e postar fotos nos projetos que selecionar. Se fizer o cadastro, pode seguir as ações para receber notificação em caso de mudança. Há um cadastro apenas para conselheiros, que podem criar páginas para os conselhos participativos dos quais são membros. APLICATIVO Disponível até quarta-feira (25), o aplicativo do De Olho nas Metas permite que conselheiros, organizações e cidadãos criem campanhas cívicas ligadas às metas ou sobre outros problemas das cidades. Eles poderão usar o celular para tirar fotos, informar a localização do problema e dar outras informações. Segundo a coordenadora do projeto, Clara Meyer, as ferramentas começaram a ser desenvolvidas no ano passado como uma forma dos paulistanos interagirem com o plano de metas. "Tudo foi pensado para que cidadãos sigam os projetos mais de perto e para que os conselheiros façam campanha dentro de suas regiões, divulguem informações. O sistema facilita o trabalho dos conselhos e aumenta a participação das pessoas."
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Governo erra ao não admitir crise política, dizem jornalistas
Apesar de admitir que o país vive uma crise econômica, o governo erra ao não admitir que a crise também é política. A afirmação é da editora do "Painel", Vera Magalhães, com base no programa partidário exibido nesta quinta-feira (7), em rede nacional. Apresentado pelo ator global José de Abreu e com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do presidente do PT, Rui Falcão, o programa terminou ironizando os panelaços, dizendo que o PT foi o partido "que mais encheu a panela dos brasileiros". Para a repórter especial Raquel Landim, ao afirmar que a população pode resolver a crise, o governo se esquiva da responsabilidade pela atual situação do país. "As pessoas estão sentindo no bolso quando vão ao mercado, cabeleireiro ou deixam de viajar ou comprar uma roupa", disse. Saiba Mais
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Governo erra ao não admitir crise política, dizem jornalistasApesar de admitir que o país vive uma crise econômica, o governo erra ao não admitir que a crise também é política. A afirmação é da editora do "Painel", Vera Magalhães, com base no programa partidário exibido nesta quinta-feira (7), em rede nacional. Apresentado pelo ator global José de Abreu e com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do presidente do PT, Rui Falcão, o programa terminou ironizando os panelaços, dizendo que o PT foi o partido "que mais encheu a panela dos brasileiros". Para a repórter especial Raquel Landim, ao afirmar que a população pode resolver a crise, o governo se esquiva da responsabilidade pela atual situação do país. "As pessoas estão sentindo no bolso quando vão ao mercado, cabeleireiro ou deixam de viajar ou comprar uma roupa", disse. Saiba Mais
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Sua escola ouve os alunos?
Sua escola exige que os alunos usem uniforme? Todos precisam usar, ou os mais velhos podem ir com qualquer roupa? Você sabe por que usa-se uniforme ou por que a maioria das escolas tem esse costume? Sua professora já conversou com sua classe sobre esse assunto? Qual é a sua opinião sobre o uniforme do colégio? Ele é confortável e bonito? Ou você tem outras ideias sobre como ele poderia ser? Acha que é preciso ter mais cores, por exemplo? Algumas escolas já mudaram o uniforme porque decidiram ouvir a opinião dos alunos. Algumas fizeram até concurso, com votação, para que os estudantes participassem da escolha. E qual a sua opinião sobre a agenda, que quase todas as escolas utilizam? Você usa, ou é sua mãe ou seu pai que mais a utilizam para consultar todos os dias e saber das suas tarefas? A agenda pesa muito na mochila? A capa dela é dura, flexível, bonita? Parece uma agenda de criança ou a de um adulto? Afinal, para que serve a agenda? Ela é útil na organização dos estudos? Na escola, eles ensinaram a usar esse caderninho? Ou só ficam dizendo o que você deve escrever nele? Se reparar bem, vai perceber que nunca parou para pensar na utilidade nem nos motivos de muitos assuntos relacionados à escola que afetam diretamente a sua vida. Simplesmente faz o que mandam fazer e pronto. Às vezes nem faz, mas aceita o dever sem nem imaginar que poderia participar mais. Em algumas escolas, há um horário semanal reservado para a professora ouvir o que os alunos têm a dizer sobre tudo o que acontece na escola. Às vezes eles reclamam sem razão, mas há casos em que as queixas têm todo o fundamento. Nesses casos, os estudantes podem dar boas sugestões. Porém, mais importante do que a escola aceitar o que os alunos dizem, é ela ouvir o que eles pensam. É assim que um colégio pode ficar melhor para os alunos. Que tal você sugerir essa conversa em sua classe? * Escreva para [email protected] com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
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Sua escola ouve os alunos?Sua escola exige que os alunos usem uniforme? Todos precisam usar, ou os mais velhos podem ir com qualquer roupa? Você sabe por que usa-se uniforme ou por que a maioria das escolas tem esse costume? Sua professora já conversou com sua classe sobre esse assunto? Qual é a sua opinião sobre o uniforme do colégio? Ele é confortável e bonito? Ou você tem outras ideias sobre como ele poderia ser? Acha que é preciso ter mais cores, por exemplo? Algumas escolas já mudaram o uniforme porque decidiram ouvir a opinião dos alunos. Algumas fizeram até concurso, com votação, para que os estudantes participassem da escolha. E qual a sua opinião sobre a agenda, que quase todas as escolas utilizam? Você usa, ou é sua mãe ou seu pai que mais a utilizam para consultar todos os dias e saber das suas tarefas? A agenda pesa muito na mochila? A capa dela é dura, flexível, bonita? Parece uma agenda de criança ou a de um adulto? Afinal, para que serve a agenda? Ela é útil na organização dos estudos? Na escola, eles ensinaram a usar esse caderninho? Ou só ficam dizendo o que você deve escrever nele? Se reparar bem, vai perceber que nunca parou para pensar na utilidade nem nos motivos de muitos assuntos relacionados à escola que afetam diretamente a sua vida. Simplesmente faz o que mandam fazer e pronto. Às vezes nem faz, mas aceita o dever sem nem imaginar que poderia participar mais. Em algumas escolas, há um horário semanal reservado para a professora ouvir o que os alunos têm a dizer sobre tudo o que acontece na escola. Às vezes eles reclamam sem razão, mas há casos em que as queixas têm todo o fundamento. Nesses casos, os estudantes podem dar boas sugestões. Porém, mais importante do que a escola aceitar o que os alunos dizem, é ela ouvir o que eles pensam. É assim que um colégio pode ficar melhor para os alunos. Que tal você sugerir essa conversa em sua classe? * Escreva para [email protected] com dúvidas, comentários e sugestões para a coluna; coloque nome, idade e "Quebra-Cabeça" na linha de assunto.
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Editorial: Energia em dia
Atrasos têm consequências –por vezes funestas, não raro custosas. Poucos se dão conta, neste país, de que a incapacidade de efetivar projetos conforme o planejado sai caro, como tem comprovado com folga, nos últimos anos, o sistema elétrico nacional. O valor da ineficiência federal nesse setor é exorbitante. Usinas geradoras que não ficam prontas no prazo, ou que não fornecem energia por falta de linhas de transmissão, custaram ao tesouro e aos consumidores a cifra portentosa de R$ 65 bilhões de 2006 a 2014. O cálculo partiu da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). O montante de energia que deixou de ser gerado desde então, 39,1 mil gigawatts-hora, equivale ao consumo anual de toda a indústria no mercado cativo (contratos de longo prazo). Para chegar a esses números, a Firjan compilou adiamentos em 272 usinas de todos os tipos, num total de 410 turbinas. Verificou-se um atraso médio de 4,1 anos em relação ao prazo previsto. A diferença entre a capacidade que deveria estar instalada no país em 2014 e a real chega a 10.376 megawatts, o que corresponde a quase uma hidrelétrica de Belo Monte (PA). A Firjan computou o custo da eletricidade que deixou de ser gerada ao longo dos anos (R$ 28,6 bilhões) e o da energia que terminou reposta por usinas termelétricas (R$ 93,8 bilhões), as mais caras de operar. Subtraindo o primeiro do segundo, resulta a conta salgada de R$ 65,1 bilhões. Tal é a medida da ineficiência nesse setor. Ela decorre da prática irracional do governo de levar a leilões de concessão empreendimentos de geração e transmissão que contam apenas com projetos falhos ou incompletos, ou cuja viabilidade ambiental tem grande probabilidade de ser questionada. Atrasos em obras da complexidade de grandes hidrelétricas e linhões com centenas ou milhares de quilômetros de extensão são até certo ponto inevitáveis. Mas eles se tornaram a regra, e por demais dilatados. Há que combater essa cultura setorial, que de resto dá margem a uma indústria de aditamentos, quando não à corrupção. Provam-se dignas de atenção, assim, as recomendações dos autores do estudo: dar prioridade para completar as usinas que já começaram a operar, mas ainda têm turbinas a serem acionadas; acelerar a construção de linhas de transmissão; leiloar somente os empreendimentos com projetos executivos acabados; e coordenar melhor a ação de órgãos envolvidos no licenciamento, como Ibama e Funai. Sem tais providências, que no fundo se traduzem como recompor a capacidade de planejar e controlar, o futuro da geração de energia continuará incerto. Governar é decidir o que fazer e fazer o que se decidiu, e não conformar-se com atrasos como se eles fossem algo tão natural ou imprevisível quanto o regime de chuvas do país.
opiniao
Editorial: Energia em diaAtrasos têm consequências –por vezes funestas, não raro custosas. Poucos se dão conta, neste país, de que a incapacidade de efetivar projetos conforme o planejado sai caro, como tem comprovado com folga, nos últimos anos, o sistema elétrico nacional. O valor da ineficiência federal nesse setor é exorbitante. Usinas geradoras que não ficam prontas no prazo, ou que não fornecem energia por falta de linhas de transmissão, custaram ao tesouro e aos consumidores a cifra portentosa de R$ 65 bilhões de 2006 a 2014. O cálculo partiu da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). O montante de energia que deixou de ser gerado desde então, 39,1 mil gigawatts-hora, equivale ao consumo anual de toda a indústria no mercado cativo (contratos de longo prazo). Para chegar a esses números, a Firjan compilou adiamentos em 272 usinas de todos os tipos, num total de 410 turbinas. Verificou-se um atraso médio de 4,1 anos em relação ao prazo previsto. A diferença entre a capacidade que deveria estar instalada no país em 2014 e a real chega a 10.376 megawatts, o que corresponde a quase uma hidrelétrica de Belo Monte (PA). A Firjan computou o custo da eletricidade que deixou de ser gerada ao longo dos anos (R$ 28,6 bilhões) e o da energia que terminou reposta por usinas termelétricas (R$ 93,8 bilhões), as mais caras de operar. Subtraindo o primeiro do segundo, resulta a conta salgada de R$ 65,1 bilhões. Tal é a medida da ineficiência nesse setor. Ela decorre da prática irracional do governo de levar a leilões de concessão empreendimentos de geração e transmissão que contam apenas com projetos falhos ou incompletos, ou cuja viabilidade ambiental tem grande probabilidade de ser questionada. Atrasos em obras da complexidade de grandes hidrelétricas e linhões com centenas ou milhares de quilômetros de extensão são até certo ponto inevitáveis. Mas eles se tornaram a regra, e por demais dilatados. Há que combater essa cultura setorial, que de resto dá margem a uma indústria de aditamentos, quando não à corrupção. Provam-se dignas de atenção, assim, as recomendações dos autores do estudo: dar prioridade para completar as usinas que já começaram a operar, mas ainda têm turbinas a serem acionadas; acelerar a construção de linhas de transmissão; leiloar somente os empreendimentos com projetos executivos acabados; e coordenar melhor a ação de órgãos envolvidos no licenciamento, como Ibama e Funai. Sem tais providências, que no fundo se traduzem como recompor a capacidade de planejar e controlar, o futuro da geração de energia continuará incerto. Governar é decidir o que fazer e fazer o que se decidiu, e não conformar-se com atrasos como se eles fossem algo tão natural ou imprevisível quanto o regime de chuvas do país.
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Palmeiras visita o Franca pelas oitavas de final do NBB
Franca e Palmeiras fazem nesta quarta-feira (8), às 20h, a primeira partida do confronto entre si válido pelas oitavas de final do NBB (Novo Basquete Brasil). A partida ocorre no ginásio Pedrocão, em Franca. A série é em melhor de cinco duelos, e o time do interior paulista tem a vantagem de receber três deles, por ter feito melhor campanha na primeira fase do torneio. Franca foi o oitavo colocado na fase de classificação, enquanto o Palmeiras foi o nono. Bauru, Limeira, Flamengo e Mogi, por terem sido os quatro melhores na fase inicial, foram automaticamente para as quartas de final e aguardam os vencedores das oitavas. Na terça-feira (7), o São José largou na frente do Paulistano ao vencer o primeiro confronto por 76 a 75.
esporte
Palmeiras visita o Franca pelas oitavas de final do NBBFranca e Palmeiras fazem nesta quarta-feira (8), às 20h, a primeira partida do confronto entre si válido pelas oitavas de final do NBB (Novo Basquete Brasil). A partida ocorre no ginásio Pedrocão, em Franca. A série é em melhor de cinco duelos, e o time do interior paulista tem a vantagem de receber três deles, por ter feito melhor campanha na primeira fase do torneio. Franca foi o oitavo colocado na fase de classificação, enquanto o Palmeiras foi o nono. Bauru, Limeira, Flamengo e Mogi, por terem sido os quatro melhores na fase inicial, foram automaticamente para as quartas de final e aguardam os vencedores das oitavas. Na terça-feira (7), o São José largou na frente do Paulistano ao vencer o primeiro confronto por 76 a 75.
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Colisão de galáxias permite que físicos detectem matéria escura
Um grupo internacional de astrônomos encontrou numa colisão de galáxias a mais de um bilhão de anos-luz de distância os primeiros sinais de que a matéria escura talvez não seja totalmente escura. O achado anima a possibilidade de que uma detecção direta da misteriosa substância, que responde por cerca de 85% de toda matéria existente no Universo. Até então, as únicas evidências que tínhamos de sua existência eram gravitacionais –como se houvesse uma quantidade enorme de matéria invisível, mas capaz de gerar gravidade, envolvendo as galáxias e acelerando o movimento de suas estrelas mais periféricas. Agora, os pesquisadores encontraram dados que sugerem que a matéria escura não só interage gravitacionalmente, como também parece ser capaz de interagir consigo mesma por meio de alguma outra força da natureza. Para isso, o pesquisador Richard Massey, da Universidade de Durham, no Reino Unido, e seus colegas utilizaram observações foram feitas com o VLT, maior complexo de telescópios ópticos do ESO (Observatório Europeu do Sul), e com o Hubble, que acabou de completar 25 anos de operação no espaço. Os instrumentos foram apontados para o aglomerado galáctico Abell 3827, no centro do qual quatro grandes galáxias estão em processo de colisão. A concentração de matéria na região distorce a luz que vem de mais longe, produzindo o fenômeno conhecido como lente gravitacional. Ao analisar esse padrão de distorção, os cientistas podem criar um mapa da distribuição total de matéria a produzir a lente –seja ela escura ou convencional. E então, ao comparar a distribuição de matéria visível nas imagens e o mapa produzido a partir do padrão de lentes gravitacionais, os físicos identificaram uma grande concentração de matéria escura de uma das galáxias que parece ter ficado para trás. Em meio à colisão, ela está deslocada cerca de 5.000 anos-luz com relação à galáxia a que pertencia. "Talvez se arrastando durante a queda por causa de uma força de arrasto criada por auto-interações de matéria escura", escrevem os pesquisadores, em artigo publicado no periódico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society". FECHANDO O CERCO "Essa descoberta é muito importante", diz Rogério Rosenfeld, físico da Unesp que trabalha em modelos que tentam explicar o que é, afinal, a matéria escura. Mas faz uma ressalva: "É necessário saber o grau de confiança nessa medida". Caso as conclusões sejam confirmadas, isso por si só já exclui explicações que tratam a matéria escura como algo de fato completamente escuro, ou seja, incapaz de interagir de outro modo que não fosse o gravitacional. Além disso, o achado abre a possibilidade de que encontremos produtos dessa "autointeração" entre partículas de matéria escura, fechando ainda mais o cerco sobre o que ela pode ser. No último dia 15, no Cern (centro europeu de física de partículas), em Genebra, o físico Samuel Ting apresentou os últimos resultados colhidos pelo experimento AMS, embarcado na Estação Espacial Internacional. É basicamente um detector de raios cósmicos, e os resultados até agora apontam algumas anomalias inesperadas no fluxo de partículas. Ainda não é possível dizer qual é a causa, mas uma das possibilidades é que elas sejam produto de colisão de partículas de matéria escura no espaço profundo. Da mesma forma que o bóson de Higgs foi descoberto pela detecção dos produtos mais estáveis de seu decaimento, os físicos esperam desvendar a natureza da matéria escura por meio de sinais secundários de sua existência. O LHC (Grande Colisor de Hádrons), maior acelerador de partículas do mundo, está voltando a operar (primeiras colisões marcadas para junho) e pode ajudar a montar o quebra-cabeça. Entre observações astronômicas, detectores de raios cósmicos e aceleradores de partículas, cientistas nunca estiveram tão perto de desvendar o mistério. Quando eles vão chegar lá? Aí já são outros 500.
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Colisão de galáxias permite que físicos detectem matéria escuraUm grupo internacional de astrônomos encontrou numa colisão de galáxias a mais de um bilhão de anos-luz de distância os primeiros sinais de que a matéria escura talvez não seja totalmente escura. O achado anima a possibilidade de que uma detecção direta da misteriosa substância, que responde por cerca de 85% de toda matéria existente no Universo. Até então, as únicas evidências que tínhamos de sua existência eram gravitacionais –como se houvesse uma quantidade enorme de matéria invisível, mas capaz de gerar gravidade, envolvendo as galáxias e acelerando o movimento de suas estrelas mais periféricas. Agora, os pesquisadores encontraram dados que sugerem que a matéria escura não só interage gravitacionalmente, como também parece ser capaz de interagir consigo mesma por meio de alguma outra força da natureza. Para isso, o pesquisador Richard Massey, da Universidade de Durham, no Reino Unido, e seus colegas utilizaram observações foram feitas com o VLT, maior complexo de telescópios ópticos do ESO (Observatório Europeu do Sul), e com o Hubble, que acabou de completar 25 anos de operação no espaço. Os instrumentos foram apontados para o aglomerado galáctico Abell 3827, no centro do qual quatro grandes galáxias estão em processo de colisão. A concentração de matéria na região distorce a luz que vem de mais longe, produzindo o fenômeno conhecido como lente gravitacional. Ao analisar esse padrão de distorção, os cientistas podem criar um mapa da distribuição total de matéria a produzir a lente –seja ela escura ou convencional. E então, ao comparar a distribuição de matéria visível nas imagens e o mapa produzido a partir do padrão de lentes gravitacionais, os físicos identificaram uma grande concentração de matéria escura de uma das galáxias que parece ter ficado para trás. Em meio à colisão, ela está deslocada cerca de 5.000 anos-luz com relação à galáxia a que pertencia. "Talvez se arrastando durante a queda por causa de uma força de arrasto criada por auto-interações de matéria escura", escrevem os pesquisadores, em artigo publicado no periódico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society". FECHANDO O CERCO "Essa descoberta é muito importante", diz Rogério Rosenfeld, físico da Unesp que trabalha em modelos que tentam explicar o que é, afinal, a matéria escura. Mas faz uma ressalva: "É necessário saber o grau de confiança nessa medida". Caso as conclusões sejam confirmadas, isso por si só já exclui explicações que tratam a matéria escura como algo de fato completamente escuro, ou seja, incapaz de interagir de outro modo que não fosse o gravitacional. Além disso, o achado abre a possibilidade de que encontremos produtos dessa "autointeração" entre partículas de matéria escura, fechando ainda mais o cerco sobre o que ela pode ser. No último dia 15, no Cern (centro europeu de física de partículas), em Genebra, o físico Samuel Ting apresentou os últimos resultados colhidos pelo experimento AMS, embarcado na Estação Espacial Internacional. É basicamente um detector de raios cósmicos, e os resultados até agora apontam algumas anomalias inesperadas no fluxo de partículas. Ainda não é possível dizer qual é a causa, mas uma das possibilidades é que elas sejam produto de colisão de partículas de matéria escura no espaço profundo. Da mesma forma que o bóson de Higgs foi descoberto pela detecção dos produtos mais estáveis de seu decaimento, os físicos esperam desvendar a natureza da matéria escura por meio de sinais secundários de sua existência. O LHC (Grande Colisor de Hádrons), maior acelerador de partículas do mundo, está voltando a operar (primeiras colisões marcadas para junho) e pode ajudar a montar o quebra-cabeça. Entre observações astronômicas, detectores de raios cósmicos e aceleradores de partículas, cientistas nunca estiveram tão perto de desvendar o mistério. Quando eles vão chegar lá? Aí já são outros 500.
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A batalha de Levy 'Mãos de Tesoura' contra o rombo fiscal
Durante uma passagem anterior pelo governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ganhou o apelido de "Edward Mãos de Tesoura", inspirado por um filme dos anos 90, devido à sua capacidade de cortar os gastos públicos. Desde que a presidente Dilma Rousseff o levou de volta a Brasília, em janeiro, para desempenhar o papel de policial durão na ala econômica do governo, Levy vem repetindo um alerta brusco: ou o Brasil coloca sua casa fiscal em ordem ou verá seus títulos de dívida relegados à classificação de junk bonds. "O dinheiro acabou", declarou o antigo executivo financeiro em maio, se referindo aos anos recentes de gastos irrestritos. Mas oito meses depois de assumir o posto, Levy vem enfrentando dificuldades para avançar em sua missão, diante do enfraquecimento da economia e de uma crise política que reduziu a capacidade do governo para aprovar qualquer coisa no Congresso. A dimensão imensa do buraco fiscal que o Brasil precisa enfrentar ficou clara na segunda-feira (31) quando o governo anunciou que estava prevendo deficit fiscal no ano que vem mesmo que os pagamentos de juros sobre sua dívida sejam excluídos da conta. Em lugar de propor novos cortes de gastos ou aumentos de impostos, o governo também entregou ao Congresso o trabalho duro de encontrar maneiras de fechar o rombo fiscal. Muitos economistas acusaram Levy e sua equipe econômica de na prática abandonarem os esforços para restaurar a ordem fiscal. "O governo aparentemente está jogando a toalha, e agora entregou ao Congresso a tarefa de buscar fontes adicionais de arrecadação", afirmou Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, em nota de pesquisa. Siobhan Morden, da corretora Jefferies, em Nova York, disse que o governo estava "admitindo a derrota". NOTA DE CRÉDITO A Standard & Poor's e a Moody's, as duas principais agências mundiais de classificação de créditos, postergaram o rebaixamento dos papéis do Brasil para grau inferior ao de investimento, enquanto esperavam para ver os resultados dos esforços de Levy para cortar o orçamento. Mas com a alta na relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 53,4% em 2011 para 64,5%, e com algumas previsões sugerindo que ela em breve atingirá os 70%, alguns analistas antecipam que um rebaixamento virá, dentro de alguns meses. Desde os anos 90, os governos brasileiros vêm empregando um conceito de equilíbrio primário do orçamento –com a exclusão dos pagamentos de juros– a fim de medir seu desempenho fiscal. Mesmo que nem sempre tenham obtido sucesso, os líderes brasileiros ao menos se atribuíam a tarefa de conseguir um superávit primário a cada ano. Mas o governo reconheceu na segunda-feira que mesmo isso seria irrealista, e previu deficit primário de 0,5% do PIB em 2016. Foi a segunda vez que as autoridades divulgaram redução significativa em suas projeções orçamentárias nas últimas semanas. Se os pagamentos de juros forem incluídos, o deficit atual é de cerca de 8,8% do PIB. SEM MARGEM A dura realidade política é que Levy tem pouca margem de manobra. O Estado já elevou acentuadamente os impostos nas duas últimas décadas. O vice-presidente Michel Temer declarou na segunda-feira que "não há espaço para elevar tributos". No entanto, autoridades apontaram na terça-feira que mais de 90% dos gastos públicos são predeterminados, principalmente em forma de pensões, salários, saúde e educação, e que só seria possível reduzi-los depois de batalhas políticas desgastantes e complexas. Mansueto de Almeida, pesquisador no Ipea, diz que as medidas introduzidas até agora pelo governo representam apenas 10% do que precisa ser feito para colocar o deficit sob controle. A incapacidade de Levy de obter grande impacto quanto ao deficit é um reflexo da fraqueza mais ampla do governo –os índices de aprovação de Rousseff já caíram a apenas 7,7%. O ministro da Fazenda até agora não vem sendo culpado por esses tropeços, mas isso não impede especulações renovadas sobre sua permanência no posto por muito mais tempo. Desde que entrou no governo, em janeiro, ele vem sendo fortemente criticado pelo PT, o partido da presidente, por seus apelos à austeridade. Também vem sofrendo ataques da direita, com Paulo Skaf, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o definindo como "ministro do desemprego". De 1995 ao final do ano passado, o Brasil teve apenas três ministros da Fazenda, enquanto a hiperinflação dava vez a um longo período de estabilidade. A presidente Dilma Rousseff, que enfrenta apelos por sua renúncia, continua a apoiar Levy. O fato de que o Ministério da Fazenda possa de novo se tornar um para-raios político é um sinal da força da crise. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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A batalha de Levy 'Mãos de Tesoura' contra o rombo fiscalDurante uma passagem anterior pelo governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ganhou o apelido de "Edward Mãos de Tesoura", inspirado por um filme dos anos 90, devido à sua capacidade de cortar os gastos públicos. Desde que a presidente Dilma Rousseff o levou de volta a Brasília, em janeiro, para desempenhar o papel de policial durão na ala econômica do governo, Levy vem repetindo um alerta brusco: ou o Brasil coloca sua casa fiscal em ordem ou verá seus títulos de dívida relegados à classificação de junk bonds. "O dinheiro acabou", declarou o antigo executivo financeiro em maio, se referindo aos anos recentes de gastos irrestritos. Mas oito meses depois de assumir o posto, Levy vem enfrentando dificuldades para avançar em sua missão, diante do enfraquecimento da economia e de uma crise política que reduziu a capacidade do governo para aprovar qualquer coisa no Congresso. A dimensão imensa do buraco fiscal que o Brasil precisa enfrentar ficou clara na segunda-feira (31) quando o governo anunciou que estava prevendo deficit fiscal no ano que vem mesmo que os pagamentos de juros sobre sua dívida sejam excluídos da conta. Em lugar de propor novos cortes de gastos ou aumentos de impostos, o governo também entregou ao Congresso o trabalho duro de encontrar maneiras de fechar o rombo fiscal. Muitos economistas acusaram Levy e sua equipe econômica de na prática abandonarem os esforços para restaurar a ordem fiscal. "O governo aparentemente está jogando a toalha, e agora entregou ao Congresso a tarefa de buscar fontes adicionais de arrecadação", afirmou Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, em nota de pesquisa. Siobhan Morden, da corretora Jefferies, em Nova York, disse que o governo estava "admitindo a derrota". NOTA DE CRÉDITO A Standard & Poor's e a Moody's, as duas principais agências mundiais de classificação de créditos, postergaram o rebaixamento dos papéis do Brasil para grau inferior ao de investimento, enquanto esperavam para ver os resultados dos esforços de Levy para cortar o orçamento. Mas com a alta na relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 53,4% em 2011 para 64,5%, e com algumas previsões sugerindo que ela em breve atingirá os 70%, alguns analistas antecipam que um rebaixamento virá, dentro de alguns meses. Desde os anos 90, os governos brasileiros vêm empregando um conceito de equilíbrio primário do orçamento –com a exclusão dos pagamentos de juros– a fim de medir seu desempenho fiscal. Mesmo que nem sempre tenham obtido sucesso, os líderes brasileiros ao menos se atribuíam a tarefa de conseguir um superávit primário a cada ano. Mas o governo reconheceu na segunda-feira que mesmo isso seria irrealista, e previu deficit primário de 0,5% do PIB em 2016. Foi a segunda vez que as autoridades divulgaram redução significativa em suas projeções orçamentárias nas últimas semanas. Se os pagamentos de juros forem incluídos, o deficit atual é de cerca de 8,8% do PIB. SEM MARGEM A dura realidade política é que Levy tem pouca margem de manobra. O Estado já elevou acentuadamente os impostos nas duas últimas décadas. O vice-presidente Michel Temer declarou na segunda-feira que "não há espaço para elevar tributos". No entanto, autoridades apontaram na terça-feira que mais de 90% dos gastos públicos são predeterminados, principalmente em forma de pensões, salários, saúde e educação, e que só seria possível reduzi-los depois de batalhas políticas desgastantes e complexas. Mansueto de Almeida, pesquisador no Ipea, diz que as medidas introduzidas até agora pelo governo representam apenas 10% do que precisa ser feito para colocar o deficit sob controle. A incapacidade de Levy de obter grande impacto quanto ao deficit é um reflexo da fraqueza mais ampla do governo –os índices de aprovação de Rousseff já caíram a apenas 7,7%. O ministro da Fazenda até agora não vem sendo culpado por esses tropeços, mas isso não impede especulações renovadas sobre sua permanência no posto por muito mais tempo. Desde que entrou no governo, em janeiro, ele vem sendo fortemente criticado pelo PT, o partido da presidente, por seus apelos à austeridade. Também vem sofrendo ataques da direita, com Paulo Skaf, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o definindo como "ministro do desemprego". De 1995 ao final do ano passado, o Brasil teve apenas três ministros da Fazenda, enquanto a hiperinflação dava vez a um longo período de estabilidade. A presidente Dilma Rousseff, que enfrenta apelos por sua renúncia, continua a apoiar Levy. O fato de que o Ministério da Fazenda possa de novo se tornar um para-raios político é um sinal da força da crise. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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'Ex-prefeita ostentação' ganha liminar para voltar ao cargo no Maranhão
A ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva (sem partido) obteve liminar da Justiça Federal para ter acesso às dependências da prefeitura e secretarias do município e, desta forma, reassumir o cargo. A decisão do juiz federal José Magno Linhares Moraes foi assinada nesta segunda-feira (8). No ano passado, Lidiane, que ficou conhecida como "prefeita ostentação" por postar fotos nas redes sociais em festas de luxo e com roupas caras, chegou a fugir da cidade para não ser presa pela Polícia Federal. Ela é suspeita de fraudes em licitação e desvio em recursos de merenda escolar. Lidiane nega as acusações. De acordo com os autos, a ex-prefeita solicitou à Justiça a revogação da sua proibição de acesso aos prédios municipais para reassumir o comando do município após ter sido convocada em sessão extraordinária pelo presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Arão Silva (PTC), para tomar posse no cargo. Na decisão, o magistrado destacou que "tendo sito alterada a situação fatídica vivenciada pela requerente, a qual se encontra prestes a exercer suas funções públicas ao cargo de prefeito, subscrito pelo presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim e prestando homenagem ao princípio da razoabilidade, considero desnecessária a manutenção da medida restritiva, ora impugnada". O juiz determinou que a Câmara de Vereadores junte aos autos a documentação da posse de Lidiane em até três dias. A reportagem tentou sem sucesso contato com Arão Silva e a defesa de Lidiane na noite desta segunda-feira (8). AFASTAMENTO Lidiane está afastada da prefeitura de Bom Jardim desde o dia 20 de agosto de 2015, quando fugiu da cidade para não ser presa pela Polícia Federal durante a operação Éden. Na ocasião, a polícia tentou cumprir três mandados de prisão expedidos pela Justiça contra ela, contra o ex-marido e ex-secretário de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, e contra o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva. Santos e Silva foram presos, mas obtiveram habeas corpus no dia 25 de setembro e respondem pelos crimes em liberdade. Já Lidiane ficou 39 dias foragida até se entregar na superintendência da Polícia Federal de São Luís no dia 28 de setembro. Ela atualmente usa tornozeleira eletrônica e está respondendo aos processos em liberdade. A vice-prefeita de Bom Jardim, Malrinete Gralhada (PMDB), assumiu interinamente a administração municipal no dia 28 de setembro, seguindo liminar da 2ª Vara da Comarca de Bom Jardim. DENÚNCIA O grupo foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estado) por desvio de recursos no valor de R$ 15 milhões destinados à educação. Investigações apontaram que os alunos das escolas municipais eram dispensados mais cedo das aulas por falta de merenda. Lidiane ficou conhecida por ostentar suposta riqueza em eventos na cidade e nas redes sociais, posando para fotos de viagens, festas, carros e roupas caras –em 2012, ao se candidatar à prefeitura, ela declarou à Justiça Eleitoral que não possuía bens. A defesa de Lidiane alegou que ela teria recursos próprios para Justificar a vida de luxo e negou que ela usou qualquer recurso o público em benefício próprio. O salário de R$ 12 mil que ela ganhava enquanto prefeita, os bens deixados pelo ex-marido e um "namorado rico" explicariam a mudança de status social dela.
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'Ex-prefeita ostentação' ganha liminar para voltar ao cargo no MaranhãoA ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva (sem partido) obteve liminar da Justiça Federal para ter acesso às dependências da prefeitura e secretarias do município e, desta forma, reassumir o cargo. A decisão do juiz federal José Magno Linhares Moraes foi assinada nesta segunda-feira (8). No ano passado, Lidiane, que ficou conhecida como "prefeita ostentação" por postar fotos nas redes sociais em festas de luxo e com roupas caras, chegou a fugir da cidade para não ser presa pela Polícia Federal. Ela é suspeita de fraudes em licitação e desvio em recursos de merenda escolar. Lidiane nega as acusações. De acordo com os autos, a ex-prefeita solicitou à Justiça a revogação da sua proibição de acesso aos prédios municipais para reassumir o comando do município após ter sido convocada em sessão extraordinária pelo presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Arão Silva (PTC), para tomar posse no cargo. Na decisão, o magistrado destacou que "tendo sito alterada a situação fatídica vivenciada pela requerente, a qual se encontra prestes a exercer suas funções públicas ao cargo de prefeito, subscrito pelo presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim e prestando homenagem ao princípio da razoabilidade, considero desnecessária a manutenção da medida restritiva, ora impugnada". O juiz determinou que a Câmara de Vereadores junte aos autos a documentação da posse de Lidiane em até três dias. A reportagem tentou sem sucesso contato com Arão Silva e a defesa de Lidiane na noite desta segunda-feira (8). AFASTAMENTO Lidiane está afastada da prefeitura de Bom Jardim desde o dia 20 de agosto de 2015, quando fugiu da cidade para não ser presa pela Polícia Federal durante a operação Éden. Na ocasião, a polícia tentou cumprir três mandados de prisão expedidos pela Justiça contra ela, contra o ex-marido e ex-secretário de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, e contra o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva. Santos e Silva foram presos, mas obtiveram habeas corpus no dia 25 de setembro e respondem pelos crimes em liberdade. Já Lidiane ficou 39 dias foragida até se entregar na superintendência da Polícia Federal de São Luís no dia 28 de setembro. Ela atualmente usa tornozeleira eletrônica e está respondendo aos processos em liberdade. A vice-prefeita de Bom Jardim, Malrinete Gralhada (PMDB), assumiu interinamente a administração municipal no dia 28 de setembro, seguindo liminar da 2ª Vara da Comarca de Bom Jardim. DENÚNCIA O grupo foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estado) por desvio de recursos no valor de R$ 15 milhões destinados à educação. Investigações apontaram que os alunos das escolas municipais eram dispensados mais cedo das aulas por falta de merenda. Lidiane ficou conhecida por ostentar suposta riqueza em eventos na cidade e nas redes sociais, posando para fotos de viagens, festas, carros e roupas caras –em 2012, ao se candidatar à prefeitura, ela declarou à Justiça Eleitoral que não possuía bens. A defesa de Lidiane alegou que ela teria recursos próprios para Justificar a vida de luxo e negou que ela usou qualquer recurso o público em benefício próprio. O salário de R$ 12 mil que ela ganhava enquanto prefeita, os bens deixados pelo ex-marido e um "namorado rico" explicariam a mudança de status social dela.
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Brancos do Sul e Sudeste carregam nos genes pistas sobre o tráfico negreiro
Um dos mais completos estudos genéticos já feitos sobre os ancestrais dos brasileiros mostra que, apesar do predomínio do DNA europeu, até os brancos do Sul e do Sudeste carregam em seus genes pistas sobre o tráfico negreiro. A análise não envolveu gente do Brasil todo –foram estudados voluntários de Salvador (BA), Bambuí (MG) e Pelotas (RS). Mas, com 6.487 participantes e 30 genomas humanos totalmente "lidos", a pesquisa conseguiu ter uma visão aprofundada dos genomas africanos, indígenas e europeus que se mesclaram para formar a atual população brasileira. Coordenado por Eduardo Tarazona-Santos, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o estudo saiu na edição desta segunda (29) da revista científica "PNAS". Tanto na cidade gaúcha quanto na mineira, mais de três quartos do genoma dos moradores deriva de ancestrais europeus. Só em Salvador a situação é mais equilibrada, com 50,8% de contribuição genética africana e 42,9% europeia (veja infográfico). A desigualdade fica ainda mais clara quando se considera a proporção relativamente baixa de ancestrais indígenas em todos os lugares. "A gente estima que essa contribuição dos índios aconteceu imediatamente após a conquista, e não gradualmente", conta Tarazona-Santos. Outro exemplo dessa assimetria é o fato de que, quando se olha apenas os genes passados pelo lado materno, do DNA mitocondrial (presentes nas mitocôndrias, usinas de energia das células), o legado das mulheres indígenas e negras é muito mais acentuado. Ou seja, homens europeus frequentemente se casavam com elas, mas mulheres europeias raramente tinham parceiros negros ou indígenas. As análises de DNA mostram ainda que, apesar da mestiçagem, o que predominou ao longo dos séculos foram as uniões entre pessoas com ancestralidade parecida. "O Brasil nunca teve segregação como os Estados Unidos, mas nem por isso a mistura foi totalmente harmônica aqui", resume o pesquisador da UFMG. SALVADOR, CAPITAL DO ALABAMA Para o coordenador do estudo, um dos resultados mais interessantes da análise é a possibilidade de enxergar com clareza a diferença entre as pessoas de origem africana do Nordeste, de um lado, e as do Sul e do Sudeste, de outro. Desse ponto de vista, é quase como se Salvador fosse a capital do Alabama. Isso porque, na metrópole baiana, cerca de 80% da contribuição genômica negra teria vindo da África Ocidental, proporção que é muito parecida com a vista entre negros dos EUA. Por outro lado, as amostras mineira e gaúcha indicam que cerca de 40% dos genes africanos teriam sido legados por gente de Moçambique e áreas vizinhas da África Oriental, do outro lado do continente. Além disso, como são relativamente raros os estudos genéticos com as populações do leste da África, avaliar o DNA dos brasileiros do Sul e Sudeste, mesmo o dos brancos com algum grau de mestiçagem, traz pistas sobre os grupos africanos. "Os americanos são loucos para estudar Moçambique, mas um jeito mais simples de chegar a essas populações é analisar o pessoal do sul do Brasil", diz ele. Não se trata, porém, de mera curiosidade histórica. Tarazona-Santos explica que, entre as variantes genéticas estudadas, algumas estão ligadas a doenças como esclerose múltipla e doença de Crohn (uma inflamação do sistema digestivo) e são diferentes dependendo da região de origem na África. "Isso significa que, até no caso da susceptibilidade a doenças complexas, um negro do Nordeste e outro do Sul do Brasil podem ser bem diferentes", diz ele. O estudo dessas variantes também indica que, apesar do preconceito ainda associado à origem africana no Brasil, carregar genes exclusivamente europeus pode ter desvantagens para a saúde. É que, ao que parece, a concentração de mutações potencialmente nocivas no DNA é mais comum entre gente de origem não africana. Isso provavelmente acontece porque, quando os primeiros seres humanos modernos deixaram a África, eles eram poucos, com apenas uma parcela da diversidade genética existente no continente africano. Reproduziram-se, então, a partir desse pequeno grupo, como se fossem uma família na qual primos se casam entre si, o que tende a concentrar as mutações "ruins". A análise do DNA dos brasileiros confirmou essa tendência. Editoria de Arte/Folhapress
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Brancos do Sul e Sudeste carregam nos genes pistas sobre o tráfico negreiroUm dos mais completos estudos genéticos já feitos sobre os ancestrais dos brasileiros mostra que, apesar do predomínio do DNA europeu, até os brancos do Sul e do Sudeste carregam em seus genes pistas sobre o tráfico negreiro. A análise não envolveu gente do Brasil todo –foram estudados voluntários de Salvador (BA), Bambuí (MG) e Pelotas (RS). Mas, com 6.487 participantes e 30 genomas humanos totalmente "lidos", a pesquisa conseguiu ter uma visão aprofundada dos genomas africanos, indígenas e europeus que se mesclaram para formar a atual população brasileira. Coordenado por Eduardo Tarazona-Santos, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o estudo saiu na edição desta segunda (29) da revista científica "PNAS". Tanto na cidade gaúcha quanto na mineira, mais de três quartos do genoma dos moradores deriva de ancestrais europeus. Só em Salvador a situação é mais equilibrada, com 50,8% de contribuição genética africana e 42,9% europeia (veja infográfico). A desigualdade fica ainda mais clara quando se considera a proporção relativamente baixa de ancestrais indígenas em todos os lugares. "A gente estima que essa contribuição dos índios aconteceu imediatamente após a conquista, e não gradualmente", conta Tarazona-Santos. Outro exemplo dessa assimetria é o fato de que, quando se olha apenas os genes passados pelo lado materno, do DNA mitocondrial (presentes nas mitocôndrias, usinas de energia das células), o legado das mulheres indígenas e negras é muito mais acentuado. Ou seja, homens europeus frequentemente se casavam com elas, mas mulheres europeias raramente tinham parceiros negros ou indígenas. As análises de DNA mostram ainda que, apesar da mestiçagem, o que predominou ao longo dos séculos foram as uniões entre pessoas com ancestralidade parecida. "O Brasil nunca teve segregação como os Estados Unidos, mas nem por isso a mistura foi totalmente harmônica aqui", resume o pesquisador da UFMG. SALVADOR, CAPITAL DO ALABAMA Para o coordenador do estudo, um dos resultados mais interessantes da análise é a possibilidade de enxergar com clareza a diferença entre as pessoas de origem africana do Nordeste, de um lado, e as do Sul e do Sudeste, de outro. Desse ponto de vista, é quase como se Salvador fosse a capital do Alabama. Isso porque, na metrópole baiana, cerca de 80% da contribuição genômica negra teria vindo da África Ocidental, proporção que é muito parecida com a vista entre negros dos EUA. Por outro lado, as amostras mineira e gaúcha indicam que cerca de 40% dos genes africanos teriam sido legados por gente de Moçambique e áreas vizinhas da África Oriental, do outro lado do continente. Além disso, como são relativamente raros os estudos genéticos com as populações do leste da África, avaliar o DNA dos brasileiros do Sul e Sudeste, mesmo o dos brancos com algum grau de mestiçagem, traz pistas sobre os grupos africanos. "Os americanos são loucos para estudar Moçambique, mas um jeito mais simples de chegar a essas populações é analisar o pessoal do sul do Brasil", diz ele. Não se trata, porém, de mera curiosidade histórica. Tarazona-Santos explica que, entre as variantes genéticas estudadas, algumas estão ligadas a doenças como esclerose múltipla e doença de Crohn (uma inflamação do sistema digestivo) e são diferentes dependendo da região de origem na África. "Isso significa que, até no caso da susceptibilidade a doenças complexas, um negro do Nordeste e outro do Sul do Brasil podem ser bem diferentes", diz ele. O estudo dessas variantes também indica que, apesar do preconceito ainda associado à origem africana no Brasil, carregar genes exclusivamente europeus pode ter desvantagens para a saúde. É que, ao que parece, a concentração de mutações potencialmente nocivas no DNA é mais comum entre gente de origem não africana. Isso provavelmente acontece porque, quando os primeiros seres humanos modernos deixaram a África, eles eram poucos, com apenas uma parcela da diversidade genética existente no continente africano. Reproduziram-se, então, a partir desse pequeno grupo, como se fossem uma família na qual primos se casam entre si, o que tende a concentrar as mutações "ruins". A análise do DNA dos brasileiros confirmou essa tendência. Editoria de Arte/Folhapress
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Lógica torturada
Antipatizar com delatores é uma questão pessoal, mas Dilma Rousseff (PT), na condição de presidente da República, tem o dever legal de respeitar um instituto admitido pela legislação brasileira –a norma mais recente sobre o tema, aliás, foi sancionada pela própria petista em 2013. Já não seria pouco, mas Dilma não se limitou a quebrar a liturgia do cargo e a demonstrar incoerência. Procurando se esquivar de acusações feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, a presidente desmereceu companheiros do passado, misturou democracia com ditadura e atacou um mecanismo de defesa que auxilia as investigações. Em Nova York, ao comentar irregularidades que Pessoa atribuiu ao financiamento de sua campanha à reeleição, a petista afirmou: "Não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora (...) e garanto que resisti bravamente". Dilma pode ter suportado a dor das sevícias; outros tantos sucumbiram. Merecem o desprezo da presidente? Talvez ela tenha se deixado trair, ainda hoje, pela "mitologia heroica" que, como descreve o jornalista Elio Gaspari, era compartilhada por vítimas e algozes. No livro "A Ditadura Escancarada", Gaspari ainda lembra algo de que Dilma parece ter-se esquecido: a tortura surge como opção pelo "fato de que ela funciona. O preso não quer falar, apanha e fala". Isso nada revela sobre o caráter do torturado, mas diz muito acerca de governos que aceitam essa desumanidade: são regimes ditatoriais que ignoram o primado da lei e mandam às favas princípios caros às democracias, entre os quais está o devido processo legal. Embora advogados de envolvidos na Operação Lava Jato apontem abusos nas prisões, não se tem notícia de violência física ou supressão do direito de defesa. Não se confundem com ruptura institucional os eventuais exageros processuais –mesmo porque estes têm sido debatidos nas mais diversas instâncias competentes. Também têm sido debatidas nos foros apropriados as informações oferecidas por quem buscou um acordo de delação premiada em troca de redução da pena. Como Dilma Rousseff bem sabe, a eficácia da colaboração será levada em conta na concessão do benefício. Se Ricardo Pessoa mentiu ao dizer que pagou propina no esquema da Petrobras ou ao afirmar que deu dinheiro à campanha de Dilma por medo de arruinar negócios com a estatal, a presidente pode ficar tranquila: ele perderá a vantagem processual e suas acusações não levarão a nada, pois ninguém há de ser condenado apenas com base na manifestação do delator. Isso é o que garante a lei –a mesma lei que Dilma saudou durante as eleições e que agora, cada vez mais isolada, pretende desacreditar. [email protected]
opiniao
Lógica torturadaAntipatizar com delatores é uma questão pessoal, mas Dilma Rousseff (PT), na condição de presidente da República, tem o dever legal de respeitar um instituto admitido pela legislação brasileira –a norma mais recente sobre o tema, aliás, foi sancionada pela própria petista em 2013. Já não seria pouco, mas Dilma não se limitou a quebrar a liturgia do cargo e a demonstrar incoerência. Procurando se esquivar de acusações feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, a presidente desmereceu companheiros do passado, misturou democracia com ditadura e atacou um mecanismo de defesa que auxilia as investigações. Em Nova York, ao comentar irregularidades que Pessoa atribuiu ao financiamento de sua campanha à reeleição, a petista afirmou: "Não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora (...) e garanto que resisti bravamente". Dilma pode ter suportado a dor das sevícias; outros tantos sucumbiram. Merecem o desprezo da presidente? Talvez ela tenha se deixado trair, ainda hoje, pela "mitologia heroica" que, como descreve o jornalista Elio Gaspari, era compartilhada por vítimas e algozes. No livro "A Ditadura Escancarada", Gaspari ainda lembra algo de que Dilma parece ter-se esquecido: a tortura surge como opção pelo "fato de que ela funciona. O preso não quer falar, apanha e fala". Isso nada revela sobre o caráter do torturado, mas diz muito acerca de governos que aceitam essa desumanidade: são regimes ditatoriais que ignoram o primado da lei e mandam às favas princípios caros às democracias, entre os quais está o devido processo legal. Embora advogados de envolvidos na Operação Lava Jato apontem abusos nas prisões, não se tem notícia de violência física ou supressão do direito de defesa. Não se confundem com ruptura institucional os eventuais exageros processuais –mesmo porque estes têm sido debatidos nas mais diversas instâncias competentes. Também têm sido debatidas nos foros apropriados as informações oferecidas por quem buscou um acordo de delação premiada em troca de redução da pena. Como Dilma Rousseff bem sabe, a eficácia da colaboração será levada em conta na concessão do benefício. Se Ricardo Pessoa mentiu ao dizer que pagou propina no esquema da Petrobras ou ao afirmar que deu dinheiro à campanha de Dilma por medo de arruinar negócios com a estatal, a presidente pode ficar tranquila: ele perderá a vantagem processual e suas acusações não levarão a nada, pois ninguém há de ser condenado apenas com base na manifestação do delator. Isso é o que garante a lei –a mesma lei que Dilma saudou durante as eleições e que agora, cada vez mais isolada, pretende desacreditar. [email protected]
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Polícia mata iraquiano a tiros em abrigo de refugiados em Berlim
Um imigrante iraquiano de 29 anos foi morto a tiros pela polícia em um abrigo de refugiados em Berlim na noite desta terça-feira (27), num incidente envolvendo o suposto abuso sexual de uma menina de seis anos de idade. Os policiais responsáveis pelos disparos estão sendo investigados. As autoridades foram chamadas a um abrigo de refugiados no bairro Moabit devido à suspeita de abuso. O suposto agressor é um paquistanês de 27 anos, também residente do local. Quando ele estava algemado no carro da polícia, o iraquiano, que seria pai da menina, avançou com uma faca contra ele. Segundo testemunhas, o iraquiano gritou: "Você não vai sobreviver a isso". Os policiais não conseguiram deter o homem, e três deles teriam disparado. O corpo da vítima passará por uma autópsia nesta quarta-feira (28), segundo o porta-voz da polícia Martin Steltner. Uma investigação de homicídio foi aberta contra os agentes. O paquistanês, por sua vez, é investigado sob suspeita de abuso sexual. Relatos de testemunhas, segundo a imprensa local, apontam que a menina foi abusada.
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Polícia mata iraquiano a tiros em abrigo de refugiados em BerlimUm imigrante iraquiano de 29 anos foi morto a tiros pela polícia em um abrigo de refugiados em Berlim na noite desta terça-feira (27), num incidente envolvendo o suposto abuso sexual de uma menina de seis anos de idade. Os policiais responsáveis pelos disparos estão sendo investigados. As autoridades foram chamadas a um abrigo de refugiados no bairro Moabit devido à suspeita de abuso. O suposto agressor é um paquistanês de 27 anos, também residente do local. Quando ele estava algemado no carro da polícia, o iraquiano, que seria pai da menina, avançou com uma faca contra ele. Segundo testemunhas, o iraquiano gritou: "Você não vai sobreviver a isso". Os policiais não conseguiram deter o homem, e três deles teriam disparado. O corpo da vítima passará por uma autópsia nesta quarta-feira (28), segundo o porta-voz da polícia Martin Steltner. Uma investigação de homicídio foi aberta contra os agentes. O paquistanês, por sua vez, é investigado sob suspeita de abuso sexual. Relatos de testemunhas, segundo a imprensa local, apontam que a menina foi abusada.
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Relator de taxa do BNDES muda texto para evitar oscilação 'nervosa'
A nova taxa de juros do BNDES deverá seguir a média da variação dos últimos três meses do título de dívida pública NTN-B. A nova taxa (TLP) está em discussão no Congresso, e o relatório do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) tinha previsão para ser lido ainda nesta terça (1º) em comissão especial mista. No entanto, foi adiado para o dia 8. Após reunião no Ministério da Fazenda, o deputado afirmou que decidiu incorporar sugestão de adotar a média dos últimos três meses para responder às críticas de que a nova taxa seria muito "nervosa", termo adotado pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, sobre a TLP. A TLP deverá substituir a atual TJLP, hoje em 7% ao ano e fixada trimestralmente pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Com a mudança, a taxa do BNDES tende a se aproximar dos juros praticados no mercado financeiro. A transição deverá ser feita em cinco anos. A ideia de adotar a média trimestral já estava no radar da equipe econômica, que planejava incorporá-la por meio de resolução. Com a decisão do relator, a média trimestral entrará no texto da lei que cria a TLP. "Nós resolvemos pegar essa sugestão que surgiu nos debates e já incorporar ao nosso relatório. Isso já foi tratado com a equipe econômica e, portanto, é um ponto pacífico que responde a uma crítica fundamental quanto à volatilidade da taxa", disse Gomes. Reunião nesta terça, no Ministério da Fazenda, teve participação do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, do ministro Dyogo Oliveira (Planejamento), além dos principais articuladores do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado André Moura (PSC-CE). Também participaram do encontro senadores que compõem a comissão mista que analisa o tema no Congresso. Para a taxa entrar em vigor, o relatório tem que ser apreciado na comissão e nos plenários da Câmara e do Senado até o dia 6 de setembro. Caso isso não ocorra, a MP que criou a taxa perde a validade. A TLP foi alvo de críticas de Rabello de Castro e de setores industriais, o que levou a uma mobilização da equipe econômica do governo em favor da mudança. Rabello de Castro acabou assinando nota conjunta com os demais integrantes da equipe econômica dias depois. O principal argumento do governo é que a TLP reduzirá os subsídios concedidos às grandes empresas que tomam empréstimos no BNDES, recursos que poderiam ser usados em outros programas públicos. Além disso, esses incentivos não são explícitos, ou seja, não passam pelo Orçamento federal. Já os críticos afirmam que a nova taxa vai encarecer o custo para se investir, o que ocorre em um momento em que o país sai de sua pior crise econômica. O senador Romero Jucá disse que a mudança no texto "ajusta o único ponto que poderia dar alguma dúvida ou instabilidade." "É uma solução bastante interessante, bastante criativa, que dá mais estabilidade para que a TLP possa efetivamente financiar a todos e possa ajudar a baixar os juros de todos os setores." O senador respondeu ainda a questionamentos sobre o motivo de Rabello de Castro não ter participado do encontro sobre a taxa de juros que remunera os empréstimos do banco. "É uma discussão com a base e com os deputados e senadores que tinham dúvidas", afirmou. "Vieram aqueles que poderiam dar qualquer tipo de esclarecimento. O BNDES já participou de outras reuniões, portanto, não havia necessidade urgente da presença do Paulo Rabello de Castro, já que ele definiu os procedimentos com a equipe econômica." O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), embora anfitrião, também não participou do encontro, segundo Jucá. Ele teve encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
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Relator de taxa do BNDES muda texto para evitar oscilação 'nervosa'A nova taxa de juros do BNDES deverá seguir a média da variação dos últimos três meses do título de dívida pública NTN-B. A nova taxa (TLP) está em discussão no Congresso, e o relatório do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) tinha previsão para ser lido ainda nesta terça (1º) em comissão especial mista. No entanto, foi adiado para o dia 8. Após reunião no Ministério da Fazenda, o deputado afirmou que decidiu incorporar sugestão de adotar a média dos últimos três meses para responder às críticas de que a nova taxa seria muito "nervosa", termo adotado pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, sobre a TLP. A TLP deverá substituir a atual TJLP, hoje em 7% ao ano e fixada trimestralmente pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Com a mudança, a taxa do BNDES tende a se aproximar dos juros praticados no mercado financeiro. A transição deverá ser feita em cinco anos. A ideia de adotar a média trimestral já estava no radar da equipe econômica, que planejava incorporá-la por meio de resolução. Com a decisão do relator, a média trimestral entrará no texto da lei que cria a TLP. "Nós resolvemos pegar essa sugestão que surgiu nos debates e já incorporar ao nosso relatório. Isso já foi tratado com a equipe econômica e, portanto, é um ponto pacífico que responde a uma crítica fundamental quanto à volatilidade da taxa", disse Gomes. Reunião nesta terça, no Ministério da Fazenda, teve participação do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, do ministro Dyogo Oliveira (Planejamento), além dos principais articuladores do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado André Moura (PSC-CE). Também participaram do encontro senadores que compõem a comissão mista que analisa o tema no Congresso. Para a taxa entrar em vigor, o relatório tem que ser apreciado na comissão e nos plenários da Câmara e do Senado até o dia 6 de setembro. Caso isso não ocorra, a MP que criou a taxa perde a validade. A TLP foi alvo de críticas de Rabello de Castro e de setores industriais, o que levou a uma mobilização da equipe econômica do governo em favor da mudança. Rabello de Castro acabou assinando nota conjunta com os demais integrantes da equipe econômica dias depois. O principal argumento do governo é que a TLP reduzirá os subsídios concedidos às grandes empresas que tomam empréstimos no BNDES, recursos que poderiam ser usados em outros programas públicos. Além disso, esses incentivos não são explícitos, ou seja, não passam pelo Orçamento federal. Já os críticos afirmam que a nova taxa vai encarecer o custo para se investir, o que ocorre em um momento em que o país sai de sua pior crise econômica. O senador Romero Jucá disse que a mudança no texto "ajusta o único ponto que poderia dar alguma dúvida ou instabilidade." "É uma solução bastante interessante, bastante criativa, que dá mais estabilidade para que a TLP possa efetivamente financiar a todos e possa ajudar a baixar os juros de todos os setores." O senador respondeu ainda a questionamentos sobre o motivo de Rabello de Castro não ter participado do encontro sobre a taxa de juros que remunera os empréstimos do banco. "É uma discussão com a base e com os deputados e senadores que tinham dúvidas", afirmou. "Vieram aqueles que poderiam dar qualquer tipo de esclarecimento. O BNDES já participou de outras reuniões, portanto, não havia necessidade urgente da presença do Paulo Rabello de Castro, já que ele definiu os procedimentos com a equipe econômica." O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), embora anfitrião, também não participou do encontro, segundo Jucá. Ele teve encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
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Luiza Erundina e Renato Simões: Uma constituinte para a reforma política
As primeiras falas da presidente Dilma Rousseff, logo após o resultado das eleições, demonstraram sua firme determinação de priorizar a reforma política com participação popular. Ela expressou, com a consciência propiciada pela disputa nas ruas, a necessidade de superação do fosso existente entre a democracia representativa e a sociedade. A insatisfação que se manifestou nas ruas em junho de 2013 se aprofunda, exigindo decisões efetivas e urgentes. A reforma política se arrasta há anos no Congresso Nacional e, a cada eleição, o financiamento das campanhas dos candidatos pelo poder econômico impede a formação de maioria que viabilize a aprovação das mudanças reclamadas pela sociedade. Nem mesmo o debate no âmbito restrito da reforma eleitoral avança. Propostas meritórias, como as constantes do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS), de 2012, e as apresentadas pela Coalizão Democrática – encabeçada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral–, são confrontadas com a "contrarreforma" de iniciativa do grupo de trabalho que apresentou a PEC 357/2014, que aprofunda os traços autoritários e elitistas do sistema político atual. Na semana da pátria de 2014, um plebiscito popular organizado por mais de 480 movimentos sociais coletou mais de 7 milhões de votos sobre o tema da reforma política, dos quais 97% foram favoráveis a convocar uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político. A correção das distorções do atual sistema político transcende uma mera reforma da legislação ordinária referente à matéria. Exige, sim, uma mudança estrutural do Estado brasileiro, ou seja, do sistema político como um todo, que compreende os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Somente assim será possível atender às atuais demandas da sociedade por transparência, ética, participação e igualdade de direitos para todos, consolidando e aperfeiçoando a democracia representativa e a participativa. Com o apoio de 183 deputados, apresentamos o projeto de decreto legislativo n° 1508/2014, que convoca um plebiscito nos termos do artigo 49, inciso XV, da Constituição Federal, com a pergunta: "Você é a favor de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?". Só um plebiscito poderá conferir legitimidade a uma decisão tão fundamental como essa. E somente uma constituinte exclusiva e soberana, com mandato exclusivo para fazer a reforma política, terá as condições políticas necessárias para promover uma reforma política ampla, democrática e participativa. O projeto de lei só será viável com mobilizações e amplo debate com a sociedade. Sua aprovação só ocorrerá se o recado das ruas for entendido pelos agentes políticos responsáveis por encontrar os caminhos para o fortalecimento da democracia numa perspectiva de nação soberana, justa e solidária. LUIZA ERUNDINA, 80, é deputada federal (PSB-SP) RENATO SIMÕES, 53, é ex-deputado federal (PT-SP) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Luiza Erundina e Renato Simões: Uma constituinte para a reforma políticaAs primeiras falas da presidente Dilma Rousseff, logo após o resultado das eleições, demonstraram sua firme determinação de priorizar a reforma política com participação popular. Ela expressou, com a consciência propiciada pela disputa nas ruas, a necessidade de superação do fosso existente entre a democracia representativa e a sociedade. A insatisfação que se manifestou nas ruas em junho de 2013 se aprofunda, exigindo decisões efetivas e urgentes. A reforma política se arrasta há anos no Congresso Nacional e, a cada eleição, o financiamento das campanhas dos candidatos pelo poder econômico impede a formação de maioria que viabilize a aprovação das mudanças reclamadas pela sociedade. Nem mesmo o debate no âmbito restrito da reforma eleitoral avança. Propostas meritórias, como as constantes do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS), de 2012, e as apresentadas pela Coalizão Democrática – encabeçada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral–, são confrontadas com a "contrarreforma" de iniciativa do grupo de trabalho que apresentou a PEC 357/2014, que aprofunda os traços autoritários e elitistas do sistema político atual. Na semana da pátria de 2014, um plebiscito popular organizado por mais de 480 movimentos sociais coletou mais de 7 milhões de votos sobre o tema da reforma política, dos quais 97% foram favoráveis a convocar uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político. A correção das distorções do atual sistema político transcende uma mera reforma da legislação ordinária referente à matéria. Exige, sim, uma mudança estrutural do Estado brasileiro, ou seja, do sistema político como um todo, que compreende os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Somente assim será possível atender às atuais demandas da sociedade por transparência, ética, participação e igualdade de direitos para todos, consolidando e aperfeiçoando a democracia representativa e a participativa. Com o apoio de 183 deputados, apresentamos o projeto de decreto legislativo n° 1508/2014, que convoca um plebiscito nos termos do artigo 49, inciso XV, da Constituição Federal, com a pergunta: "Você é a favor de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?". Só um plebiscito poderá conferir legitimidade a uma decisão tão fundamental como essa. E somente uma constituinte exclusiva e soberana, com mandato exclusivo para fazer a reforma política, terá as condições políticas necessárias para promover uma reforma política ampla, democrática e participativa. O projeto de lei só será viável com mobilizações e amplo debate com a sociedade. Sua aprovação só ocorrerá se o recado das ruas for entendido pelos agentes políticos responsáveis por encontrar os caminhos para o fortalecimento da democracia numa perspectiva de nação soberana, justa e solidária. LUIZA ERUNDINA, 80, é deputada federal (PSB-SP) RENATO SIMÕES, 53, é ex-deputado federal (PT-SP) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Redes sociais refletem a sociedade, diz diretora do YouTube sobre polêmicas
Para Fernanda Cerávolo, diretora do YouTube Brasil, conteúdo violento ou polêmico em redes sociais é um "reflexo da sociedade", já que Facebook e YouTube "são plataformas democráticas e muito acessíveis". Em entrevista à Folha, Cerávolo afirma que o YouTube quer coibir "pornografia, violência e tudo o que não deve estar em uma rede social". Após o YouTube ter problemas com anunciantes devido à existência de vídeos neonazistas, em março, o Facebook sofreu críticas por ter hospedado vídeos ao vivo de homicídios levantando debates sobre o que pode ser permitido nessas plataformas. No YouTube, só quem tem mais de mil inscritos pode gravar ao vivo, então casos de violência são menos comuns. "Violência, conteúdo controverso, sempre vai existir. Já há mecanismos que impedem que esses conteúdos sejam publicados, ou que os rastreiam rapidamente depois da publicação. Mas não é perfeito, ainda está em desenvolvimento", diz Cerávolo. Outro aspecto que preocupa pais é conteúdo adulto "disfarçado" de infantil, como vídeos da personagem Peppa Pig e do jogo "Minecraft" com sexo e violência, muitas vezes produzidos pelas próprias crianças e adolescentes que frequentam a rede. A respeito disso, Cerávolo e o Google, quando questionado, são categóricos: o YouTube não é para crianças. "Nós seguimos à risca a política de uso do canal. Quem tem menos de 13 anos não pode usar o YouTube", afirma. "Para isso, existe o [aplicativo] YouTube Kids, que tem um filtro muito mais pesado do que o resto do site. Desafio você a encontrar conteúdo inadequado ali. Não tem." Na versão para crianças, lançada em 2015, o algoritmo de seleção de vídeos opera de uma maneira muito mais restrita. Ainda assim, o Google recomenda que os adultos fiquem alertas para denunciar vídeos inadequados. O aplicativo permite que os pais desabilitem a busca, reduzindo a experiência dos filhos apenas aos vídeos recomendados. Também há a possibilidade de limpar o histórico e de usar um timer, controlando o tempo que a criança passa assistindo a vídeos. Para Cerávolo, é importante reforçar que o YouTube é um ambiente voltado à educação, que deve ser seguro para todas as idades. Assim que foi lançado, há dois anos, o YouTube Kids foi posto à prova e foram encontrados vídeos inadequados, como piadas sujas e clipes de filmes para adultos. Em um teste feito pela Folha, em maio, havia paródias feitas por crianças, como um vídeo em que a princesa Elsa, de "Frozen", perde o vestido e é socorrida pelo Homem-Aranha –mas nada de cunho sexual. Já na versão liberada para adultos, vídeos "sujos" com personagens de desenho são abundantes em canais como "Smile Kids TV" e "RezendeEvil", entre outros.
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Redes sociais refletem a sociedade, diz diretora do YouTube sobre polêmicasPara Fernanda Cerávolo, diretora do YouTube Brasil, conteúdo violento ou polêmico em redes sociais é um "reflexo da sociedade", já que Facebook e YouTube "são plataformas democráticas e muito acessíveis". Em entrevista à Folha, Cerávolo afirma que o YouTube quer coibir "pornografia, violência e tudo o que não deve estar em uma rede social". Após o YouTube ter problemas com anunciantes devido à existência de vídeos neonazistas, em março, o Facebook sofreu críticas por ter hospedado vídeos ao vivo de homicídios levantando debates sobre o que pode ser permitido nessas plataformas. No YouTube, só quem tem mais de mil inscritos pode gravar ao vivo, então casos de violência são menos comuns. "Violência, conteúdo controverso, sempre vai existir. Já há mecanismos que impedem que esses conteúdos sejam publicados, ou que os rastreiam rapidamente depois da publicação. Mas não é perfeito, ainda está em desenvolvimento", diz Cerávolo. Outro aspecto que preocupa pais é conteúdo adulto "disfarçado" de infantil, como vídeos da personagem Peppa Pig e do jogo "Minecraft" com sexo e violência, muitas vezes produzidos pelas próprias crianças e adolescentes que frequentam a rede. A respeito disso, Cerávolo e o Google, quando questionado, são categóricos: o YouTube não é para crianças. "Nós seguimos à risca a política de uso do canal. Quem tem menos de 13 anos não pode usar o YouTube", afirma. "Para isso, existe o [aplicativo] YouTube Kids, que tem um filtro muito mais pesado do que o resto do site. Desafio você a encontrar conteúdo inadequado ali. Não tem." Na versão para crianças, lançada em 2015, o algoritmo de seleção de vídeos opera de uma maneira muito mais restrita. Ainda assim, o Google recomenda que os adultos fiquem alertas para denunciar vídeos inadequados. O aplicativo permite que os pais desabilitem a busca, reduzindo a experiência dos filhos apenas aos vídeos recomendados. Também há a possibilidade de limpar o histórico e de usar um timer, controlando o tempo que a criança passa assistindo a vídeos. Para Cerávolo, é importante reforçar que o YouTube é um ambiente voltado à educação, que deve ser seguro para todas as idades. Assim que foi lançado, há dois anos, o YouTube Kids foi posto à prova e foram encontrados vídeos inadequados, como piadas sujas e clipes de filmes para adultos. Em um teste feito pela Folha, em maio, havia paródias feitas por crianças, como um vídeo em que a princesa Elsa, de "Frozen", perde o vestido e é socorrida pelo Homem-Aranha –mas nada de cunho sexual. Já na versão liberada para adultos, vídeos "sujos" com personagens de desenho são abundantes em canais como "Smile Kids TV" e "RezendeEvil", entre outros.
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Demora em entender riscos contribuiu para crise em UPPs, diz porta-voz
Em meio a uma de suas fases mais turbulentas, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro, criadas em 2008, enfrentam um momento crucial. Com três mortes de moradores nos últimos 15 dias -entre elas a do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de dez anos, atingido por um disparo em frente de casa– e o anúncio de uma "reocupação" do Complexo do Alemão, o programa de pacificação enfrenta o desafio de se reinventar e se reorganizar para seguir adiante. Para analistas, a instabilidade se agravou com a intensificação de tiroteios e confrontos no Alemão, além de problemas na Rocinha e dos desafios do processo de pacificação do Complexo da Maré, ainda ocupado pelas Forças Armadas. Eles acreditam que além de investimentos e melhorias, a "nova UPP" deve incluir uma revisão total da estratégia de pacificação. Robert Muggah, especialista em violência urbana do Instituto Igarapé, acredita que a situação no Alemão representa um acúmulo de todos os problemas que assolam o programa. "Eles parecem ter perdido o controle sobre a narrativa da pacificação. É preciso compreender que cada comunidade é diferente, que precisa haver mais investimento em treinamento, e que o Rio necessita de uma estratégia integrada de segurança pública", indica. A avaliação é partilhada pela promotora Gláucia Santana, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que durante dois anos ouviu quase mil policiais militares, muitos de UPPs, queixando-se de falta de treinamento, armamentos com defeito, bases precárias e sobrecarga de trabalho. "Há falta de investimento, e o policial está sobrecarregado, pressionado, muitas vezes trabalhando em condições insalubres. É preciso começar a reverter este quadro", diz. Para saber como o comando das UPPs pretende lidar com esses desafios, a reportagem conversou com o major Marcelo Corbage, porta-voz do programa e encarregado da interação com as comunidades. Parte da nova cúpula que assumiu o controle do programa em janeiro deste ano, oriunda do Bope, Corbage afirma que o futuro das UPPs depende de um maior comprometimento de diferentes pastas do governo estadual, para que melhorias sociais cheguem às comunidades, além dos investimentos em novas bases e recapacitação dos policiais. Para ele, um dos nortes deste trabalho será identificar e corrigir erros do passado. "Um (dos erros) certamente foi um afastamento da UPP das demais forças de segurança. Incluindo aí forças especiais, agências de inteligência, batalhões de área, Polícia Civil. Além disso houve uma demora excessiva de se entender que algumas bases estavam em situações de elevadíssimo risco, o que também acabou propiciando esse momento ruim", diz. * Veja abaixo os principais trechos da entrevista com Corbage: BBC Brasil - Em agosto do ano passado, a BBC Brasil conversou com o então comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, que rejeitou classificar a crescente tensão como uma "crise". O que mudou de lá para cá? Qual é o momento vivido hoje? Corbage - Seria hipocrisia ou ignorância dizer que não estamos passando por um momento difícil. Contudo, estamos tomando ações para reverter esse cenário num curto espaço de tempo. A diferença é que hoje falamos e fazemos, e é importante perceber que o processo de reorganização operacional e administrativa das UPPs começou na UPP São João, antes desse momento agora no Alemão. Começamos em fevereiro com a requalificação de todo o efetivo desta unidade, inclusive já com o novo formato estipulado pelo decreto que intitula o governador como responsável direto do projeto de polícia de proximidade, passando a responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública diretamente para o Estado. Fizemos um diagnóstico intenso no São João, que nos ajudou a criar uma consciência situacional e traçar medidas emergenciais e também de médio e longo prazo. Quais são essas medidas emergenciais? Primeiro era a questão da recapacitação do efetivo, e depois a inserção das tropas especiais (Bope e Batalhão de Choque) no terreno, para estabilizar a área e trazer tranquilidade para aquela população e para os policiais. Em algumas UPPs o processo não está tão consolidado quanto em outras, e cada uma tem características próprias. Por isso a gente não pode ter uma fórmula pronta para todas. Não podemos repetir os erros passados, de agir ou pensar de uma forma inflexível em todas as unidades. O diálogo também é fundamental, com maior alinhamento de expectativas, equilibrando o que eles esperam de nós e o que nós esperamos deles. Moradores e policiais apontam a falta de treinamento como um grave problema nas UPPs. O ex-comandante do Bope, Paulo Storani, já chegou a dizer que jovens policiais são enviados a comunidades como se estivessem indo para um "holocausto". O que se pode fazer para melhorar este cenário? O que vai fazer com que o nosso trabalho melhore ao longo do tempo é justamente investir em treinamento. Não há resposta mágica, é trabalho. Todo policial, além dos cursos básicos de formação, tem que ter um treinamento continuado. Os policiais de UPPs têm que ser vistos como tropas especiais. Eles trabalham numa situação especial, com ferramentas especiais. O governador anunciou recentemente que 1.100 novos policiais reforçarão as UPPs nos próximos meses, e deixou claro que serão recém-formados. Eles irão para o Alemão diretamente? Não estamos reproduzindo este círculo vicioso de falta de efetivo e chegada de reforços jovens e sem treinamento? Alguns irão diretamente para o Alemão. Contudo, toda a tropa do Alemão vai passar por um trabalho de qualificação. A gente vai ter a preocupação de que esses policiais passem por esse período antes de entrarem no Complexo, inclusive com palestras explicando o que é de fato a comunidade, e apresentando um diagnóstico social para eles entenderem quais são as características do Alemão em termos de relevo, geografia, geografia política, e também o histórico criminal do local. De quanto tempo será este treinamento? É um treinamento de oito dias, que a gente chama de Módulo de Proteção Policial, no qual os policiais têm treinamento de instrução tática individual, armamento, abordagem a pessoas e veículos, e técnicas de tomada de decisão com acompanhamento psicológico para que ele saiba se posicionar em situações de crise. E temos um segundo módulo, de polícia cidadã, que é de mediação de conflito e questões de comunicação social. O senhor acha que oito dias são suficientes? O que nós temos hoje na nova proposta é que esse treinamento não seja estanque. Esse é um dos problemas que as tropas sinalizavam. Tem que haver um treinamento de sala de aula, mas também um treinamento contínuo. Com caderneta de tiro, de avaliação do desempenho desse policial ao longo do ano, e até mesmo ensino à distância. O policial não pode pensar isoladamente, de maneira nenhuma, ou não tomar uma decisão por falta de conhecimento técnico. Isso não pode acontecer. Alguns analistas veem a "reocupação" do Alemão como um fracasso da UPP, embora saúdem a reorganização do programa. O senhor concorda? Eu não vejo como uma reocupação. Não existe isso, porque em nenhum momento a gente saiu de lá. O governador não é técnico. Eu sou técnico. Eu estou num lugar estratégico, e não posso falar em reocupação. Não é isso que está, de fato, acontecendo. O fato de nós estarmos substituindo alguns pontos vulneráveis por pontos fortes já denota que nós não estamos saindo do território, e sim que estamos nos reorganizando para avançarmos. É claro que em alguns pontos o projeto não avançou. Mas aí também cabe um mea culpa de outras secretarias do governo estadual, que em determinado momento não se viram parte do projeto. O que o governador quis dizer então, com "reocupação"? Além do nosso dever de casa, que é recapacitar e reorganizar nossas tropas no terreno, com a substituição dos contêineres, e de uma maneira tática operacional estarmos melhor distribuídos. Também estamos falando da entrada das tropas especiais (Bope e Batalhão de Choque). Eles não têm data para sair, mas em algum momento sairão. Precisamos trazer tranquilidade e paz social, e garantir que a vida volte ao normal no Alemão, nos aspectos econômico, social e cultural. Ali era o quartel-general do Comando Vermelho, e eles não querem que a UPP esteja lá. Sobre os três últimos casos de vítimas de disparos, dois no Alemão e um na Maré, sendo duas mulheres mortas dentro de casa, além do menino Eduardo, o que há de atualização? Nós estamos tentando entender melhor o que aconteceu. Houve uma ordem direta do atual comandante-geral da corporação para apurar que aconteceu. Não com o intuito de responsabilizar alguém, mas para "abrir a caixa preta" e obter lições daquilo, erros que culminaram com essa tragédia. Houve alguma imprudência, imperícia, negligência? O erro é uma questão humana, mas houve alguma violação de conduta, ou seja, um erro proposital? Descumpriu-se alguma normal operacional? É tudo isso que a gente precisa apurar. Nesse momento não podemos falar. Como é uma questão de homicídio, se for comprovado, de fato, que houve envolvimento do policial, as medidas legais serão tomadas. O senhor mencionou erros do passado. Quais são alguns dos principais equívocos que se quer agora reparar? Um certamente foi um afastamento da UPP das demais forças de segurança. Incluindo aí forças especiais, agências de inteligência, batalhões de área, Polícia Civil. Naquele momento houve problemas ou um entendimento que gerou isso, que resultou nisso. E quando você trabalha isolado você trabalha com informações compartimentadas. As tropas trabalhavam próximo a um batalhão ou uma delegacia mas se entendia que não podiam contar com ajuda porque não havia conectividade. Houve uma demora excessiva de se entender que algumas bases estavam em situações de elevadíssimo risco, mas aí também há entraves burocráticos, de custos. Há que se lembrar que a Polícia Militar é um ente que não tem autonomia política nem financeira, então é algo muito complicado. Essa demora excessiva também acabou propiciando esse momento ruim. Está demorando? Então vamos botar ponto fortificado. Está demorando? Então vamos trazer cabines blindadas. O que se pode esperar da "nova UPP"? Essa "nova UPP" é uma UPP humanizada, dentro de um momento difícil que vive o Rio de Janeiro, mas ciente de uma responsabilidade muito grande, e nós queremos atender a todas as expectativas, sejam das próprias tropas, que são muitas, e da população do Rio de Janeiro. As metas são a paz e a confiança da população. Há um desafio de credibilidade interna e externa. Os policiais precisam acreditar no que estão fazendo, porque nós acreditamos neles. A UPP é feita de policiais e não de contêineres. Mas a paz só vai ser alcançada com o apoio da população. Eles são os protagonistas, não somos nós.
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Demora em entender riscos contribuiu para crise em UPPs, diz porta-vozEm meio a uma de suas fases mais turbulentas, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro, criadas em 2008, enfrentam um momento crucial. Com três mortes de moradores nos últimos 15 dias -entre elas a do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de dez anos, atingido por um disparo em frente de casa– e o anúncio de uma "reocupação" do Complexo do Alemão, o programa de pacificação enfrenta o desafio de se reinventar e se reorganizar para seguir adiante. Para analistas, a instabilidade se agravou com a intensificação de tiroteios e confrontos no Alemão, além de problemas na Rocinha e dos desafios do processo de pacificação do Complexo da Maré, ainda ocupado pelas Forças Armadas. Eles acreditam que além de investimentos e melhorias, a "nova UPP" deve incluir uma revisão total da estratégia de pacificação. Robert Muggah, especialista em violência urbana do Instituto Igarapé, acredita que a situação no Alemão representa um acúmulo de todos os problemas que assolam o programa. "Eles parecem ter perdido o controle sobre a narrativa da pacificação. É preciso compreender que cada comunidade é diferente, que precisa haver mais investimento em treinamento, e que o Rio necessita de uma estratégia integrada de segurança pública", indica. A avaliação é partilhada pela promotora Gláucia Santana, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que durante dois anos ouviu quase mil policiais militares, muitos de UPPs, queixando-se de falta de treinamento, armamentos com defeito, bases precárias e sobrecarga de trabalho. "Há falta de investimento, e o policial está sobrecarregado, pressionado, muitas vezes trabalhando em condições insalubres. É preciso começar a reverter este quadro", diz. Para saber como o comando das UPPs pretende lidar com esses desafios, a reportagem conversou com o major Marcelo Corbage, porta-voz do programa e encarregado da interação com as comunidades. Parte da nova cúpula que assumiu o controle do programa em janeiro deste ano, oriunda do Bope, Corbage afirma que o futuro das UPPs depende de um maior comprometimento de diferentes pastas do governo estadual, para que melhorias sociais cheguem às comunidades, além dos investimentos em novas bases e recapacitação dos policiais. Para ele, um dos nortes deste trabalho será identificar e corrigir erros do passado. "Um (dos erros) certamente foi um afastamento da UPP das demais forças de segurança. Incluindo aí forças especiais, agências de inteligência, batalhões de área, Polícia Civil. Além disso houve uma demora excessiva de se entender que algumas bases estavam em situações de elevadíssimo risco, o que também acabou propiciando esse momento ruim", diz. * Veja abaixo os principais trechos da entrevista com Corbage: BBC Brasil - Em agosto do ano passado, a BBC Brasil conversou com o então comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, que rejeitou classificar a crescente tensão como uma "crise". O que mudou de lá para cá? Qual é o momento vivido hoje? Corbage - Seria hipocrisia ou ignorância dizer que não estamos passando por um momento difícil. Contudo, estamos tomando ações para reverter esse cenário num curto espaço de tempo. A diferença é que hoje falamos e fazemos, e é importante perceber que o processo de reorganização operacional e administrativa das UPPs começou na UPP São João, antes desse momento agora no Alemão. Começamos em fevereiro com a requalificação de todo o efetivo desta unidade, inclusive já com o novo formato estipulado pelo decreto que intitula o governador como responsável direto do projeto de polícia de proximidade, passando a responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública diretamente para o Estado. Fizemos um diagnóstico intenso no São João, que nos ajudou a criar uma consciência situacional e traçar medidas emergenciais e também de médio e longo prazo. Quais são essas medidas emergenciais? Primeiro era a questão da recapacitação do efetivo, e depois a inserção das tropas especiais (Bope e Batalhão de Choque) no terreno, para estabilizar a área e trazer tranquilidade para aquela população e para os policiais. Em algumas UPPs o processo não está tão consolidado quanto em outras, e cada uma tem características próprias. Por isso a gente não pode ter uma fórmula pronta para todas. Não podemos repetir os erros passados, de agir ou pensar de uma forma inflexível em todas as unidades. O diálogo também é fundamental, com maior alinhamento de expectativas, equilibrando o que eles esperam de nós e o que nós esperamos deles. Moradores e policiais apontam a falta de treinamento como um grave problema nas UPPs. O ex-comandante do Bope, Paulo Storani, já chegou a dizer que jovens policiais são enviados a comunidades como se estivessem indo para um "holocausto". O que se pode fazer para melhorar este cenário? O que vai fazer com que o nosso trabalho melhore ao longo do tempo é justamente investir em treinamento. Não há resposta mágica, é trabalho. Todo policial, além dos cursos básicos de formação, tem que ter um treinamento continuado. Os policiais de UPPs têm que ser vistos como tropas especiais. Eles trabalham numa situação especial, com ferramentas especiais. O governador anunciou recentemente que 1.100 novos policiais reforçarão as UPPs nos próximos meses, e deixou claro que serão recém-formados. Eles irão para o Alemão diretamente? Não estamos reproduzindo este círculo vicioso de falta de efetivo e chegada de reforços jovens e sem treinamento? Alguns irão diretamente para o Alemão. Contudo, toda a tropa do Alemão vai passar por um trabalho de qualificação. A gente vai ter a preocupação de que esses policiais passem por esse período antes de entrarem no Complexo, inclusive com palestras explicando o que é de fato a comunidade, e apresentando um diagnóstico social para eles entenderem quais são as características do Alemão em termos de relevo, geografia, geografia política, e também o histórico criminal do local. De quanto tempo será este treinamento? É um treinamento de oito dias, que a gente chama de Módulo de Proteção Policial, no qual os policiais têm treinamento de instrução tática individual, armamento, abordagem a pessoas e veículos, e técnicas de tomada de decisão com acompanhamento psicológico para que ele saiba se posicionar em situações de crise. E temos um segundo módulo, de polícia cidadã, que é de mediação de conflito e questões de comunicação social. O senhor acha que oito dias são suficientes? O que nós temos hoje na nova proposta é que esse treinamento não seja estanque. Esse é um dos problemas que as tropas sinalizavam. Tem que haver um treinamento de sala de aula, mas também um treinamento contínuo. Com caderneta de tiro, de avaliação do desempenho desse policial ao longo do ano, e até mesmo ensino à distância. O policial não pode pensar isoladamente, de maneira nenhuma, ou não tomar uma decisão por falta de conhecimento técnico. Isso não pode acontecer. Alguns analistas veem a "reocupação" do Alemão como um fracasso da UPP, embora saúdem a reorganização do programa. O senhor concorda? Eu não vejo como uma reocupação. Não existe isso, porque em nenhum momento a gente saiu de lá. O governador não é técnico. Eu sou técnico. Eu estou num lugar estratégico, e não posso falar em reocupação. Não é isso que está, de fato, acontecendo. O fato de nós estarmos substituindo alguns pontos vulneráveis por pontos fortes já denota que nós não estamos saindo do território, e sim que estamos nos reorganizando para avançarmos. É claro que em alguns pontos o projeto não avançou. Mas aí também cabe um mea culpa de outras secretarias do governo estadual, que em determinado momento não se viram parte do projeto. O que o governador quis dizer então, com "reocupação"? Além do nosso dever de casa, que é recapacitar e reorganizar nossas tropas no terreno, com a substituição dos contêineres, e de uma maneira tática operacional estarmos melhor distribuídos. Também estamos falando da entrada das tropas especiais (Bope e Batalhão de Choque). Eles não têm data para sair, mas em algum momento sairão. Precisamos trazer tranquilidade e paz social, e garantir que a vida volte ao normal no Alemão, nos aspectos econômico, social e cultural. Ali era o quartel-general do Comando Vermelho, e eles não querem que a UPP esteja lá. Sobre os três últimos casos de vítimas de disparos, dois no Alemão e um na Maré, sendo duas mulheres mortas dentro de casa, além do menino Eduardo, o que há de atualização? Nós estamos tentando entender melhor o que aconteceu. Houve uma ordem direta do atual comandante-geral da corporação para apurar que aconteceu. Não com o intuito de responsabilizar alguém, mas para "abrir a caixa preta" e obter lições daquilo, erros que culminaram com essa tragédia. Houve alguma imprudência, imperícia, negligência? O erro é uma questão humana, mas houve alguma violação de conduta, ou seja, um erro proposital? Descumpriu-se alguma normal operacional? É tudo isso que a gente precisa apurar. Nesse momento não podemos falar. Como é uma questão de homicídio, se for comprovado, de fato, que houve envolvimento do policial, as medidas legais serão tomadas. O senhor mencionou erros do passado. Quais são alguns dos principais equívocos que se quer agora reparar? Um certamente foi um afastamento da UPP das demais forças de segurança. Incluindo aí forças especiais, agências de inteligência, batalhões de área, Polícia Civil. Naquele momento houve problemas ou um entendimento que gerou isso, que resultou nisso. E quando você trabalha isolado você trabalha com informações compartimentadas. As tropas trabalhavam próximo a um batalhão ou uma delegacia mas se entendia que não podiam contar com ajuda porque não havia conectividade. Houve uma demora excessiva de se entender que algumas bases estavam em situações de elevadíssimo risco, mas aí também há entraves burocráticos, de custos. Há que se lembrar que a Polícia Militar é um ente que não tem autonomia política nem financeira, então é algo muito complicado. Essa demora excessiva também acabou propiciando esse momento ruim. Está demorando? Então vamos botar ponto fortificado. Está demorando? Então vamos trazer cabines blindadas. O que se pode esperar da "nova UPP"? Essa "nova UPP" é uma UPP humanizada, dentro de um momento difícil que vive o Rio de Janeiro, mas ciente de uma responsabilidade muito grande, e nós queremos atender a todas as expectativas, sejam das próprias tropas, que são muitas, e da população do Rio de Janeiro. As metas são a paz e a confiança da população. Há um desafio de credibilidade interna e externa. Os policiais precisam acreditar no que estão fazendo, porque nós acreditamos neles. A UPP é feita de policiais e não de contêineres. Mas a paz só vai ser alcançada com o apoio da população. Eles são os protagonistas, não somos nós.
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Mundialíssimo: Por que terroristas cortam cabeças?
A organização terrorista Estado Islâmico, que controla um extenso território entre a Síria e o Iraque, divulgou no sábado o vídeo da decapitação do japonês Kenji Goto. As imagens, publicadas como "mensagem ao governo japonês", mostram cenas que infelizmente se ... Leia post completo no blog
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Mundialíssimo: Por que terroristas cortam cabeças?A organização terrorista Estado Islâmico, que controla um extenso território entre a Síria e o Iraque, divulgou no sábado o vídeo da decapitação do japonês Kenji Goto. As imagens, publicadas como "mensagem ao governo japonês", mostram cenas que infelizmente se ... Leia post completo no blog
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Jovem detido sob suspeita de matar GCM em SP confessa crime, diz polícia
O adolescente apreendido pela polícia na sexta-feira (30) sob a suspeita de ter participado do assassinato de uma guarda-civil metropolitana, na manhã da última quarta-feira (28), confessou o crime em depoimento à polícia. O suspeito tem 14 anos, segundo a assessoria de imprensa da secretaria de segurança pública. Ana Paola Teixeira, 38, foi morta em uma tentativa de assalto na zona leste de São Paulo. Em depoimento filmado pela polícia e veiculado neste sábado (31) pelo SPTV, da TV Globo, o adolescente afirmou que atirou cinco vezes contra Ana Paola. Ele negou, no entanto, ter disparado contra o filho da vítima, que também estava no veículo. "Não atirei na criança. Atirei nela só, que fez o disparo em mim", disse. No depoimento, o adolescente contou que o carro da guarda-civil chamou a atenção dele e de seu comparsa. "Nós estávamos passando e [paramos] o carro na outra rua. Assim que eu desci, a guarda já tinha aberto o vidro. Eu já estava chegando, ela sacou a arma, fez um disparo e quase acertou na minha cara. Eu disparei cinco tiros. Não sei quantos ela tomou", confessou o adolescente. Um revólver calibre 38 supostamente utilizado pelo adolescente no crime foi encontrado pela polícia na casa da mãe dele, em São Miguel Paulista (zona leste). Veja vídeo Também na casa do adolescente, a polícia apreendeu uma moto que havia sido roubada na Vila Curuçá (zona leste), no dia 25. Na delegacia, a vítima do roubo reconheceu o adolescente de 14 anos o irmão dele, de 19, e mais um homem, de 35 anos, como autores do roubo. Em razão desse crime, a polícia passou a investigar se os três suspeitos atuaram juntos no assassinato da guarda-civil, informou a secretaria de segurança. O adolescente de 14 anos que confessou ter matado a guarda-civil foi encaminhado para uma unidade da Fundação Casa. O caso dele será analisado pela Vara da Infância e da Juventude, na segunda-feira (02). Segundo informou a polícia, ele já esteve preso na Fundação Casa pelos crimes de roubo e furto. O irmão dele e o terceiro comparsa estão presos temporariamente na carceragem do 77º DP (Santa Cecília). ENTENDA O CASO A guarda estava saindo de casa, na avenida Nordestina, por volta das 7h, da última quarta-feira, quando foi abordada pelo suspeito, que estava armado. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), ele viu o uniforme dela e então disparou. O bandido também é atingido por ela, mas corre e, segundos depois, volta para pegar a arma da vítima. Um vídeo divulgado pela TV Globo mostrou o momento do assassinato. Ela foi socorrida pelo marido e encaminhada ao Hospital Tide Setubal, onde morreu. O filho da GCM não sofreu ferimentos. A guarda era agente da Inspetoria Regional de Ermelino Matarazzo. Trabalhava na GCM há 15 anos. O caso foi registrado no 32º DP (Itaquera).
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Jovem detido sob suspeita de matar GCM em SP confessa crime, diz políciaO adolescente apreendido pela polícia na sexta-feira (30) sob a suspeita de ter participado do assassinato de uma guarda-civil metropolitana, na manhã da última quarta-feira (28), confessou o crime em depoimento à polícia. O suspeito tem 14 anos, segundo a assessoria de imprensa da secretaria de segurança pública. Ana Paola Teixeira, 38, foi morta em uma tentativa de assalto na zona leste de São Paulo. Em depoimento filmado pela polícia e veiculado neste sábado (31) pelo SPTV, da TV Globo, o adolescente afirmou que atirou cinco vezes contra Ana Paola. Ele negou, no entanto, ter disparado contra o filho da vítima, que também estava no veículo. "Não atirei na criança. Atirei nela só, que fez o disparo em mim", disse. No depoimento, o adolescente contou que o carro da guarda-civil chamou a atenção dele e de seu comparsa. "Nós estávamos passando e [paramos] o carro na outra rua. Assim que eu desci, a guarda já tinha aberto o vidro. Eu já estava chegando, ela sacou a arma, fez um disparo e quase acertou na minha cara. Eu disparei cinco tiros. Não sei quantos ela tomou", confessou o adolescente. Um revólver calibre 38 supostamente utilizado pelo adolescente no crime foi encontrado pela polícia na casa da mãe dele, em São Miguel Paulista (zona leste). Veja vídeo Também na casa do adolescente, a polícia apreendeu uma moto que havia sido roubada na Vila Curuçá (zona leste), no dia 25. Na delegacia, a vítima do roubo reconheceu o adolescente de 14 anos o irmão dele, de 19, e mais um homem, de 35 anos, como autores do roubo. Em razão desse crime, a polícia passou a investigar se os três suspeitos atuaram juntos no assassinato da guarda-civil, informou a secretaria de segurança. O adolescente de 14 anos que confessou ter matado a guarda-civil foi encaminhado para uma unidade da Fundação Casa. O caso dele será analisado pela Vara da Infância e da Juventude, na segunda-feira (02). Segundo informou a polícia, ele já esteve preso na Fundação Casa pelos crimes de roubo e furto. O irmão dele e o terceiro comparsa estão presos temporariamente na carceragem do 77º DP (Santa Cecília). ENTENDA O CASO A guarda estava saindo de casa, na avenida Nordestina, por volta das 7h, da última quarta-feira, quando foi abordada pelo suspeito, que estava armado. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), ele viu o uniforme dela e então disparou. O bandido também é atingido por ela, mas corre e, segundos depois, volta para pegar a arma da vítima. Um vídeo divulgado pela TV Globo mostrou o momento do assassinato. Ela foi socorrida pelo marido e encaminhada ao Hospital Tide Setubal, onde morreu. O filho da GCM não sofreu ferimentos. A guarda era agente da Inspetoria Regional de Ermelino Matarazzo. Trabalhava na GCM há 15 anos. O caso foi registrado no 32º DP (Itaquera).
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Editorial: Falta de luz e de respeito
Numa época em que, perversamente, combinam-se os males da seca e do temporal, situações inusitadas se registram em São Paulo. Alguma precariedade no fornecimento de energia elétrica é de praxe no verão. E poderia ser diferente, indaga-se o cidadão compreensivo, dada a presença de tantas árvores mal cuidadas e de tantos fios expostos às intempéries? Seguem-se as quedas de energia; vá lá. Mas que o apagão se estenda por mais de 48 horas, atingindo 250 mil pessoas, numa das maiores cidades do planeta, já constitui sério desafio à paciência e ao bem-estar da população. Alimentos se estragam; atividades profissionais se interrompem; pessoas enfermas ou idosas, dependendo de elevadores para sua locomoção, isolam-se em seus apartamentos –páginas e páginas poderiam ser escritas com a variedade de incômodos, prejuízos, incidentes, eventuais tragédias. No total, foram cerca de 800 mil imóveis sem luz. Faltou energia, faltou atendimento, faltaram explicações. Faltou, sobretudo, respeito. Na edição de ontem desta Folha (16), o cronista Antonio Prata relatou o desafio que teve de enfrentar para obter, nem se diga o retorno da energia, mas ao menos informações coerentes quanto ao prazo em que este haveria de ocorrer. Numa rua da zona oeste paulistana, no quarto dia consecutivo às escuras, moradores cercaram um caminhão da Eletropaulo que passava por ali. Não o liberaram sem que resolvesse o problema –o que ocorreu em cerca de 40 minutos. O "sequestro" do veículo, quem sabe, servirá de desculpa à companhia elétrica. Os cidadãos, em seu desespero, terão perturbado o cronograma estrito, racional e planejado do setor responsável. Não haveria melhor justificativa, por exemplo, para o que aconteceu há dias num hospital-maternidade em Osasco. Depois de horas sem energia –incubadeiras tiveram de ser acionadas manualmente, e uma cirurgia foi feita à luz da lanterna do celular–, apareceu o técnico para realizar o reparo. Era coisa simplíssima; em dez minutos tudo voltava ao normal. Como aceitar tal atraso? Terá sido culpa dos cidadãos que reclamam demais, congestionam as linhas telefônicas, ou –suprema ousadia– pedem indenização pelos prejuízos? A Eletropaulo dá de ombros. Não se responsabiliza; talvez se sinta até um pouco vítima da situação; alguma hora, quem sabe, aparece para dar um jeito.
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Editorial: Falta de luz e de respeitoNuma época em que, perversamente, combinam-se os males da seca e do temporal, situações inusitadas se registram em São Paulo. Alguma precariedade no fornecimento de energia elétrica é de praxe no verão. E poderia ser diferente, indaga-se o cidadão compreensivo, dada a presença de tantas árvores mal cuidadas e de tantos fios expostos às intempéries? Seguem-se as quedas de energia; vá lá. Mas que o apagão se estenda por mais de 48 horas, atingindo 250 mil pessoas, numa das maiores cidades do planeta, já constitui sério desafio à paciência e ao bem-estar da população. Alimentos se estragam; atividades profissionais se interrompem; pessoas enfermas ou idosas, dependendo de elevadores para sua locomoção, isolam-se em seus apartamentos –páginas e páginas poderiam ser escritas com a variedade de incômodos, prejuízos, incidentes, eventuais tragédias. No total, foram cerca de 800 mil imóveis sem luz. Faltou energia, faltou atendimento, faltaram explicações. Faltou, sobretudo, respeito. Na edição de ontem desta Folha (16), o cronista Antonio Prata relatou o desafio que teve de enfrentar para obter, nem se diga o retorno da energia, mas ao menos informações coerentes quanto ao prazo em que este haveria de ocorrer. Numa rua da zona oeste paulistana, no quarto dia consecutivo às escuras, moradores cercaram um caminhão da Eletropaulo que passava por ali. Não o liberaram sem que resolvesse o problema –o que ocorreu em cerca de 40 minutos. O "sequestro" do veículo, quem sabe, servirá de desculpa à companhia elétrica. Os cidadãos, em seu desespero, terão perturbado o cronograma estrito, racional e planejado do setor responsável. Não haveria melhor justificativa, por exemplo, para o que aconteceu há dias num hospital-maternidade em Osasco. Depois de horas sem energia –incubadeiras tiveram de ser acionadas manualmente, e uma cirurgia foi feita à luz da lanterna do celular–, apareceu o técnico para realizar o reparo. Era coisa simplíssima; em dez minutos tudo voltava ao normal. Como aceitar tal atraso? Terá sido culpa dos cidadãos que reclamam demais, congestionam as linhas telefônicas, ou –suprema ousadia– pedem indenização pelos prejuízos? A Eletropaulo dá de ombros. Não se responsabiliza; talvez se sinta até um pouco vítima da situação; alguma hora, quem sabe, aparece para dar um jeito.
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Ao lado de Matarazzo, Marta samba em convenção do PMDB
O PMDB referendou em convenção neste sábado (30) o nome da senadora Marta Suplicy para disputar a Prefeitura de São Paulo. O vice será o vereador Andrea Matarazzo (PSD).Caciques do PMDB nacional não subiram no palanque -conforme estratégia definida pelo presidente interino, Michel Temer, ao menos até o desfecho definitivo do impeachment no Senado. Dois assessores próximos de Temer, porém, estiveram no evento: José Yunes, coordenador da campanha de Marta, e Arlon Viana.Em 2012, quando o candidato do PMDB foi Gabriel Chalita, Temer participou da convenção que o lançou, na praça da Sé. Sem espaço no partido neste ano, Chalita migrou para o PDT e é candidato a vice do atual prefeito, Fernando Haddad (PT).Marta e Matarazzo chegaram ao evento por volta das 12h30. A convenção foi realizada na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte, que ficou lotada de militantes que fretaram dezenas de ônibus.Leia a reportagem
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Ao lado de Matarazzo, Marta samba em convenção do PMDBO PMDB referendou em convenção neste sábado (30) o nome da senadora Marta Suplicy para disputar a Prefeitura de São Paulo. O vice será o vereador Andrea Matarazzo (PSD).Caciques do PMDB nacional não subiram no palanque -conforme estratégia definida pelo presidente interino, Michel Temer, ao menos até o desfecho definitivo do impeachment no Senado. Dois assessores próximos de Temer, porém, estiveram no evento: José Yunes, coordenador da campanha de Marta, e Arlon Viana.Em 2012, quando o candidato do PMDB foi Gabriel Chalita, Temer participou da convenção que o lançou, na praça da Sé. Sem espaço no partido neste ano, Chalita migrou para o PDT e é candidato a vice do atual prefeito, Fernando Haddad (PT).Marta e Matarazzo chegaram ao evento por volta das 12h30. A convenção foi realizada na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte, que ficou lotada de militantes que fretaram dezenas de ônibus.Leia a reportagem
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Astrônomos constroem um "telescópio do tamanho do mundo"
O projeto de Sheperd Doeleman para obter o primeiro retrato de um buraco negro não estava indo bem. Para começar, seu telescópio vivia se enchendo de neve. Por duas semanas, no final de março, o Volcan Sierra Niegra, um vulcão extinto de 4,5 mil metros de altura também conhecido como Tliltepetl, que se projeta por sobre a paisagem do sul do México, serviu como centro nervoso para o maior telescópio já concebido, uma rede de antenas que se estendia da Espanha ao Havaí e chegava ao Chile. Conhecido como Telescópio do Horizonte de Eventos, o nome que se dá ao ponto sem retorno em um buraco negro, o trabalho do dispositivo era ver o que até hoje não era visível: um pequeno, escuro e singularmente pequeno círculo de nada, uma minúscula sombra em meio ao brilho intenso da radiação no centro da galáxia Via Láctea. Albert Einstein disse certa vez que a natureza não é malévola, e sim sutil. Mas ela adora uma boa briga. Relâmpagos receberam o doutor Doeleman e sua equipe de astrônomos certa madrugada, quando eles galgaram o pico que serve de ponto de observação para um céu nada amistoso. O pouco ar que restava tinha um sabor semelhante ao que podemos imaginar o ar de Marte tenha oferecido um dia. Flocos de neve giravam em torno de suas cabeças. O Grande Telescópio Milimétrico, uma torre de 20 andares de altura com uma antena parabólica de 45 metros de diâmetro posicionada como um chapéu cônico gigantesco em seu topo, mal era visível na escuridão da noite. Os astrônomos saíram cautelosamente de seus carros, em meio às rochas de uma paisagem lunar, e desceram ao porão do telescópio, um labirinto de salas e laboratórios brilhantemente iluminados, como se estivessem no sinistro refúgio de um vilão de James Bond. O dr. Doeleman planejava passar a noite trabalhando em novas técnicas para direcionar o telescópio, que entre outros problemas vinha sofrendo de um zumbido elétrico irritante e persistente. Quando o tempo melhorou o bastante para permitir trabalho, a antena de rádio estava completamente congelada, sob uma camada de gelo de mais de dois centímetros. As estrelas giravam lá no alto, para além dos restos de nuvens de tempestade; mas seus segredos continuavam ocultos. "Isso acontece sempre, no nosso caso", disse, com uma mistura de resignação e orgulho, o dr. Doeleman, 48, um pesquisador com cara de menino, do Observatório Haystack do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Centro de Astrofísica de Harvard,. Se ele e seus colegas conseguirem sucesso, as imagens que capturaram estarão para sempre em nossos livros didáticos, como prova definitiva das mais estranha das predições de Einstein: a de que o espaço-tempo se enrodilharia como a capa de um mágico, em torno de objetos imensos, e os levaria a desaparecer do universo. Em resumo, ele previu que buracos negros –objetos tão densos que nem mesmo a luz consegue escapar de suas mandíbulas– são reais. Que o espaço e tempo na forma pela qual os conhecemos poderiam chegar ao fim bem diante de nossos narizes. Por outro lado, os astrônomos também poderiam produzir provas de que a teoria da gravidade de Einstein, a relatividade geral, que serve como regra para as regras do universo, precisava ser consertada pela primeira vez desde sua introdução, um século atrás. "Vamos jogar sem medir sacrifícios", disse o dr. Doeleman, que passou oito anos organizando esse esforço, em uma conversa em seu escritório em Serdan, cidadezinha no sopé do vulcão. Ele estava usando ceroulas sob as calças e camadas de suéteres e casacos com forro de pele, e tomava um chá de folhas de coca para combater os efeitos da altitude. Seu cabelo estava espetado, como uma espécie de corte moicano einsteniano, depois de uma longa noite de esforço para consertar os defeitos de seu telescópio; o astrônomo suava perceptivelmente. "Temos de nos preocupar com tudo, da sopa às porcas e parafusos", ele disse, listando as coisas que tornavam sua rede de rádio, distendida como uma teia de aranha através do planeta, um objeto frágil. O sucesso depende das exigências do clima em diversos continentes, de tecnologias temperamentais, da altitude e até mesmo do trânsito –dois de seus colegas acabavam de sofrer um atraso por conta de um acidente de carro no caminho para a Cidade do México. "Dizem que os fios de seda produzidos por uma aranha são mais fortes que o aço", ele comentou, "mas até mesmo uma teia de aranha pode se partir". MOTEL CÓSMICO DECADENTE Buracos negros foram uma das primeiras e mais extremas previsões da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, anunciada inicialmente em novembro de 1915. Ela explica a força que chamamos de gravidade, a qual influencia objetos que tentam seguir linhas retas em um universo cuja geometria é distorcida pela matéria e pela energia. Como resultado, planetas e também feixes de luz seguem caminhos curvos, como bolas girando em uma roleta. Einstein se assustou um pouco alguns meses mais tarde, quando Karl Schwarzchild, astrônomo alemão que na época estava servindo na frente russa, na Primeira Guerra Mundial, apontou que as equações da teoria continham uma previsão apocalíptica: acumular matéria e energia demais em um espaço muito pequeno faria com que o espaço-tempo se contraísse sem limite. Nenhuma força conhecida pela ciência seria capaz de impedir que esse fenômeno se tornasse um ralo do qual nem mesmo a luz conseguiria escapar. Einstein não encontrou erros matemáticos no cálculo, mas sua impressão era de que na vida real a natureza encontraria alguma maneira de evitar tal calamidade. Um século mais tarde, porém, os astrônomos concordam em que o espaço está de fato eivado de objetos maciços que emitem zero luz. Poderíamos defini-los como motéis cósmicos decadentes. Estrelas, átomos, feixes de gás que remontam ao Big Bang –todos eles se registram nesses motéis e nunca mais vão embora. Muitos deles são supostamente remanescentes de estrelas maciças que se queimaram até a extinção, entraram em colapso e implodiram em cataclismos como as supernovas ou as explosões de raios gama, ainda mais violentas, visíveis em todo o universo. Gerações de teóricos, entre os quais Stephen Hawking, usando o telescópio da mente, construíram carreiras investigando as propriedades desses objetos que mal e mal fazem parte do universo. Mas eles continuam a debater exatamente o que acontece dentro de um buraco negro, e o destino último daquilo que venha a cair em um deles. Quase todas as galáxias parecem abrigar um desses monstros escuros, com massa milhões ou até bilhões de vezes superior à do nosso sol, empoleirados bem no centro galáctico como o diabo de Dante. Quanto maior a galáxia, por algum motivo tanto maior esse vazio. A maneira pela qual o processo transcorre está aberta a todos os palpites, e representa uma versão cósmica do debate sobre natureza versus aprendizado. "Como um buraco negro sabe o tamanho da galáxia em que se localiza e em que momento deve parar de crescer?", ponderou David Hughes, diretor do Grande Telescópio Milimétrico. "Ou, por outro lado, como é que a galáxia sabe que é hora de parar de alimentá-lo?" Se nada mais interferir, os buracos negros jazem adormecidos mas de boca aberta. No entanto, quando alguma coisa –por exemplo uma estrela errante ou uma nuvem de gás– cai na direção de um buraco negro, ela é aquecida a bilhões de graus enquanto gira como a água que circunda um ralo. É um fenômeno conhecido como disco de acreção. Os buracos negros têm maus modos à mesa, e quando se alimentam jatos de raios-X e energia radiofônica podem ser expelidos dos discos de acreção, como o creme dental é expulso de um tubo. Os astrônomos acreditam que seja isso que produz a energia dos quasares, brilhantes fachos nos núcleos galácticos que apresentam brilho muito mais intenso do que o das cidades estreladas onde moram. "Paradoxalmente", disse o dr. Doeleman, "isso faz dos buracos negros alguns dos mais brilhantes objetos do firmamento". No começo do ano passado, uma equipe de astrônomos da Universidade de Pequim e da Universidade do Arizona anunciou ter descoberto um dos maiores e mais poderosos buracos negros já identificados –com massa 10 bilhões de vezes superior à do Sol, e ancorando um quasar que, um bilhão de anos depois do Big Bang, era 40 mil vezes mais brilhante que a Via Láctea. Mas nem toda a ação é tão distante. O centro da Via Láctea, a 26 mil anos-luz de nosso planeta, coincide com uma fonte fraca de ruídos de rádio chamada Sagitário A. Astrônomos como Andrea Ghez, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que rastreiam as órbitas de astros que circundam o centro da galáxia, conseguiram calcular que o que quer que exista no centro galáctico tem massa equivalente à de quatro milhões de sóis. Mas o objeto cósmico não emite luz, no espectro visível ou infravermelho. Se isso não for um buraco negro, nem Einstein e nem ninguém mais sabe o que poderia ser. "É o mais forte indício que temos até agora sobre um horizonte de eventos", disse o dr. Doeleman, usando o nome da fronteira de um buraco negro, o limite que serve como ponto sem retorno. Mas esse é um argumento apenas circunstancial, presumindo que Einstein estivesse certo. "Se Einstein estava errado, como poderemos saber?", disse Avery Broderick, teórico do Perimeter Institute for Theoretical Physics, em Waterloo, Canadá, apontando que a relatividade geral, apesar de toda a sua beleza matemática, jamais foi testada sob as condições extremas que prevaleceriam no Big Bang ou em buracos negros, onde toda a estranheza do espaço-tempo einsteniano se manifestaria. De acordo com trabalhos que remontam a um estudo pioneiro de James Bardeen, em 1967, o buraco negro de Sagitário, se é que está lá, apareceria como um fantasmagórico círculo escuro em meio a uma névoa de ondas de rádio. Seu formato exato, dizem os teóricos, dependeria de detalhes como a velocidade de giro do buraco. A gravidade do buraco negro distorceria e ampliaria sua imagem, resultando em uma sombra com 80 milhões de quilômetros de extensão, que vista da Terra teria mais ou menos o mesmo tamanho que uma laranja posicionada na Lua, de acordo com cálculos executados por Eric Agol, da Universidade de Washington; Heino Falcke, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha; e Fulvio Melia, da Universidade do Arizona, em estudo publicado em 2000. A prova da teoria de Einstein seria que os radioastrônomos pudessem determinar que a sombra, um cemitério para quatro milhões de sóis, tivesse mesmo um tamanho tão pequeno quanto o previsto. Eles vem reduzindo suas estimativas de tamanho desde que Sagitário A foi descoberto, em 1974. Em 2005, um grupo liderado por Shen Zhiqiang, do Observatório Astronômico de Xangai, reduziu o diâmetro estimado do Sagitário A uma nuvem de energia com menos de 144 milhões de quilômetros, mais ou menos duas vezes o tamanho da sombra estimada para o Sagitário A sob a teoria da relatividade geral, usando o Very Long Baseline Array, uma rede transcontinental de antenas. "A maioria das pessoas precisa ver para crer", disse o dr. Agol na época, mas havia problema para realizar mensuração mais fina. Os elétrons e prótons ionizados do espaço interestelar dispersavam as ondas de rádio em um borrão que obscurecia os detalhes da fonte. "Era como tentar enxergar através de um vidro fosco", disse o dr. Doeleman. Para enxergar mais fundo na sombra do buraco negro, seria necessário sintonizar o radiotelescópio em comprimentos de ondas menores, capazes de penetrar a névoa. E era preciso um novo telescópio. Quanto maior a antena, maior a resolução ou a ampliação que pode ser obtida. "Nosso buraco negro está ativo mas se alimenta em uma dieta lenta, com gás aquecido a um bilhão de graus em torno dele", disse o dr. Doeleman. O resultado, no coração da Via Láctea, é "como uma nuvem rechonchuda", ele disse. "É preciso encontrar a frequência certa para ver através dos detritos no centro galáctico". E é aí que entra o Telescópio do Horizonte de Eventos. À BEIRA O caminho do dr. Doeleman até a beira do infinito foi bastante sinuoso. Filho de um professor de ciências, ele cresceu no Oregon e estudou física no Reed College, em Portland. Decidiu se inscrever para o mestrado no MIT, mas antes que pudesse começar seus estudos, encontrou um anúncio que solicitava voluntários para participar de experiências na Antártida. Ele se candidatou, e passou quase dois anos na soleira do planeta. "Foi lá que provavelmente me deixei contagiar pelo desafio de trabalhar com ciência em circunstâncias desafiadoras", disse o dr. Doeleman. Ele voltou a se inscrever no MIT quando ainda estava na Antártida, e aproveitou para viajar sem rumo pela Ásia em seu caminho de volta aos Estados Unidos. No MIT, ele primeiro entrou para um grupo que estudava física de plasmas, depois trabalhou com astronomia em raios-x e biofísica, e por fim ingressou no grupo de radioastronomia. A técnica preferencial para os radioastrônomos é conhecida como interferometria de linha de base muito longa (VLBI), na qual radiotelescópios separados por distâncias que podem abarcar um continente se unem em uma rede sincronizada que imita o comportamento de uma antena com um diâmetro muito grande. O interesse original do dr. Doeleman era usar a tecnologia a fim de monitorar os movimentos da crosta terrestre, e sua esperança era viajar a lugares exóticos a fim de instalar instrumentos. Mas estes já estavam instalados. Por isso, seu olhar se voltou aos céus e aos mistérios dos quasares. Durante uma conversa recente, o dr. Doeleman mostrou uma imagem de uma galáxia na constelação de Centauro, um arco delicado de luz estelar com uma faixa de poeira em sua cintura. Conhecida como NHC 5128, a galáxia pode ser vista de binóculo, do hemisfério sul. Depois, ele mostrou uma imagem da mesma galáxia registrada com seus "óculos de rádio", como ele definiu. Nessa segunda imagem, a galáxia está se desfazendo por conta de uma explosão em seu núcleo, disparando feixes de energia por distâncias espaciais de milhares de anos-luz. O dr. Doeleman atribuiu seu interesse pelos quasares e buracos negros ao momento em que viu pela primeira vez imagens como essa. "O que quer que esteja propelindo aqueles jatos tem de ser insanamente poderoso", ele disse. Em 2008, Doeleman passou pelo que define como "um momento a-ha", quando ele e colegas uniram três radiotelescópios no Havaí, Arizona e Califórnia a fim de criar um sistema de interferômetro, e o apontaram para o centro da galáxia, usando um comprimento de onda mais curto. Eles detectaram um pequeno aglomerado de energia –"um pontinho que se recusava a desaparecer". Estavam vendo alguma coisa através do vidro fosco. Mas o quê? Desde então, o dr. Doeleman e seus colegas dedicaram suas energias a construir uma rede de tamanho suficiente para determinar se aquele pontinho de rádio abriga sinais de um buraco negro. No total, o Telescópio do Horizonte de Eventos envolve 20 universidades, laboratórios, instituições de pesquisa e agências governamentais, e mais de uma centena de cientistas. Entre outras coisas, para manter os radiotelescópios de suas redes devidamente sincronizados, eles precisam equipá-los com novos relógios atômicos cuja precisão é da ordem de um segundo a cada 100 milhões de anos, e novos receptores de ondas curtas. O dr. Doeleman recorda ter necessitado usar um tanque de oxigênio a fim de testar os relógios atômicos do novo complexo ALMA, em um altiplano a 4,8 mil metros de altura no Chile. Outro colega, Daniel Marrone, da Universidade do Arizona, passou o começo deste ano no Polo Sul, instalando um novo receptor. As duas instalações serão posteriormente integradas às observações do Telescópio Horizonte de Eventos. A sequência de observações realizadas em março foi a primeira ocasião em que um grupo contou com telescópios suficientes –sete radiotelescópios, em seis montanhas– para começar a ter esperança de vislumbrar um buraco negro. Eles teriam cinco oportunidades de fazê-lo, em um período de duas semanas. A cada noite, esperavam ter em mira dois buracos negros: o Sagitário A e outro em uma galáxia gigante conhecida como M87, que ancora o enorme aglomerado de galáxias de Virgem, a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância. O buraco negro da galáxia M87 foi estimado em seis bilhões de vezes a massa do sol, e daqui ele apareceria apenas ligeiramente menor do que o buraco negro da Via Láctea. Além do mais, jatos de energia, como as chamas de um maçarico, são disparados pelo seu disco de acreção, cruzando o espaço interestelar. Os astrônomos queriam muito observar esse fenômeno. O TÉDIO COMO ESPERANÇA "É um belo trabalho", diz Andrew Strominger, teórico de Harvard que participa da equipe do Horizonte de Eventos, sobre o telescópio. Na prática, o trabalho pode ser tanto árduo quanto tedioso, a depender de como as coisas estejam indo. A visita à Sierra Negra em março foi a quinta do dr. Doeleman em dois anos. A viagem requer um voo e depois cinco horas de carro, ônibus e caminhão, até a pequena e nada turística cidade de Serdan. Ele às vezes brincava jogando para o alto um cristal especial usado para testar relógios atômicos, o que atraiu a atenção do pessoal de segurança. "O aparelho se parece com a imagem que temos de uma bomba –um cilindro de metal com arames espetados", ele disse. E todo seu esforço muitas vezes terminava em dor de cabeça, o preço de trabalhar a quase cinco quilômetros de altitude. A sala de controle do telescópio conta com monitores usados nos dedos para medir o nível de oxigênio no sangue, e com um tanque e máscara de oxigênio para os momentos de tontura. A Sierra Negra fica logo ao lado de um pico ainda mais alto, o Pico de Orizaba, a mais alta montanha mexicana, e os dois montes se combinam para criar um microclima especial, que pode causar problemas para os astrônomos. Em uma noite de trabalho, o telescópio estava sendo girado para impedi-lo de se encher de neve. O dr. Doeleman estava na sala do receptor, que não tem aquecimento; lá dentro, a luz de foco da antena se refletia em espelhos, passava por um túnel e atingia caixas do tamanho de fornos de micro-ondas –e de repente ele sentiu o edifício se sacudir. Pensando estar diante de um terremoto, o dr. Doeleman correu para o elevador, onde encontrou seus colegas, que subiram correndo da sala de controle e dos escritórios mais abaixo. "Fiquei muito assustado", ele disse. Não era um terremoto. Por causa de um defeito elétrico, o imenso disco da antena –cuja área equivale à metade de um campo de futebol e cujo peso atinge as 1,6 mil toneladas– havia subitamente parado, transferindo todo o ímpeto de seu movimento prévio à estrutura que o sustenta. Alguns dias depois, um terremoto de verdade faria com que os astrônomos fugissem correndo de suas mesas de café da manhã, lá embaixo em Serdan. No final de março, colaboradores do dr. Doeleman estavam acampados em circunstâncias igualmente desconfortáveis em montanhas do Chile, Havaí, Califórnia, Arizona e Espanha, esperando por seu sinal, baseado em previsões do tempo e na situação do equipamento –aquela velha questão da fragilidade da teia de aranha– a fim de iniciar as observações. Todos os telescópios seriam apontados em uníssono para a M87, e depois para o centro de nossa galáxia. Quando tudo funciona bem, essa operação cósmica conjunta é "tediosa, de um jeito bacana", disse o dr. Doeleman em uma noite que nada teve de tediosa, explicando que as observações costumam funcionar melhor quando ocorrem automaticamente, e os astrônomos se limitam a segurar a respiração esperando que nada de errado aconteça. O que ajuda a suportar o tédio é a esperança de que, na sutil interação de ondas de rádio, eles possam ver a assinatura de uma das grandes calamidades da natureza. Ondas de diferentes partes da nuvem de radiação em torno de Sagitário A interfeririam umas com as outras, produzindo um padrão complicado que um computador seria capaz de ler como buraco negro. Imagine, disse o dr. Doeleman, que alguém esteja mergulhando um dedo em um lago, e crie uma ondulação na água. Se houvesse medidores de maré instalados na borda do lago, seria possível medir de onde se originam as ondulações, ao registrar a chegada de cada pico de ondulação à beira do lago. Um dedo produziria círculos concêntricos. Se dois dedos estivessem sendo usados, as ondulações formadas por eles interferiram uma com a outra, às vezes se amplificando, às vezes se cancelando mutuamente. Como resultado, alguns dos medidores de maré mostrariam picos se combinando e ganhando dimensões muito grandes; outros mostrariam águas calmas criadas pela colisão de duas ondas. "Ao analisar esse padrão", disse o dr. Doeleman, "podemos dizer o que está acontecendo a grande distância". Alguém que leia os padrões poderia distinguir se há apenas um dedo enfiado na água ou muitos deles, e de que forma estão dispostos. Nesse caso, há antenas espalhadas pela costa do infinito, sincronizadas por relógios digitais e registrando as ondas de rádio em sua chegada. "Essa é a maneira pela qual se pode construir um telescópio do tamanho do mundo", disse o dr. Doeleman. Se tudo corresse bem –se todos os elementos da teia de aranha de clima, eletrônica e cronometragem altamente precisa do dr. Doeleman operassem juntos da maneira esperada–, o resultado seria que qualquer onda chegaria carregando as marcas da interferência, um padrão complicado de cristas e valas —"franjas", no jargão da astronomia. Com franjas suficientes e linhas de base percorrendo caminhos diferentes no céu, partindo dos diversos observatórios, os astrônomos seriam capazes de reconstruir um mapa do que estava acontecendo lá longe —a milhares de anos-luz de distância. Ver nem que apenas uma dessas franjas, de uma linha de base, já seria um triunfo –significaria que eles estavam atingindo resolução da ordem necessária a criar uma imagem detalhada de Sagitário A, para determinar se sua conformação é a de um buraco negro. Produzir a imagem em questão, é claro, seria outra longa história. Até que encontrassem a primeira franja, os integrantes da equipe do Horizonte de Eventos teriam simplesmente de esperar e torcer. E a demora podia ser de meses. O imenso volume de dados obtido seria pesado demais para transmissão pela internet. Ninguém saberia se o telescópio como um todo funcionou até que os dados registrados por cada um dos instrumentos fossem correlacionados por um supercomputador no MIT. Como gosta de dizer o dr. Doeleman, "a largura de banda de um 747 carregado de discos rígidos é fenomenal". Se eles tiverem sorte, em algum momento do terceiro ou quarto trimestre deste ano será possível, então, ver emergir dos computadores do MIT a primeira imagem bruta de um buraco negro. E sua forma e tamanho poderão oferecer julgamento sobre a teoria geral da relatividade, no mais duro teste a que ela terá sido submetida no século transcorrido desde que Einstein a sonhou. Para alguns teóricos, quebrar o modelo de Einstein é o nome do jogo. "A coisa menos empolgante seria descobrir que a relatividade geral funciona muito bem", disse o dr. Broderick, do Perimeter Institute. Mas o dr. Doeleman diz que se sente quase tão empolgado com o que gosta de chamar de "molho secreto" do Telescópio Horizonte de Eventos: a oportunidade de ver como funciona o motor que produz as energias monstruosas dos quasares. "Poderemos ver um buraco negro se alimentando em tempo real", ele disse. Acompanhando os pontos de mais alta temperatura na nuvem de gás superquente que gira rumo ao esquecimento, eles poderão até medir o ritmo de rotação de um buraco negro. "Se alguma coisa estiver dançando em torno da borda do buraco negro, estaremos vendo uma das coisas mais fundamentais que é possível observar", disse o dr. Doeleman. "Com sorte, encontraremos algo de fantástico". A TRISTEZA DOS ENCANADORES A primeira parte da teia de aranha do dr. Doeleman a se romper foi o radiotelescópio do Chile. O receptor do aparelho morreu e teve de ser transportado à Europa para reparos. O defeito sobrecarregou ainda mais o telescópio mexicano. A Sierra Negra era uma escolha natural como fulcro do Telescópio do Horizonte de Eventos. Não só ocupa posição central como o novo Grande Telescópio Milimétrico, com sua imensa antena projetada para operar com comprimentos de onda curtíssimos, também é o mais sensível dos radiotelescópios da rede. Concluído em 2006, pelo Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica da Universidade de Puebla e pela Universidade de Massachusetts em Amherst, a um custo de US$ 11,6 milhões, o telescópio é o maior e mais dispendioso projeto científico do México. Sua inclusão no Telescópio do Horizonte de Eventos foi causa de grande orgulho para dr. Hughes, diretor do observatório, que dedicou a maior parte da última década a desenvolver o instrumento e resolver todos os seus problemas. "As pessoas querem trazer seus equipamentos e experiências para cá, agora", ele disse. Durante um teste primário, porém, os astrônomos descobriram que o novo receptor do telescópio estava sendo afetado por um zumbido elétrico misterioso. A história astronômica está repleta de zumbidos e ruídos que resultam em grandes avanços cósmicos. Um incidente 50 anos atrás, quando dois astrônomos do Bell Labs, Arno Penzias e Robert Wilson, encontraram um zumbido misterioso, provou ser um sinal de radiação original do Big Bang em processo de refrigeração, e resultou em um prêmio Nobel. Mas o que estava acontecendo no telescópio não tinha qualquer relação com um chamado do cosmos. O zumbido não interferia com os dados, mas interferia com o posicionamento da antena. Normalmente, para fixar a antena em uma fonte de rádio, os astrônomos sacodem o telescópio em uma e outra direção até encontrar o sinal mais forte –mais ou menos como um motorista dirigindo fora da estrada e ao mesmo tempo tentando sintonizar um jogo de beisebol no rádio. Fontes fortes como Júpiter ainda se faziam ouvir vigorosamente acima do ruído. Mas o zumbido era mais forte do que fontes fracas como Sagitário A, no centro da galáxia, o que significa que os astrônomos não podiam estar certos de que estivessem registrando dados do alvo certo. Como resultado, o telescópio mexicano teve de ser excluído da primeira rodada de observações. Diversos dias de trabalho para corrigir o problema não bastaram para remover o ruído. "Somos só encanadores, aqui", disse o dr. Doeleman certa manhã. Para piorar as coisas, Gopal Narayanan, o especialista no receptor, da Universidade de Massachusetts, teve de voltar para casa por conta de uma emergência familiar. Se os astrônomos não resolvessem o problema, a rede se veria reduzida a apenas quatro locais. "Cada antena é preciosa", disse o dr. Doeleman, mas a ausência prolongada do Grande Telescópio Milimétrico poderia ter efeito paralisante. Perder o México, além do Chile, deixaria aos astrônomos menos da metade das informações que eles haviam planejado obter. "Estamos correndo o risco de cair", disse o dr. Doeleman. Ele e os colegas desenvolveram um plano. Incapazes de isolar o ruído, decidiram ver se seria possível usar um receptor menos sensível mas menos ruidoso para apontar o telescópio, e depois ativar o novo receptor só para a coleta de dados. Eles poderiam calibrar a diferença de direcionamento entre os receptores apontando cada um deles para um objeto de alto brilho, como Saturno, e determinando a variação entre as leituras. "É muito trabalho braçal", disse o dr. Doeleman. "Mas quando você determina a variação, pode fechar seu modelo de computador". "Como me sinto sobre esse projeto?", disse o dr. Doeleman naquela tarde, erguendo a voz para que a equipe, que estava se reunindo para voltar ao telescópio, pudesse ouvi-lo. "Vamos conseguir. Precisaremos de muita inovação, mas temos a equipe certa para isso". Naquele momento, o dr. Doeleman não estava planejando continuar por lá como parte da equipe. Tinha viagem para casa marcada para a manhã seguinte, depois de estender sua estadia original no México. O dr. Hughes o instou a ficar, dizendo que a equipe necessitava de sua liderança e de seu conhecimento especializado. Para ficar, disse o dr. Doeleman, ele teria de conversar seriamente com sua família no Skype. O dr. Hughes respondeu que a decisão seria fácil, dadas as consequências científicas. O ASTRÔNOMO FICA O dr. Doeleman fez as malas para a longa jornada até o aeroporto. Mas pela manhã, ele parecia incomodado, e declarou que havia decidido ficar. Dois de seus orientandos de pós-doutorado eram estreantes em astronomia observacional, os cientistas mexicanos que se haviam unido à equipe não conheciam bem os procedimentos do Telescópio do Horizonte de Eventos, e o dr. Narayanan, o especialista em receptores, ainda não havia retornado. A chance de o telescópio produzir uma imagem do buraco negro estava em claro risco. "Se desejávamos alguma chance real de realizar o trabalho, eu tinha de ficar", disse o dr. Doeleman. A recompensa dele foi mais uma noite de neve sobre a antena, uma verdadeira decepção porque, pela primeira vez, tudo mais estava funcionando. Passadas 12 horas, a equipe fez sua terceira tentativa. A atmosfera na sala de controle era de entusiasmo quase juvenil quando o telescópio se moveu para a posição de observação, apontado para o buraco negro na fervilhante galáxia M87. O dr. Doeleman, usando um cachecol tricotado pela mulher, digitou em seu laptop que o Grande Telescópio Milimétrico estava recebendo dados. Enfim. "Esse é um grande momento, de verdade", disse o dr. Narayanan, que havia acabado de retornar. "É um grande momento, Gopal. Imenso". "Vamos conseguir uma imagem de um buraco negro", ele disse, com um largo sorriso. "É para isso que estamos aqui. É hora. Vamos conseguir". Com a conexão estabelecida, eles se acomodaram para o tédio - mas uma hora mais tarde o tempo piorou e eles tiveram de recolher o telescópio para impedir a entrada de neve. Pouco antes do alvorecer, cinco longas horas mais tarde, o tempo havia melhorado o suficiente para que o telescópio se reintegrasse à rede, que agora tinha por foco o centro da Via Láctea. Laura Vertatschitsch, uma das pesquisadoras de pós-doutorado orientadas por Doeleman no Centro de Astrofísica, disse que "meu coração estava batendo como louco, e eu sorria sem parar". Os cientistas trocaram high fives congratulatórios - mas passadas duas horas, o sol estava alto demais para que a observação pudesse continuar. A festa do buraco negro se havia tornado uma corrida contra o clima e contra o tempo. Na noite seguinte, o clima forçou o fechamento completo do telescópio mexicano. Como disse o dr. Doeleman em um e-mail posterior, "houve um par de noites em que outros locais estavam em uma verdadeira festa do Horizonte de Eventos e nós tivemos de ficar de pijama fazendo palavras cruzadas. É de enlouquecer". A HORA DA PARTIDA O dr. Doeleman por fim voltou para casa, confiante em que a equipe estava bem posicionada para continuar, enquanto ele assistia de longe com seu laptop e Skype. O dr. Narayanan desmontou o receptor e identificou a fonte do ruído incômodo –vibrações mecânicas– e resolveu o problema usando fita adesiva. Fita adesiva, afinal, ajudou a salvar a Apollo 13, ele disse. Naturalmente, foi então que as coisas começaram a funcionar. Agora estava chegando a última oportunidade de estender a teia. O clima não parecia promissor, contou a dra. Vertatschitsch em um e-mail posterior, mas eles subiram a Sierra Negra mesmo assim. Passaram metade da noite envolvidos em sua rotina de posicionamento do telescópio, desenvolvendo código na hora para os computadores. "É difícil descrever", ela disse, "mas resolver problemas complicados como esses traz uma adrenalina especial". E então eles se conectaram em definitivo com o Telescópio do Horizonte de Eventos, primeiro observando Virgem e depois Sagitário, recolhendo dados até o amanhecer. Depois, alguns dos astrônomos tiraram um selfie diante do telescópio, comemorando. A dra. Vertatschitsch disse em um e-mail que "o suor, a falta de sono, a exaustão, a alegria pura de uma experiência –é por esses momentos que você vive". Lá longe, o dr. Doeleman também teve o seu momento. "Eu não estava lá", ele disse mais tarde. "Às vezes, a melhor coisa a fazer é ir embora". Aquela noite marcou o final da temporada oficial de observação do Telescópio do Horizonte de Eventos, mas houve um bis, na verdade. Os telescópios da Califórnia, Arizona e México ficaram disponíveis por mais uma noite. E a noite adicional, segundo a dra. Vertatschitsch, foi a melhor de todas. "Foi o melhor clima que tivemos na viagem toda", ela disse. O receptor consertado pelo dr. Narayanan com fita adesiva conseguiu apontar o telescópio sem ajuda. "Tudo que tive de fazer foi ir embora", disse o dr. Doeleman mais tarde. "Nas duas últimas noites, as nuvens se dispersaram. Tudo no Telescópio do Horizonte de Eventos acontece biblicamente". UM PRIMEIRO VISLUMBRE Duas semanas mais tarde, o dr. Doeleman, parecendo repousado e 20 anos mais jovem, com a mulher e os dois filhos a tiracolo, viajou a Nova York para dar uma palestra no Planetário Hayden, do Museu Americano de História Natural. Ele me disse que cerca de 200 terabytes de dados –volume equivalente a todo o material impresso contido na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos– estavam a caminho do MIT - a largura de banda daquele 747 metafórico, em ação prática. Este ano, que marca o centenário da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, tem um calendário repleto de eventos e celebrações da teoria. Talvez, durante o ano de festa, os astrônomos por fim possam descobrir se a sombra escura da eternidade está sorrindo para nós entre as nuvens estreladas de Sagitário. Os computadores já estão trabalhando. Pelo final de abril, um e-mail foi enviado aos colaboradores do projeto Horizonte de Eventos, repleto de gráficos, mostrando o resultado da correlação de observações realizadas na mesma noite em duas montanhas –Mauna Kea, no Havaí, e a Sierra Negra. Os dados mostravam sinais notáveis de um padrão de interferência. A franja era visível. A teia de aranha aguentou. "Eu nem fazia ideia de que era possível segurar a respiração por tanto tempo!", disse o dr. Doeleman. O TELESCÓPIO DO HORIZONTE DE EVENTOS Uma rede de telescópios do tamanho da Terra está tentando medir a fronteira do que os astrônomos suspeitam seja um buraco negro de altíssima massa no centro de nossa galáxia. Posicionar os telescópios a distâncias tão grandes uns dos outros aumenta a capacidade do conjunto de discernir pequenos detalhes e efetivamente amplia a resolução das imagens resultantes. TELESCÓPIO DE 30 METROS Pico Veleta, Espanha CARMA - Combined Array for Research in Millimeter-Wave Astronomy [conjunto combinado para pesquisa em astronomia de ondas milimétricas] Cedar Flat, Califórnia SMT - Telescópio Submilimétrico Mount Graham, Arizona JCMT e SMA Telescópio James Clark Maxwell e Pequeno Conjunto Milimétrico Mauna Kea, Havaí LMT - Grande Telescópio Milimétrico Volcan Sierra Negra, México APEX - Atacama Pathfinder Experiment Llano Chajnantor, Chile SPT - Telescópio do Polo Sul Estação Polar Scott-Amundsen, Antártida (O Telescópio do Polo Sul não participou da experiência de março de 2015.) Tradução de PAULO MIGLIACCI
ilustrissima
Astrônomos constroem um "telescópio do tamanho do mundo"O projeto de Sheperd Doeleman para obter o primeiro retrato de um buraco negro não estava indo bem. Para começar, seu telescópio vivia se enchendo de neve. Por duas semanas, no final de março, o Volcan Sierra Niegra, um vulcão extinto de 4,5 mil metros de altura também conhecido como Tliltepetl, que se projeta por sobre a paisagem do sul do México, serviu como centro nervoso para o maior telescópio já concebido, uma rede de antenas que se estendia da Espanha ao Havaí e chegava ao Chile. Conhecido como Telescópio do Horizonte de Eventos, o nome que se dá ao ponto sem retorno em um buraco negro, o trabalho do dispositivo era ver o que até hoje não era visível: um pequeno, escuro e singularmente pequeno círculo de nada, uma minúscula sombra em meio ao brilho intenso da radiação no centro da galáxia Via Láctea. Albert Einstein disse certa vez que a natureza não é malévola, e sim sutil. Mas ela adora uma boa briga. Relâmpagos receberam o doutor Doeleman e sua equipe de astrônomos certa madrugada, quando eles galgaram o pico que serve de ponto de observação para um céu nada amistoso. O pouco ar que restava tinha um sabor semelhante ao que podemos imaginar o ar de Marte tenha oferecido um dia. Flocos de neve giravam em torno de suas cabeças. O Grande Telescópio Milimétrico, uma torre de 20 andares de altura com uma antena parabólica de 45 metros de diâmetro posicionada como um chapéu cônico gigantesco em seu topo, mal era visível na escuridão da noite. Os astrônomos saíram cautelosamente de seus carros, em meio às rochas de uma paisagem lunar, e desceram ao porão do telescópio, um labirinto de salas e laboratórios brilhantemente iluminados, como se estivessem no sinistro refúgio de um vilão de James Bond. O dr. Doeleman planejava passar a noite trabalhando em novas técnicas para direcionar o telescópio, que entre outros problemas vinha sofrendo de um zumbido elétrico irritante e persistente. Quando o tempo melhorou o bastante para permitir trabalho, a antena de rádio estava completamente congelada, sob uma camada de gelo de mais de dois centímetros. As estrelas giravam lá no alto, para além dos restos de nuvens de tempestade; mas seus segredos continuavam ocultos. "Isso acontece sempre, no nosso caso", disse, com uma mistura de resignação e orgulho, o dr. Doeleman, 48, um pesquisador com cara de menino, do Observatório Haystack do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Centro de Astrofísica de Harvard,. Se ele e seus colegas conseguirem sucesso, as imagens que capturaram estarão para sempre em nossos livros didáticos, como prova definitiva das mais estranha das predições de Einstein: a de que o espaço-tempo se enrodilharia como a capa de um mágico, em torno de objetos imensos, e os levaria a desaparecer do universo. Em resumo, ele previu que buracos negros –objetos tão densos que nem mesmo a luz consegue escapar de suas mandíbulas– são reais. Que o espaço e tempo na forma pela qual os conhecemos poderiam chegar ao fim bem diante de nossos narizes. Por outro lado, os astrônomos também poderiam produzir provas de que a teoria da gravidade de Einstein, a relatividade geral, que serve como regra para as regras do universo, precisava ser consertada pela primeira vez desde sua introdução, um século atrás. "Vamos jogar sem medir sacrifícios", disse o dr. Doeleman, que passou oito anos organizando esse esforço, em uma conversa em seu escritório em Serdan, cidadezinha no sopé do vulcão. Ele estava usando ceroulas sob as calças e camadas de suéteres e casacos com forro de pele, e tomava um chá de folhas de coca para combater os efeitos da altitude. Seu cabelo estava espetado, como uma espécie de corte moicano einsteniano, depois de uma longa noite de esforço para consertar os defeitos de seu telescópio; o astrônomo suava perceptivelmente. "Temos de nos preocupar com tudo, da sopa às porcas e parafusos", ele disse, listando as coisas que tornavam sua rede de rádio, distendida como uma teia de aranha através do planeta, um objeto frágil. O sucesso depende das exigências do clima em diversos continentes, de tecnologias temperamentais, da altitude e até mesmo do trânsito –dois de seus colegas acabavam de sofrer um atraso por conta de um acidente de carro no caminho para a Cidade do México. "Dizem que os fios de seda produzidos por uma aranha são mais fortes que o aço", ele comentou, "mas até mesmo uma teia de aranha pode se partir". MOTEL CÓSMICO DECADENTE Buracos negros foram uma das primeiras e mais extremas previsões da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, anunciada inicialmente em novembro de 1915. Ela explica a força que chamamos de gravidade, a qual influencia objetos que tentam seguir linhas retas em um universo cuja geometria é distorcida pela matéria e pela energia. Como resultado, planetas e também feixes de luz seguem caminhos curvos, como bolas girando em uma roleta. Einstein se assustou um pouco alguns meses mais tarde, quando Karl Schwarzchild, astrônomo alemão que na época estava servindo na frente russa, na Primeira Guerra Mundial, apontou que as equações da teoria continham uma previsão apocalíptica: acumular matéria e energia demais em um espaço muito pequeno faria com que o espaço-tempo se contraísse sem limite. Nenhuma força conhecida pela ciência seria capaz de impedir que esse fenômeno se tornasse um ralo do qual nem mesmo a luz conseguiria escapar. Einstein não encontrou erros matemáticos no cálculo, mas sua impressão era de que na vida real a natureza encontraria alguma maneira de evitar tal calamidade. Um século mais tarde, porém, os astrônomos concordam em que o espaço está de fato eivado de objetos maciços que emitem zero luz. Poderíamos defini-los como motéis cósmicos decadentes. Estrelas, átomos, feixes de gás que remontam ao Big Bang –todos eles se registram nesses motéis e nunca mais vão embora. Muitos deles são supostamente remanescentes de estrelas maciças que se queimaram até a extinção, entraram em colapso e implodiram em cataclismos como as supernovas ou as explosões de raios gama, ainda mais violentas, visíveis em todo o universo. Gerações de teóricos, entre os quais Stephen Hawking, usando o telescópio da mente, construíram carreiras investigando as propriedades desses objetos que mal e mal fazem parte do universo. Mas eles continuam a debater exatamente o que acontece dentro de um buraco negro, e o destino último daquilo que venha a cair em um deles. Quase todas as galáxias parecem abrigar um desses monstros escuros, com massa milhões ou até bilhões de vezes superior à do nosso sol, empoleirados bem no centro galáctico como o diabo de Dante. Quanto maior a galáxia, por algum motivo tanto maior esse vazio. A maneira pela qual o processo transcorre está aberta a todos os palpites, e representa uma versão cósmica do debate sobre natureza versus aprendizado. "Como um buraco negro sabe o tamanho da galáxia em que se localiza e em que momento deve parar de crescer?", ponderou David Hughes, diretor do Grande Telescópio Milimétrico. "Ou, por outro lado, como é que a galáxia sabe que é hora de parar de alimentá-lo?" Se nada mais interferir, os buracos negros jazem adormecidos mas de boca aberta. No entanto, quando alguma coisa –por exemplo uma estrela errante ou uma nuvem de gás– cai na direção de um buraco negro, ela é aquecida a bilhões de graus enquanto gira como a água que circunda um ralo. É um fenômeno conhecido como disco de acreção. Os buracos negros têm maus modos à mesa, e quando se alimentam jatos de raios-X e energia radiofônica podem ser expelidos dos discos de acreção, como o creme dental é expulso de um tubo. Os astrônomos acreditam que seja isso que produz a energia dos quasares, brilhantes fachos nos núcleos galácticos que apresentam brilho muito mais intenso do que o das cidades estreladas onde moram. "Paradoxalmente", disse o dr. Doeleman, "isso faz dos buracos negros alguns dos mais brilhantes objetos do firmamento". No começo do ano passado, uma equipe de astrônomos da Universidade de Pequim e da Universidade do Arizona anunciou ter descoberto um dos maiores e mais poderosos buracos negros já identificados –com massa 10 bilhões de vezes superior à do Sol, e ancorando um quasar que, um bilhão de anos depois do Big Bang, era 40 mil vezes mais brilhante que a Via Láctea. Mas nem toda a ação é tão distante. O centro da Via Láctea, a 26 mil anos-luz de nosso planeta, coincide com uma fonte fraca de ruídos de rádio chamada Sagitário A. Astrônomos como Andrea Ghez, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que rastreiam as órbitas de astros que circundam o centro da galáxia, conseguiram calcular que o que quer que exista no centro galáctico tem massa equivalente à de quatro milhões de sóis. Mas o objeto cósmico não emite luz, no espectro visível ou infravermelho. Se isso não for um buraco negro, nem Einstein e nem ninguém mais sabe o que poderia ser. "É o mais forte indício que temos até agora sobre um horizonte de eventos", disse o dr. Doeleman, usando o nome da fronteira de um buraco negro, o limite que serve como ponto sem retorno. Mas esse é um argumento apenas circunstancial, presumindo que Einstein estivesse certo. "Se Einstein estava errado, como poderemos saber?", disse Avery Broderick, teórico do Perimeter Institute for Theoretical Physics, em Waterloo, Canadá, apontando que a relatividade geral, apesar de toda a sua beleza matemática, jamais foi testada sob as condições extremas que prevaleceriam no Big Bang ou em buracos negros, onde toda a estranheza do espaço-tempo einsteniano se manifestaria. De acordo com trabalhos que remontam a um estudo pioneiro de James Bardeen, em 1967, o buraco negro de Sagitário, se é que está lá, apareceria como um fantasmagórico círculo escuro em meio a uma névoa de ondas de rádio. Seu formato exato, dizem os teóricos, dependeria de detalhes como a velocidade de giro do buraco. A gravidade do buraco negro distorceria e ampliaria sua imagem, resultando em uma sombra com 80 milhões de quilômetros de extensão, que vista da Terra teria mais ou menos o mesmo tamanho que uma laranja posicionada na Lua, de acordo com cálculos executados por Eric Agol, da Universidade de Washington; Heino Falcke, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha; e Fulvio Melia, da Universidade do Arizona, em estudo publicado em 2000. A prova da teoria de Einstein seria que os radioastrônomos pudessem determinar que a sombra, um cemitério para quatro milhões de sóis, tivesse mesmo um tamanho tão pequeno quanto o previsto. Eles vem reduzindo suas estimativas de tamanho desde que Sagitário A foi descoberto, em 1974. Em 2005, um grupo liderado por Shen Zhiqiang, do Observatório Astronômico de Xangai, reduziu o diâmetro estimado do Sagitário A uma nuvem de energia com menos de 144 milhões de quilômetros, mais ou menos duas vezes o tamanho da sombra estimada para o Sagitário A sob a teoria da relatividade geral, usando o Very Long Baseline Array, uma rede transcontinental de antenas. "A maioria das pessoas precisa ver para crer", disse o dr. Agol na época, mas havia problema para realizar mensuração mais fina. Os elétrons e prótons ionizados do espaço interestelar dispersavam as ondas de rádio em um borrão que obscurecia os detalhes da fonte. "Era como tentar enxergar através de um vidro fosco", disse o dr. Doeleman. Para enxergar mais fundo na sombra do buraco negro, seria necessário sintonizar o radiotelescópio em comprimentos de ondas menores, capazes de penetrar a névoa. E era preciso um novo telescópio. Quanto maior a antena, maior a resolução ou a ampliação que pode ser obtida. "Nosso buraco negro está ativo mas se alimenta em uma dieta lenta, com gás aquecido a um bilhão de graus em torno dele", disse o dr. Doeleman. O resultado, no coração da Via Láctea, é "como uma nuvem rechonchuda", ele disse. "É preciso encontrar a frequência certa para ver através dos detritos no centro galáctico". E é aí que entra o Telescópio do Horizonte de Eventos. À BEIRA O caminho do dr. Doeleman até a beira do infinito foi bastante sinuoso. Filho de um professor de ciências, ele cresceu no Oregon e estudou física no Reed College, em Portland. Decidiu se inscrever para o mestrado no MIT, mas antes que pudesse começar seus estudos, encontrou um anúncio que solicitava voluntários para participar de experiências na Antártida. Ele se candidatou, e passou quase dois anos na soleira do planeta. "Foi lá que provavelmente me deixei contagiar pelo desafio de trabalhar com ciência em circunstâncias desafiadoras", disse o dr. Doeleman. Ele voltou a se inscrever no MIT quando ainda estava na Antártida, e aproveitou para viajar sem rumo pela Ásia em seu caminho de volta aos Estados Unidos. No MIT, ele primeiro entrou para um grupo que estudava física de plasmas, depois trabalhou com astronomia em raios-x e biofísica, e por fim ingressou no grupo de radioastronomia. A técnica preferencial para os radioastrônomos é conhecida como interferometria de linha de base muito longa (VLBI), na qual radiotelescópios separados por distâncias que podem abarcar um continente se unem em uma rede sincronizada que imita o comportamento de uma antena com um diâmetro muito grande. O interesse original do dr. Doeleman era usar a tecnologia a fim de monitorar os movimentos da crosta terrestre, e sua esperança era viajar a lugares exóticos a fim de instalar instrumentos. Mas estes já estavam instalados. Por isso, seu olhar se voltou aos céus e aos mistérios dos quasares. Durante uma conversa recente, o dr. Doeleman mostrou uma imagem de uma galáxia na constelação de Centauro, um arco delicado de luz estelar com uma faixa de poeira em sua cintura. Conhecida como NHC 5128, a galáxia pode ser vista de binóculo, do hemisfério sul. Depois, ele mostrou uma imagem da mesma galáxia registrada com seus "óculos de rádio", como ele definiu. Nessa segunda imagem, a galáxia está se desfazendo por conta de uma explosão em seu núcleo, disparando feixes de energia por distâncias espaciais de milhares de anos-luz. O dr. Doeleman atribuiu seu interesse pelos quasares e buracos negros ao momento em que viu pela primeira vez imagens como essa. "O que quer que esteja propelindo aqueles jatos tem de ser insanamente poderoso", ele disse. Em 2008, Doeleman passou pelo que define como "um momento a-ha", quando ele e colegas uniram três radiotelescópios no Havaí, Arizona e Califórnia a fim de criar um sistema de interferômetro, e o apontaram para o centro da galáxia, usando um comprimento de onda mais curto. Eles detectaram um pequeno aglomerado de energia –"um pontinho que se recusava a desaparecer". Estavam vendo alguma coisa através do vidro fosco. Mas o quê? Desde então, o dr. Doeleman e seus colegas dedicaram suas energias a construir uma rede de tamanho suficiente para determinar se aquele pontinho de rádio abriga sinais de um buraco negro. No total, o Telescópio do Horizonte de Eventos envolve 20 universidades, laboratórios, instituições de pesquisa e agências governamentais, e mais de uma centena de cientistas. Entre outras coisas, para manter os radiotelescópios de suas redes devidamente sincronizados, eles precisam equipá-los com novos relógios atômicos cuja precisão é da ordem de um segundo a cada 100 milhões de anos, e novos receptores de ondas curtas. O dr. Doeleman recorda ter necessitado usar um tanque de oxigênio a fim de testar os relógios atômicos do novo complexo ALMA, em um altiplano a 4,8 mil metros de altura no Chile. Outro colega, Daniel Marrone, da Universidade do Arizona, passou o começo deste ano no Polo Sul, instalando um novo receptor. As duas instalações serão posteriormente integradas às observações do Telescópio Horizonte de Eventos. A sequência de observações realizadas em março foi a primeira ocasião em que um grupo contou com telescópios suficientes –sete radiotelescópios, em seis montanhas– para começar a ter esperança de vislumbrar um buraco negro. Eles teriam cinco oportunidades de fazê-lo, em um período de duas semanas. A cada noite, esperavam ter em mira dois buracos negros: o Sagitário A e outro em uma galáxia gigante conhecida como M87, que ancora o enorme aglomerado de galáxias de Virgem, a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância. O buraco negro da galáxia M87 foi estimado em seis bilhões de vezes a massa do sol, e daqui ele apareceria apenas ligeiramente menor do que o buraco negro da Via Láctea. Além do mais, jatos de energia, como as chamas de um maçarico, são disparados pelo seu disco de acreção, cruzando o espaço interestelar. Os astrônomos queriam muito observar esse fenômeno. O TÉDIO COMO ESPERANÇA "É um belo trabalho", diz Andrew Strominger, teórico de Harvard que participa da equipe do Horizonte de Eventos, sobre o telescópio. Na prática, o trabalho pode ser tanto árduo quanto tedioso, a depender de como as coisas estejam indo. A visita à Sierra Negra em março foi a quinta do dr. Doeleman em dois anos. A viagem requer um voo e depois cinco horas de carro, ônibus e caminhão, até a pequena e nada turística cidade de Serdan. Ele às vezes brincava jogando para o alto um cristal especial usado para testar relógios atômicos, o que atraiu a atenção do pessoal de segurança. "O aparelho se parece com a imagem que temos de uma bomba –um cilindro de metal com arames espetados", ele disse. E todo seu esforço muitas vezes terminava em dor de cabeça, o preço de trabalhar a quase cinco quilômetros de altitude. A sala de controle do telescópio conta com monitores usados nos dedos para medir o nível de oxigênio no sangue, e com um tanque e máscara de oxigênio para os momentos de tontura. A Sierra Negra fica logo ao lado de um pico ainda mais alto, o Pico de Orizaba, a mais alta montanha mexicana, e os dois montes se combinam para criar um microclima especial, que pode causar problemas para os astrônomos. Em uma noite de trabalho, o telescópio estava sendo girado para impedi-lo de se encher de neve. O dr. Doeleman estava na sala do receptor, que não tem aquecimento; lá dentro, a luz de foco da antena se refletia em espelhos, passava por um túnel e atingia caixas do tamanho de fornos de micro-ondas –e de repente ele sentiu o edifício se sacudir. Pensando estar diante de um terremoto, o dr. Doeleman correu para o elevador, onde encontrou seus colegas, que subiram correndo da sala de controle e dos escritórios mais abaixo. "Fiquei muito assustado", ele disse. Não era um terremoto. Por causa de um defeito elétrico, o imenso disco da antena –cuja área equivale à metade de um campo de futebol e cujo peso atinge as 1,6 mil toneladas– havia subitamente parado, transferindo todo o ímpeto de seu movimento prévio à estrutura que o sustenta. Alguns dias depois, um terremoto de verdade faria com que os astrônomos fugissem correndo de suas mesas de café da manhã, lá embaixo em Serdan. No final de março, colaboradores do dr. Doeleman estavam acampados em circunstâncias igualmente desconfortáveis em montanhas do Chile, Havaí, Califórnia, Arizona e Espanha, esperando por seu sinal, baseado em previsões do tempo e na situação do equipamento –aquela velha questão da fragilidade da teia de aranha– a fim de iniciar as observações. Todos os telescópios seriam apontados em uníssono para a M87, e depois para o centro de nossa galáxia. Quando tudo funciona bem, essa operação cósmica conjunta é "tediosa, de um jeito bacana", disse o dr. Doeleman em uma noite que nada teve de tediosa, explicando que as observações costumam funcionar melhor quando ocorrem automaticamente, e os astrônomos se limitam a segurar a respiração esperando que nada de errado aconteça. O que ajuda a suportar o tédio é a esperança de que, na sutil interação de ondas de rádio, eles possam ver a assinatura de uma das grandes calamidades da natureza. Ondas de diferentes partes da nuvem de radiação em torno de Sagitário A interfeririam umas com as outras, produzindo um padrão complicado que um computador seria capaz de ler como buraco negro. Imagine, disse o dr. Doeleman, que alguém esteja mergulhando um dedo em um lago, e crie uma ondulação na água. Se houvesse medidores de maré instalados na borda do lago, seria possível medir de onde se originam as ondulações, ao registrar a chegada de cada pico de ondulação à beira do lago. Um dedo produziria círculos concêntricos. Se dois dedos estivessem sendo usados, as ondulações formadas por eles interferiram uma com a outra, às vezes se amplificando, às vezes se cancelando mutuamente. Como resultado, alguns dos medidores de maré mostrariam picos se combinando e ganhando dimensões muito grandes; outros mostrariam águas calmas criadas pela colisão de duas ondas. "Ao analisar esse padrão", disse o dr. Doeleman, "podemos dizer o que está acontecendo a grande distância". Alguém que leia os padrões poderia distinguir se há apenas um dedo enfiado na água ou muitos deles, e de que forma estão dispostos. Nesse caso, há antenas espalhadas pela costa do infinito, sincronizadas por relógios digitais e registrando as ondas de rádio em sua chegada. "Essa é a maneira pela qual se pode construir um telescópio do tamanho do mundo", disse o dr. Doeleman. Se tudo corresse bem –se todos os elementos da teia de aranha de clima, eletrônica e cronometragem altamente precisa do dr. Doeleman operassem juntos da maneira esperada–, o resultado seria que qualquer onda chegaria carregando as marcas da interferência, um padrão complicado de cristas e valas —"franjas", no jargão da astronomia. Com franjas suficientes e linhas de base percorrendo caminhos diferentes no céu, partindo dos diversos observatórios, os astrônomos seriam capazes de reconstruir um mapa do que estava acontecendo lá longe —a milhares de anos-luz de distância. Ver nem que apenas uma dessas franjas, de uma linha de base, já seria um triunfo –significaria que eles estavam atingindo resolução da ordem necessária a criar uma imagem detalhada de Sagitário A, para determinar se sua conformação é a de um buraco negro. Produzir a imagem em questão, é claro, seria outra longa história. Até que encontrassem a primeira franja, os integrantes da equipe do Horizonte de Eventos teriam simplesmente de esperar e torcer. E a demora podia ser de meses. O imenso volume de dados obtido seria pesado demais para transmissão pela internet. Ninguém saberia se o telescópio como um todo funcionou até que os dados registrados por cada um dos instrumentos fossem correlacionados por um supercomputador no MIT. Como gosta de dizer o dr. Doeleman, "a largura de banda de um 747 carregado de discos rígidos é fenomenal". Se eles tiverem sorte, em algum momento do terceiro ou quarto trimestre deste ano será possível, então, ver emergir dos computadores do MIT a primeira imagem bruta de um buraco negro. E sua forma e tamanho poderão oferecer julgamento sobre a teoria geral da relatividade, no mais duro teste a que ela terá sido submetida no século transcorrido desde que Einstein a sonhou. Para alguns teóricos, quebrar o modelo de Einstein é o nome do jogo. "A coisa menos empolgante seria descobrir que a relatividade geral funciona muito bem", disse o dr. Broderick, do Perimeter Institute. Mas o dr. Doeleman diz que se sente quase tão empolgado com o que gosta de chamar de "molho secreto" do Telescópio Horizonte de Eventos: a oportunidade de ver como funciona o motor que produz as energias monstruosas dos quasares. "Poderemos ver um buraco negro se alimentando em tempo real", ele disse. Acompanhando os pontos de mais alta temperatura na nuvem de gás superquente que gira rumo ao esquecimento, eles poderão até medir o ritmo de rotação de um buraco negro. "Se alguma coisa estiver dançando em torno da borda do buraco negro, estaremos vendo uma das coisas mais fundamentais que é possível observar", disse o dr. Doeleman. "Com sorte, encontraremos algo de fantástico". A TRISTEZA DOS ENCANADORES A primeira parte da teia de aranha do dr. Doeleman a se romper foi o radiotelescópio do Chile. O receptor do aparelho morreu e teve de ser transportado à Europa para reparos. O defeito sobrecarregou ainda mais o telescópio mexicano. A Sierra Negra era uma escolha natural como fulcro do Telescópio do Horizonte de Eventos. Não só ocupa posição central como o novo Grande Telescópio Milimétrico, com sua imensa antena projetada para operar com comprimentos de onda curtíssimos, também é o mais sensível dos radiotelescópios da rede. Concluído em 2006, pelo Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica da Universidade de Puebla e pela Universidade de Massachusetts em Amherst, a um custo de US$ 11,6 milhões, o telescópio é o maior e mais dispendioso projeto científico do México. Sua inclusão no Telescópio do Horizonte de Eventos foi causa de grande orgulho para dr. Hughes, diretor do observatório, que dedicou a maior parte da última década a desenvolver o instrumento e resolver todos os seus problemas. "As pessoas querem trazer seus equipamentos e experiências para cá, agora", ele disse. Durante um teste primário, porém, os astrônomos descobriram que o novo receptor do telescópio estava sendo afetado por um zumbido elétrico misterioso. A história astronômica está repleta de zumbidos e ruídos que resultam em grandes avanços cósmicos. Um incidente 50 anos atrás, quando dois astrônomos do Bell Labs, Arno Penzias e Robert Wilson, encontraram um zumbido misterioso, provou ser um sinal de radiação original do Big Bang em processo de refrigeração, e resultou em um prêmio Nobel. Mas o que estava acontecendo no telescópio não tinha qualquer relação com um chamado do cosmos. O zumbido não interferia com os dados, mas interferia com o posicionamento da antena. Normalmente, para fixar a antena em uma fonte de rádio, os astrônomos sacodem o telescópio em uma e outra direção até encontrar o sinal mais forte –mais ou menos como um motorista dirigindo fora da estrada e ao mesmo tempo tentando sintonizar um jogo de beisebol no rádio. Fontes fortes como Júpiter ainda se faziam ouvir vigorosamente acima do ruído. Mas o zumbido era mais forte do que fontes fracas como Sagitário A, no centro da galáxia, o que significa que os astrônomos não podiam estar certos de que estivessem registrando dados do alvo certo. Como resultado, o telescópio mexicano teve de ser excluído da primeira rodada de observações. Diversos dias de trabalho para corrigir o problema não bastaram para remover o ruído. "Somos só encanadores, aqui", disse o dr. Doeleman certa manhã. Para piorar as coisas, Gopal Narayanan, o especialista no receptor, da Universidade de Massachusetts, teve de voltar para casa por conta de uma emergência familiar. Se os astrônomos não resolvessem o problema, a rede se veria reduzida a apenas quatro locais. "Cada antena é preciosa", disse o dr. Doeleman, mas a ausência prolongada do Grande Telescópio Milimétrico poderia ter efeito paralisante. Perder o México, além do Chile, deixaria aos astrônomos menos da metade das informações que eles haviam planejado obter. "Estamos correndo o risco de cair", disse o dr. Doeleman. Ele e os colegas desenvolveram um plano. Incapazes de isolar o ruído, decidiram ver se seria possível usar um receptor menos sensível mas menos ruidoso para apontar o telescópio, e depois ativar o novo receptor só para a coleta de dados. Eles poderiam calibrar a diferença de direcionamento entre os receptores apontando cada um deles para um objeto de alto brilho, como Saturno, e determinando a variação entre as leituras. "É muito trabalho braçal", disse o dr. Doeleman. "Mas quando você determina a variação, pode fechar seu modelo de computador". "Como me sinto sobre esse projeto?", disse o dr. Doeleman naquela tarde, erguendo a voz para que a equipe, que estava se reunindo para voltar ao telescópio, pudesse ouvi-lo. "Vamos conseguir. Precisaremos de muita inovação, mas temos a equipe certa para isso". Naquele momento, o dr. Doeleman não estava planejando continuar por lá como parte da equipe. Tinha viagem para casa marcada para a manhã seguinte, depois de estender sua estadia original no México. O dr. Hughes o instou a ficar, dizendo que a equipe necessitava de sua liderança e de seu conhecimento especializado. Para ficar, disse o dr. Doeleman, ele teria de conversar seriamente com sua família no Skype. O dr. Hughes respondeu que a decisão seria fácil, dadas as consequências científicas. O ASTRÔNOMO FICA O dr. Doeleman fez as malas para a longa jornada até o aeroporto. Mas pela manhã, ele parecia incomodado, e declarou que havia decidido ficar. Dois de seus orientandos de pós-doutorado eram estreantes em astronomia observacional, os cientistas mexicanos que se haviam unido à equipe não conheciam bem os procedimentos do Telescópio do Horizonte de Eventos, e o dr. Narayanan, o especialista em receptores, ainda não havia retornado. A chance de o telescópio produzir uma imagem do buraco negro estava em claro risco. "Se desejávamos alguma chance real de realizar o trabalho, eu tinha de ficar", disse o dr. Doeleman. A recompensa dele foi mais uma noite de neve sobre a antena, uma verdadeira decepção porque, pela primeira vez, tudo mais estava funcionando. Passadas 12 horas, a equipe fez sua terceira tentativa. A atmosfera na sala de controle era de entusiasmo quase juvenil quando o telescópio se moveu para a posição de observação, apontado para o buraco negro na fervilhante galáxia M87. O dr. Doeleman, usando um cachecol tricotado pela mulher, digitou em seu laptop que o Grande Telescópio Milimétrico estava recebendo dados. Enfim. "Esse é um grande momento, de verdade", disse o dr. Narayanan, que havia acabado de retornar. "É um grande momento, Gopal. Imenso". "Vamos conseguir uma imagem de um buraco negro", ele disse, com um largo sorriso. "É para isso que estamos aqui. É hora. Vamos conseguir". Com a conexão estabelecida, eles se acomodaram para o tédio - mas uma hora mais tarde o tempo piorou e eles tiveram de recolher o telescópio para impedir a entrada de neve. Pouco antes do alvorecer, cinco longas horas mais tarde, o tempo havia melhorado o suficiente para que o telescópio se reintegrasse à rede, que agora tinha por foco o centro da Via Láctea. Laura Vertatschitsch, uma das pesquisadoras de pós-doutorado orientadas por Doeleman no Centro de Astrofísica, disse que "meu coração estava batendo como louco, e eu sorria sem parar". Os cientistas trocaram high fives congratulatórios - mas passadas duas horas, o sol estava alto demais para que a observação pudesse continuar. A festa do buraco negro se havia tornado uma corrida contra o clima e contra o tempo. Na noite seguinte, o clima forçou o fechamento completo do telescópio mexicano. Como disse o dr. Doeleman em um e-mail posterior, "houve um par de noites em que outros locais estavam em uma verdadeira festa do Horizonte de Eventos e nós tivemos de ficar de pijama fazendo palavras cruzadas. É de enlouquecer". A HORA DA PARTIDA O dr. Doeleman por fim voltou para casa, confiante em que a equipe estava bem posicionada para continuar, enquanto ele assistia de longe com seu laptop e Skype. O dr. Narayanan desmontou o receptor e identificou a fonte do ruído incômodo –vibrações mecânicas– e resolveu o problema usando fita adesiva. Fita adesiva, afinal, ajudou a salvar a Apollo 13, ele disse. Naturalmente, foi então que as coisas começaram a funcionar. Agora estava chegando a última oportunidade de estender a teia. O clima não parecia promissor, contou a dra. Vertatschitsch em um e-mail posterior, mas eles subiram a Sierra Negra mesmo assim. Passaram metade da noite envolvidos em sua rotina de posicionamento do telescópio, desenvolvendo código na hora para os computadores. "É difícil descrever", ela disse, "mas resolver problemas complicados como esses traz uma adrenalina especial". E então eles se conectaram em definitivo com o Telescópio do Horizonte de Eventos, primeiro observando Virgem e depois Sagitário, recolhendo dados até o amanhecer. Depois, alguns dos astrônomos tiraram um selfie diante do telescópio, comemorando. A dra. Vertatschitsch disse em um e-mail que "o suor, a falta de sono, a exaustão, a alegria pura de uma experiência –é por esses momentos que você vive". Lá longe, o dr. Doeleman também teve o seu momento. "Eu não estava lá", ele disse mais tarde. "Às vezes, a melhor coisa a fazer é ir embora". Aquela noite marcou o final da temporada oficial de observação do Telescópio do Horizonte de Eventos, mas houve um bis, na verdade. Os telescópios da Califórnia, Arizona e México ficaram disponíveis por mais uma noite. E a noite adicional, segundo a dra. Vertatschitsch, foi a melhor de todas. "Foi o melhor clima que tivemos na viagem toda", ela disse. O receptor consertado pelo dr. Narayanan com fita adesiva conseguiu apontar o telescópio sem ajuda. "Tudo que tive de fazer foi ir embora", disse o dr. Doeleman mais tarde. "Nas duas últimas noites, as nuvens se dispersaram. Tudo no Telescópio do Horizonte de Eventos acontece biblicamente". UM PRIMEIRO VISLUMBRE Duas semanas mais tarde, o dr. Doeleman, parecendo repousado e 20 anos mais jovem, com a mulher e os dois filhos a tiracolo, viajou a Nova York para dar uma palestra no Planetário Hayden, do Museu Americano de História Natural. Ele me disse que cerca de 200 terabytes de dados –volume equivalente a todo o material impresso contido na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos– estavam a caminho do MIT - a largura de banda daquele 747 metafórico, em ação prática. Este ano, que marca o centenário da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, tem um calendário repleto de eventos e celebrações da teoria. Talvez, durante o ano de festa, os astrônomos por fim possam descobrir se a sombra escura da eternidade está sorrindo para nós entre as nuvens estreladas de Sagitário. Os computadores já estão trabalhando. Pelo final de abril, um e-mail foi enviado aos colaboradores do projeto Horizonte de Eventos, repleto de gráficos, mostrando o resultado da correlação de observações realizadas na mesma noite em duas montanhas –Mauna Kea, no Havaí, e a Sierra Negra. Os dados mostravam sinais notáveis de um padrão de interferência. A franja era visível. A teia de aranha aguentou. "Eu nem fazia ideia de que era possível segurar a respiração por tanto tempo!", disse o dr. Doeleman. O TELESCÓPIO DO HORIZONTE DE EVENTOS Uma rede de telescópios do tamanho da Terra está tentando medir a fronteira do que os astrônomos suspeitam seja um buraco negro de altíssima massa no centro de nossa galáxia. Posicionar os telescópios a distâncias tão grandes uns dos outros aumenta a capacidade do conjunto de discernir pequenos detalhes e efetivamente amplia a resolução das imagens resultantes. TELESCÓPIO DE 30 METROS Pico Veleta, Espanha CARMA - Combined Array for Research in Millimeter-Wave Astronomy [conjunto combinado para pesquisa em astronomia de ondas milimétricas] Cedar Flat, Califórnia SMT - Telescópio Submilimétrico Mount Graham, Arizona JCMT e SMA Telescópio James Clark Maxwell e Pequeno Conjunto Milimétrico Mauna Kea, Havaí LMT - Grande Telescópio Milimétrico Volcan Sierra Negra, México APEX - Atacama Pathfinder Experiment Llano Chajnantor, Chile SPT - Telescópio do Polo Sul Estação Polar Scott-Amundsen, Antártida (O Telescópio do Polo Sul não participou da experiência de março de 2015.) Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Palhaçada
Se eu fosse dono da Folha, substituiria todos os colunistas do caderno "Poder" pelo José Simão. Não que eles não sejam competentes. São, mas são sérios -e a crise brasileira só é séria na economia. Mas, aí, Vinicius Torres Freire trata do assunto com uma competência e clareza cada dia melhores. Na política, temos uma palhaçada como só se viu, recentemente, em alguns momentos do desastre Fernando Collor de Mello. O único colunista plenamente equipado com humor cáustico à altura do noticiário político é o Zé Simão. Na quinta-feira, 1º, por exemplo, parecia cena de pastelão a sessão da Câmara presidida por Eduardo Cunha, incapaz de ter a coragem e a decência de olhar para Chico Alencar (PSOL-RJ) enquanto este cobrava o elementar, uma explicação de Cunha sobre as contas que a Suíça diz que ele tem. Feita a cobrança, Cunha fingiu que não era com ele e continuou com a sessão, para desalento do deputado socialista, um dos raros Quixotes remanescentes em uma cena política degradada a níveis insuportáveis. Na minha santa ingenuidade, imaginei que haveria no plenário um coro de protestos diante do cínico silêncio de Cunha. Nada: a vida seguiu como se se estivesse discutindo dar o nome de uma praça a Eduardo Cunha. Uma praça na Suíça, talvez. Aí vem a pantomima do anúncio da reforma ministerial. A presidente faz toda uma mise-en-scène, como se de fato se tratasse de um elevado momento republicano. Todo o mundo sabe que se tratava apenas de confirmar a entrega do governo, sem que tivesse havido eleição ou impeachment no meio, de um lado a Luiz Inácio Lula da Silva e a seus homens de confiança e, de outro, ao mais rastaquera do peemedebismo. Agora, a pátria tem, em vez de aberrantes 39 ministérios, 31 aberrantes ministérios, o que, sem dúvida, vai resolver todos os problemas. Como se fosse pouco, o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, é acusado por um doleiro, o mais famoso personagem da Lava Jato, de ser "pau-mandado" de Eduardo Cunha, o aliado-agora-desafeto de Dilma e do governo. Calma, leitor, não terminou: o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (Marcelo quem?), sugere que volte a tão combatida CPMF em dose dupla, no débito e no crédito. Castro é do PMDB, o mesmo partido de um certo Michel Temer, que já disse, uma e mil vezes, que é contra a CPMF. É até possível que Dilma, com a ridícula reforma ministerial, tenha comprado tempo e impetrado habeas corpus preventivo contra o impeachment. Mas eu desconfio que o que de melhor aconteceu a ela, na semana que passou, foi a denúncia sobre Eduardo Cunha. Se a Câmara não perdeu completamente a vergonha, Cunha precisa ser afastado urgentemente da presidência da Casa. E, sem ele na presidência, o impeachment deixará de ser um instrumento de vingança pessoal brandido contra a presidente para se tornar uma hipótese só sustentável ante a evidência de algum crime de responsabilidade, o que, até agora, não existe. O resto é com você, caro Zé Simão. P.S.: Uma semana de férias.
colunas
PalhaçadaSe eu fosse dono da Folha, substituiria todos os colunistas do caderno "Poder" pelo José Simão. Não que eles não sejam competentes. São, mas são sérios -e a crise brasileira só é séria na economia. Mas, aí, Vinicius Torres Freire trata do assunto com uma competência e clareza cada dia melhores. Na política, temos uma palhaçada como só se viu, recentemente, em alguns momentos do desastre Fernando Collor de Mello. O único colunista plenamente equipado com humor cáustico à altura do noticiário político é o Zé Simão. Na quinta-feira, 1º, por exemplo, parecia cena de pastelão a sessão da Câmara presidida por Eduardo Cunha, incapaz de ter a coragem e a decência de olhar para Chico Alencar (PSOL-RJ) enquanto este cobrava o elementar, uma explicação de Cunha sobre as contas que a Suíça diz que ele tem. Feita a cobrança, Cunha fingiu que não era com ele e continuou com a sessão, para desalento do deputado socialista, um dos raros Quixotes remanescentes em uma cena política degradada a níveis insuportáveis. Na minha santa ingenuidade, imaginei que haveria no plenário um coro de protestos diante do cínico silêncio de Cunha. Nada: a vida seguiu como se se estivesse discutindo dar o nome de uma praça a Eduardo Cunha. Uma praça na Suíça, talvez. Aí vem a pantomima do anúncio da reforma ministerial. A presidente faz toda uma mise-en-scène, como se de fato se tratasse de um elevado momento republicano. Todo o mundo sabe que se tratava apenas de confirmar a entrega do governo, sem que tivesse havido eleição ou impeachment no meio, de um lado a Luiz Inácio Lula da Silva e a seus homens de confiança e, de outro, ao mais rastaquera do peemedebismo. Agora, a pátria tem, em vez de aberrantes 39 ministérios, 31 aberrantes ministérios, o que, sem dúvida, vai resolver todos os problemas. Como se fosse pouco, o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, é acusado por um doleiro, o mais famoso personagem da Lava Jato, de ser "pau-mandado" de Eduardo Cunha, o aliado-agora-desafeto de Dilma e do governo. Calma, leitor, não terminou: o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (Marcelo quem?), sugere que volte a tão combatida CPMF em dose dupla, no débito e no crédito. Castro é do PMDB, o mesmo partido de um certo Michel Temer, que já disse, uma e mil vezes, que é contra a CPMF. É até possível que Dilma, com a ridícula reforma ministerial, tenha comprado tempo e impetrado habeas corpus preventivo contra o impeachment. Mas eu desconfio que o que de melhor aconteceu a ela, na semana que passou, foi a denúncia sobre Eduardo Cunha. Se a Câmara não perdeu completamente a vergonha, Cunha precisa ser afastado urgentemente da presidência da Casa. E, sem ele na presidência, o impeachment deixará de ser um instrumento de vingança pessoal brandido contra a presidente para se tornar uma hipótese só sustentável ante a evidência de algum crime de responsabilidade, o que, até agora, não existe. O resto é com você, caro Zé Simão. P.S.: Uma semana de férias.
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Lista de 2ª chamada da Fuvest sai nesta sexta com 2.350 selecionados
A Fuvest vai divulgar na manhã desta sexta-feira (6) a lista dos candidatos selecionados na segunda chamada do vestibular 2015. Ao todo, 2.350 pessoas devem ser selecionadas nessa etapa. Os estudantes com nome na lista terão que fazer a matrícula não presencial, no site da instituição, entre as 8h de sábado (7) e às 13h59 do domingo (8). Quem não cumprir essa etapa do processo de matrícula, no entanto, será eliminado. Já no dias 11 e 12 (quarta e quinta-feira) os convocados em primeira e segunda chamadas, que realizaram a matrícula não presencial, deverão obrigatoriamente comparecer ao serviço de graduação das respectivas unidades de ensino para entregar os documentos e efetivar a matrícula. Se não for possível comparecer, o candidato poderá nomear um procurador. Mais de 11 mil jovens foram selecionados na primeira chamada. Em todo o processo seletivo, a Fuvest teve 142 mil inscritos nesta edição do exame –queda de 18% em relação ao ano passado e o menor número desde o vestibular de 2012. O curso mais concorrido foi o de medicina na capital, com 55,02 candidatos por vaga. A redução do número de inscritos, porém, não facilitou a disputa. Neste ano, das 37 carreiras com maior nota de corte (pontuação mínima para classificação à segunda fase do vestibular), 31 exigiram que o candidato fizesse mais pontos do que quem prestou o vestibular anterior. Em medicina, por exemplo, os estudantes tiveram de acertar 72 de 90 (correspondente a 80%) questões na prova da primeira fase, realizada em novembro. No vestibular passado, a nota mínima era 70. A terceira chamada está prevista para a próxima segunda-feira (9). A Fuvest prevê até cinco chamadas, que serão encerradas em 24 de fevereiro.
educacao
Lista de 2ª chamada da Fuvest sai nesta sexta com 2.350 selecionadosA Fuvest vai divulgar na manhã desta sexta-feira (6) a lista dos candidatos selecionados na segunda chamada do vestibular 2015. Ao todo, 2.350 pessoas devem ser selecionadas nessa etapa. Os estudantes com nome na lista terão que fazer a matrícula não presencial, no site da instituição, entre as 8h de sábado (7) e às 13h59 do domingo (8). Quem não cumprir essa etapa do processo de matrícula, no entanto, será eliminado. Já no dias 11 e 12 (quarta e quinta-feira) os convocados em primeira e segunda chamadas, que realizaram a matrícula não presencial, deverão obrigatoriamente comparecer ao serviço de graduação das respectivas unidades de ensino para entregar os documentos e efetivar a matrícula. Se não for possível comparecer, o candidato poderá nomear um procurador. Mais de 11 mil jovens foram selecionados na primeira chamada. Em todo o processo seletivo, a Fuvest teve 142 mil inscritos nesta edição do exame –queda de 18% em relação ao ano passado e o menor número desde o vestibular de 2012. O curso mais concorrido foi o de medicina na capital, com 55,02 candidatos por vaga. A redução do número de inscritos, porém, não facilitou a disputa. Neste ano, das 37 carreiras com maior nota de corte (pontuação mínima para classificação à segunda fase do vestibular), 31 exigiram que o candidato fizesse mais pontos do que quem prestou o vestibular anterior. Em medicina, por exemplo, os estudantes tiveram de acertar 72 de 90 (correspondente a 80%) questões na prova da primeira fase, realizada em novembro. No vestibular passado, a nota mínima era 70. A terceira chamada está prevista para a próxima segunda-feira (9). A Fuvest prevê até cinco chamadas, que serão encerradas em 24 de fevereiro.
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Liderança aviltada
Enquanto o poder presidencial fibrila como coração à beira do colapso, o desespero para reanimá-lo ameaça fulminar a intenção de reformar a Previdência, raro acerto na extensa lista de erros do governo Dilma Rousseff (PT). Ministros ligados ao ex-presidente Lula (PT) aconselharam a mandatária a postergar a apresentação do projeto ao Congresso, antes programada para o final de abril. Argumentam que isso asseguraria coesão da base aliada para enfrentar a batalha do impeachment na Câmara dos Deputados. Na sexta (11), Dilma aderiu à corrente procrastinatória. Evitou comprometer-se com prazos para levar a proposta aos legisladores. Alegou dificuldades políticas para a aceitação das mudanças. Atitudes como essa reforçam a imagem da presidente como figura pública liliputiana. Prisioneira voluntária de um labirinto de escolhas aviltadas, Dilma parece não enxergar o dano que seu apequenamento provoca no país. A esta altura, conhecidos os números do estrago econômico de 2015 e divisado um novo calvário para a renda e o emprego de milhões de brasileiros neste ano, já deveria estar claro para a petista que somente uma mudança drástica e tempestiva da administração federal, no rumo majoritário e reformista, poderá atenuar a queda e abreviar a reversão desse quadro terrível de recessão. Dilma Rousseff, no entanto, insiste em jogar a partida dos minoritários, apenas em busca, na Câmara, dos 171 votos suficientes para livrar o seu pescoço da guilhotina. Talvez ainda haja tempo de a presidente liderar a única reação capaz de salvar ao mesmo tempo seu governo e sua biografia. Ela passa pela adesão imediata e definitiva à agenda de reformas, entre elas a da Previdência, que podem colocar de volta nos trilhos um país que descarrila. Os gastos previdenciários hoje consomem 12% do que se produz no Brasil todo ano –uma enormidade para o seu estágio de desenvolvimento e para o padrão ainda relativamente jovem da população brasileira. Projeções indicam que, se nada for feito, essa cifra chegará a 20% ao completar-se o amadurecimento demográfico nacional. É preciso, entre outras medidas, elevar paulatinamente a idade média em que as pessoas se aposentam, hoje de 55 anos. Deslocá-la para os 65 anos no prazo de uma década, por exemplo, seria compatível com os avanços na duração e na qualidade da vida no Brasil. Dilma Rousseff poderá ser lembrada no futuro como a presidente que ao menos tentou evitar um conflito geracional pela renda de proporções ciclópicas. Ou será esquecida na poeira da história. [email protected]
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Liderança aviltadaEnquanto o poder presidencial fibrila como coração à beira do colapso, o desespero para reanimá-lo ameaça fulminar a intenção de reformar a Previdência, raro acerto na extensa lista de erros do governo Dilma Rousseff (PT). Ministros ligados ao ex-presidente Lula (PT) aconselharam a mandatária a postergar a apresentação do projeto ao Congresso, antes programada para o final de abril. Argumentam que isso asseguraria coesão da base aliada para enfrentar a batalha do impeachment na Câmara dos Deputados. Na sexta (11), Dilma aderiu à corrente procrastinatória. Evitou comprometer-se com prazos para levar a proposta aos legisladores. Alegou dificuldades políticas para a aceitação das mudanças. Atitudes como essa reforçam a imagem da presidente como figura pública liliputiana. Prisioneira voluntária de um labirinto de escolhas aviltadas, Dilma parece não enxergar o dano que seu apequenamento provoca no país. A esta altura, conhecidos os números do estrago econômico de 2015 e divisado um novo calvário para a renda e o emprego de milhões de brasileiros neste ano, já deveria estar claro para a petista que somente uma mudança drástica e tempestiva da administração federal, no rumo majoritário e reformista, poderá atenuar a queda e abreviar a reversão desse quadro terrível de recessão. Dilma Rousseff, no entanto, insiste em jogar a partida dos minoritários, apenas em busca, na Câmara, dos 171 votos suficientes para livrar o seu pescoço da guilhotina. Talvez ainda haja tempo de a presidente liderar a única reação capaz de salvar ao mesmo tempo seu governo e sua biografia. Ela passa pela adesão imediata e definitiva à agenda de reformas, entre elas a da Previdência, que podem colocar de volta nos trilhos um país que descarrila. Os gastos previdenciários hoje consomem 12% do que se produz no Brasil todo ano –uma enormidade para o seu estágio de desenvolvimento e para o padrão ainda relativamente jovem da população brasileira. Projeções indicam que, se nada for feito, essa cifra chegará a 20% ao completar-se o amadurecimento demográfico nacional. É preciso, entre outras medidas, elevar paulatinamente a idade média em que as pessoas se aposentam, hoje de 55 anos. Deslocá-la para os 65 anos no prazo de uma década, por exemplo, seria compatível com os avanços na duração e na qualidade da vida no Brasil. Dilma Rousseff poderá ser lembrada no futuro como a presidente que ao menos tentou evitar um conflito geracional pela renda de proporções ciclópicas. Ou será esquecida na poeira da história. [email protected]
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Aliens retornam em continuação de 'Independence Day'; veja trailer
"Independence Day: O Ressurgimento", sequência do filme de 1996, ganhou seu primeiro trailer no domingo (13). Jeff Goldblum e Bill Pullman, que interpretou o presidente Thomas J. Whitmore no original, reprisam seus papéis. É Goldblum que atualiza o espectador sobre os eventos entre o primeiro e o segundo filme. "Passei os últimos 20 anos tentando nos preparar para isto. Nós usamos a tecnologia deles para fortalecer o nosso planeta, mas não será suficiente", alerta. O trailer mostra a Terra após as nações colaborarem em um programa de defesa mundial para proteger o planeta do retorno dos alienígenas. Ao longo de pouco mais de dois minutos, explosões, soldados caídos e expressões de terror se alternam em cena. Will Smith, protagonista do longa original, não retorna à sequência. Uma linha do tempo dos eventos do filme revela que seu personagem, o capitão Steven Hiller, morreu em um acidente envolvendo a tecnologia alienígena em 2007. Em seu lugar, "Ressurgimento" terá Dylan, filho de Hiller vivido pelo ator Jesse Usher. Completam o elenco Liam Hemsworth, Vivica A. Fox, Maika Monroe, Judd Hirsch, Sela Ward e Charlotte Gainsbourg. Roland Emmerich retorna à direção, co-assinando o roteiro com Dean Devlin, James Vanderbilt, James A.Woods e Nicolas Wright. "Independence Day: O Ressurgimento" tem estreia prevista para junho de 2016 nos cinemas brasileiros.
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Aliens retornam em continuação de 'Independence Day'; veja trailer"Independence Day: O Ressurgimento", sequência do filme de 1996, ganhou seu primeiro trailer no domingo (13). Jeff Goldblum e Bill Pullman, que interpretou o presidente Thomas J. Whitmore no original, reprisam seus papéis. É Goldblum que atualiza o espectador sobre os eventos entre o primeiro e o segundo filme. "Passei os últimos 20 anos tentando nos preparar para isto. Nós usamos a tecnologia deles para fortalecer o nosso planeta, mas não será suficiente", alerta. O trailer mostra a Terra após as nações colaborarem em um programa de defesa mundial para proteger o planeta do retorno dos alienígenas. Ao longo de pouco mais de dois minutos, explosões, soldados caídos e expressões de terror se alternam em cena. Will Smith, protagonista do longa original, não retorna à sequência. Uma linha do tempo dos eventos do filme revela que seu personagem, o capitão Steven Hiller, morreu em um acidente envolvendo a tecnologia alienígena em 2007. Em seu lugar, "Ressurgimento" terá Dylan, filho de Hiller vivido pelo ator Jesse Usher. Completam o elenco Liam Hemsworth, Vivica A. Fox, Maika Monroe, Judd Hirsch, Sela Ward e Charlotte Gainsbourg. Roland Emmerich retorna à direção, co-assinando o roteiro com Dean Devlin, James Vanderbilt, James A.Woods e Nicolas Wright. "Independence Day: O Ressurgimento" tem estreia prevista para junho de 2016 nos cinemas brasileiros.
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Obama concede Medalha da Liberdade a artistas e atletas
O astro do basquete Michael Jordan, o ator Robert De Niro e a estrela do rock Bruce Springsteen foram alguns dos 21 premiados pelo presidente Barack Obama com a Medalha da Liberdade. Durante uma cerimônia na Casa Branca, Obama entregou pela última vez em seu governo a maior homenagem civil a um grupo diverso de estrelas do esporte, das artes, cientistas e filantropos. "Todos neste palco me tocaram de maneira pessoal muito poderosa", afirmou o presidente. "É útil pensar neste incrível conjunto de pessoas para perceber que é o que nos torna a maior nação do mundo". "Não pelo que somos, não por nossas diferenças, e sim porque em nossas diferenças encontramos algo em comum", completou. Entre as estrelas premiadas também estavam Tom Hanks e Robert Redford, o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, a cantora Diana Ross e a comediante Ellen DeGeneres. Ao comentar as conquistas de Ellen DeGeneres, Obama elogiou sua coragem ao declarar-se publicamente gay. "Que fardo incrível deve ter sido arriscar sua carreira desta forma", disse, antes de completar: "As pessoas não fazem isto com frequência. E depois ter que carregar as esperanças de milhões em seus ombros". Obama, que aliviou os momentos mais solenes da cerimônia com frases bem humoradas, também elogiou os papéis interpretados por Robert De Niro. "Um pai siciliano que se torna mafioso em Nova York, um mafioso que administra um cassino, um mafioso que precisa de terapia", disse o presidente, para as risadas da plateia. "Um sogro mais assustador que um mafioso, Al Capone, um mafioso", completou. De Niro esteve recentemente envolvido em uma polêmica por sua total rejeição, ainda durante a campanha, ao presidente eleito Donald Trump, a quem chamou de "porco", "vândalo" e "idiota". "Gostaria de dar um soco na cara dele", disse na ocasião. Muitos premiados na terça-feira foram opositores de Trump durante a campanha e vários expressaram apoio aos democratas. Springsteen, por exemplo, se apresentou em comícios de Hillary Clinton na última semana da campanha.
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Obama concede Medalha da Liberdade a artistas e atletasO astro do basquete Michael Jordan, o ator Robert De Niro e a estrela do rock Bruce Springsteen foram alguns dos 21 premiados pelo presidente Barack Obama com a Medalha da Liberdade. Durante uma cerimônia na Casa Branca, Obama entregou pela última vez em seu governo a maior homenagem civil a um grupo diverso de estrelas do esporte, das artes, cientistas e filantropos. "Todos neste palco me tocaram de maneira pessoal muito poderosa", afirmou o presidente. "É útil pensar neste incrível conjunto de pessoas para perceber que é o que nos torna a maior nação do mundo". "Não pelo que somos, não por nossas diferenças, e sim porque em nossas diferenças encontramos algo em comum", completou. Entre as estrelas premiadas também estavam Tom Hanks e Robert Redford, o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, a cantora Diana Ross e a comediante Ellen DeGeneres. Ao comentar as conquistas de Ellen DeGeneres, Obama elogiou sua coragem ao declarar-se publicamente gay. "Que fardo incrível deve ter sido arriscar sua carreira desta forma", disse, antes de completar: "As pessoas não fazem isto com frequência. E depois ter que carregar as esperanças de milhões em seus ombros". Obama, que aliviou os momentos mais solenes da cerimônia com frases bem humoradas, também elogiou os papéis interpretados por Robert De Niro. "Um pai siciliano que se torna mafioso em Nova York, um mafioso que administra um cassino, um mafioso que precisa de terapia", disse o presidente, para as risadas da plateia. "Um sogro mais assustador que um mafioso, Al Capone, um mafioso", completou. De Niro esteve recentemente envolvido em uma polêmica por sua total rejeição, ainda durante a campanha, ao presidente eleito Donald Trump, a quem chamou de "porco", "vândalo" e "idiota". "Gostaria de dar um soco na cara dele", disse na ocasião. Muitos premiados na terça-feira foram opositores de Trump durante a campanha e vários expressaram apoio aos democratas. Springsteen, por exemplo, se apresentou em comícios de Hillary Clinton na última semana da campanha.
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Leitores comentam greve dos professores que durou 89 dias
Arnaldo Niskier realmente tem razão. Educação nunca tem valor. Professores saíram da greve desacreditados pelo governo paulista, alunos são cada vez mais enganados, e aulas não estão sendo repostas. Perguntem a alunos e professores o que está sendo feito por eles. Um povo crítico interessa a seus governantes? MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * * Os professores paulistas fazem uma greve histórica (89 dias) exigindo mais respeito salarial. Então, sob ameaça de ficarem sem salário pelos dias de greve, foram forçados a interromper a luta. Daí, o Tribunal de Justiça de São Paulo determina –em respeito à lei– que Alckmin pague os dias parados, sim. Só que o governador simplesmente não obedece à determinação da Justiça. Pobres professores! Resolveram lutar por salários melhores e o governador quer deixá-los agora sem salário nenhum. WELLINGTON MARTINS, filósofo (Bauru, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam greve dos professores que durou 89 diasArnaldo Niskier realmente tem razão. Educação nunca tem valor. Professores saíram da greve desacreditados pelo governo paulista, alunos são cada vez mais enganados, e aulas não estão sendo repostas. Perguntem a alunos e professores o que está sendo feito por eles. Um povo crítico interessa a seus governantes? MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * * Os professores paulistas fazem uma greve histórica (89 dias) exigindo mais respeito salarial. Então, sob ameaça de ficarem sem salário pelos dias de greve, foram forçados a interromper a luta. Daí, o Tribunal de Justiça de São Paulo determina –em respeito à lei– que Alckmin pague os dias parados, sim. Só que o governador simplesmente não obedece à determinação da Justiça. Pobres professores! Resolveram lutar por salários melhores e o governador quer deixá-los agora sem salário nenhum. WELLINGTON MARTINS, filósofo (Bauru, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Efeitos da guerra ganham retrato adequado em 'Um Dia Perfeito'
Apesar de ambientado em 1995, na região dos Bálcãs, no final da Guerra da Bósnia, não se deve esperar de "Um Dia Perfeito" o costumeiro filme de denúncia de tragédias e de mensagens sobrecarregadas de humanismo ingênuo. O longa do espanhol Fernando León de Aranoa tem características semelhantes ao de seu aclamado "Segunda-Feira ao Sol" (2002) ao tratar um tema grave com visada irônica. O filme acompanha as atividades de um grupo de voluntários de uma organização humanitária que atua numa região de fronteiras incertas, onde a guerra acabou, mas não pôs fim às disputas que estão lá há muito mais tempo. À frente da equipe multinacional, os personagens interpretados por Benicio Del Toro e Tim Robbins agregam o prestígio das estrelas hollywoodianas à produção, cujo elenco central se completa com a francesa Mélanie Thierry, a ucraniana Olga Kurylenko e o bósnio Fedja Stukan. A primeira cena mostra a tentativa de retirada de um cadáver de um poço para liberar o consumo de água. A impossibilidade de se conseguir uma simples corda para concluir a tarefa anuncia o modo como o filme representa os efeitos da guerra. Em seguida, o ativista interpretado por Robbins dirige pela estrada quando se depara com uma vaca que pode ter morrido ali ou esconder uma armadilha com minas letais. A morte está presente nas duas situações, mas Aranoa evita reiterar o óbvio e explora seus aspectos absurdos. O tema da corda será mantido em todo o filme, oferecendo evidências de intolerância, de incompreensão linguística e de rigidez burocrática. Por meio dele, o filme mostra que as origens de um conflito geopolítico aparecem muito antes e continuam a se manifestar bem depois dele nos abusos de uns sobre os outros. O tema da vaca na estrada reaparece em outro momento e permite dizer que a sobrevivência pode depender mais da astúcia do dia a dia que de decisões externas e longínquas. A estrutura episódica provoca uma primeira impressão de que "Um Dia Perfeito" é um filme sem rumo, sustentado só na força de seus protagonistas e na eficiente trilha que ritma e comenta a ação. Ao final, percebe-se que esse modo circular e repetitivo sugere uma imagem mais adequada daquela realidade em forma de teia, um emaranhado no qual todo esforço de ajuda resulta em maior confusão. UM DIA PERFEITO (A Perfect Day) DIREÇÃO Fernando León de Aranoa PRODUÇÃO Espanha, 2015, 12 anos QUANDO qua. (4), 21h, Cinesesc
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Efeitos da guerra ganham retrato adequado em 'Um Dia Perfeito'Apesar de ambientado em 1995, na região dos Bálcãs, no final da Guerra da Bósnia, não se deve esperar de "Um Dia Perfeito" o costumeiro filme de denúncia de tragédias e de mensagens sobrecarregadas de humanismo ingênuo. O longa do espanhol Fernando León de Aranoa tem características semelhantes ao de seu aclamado "Segunda-Feira ao Sol" (2002) ao tratar um tema grave com visada irônica. O filme acompanha as atividades de um grupo de voluntários de uma organização humanitária que atua numa região de fronteiras incertas, onde a guerra acabou, mas não pôs fim às disputas que estão lá há muito mais tempo. À frente da equipe multinacional, os personagens interpretados por Benicio Del Toro e Tim Robbins agregam o prestígio das estrelas hollywoodianas à produção, cujo elenco central se completa com a francesa Mélanie Thierry, a ucraniana Olga Kurylenko e o bósnio Fedja Stukan. A primeira cena mostra a tentativa de retirada de um cadáver de um poço para liberar o consumo de água. A impossibilidade de se conseguir uma simples corda para concluir a tarefa anuncia o modo como o filme representa os efeitos da guerra. Em seguida, o ativista interpretado por Robbins dirige pela estrada quando se depara com uma vaca que pode ter morrido ali ou esconder uma armadilha com minas letais. A morte está presente nas duas situações, mas Aranoa evita reiterar o óbvio e explora seus aspectos absurdos. O tema da corda será mantido em todo o filme, oferecendo evidências de intolerância, de incompreensão linguística e de rigidez burocrática. Por meio dele, o filme mostra que as origens de um conflito geopolítico aparecem muito antes e continuam a se manifestar bem depois dele nos abusos de uns sobre os outros. O tema da vaca na estrada reaparece em outro momento e permite dizer que a sobrevivência pode depender mais da astúcia do dia a dia que de decisões externas e longínquas. A estrutura episódica provoca uma primeira impressão de que "Um Dia Perfeito" é um filme sem rumo, sustentado só na força de seus protagonistas e na eficiente trilha que ritma e comenta a ação. Ao final, percebe-se que esse modo circular e repetitivo sugere uma imagem mais adequada daquela realidade em forma de teia, um emaranhado no qual todo esforço de ajuda resulta em maior confusão. UM DIA PERFEITO (A Perfect Day) DIREÇÃO Fernando León de Aranoa PRODUÇÃO Espanha, 2015, 12 anos QUANDO qua. (4), 21h, Cinesesc
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Álvaro de Moya, maior teórico brasileiro de quadrinhos, morre aos 87
O autor, professor e pesquisador Álvaro de Moya, tido como um dos principais pesquisadores de histórias em quadrinhos do país, morreu nesta segunda-feira (14) aos 87 anos em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral). Em visita à feira Comic Con Experience de 2016, o paulistano passou em uma cadeira de rodas por uma multidão de jovens entusiasmados que não tinham ideia de quem era: o maior responsável por eventos de HQs no Brasil. Ele foi o primeiro a abraçar o segmento, quando pais, professores e psicólogos consideravam o gênero prejudicial à formação das crianças. Em 1951, ao lado de colegas, Moya foi responsável por organizar a Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, em São Paulo, que apresentou as HQs como arte -algo inédito. O amor pela chamada "nona arte" -maneira como entusiastas se referem aos quadrinhos- começou ainda criança, quando ocupava seus dias copiando as gravuras do "Suplemento Juvenil", publicação brasileira que importava quadrinhos de heróis americanos, de seu irmão Raul. Assim que seu o irmão ia para a escola, Moya entrava escondido em seu quarto e copiava os desenhos de seu ídolo, o quadrinista Alex Raymond, responsável por personagens famosos como Rip Kirby e Flash Gordon. O amor cresceu e se transformou em missão de vida quando o menino ouviu da boca do irmão que desenhava bem. Decidiu, então, que se tornaria autor de quadrinhos. Moya não criou ficções como seus ídolos, mas mudou os estudos sobre o tema. "Ele foi o pioneiro das histórias em quadrinhos no Brasil. Acreditava no potencial do gênero em expressar emoção, sentimento, e me inspirou nisso", relata o professor da USP Waldomiro Vergueiro. Ao lado de mais um colega, Moya e Vergueiro foram responsáveis por fundar o Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP. No campo teórico, Moya foi autor do clássico "Shazam" (1970), primeiro livro brasileiro inteiramente dedicado à análise de HQs. Em vez de discutir só aspectos práticos dos quadrinhos, a obra também debate as influências pedagógicas do gênero e defende que as HQs devem ser levadas mais a sério pela academia. Amigo do americano Will Eisner (1917-2005), uma das maiores lendas dos quadrinhos, Moya iria lançar no próximo domingo (20) um livro de memórias que comemoraria suas sete décadas de carreira e o centenário do nascimento do colega. A obra chama-se "Eisner/Moya - Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial" (editora Criativo, R$ 39,90, 96 págs.). TV E JORNALISMO A atuação de Moya não se restringiu ao campo dos quadrinhos. Seu primeiro emprego foi no jornal paulista "O Tempo", onde trabalhou como chargista e ilustrador. O pesquisador também fez diversas colaborações para a Folha. A última, em abril, tratava do cartunista Belmonte. Na televisão, foi responsável por desenhar os letreiros de inauguração da TV Tupi. Sua passagem pela extinta emissora lhe rendeu outros empregos no meio: trabalhou na americana CBS e foi diretor da TV Excelsior. Sua experiência na Excelsior rendeu o livro "Gloria in Excelsior" (Imprensa Oficial, 2004, 416 págs), que traz relatos sobre os bastidores, a programação e os problemas políticos que levaram a concessão da emissora a ser cassada durante a ditadura militar. Sob o codinome de Geraldo Dominó, produziu também a pornochanchada "A B...Profunda" (1984), no qual parodiava o clássico "Garganta Profunda". Em 2013, ele perdeu a mulher, a roteirista Cláudia Lévay, com quem foi casado por três décadas. Álvaro de Moya deixa um filho.
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Álvaro de Moya, maior teórico brasileiro de quadrinhos, morre aos 87O autor, professor e pesquisador Álvaro de Moya, tido como um dos principais pesquisadores de histórias em quadrinhos do país, morreu nesta segunda-feira (14) aos 87 anos em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral). Em visita à feira Comic Con Experience de 2016, o paulistano passou em uma cadeira de rodas por uma multidão de jovens entusiasmados que não tinham ideia de quem era: o maior responsável por eventos de HQs no Brasil. Ele foi o primeiro a abraçar o segmento, quando pais, professores e psicólogos consideravam o gênero prejudicial à formação das crianças. Em 1951, ao lado de colegas, Moya foi responsável por organizar a Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, em São Paulo, que apresentou as HQs como arte -algo inédito. O amor pela chamada "nona arte" -maneira como entusiastas se referem aos quadrinhos- começou ainda criança, quando ocupava seus dias copiando as gravuras do "Suplemento Juvenil", publicação brasileira que importava quadrinhos de heróis americanos, de seu irmão Raul. Assim que seu o irmão ia para a escola, Moya entrava escondido em seu quarto e copiava os desenhos de seu ídolo, o quadrinista Alex Raymond, responsável por personagens famosos como Rip Kirby e Flash Gordon. O amor cresceu e se transformou em missão de vida quando o menino ouviu da boca do irmão que desenhava bem. Decidiu, então, que se tornaria autor de quadrinhos. Moya não criou ficções como seus ídolos, mas mudou os estudos sobre o tema. "Ele foi o pioneiro das histórias em quadrinhos no Brasil. Acreditava no potencial do gênero em expressar emoção, sentimento, e me inspirou nisso", relata o professor da USP Waldomiro Vergueiro. Ao lado de mais um colega, Moya e Vergueiro foram responsáveis por fundar o Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP. No campo teórico, Moya foi autor do clássico "Shazam" (1970), primeiro livro brasileiro inteiramente dedicado à análise de HQs. Em vez de discutir só aspectos práticos dos quadrinhos, a obra também debate as influências pedagógicas do gênero e defende que as HQs devem ser levadas mais a sério pela academia. Amigo do americano Will Eisner (1917-2005), uma das maiores lendas dos quadrinhos, Moya iria lançar no próximo domingo (20) um livro de memórias que comemoraria suas sete décadas de carreira e o centenário do nascimento do colega. A obra chama-se "Eisner/Moya - Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial" (editora Criativo, R$ 39,90, 96 págs.). TV E JORNALISMO A atuação de Moya não se restringiu ao campo dos quadrinhos. Seu primeiro emprego foi no jornal paulista "O Tempo", onde trabalhou como chargista e ilustrador. O pesquisador também fez diversas colaborações para a Folha. A última, em abril, tratava do cartunista Belmonte. Na televisão, foi responsável por desenhar os letreiros de inauguração da TV Tupi. Sua passagem pela extinta emissora lhe rendeu outros empregos no meio: trabalhou na americana CBS e foi diretor da TV Excelsior. Sua experiência na Excelsior rendeu o livro "Gloria in Excelsior" (Imprensa Oficial, 2004, 416 págs), que traz relatos sobre os bastidores, a programação e os problemas políticos que levaram a concessão da emissora a ser cassada durante a ditadura militar. Sob o codinome de Geraldo Dominó, produziu também a pornochanchada "A B...Profunda" (1984), no qual parodiava o clássico "Garganta Profunda". Em 2013, ele perdeu a mulher, a roteirista Cláudia Lévay, com quem foi casado por três décadas. Álvaro de Moya deixa um filho.
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Confira 10 dicas para encarar um cruzeiro pela primeira vez
BRUNO MOLINERO DE SÃO PAULO Confira 10 dicas para encarar um cruzeiro pela primeira vez: * ANTES 1. Leve no máximo duas malas por passageiro, sempre identificadas. 2. Alimentos e bebidas de fora são proibidos (se estiverem fechados, os produtos são retidos e devolvidos na volta). 3. Separe pelo menos uma roupa mais formal. Alguns navios vetam bermudas e chinelos em determinados jantares e eventos. 4. Faça o check-in on-line para ganhar tempo. 5. Não esqueça o RG. Para roteiros no Brasil, o documento basta. Se houver parada em países vizinhos, sua apresentação é obrigatória (com ele, o passaporte é opcional). DURANTE 6. Leia atentamente o pacote que adquiriu. Alguns gastos a bordo podem ser em dólar. 7. O horário das refeições costuma ser predeterminado (o hóspede pode ou não indicar o seu horário de preferência). 8. Informe-se sobre a política de gorjetas. 9. Na noite anterior ao desembarque, um extrato com a conta e os gastos extras é deixado na cabine. 10. Bagagens geralmente precisam ser colocadas no corredor na noite anterior ao desembarque.
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Confira 10 dicas para encarar um cruzeiro pela primeira vezBRUNO MOLINERO DE SÃO PAULO Confira 10 dicas para encarar um cruzeiro pela primeira vez: * ANTES 1. Leve no máximo duas malas por passageiro, sempre identificadas. 2. Alimentos e bebidas de fora são proibidos (se estiverem fechados, os produtos são retidos e devolvidos na volta). 3. Separe pelo menos uma roupa mais formal. Alguns navios vetam bermudas e chinelos em determinados jantares e eventos. 4. Faça o check-in on-line para ganhar tempo. 5. Não esqueça o RG. Para roteiros no Brasil, o documento basta. Se houver parada em países vizinhos, sua apresentação é obrigatória (com ele, o passaporte é opcional). DURANTE 6. Leia atentamente o pacote que adquiriu. Alguns gastos a bordo podem ser em dólar. 7. O horário das refeições costuma ser predeterminado (o hóspede pode ou não indicar o seu horário de preferência). 8. Informe-se sobre a política de gorjetas. 9. Na noite anterior ao desembarque, um extrato com a conta e os gastos extras é deixado na cabine. 10. Bagagens geralmente precisam ser colocadas no corredor na noite anterior ao desembarque.
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O decoro no calçadão da Times Square
Se tem alguém na Times Square que apoia a cruzada moral de Bill de Blasio, prefeito de Nova York, é o Naked Cowboy. Em reação às garotas de topless que invadiram em agosto a zona de teatros da Broadway, o personagem famoso da região que toca guitarra só de sunga e botas, com seu bronzeado Chippendale, deixou-se fotografar vestindo a parte de cima de um biquíni. "Não precisa de muito mais para se cobrir." A irritação do prefeito com as Desnudas, variante dos animadores da área com os seios pintados com as cores da bandeira americana, levantou questões como moralismo e segurança na cidade. Mesmo que a Times Square, com a sua imensidão de teatros, restaurantes e comércios camuflados nos milhões de pixels que vestem as paredes dos prédios com seus anúncios luminosos tenha cara de embalagem, é um lugar que se vangloria da sua desinibição. De Blasio, que se diz progressista, lembrou que é "pai de família" e ameaçou endurecer para recuperar a ordem nas ruas. Para a prefeitura, no entanto, não é só o topless que pesa, mas as centenas de fantasiados, ou "artistas de rua", como querem ser reconhecidos, que importunam e até intimidam os turistas por uma gorjeta. Além de "artistas de rua", as Desnudas também praticam a "pintura corporal". "Cinco dólares, mamacita." Que nota o republicano Donald Trump, candidato nova-iorquino à presidência, daria às Desnudas? Tendo em conta que o nome em espanhol sugere origem latino-americana, e que ele é favorável à deportação dos ilegais, além de propor a construção de um muro na fronteira com o México e acabar com o direito de cidadania por nascimento, acho que não passaria do zero. Nem com mais silicone. MAIS O QUE FAZER Provavelmente a intenção dessas jovens não fosse levantar a questão de até onde o espaço público americano se define pela moral ou reforçar a voz feminista. Mas elas acabaram motivando uma passeata em Manhattan pela igualdade dos sexos e liberdade de expressão no penúltimo domingo de agosto. O "Nipple Pride Parade" (parada do orgulho do mamilo), reuniu mais de cem homens e mulheres entre o Columbus Circle e o Bryant Park. Conselheiras da cidade de Nova York, tais como Melissa Mark-Viverito e Inez Dickens, se posicionaram contra o prefeito, segundo o "New York Post", jornal populista e conservador nova-iorquino. Enquanto a primeira o acusa de sexismo, a segunda diz que não faz sentido criticar o topless enquanto o Naked Cowboy segue cantando em sua microssunga. Além do mais, afirmam as duas, a cidade tem problemas maiores de que tratar. GUARDA BELO O Comissário do Departamento de Polícia da Cidade de Nova York, William Bratton, chegou a sugerir a remoção da exclusividade a pedestres implantada em 2009 pelo prefeito Michael Bloomberg, que desde então concentra diariamente entre 350.000 a 450.000 pessoas, de acordo com a Aliança da Times Square. Depois de tantas críticas, o prefeito mudou de tática, já que, desde que o calçadão da Times Square existe, o congestionamento na área melhorou, e acidentes de trânsito caíram em 14%, segundo o Departamento de Trânsito de Nova York. De Blasio, em ação com o Departamento de Polícia da cidade, promete controle pesado. Segundo o departamento, ao menos um crime por dia é reportado na área, e o seu chefe, James O'Neill, confirmou cem policiais extras no início de outubro para combater o crime e as questões que afetam a "qualidade de vida" na Times Square. Ainda assim, não dá para excluir o topless da festa, que, afinal de contas, está legalizado na cidade desde 1992. VALQUÍRIAS O risco de cantar no meio das buzinas e não ser ouvido é um desafio meio óbvio, mas a Opera Collective, um grupo lírico de dez membros que existe há uma década, tem chamado a atenção pelas ruas da cidade e paralisado os pedestres com um repertório clássico e variado. Apresentam-se em estações de ônibus, em praças como a Union Square e até na Times Square. É purpurina nos pixels, essa música que contribui para a mágica vertiginosa do cotidiano. O calendário de apresentações está em www.operacollective.com/live. LUCRECIA ZAPPI, 43, jornalista e escritora, é autora de "Onça Preta" (Benvirá).
ilustrissima
O decoro no calçadão da Times SquareSe tem alguém na Times Square que apoia a cruzada moral de Bill de Blasio, prefeito de Nova York, é o Naked Cowboy. Em reação às garotas de topless que invadiram em agosto a zona de teatros da Broadway, o personagem famoso da região que toca guitarra só de sunga e botas, com seu bronzeado Chippendale, deixou-se fotografar vestindo a parte de cima de um biquíni. "Não precisa de muito mais para se cobrir." A irritação do prefeito com as Desnudas, variante dos animadores da área com os seios pintados com as cores da bandeira americana, levantou questões como moralismo e segurança na cidade. Mesmo que a Times Square, com a sua imensidão de teatros, restaurantes e comércios camuflados nos milhões de pixels que vestem as paredes dos prédios com seus anúncios luminosos tenha cara de embalagem, é um lugar que se vangloria da sua desinibição. De Blasio, que se diz progressista, lembrou que é "pai de família" e ameaçou endurecer para recuperar a ordem nas ruas. Para a prefeitura, no entanto, não é só o topless que pesa, mas as centenas de fantasiados, ou "artistas de rua", como querem ser reconhecidos, que importunam e até intimidam os turistas por uma gorjeta. Além de "artistas de rua", as Desnudas também praticam a "pintura corporal". "Cinco dólares, mamacita." Que nota o republicano Donald Trump, candidato nova-iorquino à presidência, daria às Desnudas? Tendo em conta que o nome em espanhol sugere origem latino-americana, e que ele é favorável à deportação dos ilegais, além de propor a construção de um muro na fronteira com o México e acabar com o direito de cidadania por nascimento, acho que não passaria do zero. Nem com mais silicone. MAIS O QUE FAZER Provavelmente a intenção dessas jovens não fosse levantar a questão de até onde o espaço público americano se define pela moral ou reforçar a voz feminista. Mas elas acabaram motivando uma passeata em Manhattan pela igualdade dos sexos e liberdade de expressão no penúltimo domingo de agosto. O "Nipple Pride Parade" (parada do orgulho do mamilo), reuniu mais de cem homens e mulheres entre o Columbus Circle e o Bryant Park. Conselheiras da cidade de Nova York, tais como Melissa Mark-Viverito e Inez Dickens, se posicionaram contra o prefeito, segundo o "New York Post", jornal populista e conservador nova-iorquino. Enquanto a primeira o acusa de sexismo, a segunda diz que não faz sentido criticar o topless enquanto o Naked Cowboy segue cantando em sua microssunga. Além do mais, afirmam as duas, a cidade tem problemas maiores de que tratar. GUARDA BELO O Comissário do Departamento de Polícia da Cidade de Nova York, William Bratton, chegou a sugerir a remoção da exclusividade a pedestres implantada em 2009 pelo prefeito Michael Bloomberg, que desde então concentra diariamente entre 350.000 a 450.000 pessoas, de acordo com a Aliança da Times Square. Depois de tantas críticas, o prefeito mudou de tática, já que, desde que o calçadão da Times Square existe, o congestionamento na área melhorou, e acidentes de trânsito caíram em 14%, segundo o Departamento de Trânsito de Nova York. De Blasio, em ação com o Departamento de Polícia da cidade, promete controle pesado. Segundo o departamento, ao menos um crime por dia é reportado na área, e o seu chefe, James O'Neill, confirmou cem policiais extras no início de outubro para combater o crime e as questões que afetam a "qualidade de vida" na Times Square. Ainda assim, não dá para excluir o topless da festa, que, afinal de contas, está legalizado na cidade desde 1992. VALQUÍRIAS O risco de cantar no meio das buzinas e não ser ouvido é um desafio meio óbvio, mas a Opera Collective, um grupo lírico de dez membros que existe há uma década, tem chamado a atenção pelas ruas da cidade e paralisado os pedestres com um repertório clássico e variado. Apresentam-se em estações de ônibus, em praças como a Union Square e até na Times Square. É purpurina nos pixels, essa música que contribui para a mágica vertiginosa do cotidiano. O calendário de apresentações está em www.operacollective.com/live. LUCRECIA ZAPPI, 43, jornalista e escritora, é autora de "Onça Preta" (Benvirá).
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Estudantes chilenos protestam contra projeto de Bachelet para a educação
Dezenas de milhares de estudantes, apoiados por professores em greve há mais de três semanas, marcharam nesta quinta (25) por Santiago (Chile), intensificando a pressão contra a reforma educacional proposta pela gestão da socialista Michelle Bachelet. Houve confrontos localizados entre alguns participantes da manifestação, que estavam encapuzados, e policiais. Os estudantes –cerca de 120 mil, segundo a organização do protesto– ocuparam o centro de Santiago com o lema "Que o governo não esconda a bola", referência à Copa América, torneio sul-americano de futebol disputado no país neste ano. Para o movimento estudantil, que pede educação pública e gratuita, a proposta de reforma da presidente é superficial. IMPLANTAÇÃO COMPLEXA Bachelet, que já havia governado o Chile de 2006 a 2010, voltou ao poder em março de 2014 com a promessa de substituir o modelo educacional deixado pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), acolhendo uma das principais reivindicações do movimento estudantil chileno. Com um país com um dos sistemas educacionais mais desiguais do planeta, onde apenas 40% estudam gratuitamente em escola e as universidades são todas pagas, sua promessa encheu de esperanças um amplo setor da sociedade. Mas sua implantação tem sido mais complexa do que o esperado. No ano passado, Bachelet conseguiu a aprovação de uma primeira parte, referente às escolas, pondo fim à seleção de estudantes, à obtenção de lucros e um "copagamento" por parte dos pais de alunos de escolas subvencionadas. Mas, devido à pressão de grupos de pais e donos dos colégios, a gratuidade para este tipo de escola será gradual. Para o ano que vem, no entanto, a presidente prometeu a gratuidade para 260 mil estudantes de instituições do ensino superior, onde estuda atualmente 1,2 milhão de pessoas. Mas seu governo ainda não enviou ao Congresso um projeto para estabelecer a gratuidade universal da educação superior, conforme prometeu estabelecer a partir de 2020. Também não remeteu aos parlamentares a proposta de tirar dos municípios a administração das escolas públicas para passá-las a uma entidade centralizada. Os estudantes consideram insuficiente o plano de Bachelet e defendem, entre outros pontos, "gratuidade retroativa" e o perdão de todas as dívidas universitárias acumuladas. Paralelamente, os professores chilenos decidiram na quarta-feira (24) manter por tempo indeterminado a greve que já dura mais de três semanas, em repúdio a um projeto de lei que regulamentará o exercício da docência. Os professores pedem a retirada da iniciativa, que vincula os aumentos de salários a avaliações periódicas de desempenho.
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Estudantes chilenos protestam contra projeto de Bachelet para a educaçãoDezenas de milhares de estudantes, apoiados por professores em greve há mais de três semanas, marcharam nesta quinta (25) por Santiago (Chile), intensificando a pressão contra a reforma educacional proposta pela gestão da socialista Michelle Bachelet. Houve confrontos localizados entre alguns participantes da manifestação, que estavam encapuzados, e policiais. Os estudantes –cerca de 120 mil, segundo a organização do protesto– ocuparam o centro de Santiago com o lema "Que o governo não esconda a bola", referência à Copa América, torneio sul-americano de futebol disputado no país neste ano. Para o movimento estudantil, que pede educação pública e gratuita, a proposta de reforma da presidente é superficial. IMPLANTAÇÃO COMPLEXA Bachelet, que já havia governado o Chile de 2006 a 2010, voltou ao poder em março de 2014 com a promessa de substituir o modelo educacional deixado pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), acolhendo uma das principais reivindicações do movimento estudantil chileno. Com um país com um dos sistemas educacionais mais desiguais do planeta, onde apenas 40% estudam gratuitamente em escola e as universidades são todas pagas, sua promessa encheu de esperanças um amplo setor da sociedade. Mas sua implantação tem sido mais complexa do que o esperado. No ano passado, Bachelet conseguiu a aprovação de uma primeira parte, referente às escolas, pondo fim à seleção de estudantes, à obtenção de lucros e um "copagamento" por parte dos pais de alunos de escolas subvencionadas. Mas, devido à pressão de grupos de pais e donos dos colégios, a gratuidade para este tipo de escola será gradual. Para o ano que vem, no entanto, a presidente prometeu a gratuidade para 260 mil estudantes de instituições do ensino superior, onde estuda atualmente 1,2 milhão de pessoas. Mas seu governo ainda não enviou ao Congresso um projeto para estabelecer a gratuidade universal da educação superior, conforme prometeu estabelecer a partir de 2020. Também não remeteu aos parlamentares a proposta de tirar dos municípios a administração das escolas públicas para passá-las a uma entidade centralizada. Os estudantes consideram insuficiente o plano de Bachelet e defendem, entre outros pontos, "gratuidade retroativa" e o perdão de todas as dívidas universitárias acumuladas. Paralelamente, os professores chilenos decidiram na quarta-feira (24) manter por tempo indeterminado a greve que já dura mais de três semanas, em repúdio a um projeto de lei que regulamentará o exercício da docência. Os professores pedem a retirada da iniciativa, que vincula os aumentos de salários a avaliações periódicas de desempenho.
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Pódio triplo nos Jogos do Rio rende R$ 132 mil de bônus a Isaquias Queiroz
ÉDER FANTONI MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Os três pódios conquistados nos Jogos Olímpicos do Rio vão render uma remuneração robusta para o baiano Isaquias Queiroz, 22, que neste sábado (20) obteve prata na canoa dupla (C2) 1.000 m ao lado de seu conterrâneo Erlon Souza. O canoísta de velocidade, destaque do Brasil na Olimpíada, receberá ao longo de um ano R$ 132 mil da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) como bônus pela façanha. Erlon, por sua vez, receberá R$ 48 mil. Segundo João Tomasini, presidente da CBCa, foi definido já perto do megaevento esportivo que se pagaria pelo período de um ano, mensalmente, R$ 5.000 para ouro, R$ 4.000 para prata e R$ 3.000 para o bronze. Além do vice-campeonato neste sábado, Isaquias também foi prata na canoa individual (C1) 1.000 m e bronze no C1 200m, o que lhe renderá um acumulado de R$ 11 mil por mês. "[Isaquias] está ajudando na renovação dos patrocínios e vai ser recompensado por isso financeiramente. Erlon pode não ter o mesmo carisma dele, mas é fundamental também", disse Tomasini. Até os Jogos Olímpicos do Rio, a canoagem brasileira jamais havia conquistado medalha no principal evento esportivo do mundo, seja nas modalidades slalom ou velocidade. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
Pódio triplo nos Jogos do Rio rende R$ 132 mil de bônus a Isaquias Queiroz ÉDER FANTONI MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Os três pódios conquistados nos Jogos Olímpicos do Rio vão render uma remuneração robusta para o baiano Isaquias Queiroz, 22, que neste sábado (20) obteve prata na canoa dupla (C2) 1.000 m ao lado de seu conterrâneo Erlon Souza. O canoísta de velocidade, destaque do Brasil na Olimpíada, receberá ao longo de um ano R$ 132 mil da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) como bônus pela façanha. Erlon, por sua vez, receberá R$ 48 mil. Segundo João Tomasini, presidente da CBCa, foi definido já perto do megaevento esportivo que se pagaria pelo período de um ano, mensalmente, R$ 5.000 para ouro, R$ 4.000 para prata e R$ 3.000 para o bronze. Além do vice-campeonato neste sábado, Isaquias também foi prata na canoa individual (C1) 1.000 m e bronze no C1 200m, o que lhe renderá um acumulado de R$ 11 mil por mês. "[Isaquias] está ajudando na renovação dos patrocínios e vai ser recompensado por isso financeiramente. Erlon pode não ter o mesmo carisma dele, mas é fundamental também", disse Tomasini. Até os Jogos Olímpicos do Rio, a canoagem brasileira jamais havia conquistado medalha no principal evento esportivo do mundo, seja nas modalidades slalom ou velocidade. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Tortura e questões ambientais são os temas do Prêmio Sesc de Literatura
O defensor público José Almeida Junior e o empreendedor social João Meirelles são os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2017, nas categorias romance e conto. Os autores disputaram o prêmio com mais de 1.700 inscritos. "Última Hora" é o romance premiado do potiguar José Almeida Junior que trata, em uma narrativa histórica, o jornal fundado por Samuel Wainer sob ponto de vista de um personagem fictício, Marcos, vítima de tortura no Estado Novo, ele reluta em aceitar o convite de escrever no jornal. Atuante no campo dos direitos sociais e ambientais, o paulista João Meirelles se dedica sobre as questões da Amazônia, em especial a Belém do Pará, onde reside desde 2004. O livro que lhe rendeu o prêmio, "Poraquê e Outros Contos" retrata, em oito contos, a relação do homem e o desconhecido na Amazônia. Na premiação, que acontece desde 2003, são escolhidos dois livros ainda não publicados. Os vencedores terão suas obras lançadas pela editora Record, com tiragem de 2 mil exemplares, e estão confirmados na programação do Centro Cultural Sesc de Paraty de Flip 2017, que acontece de 26 a 30 julho.
ilustrada
Tortura e questões ambientais são os temas do Prêmio Sesc de LiteraturaO defensor público José Almeida Junior e o empreendedor social João Meirelles são os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2017, nas categorias romance e conto. Os autores disputaram o prêmio com mais de 1.700 inscritos. "Última Hora" é o romance premiado do potiguar José Almeida Junior que trata, em uma narrativa histórica, o jornal fundado por Samuel Wainer sob ponto de vista de um personagem fictício, Marcos, vítima de tortura no Estado Novo, ele reluta em aceitar o convite de escrever no jornal. Atuante no campo dos direitos sociais e ambientais, o paulista João Meirelles se dedica sobre as questões da Amazônia, em especial a Belém do Pará, onde reside desde 2004. O livro que lhe rendeu o prêmio, "Poraquê e Outros Contos" retrata, em oito contos, a relação do homem e o desconhecido na Amazônia. Na premiação, que acontece desde 2003, são escolhidos dois livros ainda não publicados. Os vencedores terão suas obras lançadas pela editora Record, com tiragem de 2 mil exemplares, e estão confirmados na programação do Centro Cultural Sesc de Paraty de Flip 2017, que acontece de 26 a 30 julho.
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Exibição infeliz
No domingo (25), sem que houvessem lhe perguntado a respeito, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, resolveu desfilar seus conhecimentos sobre os próximos passos da Operação Lava Jato. "Quinta teve uma [etapa], sexta teve outra, nesta semana vai ter mais. Podem ficar tranquilos", afirmou o ministro em conversa com integrantes do Movimento Brasil Limpo, que organizou atos pelo impeachment da petista Dilma Rousseff. Em seguida, arrematou, sorridente: "Quando vocês virem esta semana vão se lembrar de mim". Chefe da Polícia Federal e ex-secretário da Segurança Pública no governo Geraldo Alckmin (PSDB), Moraes, como noticiou o jornal "O Estado de S. Paulo", participava da campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito de Ribeirão Preto (SP). Mais tarde, percebendo o quanto havia de indevido na declaração, a assessoria do Ministério da Justiça tentou reinterpretá-la. Sustentou que se tratava de força de expressão, um simples apoio às investigações; acrescentou que Moraes não dispunha de informação privilegiada nem sabia de alguma operação com antecedência. A explicação, obviamente, não convenceu; ainda pior, caiu no ridículo menos de 12 horas depois. Eis que, na manhã desta segunda-feira (26), a Polícia Federal deflagrou a 35ª fase da Lava Jato. A situação já se mostrava suficientemente bizarra, mas havia mais. Entre os presos estava Antonio Palocci (PT), ex-ministro da Casa Civil (na gestão Dilma) e da Fazenda (com Lula), acusado de receber propina da Odebrecht. Haja "força de expressão": Palocci foi duas vezes prefeito de Ribeirão Preto, cidade em que nasceu e onde construiu sua base política. As circunstâncias preocupam porque sugerem, na hipótese mais benigna, enorme descuido do ministro da Justiça; na mais grave, o uso político de informações que a rigor nem deveria ter em mãos. Daí não se conclui necessariamente que o governo Michel Temer (PMDB) controle as operações da PF. Ganham alguma verossimilhança, contudo, as suspeitas que se levantam diante da sincronia da Lava Jato com o ritmo das conveniências partidárias. Os 20 dias que antecedem as disputas municipais foram marcados pela apresentação de Lula como comandante máximo da organização criminosa do petrolão, pela detenção (e soltura) do ex-ministro Guido Mantega e, agora, pela prisão de Palocci —na última data em que isso seria possível antes do pleito, segundo a lei eleitoral. A exibição infeliz de Alexandre de Moraes torna necessária certa dose de boa vontade para enxergar mera coincidência nesse roteiro.
opiniao
Exibição infelizNo domingo (25), sem que houvessem lhe perguntado a respeito, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, resolveu desfilar seus conhecimentos sobre os próximos passos da Operação Lava Jato. "Quinta teve uma [etapa], sexta teve outra, nesta semana vai ter mais. Podem ficar tranquilos", afirmou o ministro em conversa com integrantes do Movimento Brasil Limpo, que organizou atos pelo impeachment da petista Dilma Rousseff. Em seguida, arrematou, sorridente: "Quando vocês virem esta semana vão se lembrar de mim". Chefe da Polícia Federal e ex-secretário da Segurança Pública no governo Geraldo Alckmin (PSDB), Moraes, como noticiou o jornal "O Estado de S. Paulo", participava da campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito de Ribeirão Preto (SP). Mais tarde, percebendo o quanto havia de indevido na declaração, a assessoria do Ministério da Justiça tentou reinterpretá-la. Sustentou que se tratava de força de expressão, um simples apoio às investigações; acrescentou que Moraes não dispunha de informação privilegiada nem sabia de alguma operação com antecedência. A explicação, obviamente, não convenceu; ainda pior, caiu no ridículo menos de 12 horas depois. Eis que, na manhã desta segunda-feira (26), a Polícia Federal deflagrou a 35ª fase da Lava Jato. A situação já se mostrava suficientemente bizarra, mas havia mais. Entre os presos estava Antonio Palocci (PT), ex-ministro da Casa Civil (na gestão Dilma) e da Fazenda (com Lula), acusado de receber propina da Odebrecht. Haja "força de expressão": Palocci foi duas vezes prefeito de Ribeirão Preto, cidade em que nasceu e onde construiu sua base política. As circunstâncias preocupam porque sugerem, na hipótese mais benigna, enorme descuido do ministro da Justiça; na mais grave, o uso político de informações que a rigor nem deveria ter em mãos. Daí não se conclui necessariamente que o governo Michel Temer (PMDB) controle as operações da PF. Ganham alguma verossimilhança, contudo, as suspeitas que se levantam diante da sincronia da Lava Jato com o ritmo das conveniências partidárias. Os 20 dias que antecedem as disputas municipais foram marcados pela apresentação de Lula como comandante máximo da organização criminosa do petrolão, pela detenção (e soltura) do ex-ministro Guido Mantega e, agora, pela prisão de Palocci —na última data em que isso seria possível antes do pleito, segundo a lei eleitoral. A exibição infeliz de Alexandre de Moraes torna necessária certa dose de boa vontade para enxergar mera coincidência nesse roteiro.
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Com gol de mão, Ponte Preta bate o Coritiba e fica mais próxima do G4
Com direito a um gol de mão, a Ponte Preta derrotou o Coritiba neste domingo (18), por 3 a 0, em Campinas, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, e ficou mais próxima do G4. A equipe alvinegra chegou aos 47 pontos e ocupa a quinta colocação –pode ser, no entanto, ultrapassada até o fim da rodada. Já o Coritiba tem 33 pontos e está em 17º, na zona de rebaixamento. A Ponte abriu o placar neste domingo com um gol polêmico (veja vídeo acima). Após uma cobrança de falta, aos 4min da segunda etapa, Alexandro marcou de mão. O árbitro não viu e validou. O segundo tento veio aos 40min, novamente com Alexandro. Dessa vez, porém, o gol foi legal. Biro Biro, já nos acréscimos, fechou o placar. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, a Ponte Preta visita o Atlético-MG, no domingo (25), enquanto o Coritiba recebe o São Paulo, no mesmo dia.
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Com gol de mão, Ponte Preta bate o Coritiba e fica mais próxima do G4Com direito a um gol de mão, a Ponte Preta derrotou o Coritiba neste domingo (18), por 3 a 0, em Campinas, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, e ficou mais próxima do G4. A equipe alvinegra chegou aos 47 pontos e ocupa a quinta colocação –pode ser, no entanto, ultrapassada até o fim da rodada. Já o Coritiba tem 33 pontos e está em 17º, na zona de rebaixamento. A Ponte abriu o placar neste domingo com um gol polêmico (veja vídeo acima). Após uma cobrança de falta, aos 4min da segunda etapa, Alexandro marcou de mão. O árbitro não viu e validou. O segundo tento veio aos 40min, novamente com Alexandro. Dessa vez, porém, o gol foi legal. Biro Biro, já nos acréscimos, fechou o placar. Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, a Ponte Preta visita o Atlético-MG, no domingo (25), enquanto o Coritiba recebe o São Paulo, no mesmo dia.
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Suspeito de explosões em Nova York está em estado crítico, mas estável
O cidadão naturalizado americano de origem afegã denunciado pelos ataques com bomba no fim de semana em Nova York e Nova Jersey se encontra internado em estado crítico, mas estável, informou a polícia nesta terça-feira. Ahmad Khan Rahami, de 28 anos, ficou ferido na segunda-feira em um tiroteio com a polícia em Linden, Nova Jersey, apenas quatro horas depois que as autoridades divulgassem sua foto, com mensagens de alerta e pedindo informações. "Crítico, mas estável", afirmou o comissário da polícia de Nova York, James O'Neill, falando à cadeia CBS. O suspeito recebeu vários impactos de bala e foi submetido a uma cirurgia, informaram as autoridades. A polícia ainda investiga as motivações por trás das explosões de sábado no bairro nova-iorquino de Chelsea, que deixou 29 feridos, e uma explosão durante uma corrida de rua em Nova Jersey.
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Suspeito de explosões em Nova York está em estado crítico, mas estávelO cidadão naturalizado americano de origem afegã denunciado pelos ataques com bomba no fim de semana em Nova York e Nova Jersey se encontra internado em estado crítico, mas estável, informou a polícia nesta terça-feira. Ahmad Khan Rahami, de 28 anos, ficou ferido na segunda-feira em um tiroteio com a polícia em Linden, Nova Jersey, apenas quatro horas depois que as autoridades divulgassem sua foto, com mensagens de alerta e pedindo informações. "Crítico, mas estável", afirmou o comissário da polícia de Nova York, James O'Neill, falando à cadeia CBS. O suspeito recebeu vários impactos de bala e foi submetido a uma cirurgia, informaram as autoridades. A polícia ainda investiga as motivações por trás das explosões de sábado no bairro nova-iorquino de Chelsea, que deixou 29 feridos, e uma explosão durante uma corrida de rua em Nova Jersey.
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Os custos do tráfego
A movimentação das pessoas entre lar, trabalho, escola e comércio, tirando outras viagens diárias, é essencial para o funcionamento adequado de uma cidade. Porém, a falha em estruturar modelos urbanos que atinjam esse objetivo pode criar sérias barreiras para o desenvolvimento e a produtividade de um centro urbano, além de gerar passivos significativos para a economia local. Os custos diretos oriundos dos congestionamentos estão relacionados com o valor do tempo perdido pelos motoristas, com o consumo de combustível e a emissão de gases. Outros efeitos colaterais importantes, como estresse, fadiga e aumento das doenças respiratórias incorporam-se aos custos indiretos, que contribuem para piorar a qualidade de vida da população. Ainda, os custos dos congestionamentos representam porcentagem expressiva do PIB (Produto Interno Bruto) das cidades de maior porte. Segundo a Inrix, empresa especializada em informação de tráfego, os americanos gastam, anualmente, com perdas diretas e indiretas, R$ 437,2 bilhões com congestionamentos. Se permanecerem as condições atuais, esse número deve subir para R$ 656 bilhões em 2030. No Reino Unido, o custo acumulado com congestionamentos entre 2013 e 2030 será de R$ 1,4 trilhão, o equivalente a 18% do PIB de 2013. Esse custo, por família inglesa, representa R$ 9.874 anuais. Um estudo feito pela Harvard School of Public Health estimou que, nos EUA, em razão da emissão de gases em congestionamentos, ocorreram 4.000 mortes prematuras no ano 2000. Os custos são realmente altos, e as cidades devem trabalhar para minorar seus impactos. A redução e a mitigação dos efeitos negativos para a saúde das pessoas poderão ser alcançadas com a correta formulação de políticas nacionais e regionais que vão desde o aumento das exigências técnicas para diminuição da emissão de poluentes até modelos eficientes de mobilidade urbana, com priorização do transporte de massa.
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Os custos do tráfegoA movimentação das pessoas entre lar, trabalho, escola e comércio, tirando outras viagens diárias, é essencial para o funcionamento adequado de uma cidade. Porém, a falha em estruturar modelos urbanos que atinjam esse objetivo pode criar sérias barreiras para o desenvolvimento e a produtividade de um centro urbano, além de gerar passivos significativos para a economia local. Os custos diretos oriundos dos congestionamentos estão relacionados com o valor do tempo perdido pelos motoristas, com o consumo de combustível e a emissão de gases. Outros efeitos colaterais importantes, como estresse, fadiga e aumento das doenças respiratórias incorporam-se aos custos indiretos, que contribuem para piorar a qualidade de vida da população. Ainda, os custos dos congestionamentos representam porcentagem expressiva do PIB (Produto Interno Bruto) das cidades de maior porte. Segundo a Inrix, empresa especializada em informação de tráfego, os americanos gastam, anualmente, com perdas diretas e indiretas, R$ 437,2 bilhões com congestionamentos. Se permanecerem as condições atuais, esse número deve subir para R$ 656 bilhões em 2030. No Reino Unido, o custo acumulado com congestionamentos entre 2013 e 2030 será de R$ 1,4 trilhão, o equivalente a 18% do PIB de 2013. Esse custo, por família inglesa, representa R$ 9.874 anuais. Um estudo feito pela Harvard School of Public Health estimou que, nos EUA, em razão da emissão de gases em congestionamentos, ocorreram 4.000 mortes prematuras no ano 2000. Os custos são realmente altos, e as cidades devem trabalhar para minorar seus impactos. A redução e a mitigação dos efeitos negativos para a saúde das pessoas poderão ser alcançadas com a correta formulação de políticas nacionais e regionais que vão desde o aumento das exigências técnicas para diminuição da emissão de poluentes até modelos eficientes de mobilidade urbana, com priorização do transporte de massa.
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Liberação de mosquitos transgênicos contra dengue e zika avança no país
Após o sucesso em Piracicaba (SP) com seus mosquitos Aedes aegypti transgênicos, a Oxitec deve soltar os bichinhos para alçar voos mais altos e chegar até mesmo em outros Estados. Algumas das prováveis cidades de pouso são a mineira Juiz de Fora e Búzios, na região dos lagos, no Rio. O presidente da Oxitec no país, Jorge Espanha, também diz ter sido procurado por cidades pernambucanas. Como o mosquito ainda não pode ser comercializado –já que não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este fim–, a soltura dos Aedes se dá na forma de uma espécie de projeto de pesquisa de parceria entre as prefeituras e a empresa. À Folha, a secretária da saúde de Juiz de Fora, Elizabeth Jucá, disse que desde 2015 há conversas com a empresa e que o contrato que firma a parceria deve ser assinado nos próximos dias. Segundo a Secretaria da Saúde da cidade, a prefeitura desembolsará R$ 330 mil reais por ano, ao longo de quatro anos. No primeiro ano os Aedes machos serão soltos em uma área com cerca de 10 mil habitantes. No ano seguinte será tratada uma área de 20 mil habitantes, e o ritmo de crescimento se manterá até o quarto ano, quando uma área com 40 mil habitantes receberá os insetos. No bairro piracicabano do Cecap, de 5.000 habitantes, a empresa liberou semanalmente entre 0,5 e 1,2 milhão de mosquitos. Fazendo as contas, são cerca de 100 e 240 mosquitos por habitante por semana. Se a mesma proporção de mosquitos for liberada em Juiz de Fora, é como se um mosquito transgênico custasse, no primeiro ano, algo na ordem de R$ 0,01. Esse valor diminuiria ao longo dos anos. (Fatores geográficos como tipo do relevo, clima e nível de aglomeração populacional podem afetar a estratégia de liberação de mosquitos e a quantidade a ser solta na cidade mineira.) Segundo Elizabeth Jucá, o montante a ser pago estará abaixo do valor de mercado praticado pela Oxitec quando a prática for efetivamente liberada pela Anvisa. Entre 2015 e 2016, durante um surto de dengue na cidade, foram gastos R$ 7 milhões além dos gastos ordinários com saúde, afirma a secretária. A expectativa é que, nos bairros mais afetados, haja redução no número de mosquitos (e, por conseguinte, de arboviroses como zika, dengue, febre amarela e chikungunya) semelhante àquela observada em testes em Piracicaba, onde houve redução de mais de 80% no número de larvas de Aedes aegypti selvagem. REGULAÇÃO Na avaliação do diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a agência está demorando muito para dar um parecer (seja positivo ou negativo) para a possível comercialização do mosquito. Segundo ele, o processo já está há dois anos em uma espécie de "limbo regulatório", no qual houve questionamentos até mesmo sobre se é a Anvisa que deveria regular a nova tecnologia. Para Barbosa, a agência deve, sim, regular a questão, já que existe a necessidade de uma avaliação da eficácia da tecnologia sobre a saúde humana. Nos próximos 90 dias, diz, deve haver alguma decisão sobre o tema. "A regulação tem que favorecer a inovação, e não impedi-la". Os mosquitos da Oxitec (adquirida em 2015 pela gigante biotecnológica Intrexon) têm um gene que faz com que a prole não chegue à fase adulta. Só os machos são liberados. A empresa inaugurou no ano passado, em Piracicaba,uma fábrica com capacidade de produzir 60 milhões de mosquitos por semana. No caso de uma expansão para o Nordeste, o que poderia haver é um "centro de eclosão de ovos", que seriam fornecidos pela fábrica localizada no interior paulista. "Não entendo como uma questão tão relevante, urgente, e que afeta tanta gente no país demore tanto para ter uma decisão oficial", afirma o vice-presidente da Intrexon, Tom Bostick. Procurada para se manifestar a respeito da chegada de mosquitos transgênicos, a prefeitura de Búzios (RJ) não respondeu aos contatos da reportagem. FRUTAS E PEIXES A gigante biotecnológica Intrexon, dona da Oxitec e de outras empresas de tecnologia, pretende, além de ampliar a oferta de insetos transgênicos, trazer novos produtos para a América do Sul e para o Brasil. A maçã que não escurece e o salmão que cresce mais rápido são dois deles. Os alimentos foram modificados em laboratório para ganhar valor nas prateleiras do mercado e, dizem os executivos da empresa, até mesmo reduzir o impacto ambiental e o desperdício de comida. No caso das maçãs (já comercializadas com a marca Arctic Apple nos EUA e no Canadá), a expressão de uma enzima foi reduzida. Essa enzima, em maçãs comuns, age em resposta ao contato com o oxigênio atmosférico, provocando o envelhecimento natural da fruta –no ambiente selvagem, é algo importante para a viabilidade das sementes. Outro produto que a Intrexon deseja expandir para além da América do Norte é o salmão AquAdvantage da AquaBounty, outra companhia do grupo. Essa variedade do peixe cresce em cativeiro mais rapidamente que o animal convencional, requerendo 25% menos comida. Esse salmão já é produzido no Panamá, e a ideia é começar a entrar no mercado sul-americano pelo Chile. Apesar do custo de implementação, o piscicultor teria retorno financeiro em um ritmo acelerado por causa do crescimento mais rápido do peixe, segundo a empresa. No Brasil, o segundo projeto mais adiantado da Intrexon são as moscas-da-fruta transgênicas (a praga causa prejuízos anuais de US$ 2 bi). Nesses moldes, está nos planos produzir uma versão transgênica da broca-da-cana, que afeta o setor sucroalcooleiro.
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Liberação de mosquitos transgênicos contra dengue e zika avança no paísApós o sucesso em Piracicaba (SP) com seus mosquitos Aedes aegypti transgênicos, a Oxitec deve soltar os bichinhos para alçar voos mais altos e chegar até mesmo em outros Estados. Algumas das prováveis cidades de pouso são a mineira Juiz de Fora e Búzios, na região dos lagos, no Rio. O presidente da Oxitec no país, Jorge Espanha, também diz ter sido procurado por cidades pernambucanas. Como o mosquito ainda não pode ser comercializado –já que não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este fim–, a soltura dos Aedes se dá na forma de uma espécie de projeto de pesquisa de parceria entre as prefeituras e a empresa. À Folha, a secretária da saúde de Juiz de Fora, Elizabeth Jucá, disse que desde 2015 há conversas com a empresa e que o contrato que firma a parceria deve ser assinado nos próximos dias. Segundo a Secretaria da Saúde da cidade, a prefeitura desembolsará R$ 330 mil reais por ano, ao longo de quatro anos. No primeiro ano os Aedes machos serão soltos em uma área com cerca de 10 mil habitantes. No ano seguinte será tratada uma área de 20 mil habitantes, e o ritmo de crescimento se manterá até o quarto ano, quando uma área com 40 mil habitantes receberá os insetos. No bairro piracicabano do Cecap, de 5.000 habitantes, a empresa liberou semanalmente entre 0,5 e 1,2 milhão de mosquitos. Fazendo as contas, são cerca de 100 e 240 mosquitos por habitante por semana. Se a mesma proporção de mosquitos for liberada em Juiz de Fora, é como se um mosquito transgênico custasse, no primeiro ano, algo na ordem de R$ 0,01. Esse valor diminuiria ao longo dos anos. (Fatores geográficos como tipo do relevo, clima e nível de aglomeração populacional podem afetar a estratégia de liberação de mosquitos e a quantidade a ser solta na cidade mineira.) Segundo Elizabeth Jucá, o montante a ser pago estará abaixo do valor de mercado praticado pela Oxitec quando a prática for efetivamente liberada pela Anvisa. Entre 2015 e 2016, durante um surto de dengue na cidade, foram gastos R$ 7 milhões além dos gastos ordinários com saúde, afirma a secretária. A expectativa é que, nos bairros mais afetados, haja redução no número de mosquitos (e, por conseguinte, de arboviroses como zika, dengue, febre amarela e chikungunya) semelhante àquela observada em testes em Piracicaba, onde houve redução de mais de 80% no número de larvas de Aedes aegypti selvagem. REGULAÇÃO Na avaliação do diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a agência está demorando muito para dar um parecer (seja positivo ou negativo) para a possível comercialização do mosquito. Segundo ele, o processo já está há dois anos em uma espécie de "limbo regulatório", no qual houve questionamentos até mesmo sobre se é a Anvisa que deveria regular a nova tecnologia. Para Barbosa, a agência deve, sim, regular a questão, já que existe a necessidade de uma avaliação da eficácia da tecnologia sobre a saúde humana. Nos próximos 90 dias, diz, deve haver alguma decisão sobre o tema. "A regulação tem que favorecer a inovação, e não impedi-la". Os mosquitos da Oxitec (adquirida em 2015 pela gigante biotecnológica Intrexon) têm um gene que faz com que a prole não chegue à fase adulta. Só os machos são liberados. A empresa inaugurou no ano passado, em Piracicaba,uma fábrica com capacidade de produzir 60 milhões de mosquitos por semana. No caso de uma expansão para o Nordeste, o que poderia haver é um "centro de eclosão de ovos", que seriam fornecidos pela fábrica localizada no interior paulista. "Não entendo como uma questão tão relevante, urgente, e que afeta tanta gente no país demore tanto para ter uma decisão oficial", afirma o vice-presidente da Intrexon, Tom Bostick. Procurada para se manifestar a respeito da chegada de mosquitos transgênicos, a prefeitura de Búzios (RJ) não respondeu aos contatos da reportagem. FRUTAS E PEIXES A gigante biotecnológica Intrexon, dona da Oxitec e de outras empresas de tecnologia, pretende, além de ampliar a oferta de insetos transgênicos, trazer novos produtos para a América do Sul e para o Brasil. A maçã que não escurece e o salmão que cresce mais rápido são dois deles. Os alimentos foram modificados em laboratório para ganhar valor nas prateleiras do mercado e, dizem os executivos da empresa, até mesmo reduzir o impacto ambiental e o desperdício de comida. No caso das maçãs (já comercializadas com a marca Arctic Apple nos EUA e no Canadá), a expressão de uma enzima foi reduzida. Essa enzima, em maçãs comuns, age em resposta ao contato com o oxigênio atmosférico, provocando o envelhecimento natural da fruta –no ambiente selvagem, é algo importante para a viabilidade das sementes. Outro produto que a Intrexon deseja expandir para além da América do Norte é o salmão AquAdvantage da AquaBounty, outra companhia do grupo. Essa variedade do peixe cresce em cativeiro mais rapidamente que o animal convencional, requerendo 25% menos comida. Esse salmão já é produzido no Panamá, e a ideia é começar a entrar no mercado sul-americano pelo Chile. Apesar do custo de implementação, o piscicultor teria retorno financeiro em um ritmo acelerado por causa do crescimento mais rápido do peixe, segundo a empresa. No Brasil, o segundo projeto mais adiantado da Intrexon são as moscas-da-fruta transgênicas (a praga causa prejuízos anuais de US$ 2 bi). Nesses moldes, está nos planos produzir uma versão transgênica da broca-da-cana, que afeta o setor sucroalcooleiro.
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Papa estimula Igreja Católica a rever situação dos fiéis divorciados
Mark Garren não comunga quando vai à igreja. Às vezes, caminha até o padre e cruza os braços sobre o peito, tocando os ombros, num sinal de que está pedindo uma bênção. Mais frequentemente Garren, 64, permanece sentado, ciente de que se divorciou há alguns anos, enquanto os outros fiéis se dirigem ao altar. Pamela Crawford, 46, da Virgínia, não passa por isso. Duas vezes divorciada, ela se sente julgada por sua Igreja, mas, quando vai à missa, acompanha o resto dos paroquianos. "Se Deus tem algum problema no fato de eu comungar, vamos resolver isso", disse ela. Divórcio Havendo milhões de católicos divorciados, muitos dos quais ressentidos com o seu status perante a Igreja, o Vaticano iniciou uma reavaliação notável do tratamento que dispensa a fiéis que tiveram casamentos desfeitos. O papa Francisco começou um debate nos altos escalões eclesiásticos sobre se e como a Igreja deveria alterar sua posição em relação aos divorciados, mas sem invalidar o caráter permanente e indissolúvel do casamento. As linhas de combate são claras: algumas autoridades eclesiásticas, com destaque para a conferência episcopal alemã, querem que a Igreja relaxe suas regras, permitindo que os católicos divorciados retornem de forma plena à vida religiosa -especificamente ao receber a comunhão-, mesmo que tenham se casado novamente. Os tradicionalistas reagem, argumentando que a indissolubilidade do matrimônio é ordenada por Deus e, portanto, inegociável. Em outubro passado, bispos de todo o mundo discutiram o divórcio, entre outros temas, num sínodo relativo a questões familiares. No próximo mês de outubro, um grupo maior de bispos se reunirá para um segundo sínodo no Vaticano, ocasião em que decidirão se recomendam ou não mudanças nas regras. Qualquer decisão sobre isso caberá ao papa. Estima-se que, entre todos os católicos americanos que já se casaram, 28% se divorciaram, ou cerca de 11 milhões de pessoas. Para muitos católicos divorciados, a atitude da Igreja levanta uma questão existencial, segundo Helen Alvaré, professora de direito da Universidade George Mason: "Qual é o meu lugar na Igreja; sinto uma boa acolhida?". Alvaré, ex-porta-voz da conferência episcopal dos EUA, disse que a indissolubilidade do matrimônio é um fundamento católico essencial, "a chave da cosmologia católica apostólica romana -a nossa compreensão do mundo, de Deus, a nossa relação com Ele e nossa relação uns com os outros". Mas, acrescentou ela, o questionamento sobre o lugar de fiéis divorciados se enquadra num contexto maior de incerteza para aqueles que não vivem totalmente de acordo com os ideais da Igreja. "Há muitos católicos divorciados, e será que não deixamos essas ovelhas vagarem sem ir até elas? Jesus quer que tomemos conta de todas as ovelhas." A Igreja oferece uma solução para alguns: solicitar uma anulação, a declaração de que o casamento nunca foi realmente válido. Os párocos determinam isso com base nas leis eclesiásticas que permitem anulações por motivos como doença mental ou "defeito grave de discrição do juízo acerca dos direitos e deveres essenciais do matrimônio". Vários católicos divorciados elogiaram esse processo. A escritora Katherine Metres, 42, de Washington, conta que "os padres disseram: 'Queremos ajudá-los a dar um desfecho ao casamento'". Mas o noivo dela tem dificuldades para anular o casamento anterior, e o novo casal está frustrado. Muitos descreveram o processo como caro e intrusivo. O papa Francisco tratou recentemente dessas preocupações, quando disse a juízes da Igreja: "Eu gostaria que todos os processos de casamento fossem gratuitos". Em seguida, numa conferência sobre anulações, ele disse que os procedimentos "muitas vezes são vistos pelos cônjuges como longos e cansativos". As mulheres em particular manifestaram descontentamento por serem interrogadas em tribunais eclesiásticos. "Você está lidando com um marido abusivo que é homem, e então precisa ir até um homem para obter a anulação, e um bando de homens se senta a uma mesa e decide se a sua decisão foi correta", disse Denise Stookesberry, 58, de Saint Louis (Missouri). Andrea Webb, 47, de Palm Harbor (Flórida), deixou de frequentar a igreja após concluir que só conseguiria anular seu casamento se criticasse o ex-marido de forma inverídica. "Qualquer um poderia dizer: 'Se não gosta desse sabor de refrigerante, vá atrás de outro', mas eu não quero ser metodista nem luterana", disse ela. Para muitos outros, a Igreja faz exigências demais para reaceitar os divorciados. "Eu fui casada - entrei nessa com as ideias certas, e dizer algo diferente seria uma mentira", disse Carol Trankle, 72, de Rapid City (Dakota do Sul). Tradução de RODRIGO LEITE
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Papa estimula Igreja Católica a rever situação dos fiéis divorciadosMark Garren não comunga quando vai à igreja. Às vezes, caminha até o padre e cruza os braços sobre o peito, tocando os ombros, num sinal de que está pedindo uma bênção. Mais frequentemente Garren, 64, permanece sentado, ciente de que se divorciou há alguns anos, enquanto os outros fiéis se dirigem ao altar. Pamela Crawford, 46, da Virgínia, não passa por isso. Duas vezes divorciada, ela se sente julgada por sua Igreja, mas, quando vai à missa, acompanha o resto dos paroquianos. "Se Deus tem algum problema no fato de eu comungar, vamos resolver isso", disse ela. Divórcio Havendo milhões de católicos divorciados, muitos dos quais ressentidos com o seu status perante a Igreja, o Vaticano iniciou uma reavaliação notável do tratamento que dispensa a fiéis que tiveram casamentos desfeitos. O papa Francisco começou um debate nos altos escalões eclesiásticos sobre se e como a Igreja deveria alterar sua posição em relação aos divorciados, mas sem invalidar o caráter permanente e indissolúvel do casamento. As linhas de combate são claras: algumas autoridades eclesiásticas, com destaque para a conferência episcopal alemã, querem que a Igreja relaxe suas regras, permitindo que os católicos divorciados retornem de forma plena à vida religiosa -especificamente ao receber a comunhão-, mesmo que tenham se casado novamente. Os tradicionalistas reagem, argumentando que a indissolubilidade do matrimônio é ordenada por Deus e, portanto, inegociável. Em outubro passado, bispos de todo o mundo discutiram o divórcio, entre outros temas, num sínodo relativo a questões familiares. No próximo mês de outubro, um grupo maior de bispos se reunirá para um segundo sínodo no Vaticano, ocasião em que decidirão se recomendam ou não mudanças nas regras. Qualquer decisão sobre isso caberá ao papa. Estima-se que, entre todos os católicos americanos que já se casaram, 28% se divorciaram, ou cerca de 11 milhões de pessoas. Para muitos católicos divorciados, a atitude da Igreja levanta uma questão existencial, segundo Helen Alvaré, professora de direito da Universidade George Mason: "Qual é o meu lugar na Igreja; sinto uma boa acolhida?". Alvaré, ex-porta-voz da conferência episcopal dos EUA, disse que a indissolubilidade do matrimônio é um fundamento católico essencial, "a chave da cosmologia católica apostólica romana -a nossa compreensão do mundo, de Deus, a nossa relação com Ele e nossa relação uns com os outros". Mas, acrescentou ela, o questionamento sobre o lugar de fiéis divorciados se enquadra num contexto maior de incerteza para aqueles que não vivem totalmente de acordo com os ideais da Igreja. "Há muitos católicos divorciados, e será que não deixamos essas ovelhas vagarem sem ir até elas? Jesus quer que tomemos conta de todas as ovelhas." A Igreja oferece uma solução para alguns: solicitar uma anulação, a declaração de que o casamento nunca foi realmente válido. Os párocos determinam isso com base nas leis eclesiásticas que permitem anulações por motivos como doença mental ou "defeito grave de discrição do juízo acerca dos direitos e deveres essenciais do matrimônio". Vários católicos divorciados elogiaram esse processo. A escritora Katherine Metres, 42, de Washington, conta que "os padres disseram: 'Queremos ajudá-los a dar um desfecho ao casamento'". Mas o noivo dela tem dificuldades para anular o casamento anterior, e o novo casal está frustrado. Muitos descreveram o processo como caro e intrusivo. O papa Francisco tratou recentemente dessas preocupações, quando disse a juízes da Igreja: "Eu gostaria que todos os processos de casamento fossem gratuitos". Em seguida, numa conferência sobre anulações, ele disse que os procedimentos "muitas vezes são vistos pelos cônjuges como longos e cansativos". As mulheres em particular manifestaram descontentamento por serem interrogadas em tribunais eclesiásticos. "Você está lidando com um marido abusivo que é homem, e então precisa ir até um homem para obter a anulação, e um bando de homens se senta a uma mesa e decide se a sua decisão foi correta", disse Denise Stookesberry, 58, de Saint Louis (Missouri). Andrea Webb, 47, de Palm Harbor (Flórida), deixou de frequentar a igreja após concluir que só conseguiria anular seu casamento se criticasse o ex-marido de forma inverídica. "Qualquer um poderia dizer: 'Se não gosta desse sabor de refrigerante, vá atrás de outro', mas eu não quero ser metodista nem luterana", disse ela. Para muitos outros, a Igreja faz exigências demais para reaceitar os divorciados. "Eu fui casada - entrei nessa com as ideias certas, e dizer algo diferente seria uma mentira", disse Carol Trankle, 72, de Rapid City (Dakota do Sul). Tradução de RODRIGO LEITE
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Clima de velório marca 'fechamento' de escola estadual na zona oeste de SP
Na saída da escola, um grupo de alunos se abraça, entre choro e palavras de consolo. "A gente está sendo obrigado a ir para outro lugar e a gente não quer", afirma Rembrandt Soares Santos, 14, estudante do 1º ano do ensino médio, do colégio Miss Browne, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo. A cada aluno que passava pelo portão e encontrava o grupo abraçado na calçada, a emoção ganhava reforço. "Não acredito que a escola vai fechar", disse Andressa Almeida Silva, 17, estudante do 3º ano do ensino médio, enquanto era consolada por amigos. A escola integra a lista de 94 colégios estaduais que serão "fechados" a partir de 2016 e que ganharão novas funções, como creches e escolas técnicas. A medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB) tem encontrado resistência por parte de professores, pais e alunos, que vêm promovendo protestos desde o mês passado, quando anunciada. Pela manhã, os alunos haviam feito uma festa de Halloween, após apresentação de trabalhos envolvendo diferentes séries, que acabou se tornando uma festa de despedida da escola. Estudantes e professores aproveitaram a reunião para fazer uma série de homenagens. "A escola faz parte da nossa vida. Não tinha como não chorar com o fechamento dela. Todo mundo chorou, menino, menina, professores...", conta a aluna Eduarda Cristina Domingos da Silva, 17, que cursa o 3º ano do ensino médio. Rembrandt se emociona ao falar da escola. "[A medida] não nos abala apenas estruturalmente, pelo fato de termos que ir para outro colégio, mas emocionalmente porque aqui a gente se apoia, é o nosso grupo, e estão desfazendo isso", diz. Vinícius Reykariw, 16, estudante do 2º ano, critica o governo. "Fechar 94 escolas não vai ser solução para melhorar a educação. Precisa abrir mais escolas e não fechar. Um governador que fecha escolas e abre presídios, quer dizer, tenho certeza de que a educação nesse país não está certa", afirmou. Ainda assim, os alunos têm esperança de reverter a situação e evitar que o colégio seja "fechado". "Faremos cartas, vídeos, protestos e um abaixo-assinado para mostrar ao governador a importância da nossa escola", diz Rembrandt. Infográfico: Escolas de SP que serão 'fechadas' em 2016 PARA ONDE VÃO? Procurada, a direção do Miss Browne se recusou a divulgar qualquer informação e disse que o destino dos alunos ainda não foi definido. "Essa situação já alterou toda a harmonia da escola. É absurdo, falta muita informação: para onde vão as crianças, é superlotado, não é?", critica a administradora Talita Stone, 38, que aguardava sua filha no portão do colégio. Talita havia conseguido uma vaga para a menina estudar no Miss Browne em julho deste ano. "Ontem, tivemos uma reunião na escola e não se falou em outra coisa [o fechamento da escola]. Os professores não queriam que isso acontecesse e eles acreditam que ainda é possível reverter. Eu espero que seja", diz. O medo de irem para salas superlotadas perturba pais e alunos. "No nosso caso, só tem uma escola perto e ela tem problema de superlotação", diz Vinícius. "Não quero ir para um lugar onde tem superlotação e onde a gente não se sinta bem na escola", completou Rembrandt. Pais continuam sem saber onde seus filhos irão estudar no próximo ano. Talita critica a "falta de transparência" com que a medida da reorganização tem sido feita. "Essa falta de clareza é que deixa as pessoas chateadas, se sentindo inferiorizadas pelo governo. Só uma sociedade ativa é capaz de intervir nessa educação carente que é a pública", concluiu.
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Clima de velório marca 'fechamento' de escola estadual na zona oeste de SPNa saída da escola, um grupo de alunos se abraça, entre choro e palavras de consolo. "A gente está sendo obrigado a ir para outro lugar e a gente não quer", afirma Rembrandt Soares Santos, 14, estudante do 1º ano do ensino médio, do colégio Miss Browne, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo. A cada aluno que passava pelo portão e encontrava o grupo abraçado na calçada, a emoção ganhava reforço. "Não acredito que a escola vai fechar", disse Andressa Almeida Silva, 17, estudante do 3º ano do ensino médio, enquanto era consolada por amigos. A escola integra a lista de 94 colégios estaduais que serão "fechados" a partir de 2016 e que ganharão novas funções, como creches e escolas técnicas. A medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB) tem encontrado resistência por parte de professores, pais e alunos, que vêm promovendo protestos desde o mês passado, quando anunciada. Pela manhã, os alunos haviam feito uma festa de Halloween, após apresentação de trabalhos envolvendo diferentes séries, que acabou se tornando uma festa de despedida da escola. Estudantes e professores aproveitaram a reunião para fazer uma série de homenagens. "A escola faz parte da nossa vida. Não tinha como não chorar com o fechamento dela. Todo mundo chorou, menino, menina, professores...", conta a aluna Eduarda Cristina Domingos da Silva, 17, que cursa o 3º ano do ensino médio. Rembrandt se emociona ao falar da escola. "[A medida] não nos abala apenas estruturalmente, pelo fato de termos que ir para outro colégio, mas emocionalmente porque aqui a gente se apoia, é o nosso grupo, e estão desfazendo isso", diz. Vinícius Reykariw, 16, estudante do 2º ano, critica o governo. "Fechar 94 escolas não vai ser solução para melhorar a educação. Precisa abrir mais escolas e não fechar. Um governador que fecha escolas e abre presídios, quer dizer, tenho certeza de que a educação nesse país não está certa", afirmou. Ainda assim, os alunos têm esperança de reverter a situação e evitar que o colégio seja "fechado". "Faremos cartas, vídeos, protestos e um abaixo-assinado para mostrar ao governador a importância da nossa escola", diz Rembrandt. Infográfico: Escolas de SP que serão 'fechadas' em 2016 PARA ONDE VÃO? Procurada, a direção do Miss Browne se recusou a divulgar qualquer informação e disse que o destino dos alunos ainda não foi definido. "Essa situação já alterou toda a harmonia da escola. É absurdo, falta muita informação: para onde vão as crianças, é superlotado, não é?", critica a administradora Talita Stone, 38, que aguardava sua filha no portão do colégio. Talita havia conseguido uma vaga para a menina estudar no Miss Browne em julho deste ano. "Ontem, tivemos uma reunião na escola e não se falou em outra coisa [o fechamento da escola]. Os professores não queriam que isso acontecesse e eles acreditam que ainda é possível reverter. Eu espero que seja", diz. O medo de irem para salas superlotadas perturba pais e alunos. "No nosso caso, só tem uma escola perto e ela tem problema de superlotação", diz Vinícius. "Não quero ir para um lugar onde tem superlotação e onde a gente não se sinta bem na escola", completou Rembrandt. Pais continuam sem saber onde seus filhos irão estudar no próximo ano. Talita critica a "falta de transparência" com que a medida da reorganização tem sido feita. "Essa falta de clareza é que deixa as pessoas chateadas, se sentindo inferiorizadas pelo governo. Só uma sociedade ativa é capaz de intervir nessa educação carente que é a pública", concluiu.
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Ricardo Henriques: A educação e os novos governantes
O Brasil vive um momento importante com o início dos trabalhos dos novos gestores públicos nos Estados e na esfera federal. É, portanto, um período oportuno para dialogar com a sociedade sobre qual nação almejamos construir. O Brasil que queremos não se faz em quatro anos, mas em um processo de longo prazo. Nesse ponto, a educação tem uma dimensão crucial para fomentar um processo de desenvolvimento com qualidade, e o ensino médio, um papel fundamental na efetiva redução de desigualdades e ampliação de oportunidades. Maior desafio aos governantes, o ensino médio tem problemas graves a serem resolvidos, que passam pelo acesso dos jovens até sua permanência e conclusão com sucesso. Vamos aos números: 20% dos meninos e meninas de 15 a 17 anos estão fora da escola e somente 50% deles estão na série esperada para suas idades. Dentre os jovens de 18 e 19 anos que concluíram o ensino fundamental, 47,7% não conseguiram concluir o ensino médio. A evasão é enorme. E esse quadro está diretamente relacionado à baixa qualidade do ensino e à falta de atratividade aos jovens, que se sentem desconectados da escola, do que é ensinado e dos professores. Para enfrentarmos essa situação, quatro elementos-chave deveriam ser prioridade e constar da agenda dos novos líderes que assumirão suas cadeiras a partir desta quinta-feira (1º): a) mudanças no currículo escolar, b) formação dos professores, c) aumento da jornada escolar e d) implementação de uma gestão escolar estratégica. A conjunção desses fatores, hoje inadequados, gera mais desigualdades de resultados e leva grande parte dos nossos jovens a abandonar a sala de aula. O currículo escolar hoje contém excesso de conteúdos enciclopédicos, sem aprofundamento de conceitos, não estimula a capacidade e a prática de pesquisa científica e não proporciona autonomia de escolha dos jovens frente aos seus projetos de vida. Definir uma base nacional comum que oriente o currículo, diminuir o número de disciplinas obrigatórias e oferecer ao aluno opções de matérias pautadas na ciência, tecnologia, comunicação e informação podem promover uma grande transformação no ensino médio. A formação dos professores, totalmente aquém dos desafios da sociedade do conhecimento e da informação e com pouca atenção para a didática, provoca enorme dificuldade para lidar com a complexidade dos desafios da sala de aula. O aumento da jornada escolar, questão quase indiscutível hoje, deve acompanhar a mudança em direção a um ensino que proporcione o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes. Por último, destaco a gestão escolar que, a partir de um diagnóstico contextualizado de cada ambiente escolar e da definição de metas, pode revolucionar a vida nas escolas e o desempenho dos alunos. É no cotidiano da escola, em cada decisão tomada pelos gestores das diversas esferas, que se concretiza o direito à aprendizagem. Àqueles que assumirão governos a partir desta quinta-feira, seria importante não cair na armadilha do imediatismo dissociando o presente do futuro. Hoje precisamos pensar e projetar a sociedade do amanhã e fazer mudanças estruturais que somente a educação pode gerar, garantindo ensino de qualidade que promova o desenvolvimento das atuais e novas gerações. RICARDO HENRIQUES, 54, economista, é superintendente-executivo do Instituto Unibanco * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ricardo Henriques: A educação e os novos governantesO Brasil vive um momento importante com o início dos trabalhos dos novos gestores públicos nos Estados e na esfera federal. É, portanto, um período oportuno para dialogar com a sociedade sobre qual nação almejamos construir. O Brasil que queremos não se faz em quatro anos, mas em um processo de longo prazo. Nesse ponto, a educação tem uma dimensão crucial para fomentar um processo de desenvolvimento com qualidade, e o ensino médio, um papel fundamental na efetiva redução de desigualdades e ampliação de oportunidades. Maior desafio aos governantes, o ensino médio tem problemas graves a serem resolvidos, que passam pelo acesso dos jovens até sua permanência e conclusão com sucesso. Vamos aos números: 20% dos meninos e meninas de 15 a 17 anos estão fora da escola e somente 50% deles estão na série esperada para suas idades. Dentre os jovens de 18 e 19 anos que concluíram o ensino fundamental, 47,7% não conseguiram concluir o ensino médio. A evasão é enorme. E esse quadro está diretamente relacionado à baixa qualidade do ensino e à falta de atratividade aos jovens, que se sentem desconectados da escola, do que é ensinado e dos professores. Para enfrentarmos essa situação, quatro elementos-chave deveriam ser prioridade e constar da agenda dos novos líderes que assumirão suas cadeiras a partir desta quinta-feira (1º): a) mudanças no currículo escolar, b) formação dos professores, c) aumento da jornada escolar e d) implementação de uma gestão escolar estratégica. A conjunção desses fatores, hoje inadequados, gera mais desigualdades de resultados e leva grande parte dos nossos jovens a abandonar a sala de aula. O currículo escolar hoje contém excesso de conteúdos enciclopédicos, sem aprofundamento de conceitos, não estimula a capacidade e a prática de pesquisa científica e não proporciona autonomia de escolha dos jovens frente aos seus projetos de vida. Definir uma base nacional comum que oriente o currículo, diminuir o número de disciplinas obrigatórias e oferecer ao aluno opções de matérias pautadas na ciência, tecnologia, comunicação e informação podem promover uma grande transformação no ensino médio. A formação dos professores, totalmente aquém dos desafios da sociedade do conhecimento e da informação e com pouca atenção para a didática, provoca enorme dificuldade para lidar com a complexidade dos desafios da sala de aula. O aumento da jornada escolar, questão quase indiscutível hoje, deve acompanhar a mudança em direção a um ensino que proporcione o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes. Por último, destaco a gestão escolar que, a partir de um diagnóstico contextualizado de cada ambiente escolar e da definição de metas, pode revolucionar a vida nas escolas e o desempenho dos alunos. É no cotidiano da escola, em cada decisão tomada pelos gestores das diversas esferas, que se concretiza o direito à aprendizagem. Àqueles que assumirão governos a partir desta quinta-feira, seria importante não cair na armadilha do imediatismo dissociando o presente do futuro. Hoje precisamos pensar e projetar a sociedade do amanhã e fazer mudanças estruturais que somente a educação pode gerar, garantindo ensino de qualidade que promova o desenvolvimento das atuais e novas gerações. RICARDO HENRIQUES, 54, economista, é superintendente-executivo do Instituto Unibanco * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Bauza vê classificação complicada e terá que rever meta na Libertadores
Após a derrota para o The Strongest nesta quarta-feira (17), o técnico Edgardo Bauza terá de rever a meta do São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Apesar de esta ter sido apenas a primeira partida, o resultado negativo pode complicar a classificação são-paulina para a próxima fase do torneio. Por ter perdido três pontos em casa para um dos prováveis concorrentes diretos por uma vaga nas oitavas de final —ao lado do River Plate, atual campeão da Libertadores—, a equipe terá de somar pontos também nas partidas disputadas fora de casa. "Esse resultado nos complica muito a classificação e, obviamente, estamos muito tristes", admitiu Bauza. "Perdemos três pontos importantíssimos, mas seguiremos lutando", concluiu. O argentino havia afirmado que as vitórias em casa seriam essenciais para a classificação. Ele esperava que o time não perdesse nenhum ponto nos jogos em São Paulo. A meta se explica pela dificuldade que a equipe terá nas partidas fora de casa. O São Paulo ainda terá que enfrentar o River Plate, em Buenos Aires e o The Strongest, na altitude de 3.600 m de La Paz. O terceiro adversário da equipe no Grupo 1 será o menos tradicional Trujillanos, da Venezuela. Como mandante, o histórico na Libertadores do The Strongest, por exemplo, é altamente positivo. São 42 vitórias, 13 empates e apenas 11 derrotas na capital boliviana.
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Bauza vê classificação complicada e terá que rever meta na LibertadoresApós a derrota para o The Strongest nesta quarta-feira (17), o técnico Edgardo Bauza terá de rever a meta do São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Apesar de esta ter sido apenas a primeira partida, o resultado negativo pode complicar a classificação são-paulina para a próxima fase do torneio. Por ter perdido três pontos em casa para um dos prováveis concorrentes diretos por uma vaga nas oitavas de final —ao lado do River Plate, atual campeão da Libertadores—, a equipe terá de somar pontos também nas partidas disputadas fora de casa. "Esse resultado nos complica muito a classificação e, obviamente, estamos muito tristes", admitiu Bauza. "Perdemos três pontos importantíssimos, mas seguiremos lutando", concluiu. O argentino havia afirmado que as vitórias em casa seriam essenciais para a classificação. Ele esperava que o time não perdesse nenhum ponto nos jogos em São Paulo. A meta se explica pela dificuldade que a equipe terá nas partidas fora de casa. O São Paulo ainda terá que enfrentar o River Plate, em Buenos Aires e o The Strongest, na altitude de 3.600 m de La Paz. O terceiro adversário da equipe no Grupo 1 será o menos tradicional Trujillanos, da Venezuela. Como mandante, o histórico na Libertadores do The Strongest, por exemplo, é altamente positivo. São 42 vitórias, 13 empates e apenas 11 derrotas na capital boliviana.
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Com projetos menores, valor de PPPs assinadas em 2016 cai pela metade
O número de PPPs (Parcerias Público-Privadas) assinadas em 2016 empatou com o do ano passado, mas o valor total dos contratos caiu 52,6%. Os dados foram levantados pelo Radar PPP. Os 11 acordos firmados neste ano somaram cerca de R$ 7,34 bilhões. Todos eles são de âmbito municipal. "Há uma mudança de perfil. Os projetos estão cada vez menores", afirma Guilherme Naves, sócio da consultoria. A economia instável, o financiamento mais caro e o temor de que governos não consigam honrar pagamentos afastaram os investidores. "As grandes obras, com altos investimentos, serão cada vez mais raras", diz Naves. Em 2017, deverão ganhar espaço modelos mais "autossustentáveis", afirma o sócio da KPMG Charles Schramm. "As concessões [em que a remuneração vem de taxas pagas diretamente por usuários] serão o destaque do ano." As PPPs de setores com tarifas próprias, como iluminação pública e saneamento, também deverão crescer, diz. A iluminação foi a área mais aquecida em 2016: representou 6 dos 11 contratos assinados e 62% das licitações abertas. Em 2017, estão previstas ao menos 17 novas parcerias do setor, afirma Naves. Neste ano, o total de editais publicados foi recorde: 37, contra 13 em 2015. A alta, porém, não necessariamente resultará em mais contratos fechados, segundo Schramm. "O aumento pode estar ligado às eleições municipais. Com a pressa para se deixar um legado, muitos projetos não são 100% discutidos, o que resulta em fragilidades." PARCERIA ENXUTA - Perfil das PPPs no país PARCERIA ENXUTA - Perfil das PPPs no país - Fora da curva O ano de 2016 da Óticas Carol foi positivo se comparado ao resto do setor, que terá queda de dois dígitos, diz o diretor-executivo da rede, Ronaldo Pereira. A receita cresceu 4,5% em relação a 2015, ao se considerar apenas as mesmas lojas, e chegará a R$ 812 milhões. "O que puxou [os resultados] para baixo foram os óculos de sol, nosso carro-chefe de 2010 a 2015, que nos permitiu crescer dois dígitos nos últimos anos." A empresa prevê abrir 150 franquias em 2017. Neste ano, foram inauguradas 120. - Com a vista turva A retração do setor óptico perdeu força no fim deste ano, segundo a Abióptica (que representa a indústria). A queda na receita até outubro foi de 22% em relação a 2015, mas a previsão é que essa porcentagem termine 2016 em 17%, afirma Bento Alcoforado, presidente da entidade. "Em novembro, começaram os primeiros sinais de que paramos de cair, mas uma retomada só deverá acontecer em março." A Óticas Diniz abriu 80 franquias neste ano, 30 a menos que o planejado inicialmente, e chegou a 970 lojas. A companhia prevê uma diminuição de 6% no faturamento de 2016, estimado em R$ 800 milhões. "Cerca de 20% dos franqueados tiveram dificuldades de pagar o 13º salário de funcionários. Foi preciso sacrificar ainda mais as margens de lucro para fazer caixa", diz Arione Diniz, presidente da empresa. Se, em 2017, a rede conseguir manter os negócios no mesmo nível deste ano, o resultado será considerado positivo, afirma o executivo. - Com que roupa eu vou O que empresários e executivos que trabalham com moda durante todo o ano vão usar no Réveillon? Confira os figurinos. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI
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Com projetos menores, valor de PPPs assinadas em 2016 cai pela metadeO número de PPPs (Parcerias Público-Privadas) assinadas em 2016 empatou com o do ano passado, mas o valor total dos contratos caiu 52,6%. Os dados foram levantados pelo Radar PPP. Os 11 acordos firmados neste ano somaram cerca de R$ 7,34 bilhões. Todos eles são de âmbito municipal. "Há uma mudança de perfil. Os projetos estão cada vez menores", afirma Guilherme Naves, sócio da consultoria. A economia instável, o financiamento mais caro e o temor de que governos não consigam honrar pagamentos afastaram os investidores. "As grandes obras, com altos investimentos, serão cada vez mais raras", diz Naves. Em 2017, deverão ganhar espaço modelos mais "autossustentáveis", afirma o sócio da KPMG Charles Schramm. "As concessões [em que a remuneração vem de taxas pagas diretamente por usuários] serão o destaque do ano." As PPPs de setores com tarifas próprias, como iluminação pública e saneamento, também deverão crescer, diz. A iluminação foi a área mais aquecida em 2016: representou 6 dos 11 contratos assinados e 62% das licitações abertas. Em 2017, estão previstas ao menos 17 novas parcerias do setor, afirma Naves. Neste ano, o total de editais publicados foi recorde: 37, contra 13 em 2015. A alta, porém, não necessariamente resultará em mais contratos fechados, segundo Schramm. "O aumento pode estar ligado às eleições municipais. Com a pressa para se deixar um legado, muitos projetos não são 100% discutidos, o que resulta em fragilidades." PARCERIA ENXUTA - Perfil das PPPs no país PARCERIA ENXUTA - Perfil das PPPs no país - Fora da curva O ano de 2016 da Óticas Carol foi positivo se comparado ao resto do setor, que terá queda de dois dígitos, diz o diretor-executivo da rede, Ronaldo Pereira. A receita cresceu 4,5% em relação a 2015, ao se considerar apenas as mesmas lojas, e chegará a R$ 812 milhões. "O que puxou [os resultados] para baixo foram os óculos de sol, nosso carro-chefe de 2010 a 2015, que nos permitiu crescer dois dígitos nos últimos anos." A empresa prevê abrir 150 franquias em 2017. Neste ano, foram inauguradas 120. - Com a vista turva A retração do setor óptico perdeu força no fim deste ano, segundo a Abióptica (que representa a indústria). A queda na receita até outubro foi de 22% em relação a 2015, mas a previsão é que essa porcentagem termine 2016 em 17%, afirma Bento Alcoforado, presidente da entidade. "Em novembro, começaram os primeiros sinais de que paramos de cair, mas uma retomada só deverá acontecer em março." A Óticas Diniz abriu 80 franquias neste ano, 30 a menos que o planejado inicialmente, e chegou a 970 lojas. A companhia prevê uma diminuição de 6% no faturamento de 2016, estimado em R$ 800 milhões. "Cerca de 20% dos franqueados tiveram dificuldades de pagar o 13º salário de funcionários. Foi preciso sacrificar ainda mais as margens de lucro para fazer caixa", diz Arione Diniz, presidente da empresa. Se, em 2017, a rede conseguir manter os negócios no mesmo nível deste ano, o resultado será considerado positivo, afirma o executivo. - Com que roupa eu vou O que empresários e executivos que trabalham com moda durante todo o ano vão usar no Réveillon? Confira os figurinos. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI
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Adestradora de cães treina triatlo em busca de vaga na Paraolimpíada
Às mulheres que não conseguem traçar uma linha sobre os olhos com delineador, uma provocação: Sabrina Custodia da Silva, 23, faz isso diariamente. Ela também abotoa a calça sozinha, acaba de se formar adestradora de cães e pratica triatlo ?modalidade da pesada que reúne corrida, nado e pedal. A meta é competir na Paraolimpíada do Rio.Nascida no Grajaú, zona sul de São Paulo, ela perdeu as duas mãos e parte da perna direita em um acidente. Leia a reportagem
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Adestradora de cães treina triatlo em busca de vaga na ParaolimpíadaÀs mulheres que não conseguem traçar uma linha sobre os olhos com delineador, uma provocação: Sabrina Custodia da Silva, 23, faz isso diariamente. Ela também abotoa a calça sozinha, acaba de se formar adestradora de cães e pratica triatlo ?modalidade da pesada que reúne corrida, nado e pedal. A meta é competir na Paraolimpíada do Rio.Nascida no Grajaú, zona sul de São Paulo, ela perdeu as duas mãos e parte da perna direita em um acidente. Leia a reportagem
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Legião Urbana traz convidados e levanta público durante show em SP
Os membros remanescentes da Legião Urbana, com o músico e ator André Frateschi no vocal, subiram neste sábado (7) ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, com a missão de acompanhar um "artista" já consagrado: o cancioneiro da própria banda. A reação do público que lotou a casa mostrou que as músicas ainda são capazes de arrebatar, 19 anos após a morte de Renato Russo e passados 30 anos do lançamento do álbum de estreia - o homenageado da noite e da atual turnê, "Legião Urbana XXX anos", iniciada no dia 23 de outubro, em Santos. A plateia pareceu não se incomodar com o atraso de mais de 30 minutos para o início da apresentação. Assim que soaram os primeiros acordes da rápida "Será", o público se pôs a pular e dançar. Ficou claro que a Legião já estava com o jogo ganho. Frateschi e Dado Villa-Lobos, lado a lado, à frente dos outros músicos, mostraram boa química, dividindo os vocais vez ou outra. Em seguida, veio "A Dança" e o vocalista pediu que a plateia acompanhasse com palmas. Foi prontamente atendido. Sem pausa e sem se dirigir aos fãs, a banda emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo", com Marcelo Bonfá no posto de vocalista. Mais solto, Frateschi passou a canção inteira dançando ao lado do baterista. Um dos destaques da primeira parte do show, dedicada às 11 músicas do primeiro disco, foi a interação entre Dado e Frateschi em "Soldados". Os dois simularam um combate, que acabou com o vocalista estendido no chão. O desfecho do primeiro ato ficou a cargo da plateia. Envolto em luzes de cor roxa, Frateschi apontou o microfone para os fãs, que se encarregaram de levar "Por Enquanto" até o fim. O vocalista, aliás, chegou a afirmar que interpretar as músicas da Legião "não é qualquer coisa, não". De fato, há um tanto de reverência na performance do músico. Ele não copia os trejeitos de Renato Russo, como fez o ator Wagner Moura em 2012 e como fazem diversos cantores Brasil afora. CONVIDADOS Após uma breve pausa, a banda voltou para tocar "Tempo Perdido", com o produtor Liminha em uma das guitarras, e Dado e Bonfá se revezando no vocal. "Dá um nó na garganta tocar com a maior banda de rock do Brasil", afirmou Liminha, que já trabalhou com nomes como Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com mais de dois terços da apresentação percorridos, Dado chamou para o palco "um sujeito honrado", em suas próprias palavras. Era Rodrigo Amarante. Mãos nos bolsos, ele cantou "Monte Castelo", e depois admitiu: "Tô bem nervoso, hein". Amarante ficou para mais uma música, "Quase sem Querer". Já à vontade, arriscou uma dança desajeitada e brincou: "Essa é mais fácil". "Pais e filhos" teve Nico, rebento de Dado, na guitarra, e João Pedro, da prole de Bonfá, na bateria. O refrão "é preciso amar as pessoas/ como se não houvesse amanhã" foi praticamente berrado por boa parte do público. Para o bis, a banda escolheu três hits de peso: "Faroeste Caboclo", Índios" e "Que País é Esse?". No primeiro, Frateschi recorreu às suas habilidades de ator e interpretou um João de Santo Cristo raivoso. O último, "uma música que fala de nós, vós e eles", segundo Dado, foi cantado em uníssono pelo público que, passadas quase duas horas de show, seguia firme e forte. Com o palco já vazio e as luzes acesas, um grupo de fãs reclamou: "Faltou 'Eduardo e Mônica'". Setlist "Será" "A Dança" "Petróleo do Futuro" "Ainda é Cedo" "Perdidos no Espaço" "Geração Coca-Cola" "O Reggae" "Baader-Meinhof Blues" "Soldados" "Teorema" "Por Enquanto" "Tempo Perdido" "Daniel na Cova dos Leões" "Conexão Amazônica" "Há Tempos" "Dezesseis" "1965 (Duas Tribos)" "Eu Sei" "Teatro dos Vampiros" "Monte Castelo" "Quase sem Querer" "Pais e Filhos" "Angra dos Reis" "Perfeição" Bis "Faroeste Caboclo" "Índios" "Que País é Esse?"
ilustrada
Legião Urbana traz convidados e levanta público durante show em SPOs membros remanescentes da Legião Urbana, com o músico e ator André Frateschi no vocal, subiram neste sábado (7) ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, com a missão de acompanhar um "artista" já consagrado: o cancioneiro da própria banda. A reação do público que lotou a casa mostrou que as músicas ainda são capazes de arrebatar, 19 anos após a morte de Renato Russo e passados 30 anos do lançamento do álbum de estreia - o homenageado da noite e da atual turnê, "Legião Urbana XXX anos", iniciada no dia 23 de outubro, em Santos. A plateia pareceu não se incomodar com o atraso de mais de 30 minutos para o início da apresentação. Assim que soaram os primeiros acordes da rápida "Será", o público se pôs a pular e dançar. Ficou claro que a Legião já estava com o jogo ganho. Frateschi e Dado Villa-Lobos, lado a lado, à frente dos outros músicos, mostraram boa química, dividindo os vocais vez ou outra. Em seguida, veio "A Dança" e o vocalista pediu que a plateia acompanhasse com palmas. Foi prontamente atendido. Sem pausa e sem se dirigir aos fãs, a banda emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo", com Marcelo Bonfá no posto de vocalista. Mais solto, Frateschi passou a canção inteira dançando ao lado do baterista. Um dos destaques da primeira parte do show, dedicada às 11 músicas do primeiro disco, foi a interação entre Dado e Frateschi em "Soldados". Os dois simularam um combate, que acabou com o vocalista estendido no chão. O desfecho do primeiro ato ficou a cargo da plateia. Envolto em luzes de cor roxa, Frateschi apontou o microfone para os fãs, que se encarregaram de levar "Por Enquanto" até o fim. O vocalista, aliás, chegou a afirmar que interpretar as músicas da Legião "não é qualquer coisa, não". De fato, há um tanto de reverência na performance do músico. Ele não copia os trejeitos de Renato Russo, como fez o ator Wagner Moura em 2012 e como fazem diversos cantores Brasil afora. CONVIDADOS Após uma breve pausa, a banda voltou para tocar "Tempo Perdido", com o produtor Liminha em uma das guitarras, e Dado e Bonfá se revezando no vocal. "Dá um nó na garganta tocar com a maior banda de rock do Brasil", afirmou Liminha, que já trabalhou com nomes como Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com mais de dois terços da apresentação percorridos, Dado chamou para o palco "um sujeito honrado", em suas próprias palavras. Era Rodrigo Amarante. Mãos nos bolsos, ele cantou "Monte Castelo", e depois admitiu: "Tô bem nervoso, hein". Amarante ficou para mais uma música, "Quase sem Querer". Já à vontade, arriscou uma dança desajeitada e brincou: "Essa é mais fácil". "Pais e filhos" teve Nico, rebento de Dado, na guitarra, e João Pedro, da prole de Bonfá, na bateria. O refrão "é preciso amar as pessoas/ como se não houvesse amanhã" foi praticamente berrado por boa parte do público. Para o bis, a banda escolheu três hits de peso: "Faroeste Caboclo", Índios" e "Que País é Esse?". No primeiro, Frateschi recorreu às suas habilidades de ator e interpretou um João de Santo Cristo raivoso. O último, "uma música que fala de nós, vós e eles", segundo Dado, foi cantado em uníssono pelo público que, passadas quase duas horas de show, seguia firme e forte. Com o palco já vazio e as luzes acesas, um grupo de fãs reclamou: "Faltou 'Eduardo e Mônica'". Setlist "Será" "A Dança" "Petróleo do Futuro" "Ainda é Cedo" "Perdidos no Espaço" "Geração Coca-Cola" "O Reggae" "Baader-Meinhof Blues" "Soldados" "Teorema" "Por Enquanto" "Tempo Perdido" "Daniel na Cova dos Leões" "Conexão Amazônica" "Há Tempos" "Dezesseis" "1965 (Duas Tribos)" "Eu Sei" "Teatro dos Vampiros" "Monte Castelo" "Quase sem Querer" "Pais e Filhos" "Angra dos Reis" "Perfeição" Bis "Faroeste Caboclo" "Índios" "Que País é Esse?"
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Cientistas aguardam nascimento raro de 'dragões' em caverna na Eslovênia
Em uma caverna visitada por um milhão de turistas todos os anos, um anfíbio pouco estudado colocou ovos que estão causando grande expectativa. Acredita-se que o Proteus anguinus, o proteus, uma salamandra cega encontrado em rios de cavernas nos Bálcãs, viva por mais de cem anos, mas se reproduza apenas um ou duas vezes por década. Uma fêmea em um aquário da caverna Postojna, na Eslovênia, colocou entre 50 e 60 ovos - e três estão mostrando sinais de crescimento. O proteus é uma espécie de ícone na Eslovênia, onde aparecia em moedas antes da chegada do euro. Há centenas de anos, quando enchentes expulsavam as criaturas para fora das cavernas, eram tidas como bebês de dragões. Ninguém sabe quantos filhotes irão sair dos ovos e nem sequer quanto tempo isso vai levar. "No momento, parece que há três bons candidatos", diz à BBC Saso Weldt, um biólogo que trabalha na caverna. Ele e seus colegas tiraram fotos com exposição muito alta na escura caverna para reunir indícios de que os pequenos ovos estão se desenvolvendo. "Ela começou a colocar ovos em 30 de janeiro. Ela ainda está colocando um ou dois ovos por dia, e eles precisam de cerca de 120 dias até o animal nascer." 'EXTRAORDINÁRIO' Essa estimativa por alto, explica ele, é baseada no conhecimento adquirido com uma colônia dos anfíbios estabelecida na década de 1950 em um laboratório subterrâneo nos Pirineus franceses para estudar aspectos da vida biológica em cavernas. Mas lá eles vivem um uma água uma pouco mais quente, com temperatura de 11º C. "Na nossa caverna é um pouco mais frio, 9º C, então tudo vai durar mais." É uma oportunidade única de observar o enigmático proteus se reproduzindo na mesma caverna onde morou por milhões de anos. "É muito significativo porque não há muitos dados sobre a reprodução deste grupo de animais", disse Dusan Jelic, pesquisadora do programa Edge da Sociedade Zoológica de Londres que estuda proteus mergulhando em cavernas na Croácia. Se os filhotes saírem do ovo e se desenvolverem com saúde, seria algo "maravilhoso", segundo Jelic. "Na natureza, nunca achamos ovos ou larvas. Eles estão provavelmente escondidos em localidades específicas dentro do sistema das cavernas", afirma. Postojna tem um sistema de cavernas desse tipo, com sua própria população de proteus selvagens. Mas esses ovos, especificamente, foram colocados em um aquário da movimentada área aberta para visitantes da caverna. "Isso é muito legal - é extraordinário", diz Primoz Gnezda, outro biólogo que trabalha na caverna Postojna. "Mas também estamos com medo de que algo dê errado, porque os ovos são muito sensíveis." Como os únicos vertebrados de caverna da Europa, o proteus está muito adaptado a seu reino subterrâneo e protegido: cavernas criadas à medida que a água abre caminho entre rochas solúveis. "Por 200 milhões de anos eles estavam em um ambiente que não mudou", disse Jelic. Como consequência, os animais - e principalmente seus ovos - estão muito vulneráveis a mudanças na qualidade da água e temperatura. Mesmo as mudanças das estações mal são percebidas no subsolo. DRAGÕES BEBÊS Em 2013, outro proteus de Postojna colocou ovos, mas nenhum deles vingou e muitos foram comidos por outros proteus do tanque. Desta vez, precauções foram tomadas. Todos os animais, exceto a mãe, foram removidos e o aquário está protegido da luz. Oxigênio extra está sendo adicionado de forma artificial. "Agora cabe a eles", diz Weldt. Uma câmera infravermelha transmite imagens a uma tela próxima para que a equipe da caverna, assim como os turistas, possam ver o que acontece. Quase não há movimento, mas às vezes a fêmea proteus se mexe para checar os ovos, colocar mais um ou se proteger de anfípodes - crustáceos pequenos e famintos que ela não pode ver, mas que detecta usando órgãos eletrossensíveis em seu focinho. Nas últimas semanas, a "mãe dragão" do Postojna virou uma celebridade e, agora, leva uma grande expectativa em seus pequenos ombros. Mas o peso também é sentido pelos biólogos da caverna. "É um desafio e uma responsabilidade", diz Weldt. "Estou animada."
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Cientistas aguardam nascimento raro de 'dragões' em caverna na EslovêniaEm uma caverna visitada por um milhão de turistas todos os anos, um anfíbio pouco estudado colocou ovos que estão causando grande expectativa. Acredita-se que o Proteus anguinus, o proteus, uma salamandra cega encontrado em rios de cavernas nos Bálcãs, viva por mais de cem anos, mas se reproduza apenas um ou duas vezes por década. Uma fêmea em um aquário da caverna Postojna, na Eslovênia, colocou entre 50 e 60 ovos - e três estão mostrando sinais de crescimento. O proteus é uma espécie de ícone na Eslovênia, onde aparecia em moedas antes da chegada do euro. Há centenas de anos, quando enchentes expulsavam as criaturas para fora das cavernas, eram tidas como bebês de dragões. Ninguém sabe quantos filhotes irão sair dos ovos e nem sequer quanto tempo isso vai levar. "No momento, parece que há três bons candidatos", diz à BBC Saso Weldt, um biólogo que trabalha na caverna. Ele e seus colegas tiraram fotos com exposição muito alta na escura caverna para reunir indícios de que os pequenos ovos estão se desenvolvendo. "Ela começou a colocar ovos em 30 de janeiro. Ela ainda está colocando um ou dois ovos por dia, e eles precisam de cerca de 120 dias até o animal nascer." 'EXTRAORDINÁRIO' Essa estimativa por alto, explica ele, é baseada no conhecimento adquirido com uma colônia dos anfíbios estabelecida na década de 1950 em um laboratório subterrâneo nos Pirineus franceses para estudar aspectos da vida biológica em cavernas. Mas lá eles vivem um uma água uma pouco mais quente, com temperatura de 11º C. "Na nossa caverna é um pouco mais frio, 9º C, então tudo vai durar mais." É uma oportunidade única de observar o enigmático proteus se reproduzindo na mesma caverna onde morou por milhões de anos. "É muito significativo porque não há muitos dados sobre a reprodução deste grupo de animais", disse Dusan Jelic, pesquisadora do programa Edge da Sociedade Zoológica de Londres que estuda proteus mergulhando em cavernas na Croácia. Se os filhotes saírem do ovo e se desenvolverem com saúde, seria algo "maravilhoso", segundo Jelic. "Na natureza, nunca achamos ovos ou larvas. Eles estão provavelmente escondidos em localidades específicas dentro do sistema das cavernas", afirma. Postojna tem um sistema de cavernas desse tipo, com sua própria população de proteus selvagens. Mas esses ovos, especificamente, foram colocados em um aquário da movimentada área aberta para visitantes da caverna. "Isso é muito legal - é extraordinário", diz Primoz Gnezda, outro biólogo que trabalha na caverna Postojna. "Mas também estamos com medo de que algo dê errado, porque os ovos são muito sensíveis." Como os únicos vertebrados de caverna da Europa, o proteus está muito adaptado a seu reino subterrâneo e protegido: cavernas criadas à medida que a água abre caminho entre rochas solúveis. "Por 200 milhões de anos eles estavam em um ambiente que não mudou", disse Jelic. Como consequência, os animais - e principalmente seus ovos - estão muito vulneráveis a mudanças na qualidade da água e temperatura. Mesmo as mudanças das estações mal são percebidas no subsolo. DRAGÕES BEBÊS Em 2013, outro proteus de Postojna colocou ovos, mas nenhum deles vingou e muitos foram comidos por outros proteus do tanque. Desta vez, precauções foram tomadas. Todos os animais, exceto a mãe, foram removidos e o aquário está protegido da luz. Oxigênio extra está sendo adicionado de forma artificial. "Agora cabe a eles", diz Weldt. Uma câmera infravermelha transmite imagens a uma tela próxima para que a equipe da caverna, assim como os turistas, possam ver o que acontece. Quase não há movimento, mas às vezes a fêmea proteus se mexe para checar os ovos, colocar mais um ou se proteger de anfípodes - crustáceos pequenos e famintos que ela não pode ver, mas que detecta usando órgãos eletrossensíveis em seu focinho. Nas últimas semanas, a "mãe dragão" do Postojna virou uma celebridade e, agora, leva uma grande expectativa em seus pequenos ombros. Mas o peso também é sentido pelos biólogos da caverna. "É um desafio e uma responsabilidade", diz Weldt. "Estou animada."
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Ministro da Saúde acusa Marta de "desinformar" sobre a dengue
Sobre o artigo Calafrios, de Marta Suplicy, há um mês a senadora pediu avaliação sobre dengue em audiência com registro do Senado. Falei sobre clima e falta de água em São Paulo e fui claro: é um elemento, mas não explica sozinho. Falei sobre o plano feito com 22 Estados e os R$ 150 milhões a mais. Disse que não cabe culpar Estado, prefeitura, ministério, tampouco cidadão. É preciso que todos trabalhem juntos para evitar mortes. Disse que não há vacina a curto prazo; e o pedido do Butantan terá prioridade. Existem muitas formas de combater a dengue, e o governo atua para que se efetivem, mas desinformar, como faz a senadora, não é uma delas. ARTHUR CHIORO, ministro da Saúde (Brasília, DF) * As observações de Isaias Raw (Painel do Leitor ) merecem reportagem para pressionar a Anvisa. Sugiro que o Ministério Público se manifeste, pois o presidente da Fundação Butantan nos alerta sobre o problema de saúde mais grave dos últimos anos. NILTON NAZAR (São Paulo, SP) Dengue é uma ameaça à saúde e rapidamente pode romper todo o ciclo da cadeia produtiva devido ao grande absenteísmo gerado por uma epidemia. Paradoxalmente é também uma doença de terapia extremamente simples, hidratação, mas que demanda mobilização e foco para diagnose e monitoramento adequados com mortalidade virtualmente nula. As causas e marcadores que definem uma forma evolutiva mais séria ainda configuram um grande mistério. Para complicar ainda mais, quatro sorotipos distintos estão envolvidos. Faz-se necessária uma vacina. Diante de tão graves conseqüências é insano pensar que deliberadamente retarde-se as fases subsequentes da pesquisa em curso pelo Butantan. A vacina que o National Institutes of Health (NIH) desenvolveu e o Butantan fabrica experimentalmente é bastante promissora, mas está longe de ser a solução "imediata" como pode fazer crer essa polêmica acerca da tramitação do estudo clínico. O próprio NIH reconhece ainda muitas incertezas que só serão plenamente resolvidas com a conclusão desse e de outros estudos. Portanto, faz bem a Anvisa por zelar pela segurança com o rigor extremo que a situação demanda. Mas melhor seria a ambos, Anvisa e Butantan, debater isso longe dos holofotes, no campo da ciência. Os tempos e ações necessários serão cumpridos e em breve teremos uma vacina, fato. Mas igualmente é fato que a luta imediata é pela assistência efetiva! EVALDO STANISLAU AFFONSO DE ARAÚJO, médico infectologista, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Santos, vereador pelo PT (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ministro da Saúde acusa Marta de "desinformar" sobre a dengueSobre o artigo Calafrios, de Marta Suplicy, há um mês a senadora pediu avaliação sobre dengue em audiência com registro do Senado. Falei sobre clima e falta de água em São Paulo e fui claro: é um elemento, mas não explica sozinho. Falei sobre o plano feito com 22 Estados e os R$ 150 milhões a mais. Disse que não cabe culpar Estado, prefeitura, ministério, tampouco cidadão. É preciso que todos trabalhem juntos para evitar mortes. Disse que não há vacina a curto prazo; e o pedido do Butantan terá prioridade. Existem muitas formas de combater a dengue, e o governo atua para que se efetivem, mas desinformar, como faz a senadora, não é uma delas. ARTHUR CHIORO, ministro da Saúde (Brasília, DF) * As observações de Isaias Raw (Painel do Leitor ) merecem reportagem para pressionar a Anvisa. Sugiro que o Ministério Público se manifeste, pois o presidente da Fundação Butantan nos alerta sobre o problema de saúde mais grave dos últimos anos. NILTON NAZAR (São Paulo, SP) Dengue é uma ameaça à saúde e rapidamente pode romper todo o ciclo da cadeia produtiva devido ao grande absenteísmo gerado por uma epidemia. Paradoxalmente é também uma doença de terapia extremamente simples, hidratação, mas que demanda mobilização e foco para diagnose e monitoramento adequados com mortalidade virtualmente nula. As causas e marcadores que definem uma forma evolutiva mais séria ainda configuram um grande mistério. Para complicar ainda mais, quatro sorotipos distintos estão envolvidos. Faz-se necessária uma vacina. Diante de tão graves conseqüências é insano pensar que deliberadamente retarde-se as fases subsequentes da pesquisa em curso pelo Butantan. A vacina que o National Institutes of Health (NIH) desenvolveu e o Butantan fabrica experimentalmente é bastante promissora, mas está longe de ser a solução "imediata" como pode fazer crer essa polêmica acerca da tramitação do estudo clínico. O próprio NIH reconhece ainda muitas incertezas que só serão plenamente resolvidas com a conclusão desse e de outros estudos. Portanto, faz bem a Anvisa por zelar pela segurança com o rigor extremo que a situação demanda. Mas melhor seria a ambos, Anvisa e Butantan, debater isso longe dos holofotes, no campo da ciência. Os tempos e ações necessários serão cumpridos e em breve teremos uma vacina, fato. Mas igualmente é fato que a luta imediata é pela assistência efetiva! EVALDO STANISLAU AFFONSO DE ARAÚJO, médico infectologista, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Santos, vereador pelo PT (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Vamos regular área já ocupada', diz senador sobre menor proteção florestal
Defensor da redução do nível de proteção de 597 mil hectares de áreas na Amazônia –o equivalente a quatro municípios de São Paulo–, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) afirma que o objetivo principal das mudanças é regularizar áreas já ocupadas por pequenos produtores, mas admite que também há interesses minerários no local. O parlamentar foi autor de duas emendas parlamentares aprovadas no Congresso. Uma delas anulou o aumento de 51 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxim, previsto no texto assinado pelo presidente Michel Temer. A justificativa, baseada em parecer do Ministério de Minas e Energia, é de que a ampliação afetaria 156 processos de direitos minerários em andamento. Depois de passarem pela Câmara e pelo Senado, as medidas provisórias dependem agora da sanção de Temer. * Por que transformar parte da Floresta Nacional e do Parque Nacional do Jamanxim em APA [Área de Proteção Ambiental]? Flexa Ribeiro - Não houve redução nenhuma, houve apenas uma recategorização. Alteramos a unidade de conservação para que as atividades possam ser desenvolvidas nas áreas já ocupadas há décadas. Ninguém é contra área de reservas, seja ambiental seja indígena. Somos contra a forma como elas são criadas. Isso que gera problema em quase todas as áreas. Basta um decreto para o governo criar uma área de conservação. Se for para alterar o limite ou categoria, só pode fazê-lo por lei. Aí reside o grande ponto de conflito. Eu tenho um projeto tramitando no Senado pelo qual a criação das áreas de reserva também tem de ser por lei e passar no Congresso, para que os Estados sejam ouvidos. Na maioria das vezes, essas áreas conflitam com o zoneamento econômico e ecológico do próprio Estado. Qual foi o critério que o sr. adotou pra fazer as emendas? Não só eu, mas vários parlamentares do Estado e alguns de Mato Grosso. Foi no sentido de atender à demanda das associações que reúnem pequenos produtores que lá estão. A principal atividade da região da Floresta Nacional do Jamanxim é uma pecuária de baixa produção. Vale a pena ceder mais área da Amazônia que não gera muito emprego e não é muito produtiva? Aí é que é o conflito. Não estamos cedendo mais área. Estamos regularizando áreas que já estão ocupadas. Por exemplo, defendemos que não precisa derrubar uma árvore a mais na Amazônia. Basta que se possa produzir com tecnologia nas áreas já ocupadas. No caso da 758, segundo o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], não há nenhuma demanda fundiária. Por que então transformar parte do Parque Nacional em APA? Essa mudança de categoria das unidades é pra atender as pessoas que estão trabalhando lá há mais de dez anos, as pessoas de boa-fé que estão nas áreas. Não é para atender grileiro, não. O governo não fez ao longo de dez anos e fez agora porque tem de ser por força de lei pra mudar a categoria para desafetar o espaço pra passar a [ferrovia] Ferrogrão. Então, as duas medidas provisórias nos permitem fazer ajustes por emendas pra que pudéssemos fazer aquilo que vínhamos tentando nos últimos dez anos. Não é um interesse sobretudo minerário? A APA permite que você faça a mineração. Ninguém quer fazer nada fora da legislação, que é rigorosa. O município de Novo Progresso tem 75% do seu território transformado em área protegida. Só tem 25% para desenvolver todas as suas atividades, inclusive o núcleo urbano. O sr. confirma então que o interesse é sobretudo fundiário, e não minerário? Inicialmente, é fundiário. Mas na região há ao menos uma jazida grande de cassiterita... Toda essa região. Por que fazem área de reserva em cima de potenciais enormes de exploração mineral? Por que não fazer reserva em outra área que, pelo zoneamento econômico do Estado, se destina a isso? A maior reserva ambiental que existe no Pará é estadual. Ou seja, o Estado não é contra. Só que tem de ver qual área você pode usar para desenvolver e qual área para preservar. A MP 756 incluiu na APA Jamanxim áreas reivindicadas por vários infratores ambientais. Há, por exemplo 4.500 hectares transformados em pasto em 2015 em nome de um provável laranja. Na mudança de categoria, não dá pra identificar quem está lá. Se existe alguém que entrou depois da criação da Flona [Floresta Nacional do Jamanxim, em 2006] –ou seja, é de má-fé–, ele não deve ter a sua área regularizada. A melhor forma de haver uma preservação da floresta não é pela ação fiscalizatória do Ibama, é regularizando a situação daqueles que estão na área. Eles passam a ter CNPJ, CPF, para o Ibama poder multá-lo, caso tenha transgredido a legislação. Agora, ninguém lá tem CNPJ. Esse laranja, como você vai identificar? Só regularizando para saber se é laranja ou não. Mas esses que estavam antes da criação não eram grileiros ou posseiros por estarem em terra pública que não compraram? Você não pode generalizar. A maioria das pessoas que veio pra lá foi com o chamado do governo. Lá atrás era: "Homem sem terra para terra sem homens". Era um movimento migratório produzido pelo próprio governo que trouxe essas pessoas para a Amazônia. Vou citar o caso concreto da família de Nelci Rodrigues, presidente da associação do Vale do Garça. Eles só chegaram em 1998, 13 anos depois do regime militar. Não havia mais essa política de Estado. Verdade. Mas entraram lá antes da criação. Aí eles são posseiros. Mas eles devem ser um dos mais novos. Como entraram antes da Flona, mesmo como posseiros, eles entraram de boa-fé. Um lote está no Cadastro Ambiental Rural em nome do filho de 27 anos. Não deveria ter havido mais critério na definição de quem seria beneficiado? Acho que a verificação deve ser feita na época da regularização. Não vamos ter grandes áreas regularizadas para uma pessoa. Todo esse critério deve ser feito na época da regularização. Ninguém está aqui pra atender grileiro e quem pratica crimes ambientais. - Nome completo Fernando de Souza Flexa Ribeiro Nascimento 12.set.1945 (71 anos), em Belém (Pará) Trajetória * Engenheiro civil e professor da Universidade Federal do Pará até 1987 * Filiação ao PSDB (1993) * Em 2005, após Duciomar Costa ser eleito prefeito de Belém, assumiu o mandato de senador, para o qual foi reeleito
ambiente
'Vamos regular área já ocupada', diz senador sobre menor proteção florestalDefensor da redução do nível de proteção de 597 mil hectares de áreas na Amazônia –o equivalente a quatro municípios de São Paulo–, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) afirma que o objetivo principal das mudanças é regularizar áreas já ocupadas por pequenos produtores, mas admite que também há interesses minerários no local. O parlamentar foi autor de duas emendas parlamentares aprovadas no Congresso. Uma delas anulou o aumento de 51 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxim, previsto no texto assinado pelo presidente Michel Temer. A justificativa, baseada em parecer do Ministério de Minas e Energia, é de que a ampliação afetaria 156 processos de direitos minerários em andamento. Depois de passarem pela Câmara e pelo Senado, as medidas provisórias dependem agora da sanção de Temer. * Por que transformar parte da Floresta Nacional e do Parque Nacional do Jamanxim em APA [Área de Proteção Ambiental]? Flexa Ribeiro - Não houve redução nenhuma, houve apenas uma recategorização. Alteramos a unidade de conservação para que as atividades possam ser desenvolvidas nas áreas já ocupadas há décadas. Ninguém é contra área de reservas, seja ambiental seja indígena. Somos contra a forma como elas são criadas. Isso que gera problema em quase todas as áreas. Basta um decreto para o governo criar uma área de conservação. Se for para alterar o limite ou categoria, só pode fazê-lo por lei. Aí reside o grande ponto de conflito. Eu tenho um projeto tramitando no Senado pelo qual a criação das áreas de reserva também tem de ser por lei e passar no Congresso, para que os Estados sejam ouvidos. Na maioria das vezes, essas áreas conflitam com o zoneamento econômico e ecológico do próprio Estado. Qual foi o critério que o sr. adotou pra fazer as emendas? Não só eu, mas vários parlamentares do Estado e alguns de Mato Grosso. Foi no sentido de atender à demanda das associações que reúnem pequenos produtores que lá estão. A principal atividade da região da Floresta Nacional do Jamanxim é uma pecuária de baixa produção. Vale a pena ceder mais área da Amazônia que não gera muito emprego e não é muito produtiva? Aí é que é o conflito. Não estamos cedendo mais área. Estamos regularizando áreas que já estão ocupadas. Por exemplo, defendemos que não precisa derrubar uma árvore a mais na Amazônia. Basta que se possa produzir com tecnologia nas áreas já ocupadas. No caso da 758, segundo o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], não há nenhuma demanda fundiária. Por que então transformar parte do Parque Nacional em APA? Essa mudança de categoria das unidades é pra atender as pessoas que estão trabalhando lá há mais de dez anos, as pessoas de boa-fé que estão nas áreas. Não é para atender grileiro, não. O governo não fez ao longo de dez anos e fez agora porque tem de ser por força de lei pra mudar a categoria para desafetar o espaço pra passar a [ferrovia] Ferrogrão. Então, as duas medidas provisórias nos permitem fazer ajustes por emendas pra que pudéssemos fazer aquilo que vínhamos tentando nos últimos dez anos. Não é um interesse sobretudo minerário? A APA permite que você faça a mineração. Ninguém quer fazer nada fora da legislação, que é rigorosa. O município de Novo Progresso tem 75% do seu território transformado em área protegida. Só tem 25% para desenvolver todas as suas atividades, inclusive o núcleo urbano. O sr. confirma então que o interesse é sobretudo fundiário, e não minerário? Inicialmente, é fundiário. Mas na região há ao menos uma jazida grande de cassiterita... Toda essa região. Por que fazem área de reserva em cima de potenciais enormes de exploração mineral? Por que não fazer reserva em outra área que, pelo zoneamento econômico do Estado, se destina a isso? A maior reserva ambiental que existe no Pará é estadual. Ou seja, o Estado não é contra. Só que tem de ver qual área você pode usar para desenvolver e qual área para preservar. A MP 756 incluiu na APA Jamanxim áreas reivindicadas por vários infratores ambientais. Há, por exemplo 4.500 hectares transformados em pasto em 2015 em nome de um provável laranja. Na mudança de categoria, não dá pra identificar quem está lá. Se existe alguém que entrou depois da criação da Flona [Floresta Nacional do Jamanxim, em 2006] –ou seja, é de má-fé–, ele não deve ter a sua área regularizada. A melhor forma de haver uma preservação da floresta não é pela ação fiscalizatória do Ibama, é regularizando a situação daqueles que estão na área. Eles passam a ter CNPJ, CPF, para o Ibama poder multá-lo, caso tenha transgredido a legislação. Agora, ninguém lá tem CNPJ. Esse laranja, como você vai identificar? Só regularizando para saber se é laranja ou não. Mas esses que estavam antes da criação não eram grileiros ou posseiros por estarem em terra pública que não compraram? Você não pode generalizar. A maioria das pessoas que veio pra lá foi com o chamado do governo. Lá atrás era: "Homem sem terra para terra sem homens". Era um movimento migratório produzido pelo próprio governo que trouxe essas pessoas para a Amazônia. Vou citar o caso concreto da família de Nelci Rodrigues, presidente da associação do Vale do Garça. Eles só chegaram em 1998, 13 anos depois do regime militar. Não havia mais essa política de Estado. Verdade. Mas entraram lá antes da criação. Aí eles são posseiros. Mas eles devem ser um dos mais novos. Como entraram antes da Flona, mesmo como posseiros, eles entraram de boa-fé. Um lote está no Cadastro Ambiental Rural em nome do filho de 27 anos. Não deveria ter havido mais critério na definição de quem seria beneficiado? Acho que a verificação deve ser feita na época da regularização. Não vamos ter grandes áreas regularizadas para uma pessoa. Todo esse critério deve ser feito na época da regularização. Ninguém está aqui pra atender grileiro e quem pratica crimes ambientais. - Nome completo Fernando de Souza Flexa Ribeiro Nascimento 12.set.1945 (71 anos), em Belém (Pará) Trajetória * Engenheiro civil e professor da Universidade Federal do Pará até 1987 * Filiação ao PSDB (1993) * Em 2005, após Duciomar Costa ser eleito prefeito de Belém, assumiu o mandato de senador, para o qual foi reeleito
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Vale menos
Tudo o que sobe desce, diz o ditado. No setor de matérias-primas, em especial, os ciclos de altas e baixas são comuns e, no mais das vezes, implacáveis. O prejuízo de R$ 44 bilhões da Vale em 2015 –o pior da história das empresas brasileiras– evidencia a nova realidade de preços no mercado mundial de minério de ferro. Na década passada, a demanda chinesa para infraestrutura e construção civil multiplicou por dez o preço do minério em relação ao patamar dos anos 1990. No melhor momento, em 2011, a tonelada custava US$ 190; no final de 2015, recuou para US$ 40. O baque é brutal. A perda da Vale decorre principalmente da baixa contábil (sem impacto de caixa) do valor de seus ativos, uma queda de R$ 36,2 bilhões no período. A reavaliação ocorre quando mudam as perspectivas de rentabilidade. O que torna o ciclo atual especial é a magnitude do ajuste, testemunho das aventuras em que se meteram as empresas. Basta imaginar o dia a dia de seus dirigentes na bonança. O preço do produto dispara e os cofres ficam abarrotados de dinheiro; segue-se uma pressão para expandir a produção, levando a investimentos e aquisições de novos ativos a preços cada vez mais inflados. Quando a demanda cai, o mercado é pego com excesso de capacidade. Investimentos antes considerados rentáveis se tornam perdulários. A realidade passa a ser a contração, sufocando a todos, sobretudo os menos competitivos. O colapso do preço do ferro em algum momento forçará a redução da oferta. As grandes mineradoras resistem, porém, pois têm menor custo de produção e lutam para manter suas fatias de mercado. Um comportamento similar ao da Arábia Saudita, que se recusa a cortar a extração de petróleo para forçar os produtores americanos de maior custo a saírem do mercado. A prova do fim de ciclo é que a ação da Vale despencou 90% em relação aos melhores dias de 2010/2011, voltando ao preço de 2003. Apenas no ano passado, o lucro operacional da empresa caiu 24%, para R$ 23,6 bilhões. Além de cortar custos e investimentos, a companhia tenta vender ativos para reduzir em US$ 10 bilhões sua dívida, de US$ 29 bilhões. Não resta opção a não ser a austeridade para recuperar capacidade financeira –caminho que sintetiza a trajetória de um país ainda muito dependente das oscilações dos preços de suas commodities. [email protected]
opiniao
Vale menosTudo o que sobe desce, diz o ditado. No setor de matérias-primas, em especial, os ciclos de altas e baixas são comuns e, no mais das vezes, implacáveis. O prejuízo de R$ 44 bilhões da Vale em 2015 –o pior da história das empresas brasileiras– evidencia a nova realidade de preços no mercado mundial de minério de ferro. Na década passada, a demanda chinesa para infraestrutura e construção civil multiplicou por dez o preço do minério em relação ao patamar dos anos 1990. No melhor momento, em 2011, a tonelada custava US$ 190; no final de 2015, recuou para US$ 40. O baque é brutal. A perda da Vale decorre principalmente da baixa contábil (sem impacto de caixa) do valor de seus ativos, uma queda de R$ 36,2 bilhões no período. A reavaliação ocorre quando mudam as perspectivas de rentabilidade. O que torna o ciclo atual especial é a magnitude do ajuste, testemunho das aventuras em que se meteram as empresas. Basta imaginar o dia a dia de seus dirigentes na bonança. O preço do produto dispara e os cofres ficam abarrotados de dinheiro; segue-se uma pressão para expandir a produção, levando a investimentos e aquisições de novos ativos a preços cada vez mais inflados. Quando a demanda cai, o mercado é pego com excesso de capacidade. Investimentos antes considerados rentáveis se tornam perdulários. A realidade passa a ser a contração, sufocando a todos, sobretudo os menos competitivos. O colapso do preço do ferro em algum momento forçará a redução da oferta. As grandes mineradoras resistem, porém, pois têm menor custo de produção e lutam para manter suas fatias de mercado. Um comportamento similar ao da Arábia Saudita, que se recusa a cortar a extração de petróleo para forçar os produtores americanos de maior custo a saírem do mercado. A prova do fim de ciclo é que a ação da Vale despencou 90% em relação aos melhores dias de 2010/2011, voltando ao preço de 2003. Apenas no ano passado, o lucro operacional da empresa caiu 24%, para R$ 23,6 bilhões. Além de cortar custos e investimentos, a companhia tenta vender ativos para reduzir em US$ 10 bilhões sua dívida, de US$ 29 bilhões. Não resta opção a não ser a austeridade para recuperar capacidade financeira –caminho que sintetiza a trajetória de um país ainda muito dependente das oscilações dos preços de suas commodities. [email protected]
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Avenida Paulista forma 'ecossistema' estudantil com 15 mil alunos
BÁRBARA LIBÓRIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A avenida Paulista, no centro de São Paulo, tem uma das maiores concentrações de instituições de ensino da cidade. São dez colégios, cursinhos pré-vestibulares e universidades de grande porte, com mais de 15 mil estudantes matriculados, ao longo de seus 2,6 quilômetros de extensão. A alta concentração ajuda a explicar a escolha da via como uma das melhores regiões de São Paulo para estudar, segundo pesquisa Datafolha (veja ao lado). A preferência é maior entre quem tem de 25 a 34 anos e entre aqueles com ensino superior completo. Um único edifício da avenida, o de número 900, abriga três instituições de ensino: os campi das universidades Cásper Líbero e Unip (Universidade Paulista) e uma unidade do cursinho pré-vestibular e do colégio Objetivo. Juntas, elas somam quase 8.000 alunos. Há ainda os campi de graduação e pós-graduação da FGV (Fundação Getulio Vargas), da Universidade Anhembi Morumbi, IBTA (Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada), da Escola Nacional de Seguros e da Faculdade Mundial e unidades dos cursos pré-universitários Henfil e Maximize, entre outros. caminho para a escola - As melhores regiões para estudar na visão dos paulistanos, em % Wheriky Redondo, 27, mora no Jardim Boa Vista, zona oeste, e estuda produção audiovisual na Unip. Ele diz que abriu mão de campi mais próximos de sua casa para frequentar a universidade na Paulista. "Lá é muito mais acessível. Independentemente de onde esteja trabalhando, sempre vai ser mais fácil chegar na Paulista para as aulas." O jovem, que é natural da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, afirma que a diversidade cultural é outro dos atrativos da região. "Gosto do movimento. Posso sair da faculdade e parar em algum bar. É uma área que concentra pessoas de várias regiões, então conheço gente de locais diferentes de São Paulo", diz. Foi pensando nessa facilidade de acesso que, há 28 anos, Célio Antunes, fundador do Grupo Educacional Impacta Tecnologia, mudou a sede do grupo da Vila Olímpia, na zona oeste, para a avenida Paulista. Hoje, o campus da faculdade recebe 60 mil alunos por ano. "Foi uma decisão estratégica. Tem vários benefícios: o metrô, a boa iluminação, o movimento da avenida, que dá uma sensação de segurança, além das opções de alimentação e hospedagem. É um ecossistema", afirma. A estudante de jornalismo Giovana Pinheiro, 22, conhece bem as vantagens. Além de estudar há quatro anos na Faculdade Cásper Líbero, ela trabalha na região. Há pouco mais de um ano, passou a viver ali, em um apartamento a menos de 300 metros da instituição de ensino. "A parte boa é que a notícia acontece na nossa porta. Tudo passa pela Paulista. Já o lado ruim é precisar sempre checar o trânsito. Dependendo do horário, pode ser bem complicado", diz. Quando morava em São Lourenço da Serra, interior de SP, gastava duas horas para chegar à faculdade. "Minha vida mudou. Faço tudo mais rápido e fico disponível para trabalhos que surgem."
sobretudo
Avenida Paulista forma 'ecossistema' estudantil com 15 mil alunos BÁRBARA LIBÓRIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A avenida Paulista, no centro de São Paulo, tem uma das maiores concentrações de instituições de ensino da cidade. São dez colégios, cursinhos pré-vestibulares e universidades de grande porte, com mais de 15 mil estudantes matriculados, ao longo de seus 2,6 quilômetros de extensão. A alta concentração ajuda a explicar a escolha da via como uma das melhores regiões de São Paulo para estudar, segundo pesquisa Datafolha (veja ao lado). A preferência é maior entre quem tem de 25 a 34 anos e entre aqueles com ensino superior completo. Um único edifício da avenida, o de número 900, abriga três instituições de ensino: os campi das universidades Cásper Líbero e Unip (Universidade Paulista) e uma unidade do cursinho pré-vestibular e do colégio Objetivo. Juntas, elas somam quase 8.000 alunos. Há ainda os campi de graduação e pós-graduação da FGV (Fundação Getulio Vargas), da Universidade Anhembi Morumbi, IBTA (Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada), da Escola Nacional de Seguros e da Faculdade Mundial e unidades dos cursos pré-universitários Henfil e Maximize, entre outros. caminho para a escola - As melhores regiões para estudar na visão dos paulistanos, em % Wheriky Redondo, 27, mora no Jardim Boa Vista, zona oeste, e estuda produção audiovisual na Unip. Ele diz que abriu mão de campi mais próximos de sua casa para frequentar a universidade na Paulista. "Lá é muito mais acessível. Independentemente de onde esteja trabalhando, sempre vai ser mais fácil chegar na Paulista para as aulas." O jovem, que é natural da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, afirma que a diversidade cultural é outro dos atrativos da região. "Gosto do movimento. Posso sair da faculdade e parar em algum bar. É uma área que concentra pessoas de várias regiões, então conheço gente de locais diferentes de São Paulo", diz. Foi pensando nessa facilidade de acesso que, há 28 anos, Célio Antunes, fundador do Grupo Educacional Impacta Tecnologia, mudou a sede do grupo da Vila Olímpia, na zona oeste, para a avenida Paulista. Hoje, o campus da faculdade recebe 60 mil alunos por ano. "Foi uma decisão estratégica. Tem vários benefícios: o metrô, a boa iluminação, o movimento da avenida, que dá uma sensação de segurança, além das opções de alimentação e hospedagem. É um ecossistema", afirma. A estudante de jornalismo Giovana Pinheiro, 22, conhece bem as vantagens. Além de estudar há quatro anos na Faculdade Cásper Líbero, ela trabalha na região. Há pouco mais de um ano, passou a viver ali, em um apartamento a menos de 300 metros da instituição de ensino. "A parte boa é que a notícia acontece na nossa porta. Tudo passa pela Paulista. Já o lado ruim é precisar sempre checar o trânsito. Dependendo do horário, pode ser bem complicado", diz. Quando morava em São Lourenço da Serra, interior de SP, gastava duas horas para chegar à faculdade. "Minha vida mudou. Faço tudo mais rápido e fico disponível para trabalhos que surgem."
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Governo fará campanha para jovens sobre reforma da Previdência
O Palácio do Planalto prepara uma nova campanha publicitária, desta vez focada nos jovens, para tentar angariar apoio na opinião pública para a reforma da Previdência, alvo de críticas inclusive na base aliada ao governo no Congresso. A equipe de Michel Temer, segundo apurou a Folha, diagnosticou que os jovens formam o segmento mais influenciado pelas críticas que correm as redes sociais contra mudanças na aposentadoria e diz que é preciso apresentar os números de forma didática, com o foco no "fim dos privilégios"", como informou a coluna Painel. Para assessores do presidente, a campanha na internet é liderada por partidos de oposição, como o PT, e precisa ser combatida com argumentos que reverberem entre os mais novos. As peças publicitárias, que deverão ir ao ar na semana que vem, tentarão passar a mensagem de que a reforma da Previdência não é uma reforma de governo, mas de Estado, com o fim dos privilégios dos políticos, dos funcionários públicos, além de encontrar um meio termo para categorias como policiais e professores. A equipe responsável por elaborar a campanha, comandada pelo marqueteiro Elsinho Mouco, estava com o novo planejamento de mídia praticamente pronto, aguardando apenas uma decisão judicial para a liberação da propaganda. Nesta quinta-feira (6), o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a publicidade do governo sobre Previdência. A decisão atendeu a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), depois de uma liminar da 1ª Vara Federal de Porto Alegre e de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que impediam a veiculação de propagandas sobre o tema. Nesta sexta-feira (7), o governo ainda divulgará as peças que já foram veiculadas, abrindo espaço para a nova campanha na semana que vem. CONGRESSO A equipe de Temer está bastante preocupada com o andamento da reforma da Previdência no Congresso. Principal bandeira econômica do governo, as mudanças na aposentadoria são consideradas, pela maior parte dos parlamentares, impopulares, e têm sofrido críticas duras de deputados e senadores da base, as mais diretas feitas publicamente pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A equipe econômica chegou a dizer que se preocupava com o fato de o fim do sigilo das delações da Odebrecht, marcado para depois da Páscoa, prejudicar o andamento na reforma, visto que deputados e senadores só iriam se preocupar em votar coisas para "salvarem a própria pele". Entre parlamentares, porém, o argumento é de que a preocupação eleitoral vem antes da preocupação com a aprovação da reforma "desde sempre" e não apenas após o fim do sigilo.
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Governo fará campanha para jovens sobre reforma da PrevidênciaO Palácio do Planalto prepara uma nova campanha publicitária, desta vez focada nos jovens, para tentar angariar apoio na opinião pública para a reforma da Previdência, alvo de críticas inclusive na base aliada ao governo no Congresso. A equipe de Michel Temer, segundo apurou a Folha, diagnosticou que os jovens formam o segmento mais influenciado pelas críticas que correm as redes sociais contra mudanças na aposentadoria e diz que é preciso apresentar os números de forma didática, com o foco no "fim dos privilégios"", como informou a coluna Painel. Para assessores do presidente, a campanha na internet é liderada por partidos de oposição, como o PT, e precisa ser combatida com argumentos que reverberem entre os mais novos. As peças publicitárias, que deverão ir ao ar na semana que vem, tentarão passar a mensagem de que a reforma da Previdência não é uma reforma de governo, mas de Estado, com o fim dos privilégios dos políticos, dos funcionários públicos, além de encontrar um meio termo para categorias como policiais e professores. A equipe responsável por elaborar a campanha, comandada pelo marqueteiro Elsinho Mouco, estava com o novo planejamento de mídia praticamente pronto, aguardando apenas uma decisão judicial para a liberação da propaganda. Nesta quinta-feira (6), o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a publicidade do governo sobre Previdência. A decisão atendeu a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), depois de uma liminar da 1ª Vara Federal de Porto Alegre e de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que impediam a veiculação de propagandas sobre o tema. Nesta sexta-feira (7), o governo ainda divulgará as peças que já foram veiculadas, abrindo espaço para a nova campanha na semana que vem. CONGRESSO A equipe de Temer está bastante preocupada com o andamento da reforma da Previdência no Congresso. Principal bandeira econômica do governo, as mudanças na aposentadoria são consideradas, pela maior parte dos parlamentares, impopulares, e têm sofrido críticas duras de deputados e senadores da base, as mais diretas feitas publicamente pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A equipe econômica chegou a dizer que se preocupava com o fato de o fim do sigilo das delações da Odebrecht, marcado para depois da Páscoa, prejudicar o andamento na reforma, visto que deputados e senadores só iriam se preocupar em votar coisas para "salvarem a própria pele". Entre parlamentares, porém, o argumento é de que a preocupação eleitoral vem antes da preocupação com a aprovação da reforma "desde sempre" e não apenas após o fim do sigilo.
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Eliminado, São Paulo ficará quase três semanas sem ir a campo
Eliminado do Campeonato Paulista neste domingo (23), sua segunda desclassificação no espaço de cinco dias, o São Paulo ficará agora quase três semanas sem disputar uma partida oficial. Na última quarta-feira (19), o clube havia caído perante o Cruzeiro na Copa do Brasil. A equipe só voltará a campo no dia 11 de maio, para enfrentar o Defensa y Justicia, da Argentina, no Morumbi, pela partida de volta da primeira fase da Sul-Americana. Como empatou o primeiro jogo em 0 a 0, o time tricolor necessita de uma vitória simples para avançar de fase. O período sem jogos será o maior do São Paulo desde o início da temporada. No mês de abril, disputou sete partidas em um espaço de 22 dias. Foram 23 compromissos oficiais em 2017 -a primeira partida foi em 5 de fevereiro. "Talvez esse elenco fique mais enxuto. Foram 23 jogos de quarta e domingo. Temos de parar, repensar e seguir para o Brasileiro. Minha expectativa é fazer com que o time chegue à Libertadores em 2018", disse Rogério Ceni. O treinador classificou a campanha no Estadual como o "mínimo que um grande clube pode fazer". Neste período sem jogos, o técnico são-paulino vai procurar fazer ajustes para a equipe ter mais equilíbrio. O São Paulo é um time que marca muitos gols, mas também os sofre em profusão. Dos 16 jogos que disputou no Estadual, o clube não tomou gols em três: diante do rebaixado São Bernardo e nas duas partidas realizadas no Morumbi contra o Linense. No total, passou ileso em cinco das 23 partidas oficiais que disputou no ano. A maior preocupação é com os gols tomados de bola parada. Já o setor ofensivo do São Paulo tem mostrado competência. No Paulista, o time marcou 33 vezes em 16 jogos, média superior a dois gols por partida -não marcou apenas contra o Palmeiras, pela fase de classificação, e diante do Corinthians, no duelo de ida da semifinal. No total, já são 44 gols na temporada. "Tomamos muitos gols de bola parada nesses quatro meses e meio. É um número bastante alto para uma equipe. Temos que trabalhar as bolas paradas para repensar o planejamento para o Brasileiro", resignou-se Ceni. "Honestamente, a equipe vem sendo mais regular nas últimas partida. Baixamos o número de gols marcados e sofridos. Não é o ideal, mas passamos quatro jogos sem sofrer gols. Para você defender mais, tem que abrir mão de algumas peças ofensivas. Eu vejo como um time que evoluiu bastante e que tem potencial para evoluir", completou o ex-goleiro. A Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro são as duas únicas competições que restam para a equipe tricolor até o final do ano. Se eliminar o time argentino, só jogará pela segunda fase do torneio no dia 28 de junho. Com isso, poderá se dedicar exclusivamente ao Campeonato Brasileiro. O primeiro jogo será contra o Cruzeiro, dia 14 de maio, fora de casa. O São Paulo não conquista um título do Nacional desde 2008.
esporte
Eliminado, São Paulo ficará quase três semanas sem ir a campoEliminado do Campeonato Paulista neste domingo (23), sua segunda desclassificação no espaço de cinco dias, o São Paulo ficará agora quase três semanas sem disputar uma partida oficial. Na última quarta-feira (19), o clube havia caído perante o Cruzeiro na Copa do Brasil. A equipe só voltará a campo no dia 11 de maio, para enfrentar o Defensa y Justicia, da Argentina, no Morumbi, pela partida de volta da primeira fase da Sul-Americana. Como empatou o primeiro jogo em 0 a 0, o time tricolor necessita de uma vitória simples para avançar de fase. O período sem jogos será o maior do São Paulo desde o início da temporada. No mês de abril, disputou sete partidas em um espaço de 22 dias. Foram 23 compromissos oficiais em 2017 -a primeira partida foi em 5 de fevereiro. "Talvez esse elenco fique mais enxuto. Foram 23 jogos de quarta e domingo. Temos de parar, repensar e seguir para o Brasileiro. Minha expectativa é fazer com que o time chegue à Libertadores em 2018", disse Rogério Ceni. O treinador classificou a campanha no Estadual como o "mínimo que um grande clube pode fazer". Neste período sem jogos, o técnico são-paulino vai procurar fazer ajustes para a equipe ter mais equilíbrio. O São Paulo é um time que marca muitos gols, mas também os sofre em profusão. Dos 16 jogos que disputou no Estadual, o clube não tomou gols em três: diante do rebaixado São Bernardo e nas duas partidas realizadas no Morumbi contra o Linense. No total, passou ileso em cinco das 23 partidas oficiais que disputou no ano. A maior preocupação é com os gols tomados de bola parada. Já o setor ofensivo do São Paulo tem mostrado competência. No Paulista, o time marcou 33 vezes em 16 jogos, média superior a dois gols por partida -não marcou apenas contra o Palmeiras, pela fase de classificação, e diante do Corinthians, no duelo de ida da semifinal. No total, já são 44 gols na temporada. "Tomamos muitos gols de bola parada nesses quatro meses e meio. É um número bastante alto para uma equipe. Temos que trabalhar as bolas paradas para repensar o planejamento para o Brasileiro", resignou-se Ceni. "Honestamente, a equipe vem sendo mais regular nas últimas partida. Baixamos o número de gols marcados e sofridos. Não é o ideal, mas passamos quatro jogos sem sofrer gols. Para você defender mais, tem que abrir mão de algumas peças ofensivas. Eu vejo como um time que evoluiu bastante e que tem potencial para evoluir", completou o ex-goleiro. A Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro são as duas únicas competições que restam para a equipe tricolor até o final do ano. Se eliminar o time argentino, só jogará pela segunda fase do torneio no dia 28 de junho. Com isso, poderá se dedicar exclusivamente ao Campeonato Brasileiro. O primeiro jogo será contra o Cruzeiro, dia 14 de maio, fora de casa. O São Paulo não conquista um título do Nacional desde 2008.
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Leitor comenta demora de dez horas para atendimento de pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife
Será que os políticos que usaram e usam o poder para roubar e enriquecer a si próprios, seus familiares e amigos não sentem remorso ao verem a foto publicada na Folha, na qual pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife esperam dez horas por atendimento, muitas das quais de pé? Imagem que entristece todo cidadão honesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta demora de dez horas para atendimento de pessoas com suspeita de dengue e zika no RecifeSerá que os políticos que usaram e usam o poder para roubar e enriquecer a si próprios, seus familiares e amigos não sentem remorso ao verem a foto publicada na Folha, na qual pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife esperam dez horas por atendimento, muitas das quais de pé? Imagem que entristece todo cidadão honesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Em encontro com Alckmin, Doria afirma que vai buscar integração entre município e Estado
ANGELA BOLDRINI DE SÃO PAULO O prefeito eleito João Doria (PSDB) encontrou-se com seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), na noite desta segunda-feira (3) pela primeira vez desde que foi confirmado como sucessor de Fernando Haddad (PT) à frente de São Paulo. Doria afirmou que tratará com Alckmin de projetos de integração município-Estado. "Principalmente na área da saúde, que vai ser a prioridade do governo agora nesse início", afirmou ele. Segundo o tucano, um dos programas que será implementado "emergencialmente" com parceria de hospitais do Estado será o "Corujão da Saúde", que pretende disponibilizar exames durante a madrugada para pacientes da rede municipal. Doria voltou a elogiar o atual prefeito Fernando Haddad (PT), que derrotou nas urnas neste domingo (2). Apesar do tom de ataque ao PT durante a campanha, o tucano afirmou que acredita que Haddad cumprirá "bastante bem" os meses finais de gestão. "Nós temos conversado, ele tem sido um 'gentleman'", disse. "Vamos manter conversas constantes para não interromper nenhum serviço, nenhum atendimento nessa transição." Doria afirmou ainda que não discutirá nomes com o governador antes de novembro, e que deve se encontrar pela primeira vez com o presidente Michel Temer (PMDB) na semana que vem, em São Paulo. O governador Geraldo Alckmin não falou à imprensa.
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Em encontro com Alckmin, Doria afirma que vai buscar integração entre município e EstadoANGELA BOLDRINI DE SÃO PAULO O prefeito eleito João Doria (PSDB) encontrou-se com seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), na noite desta segunda-feira (3) pela primeira vez desde que foi confirmado como sucessor de Fernando Haddad (PT) à frente de São Paulo. Doria afirmou que tratará com Alckmin de projetos de integração município-Estado. "Principalmente na área da saúde, que vai ser a prioridade do governo agora nesse início", afirmou ele. Segundo o tucano, um dos programas que será implementado "emergencialmente" com parceria de hospitais do Estado será o "Corujão da Saúde", que pretende disponibilizar exames durante a madrugada para pacientes da rede municipal. Doria voltou a elogiar o atual prefeito Fernando Haddad (PT), que derrotou nas urnas neste domingo (2). Apesar do tom de ataque ao PT durante a campanha, o tucano afirmou que acredita que Haddad cumprirá "bastante bem" os meses finais de gestão. "Nós temos conversado, ele tem sido um 'gentleman'", disse. "Vamos manter conversas constantes para não interromper nenhum serviço, nenhum atendimento nessa transição." Doria afirmou ainda que não discutirá nomes com o governador antes de novembro, e que deve se encontrar pela primeira vez com o presidente Michel Temer (PMDB) na semana que vem, em São Paulo. O governador Geraldo Alckmin não falou à imprensa.
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Linguistas lutam para reviver dialeto português de mais de 500 anos
Até dois anos atrás, o universitário Kevin Martens Wong, de Cingapura, mal tinha ouvido falar em uma língua falada por ancestrais seus. O jovem linguista pesquisava línguas em extinção quando se deparou com um livro em cristang, também conhecida como papiá cristang ou português malaká. Ao aprofundar-se no assunto, percebeu que ela era falada por seus avós maternos. Ele tinha ouvido um pouco de cristang na infância. Mas seus avós não eram fluentes, e sua mãe não falava a língua. "Eu aprendi mandarim e inglês na escola - e meus pais falam inglês comigo. Então nunca reconheci este lado da minha herança", disse Wong, que é metade chinês e metade português eurasiano - nome dado em Cingapura e na Malásia aos descendentes dos portugueses que chegaram no século 16 ao então sultanato de Malaca e se misturaram à população local. Malaca, hoje um Estado da Malásia, tornou-se base estratégica para o comércio dos navegadores portugueses, que também ocuparam enclaves no Japão e na China. O contato de Portugal com a região terminou na metade do século 17, quando os portugueses foram derrotados pelos holandeses, que tomaram Malaca. No século 18, o controle passou para os britânicos até que, em 1957, a Malásia declarou sua independência. Cristang - o nome é uma referência a "cristão" - é uma língua crioula, ou seja, surge da mistura de várias outras. No caso, deriva do português, do malaio e tem elementos do chinês, como o mandarim e hokkien (um dialeto asiático). No século 19, era falada por pelo menos 2 mil pessoas, afirma Wong. Hoje, calcula-se que apenas cerca de 50 em Cingapura e outras poucas centenas espalhadas pela Malásia sejam fluentes. A principal razão apontada para o declínio é que a comunidade se tornou menos relevante economicamente. Quando Malásia e Cingapura ainda eram colônias britânicas, muitos portugueses eurasianos encontraram trabalho no serviço público. Com isso, o inglês se tornou mais importante, e muitos começaram a desencorajar seus filhos a falar cristang. 'FUI PUNIDO POR FALAR CRISTANG' Bernard Mesenas, de 78 anos, lembra que apanhava do pai com um cinto quando era pego falando cristang. "Meu pai não gostava, dizia que eu não podia falar a língua porque estragaria meu inglês", disse. "Eu argumentava que era a língua da minha avó. Ele então colocava as mãos em seu cinto - e eu me escondia atrás da minha mãe." Quando os britânicos deixaram a região, os recém-independentes Malásia e Cingapura decidiram quais línguas faladas por sua população multicultural deveriam ser oficialmente reconhecidas - e cristang não estava entre elas. O declínio continuou à medida que os portugueses eurasianos se casavam com outros grupos étnicos e suas crianças passavam a falar outras línguas. Em Cingapura, onde toda criança deve aprender uma segunda língua depois do inglês, muitos eurasianos escolheram o mandarim. Até no vilarejo conhecido como "Vila Portuguesa" de Malaca, onde ainda vive uma comunidade de portugueses eurasianos, a língua foi lentamente desaparecendo. O pesquisador de cristang Stefanie Pillai, da Universidade da Malásia, explica que muitas famílias locais preferiram que seus filhos aprendessem o inglês. "Infelizmente, embora seja possível ouvir a língua crioula sendo falada no povoado... Há pessoas jovens que cresceram aqui, mas não são fluentes nela, falam principalmente inglês", disse. PARA AS FUTURAS GERAÇÕES Mas Wong e um grupo de linguistas esperam mudar a situação. O grupo chamado Kodrah Kristang - algo como "Acorde o Cristang" - oferece aulas gratuitas semanais da língua. A ideia é que mais pessoas se tornem fluentes e, assim, transmitam o aprendizado a gerações futuras. A cada semana, cerca de 200 estudantes - muitos portugueses eurasianos - assistem às aulas. Entre eles estão os avós de Wong. A ironia de aprender sua língua nativa com a ajuda do neto tem um significado especial. "Nunca me ocorreu que cristang era a minha língua, sempre pensei que fosse o inglês", disse Maureen, de 80 anos. "Eu sentia saudade, achava que tinha de tê-la aprendido melhor para poder falar com meus filhos." "Mas não é tarde demais para aprender", afirmou a vó de Wong. "E acho que é ótimo que jovens possam ensinar uma pessoa mais velha, especialmente quando é seu próprio neto." PREENCHENDO AS LACUNAS Mas reviver uma língua que estava prestes a morrer não é fácil. E um dos maiores desafios é que o cristang é principalmente uma língua falada, sem muitos registros. Não existe um sistema de ortografia e pronúncia normalizado, e uma palavra pode ter dezenas de variações. Um exemplo: a palavra para o número "quatro" - quartuem cristang - pode ser falada e pronunciada de 20 maneiras diferentes. E como a língua está em declínio há muito tempo, existem várias lacunas em seu vocabulário. Cristang não tem palavras para conceitos básicos como maçã, enfermeiro, estação ou câmera. "Mas temos várias palavras para genitália", conta Wong, brincando. Para resolver este problema, o grupo inventou novas palavras a partir da mistura de línguas que estão nas raízes do cristang. A palavra em cristang para maçã se tornou manzang, uma adaptação da palavra em português com uma regra gramatical malaia. "Panda" agora é um bruangatu, ou "gato urso", uma tradução da palavra em chinês com influência malaia. Algumas dessas invenções podem ter até uma inclinação poética: uma câmera épintalumezi, ou "máquina de pintar com a luz", enquanto a palavra para "gramática" é osulingu -"ossos da linguagem". Além das aulas, o grupo organizou visitas à Vila Portuguesa de Malaca, começou a desenvolver um dicionário e um livro didático, criou cursos de áudio online gratuitos e até gravou covers de músicas populares em cristang, que foram publicados no YouTube. Em maio, eles realizarão o primeiro festival de cristang, o Festa, que terá palestras, workshops e um passeio histórico. Eles acham ainda estar longe de ressuscitar o cristang e de vê-la sendo usada como língua corrente. Mas veem o esforço como um primeiro passo. "Gostaríamos que o cristang um dia fosse reconhecido pela comunidade em geral", diz Wong. "Não há razões econômicas para ele voltar, mas é parte da nossa história e herança."
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Linguistas lutam para reviver dialeto português de mais de 500 anosAté dois anos atrás, o universitário Kevin Martens Wong, de Cingapura, mal tinha ouvido falar em uma língua falada por ancestrais seus. O jovem linguista pesquisava línguas em extinção quando se deparou com um livro em cristang, também conhecida como papiá cristang ou português malaká. Ao aprofundar-se no assunto, percebeu que ela era falada por seus avós maternos. Ele tinha ouvido um pouco de cristang na infância. Mas seus avós não eram fluentes, e sua mãe não falava a língua. "Eu aprendi mandarim e inglês na escola - e meus pais falam inglês comigo. Então nunca reconheci este lado da minha herança", disse Wong, que é metade chinês e metade português eurasiano - nome dado em Cingapura e na Malásia aos descendentes dos portugueses que chegaram no século 16 ao então sultanato de Malaca e se misturaram à população local. Malaca, hoje um Estado da Malásia, tornou-se base estratégica para o comércio dos navegadores portugueses, que também ocuparam enclaves no Japão e na China. O contato de Portugal com a região terminou na metade do século 17, quando os portugueses foram derrotados pelos holandeses, que tomaram Malaca. No século 18, o controle passou para os britânicos até que, em 1957, a Malásia declarou sua independência. Cristang - o nome é uma referência a "cristão" - é uma língua crioula, ou seja, surge da mistura de várias outras. No caso, deriva do português, do malaio e tem elementos do chinês, como o mandarim e hokkien (um dialeto asiático). No século 19, era falada por pelo menos 2 mil pessoas, afirma Wong. Hoje, calcula-se que apenas cerca de 50 em Cingapura e outras poucas centenas espalhadas pela Malásia sejam fluentes. A principal razão apontada para o declínio é que a comunidade se tornou menos relevante economicamente. Quando Malásia e Cingapura ainda eram colônias britânicas, muitos portugueses eurasianos encontraram trabalho no serviço público. Com isso, o inglês se tornou mais importante, e muitos começaram a desencorajar seus filhos a falar cristang. 'FUI PUNIDO POR FALAR CRISTANG' Bernard Mesenas, de 78 anos, lembra que apanhava do pai com um cinto quando era pego falando cristang. "Meu pai não gostava, dizia que eu não podia falar a língua porque estragaria meu inglês", disse. "Eu argumentava que era a língua da minha avó. Ele então colocava as mãos em seu cinto - e eu me escondia atrás da minha mãe." Quando os britânicos deixaram a região, os recém-independentes Malásia e Cingapura decidiram quais línguas faladas por sua população multicultural deveriam ser oficialmente reconhecidas - e cristang não estava entre elas. O declínio continuou à medida que os portugueses eurasianos se casavam com outros grupos étnicos e suas crianças passavam a falar outras línguas. Em Cingapura, onde toda criança deve aprender uma segunda língua depois do inglês, muitos eurasianos escolheram o mandarim. Até no vilarejo conhecido como "Vila Portuguesa" de Malaca, onde ainda vive uma comunidade de portugueses eurasianos, a língua foi lentamente desaparecendo. O pesquisador de cristang Stefanie Pillai, da Universidade da Malásia, explica que muitas famílias locais preferiram que seus filhos aprendessem o inglês. "Infelizmente, embora seja possível ouvir a língua crioula sendo falada no povoado... Há pessoas jovens que cresceram aqui, mas não são fluentes nela, falam principalmente inglês", disse. PARA AS FUTURAS GERAÇÕES Mas Wong e um grupo de linguistas esperam mudar a situação. O grupo chamado Kodrah Kristang - algo como "Acorde o Cristang" - oferece aulas gratuitas semanais da língua. A ideia é que mais pessoas se tornem fluentes e, assim, transmitam o aprendizado a gerações futuras. A cada semana, cerca de 200 estudantes - muitos portugueses eurasianos - assistem às aulas. Entre eles estão os avós de Wong. A ironia de aprender sua língua nativa com a ajuda do neto tem um significado especial. "Nunca me ocorreu que cristang era a minha língua, sempre pensei que fosse o inglês", disse Maureen, de 80 anos. "Eu sentia saudade, achava que tinha de tê-la aprendido melhor para poder falar com meus filhos." "Mas não é tarde demais para aprender", afirmou a vó de Wong. "E acho que é ótimo que jovens possam ensinar uma pessoa mais velha, especialmente quando é seu próprio neto." PREENCHENDO AS LACUNAS Mas reviver uma língua que estava prestes a morrer não é fácil. E um dos maiores desafios é que o cristang é principalmente uma língua falada, sem muitos registros. Não existe um sistema de ortografia e pronúncia normalizado, e uma palavra pode ter dezenas de variações. Um exemplo: a palavra para o número "quatro" - quartuem cristang - pode ser falada e pronunciada de 20 maneiras diferentes. E como a língua está em declínio há muito tempo, existem várias lacunas em seu vocabulário. Cristang não tem palavras para conceitos básicos como maçã, enfermeiro, estação ou câmera. "Mas temos várias palavras para genitália", conta Wong, brincando. Para resolver este problema, o grupo inventou novas palavras a partir da mistura de línguas que estão nas raízes do cristang. A palavra em cristang para maçã se tornou manzang, uma adaptação da palavra em português com uma regra gramatical malaia. "Panda" agora é um bruangatu, ou "gato urso", uma tradução da palavra em chinês com influência malaia. Algumas dessas invenções podem ter até uma inclinação poética: uma câmera épintalumezi, ou "máquina de pintar com a luz", enquanto a palavra para "gramática" é osulingu -"ossos da linguagem". Além das aulas, o grupo organizou visitas à Vila Portuguesa de Malaca, começou a desenvolver um dicionário e um livro didático, criou cursos de áudio online gratuitos e até gravou covers de músicas populares em cristang, que foram publicados no YouTube. Em maio, eles realizarão o primeiro festival de cristang, o Festa, que terá palestras, workshops e um passeio histórico. Eles acham ainda estar longe de ressuscitar o cristang e de vê-la sendo usada como língua corrente. Mas veem o esforço como um primeiro passo. "Gostaríamos que o cristang um dia fosse reconhecido pela comunidade em geral", diz Wong. "Não há razões econômicas para ele voltar, mas é parte da nossa história e herança."
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Leitora diz que plano de saúde não quer renovar contrato
A leitora Maria Eugenia Gueorguiev diz que a operadora de seu plano de saúde, Sul América, a impede de renovar o contrato no meio de seu tratamento de câncer, contrariando uma determinação judicial. Ela conta que era beneficiária de um plano de saúde contratado por seu marido. Após a morte dele, o plano deveria ficar vigente por mais cinco anos. A operadora, porém, tentou encerrar a cobertura em três anos. Após uma decisão judicial, foi obrigada a manter a cobertura. Além disso, deveria garantir a renovação do contrato, o que não tem ocorrido. Resposta da Sul América: disse que entrou em contato com a leitora e sua advogada e que o plano de saúde foi reabilitado e apto a ser utilizado. - Queixa de Daniela Conte: sem presente A entrega de um presente comprado na loja online das Casas Bahia não ocorreu antes do aniversário para o qual o item foi comprado. Dois meses após a compra, e ainda sem o presente, a loja não aceita restituir o valor pago. Resposta das Casas Bahia: a loja disse que efetuou o estorno que estará disponível nas faturas subsequentes. - Queixa de Roberto Takakai: portabilidade falha A TIM não conseguiu efetuar a portabilidade do antigo plano de celular de outra operadora. A operadora já emitiu três chips para tentar contornar o problema, mas sem sucesso. A demora já causou prejuízos financeiros. Resposta da Tim: a operadora informou que lamenta o ocorrido e que efetuou a migração do plano. - Queixa de Arthur Mondim: cobrança indevida Mesmo não tendo uma conta de telefonia da Claro, fui cobrado indevidamente pela NET por um número da operados. Após reclamação com a NET, a cobrança continua sendo feita de maneira constante. Resposta da Net: a empresa entrou em contato com o leitor e regularizou a situação. - Queixa de Silvia Kopleman: sem internet Após contratar um pacote de TV e internet da VIVO, o serviço de internet e de telefone não funcionam há dias. Todos os dias a empresa dá uma desculpa diferente para justificar as falhas e não soluciona o problema. Resposta da Vivo: a empresa diz que resolveu a falha e irá ressarcir a leitora pelo período sem os serviços.
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Leitora diz que plano de saúde não quer renovar contratoA leitora Maria Eugenia Gueorguiev diz que a operadora de seu plano de saúde, Sul América, a impede de renovar o contrato no meio de seu tratamento de câncer, contrariando uma determinação judicial. Ela conta que era beneficiária de um plano de saúde contratado por seu marido. Após a morte dele, o plano deveria ficar vigente por mais cinco anos. A operadora, porém, tentou encerrar a cobertura em três anos. Após uma decisão judicial, foi obrigada a manter a cobertura. Além disso, deveria garantir a renovação do contrato, o que não tem ocorrido. Resposta da Sul América: disse que entrou em contato com a leitora e sua advogada e que o plano de saúde foi reabilitado e apto a ser utilizado. - Queixa de Daniela Conte: sem presente A entrega de um presente comprado na loja online das Casas Bahia não ocorreu antes do aniversário para o qual o item foi comprado. Dois meses após a compra, e ainda sem o presente, a loja não aceita restituir o valor pago. Resposta das Casas Bahia: a loja disse que efetuou o estorno que estará disponível nas faturas subsequentes. - Queixa de Roberto Takakai: portabilidade falha A TIM não conseguiu efetuar a portabilidade do antigo plano de celular de outra operadora. A operadora já emitiu três chips para tentar contornar o problema, mas sem sucesso. A demora já causou prejuízos financeiros. Resposta da Tim: a operadora informou que lamenta o ocorrido e que efetuou a migração do plano. - Queixa de Arthur Mondim: cobrança indevida Mesmo não tendo uma conta de telefonia da Claro, fui cobrado indevidamente pela NET por um número da operados. Após reclamação com a NET, a cobrança continua sendo feita de maneira constante. Resposta da Net: a empresa entrou em contato com o leitor e regularizou a situação. - Queixa de Silvia Kopleman: sem internet Após contratar um pacote de TV e internet da VIVO, o serviço de internet e de telefone não funcionam há dias. Todos os dias a empresa dá uma desculpa diferente para justificar as falhas e não soluciona o problema. Resposta da Vivo: a empresa diz que resolveu a falha e irá ressarcir a leitora pelo período sem os serviços.
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Interlagos relembra tricampeonato de Senna com maratona beneficente
Em 4 setembro, o Autódromo de Interlagos substitui o ronco dos motores por atletas a pé, de passadas apressadas a 20 km/h, no máximo, para a 13ª Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day. Neste ano, a corrida relembra os 25 anos da conquista do tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula 1. A inscrição, feita pelo site, tem valor de R$ 124, mais a taxa de serviço, e parte do montante arrecadado será revertido para o Instituto Ayrton Senna. Liderada por Vivianne Senna, irmã do ídolo brasileiro e finalista do Prêmio Empreendedor Social em 2005, a organização trabalha há mais de 20 anos para melhorar a educação pública no Brasil e beneficia anualmente 1,8 milhão de estudantes. A maratona deve reunir 6.400 corredores que deverão se inscrever em equipes de dois, quatro ou oito atletas. Os participantes receberão camiseta, sacola, viseira e toalha, todos com referência à conquista do tricampeonato. MEMÓRIAS DE UM ÍDOLO O auge da carreira de Senna, em 1991, é celebrado na prova. Na época, ele defendia as cores vermelha e branca da escuderia McLaren. Seu maior adversário era o britânico Nigel Mansell, da Williams. O brasileiro venceu o tricampeonato com sete vitórias na temporada, entre elas a primeira dele em Interlagos, e 24 pontos de vantagem.
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Interlagos relembra tricampeonato de Senna com maratona beneficenteEm 4 setembro, o Autódromo de Interlagos substitui o ronco dos motores por atletas a pé, de passadas apressadas a 20 km/h, no máximo, para a 13ª Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day. Neste ano, a corrida relembra os 25 anos da conquista do tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula 1. A inscrição, feita pelo site, tem valor de R$ 124, mais a taxa de serviço, e parte do montante arrecadado será revertido para o Instituto Ayrton Senna. Liderada por Vivianne Senna, irmã do ídolo brasileiro e finalista do Prêmio Empreendedor Social em 2005, a organização trabalha há mais de 20 anos para melhorar a educação pública no Brasil e beneficia anualmente 1,8 milhão de estudantes. A maratona deve reunir 6.400 corredores que deverão se inscrever em equipes de dois, quatro ou oito atletas. Os participantes receberão camiseta, sacola, viseira e toalha, todos com referência à conquista do tricampeonato. MEMÓRIAS DE UM ÍDOLO O auge da carreira de Senna, em 1991, é celebrado na prova. Na época, ele defendia as cores vermelha e branca da escuderia McLaren. Seu maior adversário era o britânico Nigel Mansell, da Williams. O brasileiro venceu o tricampeonato com sete vitórias na temporada, entre elas a primeira dele em Interlagos, e 24 pontos de vantagem.
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Leitor comenta artigos de Ferreira Gullar e Marcelo Coelho sobre Marx
Ferreira Gular, no artigo As boas e as más intenções, teceu loas e broas a Karl Marx. O artigo de Marcelo Coelho Marx, da vida em família ao capital poderá ajudar no entendimento de Marx. Acrescento: quando ele escreveu "socialismo científico", deixou claro que não entendia nada de ciência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta artigos de Ferreira Gullar e Marcelo Coelho sobre MarxFerreira Gular, no artigo As boas e as más intenções, teceu loas e broas a Karl Marx. O artigo de Marcelo Coelho Marx, da vida em família ao capital poderá ajudar no entendimento de Marx. Acrescento: quando ele escreveu "socialismo científico", deixou claro que não entendia nada de ciência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Jovens dos EUA acham o Facebook a rede social menos 'cool'
Os adolescentes dos Estados Unidos acham o Facebook menos "cool" que outras redes sociais como o YouTube, mas ainda assim o utilizam todos os dias. É o que diz um estudo publicado nesta segunda-feira (7) pela empresa de pesquisas Forrester Research. Em abril, a consultoria entrevistou 4.485 jovens americanos entre 12 e 17 anos, dos quais 78% disseram usar a rede social de Zuckerberg. De acordo com a empresa, o Facebook é a rede social que gera uso mais intenso, e um terço de seus usuários adolescentes afirmam usá-lo "todo o tempo". No entanto, apenas 65% dos adolescentes consultados acham que o Facebook é "cool". Outras redes sociais foram mais bem avaliadas pelos jovens, caso do YouTube, que 80% disseram ser "cool", do Snapchat (79%) e do Instagram (78%). "Marqueteiros parecem pensar que os jovens estão abandonando o Facebook. A realidade é que isso não poderia estar mais longe da verdade", diz o estudo da Forrester.
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Jovens dos EUA acham o Facebook a rede social menos 'cool'Os adolescentes dos Estados Unidos acham o Facebook menos "cool" que outras redes sociais como o YouTube, mas ainda assim o utilizam todos os dias. É o que diz um estudo publicado nesta segunda-feira (7) pela empresa de pesquisas Forrester Research. Em abril, a consultoria entrevistou 4.485 jovens americanos entre 12 e 17 anos, dos quais 78% disseram usar a rede social de Zuckerberg. De acordo com a empresa, o Facebook é a rede social que gera uso mais intenso, e um terço de seus usuários adolescentes afirmam usá-lo "todo o tempo". No entanto, apenas 65% dos adolescentes consultados acham que o Facebook é "cool". Outras redes sociais foram mais bem avaliadas pelos jovens, caso do YouTube, que 80% disseram ser "cool", do Snapchat (79%) e do Instagram (78%). "Marqueteiros parecem pensar que os jovens estão abandonando o Facebook. A realidade é que isso não poderia estar mais longe da verdade", diz o estudo da Forrester.
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Em defesa do SUS
O Brasil tem um sistema de saúde peculiar. É o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que oferece assistência universal a todos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Sem ele, os cuidados médicos seriam um privilégio de poucos, não um direito da população. É, de fato, uma conquista fundamental dos brasileiros e devemos mantê-la. Muitos entusiastas de nosso sistema público de saúde pregam sua expansão nos moldes do aclamado National Health System (NHS) britânico -uma referência mundial-, inclusive defendendo o fim da saúde suplementar. Esse desejo, no momento, não passa de uma utopia. O modelo suplementar é o duto por onde chegam ao Brasil as principais inovações de procedimentos, equipamentos, medicamentos e terapias. Sem depender da máquina estatal, acaba por ser o agente que viabiliza financeiramente a constante modernização dos hospitais de referência do país. Levando em conta que o SUS encontra-se subfinanciado, com repetidas declarações de que o governo não tem condições financeiras de prover ainda mais subsídios para a adequada manutenção do serviço, como é possível falar em eliminação do setor privado? Isso significaria delegar ao SUS cerca de 50 milhões de pessoas, pressionando de forma expressiva os cofres públicos. Infelizmente, a questão vai muito além do mero aspecto financeiro. Recentemente denunciou-se um esquema de corrupção envolvendo a empresa norte-americana Zimmer Biomet, que admitiu à Justiça de seu país o pagamento de propinas a médicos do SUS em troca da facilitação na venda de produtos a hospitais públicos brasileiros. É sabido que todo médico que atende em instituições públicas também trabalha no setor privado -da mesma forma, a maioria dos hospitais particulares no Brasil atende tanto o SUS quanto a saúde suplementar. Em suma, a corrupção é um problema sistêmico do setor de saúde. Como tal, deve ser combatida em conjunto. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) move na Justiça dos Estados Unidos uma ação contra a própria Zimmer e outras das maiores fabricantes de órteses, próteses e materiais especiais por supostamente adotarem condutas corruptas em suas operações no Brasil. Nosso objetivo principal é exigir regras de compliance mais rígidas dessa indústria, com a adequada transparência nos negócios. À luz disso, pergunto: quem defende o SUS? A Abramge, que fez a denúncia da admissão do pagamento de propina a médicos e hospitais brasileiros, ou os autoaclamados defensores da saúde, que propugnam o fim dos planos privados sem apresentar solução para o sistema público? E mais: o que estão fazendo para proteger o beneficiário do SUS? Existe alguma entidade para a defesa desse cidadão? O que vemos rotineiramente são alguns advogados travestidos de órgãos não governamentais procurando razões esdrúxulas para processar o serviço privado. Enquanto não houver uma resposta satisfatória para tais perguntas, o setor de saúde suplementar não fugirá desta luta e continuará a defender a possibilidade de ampliar o acesso do cidadão à saúde de qualidade, pública ou privada. PEDRO RAMOS, advogado com especialização em negociação pela Universidade Paris-Sorbonne (França), é diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Em defesa do SUSO Brasil tem um sistema de saúde peculiar. É o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que oferece assistência universal a todos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Sem ele, os cuidados médicos seriam um privilégio de poucos, não um direito da população. É, de fato, uma conquista fundamental dos brasileiros e devemos mantê-la. Muitos entusiastas de nosso sistema público de saúde pregam sua expansão nos moldes do aclamado National Health System (NHS) britânico -uma referência mundial-, inclusive defendendo o fim da saúde suplementar. Esse desejo, no momento, não passa de uma utopia. O modelo suplementar é o duto por onde chegam ao Brasil as principais inovações de procedimentos, equipamentos, medicamentos e terapias. Sem depender da máquina estatal, acaba por ser o agente que viabiliza financeiramente a constante modernização dos hospitais de referência do país. Levando em conta que o SUS encontra-se subfinanciado, com repetidas declarações de que o governo não tem condições financeiras de prover ainda mais subsídios para a adequada manutenção do serviço, como é possível falar em eliminação do setor privado? Isso significaria delegar ao SUS cerca de 50 milhões de pessoas, pressionando de forma expressiva os cofres públicos. Infelizmente, a questão vai muito além do mero aspecto financeiro. Recentemente denunciou-se um esquema de corrupção envolvendo a empresa norte-americana Zimmer Biomet, que admitiu à Justiça de seu país o pagamento de propinas a médicos do SUS em troca da facilitação na venda de produtos a hospitais públicos brasileiros. É sabido que todo médico que atende em instituições públicas também trabalha no setor privado -da mesma forma, a maioria dos hospitais particulares no Brasil atende tanto o SUS quanto a saúde suplementar. Em suma, a corrupção é um problema sistêmico do setor de saúde. Como tal, deve ser combatida em conjunto. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) move na Justiça dos Estados Unidos uma ação contra a própria Zimmer e outras das maiores fabricantes de órteses, próteses e materiais especiais por supostamente adotarem condutas corruptas em suas operações no Brasil. Nosso objetivo principal é exigir regras de compliance mais rígidas dessa indústria, com a adequada transparência nos negócios. À luz disso, pergunto: quem defende o SUS? A Abramge, que fez a denúncia da admissão do pagamento de propina a médicos e hospitais brasileiros, ou os autoaclamados defensores da saúde, que propugnam o fim dos planos privados sem apresentar solução para o sistema público? E mais: o que estão fazendo para proteger o beneficiário do SUS? Existe alguma entidade para a defesa desse cidadão? O que vemos rotineiramente são alguns advogados travestidos de órgãos não governamentais procurando razões esdrúxulas para processar o serviço privado. Enquanto não houver uma resposta satisfatória para tais perguntas, o setor de saúde suplementar não fugirá desta luta e continuará a defender a possibilidade de ampliar o acesso do cidadão à saúde de qualidade, pública ou privada. PEDRO RAMOS, advogado com especialização em negociação pela Universidade Paris-Sorbonne (França), é diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Secretaria de SP tenta convênios para atender crianças na fila por creche
A Secretaria da Educação da gestão Fernando Haddad (PT) afirma que sua prioridade é atender as crianças que estão na fila, seja em creches próprias ou em convênios com a rede privada. A própria prefeitura já admite que não conseguirá atingir a meta de construir 243 creches na cidade. O número deverá ficar em 147 unidades. "Em paralelo ao esforço de construção de unidades, a administração municipal está priorizando o atendimento de crianças e, portanto, irá intensificar os convênios para diminuir o atual deficit de vagas na cidade", disse a pasta, por meio de nota oficial. Segundo a secretaria, a intenção é matricular mais 40 mil crianças por meio de convênios neste ano e outras 40 mil no ano que vem. De acordo com a pasta, a qualidade do atendimento na rede conveniada tem melhorado. O contrato é encerrado quando se detecta problemas, afirma a gestão. Sobre a revisão da promessa de construir 243 creches públicas, a secretaria afirma que, além da falta de recursos, há também dificuldade para encontrar terrenos disponíveis para construção em algumas regiões da capital. A pasta diz também que há licitações que acabam atrasando devido aos recursos dos concorrentes. TERRENOS OCIOSOS A Secretaria da Educação diz contar ainda com parcerias com empresas para a construção de unidades. A ideia é que elas usem terrenos ociosos em locais com demanda por vagas. Toda a manutenção dessas creches (como contratações) ficaria a cargo do poder público, de acordo com a proposta da gestão Haddad. Ainda em relação ao ensino infantil, a secretaria afirma que conseguirá em 2016 zerar a fila por pré-escolas (crianças de 4 e 5 anos). Atualmente, 13 mil esperam matrícula nessa etapa de ensino, ante 205 mil atendimentos.
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Secretaria de SP tenta convênios para atender crianças na fila por crecheA Secretaria da Educação da gestão Fernando Haddad (PT) afirma que sua prioridade é atender as crianças que estão na fila, seja em creches próprias ou em convênios com a rede privada. A própria prefeitura já admite que não conseguirá atingir a meta de construir 243 creches na cidade. O número deverá ficar em 147 unidades. "Em paralelo ao esforço de construção de unidades, a administração municipal está priorizando o atendimento de crianças e, portanto, irá intensificar os convênios para diminuir o atual deficit de vagas na cidade", disse a pasta, por meio de nota oficial. Segundo a secretaria, a intenção é matricular mais 40 mil crianças por meio de convênios neste ano e outras 40 mil no ano que vem. De acordo com a pasta, a qualidade do atendimento na rede conveniada tem melhorado. O contrato é encerrado quando se detecta problemas, afirma a gestão. Sobre a revisão da promessa de construir 243 creches públicas, a secretaria afirma que, além da falta de recursos, há também dificuldade para encontrar terrenos disponíveis para construção em algumas regiões da capital. A pasta diz também que há licitações que acabam atrasando devido aos recursos dos concorrentes. TERRENOS OCIOSOS A Secretaria da Educação diz contar ainda com parcerias com empresas para a construção de unidades. A ideia é que elas usem terrenos ociosos em locais com demanda por vagas. Toda a manutenção dessas creches (como contratações) ficaria a cargo do poder público, de acordo com a proposta da gestão Haddad. Ainda em relação ao ensino infantil, a secretaria afirma que conseguirá em 2016 zerar a fila por pré-escolas (crianças de 4 e 5 anos). Atualmente, 13 mil esperam matrícula nessa etapa de ensino, ante 205 mil atendimentos.
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Brasileiro 'Boi Neon' ganha prêmio especial em mostra paralela de Veneza
O filme brasileiro "Boi Neon", de Gabriel Mascaro, ganhou o prêmio especial do júri na mostra Horizontes, sessão competitiva paralela do Festival de Cinema de Veneza. A menção é a segunda mais importante desta sessão, na qual o vencedor foi "Free In Deed", de Jake Mahaffy. "É muito difícil estar aqui. Sei que toda a equipe está feliz e que todos fizeram parte disso", afirmou Mascaro, ao receber o prêmio. "Boi Neon" traz Juliano Cazarré no papel de um vaqueiro do interior do sertão que nutre o desejo de ser costureiro. Maeve Jinkings e Vinicius de Oliveira também estão no elenco. Em entrevista à Folha, Mascaro afirmou que buscou retratar o Nordeste para além dos clichês que costumam acompanhar narrativas sobre a região. "Eu não buscava o Brasil das tradições, mas o que mudou economicamente e modificou as relações humanas", comentou o diretor pernambucano. "Não queria o Nordeste do cinema novo, aquele da fome, da miséria." Outro filme nacional, "Mate-me Por Favor", de Anita Rocha da Silveira, também concorria nesta mostra, mas não levou prêmios, tampouco o curta brasileiro ""Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje.
ilustrada
Brasileiro 'Boi Neon' ganha prêmio especial em mostra paralela de VenezaO filme brasileiro "Boi Neon", de Gabriel Mascaro, ganhou o prêmio especial do júri na mostra Horizontes, sessão competitiva paralela do Festival de Cinema de Veneza. A menção é a segunda mais importante desta sessão, na qual o vencedor foi "Free In Deed", de Jake Mahaffy. "É muito difícil estar aqui. Sei que toda a equipe está feliz e que todos fizeram parte disso", afirmou Mascaro, ao receber o prêmio. "Boi Neon" traz Juliano Cazarré no papel de um vaqueiro do interior do sertão que nutre o desejo de ser costureiro. Maeve Jinkings e Vinicius de Oliveira também estão no elenco. Em entrevista à Folha, Mascaro afirmou que buscou retratar o Nordeste para além dos clichês que costumam acompanhar narrativas sobre a região. "Eu não buscava o Brasil das tradições, mas o que mudou economicamente e modificou as relações humanas", comentou o diretor pernambucano. "Não queria o Nordeste do cinema novo, aquele da fome, da miséria." Outro filme nacional, "Mate-me Por Favor", de Anita Rocha da Silveira, também concorria nesta mostra, mas não levou prêmios, tampouco o curta brasileiro ""Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje.
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Ex-presidente francês Jacques Chirac é hospitalizado por infecção pulmonar
O ex-presidente da França Jacques Chirac, 83, foi hospitalizado neste domingo (18), em Paris, devido a uma infecção pulmonar, segundo seus familiares próximos. Seu genro, Frederic Salat-Baroux, disse à AFP que o ex-chefe de Estado francês (1995-2007) estava em viagem ao Marrocos e foi levado, no fim de semana, de volta a Paris, onde deu entrada no hospital Pitié-Salpêtrière. Ele deve seguir internado pelos próximos dias. Uma fonte próxima a Chirac afirmou que o ex-presidente estava consciente. Em dezembro de 2015, o ex-presidente já havia sido internado por se encontrar debilitado por quase 20 dias. Em 2005, enquanto ainda estava na Presidência, ele sofreu um acidente vascular cerebral. O ex-primeiro-ministo Alain Juppé (1995-1997), político próximo a Chirac, desejou, por uma rede social, uma pronta recuperação ao ex-colega. O mesmo fez o ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012). Os dois disputarão a candidatura pelo partido Os Republicanos nas eleições presidenciais de 2017. Além de presidente por 12 anos, Chirac foi primeiro-ministro em duas oportunidades (1974-1976 e 1986-1988) e prefeito de Paris (1977-1995). Em 2011, em um julgamento histórico na França, ele foi condenado a dois anos de prisão por desvio de fundos públicos cerca de 1,4 milhão da Prefeitura de Paris, usados para fins políticos. O juiz, contudo, o liberou da prisão por apresentar problemas neurológicos.
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Ex-presidente francês Jacques Chirac é hospitalizado por infecção pulmonarO ex-presidente da França Jacques Chirac, 83, foi hospitalizado neste domingo (18), em Paris, devido a uma infecção pulmonar, segundo seus familiares próximos. Seu genro, Frederic Salat-Baroux, disse à AFP que o ex-chefe de Estado francês (1995-2007) estava em viagem ao Marrocos e foi levado, no fim de semana, de volta a Paris, onde deu entrada no hospital Pitié-Salpêtrière. Ele deve seguir internado pelos próximos dias. Uma fonte próxima a Chirac afirmou que o ex-presidente estava consciente. Em dezembro de 2015, o ex-presidente já havia sido internado por se encontrar debilitado por quase 20 dias. Em 2005, enquanto ainda estava na Presidência, ele sofreu um acidente vascular cerebral. O ex-primeiro-ministo Alain Juppé (1995-1997), político próximo a Chirac, desejou, por uma rede social, uma pronta recuperação ao ex-colega. O mesmo fez o ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012). Os dois disputarão a candidatura pelo partido Os Republicanos nas eleições presidenciais de 2017. Além de presidente por 12 anos, Chirac foi primeiro-ministro em duas oportunidades (1974-1976 e 1986-1988) e prefeito de Paris (1977-1995). Em 2011, em um julgamento histórico na França, ele foi condenado a dois anos de prisão por desvio de fundos públicos cerca de 1,4 milhão da Prefeitura de Paris, usados para fins políticos. O juiz, contudo, o liberou da prisão por apresentar problemas neurológicos.
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CBF teve o menor lucro desde 2007
A CBF registrou em 2016 o menor lucro desta década. De acordo com o balanço financeiro da entidade, aprovado na tarde desta terça (28) pela assembleia geral, a entidade comandada por Marco Polo Del Nero teve um superávit de R$ 44 milhões no ano da conquista do ouro olímpico. Foi o pior resultado positivo nas contas da entidade desde 2007. Na época, a CBF anunciou um lucro de R$ 10,4 milhões. O valor deflacionado pelo IPCA corresponde a R$ 18,3 milhões. Em apenas um ano, o superávit da entidade caiu R$ 28 milhões. Em 2015, ano da prisão de José Maria Marin, a confederação teve um lucro de R$ 72 milhões. LUCRO ANUAL DA CBF - Valores corrigidos pela inflação, em R$ milhões Apesar da queda do superávit, a CBF teve em 2016 o seu faturamento recorde. A entidade arrecadou R$ 647 milhões, ante R$ 518,8 milhões no ano anterior. Nenhum clubes brasileiro conseguiu faturar tanto. Segundo o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, a desvalorização da moeda brasileira foi uma das responsáveis pelo lucro ter caído em 2016. "A variação cambial gerou uma queda de R$ 39 milhões", disse Feldman. A maioria dos contratos da CBF são registrados em moedas estrangeiras (dólar e euro). A entidade arrecadou R$ 411 milhões com patrocínios no ano passado. Em 2015, o resultado foi de R$ 339,6 milhões. Além da variação cambial, Feldman justificou a queda no lucro ao "crescente investimento no futebol". "A CBF começou há dois anos um novo modelo de gestão. Esse modelo busca ampliar receitas e reduzir despesas, trabalhando muito, investindo prioritariamente no futebol", disse o secretário-geral. "O investimento no futebol foi em torno de R$ 288 milhões. Isso incluiu seleções, competições e fomento geral ao futebol", acrescentou. Apesar de o balanço ter sido aprovado pelos 27 representantes de federações estaduais, a entidade ainda não publicou o resultado financeiro no seu site. O presidente da CBF não deu entrevista sobre o balanço. Em dezembro de 2015, Del Nero CBF foi acusado pelo FBI de ser um dos beneficiários de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. José Maria Marin, seu antecessor na CBF, cumpre prisão domiciliar nos EUA pela mesma acusação. Desde então, Del Nero nunca mais deixou o país. Ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira também foi acusado pelo FBI e adotou a mesma estratégia de Del Nero. Ele vive no Rio e não viaja mais ao exterior. No início do mês, a Fifa anunciou que teve um prejuízo de US$ 369 milhões (R$ 1,15 bilhão) no ano de 2016. De acordo com a entidade, isso ocorreu devido a um aumento significativo no desenvolvimento do futebol e uma despesa "extraordinária", que não foi especificada. A Fifa teve uma série de dirigentes presos acusados de corrupção em 2015.
esporte
CBF teve o menor lucro desde 2007A CBF registrou em 2016 o menor lucro desta década. De acordo com o balanço financeiro da entidade, aprovado na tarde desta terça (28) pela assembleia geral, a entidade comandada por Marco Polo Del Nero teve um superávit de R$ 44 milhões no ano da conquista do ouro olímpico. Foi o pior resultado positivo nas contas da entidade desde 2007. Na época, a CBF anunciou um lucro de R$ 10,4 milhões. O valor deflacionado pelo IPCA corresponde a R$ 18,3 milhões. Em apenas um ano, o superávit da entidade caiu R$ 28 milhões. Em 2015, ano da prisão de José Maria Marin, a confederação teve um lucro de R$ 72 milhões. LUCRO ANUAL DA CBF - Valores corrigidos pela inflação, em R$ milhões Apesar da queda do superávit, a CBF teve em 2016 o seu faturamento recorde. A entidade arrecadou R$ 647 milhões, ante R$ 518,8 milhões no ano anterior. Nenhum clubes brasileiro conseguiu faturar tanto. Segundo o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, a desvalorização da moeda brasileira foi uma das responsáveis pelo lucro ter caído em 2016. "A variação cambial gerou uma queda de R$ 39 milhões", disse Feldman. A maioria dos contratos da CBF são registrados em moedas estrangeiras (dólar e euro). A entidade arrecadou R$ 411 milhões com patrocínios no ano passado. Em 2015, o resultado foi de R$ 339,6 milhões. Além da variação cambial, Feldman justificou a queda no lucro ao "crescente investimento no futebol". "A CBF começou há dois anos um novo modelo de gestão. Esse modelo busca ampliar receitas e reduzir despesas, trabalhando muito, investindo prioritariamente no futebol", disse o secretário-geral. "O investimento no futebol foi em torno de R$ 288 milhões. Isso incluiu seleções, competições e fomento geral ao futebol", acrescentou. Apesar de o balanço ter sido aprovado pelos 27 representantes de federações estaduais, a entidade ainda não publicou o resultado financeiro no seu site. O presidente da CBF não deu entrevista sobre o balanço. Em dezembro de 2015, Del Nero CBF foi acusado pelo FBI de ser um dos beneficiários de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. José Maria Marin, seu antecessor na CBF, cumpre prisão domiciliar nos EUA pela mesma acusação. Desde então, Del Nero nunca mais deixou o país. Ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira também foi acusado pelo FBI e adotou a mesma estratégia de Del Nero. Ele vive no Rio e não viaja mais ao exterior. No início do mês, a Fifa anunciou que teve um prejuízo de US$ 369 milhões (R$ 1,15 bilhão) no ano de 2016. De acordo com a entidade, isso ocorreu devido a um aumento significativo no desenvolvimento do futebol e uma despesa "extraordinária", que não foi especificada. A Fifa teve uma série de dirigentes presos acusados de corrupção em 2015.
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Dilma tem de formalizar a renúncia
Há um mês sugeri espaço que a presidente Dilma Rousseff renunciasse ao mandato. Levei, para não variar, pancadas da subimprensa que não se compra, mas que se vende. Também esse convite foi considerado manifestação da dita "mídia monopolizada", que é como o PT classifica os jornalistas que têm o hábito de escrever com os pés, e só os pés, no chão. Na quarta-feira (5), o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o vice-presidente Michel Temer, coordenador político do governo, anunciaram, a seu modo, que meu convite tinha sido em parte atendido. Dilma já renunciou ao mandato, mas, por enquanto ao menos, não haverá a formalização do ato abnegado. Ela continuará a ocupar o lugar físico destinado ao presidente da República, embora já não esteja entre nós. A fala de Temer é de uma eloquência inequívoca: "É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos, e fazer este apelo, e eu estou tomando esta liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o país". Deve-se entender por "crise desagradável", na fala e modos eufemísticos do vice, a ingovernabilidade ela mesma. Não é prudente que se vá além do que as palavras de Temer significam na sua mais explícita denotação. Reunificar, ou reunir a todos, é tarefa que cabe ao governante –"liberdade", anuncia ele, que decidiu tomar porque já não há ninguém no Planalto capaz de fazê-lo. E que se note, para estupefação geral: a Lava Jato, exceção feita a alguns contratempos no ritmo das obras –o que têm lá as suas vantagens, já que o dinheiro acabou–, não criou até agora embaraços para Dilma. Não consta que será Rodrigo Janot a criá-los. Ao contrário até. Na era do catta-pretismo –em que o rábula de porta de cadeia ascende à condição de rábula de porta de Ministério Público (papa mais fina e mais cara)–, a governanta viu alguns adversários internos e externos cair na teia de um arranjo narrativo que, em muitos aspectos, lhe é útil. Para que Dilma tirasse, no entanto, alguma vantagem do petardo que colheu Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, seria preciso ter uma agenda, um projeto, uma proposta, um horizonte, um qualquer-coisa-que-fosse que não sirva apenas para remendar os desastres fabricados nos seus quatro primeiros anos de mandato e, em muitos casos, nos oito que os antecederam. E, definitivamente, não há. Também na quarta-feira, Mercadante fez um apelo à oposição, ensaiando até um mea-culpa meio desajeitado –não é afinal, um terreno conhecido pelo petismo; pelo ministro tampouco. Poderia ser a proposta de uma "pax", hipótese em que os fortes de ambos os lados apresentam suas condições e fazem suas ofertas. Mas não era nada disso. Ele só estava pedindo arrego mesmo, com ar abúlico. Numa hora como essa, Dilma poderia ser socorrida pelo PT, e caberia a este a serenidade de falar em nome das instituições e da tolerância. Viram, no entanto, o programa do partido no horário político nesta quinta (6)? Ameaçou a população com o abismo e com o golpe, tratou líderes da oposição como meliantes e ironizou o povo na rua. Foi, em suma, hostil aos 71% que acham o governo ruim ou péssimo e aos 66% que querem o impeachment, segundo o Datafolha. Dilma tem de formalizar a renúncia. Enquanto é tempo.
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Dilma tem de formalizar a renúnciaHá um mês sugeri espaço que a presidente Dilma Rousseff renunciasse ao mandato. Levei, para não variar, pancadas da subimprensa que não se compra, mas que se vende. Também esse convite foi considerado manifestação da dita "mídia monopolizada", que é como o PT classifica os jornalistas que têm o hábito de escrever com os pés, e só os pés, no chão. Na quarta-feira (5), o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o vice-presidente Michel Temer, coordenador político do governo, anunciaram, a seu modo, que meu convite tinha sido em parte atendido. Dilma já renunciou ao mandato, mas, por enquanto ao menos, não haverá a formalização do ato abnegado. Ela continuará a ocupar o lugar físico destinado ao presidente da República, embora já não esteja entre nós. A fala de Temer é de uma eloquência inequívoca: "É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos, e fazer este apelo, e eu estou tomando esta liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o país". Deve-se entender por "crise desagradável", na fala e modos eufemísticos do vice, a ingovernabilidade ela mesma. Não é prudente que se vá além do que as palavras de Temer significam na sua mais explícita denotação. Reunificar, ou reunir a todos, é tarefa que cabe ao governante –"liberdade", anuncia ele, que decidiu tomar porque já não há ninguém no Planalto capaz de fazê-lo. E que se note, para estupefação geral: a Lava Jato, exceção feita a alguns contratempos no ritmo das obras –o que têm lá as suas vantagens, já que o dinheiro acabou–, não criou até agora embaraços para Dilma. Não consta que será Rodrigo Janot a criá-los. Ao contrário até. Na era do catta-pretismo –em que o rábula de porta de cadeia ascende à condição de rábula de porta de Ministério Público (papa mais fina e mais cara)–, a governanta viu alguns adversários internos e externos cair na teia de um arranjo narrativo que, em muitos aspectos, lhe é útil. Para que Dilma tirasse, no entanto, alguma vantagem do petardo que colheu Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, seria preciso ter uma agenda, um projeto, uma proposta, um horizonte, um qualquer-coisa-que-fosse que não sirva apenas para remendar os desastres fabricados nos seus quatro primeiros anos de mandato e, em muitos casos, nos oito que os antecederam. E, definitivamente, não há. Também na quarta-feira, Mercadante fez um apelo à oposição, ensaiando até um mea-culpa meio desajeitado –não é afinal, um terreno conhecido pelo petismo; pelo ministro tampouco. Poderia ser a proposta de uma "pax", hipótese em que os fortes de ambos os lados apresentam suas condições e fazem suas ofertas. Mas não era nada disso. Ele só estava pedindo arrego mesmo, com ar abúlico. Numa hora como essa, Dilma poderia ser socorrida pelo PT, e caberia a este a serenidade de falar em nome das instituições e da tolerância. Viram, no entanto, o programa do partido no horário político nesta quinta (6)? Ameaçou a população com o abismo e com o golpe, tratou líderes da oposição como meliantes e ironizou o povo na rua. Foi, em suma, hostil aos 71% que acham o governo ruim ou péssimo e aos 66% que querem o impeachment, segundo o Datafolha. Dilma tem de formalizar a renúncia. Enquanto é tempo.
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Windows 10 será a última versão do sistema, segundo a Microsoft
O Windows 10, que será lançado em meados deste ano, será a última versão do sistema operacional que a Microsoft vai lançar. "Agora nós estamos lançando o Windows 10, e como o Windows 10 é a última versão do Windows, nós ainda estamos trabalhando no Windows 10" disse um executivo da Microsoft, Jerry Nixon, durante a conferência da companhia, na semana passada. A Microsoft está discutindo a ideia de criar um "serviço Windows" que será regularmente atualizado, em vez de novas versões a cada um ou dois anos, segundo o site The Verge. O fim de novos Windows será possível graças ao trabalho da empresa de separar os sistemas operacionais que fazem parte do Windows, transformando-os em aplicativos individuais que podem ser atualizados independentemente –sem a necessidade de trocar todo o software. Se o projeto der resultados positivos, é possível que em alguns anos ninguém mais se preocupe se seu computador é Windows Vista, 7, 8 ou 10, sendo apenas "Windows".
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Windows 10 será a última versão do sistema, segundo a MicrosoftO Windows 10, que será lançado em meados deste ano, será a última versão do sistema operacional que a Microsoft vai lançar. "Agora nós estamos lançando o Windows 10, e como o Windows 10 é a última versão do Windows, nós ainda estamos trabalhando no Windows 10" disse um executivo da Microsoft, Jerry Nixon, durante a conferência da companhia, na semana passada. A Microsoft está discutindo a ideia de criar um "serviço Windows" que será regularmente atualizado, em vez de novas versões a cada um ou dois anos, segundo o site The Verge. O fim de novos Windows será possível graças ao trabalho da empresa de separar os sistemas operacionais que fazem parte do Windows, transformando-os em aplicativos individuais que podem ser atualizados independentemente –sem a necessidade de trocar todo o software. Se o projeto der resultados positivos, é possível que em alguns anos ninguém mais se preocupe se seu computador é Windows Vista, 7, 8 ou 10, sendo apenas "Windows".
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Prêmio Emmy anuncia mudança nas regras para evitar confusões
O Emmy, mais importante prêmio de televisão ao lado do Globo de Ouro, mudou algumas regras nesta sexta-feira (20). A partir de agora, para ser considerada uma comédia, uma série deve ter capítulos de 30 minutos ou menos de duração. Desta forma, "Orange Is the New Black", da Netflix, muda de categoria. Em vez de disputar como série de humor, deverá concorrer como drama. Isso evita algumas confusões. No Globo de Ouro de 2014, por exemplo, a série disputou como drama. Em 2015, como comédia. Além disso, sete séries irão ser indicadas aos prêmios de melhor comédia e drama. Hoje, são seis. O prêmio também trocou o nome da categoria melhor minissérie. Agora o troféu irá para a melhor série limitada. Nessa categoria entrarão programas com dois ou mais episódios, que tenham no mínimo 150 minutos e contem uma história completa e não tenham uma trama ou personagens que apareçam nas temporadas seguintes.
ilustrada
Prêmio Emmy anuncia mudança nas regras para evitar confusõesO Emmy, mais importante prêmio de televisão ao lado do Globo de Ouro, mudou algumas regras nesta sexta-feira (20). A partir de agora, para ser considerada uma comédia, uma série deve ter capítulos de 30 minutos ou menos de duração. Desta forma, "Orange Is the New Black", da Netflix, muda de categoria. Em vez de disputar como série de humor, deverá concorrer como drama. Isso evita algumas confusões. No Globo de Ouro de 2014, por exemplo, a série disputou como drama. Em 2015, como comédia. Além disso, sete séries irão ser indicadas aos prêmios de melhor comédia e drama. Hoje, são seis. O prêmio também trocou o nome da categoria melhor minissérie. Agora o troféu irá para a melhor série limitada. Nessa categoria entrarão programas com dois ou mais episódios, que tenham no mínimo 150 minutos e contem uma história completa e não tenham uma trama ou personagens que apareçam nas temporadas seguintes.
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Rogério Martins Maurício: Produção de alimentos versus sustentabilidade
O Brasil possui o segundo maior rebanho de bois do mundo e é segundo produtor de carne. Entretanto, utilizamos de forma insustentável os recursos naturais. Seguindo o que faziam os portugueses há mais de 500 anos, ainda praticamos o desmatamento seguido de queima. Como se não bastasse, insistimos na implantação de pastagens com capins, em quase sua totalidade, de origem africana, que invadem nossos biomas e reduzem nossa rica biodiversidade tropical. Nossos solos são pobres em fósforo, nutriente vital para o crescimento das plantas. Mais crítico ainda, não possuímos jazidas suficientes para suprir a demanda de fósforo. Apesar de todo o nosso conhecimento técnico, não damos a mínima atenção para o fato de que a fertilidade natural do solo se exaure com cinco a dez anos após a remoção das florestas. Complicando ainda mais, o custo para conversão de áreas degradadas em pastagens produtivas é economicamente inviável. Segundo as projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), para suprir a demanda da população mundial em 2050, temos que duplicar a produção de carne e leite. Esse fato impõem mais pressões negativas contra os recursos naturais nacionais. Já estamos sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas. Todos são testemunhas dos períodos de chuvas nitidamente irregulares e que já acentuam os efeitos negativos das secas sobre a produção da pastagem e, consequentemente, sobre a produção animal. Além disso, por incrível que pareça, o "país das águas" já apresenta cenários de escassez e com perspectiva de racionamento rondando as capitais e também o campo, que vem sofrendo com a redução de nascentes. Acirram-se ainda mais os conflitos entre ambientalistas e produtores rurais diante da implantação do código florestal brasileiro. Não há como tampar o sol com a peneira. A consciência conservacionista e o consumo de carne precisam ser revistos. Quando um cidadão comum toma conhecimento de que os sistemas convencionais de pastagens demandam 100 mil litros de água para produzir um quilo de carne, o sentimento de preocupação é evidente. Pior ainda, quando se toma consciência de que já temos mais de 100 milhões de hectares degradados. Como um país com invejável biodiversidade não encontra uma saída para conciliar a produção pecuária com a conservação ambiental? Será que continuaremos a seguir modelos de produção onde o interesse econômico, ditado pela revolução verde, continuará ameaçando o mundo com fragilidades energéticas, elevadas emissões de carbono e, para completar, altas emissões de metano, resultante das fermentações ruminais do gado? Esses modelos já apresentam sinais evidentes de colapso e promovem incertezas para as futuras gerações quanto à capacidade de continuar produzindo seus alimentos para uma população que não para de crescer. Há mais de 25 anos, experiências silvipastoris, que incorporam árvores e arbustos às pastagens, vêm demonstrando, em países como Colômbia, México e também no Brasil, efeitos extremamente positivos para redução do uso de fertilizantes e preservação ambiental. As raízes das árvores extraem nutrientes de camadas profundas do solo e beneficiam os capins na superfície. Além disso, diminuem o estresse de calor para os animais e o consumo de água, respeitam a biodiversidade da fauna e flora, contribuem maciçamente para o sequestro de carbono e amenizam os efeitos das emissões de metano. São sistemas muito mais preparados para enfrentar as adversidades climáticas e, além disso, são passíveis de pagamento pelos serviços ambientais prestados. Os sistemas silvipastoris são recomendados pela FAO para reconverter a produção pecuária a um processo sustentável. Mas o Brasil ainda carece de políticas públicas extensionistas e investimentos em pesquisas para o avanço científico necessários ao desenvolvimento desses sistemas de produção. Por que não fazê-lo sob a mesma motivação das benesses direcionadas às grandes culturas de soja e trigo? Dizem que apontar problemas sem apontar soluções é muito fácil. Diante de um grande problema e uma possível solução, o que falta para enfrentá-lo? ROGÉRIO MARTINS MAURÍCIO é professor na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ e membro da Agenda de Ação Global em Apoio ao Desenvolvimento do Sector Pecuária Sustentável da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Rogério Martins Maurício: Produção de alimentos versus sustentabilidadeO Brasil possui o segundo maior rebanho de bois do mundo e é segundo produtor de carne. Entretanto, utilizamos de forma insustentável os recursos naturais. Seguindo o que faziam os portugueses há mais de 500 anos, ainda praticamos o desmatamento seguido de queima. Como se não bastasse, insistimos na implantação de pastagens com capins, em quase sua totalidade, de origem africana, que invadem nossos biomas e reduzem nossa rica biodiversidade tropical. Nossos solos são pobres em fósforo, nutriente vital para o crescimento das plantas. Mais crítico ainda, não possuímos jazidas suficientes para suprir a demanda de fósforo. Apesar de todo o nosso conhecimento técnico, não damos a mínima atenção para o fato de que a fertilidade natural do solo se exaure com cinco a dez anos após a remoção das florestas. Complicando ainda mais, o custo para conversão de áreas degradadas em pastagens produtivas é economicamente inviável. Segundo as projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), para suprir a demanda da população mundial em 2050, temos que duplicar a produção de carne e leite. Esse fato impõem mais pressões negativas contra os recursos naturais nacionais. Já estamos sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas. Todos são testemunhas dos períodos de chuvas nitidamente irregulares e que já acentuam os efeitos negativos das secas sobre a produção da pastagem e, consequentemente, sobre a produção animal. Além disso, por incrível que pareça, o "país das águas" já apresenta cenários de escassez e com perspectiva de racionamento rondando as capitais e também o campo, que vem sofrendo com a redução de nascentes. Acirram-se ainda mais os conflitos entre ambientalistas e produtores rurais diante da implantação do código florestal brasileiro. Não há como tampar o sol com a peneira. A consciência conservacionista e o consumo de carne precisam ser revistos. Quando um cidadão comum toma conhecimento de que os sistemas convencionais de pastagens demandam 100 mil litros de água para produzir um quilo de carne, o sentimento de preocupação é evidente. Pior ainda, quando se toma consciência de que já temos mais de 100 milhões de hectares degradados. Como um país com invejável biodiversidade não encontra uma saída para conciliar a produção pecuária com a conservação ambiental? Será que continuaremos a seguir modelos de produção onde o interesse econômico, ditado pela revolução verde, continuará ameaçando o mundo com fragilidades energéticas, elevadas emissões de carbono e, para completar, altas emissões de metano, resultante das fermentações ruminais do gado? Esses modelos já apresentam sinais evidentes de colapso e promovem incertezas para as futuras gerações quanto à capacidade de continuar produzindo seus alimentos para uma população que não para de crescer. Há mais de 25 anos, experiências silvipastoris, que incorporam árvores e arbustos às pastagens, vêm demonstrando, em países como Colômbia, México e também no Brasil, efeitos extremamente positivos para redução do uso de fertilizantes e preservação ambiental. As raízes das árvores extraem nutrientes de camadas profundas do solo e beneficiam os capins na superfície. Além disso, diminuem o estresse de calor para os animais e o consumo de água, respeitam a biodiversidade da fauna e flora, contribuem maciçamente para o sequestro de carbono e amenizam os efeitos das emissões de metano. São sistemas muito mais preparados para enfrentar as adversidades climáticas e, além disso, são passíveis de pagamento pelos serviços ambientais prestados. Os sistemas silvipastoris são recomendados pela FAO para reconverter a produção pecuária a um processo sustentável. Mas o Brasil ainda carece de políticas públicas extensionistas e investimentos em pesquisas para o avanço científico necessários ao desenvolvimento desses sistemas de produção. Por que não fazê-lo sob a mesma motivação das benesses direcionadas às grandes culturas de soja e trigo? Dizem que apontar problemas sem apontar soluções é muito fácil. Diante de um grande problema e uma possível solução, o que falta para enfrentá-lo? ROGÉRIO MARTINS MAURÍCIO é professor na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ e membro da Agenda de Ação Global em Apoio ao Desenvolvimento do Sector Pecuária Sustentável da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Encontro de bispos termina sem avanços buscados por papa
O sínodo de bispos católicos, que reuniu religiosos de todo o mundo, acaba neste sábado (24) com a votação de um documento final sobre as regras da igreja, após três semanas de um debate que expôs profundas divisões e o fracasso do papa Francisco em convencê-los a reverter proibição de católicos que se casaram novamente de receber a comunhão. Os bispos conservadores resistiram fortemente a qualquer tentativa de amenizar a restrição da Igreja Católica a gays e divorciados. Segundo o cardeal austríaco Christoph Schoenborn, o texto final não fala diretamente sobre o tema da comunhão, mas diz que é necessário discernimento para ajudar casais em situações irregulares. "As situações são tão diferentes que precisamos olhar de perto cada uma, discernir as situações e acompanhá-las de acordo com a necessidade de cada um", disse Schoenborn a repórteres. Como no Sínodo do ano passado, que abordou as novas situações familiares, os 270 padres sinodais votam cada parágrafo da "Relatio Synodi", o texto final elaborado por uma comissão especial, que com um trabalho minucioso incorporou o "Instrumentum laboris" (o documento de base) com as 1.355 mudanças propostas nos últimos dias. O texto só é aprovado se obtiver dois terços de aprovação da assembleia. Nestes últimos dias, o Vaticano e os participantes do Sínodo reiteraram que este documento é só uma reflexão dos bispos que será entregue ao papa, que é quem tem o poder de decidir, assim como também autorizar sua publicação. O tema mais espinhoso desta assembleia é o pedido do papa para conceder a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar. Enquanto o grupo de bispos alemães se mostrou mais abertos a estas mudanças, outros já manifestaram que "a questão precisa de mais estudo, e que, por enquanto, é melhor reafirmar a atual a disciplina da Igreja". No resto de documento é seguro que se destacará a necessidade de mais preparação e acompanhamento dos casais para evitar o divórcio. Enquanto outro capítulo que parece que desaparecerá ou será pouco abordado será o dos homossexuais. Independente dos resultados, este Sínodo será lembrado pelo clima criado por notícias como a confissão de homossexualidade do padre e membro da Congregação para a Doutrina da Fé, o polonês Krysztof Charamsa. E também pelo vazamento de uma carta com a assinatura de 13 cardeais dirigida ao papa com acusações e críticas a como o Sínodo estava se desenvolvendo. E por último, a notícia de que o papa teria um tumor cerebral - categoricamente desmentida pelo Vaticano - fez com que muitos representantes da Igreja falassem de estranhas conjurações contra Francisco ou tentativas de manipulação do Sínodo.
mundo
Encontro de bispos termina sem avanços buscados por papaO sínodo de bispos católicos, que reuniu religiosos de todo o mundo, acaba neste sábado (24) com a votação de um documento final sobre as regras da igreja, após três semanas de um debate que expôs profundas divisões e o fracasso do papa Francisco em convencê-los a reverter proibição de católicos que se casaram novamente de receber a comunhão. Os bispos conservadores resistiram fortemente a qualquer tentativa de amenizar a restrição da Igreja Católica a gays e divorciados. Segundo o cardeal austríaco Christoph Schoenborn, o texto final não fala diretamente sobre o tema da comunhão, mas diz que é necessário discernimento para ajudar casais em situações irregulares. "As situações são tão diferentes que precisamos olhar de perto cada uma, discernir as situações e acompanhá-las de acordo com a necessidade de cada um", disse Schoenborn a repórteres. Como no Sínodo do ano passado, que abordou as novas situações familiares, os 270 padres sinodais votam cada parágrafo da "Relatio Synodi", o texto final elaborado por uma comissão especial, que com um trabalho minucioso incorporou o "Instrumentum laboris" (o documento de base) com as 1.355 mudanças propostas nos últimos dias. O texto só é aprovado se obtiver dois terços de aprovação da assembleia. Nestes últimos dias, o Vaticano e os participantes do Sínodo reiteraram que este documento é só uma reflexão dos bispos que será entregue ao papa, que é quem tem o poder de decidir, assim como também autorizar sua publicação. O tema mais espinhoso desta assembleia é o pedido do papa para conceder a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar. Enquanto o grupo de bispos alemães se mostrou mais abertos a estas mudanças, outros já manifestaram que "a questão precisa de mais estudo, e que, por enquanto, é melhor reafirmar a atual a disciplina da Igreja". No resto de documento é seguro que se destacará a necessidade de mais preparação e acompanhamento dos casais para evitar o divórcio. Enquanto outro capítulo que parece que desaparecerá ou será pouco abordado será o dos homossexuais. Independente dos resultados, este Sínodo será lembrado pelo clima criado por notícias como a confissão de homossexualidade do padre e membro da Congregação para a Doutrina da Fé, o polonês Krysztof Charamsa. E também pelo vazamento de uma carta com a assinatura de 13 cardeais dirigida ao papa com acusações e críticas a como o Sínodo estava se desenvolvendo. E por último, a notícia de que o papa teria um tumor cerebral - categoricamente desmentida pelo Vaticano - fez com que muitos representantes da Igreja falassem de estranhas conjurações contra Francisco ou tentativas de manipulação do Sínodo.
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