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Leitor reclama da maneira como reajuste no Judiciário é tratada
A senhora Nilza Pereira Rubo demonstrou desinformação, como, aliás, ocorre em toda a sociedade. Os servidores do Judiciário trabalham em carga máxima; com um mês de férias ao ano; salários modestos; contribuem ao INSS com parcela máxima (inclusive após a aposentadoria); se aposentam com 60 anos de idade e 35 de contribuição pelo teto da previdência; não têm FGTS, nem multa de 40%, nem distribuição de lucros, nem dissídio e estão sem reposição de poder aquisitivo há nove anos. A estabilidade não mais existe. A falta de informação sobre a situação dos servidores gera injustiças e preconceitos. Será que os leitores têm noção dessas diferenças? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor reclama da maneira como reajuste no Judiciário é tratadaA senhora Nilza Pereira Rubo demonstrou desinformação, como, aliás, ocorre em toda a sociedade. Os servidores do Judiciário trabalham em carga máxima; com um mês de férias ao ano; salários modestos; contribuem ao INSS com parcela máxima (inclusive após a aposentadoria); se aposentam com 60 anos de idade e 35 de contribuição pelo teto da previdência; não têm FGTS, nem multa de 40%, nem distribuição de lucros, nem dissídio e estão sem reposição de poder aquisitivo há nove anos. A estabilidade não mais existe. A falta de informação sobre a situação dos servidores gera injustiças e preconceitos. Será que os leitores têm noção dessas diferenças? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Chefs e ceramistas organizam jantar beneficente em São Paulo
No próximo sábado (27), será realizado mais uma edição do jantar beneficente Sukiyaki do Bem, organizado pela ceramista Hideko Honma. O evento, para 350 pessoas, terá um menu em seis tempos assinado pelos chefs Adriano Kanashiro (Momotaro), Shin Koike (Sakagura A1), Tadashi Shiraishi (ex-Nobu de Saint Moritz e Mykonos), André Saburó (Quina do Futuro, Recife) e Guillermo Muro (Tivoli Mofarrej) e pela pâtissière Saiko Izawa (Attimo). Entre os pratos servidos haverá atum marinado, barriga de porco grelhado no missô e atum de sol selado na manteiga de garrafa. Após o jantar, será realizado um leilão de pratos de cerâmica desenhados por Hideko Honma e customizados por chefs como Salvatore Loi (Loi Ristorantino), Bella Masano (Amadeus), Emmanuel Bassoleil (Sye), Erick Jacquin (Tartar & Co.), Henrique Fogaça (Sal) e Paola Carosella (Arturito e La Guapa). A renda obtida será revertida para a Assistência Social Dom José Gaspar Ikoi-no-Sono e Fundação Cafu. O jantar custa R$ 500 por pessoa. SUKIYAKI DO BEM Quando 27 de junho (sábado), a partir das 19h30 Onde Hotel Tivoli Mofarrej; al. Santos,1437; tel. 3146-5900 Quanto R$ 500; convites estão à venda nos seguintes locais: Atelier Hideko Honma (r. Pintassilgo, 429) e Associação Dom Jose Gaspar – Ikoi-no-Sono (r. São Joaquim, 381, sala 42)
comida
Chefs e ceramistas organizam jantar beneficente em São PauloNo próximo sábado (27), será realizado mais uma edição do jantar beneficente Sukiyaki do Bem, organizado pela ceramista Hideko Honma. O evento, para 350 pessoas, terá um menu em seis tempos assinado pelos chefs Adriano Kanashiro (Momotaro), Shin Koike (Sakagura A1), Tadashi Shiraishi (ex-Nobu de Saint Moritz e Mykonos), André Saburó (Quina do Futuro, Recife) e Guillermo Muro (Tivoli Mofarrej) e pela pâtissière Saiko Izawa (Attimo). Entre os pratos servidos haverá atum marinado, barriga de porco grelhado no missô e atum de sol selado na manteiga de garrafa. Após o jantar, será realizado um leilão de pratos de cerâmica desenhados por Hideko Honma e customizados por chefs como Salvatore Loi (Loi Ristorantino), Bella Masano (Amadeus), Emmanuel Bassoleil (Sye), Erick Jacquin (Tartar & Co.), Henrique Fogaça (Sal) e Paola Carosella (Arturito e La Guapa). A renda obtida será revertida para a Assistência Social Dom José Gaspar Ikoi-no-Sono e Fundação Cafu. O jantar custa R$ 500 por pessoa. SUKIYAKI DO BEM Quando 27 de junho (sábado), a partir das 19h30 Onde Hotel Tivoli Mofarrej; al. Santos,1437; tel. 3146-5900 Quanto R$ 500; convites estão à venda nos seguintes locais: Atelier Hideko Honma (r. Pintassilgo, 429) e Associação Dom Jose Gaspar – Ikoi-no-Sono (r. São Joaquim, 381, sala 42)
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A volta da responsabilidade fiscal
A renegociação de dívidas estaduais não deveria ter sido uma agenda reaberta no Brasil, até porque esse não é o maior problema por trás da crise fiscal dos Estados. O alívio maior dado aos mais endividados, e também aos historicamente menos responsáveis com os gastos públicos, é o lado perverso do acordo firmado no último dia 20 de junho. O lado positivo é o que ele constrói para o futuro. O acordo foi assentado em contrapartidas que buscam atacar o que é, de fato, o maior problema fiscal dos entes subnacionais: a folha de pessoal, aí incluída a Previdência. No curto prazo, o projeto de lei que referendará o acordo contém contrapartidas capazes de estancar o avanço das despesas de pessoal. Também fortalece os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal. O pano de fundo de tudo isso significa um reforço à preocupação de se honrar financeiramente o pagamento de salários, o que hoje é dúvida entre vários Estados. No longo prazo, a adesão explícita dos Estados à PEC (proposta de emenda constitucional) enviada pelo governo federal para limitar gastos primários à variação da inflação, além de balizar um compromisso com a redução da dívida pública, assegura a possibilidade de convivermos com carga tributária e juros de equilíbrio menores no futuro. Outros instrumentos negociados pelos secretários estaduais da Fazenda são ajustes nas vinculações de receitas e a possibilidade de diminuir salários proporcionalmente à redução de jornada -naqueles casos em que os limites legais com gasto de pessoal são ultrapassados. A reforma previdenciária é outra agenda que não pode ser negligenciada. Além das propostas de reforma no regime geral, que passam pela adoção de uma idade mínima compatível com a expectativa de vida dos brasileiros, precisa haver convergência de regras para mudanças dos regimes próprios do serviço público. Nesse último caso, deve-se assegurar a revisão e o reequilíbrio dos regimes especiais de aposentadoria. A agenda se completa com um instrumento especial aos que desejam reduzir dívidas, mas sem empurrar a conta para outras instâncias. Ao invés de buscarem artifícios, os Estados precisam aderir ao programa de desestatização do governo federal, tendo como atores o BNDES e a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias e Investimentos. A desmobilização de ativos e a busca por acordos com o setor privado ficarão associadas à redução estrutural do endividamento. Aos Estados em situação de solvência, com contas organizadas, faz sentido dar prioridade nas novas concessões de financiamento, sempre tendo em vista a continuidade futura do equilíbrio fiscal. Por fim, não podemos perder o foco no elo mais profundo e permanente de todos: a volta do crescimento. Se a raiz da atual crise é o problema fiscal que mergulhou o país na maior depressão de sua história, somente o equacionamento das contas brasileiras no longo prazo trará confiança, mais investimentos, emprego, renda e receitas públicas. Não adianta forçar a marcha por mais alívios de curto prazo, numa tentativa de pressionar um governo de transição. Será o verdadeiro abraço dos afogados. A verdadeira agenda é a volta da responsabilidade fiscal. PAULO HARTUNG, economista, é governador do Estado do Espírito Santo (PMDB), cargo que também ocupou de 2003 a 2010. Foi deputado estadual (1983-1991), federal (1991-1993) e senador (1999-2002) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
A volta da responsabilidade fiscalA renegociação de dívidas estaduais não deveria ter sido uma agenda reaberta no Brasil, até porque esse não é o maior problema por trás da crise fiscal dos Estados. O alívio maior dado aos mais endividados, e também aos historicamente menos responsáveis com os gastos públicos, é o lado perverso do acordo firmado no último dia 20 de junho. O lado positivo é o que ele constrói para o futuro. O acordo foi assentado em contrapartidas que buscam atacar o que é, de fato, o maior problema fiscal dos entes subnacionais: a folha de pessoal, aí incluída a Previdência. No curto prazo, o projeto de lei que referendará o acordo contém contrapartidas capazes de estancar o avanço das despesas de pessoal. Também fortalece os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal. O pano de fundo de tudo isso significa um reforço à preocupação de se honrar financeiramente o pagamento de salários, o que hoje é dúvida entre vários Estados. No longo prazo, a adesão explícita dos Estados à PEC (proposta de emenda constitucional) enviada pelo governo federal para limitar gastos primários à variação da inflação, além de balizar um compromisso com a redução da dívida pública, assegura a possibilidade de convivermos com carga tributária e juros de equilíbrio menores no futuro. Outros instrumentos negociados pelos secretários estaduais da Fazenda são ajustes nas vinculações de receitas e a possibilidade de diminuir salários proporcionalmente à redução de jornada -naqueles casos em que os limites legais com gasto de pessoal são ultrapassados. A reforma previdenciária é outra agenda que não pode ser negligenciada. Além das propostas de reforma no regime geral, que passam pela adoção de uma idade mínima compatível com a expectativa de vida dos brasileiros, precisa haver convergência de regras para mudanças dos regimes próprios do serviço público. Nesse último caso, deve-se assegurar a revisão e o reequilíbrio dos regimes especiais de aposentadoria. A agenda se completa com um instrumento especial aos que desejam reduzir dívidas, mas sem empurrar a conta para outras instâncias. Ao invés de buscarem artifícios, os Estados precisam aderir ao programa de desestatização do governo federal, tendo como atores o BNDES e a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias e Investimentos. A desmobilização de ativos e a busca por acordos com o setor privado ficarão associadas à redução estrutural do endividamento. Aos Estados em situação de solvência, com contas organizadas, faz sentido dar prioridade nas novas concessões de financiamento, sempre tendo em vista a continuidade futura do equilíbrio fiscal. Por fim, não podemos perder o foco no elo mais profundo e permanente de todos: a volta do crescimento. Se a raiz da atual crise é o problema fiscal que mergulhou o país na maior depressão de sua história, somente o equacionamento das contas brasileiras no longo prazo trará confiança, mais investimentos, emprego, renda e receitas públicas. Não adianta forçar a marcha por mais alívios de curto prazo, numa tentativa de pressionar um governo de transição. Será o verdadeiro abraço dos afogados. A verdadeira agenda é a volta da responsabilidade fiscal. PAULO HARTUNG, economista, é governador do Estado do Espírito Santo (PMDB), cargo que também ocupou de 2003 a 2010. Foi deputado estadual (1983-1991), federal (1991-1993) e senador (1999-2002) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Justiça do Rio nega liberdade provisória a filho de Ivo Pitanguy
A Justiça do Rio negou o pedido de liberdade provisória ao empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, 59, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, solicitada pela advogado de defesa do empresário na madrugada deste sábado (22) . Pitanguy foi preso em flagrante na noite de quinta-feira (20) após atropelar e matar o operário das obras do metrô do Rio José Fernandes Ferreira da Silva, de 44, na na Gávea, zona sul do Rio. No pedido de liberdade provisória, a defesa alegava que Pitanguy preencheria as condições necessárias para responder a eventual processo em liberdade, como residência fixa e ocupação lícita. "Soube informalmente da decisão. Estou aguardando a comunicação oficial", disse o advogado Rafael de Piro, advogado de Pitanguy. Na noite de quinta-feira, o empresário perdeu o controle do carro que dirigia, bateu em um poste e atropelou Silva. Os dois foram socorridos e levados ao hospital. Silva foi levado ao centro cirúrgico, teve uma perna amputada, mas não resistiu aos ferimentos. A família do operário esteve neste sábado no IML (Instituto Médico Legal) para a liberação do corpo, que deve ser enterrado amanhã em Sertânia, Pernambuco. Pitanguy, que tem 70 multas e mais de 240 pontos na carteira, sofreu traumatismo craniano e segue internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio, sob custódia de dois policiais militares. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro do empresário permanece estável. Em nota, a secretaria informou que ele faria uma tomografia neste sábado. Não há previsão de alta do hospital.
cotidiano
Justiça do Rio nega liberdade provisória a filho de Ivo PitanguyA Justiça do Rio negou o pedido de liberdade provisória ao empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, 59, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, solicitada pela advogado de defesa do empresário na madrugada deste sábado (22) . Pitanguy foi preso em flagrante na noite de quinta-feira (20) após atropelar e matar o operário das obras do metrô do Rio José Fernandes Ferreira da Silva, de 44, na na Gávea, zona sul do Rio. No pedido de liberdade provisória, a defesa alegava que Pitanguy preencheria as condições necessárias para responder a eventual processo em liberdade, como residência fixa e ocupação lícita. "Soube informalmente da decisão. Estou aguardando a comunicação oficial", disse o advogado Rafael de Piro, advogado de Pitanguy. Na noite de quinta-feira, o empresário perdeu o controle do carro que dirigia, bateu em um poste e atropelou Silva. Os dois foram socorridos e levados ao hospital. Silva foi levado ao centro cirúrgico, teve uma perna amputada, mas não resistiu aos ferimentos. A família do operário esteve neste sábado no IML (Instituto Médico Legal) para a liberação do corpo, que deve ser enterrado amanhã em Sertânia, Pernambuco. Pitanguy, que tem 70 multas e mais de 240 pontos na carteira, sofreu traumatismo craniano e segue internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio, sob custódia de dois policiais militares. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro do empresário permanece estável. Em nota, a secretaria informou que ele faria uma tomografia neste sábado. Não há previsão de alta do hospital.
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O fenômeno de luz violeta flagrado pela 1ª vez nos céus do Canadá
Um grupo de cientistas amadores fãs de auroras boreais descobriu um novo fenômeno atmosférico nos céus do norte do Canadá. Eric Donovan, professor da Universidade de Calgary, identificou a coluna de luz violeta em uma série de fotos compartilhadas no Facebook. A princípio, foi definido como um arco de prótons. Mas Donovan descartou a hipótese ao avaliar que não seria possível ver isso a olho nu. Diante do mistério, Donovan e seus colegas recorreram a um conjunto de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) que estuda o campo magnético da Terra para obter mais informações. Assim, descobriram que a coluna de luz é uma corrente de gás que flui em grande velocidade nas partes mais elevadas da atmosfera terrestre. UMA LUZ CHAMADA STEVE Cientistas analisaram o fenômeno usando satélites localizados a uma altitude de 300 km e notaram que o ar dentro da coluna era 3.000 ºC mais quente e circulava a uma velocidade 600 vezes maior do que o ar do entorno. Pouco se sabe, além disso, sobre a enorme linha de luz violeta. Acredita-se que não seja uma aurora boreal, porque não resulta da característica interação de partículas solares com o campo magnético da Terra. O novo fenômeno foi batizado de "Steve", em referência à animação Os Sem-Floresta (2006), em que os personagens usam esse nome para falar de uma criatura que nunca tinham visto antes. "É um fenômeno natural lindo, observado primeiro por cientistas amadores e que despertou o interesse de cientistas profissionais", destaca Roger Haagmans, pesquisador da ESA. "No final das contas, é bastante comum, mas ainda não o havíamos notado. Isso só foi possível graças a uma soma de esforços."
ciencia
O fenômeno de luz violeta flagrado pela 1ª vez nos céus do CanadáUm grupo de cientistas amadores fãs de auroras boreais descobriu um novo fenômeno atmosférico nos céus do norte do Canadá. Eric Donovan, professor da Universidade de Calgary, identificou a coluna de luz violeta em uma série de fotos compartilhadas no Facebook. A princípio, foi definido como um arco de prótons. Mas Donovan descartou a hipótese ao avaliar que não seria possível ver isso a olho nu. Diante do mistério, Donovan e seus colegas recorreram a um conjunto de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) que estuda o campo magnético da Terra para obter mais informações. Assim, descobriram que a coluna de luz é uma corrente de gás que flui em grande velocidade nas partes mais elevadas da atmosfera terrestre. UMA LUZ CHAMADA STEVE Cientistas analisaram o fenômeno usando satélites localizados a uma altitude de 300 km e notaram que o ar dentro da coluna era 3.000 ºC mais quente e circulava a uma velocidade 600 vezes maior do que o ar do entorno. Pouco se sabe, além disso, sobre a enorme linha de luz violeta. Acredita-se que não seja uma aurora boreal, porque não resulta da característica interação de partículas solares com o campo magnético da Terra. O novo fenômeno foi batizado de "Steve", em referência à animação Os Sem-Floresta (2006), em que os personagens usam esse nome para falar de uma criatura que nunca tinham visto antes. "É um fenômeno natural lindo, observado primeiro por cientistas amadores e que despertou o interesse de cientistas profissionais", destaca Roger Haagmans, pesquisador da ESA. "No final das contas, é bastante comum, mas ainda não o havíamos notado. Isso só foi possível graças a uma soma de esforços."
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Suplemento de vitamina D pode evitar gripes e resfriados, diz estudo
A ingestão de suplementos de vitamina D pode evitar que mais de 3 milhões de pessoas contraiam gripes ou resfriados no Reino Unido todos os anos, revela um novo estudo. A vitamina D é vital para manter a saúde dos ossos, mas também tem um papel central no sistema imunológico. O estudo, publicado na revista científica "British Medical Journal", defende que a vitamina seja adicionada obrigatoriamente na comida, a exemplo do que já acontece com o leite nos Estados Unidos. Mas autoridades de saúde britânicas alegam que os dados sobre as infecções não são conclusivos, e não recomendam a ingestão do suplemento sem acompanhamento médico. Segundo o Public Health England (PHE), departamento de saúde do Reino Unido, a vitamina D só deve ser consumida para melhorar a saúde dos músculos e dos ossos. O sistema imunológico usa a vitamina D para criar armas antimicrobianas, que perfuram buracos em bactérias e em vírus. Como a vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, muitas pessoas que vivem em países frios acabam tendo níveis mais baixos do composto durante o inverno. Combater infecções usando suplementação ainda é um assunto polêmico na comunidade médica, uma vez que testes feitos até agora sempre produziram resultados díspares. Para obter uma resposta definitiva, cientistas da Universidade Queen Mary, em Londres, reuniram dados de 11.321 pessoas e conduziram 25 experimentos diferentes. Eles analisaram infecções do trato respiratório –que cobrem uma ampla gama de doenças, de simples espirros à pneumonia. De forma geral, o estudo revelou que, a cada 33 pessoas que tomam suplementos de vitamina D, uma evita contrair a infecção. Segundo os cientistas, a suplementação com vitamina D seria mais efetiva do que as vacinas contra a gripe, cuja taxa de sucesso é de uma para cada 40 pessoas. No entanto, eles ressalvam que a gripe –que normalmente envolve febre e outros sintomas– é bem mais séria do que o típico resfriado. Também há benefícios maiores àqueles que tomam pílulas diariamente ou semanalmente –em vez de superdosagens mensais, por exemplos– e em pessoas que já tenham deficiência natural da vitamina, acrescentaram os estudiosos. Um deles, o professor Adrian Martineau, defende a suplementação com vitamina D. "Considerando que o Reino Unido tem 65 milhões de habitantes, e que 70% têm pelo menos uma infecção respiratório aguda por ano, tomar suplementos de vitamina D diariamente ou semanalmente significa que 3,25 milhões de pessoas a menos teriam pelo menos uma infecção respiratória aguda por ano". O Public Health England já aconselha ingerir suplementos de vitamina D no outono e no inverno com o objetivo de melhorar a saúde dos ossos e dos músculos. A suplementação é recomendada durante todo o ano para pessoas com baixa exposição ao sol, incluindo aquelas que vivem em casas de cuidado ou que estão regularmente cobertas. POLÊMICA No entanto, o tema continua cercado de polêmica, dividindo opiniões de cientistas. Louis Levy, diretor de Ciências da Nutrição do PHE, afirmou: "A evidência sobre a vitamina D e sobre o combate da infecção é inconsistente e esse estudo não fornece provas suficientes para embasar que recomendemos a ingestão da vitamina para reduzir o risco de infecções do trato respiratório". Mas para o professor Martin Hewison, da Universidade de Birmingham e da Sociedade de Endocrinologia do Reino Unido, as descobertas são "impressionantes". "Concordo com os autores que esse estudo embasa uma nova recomendação de ingestão da vitamina D além de seus benefícios conhecidos para a saúde dos ossos", acrescentou. Martineau, da Universidade Queen Mary, de Londres, reafirma a importância da ingestão regular de vitamina D e defende que o composto seja acrescentado à comida. "Fortificar a comida com vitamina D permite uma ingestão estável e de baixo nível de vitamina D que praticamente eliminou a deficiência de vitamina D em vários países".
equilibrioesaude
Suplemento de vitamina D pode evitar gripes e resfriados, diz estudoA ingestão de suplementos de vitamina D pode evitar que mais de 3 milhões de pessoas contraiam gripes ou resfriados no Reino Unido todos os anos, revela um novo estudo. A vitamina D é vital para manter a saúde dos ossos, mas também tem um papel central no sistema imunológico. O estudo, publicado na revista científica "British Medical Journal", defende que a vitamina seja adicionada obrigatoriamente na comida, a exemplo do que já acontece com o leite nos Estados Unidos. Mas autoridades de saúde britânicas alegam que os dados sobre as infecções não são conclusivos, e não recomendam a ingestão do suplemento sem acompanhamento médico. Segundo o Public Health England (PHE), departamento de saúde do Reino Unido, a vitamina D só deve ser consumida para melhorar a saúde dos músculos e dos ossos. O sistema imunológico usa a vitamina D para criar armas antimicrobianas, que perfuram buracos em bactérias e em vírus. Como a vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, muitas pessoas que vivem em países frios acabam tendo níveis mais baixos do composto durante o inverno. Combater infecções usando suplementação ainda é um assunto polêmico na comunidade médica, uma vez que testes feitos até agora sempre produziram resultados díspares. Para obter uma resposta definitiva, cientistas da Universidade Queen Mary, em Londres, reuniram dados de 11.321 pessoas e conduziram 25 experimentos diferentes. Eles analisaram infecções do trato respiratório –que cobrem uma ampla gama de doenças, de simples espirros à pneumonia. De forma geral, o estudo revelou que, a cada 33 pessoas que tomam suplementos de vitamina D, uma evita contrair a infecção. Segundo os cientistas, a suplementação com vitamina D seria mais efetiva do que as vacinas contra a gripe, cuja taxa de sucesso é de uma para cada 40 pessoas. No entanto, eles ressalvam que a gripe –que normalmente envolve febre e outros sintomas– é bem mais séria do que o típico resfriado. Também há benefícios maiores àqueles que tomam pílulas diariamente ou semanalmente –em vez de superdosagens mensais, por exemplos– e em pessoas que já tenham deficiência natural da vitamina, acrescentaram os estudiosos. Um deles, o professor Adrian Martineau, defende a suplementação com vitamina D. "Considerando que o Reino Unido tem 65 milhões de habitantes, e que 70% têm pelo menos uma infecção respiratório aguda por ano, tomar suplementos de vitamina D diariamente ou semanalmente significa que 3,25 milhões de pessoas a menos teriam pelo menos uma infecção respiratória aguda por ano". O Public Health England já aconselha ingerir suplementos de vitamina D no outono e no inverno com o objetivo de melhorar a saúde dos ossos e dos músculos. A suplementação é recomendada durante todo o ano para pessoas com baixa exposição ao sol, incluindo aquelas que vivem em casas de cuidado ou que estão regularmente cobertas. POLÊMICA No entanto, o tema continua cercado de polêmica, dividindo opiniões de cientistas. Louis Levy, diretor de Ciências da Nutrição do PHE, afirmou: "A evidência sobre a vitamina D e sobre o combate da infecção é inconsistente e esse estudo não fornece provas suficientes para embasar que recomendemos a ingestão da vitamina para reduzir o risco de infecções do trato respiratório". Mas para o professor Martin Hewison, da Universidade de Birmingham e da Sociedade de Endocrinologia do Reino Unido, as descobertas são "impressionantes". "Concordo com os autores que esse estudo embasa uma nova recomendação de ingestão da vitamina D além de seus benefícios conhecidos para a saúde dos ossos", acrescentou. Martineau, da Universidade Queen Mary, de Londres, reafirma a importância da ingestão regular de vitamina D e defende que o composto seja acrescentado à comida. "Fortificar a comida com vitamina D permite uma ingestão estável e de baixo nível de vitamina D que praticamente eliminou a deficiência de vitamina D em vários países".
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Preso desde 1999, Hildebrando Pascoal vai para o regime semiaberto
Preso desde setembro de 1999, o ex-deputado federal e ex-coronel da PM do Acre, Hildebrando Pascoal, obteve direito ao regime semiaberto nesta quinta-feira (6), após decisão da juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco Luana Campos . A decisão da magistrada, baseada nos benefícios garantidos aos presos pela Lei de Execuções Penais, garante pela primeira vez ao ex-deputado a saída do regime fechado para um regime mais brando, em que terá de cumprir uma rígida lista de determinações, como se recolher em casa das 19h às 6h, todos os dias, e receber os agentes de fiscalização do cumprimento do regime. Na mesma decisão, Campos concedeu uma saída temporária de sete dias ao ex-coronel, que ficou conhecido no país como "homem da motosserra", por liderar um esquadrão da morte que assassinou o mecânico Agilson Firmino usando o instrumento. Ele foi condenado a 106 anos de prisão pelos crimes de associação para o narcotráfico, homicídio, formação de quadrilha e por liderar um grupo de extermínio. Segundo o processo, ele participou diretamente da morte do mecânico, usando a motosserra para cortar braços e pernas de Firmino. A magistrada disse em sua decisão, porém, que a concessão da progressão do regime não significa que Pascoal vai ganhar a liberdade. O ex-coronel está internado há seis meses na Santa Casa de Misericórdia de Rio Branco, onde tenta se recuperar de problemas de saúde. Pascoal tem hipertensão e artrose, o que dificulta sua locomoção –ultimamente, só se desloca usando cadeira de rodas. A saída temporária, aliás, segundo a juíza, poderá ser usufruída por Pascoal na própria unidade de saúde, de onde ela mandou retirar a escolta policial que o acompanhava desde a internação. Durante a saída temporária, a defesa do ex-parlamentar deverá informar à Vara de Execuções Penais, por meio de um laudo médico, se existe a necessidade de permanência dele no hospital em que está ou se será analisada a transferência para uma prisão de regime semiaberto.
poder
Preso desde 1999, Hildebrando Pascoal vai para o regime semiabertoPreso desde setembro de 1999, o ex-deputado federal e ex-coronel da PM do Acre, Hildebrando Pascoal, obteve direito ao regime semiaberto nesta quinta-feira (6), após decisão da juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco Luana Campos . A decisão da magistrada, baseada nos benefícios garantidos aos presos pela Lei de Execuções Penais, garante pela primeira vez ao ex-deputado a saída do regime fechado para um regime mais brando, em que terá de cumprir uma rígida lista de determinações, como se recolher em casa das 19h às 6h, todos os dias, e receber os agentes de fiscalização do cumprimento do regime. Na mesma decisão, Campos concedeu uma saída temporária de sete dias ao ex-coronel, que ficou conhecido no país como "homem da motosserra", por liderar um esquadrão da morte que assassinou o mecânico Agilson Firmino usando o instrumento. Ele foi condenado a 106 anos de prisão pelos crimes de associação para o narcotráfico, homicídio, formação de quadrilha e por liderar um grupo de extermínio. Segundo o processo, ele participou diretamente da morte do mecânico, usando a motosserra para cortar braços e pernas de Firmino. A magistrada disse em sua decisão, porém, que a concessão da progressão do regime não significa que Pascoal vai ganhar a liberdade. O ex-coronel está internado há seis meses na Santa Casa de Misericórdia de Rio Branco, onde tenta se recuperar de problemas de saúde. Pascoal tem hipertensão e artrose, o que dificulta sua locomoção –ultimamente, só se desloca usando cadeira de rodas. A saída temporária, aliás, segundo a juíza, poderá ser usufruída por Pascoal na própria unidade de saúde, de onde ela mandou retirar a escolta policial que o acompanhava desde a internação. Durante a saída temporária, a defesa do ex-parlamentar deverá informar à Vara de Execuções Penais, por meio de um laudo médico, se existe a necessidade de permanência dele no hospital em que está ou se será analisada a transferência para uma prisão de regime semiaberto.
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Só uma em cada quatro empresas sobrevive após recuperação judicial
O número de empresas que deram entrada no pedido de recuperação judicial no Brasil bateu recorde histórico no mês passado. E, se depender do histórico do dispositivo, apenas 1 em cada 4 vai efetivamente conseguir retomar as operações. Segundo especialistas, o mais provável é que a companhia que vai sobreviver seja de médio ou grande porte, enquanto que a maior parte das pequenas e micro que recorrerem ao socorro ficará pelo caminho. Estudo inédito do birô de crédito Serasa Experian acompanhou 3.522 empresas que tiveram a recuperação judicial deferida entre junho de 2005 –ano em que a lei foi criada– e dezembro de 2014. Desse número, 946 companhias tiveram o processo encerrado no período. Delas, apenas 218 (ou 23%) voltaram à ativa. A realidade para as demais 728 foi ter a falência decretada. A perspectiva é que a taxa de sucesso caia, considerando que o estudo foi concluído antes que a crise econômica que afeta o país fizesse mais vítimas no mercado, principalmente entre as micro e pequenas empresas. Neste ano, o indicador da Serasa que mede a quantidade de companhias que deram entrada no pedido de recuperação judicial vem batendo recorde. Até setembro, o número de solicitações disparou 62% ante os primeiros nove meses de 2015: 1.479 empresas pediram recuperação. O estudo da Serasa não conclui se a taxa de sucesso é positiva ou negativa. "Não é um estudo voltado para trazer informação conjuntural", diz Luiz Rabi, economista da Serasa. Apesar disso, ele pondera: "Fica o questionamento: se eu não estou conseguindo recuperar nem metade das empresas, o instrumento talvez não esteja cumprindo de forma eficiente o objetivo para o qual foi gerado". ATRASO Alguns fatores desequilibram a balança e ajudam a definir se a empresa terá sucesso ou não no processo. Um dos principais é o momento de pedir a recuperação. "Boa parte das empresas menores ainda funciona em esquema familiar, então é difícil para o patriarca admitir que precisa de ajuda para sair do vermelho", diz Fabio Cortezzi, assessor jurídico da FecomercioSP. O timing certo é apontado por Luiz Antônio Nogueira, diretor financeiro da varejista de informática Cecomil, como diferencial para a recuperação que a empresa enfrentou nos últimos dois anos. "Se a gente tivesse demorado mais três ou quatro meses para entrar, seria questão de tempo para a empresa fechar", diz. Pedidos apresentados à Justiça - Número de empresas com pedidos de recuperação judicial bate recorde em 2016*
mercado
Só uma em cada quatro empresas sobrevive após recuperação judicialO número de empresas que deram entrada no pedido de recuperação judicial no Brasil bateu recorde histórico no mês passado. E, se depender do histórico do dispositivo, apenas 1 em cada 4 vai efetivamente conseguir retomar as operações. Segundo especialistas, o mais provável é que a companhia que vai sobreviver seja de médio ou grande porte, enquanto que a maior parte das pequenas e micro que recorrerem ao socorro ficará pelo caminho. Estudo inédito do birô de crédito Serasa Experian acompanhou 3.522 empresas que tiveram a recuperação judicial deferida entre junho de 2005 –ano em que a lei foi criada– e dezembro de 2014. Desse número, 946 companhias tiveram o processo encerrado no período. Delas, apenas 218 (ou 23%) voltaram à ativa. A realidade para as demais 728 foi ter a falência decretada. A perspectiva é que a taxa de sucesso caia, considerando que o estudo foi concluído antes que a crise econômica que afeta o país fizesse mais vítimas no mercado, principalmente entre as micro e pequenas empresas. Neste ano, o indicador da Serasa que mede a quantidade de companhias que deram entrada no pedido de recuperação judicial vem batendo recorde. Até setembro, o número de solicitações disparou 62% ante os primeiros nove meses de 2015: 1.479 empresas pediram recuperação. O estudo da Serasa não conclui se a taxa de sucesso é positiva ou negativa. "Não é um estudo voltado para trazer informação conjuntural", diz Luiz Rabi, economista da Serasa. Apesar disso, ele pondera: "Fica o questionamento: se eu não estou conseguindo recuperar nem metade das empresas, o instrumento talvez não esteja cumprindo de forma eficiente o objetivo para o qual foi gerado". ATRASO Alguns fatores desequilibram a balança e ajudam a definir se a empresa terá sucesso ou não no processo. Um dos principais é o momento de pedir a recuperação. "Boa parte das empresas menores ainda funciona em esquema familiar, então é difícil para o patriarca admitir que precisa de ajuda para sair do vermelho", diz Fabio Cortezzi, assessor jurídico da FecomercioSP. O timing certo é apontado por Luiz Antônio Nogueira, diretor financeiro da varejista de informática Cecomil, como diferencial para a recuperação que a empresa enfrentou nos últimos dois anos. "Se a gente tivesse demorado mais três ou quatro meses para entrar, seria questão de tempo para a empresa fechar", diz. Pedidos apresentados à Justiça - Número de empresas com pedidos de recuperação judicial bate recorde em 2016*
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Barcelona pretende realizar amistoso contra Santos no Brasil
O Barcelona pretende fazer valer o contrato da venda de Neymar que prevê um amistoso contra o Santos a ser realizado no Brasil. O clube catalão já separou datas para realizar o jogo entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. No acordo ficaram acertados dois amistosos entre os clubes. O primeiro já foi realizado em 2013 no Camp Nou —o Barça venceu o Santos por 8 a 0. O segundo depende de aprovação dos dois clubes pela data e, se não for realizado o Barcelona terá que pagar 4,5 milhões de euros (R$ 18 milhões). O Santos tem a intenção de realizar esta partida no dia 26 de janeiro de 2017, que é o aniversário da cidade de Santos. A ideia é que o jogo seja disputado na Vila Belmiro. Uma decisão deve ocorrer em agosto.
esporte
Barcelona pretende realizar amistoso contra Santos no BrasilO Barcelona pretende fazer valer o contrato da venda de Neymar que prevê um amistoso contra o Santos a ser realizado no Brasil. O clube catalão já separou datas para realizar o jogo entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. No acordo ficaram acertados dois amistosos entre os clubes. O primeiro já foi realizado em 2013 no Camp Nou —o Barça venceu o Santos por 8 a 0. O segundo depende de aprovação dos dois clubes pela data e, se não for realizado o Barcelona terá que pagar 4,5 milhões de euros (R$ 18 milhões). O Santos tem a intenção de realizar esta partida no dia 26 de janeiro de 2017, que é o aniversário da cidade de Santos. A ideia é que o jogo seja disputado na Vila Belmiro. Uma decisão deve ocorrer em agosto.
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Erramos: Água no Brasil
O infográfico Água no Brasil usou incorretamente a sigla PA para indicar os dados do Paraná. O consumo per capita de água nesse Estado em 2013 foi de 144 litros por habitante por dia, o que representa uma queda de 0,3% em relação à media dos três anos anteriores. O dado foi corrigido.
cotidiano
Erramos: Água no BrasilO infográfico Água no Brasil usou incorretamente a sigla PA para indicar os dados do Paraná. O consumo per capita de água nesse Estado em 2013 foi de 144 litros por habitante por dia, o que representa uma queda de 0,3% em relação à media dos três anos anteriores. O dado foi corrigido.
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Polvos amigos
Há livros que você pega e não dá mais jeito de largar, assim, logo no primeiro parágrafo. É o caso de "A Alma de um Polvo" ("The Soul of an Octopus"), best-seller de livros de não ficção nos Estados Unidos, de Sy Montgomery. Nada de Julio Verne, nem de Moby Dick, imensos monstros derrubando navios. Menos, menos. Apenas um quase modesto documentário, bem escrito. Não passa de um caso de amor entre polvos e seus cuidadores num Aquário de Boston. Nunca imaginei que alguém pudesse se apegar a um peixe como a um bicho de estimação. E um polvo? Escorreguento, melado? Viscoso, cheio de inexplicáveis tentáculos que abraçam com ternura? Colorido macio, mudando de cores, brincando de esconde-esconde, tentando fugir em todas as oportunidades? Às vezes fica entediado, quem não fica? E daí é preciso inventar caixinhas difíceis de abrir, arrumar um canto cheio de Legos complicados. Ah, os polvos. Achei impressionante e interessante, acho que jamais me apegaria a uma criatura dos mares, tão diferente, tão estranha, se fala, fala outra língua, com certeza, que eu não entenderia nunca, vinda de outra perspectiva de vida. Será? Não vivem muito, temos um tempo menor do que o humano para afagar seus tentáculos, passar a mão por sua cabeça pequena, piscar maliciosamente para eles e isso, com certeza, aumenta o valor da conquista. Quando brincalhões ou com raiva, assopram água na nossa cara, ensopam as roupas que vestimos, pregam peças. Um deles se escondeu dentro de um macacão vazio e quase matou de susto os mergulhadores. São cheios de personalidade, querem conhecer o mundo, entender o que se passa e têm 300 milhões de neurônios no cérebro. (Nós temos 100 bilhões.) São como nós, ao envelhecer, vão perdendo a graça, o lustre. Desistem de fazer rir, com sua graça infinda. Quando morrem deixam os amigos enlutados e chorosos e, aqui para nós, com vergonha de contar aos outros que choram por um polvo. Nossa autora achava Kali o polvo fêmea mais lindo que já vira. Tinha esse nome por ser feminina, miudinha e ter um pinta branca na testa. Brincava, aprendia intensamente, lembrava-se das pessoas, prestava atenção, comparava, podia gostar ou não, também podia ser ciumenta a nossa Kali. Tão diferente de nós e tão parecidos. Polvos amigos. Assim, pela manhã, na hora do café com leite, não alterada por nenhuma droga, nem em meditação de consciência universal, pode-se comungar com a diversidade, com a alma de um polvo E eu que queria comer meu polvo ensopado, cozido à portuguesa vim descobri-lo vivo, inteligente, malicioso, carinhoso. Há que ser muito especial para se dizer amigo de um polvo. Sem querer estragar a ideia da amizade, vamos a um último spoiler. Eles têm endereço. Tonmo.com - The Octopus New Magazine Online e no blog Cephalove. Quem quiser comê-los em fatias é melhor esquecer onde encontrá-los seja no mar ou nos aquários e se dirigir direto aos mercados e feiras.
colunas
Polvos amigosHá livros que você pega e não dá mais jeito de largar, assim, logo no primeiro parágrafo. É o caso de "A Alma de um Polvo" ("The Soul of an Octopus"), best-seller de livros de não ficção nos Estados Unidos, de Sy Montgomery. Nada de Julio Verne, nem de Moby Dick, imensos monstros derrubando navios. Menos, menos. Apenas um quase modesto documentário, bem escrito. Não passa de um caso de amor entre polvos e seus cuidadores num Aquário de Boston. Nunca imaginei que alguém pudesse se apegar a um peixe como a um bicho de estimação. E um polvo? Escorreguento, melado? Viscoso, cheio de inexplicáveis tentáculos que abraçam com ternura? Colorido macio, mudando de cores, brincando de esconde-esconde, tentando fugir em todas as oportunidades? Às vezes fica entediado, quem não fica? E daí é preciso inventar caixinhas difíceis de abrir, arrumar um canto cheio de Legos complicados. Ah, os polvos. Achei impressionante e interessante, acho que jamais me apegaria a uma criatura dos mares, tão diferente, tão estranha, se fala, fala outra língua, com certeza, que eu não entenderia nunca, vinda de outra perspectiva de vida. Será? Não vivem muito, temos um tempo menor do que o humano para afagar seus tentáculos, passar a mão por sua cabeça pequena, piscar maliciosamente para eles e isso, com certeza, aumenta o valor da conquista. Quando brincalhões ou com raiva, assopram água na nossa cara, ensopam as roupas que vestimos, pregam peças. Um deles se escondeu dentro de um macacão vazio e quase matou de susto os mergulhadores. São cheios de personalidade, querem conhecer o mundo, entender o que se passa e têm 300 milhões de neurônios no cérebro. (Nós temos 100 bilhões.) São como nós, ao envelhecer, vão perdendo a graça, o lustre. Desistem de fazer rir, com sua graça infinda. Quando morrem deixam os amigos enlutados e chorosos e, aqui para nós, com vergonha de contar aos outros que choram por um polvo. Nossa autora achava Kali o polvo fêmea mais lindo que já vira. Tinha esse nome por ser feminina, miudinha e ter um pinta branca na testa. Brincava, aprendia intensamente, lembrava-se das pessoas, prestava atenção, comparava, podia gostar ou não, também podia ser ciumenta a nossa Kali. Tão diferente de nós e tão parecidos. Polvos amigos. Assim, pela manhã, na hora do café com leite, não alterada por nenhuma droga, nem em meditação de consciência universal, pode-se comungar com a diversidade, com a alma de um polvo E eu que queria comer meu polvo ensopado, cozido à portuguesa vim descobri-lo vivo, inteligente, malicioso, carinhoso. Há que ser muito especial para se dizer amigo de um polvo. Sem querer estragar a ideia da amizade, vamos a um último spoiler. Eles têm endereço. Tonmo.com - The Octopus New Magazine Online e no blog Cephalove. Quem quiser comê-los em fatias é melhor esquecer onde encontrá-los seja no mar ou nos aquários e se dirigir direto aos mercados e feiras.
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Multinacional de higiene pessoal investe R$ 400 milhões no Brasil
A Kimberly-Clark vai investir ao menos R$ 400 milhões no Brasil neste ano na compra de novas máquinas e na expansão das cinco fábricas e dois centros de distribuição que a empresa mantém no país. Além disso, mais US$ 10 milhões (R$ 39,6 milhões) foram aplicados na instalação de um novo centro de inovação em São Paulo, que será inaugurado em abril. A marca mantém outros dois centros com essas características no mundo, um nos EUA e outro na Coreia do Sul. Instalado na Colômbia desde 2012, um terceiro será transferido ao Brasil devido ao forte crescimento da empresa no país. "Os números mudaram nos últimos anos. Nosso crescimento aqui é estável e hoje é a nossa maior operação na América Latina", afirma o presidente da Kimberly-Clark no Brasil, Sergio Cruz. Há 20 anos no país, a companhia viu seu faturamento crescer na casa dos dois dígitos pelos últimos 12 anos. Mesmo com a queda na intenção de consumo das famílias brasileiras, a empresa prevê repetir a alta acima dos 10% em 2016. "Os produtos de higiene são de primeira necessidade, então as vendas não são tão afetadas, e temos oferta para públicos em diferentes faixas de renda." Uma das principais apostas de mercado da empresa é o desenvolvimento de novos produtos geriátricos, o que será um dos focos do novo centro de inovação. "É um mercado que vai crescer nos próximos anos na América Latina." ranking - Supermercados enfrentam uma queda de 1,87% no faturamento A receita dos supermercados de São Paulo foi 1,87% menor no ano passado do que em 2014. O dado, calculado em termos reais com correção pelo IPCA, é da Apas, a associação do setor. Em valores nominais, a receita cresceu 7%, mas a inflação corroeu os resultados. Não foram só os aumentos nos preços dos itens nas prateleiras que influenciaram o resultado, mas, também, nos custos fixos das redes, como energia elétrica, afirma Rodrigo Mariano, gerente de economia da Apas. O consumo não subiu na mesma proporção porque os clientes desistiram de adquirir alguns itens. "Em 2014, houve trocas de determinadas marcas por outras. Agora, o consumidor deixa de comprar produtos considerados supérfluos." Em dezembro do ano passado, a queda do faturamento foi de 2,36% em relação ao mesmo mês de 2014. A expectativa é que o resultado não siga a mesma curva descendente neste ano. "O consumidor já fez suas escolhas: não vai comprar bens duráveis, como geladeira, e a renda será destinada às contas e ao supermercado", afirma Mariano. ranking - DIRETO NO BALCÃO Os medicamentos de venda livre, aqueles isentos de prescrição médica, do laboratório EMS registraram um crescimento acima do mercado em 2015, na comparação com o ano anterior. Enquanto o setor cresceu em torno de 15%, o laboratório registrou 24% de avanço em 2015 na comparação com o ano anterior, percentual também superior ao alcançado no último período, de 18%. Para este ano, a farmacêutica projeta um crescimento entre 30% e 35%, com a previsão de lançamento de ao menos dois produtos. A empresa investiu mais de R$ 100 milhões na área de OTC nos últimos dois anos. Entre os principais medicamentos do laboratório, está um bálsamo para dores reumáticas, que representa 40% dos investimentos. foi o crescimento do setor de remédios isentos de receita da EMS em 2015 foi o investimento na área de venda livre de prescrição nos últimos dois anos - NA PONTA DA LÍNGUA Os brasileiros ficaram atrás de argentinos, chilenos e mexicanos entre os povos latinos com mais proficiência em inglês, segundo estudo da escola EF Idiomas realizado no ano passado. Com 51,05 pontos, o país ainda aparece entre as nações que tiveram baixo desempenho e terminou o ano passado na 41ª posição, de um total de 70 países analisados. Os brasileiros, no entanto, subiram 1,09 ponto entre 2014 e 2015, em parte devido a medidas governamentais de incentivo ao ensino da língua inglesa estimuladas pela Copa do Mundo de 2014 e pela Olimpíada do Rio, neste ano. No ano anterior, o Brasil aparecia na 34ª colocação, mas o universo de países analisados pela pesquisa era menor, com 63 no total. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA
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Multinacional de higiene pessoal investe R$ 400 milhões no BrasilA Kimberly-Clark vai investir ao menos R$ 400 milhões no Brasil neste ano na compra de novas máquinas e na expansão das cinco fábricas e dois centros de distribuição que a empresa mantém no país. Além disso, mais US$ 10 milhões (R$ 39,6 milhões) foram aplicados na instalação de um novo centro de inovação em São Paulo, que será inaugurado em abril. A marca mantém outros dois centros com essas características no mundo, um nos EUA e outro na Coreia do Sul. Instalado na Colômbia desde 2012, um terceiro será transferido ao Brasil devido ao forte crescimento da empresa no país. "Os números mudaram nos últimos anos. Nosso crescimento aqui é estável e hoje é a nossa maior operação na América Latina", afirma o presidente da Kimberly-Clark no Brasil, Sergio Cruz. Há 20 anos no país, a companhia viu seu faturamento crescer na casa dos dois dígitos pelos últimos 12 anos. Mesmo com a queda na intenção de consumo das famílias brasileiras, a empresa prevê repetir a alta acima dos 10% em 2016. "Os produtos de higiene são de primeira necessidade, então as vendas não são tão afetadas, e temos oferta para públicos em diferentes faixas de renda." Uma das principais apostas de mercado da empresa é o desenvolvimento de novos produtos geriátricos, o que será um dos focos do novo centro de inovação. "É um mercado que vai crescer nos próximos anos na América Latina." ranking - Supermercados enfrentam uma queda de 1,87% no faturamento A receita dos supermercados de São Paulo foi 1,87% menor no ano passado do que em 2014. O dado, calculado em termos reais com correção pelo IPCA, é da Apas, a associação do setor. Em valores nominais, a receita cresceu 7%, mas a inflação corroeu os resultados. Não foram só os aumentos nos preços dos itens nas prateleiras que influenciaram o resultado, mas, também, nos custos fixos das redes, como energia elétrica, afirma Rodrigo Mariano, gerente de economia da Apas. O consumo não subiu na mesma proporção porque os clientes desistiram de adquirir alguns itens. "Em 2014, houve trocas de determinadas marcas por outras. Agora, o consumidor deixa de comprar produtos considerados supérfluos." Em dezembro do ano passado, a queda do faturamento foi de 2,36% em relação ao mesmo mês de 2014. A expectativa é que o resultado não siga a mesma curva descendente neste ano. "O consumidor já fez suas escolhas: não vai comprar bens duráveis, como geladeira, e a renda será destinada às contas e ao supermercado", afirma Mariano. ranking - DIRETO NO BALCÃO Os medicamentos de venda livre, aqueles isentos de prescrição médica, do laboratório EMS registraram um crescimento acima do mercado em 2015, na comparação com o ano anterior. Enquanto o setor cresceu em torno de 15%, o laboratório registrou 24% de avanço em 2015 na comparação com o ano anterior, percentual também superior ao alcançado no último período, de 18%. Para este ano, a farmacêutica projeta um crescimento entre 30% e 35%, com a previsão de lançamento de ao menos dois produtos. A empresa investiu mais de R$ 100 milhões na área de OTC nos últimos dois anos. Entre os principais medicamentos do laboratório, está um bálsamo para dores reumáticas, que representa 40% dos investimentos. foi o crescimento do setor de remédios isentos de receita da EMS em 2015 foi o investimento na área de venda livre de prescrição nos últimos dois anos - NA PONTA DA LÍNGUA Os brasileiros ficaram atrás de argentinos, chilenos e mexicanos entre os povos latinos com mais proficiência em inglês, segundo estudo da escola EF Idiomas realizado no ano passado. Com 51,05 pontos, o país ainda aparece entre as nações que tiveram baixo desempenho e terminou o ano passado na 41ª posição, de um total de 70 países analisados. Os brasileiros, no entanto, subiram 1,09 ponto entre 2014 e 2015, em parte devido a medidas governamentais de incentivo ao ensino da língua inglesa estimuladas pela Copa do Mundo de 2014 e pela Olimpíada do Rio, neste ano. No ano anterior, o Brasil aparecia na 34ª colocação, mas o universo de países analisados pela pesquisa era menor, com 63 no total. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA
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Modelo federativo e falta de dados travam combate à exploração sexual
A legislação brasileira tem evoluído no que diz respeito ao combate à exploração sexual infantil, mas é preciso mais: a dificuldade na coleta de dados, a cultura dos órgãos públicos voltados à criança e ao adolescente e o próprio modelo federativo do país são obstáculos para a implementação de políticas públicas no setor. Nesta quinta (18), na mesa que abriu o Fórum Exploração Sexual Infantil, organizado pela Folha em parceria com a ONG Instituto Liberta e a incorporadora Cyrela, especialistas discutiram a efetividade e as estratégias para direcionar as ações de enfrentamento para erradicar o problema. A Lei 13.431, promulgada em abril deste ano, foi considerada um avanço importante no combate à exploração infantil. A avaliação é que medidas legais, como o depoimento especial, que facilita a participação de crianças e adolescentes em processos judiciais, podem ajudar a aumentar a solução de casos. "Em Porto Alegre, nas primeiras varas em que as salas especiais foram implementadas, o percentual de responsabilização de agressores subiu de 3% para 70%" afirmou Eva Dengler, gerente de programas e relações empresariais da Childhood Brasil. Claudia Vidigal, secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, também citou outras normas recentes, como a que regulamentou a infiltração da Polícia Civil na internet, que seria a raiz de muitos dos casos de recrutamento de menores. No entanto, as debatedoras reconheceram a existência de desafios institucionais que põem a campanha em risco. De acordo com a oficial de proteção da Unicef Fabiana Gorenstein, é impossível fazer políticas eficientes se não houver dados para dar a dimensão do problema. "A distribuição da competência entre União, Estados e Municípios faz com que seja quase impossível dimensionar a abrangência epidemiológica da violência sexual." Heloísa Oliveira, administradora-executiva da Fundação Abrinq, também apontou problemas no modelo federativo, que dificulta a implementação de políticas: "Mesmo que a lei seja excelente, você tem que adaptá-la do plano nacional para o estadual e, depois, para o municipal. Temos mais de 5.000 municípios: o problema não é só botar no papel, é também tirar do papel". Sobre o problema da cultura institucional, Flávio Debique, gerente da Plan International Brasil, questionou a forma como as delegacias de polícia e os órgãos assistenciais tratam as denúncias de exploração infantil a depender da faixa etária do menor. "A relativização da situação de adolescentes entre 14 e 18 anos ainda é comum nas delegacias, nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), nos Conselhos Tutelares. Tratam a situação como uma decisão autônoma do adolescente, como se ele quisesse estar ali." FALTA DE COMUNICAÇÃO Outra dificuldade no combate à exploração sexual infantil, segundo a presidente do Instituto Liberta Luciana Temer, é a falta de disposição da sociedade civil em discutir o assunto e acolher as crianças como vítimas. "Se uma menina tem 14 anos e quer se prostituir, o problema não é dela, é de todos nós". Para combater a falta de comunicação e informação, o Instituto Liberta lançou, em parceria com a ONG Childhood Brasil e a Fundação Abrinq, a campanha Números. A intenção é que a revelação de dados relativos à exploração sexual infantil no país, líder na América do Sul em casos desse tipo, alimente a discussão na sociedade e quebre a cadeia de naturalidade e aceitação do abuso. As três instituições, mais a Plan International Brasil e a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança do Adolescente formaram uma coalizão que tem como objetivo promover ações de conscientização da sociedade civil durante o 18 de maio. Segundo Claudia Vidigal, estão ocorrendo cerca de 400 ações pelo país, como fóruns de discussão, entrega de panfletos, oficinas e apresentações culturais.
seminariosfolha
Modelo federativo e falta de dados travam combate à exploração sexualA legislação brasileira tem evoluído no que diz respeito ao combate à exploração sexual infantil, mas é preciso mais: a dificuldade na coleta de dados, a cultura dos órgãos públicos voltados à criança e ao adolescente e o próprio modelo federativo do país são obstáculos para a implementação de políticas públicas no setor. Nesta quinta (18), na mesa que abriu o Fórum Exploração Sexual Infantil, organizado pela Folha em parceria com a ONG Instituto Liberta e a incorporadora Cyrela, especialistas discutiram a efetividade e as estratégias para direcionar as ações de enfrentamento para erradicar o problema. A Lei 13.431, promulgada em abril deste ano, foi considerada um avanço importante no combate à exploração infantil. A avaliação é que medidas legais, como o depoimento especial, que facilita a participação de crianças e adolescentes em processos judiciais, podem ajudar a aumentar a solução de casos. "Em Porto Alegre, nas primeiras varas em que as salas especiais foram implementadas, o percentual de responsabilização de agressores subiu de 3% para 70%" afirmou Eva Dengler, gerente de programas e relações empresariais da Childhood Brasil. Claudia Vidigal, secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, também citou outras normas recentes, como a que regulamentou a infiltração da Polícia Civil na internet, que seria a raiz de muitos dos casos de recrutamento de menores. No entanto, as debatedoras reconheceram a existência de desafios institucionais que põem a campanha em risco. De acordo com a oficial de proteção da Unicef Fabiana Gorenstein, é impossível fazer políticas eficientes se não houver dados para dar a dimensão do problema. "A distribuição da competência entre União, Estados e Municípios faz com que seja quase impossível dimensionar a abrangência epidemiológica da violência sexual." Heloísa Oliveira, administradora-executiva da Fundação Abrinq, também apontou problemas no modelo federativo, que dificulta a implementação de políticas: "Mesmo que a lei seja excelente, você tem que adaptá-la do plano nacional para o estadual e, depois, para o municipal. Temos mais de 5.000 municípios: o problema não é só botar no papel, é também tirar do papel". Sobre o problema da cultura institucional, Flávio Debique, gerente da Plan International Brasil, questionou a forma como as delegacias de polícia e os órgãos assistenciais tratam as denúncias de exploração infantil a depender da faixa etária do menor. "A relativização da situação de adolescentes entre 14 e 18 anos ainda é comum nas delegacias, nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), nos Conselhos Tutelares. Tratam a situação como uma decisão autônoma do adolescente, como se ele quisesse estar ali." FALTA DE COMUNICAÇÃO Outra dificuldade no combate à exploração sexual infantil, segundo a presidente do Instituto Liberta Luciana Temer, é a falta de disposição da sociedade civil em discutir o assunto e acolher as crianças como vítimas. "Se uma menina tem 14 anos e quer se prostituir, o problema não é dela, é de todos nós". Para combater a falta de comunicação e informação, o Instituto Liberta lançou, em parceria com a ONG Childhood Brasil e a Fundação Abrinq, a campanha Números. A intenção é que a revelação de dados relativos à exploração sexual infantil no país, líder na América do Sul em casos desse tipo, alimente a discussão na sociedade e quebre a cadeia de naturalidade e aceitação do abuso. As três instituições, mais a Plan International Brasil e a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança do Adolescente formaram uma coalizão que tem como objetivo promover ações de conscientização da sociedade civil durante o 18 de maio. Segundo Claudia Vidigal, estão ocorrendo cerca de 400 ações pelo país, como fóruns de discussão, entrega de panfletos, oficinas e apresentações culturais.
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Presidente da Cultura diz que 'Viola Minha Viola' e 'Provocações' acabaram
A TV Cultura não irá mais produzir os programas "Provocações" e "Viola Minha Viola", segundo Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora do canal, afirmou à Folha nesta segunda-feira (10). Em julho, toda a equipe dessas duas atrações foi despedida –integram as 53 demissões dos quadros da emissora, em 2015. Em junho, funcionários da Cultura entraram em greve por quase uma semana contra os cortes. Para Mendonça, não "tem sentido" manter os funcionários nem as atrações após a morte em março de Inezita Barroso, que comandou o "Viola" por 35 anos, e, em abril, de Antônio Abujamra, que ficou à frente do "Provocações" desde 2000. "Esses programas acabaram quando essas pessoas morreram. Eles eram absolutamente personificados", disse o presidente, que comparou a continuidade dessas atrações sem os respectivos apresentadores a "gravar um 'Programa do Jô' sem Jô Soares". No caso do "Provocações", a Folha apurou que André Abujamra, filho de Antônio, recebeu uma proposta para assumir uma atração de entrevistas nos moldes do programa do pai. Ele deveria gravar um piloto com a mesma equipe, mas a hipótese foi cancelada após as demissões. Mendonça nega que tenha existido a intenção de continuar o "Provocações" sem Abujamra. Segundo o presidente, "pode ser" que a Cultura crie "outros produtos parecidos na grade de programação". Mas tudo dependeria de patrocinadores, o que não existe até o momento. Mendonça negou que o ator Lima Duarte, cogitado para assumir o posto de Inezita à frente do "Viola", tenha sido formalmente convidado a trabalhar no programa. "Sentiria a maior maior alegria em tê-lo aqui na Fundação, mas não existe nada." À Folha, Lima disse que tinha aceitado o convite para assumir o programa. O jornal "O Estado de S. Paulo" noticiou que o ator e Marcos Mendonça se encontrariam no fim de julho para negociar a contratação, que ainda dependia de liberação da TV Globo e de contratos publicitários. Procurado pela reportagem nesta segunda (10), Lima Duarte não foi encontrado até a publicação desta nota. "Ele vai enriquecer a TV Cultura se eventualmente vier para cá. O que existe é um sonho de tê-lo aqui", desconversou o presidente. "Eu não posso convidar o Lima, não há como convidar uma pessoa como essa." Ainda que fosse reeditado com um novo apresentador, no entanto, o programa "provavelmente" não se chamaria "Viola Minha Viola", segundo o executivo. "Deus me perdoe, mas acho que estavam aguardando isso", diz Nico Prado, que dirigiu o programa de Inezita nos últimos seis anos, sobre a relação da morte da cantora e apresentadora com o fim da atração. Ele conversou com a reportagem durante ato realizado na manhã desta segunda (10) em frente aos portões da emissora, em São Paulo, contra as demissões na empresa. A manifestação reuniu cerca de 70 pessoas, entre funcionários, ex-funcionários, sindicalistas e fãs órfãos do "Viola Minha Viola". Prado relata que, havia algum tempo, já era difícil conseguir verba para custear passagem e hospedagem de convidados do "Viola" que moravam fora de São Paulo.
ilustrada
Presidente da Cultura diz que 'Viola Minha Viola' e 'Provocações' acabaramA TV Cultura não irá mais produzir os programas "Provocações" e "Viola Minha Viola", segundo Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora do canal, afirmou à Folha nesta segunda-feira (10). Em julho, toda a equipe dessas duas atrações foi despedida –integram as 53 demissões dos quadros da emissora, em 2015. Em junho, funcionários da Cultura entraram em greve por quase uma semana contra os cortes. Para Mendonça, não "tem sentido" manter os funcionários nem as atrações após a morte em março de Inezita Barroso, que comandou o "Viola" por 35 anos, e, em abril, de Antônio Abujamra, que ficou à frente do "Provocações" desde 2000. "Esses programas acabaram quando essas pessoas morreram. Eles eram absolutamente personificados", disse o presidente, que comparou a continuidade dessas atrações sem os respectivos apresentadores a "gravar um 'Programa do Jô' sem Jô Soares". No caso do "Provocações", a Folha apurou que André Abujamra, filho de Antônio, recebeu uma proposta para assumir uma atração de entrevistas nos moldes do programa do pai. Ele deveria gravar um piloto com a mesma equipe, mas a hipótese foi cancelada após as demissões. Mendonça nega que tenha existido a intenção de continuar o "Provocações" sem Abujamra. Segundo o presidente, "pode ser" que a Cultura crie "outros produtos parecidos na grade de programação". Mas tudo dependeria de patrocinadores, o que não existe até o momento. Mendonça negou que o ator Lima Duarte, cogitado para assumir o posto de Inezita à frente do "Viola", tenha sido formalmente convidado a trabalhar no programa. "Sentiria a maior maior alegria em tê-lo aqui na Fundação, mas não existe nada." À Folha, Lima disse que tinha aceitado o convite para assumir o programa. O jornal "O Estado de S. Paulo" noticiou que o ator e Marcos Mendonça se encontrariam no fim de julho para negociar a contratação, que ainda dependia de liberação da TV Globo e de contratos publicitários. Procurado pela reportagem nesta segunda (10), Lima Duarte não foi encontrado até a publicação desta nota. "Ele vai enriquecer a TV Cultura se eventualmente vier para cá. O que existe é um sonho de tê-lo aqui", desconversou o presidente. "Eu não posso convidar o Lima, não há como convidar uma pessoa como essa." Ainda que fosse reeditado com um novo apresentador, no entanto, o programa "provavelmente" não se chamaria "Viola Minha Viola", segundo o executivo. "Deus me perdoe, mas acho que estavam aguardando isso", diz Nico Prado, que dirigiu o programa de Inezita nos últimos seis anos, sobre a relação da morte da cantora e apresentadora com o fim da atração. Ele conversou com a reportagem durante ato realizado na manhã desta segunda (10) em frente aos portões da emissora, em São Paulo, contra as demissões na empresa. A manifestação reuniu cerca de 70 pessoas, entre funcionários, ex-funcionários, sindicalistas e fãs órfãos do "Viola Minha Viola". Prado relata que, havia algum tempo, já era difícil conseguir verba para custear passagem e hospedagem de convidados do "Viola" que moravam fora de São Paulo.
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Tolerância máxima
Desde janeiro, um dos livros mais repulsivos jamais escritos está liberado para publicação. Setenta anos depois da morte do autor, o genocida Adolf Hitler, período no qual o Estado da Baviera vinha impedindo a reedição, o texto cai agora em domínio público. Trata-se da autobiografia panfletária (1925) em que o futuro ditador alemão empilha ressentimentos e os traduz em ódio patológico contra judeus, comunistas, eslavos e outros povos e minorias "inferiores". Essas noções foram derrotadas tanto pela ciência, como pelas armas; subsistem numa franja de extremismo passadista e inexpressivo. Duas editoras brasileiras apressaram-se a lançar o livro. A primeira edição, que se resume ao texto original, foi proibida e apreendida pela Justiça fluminense, que ainda deverá examinar recurso. Uma segunda edição, acompanhada de aparato crítico, está prevista para o mês de março. Numa sociedade de fato democrática, convém cultivar a liberdade de expressão na latitude mais ampla, dado que ela é pré-requisito para o exercício das demais liberdades e garantia de que, mediante o confronto desimpedido das opiniões, a própria sociedade se esclarece e evolui. Ideias, mesmo que estúpidas, combatem-se com ideias melhores. Existem, ademais, razões práticas para tolerar barbaridades como este "Minha Luta": proibições tendem a glamurizar obras que não merecem sequer essa distinção emprestada, além de resultarem inócuas, pois o texto segue disponível em versões clandestinas na internet. Mas há uma questão de princípio. Embora não admita a censura prévia, pelo que acarreta de cerceamento, a melhor tradição democrática estipula situações em que o abuso da liberdade de expressão justifica sanção. É quando se pratica injúria pessoal ou se divulga informação falsa por má-fé; é também quando se incita ao desrespeito das leis e à violência. Este último é o caso, sem dúvida, de "Minha Luta". Ainda assim, o risco de incitação deveria ser atual, premente, imediato -o que não acontece neste livro rancoroso que, cultuado embora em círculos extremistas isolados, é hoje uma pálida reminiscência histórica de uma era felizmente superada. A própria tragédia da Alemanha durante a República de Weimar (1919-1933), que naufragou no pesadelo nazista, recomenda à democracia ser tolerante com ideias, por odiosas que sejam, mas implacável contra a mais tênue ameaça de implantá-las pela força.
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Tolerância máximaDesde janeiro, um dos livros mais repulsivos jamais escritos está liberado para publicação. Setenta anos depois da morte do autor, o genocida Adolf Hitler, período no qual o Estado da Baviera vinha impedindo a reedição, o texto cai agora em domínio público. Trata-se da autobiografia panfletária (1925) em que o futuro ditador alemão empilha ressentimentos e os traduz em ódio patológico contra judeus, comunistas, eslavos e outros povos e minorias "inferiores". Essas noções foram derrotadas tanto pela ciência, como pelas armas; subsistem numa franja de extremismo passadista e inexpressivo. Duas editoras brasileiras apressaram-se a lançar o livro. A primeira edição, que se resume ao texto original, foi proibida e apreendida pela Justiça fluminense, que ainda deverá examinar recurso. Uma segunda edição, acompanhada de aparato crítico, está prevista para o mês de março. Numa sociedade de fato democrática, convém cultivar a liberdade de expressão na latitude mais ampla, dado que ela é pré-requisito para o exercício das demais liberdades e garantia de que, mediante o confronto desimpedido das opiniões, a própria sociedade se esclarece e evolui. Ideias, mesmo que estúpidas, combatem-se com ideias melhores. Existem, ademais, razões práticas para tolerar barbaridades como este "Minha Luta": proibições tendem a glamurizar obras que não merecem sequer essa distinção emprestada, além de resultarem inócuas, pois o texto segue disponível em versões clandestinas na internet. Mas há uma questão de princípio. Embora não admita a censura prévia, pelo que acarreta de cerceamento, a melhor tradição democrática estipula situações em que o abuso da liberdade de expressão justifica sanção. É quando se pratica injúria pessoal ou se divulga informação falsa por má-fé; é também quando se incita ao desrespeito das leis e à violência. Este último é o caso, sem dúvida, de "Minha Luta". Ainda assim, o risco de incitação deveria ser atual, premente, imediato -o que não acontece neste livro rancoroso que, cultuado embora em círculos extremistas isolados, é hoje uma pálida reminiscência histórica de uma era felizmente superada. A própria tragédia da Alemanha durante a República de Weimar (1919-1933), que naufragou no pesadelo nazista, recomenda à democracia ser tolerante com ideias, por odiosas que sejam, mas implacável contra a mais tênue ameaça de implantá-las pela força.
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Parasitas da agonia
SÃO PAULO - O longo intervalo entre a votação do impeachment na Câmara e o juízo para instalá-lo, no Senado, expõe Dilma Rousseff a um triste espetáculo. O "reality show" exibe a derrocada física e psicológica da figura que ocupa, sem exercer, o principal cargo da República. A cada fala em que deslegitima a arquitetura constitucional, a mesma responsável por sua ascensão, Dilma se distancia mais da respeitabilidade. O pior castigo para um mandatário compelido a discursar todo dia é não ser levado a sério. Quem seria capaz de manter o equilíbrio, a coerência e o sentido de sua missão institucional numa situação como essa? Quanta crueldade é obrigar um presidente de fato deposto –não há volta para quem reuniu contra si mais de 70% dos deputados– a definhar em praça pública! O erro menor coube ao Supremo, que complicou a leitura deste trecho da Carta: "Admitida a acusação contra o Presidente, por dois terços da Câmara, será ele submetido a julgamento perante o Senado nos crimes de responsabilidade". O voto derrotado do ministro Edson Fachin, que reconhecia ser da Câmara o papel crucial, ajustava-se melhor à natureza sobretudo política do impeachment. Fachin deveria ser imitado na autocontenção que demonstra em face do Legislativo. A culpa principal, contudo, é das lideranças que parasitam a lenta agonia de Dilma. Lula e o PT querem uma mártir para evitar o cisma que ameaça retirar da sigla a supremacia na esquerda. Renan Calheiros, Aécio Neves e outros figurões da centro-direita aproveitam o interregno para negociar a adesão ao novo governo. Nenhum dos dois lados dá a mínima para salvaguardar seja a dignidade de Dilma Rousseff, seja a grandeza da Presidência da República. Se recobrasse o discernimento, Dilma encontraria na renúncia a chave para explodir o conluio que promove esse impiedoso ritual de sacrifício. [email protected]
colunas
Parasitas da agoniaSÃO PAULO - O longo intervalo entre a votação do impeachment na Câmara e o juízo para instalá-lo, no Senado, expõe Dilma Rousseff a um triste espetáculo. O "reality show" exibe a derrocada física e psicológica da figura que ocupa, sem exercer, o principal cargo da República. A cada fala em que deslegitima a arquitetura constitucional, a mesma responsável por sua ascensão, Dilma se distancia mais da respeitabilidade. O pior castigo para um mandatário compelido a discursar todo dia é não ser levado a sério. Quem seria capaz de manter o equilíbrio, a coerência e o sentido de sua missão institucional numa situação como essa? Quanta crueldade é obrigar um presidente de fato deposto –não há volta para quem reuniu contra si mais de 70% dos deputados– a definhar em praça pública! O erro menor coube ao Supremo, que complicou a leitura deste trecho da Carta: "Admitida a acusação contra o Presidente, por dois terços da Câmara, será ele submetido a julgamento perante o Senado nos crimes de responsabilidade". O voto derrotado do ministro Edson Fachin, que reconhecia ser da Câmara o papel crucial, ajustava-se melhor à natureza sobretudo política do impeachment. Fachin deveria ser imitado na autocontenção que demonstra em face do Legislativo. A culpa principal, contudo, é das lideranças que parasitam a lenta agonia de Dilma. Lula e o PT querem uma mártir para evitar o cisma que ameaça retirar da sigla a supremacia na esquerda. Renan Calheiros, Aécio Neves e outros figurões da centro-direita aproveitam o interregno para negociar a adesão ao novo governo. Nenhum dos dois lados dá a mínima para salvaguardar seja a dignidade de Dilma Rousseff, seja a grandeza da Presidência da República. Se recobrasse o discernimento, Dilma encontraria na renúncia a chave para explodir o conluio que promove esse impiedoso ritual de sacrifício. [email protected]
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Feira gastronômica organizada por Henrique Fogaça terá última edição
A feira gastronômica O Mercado terá sua última edição no domingo (12). Realizado por Checho Gonzales, Henrique Fogaça e Lira Yuri, o evento reúne barracas de comida, de bebida e música desde 2012, em diferentes locais. Segundo os organizadores, o formato de feira mensal ficou desgastado em São Paulo. "Voltaremos em eventos pontuais, mas, por hora, convidamos a todos para celebrar nossa metamorfose", disse Checho Gonzales, em nota. A última edição será realizada no Mercado de Pinheiros, a partir das 12h. No evento, Checho venderá o ceviche de peixe em açaí e farinha Uarini e Fogaça servirá hambúrguer com bacon e queijo gruyère no pão de batata. Além disso, o Dalva e Dito, restaurante de Alex Atala, vai vender porções de sua galinhada. Veja abaixo os participantes desta edição: Alex Atala (Dalva e Dito) Alex Sotero (Nero Food Truck) Alexandre Leggieri (Cannoleria) Anderson Bellomo (Bellomo Gelateria) Arturo Herrera (La Buena Onda) Katerina, Luísa e Karen (As Lourdetes) Brunella Mar (Merenda de Rua) Cadillac Burger Checho Gonzales (Comedoria Gonzales) Daniela França Pinto (Cordel Gastronômico) Diego Belda (Born To Grill) Francisco Erivan de Souza (Churros Mossoró) Erika Onomura e Alexandre Galindo (Carburadores) Flavia Spielkamp (Aya Cuisine) Guilherme Hoffmann (Cervejaria Nacional) Gustavo Goussain (011 Gastronomia) Henrique Fogaça (Cão Véio) Kasia Patyra e Kim De Craene (Beza) Los Mendozitos Michel Scherer (Casa Baunilha) Paula Labaki e Carol Labaki (Lena Labaki Catering) Rene Aduan Junior & Flavio Veiga (Alma Rústica Gastronomia) Vinicius Oliveira (Cozinha Ambulante) O MERCADO Quando dia 12/7, a partir das 12h Onde r. Pedro Cristi, 31-71 - Pinheiros Mais informações no site.
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Feira gastronômica organizada por Henrique Fogaça terá última ediçãoA feira gastronômica O Mercado terá sua última edição no domingo (12). Realizado por Checho Gonzales, Henrique Fogaça e Lira Yuri, o evento reúne barracas de comida, de bebida e música desde 2012, em diferentes locais. Segundo os organizadores, o formato de feira mensal ficou desgastado em São Paulo. "Voltaremos em eventos pontuais, mas, por hora, convidamos a todos para celebrar nossa metamorfose", disse Checho Gonzales, em nota. A última edição será realizada no Mercado de Pinheiros, a partir das 12h. No evento, Checho venderá o ceviche de peixe em açaí e farinha Uarini e Fogaça servirá hambúrguer com bacon e queijo gruyère no pão de batata. Além disso, o Dalva e Dito, restaurante de Alex Atala, vai vender porções de sua galinhada. Veja abaixo os participantes desta edição: Alex Atala (Dalva e Dito) Alex Sotero (Nero Food Truck) Alexandre Leggieri (Cannoleria) Anderson Bellomo (Bellomo Gelateria) Arturo Herrera (La Buena Onda) Katerina, Luísa e Karen (As Lourdetes) Brunella Mar (Merenda de Rua) Cadillac Burger Checho Gonzales (Comedoria Gonzales) Daniela França Pinto (Cordel Gastronômico) Diego Belda (Born To Grill) Francisco Erivan de Souza (Churros Mossoró) Erika Onomura e Alexandre Galindo (Carburadores) Flavia Spielkamp (Aya Cuisine) Guilherme Hoffmann (Cervejaria Nacional) Gustavo Goussain (011 Gastronomia) Henrique Fogaça (Cão Véio) Kasia Patyra e Kim De Craene (Beza) Los Mendozitos Michel Scherer (Casa Baunilha) Paula Labaki e Carol Labaki (Lena Labaki Catering) Rene Aduan Junior & Flavio Veiga (Alma Rústica Gastronomia) Vinicius Oliveira (Cozinha Ambulante) O MERCADO Quando dia 12/7, a partir das 12h Onde r. Pedro Cristi, 31-71 - Pinheiros Mais informações no site.
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Facebook vai mudar foco do feed de notícias para amigos e família
Por anos, o Facebook cortejou empresas jornalísticas de todos os portes, pedindo que elas confiassem mais no gigante da mídia social para expandir suas audiências. Agora, o Facebook tem uma nova mensagem para esses parceiros: atenuem suas expectativas. O Facebook anunciou na quarta-feira (29) que planejava fazer uma série de mudanças no algoritmo de seu feed de notícias para que esse promova mais favoravelmente o conteúdo postado por amigos e parentes dos usuários. O efeito colateral dessas mudanças, afirmou a empresa, é que o conteúdo postado por provedores de notícias aparecerá com menos destaque nos feeds de notícias, resultando em tráfego significativamente menor para as centenas de sites noticiosos que passaram a depender do Facebook. A decisão expõe o constante ajuste em seu algoritmo que o Facebook promove a fim de manter o interesse dos usuários em seu feed de notícias, o principal veículo da empresa, visto por mais de 1,65 bilhão de usuários a cada mês. Também serve como lembrete de que embora o Facebook seja imensamente importante para o crescimento em longo prazo das companhias de mídia noticiosa —de veículos mais antigos como o "New York Times" e "Washington Post" a novas empresas como o BuzzFeed, Vice e Vox Media—, as companhias de jornalismo têm posição mais baixa na lista de prioridades do Facebook. "Existe agora, em geral, uma expectativa da parte das empresas de notícias de que as plataformas mudem, e de que elas não necessariamente sejam informadas sobre como mudarão", disse Emily Bell, diretora do Centro Tow de Jornalismo Digital, na Universidade Colúmbia. "Isso expõe de maneira clara o controle dos usuários como tensão central entre os provedores de notícias e as plataformas". As mudanças afetarão todos os tipos de conteúdo postados por empresas de notícias, entre as quais links, vídeos e fotos. O Facebook disse que antecipa queda no alcance e no tráfego encaminhado a provedores de notícias cuja audiência venha primariamente de conteúdo postado na página oficial do provedor no Facebook. Mas é difícil prever a dimensão da queda. O efeito será menor, porém, se a maior parte do tráfego ao site do provedor de notícias vier de usuários individuais que compartilham e comentam reportagens e vídeos. Como vem sendo o caso já há bastante tempo, conteúdo de um provedor que gere interação entre amigos em muitos caso terá destaque maior no feed do que conteúdo postado diretamente pelo provedor de notícias. Nos últimos anos, os provedores de notícias que enfrentavam dificuldade em atrair leitores e verbas publicitárias passaram a considerar o Facebook e seus usuários como boa maneira de conquistar novas audiências e obter fontes lucrativas de receita. Isso resultou em parcerias mais estreitas entre o Facebook e os provedores de notícias, que desenvolveram novos produtos de mídia adaptados especificamente ao site de mídia social. Os grupos noticiosos têm pouca escolha a não ser lidar com as mudanças que o Facebook impõe, dada a relação de dependência entre eles e a rede social. Cerca de 44% dos adultos dos Estados Unidos leem conteúdo noticioso regularmente no site, de acordo com um estudo do Pew Research Center em 2016. E mais de 40% do tráfego encaminhado a sites noticiosos provém do Facebook, de acordo com dados da Parse.ly, uma companhia que analisa dados sobre o setor de notícias e conteúdo digital. Os grupos noticiosos apreciam o tráfego encaminhado a eles pelo Facebook mas temem cada vez mais que os leitores prefiram ficar no site de rede social para ler notícias a visitar os sites dos provedores de notícias. Também há preocupação com a possibilidade de que alguns dos produtos do Facebook permitam que ele controle não só a experiência do usuário mas também boa parte da receita publicitária e dos dados dos usuários. Em um momento no qual o relacionamento entre os provedores de notícias e o Facebook já é tenso, qualquer mudança que torne menos importante o conteúdo noticioso deve agravar a preocupação. E a decisão do Facebook será ainda mais um lembrete de que os provedores de notícias não têm acesso direto às suas audiências online nas plataformas sociais. No ano passado, a companhia anunciou que ajustaria o feed de notícias em resposta a usuários que estavam "preocupados quanto a perder atualizações importantes dos amigos de quem gostam" - mudança que alguns provedores de notícias consideram ter resultado em queda de audiência. Desta vez, em um conjunto de "valores" que a companhia divulgou em um post quarta-feira, o Facebook deixou claro que destacar conteúdo postado por amigos e parentes era sua maior prioridade. "O crescimento e competição no ecossistema dos provedores de notícias é muito, muito forte", disse Adam Mosseri, vice-presidente de administração de produtos do feed de notícias no Facebook, em recente entrevista a jornalistas. "Estamos preocupados que muita gente que usa o Facebook não seja capaz de se conectar tão bem com amigos e parentes por causa disso". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Facebook vai mudar foco do feed de notícias para amigos e famíliaPor anos, o Facebook cortejou empresas jornalísticas de todos os portes, pedindo que elas confiassem mais no gigante da mídia social para expandir suas audiências. Agora, o Facebook tem uma nova mensagem para esses parceiros: atenuem suas expectativas. O Facebook anunciou na quarta-feira (29) que planejava fazer uma série de mudanças no algoritmo de seu feed de notícias para que esse promova mais favoravelmente o conteúdo postado por amigos e parentes dos usuários. O efeito colateral dessas mudanças, afirmou a empresa, é que o conteúdo postado por provedores de notícias aparecerá com menos destaque nos feeds de notícias, resultando em tráfego significativamente menor para as centenas de sites noticiosos que passaram a depender do Facebook. A decisão expõe o constante ajuste em seu algoritmo que o Facebook promove a fim de manter o interesse dos usuários em seu feed de notícias, o principal veículo da empresa, visto por mais de 1,65 bilhão de usuários a cada mês. Também serve como lembrete de que embora o Facebook seja imensamente importante para o crescimento em longo prazo das companhias de mídia noticiosa —de veículos mais antigos como o "New York Times" e "Washington Post" a novas empresas como o BuzzFeed, Vice e Vox Media—, as companhias de jornalismo têm posição mais baixa na lista de prioridades do Facebook. "Existe agora, em geral, uma expectativa da parte das empresas de notícias de que as plataformas mudem, e de que elas não necessariamente sejam informadas sobre como mudarão", disse Emily Bell, diretora do Centro Tow de Jornalismo Digital, na Universidade Colúmbia. "Isso expõe de maneira clara o controle dos usuários como tensão central entre os provedores de notícias e as plataformas". As mudanças afetarão todos os tipos de conteúdo postados por empresas de notícias, entre as quais links, vídeos e fotos. O Facebook disse que antecipa queda no alcance e no tráfego encaminhado a provedores de notícias cuja audiência venha primariamente de conteúdo postado na página oficial do provedor no Facebook. Mas é difícil prever a dimensão da queda. O efeito será menor, porém, se a maior parte do tráfego ao site do provedor de notícias vier de usuários individuais que compartilham e comentam reportagens e vídeos. Como vem sendo o caso já há bastante tempo, conteúdo de um provedor que gere interação entre amigos em muitos caso terá destaque maior no feed do que conteúdo postado diretamente pelo provedor de notícias. Nos últimos anos, os provedores de notícias que enfrentavam dificuldade em atrair leitores e verbas publicitárias passaram a considerar o Facebook e seus usuários como boa maneira de conquistar novas audiências e obter fontes lucrativas de receita. Isso resultou em parcerias mais estreitas entre o Facebook e os provedores de notícias, que desenvolveram novos produtos de mídia adaptados especificamente ao site de mídia social. Os grupos noticiosos têm pouca escolha a não ser lidar com as mudanças que o Facebook impõe, dada a relação de dependência entre eles e a rede social. Cerca de 44% dos adultos dos Estados Unidos leem conteúdo noticioso regularmente no site, de acordo com um estudo do Pew Research Center em 2016. E mais de 40% do tráfego encaminhado a sites noticiosos provém do Facebook, de acordo com dados da Parse.ly, uma companhia que analisa dados sobre o setor de notícias e conteúdo digital. Os grupos noticiosos apreciam o tráfego encaminhado a eles pelo Facebook mas temem cada vez mais que os leitores prefiram ficar no site de rede social para ler notícias a visitar os sites dos provedores de notícias. Também há preocupação com a possibilidade de que alguns dos produtos do Facebook permitam que ele controle não só a experiência do usuário mas também boa parte da receita publicitária e dos dados dos usuários. Em um momento no qual o relacionamento entre os provedores de notícias e o Facebook já é tenso, qualquer mudança que torne menos importante o conteúdo noticioso deve agravar a preocupação. E a decisão do Facebook será ainda mais um lembrete de que os provedores de notícias não têm acesso direto às suas audiências online nas plataformas sociais. No ano passado, a companhia anunciou que ajustaria o feed de notícias em resposta a usuários que estavam "preocupados quanto a perder atualizações importantes dos amigos de quem gostam" - mudança que alguns provedores de notícias consideram ter resultado em queda de audiência. Desta vez, em um conjunto de "valores" que a companhia divulgou em um post quarta-feira, o Facebook deixou claro que destacar conteúdo postado por amigos e parentes era sua maior prioridade. "O crescimento e competição no ecossistema dos provedores de notícias é muito, muito forte", disse Adam Mosseri, vice-presidente de administração de produtos do feed de notícias no Facebook, em recente entrevista a jornalistas. "Estamos preocupados que muita gente que usa o Facebook não seja capaz de se conectar tão bem com amigos e parentes por causa disso". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Maior cruzeiro do mundo é, enfim, lançado ao mar para testes
O maior transatlântico do mundo, o Harmony of the Seas, foi lançado ao mar nesta quinta-feira (10) no porto francês de Saint-Nazaire, diante de milhares de curiosos, para fazer os primeiros testes em alto-mar, antes de ser entregue, em maio, a um armador americano. Uma flotilha de pequenos barcos acompanhou durante o pôr do sol a primeira navegação deste transatlântico, construído no estaleiro STX France, e com dimensões vertiginosas: 362 metros de comprimento, 66 metros de largura, 16 conveses e 226 mil toneladas. Ele terá capacidade para transportar mais de 6.000 passageiros e mais de 2.000 tripulantes. Aproveitando a ausência de vento e a calmaria do mar, o comandante a bordo conseguiu cumprir em menos de meia hora a delicada manobra de fazer o navio rodar por completo para colocar sua proa no eixo do canal de saída do porto. Os quatro rebocadores amarrados ao enorme navio, preparados para intervir, não foram necessários e, após lançar três toques da sirene, o Harmony of the Seas navegou sozinho graças à força de seus próprios motores. O transatlântico, que será entregue à Royal Caribean International em 12 de maio, faz até domingo sua primeira série de testes no mar. Antes de abril, está prevista uma segunda série. Pelo menos 500 pessoas estão a bordo para esta primeira navegação, principalmente membros da tripulação, equipes de testes da STX France, dos fornecedores e do cliente.
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Maior cruzeiro do mundo é, enfim, lançado ao mar para testesO maior transatlântico do mundo, o Harmony of the Seas, foi lançado ao mar nesta quinta-feira (10) no porto francês de Saint-Nazaire, diante de milhares de curiosos, para fazer os primeiros testes em alto-mar, antes de ser entregue, em maio, a um armador americano. Uma flotilha de pequenos barcos acompanhou durante o pôr do sol a primeira navegação deste transatlântico, construído no estaleiro STX France, e com dimensões vertiginosas: 362 metros de comprimento, 66 metros de largura, 16 conveses e 226 mil toneladas. Ele terá capacidade para transportar mais de 6.000 passageiros e mais de 2.000 tripulantes. Aproveitando a ausência de vento e a calmaria do mar, o comandante a bordo conseguiu cumprir em menos de meia hora a delicada manobra de fazer o navio rodar por completo para colocar sua proa no eixo do canal de saída do porto. Os quatro rebocadores amarrados ao enorme navio, preparados para intervir, não foram necessários e, após lançar três toques da sirene, o Harmony of the Seas navegou sozinho graças à força de seus próprios motores. O transatlântico, que será entregue à Royal Caribean International em 12 de maio, faz até domingo sua primeira série de testes no mar. Antes de abril, está prevista uma segunda série. Pelo menos 500 pessoas estão a bordo para esta primeira navegação, principalmente membros da tripulação, equipes de testes da STX France, dos fornecedores e do cliente.
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Dilma pediu R$ 30 mi para campanha de Pimentel diz delator da JBS
A ex-presidente Dilma Rousseff teria pedido ao empresário Joesley Batista, do grupo JBS, para doar R$ 30 milhões para a campanha de Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. A informação consta de um dos anexos da delação premiada negociada entre os donos da companhia, maior produtora de proteína animal do mundo, com a Procuradoria Geral da República. O encontro teria ocorrido no Palácio do Planalto no final de 2014. Segundo apurou a reportagem, a doação foi feita via caixa 2. Na prestação de contas de Pimentel à Justiça Eleitoral, constam várias doações da JBS, mas em valores mais baixos. OUTRO LADO Na tarde desta sexta-feira, Fernando Pimentel publicou em sua página no Facebook que está "sendo acusado mais uma vez de forma leviana e mentirosa". "O acusador não apresenta provas para sustentar sua versão. Eu não tenho e nunca tive, em tempo algum, qualquer ligação com esse escritório de advocacia." Diz ainda que nos trechos publicados pela imprensa percebe-se que as afirmações de Joesley Batista sobre ele "não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais". "A verdade é que a minha vida e de meus familiares foi ilegalmente devassada pela Polícia Federal. Todos os sigilos —bancário, fiscal e contábil— foram levantados e nenhum ilícito foi encontrado."
poder
Dilma pediu R$ 30 mi para campanha de Pimentel diz delator da JBSA ex-presidente Dilma Rousseff teria pedido ao empresário Joesley Batista, do grupo JBS, para doar R$ 30 milhões para a campanha de Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. A informação consta de um dos anexos da delação premiada negociada entre os donos da companhia, maior produtora de proteína animal do mundo, com a Procuradoria Geral da República. O encontro teria ocorrido no Palácio do Planalto no final de 2014. Segundo apurou a reportagem, a doação foi feita via caixa 2. Na prestação de contas de Pimentel à Justiça Eleitoral, constam várias doações da JBS, mas em valores mais baixos. OUTRO LADO Na tarde desta sexta-feira, Fernando Pimentel publicou em sua página no Facebook que está "sendo acusado mais uma vez de forma leviana e mentirosa". "O acusador não apresenta provas para sustentar sua versão. Eu não tenho e nunca tive, em tempo algum, qualquer ligação com esse escritório de advocacia." Diz ainda que nos trechos publicados pela imprensa percebe-se que as afirmações de Joesley Batista sobre ele "não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais". "A verdade é que a minha vida e de meus familiares foi ilegalmente devassada pela Polícia Federal. Todos os sigilos —bancário, fiscal e contábil— foram levantados e nenhum ilícito foi encontrado."
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Como os emojis vão parar nos nossos celulares
Uma obscura organização que padroniza como sinais de pontuação e outros tipos de texto são reproduzidos por computadores, nos últimos anos, se encontra na linha de frente da cultura pop nos celulares, graças ao seu poder de criar emojis. Uma nova leva de emojis está sendo avaliada, em um processo que pode levar meses. Mas não chame as figurinhas de linguagem, a menos que você queira discutir com Mark Davis, 63, cofundador e presidente do consórcio Unicode, o grupo que funciona como provedor das novas imagens. Davis afirmou que não há uma maneira ampla de interpretar os símbolos, apesar do uso disseminado em celulares e outros aparelhos. "Posso dizer a você, usando a linguagem, que preciso cortar o cabelo, mas somente às 15h, pois antes preciso buscar as crianças", afirmou. "Você pode tentar expressar tudo isso com emojis e terá uma série de símbolos que as pessoas vão interpretar de milhares de maneiras diferentes." Em uma entrevista na última semana, Davis comentou sobre o último grupo de figuras, com 67 imagens, que serão votadas por uma reunião do consórcio em 2016. Elas incluem um noivo de terno (já há uma noiva), Mamãe Noel, uma grávida, um rosto babando, um palhaço, um tubarão, um abacate e duas tiras de bacon. O consórcio Unicode algumas vezes é classificado como misterioso (como em um post recente da revista "New York"), mas Davis disse que não há nada de sombrio. O trabalho do consórcio é amplamente transparente, e as informações sobre história, membros e processos estão no seu site. O grupo inclui executivos da Apple, do Google, do Facebook e outros gigantes da tecnologia. Davis trabalha no Google. O grupo se reúne trimestralmente; no encontro em maio, ele vão votar formalmente sobre a inclusão dos 67 novos emojis. CÓDIGOS A Unicode começou no fim de 1980 para desenvolver um código padrão de caracteres de texto. Antes, computadores diferentes não se comunicavam facilmente uns com os outros porque usavam diferentes códigos para as mesmas letras. Para resolver esse problema, a Unicode pegou cada letra, número, símbolo e sinal de pontuação que consideravam essenciais e assinalou a cada um deles –incluindo emojis– um número específico que os computadores iriam reconhecer. E alguns desses modernos hieróglifos iniciaram debates: pacotes de emojis que incluíam apenas tom de pele branco fizeram com que a Unicode disponibilizasse uma maior diversidade no ano passado. E uma imagem do último grupo motivou protestos: o Infer Trust, um grupo britânico de controle de porte de armas, se posicionou contra a figura de um rifle. E, apesar do que David pense, alguns especialistas não estão tão certos de que os emojis não representam o começo de uma nova linguagem. Veja Colin Rothfels, que trabalha para uma empresa de teclados. Seu cargo? "Gramático de emoji". "Nós tivemos esse tipo de vocabulário sendo jogado na gente, e diferentes tipos de pessoas estão encontrando novas maneiras de usá-lo", afirmou Rothfels. "Obviamente, é uma linguagem muito limitada, isso se você quiser chamar de linguagem." Mas Davis reconhece que os emojis podem, um dia, se tornar algo mais. "Não é uma linguagem, mas concebivelmente, pode se tornar uma, como os chineses fizeram", disse. "Figuras podem adquirir um significado particular em cada cultura. Vou mencionar o infame emoji de berinjela, que quer dizer uma coisa na cultura americana, mas que não significa o mesmo em outras [alguns usuários usam o ingrediente como um símbolo fálico.]" Tyler Schnoebelen, que tem um doutorado em Stanford em linguística e é um especialista em emojis, disse que, enquanto os símbolos não são tecnicamente uma linguagem, eles funcionam como um equivalente escrito à linguagem corporal. "Nas mensagens de texto, você é menos expressivo se não tiver os emojis", afirmou. CRITÉRIOS Antes de os 67 novos emojis se tornarem tijolos de uma linguagem, eles precisam ser oficiais. Davis disse que todos menos um emoji do último grupo votado se tornaram parte do sistema. Ao decidir quais emojis adicionar, o consórcio Unicode considera fatores que incluem compatibilidade (se não há figuras similares já no sistema) e frequência de uso (se as pessoas vão selecioná-lo frequentemente). Depois da votação em maio, os novos emojis serão lançados em junho. Mas isso não significa que as pessoas logo vão poder mandar mensagens com tubarões, bacon e Mamãe Noel. "Eles não aparecem magicamente quando nós os aprovamos", afirmou Davis. "As fabricantes precisam colocá-los em seus celulares. Mas assim que eles forem aprovados na reunião em maio, elas começam a trabalhar neles." Sua ansiedade para usar um dos novos símbolos indica que ao menos esse passará será usado pelas fabricantes. "Vou dizer a você qual emoji será o mais usado assim que estiver disponível: o que vira os olhos para cima", afirmou.
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Como os emojis vão parar nos nossos celularesUma obscura organização que padroniza como sinais de pontuação e outros tipos de texto são reproduzidos por computadores, nos últimos anos, se encontra na linha de frente da cultura pop nos celulares, graças ao seu poder de criar emojis. Uma nova leva de emojis está sendo avaliada, em um processo que pode levar meses. Mas não chame as figurinhas de linguagem, a menos que você queira discutir com Mark Davis, 63, cofundador e presidente do consórcio Unicode, o grupo que funciona como provedor das novas imagens. Davis afirmou que não há uma maneira ampla de interpretar os símbolos, apesar do uso disseminado em celulares e outros aparelhos. "Posso dizer a você, usando a linguagem, que preciso cortar o cabelo, mas somente às 15h, pois antes preciso buscar as crianças", afirmou. "Você pode tentar expressar tudo isso com emojis e terá uma série de símbolos que as pessoas vão interpretar de milhares de maneiras diferentes." Em uma entrevista na última semana, Davis comentou sobre o último grupo de figuras, com 67 imagens, que serão votadas por uma reunião do consórcio em 2016. Elas incluem um noivo de terno (já há uma noiva), Mamãe Noel, uma grávida, um rosto babando, um palhaço, um tubarão, um abacate e duas tiras de bacon. O consórcio Unicode algumas vezes é classificado como misterioso (como em um post recente da revista "New York"), mas Davis disse que não há nada de sombrio. O trabalho do consórcio é amplamente transparente, e as informações sobre história, membros e processos estão no seu site. O grupo inclui executivos da Apple, do Google, do Facebook e outros gigantes da tecnologia. Davis trabalha no Google. O grupo se reúne trimestralmente; no encontro em maio, ele vão votar formalmente sobre a inclusão dos 67 novos emojis. CÓDIGOS A Unicode começou no fim de 1980 para desenvolver um código padrão de caracteres de texto. Antes, computadores diferentes não se comunicavam facilmente uns com os outros porque usavam diferentes códigos para as mesmas letras. Para resolver esse problema, a Unicode pegou cada letra, número, símbolo e sinal de pontuação que consideravam essenciais e assinalou a cada um deles –incluindo emojis– um número específico que os computadores iriam reconhecer. E alguns desses modernos hieróglifos iniciaram debates: pacotes de emojis que incluíam apenas tom de pele branco fizeram com que a Unicode disponibilizasse uma maior diversidade no ano passado. E uma imagem do último grupo motivou protestos: o Infer Trust, um grupo britânico de controle de porte de armas, se posicionou contra a figura de um rifle. E, apesar do que David pense, alguns especialistas não estão tão certos de que os emojis não representam o começo de uma nova linguagem. Veja Colin Rothfels, que trabalha para uma empresa de teclados. Seu cargo? "Gramático de emoji". "Nós tivemos esse tipo de vocabulário sendo jogado na gente, e diferentes tipos de pessoas estão encontrando novas maneiras de usá-lo", afirmou Rothfels. "Obviamente, é uma linguagem muito limitada, isso se você quiser chamar de linguagem." Mas Davis reconhece que os emojis podem, um dia, se tornar algo mais. "Não é uma linguagem, mas concebivelmente, pode se tornar uma, como os chineses fizeram", disse. "Figuras podem adquirir um significado particular em cada cultura. Vou mencionar o infame emoji de berinjela, que quer dizer uma coisa na cultura americana, mas que não significa o mesmo em outras [alguns usuários usam o ingrediente como um símbolo fálico.]" Tyler Schnoebelen, que tem um doutorado em Stanford em linguística e é um especialista em emojis, disse que, enquanto os símbolos não são tecnicamente uma linguagem, eles funcionam como um equivalente escrito à linguagem corporal. "Nas mensagens de texto, você é menos expressivo se não tiver os emojis", afirmou. CRITÉRIOS Antes de os 67 novos emojis se tornarem tijolos de uma linguagem, eles precisam ser oficiais. Davis disse que todos menos um emoji do último grupo votado se tornaram parte do sistema. Ao decidir quais emojis adicionar, o consórcio Unicode considera fatores que incluem compatibilidade (se não há figuras similares já no sistema) e frequência de uso (se as pessoas vão selecioná-lo frequentemente). Depois da votação em maio, os novos emojis serão lançados em junho. Mas isso não significa que as pessoas logo vão poder mandar mensagens com tubarões, bacon e Mamãe Noel. "Eles não aparecem magicamente quando nós os aprovamos", afirmou Davis. "As fabricantes precisam colocá-los em seus celulares. Mas assim que eles forem aprovados na reunião em maio, elas começam a trabalhar neles." Sua ansiedade para usar um dos novos símbolos indica que ao menos esse passará será usado pelas fabricantes. "Vou dizer a você qual emoji será o mais usado assim que estiver disponível: o que vira os olhos para cima", afirmou.
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Bateu um desespero na elite
Está um sururu na elite. Empresários, economistas de proa e até banqueiros desesperam-se com uma recessão ainda pior do que imaginavam. As elites do Estado avacalham ou desmoralizam as instituições. No universo que discute economia, passa-se a pedir "medidas" de modo meio atabalhoado, há grita contra os juros até entre insuspeitos de sempre do "mercado" e até mesmo cogita-se de aumentar impostos. Curioso, para dizer a coisa de modo diplomático, é que esperassem desempenho melhor. O horror é grande, mas ainda parecido com o que era razoável esperar, dado o tamanho da desgraça e do plano aceito para atenuá-la. Onde estava todo mundo com a cabeça? O Plano Temer agora parece ter defeitos: o programa de contenção de gastos (ajuste fiscal) seria lento demais. O governo não implementa reforma microeconômica de impacto mais imediato. Demora demais no projeto de colocar investimentos na rua por meio de concessões de infraestrutura para empresas privadas. Nas enquetes limitadas de que o jornalismo é capaz, ainda se ouve o "é o que temos" sobre o governo Temer, que não há, por ora, alternativa melhor em tempo hábil. Mas o governo e seus amigos no Congresso Nacional precisam se emendar, parar de baderna. Quanto à economia, o horror continua. Mas a despiora, também, em ritmo algo mais lento. Um pouco mais sombrio do que o esperado é o ritmo de aumento do desemprego. Estranho era esperar coisa melhor. Não há investimento público para dar impulso à demanda, menos ainda investimento privado, dada a ociosidade nas empresas, a taxa de juros e a baderna institucional. As famílias se batem para reduzir endividamento e a despesa com serviço da dívida, que não cai por causa dos juros altos. Optou-se por um ajuste fiscal lento (e baixa lenta de juros, pois), ainda mais lento dada a histeria contra aumento de impostos, ponto de honra do programa econômico da campanha que depôs Dilma Rousseff. Como era possível esperar coisa muito diferente do que se vê? De onde viriam impulsos mínimos, a princípio? De juros e inflação menores; do programa de infraestrutura que ainda está na prancheta ou sabe-se lá onde. Tudo devagar. A economia em geral ainda despiora, repita-se. Em termos de taxas de (de)crescimento, o fundo do poço parece ter sido no início do ano. O consumo das famílias caía a 6,7% ao no trimestre final de 2015; caía a 3,4% no terceiro trimestre deste ano. Mesmo a arruinada indústria, que baixava a mais de 12% em janeiro, agora baixa a 5,5% (trimestre em relação a trimestre do ano anterior), para dar apenas um outro exemplo, de que há vários. Investimento e construção civil, porém, pararam de despiorar. Bidu. Uma desgraça menor hoje sobre uma desgraça maior ontem, composta, multiplicada, não é consolo, decerto. Mas é o que teríamos, dadas as condições do país, os planos de governo e a sua implementação lenta. É tudo muito grave e assustador, claro. Pode piorar, dada a crise nos Estados, efeito Trump e uma queda nos ânimos, dado o tumulto nacional. Com a baderna nojenta e revoltante de irresponsável em Brasília, há risco extra de recaída, de fim da despiora modesta, de depressão, palavra sinistra que passou a circular por aí.
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Bateu um desespero na eliteEstá um sururu na elite. Empresários, economistas de proa e até banqueiros desesperam-se com uma recessão ainda pior do que imaginavam. As elites do Estado avacalham ou desmoralizam as instituições. No universo que discute economia, passa-se a pedir "medidas" de modo meio atabalhoado, há grita contra os juros até entre insuspeitos de sempre do "mercado" e até mesmo cogita-se de aumentar impostos. Curioso, para dizer a coisa de modo diplomático, é que esperassem desempenho melhor. O horror é grande, mas ainda parecido com o que era razoável esperar, dado o tamanho da desgraça e do plano aceito para atenuá-la. Onde estava todo mundo com a cabeça? O Plano Temer agora parece ter defeitos: o programa de contenção de gastos (ajuste fiscal) seria lento demais. O governo não implementa reforma microeconômica de impacto mais imediato. Demora demais no projeto de colocar investimentos na rua por meio de concessões de infraestrutura para empresas privadas. Nas enquetes limitadas de que o jornalismo é capaz, ainda se ouve o "é o que temos" sobre o governo Temer, que não há, por ora, alternativa melhor em tempo hábil. Mas o governo e seus amigos no Congresso Nacional precisam se emendar, parar de baderna. Quanto à economia, o horror continua. Mas a despiora, também, em ritmo algo mais lento. Um pouco mais sombrio do que o esperado é o ritmo de aumento do desemprego. Estranho era esperar coisa melhor. Não há investimento público para dar impulso à demanda, menos ainda investimento privado, dada a ociosidade nas empresas, a taxa de juros e a baderna institucional. As famílias se batem para reduzir endividamento e a despesa com serviço da dívida, que não cai por causa dos juros altos. Optou-se por um ajuste fiscal lento (e baixa lenta de juros, pois), ainda mais lento dada a histeria contra aumento de impostos, ponto de honra do programa econômico da campanha que depôs Dilma Rousseff. Como era possível esperar coisa muito diferente do que se vê? De onde viriam impulsos mínimos, a princípio? De juros e inflação menores; do programa de infraestrutura que ainda está na prancheta ou sabe-se lá onde. Tudo devagar. A economia em geral ainda despiora, repita-se. Em termos de taxas de (de)crescimento, o fundo do poço parece ter sido no início do ano. O consumo das famílias caía a 6,7% ao no trimestre final de 2015; caía a 3,4% no terceiro trimestre deste ano. Mesmo a arruinada indústria, que baixava a mais de 12% em janeiro, agora baixa a 5,5% (trimestre em relação a trimestre do ano anterior), para dar apenas um outro exemplo, de que há vários. Investimento e construção civil, porém, pararam de despiorar. Bidu. Uma desgraça menor hoje sobre uma desgraça maior ontem, composta, multiplicada, não é consolo, decerto. Mas é o que teríamos, dadas as condições do país, os planos de governo e a sua implementação lenta. É tudo muito grave e assustador, claro. Pode piorar, dada a crise nos Estados, efeito Trump e uma queda nos ânimos, dado o tumulto nacional. Com a baderna nojenta e revoltante de irresponsável em Brasília, há risco extra de recaída, de fim da despiora modesta, de depressão, palavra sinistra que passou a circular por aí.
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Leitor critica a Folha por manchete com a expressão "amigo de Lula"
Como um jornal pode ser considerado sério com a manchete "Amigo de Lula é denunciado sob suspeita de corrupção" ("Primeira Página", 15/12)? Por que não colocar que Bumlai foi denunciado? Por que essa perseguição implacável da Folha ao ex-presidente Lula? Quando André Esteves foi preso, não houve nenhuma manchete citando "amigo de Aécio". E ainda querem nos fazer acreditar que a Folha é imparcial e isenta? BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP) * * A Schahin Engenharia rechaça de forma veemente as informações fornecidas à imprensa pela Receita e esclarece que os episódios citados nada têm a ver com a Lava Jato. São inverídicas e caluniosas as versões veiculadas a respeito dos navios Cerrado e Sertão, que foram tomados por seus credores em meio a acirrada disputa judicial, contrariando, inclusive, uma ordem da Justiça Federal para que as embarcações permanecessem em águas nacionais. As declarações do fisco ignoram que os credores retomaram os navios com ordem judicial, apesar dos recursos contrários impetrados pela Schahin. A atitude do fisco, na verdade, é contra os juízes. ALBERTO LOPES, assessoria de imprensa da Schahin (São Paulo, SP) * Pela forma como a imprensa tem divulgado, até parece que só são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff os poucos manifestantes que têm ido às ruas. Isso é uma grande tolice. Sou totalmente favorável ao impedimento (melhor ainda: à renúncia) desse catastrófico desgoverno. E só participei (parcialmente) de uma das manifestações contra Dilma. Da mesma forma, em 1992, não fui a nenhuma passeata "fora, Collor". LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL (Pouso Alegre, MG) * Ao menos dois leitores e um colunista da Folha afirmaram que irresponsabilidade fiscal até hoje nunca depôs presidente no país, portanto não pode derrubar agora. Mas não é porque crimes foram negligenciados antes que hoje deixam de ser crimes. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * Ao dizer que "desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil nunca derrubou nem mosquito da dengue", tudo indica que o leitor Ricardo Osman (Painel do Leitor ) faz parte do grupo que não acredita em nosso país. A palavra de ordem do grupo é "Aqui é o Brasil e nada acontece com os poderosos". TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP) * Engraçado que Aécio Neves, ao escrever que a juventude brasileira termina o ano assustada e que a derrocada do país atingiu em cheio os planos das novas gerações (A vida não espera ), tenha se esquecido de mencionar as escolas que Geraldo Alckmin tentou fechar e a PM paulista agredindo adolescentes que se manifestaram de modo mais que legítimo contra tal absurdo. ALCEU DE ANDRADE MARTINS (Carlópolis, PR) * O número de pessoas nas manifestações do último fim de semana mostrou que a falta de conteúdo e de lideranças sérias tendem a esvaziar qualquer tentativa de contestação contra o atual governo. E mostra um certo oportunismo, caracterizado pela forma de convocação, pelos conflitos entre as propostas e pela discriminação contra organizações sociais e mesmo partidárias. Terá sido mera coincidência a escolha da data, 13 de dezembro, que coincidiu com o aniversário do AI5, imposto pela ditadura militar nos idos do 1968? Ou os militantes atuais não se lembram daqueles anos dramáticos? URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica a Folha por manchete com a expressão "amigo de Lula"Como um jornal pode ser considerado sério com a manchete "Amigo de Lula é denunciado sob suspeita de corrupção" ("Primeira Página", 15/12)? Por que não colocar que Bumlai foi denunciado? Por que essa perseguição implacável da Folha ao ex-presidente Lula? Quando André Esteves foi preso, não houve nenhuma manchete citando "amigo de Aécio". E ainda querem nos fazer acreditar que a Folha é imparcial e isenta? BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP) * * A Schahin Engenharia rechaça de forma veemente as informações fornecidas à imprensa pela Receita e esclarece que os episódios citados nada têm a ver com a Lava Jato. São inverídicas e caluniosas as versões veiculadas a respeito dos navios Cerrado e Sertão, que foram tomados por seus credores em meio a acirrada disputa judicial, contrariando, inclusive, uma ordem da Justiça Federal para que as embarcações permanecessem em águas nacionais. As declarações do fisco ignoram que os credores retomaram os navios com ordem judicial, apesar dos recursos contrários impetrados pela Schahin. A atitude do fisco, na verdade, é contra os juízes. ALBERTO LOPES, assessoria de imprensa da Schahin (São Paulo, SP) * Pela forma como a imprensa tem divulgado, até parece que só são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff os poucos manifestantes que têm ido às ruas. Isso é uma grande tolice. Sou totalmente favorável ao impedimento (melhor ainda: à renúncia) desse catastrófico desgoverno. E só participei (parcialmente) de uma das manifestações contra Dilma. Da mesma forma, em 1992, não fui a nenhuma passeata "fora, Collor". LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL (Pouso Alegre, MG) * Ao menos dois leitores e um colunista da Folha afirmaram que irresponsabilidade fiscal até hoje nunca depôs presidente no país, portanto não pode derrubar agora. Mas não é porque crimes foram negligenciados antes que hoje deixam de ser crimes. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * Ao dizer que "desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil nunca derrubou nem mosquito da dengue", tudo indica que o leitor Ricardo Osman (Painel do Leitor ) faz parte do grupo que não acredita em nosso país. A palavra de ordem do grupo é "Aqui é o Brasil e nada acontece com os poderosos". TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP) * Engraçado que Aécio Neves, ao escrever que a juventude brasileira termina o ano assustada e que a derrocada do país atingiu em cheio os planos das novas gerações (A vida não espera ), tenha se esquecido de mencionar as escolas que Geraldo Alckmin tentou fechar e a PM paulista agredindo adolescentes que se manifestaram de modo mais que legítimo contra tal absurdo. ALCEU DE ANDRADE MARTINS (Carlópolis, PR) * O número de pessoas nas manifestações do último fim de semana mostrou que a falta de conteúdo e de lideranças sérias tendem a esvaziar qualquer tentativa de contestação contra o atual governo. E mostra um certo oportunismo, caracterizado pela forma de convocação, pelos conflitos entre as propostas e pela discriminação contra organizações sociais e mesmo partidárias. Terá sido mera coincidência a escolha da data, 13 de dezembro, que coincidiu com o aniversário do AI5, imposto pela ditadura militar nos idos do 1968? Ou os militantes atuais não se lembram daqueles anos dramáticos? URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Por que Jane Austen ainda é tão lida, 200 anos depois de sua morte?
Duzentos anos após sua morte, Jane Austen (1775-1817) comanda um império cultural –com obras de ficção feitas por fãs, adaptações e merchandising que têm por base seus seis romances. A pergunta que se coloca é: por que ela, e não qualquer outro autor? Franco Moretti, fundador do Laboratório Literário de Stanford, que aplica análise de dados ao estudo da ficção, afirma que determinados livros sobrevivem graças às escolhas dos leitores comuns, em um processo um pouco parecido com a evolução: "A história literária é moldada pelo fato de que os leitores selecionam uma obra literária e a mantêm viva ao longo de gerações porque gostam de alguns de seus elementos principais". Quais são as características que tornam Jane Austen especial? Elas são mensuráveis com dados? Será que é possível criar gráficos para registrar gênios literários? Os romances de Austen, que tiveram sucesso razoável na época de sua publicação, foram inovadores ou até revolucionários de maneiras que os contemporâneos da escritora não reconheceram completamente. Algumas das técnicas que introduziu –ou utilizou melhor que qualquer outro autor da época– foram de tal forma incorporadas à maneira como encaramos a ficção que a impressão que temos é de que sempre estiveram presentes. Uma coisa que os primeiros leitores de fato notaram, porém, foi o naturalismo. Diferentemente dos romances que Austen leu durante a juventude, os que ela própria escreveu não contêm elementos improváveis. Não são ambientados em castelos italianos fantasmagóricos (em "Northanger Abbey", ela zomba desse tipo de artifício gótico); não têm personagens sequestradas por libertinos ou herdeiras de fortunas condicionadas a exigências bizarras. Walter Scott (1771-1882), popular autor de romances históricos em sua maioria esquecidos hoje em dia, elogiou a "arte [de Jane Austen] de copiar a natureza como ela realmente é na vida comum e de apresentar ao leitor, ao invés de cenas esplêndidas de um mundo imaginário, uma representação correta e nítida daquilo que acontece diariamente à sua volta". DADOS Vamos tentar visualizar esse naturalismo com a ajuda de dados. Começamos com um conjunto de 127 romances ingleses publicados entre 1710 e 1920. Utilizando uma técnica chamada "análise de componentes principais", essas obras são registradas em um gráfico bidimensional, que se baseia no vocabulário de cada livro. A localização de cada obra no diagrama se baseia na frequência com que utiliza cada palavra da língua inglesa. No eixo horizontal, as palavras mais à esquerda tendem a ser mais abstratas, tratando de estados de ânimo e relacionamentos sociais: "conhecido", "afeto", "conduta", "desejo", "favor", "gratidão", "indulgência", "mérito", "ressentimento" e "virtude". Já as mais à direita dizem respeito ao mundo físico e aos sentidos: "fechado", "escuro", "vazio", "dedos", "grama", "quente", "ombro", "em pé" e "branco". Os vocábulos abstratos são os mais antigos, e os romances de Austen, publicados entre 1811 e 1818, recorrem muito a eles –o que aproxima a autora de seus contemporâneos de escrita. O que se revela mais intrigante é o eixo vertical do citado gráfico, que indica o grau de alinhamento dos romances analisados a um léxico medieval (porção inferior) ou, alternativamente, a um vocabulário que aluda à noção de tempo e às emoções (porção superior). Para exemplificar: a parte de baixo é associada a palavras que lembram a peça "Macbeth" (1606), como "banquete", "contemplou", "fulminado" e "espada". O romance de aventura medieval "Ivanhoe" (1820), de Walter Scott, figura nessa porção do gráfico. Na parte superior, Austen está praticamente sozinha, ao lado de obras como "Diary of a Nobody" (1892) e "New Grub Street" (1891). Esse pedaço do gráfico está relacionado a uma propensão acima da média ao uso de palavras como "bastante", "realmente" e "muito" –o tipo de vocábulo que os escritores são aconselhados a evitar se quiserem criar prosas fortes. Também está ligado a marcadores temporais e estados de ânimo: "sempre", "quinzena" e "semana"; "desajeitado", "decidido", "feliz", "lamento". Portanto, não há em Austen "cenas esplêndidas de um mundo imaginário". Porém, como observou Virginia Woolf, "de todos os grandes escritores, ela é a mais difícil de flagrar no ato da grandeza". COMPARAÇÃO Outro estudo analisou palavras dos romances de Austen e as comparou com uma coleção de ficção britânica contemporânea e outra de ficção britânica de 1780 a 1820. Foram identificados vários aspectos singulares. Jane Austen emprega comparativamente mais palavras relativas a mulheres –"ela", "senhorita"– e a relacionamentos familiares, como "irmã". Não chega a surpreender, considerando a temática de seus livros. Também vemos mais palavras como "contente", "respeitado" e "esperado". Isso corresponde ao eixo horizontal do gráfico citado acima. Austen também empregava palavras intensificadoras –como "muito", "tanto"– com frequência maior que outros escritores. O estudo vinculou a utilização desses termos a uma característica crucial dos textos da escritora, algo que à primeira vista parece resistir à quantificação: a ironia. As abordagens literárias tradicionais sempre se focaram nesse aspecto do trabalho de Jane Austen. Como escreveu o crítico Marvin Mudrick, "as incongruências entre fingimento e essência, entre a ideia ampla e o ego inadequado". Observando as passagens em que palavras como "muito" são usadas frequentemente, constata-se não raro que o sentido declarado pode não coincidir com o sentido real –um exagero que constitui um convite sutil à dúvida. Em um trecho de "Emma", a personagem-título e sua amiga Mrs. Weston falam sobre o encantador Frank Churchill, que a protagonista, apesar de ter acabado de conhecer, acha que deve se sentir atraído por ela: "Mrs. Weston estava sempre disposta a declarar o quão agradável e atencioso companheiro ele era, e o quanto apreciava sua disposição para tudo. O jovem parecia ter um temperamento muito aberto, certamente era bastante alegre e vivaz. Emma não observou nada errado em suas ideias, que eram muito ajuizadas... Isso tudo era muito promissor, e, exceto pela inoportuna vaidade de ter mandado cortar o cabelo, não havia nada que o tornasse indigno da distinta honra que a imaginação de Emma lhe havia conferido. A honra, se não de amá-la, de estar bem próximo disso, salvo apenas pela indiferença da própria Emma (ela ainda mantinha a decisão de jamais se casar). A honra, em suma, de ser destinado a ela por todos os conhecidos que tinham em comum". - "Emma" Alguém que esteja lendo o romance pela primeira vez não sabe que Frank oculta um segredo importante nem que Emma ignora os próprios sentimentos. Mas a profusão de termos intensificadores cria um senso de insistência excessiva de que nem tudo é o que aparenta ser. A VIDA COMO ELA É Jane Austen também fazia uso repetido de palavras como "poderia" e "deveria", indicativas de probabilidade, permissão e obrigação. "Poderia", em seus romances, muitas vezes é acompanhado de "não" e tende a ser encontrado em palavras ou frases ligadas a pensar, perceber ou falar. Isso reflete o desafio enfrentado pelos personagens da escritora, especialmente suas heroínas, de enxergar as coisas como elas realmente são e em falar o que realmente pensam. A ingênua Catherine de "Northanger Abbey" enxerga o mundo através do prisma de seus amados romances góticos, fazendo uma leitura equivocada da realidade. Anne Elliot, de "Persuasão", quando volta a ter contato com o ex-noivo que ainda ama, precisa descobrir se ele ainda guarda algum sentimento por ela, mas não consegue expressar nem os próprios sentimentos. "Deveria" tende a ser encontrado perto de "ser" e "ter", em construções frequentemente usadas nas especulações das personagens sobre os verdadeiros pensamentos e emoções dos outros: "Ela sentiu que deveria haver algum problema. A mudança era inequívoca. A diferença entre sua atitude atual e a que havia apresentado no Salão Octagonal era grande demais". - "Persuasão" Essa preocupação está no cerne do trabalho de Austen: o que acontece por trás do verniz exigido pela cortesia? Esses termos singulares, agrupamentos de palavras e construções gramaticais ressaltam o que lhe interessava como escritora: os estados de ânimo e sentimento e os esforços incessantes de suas personagens em compreender a si mesmas e aos outros. A natureza humana (ao lado da ação do tempo) é o verdadeiro tema de todos os romances, mesmo daqueles cheios de fantasmas, piratas, órfãos corajosos ou trajetórias até a guilhotina. Ao omitir os elementos fantásticos e dramáticos que alimentam as tramas de romances mais convencionais, tanto os de seu tempo quanto os do nosso, Austen mantém um foco de alta precisão. Isso aponta para as características tão cruciais para sua longevidade na luta darwiniana pela imortalidade literária: inteligência emocional aguda e uma rara habilidade de apresentá-la em histórias que nos entretêm ao mesmo tempo em que nos instruem. Austen parece enxergar as pessoas com tanta clareza que nós, seus leitores, não podemos deixar de melhorar nossa percepção também. JOSH KATZ é editor gráfico do "The New York Times" KATHLEEN A. FLYNN é editora do "The Upshot" no "The New York Times" Tradução de CLARA ALLAIN
ilustrissima
Por que Jane Austen ainda é tão lida, 200 anos depois de sua morte?Duzentos anos após sua morte, Jane Austen (1775-1817) comanda um império cultural –com obras de ficção feitas por fãs, adaptações e merchandising que têm por base seus seis romances. A pergunta que se coloca é: por que ela, e não qualquer outro autor? Franco Moretti, fundador do Laboratório Literário de Stanford, que aplica análise de dados ao estudo da ficção, afirma que determinados livros sobrevivem graças às escolhas dos leitores comuns, em um processo um pouco parecido com a evolução: "A história literária é moldada pelo fato de que os leitores selecionam uma obra literária e a mantêm viva ao longo de gerações porque gostam de alguns de seus elementos principais". Quais são as características que tornam Jane Austen especial? Elas são mensuráveis com dados? Será que é possível criar gráficos para registrar gênios literários? Os romances de Austen, que tiveram sucesso razoável na época de sua publicação, foram inovadores ou até revolucionários de maneiras que os contemporâneos da escritora não reconheceram completamente. Algumas das técnicas que introduziu –ou utilizou melhor que qualquer outro autor da época– foram de tal forma incorporadas à maneira como encaramos a ficção que a impressão que temos é de que sempre estiveram presentes. Uma coisa que os primeiros leitores de fato notaram, porém, foi o naturalismo. Diferentemente dos romances que Austen leu durante a juventude, os que ela própria escreveu não contêm elementos improváveis. Não são ambientados em castelos italianos fantasmagóricos (em "Northanger Abbey", ela zomba desse tipo de artifício gótico); não têm personagens sequestradas por libertinos ou herdeiras de fortunas condicionadas a exigências bizarras. Walter Scott (1771-1882), popular autor de romances históricos em sua maioria esquecidos hoje em dia, elogiou a "arte [de Jane Austen] de copiar a natureza como ela realmente é na vida comum e de apresentar ao leitor, ao invés de cenas esplêndidas de um mundo imaginário, uma representação correta e nítida daquilo que acontece diariamente à sua volta". DADOS Vamos tentar visualizar esse naturalismo com a ajuda de dados. Começamos com um conjunto de 127 romances ingleses publicados entre 1710 e 1920. Utilizando uma técnica chamada "análise de componentes principais", essas obras são registradas em um gráfico bidimensional, que se baseia no vocabulário de cada livro. A localização de cada obra no diagrama se baseia na frequência com que utiliza cada palavra da língua inglesa. No eixo horizontal, as palavras mais à esquerda tendem a ser mais abstratas, tratando de estados de ânimo e relacionamentos sociais: "conhecido", "afeto", "conduta", "desejo", "favor", "gratidão", "indulgência", "mérito", "ressentimento" e "virtude". Já as mais à direita dizem respeito ao mundo físico e aos sentidos: "fechado", "escuro", "vazio", "dedos", "grama", "quente", "ombro", "em pé" e "branco". Os vocábulos abstratos são os mais antigos, e os romances de Austen, publicados entre 1811 e 1818, recorrem muito a eles –o que aproxima a autora de seus contemporâneos de escrita. O que se revela mais intrigante é o eixo vertical do citado gráfico, que indica o grau de alinhamento dos romances analisados a um léxico medieval (porção inferior) ou, alternativamente, a um vocabulário que aluda à noção de tempo e às emoções (porção superior). Para exemplificar: a parte de baixo é associada a palavras que lembram a peça "Macbeth" (1606), como "banquete", "contemplou", "fulminado" e "espada". O romance de aventura medieval "Ivanhoe" (1820), de Walter Scott, figura nessa porção do gráfico. Na parte superior, Austen está praticamente sozinha, ao lado de obras como "Diary of a Nobody" (1892) e "New Grub Street" (1891). Esse pedaço do gráfico está relacionado a uma propensão acima da média ao uso de palavras como "bastante", "realmente" e "muito" –o tipo de vocábulo que os escritores são aconselhados a evitar se quiserem criar prosas fortes. Também está ligado a marcadores temporais e estados de ânimo: "sempre", "quinzena" e "semana"; "desajeitado", "decidido", "feliz", "lamento". Portanto, não há em Austen "cenas esplêndidas de um mundo imaginário". Porém, como observou Virginia Woolf, "de todos os grandes escritores, ela é a mais difícil de flagrar no ato da grandeza". COMPARAÇÃO Outro estudo analisou palavras dos romances de Austen e as comparou com uma coleção de ficção britânica contemporânea e outra de ficção britânica de 1780 a 1820. Foram identificados vários aspectos singulares. Jane Austen emprega comparativamente mais palavras relativas a mulheres –"ela", "senhorita"– e a relacionamentos familiares, como "irmã". Não chega a surpreender, considerando a temática de seus livros. Também vemos mais palavras como "contente", "respeitado" e "esperado". Isso corresponde ao eixo horizontal do gráfico citado acima. Austen também empregava palavras intensificadoras –como "muito", "tanto"– com frequência maior que outros escritores. O estudo vinculou a utilização desses termos a uma característica crucial dos textos da escritora, algo que à primeira vista parece resistir à quantificação: a ironia. As abordagens literárias tradicionais sempre se focaram nesse aspecto do trabalho de Jane Austen. Como escreveu o crítico Marvin Mudrick, "as incongruências entre fingimento e essência, entre a ideia ampla e o ego inadequado". Observando as passagens em que palavras como "muito" são usadas frequentemente, constata-se não raro que o sentido declarado pode não coincidir com o sentido real –um exagero que constitui um convite sutil à dúvida. Em um trecho de "Emma", a personagem-título e sua amiga Mrs. Weston falam sobre o encantador Frank Churchill, que a protagonista, apesar de ter acabado de conhecer, acha que deve se sentir atraído por ela: "Mrs. Weston estava sempre disposta a declarar o quão agradável e atencioso companheiro ele era, e o quanto apreciava sua disposição para tudo. O jovem parecia ter um temperamento muito aberto, certamente era bastante alegre e vivaz. Emma não observou nada errado em suas ideias, que eram muito ajuizadas... Isso tudo era muito promissor, e, exceto pela inoportuna vaidade de ter mandado cortar o cabelo, não havia nada que o tornasse indigno da distinta honra que a imaginação de Emma lhe havia conferido. A honra, se não de amá-la, de estar bem próximo disso, salvo apenas pela indiferença da própria Emma (ela ainda mantinha a decisão de jamais se casar). A honra, em suma, de ser destinado a ela por todos os conhecidos que tinham em comum". - "Emma" Alguém que esteja lendo o romance pela primeira vez não sabe que Frank oculta um segredo importante nem que Emma ignora os próprios sentimentos. Mas a profusão de termos intensificadores cria um senso de insistência excessiva de que nem tudo é o que aparenta ser. A VIDA COMO ELA É Jane Austen também fazia uso repetido de palavras como "poderia" e "deveria", indicativas de probabilidade, permissão e obrigação. "Poderia", em seus romances, muitas vezes é acompanhado de "não" e tende a ser encontrado em palavras ou frases ligadas a pensar, perceber ou falar. Isso reflete o desafio enfrentado pelos personagens da escritora, especialmente suas heroínas, de enxergar as coisas como elas realmente são e em falar o que realmente pensam. A ingênua Catherine de "Northanger Abbey" enxerga o mundo através do prisma de seus amados romances góticos, fazendo uma leitura equivocada da realidade. Anne Elliot, de "Persuasão", quando volta a ter contato com o ex-noivo que ainda ama, precisa descobrir se ele ainda guarda algum sentimento por ela, mas não consegue expressar nem os próprios sentimentos. "Deveria" tende a ser encontrado perto de "ser" e "ter", em construções frequentemente usadas nas especulações das personagens sobre os verdadeiros pensamentos e emoções dos outros: "Ela sentiu que deveria haver algum problema. A mudança era inequívoca. A diferença entre sua atitude atual e a que havia apresentado no Salão Octagonal era grande demais". - "Persuasão" Essa preocupação está no cerne do trabalho de Austen: o que acontece por trás do verniz exigido pela cortesia? Esses termos singulares, agrupamentos de palavras e construções gramaticais ressaltam o que lhe interessava como escritora: os estados de ânimo e sentimento e os esforços incessantes de suas personagens em compreender a si mesmas e aos outros. A natureza humana (ao lado da ação do tempo) é o verdadeiro tema de todos os romances, mesmo daqueles cheios de fantasmas, piratas, órfãos corajosos ou trajetórias até a guilhotina. Ao omitir os elementos fantásticos e dramáticos que alimentam as tramas de romances mais convencionais, tanto os de seu tempo quanto os do nosso, Austen mantém um foco de alta precisão. Isso aponta para as características tão cruciais para sua longevidade na luta darwiniana pela imortalidade literária: inteligência emocional aguda e uma rara habilidade de apresentá-la em histórias que nos entretêm ao mesmo tempo em que nos instruem. Austen parece enxergar as pessoas com tanta clareza que nós, seus leitores, não podemos deixar de melhorar nossa percepção também. JOSH KATZ é editor gráfico do "The New York Times" KATHLEEN A. FLYNN é editora do "The Upshot" no "The New York Times" Tradução de CLARA ALLAIN
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Veja cinco dicas para aproveitar São Paulo nos próximos dias
LUCAS FERRAZ DE SÃO PAULO Entre biblioteca, ciclovia e pizzaria, veja cinco dicas do repórter de "Cotidiano" Lucas Ferraz para aproveitar o tempo de folga em São Paulo. 1. Biblioteca Mário de Andrade Mal-aproveitada como toda biblioteca no Brasil, não deve nada às assemelhadas mundo afora: tem acervo, estrutura, wi-fi e atividades culturais. Informe-se sobre o local 2. Conceição Discos & Comes Além de boa cozinha, vende LPs e proporciona boa música em som analógico. No menu há sempre arroz com alguma combinação —com língua (de boi) e ovo é imperdível. Informe-se sobre o local 3. Ciclovia do Centro Passeio surpreendente. Além dos lindos prédios da região, há toda uma fauna no viaduto do Chá, no largo do Paissandú e na praça da República. O ideal é pedalar aos fins de semana. Av. Duque de Caxias, viaduto do Chá e outras vias 4. Jazz nos Fundos É uma das melhores casas da cidade para se ouvir boa música e guarda ainda um pouco do ambiente romântico do jazz —pouca luz e clima intimista, mas sem fumaça. R. João Moura, 1.076, Pinheiros, região oeste, tel. 3083-5975. 150 pessoas. Proibido para menores de 18 anos. Qui. a sáb.: 20h às 2h. Ingr.: R$ 25. Há desc. c/ nome na lista. 5. Pizza Mania Quem se animar com o Jazz nos Fundos pode começar a noite na pizzaria ao lado. Criada por italianos, a despretensiosa casa tem ótima pizza e boas doses de limoncello e grappa. Informe-se sobre o local
saopaulo
Veja cinco dicas para aproveitar São Paulo nos próximos diasLUCAS FERRAZ DE SÃO PAULO Entre biblioteca, ciclovia e pizzaria, veja cinco dicas do repórter de "Cotidiano" Lucas Ferraz para aproveitar o tempo de folga em São Paulo. 1. Biblioteca Mário de Andrade Mal-aproveitada como toda biblioteca no Brasil, não deve nada às assemelhadas mundo afora: tem acervo, estrutura, wi-fi e atividades culturais. Informe-se sobre o local 2. Conceição Discos & Comes Além de boa cozinha, vende LPs e proporciona boa música em som analógico. No menu há sempre arroz com alguma combinação —com língua (de boi) e ovo é imperdível. Informe-se sobre o local 3. Ciclovia do Centro Passeio surpreendente. Além dos lindos prédios da região, há toda uma fauna no viaduto do Chá, no largo do Paissandú e na praça da República. O ideal é pedalar aos fins de semana. Av. Duque de Caxias, viaduto do Chá e outras vias 4. Jazz nos Fundos É uma das melhores casas da cidade para se ouvir boa música e guarda ainda um pouco do ambiente romântico do jazz —pouca luz e clima intimista, mas sem fumaça. R. João Moura, 1.076, Pinheiros, região oeste, tel. 3083-5975. 150 pessoas. Proibido para menores de 18 anos. Qui. a sáb.: 20h às 2h. Ingr.: R$ 25. Há desc. c/ nome na lista. 5. Pizza Mania Quem se animar com o Jazz nos Fundos pode começar a noite na pizzaria ao lado. Criada por italianos, a despretensiosa casa tem ótima pizza e boas doses de limoncello e grappa. Informe-se sobre o local
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Soberania digital
Um elemento novo surgiu nos debates políticos nacionais: a chamada "soberania digital", um conjunto de medidas para que um país não se torne excessivamente dependente de outros no que diz respeito ao uso da tecnologia e da internet. O conceito surgiu a partir da constatação de que a rede faz parte da infraestrutura básica dos países, com a qual cada vez mais serviços públicos vão se integrar: transporte, energia, telecomunicações, saúde, planejamento urbano, defesa. Com isso, na medida em que um país fica dependente de outro com relação à internet, seus serviços públicos por tabela também ficarão. Não existe uma receita única para promover a "soberania digital". Países autoritários como a China são o caso mais extremo. Exercem controle estatal direto e proíbem estrangeiras de atuar na rede local, tanto na infraestrutura técnica, quanto na camada dos serviços. A China simplesmente proíbe que sites estrangeiros operem localmente. Na lista: Wordpress, Vimeo, Google, Facebook, Dropbox. Nenhum é acessível por lá. As penas para quem contorna a proibição são severas. Outras medidas extremas para a promoção da soberania digital incluem, por exemplo, uma lei aprovada recentemente na Rússia. Ela obriga empresas de internet a armazenarem dados coletados sobre russos em servidores localizados no país. Apesar desses casos extremos, que denigrem a própria ideia de "soberania digital", o conceito é na verdade de importância crucial. Todo e qualquer país hoje, incluindo o Brasil, precisa ter uma política sobre o tema. Na área civil, o Ministério que vinha ensaiando um pensamento mais sistemático sobre o tema era o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). Por exemplo, o MCTI organizou em abril de 2014 o NetMundial, a bem-sucedida iniciativa brasileira de discutir a "governança" da rede a partir de modelos mais abrangentes. Com a troca recente de ministros, há nos bastidores uma movimentação para se retirar do MCTI capacidades para articular esse tema. A ideia é transferir competências exercidas pelo MCTI nos últimos anos para o Ministério das Comunicações e a Anatel. Se a mudança for para frente, será um erro. A "soberania digital" é conceito que deve ser articulado de forma ampla, e não a partir de uma visão setorial. Afirmar que o tema pertence institucionalmente ao território das "comunicações" é partir de uma premissa equivocada. Para promover a soberania digital o Brasil precisa articular fatores complexos: mobilizar universidades para a questão; promover a concorrência, diversificando a infraestrutura da rede nos níveis regional e global; desenvolver capacidades para concorrer com serviços on-line globais; promover marcos legais que reforcem direitos e ajudem a inovação etc. Algumas dessas medidas passam pelo setor de telecomunicações. A maior parte delas, não. Há uma expectativa de que o Brasil avance como um protagonista relevante na governança da internet global. Para isso acontecer, primeiro o tema precisar ser enfrentado localmente e ser encarado como política de Estado.
colunas
Soberania digitalUm elemento novo surgiu nos debates políticos nacionais: a chamada "soberania digital", um conjunto de medidas para que um país não se torne excessivamente dependente de outros no que diz respeito ao uso da tecnologia e da internet. O conceito surgiu a partir da constatação de que a rede faz parte da infraestrutura básica dos países, com a qual cada vez mais serviços públicos vão se integrar: transporte, energia, telecomunicações, saúde, planejamento urbano, defesa. Com isso, na medida em que um país fica dependente de outro com relação à internet, seus serviços públicos por tabela também ficarão. Não existe uma receita única para promover a "soberania digital". Países autoritários como a China são o caso mais extremo. Exercem controle estatal direto e proíbem estrangeiras de atuar na rede local, tanto na infraestrutura técnica, quanto na camada dos serviços. A China simplesmente proíbe que sites estrangeiros operem localmente. Na lista: Wordpress, Vimeo, Google, Facebook, Dropbox. Nenhum é acessível por lá. As penas para quem contorna a proibição são severas. Outras medidas extremas para a promoção da soberania digital incluem, por exemplo, uma lei aprovada recentemente na Rússia. Ela obriga empresas de internet a armazenarem dados coletados sobre russos em servidores localizados no país. Apesar desses casos extremos, que denigrem a própria ideia de "soberania digital", o conceito é na verdade de importância crucial. Todo e qualquer país hoje, incluindo o Brasil, precisa ter uma política sobre o tema. Na área civil, o Ministério que vinha ensaiando um pensamento mais sistemático sobre o tema era o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). Por exemplo, o MCTI organizou em abril de 2014 o NetMundial, a bem-sucedida iniciativa brasileira de discutir a "governança" da rede a partir de modelos mais abrangentes. Com a troca recente de ministros, há nos bastidores uma movimentação para se retirar do MCTI capacidades para articular esse tema. A ideia é transferir competências exercidas pelo MCTI nos últimos anos para o Ministério das Comunicações e a Anatel. Se a mudança for para frente, será um erro. A "soberania digital" é conceito que deve ser articulado de forma ampla, e não a partir de uma visão setorial. Afirmar que o tema pertence institucionalmente ao território das "comunicações" é partir de uma premissa equivocada. Para promover a soberania digital o Brasil precisa articular fatores complexos: mobilizar universidades para a questão; promover a concorrência, diversificando a infraestrutura da rede nos níveis regional e global; desenvolver capacidades para concorrer com serviços on-line globais; promover marcos legais que reforcem direitos e ajudem a inovação etc. Algumas dessas medidas passam pelo setor de telecomunicações. A maior parte delas, não. Há uma expectativa de que o Brasil avance como um protagonista relevante na governança da internet global. Para isso acontecer, primeiro o tema precisar ser enfrentado localmente e ser encarado como política de Estado.
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Japonês vira sensação na internet com tartaruga gigante
Um japonês se transformou em uma sensação na internet depois de ter sido visto com seu bicho de estimação: uma tartaruga gigante de 70kg. Mitani Hisao, um agente funerário de 62 anos, comprou Bon-chan há 19 anos. Na época, o quelônio media apenas cinco centímetros de comprimento. Hoje, o casco do animal tem 75 centímetros de diâmetro. Hisao passeia com Bon-chan pelas ruas da vizinhança de Tóquio em que mora. Sem filhos, ele se refere à tartaruga como seu filho. "Bon-chan é a única pessoa na minha família que me escuta", brinca o agente funerário. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Japonês vira sensação na internet com tartaruga giganteUm japonês se transformou em uma sensação na internet depois de ter sido visto com seu bicho de estimação: uma tartaruga gigante de 70kg. Mitani Hisao, um agente funerário de 62 anos, comprou Bon-chan há 19 anos. Na época, o quelônio media apenas cinco centímetros de comprimento. Hoje, o casco do animal tem 75 centímetros de diâmetro. Hisao passeia com Bon-chan pelas ruas da vizinhança de Tóquio em que mora. Sem filhos, ele se refere à tartaruga como seu filho. "Bon-chan é a única pessoa na minha família que me escuta", brinca o agente funerário. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Mauricio Puls: Menos é mais?
Por que o PSDB governa São Paulo há 20 anos? À primeira vista, devido à identificação dos eleitores com o partido. Só que a conta não fecha: apenas 9% dos paulistas preferem os tucanos, segundo o Datafolha, e Geraldo Alckmin foi reeleito com 57% dos votos válidos. A legenda tem adeptos fiéis, mas são poucos. Os demais votantes escolhem o PSDB menos por afinidade e mais porque rejeitam as demais siglas. Qual é o motivo dessa aversão? No ano passado, os tucanos tinham, a rigor, dois adversários: o bloco PMDB-PP e o PT. O PMDB de Orestes Quércia governou o Estado de 1987 a 1994, enquanto o PP de Paulo Maluf ganhou as eleições na capital em 1992 e 1996. Quércia e Maluf fizeram fama como "tocadores de obras" e elegeram seus sucessores. Porém deixaram dívidas imensas, que paralisaram as gestões seguintes. O impacto foi sentido pela população: o fiasco do quercismo abriu caminho para a vitória do PSDB, em 1994, e o fiasco do malufismo o consolidou no poder, em 1998. PMDB e PP jamais se recuperaram. O segundo rival de Alckmin era o PT. Na Presidência há 12 anos, o partido ampliou consideravelmente os gastos na área social (Bolsa Família, ProUni, Mais Médicos). Embora esse Estado-provedor tenha um perfil distinto do Estado-fazedor de Quércia e Maluf, seu custo também é elevado. Isso não agrada à maioria dos paulistas: 52% preferem "pagar menos impostos e contratar serviços particulares de educação e saúde", aponta o Datafolha. Talvez a classe média não seja majoritária em São Paulo, mas seu modo de ver o mundo seguramente é. Como observou Renato Janine Ribeiro no artigo "Mal-Estar na Sociedade Brasileira", essas pessoas não andam de transporte coletivo, não vão ao SUS, não usam escolas públicas. Pagam impostos, mas estes só beneficiam "os pobres". A classe média não está preocupada com a qualidade dos serviços que descarta: seu problema é a fatura. Ela sonha com um "governo barato": não precisa de alguém que faça mais, e sim que gaste menos. Daí sua inclinação pelo PSDB, que defende o equilíbrio fiscal e a estabilidade monetária. Em contrapartida, esse eleitor não espera muito de seu eleito –até porque a legenda não atende a várias de suas demandas– nem se anima a ir às ruas para defendê-lo. A posse de Fernando Henrique Cardoso em 1995 reuniu 4.000 pessoas –bem menos que as 20 mil que foram à posse de Collor, em 1990, e muitíssimo menos que as 150 mil que acompanharam a de Lula, em 2003. O distanciamento crítico da classe média em relação a seus representantes na cena política explica por que o PSDB nunca produziu um líder carismático. Nem poderia. O carisma não emana do líder: é projetado nele pela massa. As estrelas da política brilham com essa luz emprestada. Sem ela, o céu de São Paulo escureceu. MAURICIO PULS é jornalista da Folha.
opiniao
Mauricio Puls: Menos é mais?Por que o PSDB governa São Paulo há 20 anos? À primeira vista, devido à identificação dos eleitores com o partido. Só que a conta não fecha: apenas 9% dos paulistas preferem os tucanos, segundo o Datafolha, e Geraldo Alckmin foi reeleito com 57% dos votos válidos. A legenda tem adeptos fiéis, mas são poucos. Os demais votantes escolhem o PSDB menos por afinidade e mais porque rejeitam as demais siglas. Qual é o motivo dessa aversão? No ano passado, os tucanos tinham, a rigor, dois adversários: o bloco PMDB-PP e o PT. O PMDB de Orestes Quércia governou o Estado de 1987 a 1994, enquanto o PP de Paulo Maluf ganhou as eleições na capital em 1992 e 1996. Quércia e Maluf fizeram fama como "tocadores de obras" e elegeram seus sucessores. Porém deixaram dívidas imensas, que paralisaram as gestões seguintes. O impacto foi sentido pela população: o fiasco do quercismo abriu caminho para a vitória do PSDB, em 1994, e o fiasco do malufismo o consolidou no poder, em 1998. PMDB e PP jamais se recuperaram. O segundo rival de Alckmin era o PT. Na Presidência há 12 anos, o partido ampliou consideravelmente os gastos na área social (Bolsa Família, ProUni, Mais Médicos). Embora esse Estado-provedor tenha um perfil distinto do Estado-fazedor de Quércia e Maluf, seu custo também é elevado. Isso não agrada à maioria dos paulistas: 52% preferem "pagar menos impostos e contratar serviços particulares de educação e saúde", aponta o Datafolha. Talvez a classe média não seja majoritária em São Paulo, mas seu modo de ver o mundo seguramente é. Como observou Renato Janine Ribeiro no artigo "Mal-Estar na Sociedade Brasileira", essas pessoas não andam de transporte coletivo, não vão ao SUS, não usam escolas públicas. Pagam impostos, mas estes só beneficiam "os pobres". A classe média não está preocupada com a qualidade dos serviços que descarta: seu problema é a fatura. Ela sonha com um "governo barato": não precisa de alguém que faça mais, e sim que gaste menos. Daí sua inclinação pelo PSDB, que defende o equilíbrio fiscal e a estabilidade monetária. Em contrapartida, esse eleitor não espera muito de seu eleito –até porque a legenda não atende a várias de suas demandas– nem se anima a ir às ruas para defendê-lo. A posse de Fernando Henrique Cardoso em 1995 reuniu 4.000 pessoas –bem menos que as 20 mil que foram à posse de Collor, em 1990, e muitíssimo menos que as 150 mil que acompanharam a de Lula, em 2003. O distanciamento crítico da classe média em relação a seus representantes na cena política explica por que o PSDB nunca produziu um líder carismático. Nem poderia. O carisma não emana do líder: é projetado nele pela massa. As estrelas da política brilham com essa luz emprestada. Sem ela, o céu de São Paulo escureceu. MAURICIO PULS é jornalista da Folha.
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O que as crianças da ditadura acham dos pedidos de intervenção militar
As propaladas manifestações recentemente convocadas pela direita brasileira deram margem aos entusiastas da intervenção militar. Camuflados em meio a uma multidão que se esgana pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo fim da corrupção, eles pedem que as forças armadas voltem a intervir no cenário político nacional. Entrevistados que vivenciaram a ditadura enquanto crianças falam à VICE sobre fichamento, exílio político, pais torturados e mortos, além do estranho desejo de quem clama pelo retorno dos militares ao poder. Fruto de um relacionamento entre dois guerrilheiros que se encontraram durante o exílio em Cuba, a pedagoga Ñasaindy Barret de Araújo tinha menos de dois anos quando o pai voltou para a luta armada no Brasil. Era 1970. Meses depois, a mãe também retornou. Integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ambos foram mortos. Sozinha no Estado cubano, a garota ficou sob a tutela da também exilada Damaris Oliveira Lucena, recém-chegada ao país ao lado de seus três filhos. Na maioria das fotos da infância, Ñasaindy não esboça muitos sorrisos. "Meus seis primeiros anos de vida foram tristes. Todo mundo diz que eu chorava muito", relata. Entender como os pais puderam deixar um bebê sozinho em outro país para voltar à militância no Brasil foi um processo doloroso. "Não tem como dizer que não houve dor ou sofrimento. É aquela velha história: você está no mundo sem pai nem mãe." Os atuais clamores por intervenção militar e o temor por um golpe de Estado a fizeram refletir e compreender melhor os motivos dos progenitores. "Foi a primeira vez que me perguntei isso: eu entraria em uma luta armada? A possibilidade de um golpe, hoje, seria um retrocesso. Não conseguiríamos só ficar olhando. Tentaríamos dar um jeito. Foi a primeira vez que percebi a importância. Agora, consigo entender minha mãe e meu pai." Fichada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) aos quatro anos de idade, Zuleide Aparecida do Nascimento é uma das crianças presentes na famosa imagem que mostra 40 presos políticos trocados pelo embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig von Holleben. Junto da avó e dos irmãos, Zuleide foi banida do país e enviada a Cuba, onde viveu por 16 anos. "Aqui, no Brasil, não vivíamos uma vida de criança. Tínhamos a mesma preocupação que os adultos: não sermos mortos." O tio e a avó de Zuleide eram militantes do movimento sindical metalúrgico. Os fios grisalhos e a idade avançada de Tercina Dias de Oliveira, conhecida como "Tia", colaboravam para manter a fachada dos aparelhos [nome dado às casas onde perseguidos viviam de maneira clandestina]. "Ela costurava e preparava refeições pro pessoal que ia ao treinamento de guerrilha no meio do mato", conta. "Meus irmãos relatam que, quando alguém batia na porta, eu pegava um pau e ficava na espreita. A gente não saía, não brincava." A identidade das crianças também era protegida. "Eu tinha um nome frio. Se me chamassem por esse nome, eu tinha de responder." Ao falar sobre a marcha de 15 de março, amplamente divulgada pela imprensa e aplaudida por boa parte dos formadores de opinião do país, Zuleide frisa ter "nojo só de lembrar". Para ela, as pautas da classe média estão à frente dos reais interesses políticos em prol da população. "O que eles querem reivindicar? O carro do ano? Uma viagem não sei pra onde? Que o filho da empregada não frequente a mesma faculdade que os filhos deles? Que a empregada não use o perfume que eles usam?", indaga. "Eu concordo que as pessoas saiam às ruas para se manifestar contra a corrupção, porque está demais. Agora, discordo quando elas vão às ruas sem o mínimo de esclarecimento. E a direita se usa disso, desse povo que não tem esclarecimento pra fazer o que fizeram na primeira manifestação: criar massa de manobra." Durante os anos de chumbo, Ernesto Dias do Nascimento passou pelo mesmo terror e, durante a vivida em Cuba, chegou a morar com Ñasaindy e Zuleide (a quem chama de "prima"). Aos dois anos de idade, o menino, então apelidado de "Chezinho" - em alusão à Che Guevara -, presenciou o pai, militante sindicalista, sendo torturado na Oban (Operação Bandeirantes). Para fazer com que o adulto fornecesse informações, os militares simulavam torturar o filho na sala ao lado. "Tive muito trauma minha vida toda. Eu não falava nada, não conversava. Aprendi espanhol só ouvindo." O medo se estendia para fora de casa. "Eu tinha pavor de policial, tinha medo de sair na rua", relata. Fichado pelo Dops, assim como Zuleide, Ernesto - cujos pais são vivos até hoje - se considera um preso político. "Eu não sou filho de opositor, de perseguido político. Eu fui preso político. Tá aqui. Fui fichado como 'elemento menor subversivo' pelo Dops. Eu tinha dois anos de idade." Apesar de reconhecer que as pessoas favoráveis à intervenção militar integram uma minoria, Ernesto enxerga "um movimento de ódio, fascismo; um movimento discriminatório". Apesar de adjetivos como "minoria" ou até mesmo "lunáticos" serem atribuídos aos intervencionistas, eles parecem não ligar e continuam propagando sua mensagem através das marchas direitistas. No último ato em São Paulo (12), a reportagem da VICE apurou pelo menos quatro carros de som pedindo intervenção. Zuleide, que até hoje carrega as marcas de uma infância repleta de medo e perseguição, teme os próximos passos. "Foi assim que aconteceu o golpe de 64, que eles chamam de 'revolução'. Foi assim que aconteceu." *As fontes desta reportagem foram retiradas do livro Infância Roubada - Crianças Atingidas pela Ditadura Militar no Brasil, publicado pela Comissão da Verdade. _Siga a Débora Lopes no Twitter
vice
O que as crianças da ditadura acham dos pedidos de intervenção militarAs propaladas manifestações recentemente convocadas pela direita brasileira deram margem aos entusiastas da intervenção militar. Camuflados em meio a uma multidão que se esgana pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo fim da corrupção, eles pedem que as forças armadas voltem a intervir no cenário político nacional. Entrevistados que vivenciaram a ditadura enquanto crianças falam à VICE sobre fichamento, exílio político, pais torturados e mortos, além do estranho desejo de quem clama pelo retorno dos militares ao poder. Fruto de um relacionamento entre dois guerrilheiros que se encontraram durante o exílio em Cuba, a pedagoga Ñasaindy Barret de Araújo tinha menos de dois anos quando o pai voltou para a luta armada no Brasil. Era 1970. Meses depois, a mãe também retornou. Integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ambos foram mortos. Sozinha no Estado cubano, a garota ficou sob a tutela da também exilada Damaris Oliveira Lucena, recém-chegada ao país ao lado de seus três filhos. Na maioria das fotos da infância, Ñasaindy não esboça muitos sorrisos. "Meus seis primeiros anos de vida foram tristes. Todo mundo diz que eu chorava muito", relata. Entender como os pais puderam deixar um bebê sozinho em outro país para voltar à militância no Brasil foi um processo doloroso. "Não tem como dizer que não houve dor ou sofrimento. É aquela velha história: você está no mundo sem pai nem mãe." Os atuais clamores por intervenção militar e o temor por um golpe de Estado a fizeram refletir e compreender melhor os motivos dos progenitores. "Foi a primeira vez que me perguntei isso: eu entraria em uma luta armada? A possibilidade de um golpe, hoje, seria um retrocesso. Não conseguiríamos só ficar olhando. Tentaríamos dar um jeito. Foi a primeira vez que percebi a importância. Agora, consigo entender minha mãe e meu pai." Fichada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) aos quatro anos de idade, Zuleide Aparecida do Nascimento é uma das crianças presentes na famosa imagem que mostra 40 presos políticos trocados pelo embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig von Holleben. Junto da avó e dos irmãos, Zuleide foi banida do país e enviada a Cuba, onde viveu por 16 anos. "Aqui, no Brasil, não vivíamos uma vida de criança. Tínhamos a mesma preocupação que os adultos: não sermos mortos." O tio e a avó de Zuleide eram militantes do movimento sindical metalúrgico. Os fios grisalhos e a idade avançada de Tercina Dias de Oliveira, conhecida como "Tia", colaboravam para manter a fachada dos aparelhos [nome dado às casas onde perseguidos viviam de maneira clandestina]. "Ela costurava e preparava refeições pro pessoal que ia ao treinamento de guerrilha no meio do mato", conta. "Meus irmãos relatam que, quando alguém batia na porta, eu pegava um pau e ficava na espreita. A gente não saía, não brincava." A identidade das crianças também era protegida. "Eu tinha um nome frio. Se me chamassem por esse nome, eu tinha de responder." Ao falar sobre a marcha de 15 de março, amplamente divulgada pela imprensa e aplaudida por boa parte dos formadores de opinião do país, Zuleide frisa ter "nojo só de lembrar". Para ela, as pautas da classe média estão à frente dos reais interesses políticos em prol da população. "O que eles querem reivindicar? O carro do ano? Uma viagem não sei pra onde? Que o filho da empregada não frequente a mesma faculdade que os filhos deles? Que a empregada não use o perfume que eles usam?", indaga. "Eu concordo que as pessoas saiam às ruas para se manifestar contra a corrupção, porque está demais. Agora, discordo quando elas vão às ruas sem o mínimo de esclarecimento. E a direita se usa disso, desse povo que não tem esclarecimento pra fazer o que fizeram na primeira manifestação: criar massa de manobra." Durante os anos de chumbo, Ernesto Dias do Nascimento passou pelo mesmo terror e, durante a vivida em Cuba, chegou a morar com Ñasaindy e Zuleide (a quem chama de "prima"). Aos dois anos de idade, o menino, então apelidado de "Chezinho" - em alusão à Che Guevara -, presenciou o pai, militante sindicalista, sendo torturado na Oban (Operação Bandeirantes). Para fazer com que o adulto fornecesse informações, os militares simulavam torturar o filho na sala ao lado. "Tive muito trauma minha vida toda. Eu não falava nada, não conversava. Aprendi espanhol só ouvindo." O medo se estendia para fora de casa. "Eu tinha pavor de policial, tinha medo de sair na rua", relata. Fichado pelo Dops, assim como Zuleide, Ernesto - cujos pais são vivos até hoje - se considera um preso político. "Eu não sou filho de opositor, de perseguido político. Eu fui preso político. Tá aqui. Fui fichado como 'elemento menor subversivo' pelo Dops. Eu tinha dois anos de idade." Apesar de reconhecer que as pessoas favoráveis à intervenção militar integram uma minoria, Ernesto enxerga "um movimento de ódio, fascismo; um movimento discriminatório". Apesar de adjetivos como "minoria" ou até mesmo "lunáticos" serem atribuídos aos intervencionistas, eles parecem não ligar e continuam propagando sua mensagem através das marchas direitistas. No último ato em São Paulo (12), a reportagem da VICE apurou pelo menos quatro carros de som pedindo intervenção. Zuleide, que até hoje carrega as marcas de uma infância repleta de medo e perseguição, teme os próximos passos. "Foi assim que aconteceu o golpe de 64, que eles chamam de 'revolução'. Foi assim que aconteceu." *As fontes desta reportagem foram retiradas do livro Infância Roubada - Crianças Atingidas pela Ditadura Militar no Brasil, publicado pela Comissão da Verdade. _Siga a Débora Lopes no Twitter
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Leitora afirma que SUS oferece planos para anomalias craniofaciais
Há erros na matéria O bebê sem planos, como no seguinte trecho: "Depois do diagnóstico de uma doença rara, vem um novo desafio: a falta de tratamento, seja porque não existe mesmo, seja porque o SUS ou os planos não oferecem". O Hospital de Anomalias Craniofaciais da USP (HRAC-USP), em Bauru (SP), referência internacional na área, oferece tratamento especializado para casos de malformações craniofaciais e síndromes raras, tudo via SUS. Há uma UTI infantil onde bebês com malformações graves recebem tratamento adequado. Saiba mais em www.centrinho.usp.br. RESPOSTA DA JORNALISTA CLÁUDIA COLLUCCI - Não há erro na informação. O texto trata das dificuldades no SUS e nos planos em um nível macro, uma situação conhecida por todos. Poucos serviços no SUS oferecem diagnóstico e tratamento para doenças raras. Ainda assim, não os oferecem para todas, que ultrapassam 8.000. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora afirma que SUS oferece planos para anomalias craniofaciaisHá erros na matéria O bebê sem planos, como no seguinte trecho: "Depois do diagnóstico de uma doença rara, vem um novo desafio: a falta de tratamento, seja porque não existe mesmo, seja porque o SUS ou os planos não oferecem". O Hospital de Anomalias Craniofaciais da USP (HRAC-USP), em Bauru (SP), referência internacional na área, oferece tratamento especializado para casos de malformações craniofaciais e síndromes raras, tudo via SUS. Há uma UTI infantil onde bebês com malformações graves recebem tratamento adequado. Saiba mais em www.centrinho.usp.br. RESPOSTA DA JORNALISTA CLÁUDIA COLLUCCI - Não há erro na informação. O texto trata das dificuldades no SUS e nos planos em um nível macro, uma situação conhecida por todos. Poucos serviços no SUS oferecem diagnóstico e tratamento para doenças raras. Ainda assim, não os oferecem para todas, que ultrapassam 8.000. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Autor de artigo sobre Belo Monte responde a carta de leitor
Em resposta a Márcio Alvarenga Macedo, ninguém ignora que a matriz energética da Alemanha ainda é, globalmente, nuclear e dependente de fósseis. Mas o país está empenhado em fechar suas usinas nucleares em menos de dez anos e sua maior empresa energética, a E. ON, decidiu encerrar os investimentos em fósseis. As renováveis modernas crescem aí (como nos EUA e na China) de forma exponencial, pois eles estão com o olho no futuro, não no retrovisor. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Autor de artigo sobre Belo Monte responde a carta de leitorEm resposta a Márcio Alvarenga Macedo, ninguém ignora que a matriz energética da Alemanha ainda é, globalmente, nuclear e dependente de fósseis. Mas o país está empenhado em fechar suas usinas nucleares em menos de dez anos e sua maior empresa energética, a E. ON, decidiu encerrar os investimentos em fósseis. As renováveis modernas crescem aí (como nos EUA e na China) de forma exponencial, pois eles estão com o olho no futuro, não no retrovisor. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dona do Google passa a Apple como empresa mais valiosa
A Alphabet, empresa controladora do Google, superou a Apple como a companhia mais valiosa do mundo negociada nas Bolsas, após o fechamento do mercado nesta segunda-feira (1), superando a fabricante do iPhone, que mantém a posição há quatro anos. Depois de mostrar resultados financeiros positivos hoje, o valor das ações combinadas da companhia chegou a US$ 568 bilhões, enquanto as da Apple valiam US$ 535 bilhões. A companhia ainda terá de confirmar a ultrapassagem quando o pregão regular abrir novamente nesta terça-feira (2) –para que isso aconteça, as ações das duas companhias têm de abrir em níveis similares. As ações da Alphabet tiveram crescimento expressivo no ano passado, em razão de fatores como o aumento dos ganhos com publicidade on-line. Enquanto isso, a companhia fundada por Steve Jobs enfrenta problemas como uma demanda mais baixa pelo iPhone, especialmente na China, e a falta de outro produto que se torne "hit" (no começo do ano passado, a fabricante chegou a valer mais de US$ 760 bilhões, mas hoje sofre com queda no valor das ações). Levando em conta apenas o último trimestre do ano, a receita da Alphabet toda foi de US$ 21,3 bilhões, mais do que o esperado pelos analistas (US$ 20,7 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S), com um crescimento de 18%. PERDAS E GANHOS Hoje, a Alphabet divulgou pela primeira vez os resultados financeiros separados de sua empresa mais conhecida e lucrativa e de outros negócios –que, sabe-se agora, dão prejuízo crescente. A unidade que reúne o buscador e o YouTube, que faturam principalmente com publicidade, teve receita de US$ 74,5 bilhões no ano passado, um aumento de 13,5% ante 2014. O lucro operacional foi de US$ 23,4 bilhões. Enquanto isso, as chamadas "outras apostas" da holding, entre as quais a fabricante de produtos para casa Nest ou a criação de carros autônomos, tiveram prejuízo operacional de US$ 3,6 bilhões, um aumento de 83% em relação a 2014 (US$ 1,9 bilhão). O faturamento também cresceu (37%), de US$ 327 bilhões para US$ 448 bilhões. A divulgação dos dados em separado era uma demanda dos investidores, que por anos reclamavam que a companhia estava colocando dinheiro demais nessas apostas, em vez de se concentrar no que efetivamente dá dinheiro. "Desde que o negócio principal continue a operar bem e com receita celerada, os investimentos nas outras operações podem continuar", afirmou Ronald Josey, da JMP Securities.
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Dona do Google passa a Apple como empresa mais valiosaA Alphabet, empresa controladora do Google, superou a Apple como a companhia mais valiosa do mundo negociada nas Bolsas, após o fechamento do mercado nesta segunda-feira (1), superando a fabricante do iPhone, que mantém a posição há quatro anos. Depois de mostrar resultados financeiros positivos hoje, o valor das ações combinadas da companhia chegou a US$ 568 bilhões, enquanto as da Apple valiam US$ 535 bilhões. A companhia ainda terá de confirmar a ultrapassagem quando o pregão regular abrir novamente nesta terça-feira (2) –para que isso aconteça, as ações das duas companhias têm de abrir em níveis similares. As ações da Alphabet tiveram crescimento expressivo no ano passado, em razão de fatores como o aumento dos ganhos com publicidade on-line. Enquanto isso, a companhia fundada por Steve Jobs enfrenta problemas como uma demanda mais baixa pelo iPhone, especialmente na China, e a falta de outro produto que se torne "hit" (no começo do ano passado, a fabricante chegou a valer mais de US$ 760 bilhões, mas hoje sofre com queda no valor das ações). Levando em conta apenas o último trimestre do ano, a receita da Alphabet toda foi de US$ 21,3 bilhões, mais do que o esperado pelos analistas (US$ 20,7 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S), com um crescimento de 18%. PERDAS E GANHOS Hoje, a Alphabet divulgou pela primeira vez os resultados financeiros separados de sua empresa mais conhecida e lucrativa e de outros negócios –que, sabe-se agora, dão prejuízo crescente. A unidade que reúne o buscador e o YouTube, que faturam principalmente com publicidade, teve receita de US$ 74,5 bilhões no ano passado, um aumento de 13,5% ante 2014. O lucro operacional foi de US$ 23,4 bilhões. Enquanto isso, as chamadas "outras apostas" da holding, entre as quais a fabricante de produtos para casa Nest ou a criação de carros autônomos, tiveram prejuízo operacional de US$ 3,6 bilhões, um aumento de 83% em relação a 2014 (US$ 1,9 bilhão). O faturamento também cresceu (37%), de US$ 327 bilhões para US$ 448 bilhões. A divulgação dos dados em separado era uma demanda dos investidores, que por anos reclamavam que a companhia estava colocando dinheiro demais nessas apostas, em vez de se concentrar no que efetivamente dá dinheiro. "Desde que o negócio principal continue a operar bem e com receita celerada, os investimentos nas outras operações podem continuar", afirmou Ronald Josey, da JMP Securities.
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Jonathan Safran Foer volta ao romance após hiato de 11 anos; leia trecho
SOBRE O TEXTO Este trecho foi retirado do capítulo "Absorver ou Absolver", de "Aqui Estou". A obra marca a volta ao romance do escritor americano Jonathan Safran Foer, um dos mais proeminentes de sua geração, após um hiato de 11 anos. O livro conta a história de uma família judia de classe média alta vivendo em Washington quando um terremoto de grandes proporções atinge Israel. O lançamento, da editora Rocco, estará disponível a partir de 22/5. * Isaac deveria estar em estado avançado de decomposição dentro da terra, mas ainda continuava fresco dentro da gaveta de uma geladeira em Bethesda. Apenas para Isaac o fim do tormento poderia significar a extensão do tormento. Seu último desejo – declarado tanto no testamento quanto em inúmeras conversas com Irv, Jacob e quem mais estivesse envolvido com a tarefa – era ser enterrado em Israel. – Mas por quê? – Jacob tinha perguntado. – Porque é para onde vão os judeus. – Na folga de Natal. Não para a eternidade. E quando Sam, que estava acompanhando, apontou que por lá ele receberia muito menos visitantes, Isaac apontou que "os mortos estão mortos" e visitas são a última coisa que passam por suas cabeças com cérebros mortos. – Você não quer ser enterrado com a vovó e o resto da família? –Jacob quis saber. – Vamos todos nos reencontrar quando chegar a hora. – Mas qual o sentido disso? – Jacob não perguntou, porque algumas vezes fazer sentido não faz muito sentido. Um último desejo é uma dessas vezes. Isaac tinha providenciado o lote duas décadas antes (mesmo na época foi caro, mas ele não se importava em ter uma sepultura pobre), então tudo que era necessário para realizar seu último e mais duradouro desejo era colocar seu corpo dentro de um avião e pensar na logística do outro lado. Mas quando chegou a hora de colocar o corpo de Isaac na caixa de correio, a logística era impossível: todos os voos estavam proibidos de decolar, e quando o espaço aéreo foi reaberto, os únicos corpos com entrada permitida pelo país eram os que estavam dispostos a morrer. Assim que terminou a janela de tempo ritualística para o enterro-em-um-dia, não havia mais grande pressa em descobrir uma solução. Mas isso não significa que a família era indiferente ao ritual judaico. Alguém precisava estar com o corpo durante todo o intervalo entre a morte e o enterro. A sinagoga tinha uma equipe para isso, mas, enquanto os dias foram passando, o entusiasmo por servir de babá para o cadáver foi diminuindo, e cada vez mais a responsabilidade foi transferida para os Bloch. E essa responsabilidade precisava ser negociada com a responsabilidade de ser hospitaleiro com os israelenses: Irv poderia levá-los até Georgetown, enquanto Jacob ficava sentado ao lado do corpo de Isaac e em seguida, à tarde, Jacob poderia leválos ao Museu Aeroespacial para assistir a Voar! Na tela IMAX, engolidora de perspectiva, enquanto Deborah teria a experiência exatamente oposta com o corpo de Isaac. O patriarca com quem falavam sete minutos por semana via Skype a muito custo tinha se tornado alguém que visitavam diariamente. Por alguma singular magia judaica, a transição de vivo para morto transformava os perpetuamente ignorados em jamais esquecidos. Jacob aceitou ficar com a carga mais pesada, pois se considerava o mais apto, e também por ser quem mais desejava fugir de outras responsabilidades. Servia como acompanhante de shemirá – uma expressão da qual nunca tinha ouvido falar antes de se tornar um coreógrafo de acompanhantes de shemirá – pelo menos uma vez por dia, em geral por várias horas seguidas. Nos primeiros três dias, o corpo foi mantido em cima de uma mesa, debaixo de um lençol, na funerária judaica. Depois foi transferido para um espaço secundário nos fundos, e por último, ao final da semana, até Bethesda, para onde corpos não enterrados vão morrer. Jacob nunca ficou a menos de três metros de distância e aumentava o volume dos podcasts a um nível destruidor de capacidades auditivas, e tentava não respirar pelo nariz. Levava livros, respondia e-mails (precisava ficar do outro lado da porta para conseguir sinal), chegou até a escrever um pouco: COMO ENCENAR DISTRAÇÃO; COMO ENCENAR FANTASMAS; COMO ENCENAR LEMBRANÇAS SENTIDAS E INCOMUNICÁVEIS. Domingo, no meio da manhã, quando as reclamações ritualizadas de Max sobre não ter nada para fazer se tornaram exasperantes a um nível intolerável, Jacob sugeriu que Max participasse do acompanhamento de shemirá, pensando Isso vai fazer você sentir gratidão pelo tédio que sente. Aceitando o blefe, Max concordou. Foram saudados na porta pela acompanhante de shemirá anterior – uma mulher do shul, muito idosa, que inspirava tantos calafrios e evocava tanta ausência que poderia ter sido confundida com um dos mortos se a maquiagem exagerada não desse a pista: apenas judeus vivos são embalsamados. Trocaram acenos de cabeça, ela deu as chaves da porta de entrada a Jacob lembrando que absolutamente nada além de papel higiênico (e número dois, claro) poderia entrar na privada e, com um pouco menos de pompa e circunstância do que no Palácio de Buckingham, a troca de guarda se efetivou. – Que cheiro horrível – Max comentou, sentando diante da mesa comprida da recepção, feita de madeira de carvalho. – Quando preciso respirar, faço isso pela boca. – Parece que alguém peidou dentro de uma garrafa de vodca. – Como você conhece cheiro de vodca? – Vovô me fez cheirar. – Por quê? – Pra provar que era cara. – O preço não seria suficiente? – Pergunta isso pra ele. – Mascar chiclete também ajuda. – Você tem chiclete? – Acho que não. Em seguida, conversaram sobre Bryce Harper e sobre por que, apesar de o gênero estar tão cansado que era incapaz de erguer um dedo de originalidade, filmes de super-heróis ainda eram bem legais, e como costumava acontecer, Max pediu ao pai que contasse mais uma vez histórias sobre Argos. JONATHAN SAFRAN FOER, 40, é escritor americano. Assinou romances como "Tudo se Ilumina" (2002) e "Extremamente Alto e Incrivelmente Perto" (2005) DANIEL PELLIZZARI, 43, é tradutor e autor de "Digam a Satã que o Recado Foi Entendido" (Companhia das Letras) MAÍRA MENDES GALVÃO, 36, é tradutora, poeta e editora no Brasil para a revista "Asymptote"
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Jonathan Safran Foer volta ao romance após hiato de 11 anos; leia trechoSOBRE O TEXTO Este trecho foi retirado do capítulo "Absorver ou Absolver", de "Aqui Estou". A obra marca a volta ao romance do escritor americano Jonathan Safran Foer, um dos mais proeminentes de sua geração, após um hiato de 11 anos. O livro conta a história de uma família judia de classe média alta vivendo em Washington quando um terremoto de grandes proporções atinge Israel. O lançamento, da editora Rocco, estará disponível a partir de 22/5. * Isaac deveria estar em estado avançado de decomposição dentro da terra, mas ainda continuava fresco dentro da gaveta de uma geladeira em Bethesda. Apenas para Isaac o fim do tormento poderia significar a extensão do tormento. Seu último desejo – declarado tanto no testamento quanto em inúmeras conversas com Irv, Jacob e quem mais estivesse envolvido com a tarefa – era ser enterrado em Israel. – Mas por quê? – Jacob tinha perguntado. – Porque é para onde vão os judeus. – Na folga de Natal. Não para a eternidade. E quando Sam, que estava acompanhando, apontou que por lá ele receberia muito menos visitantes, Isaac apontou que "os mortos estão mortos" e visitas são a última coisa que passam por suas cabeças com cérebros mortos. – Você não quer ser enterrado com a vovó e o resto da família? –Jacob quis saber. – Vamos todos nos reencontrar quando chegar a hora. – Mas qual o sentido disso? – Jacob não perguntou, porque algumas vezes fazer sentido não faz muito sentido. Um último desejo é uma dessas vezes. Isaac tinha providenciado o lote duas décadas antes (mesmo na época foi caro, mas ele não se importava em ter uma sepultura pobre), então tudo que era necessário para realizar seu último e mais duradouro desejo era colocar seu corpo dentro de um avião e pensar na logística do outro lado. Mas quando chegou a hora de colocar o corpo de Isaac na caixa de correio, a logística era impossível: todos os voos estavam proibidos de decolar, e quando o espaço aéreo foi reaberto, os únicos corpos com entrada permitida pelo país eram os que estavam dispostos a morrer. Assim que terminou a janela de tempo ritualística para o enterro-em-um-dia, não havia mais grande pressa em descobrir uma solução. Mas isso não significa que a família era indiferente ao ritual judaico. Alguém precisava estar com o corpo durante todo o intervalo entre a morte e o enterro. A sinagoga tinha uma equipe para isso, mas, enquanto os dias foram passando, o entusiasmo por servir de babá para o cadáver foi diminuindo, e cada vez mais a responsabilidade foi transferida para os Bloch. E essa responsabilidade precisava ser negociada com a responsabilidade de ser hospitaleiro com os israelenses: Irv poderia levá-los até Georgetown, enquanto Jacob ficava sentado ao lado do corpo de Isaac e em seguida, à tarde, Jacob poderia leválos ao Museu Aeroespacial para assistir a Voar! Na tela IMAX, engolidora de perspectiva, enquanto Deborah teria a experiência exatamente oposta com o corpo de Isaac. O patriarca com quem falavam sete minutos por semana via Skype a muito custo tinha se tornado alguém que visitavam diariamente. Por alguma singular magia judaica, a transição de vivo para morto transformava os perpetuamente ignorados em jamais esquecidos. Jacob aceitou ficar com a carga mais pesada, pois se considerava o mais apto, e também por ser quem mais desejava fugir de outras responsabilidades. Servia como acompanhante de shemirá – uma expressão da qual nunca tinha ouvido falar antes de se tornar um coreógrafo de acompanhantes de shemirá – pelo menos uma vez por dia, em geral por várias horas seguidas. Nos primeiros três dias, o corpo foi mantido em cima de uma mesa, debaixo de um lençol, na funerária judaica. Depois foi transferido para um espaço secundário nos fundos, e por último, ao final da semana, até Bethesda, para onde corpos não enterrados vão morrer. Jacob nunca ficou a menos de três metros de distância e aumentava o volume dos podcasts a um nível destruidor de capacidades auditivas, e tentava não respirar pelo nariz. Levava livros, respondia e-mails (precisava ficar do outro lado da porta para conseguir sinal), chegou até a escrever um pouco: COMO ENCENAR DISTRAÇÃO; COMO ENCENAR FANTASMAS; COMO ENCENAR LEMBRANÇAS SENTIDAS E INCOMUNICÁVEIS. Domingo, no meio da manhã, quando as reclamações ritualizadas de Max sobre não ter nada para fazer se tornaram exasperantes a um nível intolerável, Jacob sugeriu que Max participasse do acompanhamento de shemirá, pensando Isso vai fazer você sentir gratidão pelo tédio que sente. Aceitando o blefe, Max concordou. Foram saudados na porta pela acompanhante de shemirá anterior – uma mulher do shul, muito idosa, que inspirava tantos calafrios e evocava tanta ausência que poderia ter sido confundida com um dos mortos se a maquiagem exagerada não desse a pista: apenas judeus vivos são embalsamados. Trocaram acenos de cabeça, ela deu as chaves da porta de entrada a Jacob lembrando que absolutamente nada além de papel higiênico (e número dois, claro) poderia entrar na privada e, com um pouco menos de pompa e circunstância do que no Palácio de Buckingham, a troca de guarda se efetivou. – Que cheiro horrível – Max comentou, sentando diante da mesa comprida da recepção, feita de madeira de carvalho. – Quando preciso respirar, faço isso pela boca. – Parece que alguém peidou dentro de uma garrafa de vodca. – Como você conhece cheiro de vodca? – Vovô me fez cheirar. – Por quê? – Pra provar que era cara. – O preço não seria suficiente? – Pergunta isso pra ele. – Mascar chiclete também ajuda. – Você tem chiclete? – Acho que não. Em seguida, conversaram sobre Bryce Harper e sobre por que, apesar de o gênero estar tão cansado que era incapaz de erguer um dedo de originalidade, filmes de super-heróis ainda eram bem legais, e como costumava acontecer, Max pediu ao pai que contasse mais uma vez histórias sobre Argos. JONATHAN SAFRAN FOER, 40, é escritor americano. Assinou romances como "Tudo se Ilumina" (2002) e "Extremamente Alto e Incrivelmente Perto" (2005) DANIEL PELLIZZARI, 43, é tradutor e autor de "Digam a Satã que o Recado Foi Entendido" (Companhia das Letras) MAÍRA MENDES GALVÃO, 36, é tradutora, poeta e editora no Brasil para a revista "Asymptote"
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Em vídeo, Aécio classifica domingo de 'histórico' e diz que Dilma mente
Em vídeo publicado na noite deste sábado (16) em suas redes sociais, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a presidente Dilma e disse que este domingo (17), quando a Câmara vai votar o processo de impeachment da petista, será um "momento histórico". Aécio pediu "serenidade e respeito à Constituição" e atacou o pronunciamento que Dilma divulgou, também nas redes sociais, na noite de sexta –que seria veiculado em cadeia nacional de rádio e TV. O tucano disse que esperava "humildade" da presidente num momento "tão delicado" do país. "Quem sabe o reconhecimento dos inúmeros equívocos de seu governo, um verdadeiro mea culpa pelo caos em que se transformou a vida de milhões de brasileiros", disse o senador. "Mas, de novo, a arrogância e a mentira prevaleceram". Aécio Segundo Aécio, Dilma usou o "mesmo script da campanha eleitoral" ao acusar o vice-presidente, Michel Temer, de querer acabar com programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida caso assuma a Presidência. "A presidente da República, mais uma vez, mente, como fez na campanha, ao dizer que seus adversários vão acabar com os programas sociais do governo", afirmou o tucano. "Quem está acabando com os programas sociais é ela própria, pela incompetência de seu governo, que quebrou o Brasil", acrescentou, citando uma "inflação acumulada de mais de 17%" desde o último reajuste do programa, antes das eleições. Aécio também acusou a presidente de "transferir aos adversários responsabilidades que são suas", "como se pudéssemos, nós, da oposição, sermos responsáveis pela alta do desemprego, da inflação, da carestia que vem tomando conta do Brasil".
poder
Em vídeo, Aécio classifica domingo de 'histórico' e diz que Dilma menteEm vídeo publicado na noite deste sábado (16) em suas redes sociais, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a presidente Dilma e disse que este domingo (17), quando a Câmara vai votar o processo de impeachment da petista, será um "momento histórico". Aécio pediu "serenidade e respeito à Constituição" e atacou o pronunciamento que Dilma divulgou, também nas redes sociais, na noite de sexta –que seria veiculado em cadeia nacional de rádio e TV. O tucano disse que esperava "humildade" da presidente num momento "tão delicado" do país. "Quem sabe o reconhecimento dos inúmeros equívocos de seu governo, um verdadeiro mea culpa pelo caos em que se transformou a vida de milhões de brasileiros", disse o senador. "Mas, de novo, a arrogância e a mentira prevaleceram". Aécio Segundo Aécio, Dilma usou o "mesmo script da campanha eleitoral" ao acusar o vice-presidente, Michel Temer, de querer acabar com programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida caso assuma a Presidência. "A presidente da República, mais uma vez, mente, como fez na campanha, ao dizer que seus adversários vão acabar com os programas sociais do governo", afirmou o tucano. "Quem está acabando com os programas sociais é ela própria, pela incompetência de seu governo, que quebrou o Brasil", acrescentou, citando uma "inflação acumulada de mais de 17%" desde o último reajuste do programa, antes das eleições. Aécio também acusou a presidente de "transferir aos adversários responsabilidades que são suas", "como se pudéssemos, nós, da oposição, sermos responsáveis pela alta do desemprego, da inflação, da carestia que vem tomando conta do Brasil".
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Distrito de São José dos Campos tem cachoeiras, truta e artesanato
Campos do Jordão é sinônimo da serra da Mantiqueira para muitos paulistanos. Até por isso, a cidade também pode significar, principalmente na alta temporada, filas e preços altos. Mas a região, como boa área de preservação, guarda alguns refúgios para quem busca sossego nas montanhas. Um deles é a pequena vila de São Francisco Xavier, que brinda os visitantes com o verde da natureza ainda abundante da Mantiqueira. O distrito de São José dos Campos, conhecido por alguns como São Xico, é considerado área de proteção ambiental por fazer parte da bacia do rio Paraíba do Sul e ser entrecortado pelo rio do Peixe, que corre próximo dali. Enquanto o friozinho típico não chega para valer, isso significa uma multiplicidade de cachoeiras que oferecem águas cristalinas para se refrescar. Elas são um dos principais atrativos do local, que fica a 55 km de São José. Com acesso gratuito, a cachoeira Pedro David fica a cerca de 3 km do centro e tem área aberta diariamente, das 7h às 18h, com estrutura para descida, banheiros, vestiários e espaço para piqueniques. É possível chegar até a entrada de carro, sem a necessidade de fazer trilhas para alcançar a queda-d'água, que tem 15 metros de altura. Um pouco mais afastada do centro, aproximadamente 15 km, está a cachoeira do Roncador, com 45 metros –e cercada por árvores que abrigam macacos muriquis. O local abre para visitação aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h, e tem duas piscinas de água natural, ducha, vestiários e restaurante. A taxa de permanência, com almoço, é de R$ 59 (crianças de cinco a 12 anos pagam R$ 39; cachoeira doroncador.com.br). Quem estiver com o preparo físico em dia pode encarar as trilhas do Pouso do Rochedo (aberto das 8h às 15h, com taxa de acesso de R$ 20; pousodorochedo.com.br). Isso porque percorrer os caminhos que passam pelas quedas-d'água e mirantes da propriedade pode levar cerca de quatro horas. TRUTA, ARTE E CHORO Outra opção que inclui cachoeiras e boa gastronomia é o restaurante Serra das Águas, distante cerca de 8 km do centro. A casa é conhecida pelos pratos com trutas, que são criadas na próprio local. Entre os mais pedidos estão os filés de truta com risoto de limão-cravo (R$ 35) e o com crosta de gergelim e risoto de palmito (R$ 41). Rodeado por uma natureza exuberante, o restaurante possui cachoeira que pode ser visitada pelos clientes, com acesso fácil; são 15 minutos de caminhada (tel. 12/9767-1661; sáb., dom. e feriados, das 11h às 17h). Para além das águas que cortam as encostas, São Francisco é conhecida por pousadas charmosas, boas para casais, e lojinhas de artesanato. Uma caminhada breve pelo centro permite conhecer a praça Cônego Antônio Manzi, próxima ao coreto, onde se concentra esse tipo de comércio. Por ali também fica o restaurante São Francisco. Além de funcionar como pousada, ele tem shows de chorinho nas noites de terça e no último sábado do mês. Outra opção para esticar a noite em São Xico é o Pangea Bar, que também tem programação musical aos sábados (pangeabar.com.br). Para levar quitutes locais, uma pedida é o Empório João de Barro (r. 15 de novembro, 41; tel. 12/3926-1522), que vende trutas, cogumelos, geleias e frutas vermelhas. Na entrada da cidade há também o alambique da cachaça Pau Oco (cachaca pauoco.com; a partir de R$ 20) e, na rodovia Monteiro Lobato, casas de queijo artesanal (a partir de R$ 18). GPS Distância 97 km até São José dos Campos, mais 55 km até São Francisco Xavier Como chegar pegue a rodovia Dutra, siga até São José dos Campos e tome a rodovia Monteiro Lobato para chegar a São Francisco Previsão do tempo sábado (18): de 17ºC a 30ºC; domingo (19): de 19ºC a 27ºC
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Distrito de São José dos Campos tem cachoeiras, truta e artesanatoCampos do Jordão é sinônimo da serra da Mantiqueira para muitos paulistanos. Até por isso, a cidade também pode significar, principalmente na alta temporada, filas e preços altos. Mas a região, como boa área de preservação, guarda alguns refúgios para quem busca sossego nas montanhas. Um deles é a pequena vila de São Francisco Xavier, que brinda os visitantes com o verde da natureza ainda abundante da Mantiqueira. O distrito de São José dos Campos, conhecido por alguns como São Xico, é considerado área de proteção ambiental por fazer parte da bacia do rio Paraíba do Sul e ser entrecortado pelo rio do Peixe, que corre próximo dali. Enquanto o friozinho típico não chega para valer, isso significa uma multiplicidade de cachoeiras que oferecem águas cristalinas para se refrescar. Elas são um dos principais atrativos do local, que fica a 55 km de São José. Com acesso gratuito, a cachoeira Pedro David fica a cerca de 3 km do centro e tem área aberta diariamente, das 7h às 18h, com estrutura para descida, banheiros, vestiários e espaço para piqueniques. É possível chegar até a entrada de carro, sem a necessidade de fazer trilhas para alcançar a queda-d'água, que tem 15 metros de altura. Um pouco mais afastada do centro, aproximadamente 15 km, está a cachoeira do Roncador, com 45 metros –e cercada por árvores que abrigam macacos muriquis. O local abre para visitação aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h, e tem duas piscinas de água natural, ducha, vestiários e restaurante. A taxa de permanência, com almoço, é de R$ 59 (crianças de cinco a 12 anos pagam R$ 39; cachoeira doroncador.com.br). Quem estiver com o preparo físico em dia pode encarar as trilhas do Pouso do Rochedo (aberto das 8h às 15h, com taxa de acesso de R$ 20; pousodorochedo.com.br). Isso porque percorrer os caminhos que passam pelas quedas-d'água e mirantes da propriedade pode levar cerca de quatro horas. TRUTA, ARTE E CHORO Outra opção que inclui cachoeiras e boa gastronomia é o restaurante Serra das Águas, distante cerca de 8 km do centro. A casa é conhecida pelos pratos com trutas, que são criadas na próprio local. Entre os mais pedidos estão os filés de truta com risoto de limão-cravo (R$ 35) e o com crosta de gergelim e risoto de palmito (R$ 41). Rodeado por uma natureza exuberante, o restaurante possui cachoeira que pode ser visitada pelos clientes, com acesso fácil; são 15 minutos de caminhada (tel. 12/9767-1661; sáb., dom. e feriados, das 11h às 17h). Para além das águas que cortam as encostas, São Francisco é conhecida por pousadas charmosas, boas para casais, e lojinhas de artesanato. Uma caminhada breve pelo centro permite conhecer a praça Cônego Antônio Manzi, próxima ao coreto, onde se concentra esse tipo de comércio. Por ali também fica o restaurante São Francisco. Além de funcionar como pousada, ele tem shows de chorinho nas noites de terça e no último sábado do mês. Outra opção para esticar a noite em São Xico é o Pangea Bar, que também tem programação musical aos sábados (pangeabar.com.br). Para levar quitutes locais, uma pedida é o Empório João de Barro (r. 15 de novembro, 41; tel. 12/3926-1522), que vende trutas, cogumelos, geleias e frutas vermelhas. Na entrada da cidade há também o alambique da cachaça Pau Oco (cachaca pauoco.com; a partir de R$ 20) e, na rodovia Monteiro Lobato, casas de queijo artesanal (a partir de R$ 18). GPS Distância 97 km até São José dos Campos, mais 55 km até São Francisco Xavier Como chegar pegue a rodovia Dutra, siga até São José dos Campos e tome a rodovia Monteiro Lobato para chegar a São Francisco Previsão do tempo sábado (18): de 17ºC a 30ºC; domingo (19): de 19ºC a 27ºC
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'Crianças em tratamento ficam presas no trânsito', diz presidente da Ahpas
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Quem faz tratamento em hospitais públicos não pode perder a hora: o atendimento é por ordem de chegada. Se a pessoa mora na periferia e não tem carro, resta enfrentar o rush da manhã a bordo de trens e ônibus lotados. Tatiana Piccardi, professora universitária de português, descobriu essa realidade durante o tratamento de sua filha, Helena, que morreu de câncer aos cinco anos. Após a perda, Tatiana fundou a Ahpas, entidade que oferece transporte gratuito para crianças e adolescentes em tratamento. Mantida por doações, atende 40 pacientes por mês e tem 500 na fila de espera. As viagens, feitas em Kombis, incluem atividades educacionais, para recuperar parte do conteúdo escolar e elevar a autoestima de quem está em tratamento. Até 2012, associações como a dela podiam usar os corredores de ônibus nas viagens. Tatiana trabalha para reverter a proibição e convencer a prefeitura a dar mais atenção a esses pacientes. Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes informou que os corredores são restritos a ônibus, táxis e veículos com circulação liberada pelo Código de Trânsito Brasileiro em todas as vias, como ambulâncias. * Por que usar os corredores? É preciso incluir aqueles que não têm condição de trafegar em outros veículos, que são as pessoas doentes e fragilizadas pelo câncer, uma doença incapacitante. Hoje, gastamos mais tempo nos mesmos trajetos que fazíamos antes. Temos também dificuldade de manutenção dos carros porque as ruas estão malcuidadas, com buracos e lombadas irregulares. De onde vêm os pacientes? As periferias ficam distantes dos hospitais especializados como a Santa Casa e os hospitais das Clínicas e Darcy Vargas. A média é de 15 a 20 km de distância, com vários casos de pacientes que moram nos extremos leste e sul, a 40 km do hospital. Optamos por atender só o município de São Paulo, pois as cidades vizinhas oferecem estrutura. O paciente que mora em Diadema, por exemplo, tem um veículo da prefeitura à sua disposição para vir se tratar na capital. O morador daqui, não. Qual o plano para mudar isso? Fizemos um fórum para discutir mobilidade e saúde na cidade e alinhavamos uma parceria informal com o Atende [serviço municipal que transporta pessoas com deficiência]: pacientes nossos que estão curados mas com sequelas que demandam transporte especial serão levados pelo Atende. Quantos pacientes precisam de transporte desse tipo na cidade? Os assistentes sociais dos hospitais estimam uma média de 500 por dia, incluindo apenas crianças e adolescentes com câncer. A gente dá conta por dia de 30 a 40 jovens e seus cuidadores. Imagina o quanto a gente tem que crescer para dar conta dessa demanda. Como escolher quem será atendido? Uma parte da avaliação é feita pelo hospital, que inclui distância, o quadro clínico e situação socioeconômica. Os casos mais graves são priorizados. Depois, vamos até o local verificar as dificuldades de acesso. Usamos Kombis, porque carros maiores não conseguiriam entrar nas ruas estreitas da periferia. O que mais pode ser melhorado? Alguns tratamentos paliativos não precisam ser realizados no hospital. Seria muito bom que houvesse postos de atendimento especializados espalhados pelas periferias. O paciente seria muito poupado. Mas isso é um sonho distante.
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'Crianças em tratamento ficam presas no trânsito', diz presidente da AhpasRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Quem faz tratamento em hospitais públicos não pode perder a hora: o atendimento é por ordem de chegada. Se a pessoa mora na periferia e não tem carro, resta enfrentar o rush da manhã a bordo de trens e ônibus lotados. Tatiana Piccardi, professora universitária de português, descobriu essa realidade durante o tratamento de sua filha, Helena, que morreu de câncer aos cinco anos. Após a perda, Tatiana fundou a Ahpas, entidade que oferece transporte gratuito para crianças e adolescentes em tratamento. Mantida por doações, atende 40 pacientes por mês e tem 500 na fila de espera. As viagens, feitas em Kombis, incluem atividades educacionais, para recuperar parte do conteúdo escolar e elevar a autoestima de quem está em tratamento. Até 2012, associações como a dela podiam usar os corredores de ônibus nas viagens. Tatiana trabalha para reverter a proibição e convencer a prefeitura a dar mais atenção a esses pacientes. Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes informou que os corredores são restritos a ônibus, táxis e veículos com circulação liberada pelo Código de Trânsito Brasileiro em todas as vias, como ambulâncias. * Por que usar os corredores? É preciso incluir aqueles que não têm condição de trafegar em outros veículos, que são as pessoas doentes e fragilizadas pelo câncer, uma doença incapacitante. Hoje, gastamos mais tempo nos mesmos trajetos que fazíamos antes. Temos também dificuldade de manutenção dos carros porque as ruas estão malcuidadas, com buracos e lombadas irregulares. De onde vêm os pacientes? As periferias ficam distantes dos hospitais especializados como a Santa Casa e os hospitais das Clínicas e Darcy Vargas. A média é de 15 a 20 km de distância, com vários casos de pacientes que moram nos extremos leste e sul, a 40 km do hospital. Optamos por atender só o município de São Paulo, pois as cidades vizinhas oferecem estrutura. O paciente que mora em Diadema, por exemplo, tem um veículo da prefeitura à sua disposição para vir se tratar na capital. O morador daqui, não. Qual o plano para mudar isso? Fizemos um fórum para discutir mobilidade e saúde na cidade e alinhavamos uma parceria informal com o Atende [serviço municipal que transporta pessoas com deficiência]: pacientes nossos que estão curados mas com sequelas que demandam transporte especial serão levados pelo Atende. Quantos pacientes precisam de transporte desse tipo na cidade? Os assistentes sociais dos hospitais estimam uma média de 500 por dia, incluindo apenas crianças e adolescentes com câncer. A gente dá conta por dia de 30 a 40 jovens e seus cuidadores. Imagina o quanto a gente tem que crescer para dar conta dessa demanda. Como escolher quem será atendido? Uma parte da avaliação é feita pelo hospital, que inclui distância, o quadro clínico e situação socioeconômica. Os casos mais graves são priorizados. Depois, vamos até o local verificar as dificuldades de acesso. Usamos Kombis, porque carros maiores não conseguiriam entrar nas ruas estreitas da periferia. O que mais pode ser melhorado? Alguns tratamentos paliativos não precisam ser realizados no hospital. Seria muito bom que houvesse postos de atendimento especializados espalhados pelas periferias. O paciente seria muito poupado. Mas isso é um sonho distante.
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Obama anunciará plano que aumenta controle de armas
Em sua primeira ação oficial de seu último ano no cargo, o presidente Barack Obama irá apresentar um pacote de medidas destinadas a aumentar o controle de armas nos Estados Unidos. Para driblar a resistência do Congresso, controlado pela oposição, as regras farão parte de uma série de ordens executivas, que não passam pela aprovação do Legislativo. As novas medidas devem incluir um registro mais rigoroso do histórico dos compradores de armas e a ampliação da exigência de licenças para os vendedores. Nesta segunda (4), Obama se reuniu com a secretária de Justiça, Loretta Lynch, para fechar o pacote, que será divulgado "nos próximos dias", segundo Obama. Uma das preocupações da Casa Branca é que as medidas sejam elaboradas de forma a resistir aos prováveis questionamentos na Suprema Corte. O argumento dos opositores é que as restrições contrariam a segunda emenda da Constituição, que garante o direito de todos os cidadãos a terem armas. Após o encontro com Lynch, Obama cobrou ação do Congresso e disse que seu governo estava estudando medidas "para evitar que armas caiam nas mãos erradas". O presidente afirmou que elas serão "coerentes" com a segunda emenda, reconhecendo a "longa tradição de posse de armas" nos EUA. "Estas não são apenas recomendações que estão dentro da minha autoridade e do Executivo. Elas são o que a grande maioria dos americanos, incluindo os donos de armas, apoiam e acreditam." O fracasso na aprovação de leis de restrição mais rígidas é uma das frustrações de Obama em sete anos como presidente, especialmente após um ano marcado por vários massacres. Segundo o site ShootingTracker, que monitora os incidentes, em 2015 houve 372 ataques de atiradores, com 475 mortos e 1.870 feridos. CRÍTICAS O prenúncio do pacote despertou fortes críticas dos republicanos. Para o presidente da Câmara, Paul Ryan, as medidas representam um "perigoso" excesso no uso do Poder Executivo do presidente. "As propostas [de Obama] para restringir o direito de ter armas foram debatidas no Senado dos Estados Unidos e foram rejeitadas. Nenhum presidente deveria poder reverter um fracasso legislativo por ordem executiva", disse. Líder na corrida republicana à Casa Branca, o bilionário Donald Trump, como de hábito, foi mais longe, debochando de Obama e acusando-o de ter um plano para banir completamente as armas. "Daqui a pouco já não poderemos ter armas", disse. Para o empresário, Obama é preguiçoso demais para negociar com o Congresso. "Ele não quer trabalhar muito. Prefere voltar a jogar golfe."
mundo
Obama anunciará plano que aumenta controle de armasEm sua primeira ação oficial de seu último ano no cargo, o presidente Barack Obama irá apresentar um pacote de medidas destinadas a aumentar o controle de armas nos Estados Unidos. Para driblar a resistência do Congresso, controlado pela oposição, as regras farão parte de uma série de ordens executivas, que não passam pela aprovação do Legislativo. As novas medidas devem incluir um registro mais rigoroso do histórico dos compradores de armas e a ampliação da exigência de licenças para os vendedores. Nesta segunda (4), Obama se reuniu com a secretária de Justiça, Loretta Lynch, para fechar o pacote, que será divulgado "nos próximos dias", segundo Obama. Uma das preocupações da Casa Branca é que as medidas sejam elaboradas de forma a resistir aos prováveis questionamentos na Suprema Corte. O argumento dos opositores é que as restrições contrariam a segunda emenda da Constituição, que garante o direito de todos os cidadãos a terem armas. Após o encontro com Lynch, Obama cobrou ação do Congresso e disse que seu governo estava estudando medidas "para evitar que armas caiam nas mãos erradas". O presidente afirmou que elas serão "coerentes" com a segunda emenda, reconhecendo a "longa tradição de posse de armas" nos EUA. "Estas não são apenas recomendações que estão dentro da minha autoridade e do Executivo. Elas são o que a grande maioria dos americanos, incluindo os donos de armas, apoiam e acreditam." O fracasso na aprovação de leis de restrição mais rígidas é uma das frustrações de Obama em sete anos como presidente, especialmente após um ano marcado por vários massacres. Segundo o site ShootingTracker, que monitora os incidentes, em 2015 houve 372 ataques de atiradores, com 475 mortos e 1.870 feridos. CRÍTICAS O prenúncio do pacote despertou fortes críticas dos republicanos. Para o presidente da Câmara, Paul Ryan, as medidas representam um "perigoso" excesso no uso do Poder Executivo do presidente. "As propostas [de Obama] para restringir o direito de ter armas foram debatidas no Senado dos Estados Unidos e foram rejeitadas. Nenhum presidente deveria poder reverter um fracasso legislativo por ordem executiva", disse. Líder na corrida republicana à Casa Branca, o bilionário Donald Trump, como de hábito, foi mais longe, debochando de Obama e acusando-o de ter um plano para banir completamente as armas. "Daqui a pouco já não poderemos ter armas", disse. Para o empresário, Obama é preguiçoso demais para negociar com o Congresso. "Ele não quer trabalhar muito. Prefere voltar a jogar golfe."
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Corinthians vai de sensação a decepção em apenas um mês
O Corinthians, até um mês atrás apontado de forma unânime por rivais como melhor time do Brasil, não sobreviveu ao primeiro mata-mata da fase final da Libertadores. O time de Tite perdeu na cabeça e na bola para o pouco tradicional Guaraní, do Paraguai, por 3 a 0 no placar agregado dos dois confrontos das oitavas de final. No segundo jogo, disputado nesta quarta-feira (13), no Itaquerão, reinou o desespero. A equipe caiu por 1 a 0 para o rival paraguaio, detentor apenas da 13ª melhor campanha da fase de grupos, e teve dois jogadores expulsos. O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Jadson, que receberam os cartões vermelhos, agiram com, no mínimo, imprudência ao acertarem os adversários. Reflexo de um time muito tenso. Mas não foi só pelo nervosismo que o Corinthians transformou aquela campanha que parecia ter chances de dar o segundo título sul-americano ao clube em outro fiasco dentro de casa. Em 180 minutos, a equipe brasileira foi incapaz de fazer um único gol na pior defesa entre todos os classificados para a reta final da Libertadores. Na fase de grupos, o Guaraní havia sido vazado dez vezes em seis partidas. Após passar pelo Once Caldas na fase preliminar da competição, o Corinthians venceu os quatro primeiros jogos em seu grupo, que tinha São Paulo, San Lorenzo e Danubio. Depois, não obteve mais nenhuma vitória. Foi um empate dentro de casa contra o San Lorenzo, derrota no clássico para o São Paulo e dois insucessos perante o Guaraní. O desta quarta acabou com quase um ano de invencibilidade no Itaquerão –a última derrota havia sido em maio, na inauguração, para o Figueirense. Se somadas todas as competições que disputa, o alvinegro só conseguiu vencer dois dos últimos nove jogos. Foi a segunda eliminação em sua arena em menos de um mês. Em 19 de abril, caiu nos pênaltis na semifinal do Paulista contra o Palmeiras. Crise que passa pelo problema financeiro do clube, que deve aos atletas. E que também é técnica: a equipe parou de brilhar e ficou previsível. Contra o Guaraní, o time fez tudo que a cartilha manda: marcação sob pressão e toque de bola. Mas, sem criatividade, resumiu os ataques a cruzamentos ruins. Após o intervalo, o nervosismo se instalou. Sem saber como balançar as redes, a equipe alvinegra teve dois jogadores expulsos, foi dominada e perdeu a partida.
esporte
Corinthians vai de sensação a decepção em apenas um mêsO Corinthians, até um mês atrás apontado de forma unânime por rivais como melhor time do Brasil, não sobreviveu ao primeiro mata-mata da fase final da Libertadores. O time de Tite perdeu na cabeça e na bola para o pouco tradicional Guaraní, do Paraguai, por 3 a 0 no placar agregado dos dois confrontos das oitavas de final. No segundo jogo, disputado nesta quarta-feira (13), no Itaquerão, reinou o desespero. A equipe caiu por 1 a 0 para o rival paraguaio, detentor apenas da 13ª melhor campanha da fase de grupos, e teve dois jogadores expulsos. O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Jadson, que receberam os cartões vermelhos, agiram com, no mínimo, imprudência ao acertarem os adversários. Reflexo de um time muito tenso. Mas não foi só pelo nervosismo que o Corinthians transformou aquela campanha que parecia ter chances de dar o segundo título sul-americano ao clube em outro fiasco dentro de casa. Em 180 minutos, a equipe brasileira foi incapaz de fazer um único gol na pior defesa entre todos os classificados para a reta final da Libertadores. Na fase de grupos, o Guaraní havia sido vazado dez vezes em seis partidas. Após passar pelo Once Caldas na fase preliminar da competição, o Corinthians venceu os quatro primeiros jogos em seu grupo, que tinha São Paulo, San Lorenzo e Danubio. Depois, não obteve mais nenhuma vitória. Foi um empate dentro de casa contra o San Lorenzo, derrota no clássico para o São Paulo e dois insucessos perante o Guaraní. O desta quarta acabou com quase um ano de invencibilidade no Itaquerão –a última derrota havia sido em maio, na inauguração, para o Figueirense. Se somadas todas as competições que disputa, o alvinegro só conseguiu vencer dois dos últimos nove jogos. Foi a segunda eliminação em sua arena em menos de um mês. Em 19 de abril, caiu nos pênaltis na semifinal do Paulista contra o Palmeiras. Crise que passa pelo problema financeiro do clube, que deve aos atletas. E que também é técnica: a equipe parou de brilhar e ficou previsível. Contra o Guaraní, o time fez tudo que a cartilha manda: marcação sob pressão e toque de bola. Mas, sem criatividade, resumiu os ataques a cruzamentos ruins. Após o intervalo, o nervosismo se instalou. Sem saber como balançar as redes, a equipe alvinegra teve dois jogadores expulsos, foi dominada e perdeu a partida.
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Com famílias famosas, Barbara Ohana e Marietta não querem saber de MPB
Barbara e Marietta decidiram que levariam a sério a carreira como cantoras há pouco tempo. Diferentemente de nove em cada dez jovens vozes femininas que surgem no Brasil, elas não escolheram Elis-Gal-Bethânia-Marisa Monte como bússola —MPB não é a delas. Outro ponto em comum é que as duas possuem sobrenomes que revelam parentescos conhecidos: Ohana e Arantes. Enquanto Barbara, 29, é sobrinha da atriz Claudia Ohana, Marietta, 35, é filha do cantor e músico Guilherme Arantes. Embora falem com orgulho da veia artística familiar, as duas buscam caminhos próprios. Marietta, por exemplo, deixou o Arantes de lado e assina apenas como Marietta músicas como "Te Espero" e "Novinhas", em que faz uma espécie de mistura de referências de black music, como soul, funk e rap, e cujos clipes podem ser encontrados no YouTube. Já Barbara Ohana lançou em junho o EP independente "Dreamers", com todas as oito músicas cantadas em inglês —a voz e os arranjos elegantes remetem a cantoras pop contemporâneas como Florence Welch, da banda Florence and the Machine. A voz de Barbara, na faixa "Golden Hours", pode ser ouvida na novela "Verdades Secretas", da Globo. Marietta vai lançar no segundo semestre o primeiro EP, com cinco músicas buriladas pelo produtor Kiddid. Serafina reuniu as duas em São Paulo (Marietta é paulistana; carioca, Barbara mora na capital paulista há três anos) para uma conversa. * A HERANÇA Marietta - Eu poderia ter ido ao Faustão quando tinha 19 anos, cantar as músicas do meu pai, mas não era isso o que eu queria para mim. Barbara - Eu tenho mãe filósofa, minha tia é atriz. Minha família é feita de mulheres fortes. Minha tia [Claudia Ohana] foi a pessoa que mais me apoiou, pagava aulas de canto para mim. O duro mesmo foi eu me assumir como cantora. Marietta - Para mim também foi difícil assumir que eu queria realmente seguir a carreira. Isso aconteceu há um ano e meio. Foi só agora que parei de sentir culpa por não ser genial como meu pai. Porque era isso o que esperavam de mim. Quando disse para o meu pai que eu realmente queria ser cantora, ele fez uma careta, tipo: "Tem certeza?" Porque é difícil ter uma carreira na música. Mas ele me deu total apoio. Barbara - Com você, a pressão é mais pesada. Eu não sinto que tenha de prestar respeito à obra da minha tia, até porque ela é atriz, não cantora. Mas tenho consciência de que as pessoas se interessam por isso. Marietta - Eu também toco piano, mas hoje menos, por causa do lance do meu pai [tocar muito bem]. É muita conta para prestar. Veja o clipe de 'Ordinary Piece', de Bárbara Ohana Clipe de 'Ordinary Piece', de Bárbara Ohana * A DECISÃO DE CANTAR Barbara - Desde os sete anos eu canto, fiz aulas de canto lírico, mas assumir um trabalho autoral mesmo, faz apenas três anos. Tenho muito tempo de música na minha vida, mas foi bem difícil. Marietta - E o que te impedia de assumir isso? Barbara - O problema era achar uma unidade no trabalho, encontrar quem fizesse a sonoridade que eu estava buscando, demorou para encontrar essa minha turma. E o fato de compor em inglês também foi uma dificuldade, até que um dia entendi que era algo natural [cantar nessa língua]. Marietta - Eu também canto há bastante tempo. Com 16 anos, entrei em uma banda chamada Afetos. A gente tocava reggae, dancehall, fazíamos shows num circuito surf-reggae. * A CARREIRA Barbara - Hoje eu digo que faço música pop, com uma pegada meio indie. Gosto de Lana Del Rey, de Lorde, cantoras que têm um lado meio obscuro. Marietta - Eu falo que faço black music, uma coisa meio diáspora africana. Vou lançar um EP com cinco músicas em setembro. Barbara - Como você compõe? Marietta - Normalmente, a melodia vem antes. A partir dela, vou escrevendo a letra. Mas também tenho poemas que fui encaixando em algumas melodias. Uma coisa em que penso é que não sei se hoje as pessoas estão interessadas em ouvir um disco inteiro. Barbara - Acho que são bem poucas. Mas adoro fazer música para elas. Marietta - Eu peguei gosto pelo single. Sei que é caro, mas quero lançar todas as minhas músicas com um vídeo para cada uma. Estou sendo considerada atualmente como cantora porque fiz dois clipes bem legais, há dois meses, com uma fotografia ótima. Hoje, se você não tem vídeo, não é ninguém. Barbara - Entendo o que você está falando. Acho que cada música é um filho. Para cada música que faço, dedico o espaço de um disco na minha vida. Mas você tem vontade de fazer um disco que expresse uma ideia, uma mensagem? Marietta - Algo com começo, meio e fim, né? Tenho. Por enquanto, tenho 29 músicas que vou encaixar em um show, que vai me ocupar até o fim do ano. Mas, no ano que vem, quero me dedicar a um disco que tenha uma ideia que una as composições. Assista ao clipe de 'Te espero', de Marietta Assista ao clipe de 'Te espero', de Marietta
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Com famílias famosas, Barbara Ohana e Marietta não querem saber de MPBBarbara e Marietta decidiram que levariam a sério a carreira como cantoras há pouco tempo. Diferentemente de nove em cada dez jovens vozes femininas que surgem no Brasil, elas não escolheram Elis-Gal-Bethânia-Marisa Monte como bússola —MPB não é a delas. Outro ponto em comum é que as duas possuem sobrenomes que revelam parentescos conhecidos: Ohana e Arantes. Enquanto Barbara, 29, é sobrinha da atriz Claudia Ohana, Marietta, 35, é filha do cantor e músico Guilherme Arantes. Embora falem com orgulho da veia artística familiar, as duas buscam caminhos próprios. Marietta, por exemplo, deixou o Arantes de lado e assina apenas como Marietta músicas como "Te Espero" e "Novinhas", em que faz uma espécie de mistura de referências de black music, como soul, funk e rap, e cujos clipes podem ser encontrados no YouTube. Já Barbara Ohana lançou em junho o EP independente "Dreamers", com todas as oito músicas cantadas em inglês —a voz e os arranjos elegantes remetem a cantoras pop contemporâneas como Florence Welch, da banda Florence and the Machine. A voz de Barbara, na faixa "Golden Hours", pode ser ouvida na novela "Verdades Secretas", da Globo. Marietta vai lançar no segundo semestre o primeiro EP, com cinco músicas buriladas pelo produtor Kiddid. Serafina reuniu as duas em São Paulo (Marietta é paulistana; carioca, Barbara mora na capital paulista há três anos) para uma conversa. * A HERANÇA Marietta - Eu poderia ter ido ao Faustão quando tinha 19 anos, cantar as músicas do meu pai, mas não era isso o que eu queria para mim. Barbara - Eu tenho mãe filósofa, minha tia é atriz. Minha família é feita de mulheres fortes. Minha tia [Claudia Ohana] foi a pessoa que mais me apoiou, pagava aulas de canto para mim. O duro mesmo foi eu me assumir como cantora. Marietta - Para mim também foi difícil assumir que eu queria realmente seguir a carreira. Isso aconteceu há um ano e meio. Foi só agora que parei de sentir culpa por não ser genial como meu pai. Porque era isso o que esperavam de mim. Quando disse para o meu pai que eu realmente queria ser cantora, ele fez uma careta, tipo: "Tem certeza?" Porque é difícil ter uma carreira na música. Mas ele me deu total apoio. Barbara - Com você, a pressão é mais pesada. Eu não sinto que tenha de prestar respeito à obra da minha tia, até porque ela é atriz, não cantora. Mas tenho consciência de que as pessoas se interessam por isso. Marietta - Eu também toco piano, mas hoje menos, por causa do lance do meu pai [tocar muito bem]. É muita conta para prestar. Veja o clipe de 'Ordinary Piece', de Bárbara Ohana Clipe de 'Ordinary Piece', de Bárbara Ohana * A DECISÃO DE CANTAR Barbara - Desde os sete anos eu canto, fiz aulas de canto lírico, mas assumir um trabalho autoral mesmo, faz apenas três anos. Tenho muito tempo de música na minha vida, mas foi bem difícil. Marietta - E o que te impedia de assumir isso? Barbara - O problema era achar uma unidade no trabalho, encontrar quem fizesse a sonoridade que eu estava buscando, demorou para encontrar essa minha turma. E o fato de compor em inglês também foi uma dificuldade, até que um dia entendi que era algo natural [cantar nessa língua]. Marietta - Eu também canto há bastante tempo. Com 16 anos, entrei em uma banda chamada Afetos. A gente tocava reggae, dancehall, fazíamos shows num circuito surf-reggae. * A CARREIRA Barbara - Hoje eu digo que faço música pop, com uma pegada meio indie. Gosto de Lana Del Rey, de Lorde, cantoras que têm um lado meio obscuro. Marietta - Eu falo que faço black music, uma coisa meio diáspora africana. Vou lançar um EP com cinco músicas em setembro. Barbara - Como você compõe? Marietta - Normalmente, a melodia vem antes. A partir dela, vou escrevendo a letra. Mas também tenho poemas que fui encaixando em algumas melodias. Uma coisa em que penso é que não sei se hoje as pessoas estão interessadas em ouvir um disco inteiro. Barbara - Acho que são bem poucas. Mas adoro fazer música para elas. Marietta - Eu peguei gosto pelo single. Sei que é caro, mas quero lançar todas as minhas músicas com um vídeo para cada uma. Estou sendo considerada atualmente como cantora porque fiz dois clipes bem legais, há dois meses, com uma fotografia ótima. Hoje, se você não tem vídeo, não é ninguém. Barbara - Entendo o que você está falando. Acho que cada música é um filho. Para cada música que faço, dedico o espaço de um disco na minha vida. Mas você tem vontade de fazer um disco que expresse uma ideia, uma mensagem? Marietta - Algo com começo, meio e fim, né? Tenho. Por enquanto, tenho 29 músicas que vou encaixar em um show, que vai me ocupar até o fim do ano. Mas, no ano que vem, quero me dedicar a um disco que tenha uma ideia que una as composições. Assista ao clipe de 'Te espero', de Marietta Assista ao clipe de 'Te espero', de Marietta
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Equipe de Trump teme inquérito sobre crimes financeiros
A notícia de que o procurador especial Robert Mueller está iniciando uma investigação sobre possível interferência do presidente Donald Trump no inquérito acerca das relações de sua equipe com o governo russo acrescenta um fato novo à bola de neve em que se transformou o caso. Embora o ex-diretor do FBI James Comey tenha reiterado em depoimento ao Senado que Trump lhe sugeriu "deixar de lado" as apurações sobre o ex-conselheiro de Segurança Michael Flynn, ele afirmou também que o presidente não estava sendo pessoalmente investigado. Agora, a situação é outra. A movimentação do presidente para aliviar Flynn está sob investigação. Em favor de Trump, diga-se, Mike Rogers, chefe da NSA (Agência de Segurança Nacional) e um dos nomes que serão entrevistados por Mueller, já havia declarado em depoimento à Comissão de Inteligência do Senado que jamais se sentiu pressionado ou "direcionado a fazer nada que acreditasse ser ilegal, imoral, antiético ou inapropriado". Mas a investigação poderá trazer à luz outros interesses em jogo, que não residem na tentativa de obscurecer um suposto conluio com russos para prejudicar a então candidata Hillary Clinton. Trata-se de esclarecer negócios obscuros ou possíveis crimes financeiros envolvendo Flynn e, eventualmente, outros membros da equipe de Trump (há muitos rumores sobre o genro, Jared Kurshner) em articulação com estrangeiros. Além de ter mentido sobre contatos com o embaixador da Rússia, Flynn também ocultou que sua empresa de inteligência, a Intel Group, recebeu por caminhos tortuosos mais de US$ 500 mil de um empresário turco-americano, ligado ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para fazer um levantamento de informações sobre o clérigo Fethullah Gülen, acusado por Ancara de incentivar um golpe de Estado no ano passado. Os serviços de Flynn foram contratados em setembro de 2016, quando ele trabalhava na campanha de Trump. Mantendo a informação em sigilo, ele escreveu em novembro um artigo no "The Hill" favorável a Erdogan, no qual defendia, apesar de não haver legislação que autorize, a extradição de Gülen –que vive exilado nos EUA. A contratação da firma de Flynn foi revelada logo depois da publicação do artigo, mas apenas em março deste ano o ex-conselheiro de Segurança oficializou junto ao Departamento de Justiça sua condição de remunerado por estrangeiros. Esse é o "bom sujeito" que Trump esperava ver "deixado de lado" pelo FBI. Por quê? O que mais haverá debaixo desse tapete?
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Equipe de Trump teme inquérito sobre crimes financeirosA notícia de que o procurador especial Robert Mueller está iniciando uma investigação sobre possível interferência do presidente Donald Trump no inquérito acerca das relações de sua equipe com o governo russo acrescenta um fato novo à bola de neve em que se transformou o caso. Embora o ex-diretor do FBI James Comey tenha reiterado em depoimento ao Senado que Trump lhe sugeriu "deixar de lado" as apurações sobre o ex-conselheiro de Segurança Michael Flynn, ele afirmou também que o presidente não estava sendo pessoalmente investigado. Agora, a situação é outra. A movimentação do presidente para aliviar Flynn está sob investigação. Em favor de Trump, diga-se, Mike Rogers, chefe da NSA (Agência de Segurança Nacional) e um dos nomes que serão entrevistados por Mueller, já havia declarado em depoimento à Comissão de Inteligência do Senado que jamais se sentiu pressionado ou "direcionado a fazer nada que acreditasse ser ilegal, imoral, antiético ou inapropriado". Mas a investigação poderá trazer à luz outros interesses em jogo, que não residem na tentativa de obscurecer um suposto conluio com russos para prejudicar a então candidata Hillary Clinton. Trata-se de esclarecer negócios obscuros ou possíveis crimes financeiros envolvendo Flynn e, eventualmente, outros membros da equipe de Trump (há muitos rumores sobre o genro, Jared Kurshner) em articulação com estrangeiros. Além de ter mentido sobre contatos com o embaixador da Rússia, Flynn também ocultou que sua empresa de inteligência, a Intel Group, recebeu por caminhos tortuosos mais de US$ 500 mil de um empresário turco-americano, ligado ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para fazer um levantamento de informações sobre o clérigo Fethullah Gülen, acusado por Ancara de incentivar um golpe de Estado no ano passado. Os serviços de Flynn foram contratados em setembro de 2016, quando ele trabalhava na campanha de Trump. Mantendo a informação em sigilo, ele escreveu em novembro um artigo no "The Hill" favorável a Erdogan, no qual defendia, apesar de não haver legislação que autorize, a extradição de Gülen –que vive exilado nos EUA. A contratação da firma de Flynn foi revelada logo depois da publicação do artigo, mas apenas em março deste ano o ex-conselheiro de Segurança oficializou junto ao Departamento de Justiça sua condição de remunerado por estrangeiros. Esse é o "bom sujeito" que Trump esperava ver "deixado de lado" pelo FBI. Por quê? O que mais haverá debaixo desse tapete?
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Área do palacete era ocupada por esqueleto de obra de Oscar Niemeyer
Após 11 anos paradas, as obras do Palácio Tangará foram retomadas há três anos, quando os proprietários fecharam um contrato de 25 anos com o grupo Oetker para um hotel de luxo na área. O terreno foi adquirido pelo fundo americano GTIS Partners. Em 2013, os investidores pagaram R$ 45 milhões à Previ pelos 49% da área e compraram também os outros 51% pertencentes à Incorporadora Birmann. Com sede em Nova York, o GTIS anuncia em seu site ter mais de US$ 1 bilhão investido em projetos imobiliários no Brasil. João Teixeira, diretor do escritório de São Paulo, foi vice-presidente da Birmann, que figurou entre as cinco maiores incorporadoras locais até falir, nos anos 2000. Em seu currículo no site do GTIS, Teixeira é apresentado como fundamental para colocar de pé vários empreendimentos comercias e residenciais, "incluindo mais de 15 edifícios no pioneiro projeto de condomínio de luxo Panamby". O loteamento da antiga chácara Tangará só foi aprovado em 1994. Durante 50 anos, a área de 438.000 m² ficou preservada dentro do espólio do industrial e playboy Baby Pignatari, até ser adquirida pela Birmann e pela Lubeca S.A. Empreendimentos. Na divisão das glebas entre os sócios, o terreno do futuro Palácio Tangará ficou com a Birmann, que decidiu erguer um hotel no local em que Pignatari iniciara a construção de uma casa de 8.000 m² desenhada por Oscar Niemeyer com jardins de Burle Marx. A residência modernista não foi concluída em razão do divórcio, em 1957, do playboy que tem entre suas conquistas posteriores a princesa Ira de Fürstemberg. Na década de 1990, o esqueleto de concreto do projeto de Niemeyer foi demolido. Nos anos 2000, começaram as obras do Palácio Tangará. CRÍTICAS "Os jardins de Burle Marx foram restaurados, mas no lugar de uma significante obra de Niemeyer e da arquitetura moderna brasileira foi construído um pastiche neoclássico", diz o historiador Carlos Fatorelli, morador de Santo Amaro, que participou do embate com ambientalistas para preservação da área verde. Rafael Birmann, presidente do conselho da Fundação Aron Birmann, rebate as críticas. "Não se trata de um pastiche, mas de estilo eclético e agradável", diz o empresário, que contratou o escritório americano WATG Architects para o primeiro projeto do palacete, finalizado pelo B+H Architects, do Canadá. "O modernismo de concreto e laje também não agrada a todos." O estilo neoclássico floresceu ao redor em empreendimentos de alto padrão que levam o nome de Panamby ou Tangará, pássaro que é atração do parque que sobreviveu à especulação imobiliária. VALORIZAÇÃO Na negociação do parcelamento da área junto à Prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (1989-1992), o parque foi uma das contrapartidas, assim como a recuperação dos jardins projetados por Burle Marx e a preservação da mata ao redor de uma nascente. A destinação de parte da gleba para a instalação de um parque público acabou se tornando um dos grandes atrativos imobiliários do Panamby. Os agentes imobiliários passaram a anunciar seus lançamentos no local como "a mais bela reserva verde da cidade", conforme destaca a geógrafa Daniella de Almeida Barroso, em um estudo intitulado "O verde como estratégia de valorização imobiliária: a formação de um projeto urbanístico em São Paulo". Ela é autora também da tese de mestrado Projeto urbanístico Panamby: Uma 'Nova Cidade' dentro de São Paulo - análise do parcelamento e loteamento da Chácara Tangará, defendida em 2006 na USP. Procurada pela Folha, ela não quis dar entrevista sobre a inauguração do Palácio Tangará. Para Rafael Birmann, o antigo incorporador da área, a simbiose entre hotel, empreendimentos e parque é um marco. "Que outro loteamento foi feito com uma doação de 140 mil m² de área verde para a cidade?", questiona. O modelo de gestão do parque Burle Marx, no entanto, também é questionado. "Considerado patrimônio público, o parque é administrado como privado e é cartão postal do projeto urbanístico Panamby", afirma Fatorelli.
colunas
Área do palacete era ocupada por esqueleto de obra de Oscar NiemeyerApós 11 anos paradas, as obras do Palácio Tangará foram retomadas há três anos, quando os proprietários fecharam um contrato de 25 anos com o grupo Oetker para um hotel de luxo na área. O terreno foi adquirido pelo fundo americano GTIS Partners. Em 2013, os investidores pagaram R$ 45 milhões à Previ pelos 49% da área e compraram também os outros 51% pertencentes à Incorporadora Birmann. Com sede em Nova York, o GTIS anuncia em seu site ter mais de US$ 1 bilhão investido em projetos imobiliários no Brasil. João Teixeira, diretor do escritório de São Paulo, foi vice-presidente da Birmann, que figurou entre as cinco maiores incorporadoras locais até falir, nos anos 2000. Em seu currículo no site do GTIS, Teixeira é apresentado como fundamental para colocar de pé vários empreendimentos comercias e residenciais, "incluindo mais de 15 edifícios no pioneiro projeto de condomínio de luxo Panamby". O loteamento da antiga chácara Tangará só foi aprovado em 1994. Durante 50 anos, a área de 438.000 m² ficou preservada dentro do espólio do industrial e playboy Baby Pignatari, até ser adquirida pela Birmann e pela Lubeca S.A. Empreendimentos. Na divisão das glebas entre os sócios, o terreno do futuro Palácio Tangará ficou com a Birmann, que decidiu erguer um hotel no local em que Pignatari iniciara a construção de uma casa de 8.000 m² desenhada por Oscar Niemeyer com jardins de Burle Marx. A residência modernista não foi concluída em razão do divórcio, em 1957, do playboy que tem entre suas conquistas posteriores a princesa Ira de Fürstemberg. Na década de 1990, o esqueleto de concreto do projeto de Niemeyer foi demolido. Nos anos 2000, começaram as obras do Palácio Tangará. CRÍTICAS "Os jardins de Burle Marx foram restaurados, mas no lugar de uma significante obra de Niemeyer e da arquitetura moderna brasileira foi construído um pastiche neoclássico", diz o historiador Carlos Fatorelli, morador de Santo Amaro, que participou do embate com ambientalistas para preservação da área verde. Rafael Birmann, presidente do conselho da Fundação Aron Birmann, rebate as críticas. "Não se trata de um pastiche, mas de estilo eclético e agradável", diz o empresário, que contratou o escritório americano WATG Architects para o primeiro projeto do palacete, finalizado pelo B+H Architects, do Canadá. "O modernismo de concreto e laje também não agrada a todos." O estilo neoclássico floresceu ao redor em empreendimentos de alto padrão que levam o nome de Panamby ou Tangará, pássaro que é atração do parque que sobreviveu à especulação imobiliária. VALORIZAÇÃO Na negociação do parcelamento da área junto à Prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (1989-1992), o parque foi uma das contrapartidas, assim como a recuperação dos jardins projetados por Burle Marx e a preservação da mata ao redor de uma nascente. A destinação de parte da gleba para a instalação de um parque público acabou se tornando um dos grandes atrativos imobiliários do Panamby. Os agentes imobiliários passaram a anunciar seus lançamentos no local como "a mais bela reserva verde da cidade", conforme destaca a geógrafa Daniella de Almeida Barroso, em um estudo intitulado "O verde como estratégia de valorização imobiliária: a formação de um projeto urbanístico em São Paulo". Ela é autora também da tese de mestrado Projeto urbanístico Panamby: Uma 'Nova Cidade' dentro de São Paulo - análise do parcelamento e loteamento da Chácara Tangará, defendida em 2006 na USP. Procurada pela Folha, ela não quis dar entrevista sobre a inauguração do Palácio Tangará. Para Rafael Birmann, o antigo incorporador da área, a simbiose entre hotel, empreendimentos e parque é um marco. "Que outro loteamento foi feito com uma doação de 140 mil m² de área verde para a cidade?", questiona. O modelo de gestão do parque Burle Marx, no entanto, também é questionado. "Considerado patrimônio público, o parque é administrado como privado e é cartão postal do projeto urbanístico Panamby", afirma Fatorelli.
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Jejum prolongado pode aumentar a produtividade no trabalho?
A prática do jejum intermitente vem conquistando cada vez mais adeptos em todo o mundo, atraídos pela ideia de cortar calorias drasticamente em certos dias da semana. Uma prova é a popularidade da chamada "dieta 5:2", que defende uma alimentação normal durante cinco dias e uma ingestão mínima nos outros dois. Estudos científicos realizados nos Estados Unidos reuniram evidências de que a restrição de calorias pode trazer benefícios para a saúde a longo prazo, como um sono de melhor qualidade ou menos variações de humor, por exemplo. Mas, agora, uma comunidade de especialistas em tecnologia da Califórnia acredita ter encontrado mais uma vantagem desse tipo de jejum. Segundo eles, a produtividade aumenta nos dias em que não se alimentam, quando relatam ter uma sensação de maior agilidade mental e capacidade de concentração. Com o nome de WeFast ("Nós jejuamos", em tradução literal), o grupo reúne os chamados "biohackers", pessoas que argumentam que manipular a biologia do corpo humano pode levar a uma vida mais saudável e satisfatória. MAIS PRODUTIVOS Eles praticam vários tipos de jejum, desde um intervalo de 36 horas sem comida a um radical período de 60 horas. Outros jejuam por 23 horas todos os dias. A ideia é sincronizar o fim do jejum com um café da manhã comunitário no meio da semana. A startup Nootrobox, de São Francisco, deu início ao grupo online. A empresa fabrica nootrópicos, também conhecidos como "smart drugs" –compostos criados legalmente com o objetivo de melhorar funções cognitivas. Apesar de o jejum não ser obrigatório na empresa, todos os funcionários deixam de se alimentar às terças-feiras. Na manhã de quarta-feira, eles se encontram com outros membros do WeFast, que já são mais de 1,2 mil, para o esperado café da manhã. A refeição realizada em uma lanchonete de bairro também funciona como reunião de apoio, em que os adeptos trocam experiências e dicas sobre jejum. "Para mim, a melhor parte é saber que todos nós notamos que estamos mais produtivos no trabalho", conta Geoff Woo, cofundador e CEO da Nootrobox. BENEFÍCIO É possível que eles tenham razão. Um estudo realizado pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, revelou que diferentes formas de jejuar podem ter um efeito significativo sobre o corpo humano, promovendo uma vasta gama de mudanças a nível celular e atingindo muitos sistemas metabólicos, como o fornecimento de combustível para o cérebro ou a maneira como o organismo reage ao estresse. Por enquanto, as evidências sobre o impacto no desempenho no trabalho ainda vêm apenas das experiências de adeptos do jejum intermitente. Mas muitos deles têm relatado se sentirem mais alertas, algo semelhante ao relatado por praticantes de corrida. Segundo a pesquisa da John Hopkins, coordenada por Mark Mattson, professor de neurociência, a causa principal são as mudanças bioquímicas no cérebro. De acordo com Mattson, o estudo sugere que o jejum leva a uma melhora na capacidade cognitiva. Já Eric Verdin, pesquisador no Instituto Gladstone, em São Francisco, lembra que alguns cientistas acreditam que uma maior sensação de bem-estar é gerada pela queima de gordura acumulada no organismo em vez dos carboidratos contidos nos alimentos –um processo conhecido como cetose. CAUTELA Mas e quanto à irritabilidade, às contrações no estômago e ao mal-estar que podem acompanhar um jejum? Bem, os adeptos da prática acreditam que é só uma questão de se habituar. "Quando alguém que nunca jejuou começa a fazer isso, é natural sentir náuseas, fraqueza e desconforto", explica Verdin. "Mas, ao repetir o jejum com frequência, há uma mudança no metabolismo de todo o organismo, e tudo se adapta. Essa adaptação, creio, é um dos motivos pelo qual a pessoa se sente cada vez melhor ao jejuar. Até chegar a um ponto, depois de quatro ou cinco jejuns, em que o indivíduo se sente muito melhor do que quando não jejuava", diz o cientista. No entanto, a prática nem sempre é aconselhável, principalmente entre gestantes, mulheres que estão amamentando, diabéticos e pessoas com distúrbios de metabolismo. Quando o organismo já está sob estresse e sem funcionar normalmente, limitar a nutrição pode piorar a situação. Ou seja, quem quiser experimentar o jejum intermitente deve se consultar com um médico antes.
equilibrioesaude
Jejum prolongado pode aumentar a produtividade no trabalho?A prática do jejum intermitente vem conquistando cada vez mais adeptos em todo o mundo, atraídos pela ideia de cortar calorias drasticamente em certos dias da semana. Uma prova é a popularidade da chamada "dieta 5:2", que defende uma alimentação normal durante cinco dias e uma ingestão mínima nos outros dois. Estudos científicos realizados nos Estados Unidos reuniram evidências de que a restrição de calorias pode trazer benefícios para a saúde a longo prazo, como um sono de melhor qualidade ou menos variações de humor, por exemplo. Mas, agora, uma comunidade de especialistas em tecnologia da Califórnia acredita ter encontrado mais uma vantagem desse tipo de jejum. Segundo eles, a produtividade aumenta nos dias em que não se alimentam, quando relatam ter uma sensação de maior agilidade mental e capacidade de concentração. Com o nome de WeFast ("Nós jejuamos", em tradução literal), o grupo reúne os chamados "biohackers", pessoas que argumentam que manipular a biologia do corpo humano pode levar a uma vida mais saudável e satisfatória. MAIS PRODUTIVOS Eles praticam vários tipos de jejum, desde um intervalo de 36 horas sem comida a um radical período de 60 horas. Outros jejuam por 23 horas todos os dias. A ideia é sincronizar o fim do jejum com um café da manhã comunitário no meio da semana. A startup Nootrobox, de São Francisco, deu início ao grupo online. A empresa fabrica nootrópicos, também conhecidos como "smart drugs" –compostos criados legalmente com o objetivo de melhorar funções cognitivas. Apesar de o jejum não ser obrigatório na empresa, todos os funcionários deixam de se alimentar às terças-feiras. Na manhã de quarta-feira, eles se encontram com outros membros do WeFast, que já são mais de 1,2 mil, para o esperado café da manhã. A refeição realizada em uma lanchonete de bairro também funciona como reunião de apoio, em que os adeptos trocam experiências e dicas sobre jejum. "Para mim, a melhor parte é saber que todos nós notamos que estamos mais produtivos no trabalho", conta Geoff Woo, cofundador e CEO da Nootrobox. BENEFÍCIO É possível que eles tenham razão. Um estudo realizado pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, revelou que diferentes formas de jejuar podem ter um efeito significativo sobre o corpo humano, promovendo uma vasta gama de mudanças a nível celular e atingindo muitos sistemas metabólicos, como o fornecimento de combustível para o cérebro ou a maneira como o organismo reage ao estresse. Por enquanto, as evidências sobre o impacto no desempenho no trabalho ainda vêm apenas das experiências de adeptos do jejum intermitente. Mas muitos deles têm relatado se sentirem mais alertas, algo semelhante ao relatado por praticantes de corrida. Segundo a pesquisa da John Hopkins, coordenada por Mark Mattson, professor de neurociência, a causa principal são as mudanças bioquímicas no cérebro. De acordo com Mattson, o estudo sugere que o jejum leva a uma melhora na capacidade cognitiva. Já Eric Verdin, pesquisador no Instituto Gladstone, em São Francisco, lembra que alguns cientistas acreditam que uma maior sensação de bem-estar é gerada pela queima de gordura acumulada no organismo em vez dos carboidratos contidos nos alimentos –um processo conhecido como cetose. CAUTELA Mas e quanto à irritabilidade, às contrações no estômago e ao mal-estar que podem acompanhar um jejum? Bem, os adeptos da prática acreditam que é só uma questão de se habituar. "Quando alguém que nunca jejuou começa a fazer isso, é natural sentir náuseas, fraqueza e desconforto", explica Verdin. "Mas, ao repetir o jejum com frequência, há uma mudança no metabolismo de todo o organismo, e tudo se adapta. Essa adaptação, creio, é um dos motivos pelo qual a pessoa se sente cada vez melhor ao jejuar. Até chegar a um ponto, depois de quatro ou cinco jejuns, em que o indivíduo se sente muito melhor do que quando não jejuava", diz o cientista. No entanto, a prática nem sempre é aconselhável, principalmente entre gestantes, mulheres que estão amamentando, diabéticos e pessoas com distúrbios de metabolismo. Quando o organismo já está sob estresse e sem funcionar normalmente, limitar a nutrição pode piorar a situação. Ou seja, quem quiser experimentar o jejum intermitente deve se consultar com um médico antes.
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Senado aprova correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física
O Senado aprovou nesta terça-feira (30) medida provisória que corrige gradualmente a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O reajuste será escalonado de acordo com a faixa de renda dos contribuintes, sendo as mais baixas favorecidas por ajustes maiores. Os percentuais serão de 6,5%, 5,5%, 5% e 4,5%. A correção é retroativa a abril deste ano, mas não vale para as declarações de Imposto de Renda feitas em 2015, apenas para as prestações de contas que serão realizadas em 2016. Foi incluído na MP um "jabuti" –matéria estranha ao tema principal da medida provisória –com a isenção de cobrança do PIS/Cofins para o óleo diesel, o que atende a uma antiga reivindicação dos caminhoneiros e representa uma derrota para o governo. Congressistas estimam que o impacto da isenção ao óleo diesel será de R$ 1,15 bilhão por mês, somando R$ 13,8 bilhões ao ano para os cofres públicos. Pelo texto, o governo deverá calcular o montante da renúncia de receita e terá de incluí-lo nas propostas orçamentárias dos anos seguintes. Como a MP teria que retornar para nova votação na Câmara se houvesse mudanças no texto, os senadores mantiveram o "jabuti" sob protestos. A medida provisória perderia a validade na próxima quarta (08) se não fosse aprovada pelo Senado. A MP segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. "A MP chega aqui quase no último dia e não temos condições de discutir as emendas que foram incorporadas. Nós continuamos reféns da Câmara", protestou o líder do PMDB, Eunício Oliveira (PMDB-CE). ISENÇÃO Com a correção gradual na tabela do Imposto de Renda, a faixa de isenção será elevada de R$ 1.787,77 para R$ 1.903,98. A faixa salarial sujeita à maior tributação, de 27,5%, será acima de R$ 4.664,68 -atualmente, esse limite é de R$ 4.463,81. A proposta de correção do IR teve o aval do ministro Joaquim Levy (Fazenda), que negociou pessoalmente a nova tabela com o Congresso em março deste ano. Antes, o governo havia enviado uma proposta de ajuste escalonado com pequenas diferenças em relação ao texto apresentado pelos congressistas, que acabou prevalecendo. A presidente Dilma Rousseff defendia o índice máximo de 4,5%, uma de suas promessas de campanha eleitoral, mas o Congresso insistiu nos 6,5%. O Palácio do Planalto era resistente à correção maior porque não quer reduzir sua arrecadação, mas aceitou o acordo desde que os 6,5% valessem apenas para as faixas salariais mais baixas. O aumento do reajuste da tabela do Imposto de Renda eleva a faixa de isenção e as de tributação. Com isso, a União arrecada menos com IR. Também foi incluído no texto outro "jabuti" que autoriza o Executivo conceder subvenção econômica ao seguro rural contratado no ano de 2014. O valor estimado para o seguro é de R$ 300 milhões, que será repassado a agricultores familiares que enfrentaram estiagem em Estados do Nordeste.
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Senado aprova correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa FísicaO Senado aprovou nesta terça-feira (30) medida provisória que corrige gradualmente a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O reajuste será escalonado de acordo com a faixa de renda dos contribuintes, sendo as mais baixas favorecidas por ajustes maiores. Os percentuais serão de 6,5%, 5,5%, 5% e 4,5%. A correção é retroativa a abril deste ano, mas não vale para as declarações de Imposto de Renda feitas em 2015, apenas para as prestações de contas que serão realizadas em 2016. Foi incluído na MP um "jabuti" –matéria estranha ao tema principal da medida provisória –com a isenção de cobrança do PIS/Cofins para o óleo diesel, o que atende a uma antiga reivindicação dos caminhoneiros e representa uma derrota para o governo. Congressistas estimam que o impacto da isenção ao óleo diesel será de R$ 1,15 bilhão por mês, somando R$ 13,8 bilhões ao ano para os cofres públicos. Pelo texto, o governo deverá calcular o montante da renúncia de receita e terá de incluí-lo nas propostas orçamentárias dos anos seguintes. Como a MP teria que retornar para nova votação na Câmara se houvesse mudanças no texto, os senadores mantiveram o "jabuti" sob protestos. A medida provisória perderia a validade na próxima quarta (08) se não fosse aprovada pelo Senado. A MP segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. "A MP chega aqui quase no último dia e não temos condições de discutir as emendas que foram incorporadas. Nós continuamos reféns da Câmara", protestou o líder do PMDB, Eunício Oliveira (PMDB-CE). ISENÇÃO Com a correção gradual na tabela do Imposto de Renda, a faixa de isenção será elevada de R$ 1.787,77 para R$ 1.903,98. A faixa salarial sujeita à maior tributação, de 27,5%, será acima de R$ 4.664,68 -atualmente, esse limite é de R$ 4.463,81. A proposta de correção do IR teve o aval do ministro Joaquim Levy (Fazenda), que negociou pessoalmente a nova tabela com o Congresso em março deste ano. Antes, o governo havia enviado uma proposta de ajuste escalonado com pequenas diferenças em relação ao texto apresentado pelos congressistas, que acabou prevalecendo. A presidente Dilma Rousseff defendia o índice máximo de 4,5%, uma de suas promessas de campanha eleitoral, mas o Congresso insistiu nos 6,5%. O Palácio do Planalto era resistente à correção maior porque não quer reduzir sua arrecadação, mas aceitou o acordo desde que os 6,5% valessem apenas para as faixas salariais mais baixas. O aumento do reajuste da tabela do Imposto de Renda eleva a faixa de isenção e as de tributação. Com isso, a União arrecada menos com IR. Também foi incluído no texto outro "jabuti" que autoriza o Executivo conceder subvenção econômica ao seguro rural contratado no ano de 2014. O valor estimado para o seguro é de R$ 300 milhões, que será repassado a agricultores familiares que enfrentaram estiagem em Estados do Nordeste.
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Magazine Luiza diz que conselho não considera fechar capital da empresa
O conselho de administração da varejista Magazine Luiza não está considerando a alternativa de fechar o capital da empresa neste momento, segundo comunicado publicado pela companhia na noite de sexta-feira (11). O esclarecimento foi feito após questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) depois de declaração da presidente do conselho da companhia, Luiza Trajano, segundo a qual o fechamento de capital da empresa era uma alternativa diante da forte queda das ações, de 86% apenas neste ano. "Nesta data, o fechamento de capital não é uma alternativa que esteja sendo considerada pelo conselho de administração da companhia, tampouco pela Sra. Luiza Helena Trajano, que apenas explicou que tal hipótese é uma entre várias alternativas possíveis para companhias abertas em situações semelhantes", disse o comunicado. Na quinta-feira, as ações da varejista chegaram a subir 12% após as declarações da executiva. Segundo o documento, ao responder questionamento de analista durante encontro com investidores, Luiza explicou que o conselho nunca discutiu esse assunto, "que poderia ser uma possibilidade". "De fato, essa é uma alternativa possível, principalmente em situações de mercado adversas como a atual, em que o preço das ações da companhia sofreu um impacto negativo relevante. No entanto, o conteúdo completo da resposta esclarece que, atualmente, não existe a pretensão de realizar o fechamento de capital da companhia", disse a empresa no comunicado. O documento informou ainda que, na ocasião, a presidente do conselho enfatizou os benefícios para a companhia proporcionados pela listagem na BM&FBovespa, tais como a adoção de práticas de governança corporativa, compromissos com transparência, entre outros. "Em nenhum momento, houve a intenção de expressar que o fechamento de capital está sendo considerado atualmente. Tal hipótese foi mencionada apenas como introdução ao comentário da Sra. Luiza Helena Trajano, como presidente do Conselho de Administração da companhia, de que a intenção, nesta data, é de a companhia permanecer listada na BM&FBovespa", concluiu.
mercado
Magazine Luiza diz que conselho não considera fechar capital da empresaO conselho de administração da varejista Magazine Luiza não está considerando a alternativa de fechar o capital da empresa neste momento, segundo comunicado publicado pela companhia na noite de sexta-feira (11). O esclarecimento foi feito após questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) depois de declaração da presidente do conselho da companhia, Luiza Trajano, segundo a qual o fechamento de capital da empresa era uma alternativa diante da forte queda das ações, de 86% apenas neste ano. "Nesta data, o fechamento de capital não é uma alternativa que esteja sendo considerada pelo conselho de administração da companhia, tampouco pela Sra. Luiza Helena Trajano, que apenas explicou que tal hipótese é uma entre várias alternativas possíveis para companhias abertas em situações semelhantes", disse o comunicado. Na quinta-feira, as ações da varejista chegaram a subir 12% após as declarações da executiva. Segundo o documento, ao responder questionamento de analista durante encontro com investidores, Luiza explicou que o conselho nunca discutiu esse assunto, "que poderia ser uma possibilidade". "De fato, essa é uma alternativa possível, principalmente em situações de mercado adversas como a atual, em que o preço das ações da companhia sofreu um impacto negativo relevante. No entanto, o conteúdo completo da resposta esclarece que, atualmente, não existe a pretensão de realizar o fechamento de capital da companhia", disse a empresa no comunicado. O documento informou ainda que, na ocasião, a presidente do conselho enfatizou os benefícios para a companhia proporcionados pela listagem na BM&FBovespa, tais como a adoção de práticas de governança corporativa, compromissos com transparência, entre outros. "Em nenhum momento, houve a intenção de expressar que o fechamento de capital está sendo considerado atualmente. Tal hipótese foi mencionada apenas como introdução ao comentário da Sra. Luiza Helena Trajano, como presidente do Conselho de Administração da companhia, de que a intenção, nesta data, é de a companhia permanecer listada na BM&FBovespa", concluiu.
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Tomorrowland anuncia mais atrações para primeira edição brasileira
O festival de música eletrônica Tomorrowland, cuja primeira edição no Brasil será realizada de 1º a 3 de maio em Itu, interior de São Paulo, anunciou nesta quarta (4) mais atrações. Como destaque, entra para a lista de convidados o DJ e produtor holandês Afrojack, que lançou seu primeiro álbum, "Forget the World", no ano passado. Também foram anunciados o DJ e produtor israelense Borgore, conhecido por misturar eletrônica com metal pesado, o alemão Claptone e os irmãos canadenses DVBBS. Entre os brasileiros, entram para o festival o DJ Patife e a dupla carioca Felguk, dos DJs Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal. Um dos maiores eventos de música eletrônica do mundo, o festival Tomorrowland nasceu na Bélgica em 2005. A entrada no mercado brasileiro foi anunciada em julho do último ano, e os ingressos, ao todo 180 mil, se esgotaram em três horas. David Guetta, Armin van Buuren, Steve Angello e Steve Aoki são alguns dos nomes de grande destaque que tocarão na edição. Confira abaixo a lista de todas as atrações já anunciadas pela organização do evento: Adriatique (Suíça) Afrojack (Holanda) Akin (Brasil) Alok (Brasil) Aly & Fila (Egito) Andrew Rayel (Moldávia) Armin van Buuren (Holanda) Art Department (Canadá) Astrix (Israel) Atmozfears (Holanda) Autoerotique (Canadá) Bernn (Brasil) Blasterjaxx (Holanda) Bob Moses (EUA) Borgeous (EUA) Borgore (Israel) Bruno Barudi (Brasil) Claptone (Alemanha) Coone (Bélgica) Cosmic Gate (Alemanha) Cosmonet (Brasil) Daniel Kuhnen (Brasil) Danilo Ercole (Brasil) Dannic (Holanda) Darth & Vader (Brasil) Dave Lambert (Bélgica) David Guetta (França) Dazzo (Brasil) Digitaria (Brasil) Dimitri Vegas & Like Mike (Bélgica) Diogo Accioly (Brasil) Dirtyphonics (França) DJ Marky (Brasil) DJ Patife (Brasil) Don Diablo (Holanda) Doozie (Brasil) Drunky Daniels (Brasil) DVBBS (Canadá) Edit Revenge (Brasil) Element (Brasil) Evil Activities (Holanda) Felguk (Brasil) Ferry Corsten (Holanda) Firaga (Venezuela) Fran Bortolossi (Brasil) FTampa (Brasil) GTA (EUA) Gui Boratto (Brasil) Guy Gerber (Israel) Hardwell (Holanda) Heatbeat (Argentina) HIIO (Argentina) H.O.S.H. (Alemanha) Jackie White (Bélgica) Jamie Jones (Reino Unido) Julian Calor (Holanda) Junior C (Brasil) Karmon (Holanda) Kill The Buzz (Holanda) Klaudia Gawlas (Alemanha) Kollektiv Turmstrasse (Alemanha) Kolombo (Bélgica) Kolsch (Dinamarca) Laidback Luke (Holanda) Leo Janeiro (Brasil) Leozinho (Brasil) Lost Frequencies (Bélgica) LouLou Players (Bélgica) M.I.K.E. Push (Bélgica) Mambo Brothers (Espanha) Marcelo CIC (Brasil) Mario Fischetti (Brasil) Mystique (Bélgica) Naccarati (Brasil) Netsky (Bélgica) Nicky Romero (Holanda) Nosle (Brasil) Oliver Heldens (Holanda) Olivier Weiter (Holanda) Patrick Topping (Reino Unido) Repow (Brasil) Romeo Blanco (Bélgica) Sasha (Reino Unido) Secret Cinema (Holanda) Showtek (Holanda) Sick Individuals (Holanda) Skazi (Israel) Solomun (Bósnia) Steve Angello (Suécia) Steve Aoki (EUA) Stimming (Alemanha) Sunnery James & Ryan Marciano (Holanda) Surfing Leons (Bélgica) Synsun (Bélgica) Tamenpi (Brasil) Thomas Newson (Holanda) Tom Keller (Brasil) Tropkillaz (Brasil) Trusty (Brasil) Ummet Ozcan (Holanda) Viktor Mora (Brasil) Villain (Holanda) W&W (Holanda) Wehbba (Brasil) Wildstylez (Holanda) Wolfpack (Bélgica) Yves V (Bélgica)
ilustrada
Tomorrowland anuncia mais atrações para primeira edição brasileiraO festival de música eletrônica Tomorrowland, cuja primeira edição no Brasil será realizada de 1º a 3 de maio em Itu, interior de São Paulo, anunciou nesta quarta (4) mais atrações. Como destaque, entra para a lista de convidados o DJ e produtor holandês Afrojack, que lançou seu primeiro álbum, "Forget the World", no ano passado. Também foram anunciados o DJ e produtor israelense Borgore, conhecido por misturar eletrônica com metal pesado, o alemão Claptone e os irmãos canadenses DVBBS. Entre os brasileiros, entram para o festival o DJ Patife e a dupla carioca Felguk, dos DJs Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal. Um dos maiores eventos de música eletrônica do mundo, o festival Tomorrowland nasceu na Bélgica em 2005. A entrada no mercado brasileiro foi anunciada em julho do último ano, e os ingressos, ao todo 180 mil, se esgotaram em três horas. David Guetta, Armin van Buuren, Steve Angello e Steve Aoki são alguns dos nomes de grande destaque que tocarão na edição. Confira abaixo a lista de todas as atrações já anunciadas pela organização do evento: Adriatique (Suíça) Afrojack (Holanda) Akin (Brasil) Alok (Brasil) Aly & Fila (Egito) Andrew Rayel (Moldávia) Armin van Buuren (Holanda) Art Department (Canadá) Astrix (Israel) Atmozfears (Holanda) Autoerotique (Canadá) Bernn (Brasil) Blasterjaxx (Holanda) Bob Moses (EUA) Borgeous (EUA) Borgore (Israel) Bruno Barudi (Brasil) Claptone (Alemanha) Coone (Bélgica) Cosmic Gate (Alemanha) Cosmonet (Brasil) Daniel Kuhnen (Brasil) Danilo Ercole (Brasil) Dannic (Holanda) Darth & Vader (Brasil) Dave Lambert (Bélgica) David Guetta (França) Dazzo (Brasil) Digitaria (Brasil) Dimitri Vegas & Like Mike (Bélgica) Diogo Accioly (Brasil) Dirtyphonics (França) DJ Marky (Brasil) DJ Patife (Brasil) Don Diablo (Holanda) Doozie (Brasil) Drunky Daniels (Brasil) DVBBS (Canadá) Edit Revenge (Brasil) Element (Brasil) Evil Activities (Holanda) Felguk (Brasil) Ferry Corsten (Holanda) Firaga (Venezuela) Fran Bortolossi (Brasil) FTampa (Brasil) GTA (EUA) Gui Boratto (Brasil) Guy Gerber (Israel) Hardwell (Holanda) Heatbeat (Argentina) HIIO (Argentina) H.O.S.H. (Alemanha) Jackie White (Bélgica) Jamie Jones (Reino Unido) Julian Calor (Holanda) Junior C (Brasil) Karmon (Holanda) Kill The Buzz (Holanda) Klaudia Gawlas (Alemanha) Kollektiv Turmstrasse (Alemanha) Kolombo (Bélgica) Kolsch (Dinamarca) Laidback Luke (Holanda) Leo Janeiro (Brasil) Leozinho (Brasil) Lost Frequencies (Bélgica) LouLou Players (Bélgica) M.I.K.E. Push (Bélgica) Mambo Brothers (Espanha) Marcelo CIC (Brasil) Mario Fischetti (Brasil) Mystique (Bélgica) Naccarati (Brasil) Netsky (Bélgica) Nicky Romero (Holanda) Nosle (Brasil) Oliver Heldens (Holanda) Olivier Weiter (Holanda) Patrick Topping (Reino Unido) Repow (Brasil) Romeo Blanco (Bélgica) Sasha (Reino Unido) Secret Cinema (Holanda) Showtek (Holanda) Sick Individuals (Holanda) Skazi (Israel) Solomun (Bósnia) Steve Angello (Suécia) Steve Aoki (EUA) Stimming (Alemanha) Sunnery James & Ryan Marciano (Holanda) Surfing Leons (Bélgica) Synsun (Bélgica) Tamenpi (Brasil) Thomas Newson (Holanda) Tom Keller (Brasil) Tropkillaz (Brasil) Trusty (Brasil) Ummet Ozcan (Holanda) Viktor Mora (Brasil) Villain (Holanda) W&W (Holanda) Wehbba (Brasil) Wildstylez (Holanda) Wolfpack (Bélgica) Yves V (Bélgica)
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Britânica sofre cinco abortos após ser agredida por marido enquanto dormia
A britânica Lindsey Roberts e o Ministério da Defesa do Reino Unido estão em lados opostos de uma disputa judicial. Ela diz ter sofrido cinco abortos após ser agredida por seu marido, o militar Andrew Roberts, enquanto ele dormia. Andrew entrou para o Exército aos 17 anos. Depois de integrar nove missões internacionais, duas delas no Iraque e três no Afeganistão, desenvolveu estresse pós-traumático, um distúrbio de ansiedade, e tentou se matar. Quem sofre desse tipo de problema costuma se sentir isolado, irritado e culpado, ter recordações vívidas dos eventos que causaram o mal, como acidentes de carro, abusos sexuais, situações de combate e desastres naturais, e revivê-los em sonhos. "Andrew teve seu primeiro pesadelo violento quando eu estava grávida de cinco semanas. Perdi o bebê", contou Lindsey em entrevista ao programa Victoria Derbyshire, da BBC. Ela conta que os abortos decorrentes das agressões involuntárias ocorreram ao longo dos anos. "Os episódio de pânico noturno não ocorriam a toda hora, então continuamos a dormir na mesma cama. Mas eu não conseguia prever quando aconteceriam." Lindsey explica que perdeu os bebês "dias, semanas" após ser agredida. Ela ficava com hematomas por todo o corpo e mentia sobre como surgiram. "Não queria me meter em problemas. Dizia que havia caído na escada." Em 2009, quando Andrew voltou de sua segunda missão no Afeganistão, Lindsey diz que passou a ser agredida três vezes por semana pelo marido em seus episódios de pânico noturno. O militar morreu em um ataque do Talebã em maio de 2012, durante sua terceira missão no Afeganistão. "Ele era o cara mais gentil do mundo. Fazia de tudo por qualquer pessoa. Era carinhoso. Era o melhor amigo de todo mundo." 'O EXÉRCITO SABIA' Lindsey engravidou oito vezes enquanto esteve casada com Andrew. Tiveram "três filhos lindos", hoje com 8, 10 e 11 anos. "Eles eram pequenos quando tudo aconteceu. Hoje, sabem o que se passou com seu pai e se lembram de alguns episódios." Estima-se que uma a cada três pessoas que têm experiências traumáticas desenvolvem um distúrbio de ansiedade. Não se sabe por que algumas não são afetadas dessa forma. A situação de Andrew piorou em 2009. O casal se separou, mas permaneceu casado. Lindsey diz que o Exército estava ciente dos problemas mentais nos dois últimos anos de vida do marido. "Ele estava muito instável. Teve de ser socorrido após algumas tentativas de suicídio. Com certeza eles sabiam", diz ela, para quem Andrew ainda estaria vivo se tivesse recebido o tratamento adequado."No ano anterior à última missão, ele estava com sérios problemas mentais. Ele tentou se matar. Há sinal mais óbvio do que isso? Deveria ter sido dispensado por razões médicas em vez de ter sido enviado para uma missão." O Ministério da Defesa disse "não comentar um processo legal específico" e que "a saúde mental de todos que servem ao país é de máxima importância". Por isso, "encoraja a todos que precisem a buscar a ajuda que merecem antes, durante e após missões". 'VIÚVAS SÃO VÍTIMAS TAMBÉM' Mesmo separado, o casal continuou em contato. Andrew costumava encontrar os filhos e ligar para eles enquanto estava em sua última missão no Afeganistão. Lindsey se recorda do momento em que soube de sua morte, dois meses após ele ter viajado. "Estava na academia, e meu vizinho me ligou para contar que um policial havia tocado minha campainha cinco vezes ao longo de uma hora. Dirigi como louca para casa. Estava muito nervosa. Tinha certeza que ele estava morto", conta. Ela acusa o Ministério da Defesa de não ter cumprido seu dever de cuidar de seu marido ao permitir que ele fosse uma vez mais ao Afeganistão em 2012. Também quer ser indenizada pelos prejuízos causados pelo distúrbio de Andrew. "Espero que o ministério perceba que as mulheres de militares também são vítimas", diz. "Ninguém reconhece isso hoje. Ninguém fala sobre as mulheres em todo o país que são agredidas ou estão em situações ruins –ou, pior, perdem seus filhos– porque seus maridos estão [involuntariamente] violentos por conta de um estresse pós-traumático." Lindsey criou uma organização sem fins lucrativos, a Roberts Project, para conscientizar as pessoas sobre a questão. Ela diz que seus filhos tiveram garra no período difícil."Somos uma família feliz. Meus filhos estão bem. São crianças fortes, passaram por muita coisa." Ela afirma que seu marido ficaria "muito orgulhoso" da forma como ela e os filhos estão lidando com tudo pelo que passaram. "Se ele estivesse aqui agora, estaria me apoiando."
cotidiano
Britânica sofre cinco abortos após ser agredida por marido enquanto dormiaA britânica Lindsey Roberts e o Ministério da Defesa do Reino Unido estão em lados opostos de uma disputa judicial. Ela diz ter sofrido cinco abortos após ser agredida por seu marido, o militar Andrew Roberts, enquanto ele dormia. Andrew entrou para o Exército aos 17 anos. Depois de integrar nove missões internacionais, duas delas no Iraque e três no Afeganistão, desenvolveu estresse pós-traumático, um distúrbio de ansiedade, e tentou se matar. Quem sofre desse tipo de problema costuma se sentir isolado, irritado e culpado, ter recordações vívidas dos eventos que causaram o mal, como acidentes de carro, abusos sexuais, situações de combate e desastres naturais, e revivê-los em sonhos. "Andrew teve seu primeiro pesadelo violento quando eu estava grávida de cinco semanas. Perdi o bebê", contou Lindsey em entrevista ao programa Victoria Derbyshire, da BBC. Ela conta que os abortos decorrentes das agressões involuntárias ocorreram ao longo dos anos. "Os episódio de pânico noturno não ocorriam a toda hora, então continuamos a dormir na mesma cama. Mas eu não conseguia prever quando aconteceriam." Lindsey explica que perdeu os bebês "dias, semanas" após ser agredida. Ela ficava com hematomas por todo o corpo e mentia sobre como surgiram. "Não queria me meter em problemas. Dizia que havia caído na escada." Em 2009, quando Andrew voltou de sua segunda missão no Afeganistão, Lindsey diz que passou a ser agredida três vezes por semana pelo marido em seus episódios de pânico noturno. O militar morreu em um ataque do Talebã em maio de 2012, durante sua terceira missão no Afeganistão. "Ele era o cara mais gentil do mundo. Fazia de tudo por qualquer pessoa. Era carinhoso. Era o melhor amigo de todo mundo." 'O EXÉRCITO SABIA' Lindsey engravidou oito vezes enquanto esteve casada com Andrew. Tiveram "três filhos lindos", hoje com 8, 10 e 11 anos. "Eles eram pequenos quando tudo aconteceu. Hoje, sabem o que se passou com seu pai e se lembram de alguns episódios." Estima-se que uma a cada três pessoas que têm experiências traumáticas desenvolvem um distúrbio de ansiedade. Não se sabe por que algumas não são afetadas dessa forma. A situação de Andrew piorou em 2009. O casal se separou, mas permaneceu casado. Lindsey diz que o Exército estava ciente dos problemas mentais nos dois últimos anos de vida do marido. "Ele estava muito instável. Teve de ser socorrido após algumas tentativas de suicídio. Com certeza eles sabiam", diz ela, para quem Andrew ainda estaria vivo se tivesse recebido o tratamento adequado."No ano anterior à última missão, ele estava com sérios problemas mentais. Ele tentou se matar. Há sinal mais óbvio do que isso? Deveria ter sido dispensado por razões médicas em vez de ter sido enviado para uma missão." O Ministério da Defesa disse "não comentar um processo legal específico" e que "a saúde mental de todos que servem ao país é de máxima importância". Por isso, "encoraja a todos que precisem a buscar a ajuda que merecem antes, durante e após missões". 'VIÚVAS SÃO VÍTIMAS TAMBÉM' Mesmo separado, o casal continuou em contato. Andrew costumava encontrar os filhos e ligar para eles enquanto estava em sua última missão no Afeganistão. Lindsey se recorda do momento em que soube de sua morte, dois meses após ele ter viajado. "Estava na academia, e meu vizinho me ligou para contar que um policial havia tocado minha campainha cinco vezes ao longo de uma hora. Dirigi como louca para casa. Estava muito nervosa. Tinha certeza que ele estava morto", conta. Ela acusa o Ministério da Defesa de não ter cumprido seu dever de cuidar de seu marido ao permitir que ele fosse uma vez mais ao Afeganistão em 2012. Também quer ser indenizada pelos prejuízos causados pelo distúrbio de Andrew. "Espero que o ministério perceba que as mulheres de militares também são vítimas", diz. "Ninguém reconhece isso hoje. Ninguém fala sobre as mulheres em todo o país que são agredidas ou estão em situações ruins –ou, pior, perdem seus filhos– porque seus maridos estão [involuntariamente] violentos por conta de um estresse pós-traumático." Lindsey criou uma organização sem fins lucrativos, a Roberts Project, para conscientizar as pessoas sobre a questão. Ela diz que seus filhos tiveram garra no período difícil."Somos uma família feliz. Meus filhos estão bem. São crianças fortes, passaram por muita coisa." Ela afirma que seu marido ficaria "muito orgulhoso" da forma como ela e os filhos estão lidando com tudo pelo que passaram. "Se ele estivesse aqui agora, estaria me apoiando."
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Peça infantil usa músicas de filmes famosos para contar história
Cinema e teatro têm alguma coisa em comum? No espetáculo "Filminho", que estreia nesta sexta-feira (1º) em São Paulo, a paixão pelos filmes invade os palcos. A peça faz referência a diferentes longas infantis e reproduz suas trilhas sonoras ao vivo, interpretadas pelo elenco. Músicas de "Rei Leão", "A Pantera Cor-de-Rosa", "Frozen" e "As Bicicletas de Belleville" ajudam os atores a contar a história, que tem direção musical de Natalia Mallo e direção cênica de Marcelo Romagnoli. CINEMA E OFICINA Uma mostra exibirá filmes nacionais e internacionais paralelamente ao espetáculo. "Mary Poppins", "O Menino Maluquinho" e "Dumbo" ganharão sessões, enquanto "O Balão Vermelho" e "Wall-E" também serão exibidos e terão a trilha sonora executada ao vivo pelo elenco da peça. Além disso, oficinas sobre cinema e as mudanças pelas quais a sétima arte passou serão ministradas para o público infantil. PARA CONFERIR "Filminho" QUANDO de 1º/5 a 7/6; sábados, domingos e feriados às 12h; sessões extra nos dias 1º, 2 e 3/5, às 16h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 5 a R$ 17; sessões dos dias 25 e 26 de maio e 20 e 21 de junho são gratuitas Mostra de Filmes QUANDO de 13 a 28 de junho; sábados e domingos, às 12h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 5 a R$ 17; sessões dos dias 20 e 21 de junho são gratuitas Oficina QUANDO dias 16, 23 e 30/5 e 6/6; sábados, às 15h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO grátis
folhinha
Peça infantil usa músicas de filmes famosos para contar históriaCinema e teatro têm alguma coisa em comum? No espetáculo "Filminho", que estreia nesta sexta-feira (1º) em São Paulo, a paixão pelos filmes invade os palcos. A peça faz referência a diferentes longas infantis e reproduz suas trilhas sonoras ao vivo, interpretadas pelo elenco. Músicas de "Rei Leão", "A Pantera Cor-de-Rosa", "Frozen" e "As Bicicletas de Belleville" ajudam os atores a contar a história, que tem direção musical de Natalia Mallo e direção cênica de Marcelo Romagnoli. CINEMA E OFICINA Uma mostra exibirá filmes nacionais e internacionais paralelamente ao espetáculo. "Mary Poppins", "O Menino Maluquinho" e "Dumbo" ganharão sessões, enquanto "O Balão Vermelho" e "Wall-E" também serão exibidos e terão a trilha sonora executada ao vivo pelo elenco da peça. Além disso, oficinas sobre cinema e as mudanças pelas quais a sétima arte passou serão ministradas para o público infantil. PARA CONFERIR "Filminho" QUANDO de 1º/5 a 7/6; sábados, domingos e feriados às 12h; sessões extra nos dias 1º, 2 e 3/5, às 16h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 5 a R$ 17; sessões dos dias 25 e 26 de maio e 20 e 21 de junho são gratuitas Mostra de Filmes QUANDO de 13 a 28 de junho; sábados e domingos, às 12h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO de R$ 5 a R$ 17; sessões dos dias 20 e 21 de junho são gratuitas Oficina QUANDO dias 16, 23 e 30/5 e 6/6; sábados, às 15h ONDE Sesc Pompeia - r. Clélia, 93; tel. (11) 3871-7700 QUANTO grátis
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Obra analisa ondas de consumo deste início de século
DE SÃO PAULO O que a Barbie tem a ver com o "fast fashion"? Que sociedade regredida explica a "estética da fofura" que está por aí? Que fim terão objetos "inteligentes" após a banalização do termo "smart"? Fenômenos contemporâneos são o alvo de "Vestígios do Futuro: Estilos de Vida, Consumo e Tendências", novo livro de Dario Caldas que brinca com o tempo para iluminá-lo. O autor faz presente virar passado, escreve posicionado no futuro e dá suas projeções como fatos consumados. Caldas é a alma do Observatório de Sinais, escritório referência em pesquisa de tendências. SERVIÇO Preço: R$ 34,90 Informações: Observatório de Sinais e (11) 4304-2848
sobretudo
Obra analisa ondas de consumo deste início de século DE SÃO PAULO O que a Barbie tem a ver com o "fast fashion"? Que sociedade regredida explica a "estética da fofura" que está por aí? Que fim terão objetos "inteligentes" após a banalização do termo "smart"? Fenômenos contemporâneos são o alvo de "Vestígios do Futuro: Estilos de Vida, Consumo e Tendências", novo livro de Dario Caldas que brinca com o tempo para iluminá-lo. O autor faz presente virar passado, escreve posicionado no futuro e dá suas projeções como fatos consumados. Caldas é a alma do Observatório de Sinais, escritório referência em pesquisa de tendências. SERVIÇO Preço: R$ 34,90 Informações: Observatório de Sinais e (11) 4304-2848
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China confirma que investiga Microsoft por suposto monopólio
As autoridades reguladoras do comércio na China confirmaram nesta terça-feira (5) uma investigação relacionada à Microsoft por supostas práticas monopolísticas, perante problemas de incompatibilidade em seu sistema operacional Windows e seu software Office, informou a agência oficial "Xinhua". A investigação começou em 2014, quando funcionários chineses realizaram visitas surpresa a escritórios da Microsoft em várias cidades do país, embora até agora não tenha sido confirmado que aquelas operações respondiam à aplicação da Lei Antimonopólio. Segundo a informação de hoje, a Administração Estatal para a Indústria e o Comércio solicitou à Microsoft que esclareça "importantes problemas" nos dados eletrônicos repassados às autoridades durante o curso desta investigação. Segundo a Lei Antimonopólio chinesa, problemas de incompatibilidade de novos produtos com os anteriores, e sem aviso prévio aos clientes, poderiam ser uma prática irregular e contrária às normas de livre concorrência. A China aprovou a Lei Antimonopólio em 2008, após muitos anos de deliberações e polêmicas, e agora é vista por alguns analistas como uma ferramenta de ataque a certas empresas.
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China confirma que investiga Microsoft por suposto monopólioAs autoridades reguladoras do comércio na China confirmaram nesta terça-feira (5) uma investigação relacionada à Microsoft por supostas práticas monopolísticas, perante problemas de incompatibilidade em seu sistema operacional Windows e seu software Office, informou a agência oficial "Xinhua". A investigação começou em 2014, quando funcionários chineses realizaram visitas surpresa a escritórios da Microsoft em várias cidades do país, embora até agora não tenha sido confirmado que aquelas operações respondiam à aplicação da Lei Antimonopólio. Segundo a informação de hoje, a Administração Estatal para a Indústria e o Comércio solicitou à Microsoft que esclareça "importantes problemas" nos dados eletrônicos repassados às autoridades durante o curso desta investigação. Segundo a Lei Antimonopólio chinesa, problemas de incompatibilidade de novos produtos com os anteriores, e sem aviso prévio aos clientes, poderiam ser uma prática irregular e contrária às normas de livre concorrência. A China aprovou a Lei Antimonopólio em 2008, após muitos anos de deliberações e polêmicas, e agora é vista por alguns analistas como uma ferramenta de ataque a certas empresas.
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Mostras e atividades para idosos fazem sucesso em shoppings da zona leste de SP
DE SÃO PAULO ANÁLIA FRANCO Inauguração: 11/1999 Lojas: 403 (âncoras: Centauro, Zara e Laboratório Fleury) Praça de alimentação: 827 lugares + 34 opções Restaurantes: Outback, Almanara e America Cinema (salas): 9 (3 3D e 1 IMAX) Academia: Cia Athletica Estacionamento: 4.000 vagas + Música ao vivo na praça de alimentação, sessões do Cinematerna (na terceira quinta-feira do mês), áreas infantis com Playspace, com recreação e monitores, espaço família, Carrefour, centro ecumênico, wifi e bicicletário gratuito shoppinganaliafranco.com.br.. Reg. Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 4003-4133. Seg. a dom.: 11h às 23h. Estac. a partir de R$ 8. * CENTRAL PLAZA SHOPPING Inauguração: 09/1999 Lojas: 205 (âncoras: Centauro, Magazine Luiza e Preçolândia) Praça de alimentação: 1.000 lugares + 29 opções Cinema (salas): 9 (1 3D e 1 XD) Estacionamento: 3.191 vagas + Projeto Exercício do Vizinho, com aulas de atividades físicas para pessoas com mais de 50 anos, e Selfie Land, corredor com imagens de pontos turísticos para fazer fotos, áreas infantis com parque Mini Park Diversões, Parks & Games e espaço família centralplazashopping.com.br.. Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.000, Quinta da Paineira, região leste, tel. 2066-4422. Lojas e pça. de alimentação: seg. a sáb.: 10h às 22h. Lojas: dom.: 14h às 20h. Pça. de alimentação: dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 6 (grátis p/ 2 h). * SHOPPING METRÔ BOULEVARD TATUAPÉ Inauguração: 05/2007 Lojas: 150 (âncoras: Marisa, Preçolândia e Casas Bahia) Praça de alimentação: 700 lugares + 25 opções Cinema (salas): 5 (3 3D e 2 com tecnologia D-Box) Estacionamento: 822 vagas + Tatuapé Cultural, com exposições e áreas infantis com Clubinho Tatuapé, com teatrinho infantil shoppingboulevardtatuape.com.br.. Gonçalves Crespo, 78, Tatuapé, região leste, tel. 2225-7000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * SHOPPING METRÔ ITAQUERA Inauguração: 11/2007 Lojas: 147 (âncoras: Marisa, Casas Bahia e Besni) Praça de alimentação: 1.300 lugares + 18 opções Cinema (salas): 8 Academia: Smart Fit Estacionamento: 2.300 vagas + Palco Itaquera (shows quinzenalmente), áreas infantis com parque Magic Games, fraldário e Extra shoppingitaquera.com.br.. José Pinheiro Borges, s/nº, Vila Campanela, região leste, tel. 2040-3635. Lojas e pça. de alimentação: seg. a sáb.: 10h às 22h. Lojas: dom.: 10h às 20h. Pça. de alimentação: dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 7. * SHOPPING METRÔ TATUAPÉ Inauguração: 10/1997 Lojas: 300 (âncoras: C&A, Renner, entre outras) Praça de alimentação: 1.300 lugares + 33 opções Cinema (salas): 8 (4 3D) Estacionamento: 2.000 vagas + Oficina de Ideias, com cursos gratuitos e áreas infantis com Playland e espaço família shoppingtatuape.com.br.. R. Melo Freire, s/nº, Tatuapé, região leste, tel. 2090-7400. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * MOOCA PLAZA SHOPPING Inauguração: 11/2011 Lojas: 233 (Renner, Riachuelo, Marisa, entre outras) Praça de alimentação: 956 lugares + 22 opções Restaurantes: Hocca Bar, The Fifties e America, entre outros Cinema: 6 (1 XD) Estacionamento: 2.420 vagas + Áreas infantis com Parque Neo Geo Family, Toy Company, Kids Park Fazendinha, Brincar Zoo (pelúcias motorizadas) e espaço família e pet friendly shoppingmooca.com.. R. Cap. Pacheco e Chaves, 313, Vila Prudente, região leste, tel. 3548-4502. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * SHOPPING PENHA Inauguração: 10/1992 Lojas: 208 (âncoras: Ri Happy, Kalunga e Centauro) Praça de alimentação: 1.047 lugares + 17 opções Cinema (salas): 6 (2 3D) Estacionamento: 1.426 vagas + Projeto Bom Dia Shopping Penha (aulas de atividades físicas gratuitas), áreas infantis como a Zig Zag Play com recreação infantil e fraldário e supermercado Sonda shoppingpenha.com.br. R. Dr. João Ribeiro, 304, Penha de França, região leste, tel. 4003-7210. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 22h. Estac. a partir de R$ 7.
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Mostras e atividades para idosos fazem sucesso em shoppings da zona leste de SPDE SÃO PAULO ANÁLIA FRANCO Inauguração: 11/1999 Lojas: 403 (âncoras: Centauro, Zara e Laboratório Fleury) Praça de alimentação: 827 lugares + 34 opções Restaurantes: Outback, Almanara e America Cinema (salas): 9 (3 3D e 1 IMAX) Academia: Cia Athletica Estacionamento: 4.000 vagas + Música ao vivo na praça de alimentação, sessões do Cinematerna (na terceira quinta-feira do mês), áreas infantis com Playspace, com recreação e monitores, espaço família, Carrefour, centro ecumênico, wifi e bicicletário gratuito shoppinganaliafranco.com.br.. Reg. Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 4003-4133. Seg. a dom.: 11h às 23h. Estac. a partir de R$ 8. * CENTRAL PLAZA SHOPPING Inauguração: 09/1999 Lojas: 205 (âncoras: Centauro, Magazine Luiza e Preçolândia) Praça de alimentação: 1.000 lugares + 29 opções Cinema (salas): 9 (1 3D e 1 XD) Estacionamento: 3.191 vagas + Projeto Exercício do Vizinho, com aulas de atividades físicas para pessoas com mais de 50 anos, e Selfie Land, corredor com imagens de pontos turísticos para fazer fotos, áreas infantis com parque Mini Park Diversões, Parks & Games e espaço família centralplazashopping.com.br.. Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.000, Quinta da Paineira, região leste, tel. 2066-4422. Lojas e pça. de alimentação: seg. a sáb.: 10h às 22h. Lojas: dom.: 14h às 20h. Pça. de alimentação: dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 6 (grátis p/ 2 h). * SHOPPING METRÔ BOULEVARD TATUAPÉ Inauguração: 05/2007 Lojas: 150 (âncoras: Marisa, Preçolândia e Casas Bahia) Praça de alimentação: 700 lugares + 25 opções Cinema (salas): 5 (3 3D e 2 com tecnologia D-Box) Estacionamento: 822 vagas + Tatuapé Cultural, com exposições e áreas infantis com Clubinho Tatuapé, com teatrinho infantil shoppingboulevardtatuape.com.br.. Gonçalves Crespo, 78, Tatuapé, região leste, tel. 2225-7000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * SHOPPING METRÔ ITAQUERA Inauguração: 11/2007 Lojas: 147 (âncoras: Marisa, Casas Bahia e Besni) Praça de alimentação: 1.300 lugares + 18 opções Cinema (salas): 8 Academia: Smart Fit Estacionamento: 2.300 vagas + Palco Itaquera (shows quinzenalmente), áreas infantis com parque Magic Games, fraldário e Extra shoppingitaquera.com.br.. José Pinheiro Borges, s/nº, Vila Campanela, região leste, tel. 2040-3635. Lojas e pça. de alimentação: seg. a sáb.: 10h às 22h. Lojas: dom.: 10h às 20h. Pça. de alimentação: dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 7. * SHOPPING METRÔ TATUAPÉ Inauguração: 10/1997 Lojas: 300 (âncoras: C&A, Renner, entre outras) Praça de alimentação: 1.300 lugares + 33 opções Cinema (salas): 8 (4 3D) Estacionamento: 2.000 vagas + Oficina de Ideias, com cursos gratuitos e áreas infantis com Playland e espaço família shoppingtatuape.com.br.. R. Melo Freire, s/nº, Tatuapé, região leste, tel. 2090-7400. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * MOOCA PLAZA SHOPPING Inauguração: 11/2011 Lojas: 233 (Renner, Riachuelo, Marisa, entre outras) Praça de alimentação: 956 lugares + 22 opções Restaurantes: Hocca Bar, The Fifties e America, entre outros Cinema: 6 (1 XD) Estacionamento: 2.420 vagas + Áreas infantis com Parque Neo Geo Family, Toy Company, Kids Park Fazendinha, Brincar Zoo (pelúcias motorizadas) e espaço família e pet friendly shoppingmooca.com.. R. Cap. Pacheco e Chaves, 313, Vila Prudente, região leste, tel. 3548-4502. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 8. * SHOPPING PENHA Inauguração: 10/1992 Lojas: 208 (âncoras: Ri Happy, Kalunga e Centauro) Praça de alimentação: 1.047 lugares + 17 opções Cinema (salas): 6 (2 3D) Estacionamento: 1.426 vagas + Projeto Bom Dia Shopping Penha (aulas de atividades físicas gratuitas), áreas infantis como a Zig Zag Play com recreação infantil e fraldário e supermercado Sonda shoppingpenha.com.br. R. Dr. João Ribeiro, 304, Penha de França, região leste, tel. 4003-7210. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 22h. Estac. a partir de R$ 7.
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Leitores parabenizam a Folha pelos 95 anos
Como leitor e brasileiro, regozijo-me pela existência desse jornal quase centenário e que ainda mantém o "punch" de um adolescente. E, pessoalmente, me alegra saber que coloquei alguns pingos de cimento nesse opulento edifício. GUSTAVO IOSCHPE, presidente-executivo da Big Data (São Paulo, SP) * Parabéns à Folha por criar um seminário na comemoração de seus 95 anos –data significativa para um veículo impresso, nesta era digital. Acompanho o jornal desde a década de 1950, quando era entregue na casa de meu pai como Folha da Manhã. Espero continuar recebendo as informações e os comentários por mais anos, mesmo que não concorde com muitos deles. MARIO ERNESTO HUMBERG (São Paulo, SP) * A Folha agradece as mensagens pelos 95 anos recebidas de Rui Altieri Silva, presidente do Conselho de Administração da CCEE (São Paulo, SP), Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara Internacional (São Paulo, SP), Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal (SD) (São Paulo, SP) e Vicente Limongi Netto (Brasília, DF). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores parabenizam a Folha pelos 95 anosComo leitor e brasileiro, regozijo-me pela existência desse jornal quase centenário e que ainda mantém o "punch" de um adolescente. E, pessoalmente, me alegra saber que coloquei alguns pingos de cimento nesse opulento edifício. GUSTAVO IOSCHPE, presidente-executivo da Big Data (São Paulo, SP) * Parabéns à Folha por criar um seminário na comemoração de seus 95 anos –data significativa para um veículo impresso, nesta era digital. Acompanho o jornal desde a década de 1950, quando era entregue na casa de meu pai como Folha da Manhã. Espero continuar recebendo as informações e os comentários por mais anos, mesmo que não concorde com muitos deles. MARIO ERNESTO HUMBERG (São Paulo, SP) * A Folha agradece as mensagens pelos 95 anos recebidas de Rui Altieri Silva, presidente do Conselho de Administração da CCEE (São Paulo, SP), Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara Internacional (São Paulo, SP), Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal (SD) (São Paulo, SP) e Vicente Limongi Netto (Brasília, DF). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Após tumor e AVC, Verônica Hipólito se tornou para-atleta de elite
O treinador, certo dia, aproximou-se de Verônica Hipólito e perguntou por que ela não mexia direito os braços e as pernas para correr. Certa de que estava levando bronca, ela logo pediu desculpas. O que ouviu em seguida, no entanto, mudaria sua vida. Não era bronca, era curiosidade. De quem achava que ela estava na equipe errada. "Ele me disse que eu era paraolímpica. Tudo fez sentido, abriu um novo horizonte para mim". Verônica, 20, era atleta do Sesi, clube de São Paulo, e estava dando a última chance ao esporte. Desde cedo, os pais a incentivaram a praticar atividade física, uma forma de cuidar da saúde e da timidez da filha. Aos 10 anos, com 39 kg, já lutava com grandalhonas de 80 kg nas aulas de judô. "Eu queria ganhar delas, e elas não aliviavam para mim. Isso me ajudava." Aos 12, no entanto, um tumor na cabeça, descoberto em um exame de rotina, a levou para a mesa de cirurgia. Superou o baque, mas estava proibida de fazer esportes com impacto. "Virei uma criança ranzinza. Eu havia me encontrado no judô e não podia mais lutar." Dois anos depois, o pai foi participar de um festival de corridas e chamou a filha. Ela foi contrariada porque não queria acordar cedo, mas o esforço valeu a pena. Entrou para a equipe do Clube Atlético Aramaçan, em Santo André. Logo teve de parar. Em 2011, prestes a completar 15 anos, sofreu um AVC. Verônica ficou com a parte direita do corpo paralisada. Não conseguia falar. Quando voltou ao atletismo, não era mais a mesma. Seus resultados pioraram, ela sentia dores e tinha dificuldade para realizar os movimentos. Até aquele treinador lhe explicar o que era o esporte paraolímpico. Aos poucos, Verônica passou a entender suas sequelas físicas e aprendeu a lidar com elas. "Em 2013, bati os recordes brasileiros dos 100 m e dos 200 m. Ganhei a medalha de ouro nos 200 m aos 17 anos [na sua categoria]", diz. "Ter treinado ao lado dos atletas olímpicos ajudou. Se tiver alguém na minha frente, vou querer ultrapassar, não importa quem seja." Verônica é uma das estrelas da equipe de atletismo do Brasil que vai à Paraolimpíada. Tem chances de conquistar quatro medalhas, nos 100 m, nos 400 m, no revezamento 4x100 m e no salto em distância. "Se puder ganhar quatro de ouro, não vou reclamar", afirma. Ela integra uma delegação que tem concorrência mais dura para entrar do que vestibular de grandes universidades. O Brasil tem muitos atletas paraolímpicos de qualidade que atingem os índices mínimos para participarem dos Jogos. Mas as vagas são limitadas. Por isso, o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) levou em conta o potencial de ganhar medalha de cada um dos atletas convocados. Ninguém irá ao Rio a passeio. O corpo de Verônica precisa de trabalho para ficar forte e veloz como o de qualquer outro atleta de alto rendimento. Mas exige cuidados mais específicos por causa das limitações de movimento que ela possui. Os treinos acontecem de segunda a sábado e alternam práticas na pista, com trabalho físico e técnico, e musculação. A atenção à recuperação, no entanto, é bem mais cuidadosa. A fisioterapia, companheira de segunda a quinta, ajuda a ter mais controle de força e equilíbrio dos dois lados do corpo, já que a mobilidade do lado direito está comprometida. Os dois lados do corpo são trabalhados simetricamente -a meta é que tenham o resultado mais similar possível. "A gente tem que cuidar dos mínimos detalhes. Não é fisioterapia tranquila, dói tanto quando ir à academia", diz a atleta. "Sexta à tarde, tenho folga, e aí geralmente entro no baldão de gelo [que ajuda a diminuir a dor, o espasmo muscular e a recuperação muscular]". Em 2015, a atleta foi diagnosticada com uma síndrome rara, polipose adenomatosa familiar, e teve de fazer uma cirurgia no intestino grosso. As dores e os remédios a levaram diversas vezes ao hospital com anemia. Perdeu peso e demorou nove meses para voltar a treinar. Acabou tendo de fazer em menos tempo a preparação para a Paraolimpíada do Rio, que acontece em setembro. Entender a deficiência ajudou Verônica a se aceitar. Antes, escondia o corpo em roupas tamanho G. Conforme os resultados foram aparecendo, o manequim foi diminuindo. "Neste ano, saí do P e fui para o PP." O caminho para reconstruir sua auto-estima foi feito com ajuda dos pais e trabalho psicológico. "Antes eu treinava para ser melhor do que as meninas na corrida, hoje é para ser a melhor do mundo. Tenho muita resiliência e competitividade", diz. Verônica faz mentalizações que a ajudam a na hora das provas. Ela se imagina isolando sentimentos, bons ou ruins, em uma caixinha que depois possa resgatar. "Eu coloco num canto da pista e, cada vez que passo, é como se tivesse realmente algo ali."
serafina
Após tumor e AVC, Verônica Hipólito se tornou para-atleta de eliteO treinador, certo dia, aproximou-se de Verônica Hipólito e perguntou por que ela não mexia direito os braços e as pernas para correr. Certa de que estava levando bronca, ela logo pediu desculpas. O que ouviu em seguida, no entanto, mudaria sua vida. Não era bronca, era curiosidade. De quem achava que ela estava na equipe errada. "Ele me disse que eu era paraolímpica. Tudo fez sentido, abriu um novo horizonte para mim". Verônica, 20, era atleta do Sesi, clube de São Paulo, e estava dando a última chance ao esporte. Desde cedo, os pais a incentivaram a praticar atividade física, uma forma de cuidar da saúde e da timidez da filha. Aos 10 anos, com 39 kg, já lutava com grandalhonas de 80 kg nas aulas de judô. "Eu queria ganhar delas, e elas não aliviavam para mim. Isso me ajudava." Aos 12, no entanto, um tumor na cabeça, descoberto em um exame de rotina, a levou para a mesa de cirurgia. Superou o baque, mas estava proibida de fazer esportes com impacto. "Virei uma criança ranzinza. Eu havia me encontrado no judô e não podia mais lutar." Dois anos depois, o pai foi participar de um festival de corridas e chamou a filha. Ela foi contrariada porque não queria acordar cedo, mas o esforço valeu a pena. Entrou para a equipe do Clube Atlético Aramaçan, em Santo André. Logo teve de parar. Em 2011, prestes a completar 15 anos, sofreu um AVC. Verônica ficou com a parte direita do corpo paralisada. Não conseguia falar. Quando voltou ao atletismo, não era mais a mesma. Seus resultados pioraram, ela sentia dores e tinha dificuldade para realizar os movimentos. Até aquele treinador lhe explicar o que era o esporte paraolímpico. Aos poucos, Verônica passou a entender suas sequelas físicas e aprendeu a lidar com elas. "Em 2013, bati os recordes brasileiros dos 100 m e dos 200 m. Ganhei a medalha de ouro nos 200 m aos 17 anos [na sua categoria]", diz. "Ter treinado ao lado dos atletas olímpicos ajudou. Se tiver alguém na minha frente, vou querer ultrapassar, não importa quem seja." Verônica é uma das estrelas da equipe de atletismo do Brasil que vai à Paraolimpíada. Tem chances de conquistar quatro medalhas, nos 100 m, nos 400 m, no revezamento 4x100 m e no salto em distância. "Se puder ganhar quatro de ouro, não vou reclamar", afirma. Ela integra uma delegação que tem concorrência mais dura para entrar do que vestibular de grandes universidades. O Brasil tem muitos atletas paraolímpicos de qualidade que atingem os índices mínimos para participarem dos Jogos. Mas as vagas são limitadas. Por isso, o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) levou em conta o potencial de ganhar medalha de cada um dos atletas convocados. Ninguém irá ao Rio a passeio. O corpo de Verônica precisa de trabalho para ficar forte e veloz como o de qualquer outro atleta de alto rendimento. Mas exige cuidados mais específicos por causa das limitações de movimento que ela possui. Os treinos acontecem de segunda a sábado e alternam práticas na pista, com trabalho físico e técnico, e musculação. A atenção à recuperação, no entanto, é bem mais cuidadosa. A fisioterapia, companheira de segunda a quinta, ajuda a ter mais controle de força e equilíbrio dos dois lados do corpo, já que a mobilidade do lado direito está comprometida. Os dois lados do corpo são trabalhados simetricamente -a meta é que tenham o resultado mais similar possível. "A gente tem que cuidar dos mínimos detalhes. Não é fisioterapia tranquila, dói tanto quando ir à academia", diz a atleta. "Sexta à tarde, tenho folga, e aí geralmente entro no baldão de gelo [que ajuda a diminuir a dor, o espasmo muscular e a recuperação muscular]". Em 2015, a atleta foi diagnosticada com uma síndrome rara, polipose adenomatosa familiar, e teve de fazer uma cirurgia no intestino grosso. As dores e os remédios a levaram diversas vezes ao hospital com anemia. Perdeu peso e demorou nove meses para voltar a treinar. Acabou tendo de fazer em menos tempo a preparação para a Paraolimpíada do Rio, que acontece em setembro. Entender a deficiência ajudou Verônica a se aceitar. Antes, escondia o corpo em roupas tamanho G. Conforme os resultados foram aparecendo, o manequim foi diminuindo. "Neste ano, saí do P e fui para o PP." O caminho para reconstruir sua auto-estima foi feito com ajuda dos pais e trabalho psicológico. "Antes eu treinava para ser melhor do que as meninas na corrida, hoje é para ser a melhor do mundo. Tenho muita resiliência e competitividade", diz. Verônica faz mentalizações que a ajudam a na hora das provas. Ela se imagina isolando sentimentos, bons ou ruins, em uma caixinha que depois possa resgatar. "Eu coloco num canto da pista e, cada vez que passo, é como se tivesse realmente algo ali."
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Chile tem bar-bicicleta que oferece degustação de vinho próximo à capital
Há uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria. Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia. Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo. Santiago está nos limites do vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos -nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos. Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild. Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma antiga tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas antigas por todo o país, algumas com mais de 100 anos. TRADIÇÃO No vale de Colchagua encontra-se a tradição chilena de fazer vinhos. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia. São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos. Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e organiza degustações. * AS UVAS EMBLEMÁTICAS Cabernet sauvignon Casta de origem francesa usada na produção de alguns dos vinhos mais caros, muitas vezes em blends (misturas) com a merlot, como em Bordeaux, na França Carménère Chegou a ser dada como extinta até que, nos anos 1990, foi identificada no Chile. Hoje é considerada a uva-símbolo do país. Tem aromas de frutas vermelhas e toques vegetais Carignan Vinhos feitos a partir de vinhas velhas que estiveram por muito tempo nas mãos de agricultores pobres. Os vinhos têm uma fruta escura profunda e alcaçuz * AS BOAS PEDIDAS Huaso de Sauzal (El Viejo Almacén Sauzal) Feito da variedade pioneira no Chile, é um tinto de concentração mediana, com grande frescor e textura firme, aromas de especiarias e notas terrosas e florais QUANTO R$ 135 ONDE Dominio Cassis (tel. 11/5183-2584) Tara Chardonnay (Viña Ventisquero) De tiragem limitada (não mais que 800 garrafas), é um chardonnay rico e untuoso, com frescor e salinidade QUANTO R$ 249 ONDE Cantu (cantuimportadora.com.br ) Old Vine Carignan Lot #40 (Garage Wine & Co) O projeto faz vinhos de alta qualidade e quantidades limitadas; este carignan, de vinhedos em Cauquenes, é rico, com aromas frutados e maciez QUANTO R$ 199 ONDE Premium (premiumwines.com.br ) *Todas as indicações de vinho foram dadas pela sommelière Gabriela Monteleone, da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers)
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Chile tem bar-bicicleta que oferece degustação de vinho próximo à capitalHá uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria. Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia. Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo. Santiago está nos limites do vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos -nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos. Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild. Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma antiga tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas antigas por todo o país, algumas com mais de 100 anos. TRADIÇÃO No vale de Colchagua encontra-se a tradição chilena de fazer vinhos. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia. São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos. Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e organiza degustações. * AS UVAS EMBLEMÁTICAS Cabernet sauvignon Casta de origem francesa usada na produção de alguns dos vinhos mais caros, muitas vezes em blends (misturas) com a merlot, como em Bordeaux, na França Carménère Chegou a ser dada como extinta até que, nos anos 1990, foi identificada no Chile. Hoje é considerada a uva-símbolo do país. Tem aromas de frutas vermelhas e toques vegetais Carignan Vinhos feitos a partir de vinhas velhas que estiveram por muito tempo nas mãos de agricultores pobres. Os vinhos têm uma fruta escura profunda e alcaçuz * AS BOAS PEDIDAS Huaso de Sauzal (El Viejo Almacén Sauzal) Feito da variedade pioneira no Chile, é um tinto de concentração mediana, com grande frescor e textura firme, aromas de especiarias e notas terrosas e florais QUANTO R$ 135 ONDE Dominio Cassis (tel. 11/5183-2584) Tara Chardonnay (Viña Ventisquero) De tiragem limitada (não mais que 800 garrafas), é um chardonnay rico e untuoso, com frescor e salinidade QUANTO R$ 249 ONDE Cantu (cantuimportadora.com.br ) Old Vine Carignan Lot #40 (Garage Wine & Co) O projeto faz vinhos de alta qualidade e quantidades limitadas; este carignan, de vinhedos em Cauquenes, é rico, com aromas frutados e maciez QUANTO R$ 199 ONDE Premium (premiumwines.com.br ) *Todas as indicações de vinho foram dadas pela sommelière Gabriela Monteleone, da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers)
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Mídia ligada a Cristina perde espaço com ascensão de Macri na Argentina
Os meios de imprensa que dão voz à esquerda argentina e, principalmente, ao kirchnerismo perderam terreno no país desde que o presidente Mauricio Macri, de centro-direita, chegou ao poder, em dezembro do ano passado. Nesta semana, o governo anunciou sua saída de uma multiestatal proprietária do canal Telesur, do qual ainda são sócios Venezuela, Uruguai, Equador, Cuba, Nicarágua e Bolívia. A emissora, transmitida em rede aberta no país, é comandada pelo governo venezuelano de Nicolás Maduro e difunde as políticas dos governos de centro-esquerda da América Latina. A perda de força dos meios que seguem essa linha editorial na Argentina começou com o Grupo 23, uma empresa dona de quatro rádios, sete jornais, revistas e canal de TV que cresceu nos últimos anos com a ajuda de verbas publicitárias do governo de Cristina Kirchner. Assim que Cristina deixou a Presidência, a companhia anunciou que já não tinha mais dinheiro para pagar seus funcionários. Os cerca de 900 empregados do grupo estão em greve desde então. Os jornais pararam de circular e as rádios vão ao ar em algumas horas do dia com uma programação com informações sobre a paralisação. "O Estado também não se importa com a situação, já que é uma voz crítica ao governo a menos", disse à Folha Lucas Laviana, 31, empregado da Radio América, durante uma manifestação diante do Ministério do Trabalho. "Todos os meios dissonantes ao governo estão acabando", acrescentou. O canal de TV do Grupo 23 foi comprado recentemente pelo Grupo Indalo, de Critóbal López, um dos argentinos que mais enriqueceu durante o kirchnerismo. O braço de comunicação do Indalo, porém, também enfrenta problemas, principalmente com a PPT (Pensado para Televisão), sua produtora responsável pelo programa "678". A atração era o principal espaço midiático simpático a Cristina, mas está fora do ar desde que a ex-presidente deixou a Casa Rosada. Outros programas da produtora também acabaram desde dezembro e 95 funcionários devem ser demitidos. O "678" era transmitido por um canal público, e Macri chegou a afirmar que iria cancelá-lo. Por questões políticas, o próprio López acabou não renovando o contrato de transmissão O grupo Indalo também perdeu verba publicitária e, apesar de ter um canal na TV a cabo, afirma não ter onde exibir os programas da PPT. "Cremos que é uma decisão política. Nós éramos críticos ao neoliberalismo e agora não temos mais espaço", diz Gustavo Sosa, que trabalhava na produtora. O site Infojus, agência pública de informações jurídicas, é outro meio que desapareceu nos últimos meses. Menos alinhada ao kirchnerismo que os outros, a plataforma teve 10 mil notícias apagadas, segundo ex-funcionários, e deixou de ser atualizada.
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Mídia ligada a Cristina perde espaço com ascensão de Macri na ArgentinaOs meios de imprensa que dão voz à esquerda argentina e, principalmente, ao kirchnerismo perderam terreno no país desde que o presidente Mauricio Macri, de centro-direita, chegou ao poder, em dezembro do ano passado. Nesta semana, o governo anunciou sua saída de uma multiestatal proprietária do canal Telesur, do qual ainda são sócios Venezuela, Uruguai, Equador, Cuba, Nicarágua e Bolívia. A emissora, transmitida em rede aberta no país, é comandada pelo governo venezuelano de Nicolás Maduro e difunde as políticas dos governos de centro-esquerda da América Latina. A perda de força dos meios que seguem essa linha editorial na Argentina começou com o Grupo 23, uma empresa dona de quatro rádios, sete jornais, revistas e canal de TV que cresceu nos últimos anos com a ajuda de verbas publicitárias do governo de Cristina Kirchner. Assim que Cristina deixou a Presidência, a companhia anunciou que já não tinha mais dinheiro para pagar seus funcionários. Os cerca de 900 empregados do grupo estão em greve desde então. Os jornais pararam de circular e as rádios vão ao ar em algumas horas do dia com uma programação com informações sobre a paralisação. "O Estado também não se importa com a situação, já que é uma voz crítica ao governo a menos", disse à Folha Lucas Laviana, 31, empregado da Radio América, durante uma manifestação diante do Ministério do Trabalho. "Todos os meios dissonantes ao governo estão acabando", acrescentou. O canal de TV do Grupo 23 foi comprado recentemente pelo Grupo Indalo, de Critóbal López, um dos argentinos que mais enriqueceu durante o kirchnerismo. O braço de comunicação do Indalo, porém, também enfrenta problemas, principalmente com a PPT (Pensado para Televisão), sua produtora responsável pelo programa "678". A atração era o principal espaço midiático simpático a Cristina, mas está fora do ar desde que a ex-presidente deixou a Casa Rosada. Outros programas da produtora também acabaram desde dezembro e 95 funcionários devem ser demitidos. O "678" era transmitido por um canal público, e Macri chegou a afirmar que iria cancelá-lo. Por questões políticas, o próprio López acabou não renovando o contrato de transmissão O grupo Indalo também perdeu verba publicitária e, apesar de ter um canal na TV a cabo, afirma não ter onde exibir os programas da PPT. "Cremos que é uma decisão política. Nós éramos críticos ao neoliberalismo e agora não temos mais espaço", diz Gustavo Sosa, que trabalhava na produtora. O site Infojus, agência pública de informações jurídicas, é outro meio que desapareceu nos últimos meses. Menos alinhada ao kirchnerismo que os outros, a plataforma teve 10 mil notícias apagadas, segundo ex-funcionários, e deixou de ser atualizada.
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Eduardo Cunha é recebido com honras de chefe de Estado em visita a Israel
Em seu primeiro dia em visita a Israel, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebido com honras de chefe de Estado no Knesset, o parlamento israelense, em Jerusalém. Cunha foi recebido pelo presidente do Knesset, Yuli Edelstein, que o saudou no plenário. "Ele [Cunha] escolheu Israel como destino de sua primeira viagem oficial [como presidente da Câmara], um ato simbólico que nos leva de volta ao apoio acolhedor de um estadista brasileiro, Osvaldo Aranha", disse Edelstein, se referindo ao ex-chanceler que presidiu a sessão oficial da ONU que selou a Partilha da Palestina, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel, em 1947. Cunha depositou uma coroa de flores às portas do Knesset e se encontrou com o líder da Oposição, Yitzhak Herzog, do Partido Trabalhista. "Assim como a oposição em Israel, a oposição brasileira não é ao país, e sim ao governo", disse Eduardo Cunha. A visita a Israel faz parte de um giro de sete dias por Israel, Palestina e Rússia. Da comitiva liderada por Cunha, da qual fazem parte 13 deputados (dois deles vão apenas à Moscou). Da lista fazem parte Átila Lins, Beto Mansur, Gilberto Nascimento, Leonardo Picciani, Breno Araújo, Maurício Quintella Lessa, Jovair Arantes, Mendonça Filho, André Figueiredo, Arthur Oliveira Maia, André Moura, Rubens Bueno e Rodrigo Maia. Seis deles levaram cônjuges, incluindo Eduardo Cunha –que está acompanhado da mulher, Claudia Cruz. Todos se hospedam no hotel Waldorf Astoria, o mais luxuoso de Jerusalém, inaugurado há apenas um ano. Segundo a assessoria, parte dos deputados participaria apenas dos compromissos em Israel e na Palestina. Outra parte, apenas do evento em Moscou. Alguns foram convidados, entre eles Eduardo Cunha, o que reduziria os custos para a Casa. A Câmara disse ainda que caso parentes tenham acompanhado a comitiva o custo extra corre por conta de cada parlamentar. Na viagem oficial que fez a Portugal no mês passado –onde fez uma palestra–, Cunha também levou a sua mulher, mas, segundo a Câmara, as despesas relativas a ela foram pagas pelo peemedebista. Além da visita ao Knesset, Eduardo Cunha e a comitiva foram ao Museu do Holocausto em Jerusalém e foram recebidos pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Amanhã, a delegação vai viajar até Ramallah, na Cisjordânia, onde se encontrarão com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmud Abbas. Cunha e os outros deputados ficam em Israel até sábado, dia 6, quando viajam para Moscou, na Rússia, onde participam do fórum parlamentar dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
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Eduardo Cunha é recebido com honras de chefe de Estado em visita a IsraelEm seu primeiro dia em visita a Israel, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebido com honras de chefe de Estado no Knesset, o parlamento israelense, em Jerusalém. Cunha foi recebido pelo presidente do Knesset, Yuli Edelstein, que o saudou no plenário. "Ele [Cunha] escolheu Israel como destino de sua primeira viagem oficial [como presidente da Câmara], um ato simbólico que nos leva de volta ao apoio acolhedor de um estadista brasileiro, Osvaldo Aranha", disse Edelstein, se referindo ao ex-chanceler que presidiu a sessão oficial da ONU que selou a Partilha da Palestina, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel, em 1947. Cunha depositou uma coroa de flores às portas do Knesset e se encontrou com o líder da Oposição, Yitzhak Herzog, do Partido Trabalhista. "Assim como a oposição em Israel, a oposição brasileira não é ao país, e sim ao governo", disse Eduardo Cunha. A visita a Israel faz parte de um giro de sete dias por Israel, Palestina e Rússia. Da comitiva liderada por Cunha, da qual fazem parte 13 deputados (dois deles vão apenas à Moscou). Da lista fazem parte Átila Lins, Beto Mansur, Gilberto Nascimento, Leonardo Picciani, Breno Araújo, Maurício Quintella Lessa, Jovair Arantes, Mendonça Filho, André Figueiredo, Arthur Oliveira Maia, André Moura, Rubens Bueno e Rodrigo Maia. Seis deles levaram cônjuges, incluindo Eduardo Cunha –que está acompanhado da mulher, Claudia Cruz. Todos se hospedam no hotel Waldorf Astoria, o mais luxuoso de Jerusalém, inaugurado há apenas um ano. Segundo a assessoria, parte dos deputados participaria apenas dos compromissos em Israel e na Palestina. Outra parte, apenas do evento em Moscou. Alguns foram convidados, entre eles Eduardo Cunha, o que reduziria os custos para a Casa. A Câmara disse ainda que caso parentes tenham acompanhado a comitiva o custo extra corre por conta de cada parlamentar. Na viagem oficial que fez a Portugal no mês passado –onde fez uma palestra–, Cunha também levou a sua mulher, mas, segundo a Câmara, as despesas relativas a ela foram pagas pelo peemedebista. Além da visita ao Knesset, Eduardo Cunha e a comitiva foram ao Museu do Holocausto em Jerusalém e foram recebidos pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Amanhã, a delegação vai viajar até Ramallah, na Cisjordânia, onde se encontrarão com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmud Abbas. Cunha e os outros deputados ficam em Israel até sábado, dia 6, quando viajam para Moscou, na Rússia, onde participam do fórum parlamentar dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
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Com obra em reta final, ciclovia da av. Paulista vai 'espremer' pedestre
A ciclovia que vai marcar a entrada definitiva da bicicleta na avenida Paulista não vai mudar apenas a cara do mais famoso cartão-postal da cidade. A nova pista de bicicletas vai mexer na vida de quem passa por lá, sejam eles pedestres, ciclistas, motoristas ou usuários de ônibus. O que resta saber é se todos vão ganhar com a novidade, que será inaugurada no dia 28 de junho. A chance de conflito entre bicicletas e pedestres é o que mais preocupa especialistas e técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. "Conflito vai existir, e é sempre em detrimento do mais fraco", afirma Luiz Célio Bottura, consultor de trânsito e ex-ombudsman da CET. Para ele, a relação entre ciclista e pedestre tende a ser complicada e não pode ser encarada apenas com otimismo. "Na altura da Augusta, por exemplo, em alguns momentos do dia o fluxo de pessoas é uma verdadeira avalanche. Não sei se o ciclista vai ter paciência de esperar. Serão os únicos semáforos que eles vão respeitar?", indaga o engenheiro. As bicicletas vão circular em duas mãos pelo canteiro central, paralelas ao trânsito dos carros, motos e ônibus. Isso implica cruzar todas as faixas de pedestres e seguir os semáforos, que serão os mesmos que regulam o fluxo dos veículos motorizados. TRAVESSIA Não é raro as pessoas não conseguirem atravessar a Paulista de uma vez –apesar da programação dos semáforos ser feita com esse objetivo. Ao parar no canteiro para esperar, o pedestre terá que ficar rigorosamente no espaço destinado a ele –que ficou ao menos 1 m mais estreito– para não invadir as ciclovias. "O que vai acontecer é que o pedestre é que terá que se adaptar para evitar acidentes", afirma Bottura. A prefeitura diz que o pedestre foi a prioridade do projeto e que o espaço é suficiente. "Em todos os lugares, a área de espera, em metros quadrados, ficou maior", diz Suzana Karagiannidis, do Departamento de Planejamento Cicloviário da CET. A explicação é que, apesar de mais estreitas, as ilhas de pedestres ficaram mais longas com a ciclovia –o que aumenta a área total. Ela diz ainda que serão feitas ações educativas, como um manual, para orientar ciclistas e pedestres.
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Com obra em reta final, ciclovia da av. Paulista vai 'espremer' pedestreA ciclovia que vai marcar a entrada definitiva da bicicleta na avenida Paulista não vai mudar apenas a cara do mais famoso cartão-postal da cidade. A nova pista de bicicletas vai mexer na vida de quem passa por lá, sejam eles pedestres, ciclistas, motoristas ou usuários de ônibus. O que resta saber é se todos vão ganhar com a novidade, que será inaugurada no dia 28 de junho. A chance de conflito entre bicicletas e pedestres é o que mais preocupa especialistas e técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. "Conflito vai existir, e é sempre em detrimento do mais fraco", afirma Luiz Célio Bottura, consultor de trânsito e ex-ombudsman da CET. Para ele, a relação entre ciclista e pedestre tende a ser complicada e não pode ser encarada apenas com otimismo. "Na altura da Augusta, por exemplo, em alguns momentos do dia o fluxo de pessoas é uma verdadeira avalanche. Não sei se o ciclista vai ter paciência de esperar. Serão os únicos semáforos que eles vão respeitar?", indaga o engenheiro. As bicicletas vão circular em duas mãos pelo canteiro central, paralelas ao trânsito dos carros, motos e ônibus. Isso implica cruzar todas as faixas de pedestres e seguir os semáforos, que serão os mesmos que regulam o fluxo dos veículos motorizados. TRAVESSIA Não é raro as pessoas não conseguirem atravessar a Paulista de uma vez –apesar da programação dos semáforos ser feita com esse objetivo. Ao parar no canteiro para esperar, o pedestre terá que ficar rigorosamente no espaço destinado a ele –que ficou ao menos 1 m mais estreito– para não invadir as ciclovias. "O que vai acontecer é que o pedestre é que terá que se adaptar para evitar acidentes", afirma Bottura. A prefeitura diz que o pedestre foi a prioridade do projeto e que o espaço é suficiente. "Em todos os lugares, a área de espera, em metros quadrados, ficou maior", diz Suzana Karagiannidis, do Departamento de Planejamento Cicloviário da CET. A explicação é que, apesar de mais estreitas, as ilhas de pedestres ficaram mais longas com a ciclovia –o que aumenta a área total. Ela diz ainda que serão feitas ações educativas, como um manual, para orientar ciclistas e pedestres.
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Prepare-se: sábado com exposição sobre Hilda Hilst e show de Mr.Catra
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A necessidade move o ser humano. Através dela que a gente constrói uma vida mais suave. E, na real, só existe duas opções pra tudo: sim ou não. Se for sim, maravilhoso. Se for não, é vida que segue." Alex Vieira, 31, designer e tratador de imagens, metrô Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: sábado com exposição sobre Hilda Hilst e show de Mr.CatraDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A necessidade move o ser humano. Através dela que a gente constrói uma vida mais suave. E, na real, só existe duas opções pra tudo: sim ou não. Se for sim, maravilhoso. Se for não, é vida que segue." Alex Vieira, 31, designer e tratador de imagens, metrô Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Paulistanos usam cisternas caseiras para água da chuva; saiba como fazer
PERI PANE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Parece mentira. Mas, sim, água cai do céu. E é de graça (ainda). De olho nesse recurso natural, um grupo criou o movimento Cisterna Já, depois de coletar sugestões sustentáveis para enfrentar a então iminente crise hídrica, no primeiro semestre de 2014. De todas as sugestões, a cisterna (um reservatório de água da chuva) foi eleita a solução mais imediata e barata. "Se você fizer uma cisterna hoje e chover, já começa a captar água. Uma solução em 24 horas", diz a jornalista Claudia Visoni, uma das criadoras do Cisterna Já. Segundo ela, o movimento busca a disseminação da ideia e o "empoderamento" da população para a coleta de águas pluviais. "Também queremos influenciar a política pública. O uso das cisternas deveria ser incentivado pelo governo. Escolas, creches, hospitais já poderiam estar equipados", diz Visoni. Na página www.cisternaja.com, há um manual gratuito para a construção de cisternas urbanas, além de contatos de instaladores e informações sobre cursos, oficinas e mutirões. O manual disponível no site é de um modelo compacto de captação e armazenamento de água da chuva batizado de minicisterna. O sistema foi desenvolvido pelo técnico agropecuário Edison Urbano, 56, e pode ser acoplado em calhas de telhados comuns. MONTAGEM Para montar uma minicisterna é preciso uma bombona de 200 litros (ou outro tipo de reservatório), tubos de conexão, tela mosquiteiro, cola e ferramentas como serra e furadeira. Um vídeo mostra, passo a passo, a montagem de uma minicisterna no site www.sempresustentavel.com, criado por Urbano, que há mais de dez anos desenvolve projetos sustentáveis experimentais de baixo custo. De acordo com ele, a minicisterna pode economizar até 50% do uso doméstico da água. O filtro e um sistema de descarte do primeiro fluxo da chuva ajudam a melhorar a qualidade da água armazenada. É importante ressaltar que a água da chuva em cidades como São Paulo não é potável, mas pode ser usada para lavar o quintal, regar as plantas e dar descarga em vasos sanitários. Em uma casa popular com uma área de telhado de 25 a 30 metros quadrados, bastam 15 minutos de uma chuva média (de 10 a 20 milímetros) para encher a cisterna. EM FALTA Difícil é encontrar os reservatórios para armazenar a água. "As bombonas evaporaram do mercado. Até o meio do ano passado, eu comprava por R$ 30. Hoje, não se acha por menos de R$ 90. Alguns lugares vendem por R$ 120", diz Urbano. Agora, o custo da minicisterna varia de R$ 150 a R$ 300. "Depois do anúncio da diretoria da Sabesp [sobre o rodízio de cinco dias], a procura aumentou bastante", afirma Marcos Roberto, 43, dono do Lar dos Tambores, na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). Lá, as bombonas de 200 litros custam de R$ 80 a R$ 170. Na última terça-feira (3), não havia nenhuma para vender. Uma mercearia nas redondezas, que vende galões menores, de 80 litros, também estava com as prateleiras vazias. "Acabei de encomendar 300 peças", afirmou o dono, Evandro de Melo Souza, 40, que no último mês vendeu cerca de 50 unidades. COLETIVIDADE A despeito do clima de salve-se quem puder, despontam na cidade pequenas ações coletivas. Terezinha Camargo da Silva, 59, coordenadora de uma padaria comunitária em São Mateus (zona leste), aprendeu a fazer as cisternas com Edison Urbano e disponibilizou seu quintal para ensinar pessoas da comunidade, além de organizar mutirões. Depois de fazer sua própria cisterna em casa, no Sumaré, zona oeste, o músico Pedro Queiroz Bruschi, 27, também resolveu fazer uma oficina em seu quintal para amigos, vizinhos e interessados que viram o anúncio em rede social na internet. A ideia vingou. E o músico já conseguiu mais bombonas para fazer outras oficinas abertas no parque Augusta e na favela do Moinho. "Nada melhor do que pegar essa situação, que pode ser caótica, desesperadora e agressiva, e reverter para um momento de encontro, de troca e de solidariedade", afirma Bruschi.
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Paulistanos usam cisternas caseiras para água da chuva; saiba como fazerPERI PANE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Parece mentira. Mas, sim, água cai do céu. E é de graça (ainda). De olho nesse recurso natural, um grupo criou o movimento Cisterna Já, depois de coletar sugestões sustentáveis para enfrentar a então iminente crise hídrica, no primeiro semestre de 2014. De todas as sugestões, a cisterna (um reservatório de água da chuva) foi eleita a solução mais imediata e barata. "Se você fizer uma cisterna hoje e chover, já começa a captar água. Uma solução em 24 horas", diz a jornalista Claudia Visoni, uma das criadoras do Cisterna Já. Segundo ela, o movimento busca a disseminação da ideia e o "empoderamento" da população para a coleta de águas pluviais. "Também queremos influenciar a política pública. O uso das cisternas deveria ser incentivado pelo governo. Escolas, creches, hospitais já poderiam estar equipados", diz Visoni. Na página www.cisternaja.com, há um manual gratuito para a construção de cisternas urbanas, além de contatos de instaladores e informações sobre cursos, oficinas e mutirões. O manual disponível no site é de um modelo compacto de captação e armazenamento de água da chuva batizado de minicisterna. O sistema foi desenvolvido pelo técnico agropecuário Edison Urbano, 56, e pode ser acoplado em calhas de telhados comuns. MONTAGEM Para montar uma minicisterna é preciso uma bombona de 200 litros (ou outro tipo de reservatório), tubos de conexão, tela mosquiteiro, cola e ferramentas como serra e furadeira. Um vídeo mostra, passo a passo, a montagem de uma minicisterna no site www.sempresustentavel.com, criado por Urbano, que há mais de dez anos desenvolve projetos sustentáveis experimentais de baixo custo. De acordo com ele, a minicisterna pode economizar até 50% do uso doméstico da água. O filtro e um sistema de descarte do primeiro fluxo da chuva ajudam a melhorar a qualidade da água armazenada. É importante ressaltar que a água da chuva em cidades como São Paulo não é potável, mas pode ser usada para lavar o quintal, regar as plantas e dar descarga em vasos sanitários. Em uma casa popular com uma área de telhado de 25 a 30 metros quadrados, bastam 15 minutos de uma chuva média (de 10 a 20 milímetros) para encher a cisterna. EM FALTA Difícil é encontrar os reservatórios para armazenar a água. "As bombonas evaporaram do mercado. Até o meio do ano passado, eu comprava por R$ 30. Hoje, não se acha por menos de R$ 90. Alguns lugares vendem por R$ 120", diz Urbano. Agora, o custo da minicisterna varia de R$ 150 a R$ 300. "Depois do anúncio da diretoria da Sabesp [sobre o rodízio de cinco dias], a procura aumentou bastante", afirma Marcos Roberto, 43, dono do Lar dos Tambores, na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). Lá, as bombonas de 200 litros custam de R$ 80 a R$ 170. Na última terça-feira (3), não havia nenhuma para vender. Uma mercearia nas redondezas, que vende galões menores, de 80 litros, também estava com as prateleiras vazias. "Acabei de encomendar 300 peças", afirmou o dono, Evandro de Melo Souza, 40, que no último mês vendeu cerca de 50 unidades. COLETIVIDADE A despeito do clima de salve-se quem puder, despontam na cidade pequenas ações coletivas. Terezinha Camargo da Silva, 59, coordenadora de uma padaria comunitária em São Mateus (zona leste), aprendeu a fazer as cisternas com Edison Urbano e disponibilizou seu quintal para ensinar pessoas da comunidade, além de organizar mutirões. Depois de fazer sua própria cisterna em casa, no Sumaré, zona oeste, o músico Pedro Queiroz Bruschi, 27, também resolveu fazer uma oficina em seu quintal para amigos, vizinhos e interessados que viram o anúncio em rede social na internet. A ideia vingou. E o músico já conseguiu mais bombonas para fazer outras oficinas abertas no parque Augusta e na favela do Moinho. "Nada melhor do que pegar essa situação, que pode ser caótica, desesperadora e agressiva, e reverter para um momento de encontro, de troca e de solidariedade", afirma Bruschi.
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Abismo salarial é marca entre Corinthians e Botafogo
A folha salarial do Botafogo representa 4,5% do que o Corinthians gasta por mês com seu elenco profissional. Somados, os vencimentos na equipe de Ribeirão Preto estão em R$ 450 mil. Os corintianos recebem aproximadamente R$ 10 milhões. O time que vai ao Itaquerão tem três jogadores que passaram por algum dos considerados grandes clubes do Estado: o zagueiro Gualberto, o lateral esquerdo Fernandinho e o meia Bernardo. O defensor foi revelado nas categorias de base do Palmeiras, enquanto o lateral jogou no time alviverde entre 2012 e 2013. Já Bernardo jogou no clube do Parque Antarctica em 2014 e no Santos em 2012. A equipe ribeirão-pretana ainda tem no elenco o volante Fernando Medeiros e o atacante Kauê, que pertencem ao Santos e Palmeiras, respectivamente, e estão emprestados até o final do Campeonato Paulista. Apenas o dinheiro pago a Cristian, afastado do elenco do Corinthians e nem sequer inscrito no Estadual, seria suficiente para quitar quase a folha mensal do adversário deste domingo. Por contrato, o volante embolsa R$ 420 mil de salário. Francis, principal artilheiro do Botafogo no torneio, tem a mesma quantidade de gols que Jô, maior referência ofensiva corintiana. Ambos fizeram quatro gols. O salário do atacante de Parque São Jorge, com passagens por Rússia, Inglaterra e convocado para a Copa do Mundo de 2014, é cerca de R$ 320 mil maior que seu oponente das quartas de final (R$ 350 mil contra R$ 30 mil). Com passagens pelo Botafogo em 2013 e 2015, quando se transferiu para o Vitória de Guimarães e retornou agora por empréstimo até o final da temporada, o atacante foi um dos 14 reforços contratados pelo time para a temporada. As duas equipes estavam no grupo A na fase de classificação. O Corinthians terminou na liderança, com 24 pontos, enquanto o Botafogo somou 17 e conseguiu a classificação na última rodada. Após o empate em 0 a 0 na partida de ida, em Ribeirão Preto, quem vencer o jogo no Itaquerão vai se classificar para a semifinal. Empate por qualquer placar leva a decisão para os pênaltis. Apesar de todas as diferenças salariais e na tabela da primeira fase, o técnico Moacir Júnior quer que seu time jogue no ataque fora de casa. "Em casa, o Corinthians terá de propor mais o jogo. Os espaços vão surgir e precisamos aproveitar na frente. Não tem nada de novo para nós porque é a hora da verdade. É totalmente possível [a classificação]", disse o treinador. Moacir Júnior afirmou que também que sua equipe está preparada para uma eventual disputa de pênaltis. "Treinamos pênaltis todos os dias. Sem pressão, nossos jogadores tiveram um bom aproveitamento", concluiu.
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Abismo salarial é marca entre Corinthians e BotafogoA folha salarial do Botafogo representa 4,5% do que o Corinthians gasta por mês com seu elenco profissional. Somados, os vencimentos na equipe de Ribeirão Preto estão em R$ 450 mil. Os corintianos recebem aproximadamente R$ 10 milhões. O time que vai ao Itaquerão tem três jogadores que passaram por algum dos considerados grandes clubes do Estado: o zagueiro Gualberto, o lateral esquerdo Fernandinho e o meia Bernardo. O defensor foi revelado nas categorias de base do Palmeiras, enquanto o lateral jogou no time alviverde entre 2012 e 2013. Já Bernardo jogou no clube do Parque Antarctica em 2014 e no Santos em 2012. A equipe ribeirão-pretana ainda tem no elenco o volante Fernando Medeiros e o atacante Kauê, que pertencem ao Santos e Palmeiras, respectivamente, e estão emprestados até o final do Campeonato Paulista. Apenas o dinheiro pago a Cristian, afastado do elenco do Corinthians e nem sequer inscrito no Estadual, seria suficiente para quitar quase a folha mensal do adversário deste domingo. Por contrato, o volante embolsa R$ 420 mil de salário. Francis, principal artilheiro do Botafogo no torneio, tem a mesma quantidade de gols que Jô, maior referência ofensiva corintiana. Ambos fizeram quatro gols. O salário do atacante de Parque São Jorge, com passagens por Rússia, Inglaterra e convocado para a Copa do Mundo de 2014, é cerca de R$ 320 mil maior que seu oponente das quartas de final (R$ 350 mil contra R$ 30 mil). Com passagens pelo Botafogo em 2013 e 2015, quando se transferiu para o Vitória de Guimarães e retornou agora por empréstimo até o final da temporada, o atacante foi um dos 14 reforços contratados pelo time para a temporada. As duas equipes estavam no grupo A na fase de classificação. O Corinthians terminou na liderança, com 24 pontos, enquanto o Botafogo somou 17 e conseguiu a classificação na última rodada. Após o empate em 0 a 0 na partida de ida, em Ribeirão Preto, quem vencer o jogo no Itaquerão vai se classificar para a semifinal. Empate por qualquer placar leva a decisão para os pênaltis. Apesar de todas as diferenças salariais e na tabela da primeira fase, o técnico Moacir Júnior quer que seu time jogue no ataque fora de casa. "Em casa, o Corinthians terá de propor mais o jogo. Os espaços vão surgir e precisamos aproveitar na frente. Não tem nada de novo para nós porque é a hora da verdade. É totalmente possível [a classificação]", disse o treinador. Moacir Júnior afirmou que também que sua equipe está preparada para uma eventual disputa de pênaltis. "Treinamos pênaltis todos os dias. Sem pressão, nossos jogadores tiveram um bom aproveitamento", concluiu.
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Convites sugerem lançamento do iPhone 7 no dia 7 de setembro
A Apple enviou nesta segunda-feira (29) a jornalistas especializados em tecnologia convites para um evento, em San Francisco, com a sugestiva frase "Vejo você no 7º", óbvia referência dupla à data, 7 de setembro, e ao lançamento da sétima versão do iPhone. O aparelho é a aposta da Apple para reverter a queda nas vendas do smartphone, que já dura dois trimestres e que ainda é responsável pela maior parte das receitas da empresa. Entre as especulações sobre novidades do aparelho, estão o fim da entrada para fone de ouvido —que passaria a ser sem fio— e uma câmera de lente dupla. Sites especializados em tecnologia também citam que a Apple deve lançar uma nova versão de seu relógio inteligente, o Apple Watch, com funções como GPS.
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Convites sugerem lançamento do iPhone 7 no dia 7 de setembroA Apple enviou nesta segunda-feira (29) a jornalistas especializados em tecnologia convites para um evento, em San Francisco, com a sugestiva frase "Vejo você no 7º", óbvia referência dupla à data, 7 de setembro, e ao lançamento da sétima versão do iPhone. O aparelho é a aposta da Apple para reverter a queda nas vendas do smartphone, que já dura dois trimestres e que ainda é responsável pela maior parte das receitas da empresa. Entre as especulações sobre novidades do aparelho, estão o fim da entrada para fone de ouvido —que passaria a ser sem fio— e uma câmera de lente dupla. Sites especializados em tecnologia também citam que a Apple deve lançar uma nova versão de seu relógio inteligente, o Apple Watch, com funções como GPS.
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Conflito entre Uber e táxis em SP leva prefeitura a estudar regulação do app
INGRID FAGUNDEZ RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Para taxistas, clandestino. Para quem usa, confortável. Para a prefeitura, ilegal e carente de regulação. Para quem dirige, lucrativo. Para investidores, uma ideia de US$ 40 bilhões. O Uber não é consenso. Desde sua chegada ao Brasil, em junho de 2014, o aplicativo que conecta motoristas de veículos de alto padrão a passageiros provoca reações fortes. O serviço de transporte funciona por meio de um aplicativo no qual passageiro e motorista se cadastram. O primeiro recruta o segundo pelo smartphone, assim como acontece com os aplicativos de táxi. A diferença é que o veículo que chega não é branco, não tem taxímetro nem bandeiras tarifárias. É comum o motorista, de terno, abrir a porta e oferecer água ou chicletes no caminho. O pagamento é feito pelo celular e os preços variam segundo a demanda. O custo da viagem pode ser vantajoso ou não, dependendo do momento do dia e do tipo de trajeto. O funcionamento é parecido ao de um táxi, mas não é o de um táxi. A diferença, aparentemente sutil, está por trás de uma polêmica que levou a empresa à Justiça, causou a apreensão de veículos e faz o sindicato dos taxistas ameaçar uma paralisação geral. LEGALIDADE Para a prefeitura, a regra é clara: levar passageiros a bordo de um carro e cobrar por isso é atuar como táxi, serviço sob supervisão da administração e que precisa atender a regras como ter placa vermelha, alvará e taxímetro, além de pagar taxas. Como carros do Uber não têm nada disso, podem ser apreendidos. Só em 2014 foram 17. A gestão Haddad estuda formas de regularizar a iniciativa. "É algo novo, complexo, veio pra ficar e tem que ter alguma regulamentação", diz Jilmar Tatto, secretário de Transportes. A discussão parou na Justiça neste ano, quando o Simtetaxis, que reúne empresas paulistas do setor, entrou com um processo contra o Uber. Um juiz concedeu liminar que interrompia o serviço no país, mas dias depois ela foi revogada por outra magistrada. Ela disse que, por ser de interesse coletivo, o sindicato não teria legitimidade para mover a ação. Isso caberia ao Ministério Público. A empresa diz apenas ligar dois interessados, apesar de ganhar 20% do valor das corridas. Enquanto o poder público discute, o Uber opera. Pelo menos 1.200 condutores, segundo entidades de taxistas, se cadastraram no serviço em São Paulo. A empresa não divulga dados específicos do Brasil. 'É COMO A INVASÃO DO IRAQUE' Ilegal, clandestino, invasor. O presidente do Simtetaxis, Antonio Matias, não poupa adjetivos ao falar da situação do Uber. "Estão invadindo o país como os EUA invadiram o Iraque." A ausência de regras para o funcionamento do Uber o torna alvo de debate jurídico. A prefeitura fala da necessidade de regular a atividade, mas as entidades de classe são contraditórias. Elas afirmam que querem que o aplicativo se adapte às leis atuais, sem regras específicas para ele, mas também mencionam a proibição sem possibilidade de regulação. "Se é regulado pelo governo, ninguém pode fazer nada. Enquanto não é regulado, vamos batalhar para que isso não aconteça", diz Natalício Bezerra, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo. Na terça-feira (12), representantes do setor foram à Brasília pedir o apoio de políticos. Segundo o Simtetaxis, tiveram a promessa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que a legislação não será modificada. O Ministério Público Federal também investiga a legalidade do serviço. O debate sobre o Uber é complexo, pois remonta às origens do serviço de táxi. Se todos que possuem carros resolvessem vender caronas, haveria concorrência desmedida e colapso no mercado. Quem acena para um táxi também não possui informações sobre o motorista e o veículo. "Na ausência de qualquer regra, o serviço funcionaria muito mal e poucos se aventurariam a utilizá-lo", avalia Paulo Furquim, professor do Insper e especialista em regulação. Na prática, o Uber toma para si o poder de fiscalizar parte do sistema de transporte individual, já que faz a seleção de motoristas por conta própria, tarefa que compete às prefeituras. O aplicativo, por sua vez, diz que o serviço não é ilegal porque veio depois da legislação. Seria uma opção nova que se choca com leis desatualizadas. "Colocar o Uber num modelo antigo não faz sentido. É como comparar Netflix com televisão. Ele foi criado depois das leis atuais e precisa de regulação específica", diz Fábio Sabba, porta-voz do aplicativo no Brasil. "Ninguém sabe como regular porque a questão é nova. Detroit fez regulação com prazo de um ano. Caso não dê certo, vão revê-la", exemplifica Pedro de Paula, pesquisador do centro independente InternetLab. Além desse modelo, especialistas citam alternativas, como o cadastro de e condutores em órgãos públicos e o pagamento de taxas pelo Uber para evitar concorrência desleal. RECLAMAÇÕES As principais reclamações dos taxistas são que os parceiros do aplicativo não precisam desembolsar taxas para prefeitura e não pagam impostos. No entanto, todos os taxistas paulistanos são isentos de ISS (Imposto sobre Serviços) sobre as corridas. Já os motoristas de Uber, se forem autônomos e tiverem registro na prefeitura como tal, precisam pagar o tributo. Os taxistas também têm descontos fiscais para comprar veículos. "Eles reclamam de barriga cheia", diz um motorista ligado ao aplicativo que pediu anonimato. Regular a atividade não é garantia que tributos sejam equilibrados. "No país, as partes regulatória e tributária não conversam. Regulam um novo serviço, mas ninguém fala da parte tributária", diz o advogado Helio Moraes. Mexer na lei para incluir atividades como a do aplicativo poderia ser uma chance de atualizar a legislação, segundo Pedro de Paula. "A lei precisa ser atualizada, independentemente do Uber. Não faz sentido o ponto de táxi, que é de 1960, se você tem aplicativos." 'ME ASSUSTEI COM O PREÇO' O motorista recebe o passageiro com um sorriso, oferece água e pergunta se o ar-condicionado está na temperatura certa. Quando chegam ao destino, desce para abrir a porta. Tanta simpatia dos condutores do Uber tem razão prática: após a viagem, o passageiro o avalia numa escala que vai até cinco estrelas. Se a média ficar abaixo de 4.6, o profissional pode ser advertido e até expulso do serviço. Por outro lado, os motoristas também podem avaliar os passageiros. Apesar das exigências, profissionais do Uber dizem que o negócio é vantajoso. "Trabalhando dez horas por dia, dá pra tirar R$ 2.000 por semana", diz David (que pediu para não ser identificado), há sete meses no aplicativo. Naldo Rodrigues, 38, dirige das 19h às 4h um Ford Fusion. "No dia, faço outras coisas, como trabalhos de modelo." À noite não tem bandeira 2, mas faz mais viagens pelo trânsito menor. Quem também usa o Uber à noite, mas como passageiro, é o estudante Arthur De Nicola, 25. "Vou a festas onde é complicado estacionar e para evitar problemas com a Lei Seca." O serviço já o levou a Osasco, por R$ 80. Na volta, o jeito foi usar táxi, o que saiu mais caro porque pagou a taxa de 50% por ir a outro município. O Uber é forte no centro expandido, de onde é possível partir para toda a Grande SP. Mas não há garantia na volta: é preciso ter sorte de um condutor estar por lá. As tarifas do Uber ignoram limites de cidades e bandeiras, e têm lógica própria. Se houver forte demanda em uma região, o preço sobe e pode atingir até 50% a mais. "É uma forma de equilibrar a demanda e atrair motoristas para aquela área", explica Fábio Sabba, porta-voz do Uber. "O sistema dá opção para o usuário aguardar e pagar menos, conforme a demanda se estabilizar." Por essa lógica, eventos como grandes shows poderiam atiçar o time do Uber. Mas ocorre o contrário. "Evitamos saídas de eventos porque é comum ter fiscalização", diz David. Outro local que junta motivação e receio são os aeroportos. Em Guarulhos, apenas táxis de uma cooperativa local podem receber passageiros. Apesar das restrições provocadas pela fiscalização, o serviço conquista usuários. O gerente de negócios Joziel Ribeiro, 30, é um deles. "Senti a cordialidade, a frota diferenciada. Não dão voltas para a corrida ficar mais cara." A atenção no tratamento com o passageiro surpreendeu a advogada Diana Weiss, 30, nas três vezes em que usou o Uber. Apesar da experiência, o preço evitou que ela fizesse suas seis corridas semanais com o aplicativo. Do Itaim a Higienópolis pagou R$ 82. "Tomei um susto porque não dá para acompanhar o valor. No táxi gastaria R$ 50. Mas o serviço é excelente." Segundo o taxista Cleyldson Oliveira, que dirige um SUV, para quem quer conforto, existe o táxi executivo, que estaria tendo mais dificuldades com a concorrência. "Bom atendimento tem, ar-condicionado tem. O pessoal quer chegar na festa de Uber porque parece motorista particular." Para recuperar público, os táxis poderiam investir em wi-fi nos carros e dar desconto para corridas compradas com antecedência, sugere Marcos Troyjo, professor de políticas públicas na Universidade de Columbia e colunista da Folha. "O Uber tem o mérito de quebrar a inércia de um determinado setor, o que traz eficiência e grandes vantagens ao consumidor." POLÊMICA PELO MUNDO O Uber atua em 54 países e em boa parte deles houve protestos contra seu funcionamento, alguns com registros de conflitos. Em Paris, ele foi multado em 1 milhão de euros e é investigado por oferecer translados que custam a partir de 1 euro (R$ 3,43). Na Alemanha, Portugal e na Espanha, o serviço sofreu restrições na Justiça, mas opera em algumas categorias. Na Índia, a suspensão ocorreu após uma passageira dizer ter sido estuprada por um motorista do Uber em dezembro. O serviço foi liberado pouco depois, mas decisão da Justiça determinou novo bloqueio. No país asiático, o Uber enfrenta concorrência do Ola, com funcionamento similar. Nos EUA, há o Lift. Nenhum deles chegou ao Brasil ainda. Embora aqui a empresa ofereça só carros de luxo, o serviço tem várias categorias, que incluem SUVs, compartilhamento de viagens entre desconhecidos e táxis convencionais. O Uber defende que o uso de carros compartilhados pode diminuir o trânsito. Um estudo do Fórum Internacional de Transportes fez projeções com base em Lisboa e, lá, se todos os carros fossem compartilhados, o número de veículos poderia cair em 90%. No entanto, a pesquisa mostrou que, se a cidade não tivesse boa rede de metrô, a mudança geraria aumento do número de carros. Isso porque menos pessoas iriam querer andar a pé ou de ônibus, já que estariam acostumadas com o conforto do veículo. Colaboraram DIMMI AMORA, LEANDRO COLON, AMON BORGES, BRUNO SORAGGI, ELVIS PEREIRA, FLÁVIA FARIA e RAFAEL ANDERY
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Conflito entre Uber e táxis em SP leva prefeitura a estudar regulação do appINGRID FAGUNDEZ RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Para taxistas, clandestino. Para quem usa, confortável. Para a prefeitura, ilegal e carente de regulação. Para quem dirige, lucrativo. Para investidores, uma ideia de US$ 40 bilhões. O Uber não é consenso. Desde sua chegada ao Brasil, em junho de 2014, o aplicativo que conecta motoristas de veículos de alto padrão a passageiros provoca reações fortes. O serviço de transporte funciona por meio de um aplicativo no qual passageiro e motorista se cadastram. O primeiro recruta o segundo pelo smartphone, assim como acontece com os aplicativos de táxi. A diferença é que o veículo que chega não é branco, não tem taxímetro nem bandeiras tarifárias. É comum o motorista, de terno, abrir a porta e oferecer água ou chicletes no caminho. O pagamento é feito pelo celular e os preços variam segundo a demanda. O custo da viagem pode ser vantajoso ou não, dependendo do momento do dia e do tipo de trajeto. O funcionamento é parecido ao de um táxi, mas não é o de um táxi. A diferença, aparentemente sutil, está por trás de uma polêmica que levou a empresa à Justiça, causou a apreensão de veículos e faz o sindicato dos taxistas ameaçar uma paralisação geral. LEGALIDADE Para a prefeitura, a regra é clara: levar passageiros a bordo de um carro e cobrar por isso é atuar como táxi, serviço sob supervisão da administração e que precisa atender a regras como ter placa vermelha, alvará e taxímetro, além de pagar taxas. Como carros do Uber não têm nada disso, podem ser apreendidos. Só em 2014 foram 17. A gestão Haddad estuda formas de regularizar a iniciativa. "É algo novo, complexo, veio pra ficar e tem que ter alguma regulamentação", diz Jilmar Tatto, secretário de Transportes. A discussão parou na Justiça neste ano, quando o Simtetaxis, que reúne empresas paulistas do setor, entrou com um processo contra o Uber. Um juiz concedeu liminar que interrompia o serviço no país, mas dias depois ela foi revogada por outra magistrada. Ela disse que, por ser de interesse coletivo, o sindicato não teria legitimidade para mover a ação. Isso caberia ao Ministério Público. A empresa diz apenas ligar dois interessados, apesar de ganhar 20% do valor das corridas. Enquanto o poder público discute, o Uber opera. Pelo menos 1.200 condutores, segundo entidades de taxistas, se cadastraram no serviço em São Paulo. A empresa não divulga dados específicos do Brasil. 'É COMO A INVASÃO DO IRAQUE' Ilegal, clandestino, invasor. O presidente do Simtetaxis, Antonio Matias, não poupa adjetivos ao falar da situação do Uber. "Estão invadindo o país como os EUA invadiram o Iraque." A ausência de regras para o funcionamento do Uber o torna alvo de debate jurídico. A prefeitura fala da necessidade de regular a atividade, mas as entidades de classe são contraditórias. Elas afirmam que querem que o aplicativo se adapte às leis atuais, sem regras específicas para ele, mas também mencionam a proibição sem possibilidade de regulação. "Se é regulado pelo governo, ninguém pode fazer nada. Enquanto não é regulado, vamos batalhar para que isso não aconteça", diz Natalício Bezerra, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo. Na terça-feira (12), representantes do setor foram à Brasília pedir o apoio de políticos. Segundo o Simtetaxis, tiveram a promessa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que a legislação não será modificada. O Ministério Público Federal também investiga a legalidade do serviço. O debate sobre o Uber é complexo, pois remonta às origens do serviço de táxi. Se todos que possuem carros resolvessem vender caronas, haveria concorrência desmedida e colapso no mercado. Quem acena para um táxi também não possui informações sobre o motorista e o veículo. "Na ausência de qualquer regra, o serviço funcionaria muito mal e poucos se aventurariam a utilizá-lo", avalia Paulo Furquim, professor do Insper e especialista em regulação. Na prática, o Uber toma para si o poder de fiscalizar parte do sistema de transporte individual, já que faz a seleção de motoristas por conta própria, tarefa que compete às prefeituras. O aplicativo, por sua vez, diz que o serviço não é ilegal porque veio depois da legislação. Seria uma opção nova que se choca com leis desatualizadas. "Colocar o Uber num modelo antigo não faz sentido. É como comparar Netflix com televisão. Ele foi criado depois das leis atuais e precisa de regulação específica", diz Fábio Sabba, porta-voz do aplicativo no Brasil. "Ninguém sabe como regular porque a questão é nova. Detroit fez regulação com prazo de um ano. Caso não dê certo, vão revê-la", exemplifica Pedro de Paula, pesquisador do centro independente InternetLab. Além desse modelo, especialistas citam alternativas, como o cadastro de e condutores em órgãos públicos e o pagamento de taxas pelo Uber para evitar concorrência desleal. RECLAMAÇÕES As principais reclamações dos taxistas são que os parceiros do aplicativo não precisam desembolsar taxas para prefeitura e não pagam impostos. No entanto, todos os taxistas paulistanos são isentos de ISS (Imposto sobre Serviços) sobre as corridas. Já os motoristas de Uber, se forem autônomos e tiverem registro na prefeitura como tal, precisam pagar o tributo. Os taxistas também têm descontos fiscais para comprar veículos. "Eles reclamam de barriga cheia", diz um motorista ligado ao aplicativo que pediu anonimato. Regular a atividade não é garantia que tributos sejam equilibrados. "No país, as partes regulatória e tributária não conversam. Regulam um novo serviço, mas ninguém fala da parte tributária", diz o advogado Helio Moraes. Mexer na lei para incluir atividades como a do aplicativo poderia ser uma chance de atualizar a legislação, segundo Pedro de Paula. "A lei precisa ser atualizada, independentemente do Uber. Não faz sentido o ponto de táxi, que é de 1960, se você tem aplicativos." 'ME ASSUSTEI COM O PREÇO' O motorista recebe o passageiro com um sorriso, oferece água e pergunta se o ar-condicionado está na temperatura certa. Quando chegam ao destino, desce para abrir a porta. Tanta simpatia dos condutores do Uber tem razão prática: após a viagem, o passageiro o avalia numa escala que vai até cinco estrelas. Se a média ficar abaixo de 4.6, o profissional pode ser advertido e até expulso do serviço. Por outro lado, os motoristas também podem avaliar os passageiros. Apesar das exigências, profissionais do Uber dizem que o negócio é vantajoso. "Trabalhando dez horas por dia, dá pra tirar R$ 2.000 por semana", diz David (que pediu para não ser identificado), há sete meses no aplicativo. Naldo Rodrigues, 38, dirige das 19h às 4h um Ford Fusion. "No dia, faço outras coisas, como trabalhos de modelo." À noite não tem bandeira 2, mas faz mais viagens pelo trânsito menor. Quem também usa o Uber à noite, mas como passageiro, é o estudante Arthur De Nicola, 25. "Vou a festas onde é complicado estacionar e para evitar problemas com a Lei Seca." O serviço já o levou a Osasco, por R$ 80. Na volta, o jeito foi usar táxi, o que saiu mais caro porque pagou a taxa de 50% por ir a outro município. O Uber é forte no centro expandido, de onde é possível partir para toda a Grande SP. Mas não há garantia na volta: é preciso ter sorte de um condutor estar por lá. As tarifas do Uber ignoram limites de cidades e bandeiras, e têm lógica própria. Se houver forte demanda em uma região, o preço sobe e pode atingir até 50% a mais. "É uma forma de equilibrar a demanda e atrair motoristas para aquela área", explica Fábio Sabba, porta-voz do Uber. "O sistema dá opção para o usuário aguardar e pagar menos, conforme a demanda se estabilizar." Por essa lógica, eventos como grandes shows poderiam atiçar o time do Uber. Mas ocorre o contrário. "Evitamos saídas de eventos porque é comum ter fiscalização", diz David. Outro local que junta motivação e receio são os aeroportos. Em Guarulhos, apenas táxis de uma cooperativa local podem receber passageiros. Apesar das restrições provocadas pela fiscalização, o serviço conquista usuários. O gerente de negócios Joziel Ribeiro, 30, é um deles. "Senti a cordialidade, a frota diferenciada. Não dão voltas para a corrida ficar mais cara." A atenção no tratamento com o passageiro surpreendeu a advogada Diana Weiss, 30, nas três vezes em que usou o Uber. Apesar da experiência, o preço evitou que ela fizesse suas seis corridas semanais com o aplicativo. Do Itaim a Higienópolis pagou R$ 82. "Tomei um susto porque não dá para acompanhar o valor. No táxi gastaria R$ 50. Mas o serviço é excelente." Segundo o taxista Cleyldson Oliveira, que dirige um SUV, para quem quer conforto, existe o táxi executivo, que estaria tendo mais dificuldades com a concorrência. "Bom atendimento tem, ar-condicionado tem. O pessoal quer chegar na festa de Uber porque parece motorista particular." Para recuperar público, os táxis poderiam investir em wi-fi nos carros e dar desconto para corridas compradas com antecedência, sugere Marcos Troyjo, professor de políticas públicas na Universidade de Columbia e colunista da Folha. "O Uber tem o mérito de quebrar a inércia de um determinado setor, o que traz eficiência e grandes vantagens ao consumidor." POLÊMICA PELO MUNDO O Uber atua em 54 países e em boa parte deles houve protestos contra seu funcionamento, alguns com registros de conflitos. Em Paris, ele foi multado em 1 milhão de euros e é investigado por oferecer translados que custam a partir de 1 euro (R$ 3,43). Na Alemanha, Portugal e na Espanha, o serviço sofreu restrições na Justiça, mas opera em algumas categorias. Na Índia, a suspensão ocorreu após uma passageira dizer ter sido estuprada por um motorista do Uber em dezembro. O serviço foi liberado pouco depois, mas decisão da Justiça determinou novo bloqueio. No país asiático, o Uber enfrenta concorrência do Ola, com funcionamento similar. Nos EUA, há o Lift. Nenhum deles chegou ao Brasil ainda. Embora aqui a empresa ofereça só carros de luxo, o serviço tem várias categorias, que incluem SUVs, compartilhamento de viagens entre desconhecidos e táxis convencionais. O Uber defende que o uso de carros compartilhados pode diminuir o trânsito. Um estudo do Fórum Internacional de Transportes fez projeções com base em Lisboa e, lá, se todos os carros fossem compartilhados, o número de veículos poderia cair em 90%. No entanto, a pesquisa mostrou que, se a cidade não tivesse boa rede de metrô, a mudança geraria aumento do número de carros. Isso porque menos pessoas iriam querer andar a pé ou de ônibus, já que estariam acostumadas com o conforto do veículo. Colaboraram DIMMI AMORA, LEANDRO COLON, AMON BORGES, BRUNO SORAGGI, ELVIS PEREIRA, FLÁVIA FARIA e RAFAEL ANDERY
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Estou com tosse há muito tempo e sinto muita dor. O que faço?
Estou há muito tempo tossindo e sinto muita dor. Como amenizar isso? Qual a melhor forma de expectorar? Por que as crises de respiração ficam mais fortes à noite? R.A A tosse pode ser um sintoma de inúmeras doenças, até das que não têm origem no aparelho respiratório. Em alguns casos, a dor na região do tórax pode não ser uma consequência da tosse, mas, sim, um outro sintoma. Além disso, expectorar não significa que a tosse irá cessar. As duas coisas não são diretamente relacionadas. Durante a noite, em geral, as doenças respiratórias, principalmente a asma, ficam acentuadas. Um dos motivos "é que durante o sono nossas vias aéreas podem ficar obstruídas pelo relaxamento da musculatura da orofaringe", diz Fernanda Oliveira, especialista em pneumologia da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Segundo Fernanda, o ideal sempre é consultar um especialista para identificar e tratar a causa da tosse. Ela também afirma que não é recomendado tomar xaropes e antitussígenos, pois não trata a causa e ainda pode acabar adiando o diagnóstico. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail [email protected] ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Estou com tosse há muito tempo e sinto muita dor. O que faço?Estou há muito tempo tossindo e sinto muita dor. Como amenizar isso? Qual a melhor forma de expectorar? Por que as crises de respiração ficam mais fortes à noite? R.A A tosse pode ser um sintoma de inúmeras doenças, até das que não têm origem no aparelho respiratório. Em alguns casos, a dor na região do tórax pode não ser uma consequência da tosse, mas, sim, um outro sintoma. Além disso, expectorar não significa que a tosse irá cessar. As duas coisas não são diretamente relacionadas. Durante a noite, em geral, as doenças respiratórias, principalmente a asma, ficam acentuadas. Um dos motivos "é que durante o sono nossas vias aéreas podem ficar obstruídas pelo relaxamento da musculatura da orofaringe", diz Fernanda Oliveira, especialista em pneumologia da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Segundo Fernanda, o ideal sempre é consultar um especialista para identificar e tratar a causa da tosse. Ela também afirma que não é recomendado tomar xaropes e antitussígenos, pois não trata a causa e ainda pode acabar adiando o diagnóstico. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail [email protected] ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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É verdade que dor na canela, canelite, tem cura?
É possível curar a canelite definitivamente? Qual é o melhor tratamento e quanto tempo demora para essa cura total? C.A A canelite é uma dor associada à musculatura da frente da perna, o tibial anterior. Trata-se de uma condição transitória. Normalmente, a canelite aparece em pessoas sedentárias que estão começando a fazer exercícios e, por isso, não possuem musculatura preparada para a atividade. Contudo, por ser causada por um desequilíbrio muscular, também pode afetar atletas. "Não tem preferência de idade, sexo e nem de nível de atividade de física. Pode acometer a todos", diz Kelly Stefani, ortopedista especialista em medicina do esporte. A médica afirma que mesmo pessoas sedentárias que só estão andando até o supermercado podem sofrer com a condição. O tratamento varia com idade e peso, mas, em geral, se concentra em ganhar potência muscular para o tipo de atividade pretendida. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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É verdade que dor na canela, canelite, tem cura?É possível curar a canelite definitivamente? Qual é o melhor tratamento e quanto tempo demora para essa cura total? C.A A canelite é uma dor associada à musculatura da frente da perna, o tibial anterior. Trata-se de uma condição transitória. Normalmente, a canelite aparece em pessoas sedentárias que estão começando a fazer exercícios e, por isso, não possuem musculatura preparada para a atividade. Contudo, por ser causada por um desequilíbrio muscular, também pode afetar atletas. "Não tem preferência de idade, sexo e nem de nível de atividade de física. Pode acometer a todos", diz Kelly Stefani, ortopedista especialista em medicina do esporte. A médica afirma que mesmo pessoas sedentárias que só estão andando até o supermercado podem sofrer com a condição. O tratamento varia com idade e peso, mas, em geral, se concentra em ganhar potência muscular para o tipo de atividade pretendida. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook ou e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Marca de camiseta cria polêmica ao tentar transformar suástica em símbolo de amor e paz
Uma nova marca americana causou uma enxurrada de críticas após divulgar na internet uma linha de camisetas com estampas da suástica sobre as cores do arco-íris. A tentativa da empresa de transformar o emblema nazista em um símbolo de "paz e amor" foi tão criticada nas redes sociais que ela teve de lançar, em seguida, uma nova estampa "antissuástica", com um sinal de proibido em cima do logo original. A marca se defendeu dizendo que queria recuperar o sentido original pacífico associado ao símbolo. Milhares de anos antes de Adolf Hitler transformá-la num símbolo de ódio associado à Alemanha nazista, a suástica era usada por culturas antigas ao redor do mundo para representar boa sorte. Hoje, 72 anos depois do fim da Segunda Guerra, o símbolo ainda é fortemente associado às atrocidades do nazismo - o que explica a forte repercussão negativa em torno da estampa, idealizada por uma empresa pouco conhecida, chamada KA Designs. Será que essa revolta toda mostra que o símbolo representa uma linha que não deveria ser ultrapassada? Abaixo, algumas respostas a perguntas que o caso levanta: O QUE ELES ESTAVAM PENSANDO? Isto é difícil dizer. Em uma entrevista à revista Dazed and Confused publicada no domingo, a companhia por trás da campanha, a KA Designs, explicou que esperava "compartilhar a beleza do símbolo desassociado do ódio que o persegue". A companhia diz que ninguém de sua equipe tinha experiência com a indústria da moda e que o design não era "nada novo". E acrescentou que "não se importaria" se os produtos fossem comprados por "algum tipo de neonazista" porque a mensagem era de "paz, amor e liberdade vencendo o ódio, a guerra e o preconceito". "A suástica está voltando, junto com a paz, junto com o amor, junto com o respeito, junto com a liberdade", declarou a companhia em um vídeo publicado no Facebook, e acrescentou: "Introduzindo a nova suástica". QUEM VESTIRIA A CAMISETA? As cores da estampa remetem às oito cores do arco-íris que simbolizam o movimento LGBT, em um design criado em 1978 pelo artista americano Gilbert Baker. A junção da suástica às cores acabou tendo um efeito reverso do que a empresa esperava no seu público alvo - pessoas que simpatizam com o movimento. Na segunda-feira, o Twitter estava fervendo de comentários rotulando a campanha de "obscena", "nojenta" e "ofensiva". Embora lembrassem que a suástica originalmente era um símbolo pacífico, vários usuários comentaram não ser possível "escapar" do fato de que ela se tornou um sinônimo de ódio. A organização ADL, que combate o antissemitismo, comentou: "Este é um uso ofensivo da imagem nazista. A moda não pode recuperar este símbolo de ódio". MAS A POLÊMICA NÃO ACABOU AJUDANDO NA PROMOÇÃO DO PRODUTO? Ainda não se sabe se este episódio vai ajudar na promoção da empresa, mesmo depois de ela ter colocado o sinal de proibido sobre a suástica. A marca não divulgou informações sobre as vendas da camiseta. "Há algumas coisas a se evitar em marketing, e esta é uma delas", comentou Rebecca Battman, diretora de marca da Agência de Publicidade RBL, em Londres. Para Battman, as marcas precisam estar conscientes do "impacto emocional" de símbolos percebidos como negativos. Segundo ela, não basta apenas reformular o símbolo da suástica para lhe dar um tom positivo porque provavelmente ainda há um "sentimento profundo e subconsciente contra o que ele representa". "Eles sabiam que haveria grupos que achariam a campanha negativa. Eles deveriam ter feito uma pesquisa de mercado antes de lançá-la", diz ainda. "Talvez a companhia quisesse notoriedade nas redes sociais", continua Battman, "Mas isto seria muito ingênuo". Battman faz um alerta a marcas que possam estar pensando em lançar uma campanha de marketing polêmica nas redes sociais: "Faça isto por sua própria conta e risco". POR QUE A SUÁSTICA É UM SÍMBOLO TÃO PROBLEMÁTICO? A suástica, que significa "bem-estar" na antiga língua indiana de sânscrito, foi usada por antigos gregos, celtas e anglo-saxões. Acredita-se que o símbolo tenha sido usado pelo menos quatro mil anos antes de ser adotado por Adolf Hitler, nos anos de 1930, quando apareceu na bandeira nazista. A cruz preta em forma de gancho sobre o círculo branco e o fundo vermelho da bandeira nazista é diretamente relacionada às atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich. A suástica foi banida da Alemanha no final da guerra, e o país tentou introduzir o banimento, sem sucesso, à toda a Europa, em 2007. Hoje ela ainda é usada como símbolo por grupos neonazistas no mundo inteiro.
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Marca de camiseta cria polêmica ao tentar transformar suástica em símbolo de amor e pazUma nova marca americana causou uma enxurrada de críticas após divulgar na internet uma linha de camisetas com estampas da suástica sobre as cores do arco-íris. A tentativa da empresa de transformar o emblema nazista em um símbolo de "paz e amor" foi tão criticada nas redes sociais que ela teve de lançar, em seguida, uma nova estampa "antissuástica", com um sinal de proibido em cima do logo original. A marca se defendeu dizendo que queria recuperar o sentido original pacífico associado ao símbolo. Milhares de anos antes de Adolf Hitler transformá-la num símbolo de ódio associado à Alemanha nazista, a suástica era usada por culturas antigas ao redor do mundo para representar boa sorte. Hoje, 72 anos depois do fim da Segunda Guerra, o símbolo ainda é fortemente associado às atrocidades do nazismo - o que explica a forte repercussão negativa em torno da estampa, idealizada por uma empresa pouco conhecida, chamada KA Designs. Será que essa revolta toda mostra que o símbolo representa uma linha que não deveria ser ultrapassada? Abaixo, algumas respostas a perguntas que o caso levanta: O QUE ELES ESTAVAM PENSANDO? Isto é difícil dizer. Em uma entrevista à revista Dazed and Confused publicada no domingo, a companhia por trás da campanha, a KA Designs, explicou que esperava "compartilhar a beleza do símbolo desassociado do ódio que o persegue". A companhia diz que ninguém de sua equipe tinha experiência com a indústria da moda e que o design não era "nada novo". E acrescentou que "não se importaria" se os produtos fossem comprados por "algum tipo de neonazista" porque a mensagem era de "paz, amor e liberdade vencendo o ódio, a guerra e o preconceito". "A suástica está voltando, junto com a paz, junto com o amor, junto com o respeito, junto com a liberdade", declarou a companhia em um vídeo publicado no Facebook, e acrescentou: "Introduzindo a nova suástica". QUEM VESTIRIA A CAMISETA? As cores da estampa remetem às oito cores do arco-íris que simbolizam o movimento LGBT, em um design criado em 1978 pelo artista americano Gilbert Baker. A junção da suástica às cores acabou tendo um efeito reverso do que a empresa esperava no seu público alvo - pessoas que simpatizam com o movimento. Na segunda-feira, o Twitter estava fervendo de comentários rotulando a campanha de "obscena", "nojenta" e "ofensiva". Embora lembrassem que a suástica originalmente era um símbolo pacífico, vários usuários comentaram não ser possível "escapar" do fato de que ela se tornou um sinônimo de ódio. A organização ADL, que combate o antissemitismo, comentou: "Este é um uso ofensivo da imagem nazista. A moda não pode recuperar este símbolo de ódio". MAS A POLÊMICA NÃO ACABOU AJUDANDO NA PROMOÇÃO DO PRODUTO? Ainda não se sabe se este episódio vai ajudar na promoção da empresa, mesmo depois de ela ter colocado o sinal de proibido sobre a suástica. A marca não divulgou informações sobre as vendas da camiseta. "Há algumas coisas a se evitar em marketing, e esta é uma delas", comentou Rebecca Battman, diretora de marca da Agência de Publicidade RBL, em Londres. Para Battman, as marcas precisam estar conscientes do "impacto emocional" de símbolos percebidos como negativos. Segundo ela, não basta apenas reformular o símbolo da suástica para lhe dar um tom positivo porque provavelmente ainda há um "sentimento profundo e subconsciente contra o que ele representa". "Eles sabiam que haveria grupos que achariam a campanha negativa. Eles deveriam ter feito uma pesquisa de mercado antes de lançá-la", diz ainda. "Talvez a companhia quisesse notoriedade nas redes sociais", continua Battman, "Mas isto seria muito ingênuo". Battman faz um alerta a marcas que possam estar pensando em lançar uma campanha de marketing polêmica nas redes sociais: "Faça isto por sua própria conta e risco". POR QUE A SUÁSTICA É UM SÍMBOLO TÃO PROBLEMÁTICO? A suástica, que significa "bem-estar" na antiga língua indiana de sânscrito, foi usada por antigos gregos, celtas e anglo-saxões. Acredita-se que o símbolo tenha sido usado pelo menos quatro mil anos antes de ser adotado por Adolf Hitler, nos anos de 1930, quando apareceu na bandeira nazista. A cruz preta em forma de gancho sobre o círculo branco e o fundo vermelho da bandeira nazista é diretamente relacionada às atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich. A suástica foi banida da Alemanha no final da guerra, e o país tentou introduzir o banimento, sem sucesso, à toda a Europa, em 2007. Hoje ela ainda é usada como símbolo por grupos neonazistas no mundo inteiro.
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Filósofo Brunno Maia mostra lugares alternativos e sem preconceitos de SP
DE SÃO PAULO O filósofo Brunno Almeida Maia, 30, morador de Interlagos, dá dicas do que fazer no circuito alternativo da cidade. Confira. * 1. Batekoo Quem disse que militância não combina com "ferveção"? Festa com ambiente livre de preconceitos, composto por ativistas do movimento negro e LGBTQ+ das periferias da cidade, a Batekoo é zero carão. Tudo é incrível: os looks das "minas" e dos "boys", o som composto por ritmos exclusivamente negros e a energia vibrante da estética afropunk. batekoo.com - 2. Oficina Cultural Oswald de Andrade Fundada em 1986, a antiga Oficina Três Rios destaca-se pela intensa programação, gratuita e de qualidade. Há oficinas e uma série de apresentações, entre as quais teatro, dança, música e moda, com nomes importantes de cada uma das áreas. A visita ao prédio de estilo neoclássico do início do século 20 já é um deleite. Não deixe de tomar um autêntico café colombiano no espaço. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3221-4704. - 3. Al Janiah A favor da diversidade e contra a xenofobia, vale uma visita em uma sexta-feira à noite ao restaurante do palestino Hasan Zarif. Comece com um drinque, como o Palestina Libre, para esquentar, ao som da boa música árabe. Depois, jogue-se em itens como o tradicional faláfel e a salada fatouche. Tudo com preço justo, ambiente descolado, democrático e muita gente bonita! R. Rui Barbosa, 269, Bela Vista. - 4. Casa do Clube Hebraica Formado por jovens do Clube Hebraica, o coletivo Jovens sem Fronteiras, com residência na Casa, promove importantes discussões sobre questões como refugiados, homossexualidade, criminalização da juventude negra e regime carcerário. A festa Amaraté, que ocorre eventualmente, é um exemplo da busca pela diversidade e pelo caminho do diálogo entre as diferenças, por meio da música. facebook.com/jovenssemfronteiras - 5. Capricho à Toa Sou adepto da "moda circular", que visa discutir a sustentabilidade e a relação com as roupas por meio da reutilização das peças. O brechó Capricho à Toa foge da imagem caricata desses ambientes e traz roupas novas e seminovas de coleções recentes. Lá você encontra marcas como Chanel, Prada, Zara, Huis Clos, Alexandre Herchcovitch e Reinaldo Lourenço. R. Heitor Penteado, 1.096, Sumarezinho, tel. 2137-5926.
saopaulo
Filósofo Brunno Maia mostra lugares alternativos e sem preconceitos de SPDE SÃO PAULO O filósofo Brunno Almeida Maia, 30, morador de Interlagos, dá dicas do que fazer no circuito alternativo da cidade. Confira. * 1. Batekoo Quem disse que militância não combina com "ferveção"? Festa com ambiente livre de preconceitos, composto por ativistas do movimento negro e LGBTQ+ das periferias da cidade, a Batekoo é zero carão. Tudo é incrível: os looks das "minas" e dos "boys", o som composto por ritmos exclusivamente negros e a energia vibrante da estética afropunk. batekoo.com - 2. Oficina Cultural Oswald de Andrade Fundada em 1986, a antiga Oficina Três Rios destaca-se pela intensa programação, gratuita e de qualidade. Há oficinas e uma série de apresentações, entre as quais teatro, dança, música e moda, com nomes importantes de cada uma das áreas. A visita ao prédio de estilo neoclássico do início do século 20 já é um deleite. Não deixe de tomar um autêntico café colombiano no espaço. R. Três Rios, 363, Bom Retiro, tel. 3221-4704. - 3. Al Janiah A favor da diversidade e contra a xenofobia, vale uma visita em uma sexta-feira à noite ao restaurante do palestino Hasan Zarif. Comece com um drinque, como o Palestina Libre, para esquentar, ao som da boa música árabe. Depois, jogue-se em itens como o tradicional faláfel e a salada fatouche. Tudo com preço justo, ambiente descolado, democrático e muita gente bonita! R. Rui Barbosa, 269, Bela Vista. - 4. Casa do Clube Hebraica Formado por jovens do Clube Hebraica, o coletivo Jovens sem Fronteiras, com residência na Casa, promove importantes discussões sobre questões como refugiados, homossexualidade, criminalização da juventude negra e regime carcerário. A festa Amaraté, que ocorre eventualmente, é um exemplo da busca pela diversidade e pelo caminho do diálogo entre as diferenças, por meio da música. facebook.com/jovenssemfronteiras - 5. Capricho à Toa Sou adepto da "moda circular", que visa discutir a sustentabilidade e a relação com as roupas por meio da reutilização das peças. O brechó Capricho à Toa foge da imagem caricata desses ambientes e traz roupas novas e seminovas de coleções recentes. Lá você encontra marcas como Chanel, Prada, Zara, Huis Clos, Alexandre Herchcovitch e Reinaldo Lourenço. R. Heitor Penteado, 1.096, Sumarezinho, tel. 2137-5926.
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'Pinto por cima', diz marchinha de Carnaval que ironiza Doria
"Pintei com enorme prazer", disse o prefeito João Doria (PSDB), quando cobriu pichações com tinta cinza, há duas semanas, na 23 de Maio. "Pintei três vezes mais a área prevista." Ao pintar com tanto prazer, o tucano acabou virando objeto de uma marchinha de Carnaval, hit absoluto nas redes sociais. Com 20 mil visualizações no YouTube, a canção "Pinto por Cima", da banda mineira Orquestra Royal, coloca palavras na boca de Doria: "Você pode pichar primeiro / Não deixo mole e pinto atrás", "Pra cidade ficar mais 'top' / Na 23 e na Faria Lima / De fantasia pra dar mais ibope / Poso pra foto e pinto por cima". A "fantasia" se refere às várias facetas que o prefeito tem assumido em suas aparições públicas: começou como gari, logo no dia 2 de janeiro, quando segurou uma vassoura durante dez segundos e posou para fotos. Depois, na 23 de Maio, segurou um compressor e jogou tinta cinza nos muros. No domingo (22), se fez de cadeirante. Esses disfarces também inspiraram paulistanos a criarem um bloco de Carnaval, o "Vou de Doria", que tem 3,5 mil confirmados no Facebook. A ideia é imitar o prefeito, fantasiando-se de prefeito fantasiado, ou então assumir outras identidades: o "Doria Gray", espécie de personagem adaptado do romance de Oscar Wilde, ou então o Doria Grey da série "Cinquenta Tons de Cinza", ou ainda Doria Aventureiro, versão da Dora, protagonista de desenho animado que se mete em grandes confusões. Há até quem queira pintar-se de grafite colorido e deixar amigos jogarem spray de tinta cinza por cima. Outros, neste evento marcado para o dia 10 de fevereiro no largo da Batata (zona oeste) e ainda sem autorização da prefeitura, falam em levar livros de "descolorir" ("centenas de grafite prontos para serem cobertos com os mais variados tons de cinza!") –que podem ser "descoloridos" com lápis Doria-Castell (lápis sem cor) no fim do Carnaval, conhecido como "quarta-feira de Dorias". A ideia do bloco surgiu em uma conversa entre as amigas Isabella Barboza, 23 (ainda em dúvida se vai de Doria Aventureiro ou Doria Romero Britto –com pinturas inspiradas no artista no rosto) e Andreza Delgado, 21 (que vai se vestir de cinza, simplesmente). "Pensamos: o Doria está se fantasiando até de cadeirante. Podíamos fazer um bloco em que as pessoas se fantasiassem dele e das fantasias que tem colocado", diz Isabella. Para Andreza, que no ano passado organizou um bloco que questionava o higienismo da gestão Fernando Haddad (PT), o prefeito atual faz "puro marketing, do ruim". Um dos autores da marchinha "Pinto por Cima", o compositor e tecladista mineiro Vitor Velloso, 34, morador de São Paulo há 16 anos, diz que "o tema veio como um presente". "Quando vi uma entrevista em que Doria dizia: 'pinto por cima', pensei, 'nossa, é um presente, tenho que homenageá-lo", conta ele, que diz pegar a av. 23 de Maio todos os dias e conhecer bem os grafites da via já que os observa enquanto fica parado no trânsito. A banda de dez integrantes faz marchinhas com temas políticos com frequência –"menos em 2015, quando fizemos uma sobre o pau-de-seflie, porque o ano estava pesado", diz Velloso. Outros hits são "Solta o cano" ("que não cai") e a marchinha do "Pó Royal", em referência à apreensão de droga em helicóptero de uma empresa da família do senador Zezé Perrella (PTB-MG), em 2013. A PF descartou na época ligação do senador com o caso. "Não é só porque é o Doria", diz Velloso, que observa como Haddad "também teve uma carga de populismo" ao inaugurar os grafites na via e, em certa ocasião, ter se "fantasiado" de grafiteiro. "Mas criar é sempre mais interessante que destruir. Como qualquer pessoa que mora em São Paulo, torço para o prefeito." Nesta quinta (26), após protestos durante a semana, o tucano lançou um projeto que prevê remunerar grafiteiros e pagar suas tintas, como parte de um museu a céu aberto espalhado pela cidade. - Você pode pichar primeiro Não deixo mole e pinto atrás Eu quero ver se eu pinto inteiro Um muro de Moema até o Brás Pra cidade ficar mais "top" Na 23 e na Faria Lima De fantasia pra dar mais ibope Poso pra foto e pinto por cima! Pinto na ponte Pinto no muro Pinto de branco Ou pinto mais escuro Pinto de fora E pinto dentro Pinto na Mooca e depois pinto no centro Eu te faço um convite Esqueça essa bobagem de grafite Esse muro fica muito mais bonito Com um quadro do Romero Britto
cotidiano
'Pinto por cima', diz marchinha de Carnaval que ironiza Doria"Pintei com enorme prazer", disse o prefeito João Doria (PSDB), quando cobriu pichações com tinta cinza, há duas semanas, na 23 de Maio. "Pintei três vezes mais a área prevista." Ao pintar com tanto prazer, o tucano acabou virando objeto de uma marchinha de Carnaval, hit absoluto nas redes sociais. Com 20 mil visualizações no YouTube, a canção "Pinto por Cima", da banda mineira Orquestra Royal, coloca palavras na boca de Doria: "Você pode pichar primeiro / Não deixo mole e pinto atrás", "Pra cidade ficar mais 'top' / Na 23 e na Faria Lima / De fantasia pra dar mais ibope / Poso pra foto e pinto por cima". A "fantasia" se refere às várias facetas que o prefeito tem assumido em suas aparições públicas: começou como gari, logo no dia 2 de janeiro, quando segurou uma vassoura durante dez segundos e posou para fotos. Depois, na 23 de Maio, segurou um compressor e jogou tinta cinza nos muros. No domingo (22), se fez de cadeirante. Esses disfarces também inspiraram paulistanos a criarem um bloco de Carnaval, o "Vou de Doria", que tem 3,5 mil confirmados no Facebook. A ideia é imitar o prefeito, fantasiando-se de prefeito fantasiado, ou então assumir outras identidades: o "Doria Gray", espécie de personagem adaptado do romance de Oscar Wilde, ou então o Doria Grey da série "Cinquenta Tons de Cinza", ou ainda Doria Aventureiro, versão da Dora, protagonista de desenho animado que se mete em grandes confusões. Há até quem queira pintar-se de grafite colorido e deixar amigos jogarem spray de tinta cinza por cima. Outros, neste evento marcado para o dia 10 de fevereiro no largo da Batata (zona oeste) e ainda sem autorização da prefeitura, falam em levar livros de "descolorir" ("centenas de grafite prontos para serem cobertos com os mais variados tons de cinza!") –que podem ser "descoloridos" com lápis Doria-Castell (lápis sem cor) no fim do Carnaval, conhecido como "quarta-feira de Dorias". A ideia do bloco surgiu em uma conversa entre as amigas Isabella Barboza, 23 (ainda em dúvida se vai de Doria Aventureiro ou Doria Romero Britto –com pinturas inspiradas no artista no rosto) e Andreza Delgado, 21 (que vai se vestir de cinza, simplesmente). "Pensamos: o Doria está se fantasiando até de cadeirante. Podíamos fazer um bloco em que as pessoas se fantasiassem dele e das fantasias que tem colocado", diz Isabella. Para Andreza, que no ano passado organizou um bloco que questionava o higienismo da gestão Fernando Haddad (PT), o prefeito atual faz "puro marketing, do ruim". Um dos autores da marchinha "Pinto por Cima", o compositor e tecladista mineiro Vitor Velloso, 34, morador de São Paulo há 16 anos, diz que "o tema veio como um presente". "Quando vi uma entrevista em que Doria dizia: 'pinto por cima', pensei, 'nossa, é um presente, tenho que homenageá-lo", conta ele, que diz pegar a av. 23 de Maio todos os dias e conhecer bem os grafites da via já que os observa enquanto fica parado no trânsito. A banda de dez integrantes faz marchinhas com temas políticos com frequência –"menos em 2015, quando fizemos uma sobre o pau-de-seflie, porque o ano estava pesado", diz Velloso. Outros hits são "Solta o cano" ("que não cai") e a marchinha do "Pó Royal", em referência à apreensão de droga em helicóptero de uma empresa da família do senador Zezé Perrella (PTB-MG), em 2013. A PF descartou na época ligação do senador com o caso. "Não é só porque é o Doria", diz Velloso, que observa como Haddad "também teve uma carga de populismo" ao inaugurar os grafites na via e, em certa ocasião, ter se "fantasiado" de grafiteiro. "Mas criar é sempre mais interessante que destruir. Como qualquer pessoa que mora em São Paulo, torço para o prefeito." Nesta quinta (26), após protestos durante a semana, o tucano lançou um projeto que prevê remunerar grafiteiros e pagar suas tintas, como parte de um museu a céu aberto espalhado pela cidade. - Você pode pichar primeiro Não deixo mole e pinto atrás Eu quero ver se eu pinto inteiro Um muro de Moema até o Brás Pra cidade ficar mais "top" Na 23 e na Faria Lima De fantasia pra dar mais ibope Poso pra foto e pinto por cima! Pinto na ponte Pinto no muro Pinto de branco Ou pinto mais escuro Pinto de fora E pinto dentro Pinto na Mooca e depois pinto no centro Eu te faço um convite Esqueça essa bobagem de grafite Esse muro fica muito mais bonito Com um quadro do Romero Britto
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Casa foca em hambúrgueres, mas também serve bons pratos
O jeitão é de lanchonete –e, de fato, hambúrgueres como o Bridge (R$ 28), de picanha com cheddar e cebola caramelizada, não fazem feio. Mas a California, aberta desde 1949 próxima à galeria Metrópole, também serve pratos a preços amigáveis. O paillard de filé-mignon com legumes que a reportagem provou custou R$ 29,50 (se fosse de frango, sairia por R$ 22), e há massas como espaguete ao pesto por R$ 24,50. Do outro lado da praça da República, na avenida Duque de Caxias, o Bistrô Brasil tem perfil mais de restaurante (com música ao vivo em algumas noites) e pratos igualmente baratos. A casa serve refeições das 11h30 às 21h, com pegada de pê-efe; opções como o picadinho com arroz, feijão e farofa saem por R$ 13,90 (só poderia ser mais generoso na porção de carne). BISTRÔ BRASIL ENDEREÇO av. Duque de Caxias, 166; tel. (11) 2778-1233 OUTRAS SUGESTÕES alcatra à milanesa (R$ 22,90), feijoada (R$ 22,90) HORÁRIO seg. a qui. das 7h às 22h, sex. e sáb., das 7h à 0h, dom., das 10h às 20h CALIFORNIA ENDEREÇO r. Gabus Mendes, 37; tel. (11) 3259-2677 OUTRA SUGESTÃO risoto de carne seca (R$ 29) HORÁRIO seg. a sáb., das 11h30 à 0h
comida
Casa foca em hambúrgueres, mas também serve bons pratosO jeitão é de lanchonete –e, de fato, hambúrgueres como o Bridge (R$ 28), de picanha com cheddar e cebola caramelizada, não fazem feio. Mas a California, aberta desde 1949 próxima à galeria Metrópole, também serve pratos a preços amigáveis. O paillard de filé-mignon com legumes que a reportagem provou custou R$ 29,50 (se fosse de frango, sairia por R$ 22), e há massas como espaguete ao pesto por R$ 24,50. Do outro lado da praça da República, na avenida Duque de Caxias, o Bistrô Brasil tem perfil mais de restaurante (com música ao vivo em algumas noites) e pratos igualmente baratos. A casa serve refeições das 11h30 às 21h, com pegada de pê-efe; opções como o picadinho com arroz, feijão e farofa saem por R$ 13,90 (só poderia ser mais generoso na porção de carne). BISTRÔ BRASIL ENDEREÇO av. Duque de Caxias, 166; tel. (11) 2778-1233 OUTRAS SUGESTÕES alcatra à milanesa (R$ 22,90), feijoada (R$ 22,90) HORÁRIO seg. a qui. das 7h às 22h, sex. e sáb., das 7h à 0h, dom., das 10h às 20h CALIFORNIA ENDEREÇO r. Gabus Mendes, 37; tel. (11) 3259-2677 OUTRA SUGESTÃO risoto de carne seca (R$ 29) HORÁRIO seg. a sáb., das 11h30 à 0h
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Dor garantida por lei
RIO DE JANEIRO - Uma PEC (proposta de emenda constitucional) aprovada há pouco pela Câmara dos Deputados e prestes a ser confirmada pelo Senado determina que, ao contrário do que dispôs o STF (Supremo Tribunal Federal), o Brasil considere legal que se obrigue um boi a correr numa arena entre dois cavalos montados por vaqueiros que tentam jogá-lo ao chão, puxando seu rabo. Em breve, traduzido para o legalês castiço e sob o nome fantasia de vaquejada, isso estará na Constituição. Na prática, significa que será constitucional encurralar —tornar indefeso— um boi e submetê-lo à chibata, de modo a infligir-lhe tal dor e pavor que, uma vez liberto, ele contrarie a sua natureza de animal lento e inofensivo e saia descontrolado pela arena, tentando fugir dos que o maltratam e dando ensejo a ser perseguido e derrubado pelos dois homens a cavalo. A Constituição garantirá que sua cauda, ao ser agarrada, puxada e torcida e sofrer brutal tração pelo vaqueiro, esteja sujeita ao rompimento dos ossos que a compõem ou, no mínimo, ao desenluvamento, que é a violenta retirada de pele e tecidos. O texto constitucional autorizará ainda que o boi sofra fraturas nas patas, ruptura de vasos sanguíneos e lesões nas vértebras, na medula espinal e nos órgãos internos. Pelo mesmo artigo, a Constituição propiciará aos cavalos o direito de também serem açoitados ao mesmo tempo que o boi (para acompanhá-lo na velocidade) e terem o ventre retalhado pela esporas em forma de estrela. A Constituição, já vergada ao peso de tantas emendas, acolherá tudo isto porque os congressistas não podem ficar mal com os eleitores das regiões em que a vaquejada é uma manifestação "cultural". A legalização da crueldade e da covardia não ameniza o sofrimento das vítimas, mas permite a seus algozes um sono bem pago e sem culpa.
colunas
Dor garantida por leiRIO DE JANEIRO - Uma PEC (proposta de emenda constitucional) aprovada há pouco pela Câmara dos Deputados e prestes a ser confirmada pelo Senado determina que, ao contrário do que dispôs o STF (Supremo Tribunal Federal), o Brasil considere legal que se obrigue um boi a correr numa arena entre dois cavalos montados por vaqueiros que tentam jogá-lo ao chão, puxando seu rabo. Em breve, traduzido para o legalês castiço e sob o nome fantasia de vaquejada, isso estará na Constituição. Na prática, significa que será constitucional encurralar —tornar indefeso— um boi e submetê-lo à chibata, de modo a infligir-lhe tal dor e pavor que, uma vez liberto, ele contrarie a sua natureza de animal lento e inofensivo e saia descontrolado pela arena, tentando fugir dos que o maltratam e dando ensejo a ser perseguido e derrubado pelos dois homens a cavalo. A Constituição garantirá que sua cauda, ao ser agarrada, puxada e torcida e sofrer brutal tração pelo vaqueiro, esteja sujeita ao rompimento dos ossos que a compõem ou, no mínimo, ao desenluvamento, que é a violenta retirada de pele e tecidos. O texto constitucional autorizará ainda que o boi sofra fraturas nas patas, ruptura de vasos sanguíneos e lesões nas vértebras, na medula espinal e nos órgãos internos. Pelo mesmo artigo, a Constituição propiciará aos cavalos o direito de também serem açoitados ao mesmo tempo que o boi (para acompanhá-lo na velocidade) e terem o ventre retalhado pela esporas em forma de estrela. A Constituição, já vergada ao peso de tantas emendas, acolherá tudo isto porque os congressistas não podem ficar mal com os eleitores das regiões em que a vaquejada é uma manifestação "cultural". A legalização da crueldade e da covardia não ameniza o sofrimento das vítimas, mas permite a seus algozes um sono bem pago e sem culpa.
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Concorrentes do setor de bebidas unem programas de reciclagem
Duas grandes empresas concorrentes no setor de bebidas anunciaram nesta quarta-feira (4) uma parceria para unificar seus respectivos programas de reciclagem, com o objetivo de potencializar e profissionalizar a coleta e o reaproveitamento de embalagens. No programa chamado Reciclar pelo Brasil, a Coca-Cola Brasil, que apoia o Prêmio Empreendedor Social, e a Ambev se uniram à Ancat (Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis). "Conseguimos fazer a proeza de juntar essas duas empresas", disse Roberto Laureano, catador de materiais e presidente da associação. "É um movimento muito importante de as cooperativas se profissionalizarem." Num primeiro momento, 110 organizações de catadores serão beneficiárias do programa, que deve aumentar em até 25% os investimentos. "Com a unificação, vamos precisar investir menos na gestão, resultando em mais recursos para o impacto [nas cooperativas]", explicou o vice-presidente da Coca-Cola Brasil, Pedro Rios. A multinacional, por meio de seu instituto, investe na profissionalização dessas organizações no Coletivo Reciclagem. Já as cervejarias da Ambev, por exemplo, reaproveitam 99% de seus subprodutos, o que colaborou para a economia de 1,56 milhão de toneladas de resíduos em 2015. "Temos expertises próprios. Trabalhamos junto com a Ancat para maximizar a inteligência das duas companhias", afirmou Rios. "Fazer juntos nos torna mais eficazes, unificando programas bons para transformar em algo muito melhor." As empresas não informaram quanto vão investir, mas para o vice-presidente de Relações Corporativas e Jurídico da Ambev, Pedro Mariani, direcionar recursos para reciclagem não é visto como custo dentro da companhia. "É responsabilidade nossa cuidar de nossas embalagens. Isso não é colocado na ponta do lápis. É algo essencial para uma empresa que opera no mundo de hoje." ACORDO A iniciativa das duas empresas vai ao encontro da meta do Acordo Setorial de Embalagens para reduzir, no mínimo, 22% das embalagens destinadas a aterros sanitários até 2018. O acordo chega ao fim de seu primeiro ciclo e deve ser renovado em novembro. O Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), fundado após a Rio-92 por sete empresas, entre elas Coca-Cola Brasil e Ambev, está consolidando os resultados desses primeiros dois anos para que os termos do novo acordo possam ser discutidos. Para o diretor do compromisso, André Vilhena, nesse novo ciclo é preciso que o governo faça cumprir a lei para todas as empresas do setor. "São apenas algumas fazendo e muitas não fazendo, que são representativas no volume total. O governo precisa mostrar que quem ficou de fora vai ser demandado a participar." Além da parceria, Vilhena indica que outro ponto alto do programa é o investimento nas cooperativas, pois, para ele, os catadores são fundamentais no processo. "Só se recicla muito por causa do catador. As cooperativas servem para eles trabalharem com segurança e se organizarem", afirma. Roberto Laureano já enxerga esse investimento para um passo além da capacitação. "Não queremos só ser apoiados com equipamentos e assistência técnica, que são importantes. A médio e longo prazo, queremos ser parte da cadeia no negócio." Minidocumentário Reciclagem
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Concorrentes do setor de bebidas unem programas de reciclagemDuas grandes empresas concorrentes no setor de bebidas anunciaram nesta quarta-feira (4) uma parceria para unificar seus respectivos programas de reciclagem, com o objetivo de potencializar e profissionalizar a coleta e o reaproveitamento de embalagens. No programa chamado Reciclar pelo Brasil, a Coca-Cola Brasil, que apoia o Prêmio Empreendedor Social, e a Ambev se uniram à Ancat (Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis). "Conseguimos fazer a proeza de juntar essas duas empresas", disse Roberto Laureano, catador de materiais e presidente da associação. "É um movimento muito importante de as cooperativas se profissionalizarem." Num primeiro momento, 110 organizações de catadores serão beneficiárias do programa, que deve aumentar em até 25% os investimentos. "Com a unificação, vamos precisar investir menos na gestão, resultando em mais recursos para o impacto [nas cooperativas]", explicou o vice-presidente da Coca-Cola Brasil, Pedro Rios. A multinacional, por meio de seu instituto, investe na profissionalização dessas organizações no Coletivo Reciclagem. Já as cervejarias da Ambev, por exemplo, reaproveitam 99% de seus subprodutos, o que colaborou para a economia de 1,56 milhão de toneladas de resíduos em 2015. "Temos expertises próprios. Trabalhamos junto com a Ancat para maximizar a inteligência das duas companhias", afirmou Rios. "Fazer juntos nos torna mais eficazes, unificando programas bons para transformar em algo muito melhor." As empresas não informaram quanto vão investir, mas para o vice-presidente de Relações Corporativas e Jurídico da Ambev, Pedro Mariani, direcionar recursos para reciclagem não é visto como custo dentro da companhia. "É responsabilidade nossa cuidar de nossas embalagens. Isso não é colocado na ponta do lápis. É algo essencial para uma empresa que opera no mundo de hoje." ACORDO A iniciativa das duas empresas vai ao encontro da meta do Acordo Setorial de Embalagens para reduzir, no mínimo, 22% das embalagens destinadas a aterros sanitários até 2018. O acordo chega ao fim de seu primeiro ciclo e deve ser renovado em novembro. O Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), fundado após a Rio-92 por sete empresas, entre elas Coca-Cola Brasil e Ambev, está consolidando os resultados desses primeiros dois anos para que os termos do novo acordo possam ser discutidos. Para o diretor do compromisso, André Vilhena, nesse novo ciclo é preciso que o governo faça cumprir a lei para todas as empresas do setor. "São apenas algumas fazendo e muitas não fazendo, que são representativas no volume total. O governo precisa mostrar que quem ficou de fora vai ser demandado a participar." Além da parceria, Vilhena indica que outro ponto alto do programa é o investimento nas cooperativas, pois, para ele, os catadores são fundamentais no processo. "Só se recicla muito por causa do catador. As cooperativas servem para eles trabalharem com segurança e se organizarem", afirma. Roberto Laureano já enxerga esse investimento para um passo além da capacitação. "Não queremos só ser apoiados com equipamentos e assistência técnica, que são importantes. A médio e longo prazo, queremos ser parte da cadeia no negócio." Minidocumentário Reciclagem
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Na íntegra: Ciro Gomes no Festival Piauí GloboNews de Jornalismo
?Texto: ?Pré-candidato à presidência da República em 2018 pelo PDT, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, foi entrevistado pela jornalista Daniela Pinheiro, da piauí, no evento "Conversa com a Fonte", dentro do Festival Piauí GloboNews de Jornalismo.Aqui você confere a entrevista inteira.Leia a reportagem
tv
Na íntegra: Ciro Gomes no Festival Piauí GloboNews de Jornalismo?Texto: ?Pré-candidato à presidência da República em 2018 pelo PDT, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, foi entrevistado pela jornalista Daniela Pinheiro, da piauí, no evento "Conversa com a Fonte", dentro do Festival Piauí GloboNews de Jornalismo.Aqui você confere a entrevista inteira.Leia a reportagem
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Astrologia
Vênus, Júpiter e Plutão sinalizam acordos entre poderosos. LUA EM CAPRICÓRNIO: 31/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Acabou-se a época dos panos quentes! O último eclipse lunar, no dia 23, levou embora hesitações e dúvidas que você ainda tinha sobre um parceiro. Momento de colocar as cartas na mesa com o cônjuge, o sócio da empresa ou um cliente. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Vênus, Júpiter e Plutão garantem um bom desenvolvimento para sua atuação social. Um dia de colaboração firme, de planos e projetos grandiosos que contam com a força de instituições e poderes. Mas reflita até onde você quer se comprometer. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Mercúrio, seu regente, arma aspecto forte com Marte, o astro da garra e da energia. Você está sensível para um trabalho em equipe ou que tenha participação de um grupo. Entusiasmo e estímulo em dose dupla! No amor, crescimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Vênus favorece seus planos de viagem. Há amigos e auxílio que suavizam dúvidas e tornam tudo muito mais atraente. Conhecimento e informação de qualidade fazem diferença: alguém próximo espanta névoas! Honestidade no amor é a melhor política. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Curiosidade sobre crenças, visão de mundo ou religião ganham mais força com a intervenção firme do amor, pois uma paixão pode mais! Notícias de um filho ou pessoa querida têm a ver com viagem ou projeto de estudos superiores. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Caminhos que se distanciam com um amigo ou uma associação –isso faz parte da vida: em vez de lamentar, tente compreender que o momento é outro. Cada um evoluiu em uma direção. Conte com o afeto de um parceiro querido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A Lua sai de seu signo na tarde de hoje. Até lá, preserve sua saúde evitando uma agenda cheia. Demandas alheias se multiplicam, mas é importante barrar essa invasão em sua privacidade. Inspiração estética pode ser canalizada no trabalho. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Um dia de muita energia mental, física e espiritual –bom para você dar andamento às atividades pendentes. Ótimo faro para pesquisas e avaliações, e inspiração para saber o caminho mais firme. Evite discussões inflamadas: elas não levarão a nada SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Clima astral evidencia o poder da diplomacia e dos sorrisos em arranjos de largo alcance –você está vivendo um período de destaque profissional e social, e conta com apoios. Mas prepare-se para a cobrança que virá disso depois. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Reserve seus melhores sorrisos para distribuir no ambiente de trabalho até meados da tarde. Depois, relaxe. Até lá, contando com a suavidade e as palavras certas, convencerá os mais críticos e os mais desconfiados. Expansão no trabalho. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Vênus em Peixes é garantia de presentes e bem-estar, ótima relação com familiares e apoio deles, algo essencial neste momento de dúvidas, embates e polarizações –estas, típicas da Lua cheia ora em curso. Vida social estimulante. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) A partir de hoje você vai começar a duvidar de algumas certezas. Faz parte do clima astral rever escolhas e repensar condutas. Aposte mais no seu talento! É tempo de investir mais nele. Comunicação fluente e ponderada atrai grupos poderosos.
ilustrada
AstrologiaVênus, Júpiter e Plutão sinalizam acordos entre poderosos. LUA EM CAPRICÓRNIO: 31/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Acabou-se a época dos panos quentes! O último eclipse lunar, no dia 23, levou embora hesitações e dúvidas que você ainda tinha sobre um parceiro. Momento de colocar as cartas na mesa com o cônjuge, o sócio da empresa ou um cliente. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Vênus, Júpiter e Plutão garantem um bom desenvolvimento para sua atuação social. Um dia de colaboração firme, de planos e projetos grandiosos que contam com a força de instituições e poderes. Mas reflita até onde você quer se comprometer. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Mercúrio, seu regente, arma aspecto forte com Marte, o astro da garra e da energia. Você está sensível para um trabalho em equipe ou que tenha participação de um grupo. Entusiasmo e estímulo em dose dupla! No amor, crescimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Vênus favorece seus planos de viagem. Há amigos e auxílio que suavizam dúvidas e tornam tudo muito mais atraente. Conhecimento e informação de qualidade fazem diferença: alguém próximo espanta névoas! Honestidade no amor é a melhor política. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Curiosidade sobre crenças, visão de mundo ou religião ganham mais força com a intervenção firme do amor, pois uma paixão pode mais! Notícias de um filho ou pessoa querida têm a ver com viagem ou projeto de estudos superiores. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Caminhos que se distanciam com um amigo ou uma associação –isso faz parte da vida: em vez de lamentar, tente compreender que o momento é outro. Cada um evoluiu em uma direção. Conte com o afeto de um parceiro querido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A Lua sai de seu signo na tarde de hoje. Até lá, preserve sua saúde evitando uma agenda cheia. Demandas alheias se multiplicam, mas é importante barrar essa invasão em sua privacidade. Inspiração estética pode ser canalizada no trabalho. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Um dia de muita energia mental, física e espiritual –bom para você dar andamento às atividades pendentes. Ótimo faro para pesquisas e avaliações, e inspiração para saber o caminho mais firme. Evite discussões inflamadas: elas não levarão a nada SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Clima astral evidencia o poder da diplomacia e dos sorrisos em arranjos de largo alcance –você está vivendo um período de destaque profissional e social, e conta com apoios. Mas prepare-se para a cobrança que virá disso depois. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Reserve seus melhores sorrisos para distribuir no ambiente de trabalho até meados da tarde. Depois, relaxe. Até lá, contando com a suavidade e as palavras certas, convencerá os mais críticos e os mais desconfiados. Expansão no trabalho. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Vênus em Peixes é garantia de presentes e bem-estar, ótima relação com familiares e apoio deles, algo essencial neste momento de dúvidas, embates e polarizações –estas, típicas da Lua cheia ora em curso. Vida social estimulante. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) A partir de hoje você vai começar a duvidar de algumas certezas. Faz parte do clima astral rever escolhas e repensar condutas. Aposte mais no seu talento! É tempo de investir mais nele. Comunicação fluente e ponderada atrai grupos poderosos.
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Santos empata sem gols e segue na terceira colocação do Brasileiro
A partida entre Santos e Avaí realizada no estádio Ressacada, em Florianópolis (SC), neste domingo (6), terminou empatada sem gols. Com o resultado, o Santos encerra o primeiro turno do Campeonato Brasileiro na terceira colocação da tabela, com 35 pontos –12 atrás do Corinthians, líder da competição. O Avaí, por sua vez, segue em penúltimo (19º), na zona de rebaixamento, com 18 pontos. O primeiro tempo do jogo foi equilibrado, com os dois times criando oportunidades de gol. As traves ajudaram ambas as equipes. Aos 15 minutos, o zagueiro Alemão, do Avaí, cabeceou para afastar o perigo da área de seu time, mas por pouco não fez gol contra –a bola foi para o travessão. Já a favor da equipe do litoral paulista, o poste esquerdo do gol santista evitou que o Avaí marcasse após bela jogada do time catarinense. Juan chutou rasteiro, na trave. Ainda pelo Santos, Bruno Henrique teve boa oportunidade de abrir o placar após cruzamento. Ele conseguiu cabecear a bola, que passou à esquerda do gol de Douglas. O atacante voltou a assustar a torcida do Avaí no fim dos primeiros 45 minutos, quando, mesmo desequilibrado na disputa de espaço na área catarinense, conseguiu colocar o pé em outra bola cruzada. O goleiro do Avaí defendeu no susto. O time paulista melhorou no segundo tempo. Logo no início da segunda etapa, Zeca aproveitou a sobra de um escanteio e deu belo chute de primeira, que pegou na barra horizontal do gol defendido por Douglas Friedrich. Lucas Lima, David Braz e Yuri não jogaram pelo Santos por estarem suspensos. O Santos volta a campo na quinta (10), quando recebe o Atlético-PR na Vila Belmiro em jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. Na primeira partida, o time alvinegro venceu por 3 a 2. Pelo Brasileiro, o alvinegro paulista enfrenta o Fluminense na segunda (14).
esporte
Santos empata sem gols e segue na terceira colocação do BrasileiroA partida entre Santos e Avaí realizada no estádio Ressacada, em Florianópolis (SC), neste domingo (6), terminou empatada sem gols. Com o resultado, o Santos encerra o primeiro turno do Campeonato Brasileiro na terceira colocação da tabela, com 35 pontos –12 atrás do Corinthians, líder da competição. O Avaí, por sua vez, segue em penúltimo (19º), na zona de rebaixamento, com 18 pontos. O primeiro tempo do jogo foi equilibrado, com os dois times criando oportunidades de gol. As traves ajudaram ambas as equipes. Aos 15 minutos, o zagueiro Alemão, do Avaí, cabeceou para afastar o perigo da área de seu time, mas por pouco não fez gol contra –a bola foi para o travessão. Já a favor da equipe do litoral paulista, o poste esquerdo do gol santista evitou que o Avaí marcasse após bela jogada do time catarinense. Juan chutou rasteiro, na trave. Ainda pelo Santos, Bruno Henrique teve boa oportunidade de abrir o placar após cruzamento. Ele conseguiu cabecear a bola, que passou à esquerda do gol de Douglas. O atacante voltou a assustar a torcida do Avaí no fim dos primeiros 45 minutos, quando, mesmo desequilibrado na disputa de espaço na área catarinense, conseguiu colocar o pé em outra bola cruzada. O goleiro do Avaí defendeu no susto. O time paulista melhorou no segundo tempo. Logo no início da segunda etapa, Zeca aproveitou a sobra de um escanteio e deu belo chute de primeira, que pegou na barra horizontal do gol defendido por Douglas Friedrich. Lucas Lima, David Braz e Yuri não jogaram pelo Santos por estarem suspensos. O Santos volta a campo na quinta (10), quando recebe o Atlético-PR na Vila Belmiro em jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. Na primeira partida, o time alvinegro venceu por 3 a 2. Pelo Brasileiro, o alvinegro paulista enfrenta o Fluminense na segunda (14).
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Quem aguenta?
BRASÍLIA - A imprudência e o voluntarismo do governo Dilma em seu primeiro mandato quebraram o Estado. A tal ponto que, numa atitude inédita, o Orçamento da União de 2016 será enviado ao Congresso Nacional com previsão de déficit. Fica difícil, neste momento, avaliar o que teria sido pior. Fazer mágicas para tapar o rombo previsto no orçamento do ano que vem ou admitir que o governo não tem dinheiro para bancar todas as suas despesas. No ano passado, a equipe de Dilma optou pelas pedaladas fiscais, uma maquiagem para tentar esconder o buraco nas contas públicas. Não deu. Fechou 2014 sendo obrigada a se endividar para pagar seus débitos. E nem pagou todos. O fato é que Dilma adora um gasto para chamar de seu. A presidente é adepta do Estado forte, intervencionista, dono e agente direto dos rumos da economia. Ela não se satisfaz em dar apenas as diretrizes. Deu no que deu. Imprevidente, gastou mais do que arrecada. Estimulou o aumento de alguns gastos e não tomou nenhuma medida para segurar outros. Torrou o colchão de poupança deixado para ela por Lula. Numa atitude de desespero, lançou de última hora a ideia de ressuscitar a CPMF, o imposto do cheque. A operação foi tão atrapalhada, com oposição à ideia vindo de dentro do próprio governo, que durou meros três dias. Teve vida curtíssima. Resultado, o governo Dilma tem hoje estreita margem de ação para: combater uma recessão que deve durar dois anos, uma inflação acima de 9% e um desemprego em alta. Aí, para tentar respirar, inventa não só a volta da CPMF como diz que vai cortar dez ministérios, no timing errado, na dose errada, espalhando medo e paralisia na sua equipe. Enfim, este é um governo que não precisa de oposição. A ponto de um aliado muito próximo de Dilma Rousseff desabafar: "Deste jeito, não sei se vamos aguentar. Se a gente quer destruir o nosso governo, estamos no caminho certo".
colunas
Quem aguenta?BRASÍLIA - A imprudência e o voluntarismo do governo Dilma em seu primeiro mandato quebraram o Estado. A tal ponto que, numa atitude inédita, o Orçamento da União de 2016 será enviado ao Congresso Nacional com previsão de déficit. Fica difícil, neste momento, avaliar o que teria sido pior. Fazer mágicas para tapar o rombo previsto no orçamento do ano que vem ou admitir que o governo não tem dinheiro para bancar todas as suas despesas. No ano passado, a equipe de Dilma optou pelas pedaladas fiscais, uma maquiagem para tentar esconder o buraco nas contas públicas. Não deu. Fechou 2014 sendo obrigada a se endividar para pagar seus débitos. E nem pagou todos. O fato é que Dilma adora um gasto para chamar de seu. A presidente é adepta do Estado forte, intervencionista, dono e agente direto dos rumos da economia. Ela não se satisfaz em dar apenas as diretrizes. Deu no que deu. Imprevidente, gastou mais do que arrecada. Estimulou o aumento de alguns gastos e não tomou nenhuma medida para segurar outros. Torrou o colchão de poupança deixado para ela por Lula. Numa atitude de desespero, lançou de última hora a ideia de ressuscitar a CPMF, o imposto do cheque. A operação foi tão atrapalhada, com oposição à ideia vindo de dentro do próprio governo, que durou meros três dias. Teve vida curtíssima. Resultado, o governo Dilma tem hoje estreita margem de ação para: combater uma recessão que deve durar dois anos, uma inflação acima de 9% e um desemprego em alta. Aí, para tentar respirar, inventa não só a volta da CPMF como diz que vai cortar dez ministérios, no timing errado, na dose errada, espalhando medo e paralisia na sua equipe. Enfim, este é um governo que não precisa de oposição. A ponto de um aliado muito próximo de Dilma Rousseff desabafar: "Deste jeito, não sei se vamos aguentar. Se a gente quer destruir o nosso governo, estamos no caminho certo".
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Programa 'Ciência sem Fronteiras' será congelado
Diante da falta de recursos, que levou o governo Dilma a enviar ao Congresso um Orçamento com deficit em 2016, o Palácio do Planalto decidiu congelar a oferta de novas bolsas do programa Ciência sem Fronteiras no próximo ano. Segundo a Folha apurou, o orçamento definido pela equipe econômica para o programa no próximo ano, no total de R$ 2,1 bilhões, é suficiente apenas para a manutenção de estudantes que já estão no exterior. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) informou que os recursos previstos serão utilizados para "custear 13.330 bolsas entre graduação e pós-graduação" em 2016 sob a sua responsabilidade. CORTES SEM FRONTEIRAS - Evolução das bolsas concedidas O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), outra agência federal de fomento à pesquisa, terá recursos para outros 22.610 benefícios. Ao todo, no segundo semestre deste ano, ambas vão enviar 14.050 bolsistas de graduação, principal público do programa, respondendo por 79,5% das bolsas concedidas. Esse grupo foi selecionado a partir de editais divulgados no ano passado. Assessores da presidente Dilma Rousseff afirmam que o governo chegou a cogitar uma redução ainda mais drástica no programa, mas a ideia foi descartada diante do efeito negativo que a medida poderia provocar. CÂMBIO Em comparação ao orçamento deste ano (R$ 3,5 bilhões), os recursos do Ciência sem Fronteiras em 2016 terão corte de 40,3%. Um percentual acima disso implicaria na interrupção dos estudos de quem já foi selecionado e embarcou para uma universidade no exterior. Lançado em julho de 2011, o programa se tornou uma das principais bandeiras da presidente Dilma na educação. Após abertura de 101 mil vagas até o ano passado, o compromisso para o segundo mandato foi criar mais 100 mil bolsas. O preço do dólar, no entanto, elevou os custos do Ciência sem Fronteiras, que tem desembolsos não apenas com pagamento de benefícios para os alunos como para as instituições de ensino superior que acolhem os brasileiros. Se em julho de 2011 o dólar era cotado a R$ 1,55, neste mês o câmbio está próximo de R$ 3,70. Até o momento, não há data definida para o lançamento de novos editais de seleção, neste ano, de bolsistas para graduação. No ano passado, o processo seletivo começou já em agosto. A expectativa agora é que, caso o governo libere verba adicional para o programa no ano que vem, o foco prioritário sejam estudantes da pós-graduação. Questionado sobre esse tema, a Capes não respondeu. A agência informou que "todos os programa do MEC estão mantidos" em 2016. "O ministério está realizando uma análise detalhada do orçamento para dimensionar os programas para o próximo ano", disse em nota.
ciencia
Programa 'Ciência sem Fronteiras' será congeladoDiante da falta de recursos, que levou o governo Dilma a enviar ao Congresso um Orçamento com deficit em 2016, o Palácio do Planalto decidiu congelar a oferta de novas bolsas do programa Ciência sem Fronteiras no próximo ano. Segundo a Folha apurou, o orçamento definido pela equipe econômica para o programa no próximo ano, no total de R$ 2,1 bilhões, é suficiente apenas para a manutenção de estudantes que já estão no exterior. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) informou que os recursos previstos serão utilizados para "custear 13.330 bolsas entre graduação e pós-graduação" em 2016 sob a sua responsabilidade. CORTES SEM FRONTEIRAS - Evolução das bolsas concedidas O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), outra agência federal de fomento à pesquisa, terá recursos para outros 22.610 benefícios. Ao todo, no segundo semestre deste ano, ambas vão enviar 14.050 bolsistas de graduação, principal público do programa, respondendo por 79,5% das bolsas concedidas. Esse grupo foi selecionado a partir de editais divulgados no ano passado. Assessores da presidente Dilma Rousseff afirmam que o governo chegou a cogitar uma redução ainda mais drástica no programa, mas a ideia foi descartada diante do efeito negativo que a medida poderia provocar. CÂMBIO Em comparação ao orçamento deste ano (R$ 3,5 bilhões), os recursos do Ciência sem Fronteiras em 2016 terão corte de 40,3%. Um percentual acima disso implicaria na interrupção dos estudos de quem já foi selecionado e embarcou para uma universidade no exterior. Lançado em julho de 2011, o programa se tornou uma das principais bandeiras da presidente Dilma na educação. Após abertura de 101 mil vagas até o ano passado, o compromisso para o segundo mandato foi criar mais 100 mil bolsas. O preço do dólar, no entanto, elevou os custos do Ciência sem Fronteiras, que tem desembolsos não apenas com pagamento de benefícios para os alunos como para as instituições de ensino superior que acolhem os brasileiros. Se em julho de 2011 o dólar era cotado a R$ 1,55, neste mês o câmbio está próximo de R$ 3,70. Até o momento, não há data definida para o lançamento de novos editais de seleção, neste ano, de bolsistas para graduação. No ano passado, o processo seletivo começou já em agosto. A expectativa agora é que, caso o governo libere verba adicional para o programa no ano que vem, o foco prioritário sejam estudantes da pós-graduação. Questionado sobre esse tema, a Capes não respondeu. A agência informou que "todos os programa do MEC estão mantidos" em 2016. "O ministério está realizando uma análise detalhada do orçamento para dimensionar os programas para o próximo ano", disse em nota.
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O Garrincha de ponta cabeça no teatro de Robert Wilson
Bob Wilson começou a trabalhar em "Garrincha" no verão de 2014, em Watermill, sua residência de verão em Southampton, no Estado de Nova York. Nesse posto privilegiado, cercado de jardins desenhados e obras de arte orientais e clássicas, Wilson recebe uma centena de jovens artistas do mundo todo para uma temporada de verão de intensa voltagem criativa. Apesar da disciplina do mestre, a atmosfera é predominantemente alegre, agitada, própria de jovens em férias excitados pelo convívio artístico. Enquanto organiza o encontro anual em que arrecada fundos para a manutenção do seu centro, Wilson dedica-se a seus projetos, em diversos estágios de amadurecimento. The Watermill Center é uma usina de projetos –mais de vinte simultâneos– e o diretor passa de um a outro sem, aparentemente, se desconcentrar. Estive no local em julho de 2014, a convite do Sesc, para acompanhar a gênese do espetáculo. Numa grande tenda dividida em nichos, cada espaço abriga temporariamente equipes de pesquisa e criação, arregimentadas em função de cada projeto. A cada dia se observa a evolução dos espetáculos, pelas marcas deixadas nas paredes, que expõem os últimos esquetes do diretor e as imagens documentais que os inspiram. Mogli, Tesla, "La Traviata", "Paraíso Perdido", Peter Pan, Garrincha etc. Já se sabe que Bob Wilson pensa por imagens. São elas que estimulam o desenho de quadros, cujas linhas de força são compostas de luz. Em Watermill, o processo de criação podia ser acompanhado pela errância do olhar de Wilson; quando este se fixava numa imagem do repertório pesquisado por seus colaboradores –casa fotografada por Ana Mariani, foto de futebol de praia de Thomaz Farkas, trecho de filme em que Garrincha é caçado e abatido em campo– surgiam os germes da construção formal da cena. Formalista, Bob Wilson procura o centro do seu espetáculo e em torno dele elabora sequências de cenas anteriores e posteriores, absolutamente simétricas. Se a cena central do desastre de automóvel que matou a mãe de Elza Soares é a de número três, então ela será antecedida de duas e seguida de duas. A simetria e o equilíbrio –instável– são marcas registradas da narrativa visual que muitas vezes dispensa o suporte do texto. Um poema haicai de Nicolas Behr fornece a senha para penetrar o Brasil: "Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado". No entanto, faltava definir o gênero do espetáculo. Descartado o realismo –Bob Wilson desconhece o futebol e apenas concederá um grito de gol no seu espetáculo–, o olhar alerta acompanha o gingado de Garrincha diante dos adversários. Garrincha é um bailarino de pernas tortas; o espetáculo será um musical. O páthos da tragédia –o alcoolismo de Garrincha, a morte na miséria– vem cobrar pedágio. Mas a peça o evitará focando não o homem, mas o mito; não os fatos, mas a poesia da vida trágica. Darryl Pinckney, dramaturgo e escritor, se incumbe do texto que deve partir da biografia de Garrincha por Ruy Castro. Com a valiosa colaboração de Maristela Gaudio, recolhe versos, poesias, poemas em prosa, crônicas esportivas, de viagem, de autores como Baudelaire ("Embriague-se"), João Cabral ("a bola é um utensílio semivivo"), Paulo Mendes Campos ("um poeta tocado por um anjo um dançarino preso a um ritmo"), Elizabeth Hardwick, de "Sad Brazil", Mário de Andrade ("Improviso do rapaz morto"), Elizabeth Agassiz, de "Viagem ao Brasil 1865-1866", Blaise Cendrars ("no Rio aprendi a desconfiar da lógica"), José Lins do Rego, da crônica da derrota da Copa de 1950, Ruth Landes ("A Cidade das Mulheres"), José de Alencar ("Ela sentiu um golpe no coração"), além de Nicolas Behr, que fornece a epígrafe do espetáculo. A etapa seguinte foi decisiva para o encontro do nacional com o estrangeiro: o elenco e os músicos tornaram tudo muito familiar e souberam conviver com as idiossincrasias da cultura pop americana. Em alguns momentos, a convergência dos talentos se manifestou soberana, a marchinha de Carnaval para as pernas tortas, o rap "Embriague-se", com letra de Baudelaire, e o vibrante ponto de macumba para o poema de Elza "Quando Você Crescer". O confronto entre visões de dentro e de fora acende uma tensão que percorrerá toda a ópera, como a nos lembrar: são estrangeiros, viajantes, estão de passagem, em breve os pássaros de arribação voam de volta a Utica, Nova York. E nós continuaremos com o mito de Garrincha, que narra a nossa tragédia –a do talento despreparado para enfrentar a glória. A peça "Garrincha", de Robert Wilson, está em cartaz no Sesc Pinheiros até 29/5
ilustrissima
O Garrincha de ponta cabeça no teatro de Robert WilsonBob Wilson começou a trabalhar em "Garrincha" no verão de 2014, em Watermill, sua residência de verão em Southampton, no Estado de Nova York. Nesse posto privilegiado, cercado de jardins desenhados e obras de arte orientais e clássicas, Wilson recebe uma centena de jovens artistas do mundo todo para uma temporada de verão de intensa voltagem criativa. Apesar da disciplina do mestre, a atmosfera é predominantemente alegre, agitada, própria de jovens em férias excitados pelo convívio artístico. Enquanto organiza o encontro anual em que arrecada fundos para a manutenção do seu centro, Wilson dedica-se a seus projetos, em diversos estágios de amadurecimento. The Watermill Center é uma usina de projetos –mais de vinte simultâneos– e o diretor passa de um a outro sem, aparentemente, se desconcentrar. Estive no local em julho de 2014, a convite do Sesc, para acompanhar a gênese do espetáculo. Numa grande tenda dividida em nichos, cada espaço abriga temporariamente equipes de pesquisa e criação, arregimentadas em função de cada projeto. A cada dia se observa a evolução dos espetáculos, pelas marcas deixadas nas paredes, que expõem os últimos esquetes do diretor e as imagens documentais que os inspiram. Mogli, Tesla, "La Traviata", "Paraíso Perdido", Peter Pan, Garrincha etc. Já se sabe que Bob Wilson pensa por imagens. São elas que estimulam o desenho de quadros, cujas linhas de força são compostas de luz. Em Watermill, o processo de criação podia ser acompanhado pela errância do olhar de Wilson; quando este se fixava numa imagem do repertório pesquisado por seus colaboradores –casa fotografada por Ana Mariani, foto de futebol de praia de Thomaz Farkas, trecho de filme em que Garrincha é caçado e abatido em campo– surgiam os germes da construção formal da cena. Formalista, Bob Wilson procura o centro do seu espetáculo e em torno dele elabora sequências de cenas anteriores e posteriores, absolutamente simétricas. Se a cena central do desastre de automóvel que matou a mãe de Elza Soares é a de número três, então ela será antecedida de duas e seguida de duas. A simetria e o equilíbrio –instável– são marcas registradas da narrativa visual que muitas vezes dispensa o suporte do texto. Um poema haicai de Nicolas Behr fornece a senha para penetrar o Brasil: "Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado". No entanto, faltava definir o gênero do espetáculo. Descartado o realismo –Bob Wilson desconhece o futebol e apenas concederá um grito de gol no seu espetáculo–, o olhar alerta acompanha o gingado de Garrincha diante dos adversários. Garrincha é um bailarino de pernas tortas; o espetáculo será um musical. O páthos da tragédia –o alcoolismo de Garrincha, a morte na miséria– vem cobrar pedágio. Mas a peça o evitará focando não o homem, mas o mito; não os fatos, mas a poesia da vida trágica. Darryl Pinckney, dramaturgo e escritor, se incumbe do texto que deve partir da biografia de Garrincha por Ruy Castro. Com a valiosa colaboração de Maristela Gaudio, recolhe versos, poesias, poemas em prosa, crônicas esportivas, de viagem, de autores como Baudelaire ("Embriague-se"), João Cabral ("a bola é um utensílio semivivo"), Paulo Mendes Campos ("um poeta tocado por um anjo um dançarino preso a um ritmo"), Elizabeth Hardwick, de "Sad Brazil", Mário de Andrade ("Improviso do rapaz morto"), Elizabeth Agassiz, de "Viagem ao Brasil 1865-1866", Blaise Cendrars ("no Rio aprendi a desconfiar da lógica"), José Lins do Rego, da crônica da derrota da Copa de 1950, Ruth Landes ("A Cidade das Mulheres"), José de Alencar ("Ela sentiu um golpe no coração"), além de Nicolas Behr, que fornece a epígrafe do espetáculo. A etapa seguinte foi decisiva para o encontro do nacional com o estrangeiro: o elenco e os músicos tornaram tudo muito familiar e souberam conviver com as idiossincrasias da cultura pop americana. Em alguns momentos, a convergência dos talentos se manifestou soberana, a marchinha de Carnaval para as pernas tortas, o rap "Embriague-se", com letra de Baudelaire, e o vibrante ponto de macumba para o poema de Elza "Quando Você Crescer". O confronto entre visões de dentro e de fora acende uma tensão que percorrerá toda a ópera, como a nos lembrar: são estrangeiros, viajantes, estão de passagem, em breve os pássaros de arribação voam de volta a Utica, Nova York. E nós continuaremos com o mito de Garrincha, que narra a nossa tragédia –a do talento despreparado para enfrentar a glória. A peça "Garrincha", de Robert Wilson, está em cartaz no Sesc Pinheiros até 29/5
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Arquivo Aberto - Tríplice legado
Era verão. Eu gravava no estúdio sinfônico da Odeon o disco que marcaria de forma definitiva minha aproximação com a música popular. O repertório, escolhido a dedo com Maurício Quadrio, meu produtor na época, reunia originalmente músicas de salão produzidas entre o final do século 19 e o início do século 20. Entre os autores, figurava Chiquinha Gonzaga, de quem gulosamente eu havia escolhido quatro entre as seis peças para piano até então disponíveis na Biblioteca Nacional. Naquele final de manhã, eu acabava de registrar minha interpretação para a primeira delas e, na sequência, gravaria "Hip!!!", uma deliciosa polca-galope, quando adentrou o "aquário" o saxofonista Victor Assis Brasil, que também era artista de Maurício. No primeiro intervalo, Maurício desceu com Victor os degraus que separavam a equipe técnica da sala de gravação e nos apresentou. A empatia, mútua, foi imediata. Apesar de me considerar até hoje uma pessoa tímida, no minuto seguinte, eu já estava tomando a opinião dele sobre os impasses que a polca de Chiquinha me apresentava. Victor então me disse que tocasse um pouco e logo, como se tivéssemos uma intimidade que verdadeiramente não podíamos ter ainda, pediu um lápis e saiu a deitar anotações sobre a partitura: sugestões de andamento –mais lento aqui, mais rápido ali– e, como grande músico de jazz que era, sinalizações de momentos que considerava propícios para eu tomar liberdades quanto à partitura. Ficamos tão visivelmente encantados um com o outro que Maurício propôs que almoçássemos juntos. E lá fomos, os três. A conversa, regada a duas caipirinhas, fluiu animada. Antes que pedíssemos a terceira, Maurício tratou de dar um freio na história: "A Clara tem que voltar pro estúdio e gravar. Não dá pra passarmos a tarde bebendo e conversando." Ao que Victor refutou: "Que nada! A gravação vai sair muito melhor!". E não é que saiu? A presença de Victor revelou-se tão inspiradora para mim naquele momento de transição que Maurício passou a convocá-lo para as sessões de gravação que, de imediato, envolviam duas outras peças de Chiquinha. Foi no decorrer dessas três gravações que a música de Chiquinha me arrebatou e decidi mudar o rumo do disco para que ela reinasse absoluta nos dois lados do vinil. O encontro com o Victor deixou claro que um novo caminho se abria para mim. E uma outra ideia, improvável para a época, invadiu meus pensamentos: formar um duo clássico de piano e sax. Apesar de Victor ser um jazzista por excelência, eu, que não gosto de nada fácil, queria (claro!) que meu parceiro no duo fosse ele. Tanto Maurício quanto Victor compraram, de cara, a ideia. Começamos a pesquisar repertório, escasso para a formação. E a coisa foi indo de vento em popa: Marlos Nobre escreveu especialmente pra nós "Desafio", e Gilberto de Mendes, "Parque Balneário". Poucos meses após o lançamento de meu primeiro LP de Chiquinha, porém, Victor caiu doente. Ainda assim, ao longo de sete meses, até a véspera de sua morte, quando nos falamos pela última vez, acalentamos nosso sonho. E eis que o destino nos prega peças. O sonho, tal qual o sonhamos juntos, viria a se realizar (e se estender por mais de duas décadas) com o monumental Paulo Moura –o primeiro professor que Victor teve em vida, tardiamente, aos 21. E se desdobraria na figura de seu irmão gêmeo, o pianista João Carlos Assis Brasil, com quem formei outro duo profícuo. Os duos se interligam de maneira peculiar: quando eu e Paulo estávamos escolhendo o repertório de nosso primeiro disco, em 1982, decidimos homenagear Victor incluindo uma música de sua autoria. Foi quando procurei João, que andava triste e afastado da música. A bela "Berceuse", de Victor Assis Brasil, só chegaria às nossas mãos em 1984, quando a gravamos em cena aberta na Sala Cecília Meireles para o LP "Encontro". Resumo da ópera: de forma mais ou menos oblíqua, meu encontro com Victor, que musicalmente jamais chegaria a se realizar, serviria de gatilho para a minha aproximação com três figuras fundamentais na minha trajetória: Chiquinha, Paulo e João. CLARA SVERNER, 78, é pianista; sua discografia conta mais de 25 títulos, entre os quais a "Íntegra das Sonatas de Mozart (2009) e "Chopin por Clara Sverner" (2011), álbum indicado ao Grammy Latino na categoria de melhor disco erudito.
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Arquivo Aberto - Tríplice legadoEra verão. Eu gravava no estúdio sinfônico da Odeon o disco que marcaria de forma definitiva minha aproximação com a música popular. O repertório, escolhido a dedo com Maurício Quadrio, meu produtor na época, reunia originalmente músicas de salão produzidas entre o final do século 19 e o início do século 20. Entre os autores, figurava Chiquinha Gonzaga, de quem gulosamente eu havia escolhido quatro entre as seis peças para piano até então disponíveis na Biblioteca Nacional. Naquele final de manhã, eu acabava de registrar minha interpretação para a primeira delas e, na sequência, gravaria "Hip!!!", uma deliciosa polca-galope, quando adentrou o "aquário" o saxofonista Victor Assis Brasil, que também era artista de Maurício. No primeiro intervalo, Maurício desceu com Victor os degraus que separavam a equipe técnica da sala de gravação e nos apresentou. A empatia, mútua, foi imediata. Apesar de me considerar até hoje uma pessoa tímida, no minuto seguinte, eu já estava tomando a opinião dele sobre os impasses que a polca de Chiquinha me apresentava. Victor então me disse que tocasse um pouco e logo, como se tivéssemos uma intimidade que verdadeiramente não podíamos ter ainda, pediu um lápis e saiu a deitar anotações sobre a partitura: sugestões de andamento –mais lento aqui, mais rápido ali– e, como grande músico de jazz que era, sinalizações de momentos que considerava propícios para eu tomar liberdades quanto à partitura. Ficamos tão visivelmente encantados um com o outro que Maurício propôs que almoçássemos juntos. E lá fomos, os três. A conversa, regada a duas caipirinhas, fluiu animada. Antes que pedíssemos a terceira, Maurício tratou de dar um freio na história: "A Clara tem que voltar pro estúdio e gravar. Não dá pra passarmos a tarde bebendo e conversando." Ao que Victor refutou: "Que nada! A gravação vai sair muito melhor!". E não é que saiu? A presença de Victor revelou-se tão inspiradora para mim naquele momento de transição que Maurício passou a convocá-lo para as sessões de gravação que, de imediato, envolviam duas outras peças de Chiquinha. Foi no decorrer dessas três gravações que a música de Chiquinha me arrebatou e decidi mudar o rumo do disco para que ela reinasse absoluta nos dois lados do vinil. O encontro com o Victor deixou claro que um novo caminho se abria para mim. E uma outra ideia, improvável para a época, invadiu meus pensamentos: formar um duo clássico de piano e sax. Apesar de Victor ser um jazzista por excelência, eu, que não gosto de nada fácil, queria (claro!) que meu parceiro no duo fosse ele. Tanto Maurício quanto Victor compraram, de cara, a ideia. Começamos a pesquisar repertório, escasso para a formação. E a coisa foi indo de vento em popa: Marlos Nobre escreveu especialmente pra nós "Desafio", e Gilberto de Mendes, "Parque Balneário". Poucos meses após o lançamento de meu primeiro LP de Chiquinha, porém, Victor caiu doente. Ainda assim, ao longo de sete meses, até a véspera de sua morte, quando nos falamos pela última vez, acalentamos nosso sonho. E eis que o destino nos prega peças. O sonho, tal qual o sonhamos juntos, viria a se realizar (e se estender por mais de duas décadas) com o monumental Paulo Moura –o primeiro professor que Victor teve em vida, tardiamente, aos 21. E se desdobraria na figura de seu irmão gêmeo, o pianista João Carlos Assis Brasil, com quem formei outro duo profícuo. Os duos se interligam de maneira peculiar: quando eu e Paulo estávamos escolhendo o repertório de nosso primeiro disco, em 1982, decidimos homenagear Victor incluindo uma música de sua autoria. Foi quando procurei João, que andava triste e afastado da música. A bela "Berceuse", de Victor Assis Brasil, só chegaria às nossas mãos em 1984, quando a gravamos em cena aberta na Sala Cecília Meireles para o LP "Encontro". Resumo da ópera: de forma mais ou menos oblíqua, meu encontro com Victor, que musicalmente jamais chegaria a se realizar, serviria de gatilho para a minha aproximação com três figuras fundamentais na minha trajetória: Chiquinha, Paulo e João. CLARA SVERNER, 78, é pianista; sua discografia conta mais de 25 títulos, entre os quais a "Íntegra das Sonatas de Mozart (2009) e "Chopin por Clara Sverner" (2011), álbum indicado ao Grammy Latino na categoria de melhor disco erudito.
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Bancos centrais já não podem mais ignorar as criptomoedas
Poucas questões despertam mais ansiedade nos bancos centrais do que o medo de perder o controle das moedas pelas quais são responsáveis. Os últimos dias ofereceram mais uma ilustração perfeita desse ponto. Na segunda-feira, o banco central chinês baniu as ofertas iniciais de moedas do tipo bitcoin, levando a uma queda de até 20% no valor de algumas criptomoedas. Nos bastidores, há crescente inquietação quanto ao grau de desordenamento que a tecnologia pode causar nos bancos e no sistema de pagamentos. Nos últimos meses, tanto o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia quanto o Fórum Econômico Mundial publicaram estudos longos sobre suas preocupações e a situação do mercado. Até o momento, quem ganhou mais com a nova tecnologia foram os clientes. Os inovadores em tecnologia financeira parecem ter causado menos desordenamento do que se esperava, porque em geral não foram capazes de alterar as bases de competição em um setor tão regulamentado, argumenta o relatório do Fórum Econômico Mundial. Em lugar disso, a tecnologia levou a uma melhora acentuada nos serviços aos clientes e a uma queda forte no custo dos pagamentos. Mas, além da resiliência diante de ataques cibernéticos, há três grandes preocupações. Primeiro, será que os bancos, cuja segurança sempre foi uma das principais preocupações das autoridades regulatórias, serão enfraquecidos pelos novos concorrentes? Para simplificar, será que surgirá algo como a Amazon no mercado dos bancos? Os financistas costumavam acreditar que a regulamentação tornaria o mercado de serviços financeiros pouco atraente para novos rivais. Mas agora estão começando a perceber que rivais não bancários podem tomar por alvo as áreas mais lucrativas do mercado e colher os benefícios, tornando os bancos que operam sob forte regulamentação menos lucrativos. Segundo, será que os bancos se tornarão menos importantes quando os negócios de empréstimos forem transferidos para fora do perímetro regulatório? De 2009 para cá, muitos negócios foram transferidos dos bancos para o setor de gestão de ativos. Mais de US$ 600 bilhões foram captados para financiar dívidas privadas, de acordo com a Preqin, uma companhia que pesquisa dados de mercado, Como resultado, as autoridades estão dedicando mais tempo a analisar o setor não bancário. A crescente dependência dos bancos quanto a grandes empresas de tecnologia que operam sua infraestrutura também vem levando as autoridades financeiras a pensar sobre que setor é mais importante em termos sistêmicos. Terceiro, será que os bancos centrais perderiam o controle dos pagamentos caso moedas como o bitcoin, emitidas pelo setor privado, vierem a decolar? Emitir moedas é um negócio lucrativo, porque os bancos centrais embolsam a diferença entre o custo de emissão da moeda ou cédula e seu valor de face. Os bancos centrais também temem que sua capacidade de monitorar o sistema de pagamentos se reduziria. Dada a luta mundial contra o terrorismo e o crime organizado, essa é uma preocupação aguda. Em um cenário extremo, os bancos centrais temem que poderiam até perder o controle da base monetária. Até recentemente, as autoridades não se preocupavam demais com as criptomoedas —elas ofereciam pouco benefícios como moeda, a não ser para pessoas interessadas simplesmente em ocultar seus rastros. Não são um "repositório de valor", como o movimento da segunda-feira demonstra. Não são aceitas de maneira ampla o suficiente para que sejam meio de troca útil. E as moedas digitais não cumpriram suas promessas de segurança —foram alvo de diversas ações de hackers bem sucedidas, nos últimos 12 meses. Mas à medida que as criptomoedas crescem, devemos esperar que mais e mais bancos centrais busquem impedir ou restringir seu uso. A tendência será mais aguda em mercados nos quais o crime organizado e fugas de capital sejam preocupação. Isso não bastará para deter os especuladores e entusiastas, mas limitará o potencial dessas moedas para criar poderosos efeitos de rede que fariam delas uma moeda paralela útil. Mas talvez essas preocupações possam levar maior número de bancos centrais a esforços para tornar suas moedas mais atraentes. Protolocos mais eficientes para pagamentos eletrônicos certamente ajudariam, e há muito a aprender com a tecnologia do bitcoin. De um ponto de vista mais profundo, essa é mais uma razão para que o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão e outros bancos centrais abandonem o mais rápido possível seus perigosos experimentos com taxas de juros negativas. O autor é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI HUW VAN STEENIS é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial
mercado
Bancos centrais já não podem mais ignorar as criptomoedasPoucas questões despertam mais ansiedade nos bancos centrais do que o medo de perder o controle das moedas pelas quais são responsáveis. Os últimos dias ofereceram mais uma ilustração perfeita desse ponto. Na segunda-feira, o banco central chinês baniu as ofertas iniciais de moedas do tipo bitcoin, levando a uma queda de até 20% no valor de algumas criptomoedas. Nos bastidores, há crescente inquietação quanto ao grau de desordenamento que a tecnologia pode causar nos bancos e no sistema de pagamentos. Nos últimos meses, tanto o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia quanto o Fórum Econômico Mundial publicaram estudos longos sobre suas preocupações e a situação do mercado. Até o momento, quem ganhou mais com a nova tecnologia foram os clientes. Os inovadores em tecnologia financeira parecem ter causado menos desordenamento do que se esperava, porque em geral não foram capazes de alterar as bases de competição em um setor tão regulamentado, argumenta o relatório do Fórum Econômico Mundial. Em lugar disso, a tecnologia levou a uma melhora acentuada nos serviços aos clientes e a uma queda forte no custo dos pagamentos. Mas, além da resiliência diante de ataques cibernéticos, há três grandes preocupações. Primeiro, será que os bancos, cuja segurança sempre foi uma das principais preocupações das autoridades regulatórias, serão enfraquecidos pelos novos concorrentes? Para simplificar, será que surgirá algo como a Amazon no mercado dos bancos? Os financistas costumavam acreditar que a regulamentação tornaria o mercado de serviços financeiros pouco atraente para novos rivais. Mas agora estão começando a perceber que rivais não bancários podem tomar por alvo as áreas mais lucrativas do mercado e colher os benefícios, tornando os bancos que operam sob forte regulamentação menos lucrativos. Segundo, será que os bancos se tornarão menos importantes quando os negócios de empréstimos forem transferidos para fora do perímetro regulatório? De 2009 para cá, muitos negócios foram transferidos dos bancos para o setor de gestão de ativos. Mais de US$ 600 bilhões foram captados para financiar dívidas privadas, de acordo com a Preqin, uma companhia que pesquisa dados de mercado, Como resultado, as autoridades estão dedicando mais tempo a analisar o setor não bancário. A crescente dependência dos bancos quanto a grandes empresas de tecnologia que operam sua infraestrutura também vem levando as autoridades financeiras a pensar sobre que setor é mais importante em termos sistêmicos. Terceiro, será que os bancos centrais perderiam o controle dos pagamentos caso moedas como o bitcoin, emitidas pelo setor privado, vierem a decolar? Emitir moedas é um negócio lucrativo, porque os bancos centrais embolsam a diferença entre o custo de emissão da moeda ou cédula e seu valor de face. Os bancos centrais também temem que sua capacidade de monitorar o sistema de pagamentos se reduziria. Dada a luta mundial contra o terrorismo e o crime organizado, essa é uma preocupação aguda. Em um cenário extremo, os bancos centrais temem que poderiam até perder o controle da base monetária. Até recentemente, as autoridades não se preocupavam demais com as criptomoedas —elas ofereciam pouco benefícios como moeda, a não ser para pessoas interessadas simplesmente em ocultar seus rastros. Não são um "repositório de valor", como o movimento da segunda-feira demonstra. Não são aceitas de maneira ampla o suficiente para que sejam meio de troca útil. E as moedas digitais não cumpriram suas promessas de segurança —foram alvo de diversas ações de hackers bem sucedidas, nos últimos 12 meses. Mas à medida que as criptomoedas crescem, devemos esperar que mais e mais bancos centrais busquem impedir ou restringir seu uso. A tendência será mais aguda em mercados nos quais o crime organizado e fugas de capital sejam preocupação. Isso não bastará para deter os especuladores e entusiastas, mas limitará o potencial dessas moedas para criar poderosos efeitos de rede que fariam delas uma moeda paralela útil. Mas talvez essas preocupações possam levar maior número de bancos centrais a esforços para tornar suas moedas mais atraentes. Protolocos mais eficientes para pagamentos eletrônicos certamente ajudariam, e há muito a aprender com a tecnologia do bitcoin. De um ponto de vista mais profundo, essa é mais uma razão para que o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão e outros bancos centrais abandonem o mais rápido possível seus perigosos experimentos com taxas de juros negativas. O autor é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI HUW VAN STEENIS é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial
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Livro de Harper Lee bate Dan Brown e se torna recordista de vendas nos EUA
"Go Set a Watchman", o segundo romance de Harper Lee, bateu recordes de vendas de lançamento de um livro de ficção para adultos nos Estados Unidos, anunciou nesta quarta (15) a livraria Barnes and Noble, uma das maiores do país, sem especificar o número de exemplares vendidos. A empresa indicou que o recorde anterior para o primeiro dia de vendas era de Dan Brown, pelo best-seller de 2009 "O Símbolo Perdido". "Go Set a Watchman" superou, aliás, o romance erótico "Cinquenta Tons de Cinza" e deve se tornar o livro mais vendido pela livraria em 2015, segundo o comunicado. O lançamento na terça (14) do segundo romance da autora do célebre "O Sol É para Todos" foi um dos acontecimentos mais importantes da história editorial. A editora Harper-Collins havia dito que a tiragem inicial do livro em inglês era de dois milhões de cópias. Nos EUA, Reino Unido e Irlanda, algumas livrarias abriram à meia-noite para que os leitores pudessem comprar seu exemplar da continuação do clássico da literatura que rendeu a Lee, hoje com 89 anos, um prêmio Pulitzer e a fama mundial em 1960. A publicação de "Go Set a Watchman" alavancou as vendas de "O Sol É para Todos", que ficou em segundo lugar na lista de mais vendidos, segundo a Barnes and Noble. O segundo livro de Lee põe em cena os mesmos personagens, só que vinte anos depois, do primeiro livro, considerado uma obra-prima do século 20 por seu retrato da injustiça social durante a Depressão no sul dos Estados Unidos. "O Sol É para Todos", que vendeu mais de 30 milhões de exemplares e foi traduzida para 40 idiomas, conta a história de Atticus Finch, um advogado branco que defende um negro acusado de um crime. A trama é narrada pela filha pequena do advogado, Scout, que, agora adulta e morando em Nova York, regressa a sua cidade no Alabama para visitar o pai. Curiosamente, esta segunda parte foi escrita nos anos 1950, antes do grande sucesso de Lee. Naquele momento, seu editor, fascinado pelos flashbacks da infância de Scout, pediu à autora que reescrevesse o livro. Daí, dois anos e meio depois, nasceu o outro livro, adaptado para o cinema em 1962 com Gregory Peck no papel de Atticus Finch.
ilustrada
Livro de Harper Lee bate Dan Brown e se torna recordista de vendas nos EUA"Go Set a Watchman", o segundo romance de Harper Lee, bateu recordes de vendas de lançamento de um livro de ficção para adultos nos Estados Unidos, anunciou nesta quarta (15) a livraria Barnes and Noble, uma das maiores do país, sem especificar o número de exemplares vendidos. A empresa indicou que o recorde anterior para o primeiro dia de vendas era de Dan Brown, pelo best-seller de 2009 "O Símbolo Perdido". "Go Set a Watchman" superou, aliás, o romance erótico "Cinquenta Tons de Cinza" e deve se tornar o livro mais vendido pela livraria em 2015, segundo o comunicado. O lançamento na terça (14) do segundo romance da autora do célebre "O Sol É para Todos" foi um dos acontecimentos mais importantes da história editorial. A editora Harper-Collins havia dito que a tiragem inicial do livro em inglês era de dois milhões de cópias. Nos EUA, Reino Unido e Irlanda, algumas livrarias abriram à meia-noite para que os leitores pudessem comprar seu exemplar da continuação do clássico da literatura que rendeu a Lee, hoje com 89 anos, um prêmio Pulitzer e a fama mundial em 1960. A publicação de "Go Set a Watchman" alavancou as vendas de "O Sol É para Todos", que ficou em segundo lugar na lista de mais vendidos, segundo a Barnes and Noble. O segundo livro de Lee põe em cena os mesmos personagens, só que vinte anos depois, do primeiro livro, considerado uma obra-prima do século 20 por seu retrato da injustiça social durante a Depressão no sul dos Estados Unidos. "O Sol É para Todos", que vendeu mais de 30 milhões de exemplares e foi traduzida para 40 idiomas, conta a história de Atticus Finch, um advogado branco que defende um negro acusado de um crime. A trama é narrada pela filha pequena do advogado, Scout, que, agora adulta e morando em Nova York, regressa a sua cidade no Alabama para visitar o pai. Curiosamente, esta segunda parte foi escrita nos anos 1950, antes do grande sucesso de Lee. Naquele momento, seu editor, fascinado pelos flashbacks da infância de Scout, pediu à autora que reescrevesse o livro. Daí, dois anos e meio depois, nasceu o outro livro, adaptado para o cinema em 1962 com Gregory Peck no papel de Atticus Finch.
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Relatório da ONU aponta 121 mi de crianças e adolescentes fora da escola
Um relatório lançado nesta segunda-feira (19), em Londres, mostra que 121 milhões de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, no mundo inteiro desistiram de frequentar a escola ou sequer começaram a fazê-lo. O documento foi feito pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e contrasta com a promessa da comunidade internacional de alcançar a Educação para Todos até 2015. O relatório, intitulado "Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola", mostra que houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007. O documento revela que 63 milhões de adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, não estão na escola. Esse número mostra que há muito mais adolescentes nessa situação do que crianças. Enquanto uma a cada 11 crianças em idade escolar de nível primário não frequentam a escola, um em cada cinco adolescentes está na mesma situação. De acordo com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, os métodos tradicionais de ampliar o acesso à educação, baseados em mais professores, mais livros didáticos e mais salas de aula, não é mais eficaz. Na opinião de Irina, os métodos têm que considerar formas de incluir crianças menos favorecidas. "Precisamos de intervenções específicas para alcançar as famílias deslocadas devido a conflitos, as meninas que são forçadas a ficar em casa, as crianças com deficiências e as milhares que são obrigadas a trabalhar. Porém, essas políticas têm um custo. Este relatório serve de alerta para mobilizar os recursos necessários para garantir a educação básica para cada criança, de uma vez por todas". O relatório mostra também que as mais afetadas pela falta de acesso à educação são as crianças que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e aquelas que enfrentam discriminação baseada em etnia, gênero ou deficiência. A pobreza, contudo, é o maior vilão da educação, diz o estudo. Na Nigéria, por exemplo, dois terços das crianças em áreas mais pobres não vão à escola. E 90% delas, provavelmente nunca o farão. Os índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária. O diretor-executivo da Unicef, Anthony Lake, enumera três prioridades de investimento em três áreas. A primeira delas é aumentar o número de crianças frequentando a escola primária; a segunda é ajudar mais crianças, principalmente as meninas, a permanecer na escola durante todo o nível secundário; e a terceira é melhorar a qualidade da aprendizagem. "Não deve haver discussão a respeito dessas prioridades: nós precisamos realizar as três, porque o sucesso de cada criança –e o impacto do nosso investimento em educação– depende de todas elas", avalia Lake. Os dados da pesquisa podem ser consultados no site da Unesco, de forma interativa (site em inglês).
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Relatório da ONU aponta 121 mi de crianças e adolescentes fora da escolaUm relatório lançado nesta segunda-feira (19), em Londres, mostra que 121 milhões de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, no mundo inteiro desistiram de frequentar a escola ou sequer começaram a fazê-lo. O documento foi feito pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e contrasta com a promessa da comunidade internacional de alcançar a Educação para Todos até 2015. O relatório, intitulado "Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola", mostra que houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007. O documento revela que 63 milhões de adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, não estão na escola. Esse número mostra que há muito mais adolescentes nessa situação do que crianças. Enquanto uma a cada 11 crianças em idade escolar de nível primário não frequentam a escola, um em cada cinco adolescentes está na mesma situação. De acordo com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, os métodos tradicionais de ampliar o acesso à educação, baseados em mais professores, mais livros didáticos e mais salas de aula, não é mais eficaz. Na opinião de Irina, os métodos têm que considerar formas de incluir crianças menos favorecidas. "Precisamos de intervenções específicas para alcançar as famílias deslocadas devido a conflitos, as meninas que são forçadas a ficar em casa, as crianças com deficiências e as milhares que são obrigadas a trabalhar. Porém, essas políticas têm um custo. Este relatório serve de alerta para mobilizar os recursos necessários para garantir a educação básica para cada criança, de uma vez por todas". O relatório mostra também que as mais afetadas pela falta de acesso à educação são as crianças que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e aquelas que enfrentam discriminação baseada em etnia, gênero ou deficiência. A pobreza, contudo, é o maior vilão da educação, diz o estudo. Na Nigéria, por exemplo, dois terços das crianças em áreas mais pobres não vão à escola. E 90% delas, provavelmente nunca o farão. Os índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária. O diretor-executivo da Unicef, Anthony Lake, enumera três prioridades de investimento em três áreas. A primeira delas é aumentar o número de crianças frequentando a escola primária; a segunda é ajudar mais crianças, principalmente as meninas, a permanecer na escola durante todo o nível secundário; e a terceira é melhorar a qualidade da aprendizagem. "Não deve haver discussão a respeito dessas prioridades: nós precisamos realizar as três, porque o sucesso de cada criança –e o impacto do nosso investimento em educação– depende de todas elas", avalia Lake. Os dados da pesquisa podem ser consultados no site da Unesco, de forma interativa (site em inglês).
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Fotógrafo português clica "mundo de cor e estímulos" na Índia; veja fotos
O fotógrafo português Inácio Rozeira viaja regularmente à Índia desde 2001. Ele conta que já na primeira vez se apaixonou pelo país, "felizmente, a minha profissão tem-me permitido voltar mais vezes". Em janeiro deste ano, Rozeira aproveitou para fotografar o país enquanto guiava um grupo de dez pessoas. "Todos os anos regresso umas 3 ou 4 vezes para mostrar aquelas paragens a outros viajantes", diz ele. Para o fotógrafo a Índia é "um mundo de cor e de estímulos". Segundo ele, basta sentar na soleira de uma porta em qualquer cidade com o olho na máquina fotográfica e não faltarão imagens para captar. "Há um elefante que passe, uma bicicleta, um homem de turbante ou um vendedor. Tudo é diferente e tudo é altamente estimulante", conta Rozeira. Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta
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Fotógrafo português clica "mundo de cor e estímulos" na Índia; veja fotosO fotógrafo português Inácio Rozeira viaja regularmente à Índia desde 2001. Ele conta que já na primeira vez se apaixonou pelo país, "felizmente, a minha profissão tem-me permitido voltar mais vezes". Em janeiro deste ano, Rozeira aproveitou para fotografar o país enquanto guiava um grupo de dez pessoas. "Todos os anos regresso umas 3 ou 4 vezes para mostrar aquelas paragens a outros viajantes", diz ele. Para o fotógrafo a Índia é "um mundo de cor e de estímulos". Segundo ele, basta sentar na soleira de uma porta em qualquer cidade com o olho na máquina fotográfica e não faltarão imagens para captar. "Há um elefante que passe, uma bicicleta, um homem de turbante ou um vendedor. Tudo é diferente e tudo é altamente estimulante", conta Rozeira. Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta
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Sete referências para você entrar no mundo de 'Stranger Things'
RICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO A série "Stranger Things", do Netflix, chegou sem aviso e foi conquistando uma legião de fãs, que enxergam nela fórmulas consagradas em produções feitas dos anos 1970 para cá. A sãopaulo selecionou sete delas para você ouvir, jogar ou assistir, veja lista abaixo. * "E.T., o Extraterrestre" A obra mais conhecida de Steven Spielberg, de 1982, conta a história de um grupo de crianças do subúrbio americano que encontra um extraterrestre e tenta salvá-lo das mãos dos vilões do governo, enquanto o escondem de seus pais. Já viu algum roteiro parecido? Disponível no Netflix e no Google Play (R$ 3,90) * "O Labirinto do Fauno" Criadores da série, os irmãos Duffer já falaram sobre a influência do filme de Guilherme Del Toro, de 2006, na criação do monstro de "Stranger Things". O longa mistura elementos de histórias infantis e de terror, com monstros que parecem ter saído direto de baixo da sua cama Disponível no Google Play (R$ 3,90) e no iTunes (US$ 3,99) * "Contatos Imediatos de Terceiro Grau" Mais uma do universo de Spielberg. No filme, de 1977, um pai de família pressente a chegada de extraterrestres e se dedica a criar um modo de se comunicar com eles. Spoiler: ele usa um sintetizador eletrônico para realizar a tarefa Disponível no Netflix e no Google Play (R$ 3,90) * Dungeons & Dragons O jogo de RPG faz parte do universo "nerd" das crianças da série. O personagem Demogorgon, por exemplo, é uma das criaturas de D&D, lançado em 1974, no qual cada jogador encarna um personagem e segue um roteiro livre. A história é baseada em um livro de regras e os movimentos, decididos com dados multifacetados. É tão louco quanto parece * Tangerine Dream O clima de suspense extraterreno da série não seria possível sem a vinheta de abertura, com trilha da dupla Survive. Nela, há o som dos sintetizadores eletrônicos, que despontaram na música nos anos 1980. Caso tenho se interessado, ouça a banda Tangerine Dream, precursora da sinth music Disponível no Spotify * "Os Goonies" Se a sua mãe não te deixava assistir à Sessão da Tarde, talvez você tenha perdido esse filme, de 1985. Com clima de aventura e confusões que até Deus duvida, um grupo de crianças encontra um mapa do tesouro no sótão e sai à caça. Indiana Jones para crianças Disponível no Google Play (R$ 3,90) e no iTunes (US$ 3,99) * Silent Hill O game deve ter feito muita gente jogar com a luz acesa e a porta aberta. A produção é ambientada numa cidade abandonada, envolta em névoa, com clima de terror psicológico. Fez tanto sucesso que deu origem a filmes: "Terror em Silent Hill", de 2006, e "Silent Hill: Revelação 3D", de 2012. Jogue com a luz apagada, agora que você é crescido
saopaulo
Sete referências para você entrar no mundo de 'Stranger Things'RICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO A série "Stranger Things", do Netflix, chegou sem aviso e foi conquistando uma legião de fãs, que enxergam nela fórmulas consagradas em produções feitas dos anos 1970 para cá. A sãopaulo selecionou sete delas para você ouvir, jogar ou assistir, veja lista abaixo. * "E.T., o Extraterrestre" A obra mais conhecida de Steven Spielberg, de 1982, conta a história de um grupo de crianças do subúrbio americano que encontra um extraterrestre e tenta salvá-lo das mãos dos vilões do governo, enquanto o escondem de seus pais. Já viu algum roteiro parecido? Disponível no Netflix e no Google Play (R$ 3,90) * "O Labirinto do Fauno" Criadores da série, os irmãos Duffer já falaram sobre a influência do filme de Guilherme Del Toro, de 2006, na criação do monstro de "Stranger Things". O longa mistura elementos de histórias infantis e de terror, com monstros que parecem ter saído direto de baixo da sua cama Disponível no Google Play (R$ 3,90) e no iTunes (US$ 3,99) * "Contatos Imediatos de Terceiro Grau" Mais uma do universo de Spielberg. No filme, de 1977, um pai de família pressente a chegada de extraterrestres e se dedica a criar um modo de se comunicar com eles. Spoiler: ele usa um sintetizador eletrônico para realizar a tarefa Disponível no Netflix e no Google Play (R$ 3,90) * Dungeons & Dragons O jogo de RPG faz parte do universo "nerd" das crianças da série. O personagem Demogorgon, por exemplo, é uma das criaturas de D&D, lançado em 1974, no qual cada jogador encarna um personagem e segue um roteiro livre. A história é baseada em um livro de regras e os movimentos, decididos com dados multifacetados. É tão louco quanto parece * Tangerine Dream O clima de suspense extraterreno da série não seria possível sem a vinheta de abertura, com trilha da dupla Survive. Nela, há o som dos sintetizadores eletrônicos, que despontaram na música nos anos 1980. Caso tenho se interessado, ouça a banda Tangerine Dream, precursora da sinth music Disponível no Spotify * "Os Goonies" Se a sua mãe não te deixava assistir à Sessão da Tarde, talvez você tenha perdido esse filme, de 1985. Com clima de aventura e confusões que até Deus duvida, um grupo de crianças encontra um mapa do tesouro no sótão e sai à caça. Indiana Jones para crianças Disponível no Google Play (R$ 3,90) e no iTunes (US$ 3,99) * Silent Hill O game deve ter feito muita gente jogar com a luz acesa e a porta aberta. A produção é ambientada numa cidade abandonada, envolta em névoa, com clima de terror psicológico. Fez tanto sucesso que deu origem a filmes: "Terror em Silent Hill", de 2006, e "Silent Hill: Revelação 3D", de 2012. Jogue com a luz apagada, agora que você é crescido
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Arquitetos criam casinhas e até "passagem secreta" em armários para cães e gatos
LAURA MATTOS Colaboração para a sãopaulo A analista de suporte Marly Koto, 40, morava sozinha em seu apartamento de 53 m², no Butantã (zona oeste). Em 2011, decidiu trazer Fred para lhe fazer companhia, mas o gato persa ficava só a maior parte do dia, quando Marly estava trabalhando. Assim, em 2012, chegou a gata da raça himalaio Safira. Os bichanos logo aprenderam a dividir o espaço. A família vivia em paz e parecia completa até que o shih tzu Ozzy adentrou a porta, em 2015, para colocar um pouco de rock'n roll nessa bossa nova. "Eu sempre quis ter um cachorro", conta Marly. Ela pesquisou que raça poderia se dar melhor com os gatos, mas os primeiros dias pareciam cenas de "Tom & Jerry". "O filhote é brincalhão, agitado, e os gatos estranharam muito. Ele perseguia os dois, que corriam para baixo da minha cama, mas sempre eram alcançados. Com medo, ficavam isolados na varanda fechada e até deixaram de usar a caixinha de areia." A relação melhorou com o adestramento de Ozzy, mas Marly percebeu que Fred e Safira precisavam se sentir mais seguros. Assim, ela, que nunca havia pensado em reforma, encarou uma transformação completa do apartamento, em que cada detalhe foi pensado para a harmonia entre os "filhos". O projeto foi elaborado por duas designers que se especializaram em soluções para ambientes com pets: Daniella Stecconi, cuja primeira formação é biologia, e Simone Fogassa, dona de um gatil. "A princípio, pets e decoração são inimigos, mas isso acaba com adestramento e um projeto que leve os humanos e os animais em consideração", explica Daniella. Na casa de Marly, elas se concentraram em criar refúgios para os gatos. A estante da sala virou um bunker. Vários nichos, de diferentes alturas, abertos ou fechados, se interligam por passagens internas. Até atrás da TV eles podem passear sem o risco do contato com os fios. O aparelho foi instalado em um painel pivotante e, por trás dele, formou-se um corredor para Fred e Safira. Além disso, a varanda, a sala e dois quartos do apartamento são cercados por prateleiras em diferentes alturas -nenhuma ao alcance de Ozzy!- e por pontes pênseis. Nem as paredes são limites para o "circuito aéreo". Pequenos buracos foram feitos para que os gatos possam pular de um cômodo para o outro. No quarto das "crianças", um papel de parede com árvores confere um ar "selvagem" ao circuito de prateleiras e pontes. Em cima de um balcão, um nicho com uma pequena porta esconde a caixinha de areia, dando privacidade para Fred e Safira usarem o banheiro e reduzindo o odor. Ozzy também teve seus benefícios: um móvel da sala funciona como mesa de canto e casinha para ele. Por uma porta, acessa os brinquedos e a cama, mas o que ele gosta mesmo é da cama da "mãe". Como tem dificuldades para alcançá-la, ganhou uma escadinha, embutida no criado-mudo. Afinal, como disse certa vez um político, cachorro também é gente. * PROJETO Decor In - Interior e Design Daniella Stecconi e Simone Fogassa Tel. 3733-4437 e 4105-1946
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Arquitetos criam casinhas e até "passagem secreta" em armários para cães e gatosLAURA MATTOS Colaboração para a sãopaulo A analista de suporte Marly Koto, 40, morava sozinha em seu apartamento de 53 m², no Butantã (zona oeste). Em 2011, decidiu trazer Fred para lhe fazer companhia, mas o gato persa ficava só a maior parte do dia, quando Marly estava trabalhando. Assim, em 2012, chegou a gata da raça himalaio Safira. Os bichanos logo aprenderam a dividir o espaço. A família vivia em paz e parecia completa até que o shih tzu Ozzy adentrou a porta, em 2015, para colocar um pouco de rock'n roll nessa bossa nova. "Eu sempre quis ter um cachorro", conta Marly. Ela pesquisou que raça poderia se dar melhor com os gatos, mas os primeiros dias pareciam cenas de "Tom & Jerry". "O filhote é brincalhão, agitado, e os gatos estranharam muito. Ele perseguia os dois, que corriam para baixo da minha cama, mas sempre eram alcançados. Com medo, ficavam isolados na varanda fechada e até deixaram de usar a caixinha de areia." A relação melhorou com o adestramento de Ozzy, mas Marly percebeu que Fred e Safira precisavam se sentir mais seguros. Assim, ela, que nunca havia pensado em reforma, encarou uma transformação completa do apartamento, em que cada detalhe foi pensado para a harmonia entre os "filhos". O projeto foi elaborado por duas designers que se especializaram em soluções para ambientes com pets: Daniella Stecconi, cuja primeira formação é biologia, e Simone Fogassa, dona de um gatil. "A princípio, pets e decoração são inimigos, mas isso acaba com adestramento e um projeto que leve os humanos e os animais em consideração", explica Daniella. Na casa de Marly, elas se concentraram em criar refúgios para os gatos. A estante da sala virou um bunker. Vários nichos, de diferentes alturas, abertos ou fechados, se interligam por passagens internas. Até atrás da TV eles podem passear sem o risco do contato com os fios. O aparelho foi instalado em um painel pivotante e, por trás dele, formou-se um corredor para Fred e Safira. Além disso, a varanda, a sala e dois quartos do apartamento são cercados por prateleiras em diferentes alturas -nenhuma ao alcance de Ozzy!- e por pontes pênseis. Nem as paredes são limites para o "circuito aéreo". Pequenos buracos foram feitos para que os gatos possam pular de um cômodo para o outro. No quarto das "crianças", um papel de parede com árvores confere um ar "selvagem" ao circuito de prateleiras e pontes. Em cima de um balcão, um nicho com uma pequena porta esconde a caixinha de areia, dando privacidade para Fred e Safira usarem o banheiro e reduzindo o odor. Ozzy também teve seus benefícios: um móvel da sala funciona como mesa de canto e casinha para ele. Por uma porta, acessa os brinquedos e a cama, mas o que ele gosta mesmo é da cama da "mãe". Como tem dificuldades para alcançá-la, ganhou uma escadinha, embutida no criado-mudo. Afinal, como disse certa vez um político, cachorro também é gente. * PROJETO Decor In - Interior e Design Daniella Stecconi e Simone Fogassa Tel. 3733-4437 e 4105-1946
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Painel FC: Seleção brasileira terá apenas uma semana de treino para a Copa América
A seleção brasileira fará uma preparação mínima para a Copa América no Chile, primeira competição oficial após o fiasco no Mundial-2014. O planejamento da comissão técnica prevê apenas uma semana de treinamentos antes da estreia, contra o Peru, dia 14 ... Leia post completo no blog
esporte
Painel FC: Seleção brasileira terá apenas uma semana de treino para a Copa AméricaA seleção brasileira fará uma preparação mínima para a Copa América no Chile, primeira competição oficial após o fiasco no Mundial-2014. O planejamento da comissão técnica prevê apenas uma semana de treinamentos antes da estreia, contra o Peru, dia 14 ... Leia post completo no blog
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Alcatel apresenta relógio inteligente de baixo custo; veja impressões
Depois da enxurrada de relógios inteligentes entre os grandes fabricantes no ano passado, nomes menos glamorosos começam a chegar ao segmento. E a oferecer boas opções sem fazer o bolso sangrar. Um deles é o Alcatel OneTouch Watch, primeiro relógio da empresa, lançado na CES, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo. Num teste rápido, ele agradou. O visual é redondo, parecido com o Moto 360, e as dimensões, pequenas, graças a uma tela com 1,22 polegada de diâmetro. No braço, fica mais parecido com um relógio de verdade do que um dispositivo de "Power Rangers", como acontece com modelos da Samsung e da Asus. A pulseira do modelo testado era de plástico. Serão três disponíveis: dois de plástico com jeito esportivo (um deles mais feminino) e um com pulseira metalizada. Na pulseira, também fica uma conexão USB para carregar a bateria —que segundo o representante da companhia no estande dura entre dois e cinco dias. Especula-se, por exemplo, que o Apple Watch precise ser carregado diariamente. No software, ele utiliza um sistema operacional próprio e se conecta via Bluetooth tanto com Android (4.3 ou mais recente) como com iOS (a partir do 7). Ele conta apenas com 12 apps embarcados, todos bem básicos, como "pedômetro", "alarme" e "música". O melhor de todos é o de notificações, que avisa o que acontece no smartphone, como ligações, mensagens e posts em redes sociais. Não é possível instalar outros apps. No rápido teste da reportagem, ele deu algumas engasgadas na transição de apps e na movimentação da tela. A interface é colorida e permite diversas formas de personalização, incluindo determinar fotos para o plano de fundo. Uma das soluções interessantes fica por conta do botão "home". A fabricante manteve no vidro os números 3, 6, 9 e 12, como se fosse um relógio de ponteiros. O 6 é o botão home. O OneTouch chega em março nos EUA por US$ 150, preço que pode garantir um bom espaço para a Alcatel no mercado. Esse pode ser o primeiro relógio inteligente de muita gente. E o valor é compatível com o que oferece. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung.
tec
Alcatel apresenta relógio inteligente de baixo custo; veja impressõesDepois da enxurrada de relógios inteligentes entre os grandes fabricantes no ano passado, nomes menos glamorosos começam a chegar ao segmento. E a oferecer boas opções sem fazer o bolso sangrar. Um deles é o Alcatel OneTouch Watch, primeiro relógio da empresa, lançado na CES, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo. Num teste rápido, ele agradou. O visual é redondo, parecido com o Moto 360, e as dimensões, pequenas, graças a uma tela com 1,22 polegada de diâmetro. No braço, fica mais parecido com um relógio de verdade do que um dispositivo de "Power Rangers", como acontece com modelos da Samsung e da Asus. A pulseira do modelo testado era de plástico. Serão três disponíveis: dois de plástico com jeito esportivo (um deles mais feminino) e um com pulseira metalizada. Na pulseira, também fica uma conexão USB para carregar a bateria —que segundo o representante da companhia no estande dura entre dois e cinco dias. Especula-se, por exemplo, que o Apple Watch precise ser carregado diariamente. No software, ele utiliza um sistema operacional próprio e se conecta via Bluetooth tanto com Android (4.3 ou mais recente) como com iOS (a partir do 7). Ele conta apenas com 12 apps embarcados, todos bem básicos, como "pedômetro", "alarme" e "música". O melhor de todos é o de notificações, que avisa o que acontece no smartphone, como ligações, mensagens e posts em redes sociais. Não é possível instalar outros apps. No rápido teste da reportagem, ele deu algumas engasgadas na transição de apps e na movimentação da tela. A interface é colorida e permite diversas formas de personalização, incluindo determinar fotos para o plano de fundo. Uma das soluções interessantes fica por conta do botão "home". A fabricante manteve no vidro os números 3, 6, 9 e 12, como se fosse um relógio de ponteiros. O 6 é o botão home. O OneTouch chega em março nos EUA por US$ 150, preço que pode garantir um bom espaço para a Alcatel no mercado. Esse pode ser o primeiro relógio inteligente de muita gente. E o valor é compatível com o que oferece. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung.
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'Luto' de canguru macho por fêmea à beira da morte foi motivado por desejo sexual
A cena de um canguru macho embalando uma fêmea à beira da morte estampou os principais jornais da Austrália na semana passada e foi amplamente compartilhada nas redes sociais. Mas um especialista diz que o suposto ato de compaixão não foi motivado por luto, mas sim desejo sexual. Segundo Mark Eldridge, pesquisador-chefe do Museu Australiano, o canguru macho estava tentando erguer a fêmea para acasalar com ela. Ele acrescentou que não há qualquer prova de que cangurus 'choram' pelos mortos. "A prova está ali na própria imagem. Olhe atentamente para o aparelho genital do animal", sugeriu Eldridge. Outra constatação é de que os antebraços do canguru aparentam estar úmidos, uma evidência de que ele estaria se lambendo para evitar superaquecimento, disse Eldrigde. Segundo especialista, canguru macho estava tentando erguer fêmea para acasalar com ela "Provavelmente, toda a situação é desconcertante e frustrante para ele, porque ele está com calor e incomodado", disse ele à BBC. Os cangurus não possuem vínculos - os machos estabelecem uma hierarquia entre eles por meio de disputas e o mais forte tem acesso primeiro às fêmeas. Eldrigde acrescentou que o filhote que aparece na imagem provavelmente não percebeu que sua mãe estava morta e talvez ainda queira ser amamentado. Mas o especialista disse ser difícil saber se o filhote sentiria tristeza pela morte da mãe. "Há uma forte ligação entre a mãe e o filhote, mas é difícil atribuir emoções a esse tipo de situação", disse ele. "Há provas cada vez mais contundentes desse tipo de comportamento em mamíferos mais inteligentes como macacos e elefantes, mas não há evidência clara nos cangurus". Leia também: Menino amputa própria mão para se 'desculpar' por insulto a Maomé e vira 'herói' no Paquistão Evan Switzer, fotógrafo amador que registrou a imagem, disse que a explicação de Eldridge "responde a alguns questionamentos". "Me perguntava por que os braços do canguru estavam tão escuros e úmidos", disse Switzer, que se deparou com os cangurus quando passeava com seu cão. Ele contou que o macho tentou repetidamente erguer a fêmea com os braços, mas ela acabou caindo no chão. As imagens causaram comoção e foram amplamente compartilhadas nas redes sociais. O jornal australiano Brisbane Courier Mail publicou a foto em sua primeira página na última quinta-feira, com o título "Tender-roo" (um trocadilho com as palavras tender (terno) e kangaroo (canguru) em inglês).
bbc
'Luto' de canguru macho por fêmea à beira da morte foi motivado por desejo sexualA cena de um canguru macho embalando uma fêmea à beira da morte estampou os principais jornais da Austrália na semana passada e foi amplamente compartilhada nas redes sociais. Mas um especialista diz que o suposto ato de compaixão não foi motivado por luto, mas sim desejo sexual. Segundo Mark Eldridge, pesquisador-chefe do Museu Australiano, o canguru macho estava tentando erguer a fêmea para acasalar com ela. Ele acrescentou que não há qualquer prova de que cangurus 'choram' pelos mortos. "A prova está ali na própria imagem. Olhe atentamente para o aparelho genital do animal", sugeriu Eldridge. Outra constatação é de que os antebraços do canguru aparentam estar úmidos, uma evidência de que ele estaria se lambendo para evitar superaquecimento, disse Eldrigde. Segundo especialista, canguru macho estava tentando erguer fêmea para acasalar com ela "Provavelmente, toda a situação é desconcertante e frustrante para ele, porque ele está com calor e incomodado", disse ele à BBC. Os cangurus não possuem vínculos - os machos estabelecem uma hierarquia entre eles por meio de disputas e o mais forte tem acesso primeiro às fêmeas. Eldrigde acrescentou que o filhote que aparece na imagem provavelmente não percebeu que sua mãe estava morta e talvez ainda queira ser amamentado. Mas o especialista disse ser difícil saber se o filhote sentiria tristeza pela morte da mãe. "Há uma forte ligação entre a mãe e o filhote, mas é difícil atribuir emoções a esse tipo de situação", disse ele. "Há provas cada vez mais contundentes desse tipo de comportamento em mamíferos mais inteligentes como macacos e elefantes, mas não há evidência clara nos cangurus". Leia também: Menino amputa própria mão para se 'desculpar' por insulto a Maomé e vira 'herói' no Paquistão Evan Switzer, fotógrafo amador que registrou a imagem, disse que a explicação de Eldridge "responde a alguns questionamentos". "Me perguntava por que os braços do canguru estavam tão escuros e úmidos", disse Switzer, que se deparou com os cangurus quando passeava com seu cão. Ele contou que o macho tentou repetidamente erguer a fêmea com os braços, mas ela acabou caindo no chão. As imagens causaram comoção e foram amplamente compartilhadas nas redes sociais. O jornal australiano Brisbane Courier Mail publicou a foto em sua primeira página na última quinta-feira, com o título "Tender-roo" (um trocadilho com as palavras tender (terno) e kangaroo (canguru) em inglês).
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COI recomenda escolha simultânea dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028
O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou nesta sexta-feira (9) que seu comitê executivo recomendou que a definição das sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028 seja feita em setembro, em Lima. Inicialmente, a sessão do comitê elegeria somente a sede de 2024, mas a falta de candidatos e as potentes campanhas de Paris e Los Angeles –únicas concorrentes restantes– têm ocasionado uma mudança de rota. A eleição para a edição de 2028 ocorreria somente daqui a quatro anos. A ratificação da dupla escolha de sedes deve ocorrer nos dias 11 e 12 de julho, em Lausanne (Suíça), em sessão extraordinária do COI. O encontro em Lima deve servir apenas para definir qual será a ordem dos Jogos. "Ter duas grandes cidades dois grandes países, dois candidatos que são entusiastas e promotores dos Jogos Olímpicos e do espírito olímpico... Isto representa uma oportunidade de ouro para os Jogos", afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, nesta sexta-feira em Lausanne. Bach chamou a situação de "grande sinal estabilidade" por ter duas metrópoles interessadas. Mas a verdade é que a possibilidade de designar duas sedes em apenas uma ocasião é uma oportunidade de o COI evitar constrangimentos recentes de evasão de candidaturas. Para os Jogos de 2024, por exemplo, Roma, Budapeste e Hamburgo deixaram a concorrência em meio ao processo. Até mesmo Los Angeles não era a primeira opção norte-americana. Boston, que era a escolha inicial, desistiu da disputa. A sede dos Jogos de 2028 deve receber alguns incentivos: maior fatia na divisão de eventuais lucros dos e flexibilidades no contrato de cidade-sede.
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COI recomenda escolha simultânea dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou nesta sexta-feira (9) que seu comitê executivo recomendou que a definição das sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028 seja feita em setembro, em Lima. Inicialmente, a sessão do comitê elegeria somente a sede de 2024, mas a falta de candidatos e as potentes campanhas de Paris e Los Angeles –únicas concorrentes restantes– têm ocasionado uma mudança de rota. A eleição para a edição de 2028 ocorreria somente daqui a quatro anos. A ratificação da dupla escolha de sedes deve ocorrer nos dias 11 e 12 de julho, em Lausanne (Suíça), em sessão extraordinária do COI. O encontro em Lima deve servir apenas para definir qual será a ordem dos Jogos. "Ter duas grandes cidades dois grandes países, dois candidatos que são entusiastas e promotores dos Jogos Olímpicos e do espírito olímpico... Isto representa uma oportunidade de ouro para os Jogos", afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, nesta sexta-feira em Lausanne. Bach chamou a situação de "grande sinal estabilidade" por ter duas metrópoles interessadas. Mas a verdade é que a possibilidade de designar duas sedes em apenas uma ocasião é uma oportunidade de o COI evitar constrangimentos recentes de evasão de candidaturas. Para os Jogos de 2024, por exemplo, Roma, Budapeste e Hamburgo deixaram a concorrência em meio ao processo. Até mesmo Los Angeles não era a primeira opção norte-americana. Boston, que era a escolha inicial, desistiu da disputa. A sede dos Jogos de 2028 deve receber alguns incentivos: maior fatia na divisão de eventuais lucros dos e flexibilidades no contrato de cidade-sede.
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Baixo Manhattan: O personagem gay que choca o horário nobre da televisão americana
Se a produtora e roteirista Shonda Rhimes comandasse um estúdio de Hollywood, o mantra da escassez da diversidade racial e de outras minorias dentro da indústria de entretenimento teria pouco eco. Nas noites de quinta-feira, pela emissora ABC, que pertence ... Leia post completo no blog
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Baixo Manhattan: O personagem gay que choca o horário nobre da televisão americanaSe a produtora e roteirista Shonda Rhimes comandasse um estúdio de Hollywood, o mantra da escassez da diversidade racial e de outras minorias dentro da indústria de entretenimento teria pouco eco. Nas noites de quinta-feira, pela emissora ABC, que pertence ... Leia post completo no blog
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Governo federal atrasa pagamento de livros didáticos a editoras
Sem dinheiro em caixa, o MEC (Ministério da Educação) está atrasando o pagamento a editoras pela compra de livros didáticos de ensinos médio e fundamental. Segundo as editoras, há o risco de a auto-intitulada Pátria Educadora, slogan escolhido pelo governo Dilma Rousseff para o segundo mandato da petista, não conseguir entregar parte dos livros no ano que vem. O governo descarta a hipótese, mas não comenta os atrasos. A Folha apurou que as empresas trabalham com uma dívida na casa dos R$ 600 milhões, valor que inclui despesas de remessa por Correios e programas de distribuição de livros para a rede pública. Levantamento feito no sistema de acompanhamento de gastos federais mostra que os livros entregues até outubro somavam uma despesa de R$ 545,8 milhões. Disso, o MEC pagou apenas R$ 106,4 milhões, num descompasso sem precedente recente. Não há especificação a qual programa esses valores se referem, mas o valor bate com o que empresários do setor trabalham sobre a rubrica de livros de ensino médio. Editores ouvidos pela Folha, que preferem não se identificar por temer represálias em um mercado regulado, descrevem dificuldades. Há, dizem eles, dívidas pendentes com gráficas, e a falta de capacidade de obter empréstimos bancários, devido à falta de garantias financeiras, ameaça o fechamento da folha de pagamento neste fim de ano. O MEC diz que o dinheiro para a compra de livros "está empenhado" -em jargão burocrático, previsto no Orçamento, o que não garante sua execução, em especial em tempos de ajuste fiscal. Neste ano, o governo encomendou 120,8 milhões de livros para 2016, entre exemplares para os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio. Mas ainda faltam ser entregues 20,5 milhões dos 47 milhões de livros para as séries entre o 1º e o 5º ano. Infográfico: Governo atrasa pagamentos por livros didáticos "Há risco real de não haver entrega completa de livros para o próximo ano letivo. Várias editoras já pediram postergação [do prazo para a entrega] ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ligado ao MEC)", disse o vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares), Mario Ghio. A entidade representa 19 editoras de didáticos de ensino básico, ou 95% dos livros do programa federal. Responsável pela seleção e compra dos livros no governo, o FNDE nega risco de atraso e diz que o processo ocorre "dentro da normalidade". A crise, de todo modo, é generalizada. Na rubrica de pagamentos de livros do ensino médio, gigantes como a FTD e a Moderna tinham a receber até outubro, respectivamente, 58% e 70% dos pouco mais de R$ 40 milhões que o governo devia a cada uma delas. Casas menores estavam em situação até pior: o governo deve 86% dos R$ 9 milhões que a Global deveria receber do FNDE no mesmo quesito. A Abigraf Nacional (Associação da Indústria Gráfica) disse que o assunto não está sendo acompanhado. OUTRO LADO O governo diz que a liberação de recursos para a compra de livros ocorre "dentro da normalidade", mas não comenta o baixo nível de pagamentos registrado no ano. Descarta que possa haver falta de livros no ano que vem. Por meio de nota, o FNDE informou que "empenhou os recursos" para a compra de material didático para a rede pública -o dinheiro foi previsto e reservado no Orçamento, mas não que foi pago. normalidade Neste ano, o volume de livros chegou a 120,8 milhões, entre obras para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio. Desse total, 20,5 milhões ainda não foram entregues. Sobre o atraso na entrega dos livros, o FNDE disse que o processo ocorre em etapas. "A primeira e a segunda ocorreram normalmente. A terceira está em andamento", disse. O fundo diz ainda que a entrega ocorre "dentro da normalidade".
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Governo federal atrasa pagamento de livros didáticos a editorasSem dinheiro em caixa, o MEC (Ministério da Educação) está atrasando o pagamento a editoras pela compra de livros didáticos de ensinos médio e fundamental. Segundo as editoras, há o risco de a auto-intitulada Pátria Educadora, slogan escolhido pelo governo Dilma Rousseff para o segundo mandato da petista, não conseguir entregar parte dos livros no ano que vem. O governo descarta a hipótese, mas não comenta os atrasos. A Folha apurou que as empresas trabalham com uma dívida na casa dos R$ 600 milhões, valor que inclui despesas de remessa por Correios e programas de distribuição de livros para a rede pública. Levantamento feito no sistema de acompanhamento de gastos federais mostra que os livros entregues até outubro somavam uma despesa de R$ 545,8 milhões. Disso, o MEC pagou apenas R$ 106,4 milhões, num descompasso sem precedente recente. Não há especificação a qual programa esses valores se referem, mas o valor bate com o que empresários do setor trabalham sobre a rubrica de livros de ensino médio. Editores ouvidos pela Folha, que preferem não se identificar por temer represálias em um mercado regulado, descrevem dificuldades. Há, dizem eles, dívidas pendentes com gráficas, e a falta de capacidade de obter empréstimos bancários, devido à falta de garantias financeiras, ameaça o fechamento da folha de pagamento neste fim de ano. O MEC diz que o dinheiro para a compra de livros "está empenhado" -em jargão burocrático, previsto no Orçamento, o que não garante sua execução, em especial em tempos de ajuste fiscal. Neste ano, o governo encomendou 120,8 milhões de livros para 2016, entre exemplares para os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio. Mas ainda faltam ser entregues 20,5 milhões dos 47 milhões de livros para as séries entre o 1º e o 5º ano. Infográfico: Governo atrasa pagamentos por livros didáticos "Há risco real de não haver entrega completa de livros para o próximo ano letivo. Várias editoras já pediram postergação [do prazo para a entrega] ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ligado ao MEC)", disse o vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares), Mario Ghio. A entidade representa 19 editoras de didáticos de ensino básico, ou 95% dos livros do programa federal. Responsável pela seleção e compra dos livros no governo, o FNDE nega risco de atraso e diz que o processo ocorre "dentro da normalidade". A crise, de todo modo, é generalizada. Na rubrica de pagamentos de livros do ensino médio, gigantes como a FTD e a Moderna tinham a receber até outubro, respectivamente, 58% e 70% dos pouco mais de R$ 40 milhões que o governo devia a cada uma delas. Casas menores estavam em situação até pior: o governo deve 86% dos R$ 9 milhões que a Global deveria receber do FNDE no mesmo quesito. A Abigraf Nacional (Associação da Indústria Gráfica) disse que o assunto não está sendo acompanhado. OUTRO LADO O governo diz que a liberação de recursos para a compra de livros ocorre "dentro da normalidade", mas não comenta o baixo nível de pagamentos registrado no ano. Descarta que possa haver falta de livros no ano que vem. Por meio de nota, o FNDE informou que "empenhou os recursos" para a compra de material didático para a rede pública -o dinheiro foi previsto e reservado no Orçamento, mas não que foi pago. normalidade Neste ano, o volume de livros chegou a 120,8 milhões, entre obras para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio. Desse total, 20,5 milhões ainda não foram entregues. Sobre o atraso na entrega dos livros, o FNDE disse que o processo ocorre em etapas. "A primeira e a segunda ocorreram normalmente. A terceira está em andamento", disse. O fundo diz ainda que a entrega ocorre "dentro da normalidade".
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No monitoramento a Eike, MPF identificou 'jato suspeito' nos EUA
O monitoramento feito pelas autoridades brasileiras para evitar uma eventual fuga do empresário Eike Batista detectou um jato particular que apresentava "plano de voo suspeito". Eike foi monitorado por policiais federais em Nova York e agentes norte-americanos. A mobilização só foi concluída quando a porta do avião foi fechada e a lista de passageiros, conferida. O empresário foi preso ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira (30) e levado para o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Ele é suspeito de pagar uma propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral. "Procuradores no Rio e na Procuradoria Geral da República (PGR) checaram planos de voo de vários jatos brasileiros que poderiam estar nos Estados Unidos e auxiliar numa fuga, em especial um que partiu na mesma data do voo de saída do Rio e teve um plano de voo suspeito", afirmou a procuradoria em nota. A preocupação com o empresário era acentuada porque ele também tem nacionalidade alemã. Se conseguisse chegar ao país europeu, a extradição seria dificultada. O monitoramento era importante porque, segundo o MPF, "o mandado de prisão com difusão vermelha da Interpol não é suficiente para prisão nos EUA". A PGR já tinha pronto um pedido de prisão preventiva a ser traduzido, com declaração juramentada, para que uma eventual detenção por agentes norte-americanos pudesse ser efetuada. "O retorno voluntário antecipou uma prisão que seria inevitável aqui ou nos Estados Unidos, e essa custodia se mostra necessária no momento para garantia da ordem pública e da instrução criminal", afirmou na nota o procurador regional da República José Augusto Vagos, da Força-tarefa Lava Jato no Rio. A procuradoria voltou a negar que negociou condições para o retorno de Eike. A defesa do empresário queria garantir que ele ficasse num presídio seguro. O Ary Franco está superlotado e seu fechamento já foi solicitado pela ONU e pela Defensoria Pública.
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No monitoramento a Eike, MPF identificou 'jato suspeito' nos EUAO monitoramento feito pelas autoridades brasileiras para evitar uma eventual fuga do empresário Eike Batista detectou um jato particular que apresentava "plano de voo suspeito". Eike foi monitorado por policiais federais em Nova York e agentes norte-americanos. A mobilização só foi concluída quando a porta do avião foi fechada e a lista de passageiros, conferida. O empresário foi preso ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira (30) e levado para o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Ele é suspeito de pagar uma propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral. "Procuradores no Rio e na Procuradoria Geral da República (PGR) checaram planos de voo de vários jatos brasileiros que poderiam estar nos Estados Unidos e auxiliar numa fuga, em especial um que partiu na mesma data do voo de saída do Rio e teve um plano de voo suspeito", afirmou a procuradoria em nota. A preocupação com o empresário era acentuada porque ele também tem nacionalidade alemã. Se conseguisse chegar ao país europeu, a extradição seria dificultada. O monitoramento era importante porque, segundo o MPF, "o mandado de prisão com difusão vermelha da Interpol não é suficiente para prisão nos EUA". A PGR já tinha pronto um pedido de prisão preventiva a ser traduzido, com declaração juramentada, para que uma eventual detenção por agentes norte-americanos pudesse ser efetuada. "O retorno voluntário antecipou uma prisão que seria inevitável aqui ou nos Estados Unidos, e essa custodia se mostra necessária no momento para garantia da ordem pública e da instrução criminal", afirmou na nota o procurador regional da República José Augusto Vagos, da Força-tarefa Lava Jato no Rio. A procuradoria voltou a negar que negociou condições para o retorno de Eike. A defesa do empresário queria garantir que ele ficasse num presídio seguro. O Ary Franco está superlotado e seu fechamento já foi solicitado pela ONU e pela Defensoria Pública.
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Médico pode ser preso após comparar presidente turco com Gollum
Um tribunal da Turquia ordenou a realização de uma perícia para analisar se representa um crime sugerir haver uma semelhança física entre o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, e Gollum, um dos mais famosos personagens da trilogia de "O Senhor dos Anéis", informou nesta quarta-feira (2) o jornal "Cumhuriyet". O tribunal deve decidir se o médico Bilgin Çiftçi cometeu um crime de "insulto ao presidente" por compartilhar nas redes sociais uma montagem que compara as expressões faciais de Erdogan com as de Gollum, uma figura central dos livros escritos por J.R.R. Tolkien, que fizeram posteriormente um grande sucesso no cinema. Usuários do Twitter compartilharam montagem feita por médico A acusação pede dois anos de prisão para o médico, mas a defesa alega que Gollum não é um personagem malvado e, por isso, o crime de insulto não se configura. O juiz e o promotor de Aydin, a cidade no oeste da Turquia onde ocorre o julgamento, admitiram que não tinham visto os famosos filmes. Por isso, decidiu-se por realizar uma perícia, que deve ser elaborada por uma equipe de dois acadêmicos, dois psicólogos e um especialista em cinema. "Primeiro queríamos considerar o caso sob o prisma da liberdade de expressão, sublinhando que o Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo confirmou o direito a realizar caricaturas, inclusive ofensivas, de políticos, mas os juízes não levaram isso em consideração", explicou o advogado de defesa, Hicran Danisman, ao jornal "Cumhuriyet". "Assim, o julgamento se transformou em uma tragicomédia. Nossa defesa também é cômica. Começaram a julgar Gollum. Nas próximas sessões, não defenderei meu cliente, mas sim Gollum", concluiu Danisman. O julgamento foi adiado para fevereiro para esperar a perícia sobre o personagem de Tolkien. Antes mesmo da sentença, porém, o acusado foi afastado de seu cargo de funcionário público como uma medida disciplinar determinada pelo Conselho de Saúde da Turquia.
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Médico pode ser preso após comparar presidente turco com GollumUm tribunal da Turquia ordenou a realização de uma perícia para analisar se representa um crime sugerir haver uma semelhança física entre o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, e Gollum, um dos mais famosos personagens da trilogia de "O Senhor dos Anéis", informou nesta quarta-feira (2) o jornal "Cumhuriyet". O tribunal deve decidir se o médico Bilgin Çiftçi cometeu um crime de "insulto ao presidente" por compartilhar nas redes sociais uma montagem que compara as expressões faciais de Erdogan com as de Gollum, uma figura central dos livros escritos por J.R.R. Tolkien, que fizeram posteriormente um grande sucesso no cinema. Usuários do Twitter compartilharam montagem feita por médico A acusação pede dois anos de prisão para o médico, mas a defesa alega que Gollum não é um personagem malvado e, por isso, o crime de insulto não se configura. O juiz e o promotor de Aydin, a cidade no oeste da Turquia onde ocorre o julgamento, admitiram que não tinham visto os famosos filmes. Por isso, decidiu-se por realizar uma perícia, que deve ser elaborada por uma equipe de dois acadêmicos, dois psicólogos e um especialista em cinema. "Primeiro queríamos considerar o caso sob o prisma da liberdade de expressão, sublinhando que o Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo confirmou o direito a realizar caricaturas, inclusive ofensivas, de políticos, mas os juízes não levaram isso em consideração", explicou o advogado de defesa, Hicran Danisman, ao jornal "Cumhuriyet". "Assim, o julgamento se transformou em uma tragicomédia. Nossa defesa também é cômica. Começaram a julgar Gollum. Nas próximas sessões, não defenderei meu cliente, mas sim Gollum", concluiu Danisman. O julgamento foi adiado para fevereiro para esperar a perícia sobre o personagem de Tolkien. Antes mesmo da sentença, porém, o acusado foi afastado de seu cargo de funcionário público como uma medida disciplinar determinada pelo Conselho de Saúde da Turquia.
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De volta ao novo Masp: curador visita passado para pensar o futuro
RESUMO Diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa reconstitui características arquitetônicas do prédio de Lina Bo Bardi e explora o acervo do museu como passos iniciais para revigorá-lo. Em entrevista, o curador fala sobre seus planos, que incluem uma ambiciosa redefinição do lugar da arte popular na história da arte brasileira. * Em outubro do ano passado, quando assumiu a direção artística do Masp, Adriano Pedrosa tinha diante de si um mundo a ser decifrado e reconhecido. Embora trate-se do museu mais famoso do Brasil, com a sempre festejada "maior coleção de arte ocidental do hemisfério Sul", a história do Masp, ao longo dos anos, foi-se tornando um tanto mais complexa e –à semelhança do edifício de Lina Bo Bardi– opaca. Nas duas frentes, Pedrosa optou por uma espécie de volta às origens como método para conferir sentido ao futuro. Ao mesmo tempo que remove paredes para restituir a transparência do prédio da avenida Paulista, empenha-se em desbastar e iluminar a história da instituição para discernir suas principais linhas de atuação. O Masp, como se sabe, foi fundado em 1947, numa iniciativa do empresário Assis Chateaubriand (1892-1968) e do jornalista e crítico italiano Pietro Maria Bardi (1900-99). Instalado inicialmente na rua 7 de Abril, no prédio dos Diários Associados (o império de comunicações de Chatô), funcionou depois na Fundação Armando Álvares Penteado, antes de chegar à avenida Paulista, em 1968. "O que me parece cada vez mais claro", diz o diretor, "é que havia um museu do Pietro Maria Bardi, que é afinal um homem do século 19, e um museu da Lina Bo Bardi [1914-92], uma mulher moderna, do século 20, quase que como tese e antítese". Enquanto traz parte do acervo à luz, em sucessivas exposições que irão culminar na reinstalação dos polêmicos cavaletes de vidro de Lina, Pedrosa parece já ter chegado a uma conclusão sobre o perfil das futuras mostras e o papel que o Masp poderá desempenhar. O curador pretende organizar exposições associadas a situações históricas –ou que contem "histórias"– e quer enfrentar o preconceito eurocêntrico e intelectual, ainda vigente, que relega a segundo plano a chamada arte "popular" e seus artistas, costumeiramente isolados sob o rótulo de primitivos ou "naïfs". A nova direção pretende também suprir uma lacuna do vasto acervo do museu: a ausência de uma coleção de arte indígena. Pedrosa diz estar negociando a transferência de acervos para a instituição, mas prefere manter sigilo. * Folha - Neste primeiro ano, você está levando à frente um processo de restituição da arquitetura original do Masp e redefinição dos espaços expositivos. Você poderia descrever brevemente essa etapa? Adriano Pedrosa - Este é um ano para nós da direção artística compreendermos as origens e as histórias do museu, que, fundado em 1947, é algo muito profundo, denso, difícil de acessar. É um ano dedicado apenas a mostras dos acervos do museu. Não é possível traçar planos, projetos e programas sem essa compreensão, que por sinal será inescapavelmente parcial, pois há muitas versões, opiniões, sobre essas histórias e essas origens. O que me parece cada vez mais claro é que havia um museu do Pietro Maria Bardi, que é afinal um homem do século 19, e um museu da Lina Bo Bardi, uma mulher moderna, do século 20, quase que como tese e antítese, e que o Masp resultante era uma espécie de síntese, mas não uma síntese apaziguada, tranquila, finalizada, inconteste, mas uma síntese em fricção, em contraste. Isso fica muito claro em 1968, no Masp da Paulista, quando encontramos, por um lado, essa arquitetura crua, brutalista, áspera, sem acabamentos luxuosos, de vidro e concreto, o ar -condicionado aparente, o piso de borracha e, por outro lado, as belas ou finas artes, a melhor coleção de arte europeia do hemisfério Sul –de Rafael e Ticiano a Van Gogh, Gaugin, Renoir e tantos outros– instaladas cruamente nos cavaletes de vidro. Os cavaletes de vidro de Lina, que voltarão à cena, são polêmicos e nos fazem refletir sobre a "ideologia" arquitetônica do Masp e sua relação com a arte europeia. Os cavaletes de vidro são parte integral desse programa. Lina disse que eliminou "o esnobismo cultural tão querido pelos intelectuais e os arquitetos de hoje" e optou por soluções diretas, sem "os requintes evocativos e os contornos", de modo que "as obras de arte antiga não se acham expostas sobre veludo, como aconselham ainda hoje muitos especialistas em museologia, ou sobre tecidos da época, mas colocadas corajosamente sobre fundo neutro". É importante pensar os cavaletes dentro do programa arquitetônico do museu, um programa que é descolonizador e, por isso, pioneiro. A pergunta que o programa parece responder é como é possível encontrar uma maneira de apresentar ou contar uma história, ou várias histórias, em torno da arte, com um rico acervo europeu, sem replicar uma história europeia, um modelo europeu, tanto de história quanto de museu. É nesse sentido que o programa do Masp é descolonizador. O museu e a história da arte afinal constroem o mais profundo, devastador e sutil sistema de dominação dos últimos séculos, hierarquizando culturas, civilizações, territórios, classes sociais, a partir de um ponto de vista europeu. A história da arte ortodoxa é até hoje profundamente eurocêntrica; é uma história do gosto e predileção das elites, das classes dominantes, que por sua vez tem na Europa ou na "Euro-América" sua referência primordial. Nós vemos isso ainda hoje no Brasil, onde há um interesse muito maior pelas matrizes europeias do modernismo e do construtivismo, por exemplo, do que pelos temas e narrativas brasileiros. A concepção e a construção do Masp na avenida Paulista vai de 1957 a 1967, sendo que Lina vive na Bahia entre 1958 e 1964, período em que ela pôde aprofundar seu conhecimento e vivência com a arte "popular" brasileira. Há uma passagem dela muito reveladora no livro "Tempos de Grossura: o Design no Impasse", de 1994: "O reexame da história recente do país se impõe. O balanço da civilização brasileira 'popular' é necessário, mesmo se pobre à luz da alta cultura". "Este balanço não é o balanço do 'folklore', sempre paternalisticamente amparado pela cultura elevada, é o balanço 'visto do outro lado', o balanço participante. É o Aleijadinho e a cultura brasileira antes da Missão Francesa. É o nordestino do couro e das latas vazias, é o habitante das vilas, é o negro e índio. Uma massa que inventa, que traz uma contribuição indigesta, seca, dura de digerir." Não é à toa que a primeira exposição temporária inaugurada no museu da avenida Paulista em 1969, é justamente "A Mão do Povo Brasileiro", em torno de arte "popular". A montagem foi realizada no primeiro andar do museu, o que constituia uma fricção com a pinacoteca do segundo andar. Nós queremos revisitar essa exposição, refazê-la, sem obviamente construir uma réplica perfeita, o que seria impossível. Você está recuperando também a expografia criada por Lina para as outras sedes do museu, na rua 7 de Abril e na Faap? Quando compreendemos que o programa da arquitetura do Masp na Paulista é tão importante para o conceito e a vocação do museu, nós entendemos que seria preciso resgatá-lo, revisitá-lo, numa espécie de pesquisa arqueológica. Foi nesse sentido que recuperamos a transparência do subsolo, as vitrines do restaurante e da biblioteca. No primeiro andar, recuperamos a sala ampla, a planta livre, sem colunas ou painéis, pois quando eu cheguei havia ali uma expografia que compartimentava o espaço em várias salas menores. Não se trata de fazer um juízo sobre as escolhas antecedentes, pois cada gestão, cada curador, deve encontrar seu programa. Nós entendemos que, nesse processo, era importante revistar algumas expografias de Lina Bo Bardi que antecederam o Masp na Paulista –a da Faap, que reconstruímos no segundo subsolo do museu, e a da rua 7 de Abril, que reconstruímos no primeiro andar, ambas da década de de 1950. Manter os espaços amplos, a planta livre, a transparência, algo que tem também um princípio democrático, não é fácil, pois a primeira solução que se pensa é justamente a de construir paredes e fazer salas, o que de certa maneira facilita a vida do curador. Nesse processo, devo dizer que a exposição de Giancarlo Latorraca, "Maneiras de Expor: Arquitetura Expositiva de Lina Bo Bardi", no Museu da Casa Brasileira, em 2014, foi muito importante. Você teve alguma surpresa com o acervo do museu? Muitas surpresas, afinal são cerca de 10 mil objetos no acervo e mais de 200 mil documentos nos arquivos. Ainda não vi tudo. Em dezembro, 40 dias após chegar ao museu, nós começamos o projeto "Masp em Processo", que tinha tanto o lado do redescobrimento e arqueologia da arquitetura quanto a de exploração do acervo. Tratava-se de uma exposição em processo, uma espécie de ensaio de transição, sem lista de obras fechada, definitiva, e com a montagem aberta ao público, que poderia participar, sugerir obras para a exposição. Quase todos os dias Tomás Toledo, o curador assistente, e eu descíamos à reserva técnica para puxar os traineis onde se encontram as pinturas, para ver obras, e subíamos com algumas delas para o espaço. Assim fomos aos poucos nos aproximando delas, convivendo com elas, aprendendo com elas, um processo que continua agora com as exposições mais tradicionais, com listas de obras consolidadas. Eu, afinal, venho de um trabalho sobretudo com o contemporâneo, o final do século 20, e todas essas longas e profundas histórias do museu e de seu acervo são novas para mim. Agora, com as exposições de "Arte do Brasil até 1900" (curada com o Tomás) e "Arte do Brasil no Século 20" (curada com o Fernando Oliva e a Luiza Proença, que chegaram depois ao museu), e mais tarde com "Arte da França" e "Arte da Itália", temos a oportunidade de trabalhar com essas obras de maneira planejada, com uma lista de obras definida, e com as expografias da Lina. Nossa pesquisa também pode chegar a um outro patamar, trazendo documentos e fotografias dos arquivos relacionados aos artistas e às obras que são expostas ao lado delas, na mesma parede. Uma grande surpresa foi encontrar na biblioteca e no acervo esses arquivos tão extensos e ricos. Outra grande surpresa foi a coleção de 101 desenhos doada pelo médico psiquiatra Osório Cesar, que foi casado com Tarsila do Amaral, e trabalhou no Hospital do Juqueri. São desenhos extraordinários, feitos na Escola Livre de Artes Plásticas dirigida por Cesar no Juqueri, e nunca mostrados no Masp. Vamos fazer uma exposição deles em breve. Outras surpresas foram um conjunto de mais de cem obras doadas por León Ferrari ao museu e um um grupo de mais de cem vestidos, feitos entre 1968 e 1972, por artistas como Volpi, Barsotti, Lula Cardoso Ayres, Antonio Bandeira, Antonio Maluf, Nelson Leirner, Aldemir Martins, entre outros, da coleção Rhodia. Há também uma surpreendente coleção kitsch, com mais de 2.000 peças, doadas por Olney Krüse. Depois dessa fase, que tipo de mostra está nos planos da equipe, a partir do ano que vem? A partir do ano que vem, virão as exposições com empréstimos. Teremos mostras históricas, contemporâneas, coletivas, individuais. Eu tenho um interesse nesse sentido de "histórias", que em português pode apontar tanto para a história dos acontecimentos, das ideias, da arte, quanto para a ficção e a narrativa pessoal, daí a importância de seu caráter plural, aberto, em processo. Minha grande contribuição para o núcleo histórico da 24ª Bienal de São Paulo, em 1998, da qual fui curador-adjunto com o Paulo Herkenhoff, curador-chefe, foi inserir o "s" em seu título: "Antropofagia e Histórias de Canibalismo". Em 1996 eu fiz um catálogo com Valeska Soares cujo título era também "Histórias"; em 1999, no Reina Sofía, em Madri, eu curei "F[r]icciones", com Ivo Mesquita, que também falava dessa mescla entre o crítico, o ficcional e o histórico, a partir de Borges; novamente em 2012, curei uma exposição de Adriana Varejão que se chamava "Histórias às Margens"; e, no ano passado, "Histórias Mestiças", com Lilia Schwarcz. Pretendo agora continuar com essas histórias, não tanto contando-as, mas construindo-as em formato de exposição e livro-catálogo. Algumas histórias que precisam ser exploradas são as da escravidão, as histórias ameríndias, as histórias da colonização (é espantoso que a historiografia da arte brasileira tenha passado décadas falando de arte colonial e da Missão Francesa sem falar da violência da colonização), as histórias da sexualidade, as histórias do carnaval, as histórias da infância, as histórias da loucura. Vocês pretendem iniciar algum outro acervo nesse campo histórico? Temos interesse especial na arte indígena, e é de fato o único acervo que me pareceu essencial o Masp ter e que vamos iniciar. Neste momento, estamos negociando comodatos e doações com dois acervos. Apesar de inexistente no museu, esse acervo faz muito sentido, tendo em vista um histórico de exposições desde 1949, interrompido apenas em 1990. Ao longo desse período houve mostras como "Arte Indígena" (1949), "Amazônia" (1972), "Arte Kayapó" (1983), "A Visão Estereotipada do Índio do Brasil" (1983), "Alguns Índios" (de Eduardo Viveiros de Castro e Vanessa Lea, em 1983), "Arte Carajá" (1984), "Índios Yanomami" (1985), "Arte Indígena Kaxinawá" (1987), "A Maloca Marúbo" (1988), "Arte Plumária Indígena do Paraguai" (1989), "Armadilhas Indígenas" (1990) e "Projeto Xingu" (1990). Vamos retomar esse interesse, agora com um acervo, o que nos permitirá um engajamento mais continuado e profundo, inclusive com um curador-adjunto para trabalhar conosco. Há também um interesse particular no que antes se chamava arte popular, uma denominação perversa, que precisa ser revista e que mais uma vez está no histórico e na vocação do museu. Não apenas vamos fazer "A Mão do Povo Brasileiro" como temos interesse no que eu chamo de artistas visionários, aqueles autodidatas, muitas vezes reclusos e de origem humilde, que operam foram do circuito ortodoxo de arte moderna e contemporânea e da academia. Trata-se de uma denominação extensa, e descritiva, e me parece que simplesmente "artistas" seria o suficiente, mas o que queremos de fato é riscar de nosso vocabulário palavras como "primitivo", "naïf", "ingênuo", pois são denominações violentamente paternalistas, elitistas, preconceituosas, hierarquizantes, e que colocam o legado europeu das classes dominantes acima de todo o resto. Nesse sentido, temos interesse em alguns artistas que encontramos no acervo e que foram importantes para o museu: Agostinho Batista de Freitas (que não tínhamos na coleção apesar da grande ligação com Bardi, mas que recentemente conseguimos, por meio de uma doação do casal Lais e Telmo Porto), José Antonio da Silva, Maria Auxiliadora, Rafael Borjes e Cássio M'Boy. Pensamos também em reposicionar certos brasileiros, como Djanira da Motta e Silva, figura central na arte brasileira do século 20, mas que permanece absolutamente mal compreendida, esnobada pelo circuito. Recentemente recebemos uma doação extraordinária, de Orandi Momesso, de uma obra-prima da artista, "Vendedora de Flores", de 1947. Precisamos encontrar outras narrativas e leituras para o século 20, que não passem necessariamente pela abstração geométrica e pela crítica formalista e acadêmica e possam incluir figuras como Carybé, Aldemir Martins, Rubem Valentim, Mestre Didi, assim como arte indígena e arte "popular". É preciso, ainda, reposicionar a obra de artistas como Portinari, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro e mesmo Tarsila do Amaral, sem o tradicional foco excessivamente formalista e eurocêntrico. Com Tarsila, por exemplo, estamos negociando com o Art Instituto of Chicago uma parceria para uma exposição, em torno da Tarsila "popular". Isso tudo já é trabalho para muitos anos. MARCOS AUGUSTO GONÇALVES, 59, é editor da "Ilustríssima".
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De volta ao novo Masp: curador visita passado para pensar o futuroRESUMO Diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa reconstitui características arquitetônicas do prédio de Lina Bo Bardi e explora o acervo do museu como passos iniciais para revigorá-lo. Em entrevista, o curador fala sobre seus planos, que incluem uma ambiciosa redefinição do lugar da arte popular na história da arte brasileira. * Em outubro do ano passado, quando assumiu a direção artística do Masp, Adriano Pedrosa tinha diante de si um mundo a ser decifrado e reconhecido. Embora trate-se do museu mais famoso do Brasil, com a sempre festejada "maior coleção de arte ocidental do hemisfério Sul", a história do Masp, ao longo dos anos, foi-se tornando um tanto mais complexa e –à semelhança do edifício de Lina Bo Bardi– opaca. Nas duas frentes, Pedrosa optou por uma espécie de volta às origens como método para conferir sentido ao futuro. Ao mesmo tempo que remove paredes para restituir a transparência do prédio da avenida Paulista, empenha-se em desbastar e iluminar a história da instituição para discernir suas principais linhas de atuação. O Masp, como se sabe, foi fundado em 1947, numa iniciativa do empresário Assis Chateaubriand (1892-1968) e do jornalista e crítico italiano Pietro Maria Bardi (1900-99). Instalado inicialmente na rua 7 de Abril, no prédio dos Diários Associados (o império de comunicações de Chatô), funcionou depois na Fundação Armando Álvares Penteado, antes de chegar à avenida Paulista, em 1968. "O que me parece cada vez mais claro", diz o diretor, "é que havia um museu do Pietro Maria Bardi, que é afinal um homem do século 19, e um museu da Lina Bo Bardi [1914-92], uma mulher moderna, do século 20, quase que como tese e antítese". Enquanto traz parte do acervo à luz, em sucessivas exposições que irão culminar na reinstalação dos polêmicos cavaletes de vidro de Lina, Pedrosa parece já ter chegado a uma conclusão sobre o perfil das futuras mostras e o papel que o Masp poderá desempenhar. O curador pretende organizar exposições associadas a situações históricas –ou que contem "histórias"– e quer enfrentar o preconceito eurocêntrico e intelectual, ainda vigente, que relega a segundo plano a chamada arte "popular" e seus artistas, costumeiramente isolados sob o rótulo de primitivos ou "naïfs". A nova direção pretende também suprir uma lacuna do vasto acervo do museu: a ausência de uma coleção de arte indígena. Pedrosa diz estar negociando a transferência de acervos para a instituição, mas prefere manter sigilo. * Folha - Neste primeiro ano, você está levando à frente um processo de restituição da arquitetura original do Masp e redefinição dos espaços expositivos. Você poderia descrever brevemente essa etapa? Adriano Pedrosa - Este é um ano para nós da direção artística compreendermos as origens e as histórias do museu, que, fundado em 1947, é algo muito profundo, denso, difícil de acessar. É um ano dedicado apenas a mostras dos acervos do museu. Não é possível traçar planos, projetos e programas sem essa compreensão, que por sinal será inescapavelmente parcial, pois há muitas versões, opiniões, sobre essas histórias e essas origens. O que me parece cada vez mais claro é que havia um museu do Pietro Maria Bardi, que é afinal um homem do século 19, e um museu da Lina Bo Bardi, uma mulher moderna, do século 20, quase que como tese e antítese, e que o Masp resultante era uma espécie de síntese, mas não uma síntese apaziguada, tranquila, finalizada, inconteste, mas uma síntese em fricção, em contraste. Isso fica muito claro em 1968, no Masp da Paulista, quando encontramos, por um lado, essa arquitetura crua, brutalista, áspera, sem acabamentos luxuosos, de vidro e concreto, o ar -condicionado aparente, o piso de borracha e, por outro lado, as belas ou finas artes, a melhor coleção de arte europeia do hemisfério Sul –de Rafael e Ticiano a Van Gogh, Gaugin, Renoir e tantos outros– instaladas cruamente nos cavaletes de vidro. Os cavaletes de vidro de Lina, que voltarão à cena, são polêmicos e nos fazem refletir sobre a "ideologia" arquitetônica do Masp e sua relação com a arte europeia. Os cavaletes de vidro são parte integral desse programa. Lina disse que eliminou "o esnobismo cultural tão querido pelos intelectuais e os arquitetos de hoje" e optou por soluções diretas, sem "os requintes evocativos e os contornos", de modo que "as obras de arte antiga não se acham expostas sobre veludo, como aconselham ainda hoje muitos especialistas em museologia, ou sobre tecidos da época, mas colocadas corajosamente sobre fundo neutro". É importante pensar os cavaletes dentro do programa arquitetônico do museu, um programa que é descolonizador e, por isso, pioneiro. A pergunta que o programa parece responder é como é possível encontrar uma maneira de apresentar ou contar uma história, ou várias histórias, em torno da arte, com um rico acervo europeu, sem replicar uma história europeia, um modelo europeu, tanto de história quanto de museu. É nesse sentido que o programa do Masp é descolonizador. O museu e a história da arte afinal constroem o mais profundo, devastador e sutil sistema de dominação dos últimos séculos, hierarquizando culturas, civilizações, territórios, classes sociais, a partir de um ponto de vista europeu. A história da arte ortodoxa é até hoje profundamente eurocêntrica; é uma história do gosto e predileção das elites, das classes dominantes, que por sua vez tem na Europa ou na "Euro-América" sua referência primordial. Nós vemos isso ainda hoje no Brasil, onde há um interesse muito maior pelas matrizes europeias do modernismo e do construtivismo, por exemplo, do que pelos temas e narrativas brasileiros. A concepção e a construção do Masp na avenida Paulista vai de 1957 a 1967, sendo que Lina vive na Bahia entre 1958 e 1964, período em que ela pôde aprofundar seu conhecimento e vivência com a arte "popular" brasileira. Há uma passagem dela muito reveladora no livro "Tempos de Grossura: o Design no Impasse", de 1994: "O reexame da história recente do país se impõe. O balanço da civilização brasileira 'popular' é necessário, mesmo se pobre à luz da alta cultura". "Este balanço não é o balanço do 'folklore', sempre paternalisticamente amparado pela cultura elevada, é o balanço 'visto do outro lado', o balanço participante. É o Aleijadinho e a cultura brasileira antes da Missão Francesa. É o nordestino do couro e das latas vazias, é o habitante das vilas, é o negro e índio. Uma massa que inventa, que traz uma contribuição indigesta, seca, dura de digerir." Não é à toa que a primeira exposição temporária inaugurada no museu da avenida Paulista em 1969, é justamente "A Mão do Povo Brasileiro", em torno de arte "popular". A montagem foi realizada no primeiro andar do museu, o que constituia uma fricção com a pinacoteca do segundo andar. Nós queremos revisitar essa exposição, refazê-la, sem obviamente construir uma réplica perfeita, o que seria impossível. Você está recuperando também a expografia criada por Lina para as outras sedes do museu, na rua 7 de Abril e na Faap? Quando compreendemos que o programa da arquitetura do Masp na Paulista é tão importante para o conceito e a vocação do museu, nós entendemos que seria preciso resgatá-lo, revisitá-lo, numa espécie de pesquisa arqueológica. Foi nesse sentido que recuperamos a transparência do subsolo, as vitrines do restaurante e da biblioteca. No primeiro andar, recuperamos a sala ampla, a planta livre, sem colunas ou painéis, pois quando eu cheguei havia ali uma expografia que compartimentava o espaço em várias salas menores. Não se trata de fazer um juízo sobre as escolhas antecedentes, pois cada gestão, cada curador, deve encontrar seu programa. Nós entendemos que, nesse processo, era importante revistar algumas expografias de Lina Bo Bardi que antecederam o Masp na Paulista –a da Faap, que reconstruímos no segundo subsolo do museu, e a da rua 7 de Abril, que reconstruímos no primeiro andar, ambas da década de de 1950. Manter os espaços amplos, a planta livre, a transparência, algo que tem também um princípio democrático, não é fácil, pois a primeira solução que se pensa é justamente a de construir paredes e fazer salas, o que de certa maneira facilita a vida do curador. Nesse processo, devo dizer que a exposição de Giancarlo Latorraca, "Maneiras de Expor: Arquitetura Expositiva de Lina Bo Bardi", no Museu da Casa Brasileira, em 2014, foi muito importante. Você teve alguma surpresa com o acervo do museu? Muitas surpresas, afinal são cerca de 10 mil objetos no acervo e mais de 200 mil documentos nos arquivos. Ainda não vi tudo. Em dezembro, 40 dias após chegar ao museu, nós começamos o projeto "Masp em Processo", que tinha tanto o lado do redescobrimento e arqueologia da arquitetura quanto a de exploração do acervo. Tratava-se de uma exposição em processo, uma espécie de ensaio de transição, sem lista de obras fechada, definitiva, e com a montagem aberta ao público, que poderia participar, sugerir obras para a exposição. Quase todos os dias Tomás Toledo, o curador assistente, e eu descíamos à reserva técnica para puxar os traineis onde se encontram as pinturas, para ver obras, e subíamos com algumas delas para o espaço. Assim fomos aos poucos nos aproximando delas, convivendo com elas, aprendendo com elas, um processo que continua agora com as exposições mais tradicionais, com listas de obras consolidadas. Eu, afinal, venho de um trabalho sobretudo com o contemporâneo, o final do século 20, e todas essas longas e profundas histórias do museu e de seu acervo são novas para mim. Agora, com as exposições de "Arte do Brasil até 1900" (curada com o Tomás) e "Arte do Brasil no Século 20" (curada com o Fernando Oliva e a Luiza Proença, que chegaram depois ao museu), e mais tarde com "Arte da França" e "Arte da Itália", temos a oportunidade de trabalhar com essas obras de maneira planejada, com uma lista de obras definida, e com as expografias da Lina. Nossa pesquisa também pode chegar a um outro patamar, trazendo documentos e fotografias dos arquivos relacionados aos artistas e às obras que são expostas ao lado delas, na mesma parede. Uma grande surpresa foi encontrar na biblioteca e no acervo esses arquivos tão extensos e ricos. Outra grande surpresa foi a coleção de 101 desenhos doada pelo médico psiquiatra Osório Cesar, que foi casado com Tarsila do Amaral, e trabalhou no Hospital do Juqueri. São desenhos extraordinários, feitos na Escola Livre de Artes Plásticas dirigida por Cesar no Juqueri, e nunca mostrados no Masp. Vamos fazer uma exposição deles em breve. Outras surpresas foram um conjunto de mais de cem obras doadas por León Ferrari ao museu e um um grupo de mais de cem vestidos, feitos entre 1968 e 1972, por artistas como Volpi, Barsotti, Lula Cardoso Ayres, Antonio Bandeira, Antonio Maluf, Nelson Leirner, Aldemir Martins, entre outros, da coleção Rhodia. Há também uma surpreendente coleção kitsch, com mais de 2.000 peças, doadas por Olney Krüse. Depois dessa fase, que tipo de mostra está nos planos da equipe, a partir do ano que vem? A partir do ano que vem, virão as exposições com empréstimos. Teremos mostras históricas, contemporâneas, coletivas, individuais. Eu tenho um interesse nesse sentido de "histórias", que em português pode apontar tanto para a história dos acontecimentos, das ideias, da arte, quanto para a ficção e a narrativa pessoal, daí a importância de seu caráter plural, aberto, em processo. Minha grande contribuição para o núcleo histórico da 24ª Bienal de São Paulo, em 1998, da qual fui curador-adjunto com o Paulo Herkenhoff, curador-chefe, foi inserir o "s" em seu título: "Antropofagia e Histórias de Canibalismo". Em 1996 eu fiz um catálogo com Valeska Soares cujo título era também "Histórias"; em 1999, no Reina Sofía, em Madri, eu curei "F[r]icciones", com Ivo Mesquita, que também falava dessa mescla entre o crítico, o ficcional e o histórico, a partir de Borges; novamente em 2012, curei uma exposição de Adriana Varejão que se chamava "Histórias às Margens"; e, no ano passado, "Histórias Mestiças", com Lilia Schwarcz. Pretendo agora continuar com essas histórias, não tanto contando-as, mas construindo-as em formato de exposição e livro-catálogo. Algumas histórias que precisam ser exploradas são as da escravidão, as histórias ameríndias, as histórias da colonização (é espantoso que a historiografia da arte brasileira tenha passado décadas falando de arte colonial e da Missão Francesa sem falar da violência da colonização), as histórias da sexualidade, as histórias do carnaval, as histórias da infância, as histórias da loucura. Vocês pretendem iniciar algum outro acervo nesse campo histórico? Temos interesse especial na arte indígena, e é de fato o único acervo que me pareceu essencial o Masp ter e que vamos iniciar. Neste momento, estamos negociando comodatos e doações com dois acervos. Apesar de inexistente no museu, esse acervo faz muito sentido, tendo em vista um histórico de exposições desde 1949, interrompido apenas em 1990. Ao longo desse período houve mostras como "Arte Indígena" (1949), "Amazônia" (1972), "Arte Kayapó" (1983), "A Visão Estereotipada do Índio do Brasil" (1983), "Alguns Índios" (de Eduardo Viveiros de Castro e Vanessa Lea, em 1983), "Arte Carajá" (1984), "Índios Yanomami" (1985), "Arte Indígena Kaxinawá" (1987), "A Maloca Marúbo" (1988), "Arte Plumária Indígena do Paraguai" (1989), "Armadilhas Indígenas" (1990) e "Projeto Xingu" (1990). Vamos retomar esse interesse, agora com um acervo, o que nos permitirá um engajamento mais continuado e profundo, inclusive com um curador-adjunto para trabalhar conosco. Há também um interesse particular no que antes se chamava arte popular, uma denominação perversa, que precisa ser revista e que mais uma vez está no histórico e na vocação do museu. Não apenas vamos fazer "A Mão do Povo Brasileiro" como temos interesse no que eu chamo de artistas visionários, aqueles autodidatas, muitas vezes reclusos e de origem humilde, que operam foram do circuito ortodoxo de arte moderna e contemporânea e da academia. Trata-se de uma denominação extensa, e descritiva, e me parece que simplesmente "artistas" seria o suficiente, mas o que queremos de fato é riscar de nosso vocabulário palavras como "primitivo", "naïf", "ingênuo", pois são denominações violentamente paternalistas, elitistas, preconceituosas, hierarquizantes, e que colocam o legado europeu das classes dominantes acima de todo o resto. Nesse sentido, temos interesse em alguns artistas que encontramos no acervo e que foram importantes para o museu: Agostinho Batista de Freitas (que não tínhamos na coleção apesar da grande ligação com Bardi, mas que recentemente conseguimos, por meio de uma doação do casal Lais e Telmo Porto), José Antonio da Silva, Maria Auxiliadora, Rafael Borjes e Cássio M'Boy. Pensamos também em reposicionar certos brasileiros, como Djanira da Motta e Silva, figura central na arte brasileira do século 20, mas que permanece absolutamente mal compreendida, esnobada pelo circuito. Recentemente recebemos uma doação extraordinária, de Orandi Momesso, de uma obra-prima da artista, "Vendedora de Flores", de 1947. Precisamos encontrar outras narrativas e leituras para o século 20, que não passem necessariamente pela abstração geométrica e pela crítica formalista e acadêmica e possam incluir figuras como Carybé, Aldemir Martins, Rubem Valentim, Mestre Didi, assim como arte indígena e arte "popular". É preciso, ainda, reposicionar a obra de artistas como Portinari, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro e mesmo Tarsila do Amaral, sem o tradicional foco excessivamente formalista e eurocêntrico. Com Tarsila, por exemplo, estamos negociando com o Art Instituto of Chicago uma parceria para uma exposição, em torno da Tarsila "popular". Isso tudo já é trabalho para muitos anos. MARCOS AUGUSTO GONÇALVES, 59, é editor da "Ilustríssima".
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Famosa pelo humor, Marisa Orth encara personagem triste em novela
Capa da Serafina de junho, Marisa Orth fala sobre seu personagem "Francesca", no remake da novela "Sassaricando".Leia mais em http://folha.com/no1775332
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Famosa pelo humor, Marisa Orth encara personagem triste em novelaCapa da Serafina de junho, Marisa Orth fala sobre seu personagem "Francesca", no remake da novela "Sassaricando".Leia mais em http://folha.com/no1775332
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Contra Aedes, Dilma autorizará entrada à força em imóvel
A presidente Dilma Rousseff vai assinar uma medida provisória autorizando autoridades do SUS "no âmbito federal, estadual, distrital e municipal" a entrarem em imóveis abandonados para tentar combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika. A medida atinge prédios públicos e privados. O ingresso forçado poderá ocorrer também em caso de ausência do morador e na "impossibilidade de localização de pessoa que possa permitir o acesso ao imóvel na hipótese de duas visitas devidamente notificadas, em dias e períodos alternados, dentro do intervalo de uma semana". Os agentes públicos poderão requerer o auxílio de autoridade policial para efetivar a medida. Casas, prédios e terrenos abandonados são considerados perigosos porque podem passar anos ou décadas fechados e concentrar focos criadouros do mosquito. A legislação sobre violação de domicílio é restritiva. O proprietário tem que ser notificado antes da entrada, e muitas vezes não é localizado. cidades. Em Fortaleza, há uma estimativa de que cerca de 2.500 imóveis estão nessa situação, dificultando o combate ao vetor transmissor da doença. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou em 2015 uma lei que autoriza o ingresso forçado de agentes de combate à dengue em imóveis particulares. A medida na capital pode ser tomada nos casos de recusa e também de ausência de pessoa que permita a entrada do agente na residência. Dilma decidiu editar a medida provisória porque muitos municípios não têm regulamentação sobre o tema. O imóvel em situação de abandono será definido como "aquele que demonstre flagrante ausência prolongada de utilização, o que pode ser verificado por suas características físicas, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios de que não estão sendo utilizados", de acordo com o texto da nova medida provisória. O governo anunciou nos últimos dias que irá ampliar a atuação das Forças Armadas no combate ao Aedes. Ao todo, 220 mil militares, ou cerca de 60% do efetivo total do país, devem fazer parte de uma campanha. Vírus Zika
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Contra Aedes, Dilma autorizará entrada à força em imóvelA presidente Dilma Rousseff vai assinar uma medida provisória autorizando autoridades do SUS "no âmbito federal, estadual, distrital e municipal" a entrarem em imóveis abandonados para tentar combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika. A medida atinge prédios públicos e privados. O ingresso forçado poderá ocorrer também em caso de ausência do morador e na "impossibilidade de localização de pessoa que possa permitir o acesso ao imóvel na hipótese de duas visitas devidamente notificadas, em dias e períodos alternados, dentro do intervalo de uma semana". Os agentes públicos poderão requerer o auxílio de autoridade policial para efetivar a medida. Casas, prédios e terrenos abandonados são considerados perigosos porque podem passar anos ou décadas fechados e concentrar focos criadouros do mosquito. A legislação sobre violação de domicílio é restritiva. O proprietário tem que ser notificado antes da entrada, e muitas vezes não é localizado. cidades. Em Fortaleza, há uma estimativa de que cerca de 2.500 imóveis estão nessa situação, dificultando o combate ao vetor transmissor da doença. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou em 2015 uma lei que autoriza o ingresso forçado de agentes de combate à dengue em imóveis particulares. A medida na capital pode ser tomada nos casos de recusa e também de ausência de pessoa que permita a entrada do agente na residência. Dilma decidiu editar a medida provisória porque muitos municípios não têm regulamentação sobre o tema. O imóvel em situação de abandono será definido como "aquele que demonstre flagrante ausência prolongada de utilização, o que pode ser verificado por suas características físicas, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios de que não estão sendo utilizados", de acordo com o texto da nova medida provisória. O governo anunciou nos últimos dias que irá ampliar a atuação das Forças Armadas no combate ao Aedes. Ao todo, 220 mil militares, ou cerca de 60% do efetivo total do país, devem fazer parte de uma campanha. Vírus Zika
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Rede de eletrônicos RadioShack entra em concordata nos EUA
A RadioShack, uma das maiores e mais conhecidas lojas de artigos eletrônicos dos Estados Unidos, entrou com pedido de concordata nesta quinta-feira (5). A companhia, fundada em Boston em 1921, acumula perdas de cerca de US$ 1 bilhão desde 2012. A empresa, que tem sede em Forth Worth (Texas) indicou ter débitos de cerca de US$ 1,4 bilhão e ativos de US$ 1,2 bilhão, segundo os dados do pedido, registrado em um tribunal do Estado de Delaware –o processo, regulado pelo que é conhecido como Capítulo 11 da Lei de Falências, permite que as empresas entrem em recuperação e fiquem protegidas de ações de credores. O dispositivo legal possibilita que as companhias continuem funcionando enquanto renegociam os seus compromissos. De acordo com a rede, houve um acordo para vender entre 1.500 e 2.400 de suas lojas para a General Wireless, uma subsidiária da Standard General, que tem a maior parte de suas ações. As unidades passarão a usar a marca das operadoras Sprint e General Wireless para a venda de celulares e planos. Hoje, a companhia tem 4.000 lojas nos Estados Unidos e está em negociações com "partes interessadas" para vender todos os seus ativos. "Esses passos são o resultado de um processo minucioso com o objetivo de gerar o maior valor para nossos acionistas", afirmou Joe Magnacca, presidente-executivo da RadioShack. O anúncio foi feito dias após a Nyse, a Bolsa de Nova York, dizer que planejava tirar a listagem da varejista e imediatamente suspendeu os negócios com suas ações.
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Rede de eletrônicos RadioShack entra em concordata nos EUAA RadioShack, uma das maiores e mais conhecidas lojas de artigos eletrônicos dos Estados Unidos, entrou com pedido de concordata nesta quinta-feira (5). A companhia, fundada em Boston em 1921, acumula perdas de cerca de US$ 1 bilhão desde 2012. A empresa, que tem sede em Forth Worth (Texas) indicou ter débitos de cerca de US$ 1,4 bilhão e ativos de US$ 1,2 bilhão, segundo os dados do pedido, registrado em um tribunal do Estado de Delaware –o processo, regulado pelo que é conhecido como Capítulo 11 da Lei de Falências, permite que as empresas entrem em recuperação e fiquem protegidas de ações de credores. O dispositivo legal possibilita que as companhias continuem funcionando enquanto renegociam os seus compromissos. De acordo com a rede, houve um acordo para vender entre 1.500 e 2.400 de suas lojas para a General Wireless, uma subsidiária da Standard General, que tem a maior parte de suas ações. As unidades passarão a usar a marca das operadoras Sprint e General Wireless para a venda de celulares e planos. Hoje, a companhia tem 4.000 lojas nos Estados Unidos e está em negociações com "partes interessadas" para vender todos os seus ativos. "Esses passos são o resultado de um processo minucioso com o objetivo de gerar o maior valor para nossos acionistas", afirmou Joe Magnacca, presidente-executivo da RadioShack. O anúncio foi feito dias após a Nyse, a Bolsa de Nova York, dizer que planejava tirar a listagem da varejista e imediatamente suspendeu os negócios com suas ações.
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Aberto do Brasil terá 'carrasco' de Nadal como principal destaque
O Aberto do Brasil, que será realizado no clube Pinheiros, em São Paulo, a partir do dia 20 de fevereiro, terá como principal jogador o italiano Fabio Fognini, 21º colocado no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). No ano passado, Fognini protagonizou duelos marcantes com o espanhol Rafael Nadal. O italiano venceu três confrontos (ATP 500 do Rio e de Barcelona e Aberto dos EUA) e perdeu duas vezes (ATP 500 de Hamburgo e Pequim). O paulista Thomaz Bellucci, 37º do ranking, é o segundo maior destaque da lista divulgada pela organização do torneio nesta quarta-feira (13). O uruguaio Pablo Cuevas, atual campeão, o argentino Federico Delbonis, vencedor em 2014, e o tricampeão Nicolas Almagro (2012, 2011 e 2008), da Espanha, também estão confirmados. A chave do campeonato conta com tenistas de nove países: Brasil, Espanha, Argentina, Uruguai, Itália, Colômbia, Sérvia, Japão e França. Uma semana antes será realizado o Aberto do Rio, que vale mais pontos que o torneio paulista (500 contra 250) e por isso contará com a presença de atletas com rankings melhores. Os espanhóis Rafael Nadal (5º) e David Ferrer (8º), o francês Jo-Wilfried Tsonga (10º) e o americano John Isner (11º), por exemplo, estarão no torneio carioca. Veja a lista de tenistas confirmados: Fabio Fognini (ITA) - 21º Thomaz Bellucci (BRA) - 37º Pablo Cuevas (URU) - 41º Federico Delbonis (ARG) - 52° Albert Ramos-Vinolas (ESP) - 55° Pablo Andujar (ESP) - 59° Pablo Carreno Busta (ESP) - 67° Paolo Lorenzi (ITA) - 69° Santiago Giraldo (COL) - 70° Inigo Cervantes (ESP) - 72° Nicolas Almagro (ESP) - 74° Guido Pella (ARG) - 76° Daniel Munoz de la Nava (ESP) - 77° Dusan Lajovic (SRB) - 79° Marcel Granollers (ESP) - 84° Diego Schwartzman (ARG) - 89° Marco Cecchinato (ITA) - 91° Paul-Henri Mathieu (FRA) - 96° Daniel Taro (JPN) - 97°
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Aberto do Brasil terá 'carrasco' de Nadal como principal destaqueO Aberto do Brasil, que será realizado no clube Pinheiros, em São Paulo, a partir do dia 20 de fevereiro, terá como principal jogador o italiano Fabio Fognini, 21º colocado no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). No ano passado, Fognini protagonizou duelos marcantes com o espanhol Rafael Nadal. O italiano venceu três confrontos (ATP 500 do Rio e de Barcelona e Aberto dos EUA) e perdeu duas vezes (ATP 500 de Hamburgo e Pequim). O paulista Thomaz Bellucci, 37º do ranking, é o segundo maior destaque da lista divulgada pela organização do torneio nesta quarta-feira (13). O uruguaio Pablo Cuevas, atual campeão, o argentino Federico Delbonis, vencedor em 2014, e o tricampeão Nicolas Almagro (2012, 2011 e 2008), da Espanha, também estão confirmados. A chave do campeonato conta com tenistas de nove países: Brasil, Espanha, Argentina, Uruguai, Itália, Colômbia, Sérvia, Japão e França. Uma semana antes será realizado o Aberto do Rio, que vale mais pontos que o torneio paulista (500 contra 250) e por isso contará com a presença de atletas com rankings melhores. Os espanhóis Rafael Nadal (5º) e David Ferrer (8º), o francês Jo-Wilfried Tsonga (10º) e o americano John Isner (11º), por exemplo, estarão no torneio carioca. Veja a lista de tenistas confirmados: Fabio Fognini (ITA) - 21º Thomaz Bellucci (BRA) - 37º Pablo Cuevas (URU) - 41º Federico Delbonis (ARG) - 52° Albert Ramos-Vinolas (ESP) - 55° Pablo Andujar (ESP) - 59° Pablo Carreno Busta (ESP) - 67° Paolo Lorenzi (ITA) - 69° Santiago Giraldo (COL) - 70° Inigo Cervantes (ESP) - 72° Nicolas Almagro (ESP) - 74° Guido Pella (ARG) - 76° Daniel Munoz de la Nava (ESP) - 77° Dusan Lajovic (SRB) - 79° Marcel Granollers (ESP) - 84° Diego Schwartzman (ARG) - 89° Marco Cecchinato (ITA) - 91° Paul-Henri Mathieu (FRA) - 96° Daniel Taro (JPN) - 97°
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Carro novo da Ford faz barulho e empresa não resolve, diz leitora
A leitora Tânia Maria de Lima reclama de problemas com a Ford. Ela conta que comprou um New Fiesta Hatch em fevereiro de 2015 e, após duas semanas de uso, percebeu que o carro fazia um barulho estranho. Tânia afirma que procurou a concessionária mais próxima de sua cidade duas vezes, e outra vez uma loja da Ford em Belo Horizonte. A cada visita, recebeu um diagnóstico diferente -tanto que o barulho era normal, quanto que não era e deveria ser investigado. Desde então ela não consegue resolver o problema do veículo, mesmo após diversas tentativas. Resposta - A Ford informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu a questão. A cliente disse que fará nova avaliação, e a empresa aguarda seu retorno. - Queixa de Márcio de Moraes Leonel: obstáculo na calçada Comgás fez obras na região de Santa Cecília, no centro de SP, e deixou uma elevação na calçada que atrapalha a movimentação de pedestres, especialmente idosos e pessoas com deficiência. Resposta da Comgás Informa que o local ainda está passando por intervenções e o reparo será retomado. - Queixa de Regina D. Figueira: sem conserto Geladeira Brastemp comprada há um ano e dez meses parou de funcionar, fazendo com que todo o seu conteúdo estragasse. Garantia estendida foi acionada, mas problema não foi resolvido após visita técnica. Resposta da Brastemp Afirma que explicou para a cliente que a garantia estendida é oferecida por terceiros. - Queixa de Maria Nirvana Formiga: cobrança de anuidade Banco do Brasil passou a cobrar anuidade de cartão de crédito sem avisar. Após pedido de cancelamento, atendente afirmou que cartão seria isentado, mas no mês seguinte cobrança continuou. Resposta do Banco do Brasil Afirma que foram tomadas as providências para o atendimento da solicitação. - Queixa de Robson Ciannella: cobranças indevidas Claro faz cobranças por "outros serviços" e por uso de dados móveis, quando cliente afirma não utilizá-los. Acionada, empresa disse que cobrança se devia à tecnologia 4G, que poderia ser cancelada. Resposta da Claro Informa que ajustou as cobranças e esclareceu o cliente sobre a tarifação do uso de dados.
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Carro novo da Ford faz barulho e empresa não resolve, diz leitoraA leitora Tânia Maria de Lima reclama de problemas com a Ford. Ela conta que comprou um New Fiesta Hatch em fevereiro de 2015 e, após duas semanas de uso, percebeu que o carro fazia um barulho estranho. Tânia afirma que procurou a concessionária mais próxima de sua cidade duas vezes, e outra vez uma loja da Ford em Belo Horizonte. A cada visita, recebeu um diagnóstico diferente -tanto que o barulho era normal, quanto que não era e deveria ser investigado. Desde então ela não consegue resolver o problema do veículo, mesmo após diversas tentativas. Resposta - A Ford informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu a questão. A cliente disse que fará nova avaliação, e a empresa aguarda seu retorno. - Queixa de Márcio de Moraes Leonel: obstáculo na calçada Comgás fez obras na região de Santa Cecília, no centro de SP, e deixou uma elevação na calçada que atrapalha a movimentação de pedestres, especialmente idosos e pessoas com deficiência. Resposta da Comgás Informa que o local ainda está passando por intervenções e o reparo será retomado. - Queixa de Regina D. Figueira: sem conserto Geladeira Brastemp comprada há um ano e dez meses parou de funcionar, fazendo com que todo o seu conteúdo estragasse. Garantia estendida foi acionada, mas problema não foi resolvido após visita técnica. Resposta da Brastemp Afirma que explicou para a cliente que a garantia estendida é oferecida por terceiros. - Queixa de Maria Nirvana Formiga: cobrança de anuidade Banco do Brasil passou a cobrar anuidade de cartão de crédito sem avisar. Após pedido de cancelamento, atendente afirmou que cartão seria isentado, mas no mês seguinte cobrança continuou. Resposta do Banco do Brasil Afirma que foram tomadas as providências para o atendimento da solicitação. - Queixa de Robson Ciannella: cobranças indevidas Claro faz cobranças por "outros serviços" e por uso de dados móveis, quando cliente afirma não utilizá-los. Acionada, empresa disse que cobrança se devia à tecnologia 4G, que poderia ser cancelada. Resposta da Claro Informa que ajustou as cobranças e esclareceu o cliente sobre a tarifação do uso de dados.
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O significado da absolvição no TSE
Quando vieram à tona gravações envolvendo o presidente Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, surgiu a possibilidade de, a fim de conferir saída rápida à crise, cassar a chapa Dilma/Temer na sua inteireza, uma vez que, até aquele momento, vinha sendo veiculado que as provas implicavam mais a ex-presidente que o atual. A dúvida era se, em alguma medida, as novidades trazidas pela JBS poderiam impactar o julgamento no TSE, pois a ninguém ocorreria que provas produzidas no próprio tribunal pudessem ser simplesmente ignoradas. Sim, importante que se diga que, diversamente do alardeado, não houve prova emprestada, as delações não vieram em cópias. Na verdade, as pessoas foram inquiridas perante o TSE, com compromisso de dizer a verdade. Exercendo o contraditório e a ampla defesa, os advogados formularam mais de 500 perguntas. Os testemunhos foram corroborados por documentos e perícias. O voto longo e minucioso do ministro relator, Herman Benjamin, não deixou margem a dúvidas. A tristeza estampada no rosto da ministra Rosa Weber (ao votar pela cassação) falou por si. Ao lado do processo de impeachment, que descortinou a estratégia de fraudar as contas públicas por anos, a fim de esconder o rombo na Petrobras e nos bancos públicos, com destaque para o BNDES, o julgamento perante o TSE evidenciou que a eleição de 2014 foi uma grande fraude. Não obstante, quatro dos ministros decidiram ignorar todos os indícios, sem trazer fundamentos que pudessem alicerçar tal excentricidade. Afinal, se era para desconsiderar a prova, por que se permitiu que fosse produzida? Se não era para investigar e cassar, por qual motivo o processo foi reaberto? Não procede o argumento de que o intuito era o de perscrutar como as eleições ocorrem. Pesquisas de campo são feitas em universidades. Os órgãos jurisdicionais até podem ter sua produção analisada em sede de mestrados e doutoramentos, mas eles próprios produzem decisões, não levantamentos. Quando, diante de um quadro claro de descalabro, o tribunal vira as costas para a nação, apenas reforça o sentimento de que a Justiça Eleitoral não tem valia, sendo difícil justificar seu alto custo à sociedade. Haja vista que mandatos são cassados por muito menos, a mensagem transmitida é a seguinte: "Se for praticar ilicitudes, que sejam significativas, pois as insignificantes serão punidas". Tentou-se construir a tese de que a indignação se devia a uma suposta expectativa de que o TSE julgasse para atender ao clamor popular. Não é disso que se trata, mas sim de respeitar as leis e os autos. Muitos viram a não cassação da chapa pelo TSE como um salvamento de Temer. Interpretação rasa! Fosse apenas para tal fim, teriam dividido a chapa. Os princípios que informam o direito convivem com a individualização das punições, mas não com a desconsideração de provas válidas. O desmerecimento dos achados da Lava Jato sinalizou que a impunidade será garantida a todos os implicados, independentemente de partidos. O julgamento do TSE, por certo, muito agradou àqueles que já foram alcançados pelas investigações, ou estão prestes a ser. Diante da gravidade da situação, assusta o silêncio das ruas. Será que os movimentos nada mais fazem do que lutar por grupos específicos? Fala-se em reforma política, trabalhista e previdenciária. São importantes; porém, a reforma de que realmente necessitamos é mostrar que todos devem cumprir as leis vigentes, sob pena de arcar com as consequências de sua não observância. Sem esta, as outras serão inócuas. A estabilidade alicerçada na ilicitude é fictícia. JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL advogada, é professora livre docente de direito penal na USP PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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O significado da absolvição no TSEQuando vieram à tona gravações envolvendo o presidente Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, surgiu a possibilidade de, a fim de conferir saída rápida à crise, cassar a chapa Dilma/Temer na sua inteireza, uma vez que, até aquele momento, vinha sendo veiculado que as provas implicavam mais a ex-presidente que o atual. A dúvida era se, em alguma medida, as novidades trazidas pela JBS poderiam impactar o julgamento no TSE, pois a ninguém ocorreria que provas produzidas no próprio tribunal pudessem ser simplesmente ignoradas. Sim, importante que se diga que, diversamente do alardeado, não houve prova emprestada, as delações não vieram em cópias. Na verdade, as pessoas foram inquiridas perante o TSE, com compromisso de dizer a verdade. Exercendo o contraditório e a ampla defesa, os advogados formularam mais de 500 perguntas. Os testemunhos foram corroborados por documentos e perícias. O voto longo e minucioso do ministro relator, Herman Benjamin, não deixou margem a dúvidas. A tristeza estampada no rosto da ministra Rosa Weber (ao votar pela cassação) falou por si. Ao lado do processo de impeachment, que descortinou a estratégia de fraudar as contas públicas por anos, a fim de esconder o rombo na Petrobras e nos bancos públicos, com destaque para o BNDES, o julgamento perante o TSE evidenciou que a eleição de 2014 foi uma grande fraude. Não obstante, quatro dos ministros decidiram ignorar todos os indícios, sem trazer fundamentos que pudessem alicerçar tal excentricidade. Afinal, se era para desconsiderar a prova, por que se permitiu que fosse produzida? Se não era para investigar e cassar, por qual motivo o processo foi reaberto? Não procede o argumento de que o intuito era o de perscrutar como as eleições ocorrem. Pesquisas de campo são feitas em universidades. Os órgãos jurisdicionais até podem ter sua produção analisada em sede de mestrados e doutoramentos, mas eles próprios produzem decisões, não levantamentos. Quando, diante de um quadro claro de descalabro, o tribunal vira as costas para a nação, apenas reforça o sentimento de que a Justiça Eleitoral não tem valia, sendo difícil justificar seu alto custo à sociedade. Haja vista que mandatos são cassados por muito menos, a mensagem transmitida é a seguinte: "Se for praticar ilicitudes, que sejam significativas, pois as insignificantes serão punidas". Tentou-se construir a tese de que a indignação se devia a uma suposta expectativa de que o TSE julgasse para atender ao clamor popular. Não é disso que se trata, mas sim de respeitar as leis e os autos. Muitos viram a não cassação da chapa pelo TSE como um salvamento de Temer. Interpretação rasa! Fosse apenas para tal fim, teriam dividido a chapa. Os princípios que informam o direito convivem com a individualização das punições, mas não com a desconsideração de provas válidas. O desmerecimento dos achados da Lava Jato sinalizou que a impunidade será garantida a todos os implicados, independentemente de partidos. O julgamento do TSE, por certo, muito agradou àqueles que já foram alcançados pelas investigações, ou estão prestes a ser. Diante da gravidade da situação, assusta o silêncio das ruas. Será que os movimentos nada mais fazem do que lutar por grupos específicos? Fala-se em reforma política, trabalhista e previdenciária. São importantes; porém, a reforma de que realmente necessitamos é mostrar que todos devem cumprir as leis vigentes, sob pena de arcar com as consequências de sua não observância. Sem esta, as outras serão inócuas. A estabilidade alicerçada na ilicitude é fictícia. JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL advogada, é professora livre docente de direito penal na USP PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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É preciso anotar os gastos para saber onde cortar; veja dicas para economizar
Quem quer colocar as contas em dia não precisa necessariamente se tornar um 'maníaco das planilhas', afirma o planejador financeiro Adilson Marcio Garcia, que ressalta, porém, que é preciso encontrar uma forma de anotar os gastos para saber onde cortar. O consumidor que não tiver familiaridade com planilhas pode recorrer a aplicativos ou até ao velho caderninho, diz. O especial "Contas de casa", publicado nesta segunda-feira (13) no Folhainvest, traz avaliações de aplicativos e dá dicas de planilhas para quem quer uma ajuda na hora de acertar as finanças. O planejador diz que não há um número mágico que estabeleça o limite máximo de gastos. Esse valor vai variar de caso a caso e deve estar alinhado com os objetivos financeiros do consumidor ou do casal. No entanto, é preciso ficar alerta quando os custos fixos superam 35% da renda mensal. Leia a reportagem
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É preciso anotar os gastos para saber onde cortar; veja dicas para economizarQuem quer colocar as contas em dia não precisa necessariamente se tornar um 'maníaco das planilhas', afirma o planejador financeiro Adilson Marcio Garcia, que ressalta, porém, que é preciso encontrar uma forma de anotar os gastos para saber onde cortar. O consumidor que não tiver familiaridade com planilhas pode recorrer a aplicativos ou até ao velho caderninho, diz. O especial "Contas de casa", publicado nesta segunda-feira (13) no Folhainvest, traz avaliações de aplicativos e dá dicas de planilhas para quem quer uma ajuda na hora de acertar as finanças. O planejador diz que não há um número mágico que estabeleça o limite máximo de gastos. Esse valor vai variar de caso a caso e deve estar alinhado com os objetivos financeiros do consumidor ou do casal. No entanto, é preciso ficar alerta quando os custos fixos superam 35% da renda mensal. Leia a reportagem
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Por que ainda existem macacos?
Se eu ganhasse um centavo toda vez que alguém faz a pergunta acima depois de ler um texto que escrevi (ou depois de clicar nele, pelo menos), já teria juntado dinheiro suficiente para comprar algumas Ferraris, um iate e uma quitinete na Vila Leopoldina. É batata -basta falar em evolução humana que as muitas pessoas que não aceitam a ideia logo levantam essa objeção. Afinal, se o homem veio "do macaco" (curiosamente, ninguém diz qual macaco; só no Brasil há mais de uma centena de espécies), por que toda essa macacada ainda existe mundo afora? Estão esperando o que para virar gente? Permita-me, insigne leitor, reformular a pergunta. Se o Brasil foi colonizado por Portugal, por que ainda existem portugueses? Sou capaz de apostar que, depois dessa, muita gente está achando que eu forcei a barra. A questão aqui é muito mais simples: a analogia funciona porque, nos dois casos, tínhamos uma "população-mãe" que se dividiu, em termos geográficos, em duas "populações-filhas". A passagem do tempo faz o resto do serviço. É claro, porém, que outros fatores bem mais complicados estão em jogo quando o assunto é a história de toda uma espécie. Dois pontos são cruciais, que chamarei aqui de "oportunidade" e "matéria-prima". Os detalhes exatos ainda precisam ser elucidados, mas é virtualmente certo que os primeiros membros da linhagem humana não passavam de grandes macacos africanos que adotaram, há pelo menos 6 milhões de anos, algum tipo de postura bípede. Não sabemos por que esse tipo inovador de locomoção prosperou -talvez ele esteja ligado a alterações na estrutura das florestas tropicais da África de então, que teriam ficado mais ralas. É indiscutível, porém, que alguma oportunidade ambiental estava presente como gatilho da aurora da nossa história evolutiva. Oportunidade, entretanto, não é tudo. Vários tipos de primatas talvez pudessem ter se beneficiado da nova "fatia de mercado" na qual nossos ancestrais investiram, mas para isso era preciso contar com a matéria-prima genética -ou seja, algumas mutações no DNA- que permitiu os primeiros passos da transformação de um primata quadrúpede em seus descendentes bípedes. Esse talvez seja, de fato, o único verdadeiro "acaso" na história toda: o aparecimento da variabilidade genética segue padrões que são, em larga medida, aleatórios. Isso explica, em parte, porque não há outros grandes macacos bípedes por aí -faltou matéria-prima no genoma deles. Há, contudo, outro ponto crucial. Achar que os outros primatas também "deveriam" ter virado gente é um ponto de vista com uma premissa oculta: a de que, do ponto de vista da sobrevivência, ser gente sempre foi sinônimo de superioridade. A questão é que não foi. Esqueça por um instante os 7 bilhões de pessoas no mundo hoje. Há uns 30 mil anos atrás, quando já éramos a única espécie de macaco bípede da Terra (as outras tinham se extinguido), nossa população global era de alguns milhões de indivíduos -não muito superior à população de chimpanzés antes das espingardas e motosserras modernas. Aliás, o fato de que diversos outros membros da linhagem humana (como os neandertais) desapareceram deveria ser suficiente para desfazer nossa aura de sucesso inevitável. Outras espécies poderiam ter chegado até aqui conosco -ou ninguém poderia ter escapado. Não é tão mau negócio assim ser macaco.
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Por que ainda existem macacos?Se eu ganhasse um centavo toda vez que alguém faz a pergunta acima depois de ler um texto que escrevi (ou depois de clicar nele, pelo menos), já teria juntado dinheiro suficiente para comprar algumas Ferraris, um iate e uma quitinete na Vila Leopoldina. É batata -basta falar em evolução humana que as muitas pessoas que não aceitam a ideia logo levantam essa objeção. Afinal, se o homem veio "do macaco" (curiosamente, ninguém diz qual macaco; só no Brasil há mais de uma centena de espécies), por que toda essa macacada ainda existe mundo afora? Estão esperando o que para virar gente? Permita-me, insigne leitor, reformular a pergunta. Se o Brasil foi colonizado por Portugal, por que ainda existem portugueses? Sou capaz de apostar que, depois dessa, muita gente está achando que eu forcei a barra. A questão aqui é muito mais simples: a analogia funciona porque, nos dois casos, tínhamos uma "população-mãe" que se dividiu, em termos geográficos, em duas "populações-filhas". A passagem do tempo faz o resto do serviço. É claro, porém, que outros fatores bem mais complicados estão em jogo quando o assunto é a história de toda uma espécie. Dois pontos são cruciais, que chamarei aqui de "oportunidade" e "matéria-prima". Os detalhes exatos ainda precisam ser elucidados, mas é virtualmente certo que os primeiros membros da linhagem humana não passavam de grandes macacos africanos que adotaram, há pelo menos 6 milhões de anos, algum tipo de postura bípede. Não sabemos por que esse tipo inovador de locomoção prosperou -talvez ele esteja ligado a alterações na estrutura das florestas tropicais da África de então, que teriam ficado mais ralas. É indiscutível, porém, que alguma oportunidade ambiental estava presente como gatilho da aurora da nossa história evolutiva. Oportunidade, entretanto, não é tudo. Vários tipos de primatas talvez pudessem ter se beneficiado da nova "fatia de mercado" na qual nossos ancestrais investiram, mas para isso era preciso contar com a matéria-prima genética -ou seja, algumas mutações no DNA- que permitiu os primeiros passos da transformação de um primata quadrúpede em seus descendentes bípedes. Esse talvez seja, de fato, o único verdadeiro "acaso" na história toda: o aparecimento da variabilidade genética segue padrões que são, em larga medida, aleatórios. Isso explica, em parte, porque não há outros grandes macacos bípedes por aí -faltou matéria-prima no genoma deles. Há, contudo, outro ponto crucial. Achar que os outros primatas também "deveriam" ter virado gente é um ponto de vista com uma premissa oculta: a de que, do ponto de vista da sobrevivência, ser gente sempre foi sinônimo de superioridade. A questão é que não foi. Esqueça por um instante os 7 bilhões de pessoas no mundo hoje. Há uns 30 mil anos atrás, quando já éramos a única espécie de macaco bípede da Terra (as outras tinham se extinguido), nossa população global era de alguns milhões de indivíduos -não muito superior à população de chimpanzés antes das espingardas e motosserras modernas. Aliás, o fato de que diversos outros membros da linhagem humana (como os neandertais) desapareceram deveria ser suficiente para desfazer nossa aura de sucesso inevitável. Outras espécies poderiam ter chegado até aqui conosco -ou ninguém poderia ter escapado. Não é tão mau negócio assim ser macaco.
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Rede am/pm condensa mais de 800 produtos em cada unidade
CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO Ser um lugar completo. É a essa estratégia que a rede de lojas de conveniência am/pm, presente nos postos Ipiranga, atribui o fato de ser, pelo segundo ano consecutivo, a favorita dos paulistanos. Ao todo, 10% dos moradores da capital, das classes A e B, a consideram a melhor loja de conveniência, segundo pesquisa Datafolha. No ano passado, eram 16%. Desde que a am/pm chegou ao Brasil, em 1993, nos postos da Atlantic, empresa comprada naquele mesmo ano pela Ipiranga, ela vem se transformando e inovando. Hoje, uma frota de 132 caminhões leva milhares de mercadorias às 1.910 lojas de conveniência no país. Em média, cada unidade oferece entre 800 e 1.000 itens em um espaço de 55 m². As maiores chegam a 2.000 produtos e as novas unidades, lançadas com o conceito de mercado de bairro, 4.000, em espaços de até 400 m². Os números dão dimensão do consumo na rede. Foram 27 milhões de unidades de pão francês vendidas no ano passado nas 521 lojas com padarias. Outros 8 milhões de sanduíches da linha Burger, marca própria da rede, foram devorados pelos clientes em 2015. Os consumidores, em sua maioria homens de 25 a 45 anos, passam em média duas vezes por semana nas lojas. Mas, se na unidade houver padaria, a frequência dobra e o público de mulheres e jovens aumenta. "Somos um posto completo e o cliente reconhece a qualidade de nossos produtos e a diversificação dos nossos serviços", diz Jeronimo Santos, diretor de varejo da Ipiranga. * Para saber + * Jeronimo Santos, diretor de varejo da rede Ipiranga sãopaulo - Quais são as novidades e o que a rede tem feito para atrair mais clientes? Lançamos dois novos tipos de loja que expandiremos em nossa rede: o am/pm Estação, para atender ao cliente nas rodovias, e o modelo ampliado para postos urbanos, com minimercado e mais serviços, como farmácia, oferta de refeições completas e floricultura. Esses são alguns exemplos. A nossa ideia é atender aos clientes dos bairros vizinhos ao posto, com opção de alimentação rápida e saudável e para fazer compras para abastecer a casa.
saopaulo
Rede am/pm condensa mais de 800 produtos em cada unidadeCLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO Ser um lugar completo. É a essa estratégia que a rede de lojas de conveniência am/pm, presente nos postos Ipiranga, atribui o fato de ser, pelo segundo ano consecutivo, a favorita dos paulistanos. Ao todo, 10% dos moradores da capital, das classes A e B, a consideram a melhor loja de conveniência, segundo pesquisa Datafolha. No ano passado, eram 16%. Desde que a am/pm chegou ao Brasil, em 1993, nos postos da Atlantic, empresa comprada naquele mesmo ano pela Ipiranga, ela vem se transformando e inovando. Hoje, uma frota de 132 caminhões leva milhares de mercadorias às 1.910 lojas de conveniência no país. Em média, cada unidade oferece entre 800 e 1.000 itens em um espaço de 55 m². As maiores chegam a 2.000 produtos e as novas unidades, lançadas com o conceito de mercado de bairro, 4.000, em espaços de até 400 m². Os números dão dimensão do consumo na rede. Foram 27 milhões de unidades de pão francês vendidas no ano passado nas 521 lojas com padarias. Outros 8 milhões de sanduíches da linha Burger, marca própria da rede, foram devorados pelos clientes em 2015. Os consumidores, em sua maioria homens de 25 a 45 anos, passam em média duas vezes por semana nas lojas. Mas, se na unidade houver padaria, a frequência dobra e o público de mulheres e jovens aumenta. "Somos um posto completo e o cliente reconhece a qualidade de nossos produtos e a diversificação dos nossos serviços", diz Jeronimo Santos, diretor de varejo da Ipiranga. * Para saber + * Jeronimo Santos, diretor de varejo da rede Ipiranga sãopaulo - Quais são as novidades e o que a rede tem feito para atrair mais clientes? Lançamos dois novos tipos de loja que expandiremos em nossa rede: o am/pm Estação, para atender ao cliente nas rodovias, e o modelo ampliado para postos urbanos, com minimercado e mais serviços, como farmácia, oferta de refeições completas e floricultura. Esses são alguns exemplos. A nossa ideia é atender aos clientes dos bairros vizinhos ao posto, com opção de alimentação rápida e saudável e para fazer compras para abastecer a casa.
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