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Sete lojas em São Paulo para equipar e decorar cozinhas e banheiros | DE SÃO PAULO Quando se trata de cozinhas e banheiros, a decoração tem que ser, quase que obrigatoriamente, prática. Repare, além de pensar na funcionalidade de utensílios domésticos, fabricantes têm investido também no visual dos objetos —cada vez mais coloridos e estilosos. O mesmo ocorre com chuveiros, armários planejados, etc. Confira abaixo uma seleção de lojas para equipar esses dois cômodos. ARPÈGE Com seis lojas em São Paulo, a rede é especializada em artigos para casa e presentes. Oferece utensílios e eletroportáteis para equipar a cozinha, além de uma seleção de produtos para mesa, como os aparelhos de jantar de porcelana (de R$ 219 a R$ 899). arpege.com.br. Al. dos Arapanés, 1.128, Moema, região sul, tel. 5055-0119. Seg. a sex.: 9h30 às 19h30. Sáb.: 9h30 às 18h30. Dom.: 9h30 às 18h. CAMICADO A rede é a queridinha entre noivos na hora de fazer a lista de presentes. Destaque para os faqueiros finos (a partir de R$ 999,90) e para a seção de eletroportáteis, que abarca produtos de marcas como Oster, Eletrolux e Kenwood, entre outros. O estoque conta com enxovais para cama e banho. camicado.com.br. Shopping Eldorado. Av. Reboucas, 3.970, Pinheiros, região oeste, tel, 3587-8633. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 21h. DOURAL Oferece, desde 1905, produtos para a casa no geral, mas é no setor de cozinha que se sai melhor. Trabalha com utensílios culinários da marca Joseph Joseph, caçarolas de ferro da Staub, além das cobiçadas batedeiras Kitchenaid. Não deixe de garimpar da seção de porcelanas. Listas de casamento são bem-vindas. doural.com.br. R. 25 de Março, 595, tel. 3328-6228. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 9h às 17h. Dom.: 9h às 15h. METALBAGNO SPAZI Quem deseja ter um banheiro bonito e equipado deve prestar atenção. A loja, que trabalha com fornecedores europeus, oferece os produtos necessários para montar o ambiente: móveis, vasos sanitários, banheiras, torneiras, toalheiros. Destaque para a gama de chuveiros, que inclui o modelo Rainmaker. metalbagno.com.br. R. Joaquim Antunes, 70, Pinheiros, tel. 3081-7006. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 10h às 16h. PEPPER Trabalha com produtos, diga-se, dois em um -servem tanto para equipar a cozinha como para deixa-la mais bonita. São destaques as coloridas panelas de cerâmica da marca Le Creuset, as charmosas batedeiras Kitchenaid e a oferta de louças para servir à mesa. Entre os itens mais vendidos, a pipoqueira Cuisinart sai por R$ 599. pepper.com.br. R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 753, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3168-3369. Seg. a sex.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 18h. TANIA BULHÕES Há 28 anos, a grife opera sob a batuta de Tania Bulhões, que desenha todos os produtos "para vestir a mesa", como diz, à venda. As louças decoradas são as vedetes, vendidas em aparelhos completos ou em peças separadas. Há ainda pratarias, copos e taças, guardanapos, além da seção de perfumaria desenvolvida na França. taniabulhoes.com.br. R. Colômbia, 182, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3087-0099. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. KITCHENS Cinquentenária, a marca consolidou-se no mercado com a produção de armários personalizados para cozinha, banheiro e lavanderia, e, hoje, conta também com a linha Occasions, de armários e acessórios para dormitórios. Além da produção do mobiliário, a empresa cuida da instalação e da assistência (por cinco anos). kitchens.com.br. Av. Brig. Faria Lima, 2.015, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3030-1900. Seg., qua. e sex.: 9h às 18h30. Ter. e qui.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 14h. | saopaulo | Sete lojas em São Paulo para equipar e decorar cozinhas e banheirosDE SÃO PAULO Quando se trata de cozinhas e banheiros, a decoração tem que ser, quase que obrigatoriamente, prática. Repare, além de pensar na funcionalidade de utensílios domésticos, fabricantes têm investido também no visual dos objetos —cada vez mais coloridos e estilosos. O mesmo ocorre com chuveiros, armários planejados, etc. Confira abaixo uma seleção de lojas para equipar esses dois cômodos. ARPÈGE Com seis lojas em São Paulo, a rede é especializada em artigos para casa e presentes. Oferece utensílios e eletroportáteis para equipar a cozinha, além de uma seleção de produtos para mesa, como os aparelhos de jantar de porcelana (de R$ 219 a R$ 899). arpege.com.br. Al. dos Arapanés, 1.128, Moema, região sul, tel. 5055-0119. Seg. a sex.: 9h30 às 19h30. Sáb.: 9h30 às 18h30. Dom.: 9h30 às 18h. CAMICADO A rede é a queridinha entre noivos na hora de fazer a lista de presentes. Destaque para os faqueiros finos (a partir de R$ 999,90) e para a seção de eletroportáteis, que abarca produtos de marcas como Oster, Eletrolux e Kenwood, entre outros. O estoque conta com enxovais para cama e banho. camicado.com.br. Shopping Eldorado. Av. Reboucas, 3.970, Pinheiros, região oeste, tel, 3587-8633. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 21h. DOURAL Oferece, desde 1905, produtos para a casa no geral, mas é no setor de cozinha que se sai melhor. Trabalha com utensílios culinários da marca Joseph Joseph, caçarolas de ferro da Staub, além das cobiçadas batedeiras Kitchenaid. Não deixe de garimpar da seção de porcelanas. Listas de casamento são bem-vindas. doural.com.br. R. 25 de Março, 595, tel. 3328-6228. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 9h às 17h. Dom.: 9h às 15h. METALBAGNO SPAZI Quem deseja ter um banheiro bonito e equipado deve prestar atenção. A loja, que trabalha com fornecedores europeus, oferece os produtos necessários para montar o ambiente: móveis, vasos sanitários, banheiras, torneiras, toalheiros. Destaque para a gama de chuveiros, que inclui o modelo Rainmaker. metalbagno.com.br. R. Joaquim Antunes, 70, Pinheiros, tel. 3081-7006. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 10h às 16h. PEPPER Trabalha com produtos, diga-se, dois em um -servem tanto para equipar a cozinha como para deixa-la mais bonita. São destaques as coloridas panelas de cerâmica da marca Le Creuset, as charmosas batedeiras Kitchenaid e a oferta de louças para servir à mesa. Entre os itens mais vendidos, a pipoqueira Cuisinart sai por R$ 599. pepper.com.br. R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 753, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3168-3369. Seg. a sex.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 18h. TANIA BULHÕES Há 28 anos, a grife opera sob a batuta de Tania Bulhões, que desenha todos os produtos "para vestir a mesa", como diz, à venda. As louças decoradas são as vedetes, vendidas em aparelhos completos ou em peças separadas. Há ainda pratarias, copos e taças, guardanapos, além da seção de perfumaria desenvolvida na França. taniabulhoes.com.br. R. Colômbia, 182, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3087-0099. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. KITCHENS Cinquentenária, a marca consolidou-se no mercado com a produção de armários personalizados para cozinha, banheiro e lavanderia, e, hoje, conta também com a linha Occasions, de armários e acessórios para dormitórios. Além da produção do mobiliário, a empresa cuida da instalação e da assistência (por cinco anos). kitchens.com.br. Av. Brig. Faria Lima, 2.015, Jardim Paulistano, região oeste, tel. 3030-1900. Seg., qua. e sex.: 9h às 18h30. Ter. e qui.: 9h às 20h. Sáb.: 9h às 14h. | 9 |
Fralda | Ele queria livros emprestados. Tinha planos de começar a escrever. Mas principalmente queria ler boa literatura. "Nada de beatnik tomando pico de heroína no banheiro ou nego doido fazendo suruba no quarto da sogra. Disso eu já vi o suficiente. Também não tô com saco pra literatura brasileira. Me arruma uns desses gigantes aí, Dostoiévski, James Joyce." Sem problemas. Entrei no escritório e olhei as estantes. Pra começar, "Matadouro 5", de Kurt Vonnegut, "Franny & Zooey", de J. D. Salinger, "Tanto Faz", de Reinaldo Moraes (mesmo sendo brasileiro, resolvi arriscar), "Iniciantes", de Raymond Carver, e "Amuleto", de Roberto Bolaño. Devorou tudo em menos de dois meses. Dessa vez levou Philip Roth, Virginia Woolf e Kafka. Na seguinte: Tchekhov, Poe, "Memórias de um Sargento de Milícias", Dickens e Jane Austen. Depois vieram Borges, Cortázar, Felisberto Hernández. Adorou Maupassant, Mark Twain e Italo Calvino. Quando leu Faulkner, disse que nunca mais queria ler Bolaño. Entrou de cabeça em Dostoiévski e ficou perturbado. Se encheu um pouco do "Ulysses" mas foi até o fim. Ouviu dizer que Proust é que era o cara e dedicou um semestre ao "Em Busca do Tempo Perdido". Então enchi uma sacola só com poetas: Fernando Pessoa, Drummond, João Cabral, Szymborska, Angélica Freitas, Matilde Campilho, Byron, Cummings, Eliot, Baudelaire, Chacal, Nâzim Hikmet. Virou fã dos três últimos. Da prosa brasileira contemporânea (a essa altura, não recusava nada), curtiu o "Diário da Queda", do Michel Laub, e o "Budapeste", do Chico Buarque, que ele chama de Chico Buraco. Passou por Homero, Cervantes, Shakespeare e Voltaire. Voltou pros séculos 19 e 20. Se surpreendeu com Machado e Graciliano. Neste momento, está lendo "Tarás Bulba", do Gógol (anoto suas leituras num caderno). "Aqueles cossacos malucos", ele diz. Quem vê o Fralda não acredita. Baixista de bandas punks (Ratos de Porão, Blind Pigs, Lobotomia), parece mais um líder dos Hells Angels do que um leitor compulsivo e vagamente aristocrático, que prefere Balzac a Hunther Thompson. Mora nos fundos de um estúdio de música de uns amigos e trabalha numa loja de vinis em Perdizes, onde faz a faxina e tira chope artesanal; tem 40 anos e uma semibarriga de cerveja; tatuou na testa a frase "STONE DEAD FOREVER" e usa mais pulseiras e colares que uma falsa baiana de acarajé de shopping. Às vezes, tenho a impressão de que trata o próprio corpo como se fosse uma galeria de arte —é uma performance ambulante. Minha mulher diz que ele tem uma noção forte de estilo. Mas acho que o Fralda (aliás, Christian Wilson, embora assine os e-mails como "tia Fralda") daria risada dessa conversa. Na semana passada, veio me devolver o Karl Ove e pegar uma nova leva. Fumando um cigarro enquanto esperava a chuva passar, contou de uma época em que dormia num "catre" na cozinha da casa da avó. E antes que eu demonstrasse qualquer estranhamento por aquela palavra tão pouco underground, ele interrompeu a história e perguntou rindo, orgulhoso: - Gostou de "catre", animal? | colunas | FraldaEle queria livros emprestados. Tinha planos de começar a escrever. Mas principalmente queria ler boa literatura. "Nada de beatnik tomando pico de heroína no banheiro ou nego doido fazendo suruba no quarto da sogra. Disso eu já vi o suficiente. Também não tô com saco pra literatura brasileira. Me arruma uns desses gigantes aí, Dostoiévski, James Joyce." Sem problemas. Entrei no escritório e olhei as estantes. Pra começar, "Matadouro 5", de Kurt Vonnegut, "Franny & Zooey", de J. D. Salinger, "Tanto Faz", de Reinaldo Moraes (mesmo sendo brasileiro, resolvi arriscar), "Iniciantes", de Raymond Carver, e "Amuleto", de Roberto Bolaño. Devorou tudo em menos de dois meses. Dessa vez levou Philip Roth, Virginia Woolf e Kafka. Na seguinte: Tchekhov, Poe, "Memórias de um Sargento de Milícias", Dickens e Jane Austen. Depois vieram Borges, Cortázar, Felisberto Hernández. Adorou Maupassant, Mark Twain e Italo Calvino. Quando leu Faulkner, disse que nunca mais queria ler Bolaño. Entrou de cabeça em Dostoiévski e ficou perturbado. Se encheu um pouco do "Ulysses" mas foi até o fim. Ouviu dizer que Proust é que era o cara e dedicou um semestre ao "Em Busca do Tempo Perdido". Então enchi uma sacola só com poetas: Fernando Pessoa, Drummond, João Cabral, Szymborska, Angélica Freitas, Matilde Campilho, Byron, Cummings, Eliot, Baudelaire, Chacal, Nâzim Hikmet. Virou fã dos três últimos. Da prosa brasileira contemporânea (a essa altura, não recusava nada), curtiu o "Diário da Queda", do Michel Laub, e o "Budapeste", do Chico Buarque, que ele chama de Chico Buraco. Passou por Homero, Cervantes, Shakespeare e Voltaire. Voltou pros séculos 19 e 20. Se surpreendeu com Machado e Graciliano. Neste momento, está lendo "Tarás Bulba", do Gógol (anoto suas leituras num caderno). "Aqueles cossacos malucos", ele diz. Quem vê o Fralda não acredita. Baixista de bandas punks (Ratos de Porão, Blind Pigs, Lobotomia), parece mais um líder dos Hells Angels do que um leitor compulsivo e vagamente aristocrático, que prefere Balzac a Hunther Thompson. Mora nos fundos de um estúdio de música de uns amigos e trabalha numa loja de vinis em Perdizes, onde faz a faxina e tira chope artesanal; tem 40 anos e uma semibarriga de cerveja; tatuou na testa a frase "STONE DEAD FOREVER" e usa mais pulseiras e colares que uma falsa baiana de acarajé de shopping. Às vezes, tenho a impressão de que trata o próprio corpo como se fosse uma galeria de arte —é uma performance ambulante. Minha mulher diz que ele tem uma noção forte de estilo. Mas acho que o Fralda (aliás, Christian Wilson, embora assine os e-mails como "tia Fralda") daria risada dessa conversa. Na semana passada, veio me devolver o Karl Ove e pegar uma nova leva. Fumando um cigarro enquanto esperava a chuva passar, contou de uma época em que dormia num "catre" na cozinha da casa da avó. E antes que eu demonstrasse qualquer estranhamento por aquela palavra tão pouco underground, ele interrompeu a história e perguntou rindo, orgulhoso: - Gostou de "catre", animal? | 1 |
Amadores devem ficar longe da Anac | A presidente Dilma submeteu ao Senado dois nomes para ocupar a diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Tais nomeações são necessárias porque há meses o principal órgão da aviação civil no Brasil está impedido de deliberar sobre questões estratégicas, pois seu quórum mínimo é de três diretores, mas desde março, a agência conta com apenas dois. Com as nomeações de mais dois diretores, o governo deveria corrigir o descuido de ter deixado a agência sem quórum para funcionar plenamente. O atraso demonstra o desleixo da Presidência da República com a Anac, com a aviação, com os trabalhadores, com empreendedores e usuários do setor. Não bastasse a negligência, a Presidência da República também peca pela ilegalidade das nomeações. É fato ainda mais grave a despreocupação com a lei que criou a própria Anac –que diz que seus diretores, para serem confirmados nos seus cargos, devem deter comprovado conhecimentos no ramo. Por ser uma função estratégica do principal órgão de Estado que regula e fiscaliza todo o setor aéreo, um diretor da Anac precisa conhecer muito bem os assuntos que estão sob a sua responsabilidade. Qualquer país que se dê ao respeito tem entre os dirigentes de suas respectivas autoridades reguladoras da aviação pessoas que acumularam experiência comprovada, capazes de lidar com as pautas das suas equipes técnicas. São temas que influenciam diretamente na segurança das operações, envolvem acordos internacionais, regras comerciais, estratégias, operações aeroportuárias, a aviação agrícola, a formação de tripulantes, a certificação de aeronaves, peças e oficinas, dentre outros assuntos da mais alta complexidade. Não se espera que um diretor da Anac seja um super-herói, sabedor de tudo sobre uma área do conhecimento tão vasto e complexo como a aviação civil. O domínio geral da matéria, contudo, é requisito para quem atuará, por pelo menos cinco anos, como um dos principais líderes do órgão, com mandato definido e não substituível, a não ser por razões muito específicas. Mas a lógica e o cumprimento da lei, como essas nomeações comprovam, não estão na pauta deste governo. A nomeação de Ricardo Fenelon Junior, um jovem advogado inexperiente no setor, que tem como principal atributo ser genro do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), entrará para a história da aviação brasileira como uma das suas mais vergonhosas passagens. Especialistas do setor não são contra quem quer que seja, mas têm a obrigação de fazer com que a lei seja cumprida e com que a Anac seja dirigida por profissionais que possuam as qualificações necessárias. Não por outra razão, rejeitamos –e rejeitaremos sempre– qualquer possibilidade de a diretoria da agência vir a ser ocupada por amadores. A Anac não é e não pode se tornar um balcão de trocas de favores partidários. Estamos falando de um órgão de Estado, se é que o governo entende o que é isso. Faremos o que for possível para que indicações de profissionais desqualificados sejam vetadas no Senado. O normal é que os exemplos e o decoro sejam práticas vistas de cima para baixo. Não é este o caso, como se vê. Mas no que depender dos especialistas do setor aéreo, amadores ficarão fora da Anac. HUMBERTO GIMENES BRANCO, 39, piloto privado de aviões com habilitação para voo por instrumentos, é vice-presidente da APPA "" Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves e conselheiro da Anac * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Amadores devem ficar longe da AnacA presidente Dilma submeteu ao Senado dois nomes para ocupar a diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Tais nomeações são necessárias porque há meses o principal órgão da aviação civil no Brasil está impedido de deliberar sobre questões estratégicas, pois seu quórum mínimo é de três diretores, mas desde março, a agência conta com apenas dois. Com as nomeações de mais dois diretores, o governo deveria corrigir o descuido de ter deixado a agência sem quórum para funcionar plenamente. O atraso demonstra o desleixo da Presidência da República com a Anac, com a aviação, com os trabalhadores, com empreendedores e usuários do setor. Não bastasse a negligência, a Presidência da República também peca pela ilegalidade das nomeações. É fato ainda mais grave a despreocupação com a lei que criou a própria Anac –que diz que seus diretores, para serem confirmados nos seus cargos, devem deter comprovado conhecimentos no ramo. Por ser uma função estratégica do principal órgão de Estado que regula e fiscaliza todo o setor aéreo, um diretor da Anac precisa conhecer muito bem os assuntos que estão sob a sua responsabilidade. Qualquer país que se dê ao respeito tem entre os dirigentes de suas respectivas autoridades reguladoras da aviação pessoas que acumularam experiência comprovada, capazes de lidar com as pautas das suas equipes técnicas. São temas que influenciam diretamente na segurança das operações, envolvem acordos internacionais, regras comerciais, estratégias, operações aeroportuárias, a aviação agrícola, a formação de tripulantes, a certificação de aeronaves, peças e oficinas, dentre outros assuntos da mais alta complexidade. Não se espera que um diretor da Anac seja um super-herói, sabedor de tudo sobre uma área do conhecimento tão vasto e complexo como a aviação civil. O domínio geral da matéria, contudo, é requisito para quem atuará, por pelo menos cinco anos, como um dos principais líderes do órgão, com mandato definido e não substituível, a não ser por razões muito específicas. Mas a lógica e o cumprimento da lei, como essas nomeações comprovam, não estão na pauta deste governo. A nomeação de Ricardo Fenelon Junior, um jovem advogado inexperiente no setor, que tem como principal atributo ser genro do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), entrará para a história da aviação brasileira como uma das suas mais vergonhosas passagens. Especialistas do setor não são contra quem quer que seja, mas têm a obrigação de fazer com que a lei seja cumprida e com que a Anac seja dirigida por profissionais que possuam as qualificações necessárias. Não por outra razão, rejeitamos –e rejeitaremos sempre– qualquer possibilidade de a diretoria da agência vir a ser ocupada por amadores. A Anac não é e não pode se tornar um balcão de trocas de favores partidários. Estamos falando de um órgão de Estado, se é que o governo entende o que é isso. Faremos o que for possível para que indicações de profissionais desqualificados sejam vetadas no Senado. O normal é que os exemplos e o decoro sejam práticas vistas de cima para baixo. Não é este o caso, como se vê. Mas no que depender dos especialistas do setor aéreo, amadores ficarão fora da Anac. HUMBERTO GIMENES BRANCO, 39, piloto privado de aviões com habilitação para voo por instrumentos, é vice-presidente da APPA "" Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves e conselheiro da Anac * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Pré-adolescente é criança? Leia coluna da psicóloga Rosely Sayão | Você já foi chamado de pré-adolescente? Pensa que é um deles? Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente. Eu sei que algumas gostam disso porque se sentem mais velhas e importantes. Quer saber de uma coisa? Ser criança é muito, muito importante. Vamos pensar na expressão "pré-adolescente". "Pré" sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc. Pensando nisso, pré-adolescente significa que a pessoa não é mais criança, mas também não é adolescente. Mas ela é o quê? Nada? Leia a coluna completa e veja as tirinhas do Armandinho aqui. | folhinha | Pré-adolescente é criança? Leia coluna da psicóloga Rosely SayãoVocê já foi chamado de pré-adolescente? Pensa que é um deles? Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente. Eu sei que algumas gostam disso porque se sentem mais velhas e importantes. Quer saber de uma coisa? Ser criança é muito, muito importante. Vamos pensar na expressão "pré-adolescente". "Pré" sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc. Pensando nisso, pré-adolescente significa que a pessoa não é mais criança, mas também não é adolescente. Mas ela é o quê? Nada? Leia a coluna completa e veja as tirinhas do Armandinho aqui. | 19 |
Bares criam versões com bacalhau para a Páscoa; confira 4 opções | MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Selecionamos bares que criaram versões do peixe para celebrar a Páscoa em clima mais informal. Confira: A ESTALAGEM No domingo (5), a choperia oferece bufê (R$ 59 por pessoa) com opções como bacalhau, risoto de camarão, massas e sobremesas. Também serve pratos a la carte e prepara receitas sob encomenda. Av. Moema, 2, Planalto Paulista, tel. 5051-8415. 120 lugares. Seg. a qui.: 11h30 às 0h. Sex. e sáb.: 11h30 à 1h. Dom.: 11h30 às 17h. Estac. c/ manob. (R$ 15). * TIGRE CEGO Especializado nos tostex, o bar incluiu no menu a versão de bacalhau (R$ 28). Servido durante o mês de abril, ele leva o peixe mais uma mistura de azeitonas e alho-poró. Acompanha couve com farinha de milho. R. Girassol, 654, Vila Madalena, região oeste, tel. 3586-8370. 45 pessoas. Ter. a dom.: 19h às 24h. Preço: R$ 22 (cerveja long neck Vedett - 355 ml). Valet (R$ 10). * OVO E UVA Misto de bar de vinhos, restaurante, empório e rotisseria, o espaço preparou um bacalhau em postas com cebola, tomate e legumes assados para o domingo de Páscoa (5). A receita é acompanhada por arroz e sai por R$ 145 para duas pessoas. R. Mateus Grou, 286, Pinheiros, região oeste, tel. 3085-3070. 90 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. Preço: R$ 16 (cerveja em garrafa Madalena - 600 ml). Valet (R$ 20). * ACONCHEGO CARIOCA De sexta (3) a domingo (5), o bar, filial paulistana do boteco carioca, oferece escondidinho de bacalhau (R$ 52). O prato acompanha arroz branco e farofa de dendê. Al. Jaú, 1.372, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-8262. 70 lugares. Seg.: 18h às 23h. Ter. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 18h. Preço: R$ 6 (chope Bamberg - 270 ml). Reserva (ter. a sex., 12h às 19h30). | saopaulo | Bares criam versões com bacalhau para a Páscoa; confira 4 opçõesMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Selecionamos bares que criaram versões do peixe para celebrar a Páscoa em clima mais informal. Confira: A ESTALAGEM No domingo (5), a choperia oferece bufê (R$ 59 por pessoa) com opções como bacalhau, risoto de camarão, massas e sobremesas. Também serve pratos a la carte e prepara receitas sob encomenda. Av. Moema, 2, Planalto Paulista, tel. 5051-8415. 120 lugares. Seg. a qui.: 11h30 às 0h. Sex. e sáb.: 11h30 à 1h. Dom.: 11h30 às 17h. Estac. c/ manob. (R$ 15). * TIGRE CEGO Especializado nos tostex, o bar incluiu no menu a versão de bacalhau (R$ 28). Servido durante o mês de abril, ele leva o peixe mais uma mistura de azeitonas e alho-poró. Acompanha couve com farinha de milho. R. Girassol, 654, Vila Madalena, região oeste, tel. 3586-8370. 45 pessoas. Ter. a dom.: 19h às 24h. Preço: R$ 22 (cerveja long neck Vedett - 355 ml). Valet (R$ 10). * OVO E UVA Misto de bar de vinhos, restaurante, empório e rotisseria, o espaço preparou um bacalhau em postas com cebola, tomate e legumes assados para o domingo de Páscoa (5). A receita é acompanhada por arroz e sai por R$ 145 para duas pessoas. R. Mateus Grou, 286, Pinheiros, região oeste, tel. 3085-3070. 90 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. Preço: R$ 16 (cerveja em garrafa Madalena - 600 ml). Valet (R$ 20). * ACONCHEGO CARIOCA De sexta (3) a domingo (5), o bar, filial paulistana do boteco carioca, oferece escondidinho de bacalhau (R$ 52). O prato acompanha arroz branco e farofa de dendê. Al. Jaú, 1.372, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-8262. 70 lugares. Seg.: 18h às 23h. Ter. a sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 18h. Preço: R$ 6 (chope Bamberg - 270 ml). Reserva (ter. a sex., 12h às 19h30). | 9 |
O comércio busca saídas | O modelo de consumo, responsável pela manutenção do crescimento da economia nesta década, esgotou-se, tragado pela maré montante da inflação e do desemprego. Neste ano, o país deverá assistir ao fechamento de mais de um milhão de vagas. A entrada de 1,5 milhão de jovens no mercado de trabalho agravará o problema. Apenas no comércio, do começo do ano até julho, 200 mil empregos com carteira assinada foram cortados em todo o Brasil, metade dos quais na região sudeste. Não será surpresa se a taxa de desemprego atingir os dois dígitos até dezembro e por lá ficar ao longo de todo o ano de 2016. O Índice de Confiança do Consumidor, que marcava 110 pontos em agosto de 2014, hoje encontra-se no patamar de 84,7 pontos, o mais baixo em 15 anos. Além da ameaça de perder o emprego, o consumidor assiste a inflação corroer o poder de compra dos salários. O teto da meta de inflação, de 6,5%, foi ultrapassado em pouco mais de meio ano, o que deve levará o Banco Central a manter a elevação dos juros, opção trágica e equivocada num cenário econômico de quase paralisia. Além disso, juros altos significam transferência de renda para os mais favorecidos, do setor produtivo para os bancos, provocando ainda mais distorções e desigualdade em nosso país. Orçamento apertado das famílias e crédito restrito levou o varejo brasileiro a ter o seu pior primeiro semestre em 12 anos, com retração de 2,2%, segundo o IBGE. Móveis e eletrodomésticos foram os segmentos mais afetados. Na sequência, aparecem supermercados e hipermercados, indicando que o consumidor está deixando de comprar até alimentos. Calçados, vestuário e tecidos também sofreram, além do setor automotivo. Mesmo o comércio popular não escapou da crise, com queda de até 40% nas vendas. Na rua 25 de Março e outras 16 adjacentes do centro de São Paulo, que formam uma das regiões mais procuradas do Brasil pelos consumidores, nunca foram vistas tantas faixas de "aluga-se" e "vende-se". Até recentemente, quando uma loja fechava, havia disputa para ver quem conseguia o ponto. Agora não aparece ninguém. As datas comemorativas do Dia dos Namorados, das Mães e Páscoa decepcionaram nas vendas deste ano. O Dia dos Pais amargou uma queda de 4,5% em relação ao ano passado, segundo a FecomercioSP. Como não podia deixar de ser, loja sem consumidores também fica sem trabalhadores. Com cerca de 13 milhões de carteiras assinadas, os comerciários são a segunda maior categoria do país, atrás só do serviço público nos três níveis. A profissão foi regulamentada no primeiro mandato da presidente Dilma, mas ainda não tem piso salarial único, válido para todo o Brasil. Apesar dessa pujança, os comerciários ainda são vítimas da informalidade e da rotatividade. Esse último problema afeta também o empregador, pois reduz a produtividade e dificulta a prestação de serviços com qualidade. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o maior do país, que representa mais de 500 mil trabalhadores, e a FecomércioSP e seus 156 sindicatos patronais filiados estão fazendo todos os esforços para reverter a situação que prejudica empresários e milhões de trabalhadores e suas famílias. O diálogo construtivo entre capital e trabalho é fundamental para a obtenção de um ambiente de negócios favorável à retomada dos investimentos. Mas o governo precisa fazer a sua parte, priorizando o ajuste das contas públicas em cortes de despesas, e não em um aumento da dívida pública e da carga tributária. ABRAM SZAJMAN é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) RICARDO PATAH é presidente nacional da UGT - União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários do Estado de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | O comércio busca saídasO modelo de consumo, responsável pela manutenção do crescimento da economia nesta década, esgotou-se, tragado pela maré montante da inflação e do desemprego. Neste ano, o país deverá assistir ao fechamento de mais de um milhão de vagas. A entrada de 1,5 milhão de jovens no mercado de trabalho agravará o problema. Apenas no comércio, do começo do ano até julho, 200 mil empregos com carteira assinada foram cortados em todo o Brasil, metade dos quais na região sudeste. Não será surpresa se a taxa de desemprego atingir os dois dígitos até dezembro e por lá ficar ao longo de todo o ano de 2016. O Índice de Confiança do Consumidor, que marcava 110 pontos em agosto de 2014, hoje encontra-se no patamar de 84,7 pontos, o mais baixo em 15 anos. Além da ameaça de perder o emprego, o consumidor assiste a inflação corroer o poder de compra dos salários. O teto da meta de inflação, de 6,5%, foi ultrapassado em pouco mais de meio ano, o que deve levará o Banco Central a manter a elevação dos juros, opção trágica e equivocada num cenário econômico de quase paralisia. Além disso, juros altos significam transferência de renda para os mais favorecidos, do setor produtivo para os bancos, provocando ainda mais distorções e desigualdade em nosso país. Orçamento apertado das famílias e crédito restrito levou o varejo brasileiro a ter o seu pior primeiro semestre em 12 anos, com retração de 2,2%, segundo o IBGE. Móveis e eletrodomésticos foram os segmentos mais afetados. Na sequência, aparecem supermercados e hipermercados, indicando que o consumidor está deixando de comprar até alimentos. Calçados, vestuário e tecidos também sofreram, além do setor automotivo. Mesmo o comércio popular não escapou da crise, com queda de até 40% nas vendas. Na rua 25 de Março e outras 16 adjacentes do centro de São Paulo, que formam uma das regiões mais procuradas do Brasil pelos consumidores, nunca foram vistas tantas faixas de "aluga-se" e "vende-se". Até recentemente, quando uma loja fechava, havia disputa para ver quem conseguia o ponto. Agora não aparece ninguém. As datas comemorativas do Dia dos Namorados, das Mães e Páscoa decepcionaram nas vendas deste ano. O Dia dos Pais amargou uma queda de 4,5% em relação ao ano passado, segundo a FecomercioSP. Como não podia deixar de ser, loja sem consumidores também fica sem trabalhadores. Com cerca de 13 milhões de carteiras assinadas, os comerciários são a segunda maior categoria do país, atrás só do serviço público nos três níveis. A profissão foi regulamentada no primeiro mandato da presidente Dilma, mas ainda não tem piso salarial único, válido para todo o Brasil. Apesar dessa pujança, os comerciários ainda são vítimas da informalidade e da rotatividade. Esse último problema afeta também o empregador, pois reduz a produtividade e dificulta a prestação de serviços com qualidade. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o maior do país, que representa mais de 500 mil trabalhadores, e a FecomércioSP e seus 156 sindicatos patronais filiados estão fazendo todos os esforços para reverter a situação que prejudica empresários e milhões de trabalhadores e suas famílias. O diálogo construtivo entre capital e trabalho é fundamental para a obtenção de um ambiente de negócios favorável à retomada dos investimentos. Mas o governo precisa fazer a sua parte, priorizando o ajuste das contas públicas em cortes de despesas, e não em um aumento da dívida pública e da carga tributária. ABRAM SZAJMAN é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) RICARDO PATAH é presidente nacional da UGT - União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários do Estado de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
No Municipal, Erasmo Carlos faz show à meia luz, em clima romântico | Num Teatro Municipal lotado, Erasmo Carlos começou seu show nesta Virada Cultural às 15h em ponto, abrindo a apresentação com "Gente Aberta", de seu último disco, "Carlos, Erasmo". "Essa música que vocês acabaram de ouvir sou eu", disse o cantor. "É minha proposta de falar de meu mundo interior." Emendou com "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", parceria com Roberto Carlos, que ele apresentou falando do contexto da contracultura nos anos 1970, "aquela cultura hippie, do faça amor, não faça guerra". Aos gritos de "gostoso" da plateia, Erasmo reagiu brincando. "Quando eu gravo DVD, nunca tem essas coisas, gente gritando 'gostoso'", disse o músico. "Vou gravar meu próximo DVD na Virada Cultural. A Virada seduz a gente porque é um clima informal, as pessoas se encontram na rua, é romântico." Na sequência, vieram "Mundo Deserto", que ele escreveu para Elis Regina, "Masculino, Feminino", que cantou com Laura Lavieri, e "De Noite na Cama", de Caetano Veloso. "Essa música é um presente inesquecível, que Caetano escreveu para mim durante o exílio em Londres. Lá, longe de tudo, ele teve tempo de fazer isso", contou Erasmo, falando sobre seu último álbum. "Esse disco foi meio que um vestibular, passei do beabá da jovem guarda e entrei para a universidade do mundo." Logo depois de "De Noite na Cama", o público ensaiou um coro "fora, Temer". Erasmo não aderiu, mas logo falou que apoiava a descriminalização da maconha, apresentando sua música "mais polêmica", "Maria Joana". Depois de cantar "Dois Animais na Selva Suja da Rua", "Cachaça Mecânica", "Grilos" e "Mané João", Erasmo voltou à política, relembrando o comício pelas Diretas Já em frente à igreja da Candelária, no Rio, e cantou "Semente do Amanhã", de Gonzaguinha. "Faço de novo minhas essas palavras", disse o músico. "Eu sou um cara que acredita na humanidade, no homem e na utopia, porque, embora ela seja impossível, ela é sonhável, e eu sou um cara que sonha." Ele encerrou o show apertando as mãos de todos do público que conseguiam chegar até o palco do Municipal. | ilustrada | No Municipal, Erasmo Carlos faz show à meia luz, em clima românticoNum Teatro Municipal lotado, Erasmo Carlos começou seu show nesta Virada Cultural às 15h em ponto, abrindo a apresentação com "Gente Aberta", de seu último disco, "Carlos, Erasmo". "Essa música que vocês acabaram de ouvir sou eu", disse o cantor. "É minha proposta de falar de meu mundo interior." Emendou com "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", parceria com Roberto Carlos, que ele apresentou falando do contexto da contracultura nos anos 1970, "aquela cultura hippie, do faça amor, não faça guerra". Aos gritos de "gostoso" da plateia, Erasmo reagiu brincando. "Quando eu gravo DVD, nunca tem essas coisas, gente gritando 'gostoso'", disse o músico. "Vou gravar meu próximo DVD na Virada Cultural. A Virada seduz a gente porque é um clima informal, as pessoas se encontram na rua, é romântico." Na sequência, vieram "Mundo Deserto", que ele escreveu para Elis Regina, "Masculino, Feminino", que cantou com Laura Lavieri, e "De Noite na Cama", de Caetano Veloso. "Essa música é um presente inesquecível, que Caetano escreveu para mim durante o exílio em Londres. Lá, longe de tudo, ele teve tempo de fazer isso", contou Erasmo, falando sobre seu último álbum. "Esse disco foi meio que um vestibular, passei do beabá da jovem guarda e entrei para a universidade do mundo." Logo depois de "De Noite na Cama", o público ensaiou um coro "fora, Temer". Erasmo não aderiu, mas logo falou que apoiava a descriminalização da maconha, apresentando sua música "mais polêmica", "Maria Joana". Depois de cantar "Dois Animais na Selva Suja da Rua", "Cachaça Mecânica", "Grilos" e "Mané João", Erasmo voltou à política, relembrando o comício pelas Diretas Já em frente à igreja da Candelária, no Rio, e cantou "Semente do Amanhã", de Gonzaguinha. "Faço de novo minhas essas palavras", disse o músico. "Eu sou um cara que acredita na humanidade, no homem e na utopia, porque, embora ela seja impossível, ela é sonhável, e eu sou um cara que sonha." Ele encerrou o show apertando as mãos de todos do público que conseguiam chegar até o palco do Municipal. | 6 |
Maioria das mulheres com mais de 45 diz se sentir bonita, aponta pesquisa | Mulheres com mais de 45 anos não mentem a idade, acham que cabelo branco é sinal de atitude e se enxergam mais nova do que o que diz o RG. Ao menos é o que mostra a pesquisa encomendada pela Avon com mil mulheres brasileiras, entre 45 e 65 anos, a média de idade entre as que responderem é de 52 anos. A pesquisa, feita online, foi divulgada nesta semana junto com o lançamento da nova linha Renew, de cremes antirrugas da marca. Entre as entrevistadas, 63% acreditam aparentarem serem mais novas. E 78% delas disseram que as pessoas as consideram mais jovens. Para Marcelo Tokaski, diretor do Instituto de Pesquisa FSB —que fez o levantamento—, esses dados mostra que a sociedade ainda tem em mente a figura de mulheres velhas das gerações passadas. "O resultado mostra que a maioria das mulheres dessa geração está com a autoestima alta e, mais do que isso, confirma a tendência de mudança de comportamento com relação à forma como encaram o envelhecimento", explica Ricardo Patrocínio, VP de Marketing de Cosméticos da Avon. Cerca de 70% das mulheres respondeu sim à pergunta: "você se sente bonita?". Entre as 14% que disseram "não" (havia opções como não sei), 60% são sedentárias. Esse dado levou os pesquisadores a relacionar a prática de exercícios ao bem-estar diante do espelho, já que 70% do total de entrevistadas diz fazer algum tipo de ginástica. O modelo de "bom envelhecimento", de acordo com a pesquisa, é a atriz Bruna Lombardi. Aos 63 anos, a mulher de Carlos Alberto Ricceli exibe excelente forma física e uma longa cabeleira loira no musical "Amor em Sampa", que estreio em fevereiro nos cinemas. | mulher | Maioria das mulheres com mais de 45 diz se sentir bonita, aponta pesquisaMulheres com mais de 45 anos não mentem a idade, acham que cabelo branco é sinal de atitude e se enxergam mais nova do que o que diz o RG. Ao menos é o que mostra a pesquisa encomendada pela Avon com mil mulheres brasileiras, entre 45 e 65 anos, a média de idade entre as que responderem é de 52 anos. A pesquisa, feita online, foi divulgada nesta semana junto com o lançamento da nova linha Renew, de cremes antirrugas da marca. Entre as entrevistadas, 63% acreditam aparentarem serem mais novas. E 78% delas disseram que as pessoas as consideram mais jovens. Para Marcelo Tokaski, diretor do Instituto de Pesquisa FSB —que fez o levantamento—, esses dados mostra que a sociedade ainda tem em mente a figura de mulheres velhas das gerações passadas. "O resultado mostra que a maioria das mulheres dessa geração está com a autoestima alta e, mais do que isso, confirma a tendência de mudança de comportamento com relação à forma como encaram o envelhecimento", explica Ricardo Patrocínio, VP de Marketing de Cosméticos da Avon. Cerca de 70% das mulheres respondeu sim à pergunta: "você se sente bonita?". Entre as 14% que disseram "não" (havia opções como não sei), 60% são sedentárias. Esse dado levou os pesquisadores a relacionar a prática de exercícios ao bem-estar diante do espelho, já que 70% do total de entrevistadas diz fazer algum tipo de ginástica. O modelo de "bom envelhecimento", de acordo com a pesquisa, é a atriz Bruna Lombardi. Aos 63 anos, a mulher de Carlos Alberto Ricceli exibe excelente forma física e uma longa cabeleira loira no musical "Amor em Sampa", que estreio em fevereiro nos cinemas. | 40 |
Propina do PT bancou campanha de aliado em El Salvador, diz Odebrecht | Ex-primeira dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80, Vanda Pignato intermediou, segundo a Odebrecht, o pagamento de R$ 5,3 milhões de caixa dois feito pela empreiteira à campanha de Mauricio Funes, na época seu marido e candidato à Presidência da República do país centro-americano. O relato faz parte do acordo de delação premiada de executivos da empresa assinado nesta semana por 77 executivos do grupo empresarial baiano. O dinheiro, segundo delatores, foi pago em 2008 pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu Funes em março do ano seguinte. O montante foi descontado do caixa do PT junto à empreiteira no qual eram feitos pagamentos de valores ilícitos, segundo disseram os delatores às autoridades. De acordo com eles, o abatimento teve a autorização do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a Funes e Vanda Pignato. Um ex-sócio do marqueteiro afirmou à Folha que Santana confidenciou que fez o trabalho a pedido do PT. Aos procuradores, a Odebrecht relatou que foi Vanda quem acertou os R$ 5,3 milhões com a alta cúpula do PT, devido à sua proximidade com a legenda. Brasileira, a ex-primeira-dama é hoje secretária de inclusão social do governo de El Salvador, pasta que tem status de ministério. Separada de Funes desde o ano passado, Vanda começou a militar no PT nos anos 1980, chegando a representar o partido na América Central, quando já morava naquele país. Ela se desfiliou da sigla em 2010. O episódio esclarece um item da planilha "POSICAO ITALIANO310712MO.xls" encontrada pela Polícia Federal nos arquivos do ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio. No documento apreendido pela PF, com discriminação de repasses a "Feira", codinome de Santana na empreiteira, aparece: "Evento El Salvador via Feira 5.300". Investigadores da Lava Jato concluíram que a planilha tratava de valores ilícitos pagos pelo Setor de Operações Estruturadas, a área de pagamento de propinas da Odebrecht, negociados com o ex-ministro Antonio Palocci, apelidado de "Italiano". Segundo a investigação, Palocci era o principal administrador do caixa do PT junto à empreiteira. APOIO O ex-presidente Lula foi um dos principais apoiadores de Funes durante a campanha presidencial do salvadorenho. O petista tinha interesse na eleição de aliados de esquerda na América Latina e, por isso, indicou Santana –seu marqueteiro de confiança e que comandou campanhas sua e de sua sucessora, Dilma Rousseff– a Funes. O mote da vitória presidencial do salvadorenho foi, inclusive, o mesmo usado pelo brasileiro em 2002: "A esperança venceu o medo". Após a vitória de Funes, o então presidente brasileiro enviou o Gilberto Carvalho, seu principal assessor, para passar cinco dias em El Salvador e contribuir no processo de transição do novo governo do país. Em seu discurso de posse, em junho de 2009, Funes citou Lula como "exemplo a ser seguido" e disse que implementaria em El Salvador diversos programas sociais baseados em bandeiras da administração do PT, como o Bolsa Família. Durante a campanha, Funes viajou diversas vezes ao Brasil, retornando após a conquista da Presidência. Após a vitória, encontrou-se com Lula e apontou o brasileiro como sua principal referência política. Recentemente, Funes, que foi presidente até 2014, recebeu asilo político na Nicarágua, após alegar sofrer perseguição política. Ele é investigado em El Salvador por desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito durante seu período à frente do Executivo do país. OUTRO LADO Por e-mail, a ex-primeira-dama Vanda Pignato, negou que tenha atuado na arrecadação de dinheiro para a campanha de Mauricio Funes, em 2008. Disse também que nunca conversou com o ex-presidente Lula sobre doações para Funes e que desconhece ajuda do petista na arrecadação. Sobre o ex-presidente e herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ela afirmou tê-lo conhecido junto a outros empresários brasileiros em evento da Fiesp em 2010. Ela disse que em 2011 visitou projeto da Fundação Odebrecht na Bahia. "Fui recebida pelo fundador Norberto Odebrecht. Visitei os projetos 'Casa Família Rural, 'Aliança Cooperativa da Mandioca' e 'Instituto de Direito e Cidadania'". Segundo Vanda, o último encontro com Odebrecht foi numa visita dele a El Salvador. Procurada pela reportagem, a assessoria do Instituto Lula respondeu que não comenta "especulação de delação". "Nas últimas semanas foram ouvidas 19 testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal, incluindo os maiores delatores da Lava Jato, e nenhuma delas confirmou qualquer acusação contra Lula,", disse, por e-mail. O PT não quis se manifestar. A Odebrecht disse que não se pronuncia sobre negociação com a Justiça e que reforça seu compromisso com atuação "íntegra e transparente". | poder | Propina do PT bancou campanha de aliado em El Salvador, diz OdebrechtEx-primeira dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80, Vanda Pignato intermediou, segundo a Odebrecht, o pagamento de R$ 5,3 milhões de caixa dois feito pela empreiteira à campanha de Mauricio Funes, na época seu marido e candidato à Presidência da República do país centro-americano. O relato faz parte do acordo de delação premiada de executivos da empresa assinado nesta semana por 77 executivos do grupo empresarial baiano. O dinheiro, segundo delatores, foi pago em 2008 pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu Funes em março do ano seguinte. O montante foi descontado do caixa do PT junto à empreiteira no qual eram feitos pagamentos de valores ilícitos, segundo disseram os delatores às autoridades. De acordo com eles, o abatimento teve a autorização do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a Funes e Vanda Pignato. Um ex-sócio do marqueteiro afirmou à Folha que Santana confidenciou que fez o trabalho a pedido do PT. Aos procuradores, a Odebrecht relatou que foi Vanda quem acertou os R$ 5,3 milhões com a alta cúpula do PT, devido à sua proximidade com a legenda. Brasileira, a ex-primeira-dama é hoje secretária de inclusão social do governo de El Salvador, pasta que tem status de ministério. Separada de Funes desde o ano passado, Vanda começou a militar no PT nos anos 1980, chegando a representar o partido na América Central, quando já morava naquele país. Ela se desfiliou da sigla em 2010. O episódio esclarece um item da planilha "POSICAO ITALIANO310712MO.xls" encontrada pela Polícia Federal nos arquivos do ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio. No documento apreendido pela PF, com discriminação de repasses a "Feira", codinome de Santana na empreiteira, aparece: "Evento El Salvador via Feira 5.300". Investigadores da Lava Jato concluíram que a planilha tratava de valores ilícitos pagos pelo Setor de Operações Estruturadas, a área de pagamento de propinas da Odebrecht, negociados com o ex-ministro Antonio Palocci, apelidado de "Italiano". Segundo a investigação, Palocci era o principal administrador do caixa do PT junto à empreiteira. APOIO O ex-presidente Lula foi um dos principais apoiadores de Funes durante a campanha presidencial do salvadorenho. O petista tinha interesse na eleição de aliados de esquerda na América Latina e, por isso, indicou Santana –seu marqueteiro de confiança e que comandou campanhas sua e de sua sucessora, Dilma Rousseff– a Funes. O mote da vitória presidencial do salvadorenho foi, inclusive, o mesmo usado pelo brasileiro em 2002: "A esperança venceu o medo". Após a vitória de Funes, o então presidente brasileiro enviou o Gilberto Carvalho, seu principal assessor, para passar cinco dias em El Salvador e contribuir no processo de transição do novo governo do país. Em seu discurso de posse, em junho de 2009, Funes citou Lula como "exemplo a ser seguido" e disse que implementaria em El Salvador diversos programas sociais baseados em bandeiras da administração do PT, como o Bolsa Família. Durante a campanha, Funes viajou diversas vezes ao Brasil, retornando após a conquista da Presidência. Após a vitória, encontrou-se com Lula e apontou o brasileiro como sua principal referência política. Recentemente, Funes, que foi presidente até 2014, recebeu asilo político na Nicarágua, após alegar sofrer perseguição política. Ele é investigado em El Salvador por desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito durante seu período à frente do Executivo do país. OUTRO LADO Por e-mail, a ex-primeira-dama Vanda Pignato, negou que tenha atuado na arrecadação de dinheiro para a campanha de Mauricio Funes, em 2008. Disse também que nunca conversou com o ex-presidente Lula sobre doações para Funes e que desconhece ajuda do petista na arrecadação. Sobre o ex-presidente e herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ela afirmou tê-lo conhecido junto a outros empresários brasileiros em evento da Fiesp em 2010. Ela disse que em 2011 visitou projeto da Fundação Odebrecht na Bahia. "Fui recebida pelo fundador Norberto Odebrecht. Visitei os projetos 'Casa Família Rural, 'Aliança Cooperativa da Mandioca' e 'Instituto de Direito e Cidadania'". Segundo Vanda, o último encontro com Odebrecht foi numa visita dele a El Salvador. Procurada pela reportagem, a assessoria do Instituto Lula respondeu que não comenta "especulação de delação". "Nas últimas semanas foram ouvidas 19 testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal, incluindo os maiores delatores da Lava Jato, e nenhuma delas confirmou qualquer acusação contra Lula,", disse, por e-mail. O PT não quis se manifestar. A Odebrecht disse que não se pronuncia sobre negociação com a Justiça e que reforça seu compromisso com atuação "íntegra e transparente". | 0 |
Longa é tão ralo que ator sua para talvez merecer indicação | A julgar apenas pela qualidade do filme, as seis indicações ao Oscar 2017 de "Lion - Uma Jornada para Casa" soam como um exagero. A média dos indicados ao prêmio principal neste ano está longe de ser brilhante, mas tem certa consistência. "Lion" se posiciona, sem dúvida, entre os mais frágeis deles. Por outro lado, as indicações fazem todo sentido quando se nota que "Lion" é "um típico filme de Oscar". Baseado em história real de superação pessoal? Sim. Tema sentimental, mas socialmente relevante? Sim. Paisagem "exótica"? Claro. Sex symbol desglamorizada (Nicole Kidman) com monólogo lacrimoso? Também. A sinopse oficial nos conta que Saroo, 5, dorme em um trem e se perde de sua família. Sobrevive sozinho até ser adotado por um casal australiano. "Vinte e cinco anos depois, munido apenas de um punhado de lembranças e uma tecnologia revolucionária, conhecida como Google Earth, ele vai ao encontro de sua história perdida." Deixemos de lado o fato de uma grande corporação ser elogiada em uma sinopse –e a hipótese cínica de se tratar de um longo "merchan". Melhor nos concentrarmos no produto (o filme, no caso). "Lion" se divide em duas metades. A primeira mostra as desventuras do pequeno Saroo (Sunny Pawar, melhor ator do filme) em Calcutá. A lembrança imediata é "Quem Quer Ser um Milionário?", ganhador do Oscar em 2009. A impressão se reforça quando entra em cena Patel, protagonista dos dois filmes. Embora o tratamento do australiano Garth Davis seja menos espetaculoso que o do inglês Danny Boyle, o retrato que se pinta da Índia não é muito distinto em seu etnocentrismo: um lugar sujo e selvagem, habitado por pessoas pouco civilizadas. E essa é a melhor parte. A segunda, por contraste, se passa em uma idílica Austrália, onde não há personagens mal-intencionados (salvo o irmão de Saroo, outro indiano adotado, portanto com "defeito de fabricação"). A transformação do protagonista –de jovem adaptado a homem atormentado– é abrupta, mal desenvolvida pelo filme. O mesmo pode ser dito sobre sua relação com a namorada (Rooney Mara). Já a busca por sua família, por se dar toda em ambiente virtual, é tediosa. Assim, temos uma segunda metade em que Patel se divide entre olhar para a tela do computador, fazendo cara de frustrado, e para o vazio, fazendo cara de melancólico. Não é uma grande interpretação, mas tal esforço com material tão ralo pode explicar a indicação ao Oscar de coadjuvante. As outras cinco são mais difíceis de justificar. * LION - UMA JORNADA PARA CASA QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (16) ELENCO: SUNNY PAWAR, DEV PATEL, NICOLE KIDMAN PRODUÇÃO: EUA/AUSTRÁLIA/REINO UNIDO, 2016, 12 ANOS DIREÇÃO: GARTH DAVIS | ilustrada | Longa é tão ralo que ator sua para talvez merecer indicaçãoA julgar apenas pela qualidade do filme, as seis indicações ao Oscar 2017 de "Lion - Uma Jornada para Casa" soam como um exagero. A média dos indicados ao prêmio principal neste ano está longe de ser brilhante, mas tem certa consistência. "Lion" se posiciona, sem dúvida, entre os mais frágeis deles. Por outro lado, as indicações fazem todo sentido quando se nota que "Lion" é "um típico filme de Oscar". Baseado em história real de superação pessoal? Sim. Tema sentimental, mas socialmente relevante? Sim. Paisagem "exótica"? Claro. Sex symbol desglamorizada (Nicole Kidman) com monólogo lacrimoso? Também. A sinopse oficial nos conta que Saroo, 5, dorme em um trem e se perde de sua família. Sobrevive sozinho até ser adotado por um casal australiano. "Vinte e cinco anos depois, munido apenas de um punhado de lembranças e uma tecnologia revolucionária, conhecida como Google Earth, ele vai ao encontro de sua história perdida." Deixemos de lado o fato de uma grande corporação ser elogiada em uma sinopse –e a hipótese cínica de se tratar de um longo "merchan". Melhor nos concentrarmos no produto (o filme, no caso). "Lion" se divide em duas metades. A primeira mostra as desventuras do pequeno Saroo (Sunny Pawar, melhor ator do filme) em Calcutá. A lembrança imediata é "Quem Quer Ser um Milionário?", ganhador do Oscar em 2009. A impressão se reforça quando entra em cena Patel, protagonista dos dois filmes. Embora o tratamento do australiano Garth Davis seja menos espetaculoso que o do inglês Danny Boyle, o retrato que se pinta da Índia não é muito distinto em seu etnocentrismo: um lugar sujo e selvagem, habitado por pessoas pouco civilizadas. E essa é a melhor parte. A segunda, por contraste, se passa em uma idílica Austrália, onde não há personagens mal-intencionados (salvo o irmão de Saroo, outro indiano adotado, portanto com "defeito de fabricação"). A transformação do protagonista –de jovem adaptado a homem atormentado– é abrupta, mal desenvolvida pelo filme. O mesmo pode ser dito sobre sua relação com a namorada (Rooney Mara). Já a busca por sua família, por se dar toda em ambiente virtual, é tediosa. Assim, temos uma segunda metade em que Patel se divide entre olhar para a tela do computador, fazendo cara de frustrado, e para o vazio, fazendo cara de melancólico. Não é uma grande interpretação, mas tal esforço com material tão ralo pode explicar a indicação ao Oscar de coadjuvante. As outras cinco são mais difíceis de justificar. * LION - UMA JORNADA PARA CASA QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (16) ELENCO: SUNNY PAWAR, DEV PATEL, NICOLE KIDMAN PRODUÇÃO: EUA/AUSTRÁLIA/REINO UNIDO, 2016, 12 ANOS DIREÇÃO: GARTH DAVIS | 6 |
Comissão sobre parlamentarismo é adiada após pressão da oposição | A oposição no Senado conseguiu convencer o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça-feira (15) a postergar a instalação de uma comissão especial para discutir uma mudança no regime de governo para algo como um parlamentarismo ou um semipresidencialismo. Em um almoço, os senadores resolveram se posicionar contra a proposta por considerarem-na circunstancial e avaliarem que poderia ficar com a pecha de "oportunista". Pela tarde, eles conversaram com Renan e o presidente da Casa afirmou, em plenário, que não irá instalar a comissão especial por enquanto. No início do mês, o Senado aprovou um requerimento para instalar uma comissão especial de análise do tema. No entanto, os senadores avaliaram que não há espaço político para se discutir a medida atualmente. "Eu sou parlamentarista da vida inteira, não sou parlamentarista de circunstância. [...] A proposta do parlamentarismo não pode, no meu entender, ser confundida com uma medida para superarmos a atual crise política", afirmou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Os senadores apresentaram um outro requerimento pedindo o cancelamento da comissão especial, mas o documento ainda não foi votado. Renan afirmou que só irá constituir a comissão após conversar com os líderes partidários. "Nós não vamos, eu queria repetir, instalar a comissão. Não cogitamos instalar a comissão, não faremos isso, em nenhuma circunstância, antes de ouvirmos os líderes partidários. Eu concordo. É evidente que há um desejo, na sociedade, com relação à revisão do sistema de governo, do regime de governo, mas isso jamais poderia ser impulsionado por um objetivo casuístico, momentâneo, circunstancial. Eu mesmo não colaboraria para que isso pudesse acontecer", disse Renan aos demais senadores. Para Aloysio, a discussão da proposta neste momento poderia inviabilizar a sua aprovação pela sociedade no futuro. "[Temos] que verificar o momento exato em que ela deve ser colocada em movimento. Corremos o risco de termos uma boa ideia, que, no meu entender, levaria ao aperfeiçoamento do sistema democrático brasileiro, fazendo com que essa boa ideia seja engolfada no bojo da crise política que estamos vivendo, e portanto, deslegitimada em razão dessa circunstância." A iniciativa de se colocar o tema em pauta no Congresso, com vistas a produzir uma solução para a crise política do país, foi construída entre Renan e o senador José Serra (PSDB-SP). A ideia é tida como uma "saída honrosa" para o impasse que se instaurou no país. Nas discussões iniciais, os parlamentares previam formular uma proposta que pudesse ser um período de "transição" do regime presidencialista para o semipresidencialista nos próximos anos, com Dilma Rousseff ou o vice-presidente Michel Temer no poder. A mudança definitiva aconteceria em 2018. | poder | Comissão sobre parlamentarismo é adiada após pressão da oposiçãoA oposição no Senado conseguiu convencer o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça-feira (15) a postergar a instalação de uma comissão especial para discutir uma mudança no regime de governo para algo como um parlamentarismo ou um semipresidencialismo. Em um almoço, os senadores resolveram se posicionar contra a proposta por considerarem-na circunstancial e avaliarem que poderia ficar com a pecha de "oportunista". Pela tarde, eles conversaram com Renan e o presidente da Casa afirmou, em plenário, que não irá instalar a comissão especial por enquanto. No início do mês, o Senado aprovou um requerimento para instalar uma comissão especial de análise do tema. No entanto, os senadores avaliaram que não há espaço político para se discutir a medida atualmente. "Eu sou parlamentarista da vida inteira, não sou parlamentarista de circunstância. [...] A proposta do parlamentarismo não pode, no meu entender, ser confundida com uma medida para superarmos a atual crise política", afirmou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Os senadores apresentaram um outro requerimento pedindo o cancelamento da comissão especial, mas o documento ainda não foi votado. Renan afirmou que só irá constituir a comissão após conversar com os líderes partidários. "Nós não vamos, eu queria repetir, instalar a comissão. Não cogitamos instalar a comissão, não faremos isso, em nenhuma circunstância, antes de ouvirmos os líderes partidários. Eu concordo. É evidente que há um desejo, na sociedade, com relação à revisão do sistema de governo, do regime de governo, mas isso jamais poderia ser impulsionado por um objetivo casuístico, momentâneo, circunstancial. Eu mesmo não colaboraria para que isso pudesse acontecer", disse Renan aos demais senadores. Para Aloysio, a discussão da proposta neste momento poderia inviabilizar a sua aprovação pela sociedade no futuro. "[Temos] que verificar o momento exato em que ela deve ser colocada em movimento. Corremos o risco de termos uma boa ideia, que, no meu entender, levaria ao aperfeiçoamento do sistema democrático brasileiro, fazendo com que essa boa ideia seja engolfada no bojo da crise política que estamos vivendo, e portanto, deslegitimada em razão dessa circunstância." A iniciativa de se colocar o tema em pauta no Congresso, com vistas a produzir uma solução para a crise política do país, foi construída entre Renan e o senador José Serra (PSDB-SP). A ideia é tida como uma "saída honrosa" para o impasse que se instaurou no país. Nas discussões iniciais, os parlamentares previam formular uma proposta que pudesse ser um período de "transição" do regime presidencialista para o semipresidencialista nos próximos anos, com Dilma Rousseff ou o vice-presidente Michel Temer no poder. A mudança definitiva aconteceria em 2018. | 0 |
Fundos de investimento ficarão mais simples e mais baratos, diz associação | Os fundos de investimento ficarão mais simples, menos burocráticos e com custos mais competitivos, segundo Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima (associação do mercado). O setor terá, a partir de outubro, uma nova regulação, que melhorará a transparência sobre riscos e custos. Leia os principais trechos da entrevista: * Foi um bom semestre em termos de rentabilidade e de captação. O produto com maior crescimento foram os fundos de previdência, o que demonstra a preocupação com a poupança de longo prazo. Em 2013, esses fundos perderam investidores com o susto da marcação a mercado [que reduziu o valor das cotas, quando os juros subiram]. De lá para cá, os bancos fizeram um trabalho importante de esclarecimento aos clientes. A nova regulação vem em um hora boa. Os Fundos Simples, de baixa volatilidade, bom retorno e liquidez, chegam no momento em que fica mais difícil acertar uma tendência para o mercado. Ajudam a reduzir os custos e as despesas. Ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade de investir no exterior, permitindo com que os fundos se beneficiem do crescimento maior nos Estados Unidos e na Europa. A indústria sempre buscou eficiência, apesar dos impedimentos regulatórios. A tendência é ter produtos com gestão cada vez mais simples, que tendem a se tornar mais baratos. E aqueles que agregam mais valor vão poder cobrar mais do cliente. A indústria tinha um viés de tíquete [aplicação mínima], que era também uma metodologia para permitir o acesso ou não do cliente a determinados produtos. A necessidade de tíquete diminuiu depois do suitability [perfil de risco do cliente] e da segmentação do atendimento. Tinha também um custo maior para distribuir fundos para o cliente com um tíquete menor. Desburocratizando a indústria, sem perder em qualidade e transparência, isso tudo vai mudar. A nova classificação de fundos vai induzir uma visão de prazo, risco e depois estratégia do investimento. O sistema fica mais eficiente. A fase é de diagnóstico. Não envolve renúncia fiscal, mas correção de distorções e assimetrias entre aplicações. * NOVAS REGRAS DOS FUNDOS 1 - Fundo Simples Com objetivo de reduzir custos, nova categoria de fundos de investimentos terá apenas formulários, prestação de contas e comunicados pela internet. Terá de aplicar, no mínimo, 50% em títulos do governo; o restante poderá ser em papéis privados com a mesma avaliação de risco do Brasil Fundos de investimento 2 - Aplicação no exterior Limite para aplicação sobe de 10% para 20% para todo os fundos de varejo. Para os investidores qualificados, o teto passa de 20% para 40% 3 - Fundo offshore Cria os fundos que aplicam exclusivamente no exterior, com limite mínimo de 67% dos recursos aplicados fora do país. São voltados aos novos investidores qualificados, com capital mínimo de R$ 1 milhão 4 - Investidor qualificação Acaba com a exigência de tíquete mínimo de R$ 300 mil para aplicações como em fundos de ações estrangeiras negociados no Brasil. Por outro lado, aplicações de maior risco, como fundos integralmente no exterior, ficam restritos à qualificação de R$ 1 milhão Perfil do investidor | mercado | Fundos de investimento ficarão mais simples e mais baratos, diz associaçãoOs fundos de investimento ficarão mais simples, menos burocráticos e com custos mais competitivos, segundo Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima (associação do mercado). O setor terá, a partir de outubro, uma nova regulação, que melhorará a transparência sobre riscos e custos. Leia os principais trechos da entrevista: * Foi um bom semestre em termos de rentabilidade e de captação. O produto com maior crescimento foram os fundos de previdência, o que demonstra a preocupação com a poupança de longo prazo. Em 2013, esses fundos perderam investidores com o susto da marcação a mercado [que reduziu o valor das cotas, quando os juros subiram]. De lá para cá, os bancos fizeram um trabalho importante de esclarecimento aos clientes. A nova regulação vem em um hora boa. Os Fundos Simples, de baixa volatilidade, bom retorno e liquidez, chegam no momento em que fica mais difícil acertar uma tendência para o mercado. Ajudam a reduzir os custos e as despesas. Ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade de investir no exterior, permitindo com que os fundos se beneficiem do crescimento maior nos Estados Unidos e na Europa. A indústria sempre buscou eficiência, apesar dos impedimentos regulatórios. A tendência é ter produtos com gestão cada vez mais simples, que tendem a se tornar mais baratos. E aqueles que agregam mais valor vão poder cobrar mais do cliente. A indústria tinha um viés de tíquete [aplicação mínima], que era também uma metodologia para permitir o acesso ou não do cliente a determinados produtos. A necessidade de tíquete diminuiu depois do suitability [perfil de risco do cliente] e da segmentação do atendimento. Tinha também um custo maior para distribuir fundos para o cliente com um tíquete menor. Desburocratizando a indústria, sem perder em qualidade e transparência, isso tudo vai mudar. A nova classificação de fundos vai induzir uma visão de prazo, risco e depois estratégia do investimento. O sistema fica mais eficiente. A fase é de diagnóstico. Não envolve renúncia fiscal, mas correção de distorções e assimetrias entre aplicações. * NOVAS REGRAS DOS FUNDOS 1 - Fundo Simples Com objetivo de reduzir custos, nova categoria de fundos de investimentos terá apenas formulários, prestação de contas e comunicados pela internet. Terá de aplicar, no mínimo, 50% em títulos do governo; o restante poderá ser em papéis privados com a mesma avaliação de risco do Brasil Fundos de investimento 2 - Aplicação no exterior Limite para aplicação sobe de 10% para 20% para todo os fundos de varejo. Para os investidores qualificados, o teto passa de 20% para 40% 3 - Fundo offshore Cria os fundos que aplicam exclusivamente no exterior, com limite mínimo de 67% dos recursos aplicados fora do país. São voltados aos novos investidores qualificados, com capital mínimo de R$ 1 milhão 4 - Investidor qualificação Acaba com a exigência de tíquete mínimo de R$ 300 mil para aplicações como em fundos de ações estrangeiras negociados no Brasil. Por outro lado, aplicações de maior risco, como fundos integralmente no exterior, ficam restritos à qualificação de R$ 1 milhão Perfil do investidor | 2 |
Semana em São Paulo tem mostra de Gaudí, festival de cachaça e show do Skank | BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (20/11) até sábado (26/11) * DOMINGO (20) A cara de Barcelona | Tem início a exposição "Gaudí: Barcelona, 1900", que reúne 46 maquetes e 25 objetos e peças de mobiliário criadas pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926). Completam a mostra cerca de 40 obras de outros artistas e artesãos contemporâneos a Gaudí e ligados à cidade de Barcelona. Instituto Tomie Ohtake. Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, zona oeste, tel. 2245-1900. Ter. a dom.: 11h às 20h. Ingr.: R$ 12 na bilheteria ou em em ingresse.com * SEGUNDA (21) Cantoria na telona* | Uma filmagem do musical "Miss Saigon" gravada durante a apresentação que celebrava seu 25º aniversário, em Londres, será exibida em salas de cinema nesta segunda. Ambientado em 1975, durante a Guerra do Vietnã, o espetáculo conta a história de amor de Kim, uma garçonete órfã da guerra, e um soldado americano. Veja a relação completa de salas e horários em que o musical será projetado em misssaigon25th.com * TERÇA (22) Do antigo ao contemporâneo* | Onze unidades do Sesc servem de palco para apresentações de 12 grupos, brasileiros e internacionais, que participam do Festival Sesc de Música de Câmara. O evento promove 47 concertos de músicas de diferentes épocas. Neste primeiro dia, o conjunto Pera Ensemble, com músicos turcos e europeus, toca às 21h no Sesc Consolação. Confira a programação completa do festival pelo site sescsp.org.br. Até 4/12. * QUARTA (23) 'Marvada' harmonizada | Como parte do calendário da primeira edição da Cachaça Week, o Ipo Bar, na Vila Ipojuca, na zona leste, faz uma degustação da bebida com queijos e geleias. O encontro terá participação do especialista Maurício Ayer e apresenta ao público três tipos da aguardente. A participação é gratuita. Inscrições devem ser feitas com antecedência. Ipo Bar. R. Mota Pais, 32, Vila Ipojica. Saiba quais são as outras atrações em cachacaweekbr.com/2016 * QUINTA (24) Cineminha à italiana | O 12º Festival de Cinema Italiano no Brasil leva 16 filmes contemporâneos saídos da Itália às telonas do Cine Caixa Belas Artes e do espaço Unibes Cultural. Entre os longas que terão sessões exibidas até 30/11 estão dramas e comédias, como "A Verdade Está no Céu", dirigido por Roberto Faenza, e "Matrimônio à Italiana", de Vittorio De Sica. Conheça outros filmes participantes e veja onde é possível assisti-los em festivalcinemaitaliano.com * SEXTA (25) Alô, som! | O coletivo musical Ateliê Contemporâneo mostra trabalho inédito que une melodia e vídeo, criado junto do artista Rodrigo Gontijo (20h). Às 20h45, o concerto multimídia Sequenze traz músicas do italiano Luciano Berio acompanhadas de filmes sobre o próprio. As atrações fazem parte do Festival Música Estranha, que reúne obras que exploram novas abordagens musicais. Praça das Artes. Av. São João, 281, centro, tel. 4571-0401. Sex.: 20h e 20h45. GRÁTIS. musicaestranha.me * SÁBADO (26) Não diga que não vem me ver | O grupo mineiro Skank sobe ao palco do Audio Club para fazer um show em comemoração aos 20 anos de lançamento do álbum "Samba Poconé", o terceiro da carreira da banda liderada por Samuel Rosa. Entre as músicas que fazem parte desse disco estão hits como "É uma Partida de Futebol", "Eu Disse a Ela", "Tão Seu" e "Garota Nacional". Audio Club. Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, Ingr.: R$ 60 a R$ 250 em ticket360.com.br | saopaulo | Semana em São Paulo tem mostra de Gaudí, festival de cachaça e show do SkankBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (20/11) até sábado (26/11) * DOMINGO (20) A cara de Barcelona | Tem início a exposição "Gaudí: Barcelona, 1900", que reúne 46 maquetes e 25 objetos e peças de mobiliário criadas pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926). Completam a mostra cerca de 40 obras de outros artistas e artesãos contemporâneos a Gaudí e ligados à cidade de Barcelona. Instituto Tomie Ohtake. Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, zona oeste, tel. 2245-1900. Ter. a dom.: 11h às 20h. Ingr.: R$ 12 na bilheteria ou em em ingresse.com * SEGUNDA (21) Cantoria na telona* | Uma filmagem do musical "Miss Saigon" gravada durante a apresentação que celebrava seu 25º aniversário, em Londres, será exibida em salas de cinema nesta segunda. Ambientado em 1975, durante a Guerra do Vietnã, o espetáculo conta a história de amor de Kim, uma garçonete órfã da guerra, e um soldado americano. Veja a relação completa de salas e horários em que o musical será projetado em misssaigon25th.com * TERÇA (22) Do antigo ao contemporâneo* | Onze unidades do Sesc servem de palco para apresentações de 12 grupos, brasileiros e internacionais, que participam do Festival Sesc de Música de Câmara. O evento promove 47 concertos de músicas de diferentes épocas. Neste primeiro dia, o conjunto Pera Ensemble, com músicos turcos e europeus, toca às 21h no Sesc Consolação. Confira a programação completa do festival pelo site sescsp.org.br. Até 4/12. * QUARTA (23) 'Marvada' harmonizada | Como parte do calendário da primeira edição da Cachaça Week, o Ipo Bar, na Vila Ipojuca, na zona leste, faz uma degustação da bebida com queijos e geleias. O encontro terá participação do especialista Maurício Ayer e apresenta ao público três tipos da aguardente. A participação é gratuita. Inscrições devem ser feitas com antecedência. Ipo Bar. R. Mota Pais, 32, Vila Ipojica. Saiba quais são as outras atrações em cachacaweekbr.com/2016 * QUINTA (24) Cineminha à italiana | O 12º Festival de Cinema Italiano no Brasil leva 16 filmes contemporâneos saídos da Itália às telonas do Cine Caixa Belas Artes e do espaço Unibes Cultural. Entre os longas que terão sessões exibidas até 30/11 estão dramas e comédias, como "A Verdade Está no Céu", dirigido por Roberto Faenza, e "Matrimônio à Italiana", de Vittorio De Sica. Conheça outros filmes participantes e veja onde é possível assisti-los em festivalcinemaitaliano.com * SEXTA (25) Alô, som! | O coletivo musical Ateliê Contemporâneo mostra trabalho inédito que une melodia e vídeo, criado junto do artista Rodrigo Gontijo (20h). Às 20h45, o concerto multimídia Sequenze traz músicas do italiano Luciano Berio acompanhadas de filmes sobre o próprio. As atrações fazem parte do Festival Música Estranha, que reúne obras que exploram novas abordagens musicais. Praça das Artes. Av. São João, 281, centro, tel. 4571-0401. Sex.: 20h e 20h45. GRÁTIS. musicaestranha.me * SÁBADO (26) Não diga que não vem me ver | O grupo mineiro Skank sobe ao palco do Audio Club para fazer um show em comemoração aos 20 anos de lançamento do álbum "Samba Poconé", o terceiro da carreira da banda liderada por Samuel Rosa. Entre as músicas que fazem parte desse disco estão hits como "É uma Partida de Futebol", "Eu Disse a Ela", "Tão Seu" e "Garota Nacional". Audio Club. Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, Ingr.: R$ 60 a R$ 250 em ticket360.com.br | 9 |
Fatores externos não são maior motivo de recessão brasileira, diz FMI | Fatores domésticos como o desequilíbrio macroeconômico e a crise política são os maiores responsáveis pela recessão no Brasil, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional) em relatório divulgado nesta quarta (7). No dia anterior o Fundo revelou ter dobrado para 3% sua projeção de contração da economia brasileira em 2015, diante de uma deterioração "maior que a esperada" nos últimos meses. A previsão para 2016 é que o Brasil encolha 1%. "Embora fatores externos como a deterioração dos preços das commodities expliquem em parte a contração na atividade, fatores domésticos são o maior entrave", diz o FMI no relatório Panorama Econômico Regional do Hemisfério Ocidental. A correção da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff é vista como um sinal positivo pelo Fundo. Segundo o estudo, o Brasil entrou no segundo semestre de 2014 com "grandes desequilíbrios macroeconômicos derivados do diagnóstico de que a desaceleração econômica desde 2010 era causada por falta de demanda agregada suficiente". Com a inflação bem acima da meta do Banco Central, as políticas públicas "apropriadamente" se moveram para estabilizar a dívida pública e conter as pressões inflacionárias, indica o relatório do Fundo. O relatório ressalta o efeito negativo da instabilidade política sobre o desempenho da economia, destacando a investigação de corrupção na Petrobras e irregularidades na campanha presidencial. "A interação entre a crise econômica e a política causaram incerteza e levou a confiança dos negócios e do consumidor a baixas históricas, minando ainda mais a atividade econômica atual e perspectiva", diz. Para o FMI, a política macroeconômica deve se concentrar em recuperar a credibilidade e lidar com as restrições do lado da oferta. "A consolidação fiscal deve ocorrer sem demora e a política monetária deve permanecer apertada para trazer a inflação de volta à meta do Banco Central, receita o organismo. O relatório também chama a atenção para a necessidade de "aliviar os gargalos estruturais" a fim de estimular o investimento, a produtividade e a competitividade. A flexibilidade da taxa de câmbio deve continuar sendo usada como o principal meio de absorver choques externos, recomenda o FMI. No plano geral, o estudo divulgado nesta quarta reitera um panorama em que se observa sinais de recuperação nas economias dos países desenvolvidos e uma retração nas dos emergentes, causada por uma combinação de fatores externos e domésticos. Entre eles, a desaceleração da China e a queda nos preços das commodities, de um lado, e erros nas políticas macroeconômicas e instabilidade política, de outro. RISCOS AO COMBATE À POBREZA O declínio econômico põe em risco programas sociais na América Latina, alerta o Fundo. "Essa realidade, por sua vez, prejudica os progressos alcançados nos últimos anos na redução da pobreza e da desigualdade. Os principais riscos do cenário mundial, especialmente o risco de um ajuste brusco das taxas de juros norte-americanas ou uma possível desaceleração econômica mais forte na China, podem ter um impacto particularmente severo sobre a América Latina", afirma. O relatório observa que a América Latina foi a única região do mundo que reduziu a desigualdade de renda nos anos 2000, mas que esse avanço pode ser contido pelo fim do ciclo das commodities. A queda da desigualdade na última década foi maior em exportadores de commodities como Brasil, Argentina, Bolívia e Equador. Estudos mostram, segundo o FMI, que cada 1% de aumento no preço das commodities é associado a 0,5% de redução da desigualdade, medido pelo coeficiente Gini. Embora a recuperação dos EUA beneficie a América Latina, sobretudo os países com os quais tem laços mais estreitos de comércio, turismo e remessas, como o México, os danos causados pelas queda nos preços das commodities continuarão a ser o fator externo preponderante. A projeção do FMI é de que o PIB latino-americano recue pelo quinto ano seguido, registrando contração de 0,3% em 2015. A média negativa da região é puxada principalmente pelas recessões no Brasil e na Venezuela, cujas economias devem contrair neste ano 3% e 10% respectivamente, segundo as projeções do Fundo. | mercado | Fatores externos não são maior motivo de recessão brasileira, diz FMIFatores domésticos como o desequilíbrio macroeconômico e a crise política são os maiores responsáveis pela recessão no Brasil, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional) em relatório divulgado nesta quarta (7). No dia anterior o Fundo revelou ter dobrado para 3% sua projeção de contração da economia brasileira em 2015, diante de uma deterioração "maior que a esperada" nos últimos meses. A previsão para 2016 é que o Brasil encolha 1%. "Embora fatores externos como a deterioração dos preços das commodities expliquem em parte a contração na atividade, fatores domésticos são o maior entrave", diz o FMI no relatório Panorama Econômico Regional do Hemisfério Ocidental. A correção da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff é vista como um sinal positivo pelo Fundo. Segundo o estudo, o Brasil entrou no segundo semestre de 2014 com "grandes desequilíbrios macroeconômicos derivados do diagnóstico de que a desaceleração econômica desde 2010 era causada por falta de demanda agregada suficiente". Com a inflação bem acima da meta do Banco Central, as políticas públicas "apropriadamente" se moveram para estabilizar a dívida pública e conter as pressões inflacionárias, indica o relatório do Fundo. O relatório ressalta o efeito negativo da instabilidade política sobre o desempenho da economia, destacando a investigação de corrupção na Petrobras e irregularidades na campanha presidencial. "A interação entre a crise econômica e a política causaram incerteza e levou a confiança dos negócios e do consumidor a baixas históricas, minando ainda mais a atividade econômica atual e perspectiva", diz. Para o FMI, a política macroeconômica deve se concentrar em recuperar a credibilidade e lidar com as restrições do lado da oferta. "A consolidação fiscal deve ocorrer sem demora e a política monetária deve permanecer apertada para trazer a inflação de volta à meta do Banco Central, receita o organismo. O relatório também chama a atenção para a necessidade de "aliviar os gargalos estruturais" a fim de estimular o investimento, a produtividade e a competitividade. A flexibilidade da taxa de câmbio deve continuar sendo usada como o principal meio de absorver choques externos, recomenda o FMI. No plano geral, o estudo divulgado nesta quarta reitera um panorama em que se observa sinais de recuperação nas economias dos países desenvolvidos e uma retração nas dos emergentes, causada por uma combinação de fatores externos e domésticos. Entre eles, a desaceleração da China e a queda nos preços das commodities, de um lado, e erros nas políticas macroeconômicas e instabilidade política, de outro. RISCOS AO COMBATE À POBREZA O declínio econômico põe em risco programas sociais na América Latina, alerta o Fundo. "Essa realidade, por sua vez, prejudica os progressos alcançados nos últimos anos na redução da pobreza e da desigualdade. Os principais riscos do cenário mundial, especialmente o risco de um ajuste brusco das taxas de juros norte-americanas ou uma possível desaceleração econômica mais forte na China, podem ter um impacto particularmente severo sobre a América Latina", afirma. O relatório observa que a América Latina foi a única região do mundo que reduziu a desigualdade de renda nos anos 2000, mas que esse avanço pode ser contido pelo fim do ciclo das commodities. A queda da desigualdade na última década foi maior em exportadores de commodities como Brasil, Argentina, Bolívia e Equador. Estudos mostram, segundo o FMI, que cada 1% de aumento no preço das commodities é associado a 0,5% de redução da desigualdade, medido pelo coeficiente Gini. Embora a recuperação dos EUA beneficie a América Latina, sobretudo os países com os quais tem laços mais estreitos de comércio, turismo e remessas, como o México, os danos causados pelas queda nos preços das commodities continuarão a ser o fator externo preponderante. A projeção do FMI é de que o PIB latino-americano recue pelo quinto ano seguido, registrando contração de 0,3% em 2015. A média negativa da região é puxada principalmente pelas recessões no Brasil e na Venezuela, cujas economias devem contrair neste ano 3% e 10% respectivamente, segundo as projeções do Fundo. | 2 |
Maracanã terá definição de novo dono apenas em 2017 | O Maracanã só terá um novo dono no próximo ano. O governo do Rio decidiu prorrogar até o dia 6 de janeiro o funcionamento da comissão que vai analisar o novo consórcio. Inicialmente, o órgão, que é formado por cinco indicados pela Casa Civil, deveria concluir o trabalho até a próxima sexta-feira (23). Dois grupos negociam a compra da participação da Odebrecht (95%) no consórcio que opera o estádio. A comissão avaliará o vencedor apontado pela empreiteira. Um dos grupos é liderado pela brasileira Golden Goal e tem parceiros como a CSM, a Amsterdam Arena e a GL Events e teria o Flamengo como âncora. O outro tem como sócio principal a Lagardère, que administra dezenas de estádios pelo mundo. A empresa se associou no negócio à BWA, que cuida da gestão do Castelão, em Fortaleza. Os valores das duas propostas são mantidos em sigilo. Nesta quarta-feira (21), os dois grupos entregaram as documentações na Casa Civil e foram homologadas. De acordo com o decreto que criou a comissão, o órgão terá que comprovar a capacidade técnica, idoneidade financeira e a regularidade jurídica e fiscal do novo grupo. A venda da participação da Odebrecht ao Maracanã foi uma solução encontrada pelo governo para acelerar a entrada de um novo administrador. Caso contrário, uma nova licitação teria que ser feita, o que adiaria em quase um ano a escolha de uma nova empresa para gerir o estádio. Em outubro, o consórcio formado pela Odebrecht (95%) e pela AEG (5%) entrou com um pedido de arbitragem na FGV (Fundação Getúlio Vargas) para devolver o Maracanã ao governo do Rio. Investigada pela Lava Jato, a empresa alega um prejuízo acumulado de R$ 173 milhões no Maracanã. O governo não quer receber o estádio. O Rio atravessa uma das maiores crises econômicas da sua história. Em junho, decretou estado de calamidade pública em função da situação de suas finanças. Salários dos funcionários públicos estão atrasados. A venda da participação da Odebrecht no Maracanã diretamente para outra empresa é criticada por políticos. "A Odebrecht envolvida em escândalos de corrupção, o ex-governador Sérgio Cabral preso e [o governador Luiz Fernando] Pezão dá 'ok' para a empreiteira decidir o futuro do Maracanã? Não pode", diz o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Após a Odebrecht indicar a sua substituta e a comissão do governo aprovar o negócio no início de janeiro, a empreiteira baiana vai ter quase um mês para repassar juridicamente o Maracanã. Depois de gastar mais de R$ 1,2 bilhão para reformar o Maracanã, o governo do Rio não recebeu nenhum dinheiro pela privatização do estádio. Pelo acordo firmado em 2013 e válido por 35 anos, o consórcio vencedor teria que pagar a outorga de R$ 5,5 milhões em janeiro deste ano, mas nunca o fez. DUAS FRENTES Na última terça-feira (20), a FGV ganhou mais 45 dias para preparar o novo edital para o Maracanã. A prorrogação foi feita pelo governo, que quer dar mais tempo para a instituição preparar um novo modelo. A Odebrecht alega que a operação do Maracanã foi inviabilizada economicamente pela proibição da derrubada do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio Célio de Barros definida pelo governo do Rio após a conclusão da licitação. O grupo pretendia erguer um centro comercial e estacionamentos para tornar o empreendimento mais rentável financeiramente. | esporte | Maracanã terá definição de novo dono apenas em 2017O Maracanã só terá um novo dono no próximo ano. O governo do Rio decidiu prorrogar até o dia 6 de janeiro o funcionamento da comissão que vai analisar o novo consórcio. Inicialmente, o órgão, que é formado por cinco indicados pela Casa Civil, deveria concluir o trabalho até a próxima sexta-feira (23). Dois grupos negociam a compra da participação da Odebrecht (95%) no consórcio que opera o estádio. A comissão avaliará o vencedor apontado pela empreiteira. Um dos grupos é liderado pela brasileira Golden Goal e tem parceiros como a CSM, a Amsterdam Arena e a GL Events e teria o Flamengo como âncora. O outro tem como sócio principal a Lagardère, que administra dezenas de estádios pelo mundo. A empresa se associou no negócio à BWA, que cuida da gestão do Castelão, em Fortaleza. Os valores das duas propostas são mantidos em sigilo. Nesta quarta-feira (21), os dois grupos entregaram as documentações na Casa Civil e foram homologadas. De acordo com o decreto que criou a comissão, o órgão terá que comprovar a capacidade técnica, idoneidade financeira e a regularidade jurídica e fiscal do novo grupo. A venda da participação da Odebrecht ao Maracanã foi uma solução encontrada pelo governo para acelerar a entrada de um novo administrador. Caso contrário, uma nova licitação teria que ser feita, o que adiaria em quase um ano a escolha de uma nova empresa para gerir o estádio. Em outubro, o consórcio formado pela Odebrecht (95%) e pela AEG (5%) entrou com um pedido de arbitragem na FGV (Fundação Getúlio Vargas) para devolver o Maracanã ao governo do Rio. Investigada pela Lava Jato, a empresa alega um prejuízo acumulado de R$ 173 milhões no Maracanã. O governo não quer receber o estádio. O Rio atravessa uma das maiores crises econômicas da sua história. Em junho, decretou estado de calamidade pública em função da situação de suas finanças. Salários dos funcionários públicos estão atrasados. A venda da participação da Odebrecht no Maracanã diretamente para outra empresa é criticada por políticos. "A Odebrecht envolvida em escândalos de corrupção, o ex-governador Sérgio Cabral preso e [o governador Luiz Fernando] Pezão dá 'ok' para a empreiteira decidir o futuro do Maracanã? Não pode", diz o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Após a Odebrecht indicar a sua substituta e a comissão do governo aprovar o negócio no início de janeiro, a empreiteira baiana vai ter quase um mês para repassar juridicamente o Maracanã. Depois de gastar mais de R$ 1,2 bilhão para reformar o Maracanã, o governo do Rio não recebeu nenhum dinheiro pela privatização do estádio. Pelo acordo firmado em 2013 e válido por 35 anos, o consórcio vencedor teria que pagar a outorga de R$ 5,5 milhões em janeiro deste ano, mas nunca o fez. DUAS FRENTES Na última terça-feira (20), a FGV ganhou mais 45 dias para preparar o novo edital para o Maracanã. A prorrogação foi feita pelo governo, que quer dar mais tempo para a instituição preparar um novo modelo. A Odebrecht alega que a operação do Maracanã foi inviabilizada economicamente pela proibição da derrubada do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio Célio de Barros definida pelo governo do Rio após a conclusão da licitação. O grupo pretendia erguer um centro comercial e estacionamentos para tornar o empreendimento mais rentável financeiramente. | 3 |
Iñárritu leva prêmio do Sindicato dos Diretores por "O Regresso" | Alejandro Iñárritu ganhou na noite deste sábado (6) o prêmio principal do Sindicato dos Diretores dos EUA, mais conhecido pela sigla DGA. Normalmente, o vencedor do ano anterior é responsável por anunciar o vencedor do ano. Como Iñárritu estava concorrendo, ele, que venceu o ano passado por "Birdman", foi substituído por Tom Hooper, ganhador de 2011 por "O Discurso do Rei". Concorriam ao prêmio de direção de longa-metragem Tom McCarthy, por "Spotlight", Adam McKay, por "A Grande Aposta", George Miller, por "Mad Max" e Ridley Scott, por "Perdido em Marte". Alex Garland ganhou o prêmio de diretor estreante em longa-metragem por "Ex-Machina: Instinto Artificial". O prêmio de melhor direção de série dramática ficou com David Nutter, por episódio de "Game of Thrones", batendo Steven Soderbergh, que concorria por episódio da série "The Knick", enquanto Chris Addison ganhou pela direção de episódio de "Veep" na categoria série de comédia. Sofia Coppola também não levou o prêmio, perdendo para Don Roy King, diretor do especial de 40 anos do "Saturday Night Live", na categoria especiais de variedades, esportes, notícias e talk-show. | ilustrada | Iñárritu leva prêmio do Sindicato dos Diretores por "O Regresso"Alejandro Iñárritu ganhou na noite deste sábado (6) o prêmio principal do Sindicato dos Diretores dos EUA, mais conhecido pela sigla DGA. Normalmente, o vencedor do ano anterior é responsável por anunciar o vencedor do ano. Como Iñárritu estava concorrendo, ele, que venceu o ano passado por "Birdman", foi substituído por Tom Hooper, ganhador de 2011 por "O Discurso do Rei". Concorriam ao prêmio de direção de longa-metragem Tom McCarthy, por "Spotlight", Adam McKay, por "A Grande Aposta", George Miller, por "Mad Max" e Ridley Scott, por "Perdido em Marte". Alex Garland ganhou o prêmio de diretor estreante em longa-metragem por "Ex-Machina: Instinto Artificial". O prêmio de melhor direção de série dramática ficou com David Nutter, por episódio de "Game of Thrones", batendo Steven Soderbergh, que concorria por episódio da série "The Knick", enquanto Chris Addison ganhou pela direção de episódio de "Veep" na categoria série de comédia. Sofia Coppola também não levou o prêmio, perdendo para Don Roy King, diretor do especial de 40 anos do "Saturday Night Live", na categoria especiais de variedades, esportes, notícias e talk-show. | 6 |
Entenda o que é a meta fiscal e como ela afeta a sua vida | Com a recessão econômica, que afeta a arrecadação de tributos, o governo tem encontrado dificuldades para cumprir a chamada meta fiscal, ou seja, a economia que ele prometeu fazer para manter a dívida pública sob controle. Nesta quarta-feira (22), o governo anunciou a redução para 0,15%. O governo estimou que a dívida bruta subirá a 64,7% do PIB neste ano e 66,4% no próximo, mas depois começará a cair. Saiba mais sobre a meta e entenda por que ela é importante para todos os brasileiros: É a economia que o governo promete fazer para impedir que a dívida pública cresça. É medida como superavit primário (receitas menos despesas, exceto as com juros) em proporção do PIB. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), proposta pelo governo e aprovada pelo Congresso. Os governos calibram a economia prevista de acordo com o que desejam para a dívida: para que ela caia, é preciso economizar mais. Infográfico Superavit menor - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress A economia prometida pelo governo no final do ano passado, para 2015, era de R$ 66,3 bi, ou 1,1% do PIB. Nesta quarta (22), o governo revisou essa meta e prometeu economizar R$ 8,747 bilhões, ou 0,15% do PIB. O texto que será enviado ao Congresso, no entanto, terá uma cláusula de abatimento da meta, se as expectativas de receita não forem cumpridos. Ou seja, se necessário, a economia prometida será reduzida. No início do ano, o governo estima as receitas para o período e ajusta as despesas para assegurar a poupança prometida. Os governos "calibram" o resultado primário que desejam alcançar de acordo com a meta que têm para a dívida. Se desejam fazer a relação dívida/PIB cair, precisam de um superavit primário maior. Se acreditam que a relação dívida/PIB pode ficar constante ou subir, programam um resultado primário menor. O superavit primário requerido para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB será tanto maior quanto: Porque, por lei, as receitas e despesas têm de ser reavaliadas para verificar se as projeções do Orçamento se cumprirão. Se a meta corre qualquer risco, o Executivo deve promover bloqueios preventivos de gastos. Como a arrecadação do governo neste ano deve ser frustrada em cerca de R$ 46 bilhões e as despesas obrigatórias devem subir R$ 11,4 bilhões, o governo precisou rever a meta. As avaliações bimestrais têm de ser enviadas ao Congresso. Ele desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal. Foi para evitar isso que, no ano passado, o governo usou um artifício para "encaixar" a meta nas suas despesas. Com as contas no vermelho, ele conseguiu que o Congresso autorizasse que um valor maior de obras do PAC não fosse contabilizado como despesa. Infográfico realismo fiscal - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Será provavelmente necessário tomar medidas adicionais para aumentar a receita e cortar gastos. Antes da mudança na meta, o governo havia economizado só 12% do total prometido, e calculava que, sem aprovar novas medidas, terminaria o ano com superavit (poupança) perto de zero. Sim, mas as contas públicas têm registrado deficit desde o ano passado (o governo arrecada menos do que gasta), o que tende a reduzir a economia. Infográfico contas em desequilíbrio - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Derrotas no Congresso impediram que o corte de ao menos R$ 10 bilhões em benefícios previdenciários e trabalhistas. Falta de apoio parlamentar também barrou medidas para elevar a arrecadação ainda neste ano. No primeiro semestre, ela caiu 2,87% sobre o mesmo período de 2014, já descontada a inflação Quanto maior a economia feita pelo governo, em proporção do PIB, maior sua capacidade para pagar juros e amortizar dívidas. Uma relação elevada e crescente entre a dívida pública e o PIB, que está atualmente em 62,5%, indica que o governo poderá enfrentar dificuldades para refinanciá-la ou para pagá-la no futuro. Para que essa relação permaneça estável, o governo precisa pagar, ao menos parcialmente, os juros incidentes sobre a dívida pública, impedindo-a de crescer a uma taxa superior à do PIB. É para isso que ele poupa superavit primário. Infográfico o X da questão - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Quanto menor a meta de resultado primário fixada pelo governo, maior a sua liberdade para aumentar despesas ou reduzir a arrecadação de tributos. O governo, no entanto, afirmou nesta quarta que não elevará gastos e tentará obter receitas adicionais. Se for malsucedido, há risco de crescimento da dívida, que tem efeitos negativos sobre a economia, tais como: aumento do risco de inflação, de crise financeira, que acabam redundando em menor crescimento da economia. Por outro lado, quanto maior a meta, maior seria o esforço feito pela população —tanto por meio de aumento dos impostos a serem pagos, quanto por meio de cortes de gastos (que significam conter os reajustes das aposentadorias pagas pelo INSS, reduzir a oferta de serviços de saúde etc.). Os grupos que serão prejudicados pelos aumentos de tributos e/ou contenção de gastos reclamam (contribuintes, usuários de serviços públicos, servidores públicos, aposentados etc.). Fontes: Ministério da Fazenda, governo federal | asmais | Entenda o que é a meta fiscal e como ela afeta a sua vidaCom a recessão econômica, que afeta a arrecadação de tributos, o governo tem encontrado dificuldades para cumprir a chamada meta fiscal, ou seja, a economia que ele prometeu fazer para manter a dívida pública sob controle. Nesta quarta-feira (22), o governo anunciou a redução para 0,15%. O governo estimou que a dívida bruta subirá a 64,7% do PIB neste ano e 66,4% no próximo, mas depois começará a cair. Saiba mais sobre a meta e entenda por que ela é importante para todos os brasileiros: É a economia que o governo promete fazer para impedir que a dívida pública cresça. É medida como superavit primário (receitas menos despesas, exceto as com juros) em proporção do PIB. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), proposta pelo governo e aprovada pelo Congresso. Os governos calibram a economia prevista de acordo com o que desejam para a dívida: para que ela caia, é preciso economizar mais. Infográfico Superavit menor - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress A economia prometida pelo governo no final do ano passado, para 2015, era de R$ 66,3 bi, ou 1,1% do PIB. Nesta quarta (22), o governo revisou essa meta e prometeu economizar R$ 8,747 bilhões, ou 0,15% do PIB. O texto que será enviado ao Congresso, no entanto, terá uma cláusula de abatimento da meta, se as expectativas de receita não forem cumpridos. Ou seja, se necessário, a economia prometida será reduzida. No início do ano, o governo estima as receitas para o período e ajusta as despesas para assegurar a poupança prometida. Os governos "calibram" o resultado primário que desejam alcançar de acordo com a meta que têm para a dívida. Se desejam fazer a relação dívida/PIB cair, precisam de um superavit primário maior. Se acreditam que a relação dívida/PIB pode ficar constante ou subir, programam um resultado primário menor. O superavit primário requerido para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB será tanto maior quanto: Porque, por lei, as receitas e despesas têm de ser reavaliadas para verificar se as projeções do Orçamento se cumprirão. Se a meta corre qualquer risco, o Executivo deve promover bloqueios preventivos de gastos. Como a arrecadação do governo neste ano deve ser frustrada em cerca de R$ 46 bilhões e as despesas obrigatórias devem subir R$ 11,4 bilhões, o governo precisou rever a meta. As avaliações bimestrais têm de ser enviadas ao Congresso. Ele desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal. Foi para evitar isso que, no ano passado, o governo usou um artifício para "encaixar" a meta nas suas despesas. Com as contas no vermelho, ele conseguiu que o Congresso autorizasse que um valor maior de obras do PAC não fosse contabilizado como despesa. Infográfico realismo fiscal - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Será provavelmente necessário tomar medidas adicionais para aumentar a receita e cortar gastos. Antes da mudança na meta, o governo havia economizado só 12% do total prometido, e calculava que, sem aprovar novas medidas, terminaria o ano com superavit (poupança) perto de zero. Sim, mas as contas públicas têm registrado deficit desde o ano passado (o governo arrecada menos do que gasta), o que tende a reduzir a economia. Infográfico contas em desequilíbrio - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Derrotas no Congresso impediram que o corte de ao menos R$ 10 bilhões em benefícios previdenciários e trabalhistas. Falta de apoio parlamentar também barrou medidas para elevar a arrecadação ainda neste ano. No primeiro semestre, ela caiu 2,87% sobre o mesmo período de 2014, já descontada a inflação Quanto maior a economia feita pelo governo, em proporção do PIB, maior sua capacidade para pagar juros e amortizar dívidas. Uma relação elevada e crescente entre a dívida pública e o PIB, que está atualmente em 62,5%, indica que o governo poderá enfrentar dificuldades para refinanciá-la ou para pagá-la no futuro. Para que essa relação permaneça estável, o governo precisa pagar, ao menos parcialmente, os juros incidentes sobre a dívida pública, impedindo-a de crescer a uma taxa superior à do PIB. É para isso que ele poupa superavit primário. Infográfico o X da questão - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Quanto menor a meta de resultado primário fixada pelo governo, maior a sua liberdade para aumentar despesas ou reduzir a arrecadação de tributos. O governo, no entanto, afirmou nesta quarta que não elevará gastos e tentará obter receitas adicionais. Se for malsucedido, há risco de crescimento da dívida, que tem efeitos negativos sobre a economia, tais como: aumento do risco de inflação, de crise financeira, que acabam redundando em menor crescimento da economia. Por outro lado, quanto maior a meta, maior seria o esforço feito pela população —tanto por meio de aumento dos impostos a serem pagos, quanto por meio de cortes de gastos (que significam conter os reajustes das aposentadorias pagas pelo INSS, reduzir a oferta de serviços de saúde etc.). Os grupos que serão prejudicados pelos aumentos de tributos e/ou contenção de gastos reclamam (contribuintes, usuários de serviços públicos, servidores públicos, aposentados etc.). Fontes: Ministério da Fazenda, governo federal | 22 |
De virada, Corinthians vence Fla e avança às semis da Copa SP | O Corinthians garantiu nesta quinta-feira (19) sua vaga nas semifinais da Copa São Paulo de futebol júnior. Na Arena Barueri, o time venceu o Flamengo de virada por 2 a 1, em uma revanche de 2016. Na edição anterior da competição, o clube carioca levou a melhor na final sobre o rival alvinegro e ficou com o título nos pênaltis. Foi o terceiro título do Flamengo na Copinha, contra nove do Corinthians. Com a vitória desta quinta, a Copa São Paulo 2017 conhece agora todos os seus semifinalistas —e todos de São Paulo. De um lado, o Paulista encara o Batatais por uma vaga na decisão; do outro, o Corinthians mede forças com o Juventus. O JOGO O jogo começou em alta velocidade, e o Flamengo abriu o placar logo aos 8 min. Lincoln invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Filipe. Na cobrança de pênalti, Dener colocou no canto esquerdo e converteu. Só que a vantagem durou pouco tempo. Logo na saída de bola, o Corinthians avançou tocando a bola, a defesa rubro-negra não conseguiu afastar, e a bola sobrou para Pedrinho - o camisa 7 se livrou da marcação e bateu da entrada da área para fazer um belo gol aos 9 min. De quebra, aos 13 min, Fabrício Oya chegou a marcar o segundo gol do Corinthians, mas a arbitragem assinalou impedimento e invalidou. Acuado, o Flamengo demorou a responder, mas o fez com perigo: aos 44 min, Kleber bateu da entrada da área e acertou a trave de Filipe, que ficou com o rebote. No segundo tempo, o Corinthians chegou à virada aos 12 min: após escanteio cobrado por Pedrinho pela direita, a bola esbarrou em Del'Amore e fugiu do alcance do goleiro Gabriel. De quebra, o time paulista quase fez o terceiro aos 36 min, em cobrança de escanteio - Carlos cabeceou e acertou a trave de Gabriel. O Flamengo teve a chance de empatar aos 40 min, em jogada de Patrick para a conclusão de Jardeu, mas Filipe defendeu. Naquele momento, a torcida corintiana já fazia festa. Sob chuva, cantava 'eliminado' para provocar o rival carioca na Arena Barueri. | esporte | De virada, Corinthians vence Fla e avança às semis da Copa SPO Corinthians garantiu nesta quinta-feira (19) sua vaga nas semifinais da Copa São Paulo de futebol júnior. Na Arena Barueri, o time venceu o Flamengo de virada por 2 a 1, em uma revanche de 2016. Na edição anterior da competição, o clube carioca levou a melhor na final sobre o rival alvinegro e ficou com o título nos pênaltis. Foi o terceiro título do Flamengo na Copinha, contra nove do Corinthians. Com a vitória desta quinta, a Copa São Paulo 2017 conhece agora todos os seus semifinalistas —e todos de São Paulo. De um lado, o Paulista encara o Batatais por uma vaga na decisão; do outro, o Corinthians mede forças com o Juventus. O JOGO O jogo começou em alta velocidade, e o Flamengo abriu o placar logo aos 8 min. Lincoln invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Filipe. Na cobrança de pênalti, Dener colocou no canto esquerdo e converteu. Só que a vantagem durou pouco tempo. Logo na saída de bola, o Corinthians avançou tocando a bola, a defesa rubro-negra não conseguiu afastar, e a bola sobrou para Pedrinho - o camisa 7 se livrou da marcação e bateu da entrada da área para fazer um belo gol aos 9 min. De quebra, aos 13 min, Fabrício Oya chegou a marcar o segundo gol do Corinthians, mas a arbitragem assinalou impedimento e invalidou. Acuado, o Flamengo demorou a responder, mas o fez com perigo: aos 44 min, Kleber bateu da entrada da área e acertou a trave de Filipe, que ficou com o rebote. No segundo tempo, o Corinthians chegou à virada aos 12 min: após escanteio cobrado por Pedrinho pela direita, a bola esbarrou em Del'Amore e fugiu do alcance do goleiro Gabriel. De quebra, o time paulista quase fez o terceiro aos 36 min, em cobrança de escanteio - Carlos cabeceou e acertou a trave de Gabriel. O Flamengo teve a chance de empatar aos 40 min, em jogada de Patrick para a conclusão de Jardeu, mas Filipe defendeu. Naquele momento, a torcida corintiana já fazia festa. Sob chuva, cantava 'eliminado' para provocar o rival carioca na Arena Barueri. | 3 |
Esquerda ganha com pregação da direita xucra | Concluída a primeira etapa da Lava Jato, e a coisa vai longe, o que se tem é a absolvição moral do PT e a indistinção na lama de partidos, de políticos e de crimes. Desapareceu a centralidade dos "companheiros" na organização do assalto aos cofres e à institucionalidade. Bem, como está mais claro a cada dia, isso é música aos ouvidos e demandas das esquerdas. Não se enganem: os manifestantes de quarta passada eram militantes profissionais. Mas a pauta que foi à praça pode ganhar capilaridade e chegar à população. E a conta será jogada nas costas dos políticos –aqueles mesmos, sem distinção, contra os quais a Lava Jato excita a fúria das ruas e das redes. Vamos a um exercício elementar de "lógica histórica". É uma categoria que acabo de inventar não para designar eventos cuja repetição é a farsa da tragédia, mas para identificar "constantes sociológicas" (criei outra...). Vai aqui uma dessas constantes. Sempre que as sociedades involuem para um discurso de ódio à política, de repulsa às elites, de aversão ao "statu quo", tem-se o rebaixamento da ordem democrática. Trata-se de um salto para trás, à esquerda ou à direita. A literatura a respeito é vasta, e o interessado deve começar por textos sobre "teoria (ou teorias) das elites". O ponto de partida, não de chegada, é o italiano Vilfredo Pareto. Tanto os políticos do passo como os do paço deveriam estudar, botar a cachola para malhar. É um hábito saudável. Ou o cérebro cria músculos. Como devem saber os leitores deste escriba, e o arquivo está à disposição nesta Folha, nunca fui um fanático da Lava Jato, a exemplo de alguns colegas "das direitas" –há muitas. O fato de a investigação empreendida pela operação ter colaborado para o impeachment de Dilma e para evidenciar uma roubalheira pantagruélica nunca me fez descuidar do estado de direito, aviltado em várias circunstâncias. E eu as apontei nesta coluna e em todo lugar, sem indagar se o aviltado era empreiteiro, político, petista ou antipetista. É lamentável, mas nada surpreendente, dada a musculatura cerebral dos mais salientes, que as tais "direitas", com as exceções de praxe, tenham se tornado reféns de uma força que não se contenta, nos limites que lhe conferem as leis, em combater a corrupção. De forma explícita, Janot diz em uma carta cabotina, abalofada por autoelogios, com laivos de messianismo, que a tarefa do MPF é a "depuração do processo político nacional". Como é? Ele se candidata a ser o nosso Santo Inquisidor? A Lava Jato é agora o Tribunal do Santo Ofício? Onde serão realizados os Autos de Fé? "Ah, não exagere, Reinaldo!" Claro que não exagero. Alguém poderia me dizer que diploma legal confere ao MPF o papel de depurador da política? Conservadores vários seguem a caravana porque entendem que a força-tarefa, afinal, fez aquilo que eles não conseguiram: depor e desmoralizar o PT. E agora ensaiam a tese da "Frente Ampla de Direita", que comportaria até os fascistoides e xucros, para enfrentar a esquerda (re)nascente. Bem, o petismo, para mim, nunca foi ou o extremo da distopia ou a expressão única daquilo que repudio em política. Estou tão próximo de um bolsonarista, por exemplo, como de um militante do PCO. Corrijo: um militante, ao menos, do PCO que conheço já leu livros de respeito. O que faz com eles é outra coisa. Bolsonaro, claro!, não tem o que fazer com os livros que não leu. De resto, como ignorar? Há um grande risco de a Lava Jato ser o caminho mais longo, mais caro e mais traumático entre a esquerda e a... esquerda! Se isso acontecer, convém não desprezar a colaboração da direita xucra, com sua pregação, nas redes sociopatas, contra a política e os políticos. Será o seu Bebê de Rosemary. | colunas | Esquerda ganha com pregação da direita xucraConcluída a primeira etapa da Lava Jato, e a coisa vai longe, o que se tem é a absolvição moral do PT e a indistinção na lama de partidos, de políticos e de crimes. Desapareceu a centralidade dos "companheiros" na organização do assalto aos cofres e à institucionalidade. Bem, como está mais claro a cada dia, isso é música aos ouvidos e demandas das esquerdas. Não se enganem: os manifestantes de quarta passada eram militantes profissionais. Mas a pauta que foi à praça pode ganhar capilaridade e chegar à população. E a conta será jogada nas costas dos políticos –aqueles mesmos, sem distinção, contra os quais a Lava Jato excita a fúria das ruas e das redes. Vamos a um exercício elementar de "lógica histórica". É uma categoria que acabo de inventar não para designar eventos cuja repetição é a farsa da tragédia, mas para identificar "constantes sociológicas" (criei outra...). Vai aqui uma dessas constantes. Sempre que as sociedades involuem para um discurso de ódio à política, de repulsa às elites, de aversão ao "statu quo", tem-se o rebaixamento da ordem democrática. Trata-se de um salto para trás, à esquerda ou à direita. A literatura a respeito é vasta, e o interessado deve começar por textos sobre "teoria (ou teorias) das elites". O ponto de partida, não de chegada, é o italiano Vilfredo Pareto. Tanto os políticos do passo como os do paço deveriam estudar, botar a cachola para malhar. É um hábito saudável. Ou o cérebro cria músculos. Como devem saber os leitores deste escriba, e o arquivo está à disposição nesta Folha, nunca fui um fanático da Lava Jato, a exemplo de alguns colegas "das direitas" –há muitas. O fato de a investigação empreendida pela operação ter colaborado para o impeachment de Dilma e para evidenciar uma roubalheira pantagruélica nunca me fez descuidar do estado de direito, aviltado em várias circunstâncias. E eu as apontei nesta coluna e em todo lugar, sem indagar se o aviltado era empreiteiro, político, petista ou antipetista. É lamentável, mas nada surpreendente, dada a musculatura cerebral dos mais salientes, que as tais "direitas", com as exceções de praxe, tenham se tornado reféns de uma força que não se contenta, nos limites que lhe conferem as leis, em combater a corrupção. De forma explícita, Janot diz em uma carta cabotina, abalofada por autoelogios, com laivos de messianismo, que a tarefa do MPF é a "depuração do processo político nacional". Como é? Ele se candidata a ser o nosso Santo Inquisidor? A Lava Jato é agora o Tribunal do Santo Ofício? Onde serão realizados os Autos de Fé? "Ah, não exagere, Reinaldo!" Claro que não exagero. Alguém poderia me dizer que diploma legal confere ao MPF o papel de depurador da política? Conservadores vários seguem a caravana porque entendem que a força-tarefa, afinal, fez aquilo que eles não conseguiram: depor e desmoralizar o PT. E agora ensaiam a tese da "Frente Ampla de Direita", que comportaria até os fascistoides e xucros, para enfrentar a esquerda (re)nascente. Bem, o petismo, para mim, nunca foi ou o extremo da distopia ou a expressão única daquilo que repudio em política. Estou tão próximo de um bolsonarista, por exemplo, como de um militante do PCO. Corrijo: um militante, ao menos, do PCO que conheço já leu livros de respeito. O que faz com eles é outra coisa. Bolsonaro, claro!, não tem o que fazer com os livros que não leu. De resto, como ignorar? Há um grande risco de a Lava Jato ser o caminho mais longo, mais caro e mais traumático entre a esquerda e a... esquerda! Se isso acontecer, convém não desprezar a colaboração da direita xucra, com sua pregação, nas redes sociopatas, contra a política e os políticos. Será o seu Bebê de Rosemary. | 1 |
Governador da Geórgia vai vetar projeto de lei contrário a direitos LGBT | Pressionado por um arco de corporações que vai do Google à Disney, o governador da Geórgia (EUA), o republicano Nathan Deal, anunciou nesta segunda-feira (28) que irá vetar um projeto de lei estadual que extirparia direitos LGBT. Conhecida como "Lei da Liberdade Religiosa", a medida, se aprovada, legalizaria uma série de práticas excludentes por parte de organizações baseadas em alguma fé contrária à homossexualidade. Uma empresa que tivesse um patrão religioso, por exemplo, poderia demitir um funcionário gay. Um oficial do Estado não seria obrigado a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo "se isso violasse seu direito legal à liberdade de religião". Escolas e instituições de inclinação religiosa também poderiam barrar um evento de grupos com posições divergentes das suas —os da comunidade LGBT, por exemplo. O projeto passou pela assembleia local, de maioria republicana, partido tido como mais conservador. A reação do mundo corporativo foi brutal. Duas gigantes do entretenimento, Disney e sua subsidiária Marvel, ameaçaram sair do Estado se a lei fosse aprovada. A AMC, responsável pela série "The Walking Dead", também se disse disposta a arrumar as malas e ir para outro lugar. Com bons incentivos fiscais, a Geórgia se transformou em pólo para empresas do ramo. Lá a Marvel filmou, no verão passado, o novo filme do Capitão América, "Civil War". Atualmente, roda "Guardiões da Galáxia 2" num estúdio nos arredores da capital, Atlanta. A contrapartida compensava: no ano passado, o Estado faturou cerca de US$ 1,7 bilhão ao servir de set para mais de 240 produções. "A Disney e a Marvel são companhias inclusivas, e ainda que tenhamos tido ótimas experiências filmando em Geórgia, planejamos levar nossos negócios para outros cantos caso haja uma lei estadual que permita quaisquer práticas discriminatórias", disse um porta-voz da Disney na quarta (23). Parte de Hollywood engrossou a ameaça de boicote, como as atrizes Anne Hathaway e Julianne Moore, o criador da série "Glee", Ryan Murphy, e o diretor Lee Daniels ("Preciosa"). Mais de 300 corporações —Google, Twitter, Coca-Cola e Microsoft entre elas— também ficaram contra a lei. E a NFL, liga de futebol americano, afirmou que Atlanta perderia a chance de sediar futuros Super Bowls se o governador sancionasse a legislação anti-LGBT. | mundo | Governador da Geórgia vai vetar projeto de lei contrário a direitos LGBTPressionado por um arco de corporações que vai do Google à Disney, o governador da Geórgia (EUA), o republicano Nathan Deal, anunciou nesta segunda-feira (28) que irá vetar um projeto de lei estadual que extirparia direitos LGBT. Conhecida como "Lei da Liberdade Religiosa", a medida, se aprovada, legalizaria uma série de práticas excludentes por parte de organizações baseadas em alguma fé contrária à homossexualidade. Uma empresa que tivesse um patrão religioso, por exemplo, poderia demitir um funcionário gay. Um oficial do Estado não seria obrigado a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo "se isso violasse seu direito legal à liberdade de religião". Escolas e instituições de inclinação religiosa também poderiam barrar um evento de grupos com posições divergentes das suas —os da comunidade LGBT, por exemplo. O projeto passou pela assembleia local, de maioria republicana, partido tido como mais conservador. A reação do mundo corporativo foi brutal. Duas gigantes do entretenimento, Disney e sua subsidiária Marvel, ameaçaram sair do Estado se a lei fosse aprovada. A AMC, responsável pela série "The Walking Dead", também se disse disposta a arrumar as malas e ir para outro lugar. Com bons incentivos fiscais, a Geórgia se transformou em pólo para empresas do ramo. Lá a Marvel filmou, no verão passado, o novo filme do Capitão América, "Civil War". Atualmente, roda "Guardiões da Galáxia 2" num estúdio nos arredores da capital, Atlanta. A contrapartida compensava: no ano passado, o Estado faturou cerca de US$ 1,7 bilhão ao servir de set para mais de 240 produções. "A Disney e a Marvel são companhias inclusivas, e ainda que tenhamos tido ótimas experiências filmando em Geórgia, planejamos levar nossos negócios para outros cantos caso haja uma lei estadual que permita quaisquer práticas discriminatórias", disse um porta-voz da Disney na quarta (23). Parte de Hollywood engrossou a ameaça de boicote, como as atrizes Anne Hathaway e Julianne Moore, o criador da série "Glee", Ryan Murphy, e o diretor Lee Daniels ("Preciosa"). Mais de 300 corporações —Google, Twitter, Coca-Cola e Microsoft entre elas— também ficaram contra a lei. E a NFL, liga de futebol americano, afirmou que Atlanta perderia a chance de sediar futuros Super Bowls se o governador sancionasse a legislação anti-LGBT. | 4 |
Droga anticâncer consegue adiar sinais de alzheimer em roedores | Cientistas conseguiram, em roedores, uma reversão de um quadro de alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, utilizando uma droga que está sendo tesada contra câncer. Esse trabalho foi realizado na Universidade de Duke (EUA) e publicado nesta quarta (15) no periódico científico "Journal of Neuroscience". Para realizar o estudo, foram criados camundongos manipulados geneticamente para terem genes que levassem ao desenvolvimento da doença. Esses camundongos apresentam características semelhantes aos humanos: alterações comportamentais, perdas de neurônios e placas neuríticas –causadas pelo acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro. A ideia era observar esses camundongos e acompanhar o desenvolvimento da doença. O grande achado do estudo é que o mal de Alzheimer pode ter como uma de suas causas uma falha no funcionamento de células imunológicas. Quando os cientistas viram o perfil genético de uma célula imunológica presente no cérebro, a microglia, viram que ela estava suprimida. Segundo Matthew Kan, principal autor do estudo, esse resultado não era exatamente o que se esperava. Os cientistas imaginavam que seria uma atividade exacerbada do sistema imunológico a candidata a promover o aparecimento da doença. Eles também viram um aumento anormal nos níveis da enzima arginase nas mesmas regiões do cérebro onde neurônios estavam morrendo. Injetando um bloqueador da atividade da arginase (DFMO) no modelo animal como tratamento preventivo fez com que houvesse um retardo no início dos sinais e com que os animais tivessem um desempenho melhor em testes de memória. O DFMO está sendo usado em estudos clínicos contra o câncer de colo e de bexiga, por exemplo. | ciencia | Droga anticâncer consegue adiar sinais de alzheimer em roedoresCientistas conseguiram, em roedores, uma reversão de um quadro de alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, utilizando uma droga que está sendo tesada contra câncer. Esse trabalho foi realizado na Universidade de Duke (EUA) e publicado nesta quarta (15) no periódico científico "Journal of Neuroscience". Para realizar o estudo, foram criados camundongos manipulados geneticamente para terem genes que levassem ao desenvolvimento da doença. Esses camundongos apresentam características semelhantes aos humanos: alterações comportamentais, perdas de neurônios e placas neuríticas –causadas pelo acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro. A ideia era observar esses camundongos e acompanhar o desenvolvimento da doença. O grande achado do estudo é que o mal de Alzheimer pode ter como uma de suas causas uma falha no funcionamento de células imunológicas. Quando os cientistas viram o perfil genético de uma célula imunológica presente no cérebro, a microglia, viram que ela estava suprimida. Segundo Matthew Kan, principal autor do estudo, esse resultado não era exatamente o que se esperava. Os cientistas imaginavam que seria uma atividade exacerbada do sistema imunológico a candidata a promover o aparecimento da doença. Eles também viram um aumento anormal nos níveis da enzima arginase nas mesmas regiões do cérebro onde neurônios estavam morrendo. Injetando um bloqueador da atividade da arginase (DFMO) no modelo animal como tratamento preventivo fez com que houvesse um retardo no início dos sinais e com que os animais tivessem um desempenho melhor em testes de memória. O DFMO está sendo usado em estudos clínicos contra o câncer de colo e de bexiga, por exemplo. | 15 |
Alibaba reúne-se com governo chinês sobre combate a produtos falsos | O diretor do regulador do comércio da China encontrou-se nesta sexta-feira (30) com o presidente do Conselho de Administração do Alibaba, Jack Ma, para discutir o combate a produtos falsos. Foi adotado um tom conciliador durante a reunião, após uma disputa sobre negócios ilegais na plataforma de internet da companhia, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. A reunião aconteceu no mesmo dia em que o regulador, a Administração Estatal para Indústria e Comércio, voltou atrás de relato anterior em que tinha execrado a companhia de comércio eletrônico chinesa por não ter feito o suficiente para suprimir a falsificação em seus sites. A entidade lançou o que chamou de "papel branco" na quarta (28), dizendo que muitos produtos vendidos nos sites do Alibaba infrigiram marcas, ou foram banidos, desclassificados ou falsos. Mas em um comunicado divulgado em seu site na sequência nesta sexta-feira, um porta-voz para o regulador disse que o relatório não tinha força legal. Na reunião nesta sexta-feira, Ma prometeu "cooperar ativamente com o governo e devotar mais capital" para varrer produtos falsos, de acordo com a Xinhua. | tec | Alibaba reúne-se com governo chinês sobre combate a produtos falsosO diretor do regulador do comércio da China encontrou-se nesta sexta-feira (30) com o presidente do Conselho de Administração do Alibaba, Jack Ma, para discutir o combate a produtos falsos. Foi adotado um tom conciliador durante a reunião, após uma disputa sobre negócios ilegais na plataforma de internet da companhia, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. A reunião aconteceu no mesmo dia em que o regulador, a Administração Estatal para Indústria e Comércio, voltou atrás de relato anterior em que tinha execrado a companhia de comércio eletrônico chinesa por não ter feito o suficiente para suprimir a falsificação em seus sites. A entidade lançou o que chamou de "papel branco" na quarta (28), dizendo que muitos produtos vendidos nos sites do Alibaba infrigiram marcas, ou foram banidos, desclassificados ou falsos. Mas em um comunicado divulgado em seu site na sequência nesta sexta-feira, um porta-voz para o regulador disse que o relatório não tinha força legal. Na reunião nesta sexta-feira, Ma prometeu "cooperar ativamente com o governo e devotar mais capital" para varrer produtos falsos, de acordo com a Xinhua. | 10 |
A prerrogativa de foro | O jurista Victor Nunes Leal dizia que a prerrogativa de foro, antes de ser privilégio, é uma garantia bilateral, que opera contra e a favor do acusado. Essa foi a ideia do constituinte ao prever que os crimes cometidos por certas autoridades serão julgados por tribunais, e não por juízes de primeiro grau. O instituto do foro protege o exercício do cargo porque atribui a um grupo de magistrados, e não a um julgador isolado, a competência para processar e julgar alguns agentes políticos. Com isso, as decisões sobre suspensão, cassação e prisão ou a imposição de medidas que afetem o exercício das funções são submetidas a uma apreciação coletiva. Por outro lado, o constituinte entendeu que a prerrogativa garantiria um julgamento adequado, livre de ingerências políticas. Imaginava-se que um juiz de primeiro grau, que vive e trabalha na região em que o investigado exerce poder político e social, não teria condições de decidir de forma imparcial. Por mais louvável que tenha sido a intenção, a prerrogativa não funcionou, transformou-se em um privilégio injustificado. Dados recentes da Fundação Getulio Vargas mostram a dificuldade de processamento de ações penais nos tribunais. Os atos são lentos, as decisões são raras e a prescrição é realidade concreta. Isso não significa que os tribunais trabalhem pela impunidade. Ocorre que esses órgãos não têm vocação para julgamentos penais. Essa tarefa exige ouvir testemunhas, analisar perícias, debruçar-se sobre gravações telefônicas e documentos. Os ministros dos tribunais, preparados para discutir a validade e interpretação de normas, não são talhados para investigar fatos. Não é esse o papel institucional deles. Essa baixa funcionalidade fortalece os argumentos pela extinção da prerrogativa de foro. Surgem propostas para que todos sejam julgados em primeiro grau, independente do cargo ocupado. A ideia é sedutora pelo aspecto republicano, mas tem o problema de colocar nas mãos de uma única pessoa -ainda que de um preparado magistrado- o poder de decidir sobre a continuidade ou não do exercício de funções públicas consideradas relevantes pela Constituição, muitas vezes sufragadas por um processo eleitoral. Diante do impasse, é hora de superar a rasa discussão sobre ser contra ou a favor da prerrogativa de foro e perceber que existem opções intermediárias, pelas quais é possível assegurar um mínimo de estabilidade institucional e, ao mesmo tempo, garantir um processo penal eficiente. Uma delas é limitar a prerrogativa de foro aos crimes relacionados às atividades políticas. Outra seria atribuir a um mesmo juiz de primeiro grau -designado pelo STF para isso, e com mandato- a competência para julgar os processos dos ocupantes de cargos relevantes. Uma terceira hipótese seria extinguir a prerrogativa de foro com reserva de cautelares. Todos seriam julgados por juízes de primeiro grau, mas decisões que afetem o exercício das funções, como prisão ou afastamento de atividades, seriam submetidas a um tribunal. Essa parece a opção mais consistente. Tem a vantagem da eficiência, pois a primeira instância é mais capaz de instruir um processo penal, e da racionalidade, por retirar dos tribunais uma considerável carga de trabalho. Por outro lado, garante estabilidade, ao remeter a um grupo de magistrados, a um colegiado, as decisões mais sensíveis, que possam impactar no exercício de funções dos agentes políticos. Seja qual for a opção, o debate deve ir além do simples "pró/contra" a prerrogativa de foro. O instituto tem sua razão de existir, uma vez que garante a segurança institucional. Transformado hoje em privilégio, merece ser reformado. A complexidade do problema exige reflexões mais profundas, que importem em alternativas elaboradas e coerentes com nosso ordenamento. Essa é a única forma de aprimorar o sistema de forma racional, dentro de um debate democrático. PIERPAOLO CRUZ BOTTINI é advogado e professor livre docente de direito penal da USP PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] | opiniao | A prerrogativa de foroO jurista Victor Nunes Leal dizia que a prerrogativa de foro, antes de ser privilégio, é uma garantia bilateral, que opera contra e a favor do acusado. Essa foi a ideia do constituinte ao prever que os crimes cometidos por certas autoridades serão julgados por tribunais, e não por juízes de primeiro grau. O instituto do foro protege o exercício do cargo porque atribui a um grupo de magistrados, e não a um julgador isolado, a competência para processar e julgar alguns agentes políticos. Com isso, as decisões sobre suspensão, cassação e prisão ou a imposição de medidas que afetem o exercício das funções são submetidas a uma apreciação coletiva. Por outro lado, o constituinte entendeu que a prerrogativa garantiria um julgamento adequado, livre de ingerências políticas. Imaginava-se que um juiz de primeiro grau, que vive e trabalha na região em que o investigado exerce poder político e social, não teria condições de decidir de forma imparcial. Por mais louvável que tenha sido a intenção, a prerrogativa não funcionou, transformou-se em um privilégio injustificado. Dados recentes da Fundação Getulio Vargas mostram a dificuldade de processamento de ações penais nos tribunais. Os atos são lentos, as decisões são raras e a prescrição é realidade concreta. Isso não significa que os tribunais trabalhem pela impunidade. Ocorre que esses órgãos não têm vocação para julgamentos penais. Essa tarefa exige ouvir testemunhas, analisar perícias, debruçar-se sobre gravações telefônicas e documentos. Os ministros dos tribunais, preparados para discutir a validade e interpretação de normas, não são talhados para investigar fatos. Não é esse o papel institucional deles. Essa baixa funcionalidade fortalece os argumentos pela extinção da prerrogativa de foro. Surgem propostas para que todos sejam julgados em primeiro grau, independente do cargo ocupado. A ideia é sedutora pelo aspecto republicano, mas tem o problema de colocar nas mãos de uma única pessoa -ainda que de um preparado magistrado- o poder de decidir sobre a continuidade ou não do exercício de funções públicas consideradas relevantes pela Constituição, muitas vezes sufragadas por um processo eleitoral. Diante do impasse, é hora de superar a rasa discussão sobre ser contra ou a favor da prerrogativa de foro e perceber que existem opções intermediárias, pelas quais é possível assegurar um mínimo de estabilidade institucional e, ao mesmo tempo, garantir um processo penal eficiente. Uma delas é limitar a prerrogativa de foro aos crimes relacionados às atividades políticas. Outra seria atribuir a um mesmo juiz de primeiro grau -designado pelo STF para isso, e com mandato- a competência para julgar os processos dos ocupantes de cargos relevantes. Uma terceira hipótese seria extinguir a prerrogativa de foro com reserva de cautelares. Todos seriam julgados por juízes de primeiro grau, mas decisões que afetem o exercício das funções, como prisão ou afastamento de atividades, seriam submetidas a um tribunal. Essa parece a opção mais consistente. Tem a vantagem da eficiência, pois a primeira instância é mais capaz de instruir um processo penal, e da racionalidade, por retirar dos tribunais uma considerável carga de trabalho. Por outro lado, garante estabilidade, ao remeter a um grupo de magistrados, a um colegiado, as decisões mais sensíveis, que possam impactar no exercício de funções dos agentes políticos. Seja qual for a opção, o debate deve ir além do simples "pró/contra" a prerrogativa de foro. O instituto tem sua razão de existir, uma vez que garante a segurança institucional. Transformado hoje em privilégio, merece ser reformado. A complexidade do problema exige reflexões mais profundas, que importem em alternativas elaboradas e coerentes com nosso ordenamento. Essa é a única forma de aprimorar o sistema de forma racional, dentro de um debate democrático. PIERPAOLO CRUZ BOTTINI é advogado e professor livre docente de direito penal da USP PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] | 7 |
Laerte também se manifesta sobre ausência em anúncio da Folha | João Montanaro está certíssimo (Painel do Leitor). O fato de nenhum chargista ou cartunista estar no anúncio da Folha no dia 7 é chato, bem chato. LAERTE COUTINHO, cartunista da Folha (São Paulo, SP) * Sou solidária ao cartunista João Montanaro quando reinvindica os cartunistas como também formadores de opinião dentro de um jornal.O cartum é tão importante que quando olhamos para ele já sabemos qual o assunto da hora e como o povo o interpreta. Não há necessidade de uma só palavra para ser entendido! Sugestão: deveria haver mais cartuns espalhados pelo jornal, porque além de informar nos divertem também! ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | paineldoleitor | Laerte também se manifesta sobre ausência em anúncio da FolhaJoão Montanaro está certíssimo (Painel do Leitor). O fato de nenhum chargista ou cartunista estar no anúncio da Folha no dia 7 é chato, bem chato. LAERTE COUTINHO, cartunista da Folha (São Paulo, SP) * Sou solidária ao cartunista João Montanaro quando reinvindica os cartunistas como também formadores de opinião dentro de um jornal.O cartum é tão importante que quando olhamos para ele já sabemos qual o assunto da hora e como o povo o interpreta. Não há necessidade de uma só palavra para ser entendido! Sugestão: deveria haver mais cartuns espalhados pelo jornal, porque além de informar nos divertem também! ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 8 |
Teori manda PF tomar depoimento de presidente da Odebrecht na Lava Jato | O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki acolheu pedido da Procuradoria Geral da República e determinou que a Polícia Federal tome o depoimento de Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da principal empreiteira do país, na Operação Lava Jato. A empresa tem receita declarada de R$ 96 bilhões em 2013 e 181 mil empregados. Além de Odebrecht, Teori ordenou a tomada de depoimentos de mais seis pessoas, incluindo três empreiteiros já presos em fases anteriores da Operação Lava Jato e libertados há duas semanas: Ricardo Pessoa (UTC), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS, conhecido por Léo Pinheiro) e João Ricardo Auler (Camargo Corrêa). O objetivo dos investigadores é averiguar declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em depoimento à PF prestado em abril. Ela disse ter procurado os empreiteiros em 2010 para pedir recursos à sua campanha ao Senado naquele ano. O inquérito sobre a senadora tem por base principal as afirmações feitas por dois delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Youssef disse que, por orientação de Costa, entregou pessoalmente R$ 1 milhão a "um senhor em um shopping de Curitiba", dinheiro a ser usado na campanha da petista. O doleiro reconheceu o homem como sendo Ernesto Kugler Rodrigues. A PF apurou que o irmão de Rodrigues, Mário, foi secretário parlamentar do ex-deputado estadual no Paraná Angelo Vanhoni (PT) e presidente do diretório municipal do PT de Paranaguá na época em que Gleisi era a presidente estadual da sigla. Há o registro de uma doação de R$ 15 mil de Ernesto para a campanha de Vanhoni em 2006. Já Costa declarou que o pedido para a campanha de Gleisi partiu de Youssef. Indagado sobre uma anotação de R$ 1 milhão ao lado das iniciais "PB" achada com ele pela PF, Costa contou que significava "Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro das Comunicações, que o valor seria destinado à campanha dela e que copiou a inscrição de uma planilha em poder do doleiro. O doleiro disse ter ouvido de Costa de que o pedido original partiu de Paulo Bernardo; o-ex-diretor da Petrobras nega. PEDIDOS Em depoimento, Gleisi negou irregularidades na campanha e disse que não fez pedidos à dupla Youssef-Costa. Ela declarou que obteve doação da Odebrecht após contato com Marcelo Odebrecht, que teria autorizado a doação. Afirmou que também pediu recursos à UTC diretamente a Ricardo Pessoa, "a quem conhecia dos tempos em que trabalhou no Mato Grosso do Sul", diz o depoimento. Gleisi integrou o governo de Zeca do PT (MS). Disse ainda que conhece Léo Pinheiro e que recebeu valores pedidos a ele para a campanha de 2010. Segundo os dados entregues pela campanha à Justiça Eleitoral, Gleisi arrecadou R$ 7,9 milhões em doações naquele ano. Do total, R$ 2 milhões vieram de Camargo Corrêa, OAS e UTC. Outros R$ 1,9 milhão foram repassados pelo diretório nacional do PT, que obteve novas doações de empreiteiras, incluindo a Odebrecht. Além dos empreiteiros, Teori Zavascki determinou que seja ouvido o tesoureiro de campanha da senadora, Ronaldo Baltazar. Também será ouvido Rafael Angulo, um entregador de valores a serviço de Youssef. DOAÇÕES LEGAIS Em nota, a Odebrecht afirmou que as empresas do grupo fazem doações para campanhas e partidos respeitando a legislação, com registro em cartório eleitoral. "A Organização Odebrecht reafirma que todos os seus integrantes, inclusive o seu diretor-presidente, estão à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que considerem necessários", afirmou. A empresa não comentou o suposto contato entre Gleisi e Marcelo Odebrecht. Em seu depoimento, Rodrigues disse conhecer Paulo Bernardo "há mais de dez anos" e que o apresentou a amigos empresários durante campanhas anteriores. Ele negou que tenha arrecadado recursos para a senadora e disse conhecer Youssef apenas pelo que leu na imprensa, nunca tendo se encontrado com ele. Também em depoimento, Paulo Bernardo negou ter participação na arrecadação para a campanha de sua mulher em 2010. Disse que conheceu Costa em 1999, mas não lhe pediu dinheiro para a campanha. Bernardo disse ainda que Rodrigues "já atuou na mobilização do empresariado para participar de reuniões no período eleitoral voltadas a apresentação de projetos de candidato, bem como com fins arrecadatórios à campanha", mas negou que ele arrecadasse recursos para a campanha de Gleisi em 2010. | poder | Teori manda PF tomar depoimento de presidente da Odebrecht na Lava JatoO ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki acolheu pedido da Procuradoria Geral da República e determinou que a Polícia Federal tome o depoimento de Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da principal empreiteira do país, na Operação Lava Jato. A empresa tem receita declarada de R$ 96 bilhões em 2013 e 181 mil empregados. Além de Odebrecht, Teori ordenou a tomada de depoimentos de mais seis pessoas, incluindo três empreiteiros já presos em fases anteriores da Operação Lava Jato e libertados há duas semanas: Ricardo Pessoa (UTC), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS, conhecido por Léo Pinheiro) e João Ricardo Auler (Camargo Corrêa). O objetivo dos investigadores é averiguar declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em depoimento à PF prestado em abril. Ela disse ter procurado os empreiteiros em 2010 para pedir recursos à sua campanha ao Senado naquele ano. O inquérito sobre a senadora tem por base principal as afirmações feitas por dois delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Youssef disse que, por orientação de Costa, entregou pessoalmente R$ 1 milhão a "um senhor em um shopping de Curitiba", dinheiro a ser usado na campanha da petista. O doleiro reconheceu o homem como sendo Ernesto Kugler Rodrigues. A PF apurou que o irmão de Rodrigues, Mário, foi secretário parlamentar do ex-deputado estadual no Paraná Angelo Vanhoni (PT) e presidente do diretório municipal do PT de Paranaguá na época em que Gleisi era a presidente estadual da sigla. Há o registro de uma doação de R$ 15 mil de Ernesto para a campanha de Vanhoni em 2006. Já Costa declarou que o pedido para a campanha de Gleisi partiu de Youssef. Indagado sobre uma anotação de R$ 1 milhão ao lado das iniciais "PB" achada com ele pela PF, Costa contou que significava "Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro das Comunicações, que o valor seria destinado à campanha dela e que copiou a inscrição de uma planilha em poder do doleiro. O doleiro disse ter ouvido de Costa de que o pedido original partiu de Paulo Bernardo; o-ex-diretor da Petrobras nega. PEDIDOS Em depoimento, Gleisi negou irregularidades na campanha e disse que não fez pedidos à dupla Youssef-Costa. Ela declarou que obteve doação da Odebrecht após contato com Marcelo Odebrecht, que teria autorizado a doação. Afirmou que também pediu recursos à UTC diretamente a Ricardo Pessoa, "a quem conhecia dos tempos em que trabalhou no Mato Grosso do Sul", diz o depoimento. Gleisi integrou o governo de Zeca do PT (MS). Disse ainda que conhece Léo Pinheiro e que recebeu valores pedidos a ele para a campanha de 2010. Segundo os dados entregues pela campanha à Justiça Eleitoral, Gleisi arrecadou R$ 7,9 milhões em doações naquele ano. Do total, R$ 2 milhões vieram de Camargo Corrêa, OAS e UTC. Outros R$ 1,9 milhão foram repassados pelo diretório nacional do PT, que obteve novas doações de empreiteiras, incluindo a Odebrecht. Além dos empreiteiros, Teori Zavascki determinou que seja ouvido o tesoureiro de campanha da senadora, Ronaldo Baltazar. Também será ouvido Rafael Angulo, um entregador de valores a serviço de Youssef. DOAÇÕES LEGAIS Em nota, a Odebrecht afirmou que as empresas do grupo fazem doações para campanhas e partidos respeitando a legislação, com registro em cartório eleitoral. "A Organização Odebrecht reafirma que todos os seus integrantes, inclusive o seu diretor-presidente, estão à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que considerem necessários", afirmou. A empresa não comentou o suposto contato entre Gleisi e Marcelo Odebrecht. Em seu depoimento, Rodrigues disse conhecer Paulo Bernardo "há mais de dez anos" e que o apresentou a amigos empresários durante campanhas anteriores. Ele negou que tenha arrecadado recursos para a senadora e disse conhecer Youssef apenas pelo que leu na imprensa, nunca tendo se encontrado com ele. Também em depoimento, Paulo Bernardo negou ter participação na arrecadação para a campanha de sua mulher em 2010. Disse que conheceu Costa em 1999, mas não lhe pediu dinheiro para a campanha. Bernardo disse ainda que Rodrigues "já atuou na mobilização do empresariado para participar de reuniões no período eleitoral voltadas a apresentação de projetos de candidato, bem como com fins arrecadatórios à campanha", mas negou que ele arrecadasse recursos para a campanha de Gleisi em 2010. | 0 |
Vale substitui caminhões por correias para transporte de minério de ferro | Atingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental. A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões. As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento. No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada. Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação. BAIXOS CUSTOS Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos. "O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior. A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento. "Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe. Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016. No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões. | mercado | Vale substitui caminhões por correias para transporte de minério de ferroAtingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental. A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões. As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento. No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada. Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação. BAIXOS CUSTOS Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos. "O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior. A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento. "Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe. Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016. No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões. | 2 |
Foi um dia inesquecível, diz corintiano Felipe após gol e convocação | Após marcar o gol da vitória corintiana por 1 a 0 sobre o Ituano, pelo Campeonato Paulista, neste sábado (26), o zagueiro Felipe, recém-convocado por Dunga para a seleção brasileira, disse viver momento especial na carreira. "Foi um dia inesquecível. Tem muita gente me mandando mensagem, pela convocação e pelo gol. Não estou conseguindo responder todo mundo. Estou muito feliz", disse o zagueiro após a partida. O jogador contou que estava dormindo quando o telefone em sua casa começou a tocar e foi acordado com a notícia da convocação. "Eu e a minha mulher nos emocionamos. Na hora fiquei tão surpreso que não sabia o que fazer", disse. Na seleção brasileira, Felipe irá reencontrar o zagueiro Gil, que formou a dupla de zaga titular da campanha do hexacampeonato brasileiro em 2015. Segundo o corintiano, Gil o ajudou quando estava no clube paulista. "É um cara fantástico, meu irmãozão". Felipe também agradeceu ao treinador Tite pela boa fase dentro de campo. "Quando cheguei em 2012, o Tite disse que eu estava muito cru, mas que era para pensar em coisas grandes, que isso ia acontecer", afirmou o zagueiro. Na terça-feira, o Brasil –com Felipe– tenta se recuperar do tropeço em casa nas eliminatórias. Atualmente, a equipe é a terceira colocada com oito pontos, mesma pontuação de Argentina e Paraguai, próximo adversário. O Corinthians, por sua vez, já classificado para as quartas de final da competição, continua na liderança do Grupo D, agora com 29 pontos. Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016 | esporte | Foi um dia inesquecível, diz corintiano Felipe após gol e convocaçãoApós marcar o gol da vitória corintiana por 1 a 0 sobre o Ituano, pelo Campeonato Paulista, neste sábado (26), o zagueiro Felipe, recém-convocado por Dunga para a seleção brasileira, disse viver momento especial na carreira. "Foi um dia inesquecível. Tem muita gente me mandando mensagem, pela convocação e pelo gol. Não estou conseguindo responder todo mundo. Estou muito feliz", disse o zagueiro após a partida. O jogador contou que estava dormindo quando o telefone em sua casa começou a tocar e foi acordado com a notícia da convocação. "Eu e a minha mulher nos emocionamos. Na hora fiquei tão surpreso que não sabia o que fazer", disse. Na seleção brasileira, Felipe irá reencontrar o zagueiro Gil, que formou a dupla de zaga titular da campanha do hexacampeonato brasileiro em 2015. Segundo o corintiano, Gil o ajudou quando estava no clube paulista. "É um cara fantástico, meu irmãozão". Felipe também agradeceu ao treinador Tite pela boa fase dentro de campo. "Quando cheguei em 2012, o Tite disse que eu estava muito cru, mas que era para pensar em coisas grandes, que isso ia acontecer", afirmou o zagueiro. Na terça-feira, o Brasil –com Felipe– tenta se recuperar do tropeço em casa nas eliminatórias. Atualmente, a equipe é a terceira colocada com oito pontos, mesma pontuação de Argentina e Paraguai, próximo adversário. O Corinthians, por sua vez, já classificado para as quartas de final da competição, continua na liderança do Grupo D, agora com 29 pontos. Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016 | 3 |
Com gafe em hino, seleção de basquete masculina vence 1º teste para a Rio-16
| ÉDER FANTONI DE SÃO PAULO Depois de um mês de treinamentos, o primeiro teste da seleção brasileira masculina de basquete para a Rio-2016 terminou com vitória por 90 a 45 sobre a frágil Romênia, neste sábado (23), no ginásio da Hebraica, em São Paulo. O placar não significa muito para o técnico da seleção, o argentino Rubén Magnano. Afinal de contas, a Romênia tem pouca tradição no basquete. Ocupa apenas a 108ª posição no ranking da Fiba (Federação Internacional de Basquete). De qualquer modo, serviu para observar como estão os atletas a nível de jogo. A seleção está treinando em São Paulo desde junho, mas não havia feito nenhum amistoso antes deste sábado. Magnano começou a partida com Nenê como pivô, Rafael Hettsheimeir, Vítor Benite e Marquinhos como alas e Marcelinho Huertas na armação. O ala/pivô Anderson Varejão, com dores nas costas, não participou da partida. No primeiro quarto, o Brasil cedeu apenas seis pontos para os rivais e fez 18, com destaque para Benite e Nenê. Magnano fez muitas modificações na equipe ao longo da partida. E o ala/armador Leandrinho, que começou o jogo no banco de reservas, terminou como cestinha da partida, com 22 pontos. O segundo amistoso de preparação para a Rio-2016 acontece nesta segunda-feira (25), novamente contra a Romênia, às 20h (de Brasília), no ginásio da Hebraica, em São Paulo. O time nacional fará ainda outros quatro jogos preparatórios para a Olimpíada, em Mogi das Cruzes (SP), nesta próxima semana. GAFE Antes de a partida começar, uma gafe irritou a seleção da Romênia. Os organizadores do amistoso executaram o hino errado. Os jogadores e a comissão técnica da equipe chegaram a se abraçar para cantar, mas ficaram totalmente perdidos ao perceberem que não se tratava do hino romeno. Um deles começou até a se aquecer. Após o ocorrido, a organização pediu desculpas, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Um membro da seleção romena disse que "tudo já estava resolvido". Não foi possível saber de qual país era o hino. Basquete: veja regras, detalhes, curiosidades | esporte |
Com gafe em hino, seleção de basquete masculina vence 1º teste para a Rio-16
ÉDER FANTONI DE SÃO PAULO Depois de um mês de treinamentos, o primeiro teste da seleção brasileira masculina de basquete para a Rio-2016 terminou com vitória por 90 a 45 sobre a frágil Romênia, neste sábado (23), no ginásio da Hebraica, em São Paulo. O placar não significa muito para o técnico da seleção, o argentino Rubén Magnano. Afinal de contas, a Romênia tem pouca tradição no basquete. Ocupa apenas a 108ª posição no ranking da Fiba (Federação Internacional de Basquete). De qualquer modo, serviu para observar como estão os atletas a nível de jogo. A seleção está treinando em São Paulo desde junho, mas não havia feito nenhum amistoso antes deste sábado. Magnano começou a partida com Nenê como pivô, Rafael Hettsheimeir, Vítor Benite e Marquinhos como alas e Marcelinho Huertas na armação. O ala/pivô Anderson Varejão, com dores nas costas, não participou da partida. No primeiro quarto, o Brasil cedeu apenas seis pontos para os rivais e fez 18, com destaque para Benite e Nenê. Magnano fez muitas modificações na equipe ao longo da partida. E o ala/armador Leandrinho, que começou o jogo no banco de reservas, terminou como cestinha da partida, com 22 pontos. O segundo amistoso de preparação para a Rio-2016 acontece nesta segunda-feira (25), novamente contra a Romênia, às 20h (de Brasília), no ginásio da Hebraica, em São Paulo. O time nacional fará ainda outros quatro jogos preparatórios para a Olimpíada, em Mogi das Cruzes (SP), nesta próxima semana. GAFE Antes de a partida começar, uma gafe irritou a seleção da Romênia. Os organizadores do amistoso executaram o hino errado. Os jogadores e a comissão técnica da equipe chegaram a se abraçar para cantar, mas ficaram totalmente perdidos ao perceberem que não se tratava do hino romeno. Um deles começou até a se aquecer. Após o ocorrido, a organização pediu desculpas, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Um membro da seleção romena disse que "tudo já estava resolvido". Não foi possível saber de qual país era o hino. Basquete: veja regras, detalhes, curiosidades | 3 |
Estado Islâmico matou mais de 200 civis em Mossul, diz ONU | O Estado Islâmico (EI) assassinou mais de 200 civis que tentavam fugir da cidade de Mossul, a segunda maior do Iraque, onde há conflitos entre a organização terrorista e forças americanas e iraquianas, informou nesta quinta-feira (8) a ONU (Organização das Nações Unidas), citando "relatos dignos de crédito". Segundo um secretário da entidade, há uma "escalada significativa" de mortes civis na batalha pela cidade iraquiana, que conta com crianças entre as vítimas. Os assassinatos aconteceram no bairro de Al-Shifa em 26 de maio, 1º e 3 de junho, afirmou o secretário. "Relatórios credíveis indicam que mais de 231 civis que tentavam fugir do oeste de Mossul foram mortos, incluindo pelo menos 204 em três dias na semana passada", divulgou a entidade em comunicado. "Crianças foram atingidas enquanto tentavam fugir com as suas famílias. Não há palavras de condenação fortes o suficiente para atos tão desprezíveis", afirmou o ex-Comissário para os Direitos Humanos Zeid Ra'ad Al Hussein da ONU. Com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, o Iraque lançou em outubro de 2016 uma ofensiva militar de grande escala para recuperar Mossul e áreas vizinhas –os últimos grandes redutos do Estado Islâmico no país. A metade oriental da cidade foi declarada liberada em janeiro deste ano, e o "empurrão" para a metade ocidental começou no mês seguinte. Em maio, a ONU estimou que cerca de 250 mil pessoas estão retidas em uma área densamente povoada de pouco menos de 20 km² e completamente cercada pelas forças iraquianas. Acredita-se que até 2.000 combatentes do EI continuem lutando. A falta de alimentos e os ataques aéreos e da artilharia são o maior drama relatado por quem consegue deixar Mossul. O que é Estado Islâmico | mundo | Estado Islâmico matou mais de 200 civis em Mossul, diz ONUO Estado Islâmico (EI) assassinou mais de 200 civis que tentavam fugir da cidade de Mossul, a segunda maior do Iraque, onde há conflitos entre a organização terrorista e forças americanas e iraquianas, informou nesta quinta-feira (8) a ONU (Organização das Nações Unidas), citando "relatos dignos de crédito". Segundo um secretário da entidade, há uma "escalada significativa" de mortes civis na batalha pela cidade iraquiana, que conta com crianças entre as vítimas. Os assassinatos aconteceram no bairro de Al-Shifa em 26 de maio, 1º e 3 de junho, afirmou o secretário. "Relatórios credíveis indicam que mais de 231 civis que tentavam fugir do oeste de Mossul foram mortos, incluindo pelo menos 204 em três dias na semana passada", divulgou a entidade em comunicado. "Crianças foram atingidas enquanto tentavam fugir com as suas famílias. Não há palavras de condenação fortes o suficiente para atos tão desprezíveis", afirmou o ex-Comissário para os Direitos Humanos Zeid Ra'ad Al Hussein da ONU. Com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, o Iraque lançou em outubro de 2016 uma ofensiva militar de grande escala para recuperar Mossul e áreas vizinhas –os últimos grandes redutos do Estado Islâmico no país. A metade oriental da cidade foi declarada liberada em janeiro deste ano, e o "empurrão" para a metade ocidental começou no mês seguinte. Em maio, a ONU estimou que cerca de 250 mil pessoas estão retidas em uma área densamente povoada de pouco menos de 20 km² e completamente cercada pelas forças iraquianas. Acredita-se que até 2.000 combatentes do EI continuem lutando. A falta de alimentos e os ataques aéreos e da artilharia são o maior drama relatado por quem consegue deixar Mossul. O que é Estado Islâmico | 4 |
Pela 1ª vez desde 2013, Haddad não comparece à Parada LGBT | O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), não compareceu à Parada LGBT deste ano. É a primeira vez que Haddad não vai ao evento desde que assumiu o cargo, em 2013. Na terça-feira (24), por decreto, o prefeito incluiu a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no calendário de eventos oficiais da cidade. A assessoria do prefeito não soube dizer por que Haddad não compareceu ao evento. Na edição do ano passado, militantes LGBT cobraram de Haddad e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) mais verbas para o evento e maior atuação dos respectivos governos contra a homofobia. O valor destinado pela Prefeitura de São Paulo para a edição do evento do ano passado foi reduzido em R$ 700 mil —de R$ 2 milhões para R$ 1,3 milhão. Neste ano, a prefeitura destinou um orçamento de R$ 1,5 milhão para a realização da parada. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), figurinha carimbada do evento, madrinha de várias edições e bastante ligada ao público LGBT, também não foi à parada. Marta deve concorrer à Prefeitura de São Paulo na eleição municipal deste ano. A assessoria da senadora disse apenas que Marta "já tinha compromissos em família" marcados para o domingo. Sobre os cartazes que foram exibidos no evento, com os dizeres "Marta traíra" e "Devolve meu voto, Marta", não houve comentários da assessoria da ex-prefeita. | cotidiano | Pela 1ª vez desde 2013, Haddad não comparece à Parada LGBTO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), não compareceu à Parada LGBT deste ano. É a primeira vez que Haddad não vai ao evento desde que assumiu o cargo, em 2013. Na terça-feira (24), por decreto, o prefeito incluiu a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no calendário de eventos oficiais da cidade. A assessoria do prefeito não soube dizer por que Haddad não compareceu ao evento. Na edição do ano passado, militantes LGBT cobraram de Haddad e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) mais verbas para o evento e maior atuação dos respectivos governos contra a homofobia. O valor destinado pela Prefeitura de São Paulo para a edição do evento do ano passado foi reduzido em R$ 700 mil —de R$ 2 milhões para R$ 1,3 milhão. Neste ano, a prefeitura destinou um orçamento de R$ 1,5 milhão para a realização da parada. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), figurinha carimbada do evento, madrinha de várias edições e bastante ligada ao público LGBT, também não foi à parada. Marta deve concorrer à Prefeitura de São Paulo na eleição municipal deste ano. A assessoria da senadora disse apenas que Marta "já tinha compromissos em família" marcados para o domingo. Sobre os cartazes que foram exibidos no evento, com os dizeres "Marta traíra" e "Devolve meu voto, Marta", não houve comentários da assessoria da ex-prefeita. | 5 |
Com dólar em alta, negociação fica mais dura para quem exporta | Os exportadores comemoram a alta do dólar, mas, desta vez, com ressalvas. A primeira delas é que o real não é a única moeda que está se desvalorizando. Portanto, rivais do Brasil também estariam se tornando mais competitivos. A falta de previsibilidade afeta as negociações, que estão mais duras. Cientes da desvalorização do real, os importadores pedem descontos. Para os exportadores, é difícil estabelecer quanto podem conceder. Eles ainda não sabem qual será o impacto do câmbio nos custos, que também serão afetados por reajustes da energia e por mudanças na desoneração tributária da folha de pagamentos. "Está difícil uma estabelecer negociação. Depois que a taxa de câmbio se consolidar, ficará mais fácil", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados. "A recuperação de mercados vai depender do grau de desvalorização real da moeda. E essa equação ainda não está fechada", diz Fernando Pimentel, da Abit. A oscilação do câmbio é outro ponto levantado pelos exportadores. "O empresário não sabe se pode esperar receber, pela mercadoria que vende hoje, o mesmo valor em reais daqui a quatro meses, quando o produto chegar ao destino", diz Fernando Figueiredo, da Abiquim. | mercado | Com dólar em alta, negociação fica mais dura para quem exportaOs exportadores comemoram a alta do dólar, mas, desta vez, com ressalvas. A primeira delas é que o real não é a única moeda que está se desvalorizando. Portanto, rivais do Brasil também estariam se tornando mais competitivos. A falta de previsibilidade afeta as negociações, que estão mais duras. Cientes da desvalorização do real, os importadores pedem descontos. Para os exportadores, é difícil estabelecer quanto podem conceder. Eles ainda não sabem qual será o impacto do câmbio nos custos, que também serão afetados por reajustes da energia e por mudanças na desoneração tributária da folha de pagamentos. "Está difícil uma estabelecer negociação. Depois que a taxa de câmbio se consolidar, ficará mais fácil", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados. "A recuperação de mercados vai depender do grau de desvalorização real da moeda. E essa equação ainda não está fechada", diz Fernando Pimentel, da Abit. A oscilação do câmbio é outro ponto levantado pelos exportadores. "O empresário não sabe se pode esperar receber, pela mercadoria que vende hoje, o mesmo valor em reais daqui a quatro meses, quando o produto chegar ao destino", diz Fernando Figueiredo, da Abiquim. | 2 |
Atleta do Warriors faz 37 pontos em um quarto e bate recorde da NBA | Klay Thompson, 24, do Golden State Warriors, já entrou para a história da NBA. O armador marcou 37 pontos em um único quarto e bateu o recorde da liga. Graças à ajuda de Thompson, os Warriors venceram o Sacramento Kings, fora de casa, por 126 a 101. Thompson precisou de apenas 12 minutos para realizar o feito. O armador entrou no terceiro quarto, quando a partida estava empatada em 60 a 60. Foram 13 cestas, sendo nove delas de três pontos. A marca anterior, de 33 pontos, pertencia a George Gervin, feita em 1978 pelo San Antonio Spurs, e igualada por Carmelo Anthony, em 2008, pelo Denver Nuggets. | esporte | Atleta do Warriors faz 37 pontos em um quarto e bate recorde da NBAKlay Thompson, 24, do Golden State Warriors, já entrou para a história da NBA. O armador marcou 37 pontos em um único quarto e bateu o recorde da liga. Graças à ajuda de Thompson, os Warriors venceram o Sacramento Kings, fora de casa, por 126 a 101. Thompson precisou de apenas 12 minutos para realizar o feito. O armador entrou no terceiro quarto, quando a partida estava empatada em 60 a 60. Foram 13 cestas, sendo nove delas de três pontos. A marca anterior, de 33 pontos, pertencia a George Gervin, feita em 1978 pelo San Antonio Spurs, e igualada por Carmelo Anthony, em 2008, pelo Denver Nuggets. | 3 |
Conheça os 15 planetas e luas da saga 'Star Wars' | O universo de "Star Wars" é provavelmente um dos mais ricos e complexos do cinema. Com dezenas de planetas, luas e civilizações, é fácil ficar geograficamente perdido ao assistir a algum dos seis filmes da franquia. Locais como Tatooine ou Naboo são tão importantes para a saga intergaláctica que fica difícil esquecê-los. Mas, na longa lista de cenários de "Star Wars", nomes como Kashyyyk podem causar estranheza nos fãs menos aficionados. Com o lançamento de "O Despertar da Força", sétimo filme do universo dos Jedi, é preciso exercitar o cérebro para recordar personagens e outros detalhes da saga. Afinal, fazem 32 anos desde a despedida da trilogia original dos cinemas e 10 anos desde que Jar Jar Binks parou de irritar os fãs nos novos filmes de "Guerra nas Estrelas". O "Episódio 7" ainda será responsável por avolumar a lista de territórios intergalácticos da franquia, já que apresentará ao público um novo planeta: Jakku. Descrito como um local desértico, ele é a paisagem que domina boa parte dos trailers do novo filme, embora ainda não haja muita informação concreta sobre suas terras. Relembre todos os planetas e luas que apareceram nos filmes de "Star Wars" ao longo dos 38 anos da franquia. Episódios 3 e 4 Descrito como um planeta pacifista, sem armas ou exército, Alderaan é a terra natal de Leia. Ele pode ser visto no fim do "Episódio 3", quando a princesa, ainda bebê, fica aos cuidados do senador Organa e sua mulher, após a morte de Padmé. No "Episódio 4", após ser capturada pelas tropas do Império Galático, Leia precisa escolher entre entregar a localização da base da Aliança Rebelde ou ver seu lar ser destruído pela Estrela da Morte. Ela decide dar uma informação falsa e é obrigada a ver Alderaan explodindo, na primeira demonstração do funcionamento da estação bélica do Império. - Episódios 5 e 6 Lar de Lando Calrissian, Bespin é um planeta gasoso, onde se pode obter um gás valioso, chamado Tibanna. Graças ao elemento, companhias de extração criaram colônias flutuantes no local, como a Cidade das Nuvens, visitada por Han Solo e seus companheiros na saga "Star Wars". É lá que o herói interpretado por Harrison Ford é congelado em carbonita para mais tarde ser entregue a Jabba. Pressentindo a armadilha na qual seus amigos tinham caído, Luke Skywalker também é atraído para Bespin no "Episódio 5", onde enfrenta Darth Vader pela primeira vez e perde a sua mão em um duelo de sabres de luz, segundos antes de saber que ele é filho do vilão. Em "O Império Contra-Ataca", Bespin ainda sofre uma ocupação feita pelos tiranos que governam a galáxia, mas volta para as mãos de Lando quando este resolve se redimir com os rebeldes, no fim da trilogia original. - Episódios 1, 2 e 3 Principal cenário da "nova trilogia", Coruscant é a capital da República Galática (que mais tarde se torna o Império Galático dos filmes originais) e, apesar de ser um planeta, se parece muito mais com uma grande cidade. Durante o período do governo tirânico instaurado por Darth Sidious, o local recebeu o nome de Centro Imperial. Mesmo não tendo destaque nos episódios 4, 5 e 6, Coruscant é o planeta onde fica o Templo Jedi, bem como o Senado, órgão legislativo do qual Padmé e Bail Organa são membros. O planeta é, portanto, o mais rico e influente do universo de "Star Wars". - Episódios 5 e 6 Dagobah é um planeta pantanoso, sem qualquer sinal de centros urbanos ou civilização. É lá que o mestre Yoda se exila depois que o Império Galático é instaurado e os Jedi começam a ser perseguidos. Em "O Império Contra-Ataca", Luke Skywalker é orientado por Ben Kenobi a ir para Dagobah completar seu treinamento como Jedi. Sem muitos dados sobre o planeta, Luke precisa usar a Força para localizá-lo, até que sua nave cai em um pântano perto da cabana de Yoda. Mais tarde, no sexto episódio da saga, Luke retorna a Dagobah, onde mestre Yoda conta a ele mais sobre a história de seu pai, Anakin. Durante as filmagens de "Star Wars", os produtores descobriram que gravar em um pântano de verdade aumentaria os custos da ficção científica. Por isso, decidiram rodar as cenas dentro de um estúdio, o que permitiu a criação de um cenário com fauna e flora próprios. - Episódio 6 Endor é uma lua coberta por florestas, terra dos Ewoks. É em sua órbita que a segunda Estrela da Morte é construída, em "O Retorno do Jedi". No filme, a lua é palco do último confronto entre o Império Galático e a Aliança Rebelde. É nela também que Luke se entrega a Darth Vader, na esperança de ressuscitar o lado bom que ainda havia em seu pai. Enquanto isso, Han Solo e Leia se juntavam aos Ewoks para tentar destruir o gerador da Estrela da Morte, travando uma batalha contra os Stormtroopers. - Episódio 2 Geonosis é palco de uma das principais batalhas da trilogia mais recente de "Star Wars". Lar de uma civilização inteligente e dona de uma tecnologia avançada, o planeta nutre planos de atacar a República em "Ataque dos Clones". Por isso, Obi-Wan é enviado ao local, onde acaba sendo capturado. Anakin e Padmé tentam socorrer o Jedi, mas acabam sendo presos também. O trio é então colocado em uma arena para ser executado, mas é salvo por um exército de clones e por mestres enviados pelo Conselho Jedi. Logo em seguida, Obi-Wan, Anakin e Yoda tentam derrotar Conde Dooku, no fatídico duelo em que Skywalker perde o seu braço. - Episódio 5 Hoth é o icônico planeta gelado de "O Império Contra-Ataca". Lar da base secreta da Aliança Rebelde, Hoth é habitado por criaturas parecidas com o Abominável Homem das Neves, os Wampas. É justamente por um deles que Luke e seu Tauntaun - outra espécie do local - são atacados no início do "Episódio 5". Perdido na nevasca, o Jedi é resgatado por Han Solo momentos antes da base ser descoberta pelo Império, que ataca os rebeldes. Algumas sequências em Hoth foram filmadas em uma geleira na Noruega, em temperaturas abaixo de zero. Para a batalha, a equipe de "Star Wars" usou miniaturas em um set repleto de bicarbonato de sódio. - Episódio 2 Planeta coberto por água, Kamino é habitado por seres com pescoços longos, donos da tecnologia de clonagem. É lá que Boba Fett e o exército de Stormtroopers é criado. O nome do local é um trocadilho com a palavra aminoácido, que é a matéria prima das proteínas de nosso corpo, que se combinam e formam nosso DNA. No processo de clonagem, é justamente o DNA de um indivíduo que precisa ser duplicado para dar origem a um ser idêntico ao original. A capital de Kamino é Tipoca, cidade feita sobre palafitas, para se proteger das ondas do oceano que cobre o planeta. - Episódio 3 Kashyyyk é o lar dos Wookiees, a espécie de Chewbacca. O planeta é coberto por florestas e não recebe muito tempo de tela nos filmes da saga intergaláctica. No "Episódio 3", é de Kashyyyk que Yoda precisa fugir após Palpatine dar a Ordem 66, que fez com que o exército de clones aniquilasse boa parte dos Jedi da franquia. Originalmente, os Wookiees seriam o povo escravizado pelo Império para construir a Estrela da Morte. Para isso, a espécie deveria ser primitiva, o que entrou em conflito com a inteligência de Chewbacca. Os planos foram abandonados e George Lucas criou os Ewoks, de Endor, para a vida de servidão. - Episódio 3 Palco de um dos duelos mais tensos e fatídicos de "Star Wars", Mustafar é o planeta vulcânico visto no fim do "Episódio 3". É para lá que Anakin é enviado logo após se unir ao lado negro da Força. Cumprindo ordens de Darth Sidious, Skywalker mata os membros do Conselho Separatista, que usavam Mustafar como refúgio, possibilitando a criação do Império Galático. Mais tarde, Anakin precisa enfrentar Obi-Wan Kenobi. Após perder a batalha, o antigo Jedi é queimado pela lava que cobre o planeta e ganha a aparência deformada que o obriga a usar o icônico traje preto de Darth Vader. Mustafar definitivamente não é uma lembrança feliz para Anakin. - Episódios 1, 2, 3 e 6 Naboo é um planeta pacifista, lar de humanos e dos Gungans, espécie que vive em cidades submarinas. É também a terra natal de Jar Jar Binks, Padmé Amidala e de Palpatine. Uma monarquia eleitoral, Naboo é vítima de uma invasão no começo do "Episódio 1", promovida pela Federação do Comércio, após impor um embargo ao planeta. A manobra acaba ajudando Palpatine a se tornar Chanceler Supremo da República Galáctica e é frustrada por uma aliança feita entre os humanos e os Gungans, que ainda contam com o apoio de uma comitiva de Jedi. Algumas das cenas ambientadas em Naboo foram gravadas em Sevilha, na Espanha. - Episódio 3 Polis Massa é na verdade uma base médica instalada em um asteroide. De acordo com o universo expandido de "Star Wars", o local era na verdade um planeta, que após um cataclismo - uma tragédia ambiental de grandes proporções - se fragmentou em diversos asteroides. É lá que Padmé dá à luz Leia e Luke, após o confronto entre Anakin e Obi-Wan em Mustafar, no fim do "Episódio 3". - Episódios 1, 2, 3, 4 e 6 Terra natal de Anakin e Luke, Tatooine é um planeta coberto de areia e que orbita dois sóis. É lá que Obi-Wan se exila após o decreto da Ordem 66, que extermina a maioria dos Jedi da galáxia. Suas cenas foram gravadas, em grande parte, na Tunísia. Devido à falta de importância do planeta para o Império ou até mesmo para a República, Tatooine é dominado pelos Hutts e os Tuskens. O personagem mais importante da primeira espécie é Jabba, um contrabandista para quem Han Solo faz serviços na trilogia original. Mais tarde, devido a uma dívida do piloto da Millennium Falcon com o criminoso, Solo é congelado em carbonita, enquanto Leia se torna escrava de Jabba, sendo obrigada a vestir seu icônico biquíni dourado. Já os Tuskens, mais conhecidos como o Povo da Areia, são tribos nômades que vagam pelos desertos de Tatooine. Além de hostil, a espécie odeia forasteiros e ainda tenta saquear o veículo de Luke em "Uma Nova Esperança". Na trilogia mais recente, a mãe de Anakin, Shmi Skywalker, é torturada e morta por um de seus clãs, que em seguida é chacinado por um Anakin cada vez mais propenso a ir para o lado negro da Força. - Episódio 3 Utapau é um planeta santuário, aparentemente tranquilo, até que líderes separatistas resolvem se esconder em suas terras no "Episódio 3". Por isso, Obi-Wan é enviado ao local pelo Conselho Jedi, onde enfrenta e mata o General Grievous. Em seguida, porém, Kenobi quase morre, já que estava sozinho no planeta quando a Ordem 66 é executada. - Episódio 4 Yavin 4 é uma das luas do planeta gasoso Yavin. Após abandonarem uma base secreta em Dantooine, os membros da Aliança Rebelde escolhem o satélite natural para se esconderem. Coberta por florestas, a lua tem uma rica fauna e flora, além de templos antigos que servem de quartéis para os rebeldes. No "Episódio 4", a Estrela da Morte tenta eliminar Yavin, já que um rastreador colocado na Millennium Falcon denuncia a localização da base secreta da Aliança Rebelde. A destruição é impedida por Luke Skywalker e Han Solo, que derrotam a estação bélica do Império no fim do filme. - Episódio 3 No fim de "A Vingança do Sith", quando a Ordem 66, que ordena o extermínio dos Jedi, é decretada, outros quatro planetas que até então só haviam sido mencionados ganham alguns poucos segundos de tela. São eles Cato Neimoidia, Mygeeto, Saleucami e Felucia. Mesmo que sua presença seja maior no universo expandido de "Star Wars", nas trilogias cinematográficas o quarteto planetário é usado somente para ilustrar a execução da ordem imperial. Em cenas rápidas, o público testemunha o assassinato de quatro Jedi pelos Stormtroopers: Plo Koon, Ki-Adi-Mundi, Stass Allie e Aayla Secura. Culpa do lado negro da Força. | asmais | Conheça os 15 planetas e luas da saga 'Star Wars'O universo de "Star Wars" é provavelmente um dos mais ricos e complexos do cinema. Com dezenas de planetas, luas e civilizações, é fácil ficar geograficamente perdido ao assistir a algum dos seis filmes da franquia. Locais como Tatooine ou Naboo são tão importantes para a saga intergaláctica que fica difícil esquecê-los. Mas, na longa lista de cenários de "Star Wars", nomes como Kashyyyk podem causar estranheza nos fãs menos aficionados. Com o lançamento de "O Despertar da Força", sétimo filme do universo dos Jedi, é preciso exercitar o cérebro para recordar personagens e outros detalhes da saga. Afinal, fazem 32 anos desde a despedida da trilogia original dos cinemas e 10 anos desde que Jar Jar Binks parou de irritar os fãs nos novos filmes de "Guerra nas Estrelas". O "Episódio 7" ainda será responsável por avolumar a lista de territórios intergalácticos da franquia, já que apresentará ao público um novo planeta: Jakku. Descrito como um local desértico, ele é a paisagem que domina boa parte dos trailers do novo filme, embora ainda não haja muita informação concreta sobre suas terras. Relembre todos os planetas e luas que apareceram nos filmes de "Star Wars" ao longo dos 38 anos da franquia. Episódios 3 e 4 Descrito como um planeta pacifista, sem armas ou exército, Alderaan é a terra natal de Leia. Ele pode ser visto no fim do "Episódio 3", quando a princesa, ainda bebê, fica aos cuidados do senador Organa e sua mulher, após a morte de Padmé. No "Episódio 4", após ser capturada pelas tropas do Império Galático, Leia precisa escolher entre entregar a localização da base da Aliança Rebelde ou ver seu lar ser destruído pela Estrela da Morte. Ela decide dar uma informação falsa e é obrigada a ver Alderaan explodindo, na primeira demonstração do funcionamento da estação bélica do Império. - Episódios 5 e 6 Lar de Lando Calrissian, Bespin é um planeta gasoso, onde se pode obter um gás valioso, chamado Tibanna. Graças ao elemento, companhias de extração criaram colônias flutuantes no local, como a Cidade das Nuvens, visitada por Han Solo e seus companheiros na saga "Star Wars". É lá que o herói interpretado por Harrison Ford é congelado em carbonita para mais tarde ser entregue a Jabba. Pressentindo a armadilha na qual seus amigos tinham caído, Luke Skywalker também é atraído para Bespin no "Episódio 5", onde enfrenta Darth Vader pela primeira vez e perde a sua mão em um duelo de sabres de luz, segundos antes de saber que ele é filho do vilão. Em "O Império Contra-Ataca", Bespin ainda sofre uma ocupação feita pelos tiranos que governam a galáxia, mas volta para as mãos de Lando quando este resolve se redimir com os rebeldes, no fim da trilogia original. - Episódios 1, 2 e 3 Principal cenário da "nova trilogia", Coruscant é a capital da República Galática (que mais tarde se torna o Império Galático dos filmes originais) e, apesar de ser um planeta, se parece muito mais com uma grande cidade. Durante o período do governo tirânico instaurado por Darth Sidious, o local recebeu o nome de Centro Imperial. Mesmo não tendo destaque nos episódios 4, 5 e 6, Coruscant é o planeta onde fica o Templo Jedi, bem como o Senado, órgão legislativo do qual Padmé e Bail Organa são membros. O planeta é, portanto, o mais rico e influente do universo de "Star Wars". - Episódios 5 e 6 Dagobah é um planeta pantanoso, sem qualquer sinal de centros urbanos ou civilização. É lá que o mestre Yoda se exila depois que o Império Galático é instaurado e os Jedi começam a ser perseguidos. Em "O Império Contra-Ataca", Luke Skywalker é orientado por Ben Kenobi a ir para Dagobah completar seu treinamento como Jedi. Sem muitos dados sobre o planeta, Luke precisa usar a Força para localizá-lo, até que sua nave cai em um pântano perto da cabana de Yoda. Mais tarde, no sexto episódio da saga, Luke retorna a Dagobah, onde mestre Yoda conta a ele mais sobre a história de seu pai, Anakin. Durante as filmagens de "Star Wars", os produtores descobriram que gravar em um pântano de verdade aumentaria os custos da ficção científica. Por isso, decidiram rodar as cenas dentro de um estúdio, o que permitiu a criação de um cenário com fauna e flora próprios. - Episódio 6 Endor é uma lua coberta por florestas, terra dos Ewoks. É em sua órbita que a segunda Estrela da Morte é construída, em "O Retorno do Jedi". No filme, a lua é palco do último confronto entre o Império Galático e a Aliança Rebelde. É nela também que Luke se entrega a Darth Vader, na esperança de ressuscitar o lado bom que ainda havia em seu pai. Enquanto isso, Han Solo e Leia se juntavam aos Ewoks para tentar destruir o gerador da Estrela da Morte, travando uma batalha contra os Stormtroopers. - Episódio 2 Geonosis é palco de uma das principais batalhas da trilogia mais recente de "Star Wars". Lar de uma civilização inteligente e dona de uma tecnologia avançada, o planeta nutre planos de atacar a República em "Ataque dos Clones". Por isso, Obi-Wan é enviado ao local, onde acaba sendo capturado. Anakin e Padmé tentam socorrer o Jedi, mas acabam sendo presos também. O trio é então colocado em uma arena para ser executado, mas é salvo por um exército de clones e por mestres enviados pelo Conselho Jedi. Logo em seguida, Obi-Wan, Anakin e Yoda tentam derrotar Conde Dooku, no fatídico duelo em que Skywalker perde o seu braço. - Episódio 5 Hoth é o icônico planeta gelado de "O Império Contra-Ataca". Lar da base secreta da Aliança Rebelde, Hoth é habitado por criaturas parecidas com o Abominável Homem das Neves, os Wampas. É justamente por um deles que Luke e seu Tauntaun - outra espécie do local - são atacados no início do "Episódio 5". Perdido na nevasca, o Jedi é resgatado por Han Solo momentos antes da base ser descoberta pelo Império, que ataca os rebeldes. Algumas sequências em Hoth foram filmadas em uma geleira na Noruega, em temperaturas abaixo de zero. Para a batalha, a equipe de "Star Wars" usou miniaturas em um set repleto de bicarbonato de sódio. - Episódio 2 Planeta coberto por água, Kamino é habitado por seres com pescoços longos, donos da tecnologia de clonagem. É lá que Boba Fett e o exército de Stormtroopers é criado. O nome do local é um trocadilho com a palavra aminoácido, que é a matéria prima das proteínas de nosso corpo, que se combinam e formam nosso DNA. No processo de clonagem, é justamente o DNA de um indivíduo que precisa ser duplicado para dar origem a um ser idêntico ao original. A capital de Kamino é Tipoca, cidade feita sobre palafitas, para se proteger das ondas do oceano que cobre o planeta. - Episódio 3 Kashyyyk é o lar dos Wookiees, a espécie de Chewbacca. O planeta é coberto por florestas e não recebe muito tempo de tela nos filmes da saga intergaláctica. No "Episódio 3", é de Kashyyyk que Yoda precisa fugir após Palpatine dar a Ordem 66, que fez com que o exército de clones aniquilasse boa parte dos Jedi da franquia. Originalmente, os Wookiees seriam o povo escravizado pelo Império para construir a Estrela da Morte. Para isso, a espécie deveria ser primitiva, o que entrou em conflito com a inteligência de Chewbacca. Os planos foram abandonados e George Lucas criou os Ewoks, de Endor, para a vida de servidão. - Episódio 3 Palco de um dos duelos mais tensos e fatídicos de "Star Wars", Mustafar é o planeta vulcânico visto no fim do "Episódio 3". É para lá que Anakin é enviado logo após se unir ao lado negro da Força. Cumprindo ordens de Darth Sidious, Skywalker mata os membros do Conselho Separatista, que usavam Mustafar como refúgio, possibilitando a criação do Império Galático. Mais tarde, Anakin precisa enfrentar Obi-Wan Kenobi. Após perder a batalha, o antigo Jedi é queimado pela lava que cobre o planeta e ganha a aparência deformada que o obriga a usar o icônico traje preto de Darth Vader. Mustafar definitivamente não é uma lembrança feliz para Anakin. - Episódios 1, 2, 3 e 6 Naboo é um planeta pacifista, lar de humanos e dos Gungans, espécie que vive em cidades submarinas. É também a terra natal de Jar Jar Binks, Padmé Amidala e de Palpatine. Uma monarquia eleitoral, Naboo é vítima de uma invasão no começo do "Episódio 1", promovida pela Federação do Comércio, após impor um embargo ao planeta. A manobra acaba ajudando Palpatine a se tornar Chanceler Supremo da República Galáctica e é frustrada por uma aliança feita entre os humanos e os Gungans, que ainda contam com o apoio de uma comitiva de Jedi. Algumas das cenas ambientadas em Naboo foram gravadas em Sevilha, na Espanha. - Episódio 3 Polis Massa é na verdade uma base médica instalada em um asteroide. De acordo com o universo expandido de "Star Wars", o local era na verdade um planeta, que após um cataclismo - uma tragédia ambiental de grandes proporções - se fragmentou em diversos asteroides. É lá que Padmé dá à luz Leia e Luke, após o confronto entre Anakin e Obi-Wan em Mustafar, no fim do "Episódio 3". - Episódios 1, 2, 3, 4 e 6 Terra natal de Anakin e Luke, Tatooine é um planeta coberto de areia e que orbita dois sóis. É lá que Obi-Wan se exila após o decreto da Ordem 66, que extermina a maioria dos Jedi da galáxia. Suas cenas foram gravadas, em grande parte, na Tunísia. Devido à falta de importância do planeta para o Império ou até mesmo para a República, Tatooine é dominado pelos Hutts e os Tuskens. O personagem mais importante da primeira espécie é Jabba, um contrabandista para quem Han Solo faz serviços na trilogia original. Mais tarde, devido a uma dívida do piloto da Millennium Falcon com o criminoso, Solo é congelado em carbonita, enquanto Leia se torna escrava de Jabba, sendo obrigada a vestir seu icônico biquíni dourado. Já os Tuskens, mais conhecidos como o Povo da Areia, são tribos nômades que vagam pelos desertos de Tatooine. Além de hostil, a espécie odeia forasteiros e ainda tenta saquear o veículo de Luke em "Uma Nova Esperança". Na trilogia mais recente, a mãe de Anakin, Shmi Skywalker, é torturada e morta por um de seus clãs, que em seguida é chacinado por um Anakin cada vez mais propenso a ir para o lado negro da Força. - Episódio 3 Utapau é um planeta santuário, aparentemente tranquilo, até que líderes separatistas resolvem se esconder em suas terras no "Episódio 3". Por isso, Obi-Wan é enviado ao local pelo Conselho Jedi, onde enfrenta e mata o General Grievous. Em seguida, porém, Kenobi quase morre, já que estava sozinho no planeta quando a Ordem 66 é executada. - Episódio 4 Yavin 4 é uma das luas do planeta gasoso Yavin. Após abandonarem uma base secreta em Dantooine, os membros da Aliança Rebelde escolhem o satélite natural para se esconderem. Coberta por florestas, a lua tem uma rica fauna e flora, além de templos antigos que servem de quartéis para os rebeldes. No "Episódio 4", a Estrela da Morte tenta eliminar Yavin, já que um rastreador colocado na Millennium Falcon denuncia a localização da base secreta da Aliança Rebelde. A destruição é impedida por Luke Skywalker e Han Solo, que derrotam a estação bélica do Império no fim do filme. - Episódio 3 No fim de "A Vingança do Sith", quando a Ordem 66, que ordena o extermínio dos Jedi, é decretada, outros quatro planetas que até então só haviam sido mencionados ganham alguns poucos segundos de tela. São eles Cato Neimoidia, Mygeeto, Saleucami e Felucia. Mesmo que sua presença seja maior no universo expandido de "Star Wars", nas trilogias cinematográficas o quarteto planetário é usado somente para ilustrar a execução da ordem imperial. Em cenas rápidas, o público testemunha o assassinato de quatro Jedi pelos Stormtroopers: Plo Koon, Ki-Adi-Mundi, Stass Allie e Aayla Secura. Culpa do lado negro da Força. | 22 |
Kant aborda a moralidade em novo livro da Coleção Folha | A Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento lança, no domingo (5), a "Crítica da Razão Prática", de Immanuel Kant (1724-1804), contribuição do filósofo para o entendimento da moralidade. Publicado originalmente em 1788, o livro é um estudo sobre a liberdade –elaborado com a mesma metodologia adotada pelo pensador alemão em sua análise do conhecimento humano. De fato, a grande contribuição de Kant em sua "Crítica da Razão Pura" (1781) foi ter demonstrado que só podemos conhecer o objeto do conhecimento porque nós próprios o criamos. Para Kant, a mesma coisa sucede na esfera da moral: é o sujeito que cria sua própria lei. As normas morais não são regras impostas aos indivíduos, a partir de fora, por uma autoridade qualquer: são leis produzidas livremente pelos próprios homens. A esfera da moralidade não constitui, portanto, uma estrutura inerte, introjetada nas pessoas por meio da repressão e da vigilância, e sim um produto das ações humanas, passível de aprimoramento infinito. Daí a plasticidade do sistema legal, que nunca cessa de evoluir, precisamente porque nasce das contribuições de todos. Contudo, se os indivíduos são os criadores da moral, como as diferentes vontades individuais podem se compatibilizar? Como é possível que pessoas com interesses diferentes deem origem a uma verdadeira comunidade? A resposta está na razão: uma norma de conduta individual pode ganhar a adesão de todos se promover o respeito mútuo e a dignidade humana. Mas, para isso, é necessário que cada um se comporte de modo que sua ação se converta numa regra válida universalmente. Assim, a lei fundamental da razão prática é: "Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa sempre valer ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal". Ninguém é livre quando obedece aos seus instintos –quando submete sua consciência a inclinações determinadas pela natureza. Paradoxalmente, o indivíduo só alcança a liberdade quando obedece às leis nascidas de sua razão, pois estas não são estranhas ao homem. E como devemos julgar as ações? Pelas suas intenções. Como escreve Kant em sua "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", a "boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza", mas é boa em si mesma. Não é possível avaliar a moralidade de um ato apenas por suas consequências, pois os homens podem praticar boas ações tendo em vista interesses egoístas. Segundo Kant, é preciso avaliar as ações por sua origem: a boa vontade é aquela que age por puro respeito ao dever. A doutrina de Kant foi alvo de muitas críticas. O sociólogo Max Weber sustentava que, ao ignorar os resultados previsíveis de seus atos, os adeptos dessa "ética da convicção" frequentemente obtinham resultados opostos aos pretendidos –e criticava os revolucionários que, com suas atitudes, provocavam um endurecimento da repressão. Mas essas críticas só levam em conta o presente. A curto prazo, diz Maquiavel, "o que importa é o êxito", e os meios usados para conquistar o Estado "serão sempre julgados honrosos". Kant, ao contrário, tem em vista o futuro, pois considera que a lei moral tem de ser válida em todas as circunstâncias. Muitos políticos astutos conseguiram conquistar o Estado, mas depois foram esquecidos, porque aquilo que era considerado válido numa época deixou de sê-lo na seguinte. Enquanto isso, alguns revolucionários fracassados seguem vivos na memória coletiva –porque a boa vontade é sempre boa. | paineldoleitor | Kant aborda a moralidade em novo livro da Coleção FolhaA Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento lança, no domingo (5), a "Crítica da Razão Prática", de Immanuel Kant (1724-1804), contribuição do filósofo para o entendimento da moralidade. Publicado originalmente em 1788, o livro é um estudo sobre a liberdade –elaborado com a mesma metodologia adotada pelo pensador alemão em sua análise do conhecimento humano. De fato, a grande contribuição de Kant em sua "Crítica da Razão Pura" (1781) foi ter demonstrado que só podemos conhecer o objeto do conhecimento porque nós próprios o criamos. Para Kant, a mesma coisa sucede na esfera da moral: é o sujeito que cria sua própria lei. As normas morais não são regras impostas aos indivíduos, a partir de fora, por uma autoridade qualquer: são leis produzidas livremente pelos próprios homens. A esfera da moralidade não constitui, portanto, uma estrutura inerte, introjetada nas pessoas por meio da repressão e da vigilância, e sim um produto das ações humanas, passível de aprimoramento infinito. Daí a plasticidade do sistema legal, que nunca cessa de evoluir, precisamente porque nasce das contribuições de todos. Contudo, se os indivíduos são os criadores da moral, como as diferentes vontades individuais podem se compatibilizar? Como é possível que pessoas com interesses diferentes deem origem a uma verdadeira comunidade? A resposta está na razão: uma norma de conduta individual pode ganhar a adesão de todos se promover o respeito mútuo e a dignidade humana. Mas, para isso, é necessário que cada um se comporte de modo que sua ação se converta numa regra válida universalmente. Assim, a lei fundamental da razão prática é: "Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa sempre valer ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal". Ninguém é livre quando obedece aos seus instintos –quando submete sua consciência a inclinações determinadas pela natureza. Paradoxalmente, o indivíduo só alcança a liberdade quando obedece às leis nascidas de sua razão, pois estas não são estranhas ao homem. E como devemos julgar as ações? Pelas suas intenções. Como escreve Kant em sua "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", a "boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza", mas é boa em si mesma. Não é possível avaliar a moralidade de um ato apenas por suas consequências, pois os homens podem praticar boas ações tendo em vista interesses egoístas. Segundo Kant, é preciso avaliar as ações por sua origem: a boa vontade é aquela que age por puro respeito ao dever. A doutrina de Kant foi alvo de muitas críticas. O sociólogo Max Weber sustentava que, ao ignorar os resultados previsíveis de seus atos, os adeptos dessa "ética da convicção" frequentemente obtinham resultados opostos aos pretendidos –e criticava os revolucionários que, com suas atitudes, provocavam um endurecimento da repressão. Mas essas críticas só levam em conta o presente. A curto prazo, diz Maquiavel, "o que importa é o êxito", e os meios usados para conquistar o Estado "serão sempre julgados honrosos". Kant, ao contrário, tem em vista o futuro, pois considera que a lei moral tem de ser válida em todas as circunstâncias. Muitos políticos astutos conseguiram conquistar o Estado, mas depois foram esquecidos, porque aquilo que era considerado válido numa época deixou de sê-lo na seguinte. Enquanto isso, alguns revolucionários fracassados seguem vivos na memória coletiva –porque a boa vontade é sempre boa. | 8 |
Dividida entre povão e classe A, Valesca finalmente vai lançar seu CD | Valesca Reis dos Santos era frentista em posto de gasolina quando Leandro Gomes, o pai de seu filho recém-nascido que nunca lhe prometeu "exclusividade" no amor, fez uma proposta que ela não pôde recusar. Pardal, como é conhecido, parou para abastecer e perguntou: "Já viu o filme 'A Gaiola das Loucas'?". Valesca só riu. "Vem cá, está me chamando de louca?" Em seguida, ela pensou melhor e aceitou o desafio: dividiu-se entre turnos no posto (que "ficava em Del Castilho, bem longe do Rio das novelas") e em bailes funk, onde dançava por "uns R$ 50 a noite" na Gaiola das Popozudas, grupo de bailarinas fundado por Pardal. Quer saber mais? Clique aqui | tv | Dividida entre povão e classe A, Valesca finalmente vai lançar seu CDValesca Reis dos Santos era frentista em posto de gasolina quando Leandro Gomes, o pai de seu filho recém-nascido que nunca lhe prometeu "exclusividade" no amor, fez uma proposta que ela não pôde recusar. Pardal, como é conhecido, parou para abastecer e perguntou: "Já viu o filme 'A Gaiola das Loucas'?". Valesca só riu. "Vem cá, está me chamando de louca?" Em seguida, ela pensou melhor e aceitou o desafio: dividiu-se entre turnos no posto (que "ficava em Del Castilho, bem longe do Rio das novelas") e em bailes funk, onde dançava por "uns R$ 50 a noite" na Gaiola das Popozudas, grupo de bailarinas fundado por Pardal. Quer saber mais? Clique aqui | 11 |
Com Marchezan Jr., Porto Alegre será governada pelo PSDB pela primeira vez | PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE (RS) A capital gaúcha será administrada pelo PSDB pela primeira vez. O candidato tucano Nelson Marchezan Jr. conquistou 60,50% e seu adversário, o atual vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB) fez 39,50% dos votos válidos. Foram 433.751 votos nulos, brancos e abstenções. O número é maior que os votos válidos recebidos por Marchezan Jr.: 402.165. Considerando somente a abstenção (277.521), o número é maior que o total de votos de Melo (262.601). Marchezan Jr., 44, é deputado federal pelo segundo mandato. O prefeito eleito é filho de Nelson Marchezan (1938-20012), que também foi deputado federal e integrante do extinto partido Arena, ligado à ditadura militar. Nelson Marchezan Jr. é pai de Nelson Marchezan Neto, de oito anos, com Nadine Dubal, sua ex-mulher. "Não fizemos composições de trocas, de oferta. Fizemos composição para mudarmos Porto Alegre", disse Marchezan sobre as alianças políticas. O PSDB ficou no governo por 11 anos e o PP, de seu vice, permanece ocupando cargos na atual gestão. POLÍCIA FEDERAL Durante a votação na capital, agentes da Polícia Federal estavam nos locais onde os dois candidatos votaram. A ordem para a PF acompanhar os candidatos foi dada pelo juiz Niwton Carpes da Silva para "organizar" a presença da imprensa. O juiz é o mesmo que proibiu a presença da imprensa durante o voto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno. A campanha do segundo turno foi turbulenta: os candidatos trocaram farpas em debates, um incêndio criminoso atingiu departamento municipal, um coordenador de campanha peemedebista foi encontrado morto e suposto ataque a tiros ao comitê tucano foi desmentido. O Departamento de Esgotos Pluviais foi palco de um dos episódios que aumentaram a tensão da campanha. Na madrugada da segunda (17), um incêndio criminoso, segundo a polícia, queimou uma das salas do órgão. No mesmo dia, integrantes da campanha de Marchezan registraram boletim de ocorrência relatando um ataque ao comitê do candidato, que teria sido alvo de 12 tiros e teve as vidraças quebradas. Dez dias depois, porém, o PSDB relatou que o comitê não foi atacado. O vento forte e a chuva é que teriam rompido os vidros, e não tiros. Também no dia 17, o assessor Plínio Zalewski foi achado morto no banheiro do diretório do PMDB. A polícia apura ameaças virtuais recebidas por ele durante a campanha. VOTO NULO Em Porto Alegre, eleitores fizeram vídeo com o jingle "Anula lá", paródia da música "Lula lá", que marcou a campanha presidencial de 1989. O vídeo, que soma 214 mil visualizações desde 12 de outubro, quando foi publicado, mostra a insatisfação com os candidatos. "É um [jingle] clássico, lendário. Mas levou muita gente a nos chamar de petista, não tem nada a ver. É só uma referência", conta Valmor Pedretti Jr. 37, um dos autores. Para o cientista político Marcos Paulo dos Reis Quadros, do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), o voto nulo é reflexo do "desencanto generalizado com a política". O promotor Rodrigo Zilio, coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral do Ministério Público gaúcho, diz que "o efeito [prático] do voto nulo é concordar com a maioria". INTERIOR Em Caxias do Sul, berço político do governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), o candidato apoiado pelo governador não foi eleito. Edson Néspolo (PDT) perdeu para Daniel Guerra (PRB), que teve ampla vantagem. Guerra fez 62,79% dos votos contra 37,21% de Néspolo. Além do apoio político de Sartori, Néspolo era apoiado por 21 partidos. Em Santa Maria, o tucano Jorge Pozzobom venceu o petista Valdeci Oliveira por apenas 226 votos de diferença. Oliveira fez 49,92% dos votos contra 50,08% de Pozzobom. Em Canoas, Luiz Carlos Busato (PTB) venceu a eleição com 51,25% dos votos contra Beth Colombo (PRB), que fez 48,75% dos votos. Busato é deputado federal no terceiro mandato; Beth é a atual vice-prefeita ao lado do prefeito petista Jairo Jorge. | poder | Com Marchezan Jr., Porto Alegre será governada pelo PSDB pela primeira vezPAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE (RS) A capital gaúcha será administrada pelo PSDB pela primeira vez. O candidato tucano Nelson Marchezan Jr. conquistou 60,50% e seu adversário, o atual vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB) fez 39,50% dos votos válidos. Foram 433.751 votos nulos, brancos e abstenções. O número é maior que os votos válidos recebidos por Marchezan Jr.: 402.165. Considerando somente a abstenção (277.521), o número é maior que o total de votos de Melo (262.601). Marchezan Jr., 44, é deputado federal pelo segundo mandato. O prefeito eleito é filho de Nelson Marchezan (1938-20012), que também foi deputado federal e integrante do extinto partido Arena, ligado à ditadura militar. Nelson Marchezan Jr. é pai de Nelson Marchezan Neto, de oito anos, com Nadine Dubal, sua ex-mulher. "Não fizemos composições de trocas, de oferta. Fizemos composição para mudarmos Porto Alegre", disse Marchezan sobre as alianças políticas. O PSDB ficou no governo por 11 anos e o PP, de seu vice, permanece ocupando cargos na atual gestão. POLÍCIA FEDERAL Durante a votação na capital, agentes da Polícia Federal estavam nos locais onde os dois candidatos votaram. A ordem para a PF acompanhar os candidatos foi dada pelo juiz Niwton Carpes da Silva para "organizar" a presença da imprensa. O juiz é o mesmo que proibiu a presença da imprensa durante o voto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno. A campanha do segundo turno foi turbulenta: os candidatos trocaram farpas em debates, um incêndio criminoso atingiu departamento municipal, um coordenador de campanha peemedebista foi encontrado morto e suposto ataque a tiros ao comitê tucano foi desmentido. O Departamento de Esgotos Pluviais foi palco de um dos episódios que aumentaram a tensão da campanha. Na madrugada da segunda (17), um incêndio criminoso, segundo a polícia, queimou uma das salas do órgão. No mesmo dia, integrantes da campanha de Marchezan registraram boletim de ocorrência relatando um ataque ao comitê do candidato, que teria sido alvo de 12 tiros e teve as vidraças quebradas. Dez dias depois, porém, o PSDB relatou que o comitê não foi atacado. O vento forte e a chuva é que teriam rompido os vidros, e não tiros. Também no dia 17, o assessor Plínio Zalewski foi achado morto no banheiro do diretório do PMDB. A polícia apura ameaças virtuais recebidas por ele durante a campanha. VOTO NULO Em Porto Alegre, eleitores fizeram vídeo com o jingle "Anula lá", paródia da música "Lula lá", que marcou a campanha presidencial de 1989. O vídeo, que soma 214 mil visualizações desde 12 de outubro, quando foi publicado, mostra a insatisfação com os candidatos. "É um [jingle] clássico, lendário. Mas levou muita gente a nos chamar de petista, não tem nada a ver. É só uma referência", conta Valmor Pedretti Jr. 37, um dos autores. Para o cientista político Marcos Paulo dos Reis Quadros, do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), o voto nulo é reflexo do "desencanto generalizado com a política". O promotor Rodrigo Zilio, coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral do Ministério Público gaúcho, diz que "o efeito [prático] do voto nulo é concordar com a maioria". INTERIOR Em Caxias do Sul, berço político do governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), o candidato apoiado pelo governador não foi eleito. Edson Néspolo (PDT) perdeu para Daniel Guerra (PRB), que teve ampla vantagem. Guerra fez 62,79% dos votos contra 37,21% de Néspolo. Além do apoio político de Sartori, Néspolo era apoiado por 21 partidos. Em Santa Maria, o tucano Jorge Pozzobom venceu o petista Valdeci Oliveira por apenas 226 votos de diferença. Oliveira fez 49,92% dos votos contra 50,08% de Pozzobom. Em Canoas, Luiz Carlos Busato (PTB) venceu a eleição com 51,25% dos votos contra Beth Colombo (PRB), que fez 48,75% dos votos. Busato é deputado federal no terceiro mandato; Beth é a atual vice-prefeita ao lado do prefeito petista Jairo Jorge. | 0 |
Leitores comentam a vitória de Mauricio Macri na Argentina | Com a vitória de Macri para a Casa Rosada, surge a dúvida: que consequências a eleição de um governo de centro-direita trará para a região? Trata-se da primeira derrota de um governo progressista na região desde 1998. Essa dúvida se dá já que, em sua campanha, Macri, ao mesmo tempo que reafirmava a parceria com o Brasil e o Mercosul, falava de possíveis acordos diretos com os EUA, algo que ele mesmo sabe que vai de encontro à política do bloco. Esperaremos agora qual das duas políticas ambíguas ele irá realizar. GUILHERME GONÇALVES MÉLO, estudante de Relações Internacionais da USP (Guarulhos, SP) * * O povo argentino aprendeu a votar. Será que nós, brasileiras e brasileiros, também aprendemos? Vamos aguardar para saber nas próximas eleições. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * O povo argentino mostrou a que veio nas urnas e elegeu Mauricio Macri, que logo no primeiro momento já apresentou o perfil de seu governo: Estado enxuto com abertura comercial convergindo para uma aliança com o Pacífico e mostrando vontade de agir no sentido inverso do que parece ser as ações da presidente do Brasil. O eleitor portenho acabou com 12 anos de kirchnerismo e indicou o caminho para sair do isolamento comercial e provavelmente para melhorar a qualidade de vida de seu povo. Dilma só tem a aprender com seu vizinho. Ele não tem nenhuma vocação para se harmonizar com o populismo instalado pelo PT. MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ) * A eleição de Macri na Argentina nos mostra que um verdadeiro líder chegou ao poder por seus próprios méritos. Desejo um feliz governo para tirar seu país do buraco de governos que arruinaram o país. Que nos sirva de exemplo, quando nossa "presidenta", uma liderança artificial fabricada por Lula para continuar influindo como presidente oficioso. Dilma é uma figura biônica, que teve uma atuação desastrada, que fez muitos estragos em sua gestão equivocada. Petrobras, Eletrobras e outras arruinadas são apenas uma amostragem da incapacidade gerencial, de alguém que em Porto Alegre iniciou quebrando sua loja de R$ 1,99 e depois continuou uma carreira apenas apoiada em politicagem e nada mais. Ulf Hermann Mondl (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | paineldoleitor | Leitores comentam a vitória de Mauricio Macri na ArgentinaCom a vitória de Macri para a Casa Rosada, surge a dúvida: que consequências a eleição de um governo de centro-direita trará para a região? Trata-se da primeira derrota de um governo progressista na região desde 1998. Essa dúvida se dá já que, em sua campanha, Macri, ao mesmo tempo que reafirmava a parceria com o Brasil e o Mercosul, falava de possíveis acordos diretos com os EUA, algo que ele mesmo sabe que vai de encontro à política do bloco. Esperaremos agora qual das duas políticas ambíguas ele irá realizar. GUILHERME GONÇALVES MÉLO, estudante de Relações Internacionais da USP (Guarulhos, SP) * * O povo argentino aprendeu a votar. Será que nós, brasileiras e brasileiros, também aprendemos? Vamos aguardar para saber nas próximas eleições. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * O povo argentino mostrou a que veio nas urnas e elegeu Mauricio Macri, que logo no primeiro momento já apresentou o perfil de seu governo: Estado enxuto com abertura comercial convergindo para uma aliança com o Pacífico e mostrando vontade de agir no sentido inverso do que parece ser as ações da presidente do Brasil. O eleitor portenho acabou com 12 anos de kirchnerismo e indicou o caminho para sair do isolamento comercial e provavelmente para melhorar a qualidade de vida de seu povo. Dilma só tem a aprender com seu vizinho. Ele não tem nenhuma vocação para se harmonizar com o populismo instalado pelo PT. MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ) * A eleição de Macri na Argentina nos mostra que um verdadeiro líder chegou ao poder por seus próprios méritos. Desejo um feliz governo para tirar seu país do buraco de governos que arruinaram o país. Que nos sirva de exemplo, quando nossa "presidenta", uma liderança artificial fabricada por Lula para continuar influindo como presidente oficioso. Dilma é uma figura biônica, que teve uma atuação desastrada, que fez muitos estragos em sua gestão equivocada. Petrobras, Eletrobras e outras arruinadas são apenas uma amostragem da incapacidade gerencial, de alguém que em Porto Alegre iniciou quebrando sua loja de R$ 1,99 e depois continuou uma carreira apenas apoiada em politicagem e nada mais. Ulf Hermann Mondl (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 8 |
Copan faz 50 anos com novas atrações, clássicos e busca por bicicletário | RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Coberto por uma imensa tela azul, o Copan chega aos 50 anos passando por uma enorme plástica em sua fachada e com novidades que reforçam a sua vocação turística. Ao mesmo tempo, os seus quase 5.000 moradores se envolvem em situações corriqueiras da cidade, como discussões em grupos na internet e a busca por mais espaço para bicicletas. Quem entra nos corredores do térreo vê lojas vazias, mas também espaços recentes dividindo a área com negócios tradicionais. O aroma do expresso recém-tirado vindo do tradicional café Floresta, há 40 anos no mesmo local, concorre com o cheiro de vegetais de lojas de alimentos orgânicos e de tacos do mexicano La Central, aberto em 2014. O síndico Com saídas diretas para a rua que separa o Copan do edifício vizinho, do Bradesco, dois lugares simbolizam a nova fase do prédio: o Bar da Dona Onça, mix de bar tradicional e pratos bem servidos, e o Pivô, espaço cultural que expõe trabalhos e reúne ateliês de artistas. As duas atrações reforçam a vocação alardeada durante o lançamento do conjunto, em 1951: o de complexo turístico. Seu projeto foi pensado para ser o "Rockefeller Center Paulistano", um enorme espaço com 500 quartos de hotel, residências, escritórios, cinema, teatro e lojas. Na década de 1950, o mercado imobiliário paulistano assistiu a um boom na construção de prédios com plantas de menor porte, voltados para a classe média e com prestações a perder de vista. Atuante neste mercado desde 1945, o BNI (Banco Nacional Imobiliário) convidou o badalado arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) para projetar edifícios em São Paulo. Fernanda O convite foi feito por Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), um dos sócios do BNI. Em 1962, Frias compraria a Empresa Folha da Manhã, núcleo do Grupo Folha, do qual foi publisher. "Copan" é uma abreviação de Companhia Pan-Americana de Hotéis e Turismo, o nome da sociedade feita entre o BNI e a International Hotels Corporation, dos EUA, para construir o conjunto. Em 1952, os apartamentos residenciais foram colocados à venda e o hotel ficou para depois. Niemeyer fez o desenho em forma de S para seguir o contorno do terreno. "A rua era curva, e ele [o prédio] seguiu essa curva. Nada mais natural", contou o arquiteto à Folha em 2006. Embora tenha fachada única, o Copan é composto de blocos separados, nomeados com letras de A a F, com unidades de tamanhos variados. O projeto final foi desenhado pela equipe de Niemeyer em São Paulo ao longo de 72 horas de trabalho contínuo, durante uma das visitas do arquiteto à capital paulista. Ele evitava andar de avião e a viagem de carro entre Rio e São Paulo era demorada e feita por estrada de terra. "Com isso, suas vindas a São Paulo eram evitadas tanto quando fosse possível", conta Carlos Lemos, ex-chefe do escritório paulista de Niemeyer, em seu livro "A História do Edifício Copan". Janaína Na falta de pranchetas, portas lisas foram transformadas em mesas. "Conforme os desenhos a lápis ficavam prontos, um desenhista os reproduzia a nanquim em uma planta de quase dois metros de comprimento", escreve Lemos. As obras começaram em 1953, mas pararam no ano seguinte porque o BNI enfrentou problemas financeiros. Os trabalhos foram retomados em 1956, ano em que Niemeyer se afastou do projeto para se dedicar à construção de Brasília. Foi preciso alterar parte das fundações, pois elas não se acomodaram bem no terreno. A solução encontrada à época estabilizou o problema. Em 2014, no entanto, foi detectado que o Copan afundou 33 cm desde sua construção. Esse fenômeno, chamado de recalque, é comum em prédios. Ana Em 1957, o Bradesco comprou a massa falida do BNI e decidiu construir escritórios no local onde seria o hotel. A empresa americana já havia desistido do negócio. Em 25 de maio de 1966, o prédio recebeu seu primeiro Habite-se e os novos moradores começaram a ocupar os apartamentos. "No começo, a maioria era de estudantes ou pessoas desquitadas", conta o atual síndico, Affonso Oliveira. "Naquela época, você ia até a São João e encontrava o Roberto Carlos, o Jô Soares. Havia cinemas e restaurantes ótimos." Os últimos apartamentos foram entregues no começo da década de 1970, quando o centro começava a ser preterido pela região da avenida Paulista. Com a queda de movimento de pessoas, veio a decadência. "Muitos compraram quitinetes no bloco B para renda -e seus inquilinos nunca sofreram triagem conveniente para evitar que aquele bloco se tornasse terra de ninguém, com profusão de prostitutas, travestis, traficantes e drogados", analisa o arquiteto Lemos. "A má fama do bloco B estendeu-se ao edifício todo." Edyr "Meu pai e meus tios eram de Penápolis [a 479 km da capital] e compraram um apartamento pensando nos filhos que viriam estudar ou trabalhar em São Paulo", conta Edyr Sabino, 60, que conheceu o Copan quando ele ainda estava em obras. "Tinha seis anos e me apavorei com o tanto de carros na rua", recorda. Edyr já morou em vários apartamentos do Copan e hoje é dono do maior deles, de 440 m², criado a partir da junção de duas unidades. "Dá pra andar de bicicleta aqui." A imagem do prédio mudou a partir dos anos 1990, quando se fortaleceu o movimento de revalorização do centro, que atraiu novos moradores e negócios. Também foi nessa década que Affonso Oliveira assumiu o cargo de síndico, investindo em melhorias na estrutura, como troca da rede hidráulica, e trazendo rigidez para as regras do condomínio. A reforma mais visível comandada por Oliveira é a troca de todas as pastilhas da fachada. As peças estavam caindo e havia risco de despencarem sobre os transeuntes, daí a instalação da tela azul. A estimativa é que o restauro termine em 2019. Na última década, o Copan integrou a onda de revitalização da região e passou a ser procurado por quem busca morar perto do trabalho, de serviços e de atrações de lazer. Renata A advogada Renata Fernandes, 36, levou cinco anos até encontrar o apartamento ideal, em 2012. "Quando vim morar no Copan, vendi o carro. Tudo o que preciso tem por perto." "O Copan é um bom exemplo de prédio de uso misto, algo estimulado no Plano Diretor atual", diz Valter Caldana, professor de arquitetura e urbanismo do Mackenzie. Figuras que estão há muito tempo no prédio, como a corretora Alayde Leite e os sócios José e Adelino, do Café Floresta, são cumprimentados o tempo todo nas áreas comuns. No entanto, os moradores mais novos têm poucas relações com os vizinhos. "As reuniões de condomínio são um fracasso. Na última, só 30% dos condôminos estavam representados", conta o síndico Oliveira. Duas questões que movimentam as conversas são a falta de conexões mais potentes de internet e de um bicicletário. "O estacionamento é gerido por uma empresa e precisaria criar uma espécie de ciclovia lá, o que não dá pra fazer", diz o síndico. Sobre a internet, Oliveira diz que as empresas de telefonia é que precisam custear o cabeamento interno. A dificuldade para conseguir o acesso lembra uma situação comum nos anos 1980, quando o desafio era conseguir uma linha telefônica. "As pessoas se encontravam ao redor do orelhão, na calçada", lembra Edyr Sabino. Hoje, uma alternativa é pedir a senha do wi-fi ao bebericar uma cerveja no Bar da Dona Onça. Alayde | saopaulo | Copan faz 50 anos com novas atrações, clássicos e busca por bicicletárioRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Coberto por uma imensa tela azul, o Copan chega aos 50 anos passando por uma enorme plástica em sua fachada e com novidades que reforçam a sua vocação turística. Ao mesmo tempo, os seus quase 5.000 moradores se envolvem em situações corriqueiras da cidade, como discussões em grupos na internet e a busca por mais espaço para bicicletas. Quem entra nos corredores do térreo vê lojas vazias, mas também espaços recentes dividindo a área com negócios tradicionais. O aroma do expresso recém-tirado vindo do tradicional café Floresta, há 40 anos no mesmo local, concorre com o cheiro de vegetais de lojas de alimentos orgânicos e de tacos do mexicano La Central, aberto em 2014. O síndico Com saídas diretas para a rua que separa o Copan do edifício vizinho, do Bradesco, dois lugares simbolizam a nova fase do prédio: o Bar da Dona Onça, mix de bar tradicional e pratos bem servidos, e o Pivô, espaço cultural que expõe trabalhos e reúne ateliês de artistas. As duas atrações reforçam a vocação alardeada durante o lançamento do conjunto, em 1951: o de complexo turístico. Seu projeto foi pensado para ser o "Rockefeller Center Paulistano", um enorme espaço com 500 quartos de hotel, residências, escritórios, cinema, teatro e lojas. Na década de 1950, o mercado imobiliário paulistano assistiu a um boom na construção de prédios com plantas de menor porte, voltados para a classe média e com prestações a perder de vista. Atuante neste mercado desde 1945, o BNI (Banco Nacional Imobiliário) convidou o badalado arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) para projetar edifícios em São Paulo. Fernanda O convite foi feito por Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), um dos sócios do BNI. Em 1962, Frias compraria a Empresa Folha da Manhã, núcleo do Grupo Folha, do qual foi publisher. "Copan" é uma abreviação de Companhia Pan-Americana de Hotéis e Turismo, o nome da sociedade feita entre o BNI e a International Hotels Corporation, dos EUA, para construir o conjunto. Em 1952, os apartamentos residenciais foram colocados à venda e o hotel ficou para depois. Niemeyer fez o desenho em forma de S para seguir o contorno do terreno. "A rua era curva, e ele [o prédio] seguiu essa curva. Nada mais natural", contou o arquiteto à Folha em 2006. Embora tenha fachada única, o Copan é composto de blocos separados, nomeados com letras de A a F, com unidades de tamanhos variados. O projeto final foi desenhado pela equipe de Niemeyer em São Paulo ao longo de 72 horas de trabalho contínuo, durante uma das visitas do arquiteto à capital paulista. Ele evitava andar de avião e a viagem de carro entre Rio e São Paulo era demorada e feita por estrada de terra. "Com isso, suas vindas a São Paulo eram evitadas tanto quando fosse possível", conta Carlos Lemos, ex-chefe do escritório paulista de Niemeyer, em seu livro "A História do Edifício Copan". Janaína Na falta de pranchetas, portas lisas foram transformadas em mesas. "Conforme os desenhos a lápis ficavam prontos, um desenhista os reproduzia a nanquim em uma planta de quase dois metros de comprimento", escreve Lemos. As obras começaram em 1953, mas pararam no ano seguinte porque o BNI enfrentou problemas financeiros. Os trabalhos foram retomados em 1956, ano em que Niemeyer se afastou do projeto para se dedicar à construção de Brasília. Foi preciso alterar parte das fundações, pois elas não se acomodaram bem no terreno. A solução encontrada à época estabilizou o problema. Em 2014, no entanto, foi detectado que o Copan afundou 33 cm desde sua construção. Esse fenômeno, chamado de recalque, é comum em prédios. Ana Em 1957, o Bradesco comprou a massa falida do BNI e decidiu construir escritórios no local onde seria o hotel. A empresa americana já havia desistido do negócio. Em 25 de maio de 1966, o prédio recebeu seu primeiro Habite-se e os novos moradores começaram a ocupar os apartamentos. "No começo, a maioria era de estudantes ou pessoas desquitadas", conta o atual síndico, Affonso Oliveira. "Naquela época, você ia até a São João e encontrava o Roberto Carlos, o Jô Soares. Havia cinemas e restaurantes ótimos." Os últimos apartamentos foram entregues no começo da década de 1970, quando o centro começava a ser preterido pela região da avenida Paulista. Com a queda de movimento de pessoas, veio a decadência. "Muitos compraram quitinetes no bloco B para renda -e seus inquilinos nunca sofreram triagem conveniente para evitar que aquele bloco se tornasse terra de ninguém, com profusão de prostitutas, travestis, traficantes e drogados", analisa o arquiteto Lemos. "A má fama do bloco B estendeu-se ao edifício todo." Edyr "Meu pai e meus tios eram de Penápolis [a 479 km da capital] e compraram um apartamento pensando nos filhos que viriam estudar ou trabalhar em São Paulo", conta Edyr Sabino, 60, que conheceu o Copan quando ele ainda estava em obras. "Tinha seis anos e me apavorei com o tanto de carros na rua", recorda. Edyr já morou em vários apartamentos do Copan e hoje é dono do maior deles, de 440 m², criado a partir da junção de duas unidades. "Dá pra andar de bicicleta aqui." A imagem do prédio mudou a partir dos anos 1990, quando se fortaleceu o movimento de revalorização do centro, que atraiu novos moradores e negócios. Também foi nessa década que Affonso Oliveira assumiu o cargo de síndico, investindo em melhorias na estrutura, como troca da rede hidráulica, e trazendo rigidez para as regras do condomínio. A reforma mais visível comandada por Oliveira é a troca de todas as pastilhas da fachada. As peças estavam caindo e havia risco de despencarem sobre os transeuntes, daí a instalação da tela azul. A estimativa é que o restauro termine em 2019. Na última década, o Copan integrou a onda de revitalização da região e passou a ser procurado por quem busca morar perto do trabalho, de serviços e de atrações de lazer. Renata A advogada Renata Fernandes, 36, levou cinco anos até encontrar o apartamento ideal, em 2012. "Quando vim morar no Copan, vendi o carro. Tudo o que preciso tem por perto." "O Copan é um bom exemplo de prédio de uso misto, algo estimulado no Plano Diretor atual", diz Valter Caldana, professor de arquitetura e urbanismo do Mackenzie. Figuras que estão há muito tempo no prédio, como a corretora Alayde Leite e os sócios José e Adelino, do Café Floresta, são cumprimentados o tempo todo nas áreas comuns. No entanto, os moradores mais novos têm poucas relações com os vizinhos. "As reuniões de condomínio são um fracasso. Na última, só 30% dos condôminos estavam representados", conta o síndico Oliveira. Duas questões que movimentam as conversas são a falta de conexões mais potentes de internet e de um bicicletário. "O estacionamento é gerido por uma empresa e precisaria criar uma espécie de ciclovia lá, o que não dá pra fazer", diz o síndico. Sobre a internet, Oliveira diz que as empresas de telefonia é que precisam custear o cabeamento interno. A dificuldade para conseguir o acesso lembra uma situação comum nos anos 1980, quando o desafio era conseguir uma linha telefônica. "As pessoas se encontravam ao redor do orelhão, na calçada", lembra Edyr Sabino. Hoje, uma alternativa é pedir a senha do wi-fi ao bebericar uma cerveja no Bar da Dona Onça. Alayde | 9 |
Clube turco pede para jogadores não saírem em meio a golpe militar | Jogador do Fenerbahce, da Turquia, o volante Souza, ex-São Paulo e seleção brasileira, diz que o clima em Istambul era de guerra nas últimas horas. Nesta sexta-feira (15), as Forças Armadas da Turquia anunciaram que passaram a controlar o governo, em golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, que pediu a seus seguidores que desafiem os militares. Em contato com a Folha, o jogador afirmou que o clube recomendou ao grupo de atletas que fiquem em suas casas e não saiam. Um amigo turco do brasileiro, que fala português, aconselhou que todos façam um estoque de alimentos para os próximos dias. "A situação está um pouco complicada. Como todos têm visto, os militares estão tomando o país à força. Estou aqui acompanhando pela TV, eu não sei se o povo está a favor ou contra, estão todos indo para as ruas. Eu não consigo entender muito bem o que a TV diz. O pessoal do clube pediu pra gente não sair de casa", disse Souza. "Um amigo turco que fala português falou para gente comprar bastante coisa, bastante comida, pra deixar guardado em casa. Mas é mais ou menos isso. Mais cedo estava um clima de guerra. Teve tiroteio, a gente ouviu o barulho de caças do exército sobrevoando a cidade, muitos helicópteros passando. Agora, o clima está um pouco mais tranquilo", completou. O carioca está sozinho em um apartamento em Istambul. Seus familiares estão no Brasil e só conseguirão retornar depois que a situação ficar controlada. Desde 2015 no Fenerbahce, Souza ganhou projeção no São Paulo, onde, em 2014, foi convocado por Dunga para defender a seleção brasileira em dois amistosos pós Copa. Em 2015 foi lembrado pela última vez. Pelo clube turco, o brasileiro de 27 anos tem 48 jogos e três gols marcados. | esporte | Clube turco pede para jogadores não saírem em meio a golpe militarJogador do Fenerbahce, da Turquia, o volante Souza, ex-São Paulo e seleção brasileira, diz que o clima em Istambul era de guerra nas últimas horas. Nesta sexta-feira (15), as Forças Armadas da Turquia anunciaram que passaram a controlar o governo, em golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, que pediu a seus seguidores que desafiem os militares. Em contato com a Folha, o jogador afirmou que o clube recomendou ao grupo de atletas que fiquem em suas casas e não saiam. Um amigo turco do brasileiro, que fala português, aconselhou que todos façam um estoque de alimentos para os próximos dias. "A situação está um pouco complicada. Como todos têm visto, os militares estão tomando o país à força. Estou aqui acompanhando pela TV, eu não sei se o povo está a favor ou contra, estão todos indo para as ruas. Eu não consigo entender muito bem o que a TV diz. O pessoal do clube pediu pra gente não sair de casa", disse Souza. "Um amigo turco que fala português falou para gente comprar bastante coisa, bastante comida, pra deixar guardado em casa. Mas é mais ou menos isso. Mais cedo estava um clima de guerra. Teve tiroteio, a gente ouviu o barulho de caças do exército sobrevoando a cidade, muitos helicópteros passando. Agora, o clima está um pouco mais tranquilo", completou. O carioca está sozinho em um apartamento em Istambul. Seus familiares estão no Brasil e só conseguirão retornar depois que a situação ficar controlada. Desde 2015 no Fenerbahce, Souza ganhou projeção no São Paulo, onde, em 2014, foi convocado por Dunga para defender a seleção brasileira em dois amistosos pós Copa. Em 2015 foi lembrado pela última vez. Pelo clube turco, o brasileiro de 27 anos tem 48 jogos e três gols marcados. | 3 |
Nem as aparências | BRASÍLIA - O ministro Ricardo Lewandowski abriu o julgamento do impeachment com uma advertência. Os senadores deveriam atuar como "verdadeiros juízes", deixando de lado "opções ideológicas, preferências políticas e inclinações pessoais". Caberia a cada um "atuar com a máxima isenção e objetividade, considerando apenas os fatos". "Espera-se do juiz que utilize uma linguagem escorreita, polida, respeitosa", prosseguiu o presidente do Supremo Tribunal Federal. Todos deveriam se expressar de "forma cortês", observando a "imparcialidade", a "honra" e o "decoro". Se alguém acreditou no roteiro civilizado, a ilusão durou pouco. Antes do meio-dia, os senadores já trocavam insultos em cadeia nacional. O tumulto começou quando a petista Gleisi Hoffmann disse que ninguém ali teria moral para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff. "Não sou assaltante de aposentado", gritou o líder do DEM, Ronaldo Caiado. "Você é de trabalhador escravo", devolveu Gleisi. O petista Lindbergh Farias tomou as dores da aliada. "Você é canalha", bradou, apontando o dedo para o ruralista. O nível da discussão baixaria ainda mais. Exaltados, os senadores passaram a se acusar de ligação com o jogo do bicho e até de uso de drogas. Lewandowski precisou interromper a sessão para evitar que Lindbergh e Caiado se engalfinhassem em plenário. Quando os ânimos se acalmaram, o ministro tentou retomar a ordem. Seguindo as regras dos tribunais, ele declarou suspeita a principal testemunha da acusação, um procurador que havia participado de ato contra Dilma. A ala pró-impeachment deve pedir o mesmo tratamento a uma testemunha da defesa que foi convidada para trabalhar num gabinete do PT. O primeiro dia confirmou o que já se esperava: o julgamento do Senado será uma rinha política, com os dois lados atuando como torcidas organizadas. Apesar dos apelos de Lewandowski, ninguém parece preocupado em manter as aparências. | colunas | Nem as aparênciasBRASÍLIA - O ministro Ricardo Lewandowski abriu o julgamento do impeachment com uma advertência. Os senadores deveriam atuar como "verdadeiros juízes", deixando de lado "opções ideológicas, preferências políticas e inclinações pessoais". Caberia a cada um "atuar com a máxima isenção e objetividade, considerando apenas os fatos". "Espera-se do juiz que utilize uma linguagem escorreita, polida, respeitosa", prosseguiu o presidente do Supremo Tribunal Federal. Todos deveriam se expressar de "forma cortês", observando a "imparcialidade", a "honra" e o "decoro". Se alguém acreditou no roteiro civilizado, a ilusão durou pouco. Antes do meio-dia, os senadores já trocavam insultos em cadeia nacional. O tumulto começou quando a petista Gleisi Hoffmann disse que ninguém ali teria moral para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff. "Não sou assaltante de aposentado", gritou o líder do DEM, Ronaldo Caiado. "Você é de trabalhador escravo", devolveu Gleisi. O petista Lindbergh Farias tomou as dores da aliada. "Você é canalha", bradou, apontando o dedo para o ruralista. O nível da discussão baixaria ainda mais. Exaltados, os senadores passaram a se acusar de ligação com o jogo do bicho e até de uso de drogas. Lewandowski precisou interromper a sessão para evitar que Lindbergh e Caiado se engalfinhassem em plenário. Quando os ânimos se acalmaram, o ministro tentou retomar a ordem. Seguindo as regras dos tribunais, ele declarou suspeita a principal testemunha da acusação, um procurador que havia participado de ato contra Dilma. A ala pró-impeachment deve pedir o mesmo tratamento a uma testemunha da defesa que foi convidada para trabalhar num gabinete do PT. O primeiro dia confirmou o que já se esperava: o julgamento do Senado será uma rinha política, com os dois lados atuando como torcidas organizadas. Apesar dos apelos de Lewandowski, ninguém parece preocupado em manter as aparências. | 1 |
Açougue Central de Alex Atala serve carne 'de segunda', mas com grife | LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Nina Simone está a cantar "Feeling Good", mas pouco se ouve: sobressai um burburinho inquietante no novo Açougue Central, de Alex Atala, onde ronda certa pompa. Ame ou odeie. Moças altas e magérrimas à parte, a carne ali é "de segunda" e manipulada por um açougueiro da casa a partir das carcaças. Um projeto arrojado, no qual ficam de escanteio picanha e filé-mignon e, no centro, cortes de músculos que trabalham mais, como o ombro e as pernas, geralmente mais resistentes. Aproveitam-se também miúdos como o timo do boi, uma glândula bem gordurosa (preparada com dose desnecessária de manteiga) servida em apresentação meio chinfrim, com cogumelos, batata-doce roxa e farofa (R$ 35) –o saldo, na boca, é bom. Mais valem, para abrir os trabalhos, os croquetes de carne e queijo coalho (R$ 28), de fritura enxuta, cremosos e bem temperados. Das carnes que saem da grelha, o patinho é uma boa surpresa (R$ 60, 250 g). Esse corte da parte interna da perna traseira do boi surge alto e sumarento, de sabor delicado e cocção idem. Falta acertar a mão, porém, no ponto do sete de paleta (R$ 70, 300 g). Trata-se de um corte do ombro do animal, com osso e gosto acentuado, de grande potencial. Chegou à mesa frio –um pecado– e quase cru. Na prática, quer dizer que seu nervo central, que deveria dissolver com o calor e se tornar gelatinoso, ficou resistente ao corte e incômodo de mastigar. O oposto do ossobuco, que desmancha ao toque do garfo e vem envolvido em um denso molho rôti (R$ 185, para três) . Bem, a conta, no fim, é alta. Numa teoria de botequim, cortes "de segunda" mereceriam preços mais baixos. Faz sentido no açougue da esquina. Mas há que se considerar que, para além da grife, os bois são de raça mais nobre, mais maduros (e portanto mais caros e de sabor mais intenso), criados em uma escala muito menor (consideremos que a Beef Passion abate em média 280 bois por mês e a Friboi, 40 mil por dia), e com períodos de confinamento mais longos, quando o animal gasta menos energia e acumula gordura. É pegar ou largar. AÇOUGUE CENTRAL Onde r. Girassol, 384, Vila Madalena, tel. 3095-8800 Quando de seg. a qui., das 12h às 15h e das 18h à 0h; sex. e sáb., das 12h à 1h; dom., 12h à 0h Avaliação | saopaulo | Açougue Central de Alex Atala serve carne 'de segunda', mas com grifeLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Nina Simone está a cantar "Feeling Good", mas pouco se ouve: sobressai um burburinho inquietante no novo Açougue Central, de Alex Atala, onde ronda certa pompa. Ame ou odeie. Moças altas e magérrimas à parte, a carne ali é "de segunda" e manipulada por um açougueiro da casa a partir das carcaças. Um projeto arrojado, no qual ficam de escanteio picanha e filé-mignon e, no centro, cortes de músculos que trabalham mais, como o ombro e as pernas, geralmente mais resistentes. Aproveitam-se também miúdos como o timo do boi, uma glândula bem gordurosa (preparada com dose desnecessária de manteiga) servida em apresentação meio chinfrim, com cogumelos, batata-doce roxa e farofa (R$ 35) –o saldo, na boca, é bom. Mais valem, para abrir os trabalhos, os croquetes de carne e queijo coalho (R$ 28), de fritura enxuta, cremosos e bem temperados. Das carnes que saem da grelha, o patinho é uma boa surpresa (R$ 60, 250 g). Esse corte da parte interna da perna traseira do boi surge alto e sumarento, de sabor delicado e cocção idem. Falta acertar a mão, porém, no ponto do sete de paleta (R$ 70, 300 g). Trata-se de um corte do ombro do animal, com osso e gosto acentuado, de grande potencial. Chegou à mesa frio –um pecado– e quase cru. Na prática, quer dizer que seu nervo central, que deveria dissolver com o calor e se tornar gelatinoso, ficou resistente ao corte e incômodo de mastigar. O oposto do ossobuco, que desmancha ao toque do garfo e vem envolvido em um denso molho rôti (R$ 185, para três) . Bem, a conta, no fim, é alta. Numa teoria de botequim, cortes "de segunda" mereceriam preços mais baixos. Faz sentido no açougue da esquina. Mas há que se considerar que, para além da grife, os bois são de raça mais nobre, mais maduros (e portanto mais caros e de sabor mais intenso), criados em uma escala muito menor (consideremos que a Beef Passion abate em média 280 bois por mês e a Friboi, 40 mil por dia), e com períodos de confinamento mais longos, quando o animal gasta menos energia e acumula gordura. É pegar ou largar. AÇOUGUE CENTRAL Onde r. Girassol, 384, Vila Madalena, tel. 3095-8800 Quando de seg. a qui., das 12h às 15h e das 18h à 0h; sex. e sáb., das 12h à 1h; dom., 12h à 0h Avaliação | 9 |
Ao copiar Snapchat, Instagram tenta levar lógica do app a público maior | O Instagram lançou nesta terça-feira (2) a ferramenta Stories, uma nova tentativa de uma empresa sob os domínios de Mark Zuckerberg de criar algo parecido com o Snapchat. Trata-se de uma cópia clara, mas que faz sentido do ponto de vista dos negócios. Stories, que aparece em cima da timeline normal do Instagram, permite que usuários criem fotos e vídeos divertidos, adicionando desenhos, adesivos e filtros (para criar o conteúdo, é preciso pressionar um grande círculo que aparece na parte de baixo da tela, tal qual no Snapchat). Assim como no feed público do rival, que tem o mesmo nome, as imagens ficam visíveis por apenas 24 horas e podem ser vistas em sequência. Não é a primeira vez que o Facebook, dono do Instagram, tenta criar um clone do rival –já houve tentativas com recursos como Slingshot Poke, que não embalaram. Em 2013, a companhiaofereceu US$ 3 bilhões pelo Snapchat, criado dois anos antes, mas a oferta foi recusada. No ano seguinte, Evan Spiegel, criador do app, disse à Folha quer construir "uma grande empresa independente" e que dure mais de 25 anos, por isso não aceitaria uma aquisição. Na semana passada, a empresa de investimentos Jefferies divulgou um relatório em que dizia que o avanço do Snapchat, que se popularizou primeiro entre os adolescentes, representava um risco para o faturamento com publicidade do Instagram. "O Snapchat tem uma base de usuários mais ativa, que cria mais conteúdo que o usuário médio do Instagram. Nós achamos que o Instagram parece o app em posição de mais risco com o crescimento do Snapchat", dizia o texto, citado pelo "New York Times". A aposta do Instagram, que tem 500 milhões de usuários ativos mensais, cerca de metade do rival, é usar a lógica do Snapchat e deixá-la disponível para uma audiência maior, em geral mais velha, que pode gostar desse tipo de conteúdo, mas não quer entrar em outro app. "Eu adoraria ver histórias de algumas das cafeterias, estilistas, chefs, fotógrafos e pilotos de avião que eu sigo no Instagram –eu não sigo nenhum deles no Snapchat", disse Dan Frommer, editor-chefe do Recode, que classifica a estratégia do app de fotos como "brilhante". Kevin Systrom, presidente-executivo do Instagram, disse que o concorrente "merece todo o crédito" por ter popularizado esse formato (das fotos e vídeos instantâneos, que vistos em sequência contam uma história efêmera sobre o cotidiano do usuário). Em baladas, é comum ver pessoas pressionando a tela do celular, que fica apontado em suas direções. Estão, provavelmente, fazendo "snaps". Para Systrom, entretanto, faz sentido adaptar esse formato para outras plataformas (como o Facebook veio com o formato de limeline, depois adaptado por outras redes sociais, ou as hashtags, que surgiram no Twitter e agora são usadas em outros lugares, inclusive no Instagram). "Quando você é um inovador, isso é ótimo. Assim como o Instagram merece todo o crédito por trazer os filtros para a linha de frente. Não é sobre quem inventou o que, é sobre um formato e como você pode levá-lo para uma rede social e colocar seu próprio jeito nele", disse ele,segundo o site Techcrunch. Cópias não são incomuns no mercado de tecnologia (Steve Jobs já parafraseou Picasso para dizer que "bons artistas copiam, ótimos artistas roubam" e que a Apple não tinha receio de "roubar boas ideias"). Resta saber se há usuários e filtros suficientes para um recurso tão parecido em dois apps diferentes. | tec | Ao copiar Snapchat, Instagram tenta levar lógica do app a público maiorO Instagram lançou nesta terça-feira (2) a ferramenta Stories, uma nova tentativa de uma empresa sob os domínios de Mark Zuckerberg de criar algo parecido com o Snapchat. Trata-se de uma cópia clara, mas que faz sentido do ponto de vista dos negócios. Stories, que aparece em cima da timeline normal do Instagram, permite que usuários criem fotos e vídeos divertidos, adicionando desenhos, adesivos e filtros (para criar o conteúdo, é preciso pressionar um grande círculo que aparece na parte de baixo da tela, tal qual no Snapchat). Assim como no feed público do rival, que tem o mesmo nome, as imagens ficam visíveis por apenas 24 horas e podem ser vistas em sequência. Não é a primeira vez que o Facebook, dono do Instagram, tenta criar um clone do rival –já houve tentativas com recursos como Slingshot Poke, que não embalaram. Em 2013, a companhiaofereceu US$ 3 bilhões pelo Snapchat, criado dois anos antes, mas a oferta foi recusada. No ano seguinte, Evan Spiegel, criador do app, disse à Folha quer construir "uma grande empresa independente" e que dure mais de 25 anos, por isso não aceitaria uma aquisição. Na semana passada, a empresa de investimentos Jefferies divulgou um relatório em que dizia que o avanço do Snapchat, que se popularizou primeiro entre os adolescentes, representava um risco para o faturamento com publicidade do Instagram. "O Snapchat tem uma base de usuários mais ativa, que cria mais conteúdo que o usuário médio do Instagram. Nós achamos que o Instagram parece o app em posição de mais risco com o crescimento do Snapchat", dizia o texto, citado pelo "New York Times". A aposta do Instagram, que tem 500 milhões de usuários ativos mensais, cerca de metade do rival, é usar a lógica do Snapchat e deixá-la disponível para uma audiência maior, em geral mais velha, que pode gostar desse tipo de conteúdo, mas não quer entrar em outro app. "Eu adoraria ver histórias de algumas das cafeterias, estilistas, chefs, fotógrafos e pilotos de avião que eu sigo no Instagram –eu não sigo nenhum deles no Snapchat", disse Dan Frommer, editor-chefe do Recode, que classifica a estratégia do app de fotos como "brilhante". Kevin Systrom, presidente-executivo do Instagram, disse que o concorrente "merece todo o crédito" por ter popularizado esse formato (das fotos e vídeos instantâneos, que vistos em sequência contam uma história efêmera sobre o cotidiano do usuário). Em baladas, é comum ver pessoas pressionando a tela do celular, que fica apontado em suas direções. Estão, provavelmente, fazendo "snaps". Para Systrom, entretanto, faz sentido adaptar esse formato para outras plataformas (como o Facebook veio com o formato de limeline, depois adaptado por outras redes sociais, ou as hashtags, que surgiram no Twitter e agora são usadas em outros lugares, inclusive no Instagram). "Quando você é um inovador, isso é ótimo. Assim como o Instagram merece todo o crédito por trazer os filtros para a linha de frente. Não é sobre quem inventou o que, é sobre um formato e como você pode levá-lo para uma rede social e colocar seu próprio jeito nele", disse ele,segundo o site Techcrunch. Cópias não são incomuns no mercado de tecnologia (Steve Jobs já parafraseou Picasso para dizer que "bons artistas copiam, ótimos artistas roubam" e que a Apple não tinha receio de "roubar boas ideias"). Resta saber se há usuários e filtros suficientes para um recurso tão parecido em dois apps diferentes. | 10 |
Livros analisam contradições internas da Coreia do Norte | Artifícios e dissimulação são requisitos diários para escapar da ditadura hereditária norte-coreana -ou apenas para sobreviver a ela. As pessoas que visitam Pyongyang, capital do país, frequentemente ficam perplexas com as incoerências gritantes da cidade. Monumentos majestosos se elevam sobre propaganda ostentosa proclamando a genialidade dos líderes eternos da Coreia do Norte, num contraste incômodo com a pobreza humilde dos cidadãos que circulam pelas ruas em silêncio. Os preços polpudos nas lojas de departamentos traem os mecanismos capitalistas que distorcem o modelo ostensivamente comunista. Agentes governamentais sorridentes estão sempre por perto, prontos para louvar as qualidades de seu país -ao mesmo tempo em que vigiam, atentos, para assegurar que os visitantes não tenham nenhuma chance de explorar o país por conta própria. O turista perplexo que quiser entender as origens desse Estado tão incomum poderia começar pela leitura de "The Great Leader and the Fighter Pilot" [Viking, R$ 87, 304 págs.], de Blaine Harden, uma visão original dos primeiros anos da Coreia do Norte. A história central é a de No Kum Sok, ex-tenente da Força Aérea do país, que em 1953 protagonizou uma das deserções mais espetaculares da Guerra Fria quando pousou seu jato MiG no aeroporto Gimpo, de Seul (Coreia do Sul), rendendo-se aos funcionários americanos estarrecidos, erguendo os braços e gritando as únicas palavras em inglês das quais se lembrava da escola: "Motor car! Motor car!" (automóvel, automóvel!). Como no caso da história do ex-prisioneiro político Shin Dong-hyuk, que Harden relatou em "Escape from Camp" (2012), o novo livro do jornalista americano pode ser lido como um thriller. Mas o mais interessante talvez seja a descrição que ele faz da dança sutil de No com as autoridades ideológicas norte-coreanas, quando ele se fez passar por fanático socialista exemplar para conseguir sobreviver e eventualmente escapar. Sua lavagem cerebral começou não com os comunistas, mas com o governo colonial japonês, que governou a Coreia até 1945 e ensinava a crianças como No que o imperador Hirohito (1901-1989) era um deus vivo. Como já sugeriu o estudioso Brian Myers, essa doutrina pode ter ajudado a abrir caminho para o virtual endeusamento dos líderes norte-coreanos. Mas a propaganda produzida pelo governo norte-coreano recém-formado foi demais para No aceitar -"ele simplesmente não acreditava que a América fosse pobre"–, e ele então se propôs a viver uma mentira do modo mais convincente possível. Chama a atenção do leitor o fato de seu fingimento ter sido tão prontamente aceito. Na Força Aérea, ele se oferecia voluntariamente para fazer leituras de discursos de Kim Il-Sung (1912-1994), o primeiro líder da Coreia do Norte, e atacava outros pilotos por sua falta de devoção, ao mesmo tempo em que temia que sua atuação exagerada fosse vista como suspeita. Seu temor era infundado. Só nos resta especular se seus superiores teriam estado ocupados demais representando sua própria farsa. No caso de No, o final foi feliz: ele ludibriou a polícia secreta da Coreia do Norte, fugiu para a América, comprou ações na Coca-Cola e contou sua história a Harden. Mas é difícil descartar um argumento incômodo que é apresentado repetidas vezes em "The Great Leader and the Fighter Pilot": que os Estados Unidos ajudaram a lançar as sementes do nacionalismo norte-coreano extremo com a campanha maciça de bombardeios que travaram na Guerra da Coreia, algo que o regime norte-coreano usou para persuadir a população da necessidade de um governo forte que pudesse protegê-la contra um mundo externo hostil. "Foi uma dádiva de propaganda para a família Kim, algo que continua a render até hoje", escreve Harden, enquanto cita sarcasticamente uma série de relatos oficiais americanos que minimizaram grotescamente o número enorme de civis norte-coreanos mortos nos bombardeios. Isso faz parte de uma segunda narrativa de seu livro que é entremeada à história de No: uma explicação do surgimento de Kim Il-Sung e de sua consolidação do poder. As duas narrativas convivem desajeitadamente, mas o tratamento dado por Harden aos primeiros anos de Kim no poder é estimulante -em especial seu uso de trabalhos recentes baseados em documentos dos arquivos chineses e soviéticos. Assim como o povo de Kim o louvava para se proteger, Harden mostra, Kim buscava engraçar-se com Stálin, na esperança de reforçar sua própria posição. Mas o tratamento que Stálin deu a Kim durante a guerra coreana foi insultuoso em seu descaso. Em outubro de 1950 ele mandou Kim fazer as malas e partir para a Manchúria para escapar do avanço das forças americanas, avisando que nem tropas soviéticas, nem chinesas viriam em sua assistência. Um dia depois, Kim foi instruído a ficar parado: as tropas chinesas estavam entrando na luta, afinal. Humilhado no palco mundial por seus aliados, Kim afirmou sua autoridade ainda mais agressivamente em casa. O RAPTO DO CASAL DOURADO Seus abusos do poder foram elevados a um novo nível por seu filho, Kim Jong-Il, que no final dos anos 1970 ordenou o sequestro do "casal dourado" do cinema sul-coreano, o diretor Shin Sang-ok e sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, para que dessem o pontapé inicial na indústria cinematográfica da Coreia do Norte. Essa história é relatada de modo evocativo em outro lançamento: "A Kim Jong-Il Production: The Extraordinary True Story of a Kidnapped Filmmaker, His Star Actress, and a Young Dictator's Rise to Power" [Flatiron Books, cerca de R$ 88, 366 págs.] o primeiro livro do produtor de cinema Paul Fischer, de Londres. O drama desse caso extraordinário garante uma leitura fascinante, mas o maior mérito do livro talvez esteja no insight incomum que nos oferece sobre a personalidade de Kim Jong-Il. Shin e Choi, que afirmam ter tido amplo acesso a ele, oferecem um festival de anedotas sobre esse líder quase infantil, cuja personalidade foi deturpada pelo fato de ter cada capricho seu satisfeito desde que nasceu. Fischer escreve que nas notórias festas de Kim regadas a álcool um assessor ficava a seu lado o tempo todo, pronto para anotar e divulgar qualquer coisa "que soasse mesmo remotamente como uma ordem", mesmo que o líder a tivesse dito "às 3h da manhã, completamente bêbado". Quando Shin e Choi contaram essas histórias -em seu livro de memórias, publicado em 1988 e nunca traduzido ao inglês-, alguns sul-coreanos, que os acusavam de terem tentado acobertar uma deserção política proposital para o Norte, as acharam boas demais para ser verídicas. Fischer usou esse livro como sua fonte principal e conclui seu próprio livro discutindo a confiabilidade do relato do casal. Observa que suas gravações de falas de Kim Jong-Il feitas sigilosamente foram consideradas autênticas pela inteligência americana e diz que, na medida do possível, verificou independentemente a veracidade do que eles disseram. Mas essa corroboração de fatos pode ser dificílima quando se escreve sobre a Coreia do Norte. Harden é testemunha disso, tendo tido que revisar "Camp 14" depois de Shin ter corrigido alguns detalhes chaves de sua história -fato que Pyongyang não deixou de destacar. Em seus novos livros, nem Harden nem Fischer oferecem notas de rodapé ou notas finais para tranquilizar o leitor cético. Para crédito de Fischer, ele evita tratar o sequestro do casal como ideia arquitetada por um louco. Em vez disso, se aprofunda nas razões pelas quais Kim dava tanta importância à indústria cinematográfica norte-coreana, que foi um elemento central dos esforços de propaganda política do Estado antes de quase desaparecer a partir da década de 1990. "Os filmes eram baratos e fáceis de controlar", ele escreve; "exatamente a mesma fita de exatamente o mesmo filme era exibida em todo lugar". Era uma experiência coletiva que tinha boa probabilidade de agradar à população, embora o comparecimento para assistir aos filmes fosse obrigatório. Fischer vai longe demais quando afirma que o presidente do departamento de cinema, Choe Ik Gyu, teve uma participação tão importante quanto Kim Jong-Il na criação "do Estado norte-coreano moderno, ele próprio uma produção, uma performance para ser apresentada". Mas ele tem razão em focalizar os artifícios e a dissimulação tão vitais na Coreia do Norte de Kim Jong-Il -algo do qual Shin e Choi tinham tanta consciência. Como No, Shin temia que suas declarações de lealdade fossem extravagantes demais para ser levadas a sério, mas elas lhe valeram a confiança de Kim e a oportunidade de viajar a Viena, de onde ele e Choi puderam fugir. Mas parece que mesmo Kim às vezes se sentia incomodado com a farsa de lealdade. "Não acredite em nada disso", ele disse a Shin depois de uma declaração costumeira de devoção dada pelos presentes em uma de suas festas. "É tudo faz de conta, tudo falsidade." CARESTIA DEVASTADORA A farsa diária da vida na Coreia do Norte assumiu um novo ar desde a década de 1990, quando o Estado parou, na prática, de alimentar a maioria da população, na medida em que cortes drásticos na ajuda recebida de Moscou agravaram os efeitos de décadas de má gestão econômica. Seguiu-se uma carestia devastadora e generalizada, obrigando as pessoas a se voltarem aos emergentes mercados informais para conseguirem sobreviver. As enormes implicações dessa mudança são tratadas pelos jornalistas britânicos Daniel Tudor e James Pearson em "North Korea Confidential: Private Markets, Fashion Trends, Prison Camps, Dissenters and Defectors" [Tuttle, cerca de R$ 69, 224 págs.], que usa extensas entrevistas com desertores recentes e pessoas que ainda estão no país para montar um quadro detalhado do cotidiano norte-coreano. Com o comércio privado ainda sendo oficialmente proibido na maioria dos casos, o capitalismo na Coreia do Norte, eles escrevem, é como o sexo na Inglaterra vitoriana: "Todo o mundo o pratica, mas poucos admitem sua existência publicamente". No entanto, suas manifestações estão cada vez mais visíveis, e os autores o demonstram em suas descrições do setor da moda na Coreia do Norte, com imitadores locais produzindo cópias de roupas usadas por astros da televisão sul-coreana cujos trabalhos são consumidos com avidez em DVDs e flash drives contrabandeados. Mesmo as cirurgias de pálpebra, moda em Seul, chegaram à Coreia do Norte, onde frequentemente são realizadas por amadores por tão pouco quanto US$2. Também é elogiável o estudo que os autores fazem do mercado imobiliário de Pyongyang: embora a propriedade privada de imóveis seja proibida, compradores e vendedores podem "trocar" suas moradias designadas, em transações semilegítimas, enquanto fazem os pagamentos -e pagam as propinas devidas a autoridades-por baixo do pano. Lemos que os preços em Pyongyang podem passar de US$100 mil, sendo os apartamentos mais caros geralmente os de andares inferiores, devido aos frequentes cortes de eletricidade que tiram os elevadores de ação. Tudor e Pearson fazem bem em não interpretar essas mudanças como sinais do colapso iminente do regime de Pyongyang, algo que vem sendo previsto pelo menos desde a queda da União Soviética. O regime, eles escrevem, quer utilizar as mudanças na economia para suas finalidades próprias, com o capitalismo público-privado permitindo que "a liderança construa laços de clientelismo e lealdade numa era em que a ideologia deixou de ter importância". E, enquanto a economia evolui, todos os indicativos sugerem que o lado mais repreensível da Coreia do Norte, o tratamento que o país dá aos supostos dissidentes, está tão mau quanto sempre. Os autores nos oferecem alguns insights úteis sobre os métodos empregados pela polícia secreta, incluindo o raciocínio assustador por trás de sua prática de convocar suspeitos para uma reunião, em vez de prendê-los. "Se a pessoa comete suicídio antes da hora marcada, isso poupa às autoridades o trabalho e o custo financeiro de terem que dar cabo dela." A pressão internacional sobre a Coreia do Norte vem se intensificando desde que, no ano passado, uma comissão da ONU publicou um relatório detalhando uma litania chocante de violações dos direitos humanos. Mas a sugestão feita no livro de que a liderança de Pyongyang seja levada a julgamento pelo Tribunal Penal Internacional tem poucas chances de virar realidade no futuro próximo, e Tudor e Pearson tratam com ceticismo a perspectiva de o bando crescente de comerciantes norte-coreanos tentarem derrubar o regime Kim, agora em sua terceira geração, com Kim Jong-un. "A nova classe capitalista ascendente geralmente procura unir-se à elite existente, e não enfraquecê-la", eles escrevem. Por mais insustentáveis possam parecer, as extraordinárias contradições internas da Coreia do Norte podem persistir por algum tempo ainda. SIMON MUNDY é correspondente do "Financial Times" em Seul. Tradução de CLARA ALLAIN | ilustrissima | Livros analisam contradições internas da Coreia do NorteArtifícios e dissimulação são requisitos diários para escapar da ditadura hereditária norte-coreana -ou apenas para sobreviver a ela. As pessoas que visitam Pyongyang, capital do país, frequentemente ficam perplexas com as incoerências gritantes da cidade. Monumentos majestosos se elevam sobre propaganda ostentosa proclamando a genialidade dos líderes eternos da Coreia do Norte, num contraste incômodo com a pobreza humilde dos cidadãos que circulam pelas ruas em silêncio. Os preços polpudos nas lojas de departamentos traem os mecanismos capitalistas que distorcem o modelo ostensivamente comunista. Agentes governamentais sorridentes estão sempre por perto, prontos para louvar as qualidades de seu país -ao mesmo tempo em que vigiam, atentos, para assegurar que os visitantes não tenham nenhuma chance de explorar o país por conta própria. O turista perplexo que quiser entender as origens desse Estado tão incomum poderia começar pela leitura de "The Great Leader and the Fighter Pilot" [Viking, R$ 87, 304 págs.], de Blaine Harden, uma visão original dos primeiros anos da Coreia do Norte. A história central é a de No Kum Sok, ex-tenente da Força Aérea do país, que em 1953 protagonizou uma das deserções mais espetaculares da Guerra Fria quando pousou seu jato MiG no aeroporto Gimpo, de Seul (Coreia do Sul), rendendo-se aos funcionários americanos estarrecidos, erguendo os braços e gritando as únicas palavras em inglês das quais se lembrava da escola: "Motor car! Motor car!" (automóvel, automóvel!). Como no caso da história do ex-prisioneiro político Shin Dong-hyuk, que Harden relatou em "Escape from Camp" (2012), o novo livro do jornalista americano pode ser lido como um thriller. Mas o mais interessante talvez seja a descrição que ele faz da dança sutil de No com as autoridades ideológicas norte-coreanas, quando ele se fez passar por fanático socialista exemplar para conseguir sobreviver e eventualmente escapar. Sua lavagem cerebral começou não com os comunistas, mas com o governo colonial japonês, que governou a Coreia até 1945 e ensinava a crianças como No que o imperador Hirohito (1901-1989) era um deus vivo. Como já sugeriu o estudioso Brian Myers, essa doutrina pode ter ajudado a abrir caminho para o virtual endeusamento dos líderes norte-coreanos. Mas a propaganda produzida pelo governo norte-coreano recém-formado foi demais para No aceitar -"ele simplesmente não acreditava que a América fosse pobre"–, e ele então se propôs a viver uma mentira do modo mais convincente possível. Chama a atenção do leitor o fato de seu fingimento ter sido tão prontamente aceito. Na Força Aérea, ele se oferecia voluntariamente para fazer leituras de discursos de Kim Il-Sung (1912-1994), o primeiro líder da Coreia do Norte, e atacava outros pilotos por sua falta de devoção, ao mesmo tempo em que temia que sua atuação exagerada fosse vista como suspeita. Seu temor era infundado. Só nos resta especular se seus superiores teriam estado ocupados demais representando sua própria farsa. No caso de No, o final foi feliz: ele ludibriou a polícia secreta da Coreia do Norte, fugiu para a América, comprou ações na Coca-Cola e contou sua história a Harden. Mas é difícil descartar um argumento incômodo que é apresentado repetidas vezes em "The Great Leader and the Fighter Pilot": que os Estados Unidos ajudaram a lançar as sementes do nacionalismo norte-coreano extremo com a campanha maciça de bombardeios que travaram na Guerra da Coreia, algo que o regime norte-coreano usou para persuadir a população da necessidade de um governo forte que pudesse protegê-la contra um mundo externo hostil. "Foi uma dádiva de propaganda para a família Kim, algo que continua a render até hoje", escreve Harden, enquanto cita sarcasticamente uma série de relatos oficiais americanos que minimizaram grotescamente o número enorme de civis norte-coreanos mortos nos bombardeios. Isso faz parte de uma segunda narrativa de seu livro que é entremeada à história de No: uma explicação do surgimento de Kim Il-Sung e de sua consolidação do poder. As duas narrativas convivem desajeitadamente, mas o tratamento dado por Harden aos primeiros anos de Kim no poder é estimulante -em especial seu uso de trabalhos recentes baseados em documentos dos arquivos chineses e soviéticos. Assim como o povo de Kim o louvava para se proteger, Harden mostra, Kim buscava engraçar-se com Stálin, na esperança de reforçar sua própria posição. Mas o tratamento que Stálin deu a Kim durante a guerra coreana foi insultuoso em seu descaso. Em outubro de 1950 ele mandou Kim fazer as malas e partir para a Manchúria para escapar do avanço das forças americanas, avisando que nem tropas soviéticas, nem chinesas viriam em sua assistência. Um dia depois, Kim foi instruído a ficar parado: as tropas chinesas estavam entrando na luta, afinal. Humilhado no palco mundial por seus aliados, Kim afirmou sua autoridade ainda mais agressivamente em casa. O RAPTO DO CASAL DOURADO Seus abusos do poder foram elevados a um novo nível por seu filho, Kim Jong-Il, que no final dos anos 1970 ordenou o sequestro do "casal dourado" do cinema sul-coreano, o diretor Shin Sang-ok e sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, para que dessem o pontapé inicial na indústria cinematográfica da Coreia do Norte. Essa história é relatada de modo evocativo em outro lançamento: "A Kim Jong-Il Production: The Extraordinary True Story of a Kidnapped Filmmaker, His Star Actress, and a Young Dictator's Rise to Power" [Flatiron Books, cerca de R$ 88, 366 págs.] o primeiro livro do produtor de cinema Paul Fischer, de Londres. O drama desse caso extraordinário garante uma leitura fascinante, mas o maior mérito do livro talvez esteja no insight incomum que nos oferece sobre a personalidade de Kim Jong-Il. Shin e Choi, que afirmam ter tido amplo acesso a ele, oferecem um festival de anedotas sobre esse líder quase infantil, cuja personalidade foi deturpada pelo fato de ter cada capricho seu satisfeito desde que nasceu. Fischer escreve que nas notórias festas de Kim regadas a álcool um assessor ficava a seu lado o tempo todo, pronto para anotar e divulgar qualquer coisa "que soasse mesmo remotamente como uma ordem", mesmo que o líder a tivesse dito "às 3h da manhã, completamente bêbado". Quando Shin e Choi contaram essas histórias -em seu livro de memórias, publicado em 1988 e nunca traduzido ao inglês-, alguns sul-coreanos, que os acusavam de terem tentado acobertar uma deserção política proposital para o Norte, as acharam boas demais para ser verídicas. Fischer usou esse livro como sua fonte principal e conclui seu próprio livro discutindo a confiabilidade do relato do casal. Observa que suas gravações de falas de Kim Jong-Il feitas sigilosamente foram consideradas autênticas pela inteligência americana e diz que, na medida do possível, verificou independentemente a veracidade do que eles disseram. Mas essa corroboração de fatos pode ser dificílima quando se escreve sobre a Coreia do Norte. Harden é testemunha disso, tendo tido que revisar "Camp 14" depois de Shin ter corrigido alguns detalhes chaves de sua história -fato que Pyongyang não deixou de destacar. Em seus novos livros, nem Harden nem Fischer oferecem notas de rodapé ou notas finais para tranquilizar o leitor cético. Para crédito de Fischer, ele evita tratar o sequestro do casal como ideia arquitetada por um louco. Em vez disso, se aprofunda nas razões pelas quais Kim dava tanta importância à indústria cinematográfica norte-coreana, que foi um elemento central dos esforços de propaganda política do Estado antes de quase desaparecer a partir da década de 1990. "Os filmes eram baratos e fáceis de controlar", ele escreve; "exatamente a mesma fita de exatamente o mesmo filme era exibida em todo lugar". Era uma experiência coletiva que tinha boa probabilidade de agradar à população, embora o comparecimento para assistir aos filmes fosse obrigatório. Fischer vai longe demais quando afirma que o presidente do departamento de cinema, Choe Ik Gyu, teve uma participação tão importante quanto Kim Jong-Il na criação "do Estado norte-coreano moderno, ele próprio uma produção, uma performance para ser apresentada". Mas ele tem razão em focalizar os artifícios e a dissimulação tão vitais na Coreia do Norte de Kim Jong-Il -algo do qual Shin e Choi tinham tanta consciência. Como No, Shin temia que suas declarações de lealdade fossem extravagantes demais para ser levadas a sério, mas elas lhe valeram a confiança de Kim e a oportunidade de viajar a Viena, de onde ele e Choi puderam fugir. Mas parece que mesmo Kim às vezes se sentia incomodado com a farsa de lealdade. "Não acredite em nada disso", ele disse a Shin depois de uma declaração costumeira de devoção dada pelos presentes em uma de suas festas. "É tudo faz de conta, tudo falsidade." CARESTIA DEVASTADORA A farsa diária da vida na Coreia do Norte assumiu um novo ar desde a década de 1990, quando o Estado parou, na prática, de alimentar a maioria da população, na medida em que cortes drásticos na ajuda recebida de Moscou agravaram os efeitos de décadas de má gestão econômica. Seguiu-se uma carestia devastadora e generalizada, obrigando as pessoas a se voltarem aos emergentes mercados informais para conseguirem sobreviver. As enormes implicações dessa mudança são tratadas pelos jornalistas britânicos Daniel Tudor e James Pearson em "North Korea Confidential: Private Markets, Fashion Trends, Prison Camps, Dissenters and Defectors" [Tuttle, cerca de R$ 69, 224 págs.], que usa extensas entrevistas com desertores recentes e pessoas que ainda estão no país para montar um quadro detalhado do cotidiano norte-coreano. Com o comércio privado ainda sendo oficialmente proibido na maioria dos casos, o capitalismo na Coreia do Norte, eles escrevem, é como o sexo na Inglaterra vitoriana: "Todo o mundo o pratica, mas poucos admitem sua existência publicamente". No entanto, suas manifestações estão cada vez mais visíveis, e os autores o demonstram em suas descrições do setor da moda na Coreia do Norte, com imitadores locais produzindo cópias de roupas usadas por astros da televisão sul-coreana cujos trabalhos são consumidos com avidez em DVDs e flash drives contrabandeados. Mesmo as cirurgias de pálpebra, moda em Seul, chegaram à Coreia do Norte, onde frequentemente são realizadas por amadores por tão pouco quanto US$2. Também é elogiável o estudo que os autores fazem do mercado imobiliário de Pyongyang: embora a propriedade privada de imóveis seja proibida, compradores e vendedores podem "trocar" suas moradias designadas, em transações semilegítimas, enquanto fazem os pagamentos -e pagam as propinas devidas a autoridades-por baixo do pano. Lemos que os preços em Pyongyang podem passar de US$100 mil, sendo os apartamentos mais caros geralmente os de andares inferiores, devido aos frequentes cortes de eletricidade que tiram os elevadores de ação. Tudor e Pearson fazem bem em não interpretar essas mudanças como sinais do colapso iminente do regime de Pyongyang, algo que vem sendo previsto pelo menos desde a queda da União Soviética. O regime, eles escrevem, quer utilizar as mudanças na economia para suas finalidades próprias, com o capitalismo público-privado permitindo que "a liderança construa laços de clientelismo e lealdade numa era em que a ideologia deixou de ter importância". E, enquanto a economia evolui, todos os indicativos sugerem que o lado mais repreensível da Coreia do Norte, o tratamento que o país dá aos supostos dissidentes, está tão mau quanto sempre. Os autores nos oferecem alguns insights úteis sobre os métodos empregados pela polícia secreta, incluindo o raciocínio assustador por trás de sua prática de convocar suspeitos para uma reunião, em vez de prendê-los. "Se a pessoa comete suicídio antes da hora marcada, isso poupa às autoridades o trabalho e o custo financeiro de terem que dar cabo dela." A pressão internacional sobre a Coreia do Norte vem se intensificando desde que, no ano passado, uma comissão da ONU publicou um relatório detalhando uma litania chocante de violações dos direitos humanos. Mas a sugestão feita no livro de que a liderança de Pyongyang seja levada a julgamento pelo Tribunal Penal Internacional tem poucas chances de virar realidade no futuro próximo, e Tudor e Pearson tratam com ceticismo a perspectiva de o bando crescente de comerciantes norte-coreanos tentarem derrubar o regime Kim, agora em sua terceira geração, com Kim Jong-un. "A nova classe capitalista ascendente geralmente procura unir-se à elite existente, e não enfraquecê-la", eles escrevem. Por mais insustentáveis possam parecer, as extraordinárias contradições internas da Coreia do Norte podem persistir por algum tempo ainda. SIMON MUNDY é correspondente do "Financial Times" em Seul. Tradução de CLARA ALLAIN | 14 |
Torcida pede saída de empresa de Hawilla do comando de time dos EUA | Controlado pela Traffic USA, braço norte-americano da companhia do empresário brasileiro J. Hawilla, o time de futebol Carolina RailHawks acabou envolvido indiretamente nos problemas da empresa com a Justiça. Agora, seus torcedores querem a Traffic fora do comando. A principal torcida organizada do clube, Triangle Soccer Fanatics, publicou uma carta aberta ao presidente da liga em que jogam os RailHawks, a NASL –uma espécie de segunda divisão do futebol americano–, pedindo a saída da empresa. "A TSF acredita que não é mais do interesse da comunidade ser afiliada de qualquer forma com um proprietário que se declarou culpado de acusações criminais", diz a carta. Os torcedores querem que a liga revogue os direitos da Traffic sobre a franquia e assuma o controle do time, até que um novo comprador apareça. A ideia é que um grupo local assuma o clube. "Achamos que essa é a forma mais eficiente e, legalmente, o jeito mais limpo de fazer as coisas", afirmou Jarrett Campbell, presidente da organizada, à Folha. "Estamos bastante preocupados com as consequências das investigações do Departamento de Justiça. A última coisa que queremos é que o nosso time seja envolvido no meio disso, que eles congelem os nossos recursos ou algo assim", disse. A Traffic comprou o clube em 2010, à beira da falência. A companhia tinha interesse em manter o time vivo para jogar na NASL, em que investiu US$ 4,5 milhões (R$ 14 milhões), segundo o site esportivo Northern Pitch. "Na minha opinião, a Traffic comprou o time porque ele era parte da NASL, em que eles estavam investindo. Nunca achei que eles tivessem uma visão de longo prazo para o time", disse Campbell. Hoje, a NASL tem 12 times –o maior destaque é o New York Cosmos, em que Pelé jogou nos anos 1970. Nesta semana, a liga anunciou a entrada de mais uma equipe na próxima temporada, o Puerto Rico FC, cujo principal financiador é o jogador de basquete no NY Knicks, Carmelo Anthony. Grande projeto de J. Hawilla nos EUA, a liga ainda é, em parte, controlada pela Traffic. Até a revelação das investigações da Justiça americana, Aaron Davidson, presidente da Traffic USA, era o presidente do Conselho da NASL. Indiciado no processo, ele foi retirado do cargo, de acordo com comunicado divulgado pela liga no dia 27 de maio. "Após a revelação das investigações em andamento pelo Departamento da Justiça, a NASL decidiu suspender o presidente do Conselho, Aaron Davidson, além de todas as suas atividades de negócios entre a liga e a Traffic Sports, a partir de agora", afirmou, no texto. Além disso, segundo a liga, as atividades do Carolina RailHawks deveriam continuar normalmente, sob administração da gerência local. Mas, para os torcedores, nada está claro. "Pelo comunicado, parece que eles não estão mais associados com a Traffic. Mas nós não acreditamos que isso seja verdade", disse o presidente da organizada. "Então estamos pedindo que a liga responda nossas perguntas sobre o que é, de fato, verdadeiro. Qual é o tipo de influência que a Traffic ainda tem na liga?" Procuradas, a NASL e a Traffic não responderam aos pedidos de entrevista da reportagem. Hawilla, 71, se declarou culpado das acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça em dezembro do ano passado. Ele fechou acordo com a Justiça dos EUA para devolver US$ 151 milhões (pouco mais de R$ 475 milhões) e vive em liberdade no país. Davidson é um dos 14 indiciados no processo do Departamento de Justiça. Ele pagou US$ 5 milhões de fiança para aguardar os desdobramentos das investigações em liberdade. | esporte | Torcida pede saída de empresa de Hawilla do comando de time dos EUAControlado pela Traffic USA, braço norte-americano da companhia do empresário brasileiro J. Hawilla, o time de futebol Carolina RailHawks acabou envolvido indiretamente nos problemas da empresa com a Justiça. Agora, seus torcedores querem a Traffic fora do comando. A principal torcida organizada do clube, Triangle Soccer Fanatics, publicou uma carta aberta ao presidente da liga em que jogam os RailHawks, a NASL –uma espécie de segunda divisão do futebol americano–, pedindo a saída da empresa. "A TSF acredita que não é mais do interesse da comunidade ser afiliada de qualquer forma com um proprietário que se declarou culpado de acusações criminais", diz a carta. Os torcedores querem que a liga revogue os direitos da Traffic sobre a franquia e assuma o controle do time, até que um novo comprador apareça. A ideia é que um grupo local assuma o clube. "Achamos que essa é a forma mais eficiente e, legalmente, o jeito mais limpo de fazer as coisas", afirmou Jarrett Campbell, presidente da organizada, à Folha. "Estamos bastante preocupados com as consequências das investigações do Departamento de Justiça. A última coisa que queremos é que o nosso time seja envolvido no meio disso, que eles congelem os nossos recursos ou algo assim", disse. A Traffic comprou o clube em 2010, à beira da falência. A companhia tinha interesse em manter o time vivo para jogar na NASL, em que investiu US$ 4,5 milhões (R$ 14 milhões), segundo o site esportivo Northern Pitch. "Na minha opinião, a Traffic comprou o time porque ele era parte da NASL, em que eles estavam investindo. Nunca achei que eles tivessem uma visão de longo prazo para o time", disse Campbell. Hoje, a NASL tem 12 times –o maior destaque é o New York Cosmos, em que Pelé jogou nos anos 1970. Nesta semana, a liga anunciou a entrada de mais uma equipe na próxima temporada, o Puerto Rico FC, cujo principal financiador é o jogador de basquete no NY Knicks, Carmelo Anthony. Grande projeto de J. Hawilla nos EUA, a liga ainda é, em parte, controlada pela Traffic. Até a revelação das investigações da Justiça americana, Aaron Davidson, presidente da Traffic USA, era o presidente do Conselho da NASL. Indiciado no processo, ele foi retirado do cargo, de acordo com comunicado divulgado pela liga no dia 27 de maio. "Após a revelação das investigações em andamento pelo Departamento da Justiça, a NASL decidiu suspender o presidente do Conselho, Aaron Davidson, além de todas as suas atividades de negócios entre a liga e a Traffic Sports, a partir de agora", afirmou, no texto. Além disso, segundo a liga, as atividades do Carolina RailHawks deveriam continuar normalmente, sob administração da gerência local. Mas, para os torcedores, nada está claro. "Pelo comunicado, parece que eles não estão mais associados com a Traffic. Mas nós não acreditamos que isso seja verdade", disse o presidente da organizada. "Então estamos pedindo que a liga responda nossas perguntas sobre o que é, de fato, verdadeiro. Qual é o tipo de influência que a Traffic ainda tem na liga?" Procuradas, a NASL e a Traffic não responderam aos pedidos de entrevista da reportagem. Hawilla, 71, se declarou culpado das acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça em dezembro do ano passado. Ele fechou acordo com a Justiça dos EUA para devolver US$ 151 milhões (pouco mais de R$ 475 milhões) e vive em liberdade no país. Davidson é um dos 14 indiciados no processo do Departamento de Justiça. Ele pagou US$ 5 milhões de fiança para aguardar os desdobramentos das investigações em liberdade. | 3 |
Papa diz não haver 'razões religiosas' que justifiquem os ataques | O papa Francisco condenou os ataques em Paris durante uma entrevista de rádio, neste sábado (14), e disse não haver razões religiosas e humanas para justificar o que aconteceu. O pontífice disse ainda estar comovido e entristecido. "Não posso entender. Essas coisas são muito difíceis de entender. Foram seres humanos que fizeram isso." Paris amanheceu abalada após os ataques coordenados em diversos pontos da cidade que mataram, de acordo com números oficiais, 127 pessoas. Foi o pior ataque terrorista da história da capital francesa. O grupo extremista islâmico Estado Islâmico (EI) alega ter sido o responsável pelos ataques na cidade em um comunicado, divulgado na manhã deste sábado (14). O EI afirmou que os ataques foram perpetrados para mostrar à França que será um alvo preferencial enquanto "continuar com suas políticas" e que "são uma resposta aos insultos ao profeta do Islã e aos ataques aéreos" no território reivindicado pelo grupo. Leia mais aqui | tv | Papa diz não haver 'razões religiosas' que justifiquem os ataquesO papa Francisco condenou os ataques em Paris durante uma entrevista de rádio, neste sábado (14), e disse não haver razões religiosas e humanas para justificar o que aconteceu. O pontífice disse ainda estar comovido e entristecido. "Não posso entender. Essas coisas são muito difíceis de entender. Foram seres humanos que fizeram isso." Paris amanheceu abalada após os ataques coordenados em diversos pontos da cidade que mataram, de acordo com números oficiais, 127 pessoas. Foi o pior ataque terrorista da história da capital francesa. O grupo extremista islâmico Estado Islâmico (EI) alega ter sido o responsável pelos ataques na cidade em um comunicado, divulgado na manhã deste sábado (14). O EI afirmou que os ataques foram perpetrados para mostrar à França que será um alvo preferencial enquanto "continuar com suas políticas" e que "são uma resposta aos insultos ao profeta do Islã e aos ataques aéreos" no território reivindicado pelo grupo. Leia mais aqui | 11 |
Ator baiano leva a Portugal peça sobre o poeta Gregório de Matos | Gregório de Matos se apresenta: "Eu sou aquele que os passados anos/ Cantei na minha lira maldizente/ Torpezas do Brasil, vícios e enganos". Nascido em 1636 em Salvador, o poeta satirizou a política e os costumes nacionais com grande virtuosismo verbal. "É um dos maiores poetas da literatura brasileira, mas continua pouco conhecido", observa o ator baiano Ricardo Bittencourt, ex-integrante do Teatro Oficina e um dos fundadores do grupo humorístico Los Catedrásticos. No início do ano, em passagens por Portugal, onde o poeta estudou e viveu por três décadas, o ator percebeu a pouca familiaridade com a obra de Gregório. De volta a Salvador, viu que a verve do Boca do Inferno (como Gregório era conhecido) tampouco ecoava ali. Dessa inquietação, nasceu a peça "Boca a Boca: um Solo para Gregório", escrita e dirigida por João Sanches e com interpretação de Bittencourt. A montagem estreia na próxima semana em Lisboa, com sessões no Instituto Camões, na quinta (10), e no Teatro da Comuna, de sexta (11) a domingo (13). No início de 2016, Bittencourt pretende fazer uma temporada em Salvador. O texto alterna poemas com explanações sobre a obra e seu contexto histórico. O ator combina um tom declamatório e outro de conversa. "Não sei se estou fazendo Gregório, mas acho que estou fazendo o meu Gregório", comenta. Além de apresentar a obra do poeta "maldito", que fazia crítica com humor e unia tradições barrocas a termos de línguas tupis e africanas, a peça busca evidenciar a atualidade dos escritos. "Os textos de Gregório são visionários. Parecem o Brasil de hoje, a política, as questões sociais." MÚSICA Bittencourt é acompanhado no palco pelo músico Leonardo Bittencourt (sem parentesco com o ator), que interpreta uma trilha sonora bastante eclética: do axé de Igor Kannário ao rock do Ramones, passando pela MPB de Caetano Veloso –que, por sinal, tomou emprestado do Boca do Inferno os primeiros versos de sua "Triste Bahia". Segundo o diretor João Sanches, a diversidade musical da montagem é uma forma de mostrar tanto a face rock e contestadora do poeta quanto seu lado pop, que atinge a todos os públicos. O projeto de "Boca a Boca" prevê desdobramentos, ainda em fase de estudo: seminários, debates, concursos literários. Também engrossa o coro que pleiteia o retorno a Salvador dos restos mortais de Gregório –hoje no Recife, onde o poeta morreu, em 1695. | ilustrada | Ator baiano leva a Portugal peça sobre o poeta Gregório de MatosGregório de Matos se apresenta: "Eu sou aquele que os passados anos/ Cantei na minha lira maldizente/ Torpezas do Brasil, vícios e enganos". Nascido em 1636 em Salvador, o poeta satirizou a política e os costumes nacionais com grande virtuosismo verbal. "É um dos maiores poetas da literatura brasileira, mas continua pouco conhecido", observa o ator baiano Ricardo Bittencourt, ex-integrante do Teatro Oficina e um dos fundadores do grupo humorístico Los Catedrásticos. No início do ano, em passagens por Portugal, onde o poeta estudou e viveu por três décadas, o ator percebeu a pouca familiaridade com a obra de Gregório. De volta a Salvador, viu que a verve do Boca do Inferno (como Gregório era conhecido) tampouco ecoava ali. Dessa inquietação, nasceu a peça "Boca a Boca: um Solo para Gregório", escrita e dirigida por João Sanches e com interpretação de Bittencourt. A montagem estreia na próxima semana em Lisboa, com sessões no Instituto Camões, na quinta (10), e no Teatro da Comuna, de sexta (11) a domingo (13). No início de 2016, Bittencourt pretende fazer uma temporada em Salvador. O texto alterna poemas com explanações sobre a obra e seu contexto histórico. O ator combina um tom declamatório e outro de conversa. "Não sei se estou fazendo Gregório, mas acho que estou fazendo o meu Gregório", comenta. Além de apresentar a obra do poeta "maldito", que fazia crítica com humor e unia tradições barrocas a termos de línguas tupis e africanas, a peça busca evidenciar a atualidade dos escritos. "Os textos de Gregório são visionários. Parecem o Brasil de hoje, a política, as questões sociais." MÚSICA Bittencourt é acompanhado no palco pelo músico Leonardo Bittencourt (sem parentesco com o ator), que interpreta uma trilha sonora bastante eclética: do axé de Igor Kannário ao rock do Ramones, passando pela MPB de Caetano Veloso –que, por sinal, tomou emprestado do Boca do Inferno os primeiros versos de sua "Triste Bahia". Segundo o diretor João Sanches, a diversidade musical da montagem é uma forma de mostrar tanto a face rock e contestadora do poeta quanto seu lado pop, que atinge a todos os públicos. O projeto de "Boca a Boca" prevê desdobramentos, ainda em fase de estudo: seminários, debates, concursos literários. Também engrossa o coro que pleiteia o retorno a Salvador dos restos mortais de Gregório –hoje no Recife, onde o poeta morreu, em 1695. | 6 |
Instituto do Câncer ofereceu estrutura para testar suposta droga contra câncer | O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) ofereceu sua estrutura para testar clinicamente a substância fosfoetanolamina, distribuída na USP de São Carlos e supostamente ser capaz de curar o câncer. Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, afirma que entrou em contato tanto com os pesquisadores da USP quanto com o seu reitor, Marco Antonio Zago. Este se mostrou interessado, mas Hoff ainda não recebeu uma resposta dos cientistas de São Carlos. A cápsula é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas ainda não passou por testes em humanos necessários para testar sua eficácia. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos. "O necessário agora é um estudo clínico, em vez de sair distribuindo o produto", afirma Hoff. "Naturalmente não precisa ser feito conosco, mas acho que, se um produto apresenta evidências pré-clínicas interessantes, deve ser avaliado da maneira estabelecida internacionalmente." Nesta terça-feira, o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, teve uma reunião com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin, que concedeu uma liminar que liberou a entrega das cápsulas a um paciente do Rio de Janeiro. "O ministro acha que o Supremo não é o lugar para discutir. Ele acha que a Justiça tem que participar, mas que é um assunto relacionado as entidades médicas e cientificas. Acho que ele tem razão." O ministro tem ressaltado que sua decisão liberando a entrega da substância para um paciente foi "excepcional" e não abre precedente para que outros pacientes em situações diferentes consigam acesso às cápsula. | equilibrioesaude | Instituto do Câncer ofereceu estrutura para testar suposta droga contra câncerO Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) ofereceu sua estrutura para testar clinicamente a substância fosfoetanolamina, distribuída na USP de São Carlos e supostamente ser capaz de curar o câncer. Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, afirma que entrou em contato tanto com os pesquisadores da USP quanto com o seu reitor, Marco Antonio Zago. Este se mostrou interessado, mas Hoff ainda não recebeu uma resposta dos cientistas de São Carlos. A cápsula é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas ainda não passou por testes em humanos necessários para testar sua eficácia. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos. "O necessário agora é um estudo clínico, em vez de sair distribuindo o produto", afirma Hoff. "Naturalmente não precisa ser feito conosco, mas acho que, se um produto apresenta evidências pré-clínicas interessantes, deve ser avaliado da maneira estabelecida internacionalmente." Nesta terça-feira, o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, teve uma reunião com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin, que concedeu uma liminar que liberou a entrega das cápsulas a um paciente do Rio de Janeiro. "O ministro acha que o Supremo não é o lugar para discutir. Ele acha que a Justiça tem que participar, mas que é um assunto relacionado as entidades médicas e cientificas. Acho que ele tem razão." O ministro tem ressaltado que sua decisão liberando a entrega da substância para um paciente foi "excepcional" e não abre precedente para que outros pacientes em situações diferentes consigam acesso às cápsula. | 16 |
França terá de mudar combate ao terror, diz ex-chefe policial francês | A França terá que mudar de estratégia no combate ao terrorismo. Essa é a avaliação de Fréderic Gallois, ex-chefe do GIGN (grupo de operações especiais da policia francesa), em entrevista à Folha. A avaliação é compartilhada por políticos da oposição ao governo francês, como o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy e a líder da Frente Nacional, sigla de extrema direita, Marine Le Pen. "O modo de operação dos terroristas já era conhecido. Sabíamos como eles iriam agir, mas o que era o fator surpresa era a data exata e o local desses ataques. Por isso, daqui para a frente, devemos adotar uma estratégia abrangente que inclua não apenas as forças do governo, mas também as empresas privadas de segurança e a sociedade civil", afirma Gallois. O especialista diz que, se agentes de segurança pudessem portar armas, poderiam arcar com a vigilância de prédios e deixar polícia e Exército livres para ações antiterror. Quanto à sociedade civil, o analista disse que é preciso agir "com tato", mas sem "fechar os olhos para o fato de que a ameaça terrorista está ligada a movimentos extremistas islâmicos", enfatizou. "Claro que sabemos que 99% da comunidade muçulmana não tem nada a ver com o terrorismo. No entanto, é notório que esses terroristas são oriundos da comunidade muçulmana. É preciso que a população como um todo fique vigilante", disse. Em discurso na TV, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy falou em "guerra total" contra o terrorismo. "Nossa política externa tem que considerar que estamos em guerra. Nossa política de segurança interna também necessita de mudanças importantes para que a segurança dos franceses seja garantida", avaliou Sarkozy. Já Le Pen disse ser "indispensável que a França retome o controle das suas fronteiras definitivamente". RISCO NAS FRONTEIRAS O estado de emergência decretado no país na sexta-feira pelo presidente François Hollande inclui poderes especiais para que a policia faça ações de busca e apreensão e detenha suspeitos. "Isso vai facilitar as investigações dos ataques e a prevenção de novos atentados. Mas, como o estado de urgência não pode ser mantido indefinidamente, é preciso pensar em de assegurar juridicamente a manutenção desse dispositivo", diz Gallois. Outro ponto de fragilidade da política francesa antiterroré a questão das fronteiras. Na sexta (13), antes dos atentados, o governo estabelecera um controle nas fronteiras do país, com o objetivo de reforçar a segurança antes do início da COP 21, cúpula mundial sobre o clima que começa no dia 30 de novembro. Após os atentados, Hollande chegou a falar em "fechamento das fronteiras", mas comunicado do Eliseu retificou as palavras do presidente e falou em "controle das fronteiras". "Essa talvez tenha sido a principal falha. Esse reforço já deveria ter sido adotado desde os atentados de janeiro", pondera Gallois. Onde foram os ataques | mundo | França terá de mudar combate ao terror, diz ex-chefe policial francêsA França terá que mudar de estratégia no combate ao terrorismo. Essa é a avaliação de Fréderic Gallois, ex-chefe do GIGN (grupo de operações especiais da policia francesa), em entrevista à Folha. A avaliação é compartilhada por políticos da oposição ao governo francês, como o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy e a líder da Frente Nacional, sigla de extrema direita, Marine Le Pen. "O modo de operação dos terroristas já era conhecido. Sabíamos como eles iriam agir, mas o que era o fator surpresa era a data exata e o local desses ataques. Por isso, daqui para a frente, devemos adotar uma estratégia abrangente que inclua não apenas as forças do governo, mas também as empresas privadas de segurança e a sociedade civil", afirma Gallois. O especialista diz que, se agentes de segurança pudessem portar armas, poderiam arcar com a vigilância de prédios e deixar polícia e Exército livres para ações antiterror. Quanto à sociedade civil, o analista disse que é preciso agir "com tato", mas sem "fechar os olhos para o fato de que a ameaça terrorista está ligada a movimentos extremistas islâmicos", enfatizou. "Claro que sabemos que 99% da comunidade muçulmana não tem nada a ver com o terrorismo. No entanto, é notório que esses terroristas são oriundos da comunidade muçulmana. É preciso que a população como um todo fique vigilante", disse. Em discurso na TV, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy falou em "guerra total" contra o terrorismo. "Nossa política externa tem que considerar que estamos em guerra. Nossa política de segurança interna também necessita de mudanças importantes para que a segurança dos franceses seja garantida", avaliou Sarkozy. Já Le Pen disse ser "indispensável que a França retome o controle das suas fronteiras definitivamente". RISCO NAS FRONTEIRAS O estado de emergência decretado no país na sexta-feira pelo presidente François Hollande inclui poderes especiais para que a policia faça ações de busca e apreensão e detenha suspeitos. "Isso vai facilitar as investigações dos ataques e a prevenção de novos atentados. Mas, como o estado de urgência não pode ser mantido indefinidamente, é preciso pensar em de assegurar juridicamente a manutenção desse dispositivo", diz Gallois. Outro ponto de fragilidade da política francesa antiterroré a questão das fronteiras. Na sexta (13), antes dos atentados, o governo estabelecera um controle nas fronteiras do país, com o objetivo de reforçar a segurança antes do início da COP 21, cúpula mundial sobre o clima que começa no dia 30 de novembro. Após os atentados, Hollande chegou a falar em "fechamento das fronteiras", mas comunicado do Eliseu retificou as palavras do presidente e falou em "controle das fronteiras". "Essa talvez tenha sido a principal falha. Esse reforço já deveria ter sido adotado desde os atentados de janeiro", pondera Gallois. Onde foram os ataques | 4 |
Banco Mundial reduz preço médio do petróleo para US$ 37 em 2016 | O Banco Mundial reduziu nesta terça-feira (26) suas previsões do preço médio do barril de petróleo para US$ 37 neste ano, em relação aos US$ 51 calculados há apenas três meses. A queda ocorre pela entrada do Irã no mercado do petróleo e pelas menores perspectivas de crescimento nas economias emergentes. Isso significa que a forte queda de 47% do preço do petróleo registrada em 2015 será seguida por uma desvalorização de 27% neste ano. "Os baixos preços do petróleo e outras matérias-primas provavelmente se manterão por algum tempo", afirmou John Baffes, autor principal do relatório trimestral sobre matérias-primas do Banco Mundial. Além da entrada do Irã no mercado internacional após o fim das sanções como consequência do acordo nuclear, o Banco Mundial cita também uma maior resistência dos produtores nos Estados Unidos por causa do corte de custos e ganho em eficiência, um inverno menos rigoroso que o esperado no Hemisfério Norte e fracas perspectivas de crescimento nas economias emergentes. Na semana passada, o petróleo fechou ligeiramente acima de US$ 30, após o WTI, dos EUA, e o Brent, de Londres, terem alcançado o nível de US$ 27 por barril, o menor desde 2003. Mas a perspectiva é que os preços se recuperem gradativamente ao longo do ano, de acordo com o Banco Mundial. Em primeiro lugar, a forte queda dos preços do petróleo no início de 2016 não parece estar ancorada em fundamentos de oferta e demanda, e, por isso, deve se reverter. Além disso, os altos custos de produção devem manter perdas persistentes e provocar cortes na produção que devem suplantar qualquer capacidade adicional que poderia ir a mercado. Por fim, a demanda deve se fortalecer com um crescimento global modesto, segundo o relatório. | mercado | Banco Mundial reduz preço médio do petróleo para US$ 37 em 2016O Banco Mundial reduziu nesta terça-feira (26) suas previsões do preço médio do barril de petróleo para US$ 37 neste ano, em relação aos US$ 51 calculados há apenas três meses. A queda ocorre pela entrada do Irã no mercado do petróleo e pelas menores perspectivas de crescimento nas economias emergentes. Isso significa que a forte queda de 47% do preço do petróleo registrada em 2015 será seguida por uma desvalorização de 27% neste ano. "Os baixos preços do petróleo e outras matérias-primas provavelmente se manterão por algum tempo", afirmou John Baffes, autor principal do relatório trimestral sobre matérias-primas do Banco Mundial. Além da entrada do Irã no mercado internacional após o fim das sanções como consequência do acordo nuclear, o Banco Mundial cita também uma maior resistência dos produtores nos Estados Unidos por causa do corte de custos e ganho em eficiência, um inverno menos rigoroso que o esperado no Hemisfério Norte e fracas perspectivas de crescimento nas economias emergentes. Na semana passada, o petróleo fechou ligeiramente acima de US$ 30, após o WTI, dos EUA, e o Brent, de Londres, terem alcançado o nível de US$ 27 por barril, o menor desde 2003. Mas a perspectiva é que os preços se recuperem gradativamente ao longo do ano, de acordo com o Banco Mundial. Em primeiro lugar, a forte queda dos preços do petróleo no início de 2016 não parece estar ancorada em fundamentos de oferta e demanda, e, por isso, deve se reverter. Além disso, os altos custos de produção devem manter perdas persistentes e provocar cortes na produção que devem suplantar qualquer capacidade adicional que poderia ir a mercado. Por fim, a demanda deve se fortalecer com um crescimento global modesto, segundo o relatório. | 2 |
Brilho inútil | Reluz na cidade de São Raimundo Nonato, interior do Piauí, o novíssimo Aeroporto Internacional Serra da Capivara. A obra, cuja construção consumiu quase R$ 20 milhões em recursos federais e estaduais e se arrastou por longos 12 anos deveria, em tese, servir para incrementar o desenvolvimento da região e facilitar o acesso de turistas ao parque nacional de mesmo nome. Quatro meses após a inauguração, entretanto, o aeroporto ainda não recebeu nenhum voo comercial. A calmaria só é quebrada por aeronaves particulares, que trazem cerca de 80 passageiros por mês. Segundo o secretário de Turismo do Piauí, as companhias aéreas alegam que não há demanda. Nem mesmo a disposição do governo local de oferecer isenção de tarifas e até patrocinar voos com publicidade nas aeronaves conseguiu reverter a situação. Se a as companhias nacionais não aterrissam no local, certamente não serão as estrangeiras que o farão. Apesar da denominação do aeroporto, sua pista não só é muito curta para receber voos internacionais como não há estrutura para aduana e imigração. A situação levanta dúvidas óbvias sobre a qualidade do projeto executivo do empreendimento, bem como dos estudos de viabilidade que o ampararam –ou será que se imaginou que a mera oferta criaria sua própria demanda? Os problemas não param por aí. De acordo com o Ministério Público Federal, são fortes os indícios de corrupção na execução das obras do aeroporto. O órgão também aponta que falhas na construção da faixa de decolagem podem reduzir sua vida útil e até danificar os aviões que a utilizarem. Como se tudo isso não bastasse, o aeroporto de São Raimundo Nonato é ainda uma proeza da falta perdulária de planejamento. Enquanto se dava a construção da pista, a razão principal de sua criação, o Parque Nacional Serra da Capivara, se degradava pela carência de recursos. Criada em 1979, a unidade de conservação abriga a maior concentração de sítios arqueológicos do país e é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Segundo a arqueóloga Niède Guidon, principal responsável pela existência do complexo, na última década o número de funcionários reduziu-se de 270 para 40. Das 28 guaritas de segurança, diz ela, apenas seis estão funcionando. Em vez de amparo ao parque ora em decadência, o aeroporto piauiense se converteu em exposição didática dos vícios do investimento público nacional. [email protected] | opiniao | Brilho inútilReluz na cidade de São Raimundo Nonato, interior do Piauí, o novíssimo Aeroporto Internacional Serra da Capivara. A obra, cuja construção consumiu quase R$ 20 milhões em recursos federais e estaduais e se arrastou por longos 12 anos deveria, em tese, servir para incrementar o desenvolvimento da região e facilitar o acesso de turistas ao parque nacional de mesmo nome. Quatro meses após a inauguração, entretanto, o aeroporto ainda não recebeu nenhum voo comercial. A calmaria só é quebrada por aeronaves particulares, que trazem cerca de 80 passageiros por mês. Segundo o secretário de Turismo do Piauí, as companhias aéreas alegam que não há demanda. Nem mesmo a disposição do governo local de oferecer isenção de tarifas e até patrocinar voos com publicidade nas aeronaves conseguiu reverter a situação. Se a as companhias nacionais não aterrissam no local, certamente não serão as estrangeiras que o farão. Apesar da denominação do aeroporto, sua pista não só é muito curta para receber voos internacionais como não há estrutura para aduana e imigração. A situação levanta dúvidas óbvias sobre a qualidade do projeto executivo do empreendimento, bem como dos estudos de viabilidade que o ampararam –ou será que se imaginou que a mera oferta criaria sua própria demanda? Os problemas não param por aí. De acordo com o Ministério Público Federal, são fortes os indícios de corrupção na execução das obras do aeroporto. O órgão também aponta que falhas na construção da faixa de decolagem podem reduzir sua vida útil e até danificar os aviões que a utilizarem. Como se tudo isso não bastasse, o aeroporto de São Raimundo Nonato é ainda uma proeza da falta perdulária de planejamento. Enquanto se dava a construção da pista, a razão principal de sua criação, o Parque Nacional Serra da Capivara, se degradava pela carência de recursos. Criada em 1979, a unidade de conservação abriga a maior concentração de sítios arqueológicos do país e é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Segundo a arqueóloga Niède Guidon, principal responsável pela existência do complexo, na última década o número de funcionários reduziu-se de 270 para 40. Das 28 guaritas de segurança, diz ela, apenas seis estão funcionando. Em vez de amparo ao parque ora em decadência, o aeroporto piauiense se converteu em exposição didática dos vícios do investimento público nacional. [email protected] | 7 |
Conversamos com uma bruxa que remove vírus de computador com magia | Quando vírus sacanas afetam os computadores do pessoal no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, a reverenda Joey Talley entra em ação. A bruxa wiccana –que também é pastora ordenada pelo estado americano– não só oferece serviços para quem sofre com relacionamentos, depressão e demais males da cabeça: ela também exorciza vírus de computadores. "Nenhum problema é grande, pequeno ou esquisito demais", anuncia o slogan de Talley. Ela diz que consegue fazer feitiço de amor, mas prefere enfrentar fantasmas e demônios. Para remover tais entidades virais de uma máquina, ela usa uma série de técnicas - podem ser pedras colocadas em cima do computador, uma limpeza da energia obscura ou purificar a área em torno do dispositivo queimando um pouco de sálvia. O tempo de remoção dos vírus depende da perversidade da entidade, afirma: por vezes é necessário só uma hora; já em determinadas ocasiões, são necessárias quatro. Falei com Talley para saber mais sobre como ela usou a bruxaria para montar uma carta de clientes que busca suporte técnico alternativo na região do Vale do Silício (sim) e como ela lida com as críticas. * MOTHERBOARD: Conte-nos uma de suas primeiras experiências na resolução de problemas de tecnologia com magia. Talley: Tinha um cliente com o qual havia trabalhado anteriormente na área de feitiços voltados para negócios e ele tinha um problema com alarme. A empresa que instalou o aparelho tentou consertar e ninguém sabia o que estava acontecendo. Aí ele me ligou. Fui até o escritório, entrei em transe e senti tudo. Lembro de sentir um bloco dentro da parede e removê-lo. Ele não teve mais problemas depois disso. Como você usa a magia para livrar os computadores de vírus? Mais uma vez: só chego lá e trabalho com as energias. E há diferentes pedras que funcionam muito bem com computadores. Cloreto é uma delas. Além disso, tem quem goste de ametista no caso dos computadores. Não funciona pra mim, mas eu sou médium. Então, quando entro no cômodo onde está o computador da pessoa, entro sem nada, como uma folha em branco, e disposta a sentir o que está acontecendo ali. Tudo é único, e por isso meus feitiços funcionam. Cada projeto é único. Por vezes faço um feitiço ou deixo um amuleto preso ao computador, em algum lugar. Ou ainda deixo uma poção para a pessoa borrifar na cadeira antes de começar a trabalhar. Azeviche é uma pedra que uso bastante para proteger computadores. Me conte de alguma vez em que você tenha removido um vírus com sucesso. Fui contatada por uma pequena empresária do condado de Marin. Ela estava com alguns vírus e me chamou. Primeiro fiz um círculo e invoquei terra, ar, fogo e água, e então Mercúrio, mensageiro e comunicador. Depois entrei em transe e tudo que fazia era sentir. Eu literalmente sentia [o vírus] no meu corpo. Consigo sentir para onde a energia está fluindo e sinto um fisgar. Aí que o vírus entrou. Daí fiz uma cerimônia de desaparecimento. Usei uma tigela preta com um imã e água para a remoção [do vírus]. Então passei sálvia por todo o computador para levar a negatividade à tigela e joguei tudo na privada. Depois disso, foi feito um ritual de purificação e um feitiço de proteção com cloreto, ametista e azeviche. Deixei tudo no computador em que ela trabalha. O vírus sumiu assim que você acabou? Sim, imediatamente. Normalmente é assim. Que empresas te procuram? Geralmente são indivíduos, não empresas. Empresas têm medo. Não querem ser acusados de serem ridículos, adoradores do diabo ou sei lá. Eles têm que ter cuidado. Você já se viu diante de algum vírus ou outro problema tecnológico que não conseguiu resolver? Ainda não. Mas isso não significa que eu seja uma pessoa perfeita ou que não tenha nada mais poderoso que eu por aí. Quando um vírus ataca, são demônios ou fantasmas ali? Há diferentes tipos de energias, incluindo entidades que podem ou não ser perceptíveis aos seres humanos. Você pode chamar de fantasmas ou anjos ou espíritos ou demônios. Pense nos demônios como entidades - eles comem, absorvem energia e querem ser alimentados. Computadores possuem vastos depósitos de energia eletromagnética, bem como mensagens. Quando um demônio está em um computador, é como uma barata na cozinha. Ele só come e não atrapalha. Mas alguns estão trabalhando para alguém que quer te machucar. E esses são os mais durões. Então pra se livrar desses você faria algum feitiço especial? Sim, esses casos envolvem uma cerimônia muito mais intensa, bem como uma armadilha mais forte. Remover um demônio, uma entidade consciente que sente prazer ao ferir, é muito mais complicado. Logo, é preciso ter uma armadilha em que possam entrar em vez de ficarem soltos para machucar alguém. Você mencionou ter sido alvo de zombaria por causa de seu trabalho. O que você diria aos seus críticos? Muitas vezes, quando as pessoas estão de má vontade ou atacando você, fazem perguntas bem imbecis, dizem coisas muito imbecis. E aprendi a responder ao dizer: leiam The Spiral Dance. Então, se tiverem alguma pergunta, me liguem. Agora vocês não têm informação o suficiente para fazerem questionamentos lógicos ou entenderem as respostas a esses questionamentos. Então leiam este livro. Mas é claro que eles não querem fazer. Só querem odiar. Tradução: Thiago "Índio" Silva Leia na Vice: Conversamos com uma bruxa que remove vírus de computador com magia | tec | Conversamos com uma bruxa que remove vírus de computador com magiaQuando vírus sacanas afetam os computadores do pessoal no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, a reverenda Joey Talley entra em ação. A bruxa wiccana –que também é pastora ordenada pelo estado americano– não só oferece serviços para quem sofre com relacionamentos, depressão e demais males da cabeça: ela também exorciza vírus de computadores. "Nenhum problema é grande, pequeno ou esquisito demais", anuncia o slogan de Talley. Ela diz que consegue fazer feitiço de amor, mas prefere enfrentar fantasmas e demônios. Para remover tais entidades virais de uma máquina, ela usa uma série de técnicas - podem ser pedras colocadas em cima do computador, uma limpeza da energia obscura ou purificar a área em torno do dispositivo queimando um pouco de sálvia. O tempo de remoção dos vírus depende da perversidade da entidade, afirma: por vezes é necessário só uma hora; já em determinadas ocasiões, são necessárias quatro. Falei com Talley para saber mais sobre como ela usou a bruxaria para montar uma carta de clientes que busca suporte técnico alternativo na região do Vale do Silício (sim) e como ela lida com as críticas. * MOTHERBOARD: Conte-nos uma de suas primeiras experiências na resolução de problemas de tecnologia com magia. Talley: Tinha um cliente com o qual havia trabalhado anteriormente na área de feitiços voltados para negócios e ele tinha um problema com alarme. A empresa que instalou o aparelho tentou consertar e ninguém sabia o que estava acontecendo. Aí ele me ligou. Fui até o escritório, entrei em transe e senti tudo. Lembro de sentir um bloco dentro da parede e removê-lo. Ele não teve mais problemas depois disso. Como você usa a magia para livrar os computadores de vírus? Mais uma vez: só chego lá e trabalho com as energias. E há diferentes pedras que funcionam muito bem com computadores. Cloreto é uma delas. Além disso, tem quem goste de ametista no caso dos computadores. Não funciona pra mim, mas eu sou médium. Então, quando entro no cômodo onde está o computador da pessoa, entro sem nada, como uma folha em branco, e disposta a sentir o que está acontecendo ali. Tudo é único, e por isso meus feitiços funcionam. Cada projeto é único. Por vezes faço um feitiço ou deixo um amuleto preso ao computador, em algum lugar. Ou ainda deixo uma poção para a pessoa borrifar na cadeira antes de começar a trabalhar. Azeviche é uma pedra que uso bastante para proteger computadores. Me conte de alguma vez em que você tenha removido um vírus com sucesso. Fui contatada por uma pequena empresária do condado de Marin. Ela estava com alguns vírus e me chamou. Primeiro fiz um círculo e invoquei terra, ar, fogo e água, e então Mercúrio, mensageiro e comunicador. Depois entrei em transe e tudo que fazia era sentir. Eu literalmente sentia [o vírus] no meu corpo. Consigo sentir para onde a energia está fluindo e sinto um fisgar. Aí que o vírus entrou. Daí fiz uma cerimônia de desaparecimento. Usei uma tigela preta com um imã e água para a remoção [do vírus]. Então passei sálvia por todo o computador para levar a negatividade à tigela e joguei tudo na privada. Depois disso, foi feito um ritual de purificação e um feitiço de proteção com cloreto, ametista e azeviche. Deixei tudo no computador em que ela trabalha. O vírus sumiu assim que você acabou? Sim, imediatamente. Normalmente é assim. Que empresas te procuram? Geralmente são indivíduos, não empresas. Empresas têm medo. Não querem ser acusados de serem ridículos, adoradores do diabo ou sei lá. Eles têm que ter cuidado. Você já se viu diante de algum vírus ou outro problema tecnológico que não conseguiu resolver? Ainda não. Mas isso não significa que eu seja uma pessoa perfeita ou que não tenha nada mais poderoso que eu por aí. Quando um vírus ataca, são demônios ou fantasmas ali? Há diferentes tipos de energias, incluindo entidades que podem ou não ser perceptíveis aos seres humanos. Você pode chamar de fantasmas ou anjos ou espíritos ou demônios. Pense nos demônios como entidades - eles comem, absorvem energia e querem ser alimentados. Computadores possuem vastos depósitos de energia eletromagnética, bem como mensagens. Quando um demônio está em um computador, é como uma barata na cozinha. Ele só come e não atrapalha. Mas alguns estão trabalhando para alguém que quer te machucar. E esses são os mais durões. Então pra se livrar desses você faria algum feitiço especial? Sim, esses casos envolvem uma cerimônia muito mais intensa, bem como uma armadilha mais forte. Remover um demônio, uma entidade consciente que sente prazer ao ferir, é muito mais complicado. Logo, é preciso ter uma armadilha em que possam entrar em vez de ficarem soltos para machucar alguém. Você mencionou ter sido alvo de zombaria por causa de seu trabalho. O que você diria aos seus críticos? Muitas vezes, quando as pessoas estão de má vontade ou atacando você, fazem perguntas bem imbecis, dizem coisas muito imbecis. E aprendi a responder ao dizer: leiam The Spiral Dance. Então, se tiverem alguma pergunta, me liguem. Agora vocês não têm informação o suficiente para fazerem questionamentos lógicos ou entenderem as respostas a esses questionamentos. Então leiam este livro. Mas é claro que eles não querem fazer. Só querem odiar. Tradução: Thiago "Índio" Silva Leia na Vice: Conversamos com uma bruxa que remove vírus de computador com magia | 10 |
PT quer demissão de ministros cujos partidos votaram contra Dilma | Reunido nesta segunda-feira (18), o comando do PT decidiu propor, formalmente, a exoneração dos ministros cujos partidos votaram em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A proposta deverá ser oficializada amanhã numa reunião do Diretório Nacional do PT que contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Integrantes da cúpula do partido descartaram a ideia de sugerir a convocação de eleições gerais, sob o argumento de que seria o reconhecimento da derrota e uma quebra da institucionalidade tão defendida pelo partido. No documento a ser apresentado pela sigla, o PT vai sugerir mudanças na política econômica. RUI E LULA O presidente do PT, Rui Falcão, se reuniu na tarde com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na conversa, Falcão relatar detalhes da reunião que ocorre agora na sede do partido. Ele recebeu orientações de Lula para o encontro de amanhã do comando do PT. O FUTURO DOS PERSONAGENS DO IMPEACHMENT | poder | PT quer demissão de ministros cujos partidos votaram contra DilmaReunido nesta segunda-feira (18), o comando do PT decidiu propor, formalmente, a exoneração dos ministros cujos partidos votaram em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A proposta deverá ser oficializada amanhã numa reunião do Diretório Nacional do PT que contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Integrantes da cúpula do partido descartaram a ideia de sugerir a convocação de eleições gerais, sob o argumento de que seria o reconhecimento da derrota e uma quebra da institucionalidade tão defendida pelo partido. No documento a ser apresentado pela sigla, o PT vai sugerir mudanças na política econômica. RUI E LULA O presidente do PT, Rui Falcão, se reuniu na tarde com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na conversa, Falcão relatar detalhes da reunião que ocorre agora na sede do partido. Ele recebeu orientações de Lula para o encontro de amanhã do comando do PT. O FUTURO DOS PERSONAGENS DO IMPEACHMENT | 0 |
Renan critica articulação política e diz que PMDB não pode ser 'RH' | O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou nesta quinta-feira (30) a condução da articulação política entre o governo e o Congresso conduzida pelo presidente do seu partido, o vice-presidente Michel Temer. Sem acusá-lo claramente de estar distribuindo cargos, Renan afirmou que o PMDB não pode se transformar em um "coordenador de RH". "O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior que é no aparelhamento do Estado. [...] O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH, para distribuir cargos e boquinhas. Eu acho que isso tudo faz parte de um passado do Brasil que nós temos que cada vez mais deixa-lo para trás", atacou. Desde que assumiu o posto de articulador do governo, Temer negocia com nomes da base aliada indicações para os cargos de segundo escalão do Executivo, como presidências de bancos e de autarquias. "A condução do presidente Temer tem que ter como objetivo dar um fundamento à coalizão, qualificar a coalizão de governo. [...] O papel é esse, não o retrocesso que essa distribuição de cargos significa. Não se trata de saber quem é o dono da coalizão. Trata-se de acabar com o aparelho. Não adiante mudar o dono do aparelho", afirmou. Renan voltou a dizer que não quer indicar cargos para o Executivo. Questionado se pediria para quem já foi indicado por ele a deixar seus cargos, Renan não respondeu. "Não vou indicar cargo no Executivo. Esse papel hoje é incompatível com o Senado independente. Prefiro manter a coerência do Senado independente não participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo", afirmou. PRESSÃO Apesar de falar publicamente que não quer ter cargos no governo, a briga de Renan com o Planalto se intensificou após a demissão do ex-ministro do Turismo Vinícius Lages, parte da cota de Renan, substituído por Henrique Eduardo Alves, nome bancado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No início do mês, a presidente Dilma Rousseff fez um aceno ao peemedebista para apaziguar os ânimos ao nomear Jorge Bastos na diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), indicado de Renan. O governo chegou a oferecer postos para Lages como uma compensação a Renan, mas o peemedebista se irritou e abrigou o ex-ministro na chefia de seu gabinete no Senado. O senador, segundo aliados, não queria que atribuíssem a ele qualquer nova indicação para postos no governo, já que assumiu campanha a favor de que a presidente enxugue a máquina pública. Apesar do discurso, no entanto, integrantes do governo relatam que havia uma lista de pendências do presidente do Senado acertada desde dezembro com sugestões de nomes para o governo. | poder | Renan critica articulação política e diz que PMDB não pode ser 'RH'O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou nesta quinta-feira (30) a condução da articulação política entre o governo e o Congresso conduzida pelo presidente do seu partido, o vice-presidente Michel Temer. Sem acusá-lo claramente de estar distribuindo cargos, Renan afirmou que o PMDB não pode se transformar em um "coordenador de RH". "O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior que é no aparelhamento do Estado. [...] O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH, para distribuir cargos e boquinhas. Eu acho que isso tudo faz parte de um passado do Brasil que nós temos que cada vez mais deixa-lo para trás", atacou. Desde que assumiu o posto de articulador do governo, Temer negocia com nomes da base aliada indicações para os cargos de segundo escalão do Executivo, como presidências de bancos e de autarquias. "A condução do presidente Temer tem que ter como objetivo dar um fundamento à coalizão, qualificar a coalizão de governo. [...] O papel é esse, não o retrocesso que essa distribuição de cargos significa. Não se trata de saber quem é o dono da coalizão. Trata-se de acabar com o aparelho. Não adiante mudar o dono do aparelho", afirmou. Renan voltou a dizer que não quer indicar cargos para o Executivo. Questionado se pediria para quem já foi indicado por ele a deixar seus cargos, Renan não respondeu. "Não vou indicar cargo no Executivo. Esse papel hoje é incompatível com o Senado independente. Prefiro manter a coerência do Senado independente não participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo", afirmou. PRESSÃO Apesar de falar publicamente que não quer ter cargos no governo, a briga de Renan com o Planalto se intensificou após a demissão do ex-ministro do Turismo Vinícius Lages, parte da cota de Renan, substituído por Henrique Eduardo Alves, nome bancado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No início do mês, a presidente Dilma Rousseff fez um aceno ao peemedebista para apaziguar os ânimos ao nomear Jorge Bastos na diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), indicado de Renan. O governo chegou a oferecer postos para Lages como uma compensação a Renan, mas o peemedebista se irritou e abrigou o ex-ministro na chefia de seu gabinete no Senado. O senador, segundo aliados, não queria que atribuíssem a ele qualquer nova indicação para postos no governo, já que assumiu campanha a favor de que a presidente enxugue a máquina pública. Apesar do discurso, no entanto, integrantes do governo relatam que havia uma lista de pendências do presidente do Senado acertada desde dezembro com sugestões de nomes para o governo. | 0 |
Campinas abriga a orquestra mais antiga do país e vários conservatórios
| EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Campinas vibra com a música. A cidade natal de Antonio Carlos Gomes (1836-1896) –que conquistou projeção internacional com a ópera "O Guarani"– também tem a orquestra sinfônica mais antiga do país em atividade. "É impossível pensar em Campinas e não se lembrar de sua orquestra", diz Victor Hugo Toro, diretor artístico e maestro da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, que foi fundada em 1929. O grupo de 79 músicos realiza cerca de 70 concertos por ano e tem em Carlos Gomes uma de suas principais referências. "Ele está em nosso DNA", afirma Toro. Entre os objetivos, diz o maestro, está a popularização do trabalho do compositor campineiro, feita em concertos dedicados à sua obra ou em gravações, como o álbum lançado em setembro deste ano pela orquestra, "Árias e Canções de Carlos Gomes", disponível para ouvir gratuitamente no site osmc.com.br. A Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) é a segunda maior da cidade, com 45 músicos. Criado em 1982, o grupo faz parte do Ciddic (Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural). Segundo Denise Garcia, coordenadora do Ciddic, a orquestra é voltada para formação e pesquisa universitária e se apresenta 30 vezes ao ano com repertório que vai do barroco ao contemporâneo. "É difícil saber se Carlos Gomes alimentou o gosto da cidade pela música ou se foi Campinas que o influenciou a seguir esse caminho", afirma Ney Carrasco, secretário de Cultura do município. A cidade, diz, já tinha uma vida musical intensa quando o compositor estava em formação. Lenita Nogueira, professora do Instituto de Artes da Unicamp e autora do livro "A Lanterna Mágica e o Burrico de Pau: Memórias e Histórias de Carlos Gomes" (ed. Arte Escrita), conta que o pai do compositor, Manoel José Gomes, era o responsável pela música na igreja. Foi ali, ajudando sua família, que as primeiras notas tiveram origem. "Ele foi o primeiro músico das Américas a fazer sucesso e ter visibilidade na Itália, principal polo da ópera na época", diz ela. Sua composição "O Guarani", ópera inspirada no romance de José de Alencar, foi tocada em diversos teatros pelo mundo. Mesmo distante, Gomes se manteve ligado a Campinas. Seu irmão, o também compositor Sant'Anna Gomes (1834-1908), viveu ali até a morte. O legado do músico ecoa até hoje na vida dos campineiros, seja no hino da cidade, escrito por ele, ou em setembro de cada ano, mês de sua morte, escolhido pela prefeitura para promover concertos, exposições e outras atividades que celebram o compositor. Conservatórios e escolas de música, algumas gratuitas, também formam a nova geração de músicos da cidade. O Conservatório Carlos Gomes, o mais tradicional deles, completará 90 anos em 2017. Instalada em uma chácara de quase 5.000 metros quadrados, a instituição oferece cursos livres e técnicos de música, dança e teatro. A musicalização por lá começa cedo: as aulas são ministradas para crianças a partir de 1 ano de idade. O Centro Escolar Municipal de Música Manoel José Gomes oferece gratuitamente, em parceria com a Unicamp, formação básica para cerca de 300 crianças e adolescentes. * CONCERTO DE NATAL - OSMC QUANDO 18/12, às 19h ONDE Concha Acústica, na lagoa do Taquaral, em Campinas QUANTO grátis (site: osmc.com.br ) | sobretudo |
Campinas abriga a orquestra mais antiga do país e vários conservatórios
EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO Campinas vibra com a música. A cidade natal de Antonio Carlos Gomes (1836-1896) –que conquistou projeção internacional com a ópera "O Guarani"– também tem a orquestra sinfônica mais antiga do país em atividade. "É impossível pensar em Campinas e não se lembrar de sua orquestra", diz Victor Hugo Toro, diretor artístico e maestro da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, que foi fundada em 1929. O grupo de 79 músicos realiza cerca de 70 concertos por ano e tem em Carlos Gomes uma de suas principais referências. "Ele está em nosso DNA", afirma Toro. Entre os objetivos, diz o maestro, está a popularização do trabalho do compositor campineiro, feita em concertos dedicados à sua obra ou em gravações, como o álbum lançado em setembro deste ano pela orquestra, "Árias e Canções de Carlos Gomes", disponível para ouvir gratuitamente no site osmc.com.br. A Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) é a segunda maior da cidade, com 45 músicos. Criado em 1982, o grupo faz parte do Ciddic (Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural). Segundo Denise Garcia, coordenadora do Ciddic, a orquestra é voltada para formação e pesquisa universitária e se apresenta 30 vezes ao ano com repertório que vai do barroco ao contemporâneo. "É difícil saber se Carlos Gomes alimentou o gosto da cidade pela música ou se foi Campinas que o influenciou a seguir esse caminho", afirma Ney Carrasco, secretário de Cultura do município. A cidade, diz, já tinha uma vida musical intensa quando o compositor estava em formação. Lenita Nogueira, professora do Instituto de Artes da Unicamp e autora do livro "A Lanterna Mágica e o Burrico de Pau: Memórias e Histórias de Carlos Gomes" (ed. Arte Escrita), conta que o pai do compositor, Manoel José Gomes, era o responsável pela música na igreja. Foi ali, ajudando sua família, que as primeiras notas tiveram origem. "Ele foi o primeiro músico das Américas a fazer sucesso e ter visibilidade na Itália, principal polo da ópera na época", diz ela. Sua composição "O Guarani", ópera inspirada no romance de José de Alencar, foi tocada em diversos teatros pelo mundo. Mesmo distante, Gomes se manteve ligado a Campinas. Seu irmão, o também compositor Sant'Anna Gomes (1834-1908), viveu ali até a morte. O legado do músico ecoa até hoje na vida dos campineiros, seja no hino da cidade, escrito por ele, ou em setembro de cada ano, mês de sua morte, escolhido pela prefeitura para promover concertos, exposições e outras atividades que celebram o compositor. Conservatórios e escolas de música, algumas gratuitas, também formam a nova geração de músicos da cidade. O Conservatório Carlos Gomes, o mais tradicional deles, completará 90 anos em 2017. Instalada em uma chácara de quase 5.000 metros quadrados, a instituição oferece cursos livres e técnicos de música, dança e teatro. A musicalização por lá começa cedo: as aulas são ministradas para crianças a partir de 1 ano de idade. O Centro Escolar Municipal de Música Manoel José Gomes oferece gratuitamente, em parceria com a Unicamp, formação básica para cerca de 300 crianças e adolescentes. * CONCERTO DE NATAL - OSMC QUANDO 18/12, às 19h ONDE Concha Acústica, na lagoa do Taquaral, em Campinas QUANTO grátis (site: osmc.com.br ) | 17 |
Ginasta desmarcou casamento e fechou escolinha para ser ouro no Pan | A ginasta Ana Paula Ribeiro, 26, fez uma aposta arriscada há três meses. Neste sábado (18), em Toronto, recebeu a recompensa. Ela e outras cinco atletas da equipe brasileira de ginástica rítmica se sagraram pentacampeãs dos Jogos Pan-Americanos ao obter a nota total de 30.233 após a rotação final, nesta tarde –a primeira ocorreu na sexta-feira (17). Os Estados Unidos foram vice-campeões (29.275) e Cuba, terceiro (25.692). A grande triunfante do dia foi Ana Paula. Ela se juntou à seleção brasileira permanente, que fica em Aracaju, em abril. Deixou para trás muita coisa: desmarcou o casamento, que já tinha data certa. "Não sei quando vai acontecer, mas acho que só depois da Olimpíada." Também encerrou uma escolinha de ginástica com 50 alunas que mantinha em Guarapari, no Espírito Santo, seu Estado natal. "Estava quase deixando de vez o esporte quando surgiu a chance de ir para a seleção permanente. Tenho 26 anos, não sou nova para a ginástica", afirmou a atleta, que competiu pela primeira vez como titular no Pan. Ela havia sido reserva no Pan do Rio-2007. DOENÇA DA MÃE Esse retorno recente à seleção ocorreu depois de um hiato de praticamente quatro anos. Em 2011, Ana Paula foi forçada a deixar o grupo para ajudar a mãe, que sofria de esclerose múltipla. "Abandonei a seleção para ficar com ela." No meio tempo, até manteve-se na ativa, mas treinando no máximo três vezes por semana, e mais por lazer que por obrigação. Seu principal ofício era cuidar da escolinha que tinha. Depois de receber o chamado para voltar para a equipe nacional e compor o grupo, sua rotina mudou drasticamente. "Somos dez atletas que dividem dois apartamentos em Aracaju. Treinamos das 8h às 21h, todos os dias, sem falta", contou. Ela jura que o noivo entende a situação e não protesta. "Nós viemos ao Pan porque precisávamos manter essa hegemonia brasileira. Tínhamos essa responsabilidade." Agora, a exigência é ainda maior: brilhar nos Jogos do Rio-2016. Para Londres-2012, a equipe não se classificou, mas neste momento a expectativa é outra. Para alguém acostumada a riscos, ela aceita o desafio. "Uma medalha é bastante difícil. Mas é possível", disparou. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress | esporte | Ginasta desmarcou casamento e fechou escolinha para ser ouro no PanA ginasta Ana Paula Ribeiro, 26, fez uma aposta arriscada há três meses. Neste sábado (18), em Toronto, recebeu a recompensa. Ela e outras cinco atletas da equipe brasileira de ginástica rítmica se sagraram pentacampeãs dos Jogos Pan-Americanos ao obter a nota total de 30.233 após a rotação final, nesta tarde –a primeira ocorreu na sexta-feira (17). Os Estados Unidos foram vice-campeões (29.275) e Cuba, terceiro (25.692). A grande triunfante do dia foi Ana Paula. Ela se juntou à seleção brasileira permanente, que fica em Aracaju, em abril. Deixou para trás muita coisa: desmarcou o casamento, que já tinha data certa. "Não sei quando vai acontecer, mas acho que só depois da Olimpíada." Também encerrou uma escolinha de ginástica com 50 alunas que mantinha em Guarapari, no Espírito Santo, seu Estado natal. "Estava quase deixando de vez o esporte quando surgiu a chance de ir para a seleção permanente. Tenho 26 anos, não sou nova para a ginástica", afirmou a atleta, que competiu pela primeira vez como titular no Pan. Ela havia sido reserva no Pan do Rio-2007. DOENÇA DA MÃE Esse retorno recente à seleção ocorreu depois de um hiato de praticamente quatro anos. Em 2011, Ana Paula foi forçada a deixar o grupo para ajudar a mãe, que sofria de esclerose múltipla. "Abandonei a seleção para ficar com ela." No meio tempo, até manteve-se na ativa, mas treinando no máximo três vezes por semana, e mais por lazer que por obrigação. Seu principal ofício era cuidar da escolinha que tinha. Depois de receber o chamado para voltar para a equipe nacional e compor o grupo, sua rotina mudou drasticamente. "Somos dez atletas que dividem dois apartamentos em Aracaju. Treinamos das 8h às 21h, todos os dias, sem falta", contou. Ela jura que o noivo entende a situação e não protesta. "Nós viemos ao Pan porque precisávamos manter essa hegemonia brasileira. Tínhamos essa responsabilidade." Agora, a exigência é ainda maior: brilhar nos Jogos do Rio-2016. Para Londres-2012, a equipe não se classificou, mas neste momento a expectativa é outra. Para alguém acostumada a riscos, ela aceita o desafio. "Uma medalha é bastante difícil. Mas é possível", disparou. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress | 3 |
Palmeiras estreia no Paulista com vitória tranquila sobre o Audax | Time que mais se reforçou para a temporada, o Palmeiras estreou bem no campeonato Paulista deste ano. A equipe alviverde derrotou o Audax por 3 a 1, neste sábado (31), na capital, com boa atuação ofensiva e destaque para o argentino Allione, que deu passe para dois gols. O Palmeiras entrou em campo com Fernando Prass; Lucas, Tobio, Vitor Hugo e Zé Roberto; Renato, Gabriel, Allione e Robinho; Maikon Leite e Leandro Pereira. Dos titulares, apenas Prass e Renato jogaram a última partida da temporada passada. O time do técnico Oswaldo de Oliveira se portou bem em campo. Marcou bem a saída de bola do time de Osasco e abusou dos contra-ataques. O lado esquerdo, com Zé Roberto e Allione, foi bem no ataque e armou os melhores lances de perigo da partida. O primeiro gol saiu logo aos 7 min. Leandro Pereira trocou passes com Allione. O argentino cruzou e Leandro Pereira chegou para completar a jogada. Veja vídeo O Audax parecia perdido no jogo e o Palmeiras soube aproveitar bem. Apesar que Maikon Leite perdeu um gol feito. Zé Roberto trocou passes com Allione e cruzou para o atacante, que, embaixo das traves, mandou a bola por cima do gol. O lance não desestabilizou o Palmeiras, que continuou no ataque. Aos 13 min, de novo pela esquerda, Allione recebeu, carregou e cruzou para Robinho, que dominou no peito e bateu para ampliar. Com uma boa marcação, o Palmeiras ampliou e definiu o marcador ainda no primeiro tempo. Após pressionar a saída de bola, o time da casa roubou a bola e facilitou para Maikon Leite. O atacante, de frente para o gol, bateu e marcou. Após 3 a 0 no primeiro tempo, o Audax voltou melhor no segundo tempo. Com mais domínio de bola, o time de Osasco tentou levar perigo ao gol de Fernando Prass, mas tinha dificuldades em passar a boa marcação palmeirense. A equipe da casa ainda sentiu o início de temporada e a falta de preparo físico e diminuiu a intensidade do jogo. No último lance da partida, Francis deu bom passe para Rafinha, que bateu na saída de Prass para diminuir o placar. Com a vitória, o Palmeiras soma três pontos no Grupo 3 do campeonato, que conta ainda com Botafogo, Linense, Marília e Portuguesa. No próximo jogo, o time alviverde enfrenta a Ponte Preta, na quinta-feira (5), no estádio do clube, em São Paulo. Já o Audax Osasco enfrenta o Botafogo, em Ribeirão Preto, na terça-feira (3). | esporte | Palmeiras estreia no Paulista com vitória tranquila sobre o AudaxTime que mais se reforçou para a temporada, o Palmeiras estreou bem no campeonato Paulista deste ano. A equipe alviverde derrotou o Audax por 3 a 1, neste sábado (31), na capital, com boa atuação ofensiva e destaque para o argentino Allione, que deu passe para dois gols. O Palmeiras entrou em campo com Fernando Prass; Lucas, Tobio, Vitor Hugo e Zé Roberto; Renato, Gabriel, Allione e Robinho; Maikon Leite e Leandro Pereira. Dos titulares, apenas Prass e Renato jogaram a última partida da temporada passada. O time do técnico Oswaldo de Oliveira se portou bem em campo. Marcou bem a saída de bola do time de Osasco e abusou dos contra-ataques. O lado esquerdo, com Zé Roberto e Allione, foi bem no ataque e armou os melhores lances de perigo da partida. O primeiro gol saiu logo aos 7 min. Leandro Pereira trocou passes com Allione. O argentino cruzou e Leandro Pereira chegou para completar a jogada. Veja vídeo O Audax parecia perdido no jogo e o Palmeiras soube aproveitar bem. Apesar que Maikon Leite perdeu um gol feito. Zé Roberto trocou passes com Allione e cruzou para o atacante, que, embaixo das traves, mandou a bola por cima do gol. O lance não desestabilizou o Palmeiras, que continuou no ataque. Aos 13 min, de novo pela esquerda, Allione recebeu, carregou e cruzou para Robinho, que dominou no peito e bateu para ampliar. Com uma boa marcação, o Palmeiras ampliou e definiu o marcador ainda no primeiro tempo. Após pressionar a saída de bola, o time da casa roubou a bola e facilitou para Maikon Leite. O atacante, de frente para o gol, bateu e marcou. Após 3 a 0 no primeiro tempo, o Audax voltou melhor no segundo tempo. Com mais domínio de bola, o time de Osasco tentou levar perigo ao gol de Fernando Prass, mas tinha dificuldades em passar a boa marcação palmeirense. A equipe da casa ainda sentiu o início de temporada e a falta de preparo físico e diminuiu a intensidade do jogo. No último lance da partida, Francis deu bom passe para Rafinha, que bateu na saída de Prass para diminuir o placar. Com a vitória, o Palmeiras soma três pontos no Grupo 3 do campeonato, que conta ainda com Botafogo, Linense, Marília e Portuguesa. No próximo jogo, o time alviverde enfrenta a Ponte Preta, na quinta-feira (5), no estádio do clube, em São Paulo. Já o Audax Osasco enfrenta o Botafogo, em Ribeirão Preto, na terça-feira (3). | 3 |
Saneamento esgotado | Na semana passada, sem que ninguém pudesse tirar-lhe a razão, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou : "Quanto mais eu conheço dados do setor [saneamento básico], mais envergonhada eu fico". Vergonha deveria ser mesmo o sentimento predominante no Brasil diante do desempenho constrangedor nessa matéria. Ocupamos o 112º lugar numa lista de 200 países classificados segundo o nível de acesso a água e esgoto. A cobertura nacional da rede de água é de 83% —e pouca coisa maior (91,7%) na região mais desenvolvida, o Sudeste, segundo a última edição do "Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos - 2014", do Ministério das Cidades. No que respeita a esgotos, o índice de atendimento fica em 49,8% (e 78,3% no Sudeste). No Estado mais rico, São Paulo, coletam-se 86% dos dejetos, informa a Sabesp, mas se tratam 78%. Rios de tinta já escorreram pelo ralo para esclarecer por que não se avança nessa área. As explicações vão do custo das intervenções aos baixos dividendos eleitorais no curto prazo, passando pela barafunda regulatória e institucional. Embora seja quase impossível para o poder público investir nessas obras caras –por mais que elas tragam enormes ganhos futuros, sobretudo em saúde pública—, ainda viceja no Brasil a noção equivocada de que água e esgotos são competência estatal exclusiva. Talvez por isso 95% das empresas de saneamento sejam propriedade de Estados e municípios, mas não há por que manter o capital privado longe desse campo. São muitos os arranjos possíveis, das parcerias público-privadas e da abertura de capital, como já fez a Sabesp, à privatização pura, como em algumas cidades do interior de São Paulo e outros Estados. Em Tocantins, todos os municípios têm como operador a Odebrecht Ambiental, assim como 12 cidades paulistas. A empresa, que fatura R$ 2,5 bilhões por ano e tem dívida de R$ 7 bilhões, teve recentemente 70% de seu controle vendido à gestora de fundos canadense Brookfield, por R$ 2,8 bilhões. Eis aí um sinal claro de que há espaço para o capital privado alavancar esse setor. Faz bem o BNDES, portanto, ao incluir o saneamento básico no pacote de concessões do governo Michel Temer (PMDB). Segundo a presidente do banco, 15 Estados manifestaram interesse em enveredar por esse caminho e pelo menos mais três podem acompanhá-los. Essa parece ser, hoje, a única via para romper com a vergonhosa estagnação. [email protected] | opiniao | Saneamento esgotadoNa semana passada, sem que ninguém pudesse tirar-lhe a razão, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou : "Quanto mais eu conheço dados do setor [saneamento básico], mais envergonhada eu fico". Vergonha deveria ser mesmo o sentimento predominante no Brasil diante do desempenho constrangedor nessa matéria. Ocupamos o 112º lugar numa lista de 200 países classificados segundo o nível de acesso a água e esgoto. A cobertura nacional da rede de água é de 83% —e pouca coisa maior (91,7%) na região mais desenvolvida, o Sudeste, segundo a última edição do "Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos - 2014", do Ministério das Cidades. No que respeita a esgotos, o índice de atendimento fica em 49,8% (e 78,3% no Sudeste). No Estado mais rico, São Paulo, coletam-se 86% dos dejetos, informa a Sabesp, mas se tratam 78%. Rios de tinta já escorreram pelo ralo para esclarecer por que não se avança nessa área. As explicações vão do custo das intervenções aos baixos dividendos eleitorais no curto prazo, passando pela barafunda regulatória e institucional. Embora seja quase impossível para o poder público investir nessas obras caras –por mais que elas tragam enormes ganhos futuros, sobretudo em saúde pública—, ainda viceja no Brasil a noção equivocada de que água e esgotos são competência estatal exclusiva. Talvez por isso 95% das empresas de saneamento sejam propriedade de Estados e municípios, mas não há por que manter o capital privado longe desse campo. São muitos os arranjos possíveis, das parcerias público-privadas e da abertura de capital, como já fez a Sabesp, à privatização pura, como em algumas cidades do interior de São Paulo e outros Estados. Em Tocantins, todos os municípios têm como operador a Odebrecht Ambiental, assim como 12 cidades paulistas. A empresa, que fatura R$ 2,5 bilhões por ano e tem dívida de R$ 7 bilhões, teve recentemente 70% de seu controle vendido à gestora de fundos canadense Brookfield, por R$ 2,8 bilhões. Eis aí um sinal claro de que há espaço para o capital privado alavancar esse setor. Faz bem o BNDES, portanto, ao incluir o saneamento básico no pacote de concessões do governo Michel Temer (PMDB). Segundo a presidente do banco, 15 Estados manifestaram interesse em enveredar por esse caminho e pelo menos mais três podem acompanhá-los. Essa parece ser, hoje, a única via para romper com a vergonhosa estagnação. [email protected] | 7 |
Dólar fecha em queda e se mantém abaixo de R$ 3,80 com atuação do BC | A segunda intervenção extra do Banco Central no câmbio na semana ajudou o dólar a fechar em queda nesta quinta-feira (5) e se manter abaixo de R$ 3,80. Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos previstos para a próxima sessão, porém, podem voltar a pressionar a moeda americana, já que uma leitura positiva respaldaria a elevação de juros naquele país em dezembro. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,81%, para R$ 3,769 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações no comércio exterior, se desvalorizou 0,47%, para R$ 3,776. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 18. O Banco Central vendeu nesta sessão US$ 550 milhões com compromisso de recompra em 4 de janeiro e 4 de abril de 2016. Na última terça-feira (5), a autoridade já havia vendido US$ 500 milhões. O BC também deu continuidade aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 593,2 milhões. "O fluxo cambial ficou negativo em US$ 3,5 bilhões no mês passado. Esse movimento é mais comum nos meses de novembro e dezembro, refletindo o envio de recursos ao exterior pelas multinacionais, por isso o BC pode ter antecipado sua atuação no mercado a fim de garantir que haverá liquidez", disse Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil. Os investidores analisaram também declarações de Altamir Lopes, diretor de Política Econômica do BC, que afirmou que a instituição "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas e para trazer a inflação à meta de 4,5% ao ano em 2017." Ele descartou haverá pressões adicionais sobre o câmbio e afirmou que o impacto de um eventual aumento de juros nos EUA "pode não ser tão significativo", embora sempre vá gerar alguma "volatilidade". "E isso tem de ser levado em consideração, seja nas decisões de política monetária ou cambial [no Brasil]." Internamente, o governo sofreu derrota em votação do projeto que cria um programa para regularização de recursos mantidos por contribuintes no exterior. JURO AMERICANO No exterior, dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos divulgados ao longo dessa semana seguem no radar do mercado, que se preocupa com o momento em que o Federal Reserve (banco central daquele país) começará a subir os juros americanos. O Departamento do Trabalho dos EUA informou nesta quinta que o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego registrou o maior aumento em oito meses na semana passada, mas se manteve em níveis consistentes com um mercado de trabalho saudável. Na véspera, a notícia de que os empregadores privados dos EUA abriram 182 mil vagas de trabalho em outubro, um pouco acima das expectativas dos economistas, já havia reforçado a cautela sobre o rumo dos juros nos EUA. Os dados foram divulgados pela processadora de folhas de pagamento ADP. Na sexta-feira será publicado o relatório de emprego oficial do país. Os sinais emitidos pelo Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos subiram na BM&FBovespa nesta sessão. O DI para janeiro de 2016 passou de 14,245% para 14,255%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,570%, ante 15,520% na última terça-feira. AÇÕES O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, teve alta de 0,71%, para 48.046 pontos. O índice foi na contramão da queda das Bolsas nos EUA, beneficiado pelo noticiário corporativo. O volume financeiro foi de R$ 6,05 bilhões. As ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da Petrobras contribuíram para o ganho do Ibovespa no dia. Esses papéis avançaram 0,37%, para R$ 8,11. As ações ordinárias —com direito a voto— tiveram alta de 0,10%, para R$ 9,90. Já as ações da mineradora Vale fecharam o dia no vermelho. Os papéis preferenciais da companhia registraram desvalorização de 1,63%, para R$ 13,85. Os ordinários recuaram 2,59%, para R$ 16,95. Ambos acompanharam a desvalorização dos preços do minério de ferro na sessão. As ações da Braskem tiveram alta de 0,69% após a empresa anunciar lucro líquido de R$ 1,482 bilhão no terceiro trimestre, salto sobre o resultado positivo de R$ 230 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado da empresa foi impulsionado por ganhos financeiros gerados pela desvalorização do real ante o dólar e maiores volumes de vendas. As ações da Telefônica Brasil lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 4,84%, após a empresa anunciar queda de 16% no lucro líquido do terceiro trimestre. Na ponta contrária, os papéis ordinários da Eletrobras encabeçaram as altas, ao avançarem 8,18%, após a empresa receber aval da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para receber indenização de R$ 9 bilhões referente a investimentos não amortizados em linhas de transmissão que tiveram a concessão renovada antecipadamente em 2013. | mercado | Dólar fecha em queda e se mantém abaixo de R$ 3,80 com atuação do BCA segunda intervenção extra do Banco Central no câmbio na semana ajudou o dólar a fechar em queda nesta quinta-feira (5) e se manter abaixo de R$ 3,80. Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos previstos para a próxima sessão, porém, podem voltar a pressionar a moeda americana, já que uma leitura positiva respaldaria a elevação de juros naquele país em dezembro. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,81%, para R$ 3,769 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações no comércio exterior, se desvalorizou 0,47%, para R$ 3,776. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 18. O Banco Central vendeu nesta sessão US$ 550 milhões com compromisso de recompra em 4 de janeiro e 4 de abril de 2016. Na última terça-feira (5), a autoridade já havia vendido US$ 500 milhões. O BC também deu continuidade aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 593,2 milhões. "O fluxo cambial ficou negativo em US$ 3,5 bilhões no mês passado. Esse movimento é mais comum nos meses de novembro e dezembro, refletindo o envio de recursos ao exterior pelas multinacionais, por isso o BC pode ter antecipado sua atuação no mercado a fim de garantir que haverá liquidez", disse Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil. Os investidores analisaram também declarações de Altamir Lopes, diretor de Política Econômica do BC, que afirmou que a instituição "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas e para trazer a inflação à meta de 4,5% ao ano em 2017." Ele descartou haverá pressões adicionais sobre o câmbio e afirmou que o impacto de um eventual aumento de juros nos EUA "pode não ser tão significativo", embora sempre vá gerar alguma "volatilidade". "E isso tem de ser levado em consideração, seja nas decisões de política monetária ou cambial [no Brasil]." Internamente, o governo sofreu derrota em votação do projeto que cria um programa para regularização de recursos mantidos por contribuintes no exterior. JURO AMERICANO No exterior, dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos divulgados ao longo dessa semana seguem no radar do mercado, que se preocupa com o momento em que o Federal Reserve (banco central daquele país) começará a subir os juros americanos. O Departamento do Trabalho dos EUA informou nesta quinta que o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego registrou o maior aumento em oito meses na semana passada, mas se manteve em níveis consistentes com um mercado de trabalho saudável. Na véspera, a notícia de que os empregadores privados dos EUA abriram 182 mil vagas de trabalho em outubro, um pouco acima das expectativas dos economistas, já havia reforçado a cautela sobre o rumo dos juros nos EUA. Os dados foram divulgados pela processadora de folhas de pagamento ADP. Na sexta-feira será publicado o relatório de emprego oficial do país. Os sinais emitidos pelo Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos subiram na BM&FBovespa nesta sessão. O DI para janeiro de 2016 passou de 14,245% para 14,255%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,570%, ante 15,520% na última terça-feira. AÇÕES O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, teve alta de 0,71%, para 48.046 pontos. O índice foi na contramão da queda das Bolsas nos EUA, beneficiado pelo noticiário corporativo. O volume financeiro foi de R$ 6,05 bilhões. As ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da Petrobras contribuíram para o ganho do Ibovespa no dia. Esses papéis avançaram 0,37%, para R$ 8,11. As ações ordinárias —com direito a voto— tiveram alta de 0,10%, para R$ 9,90. Já as ações da mineradora Vale fecharam o dia no vermelho. Os papéis preferenciais da companhia registraram desvalorização de 1,63%, para R$ 13,85. Os ordinários recuaram 2,59%, para R$ 16,95. Ambos acompanharam a desvalorização dos preços do minério de ferro na sessão. As ações da Braskem tiveram alta de 0,69% após a empresa anunciar lucro líquido de R$ 1,482 bilhão no terceiro trimestre, salto sobre o resultado positivo de R$ 230 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado da empresa foi impulsionado por ganhos financeiros gerados pela desvalorização do real ante o dólar e maiores volumes de vendas. As ações da Telefônica Brasil lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 4,84%, após a empresa anunciar queda de 16% no lucro líquido do terceiro trimestre. Na ponta contrária, os papéis ordinários da Eletrobras encabeçaram as altas, ao avançarem 8,18%, após a empresa receber aval da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para receber indenização de R$ 9 bilhões referente a investimentos não amortizados em linhas de transmissão que tiveram a concessão renovada antecipadamente em 2013. | 2 |
Leitor questiona maior limite de crédito para funcionário público | Gostaria de conhecer uma só razão que justificasse o maior limite de crédito da Caixa Econômica Federal para o financiamento de imóveis usados funcionários públicos em comparação com os do setor privado. Ora, funcionários públicos ganham mais, trabalham menos (quando trabalham), têm estabilidade de emprego, aposentam-se mais cedo e com salário integral. Como se isso não bastasse, seu limite de crédito para um imóvel ainda é 10% superior àquele concedido aos funcionários do setor privado. Dá para entender? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | paineldoleitor | Leitor questiona maior limite de crédito para funcionário públicoGostaria de conhecer uma só razão que justificasse o maior limite de crédito da Caixa Econômica Federal para o financiamento de imóveis usados funcionários públicos em comparação com os do setor privado. Ora, funcionários públicos ganham mais, trabalham menos (quando trabalham), têm estabilidade de emprego, aposentam-se mais cedo e com salário integral. Como se isso não bastasse, seu limite de crédito para um imóvel ainda é 10% superior àquele concedido aos funcionários do setor privado. Dá para entender? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 8 |
Doria terá verba enxuta para resolver de buraco a limpeza de bairros | A equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) terá que melhorar a zeladoria, a área mais criticada pela população na atual administração, em meio a dificuldades financeiras que afetam contratos de jardinagem, limpeza e conservação de ruas. Queixas relativas à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, que será renomeada como Secretaria das Prefeituras Regionais, representam quase metade das 16 mil reclamações feitas à Ouvidoria da prefeitura no ano passado. A principal delas é sobre jardinagem, seguida por outros problemas em vias públicas. A Folha percorreu ruas da zona oeste da cidade e constatou mato alto no interior dos bairros e em grandes avenidas. Doria, que anunciou 20 dos 32 subprefeitos na semana passada, promete criar uma força-tarefa de zeladoria pela cidade, que passará fazendo reparos nas ruas, cortando mato, removendo pichações, similar ao que Marta Suplicy (PMDB) fez em seu período como prefeita (2001-2004), quando era do PT. O projeto está marcado para começar já no dia 2 de janeiro, pelos arredores da avenida Nove de Julho. A promessa esbarra no fato de que a prefeitura terá menos dinheiro para custeio, já que o orçamento estimado para 2017 não prevê reposição de toda a inflação. Uma das saídas deve ser renegociar contratos com prestadoras de serviço. Neste ano, Haddad já reduziu em 13% os contratos de limpeza, que incluem varrição, coleta, limpeza de córregos e poda de árvores. O futuro secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas, diz que uma de suas primeiras ações será dar melhor entrosamento entre ações das regionais e secretarias. "Hoje quem faz a limpeza de bueiros é a Secretaria de Serviços, enquanto a limpeza da galeria é a subprefeitura. Se não limpar os dois, não vai adiantar. A gente sente uma certa falta de entrosamento nesse aspecto", afirmou o secretário. Prefeitos regionais Outro problema é um impasse em relação à usina da prefeitura que produz asfalto para operações tapa-buracos. Um acordo com o Ministério Público prevê o fechamento do local, na Barra Funda, até o fim deste ano, devido a reclamações de vizinhos. Ao mesmo tempo, o TCM (Tribunal de Contas do Município) barrou um processo de compra de massa asfáltica. A fiscalização de comércio irregular, barulho e publicidade também fazem parte das atribuições das subprefeituras. No entanto, assim como em outras áreas, falta mão de obra -só há 480 fiscais nas regionais. Propostas para as subprefeituras OUTRO LADO A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que intensificou ações de zeladoria no mandato. "São vistoriadas mais de 20 mil árvores em toda a capital. Desde 2013 até agosto deste ano, foram realizadas 59.353 remoções de árvores doentes e com risco de queda, média de 44 por dia", diz nota da prefeitura. Segundo a administração, também são realizadas cerca de 300 podas a cada 24 horas. A prefeitura diz que, na comparação entre janeiro e setembro de 2015 com o mesmo período deste ano, houve queda nas reclamações sobre lixo na rua (-29,4%) e barulho (-15,7%). No item problemas em vias públicas, porém, houve aumento de 39,6%; em jardinagem, 7,1%. Multas e reclamações Nos casos de aumento, a gestão diz que isso se deve "à conscientização dos munícipes" e "ampliação do acesso aos canais de participação e controle social". Sobre o controle do barulho, diz que, de janeiro a outubro, 34.938 atendimentos foram realizados e 567 multas de ruído aplicadas. A respeito da fiscalização do cumprimento da Lei Cidade Limpa, a prefeitura diz que os picos de atuação ocorreram entre 2011 e 2012 e, por isso, o comércio aderiu de forma mais efetiva às regras. "A fiscalização voltou a ser intensificada neste ano para o recolhimento de publicidade irregular que havia apresentado aumento nos últimos meses", afirma a nota. A prefeitura diz que negocia com o Ministério Público a mudança de endereço da usina de asfalto e que ela está operando normalmente. MATAGAL O mato cresce no terreno e toma todo o encontro entre as ruas Adriano Teodósio Serra e Ary Ariovaldo Eboli, na Vila Gomes, região do Butantã (zona oeste). Todo mês é assim, segundo os moradores, que veem no matagal motivo de insegurança. A mata também avança numa praça da rua, onde ficam equipamentos de ginástica e um parquinho. A dona de casa Marlene Santana, 73, conta que até alguns anos atrás ela mesma cuidava do jardim da praça. "Hoje nós temos um vizinho que corta o mato de vez em quando, porque não é sempre que a prefeitura vem. Eu mesma limpava o jardim e jogava água nas plantas, mas agora não tenho mais condições de ficar limpando sempre", disse Marlene. Outro problema é a poda de árvores, diz ela. "Demora muito para acontecer. A gente tem medo em dia de chuva, cai galho em cima de carro, é terrível", afirmou. Marlene afirma que, para poda, os atendentes da prefeitura já deram prazo de 40 dias para atendimento. "Já teve vezes que eu fui pessoalmente para pedir", disse ela. Perto dali, o mato também ocupava a avenida Corifeu de Azevedo Marques, onde um sofá velho adornava o canteiro central. A Subprefeitura do Butantã informou que os serviços de manutenção nesses pontos estão programados para este mês de dezembro. Com relação ao terreno municipal e à praça, a limpeza também será incluída na programação do mês. As reclamações a respeito de jardinagem na cidade passaram de 1.314, em 2014, para 1.632, em 2015, aumento de 24%. De janeiro a setembro deste ano, foram 1.415, variação de 7% em relação ao mesmo período de 2015. A reportagem também ouviu muitas queixas relativas a buracos nas ruas, entulho e pichações. Apresentados na última semana, os futuros prefeitos regionais escolhidos por João Doria (PSDB) prometem que a zeladoria será prioridade. AMBULANTES A alta do desemprego fez crescer o número de camelôs nas ruas de comércio popular da cidade, como 25 de Março, Brás (região central) e Lapa (zona oeste). O futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak promete uma ofensiva contra o comércio ambulante. "Eu acredito que a calçada tem que estar livre para o pedestre e, portanto, qualquer ocupação irregular tem que ser removida", disse ele, que como subprefeito da Mooca da gestão Kassab (PSD) adotou linha-dura em relação a camelôs. Para reduzir os pontos de comércio ilegal, Kassab apostou na Operação Delegada, o "bico oficial", no qual PMs recebem da prefeitura para apreender mercadoria ilegal e coibir camelôs. A gestão Haddad reduziu o número de policiais nesse esquema. PROCESSOS A Folha circulou pelas subprefeituras, onde a população busca atendimento para serviços que vão de questões de zeladoria a autorização para obras. As subprefeituras dão autorizações para obras e reformas nos imóveis de pequeno e médio porte. Na fila, há milhares de processos, muitos correm há mais de 10 anos. Há 12 anos, a comerciante Nazaré Figueiredo, 72, espera pela finalização de um processo de anistia. "Quando dei entrada, a prefeita ainda era a Marta Suplicy. Faz só um ano e meio que me chamaram e começou a andar o processo", diz ela. O sistema de licenciamento eletrônico foi implantado no fim de 2012 e o processo foi agilizado. Porém, ainda há 13.141 processos físicos e outros 9.775 eletrônicos em análise. Desafios de Doria | cotidiano | Doria terá verba enxuta para resolver de buraco a limpeza de bairrosA equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) terá que melhorar a zeladoria, a área mais criticada pela população na atual administração, em meio a dificuldades financeiras que afetam contratos de jardinagem, limpeza e conservação de ruas. Queixas relativas à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, que será renomeada como Secretaria das Prefeituras Regionais, representam quase metade das 16 mil reclamações feitas à Ouvidoria da prefeitura no ano passado. A principal delas é sobre jardinagem, seguida por outros problemas em vias públicas. A Folha percorreu ruas da zona oeste da cidade e constatou mato alto no interior dos bairros e em grandes avenidas. Doria, que anunciou 20 dos 32 subprefeitos na semana passada, promete criar uma força-tarefa de zeladoria pela cidade, que passará fazendo reparos nas ruas, cortando mato, removendo pichações, similar ao que Marta Suplicy (PMDB) fez em seu período como prefeita (2001-2004), quando era do PT. O projeto está marcado para começar já no dia 2 de janeiro, pelos arredores da avenida Nove de Julho. A promessa esbarra no fato de que a prefeitura terá menos dinheiro para custeio, já que o orçamento estimado para 2017 não prevê reposição de toda a inflação. Uma das saídas deve ser renegociar contratos com prestadoras de serviço. Neste ano, Haddad já reduziu em 13% os contratos de limpeza, que incluem varrição, coleta, limpeza de córregos e poda de árvores. O futuro secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas, diz que uma de suas primeiras ações será dar melhor entrosamento entre ações das regionais e secretarias. "Hoje quem faz a limpeza de bueiros é a Secretaria de Serviços, enquanto a limpeza da galeria é a subprefeitura. Se não limpar os dois, não vai adiantar. A gente sente uma certa falta de entrosamento nesse aspecto", afirmou o secretário. Prefeitos regionais Outro problema é um impasse em relação à usina da prefeitura que produz asfalto para operações tapa-buracos. Um acordo com o Ministério Público prevê o fechamento do local, na Barra Funda, até o fim deste ano, devido a reclamações de vizinhos. Ao mesmo tempo, o TCM (Tribunal de Contas do Município) barrou um processo de compra de massa asfáltica. A fiscalização de comércio irregular, barulho e publicidade também fazem parte das atribuições das subprefeituras. No entanto, assim como em outras áreas, falta mão de obra -só há 480 fiscais nas regionais. Propostas para as subprefeituras OUTRO LADO A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que intensificou ações de zeladoria no mandato. "São vistoriadas mais de 20 mil árvores em toda a capital. Desde 2013 até agosto deste ano, foram realizadas 59.353 remoções de árvores doentes e com risco de queda, média de 44 por dia", diz nota da prefeitura. Segundo a administração, também são realizadas cerca de 300 podas a cada 24 horas. A prefeitura diz que, na comparação entre janeiro e setembro de 2015 com o mesmo período deste ano, houve queda nas reclamações sobre lixo na rua (-29,4%) e barulho (-15,7%). No item problemas em vias públicas, porém, houve aumento de 39,6%; em jardinagem, 7,1%. Multas e reclamações Nos casos de aumento, a gestão diz que isso se deve "à conscientização dos munícipes" e "ampliação do acesso aos canais de participação e controle social". Sobre o controle do barulho, diz que, de janeiro a outubro, 34.938 atendimentos foram realizados e 567 multas de ruído aplicadas. A respeito da fiscalização do cumprimento da Lei Cidade Limpa, a prefeitura diz que os picos de atuação ocorreram entre 2011 e 2012 e, por isso, o comércio aderiu de forma mais efetiva às regras. "A fiscalização voltou a ser intensificada neste ano para o recolhimento de publicidade irregular que havia apresentado aumento nos últimos meses", afirma a nota. A prefeitura diz que negocia com o Ministério Público a mudança de endereço da usina de asfalto e que ela está operando normalmente. MATAGAL O mato cresce no terreno e toma todo o encontro entre as ruas Adriano Teodósio Serra e Ary Ariovaldo Eboli, na Vila Gomes, região do Butantã (zona oeste). Todo mês é assim, segundo os moradores, que veem no matagal motivo de insegurança. A mata também avança numa praça da rua, onde ficam equipamentos de ginástica e um parquinho. A dona de casa Marlene Santana, 73, conta que até alguns anos atrás ela mesma cuidava do jardim da praça. "Hoje nós temos um vizinho que corta o mato de vez em quando, porque não é sempre que a prefeitura vem. Eu mesma limpava o jardim e jogava água nas plantas, mas agora não tenho mais condições de ficar limpando sempre", disse Marlene. Outro problema é a poda de árvores, diz ela. "Demora muito para acontecer. A gente tem medo em dia de chuva, cai galho em cima de carro, é terrível", afirmou. Marlene afirma que, para poda, os atendentes da prefeitura já deram prazo de 40 dias para atendimento. "Já teve vezes que eu fui pessoalmente para pedir", disse ela. Perto dali, o mato também ocupava a avenida Corifeu de Azevedo Marques, onde um sofá velho adornava o canteiro central. A Subprefeitura do Butantã informou que os serviços de manutenção nesses pontos estão programados para este mês de dezembro. Com relação ao terreno municipal e à praça, a limpeza também será incluída na programação do mês. As reclamações a respeito de jardinagem na cidade passaram de 1.314, em 2014, para 1.632, em 2015, aumento de 24%. De janeiro a setembro deste ano, foram 1.415, variação de 7% em relação ao mesmo período de 2015. A reportagem também ouviu muitas queixas relativas a buracos nas ruas, entulho e pichações. Apresentados na última semana, os futuros prefeitos regionais escolhidos por João Doria (PSDB) prometem que a zeladoria será prioridade. AMBULANTES A alta do desemprego fez crescer o número de camelôs nas ruas de comércio popular da cidade, como 25 de Março, Brás (região central) e Lapa (zona oeste). O futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak promete uma ofensiva contra o comércio ambulante. "Eu acredito que a calçada tem que estar livre para o pedestre e, portanto, qualquer ocupação irregular tem que ser removida", disse ele, que como subprefeito da Mooca da gestão Kassab (PSD) adotou linha-dura em relação a camelôs. Para reduzir os pontos de comércio ilegal, Kassab apostou na Operação Delegada, o "bico oficial", no qual PMs recebem da prefeitura para apreender mercadoria ilegal e coibir camelôs. A gestão Haddad reduziu o número de policiais nesse esquema. PROCESSOS A Folha circulou pelas subprefeituras, onde a população busca atendimento para serviços que vão de questões de zeladoria a autorização para obras. As subprefeituras dão autorizações para obras e reformas nos imóveis de pequeno e médio porte. Na fila, há milhares de processos, muitos correm há mais de 10 anos. Há 12 anos, a comerciante Nazaré Figueiredo, 72, espera pela finalização de um processo de anistia. "Quando dei entrada, a prefeita ainda era a Marta Suplicy. Faz só um ano e meio que me chamaram e começou a andar o processo", diz ela. O sistema de licenciamento eletrônico foi implantado no fim de 2012 e o processo foi agilizado. Porém, ainda há 13.141 processos físicos e outros 9.775 eletrônicos em análise. 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Paraty é cenário de passeios a pé do tipo 'pague quanto quiser' | A cidade de Paraty, no sul fluminense, ganhou um passeio do tipo "free walking tour", comum em cidades europeias e que começa a aparecer também em destinos no Brasil. O roteiro não tem preço fixo: ao final, cada turista pode pagar ao guia o valor que achar justo. Os passeios (freeparatytours.com.br ) são feitos pela Free Walker Tour, que já realiza a mesma atividade no Rio de Janeiro. Em Paraty, eles partem duas vezes por dia (menos às quartas-feiras): às 10h30, são feitos em português; às 17h, em inglês. Não é preciso reservar, basta aparecer no ponto de partida, na praça da igreja Matriz da cidade. Cada tour dura cerca de duas horas e passa por igrejas, a Câmara Municipal e o mercado. Além de dar explicações sobre a história da cidade e das construções, os guias promovem brincadeiras e atividades com os participantes. - Museu de cera de Aparecida tem novas estátuas O museu de cera do Santuário de Aparecida (SP), inaugurado no começo deste ano, acrescentou duas estátuas ao acervo nesta semana: a do papa emérito Bento 16 e a de Madre Teresa de Calcutá, canonizada pela igreja no último dia 4. O local tem, agora, 63 estátuas, entre figuras históricas, como a princesa Isabel, o presidente Getúlio Vargas e o jogador de futebol Ronaldo, e religiosas, a exemplo de Madre Paulina e Frei Galvão. Também há figuras dos três papas que visitaram Aparecida: João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco. O ingresso para o local, aberto todos os dias, custa R$ 24. Mais informações no site museudeceraaparecida.com.br - Turcomenistão quer criar sua 'Dubai' no mar Cáspio O Turcomenistão abriu no último dia 9 em Awaza, às margens do mar Cáspio, o hotel Gämi –"barco", na tradução. O hotel é parte de um projeto bilionário que tenta criar na região um novo destino turístico, para estimular a visitação ao país, conhecido por ser ultrafechado e por impor restrições ao turismo. O hotel, que custou US$ 100 milhões, tem 350 quartos (diária de cerca de US$ 100), fachada de mármore e, ao longo de três andares, uma foto do presidente do país, o ditador Gurbanguly Berdymukhamedov. - - * O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos todas as semanas. "Sobrevoo" também responde a perguntas feitas por leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. | turismo | Paraty é cenário de passeios a pé do tipo 'pague quanto quiser'A cidade de Paraty, no sul fluminense, ganhou um passeio do tipo "free walking tour", comum em cidades europeias e que começa a aparecer também em destinos no Brasil. O roteiro não tem preço fixo: ao final, cada turista pode pagar ao guia o valor que achar justo. Os passeios (freeparatytours.com.br ) são feitos pela Free Walker Tour, que já realiza a mesma atividade no Rio de Janeiro. Em Paraty, eles partem duas vezes por dia (menos às quartas-feiras): às 10h30, são feitos em português; às 17h, em inglês. Não é preciso reservar, basta aparecer no ponto de partida, na praça da igreja Matriz da cidade. Cada tour dura cerca de duas horas e passa por igrejas, a Câmara Municipal e o mercado. Além de dar explicações sobre a história da cidade e das construções, os guias promovem brincadeiras e atividades com os participantes. - Museu de cera de Aparecida tem novas estátuas O museu de cera do Santuário de Aparecida (SP), inaugurado no começo deste ano, acrescentou duas estátuas ao acervo nesta semana: a do papa emérito Bento 16 e a de Madre Teresa de Calcutá, canonizada pela igreja no último dia 4. O local tem, agora, 63 estátuas, entre figuras históricas, como a princesa Isabel, o presidente Getúlio Vargas e o jogador de futebol Ronaldo, e religiosas, a exemplo de Madre Paulina e Frei Galvão. Também há figuras dos três papas que visitaram Aparecida: João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco. O ingresso para o local, aberto todos os dias, custa R$ 24. Mais informações no site museudeceraaparecida.com.br - Turcomenistão quer criar sua 'Dubai' no mar Cáspio O Turcomenistão abriu no último dia 9 em Awaza, às margens do mar Cáspio, o hotel Gämi –"barco", na tradução. O hotel é parte de um projeto bilionário que tenta criar na região um novo destino turístico, para estimular a visitação ao país, conhecido por ser ultrafechado e por impor restrições ao turismo. O hotel, que custou US$ 100 milhões, tem 350 quartos (diária de cerca de US$ 100), fachada de mármore e, ao longo de três andares, uma foto do presidente do país, o ditador Gurbanguly Berdymukhamedov. - - * O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos todas as semanas. "Sobrevoo" também responde a perguntas feitas por leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. | 13 |
Funcionários de empresas de energia irão identificar focos do Aedes aegypti | O governo vai mobilizar os empregados responsáveis pela leitura do medidor de luz para identificar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika. Segundo o Ministério de Minas e Energia, será um contingente de 40 mil leituristas treinado para identificar focos e alertar as autoridades. O ministro Eduardo Braga afirma que as distribuidoras de energia estão, neste momento, modificando seus sistemas para que os leituristas possam informá-las, em tempo real, sobre os focos suspeitos. Braga diz também que os moradores poderão denunciar os possíveis criadouros diretamente a esses trabalhadores. A partir da denúncia, as distribuidoras encaminharão aos órgãos estaduais de combate à dengue. Além dessa medida, as contas de luz e de gás trarão, a partir de fevereiro, uma mensagem informando os sintomas do vírus zika, da dengue e da chikungunya. "Febre, coceira, dor de cabeça e outro sintomas. Pode ser dengue, chikungunya ou zika. Beba muita agua e vá a uma unidade do SUS." Todas as empresas do setor elétrico foram chamadas para realizar uma grande operação de limpeza. "Vamos usar nossa estrutura, dentro do setor de energia, para que possamos fazer uma grande limpeza", diz Braga. As medidas fazem parte de um plano de contênção que envolve todos o governo. A criação de ações como essas passaram a ser intensificadas após a declaração do ministro da Saúde, Marcelo de Castro, afirmar que a guerra contra o mosquito estava sendo perdida. O mote da nova campanha do governo é "o mosquito que mata, não pode nascer. #SábadoDeFaxina". | cotidiano | Funcionários de empresas de energia irão identificar focos do Aedes aegyptiO governo vai mobilizar os empregados responsáveis pela leitura do medidor de luz para identificar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika. Segundo o Ministério de Minas e Energia, será um contingente de 40 mil leituristas treinado para identificar focos e alertar as autoridades. O ministro Eduardo Braga afirma que as distribuidoras de energia estão, neste momento, modificando seus sistemas para que os leituristas possam informá-las, em tempo real, sobre os focos suspeitos. Braga diz também que os moradores poderão denunciar os possíveis criadouros diretamente a esses trabalhadores. A partir da denúncia, as distribuidoras encaminharão aos órgãos estaduais de combate à dengue. Além dessa medida, as contas de luz e de gás trarão, a partir de fevereiro, uma mensagem informando os sintomas do vírus zika, da dengue e da chikungunya. "Febre, coceira, dor de cabeça e outro sintomas. Pode ser dengue, chikungunya ou zika. Beba muita agua e vá a uma unidade do SUS." Todas as empresas do setor elétrico foram chamadas para realizar uma grande operação de limpeza. "Vamos usar nossa estrutura, dentro do setor de energia, para que possamos fazer uma grande limpeza", diz Braga. As medidas fazem parte de um plano de contênção que envolve todos o governo. A criação de ações como essas passaram a ser intensificadas após a declaração do ministro da Saúde, Marcelo de Castro, afirmar que a guerra contra o mosquito estava sendo perdida. O mote da nova campanha do governo é "o mosquito que mata, não pode nascer. #SábadoDeFaxina". | 5 |
Hoje na TV: Atlético-MG x Santa Fe (COL), pela Libertadores | 17h - Troféu Maria Lenk, natação, SporTV 17h - Villarreal x Espanyol, Espanhol, ESPN Brasil 19h30 - Libertad (PAR) x Barcelona (EQU), Libertadores, Fox Sports 19h30 - Estudiantes (ARG) x A. Nacional (COL), Libertadores, SporTV 20h - New York Rangers x Ottawa Senators, hóquei no gelo, ESPN + 21h - São Paulo x Vasco, Copa do Brasil sub-17, ESPN Brasil 21h - Corinthians x AABB, Liga Paulista de futsal, SporTV 2 21h30 - Rio de Janeiro x Minas, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h45 - Atlético-MG x Santa Fe (COL), Libertadores, Fox Sports 21h45 - Wanderers (URU) x Boca Juniors (ARG), Libertadores, Fox Sports 2 23h - Treino livre do GP da China, F-1, SporTV 2 3h - Treino livre do GP da China, F-1, SporTV | esporte | Hoje na TV: Atlético-MG x Santa Fe (COL), pela Libertadores17h - Troféu Maria Lenk, natação, SporTV 17h - Villarreal x Espanyol, Espanhol, ESPN Brasil 19h30 - Libertad (PAR) x Barcelona (EQU), Libertadores, Fox Sports 19h30 - Estudiantes (ARG) x A. Nacional (COL), Libertadores, SporTV 20h - New York Rangers x Ottawa Senators, hóquei no gelo, ESPN + 21h - São Paulo x Vasco, Copa do Brasil sub-17, ESPN Brasil 21h - Corinthians x AABB, Liga Paulista de futsal, SporTV 2 21h30 - Rio de Janeiro x Minas, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h45 - Atlético-MG x Santa Fe (COL), Libertadores, Fox Sports 21h45 - Wanderers (URU) x Boca Juniors (ARG), Libertadores, Fox Sports 2 23h - Treino livre do GP da China, F-1, SporTV 2 3h - Treino livre do GP da China, F-1, SporTV | 3 |
'Todo ano é essa novela', diz Alckmin sobre greve dos professores | O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã deste sábado (14) que não haverá greve dos professores da rede estadual, que decidiram pela paralisação após assembleia realizada na sexta-feira (13). O tucano chamou de "novela" a decisão da Apeoesp (sindicato dos professores estaduais), que planeja cruzar os braços a partir desta segunda-feira (16) por tempo indeterminado. "Entendo que não vai haver greve, quero dizer que todos os alunos compareçam [às aulas], que os pais não deixem de mandar seus filhos. Todo ano é essa novela da Apeoesp, ela tenta fazer greve, mas não tem legitimidade", afirmou o governador durante evento em que entregou unidades habitacionais na cidade de Cedral (SP). Alckmin reforçou o discurso da Secretaria de Estado da Educação ao comparar o reajuste da categoria com a inflação nos últimos anos. "No meu mandato, nos últimos quatro anos, demos 45% de reajuste. Não houve perda de inflação no período, e ainda houve ganho real. O piso de São Paulo é 26% maior do que o piso nacional", disse. "Claro que os professores merecem mais, e nós estamos programados para sempre ter reajustes superiores à inflação", afirmou. Segundo a Apeoesp, cerca de 10 mil professores participaram da assembleia realizada nesta sexta-feira, no vão livre do Masp. De acordo com o sindicato, a adesão dos professores à paralisação não deve ser grande num primeiro momento, mas escolas serão visitadas e os professores serão informados sobre as reivindicações e negociações. A categoria, que tem a data-base em março, reivindica reajuste salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior -o piso dos professores estaduais é de R$ 2.415,89. | cotidiano | 'Todo ano é essa novela', diz Alckmin sobre greve dos professoresO governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã deste sábado (14) que não haverá greve dos professores da rede estadual, que decidiram pela paralisação após assembleia realizada na sexta-feira (13). O tucano chamou de "novela" a decisão da Apeoesp (sindicato dos professores estaduais), que planeja cruzar os braços a partir desta segunda-feira (16) por tempo indeterminado. "Entendo que não vai haver greve, quero dizer que todos os alunos compareçam [às aulas], que os pais não deixem de mandar seus filhos. Todo ano é essa novela da Apeoesp, ela tenta fazer greve, mas não tem legitimidade", afirmou o governador durante evento em que entregou unidades habitacionais na cidade de Cedral (SP). Alckmin reforçou o discurso da Secretaria de Estado da Educação ao comparar o reajuste da categoria com a inflação nos últimos anos. "No meu mandato, nos últimos quatro anos, demos 45% de reajuste. Não houve perda de inflação no período, e ainda houve ganho real. O piso de São Paulo é 26% maior do que o piso nacional", disse. "Claro que os professores merecem mais, e nós estamos programados para sempre ter reajustes superiores à inflação", afirmou. Segundo a Apeoesp, cerca de 10 mil professores participaram da assembleia realizada nesta sexta-feira, no vão livre do Masp. De acordo com o sindicato, a adesão dos professores à paralisação não deve ser grande num primeiro momento, mas escolas serão visitadas e os professores serão informados sobre as reivindicações e negociações. A categoria, que tem a data-base em março, reivindica reajuste salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior -o piso dos professores estaduais é de R$ 2.415,89. | 5 |
Lixo na baía de Guanabara é desafio para os Jogos, diz Secretário de Meio Ambiente
| DO RIO O Secretário de Meio Ambiente do Rio, André Corrêa, admitiu nesta quarta (20) que a presença de lixo flutuante na baía de Guanabara é um desafio para as regatas dos Jogos Olímpicos. Para conter o lixo serão usados 12 ecobarcos e 17 ecobarreiras. O fato de a baía de Guanabara não ter sido despoluída para os Jogos é tido como um dos principais fracassos da Olimpíada em termos de legado. O tratamento do esgoto lançado baía não avançou nem metade do prometido. Corrêa afirmou que a meta estabelecida pelo governo de despoluir 80% das águas até os Jogos foi "ousada". Segundo ele, seriam necessários R$ 20 bilhões para executar os planos municipais de saneamento das cidades que circulam a baía, dinheiro que o Estado, em crise, não tem. A menos de um mês da Olimpíada, iatistas estrangeiros ainda reclamavam da sujeira da água da baía. No entanto, Corrêa afirmou que está seguro de que a qualidade da água não causará problemas aos atletas. Segundo ele, as quatro raias de competição têm condições próprias para o banho porque, naquela área, há maior renovação das águas, em função da proximidade com o oceano. A partir desta quarta, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) fará diariamente o monitoramento da qualidade da água da baía nos pontos onde haverá as regatas, até o término da Paraolimpíada. | esporte |
Lixo na baía de Guanabara é desafio para os Jogos, diz Secretário de Meio Ambiente
DO RIO O Secretário de Meio Ambiente do Rio, André Corrêa, admitiu nesta quarta (20) que a presença de lixo flutuante na baía de Guanabara é um desafio para as regatas dos Jogos Olímpicos. Para conter o lixo serão usados 12 ecobarcos e 17 ecobarreiras. O fato de a baía de Guanabara não ter sido despoluída para os Jogos é tido como um dos principais fracassos da Olimpíada em termos de legado. O tratamento do esgoto lançado baía não avançou nem metade do prometido. Corrêa afirmou que a meta estabelecida pelo governo de despoluir 80% das águas até os Jogos foi "ousada". Segundo ele, seriam necessários R$ 20 bilhões para executar os planos municipais de saneamento das cidades que circulam a baía, dinheiro que o Estado, em crise, não tem. A menos de um mês da Olimpíada, iatistas estrangeiros ainda reclamavam da sujeira da água da baía. No entanto, Corrêa afirmou que está seguro de que a qualidade da água não causará problemas aos atletas. Segundo ele, as quatro raias de competição têm condições próprias para o banho porque, naquela área, há maior renovação das águas, em função da proximidade com o oceano. A partir desta quarta, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) fará diariamente o monitoramento da qualidade da água da baía nos pontos onde haverá as regatas, até o término da Paraolimpíada. | 3 |
Acusado não tem vínculo com desmatamentos, diz advogado | "De uns anos para cá, o Ibama colocou esse apelido nele: o maior desmatador da Amazônia. E aí começaram a acusar ele de tudo o que acontecia", diz Valter Stavarengo, advogado que defende o comerciante Ezequiel Castanha. Apontado como líder de uma organização criminosa no Pará, ele é acusado de formação de quadrilha, invasão de terras públicas, desmatamento de unidades de conservação e degradação de florestas, entre outros crimes. "A negociação das áreas compreendia, na maioria, o serviço de derrubada da mata, realização de queimada e plantação de capim. Ou seja, deixavam pronto para a pecuária ou plantação de grãos", diz Bruno Benassuly, delegado da Polícia Federal. Depois, com ajuda de um corretor, as áreas invadidas eram negociadas com investidores no Sul e Sudeste, segundo a acusação. Para atrapalhar as investigações, as propriedades eram registradas em nomes de laranjas. "A quadrilha tinha hotéis, supermercado. Ele usava essas empresas para movimentar dinheiro. Tinha uma movimentação bancária incompatível com o patrimônio dele", afirma o procurador da República Daniel Avelino. Para seu advogado, Castanha é perseguido: "Todo mundo na região sabe disso". Segundo ele, o comerciante fez um desflorestamento há muitos anos e já assumiu a responsabilidade com o Ibama. "Ele não tem nenhum vínculo com os outros desmatamentos. Meu cliente é dono de supermercado. Só que ele tem ligação por amizade com todo mundo que está envolvido nesse caso", afirma. O advogado diz que o Ibama não tem certeza de quem é o dono de muitas áreas investigadas e, em alguns casos, mesmo quando o verdadeiro proprietário apresenta documentos de posse, insistem que a terra é de Castanha. "É muito difícil para o meu cliente falar que o Ibama está mentindo porque é o Ibama. E a maioria dos brasileiros acredita mesmo que quem está na Amazônia está aqui só para fazer coisa errada", afirma Stavarengo. | poder | Acusado não tem vínculo com desmatamentos, diz advogado"De uns anos para cá, o Ibama colocou esse apelido nele: o maior desmatador da Amazônia. E aí começaram a acusar ele de tudo o que acontecia", diz Valter Stavarengo, advogado que defende o comerciante Ezequiel Castanha. Apontado como líder de uma organização criminosa no Pará, ele é acusado de formação de quadrilha, invasão de terras públicas, desmatamento de unidades de conservação e degradação de florestas, entre outros crimes. "A negociação das áreas compreendia, na maioria, o serviço de derrubada da mata, realização de queimada e plantação de capim. Ou seja, deixavam pronto para a pecuária ou plantação de grãos", diz Bruno Benassuly, delegado da Polícia Federal. Depois, com ajuda de um corretor, as áreas invadidas eram negociadas com investidores no Sul e Sudeste, segundo a acusação. Para atrapalhar as investigações, as propriedades eram registradas em nomes de laranjas. "A quadrilha tinha hotéis, supermercado. Ele usava essas empresas para movimentar dinheiro. Tinha uma movimentação bancária incompatível com o patrimônio dele", afirma o procurador da República Daniel Avelino. Para seu advogado, Castanha é perseguido: "Todo mundo na região sabe disso". Segundo ele, o comerciante fez um desflorestamento há muitos anos e já assumiu a responsabilidade com o Ibama. "Ele não tem nenhum vínculo com os outros desmatamentos. Meu cliente é dono de supermercado. Só que ele tem ligação por amizade com todo mundo que está envolvido nesse caso", afirma. O advogado diz que o Ibama não tem certeza de quem é o dono de muitas áreas investigadas e, em alguns casos, mesmo quando o verdadeiro proprietário apresenta documentos de posse, insistem que a terra é de Castanha. "É muito difícil para o meu cliente falar que o Ibama está mentindo porque é o Ibama. E a maioria dos brasileiros acredita mesmo que quem está na Amazônia está aqui só para fazer coisa errada", afirma Stavarengo. | 0 |
Mídia dos Brics é novo alvo de "soft power" chinês | DE PEQUIM - Um fundo de mídia dos Brics é a nova investida do governo chinês em sua campanha para conquistar corações e mentes ao redor do mundo. Na primeira Cúpula de Mídia dos Brics, organizada pela agência estatal Xinhua News, autoridades chinesas ressaltaram a importância de os países dos Brics terem uma fonte de notícias que não passe pelo filtro ocidental. "Exploraremos meios para reforçar cooperações multilateral e bilateral em divulgação de notícias, a fim de fazer em conjunto reportagens que reflitam de forma verdadeira a cooperação entre os países dos Brics", discursou Cai Mingzhao, presidente da Xinhua. Ficou acertado ao fim da cúpula (sem discussão, é bom dizer) que órgãos de imprensa dos cinco países irão "colaborar" para colocar na mídia os temas caros aos Brics, de maneira "positiva". De concreto, a Xinhua anunciou que vai financiar um fundo de "interesses comuns" para a mídia dos Brics, com programas de treinamento para jornalistas, compartilhamento de conteúdo das agências estatais de notícias de cada país e bolsas para jornalistas. A Xinhua, que é gigantesca –180 escritórios no mundo– se mostrou disposta a oferecer apoio financeiro, pessoal e de locais de operação para um "liaison office" da mídia dos Brics. A cúpula foi toda pompa e circunstância: teve banquete com lugares marcados, entradas com trilha sonora à la "Carruagens de Fogo" e vídeos superproduzidos. Os representantes de mídia convidados, entre eles a Folha, foram recebidos por Liu Yunshan, o membro permanente número 5 do Politburo do Partido Comunista (vulgo quem realmente manda na China). "Devemos construir um ambiente de opinião pública favorável às demandas e aos interesses dos cinco países", resumiu Mingzhao. POSIÇÃO DESAFIADORA Enquanto se empenha em agradar à mídia estrangeira (desde que não seja "The New York Times" escrevendo sobre escândalos de corrupção, claro), a China mantém seu posicionamento internacional desafiador. O governo chinês vem enervando os EUA e vizinhos como as Filipinas e o Vietnã ao "construir" ilhas artificiais para expandir seus limites marítimos. Ou seja, de um lado Pequim investe em "soft power" no resto do mundo –seja ao despejar dinheiro na África, seja ao abrir Institutos Confúcio ou criar um fundo de mídia dos Brics. De outro, mantém o Google bloqueado na China. Um dos objetivos da cúpula seria a criação de uma superagência de notícias dos Brics. O problema, como sempre, é que há Brics e Brics. Enquanto África do Sul, Índia e Brasil têm mídia livre, a Rússia e a China têm visões particulares sobre o funcionamento da imprensa. A jornalista PATRÍCIA CAMPOS MELLO viajou a convite da Xinhua News | colunas | Mídia dos Brics é novo alvo de "soft power" chinêsDE PEQUIM - Um fundo de mídia dos Brics é a nova investida do governo chinês em sua campanha para conquistar corações e mentes ao redor do mundo. Na primeira Cúpula de Mídia dos Brics, organizada pela agência estatal Xinhua News, autoridades chinesas ressaltaram a importância de os países dos Brics terem uma fonte de notícias que não passe pelo filtro ocidental. "Exploraremos meios para reforçar cooperações multilateral e bilateral em divulgação de notícias, a fim de fazer em conjunto reportagens que reflitam de forma verdadeira a cooperação entre os países dos Brics", discursou Cai Mingzhao, presidente da Xinhua. Ficou acertado ao fim da cúpula (sem discussão, é bom dizer) que órgãos de imprensa dos cinco países irão "colaborar" para colocar na mídia os temas caros aos Brics, de maneira "positiva". De concreto, a Xinhua anunciou que vai financiar um fundo de "interesses comuns" para a mídia dos Brics, com programas de treinamento para jornalistas, compartilhamento de conteúdo das agências estatais de notícias de cada país e bolsas para jornalistas. A Xinhua, que é gigantesca –180 escritórios no mundo– se mostrou disposta a oferecer apoio financeiro, pessoal e de locais de operação para um "liaison office" da mídia dos Brics. A cúpula foi toda pompa e circunstância: teve banquete com lugares marcados, entradas com trilha sonora à la "Carruagens de Fogo" e vídeos superproduzidos. Os representantes de mídia convidados, entre eles a Folha, foram recebidos por Liu Yunshan, o membro permanente número 5 do Politburo do Partido Comunista (vulgo quem realmente manda na China). "Devemos construir um ambiente de opinião pública favorável às demandas e aos interesses dos cinco países", resumiu Mingzhao. POSIÇÃO DESAFIADORA Enquanto se empenha em agradar à mídia estrangeira (desde que não seja "The New York Times" escrevendo sobre escândalos de corrupção, claro), a China mantém seu posicionamento internacional desafiador. O governo chinês vem enervando os EUA e vizinhos como as Filipinas e o Vietnã ao "construir" ilhas artificiais para expandir seus limites marítimos. Ou seja, de um lado Pequim investe em "soft power" no resto do mundo –seja ao despejar dinheiro na África, seja ao abrir Institutos Confúcio ou criar um fundo de mídia dos Brics. De outro, mantém o Google bloqueado na China. Um dos objetivos da cúpula seria a criação de uma superagência de notícias dos Brics. O problema, como sempre, é que há Brics e Brics. Enquanto África do Sul, Índia e Brasil têm mídia livre, a Rússia e a China têm visões particulares sobre o funcionamento da imprensa. A jornalista PATRÍCIA CAMPOS MELLO viajou a convite da Xinhua News | 1 |
Jogo de azar deve ser legalizado no Brasil? Não | DESTRUIDOR DE LARES A prática e a exploração dos jogos de azar em nosso país têm ocasionado graves danos à sociedade e acobertado atividades criminosas, proporcionando lucros estrondosos a organizações suspeitas. O jogo facilita a lavagem de dinheiro, a prostituição, a corrupção de menores, enfim, problemas sociais que buscamos combater. Legalizar os bingos é atentar contra a estrutura familiar, é um retrocesso brutal que vai causar grande impacto em toda a sociedade. O jogo no Brasil estava proibido desde 1946, por meio de decreto-lei do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e foi readmitido pela Lei Zico (lei nº 8.672/1993) e reafirmada cinco anos depois pela Lei Pelé (lei nº 9.615/98). Uma nova tentativa de proibir o jogo veio no governo do presidente Lula, por meio da Medida Provisória 168, de 2004, que determinava o fechamento imediato dos bingos. A MP foi aprovada na Câmara, mas foi surpreendentemente rejeitada pelo Senado, deixando o país sem legislação a respeito. Hoje, a prática do jogo é considerada contravenção penal, de competência dos juizados especiais, no qual as penas primam, sempre que possível, pela conciliação ou simples transação penal. Os que defendem a liberação dos bingos no Brasil justificam essa posição dizendo que esse mercado cria diversos postos de trabalho e aquece o setor de turismo. Na verdade, os jogos de azar não criam riquezas, portanto, não há um acréscimo no PIB (Produto Interno Bruto). As casas de jogo podem até prestar um serviço, mas vão absorver um dinheiro que já existe e que está na economia familiar. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o jogo um vício, uma questão de saúde pública. Há trabalhos da USP mostrando a gravidade da ludopatia –vício compulsivo ou patológico em jogar–, que leva uma pessoa a não poder resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando como consequência graves problemas econômicos, psicológicos e familiares. Alguns defendem a criação de um cadastro nacional de ludopatas. É possível alguém achar que essa medida absurda resolveria o problema? É muito mais sério do que uma lista do Serasa ou qualquer outra. Essa questão é extremamente preocupante e devemos dar toda a atenção de que o caso necessita. Estudos realizados na USP revelam que há jogadores que descrevem sensações de alguma forma similares às experimentadas por usuários e dependentes de drogas, como sensações tranquilizadoras ou estimulantes, podendo ocorrer as duas em curto espaço de tempo. Pesquisas ressaltam ainda que, assim como o dependente de drogas faz uso exagerado de substâncias psicotrópicas, o tamanho das apostas de um jogador patológico é aproximadamente dez vezes superior às de outros. Frequentemente apresentam humor depressivo, irritabilidade, agitação motora, tremores, falta de concentração e uma variedade de sintomas físicos, sendo os mais comuns náuseas e dores de cabeça. Diante de tantos problemas apresentados até aqui, ficam as perguntas: a legalização dos jogos de azar no Brasil interessa a quem? Quem será beneficiado com isso: as famílias brasileiras ou apenas um grupo de contraventores? Legalizar o bingo no Brasil é ignorar todo o avanço conquistado até aqui. É por isso que devemos dizer não a qualquer tipo de atividade que coloque em risco o bem-estar da coletividade. ANTONIO CARLOS MENDES THAME, 69, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, é deputado federal pelo PSDB-SP e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção - Gopac * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Jogo de azar deve ser legalizado no Brasil? NãoDESTRUIDOR DE LARES A prática e a exploração dos jogos de azar em nosso país têm ocasionado graves danos à sociedade e acobertado atividades criminosas, proporcionando lucros estrondosos a organizações suspeitas. O jogo facilita a lavagem de dinheiro, a prostituição, a corrupção de menores, enfim, problemas sociais que buscamos combater. Legalizar os bingos é atentar contra a estrutura familiar, é um retrocesso brutal que vai causar grande impacto em toda a sociedade. O jogo no Brasil estava proibido desde 1946, por meio de decreto-lei do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e foi readmitido pela Lei Zico (lei nº 8.672/1993) e reafirmada cinco anos depois pela Lei Pelé (lei nº 9.615/98). Uma nova tentativa de proibir o jogo veio no governo do presidente Lula, por meio da Medida Provisória 168, de 2004, que determinava o fechamento imediato dos bingos. A MP foi aprovada na Câmara, mas foi surpreendentemente rejeitada pelo Senado, deixando o país sem legislação a respeito. Hoje, a prática do jogo é considerada contravenção penal, de competência dos juizados especiais, no qual as penas primam, sempre que possível, pela conciliação ou simples transação penal. Os que defendem a liberação dos bingos no Brasil justificam essa posição dizendo que esse mercado cria diversos postos de trabalho e aquece o setor de turismo. Na verdade, os jogos de azar não criam riquezas, portanto, não há um acréscimo no PIB (Produto Interno Bruto). As casas de jogo podem até prestar um serviço, mas vão absorver um dinheiro que já existe e que está na economia familiar. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o jogo um vício, uma questão de saúde pública. Há trabalhos da USP mostrando a gravidade da ludopatia –vício compulsivo ou patológico em jogar–, que leva uma pessoa a não poder resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando como consequência graves problemas econômicos, psicológicos e familiares. Alguns defendem a criação de um cadastro nacional de ludopatas. É possível alguém achar que essa medida absurda resolveria o problema? É muito mais sério do que uma lista do Serasa ou qualquer outra. Essa questão é extremamente preocupante e devemos dar toda a atenção de que o caso necessita. Estudos realizados na USP revelam que há jogadores que descrevem sensações de alguma forma similares às experimentadas por usuários e dependentes de drogas, como sensações tranquilizadoras ou estimulantes, podendo ocorrer as duas em curto espaço de tempo. Pesquisas ressaltam ainda que, assim como o dependente de drogas faz uso exagerado de substâncias psicotrópicas, o tamanho das apostas de um jogador patológico é aproximadamente dez vezes superior às de outros. Frequentemente apresentam humor depressivo, irritabilidade, agitação motora, tremores, falta de concentração e uma variedade de sintomas físicos, sendo os mais comuns náuseas e dores de cabeça. Diante de tantos problemas apresentados até aqui, ficam as perguntas: a legalização dos jogos de azar no Brasil interessa a quem? Quem será beneficiado com isso: as famílias brasileiras ou apenas um grupo de contraventores? Legalizar o bingo no Brasil é ignorar todo o avanço conquistado até aqui. É por isso que devemos dizer não a qualquer tipo de atividade que coloque em risco o bem-estar da coletividade. ANTONIO CARLOS MENDES THAME, 69, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, é deputado federal pelo PSDB-SP e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção - Gopac * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Pequenas empresas desafiam sistema de buscas do Google nos celulares | Mais e mais empreendedores estão apostando na ideia de que a ascensão dos telefones celulares abriu uma oportunidade para algo que antes parecia impensável: desafiar o Google na área das buscas. Um dos que espera enfrentar o Google é Bobby Lo, fundador da start-up Vurb, com sede no agitado centro de São Francisco, que criou um novo tipo de motor de buscas destinado a celulares. A ideia é pegar várias buscas comuns –por restaurantes e filmes– e agrupá-las em fragmentos de informações e aplicativos para ações relacionadas. Investidores aplicaram centenas de milhões de dólares em dezenas de start-ups criadoras de motores de buscas. Eles consideram que não se deve deixar que o Google domine as buscas em aparelhos móveis, como faz nos computadores pessoais. Segundo dados da CB Insights, as empresas de busca tiveram o maior crescimento em investimento no ano passado, especialmente aquelas que empregam "links profundos" para interligar aplicativos para celulares do mesmo modo como sites na internet estão ligados à rede. NOVAS FERRAMENTAS Cada uma dessas empresas de buscas adota uma abordagem um pouco diferente. A Quixey, que levantou US$ 135 milhões (R$ 405 milhões) em capital, segundo a CB Insights, oferece uma caixa de buscas que ajuda as pessoas a encontrar informações em aplicativos, além de funções, como um botão para chamar um táxi. Uma firma chamada URX está tentando ligar aplicativos para que o usuário possa realizar ações relacionadas, saltando entre os diferentes aplicativos. Outras ideias incluem inserir as buscas em sistemas de mensagens em celulares ou criar novos aplicativos para a tela inicial que usem comportamentos passados para prever o que o usuário pode querer em seguida –um conceito no qual o Google já investiu. "Se você perguntar a cem pessoas se as buscas são fragmentadas ou não, 99 delas dirão que o Google é perfeito, que ele tem tudo que elas precisam", comentou John Lilly, sócio da Greylock Partners, que investiu numa start-up de buscas chamada Jack Mobile. "Mas se você perguntar 'como você vai decidir o que quer ver na TV à noite e onde vai jantar?', elas dirão que o Google não vai saber, que isso não é questão de busca." O empreendedor Mike Farmer está desenvolvendo o Leap.it, um motor de busca cujos resultados são cheios de imagens e vídeos. "O instante em que você pensa que o jogo acabou, que alguém já ganhou, é o instante em que o ambiente introduz alguma coisa completamente nova", disse Farmer, que trabalha no quarto de sua casa, em Kansas City, Kansas. APLICATIVOS X INTERNET Por trás das novas companhias está a convicção de que as pessoas usam seus celulares de maneira tão diferente daquela em que usam seus laptops ou computadores de mesa que existem todas as oportunidades para uma renovação do setor das buscas. "Sempre que ocorre uma mudança de plataforma, tudo está aberto à entrada de novos participantes", disse Keith Rabois, sócio da Khosla Ventures, que investiu numa firma chamada Relcy. A diferença mais óbvia, no caso do celular, é que as pessoas sempre carregam seu celular em todo lugar, proporcionado às firmas de busca muitas pistas contextuais –como sua localização– sobre o que elas podem estar querendo. Este ano, segundo projeções, usuários de smartphone nos EUA devem passar 81% do tempo que passam em seus celulares usando aplicativos, e 19% do tempo na internet, segundo a eMarketer. É claro que o Google não tem planos de abrir mão do controle sobre as buscas. A empresa acumulou 30 bilhões de "links profundos" para que seu motor de buscas possa devolver informações de aplicativos além da rede, e seus engenheiros estão ocupados revendo as buscas para celulares. As maiores apostas da empresa foram uma ferramenta de buscas por voz e o Google Now, um aplicativo que procura prever o que o usuário está buscando, mostrando uma pilha de cartões com informações relevantes. Aparna Chennapragada é diretora de gerenciamento de produtos da divisão de buscas do Google. Como as start-ups concorrentes, ela ainda não tem certeza exata do que os usuários querem. "O Google Now é um esforço ainda em fase inicial", ela disse. "Ainda estamos tentando entender e aperfeiçoar." Investidores veem chance no uso maior de smartphones Quixey. O Quixey permite que pessoas encontrem informações dentro de aplicativos e funções como um botão para chamar um táxi. | tec | Pequenas empresas desafiam sistema de buscas do Google nos celularesMais e mais empreendedores estão apostando na ideia de que a ascensão dos telefones celulares abriu uma oportunidade para algo que antes parecia impensável: desafiar o Google na área das buscas. Um dos que espera enfrentar o Google é Bobby Lo, fundador da start-up Vurb, com sede no agitado centro de São Francisco, que criou um novo tipo de motor de buscas destinado a celulares. A ideia é pegar várias buscas comuns –por restaurantes e filmes– e agrupá-las em fragmentos de informações e aplicativos para ações relacionadas. Investidores aplicaram centenas de milhões de dólares em dezenas de start-ups criadoras de motores de buscas. Eles consideram que não se deve deixar que o Google domine as buscas em aparelhos móveis, como faz nos computadores pessoais. Segundo dados da CB Insights, as empresas de busca tiveram o maior crescimento em investimento no ano passado, especialmente aquelas que empregam "links profundos" para interligar aplicativos para celulares do mesmo modo como sites na internet estão ligados à rede. NOVAS FERRAMENTAS Cada uma dessas empresas de buscas adota uma abordagem um pouco diferente. A Quixey, que levantou US$ 135 milhões (R$ 405 milhões) em capital, segundo a CB Insights, oferece uma caixa de buscas que ajuda as pessoas a encontrar informações em aplicativos, além de funções, como um botão para chamar um táxi. Uma firma chamada URX está tentando ligar aplicativos para que o usuário possa realizar ações relacionadas, saltando entre os diferentes aplicativos. Outras ideias incluem inserir as buscas em sistemas de mensagens em celulares ou criar novos aplicativos para a tela inicial que usem comportamentos passados para prever o que o usuário pode querer em seguida –um conceito no qual o Google já investiu. "Se você perguntar a cem pessoas se as buscas são fragmentadas ou não, 99 delas dirão que o Google é perfeito, que ele tem tudo que elas precisam", comentou John Lilly, sócio da Greylock Partners, que investiu numa start-up de buscas chamada Jack Mobile. "Mas se você perguntar 'como você vai decidir o que quer ver na TV à noite e onde vai jantar?', elas dirão que o Google não vai saber, que isso não é questão de busca." O empreendedor Mike Farmer está desenvolvendo o Leap.it, um motor de busca cujos resultados são cheios de imagens e vídeos. "O instante em que você pensa que o jogo acabou, que alguém já ganhou, é o instante em que o ambiente introduz alguma coisa completamente nova", disse Farmer, que trabalha no quarto de sua casa, em Kansas City, Kansas. APLICATIVOS X INTERNET Por trás das novas companhias está a convicção de que as pessoas usam seus celulares de maneira tão diferente daquela em que usam seus laptops ou computadores de mesa que existem todas as oportunidades para uma renovação do setor das buscas. "Sempre que ocorre uma mudança de plataforma, tudo está aberto à entrada de novos participantes", disse Keith Rabois, sócio da Khosla Ventures, que investiu numa firma chamada Relcy. A diferença mais óbvia, no caso do celular, é que as pessoas sempre carregam seu celular em todo lugar, proporcionado às firmas de busca muitas pistas contextuais –como sua localização– sobre o que elas podem estar querendo. Este ano, segundo projeções, usuários de smartphone nos EUA devem passar 81% do tempo que passam em seus celulares usando aplicativos, e 19% do tempo na internet, segundo a eMarketer. É claro que o Google não tem planos de abrir mão do controle sobre as buscas. A empresa acumulou 30 bilhões de "links profundos" para que seu motor de buscas possa devolver informações de aplicativos além da rede, e seus engenheiros estão ocupados revendo as buscas para celulares. As maiores apostas da empresa foram uma ferramenta de buscas por voz e o Google Now, um aplicativo que procura prever o que o usuário está buscando, mostrando uma pilha de cartões com informações relevantes. Aparna Chennapragada é diretora de gerenciamento de produtos da divisão de buscas do Google. Como as start-ups concorrentes, ela ainda não tem certeza exata do que os usuários querem. "O Google Now é um esforço ainda em fase inicial", ela disse. "Ainda estamos tentando entender e aperfeiçoar." Investidores veem chance no uso maior de smartphones Quixey. O Quixey permite que pessoas encontrem informações dentro de aplicativos e funções como um botão para chamar um táxi. | 10 |
Viagem à Ilha Grande pode exigir mais que espírito aventureiro | Aviso aos navegantes: o turista que visita a Ilha Grande precisa estar preparado para enfrentar alguns perrengues –ainda que espírito ecológico e gosto pela aventura por vezes relaxem um pouco a exigência por conforto. Em dias de vento e chuva fortes, é comum ocorrer falha no abastecimento de energia, que chega à ilha por meio de cabo submarino. Carregar uma lanterna pode ser útil. Não existem bancos nem caixas eletrônicos, só postos de atendimento (um da Caixa e um do Bradesco). Como o serviço de telecomunicações é precário, nem sempre é possível usar cartão. Dica: leve dinheiro em espécie. É verdade que o contato direto com a natureza cobra seu preço a quem se propõe a esquecer temporariamente conveniências e facilidades urbanas, mas o que realmente prejudica o paraíso ecológico são problemas mais graves. Nas ruazinhas da Vila do Abraão, onde vivem cerca de 7.000 pessoas e se concentram os comércios, a hospedagem e os serviços, não é raro tropeçar em lixo acumulado. O esgoto, que escorre para o mar, exala o cheiro nauseante inclusive perto de restaurantes. E a paisagem já vê surgir, de forma desordenada, "puxadinhos" de alvenaria. Responsável por Ilha Grande, a Prefeitura de Angra dos Reis reconhece que o turismo cresceu de forma descontrolada, o que afetou os serviços –inclusive saneamento básico e coleta de lixo. Em momentos de grande ocupação, como no verão, eles não são suficientes para a demanda. Segundo o órgão, faltam recursos para aumentar a capacidade de tratamento de esgoto e de oferta de água na vila. A assessoria de imprensa informou que há vários anos é prometido um repasse de verbas da Secretaria Estadual de Turismo –que deverá ser realizado neste ano. Informa ainda que há um projeto de instalação de novos cabos submarinos para aumentar a oferta de energia –que ainda depende do licenciamento de órgãos ligados à vigilância ambiental. Para a prefeitura, no entanto, a melhor solução é impor restrições ao crescimento desordenado do turismo em toda a Ilha Grande. * Cobrança de taxa ecológica ainda é incerta Para tentar barrar a degradação e o turismo predatório, o Estado do Rio de Janeiro estuda cobrar uma espécie de "pedágio ecológico" na Ilha Grande. Um projeto de lei que autoriza o controle da entrada de visitantes mediante pagamento foi aprovado pela Assembleia Legislativa em setembro de 2015, mas não tem data para entrar em vigor. A Secretaria do Meio Ambiente diz que a cobrança depende da finalização de estudos –de conclusão prevista para 2017. O órgão afirma que os recursos serão destinados a um fundo voltado para a sustentabilidade econômica do parque da Ilha Grande. A prefeitura e a Fundação de Turismo de Angra dos Reis entendem que a partilha dos recursos obtidos com a eventual cobrança de taxas deva contemplar o custeio dos serviços básicos na ilha, hoje assumidos pela prefeitura. | turismo | Viagem à Ilha Grande pode exigir mais que espírito aventureiroAviso aos navegantes: o turista que visita a Ilha Grande precisa estar preparado para enfrentar alguns perrengues –ainda que espírito ecológico e gosto pela aventura por vezes relaxem um pouco a exigência por conforto. Em dias de vento e chuva fortes, é comum ocorrer falha no abastecimento de energia, que chega à ilha por meio de cabo submarino. Carregar uma lanterna pode ser útil. Não existem bancos nem caixas eletrônicos, só postos de atendimento (um da Caixa e um do Bradesco). Como o serviço de telecomunicações é precário, nem sempre é possível usar cartão. Dica: leve dinheiro em espécie. É verdade que o contato direto com a natureza cobra seu preço a quem se propõe a esquecer temporariamente conveniências e facilidades urbanas, mas o que realmente prejudica o paraíso ecológico são problemas mais graves. Nas ruazinhas da Vila do Abraão, onde vivem cerca de 7.000 pessoas e se concentram os comércios, a hospedagem e os serviços, não é raro tropeçar em lixo acumulado. O esgoto, que escorre para o mar, exala o cheiro nauseante inclusive perto de restaurantes. E a paisagem já vê surgir, de forma desordenada, "puxadinhos" de alvenaria. Responsável por Ilha Grande, a Prefeitura de Angra dos Reis reconhece que o turismo cresceu de forma descontrolada, o que afetou os serviços –inclusive saneamento básico e coleta de lixo. Em momentos de grande ocupação, como no verão, eles não são suficientes para a demanda. Segundo o órgão, faltam recursos para aumentar a capacidade de tratamento de esgoto e de oferta de água na vila. A assessoria de imprensa informou que há vários anos é prometido um repasse de verbas da Secretaria Estadual de Turismo –que deverá ser realizado neste ano. Informa ainda que há um projeto de instalação de novos cabos submarinos para aumentar a oferta de energia –que ainda depende do licenciamento de órgãos ligados à vigilância ambiental. Para a prefeitura, no entanto, a melhor solução é impor restrições ao crescimento desordenado do turismo em toda a Ilha Grande. * Cobrança de taxa ecológica ainda é incerta Para tentar barrar a degradação e o turismo predatório, o Estado do Rio de Janeiro estuda cobrar uma espécie de "pedágio ecológico" na Ilha Grande. Um projeto de lei que autoriza o controle da entrada de visitantes mediante pagamento foi aprovado pela Assembleia Legislativa em setembro de 2015, mas não tem data para entrar em vigor. A Secretaria do Meio Ambiente diz que a cobrança depende da finalização de estudos –de conclusão prevista para 2017. O órgão afirma que os recursos serão destinados a um fundo voltado para a sustentabilidade econômica do parque da Ilha Grande. A prefeitura e a Fundação de Turismo de Angra dos Reis entendem que a partilha dos recursos obtidos com a eventual cobrança de taxas deva contemplar o custeio dos serviços básicos na ilha, hoje assumidos pela prefeitura. | 13 |
Novo filme de Xavier Dolan é recebido friamente no Festival de Cannes | "Um passo atrás." Vai nessa linha a recepção da crítica internacional para o sexto filme do diretor canadense Xavier Dolan, "Juste La Fin du Monde", que estreou na competição oficial do Festival de Cannes nesta quarta (18). Um baque e tanto para o cineasta de 27 anos, que vinha sendo incensado desde que rodou, aos 19, "Eu Matei Minha Mãe" (2009), drama semiautobiográfico protagonizado pelo próprio diretor. "Mommy" (2014), seu filme anterior, já havia aumentado as apostas: por ele, Dolan levou o prêmio do júri em Cannes, honraria que dividiu com Jean-Luc Godard. "Juste La Fin du Monde" chegou à Croisette com expectativas de que dessa vez Dolan seria um dos mais fortes candidatos à Palma de Ouro. Vamos à trama: Louis é um escritor em seus 30 e poucos anos que, após mais de uma década afastado de casa, retorna para comunicar à sua família que está morrendo. Mas o que encontra são parentes histéricos, que fogem de qualquer tentativa de conversa franca. O texto é inspirado numa peça do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce (1957-1995), morto em decorrência da Aids. Algo não funcionou no novo filme, o primeiro de Dolan que traz medalhões no elenco –no caso, do cinema francês: Vincent Cassel, Marion Cotillard, Léa Seydoux ("Azul É a Cor Mais Quente", "007 Contra Spectre"), Nathalie Baye e Gaspard UIliel ("Saint Laurent"), que vive o protagonista. Para a revista "Variety", a produção é "a mais madura, mas também a mais insuportável": "Dolan encontrou um jeito de exasperar e deixar o público exausto." O diretor respondeu às críticas na coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta (19): "Estou em Cannes, é normal que alguns filmes sejam bem recebidos, outros não. Talvez tome um tempo para que o filme possa se estabelecer: acho que as pessoas deveriam ouvir o filme, e não só vê-lo", disse Dolan. "É o meu melhor filme." Dolan foi bastante perguntado pelo uso excessivo de close-ups nos rostos dos atores. "Senti que era necessário estar perto de todos os atores, que não podíamos estar distantes", respondeu. "É um filme sobre linguagem, sobre comunicação, mas também silêncios e olhares que se vê nos rostos." O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes | ilustrada | Novo filme de Xavier Dolan é recebido friamente no Festival de Cannes"Um passo atrás." Vai nessa linha a recepção da crítica internacional para o sexto filme do diretor canadense Xavier Dolan, "Juste La Fin du Monde", que estreou na competição oficial do Festival de Cannes nesta quarta (18). Um baque e tanto para o cineasta de 27 anos, que vinha sendo incensado desde que rodou, aos 19, "Eu Matei Minha Mãe" (2009), drama semiautobiográfico protagonizado pelo próprio diretor. "Mommy" (2014), seu filme anterior, já havia aumentado as apostas: por ele, Dolan levou o prêmio do júri em Cannes, honraria que dividiu com Jean-Luc Godard. "Juste La Fin du Monde" chegou à Croisette com expectativas de que dessa vez Dolan seria um dos mais fortes candidatos à Palma de Ouro. Vamos à trama: Louis é um escritor em seus 30 e poucos anos que, após mais de uma década afastado de casa, retorna para comunicar à sua família que está morrendo. Mas o que encontra são parentes histéricos, que fogem de qualquer tentativa de conversa franca. O texto é inspirado numa peça do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce (1957-1995), morto em decorrência da Aids. Algo não funcionou no novo filme, o primeiro de Dolan que traz medalhões no elenco –no caso, do cinema francês: Vincent Cassel, Marion Cotillard, Léa Seydoux ("Azul É a Cor Mais Quente", "007 Contra Spectre"), Nathalie Baye e Gaspard UIliel ("Saint Laurent"), que vive o protagonista. Para a revista "Variety", a produção é "a mais madura, mas também a mais insuportável": "Dolan encontrou um jeito de exasperar e deixar o público exausto." O diretor respondeu às críticas na coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta (19): "Estou em Cannes, é normal que alguns filmes sejam bem recebidos, outros não. Talvez tome um tempo para que o filme possa se estabelecer: acho que as pessoas deveriam ouvir o filme, e não só vê-lo", disse Dolan. "É o meu melhor filme." Dolan foi bastante perguntado pelo uso excessivo de close-ups nos rostos dos atores. "Senti que era necessário estar perto de todos os atores, que não podíamos estar distantes", respondeu. "É um filme sobre linguagem, sobre comunicação, mas também silêncios e olhares que se vê nos rostos." O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes | 6 |
A conta não fecha | Não causam surpresa, mas são significativos os resultados divulgados na semana passada a respeito da pesquisa de opinião realizada de 11 a 14 de dezembro pelo instituto Vox Brasil, a pedido da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Avaliou-se a receptividade dos entrevistados a propostas de reforma na Previdência, que voltam a entrar nas cogitações do Executivo, e a outras medidas para a superação da crise econômica. De acordo com o levantamento, expressivos 88% dos brasileiros, ouvidos em 153 municípios, opõem-se a qualquer alteração nas regras para aposentadorias; não se registram variações significativas nessa atitude, qualquer que seja a faixa de renda, a idade ou a escolaridade dos entrevistados. Natural que seja assim –pois a ninguém, individualmente, haverá de agradar a ideia de esperar mais tempo para desfrutar do benefício. A pesquisa da CUT surge, obviamente, não só como um conjunto de informações para o debate mas também como instrumento de pressão sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Como nunca, entretanto, a realidade econômica e demográfica se contrapõe ao plano das aspirações e dos desejos. O deficit previdenciário atinge proporções insustentáveis. Foram R$ 88,9 bilhões neste ano, calculando-se para 2016 um aumento de 40% sobre esse valor. À falta de equilíbrio próprio, o sistema depende de aportes do Tesouro. Este, igualmente quebrado, não pode cobrir um rombo sem abrir outro, em uma equação que só atingirá a igualdade com elevação de impostos, aumento da inflação ou corte de gastos sociais –e vale lembrar que tais sacrifícios não se excluem mutuamente. A opinião dos entrevistados na pesquisa da CUT, todavia, escancara o dilema. Não se mostram contrários apenas às mudanças na Previdência, mas também aos cortes sociais e a aumentos de impostos. Algumas particularidades são dignas de nota. A proporção dos que se opõem a alterações em programa sociais (75%) é menor do que os 88% que defendem a permanência das regras previdenciárias. Quanto ao sistema tributário, nem a elevação nos impostos sobre lucros das empresas tem grande apelo: 49% consideram que tal medida seria benéfica ao país. Como resultado, as contas simplesmente não fecham. Talvez a opinião majoritária considere que o combate à corrupção seja suficiente para equilibrar o Orçamento. Ainda que indispensável, a moralização do Estado nessa área não responderia por parcela decisiva no atual desequilíbrio. Além de recursos, falta sem dúvida mais debate –e esclarecimento para superá-lo. [email protected] | opiniao | A conta não fechaNão causam surpresa, mas são significativos os resultados divulgados na semana passada a respeito da pesquisa de opinião realizada de 11 a 14 de dezembro pelo instituto Vox Brasil, a pedido da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Avaliou-se a receptividade dos entrevistados a propostas de reforma na Previdência, que voltam a entrar nas cogitações do Executivo, e a outras medidas para a superação da crise econômica. De acordo com o levantamento, expressivos 88% dos brasileiros, ouvidos em 153 municípios, opõem-se a qualquer alteração nas regras para aposentadorias; não se registram variações significativas nessa atitude, qualquer que seja a faixa de renda, a idade ou a escolaridade dos entrevistados. Natural que seja assim –pois a ninguém, individualmente, haverá de agradar a ideia de esperar mais tempo para desfrutar do benefício. A pesquisa da CUT surge, obviamente, não só como um conjunto de informações para o debate mas também como instrumento de pressão sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Como nunca, entretanto, a realidade econômica e demográfica se contrapõe ao plano das aspirações e dos desejos. O deficit previdenciário atinge proporções insustentáveis. Foram R$ 88,9 bilhões neste ano, calculando-se para 2016 um aumento de 40% sobre esse valor. À falta de equilíbrio próprio, o sistema depende de aportes do Tesouro. Este, igualmente quebrado, não pode cobrir um rombo sem abrir outro, em uma equação que só atingirá a igualdade com elevação de impostos, aumento da inflação ou corte de gastos sociais –e vale lembrar que tais sacrifícios não se excluem mutuamente. A opinião dos entrevistados na pesquisa da CUT, todavia, escancara o dilema. Não se mostram contrários apenas às mudanças na Previdência, mas também aos cortes sociais e a aumentos de impostos. Algumas particularidades são dignas de nota. A proporção dos que se opõem a alterações em programa sociais (75%) é menor do que os 88% que defendem a permanência das regras previdenciárias. Quanto ao sistema tributário, nem a elevação nos impostos sobre lucros das empresas tem grande apelo: 49% consideram que tal medida seria benéfica ao país. Como resultado, as contas simplesmente não fecham. Talvez a opinião majoritária considere que o combate à corrupção seja suficiente para equilibrar o Orçamento. Ainda que indispensável, a moralização do Estado nessa área não responderia por parcela decisiva no atual desequilíbrio. Além de recursos, falta sem dúvida mais debate –e esclarecimento para superá-lo. [email protected] | 7 |
Tombo de bancos e elétricas ofusca alta da Petrobras, e Bolsa cai 2% | O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta sexta-feira (9) no vermelho, acompanhando o mau humor dos mercados internacionais, que repercutiram a piora no nível dos salários no mercado de trabalho americano em dezembro, apesar a criação de vagas ter superado as expectativas de analistas. A forte queda das ações de bancos e do setor elétrico ampliou ainda mais a perda do Ibovespa, que encerrou o pregão em baixa de 2,21%, para 48.840 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,209 bilhões. Mesmo com desempenho negativo no dia, o índice acumulou ganho de 0,68% na semana. "O Ibovespa subiu 5,1% nos últimos três dias. Por isso, os investidores também aproveitaram para vender papéis e colocar dinheiro no bolso. Em nenhum momento desde novembro o Ibovespa conseguiu fazer mais que três dias seguidos de alta. O investidor entendeu que era hora de realizar lucros", disse Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, teve queda. Na última quinta-feira (8), a agência de classificação de risco Fitch Ratings avaliou em relatório que os bancos podem ter que aumentar suas provisões para empréstimos a companhias envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o que poderia prejudicar seus lucros. Reportagem publicada pelo jornal "Valor Econômico" nesta sexta-feira mostrou que cinco grandes bancos (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e HSBC) terão que explicar por que comunicaram apenas parte das operações financeiras suspeitas na investigação da Lava Jato às autoridades. "É um novo setor que pode ser prejudicado pelas denúncias da Lava Jato. Há um risco de que essa operação da PF em andamento ainda afete negativamente outros setores, o que amplia o sentimento de aversão ao risco entre os investidores", afirmou Wolwacz. As ações do Itaú perderam 4,37%, para R$ 34,77. O papel preferencial do Bradesco, sem direito a voto, recuou 4,34%, para R$ 35,47. Já o Banco do Brasil cedeu 4,33%, para R$ 22,54. O Santander Brasil teve baixa de 3,03%, para R$ 12,80, também afetado pela queda de mais de 14% de seu controlador espanhol, na Bolsa de Madri, após o Santander Espanha ter anunciado aumento de capital e corte em dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas). TENSÃO ELÉTRICA As companhias de energia elétrica na Bolsa brasileira também ajudaram a empurrar o desempenho do Ibovespa para baixo nesta sexta-feira. Pela manhã, houve o primeiro leilão de transmissão de 2015, que teve dois lotes sem interessados e outros dois arrematados: um pela espanhola Cymi Holding e outro pela CPFL Geração. "O mercado entendeu que os poucos lances no leilão mostram que o ambiente de dificuldade no setor vai continuar. Os riscos subiram e os financiamentos estão mais difíceis. As estatais, que costumavam liderar esse tipo de certame, botaram o pé no freio", disse Wolwacz. "Para piorar a situação, o novo ministro da Fazenda [Joaquim Levy] foi contrário a mais um empréstimo ao setor elétrico." As elétricas dominaram a ponta negativa do Ibovespa: a Tractebel caiu 7,68%, para R$ 31,85, enquanto a Light cedeu 7,27%, para R$ 15,95. As ações preferenciais da Eletrobras tiveram desvalorização de 6,96%, para R$ 7,62. Também perderam a CPFL Energia (-6,74%, para R$ 17,72), a Cesp (-6,37%, para R$ 25) e a Copel (-4,82%, para R$ 32,81). Das 68 ações que compõem o Ibovespa, apenas nove subiram nesta sexta-feira. Os principais ganhos foram da Petrobras, com agentes ajustando suas posições em ações da companhia, segundo analistas, enquanto aguardam pela divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre do ano passado, esperado para este mês. Os papéis ordinários da petroleira, com direito a voto, subiram 2,99%, para R$ 9,29 cada um. Já as ações preferenciais da estatal, sem direito a voto, tiveram valorização de 2,40%, para R$ 9,40. ALÍVIO NO CÂMBIO A piora na qualidade do mercado de trabalho nos EUA, embora tenha havido crescimento no número de novas vagas, alimentou expectativa de que o Fed (banco central americano) não subirá os juros naquele país nos próximos meses, segundo operadores. Isso amenizou a pressão sobre o câmbio, já que um aumento da taxa provocaria a retirada de investimentos dos emergentes. Nesta semana, o Fed sinalizou na ata da sua última reunião de política monetária que o aumento dos juros naquele país não será uma surpresa, e que ele vai dar sinais claros sobre quando e como o aperto ocorrerá. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 1,13% sobre o real, para R$ 2,640 na venda. É a menor cotação desde 10 de dezembro de 2014, quando estava em R$ 2,611. Na semana, houve baixa de 1,96%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,27% no dia e 2,04% na semana, para R$ 2,638. O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 2 mil contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões. A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 491,2 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 27% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões. | mercado | Tombo de bancos e elétricas ofusca alta da Petrobras, e Bolsa cai 2%O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta sexta-feira (9) no vermelho, acompanhando o mau humor dos mercados internacionais, que repercutiram a piora no nível dos salários no mercado de trabalho americano em dezembro, apesar a criação de vagas ter superado as expectativas de analistas. A forte queda das ações de bancos e do setor elétrico ampliou ainda mais a perda do Ibovespa, que encerrou o pregão em baixa de 2,21%, para 48.840 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,209 bilhões. Mesmo com desempenho negativo no dia, o índice acumulou ganho de 0,68% na semana. "O Ibovespa subiu 5,1% nos últimos três dias. Por isso, os investidores também aproveitaram para vender papéis e colocar dinheiro no bolso. Em nenhum momento desde novembro o Ibovespa conseguiu fazer mais que três dias seguidos de alta. O investidor entendeu que era hora de realizar lucros", disse Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, teve queda. Na última quinta-feira (8), a agência de classificação de risco Fitch Ratings avaliou em relatório que os bancos podem ter que aumentar suas provisões para empréstimos a companhias envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o que poderia prejudicar seus lucros. Reportagem publicada pelo jornal "Valor Econômico" nesta sexta-feira mostrou que cinco grandes bancos (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e HSBC) terão que explicar por que comunicaram apenas parte das operações financeiras suspeitas na investigação da Lava Jato às autoridades. "É um novo setor que pode ser prejudicado pelas denúncias da Lava Jato. Há um risco de que essa operação da PF em andamento ainda afete negativamente outros setores, o que amplia o sentimento de aversão ao risco entre os investidores", afirmou Wolwacz. As ações do Itaú perderam 4,37%, para R$ 34,77. O papel preferencial do Bradesco, sem direito a voto, recuou 4,34%, para R$ 35,47. Já o Banco do Brasil cedeu 4,33%, para R$ 22,54. O Santander Brasil teve baixa de 3,03%, para R$ 12,80, também afetado pela queda de mais de 14% de seu controlador espanhol, na Bolsa de Madri, após o Santander Espanha ter anunciado aumento de capital e corte em dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas). TENSÃO ELÉTRICA As companhias de energia elétrica na Bolsa brasileira também ajudaram a empurrar o desempenho do Ibovespa para baixo nesta sexta-feira. Pela manhã, houve o primeiro leilão de transmissão de 2015, que teve dois lotes sem interessados e outros dois arrematados: um pela espanhola Cymi Holding e outro pela CPFL Geração. "O mercado entendeu que os poucos lances no leilão mostram que o ambiente de dificuldade no setor vai continuar. Os riscos subiram e os financiamentos estão mais difíceis. As estatais, que costumavam liderar esse tipo de certame, botaram o pé no freio", disse Wolwacz. "Para piorar a situação, o novo ministro da Fazenda [Joaquim Levy] foi contrário a mais um empréstimo ao setor elétrico." As elétricas dominaram a ponta negativa do Ibovespa: a Tractebel caiu 7,68%, para R$ 31,85, enquanto a Light cedeu 7,27%, para R$ 15,95. As ações preferenciais da Eletrobras tiveram desvalorização de 6,96%, para R$ 7,62. Também perderam a CPFL Energia (-6,74%, para R$ 17,72), a Cesp (-6,37%, para R$ 25) e a Copel (-4,82%, para R$ 32,81). Das 68 ações que compõem o Ibovespa, apenas nove subiram nesta sexta-feira. Os principais ganhos foram da Petrobras, com agentes ajustando suas posições em ações da companhia, segundo analistas, enquanto aguardam pela divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre do ano passado, esperado para este mês. Os papéis ordinários da petroleira, com direito a voto, subiram 2,99%, para R$ 9,29 cada um. Já as ações preferenciais da estatal, sem direito a voto, tiveram valorização de 2,40%, para R$ 9,40. ALÍVIO NO CÂMBIO A piora na qualidade do mercado de trabalho nos EUA, embora tenha havido crescimento no número de novas vagas, alimentou expectativa de que o Fed (banco central americano) não subirá os juros naquele país nos próximos meses, segundo operadores. Isso amenizou a pressão sobre o câmbio, já que um aumento da taxa provocaria a retirada de investimentos dos emergentes. Nesta semana, o Fed sinalizou na ata da sua última reunião de política monetária que o aumento dos juros naquele país não será uma surpresa, e que ele vai dar sinais claros sobre quando e como o aperto ocorrerá. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 1,13% sobre o real, para R$ 2,640 na venda. É a menor cotação desde 10 de dezembro de 2014, quando estava em R$ 2,611. Na semana, houve baixa de 1,96%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,27% no dia e 2,04% na semana, para R$ 2,638. O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 2 mil contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões. A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 491,2 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 27% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões. | 2 |
Lojas apostam em bombons com ingredientes brasileiros; confira | DE SÃO PAULO Veja seleção de três locais que trabalham com ingredientes brasileiros para compor os seus bombons —há versões de caju, puxuri, cupuaçu, açaí, umbu e graviola, entre outras. Confira: RENATA ARASSIRO Caju caramelado é um dos bombons brasileiros da loja, ao lado dos de puxuri e de iquiriba, sementes aromáticas. R. Pascal, 1.195, Campo Belo, tel. 5092-4977 * FRUTOS DA AMAZÔNIA Frutas nacionais como cupuaçu, açaí, taperebá e graviola recheiam os bombons da marca. R. Aziz Jabur Maluf, 59, Vila Clementino, tel. 5571-4738 * CACAU SHOW Lançou a linha Brasil a Gosto, feita com itens como umbu, que vêm de comunidades apoiadas pelo Slow Food. Av. Angélica, 1.369, Santa Cecília, tel. 3661-2992 | saopaulo | Lojas apostam em bombons com ingredientes brasileiros; confiraDE SÃO PAULO Veja seleção de três locais que trabalham com ingredientes brasileiros para compor os seus bombons —há versões de caju, puxuri, cupuaçu, açaí, umbu e graviola, entre outras. Confira: RENATA ARASSIRO Caju caramelado é um dos bombons brasileiros da loja, ao lado dos de puxuri e de iquiriba, sementes aromáticas. R. Pascal, 1.195, Campo Belo, tel. 5092-4977 * FRUTOS DA AMAZÔNIA Frutas nacionais como cupuaçu, açaí, taperebá e graviola recheiam os bombons da marca. R. Aziz Jabur Maluf, 59, Vila Clementino, tel. 5571-4738 * CACAU SHOW Lançou a linha Brasil a Gosto, feita com itens como umbu, que vêm de comunidades apoiadas pelo Slow Food. Av. Angélica, 1.369, Santa Cecília, tel. 3661-2992 | 9 |
Pioneiro da performance, Chris Burden morre aos 69 em Los Angeles | Um dos nomes mais influentes da história da performance, o artista norte-americano Chris Burden morreu neste domingo, aos 69, em sua casa em Los Angeles. Ele sofria de um câncer de pele havia mais de um ano. Burden é um dos nomes mais influentes das artes visuais na segunda metade do século 20. Ele despontou no circuito nos anos 1970, a era conhecida como o auge da performance, quando artistas passaram a investigar as possibilidades de uma arte invendável contra as forças de um mercado cada vez mais voraz. Sua obra mais conhecida é a performance "Shoot", de 1971, em que pediu para um amigo atirar em seu braço com um rifle em plena galeria de arte. Era uma alusão ao trauma causado pela Guerra do Vietnã, que caminhava então para o fim com uma escalada de violência. "Fiz essa performance durante a guerra, quando milhares de garotos da minha idade eram alvos de disparos", lembra Burden, em sua última entrevista à Folha, há seis anos. "Planejei tudo. Era para a bala passar de raspão e fazer rolar só uma gota de sangue." Por causa dessa e de outras obras, como a performance em que foi crucificado na carroceria de um Fusca ou a ação em que ficou dias trancado num armário, Burden se tornou uma das vozes mais influentes de sua geração e formou uma leva de artistas que frequentavam suas aulas na Cal Arts, em Los Angeles, uma das escolas de arte mais prestigiosas dos Estados Unidos. Nos últimos anos, Burden se tornou conhecido fora dos Estados Unidos e da Europa com obras que realizou no Brasil. O Instituto Inhotim, megamuseu do magnata do minério Bernardo Paz nos arredores de Belo Horizonte, encomendou uma nova versão de sua famosa escultura "Beam Drop". Essa obra criada nos anos 1980 em Nova York consistia em despencar do alto de um guindaste uma série de vigas metálicas numa piscina de concreto molhado. Depois de seco, o cimento seguraria as peças no lugar como num jogo de palitos congelado no espaço. Em Minas Gerais, a obra foi refeita com a mesma escala e potência que sua primeira versão nova-iorquina, destruída depois que o terreno onde estava foi vendido e transformado em escola. É uma das peças mais importantes de sua trajetória por misturar a carga viril de obras dessa época à noção de caos que ganhou força no ambiente pós-moderno, ou seja, uma crítica velada ao planejamento utópico associado à arquitetura da chamada fase heroica do modernismo. "Se eu fosse Deus, faria todas as vigas caírem ao mesmo tempo", dizia Burden. "Prefiro sempre o caos. Estou sendo subversivo. É infantil jogar vigas de aço sem propósito dentro de um buraco, é brincar com a ideia de prédio moderno." Também no museu mineiro, Burden tem um pavilhão em que instalou uma catraca que pressiona as paredes do prédio em direções opostas cada vez que um visitante entra no espaço, contando os passos para que o edifício em algum momento desabe sobre a sua estrutura. | ilustrada | Pioneiro da performance, Chris Burden morre aos 69 em Los AngelesUm dos nomes mais influentes da história da performance, o artista norte-americano Chris Burden morreu neste domingo, aos 69, em sua casa em Los Angeles. Ele sofria de um câncer de pele havia mais de um ano. Burden é um dos nomes mais influentes das artes visuais na segunda metade do século 20. Ele despontou no circuito nos anos 1970, a era conhecida como o auge da performance, quando artistas passaram a investigar as possibilidades de uma arte invendável contra as forças de um mercado cada vez mais voraz. Sua obra mais conhecida é a performance "Shoot", de 1971, em que pediu para um amigo atirar em seu braço com um rifle em plena galeria de arte. Era uma alusão ao trauma causado pela Guerra do Vietnã, que caminhava então para o fim com uma escalada de violência. "Fiz essa performance durante a guerra, quando milhares de garotos da minha idade eram alvos de disparos", lembra Burden, em sua última entrevista à Folha, há seis anos. "Planejei tudo. Era para a bala passar de raspão e fazer rolar só uma gota de sangue." Por causa dessa e de outras obras, como a performance em que foi crucificado na carroceria de um Fusca ou a ação em que ficou dias trancado num armário, Burden se tornou uma das vozes mais influentes de sua geração e formou uma leva de artistas que frequentavam suas aulas na Cal Arts, em Los Angeles, uma das escolas de arte mais prestigiosas dos Estados Unidos. Nos últimos anos, Burden se tornou conhecido fora dos Estados Unidos e da Europa com obras que realizou no Brasil. O Instituto Inhotim, megamuseu do magnata do minério Bernardo Paz nos arredores de Belo Horizonte, encomendou uma nova versão de sua famosa escultura "Beam Drop". Essa obra criada nos anos 1980 em Nova York consistia em despencar do alto de um guindaste uma série de vigas metálicas numa piscina de concreto molhado. Depois de seco, o cimento seguraria as peças no lugar como num jogo de palitos congelado no espaço. Em Minas Gerais, a obra foi refeita com a mesma escala e potência que sua primeira versão nova-iorquina, destruída depois que o terreno onde estava foi vendido e transformado em escola. É uma das peças mais importantes de sua trajetória por misturar a carga viril de obras dessa época à noção de caos que ganhou força no ambiente pós-moderno, ou seja, uma crítica velada ao planejamento utópico associado à arquitetura da chamada fase heroica do modernismo. "Se eu fosse Deus, faria todas as vigas caírem ao mesmo tempo", dizia Burden. "Prefiro sempre o caos. Estou sendo subversivo. É infantil jogar vigas de aço sem propósito dentro de um buraco, é brincar com a ideia de prédio moderno." Também no museu mineiro, Burden tem um pavilhão em que instalou uma catraca que pressiona as paredes do prédio em direções opostas cada vez que um visitante entra no espaço, contando os passos para que o edifício em algum momento desabe sobre a sua estrutura. | 6 |
Novos tempos | Depois de um longo período de indecisão no mercado fonográfico, vislumbramos, hoje, uma nova era na comercialização de conteúdo musical, trazendo muito ânimo e entusiasmo para a indústria da música e abrindo novas perspectivas para os autores, compositores e produtores musicais. Já podemos perceber um aquecimento no mercado mundial e no Brasil, país com grande potencial mercadológico, onde já se percebe um crescimento considerável na venda de música digital e streaming, principalmente. A tão temida indefinição de um suporte físico que impulsionasse os negócios e servisse para a promoção das novas tendências e propostas artísticas, de entretenimento ou de cunho cultural, cedeu lugar à criatividade, busca de novas alternativas de difusão, comercialização e promoção da arte musical. Tudo isso tem nos levado ao exercício da criatividade e da ética na comercialização, com novos modelos de negócios e utilização, responsável, de produtos e conteúdos desenvolvidos à custa de investimento intelectual e financeiro. Nesse ponto chegamos aos autores e compositores. Acreditando em tempos melhores, há alguns anos existe uma mobilização, no mundo todo, liderada por alianças de autores, tendo como propósito a discussão dos problemas comuns, a cooperação entre os países nas questões legais relativas aos direitos autorais e o levantamento dos dados reais da indústria, buscando alternativas para melhorias nos contratos e nos valores operados na atualidade. Essas alianças atuam ainda na formação de base, conscientização e organização profissional dos autores e compositores, junto às sociedades de gestão coletiva, tendo obtido, nos últimos tempos, excelentes resultados. Há dois anos, em Nashville, foi apresentado em uma reunião do CIAM (Conselho Internacional de Autores de Música), um estudo intitulado Fair Trade Music*, desenvolvido pelo economista e catedrático Pierre-É. Lalonde. Nele, o autor analisa, minuciosamente, a realidade econômica na era do streaming e questiona os valores e repasses da indústria para autores, compositores e editores. Em meio a várias suposições e propostas, existe um consenso entre representantes de todo o mundo. Talvez uma certeza: somente poderemos criar uma boa perspectiva no mundo dos negócios da música, se houver um pacto ético comercial entre as partes envolvidas. Desde os criadores, editores, produtores, intérpretes e a indústria, estendendo-se aos provedores. Onde se cumpram as normas vigentes e acertadas e se prime pela qualidade e honestidade da gestão, associada e administrada com base na capacidade de absorção, sempre crescente, de todo o material artístico disponibilizado ao público, por meio dos provedores de conteúdo. Uma busca de compreensão das formas de administração respeitando os direitos, cumprindo os deveres e aprimorando os contratos na busca de um pagamento justo, por meio de uma convivência salutar. Onde todos possam sentar-se à mesa de negociações, expor seus problemas e discutir as formas de solução. Como consequência da evolução que vivemos nesse novo momento da economia da música, com grandes variações no mercado mundial, teremos que responder à pergunta que persiste e que durante muitos anos será motivo de muito trabalho e negociações: Qual será a fórmula que permitirá uma boa administração econômica, que satisfaça todas as partes envolvidas e que mantenha acesa a chama da criatividade em todos os setores? A resposta, virá com o trabalho, bom senso, respeito e boas parcerias. GERALDO VIANNA é violonista, arranjador e produtor musical. Atualmente é Diretor Secretário Geral da União Brasileira de Compositores (UBC). * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Novos temposDepois de um longo período de indecisão no mercado fonográfico, vislumbramos, hoje, uma nova era na comercialização de conteúdo musical, trazendo muito ânimo e entusiasmo para a indústria da música e abrindo novas perspectivas para os autores, compositores e produtores musicais. Já podemos perceber um aquecimento no mercado mundial e no Brasil, país com grande potencial mercadológico, onde já se percebe um crescimento considerável na venda de música digital e streaming, principalmente. A tão temida indefinição de um suporte físico que impulsionasse os negócios e servisse para a promoção das novas tendências e propostas artísticas, de entretenimento ou de cunho cultural, cedeu lugar à criatividade, busca de novas alternativas de difusão, comercialização e promoção da arte musical. Tudo isso tem nos levado ao exercício da criatividade e da ética na comercialização, com novos modelos de negócios e utilização, responsável, de produtos e conteúdos desenvolvidos à custa de investimento intelectual e financeiro. Nesse ponto chegamos aos autores e compositores. Acreditando em tempos melhores, há alguns anos existe uma mobilização, no mundo todo, liderada por alianças de autores, tendo como propósito a discussão dos problemas comuns, a cooperação entre os países nas questões legais relativas aos direitos autorais e o levantamento dos dados reais da indústria, buscando alternativas para melhorias nos contratos e nos valores operados na atualidade. Essas alianças atuam ainda na formação de base, conscientização e organização profissional dos autores e compositores, junto às sociedades de gestão coletiva, tendo obtido, nos últimos tempos, excelentes resultados. Há dois anos, em Nashville, foi apresentado em uma reunião do CIAM (Conselho Internacional de Autores de Música), um estudo intitulado Fair Trade Music*, desenvolvido pelo economista e catedrático Pierre-É. Lalonde. Nele, o autor analisa, minuciosamente, a realidade econômica na era do streaming e questiona os valores e repasses da indústria para autores, compositores e editores. Em meio a várias suposições e propostas, existe um consenso entre representantes de todo o mundo. Talvez uma certeza: somente poderemos criar uma boa perspectiva no mundo dos negócios da música, se houver um pacto ético comercial entre as partes envolvidas. Desde os criadores, editores, produtores, intérpretes e a indústria, estendendo-se aos provedores. Onde se cumpram as normas vigentes e acertadas e se prime pela qualidade e honestidade da gestão, associada e administrada com base na capacidade de absorção, sempre crescente, de todo o material artístico disponibilizado ao público, por meio dos provedores de conteúdo. Uma busca de compreensão das formas de administração respeitando os direitos, cumprindo os deveres e aprimorando os contratos na busca de um pagamento justo, por meio de uma convivência salutar. Onde todos possam sentar-se à mesa de negociações, expor seus problemas e discutir as formas de solução. Como consequência da evolução que vivemos nesse novo momento da economia da música, com grandes variações no mercado mundial, teremos que responder à pergunta que persiste e que durante muitos anos será motivo de muito trabalho e negociações: Qual será a fórmula que permitirá uma boa administração econômica, que satisfaça todas as partes envolvidas e que mantenha acesa a chama da criatividade em todos os setores? A resposta, virá com o trabalho, bom senso, respeito e boas parcerias. GERALDO VIANNA é violonista, arranjador e produtor musical. Atualmente é Diretor Secretário Geral da União Brasileira de Compositores (UBC). * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Carroceiros fazem protesto contra morte de colega pela PM em São Paulo | Carroceiros que trabalhavam com Ricardo Silva Nascimento, 39, em um ferro-velho em Pinheiros trocaram o entulho para carregar cartazes de protesto no fim da tarde desta quinta-feira (13). Em manifestação, ao menos quinze deles marcharam com suas carroças até a esquina das ruas Mourato Coelho e Navarro de Andrade, onde Nascimento foi morto a tiros por um policial militar na tarde de quarta-feira (12). O comboio foi liderado pela carroça de Nascimento, que foi pintada de branco e presa com uma corrente a um poste a poucos metros de onde foi morto. Ao lado, foi montado uma espécie de altar com flores e velas deixados por moradores dos prédios no entorno. "Somos nós que fazemos a limpeza de São Paulo, não podem nos matar como animais", disse o carroceiro Aparecido dos Santos, 65. Uma professora pegou flores no jardim do prédio onde mora, a poucos metros da cena do crime, e colocou na calçada. "Estou indignada". Segundo testemunhas, a polícia foi chamada no fim da tarde de terça pela atendente de uma pizzaria onde ele tinha ido pedir um pedaço de pizza. Dois policiais que estavam fazendo ronda a pé chegaram rápido. Alterado, o carroceiro os ameaçou com um pedaço de pau. Um deles mandou ele abaixar o pau antes de disparar duas vezes a queima roupa. O corpo foi colocado inerte no porta-malas de uma viatura da Força Tática e levado ao Hospital das Clínicas, onde chegou sem vida. O carroceiro tinha transtornos mentais e problemas com alcoolismo, mas vizinhos afirmam nunca tê-lo visto cometer atos de agressão. Carroças foram usadas para fechar dois quarteirões da rua Mourato Coelho. "Queremos justiça", "Foi execução", gritavam os carroceiros, com cartazes nas mãos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os dois policiais e a equipe da Força Tática envolvidos na ocorrência foram afastados do trabalho nas ruas. Foram instaurados inquéritos policial e criminal e as câmeras de segurança da região serão analisadas pela polícia, de acordo com a pasta. DIFICULTAÇÃO DA PERÍCIA Segundo a Ouvidoria da PM, a conduta dos policiais após o assassinato buscou dificultar a realização da perícia. Mais cedo nesta quinta, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves disse que a remoção do corpo do carroceiro pelos policiais foi feita "para descaracterizar a realização de uma perícia completa do local". Neves afirma ter ouvido de testemunhas que o carroceiro foi atingido por três disparos, sendo um no peito e dois na cabeça. Uma moradora ouvida pela Folha, porém, afirma ter ouvido dois disparos. | cotidiano | Carroceiros fazem protesto contra morte de colega pela PM em São PauloCarroceiros que trabalhavam com Ricardo Silva Nascimento, 39, em um ferro-velho em Pinheiros trocaram o entulho para carregar cartazes de protesto no fim da tarde desta quinta-feira (13). Em manifestação, ao menos quinze deles marcharam com suas carroças até a esquina das ruas Mourato Coelho e Navarro de Andrade, onde Nascimento foi morto a tiros por um policial militar na tarde de quarta-feira (12). O comboio foi liderado pela carroça de Nascimento, que foi pintada de branco e presa com uma corrente a um poste a poucos metros de onde foi morto. Ao lado, foi montado uma espécie de altar com flores e velas deixados por moradores dos prédios no entorno. "Somos nós que fazemos a limpeza de São Paulo, não podem nos matar como animais", disse o carroceiro Aparecido dos Santos, 65. Uma professora pegou flores no jardim do prédio onde mora, a poucos metros da cena do crime, e colocou na calçada. "Estou indignada". Segundo testemunhas, a polícia foi chamada no fim da tarde de terça pela atendente de uma pizzaria onde ele tinha ido pedir um pedaço de pizza. Dois policiais que estavam fazendo ronda a pé chegaram rápido. Alterado, o carroceiro os ameaçou com um pedaço de pau. Um deles mandou ele abaixar o pau antes de disparar duas vezes a queima roupa. O corpo foi colocado inerte no porta-malas de uma viatura da Força Tática e levado ao Hospital das Clínicas, onde chegou sem vida. O carroceiro tinha transtornos mentais e problemas com alcoolismo, mas vizinhos afirmam nunca tê-lo visto cometer atos de agressão. Carroças foram usadas para fechar dois quarteirões da rua Mourato Coelho. "Queremos justiça", "Foi execução", gritavam os carroceiros, com cartazes nas mãos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os dois policiais e a equipe da Força Tática envolvidos na ocorrência foram afastados do trabalho nas ruas. Foram instaurados inquéritos policial e criminal e as câmeras de segurança da região serão analisadas pela polícia, de acordo com a pasta. DIFICULTAÇÃO DA PERÍCIA Segundo a Ouvidoria da PM, a conduta dos policiais após o assassinato buscou dificultar a realização da perícia. Mais cedo nesta quinta, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves disse que a remoção do corpo do carroceiro pelos policiais foi feita "para descaracterizar a realização de uma perícia completa do local". Neves afirma ter ouvido de testemunhas que o carroceiro foi atingido por três disparos, sendo um no peito e dois na cabeça. Uma moradora ouvida pela Folha, porém, afirma ter ouvido dois disparos. | 5 |
China usa dinheiro para ampliar influência | Para a China, os investimentos no exterior são estratégicos não só do ponto de vista econômico, para assegurar suprimentos para suas indústrias, mas também por razões diplomáticas, porque ajudam os chineses a ampliar sua influência no mundo sem precisar recorrer à força militar. "Todo país que se pretende uma potência, tem a necessidade de garantir influência em outros países. Uma forma de você fazer isso é por meio de investimentos", diz o professor da FGV Rabih Nasser, especialista em direito do comércio internacional. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e vem fortalecendo esse laço com o aumento da presença de empresas chinesas em território nacional. O foco dos investidores chineses são as áreas de energia e infraestrutura -setores estratégicos para o desenvolvimento econômico do país-, e o governo brasileiro não tem imposto barreiras à China. O mesmo nem sempre acontece em outros países. Na quinta-feira (11), o governo australiano bloqueou a compra de uma participação majoritária na estatal de energia Ausgrid pela chinesa State Grid, um negócio avaliado em US$ 7,7 bilhões. As autoridades australianas alegaram razões de segurança nacional para justificar a decisão de bloquear a transação. O temor é que o negócio daria aos chineses controle sobre parte importante da infraestrutura do país. (FP) | mercado | China usa dinheiro para ampliar influênciaPara a China, os investimentos no exterior são estratégicos não só do ponto de vista econômico, para assegurar suprimentos para suas indústrias, mas também por razões diplomáticas, porque ajudam os chineses a ampliar sua influência no mundo sem precisar recorrer à força militar. "Todo país que se pretende uma potência, tem a necessidade de garantir influência em outros países. Uma forma de você fazer isso é por meio de investimentos", diz o professor da FGV Rabih Nasser, especialista em direito do comércio internacional. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e vem fortalecendo esse laço com o aumento da presença de empresas chinesas em território nacional. O foco dos investidores chineses são as áreas de energia e infraestrutura -setores estratégicos para o desenvolvimento econômico do país-, e o governo brasileiro não tem imposto barreiras à China. O mesmo nem sempre acontece em outros países. Na quinta-feira (11), o governo australiano bloqueou a compra de uma participação majoritária na estatal de energia Ausgrid pela chinesa State Grid, um negócio avaliado em US$ 7,7 bilhões. As autoridades australianas alegaram razões de segurança nacional para justificar a decisão de bloquear a transação. O temor é que o negócio daria aos chineses controle sobre parte importante da infraestrutura do país. (FP) | 2 |
Vídeo alerta para a economia de água | O que seria da vida na terra sem água? Há alguma tempo os reservatórios de água começaram a cair atingindo seu limite em 2015. O que parecia um filme de ficção científica tomou conta dos veículos de informação, das mesas dos bares, das casas, reforçando que o tempo é nosso inimigo e que o mar não está para peixe. Tanto não está, que este vídeo intenta, de maneira conceitual, criar um alerta, ancorando-se na estética da possibilidade da falta de água na sua metáfora mais banal: a de sentir-se um peixe fora d'água. Veja página sobre o Dia Mundial da Água | tv | Vídeo alerta para a economia de águaO que seria da vida na terra sem água? Há alguma tempo os reservatórios de água começaram a cair atingindo seu limite em 2015. O que parecia um filme de ficção científica tomou conta dos veículos de informação, das mesas dos bares, das casas, reforçando que o tempo é nosso inimigo e que o mar não está para peixe. Tanto não está, que este vídeo intenta, de maneira conceitual, criar um alerta, ancorando-se na estética da possibilidade da falta de água na sua metáfora mais banal: a de sentir-se um peixe fora d'água. Veja página sobre o Dia Mundial da Água | 11 |
Medidas paliativas vão apenas agravar a crise | A crise do Rio de Janeiro era esperada. A principal causa foi o crescimento dos gastos com pessoal, ativos e inativos. Durante anos, o gasto do tesouro do Rio de Janeiro com folha de pagamentos cresceu mais de 16% ao ano, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. Esse crescimento decorreu de diversos fatores. As regras da previdência pública permitem aposentadorias precoces, com muitos servidores se aposentando com menos de 50 anos de idade. Esse problema é agravado pelo rápido envelhecimento da população. Além disso, o deficit da previdência dos servidores era financiado com royalties do petróleo. Não é fiscalmente responsável pagar despesas recorrentes com rendas voláteis. Com a queda do preço do petróleo, o tesouro teve que arcar com despesas crescentes para pagar as aposentadorias. Agravando as dificuldades, o Rio de Janeiro, como outros Estados, concedeu diversos benefícios fiscais para setores privados. O deficit da previdência no Rio de Janeiro já era conhecido no começo da década. Em vez de enfrentar o problema estrutural, o governo financiou despesas recorrentes crescentes com recursos extraordinárias, como os depósitos judiciais entre partes privadas e os empréstimos concedidos por bancos públicos ou com o aval do Tesouro Nacional. Além disso, o governo vendeu receitas de petróleo para os próximos anos para pagar despesas correntes com previdência, e agora propõe vender as receitas das próximas décadas. Em 2015, alguns Estados fizeram ajustes fiscais severos, como Espírito Santo, Goiás e Alagoas, ao contrário do Rio de Janeiro. As receitas extraordinárias têm o mau hábito de terminar. As despesas recorrentes, não. As medidas adotadas pelo Rio de Janeiro apenas adiaram o enfrentamento dos problemas estruturais, que se agravaram neste período. Superar a crise fiscal requer interromper o crescimento da despesa incompatível com a receita pública, o que implica rever as regras de aposentadoria dos servidores, reduzir o quadro de pessoal, implementar o teto constitucional que limita a remuneração dos servidores públicos e reduzir benefícios, entre outras difíceis medidas. Não há saída sustentável sem redução do gasto com pessoal, reforma da previdência dos servidores públicos e a revisão dos incentivos fiscais concedidos para o setor privado. A proposta de novos empréstimos com garantias para Estados que estão com problemas para pagar despesas correntes repete o equívoco das medidas adotadas nos últimos anos, como a renegociação das dívidas estaduais, provocada pelo Supremo. Medidas paliativas apenas resultarão em uma crise ainda mais severa nos próximos anos. | colunas | Medidas paliativas vão apenas agravar a criseA crise do Rio de Janeiro era esperada. A principal causa foi o crescimento dos gastos com pessoal, ativos e inativos. Durante anos, o gasto do tesouro do Rio de Janeiro com folha de pagamentos cresceu mais de 16% ao ano, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. Esse crescimento decorreu de diversos fatores. As regras da previdência pública permitem aposentadorias precoces, com muitos servidores se aposentando com menos de 50 anos de idade. Esse problema é agravado pelo rápido envelhecimento da população. Além disso, o deficit da previdência dos servidores era financiado com royalties do petróleo. Não é fiscalmente responsável pagar despesas recorrentes com rendas voláteis. Com a queda do preço do petróleo, o tesouro teve que arcar com despesas crescentes para pagar as aposentadorias. Agravando as dificuldades, o Rio de Janeiro, como outros Estados, concedeu diversos benefícios fiscais para setores privados. O deficit da previdência no Rio de Janeiro já era conhecido no começo da década. Em vez de enfrentar o problema estrutural, o governo financiou despesas recorrentes crescentes com recursos extraordinárias, como os depósitos judiciais entre partes privadas e os empréstimos concedidos por bancos públicos ou com o aval do Tesouro Nacional. Além disso, o governo vendeu receitas de petróleo para os próximos anos para pagar despesas correntes com previdência, e agora propõe vender as receitas das próximas décadas. Em 2015, alguns Estados fizeram ajustes fiscais severos, como Espírito Santo, Goiás e Alagoas, ao contrário do Rio de Janeiro. As receitas extraordinárias têm o mau hábito de terminar. As despesas recorrentes, não. As medidas adotadas pelo Rio de Janeiro apenas adiaram o enfrentamento dos problemas estruturais, que se agravaram neste período. Superar a crise fiscal requer interromper o crescimento da despesa incompatível com a receita pública, o que implica rever as regras de aposentadoria dos servidores, reduzir o quadro de pessoal, implementar o teto constitucional que limita a remuneração dos servidores públicos e reduzir benefícios, entre outras difíceis medidas. Não há saída sustentável sem redução do gasto com pessoal, reforma da previdência dos servidores públicos e a revisão dos incentivos fiscais concedidos para o setor privado. A proposta de novos empréstimos com garantias para Estados que estão com problemas para pagar despesas correntes repete o equívoco das medidas adotadas nos últimos anos, como a renegociação das dívidas estaduais, provocada pelo Supremo. Medidas paliativas apenas resultarão em uma crise ainda mais severa nos próximos anos. | 1 |
A maldição do marqueteiro | BRASÍLIA - As lágrimas rolaram no carpete da Câmara. Na tarde de 11 de agosto de 2005, deputados da esquerda do PT choraram copiosamente no plenário. Eles estavam abalados com revelações de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha que levou Lula à Presidência. Naquele dia, o publicitário admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 11,9 milhões do partido no exterior. "Esse dinheiro era claramente de caixa dois", afirmou. O relato chocou petistas que ainda empunhavam a bandeira da ética na política. "Nós nos sentimos apunhalados", disse o deputado Chico Alencar. "Entramos em parafuso", reforçou Ivan Valente. Desiludidos com o mensalão, os dois deixaram o PT. Onze anos depois, a maldição do marqueteiro volta a assombrar o partido. A ordem de prisão de João Santana é mais um duro golpe no petismo. O publicitário foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais da sigla. Em 2014, ajudou a reeleger Dilma Rousseff com um bombardeio impiedoso aos adversários Marina Silva e Aécio Neves. Até ontem, continuava entre os únicos conselheiros ouvidos pela presidente. A Lava Jato rastreou depósitos de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) numa offshore atribuída ao marqueteiro. O dinheiro foi repassado pela Odebrecht e por um lobista acusado de desvios no petrolão. Em nota, João Santana disse que as acusações são "infundadas" e que o país vive um "clima de perseguição". O juiz Sergio Moro viu "fundada suspeita" de que os pagamentos eram para "remunerar, com produto de acertos de propina em contratos da Petrobrás, serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores". Ainda não está claro se o caso atingirá a campanha de Dilma, mas já é possível apontar ao menos uma diferença entre os escândalos com marqueteiros do PT. Há 11 anos, muitos políticos do partido tinham motivos sinceros para se chocar. Agora, ninguém pode mais derramar lágrimas de surpresa. | colunas | A maldição do marqueteiroBRASÍLIA - As lágrimas rolaram no carpete da Câmara. Na tarde de 11 de agosto de 2005, deputados da esquerda do PT choraram copiosamente no plenário. Eles estavam abalados com revelações de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha que levou Lula à Presidência. Naquele dia, o publicitário admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 11,9 milhões do partido no exterior. "Esse dinheiro era claramente de caixa dois", afirmou. O relato chocou petistas que ainda empunhavam a bandeira da ética na política. "Nós nos sentimos apunhalados", disse o deputado Chico Alencar. "Entramos em parafuso", reforçou Ivan Valente. Desiludidos com o mensalão, os dois deixaram o PT. Onze anos depois, a maldição do marqueteiro volta a assombrar o partido. A ordem de prisão de João Santana é mais um duro golpe no petismo. O publicitário foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais da sigla. Em 2014, ajudou a reeleger Dilma Rousseff com um bombardeio impiedoso aos adversários Marina Silva e Aécio Neves. Até ontem, continuava entre os únicos conselheiros ouvidos pela presidente. A Lava Jato rastreou depósitos de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) numa offshore atribuída ao marqueteiro. O dinheiro foi repassado pela Odebrecht e por um lobista acusado de desvios no petrolão. Em nota, João Santana disse que as acusações são "infundadas" e que o país vive um "clima de perseguição". O juiz Sergio Moro viu "fundada suspeita" de que os pagamentos eram para "remunerar, com produto de acertos de propina em contratos da Petrobrás, serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores". Ainda não está claro se o caso atingirá a campanha de Dilma, mas já é possível apontar ao menos uma diferença entre os escândalos com marqueteiros do PT. Há 11 anos, muitos políticos do partido tinham motivos sinceros para se chocar. Agora, ninguém pode mais derramar lágrimas de surpresa. | 1 |
Plebiscito sobre independência da Catalunha lança Espanha em incerteza | Programado para este domingo (1º), o plebiscito sobre a independência da Catalunha em relação à Espanha é de tal modo peculiar que não pode ser apresentado com a clássica fórmula "milhares vão às urnas". Isso porque é possível que os eleitores simplesmente não consigam votar. O governo central em Madri já avisou que a consulta é ilegal e não tem valor algum. Ou seja, ainda que o Parlamento catalão cumpra a ameaça de declarar a independência em até 48 horas depois do voto (caso vença o "sim"), não haverá nenhum efeito na prática. Mesmo essa declaração não está garantida. Madri confiscou milhões de cédulas e centenas de urnas, além de ter ameaçado multar mesários e deter políticos. No sábado (30), 1.300 postos de votação foram interditados pela polícia, que também ocupou o centro de telecomunicações e tecnologia da informação do governo catalão, impedindo o sufrágio a distância e a contagem dos votos do plebiscito. "O que sabemos com toda a segurança hoje é que é bastante difícil que o plebiscito aconteça normalmente", afirma à Folha o analista político Pablo Simón, do "think tank" espanhol Politikon. "Haverá intervenção do Estado e protestos, em um plebiscito quase festivo", diz ele. O governo catalão é mais esperançoso. A Folha conversou com o vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, uma das principais forças motrizes do ímpeto separatista da região. Ele insistiu: "Os catalães vão sair e votar. Haverá alta participação." A reportagem o questionou sobre as apreensões de cédulas e de urnas e sobre as ordens dadas à polícia nacional para impedir que o plebiscito aconteça. "Nós superamos as inúmeras dificuldades impostas pelo governo espanhol, e a democracia vai vencer. Temos mais cédulas", disse Junqueras. O governo catalão informou à agência de notícias Reuters que haverá ao menos 2.000 urnas espalhadas por toda a Catalunha. Além disso, moradores se organizaram para desde sexta-feira (29) dormir em locais de votação como forma de garantir o pleito. Segundo os organizadores, 60 mil pessoas sinalizaram interesse em participar da iniciativa. O otimismo de Junqueras também parece ter se refletido nas ruas de Barcelona na sexta, quando fazendeiros cruzaram a cidade em seus tratores em demonstração de apoio à consulta popular. As janelas de alguns prédios no centro da capital da região estavam enfeitadas com a "senyera", a bandeira de fundo amarelo com cinco faixas vermelhas que é símbolo da Catalunha. Já em Madri, acontecia o inverso, com flâmulas espanholas por todo lado. O porta-voz do governo espanhol, Medez de Vigo, chegou a garantir na sexta que a votação não iria ocorrer. "Eu insisto que não haverá referendo no dia 1º", afirmou. BOLA DE CRISTAL Analistas evitam prever o que vai acontecer depois de domingo. Segunda e terça-feira podem ser dias vitais para as relações futuras entre Madri e Barcelona. "A situação pode descarrilhar, levando a um cenário que sou incapaz de prever", afirma o cientista político Oriol Bartomeus, ligado à Universidade Autônoma de Barcelona. Se o Parlamento catalão de fato declarar a independência da região (em caso de vitória do "sim"), está previsto que comece a rascunhar imediatamente uma Constituição para o que entende como um novo país. Em paralelo, a administração central pode declarar que o resultado e a separação são ilegais e determinar a detenção do presidente catalão, Carles Puigdemont. O caos subsequente corre o risco de debilitar tanto o governo espanhol quanto o catalão. A Espanha é governada por Mariano Rajoy, do conservador PP (Partido Popular). No poder desde 2011, a sigla comanda o país de maneira frágil, com uma coalizão minoritária na Câmara, já que nenhum grupo conseguiu formar maioria no Parlamento após as últimas eleições, em 2016. A instabilidade atual na Catalunha serve de munição para que a oposição peça a formação de um novo governo, por meio de uma moção de repúdio, no Parlamento, à atual liderança. Os catalães têm vantagem estratégica, de certa maneira, porque se beneficiariam tanto da ação espanhola quanto de sua inação. "Se conseguirem votar, vão mostrar que o Estado espanhol não é tão forte", diz Simón, do Politikon. "Se não puderem votar, vão dizer ao mundo ter sido reprimidos." Já o governo central vive uma situação oposta. "Madri está de mãos atadas desde que o o plebiscito foi convocado", afirma Simón. "É impossível manter a lei, enviando a polícia, e satisfazer a população catalã." | mundo | Plebiscito sobre independência da Catalunha lança Espanha em incertezaProgramado para este domingo (1º), o plebiscito sobre a independência da Catalunha em relação à Espanha é de tal modo peculiar que não pode ser apresentado com a clássica fórmula "milhares vão às urnas". Isso porque é possível que os eleitores simplesmente não consigam votar. O governo central em Madri já avisou que a consulta é ilegal e não tem valor algum. Ou seja, ainda que o Parlamento catalão cumpra a ameaça de declarar a independência em até 48 horas depois do voto (caso vença o "sim"), não haverá nenhum efeito na prática. Mesmo essa declaração não está garantida. Madri confiscou milhões de cédulas e centenas de urnas, além de ter ameaçado multar mesários e deter políticos. No sábado (30), 1.300 postos de votação foram interditados pela polícia, que também ocupou o centro de telecomunicações e tecnologia da informação do governo catalão, impedindo o sufrágio a distância e a contagem dos votos do plebiscito. "O que sabemos com toda a segurança hoje é que é bastante difícil que o plebiscito aconteça normalmente", afirma à Folha o analista político Pablo Simón, do "think tank" espanhol Politikon. "Haverá intervenção do Estado e protestos, em um plebiscito quase festivo", diz ele. O governo catalão é mais esperançoso. A Folha conversou com o vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, uma das principais forças motrizes do ímpeto separatista da região. Ele insistiu: "Os catalães vão sair e votar. Haverá alta participação." A reportagem o questionou sobre as apreensões de cédulas e de urnas e sobre as ordens dadas à polícia nacional para impedir que o plebiscito aconteça. "Nós superamos as inúmeras dificuldades impostas pelo governo espanhol, e a democracia vai vencer. Temos mais cédulas", disse Junqueras. O governo catalão informou à agência de notícias Reuters que haverá ao menos 2.000 urnas espalhadas por toda a Catalunha. Além disso, moradores se organizaram para desde sexta-feira (29) dormir em locais de votação como forma de garantir o pleito. Segundo os organizadores, 60 mil pessoas sinalizaram interesse em participar da iniciativa. O otimismo de Junqueras também parece ter se refletido nas ruas de Barcelona na sexta, quando fazendeiros cruzaram a cidade em seus tratores em demonstração de apoio à consulta popular. As janelas de alguns prédios no centro da capital da região estavam enfeitadas com a "senyera", a bandeira de fundo amarelo com cinco faixas vermelhas que é símbolo da Catalunha. Já em Madri, acontecia o inverso, com flâmulas espanholas por todo lado. O porta-voz do governo espanhol, Medez de Vigo, chegou a garantir na sexta que a votação não iria ocorrer. "Eu insisto que não haverá referendo no dia 1º", afirmou. BOLA DE CRISTAL Analistas evitam prever o que vai acontecer depois de domingo. Segunda e terça-feira podem ser dias vitais para as relações futuras entre Madri e Barcelona. "A situação pode descarrilhar, levando a um cenário que sou incapaz de prever", afirma o cientista político Oriol Bartomeus, ligado à Universidade Autônoma de Barcelona. Se o Parlamento catalão de fato declarar a independência da região (em caso de vitória do "sim"), está previsto que comece a rascunhar imediatamente uma Constituição para o que entende como um novo país. Em paralelo, a administração central pode declarar que o resultado e a separação são ilegais e determinar a detenção do presidente catalão, Carles Puigdemont. O caos subsequente corre o risco de debilitar tanto o governo espanhol quanto o catalão. A Espanha é governada por Mariano Rajoy, do conservador PP (Partido Popular). No poder desde 2011, a sigla comanda o país de maneira frágil, com uma coalizão minoritária na Câmara, já que nenhum grupo conseguiu formar maioria no Parlamento após as últimas eleições, em 2016. A instabilidade atual na Catalunha serve de munição para que a oposição peça a formação de um novo governo, por meio de uma moção de repúdio, no Parlamento, à atual liderança. Os catalães têm vantagem estratégica, de certa maneira, porque se beneficiariam tanto da ação espanhola quanto de sua inação. "Se conseguirem votar, vão mostrar que o Estado espanhol não é tão forte", diz Simón, do Politikon. "Se não puderem votar, vão dizer ao mundo ter sido reprimidos." Já o governo central vive uma situação oposta. "Madri está de mãos atadas desde que o o plebiscito foi convocado", afirma Simón. "É impossível manter a lei, enviando a polícia, e satisfazer a população catalã." | 4 |
Neymar e Messi marcam, e Barcelona ganha de virada do Atlético de Madri | Com gols de Messi e Neymar, o Barcelona derrotou o Atlético de Madri de virada, por 2 a 1, neste sábado (12), pela terceira rodada do Campeonato Espanhol. Os catalães mantiveram os 100% de aproveitamento, chegando a nove pontos e liderando a competição de forma isolada. Celta de Vigo e Eibar, que jogam no domingo (13), podem alcançar o mesmo número de pontos. O Real Madrid, que mais cedo goleou o Espanyol por 6 a 0 com cinco gols de Cristiano Ronaldo, tem sete pontos, ocupando a vice-liderança. Jogando em casa, o Atlético abriu o placar aos 6 min do segundo tempo, com o centroavante Fernando Torres. A reação do Barcelona começou cinco minutos depois, com um gol de falta de Neymar. Aos 32 min, o argentino Lionel Messi tabelou com o uruguaio Luis Suarez para fazer o gol da virada. Ele começou o jogo no banco de reservas. No meio da semana, Messi esteve com a seleção argentina que realizou amistosos contra a Bolívia e o México e depois foi liberado para acompanhar o nascimento de seu segundo filho, Mateo. APOIO As equipes do Barcelona e do Atlético de Madri entraram em campo vestindo uma camiseta em apoio aos refugiados que chegam à Europa. A inscrição da camisa dizia "ajuda aos refugiados", em espanhol e inglês. Pelo plano que prevê a divisão de 160 mil refugiados na Europa, atualmente em discussão entre os países do continente, a Espanha irá receber ceca de 15 mil, menos apenas que Alemanha e França. TERCEIRA RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL Sexta (11): Levante 1 x 1 Sevilla Sábado (12): Espanyol 0 x 6 Real Madrid Sporting Gijón 0 x 1 Valencia Atlético de Madrid 1 x 2 Barcelona Betis 1 x 0 Real Sociedad Domingo (13): Granada 1 x 3 Villareal Athletic Bilbao 3 x 1 Getafe Celta 3 x 3 Las Palmas Málaga 0 x 0 Eibar Segunda (14): Rayo Vallecano x Deportivo La Coruña | esporte | Neymar e Messi marcam, e Barcelona ganha de virada do Atlético de MadriCom gols de Messi e Neymar, o Barcelona derrotou o Atlético de Madri de virada, por 2 a 1, neste sábado (12), pela terceira rodada do Campeonato Espanhol. Os catalães mantiveram os 100% de aproveitamento, chegando a nove pontos e liderando a competição de forma isolada. Celta de Vigo e Eibar, que jogam no domingo (13), podem alcançar o mesmo número de pontos. O Real Madrid, que mais cedo goleou o Espanyol por 6 a 0 com cinco gols de Cristiano Ronaldo, tem sete pontos, ocupando a vice-liderança. Jogando em casa, o Atlético abriu o placar aos 6 min do segundo tempo, com o centroavante Fernando Torres. A reação do Barcelona começou cinco minutos depois, com um gol de falta de Neymar. Aos 32 min, o argentino Lionel Messi tabelou com o uruguaio Luis Suarez para fazer o gol da virada. Ele começou o jogo no banco de reservas. No meio da semana, Messi esteve com a seleção argentina que realizou amistosos contra a Bolívia e o México e depois foi liberado para acompanhar o nascimento de seu segundo filho, Mateo. APOIO As equipes do Barcelona e do Atlético de Madri entraram em campo vestindo uma camiseta em apoio aos refugiados que chegam à Europa. A inscrição da camisa dizia "ajuda aos refugiados", em espanhol e inglês. Pelo plano que prevê a divisão de 160 mil refugiados na Europa, atualmente em discussão entre os países do continente, a Espanha irá receber ceca de 15 mil, menos apenas que Alemanha e França. TERCEIRA RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL Sexta (11): Levante 1 x 1 Sevilla Sábado (12): Espanyol 0 x 6 Real Madrid Sporting Gijón 0 x 1 Valencia Atlético de Madrid 1 x 2 Barcelona Betis 1 x 0 Real Sociedad Domingo (13): Granada 1 x 3 Villareal Athletic Bilbao 3 x 1 Getafe Celta 3 x 3 Las Palmas Málaga 0 x 0 Eibar Segunda (14): Rayo Vallecano x Deportivo La Coruña | 3 |
Bolsa cai 1,05% com exterior, mas dólar tem menor cotação em quase 2 meses | O mau humor predominou nos mercados mundiais nesta terça-feira (11). A queda do petróleo no mercado internacional, o aumento das apostas de alta dos juros americanos em dezembro e a perspectivas de balanços corporativos ruins nos EUA no terceiro trimestre elevaram a aversão o risco. Como resultado, a maior parte das Bolsas caiu pelo mundo e o dólar se fortaleceu. O cenário doméstico acompanhou o externo, e o Ibovespa caiu mais de 1%. Segundo analistas, o tombo no mercado local só não foi maior por causa da aprovação, em 1º turno na Câmara, da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos. O dólar passou boa parte do pregão em alta, mas acabou fechando na menor cotação em quase dois meses. O mercado de câmbio refletiu o otimismo dos investidores com a vitória do governo Temer com a PEC do Teto, embora a aprovação na Câmara já estivesse precificada pelo mercado. A divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), nesta quarta-feira (12) manteve os investidores cautelosos. O mercado busca mais sinais sobre os próximos passos do Fed em relação à política monetária. Dados econômicos considerados robustos e declarações de dirigentes do Fed pró-alta de juros têm elevado as apostas de uma altas dos juros americanos em dezembro. A probabilidade de aumento das taxas no último mês de 2016 subiu para 67,6%, segundo cálculos da agência Bloomberg, ante 61,2% há uma semana. BOLSA O Ibovespa fechou em baixa de 1,05%, aos 61.021,85 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,7 bilhões. Alfredo Barbutti, analista da BGC Liquidez, avalia que, apesar de a aprovação da PEC do Teto já ter sido esperada pelo mercado, o movimento de realização dos ganhos recentes foi limitado na Bolsa. "O mercado local foi mais influenciado pelo cenário externo. Se fosse para os investidores embolsarem os lucros, a Bolsa deveria ter caído muito mais", afirma. Na semana passada, o principal índice da Bolsa paulista avançou 4,70%, impulsionado pelo otimismo dos investidores com o avanço das medidas do governo para recuperar a economia. Entre essas medidas, está a aprovação do projeto que desobriga a Petrobras de ser a única operadora do pré-sal. Já havia também a expectativa de aprovação da PEC do Teto, tanto na comissão especial quanto no plenário da Câmara. As ações da Petrobras perderam 2,16%, a R$ 15,39 (PN), e 2,34%, a R$ 17,07 (ON). Os papéis seguiram o comportamento do petróleo no mercado internacional, um dia após a commodity ter atingido as cotações máximas em mais de um ano. O petróleo Brent, negociado em Londres, recuou 1,4%, a US$ 52,41 o barril, com incertezas do mercado em relação a uma possível adesão da Rússia ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para limitar a produção. Os papéis da Vale caíram 1,76%, a R$ 16,69 (PNA), e 2,36%, a R$ 18,60 (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 0,34%; Bradesco PN, -0,35%; Bradesco ON, +0,06%; Banco do Brasil ON, -2,27%; Santander unit, -1,36%; e BM&FBovespa ON, -2,39%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial terminou em baixa de 0,06%, a R$ 3,2010, na contramão do exterior e na menor cotação desde 16 de agosto deste ano (R$ 3,1950). A moeda americana à vista, que fecha mais cedo, caiu 0,17%, a R$ 3,2078, valor mais baixo desde 8 de setembro (R$ 3,1988). "O câmbio foi influenciado pelo cenário externo. Pesaram o balanço ruim da Alcoa nos EUA, a forte queda da libra, o recuo do petróleo e a expectativa de alta dos juros americanos em dezembro", comenta Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. "O mercado doméstico não reagiu com euforia à aprovação da PEC do Teto porque ela já era esperada e foi apenas a primeira de um total de quatro votações no Congresso", acrescenta. Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 12,676% para 12,659% e o contrato de DI para janeiro de 2018 ficou estável, em 12,000%. O contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,220% para 12,270%, em um movimento de ajuste, após as recentes quedas. O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,16%, aos 270,562 pontos. EXTERIOR Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 1,24%; o Dow Jones perdeu 1,09%; e o Nasdaq, -1,54%. Além da possibilidade cada vez maior de alta dos juros nos EUA, a Alcoa inaugurou a temporada de divulgação de balanços do terceiro trimestre nos EUA reportando resultados fracos, o que acendeu a luz amarela em relação ao desempenho de outras companhias no período. Os papéis da produtora de alumínio recuaram mais de 11%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,38%; Paris, -0,57%; Frankfurt, -0,44%; Madri, -0,10%; e Milão, -0,95%. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,39%. O índice de Xangai subiu 0,56%. O índice Nikkei do Japão teve alta de 0,98%. | mercado | Bolsa cai 1,05% com exterior, mas dólar tem menor cotação em quase 2 mesesO mau humor predominou nos mercados mundiais nesta terça-feira (11). A queda do petróleo no mercado internacional, o aumento das apostas de alta dos juros americanos em dezembro e a perspectivas de balanços corporativos ruins nos EUA no terceiro trimestre elevaram a aversão o risco. Como resultado, a maior parte das Bolsas caiu pelo mundo e o dólar se fortaleceu. O cenário doméstico acompanhou o externo, e o Ibovespa caiu mais de 1%. Segundo analistas, o tombo no mercado local só não foi maior por causa da aprovação, em 1º turno na Câmara, da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos. O dólar passou boa parte do pregão em alta, mas acabou fechando na menor cotação em quase dois meses. O mercado de câmbio refletiu o otimismo dos investidores com a vitória do governo Temer com a PEC do Teto, embora a aprovação na Câmara já estivesse precificada pelo mercado. A divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), nesta quarta-feira (12) manteve os investidores cautelosos. O mercado busca mais sinais sobre os próximos passos do Fed em relação à política monetária. Dados econômicos considerados robustos e declarações de dirigentes do Fed pró-alta de juros têm elevado as apostas de uma altas dos juros americanos em dezembro. A probabilidade de aumento das taxas no último mês de 2016 subiu para 67,6%, segundo cálculos da agência Bloomberg, ante 61,2% há uma semana. BOLSA O Ibovespa fechou em baixa de 1,05%, aos 61.021,85 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,7 bilhões. Alfredo Barbutti, analista da BGC Liquidez, avalia que, apesar de a aprovação da PEC do Teto já ter sido esperada pelo mercado, o movimento de realização dos ganhos recentes foi limitado na Bolsa. "O mercado local foi mais influenciado pelo cenário externo. Se fosse para os investidores embolsarem os lucros, a Bolsa deveria ter caído muito mais", afirma. Na semana passada, o principal índice da Bolsa paulista avançou 4,70%, impulsionado pelo otimismo dos investidores com o avanço das medidas do governo para recuperar a economia. Entre essas medidas, está a aprovação do projeto que desobriga a Petrobras de ser a única operadora do pré-sal. Já havia também a expectativa de aprovação da PEC do Teto, tanto na comissão especial quanto no plenário da Câmara. As ações da Petrobras perderam 2,16%, a R$ 15,39 (PN), e 2,34%, a R$ 17,07 (ON). Os papéis seguiram o comportamento do petróleo no mercado internacional, um dia após a commodity ter atingido as cotações máximas em mais de um ano. O petróleo Brent, negociado em Londres, recuou 1,4%, a US$ 52,41 o barril, com incertezas do mercado em relação a uma possível adesão da Rússia ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para limitar a produção. Os papéis da Vale caíram 1,76%, a R$ 16,69 (PNA), e 2,36%, a R$ 18,60 (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 0,34%; Bradesco PN, -0,35%; Bradesco ON, +0,06%; Banco do Brasil ON, -2,27%; Santander unit, -1,36%; e BM&FBovespa ON, -2,39%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial terminou em baixa de 0,06%, a R$ 3,2010, na contramão do exterior e na menor cotação desde 16 de agosto deste ano (R$ 3,1950). A moeda americana à vista, que fecha mais cedo, caiu 0,17%, a R$ 3,2078, valor mais baixo desde 8 de setembro (R$ 3,1988). "O câmbio foi influenciado pelo cenário externo. Pesaram o balanço ruim da Alcoa nos EUA, a forte queda da libra, o recuo do petróleo e a expectativa de alta dos juros americanos em dezembro", comenta Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. "O mercado doméstico não reagiu com euforia à aprovação da PEC do Teto porque ela já era esperada e foi apenas a primeira de um total de quatro votações no Congresso", acrescenta. Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 12,676% para 12,659% e o contrato de DI para janeiro de 2018 ficou estável, em 12,000%. O contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,220% para 12,270%, em um movimento de ajuste, após as recentes quedas. O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,16%, aos 270,562 pontos. EXTERIOR Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 1,24%; o Dow Jones perdeu 1,09%; e o Nasdaq, -1,54%. Além da possibilidade cada vez maior de alta dos juros nos EUA, a Alcoa inaugurou a temporada de divulgação de balanços do terceiro trimestre nos EUA reportando resultados fracos, o que acendeu a luz amarela em relação ao desempenho de outras companhias no período. Os papéis da produtora de alumínio recuaram mais de 11%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,38%; Paris, -0,57%; Frankfurt, -0,44%; Madri, -0,10%; e Milão, -0,95%. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,39%. O índice de Xangai subiu 0,56%. O índice Nikkei do Japão teve alta de 0,98%. | 2 |
Homem ataca duas policiais com facão em delegacia no sul da Bélgica | Um homem armado com um facão atacou e feriu neste sábado (6) duas policiais diante de uma delegacia na cidade de Charleroi, no sul da Bélgica. Um terceiro agente no local disparou e matou o suspeito, que não foi identificado. As duas agentes não correm risco de morte, segundo informou a polícia local em seu perfil no Twitter. A polícia afirmou ainda que o homem gritou 'Allahu akbar', Deus é maior, em árabe, durante o ataque. Não se sabe a motivação do atentado. As equipes de segurança isolaram a delegacia e o vizinho Boulevard Pierre Mainz. O premiê belga, Charles Michel, condenou o ataque e afirmou em entrevista à TV local que os indícios iniciais apontam para uma ação terrorista. Desde o atentado terrorista em Bruxelas, em março deste ano, o alerta antiterrorista na Bélgica está no nível três (ameaça "possível e verossímil") de um total de quatro (ameaça "séria e iminente"). | mundo | Homem ataca duas policiais com facão em delegacia no sul da BélgicaUm homem armado com um facão atacou e feriu neste sábado (6) duas policiais diante de uma delegacia na cidade de Charleroi, no sul da Bélgica. Um terceiro agente no local disparou e matou o suspeito, que não foi identificado. As duas agentes não correm risco de morte, segundo informou a polícia local em seu perfil no Twitter. A polícia afirmou ainda que o homem gritou 'Allahu akbar', Deus é maior, em árabe, durante o ataque. Não se sabe a motivação do atentado. As equipes de segurança isolaram a delegacia e o vizinho Boulevard Pierre Mainz. O premiê belga, Charles Michel, condenou o ataque e afirmou em entrevista à TV local que os indícios iniciais apontam para uma ação terrorista. Desde o atentado terrorista em Bruxelas, em março deste ano, o alerta antiterrorista na Bélgica está no nível três (ameaça "possível e verossímil") de um total de quatro (ameaça "séria e iminente"). | 4 |
Disney libera 'Hakuna Matata', 'Livre Estou' e outras em plataforma on-line | Quem gosta das músicas da Disney poderá ouvir clássicos como "Hakuna Matata", do filme "Rei Leão", e "Livre Estou", de "Frozen - Uma Aventura Congelante", reunidos em uma seção especial da plataforma de streaming Deezer. Nela, o usuário tem acesso a trilhas sonoras de mais de 30 filmes, como "A Bela e a Fera" e "Mogli", além de séries de TV, que incluem as canções de a "A Casa do Mickey Mouse" e "Violetta", do canal Disney Channel. O serviço foi lançado nesta quinta-feira (28) e está disponível para usuários gratuitamente ou para assinantes, em dispositivos móveis, como smartphones, e no computador. O aplicativo pode ser acessado pelo seguinte endereço: deezer.com/app/disney | folhinha | Disney libera 'Hakuna Matata', 'Livre Estou' e outras em plataforma on-lineQuem gosta das músicas da Disney poderá ouvir clássicos como "Hakuna Matata", do filme "Rei Leão", e "Livre Estou", de "Frozen - Uma Aventura Congelante", reunidos em uma seção especial da plataforma de streaming Deezer. Nela, o usuário tem acesso a trilhas sonoras de mais de 30 filmes, como "A Bela e a Fera" e "Mogli", além de séries de TV, que incluem as canções de a "A Casa do Mickey Mouse" e "Violetta", do canal Disney Channel. O serviço foi lançado nesta quinta-feira (28) e está disponível para usuários gratuitamente ou para assinantes, em dispositivos móveis, como smartphones, e no computador. O aplicativo pode ser acessado pelo seguinte endereço: deezer.com/app/disney | 19 |
Tite não confirma Love no clássico e dá folga no domingo de Carnaval | Tite não quis dizer se Vágner Love vai enfrentar o São Paulo nesta quarta (18), no Itaquerão, pela Libertadores. O atacante fez a estreia pelo Corinthians na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, neste sábado (14). Ele entrou a 16 minutos do fim. O treinador não poderá escalar Guerrero, que está suspenso. "A moral da história é que vou ter de esperar. Ele entrou com vontade, em uma função diferente da que está acostumado a fazer. Atuou pelo lado esquerdo", explicou. Após perder uma oportunidade e com o placar empatado em 1 a 1, o centroavante incendiou o estádio ao levantar os braços e pedir apoio. Saiu do campo quase sem voz. Alega que isso aconteceu pelo tanto que gritou em campo. Veja vídeo "Ele treinou sozinho a semana inteira, sempre querendo mais. Quando disse para ele buscar a roupa, correu como se fosse um menino. Ele veio para ajudar e precisa do carinho do torcedor", completou. A maioria do público presente no Itaquerão aplaudiu o atacante revelado pelo Palmeiras. Mas Tite confessou ter ouvido algumas vaias. Por isso, pediu apoio para o reforço. A tendência é que Love comece a partida contra o São Paulo no banco de reservas, já que não está no mesmo ritmo de jogo dos demais. O técnico pode formar o ataque com Emerson Sheik e Malcolm ou escalar Danilo mais avançado, deixando Malcolm entre os reservas. Após a vitória sobre o Botafogo, Tite liberou o elenco para ficar em casa no domingo de Carnaval. A reapresentação está marcada para segunda (16) às 11h, no Centro de Treinamento. A concentração já começa em seguida. | esporte | Tite não confirma Love no clássico e dá folga no domingo de CarnavalTite não quis dizer se Vágner Love vai enfrentar o São Paulo nesta quarta (18), no Itaquerão, pela Libertadores. O atacante fez a estreia pelo Corinthians na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, neste sábado (14). Ele entrou a 16 minutos do fim. O treinador não poderá escalar Guerrero, que está suspenso. "A moral da história é que vou ter de esperar. Ele entrou com vontade, em uma função diferente da que está acostumado a fazer. Atuou pelo lado esquerdo", explicou. Após perder uma oportunidade e com o placar empatado em 1 a 1, o centroavante incendiou o estádio ao levantar os braços e pedir apoio. Saiu do campo quase sem voz. Alega que isso aconteceu pelo tanto que gritou em campo. Veja vídeo "Ele treinou sozinho a semana inteira, sempre querendo mais. Quando disse para ele buscar a roupa, correu como se fosse um menino. Ele veio para ajudar e precisa do carinho do torcedor", completou. A maioria do público presente no Itaquerão aplaudiu o atacante revelado pelo Palmeiras. Mas Tite confessou ter ouvido algumas vaias. Por isso, pediu apoio para o reforço. A tendência é que Love comece a partida contra o São Paulo no banco de reservas, já que não está no mesmo ritmo de jogo dos demais. O técnico pode formar o ataque com Emerson Sheik e Malcolm ou escalar Danilo mais avançado, deixando Malcolm entre os reservas. Após a vitória sobre o Botafogo, Tite liberou o elenco para ficar em casa no domingo de Carnaval. A reapresentação está marcada para segunda (16) às 11h, no Centro de Treinamento. A concentração já começa em seguida. | 3 |
Astrônomos da USP tiram dinheiro do próprio bolso para pagar pesquisa | Após corte de cerca de 80% de recursos, entre bolsas e outras verbas de financiamento, pesquisadores de um dos principais grupos de astronomia do Brasil estão recorrendo a vaquinhas virtuais, "favores" de universidades estrangeiras e até ao próprio dinheiro para continuar as atividades e se manter em nível competitivo internacional. O ramo da astronomia e da astrofísica demanda altos investimentos em instrumentos de observação, capacitação e deslocamentos, seja para observações astronômicas ou para a participação em congressos e treinamentos. Responsável no ano passado pelo primeiro exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) descoberto por um grupo brasileiro, o professor de astronomia da USP Jorge Meléndez diz que o bom desempenho científico de seu grupo não foi suficiente para garantir os recursos necessários para tocar os trabalhos. "Tentamos contornar do jeito que dá, mas está bem difícil. Para ajudar meus alunos, eu tenho tirado dinheiro da minha reserva técnica do meu próprio projeto. Também tentamos obter dinheiro de todos os lados, como parcerias com universidades do exterior e a própria organização dos congressos", diz. Aluno de doutorado em astronomia na USP, Henrique Reggiani também precisou complementar do próprio bolso para conseguir se manter na Alemanha durante um período de estágio de capacitação em espectometria avançada para sua pesquisa. "Era uma oportunidade muito boa. Avaliei que valia ir mesmo assim", explica. Colega de Henrique no doutorado, a astrônoma Marilia Corrêa Carlos tenta um financiamento coletivo virtual para tentar garantir sua participação em um congresso em Porto Alegre. Líder do projeto Sampa (Stellar Atmospheres, Planets and Abundances), Meléndez avalia que a situação da pesquisa no Brasil se deteriorou nos últimos dois anos. Ele critica algumas políticas de financiamento, como Ciência sem Fronteiras (programa federal de intercâmbio), que em sua opinião tiveram recursos "mal empregados". "O problema é que os cortes de hoje muitas vezes só vão ser percebidos lá na frente, quando os nossos equipamentos já não conseguirem dar conta do trabalho", diz. As verbas para pesquisa no Brasil como um todo têm sofrido sucessivos cortes. O investimento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em auxílio a pesquisa caiu quase 50% em 2015 em comparação com 2014. Os números preliminares já liberados sobre 2016 não mostram qualquer tendência de recuperação. Coordenadora da pós-graduação em astronomia do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, Silvia Rossi diz que os cortes atingiram tanto as verbas para compra de equipamentos quanto as bolsas de pesquisa. "Eu tento contemplar todo mundo e ajudar como dá, mas houve um corte muito expressivo dos recursos, especialmente da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal, ligada ao Ministério da Educação]", diz. "Eles cortaram bolsas que supostamente estavam ociosas, mas era um período em que os alunos da graduação estavam se formando e iam realizar procedimentos para avançar para a pós", diz Rossi. A coordenadora também afirma que houve redução de bolsas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) -eram 44 em 2013 contra 27 em 2015- e uma dificuldade adicional imposta pela agência. "A Fapesp leva em consideração o histórico do aluno na graduação na hora de conceder uma bolsa de pós-doutorado. Há situações muito complicadas. Tive um aluno cujo pai morreu no primeiro ano da faculdade e isso obviamente se refletiu no desempenho acadêmico dele. Mesmo com um bom desempenho na pesquisa hoje, ele não consegue bolsa de lá." OUTRO LADO O diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique Brito Cruz, afirmou que os cortes nas bolsas e verbas aconteceram de uma maneira ampla devido à queda da arrecadação de impostos do Estado de São Paulo, que é a fonte de financiamento da agência. Brito Cruz diz concordar com os critérios de desempenho rígidos para a concessão das bolsas. "Tendo em vista que essas bolsas serão pagas com dinheiro do contribuinte, elas têm mesmo de ser dirigidas a estudantes que tenham excelente históricos acadêmicos." "A astronomia é uma área prioritária para a Fapesp. temos grandes projetos que estão indo muito bem. O GMT (Giant Magellan Telescope) já recebeu R$ 48 milhões." Procurada, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) não comentou os cortes de recursos até a conclusão desta reportagem. | ciencia | Astrônomos da USP tiram dinheiro do próprio bolso para pagar pesquisaApós corte de cerca de 80% de recursos, entre bolsas e outras verbas de financiamento, pesquisadores de um dos principais grupos de astronomia do Brasil estão recorrendo a vaquinhas virtuais, "favores" de universidades estrangeiras e até ao próprio dinheiro para continuar as atividades e se manter em nível competitivo internacional. O ramo da astronomia e da astrofísica demanda altos investimentos em instrumentos de observação, capacitação e deslocamentos, seja para observações astronômicas ou para a participação em congressos e treinamentos. Responsável no ano passado pelo primeiro exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) descoberto por um grupo brasileiro, o professor de astronomia da USP Jorge Meléndez diz que o bom desempenho científico de seu grupo não foi suficiente para garantir os recursos necessários para tocar os trabalhos. "Tentamos contornar do jeito que dá, mas está bem difícil. Para ajudar meus alunos, eu tenho tirado dinheiro da minha reserva técnica do meu próprio projeto. Também tentamos obter dinheiro de todos os lados, como parcerias com universidades do exterior e a própria organização dos congressos", diz. Aluno de doutorado em astronomia na USP, Henrique Reggiani também precisou complementar do próprio bolso para conseguir se manter na Alemanha durante um período de estágio de capacitação em espectometria avançada para sua pesquisa. "Era uma oportunidade muito boa. Avaliei que valia ir mesmo assim", explica. Colega de Henrique no doutorado, a astrônoma Marilia Corrêa Carlos tenta um financiamento coletivo virtual para tentar garantir sua participação em um congresso em Porto Alegre. Líder do projeto Sampa (Stellar Atmospheres, Planets and Abundances), Meléndez avalia que a situação da pesquisa no Brasil se deteriorou nos últimos dois anos. Ele critica algumas políticas de financiamento, como Ciência sem Fronteiras (programa federal de intercâmbio), que em sua opinião tiveram recursos "mal empregados". "O problema é que os cortes de hoje muitas vezes só vão ser percebidos lá na frente, quando os nossos equipamentos já não conseguirem dar conta do trabalho", diz. As verbas para pesquisa no Brasil como um todo têm sofrido sucessivos cortes. O investimento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em auxílio a pesquisa caiu quase 50% em 2015 em comparação com 2014. Os números preliminares já liberados sobre 2016 não mostram qualquer tendência de recuperação. Coordenadora da pós-graduação em astronomia do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, Silvia Rossi diz que os cortes atingiram tanto as verbas para compra de equipamentos quanto as bolsas de pesquisa. "Eu tento contemplar todo mundo e ajudar como dá, mas houve um corte muito expressivo dos recursos, especialmente da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal, ligada ao Ministério da Educação]", diz. "Eles cortaram bolsas que supostamente estavam ociosas, mas era um período em que os alunos da graduação estavam se formando e iam realizar procedimentos para avançar para a pós", diz Rossi. A coordenadora também afirma que houve redução de bolsas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) -eram 44 em 2013 contra 27 em 2015- e uma dificuldade adicional imposta pela agência. "A Fapesp leva em consideração o histórico do aluno na graduação na hora de conceder uma bolsa de pós-doutorado. Há situações muito complicadas. Tive um aluno cujo pai morreu no primeiro ano da faculdade e isso obviamente se refletiu no desempenho acadêmico dele. Mesmo com um bom desempenho na pesquisa hoje, ele não consegue bolsa de lá." OUTRO LADO O diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique Brito Cruz, afirmou que os cortes nas bolsas e verbas aconteceram de uma maneira ampla devido à queda da arrecadação de impostos do Estado de São Paulo, que é a fonte de financiamento da agência. Brito Cruz diz concordar com os critérios de desempenho rígidos para a concessão das bolsas. "Tendo em vista que essas bolsas serão pagas com dinheiro do contribuinte, elas têm mesmo de ser dirigidas a estudantes que tenham excelente históricos acadêmicos." "A astronomia é uma área prioritária para a Fapesp. temos grandes projetos que estão indo muito bem. O GMT (Giant Magellan Telescope) já recebeu R$ 48 milhões." Procurada, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) não comentou os cortes de recursos até a conclusão desta reportagem. | 15 |
Confira os serviços preferidos dos paulistanos na hora de viajar, segundo Datafolha | DE SÃO PAULO Confira os serviços turísticos preferidos em pesquisa feita pelo Datafolha com paulistanos das classes A e B que viajaram nos últimos 12 meses. * CUMBICA / GUARULHOS Melhor aeroporto do Brasil * SALVADOR E FORTALEZA Melhor aeroporto do Nordeste * DECOLAR.COM Melhor aplicativo de viagem Melhor agência de viagem on-line * TRIVAGO Melhor aplicativo para busca de hotéis * IPHONE, IPHONE 6, IPHONE 7 Melhor câmera de smartphone * HONDA, CHEVROLET, TOYOTA E HYUNDAI Melhor carro para viajar * VISA Melhor cartão de crédito internacional * CONFIDENCE Melhor casa de câmbio * AMERICAN AIRLINES Melhor companhia aérea estrangeira * MSC Melhor cruzeiro marítimo * CI Melhor empresa de intercâmbio * MAZZAROPI E VALE DO SOL Melhor hotel fazenda * LOCALIZA Melhor locadora de carro * SAMSONITE Melhor mala de viagem * CVC Melhor marca de turismo Melhor agência de viagem on-line * LATAM Melhor serviço de bordo Melhor programa de milhagem Melhor site de companhia aérea * SMILES Melhor programa de milhagem * IBIS Melhor rede de hotéis no Brasil Melhor rede de hotéis no exterior * RIO QUENTE, BEACH PARK E IBEROSTAR Melhor resort no Brasil * VIVO Melhor roaming internacional * PORTO SEGURO Melhor seguro viagem * AIRBNB Melhor site de locação para temporada * Confira também todos os destinos de viagens vencedores. | saopaulo | Confira os serviços preferidos dos paulistanos na hora de viajar, segundo DatafolhaDE SÃO PAULO Confira os serviços turísticos preferidos em pesquisa feita pelo Datafolha com paulistanos das classes A e B que viajaram nos últimos 12 meses. * CUMBICA / GUARULHOS Melhor aeroporto do Brasil * SALVADOR E FORTALEZA Melhor aeroporto do Nordeste * DECOLAR.COM Melhor aplicativo de viagem Melhor agência de viagem on-line * TRIVAGO Melhor aplicativo para busca de hotéis * IPHONE, IPHONE 6, IPHONE 7 Melhor câmera de smartphone * HONDA, CHEVROLET, TOYOTA E HYUNDAI Melhor carro para viajar * VISA Melhor cartão de crédito internacional * CONFIDENCE Melhor casa de câmbio * AMERICAN AIRLINES Melhor companhia aérea estrangeira * MSC Melhor cruzeiro marítimo * CI Melhor empresa de intercâmbio * MAZZAROPI E VALE DO SOL Melhor hotel fazenda * LOCALIZA Melhor locadora de carro * SAMSONITE Melhor mala de viagem * CVC Melhor marca de turismo Melhor agência de viagem on-line * LATAM Melhor serviço de bordo Melhor programa de milhagem Melhor site de companhia aérea * SMILES Melhor programa de milhagem * IBIS Melhor rede de hotéis no Brasil Melhor rede de hotéis no exterior * RIO QUENTE, BEACH PARK E IBEROSTAR Melhor resort no Brasil * VIVO Melhor roaming internacional * PORTO SEGURO Melhor seguro viagem * AIRBNB Melhor site de locação para temporada * Confira também todos os destinos de viagens vencedores. | 9 |
Multa por proibir amamentação em público passa na Assembleia de SP | A Assembleia Legislativa de SP aprovou na noite desta terça (3) projeto de lei que prevê multa para quem impedir mulheres de amamentar em público em todo o Estado. O texto segue para sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O projeto garante que toda mãe tenha o direito de amamentar o filho em estabelecimento de uso coletivo, seja público ou privado, mesmo que exista uma área especial para esse fim. Caso o direito seja descumprido, o infrator poderá ser multado em 24 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo –o que corresponde a R$ 510. O valor será duplicado em caso de reincidência. "São inúmeros os benefícios adquiridos para o desenvolvimento infantil através do aleitamento materno. Diversos estudos têm comprovado a relação entre a amamentação e a diminuição nas taxas de mortalidade, morbidade e frequência de doenças em crianças", afirma o texto de autoria do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). O projeto de lei 414/15 cita ainda que o Estatuto da Criança e do Adolescente garante o direito de toda criança à amamentação e que o aleitamento materno é recomendado como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de vida pelo Ministério da Saúde e Unicef. Em nota, o governo estadual afirma que ainda não recebeu o projeto para análise. Após ser publicado no "Diário Oficial" com a assinatura do presidente da Assembleia, o Estado terá 15 dias úteis para se posicionar sobre a possível sanção. LEI MUNICIPAL Proibir a amamentação em público já rende multas de R$ 500 na capital paulista desde outubro. A punição prevista a qualquer tipo de estabelecimento fechado –comercial, cultural, recreativo ou de prestação de serviço público e privado– foi aprovada em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) no dia 14 de outubro, regulamentando lei sancionada em abril. A multa dobra de valor caso o estabelecimento seja autuado novamente num período de até dois anos da punição anterior. Segundo o decreto, o constrangimento deverá ser denunciado pelas vítimas à prefeitura por meio de denúncia formal, por escrito ou verbalmente. | cotidiano | Multa por proibir amamentação em público passa na Assembleia de SPA Assembleia Legislativa de SP aprovou na noite desta terça (3) projeto de lei que prevê multa para quem impedir mulheres de amamentar em público em todo o Estado. O texto segue para sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O projeto garante que toda mãe tenha o direito de amamentar o filho em estabelecimento de uso coletivo, seja público ou privado, mesmo que exista uma área especial para esse fim. Caso o direito seja descumprido, o infrator poderá ser multado em 24 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo –o que corresponde a R$ 510. O valor será duplicado em caso de reincidência. "São inúmeros os benefícios adquiridos para o desenvolvimento infantil através do aleitamento materno. Diversos estudos têm comprovado a relação entre a amamentação e a diminuição nas taxas de mortalidade, morbidade e frequência de doenças em crianças", afirma o texto de autoria do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). O projeto de lei 414/15 cita ainda que o Estatuto da Criança e do Adolescente garante o direito de toda criança à amamentação e que o aleitamento materno é recomendado como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de vida pelo Ministério da Saúde e Unicef. Em nota, o governo estadual afirma que ainda não recebeu o projeto para análise. Após ser publicado no "Diário Oficial" com a assinatura do presidente da Assembleia, o Estado terá 15 dias úteis para se posicionar sobre a possível sanção. LEI MUNICIPAL Proibir a amamentação em público já rende multas de R$ 500 na capital paulista desde outubro. A punição prevista a qualquer tipo de estabelecimento fechado –comercial, cultural, recreativo ou de prestação de serviço público e privado– foi aprovada em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) no dia 14 de outubro, regulamentando lei sancionada em abril. A multa dobra de valor caso o estabelecimento seja autuado novamente num período de até dois anos da punição anterior. Segundo o decreto, o constrangimento deverá ser denunciado pelas vítimas à prefeitura por meio de denúncia formal, por escrito ou verbalmente. | 5 |
Projeto do PT quer travar promessas de privatização de Doria em SP | Um projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo pretende complicar uma das principais promessas de João Doria (PSDB): a venda do autódromo de Interlagos e do complexo do Anhembi, além da conceder o estádio do Pacaembu à iniciativa privada. O projeto é uma emenda à Lei Orgânica do Município e propõe consultas populares obrigatórias em caso de venda de imóveis históricos da cidade, como o Pacaembu e o autódromo. O texto foi apresentado nesta quarta-feira (19) pelo vereador Alfredinho (PT) e foi assinado por outros 18 vereadores para entrar na pauta da Casa. Agora, ele passará por comissões da Câmara, como a de Justiça, antes de ser votada em plenário. Para ser aprovado e passar a valer, o projeto terá que ser aprovado por 37 dos 55 vereadores da Casa. A oposição a Doria, no entanto, deve contar com apenas 11 vereadores –nove do PT e dois do PSOL. "A população precisa ser consultada sobre esses projetos. Esses imóveis são patrimônios da cidade. Daqui a pouco ele [Doria] vai querer vender a sede da prefeitura", diz Alfredinho. Doria e concessões Por conta da tramitação nas comissões, dificilmente o texto será votado neste ano, ainda sob gestão de Fernando Haddad (PT). Na campanha, Doria afirmou que irá conceder o estádio, e vender o autódromo e o Anhembi. De acordo com ele, a cidade irá arrecadar R$ 7 bilhões com as vendas. O tucano promete que essa verba será a solução para as finanças, a saúde e a educação na capital. EMPECILHOS Conforme a Folha mostrou neste mês, as privatizações e concessões planejadas pelo prefeito eleito João Doria devem esbarrar na crise econômica, no desafio de atrair interessados e na resistência de moradores e de órgão de patrimônio histórico. Atualmente, Interlagos e o Anhembi são geridos pela SPTuris, empresa que tem a prefeitura como maior acionista. Segundo Doria, os espaços manterão as atuais finalidades. Para especialistas, pode ser um obstáculo para negociá-los, em cenário econômico de incertezas. "É possível regular um ativo quando se vende, mas isso traz um risco ao investidor", diz Sérgio Lazzarini, professor do Insper. Para ele, Doria terá de mostrar a empresários que não intervirá em excesso nos contratos. Consultora em regulação e professora da FGV, Vera Monteiro avalia que a manutenção do uso é complicada no caso do autódromo. Para ela, o futuro dono pode querer dar ao local outra destinação se não obtiver lucro com corridas. | cotidiano | Projeto do PT quer travar promessas de privatização de Doria em SPUm projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo pretende complicar uma das principais promessas de João Doria (PSDB): a venda do autódromo de Interlagos e do complexo do Anhembi, além da conceder o estádio do Pacaembu à iniciativa privada. O projeto é uma emenda à Lei Orgânica do Município e propõe consultas populares obrigatórias em caso de venda de imóveis históricos da cidade, como o Pacaembu e o autódromo. O texto foi apresentado nesta quarta-feira (19) pelo vereador Alfredinho (PT) e foi assinado por outros 18 vereadores para entrar na pauta da Casa. Agora, ele passará por comissões da Câmara, como a de Justiça, antes de ser votada em plenário. Para ser aprovado e passar a valer, o projeto terá que ser aprovado por 37 dos 55 vereadores da Casa. A oposição a Doria, no entanto, deve contar com apenas 11 vereadores –nove do PT e dois do PSOL. "A população precisa ser consultada sobre esses projetos. Esses imóveis são patrimônios da cidade. Daqui a pouco ele [Doria] vai querer vender a sede da prefeitura", diz Alfredinho. Doria e concessões Por conta da tramitação nas comissões, dificilmente o texto será votado neste ano, ainda sob gestão de Fernando Haddad (PT). Na campanha, Doria afirmou que irá conceder o estádio, e vender o autódromo e o Anhembi. De acordo com ele, a cidade irá arrecadar R$ 7 bilhões com as vendas. O tucano promete que essa verba será a solução para as finanças, a saúde e a educação na capital. EMPECILHOS Conforme a Folha mostrou neste mês, as privatizações e concessões planejadas pelo prefeito eleito João Doria devem esbarrar na crise econômica, no desafio de atrair interessados e na resistência de moradores e de órgão de patrimônio histórico. Atualmente, Interlagos e o Anhembi são geridos pela SPTuris, empresa que tem a prefeitura como maior acionista. Segundo Doria, os espaços manterão as atuais finalidades. Para especialistas, pode ser um obstáculo para negociá-los, em cenário econômico de incertezas. "É possível regular um ativo quando se vende, mas isso traz um risco ao investidor", diz Sérgio Lazzarini, professor do Insper. Para ele, Doria terá de mostrar a empresários que não intervirá em excesso nos contratos. Consultora em regulação e professora da FGV, Vera Monteiro avalia que a manutenção do uso é complicada no caso do autódromo. Para ela, o futuro dono pode querer dar ao local outra destinação se não obtiver lucro com corridas. | 5 |
Elenco de 'Doutor Estranho' diz ter se inspirado em monge budista | A tutela de um monge budista ajudou o ator britânico Benedict Cumberbatch a viver o protagonista de "Doutor Estranho", o filme mais recente do universo da Marvel. Cumberbatch interpreta Stephen Strange, um cirurgião arrogante que extrai poder do misticismo e da espiritualidade quando sua vida glamorosa desmorona em resultado de um acidente de carro que danifica suas mãos. "É um hábito excelente para se ter na vida –ponto final", disse Cumberbatch, referindo-se ao treinamento de conscientização que o monge proporcionou no set de filmagem. "Como ator é ótimo, porque leva você àquele momento de quietude e presença. Você tem muitas pessoas exigindo sua atenção quando faz um filme." O monge tibetano foi convidado pela atriz britânica Tilda Swinton, intérprete da personagem mística "A Anciã", que faz com que Strange deixe de ser um estudante incompetente e se transforme em um feiticeiro habilidoso na magia. "Eu o trouxe para o projeto, e ele tem passado um tempo conosco e ensinado todo mundo, se eles não sabem, sobre a conscientização e sobre como aquietar a mente", contou Tilda à Reuters. | ilustrada | Elenco de 'Doutor Estranho' diz ter se inspirado em monge budistaA tutela de um monge budista ajudou o ator britânico Benedict Cumberbatch a viver o protagonista de "Doutor Estranho", o filme mais recente do universo da Marvel. Cumberbatch interpreta Stephen Strange, um cirurgião arrogante que extrai poder do misticismo e da espiritualidade quando sua vida glamorosa desmorona em resultado de um acidente de carro que danifica suas mãos. "É um hábito excelente para se ter na vida –ponto final", disse Cumberbatch, referindo-se ao treinamento de conscientização que o monge proporcionou no set de filmagem. "Como ator é ótimo, porque leva você àquele momento de quietude e presença. Você tem muitas pessoas exigindo sua atenção quando faz um filme." O monge tibetano foi convidado pela atriz britânica Tilda Swinton, intérprete da personagem mística "A Anciã", que faz com que Strange deixe de ser um estudante incompetente e se transforme em um feiticeiro habilidoso na magia. "Eu o trouxe para o projeto, e ele tem passado um tempo conosco e ensinado todo mundo, se eles não sabem, sobre a conscientização e sobre como aquietar a mente", contou Tilda à Reuters. | 6 |
Tecnologia e mídias sociais ajudam a formar 'professor 2.0'
| LEA DE LUCA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O modelo de aula em que o professor fica à frente da sala com o giz na mão tem perdido espaço com as novas tecnologias. Para criar um professor capaz de utilizar essas ferramentas em novos métodos de ensino, faculdades de educação investem em cursos que unem pedagogia, mídias sociais e até animação. É o caso do curso criação e gestão de mídia em educação, da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), graduação que mescla disciplinas da área de educação com artes e design, comunicação social, administração, direito, psicologia, informática e ciências sociais. "Não basta apenas usar aplicativos ou trazer tablets para a sala de aula. É preciso entender de programação para construir soluções sob medida para cada grupo", diz Rosália Duarte, coordenadora do curso. Segundo Duarte, esse profissional pode trabalhar como consultor ou gerente de projetos educacionais não apenas em escolas e universidades como também em empresas privadas, museus e centros culturais e no terceiro setor. Criado em 2016, o bacharelado da PUC deve abrir matrículas em 2019. Também no Rio, a FGV (Fundação Getulio Vargas) prepara um mestrado profissional em educação com foco em novas tecnologias e desenvolve a Academia de Líderes em Inovação Educacional. "O objetivo do curso é dar um viés mais prático para a profissão, já que a maioria das universidades fica muito na teoria", diz Claudia Costin, coordenadora do Ceipe (Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais), da instituição, e ex-secretária de educação do Rio. No colégio Dante Alighieri, em São Paulo, os professores passam por cursos frequentes de atualização, incluindo o uso de novas plataformas e mídias. Valdenice Minatel, coordenadora do Dante Alighieri, afirma que a escola optou por investir na formação de seus professores porque ainda é difícil encontrar um "educador 2.0" pronto no mercado. A professora Marli Cremasco, 55, trabalha há 28 anos na escola. Ela faz questão de incluir aplicativos, tablets e a plataforma de cursos on-line Moodle nas aulas para os estudantes de nove anos. "Eles ficam comigo por várias horas e quando acabam, dizem que nem viram o tempo passar", conta. * EDUCADOR O que faz Desenvolve projetos de educação baseado em mídias digitais para instituições de ensino, empresas em geral e também para rádio e TV Salário inicial R$ 4.000 Perfil procurado pelas empresas Conhecer as tecnologias e programação é crucial. É preciso também ser capaz de criar empatia e despertar o interesse dos alunos Onde há vagas Em escolas, universidades, consultorias, instituições de ensino a distância Onde estudar PUC-RJ, FGV Rio, Anhembi Morumbi e Senac DURAÇÃO DO CURSO De 18 meses a 4 anos VISÃO DE QUEM FAZ "Uso aplicativos e tablets para ensinar os alunos de 9 anos, que dizem nem ver o tempo passar" Marli Cremasco, 55, professora do Colégio Dante Alighieri | sobretudo |
Tecnologia e mídias sociais ajudam a formar 'professor 2.0'
LEA DE LUCA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O modelo de aula em que o professor fica à frente da sala com o giz na mão tem perdido espaço com as novas tecnologias. Para criar um professor capaz de utilizar essas ferramentas em novos métodos de ensino, faculdades de educação investem em cursos que unem pedagogia, mídias sociais e até animação. É o caso do curso criação e gestão de mídia em educação, da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), graduação que mescla disciplinas da área de educação com artes e design, comunicação social, administração, direito, psicologia, informática e ciências sociais. "Não basta apenas usar aplicativos ou trazer tablets para a sala de aula. É preciso entender de programação para construir soluções sob medida para cada grupo", diz Rosália Duarte, coordenadora do curso. Segundo Duarte, esse profissional pode trabalhar como consultor ou gerente de projetos educacionais não apenas em escolas e universidades como também em empresas privadas, museus e centros culturais e no terceiro setor. Criado em 2016, o bacharelado da PUC deve abrir matrículas em 2019. Também no Rio, a FGV (Fundação Getulio Vargas) prepara um mestrado profissional em educação com foco em novas tecnologias e desenvolve a Academia de Líderes em Inovação Educacional. "O objetivo do curso é dar um viés mais prático para a profissão, já que a maioria das universidades fica muito na teoria", diz Claudia Costin, coordenadora do Ceipe (Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais), da instituição, e ex-secretária de educação do Rio. No colégio Dante Alighieri, em São Paulo, os professores passam por cursos frequentes de atualização, incluindo o uso de novas plataformas e mídias. Valdenice Minatel, coordenadora do Dante Alighieri, afirma que a escola optou por investir na formação de seus professores porque ainda é difícil encontrar um "educador 2.0" pronto no mercado. A professora Marli Cremasco, 55, trabalha há 28 anos na escola. Ela faz questão de incluir aplicativos, tablets e a plataforma de cursos on-line Moodle nas aulas para os estudantes de nove anos. "Eles ficam comigo por várias horas e quando acabam, dizem que nem viram o tempo passar", conta. * EDUCADOR O que faz Desenvolve projetos de educação baseado em mídias digitais para instituições de ensino, empresas em geral e também para rádio e TV Salário inicial R$ 4.000 Perfil procurado pelas empresas Conhecer as tecnologias e programação é crucial. É preciso também ser capaz de criar empatia e despertar o interesse dos alunos Onde há vagas Em escolas, universidades, consultorias, instituições de ensino a distância Onde estudar PUC-RJ, FGV Rio, Anhembi Morumbi e Senac DURAÇÃO DO CURSO De 18 meses a 4 anos VISÃO DE QUEM FAZ "Uso aplicativos e tablets para ensinar os alunos de 9 anos, que dizem nem ver o tempo passar" Marli Cremasco, 55, professora do Colégio Dante Alighieri | 17 |
Bellucci perde na Argentina e será ultrapassado por Feijão no ranking | Pela terceira vez consecutiva, o tenista brasileiro Thomaz Bellucci foi eliminado de um torneio em sua partida de estreia. Nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, Bellucci foi derrotado pelo italiano Paolo Lorenzi (número 67 do ranking da ATP) e no ATP 250 de Buenos Aires por 2 sets a 1 –parciais de 6/4, 6/7 (5/7) e 6/1, em partida com duração de 2h39min. Dessa forma, Bellucci repetiu seus desempenhos no Aberto do Brasil e no Aberto do Rio, quando foi eliminado em suas primeiras partidas por Martin Klizan e Rafael Nadal, respectivamente. Com a derrota em Buenos Aires, Bellucci, 71º no ranking (681 pontos), perderá pontos suficientes para ser ultrapassado por Feijão como o tenista brasileiro mais bem colocado no ranking mundial. Feijão foi eliminado nas quartas de final do Aberto do Rio, subiu 11 posições no ranking divulgado nesta segunda (23) e agora é o 77º colocado (656 pontos) –sua melhor posição na carreira. | esporte | Bellucci perde na Argentina e será ultrapassado por Feijão no rankingPela terceira vez consecutiva, o tenista brasileiro Thomaz Bellucci foi eliminado de um torneio em sua partida de estreia. Nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, Bellucci foi derrotado pelo italiano Paolo Lorenzi (número 67 do ranking da ATP) e no ATP 250 de Buenos Aires por 2 sets a 1 –parciais de 6/4, 6/7 (5/7) e 6/1, em partida com duração de 2h39min. Dessa forma, Bellucci repetiu seus desempenhos no Aberto do Brasil e no Aberto do Rio, quando foi eliminado em suas primeiras partidas por Martin Klizan e Rafael Nadal, respectivamente. Com a derrota em Buenos Aires, Bellucci, 71º no ranking (681 pontos), perderá pontos suficientes para ser ultrapassado por Feijão como o tenista brasileiro mais bem colocado no ranking mundial. Feijão foi eliminado nas quartas de final do Aberto do Rio, subiu 11 posições no ranking divulgado nesta segunda (23) e agora é o 77º colocado (656 pontos) –sua melhor posição na carreira. | 3 |
Fotógrafo registra cânions gaúchos em preto e branco; veja galeria | Na fronteira entre os Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dois parques nacionais –o da Serra Geral e o de Aparados da Serra– atraem turistas com uma paisagem peculiar: cânions monumentais, com até 8 quilômetros de comprimento e mais de 900 metros de profundidade. O cenário, no cânion da Fortaleza, está no Álbum de Viagem desta semana, registrado pelo editor-assistente de Fotografia da Folha Keiny Andrade. Ele esteve na região no último mês de julho, quando as temperaturas invariavelmente ficam próximas a zero grau. A partir do centro de Cambará, que tem alguma estrutura de hospedagem –a maioria dos turistas fica em pousadas rurais–, os parques estão a cerca de 15 quilômetros de distância. Para conhecer os cânions, é possível fazer trilhas relativamente simples, de menos de uma hora. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto Pontos turísticos 'do avesso', por Oliver Curtis Nova York com ar retrô, por Alexandre Rezende Foz do rio São Francisco, por Bruno Molinero Montevidéu em preto e branco, por Otavio Valle Colorido da Índia, por Diogo Moreira | turismo | Fotógrafo registra cânions gaúchos em preto e branco; veja galeriaNa fronteira entre os Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dois parques nacionais –o da Serra Geral e o de Aparados da Serra– atraem turistas com uma paisagem peculiar: cânions monumentais, com até 8 quilômetros de comprimento e mais de 900 metros de profundidade. O cenário, no cânion da Fortaleza, está no Álbum de Viagem desta semana, registrado pelo editor-assistente de Fotografia da Folha Keiny Andrade. Ele esteve na região no último mês de julho, quando as temperaturas invariavelmente ficam próximas a zero grau. A partir do centro de Cambará, que tem alguma estrutura de hospedagem –a maioria dos turistas fica em pousadas rurais–, os parques estão a cerca de 15 quilômetros de distância. Para conhecer os cânions, é possível fazer trilhas relativamente simples, de menos de uma hora. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto Pontos turísticos 'do avesso', por Oliver Curtis Nova York com ar retrô, por Alexandre Rezende Foz do rio São Francisco, por Bruno Molinero Montevidéu em preto e branco, por Otavio Valle Colorido da Índia, por Diogo Moreira | 13 |
Rebeldes xiitas tomam terceira maior cidade do Iêmen | A terceira maior cidade do Iêmen, Taiz, foi tomada no domingo (22) pela milícia xiita houthi, segundo autoridades do país. Os rebeldes já controlavam o noroeste do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, e agora avançam em direção ao sul do país, onde o presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi está refugiado desde fevereiro. Com a conquista de Taiz, os houthis estão agora a apenas 140 km do porto de Áden, onde Hadi estabeleceu sua nova base, e de onde fez um discurso televisionado no último sábado (21), exigindo a saída dos houthis da capital. Os moradores de Taiz chegaram a sair às ruas em protesto contra a milícia, e, segundo a britânica BBC, ao menos um deles foi morto pelos rebeldes, que atiraram e usaram bombas de gás contra os manifestantes. Segundo testemunhas, os houthis tomaram o controle do aeroporto militar da cidade, na noite de sábado, sem enfrentar resistência. Dezenas de tanques e outros veículos militares ocuparam as ruas de Taiz no domingo. Em Áden, um avião não identificado que sobrevoou o palácio usado pelo presidente na cidade foi alvo de baterias antiaéreas, segundo a agência Reuters. Na última quinta (19), Hadi havia sido levado a um local seguro após um ataque aéreo ao prédio. NAÇÕES UNIDAS Neste domingo, em reunião de emergência em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU condenou a tomada de cidades pelos rebeldes e ameaçou tomar "medidas adicionais" se as hostilidades não cessarem. O enviado da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, disse que os eventos recentes "parecem estar colocando o Iêmen à beira de uma guerra civil". O Iêmen passa por uma grave crise de instabilidade, com ações da milícia xiita houthi -apoiada pelo Irã-, do braço armado da Al Qaeda na península Arábica e, agora, de uma célula da facção radical sunita Estado Islâmico (EI) no país. Na última sexta (20), o EI reivindicou três atentados contra mesquitas xiitas em Sanaa, que deixaram ao menos 137 mortos e 350 feridos. Neste domingo, o líder da milícia xiita, Abdel-Malek al-Houthi, prometeu, em um discurso transmitido por uma TV que apoia os rebeldes, perseguir os sunitas da Al Qaeda na península Arábica e do EI no país. Os atentados reivindicados pelo Estado Islâmico tiveram como alvo mesquitas frequentadas por apoiadores dos houthis. Após os atentados de sexta, os EUA retiraram seus últimos cem militares no país de uma base aérea crucial para o ataque com drones contra a Al Qaeda. Não está claro se as tropas deixaram o Iêmen. | mundo | Rebeldes xiitas tomam terceira maior cidade do IêmenA terceira maior cidade do Iêmen, Taiz, foi tomada no domingo (22) pela milícia xiita houthi, segundo autoridades do país. Os rebeldes já controlavam o noroeste do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, e agora avançam em direção ao sul do país, onde o presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi está refugiado desde fevereiro. Com a conquista de Taiz, os houthis estão agora a apenas 140 km do porto de Áden, onde Hadi estabeleceu sua nova base, e de onde fez um discurso televisionado no último sábado (21), exigindo a saída dos houthis da capital. Os moradores de Taiz chegaram a sair às ruas em protesto contra a milícia, e, segundo a britânica BBC, ao menos um deles foi morto pelos rebeldes, que atiraram e usaram bombas de gás contra os manifestantes. Segundo testemunhas, os houthis tomaram o controle do aeroporto militar da cidade, na noite de sábado, sem enfrentar resistência. Dezenas de tanques e outros veículos militares ocuparam as ruas de Taiz no domingo. Em Áden, um avião não identificado que sobrevoou o palácio usado pelo presidente na cidade foi alvo de baterias antiaéreas, segundo a agência Reuters. Na última quinta (19), Hadi havia sido levado a um local seguro após um ataque aéreo ao prédio. NAÇÕES UNIDAS Neste domingo, em reunião de emergência em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU condenou a tomada de cidades pelos rebeldes e ameaçou tomar "medidas adicionais" se as hostilidades não cessarem. O enviado da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, disse que os eventos recentes "parecem estar colocando o Iêmen à beira de uma guerra civil". O Iêmen passa por uma grave crise de instabilidade, com ações da milícia xiita houthi -apoiada pelo Irã-, do braço armado da Al Qaeda na península Arábica e, agora, de uma célula da facção radical sunita Estado Islâmico (EI) no país. Na última sexta (20), o EI reivindicou três atentados contra mesquitas xiitas em Sanaa, que deixaram ao menos 137 mortos e 350 feridos. Neste domingo, o líder da milícia xiita, Abdel-Malek al-Houthi, prometeu, em um discurso transmitido por uma TV que apoia os rebeldes, perseguir os sunitas da Al Qaeda na península Arábica e do EI no país. Os atentados reivindicados pelo Estado Islâmico tiveram como alvo mesquitas frequentadas por apoiadores dos houthis. Após os atentados de sexta, os EUA retiraram seus últimos cem militares no país de uma base aérea crucial para o ataque com drones contra a Al Qaeda. Não está claro se as tropas deixaram o Iêmen. | 4 |
Chape recebe punição da Conmebol e é eliminada da Libertadores | O Tribunal da Conmebol puniu a Chapecoense, nesta terça (23), com a perda de três pontos pela escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio, 24, na vitória sobre o Lanús por 2 a 1, no último dia 17, pela quinta rodada da Libertadores. Pela decisão, o placar do jogo foi modificado para 3 a 0 para o time argentino. A punição eliminou a Chapecoense da competição mesmo após a vitória sobre o Zulia por 2 a 1 na noite desta terça, com gols de Arthur e Andrei Girotto, em Chapecó. Se não fosse punida, a equipe chegaria a dez pontos e se classificaria para as oitavas à frente do Nacional (URU), que ficou com oito pontos. O clube entrará com um recurso. "Até amanhã devemos pedir para a Conmebol enviar as razões desta decisão", disse Luiz Antônio Palaoro, vice-presidente jurídico do time catarinense, que afirmou que a estratégia de defesa será mantida. De acordo com Mario Bittencourt, advogado contratado para defender o clube no caso, a equipe foi induzida ao erro pela confederação. O Tribunal da Conmebol estabeleceu punição de três jogos a Luiz Otávio pela expulsão no jogo contra o Nacional (URU), dia 24 de abril. A Chapecoense alega que não foi avisada formalmente do resultado do julgamento. O zagueiro cumpriu um jogo de suspensão automática na partida contra o Atlético Nacional, pela final da Recopa Sul-Americana, e foi escalado para enfrentar o Lanús. O time afirma que ficou sabendo da punição pelo delegado da partida, quando faltavam dois minutos para os jogadores entrarem em campo na Argentina. Inconformado por ter sido avisado da punição em cima da hora, o presidente da equipe catarinense, Plínio David de Nês, permitiu que o jogador fosse escalado. A Chapecoense encaminhou sua defesa na segunda-feira (22). Na tarde desta terça, os advogados do clube foram convocados para participarem de uma videoconferência para explicar o caso. Uma hora depois, a entidade comunicou a punição. Mesmo assim, a vitória desta terça-feira deixou o time na terceira posição do Grupo 7, classificando-o para defender seu título na Copa Sul-Americana. A Chapecoense ganhou o direito de participar da edição deste ano da Libertadores após ser declarada pela Conmebol como a campeã da Copa Sul-Americana de 2016. A entidade deu o título para o time uma semana após o voo da LaMia que transportava a delegação para Medellín, local do primeiro jogo da decisão do torneio, contra o Atlético Nacional, se chocar com um morro. No acidente, 71 pessoas morreram, incluindo 19 jogadores e 24 membros da delegação da equipe alviverde. | esporte | Chape recebe punição da Conmebol e é eliminada da LibertadoresO Tribunal da Conmebol puniu a Chapecoense, nesta terça (23), com a perda de três pontos pela escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio, 24, na vitória sobre o Lanús por 2 a 1, no último dia 17, pela quinta rodada da Libertadores. Pela decisão, o placar do jogo foi modificado para 3 a 0 para o time argentino. A punição eliminou a Chapecoense da competição mesmo após a vitória sobre o Zulia por 2 a 1 na noite desta terça, com gols de Arthur e Andrei Girotto, em Chapecó. Se não fosse punida, a equipe chegaria a dez pontos e se classificaria para as oitavas à frente do Nacional (URU), que ficou com oito pontos. O clube entrará com um recurso. "Até amanhã devemos pedir para a Conmebol enviar as razões desta decisão", disse Luiz Antônio Palaoro, vice-presidente jurídico do time catarinense, que afirmou que a estratégia de defesa será mantida. De acordo com Mario Bittencourt, advogado contratado para defender o clube no caso, a equipe foi induzida ao erro pela confederação. O Tribunal da Conmebol estabeleceu punição de três jogos a Luiz Otávio pela expulsão no jogo contra o Nacional (URU), dia 24 de abril. A Chapecoense alega que não foi avisada formalmente do resultado do julgamento. O zagueiro cumpriu um jogo de suspensão automática na partida contra o Atlético Nacional, pela final da Recopa Sul-Americana, e foi escalado para enfrentar o Lanús. O time afirma que ficou sabendo da punição pelo delegado da partida, quando faltavam dois minutos para os jogadores entrarem em campo na Argentina. Inconformado por ter sido avisado da punição em cima da hora, o presidente da equipe catarinense, Plínio David de Nês, permitiu que o jogador fosse escalado. A Chapecoense encaminhou sua defesa na segunda-feira (22). Na tarde desta terça, os advogados do clube foram convocados para participarem de uma videoconferência para explicar o caso. Uma hora depois, a entidade comunicou a punição. Mesmo assim, a vitória desta terça-feira deixou o time na terceira posição do Grupo 7, classificando-o para defender seu título na Copa Sul-Americana. A Chapecoense ganhou o direito de participar da edição deste ano da Libertadores após ser declarada pela Conmebol como a campeã da Copa Sul-Americana de 2016. A entidade deu o título para o time uma semana após o voo da LaMia que transportava a delegação para Medellín, local do primeiro jogo da decisão do torneio, contra o Atlético Nacional, se chocar com um morro. No acidente, 71 pessoas morreram, incluindo 19 jogadores e 24 membros da delegação da equipe alviverde. | 3 |
Conta de hospital particular é alta, complexa e impossível de checar | Com histórico de câncer de mama na família, ao completar 40 anos, em 2011, a pediatra paulista Andrea Torres Sanajótta deu início a uma rotina de exames para a detecção precoce da doença. Há dois anos e meio, os testes indicaram a existência de uma lesão pré-cancerosa. Em dezembro de 2015, outro achado anormal, de natureza mais agressiva. Em vez de extirpar o tecido doente, ela optou pela mastectomia dupla. Apesar do medo e da angústia embutidos na escolha, do ponto de vista financeiro Andrea sentia-se tranquila. Nunca tivera problema com o plano de saúde contratado nos anos 2000. A pediatra preenchia os requisitos para a cirurgia, mas o convênio não a autorizou -liberou apenas a retirada da lesão. A operação só ocorreu mediante liminar. Mais tarde, os exames dos tecidos extirpados indicaram a presença de células cancerosas. Se nada fosse feito, Andrea desenvolveria a doença. Devido à gravidade do caso, teve de passar por mais duas cirurgias. O marido de Andrea, o anestesista Roberto, até tentou cotar quanto sairia o tratamento dela. Mas esse é um cálculo difícil de fazer. "Contas hospitalares são complexas, difíceis de apurar e não seguem nenhum padrão", diz o advogado Rafael Robba, do escritório Vilhena Silva. Um exemplo emblemático é o que ocorre com os remédios. Um antibiótico vendido na farmácia por R$ 35 custa o dobro ou mais para um paciente hospitalizado. Em 2015, medicamentos, materiais e insumos hospitalares foram responsáveis por 45% de tudo o que entrou no caixa das instituições privadas de saúde. Taxas e diárias não chegaram a 18%. O problema está no modo como as empresas de saúde suplementar remuneram os hospitais. O pagamento é feito pelo método "fee for service" (pagamento por serviço, em inglês). O dinheiro entra no caixa a cada procedimento realizado, exame feito, material usado, droga prescrita. "O sistema privilegia a ineficiência. Quanto mais gasto, mais recebo", diz o médico Walter Cintra Ferreira Júnior, coordenador do curso de administração hospitalar da Fundação Getúlio Vargas. E a ineficiência custa caro. O modo como a saúde privada está estruturada no país é cenário ideal para o desperdício. Pelas estimativas de Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Particulares, dos R$ 450 bilhões gastos com saúde em 2015, 20% foram para o lixo com uso exagerado de recursos, falhas na prestação de serviço e na formação de preços e fraudes. Na mesma mesa da qual Balestrin participou no último Fórum A Saúde do Brasil, o presidente do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, afirmou que o principal fator que encarece as contas hospitalares é a admissão de casos que não deveriam ser tratados ali, o que drena a receita das instituições. "Hospital é um equipamento de alto custo fixo", diz o professor Ferreira Júnior, da FGV. Aqui ainda prevalece a cultura do "hospitalocentrismo" -diante de qualquer alteração clínica, o brasileiro corre ao hospital. "Se um procedimento que poderia ser feito em ambulatório acontece no hospital, é certeza de que dinheiro está sendo jogado pela janela", diz Ferreira Júnior. Seria simplismo reduzir os altos custos da saúde privada ao sistema de remuneração. Outra particularidade desse mercado é o fato de que as tecnologias não são substitutivas e, sim, incrementais. O raio-X não deixou de ser usado após a ultrassonografia; que não foi aposentada com a tomografia; que continuou, apesar da ressonância; que segue sendo indicada mesmo com o PET-Scan. O tratamento do câncer de cólon é um exemplo do encarecimento dos custos, diz Setphen Stefani, oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, e presidente do Comitê Latino Americano, da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Estudos de Desfecho. No início da década, a média de sobrevida era de seis meses, ao custo mensal de US$ 200. Hoje, com medicamentos mais eficazes, pacientes ultrapassam os dois anos. Mas o gasto mensal com o tratamento é de US$ 10 mil. O problema é a filosofia do "cheque em branco", segundo a qual exames e tratamentos são exigidos só porque são a última novidade. Um caso de exagero é o do stent farmacológico, usado na desobstrução das artérias do coração. A diferença entre ele e o tradicional está na liberação de medicamentos que reduzem o risco de entupimentos. Os farmacológicos custam seis vezes mais que os comuns e são indicados para diabéticos, vítimas de lesões extensas e portadores de vasos sanguíneos muito finos. Pois bem: no Brasil, esses pacientes são só 25% dos doentes, mas 80% dos que se submetem ao procedimento recebem o stent mais caro. | seminariosfolha | Conta de hospital particular é alta, complexa e impossível de checarCom histórico de câncer de mama na família, ao completar 40 anos, em 2011, a pediatra paulista Andrea Torres Sanajótta deu início a uma rotina de exames para a detecção precoce da doença. Há dois anos e meio, os testes indicaram a existência de uma lesão pré-cancerosa. Em dezembro de 2015, outro achado anormal, de natureza mais agressiva. Em vez de extirpar o tecido doente, ela optou pela mastectomia dupla. Apesar do medo e da angústia embutidos na escolha, do ponto de vista financeiro Andrea sentia-se tranquila. Nunca tivera problema com o plano de saúde contratado nos anos 2000. A pediatra preenchia os requisitos para a cirurgia, mas o convênio não a autorizou -liberou apenas a retirada da lesão. A operação só ocorreu mediante liminar. Mais tarde, os exames dos tecidos extirpados indicaram a presença de células cancerosas. Se nada fosse feito, Andrea desenvolveria a doença. Devido à gravidade do caso, teve de passar por mais duas cirurgias. O marido de Andrea, o anestesista Roberto, até tentou cotar quanto sairia o tratamento dela. Mas esse é um cálculo difícil de fazer. "Contas hospitalares são complexas, difíceis de apurar e não seguem nenhum padrão", diz o advogado Rafael Robba, do escritório Vilhena Silva. Um exemplo emblemático é o que ocorre com os remédios. Um antibiótico vendido na farmácia por R$ 35 custa o dobro ou mais para um paciente hospitalizado. Em 2015, medicamentos, materiais e insumos hospitalares foram responsáveis por 45% de tudo o que entrou no caixa das instituições privadas de saúde. Taxas e diárias não chegaram a 18%. O problema está no modo como as empresas de saúde suplementar remuneram os hospitais. O pagamento é feito pelo método "fee for service" (pagamento por serviço, em inglês). O dinheiro entra no caixa a cada procedimento realizado, exame feito, material usado, droga prescrita. "O sistema privilegia a ineficiência. Quanto mais gasto, mais recebo", diz o médico Walter Cintra Ferreira Júnior, coordenador do curso de administração hospitalar da Fundação Getúlio Vargas. E a ineficiência custa caro. O modo como a saúde privada está estruturada no país é cenário ideal para o desperdício. Pelas estimativas de Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Particulares, dos R$ 450 bilhões gastos com saúde em 2015, 20% foram para o lixo com uso exagerado de recursos, falhas na prestação de serviço e na formação de preços e fraudes. Na mesma mesa da qual Balestrin participou no último Fórum A Saúde do Brasil, o presidente do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, afirmou que o principal fator que encarece as contas hospitalares é a admissão de casos que não deveriam ser tratados ali, o que drena a receita das instituições. "Hospital é um equipamento de alto custo fixo", diz o professor Ferreira Júnior, da FGV. Aqui ainda prevalece a cultura do "hospitalocentrismo" -diante de qualquer alteração clínica, o brasileiro corre ao hospital. "Se um procedimento que poderia ser feito em ambulatório acontece no hospital, é certeza de que dinheiro está sendo jogado pela janela", diz Ferreira Júnior. Seria simplismo reduzir os altos custos da saúde privada ao sistema de remuneração. Outra particularidade desse mercado é o fato de que as tecnologias não são substitutivas e, sim, incrementais. O raio-X não deixou de ser usado após a ultrassonografia; que não foi aposentada com a tomografia; que continuou, apesar da ressonância; que segue sendo indicada mesmo com o PET-Scan. O tratamento do câncer de cólon é um exemplo do encarecimento dos custos, diz Setphen Stefani, oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, e presidente do Comitê Latino Americano, da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Estudos de Desfecho. No início da década, a média de sobrevida era de seis meses, ao custo mensal de US$ 200. Hoje, com medicamentos mais eficazes, pacientes ultrapassam os dois anos. Mas o gasto mensal com o tratamento é de US$ 10 mil. O problema é a filosofia do "cheque em branco", segundo a qual exames e tratamentos são exigidos só porque são a última novidade. Um caso de exagero é o do stent farmacológico, usado na desobstrução das artérias do coração. A diferença entre ele e o tradicional está na liberação de medicamentos que reduzem o risco de entupimentos. Os farmacológicos custam seis vezes mais que os comuns e são indicados para diabéticos, vítimas de lesões extensas e portadores de vasos sanguíneos muito finos. Pois bem: no Brasil, esses pacientes são só 25% dos doentes, mas 80% dos que se submetem ao procedimento recebem o stent mais caro. | 24 |
Lobby das sacolinhas conseguiu lei que obriga compras, diz leitor | A solução do problema da disposição dos resíduos sólidos está na sua correta destinação e não na qualidade do seu invólucro. A decomposição das tais sacolas biodegradáveis pode ser até mais poluente, dependendo do seu conteúdo ou do local de destino. Tais questões não importam, o que importa é que consegue-se enviar goela abaixo da população custos questionáveis. Parabéns ao lobby das sacolas biodegradáveis. Finalmente conseguiu, inclusive com o apoio da Folha, uma lei que obriga a compra de tais sacolas. ALEXANDRE SAYEG FREIRE (São Paulo, SP) * * Qual é a contribuição que a sociedade quer dar para preservar o meio ambiente ? Os produtores rurais em São Paulo têm que dispor de 20% de suas propriedades para as reservas legais. Em outros Estados, esse percentual é ainda maior para benefício de toda a sociedade. Ponham a mão na consciência, R$ 0,10 por sacolinha biodegradável, abarrotadas de produtos, cuja a maior parte do conteúdo vai para os lixões, é uma contribuição simbólica. PAULO A. BANNWART (Assis, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | paineldoleitor | Lobby das sacolinhas conseguiu lei que obriga compras, diz leitorA solução do problema da disposição dos resíduos sólidos está na sua correta destinação e não na qualidade do seu invólucro. A decomposição das tais sacolas biodegradáveis pode ser até mais poluente, dependendo do seu conteúdo ou do local de destino. Tais questões não importam, o que importa é que consegue-se enviar goela abaixo da população custos questionáveis. Parabéns ao lobby das sacolas biodegradáveis. Finalmente conseguiu, inclusive com o apoio da Folha, uma lei que obriga a compra de tais sacolas. ALEXANDRE SAYEG FREIRE (São Paulo, SP) * * Qual é a contribuição que a sociedade quer dar para preservar o meio ambiente ? Os produtores rurais em São Paulo têm que dispor de 20% de suas propriedades para as reservas legais. Em outros Estados, esse percentual é ainda maior para benefício de toda a sociedade. Ponham a mão na consciência, R$ 0,10 por sacolinha biodegradável, abarrotadas de produtos, cuja a maior parte do conteúdo vai para os lixões, é uma contribuição simbólica. PAULO A. BANNWART (Assis, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 8 |
Contra atentados, leitores pedem atuação da comunidade internacional | Os atentados são atos de barbárie e devem ser tratados como tal (Atirador mata 38 em praia na Tunísia). Enquanto não for rompido o elo de ligação entre o fornecimento de armas e os grupos à margem da lei, a humanidade não escutará o grito de vida que ressoa permanente. A ONU deveria convocar uma reunião extraordinária e enviar tropas e equipamentos de segurança à região. YVETTE KFOURI ABRAO (São Paulo, SP) * * Novos atentados terroristas praticados pelo covarde e brutal Estado Islâmico mataram e mutilaram dezenas de pessoas na Tunísia, na França e no Kuait. Pessoas inocentes foram assassinadas friamente e de forma gratuita. Até quando? A Comunidade Internacional precisa reagir, combater e exterminar esse grupo de sádicos, covardes e assassinos e impedir que continuem destruindo vidas pelo mundo afora. É triste que, em pleno século 21, ainda vivamos em um mundo dominado pela barbárie e pela insanidade. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | paineldoleitor | Contra atentados, leitores pedem atuação da comunidade internacionalOs atentados são atos de barbárie e devem ser tratados como tal (Atirador mata 38 em praia na Tunísia). Enquanto não for rompido o elo de ligação entre o fornecimento de armas e os grupos à margem da lei, a humanidade não escutará o grito de vida que ressoa permanente. A ONU deveria convocar uma reunião extraordinária e enviar tropas e equipamentos de segurança à região. YVETTE KFOURI ABRAO (São Paulo, SP) * * Novos atentados terroristas praticados pelo covarde e brutal Estado Islâmico mataram e mutilaram dezenas de pessoas na Tunísia, na França e no Kuait. Pessoas inocentes foram assassinadas friamente e de forma gratuita. Até quando? A Comunidade Internacional precisa reagir, combater e exterminar esse grupo de sádicos, covardes e assassinos e impedir que continuem destruindo vidas pelo mundo afora. É triste que, em pleno século 21, ainda vivamos em um mundo dominado pela barbárie e pela insanidade. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 8 |