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Lava Jato recebe prêmio, e Dallagnol critica aprovação de pacote na Câmara
O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse neste sábado (3) no Panamá que os deputados federais no Brasil se aproveitaram da tragédia com a Chapecoense para "infligir o mais duro ataque" que a operação já sofreu. Ele e mais onze procuradores de Curitiba (PR) foram ao Panamá para receber neste sábado o prêmio internacional de combate à corrupção concedido pela Transparência Internacional. Dallagnol, que fez o discurso de agradecimento, e os procuradores receberam a premiação no centro de convenções da Cidade do Panamá, onde ocorre a conferência internacional da organização e a conferência latinoamericana de jornalismo investigativo promovida pelo Ipys (Instituto de Prensa y Sociedad), de Lima, no Peru. O anúncio se converteu em um ato de protesto contra o pacote de medidas aprovadas pela Câmara nesta semana que, segundo afirmou Deltan em seu discurso, representam "o início do fim da Lava Jato" caso se transformem em lei. Um grupo da Transparência abriu um cartaz com os dizeres "Não à intimidação da Lava Jato". Em seu discurso que leu em inglês, Dallagnol afirmou, sem citar o nome da empresa, que o acordo de delação premiada com a empreiteira Odebrecht, pelo qual 77 executivos começam a colaborar com as investigações, está relacionado à ação do Congresso. "O pano de fundo desses ataques é a negociação de acordo com uma companhia que pagou algumas das maiores propinas. A companhia tinha um departamento só para fazer esses pagamentos ilícitos. Dezenas de políticos foram envolvidos. Quanto mais perto estávamos do acordo, maiores eram as reações do Congresso. Nessa semana, a Câmara dos Deputados cruzou a linha", afirmou Dallagnol. Segundo o procurador, o projeto aprovado na Câmara prevê "o corte da independência dos procuradores federais e do Judiciário". "Nessa semana, quando uma tragédia levou o país a um grande luto, homens impiedosos colocaram em curso uma estratégia cruel. Enquanto o Brasil chorava o acidente aéreo que matou diversos jogadores de futebol, enquanto as manchetes estavam cheias de dor, deputados da Câmara trabalharam ao longo da noite para infligir o mais forte ataque que a Lava Jato sofreu ao longo de mais de dois anos de vida", afirmou o procurador. RENÚNCIA Dallagnol voltou a dizer que os procuradores estão decididos a renunciar a seus papéis na força tarefa da Lava Jato caso o projeto aprovado na Câmara seja confirmado pelo Senado e pelo presidente Michel Temer (PMDB). "As regras do projeto são tão destrutivas que não haverá mais condições para nós, como procuradores, trabalharmos na força-tarefa de Lava Jato. Nós anunciamos que se o projeto for aprovado pelo Senado e pela Presidência, nós vamos renunciar", disse Dallagnol, que foi muito aplaudido. "Sobre a nossa possível renúncia, não se trata de desistir, mas reconhecer que, uma vez que a linha foi cruzada, as autoridades da Lava Jato estão indefesas ante a legisladores que usam seu poder para proteger a si mesmos." Ao anunciar o grupo da Lava Jato como o vencedor do prêmio internacional de combate à corrupção, o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz, disse que "não se pode deixar os procuradores sozinhos". "Esse grupo de procuradores é único e abre um caminho de esperança, porque não somente estão limitados a fazer suas investigações judiciais, como fazem todos os procuradores do mundo, mas também tiveram a capacidade inovadora para apresentar ao seu país dez opções para melhorar as leis", disse Ugaz. "Nós queremos que o governo do Brasil e seu Congresso saibam que estamos olhando, a cidadania global e geral, e qualquer tentativa de torpedear esse procedimento vai gerar uma reação de nossa parte", disse Ugaz. A força tarefa Lava Jato concorria à premiação com outros três candidatos, incluindo a equipe de jornalistas que fez a série de reportagens conhecida como Panamá Papers, sobre irregularidades da empresa que cria e gerencia offshore Mossack Fonseca. (*) O repórter viajou à Cidade do Panamá a convite do Ipys (Instituto Prensa y Sociedad), de Lima
poder
Lava Jato recebe prêmio, e Dallagnol critica aprovação de pacote na CâmaraO procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse neste sábado (3) no Panamá que os deputados federais no Brasil se aproveitaram da tragédia com a Chapecoense para "infligir o mais duro ataque" que a operação já sofreu. Ele e mais onze procuradores de Curitiba (PR) foram ao Panamá para receber neste sábado o prêmio internacional de combate à corrupção concedido pela Transparência Internacional. Dallagnol, que fez o discurso de agradecimento, e os procuradores receberam a premiação no centro de convenções da Cidade do Panamá, onde ocorre a conferência internacional da organização e a conferência latinoamericana de jornalismo investigativo promovida pelo Ipys (Instituto de Prensa y Sociedad), de Lima, no Peru. O anúncio se converteu em um ato de protesto contra o pacote de medidas aprovadas pela Câmara nesta semana que, segundo afirmou Deltan em seu discurso, representam "o início do fim da Lava Jato" caso se transformem em lei. Um grupo da Transparência abriu um cartaz com os dizeres "Não à intimidação da Lava Jato". Em seu discurso que leu em inglês, Dallagnol afirmou, sem citar o nome da empresa, que o acordo de delação premiada com a empreiteira Odebrecht, pelo qual 77 executivos começam a colaborar com as investigações, está relacionado à ação do Congresso. "O pano de fundo desses ataques é a negociação de acordo com uma companhia que pagou algumas das maiores propinas. A companhia tinha um departamento só para fazer esses pagamentos ilícitos. Dezenas de políticos foram envolvidos. Quanto mais perto estávamos do acordo, maiores eram as reações do Congresso. Nessa semana, a Câmara dos Deputados cruzou a linha", afirmou Dallagnol. Segundo o procurador, o projeto aprovado na Câmara prevê "o corte da independência dos procuradores federais e do Judiciário". "Nessa semana, quando uma tragédia levou o país a um grande luto, homens impiedosos colocaram em curso uma estratégia cruel. Enquanto o Brasil chorava o acidente aéreo que matou diversos jogadores de futebol, enquanto as manchetes estavam cheias de dor, deputados da Câmara trabalharam ao longo da noite para infligir o mais forte ataque que a Lava Jato sofreu ao longo de mais de dois anos de vida", afirmou o procurador. RENÚNCIA Dallagnol voltou a dizer que os procuradores estão decididos a renunciar a seus papéis na força tarefa da Lava Jato caso o projeto aprovado na Câmara seja confirmado pelo Senado e pelo presidente Michel Temer (PMDB). "As regras do projeto são tão destrutivas que não haverá mais condições para nós, como procuradores, trabalharmos na força-tarefa de Lava Jato. Nós anunciamos que se o projeto for aprovado pelo Senado e pela Presidência, nós vamos renunciar", disse Dallagnol, que foi muito aplaudido. "Sobre a nossa possível renúncia, não se trata de desistir, mas reconhecer que, uma vez que a linha foi cruzada, as autoridades da Lava Jato estão indefesas ante a legisladores que usam seu poder para proteger a si mesmos." Ao anunciar o grupo da Lava Jato como o vencedor do prêmio internacional de combate à corrupção, o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz, disse que "não se pode deixar os procuradores sozinhos". "Esse grupo de procuradores é único e abre um caminho de esperança, porque não somente estão limitados a fazer suas investigações judiciais, como fazem todos os procuradores do mundo, mas também tiveram a capacidade inovadora para apresentar ao seu país dez opções para melhorar as leis", disse Ugaz. "Nós queremos que o governo do Brasil e seu Congresso saibam que estamos olhando, a cidadania global e geral, e qualquer tentativa de torpedear esse procedimento vai gerar uma reação de nossa parte", disse Ugaz. A força tarefa Lava Jato concorria à premiação com outros três candidatos, incluindo a equipe de jornalistas que fez a série de reportagens conhecida como Panamá Papers, sobre irregularidades da empresa que cria e gerencia offshore Mossack Fonseca. (*) O repórter viajou à Cidade do Panamá a convite do Ipys (Instituto Prensa y Sociedad), de Lima
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Ministro promete verba contra zika, mas colega diz que recurso não chegou
O ministro Valdir Simão (Planejamento) afirmou nesta sexta-feira (19), em Brasília, que não faltarão recursos para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e do vírus da zika. A afirmação foi uma resposta às perguntas sobre o alcance do corte no Orçamento que deve ser anunciado hoje. Simão, que participou pela manhã de mobilização de combate ao mosquito, realizada em todo o país –ele não quis falar mais sobre a questão orçamentária. O ministro visitou o campus do Instituto Federal de Brasília em Samambaia (a 30 km de Brasília), no qual deu uma aula sobre o combate ao mosquito. Depois, caminhou pelo campus junto com alunos e representantes do Exército em busca e focos do Aedes. Mas, em São Paulo, também na manhã desta sexta-feira, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, não confirmou o recebimento de R$ 136 milhões solicitados pela Defesa ao Planejamento para despesas como alimentação e deslocamento de militares para diferentes Estados. "Nós tivemos recursos destinados no ano passado e temos novos recursos prometidos. Usamos uma parte dos nossos próprios recursos confiando na reposição e confiando que não faltará o necessário para que as Forças Armadas participem da mobilização contra o mosquito", disse Rebelo em visita a Heliópolis (zona sul de São Paulo). "O que nós precisamos até hoje, nós tivemos disponíveis e vamos ter aquilo que for necessário." MOBILIZAÇÃO Foi a segunda mobilização do governo em menos de uma semana para combate ao mosquito Aedes Aegypti. A outra ocorreu no último sábado (13); na ocasião, representantes do governo maquiaram o cenário na cidade de Brazlândia, a 50 km de Brasília, revelou a Folha nesta sexta (19). "Foi questão de dez minutos antes. Umas pessoas chegaram, perguntaram se eu tinha pneu para jogar fora, eu disse que tinha", disse o borracheiro Elder Fernandes Dias, 30, que afirma ter buscado cerca de 20 pneus do fundo da oficina a pedido de representantes das autoridades. O governo de Distrito Federal informou não ter conhecimento da maquiagem. "AÇÃO SIMBÓLICA" Em visita a uma escola estadual em São Paulo nesta sexta, o ministro André Figueiredo (Comunicações) comentou o episódio ocorrido no sábado em Brasília. Figueiredo disse que faltou ter dito ao borracheiro que se tratava de uma ação simbólica e disse ainda que não vê nenhum problema nisso. "Foi uma questão pontual. Enfim, faltou, talvez, mostrar para o dono da borracharia que aquilo ali seria uma ação simbólica. Não vejo nenhum problema nisso", disse o ministro. Figueiredo disse que "todas as ações simbólicas, colocar um pneu, uma garrafa pet aberta, precisam ser demonstrações de que nós precisamos acabar com essas estruturas. São elas que acumulam água, e aonde a água se acumula propicia o surgimento do mosquito Aedes aegypti." Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
cotidiano
Ministro promete verba contra zika, mas colega diz que recurso não chegouO ministro Valdir Simão (Planejamento) afirmou nesta sexta-feira (19), em Brasília, que não faltarão recursos para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e do vírus da zika. A afirmação foi uma resposta às perguntas sobre o alcance do corte no Orçamento que deve ser anunciado hoje. Simão, que participou pela manhã de mobilização de combate ao mosquito, realizada em todo o país –ele não quis falar mais sobre a questão orçamentária. O ministro visitou o campus do Instituto Federal de Brasília em Samambaia (a 30 km de Brasília), no qual deu uma aula sobre o combate ao mosquito. Depois, caminhou pelo campus junto com alunos e representantes do Exército em busca e focos do Aedes. Mas, em São Paulo, também na manhã desta sexta-feira, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, não confirmou o recebimento de R$ 136 milhões solicitados pela Defesa ao Planejamento para despesas como alimentação e deslocamento de militares para diferentes Estados. "Nós tivemos recursos destinados no ano passado e temos novos recursos prometidos. Usamos uma parte dos nossos próprios recursos confiando na reposição e confiando que não faltará o necessário para que as Forças Armadas participem da mobilização contra o mosquito", disse Rebelo em visita a Heliópolis (zona sul de São Paulo). "O que nós precisamos até hoje, nós tivemos disponíveis e vamos ter aquilo que for necessário." MOBILIZAÇÃO Foi a segunda mobilização do governo em menos de uma semana para combate ao mosquito Aedes Aegypti. A outra ocorreu no último sábado (13); na ocasião, representantes do governo maquiaram o cenário na cidade de Brazlândia, a 50 km de Brasília, revelou a Folha nesta sexta (19). "Foi questão de dez minutos antes. Umas pessoas chegaram, perguntaram se eu tinha pneu para jogar fora, eu disse que tinha", disse o borracheiro Elder Fernandes Dias, 30, que afirma ter buscado cerca de 20 pneus do fundo da oficina a pedido de representantes das autoridades. O governo de Distrito Federal informou não ter conhecimento da maquiagem. "AÇÃO SIMBÓLICA" Em visita a uma escola estadual em São Paulo nesta sexta, o ministro André Figueiredo (Comunicações) comentou o episódio ocorrido no sábado em Brasília. Figueiredo disse que faltou ter dito ao borracheiro que se tratava de uma ação simbólica e disse ainda que não vê nenhum problema nisso. "Foi uma questão pontual. Enfim, faltou, talvez, mostrar para o dono da borracharia que aquilo ali seria uma ação simbólica. Não vejo nenhum problema nisso", disse o ministro. Figueiredo disse que "todas as ações simbólicas, colocar um pneu, uma garrafa pet aberta, precisam ser demonstrações de que nós precisamos acabar com essas estruturas. São elas que acumulam água, e aonde a água se acumula propicia o surgimento do mosquito Aedes aegypti." Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Manifestantes chavistas invadem sessão do parlamento venezuelano
Grupos chavistas invadiram neste domingo (23) a Assembleia Nacional venezuelana e interromperam o debate sobre a suspensão do processo de coleta de assinaturas para um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. Os simpatizantes do governo Maduro, que desde o início da sessão cercavam a Assembleia, entraram à força no prédio, com bandeiras da Venezuela e gritando palavras de ordem. "São grupos violentos e estranhos à Câmara, têm que ser tirados do Parlamento", disse o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, da oposição. Ramos Allup suspendeu a sessão e chamou o líder da bancada da situação, Héctor Rodríguez, para discutir a situação. Cerca de 45 minutos depois, os manifestantes deixaram o Parlamento. O presidente da Assembleia afirmou, no início da sessão, que os congressistas poderiam discutir a abertura de um processo legal contra Maduro por desrespeitar a Constituição. O parlamentar Julio Borges afirmou que o Legislativo está em franca rebelião contra o governo. Os parlamentares devem debater outras medidas, como substituir juízes eleitorais e juízes da Suprema Corte. Um processo contra o presidente venezuelano provavelmente não se concretizaria, já que a Suprema Corte e outras instituições importantes são controladas pelo governo Maduro. A suspensão do processo para o plebiscito vem aumentando a tensão política no país, que também enfrenta grave crise econômica, com escassez de alimentos e remédios. O FMI (Fundo Monetário Internacional) calcula que a inflação deva chegar a 475% neste ano. SUSPENSÃO O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspendeu na quinta-feira (20) a segunda etapa do processo de referendo convocado pela oposição contra Maduro, com base em decisões de tribunais penais estaduais que anularam em cinco Estados a coleta de assinaturas feita pela oposição em maio, na primeira fase de convocação do referendo. Devia-se recolher 1% do padrão eleitoral, ou 200 mil firmas —a oposição apresentou 1,9 milhão. Agora, os tribunais penais alegam que houve fraude na coleta. Com isso, não será realizada na próxima semana a coleta de firmas que totalizem 20% (4 milhões) do padrão eleitoral. Segundo pesquisa do instituto Datanálisis, 62,3% dos venezuelanos votariam no referendo para destituir Maduro. Se o referendo acontecer antes de 10 de janeiro de 2017, como quer a oposição, e Maduro for derrotado, novas eleições são realizadas. Caso a consulta seja feita após essa data, em caso de derrota de Maduro, assume o vice-presidente. REAÇÕES Neste sábado (22), um grupo de países da OEA (Organização dos Estados Americanos) divulgou uma nota expressando "profunda preocupação" com a suspensão do processo para o referendo, bem como com a retenção dos líderes da oposição no país. "A paralisação do processo, previsto para realizar-se entre os dias 26 e 28 de outubro, e a decisão do Poder Judiciário da Venezuela de proibir a saída do território venezuelano dos principais líderes da oposição desse país afetam a possibilidade de estabelecer um processo de diálogo entre o Governo e a oposição que permita uma saída pacífica para a situação crítica que atravessa essa nação irmã", diz a nota. O texto foi assinado por Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Peru, Paraguai e Uruguai. Na sexta (21), o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, afirmou que a decisão de suspender o processo do referendo significa um "rompimento democrático" na Venezuela. "Hoje estamos mais convencidos do que nunca do rompimento democrático na Venezuela. Chegou a hora de adotar ações concretas na OEA", disse.
mundo
Manifestantes chavistas invadem sessão do parlamento venezuelanoGrupos chavistas invadiram neste domingo (23) a Assembleia Nacional venezuelana e interromperam o debate sobre a suspensão do processo de coleta de assinaturas para um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. Os simpatizantes do governo Maduro, que desde o início da sessão cercavam a Assembleia, entraram à força no prédio, com bandeiras da Venezuela e gritando palavras de ordem. "São grupos violentos e estranhos à Câmara, têm que ser tirados do Parlamento", disse o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, da oposição. Ramos Allup suspendeu a sessão e chamou o líder da bancada da situação, Héctor Rodríguez, para discutir a situação. Cerca de 45 minutos depois, os manifestantes deixaram o Parlamento. O presidente da Assembleia afirmou, no início da sessão, que os congressistas poderiam discutir a abertura de um processo legal contra Maduro por desrespeitar a Constituição. O parlamentar Julio Borges afirmou que o Legislativo está em franca rebelião contra o governo. Os parlamentares devem debater outras medidas, como substituir juízes eleitorais e juízes da Suprema Corte. Um processo contra o presidente venezuelano provavelmente não se concretizaria, já que a Suprema Corte e outras instituições importantes são controladas pelo governo Maduro. A suspensão do processo para o plebiscito vem aumentando a tensão política no país, que também enfrenta grave crise econômica, com escassez de alimentos e remédios. O FMI (Fundo Monetário Internacional) calcula que a inflação deva chegar a 475% neste ano. SUSPENSÃO O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspendeu na quinta-feira (20) a segunda etapa do processo de referendo convocado pela oposição contra Maduro, com base em decisões de tribunais penais estaduais que anularam em cinco Estados a coleta de assinaturas feita pela oposição em maio, na primeira fase de convocação do referendo. Devia-se recolher 1% do padrão eleitoral, ou 200 mil firmas —a oposição apresentou 1,9 milhão. Agora, os tribunais penais alegam que houve fraude na coleta. Com isso, não será realizada na próxima semana a coleta de firmas que totalizem 20% (4 milhões) do padrão eleitoral. Segundo pesquisa do instituto Datanálisis, 62,3% dos venezuelanos votariam no referendo para destituir Maduro. Se o referendo acontecer antes de 10 de janeiro de 2017, como quer a oposição, e Maduro for derrotado, novas eleições são realizadas. Caso a consulta seja feita após essa data, em caso de derrota de Maduro, assume o vice-presidente. REAÇÕES Neste sábado (22), um grupo de países da OEA (Organização dos Estados Americanos) divulgou uma nota expressando "profunda preocupação" com a suspensão do processo para o referendo, bem como com a retenção dos líderes da oposição no país. "A paralisação do processo, previsto para realizar-se entre os dias 26 e 28 de outubro, e a decisão do Poder Judiciário da Venezuela de proibir a saída do território venezuelano dos principais líderes da oposição desse país afetam a possibilidade de estabelecer um processo de diálogo entre o Governo e a oposição que permita uma saída pacífica para a situação crítica que atravessa essa nação irmã", diz a nota. O texto foi assinado por Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Peru, Paraguai e Uruguai. Na sexta (21), o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, afirmou que a decisão de suspender o processo do referendo significa um "rompimento democrático" na Venezuela. "Hoje estamos mais convencidos do que nunca do rompimento democrático na Venezuela. Chegou a hora de adotar ações concretas na OEA", disse.
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Novas marcas fazem roupas infantis sem distinção entre meninos e meninas
ANITA POMPEU COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo É menino ou menina? É só a barriga aparecer que a clássica pergunta se torna inevitável. Às vezes, nem mesmo quando o bebê nasce a resposta é evidente. Se os pais optam, por exemplo, por não furar a orelha das garotinhas, mais difícil ainda de escapar dela. "Até hoje me perguntam se a Violeta é menino ou menina, também por conta das roupas que ela usa", conta Daniela Gimenez, mãe de uma criança de 2 anos, figurinista e dona da marca infantil LegLeg. "Recentemente vi uma senhora perguntando para uma mãe se o filho dela, que era evidentemente um garoto, era menino ou menina. Percebi que a dúvida era porque ele vestia uma legging, que, para aquela senhora, provavelmente, é roupa de menina", conta. Quem frequenta as feiras, bazares, e mesmo os perfis de Instagram de novas marcas de vestuário, produtos e serviços infantis já deve ter percebido que elas querem deixar para trás essa história de roupas de menina e menino. Embora ainda seja um movimento que engatinha, estão começando a pipocar no mercado marcas de moda infantil que têm como proposta a não distinção de gênero. A LegLeg, de Daniela, é uma delas. Em agosto do ano passado, lançou a primeira coleção da leggings unissex para crianças de 0 a 6 anos. "O que me motivou foi a dificuldade que eu tinha de encontrar roupas que eu gostasse para a minha filha. Tudo o que eu via nas lojas tinha muito frufru, lacinho, ou era cor em tom pastel", lembra. O excesso de frufrus nas peças destinadas às meninas também incomodava Fabiana Tarantino Zurita em suas andanças atrás de coisas para a filha, de 3 anos. "Na minha opinião, a moda para criança deveria ser unissex. Não me identifico com aquela pegada miniadultinho, que é o que muitas marcas grandes fazem", afirma ela, dona da loja on-line Ateliê Cui Cui. "Nossa proposta é também desenvolver a autoconfiança e a liberdade de escolha das crianças desde a primeira infância. É fazer com que elas mesmas possam escolher com que peça e desenhos mais se identificam, misturar estampas, de acordo com seu gosto, que é um gosto puro", explica ela, autora dos desenhos que estampam as peças. A Nó&Nó é mais uma recém-nascida nesse ninho virtual. Lançada na rede há 3 meses, é uma marca familiar comandada pela avó Corina, a mãe Larissa Naracci e a tia Joana, que já trabalhavam com o universo da moda antes de gestarem a ideia da marca, que veio com a gravidez de Larissa. As roupas, além de prezarem pelo conforto, têm estampas neutras, sem motivos necessariamente infantis, uma das características da grife. Este, aliás, é um cuidado que Maria Pessoa, dona da marca de enxovais infantis Pessoinha, também tem: o de não estereotipar as peças com estampas ou cores consideradas infantis. "Acho que é uma forma de não subestimar a capacidade de compreensão dos bebês e também de estimular o repertório deles", explica. Os temas de suas coleções navegam pelo universo cultural brasileiro. "Fizemos a coleção Rio de Janeiro, a Iemanjá, a 'Olha pro Céu', inspirada nas festas juninas, e as de carroceria de caminhão", conta. COMIDINHAS Além de proporem uma revisão no vestuário dos pequenos, as novas marcas infantis investem também na busca por alimentação mais natural e ecologicamente correta. Há mais de um ano no mercado, a Papababa, das sócias Diana Brito, Eve Roumilhac e Mariana Michalany, produz comidinhas orgânicas para pequenos de 6, 9 e 12 meses (ou mais), pensadas de acordo com a fase alimentar de cada bebê. Todas são servidas em potes de vidro e retornáveis, com tampas descartáveis. Na Parangolé, marca de produtos para festas queridinha de pais modernos, os produtos são biodegradáveis e/ou reutilizáveis. As sócias Raquil Lange e Maria Mazzucchelli desenvolveram utensílios como talheres de madeira, toalhas de pano, e copinhos e pratinhos de papel cartonado de olho na mensagem do consumo responsável. - Para conhecer melhor: Cantarola Meias coloridas e sem distinção de gênero para crianças. cantarola.com Roupa para Brincar Leggings do baby ao adulto, com conforto, cor e proteção UV. roupaparabrincar.com Mini.mi estúdio Moda minimalista, sem gênero e confortável para bebês de 0 a 36 meses. minimiestudio.com Luca & Jack Roupas feitas a partir de tecidos indianos para mãe e filhos. lucaandjack.com.br Little Land Produtos infantis feitos de tricô eco friendly. @littleland no Instagram Goodi acessórios Colares 100% de silicone, para os pais usarem. goodi.com.br LegLeg Calças justinhas e modernas para crianças. @legleg no Instagram Papababa Comidinhas caseiras e orgânicas para os pequenos. papababa.com.br Parangolé Produtos biodegradáveis para festas infantis. parangole.com.br
saopaulo
Novas marcas fazem roupas infantis sem distinção entre meninos e meninasANITA POMPEU COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo É menino ou menina? É só a barriga aparecer que a clássica pergunta se torna inevitável. Às vezes, nem mesmo quando o bebê nasce a resposta é evidente. Se os pais optam, por exemplo, por não furar a orelha das garotinhas, mais difícil ainda de escapar dela. "Até hoje me perguntam se a Violeta é menino ou menina, também por conta das roupas que ela usa", conta Daniela Gimenez, mãe de uma criança de 2 anos, figurinista e dona da marca infantil LegLeg. "Recentemente vi uma senhora perguntando para uma mãe se o filho dela, que era evidentemente um garoto, era menino ou menina. Percebi que a dúvida era porque ele vestia uma legging, que, para aquela senhora, provavelmente, é roupa de menina", conta. Quem frequenta as feiras, bazares, e mesmo os perfis de Instagram de novas marcas de vestuário, produtos e serviços infantis já deve ter percebido que elas querem deixar para trás essa história de roupas de menina e menino. Embora ainda seja um movimento que engatinha, estão começando a pipocar no mercado marcas de moda infantil que têm como proposta a não distinção de gênero. A LegLeg, de Daniela, é uma delas. Em agosto do ano passado, lançou a primeira coleção da leggings unissex para crianças de 0 a 6 anos. "O que me motivou foi a dificuldade que eu tinha de encontrar roupas que eu gostasse para a minha filha. Tudo o que eu via nas lojas tinha muito frufru, lacinho, ou era cor em tom pastel", lembra. O excesso de frufrus nas peças destinadas às meninas também incomodava Fabiana Tarantino Zurita em suas andanças atrás de coisas para a filha, de 3 anos. "Na minha opinião, a moda para criança deveria ser unissex. Não me identifico com aquela pegada miniadultinho, que é o que muitas marcas grandes fazem", afirma ela, dona da loja on-line Ateliê Cui Cui. "Nossa proposta é também desenvolver a autoconfiança e a liberdade de escolha das crianças desde a primeira infância. É fazer com que elas mesmas possam escolher com que peça e desenhos mais se identificam, misturar estampas, de acordo com seu gosto, que é um gosto puro", explica ela, autora dos desenhos que estampam as peças. A Nó&Nó é mais uma recém-nascida nesse ninho virtual. Lançada na rede há 3 meses, é uma marca familiar comandada pela avó Corina, a mãe Larissa Naracci e a tia Joana, que já trabalhavam com o universo da moda antes de gestarem a ideia da marca, que veio com a gravidez de Larissa. As roupas, além de prezarem pelo conforto, têm estampas neutras, sem motivos necessariamente infantis, uma das características da grife. Este, aliás, é um cuidado que Maria Pessoa, dona da marca de enxovais infantis Pessoinha, também tem: o de não estereotipar as peças com estampas ou cores consideradas infantis. "Acho que é uma forma de não subestimar a capacidade de compreensão dos bebês e também de estimular o repertório deles", explica. Os temas de suas coleções navegam pelo universo cultural brasileiro. "Fizemos a coleção Rio de Janeiro, a Iemanjá, a 'Olha pro Céu', inspirada nas festas juninas, e as de carroceria de caminhão", conta. COMIDINHAS Além de proporem uma revisão no vestuário dos pequenos, as novas marcas infantis investem também na busca por alimentação mais natural e ecologicamente correta. Há mais de um ano no mercado, a Papababa, das sócias Diana Brito, Eve Roumilhac e Mariana Michalany, produz comidinhas orgânicas para pequenos de 6, 9 e 12 meses (ou mais), pensadas de acordo com a fase alimentar de cada bebê. Todas são servidas em potes de vidro e retornáveis, com tampas descartáveis. Na Parangolé, marca de produtos para festas queridinha de pais modernos, os produtos são biodegradáveis e/ou reutilizáveis. As sócias Raquil Lange e Maria Mazzucchelli desenvolveram utensílios como talheres de madeira, toalhas de pano, e copinhos e pratinhos de papel cartonado de olho na mensagem do consumo responsável. - Para conhecer melhor: Cantarola Meias coloridas e sem distinção de gênero para crianças. cantarola.com Roupa para Brincar Leggings do baby ao adulto, com conforto, cor e proteção UV. roupaparabrincar.com Mini.mi estúdio Moda minimalista, sem gênero e confortável para bebês de 0 a 36 meses. minimiestudio.com Luca & Jack Roupas feitas a partir de tecidos indianos para mãe e filhos. lucaandjack.com.br Little Land Produtos infantis feitos de tricô eco friendly. @littleland no Instagram Goodi acessórios Colares 100% de silicone, para os pais usarem. goodi.com.br LegLeg Calças justinhas e modernas para crianças. @legleg no Instagram Papababa Comidinhas caseiras e orgânicas para os pequenos. papababa.com.br Parangolé Produtos biodegradáveis para festas infantis. parangole.com.br
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Governo vê condições de consistente queda da taxa básica de juros
Com a ressalva de que a decisão é do Banco Central, o Palácio do Planalto avalia que já existem as condições para o início de um novo ciclo "consistente" de queda da taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano. Interlocutores do presidente Michel Temer dizem que começar a flexibilização da política monetária já é importante para assegurar a retomada do crescimento da economia no final do ano. Sem isso, o risco é adiar este processo e reduzir o potencial de crescimento em 2017, estimado pela governo em 1,6%. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) está marcada para semana que vem, penúltimo encontro do ano do colegiado do BC que define os juros. A última será em novembro. Assessores presidenciais fazem questão de afirmar que o BC fará o que "for melhor" para a economia, mas acreditam que a queda da inflação em setembro e a aprovação do teto dos gastos público em primeiro turno na Câmara reforçam a tendência de corte da taxa de juros. Em relação ao tamanho da possível redução da taxa Selic, a equipe de Temer diz que pode ser de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, mas isto não é o mais importante agora. Segundo auxiliares do presidente, o que mais importa neste momento é o movimento de início de um novo ciclo "consistente e sustentável" dos juros, em condições de ter continuidade em 2017. A avaliação deles é que o recuo da Selic neste ano será de, no máximo, um ponto percentual (dois cortes de 0,50 ponto). A taxa encerraria o ano em 13,25%. Na pesquisa feita pelo BC com o mercado, as estimativas apontam para dois cortes de 0,25 ponto neste ano. Em 2017, os juros chegariam a 11% ao ano. Publicamente, a orientação do presidente Temer é que sua equipe não dê declarações defendendo uma queda de juros, como ele mesmo chegou a fazer e, hoje, é classificado como um erro por se tratar de tema delicado. A orientação é sempre ressaltar que o BC tem autonomia para definir o melhor momento para a queda da Selic. Em suas últimas declarações, a diretoria do BC indicou que um corte estaria próximo, principalmente se viesse uma sinalização mais concreta de aprovação da proposta que cria o teto dos gastos públicos.
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Governo vê condições de consistente queda da taxa básica de jurosCom a ressalva de que a decisão é do Banco Central, o Palácio do Planalto avalia que já existem as condições para o início de um novo ciclo "consistente" de queda da taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano. Interlocutores do presidente Michel Temer dizem que começar a flexibilização da política monetária já é importante para assegurar a retomada do crescimento da economia no final do ano. Sem isso, o risco é adiar este processo e reduzir o potencial de crescimento em 2017, estimado pela governo em 1,6%. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) está marcada para semana que vem, penúltimo encontro do ano do colegiado do BC que define os juros. A última será em novembro. Assessores presidenciais fazem questão de afirmar que o BC fará o que "for melhor" para a economia, mas acreditam que a queda da inflação em setembro e a aprovação do teto dos gastos público em primeiro turno na Câmara reforçam a tendência de corte da taxa de juros. Em relação ao tamanho da possível redução da taxa Selic, a equipe de Temer diz que pode ser de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, mas isto não é o mais importante agora. Segundo auxiliares do presidente, o que mais importa neste momento é o movimento de início de um novo ciclo "consistente e sustentável" dos juros, em condições de ter continuidade em 2017. A avaliação deles é que o recuo da Selic neste ano será de, no máximo, um ponto percentual (dois cortes de 0,50 ponto). A taxa encerraria o ano em 13,25%. Na pesquisa feita pelo BC com o mercado, as estimativas apontam para dois cortes de 0,25 ponto neste ano. Em 2017, os juros chegariam a 11% ao ano. Publicamente, a orientação do presidente Temer é que sua equipe não dê declarações defendendo uma queda de juros, como ele mesmo chegou a fazer e, hoje, é classificado como um erro por se tratar de tema delicado. A orientação é sempre ressaltar que o BC tem autonomia para definir o melhor momento para a queda da Selic. Em suas últimas declarações, a diretoria do BC indicou que um corte estaria próximo, principalmente se viesse uma sinalização mais concreta de aprovação da proposta que cria o teto dos gastos públicos.
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Sabe o que é uma franquia de TV, como o novo programa 'Festa Hi-5'?
Uma nova versão do "Hi-5" estreia nesta segunda (23), às 17h, no Discovery Kids. Mas quem ligar a TV para ver o programa, chamado de "Festa Hi-5", talvez nem note a mudança. Ué, mas se é uma nova versão, por que quase nada mudou na série? A resposta é que "Hi-5" é uma franquia de televisão. Sabe o que é isso? Tudo começa quando alguém cria um programa que faz sucesso e desperta o desejo de outros países terem uma atração igual. Pode ser novela, seriado, programa de auditório... Quando isso acontece, os criadores vendem o formato do programa e permitem que ele seja feito em outro país. Mas com algumas condições: em muitos casos, deve-se manter o cenário, a ideia e até o nome dos personagens. É o que acontece, por exemplo, com "Chiquititas", "Big Brother" e "Hi-5", que, além da nova versão, já passou por Estados Unidos, Inglaterra, Vietnã e deve chegar às Filipinas. O novo "Hi-5", gravado na Argentina e com atores da América Latina, é bem parecido com o original, que foi criado na Austrália em 1999 e já era exibido no Brasil. Em ambos, dois meninos e três meninas com roupas coloridas apresentam músicas, danças e brincadeiras com a ajuda de marionetes. Mas as franquias não são só cópias. Se, por um lado, os programas assim são feitos a partir de uma fôrma estrangeira, por outro, podem deixar espaço para que seja inserido conteúdo de cada país que o compra. "Festa Hi-5", por exemplo, mostrará cenas gravadas em países da América Latina, como o Brasil, e brincadeiras mais parecidas com as nossas. Além disso, uma das atrizes é brasileira (leia ao lado). "Seguimos orientações da Austrália, mas com elementos que fazem a criança da América se identificar", diz Carolina Lightcap, chefe de conteúdo da Discovery na região. Um problema resolvido com a franquia são os shows. Como os atores australianos não viajam para se apresentar ao vivo, são substituídos por dublês. Com a nova versão, as crianças verão no palco as mesmas pessoas que aparecem na TV. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
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Sabe o que é uma franquia de TV, como o novo programa 'Festa Hi-5'?Uma nova versão do "Hi-5" estreia nesta segunda (23), às 17h, no Discovery Kids. Mas quem ligar a TV para ver o programa, chamado de "Festa Hi-5", talvez nem note a mudança. Ué, mas se é uma nova versão, por que quase nada mudou na série? A resposta é que "Hi-5" é uma franquia de televisão. Sabe o que é isso? Tudo começa quando alguém cria um programa que faz sucesso e desperta o desejo de outros países terem uma atração igual. Pode ser novela, seriado, programa de auditório... Quando isso acontece, os criadores vendem o formato do programa e permitem que ele seja feito em outro país. Mas com algumas condições: em muitos casos, deve-se manter o cenário, a ideia e até o nome dos personagens. É o que acontece, por exemplo, com "Chiquititas", "Big Brother" e "Hi-5", que, além da nova versão, já passou por Estados Unidos, Inglaterra, Vietnã e deve chegar às Filipinas. O novo "Hi-5", gravado na Argentina e com atores da América Latina, é bem parecido com o original, que foi criado na Austrália em 1999 e já era exibido no Brasil. Em ambos, dois meninos e três meninas com roupas coloridas apresentam músicas, danças e brincadeiras com a ajuda de marionetes. Mas as franquias não são só cópias. Se, por um lado, os programas assim são feitos a partir de uma fôrma estrangeira, por outro, podem deixar espaço para que seja inserido conteúdo de cada país que o compra. "Festa Hi-5", por exemplo, mostrará cenas gravadas em países da América Latina, como o Brasil, e brincadeiras mais parecidas com as nossas. Além disso, uma das atrizes é brasileira (leia ao lado). "Seguimos orientações da Austrália, mas com elementos que fazem a criança da América se identificar", diz Carolina Lightcap, chefe de conteúdo da Discovery na região. Um problema resolvido com a franquia são os shows. Como os atores australianos não viajam para se apresentar ao vivo, são substituídos por dublês. Com a nova versão, as crianças verão no palco as mesmas pessoas que aparecem na TV. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
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Carregar o celular durante a noite: bom ou ruim?
É bem provável que você seja uma daquelas pessoas que conectam o celular ao carregador antes de dormir, acreditando que é melhor começar o dia com o aparelho completamente carregado. Isso é ou não uma boa ideia? Depende. O fato é o seguinte: muita gente não espera manter o mesmo celular em uso por mais de dois anos. Em sua maioria, dizem os especialistas, essas pessoas não perceberão danos nas baterias de seus celulares antes de começarem a sonhar com um novo aparelho. Se a descrição se aplica a você, continue a carregar o celular todas as noites, e com a frequência que desejar durante o dia. Mas carregar um celular com frequência tem um custo para as baterias de lítio-íon em nossos aparelhos. E não é por um risco de sobrecarga, disse Edo Campos, porta-voz da Anker, fabricante de carregadores para celulares. "Os smartphones são inteligentes como seu nome [smart] indica", disse Campos, e sabem quando interromper o processo de carga. Os celulares Android e iPhones estão equipados com chips que os protegem de absorver corrente elétrica excessiva quando estão plenamente carregados. Assim, em teoria, qualquer dano que seu celular poderia sofrer por passar a noite sendo carregado, com o seu carregador oficial ou um carregador alternativo de marca confiável, não seria grave. Mas o ato do carregamento, em si, prejudica a bateria de seu aparelho. Eis o motivo. A maioria dos celulares emprega uma tecnologia que permite que suas baterias aceitem mais corrente, mais rápido. Hatem Zeine, fundador, vice-presidente de ciência e vice-presidente de tecnologia da Ossia, uma empresa que desenvolve sistemas de carregamento sem fio, diz que essa tecnologia permite que os celulares se ajustem ao montante de carga que um carregador é capaz de fornecer. A tecnologia permite pulsos de energia para a bateria em modulações específicas, elevando a velocidade pela qual os íons de lítio da bateria se movimentam de um lado para outro e levando a bateria a se carregar mais rapidamente. Mas o processo também faz com que as baterias de lítio-íon (e lítio-polímero) se corroam mais rápido que seria o caso normalmente. "Quando você realiza carga rápida o tempo todo, limita a vida útil da bateria", disse Zeine. Existe solução? Se você está determinado a preservar uma bateria de lítio-íon por mais tempo do que um celular ou tablet típico costuma durar, Zeine sugere usar um carregador destinado a um aparelho menos poderoso, ainda que ele não tenha como garantir que isso realmente funcione. Por exemplo, se você usar o carregador de um iPhone em um iPad Pro, "o tablet vai se carregar muito devagar", disse Zeine. "Se a eletrônica estiver certa, pode ser possível preservar a bateria ao carregá-la sempre devagar". As pessoas que desejam preservar suas baterias devem se esforçar por evitar superaquecimento de seus celulares, aconselhou Campos, porque temperaturas elevadas geram maior mobilidade de íons nas baterias de lítio-íon, o que causa deterioração ainda maior. A Apple informa que temperaturas superiores a 35 graus podem prejudicar permanentemente a capacidade da bateria. Tanto Zeine quanto Campos apontam que, dada a demanda constante por celulares novos, a recarga noturna pode não ser motivo de grande preocupação, para muita gente. "Tudo isso na verdade não faz grande diferença para os consumidores", disse Campos, mencionando uma pesquisa do instituto Gallup em 2015 segundo a qual 44% dos usuários de smartphone planejavam mudar de aparelho tão rápido quanto seus planos de telefonia permitissem, em geral depois de dois anos, que é o tempo necessário para que as baterias comecem a mostrar sinais de desgaste. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Carregar o celular durante a noite: bom ou ruim?É bem provável que você seja uma daquelas pessoas que conectam o celular ao carregador antes de dormir, acreditando que é melhor começar o dia com o aparelho completamente carregado. Isso é ou não uma boa ideia? Depende. O fato é o seguinte: muita gente não espera manter o mesmo celular em uso por mais de dois anos. Em sua maioria, dizem os especialistas, essas pessoas não perceberão danos nas baterias de seus celulares antes de começarem a sonhar com um novo aparelho. Se a descrição se aplica a você, continue a carregar o celular todas as noites, e com a frequência que desejar durante o dia. Mas carregar um celular com frequência tem um custo para as baterias de lítio-íon em nossos aparelhos. E não é por um risco de sobrecarga, disse Edo Campos, porta-voz da Anker, fabricante de carregadores para celulares. "Os smartphones são inteligentes como seu nome [smart] indica", disse Campos, e sabem quando interromper o processo de carga. Os celulares Android e iPhones estão equipados com chips que os protegem de absorver corrente elétrica excessiva quando estão plenamente carregados. Assim, em teoria, qualquer dano que seu celular poderia sofrer por passar a noite sendo carregado, com o seu carregador oficial ou um carregador alternativo de marca confiável, não seria grave. Mas o ato do carregamento, em si, prejudica a bateria de seu aparelho. Eis o motivo. A maioria dos celulares emprega uma tecnologia que permite que suas baterias aceitem mais corrente, mais rápido. Hatem Zeine, fundador, vice-presidente de ciência e vice-presidente de tecnologia da Ossia, uma empresa que desenvolve sistemas de carregamento sem fio, diz que essa tecnologia permite que os celulares se ajustem ao montante de carga que um carregador é capaz de fornecer. A tecnologia permite pulsos de energia para a bateria em modulações específicas, elevando a velocidade pela qual os íons de lítio da bateria se movimentam de um lado para outro e levando a bateria a se carregar mais rapidamente. Mas o processo também faz com que as baterias de lítio-íon (e lítio-polímero) se corroam mais rápido que seria o caso normalmente. "Quando você realiza carga rápida o tempo todo, limita a vida útil da bateria", disse Zeine. Existe solução? Se você está determinado a preservar uma bateria de lítio-íon por mais tempo do que um celular ou tablet típico costuma durar, Zeine sugere usar um carregador destinado a um aparelho menos poderoso, ainda que ele não tenha como garantir que isso realmente funcione. Por exemplo, se você usar o carregador de um iPhone em um iPad Pro, "o tablet vai se carregar muito devagar", disse Zeine. "Se a eletrônica estiver certa, pode ser possível preservar a bateria ao carregá-la sempre devagar". As pessoas que desejam preservar suas baterias devem se esforçar por evitar superaquecimento de seus celulares, aconselhou Campos, porque temperaturas elevadas geram maior mobilidade de íons nas baterias de lítio-íon, o que causa deterioração ainda maior. A Apple informa que temperaturas superiores a 35 graus podem prejudicar permanentemente a capacidade da bateria. Tanto Zeine quanto Campos apontam que, dada a demanda constante por celulares novos, a recarga noturna pode não ser motivo de grande preocupação, para muita gente. "Tudo isso na verdade não faz grande diferença para os consumidores", disse Campos, mencionando uma pesquisa do instituto Gallup em 2015 segundo a qual 44% dos usuários de smartphone planejavam mudar de aparelho tão rápido quanto seus planos de telefonia permitissem, em geral depois de dois anos, que é o tempo necessário para que as baterias comecem a mostrar sinais de desgaste. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Major Olimpio: Reaja, Brasil
A maioridade penal deveria ocorrer, na verdade, a partir dos 12 anos de idade, momento em que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diferencia a criança do adolescente e passa a impor ao adolescente seis medidas punitivas. Essas medidas, no entanto, têm se mostrado inócuas, não intimidando a prática de crimes bárbaros por jovens perigosíssimos com licença legal para matar, estuprar e traficar drogas. Infelizmente, além de não proteger, o ECA serviu de salvo-conduto para "coitadinhos vítimas da sociedade". Por não ter argumento que convença a sociedade, defensores de bandidos juvenis se escoraram na tese da redução ser inconstitucional, por ferir cláusula pétrea da Constituição –"não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir [...] IV- os direitos e garantias individuais". É evidente que o disposto no artigo 228 da Constituição não se enquadra como cláusula pétrea. É, sim, política criminal. Não existe direito pétreo à inimputabilidade. Observe que o artigo 60 impede que seja abolido, e não modificado. A inimputabilidade não será abolida, será, portanto, modificada. A redução de crimes envolve uma série de medidas, mas é indiscutível que a redução constitucional será um fator que inibirá o crime. Dizer que apenas 1% dos homicídios no Brasil são praticados por menores, significa que de 54 mil vítimas por ano, temos 540 vítimas por indivíduos que não podem ser punidos por não compreenderem que matar uma pessoa é errado. É falacioso afirmar que reduzindo a maioridade penal, estamos infringindo a Convenção sobre os Direitos da Criança, da ONU, que estabelece ser criança todo o ser humano com menos de 18 anos. Segundo o artigo 37 da convenção, "nenhuma criança será submetida a tortura nem a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não será imposta pena de morte nem a prisão perpétua sem a possibilidade de livramento por delitos cometidos por menores de 18 anos". Ou seja, a convenção permite a aplicação de pena a menor de 18 anos que cometa crime. Alegar que a redução ferirá o Pacto de São José da Costa Rica, também é falacioso, pois o único dispositivo que trata de matéria criminal em relação a menores diz: "Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento". Com relação à vontade da população, temos certeza de que é necessário reduzir a maioridade penal. Pesquisa da CNT de 2013 revela que 92,7% dos brasileiros são a favor da redução, enquanto o Datafolha registrou que 93% dos paulistanos aprovam a redução. Interessante é que os intransigentes defensores da manutenção da impunidade para menores criminosos são adoradores do regime ditatorial de Cuba. Esquecem-se, no entanto, de que segundo a lei penal cubana "a responsabilidade penal só é elegível à pessoa que tenha 16 anos de idade completos no momento em que o ato passível de punição foi cometido". Por que aqui não pode ser assim também? Uma comissão especial analisará o mérito em 40 sessões e em três meses o plenário da Câmara poderá votar a matéria. Serão necessários 308 votos em dois turnos. Teremos perto de 400. Depois, seguirá para o Senado onde serão necessários 49 dos 81 senadores aprovando em duas votações. Teremos, no mínimo, 60 votos favoráveis. Os brasileiros podem ficar tranquilos, pois não há possibilidade de veto presidencial depois da aprovação no Congresso. Por se tratar de emenda à Constituição entrará em execução sem ação do Executivo. OLIMPIO GOMES, 53, o Major Olimpio, é deputado federal pelo PDT-SP e oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Major Olimpio: Reaja, BrasilA maioridade penal deveria ocorrer, na verdade, a partir dos 12 anos de idade, momento em que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diferencia a criança do adolescente e passa a impor ao adolescente seis medidas punitivas. Essas medidas, no entanto, têm se mostrado inócuas, não intimidando a prática de crimes bárbaros por jovens perigosíssimos com licença legal para matar, estuprar e traficar drogas. Infelizmente, além de não proteger, o ECA serviu de salvo-conduto para "coitadinhos vítimas da sociedade". Por não ter argumento que convença a sociedade, defensores de bandidos juvenis se escoraram na tese da redução ser inconstitucional, por ferir cláusula pétrea da Constituição –"não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir [...] IV- os direitos e garantias individuais". É evidente que o disposto no artigo 228 da Constituição não se enquadra como cláusula pétrea. É, sim, política criminal. Não existe direito pétreo à inimputabilidade. Observe que o artigo 60 impede que seja abolido, e não modificado. A inimputabilidade não será abolida, será, portanto, modificada. A redução de crimes envolve uma série de medidas, mas é indiscutível que a redução constitucional será um fator que inibirá o crime. Dizer que apenas 1% dos homicídios no Brasil são praticados por menores, significa que de 54 mil vítimas por ano, temos 540 vítimas por indivíduos que não podem ser punidos por não compreenderem que matar uma pessoa é errado. É falacioso afirmar que reduzindo a maioridade penal, estamos infringindo a Convenção sobre os Direitos da Criança, da ONU, que estabelece ser criança todo o ser humano com menos de 18 anos. Segundo o artigo 37 da convenção, "nenhuma criança será submetida a tortura nem a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não será imposta pena de morte nem a prisão perpétua sem a possibilidade de livramento por delitos cometidos por menores de 18 anos". Ou seja, a convenção permite a aplicação de pena a menor de 18 anos que cometa crime. Alegar que a redução ferirá o Pacto de São José da Costa Rica, também é falacioso, pois o único dispositivo que trata de matéria criminal em relação a menores diz: "Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento". Com relação à vontade da população, temos certeza de que é necessário reduzir a maioridade penal. Pesquisa da CNT de 2013 revela que 92,7% dos brasileiros são a favor da redução, enquanto o Datafolha registrou que 93% dos paulistanos aprovam a redução. Interessante é que os intransigentes defensores da manutenção da impunidade para menores criminosos são adoradores do regime ditatorial de Cuba. Esquecem-se, no entanto, de que segundo a lei penal cubana "a responsabilidade penal só é elegível à pessoa que tenha 16 anos de idade completos no momento em que o ato passível de punição foi cometido". Por que aqui não pode ser assim também? Uma comissão especial analisará o mérito em 40 sessões e em três meses o plenário da Câmara poderá votar a matéria. Serão necessários 308 votos em dois turnos. Teremos perto de 400. Depois, seguirá para o Senado onde serão necessários 49 dos 81 senadores aprovando em duas votações. Teremos, no mínimo, 60 votos favoráveis. Os brasileiros podem ficar tranquilos, pois não há possibilidade de veto presidencial depois da aprovação no Congresso. Por se tratar de emenda à Constituição entrará em execução sem ação do Executivo. OLIMPIO GOMES, 53, o Major Olimpio, é deputado federal pelo PDT-SP e oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Juventude do PSDB critica punição a aliados de Matarazzo
A Juventude nacional do PSDB criticou a iniciativa de militantes de São Paulo para tentar expulsar aliados do pré-candidato a prefeito Andrea Matarazzo (PSD), um ex-tucano, do partido. O presidente do grupo, Henrique Vale, afirmou serem "tristes" os pedidos de desfiliação e de intervenção na Juventude paulistana. "Preocupa que isso possa apertar para a parte mais fraca", disse. Em nota que será divulgada no domingo (3), os 27 diretórios de Juventude tucana, reunidos em congresso em Brasília neste sábado (2), citaram o senador Aécio Neves. "Como disse um grande político certa vez, a juventude não é a promessa de futuro para o Brasil, mas sim a garantia do seu presente", pontuam, no documento. "O PSDB não pode ser refém dos seus medos. Nessa luta, poderá contar, sempre, com a coragem da JPSDB em não abaixar a cabeça para o atraso." O racha no partido decorre das prévias, que deram ao empresário João Doria a pré-candidatura tucana à Prefeitura de SP e levaram à desfiliação do vereador Matarazzo. O presidente da Juventude, Rodolpho Barbosa, e outros membros da executiva sofrem pedidos de expulsão do PSDB por criticarem o processo. Leia a nota na íntegra: 2o Congresso da Juventude do PSDB Carta de Princípios Não há democracia sem partidos, e não há partido sem militância. O PSDB, que neste ano comemora seus 28 anos de lutas em favor do Brasil, libertou o país do flagelo da hiperinflação, melhorou a vida de milhões de brasileiros por meio de seus governos estaduais e municipais e, ao longo de mais de 12 anos, travou corajosa e responsável oposição ao lulopetismo. Hoje, porém, no auge de seus 28 anos, o partido se encontra diante daquele que pode ser o seu maior desafio político: liderar o povo brasileiro para além da mais devastadora crise econômica, política e social de nosso tempo. A exemplo de outros momentos decisivos da nossa história, as dificuldades, as incertezas e as circunstâncias podem seduzir os tucanos a trilharem o caminho mais fácil, isto é, o caminho dos tradicionais partidos da nossa velha política: fisiológico nos projetos, despolitizado na ideologia e autoritário no método. Para combater esses vícios que ameaçam a história de lutas da social democracia brasileira, existe a juventude. Militante, crítica e "rebelde", a juventude de qualquer partido é o coração da sua renovação, o que, muitas vezes a obriga, por dever de ofício, a fazer a crítica construtiva e contundente a sua política. No cumprimento dessa tarefa partidária, não pode jamais ser criminalizada por ninguém. Muito menos por suas próprias lideranças. Como disse um grande político certa vez, a juventude não é a promessa de futuro para o Brasil, mas sim a garantia do seu presente. Prestigiar a juventude significa prestigiar a modernização do partido, a continuidade das suas bandeiras, a evolução das suas táticas. Para ser digno da confiança do povo brasileiro, o PSDB não pode ser refém dos seus medos. Nessa luta, poderá contar, sempre, com a coragem da JPSDB em não abaixar a cabeçar para o atraso. Sigamos em frente, rumo à vitória, porque amanhã será maior! Brasília, 2 de Julho de 2016 ASSINATURAS O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, assinou a carta da Juventude do partido que contém críticas às tentativas de intervenção no diretório paulistano. Além dele, também subscreveram o senador José Aníbal, presidente do ITV, a deputada Sheridan, a deputada Mariana Carvalho, vice-presidente do PSDB, Juvenal Araújo, presidente do Tucanafro, Marcos Fernandes, presidente da Diversidade, Raul Christiano —um dos fundadores do PSDB e militante histórico— e João Almeida, secretário executivo do partido. Há um novo encontro marcado entre João Doria e a executiva da Juventude paulistana na segunda (4). O pré-candidato tucano disse que o primeiro encontro, na última quarta, "não foi nada protocolar", ao contrário, "muito construtivo". "Nós caminhamos para consolidar o entendimento e selar a pacificação", afirmou Doria.
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Juventude do PSDB critica punição a aliados de MatarazzoA Juventude nacional do PSDB criticou a iniciativa de militantes de São Paulo para tentar expulsar aliados do pré-candidato a prefeito Andrea Matarazzo (PSD), um ex-tucano, do partido. O presidente do grupo, Henrique Vale, afirmou serem "tristes" os pedidos de desfiliação e de intervenção na Juventude paulistana. "Preocupa que isso possa apertar para a parte mais fraca", disse. Em nota que será divulgada no domingo (3), os 27 diretórios de Juventude tucana, reunidos em congresso em Brasília neste sábado (2), citaram o senador Aécio Neves. "Como disse um grande político certa vez, a juventude não é a promessa de futuro para o Brasil, mas sim a garantia do seu presente", pontuam, no documento. "O PSDB não pode ser refém dos seus medos. Nessa luta, poderá contar, sempre, com a coragem da JPSDB em não abaixar a cabeça para o atraso." O racha no partido decorre das prévias, que deram ao empresário João Doria a pré-candidatura tucana à Prefeitura de SP e levaram à desfiliação do vereador Matarazzo. O presidente da Juventude, Rodolpho Barbosa, e outros membros da executiva sofrem pedidos de expulsão do PSDB por criticarem o processo. Leia a nota na íntegra: 2o Congresso da Juventude do PSDB Carta de Princípios Não há democracia sem partidos, e não há partido sem militância. O PSDB, que neste ano comemora seus 28 anos de lutas em favor do Brasil, libertou o país do flagelo da hiperinflação, melhorou a vida de milhões de brasileiros por meio de seus governos estaduais e municipais e, ao longo de mais de 12 anos, travou corajosa e responsável oposição ao lulopetismo. Hoje, porém, no auge de seus 28 anos, o partido se encontra diante daquele que pode ser o seu maior desafio político: liderar o povo brasileiro para além da mais devastadora crise econômica, política e social de nosso tempo. A exemplo de outros momentos decisivos da nossa história, as dificuldades, as incertezas e as circunstâncias podem seduzir os tucanos a trilharem o caminho mais fácil, isto é, o caminho dos tradicionais partidos da nossa velha política: fisiológico nos projetos, despolitizado na ideologia e autoritário no método. Para combater esses vícios que ameaçam a história de lutas da social democracia brasileira, existe a juventude. Militante, crítica e "rebelde", a juventude de qualquer partido é o coração da sua renovação, o que, muitas vezes a obriga, por dever de ofício, a fazer a crítica construtiva e contundente a sua política. No cumprimento dessa tarefa partidária, não pode jamais ser criminalizada por ninguém. Muito menos por suas próprias lideranças. Como disse um grande político certa vez, a juventude não é a promessa de futuro para o Brasil, mas sim a garantia do seu presente. Prestigiar a juventude significa prestigiar a modernização do partido, a continuidade das suas bandeiras, a evolução das suas táticas. Para ser digno da confiança do povo brasileiro, o PSDB não pode ser refém dos seus medos. Nessa luta, poderá contar, sempre, com a coragem da JPSDB em não abaixar a cabeçar para o atraso. Sigamos em frente, rumo à vitória, porque amanhã será maior! Brasília, 2 de Julho de 2016 ASSINATURAS O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, assinou a carta da Juventude do partido que contém críticas às tentativas de intervenção no diretório paulistano. Além dele, também subscreveram o senador José Aníbal, presidente do ITV, a deputada Sheridan, a deputada Mariana Carvalho, vice-presidente do PSDB, Juvenal Araújo, presidente do Tucanafro, Marcos Fernandes, presidente da Diversidade, Raul Christiano —um dos fundadores do PSDB e militante histórico— e João Almeida, secretário executivo do partido. Há um novo encontro marcado entre João Doria e a executiva da Juventude paulistana na segunda (4). O pré-candidato tucano disse que o primeiro encontro, na última quarta, "não foi nada protocolar", ao contrário, "muito construtivo". "Nós caminhamos para consolidar o entendimento e selar a pacificação", afirmou Doria.
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Leitor critica atuação de Aécio e do PSDB na oposição ao governo Dilma
Ao ler a coluna Crise social, de Aécio Neves, fico de alma lavada ao ver que ele, novamente, não apresentou proposta alguma aos graves problemas que o Brasil enfrenta. A redução dos ministérios, proposta por Aécio, é inócua como cortar cabelo para perder peso, como diria Elio Gaspari. O desespero do colunista e a falta de ideias e de um programa de governo mostram como a saudade do poder o desidrata, já que ele e seu partido não apresentaram, até agora, alternativas às medidas adotadas pelo governo Dilma Rousseff, seis meses depois das eleições. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica atuação de Aécio e do PSDB na oposição ao governo DilmaAo ler a coluna Crise social, de Aécio Neves, fico de alma lavada ao ver que ele, novamente, não apresentou proposta alguma aos graves problemas que o Brasil enfrenta. A redução dos ministérios, proposta por Aécio, é inócua como cortar cabelo para perder peso, como diria Elio Gaspari. O desespero do colunista e a falta de ideias e de um programa de governo mostram como a saudade do poder o desidrata, já que ele e seu partido não apresentaram, até agora, alternativas às medidas adotadas pelo governo Dilma Rousseff, seis meses depois das eleições. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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SPHOJE: Terça tem ruas bloqueadas na zona sul e show de Bibi Ferreira
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA No período da manhã desta terça (8), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) realiza a fase final da Operação Estrada, que visa uma circulação melhor do trânsito na volta do feriado da Independência. Agentes da CET monitorarão o tráfego no entorno das rodoviárias Tietê, Barra Funda e Jabaquara, além de vias como as marginais, avenida dos Bandeirantes, avenida Presidente Tancredo Neves, avenida Professor Luís Inácio Anhaia Melo, avenida Salim Farah Maluf e avenida Professor Francisco Morato. A região do Transamérica Expo Center pode ter ruas bloqueadas por causa do 70º Congresso da Sociedade de Dermatologia, que ocorre no local. Das 8h às 19h, as ruas Adele, Engenheiro Francisco Pitta Brito e Avenida Doutor Mário Lopes Leão poderão ser interditadas temporariamente. Vale lembrar: não devem circular nesta terça (8) veículos com placas que terminam em 3 ou 4. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO Segundo o Inmet, a temperatura máxima sobe para 30 ºC nesta terça (8). Durante todo o dia, a cidade deve ficar encoberta por nuvens, com pancadas de chuva. A temperatura mínima será 19ºC. * CULTURA E LAZER Bibi Ferreira faz os últimos dois shows da temporada nesta terça (8) e quarta (9). Aos 93 anos, ela apresenta "Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra". O programa tem músicas que ficaram famosas na voz do cantor norte-americano, como "Night and Day", de Cole Porter, e "Old Man River", de Jerome Kern e Oscar Hammerstein II. A Banda Mantiqueira se apresenta no Tom Jazz (centro de São Paulo). O repertório tem clássicos da música brasileira, como "Saudades da Bahia", de Dorival Caymmi, e "Carinhoso", de Pixinguinha. Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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SPHOJE: Terça tem ruas bloqueadas na zona sul e show de Bibi FerreiraDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA No período da manhã desta terça (8), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) realiza a fase final da Operação Estrada, que visa uma circulação melhor do trânsito na volta do feriado da Independência. Agentes da CET monitorarão o tráfego no entorno das rodoviárias Tietê, Barra Funda e Jabaquara, além de vias como as marginais, avenida dos Bandeirantes, avenida Presidente Tancredo Neves, avenida Professor Luís Inácio Anhaia Melo, avenida Salim Farah Maluf e avenida Professor Francisco Morato. A região do Transamérica Expo Center pode ter ruas bloqueadas por causa do 70º Congresso da Sociedade de Dermatologia, que ocorre no local. Das 8h às 19h, as ruas Adele, Engenheiro Francisco Pitta Brito e Avenida Doutor Mário Lopes Leão poderão ser interditadas temporariamente. Vale lembrar: não devem circular nesta terça (8) veículos com placas que terminam em 3 ou 4. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO Segundo o Inmet, a temperatura máxima sobe para 30 ºC nesta terça (8). Durante todo o dia, a cidade deve ficar encoberta por nuvens, com pancadas de chuva. A temperatura mínima será 19ºC. * CULTURA E LAZER Bibi Ferreira faz os últimos dois shows da temporada nesta terça (8) e quarta (9). Aos 93 anos, ela apresenta "Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra". O programa tem músicas que ficaram famosas na voz do cantor norte-americano, como "Night and Day", de Cole Porter, e "Old Man River", de Jerome Kern e Oscar Hammerstein II. A Banda Mantiqueira se apresenta no Tom Jazz (centro de São Paulo). O repertório tem clássicos da música brasileira, como "Saudades da Bahia", de Dorival Caymmi, e "Carinhoso", de Pixinguinha. Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Erramos: Alvo da Operação Zelotes já foi condenado por negócios no exterior
Diferentemente do informado na primeira versão do título da reportagem Alvo da Operação Zelotes já foi condenado por negócios no exterior  (Mercado - 02/04/2015), publicada online e na versão impressa, Victor Garcia Sandri não foi condenado por compra de sentenças. O texto foi corrigido.
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Erramos: Alvo da Operação Zelotes já foi condenado por negócios no exteriorDiferentemente do informado na primeira versão do título da reportagem Alvo da Operação Zelotes já foi condenado por negócios no exterior  (Mercado - 02/04/2015), publicada online e na versão impressa, Victor Garcia Sandri não foi condenado por compra de sentenças. O texto foi corrigido.
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Carros sem motorista estão cada vez mais autônomos, mostram relatórios
Segundo relatórios disponibilizados pelo órgão de trânsito do Estado da Califórnia (EUA), os carros sem motorista estão significativamente melhores —de 2015 para 2016, a média de intervenções humanas nos testes feitos em vias públicas diminuiu 66%. Quem se saiu melhor foi o carro da Waymo, empresa da Alphabet, dona do Google, cujos veículos rodam 8.252 km para cada intervenção, oito vezes mais que a BMW, a segunda colocada. No ano passado, a distância média da Waymo para cada intervenção era 2.002 km. As ocorrências, chamadas de "disengagements" em inglês, significam que um ser humano teve que interferir nos testes para auxiliar o funcionamento do carro, presencialmente ou à distância. Causas comuns de "disengagements" são manobras inesperadas, risco de colisão e excesso de velocidade do veículo. Autonomia dos carros sem motorista - Taxa de quilômetros rodados para cada intervenção humana Os relatórios, enviados pelas próprias empresas ao Departamento de Veículos Motorizados (DMV, em inglês) do governo californiano, são uma exigência da lei estadual. O departamento afirma que os dados servem para "supervisionar se um fabricante consertou problemas do ano anterior", e não como uma medida do quão "seguros" são os carros. Os dados de "disengagements" têm limitações. Eles não mostram em que condições aconteceu cada interferência, ou seja, não medem precisamente se o sistema de um carro é realmente melhor que dos outros. CONCORRÊNCIA A tecnologia utilizada nos carros inteligentes se desenvolve com a prática, o que explica a discrepância entre as empresas. Quanto mais os carros circulam pelas ruas, melhor é seu desempenho. Em 2016, a frota da Waymo (que agora é uma empresa separada do Google) rodou uma quilometragem quase mil vezes maior que a BMW, e por isso tem uma autonomia maior. Tesla, Ford, BMW e GM começaram os testes recentemente. Segundo Bryan Reimer, pesquisador de transportes do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT, em inglês), dados transparentes sobre os testes são importantes para desenvolver uma relação de confiança com o público. "As estatísticas são difíceis de interpretar, já que as condições de teste mudam, mesmo dentro de uma mesma organização. Uma empresa pode, por exemplo, ter feito testes em situações mais simples em um ano, e ter testado situações mais complexas no ano seguinte", afirmou Reimer à Folha. Além dos testes na Califórnia, as empresas também desenvolvem os carros em circuitos fechados, ou optam por Estados americanos que não exijam tanta transparência, como fez o Uber —portanto, é difícil saber em que etapa está o desenvolvimento de cada marca. A Bosch, "última colocada" do ranking, afirma que o seu objetivo não é "testar resistência" (ou seja, um longo tempo sem interferências), e sim "desenvolver soluções de software e hardware que possamos oferecer a clientes em futuros projetos de direção automatizada". O DMV também tem registros das colisões. De todos acidentes reportados na Califórnia desde 2014, quando começaram os testes, 21 de 24 ocorreram com carros do Google. A maioria é causada por um motorista humano que esbarra no carro autônomo.
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Carros sem motorista estão cada vez mais autônomos, mostram relatóriosSegundo relatórios disponibilizados pelo órgão de trânsito do Estado da Califórnia (EUA), os carros sem motorista estão significativamente melhores —de 2015 para 2016, a média de intervenções humanas nos testes feitos em vias públicas diminuiu 66%. Quem se saiu melhor foi o carro da Waymo, empresa da Alphabet, dona do Google, cujos veículos rodam 8.252 km para cada intervenção, oito vezes mais que a BMW, a segunda colocada. No ano passado, a distância média da Waymo para cada intervenção era 2.002 km. As ocorrências, chamadas de "disengagements" em inglês, significam que um ser humano teve que interferir nos testes para auxiliar o funcionamento do carro, presencialmente ou à distância. Causas comuns de "disengagements" são manobras inesperadas, risco de colisão e excesso de velocidade do veículo. Autonomia dos carros sem motorista - Taxa de quilômetros rodados para cada intervenção humana Os relatórios, enviados pelas próprias empresas ao Departamento de Veículos Motorizados (DMV, em inglês) do governo californiano, são uma exigência da lei estadual. O departamento afirma que os dados servem para "supervisionar se um fabricante consertou problemas do ano anterior", e não como uma medida do quão "seguros" são os carros. Os dados de "disengagements" têm limitações. Eles não mostram em que condições aconteceu cada interferência, ou seja, não medem precisamente se o sistema de um carro é realmente melhor que dos outros. CONCORRÊNCIA A tecnologia utilizada nos carros inteligentes se desenvolve com a prática, o que explica a discrepância entre as empresas. Quanto mais os carros circulam pelas ruas, melhor é seu desempenho. Em 2016, a frota da Waymo (que agora é uma empresa separada do Google) rodou uma quilometragem quase mil vezes maior que a BMW, e por isso tem uma autonomia maior. Tesla, Ford, BMW e GM começaram os testes recentemente. Segundo Bryan Reimer, pesquisador de transportes do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT, em inglês), dados transparentes sobre os testes são importantes para desenvolver uma relação de confiança com o público. "As estatísticas são difíceis de interpretar, já que as condições de teste mudam, mesmo dentro de uma mesma organização. Uma empresa pode, por exemplo, ter feito testes em situações mais simples em um ano, e ter testado situações mais complexas no ano seguinte", afirmou Reimer à Folha. Além dos testes na Califórnia, as empresas também desenvolvem os carros em circuitos fechados, ou optam por Estados americanos que não exijam tanta transparência, como fez o Uber —portanto, é difícil saber em que etapa está o desenvolvimento de cada marca. A Bosch, "última colocada" do ranking, afirma que o seu objetivo não é "testar resistência" (ou seja, um longo tempo sem interferências), e sim "desenvolver soluções de software e hardware que possamos oferecer a clientes em futuros projetos de direção automatizada". O DMV também tem registros das colisões. De todos acidentes reportados na Califórnia desde 2014, quando começaram os testes, 21 de 24 ocorreram com carros do Google. A maioria é causada por um motorista humano que esbarra no carro autônomo.
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Análise: Desempenho da economia chinesa não tem nada de normal
Acabo de passar uma semana na China, onde participei do fórum Boao Ásia, conferência similar ao Fórum Econômico Mundial de Davos. O tópico de minha mesa de discussão foi o que o líder Xi Jinping chamou de "a nova normalidade" econômica: uma era de crescimento relativamente mais lento, após três décadas de expansão em ritmo de dois dígitos anuais. Mas o que mais impressiona na economia chinesa é o quanto ela é singular – seu desempenho continua a me espantar. Ainda que indubitavelmente enfrente agora grandes desafios, a questão crucial é determinar a probabilidade de essas dificuldades derrubarem a economia. Das quatro nações do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o país liderado por Xi é o único que atingiu minhas expectativas de crescimento, até agora nesta década. De 2011 a 2014, a economia chinesa cresceu em ritmo anual médio de 8%. Caso continue a crescer em torno de 7% ao ano pelo resto da década, como as autoridades do país e muitos observadores antecipam, terá atingido um ritmo médio de expansão de 7,5% ao ano na década de 2010, o que bate com minhas projeções. O termo "nova normalidade" é uma mensagem esperta da parte dos líderes chineses, que precisam explicar ao 1,4 bilhão de cidadãos do país porque a economia já não crescerá em 10% anuais. Mas não há nada de normal em uma economia que já é duas vezes maior que aquela que a sucede no ranking global das maiores economias (Japão) e que possivelmente ultrapassará a União Europeia nos próximos cinco anos. É certo que o mercado de habitação está em crise. Algumas construtoras enfrentarão problemas de crédito e o mesmo pode acontecer a alguns governos locais. Mas os gastos do governo central representam porcentagem tão pequena do PIB do país que as autoridades econômicas têm muita margem de manobra se uma intervenção nessas áreas for necessária. Observadores estrangeiros especulam frequentemente que as autoridades podem estar deliberadamente exagerando a força da economia do país. Mas é igualmente possível que as dimensões de certos setores estejam sendo subestimadas – o país está passando por um boom no uso da internet, inclusive como plataforma de consumo. PREOCUPAÇÕES Preocupa-me que o governo não esteja agindo com rapidez suficiente para conferir aos milhões de trabalhadores migrantes do país residência oficial nas cidades em que moram e trabalham. A falta continuada dessa mão de obra a serviços públicos pode impedir a ascensão do consumo como fatia do PIB. Mas, segundo me informaram durante minha visita, a relutância do governo central em agir com mais rapidez reflete sua cautela quanto a impor imensa pressão fiscal sobre as autoridades locais. A poluição também continua a ser um grave desafio. Mas é igualmente necessário apontar que as emissões de dióxido de carbono caíram notavelmente em 2014. O mais importante é que, a despeito dos desafios que encara, a importância singular da economia chinesa agora é reconhecida amplamente. As recentes realizações internacionais do país – especialmente o apoio de Reino Unido, França, Alemanha e Itália à criação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, uma proposta chinesa, apesar da oposição dos EUA– implicam alto grau de confiança de que a China conseguirá enfrentar seus problemas com sucesso. JIM O'NEILL, antigo presidente do conselho da Goldman Sachs Asset Management, é pesquisador-visitante do Bruegel, instituto de pesquisa econômica sediado em Bruxelas, e presidente do conselho de revisão sobre resistência a agentes de combate a micróbios do governo britânico Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Análise: Desempenho da economia chinesa não tem nada de normalAcabo de passar uma semana na China, onde participei do fórum Boao Ásia, conferência similar ao Fórum Econômico Mundial de Davos. O tópico de minha mesa de discussão foi o que o líder Xi Jinping chamou de "a nova normalidade" econômica: uma era de crescimento relativamente mais lento, após três décadas de expansão em ritmo de dois dígitos anuais. Mas o que mais impressiona na economia chinesa é o quanto ela é singular – seu desempenho continua a me espantar. Ainda que indubitavelmente enfrente agora grandes desafios, a questão crucial é determinar a probabilidade de essas dificuldades derrubarem a economia. Das quatro nações do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o país liderado por Xi é o único que atingiu minhas expectativas de crescimento, até agora nesta década. De 2011 a 2014, a economia chinesa cresceu em ritmo anual médio de 8%. Caso continue a crescer em torno de 7% ao ano pelo resto da década, como as autoridades do país e muitos observadores antecipam, terá atingido um ritmo médio de expansão de 7,5% ao ano na década de 2010, o que bate com minhas projeções. O termo "nova normalidade" é uma mensagem esperta da parte dos líderes chineses, que precisam explicar ao 1,4 bilhão de cidadãos do país porque a economia já não crescerá em 10% anuais. Mas não há nada de normal em uma economia que já é duas vezes maior que aquela que a sucede no ranking global das maiores economias (Japão) e que possivelmente ultrapassará a União Europeia nos próximos cinco anos. É certo que o mercado de habitação está em crise. Algumas construtoras enfrentarão problemas de crédito e o mesmo pode acontecer a alguns governos locais. Mas os gastos do governo central representam porcentagem tão pequena do PIB do país que as autoridades econômicas têm muita margem de manobra se uma intervenção nessas áreas for necessária. Observadores estrangeiros especulam frequentemente que as autoridades podem estar deliberadamente exagerando a força da economia do país. Mas é igualmente possível que as dimensões de certos setores estejam sendo subestimadas – o país está passando por um boom no uso da internet, inclusive como plataforma de consumo. PREOCUPAÇÕES Preocupa-me que o governo não esteja agindo com rapidez suficiente para conferir aos milhões de trabalhadores migrantes do país residência oficial nas cidades em que moram e trabalham. A falta continuada dessa mão de obra a serviços públicos pode impedir a ascensão do consumo como fatia do PIB. Mas, segundo me informaram durante minha visita, a relutância do governo central em agir com mais rapidez reflete sua cautela quanto a impor imensa pressão fiscal sobre as autoridades locais. A poluição também continua a ser um grave desafio. Mas é igualmente necessário apontar que as emissões de dióxido de carbono caíram notavelmente em 2014. O mais importante é que, a despeito dos desafios que encara, a importância singular da economia chinesa agora é reconhecida amplamente. As recentes realizações internacionais do país – especialmente o apoio de Reino Unido, França, Alemanha e Itália à criação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, uma proposta chinesa, apesar da oposição dos EUA– implicam alto grau de confiança de que a China conseguirá enfrentar seus problemas com sucesso. JIM O'NEILL, antigo presidente do conselho da Goldman Sachs Asset Management, é pesquisador-visitante do Bruegel, instituto de pesquisa econômica sediado em Bruxelas, e presidente do conselho de revisão sobre resistência a agentes de combate a micróbios do governo britânico Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Deus? Que nada! Viva o Diabo!
No último domingo, na Câmara Federal, foram tantas as referências a Deus que me lembrei de "A Igreja do Diabo", obra-prima de Machado de Assis. Publicado há 132 anos, o texto, intemporal, assim começa: "Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos. (...) Vivia (...) dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja?". Em seguida, o Diabo, agora em primeira pessoa ("Terei a minha missa, com vinho e pão à farta..."), termina a sua lucubração lembrando-se de "ir ter com Deus para comunicar-lhe a ideia, e desafiá-lo". Um parêntese: há muito tempo a escola não ensina as variedades clássicas da língua, o que pode fazer muita gente perder detalhes fundamentais para a compreensão dessas obras. Em "A Igreja do Diabo", é fundamental perceber, por exemplo, que o Diabo dá a Deus a segunda do plural ("vós"), mas recebe dele a segunda do singular ("tu"), o que deixa clara a hierarquia entre Deus e o Diabo. Essa percepção muitas vezes exige conhecimento de flexões verbais que não fazem parte da linguagem hodierna, o que não as torna indignas de conhecimento e estudo. "Explica-te", diz Deus ao Diabo, que assim responde: "Senhor, (...) permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai...". Em "explica-te", temos a segunda do singular ("tu") do imperativo afirmativo clássico, que resulta do corte do "s" final da respectiva forma do presente do indicativo; em "permiti", "recolhei", "dai" e "mandai" (que o Diabo diz a Deus), também temos o imperativo afirmativo, mas da segunda do plural ("vós"), que resulta de processo análogo. Com "permiti", o Diabo não diz que permitiu; ele pede a Deus que lhe permita. Bem, o Diabo desce à terra, põe-se a trabalhar e logo consegue o seu intento. "Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza... (...) Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. (...) A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. (...) A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo?". "Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes." Isso assombrou o Diabo, que foi a Deus para "conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno". E Deus: "Que queres tu, meu pobre Diabo? (...) É a eterna contradição humana". O Diabo não teria esse desgosto se tivesse construído a sua igreja na capital de certo país... Os seus fiéis não teriam nenhuma recaída. É isso.
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Deus? Que nada! Viva o Diabo!No último domingo, na Câmara Federal, foram tantas as referências a Deus que me lembrei de "A Igreja do Diabo", obra-prima de Machado de Assis. Publicado há 132 anos, o texto, intemporal, assim começa: "Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos. (...) Vivia (...) dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja?". Em seguida, o Diabo, agora em primeira pessoa ("Terei a minha missa, com vinho e pão à farta..."), termina a sua lucubração lembrando-se de "ir ter com Deus para comunicar-lhe a ideia, e desafiá-lo". Um parêntese: há muito tempo a escola não ensina as variedades clássicas da língua, o que pode fazer muita gente perder detalhes fundamentais para a compreensão dessas obras. Em "A Igreja do Diabo", é fundamental perceber, por exemplo, que o Diabo dá a Deus a segunda do plural ("vós"), mas recebe dele a segunda do singular ("tu"), o que deixa clara a hierarquia entre Deus e o Diabo. Essa percepção muitas vezes exige conhecimento de flexões verbais que não fazem parte da linguagem hodierna, o que não as torna indignas de conhecimento e estudo. "Explica-te", diz Deus ao Diabo, que assim responde: "Senhor, (...) permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai...". Em "explica-te", temos a segunda do singular ("tu") do imperativo afirmativo clássico, que resulta do corte do "s" final da respectiva forma do presente do indicativo; em "permiti", "recolhei", "dai" e "mandai" (que o Diabo diz a Deus), também temos o imperativo afirmativo, mas da segunda do plural ("vós"), que resulta de processo análogo. Com "permiti", o Diabo não diz que permitiu; ele pede a Deus que lhe permita. Bem, o Diabo desce à terra, põe-se a trabalhar e logo consegue o seu intento. "Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza... (...) Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. (...) A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. (...) A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo?". "Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes." Isso assombrou o Diabo, que foi a Deus para "conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno". E Deus: "Que queres tu, meu pobre Diabo? (...) É a eterna contradição humana". O Diabo não teria esse desgosto se tivesse construído a sua igreja na capital de certo país... Os seus fiéis não teriam nenhuma recaída. É isso.
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Terror lírico indica que novo autor do país pode acrescentar muito ao gênero
O boom que o cinema de horror teve mundialmente nos anos 70 e 80 encontrou eco no Brasil da época em público, mas não em produções. A censura do regime militar e a falta de tradição na produção fantástica e de gênero (seja cinematográfica, televisiva ou literária) restringiram o horror nacional a produções underground ou, no caso da literatura, a obras mais voltadas ao público juvenil. Isso começa a dar sinais de mudança com uma nova geração (de escritores, roteiristas e cineastas) que cresceu assistindo aos "slashers" –subgênero do horror, com muito sangue– dos anos 80 e agora dá os primeiros passos escrevendo livros. "A Forma da Sombra", romance de estreia do carioca Fernando Abreu Barreto, 38, é um grato exemplo disso. Ainda que firmemente inspirado pelos filmes estrangeiros de assassinos seriais e de vampiros, busca não só uma identidade nacional, como tem um trabalho cuidadoso de linguagem, tão raro em literatura de gênero. "Encontro o sol aos domingos, quando não chove. Durante a semana, ao chegar ou sair do trabalho, ele não está lá. Sinceramente, não me faz falta", anuncia o parágrafo de abertura. O protagonista anônimo é um condutor de trens do metrô no Rio. Passa os dias nos subterrâneos, sem ver a luz do sol, volta para casa de noite. Antissocial, não se identifica com o mundo "iluminado" à sua volta e questiona a própria identidade e humanidade. É uma visão mais profunda e sombria, que outros poderiam transformar facilmente numa paródia: "Um Vampiro em Copacabana". Não é exatamente novo –a crise existencial do protagonista tem ares pesados de déjà vu (a série "Dexter" vem imediatamente à cabeça)– e mesmo a ambientação de thriller nos túneis do metrô já é algo visto (o filme britânico "Plataforma do Medo", de Christopher Smith, é uma das influências citadas). Entretanto, o autor acerta ao combinar esses elementos e ambientá-los no Rio dos dias de hoje. Principalmente, o lirismo do texto dá pistas de um novo autor nacional que pode acrescentar muito ao gênero e à literatura. A FORMA DA SOMBRA AUTOR Fernando de Abreu Barreto EDITORA Caligo QUANTO R$ 25 (116 págs.) AVALIAÇÃO muito bom
ilustrada
Terror lírico indica que novo autor do país pode acrescentar muito ao gêneroO boom que o cinema de horror teve mundialmente nos anos 70 e 80 encontrou eco no Brasil da época em público, mas não em produções. A censura do regime militar e a falta de tradição na produção fantástica e de gênero (seja cinematográfica, televisiva ou literária) restringiram o horror nacional a produções underground ou, no caso da literatura, a obras mais voltadas ao público juvenil. Isso começa a dar sinais de mudança com uma nova geração (de escritores, roteiristas e cineastas) que cresceu assistindo aos "slashers" –subgênero do horror, com muito sangue– dos anos 80 e agora dá os primeiros passos escrevendo livros. "A Forma da Sombra", romance de estreia do carioca Fernando Abreu Barreto, 38, é um grato exemplo disso. Ainda que firmemente inspirado pelos filmes estrangeiros de assassinos seriais e de vampiros, busca não só uma identidade nacional, como tem um trabalho cuidadoso de linguagem, tão raro em literatura de gênero. "Encontro o sol aos domingos, quando não chove. Durante a semana, ao chegar ou sair do trabalho, ele não está lá. Sinceramente, não me faz falta", anuncia o parágrafo de abertura. O protagonista anônimo é um condutor de trens do metrô no Rio. Passa os dias nos subterrâneos, sem ver a luz do sol, volta para casa de noite. Antissocial, não se identifica com o mundo "iluminado" à sua volta e questiona a própria identidade e humanidade. É uma visão mais profunda e sombria, que outros poderiam transformar facilmente numa paródia: "Um Vampiro em Copacabana". Não é exatamente novo –a crise existencial do protagonista tem ares pesados de déjà vu (a série "Dexter" vem imediatamente à cabeça)– e mesmo a ambientação de thriller nos túneis do metrô já é algo visto (o filme britânico "Plataforma do Medo", de Christopher Smith, é uma das influências citadas). Entretanto, o autor acerta ao combinar esses elementos e ambientá-los no Rio dos dias de hoje. Principalmente, o lirismo do texto dá pistas de um novo autor nacional que pode acrescentar muito ao gênero e à literatura. A FORMA DA SOMBRA AUTOR Fernando de Abreu Barreto EDITORA Caligo QUANTO R$ 25 (116 págs.) AVALIAÇÃO muito bom
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Leitor defende privatização ante escândalo da Petrobras
Será que alguém em sã consciência ainda pode defender a permanência da diretoria e do conselho de administração da estatal? O que eles podem fazer para reverter os prejuízos, assumir sua responsabilidade (Refinaria de Abreu e Lima dará prejuízo de US$ 3,2 bi), ter vergonha na cara? PAULO MAGALHÃES (São Paulo, SP) * As repetidas denúncias de trambiques em empresas estatais –federais, estaduais e municipais– nos levam a exigir que todas sejam privatizadas, porque os prejuízos são pagos por nós. Empresas privadas escolhem diretores e presidentes por currículo e, não por indicação, porque os prejuízos eventuais serão dos sócios. MÁRIO A. DENTE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor defende privatização ante escândalo da PetrobrasSerá que alguém em sã consciência ainda pode defender a permanência da diretoria e do conselho de administração da estatal? O que eles podem fazer para reverter os prejuízos, assumir sua responsabilidade (Refinaria de Abreu e Lima dará prejuízo de US$ 3,2 bi), ter vergonha na cara? PAULO MAGALHÃES (São Paulo, SP) * As repetidas denúncias de trambiques em empresas estatais –federais, estaduais e municipais– nos levam a exigir que todas sejam privatizadas, porque os prejuízos são pagos por nós. Empresas privadas escolhem diretores e presidentes por currículo e, não por indicação, porque os prejuízos eventuais serão dos sócios. MÁRIO A. DENTE (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Chanceler belga pinta rosto de preto e causa polêmica
O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, causou polêmica ao ser fotografado com o rosto pintado de preto durante um festival tradicional na capital do país, Bruxelas. A ONG Human Rights Watch afirmou que Reynders deveria "se envergonhar" do episódio enquanto usuários criticaram fortemente a atitude do chanceler belga nas redes sociais. A polêmica começou quando uma TV francesa divulgou as imagens de Reynders na parada. O festival Noirauds (negros), também conhecido como "Zwarte" em holandês, acontece sempre no segundo sábado de março. Em sua defesa, Reynders alegou que a tradição data de 1876 e que não entendia a razão da controvérsia. O governo de Bruxelas informou em seu site que a tradição de se vestir de "nobres africanos" foi criada para salvar uma creche da falência. Reynders, que publicou em seu blog fotos de si mesmo durante a parada no início desta semana, escreveu em sua página que o dinheiro arrecadado foi encaminhado diretamente para as crianças necessitadas, por meio de hospitais, escolas e farmácias. "Nós nos vestimos desse modo para sermos notados e ao mesmo tempo permanecer anônimos", explicou outro homem na rede de TV France 2. Mas o correspondente da emissora em Bruxelas, François Beaudonnet, que cobria o evento, escreveu em sua conta do Twitter que o festival combinava "velho clichês coloniais junto com folclore e generosidade". Autoridades de Bruxelas ressaltaram que o rei Philippe da Bélgica também se fantasiou desse jeito para o festival quando era príncipe herdeiro. No entanto, Andrew Stroehlein, da ONG Human Rights Watch, descreveu o traje do chanceler como "chocante e embaraçoso", argumentando que a tradição e a caridade não poderiam justificar o racismo. Stroehlein se questionou no Twitter se Reynders se vestiria da mesma maneira em um próximo encontro com líderes africanos.
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Chanceler belga pinta rosto de preto e causa polêmicaO ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, causou polêmica ao ser fotografado com o rosto pintado de preto durante um festival tradicional na capital do país, Bruxelas. A ONG Human Rights Watch afirmou que Reynders deveria "se envergonhar" do episódio enquanto usuários criticaram fortemente a atitude do chanceler belga nas redes sociais. A polêmica começou quando uma TV francesa divulgou as imagens de Reynders na parada. O festival Noirauds (negros), também conhecido como "Zwarte" em holandês, acontece sempre no segundo sábado de março. Em sua defesa, Reynders alegou que a tradição data de 1876 e que não entendia a razão da controvérsia. O governo de Bruxelas informou em seu site que a tradição de se vestir de "nobres africanos" foi criada para salvar uma creche da falência. Reynders, que publicou em seu blog fotos de si mesmo durante a parada no início desta semana, escreveu em sua página que o dinheiro arrecadado foi encaminhado diretamente para as crianças necessitadas, por meio de hospitais, escolas e farmácias. "Nós nos vestimos desse modo para sermos notados e ao mesmo tempo permanecer anônimos", explicou outro homem na rede de TV France 2. Mas o correspondente da emissora em Bruxelas, François Beaudonnet, que cobria o evento, escreveu em sua conta do Twitter que o festival combinava "velho clichês coloniais junto com folclore e generosidade". Autoridades de Bruxelas ressaltaram que o rei Philippe da Bélgica também se fantasiou desse jeito para o festival quando era príncipe herdeiro. No entanto, Andrew Stroehlein, da ONG Human Rights Watch, descreveu o traje do chanceler como "chocante e embaraçoso", argumentando que a tradição e a caridade não poderiam justificar o racismo. Stroehlein se questionou no Twitter se Reynders se vestiria da mesma maneira em um próximo encontro com líderes africanos.
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Brasileiro terá jogos às 16h de sábado, e Palmeiras estreia no novo horário
A CBF divulgou nesta segunda-feira (25) a tabela detalhada até a 11ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2016. A principal novidade ficou por conta dos jogos às 16h de sábado, horário que normalmente não era usado na última edição do torneio. Na primeira rodada, que começa dia 14 de maio, Palmeiras e Flamengo estreiam o horário. O time alviverde joga no Allianz Parque, contra o Atlético-PR, e os cariocas recebem o Sport, em local ainda a definir. Em seguida, às 18h30, o Santos visita o Atlético-MG. Mais tarde, às 21h, é a vez de Coritiba e Cruzeiro fazerem suas estreias. O domingo, que permanece com jogos às 11h, terá Botafogo e São Paulo, sem local definido, além de Santa Cruz e Vitória, pela manhã. No tradicional horário das 16h jogam Corinthians e Grêmio, em Itaquera, Figueirense contra a Ponte Preta, além de América-MG e Fluminense. Às 18h30 haverá apenas um jogo: Internacional x Chapecoense. No meio de semana, assim como vem acontecendo nas partidas da Libertadores, os jogos começarão às 21h45, e não mais às 22h.
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Brasileiro terá jogos às 16h de sábado, e Palmeiras estreia no novo horárioA CBF divulgou nesta segunda-feira (25) a tabela detalhada até a 11ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2016. A principal novidade ficou por conta dos jogos às 16h de sábado, horário que normalmente não era usado na última edição do torneio. Na primeira rodada, que começa dia 14 de maio, Palmeiras e Flamengo estreiam o horário. O time alviverde joga no Allianz Parque, contra o Atlético-PR, e os cariocas recebem o Sport, em local ainda a definir. Em seguida, às 18h30, o Santos visita o Atlético-MG. Mais tarde, às 21h, é a vez de Coritiba e Cruzeiro fazerem suas estreias. O domingo, que permanece com jogos às 11h, terá Botafogo e São Paulo, sem local definido, além de Santa Cruz e Vitória, pela manhã. No tradicional horário das 16h jogam Corinthians e Grêmio, em Itaquera, Figueirense contra a Ponte Preta, além de América-MG e Fluminense. Às 18h30 haverá apenas um jogo: Internacional x Chapecoense. No meio de semana, assim como vem acontecendo nas partidas da Libertadores, os jogos começarão às 21h45, e não mais às 22h.
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Explosão após show de Ariana Grande deixa 22 mortos em Manchester
Uma dupla explosão ao fim de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, no Reino Unido, deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos na noite desta segunda (22). A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse na manhã desta terça (23) que a polícia acredita que o ataque foi feito por um homem-bomba sozinho usando um explosivo caseiro. "Este ataque se destaca por sua covardia doentia e pavorosa, tendo como alvo deliberado crianças indefesas e inocentes e jovens que deveriam estar aproveitando uma das noites mais memoráveis de suas vidas", declarou May, que visitará nesta terça o local. As autoridades acreditam que se trata de um ataque terrorista, apesar de ainda não haver confirmação. A milícia radical Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira a ação em uma mensagem que, no entanto, não apresentou nenhuma evidência de sua participação real. "Um soldado do califado conseguiu colocar explosivos em meio a uma reunião dos cruzados na cidade britânica de Manchester", disse um comunicado da milícia. É possível, como em outros casos no passado, que o autor tenha agido sozinho e agora a facção terrorista tente se beneficiar da atenção na mídia, que é uma parte importante de sua estratégia para recrutar militantes. O homem-bomba foi identificado como Salman Abedi, 22. Foi o pior ataque a bomba no Reino Unido desde os atentados no transporte público de Londres, em 2005, que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos. Segundo testemunhas, os dois estrondos foram ouvidos às 22h35 (18h35 em Brasília) quando a cantora terminava sua apresentação na Manchester Arena para 20 mil espectadores, em sua maioria crianças e adolescentes. As primeiras vítimas identificadas são uma estudante de 18 anos e uma menina de oito anos. Segundo um médico do serviço de ambulâncias local, 12 dos 59 feridos levados para o hospital têm menos de 16 anos. Não há brasileiros entre os feridos, informou o Itamaraty. A cantora não se feriu e declarou mais tarde estar "despedaçada", "sentida" e "sem palavras". A administração do ginásio informou que a explosão ocorreu do lado de fora. Vídeos nas redes sociais mostram o desespero dos espectadores deixando o local às pressas e a chegada de policiais e ambulâncias ao local. Ariana Grande 2 Ariana Grande 3 Em um deles, adolescentes gritam enquanto correm em meio a balões cor-de-rosa. "As luzes já estavam acesas então sabíamos que aquilo não era parte do show", afirmou Erin McDougle, 20, ao jornal "The Guardian". "Veio o estrondo, depois a fumaça subindo pelos degraus e todo mundo estava gritando. Tinha umas 30 pessoas no chão, algumas delas você percebia que tinham morrido", disse a espectadora Kiera Dawber à CNN. Do lado de fora, moradores dos prédios vizinhos desceram depois que ouviram a explosão. Alguns deles ofereceram suas casas para os espectadores que não conseguiram voltar devido ao fechamento da rede ferroviária. Taxistas também ofereceram corridas de graça. Horas depois da explosão, pais, parentes e amigos usavam as redes sociais para buscar crianças e adolescentes que foram ao show e continuavam desaparecidos. "Meu filho estava na Manchester Arena. Ele não atende o telefone! Por favor, me ajudem", disse o usuário Deplorable MrsK, que publicou a foto de um adolescente em mensagem no Twitter. Paula Robinson, 48, estava em uma estação de trem próxima ao ginásio quando sentiu a explosão e, em seguida, viu dezenas de meninas correndo. Ela levou o grupo a um hotel próximo, que virou um ponto de encontro. Horas depois, a polícia fez a explosão controlada de uma bolsa suspeita achada em um jardim perto da arena, mas nela só havia roupas. SOLIDARIEDADE A rainha Elizabeth 2ª disse nesta terça-feira que "a nação inteira está chocada" com o ataque. "Sei que falo por todo mundo ao expressar minha empatia mais profunda com todos os que foram afetados por esse evento horrível", afirmou. Os governos da Alemanha e da França enviaram mensagens de condolências às vítimas e ofereceram apoio ao governo do Reino Unido. O presidente dos EUA, Donald Trump, durante viagem a Israel, disse que os responsáveis pelos ataques são "perdedores perversos", e disse estar solidário ao povo do Reino Unido. Vladimir Putin, presidente da Rússia, também demonstrou apoio aos britânicos. Putin INVESTIGAÇÕES Dentre os investigadores, estão agentes antiterrorismo e do MI5, serviço secreto interno do Reino Unido. Em nota, o Departamento de Segurança Doméstica dos EUA informou que "reforçará a segurança" em lugares públicos no território americano. O presidente da Câmara de Vereadores de Manchester, Richard Leese, disse que a explosão não abalará a cidade: "Manchester é uma cidade orgulhosa e forte. Não permitiremos que aqueles que buscam a divisão e o medo alcancem seus objetivos". Manchester tem meio milhão de habitantes e é a principal cidade do noroeste industrial do Reino Unido, no centro da segunda maior área urbana do país. O Reino Unido está no segundo nível mais alto de alerta terrorista, indicando que um ataque é altamente provável. Em março, um homem matou três pessoas e feriu 40 em Londres. Khalid Masood, 52, havia se convertido ao islamismo e se radicalizado na própria Inglaterra. Ele foi baleado e morto na ação. Onde fica - Manchester - TERROR NA EUROPA Ataques recentes aos países do continente Paris (13.nov. 2015) Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria Bruxelas (22.mar.2016) Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem Nice (14.jul.2016) No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86 Berlim (19.dez.2016) Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos Londres (22.mar.2017) Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem Estocolmo (7.abr.2017) Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos
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Explosão após show de Ariana Grande deixa 22 mortos em ManchesterUma dupla explosão ao fim de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, no Reino Unido, deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos na noite desta segunda (22). A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse na manhã desta terça (23) que a polícia acredita que o ataque foi feito por um homem-bomba sozinho usando um explosivo caseiro. "Este ataque se destaca por sua covardia doentia e pavorosa, tendo como alvo deliberado crianças indefesas e inocentes e jovens que deveriam estar aproveitando uma das noites mais memoráveis de suas vidas", declarou May, que visitará nesta terça o local. As autoridades acreditam que se trata de um ataque terrorista, apesar de ainda não haver confirmação. A milícia radical Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira a ação em uma mensagem que, no entanto, não apresentou nenhuma evidência de sua participação real. "Um soldado do califado conseguiu colocar explosivos em meio a uma reunião dos cruzados na cidade britânica de Manchester", disse um comunicado da milícia. É possível, como em outros casos no passado, que o autor tenha agido sozinho e agora a facção terrorista tente se beneficiar da atenção na mídia, que é uma parte importante de sua estratégia para recrutar militantes. O homem-bomba foi identificado como Salman Abedi, 22. Foi o pior ataque a bomba no Reino Unido desde os atentados no transporte público de Londres, em 2005, que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos. Segundo testemunhas, os dois estrondos foram ouvidos às 22h35 (18h35 em Brasília) quando a cantora terminava sua apresentação na Manchester Arena para 20 mil espectadores, em sua maioria crianças e adolescentes. As primeiras vítimas identificadas são uma estudante de 18 anos e uma menina de oito anos. Segundo um médico do serviço de ambulâncias local, 12 dos 59 feridos levados para o hospital têm menos de 16 anos. Não há brasileiros entre os feridos, informou o Itamaraty. A cantora não se feriu e declarou mais tarde estar "despedaçada", "sentida" e "sem palavras". A administração do ginásio informou que a explosão ocorreu do lado de fora. Vídeos nas redes sociais mostram o desespero dos espectadores deixando o local às pressas e a chegada de policiais e ambulâncias ao local. Ariana Grande 2 Ariana Grande 3 Em um deles, adolescentes gritam enquanto correm em meio a balões cor-de-rosa. "As luzes já estavam acesas então sabíamos que aquilo não era parte do show", afirmou Erin McDougle, 20, ao jornal "The Guardian". "Veio o estrondo, depois a fumaça subindo pelos degraus e todo mundo estava gritando. Tinha umas 30 pessoas no chão, algumas delas você percebia que tinham morrido", disse a espectadora Kiera Dawber à CNN. Do lado de fora, moradores dos prédios vizinhos desceram depois que ouviram a explosão. Alguns deles ofereceram suas casas para os espectadores que não conseguiram voltar devido ao fechamento da rede ferroviária. Taxistas também ofereceram corridas de graça. Horas depois da explosão, pais, parentes e amigos usavam as redes sociais para buscar crianças e adolescentes que foram ao show e continuavam desaparecidos. "Meu filho estava na Manchester Arena. Ele não atende o telefone! Por favor, me ajudem", disse o usuário Deplorable MrsK, que publicou a foto de um adolescente em mensagem no Twitter. Paula Robinson, 48, estava em uma estação de trem próxima ao ginásio quando sentiu a explosão e, em seguida, viu dezenas de meninas correndo. Ela levou o grupo a um hotel próximo, que virou um ponto de encontro. Horas depois, a polícia fez a explosão controlada de uma bolsa suspeita achada em um jardim perto da arena, mas nela só havia roupas. SOLIDARIEDADE A rainha Elizabeth 2ª disse nesta terça-feira que "a nação inteira está chocada" com o ataque. "Sei que falo por todo mundo ao expressar minha empatia mais profunda com todos os que foram afetados por esse evento horrível", afirmou. Os governos da Alemanha e da França enviaram mensagens de condolências às vítimas e ofereceram apoio ao governo do Reino Unido. O presidente dos EUA, Donald Trump, durante viagem a Israel, disse que os responsáveis pelos ataques são "perdedores perversos", e disse estar solidário ao povo do Reino Unido. Vladimir Putin, presidente da Rússia, também demonstrou apoio aos britânicos. Putin INVESTIGAÇÕES Dentre os investigadores, estão agentes antiterrorismo e do MI5, serviço secreto interno do Reino Unido. Em nota, o Departamento de Segurança Doméstica dos EUA informou que "reforçará a segurança" em lugares públicos no território americano. O presidente da Câmara de Vereadores de Manchester, Richard Leese, disse que a explosão não abalará a cidade: "Manchester é uma cidade orgulhosa e forte. Não permitiremos que aqueles que buscam a divisão e o medo alcancem seus objetivos". Manchester tem meio milhão de habitantes e é a principal cidade do noroeste industrial do Reino Unido, no centro da segunda maior área urbana do país. O Reino Unido está no segundo nível mais alto de alerta terrorista, indicando que um ataque é altamente provável. Em março, um homem matou três pessoas e feriu 40 em Londres. Khalid Masood, 52, havia se convertido ao islamismo e se radicalizado na própria Inglaterra. Ele foi baleado e morto na ação. Onde fica - Manchester - TERROR NA EUROPA Ataques recentes aos países do continente Paris (13.nov. 2015) Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria Bruxelas (22.mar.2016) Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem Nice (14.jul.2016) No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86 Berlim (19.dez.2016) Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos Londres (22.mar.2017) Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem Estocolmo (7.abr.2017) Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos
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Inscrições para o Enem 2015 começam nesta segunda-feira
Estudantes interessados em participar do Enem 2015 poderão fazer a inscrição a partir das 10h desta segunda-feira (25) pelo site do Inep. O prazo se encerra em 5 de junho, mas os candidatos terão até o dia 10 deste mês para efetuar o pagamento da inscrição. Neste ano, haverá aumento da taxa de inscrição e um novo mecanismo para coibir o número de faltosos, de acordo com as regras divulgada no último dia 14 pelo Ministério da Educação. Como a Folha antecipou, o reajuste do pagamento estava em estudo pelo governo e foi tema de encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o titular do MEC, Renato Janine, na semana passada. Desde 2004, o valor cobrado é de R$35. Agora, será de R$ 63, próximo ao valor do reajuste do período, se considerada a inflação oficial desde aquele ano (R$ 62,47). No ano passado, do total de 8,7 milhões de inscritos, 26,48% foram pagantes. "Ainda é uma taxa barata e ainda há um grande conjunto de isenções", disse o ministro, em coletiva de imprensa. Ficam isentos da taxa os estudantes que estão no 3º ano do ensino médio da rede pública ou que comprovarem ter renda familiar de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.182). FALTOSOS Ao mesmo tempo, o MEC decidiu endurecer as regras para os candidatos que faltarem uma edição do exame e se inscreverem para uma nova prova do Enem. A regra terá impacto para aqueles que se ausentarem na edição deste ano. O estudante que se ausentar da prova nos dois dias, por algum motivo, terá que desembolsar a taxa de inscrição se desejar fazer um novo Enem, ainda que esteja na categoria de isento. No ano passado, do total de 8,72 milhões de inscritos, 6,19 milhões compareceram (esse grupo obteve nota em pelo menos uma área) –taxa de quase 29% de ausência. Segundo o ministro, 65% dos faltosos na última edição estavam isentos da taxa. "Decidimos cortar a isenção para a edição seguinte e poderemos cortar para mais edições, se isso continuar", afirmou. O MEC, no entanto, deve publicar uma regulamentação definindo em que situações um candidato ausente poderá ter isenção da taxa no ano seguinte —problemas de saúde, por exemplo, devem ser contemplados. ECONOMIA O MEC prevê uma economia de 20% no Enem 2015 em comparação à edição anterior. O percentual é decorrente de medidas como aumento da taxa de inscrição e o não envio de cartão de confirmação da prova pelos Correios. Em anos anteriores, o estudante recebia o papel em casa e poderia baixá-lo em site específico na internet. Agora, esta será a única opção disponível. Somente essa medida tem uma economia estimada em R$ 18 milhões. "São aprendizados que tivemos com todas as edições recentes. O número de pessoas que baixava o cartão já era muito alto", ponderou Chico Soares, presidente do Inep (instituto do MEC responsável pelo Enem) em coletiva de imprensa no último dia 14. No ano passado, o custo do Enem foi de R$ 52 por candidato –ou um total de R$ 453,5 milhões. A economia prevista, então, é da ordem de R$ 90,7 milhões O ministro Renato Janine (Educação) argumentou que o reajuste da taxa, para R$ 63, foi decorrente da inflação oficial do período —desde 2004, o valor era R$ 35. Ele ponderou, no entanto, que ainda "não temos definição" sobre a periodicidade de novos reajustes. "Se será anual ou a cada dois anos [por exemplo]. Quando você deixa muito tempo [a taxa] fica, o reajuste vem com surpresa, quando deveria vir com naturalidade." 30 MINUTOS DE ESPERA Neste ano, não haverá mudança nos critérios de correção da redação, mas haverá mudança na dinâmica de aplicação da prova. Agora, haverá 30 minutos de diferença entre o horário de fechamento dos portões do local de aplicação (13h) e o início da prova (13h30). "Todos os alunos terão entrado na sala, estarão já com seus celulares no pacotinho e durante esse período, vários testes poderão ser feitos. Por exemplo uso do detector de metais. () Será um controle extra. É um grande momento de risco, quando a prova é aberta e, portanto, passível de algum vazamento, que temos que evitar a qualquer custo", disse Chico Soares. No ano passado, alunos indicaram que houve vazamento do tema da redação no Enem, no segundo dia de aplicação da prova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.
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Inscrições para o Enem 2015 começam nesta segunda-feiraEstudantes interessados em participar do Enem 2015 poderão fazer a inscrição a partir das 10h desta segunda-feira (25) pelo site do Inep. O prazo se encerra em 5 de junho, mas os candidatos terão até o dia 10 deste mês para efetuar o pagamento da inscrição. Neste ano, haverá aumento da taxa de inscrição e um novo mecanismo para coibir o número de faltosos, de acordo com as regras divulgada no último dia 14 pelo Ministério da Educação. Como a Folha antecipou, o reajuste do pagamento estava em estudo pelo governo e foi tema de encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o titular do MEC, Renato Janine, na semana passada. Desde 2004, o valor cobrado é de R$35. Agora, será de R$ 63, próximo ao valor do reajuste do período, se considerada a inflação oficial desde aquele ano (R$ 62,47). No ano passado, do total de 8,7 milhões de inscritos, 26,48% foram pagantes. "Ainda é uma taxa barata e ainda há um grande conjunto de isenções", disse o ministro, em coletiva de imprensa. Ficam isentos da taxa os estudantes que estão no 3º ano do ensino médio da rede pública ou que comprovarem ter renda familiar de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.182). FALTOSOS Ao mesmo tempo, o MEC decidiu endurecer as regras para os candidatos que faltarem uma edição do exame e se inscreverem para uma nova prova do Enem. A regra terá impacto para aqueles que se ausentarem na edição deste ano. O estudante que se ausentar da prova nos dois dias, por algum motivo, terá que desembolsar a taxa de inscrição se desejar fazer um novo Enem, ainda que esteja na categoria de isento. No ano passado, do total de 8,72 milhões de inscritos, 6,19 milhões compareceram (esse grupo obteve nota em pelo menos uma área) –taxa de quase 29% de ausência. Segundo o ministro, 65% dos faltosos na última edição estavam isentos da taxa. "Decidimos cortar a isenção para a edição seguinte e poderemos cortar para mais edições, se isso continuar", afirmou. O MEC, no entanto, deve publicar uma regulamentação definindo em que situações um candidato ausente poderá ter isenção da taxa no ano seguinte —problemas de saúde, por exemplo, devem ser contemplados. ECONOMIA O MEC prevê uma economia de 20% no Enem 2015 em comparação à edição anterior. O percentual é decorrente de medidas como aumento da taxa de inscrição e o não envio de cartão de confirmação da prova pelos Correios. Em anos anteriores, o estudante recebia o papel em casa e poderia baixá-lo em site específico na internet. Agora, esta será a única opção disponível. Somente essa medida tem uma economia estimada em R$ 18 milhões. "São aprendizados que tivemos com todas as edições recentes. O número de pessoas que baixava o cartão já era muito alto", ponderou Chico Soares, presidente do Inep (instituto do MEC responsável pelo Enem) em coletiva de imprensa no último dia 14. No ano passado, o custo do Enem foi de R$ 52 por candidato –ou um total de R$ 453,5 milhões. A economia prevista, então, é da ordem de R$ 90,7 milhões O ministro Renato Janine (Educação) argumentou que o reajuste da taxa, para R$ 63, foi decorrente da inflação oficial do período —desde 2004, o valor era R$ 35. Ele ponderou, no entanto, que ainda "não temos definição" sobre a periodicidade de novos reajustes. "Se será anual ou a cada dois anos [por exemplo]. Quando você deixa muito tempo [a taxa] fica, o reajuste vem com surpresa, quando deveria vir com naturalidade." 30 MINUTOS DE ESPERA Neste ano, não haverá mudança nos critérios de correção da redação, mas haverá mudança na dinâmica de aplicação da prova. Agora, haverá 30 minutos de diferença entre o horário de fechamento dos portões do local de aplicação (13h) e o início da prova (13h30). "Todos os alunos terão entrado na sala, estarão já com seus celulares no pacotinho e durante esse período, vários testes poderão ser feitos. Por exemplo uso do detector de metais. () Será um controle extra. É um grande momento de risco, quando a prova é aberta e, portanto, passível de algum vazamento, que temos que evitar a qualquer custo", disse Chico Soares. No ano passado, alunos indicaram que houve vazamento do tema da redação no Enem, no segundo dia de aplicação da prova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.
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Em viagem criticada, Obama pede que Etiópia freie ataques à democracia
Iniciando uma visita oficial criticada por grupos de direitos humanos, o presidente americano, Barack Obama, conclamou nesta segunda-feira (27) os líderes da Etiópia a frear seus ataques à liberdade de imprensa e aos direitos políticos. "Quando todas as vozes são ouvidas, quando as pessoas sabem que estão sendo incluídas no processo político, isso faz o país ter mais sucesso", disse Obama durante uma coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn. É a primeira vez que um presidente em exercício visita a Etiópia, país africano que tem registrado um grande ritmo de crescimento econômico (é previsto um crescimento de 10% do Produto Interno Bruto do país em 2015). A viagem é criticada devido ao histórico de repressão do governo local aos direitos humanos. Sarah Margon, diretora da organização Human Rights Watch, disse que a vista de Obama mina os objetivos da Casa Branca sobre a boa governança no continente africano. "De diversas maneiras, acredito que [a visita] é uma recompensa", disse Margon. "Neste momento, a Etiópia não merece isso." O partido do premiê Desalegn, que tomou o poder há cerca de 25 anos, conquistou todas as cadeiras do Parlamento nas eleições de maio. Além disso, a Etiópia é o segundo país que mais prende jornalistas na África, atrás da Eritreia, segundo o Comitê pela Proteção de Jornalistas. Pouco antes da chegada de Obama, o governo libertou diversos jornalistas e blogueiros que estavam presos desde abril de 2014 sob acusações de terrorismo. Muitos outros permanecem presos. Na conferência de imprensa, o premiê etíope defendeu o compromisso de seu país com a democracia. "Nosso compromisso com a democracia é real, não é superficial", disse Desalegn, admitindo que o país tem uma "democracia jovem" e que tem muito a avançar neste quesito. No entanto, o premiê afirmou ter "pequenas diferenças" com os EUA em relação ao ritmo dessas mudanças. Questionado sobre a prisão de jornalistas, Desalegn disse que a Etiópia carece de "jornalismo ético" e de repórteres que não sejam ligados a organizações terroristas. Obama afirmou que foi franco ao conversar com os líderes etíopes sobre a necessidade de ampliar as liberdades políticas no país e comparou sua visita à nação africana ao relacionamento dos EUA com a China, outro país economicamente potente, mas acusado de recorrentes violações aos direitos humanos. "Ninguém questiona a necessidade de nos relacionarmos com países grandes com os quais possamos ter diferenças nessas questões [direitos humanos]", disse Obama. "Este também é o caso da África." Os EUA veem na Etiópia um importante aliado no combate ao terrorismo islâmico na região, especialmente em relação à milícia Al Shabaab, que fez neste domingo (26) um ataque na vizinha Somália. Além disso, Obama deve buscar cooperação com o governo da Etiópia no esforço para conter a guerra civil no Sudão do Sul. Antes de visitar a Etiópia, Obama passou pelo Quênia, terra natal de seu pai.
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Em viagem criticada, Obama pede que Etiópia freie ataques à democraciaIniciando uma visita oficial criticada por grupos de direitos humanos, o presidente americano, Barack Obama, conclamou nesta segunda-feira (27) os líderes da Etiópia a frear seus ataques à liberdade de imprensa e aos direitos políticos. "Quando todas as vozes são ouvidas, quando as pessoas sabem que estão sendo incluídas no processo político, isso faz o país ter mais sucesso", disse Obama durante uma coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn. É a primeira vez que um presidente em exercício visita a Etiópia, país africano que tem registrado um grande ritmo de crescimento econômico (é previsto um crescimento de 10% do Produto Interno Bruto do país em 2015). A viagem é criticada devido ao histórico de repressão do governo local aos direitos humanos. Sarah Margon, diretora da organização Human Rights Watch, disse que a vista de Obama mina os objetivos da Casa Branca sobre a boa governança no continente africano. "De diversas maneiras, acredito que [a visita] é uma recompensa", disse Margon. "Neste momento, a Etiópia não merece isso." O partido do premiê Desalegn, que tomou o poder há cerca de 25 anos, conquistou todas as cadeiras do Parlamento nas eleições de maio. Além disso, a Etiópia é o segundo país que mais prende jornalistas na África, atrás da Eritreia, segundo o Comitê pela Proteção de Jornalistas. Pouco antes da chegada de Obama, o governo libertou diversos jornalistas e blogueiros que estavam presos desde abril de 2014 sob acusações de terrorismo. Muitos outros permanecem presos. Na conferência de imprensa, o premiê etíope defendeu o compromisso de seu país com a democracia. "Nosso compromisso com a democracia é real, não é superficial", disse Desalegn, admitindo que o país tem uma "democracia jovem" e que tem muito a avançar neste quesito. No entanto, o premiê afirmou ter "pequenas diferenças" com os EUA em relação ao ritmo dessas mudanças. Questionado sobre a prisão de jornalistas, Desalegn disse que a Etiópia carece de "jornalismo ético" e de repórteres que não sejam ligados a organizações terroristas. Obama afirmou que foi franco ao conversar com os líderes etíopes sobre a necessidade de ampliar as liberdades políticas no país e comparou sua visita à nação africana ao relacionamento dos EUA com a China, outro país economicamente potente, mas acusado de recorrentes violações aos direitos humanos. "Ninguém questiona a necessidade de nos relacionarmos com países grandes com os quais possamos ter diferenças nessas questões [direitos humanos]", disse Obama. "Este também é o caso da África." Os EUA veem na Etiópia um importante aliado no combate ao terrorismo islâmico na região, especialmente em relação à milícia Al Shabaab, que fez neste domingo (26) um ataque na vizinha Somália. Além disso, Obama deve buscar cooperação com o governo da Etiópia no esforço para conter a guerra civil no Sudão do Sul. Antes de visitar a Etiópia, Obama passou pelo Quênia, terra natal de seu pai.
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'Vila Sésamo' ganha série na internet e vai voltar ao Brasil após 8 anos
Você já deve ter visto o monstrinho Elmo alguma vez na vida. Na semana passada, o boneco vermelho da turma do "Vila Sésamo" ganhou uma série só sua no canal oficial do programa no YouTube. O lançamento de "O Mundo de Elmo" é uma das primeiras iniciativas da marca para voltar ao Brasil. A última versão do programa produzida no país foi lançada em 2007, na TV Cultura e na TV Rá-Tim-Bum! –e passa até hoje nos canais. Mas faz oito anos que o programa não é renovado por aqui. "A ideia é voltar em várias plataformas", diz o porta-voz da franquia no Brasil, João Amorim. "Os primeiros conteúdos que as crianças pequenas assistem hoje em dia estão no tablet, no celular, no computador." Além do novo programa –que foi traduzido e comercializado em forma de DVD no ano passado, mas agora está sendo disponibilizado gratuitamente–, o projeto inclui jogos, videoclipes e uma série de animação que está sendo feita nacionalmente. Serão duas temporadas de 26 episódios, previstas para estrearem entre o final de 2016 e o início de 2017. O canal que abrigará o conteúdo, porém, ainda está em negociação. Segundo Amorim, a Vila Sésamo também começou neste ano um projeto de educação financeira para crianças e famílias pelo país, em São Paulo, Recife e Belo Horizonte, e está implementando o "Vivendo Juntos", outro projeto social, no Complexo da Maré, no Rio. O MUNDO DE ELMO Em "O Mundo de Elmo", o personagem explora temas variados como sapatos, livros, música e aniversários do ponto de vista de uma criança de três anos. Acompanhado pelo personagem Mr. Noodle e seu peixinho dourado Dorothy, ele faz perguntas que levam a diferentes descobertas (assista abaixo). "É uma série que foi concebida foi para falar diretamente com as crianças sobre estereótipos de gênero, como ciência e tecnologia para meninas, e sobre tipos de famílias, por exemplo", afirma João Amorim. Como outras produções da franquia, a série foi pensada para o público em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, e tem uma pegada educativa. O que mudou foi a forma de apresentar isso. Desta vez, ao invés de trazer a turma toda, cada episódio será focado em um personagem –entre eles a monstrinha brasileira Bel, que surgiu na série de 2007 e costuma defender a natureza. Além dos episódios disponibilizados na estreia, no Dia da Criança (12), toda semana serão publicados três novos "capítulos", sempre às quartas-feiras. Assista a episódio de "O Mundo de Elmo" ORIGENS Em entrevista à "Folhinha" no início deste ano, o apresentador Marcelo Tas comparou o "Vila Sésamo" a produções brasileiras como "Rá-Tim-Bum", na qual atuava, que precisariam "aprender a se renovar". "Temos essa dificuldade no Brasil: lidar com o sucesso e mantê-lo. Temos muito o que aprender, por exemplo, com 'Vila Sésamo', série norte-americana que está há mais de quarenta anos no ar e sempre se renovando", disse ele. O programa completou 46 anos há alguns dias. Em 10 de outubro de 1969, a turma estreava na TV norte-americana no programa "Sesame Street". Três anos depois, em 1972, chegava ao Brasil. Na época, Garibaldo, personagem principal que era amarelo na versão estadunidense, ganhou a cor azul. A adaptação brasileira foi uma coprodução da TV Cultura e da Globo, exibida nos dois canais até 1973, e apenas pela Rede Globo até 1977. Alunos de escolas públicas de 3 a 10 anos participavam do programa. Depois, voltou ao país só em 2007. As reprises vão ao ar na TV Cultura aos sábados, às 9h; e na TV Rá-Tim-Bum!, de segunda a sexta, às 6h, 15h e 00h, aos sábados, às 16h e às 2h, e aos domingos, às 8h, 16h e 2h.
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'Vila Sésamo' ganha série na internet e vai voltar ao Brasil após 8 anosVocê já deve ter visto o monstrinho Elmo alguma vez na vida. Na semana passada, o boneco vermelho da turma do "Vila Sésamo" ganhou uma série só sua no canal oficial do programa no YouTube. O lançamento de "O Mundo de Elmo" é uma das primeiras iniciativas da marca para voltar ao Brasil. A última versão do programa produzida no país foi lançada em 2007, na TV Cultura e na TV Rá-Tim-Bum! –e passa até hoje nos canais. Mas faz oito anos que o programa não é renovado por aqui. "A ideia é voltar em várias plataformas", diz o porta-voz da franquia no Brasil, João Amorim. "Os primeiros conteúdos que as crianças pequenas assistem hoje em dia estão no tablet, no celular, no computador." Além do novo programa –que foi traduzido e comercializado em forma de DVD no ano passado, mas agora está sendo disponibilizado gratuitamente–, o projeto inclui jogos, videoclipes e uma série de animação que está sendo feita nacionalmente. Serão duas temporadas de 26 episódios, previstas para estrearem entre o final de 2016 e o início de 2017. O canal que abrigará o conteúdo, porém, ainda está em negociação. Segundo Amorim, a Vila Sésamo também começou neste ano um projeto de educação financeira para crianças e famílias pelo país, em São Paulo, Recife e Belo Horizonte, e está implementando o "Vivendo Juntos", outro projeto social, no Complexo da Maré, no Rio. O MUNDO DE ELMO Em "O Mundo de Elmo", o personagem explora temas variados como sapatos, livros, música e aniversários do ponto de vista de uma criança de três anos. Acompanhado pelo personagem Mr. Noodle e seu peixinho dourado Dorothy, ele faz perguntas que levam a diferentes descobertas (assista abaixo). "É uma série que foi concebida foi para falar diretamente com as crianças sobre estereótipos de gênero, como ciência e tecnologia para meninas, e sobre tipos de famílias, por exemplo", afirma João Amorim. Como outras produções da franquia, a série foi pensada para o público em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, e tem uma pegada educativa. O que mudou foi a forma de apresentar isso. Desta vez, ao invés de trazer a turma toda, cada episódio será focado em um personagem –entre eles a monstrinha brasileira Bel, que surgiu na série de 2007 e costuma defender a natureza. Além dos episódios disponibilizados na estreia, no Dia da Criança (12), toda semana serão publicados três novos "capítulos", sempre às quartas-feiras. Assista a episódio de "O Mundo de Elmo" ORIGENS Em entrevista à "Folhinha" no início deste ano, o apresentador Marcelo Tas comparou o "Vila Sésamo" a produções brasileiras como "Rá-Tim-Bum", na qual atuava, que precisariam "aprender a se renovar". "Temos essa dificuldade no Brasil: lidar com o sucesso e mantê-lo. Temos muito o que aprender, por exemplo, com 'Vila Sésamo', série norte-americana que está há mais de quarenta anos no ar e sempre se renovando", disse ele. O programa completou 46 anos há alguns dias. Em 10 de outubro de 1969, a turma estreava na TV norte-americana no programa "Sesame Street". Três anos depois, em 1972, chegava ao Brasil. Na época, Garibaldo, personagem principal que era amarelo na versão estadunidense, ganhou a cor azul. A adaptação brasileira foi uma coprodução da TV Cultura e da Globo, exibida nos dois canais até 1973, e apenas pela Rede Globo até 1977. Alunos de escolas públicas de 3 a 10 anos participavam do programa. Depois, voltou ao país só em 2007. As reprises vão ao ar na TV Cultura aos sábados, às 9h; e na TV Rá-Tim-Bum!, de segunda a sexta, às 6h, 15h e 00h, aos sábados, às 16h e às 2h, e aos domingos, às 8h, 16h e 2h.
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Com bolsa para estudar, trans relatam inclusão após prostituição e abandono
O ano de 2015 foi um divisor de águas para a recepcionista Amanda Marfree, 30. Ela conseguiu deixar a prostituição e entrar no mercado de trabalho formal, situação com a qual sonhava havia alguns anos. A reviravolta aconteceu porque Amanda voltou a estudar e completou o Ensino Médio. Ela é uma das beneficiárias do Transcidadania, programa social da Prefeitura de São Paulo que completa um ano e cujo foco é permitir que travestis, transexuais e homens trans retomem sua formação escolar. Lançado dia 29 de janeiro de 2015, dia Nacional da Visibilidade Trans, o programa abre mais cem vagas agora, para início das aulas em salas do EJA (Educação de Jovens e Adultos) em fevereiro. "Eu parei de estudar porque sofria bullyng. Preferi desistir do que sofrer uma agressão. E quando comecei a me transformar, tudo muda. A sociedade te fecha as portas. A realidade foi enfrentar a madrugada", diz ela. Ao dedicar-se aos estudos, Amanda recebeu bolsa de R$ 827,40, fornecida pelo programa. O valor, neste ano reajustado para R$910, é uma das razões da baixa taxa de evasão. Apenas dez participantes deixaram o Transcidadania em 2015, número inferior à média de evasão dos alunos do EJA como um todo, que é de 36%, segundo o IBGE. A contrapartida é o cumprimento de 30 horas de formação semanal, que além das demandas escolares inclui capacitação profissional e cursos de direitos humanos e cidadania. Os beneficiários (apenas 4 são homens trans) também têm acesso a apoio psicológico, acompanhamento médico para tratamentos de hormonoterapia e auxílio jurídico para a mudança do nome social. Com a conclusão do Ensino Médio, Amanda vislumbra entrar na faculdade de assistência social. Sua nota no Enem 2015 foi suficiente para que ela pleiteasse uma vaga pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificado) ou ProUni (Programa Universidade para Todos).
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Com bolsa para estudar, trans relatam inclusão após prostituição e abandonoO ano de 2015 foi um divisor de águas para a recepcionista Amanda Marfree, 30. Ela conseguiu deixar a prostituição e entrar no mercado de trabalho formal, situação com a qual sonhava havia alguns anos. A reviravolta aconteceu porque Amanda voltou a estudar e completou o Ensino Médio. Ela é uma das beneficiárias do Transcidadania, programa social da Prefeitura de São Paulo que completa um ano e cujo foco é permitir que travestis, transexuais e homens trans retomem sua formação escolar. Lançado dia 29 de janeiro de 2015, dia Nacional da Visibilidade Trans, o programa abre mais cem vagas agora, para início das aulas em salas do EJA (Educação de Jovens e Adultos) em fevereiro. "Eu parei de estudar porque sofria bullyng. Preferi desistir do que sofrer uma agressão. E quando comecei a me transformar, tudo muda. A sociedade te fecha as portas. A realidade foi enfrentar a madrugada", diz ela. Ao dedicar-se aos estudos, Amanda recebeu bolsa de R$ 827,40, fornecida pelo programa. O valor, neste ano reajustado para R$910, é uma das razões da baixa taxa de evasão. Apenas dez participantes deixaram o Transcidadania em 2015, número inferior à média de evasão dos alunos do EJA como um todo, que é de 36%, segundo o IBGE. A contrapartida é o cumprimento de 30 horas de formação semanal, que além das demandas escolares inclui capacitação profissional e cursos de direitos humanos e cidadania. Os beneficiários (apenas 4 são homens trans) também têm acesso a apoio psicológico, acompanhamento médico para tratamentos de hormonoterapia e auxílio jurídico para a mudança do nome social. Com a conclusão do Ensino Médio, Amanda vislumbra entrar na faculdade de assistência social. Sua nota no Enem 2015 foi suficiente para que ela pleiteasse uma vaga pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificado) ou ProUni (Programa Universidade para Todos).
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100 horas de Temer
Michel Temer é sagaz. Sua estratégia produziu um resultado formidável em poucos meses de trabalho: a sobrevida política de Dilma encontra-se ameaçada. No exato momento em que a Câmara dos Deputados define o futuro da Presidência da República, quem ocupa o primeiro lugar da linha sucessória é um dos homens públicos com mais vivência nas artimanhas do Parlamento. Temer também tem sorte. Dilma desconhece o Congresso do qual agora depende, preside uma economia recessiva e é responsável por equívocos grosseiros de condução política. A maioria de seus eleitores a desertou, e ela chega a seu julgamento sem ministros da Justiça e da Casa Civil. O vice ainda se beneficia da munição pesada de Eduardo Cunha contra o governo. É assim que Temer pode chegar à Presidência neste domingo. Se perder, porém, manterá o posto para o qual foi eleito. Com impeachment ou sem ele, o vice-presidente também gozará de autoridade antes inexistente. Uma derrota no plenário não eliminará sua nova força por completo. Acontece que todo processo sucessório é um jogo aberto e este aqui, por não ter script, é suscetível a surpresas de último minuto. É por isso que nas próximas cem horas, o vice-presidente enfrenta seu teste mais difícil. Como todo jogador diante de um adversário mais forte, porém enfraquecido, seu desafio é impor à sua opositora perdas graduais e constantes até a reta final. Isso significa provocar deserções inesperadas na base do governo. Eis o motivo pelo qual a estratégia de Michel Temer nestes quatro dias tem três elementos centrais. Primeiro, ele tenta mostrar a deputados indecisos que podem contar com sua lealdade no futuro. Não é promessa fácil de fazer, tamanho o número de deputados que passará fatura em caso de vitória. Um eventual governo Temer não terá espaço para satisfazer a todos por igual, e quem chega por último nem sempre terá preferência sobre quem chegou primeiro. Segundo, o vice-presidente assegura a deputados indecisos que seu plano econômico é exequível. Sem estabilização genuína, seu governo seria tão impopular quanto incapaz de distribuir bons recursos à base aliada. Por fim, Temer cuida dos sinais que dá para o futuro. Uma promessa oficial de não ser candidato em outubro de 2018 pode reduzir-lhe a rejeição junto à opinião pública. Porém, ela aumenta as incertezas daqueles parlamentares que temem ficar desprotegidos sob um presidente que teria apenas 30 meses para governar. Nas conversas ao pé do ouvido, portanto, Temer é forçado a adotar a ambiguidade, sua velha e fiel escudeira.
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100 horas de TemerMichel Temer é sagaz. Sua estratégia produziu um resultado formidável em poucos meses de trabalho: a sobrevida política de Dilma encontra-se ameaçada. No exato momento em que a Câmara dos Deputados define o futuro da Presidência da República, quem ocupa o primeiro lugar da linha sucessória é um dos homens públicos com mais vivência nas artimanhas do Parlamento. Temer também tem sorte. Dilma desconhece o Congresso do qual agora depende, preside uma economia recessiva e é responsável por equívocos grosseiros de condução política. A maioria de seus eleitores a desertou, e ela chega a seu julgamento sem ministros da Justiça e da Casa Civil. O vice ainda se beneficia da munição pesada de Eduardo Cunha contra o governo. É assim que Temer pode chegar à Presidência neste domingo. Se perder, porém, manterá o posto para o qual foi eleito. Com impeachment ou sem ele, o vice-presidente também gozará de autoridade antes inexistente. Uma derrota no plenário não eliminará sua nova força por completo. Acontece que todo processo sucessório é um jogo aberto e este aqui, por não ter script, é suscetível a surpresas de último minuto. É por isso que nas próximas cem horas, o vice-presidente enfrenta seu teste mais difícil. Como todo jogador diante de um adversário mais forte, porém enfraquecido, seu desafio é impor à sua opositora perdas graduais e constantes até a reta final. Isso significa provocar deserções inesperadas na base do governo. Eis o motivo pelo qual a estratégia de Michel Temer nestes quatro dias tem três elementos centrais. Primeiro, ele tenta mostrar a deputados indecisos que podem contar com sua lealdade no futuro. Não é promessa fácil de fazer, tamanho o número de deputados que passará fatura em caso de vitória. Um eventual governo Temer não terá espaço para satisfazer a todos por igual, e quem chega por último nem sempre terá preferência sobre quem chegou primeiro. Segundo, o vice-presidente assegura a deputados indecisos que seu plano econômico é exequível. Sem estabilização genuína, seu governo seria tão impopular quanto incapaz de distribuir bons recursos à base aliada. Por fim, Temer cuida dos sinais que dá para o futuro. Uma promessa oficial de não ser candidato em outubro de 2018 pode reduzir-lhe a rejeição junto à opinião pública. Porém, ela aumenta as incertezas daqueles parlamentares que temem ficar desprotegidos sob um presidente que teria apenas 30 meses para governar. Nas conversas ao pé do ouvido, portanto, Temer é forçado a adotar a ambiguidade, sua velha e fiel escudeira.
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Entenda o que aconteceu no ataque ao jornal 'Charlie Hebdo' em Paris
Na quarta-feira da semana passada (7), homens armados invadiram o jornal francês "Charlie Hebdo", em Paris (capital da França), e mataram 12 pessoas. Os assassinos queriam se vingar de autores de charges que faziam piada com o profeta Maomé, mensageiro de Deus para o islamismo, religião popular principalmente nos países árabes e em outras partes da Ásia e da África. Em protesto, milhões de pessoas saíram às ruas em várias cidades da França e do mundo. Outros, no entanto, criticaram o tipo de humor do "Charlie Hebdo". Eles afirmam que os desenhos eram de fato ofensivos aos muçulmanos, embora não justificassem o assassinato.
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Entenda o que aconteceu no ataque ao jornal 'Charlie Hebdo' em ParisNa quarta-feira da semana passada (7), homens armados invadiram o jornal francês "Charlie Hebdo", em Paris (capital da França), e mataram 12 pessoas. Os assassinos queriam se vingar de autores de charges que faziam piada com o profeta Maomé, mensageiro de Deus para o islamismo, religião popular principalmente nos países árabes e em outras partes da Ásia e da África. Em protesto, milhões de pessoas saíram às ruas em várias cidades da França e do mundo. Outros, no entanto, criticaram o tipo de humor do "Charlie Hebdo". Eles afirmam que os desenhos eram de fato ofensivos aos muçulmanos, embora não justificassem o assassinato.
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Universidades planejam cortes e até cursinho contra crise no Fies
Universidades particulares planejam cortar investimentos, oferecer crédito privado e criar até cursinhos para alunos do ensino médio. Tudo isso para reduzir o impacto das restrições do governo ao Fies (programa federal de financiamento a universitários). As ações estão sendo tomadas por algumas das 30 instituições de ensino superior que mais receberam alunos com o financiamento entre 2010 e 2014, período de expansão do programa. A lista das universidades "campeãs do Fies" foi obtida pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. Juntas, as 30 escolas concentraram mais de 500 mil contratos de financiamentos concedidos no período, o que equivale a 27% do total. O país possui cerca de 2.000 instituições de ensino superior. O grupo das campeãs reúne desde gigantes como a Unip, maior escola do país com mais de 200 mil alunos na graduação, até sete instituições com número de matrículas que giram em torno de 10 mil e não estão entre as 50 maiores privadas. Muitas das faculdades da lista pertencem a grandes grupos. A Kroton, por exemplo, controla 8 das 30. Em algumas faculdades, o número de alunos beneficiados pelo Fies em relação ao total de alunos é alto. A Faculdade Pitágoras de São Luís, que tinha 7.463 matriculados em 2013, recebeu, por exemplo, 8.475 estudantes financiados pelo Fies entre 2010 e 2014. Há outros casos parecidos. NOVAS REGRAS Uma das mudanças no Fies anunciadas pelo governo foi a exigência de que o candidato tenha ao menos 450 pontos no Enem e não zere a redação (antes não havia critério de nota). Segundo dados do governo, 30% dos que fizeram o exame federal em 2014 não atingiram o patamar exigido. A mudança significa, portanto, redução no número de calouros elegíveis ao Fies. Para atenuar o impacto da mudança, há grupos que pretendem oferecer aulas grátis aos alunos do ensino médio próximos aos seus campi. "O corte pela nota pode condenar uma camada da população jovem ao fracasso", diz o presidente da Laureate, José Roberto Loureiro. A rede (que tem três faculdades entre as 30 maiores do Fies) pretende criar aulas de reforço para jovens de escolas públicas. No total, 22% dos alunos da Laureate têm financiamento pelo Fies. A Kroton também anunciou a acionistas a intenção de oferecer conteúdo de reforço online para alunos do ensino médio. Procurado, o grupo -em que 62% dos alunos usam o financiamento- não quis conceder entrevista. No Fies, a União banca as mensalidades dos alunos, que pagam o financiamento apenas após a formatura (corrigido com juros baixos). Entre as novas regras está também um limite de 6,4% para o reajuste das mensalidades nos contratos do Fies. O governo diz que as mudanças visam melhorar a qualidade do ensino ao exigir nota mínima e priorizar bons cursos, além de reduzir custos do programa -a União vive momento de corte de gastos. Em resposta à quase certa queda na receita, algumas escolas dizem que frearão projetos de expansão e melhoria de instalações. São os casos, por exemplo, da Kroton, da Universidade Tiradentes (SE), da Unifor-CE e da URI-RS. "Estamos reavaliando projetos previstos no orçamento, como ampliação de prédios e instalação de wi-fi nos campi", disse o superintendente da Tiradentes, André Tavares. A universidade estima que perderá de 10% a 15% do número de calouros; 35% dos seus alunos usam o Fies. Na URI-RS, a criação de cursos será revista. No caso da Unifor-CE, os investimentos já anunciados serão mantidos, mas a instituição freará novos projetos.
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Universidades planejam cortes e até cursinho contra crise no FiesUniversidades particulares planejam cortar investimentos, oferecer crédito privado e criar até cursinhos para alunos do ensino médio. Tudo isso para reduzir o impacto das restrições do governo ao Fies (programa federal de financiamento a universitários). As ações estão sendo tomadas por algumas das 30 instituições de ensino superior que mais receberam alunos com o financiamento entre 2010 e 2014, período de expansão do programa. A lista das universidades "campeãs do Fies" foi obtida pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. Juntas, as 30 escolas concentraram mais de 500 mil contratos de financiamentos concedidos no período, o que equivale a 27% do total. O país possui cerca de 2.000 instituições de ensino superior. O grupo das campeãs reúne desde gigantes como a Unip, maior escola do país com mais de 200 mil alunos na graduação, até sete instituições com número de matrículas que giram em torno de 10 mil e não estão entre as 50 maiores privadas. Muitas das faculdades da lista pertencem a grandes grupos. A Kroton, por exemplo, controla 8 das 30. Em algumas faculdades, o número de alunos beneficiados pelo Fies em relação ao total de alunos é alto. A Faculdade Pitágoras de São Luís, que tinha 7.463 matriculados em 2013, recebeu, por exemplo, 8.475 estudantes financiados pelo Fies entre 2010 e 2014. Há outros casos parecidos. NOVAS REGRAS Uma das mudanças no Fies anunciadas pelo governo foi a exigência de que o candidato tenha ao menos 450 pontos no Enem e não zere a redação (antes não havia critério de nota). Segundo dados do governo, 30% dos que fizeram o exame federal em 2014 não atingiram o patamar exigido. A mudança significa, portanto, redução no número de calouros elegíveis ao Fies. Para atenuar o impacto da mudança, há grupos que pretendem oferecer aulas grátis aos alunos do ensino médio próximos aos seus campi. "O corte pela nota pode condenar uma camada da população jovem ao fracasso", diz o presidente da Laureate, José Roberto Loureiro. A rede (que tem três faculdades entre as 30 maiores do Fies) pretende criar aulas de reforço para jovens de escolas públicas. No total, 22% dos alunos da Laureate têm financiamento pelo Fies. A Kroton também anunciou a acionistas a intenção de oferecer conteúdo de reforço online para alunos do ensino médio. Procurado, o grupo -em que 62% dos alunos usam o financiamento- não quis conceder entrevista. No Fies, a União banca as mensalidades dos alunos, que pagam o financiamento apenas após a formatura (corrigido com juros baixos). Entre as novas regras está também um limite de 6,4% para o reajuste das mensalidades nos contratos do Fies. O governo diz que as mudanças visam melhorar a qualidade do ensino ao exigir nota mínima e priorizar bons cursos, além de reduzir custos do programa -a União vive momento de corte de gastos. Em resposta à quase certa queda na receita, algumas escolas dizem que frearão projetos de expansão e melhoria de instalações. São os casos, por exemplo, da Kroton, da Universidade Tiradentes (SE), da Unifor-CE e da URI-RS. "Estamos reavaliando projetos previstos no orçamento, como ampliação de prédios e instalação de wi-fi nos campi", disse o superintendente da Tiradentes, André Tavares. A universidade estima que perderá de 10% a 15% do número de calouros; 35% dos seus alunos usam o Fies. Na URI-RS, a criação de cursos será revista. No caso da Unifor-CE, os investimentos já anunciados serão mantidos, mas a instituição freará novos projetos.
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Sem Guilherme, Oswaldo de Oliveira vai de Marlone contra a Chapecoense
O Corinthians enfrentará a Chapecoense neste sábado (29), às 16h30, em Itaquera, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, com o objetivo de se manter no G6. O técnico Oswaldo de Oliveira, com duas vitórias e um empate no Nacional desde que assumiu o comando da equipe, fará sua primeira partida sem Guilherme, expulso contra o Flamengo. O meia vive uma temporada de altos e baixos. No Corinthians desde o começo do ano, ele herdou a camisa dez de Jadson e se firmou como titular de Tite. Com a saída do treinador para trabalhar na seleção brasileira, e a chegada de Cristóvão Borges, Guilherme perdeu a vaga na equipe. Lesões também foram um problema durante a temporada, primeiro na coxa, depois na panturrilha. Ele ficou fora de oito partidas do Corinthians pelo Brasileiro e pela Copa do Brasil. Entre a 23ª e a 29ª rodadas do Nacional, período em que Guilherme esteve fora da equipe, o Corinthians jogou sete vezes, ganhou apenas uma e fez só cinco gols. Quando Oswaldo de Oliveira voltou ao clube, o jogador ganhou nova chance. Com Guilherme em campo, foram oito gols em três jogos do Brasileiro. Em sua volta, na vitória por 4 a 2 sobre o Santa Cruz, ele marcou duas vezes. No empate com o Flamengo, 2 a 2, fez mais um. "O Guilherme iniciou os três jogos que fiz até agora, é um jogador muito importante", disse o treinador em entrevista nesta sexta (28). "Respeitando as características de quem vai a campo, usamos a semana para montar o time sem que sinta muita falta dele. Mas fica uma preocupação para ver o que vai acontecer sem ele", completou Oswaldo, que escolheu Marlone para o lugar do meia. O treinador também promoveu a volta de Camacho ao time, no lugar de Willians, e, na defesa, vai poupar Balbuena, que tem dois cartões amarelos. Pedro Henrique jogará ao lado de Vilson. "Pensamos, claro, em vencer amanhã [neste sábado], mas não podemos ignorar o resto da competição. Se eu perdesse Vilson [também pendurado] e Balbuena, teria de usar um menino num clássico importante", explicou o técnico Oswaldo, referindo-se ao jogo contra o São Paulo, no sábado (5). Com 49 pontos, o Corinthians está em sexto e briga para ir à Libertadores de 2017. A Chapecoense ainda sonha com uma vaga no torneio continental, mas, com 42 pontos, e na 12ª posição, joga de olho também na parte de baixo da tabela.
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Sem Guilherme, Oswaldo de Oliveira vai de Marlone contra a ChapecoenseO Corinthians enfrentará a Chapecoense neste sábado (29), às 16h30, em Itaquera, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, com o objetivo de se manter no G6. O técnico Oswaldo de Oliveira, com duas vitórias e um empate no Nacional desde que assumiu o comando da equipe, fará sua primeira partida sem Guilherme, expulso contra o Flamengo. O meia vive uma temporada de altos e baixos. No Corinthians desde o começo do ano, ele herdou a camisa dez de Jadson e se firmou como titular de Tite. Com a saída do treinador para trabalhar na seleção brasileira, e a chegada de Cristóvão Borges, Guilherme perdeu a vaga na equipe. Lesões também foram um problema durante a temporada, primeiro na coxa, depois na panturrilha. Ele ficou fora de oito partidas do Corinthians pelo Brasileiro e pela Copa do Brasil. Entre a 23ª e a 29ª rodadas do Nacional, período em que Guilherme esteve fora da equipe, o Corinthians jogou sete vezes, ganhou apenas uma e fez só cinco gols. Quando Oswaldo de Oliveira voltou ao clube, o jogador ganhou nova chance. Com Guilherme em campo, foram oito gols em três jogos do Brasileiro. Em sua volta, na vitória por 4 a 2 sobre o Santa Cruz, ele marcou duas vezes. No empate com o Flamengo, 2 a 2, fez mais um. "O Guilherme iniciou os três jogos que fiz até agora, é um jogador muito importante", disse o treinador em entrevista nesta sexta (28). "Respeitando as características de quem vai a campo, usamos a semana para montar o time sem que sinta muita falta dele. Mas fica uma preocupação para ver o que vai acontecer sem ele", completou Oswaldo, que escolheu Marlone para o lugar do meia. O treinador também promoveu a volta de Camacho ao time, no lugar de Willians, e, na defesa, vai poupar Balbuena, que tem dois cartões amarelos. Pedro Henrique jogará ao lado de Vilson. "Pensamos, claro, em vencer amanhã [neste sábado], mas não podemos ignorar o resto da competição. Se eu perdesse Vilson [também pendurado] e Balbuena, teria de usar um menino num clássico importante", explicou o técnico Oswaldo, referindo-se ao jogo contra o São Paulo, no sábado (5). Com 49 pontos, o Corinthians está em sexto e briga para ir à Libertadores de 2017. A Chapecoense ainda sonha com uma vaga no torneio continental, mas, com 42 pontos, e na 12ª posição, joga de olho também na parte de baixo da tabela.
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Com apoio da elite empresarial, Meirelles deve se candidatar em 2018
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, despontaria como um nome para concorrer à sucessão presidencial em 2018? O assunto foi tema de debate na "TV Folha" desta terça-feira (5). Para o editor de "Poder", Fábio Zanini, ele sempre teve ambições políticas e a sua atuação na estabilidade e crescimento, mesmo que pequeno da economia, lhe dá a mesma notoriedade que FHC teve ao lançar o Plano Real no governo Itamar Franco. Zanini lembra que o setor econômico tem apoio da elite empresarial. Já o editor da "Ilustríssima", Marcos Augusto Gonçalves, também acredita que Meirelles "deve surfar nessa onda", ainda mais porque hoje é evidente a "dependência" que Temer tem do ministro. Já para o colunista Celso Rocha de Barros, a estabilidade econômica que o Brasil possa vir a ter nos próximos meses não se compara com o bem estar imediato causado pelo Plano Real, com o fim da hiperinflação. Apesar disso, o colunista ressalta que a parte econômica é a mais forte do governo, vulnerável no quesito corrupção, com as recentes denúncias e trocas de ministros.
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Com apoio da elite empresarial, Meirelles deve se candidatar em 2018O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, despontaria como um nome para concorrer à sucessão presidencial em 2018? O assunto foi tema de debate na "TV Folha" desta terça-feira (5). Para o editor de "Poder", Fábio Zanini, ele sempre teve ambições políticas e a sua atuação na estabilidade e crescimento, mesmo que pequeno da economia, lhe dá a mesma notoriedade que FHC teve ao lançar o Plano Real no governo Itamar Franco. Zanini lembra que o setor econômico tem apoio da elite empresarial. Já o editor da "Ilustríssima", Marcos Augusto Gonçalves, também acredita que Meirelles "deve surfar nessa onda", ainda mais porque hoje é evidente a "dependência" que Temer tem do ministro. Já para o colunista Celso Rocha de Barros, a estabilidade econômica que o Brasil possa vir a ter nos próximos meses não se compara com o bem estar imediato causado pelo Plano Real, com o fim da hiperinflação. Apesar disso, o colunista ressalta que a parte econômica é a mais forte do governo, vulnerável no quesito corrupção, com as recentes denúncias e trocas de ministros.
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Único a perder três finais de Copa América, Mascherano fala em 'tortura'
Mascherano passa por uma dor que pode ser descrita como singular. Com a derrota para o Chile neste sábado (4), ele se tornou o único jogador na história a ter perdido três finais de Copa América (2004, 2007 e 2015). Em suas declarações após o jogo, 'el jefecito' ('o chefinho'), como é conhecido, demonstrava seu transtorno. "Não encontro uma maneira de descrever o que aconteceu. Talvez seja eu [o problema]. Tomara que no futuro a Argentina possa ganhar. Já joguei três finais de Copa América, perdemos as três. Não consigo encontrar uma explicação. Estivemos muito perto em 2004, tanto quanto desta vez", disse após o jogo. "Uma explicação? É um carma, não sei. Perder é uma tortura, uma tristeza muito grande", afirmou o jogador do Barcelona, em tom de pesar. Perguntado sobre Messi, ele voltou a falar em um sentimento de tortura. "Ele está destruído. É uma tortura que temos que levar nos ombros. Não posso acreditar", declarou. Na Copa América de 2004, o Brasil empatou a partida em 2 a 2 aos 3 minutos dos acréscimos do segundo tempo, com o atacante Adriano. A Argentina perdeu nos pênaltis, com erros de D'Alessandro e Heinze. Em 2007, mais uma derrota para o Brasil: 3 a 0, com gols de Júlio Baptista, Ayala (contra) e Daniel Alves. "Hoje não é um dia para pensar no futuro. Perdemos e temos que segurar a saliva", disse Mascherano, repetindo pela terceira vez a palavra que encontrou para definir seu estado de espírito - "mas é uma tortura."
esporte
Único a perder três finais de Copa América, Mascherano fala em 'tortura'Mascherano passa por uma dor que pode ser descrita como singular. Com a derrota para o Chile neste sábado (4), ele se tornou o único jogador na história a ter perdido três finais de Copa América (2004, 2007 e 2015). Em suas declarações após o jogo, 'el jefecito' ('o chefinho'), como é conhecido, demonstrava seu transtorno. "Não encontro uma maneira de descrever o que aconteceu. Talvez seja eu [o problema]. Tomara que no futuro a Argentina possa ganhar. Já joguei três finais de Copa América, perdemos as três. Não consigo encontrar uma explicação. Estivemos muito perto em 2004, tanto quanto desta vez", disse após o jogo. "Uma explicação? É um carma, não sei. Perder é uma tortura, uma tristeza muito grande", afirmou o jogador do Barcelona, em tom de pesar. Perguntado sobre Messi, ele voltou a falar em um sentimento de tortura. "Ele está destruído. É uma tortura que temos que levar nos ombros. Não posso acreditar", declarou. Na Copa América de 2004, o Brasil empatou a partida em 2 a 2 aos 3 minutos dos acréscimos do segundo tempo, com o atacante Adriano. A Argentina perdeu nos pênaltis, com erros de D'Alessandro e Heinze. Em 2007, mais uma derrota para o Brasil: 3 a 0, com gols de Júlio Baptista, Ayala (contra) e Daniel Alves. "Hoje não é um dia para pensar no futuro. Perdemos e temos que segurar a saliva", disse Mascherano, repetindo pela terceira vez a palavra que encontrou para definir seu estado de espírito - "mas é uma tortura."
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Caso de Sharapova é a ponta do iceberg de iminente enxurrada de doping
O doping de Maria Sharapova, 28, é muito mais do que um erro na carreira da atleta mais bem paga do mundo. É o pequeno pedaço de um iceberg que está longe de ser desvendado. Um caso que mostra como o uso de substâncias dopantes é polêmico e complexo e como potências esportivas se beneficiam dele. A tenista foi flagrada com uma droga que estreou só em janeiro na lista da Wada (Agência Mundial Antidoping). Todos os anos, a listagem é revisada e novos elementos entram e saem dela. O meldonium estava na mira havia mais de um ano. Ele é um medicamento utilizado para o tratamento de isquemia, que é a diminuição de irrigação sanguínea em uma determinada parte do corpo. Parece não ter ligação nenhuma com o esporte, muito menos com atletas que buscam melhorar suas performances. Mas estudos já mostravam que podia, sim, estar sendo usado para este fim. Um deles diz que 17% dos testes de urina feitos em atletas russos apresentavam resultado positivo para meldonium. Em uma amostra global, a taxa era de 2,2%. O "British Journal of Sports Medicine" também publicou que 66 amostras de 762 examinadas nos Jogos Europeus, em 2015, tinham a substância. A publicação crê que cerca de 490 atletas possam ter se beneficiado dos efeitos da droga naquele evento. O meldonium, além de ajudar em quadros de isquemia, melhora a resistência dos atletas, a ativação do sistema nervoso central, auxilia na recuperação após os exercícios e protege do estresse. Era um medicamento legal, que podia ser usado sem problemas por aqueles que queriam obter vantagens no esporte. Por isso, a Wada passou a monitorá-lo e reunir evidências que comprovassem o uso dele como doping. A preocupação da agência tem se mostrado acertada. O porta-voz da Wada, Ben Nichols, anunciou que já foram encontrados 99 resultados adversos para a droga desde o início do ano. Dos 16 já confirmados, sete são de russos. Sharapova é o caso mais midiático, mas os números não param de crescer. Para Nichols, é pouco provável que a avalanche de positivos tenha acontecido por negligência de atletas e equipes, argumento usado pela tenista russa para se explicar. É difícil imaginar que existam tantos esportistas sendo tratados de casos isquêmicos com a mesma droga. Sharapova, que só em 2015 faturou US$ 23 milhões em publicidade, segundo a revista "Forbes", alega que tomava o medicamento havia dez anos para tratar problemas de saúde. Ela disse que não sabia que o remédio havia se tornado doping. Em 2014, a Wada divulgou que o meldonium estava em observação. Em outubro de 2015, anunciou que a substância entraria na lista em janeiro deste ano. As agências antidoping e as entidades que comandam os esportes avisam os esportistas sobre a inclusão de novas substâncias dopantes. Sharapova teria recebido pelo menos cinco avisos e ignorado todos eles. Caso tivesse aberto um dos e-mails, poderia ter pedido liberação para usar o remédio, exceção que ocorre quando, por questões de saúde, um atleta precisa de uma substância que está na lista proibida. Se a partir daí ele testar positivo para aquela droga, não será punido. A maioria dos casos positivos para meldonium já divulgados são de atletas russos ou do Leste Europeu. A droga é fabricada na Letônia desde os anos 1970 e não tem a venda autorizada nos EUA e em boa parte da Europa. Os russos estão sob os holofotes por causa da investigação da Wada que mostrou um esquema de uso de doping e acobertamento de casos positivos que envolvia até o governo. Os atletas russos estão suspensos de eventos internacionais e podem ficar fora da Olimpíada do Rio. Os casos de meldonium mostram que há muitos outros modos e esquemas para se conseguir vantagem no esporte, que não estão restritos só a uma modalidade ou a produtos super tecnológicos. Eles podem ser forjados com algo simples. Basta uma receita médica e uma visita à farmácia. ENTENDA O CASO 1 O que é meldonium? É uma substância usada no tratamento de isquemia, diminuição da irrigação sanguínea em uma parte do organismo. É usado em casos como angina (dor torácica), infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca crônica 2 Por que é doping? Estudos mostraram que a substância aumenta a resistência dos atletas, ajudando na recuperação dos exercícios e melhorando a ativação do sistema nervoso central 3 Por que só entrou neste ano na lista de substâncias proibidas? A droga era analisada há mais de um ano pelo Programa de Monitoramento da Wada (agência mundial antidoping). Estudos apontaram a presença da substância em amostras de urina de atletas, em maior quantidade nos russos 4 Quando a Wada informou que a droga seria proibida? A decisão foi tomada em 16 de setembro de 2015 e divulgada em 1º de outubro. Só passou a ser considerada doping no dia 1º de janeiro 5 É possível que o atleta não saiba que a lista mudou? É difícil. Os atletas conhecem o funcionamento do controle de dopagem e são alertados sobre as alterações 6 Qual a suspensão pelo uso do meldonium? A suspensão pode ser de até quatro anos. Assim Sharapova perderia os Jogos do Rio. RÚSSIA ESTÁ SUSPENSA DO ATLETISMO MUNDIAL Em novembro, uma comissão independente constituída pela Wada divulgou relatório no qual afirmou que havia uma política estatal de dopagem na Rússia, que envolvia governo, serviço secreto, atletas, técnicos, a agência antidoping nacional e a federação de atletismo do país. O órgão recomendou a suspensão da Rússia de todas as competições internacionais de atletismo até segunda ordem, o que acabou acatado pela IAAF (federação internacional). Por ora, nenhum atleta russo pode competir nos Jogos do Rio, por exemplo. Para mudar a situação, as autoridades do país devem cumprir uma série de determinações da IAAF.
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Caso de Sharapova é a ponta do iceberg de iminente enxurrada de dopingO doping de Maria Sharapova, 28, é muito mais do que um erro na carreira da atleta mais bem paga do mundo. É o pequeno pedaço de um iceberg que está longe de ser desvendado. Um caso que mostra como o uso de substâncias dopantes é polêmico e complexo e como potências esportivas se beneficiam dele. A tenista foi flagrada com uma droga que estreou só em janeiro na lista da Wada (Agência Mundial Antidoping). Todos os anos, a listagem é revisada e novos elementos entram e saem dela. O meldonium estava na mira havia mais de um ano. Ele é um medicamento utilizado para o tratamento de isquemia, que é a diminuição de irrigação sanguínea em uma determinada parte do corpo. Parece não ter ligação nenhuma com o esporte, muito menos com atletas que buscam melhorar suas performances. Mas estudos já mostravam que podia, sim, estar sendo usado para este fim. Um deles diz que 17% dos testes de urina feitos em atletas russos apresentavam resultado positivo para meldonium. Em uma amostra global, a taxa era de 2,2%. O "British Journal of Sports Medicine" também publicou que 66 amostras de 762 examinadas nos Jogos Europeus, em 2015, tinham a substância. A publicação crê que cerca de 490 atletas possam ter se beneficiado dos efeitos da droga naquele evento. O meldonium, além de ajudar em quadros de isquemia, melhora a resistência dos atletas, a ativação do sistema nervoso central, auxilia na recuperação após os exercícios e protege do estresse. Era um medicamento legal, que podia ser usado sem problemas por aqueles que queriam obter vantagens no esporte. Por isso, a Wada passou a monitorá-lo e reunir evidências que comprovassem o uso dele como doping. A preocupação da agência tem se mostrado acertada. O porta-voz da Wada, Ben Nichols, anunciou que já foram encontrados 99 resultados adversos para a droga desde o início do ano. Dos 16 já confirmados, sete são de russos. Sharapova é o caso mais midiático, mas os números não param de crescer. Para Nichols, é pouco provável que a avalanche de positivos tenha acontecido por negligência de atletas e equipes, argumento usado pela tenista russa para se explicar. É difícil imaginar que existam tantos esportistas sendo tratados de casos isquêmicos com a mesma droga. Sharapova, que só em 2015 faturou US$ 23 milhões em publicidade, segundo a revista "Forbes", alega que tomava o medicamento havia dez anos para tratar problemas de saúde. Ela disse que não sabia que o remédio havia se tornado doping. Em 2014, a Wada divulgou que o meldonium estava em observação. Em outubro de 2015, anunciou que a substância entraria na lista em janeiro deste ano. As agências antidoping e as entidades que comandam os esportes avisam os esportistas sobre a inclusão de novas substâncias dopantes. Sharapova teria recebido pelo menos cinco avisos e ignorado todos eles. Caso tivesse aberto um dos e-mails, poderia ter pedido liberação para usar o remédio, exceção que ocorre quando, por questões de saúde, um atleta precisa de uma substância que está na lista proibida. Se a partir daí ele testar positivo para aquela droga, não será punido. A maioria dos casos positivos para meldonium já divulgados são de atletas russos ou do Leste Europeu. A droga é fabricada na Letônia desde os anos 1970 e não tem a venda autorizada nos EUA e em boa parte da Europa. Os russos estão sob os holofotes por causa da investigação da Wada que mostrou um esquema de uso de doping e acobertamento de casos positivos que envolvia até o governo. Os atletas russos estão suspensos de eventos internacionais e podem ficar fora da Olimpíada do Rio. Os casos de meldonium mostram que há muitos outros modos e esquemas para se conseguir vantagem no esporte, que não estão restritos só a uma modalidade ou a produtos super tecnológicos. Eles podem ser forjados com algo simples. Basta uma receita médica e uma visita à farmácia. ENTENDA O CASO 1 O que é meldonium? É uma substância usada no tratamento de isquemia, diminuição da irrigação sanguínea em uma parte do organismo. É usado em casos como angina (dor torácica), infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca crônica 2 Por que é doping? Estudos mostraram que a substância aumenta a resistência dos atletas, ajudando na recuperação dos exercícios e melhorando a ativação do sistema nervoso central 3 Por que só entrou neste ano na lista de substâncias proibidas? A droga era analisada há mais de um ano pelo Programa de Monitoramento da Wada (agência mundial antidoping). Estudos apontaram a presença da substância em amostras de urina de atletas, em maior quantidade nos russos 4 Quando a Wada informou que a droga seria proibida? A decisão foi tomada em 16 de setembro de 2015 e divulgada em 1º de outubro. Só passou a ser considerada doping no dia 1º de janeiro 5 É possível que o atleta não saiba que a lista mudou? É difícil. Os atletas conhecem o funcionamento do controle de dopagem e são alertados sobre as alterações 6 Qual a suspensão pelo uso do meldonium? A suspensão pode ser de até quatro anos. Assim Sharapova perderia os Jogos do Rio. RÚSSIA ESTÁ SUSPENSA DO ATLETISMO MUNDIAL Em novembro, uma comissão independente constituída pela Wada divulgou relatório no qual afirmou que havia uma política estatal de dopagem na Rússia, que envolvia governo, serviço secreto, atletas, técnicos, a agência antidoping nacional e a federação de atletismo do país. O órgão recomendou a suspensão da Rússia de todas as competições internacionais de atletismo até segunda ordem, o que acabou acatado pela IAAF (federação internacional). Por ora, nenhum atleta russo pode competir nos Jogos do Rio, por exemplo. Para mudar a situação, as autoridades do país devem cumprir uma série de determinações da IAAF.
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Leitor lamenta saída do colunista Marcelo Miterhof
Lamento a saída do colunista Marcelo Miterhof, economista que defende a compatibilidade do desenvolvimento econômico com a justiça social e o bem comum. Espero que a Folha contrate outro com o mesmo perfil, para manter o contraponto com os demais colunistas, defensores do monetarismo e liberalismo econômico em "Mercado". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor lamenta saída do colunista Marcelo MiterhofLamento a saída do colunista Marcelo Miterhof, economista que defende a compatibilidade do desenvolvimento econômico com a justiça social e o bem comum. Espero que a Folha contrate outro com o mesmo perfil, para manter o contraponto com os demais colunistas, defensores do monetarismo e liberalismo econômico em "Mercado". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Lula sangra
Luiz Inácio Lula da Silva sobreviveu ao escândalo do mensalão. Manteve-se cacique único do PT e conservou apoios na sociedade mesmo depois da ruína provocada pela candidata que afiançou e levou ao Palácio do Planalto. Alvo de múltiplas investigações de corrupção, liderava com 30% as intenções de voto à Presidência na mais recente pesquisa Datafolha, de junho. Condenado em primeira instância no mês seguinte, manteve-se agarrado ao discurso de perseguido pelas elites nacionais. Seria prematuro, assim, afirmar que Lula esteja abatido de modo irremediável pelo depoimento em que um ex-ministro da Fazenda de seu governo, Antonio Palocci, confirmou com minúcias o fluxo caudaloso de propinas da construtora Odebrecht para dirigentes petistas, seus aliados e, em particular, seu líder máximo. Pode-se dizer, isso sim, que até então nenhuma testemunha com tanta familiaridade com as entranhas do partido havia atestado o alcance da corrupção relatada por empreiteiros, funcionários e operadores diversos à Lava Jato. Ocioso recordar o protagonismo de Palocci no primeiro mandato de Lula, que o alçou à condição de interlocutor preferencial do PT com o mercado financeiro e grandes empresários. Esteve entre os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, de quem foi o primeiro chefe da Casa Civil. Um de seus papéis —no qual fracassou por durar pouco no cargo–era assegurar que a sucessora de Lula não poria em prática teses econômicas exóticas. A versão de Palocci para o "pacto de sangue" firmado em 2010 com a Odebrecht —envolvendo propinas de R$ 300 milhões, inclusive as benesses imobiliárias para o presidente que saía— pode, claro, ser mentirosa. Mas não por desconhecimento de causa. Dizem os petistas que o ex-ministro, também condenado por corrupção, cria um enredo para se tornar delator e ter reduzida sua pena. Nada disso altera o essencial: a Petrobras e outros setores do governo foram devastados por desvios bilionários e gestões irresponsáveis, e a cada dia é mais inverossímil que tudo tenha se dado sem a anuência, se não a participação interessada, da cúpula do partido. Alvo da rejeição de quase metade dos eleitores brasileiros, Lula mistura, com retórica agressiva e demagógica, um projeto de candidatura presidencial e uma estratégia de defesa política. Trata-se de combinação perigosa, ainda mais em um cenário de fragilidade da economia e descrédito das lideranças partidárias. Resta ao país aguardar que a Justiça defina o quanto antes a condição do alquebrado ex-presidente. [email protected]
opiniao
Lula sangraLuiz Inácio Lula da Silva sobreviveu ao escândalo do mensalão. Manteve-se cacique único do PT e conservou apoios na sociedade mesmo depois da ruína provocada pela candidata que afiançou e levou ao Palácio do Planalto. Alvo de múltiplas investigações de corrupção, liderava com 30% as intenções de voto à Presidência na mais recente pesquisa Datafolha, de junho. Condenado em primeira instância no mês seguinte, manteve-se agarrado ao discurso de perseguido pelas elites nacionais. Seria prematuro, assim, afirmar que Lula esteja abatido de modo irremediável pelo depoimento em que um ex-ministro da Fazenda de seu governo, Antonio Palocci, confirmou com minúcias o fluxo caudaloso de propinas da construtora Odebrecht para dirigentes petistas, seus aliados e, em particular, seu líder máximo. Pode-se dizer, isso sim, que até então nenhuma testemunha com tanta familiaridade com as entranhas do partido havia atestado o alcance da corrupção relatada por empreiteiros, funcionários e operadores diversos à Lava Jato. Ocioso recordar o protagonismo de Palocci no primeiro mandato de Lula, que o alçou à condição de interlocutor preferencial do PT com o mercado financeiro e grandes empresários. Esteve entre os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, de quem foi o primeiro chefe da Casa Civil. Um de seus papéis —no qual fracassou por durar pouco no cargo–era assegurar que a sucessora de Lula não poria em prática teses econômicas exóticas. A versão de Palocci para o "pacto de sangue" firmado em 2010 com a Odebrecht —envolvendo propinas de R$ 300 milhões, inclusive as benesses imobiliárias para o presidente que saía— pode, claro, ser mentirosa. Mas não por desconhecimento de causa. Dizem os petistas que o ex-ministro, também condenado por corrupção, cria um enredo para se tornar delator e ter reduzida sua pena. Nada disso altera o essencial: a Petrobras e outros setores do governo foram devastados por desvios bilionários e gestões irresponsáveis, e a cada dia é mais inverossímil que tudo tenha se dado sem a anuência, se não a participação interessada, da cúpula do partido. Alvo da rejeição de quase metade dos eleitores brasileiros, Lula mistura, com retórica agressiva e demagógica, um projeto de candidatura presidencial e uma estratégia de defesa política. Trata-se de combinação perigosa, ainda mais em um cenário de fragilidade da economia e descrédito das lideranças partidárias. Resta ao país aguardar que a Justiça defina o quanto antes a condição do alquebrado ex-presidente. [email protected]
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Apartamento pega fogo na zona leste após morador sair de viagem
O corpo de bombeiros foi acionado às 23h desta quinta-feira (4) para conter um princípio de incêndio em um edifício localizado na avenida Regente Feijó, na zona leste de São Paulo. O incêndio ocorreu em um apartamento localizado no primeiro andar da segunda torre do Condomínio Agulhas Negras. Não houve vítimas. O apartamento estava vazio na hora do incidente. De acordo com um dos porteiros do condomínio, o morador havia saído de viagem horas antes. O corpo de bombeiros foi acionado pelos vizinhos, que perceberam a fumaça vinda do apartamento. Segundo os bombeiros, o fogo começou na caixa de força e foi controlado por volta da 1h40. A suspeita é de que houve um curto circuito.
cotidiano
Apartamento pega fogo na zona leste após morador sair de viagemO corpo de bombeiros foi acionado às 23h desta quinta-feira (4) para conter um princípio de incêndio em um edifício localizado na avenida Regente Feijó, na zona leste de São Paulo. O incêndio ocorreu em um apartamento localizado no primeiro andar da segunda torre do Condomínio Agulhas Negras. Não houve vítimas. O apartamento estava vazio na hora do incidente. De acordo com um dos porteiros do condomínio, o morador havia saído de viagem horas antes. O corpo de bombeiros foi acionado pelos vizinhos, que perceberam a fumaça vinda do apartamento. Segundo os bombeiros, o fogo começou na caixa de força e foi controlado por volta da 1h40. A suspeita é de que houve um curto circuito.
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Refinaria de gás na Argélia é alvo de ataques com foguetes
Um ataque com foguetes lançados à distância atingiu nesta sexta-feira (18) uma refinaria de gás operada por empresas estrangeiras na Argélia. Não houve vítimas, segundo funcionários da instalação ouvidos pela agência francesa AFP. "Por volta de 6h [no horário local, 2h em Brasília], um grupo terrorista atacou com foguetes a refinaria de gás Krechba", disse um funcionário que pediu anonimato. A usina é operada conjuntamente pelo grupo argelino Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil. A usina é protegida por uma cerca de segurança permanentemente vigiada por soldados, de acordo com a fonte ouvida pela AFP. "Os foguetes parecem ter sido disparados de longe", disse o funcionário. O Exército imediatamente interveio para evitar que terroristas tentassem penetrar na instalação, localizada cerca de 1.300 quilômetros ao sul de Argel, a capital ONDE FICA KRECHBA O grupo Sonatrach estabeleceu um grupo de emergência para analisar a situação. Em comunicado, a Statoil disse que a fábrica "foi alvo de mísseis lançados de longe" e que seus três funcionários estavam "sãos e salvos". A empresa norueguesa disse que ainda não tinha recebido nenhuma informação sobre feridos. O ataque vem pouco mais de três anos após outro registrado em uma usina de gás em In Amenas, no sul da Argélia. Em janeiro de 2013, um grupo de 32 terroristas do Mali atacou o complexo e tomou como reféns centenas de funcionários por três dias. No total, 40 funcionários de dez nacionalidades foram mortos. As forças de segurança mataram 29 terroristas. À época, a milícia Signatários de Sangue, ligada à Al Qaeda, reivindicou o ataque e disse que agiu em retaliação à intervenção francesa no Mali.
mundo
Refinaria de gás na Argélia é alvo de ataques com foguetesUm ataque com foguetes lançados à distância atingiu nesta sexta-feira (18) uma refinaria de gás operada por empresas estrangeiras na Argélia. Não houve vítimas, segundo funcionários da instalação ouvidos pela agência francesa AFP. "Por volta de 6h [no horário local, 2h em Brasília], um grupo terrorista atacou com foguetes a refinaria de gás Krechba", disse um funcionário que pediu anonimato. A usina é operada conjuntamente pelo grupo argelino Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil. A usina é protegida por uma cerca de segurança permanentemente vigiada por soldados, de acordo com a fonte ouvida pela AFP. "Os foguetes parecem ter sido disparados de longe", disse o funcionário. O Exército imediatamente interveio para evitar que terroristas tentassem penetrar na instalação, localizada cerca de 1.300 quilômetros ao sul de Argel, a capital ONDE FICA KRECHBA O grupo Sonatrach estabeleceu um grupo de emergência para analisar a situação. Em comunicado, a Statoil disse que a fábrica "foi alvo de mísseis lançados de longe" e que seus três funcionários estavam "sãos e salvos". A empresa norueguesa disse que ainda não tinha recebido nenhuma informação sobre feridos. O ataque vem pouco mais de três anos após outro registrado em uma usina de gás em In Amenas, no sul da Argélia. Em janeiro de 2013, um grupo de 32 terroristas do Mali atacou o complexo e tomou como reféns centenas de funcionários por três dias. No total, 40 funcionários de dez nacionalidades foram mortos. As forças de segurança mataram 29 terroristas. À época, a milícia Signatários de Sangue, ligada à Al Qaeda, reivindicou o ataque e disse que agiu em retaliação à intervenção francesa no Mali.
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De artilharia a número de Bolas de Ouro, Cristiano Ronaldo e Messi disputam série de marcas individuais
Com os dois gols anotados na vitória do Barcelona sobre o Bayern de Munique nesta quarta-feira (6), o atacante Lionel Messi retomou o recorde de maior goleador da história da Liga dos Campeões, que estava nas mãos de Cristiano Ronaldo, autor do gol do Real Madrid na derrota por 2 a 1 para a Juventus, na terça (5). A Folha levantou algumas das disputas pessoais entre os craques argentino e português. Lionel Messi alcançou a marca de 77 gols em partidas válidas pela Liga dos Campeões, enquanto Cristiano Ronaldo soma 76 gols na competição. Na atual edição do torneio, o português também está atrás do argentino na disputa pela artilharia: 10 a 9. O atacante do Real Madrid já foi o artilheiro da competição por três vezes, enquanto a estrela do Barcelona encerrou a Liga dos Campeões como artilheiro em quatro oportunidades. - Cristiano Ronaldo leva vantagem sobre Messi na briga pela artilharia do Campeonato Espanhol (42 a 40). Os dois jogadores também disputam a Chuteira de Ouro, prêmio concedido ao maior goleador do futebol europeu na temporada. Ronaldo é o primeiro do ranking, seguido por Messi. Juntos, os dois têm mais gols que 11 dos 20 times do Espanhol. - O argentino Lionel Messi sai vencedor quando o assunto é a conquista da Bola de Ouro, premiação da Fifa e da revista "France Football". O camisa 10 do Barcelona venceu o prêmio em quatro oportunidades (2009, 2010, 2011 e 2012), enquanto o craque português ficou com o troféu em três edições da premiação (2008, 2013 e 2014). - Lionel Messi é o jogador mais bem pago do mundo, de acordo com levantamento anual da revista "France Football". O Barcelona pagou R$ 10,2 milhões por mês ao argentino em 2014, enquanto Cristiano Ronaldo custou R$ 7,6 milhões mensais aos cofres do Real Madrid. - Messi também está à frente do português no quesito publicidade. O camisa 10 da seleção argentina arrecadou R$ 95,2 milhões em contratos de publicidade no ano passado. O segundo, lógico, é Cristiano Ronaldo, que ficou com R$ 88,4 milhões pelas campanhas que participou no mesmo período. Os dois craques também rivalizam no mercado publicitário: enquanto Ronaldo é o principal garoto-propaganda da Nike, Messi cede sua imagem para a Adidas. - Marcar três gols em uma única partida (o chamado hat-trick) não é para qualquer um, principalmente quando o jogo em questão ocorre em um dos principais campeonatos nacionais do mundo. Pois Cristiano Ronaldo e Messi também disputam a liderança desse quesito na história do Campeonato Espanhol: o português é o atual recordista em número de hat-tricks, tendo alcançado o feito por 25 vezes na competição –uma a mais que o argentino Messi. O português anotou três no jogo do último sábado, contra o Sevilla. - Apesar do status de craques, tanto Messi quanto Cristiano Ronaldo ainda não conseguiram grandes conquistas com suas seleções nacionais. Após muito tempo sendo criticado pelos seus conterrâneos, Messi conseguiu ajudar a seleção argentina a chegar à final da última Copa do Mundo e foi eleito o melhor jogador do torneio. Muitos, no entanto, discordaram da escolha (inclusive o presidente da Fifa, Joseph Blatter). Já Cristiano Ronaldo foi o principal responsável por levar sua seleção à Copa do Mundo de 2014 (fez quatro gols contra a Suécia na repescagem europeia), mas teve desempenho pífio na campanha portuguesa no Brasil (eliminados na primeira fase). - O páreo entre o português e o argentino não encontra o mesmo equilíbrio das "disputas" anteriores quando o assunto é redes sociais. Cristiano Ronaldo é o esportista com maior número de fãs no Facebook, com mais de 102 milhões de curtidas em sua página, enquanto Messi possui "apenas" 75,9 milhões de fãs na rede social.
asmais
De artilharia a número de Bolas de Ouro, Cristiano Ronaldo e Messi disputam série de marcas individuaisCom os dois gols anotados na vitória do Barcelona sobre o Bayern de Munique nesta quarta-feira (6), o atacante Lionel Messi retomou o recorde de maior goleador da história da Liga dos Campeões, que estava nas mãos de Cristiano Ronaldo, autor do gol do Real Madrid na derrota por 2 a 1 para a Juventus, na terça (5). A Folha levantou algumas das disputas pessoais entre os craques argentino e português. Lionel Messi alcançou a marca de 77 gols em partidas válidas pela Liga dos Campeões, enquanto Cristiano Ronaldo soma 76 gols na competição. Na atual edição do torneio, o português também está atrás do argentino na disputa pela artilharia: 10 a 9. O atacante do Real Madrid já foi o artilheiro da competição por três vezes, enquanto a estrela do Barcelona encerrou a Liga dos Campeões como artilheiro em quatro oportunidades. - Cristiano Ronaldo leva vantagem sobre Messi na briga pela artilharia do Campeonato Espanhol (42 a 40). Os dois jogadores também disputam a Chuteira de Ouro, prêmio concedido ao maior goleador do futebol europeu na temporada. Ronaldo é o primeiro do ranking, seguido por Messi. Juntos, os dois têm mais gols que 11 dos 20 times do Espanhol. - O argentino Lionel Messi sai vencedor quando o assunto é a conquista da Bola de Ouro, premiação da Fifa e da revista "France Football". O camisa 10 do Barcelona venceu o prêmio em quatro oportunidades (2009, 2010, 2011 e 2012), enquanto o craque português ficou com o troféu em três edições da premiação (2008, 2013 e 2014). - Lionel Messi é o jogador mais bem pago do mundo, de acordo com levantamento anual da revista "France Football". O Barcelona pagou R$ 10,2 milhões por mês ao argentino em 2014, enquanto Cristiano Ronaldo custou R$ 7,6 milhões mensais aos cofres do Real Madrid. - Messi também está à frente do português no quesito publicidade. O camisa 10 da seleção argentina arrecadou R$ 95,2 milhões em contratos de publicidade no ano passado. O segundo, lógico, é Cristiano Ronaldo, que ficou com R$ 88,4 milhões pelas campanhas que participou no mesmo período. Os dois craques também rivalizam no mercado publicitário: enquanto Ronaldo é o principal garoto-propaganda da Nike, Messi cede sua imagem para a Adidas. - Marcar três gols em uma única partida (o chamado hat-trick) não é para qualquer um, principalmente quando o jogo em questão ocorre em um dos principais campeonatos nacionais do mundo. Pois Cristiano Ronaldo e Messi também disputam a liderança desse quesito na história do Campeonato Espanhol: o português é o atual recordista em número de hat-tricks, tendo alcançado o feito por 25 vezes na competição –uma a mais que o argentino Messi. O português anotou três no jogo do último sábado, contra o Sevilla. - Apesar do status de craques, tanto Messi quanto Cristiano Ronaldo ainda não conseguiram grandes conquistas com suas seleções nacionais. Após muito tempo sendo criticado pelos seus conterrâneos, Messi conseguiu ajudar a seleção argentina a chegar à final da última Copa do Mundo e foi eleito o melhor jogador do torneio. Muitos, no entanto, discordaram da escolha (inclusive o presidente da Fifa, Joseph Blatter). Já Cristiano Ronaldo foi o principal responsável por levar sua seleção à Copa do Mundo de 2014 (fez quatro gols contra a Suécia na repescagem europeia), mas teve desempenho pífio na campanha portuguesa no Brasil (eliminados na primeira fase). - O páreo entre o português e o argentino não encontra o mesmo equilíbrio das "disputas" anteriores quando o assunto é redes sociais. Cristiano Ronaldo é o esportista com maior número de fãs no Facebook, com mais de 102 milhões de curtidas em sua página, enquanto Messi possui "apenas" 75,9 milhões de fãs na rede social.
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Polícia encontra seis corpos em terreno de Guarulhos, na Grande SP
Os corpos de seis homens foram encontrados em um terreno em Guarulhos, na Grande SP. A suspeita da polícia é que os crimes estejam relacionados a uma facção criminosa. As vítimas foram encontradas em um terreno no bairro Cabuçu. Um corpo foi localizado na noite de quinta-feira (8), e os outros cinco, nesta sexta (9). A Polícia Técnico-Científica identificou neste domingo (12) cinco das seis vítimas e os corpos foram liberados para as famílias. O sexto corpo passará por exames necroscópicos para verificar a compatibilidade do DNA. Após ser notificada dos desaparecimentos, a polícia recebeu diversas denúncias anônimas apontando que os homens teriam sido levados à força para um matagal no bairro. Com base nas informações, foram feitas buscas na região. Na quinta, policiais perceberam que parte de um terreno estava remexido, com a terra fofa, enquanto o resto era coberto por mata fechada. Quando cavaram, encontraram a primeira vítima mas, como já era tarde, esperaram até esta sexta para retomar a operação. Peças de roupa sujas de sangue foram localizadas em um casebre de madeira abandonado, que fica no terreno. A perícia também encontrou vestígios de sangue em um cano e sinais de que o chão fora lavado recentemente. Segundo o delegado Alexandre Gargano Cavalheiro, da 9ª DP de Guarulhos, uma mulher ligada à facção foi morta na semana passada, no bairro dos Pimentas. A suspeita é que as seis vítimas tenham cometido o crime. De acordo com as investigações, os homens teriam sido julgados e condenados por membros da facção, e então, assassinados. A estimativa é que as mortes tenham ocorrido há dois ou três dias. A morte da mulher já era investigada pela polícia. Agora, o departamento de homicídios convocou familiares dos parentes dos suspeitos para identificar os corpos encontrados no terreno e possivelmente confirmar a tese da polícia.
cotidiano
Polícia encontra seis corpos em terreno de Guarulhos, na Grande SPOs corpos de seis homens foram encontrados em um terreno em Guarulhos, na Grande SP. A suspeita da polícia é que os crimes estejam relacionados a uma facção criminosa. As vítimas foram encontradas em um terreno no bairro Cabuçu. Um corpo foi localizado na noite de quinta-feira (8), e os outros cinco, nesta sexta (9). A Polícia Técnico-Científica identificou neste domingo (12) cinco das seis vítimas e os corpos foram liberados para as famílias. O sexto corpo passará por exames necroscópicos para verificar a compatibilidade do DNA. Após ser notificada dos desaparecimentos, a polícia recebeu diversas denúncias anônimas apontando que os homens teriam sido levados à força para um matagal no bairro. Com base nas informações, foram feitas buscas na região. Na quinta, policiais perceberam que parte de um terreno estava remexido, com a terra fofa, enquanto o resto era coberto por mata fechada. Quando cavaram, encontraram a primeira vítima mas, como já era tarde, esperaram até esta sexta para retomar a operação. Peças de roupa sujas de sangue foram localizadas em um casebre de madeira abandonado, que fica no terreno. A perícia também encontrou vestígios de sangue em um cano e sinais de que o chão fora lavado recentemente. Segundo o delegado Alexandre Gargano Cavalheiro, da 9ª DP de Guarulhos, uma mulher ligada à facção foi morta na semana passada, no bairro dos Pimentas. A suspeita é que as seis vítimas tenham cometido o crime. De acordo com as investigações, os homens teriam sido julgados e condenados por membros da facção, e então, assassinados. A estimativa é que as mortes tenham ocorrido há dois ou três dias. A morte da mulher já era investigada pela polícia. Agora, o departamento de homicídios convocou familiares dos parentes dos suspeitos para identificar os corpos encontrados no terreno e possivelmente confirmar a tese da polícia.
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Leia o poema "O Cinturão", de Edward Lear, o pai do nonsense
SOBRE O TEXTO Este poema, que fala de um monstro que devora donzelas, foi escrito em 1874 durante uma temporada do autor inglês na Índia. Um dos pais do nonsense, Lear muda o sentido das palavras que utiliza. O título original, "Cummerbund", se refere à faixa usada pelos indianos na cintura, e "dobie", por exemplo, "lavadeiro", aqui aparece como almofada ou cadeira. Em nota introdutória a "Conversando com Varejeiras Azuis", que reúne outros poemas e textos em prosa de Lear e sai neste mês pela Iluminuras, a tradutora esclarece que manteve as palavras indianas para reproduzir o "estranhamento buscado por Lear". I Sentada na sua Dobie, Via a estrela vespertina, E todos os Punkahs que passavam Gritavam: "Oh! Que linda menina!". Ao redor de sua tenda as folhas se agitavam, O grande Kamsamah crescia, E Kitmutgar, qual cortina selvagem Dos Tchokis azuis, descia. II Sob sua casa o rio passava, Com somrosa e suave melodia, E o Chuprassie dourado nadava, Em incontáveis círculos se ia. Em cima, nas árvores mais altas e distantes, Pousavam verdes aias solitárias, E o Mussak gemia como antes Suas mais melancólicas árias. III E onde os Nullahs púrpuras lançavam Seus ramos vastos e grandiosos, E Goreewallahs prateados voavam, Lado a lado, silenciosos, Os pequenos Bheesties gritavam Elevando-se no ar ardente, E o Jampan raivoso bradava No seu covil profundamente. IV Sentada na sua Dobie, Ouvia o Nimmak ecoar, Quando um grito soou longe: "O Cinturão vai chegar!". Em vão fugiu: com a boca aberta O furioso Monstro a seguiu, E assim (antes que a ajuda viesse) Ele a bela dama engoliu. V Procuraram pelo menos um osso Para o enterrar respeitosamente; Disseram: "Mas que triste destino!". (E o Eco respondeu: "Certamente".) Pregaram sua Dobie na parede, Onde sua última forma fora vista, E sob ela algumas palavras escreveram, Em amarelo, azul e vermelho: "Cuidado, menina! Menina, cuidado! Não se deve tarde da noite lá fora sentar, Pois os Cinturões por aí têm andado, E de uma vez só vão te destroçar." EDWARD LEAR (1812-88), poeta e pintor inglês. DIRCE WALTRICK DO AMARANTE, 47, é tradutora, professora de artes cênicas na UFSC e autora de "Para Ler Finnegans Wake de James Joyce" (Iluminuras). RODRIGO VISCA, 35, é artista plástico.
ilustrissima
Leia o poema "O Cinturão", de Edward Lear, o pai do nonsenseSOBRE O TEXTO Este poema, que fala de um monstro que devora donzelas, foi escrito em 1874 durante uma temporada do autor inglês na Índia. Um dos pais do nonsense, Lear muda o sentido das palavras que utiliza. O título original, "Cummerbund", se refere à faixa usada pelos indianos na cintura, e "dobie", por exemplo, "lavadeiro", aqui aparece como almofada ou cadeira. Em nota introdutória a "Conversando com Varejeiras Azuis", que reúne outros poemas e textos em prosa de Lear e sai neste mês pela Iluminuras, a tradutora esclarece que manteve as palavras indianas para reproduzir o "estranhamento buscado por Lear". I Sentada na sua Dobie, Via a estrela vespertina, E todos os Punkahs que passavam Gritavam: "Oh! Que linda menina!". Ao redor de sua tenda as folhas se agitavam, O grande Kamsamah crescia, E Kitmutgar, qual cortina selvagem Dos Tchokis azuis, descia. II Sob sua casa o rio passava, Com somrosa e suave melodia, E o Chuprassie dourado nadava, Em incontáveis círculos se ia. Em cima, nas árvores mais altas e distantes, Pousavam verdes aias solitárias, E o Mussak gemia como antes Suas mais melancólicas árias. III E onde os Nullahs púrpuras lançavam Seus ramos vastos e grandiosos, E Goreewallahs prateados voavam, Lado a lado, silenciosos, Os pequenos Bheesties gritavam Elevando-se no ar ardente, E o Jampan raivoso bradava No seu covil profundamente. IV Sentada na sua Dobie, Ouvia o Nimmak ecoar, Quando um grito soou longe: "O Cinturão vai chegar!". Em vão fugiu: com a boca aberta O furioso Monstro a seguiu, E assim (antes que a ajuda viesse) Ele a bela dama engoliu. V Procuraram pelo menos um osso Para o enterrar respeitosamente; Disseram: "Mas que triste destino!". (E o Eco respondeu: "Certamente".) Pregaram sua Dobie na parede, Onde sua última forma fora vista, E sob ela algumas palavras escreveram, Em amarelo, azul e vermelho: "Cuidado, menina! Menina, cuidado! Não se deve tarde da noite lá fora sentar, Pois os Cinturões por aí têm andado, E de uma vez só vão te destroçar." EDWARD LEAR (1812-88), poeta e pintor inglês. DIRCE WALTRICK DO AMARANTE, 47, é tradutora, professora de artes cênicas na UFSC e autora de "Para Ler Finnegans Wake de James Joyce" (Iluminuras). RODRIGO VISCA, 35, é artista plástico.
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Painel FC: Pressão por Neymar na Olimpíada começa 'secando' Argentina no Pré-Olímpico
Um ano e meio antes da Olimpíada-2016, já começou a movimentação para convencer o Barcelona a liberar Neymar. Ele será um dos três convocados acima do limite de 23 anos e o clube não é obrigado a cedê-lo. O jogador ... Leia post completo no blog
esporte
Painel FC: Pressão por Neymar na Olimpíada começa 'secando' Argentina no Pré-OlímpicoUm ano e meio antes da Olimpíada-2016, já começou a movimentação para convencer o Barcelona a liberar Neymar. Ele será um dos três convocados acima do limite de 23 anos e o clube não é obrigado a cedê-lo. O jogador ... Leia post completo no blog
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Dados de sonda que hibernava em cometa são bons, diz engenheiro
O incrível aconteceu, e o módulo Philae, que pousou num cometa –um dos principais acontecimentos científicos de 2014–, despertou de sua hibernação. A confirmação chegou ao controle de operações espaciais da ESA (Agência Espacial Europeia) nas primeiras horas deste domingo (14),pelo horário de Brasília. Mais de 300 pacotes de dados foram recebidos e estão sendo analisados pela equipe responsável pelo módulo de pouso, no DLR (Centro Aeroespacial Alemão). O Philae não se comunicava com a Terra desde dia 15 de novembro, quando suas baterias foram completamente esgotadas. O local de repouso final da espaçonave foi uma reentrância na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko. Cercados por rochas, seus painéis solares só recebiam energia durante curtos períodos, insuficientes para recarregar a bateria. Por um lado, esperava-se que, com o aumento da proximidade do cometa com o Sol –o astro atingirá o ponto da órbita mais próximo da estrela em agosto–, a quantidade de energia disponível pudesse despertar o Philae. Por outro lado, após passar meses exposto a temperaturas baixíssimas, mais de cem graus Celsius abaixo de zero, a possibilidade de danos irreparáveis a seus circuitos era bem real. Muitos engenheiros achavam que a sonda não voltaria a funcionar. A ressurreição da missão veio como uma surpresa. Alguns dos envolvidos no projeto, no DLR, já estavam até em férias. Com o despertar do pequeno robô, eles serão reconvocados para retomar as operações. A análise inicial dos dados sugere que a sonda está em boa saúde. "O Philae está indo muito bem: tem uma temperatura de operação de -35 graus Celsius e tem 24 watts disponíveis", disse, em nota, Stephan Ulamec, gerente de projeto do Philae no DLR. Segundo Lucas Fonseca, engenheiro brasileiro que participou do desenvolvimento da missão, é um bom sinal. "Os 24 watts equivalem a duas fontes de um tablet", disse à Folha. "É o suficiente para retomar as operações." Outra informação interessante é que o Philae já está desperto há algum tempo –há cerca de 8.000 pacotes de dados "históricos" na memória da sonda, esperando para ser baixados. Eles darão uma boa pista de como estão os instrumentos do módulo e, sobretudo, de quais são as atuais condições na superfície do cometa. Nessa nova etapa da missão, o objetivo será identificar as transformações pelas quais o cometa passa conforme se aproxima do Sol e cada vez mais gelo sublima e se evade do núcleo cometário. Enquanto isso, a sonda orbitadora Rosetta segue estudando à distância o cometa –além de retomar seu trabalho como satélite de comunicação para retransmitir os sinais emitidos pelo Philae diretamente da superfície.
ciencia
Dados de sonda que hibernava em cometa são bons, diz engenheiroO incrível aconteceu, e o módulo Philae, que pousou num cometa –um dos principais acontecimentos científicos de 2014–, despertou de sua hibernação. A confirmação chegou ao controle de operações espaciais da ESA (Agência Espacial Europeia) nas primeiras horas deste domingo (14),pelo horário de Brasília. Mais de 300 pacotes de dados foram recebidos e estão sendo analisados pela equipe responsável pelo módulo de pouso, no DLR (Centro Aeroespacial Alemão). O Philae não se comunicava com a Terra desde dia 15 de novembro, quando suas baterias foram completamente esgotadas. O local de repouso final da espaçonave foi uma reentrância na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko. Cercados por rochas, seus painéis solares só recebiam energia durante curtos períodos, insuficientes para recarregar a bateria. Por um lado, esperava-se que, com o aumento da proximidade do cometa com o Sol –o astro atingirá o ponto da órbita mais próximo da estrela em agosto–, a quantidade de energia disponível pudesse despertar o Philae. Por outro lado, após passar meses exposto a temperaturas baixíssimas, mais de cem graus Celsius abaixo de zero, a possibilidade de danos irreparáveis a seus circuitos era bem real. Muitos engenheiros achavam que a sonda não voltaria a funcionar. A ressurreição da missão veio como uma surpresa. Alguns dos envolvidos no projeto, no DLR, já estavam até em férias. Com o despertar do pequeno robô, eles serão reconvocados para retomar as operações. A análise inicial dos dados sugere que a sonda está em boa saúde. "O Philae está indo muito bem: tem uma temperatura de operação de -35 graus Celsius e tem 24 watts disponíveis", disse, em nota, Stephan Ulamec, gerente de projeto do Philae no DLR. Segundo Lucas Fonseca, engenheiro brasileiro que participou do desenvolvimento da missão, é um bom sinal. "Os 24 watts equivalem a duas fontes de um tablet", disse à Folha. "É o suficiente para retomar as operações." Outra informação interessante é que o Philae já está desperto há algum tempo –há cerca de 8.000 pacotes de dados "históricos" na memória da sonda, esperando para ser baixados. Eles darão uma boa pista de como estão os instrumentos do módulo e, sobretudo, de quais são as atuais condições na superfície do cometa. Nessa nova etapa da missão, o objetivo será identificar as transformações pelas quais o cometa passa conforme se aproxima do Sol e cada vez mais gelo sublima e se evade do núcleo cometário. Enquanto isso, a sonda orbitadora Rosetta segue estudando à distância o cometa –além de retomar seu trabalho como satélite de comunicação para retransmitir os sinais emitidos pelo Philae diretamente da superfície.
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Para diretor da KPMG, mais reformas são necessárias para atrair investidor
Diretor da área de infraestrutura da KPMG, uma das maiores consultorias do mundo, o inglês James Stewart está cético quanto à capacidade do governo Michel Temer de colocar de pé seu pacote de infraestrutura. Segundo ele, é preciso que, no prazo de dois anos, haja um histórico de negócios bem-sucedidos no setor e, em sua opinião, as condições para que isso aconteça ainda não estão postas. "Não acho que, neste momento, há apoio suficiente e reforma suficiente para atingir o sucesso no final destes dois anos", afirmou durante seminário promovido nesta sexta (28) pela Fundação FHC, em São Paulo. Para Stewart, o sucesso de um programa como o Crescer, como foi batizado o programa de concessões do governo Temer, depende da disposição do país para assumir riscos. Em sua visão, o governo tem de tomar até mais riscos do que o necessário para que o setor privado se sinta confiante em investir. "O que foi feito até agora é bem-vindo. Mas meu instinto diz que mais reformas são necessárias para trazer investidores internacionais e transformar o programa na plataforma de crescimento do país", diz Stewart, citando a oferta de garantias para financiamentos e soluções de proteção cambial, entre outras medidas. Apesar do diagnóstico, o executivo, que durante nove anos foi presidente da Partnerships UK, órgão encarregado de acelerar investimentos em infraestrutura no Reino Unido, disse estar entre o "otimismo cauteloso e o otimismo" em relação ao Brasil. E afirmou que a KPMG fará investimentos pesados no país diante da perspectiva de que os negócios no setor cresçam. BOM MOMENTO A favor do Brasil, segundo Stewart, está o interesse de empresas e investidores ao redor do mundo em aplicar recursos em projetos de logística e energia. Segundo ele, o risco tem subido em diversas partes do mundo - por problemas políticos ou pela volatilidade de moedas, por exemplo -, mas isso não tem inibido investimentos. "Os investidores não estão precificando esse risco no momento. Nunca vimos preços tão altos serem pagos para ativos de infraestrutura", diz. "Estamos vendo novos investidores surgirem literalmente de todos os cantos do planeta. Do ponto de vista do Brasil, isso é ótimo". LAVA JATO Uma das dificuldades para a entrada de estrangeiros no Crescer é a falta de parceiros locais capacitados, afirmou o executivo. A Lava Jato implicou todas as grandes empreiteiras, que antes eram as parceiras preferenciais para negócios no setor. Para Stewart, o governo poderia pensar em formas de facilitar a aproximação de investidores de outros países com companhias locais. "O sucesso desse programa depende dessas parcerias", afirma.
mercado
Para diretor da KPMG, mais reformas são necessárias para atrair investidorDiretor da área de infraestrutura da KPMG, uma das maiores consultorias do mundo, o inglês James Stewart está cético quanto à capacidade do governo Michel Temer de colocar de pé seu pacote de infraestrutura. Segundo ele, é preciso que, no prazo de dois anos, haja um histórico de negócios bem-sucedidos no setor e, em sua opinião, as condições para que isso aconteça ainda não estão postas. "Não acho que, neste momento, há apoio suficiente e reforma suficiente para atingir o sucesso no final destes dois anos", afirmou durante seminário promovido nesta sexta (28) pela Fundação FHC, em São Paulo. Para Stewart, o sucesso de um programa como o Crescer, como foi batizado o programa de concessões do governo Temer, depende da disposição do país para assumir riscos. Em sua visão, o governo tem de tomar até mais riscos do que o necessário para que o setor privado se sinta confiante em investir. "O que foi feito até agora é bem-vindo. Mas meu instinto diz que mais reformas são necessárias para trazer investidores internacionais e transformar o programa na plataforma de crescimento do país", diz Stewart, citando a oferta de garantias para financiamentos e soluções de proteção cambial, entre outras medidas. Apesar do diagnóstico, o executivo, que durante nove anos foi presidente da Partnerships UK, órgão encarregado de acelerar investimentos em infraestrutura no Reino Unido, disse estar entre o "otimismo cauteloso e o otimismo" em relação ao Brasil. E afirmou que a KPMG fará investimentos pesados no país diante da perspectiva de que os negócios no setor cresçam. BOM MOMENTO A favor do Brasil, segundo Stewart, está o interesse de empresas e investidores ao redor do mundo em aplicar recursos em projetos de logística e energia. Segundo ele, o risco tem subido em diversas partes do mundo - por problemas políticos ou pela volatilidade de moedas, por exemplo -, mas isso não tem inibido investimentos. "Os investidores não estão precificando esse risco no momento. Nunca vimos preços tão altos serem pagos para ativos de infraestrutura", diz. "Estamos vendo novos investidores surgirem literalmente de todos os cantos do planeta. Do ponto de vista do Brasil, isso é ótimo". LAVA JATO Uma das dificuldades para a entrada de estrangeiros no Crescer é a falta de parceiros locais capacitados, afirmou o executivo. A Lava Jato implicou todas as grandes empreiteiras, que antes eram as parceiras preferenciais para negócios no setor. Para Stewart, o governo poderia pensar em formas de facilitar a aproximação de investidores de outros países com companhias locais. "O sucesso desse programa depende dessas parcerias", afirma.
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EUA acusam Síria de planejar ataque químico e ameaçam Assad
A Casa Branca acusou o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, de estar preparando um novo ataque com armas químicas e disse que Damasco "pagará um preço alto" se levar o plano adiante. Em comunicado lacônico divulgado na noite de segunda-feira (26), o governo de Donald Trump afirma ter identificado "possíveis preparações" para um ataque químico que "provavelmente resultaria no assassinato em massa de civis, inclusive de crianças inocentes". Horas depois, o Departamento da Defesa repetiu a acusação. Para o governo americano, as atividades se assemelham às que precederam o ataque químico de 4 de abril, que resultou na morte de 89 pessoas e que Washington atribuiu ao regime, tendo lançado em resposta seu primeiro ataque contra alvos do Exército sírio. "Se Assad conduzir outro ataque [que culmine em] assassinato em massa com armas químicas, ele e seu Exército pagarão um preço alto", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. O porta-voz não deu detalhes, porém, do plano para uma retaliação americana nem de quais movimentos do regime teriam sido identificados como suspeitos. Mas a ameaça pode sinalizar um maior envolvimento iminente dos EUA em uma guerra civil entre regime, facções rebeldes e milícias terroristas que já se arrasta há mais de seis anos, deixou 320 mil mortos, expulsou 1/4 da população do país e atraiu, além de potências regionais como Turquia e Irã, a Rússia. Aliada do regime de Assad, o qual apoia também em campo, Moscou reagiu. Para o Kremlin, o recado dos EUA a Damasco é "inaceitável". "Não estou ciente de nenhuma informação sobre uma ameaça de que armas químicas podem ser usadas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Consideramos tais ameaças à liderança legítima da República Árabe da Síria inaceitáveis." O Irã também elevou o tom. O chanceler Mohammad Javad Zarif acusou os americanos de uma "escalada perigosa" baseada em pretextos que "serviria apenas para ajudar o Estado Islâmico no momento em que ele está sendo expulso pelas populações do Itaque e da Síria". Assad nega as acusações de que suas forças tenham usado armas químicas contra a cidade rebelde de Khan Sheikhun em abril e afirma que a notícia foi inventada. O Exército sírio, na época, alegou que as mortes por asfixia com gases tóxicos, documentadas em uma série de fotos e vídeos, teriam sido causadas por um ataque a um armazém onde forças rebeldes guardavam armas químicas, cujo uso é proibido pela lei internacional. A Síria diz ter entregado em 2013 todas as armas químicas que tinha após um acordo negociado com a Rússia e chancelado por resolução do Conselho de Segurança da ONU para evitar a ameaça de um ataque dos EUA. À agência de notícias Associated Press, o ministro da Reconciliação Nacional da Síria, Ali Haidar, afirmou que as acusações descortinam uma nova campanha diplomática contra a Síria na ONU. BOMBARDEIO Nesta terça (27), a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Loncres, afirmou que ao menos 57 pessoas morreram em um bombardeio da coalizão liderada pelos EUA contra uma prisão da facção terrorista Estado Islâmico na Síria. "O bombardeio teve como alvo uma prisão do EI na cidade de Mayadin na manhã de segunda, provocando a morte de 42 civis detidos e 15 jihadistas", afirmou à agência France Presse o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman. Os corpos foram estendidos na rua, segundo Rahman.
mundo
EUA acusam Síria de planejar ataque químico e ameaçam AssadA Casa Branca acusou o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, de estar preparando um novo ataque com armas químicas e disse que Damasco "pagará um preço alto" se levar o plano adiante. Em comunicado lacônico divulgado na noite de segunda-feira (26), o governo de Donald Trump afirma ter identificado "possíveis preparações" para um ataque químico que "provavelmente resultaria no assassinato em massa de civis, inclusive de crianças inocentes". Horas depois, o Departamento da Defesa repetiu a acusação. Para o governo americano, as atividades se assemelham às que precederam o ataque químico de 4 de abril, que resultou na morte de 89 pessoas e que Washington atribuiu ao regime, tendo lançado em resposta seu primeiro ataque contra alvos do Exército sírio. "Se Assad conduzir outro ataque [que culmine em] assassinato em massa com armas químicas, ele e seu Exército pagarão um preço alto", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. O porta-voz não deu detalhes, porém, do plano para uma retaliação americana nem de quais movimentos do regime teriam sido identificados como suspeitos. Mas a ameaça pode sinalizar um maior envolvimento iminente dos EUA em uma guerra civil entre regime, facções rebeldes e milícias terroristas que já se arrasta há mais de seis anos, deixou 320 mil mortos, expulsou 1/4 da população do país e atraiu, além de potências regionais como Turquia e Irã, a Rússia. Aliada do regime de Assad, o qual apoia também em campo, Moscou reagiu. Para o Kremlin, o recado dos EUA a Damasco é "inaceitável". "Não estou ciente de nenhuma informação sobre uma ameaça de que armas químicas podem ser usadas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Consideramos tais ameaças à liderança legítima da República Árabe da Síria inaceitáveis." O Irã também elevou o tom. O chanceler Mohammad Javad Zarif acusou os americanos de uma "escalada perigosa" baseada em pretextos que "serviria apenas para ajudar o Estado Islâmico no momento em que ele está sendo expulso pelas populações do Itaque e da Síria". Assad nega as acusações de que suas forças tenham usado armas químicas contra a cidade rebelde de Khan Sheikhun em abril e afirma que a notícia foi inventada. O Exército sírio, na época, alegou que as mortes por asfixia com gases tóxicos, documentadas em uma série de fotos e vídeos, teriam sido causadas por um ataque a um armazém onde forças rebeldes guardavam armas químicas, cujo uso é proibido pela lei internacional. A Síria diz ter entregado em 2013 todas as armas químicas que tinha após um acordo negociado com a Rússia e chancelado por resolução do Conselho de Segurança da ONU para evitar a ameaça de um ataque dos EUA. À agência de notícias Associated Press, o ministro da Reconciliação Nacional da Síria, Ali Haidar, afirmou que as acusações descortinam uma nova campanha diplomática contra a Síria na ONU. BOMBARDEIO Nesta terça (27), a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Loncres, afirmou que ao menos 57 pessoas morreram em um bombardeio da coalizão liderada pelos EUA contra uma prisão da facção terrorista Estado Islâmico na Síria. "O bombardeio teve como alvo uma prisão do EI na cidade de Mayadin na manhã de segunda, provocando a morte de 42 civis detidos e 15 jihadistas", afirmou à agência France Presse o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman. Os corpos foram estendidos na rua, segundo Rahman.
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Ministério Público Federal aprova orçamento com reajuste salarial
Apesar de o Senado ainda não ter concluído a votação de um projeto que aumenta os salários de servidores do Ministério Público Federal, o Conselho Superior do órgão aprovou nesta sexta-feira (10) a proposta orçamentária do órgão para 2016 com a previsão do reajuste. A proposta inclui os recursos necessários ao pagamento do reajuste do subsídio dos servidores que tem impacto de R$ 471 milhões em 2016. O aumento é da ordem de 60%, semelhante ao concedido a servidores. O texto seria votado nesta semana, mas acabou adiado. Após dois dias de protestos da categoria com muito barulho dos servidores munidos de vuvuzelas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a sugerir a análise do projeto para silenciar as vuvuzelas. Se aprovado, será uma nova derrota para o Palácio do Planalto. A proposta orçamentária do Ministério Público Federal foi estimada em R$ 4,9 bilhões e também prevê recursos para o pagamento do reajuste do subsídio dos membros, sancionado em 2014, no valor de R$ 101 milhões. Ainda consta no texto o reajuste dos benefícios assistenciais de acordo com a variação do índice do IPCA: o auxílio-alimentação passa de R$ 799 para R$ 858 e a assistência pré-escolar, de R$ 632 para R$ 678. Os valores propostos, no entanto, não serão obrigatoriamente contemplados na Proposta de Lei Orçamentária Anual de 2016, fechada pelo Congresso e que precisa de aval da presidente Dilma Rousseff. DISPUTA A proposta gerou discussão no Conselho Superior do MP e foi questionada por adversários do procurador-geral, Rodrigo Janot, no processo de sucessão do cargo. Janot disputa a recondução para comandar por mais dois anos o Ministério Público. Para ser reconduzido, o candidato terá que ser um dos três mais votados pela categoria, na eleição que será disputada no dia 5 de agosto. Uma lista tríplice será então levada ao Planalto. O chefe do Ministério Público é indicado pelo presidente da República e nomeado após aprovação pelo Senado. O mandato é de dois anos, permitidas sucessivas reconduções. Os dois antecessores de Janot ficaram quatro anos no cargo cada um. O mandato de Janot termina em 17 de setembro. Ele está no cargo desde 2013. Chegou na reta final do julgamento do mensalão, participando da análise dos recursos e da execução das penas dos 24 condenados.
poder
Ministério Público Federal aprova orçamento com reajuste salarialApesar de o Senado ainda não ter concluído a votação de um projeto que aumenta os salários de servidores do Ministério Público Federal, o Conselho Superior do órgão aprovou nesta sexta-feira (10) a proposta orçamentária do órgão para 2016 com a previsão do reajuste. A proposta inclui os recursos necessários ao pagamento do reajuste do subsídio dos servidores que tem impacto de R$ 471 milhões em 2016. O aumento é da ordem de 60%, semelhante ao concedido a servidores. O texto seria votado nesta semana, mas acabou adiado. Após dois dias de protestos da categoria com muito barulho dos servidores munidos de vuvuzelas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a sugerir a análise do projeto para silenciar as vuvuzelas. Se aprovado, será uma nova derrota para o Palácio do Planalto. A proposta orçamentária do Ministério Público Federal foi estimada em R$ 4,9 bilhões e também prevê recursos para o pagamento do reajuste do subsídio dos membros, sancionado em 2014, no valor de R$ 101 milhões. Ainda consta no texto o reajuste dos benefícios assistenciais de acordo com a variação do índice do IPCA: o auxílio-alimentação passa de R$ 799 para R$ 858 e a assistência pré-escolar, de R$ 632 para R$ 678. Os valores propostos, no entanto, não serão obrigatoriamente contemplados na Proposta de Lei Orçamentária Anual de 2016, fechada pelo Congresso e que precisa de aval da presidente Dilma Rousseff. DISPUTA A proposta gerou discussão no Conselho Superior do MP e foi questionada por adversários do procurador-geral, Rodrigo Janot, no processo de sucessão do cargo. Janot disputa a recondução para comandar por mais dois anos o Ministério Público. Para ser reconduzido, o candidato terá que ser um dos três mais votados pela categoria, na eleição que será disputada no dia 5 de agosto. Uma lista tríplice será então levada ao Planalto. O chefe do Ministério Público é indicado pelo presidente da República e nomeado após aprovação pelo Senado. O mandato é de dois anos, permitidas sucessivas reconduções. Os dois antecessores de Janot ficaram quatro anos no cargo cada um. O mandato de Janot termina em 17 de setembro. Ele está no cargo desde 2013. Chegou na reta final do julgamento do mensalão, participando da análise dos recursos e da execução das penas dos 24 condenados.
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Diplomata Alexandre Parola será novo porta-voz do governo
Após o jornalista Eduardo Oinegue ter negado ser porta-voz do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer escolheu nesta quarta-feira (28) o diplomata Alexandre Parola para o cargo. Funcionário de carreira, Parola atuou em Genebra em missão da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi porta-voz do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A escolha do diplomata ocorre cinco dias após a negativa de Oinegue para o posto. Convidado por Temer, o jornalista declinou do convite na semana passada e sugeriu ao presidente que o cargo fosse ocupado por um funcionário do Itamaraty. Segundo a Folha apurou, Temer estava com dificuldades para encontrar uma pessoa com "capacidade de comunicação" e "perfil neutro", "sem desgastes", na definição de um de seus auxiliares, e avaliou que Parola preenchia esses requisitos. A função de porta-voz, com salário de cerca de R$ 14 mil, se deterá à produção e leitura de briefings, os quais serão formulados pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), comandada pelo jornalista Márcio de Freitas. Oinegue, que trabalha para a iniciativa privada, negou o convite justamente pelo cargo ser destinado a alguém que não será um formulador do governo.
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Diplomata Alexandre Parola será novo porta-voz do governoApós o jornalista Eduardo Oinegue ter negado ser porta-voz do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer escolheu nesta quarta-feira (28) o diplomata Alexandre Parola para o cargo. Funcionário de carreira, Parola atuou em Genebra em missão da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi porta-voz do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A escolha do diplomata ocorre cinco dias após a negativa de Oinegue para o posto. Convidado por Temer, o jornalista declinou do convite na semana passada e sugeriu ao presidente que o cargo fosse ocupado por um funcionário do Itamaraty. Segundo a Folha apurou, Temer estava com dificuldades para encontrar uma pessoa com "capacidade de comunicação" e "perfil neutro", "sem desgastes", na definição de um de seus auxiliares, e avaliou que Parola preenchia esses requisitos. A função de porta-voz, com salário de cerca de R$ 14 mil, se deterá à produção e leitura de briefings, os quais serão formulados pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), comandada pelo jornalista Márcio de Freitas. Oinegue, que trabalha para a iniciativa privada, negou o convite justamente pelo cargo ser destinado a alguém que não será um formulador do governo.
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Novas regras para viagens de menores prejudicam turismo na África do Sul
O governo da África do Sul está revisando as novas regras de turismo para menores de idade, depois de receber sinais de que elas já estão prejudicando o setor de turismo, chave para o país, disse o ministro do Turismo, Derek Hanekom, nesta quinta-feira (4). O turismo se tornou o setor de mais rápido crescimento no país de economia mais avançada, ainda que frágil, da África. As chegadas de voos dispararam depois de a África do Sul ter sediado, com sucesso a Copa do Mundo de 2010. "Efeitos negativos estão sendo reportados por operadoras de turismo e companhias aéreas, que tomaram a forma de cancelamentos", disse Hanekom à Reuters nos bastidores do Fórum Econômico Mundial - África, na Cidade do Cabo. "A Air China está reconsiderando voos para a África do Sul e uma das razões para isso é a obrigatoriedade de vistos". As novas regras, implantadas no começo do mês, dizem que menores viajando com os dois pais devem portar uma certidão de nascimento com as informações completas dos pais, além de passaporte, visto e outros documentos. O Departamento de Interior alega que as regras objetivam ajudar a combater o tráfico de crianças, mas Hanekom disse que elas minam o turismo, que contribui com quase um décimo do PIB sul-africano. "Precisamos revisar as regras para encontrar o balanço ideal", afirmou. Pretória já havia adiado a implementação da norma no ano passado depois de reclamações de empresas de turismo, que alegaram que a proposta iria prejudicar o setor.
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Novas regras para viagens de menores prejudicam turismo na África do SulO governo da África do Sul está revisando as novas regras de turismo para menores de idade, depois de receber sinais de que elas já estão prejudicando o setor de turismo, chave para o país, disse o ministro do Turismo, Derek Hanekom, nesta quinta-feira (4). O turismo se tornou o setor de mais rápido crescimento no país de economia mais avançada, ainda que frágil, da África. As chegadas de voos dispararam depois de a África do Sul ter sediado, com sucesso a Copa do Mundo de 2010. "Efeitos negativos estão sendo reportados por operadoras de turismo e companhias aéreas, que tomaram a forma de cancelamentos", disse Hanekom à Reuters nos bastidores do Fórum Econômico Mundial - África, na Cidade do Cabo. "A Air China está reconsiderando voos para a África do Sul e uma das razões para isso é a obrigatoriedade de vistos". As novas regras, implantadas no começo do mês, dizem que menores viajando com os dois pais devem portar uma certidão de nascimento com as informações completas dos pais, além de passaporte, visto e outros documentos. O Departamento de Interior alega que as regras objetivam ajudar a combater o tráfico de crianças, mas Hanekom disse que elas minam o turismo, que contribui com quase um décimo do PIB sul-africano. "Precisamos revisar as regras para encontrar o balanço ideal", afirmou. Pretória já havia adiado a implementação da norma no ano passado depois de reclamações de empresas de turismo, que alegaram que a proposta iria prejudicar o setor.
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Lava Jato administra bens bloqueados que valem R$ 1,5 bi
Hotéis, carros de luxo, animais, lanchas e obras de arte. Em meio às cifras bilionárias das irregularidades na Petrobras, uma preocupação inquieta as autoridades envolvidas com o dia a dia da Operação Lava Jato : a gestão dos bens bloqueados ou sequestrados dos réus. O Ministério Público Federal estima em pelo menos R$ 1,5 bilhão o patrimônio total bloqueado dos suspeitos investigados só no Brasil. Quando os alvos não são contas bancárias ou dinheiro em espécie, mas propriedades, como veículos e imóveis, a Justiça precisa providenciar meios de manter a conservação. Há sugestões até de criar um órgão específico para administrar bens bloqueados. O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, já se deparou com pedido de sequestro de cavalos de raça, que teriam sido obtidos com dinheiro de crime. Só o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação, se comprometeu em acordo de colaboração premiada a devolver bens que somam mais de R$ 45 milhões. O pacote inclui participação em hotéis na Bahia, em Aparecida do Norte (SP) e em Londrina (PR). Outra figura central do caso, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, prometeu devolver uma lancha. Em palestra em São Paulo há duas semanas, Moro disse que é preciso criar meios de delegar formalmente responsabilidades. "Um juiz não tem tempo para ficar cuidando desses casos e todas as questiúnculas e problemas que decorrem cotidianamente. Em caso de boi [apreendido], precisa dar comida para o boi, vacinar o boi." No caso dos cavalos de raça, um delator cujo nome não foi revelado acabou se comprometendo a vendê-los e a depositar o dinheiro em conta vinculada ao processo. A ideia de criar uma espécie de agência para gerir bens sequestrados foi defendida no mesmo evento que Moro participou pela procuradora-chefe do Ministério Público Federal em São Paulo, Anamara Osório. Ela citou como modelo um órgão que existe na França e que falta um "protocolo" no Brasil sobre como atuar em várias circunstâncias. Na Lava Jato, uma alternativa encontrada até agora foram os leilões antecipados de bens apreendidos. Carros de luxo de doleiros foram vendidos mesmo antes do fim dos processos. O dinheiro obtido foi depositado em uma conta que fica bloqueada até a conclusão do processo. Um total de 270 obras de arte apreendidas foi encaminhada ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Só poderão ser vendidas ao final dos processos, segundo o procurador Januário Paludo.
poder
Lava Jato administra bens bloqueados que valem R$ 1,5 biHotéis, carros de luxo, animais, lanchas e obras de arte. Em meio às cifras bilionárias das irregularidades na Petrobras, uma preocupação inquieta as autoridades envolvidas com o dia a dia da Operação Lava Jato : a gestão dos bens bloqueados ou sequestrados dos réus. O Ministério Público Federal estima em pelo menos R$ 1,5 bilhão o patrimônio total bloqueado dos suspeitos investigados só no Brasil. Quando os alvos não são contas bancárias ou dinheiro em espécie, mas propriedades, como veículos e imóveis, a Justiça precisa providenciar meios de manter a conservação. Há sugestões até de criar um órgão específico para administrar bens bloqueados. O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, já se deparou com pedido de sequestro de cavalos de raça, que teriam sido obtidos com dinheiro de crime. Só o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação, se comprometeu em acordo de colaboração premiada a devolver bens que somam mais de R$ 45 milhões. O pacote inclui participação em hotéis na Bahia, em Aparecida do Norte (SP) e em Londrina (PR). Outra figura central do caso, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, prometeu devolver uma lancha. Em palestra em São Paulo há duas semanas, Moro disse que é preciso criar meios de delegar formalmente responsabilidades. "Um juiz não tem tempo para ficar cuidando desses casos e todas as questiúnculas e problemas que decorrem cotidianamente. Em caso de boi [apreendido], precisa dar comida para o boi, vacinar o boi." No caso dos cavalos de raça, um delator cujo nome não foi revelado acabou se comprometendo a vendê-los e a depositar o dinheiro em conta vinculada ao processo. A ideia de criar uma espécie de agência para gerir bens sequestrados foi defendida no mesmo evento que Moro participou pela procuradora-chefe do Ministério Público Federal em São Paulo, Anamara Osório. Ela citou como modelo um órgão que existe na França e que falta um "protocolo" no Brasil sobre como atuar em várias circunstâncias. Na Lava Jato, uma alternativa encontrada até agora foram os leilões antecipados de bens apreendidos. Carros de luxo de doleiros foram vendidos mesmo antes do fim dos processos. O dinheiro obtido foi depositado em uma conta que fica bloqueada até a conclusão do processo. Um total de 270 obras de arte apreendidas foi encaminhada ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Só poderão ser vendidas ao final dos processos, segundo o procurador Januário Paludo.
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Moorea, na Polinésia Francesa, oferece hospedagem fora dos resorts
Moorea, um dos lugares mais bonitos da Polinésia, tem um quê de Ilhabela, no litoral paulista. Na ilha vulcânica de 18 mil habitantes, além de praias, há montanhas e cachoeiras. A chegada, vindo de Papeete, no Taiti, é via balsa. A travessia de 17 km leva em torno de 40 minutos e sai por US$ 15 (R$ 49). Assim como em Bora-Bora, ali é possível nadar entre tubarões e arraias e observar corais e peixes. Algumas agências também oferecem tour de observação de baleias e golfinhos. Para quem quiser dar um tempo de água, há passeios com visitas a plantações de abacaxi e parada no mirante Belvedere. De lá, avista-se as duas principais baías de Moorea: a Cook, batizada em homenagem ao capitão inglês James Cook, e a de Opunohu. Como a região é grande, dá para abrir mão do resort e aproveitar opções de hospedagem mais em conta, caso do Moorea Beach Lodge –uma espécie de bed and breakfast de charme, com uma praia particular. A gastronomia francesa é forte na ilha, com restaurantes que misturam ingredientes europeus aos da Polinésia. É o caso do Le MayFlower, que tem no cardápio carpaccio de atum com foie gras e abacaxi, entre outras delícias. CAPITAL DE UM DIA Acredite, praias feias também existem na Polinésia. E fica em Papeete, a capital do Taiti. A cidade, que tem aeroporto internacional, hospital, supermercado e shoppings, não tem pontos turísticos imperdíveis nem praias bonitas –a água ali é escura, sem paisagens encantadoras. Portanto, não vale a pena passar mais que um dia por lá. O passeio mais legal e manjado é visitar o mercado. É aquele programa sem erro: você vai comer bem, tomar sorvete de sabores exóticos (como tiarê, a flor-símbolo do país, por US$ 2,50; R$ 8,20), ver artesanatos, tirar fotos das bancas de flores e comprar lembrancinhas. Para almoçar ou fazer um lanche, uma boa opção é o café Maeva, no segundo andar do mercado, que tem pratos bem servidos. Entre eles, o típico peixe cru feito ao leite de coco (US$ 19; R$ 62), possível de achar em várias ilhas. É uma espécie de ceviche local, com pepino, tomate e salsinha, feito com atum ou mahi-mahi. De acompanhamento, porção de fritas de fruta-pão, uma "prima" da jaca. Do mercado é possível ir andando (a apenas dez minutos) até o novíssimo Museu de Arte Urbana do Taiti. A duas quadras do espaço, uma série de grafites vão surgindo pelo caminho, como nas paredes do minishopping Vaima. O museu, bem pequeno, abriga bons trabalhos de grafiteiros de países como França, Nova Zelândia e até Brasil (representado pelo artista Crânio). A fundadora do museu, Sarah Roopinia, é curadora do festival de grafite do Taiti. E, se estiver disposto a fazer uma tatuagem maori, típica da Polinésia, é possível agendar um horário entre os passeio. O estúdio NK Tattoo Tahiti cobra US$ 100 (R$ 327) por um desenho pequeno. A jornalista viajou a convite da Atout France, do Tahiti Tourisme e da Air Tahiti Nui * POLINÉSIA FRANCESA (Território de Ultramar da França) Localização Oceania População 271 mil pessoas (em 2014) Capital Papeete (no Taiti, maior ilha do arquipélago) Moeda Franco CFP (R$ 1 = 34,87 francos) Número total de ilhas cerca de 130
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Moorea, na Polinésia Francesa, oferece hospedagem fora dos resortsMoorea, um dos lugares mais bonitos da Polinésia, tem um quê de Ilhabela, no litoral paulista. Na ilha vulcânica de 18 mil habitantes, além de praias, há montanhas e cachoeiras. A chegada, vindo de Papeete, no Taiti, é via balsa. A travessia de 17 km leva em torno de 40 minutos e sai por US$ 15 (R$ 49). Assim como em Bora-Bora, ali é possível nadar entre tubarões e arraias e observar corais e peixes. Algumas agências também oferecem tour de observação de baleias e golfinhos. Para quem quiser dar um tempo de água, há passeios com visitas a plantações de abacaxi e parada no mirante Belvedere. De lá, avista-se as duas principais baías de Moorea: a Cook, batizada em homenagem ao capitão inglês James Cook, e a de Opunohu. Como a região é grande, dá para abrir mão do resort e aproveitar opções de hospedagem mais em conta, caso do Moorea Beach Lodge –uma espécie de bed and breakfast de charme, com uma praia particular. A gastronomia francesa é forte na ilha, com restaurantes que misturam ingredientes europeus aos da Polinésia. É o caso do Le MayFlower, que tem no cardápio carpaccio de atum com foie gras e abacaxi, entre outras delícias. CAPITAL DE UM DIA Acredite, praias feias também existem na Polinésia. E fica em Papeete, a capital do Taiti. A cidade, que tem aeroporto internacional, hospital, supermercado e shoppings, não tem pontos turísticos imperdíveis nem praias bonitas –a água ali é escura, sem paisagens encantadoras. Portanto, não vale a pena passar mais que um dia por lá. O passeio mais legal e manjado é visitar o mercado. É aquele programa sem erro: você vai comer bem, tomar sorvete de sabores exóticos (como tiarê, a flor-símbolo do país, por US$ 2,50; R$ 8,20), ver artesanatos, tirar fotos das bancas de flores e comprar lembrancinhas. Para almoçar ou fazer um lanche, uma boa opção é o café Maeva, no segundo andar do mercado, que tem pratos bem servidos. Entre eles, o típico peixe cru feito ao leite de coco (US$ 19; R$ 62), possível de achar em várias ilhas. É uma espécie de ceviche local, com pepino, tomate e salsinha, feito com atum ou mahi-mahi. De acompanhamento, porção de fritas de fruta-pão, uma "prima" da jaca. Do mercado é possível ir andando (a apenas dez minutos) até o novíssimo Museu de Arte Urbana do Taiti. A duas quadras do espaço, uma série de grafites vão surgindo pelo caminho, como nas paredes do minishopping Vaima. O museu, bem pequeno, abriga bons trabalhos de grafiteiros de países como França, Nova Zelândia e até Brasil (representado pelo artista Crânio). A fundadora do museu, Sarah Roopinia, é curadora do festival de grafite do Taiti. E, se estiver disposto a fazer uma tatuagem maori, típica da Polinésia, é possível agendar um horário entre os passeio. O estúdio NK Tattoo Tahiti cobra US$ 100 (R$ 327) por um desenho pequeno. A jornalista viajou a convite da Atout France, do Tahiti Tourisme e da Air Tahiti Nui * POLINÉSIA FRANCESA (Território de Ultramar da França) Localização Oceania População 271 mil pessoas (em 2014) Capital Papeete (no Taiti, maior ilha do arquipélago) Moeda Franco CFP (R$ 1 = 34,87 francos) Número total de ilhas cerca de 130
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Leitores criticam atuação de Gilmar Mendes em processos da Lava Jato
GILMAR MENDES Sobre a reportagem "Gilmar discutiu com Temer recomposição do orçamento do TSE", só há uma coisa a comentar: não se faz uma reunião dessas fora da agenda, em um sábado à noite. A Folha precisa voltar para o lado da democracia se não quiser cair no julgamento da história. LUIZ CAMACHO PEREIRA (Boston, EUA) * Oportuno e bem-vindo o editorial "Seguir a cartilha". Fica mesmo difícil entender as decisões do ministro Gilmar Mendes de criar obstáculos e constrangimentos para o Ministério Público Federal ao devolver pedidos de investigação de Aécio Neves. Impedir que se inicie uma tentativa de esclarecimento só faz levar cada vez mais água aos moinhos de quem acredita em teorias conspiratórias, arranjos escusos, Justiça seletiva e golpe branco. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) * Muito pertinente o editorial "Seguir a Cartilha", haja vista o clima de exaltação política e os vazamentos de delações dentro da Operação Lava Jato com referências a ministros do STF. Mas, entre as referências às atitudes do ministro Gilmar Mendes não houve um certo esquecimento/omissão quanto à visita deste ao presidente interino, Michel Temer, na noite de sábado (28), comportamento igualmente inusual? LUCAS ANTONIAZZI (São João da Boa Vista, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O ex-ministro da Transparência de Temer, Fabiano Silveira, também foi gravado por Sérgio Machado. Pelo que se depreende dos áudios, dava aos corruptos do PMDB conselhos sobre como se comportar em relação aos depoimentos na Lava Jato. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) * A cada etapa da Lava Jato, chamam a atenção não só o mar de lama em que se transformou o cenário politico brasileiro, mas também as explicações apresentadas por quem é pego com a mão na massa, ou melhor, com a voz na gravação. É possível acreditar em tamanha coincidência de pessoas tão corretas e bem intencionadas estarem sempre situações comprometedoras, ao lado de amigos e aliados altamente comprometidos com tanta falcatrua? Ironia do destino? Pura ingenuidade? Eles agridem nossa inteligência e bom senso. LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP) * Vergonhosa a desonestidade das nossas lideranças apontadas na Operação Lava Jato. Pior é que os arrolados são justamente os que deveriam dar bons exemplos. Que não fique pedra sobre pedra, doa a quem doer. Que todos sejam severamente punidos, que sejam banidos da vida pública e confiscados os seus bens. Só assim haverá desestímulo às desonestidades. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - COLUNISTAS Venho parabenizar a Folha por tentar um equilíbrio entre os que odeiam incondicionalmente Dilma e o PT (Hélio Schwartsman, Reinaldo Azevedo, Carlos Heitor Cony, Ruy Castro etc.) e os que os defendem de forma crítica (Vladimir Safatle, Bernardo Mello Franco e Janio de Freitas). CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC) * Sim, Gregorio Duviviver, foi um golpe. Um golpe propiciado pelo PT, que nos traiu aliando-se ao que há de mais lamentável na política nacional e ao que há de mais corrupto na iniciativa privada. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) * Concordo em gênero e número com Valdo Cruz. Aliás, ele externou o anseio de toda a nação, creio veementemente. Tirar salário não basta. Necessário se faz cortar mordomias, assessores, seguro de saúde, aposentadoria precoce etc. Queremos ver os homens de verdadeiro espírito público. VANILDA APARECIDA DE SOUZA (Boituva, SP) - OBAMA EM HIROSHIMA A visita do presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima tem um quê de hipocrisia, já que Obama não foi lá para pedir desculpas aos japoneses pela bomba atômica que destruiu a cidade. Discursos vagos sobre paz e amizade entre os povos não podem desfazer as mortes e o sofrimento dos habitantes de Hiroshima e Nagasaki. O EUA continuam sendo o país com mais armas atômicas no mundo. ARY BRAZ LUNA (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Fica evidente que a fala do senador Romero Jucá estampa o golpe tramado contra a presidenta. E aí? O Senado vai ficar inerte? Mas o senado é repleto de peemedebistas. O povo consciente deve reparar esta injustiça e democraticamente ir ás ruas, não pelo "fora, Dilma", mas pelo "volta, Dilma". PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - EDUCAÇÃO PÚBLICA O atual ministro da Fazenda advoga que o sistema de "vouchers" deve ser usado para complementar a educação básica e universitária do país. Nesse sistema, o governo reembolsa parte dos gastos dos cidadãos em redes de educação privada. Ora, se há verba para tal, ela deve ser usada para melhorar a rede pública de ensino, os salários dos professores. Os ricos sempre usarão o ensino privado e não precisam de "vouchers". HELOISA PARMA (Belo Horizonte, MG) - ILUSTRÍSSIMA A Folha aderiu ao governo Temer em matéria de cultura. Reduziu para um terço seu caderno "Ilustríssima", como vimos na edição de domingo último (29/5). Os maus exemplos têm sempre seguidores... JOSÉ MARIA RABÊLO (Belo Horizonte, MG) - CHUVA NO RECIFE Há exatos 50 anos, a Folha publicou a seguinte manchete: "Caos total em Recife invadido pelas águas - 63 mortos; 8 mil sem casa". Meio século se passou. O que se fez até agora? ADILSON DE ALMEIDA VASCONCELOS (Brasília, DF) - DEFESA DO CONSUMIDOR Congratulações à Folha. A reportagem "Cliente e empresa trocam poemas sobre reclamação em conta de água" foi primorosa. Quem não tem uma reclamação de um serviço prestado? Acredito que a maioria das pessoas tem. Faz a diferença, todavia, o modo como se reclama e se responde. EDMILSON TEIXEIRA (Volta Redonda, RJ) - DERSA Sobre a reportagem "Dersa aceita custo maior de obra só com laudo da OAS", a Folha foi comunicada previamente de que o laudo oferecido pela OAS tem caráter provisório e obedece a trâmite estipulado pelo BID, órgão financiador da obra. Não há nenhuma ilegalidade no processo sob gestão da Dersa. A empresa ainda não validou o preço provisório, e os pagamentos feitos serão validados ao final da execução do contrato. A verdade é que o valor final da obra cairá de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,3 bilhões. MÁRCIO BLANCO, assessor de imprensa da Dersa (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR. - Os aditivos que o missivista chama de "não validados" foram assinados em setembro de 2015. O valor da obra nunca foi de R$ 5,1 bilhões, mas sim o que foi licitado: R$ 3,9 bilhões. * A reportagem "Dersa aceita custo maior em obra só com laudo da OAS" provoca confusão. Há uma diferença entre a corrupção endêmica da Petrobras e o aditivo da obra do Rodoanel Norte. No primeiro caso, são crimes fartamente comprovados. Em São Paulo, a obra do trecho Norte vai custar R$ 1 bilhão a menos do que foi previsto. Só a refinaria da Petrobras em Pesadena, EUA, custou R$ 1,6 bilhão a mais do que foi previsto. O governo de São Paulo defende a investigação. O governo do PT criminaliza juízes! PEDRO TOBIAS, deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores criticam atuação de Gilmar Mendes em processos da Lava JatoGILMAR MENDES Sobre a reportagem "Gilmar discutiu com Temer recomposição do orçamento do TSE", só há uma coisa a comentar: não se faz uma reunião dessas fora da agenda, em um sábado à noite. A Folha precisa voltar para o lado da democracia se não quiser cair no julgamento da história. LUIZ CAMACHO PEREIRA (Boston, EUA) * Oportuno e bem-vindo o editorial "Seguir a cartilha". Fica mesmo difícil entender as decisões do ministro Gilmar Mendes de criar obstáculos e constrangimentos para o Ministério Público Federal ao devolver pedidos de investigação de Aécio Neves. Impedir que se inicie uma tentativa de esclarecimento só faz levar cada vez mais água aos moinhos de quem acredita em teorias conspiratórias, arranjos escusos, Justiça seletiva e golpe branco. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) * Muito pertinente o editorial "Seguir a Cartilha", haja vista o clima de exaltação política e os vazamentos de delações dentro da Operação Lava Jato com referências a ministros do STF. Mas, entre as referências às atitudes do ministro Gilmar Mendes não houve um certo esquecimento/omissão quanto à visita deste ao presidente interino, Michel Temer, na noite de sábado (28), comportamento igualmente inusual? LUCAS ANTONIAZZI (São João da Boa Vista, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O ex-ministro da Transparência de Temer, Fabiano Silveira, também foi gravado por Sérgio Machado. Pelo que se depreende dos áudios, dava aos corruptos do PMDB conselhos sobre como se comportar em relação aos depoimentos na Lava Jato. GILBERTO ÁLVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP) * A cada etapa da Lava Jato, chamam a atenção não só o mar de lama em que se transformou o cenário politico brasileiro, mas também as explicações apresentadas por quem é pego com a mão na massa, ou melhor, com a voz na gravação. É possível acreditar em tamanha coincidência de pessoas tão corretas e bem intencionadas estarem sempre situações comprometedoras, ao lado de amigos e aliados altamente comprometidos com tanta falcatrua? Ironia do destino? Pura ingenuidade? Eles agridem nossa inteligência e bom senso. LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP) * Vergonhosa a desonestidade das nossas lideranças apontadas na Operação Lava Jato. Pior é que os arrolados são justamente os que deveriam dar bons exemplos. Que não fique pedra sobre pedra, doa a quem doer. Que todos sejam severamente punidos, que sejam banidos da vida pública e confiscados os seus bens. Só assim haverá desestímulo às desonestidades. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - COLUNISTAS Venho parabenizar a Folha por tentar um equilíbrio entre os que odeiam incondicionalmente Dilma e o PT (Hélio Schwartsman, Reinaldo Azevedo, Carlos Heitor Cony, Ruy Castro etc.) e os que os defendem de forma crítica (Vladimir Safatle, Bernardo Mello Franco e Janio de Freitas). CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC) * Sim, Gregorio Duviviver, foi um golpe. Um golpe propiciado pelo PT, que nos traiu aliando-se ao que há de mais lamentável na política nacional e ao que há de mais corrupto na iniciativa privada. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) * Concordo em gênero e número com Valdo Cruz. Aliás, ele externou o anseio de toda a nação, creio veementemente. Tirar salário não basta. Necessário se faz cortar mordomias, assessores, seguro de saúde, aposentadoria precoce etc. Queremos ver os homens de verdadeiro espírito público. VANILDA APARECIDA DE SOUZA (Boituva, SP) - OBAMA EM HIROSHIMA A visita do presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima tem um quê de hipocrisia, já que Obama não foi lá para pedir desculpas aos japoneses pela bomba atômica que destruiu a cidade. Discursos vagos sobre paz e amizade entre os povos não podem desfazer as mortes e o sofrimento dos habitantes de Hiroshima e Nagasaki. O EUA continuam sendo o país com mais armas atômicas no mundo. ARY BRAZ LUNA (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT Fica evidente que a fala do senador Romero Jucá estampa o golpe tramado contra a presidenta. E aí? O Senado vai ficar inerte? Mas o senado é repleto de peemedebistas. O povo consciente deve reparar esta injustiça e democraticamente ir ás ruas, não pelo "fora, Dilma", mas pelo "volta, Dilma". PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - EDUCAÇÃO PÚBLICA O atual ministro da Fazenda advoga que o sistema de "vouchers" deve ser usado para complementar a educação básica e universitária do país. Nesse sistema, o governo reembolsa parte dos gastos dos cidadãos em redes de educação privada. Ora, se há verba para tal, ela deve ser usada para melhorar a rede pública de ensino, os salários dos professores. Os ricos sempre usarão o ensino privado e não precisam de "vouchers". HELOISA PARMA (Belo Horizonte, MG) - ILUSTRÍSSIMA A Folha aderiu ao governo Temer em matéria de cultura. Reduziu para um terço seu caderno "Ilustríssima", como vimos na edição de domingo último (29/5). Os maus exemplos têm sempre seguidores... JOSÉ MARIA RABÊLO (Belo Horizonte, MG) - CHUVA NO RECIFE Há exatos 50 anos, a Folha publicou a seguinte manchete: "Caos total em Recife invadido pelas águas - 63 mortos; 8 mil sem casa". Meio século se passou. O que se fez até agora? ADILSON DE ALMEIDA VASCONCELOS (Brasília, DF) - DEFESA DO CONSUMIDOR Congratulações à Folha. A reportagem "Cliente e empresa trocam poemas sobre reclamação em conta de água" foi primorosa. Quem não tem uma reclamação de um serviço prestado? Acredito que a maioria das pessoas tem. Faz a diferença, todavia, o modo como se reclama e se responde. EDMILSON TEIXEIRA (Volta Redonda, RJ) - DERSA Sobre a reportagem "Dersa aceita custo maior de obra só com laudo da OAS", a Folha foi comunicada previamente de que o laudo oferecido pela OAS tem caráter provisório e obedece a trâmite estipulado pelo BID, órgão financiador da obra. Não há nenhuma ilegalidade no processo sob gestão da Dersa. A empresa ainda não validou o preço provisório, e os pagamentos feitos serão validados ao final da execução do contrato. A verdade é que o valor final da obra cairá de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,3 bilhões. MÁRCIO BLANCO, assessor de imprensa da Dersa (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR. - Os aditivos que o missivista chama de "não validados" foram assinados em setembro de 2015. O valor da obra nunca foi de R$ 5,1 bilhões, mas sim o que foi licitado: R$ 3,9 bilhões. * A reportagem "Dersa aceita custo maior em obra só com laudo da OAS" provoca confusão. Há uma diferença entre a corrupção endêmica da Petrobras e o aditivo da obra do Rodoanel Norte. No primeiro caso, são crimes fartamente comprovados. Em São Paulo, a obra do trecho Norte vai custar R$ 1 bilhão a menos do que foi previsto. Só a refinaria da Petrobras em Pesadena, EUA, custou R$ 1,6 bilhão a mais do que foi previsto. O governo de São Paulo defende a investigação. O governo do PT criminaliza juízes! PEDRO TOBIAS, deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mineiro e carioca são minoria no Banco Central ao defender alta de juro
Um funcionário público de carreira e um economista vindo do mercado financeiro são os dois novos representantes de uma espécie cada vez mais rara no Banco Central brasileiro: o falcão. No jargão econômico, a ave serve para designar representantes de banco centrais mais preocupados com a inflação e que, por isso, acabam votando pelo aumento dos juros. O mineiro Sidnei Corrêa Marques, 63, e o carioca Tony Volpon, 50, foram os dois únicos a votar pela alta dos juros nas duas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), em novembro de 2015 e em janeiro deste ano. Os outros seis representantes do comitê, no entanto, decidiram manter os juros nos atuais 14,25% ao ano. Desde maio de 2012, quando o voto de cada membro do Copom deixou de ser secreto, houve cinco placares divididos. Em todas essas ocasiões, Sidnei ficou do lado "hawkish" (termo em inglês para designar a posição mais inclinada a subir os juros). Esteve com a maioria em duas ocasiões. Em abril de 2013, quando o BC tirou os juros do seu piso histórico de 7,25% ao ano. E em outubro de 2014, na retomada do ciclo de aperto monetário após a reeleição de Dilma Rousseff. O mineiro de Piraúba responde pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Crédito Rural no BC desde 2011. Nessa posição, não se manifesta publicamente sobre política monetária. Informalmente, faz comentários bem-humorados e irônicos sobre o assunto aos colegas do banco, com os quais costuma almoçar nos restaurantes por quilo nas vizinhanças do BC. Pode ser uma piada sobre o preço do cafezinho. Ou até mesmo uma palavra mais dura de reprovação a uma posição mais leniente com a inflação. POMBOS Sidnei é um caso raro de falcão com vida longa no atual Copom. Nesta gestão, a espécie predominante tem sido o "pombo" (dove, inglês), que no jargão do mercado indica os diretores mais lenientes com a inflação, segundo os críticos, ou mais preocupados com o nível da atividade, de acordo com seus defensores. Os dois últimos diretores que adotaram uma posição mais "hawkish", Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Luiz Awazu Pereira da Silva, já deixaram a instituição. O que levanta dúvidas sobre a disposição de Volpon, único vindo do mercado, de permanecer no Copom. No cargo desde abril, Volpon, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, criou polêmica ao antecipar seu voto em uma das reuniões do comitê. Recentemente, disse que uma inflação acima de 10% tem carga simbólica que não deveria ser ignorada e defendeu uma ação "contundente" do BC, que não veio. Pouco antes da mais recente reunião do Copom, foi com o presidente do BC à Suíça. Alexandre Tombini saiu do evento convencido de que não deveria mais subir os juros, porque a crise externa se agravou, segundo a versão oficial. Volpon ouviu e viu as mesmas coisas, mas entendeu que "seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias", como diz a ata da última reunião ao explicitar a posição dos dois diretores dissidentes do Copom. GLOSSÁRIO ORNITOLÓGICO HAWKISH Adjetivo em inglês relativo a falcão, usado, em política econômica, para designar uma posição mais agressiva, com tendência a priorizar o aumento dos juros para combater a inflação DOVISH Adjetivo em inglês relativo a pombo. Na política econômica, indica uma tendência mais leniente com a inflação, segundo os críticos, ou mais preocupada com o nível da atividade, de acordo com seus defensores
mercado
Mineiro e carioca são minoria no Banco Central ao defender alta de juroUm funcionário público de carreira e um economista vindo do mercado financeiro são os dois novos representantes de uma espécie cada vez mais rara no Banco Central brasileiro: o falcão. No jargão econômico, a ave serve para designar representantes de banco centrais mais preocupados com a inflação e que, por isso, acabam votando pelo aumento dos juros. O mineiro Sidnei Corrêa Marques, 63, e o carioca Tony Volpon, 50, foram os dois únicos a votar pela alta dos juros nas duas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), em novembro de 2015 e em janeiro deste ano. Os outros seis representantes do comitê, no entanto, decidiram manter os juros nos atuais 14,25% ao ano. Desde maio de 2012, quando o voto de cada membro do Copom deixou de ser secreto, houve cinco placares divididos. Em todas essas ocasiões, Sidnei ficou do lado "hawkish" (termo em inglês para designar a posição mais inclinada a subir os juros). Esteve com a maioria em duas ocasiões. Em abril de 2013, quando o BC tirou os juros do seu piso histórico de 7,25% ao ano. E em outubro de 2014, na retomada do ciclo de aperto monetário após a reeleição de Dilma Rousseff. O mineiro de Piraúba responde pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Crédito Rural no BC desde 2011. Nessa posição, não se manifesta publicamente sobre política monetária. Informalmente, faz comentários bem-humorados e irônicos sobre o assunto aos colegas do banco, com os quais costuma almoçar nos restaurantes por quilo nas vizinhanças do BC. Pode ser uma piada sobre o preço do cafezinho. Ou até mesmo uma palavra mais dura de reprovação a uma posição mais leniente com a inflação. POMBOS Sidnei é um caso raro de falcão com vida longa no atual Copom. Nesta gestão, a espécie predominante tem sido o "pombo" (dove, inglês), que no jargão do mercado indica os diretores mais lenientes com a inflação, segundo os críticos, ou mais preocupados com o nível da atividade, de acordo com seus defensores. Os dois últimos diretores que adotaram uma posição mais "hawkish", Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Luiz Awazu Pereira da Silva, já deixaram a instituição. O que levanta dúvidas sobre a disposição de Volpon, único vindo do mercado, de permanecer no Copom. No cargo desde abril, Volpon, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, criou polêmica ao antecipar seu voto em uma das reuniões do comitê. Recentemente, disse que uma inflação acima de 10% tem carga simbólica que não deveria ser ignorada e defendeu uma ação "contundente" do BC, que não veio. Pouco antes da mais recente reunião do Copom, foi com o presidente do BC à Suíça. Alexandre Tombini saiu do evento convencido de que não deveria mais subir os juros, porque a crise externa se agravou, segundo a versão oficial. Volpon ouviu e viu as mesmas coisas, mas entendeu que "seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias", como diz a ata da última reunião ao explicitar a posição dos dois diretores dissidentes do Copom. GLOSSÁRIO ORNITOLÓGICO HAWKISH Adjetivo em inglês relativo a falcão, usado, em política econômica, para designar uma posição mais agressiva, com tendência a priorizar o aumento dos juros para combater a inflação DOVISH Adjetivo em inglês relativo a pombo. Na política econômica, indica uma tendência mais leniente com a inflação, segundo os críticos, ou mais preocupada com o nível da atividade, de acordo com seus defensores
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Xenofobia e o extremismo formam combinação catastrófica
RESUMO Cientista político volta às contribuições do mundo islâmico ao Ocidente para pensar uma relação que se torna especialmente problemática desde finais do século 19. Políticas de segurança e ações de inteligência serão insuficientes para conter o monstro incubado na marginalização e no preconceito. * A religião islâmica poderia ser descrita sob vários aspectos. Pode-se considerar o islã como religião da paz, da tolerância e do convívio civilizatório. Assim como nos alicerces das demais religiões monoteístas, o sacro direito à vida e o inalienável direito de livre expressão estão nele intrinsecamente consagrados. Lamentavelmente, o islã tem sido surrupiado pelos mercadores da religião como se fossem donos de suas doutrinas ou até jurisconsultos de seus pilares. O radicalismo e o extremismo no islamismo têm suas raízes vinculadas a uma gama de fatores, mas, em alguns casos, à ignorância, ao oportunismo político e à marginalização deliberada. É importante compreender que o extremismo religioso atinge, antes de qualquer outro arcabouço social, o próprio sistema sócio-organizacional muçulmano. O colapso de algumas estruturas sociais decorre mais de fatores político-culturais do que, predominantemente, de temas religiosos. Os confrontos no mundo muçulmano, em seu modelo e conotação atuais, são topologias novas. De maneira geral, os Estados teocráticos abominam a formação de forças políticas no âmbito do islã por entender que podem tirar a capacidade desses países de atuarem como regentes do sistema político. Mas a compreensão de fenômenos como radicalismo religioso ou o uso da violência em nome da religião requer sofisticado manuseio de ideias. Seria mais valoroso, nesse sentido, se debruçar sobre o axioma de causa e efeito da islamofobia do que, simplesmente, tapar os olhos e acreditar no ódio deliberado de muçulmanos contra o mundo liberal ocidental. Dissipar dos anais do saber a contribuição civilizatória dos mundos árabe e muçulmano ao progresso alcançado pelo Ocidente, a partir de sua plataforma de conhecimentos (como Edward Said aponta em sua imortal obra "Orientalismo"), seria no mínimo renegar a historiografia. Entre os séculos 7 e 15, a civilização muçulmana forjou importantes legados não apenas para o desenvolvimento do sistema econômico-comercial, mas, sobretudo, para o avanço científico nas sociedades europeias. Aquele período representou o apogeu da integração e do intercâmbio de conhecimento entre o mundo ocidental e o mundo islâmico -e ajudou a conduzir a humanidade a um patamar superior de progresso. Ao longo da história, a contribuição da civilização islâmica ao mundo ocidental e, particularmente, à Europa, foi mais construtiva do que o contrário. Lembremos de "O Cânone da Medicina" do médico, físico e filósofo muçulmano-persa Ibn Sina (Avicena, como seu nome foi latinizado), que influenciou as universidades da Europa medieval e o pensamento de Tomás de Aquino. Incluamos o legado do sociólogo e filósofo árabe-muçulmano magrebino Ibn Khaldun, deixado em seu tratado "Muqaddimah" como parâmetro da dialética entre o homem, a ciência e a religião, que posteriormente serviu como força propulsora para a construção do pensamento ocidental no campo da inovação historiográfica, das relações humanas e da organização social. Indicações históricas sugerem que seus manuscritos chegaram a Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Comte, Marx, Durkheim, Weber e Darwin. Nesse sentido, faz-se necessário refletir acerca dos elementos que têm obstruído os canais de diálogo entre o Ocidente e o islã. Auferir legitimidade à teoria Huntingtoniana de choque civilizatório seria obtuso. O período que se estende dos finais do século 19 a meados do século 20 marca o declínio do diálogo entre o Ocidente e o mundo muçulmano. Tal conjuntura pode ser descrita à luz de três questões importantes: o colonialismo europeu no mundo árabe e islâmico; o alinhamento euro-americano ao Estado de Israel no conflito com os palestinos; e mais recentemente as guerra ao Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria. Persiste ainda, em parte do pensamento das sociedades árabes e islâmicas, a malévola experiência do colonialismo europeu. Fixou-se naqueles países a percepção de que as forças coloniais europeias não apenas buscavam retirar-lhes as riquezas, mas, sobretudo, descaracterizar seus pilares culturais, sua autodeterminação, seus costumes e sua organização social. Na psique coletiva do islamismo, as potências ocidentais não compreenderam a pluralidade do islã e ignoraram a sua dinâmica, uma vez que, pela força, procuraram impor modelos de governança política incompatíveis com as tradições culturais e sociais. Desde os tempos do colonialismo, o modelo euro-americanista de intervenção, instrumentalizado por estratégias diplomáticas mal dimensionadas, segue o seu vício repetitivo. Do passado ao presente e do tratado Sykes-Picot à Conferência de Genebra, as potências ocidentais não lograram êxito em reduzir sua interferência. O resultado de tais políticas culminou na desconfiguração territorial, no sectarismo, na fragmentação nacionalista, na implantação de modelos de governança em benefício de um determinado grupo étnico e na alteração do equilíbrio social e político. Afinal, o que potencializou o surgimento do islamismo radical? Alguns elementos despontam numa extensa lista de fatores. Por um lado a rejeição aos valores culturais e religiosos, o intervencionismo euro-americano e a injustiça que circunda o colonialismo israelense sobre a questão palestina. Por outro, a incapacidade da sociedade islâmica e de sua força de mobilização social de lidar com as correntes radicais ou Estados teocráticos que querem a manutenção do "status quo". Os primeiros fatores fomentaram a criação de guerrilhas fundamentalistas e de movimentos extremistas antiocidentais. Os demais fabricaram do salafismo a aberrações como as organizações criminosas terroristas Estado Islâmico. Esses bárbaros se estruturaram, diga-se, com o apoio de países árabes, muçulmanos e ocidentais. A violência no Iraque, por exemplo, está mais ligada, em certa medida, a descontentamentos na distribuição política do poder do que a fatores de cunho estritamente sectário. A falta de coesão abre espaço para que organizações como Jabhat al-Nusra, Isis, Fronte Islâmico ou Jund al-Sham se estabeleçam em territórios onde o Estado é letárgico e as instituições democráticas são disfuncionais ou inexistentes. Apesar de pertencer à orientação do secto sunita, o Estado Islâmico não poupa de seus massacres os próprios sunitas, além de outras correntes de minorias étnicas ou religiosas como sufis, yazidis, xiitas e assírios cristãos. Mesmo em países de religiosidade homogênea, como a Líbia (majoritariamente sunita), o extremismo exerce função de coerção com objetivos vinculados ao exercício do poder. A proliferação de inúmeros grupos terroristas na Líbia, hoje, possui uma relação custo-benefício atrelada à abundância de recursos energéticos e à prática do crime organizado como atividade econômica rentável. É imperativo compreender o islamismo sob o prisma de sua pluralidade. Se analisarmos, por exemplo, as agremiações denominadas "grupos de pressão" veremos que existem três categorias: fraternidades político-religiosas; movimentos de resistência nacionalista de vertente religiosa; e grupos criminosos e anárquicos que praticam o terrorismo. Após o massacre contra o "Charlie Hebdo", a França e a Europa perceberam que o monstro não estava apenas fora. O monstro estava incubado, em casa. E não há soluções mágicas ou eficazes para essa chaga. É necessário antes de tudo redimensionar as relações entre governos e as populações minoritárias. Há que se construir pontes de diálogo e de compreensão mútua, com políticas públicas para reduzir a marginalização, a exclusão e a xenofobia contra os que professam a fé islâmica -ou quaisquer outras. EM CASA Sob nenhuma circunstância pode-se justificar o atentado ao "Charlie Hebdo" e a liberdade de expressão jamais deve se render aos desígnios de terroristas e extremistas. O episódio, no entanto, sugere reflexões. Em estado de inércia, a Europa parece ter aguardado ser sacudida para que a consternação viesse a se esboçar na face de sua sociedade. Não se pensou, de certo, que ao empurrar propositalmente ou facilitar a saída de jovens europeus, muçulmanos ou não, para fora de seu espaço geográfico para lutarem na Síria ou no Iraque, sua desastrada política resultaria numa incomensurável tragédia. Autoridades de diversos países acreditavam que estavam expelindo indivíduos parasitários dispostos à morte e que não sobreviveriam ou não retornariam. Sem o fim da marginalização, da exclusão social e da discriminação que tem se voltado contra populações que professam a fé muçulmana, e sem um engajamento coletivo com líderes civis e religiosos dessas comunidades -para recuperar a confiança e sensibilizar a juventude- não será possível lograr êxito. É forçoso reconhecer que não bastam os órgãos de inteligência e segurança para impedir que tragédias como "Charlie Hebdo" se repitam. A francesa Jocelyne Cesari -professora em Harvard e autora da obra "Why the West Fears Islam" (Por que o Ocidente teme o islã) -chama a atenção para paulatina fuga dos governos ocidentais ao diálogo sócio-religioso com a comunidade islâmica. Já o ugandês Mahmood Mamdani -professor da Universidade Columbia e autor do livro "Good Muslims, Bad Muslims: America, the Cold War, and the Roots of Terror" (Bons muçulmanos, maus muçulmanos: América, Guerra Fria e as raízes do terror)- destaca a noção de que o islamismo é dividido em variadas escalas de crentes, de diversas classes sociais e de múltiplas facetas culturais. O radicalismo pode estar em qualquer estamento. O fundamental nessa classificação é despertar um olhar que evite julgar coletivamente uma religião e depure a gênese do problema. A pior forma de discriminação é a do tipo inconsciente. A redução do abismo vigente e a latente islamofobia na Europa não podem depender do beneplácito de arredios ultranacionalistas, que só conseguem ver nos imigrantes ou concidadãos de fés diversas um fardo ou uma constante ameaça terrorista. É preciso investir numa reeducação social capaz de reduzir essas assimetrias. Já aos governos dos países muçulmanos recai a responsabilidade pela expansão do extremismo. O Oriente Médio vive uma guerra fria entre dois projetos de governança político-islâmica antagônicos e com pretensão hegemônica na região. Apesar de representarem duas tendências distintas no âmbito do islamismo, o entrechoque entre sauditas e iranianos emana mais da aspiração geopolítica do que propriamente da interpretação dos cânones religiosos. Enquanto a população não for a plenipotenciária de seu destino político, a corrupção, a manipulação e a ausência de direitos e liberdades seguirão criando barreiras para a compreensão de outras sociedades. Cabe à sociedade muçulmana, mais do que a qualquer outra, confrontar o radicalismo e o extremismo daqueles que buscam manchar a essência de sua religião. É tempo de compreender que a xenofobia europeia e o extremismo islâmico constituem uma combinação catastrófica. HUSSEIN KALOUT, 38, cientista político brasileiro, coordena pesquisa sobre política exterior do Brasil na Universidade Harvard. PALOMA BOSQUÊ, 32, é artista plástica.
ilustrissima
Xenofobia e o extremismo formam combinação catastróficaRESUMO Cientista político volta às contribuições do mundo islâmico ao Ocidente para pensar uma relação que se torna especialmente problemática desde finais do século 19. Políticas de segurança e ações de inteligência serão insuficientes para conter o monstro incubado na marginalização e no preconceito. * A religião islâmica poderia ser descrita sob vários aspectos. Pode-se considerar o islã como religião da paz, da tolerância e do convívio civilizatório. Assim como nos alicerces das demais religiões monoteístas, o sacro direito à vida e o inalienável direito de livre expressão estão nele intrinsecamente consagrados. Lamentavelmente, o islã tem sido surrupiado pelos mercadores da religião como se fossem donos de suas doutrinas ou até jurisconsultos de seus pilares. O radicalismo e o extremismo no islamismo têm suas raízes vinculadas a uma gama de fatores, mas, em alguns casos, à ignorância, ao oportunismo político e à marginalização deliberada. É importante compreender que o extremismo religioso atinge, antes de qualquer outro arcabouço social, o próprio sistema sócio-organizacional muçulmano. O colapso de algumas estruturas sociais decorre mais de fatores político-culturais do que, predominantemente, de temas religiosos. Os confrontos no mundo muçulmano, em seu modelo e conotação atuais, são topologias novas. De maneira geral, os Estados teocráticos abominam a formação de forças políticas no âmbito do islã por entender que podem tirar a capacidade desses países de atuarem como regentes do sistema político. Mas a compreensão de fenômenos como radicalismo religioso ou o uso da violência em nome da religião requer sofisticado manuseio de ideias. Seria mais valoroso, nesse sentido, se debruçar sobre o axioma de causa e efeito da islamofobia do que, simplesmente, tapar os olhos e acreditar no ódio deliberado de muçulmanos contra o mundo liberal ocidental. Dissipar dos anais do saber a contribuição civilizatória dos mundos árabe e muçulmano ao progresso alcançado pelo Ocidente, a partir de sua plataforma de conhecimentos (como Edward Said aponta em sua imortal obra "Orientalismo"), seria no mínimo renegar a historiografia. Entre os séculos 7 e 15, a civilização muçulmana forjou importantes legados não apenas para o desenvolvimento do sistema econômico-comercial, mas, sobretudo, para o avanço científico nas sociedades europeias. Aquele período representou o apogeu da integração e do intercâmbio de conhecimento entre o mundo ocidental e o mundo islâmico -e ajudou a conduzir a humanidade a um patamar superior de progresso. Ao longo da história, a contribuição da civilização islâmica ao mundo ocidental e, particularmente, à Europa, foi mais construtiva do que o contrário. Lembremos de "O Cânone da Medicina" do médico, físico e filósofo muçulmano-persa Ibn Sina (Avicena, como seu nome foi latinizado), que influenciou as universidades da Europa medieval e o pensamento de Tomás de Aquino. Incluamos o legado do sociólogo e filósofo árabe-muçulmano magrebino Ibn Khaldun, deixado em seu tratado "Muqaddimah" como parâmetro da dialética entre o homem, a ciência e a religião, que posteriormente serviu como força propulsora para a construção do pensamento ocidental no campo da inovação historiográfica, das relações humanas e da organização social. Indicações históricas sugerem que seus manuscritos chegaram a Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Comte, Marx, Durkheim, Weber e Darwin. Nesse sentido, faz-se necessário refletir acerca dos elementos que têm obstruído os canais de diálogo entre o Ocidente e o islã. Auferir legitimidade à teoria Huntingtoniana de choque civilizatório seria obtuso. O período que se estende dos finais do século 19 a meados do século 20 marca o declínio do diálogo entre o Ocidente e o mundo muçulmano. Tal conjuntura pode ser descrita à luz de três questões importantes: o colonialismo europeu no mundo árabe e islâmico; o alinhamento euro-americano ao Estado de Israel no conflito com os palestinos; e mais recentemente as guerra ao Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria. Persiste ainda, em parte do pensamento das sociedades árabes e islâmicas, a malévola experiência do colonialismo europeu. Fixou-se naqueles países a percepção de que as forças coloniais europeias não apenas buscavam retirar-lhes as riquezas, mas, sobretudo, descaracterizar seus pilares culturais, sua autodeterminação, seus costumes e sua organização social. Na psique coletiva do islamismo, as potências ocidentais não compreenderam a pluralidade do islã e ignoraram a sua dinâmica, uma vez que, pela força, procuraram impor modelos de governança política incompatíveis com as tradições culturais e sociais. Desde os tempos do colonialismo, o modelo euro-americanista de intervenção, instrumentalizado por estratégias diplomáticas mal dimensionadas, segue o seu vício repetitivo. Do passado ao presente e do tratado Sykes-Picot à Conferência de Genebra, as potências ocidentais não lograram êxito em reduzir sua interferência. O resultado de tais políticas culminou na desconfiguração territorial, no sectarismo, na fragmentação nacionalista, na implantação de modelos de governança em benefício de um determinado grupo étnico e na alteração do equilíbrio social e político. Afinal, o que potencializou o surgimento do islamismo radical? Alguns elementos despontam numa extensa lista de fatores. Por um lado a rejeição aos valores culturais e religiosos, o intervencionismo euro-americano e a injustiça que circunda o colonialismo israelense sobre a questão palestina. Por outro, a incapacidade da sociedade islâmica e de sua força de mobilização social de lidar com as correntes radicais ou Estados teocráticos que querem a manutenção do "status quo". Os primeiros fatores fomentaram a criação de guerrilhas fundamentalistas e de movimentos extremistas antiocidentais. Os demais fabricaram do salafismo a aberrações como as organizações criminosas terroristas Estado Islâmico. Esses bárbaros se estruturaram, diga-se, com o apoio de países árabes, muçulmanos e ocidentais. A violência no Iraque, por exemplo, está mais ligada, em certa medida, a descontentamentos na distribuição política do poder do que a fatores de cunho estritamente sectário. A falta de coesão abre espaço para que organizações como Jabhat al-Nusra, Isis, Fronte Islâmico ou Jund al-Sham se estabeleçam em territórios onde o Estado é letárgico e as instituições democráticas são disfuncionais ou inexistentes. Apesar de pertencer à orientação do secto sunita, o Estado Islâmico não poupa de seus massacres os próprios sunitas, além de outras correntes de minorias étnicas ou religiosas como sufis, yazidis, xiitas e assírios cristãos. Mesmo em países de religiosidade homogênea, como a Líbia (majoritariamente sunita), o extremismo exerce função de coerção com objetivos vinculados ao exercício do poder. A proliferação de inúmeros grupos terroristas na Líbia, hoje, possui uma relação custo-benefício atrelada à abundância de recursos energéticos e à prática do crime organizado como atividade econômica rentável. É imperativo compreender o islamismo sob o prisma de sua pluralidade. Se analisarmos, por exemplo, as agremiações denominadas "grupos de pressão" veremos que existem três categorias: fraternidades político-religiosas; movimentos de resistência nacionalista de vertente religiosa; e grupos criminosos e anárquicos que praticam o terrorismo. Após o massacre contra o "Charlie Hebdo", a França e a Europa perceberam que o monstro não estava apenas fora. O monstro estava incubado, em casa. E não há soluções mágicas ou eficazes para essa chaga. É necessário antes de tudo redimensionar as relações entre governos e as populações minoritárias. Há que se construir pontes de diálogo e de compreensão mútua, com políticas públicas para reduzir a marginalização, a exclusão e a xenofobia contra os que professam a fé islâmica -ou quaisquer outras. EM CASA Sob nenhuma circunstância pode-se justificar o atentado ao "Charlie Hebdo" e a liberdade de expressão jamais deve se render aos desígnios de terroristas e extremistas. O episódio, no entanto, sugere reflexões. Em estado de inércia, a Europa parece ter aguardado ser sacudida para que a consternação viesse a se esboçar na face de sua sociedade. Não se pensou, de certo, que ao empurrar propositalmente ou facilitar a saída de jovens europeus, muçulmanos ou não, para fora de seu espaço geográfico para lutarem na Síria ou no Iraque, sua desastrada política resultaria numa incomensurável tragédia. Autoridades de diversos países acreditavam que estavam expelindo indivíduos parasitários dispostos à morte e que não sobreviveriam ou não retornariam. Sem o fim da marginalização, da exclusão social e da discriminação que tem se voltado contra populações que professam a fé muçulmana, e sem um engajamento coletivo com líderes civis e religiosos dessas comunidades -para recuperar a confiança e sensibilizar a juventude- não será possível lograr êxito. É forçoso reconhecer que não bastam os órgãos de inteligência e segurança para impedir que tragédias como "Charlie Hebdo" se repitam. A francesa Jocelyne Cesari -professora em Harvard e autora da obra "Why the West Fears Islam" (Por que o Ocidente teme o islã) -chama a atenção para paulatina fuga dos governos ocidentais ao diálogo sócio-religioso com a comunidade islâmica. Já o ugandês Mahmood Mamdani -professor da Universidade Columbia e autor do livro "Good Muslims, Bad Muslims: America, the Cold War, and the Roots of Terror" (Bons muçulmanos, maus muçulmanos: América, Guerra Fria e as raízes do terror)- destaca a noção de que o islamismo é dividido em variadas escalas de crentes, de diversas classes sociais e de múltiplas facetas culturais. O radicalismo pode estar em qualquer estamento. O fundamental nessa classificação é despertar um olhar que evite julgar coletivamente uma religião e depure a gênese do problema. A pior forma de discriminação é a do tipo inconsciente. A redução do abismo vigente e a latente islamofobia na Europa não podem depender do beneplácito de arredios ultranacionalistas, que só conseguem ver nos imigrantes ou concidadãos de fés diversas um fardo ou uma constante ameaça terrorista. É preciso investir numa reeducação social capaz de reduzir essas assimetrias. Já aos governos dos países muçulmanos recai a responsabilidade pela expansão do extremismo. O Oriente Médio vive uma guerra fria entre dois projetos de governança político-islâmica antagônicos e com pretensão hegemônica na região. Apesar de representarem duas tendências distintas no âmbito do islamismo, o entrechoque entre sauditas e iranianos emana mais da aspiração geopolítica do que propriamente da interpretação dos cânones religiosos. Enquanto a população não for a plenipotenciária de seu destino político, a corrupção, a manipulação e a ausência de direitos e liberdades seguirão criando barreiras para a compreensão de outras sociedades. Cabe à sociedade muçulmana, mais do que a qualquer outra, confrontar o radicalismo e o extremismo daqueles que buscam manchar a essência de sua religião. É tempo de compreender que a xenofobia europeia e o extremismo islâmico constituem uma combinação catastrófica. HUSSEIN KALOUT, 38, cientista político brasileiro, coordena pesquisa sobre política exterior do Brasil na Universidade Harvard. PALOMA BOSQUÊ, 32, é artista plástica.
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Samarco fecha acordo para cuidar de animais vítimas de barragem
Em acordo feito com o Ministério Público de Minas Gerais, a Samarco se comprometeu a apresentar e executar um plano de resgate e cuidado dos animais atingidos pela onda de lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro. O documento foi assinado na última sexta (18) e dá um prazo de 15 dias para que a mineradora, controlada pela Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, apresente cópia do plano e de 45 dias para que ela comece a executá-lo. O plano vale para os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu (em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa). Em caso de descumprimento, está prevista multa diária de R$ 10 mil. Na prática, a empresa já tem ajudado no resgate e nos cuidados aos animais, que ficam instalados em um galpão e em fazendas e são assistidos por voluntários. O termo de compromisso obriga a mineradora a contratar equipes técnicas de profissionais para a busca, resgate e cuidado dos animais e disponibilizar maquinário que ajude neste trabalho. Também determina um diagnóstico das áreas atingidas para facilitar a localização e a identificação dos bichos. Até o dia 10 de janeiro, a Samarco deve enviar um relatório com os animais já devolvidos aos donos e, até 18 de março, entregar um plano com a localização dos bichos que não puderam ser resgatados por "impossibilidade técnica". Caso os donos de cães e gatos não sejam encontrados, os animais devem ser doados. A empresa se comprometeu a acompanhar os doadores por seis meses, para checar se os animais não sofrem maus-tratos. Outros bichos, como galinhas, cavalos e vacas, devem ser encaminhados para áreas da própria empresa ou de terceiros, com o compromisso de que não serão abatidos. Em nota, a Samarco afirma que desde o rompimento tem resgatado e acolhido os animais em parceria com ONGs e voluntários e, desde o dia 10 de dezembro, assumiu integralmente a gestão dos serviços e suprimentos necessários para garantir a qualidade de vida dos bichos. "Graças à atuação conjunta entre empresa, poder público, ONGs e voluntários foi possível resgatar, medicar e assistir, até o momento, mais de 4.600 animais", diz o comunicado. A mineradora ainda informa que contratou uma empresa de estudos em área ambiental, a Brandt, para auxiliar os serviços. VÍTIMAS A definição ocorreu antes de a mineradora formalizar compromisso de reparação às vítimas do acidente em Mariana. No dia 8, a empresa não aceitou os termos apresentados pela Promotoria e a questão foi ajuizada. Nesta quarta (23), o Ministério Público se reúne em audiência de conciliação com a Samarco, a Vale e a BHP, para discutir a possibilidade de um acordo que envolva os moradores da cidade que foram afetados pelo rompimento da barragem.
cotidiano
Samarco fecha acordo para cuidar de animais vítimas de barragemEm acordo feito com o Ministério Público de Minas Gerais, a Samarco se comprometeu a apresentar e executar um plano de resgate e cuidado dos animais atingidos pela onda de lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro. O documento foi assinado na última sexta (18) e dá um prazo de 15 dias para que a mineradora, controlada pela Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, apresente cópia do plano e de 45 dias para que ela comece a executá-lo. O plano vale para os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu (em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa). Em caso de descumprimento, está prevista multa diária de R$ 10 mil. Na prática, a empresa já tem ajudado no resgate e nos cuidados aos animais, que ficam instalados em um galpão e em fazendas e são assistidos por voluntários. O termo de compromisso obriga a mineradora a contratar equipes técnicas de profissionais para a busca, resgate e cuidado dos animais e disponibilizar maquinário que ajude neste trabalho. Também determina um diagnóstico das áreas atingidas para facilitar a localização e a identificação dos bichos. Até o dia 10 de janeiro, a Samarco deve enviar um relatório com os animais já devolvidos aos donos e, até 18 de março, entregar um plano com a localização dos bichos que não puderam ser resgatados por "impossibilidade técnica". Caso os donos de cães e gatos não sejam encontrados, os animais devem ser doados. A empresa se comprometeu a acompanhar os doadores por seis meses, para checar se os animais não sofrem maus-tratos. Outros bichos, como galinhas, cavalos e vacas, devem ser encaminhados para áreas da própria empresa ou de terceiros, com o compromisso de que não serão abatidos. Em nota, a Samarco afirma que desde o rompimento tem resgatado e acolhido os animais em parceria com ONGs e voluntários e, desde o dia 10 de dezembro, assumiu integralmente a gestão dos serviços e suprimentos necessários para garantir a qualidade de vida dos bichos. "Graças à atuação conjunta entre empresa, poder público, ONGs e voluntários foi possível resgatar, medicar e assistir, até o momento, mais de 4.600 animais", diz o comunicado. A mineradora ainda informa que contratou uma empresa de estudos em área ambiental, a Brandt, para auxiliar os serviços. VÍTIMAS A definição ocorreu antes de a mineradora formalizar compromisso de reparação às vítimas do acidente em Mariana. No dia 8, a empresa não aceitou os termos apresentados pela Promotoria e a questão foi ajuizada. Nesta quarta (23), o Ministério Público se reúne em audiência de conciliação com a Samarco, a Vale e a BHP, para discutir a possibilidade de um acordo que envolva os moradores da cidade que foram afetados pelo rompimento da barragem.
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Sph: Obras interditam cruzamento na zona sul por 15 dias a partir desta terça
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA As obras do corredor Binário Santo Amaro irão interditar parcialmente, nesta terça (11), o cruzamento da av. Adolfo Pinheiro com as ruas Marechal Deodoro e Graham Bell, no bairro de Santo Amaro. O bloqueio segue por aproximadamente 15 dias. A avenida Adolfo Pinheiro é uma importante ligação com a av Santo Amaro, que liga a zona sul ao centro.Fique atento para os desvios aconselhados pela CET. A partir desta terça (11), a CET monitora o trânsito na região do Transamérica Expo Center, também na zona sul, para a realização de dois eventos. Pode haver bloqueios nas ruas Adele, Engenheiro Francisco Pitta Brito e na av. Doutor Mário Lopes Leão, entre 9h e 20h. A expectativa de público é de mil pessoas por dia e os eventos seguem até quinta (13). Por conta de obras emergenciais da Sabesp na rua Basílio Cunha, três linhas de ônibus operam desde segunda (10) em trajetos alternativos. A alteração se mantém até sexta (14). Clique para saber mais. Já na Vila Madalena, na zona oeste, cinco linhas que circulam pelo bairro deixam de passar pela rua Aspicuelta. Segundo a SPTrans, a mudança visa melhorar a circulação dos coletivos no bairro, que costumam ficar presos no tráfego pesado da rua aos fins de semana, quando lota de frequentadores de bares e casas noturnas da região. Saiba quais são as linhas afetadas e onde ficam os novos pontos de parada. Vale lembrar: não devem circular nesta terça (11) veículos com placas que terminam em 3 ou 4. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO As temperaturas se mantém estáveis em relação a domingo, com máxima de 27ºC e mínima de 15ºC. O dia segue claro a parcialmente nublado com névoa seca. * CULTURA E LAZER Ainda dá tempo de visitar o bar de gelo instalado no shopping Metrô Itaquera, na zona leste da cidade, que abre as portas pela última vez nesta terça (11). Grupos de 12 pessoas podem tirar fotos e conhecer o cômodo todo feito de gelo -do sofá ao balcão-, cuja temperatura interna chega a -3ºC. Ingr.: GRÁTIS Dedicado à música nacional, o projeto Terça Open House recebe Rômulo Fróes a partir das 22h no Mundo Pensante. O cantor apresenta canções de seu último disco, "Barulho Feio". Ingr.: GRÁTIS Já no Bourbon Street Music Club, na zona sul, quem sobe ao palco é a cantora Tiê, que também mostra as novas canções do álbum "Esmeraldas". Ingr.: R$ 60 Filho do chef Emmanuel Bassoleil, do restaurante Skye, o jovem Lucas Bassoleil, 25, comanda a cozinha doTown Sandwich e Co, nova casa especializada em sanduíches da zona oeste. Com preços entre R$ 27 e R$ 35, há receitas baseadas em ragu de costela, calamari, rosbife, salmão defumado e linguiça espanhola. Uma boa pedida para o jantar de terça. Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Sph: Obras interditam cruzamento na zona sul por 15 dias a partir desta terçaDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA As obras do corredor Binário Santo Amaro irão interditar parcialmente, nesta terça (11), o cruzamento da av. Adolfo Pinheiro com as ruas Marechal Deodoro e Graham Bell, no bairro de Santo Amaro. O bloqueio segue por aproximadamente 15 dias. A avenida Adolfo Pinheiro é uma importante ligação com a av Santo Amaro, que liga a zona sul ao centro.Fique atento para os desvios aconselhados pela CET. A partir desta terça (11), a CET monitora o trânsito na região do Transamérica Expo Center, também na zona sul, para a realização de dois eventos. Pode haver bloqueios nas ruas Adele, Engenheiro Francisco Pitta Brito e na av. Doutor Mário Lopes Leão, entre 9h e 20h. A expectativa de público é de mil pessoas por dia e os eventos seguem até quinta (13). Por conta de obras emergenciais da Sabesp na rua Basílio Cunha, três linhas de ônibus operam desde segunda (10) em trajetos alternativos. A alteração se mantém até sexta (14). Clique para saber mais. Já na Vila Madalena, na zona oeste, cinco linhas que circulam pelo bairro deixam de passar pela rua Aspicuelta. Segundo a SPTrans, a mudança visa melhorar a circulação dos coletivos no bairro, que costumam ficar presos no tráfego pesado da rua aos fins de semana, quando lota de frequentadores de bares e casas noturnas da região. Saiba quais são as linhas afetadas e onde ficam os novos pontos de parada. Vale lembrar: não devem circular nesta terça (11) veículos com placas que terminam em 3 ou 4. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO As temperaturas se mantém estáveis em relação a domingo, com máxima de 27ºC e mínima de 15ºC. O dia segue claro a parcialmente nublado com névoa seca. * CULTURA E LAZER Ainda dá tempo de visitar o bar de gelo instalado no shopping Metrô Itaquera, na zona leste da cidade, que abre as portas pela última vez nesta terça (11). Grupos de 12 pessoas podem tirar fotos e conhecer o cômodo todo feito de gelo -do sofá ao balcão-, cuja temperatura interna chega a -3ºC. Ingr.: GRÁTIS Dedicado à música nacional, o projeto Terça Open House recebe Rômulo Fróes a partir das 22h no Mundo Pensante. O cantor apresenta canções de seu último disco, "Barulho Feio". Ingr.: GRÁTIS Já no Bourbon Street Music Club, na zona sul, quem sobe ao palco é a cantora Tiê, que também mostra as novas canções do álbum "Esmeraldas". Ingr.: R$ 60 Filho do chef Emmanuel Bassoleil, do restaurante Skye, o jovem Lucas Bassoleil, 25, comanda a cozinha doTown Sandwich e Co, nova casa especializada em sanduíches da zona oeste. Com preços entre R$ 27 e R$ 35, há receitas baseadas em ragu de costela, calamari, rosbife, salmão defumado e linguiça espanhola. Uma boa pedida para o jantar de terça. Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Muricy evita falar sobre Corinthians e projeta estreias de Dória e Centurión
Antes da estreia na Libertadores, na quarta-feira (18), o São Paulo ainda vai ter um jogo para disputar pelo Campeonato Paulista. Será contra o Bragantino, neste sábado (14), em Bragança Paulista. É neste duelo que o técnico Muricy Ramalho quer se concentrar. Após o São Paulo empatar sem gols com o Santos, na noite de quarta-feira (11), na Vila Belmiro, o treinador se negou a falar do Corinthians –adversário da estreia na Libertadores. O treinador, inclusive, avisou que o São Paulo vai ter ao menos três mudanças contra o Bragantino. As alterações vão ser a saída do volante Denílson do time titular e as entradas do zagueiro Dória e do atacante Centurión. Sobre o primeiro, Muricy disse que o jogador sentiu a maratona de jogos da equipe tricolor e por isso precisa de um descanso para não sofrer nenhuma lesão. "Vamos ter que tomar cuidado. A gente vem de quatro jogos muito próximos. Estou preocupado com o Denilson. Foi o melhor jogador contra o Santos e é o primeiro em todos os jogos a percorrer o campo", explicou Muricy. Já sobre Centurión e Dória, o treinador disse que precisa analisar como será o desempenho da dupla em campo. Eles foram contratados na última semana e participaram de poucos treinos pelo São Paulo até agora. Depois do Bragantino, o time já vai encarar o Corinthians, em Itaquera. "Dória chegou em boas condições ao São Paulo. Não vinha jogando no Olympique de Marselha, mas estava participando, treinando. Mostrou isso nos treinos conosco. Já o Centurión vamos sentir como ele está. O mais importante dele é o drible e isso falta para gente", completou.
esporte
Muricy evita falar sobre Corinthians e projeta estreias de Dória e CenturiónAntes da estreia na Libertadores, na quarta-feira (18), o São Paulo ainda vai ter um jogo para disputar pelo Campeonato Paulista. Será contra o Bragantino, neste sábado (14), em Bragança Paulista. É neste duelo que o técnico Muricy Ramalho quer se concentrar. Após o São Paulo empatar sem gols com o Santos, na noite de quarta-feira (11), na Vila Belmiro, o treinador se negou a falar do Corinthians –adversário da estreia na Libertadores. O treinador, inclusive, avisou que o São Paulo vai ter ao menos três mudanças contra o Bragantino. As alterações vão ser a saída do volante Denílson do time titular e as entradas do zagueiro Dória e do atacante Centurión. Sobre o primeiro, Muricy disse que o jogador sentiu a maratona de jogos da equipe tricolor e por isso precisa de um descanso para não sofrer nenhuma lesão. "Vamos ter que tomar cuidado. A gente vem de quatro jogos muito próximos. Estou preocupado com o Denilson. Foi o melhor jogador contra o Santos e é o primeiro em todos os jogos a percorrer o campo", explicou Muricy. Já sobre Centurión e Dória, o treinador disse que precisa analisar como será o desempenho da dupla em campo. Eles foram contratados na última semana e participaram de poucos treinos pelo São Paulo até agora. Depois do Bragantino, o time já vai encarar o Corinthians, em Itaquera. "Dória chegou em boas condições ao São Paulo. Não vinha jogando no Olympique de Marselha, mas estava participando, treinando. Mostrou isso nos treinos conosco. Já o Centurión vamos sentir como ele está. O mais importante dele é o drible e isso falta para gente", completou.
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Chefe da Opep diz que pode convocar reunião extraordinária sobre petróleo
Membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) podem convocar uma reunião extraordinária para discutir os preços do petróleo se chegarem a um consenso durante um encontro informal em Algiers neste mês, disse o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, em visita a Argélia, publicou a agência estatal do país APS neste domingo (18). Barkindo disse estar otimista sobre o encontro na Argélia entre 26 e 28 de setembro. Ele havia dito anteriormente que as discussões em Algiers seriam consultas e que nenhuma grande decisão seria tomada. "O encontro informal foi proposto como uma medida para promover uma reunião extraordinária com o intuito de tomar decisões para estabilizar o mercado", disse Barkindo. O chefe da Opep disse que a organização não busca definir um preço, mas garantir estabilidade para o mercado. A Rússia, o Irã e outros grandes produtores de petróleo devem participar da reunião em Algiers. Vários produtores da Opep pediram um congelamento da produção para conter o excesso que causou o colapso do preço nos últimos dois anos, atingindo receitas de grandes produtores. A Arábia Saudita e a Rússia, que não é um membro da organização, concordaram neste mês em cooperar no mercado de petróleo, dizendo que podem limitar a produção futura. O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse que o país apóia qualquer movimento para estabilizar o mercado de petróleo e elevar preços, publicou a agência de notícias iraniana Shana, também neste domingo. "A instabilidade e a queda dos preços do petróleo são prejudiciais a todos os países, especialmente aos produtores de petróleo", afirmou Rouhani, segundo a Shana. "Teerã considera bem-vinda qualquer medida que visa a estabilidade do mercado e a melhoria dos preços do petróleo, baseadas na justiça, equidade e participação de mercado justa para todos os produtores de petróleo", disse o presidente. Irã, o terceiro maior produtor da Opep, tem aumentado a produção de petróleo após a retirada das sanções ocidentais, em janeiro. Teerã recusou-se a participar de uma tentativa anterior, neste ano, de membros e não membros da Opep para estabilizar a produção. Os membros da Opep se reunirão durante o Fórum Internacional de Energia, que agrupa produtores e consumidores, na Argélia em entre os dias 26 e 28 de setembro. A Rússia, não integrante da Opep, também vai participar do fórum.
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Chefe da Opep diz que pode convocar reunião extraordinária sobre petróleoMembros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) podem convocar uma reunião extraordinária para discutir os preços do petróleo se chegarem a um consenso durante um encontro informal em Algiers neste mês, disse o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, em visita a Argélia, publicou a agência estatal do país APS neste domingo (18). Barkindo disse estar otimista sobre o encontro na Argélia entre 26 e 28 de setembro. Ele havia dito anteriormente que as discussões em Algiers seriam consultas e que nenhuma grande decisão seria tomada. "O encontro informal foi proposto como uma medida para promover uma reunião extraordinária com o intuito de tomar decisões para estabilizar o mercado", disse Barkindo. O chefe da Opep disse que a organização não busca definir um preço, mas garantir estabilidade para o mercado. A Rússia, o Irã e outros grandes produtores de petróleo devem participar da reunião em Algiers. Vários produtores da Opep pediram um congelamento da produção para conter o excesso que causou o colapso do preço nos últimos dois anos, atingindo receitas de grandes produtores. A Arábia Saudita e a Rússia, que não é um membro da organização, concordaram neste mês em cooperar no mercado de petróleo, dizendo que podem limitar a produção futura. O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse que o país apóia qualquer movimento para estabilizar o mercado de petróleo e elevar preços, publicou a agência de notícias iraniana Shana, também neste domingo. "A instabilidade e a queda dos preços do petróleo são prejudiciais a todos os países, especialmente aos produtores de petróleo", afirmou Rouhani, segundo a Shana. "Teerã considera bem-vinda qualquer medida que visa a estabilidade do mercado e a melhoria dos preços do petróleo, baseadas na justiça, equidade e participação de mercado justa para todos os produtores de petróleo", disse o presidente. Irã, o terceiro maior produtor da Opep, tem aumentado a produção de petróleo após a retirada das sanções ocidentais, em janeiro. Teerã recusou-se a participar de uma tentativa anterior, neste ano, de membros e não membros da Opep para estabilizar a produção. Os membros da Opep se reunirão durante o Fórum Internacional de Energia, que agrupa produtores e consumidores, na Argélia em entre os dias 26 e 28 de setembro. A Rússia, não integrante da Opep, também vai participar do fórum.
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D.O.M., Fasano e A Figueira Rubaiyat são os melhores restaurantes de São Paulo, diz pesquisa Datafolha
DE SÃO PAULO Existem bases sólidas para que o Fasano, mais uma vez, divida o pódio de melhor restaurante com o D.O.M. e A Figueira Rubaiyat. Primeiro, porque habita o imaginário do paulistano há anos -é referência de alta gastronomia desde os primórdios, em 1902. Segundo, porque tem serviço impecável (inclusive o de vinho), salão elegante e cozinha perdurável a seguir a base clássica italiana, assinada por um chef de mesma nacionalidade. De ar mais despojado, A Figueira Rubaiyat brilha, a começar, pelo óbvio ululante: sua portentosa figueira-de-bengala no salão. Também atrai pelo cardápio, que investe em pratos feitos no forno de barro e na panela de ferro, com ingredientes trazidos de fazenda própria, no Mato Grosso do Sul. Toma um caminho mais inventivo a casa de Alex Atala. No D.O.M., o comensal entra em contato com ingredientes que exploram a biodiversidade do Brasil, tratados com apuro técnico e criatividade. Dos menus-degustação, tira-se uma experiência complexa e difícil de ser reproduzida. * D.O.M. R. Barão de Capanema, 549, Cerqueira César, tel. 3088-0761. Fasano. R. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César, tel. 3896-4000. A Figueira Rubaiyat. R. Haddock Lobo, 1.738, Cerqueira César, tel. 3087-1388.
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D.O.M., Fasano e A Figueira Rubaiyat são os melhores restaurantes de São Paulo, diz pesquisa DatafolhaDE SÃO PAULO Existem bases sólidas para que o Fasano, mais uma vez, divida o pódio de melhor restaurante com o D.O.M. e A Figueira Rubaiyat. Primeiro, porque habita o imaginário do paulistano há anos -é referência de alta gastronomia desde os primórdios, em 1902. Segundo, porque tem serviço impecável (inclusive o de vinho), salão elegante e cozinha perdurável a seguir a base clássica italiana, assinada por um chef de mesma nacionalidade. De ar mais despojado, A Figueira Rubaiyat brilha, a começar, pelo óbvio ululante: sua portentosa figueira-de-bengala no salão. Também atrai pelo cardápio, que investe em pratos feitos no forno de barro e na panela de ferro, com ingredientes trazidos de fazenda própria, no Mato Grosso do Sul. Toma um caminho mais inventivo a casa de Alex Atala. No D.O.M., o comensal entra em contato com ingredientes que exploram a biodiversidade do Brasil, tratados com apuro técnico e criatividade. Dos menus-degustação, tira-se uma experiência complexa e difícil de ser reproduzida. * D.O.M. R. Barão de Capanema, 549, Cerqueira César, tel. 3088-0761. Fasano. R. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César, tel. 3896-4000. A Figueira Rubaiyat. R. Haddock Lobo, 1.738, Cerqueira César, tel. 3087-1388.
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'Não chore por estar desempregado, crie seu emprego', diz Nobel da Paz
Zerar a pobreza, o desemprego e a emissão de dióxido de carbono até 2030. São as três metas ambiciosas que saem da boca do economista Muhammad Yunus, ao proferir uma palestra para 70 brasileiros na sexta-feira, 1º de maio, em São Paulo. "Para criar a base sólida de um mundo promissor temos que apagar as sequelas do que foi feito de errado até aqui", afirmou o prêmio Nobel da Paz, laureado em 2006 pela criação do "banco dos pobres", que levou o conceito de microcrédito para comunidades miseráveis ao redor do planeta. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. Em visita ao Brasil, o professor lançou a Rede Yunus de Universidade. O objetivo é de atrair instituições interessadas em aprofundar sua atuação em negócios sociais. ILHAS ACADÊMICAS Yunus desafiou a plateia de acadêmicos e de empreendedores sociais que compareceu à sede paulista da Fundação Dom Cabral a seguir o seu exemplo. "Eu era professor universitário em Bangladesh, que tinha um campus bem estruturado e bonito, mas cercado de vilarejos devastados e acometidos de muita pobreza", iniciou ele. Em vez de se isolar no mundo acadêmico, Yunus conta que criou o próprio caminho. "Fui visitar os vilarejos. Deixei a perspectiva superficial de um pássaro, que olha tudo de cima, e passei a enxergar a realidade como um animal terrestre, que olha para o outro". E o que viu foi transformador: "Encontrei pessoas que brigavam para não ser engolidas pelos problemas. Ver aquela realidade de perto fez toda a diferença, pois a teoria econômica é vazia se não houver prática". Sua incursão ao mundo real causava estranheza. "Os meus colegas me perguntavam o que eu estava fazendo. Mas minha vida não teria sentido se não tocasse a vida do outro. Não me servia uma vida acadêmica ilhada". BANCO DOS POBRES Yunus relata uma série de pequenas ações que resultariam no Grameen Bank, o chamado banco dos pobres. Ele percebeu de cara a ação devastadora de agiotas na vida dos miseráveis, que não conseguiam pagar os empréstimos. "O dinheiro é uma forma de escravidão do outro", angustiava-se. "Por que não empresto eu mesmo?". E assim o fez. O primeiro socorro financeiro que deu foi de US$ 27. "Em um lugar tão pobre, aquilo causou uma transformação, resolvia problemas imediatos das pessoas". Nascia empiricamente o conceito que lhe daria o Nobel anos depois. "Comecei a ficar sem dinheiro e me perguntava: 'onde posso conseguir mais para emprestar?'". A primeiro porta que bateu foi a da agência bancária dentro do campus. "Para aquele banco e para os demais, aquelas pessoas não se qualificavam para empréstimos porque não davam garantia de que pagariam o débito." Foi o que ouviu do gerente, que não tinha autonomia para definir novas regras. Na busca por alternativas, o professor acabou virando banqueiro em 1983. "Não sabia como. Muitos me diziam não vai funcionar". Sua persistência foi compensada com adesão de colegas em outros países. "Já provamos que microfinanciamento funciona em qualquer sociedade", diz Yunus. "É bom lembrar que metade da população mundial não tem conta em banco". ALÉM DO FINANCEIRO O professor passou a ver outros problemas nas comunidades carentes, não só os financeiros. Em suas visitas ao mundo real, Yunus relata encontros frequentes com crianças com problemas de visão, a chamada cegueira noturna, causada por deficiência de vitamina A. "Os médicos sabiam da causa, mas não faziam nada. Não adiantava falar da importância de ingerir determinadas alimentos ou suplementos vitamínicos. Elas não tinha acesso. Comecei a levar sementes para que elas plantassem verduras e legumes". Nascia o segundo negócio social de impacto do prêmio Nobel da Paz: o banco de sementes. Cada uma vendida a US$ 0,1, um valor simbólico. "Nos tornamos o maior vendedor de sementes do Paquistão", completa. Os olhares tortos persistiam. "Se não gera lucro, não é um negócio de verdade", diziam. Causava desconforto o fato de um economista fazer algo absurdo do ponto de vista da teoria econômica clássica. "Meu papel era resolver um problema social, não gerar lucro. Então, pensei: 'Vou fazer entrar nos livros que há outro modelo de negócio, os sociais'." E nadou contra a cartilha do capitalismo e a eterna busca de maximização de lucros. "Que sentido faz virar um robô, um mero multiplicador de dinheiro? Não somos robôs, somos seres humanos". MENOS INDIVIDUALISMO É a deixa para falar da necessidade de mudar comportamentos e paradigmas. "Não podemos ser um punhado de gente ávido por dinheiro. Não somos unidimensionais nem podemos aceitar esse individualismo", afirma. E prega um novo conceito, o "selfless", um mundo menos egoísta e individualista, onde cada um possa enxergar o outro. "Quem criou a concentração de riqueza e a disparidade entre riscos e pobres? As teorias econômicos capitalistas. Não pode ser tudo para mim e nada para o outro, nem tudo para o outro e nada para mim. É preciso restabelecer uma ordem mais equilibrada", defende Yunus. Na cruzada pelos negócios de interesse social, ele frisa que não se deve demonizar as grande corporações como "malfeitoras". Ele, por exemplo, atraiu gigantes como a Danone para um grande programa de combate a desnutrição em Bangladesh. Ao concluir a palestra, o professor conclamou os brasileiros a sair de suas zonas de conforto para buscar soluções criativas contra a miséria e também para criar postos de trabalho numa economia em crise. "Temos que incentivar os jovens na universidade a serem criativos. É esse o caminho para surgimento de empreendedores sociais," diz. Yunus enfatiza ser importante ter em mente não apenas a possibilidade de procurar trabalho, mas a de criar oportunidades de trabalho. "Não chore por estar desempregado. Crie seu próprio mundo. Assim chegaremos a zero de desemprego". O Nobel da Paz propôs ainda um novo capítulo na área de negócios sociais. "Por isso, estamos fazendo um link entre universidades. Temos que levar esses conceitos à sala de aula, pois são os jovens que vão promover as mudanças futuras."
empreendedorsocial
'Não chore por estar desempregado, crie seu emprego', diz Nobel da PazZerar a pobreza, o desemprego e a emissão de dióxido de carbono até 2030. São as três metas ambiciosas que saem da boca do economista Muhammad Yunus, ao proferir uma palestra para 70 brasileiros na sexta-feira, 1º de maio, em São Paulo. "Para criar a base sólida de um mundo promissor temos que apagar as sequelas do que foi feito de errado até aqui", afirmou o prêmio Nobel da Paz, laureado em 2006 pela criação do "banco dos pobres", que levou o conceito de microcrédito para comunidades miseráveis ao redor do planeta. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. Em visita ao Brasil, o professor lançou a Rede Yunus de Universidade. O objetivo é de atrair instituições interessadas em aprofundar sua atuação em negócios sociais. ILHAS ACADÊMICAS Yunus desafiou a plateia de acadêmicos e de empreendedores sociais que compareceu à sede paulista da Fundação Dom Cabral a seguir o seu exemplo. "Eu era professor universitário em Bangladesh, que tinha um campus bem estruturado e bonito, mas cercado de vilarejos devastados e acometidos de muita pobreza", iniciou ele. Em vez de se isolar no mundo acadêmico, Yunus conta que criou o próprio caminho. "Fui visitar os vilarejos. Deixei a perspectiva superficial de um pássaro, que olha tudo de cima, e passei a enxergar a realidade como um animal terrestre, que olha para o outro". E o que viu foi transformador: "Encontrei pessoas que brigavam para não ser engolidas pelos problemas. Ver aquela realidade de perto fez toda a diferença, pois a teoria econômica é vazia se não houver prática". Sua incursão ao mundo real causava estranheza. "Os meus colegas me perguntavam o que eu estava fazendo. Mas minha vida não teria sentido se não tocasse a vida do outro. Não me servia uma vida acadêmica ilhada". BANCO DOS POBRES Yunus relata uma série de pequenas ações que resultariam no Grameen Bank, o chamado banco dos pobres. Ele percebeu de cara a ação devastadora de agiotas na vida dos miseráveis, que não conseguiam pagar os empréstimos. "O dinheiro é uma forma de escravidão do outro", angustiava-se. "Por que não empresto eu mesmo?". E assim o fez. O primeiro socorro financeiro que deu foi de US$ 27. "Em um lugar tão pobre, aquilo causou uma transformação, resolvia problemas imediatos das pessoas". Nascia empiricamente o conceito que lhe daria o Nobel anos depois. "Comecei a ficar sem dinheiro e me perguntava: 'onde posso conseguir mais para emprestar?'". A primeiro porta que bateu foi a da agência bancária dentro do campus. "Para aquele banco e para os demais, aquelas pessoas não se qualificavam para empréstimos porque não davam garantia de que pagariam o débito." Foi o que ouviu do gerente, que não tinha autonomia para definir novas regras. Na busca por alternativas, o professor acabou virando banqueiro em 1983. "Não sabia como. Muitos me diziam não vai funcionar". Sua persistência foi compensada com adesão de colegas em outros países. "Já provamos que microfinanciamento funciona em qualquer sociedade", diz Yunus. "É bom lembrar que metade da população mundial não tem conta em banco". ALÉM DO FINANCEIRO O professor passou a ver outros problemas nas comunidades carentes, não só os financeiros. Em suas visitas ao mundo real, Yunus relata encontros frequentes com crianças com problemas de visão, a chamada cegueira noturna, causada por deficiência de vitamina A. "Os médicos sabiam da causa, mas não faziam nada. Não adiantava falar da importância de ingerir determinadas alimentos ou suplementos vitamínicos. Elas não tinha acesso. Comecei a levar sementes para que elas plantassem verduras e legumes". Nascia o segundo negócio social de impacto do prêmio Nobel da Paz: o banco de sementes. Cada uma vendida a US$ 0,1, um valor simbólico. "Nos tornamos o maior vendedor de sementes do Paquistão", completa. Os olhares tortos persistiam. "Se não gera lucro, não é um negócio de verdade", diziam. Causava desconforto o fato de um economista fazer algo absurdo do ponto de vista da teoria econômica clássica. "Meu papel era resolver um problema social, não gerar lucro. Então, pensei: 'Vou fazer entrar nos livros que há outro modelo de negócio, os sociais'." E nadou contra a cartilha do capitalismo e a eterna busca de maximização de lucros. "Que sentido faz virar um robô, um mero multiplicador de dinheiro? Não somos robôs, somos seres humanos". MENOS INDIVIDUALISMO É a deixa para falar da necessidade de mudar comportamentos e paradigmas. "Não podemos ser um punhado de gente ávido por dinheiro. Não somos unidimensionais nem podemos aceitar esse individualismo", afirma. E prega um novo conceito, o "selfless", um mundo menos egoísta e individualista, onde cada um possa enxergar o outro. "Quem criou a concentração de riqueza e a disparidade entre riscos e pobres? As teorias econômicos capitalistas. Não pode ser tudo para mim e nada para o outro, nem tudo para o outro e nada para mim. É preciso restabelecer uma ordem mais equilibrada", defende Yunus. Na cruzada pelos negócios de interesse social, ele frisa que não se deve demonizar as grande corporações como "malfeitoras". Ele, por exemplo, atraiu gigantes como a Danone para um grande programa de combate a desnutrição em Bangladesh. Ao concluir a palestra, o professor conclamou os brasileiros a sair de suas zonas de conforto para buscar soluções criativas contra a miséria e também para criar postos de trabalho numa economia em crise. "Temos que incentivar os jovens na universidade a serem criativos. É esse o caminho para surgimento de empreendedores sociais," diz. Yunus enfatiza ser importante ter em mente não apenas a possibilidade de procurar trabalho, mas a de criar oportunidades de trabalho. "Não chore por estar desempregado. Crie seu próprio mundo. Assim chegaremos a zero de desemprego". O Nobel da Paz propôs ainda um novo capítulo na área de negócios sociais. "Por isso, estamos fazendo um link entre universidades. Temos que levar esses conceitos à sala de aula, pois são os jovens que vão promover as mudanças futuras."
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Troca da transmissão de TV analógica pela digital começa em novembro
O desligamento da TV analógica e início da transmissão exclusiva dos canais de TV no modelo digital começa a ocorrer a partir de novembro deste ano na cidade escolhida como piloto, Rio Verde, no interior de Goiás. O processo no Brasil ocorrerá gradualmente em todo país, em já tem um calendário completo por região que vai de novembro deste ano até novembro de 2018. Brasília, cidades do Distrito Federal e outras 11 cidades de Goiás e Minas Gerais serão as próximas a passar pela adaptação. Para elas, o desligamento ocorre em pouco menos de um ano, em três de abril de 2016. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (7) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a partir de amanhã (8) os moradores dessas regiões já começarão a ser avisados sobre a mudança, em uma espécie de contagem regressiva para o fim da transmissão analógica. O aviso ocorrerá durante a transmissão da programação da TV. Uma letra "A" aparecerá na tela quando aquele canal estiver sendo transmitido com a tecnologia analógica. Na parte inferior do televisor um texto dirá que aquela programação estará disponível, para essas regiões, em formato digital, apenas, a partir de 3 de abril. INCLUSÃO Segundo as regras estabelecidas pela própria agência reguladora, para que ocorra a troca do modelo é necessário que mais de 93% das residências de cada município tenham condições de captar a nova tecnologia. Para isso, os televisores terão de ser ligados a um conversor digital, no caso dos aparelhos mais antigos, ou serem substituídos por modelos mais modernos, que venham com essa tecnologia já instalada. "A palavra de ordem é inclusão. Vamos trabalhar para que não haja exclusão de nenhum domicílio. Claro que há complexidades nesse processo, mas vamos fazer pesquisas para identificar se há regiões que precisam de politicas específicas [para adaptação da população] a serem definidas no momento oportuno", disse o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações). O governo já delegou para as operadoras de telefonia do setor a responsabilidade de comprar e distribuir o conversor digital para a população cadastrada pelo programa Bolsa Família. A exigência fez parte do edital do segundo leilão de internet 4G, realizado ano passado. O ministro também afirmou que, caso haja algum tipo de dificuldade em atingir o percentual mínimo de 93% de domicílios adaptados no município, o calendário fixado para desligamento da TV analógica pode sofrer alterações. "Temos um calendário a ser cumprido, mas temos de olhar interesse do povo brasileiro. A meta percentual é de 93%, mas queremos atingir 100% dos domicílios. Vamos olhar, porque está em jogo o acesso do cidadão que tem acesso hoje", afirmou. CUSTO Informações da Anatel são de que 30 milhões de brasileiros fazem uso de TV aberta –sem antenas parabólicas ou assinatura de TV a cabo, tecnologias que não serão afetadas em sua recepção. O conselheiro da agência, Rodrigo Zerbone, disse que já existem no mercado opções de televisores simples por cerca de R$ 300 com conversor digital. Além disso, o aparelho para adaptação de TVs antigas, vendido separadamente, custaria cerca de R$ 100. De acordo com o presidente da agência, João Rezende, a Anatel trabalha hoje com estimativas de: 66 milhões de domicílios no Brasil; 3 milhões que não possuem TV em casa; 10 a 12 milhões fazem uso de antenas parabólicas e 20 milhões possuem contrato de TV por assinatura. Restando assim 30 milhões de brasileiros, que serão alvo da campanha. "Dentro desse número há ainda pessoas que já possuem a TV digital", frisou o presidente. As pesquisas do governo para identificar quantos domicílios em cada município estão adaptados serão feitas apenas pouco antes da data de desligamento. A justificativa é de que a experiência internacional mostra que a adesão das famílias geralmente ocorre no fim do prazo.
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Troca da transmissão de TV analógica pela digital começa em novembroO desligamento da TV analógica e início da transmissão exclusiva dos canais de TV no modelo digital começa a ocorrer a partir de novembro deste ano na cidade escolhida como piloto, Rio Verde, no interior de Goiás. O processo no Brasil ocorrerá gradualmente em todo país, em já tem um calendário completo por região que vai de novembro deste ano até novembro de 2018. Brasília, cidades do Distrito Federal e outras 11 cidades de Goiás e Minas Gerais serão as próximas a passar pela adaptação. Para elas, o desligamento ocorre em pouco menos de um ano, em três de abril de 2016. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (7) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a partir de amanhã (8) os moradores dessas regiões já começarão a ser avisados sobre a mudança, em uma espécie de contagem regressiva para o fim da transmissão analógica. O aviso ocorrerá durante a transmissão da programação da TV. Uma letra "A" aparecerá na tela quando aquele canal estiver sendo transmitido com a tecnologia analógica. Na parte inferior do televisor um texto dirá que aquela programação estará disponível, para essas regiões, em formato digital, apenas, a partir de 3 de abril. INCLUSÃO Segundo as regras estabelecidas pela própria agência reguladora, para que ocorra a troca do modelo é necessário que mais de 93% das residências de cada município tenham condições de captar a nova tecnologia. Para isso, os televisores terão de ser ligados a um conversor digital, no caso dos aparelhos mais antigos, ou serem substituídos por modelos mais modernos, que venham com essa tecnologia já instalada. "A palavra de ordem é inclusão. Vamos trabalhar para que não haja exclusão de nenhum domicílio. Claro que há complexidades nesse processo, mas vamos fazer pesquisas para identificar se há regiões que precisam de politicas específicas [para adaptação da população] a serem definidas no momento oportuno", disse o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações). O governo já delegou para as operadoras de telefonia do setor a responsabilidade de comprar e distribuir o conversor digital para a população cadastrada pelo programa Bolsa Família. A exigência fez parte do edital do segundo leilão de internet 4G, realizado ano passado. O ministro também afirmou que, caso haja algum tipo de dificuldade em atingir o percentual mínimo de 93% de domicílios adaptados no município, o calendário fixado para desligamento da TV analógica pode sofrer alterações. "Temos um calendário a ser cumprido, mas temos de olhar interesse do povo brasileiro. A meta percentual é de 93%, mas queremos atingir 100% dos domicílios. Vamos olhar, porque está em jogo o acesso do cidadão que tem acesso hoje", afirmou. CUSTO Informações da Anatel são de que 30 milhões de brasileiros fazem uso de TV aberta –sem antenas parabólicas ou assinatura de TV a cabo, tecnologias que não serão afetadas em sua recepção. O conselheiro da agência, Rodrigo Zerbone, disse que já existem no mercado opções de televisores simples por cerca de R$ 300 com conversor digital. Além disso, o aparelho para adaptação de TVs antigas, vendido separadamente, custaria cerca de R$ 100. De acordo com o presidente da agência, João Rezende, a Anatel trabalha hoje com estimativas de: 66 milhões de domicílios no Brasil; 3 milhões que não possuem TV em casa; 10 a 12 milhões fazem uso de antenas parabólicas e 20 milhões possuem contrato de TV por assinatura. Restando assim 30 milhões de brasileiros, que serão alvo da campanha. "Dentro desse número há ainda pessoas que já possuem a TV digital", frisou o presidente. As pesquisas do governo para identificar quantos domicílios em cada município estão adaptados serão feitas apenas pouco antes da data de desligamento. A justificativa é de que a experiência internacional mostra que a adesão das famílias geralmente ocorre no fim do prazo.
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Cientistas observam onda de gravidade gigantesca em Vênus
Uma gigante onda na atmosfera de Vênus pode ser a maior de seu tipo no sistema solar. Astrônomos dizem acreditar que a formação, observada de uma nave espacial japonesa, teria sido gerada de modo "muito semelhante" às ondulações formadas quando a água flui sobre rochas em um leito de riacho. Nesse caso, a onda é formada pelo fluxo da baixa atmosfera sobre as montanhas de Vênus. As descobertas foram publicadas na revista científica "Nature Geoscience Journal". Logo depois de entrar na órbita de Vênus, em 2015, a nave espacial Akatsuki registrou um fenômeno em forma de arco na atmosfera superior do planeta por vários dias. Curiosamente, a estrutura brilhante –que se estende por 10 mil km (23 vezes a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo)– permaneceu fixa no topo das nuvens de Vênus. O fenômeno surpreende porque na espessa atmosfera superior de Vênus, as nuvens se movimentam a 360 km/h. Ou seja, se locomovem muito mais rápido do que a lenta rotação do planeta abaixo delas, onde um dia dura mais do que o tempo que o planeta leva para orbitar em torno do sol. Makoto Taguchi, da Universidade de Tóquio, Atsushi Yamazaki, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) e outros cientistas mostraram que a zona luminosa ficou parada sobre uma região montanhosa na superfície do planeta, conhecida como Aphrodite Terra. Eles também descobriram que ela era mais quente do que as partes circundantes da atmosfera. FENÔMENO ESPECIAL Segundo os cientistas, o fenômeno é o resultado de uma onda de gravidade gerada na medida em que a atmosfera mais baixa atravessa as montanhas e se espalha para cima através da atmosfera espessa de Vênus. As ondas de gravidade ocorrem quando um fluido –como um líquido, gás ou plasma– é deslocado de uma posição de equilíbrio. "Se um córrego flui sobre uma rocha, as ondas de gravidade se propagam para cima através da água. Na superfície do córrego, seria possível perceber alterações em sua altura", explica à BBC Colin Wilson, cientista planetário da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que não participou da pesquisa. "Mas o que acontece em Vênus é diferente, porque estamos vendo o fenômeno acontecer em meio a temperaturas máximas nas nuvens. As partículas atmosféricas estão se movimentando para cima e para baixo, tal como as partículas da água", acrescenta. O estudo, de acordo com os pesquisadores, "mostra uma evidência direta da existência de ondas de gravidade estacionárias [fixas], e também indica que tais ondas de gravidade estacionárias podem ter uma escala muito maior –talvez a maior já observada no sistema solar". "O que torna esse fenômeno especial é que ele se estende de polo a polo em Vênus", destaca Colin. "Acontece que não há uma formação como essa em Júpiter porque, com a rotação do planeta é muito mais rápida, sua atmosfera é dividida em cinturões. A rotação lenta de Vênus permite, por outro lado, uma formação desse tipo", acrescenta o especialista. Ainda não se sabe se as ondas gravitacionais geradas pela topografia montanhosa de Vênus podem se movimentar para as partes superiores das nuvens do planeta. Mas as observações indicam que a dinâmica atmosférica pode ser mais complexa do que os cientistas inicialmente previram. Wilson participou da missão Venus Express, da Agência Espacial Europeia, que terminou em dezembro de 2014. Perto do fim da expedição, a nave espacial detectou sinais da existência de atividade vulcânica no planeta vizinho da Terra. "Nossa equipe só viu isso em uma localidade de Vênus. O fato de Akatsuki estar lá por alguns anos e equipada com o tipo correto de câmeras vai permitir potencialmente detectar mais desses eventos vulcânicos ativos", concluiu Wilson.
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Cientistas observam onda de gravidade gigantesca em VênusUma gigante onda na atmosfera de Vênus pode ser a maior de seu tipo no sistema solar. Astrônomos dizem acreditar que a formação, observada de uma nave espacial japonesa, teria sido gerada de modo "muito semelhante" às ondulações formadas quando a água flui sobre rochas em um leito de riacho. Nesse caso, a onda é formada pelo fluxo da baixa atmosfera sobre as montanhas de Vênus. As descobertas foram publicadas na revista científica "Nature Geoscience Journal". Logo depois de entrar na órbita de Vênus, em 2015, a nave espacial Akatsuki registrou um fenômeno em forma de arco na atmosfera superior do planeta por vários dias. Curiosamente, a estrutura brilhante –que se estende por 10 mil km (23 vezes a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo)– permaneceu fixa no topo das nuvens de Vênus. O fenômeno surpreende porque na espessa atmosfera superior de Vênus, as nuvens se movimentam a 360 km/h. Ou seja, se locomovem muito mais rápido do que a lenta rotação do planeta abaixo delas, onde um dia dura mais do que o tempo que o planeta leva para orbitar em torno do sol. Makoto Taguchi, da Universidade de Tóquio, Atsushi Yamazaki, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) e outros cientistas mostraram que a zona luminosa ficou parada sobre uma região montanhosa na superfície do planeta, conhecida como Aphrodite Terra. Eles também descobriram que ela era mais quente do que as partes circundantes da atmosfera. FENÔMENO ESPECIAL Segundo os cientistas, o fenômeno é o resultado de uma onda de gravidade gerada na medida em que a atmosfera mais baixa atravessa as montanhas e se espalha para cima através da atmosfera espessa de Vênus. As ondas de gravidade ocorrem quando um fluido –como um líquido, gás ou plasma– é deslocado de uma posição de equilíbrio. "Se um córrego flui sobre uma rocha, as ondas de gravidade se propagam para cima através da água. Na superfície do córrego, seria possível perceber alterações em sua altura", explica à BBC Colin Wilson, cientista planetário da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que não participou da pesquisa. "Mas o que acontece em Vênus é diferente, porque estamos vendo o fenômeno acontecer em meio a temperaturas máximas nas nuvens. As partículas atmosféricas estão se movimentando para cima e para baixo, tal como as partículas da água", acrescenta. O estudo, de acordo com os pesquisadores, "mostra uma evidência direta da existência de ondas de gravidade estacionárias [fixas], e também indica que tais ondas de gravidade estacionárias podem ter uma escala muito maior –talvez a maior já observada no sistema solar". "O que torna esse fenômeno especial é que ele se estende de polo a polo em Vênus", destaca Colin. "Acontece que não há uma formação como essa em Júpiter porque, com a rotação do planeta é muito mais rápida, sua atmosfera é dividida em cinturões. A rotação lenta de Vênus permite, por outro lado, uma formação desse tipo", acrescenta o especialista. Ainda não se sabe se as ondas gravitacionais geradas pela topografia montanhosa de Vênus podem se movimentar para as partes superiores das nuvens do planeta. Mas as observações indicam que a dinâmica atmosférica pode ser mais complexa do que os cientistas inicialmente previram. Wilson participou da missão Venus Express, da Agência Espacial Europeia, que terminou em dezembro de 2014. Perto do fim da expedição, a nave espacial detectou sinais da existência de atividade vulcânica no planeta vizinho da Terra. "Nossa equipe só viu isso em uma localidade de Vênus. O fato de Akatsuki estar lá por alguns anos e equipada com o tipo correto de câmeras vai permitir potencialmente detectar mais desses eventos vulcânicos ativos", concluiu Wilson.
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OAB decide cassar registro de advogado de José Dirceu
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu cassar o registro de advogado do ex-ministro José Dirceu. A entidade manteve decisão da seção paulista da Ordem que já tinha decidido, após a sua condenação no mensalão, pelo desligamento do petista. Em agosto do ano passado, os conselheiros da seccional paulista já haviam considerado que Dirceu não tem idoneidade para advogar, um dos requisitos básicos da profissão, de acordo com o Estatuto da Advocacia. A inscrição de Dirceu foi cassada porque, segundo a OAB, ele cometeu um "crime infamante". Ele pode recorrer da decisão no prazo de 15 dias.
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OAB decide cassar registro de advogado de José DirceuA OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu cassar o registro de advogado do ex-ministro José Dirceu. A entidade manteve decisão da seção paulista da Ordem que já tinha decidido, após a sua condenação no mensalão, pelo desligamento do petista. Em agosto do ano passado, os conselheiros da seccional paulista já haviam considerado que Dirceu não tem idoneidade para advogar, um dos requisitos básicos da profissão, de acordo com o Estatuto da Advocacia. A inscrição de Dirceu foi cassada porque, segundo a OAB, ele cometeu um "crime infamante". Ele pode recorrer da decisão no prazo de 15 dias.
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Lançamentos nacionais fazem ode ao amor e tributo a Tom Zé
FROU FROU "Agora é tarde, estou entregue": em seu terceiro disco solo, Bárbara Eugênia faz uma ode ao amor —tema também presente nos álbuns anteriores da cantora, "É o que Temos" (2013) e "Journal de Bad" (2010). Se o assunto é o mesmo, a trilha, agora, é diferente. Ela passa pela disco music americana e pelo rock nacional dos anos 80, flertando, em alguns momentos, com a new wave e o pós-punk (a exemplo de "Doppelganger Love", com letra em inglês). Acompanhada do guitarrista Davi Bernardo, do baixista Jesus Sanchez e do baterista Clayton Martin, que coproduziu o disco ao lado da cantora, Bárbara cria um clima de "Sessão da Tarde", leve e adocicado, mas com direito a alguma dose de drama: "Recomeçar", canção composta pelo guitarrista Fernando Catatau, líder do Cidadão Instigado, poderia estar no repertório de Roberto Carlos ou Odair José. "Frou Frou" conta ainda com participações de Andreia Dias, Blubell e Claudia Dorei ("Para Curar o Coração"), entre outros nomes da nova geração. (LÍGIA NOGUEIRA) BÁRBARA EUGÊNIA QUANTO: R$ 25 (CD) ou download gratuito em barbaraeugenia.com GRAVADORA: independente * MULTIPLICAR-SE ÚNICA - CANÇÕES DE TOM ZÉ A cantora e compositora paulistana Regina Machado tem três CDs lançados anteriormente a "Multiplicar-se Única - Canções de Tom Zé", seu quarto disco. São eles: "Sobre a Paixão" (2000), "Pulsar" (2004) e "Agora o Céu Vai Ficando Claro" (2010). Ninguém melhor do que ela para registrar as nove músicas muito bem escolhidas do mestre Tom Zé, que em 50 anos de carreira produziu verdadeiras pérolas, sempre se reinventado. Além de ter trabalhado com o baiano como vocalista, nos anos 1980, adquirindo experiência suficiente para se tornar instrumento de suas canções, Regina se cercou para esta empreitada de um dos melhores arranjadores da atualidade, Dante Ozzetti. Entre as músicas buriladas por Ozzetti, "Menina Jesus", do LP de Tom Zé "Correio da Estação do Brás" (1978); "Augusta, Angélica e Consolação" (1973); "Multiplicar-se Única" (1990) e "João nos Tribunais" (2008), que homenageia João Gilberto. Todas trazem uma cantora com voz clara, segura, repleta de sutilezas e ótima de se ouvir. (CARLOS BOZZO JUNIOR) REGINA MACHADO QUANTO: R$ 27 GRAVADORA: Tratore * PAS À PAS Temos aqui 12 faixas gravadas com músicas que misturam prazerosamente Brasil e França. Pela sonoridade do disco, que passa por choros, sambas e baião, com letras em francês e em português, fica fácil acrescentar, sem forçar em nada, a inserção da letra "F" na sigla da MPB. As artistas e compositoras Aurélie Tyszblat e Verioca Lherm formam uma dupla francesa apaixonada por música brasileira. Ambas são conhecidas e respeitadas por artistas brasileiros. Entre eles, o compositor e violonista Guinga, a cantora Joyce e o compositor Eduardo Gudin. Para o último disco de Gudin, as "fransileiras" gravaram "Un Autre Quai", bela versão francesa de "Outro Cais", música dele, com letra de Costa Netto. Em "Pas à Pas", a dupla registrou "Le Temps d'un Samba", versão de "O Tempo de um Samba", de Swami Jr., além de "À la Derive", como foi rebatizada a música "Lôro", de Egberto Gismonti, que ganhou letra inspirada de Aurélie. Todas músicas de tirar o "châpeau". MPB com requinte francês. (CBJ) AURÉLIE E VERIOCA QUANTO: R$ 20 GRAVADORA: Tratore * ANGANGA A cantora Juçara Marçal (do encantado "Encarnado") e o músico carioca Cadu Tenório criaram ousada linguagem musical para forjar este belíssimo álbum: os vissungos, cantos fúnebres afrobrasileiros coletados no âmbito da Missão de Pesquisas Folclóricas, em 1938, repotencializam suas vozes mergulhados no rio vital da música eletrônica e experimental. A poderosa imersão propiciada ao vivo se mantém na precisa sequência de faixas, que combina choques sonoros, microfonias insólitas e líricas suspensões em atmosferas de sonho e revolta. Dos gritos e ecos sobre fundo denso que, em "Eká", tingem tudo de escuro, surge o tradicional "Muriquinho piquinino..." entoado com doçura por Juçara de dentro de som metálico repetitivo ("Canto II"). Palavras que misturam línguas, estranhamentos eletrônicos e barulhos prosaicos propõem novos "gestos" auditivos. A beleza avassaladora da música de ruídos transfigura os cantos ancestrais da dor que é "morte-vida", única e indivisível experiência humana. (ROBERTO ALVES) JUÇARA MARÇAL E CADU TENÓRIO QUANTO: R$ 29 (CD) ou download gratuito em sinewave.com.br GRAVADORA: independente * MENINA DA JANELA Quem já teve a chance de assistir a um show do Clube do Balanço sabe que as apresentações dessa banda paulistana se confundem com bailes. Nem poderia ser diferente, já que o guitarrista Marco Mattoli e seus parceiros são especialistas em samba-rock, samba de gafieira e outros ritmos com vocação para a dança. No álbum "Menina da Janela", a banda oferece canções e temas instrumentais para fazer a festa dos dançarinos, que também podem ser ouvidos com muito prazer. O irresistível samba "Time Contra" (parceria de Mattoli com Ney Lopes e Magnu Sousa) é recheado de metáforas futebolísticas. O samba-soul "Vício Perfeito" (Mattoli) ganha brilho com a aparição de um naipe de metais. Cantado com elegância pela vocalista e compositora Tereza Gama, "Nó" remete aos intrincados volteios e entrelaços dos dançarinos de samba-rock. Não se surpreenda se não conseguir ouvir o Clube do Balanço sem mexer os pés. (CARLOS CALADO) CLUBE DO BALANÇO QUANTO: R$ 24 GRAVADORA: Yb * CAFÉ NO BULE Fruto da inédita parceria do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos com o cantor maranhense Zeca Baleiro e o baixista paulista Paulo Lepetit, artistas que já deixaram suas marcas em diferentes gêneros da música popular brasileira, o álbum "Café no Bule" logo envolve o ouvinte com sua descontração. O samba de terreiro "Batuque na Panela" antecipa o tom bem-humorado de outras faixas, como o coco-de-roda "Mosca de Bolo" ou o "Xote do Tarzan". Também chama atenção a diversidade rítmica do repertório, quase todo assinado pelos três parceiros, que vai de uma dançante ciranda ("Ciranda da Meia-noite") a um maracatu com tiradas filosóficas ("Loa"), passando pelo afoxé "A Dama do Chama-Maré", que ganhou tempero de reggae e um naipe de metais. Um disco que não nasceu da pretensão de criar canções rebuscadas, mas sim do prazer proporcionado por esse encontro musical. Prazer que também se estende ao ouvinte. (CC) NANÁ VASCONCELOS, PAULO LEPETIT E ZECA BALEIRO QUANTO: R$ 20 GRAVADORA: Selo Sesc
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Lançamentos nacionais fazem ode ao amor e tributo a Tom ZéFROU FROU "Agora é tarde, estou entregue": em seu terceiro disco solo, Bárbara Eugênia faz uma ode ao amor —tema também presente nos álbuns anteriores da cantora, "É o que Temos" (2013) e "Journal de Bad" (2010). Se o assunto é o mesmo, a trilha, agora, é diferente. Ela passa pela disco music americana e pelo rock nacional dos anos 80, flertando, em alguns momentos, com a new wave e o pós-punk (a exemplo de "Doppelganger Love", com letra em inglês). Acompanhada do guitarrista Davi Bernardo, do baixista Jesus Sanchez e do baterista Clayton Martin, que coproduziu o disco ao lado da cantora, Bárbara cria um clima de "Sessão da Tarde", leve e adocicado, mas com direito a alguma dose de drama: "Recomeçar", canção composta pelo guitarrista Fernando Catatau, líder do Cidadão Instigado, poderia estar no repertório de Roberto Carlos ou Odair José. "Frou Frou" conta ainda com participações de Andreia Dias, Blubell e Claudia Dorei ("Para Curar o Coração"), entre outros nomes da nova geração. (LÍGIA NOGUEIRA) BÁRBARA EUGÊNIA QUANTO: R$ 25 (CD) ou download gratuito em barbaraeugenia.com GRAVADORA: independente * MULTIPLICAR-SE ÚNICA - CANÇÕES DE TOM ZÉ A cantora e compositora paulistana Regina Machado tem três CDs lançados anteriormente a "Multiplicar-se Única - Canções de Tom Zé", seu quarto disco. São eles: "Sobre a Paixão" (2000), "Pulsar" (2004) e "Agora o Céu Vai Ficando Claro" (2010). Ninguém melhor do que ela para registrar as nove músicas muito bem escolhidas do mestre Tom Zé, que em 50 anos de carreira produziu verdadeiras pérolas, sempre se reinventado. Além de ter trabalhado com o baiano como vocalista, nos anos 1980, adquirindo experiência suficiente para se tornar instrumento de suas canções, Regina se cercou para esta empreitada de um dos melhores arranjadores da atualidade, Dante Ozzetti. Entre as músicas buriladas por Ozzetti, "Menina Jesus", do LP de Tom Zé "Correio da Estação do Brás" (1978); "Augusta, Angélica e Consolação" (1973); "Multiplicar-se Única" (1990) e "João nos Tribunais" (2008), que homenageia João Gilberto. Todas trazem uma cantora com voz clara, segura, repleta de sutilezas e ótima de se ouvir. (CARLOS BOZZO JUNIOR) REGINA MACHADO QUANTO: R$ 27 GRAVADORA: Tratore * PAS À PAS Temos aqui 12 faixas gravadas com músicas que misturam prazerosamente Brasil e França. Pela sonoridade do disco, que passa por choros, sambas e baião, com letras em francês e em português, fica fácil acrescentar, sem forçar em nada, a inserção da letra "F" na sigla da MPB. As artistas e compositoras Aurélie Tyszblat e Verioca Lherm formam uma dupla francesa apaixonada por música brasileira. Ambas são conhecidas e respeitadas por artistas brasileiros. Entre eles, o compositor e violonista Guinga, a cantora Joyce e o compositor Eduardo Gudin. Para o último disco de Gudin, as "fransileiras" gravaram "Un Autre Quai", bela versão francesa de "Outro Cais", música dele, com letra de Costa Netto. Em "Pas à Pas", a dupla registrou "Le Temps d'un Samba", versão de "O Tempo de um Samba", de Swami Jr., além de "À la Derive", como foi rebatizada a música "Lôro", de Egberto Gismonti, que ganhou letra inspirada de Aurélie. Todas músicas de tirar o "châpeau". MPB com requinte francês. (CBJ) AURÉLIE E VERIOCA QUANTO: R$ 20 GRAVADORA: Tratore * ANGANGA A cantora Juçara Marçal (do encantado "Encarnado") e o músico carioca Cadu Tenório criaram ousada linguagem musical para forjar este belíssimo álbum: os vissungos, cantos fúnebres afrobrasileiros coletados no âmbito da Missão de Pesquisas Folclóricas, em 1938, repotencializam suas vozes mergulhados no rio vital da música eletrônica e experimental. A poderosa imersão propiciada ao vivo se mantém na precisa sequência de faixas, que combina choques sonoros, microfonias insólitas e líricas suspensões em atmosferas de sonho e revolta. Dos gritos e ecos sobre fundo denso que, em "Eká", tingem tudo de escuro, surge o tradicional "Muriquinho piquinino..." entoado com doçura por Juçara de dentro de som metálico repetitivo ("Canto II"). Palavras que misturam línguas, estranhamentos eletrônicos e barulhos prosaicos propõem novos "gestos" auditivos. A beleza avassaladora da música de ruídos transfigura os cantos ancestrais da dor que é "morte-vida", única e indivisível experiência humana. (ROBERTO ALVES) JUÇARA MARÇAL E CADU TENÓRIO QUANTO: R$ 29 (CD) ou download gratuito em sinewave.com.br GRAVADORA: independente * MENINA DA JANELA Quem já teve a chance de assistir a um show do Clube do Balanço sabe que as apresentações dessa banda paulistana se confundem com bailes. Nem poderia ser diferente, já que o guitarrista Marco Mattoli e seus parceiros são especialistas em samba-rock, samba de gafieira e outros ritmos com vocação para a dança. No álbum "Menina da Janela", a banda oferece canções e temas instrumentais para fazer a festa dos dançarinos, que também podem ser ouvidos com muito prazer. O irresistível samba "Time Contra" (parceria de Mattoli com Ney Lopes e Magnu Sousa) é recheado de metáforas futebolísticas. O samba-soul "Vício Perfeito" (Mattoli) ganha brilho com a aparição de um naipe de metais. Cantado com elegância pela vocalista e compositora Tereza Gama, "Nó" remete aos intrincados volteios e entrelaços dos dançarinos de samba-rock. Não se surpreenda se não conseguir ouvir o Clube do Balanço sem mexer os pés. (CARLOS CALADO) CLUBE DO BALANÇO QUANTO: R$ 24 GRAVADORA: Yb * CAFÉ NO BULE Fruto da inédita parceria do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos com o cantor maranhense Zeca Baleiro e o baixista paulista Paulo Lepetit, artistas que já deixaram suas marcas em diferentes gêneros da música popular brasileira, o álbum "Café no Bule" logo envolve o ouvinte com sua descontração. O samba de terreiro "Batuque na Panela" antecipa o tom bem-humorado de outras faixas, como o coco-de-roda "Mosca de Bolo" ou o "Xote do Tarzan". Também chama atenção a diversidade rítmica do repertório, quase todo assinado pelos três parceiros, que vai de uma dançante ciranda ("Ciranda da Meia-noite") a um maracatu com tiradas filosóficas ("Loa"), passando pelo afoxé "A Dama do Chama-Maré", que ganhou tempero de reggae e um naipe de metais. Um disco que não nasceu da pretensão de criar canções rebuscadas, mas sim do prazer proporcionado por esse encontro musical. Prazer que também se estende ao ouvinte. (CC) NANÁ VASCONCELOS, PAULO LEPETIT E ZECA BALEIRO QUANTO: R$ 20 GRAVADORA: Selo Sesc
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Governo e Farc retomam diálogo em Cuba para salvar processo de paz
O governo colombiano e a guerrilha das Farc começaram a negociar neste sábado (22), em Havana, propostas de ajuste ao acordo que foi rejeitado em um plebiscito em 2 de outubro. O objetivo é tentar salvar o processo de paz na Colômbia. "Encontro de delegados e de assessores do governo e das Farc em Havana. Começando diálogo construtivo. Vamos pela paz", anunciou por mensagens a delegação do governo, que também publicou uma foto da reunião em "El Laguito" —um complexo residencial no oeste da capital cubana. "O ambiente é de otimismo. Vamos pela paz", tuitou o chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño (conhecido como "Timoleón Jiménez" ou "Timochenko"), destacando que as partes estão "buscando pontos de confluência". O principal negociador da guerrilha, Iván Márquez, destacou que, no encontro, "analisam-se pontos de vista de diversos setores da sociedade sobre acordo de paz". Antes de viajar para Havana na sexta (21), o chefe da delegação oficial, Humberto de la Calle, explicou que o objetivo é debater "ajustes e detalhes com o propósito de conseguir um novo acordo que permita abrir a etapa de consolidação da paz". Em pronunciamento da Casa de Nariño, o palácio presidencial colombiano, De la Calle admitiu que o processo de paz na Colômbia está "frágil", após o "não" do plebiscito, mas destacou o "ânimo patriótico" que encontrou nas "dezenas" de propostas dos diversos setores políticos e sociais contrários ao acordo final.
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Governo e Farc retomam diálogo em Cuba para salvar processo de pazO governo colombiano e a guerrilha das Farc começaram a negociar neste sábado (22), em Havana, propostas de ajuste ao acordo que foi rejeitado em um plebiscito em 2 de outubro. O objetivo é tentar salvar o processo de paz na Colômbia. "Encontro de delegados e de assessores do governo e das Farc em Havana. Começando diálogo construtivo. Vamos pela paz", anunciou por mensagens a delegação do governo, que também publicou uma foto da reunião em "El Laguito" —um complexo residencial no oeste da capital cubana. "O ambiente é de otimismo. Vamos pela paz", tuitou o chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño (conhecido como "Timoleón Jiménez" ou "Timochenko"), destacando que as partes estão "buscando pontos de confluência". O principal negociador da guerrilha, Iván Márquez, destacou que, no encontro, "analisam-se pontos de vista de diversos setores da sociedade sobre acordo de paz". Antes de viajar para Havana na sexta (21), o chefe da delegação oficial, Humberto de la Calle, explicou que o objetivo é debater "ajustes e detalhes com o propósito de conseguir um novo acordo que permita abrir a etapa de consolidação da paz". Em pronunciamento da Casa de Nariño, o palácio presidencial colombiano, De la Calle admitiu que o processo de paz na Colômbia está "frágil", após o "não" do plebiscito, mas destacou o "ânimo patriótico" que encontrou nas "dezenas" de propostas dos diversos setores políticos e sociais contrários ao acordo final.
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Carros de alta tecnologia colocam Detroit e Vale do Silício frente a frente
O escritório lembra muito o de uma start-up de tecnologia. No saguão de entrada, há um grande pufe, e as paredes estão cobertas de quadros brancos facilmente apagáveis, para as sessões de "brainstorm". O cachorrinho de alguém brinca alegremente em uma sacada ensolarada. Bem-vindo à sede da Ford em Palo Alto, a apenas dez quilômetros da sede do Google. Enquanto isso, em um edifício industrial anônimo no subúrbio de Detroit, a curta distância da sede da Ford, operários estão ocupados construindo uma pequena frota de carros que se dirigem sozinho. A companhia por trás do projeto? O Google. A convergência entre carros e computadores está começando a se sobrepor à divisão geográfica tradicional entre os setores. O Vale do Silício está repleto de laboratórios de pesquisa operados por montadoras de automóveis e seus fornecedores, que correm para desenvolver sistemas de informação e entretenimento de alta tecnologia e carros que se dirigem sozinhos. Empresas de tecnologia -em busca de crescimento e percebendo um setor que pode ser invadido com facilidade- estão se encaminhando a Detroit a fim de compreender melhor a indústria automobilística e incorporar seu software aos carros. O resultado é tanto uma concorrência aquecida quanto cooperação sem precedentes entre dois setores que, até cinco anos atrás, mal se falavam. "É uma polinização cruzada. Estamos educando os dois lados", disse Niall Berkery, que comanda o escritório da Telenav, uma produtora de software de navegação de Sunnyvale, Califórnia, em Detroit. Também há muito roubo de pessoal. A Apple recentemente contratou o antigo diretor de qualidade da Fiat Chrysler. O serviço de carros compartilhados Uber contratou 40 pesquisadores do laboratório de robótica da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh. O diretor de desenvolvimento de veículos da Tesla no passado era executivo da Apple. Por anos, o setor de tecnologia, que costuma avançar rapidamente, demonstrou pouco respeito pela ponderada indústria automobilística. O Google e a Tesla, fabricante de carros elétricos sediada em Palo Alto, ajudaram a mudar esse quadro. "As pessoas acham que é o reluzente Vale do Silício contra a enferrujada Detroit, mas isso é besteira", disse Chris Urmson, que comanda o programa de carros autônomos do Google. "Se você observar a complexidade de um veículo, ele é uma maravilha da engenharia". Dragos Maciuca, que foi engenheiro na Apple e hoje é diretor técnico do laboratório de pesquisa da Ford em Palo Alto, diz que percebe uma nova empolgação quanto ao setor automobilístico no Vale do Silício. Entre outras coisas, porque carros oferecem um senso palpável de realização para engenheiros de software. "Se você trabalha no Google ou Yahoo, é difícil apontar para alguma coisa e dizer 'fui eu que escrevi aquele código'. É difícil ficar empolgado com o trabalho, ou mostrá-lo aos filhos", diz Maciuca. Mas as pretensiosas empresas de tecnologia tiveram de se adaptar aos padrões severos do setor automobilístico, que requer que a tecnologia trabalhe com perfeição, por anos, sob toda espécie de condição. Maciuca dedica boa parte de seu tempo a educar os desenvolvedores de software e apps quanto às necessidades do setor. "O Vale do Silício opera com esse modelo de um produto minimamente viável. É fácil jogar coisas ali, testá-las e ver se funcionam", diz Maciuca. "Mas nós não podemos fazer o mesmo". A Nvidia, sediada em Santa Clara, Califórnia, era mais conhecida por produzir chips para jogos de computador, antes de ingressar no setor automobilístico. Agora, ela produz os processadores que acionam a tela de 17 polegadas que equipa o painel dos Tesla e dos carros autoguiados experimentais da Audi, entre outros itens. A empresa teve de desenvolver novas técnicas de produção e obter níveis mais elevados de certificação para o setor automobilístico, como testes para garantir que seus chips funcionariam mesmo sob temperaturas abaixo de zero, disse Danny Shapiro, diretor sênior da área automotiva da empresa. De sua parte, as montadoras estão aprendendo que lançar carros que ficam estáticos por anos, até que um novo modelo surja, deixou de ser prático. Por insistência de companhias como a Telenav e a Nvidia, elas estão aprendendo a montar carros com recursos de navegação, informação e entretenimento que podem ser atualizados constantemente. Mercedes-Benz, Tesla, Toyota, BMW e outras agora podem conduzir atualização sem fio do software de um veículo, para resolver problemas ou ampliar sua capacidade. Shapiro diz que a indústria automobilística, sempre preocupada com custos, precisa aprender a gastar um pouco mais - talvez US$ 10 ou US$ 20 por carro - em hardware de computação. As montadoras de automóveis muitas vezes optam pela escolha mais barata, mas terminam gastando mais consertando defeitos ou porque se veem forçadas a substituir processadores que não oferecem potência suficiente para adicionar atualizações. A Nvidia agora conta com oito engenheiros permanentemente estacionados em diversas montadoras, no Estado do Michigan. "Nós os ajudamos a adotar uma postura mais parecida com a da indústria da computação, que não é a de reinventar aquilo que eles fazem a cada cinco a sete anos", disse Shapiro. Mesmo com esse novo espírito de colaboração, as montadoras e as empresas de tecnologia usam seus laboratórios locais para espionar um pouco. Frankie James, ex-pesquisadora da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) norte-americana e hoje diretora do escritório da General Motors em Palo Alto, diz que perceber tendências e potenciais ameaças é uma das partes mais importantes de seu trabalho. A equipe dela alertou a GM sobre a tendência de compartilhamento de carros, e a montadora investiu US$ 3 bilhões na Relay Rides em 2011. Agora, ela está observando companhias que podem mudar o cenário do setor automobilístico, como o Google e a Apple. O Google prometeu que teria um carro autoguiado no mercado em cinco anos, e a Apple contratou pessoas da Tesla, Ford e outras montadoras de automóveis para um projeto altamente secreto. "Precisamos pensar que, se a Apple vai produzir determinada coisa porque tem uma determinada visão do futuro, o que podemos fazer se adotarmos visão semelhante? Como jogar, daqui por diante?", disse James. O setor de tecnologia também está protegendo sua retaguarda. A Telenav está desenvolvendo um novo sistema de navegação para a picape Tacoma e outros modelos Toyota, em 2016, mas a Apple e o Google também disputam espaço nos painéis dos carros com seus sistemas CarPlay e Android Auto, que dão aos motoristas acesso a certos apps em seus smartphones. Berkery, da Telenav, diz que o setor automobilístico responde por 70% dos negócios de sua empresa, ante apenas 10% quando o escritório de Detroit, que hoje tem 10 pessoas, foi aberto, quatro anos atrás. O sucesso em Detroit levou a novos escritórios em Berlim, Xangai e Tóquio. "Muita coisa mudará nesse panorama, e novos participantes chegarão ao mercado", diz Berkery. "Não há garantia de que as empresas tradicionais do setor terão sucesso". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Carros de alta tecnologia colocam Detroit e Vale do Silício frente a frenteO escritório lembra muito o de uma start-up de tecnologia. No saguão de entrada, há um grande pufe, e as paredes estão cobertas de quadros brancos facilmente apagáveis, para as sessões de "brainstorm". O cachorrinho de alguém brinca alegremente em uma sacada ensolarada. Bem-vindo à sede da Ford em Palo Alto, a apenas dez quilômetros da sede do Google. Enquanto isso, em um edifício industrial anônimo no subúrbio de Detroit, a curta distância da sede da Ford, operários estão ocupados construindo uma pequena frota de carros que se dirigem sozinho. A companhia por trás do projeto? O Google. A convergência entre carros e computadores está começando a se sobrepor à divisão geográfica tradicional entre os setores. O Vale do Silício está repleto de laboratórios de pesquisa operados por montadoras de automóveis e seus fornecedores, que correm para desenvolver sistemas de informação e entretenimento de alta tecnologia e carros que se dirigem sozinhos. Empresas de tecnologia -em busca de crescimento e percebendo um setor que pode ser invadido com facilidade- estão se encaminhando a Detroit a fim de compreender melhor a indústria automobilística e incorporar seu software aos carros. O resultado é tanto uma concorrência aquecida quanto cooperação sem precedentes entre dois setores que, até cinco anos atrás, mal se falavam. "É uma polinização cruzada. Estamos educando os dois lados", disse Niall Berkery, que comanda o escritório da Telenav, uma produtora de software de navegação de Sunnyvale, Califórnia, em Detroit. Também há muito roubo de pessoal. A Apple recentemente contratou o antigo diretor de qualidade da Fiat Chrysler. O serviço de carros compartilhados Uber contratou 40 pesquisadores do laboratório de robótica da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh. O diretor de desenvolvimento de veículos da Tesla no passado era executivo da Apple. Por anos, o setor de tecnologia, que costuma avançar rapidamente, demonstrou pouco respeito pela ponderada indústria automobilística. O Google e a Tesla, fabricante de carros elétricos sediada em Palo Alto, ajudaram a mudar esse quadro. "As pessoas acham que é o reluzente Vale do Silício contra a enferrujada Detroit, mas isso é besteira", disse Chris Urmson, que comanda o programa de carros autônomos do Google. "Se você observar a complexidade de um veículo, ele é uma maravilha da engenharia". Dragos Maciuca, que foi engenheiro na Apple e hoje é diretor técnico do laboratório de pesquisa da Ford em Palo Alto, diz que percebe uma nova empolgação quanto ao setor automobilístico no Vale do Silício. Entre outras coisas, porque carros oferecem um senso palpável de realização para engenheiros de software. "Se você trabalha no Google ou Yahoo, é difícil apontar para alguma coisa e dizer 'fui eu que escrevi aquele código'. É difícil ficar empolgado com o trabalho, ou mostrá-lo aos filhos", diz Maciuca. Mas as pretensiosas empresas de tecnologia tiveram de se adaptar aos padrões severos do setor automobilístico, que requer que a tecnologia trabalhe com perfeição, por anos, sob toda espécie de condição. Maciuca dedica boa parte de seu tempo a educar os desenvolvedores de software e apps quanto às necessidades do setor. "O Vale do Silício opera com esse modelo de um produto minimamente viável. É fácil jogar coisas ali, testá-las e ver se funcionam", diz Maciuca. "Mas nós não podemos fazer o mesmo". A Nvidia, sediada em Santa Clara, Califórnia, era mais conhecida por produzir chips para jogos de computador, antes de ingressar no setor automobilístico. Agora, ela produz os processadores que acionam a tela de 17 polegadas que equipa o painel dos Tesla e dos carros autoguiados experimentais da Audi, entre outros itens. A empresa teve de desenvolver novas técnicas de produção e obter níveis mais elevados de certificação para o setor automobilístico, como testes para garantir que seus chips funcionariam mesmo sob temperaturas abaixo de zero, disse Danny Shapiro, diretor sênior da área automotiva da empresa. De sua parte, as montadoras estão aprendendo que lançar carros que ficam estáticos por anos, até que um novo modelo surja, deixou de ser prático. Por insistência de companhias como a Telenav e a Nvidia, elas estão aprendendo a montar carros com recursos de navegação, informação e entretenimento que podem ser atualizados constantemente. Mercedes-Benz, Tesla, Toyota, BMW e outras agora podem conduzir atualização sem fio do software de um veículo, para resolver problemas ou ampliar sua capacidade. Shapiro diz que a indústria automobilística, sempre preocupada com custos, precisa aprender a gastar um pouco mais - talvez US$ 10 ou US$ 20 por carro - em hardware de computação. As montadoras de automóveis muitas vezes optam pela escolha mais barata, mas terminam gastando mais consertando defeitos ou porque se veem forçadas a substituir processadores que não oferecem potência suficiente para adicionar atualizações. A Nvidia agora conta com oito engenheiros permanentemente estacionados em diversas montadoras, no Estado do Michigan. "Nós os ajudamos a adotar uma postura mais parecida com a da indústria da computação, que não é a de reinventar aquilo que eles fazem a cada cinco a sete anos", disse Shapiro. Mesmo com esse novo espírito de colaboração, as montadoras e as empresas de tecnologia usam seus laboratórios locais para espionar um pouco. Frankie James, ex-pesquisadora da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) norte-americana e hoje diretora do escritório da General Motors em Palo Alto, diz que perceber tendências e potenciais ameaças é uma das partes mais importantes de seu trabalho. A equipe dela alertou a GM sobre a tendência de compartilhamento de carros, e a montadora investiu US$ 3 bilhões na Relay Rides em 2011. Agora, ela está observando companhias que podem mudar o cenário do setor automobilístico, como o Google e a Apple. O Google prometeu que teria um carro autoguiado no mercado em cinco anos, e a Apple contratou pessoas da Tesla, Ford e outras montadoras de automóveis para um projeto altamente secreto. "Precisamos pensar que, se a Apple vai produzir determinada coisa porque tem uma determinada visão do futuro, o que podemos fazer se adotarmos visão semelhante? Como jogar, daqui por diante?", disse James. O setor de tecnologia também está protegendo sua retaguarda. A Telenav está desenvolvendo um novo sistema de navegação para a picape Tacoma e outros modelos Toyota, em 2016, mas a Apple e o Google também disputam espaço nos painéis dos carros com seus sistemas CarPlay e Android Auto, que dão aos motoristas acesso a certos apps em seus smartphones. Berkery, da Telenav, diz que o setor automobilístico responde por 70% dos negócios de sua empresa, ante apenas 10% quando o escritório de Detroit, que hoje tem 10 pessoas, foi aberto, quatro anos atrás. O sucesso em Detroit levou a novos escritórios em Berlim, Xangai e Tóquio. "Muita coisa mudará nesse panorama, e novos participantes chegarão ao mercado", diz Berkery. "Não há garantia de que as empresas tradicionais do setor terão sucesso". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Revisão de políticas e marco regulatório para petróleo e gás
O novo plano de negócios para o período de 2015 a 2019, anunciado em 29 de junho pela Petrobras, com dispêndios de US$ 130,3 bilhões, representando corte de US$ 76,5 bilhões ou 37%, foi um novo capítulo da crise no setor de petróleo e gás. Diversas áreas foram afetadas, inclusive a exploração e produção, impactando boa parte da cadeia fornecedora. Em consequência, deixarão de ser criados, no período, 349 mil empregos diretos e o PIB crescerá 0,45% menos a cada ano. Para a recuperação da cadeia é fundamental o aperfeiçoamento das políticas públicas e seu marco regulatório. Isso não elimina a necessidade de medidas de curto prazo, como a conclusão das apurações de corrupção, punição legal dos culpados, compliance e absorção do contundente impacto de custos na contabilidade da Petrobras. O processo de revitalização baseia-se em dois pilares interdependentes: atração de investimentos; e avanço da curva de produção de petróleo e gás, incluindo o desenvolvimento da cadeia de suprimentos do setor e a inovação. Com relação à atração de investimentos, sobretudo nas áreas de exploração e produção, vale lembrar que o Brasil disputa com várias nações a preferência das grandes empresas internacionais, que detêm tecnologia e capital. Em relação a outras regiões que competem com o país na área, os investimentos feitos aqui são inversamente proporcionais ao tamanho de nossas reservas. A abertura de oportunidades de negócios requer maior previsibilidade de leilões de novas áreas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Eventuais flutuações de preços de óleo não deveriam ser motivo para sua interrupção. Outra melhoria necessária é que, sem prejuízo do rigor técnico, o licenciamento ambiental seja acelerado, pois sua lentidão tem ocasionado "descasamento" com os prazos estabelecidos nos contratos. Isso desestimula o ingresso de novas companhias e retarda investimentos das já instaladas no país. O segundo pilar (avanço da curva de produção de petróleo e gás) é importante para que a cadeia fornecedora obtenha economias de escala e planeje seus investimentos com otimização e racionalização de linhas de produção. Para tanto, é necessário que os leilões tenham frequência estável, possibilitando que a cadeia de fornecimento prepare-se de modo adequado para futuras demandas, deixando de enfrentar incertezas. O Congresso Nacional precisa refletir com urgência sobre a atual obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única dos blocos do pré-sal e deter no mínimo 30% de participação nos consórcios em certas áreas (conforme a lei n° 12.351/2010). Essas regras deveriam ser opcionais, deixando que a empresa priorize investimentos nos projetos que lhe tragam melhores resultados. É necessário considerar que a estatal levará algum tempo para reconstituir sua capacidade de investimentos. Assim, se atrairmos outras operadoras poderemos acelerar o aporte de capital exigido e continuar desenvolvendo novas fronteiras de produção, concorrendo com desenvolvimento de novas tecnologias e processos e fortalecendo a cadeia de suprimentos. Também sabemos não ser verdadeiro que isso prejudicaria o fluxo de royalties destinados à educação e tecnologia. Do ponto de vista da contratação de financiamentos e posicionamento estratégico das empresas fornecedoras, sabemos não ser recomendável ter um só cliente, pois, ante qualquer problema na Petrobras, a crise é automaticamente transferida, destruindo anos de trabalho na formação da cadeia produtiva. Também será imperativo recuperar o importantíssimo segmento das empresas de engenharia de projetos, que foi desmobilizado e relegado a segundo plano. A engenharia nacional deve estar presente na concepção básica e em todas as etapas dos projetos, em alianças com empresas estrangeiras detentoras de "know how" e tecnologia. Nas parcerias, a liderança deve ser das brasileiras ou de estrangeiras com forte base no país. Quanto ao incentivo à inovação, os contratos de exploração e produção determinam, para os campos de alta produtividade, a obrigatoriedade de investimento de 1% de sua receita bruta em pesquisa e desenvolvimento. A maior parte desses recursos deve destinar-se às empresas fornecedoras, sobretudo indústrias, às quais cabe a missão do desenvolvimento tecnológico. A execução dessas ações, com monitoramento da especificação, detalhamento, implementação e coordenação das medidas, tem papel fundamental na recuperação e desenvolvimento da cadeia de petróleo e gás. Em um contexto de contração do mercado interno, o fomento de uma atividade com forte potencial de exportação e grande repercussão no setor produtivo nacional torna-se ainda mais estratégico. O momento também exige rediscutir a aplicação de multas e necessidades de seu provisionamento, que apenam indiscriminadamente todos os que estão no setor. É chegada a hora de o Brasil adotar uma postura pragmática no desenho das políticas para a cadeia de petróleo e gás, que sofreu um grande revés. Porém, se formos rápidos e objetivos, promoveremos sua retomada e tornaremos o país um dos grandes players mundiais na exploração e produção. JOSÉ RICARDO RORIZ COELHO é vice-presidente da FIESP e do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (CONIC) e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (DECOMTEC) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Revisão de políticas e marco regulatório para petróleo e gásO novo plano de negócios para o período de 2015 a 2019, anunciado em 29 de junho pela Petrobras, com dispêndios de US$ 130,3 bilhões, representando corte de US$ 76,5 bilhões ou 37%, foi um novo capítulo da crise no setor de petróleo e gás. Diversas áreas foram afetadas, inclusive a exploração e produção, impactando boa parte da cadeia fornecedora. Em consequência, deixarão de ser criados, no período, 349 mil empregos diretos e o PIB crescerá 0,45% menos a cada ano. Para a recuperação da cadeia é fundamental o aperfeiçoamento das políticas públicas e seu marco regulatório. Isso não elimina a necessidade de medidas de curto prazo, como a conclusão das apurações de corrupção, punição legal dos culpados, compliance e absorção do contundente impacto de custos na contabilidade da Petrobras. O processo de revitalização baseia-se em dois pilares interdependentes: atração de investimentos; e avanço da curva de produção de petróleo e gás, incluindo o desenvolvimento da cadeia de suprimentos do setor e a inovação. Com relação à atração de investimentos, sobretudo nas áreas de exploração e produção, vale lembrar que o Brasil disputa com várias nações a preferência das grandes empresas internacionais, que detêm tecnologia e capital. Em relação a outras regiões que competem com o país na área, os investimentos feitos aqui são inversamente proporcionais ao tamanho de nossas reservas. A abertura de oportunidades de negócios requer maior previsibilidade de leilões de novas áreas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Eventuais flutuações de preços de óleo não deveriam ser motivo para sua interrupção. Outra melhoria necessária é que, sem prejuízo do rigor técnico, o licenciamento ambiental seja acelerado, pois sua lentidão tem ocasionado "descasamento" com os prazos estabelecidos nos contratos. Isso desestimula o ingresso de novas companhias e retarda investimentos das já instaladas no país. O segundo pilar (avanço da curva de produção de petróleo e gás) é importante para que a cadeia fornecedora obtenha economias de escala e planeje seus investimentos com otimização e racionalização de linhas de produção. Para tanto, é necessário que os leilões tenham frequência estável, possibilitando que a cadeia de fornecimento prepare-se de modo adequado para futuras demandas, deixando de enfrentar incertezas. O Congresso Nacional precisa refletir com urgência sobre a atual obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única dos blocos do pré-sal e deter no mínimo 30% de participação nos consórcios em certas áreas (conforme a lei n° 12.351/2010). Essas regras deveriam ser opcionais, deixando que a empresa priorize investimentos nos projetos que lhe tragam melhores resultados. É necessário considerar que a estatal levará algum tempo para reconstituir sua capacidade de investimentos. Assim, se atrairmos outras operadoras poderemos acelerar o aporte de capital exigido e continuar desenvolvendo novas fronteiras de produção, concorrendo com desenvolvimento de novas tecnologias e processos e fortalecendo a cadeia de suprimentos. Também sabemos não ser verdadeiro que isso prejudicaria o fluxo de royalties destinados à educação e tecnologia. Do ponto de vista da contratação de financiamentos e posicionamento estratégico das empresas fornecedoras, sabemos não ser recomendável ter um só cliente, pois, ante qualquer problema na Petrobras, a crise é automaticamente transferida, destruindo anos de trabalho na formação da cadeia produtiva. Também será imperativo recuperar o importantíssimo segmento das empresas de engenharia de projetos, que foi desmobilizado e relegado a segundo plano. A engenharia nacional deve estar presente na concepção básica e em todas as etapas dos projetos, em alianças com empresas estrangeiras detentoras de "know how" e tecnologia. Nas parcerias, a liderança deve ser das brasileiras ou de estrangeiras com forte base no país. Quanto ao incentivo à inovação, os contratos de exploração e produção determinam, para os campos de alta produtividade, a obrigatoriedade de investimento de 1% de sua receita bruta em pesquisa e desenvolvimento. A maior parte desses recursos deve destinar-se às empresas fornecedoras, sobretudo indústrias, às quais cabe a missão do desenvolvimento tecnológico. A execução dessas ações, com monitoramento da especificação, detalhamento, implementação e coordenação das medidas, tem papel fundamental na recuperação e desenvolvimento da cadeia de petróleo e gás. Em um contexto de contração do mercado interno, o fomento de uma atividade com forte potencial de exportação e grande repercussão no setor produtivo nacional torna-se ainda mais estratégico. O momento também exige rediscutir a aplicação de multas e necessidades de seu provisionamento, que apenam indiscriminadamente todos os que estão no setor. É chegada a hora de o Brasil adotar uma postura pragmática no desenho das políticas para a cadeia de petróleo e gás, que sofreu um grande revés. Porém, se formos rápidos e objetivos, promoveremos sua retomada e tornaremos o país um dos grandes players mundiais na exploração e produção. JOSÉ RICARDO RORIZ COELHO é vice-presidente da FIESP e do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (CONIC) e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (DECOMTEC) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ilustrador faz adaptações de clássicos para atrair o interesse de leitores
VÍRUS TROPICAL Na linha dos quadrinhos autobiográficos inaugurada pelo genial "Maus", de Art Spiegelman, cujo ápice talvez seja "Fun Home", de Alison Bechdel, a colombiana PowerPaola experimenta em "Vírus Tropical" algo mais modesto e próximo dos fanzines e mini-livros de Jeffrey Brown: desenho sujo e urgente aliado a diálogos rápidos. A história de Paola, caçula da Senhora Gavíria, nascida após sua mãe ter ligado as trompas (o que desperta nos médicos a suspeita de que sofra de um "vírus tropical", responsável por ter causado a miraculosa gravidez), se inicia desse ponto meio mágico (afinal, ela é colombiana) para logo descambar na realidade cotidiana: divórcio dos pais, sexo, drogas, adolescência conturbada. Um livro bem legal de ler se você tiver 12 anos. (JOCA REINERS TERRON) Autor: PowerPaola Tradução: Marcela Vieira e Nicolás Llano Linares Editora: Nemo Quanto: R$ 39,90 (160 págs.) Avaliação: regular * PARÓDIA E APOCALIPSE O ilustrador gaúcho Guazzelli já deixou sua marca no mundo da HQ e da ilustração com o traço forte e "sujo", muitas vezes rabiscado, que tem empregado na adaptação para os quadrinhos de clássicos da literatura. Seu trabalho ainda tem o mérito de atrair o interesse dos leitores para obras que poucos leriam no original. A última empreitada foi ilustrar "A Divina Jogada", poema do autor mineiro José Santos inspirado na "Divina Comédia", clássico do poeta italiano Dante Alighieri. Nessa paródia, Dante e Virgílio vão ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso para assistir a partidas de futebol. Ao final do volume, um "dicionário dantesco" agrega informações sobre a obra de Dante em linguagem "futebolística". Antes que os puristas comecem a criticar, é preciso apontar que a proximidade do original, o ajuste do conjunto e a criatividade dos autores são fatores que podem levar o leitor a se interessar diretamente pela "Divina Comédia". "Apocalipse Nau", outro trabalho recente de Guazzelli, traz um roteiro próprio produzido logo após o atentado terrorista ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", em janeiro. Um depoimento em primeira pessoa serve de esquema narrativo que vai e vem no tempo, emoldurado por traços num marrom uniforme. Esses instantes de tempo acompanham reflexões sobre o bem e o mal, a paz, a guerra e a tolerância. A força do livro reside na oposição entre vida e "apocalipse" e na possibilidade de transcender o relato autobiográfico para a compreensão do que está acontecendo no mundo em que vivemos. (MARIO BRESIGHELLO) A DIVINA JOGADA Autor: José Santos Ilustrações: Eloar Guazzelli Editora: Nós Quanto: R$ 40 (64 págs.) Avaliação: ótimo APOCALIPSE NAU Autor: Eloar Guazzelli Editora: Nós Quanto: R$ 20 (112 págs.) Avaliação: muito bom * JOCKEY Eis uma das graphic novels mais originais lançadas no ano, da dupla Rafael Calça (roteiro) e André Aguiar (arte). Passa-se em algum lugar dos anos 1930, na época dourada das corridas de cavalo, e entrelaça, de modo fantástico e tratamento de romance noir, as vidas de um talentoso jóquei negro lutando por ascender socialmente, um homem rico e satânico obcecado por sua bela filha, um pobre-diabo que se transforma em cavalo. Acredite, a salada de personagens bizarros funciona. A narrativa agalopada, cheia de reviravoltas, e a arte expressionista formam uma HQ perturbadora. (RONALDO BRESSANE) Autores: Rafael Calça e André Aguiar Editora: Veneta Quanto: R$ 49,90 (122 págs.) Avaliação: muito bom
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Ilustrador faz adaptações de clássicos para atrair o interesse de leitoresVÍRUS TROPICAL Na linha dos quadrinhos autobiográficos inaugurada pelo genial "Maus", de Art Spiegelman, cujo ápice talvez seja "Fun Home", de Alison Bechdel, a colombiana PowerPaola experimenta em "Vírus Tropical" algo mais modesto e próximo dos fanzines e mini-livros de Jeffrey Brown: desenho sujo e urgente aliado a diálogos rápidos. A história de Paola, caçula da Senhora Gavíria, nascida após sua mãe ter ligado as trompas (o que desperta nos médicos a suspeita de que sofra de um "vírus tropical", responsável por ter causado a miraculosa gravidez), se inicia desse ponto meio mágico (afinal, ela é colombiana) para logo descambar na realidade cotidiana: divórcio dos pais, sexo, drogas, adolescência conturbada. Um livro bem legal de ler se você tiver 12 anos. (JOCA REINERS TERRON) Autor: PowerPaola Tradução: Marcela Vieira e Nicolás Llano Linares Editora: Nemo Quanto: R$ 39,90 (160 págs.) Avaliação: regular * PARÓDIA E APOCALIPSE O ilustrador gaúcho Guazzelli já deixou sua marca no mundo da HQ e da ilustração com o traço forte e "sujo", muitas vezes rabiscado, que tem empregado na adaptação para os quadrinhos de clássicos da literatura. Seu trabalho ainda tem o mérito de atrair o interesse dos leitores para obras que poucos leriam no original. A última empreitada foi ilustrar "A Divina Jogada", poema do autor mineiro José Santos inspirado na "Divina Comédia", clássico do poeta italiano Dante Alighieri. Nessa paródia, Dante e Virgílio vão ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso para assistir a partidas de futebol. Ao final do volume, um "dicionário dantesco" agrega informações sobre a obra de Dante em linguagem "futebolística". Antes que os puristas comecem a criticar, é preciso apontar que a proximidade do original, o ajuste do conjunto e a criatividade dos autores são fatores que podem levar o leitor a se interessar diretamente pela "Divina Comédia". "Apocalipse Nau", outro trabalho recente de Guazzelli, traz um roteiro próprio produzido logo após o atentado terrorista ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", em janeiro. Um depoimento em primeira pessoa serve de esquema narrativo que vai e vem no tempo, emoldurado por traços num marrom uniforme. Esses instantes de tempo acompanham reflexões sobre o bem e o mal, a paz, a guerra e a tolerância. A força do livro reside na oposição entre vida e "apocalipse" e na possibilidade de transcender o relato autobiográfico para a compreensão do que está acontecendo no mundo em que vivemos. (MARIO BRESIGHELLO) A DIVINA JOGADA Autor: José Santos Ilustrações: Eloar Guazzelli Editora: Nós Quanto: R$ 40 (64 págs.) Avaliação: ótimo APOCALIPSE NAU Autor: Eloar Guazzelli Editora: Nós Quanto: R$ 20 (112 págs.) Avaliação: muito bom * JOCKEY Eis uma das graphic novels mais originais lançadas no ano, da dupla Rafael Calça (roteiro) e André Aguiar (arte). Passa-se em algum lugar dos anos 1930, na época dourada das corridas de cavalo, e entrelaça, de modo fantástico e tratamento de romance noir, as vidas de um talentoso jóquei negro lutando por ascender socialmente, um homem rico e satânico obcecado por sua bela filha, um pobre-diabo que se transforma em cavalo. Acredite, a salada de personagens bizarros funciona. A narrativa agalopada, cheia de reviravoltas, e a arte expressionista formam uma HQ perturbadora. (RONALDO BRESSANE) Autores: Rafael Calça e André Aguiar Editora: Veneta Quanto: R$ 49,90 (122 págs.) Avaliação: muito bom
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Jogos pelo Brasil são marcados por seleção brasileira em São Paulo, 1ª vitória do Fla e homenagem a Fernandão
Após disputar a Copa do Mundo, a seleção brasileira de futebol ainda não tinha voltado ao Brasil. E, neste domingo (7), disputou um amistoso na cidade de São Paulo. O palco da partida foi o estádio do Palmeiras, na zona oeste da capital paulista. Contra o México, o Brasil não teve muitas dificuldades para vencer o jogo por 2 a 0 e garantir assim a nona vitória do técnico Dunga em nove jogos no comando da seleção. Os gols da partida foram marcados por Philippe Coutinho e Diego Tardeli. - O goleiro Rogério Ceni alcançou mais uma marca neste final de semana. No sábado (6), Ceni anotou o segundo gol da vitória do São Paulo sobre o Grêmio por 2 a 0 e se tornou o 10º maior artilheiro da história do clube, ultrapassando o ex-jogador Raí. Foi o 129º gol do camisa 1 com a camisa tricolor, dias depois do capitão são-paulino estender o seu vínculo com o clube até o fim do ano. - "F9 eterno capitão". Essa foi a frase que os torcedores do Inter escolheram para o primeiro mosaico erguido em casa, no Beira Rio. Em partida contra o Coritiba, válida pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, realizada neste domingo (7), os presentes lembraram de Fernadão, ex-jogador e ídolo da equipe, morto há exatamente um ano em um acidente de helicóptero. Além das cartolinas brancas e vermelhas erguidas por seis mil torcedores na arquibancada inferior do Beira Rio, outros milhares de torcedores lembraram de Fernandão do lado de fora. Antes da partida, uma missa foi realizada no pátio do estádio, onde está localizada uma estátua do ídolo. Os donos da casa derrotaram o Coritiba por 2 a 0. - Enfim o Flamengo venceu no Campeonato Brasileiro. Os torcedores do time carioca tiveram que esperar seis rodadas para ver o seu time conquistar os três primeiros pontos na competição. Diante da Chapecoense, no Maracanã, neste sábado (6), o Flamengo fez o placar mínimo de 1 a 0 e chegou aos quatro pontos no Campeonato. - Antes do técnico Vanderlei Luxemburgo chegar ao Cruzeiro, o time mineiro ainda não havia vencido no Campeonato Brasileiro. Porém, assim que o comandante chegou a história mudou, e o Cruzeiro chegou a sua segunda vitória na competição em dois jogos de Luxemburgo. Jogando fora de casa, o Cruzeiro bateu o Atlético-MG, por 3 a 1, neste sábado (6) em jogo válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
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Jogos pelo Brasil são marcados por seleção brasileira em São Paulo, 1ª vitória do Fla e homenagem a FernandãoApós disputar a Copa do Mundo, a seleção brasileira de futebol ainda não tinha voltado ao Brasil. E, neste domingo (7), disputou um amistoso na cidade de São Paulo. O palco da partida foi o estádio do Palmeiras, na zona oeste da capital paulista. Contra o México, o Brasil não teve muitas dificuldades para vencer o jogo por 2 a 0 e garantir assim a nona vitória do técnico Dunga em nove jogos no comando da seleção. Os gols da partida foram marcados por Philippe Coutinho e Diego Tardeli. - O goleiro Rogério Ceni alcançou mais uma marca neste final de semana. No sábado (6), Ceni anotou o segundo gol da vitória do São Paulo sobre o Grêmio por 2 a 0 e se tornou o 10º maior artilheiro da história do clube, ultrapassando o ex-jogador Raí. Foi o 129º gol do camisa 1 com a camisa tricolor, dias depois do capitão são-paulino estender o seu vínculo com o clube até o fim do ano. - "F9 eterno capitão". Essa foi a frase que os torcedores do Inter escolheram para o primeiro mosaico erguido em casa, no Beira Rio. Em partida contra o Coritiba, válida pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, realizada neste domingo (7), os presentes lembraram de Fernadão, ex-jogador e ídolo da equipe, morto há exatamente um ano em um acidente de helicóptero. Além das cartolinas brancas e vermelhas erguidas por seis mil torcedores na arquibancada inferior do Beira Rio, outros milhares de torcedores lembraram de Fernandão do lado de fora. Antes da partida, uma missa foi realizada no pátio do estádio, onde está localizada uma estátua do ídolo. Os donos da casa derrotaram o Coritiba por 2 a 0. - Enfim o Flamengo venceu no Campeonato Brasileiro. Os torcedores do time carioca tiveram que esperar seis rodadas para ver o seu time conquistar os três primeiros pontos na competição. Diante da Chapecoense, no Maracanã, neste sábado (6), o Flamengo fez o placar mínimo de 1 a 0 e chegou aos quatro pontos no Campeonato. - Antes do técnico Vanderlei Luxemburgo chegar ao Cruzeiro, o time mineiro ainda não havia vencido no Campeonato Brasileiro. Porém, assim que o comandante chegou a história mudou, e o Cruzeiro chegou a sua segunda vitória na competição em dois jogos de Luxemburgo. Jogando fora de casa, o Cruzeiro bateu o Atlético-MG, por 3 a 1, neste sábado (6) em jogo válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
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Especial Festa do Divino Espírito Santo: A romaria
Alguns tremem, outros choram. No início da romaria o único barulho é o produzido pelo tremular das bandeiras do Brasil e da Bolívia na popa da embarcação. Aguardando o momento certo de entrar em uma comunidade ribeirinha, os remeiros agarram galhos na beira do rio para impedir que a correnteza os leve. Eles esperam o estampido da "ronqueira", que marca o início do ritual, embalado por um lento e triste canto dos quatro"proeiros".Leia mais em especial sobre tradição dos povos ribeirinhos levada por escravos para a região do Vale do rio Guaporé, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. O ritual acontece há mais de 120 anos à beira do rio.
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Especial Festa do Divino Espírito Santo: A romariaAlguns tremem, outros choram. No início da romaria o único barulho é o produzido pelo tremular das bandeiras do Brasil e da Bolívia na popa da embarcação. Aguardando o momento certo de entrar em uma comunidade ribeirinha, os remeiros agarram galhos na beira do rio para impedir que a correnteza os leve. Eles esperam o estampido da "ronqueira", que marca o início do ritual, embalado por um lento e triste canto dos quatro"proeiros".Leia mais em especial sobre tradição dos povos ribeirinhos levada por escravos para a região do Vale do rio Guaporé, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. O ritual acontece há mais de 120 anos à beira do rio.
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PF mata quatro suspeitos durante embarque de cocaína em Santos
Uma ação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas no Porto de Santos (a 72 km de São Paulo) terminou com quatro traficantes mortos e outros três detidos nesta sexta-feira (18). A PF descobriu, por meio de uma denúncia anônima, que cerca de 250 quilos de cocaína seriam embarcados em um navio atracado numa região próxima à Ponta da Praia. Os policiais federais montaram campana no local e interceptaram a lancha com a droga escondida em oito mochilas por volta das 4h40 se aproximando do navio que estava atracado num terminal na margem direita do porto. Os suspeitos foram abordados no momento em que faziam o içamento da droga para o interior da embarcação. Segundo a PF, foi dada voz de prisão ao grupo, que resistiu à abordagem e fugiu em direção ao canal da cidade, rumo ao bairro Vicente de Carvalho. Na fuga, houve intensa troca de tiros entre os integrantes da quadrilha e os agentes do Departamento de Policiamento Marítimo da instituição. Uma equipe da Receita Federal também participou da ação com uma lancha blindada. Os quatro traficantes morreram durante o tiroteio. Nenhum policial federal foi atingido pelos disparos. O Corpo de Bombeiros foi acionado e resgatou os corpos dos suspeitos do mar, que foram encaminhados para perícia no IML (Instituto Médico Legal) da cidade. Um pente-fino realizado no navio, onde a droga seguiria para a Europa escondida numa carga de sucos, também localizou dois fuzis, grande quantidade de munições e duas mochilas recheadas de droga. Três filipinos flagrados dando apoio ao içamento da droga para o interior do navio foram detidos. Eles foram levados para a sede da Polícia Federal em Santos, onde vão prestar depoimento. A PF não informou se os suspeitos haviam constituído defesa até esta publicação. Para a PF, o grupo estava infiltrado entre a tripulação da embarcação, que fará desembarques na Inglaterra e na Bélgica após deixar o Brasil. A PF busca agora identificar todos os envolvidos e saber por quanto tempo a organização criminosa atuou no Porto de Santos. A Folha procurou a administração do porto que informou, por meio da assessoria, que não irá se manifestar sobre o caso. A quadrilha vai responder na Justiça pelos crimes de associação criminosa, tráfico internacional de drogas, resistência à prisão e tentativa de homicídio.
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PF mata quatro suspeitos durante embarque de cocaína em SantosUma ação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas no Porto de Santos (a 72 km de São Paulo) terminou com quatro traficantes mortos e outros três detidos nesta sexta-feira (18). A PF descobriu, por meio de uma denúncia anônima, que cerca de 250 quilos de cocaína seriam embarcados em um navio atracado numa região próxima à Ponta da Praia. Os policiais federais montaram campana no local e interceptaram a lancha com a droga escondida em oito mochilas por volta das 4h40 se aproximando do navio que estava atracado num terminal na margem direita do porto. Os suspeitos foram abordados no momento em que faziam o içamento da droga para o interior da embarcação. Segundo a PF, foi dada voz de prisão ao grupo, que resistiu à abordagem e fugiu em direção ao canal da cidade, rumo ao bairro Vicente de Carvalho. Na fuga, houve intensa troca de tiros entre os integrantes da quadrilha e os agentes do Departamento de Policiamento Marítimo da instituição. Uma equipe da Receita Federal também participou da ação com uma lancha blindada. Os quatro traficantes morreram durante o tiroteio. Nenhum policial federal foi atingido pelos disparos. O Corpo de Bombeiros foi acionado e resgatou os corpos dos suspeitos do mar, que foram encaminhados para perícia no IML (Instituto Médico Legal) da cidade. Um pente-fino realizado no navio, onde a droga seguiria para a Europa escondida numa carga de sucos, também localizou dois fuzis, grande quantidade de munições e duas mochilas recheadas de droga. Três filipinos flagrados dando apoio ao içamento da droga para o interior do navio foram detidos. Eles foram levados para a sede da Polícia Federal em Santos, onde vão prestar depoimento. A PF não informou se os suspeitos haviam constituído defesa até esta publicação. Para a PF, o grupo estava infiltrado entre a tripulação da embarcação, que fará desembarques na Inglaterra e na Bélgica após deixar o Brasil. A PF busca agora identificar todos os envolvidos e saber por quanto tempo a organização criminosa atuou no Porto de Santos. A Folha procurou a administração do porto que informou, por meio da assessoria, que não irá se manifestar sobre o caso. A quadrilha vai responder na Justiça pelos crimes de associação criminosa, tráfico internacional de drogas, resistência à prisão e tentativa de homicídio.
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Moto BMW G310R tem vocação estradeira e conforto acima da média
JOSIAS SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES As curvas das montanhas nos arredores de Los Angeles, Califórnia, passam rapidamente. A motocicleta, obediente e ágil, gosta de estrada e se comporta como uma legítima BMW. Ou quase. Seu motor de apenas um cilindro e 313 cm³ rende 34 cv, "cavalinhos" que devem ser bem usados para manter a boa performance. Apesar de marca e projeto terem origem alemã, a G310R é feita na Índia, por meio de uma associação com a TVS Motors. Será também nacional: a fabricação em Manaus começa em 2017. Lançada mundialmente nos Estados Unidos, essa BMW de menor cilindrada é a nova porta de entrada para as motos da marca. Até então, a montadora só produzia modelos maiores, com motores acima de 500 cm³. Quando nacionalizada, seu preço sugerido deverá ficar em torno dos R$ 25 mil -hoje, o modelo mais em conta da marca no país, a F700GS, custa R$ 35,9 mil. Historicamente, não deixa de ser uma volta às origens: a BMW já produziu a R25, uma motocicleta compacta (250 cm³), entre 1938 e 1966. No princípio, seu motor rendia somente 10 cv de potência, indo a 18 cv nos últimos anos de sua produção. Com quase o dobro da força de sua ancestral, a G310R pode ostentar o "R" em sua sigla -de Roadster, ou estradeira- com naturalidade. Apesar do porte de moto maior e estilo agressivo, a novidade pesa apenas 158,5 quilos, o que favorece seu rendimento em estradas: de acordo com a BMW, a velocidade máxima chega a 143 km/h. Durante o teste foi possível rodar com tranquilidade a 120 km/h, o suficiente para encarar viagens longas. Claro, trata-se de uma BMW atual que traz várias sofisticações de seu tempo, desde injeção eletrônica até freios com ABS (sistema que evita o travamento das rodas em frenagens de emergência). Há também painel com marcadores diversos, que mostram autonomia, consumo e temperatura do motor. Seu motor traz bastante tecnologia, com refrigeração líquida, duplo comando de válvulas e eixo balanceador para eliminar vibrações. O consumo médio de gasolina é de 33 km/l, segundo a fabricante. Durante a avaliação, em uma pilotagem mais agressiva por estradas de serra, a marcação ficou em torno de 26 km/l. O nível de conforto está acima da média no segmento de motocicletas intermediárias, com posição para pilotar boa para longos percursos. A altura do assento pode ser escolhida pelo motociclista, variando de 76 cm a até 81,5 cm de distância do solo. SOM E SILÊNCIO O motor da G310R tem funcionamento suave, sendo bastante silencioso. Apenas em torno das 5.000 rpm (rotações por minuto) existe um ruído mais elevado, que vem da aspiração e das partes altas do motor. O barulho desaparece assim que a rotação passa de 6.000 rpm. A suspensão, bastante eficiente, traz calibração com tendência esportiva, permitindo contornar curvas velozes com segurança. A dianteira (com garfo invertido) parece firme demais para a buraqueira brasileira e certamente terá outra regulagem para o mercado nacional. Freios potentes com discos simples, além de um quadro bastante rígido, completam um projeto equilibrado, tornando a G310R muito agradável de pilotar. Como deve ter preço atraente para uma moto de grife, a "baby BMW" tem muitos argumentos para se tornar um sucesso. A marca já prepara uma outra versão, mais aventureira, que estreia até o fim de 2017 e se chamará GS310.
sobretudo
Moto BMW G310R tem vocação estradeira e conforto acima da média JOSIAS SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES As curvas das montanhas nos arredores de Los Angeles, Califórnia, passam rapidamente. A motocicleta, obediente e ágil, gosta de estrada e se comporta como uma legítima BMW. Ou quase. Seu motor de apenas um cilindro e 313 cm³ rende 34 cv, "cavalinhos" que devem ser bem usados para manter a boa performance. Apesar de marca e projeto terem origem alemã, a G310R é feita na Índia, por meio de uma associação com a TVS Motors. Será também nacional: a fabricação em Manaus começa em 2017. Lançada mundialmente nos Estados Unidos, essa BMW de menor cilindrada é a nova porta de entrada para as motos da marca. Até então, a montadora só produzia modelos maiores, com motores acima de 500 cm³. Quando nacionalizada, seu preço sugerido deverá ficar em torno dos R$ 25 mil -hoje, o modelo mais em conta da marca no país, a F700GS, custa R$ 35,9 mil. Historicamente, não deixa de ser uma volta às origens: a BMW já produziu a R25, uma motocicleta compacta (250 cm³), entre 1938 e 1966. No princípio, seu motor rendia somente 10 cv de potência, indo a 18 cv nos últimos anos de sua produção. Com quase o dobro da força de sua ancestral, a G310R pode ostentar o "R" em sua sigla -de Roadster, ou estradeira- com naturalidade. Apesar do porte de moto maior e estilo agressivo, a novidade pesa apenas 158,5 quilos, o que favorece seu rendimento em estradas: de acordo com a BMW, a velocidade máxima chega a 143 km/h. Durante o teste foi possível rodar com tranquilidade a 120 km/h, o suficiente para encarar viagens longas. Claro, trata-se de uma BMW atual que traz várias sofisticações de seu tempo, desde injeção eletrônica até freios com ABS (sistema que evita o travamento das rodas em frenagens de emergência). Há também painel com marcadores diversos, que mostram autonomia, consumo e temperatura do motor. Seu motor traz bastante tecnologia, com refrigeração líquida, duplo comando de válvulas e eixo balanceador para eliminar vibrações. O consumo médio de gasolina é de 33 km/l, segundo a fabricante. Durante a avaliação, em uma pilotagem mais agressiva por estradas de serra, a marcação ficou em torno de 26 km/l. O nível de conforto está acima da média no segmento de motocicletas intermediárias, com posição para pilotar boa para longos percursos. A altura do assento pode ser escolhida pelo motociclista, variando de 76 cm a até 81,5 cm de distância do solo. SOM E SILÊNCIO O motor da G310R tem funcionamento suave, sendo bastante silencioso. Apenas em torno das 5.000 rpm (rotações por minuto) existe um ruído mais elevado, que vem da aspiração e das partes altas do motor. O barulho desaparece assim que a rotação passa de 6.000 rpm. A suspensão, bastante eficiente, traz calibração com tendência esportiva, permitindo contornar curvas velozes com segurança. A dianteira (com garfo invertido) parece firme demais para a buraqueira brasileira e certamente terá outra regulagem para o mercado nacional. Freios potentes com discos simples, além de um quadro bastante rígido, completam um projeto equilibrado, tornando a G310R muito agradável de pilotar. Como deve ter preço atraente para uma moto de grife, a "baby BMW" tem muitos argumentos para se tornar um sucesso. A marca já prepara uma outra versão, mais aventureira, que estreia até o fim de 2017 e se chamará GS310.
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O legado de Obama
Quando deixar a presidência dos Estados Unidos na sexta-feira (20), Barack Hussein Obama poderá considerar-se bem-sucedido sob vários pontos de vista, mas terá de lidar com uma lista notável de fracassos. Talvez seu maior êxito esteja na economia. Quando assumiu o primeiro mandato, em 2009, o PIB americano encolhia 2,8% e o desemprego alcançava 10%. O país passava pela pior recessão desde 1929. Um ano depois, registrava-se crescimento de 2,5%, e a taxa se manteve em território positivo. Não se sabe, contudo, quanto desse resultado pode ser atribuído diretamente a Obama. Os ciclos recessivos tendem a ser curtos nos EUA; a retomada provavelmente ocorreria mesmo com outro presidente —talvez fosse mais lenta, talvez mais rápida. Além disso, a recuperação dos empregos ficou muito aquém do que esperava a classe média baixa, e isso ajuda a explicar por que esse segmento votou contra Hillary Clinton, candidata de Obama. Se falhou no mercado de trabalho, o primeiro presidente negro dos EUA saiu-se bem na tentativa de universalizar o acesso à saúde. A iniciativa, entretanto, talvez não sobreviva ao governo Donald Trump e custou caro ao democrata. Após a instalação do chamado Obamacare, os congressistas republicanos iniciaram oposição ferrenha à Casa Branca. Quando reconquistaram a maioria no Congresso, impuseram dificuldades até para aprovar contas básicas do governo. Por isso, boa parte das medidas mais recentes do democrata não se escora em leis, mas em ordens executivas —que podem ser revertidas com uma canetada de Trump. Se todo legado presidencial é frágil, o de Obama o é ainda mais. Na agenda internacional, o presidente reduziu drasticamente o engajamento dos EUA nas duas guerras que herdou de seu antecessor e recolocou o país nas negociações internacionais para mitigar os efeitos do aquecimento global. Ainda iniciou a normalização das relações com Cuba e fechou um acordo nuclear com o Irã. Por outro lado, tergiversou e tomou decisões equivocadas em relação ao conflito da Síria, que já provocou cerca de 500 mil mortes. Ademais, a diminuição das tropas americanas em países como Iraque e Afeganistão foi compensada pelo aumento dos drones, com os quais Obama transformou o assassinato de suspeitos num dos eixos principais do combate ao terrorismo. Só em 2016 foram lançadas 26 mil bombas pelo mundo. Conceitos como direito de defesa e devido processo legal foram massacrados pelo ex-professor de direito constitucional. Aliás, sua administração também recorreu a processos contra jornalistas para que revelassem suas fontes. Por fim, Obama não cumpriu promessa de fechar a prisão de Guantánamo, símbolo dos abusos da guerra ao terror iniciada por George W. Bush (2001-2009). O democrata, porém, reduziu o número de encarcerados no local. Lamenta-se que Obama não tenha cumprido um de seus principais compromissos humanitários, mas, às vésperas de Trump, é um alento constar que não se realizam todos os desejos de um presidente. [email protected]
opiniao
O legado de ObamaQuando deixar a presidência dos Estados Unidos na sexta-feira (20), Barack Hussein Obama poderá considerar-se bem-sucedido sob vários pontos de vista, mas terá de lidar com uma lista notável de fracassos. Talvez seu maior êxito esteja na economia. Quando assumiu o primeiro mandato, em 2009, o PIB americano encolhia 2,8% e o desemprego alcançava 10%. O país passava pela pior recessão desde 1929. Um ano depois, registrava-se crescimento de 2,5%, e a taxa se manteve em território positivo. Não se sabe, contudo, quanto desse resultado pode ser atribuído diretamente a Obama. Os ciclos recessivos tendem a ser curtos nos EUA; a retomada provavelmente ocorreria mesmo com outro presidente —talvez fosse mais lenta, talvez mais rápida. Além disso, a recuperação dos empregos ficou muito aquém do que esperava a classe média baixa, e isso ajuda a explicar por que esse segmento votou contra Hillary Clinton, candidata de Obama. Se falhou no mercado de trabalho, o primeiro presidente negro dos EUA saiu-se bem na tentativa de universalizar o acesso à saúde. A iniciativa, entretanto, talvez não sobreviva ao governo Donald Trump e custou caro ao democrata. Após a instalação do chamado Obamacare, os congressistas republicanos iniciaram oposição ferrenha à Casa Branca. Quando reconquistaram a maioria no Congresso, impuseram dificuldades até para aprovar contas básicas do governo. Por isso, boa parte das medidas mais recentes do democrata não se escora em leis, mas em ordens executivas —que podem ser revertidas com uma canetada de Trump. Se todo legado presidencial é frágil, o de Obama o é ainda mais. Na agenda internacional, o presidente reduziu drasticamente o engajamento dos EUA nas duas guerras que herdou de seu antecessor e recolocou o país nas negociações internacionais para mitigar os efeitos do aquecimento global. Ainda iniciou a normalização das relações com Cuba e fechou um acordo nuclear com o Irã. Por outro lado, tergiversou e tomou decisões equivocadas em relação ao conflito da Síria, que já provocou cerca de 500 mil mortes. Ademais, a diminuição das tropas americanas em países como Iraque e Afeganistão foi compensada pelo aumento dos drones, com os quais Obama transformou o assassinato de suspeitos num dos eixos principais do combate ao terrorismo. Só em 2016 foram lançadas 26 mil bombas pelo mundo. Conceitos como direito de defesa e devido processo legal foram massacrados pelo ex-professor de direito constitucional. Aliás, sua administração também recorreu a processos contra jornalistas para que revelassem suas fontes. Por fim, Obama não cumpriu promessa de fechar a prisão de Guantánamo, símbolo dos abusos da guerra ao terror iniciada por George W. Bush (2001-2009). O democrata, porém, reduziu o número de encarcerados no local. Lamenta-se que Obama não tenha cumprido um de seus principais compromissos humanitários, mas, às vésperas de Trump, é um alento constar que não se realizam todos os desejos de um presidente. [email protected]
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MEC transfere locais de prova do Enem de mais 958 alunos
O Ministério da Educação divulgou nesta quinta-feira (22) a transferência de locais de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 para mais 958 estudantes que se inscreveram para participar do exame. A mudança ocorre devido a problemas na infraestrutura destes locais e às enchentes que afetam o Rio Grande do Sul. As novas transferências envolvem quatro escolas em Abaetetuba (PA), Macapá (AP), Eldorado do Sul (RS) e Conceição do Caité (BA). O MEC já havia divulgado a mudança de locais de prova para 2.500 estudantes de quatro Estados nesta quarta (21). Segundo a pasta, todos os participantes afetados estão sendo avisados por e-mail, SMS e telefone. A lista completa dos locais de provas alterados pode ser conferida aqui. Além do contato com os alunos, faixas devem ser colocadas nos locais de provas até o fim da semana informando sobre a transferência. Caso o estudante vá ao local informado anteriormente, veículos estarão disponíveis no próximo sábado (24) para fazer o transporte até o novo local de provas. CONFIRMAÇÃO Ao todo, 7,7 milhões de estudantes se inscreveram para participar do Enem, cujas provas ocorrem no sábado e domingo (25). O exame é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões, e uma redação. Até a manhã desta quinta, 6,4 milhões de participantes já haviam acessado, via internet, o cartão de confirmação de participação no exame. "Talvez seja o menor nível de não participantes [nos últimos anos]", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao programa "Bom Dia Ministro". O cartão apresenta os dados do participante, além de informar data, hora e local de realização das provas. O documento também confirma a opção de língua estrangeira selecionada pelo candidato para a prova. Para esta edição do Enem, os cartões estão disponíveis apenas pela internet –antes, eram enviados pelos Correios. SEGURANÇA O ministro também comentou sobre as medidas adotadas para garantir a segurança do exame e evitar possíveis fraudes. Ao todo, 60 batalhões do Exército estão escalados para fazer a segurança das provas, afirma. "Os malotes são montados com todo rigor e controle, e cada um deles tem cadeado eletrônico. Também serão distribuídos por rotas definidas", disse. Somadas, as distâncias que devem ser percorridas nesta etapa atingem 326 mil km. Policiais e seguranças também devem fazer a escolta dos Correios durante a distribuição dos malotes aos locais de prova. Detectores de metal estarão presentes nas salas de aula e nos banheiros. A aplicação do exame também será monitorada por doze centros de controle federais e outros espalhados nos Estados. "Tentativa de fraude podemos ter. Mas que vamos pegar, vamos pegar", afirma Mercadante.
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MEC transfere locais de prova do Enem de mais 958 alunosO Ministério da Educação divulgou nesta quinta-feira (22) a transferência de locais de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 para mais 958 estudantes que se inscreveram para participar do exame. A mudança ocorre devido a problemas na infraestrutura destes locais e às enchentes que afetam o Rio Grande do Sul. As novas transferências envolvem quatro escolas em Abaetetuba (PA), Macapá (AP), Eldorado do Sul (RS) e Conceição do Caité (BA). O MEC já havia divulgado a mudança de locais de prova para 2.500 estudantes de quatro Estados nesta quarta (21). Segundo a pasta, todos os participantes afetados estão sendo avisados por e-mail, SMS e telefone. A lista completa dos locais de provas alterados pode ser conferida aqui. Além do contato com os alunos, faixas devem ser colocadas nos locais de provas até o fim da semana informando sobre a transferência. Caso o estudante vá ao local informado anteriormente, veículos estarão disponíveis no próximo sábado (24) para fazer o transporte até o novo local de provas. CONFIRMAÇÃO Ao todo, 7,7 milhões de estudantes se inscreveram para participar do Enem, cujas provas ocorrem no sábado e domingo (25). O exame é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões, e uma redação. Até a manhã desta quinta, 6,4 milhões de participantes já haviam acessado, via internet, o cartão de confirmação de participação no exame. "Talvez seja o menor nível de não participantes [nos últimos anos]", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao programa "Bom Dia Ministro". O cartão apresenta os dados do participante, além de informar data, hora e local de realização das provas. O documento também confirma a opção de língua estrangeira selecionada pelo candidato para a prova. Para esta edição do Enem, os cartões estão disponíveis apenas pela internet –antes, eram enviados pelos Correios. SEGURANÇA O ministro também comentou sobre as medidas adotadas para garantir a segurança do exame e evitar possíveis fraudes. Ao todo, 60 batalhões do Exército estão escalados para fazer a segurança das provas, afirma. "Os malotes são montados com todo rigor e controle, e cada um deles tem cadeado eletrônico. Também serão distribuídos por rotas definidas", disse. Somadas, as distâncias que devem ser percorridas nesta etapa atingem 326 mil km. Policiais e seguranças também devem fazer a escolta dos Correios durante a distribuição dos malotes aos locais de prova. Detectores de metal estarão presentes nas salas de aula e nos banheiros. A aplicação do exame também será monitorada por doze centros de controle federais e outros espalhados nos Estados. "Tentativa de fraude podemos ter. Mas que vamos pegar, vamos pegar", afirma Mercadante.
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Quem vive perto do Minhocão lida com o barulho de carros e pedestres
CAROLINA MUNIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Viver em frente ao Minhocão não é um detalhe. Desde antes de sua inauguração, em 1971, o viaduto na região central já gerava polêmica, sobretudo em razão do impacto que teria na qualidade de vida de moradores da região. Com 3,4 km de extensão, o o elevado Presidente João Goulart -até julho de 2016 se chamava Costa e Silva, em homenagem ao segundo presidente da ditadura militar- corta quatro bairros: Consolação, Santa Cecília, República e Barra Funda. No seu entorno, vivem cerca de 232 mil pessoas, segundo dados do IBGE. Boa parte delas em apartamentos voltados para a via, por onde circulam 70 mil veículos por dia. "É preciso ter paciência. O Minhocão passa bem na minha cabeça", diz a aposentada Marta Fonseca, 58, moradora do primeiro andar de um prédio da região. Para ela, o maior problema de viver ali é o barulho dos automóveis, que vem, ao mesmo tempo, de cima e de baixo do viaduto. No fim de 2016, ela instalou janelas antirruído, as quais sempre deixa fechadas, também em razão da poluição. "A sensação é a de comer fumaça de colher", afirma. "O pó é preto, tenho que limpar a casa o tempo todo." À noite e aos fins de semana, quando o elevado fecha para os carros e abre para os pedestres, Fonseca afirma sentir um conforto maior. "As pessoas só são curiosas demais, ficam olhando aqui para dentro. Como gosto de gente, isso não me incomoda." Mas incomoda e muito a empresária Irene Oliveira, 55, que mora no terceiro andar de um edifício há poucos metros dali. "Me sinto um animal em um zoológico. As pessoas não só nos observam como fotografam. É uma invasão de privacidade", diz. Ela reclama ainda do barulho dos pedestres, que acredita, muitas vezes, ser pior do que o dos carros. "Não quero que os veículos voltem a circular à noite, mas pelo menos eles só passam, não gritam ou ficam com caixinha de som na minha janela." Por causa de queixas como esta, a Prefeitura Regional da Sé estuda restringir o período de acesso de pedestres à via. Hoje, o Minhocão fecha para os automóveis às 15h no sábado e só reabre às 6h30 na segunda-feira. De acordo com a proposta, o elevado seria aberto para pedestres aos sábados das 15h30 às 19h e aos domingos das 10h às 16h. Além disso, a circulação ficaria limitada a um trecho de 1,5 km. "Por ser um espaço de utilização pública, precisa ter regras, mas os horários propostos são muito restritos", opina a empresária, Graziele Shimizu, 29, que há quatro ano vive no entorno do Minhocão, em um apartamento no sétimo andar. "Entendo que pode ser um incômodo para quem mora mais embaixo. É preciso chegar a um meio termo", afirma. Um dos motivos que a levaram à região foi justamente a ocupação de pedestres no elevado. "Acho bem legal olhar aqui de cima e ver a galera aproveitando", diz. "Em cima do Minhocão, todo mundo quer estar, mas e embaixo?", pergunta Roberto Laranjeira, 55, dono de uma loja de antiguidades que fica sob o Minhocão, na avenida São João. Favorável à demolição do elevado, ele se opõe à circulação de pedestres ali em cima. "O Minhocão é uma tampa de poluição e ruído. O parque deveria ser aqui embaixo, com árvores de verdade."
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Quem vive perto do Minhocão lida com o barulho de carros e pedestres CAROLINA MUNIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Viver em frente ao Minhocão não é um detalhe. Desde antes de sua inauguração, em 1971, o viaduto na região central já gerava polêmica, sobretudo em razão do impacto que teria na qualidade de vida de moradores da região. Com 3,4 km de extensão, o o elevado Presidente João Goulart -até julho de 2016 se chamava Costa e Silva, em homenagem ao segundo presidente da ditadura militar- corta quatro bairros: Consolação, Santa Cecília, República e Barra Funda. No seu entorno, vivem cerca de 232 mil pessoas, segundo dados do IBGE. Boa parte delas em apartamentos voltados para a via, por onde circulam 70 mil veículos por dia. "É preciso ter paciência. O Minhocão passa bem na minha cabeça", diz a aposentada Marta Fonseca, 58, moradora do primeiro andar de um prédio da região. Para ela, o maior problema de viver ali é o barulho dos automóveis, que vem, ao mesmo tempo, de cima e de baixo do viaduto. No fim de 2016, ela instalou janelas antirruído, as quais sempre deixa fechadas, também em razão da poluição. "A sensação é a de comer fumaça de colher", afirma. "O pó é preto, tenho que limpar a casa o tempo todo." À noite e aos fins de semana, quando o elevado fecha para os carros e abre para os pedestres, Fonseca afirma sentir um conforto maior. "As pessoas só são curiosas demais, ficam olhando aqui para dentro. Como gosto de gente, isso não me incomoda." Mas incomoda e muito a empresária Irene Oliveira, 55, que mora no terceiro andar de um edifício há poucos metros dali. "Me sinto um animal em um zoológico. As pessoas não só nos observam como fotografam. É uma invasão de privacidade", diz. Ela reclama ainda do barulho dos pedestres, que acredita, muitas vezes, ser pior do que o dos carros. "Não quero que os veículos voltem a circular à noite, mas pelo menos eles só passam, não gritam ou ficam com caixinha de som na minha janela." Por causa de queixas como esta, a Prefeitura Regional da Sé estuda restringir o período de acesso de pedestres à via. Hoje, o Minhocão fecha para os automóveis às 15h no sábado e só reabre às 6h30 na segunda-feira. De acordo com a proposta, o elevado seria aberto para pedestres aos sábados das 15h30 às 19h e aos domingos das 10h às 16h. Além disso, a circulação ficaria limitada a um trecho de 1,5 km. "Por ser um espaço de utilização pública, precisa ter regras, mas os horários propostos são muito restritos", opina a empresária, Graziele Shimizu, 29, que há quatro ano vive no entorno do Minhocão, em um apartamento no sétimo andar. "Entendo que pode ser um incômodo para quem mora mais embaixo. É preciso chegar a um meio termo", afirma. Um dos motivos que a levaram à região foi justamente a ocupação de pedestres no elevado. "Acho bem legal olhar aqui de cima e ver a galera aproveitando", diz. "Em cima do Minhocão, todo mundo quer estar, mas e embaixo?", pergunta Roberto Laranjeira, 55, dono de uma loja de antiguidades que fica sob o Minhocão, na avenida São João. Favorável à demolição do elevado, ele se opõe à circulação de pedestres ali em cima. "O Minhocão é uma tampa de poluição e ruído. O parque deveria ser aqui embaixo, com árvores de verdade."
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Feira gastronômica da praça Benedito Calixto acontece neste domingo
Neste domingo (22) acontece mais uma edição da feira gastronômica da praça Benedito Calixto, a Panela de Rua. Visitantes poderão experimentar cardápios de diferentes casas de São Paulo, das 12h às 18h. Os preços variam entre R$ 8 a R$ 30. O evento acontece em um galpão coberto de 400 m² e oferece mais de 20 opções gastronômicas. Entre os destaques, marcam presença no evento o Me Gusta (picolés artesanais), Cake in Glass (bolos de diversos sabores em potes de vidro), Meat Chopper (hambúrgueres), Gourmex (tacos) e Los Mendozitos (vinhos produzidos na região de Mendoza). PANELA DE RUA ONDE Praça Benedito Calixto, nº 85 (tel. 11 30644396) QUANDO domingo, 22/02 (das 12h às 18h) panelanarua.com
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Feira gastronômica da praça Benedito Calixto acontece neste domingoNeste domingo (22) acontece mais uma edição da feira gastronômica da praça Benedito Calixto, a Panela de Rua. Visitantes poderão experimentar cardápios de diferentes casas de São Paulo, das 12h às 18h. Os preços variam entre R$ 8 a R$ 30. O evento acontece em um galpão coberto de 400 m² e oferece mais de 20 opções gastronômicas. Entre os destaques, marcam presença no evento o Me Gusta (picolés artesanais), Cake in Glass (bolos de diversos sabores em potes de vidro), Meat Chopper (hambúrgueres), Gourmex (tacos) e Los Mendozitos (vinhos produzidos na região de Mendoza). PANELA DE RUA ONDE Praça Benedito Calixto, nº 85 (tel. 11 30644396) QUANDO domingo, 22/02 (das 12h às 18h) panelanarua.com
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Novo celular da BlackBerry pode ter sistema Android e teclado deslizável
O aumento do uso de smartphones e o crescimento de empresas como a Samsung e a Apple fizeram com que a BlackBerry perdesse o posto de uma das maiores companhias de celulares do mundo. A empresa, no entanto, tem investido para recuperar o prestígio e a posição de destaque. Nesta semana, algumas imagens do que poderá ser o novo aparelho da marca vazaram na internet. Apelidado de Venice, o smartphone mistura a tecnologia de celulares com tela sensível ao toque com um teclado fixo deslizável, característico da BlackBerry. Pelas informações vazadas, o novo modelo tem tela de 5,4 polegadas (resolução Quad HD), roda uma versão modificada do Android Lollipop 5.0, terá processador Snapdragon 808 -produzido pela Qualcomm-, e virá com 3 Gbytes de memória. O aparelho também terá câmera traseira de 18 Mpixels e virá com entrada para cartão de memória. Segundo o site The Verge, o lançamento deve acontecer em novembro. Uma das vantagens do celular com teclado fixo é que alguns usuários têm dificuldade em digitar direto na tela. No Japão, aliás, é comum as fabricantes de celulares lançarem aparelhos, com configurações avançadas, mas com teclado e flip.
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Novo celular da BlackBerry pode ter sistema Android e teclado deslizávelO aumento do uso de smartphones e o crescimento de empresas como a Samsung e a Apple fizeram com que a BlackBerry perdesse o posto de uma das maiores companhias de celulares do mundo. A empresa, no entanto, tem investido para recuperar o prestígio e a posição de destaque. Nesta semana, algumas imagens do que poderá ser o novo aparelho da marca vazaram na internet. Apelidado de Venice, o smartphone mistura a tecnologia de celulares com tela sensível ao toque com um teclado fixo deslizável, característico da BlackBerry. Pelas informações vazadas, o novo modelo tem tela de 5,4 polegadas (resolução Quad HD), roda uma versão modificada do Android Lollipop 5.0, terá processador Snapdragon 808 -produzido pela Qualcomm-, e virá com 3 Gbytes de memória. O aparelho também terá câmera traseira de 18 Mpixels e virá com entrada para cartão de memória. Segundo o site The Verge, o lançamento deve acontecer em novembro. Uma das vantagens do celular com teclado fixo é que alguns usuários têm dificuldade em digitar direto na tela. No Japão, aliás, é comum as fabricantes de celulares lançarem aparelhos, com configurações avançadas, mas com teclado e flip.
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Bar em Nova York é inspirado em ator de comédias-pastelão
"Stay classy, San Diego", dizia o politicamente incorreto apresentador Ron Burgundy ao final do telejornal que servia de pano de fundo para o filme "O Âncora", protagonizado por Will Ferrell. Pois a frase serviu de base para o nome de um novo bar, aberto no último dia 1º, na região de Lower East Side, em Manhattan (Nova York). Não por acaso, o Stay Classy New York (stayclassynew york.com) é todo inspirado no ator americano, famoso também pelas participações no programa "Saturday Night Live" e por filmes como "Mais Estranho que a Ficção". Por isso, o território é mais amigável aos grandes fãs do comediante. Nas paredes, há uma espécie de galeria de arte com obras que retratam personagens de Ferrell, como o Mugatu, de "Zoolander". Os banheiros exibem placas não de masculino e feminino, mas "F-Shack 1" e "F-Shack 2" –referência a uma parte um tanto obscena da comédia "Os Outros Caras", que o ator estrelou com Mark Wahlberg. "Os filmes dele são nossos favoritos, então foi fácil criar um ambiente cheio de coisas ridículas e torná-lo temático", disse ao site da revista americana "People" Zach Neil, um dos criadores do bar, No cardápio, todos os drinques também são batizados com piadas internas ligadas a Ferrell e seus personagens. O "Whale's vagina", mais uma das frases com um quê impróprio de um personagem de Ferrell –o de "O Âncora"–, mistura vodca, triple sec, gim e suco de laranja (custa US$ 12, R$ 46). Outra graça é "did we just become best friends?", referência a uma cena de "Quase Irmãos" –o drinque, na verdade, são dois shots de bebida, para um cliente e um amigo; custa US$ 10, ou R$ 38. O Stay Classy New York está aberto em "soft opening", ainda fazendo pequenos ajustes, até o dia 25. Na última semana de outubro, fará festas especiais para celebrar a inauguração oficial.
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Bar em Nova York é inspirado em ator de comédias-pastelão"Stay classy, San Diego", dizia o politicamente incorreto apresentador Ron Burgundy ao final do telejornal que servia de pano de fundo para o filme "O Âncora", protagonizado por Will Ferrell. Pois a frase serviu de base para o nome de um novo bar, aberto no último dia 1º, na região de Lower East Side, em Manhattan (Nova York). Não por acaso, o Stay Classy New York (stayclassynew york.com) é todo inspirado no ator americano, famoso também pelas participações no programa "Saturday Night Live" e por filmes como "Mais Estranho que a Ficção". Por isso, o território é mais amigável aos grandes fãs do comediante. Nas paredes, há uma espécie de galeria de arte com obras que retratam personagens de Ferrell, como o Mugatu, de "Zoolander". Os banheiros exibem placas não de masculino e feminino, mas "F-Shack 1" e "F-Shack 2" –referência a uma parte um tanto obscena da comédia "Os Outros Caras", que o ator estrelou com Mark Wahlberg. "Os filmes dele são nossos favoritos, então foi fácil criar um ambiente cheio de coisas ridículas e torná-lo temático", disse ao site da revista americana "People" Zach Neil, um dos criadores do bar, No cardápio, todos os drinques também são batizados com piadas internas ligadas a Ferrell e seus personagens. O "Whale's vagina", mais uma das frases com um quê impróprio de um personagem de Ferrell –o de "O Âncora"–, mistura vodca, triple sec, gim e suco de laranja (custa US$ 12, R$ 46). Outra graça é "did we just become best friends?", referência a uma cena de "Quase Irmãos" –o drinque, na verdade, são dois shots de bebida, para um cliente e um amigo; custa US$ 10, ou R$ 38. O Stay Classy New York está aberto em "soft opening", ainda fazendo pequenos ajustes, até o dia 25. Na última semana de outubro, fará festas especiais para celebrar a inauguração oficial.
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Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semana
A Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * O CONCEITO DE INSUMO NO PIS/COFINS Autor Janssen Murayama Editora Lumen Juris / (21) 2580-7178 Quanto R$ 70 (199 págs.) O principal intuito da obra é buscar critérios objetivos para a definição conceitual de insumo. Para tanto, o autor analisa decisões judiciais e normativos correspondentes, mas com o fim de compreender o funcionamento do sistema tributário como um todo. As críticas são uma boa contribuição do trabalho. PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA Autores Otávio Augusto de A. Toledo e Bruno Gabriel Capecce Editora Quartier Latin / (11) 3101-5780 Quanto R$ 150 (862 págs.) No estudo do tema, os autores apresentam uma análise histórico-sociológica da legislação, decisões judiciais e teses relevantes, além de dados empíricos sobre o sistema carcerário. O trabalho é interessante e bastante completo. DIREITO FUNDAMENTAL À BOA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Autor Juarez Freitas Editora Malheiros / (11) 3078-7205 Quanto R$ 53 (198 págs.) A conceituação do direito fundamental se contrapõe aos desafios da expansão da discricionariedade administrativa. A obra trata de temas como transparência e motivação de decisões administrativas, sindicabilidade das políticas públicas e responsabilidade do Estado.. GUIA PRÁTICO DO EMPREGADO DOMÉSTICO Autora Valéria Maria Sant'anna Editora Edipro / (14) 3234-8411 Quanto R$ 45 (128 págs.) É um guia de bolso sobre a Lei Complementar 150 de 2015. Está voltado para a prática funcional e informativa do instituto. Identifica as principais questões cotidianas e traz exemplos de situações reais, além de modelos de documentos. É uma ficha resumo para consulta. Bom para não-juristas.
cotidiano
Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semanaA Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * O CONCEITO DE INSUMO NO PIS/COFINS Autor Janssen Murayama Editora Lumen Juris / (21) 2580-7178 Quanto R$ 70 (199 págs.) O principal intuito da obra é buscar critérios objetivos para a definição conceitual de insumo. Para tanto, o autor analisa decisões judiciais e normativos correspondentes, mas com o fim de compreender o funcionamento do sistema tributário como um todo. As críticas são uma boa contribuição do trabalho. PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA Autores Otávio Augusto de A. Toledo e Bruno Gabriel Capecce Editora Quartier Latin / (11) 3101-5780 Quanto R$ 150 (862 págs.) No estudo do tema, os autores apresentam uma análise histórico-sociológica da legislação, decisões judiciais e teses relevantes, além de dados empíricos sobre o sistema carcerário. O trabalho é interessante e bastante completo. DIREITO FUNDAMENTAL À BOA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Autor Juarez Freitas Editora Malheiros / (11) 3078-7205 Quanto R$ 53 (198 págs.) A conceituação do direito fundamental se contrapõe aos desafios da expansão da discricionariedade administrativa. A obra trata de temas como transparência e motivação de decisões administrativas, sindicabilidade das políticas públicas e responsabilidade do Estado.. GUIA PRÁTICO DO EMPREGADO DOMÉSTICO Autora Valéria Maria Sant'anna Editora Edipro / (14) 3234-8411 Quanto R$ 45 (128 págs.) É um guia de bolso sobre a Lei Complementar 150 de 2015. Está voltado para a prática funcional e informativa do instituto. Identifica as principais questões cotidianas e traz exemplos de situações reais, além de modelos de documentos. É uma ficha resumo para consulta. Bom para não-juristas.
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Câmara adia votação de projeto que regulariza recursos no exterior
A votação do projeto que permite a regularização de recursos não declarados à Receita mantidos no exterior foi adiada para a próxima semana. Por 193 votos a favor e 175 contra, os deputados decidiram pela retirada do projeto da pauta de votação do plenário nesta quarta-feira (28). Parlamentares da oposição comemoraram o adiamento como uma vitória contra o governo. Mas o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-BA), afirmou que o projeto sofreu alterações de última hora e por isso interessava dar mais tempo para a discussão. De acordo com Guimarães, o relator do projeto, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), aceitou rever artigo do seu parecer que havia ampliado a relação de crimes pelos quais os contribuintes que optem por regularizar recursos remetidos ao exterior não poderão ser condenados. Segundo a Folha apurou, o governo temia que a nova versão do texto, já aprovada em comissão especial, abrisse brecha para que envolvidos em operações investigadas pela Lava Jato ficassem livres de punição. Apesar de o projeto ser uma importante peça do esforço de ajuste fiscal da equipe econômica, com potencial de arrecadação estimado em cerca de R$ 11 bilhões, integrantes do governo avaliavam que as mudanças feitas no texto tornavam a proposta inaceitável. "Excluímos lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Nós purificamos o artigo 5º [que relaciona os crimes], portanto não há risco nenhum", afirmou Guimarães, ao comentar a mais recente versão do projeto. O texto do relator Manoel Júnior também reduziu a taxação total prevista para os recursos a serem regularizadas (de 35% para 30%) e alterou a destinação dos recursos arrecadados com a multa cobrada dos contribuintes. Para esses pontos, Guimarães indicou que não houve acordo com o relator para mudanças. Mas ele afirmou que o governo vai tentar aprovar, em plenário, emendas ao projeto levado à votação.
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Câmara adia votação de projeto que regulariza recursos no exteriorA votação do projeto que permite a regularização de recursos não declarados à Receita mantidos no exterior foi adiada para a próxima semana. Por 193 votos a favor e 175 contra, os deputados decidiram pela retirada do projeto da pauta de votação do plenário nesta quarta-feira (28). Parlamentares da oposição comemoraram o adiamento como uma vitória contra o governo. Mas o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-BA), afirmou que o projeto sofreu alterações de última hora e por isso interessava dar mais tempo para a discussão. De acordo com Guimarães, o relator do projeto, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), aceitou rever artigo do seu parecer que havia ampliado a relação de crimes pelos quais os contribuintes que optem por regularizar recursos remetidos ao exterior não poderão ser condenados. Segundo a Folha apurou, o governo temia que a nova versão do texto, já aprovada em comissão especial, abrisse brecha para que envolvidos em operações investigadas pela Lava Jato ficassem livres de punição. Apesar de o projeto ser uma importante peça do esforço de ajuste fiscal da equipe econômica, com potencial de arrecadação estimado em cerca de R$ 11 bilhões, integrantes do governo avaliavam que as mudanças feitas no texto tornavam a proposta inaceitável. "Excluímos lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Nós purificamos o artigo 5º [que relaciona os crimes], portanto não há risco nenhum", afirmou Guimarães, ao comentar a mais recente versão do projeto. O texto do relator Manoel Júnior também reduziu a taxação total prevista para os recursos a serem regularizadas (de 35% para 30%) e alterou a destinação dos recursos arrecadados com a multa cobrada dos contribuintes. Para esses pontos, Guimarães indicou que não houve acordo com o relator para mudanças. Mas ele afirmou que o governo vai tentar aprovar, em plenário, emendas ao projeto levado à votação.
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Governo mantém taxa de juros de longo prazo em 7,5%
O governo decidiu manter em 7,5% ao ano a taxa de juros de longo prazo cobrada pelo BNDES em seus empréstimos. A decisão, esperada pelo mercado, foi tomada nesta quinta (31) pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, composto por Banco Central e os ministérios da Fazenda e do Planejamento). Quanto mais distante a TJLP estiver da taxa Selic, que hoje está em 14,25%, maiores são os custos do governo em equalizar esses juros. Isso porque o BNDES, ao balizar seus empréstimos pela TJLP, cobra juros inferiores àqueles que paga para se financiar. A taxa de 7,5% está em vigor desde dezembro. "O cenário macroeconômico não se alterou de forma que justifique a mudança da TJLP", afirmou o secretário de Política Econômica da Fazenda, Manoel Pires. A taxa leva em conta a meta de inflação, fixado em 4,5%, e um prêmio de risco. BALANÇO O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões em 2015, uma queda de 29,7% em relação aos R$ 8,6 bilhões do ano anterior, informou o banco em comunicado na segunda-feira (28). A perda com ações da Petrobras foi o principal responsável pela queda. O banco informou ainda que houve aumento de 39,6% no resultado de intermediação financeira (empréstimos que o BNDES concede), alcançando R$ 18,691 bilhões.
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Governo mantém taxa de juros de longo prazo em 7,5%O governo decidiu manter em 7,5% ao ano a taxa de juros de longo prazo cobrada pelo BNDES em seus empréstimos. A decisão, esperada pelo mercado, foi tomada nesta quinta (31) pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, composto por Banco Central e os ministérios da Fazenda e do Planejamento). Quanto mais distante a TJLP estiver da taxa Selic, que hoje está em 14,25%, maiores são os custos do governo em equalizar esses juros. Isso porque o BNDES, ao balizar seus empréstimos pela TJLP, cobra juros inferiores àqueles que paga para se financiar. A taxa de 7,5% está em vigor desde dezembro. "O cenário macroeconômico não se alterou de forma que justifique a mudança da TJLP", afirmou o secretário de Política Econômica da Fazenda, Manoel Pires. A taxa leva em conta a meta de inflação, fixado em 4,5%, e um prêmio de risco. BALANÇO O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões em 2015, uma queda de 29,7% em relação aos R$ 8,6 bilhões do ano anterior, informou o banco em comunicado na segunda-feira (28). A perda com ações da Petrobras foi o principal responsável pela queda. O banco informou ainda que houve aumento de 39,6% no resultado de intermediação financeira (empréstimos que o BNDES concede), alcançando R$ 18,691 bilhões.
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Usuários se queixam de interrupção no serviço do WhatsApp
Usuários pelo mundo se queixam, na tarde desta quarta-feira (17), de interrupções no serviço do WhatsApp. O problema foi apontado no Brasil e na Inglaterra, das 14h às 14h30. Os celulares testados pela reportagem da Folha conseguiram enviar mensagens, mas com lentidão. "A questão já foi solucionada por nós e nos desculpamos pela inconveniência", afirmou a empresa. O WhatsApp também teve instabilidade na primeira semana de maio, por cerca de uma hora. O tema foi ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Confira aqui dez serviços que podem substituir o WhatsApp quando estiver fora do ar.
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Usuários se queixam de interrupção no serviço do WhatsAppUsuários pelo mundo se queixam, na tarde desta quarta-feira (17), de interrupções no serviço do WhatsApp. O problema foi apontado no Brasil e na Inglaterra, das 14h às 14h30. Os celulares testados pela reportagem da Folha conseguiram enviar mensagens, mas com lentidão. "A questão já foi solucionada por nós e nos desculpamos pela inconveniência", afirmou a empresa. O WhatsApp também teve instabilidade na primeira semana de maio, por cerca de uma hora. O tema foi ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Confira aqui dez serviços que podem substituir o WhatsApp quando estiver fora do ar.
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Leia texto de FHC sobre as raízes democráticas de Sérgio Buarque
Bem-vinda a edição crítica de "Raízes do Brasil", o pequeno grande livro de Sérgio Buarque, lançada pela Companhia das Letras sob o olhar atento de Lilia Moritz Schwarcz e Pedro Meira Monteiro. Fazia falta uma revisão editorial cuidadosa do livro que mostrasse as eventuais discrepâncias entre a edição "princeps", de 1936, a edição de 1948, corrigida e expandida pelo próprio autor, e as outras edições. A nova publicação é impecável. Desde o lançamento, esse livro provoca debates. Anos depois da edição original, Antonio Candido, em texto famoso, considerou que o livro "já nasceu clássico". Mais recentemente, em cuidadoso e interessante estudo de Luiz Feldman, o epíteto é corrigido para dizer, como está sintetizado no título do ensaio, que o livro tornou-se "Um Clássico por Amadurecimento". As modificações da versão original feitas pelo autor expurgaram palavras e mesmo apreciações mais amplas, que poderiam tê-lo filiado mais próximo das correntes autoritárias vigentes nos anos 1930. Sem, nem de longe, supor que o autor estivesse mascarando pensamentos, Feldman mostra como a imposição autoritária de regras poderia, eventualmente, ter sido uma alternativa para se contrapor às tendências "cordiais", quer dizer, às preferências afetivas que sufocam a impessoalidade da lei, condição para a democracia. Na pequena síntese que fiz das ideias contidas em "Raízes do Brasil" para reafirmá-lo como um "clássico" de nossa literatura, em "Pensadores que Inventaram o Brasil", sequer entro nesse tema. Interessava ressaltar a marca que ficou em mim, a de um Sérgio Buarque que se distinguiu de tantos autores que justificaram o autoritarismo, na prática como nos livros. Basta referir a Oliveira Viana ou a Almir de Andrade, este último tão bem analisado por Feldman. Na verdade, a "revolução" suposta pela urbanização e pela industrialização, na qual Sérgio Buarque apostou, amalgamava os "ímpetos culturais" e as condições de vida. Talvez a passagem mais característica desse processo pudesse ser sintetizada pela expressão do próprio autor: "A realização completa de uma sociedade também depende de sua forma". O "homem cordial", embora típico idealmente, à la Weber, se contrapusesse, com seu iberismo, ao "americanismo" ("leia-se, ao espírito do capitalismo"), não o impediria; talvez o distinguisse de outras formas de capitalismo, atenuando-o, no bom e no mau sentido. Transcorridas tantas décadas, vivendo o Brasil de hoje com maior presença do "americanismo", acaso o personalismo caudilhesco e o nepotismo despareceram de nossa cultura? Ao mesmo tempo, não terá sido a força transformadora da urbanização e do crescimento econômico que, se não levou nossa política ao liberalismo nem à plena aceitação da "democracia representativa" (ambas criticadas pela esquerda nos anos 1930 como agora), tampouco afirmou o autoritarismo como forma preferencial de governo? E não é em nome da mesma "democracia substantiva", movida a emoção, que até hoje alguns continuam a justificar os desvios do "lulismo"? Certamente a defesa das oligarquias autocráticas nunca foi afim com o pensamento nem com o sentimento de Sérgio Buarque e tampouco a aceitação acrítica da prevalência da substância sobre a forma, como se uma pudesse ser apartada da outra. O Sérgio que ficou perene, na vida intelectual como na memória dos que foram seus amigos e contemporâneos, é muito simplesmente o Sérgio de 1948, o mesmo que gostava da vida cheia de "cordialidade" (dos aniversários acolhedores, mormente quando entrava na sala alguma moça bonita acompanhando seus filhos) e que em gesto de solidariedade a mim e a tantos outros colegas seus expulsos da universidade pelo regime de 64 (Florestan Fernandes e Mario Schenberg, para dar dois nomes) pediu aposentadoria da USP. Continuou acreditando não no "americanismo" sem cor, ou trajando apenas as formas do liberalismo, mas naquele que deu aos ideais tradicionais da nossa cultura a possibilidade de abrigar valores socialmente democráticos. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, 85, sociólogo, é ex-presidente da República, presidente de honra do PSDB e autor de "Diários da Presidência" (Companhia das Letras).
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Leia texto de FHC sobre as raízes democráticas de Sérgio BuarqueBem-vinda a edição crítica de "Raízes do Brasil", o pequeno grande livro de Sérgio Buarque, lançada pela Companhia das Letras sob o olhar atento de Lilia Moritz Schwarcz e Pedro Meira Monteiro. Fazia falta uma revisão editorial cuidadosa do livro que mostrasse as eventuais discrepâncias entre a edição "princeps", de 1936, a edição de 1948, corrigida e expandida pelo próprio autor, e as outras edições. A nova publicação é impecável. Desde o lançamento, esse livro provoca debates. Anos depois da edição original, Antonio Candido, em texto famoso, considerou que o livro "já nasceu clássico". Mais recentemente, em cuidadoso e interessante estudo de Luiz Feldman, o epíteto é corrigido para dizer, como está sintetizado no título do ensaio, que o livro tornou-se "Um Clássico por Amadurecimento". As modificações da versão original feitas pelo autor expurgaram palavras e mesmo apreciações mais amplas, que poderiam tê-lo filiado mais próximo das correntes autoritárias vigentes nos anos 1930. Sem, nem de longe, supor que o autor estivesse mascarando pensamentos, Feldman mostra como a imposição autoritária de regras poderia, eventualmente, ter sido uma alternativa para se contrapor às tendências "cordiais", quer dizer, às preferências afetivas que sufocam a impessoalidade da lei, condição para a democracia. Na pequena síntese que fiz das ideias contidas em "Raízes do Brasil" para reafirmá-lo como um "clássico" de nossa literatura, em "Pensadores que Inventaram o Brasil", sequer entro nesse tema. Interessava ressaltar a marca que ficou em mim, a de um Sérgio Buarque que se distinguiu de tantos autores que justificaram o autoritarismo, na prática como nos livros. Basta referir a Oliveira Viana ou a Almir de Andrade, este último tão bem analisado por Feldman. Na verdade, a "revolução" suposta pela urbanização e pela industrialização, na qual Sérgio Buarque apostou, amalgamava os "ímpetos culturais" e as condições de vida. Talvez a passagem mais característica desse processo pudesse ser sintetizada pela expressão do próprio autor: "A realização completa de uma sociedade também depende de sua forma". O "homem cordial", embora típico idealmente, à la Weber, se contrapusesse, com seu iberismo, ao "americanismo" ("leia-se, ao espírito do capitalismo"), não o impediria; talvez o distinguisse de outras formas de capitalismo, atenuando-o, no bom e no mau sentido. Transcorridas tantas décadas, vivendo o Brasil de hoje com maior presença do "americanismo", acaso o personalismo caudilhesco e o nepotismo despareceram de nossa cultura? Ao mesmo tempo, não terá sido a força transformadora da urbanização e do crescimento econômico que, se não levou nossa política ao liberalismo nem à plena aceitação da "democracia representativa" (ambas criticadas pela esquerda nos anos 1930 como agora), tampouco afirmou o autoritarismo como forma preferencial de governo? E não é em nome da mesma "democracia substantiva", movida a emoção, que até hoje alguns continuam a justificar os desvios do "lulismo"? Certamente a defesa das oligarquias autocráticas nunca foi afim com o pensamento nem com o sentimento de Sérgio Buarque e tampouco a aceitação acrítica da prevalência da substância sobre a forma, como se uma pudesse ser apartada da outra. O Sérgio que ficou perene, na vida intelectual como na memória dos que foram seus amigos e contemporâneos, é muito simplesmente o Sérgio de 1948, o mesmo que gostava da vida cheia de "cordialidade" (dos aniversários acolhedores, mormente quando entrava na sala alguma moça bonita acompanhando seus filhos) e que em gesto de solidariedade a mim e a tantos outros colegas seus expulsos da universidade pelo regime de 64 (Florestan Fernandes e Mario Schenberg, para dar dois nomes) pediu aposentadoria da USP. Continuou acreditando não no "americanismo" sem cor, ou trajando apenas as formas do liberalismo, mas naquele que deu aos ideais tradicionais da nossa cultura a possibilidade de abrigar valores socialmente democráticos. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, 85, sociólogo, é ex-presidente da República, presidente de honra do PSDB e autor de "Diários da Presidência" (Companhia das Letras).
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Veja os profissionais que podem perder o emprego para robôs
Se você está sentado em frente a um computador, dirigindo um táxi ou fazendo faxina, pare por um momento e pergunte a si mesmo: um robô poderia fazer este trabalho melhor do que eu? Provavelmente, a resposta é sim. O debate sobre se as máquinas vão dispensar a força de trabalho humana já não está mais restrito aos filmes de ficção científica. A consultoria Boston Consulting Group prevê que, em 2025, até um quarto dos empregos seja substituído por softwares ou robôs, enquanto que um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, aponta que 35% dos atuais empregos no país correm o risco de serem automatizados nas próximas duas décadas. Mas há outras profissões que estão sob ameaça? A BBC enumera alguma delas. MOTORISTAS DE TÁXI Motoristas de táxi ao redor do mundo vêm travando uma batalha com o aplicativo de carona paga Uber. Mas tanto o Uber quanto fabricantes de veículos e até mesmo o Google já estão buscando criar um serviço que dispense a presença do motorista. No final deste ano, módulos de táxi automatizados vão começar a operar nas ruas da cidade de Milton Keynes, na Inglaterra, oferecendo corridas pela cidade. O governo britânico está atualizando as placas de trânsito para viabilizar o funcionamento dos carros sem motorista. No entanto, para Steven McNamara, presidente da Licensed Taxi Drivers Association, o principal sindicato da categoria no Reino Unido, carros sem motorista não ameaçam o emprego de taxistas. "Veículos autônomos vão precisar de mudanças na legislação para poderem operar nas ruas britânicas, a tecnologia ainda engatinha e não foi completamente testada em ambientes urbanos. Na realidade, há dúvidas sobre se os carros automatizados vão compartilhar o mesmo espaço com veículos tradicionais". OPERÁRIOS DE FÁBRICA A primeira fábrica apenas operada por robôs está sendo construída na cidade de Dongguan, famoso polo operário da China. A planta, controlada pela Sehnzhen Evenwin Precision Technology, busca reduzir a força de trabalho dos atuais 1,8 mil funcionários em 90%, segundo Chen Zingui, presidente do Conselho de Administração da companhia. Mas as ambições chinesas vão além de uma simples fábrica. Desde setembro do ano passado, um total de 505 fábricas em Dongguan investiu o equivalente a R$ 2,6 bilhões na aquisição de robôs. O objetivo é substituir mais de 30 mil operários, segundo o Escritório de Tecnologia de Informação e Economia de Dongguan. A Foxconn, por exemplo, que fabrica aparelhos eletrônicos como os iPhones da Apple, também planeja um exército de robôs, embora suas ambições sejam muito mais modestas - com a substituição de 30% da atual força de trabalho nos próximos cinco anos. JORNALISTAS Cada vez mais companhias vêm oferecendo softwares capazes de coletar dados e transformá-los em textos minimamente compreensíveis. Isso significa que, em um futuro próximo, as reportagens não serão mais escritas por jornalistas. Kristian Hammond, chefe-cientista da Narrative Science, uma plataforma que gera conteúdo narrativo automatizado, estima que, em 15 anos, 90% das notícias serão escritas por máquinas. Ele diz, contudo, que isso não significa que 90% dos jornalistas vão perder seu trabalho. "Isso significa que os jornalistas vão poder ampliar seu campo de atuação. O mundo das notícias vai se expandir", assinala. "Os jornalistas não vão precisar escrever reportagens a partir de dados. Tudo será feito por máquinas", acrescenta. MÉDICOS Robôs podem não ser os melhores acompanhantes, mas certamente são capazes de analisar dados para descobrir possíveis tratamentos para doenças. O Watson, um supercomputador da IBM, está atuando em conjunto com dezenas de hospitais nos Estados Unidos para oferecer recomendações sobre os melhores tratamentos para diversos tipos de câncer. E a partir do software desenvolvido pela companhia, também está ajudando a detectar câncer de pele em estágio inicial. Por anos, robôs também vêm ajudando médicos a realizarem cirurgias. A velocidade é um fator crucial no sucesso de tais operações e as máquinas são capazes, por exemplo, de costurar vasos sanguíneos muito mais rápido do que os humanos. A cirurgia automatizada, contudo, não é infalível e um relatório de segurança recente mostrou que essas operações estavam associadas a pelo menos 144 mortes nos Estados Unidos na última década. Atualmente, homem e robô vêm trabalhando lado a lado na medicina, mas talvez o cenário mude no futuro, acreditam especialistas. "Dificilmente os médicos vão ceder o controle do tratamento dos seus pacientes às máquinas", afirmou o cientista Jerry Kaplan, em seu livro Humans Need Not Apply. "Mas futuramente, quando houver evidências de que as máquinas são a melhor opção, pacientes vão pedir para serem diagnosticados por robôs, que são definitivamente mais baratos do que seres humanos". BARMAN O cruzeiro de luxo Anthem of the Seas lançou recentemente uma ideia pioneira: um bar automatizado a partir da Shakr Makr, uma máquina desenvolvida pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos) há alguns anos. As bebidas podem ser pedidas por meio de um tablet e usuários não estão limitados ao menu que recebem à mesa - eles podem, inclusive, criar seu próprio coquetel. O braço robótico mistura o coquetel e o coloca em um copo de plástico (para evitar acidentes) que é acoplado a uma tina (as habilidades da máquina ainda não são muito precisas). A reportagem da BBC provou dois coquetéis feitos por um robô e dois outros por um barman. O resultado foi heterogêneo. Na opinião da reportagem, as bebidas preparadas pela máquina, no entanto, não eram saborosas: faltou-lhes apuro, como o toque final de limão que o barman adicionou. FUTURO Os exemplos ilustram ambas as possibilidades e as limitações dos robôs. Mas cada uma das profissões poderia ser, em certa medida, substituída pelas máquinas. Algumas delas, inclusive, já vem sendo cada vez mais automatizadas. Mas o que os seres humanos vão fazer quando suas habilidades não tiverem mais utilidade? Para Martin Ford, autor do livro "Rise of the Robots" ("Ascensão dos Robôs", em tradução livre), o mundo enfrentará desemprego em massa e um colapso financeiro a menos que sejam implementadas mudanças radicais, como a garantia de um salário mínimo. Por ora, o que os humanos vão fazer com o seu tempo livre é mais difícil de ser avaliado. Alguns pensam em passar mais tempo na praia, outros defendem a manutenção do toque humano no local de trabalho. "Espero que professores, médicos e juízes permanecerão humanos porque às vezes você precisa de alguém para conversar", afirmou à BBC Nello Cristiani, professor de Inteligência Artificial da Universidade de Bristol. Os gráficos foram baseados nas seguintes fontes: 'The Future of Employment: How susceptible are jobs to automation', de Michael Osborne e Carl Frey, da Universidade de Oxford. As estimativas representam o número de empregos no Reino Unido e salários médios a partir de dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) e da consultoria Deloitte. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Veja os profissionais que podem perder o emprego para robôsSe você está sentado em frente a um computador, dirigindo um táxi ou fazendo faxina, pare por um momento e pergunte a si mesmo: um robô poderia fazer este trabalho melhor do que eu? Provavelmente, a resposta é sim. O debate sobre se as máquinas vão dispensar a força de trabalho humana já não está mais restrito aos filmes de ficção científica. A consultoria Boston Consulting Group prevê que, em 2025, até um quarto dos empregos seja substituído por softwares ou robôs, enquanto que um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, aponta que 35% dos atuais empregos no país correm o risco de serem automatizados nas próximas duas décadas. Mas há outras profissões que estão sob ameaça? A BBC enumera alguma delas. MOTORISTAS DE TÁXI Motoristas de táxi ao redor do mundo vêm travando uma batalha com o aplicativo de carona paga Uber. Mas tanto o Uber quanto fabricantes de veículos e até mesmo o Google já estão buscando criar um serviço que dispense a presença do motorista. No final deste ano, módulos de táxi automatizados vão começar a operar nas ruas da cidade de Milton Keynes, na Inglaterra, oferecendo corridas pela cidade. O governo britânico está atualizando as placas de trânsito para viabilizar o funcionamento dos carros sem motorista. No entanto, para Steven McNamara, presidente da Licensed Taxi Drivers Association, o principal sindicato da categoria no Reino Unido, carros sem motorista não ameaçam o emprego de taxistas. "Veículos autônomos vão precisar de mudanças na legislação para poderem operar nas ruas britânicas, a tecnologia ainda engatinha e não foi completamente testada em ambientes urbanos. Na realidade, há dúvidas sobre se os carros automatizados vão compartilhar o mesmo espaço com veículos tradicionais". OPERÁRIOS DE FÁBRICA A primeira fábrica apenas operada por robôs está sendo construída na cidade de Dongguan, famoso polo operário da China. A planta, controlada pela Sehnzhen Evenwin Precision Technology, busca reduzir a força de trabalho dos atuais 1,8 mil funcionários em 90%, segundo Chen Zingui, presidente do Conselho de Administração da companhia. Mas as ambições chinesas vão além de uma simples fábrica. Desde setembro do ano passado, um total de 505 fábricas em Dongguan investiu o equivalente a R$ 2,6 bilhões na aquisição de robôs. O objetivo é substituir mais de 30 mil operários, segundo o Escritório de Tecnologia de Informação e Economia de Dongguan. A Foxconn, por exemplo, que fabrica aparelhos eletrônicos como os iPhones da Apple, também planeja um exército de robôs, embora suas ambições sejam muito mais modestas - com a substituição de 30% da atual força de trabalho nos próximos cinco anos. JORNALISTAS Cada vez mais companhias vêm oferecendo softwares capazes de coletar dados e transformá-los em textos minimamente compreensíveis. Isso significa que, em um futuro próximo, as reportagens não serão mais escritas por jornalistas. Kristian Hammond, chefe-cientista da Narrative Science, uma plataforma que gera conteúdo narrativo automatizado, estima que, em 15 anos, 90% das notícias serão escritas por máquinas. Ele diz, contudo, que isso não significa que 90% dos jornalistas vão perder seu trabalho. "Isso significa que os jornalistas vão poder ampliar seu campo de atuação. O mundo das notícias vai se expandir", assinala. "Os jornalistas não vão precisar escrever reportagens a partir de dados. Tudo será feito por máquinas", acrescenta. MÉDICOS Robôs podem não ser os melhores acompanhantes, mas certamente são capazes de analisar dados para descobrir possíveis tratamentos para doenças. O Watson, um supercomputador da IBM, está atuando em conjunto com dezenas de hospitais nos Estados Unidos para oferecer recomendações sobre os melhores tratamentos para diversos tipos de câncer. E a partir do software desenvolvido pela companhia, também está ajudando a detectar câncer de pele em estágio inicial. Por anos, robôs também vêm ajudando médicos a realizarem cirurgias. A velocidade é um fator crucial no sucesso de tais operações e as máquinas são capazes, por exemplo, de costurar vasos sanguíneos muito mais rápido do que os humanos. A cirurgia automatizada, contudo, não é infalível e um relatório de segurança recente mostrou que essas operações estavam associadas a pelo menos 144 mortes nos Estados Unidos na última década. Atualmente, homem e robô vêm trabalhando lado a lado na medicina, mas talvez o cenário mude no futuro, acreditam especialistas. "Dificilmente os médicos vão ceder o controle do tratamento dos seus pacientes às máquinas", afirmou o cientista Jerry Kaplan, em seu livro Humans Need Not Apply. "Mas futuramente, quando houver evidências de que as máquinas são a melhor opção, pacientes vão pedir para serem diagnosticados por robôs, que são definitivamente mais baratos do que seres humanos". BARMAN O cruzeiro de luxo Anthem of the Seas lançou recentemente uma ideia pioneira: um bar automatizado a partir da Shakr Makr, uma máquina desenvolvida pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos) há alguns anos. As bebidas podem ser pedidas por meio de um tablet e usuários não estão limitados ao menu que recebem à mesa - eles podem, inclusive, criar seu próprio coquetel. O braço robótico mistura o coquetel e o coloca em um copo de plástico (para evitar acidentes) que é acoplado a uma tina (as habilidades da máquina ainda não são muito precisas). A reportagem da BBC provou dois coquetéis feitos por um robô e dois outros por um barman. O resultado foi heterogêneo. Na opinião da reportagem, as bebidas preparadas pela máquina, no entanto, não eram saborosas: faltou-lhes apuro, como o toque final de limão que o barman adicionou. FUTURO Os exemplos ilustram ambas as possibilidades e as limitações dos robôs. Mas cada uma das profissões poderia ser, em certa medida, substituída pelas máquinas. Algumas delas, inclusive, já vem sendo cada vez mais automatizadas. Mas o que os seres humanos vão fazer quando suas habilidades não tiverem mais utilidade? Para Martin Ford, autor do livro "Rise of the Robots" ("Ascensão dos Robôs", em tradução livre), o mundo enfrentará desemprego em massa e um colapso financeiro a menos que sejam implementadas mudanças radicais, como a garantia de um salário mínimo. Por ora, o que os humanos vão fazer com o seu tempo livre é mais difícil de ser avaliado. Alguns pensam em passar mais tempo na praia, outros defendem a manutenção do toque humano no local de trabalho. "Espero que professores, médicos e juízes permanecerão humanos porque às vezes você precisa de alguém para conversar", afirmou à BBC Nello Cristiani, professor de Inteligência Artificial da Universidade de Bristol. Os gráficos foram baseados nas seguintes fontes: 'The Future of Employment: How susceptible are jobs to automation', de Michael Osborne e Carl Frey, da Universidade de Oxford. As estimativas representam o número de empregos no Reino Unido e salários médios a partir de dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) e da consultoria Deloitte. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Crítico indica coleção de livros sobre personagens folclóricos para crianças; veja mais dicas
DE SÃO PAULO Bruno Molinero, do blog Era Outra Vez, recomenda coleção de livros sobre o folclore brasileiro + 9 anos O Dia do Folclore, comemorado na última terça (22), fez com que muitas histórias viessem à tona, recheadas de sacis, curupiras e outras criaturas fantásticas. Algumas delas foram reunidas em uma nova coleção da editora FTD, com livros que publicam contos populares e verbetes com informações históricas de diferentes personagens do Brasil. Os mais interessantes são os menos conhecidos. Já ouviu falar do Tibungue e do Poronominare? Autora: Januária Cristina Alves. Ilustrador: Berje. Editora: FTD. Preço: R$ 39 cada um dos quatro livros: "O Saci-Pererê", "O Uirapuru", "A Loira do Banheiro" e "O Curupira" (2017; 48 págs.) * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, sugere o espetáculo "A Bola - Histórias que Rolam" + 6 anos Inspirado no livro "O Chute que a Bola Levou", de Ricardo Azevedo, o espetáculo coloca sete atrizes para contar a história de "redondas" esquecidas numa loja, e que sonham rolar em grandes estádios e nos pés de craques do futebol. Destaque para os momentos musicais, com versos divertidos que convidam a plateia a cantar junto. Sesc Santo Amaro - R. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, tel. 5541-4000. Dom.: 16h. Até 17/9. Sessão também na qui. (7/9): 16h. GRÁTIS * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, indica o show "Conto Cantado" + 4 anos Com um telão para projeção de imagens, animações e banda com baixo, bateria e saxofone, executados ao vivo, esse show-teatro da Trupe Pé de Histórias apresenta canções próprias e da tradição popular, como "O Sapo Não Lava o Pé". De modo esperto, os músicos-atores narram a história de Nina, que ficou banguela e tem sonhos mágicos para decidir o que ela quer ser quando crescer. A forma narrativa escolhida é a musical. As crianças menores ficam contagiadas. Teatro Alfa - Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 5693-4000. Sáb. e dom.: 16h. Até 17/9. Ingr.: R$ 17,50 e R$ 35.
saopaulo
Crítico indica coleção de livros sobre personagens folclóricos para crianças; veja mais dicasDE SÃO PAULO Bruno Molinero, do blog Era Outra Vez, recomenda coleção de livros sobre o folclore brasileiro + 9 anos O Dia do Folclore, comemorado na última terça (22), fez com que muitas histórias viessem à tona, recheadas de sacis, curupiras e outras criaturas fantásticas. Algumas delas foram reunidas em uma nova coleção da editora FTD, com livros que publicam contos populares e verbetes com informações históricas de diferentes personagens do Brasil. Os mais interessantes são os menos conhecidos. Já ouviu falar do Tibungue e do Poronominare? Autora: Januária Cristina Alves. Ilustrador: Berje. Editora: FTD. Preço: R$ 39 cada um dos quatro livros: "O Saci-Pererê", "O Uirapuru", "A Loira do Banheiro" e "O Curupira" (2017; 48 págs.) * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, sugere o espetáculo "A Bola - Histórias que Rolam" + 6 anos Inspirado no livro "O Chute que a Bola Levou", de Ricardo Azevedo, o espetáculo coloca sete atrizes para contar a história de "redondas" esquecidas numa loja, e que sonham rolar em grandes estádios e nos pés de craques do futebol. Destaque para os momentos musicais, com versos divertidos que convidam a plateia a cantar junto. Sesc Santo Amaro - R. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, tel. 5541-4000. Dom.: 16h. Até 17/9. Sessão também na qui. (7/9): 16h. GRÁTIS * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, indica o show "Conto Cantado" + 4 anos Com um telão para projeção de imagens, animações e banda com baixo, bateria e saxofone, executados ao vivo, esse show-teatro da Trupe Pé de Histórias apresenta canções próprias e da tradição popular, como "O Sapo Não Lava o Pé". De modo esperto, os músicos-atores narram a história de Nina, que ficou banguela e tem sonhos mágicos para decidir o que ela quer ser quando crescer. A forma narrativa escolhida é a musical. As crianças menores ficam contagiadas. Teatro Alfa - Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 5693-4000. Sáb. e dom.: 16h. Até 17/9. Ingr.: R$ 17,50 e R$ 35.
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Leitor critica atos de vandalismo nas manifestações em São Paulo
Nossa educação escolar está uma calamidade mesmo. O prefeito aumenta as passagens e os jovens depredam as instituições bancárias? É preciso ensiná-los a raciocinar, a associar ideias e fatos. E tem muitos também usando máscara nas manifestações de rua. Sinal de que não brincaram o suficiente no pré-primário. O MEC precisa urgentemente alterar o nosso currículo escolar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica atos de vandalismo nas manifestações em São PauloNossa educação escolar está uma calamidade mesmo. O prefeito aumenta as passagens e os jovens depredam as instituições bancárias? É preciso ensiná-los a raciocinar, a associar ideias e fatos. E tem muitos também usando máscara nas manifestações de rua. Sinal de que não brincaram o suficiente no pré-primário. O MEC precisa urgentemente alterar o nosso currículo escolar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Conheça o Museu do Bardo, na Tunísia, alvo de ataque de atiradores
O Museu Nacional do Bardo é o maior da Tunísia, com um acervo de cerca de 8.000 peças. Instalado em um antigo palácio de um bei (monarca) de Túnis, o museu tira seu nome de uma cidade militar fortificada que foi centro do poder da dinastia hussenita a partir de 1705. Com coleções que vão da pré-história às épocas cristã e árabe-islâmica, os destaques do museu são mosaicos romanos e pré-romanos. Entre eles está "O Triunfo de Netuno", maior mosaico vertical do mundo. Feita no século 2º, a obra tem 13 metros de altura por 8 metros de largura. O museu é uma das principais atrações da Tunísia, país que depende muito do turismo. Próximo à Europa, com um litoral de 1.300 km e um importante patrimônio histórico (há oito sítios que são Patrimônio Mundial da Unesco), o país tem no setor de turismo cerca de 15% do seu PIB. A Tunísia é o quarto destino de turistas europeus na África, atrás apenas do Egito, da África do Sul e do Marrocos. Entretanto, desde a revolta que derrubou o ditador Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011, dando início à chamada Primavera Árabe, a força do setor diminuiu bastante no país. No ano passado, as receitas com turismo voltaram a ter uma pequena alta, mas ainda distante do nível que se via em 2010. O número de turistas foi de 6,07 milhões no ano passado, abaixo dos 7 milhões de 2008. Apesar de ter sido o berço das revoltas árabes, a Tunísia, ao menos até esta quarta, vinha sendo poupada do terror extremista. Após o atentado no museu, Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores da França, país do qual a Tunísia se tornou independente em 1956, afirmou que o "terrorismo tocou hoje, e não por acaso, um país que representa a esperança no mundo árabe".
mundo
Conheça o Museu do Bardo, na Tunísia, alvo de ataque de atiradoresO Museu Nacional do Bardo é o maior da Tunísia, com um acervo de cerca de 8.000 peças. Instalado em um antigo palácio de um bei (monarca) de Túnis, o museu tira seu nome de uma cidade militar fortificada que foi centro do poder da dinastia hussenita a partir de 1705. Com coleções que vão da pré-história às épocas cristã e árabe-islâmica, os destaques do museu são mosaicos romanos e pré-romanos. Entre eles está "O Triunfo de Netuno", maior mosaico vertical do mundo. Feita no século 2º, a obra tem 13 metros de altura por 8 metros de largura. O museu é uma das principais atrações da Tunísia, país que depende muito do turismo. Próximo à Europa, com um litoral de 1.300 km e um importante patrimônio histórico (há oito sítios que são Patrimônio Mundial da Unesco), o país tem no setor de turismo cerca de 15% do seu PIB. A Tunísia é o quarto destino de turistas europeus na África, atrás apenas do Egito, da África do Sul e do Marrocos. Entretanto, desde a revolta que derrubou o ditador Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011, dando início à chamada Primavera Árabe, a força do setor diminuiu bastante no país. No ano passado, as receitas com turismo voltaram a ter uma pequena alta, mas ainda distante do nível que se via em 2010. O número de turistas foi de 6,07 milhões no ano passado, abaixo dos 7 milhões de 2008. Apesar de ter sido o berço das revoltas árabes, a Tunísia, ao menos até esta quarta, vinha sendo poupada do terror extremista. Após o atentado no museu, Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores da França, país do qual a Tunísia se tornou independente em 1956, afirmou que o "terrorismo tocou hoje, e não por acaso, um país que representa a esperança no mundo árabe".
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Piloto é elogiado por discurso em voo da Germanwings após queda do A320
Na noite de quinta-feira (26), uma passageira compartilhou a sua experiência em voar com a Germanwings poucos dias depois da queda do avião da companhia nos Alpes franceses provocada intencionalmente pelo copiloto da aeronave, deixando 150 mortos. Em uma mensagem no facebook, a passageira Britta Englisch elogiou a postura do piloto da aeronave que a transportou de Hamburgo a Colônia, na Alemanha. Leia abaixo a tradução de sua mensagem. * "Ontem às 8h40 eu embarquei em um voo da Germanwings de Hamburgo para Colônia com sentimentos confusos. "Então, o piloto não apenas cumprimentou cada passageiro individualmente, como também fez um pequeno discurso antes da decolagem. Não a partir do cockpit - ele estava na cabine. "Ele falou sobre como o acidente o havia tocado, assim como toda a tripulação. Falou sobre um certo constrangimento dos tripulantes, mas assegurou que todos estavam ali voluntariamente. "Falou sobre a sua família e sobre as famílias dos tripulantes, e que ele faria de tudo para estar com a sua família naquela noite. "Fez-se um silêncio completo. Então, todos começaram a aplaudir. "Eu gostaria de agradecer este piloto. Ele entendeu o que todos estavam pensando e conseguiu transmitir, pelo menos para mim, um bom sentimento sobre aquele voo".
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Piloto é elogiado por discurso em voo da Germanwings após queda do A320Na noite de quinta-feira (26), uma passageira compartilhou a sua experiência em voar com a Germanwings poucos dias depois da queda do avião da companhia nos Alpes franceses provocada intencionalmente pelo copiloto da aeronave, deixando 150 mortos. Em uma mensagem no facebook, a passageira Britta Englisch elogiou a postura do piloto da aeronave que a transportou de Hamburgo a Colônia, na Alemanha. Leia abaixo a tradução de sua mensagem. * "Ontem às 8h40 eu embarquei em um voo da Germanwings de Hamburgo para Colônia com sentimentos confusos. "Então, o piloto não apenas cumprimentou cada passageiro individualmente, como também fez um pequeno discurso antes da decolagem. Não a partir do cockpit - ele estava na cabine. "Ele falou sobre como o acidente o havia tocado, assim como toda a tripulação. Falou sobre um certo constrangimento dos tripulantes, mas assegurou que todos estavam ali voluntariamente. "Falou sobre a sua família e sobre as famílias dos tripulantes, e que ele faria de tudo para estar com a sua família naquela noite. "Fez-se um silêncio completo. Então, todos começaram a aplaudir. "Eu gostaria de agradecer este piloto. Ele entendeu o que todos estavam pensando e conseguiu transmitir, pelo menos para mim, um bom sentimento sobre aquele voo".
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Defesa de Marin admite dificuldades para pagar garantia de R$ 3,8 milhões
A defesa de José Maria Marin admitiu dificuldades para pagar à Corte de Nova York a garantia de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões), prevista em seu acordo de prisão domiciliar. Em carta ao juiz Raymond Dearie, datada desta segunda-feira (30), o advogado do ex-presidente da CBF afirma que eles "esperavam entregar o valor de US$ 1 milhão hoje [segunda-feira (30)], mas enfrentamos algumas dificuldades. De toda forma, um cheque no valor de US$ 769 mil será emitido amanhã [terça (1)]". A Justiça dos EUA acatou o pedido e decidiu que Marin terá até a próxima sexta-feira (4) para pagar os US$ 231 milhões restantes. A Folha apurou que Marin encontra dificuldades para tomar empréstimos no Brasil para conseguir levantar o valor estipulado pelas autoridades dos Estados Unidos. O dirigente está tentando tomar dinheiro em bancos para conseguir fazer o depósito de US$ 1 milhão. A defesa do dirigente acredita que a Justiça aceitará a prorrogação do prazo, já que ele já levantou mais de 70% do valor exigido pela Justiça dos EUA. O advogado de Marin, Charles Stillman, menciona em documento às autoridades americanas outra exigência da corte ao afirmar que o ex-cartola conseguiu uma carta de crédito de US$ 2 milhões em um banco brasileiro. Inicialmente, a corte estipulou que o US$ 1 milhão e a carta de crédito de US$ 2 milhões fossem desembolsados até 6 de novembro, mas a defesa de Marin pediu prorrogamento do prazo, o que foi acatado. Stillman informa o juiz, no documento, que o governo dos Estados Unidos –que acusa o ex-cartola e outros por escândalo de corrupção no futebol mundial– não concorda que a alteração seja registrada na decisão do juiz sobre o acordo com Marin. Os valores foram exigidos pela Justiça americana como garantia de que a fiança de US$ 15 milhões será paga caso o ex-cartola descumpra os termos de prisão domiciliar.
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Defesa de Marin admite dificuldades para pagar garantia de R$ 3,8 milhõesA defesa de José Maria Marin admitiu dificuldades para pagar à Corte de Nova York a garantia de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões), prevista em seu acordo de prisão domiciliar. Em carta ao juiz Raymond Dearie, datada desta segunda-feira (30), o advogado do ex-presidente da CBF afirma que eles "esperavam entregar o valor de US$ 1 milhão hoje [segunda-feira (30)], mas enfrentamos algumas dificuldades. De toda forma, um cheque no valor de US$ 769 mil será emitido amanhã [terça (1)]". A Justiça dos EUA acatou o pedido e decidiu que Marin terá até a próxima sexta-feira (4) para pagar os US$ 231 milhões restantes. A Folha apurou que Marin encontra dificuldades para tomar empréstimos no Brasil para conseguir levantar o valor estipulado pelas autoridades dos Estados Unidos. O dirigente está tentando tomar dinheiro em bancos para conseguir fazer o depósito de US$ 1 milhão. A defesa do dirigente acredita que a Justiça aceitará a prorrogação do prazo, já que ele já levantou mais de 70% do valor exigido pela Justiça dos EUA. O advogado de Marin, Charles Stillman, menciona em documento às autoridades americanas outra exigência da corte ao afirmar que o ex-cartola conseguiu uma carta de crédito de US$ 2 milhões em um banco brasileiro. Inicialmente, a corte estipulou que o US$ 1 milhão e a carta de crédito de US$ 2 milhões fossem desembolsados até 6 de novembro, mas a defesa de Marin pediu prorrogamento do prazo, o que foi acatado. Stillman informa o juiz, no documento, que o governo dos Estados Unidos –que acusa o ex-cartola e outros por escândalo de corrupção no futebol mundial– não concorda que a alteração seja registrada na decisão do juiz sobre o acordo com Marin. Os valores foram exigidos pela Justiça americana como garantia de que a fiança de US$ 15 milhões será paga caso o ex-cartola descumpra os termos de prisão domiciliar.
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O país em que criminosos fazem o maior sucesso
O Brasil é um país tão extraordinário que tudo o que já está muito ruim pode sempre piorar. Já se vivia um ambiente político apodrecido há bastante tempo, pelo menos desde a eclosão da Lava Jato (ou, para os mais realistas, desde que Cabral aportou por aqui). Agora, no entanto, a putrefação ambiental fica ainda mais evidente no momento em que o presidente da República acusa o empresário Joesley Batista de ser "o criminoso notório de maior sucesso na história brasileira". Que é criminoso, não resta dúvida. Ele próprio confessou crimes em série como o de comprar um cacho de parlamentares a ponto de gabar-se de ter a maior bancada no Congresso Nacional. Que é um sucesso de bilheteria, tampouco se duvida. É talvez o maior retrato do que chamei de "capitalismo mafioso", característica do Brasil, em artigo publicado há exatamente um mês. Para quem não quer se dar ao trabalho de procurar, reproduzo parágrafos essenciais: "Uma brilhante análise desse capitalismo mafioso está no artigo de Bruno Carazza para a Folha deste sábado (20 de maio). É imperdível de A a Z, mas vale ressaltar um trecho que generaliza corretamente: 'De acordo com as regras de funcionamento do nosso capitalismo de compadrio, o sucesso de boa parte de nossas grandes empresas foi construído mediante corrupção, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. No melhor estilo 'rent seeking', nossos empresários investem em 'relações institucionais' em vez de bens de capital, tecnologia e produtividade da mão-de-obra'. Acrescentei, à época e reafirmo agora: "Eu só trocaria 'capitalismo de compadrio' por 'capitalismo mafioso'. Os envolvidos, de um lado e outro do balcão, não são apenas compadres, são uma organização criminosa". Não é coincidência que Joesley Batista tenha usado essa mesma expressão (organização criminosa) para se referir ao presidente Temer, na entrevista para a revista "Época". É óbvio que Temer tem todo o direito de proclamar inocência até que se prove o contrário. Mas como qualificar o presidente quando ele admite que recebeu na calada da noite, em sua própria residência, e sem registro na agenda esse "criminoso notório"? Seria um gesto de estadista? A putrefação fica ainda evidente quando se sabe que outros líderes políticos que são ou foram relevantes na pátria degradada (Aécio Neves, Eduardo Cunha e Luiz Inácio Lula da Silva, para citar apenas os mais notórios) conviveram alegremente com o "criminoso notório". Condenar os políticos por esse compadrio mafioso é necessário, mas é igualmente necessário não esquecer que "o sucesso de boa parte de nossas grandes empresas foi construído mediante corrupção, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro", como escreveu Carazza. Pior: justamente o que Temer diz ter sido o "de maior sucesso" está livre, leve e solto. Não é um país extraordinário? Ou seria apenas ordinário?
colunas
O país em que criminosos fazem o maior sucessoO Brasil é um país tão extraordinário que tudo o que já está muito ruim pode sempre piorar. Já se vivia um ambiente político apodrecido há bastante tempo, pelo menos desde a eclosão da Lava Jato (ou, para os mais realistas, desde que Cabral aportou por aqui). Agora, no entanto, a putrefação ambiental fica ainda mais evidente no momento em que o presidente da República acusa o empresário Joesley Batista de ser "o criminoso notório de maior sucesso na história brasileira". Que é criminoso, não resta dúvida. Ele próprio confessou crimes em série como o de comprar um cacho de parlamentares a ponto de gabar-se de ter a maior bancada no Congresso Nacional. Que é um sucesso de bilheteria, tampouco se duvida. É talvez o maior retrato do que chamei de "capitalismo mafioso", característica do Brasil, em artigo publicado há exatamente um mês. Para quem não quer se dar ao trabalho de procurar, reproduzo parágrafos essenciais: "Uma brilhante análise desse capitalismo mafioso está no artigo de Bruno Carazza para a Folha deste sábado (20 de maio). É imperdível de A a Z, mas vale ressaltar um trecho que generaliza corretamente: 'De acordo com as regras de funcionamento do nosso capitalismo de compadrio, o sucesso de boa parte de nossas grandes empresas foi construído mediante corrupção, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. No melhor estilo 'rent seeking', nossos empresários investem em 'relações institucionais' em vez de bens de capital, tecnologia e produtividade da mão-de-obra'. Acrescentei, à época e reafirmo agora: "Eu só trocaria 'capitalismo de compadrio' por 'capitalismo mafioso'. Os envolvidos, de um lado e outro do balcão, não são apenas compadres, são uma organização criminosa". Não é coincidência que Joesley Batista tenha usado essa mesma expressão (organização criminosa) para se referir ao presidente Temer, na entrevista para a revista "Época". É óbvio que Temer tem todo o direito de proclamar inocência até que se prove o contrário. Mas como qualificar o presidente quando ele admite que recebeu na calada da noite, em sua própria residência, e sem registro na agenda esse "criminoso notório"? Seria um gesto de estadista? A putrefação fica ainda evidente quando se sabe que outros líderes políticos que são ou foram relevantes na pátria degradada (Aécio Neves, Eduardo Cunha e Luiz Inácio Lula da Silva, para citar apenas os mais notórios) conviveram alegremente com o "criminoso notório". Condenar os políticos por esse compadrio mafioso é necessário, mas é igualmente necessário não esquecer que "o sucesso de boa parte de nossas grandes empresas foi construído mediante corrupção, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro", como escreveu Carazza. Pior: justamente o que Temer diz ter sido o "de maior sucesso" está livre, leve e solto. Não é um país extraordinário? Ou seria apenas ordinário?
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'Extremista ruivo' queria matar príncipe Charles para tornar Harry rei da Inglaterra
Para se vingar contra o preconceito que sofreu por ser ruivo, um britânico planejou matar o príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, para que o filho dele, o príncipe Harry - que também é ruivo -, assumisse o trono. Mark Colborne, de 37 anos, foi condenado com base na legislação de saúde mental britânica. Ele, que está sendo chamado de "extremista ruivo" pela imprensa britânica, foi preso em junho e considerado culpado, em setembro, por planejar atos terroristas. Nesta terça-feira, recebeu a sentença de pena de prisão sem prazo para ser solto, devido a seus problemas psiquiátricos. Durante o julgamento, ele disse que se sentia "diminuído" por ser ruivo e queria se vingar. Segundo a agência de notícias Reuters, ele tinha, entre seus ídolos, os extremistas do grupo IRA (Exército Republicano Irlandês), porque muitos também eram ruivos. Leia também: Mulher com problemas na fala é expulsa de bar após ser confundida com bêbada Siga a BBC Brasil no Facebook e no Twitter Na Inglaterra, os ruivos, conhecidos como "ginger", costumam ser alvo de bullying e preconceito. Colborne possuía anotações manuscritas e livros com instruções para produzir venenos mortais. Policiais encontraram ingredientes para fabricar cianeto na casa dele. Nas anotações, ele escrevia sobre o plano de "colocar uma bala na cabeça do príncipe Charles" para que Harry virasse rei. Ele também teria planejado matar o príncipe William. Mas Harry, na verdade, é o quinto na linha de sucessão do trono britânico: depois de Charles, a coroa passaria para William e, depois, seus filhos George e Charlotte, e só caso nenhum deles pudesse assumir Harry é que seria coroado. Leia também: O que já se sabe sobre o impacto da lama de Mariana? O promotor Annabel Darlow disse que as anotações de Colborne também demonstravam admiração por extremistas de direita como Anders Breivik (autor dos atentados que deixaram 77 mortos na Noruega em 2011) e ódio por "não arianos", a quem se referia como "negros e idiotas caucasianos". "Estou buscando uma grande resposta, um grande ataque terrorista que vai chamar atenção para nossa dor, não só a minha mas de outros irmãos pelo mundo", ele escreveu. Colborne comprou os ingredientes para produzir veneno pela internet e fez um estoque de máscaras, funis de metal, seringas de plásticos e luvas de látex em sua casa em Southampton. Leia também: 'Tinha medo do que iam pensar de mim', diz homem vítima de violência doméstica O meio-irmão de Colborne e sua mãe descobriram os produtos químicos e os manuscritos em seu quarto, o que levou a sua prisão em 3 de junho do ano passado. O juiz John Bevan disse que ele era "claramente perigoso" e que suas "fantasias extraordinariamente violentas" eram uma "grave preocupação". Substâncias encontradas na casa de Colborne "Você foi consumido pela ira contra diversos indivíduos e grupos e você escreve sobre bombas e carnificinas", disse. "Você é, sinto dizer, um indivíduo desequilibrado que no passado teve opiniões que são repugnantes para as pessoas de bem. Muitas pessoas têm memórias desagradáveis de sua infância, mas eles superam e crescem." Leia também: Como o álcool afeta a sua personalidade? "Sua autopiedade extravagante tornou sua vida miserável e a da sua família também", completou o juiz. Colborne alegou que os planos eram apenas "discursos raivosos" de momentos em que ele não estava tomando remédios para depressão.
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'Extremista ruivo' queria matar príncipe Charles para tornar Harry rei da InglaterraPara se vingar contra o preconceito que sofreu por ser ruivo, um britânico planejou matar o príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, para que o filho dele, o príncipe Harry - que também é ruivo -, assumisse o trono. Mark Colborne, de 37 anos, foi condenado com base na legislação de saúde mental britânica. Ele, que está sendo chamado de "extremista ruivo" pela imprensa britânica, foi preso em junho e considerado culpado, em setembro, por planejar atos terroristas. Nesta terça-feira, recebeu a sentença de pena de prisão sem prazo para ser solto, devido a seus problemas psiquiátricos. Durante o julgamento, ele disse que se sentia "diminuído" por ser ruivo e queria se vingar. Segundo a agência de notícias Reuters, ele tinha, entre seus ídolos, os extremistas do grupo IRA (Exército Republicano Irlandês), porque muitos também eram ruivos. Leia também: Mulher com problemas na fala é expulsa de bar após ser confundida com bêbada Siga a BBC Brasil no Facebook e no Twitter Na Inglaterra, os ruivos, conhecidos como "ginger", costumam ser alvo de bullying e preconceito. Colborne possuía anotações manuscritas e livros com instruções para produzir venenos mortais. Policiais encontraram ingredientes para fabricar cianeto na casa dele. Nas anotações, ele escrevia sobre o plano de "colocar uma bala na cabeça do príncipe Charles" para que Harry virasse rei. Ele também teria planejado matar o príncipe William. Mas Harry, na verdade, é o quinto na linha de sucessão do trono britânico: depois de Charles, a coroa passaria para William e, depois, seus filhos George e Charlotte, e só caso nenhum deles pudesse assumir Harry é que seria coroado. Leia também: O que já se sabe sobre o impacto da lama de Mariana? O promotor Annabel Darlow disse que as anotações de Colborne também demonstravam admiração por extremistas de direita como Anders Breivik (autor dos atentados que deixaram 77 mortos na Noruega em 2011) e ódio por "não arianos", a quem se referia como "negros e idiotas caucasianos". "Estou buscando uma grande resposta, um grande ataque terrorista que vai chamar atenção para nossa dor, não só a minha mas de outros irmãos pelo mundo", ele escreveu. Colborne comprou os ingredientes para produzir veneno pela internet e fez um estoque de máscaras, funis de metal, seringas de plásticos e luvas de látex em sua casa em Southampton. Leia também: 'Tinha medo do que iam pensar de mim', diz homem vítima de violência doméstica O meio-irmão de Colborne e sua mãe descobriram os produtos químicos e os manuscritos em seu quarto, o que levou a sua prisão em 3 de junho do ano passado. O juiz John Bevan disse que ele era "claramente perigoso" e que suas "fantasias extraordinariamente violentas" eram uma "grave preocupação". Substâncias encontradas na casa de Colborne "Você foi consumido pela ira contra diversos indivíduos e grupos e você escreve sobre bombas e carnificinas", disse. "Você é, sinto dizer, um indivíduo desequilibrado que no passado teve opiniões que são repugnantes para as pessoas de bem. Muitas pessoas têm memórias desagradáveis de sua infância, mas eles superam e crescem." Leia também: Como o álcool afeta a sua personalidade? "Sua autopiedade extravagante tornou sua vida miserável e a da sua família também", completou o juiz. Colborne alegou que os planos eram apenas "discursos raivosos" de momentos em que ele não estava tomando remédios para depressão.
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Protesto de estudantes termina com dois policiais mortos na Venezuela
Dois policiais morreram e 12 ficaram feridos depois de serem atropelados por um ônibus capturado por universitários durante um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em San Cristóbal, na Venezuela, nesta terça-feira (29). Segundo o jornal "El Universal" e o canal Globovisión, alunos do Instituto Universitário Tecnológico (IUT) capturaram 14 ônibus de um terminal e levaram os veículos à escola, que fica a cerca de um quilômetro dali. Horas depois, a polícia chegou à região da escola e entrou em confronto com manifestantes. Em meio à confusão, um grupo ligado à ala mais extremista da oposição venezuelana teria usado um dos veículos para avançar contra o cordão policial que isolava o protesto. No atropelamento, foram mortos o integrante da Polícia Nacional Bolivariana Otto Márquez, 25, e a agente da Polícia do Estado de Táchira Nicolle Pérez, 21. Os feridos foram enviados a hospitais da região, quatro deles em estado grave. Foi anunciada a prisão de três jovens supostamente responsáveis pelo ataque e de outros 42 manifestantes. Devido aos protestos violentos, os motoristas de ônibus anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado. POLÍTICA Berço dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro em 2014, San Cristóbal é governada desde março daquele ano por Patricia Gutiérrez, mulher de Daniel Ceballos, um dos principais dirigentes da oposição ao governo chavista. Ela assumiu o cargo depois que seu marido foi preso, acusado de incitação à violência nas manifestações, em que 43 pessoas morreram. Ceballos, que chegou a fazer greve de fome na cadeia junto com seu correligionário Leopoldo López, está em prisão domiciliar desde agosto. Antes de as autoridades afirmarem que eram extremistas contrários a Maduro, membros da oposição acusaram os alunos que protestavam de serem chavistas. "O IUT de Táchira é controlado pelo governo. O reitor é do PSUV, os dirigentes estudantis também", disse o deputado Juan Requesens. O governador de Táchira, o chavista José Vielma Mora, lamentou as mortes dos policiais e chamou o atropelamento de "ação irracional". Ele prometeu auxiliar o Ministério Público do Estado na investigação do crime.
mundo
Protesto de estudantes termina com dois policiais mortos na VenezuelaDois policiais morreram e 12 ficaram feridos depois de serem atropelados por um ônibus capturado por universitários durante um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em San Cristóbal, na Venezuela, nesta terça-feira (29). Segundo o jornal "El Universal" e o canal Globovisión, alunos do Instituto Universitário Tecnológico (IUT) capturaram 14 ônibus de um terminal e levaram os veículos à escola, que fica a cerca de um quilômetro dali. Horas depois, a polícia chegou à região da escola e entrou em confronto com manifestantes. Em meio à confusão, um grupo ligado à ala mais extremista da oposição venezuelana teria usado um dos veículos para avançar contra o cordão policial que isolava o protesto. No atropelamento, foram mortos o integrante da Polícia Nacional Bolivariana Otto Márquez, 25, e a agente da Polícia do Estado de Táchira Nicolle Pérez, 21. Os feridos foram enviados a hospitais da região, quatro deles em estado grave. Foi anunciada a prisão de três jovens supostamente responsáveis pelo ataque e de outros 42 manifestantes. Devido aos protestos violentos, os motoristas de ônibus anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado. POLÍTICA Berço dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro em 2014, San Cristóbal é governada desde março daquele ano por Patricia Gutiérrez, mulher de Daniel Ceballos, um dos principais dirigentes da oposição ao governo chavista. Ela assumiu o cargo depois que seu marido foi preso, acusado de incitação à violência nas manifestações, em que 43 pessoas morreram. Ceballos, que chegou a fazer greve de fome na cadeia junto com seu correligionário Leopoldo López, está em prisão domiciliar desde agosto. Antes de as autoridades afirmarem que eram extremistas contrários a Maduro, membros da oposição acusaram os alunos que protestavam de serem chavistas. "O IUT de Táchira é controlado pelo governo. O reitor é do PSUV, os dirigentes estudantis também", disse o deputado Juan Requesens. O governador de Táchira, o chavista José Vielma Mora, lamentou as mortes dos policiais e chamou o atropelamento de "ação irracional". Ele prometeu auxiliar o Ministério Público do Estado na investigação do crime.
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Vilarejo chinês denuncia roubo de múmia de monge budista
Em março, Lin Yongtuan estava lendo o noticiário em seu telefone quando viu uma reportagem sobre uma descoberta notável. Uma múmia de quase mil anos de idade de um monge havia sido encontrada dentro de uma estátua de um Buda dourado sentado de pernas cruzadas. Lin correu para o vilarejo montanhoso de Yangchun, onde passou sua infância orando para uma estátua semelhante. Mostrou às pessoas a foto da estátua, exposta em um museu de Budapeste, que acompanhava a reportagem. Os moradores de Yangchun concordaram: era a mesma estátua. "Todo mundo ficou emocionado", contou Lin, 46. "O sorriso, os olhos, a postura -era inconfundível." Os moradores chamavam a múmia de Patriarca Zhanggong, e ela tinha sido roubada 20 anos antes. Desde março, os 1.800 residentes de Yangchun adotaram como missão recuperar sua múmia. Eles chamaram jornalistas à cidade, lançaram apelos nas mídias sociais e fizeram lobby junto ao governo, que vem intensificando seus esforços para conseguir a devolução de relíquias culturais roubadas. Numa tarde recente, uma réplica grosseira do Patriarca Zhanggong estava perto de uma mesa onde moradores do vilarejo tinham espalhado provas para substanciar sua reivindicação: fotos da múmia feitas em 1989 e as roupas que adornavam a figura e que foram deixadas para trás por quem a roubou em 1995. "Para nós, o Patriarca Zhanggong não é uma relíquia cultural", disse Lin Wenqing, 39. "Ele faz parte da família. É um de nós." Antes de a múmia ser roubada, os moradores rezavam para o Patriarca Zhanggong em cada evento importante no vilarejo. Essas tradições parecem remeter a séculos atrás, tendo sido passadas de geração em geração, juntamente às histórias do patriarca quando era um garoto de sobrenome Zhangg que foi morar no vilarejo com sua mãe, trabalhou como vaqueiro e se tornou monge. "Sempre nos disseram que ele viveu durante a dinastia Song", disse Lin Chengfa, 44, "e que seu corpo mumificado estava dentro da estátua." No passado, na escola Chan de budismo, a mumificação de monges era sinal de sua eminência. Lin, que fez parte da unidade policial chamada em dezembro de 1995, quando a estátua desapareceu, recorda que vários moradores da cidade choraram. Alguns dos moradores mais velhos tinham tomado medidas extraordinárias para proteger a estátua durante a Revolução Cultural de Mao Tsetung. Contatado no site LinkedIn, o arquiteto holandês Oscan van Overeem disse que é proprietário da múmia, que comprou em 1996 de um colecionador que a teria encontrado em Hong Kong. Profissionais que estavam restaurando a estátua perceberam que ela poderia conter algo em seu interior, e Overeem decidiu encomendar uma tomografia dela. Mas ele insiste que sua estátua não é o Patriarca Zhanggong. "Com dados e pesquisas, pude facilmente convencer os representantes chineses que a reivindicação dos moradores de Yangchun não tem fundamento, ou é muito pouco provável que tenha", escreveu por meio do LinkedIn. Mas Overeem disse que concordou em doar a múmia a um "importante templo budista" perto de Yangchun, que descreveu como um povoado que "finge que a múmia lhe pertence". Lin Wenqing disse: "Queremos nosso Patriarca Zhanggong de volta para que possamos orar diante dele e adorá-lo, não para que algum colecionador o conserve em um porão frio ou uma vitrine de museu".
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Vilarejo chinês denuncia roubo de múmia de monge budistaEm março, Lin Yongtuan estava lendo o noticiário em seu telefone quando viu uma reportagem sobre uma descoberta notável. Uma múmia de quase mil anos de idade de um monge havia sido encontrada dentro de uma estátua de um Buda dourado sentado de pernas cruzadas. Lin correu para o vilarejo montanhoso de Yangchun, onde passou sua infância orando para uma estátua semelhante. Mostrou às pessoas a foto da estátua, exposta em um museu de Budapeste, que acompanhava a reportagem. Os moradores de Yangchun concordaram: era a mesma estátua. "Todo mundo ficou emocionado", contou Lin, 46. "O sorriso, os olhos, a postura -era inconfundível." Os moradores chamavam a múmia de Patriarca Zhanggong, e ela tinha sido roubada 20 anos antes. Desde março, os 1.800 residentes de Yangchun adotaram como missão recuperar sua múmia. Eles chamaram jornalistas à cidade, lançaram apelos nas mídias sociais e fizeram lobby junto ao governo, que vem intensificando seus esforços para conseguir a devolução de relíquias culturais roubadas. Numa tarde recente, uma réplica grosseira do Patriarca Zhanggong estava perto de uma mesa onde moradores do vilarejo tinham espalhado provas para substanciar sua reivindicação: fotos da múmia feitas em 1989 e as roupas que adornavam a figura e que foram deixadas para trás por quem a roubou em 1995. "Para nós, o Patriarca Zhanggong não é uma relíquia cultural", disse Lin Wenqing, 39. "Ele faz parte da família. É um de nós." Antes de a múmia ser roubada, os moradores rezavam para o Patriarca Zhanggong em cada evento importante no vilarejo. Essas tradições parecem remeter a séculos atrás, tendo sido passadas de geração em geração, juntamente às histórias do patriarca quando era um garoto de sobrenome Zhangg que foi morar no vilarejo com sua mãe, trabalhou como vaqueiro e se tornou monge. "Sempre nos disseram que ele viveu durante a dinastia Song", disse Lin Chengfa, 44, "e que seu corpo mumificado estava dentro da estátua." No passado, na escola Chan de budismo, a mumificação de monges era sinal de sua eminência. Lin, que fez parte da unidade policial chamada em dezembro de 1995, quando a estátua desapareceu, recorda que vários moradores da cidade choraram. Alguns dos moradores mais velhos tinham tomado medidas extraordinárias para proteger a estátua durante a Revolução Cultural de Mao Tsetung. Contatado no site LinkedIn, o arquiteto holandês Oscan van Overeem disse que é proprietário da múmia, que comprou em 1996 de um colecionador que a teria encontrado em Hong Kong. Profissionais que estavam restaurando a estátua perceberam que ela poderia conter algo em seu interior, e Overeem decidiu encomendar uma tomografia dela. Mas ele insiste que sua estátua não é o Patriarca Zhanggong. "Com dados e pesquisas, pude facilmente convencer os representantes chineses que a reivindicação dos moradores de Yangchun não tem fundamento, ou é muito pouco provável que tenha", escreveu por meio do LinkedIn. Mas Overeem disse que concordou em doar a múmia a um "importante templo budista" perto de Yangchun, que descreveu como um povoado que "finge que a múmia lhe pertence". Lin Wenqing disse: "Queremos nosso Patriarca Zhanggong de volta para que possamos orar diante dele e adorá-lo, não para que algum colecionador o conserve em um porão frio ou uma vitrine de museu".
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Nova provocação
Um mês após realizar um teste nuclear condenado pela comunidade internacional, a Coreia do Norte volta a provocar inquietação com o lançamento de um foguete. Na versão da ditadura comunista, o evento do último dia 7 serviu apenas para pôr em órbita um satélite de observação, iniciativa de interesse científico e fins pacíficos. Para o restante do planeta, porém, tratou-se de novo teste de míssil balístico intercontinental, com autonomia para atingir os EUA. Num comunicado divulgado depois de reunião convocada às pressas, o Conselho de Segurança da ONU criticou com veemência a iniciativa –que viola resoluções do órgão– e afirmou que irá adotar novas sanções contra o país asiático. A apreensão é justificada. As ações mais recentes de Pyongyang, que incluem, segundo a inteligência dos EUA, o religamento de reatores nucleares, deixam poucas dúvidas sobre o temerário caminho escolhido pela Coreia do Norte. Não é claro, contudo, o que move o desatinado ditador Kim Jong-un. Talvez tudo não passe de estratégia de barganha; o anacrônico regime, cada vez mais empobrecido, poderia aceitar limites ao programa nuclear em troca de dinheiro. Há outras possibilidades, todavia: busca de legitimação interna por meio de demonstrações de poderio militar; tentativa de dissuadir eventuais adversários domésticos e inimigos internacionais. Em qualquer hipótese, sabe-se muito bem qual o efeito da beligerância norte-coreana: aumento da tensão regional e incentivo para uma indesejável corrida armamentista entre as nações vizinhas. Sejam quais forem os objetivos de Kim Jong-un, portanto, urge abortá-los. Os esforços da comunidade internacional nesse sentido, infelizmente, têm sido pouco efetivos. A Coreia do Norte, embora sofra sanções desde 2006, continuou realizando testes nucleares e de mísseis de longo alcance. Mesmo assim, ações diplomáticas ainda constituem a melhor opção para lidar com Pyongyang –a outra, uma campanha militar, carrega enormes riscos e deveria ser considerada apenas como alternativa derradeira. As esperanças, assim, estão depositadas sobre a China, único aliado e principal parceiro comercial da Coreia do Norte. Só o empenho de Pequim fará as tratativas avançarem. Do contrário, o impasse tende a se prolongar. [email protected]
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Nova provocaçãoUm mês após realizar um teste nuclear condenado pela comunidade internacional, a Coreia do Norte volta a provocar inquietação com o lançamento de um foguete. Na versão da ditadura comunista, o evento do último dia 7 serviu apenas para pôr em órbita um satélite de observação, iniciativa de interesse científico e fins pacíficos. Para o restante do planeta, porém, tratou-se de novo teste de míssil balístico intercontinental, com autonomia para atingir os EUA. Num comunicado divulgado depois de reunião convocada às pressas, o Conselho de Segurança da ONU criticou com veemência a iniciativa –que viola resoluções do órgão– e afirmou que irá adotar novas sanções contra o país asiático. A apreensão é justificada. As ações mais recentes de Pyongyang, que incluem, segundo a inteligência dos EUA, o religamento de reatores nucleares, deixam poucas dúvidas sobre o temerário caminho escolhido pela Coreia do Norte. Não é claro, contudo, o que move o desatinado ditador Kim Jong-un. Talvez tudo não passe de estratégia de barganha; o anacrônico regime, cada vez mais empobrecido, poderia aceitar limites ao programa nuclear em troca de dinheiro. Há outras possibilidades, todavia: busca de legitimação interna por meio de demonstrações de poderio militar; tentativa de dissuadir eventuais adversários domésticos e inimigos internacionais. Em qualquer hipótese, sabe-se muito bem qual o efeito da beligerância norte-coreana: aumento da tensão regional e incentivo para uma indesejável corrida armamentista entre as nações vizinhas. Sejam quais forem os objetivos de Kim Jong-un, portanto, urge abortá-los. Os esforços da comunidade internacional nesse sentido, infelizmente, têm sido pouco efetivos. A Coreia do Norte, embora sofra sanções desde 2006, continuou realizando testes nucleares e de mísseis de longo alcance. Mesmo assim, ações diplomáticas ainda constituem a melhor opção para lidar com Pyongyang –a outra, uma campanha militar, carrega enormes riscos e deveria ser considerada apenas como alternativa derradeira. As esperanças, assim, estão depositadas sobre a China, único aliado e principal parceiro comercial da Coreia do Norte. Só o empenho de Pequim fará as tratativas avançarem. Do contrário, o impasse tende a se prolongar. [email protected]
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Lollapalooza divulga line-up completo para 2017; ingressos partem de R$ 540
O Lollapalooza Brasil divulgou na manhã desta quarta (28) o line-up completo de sua 6ª edição. Metallica, The Strokes, The Weeknd, The xx e The Chainsmokers serão as atrações principais do evento, que acontece nos dias 25 e 26 de março, novamente no Autódromo de Interlagos. Além dos headlines, tocam os irlandeses do Two Door Cinema Club, os californianos do Rancid e os britânicos do Duran Duran. Entre os brasileiros, estão Céu, Criolo, Jaloo e Baianasystem. Ao todo, serão mais de 45 artistas distribuídos entre quatro palcos. Uma única atração remanescente será divulgada apenas no dia 16 de outubro –uma possibilidade seria Calvin Harris, que, recentemente, deixou escapar que deve ser uma das atrações. O produtor musical publicou um tuíte em seu perfil oficial, na sexta (23), dizendo estar ansioso para a apresentação, mas o apagou logo em seguida. Outra especulação –que já surge também entre os comentários de fãs nas redes sociais do evento– é de que Radiohead passaria por Interlagos, antes de se apresentar nas edições argentina e chilena do festival. Para conferir as bandas de perto, os fãs terão de desembolsar ao menos R$ 540, valor do primeiro lote de ingressos para um único dia do festival. O Lolla Pass, que permite a entrada nos dois dias de festival, chega a R$ 920. Em sua última edição, realizada em março deste ano, cerca de 170 mil pessoas compareceram aos dois dias de evento, que contou com 54 atrações e 60 horas de música ininterruptas. Divulgação do line-up do Lollapalooza * LOLLAPALOOZA BRASIL QUANDO 25 e 26 de março de 2017 ONDE Autódromo de Interlagos, av. Sen. Teotônio Vilela, 261, tel. (11) 5666-8822 QUANTO De R$ 540 a R$ 920 em ticketsforfun.com.br ou na bilheteria do Citibank Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, de ter. a sáb., das 12h às 20h; dom. e feriados, das 13h às 20h) CLASSIFICAÇÃO 15 anos
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Lollapalooza divulga line-up completo para 2017; ingressos partem de R$ 540O Lollapalooza Brasil divulgou na manhã desta quarta (28) o line-up completo de sua 6ª edição. Metallica, The Strokes, The Weeknd, The xx e The Chainsmokers serão as atrações principais do evento, que acontece nos dias 25 e 26 de março, novamente no Autódromo de Interlagos. Além dos headlines, tocam os irlandeses do Two Door Cinema Club, os californianos do Rancid e os britânicos do Duran Duran. Entre os brasileiros, estão Céu, Criolo, Jaloo e Baianasystem. Ao todo, serão mais de 45 artistas distribuídos entre quatro palcos. Uma única atração remanescente será divulgada apenas no dia 16 de outubro –uma possibilidade seria Calvin Harris, que, recentemente, deixou escapar que deve ser uma das atrações. O produtor musical publicou um tuíte em seu perfil oficial, na sexta (23), dizendo estar ansioso para a apresentação, mas o apagou logo em seguida. Outra especulação –que já surge também entre os comentários de fãs nas redes sociais do evento– é de que Radiohead passaria por Interlagos, antes de se apresentar nas edições argentina e chilena do festival. Para conferir as bandas de perto, os fãs terão de desembolsar ao menos R$ 540, valor do primeiro lote de ingressos para um único dia do festival. O Lolla Pass, que permite a entrada nos dois dias de festival, chega a R$ 920. Em sua última edição, realizada em março deste ano, cerca de 170 mil pessoas compareceram aos dois dias de evento, que contou com 54 atrações e 60 horas de música ininterruptas. Divulgação do line-up do Lollapalooza * LOLLAPALOOZA BRASIL QUANDO 25 e 26 de março de 2017 ONDE Autódromo de Interlagos, av. Sen. Teotônio Vilela, 261, tel. (11) 5666-8822 QUANTO De R$ 540 a R$ 920 em ticketsforfun.com.br ou na bilheteria do Citibank Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, de ter. a sáb., das 12h às 20h; dom. e feriados, das 13h às 20h) CLASSIFICAÇÃO 15 anos
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Cunha não tem moral para tocar processo de impeachment, diz leitora
A verdade é que, tendo em vista as últimas e gravíssimas suspeitas de má conduta que pesam contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, este não tem a mínima condição política ou moral para tocar para frente qualquer que seja o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff que chegue às suas mãos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cunha não tem moral para tocar processo de impeachment, diz leitoraA verdade é que, tendo em vista as últimas e gravíssimas suspeitas de má conduta que pesam contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, este não tem a mínima condição política ou moral para tocar para frente qualquer que seja o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff que chegue às suas mãos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora diz não saber o que Laerte e Angeli querem transmitir em tirinhas
Não consigo entender quais as mensagens das tirinhas de "Angeli", "Chiclete com Banana", e de Laerte, "Piratas do Tietê". Não sei o que querem transmitir, está difícil. É pra rir ou pra chorar? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora diz não saber o que Laerte e Angeli querem transmitir em tirinhasNão consigo entender quais as mensagens das tirinhas de "Angeli", "Chiclete com Banana", e de Laerte, "Piratas do Tietê". Não sei o que querem transmitir, está difícil. É pra rir ou pra chorar? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Salada e calmaria à vontade na zona oeste em restaurantes veganos
Pinheiros é um bairro normalmente agitado, principalmente próximo às ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde. Uma área verde e calma no meio de tudo, como a Casa Jaya, é uma chance de fugir do caos e comer bem. O local tem almoços veganos com farto balcão de saladas e duas opções de prato quente. No dia da visita, um deles era refogado de tofu e grão-de-bico, arroz integral e escondidinho de palmito. É possível optar só pelas saladas (R$ 19,50, bufê ilimitado) ou pelo prato quente (R$ 17,50); os dois juntos saem por R$ 24,50. No mesmo sistema (salada à vontade e dois pratos quentes), funciona perto dali o Barãozinho, que leva esse nome por ser filial do Barão Natural, na região central. Nesta semana, aliás, começou a funcionar a terceira unidade da casa ali nas vizinhanças, na rua Mateus Grou, 72. No Barãozinho, o bufê de saladas é mais modesto, mas o prato quente vegano e o preço compensam. Bife de soja à milanesa, arroz integral, lentilha e legumes salteados, com as saladas, saem por R$ 15. Por mais R$ 3, dá para beber mate com limão à vontade durante o almoço. BARÃOZINHO Onde r. João Moura, 861; tel. (11) 3384-9766 Horário seg. a sex., 12h às 15h, sáb. 12h às 16h Outra Sugestão escondidinho de batata e abóbora, arroz, feijão, legumes salteados e salada (R$ 15) CASA JAYA Onde r. Capote Valente, 305; tel. (11) 2935-6987 Horário seg. a sex., 11h30 às 15h Outra Sugestão penne ao molho de tomates, azeitonas e manjericão (R$ 17,50)
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Salada e calmaria à vontade na zona oeste em restaurantes veganosPinheiros é um bairro normalmente agitado, principalmente próximo às ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde. Uma área verde e calma no meio de tudo, como a Casa Jaya, é uma chance de fugir do caos e comer bem. O local tem almoços veganos com farto balcão de saladas e duas opções de prato quente. No dia da visita, um deles era refogado de tofu e grão-de-bico, arroz integral e escondidinho de palmito. É possível optar só pelas saladas (R$ 19,50, bufê ilimitado) ou pelo prato quente (R$ 17,50); os dois juntos saem por R$ 24,50. No mesmo sistema (salada à vontade e dois pratos quentes), funciona perto dali o Barãozinho, que leva esse nome por ser filial do Barão Natural, na região central. Nesta semana, aliás, começou a funcionar a terceira unidade da casa ali nas vizinhanças, na rua Mateus Grou, 72. No Barãozinho, o bufê de saladas é mais modesto, mas o prato quente vegano e o preço compensam. Bife de soja à milanesa, arroz integral, lentilha e legumes salteados, com as saladas, saem por R$ 15. Por mais R$ 3, dá para beber mate com limão à vontade durante o almoço. BARÃOZINHO Onde r. João Moura, 861; tel. (11) 3384-9766 Horário seg. a sex., 12h às 15h, sáb. 12h às 16h Outra Sugestão escondidinho de batata e abóbora, arroz, feijão, legumes salteados e salada (R$ 15) CASA JAYA Onde r. Capote Valente, 305; tel. (11) 2935-6987 Horário seg. a sex., 11h30 às 15h Outra Sugestão penne ao molho de tomates, azeitonas e manjericão (R$ 17,50)
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Desembargador de SP suspeito de beneficiar deputado se aposenta
O desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, 59, do Tribunal de Justiça de São Paulo, requereu aposentadoria. Ele é investigado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), suspeito de haver retardado por mais de três anos uma ação penal contra o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa Barros Munhoz (PSDB) para beneficiar o parlamentar paulista. Reportagem da Folha revelou em 17 de fevereiro a suposição de uma rede de proteção para blindar Toledo. A aposentadoria foi concedida no último dia 11 pelo presidente do TJ-SP, desembargador Renato Nalini. Toledo poderia permanecer no cargo por mais 11 anos. O conselheiro Gilberto Valente Martins, do CNJ, diz que a decisão não extingue a responsabilidade administrativa. "A aposentadoria voluntária pode ser convertida em compulsória, e o Ministério Público pode mover ação de perda do cargo e da aposentadoria", diz Martins. Barros Munhoz é suspeito de desviar dinheiro público quando era prefeito de Itapira (SP), entre 1997 e 2004. Os crimes de formação de quadrilha, fraude à licitação e omissão de informações ao Ministério Público prescreveram enquanto o processo estava com Toledo. Munhoz ainda responde ação penal por suposta apropriação e desvio de bens e rendas públicas por 33 vezes. Toledo era diretor de Assuntos Legislativos da Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis) e tratava de interesses do tribunal junto a órgãos públicos. Um procedimento interno foi arquivado pelo então presidente do TJ-SP, desembargador Ivan Sartori, que não viu "irregularidade capaz de gerar aposentadoria compulsória ou disponibilidade, únicas penas a que estão sujeitos os desembargadores". Em junho de 2013, o então corregedor do CNJ, ministro Francisco Falcão, intimou Toledo para julgamento. A reclamação só entraria em pauta um ano depois, por decisão da corregedora Nancy Andrighi. O julgamento foi marcado para 18 de novembro de 2014, mas a defesa de Toledo juntou, no dia da sessão, documentação volumosa, o que levou Andrighi a retirar a reclamação da pauta. Dois dias depois da reportagem da Folha, Andrighi mandou incluir novamente a reclamação na pauta. Cabe ao presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, colocar o processo em julgamento. Toledo e seu advogado, Alberto Pavie Ribeiro, não se manifestaram.
poder
Desembargador de SP suspeito de beneficiar deputado se aposentaO desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, 59, do Tribunal de Justiça de São Paulo, requereu aposentadoria. Ele é investigado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), suspeito de haver retardado por mais de três anos uma ação penal contra o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa Barros Munhoz (PSDB) para beneficiar o parlamentar paulista. Reportagem da Folha revelou em 17 de fevereiro a suposição de uma rede de proteção para blindar Toledo. A aposentadoria foi concedida no último dia 11 pelo presidente do TJ-SP, desembargador Renato Nalini. Toledo poderia permanecer no cargo por mais 11 anos. O conselheiro Gilberto Valente Martins, do CNJ, diz que a decisão não extingue a responsabilidade administrativa. "A aposentadoria voluntária pode ser convertida em compulsória, e o Ministério Público pode mover ação de perda do cargo e da aposentadoria", diz Martins. Barros Munhoz é suspeito de desviar dinheiro público quando era prefeito de Itapira (SP), entre 1997 e 2004. Os crimes de formação de quadrilha, fraude à licitação e omissão de informações ao Ministério Público prescreveram enquanto o processo estava com Toledo. Munhoz ainda responde ação penal por suposta apropriação e desvio de bens e rendas públicas por 33 vezes. Toledo era diretor de Assuntos Legislativos da Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis) e tratava de interesses do tribunal junto a órgãos públicos. Um procedimento interno foi arquivado pelo então presidente do TJ-SP, desembargador Ivan Sartori, que não viu "irregularidade capaz de gerar aposentadoria compulsória ou disponibilidade, únicas penas a que estão sujeitos os desembargadores". Em junho de 2013, o então corregedor do CNJ, ministro Francisco Falcão, intimou Toledo para julgamento. A reclamação só entraria em pauta um ano depois, por decisão da corregedora Nancy Andrighi. O julgamento foi marcado para 18 de novembro de 2014, mas a defesa de Toledo juntou, no dia da sessão, documentação volumosa, o que levou Andrighi a retirar a reclamação da pauta. Dois dias depois da reportagem da Folha, Andrighi mandou incluir novamente a reclamação na pauta. Cabe ao presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, colocar o processo em julgamento. Toledo e seu advogado, Alberto Pavie Ribeiro, não se manifestaram.
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Brazil über alles
Já chamaram o dinheiro de "excremento do demônio". O filho de um imperador romano reclamou do pai o imposto criado para o uso dos mictórios e latrinas. O pai respondeu: "pecunia non olet", ou seja, o dinheiro não cheira. Agora em tempos de Lava Jato, surgiu a expressão "dinheiro sujo". No fundo, todos têm razão. Não é exatamente uma definição nova. Na década de 1980, me pediram um roteiro para um filme sobre um inglês que assaltou um trem e fugiu para o Brasil. A Fundação Konrad Adenauer pediu a extradição do criminoso, que se casou com uma brasileira e teve um filho com ela. O pedido foi negado e o ladrão prosperou como guia turístico das verdes matas e das fontes murmurantes. Fiz o roteiro, estive na Alemanha diversas vezes e afinal me pagaram em marcos. Quando fui descontar o cheque, o funcionário que me atendeu examinou bem a nota e nada me pagou, dizendo que aquele era "Das ist schmutziges Geld". Ou seja, dinheiro sujo. Como se pode ver, o dinheiro é desprezado em todo o mundo, mas todo mundo luta ou rouba pela "coisa suja", que fede e faz parte da fisiologia do demônio. No Brasil, em forma de propina ou outros macetes, o dinheiro serve para tudo, obras, estradas, cargos, túneis e compra de consciências. Só o diabo conhece o preço em reais ou dólares que movimenta a estrutura e o funcionamento das propinas. Tudo em forma de dinheiro sujo. "Brazil über alles." Se o interessado somar todas as propinas e roubos do dinheiro nacional, obterá uma fortuna maior do que o produto interno bruto. Pode-se contestar as quantias que a mídia e os peritos da Justiça divulgam quase diariamente. Mas aí surgem o habeas corpus, as prisões domiciliares e as tornozeleiras eletrônicas. Realmente, o Brasil está acima de tudo.
colunas
Brazil über allesJá chamaram o dinheiro de "excremento do demônio". O filho de um imperador romano reclamou do pai o imposto criado para o uso dos mictórios e latrinas. O pai respondeu: "pecunia non olet", ou seja, o dinheiro não cheira. Agora em tempos de Lava Jato, surgiu a expressão "dinheiro sujo". No fundo, todos têm razão. Não é exatamente uma definição nova. Na década de 1980, me pediram um roteiro para um filme sobre um inglês que assaltou um trem e fugiu para o Brasil. A Fundação Konrad Adenauer pediu a extradição do criminoso, que se casou com uma brasileira e teve um filho com ela. O pedido foi negado e o ladrão prosperou como guia turístico das verdes matas e das fontes murmurantes. Fiz o roteiro, estive na Alemanha diversas vezes e afinal me pagaram em marcos. Quando fui descontar o cheque, o funcionário que me atendeu examinou bem a nota e nada me pagou, dizendo que aquele era "Das ist schmutziges Geld". Ou seja, dinheiro sujo. Como se pode ver, o dinheiro é desprezado em todo o mundo, mas todo mundo luta ou rouba pela "coisa suja", que fede e faz parte da fisiologia do demônio. No Brasil, em forma de propina ou outros macetes, o dinheiro serve para tudo, obras, estradas, cargos, túneis e compra de consciências. Só o diabo conhece o preço em reais ou dólares que movimenta a estrutura e o funcionamento das propinas. Tudo em forma de dinheiro sujo. "Brazil über alles." Se o interessado somar todas as propinas e roubos do dinheiro nacional, obterá uma fortuna maior do que o produto interno bruto. Pode-se contestar as quantias que a mídia e os peritos da Justiça divulgam quase diariamente. Mas aí surgem o habeas corpus, as prisões domiciliares e as tornozeleiras eletrônicas. Realmente, o Brasil está acima de tudo.
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Apple Watch pode ser encomendado a partir desta sexta-feira em 9 países
Começa nesta sexta-feira (10) a pré venda on-line do Apple Watch, relógio inteligente da Apple, em nove países. O novo produto não será vendido para compradores que entrarem na loja no dia de seu lançamento. Poderão fazer a reserva apenas consumidores de Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Hong Kong e Japão, com as primeiras entregas previstas para acontecer no dia 24 do mesmo mês, data oficial do lançamento do produto. Durante essas duas semanas, compradores vão poder testar o produto em horários agendados nas lojas da Apple desses países –é preciso escolher qual o modelo pretendido no site da empresa. A Apple eventualmente pretende permitir compras do produto nas lojas físicas, mas não antes da primeira onda de pedidos ter passado. Não há previsões de quando o produto estará disponível para compradores brasileiros. O acessório, que é o produto de tecnologia mais esperado do ano, tem um potencial futuro extraordinário. Mas, em sua primeira versão, é lento, tem várias funções, mas não realiza nenhuma delas de modo efetivamente bom, e pode ser útil só para "pioneiros". Na média, essa foi a avaliação feita por jornalistas estrangeiros que testaram o aparelho.
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Apple Watch pode ser encomendado a partir desta sexta-feira em 9 paísesComeça nesta sexta-feira (10) a pré venda on-line do Apple Watch, relógio inteligente da Apple, em nove países. O novo produto não será vendido para compradores que entrarem na loja no dia de seu lançamento. Poderão fazer a reserva apenas consumidores de Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Hong Kong e Japão, com as primeiras entregas previstas para acontecer no dia 24 do mesmo mês, data oficial do lançamento do produto. Durante essas duas semanas, compradores vão poder testar o produto em horários agendados nas lojas da Apple desses países –é preciso escolher qual o modelo pretendido no site da empresa. A Apple eventualmente pretende permitir compras do produto nas lojas físicas, mas não antes da primeira onda de pedidos ter passado. Não há previsões de quando o produto estará disponível para compradores brasileiros. O acessório, que é o produto de tecnologia mais esperado do ano, tem um potencial futuro extraordinário. Mas, em sua primeira versão, é lento, tem várias funções, mas não realiza nenhuma delas de modo efetivamente bom, e pode ser útil só para "pioneiros". Na média, essa foi a avaliação feita por jornalistas estrangeiros que testaram o aparelho.
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Deputado que chamou presidente de CPI de 'moleque' é punido pela Câmara
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, comandada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aplicou a simbólica punição de "censura escrita" ao deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) por ter chamado o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), de moleque na sessão inicial da comissão, em março. Motta, que tem 26 anos, foi alvo de reclamações naquela sessão ao tentar criar sub-relatorias para a CPI sem submeter a decisão aos demais integrantes da comissão. A punição foi publicada no Diário Oficial da Câmara nesta quarta-feira (16), após um parecer do corregedor da Casa, deputado Carlos Manato (SD-ES). Embora não tenha efeitos práticos contra o parlamentar, o caso provocou bate-boca no plenário da Câmara entre deputados do PSOL e o presidente da Câmara. Isso porque os parlamentares acusaram Cunha de "engavetar" os pedidos do PSOL à corregedoria para abrir processo contra os parlamentares investigados na Operação Lava Jato, dentre os quais se inclui o presidente da Câmara. O corregedor, Carlos Manato, diz que ainda não recebeu os pedidos do PSOL –que precisam passar primeiro pela Mesa Diretora, comandada por Cunha. Ouvido anteriormente pela Folha, Edmilson sustentou que não chamou Motta de "moleque", mas que disse a ele "não amoleque esta CPI".
poder
Deputado que chamou presidente de CPI de 'moleque' é punido pela CâmaraA Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, comandada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aplicou a simbólica punição de "censura escrita" ao deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) por ter chamado o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), de moleque na sessão inicial da comissão, em março. Motta, que tem 26 anos, foi alvo de reclamações naquela sessão ao tentar criar sub-relatorias para a CPI sem submeter a decisão aos demais integrantes da comissão. A punição foi publicada no Diário Oficial da Câmara nesta quarta-feira (16), após um parecer do corregedor da Casa, deputado Carlos Manato (SD-ES). Embora não tenha efeitos práticos contra o parlamentar, o caso provocou bate-boca no plenário da Câmara entre deputados do PSOL e o presidente da Câmara. Isso porque os parlamentares acusaram Cunha de "engavetar" os pedidos do PSOL à corregedoria para abrir processo contra os parlamentares investigados na Operação Lava Jato, dentre os quais se inclui o presidente da Câmara. O corregedor, Carlos Manato, diz que ainda não recebeu os pedidos do PSOL –que precisam passar primeiro pela Mesa Diretora, comandada por Cunha. Ouvido anteriormente pela Folha, Edmilson sustentou que não chamou Motta de "moleque", mas que disse a ele "não amoleque esta CPI".
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Músicas sertanejas sobre apaixonados foram as mais tocadas em 2014
No Brasil, a cada cinco minutos e meio, uma mulher é acordada com o telefone tocando. Do outro lado da linha, um cara apaixonado diz querer "ouvir sua voz de sono". "Poderia estar agora num hotel mil estrelas em Dubai, mas eu prefiro estar aqui, te perturbando", fala o sujeito. Pelo menos no rádio, é o que ocorre. A história está na música "Domingo de Manhã", gravada pela dupla sertaneja paulista Marcos & Belutti. Quase um hino dos "stalkers" (do verbo "stalk", ou perseguir, em inglês), ela foi a campeã de execuções no Brasil em 2014: em média, foi tocada uma vez a cada cinco minutos e 30 segundos. Na mesma linha de quem se apaixonou e não descola, Luan Santana fica em segundo lugar, fazendo uma proposta de casamento a cada seis minutos e 26 segundos. "Eu, você, dois filhos e um cachorro" são os planos descritos no refrão de "Cê Topa". Os dados são de levantamento da empresa Crowley, que monitorou a execução de músicas em 215 rádios no país. É quase impossível escapar do homem-grude: as confissões de amor estão em oito das dez faixas mais rodadas em 2014 —todas elas com homens como intérpretes. No rol da paixão, há declarações encharcadas de fofura, como em "Mozão" (de Lucas Lucco) —cujo videoclipe foi o mais visto pelos brasileiros no YouTube em 2014. CASO DE POLÍCIA Chamam atenção ainda as faixas cujas histórias têm potencial para terminar com queixa na delegacia, tamanho o incômodo provocado pelos amantes. É o caso da já citada "Domingo de Manhã" e de "Vou te Amarrar na Minha Cama" (cujo título levaria preso o meliante responsável pelo ato), que foi sucesso da dupla As Marcianas nos anos 1980, regravado por Bruno & Marrone. Já "Guerra Fria" reclama de invasão de privacidade: "Eu odeio quando mexe em minhas coisas/ Vasculhando sem me pedir". A dor de cotovelo também está na lista, mas em pouca quantidade ­—só em "O Tempo Não Apaga", de Victor e Leo. SÓ SERTÃO Foi também um ano com pouco espaço para diferentes estilos no rádio. Se considerados os gêneros das canções executadas, nada menos que oito das dez mais são sertanejas. Das restantes, uma é o pagode "Guerra Fria", do grupo Sorriso Maroto —com participação, porém, dos sertanejos Jorge e Matheus—, e a outra é "Happy", hit soul do americano Pharrell Williams. "Happy" é, aliás, a única estrangeira na lista. E também a única a não falar sobre relacionamentos amorosos. Sem romantismo, mas com letra sobre conquista, a terceira colocada —"Os 10 Mandamentos do Amor", cantada por Eduardo Costa, está sozinha no quesito malandragem. O título não entrega, mas letra é um desfile de conselhos para levar uma mulher para a cama e depois sumir. INESCAPÁVEL Para artistas e produtores ouvidos pela reportagem, a lista indica uma inescapável tendência do sertanejo romântico. "As músicas nas quais as temáticas são balada e/ou algum tipo de ostentação perderam força nas rádios por serem muito similares", avalia Fernando Lobo, gerente artístico da Som Livre, gravadora que emplacou metade das dez mais tocadas —a outra porção pertence à Sony Music. "Antes, o sertanejo estava naquela coisa de beber, de encher a cara etc. e tal. Agora é um momento mais voltado ao amor mesmo", diz Alexandre Schiavo, presidente da Sony. Para Lobo, a vertente romântica, que marcou a explosão do sertanejo nos anos 1990, se firma repaginada por novas batidas. "As músicas mais românticas passaram a ter uma pegada mais pop." No caso da campeã, "Domingo de Manhã", o ritmo lembra o de uma canção pop rock. "Esse foi um ano atípico. Antes, todo mundo estava pensando em fazer música de carro ou de pegação. Nós sofremos um pouco com isso, porque a gente não conseguia compor músicas desse jeito", lembra Belutti, sertanejo da dupla campeã. O baiano Bruno Caliman, autor de "Domingo de Manhã", porém, sabe fazer canções nos mais variados estilos. É o criador de "Fiorino" ("De Land Rover é fácil, é mole, é lindo/ Quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino") e do refrão de "Camaro Amarelo" ("Agora eu fiquei doce igual caramelo/ Tô tirando onda de Camaro amarelo"). Ele, no entanto, também vê o romantismo como o caminho mais firme agora. "O sujeito de 'Domingo de Manhã' é exageradíssimo. Liga justamente no domingo de manhã, no horário em que ninguém quer acordar. Mas isso ajudou a viralizar a música", ri Caliman. * AS DEZ MÚSICAS MAIS OUVIDAS NAS RÁDIOS BRASILEIRAS EM 2014 Oito das faixas são de homens grudentos 80% GAMOU E GRUDOU 1ª "Domingo de Manhã" Marcos e Belutti "Prefiro estar aqui / Te perturbando, domingo de manhã / É que eu prefiro ouvir sua voz de sono / Domingo de manhã" Domingo de Manhã 2ª "Cê Topa" Luan Santana "Eu tenho uma proposta para te fazer / Eu, você, dois filhos e um cachorro / Um edredom, um filme bom no frio de agosto / E aí, cê topa?" Cê Topa 4ª "Vou te Amarrar na Minha Cama" Bruno e Marrone "Vou te amarrar na minha cama / Só vai fazer amor comigo / Eu te quero e preciso / Só junto de você / A minha vida faz sentido" Vou te Amarrar na Minha Cama 5ª "O Tempo Não Apaga" Victor e Leo "O tempo não apaga / Não desfaz o beijo que eu desejo sempre mais / Não posso esquecer o seu olhar no meu / Eu sei que nosso amor ainda não morreu" O Tempo Não Apaga 6ª "Mozão" Lucas Lucco "Momozin vamos fazer assim / Eu cuido de você, você cuida de mim / Não desisto de você e nem você de mim / Vamos até o fim" Mozão 7ª "Flores em Vida" Zezé Di Camargo e Luciano "Eu quero viver a vida / Quero flores em vida / Colhidas no jardim do amor / Do nosso amor" Flores em Vida 8ª "Tudo com Você" Victor e Leo "Sou tudo ao seu lado / Preciso te encontrar / Diga se estou errado / Algo me faz querer te amar" Tudo com Você 10ª "Guerra Fria" Sorriso Maroto "Eu odeio quando mexe em minhas coisas / Vasculhando sem me pedir / Mas adoro quando me dá seu carinho / E assim me faz dormir" Guerra Fria 10% MALANDRAGEM 3ª "Os 10 Mandamentos do Amor" Eduardo Costa "Oitavo mandamento, diz para jurar / Lhe ser fiel até a morte lhe levar / No nono você diz que vai voltar / Diz que amanhã vai telefonar / E o décimo / Deixa ela esperar" 10 Mandamentos da Maladragem 10% DE BEM COM A VIDA 9ª "Happy" Pharrell Williams "Porque eu estou feliz/ Bata palmas se você sabe o que é felicidade para você/ Porque eu estou feliz/ Bata palmas se você sente que é isso que quer fazer" (Tradução do inglês "Because I'm happy/ Clap along if you know what happiness is to you/ Because I'm happy/ Clap along if you feel like that's what you wanna do") Happy Fonte: Crowley Broadcast Analysis, em medição de 215 rádios em 23 praças (cidades ou regiões), entre 1/1/14 e 31/12/14
ilustrada
Músicas sertanejas sobre apaixonados foram as mais tocadas em 2014No Brasil, a cada cinco minutos e meio, uma mulher é acordada com o telefone tocando. Do outro lado da linha, um cara apaixonado diz querer "ouvir sua voz de sono". "Poderia estar agora num hotel mil estrelas em Dubai, mas eu prefiro estar aqui, te perturbando", fala o sujeito. Pelo menos no rádio, é o que ocorre. A história está na música "Domingo de Manhã", gravada pela dupla sertaneja paulista Marcos & Belutti. Quase um hino dos "stalkers" (do verbo "stalk", ou perseguir, em inglês), ela foi a campeã de execuções no Brasil em 2014: em média, foi tocada uma vez a cada cinco minutos e 30 segundos. Na mesma linha de quem se apaixonou e não descola, Luan Santana fica em segundo lugar, fazendo uma proposta de casamento a cada seis minutos e 26 segundos. "Eu, você, dois filhos e um cachorro" são os planos descritos no refrão de "Cê Topa". Os dados são de levantamento da empresa Crowley, que monitorou a execução de músicas em 215 rádios no país. É quase impossível escapar do homem-grude: as confissões de amor estão em oito das dez faixas mais rodadas em 2014 —todas elas com homens como intérpretes. No rol da paixão, há declarações encharcadas de fofura, como em "Mozão" (de Lucas Lucco) —cujo videoclipe foi o mais visto pelos brasileiros no YouTube em 2014. CASO DE POLÍCIA Chamam atenção ainda as faixas cujas histórias têm potencial para terminar com queixa na delegacia, tamanho o incômodo provocado pelos amantes. É o caso da já citada "Domingo de Manhã" e de "Vou te Amarrar na Minha Cama" (cujo título levaria preso o meliante responsável pelo ato), que foi sucesso da dupla As Marcianas nos anos 1980, regravado por Bruno & Marrone. Já "Guerra Fria" reclama de invasão de privacidade: "Eu odeio quando mexe em minhas coisas/ Vasculhando sem me pedir". A dor de cotovelo também está na lista, mas em pouca quantidade ­—só em "O Tempo Não Apaga", de Victor e Leo. SÓ SERTÃO Foi também um ano com pouco espaço para diferentes estilos no rádio. Se considerados os gêneros das canções executadas, nada menos que oito das dez mais são sertanejas. Das restantes, uma é o pagode "Guerra Fria", do grupo Sorriso Maroto —com participação, porém, dos sertanejos Jorge e Matheus—, e a outra é "Happy", hit soul do americano Pharrell Williams. "Happy" é, aliás, a única estrangeira na lista. E também a única a não falar sobre relacionamentos amorosos. Sem romantismo, mas com letra sobre conquista, a terceira colocada —"Os 10 Mandamentos do Amor", cantada por Eduardo Costa, está sozinha no quesito malandragem. O título não entrega, mas letra é um desfile de conselhos para levar uma mulher para a cama e depois sumir. INESCAPÁVEL Para artistas e produtores ouvidos pela reportagem, a lista indica uma inescapável tendência do sertanejo romântico. "As músicas nas quais as temáticas são balada e/ou algum tipo de ostentação perderam força nas rádios por serem muito similares", avalia Fernando Lobo, gerente artístico da Som Livre, gravadora que emplacou metade das dez mais tocadas —a outra porção pertence à Sony Music. "Antes, o sertanejo estava naquela coisa de beber, de encher a cara etc. e tal. Agora é um momento mais voltado ao amor mesmo", diz Alexandre Schiavo, presidente da Sony. Para Lobo, a vertente romântica, que marcou a explosão do sertanejo nos anos 1990, se firma repaginada por novas batidas. "As músicas mais românticas passaram a ter uma pegada mais pop." No caso da campeã, "Domingo de Manhã", o ritmo lembra o de uma canção pop rock. "Esse foi um ano atípico. Antes, todo mundo estava pensando em fazer música de carro ou de pegação. Nós sofremos um pouco com isso, porque a gente não conseguia compor músicas desse jeito", lembra Belutti, sertanejo da dupla campeã. O baiano Bruno Caliman, autor de "Domingo de Manhã", porém, sabe fazer canções nos mais variados estilos. É o criador de "Fiorino" ("De Land Rover é fácil, é mole, é lindo/ Quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino") e do refrão de "Camaro Amarelo" ("Agora eu fiquei doce igual caramelo/ Tô tirando onda de Camaro amarelo"). Ele, no entanto, também vê o romantismo como o caminho mais firme agora. "O sujeito de 'Domingo de Manhã' é exageradíssimo. Liga justamente no domingo de manhã, no horário em que ninguém quer acordar. Mas isso ajudou a viralizar a música", ri Caliman. * AS DEZ MÚSICAS MAIS OUVIDAS NAS RÁDIOS BRASILEIRAS EM 2014 Oito das faixas são de homens grudentos 80% GAMOU E GRUDOU 1ª "Domingo de Manhã" Marcos e Belutti "Prefiro estar aqui / Te perturbando, domingo de manhã / É que eu prefiro ouvir sua voz de sono / Domingo de manhã" Domingo de Manhã 2ª "Cê Topa" Luan Santana "Eu tenho uma proposta para te fazer / Eu, você, dois filhos e um cachorro / Um edredom, um filme bom no frio de agosto / E aí, cê topa?" Cê Topa 4ª "Vou te Amarrar na Minha Cama" Bruno e Marrone "Vou te amarrar na minha cama / Só vai fazer amor comigo / Eu te quero e preciso / Só junto de você / A minha vida faz sentido" Vou te Amarrar na Minha Cama 5ª "O Tempo Não Apaga" Victor e Leo "O tempo não apaga / Não desfaz o beijo que eu desejo sempre mais / Não posso esquecer o seu olhar no meu / Eu sei que nosso amor ainda não morreu" O Tempo Não Apaga 6ª "Mozão" Lucas Lucco "Momozin vamos fazer assim / Eu cuido de você, você cuida de mim / Não desisto de você e nem você de mim / Vamos até o fim" Mozão 7ª "Flores em Vida" Zezé Di Camargo e Luciano "Eu quero viver a vida / Quero flores em vida / Colhidas no jardim do amor / Do nosso amor" Flores em Vida 8ª "Tudo com Você" Victor e Leo "Sou tudo ao seu lado / Preciso te encontrar / Diga se estou errado / Algo me faz querer te amar" Tudo com Você 10ª "Guerra Fria" Sorriso Maroto "Eu odeio quando mexe em minhas coisas / Vasculhando sem me pedir / Mas adoro quando me dá seu carinho / E assim me faz dormir" Guerra Fria 10% MALANDRAGEM 3ª "Os 10 Mandamentos do Amor" Eduardo Costa "Oitavo mandamento, diz para jurar / Lhe ser fiel até a morte lhe levar / No nono você diz que vai voltar / Diz que amanhã vai telefonar / E o décimo / Deixa ela esperar" 10 Mandamentos da Maladragem 10% DE BEM COM A VIDA 9ª "Happy" Pharrell Williams "Porque eu estou feliz/ Bata palmas se você sabe o que é felicidade para você/ Porque eu estou feliz/ Bata palmas se você sente que é isso que quer fazer" (Tradução do inglês "Because I'm happy/ Clap along if you know what happiness is to you/ Because I'm happy/ Clap along if you feel like that's what you wanna do") Happy Fonte: Crowley Broadcast Analysis, em medição de 215 rádios em 23 praças (cidades ou regiões), entre 1/1/14 e 31/12/14
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Um brasileiro, um número e uma digital
Hoje, cada brasileiro tem quase 20 registros. Isso, além de ser um excesso de burocracia, significa perda de tempo e de recursos. Todos perdem: o cidadão e o Estado. Mas, essa ideia não é nova. Há 18 anos foi sancionada a lei nº 9.454/1997 que previa um número único chamado Registro de Identidade Civil (RIC) e isso só foi possível graças ao ilustre senador Pedro Simon. Muitos brasileiros tiveram a esperança de se relacionar com o Estado com dignidade e facilidade. O número único seria a chave do relacionamento entre cidadão e Estado que garantiria maior acessibilidade aos serviços e benefícios para todos, universalidade e controle do gasto e dos recursos públicos. Infelizmente, a concretização do sonho de Pedro Simon não se efetivou. A burocracia, a falta de articulação inter e intra governamental e a morosidade da máquina pública naufragou com o ideal do senador e de tantos que com ele trabalharam. Os prejuízos não pararam aí. A falta do registro único abriu espaço para o descontrole e para o cipoal de ilícitos traduzidos nas fraudes com os subsídios públicos. Nesse contexto, milhares de cidadãos na linha da pobreza ainda não puderam receber benefícios justos, enquanto outros acumulam indevidamente vários deles. A omissão do poder público é flagrante. O Tribunal de Contas da União (TCU) vem apontando isso em suas auditorias. Em 2014, um relatório do TCU recomendou a correção do cadastro de 400 mil famílias, de 1.681.712 famílias auditadas do total de 13 milhões e 600 mil famílias que eram atendidas pelo programa Bolsa Família (PBF). O Tribunal determinou o cancelamento do pagamento a 15.788 óbitos confirmados e de 577 vereadores que foram eleitos recebendo bolsa família. Todos os relatórios do TCU apontam extrema necessidade de unificação dos cadastros municipais, estaduais e federais. Destacam a pertinência do uso do Cadastro da Pessoa Física (CPF) em razão de tratar-se de um número único e de ser o instrumento utilizado pela Receita Federal. Significa, portanto, termos aí uma sociedade que enxergue um brasileiro com apenas um registro e uma digital. Nada menos que a chave única da cidadania. Se há dezoito anos não existia base tecnológica capaz de tornar o registro único realizável, hoje o Brasil e os brasileiros são ávidos consumidores e geradores de novas tecnologias. Um exemplo é a urna eletrônica e seu insuperável desempenho e controle que agora será adaptada ainda para ter também um registro do voto em papel com cem por cento de segurança. É exatamente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderemos nos apoiar para a construção desse sonho. Com 144 milhões de CPFs e 25 milhões de biometrias já feitas, o Tribunal faz hoje 5.000 novas biometrias por dia e para 2018 estima estar com 70 milhões de biometrizados. O TSE prevê completar o seu trabalho em 2020. O que é necessário então? Que todos nós brasileiros tenhamos conhecimento dessa possibilidade e que façamos a devida construção política rumo a desburocratização sem precedente no Brasil para uma nova cidadania em um contexto novo de ganho geral para todos os brasileiros. Medindo melhor e analisando melhor cada subsídio os brasileiros poderão ver com mais clareza que o sucesso do atendimento social e sua defesa não se mede pela quantidade se entrantes ou de assistidos mas pela quantidade de cidadãos que saem da assistência e com ela passam a contribuir. JULIO LOPES, 56, é deputado federal (PP-RJ) e relator do projeto de lei 1.775 que institui o Registro Civil Nacional-RCN * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Um brasileiro, um número e uma digitalHoje, cada brasileiro tem quase 20 registros. Isso, além de ser um excesso de burocracia, significa perda de tempo e de recursos. Todos perdem: o cidadão e o Estado. Mas, essa ideia não é nova. Há 18 anos foi sancionada a lei nº 9.454/1997 que previa um número único chamado Registro de Identidade Civil (RIC) e isso só foi possível graças ao ilustre senador Pedro Simon. Muitos brasileiros tiveram a esperança de se relacionar com o Estado com dignidade e facilidade. O número único seria a chave do relacionamento entre cidadão e Estado que garantiria maior acessibilidade aos serviços e benefícios para todos, universalidade e controle do gasto e dos recursos públicos. Infelizmente, a concretização do sonho de Pedro Simon não se efetivou. A burocracia, a falta de articulação inter e intra governamental e a morosidade da máquina pública naufragou com o ideal do senador e de tantos que com ele trabalharam. Os prejuízos não pararam aí. A falta do registro único abriu espaço para o descontrole e para o cipoal de ilícitos traduzidos nas fraudes com os subsídios públicos. Nesse contexto, milhares de cidadãos na linha da pobreza ainda não puderam receber benefícios justos, enquanto outros acumulam indevidamente vários deles. A omissão do poder público é flagrante. O Tribunal de Contas da União (TCU) vem apontando isso em suas auditorias. Em 2014, um relatório do TCU recomendou a correção do cadastro de 400 mil famílias, de 1.681.712 famílias auditadas do total de 13 milhões e 600 mil famílias que eram atendidas pelo programa Bolsa Família (PBF). O Tribunal determinou o cancelamento do pagamento a 15.788 óbitos confirmados e de 577 vereadores que foram eleitos recebendo bolsa família. Todos os relatórios do TCU apontam extrema necessidade de unificação dos cadastros municipais, estaduais e federais. Destacam a pertinência do uso do Cadastro da Pessoa Física (CPF) em razão de tratar-se de um número único e de ser o instrumento utilizado pela Receita Federal. Significa, portanto, termos aí uma sociedade que enxergue um brasileiro com apenas um registro e uma digital. Nada menos que a chave única da cidadania. Se há dezoito anos não existia base tecnológica capaz de tornar o registro único realizável, hoje o Brasil e os brasileiros são ávidos consumidores e geradores de novas tecnologias. Um exemplo é a urna eletrônica e seu insuperável desempenho e controle que agora será adaptada ainda para ter também um registro do voto em papel com cem por cento de segurança. É exatamente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderemos nos apoiar para a construção desse sonho. Com 144 milhões de CPFs e 25 milhões de biometrias já feitas, o Tribunal faz hoje 5.000 novas biometrias por dia e para 2018 estima estar com 70 milhões de biometrizados. O TSE prevê completar o seu trabalho em 2020. O que é necessário então? Que todos nós brasileiros tenhamos conhecimento dessa possibilidade e que façamos a devida construção política rumo a desburocratização sem precedente no Brasil para uma nova cidadania em um contexto novo de ganho geral para todos os brasileiros. Medindo melhor e analisando melhor cada subsídio os brasileiros poderão ver com mais clareza que o sucesso do atendimento social e sua defesa não se mede pela quantidade se entrantes ou de assistidos mas pela quantidade de cidadãos que saem da assistência e com ela passam a contribuir. JULIO LOPES, 56, é deputado federal (PP-RJ) e relator do projeto de lei 1.775 que institui o Registro Civil Nacional-RCN * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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