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Desafio é conter problemas fora de campo na Copa das Confederações
Há longa história relacionando grandes eventos esportivos a países em destaque na arena política. Nem sempre acaba bem, e a Copa do Mundo da Rússia é exemplo no qual sucesso e fracasso estarão lado a lado. A Fifa deu a Copa aos russos em 2010, quando Vladimir Putin vivia auge político e dava as cartas na cadeira de premiê do governo de seu protegido Dmitri Medvedev. Tendo trabalhado para restaurar a autoestima russa após o fim da União Soviética, Putin nadara os anos 2000 em cotações altas do petróleo que move a economia. Acabara de flexionar seus músculos militares ao derrotar a Geórgia numa rápida guerra em 2008, destinada a afastar a influência ocidental de suas fronteiras. Seu regime também já era acusado por violações de direitos humanos, mantendo a tradição de polêmica nas indicações de países-sedes. Isso ocorre desde que Adolf Hitler transformou a liderança alemã nos Jogos de 1936 numa afirmação de superioridade racial, só para ser desautorizado na pista de atletismo pelo negro Jesse Owens e seus quatro ouros. Quando a Fifa lhe agraciou, Putin já tinha no bolso a Olimpíada de Inverno de 2014, realizada com eficiência, mas manchada pela revelação de que atletas russos estavam envolvidos em esquema de doping. Atualmente, se aproxima mais ao Brasil, que encaçapou Copa e Olimpíada e enfrentou crises subsequentes. No caso brasileiro, um legado deficitário de estádios inúteis e investigações sobre propina e superfaturamento. Não parece disparatado ver nas arenas de Ekaterimburgo ou Saransk um destino semelhante ao da Arena Pantanal. Putin passou a década sob desgaste externo. O conflito na Ucrânia, que lhe rende sanções desde 2014, a queda do preço do petróleo a partir de 2015 e o aumento do gasto militar configuram cenário que pode afastar turistas. Mas é preciso relativizar isso. Com outros elementos (violência, miséria), dizia-se o mesmo da Copa no Brasil, e o resultado em termos de imagem foi positivo. E essa é a oportunidade para Putin: realizar com sucesso e empatia o evento, mesmo que russos gostem tanto de futebol quanto de hóquei sobre o gelo, controlando hooligans e evitando a ação dos sempre presentes terroristas. Ainda existe o risco doméstico. Há desinteresse no país. Putin enfrenta os maiores protestos desde 2012. As manifestações estão espraiadas pelo país, e com o caráter de movimento de juventude, impulsionado por redes sociais. Seu líder é um blogueiro chamado Alexei Navalni, preso na segunda-feira (12). A Copa está distante um ano, então é imprevisível para que lado a balança penderá. Os problemas indicam que o Kremlin terá trabalho para colher os louros extracampo. Confira o guia da Copa das Confederações:
esporte
Desafio é conter problemas fora de campo na Copa das ConfederaçõesHá longa história relacionando grandes eventos esportivos a países em destaque na arena política. Nem sempre acaba bem, e a Copa do Mundo da Rússia é exemplo no qual sucesso e fracasso estarão lado a lado. A Fifa deu a Copa aos russos em 2010, quando Vladimir Putin vivia auge político e dava as cartas na cadeira de premiê do governo de seu protegido Dmitri Medvedev. Tendo trabalhado para restaurar a autoestima russa após o fim da União Soviética, Putin nadara os anos 2000 em cotações altas do petróleo que move a economia. Acabara de flexionar seus músculos militares ao derrotar a Geórgia numa rápida guerra em 2008, destinada a afastar a influência ocidental de suas fronteiras. Seu regime também já era acusado por violações de direitos humanos, mantendo a tradição de polêmica nas indicações de países-sedes. Isso ocorre desde que Adolf Hitler transformou a liderança alemã nos Jogos de 1936 numa afirmação de superioridade racial, só para ser desautorizado na pista de atletismo pelo negro Jesse Owens e seus quatro ouros. Quando a Fifa lhe agraciou, Putin já tinha no bolso a Olimpíada de Inverno de 2014, realizada com eficiência, mas manchada pela revelação de que atletas russos estavam envolvidos em esquema de doping. Atualmente, se aproxima mais ao Brasil, que encaçapou Copa e Olimpíada e enfrentou crises subsequentes. No caso brasileiro, um legado deficitário de estádios inúteis e investigações sobre propina e superfaturamento. Não parece disparatado ver nas arenas de Ekaterimburgo ou Saransk um destino semelhante ao da Arena Pantanal. Putin passou a década sob desgaste externo. O conflito na Ucrânia, que lhe rende sanções desde 2014, a queda do preço do petróleo a partir de 2015 e o aumento do gasto militar configuram cenário que pode afastar turistas. Mas é preciso relativizar isso. Com outros elementos (violência, miséria), dizia-se o mesmo da Copa no Brasil, e o resultado em termos de imagem foi positivo. E essa é a oportunidade para Putin: realizar com sucesso e empatia o evento, mesmo que russos gostem tanto de futebol quanto de hóquei sobre o gelo, controlando hooligans e evitando a ação dos sempre presentes terroristas. Ainda existe o risco doméstico. Há desinteresse no país. Putin enfrenta os maiores protestos desde 2012. As manifestações estão espraiadas pelo país, e com o caráter de movimento de juventude, impulsionado por redes sociais. Seu líder é um blogueiro chamado Alexei Navalni, preso na segunda-feira (12). A Copa está distante um ano, então é imprevisível para que lado a balança penderá. Os problemas indicam que o Kremlin terá trabalho para colher os louros extracampo. Confira o guia da Copa das Confederações:
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Apple gastará 1,7 bi de euros em novos data centers na Europa
A Apple anunciou que gastará 1,7 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão) para construir dois data centers na Europa. Os locais funcionarão apenas com energia renovável e criarão centenas de empregos. A companhia disse que os centros, na Irlanda e na Dinamarca, serão usados para mover os serviços on-line da Apple, incluindo iTunes Store, App Store, iMessage, Maps e Siri para consumidores na Europa. O investimento deve ser dividido igualmente entre os dois países, com o governo irlandês confirmando que 850 milhões de euros serão gastos na Irlanda. Os dois centros devem iniciar as operações em 2017. "Esse significativo novo investimento representa o maior projeto da Apple na Europa até agora", disse o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, em comunicado. "Estamos animados por estar ampliando nossas operações, criando centenas de empregos locais e introduzindo alguns de nossos projetos de construções 'verdes' mais avançados até hoje", acrescentou.
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Apple gastará 1,7 bi de euros em novos data centers na EuropaA Apple anunciou que gastará 1,7 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão) para construir dois data centers na Europa. Os locais funcionarão apenas com energia renovável e criarão centenas de empregos. A companhia disse que os centros, na Irlanda e na Dinamarca, serão usados para mover os serviços on-line da Apple, incluindo iTunes Store, App Store, iMessage, Maps e Siri para consumidores na Europa. O investimento deve ser dividido igualmente entre os dois países, com o governo irlandês confirmando que 850 milhões de euros serão gastos na Irlanda. Os dois centros devem iniciar as operações em 2017. "Esse significativo novo investimento representa o maior projeto da Apple na Europa até agora", disse o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, em comunicado. "Estamos animados por estar ampliando nossas operações, criando centenas de empregos locais e introduzindo alguns de nossos projetos de construções 'verdes' mais avançados até hoje", acrescentou.
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Nos 15 anos do sucesso teen 'O Diário da Princesa', Mia chega à maturidade
Mia Thermopolis, 25, princesa da pequena Genovia, está debutando, apesar de já estar meio velha para isso. É que a série de romances adolescentes "O Diário da Princesa", da qual é protagonista, acaba de completar 15 anos. Mia, assim como Genovia, é criação da escritora americana Meg Cabot, 48, que lança agora o 11º volume da saga, "O Casamento da Princesa", em que, como sugere o título, a protagonista finalmente deve desposar Michael Moscovitz, seu namorado de pelo menos seis livros. "Mas será que o casamento de conto de fadas dela será perfeito ou se transformará no maior desastre do ano?", provoca Cabot, em entrevista à Folha, por e-mail. A princesa, sem dúvida, é o maior sucesso da autora. Transformado em filme em 2001, o primeiro livro da série foi o responsável por lançar a atriz Anne Hathaway, então com 19 anos. Nele, Mia, aos 14 anos, é uma menina nova-iorquina desajustada que se descobre herdeira de um pequeno país na Europa e tem de lidar, além dos dramas tradicionais da idade, com paparazzi, aulas de etiqueta e a família real. Como parte das comemorações do debute da série, a Record lançou, em outubro, uma edição comemorativa do primeiro livro (R$ 75, 296 págs.). Para os fãs, outra surpresa: Cabot sugere que poderá haver um terceiro filme da princesa (o segundo saiu em 2004). Mas nem só do "Diário da Princesa" vive a autora. Seu extenso currículo –ela é forte candidata a rainha do "chick-lit", como é chamado esse tipo de literatura açucarada voltada para adolescentes e mulheres– tem 25 milhões de cópias vendidas no mundo, de suas mais de 70 obras, escritas sob três pseudônimos. PSEUDÔNIMO Foi com o nome Patricia Cabot que, no fim dos anos 1990, a americana iniciou sua carreira, escrevendo romances históricos picantes, como "A Rosa do Inverno". "Quando comecei a escrever, eu amava esse tipo de literatura", conta. "E não podia assinar o meu nome verdadeiro, porque minha avó, muito religiosa, não aprovava esses romances 'sexy'." Começou a usar seu nome real quando decidiu dar à luz Mia, em 2000. No mesmo ano, publicou, por outra editora, o primeiro volume da série "A Mediadora", sobre Suzanna, uma garota que se comunica com espíritos. Por questões de contrato, decidiu assinar ali o nome Jenny Carroll, hoje abandonado. "Esses livros [adolescentes] se provaram mais populares com os leitores que os romances históricos, então eu troquei", afirma. Depois disso não parou: foram seis tomos de "A Mediadora" –o sétimo, "Remembrance" (recordação), sai nos EUA em 2016– e 11 de Mia. Escreveu sobre uma jovem que salva o presidente ("Garota Americana") e outra que é a reencarnação de uma personagem da lenda do rei Arthur ("Avalon High"), além de histórias para adultos, como "Garota Encontra Garoto" e "Tamanho 42 Não É Gorda". Agora, ela se concentra nasvida adulta de suas personagens: além "O Casamento...", "Remembrance" também trará Suze mais velha. Não é coincidência, já que boa parte dos fãs de Cabot está hoje entrando na faixa dos 20. "Muitos dos adolescentes com quem me relaciono desde o começo dos anos 2000 agora viraram adultos incríveis", diz. "E essa é uma das razões para eu ter começado a escrever o 'Casamento...'. É sobre uma princesa, claro, mas que passou pelas mesmas dificuldades que os leitores para entrar na vida adulta, e agora está tentando se encontrar no mundo." O CASAMENTO DA PRINCESA AUTORA Meg Cabot EDITORA Record QUANTO R$39 (448 págs.)
ilustrada
Nos 15 anos do sucesso teen 'O Diário da Princesa', Mia chega à maturidadeMia Thermopolis, 25, princesa da pequena Genovia, está debutando, apesar de já estar meio velha para isso. É que a série de romances adolescentes "O Diário da Princesa", da qual é protagonista, acaba de completar 15 anos. Mia, assim como Genovia, é criação da escritora americana Meg Cabot, 48, que lança agora o 11º volume da saga, "O Casamento da Princesa", em que, como sugere o título, a protagonista finalmente deve desposar Michael Moscovitz, seu namorado de pelo menos seis livros. "Mas será que o casamento de conto de fadas dela será perfeito ou se transformará no maior desastre do ano?", provoca Cabot, em entrevista à Folha, por e-mail. A princesa, sem dúvida, é o maior sucesso da autora. Transformado em filme em 2001, o primeiro livro da série foi o responsável por lançar a atriz Anne Hathaway, então com 19 anos. Nele, Mia, aos 14 anos, é uma menina nova-iorquina desajustada que se descobre herdeira de um pequeno país na Europa e tem de lidar, além dos dramas tradicionais da idade, com paparazzi, aulas de etiqueta e a família real. Como parte das comemorações do debute da série, a Record lançou, em outubro, uma edição comemorativa do primeiro livro (R$ 75, 296 págs.). Para os fãs, outra surpresa: Cabot sugere que poderá haver um terceiro filme da princesa (o segundo saiu em 2004). Mas nem só do "Diário da Princesa" vive a autora. Seu extenso currículo –ela é forte candidata a rainha do "chick-lit", como é chamado esse tipo de literatura açucarada voltada para adolescentes e mulheres– tem 25 milhões de cópias vendidas no mundo, de suas mais de 70 obras, escritas sob três pseudônimos. PSEUDÔNIMO Foi com o nome Patricia Cabot que, no fim dos anos 1990, a americana iniciou sua carreira, escrevendo romances históricos picantes, como "A Rosa do Inverno". "Quando comecei a escrever, eu amava esse tipo de literatura", conta. "E não podia assinar o meu nome verdadeiro, porque minha avó, muito religiosa, não aprovava esses romances 'sexy'." Começou a usar seu nome real quando decidiu dar à luz Mia, em 2000. No mesmo ano, publicou, por outra editora, o primeiro volume da série "A Mediadora", sobre Suzanna, uma garota que se comunica com espíritos. Por questões de contrato, decidiu assinar ali o nome Jenny Carroll, hoje abandonado. "Esses livros [adolescentes] se provaram mais populares com os leitores que os romances históricos, então eu troquei", afirma. Depois disso não parou: foram seis tomos de "A Mediadora" –o sétimo, "Remembrance" (recordação), sai nos EUA em 2016– e 11 de Mia. Escreveu sobre uma jovem que salva o presidente ("Garota Americana") e outra que é a reencarnação de uma personagem da lenda do rei Arthur ("Avalon High"), além de histórias para adultos, como "Garota Encontra Garoto" e "Tamanho 42 Não É Gorda". Agora, ela se concentra nasvida adulta de suas personagens: além "O Casamento...", "Remembrance" também trará Suze mais velha. Não é coincidência, já que boa parte dos fãs de Cabot está hoje entrando na faixa dos 20. "Muitos dos adolescentes com quem me relaciono desde o começo dos anos 2000 agora viraram adultos incríveis", diz. "E essa é uma das razões para eu ter começado a escrever o 'Casamento...'. É sobre uma princesa, claro, mas que passou pelas mesmas dificuldades que os leitores para entrar na vida adulta, e agora está tentando se encontrar no mundo." O CASAMENTO DA PRINCESA AUTORA Meg Cabot EDITORA Record QUANTO R$39 (448 págs.)
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Levir estreia em clássico para estabilizar Santos no Brasileiro
Levir Culpi, 64, foi o nome de consenso da diretoria do Santos para substituir Dorival Júnior. O presidente Modesto Roma Júnior pensou por semanas sobre a decisão de demiti-lo. Cedeu à pressão de aliados que viam a mudança como inevitável por causa dos resultados. O novo técnico santista estreia nesta quarta (14), às 21h45, contra o Palmeiras, na Vila Belmiro. Culpi foi contratado não apenas por ser, na avaliação da cartolagem, o melhor nome disponível no mercado. Mas também para dar resposta à política interna do clube em um ano eleitoral. Uma das queixas mais comuns ao trabalho de Dorival desde 2016 era sobre o controle do elenco por alguns jogadores, como Ricardo Oliveira, David Braz, Victor Ferraz e Renato. Em momentos de derrotas, especialmente em clássicos, as organizadas chegaram a gritar em coro que era hora de acabar com as "panelas" no elenco. Levir Culpi tem um histórico de trombadas com medalhões. Colocou Ronaldinho Gaúcho no banco de reservas quando estava no Atlético-MG. Bateu de frente com grupo de jogadores evangélicos no Fluminense. Contra o Palmeiras, ele não poderá escalar Ricardo Oliveira, contundido no tornozelo esquerdo. Mas poderá escalar o meia Lucas Lima, recuperado de lesão muscular na coxa direita. Desde a saída de Dorival, o Santos venceu duas vezes com Elano no cargo de treinador interino. Derrotou Botafogo e Atlético-PR. Kayke, substituto de Oliveira, anotou duas vezes diante da equipe paranaense e deverá ser titular no clássico. Chamou a atenção Elano ter dado chances a jogadores que não eram escalados pelo antecessor: como o volante Alisson e, principalmente, o meia Emiliano Vecchio. O argentino foi um dos motivos de atrito entre Dorival e Modesto Roma Júnior. A capacidade de não levar problemas técnicos à diretoria foi outro fator que fez a balança pesar pela contratação de Culpi. Dorival chegou a telefonar para o presidente e pedir a dispensa do armador, um reforço cuja contratação não foi aprovada pela comissão técnica do clube. Modesto se recusou a fazê-lo. Vecchio teve ríspida discussão com o filho de Dorival, Lucas Silvestre, que trabalhava como auxiliar-técnico do pai. EXCLUSIVIDADE Modesto Roma Júnior disse nesta terça (13) que pode apelar à Fifa para impedir a transferência do meia-atacante Geuvânio para o Flamengo. Ele foi vendido pelo Santos ao Tianjin Quanjian, da China, e o clube paulista tem uma cláusula de exclusividade no contrato do jogador. Esta diz que se Geuvânio retornar ao futebol brasileiro durante a vigência do contrato com o time chinês, terá de ser para o Santos. PALMEIRAS Titular do Palmeiras desde que o zagueiro Mina foi convocado para a seleção da Colômbia, o recém-contratado Juninho, 22, fará a última partida desse período de testes nesta quarta-feira (14), contra o Santos. Após boas atuações diante de Coritiba e Fluminense, o defensor caiu nas graças do técnico Cuca e se tornou ameaça real a Edu Dracena entre os titulares. Mina já poderá reforçar a equipe contra o Bahia, no domingo (18), na Fonte Nova. Como Cuca tem buscado inspiração na equipe que foi campeã do Brasileiro no ano passado para montar seu time, Juninho seria o dublê ideal de Vitor Hugo, que se transferiu para a Fiorentina. "Estamos pensando no hoje e no amanhã também. Perdi o Vitor Hugo, já repus com outro zagueiro", disse Cuca no mês passado após vitória por 4 a 0 sobre o Vasco, fazendo referência a Juninho. No Brasileiro de 2016, pelo Coritiba, Juninho foi o jogador que mais rebateu bolas na defesa, à frente do segundo colocado Vitor Hugo. Ambos são canhotos, jogam pelo lado esquerdo da zaga e se destacam em jogadas aéreas. Na última temporada, Cuca deixou Edu Dracena no banco de reservas por acreditar que o zagueiro não tinha a velocidade necessária para cobrir os espaços deixados por Zé Roberto no lado esquerdo da defesa. Além disso, não tinha a mesma força de Vitor Hugo no cabeceio. Contra o Santos, além dos desfalques de Mina (que marcou dois gols sobre Camarões nesta terça) e Borja, o Palmeiras não contará com os lesionados Dudu e Felipe Melo. NA TV Santos x Palmeiras 21h45 Globo (SP, menos Santos)
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Levir estreia em clássico para estabilizar Santos no BrasileiroLevir Culpi, 64, foi o nome de consenso da diretoria do Santos para substituir Dorival Júnior. O presidente Modesto Roma Júnior pensou por semanas sobre a decisão de demiti-lo. Cedeu à pressão de aliados que viam a mudança como inevitável por causa dos resultados. O novo técnico santista estreia nesta quarta (14), às 21h45, contra o Palmeiras, na Vila Belmiro. Culpi foi contratado não apenas por ser, na avaliação da cartolagem, o melhor nome disponível no mercado. Mas também para dar resposta à política interna do clube em um ano eleitoral. Uma das queixas mais comuns ao trabalho de Dorival desde 2016 era sobre o controle do elenco por alguns jogadores, como Ricardo Oliveira, David Braz, Victor Ferraz e Renato. Em momentos de derrotas, especialmente em clássicos, as organizadas chegaram a gritar em coro que era hora de acabar com as "panelas" no elenco. Levir Culpi tem um histórico de trombadas com medalhões. Colocou Ronaldinho Gaúcho no banco de reservas quando estava no Atlético-MG. Bateu de frente com grupo de jogadores evangélicos no Fluminense. Contra o Palmeiras, ele não poderá escalar Ricardo Oliveira, contundido no tornozelo esquerdo. Mas poderá escalar o meia Lucas Lima, recuperado de lesão muscular na coxa direita. Desde a saída de Dorival, o Santos venceu duas vezes com Elano no cargo de treinador interino. Derrotou Botafogo e Atlético-PR. Kayke, substituto de Oliveira, anotou duas vezes diante da equipe paranaense e deverá ser titular no clássico. Chamou a atenção Elano ter dado chances a jogadores que não eram escalados pelo antecessor: como o volante Alisson e, principalmente, o meia Emiliano Vecchio. O argentino foi um dos motivos de atrito entre Dorival e Modesto Roma Júnior. A capacidade de não levar problemas técnicos à diretoria foi outro fator que fez a balança pesar pela contratação de Culpi. Dorival chegou a telefonar para o presidente e pedir a dispensa do armador, um reforço cuja contratação não foi aprovada pela comissão técnica do clube. Modesto se recusou a fazê-lo. Vecchio teve ríspida discussão com o filho de Dorival, Lucas Silvestre, que trabalhava como auxiliar-técnico do pai. EXCLUSIVIDADE Modesto Roma Júnior disse nesta terça (13) que pode apelar à Fifa para impedir a transferência do meia-atacante Geuvânio para o Flamengo. Ele foi vendido pelo Santos ao Tianjin Quanjian, da China, e o clube paulista tem uma cláusula de exclusividade no contrato do jogador. Esta diz que se Geuvânio retornar ao futebol brasileiro durante a vigência do contrato com o time chinês, terá de ser para o Santos. PALMEIRAS Titular do Palmeiras desde que o zagueiro Mina foi convocado para a seleção da Colômbia, o recém-contratado Juninho, 22, fará a última partida desse período de testes nesta quarta-feira (14), contra o Santos. Após boas atuações diante de Coritiba e Fluminense, o defensor caiu nas graças do técnico Cuca e se tornou ameaça real a Edu Dracena entre os titulares. Mina já poderá reforçar a equipe contra o Bahia, no domingo (18), na Fonte Nova. Como Cuca tem buscado inspiração na equipe que foi campeã do Brasileiro no ano passado para montar seu time, Juninho seria o dublê ideal de Vitor Hugo, que se transferiu para a Fiorentina. "Estamos pensando no hoje e no amanhã também. Perdi o Vitor Hugo, já repus com outro zagueiro", disse Cuca no mês passado após vitória por 4 a 0 sobre o Vasco, fazendo referência a Juninho. No Brasileiro de 2016, pelo Coritiba, Juninho foi o jogador que mais rebateu bolas na defesa, à frente do segundo colocado Vitor Hugo. Ambos são canhotos, jogam pelo lado esquerdo da zaga e se destacam em jogadas aéreas. Na última temporada, Cuca deixou Edu Dracena no banco de reservas por acreditar que o zagueiro não tinha a velocidade necessária para cobrir os espaços deixados por Zé Roberto no lado esquerdo da defesa. Além disso, não tinha a mesma força de Vitor Hugo no cabeceio. Contra o Santos, além dos desfalques de Mina (que marcou dois gols sobre Camarões nesta terça) e Borja, o Palmeiras não contará com os lesionados Dudu e Felipe Melo. NA TV Santos x Palmeiras 21h45 Globo (SP, menos Santos)
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O Túnel
A obra-prima do argentino Ernesto Sábato publicada em 1948 é narrativa para lá de instigante, além de reflexão fundamental sobre as funestas galerias subterrâneas brasileiras estampadas todos os dias nas páginas dos jornais. Nestes tempos em que túneis e poços tornaram-se metáforas indispensáveis para entender o Brasil, vale a leitura desse livro breve e poderoso. Trata-se da história do pintor Juan Pablo Castel, que sabemos logo nas primeiras linhas ter assassinado a mulher que amava. A angústia frenética do protagonista, o mistério e a tensão da narrativa estão na busca de explicações para o inexplicável. No fim, vencem as mentiras e a hipocrisia de Juan Pablo, desaguando no pessimismo absoluto, no vazio. Juan Pablo não sabe, verdadeiramente, por que cometeu o crime. Juan Pablo é a metáfora perfeita para o Brasil niilista que se aniquila no vazio. Esta coluna é sobre economia. Contudo, está difícil falar sobre a economia brasileira diante da crise política que se aprofunda a cada dia. O governo anunciou recentemente três boas iniciativas para destravar –em tese– o crescimento brasileiro: a estratégia para melhorar a infraestrutura, o apoio à agricultura e o Plano Nacional de Exportações. Entre críticas e elogios, os três pilares da "agenda positiva" são fundamentais para que, com o ajuse fiscal e as demais políticas de estabilização propostas pela equipe econômica, o Brasil possa erguer-se novamente. No entanto, as chances de que qualquer dessas iniciativas, o ajuste fiscal incluído, saiam do mundo das ideias para a realidade são quase nulas. Não há como avançar em nada uma vez que o país tenha escolhido ser Juan Pablo. Já deveríamos saber disso observando o que ocorreu na terra natal de Ernesto Sábato. Há uma crise política gravíssima no país. Crise que, em meio à profusão de escândalos, levou a economia à mais completa paralisia. É a desconfiança perversa que torna impossível traçar cenários para a economia brasileira. Hoje, falam em queda do PIB de 2% neste ano, em cenário não muito melhor no ano que vem. Contudo, a verdade é que ninguém sabe, haja vista as revisões frequentes do crescimento feitas tanto por analistas domésticos quanto pelo FMI. Sintoma disso é o anúncio sobre a redução da meta fiscal para 2015, de 1,2% do PIB para 0,15%. O motivo é para lá de conhecido: como o ajuste fiscal brasileiro conta com aumento considerável da arrecadação para se sustentar, a paralisia econômica que assola o país o tornou inviável, ainda que o Congresso quisesse ajudar. Melhor seria se a política fiscal pudesse ser mais equilibrada, mas os gastos engessados do Orçamento não o permitem. Resta ver como reagirão as agências internacionais de risco, atarefadas com a profusão de revisões de classificação de empresas brasileiras envolvidas na Lava Jato e com as dúvidas que cercam o moribundo grau de investimento do país. Em determinada altura da narrativa, o protagonista de Sábato queixa-se de que ninguém o entende, que a única pessoa que o entenderia é a mulher que assassinara. Lembra um governo que, em quatro anos e sete meses, destruiu as perspectivas de crescimento do país sem nenhuma razão que se sustente.
colunas
O TúnelA obra-prima do argentino Ernesto Sábato publicada em 1948 é narrativa para lá de instigante, além de reflexão fundamental sobre as funestas galerias subterrâneas brasileiras estampadas todos os dias nas páginas dos jornais. Nestes tempos em que túneis e poços tornaram-se metáforas indispensáveis para entender o Brasil, vale a leitura desse livro breve e poderoso. Trata-se da história do pintor Juan Pablo Castel, que sabemos logo nas primeiras linhas ter assassinado a mulher que amava. A angústia frenética do protagonista, o mistério e a tensão da narrativa estão na busca de explicações para o inexplicável. No fim, vencem as mentiras e a hipocrisia de Juan Pablo, desaguando no pessimismo absoluto, no vazio. Juan Pablo não sabe, verdadeiramente, por que cometeu o crime. Juan Pablo é a metáfora perfeita para o Brasil niilista que se aniquila no vazio. Esta coluna é sobre economia. Contudo, está difícil falar sobre a economia brasileira diante da crise política que se aprofunda a cada dia. O governo anunciou recentemente três boas iniciativas para destravar –em tese– o crescimento brasileiro: a estratégia para melhorar a infraestrutura, o apoio à agricultura e o Plano Nacional de Exportações. Entre críticas e elogios, os três pilares da "agenda positiva" são fundamentais para que, com o ajuse fiscal e as demais políticas de estabilização propostas pela equipe econômica, o Brasil possa erguer-se novamente. No entanto, as chances de que qualquer dessas iniciativas, o ajuste fiscal incluído, saiam do mundo das ideias para a realidade são quase nulas. Não há como avançar em nada uma vez que o país tenha escolhido ser Juan Pablo. Já deveríamos saber disso observando o que ocorreu na terra natal de Ernesto Sábato. Há uma crise política gravíssima no país. Crise que, em meio à profusão de escândalos, levou a economia à mais completa paralisia. É a desconfiança perversa que torna impossível traçar cenários para a economia brasileira. Hoje, falam em queda do PIB de 2% neste ano, em cenário não muito melhor no ano que vem. Contudo, a verdade é que ninguém sabe, haja vista as revisões frequentes do crescimento feitas tanto por analistas domésticos quanto pelo FMI. Sintoma disso é o anúncio sobre a redução da meta fiscal para 2015, de 1,2% do PIB para 0,15%. O motivo é para lá de conhecido: como o ajuste fiscal brasileiro conta com aumento considerável da arrecadação para se sustentar, a paralisia econômica que assola o país o tornou inviável, ainda que o Congresso quisesse ajudar. Melhor seria se a política fiscal pudesse ser mais equilibrada, mas os gastos engessados do Orçamento não o permitem. Resta ver como reagirão as agências internacionais de risco, atarefadas com a profusão de revisões de classificação de empresas brasileiras envolvidas na Lava Jato e com as dúvidas que cercam o moribundo grau de investimento do país. Em determinada altura da narrativa, o protagonista de Sábato queixa-se de que ninguém o entende, que a única pessoa que o entenderia é a mulher que assassinara. Lembra um governo que, em quatro anos e sete meses, destruiu as perspectivas de crescimento do país sem nenhuma razão que se sustente.
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Entenda o que já se sabe sobre os casos de violência nos EUA nos últimos dias
A semana de violência chocante vivida pelos EUA se tornou ainda mais sangrenta na noite de quinta-feira (7), quando cinco policiais foram mortos a tiros em Dallas. O ataque aconteceu durante uma manifestação pacífica contra ações policiais que resultaram na morte de homens negros na Louisiana e em Minnesota. Os dois episódios foram registrados em vídeo e ganharam ampla distribuição, gerando manifestações e protestos em diversas cidades. - Terça-feira (5), morte em Baton Rouge, Louisiana - Na manhã de terça-feira, dois policiais dispararam contra um homem negro, Alton Sterling, 37, e o mataram, enquanto tentavam detê-lo em Baton Rouge, Louisiana. O incidente foi registrado em um vídeo que atraiu muita atenção ao ser divulgado online na quarta-feira (6). - O Departamento da Justiça iniciou uma investigação sobre possível violação de direitos humanos quanto ao incidente, o mais recente em uma série de mortes de civis que deram impulso ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). - Houve protestos e uma vigília, mas a cidade se manteve, em geral, calma. - Sterling tinha um longo histórico criminal, mas não se sabe se os policiais estavam cientes disso ao tentar detê-lo. - Quarta-feira (6), morte em Falcon Heights, Minnesota - Na noite de quarta-feira, um policial disparou contra um homem negro, Philando Castile, 32, ao parar seu carro em uma blitz em Falcon Heights, subúrbio de St. Paul, a capital do Estado. Castile morreu como resultado do ferimento. O episódio foi veiculado no Facebook Live pela namorada de Castile, Diamond Reynolds, que estava no carro com sua filha pequena. - St. Paul sofreu uma intensa onda de protestos. Manifestantes se reuniram diante da residência do governador Mark Dayton. Ele declarou que o vídeo o havia abalado. "Isso teria acontecido se o motorista fosse branco, se os passageiros fossem brancos?", ele questionou. "Não creio que acontecesse". - Obama, depois de chegar a Varsóvia, disse a jornalistas que "há uma boa quantidade de nossos cidadãos que sentem que, por causa da cor de sua pele, não são tratados da mesma maneira, e isso fere, e deveria incomodar a todos nós". Ele fez sua declaração antes da manifestação em Dallas - e da morte dos policiais. - Castile informou o policial de que tinha uma arma, para a qual tinha porte legal. Não se sabe se essa informação influenciou a decisão do policial de disparar contra ele. A namorada de Castile disse que ele estava tentando pegar sua carteira de habilitação e os documentos do veículo quando o policial disparou. - Quinta (7) à noite, cinco policiais mortos em Dallas Por volta das 21h locais (23h de Brasília), foram ouvidos tiros enquanto centenas de manifestantes marchavam pacificamente no centro da cidade. Dezenas de pessoas foram vistas fugindo às pressas e gritando, enquanto os policiais, presentes para manter a ordem, procuravam proteção. - Cinco policiais foram mortos - Sete outros foram baleados, e dois civis também foram feridos - Um suspeito, mais tarde identificado como Micah X. Johnson, 25, foi morto em um confronto com a polícia na madrugada da sexta-feira (8), de acordo com o prefeito Mike Rawlings. - O suspeito foi morto por uma bomba controlada por um robô da polícia, depois de um impasse prolongado. Ele declarou que desejava matar brancos, especialmente policiais brancos - Três outras pessoas estão presas - Uma ampla área do centro de Dallas foi isolada pela polícia e está sendo tratada como cena de crime. - O presidente Barack Obama, falando de Varsóvia, na Polônia, classificou o ataque aos policiais como "cruel, calculado e desprezível às autoridades. - Os policiais foram baleados a apenas alguns quarteirões de onde o presidente John Kennedy foi assassinado em 1963, no que parece ter sido a ação mais letal contra as forças policiais dos EUA desde os ataques do 11 de Setembro de 2001. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Entenda o que já se sabe sobre os casos de violência nos EUA nos últimos diasA semana de violência chocante vivida pelos EUA se tornou ainda mais sangrenta na noite de quinta-feira (7), quando cinco policiais foram mortos a tiros em Dallas. O ataque aconteceu durante uma manifestação pacífica contra ações policiais que resultaram na morte de homens negros na Louisiana e em Minnesota. Os dois episódios foram registrados em vídeo e ganharam ampla distribuição, gerando manifestações e protestos em diversas cidades. - Terça-feira (5), morte em Baton Rouge, Louisiana - Na manhã de terça-feira, dois policiais dispararam contra um homem negro, Alton Sterling, 37, e o mataram, enquanto tentavam detê-lo em Baton Rouge, Louisiana. O incidente foi registrado em um vídeo que atraiu muita atenção ao ser divulgado online na quarta-feira (6). - O Departamento da Justiça iniciou uma investigação sobre possível violação de direitos humanos quanto ao incidente, o mais recente em uma série de mortes de civis que deram impulso ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). - Houve protestos e uma vigília, mas a cidade se manteve, em geral, calma. - Sterling tinha um longo histórico criminal, mas não se sabe se os policiais estavam cientes disso ao tentar detê-lo. - Quarta-feira (6), morte em Falcon Heights, Minnesota - Na noite de quarta-feira, um policial disparou contra um homem negro, Philando Castile, 32, ao parar seu carro em uma blitz em Falcon Heights, subúrbio de St. Paul, a capital do Estado. Castile morreu como resultado do ferimento. O episódio foi veiculado no Facebook Live pela namorada de Castile, Diamond Reynolds, que estava no carro com sua filha pequena. - St. Paul sofreu uma intensa onda de protestos. Manifestantes se reuniram diante da residência do governador Mark Dayton. Ele declarou que o vídeo o havia abalado. "Isso teria acontecido se o motorista fosse branco, se os passageiros fossem brancos?", ele questionou. "Não creio que acontecesse". - Obama, depois de chegar a Varsóvia, disse a jornalistas que "há uma boa quantidade de nossos cidadãos que sentem que, por causa da cor de sua pele, não são tratados da mesma maneira, e isso fere, e deveria incomodar a todos nós". Ele fez sua declaração antes da manifestação em Dallas - e da morte dos policiais. - Castile informou o policial de que tinha uma arma, para a qual tinha porte legal. Não se sabe se essa informação influenciou a decisão do policial de disparar contra ele. A namorada de Castile disse que ele estava tentando pegar sua carteira de habilitação e os documentos do veículo quando o policial disparou. - Quinta (7) à noite, cinco policiais mortos em Dallas Por volta das 21h locais (23h de Brasília), foram ouvidos tiros enquanto centenas de manifestantes marchavam pacificamente no centro da cidade. Dezenas de pessoas foram vistas fugindo às pressas e gritando, enquanto os policiais, presentes para manter a ordem, procuravam proteção. - Cinco policiais foram mortos - Sete outros foram baleados, e dois civis também foram feridos - Um suspeito, mais tarde identificado como Micah X. Johnson, 25, foi morto em um confronto com a polícia na madrugada da sexta-feira (8), de acordo com o prefeito Mike Rawlings. - O suspeito foi morto por uma bomba controlada por um robô da polícia, depois de um impasse prolongado. Ele declarou que desejava matar brancos, especialmente policiais brancos - Três outras pessoas estão presas - Uma ampla área do centro de Dallas foi isolada pela polícia e está sendo tratada como cena de crime. - O presidente Barack Obama, falando de Varsóvia, na Polônia, classificou o ataque aos policiais como "cruel, calculado e desprezível às autoridades. - Os policiais foram baleados a apenas alguns quarteirões de onde o presidente John Kennedy foi assassinado em 1963, no que parece ter sido a ação mais letal contra as forças policiais dos EUA desde os ataques do 11 de Setembro de 2001. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Leitor contesta política educacional do governo de São Paulo
O governador do famoso "plus a mais" inova ao lançar "a saída dos que não entraram". Com essa matemática perversa e um discurso sofismático, não é à toa que até o secretário de Educação esteja decepcionado com os resultados de sua pasta. E o povo continua padecendo da Síndrome de Estocolmo, aplaudindo de pé essa administração. *Adilson Roberto Gonçalves * (Lorena-SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor contesta política educacional do governo de São PauloO governador do famoso "plus a mais" inova ao lançar "a saída dos que não entraram". Com essa matemática perversa e um discurso sofismático, não é à toa que até o secretário de Educação esteja decepcionado com os resultados de sua pasta. E o povo continua padecendo da Síndrome de Estocolmo, aplaudindo de pé essa administração. *Adilson Roberto Gonçalves * (Lorena-SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Quinta de feriado tem estreias no cinema e mostra de Tim Burton
Nesta quinta (21), os retornos sob o viaduto Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, serão interditados entre as 7h e as 17h para dar continuidade às obras de recuperação do viaduto, segundo a CET. O São Paulo enfrenta o boliviano The Strongest em partida decisiva para uma vaga nas oitavas de final da Libertadores. O time do Morumbi só avança no torneio em caso de um empate ou uma vitória. O jogo, em La Paz, será às 21h45. * TEMPO Clima segue quente, e o início de feriadão tem máxima de 32ºC e mínima de 20ºC. Não há previsão de chuva, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A taxa de desemprego foi de 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, chegando ao patamar de dois dígitos pela primeira vez desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. O número, divulgado pelo instituto, ficou acima dos três meses anteriores (9%) e também do mesmo período do ano passado (7,4%). Com temperaturas máximas na cidade em torno dos 30ºC, o calorão fora de época deve encher estradas e hotéis do litoral do Estado. A previsão é de que 360 mil veículos deixem São Paulo rumo ao litoral. Os hotéis e pousadas também devem ficar cheios: segundo a Associação Comercial de São Sebastião, a ocupação dos estabelecimentos está, em média, em 70%. * AGENDA CULTURAL Cinema | Quinta é dia de estreia e dez filmes entram em cartaz em São Paulo. Entre eles, o longa "Amor Por Direito", que narra a história da tenente Laurel Hestel (Julianne Moore ), que tem um câncer terminal e começa a lutar para que sua companheira, Stacy, tenha direito à pensão depois de sua morte. Veja salas e horários - Mais cinema | O MIS (Museu da Imagem e do Som) vai realizar uma mostra com dez filmes de Tim Burton –tema de exposição em cartaz no museu. Entre os títulos, estão clássicos do diretor como "A Noiva Cadáver", "Peixe Grande" e "Edward Mãos de Tesoura". MIS - av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. 172 lugares. Mostra Tim Burton de qui. (21) a dom. (24). Livre. Ingr.: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Ingr.: à venda na recepção do MIS e no site ingressorapido.com.br. - E mais MIS | O museu também organizou para esta quinta (21) o festival de cultura indígena Beya Kaya, com exposição fotográfica, apresentação de documentários e filmes, rodas de conversa, oficinas e um show. MIS - av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Qui.: das 9h às 21h. Mostra "Renascem os Cantos - Resistem os Ancestrais": 9h, 13h, 17h; se inscrever com 1 hora de antecedência. Exibição documentários e filme: 11h, 13h, 17h. Show: 19h. GRÁTIS
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Quinta de feriado tem estreias no cinema e mostra de Tim BurtonNesta quinta (21), os retornos sob o viaduto Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, serão interditados entre as 7h e as 17h para dar continuidade às obras de recuperação do viaduto, segundo a CET. O São Paulo enfrenta o boliviano The Strongest em partida decisiva para uma vaga nas oitavas de final da Libertadores. O time do Morumbi só avança no torneio em caso de um empate ou uma vitória. O jogo, em La Paz, será às 21h45. * TEMPO Clima segue quente, e o início de feriadão tem máxima de 32ºC e mínima de 20ºC. Não há previsão de chuva, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A taxa de desemprego foi de 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, chegando ao patamar de dois dígitos pela primeira vez desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. O número, divulgado pelo instituto, ficou acima dos três meses anteriores (9%) e também do mesmo período do ano passado (7,4%). Com temperaturas máximas na cidade em torno dos 30ºC, o calorão fora de época deve encher estradas e hotéis do litoral do Estado. A previsão é de que 360 mil veículos deixem São Paulo rumo ao litoral. Os hotéis e pousadas também devem ficar cheios: segundo a Associação Comercial de São Sebastião, a ocupação dos estabelecimentos está, em média, em 70%. * AGENDA CULTURAL Cinema | Quinta é dia de estreia e dez filmes entram em cartaz em São Paulo. Entre eles, o longa "Amor Por Direito", que narra a história da tenente Laurel Hestel (Julianne Moore ), que tem um câncer terminal e começa a lutar para que sua companheira, Stacy, tenha direito à pensão depois de sua morte. Veja salas e horários - Mais cinema | O MIS (Museu da Imagem e do Som) vai realizar uma mostra com dez filmes de Tim Burton –tema de exposição em cartaz no museu. Entre os títulos, estão clássicos do diretor como "A Noiva Cadáver", "Peixe Grande" e "Edward Mãos de Tesoura". MIS - av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. 172 lugares. Mostra Tim Burton de qui. (21) a dom. (24). Livre. Ingr.: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Ingr.: à venda na recepção do MIS e no site ingressorapido.com.br. - E mais MIS | O museu também organizou para esta quinta (21) o festival de cultura indígena Beya Kaya, com exposição fotográfica, apresentação de documentários e filmes, rodas de conversa, oficinas e um show. MIS - av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Qui.: das 9h às 21h. Mostra "Renascem os Cantos - Resistem os Ancestrais": 9h, 13h, 17h; se inscrever com 1 hora de antecedência. Exibição documentários e filme: 11h, 13h, 17h. Show: 19h. GRÁTIS
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Folha defende regulação econômica da mídia, diz editor-executivo do jornal
A Folha defende regulação econômica para evitar monopólios, o que é especialmente importante na área da comunicação. É o que explica o editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila, que completa: "o que o veículo não apoia é qualquer tentativa de controle sobre o conteúdo". Em sabatina transmitida ao vivo pela "TV Folha" nesta quarta-feira (17), Dávila comentou as críticas que o jornal recebe –sobretudo nas redes sociais, sobre seu posicionamento político. Em seu "Manual de Redação", a Folha defende um jornalismo crítico, pluralista e apartidário. "Não enxergamos o noticiário com filtros tucanos ou petistas. O viés está no olho de quem o procura, não na cobertura do nosso noticiário", disse o jornalista às colunistas Monica Bergamo e Natuza Nery, editora do "Painel". Ambas participaram da mesa. Sérgio Dávila também comentou as recentes contratações de colunistas considerados controversos pelos leitores, como Kim Kataguiri, Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos. "Se o jornal deseja levar o pluralismo às ultimas consequências, deve aceitar as críticas" . DEBATES A transmissão foi o terceiro debate em comemoração ao aniversário do jornal. Na segunda-feira (15), Vinicius Torres Freire e Alexandre Schwartsman debateram a cobertura de economia do jornal. No dia seguinte, a escritora Antonia Pellegrino, do blog#AgoraÉQueSãoElas, debateu a abordagem sobre temas feministas com o colunista Luiz Felipe Pondé. A Folha completa 95 anos nesta sexta-feira (19). Como parte das comemorações, o jornal também realizará um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira. O Encontro Folha de Jornalismo será realizado nos dias 18 (quinta) e 19 (sexta) de fevereiro, no MIS - Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Os ingressos para o evento estão esgotados. O leitor poderá acompanhar a cobertura em tempo real pelo site. * Leia trechos da entrevista a seguir: Folha - Qual é o futuro do jornalismo e de seus profissionais? Sérgio Dávila - Eu sou um otimista, acho que o papel do jornalista profissional —esse ser que faz a curadoria, hierarquização e apuração da notícia seguindo critérios profissionais e padrões éticos— está garantido. O que está em questão é o modelo de negócios que vem sustentando as empresas de comunicação. Há várias experiências sendo feitas e não sabemos qual vai ser a mais bem-sucedida. Isso, sim, é objeto talvez até de preocupação. Acho que não está em risco o futuro do jornalismo profissional. Como essa crise de modelo compromete o jornalismo? A crise torna os recursos mais escassos. Como gestor, minha preocupação é não abrir mão de um time de jornalistas que investe em reportagens elaboradas. Temos uma equipe de repórteres especiais composta de 19 pessoas, cuja função primária é buscar histórias diferenciadas. Por mais que as planilhas nos oprimam a fazer uma Redação mais enxuta, o jornal não pode abrir mão de um time de repórteres especiais que faz seu principal produto, que é a informação exclusiva. Alguns críticos dizem que a Folha é tucana e trata de forma distinta o governo federal, do PT, e o governo Alckmin, do PSDB. Qual sua análise? A Folha não é um jornal tucano e cobre o governo estadual com o mesmo rigor que cobre o governo federal. Publicamos várias reportagens críticas à gestão Alckmin —a mais recente questionando o método de aferição dos índices de homicídio do Estado de São Paulo. Não enxergamos o noticiário com esse filtro tucanos/petistas. Cobrimos criticamente os poderes constituídos. Nos últimos 13 anos, o principal poder foi do PT. Quando a Presidência era do PSDB, também fomos críticos. Basta ler o livro "Diários da Presidência" (Companhia das Letras, 928 págs.), de Fernando Henrique Cardoso. Das cento e poucas menções à imprensa, 70 são à Folha, e a maioria, negativa. Nas eleições presidenciais de 2014, revelamos a construção de um aeroporto em Cláudio (MG), em terras que foram de um parente do então candidato Aécio Neves (PSDB). O jornal defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff? Não. O que a Folha defende é que esse processo seja resolvido rapidamente, seja pela abertura do processo de impeachment, seja pela vitória da presidente Dilma. O país inteiro está refém de uma questão política que está paralisando a economia e, em última análise, o país. A Folha foi acusada de perseguir Lula por noticiar que Marisa, mulher dele, mandou entregar canoa de R$ 4.000 em um sítio de amigos supostamente reformado por Odebrecht e OAS. O que acha? A Folha não persegue o presidente Lula. Essa revelação é um indício de que ela e o ex-presidente consideram aquele lugar um lar, um lugar com o qual estão familiarizados a ponto de mandar entregar coisas. Se eles estão mandando entregar uma canoa de R$ 4.000 ou um iate de R$ 4 milhões, é irrelevante. Essa notícia, aliás, foi parte de uma série de reportagens feita pelo jornalista Flávio Ferreira, de "Poder", um raro exemplo de notícia que não dependeu de vazamento de autoridade. Ele ficou um mês indo para Atibaia, conhecendo pessoas e fazendo fontes. Precisamos reconhecer esse trabalho do repórter. A Odebrecht, investigada na Lava Jato e assunto de várias reportagens, patrocinou o Encontro Folha de Jornalismo [ciclo de debates que comemorou os 95 anos do jornal]. Não é um contrassenso? Não acho. Os negócios da empresa não devem interferir nas prioridades editoriais da Redação e vice-versa. A Odebrecht é uma empresa constituída, tem CNPJ, endereço fixo, dezenas de milhares de funcionários. Acho essa discussão hipócrita. Vocês não iriam a um filme ou peça patrocinado pela Petrobras ou pela Odebrecht? Então, não verão nenhuma obra brasileira. Você considera que a mídia seja um poder e que, portanto, deve ser objeto da cobertura jornalística? É possível cobri-la de maneira crítica? A mídia é um poder e, como tal, deve ser coberta criticamente. O modelo que eu gosto é o americano, em que empresas de comunicação têm uma editoria que cobre a mídia em um sentido amplo. A gente ainda está longe disso, mas, no Brasil, quem mais se aproxima é a Folha, que tem uma cobertura de mídia constante. Como poder, a mídia se posiciona politicamente? Se sim, a ideia de imparcialidade não seria um mito? Todo poder pode ser exercido politicamente. Na Folha, procuramos seguir o DNA do jornal: ser apartidário, independente, pluralista. Claro que o jornal não será 100% imparcial porque é feito por pessoas que, por mais treinadas e capacitadas, eventualmente vão deixar vazar algum preconceito. Mas não podemos abrir mão de almejar essa busca pela verdade e pela imparcialidade. O jornal "The New York Times" defende abertamente um candidato nas eleições americanas. Não seria um sinal de maturidade da Folha fazer o mesmo? Não só o "New York Times", mas parte da imprensa americana e de outros lugares tem essa tradição. Aqui no Brasil, há veículos que já fizeram isso: "O Estado de S. Paulo", a revista "Veja", a "Carta Capital" e sites como o "iG". No caso da Folha, acho que iria contra o que eu chamei de constituição do jornal. Se você quer ser, por princípio, apartidário, independente, crítico a todos os partidos, é complicado declarar apoio a esse ou àquele partido. Há outro fator: os leitores americanos e britânicos, por fatores históricos, diferenciam melhor o que é editorial [opinião do jornal], o que é colunismo [opinião do colaborador do jornal] e o que é reportagem [noticiário]. Entre os brasileiros ainda há confusão. Há equilíbrio no time de colunistas do jornal? Peço que comente três contratações recentes que geraram polêmica: Reinaldo Azevedo, Kim Kataguiri e Guilherme Boulos. A Folha tem hoje 126 colunistas. Se o jornal se propõe a ser plural, tem que levar esse pluralismo às últimas consequências: fazer contratações que parte do seu leitorado seja veementemente contrária. Foi o que aconteceu nesses casos que você citou. Reinaldo Azevedo não precisa da minha defesa, tem o seu mérito e o seu valor, concordem ou não com suas posições políticas. Kim Kataguiri é um rapaz de apenas 19 anos, representante de um movimento que levou 200 mil pessoas às ruas de São Paulo em dezembro, a maior manifestação desde as Diretas-Já, de acordo com o Datafolha. Guilherme Boulos é representante de um movimento social legítimo, talvez com algumas ações que não sejam legítimas, mas com anseios dos quais ninguém discorda. Qual é a posição da Folha sobre a regulação da mídia? E por que esse tema aparece tão pouco no jornal? A Folha defende uma regulação econômica de qualquer setor, inclusive da mídia, para evitar monopólios. O que não aceitamos é qualquer tentativa de controle sobre o conteúdo. O jornal também defende autorregulação do setor, como o Conar faz na publicidade.
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Folha defende regulação econômica da mídia, diz editor-executivo do jornalA Folha defende regulação econômica para evitar monopólios, o que é especialmente importante na área da comunicação. É o que explica o editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila, que completa: "o que o veículo não apoia é qualquer tentativa de controle sobre o conteúdo". Em sabatina transmitida ao vivo pela "TV Folha" nesta quarta-feira (17), Dávila comentou as críticas que o jornal recebe –sobretudo nas redes sociais, sobre seu posicionamento político. Em seu "Manual de Redação", a Folha defende um jornalismo crítico, pluralista e apartidário. "Não enxergamos o noticiário com filtros tucanos ou petistas. O viés está no olho de quem o procura, não na cobertura do nosso noticiário", disse o jornalista às colunistas Monica Bergamo e Natuza Nery, editora do "Painel". Ambas participaram da mesa. Sérgio Dávila também comentou as recentes contratações de colunistas considerados controversos pelos leitores, como Kim Kataguiri, Reinaldo Azevedo e Guilherme Boulos. "Se o jornal deseja levar o pluralismo às ultimas consequências, deve aceitar as críticas" . DEBATES A transmissão foi o terceiro debate em comemoração ao aniversário do jornal. Na segunda-feira (15), Vinicius Torres Freire e Alexandre Schwartsman debateram a cobertura de economia do jornal. No dia seguinte, a escritora Antonia Pellegrino, do blog#AgoraÉQueSãoElas, debateu a abordagem sobre temas feministas com o colunista Luiz Felipe Pondé. A Folha completa 95 anos nesta sexta-feira (19). Como parte das comemorações, o jornal também realizará um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira. O Encontro Folha de Jornalismo será realizado nos dias 18 (quinta) e 19 (sexta) de fevereiro, no MIS - Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Os ingressos para o evento estão esgotados. O leitor poderá acompanhar a cobertura em tempo real pelo site. * Leia trechos da entrevista a seguir: Folha - Qual é o futuro do jornalismo e de seus profissionais? Sérgio Dávila - Eu sou um otimista, acho que o papel do jornalista profissional —esse ser que faz a curadoria, hierarquização e apuração da notícia seguindo critérios profissionais e padrões éticos— está garantido. O que está em questão é o modelo de negócios que vem sustentando as empresas de comunicação. Há várias experiências sendo feitas e não sabemos qual vai ser a mais bem-sucedida. Isso, sim, é objeto talvez até de preocupação. Acho que não está em risco o futuro do jornalismo profissional. Como essa crise de modelo compromete o jornalismo? A crise torna os recursos mais escassos. Como gestor, minha preocupação é não abrir mão de um time de jornalistas que investe em reportagens elaboradas. Temos uma equipe de repórteres especiais composta de 19 pessoas, cuja função primária é buscar histórias diferenciadas. Por mais que as planilhas nos oprimam a fazer uma Redação mais enxuta, o jornal não pode abrir mão de um time de repórteres especiais que faz seu principal produto, que é a informação exclusiva. Alguns críticos dizem que a Folha é tucana e trata de forma distinta o governo federal, do PT, e o governo Alckmin, do PSDB. Qual sua análise? A Folha não é um jornal tucano e cobre o governo estadual com o mesmo rigor que cobre o governo federal. Publicamos várias reportagens críticas à gestão Alckmin —a mais recente questionando o método de aferição dos índices de homicídio do Estado de São Paulo. Não enxergamos o noticiário com esse filtro tucanos/petistas. Cobrimos criticamente os poderes constituídos. Nos últimos 13 anos, o principal poder foi do PT. Quando a Presidência era do PSDB, também fomos críticos. Basta ler o livro "Diários da Presidência" (Companhia das Letras, 928 págs.), de Fernando Henrique Cardoso. Das cento e poucas menções à imprensa, 70 são à Folha, e a maioria, negativa. Nas eleições presidenciais de 2014, revelamos a construção de um aeroporto em Cláudio (MG), em terras que foram de um parente do então candidato Aécio Neves (PSDB). O jornal defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff? Não. O que a Folha defende é que esse processo seja resolvido rapidamente, seja pela abertura do processo de impeachment, seja pela vitória da presidente Dilma. O país inteiro está refém de uma questão política que está paralisando a economia e, em última análise, o país. A Folha foi acusada de perseguir Lula por noticiar que Marisa, mulher dele, mandou entregar canoa de R$ 4.000 em um sítio de amigos supostamente reformado por Odebrecht e OAS. O que acha? A Folha não persegue o presidente Lula. Essa revelação é um indício de que ela e o ex-presidente consideram aquele lugar um lar, um lugar com o qual estão familiarizados a ponto de mandar entregar coisas. Se eles estão mandando entregar uma canoa de R$ 4.000 ou um iate de R$ 4 milhões, é irrelevante. Essa notícia, aliás, foi parte de uma série de reportagens feita pelo jornalista Flávio Ferreira, de "Poder", um raro exemplo de notícia que não dependeu de vazamento de autoridade. Ele ficou um mês indo para Atibaia, conhecendo pessoas e fazendo fontes. Precisamos reconhecer esse trabalho do repórter. A Odebrecht, investigada na Lava Jato e assunto de várias reportagens, patrocinou o Encontro Folha de Jornalismo [ciclo de debates que comemorou os 95 anos do jornal]. Não é um contrassenso? Não acho. Os negócios da empresa não devem interferir nas prioridades editoriais da Redação e vice-versa. A Odebrecht é uma empresa constituída, tem CNPJ, endereço fixo, dezenas de milhares de funcionários. Acho essa discussão hipócrita. Vocês não iriam a um filme ou peça patrocinado pela Petrobras ou pela Odebrecht? Então, não verão nenhuma obra brasileira. Você considera que a mídia seja um poder e que, portanto, deve ser objeto da cobertura jornalística? É possível cobri-la de maneira crítica? A mídia é um poder e, como tal, deve ser coberta criticamente. O modelo que eu gosto é o americano, em que empresas de comunicação têm uma editoria que cobre a mídia em um sentido amplo. A gente ainda está longe disso, mas, no Brasil, quem mais se aproxima é a Folha, que tem uma cobertura de mídia constante. Como poder, a mídia se posiciona politicamente? Se sim, a ideia de imparcialidade não seria um mito? Todo poder pode ser exercido politicamente. Na Folha, procuramos seguir o DNA do jornal: ser apartidário, independente, pluralista. Claro que o jornal não será 100% imparcial porque é feito por pessoas que, por mais treinadas e capacitadas, eventualmente vão deixar vazar algum preconceito. Mas não podemos abrir mão de almejar essa busca pela verdade e pela imparcialidade. O jornal "The New York Times" defende abertamente um candidato nas eleições americanas. Não seria um sinal de maturidade da Folha fazer o mesmo? Não só o "New York Times", mas parte da imprensa americana e de outros lugares tem essa tradição. Aqui no Brasil, há veículos que já fizeram isso: "O Estado de S. Paulo", a revista "Veja", a "Carta Capital" e sites como o "iG". No caso da Folha, acho que iria contra o que eu chamei de constituição do jornal. Se você quer ser, por princípio, apartidário, independente, crítico a todos os partidos, é complicado declarar apoio a esse ou àquele partido. Há outro fator: os leitores americanos e britânicos, por fatores históricos, diferenciam melhor o que é editorial [opinião do jornal], o que é colunismo [opinião do colaborador do jornal] e o que é reportagem [noticiário]. Entre os brasileiros ainda há confusão. Há equilíbrio no time de colunistas do jornal? Peço que comente três contratações recentes que geraram polêmica: Reinaldo Azevedo, Kim Kataguiri e Guilherme Boulos. A Folha tem hoje 126 colunistas. Se o jornal se propõe a ser plural, tem que levar esse pluralismo às últimas consequências: fazer contratações que parte do seu leitorado seja veementemente contrária. Foi o que aconteceu nesses casos que você citou. Reinaldo Azevedo não precisa da minha defesa, tem o seu mérito e o seu valor, concordem ou não com suas posições políticas. Kim Kataguiri é um rapaz de apenas 19 anos, representante de um movimento que levou 200 mil pessoas às ruas de São Paulo em dezembro, a maior manifestação desde as Diretas-Já, de acordo com o Datafolha. Guilherme Boulos é representante de um movimento social legítimo, talvez com algumas ações que não sejam legítimas, mas com anseios dos quais ninguém discorda. Qual é a posição da Folha sobre a regulação da mídia? E por que esse tema aparece tão pouco no jornal? A Folha defende uma regulação econômica de qualquer setor, inclusive da mídia, para evitar monopólios. O que não aceitamos é qualquer tentativa de controle sobre o conteúdo. O jornal também defende autorregulação do setor, como o Conar faz na publicidade.
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Com protestos e tumulto, comissão suspende votação da maioridade penal
Em meio a protestos de estudante e de deputados contrários à proposta, a comissão especial da Câmara dos Deputados suspendeu nesta quarta-feira (10) a votação do projeto de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da UBES (estudantes secundaristas) protestavam contra o projeto com palavras de ordem e, após ordem de esvaziar do plenário, houve confusão. A Polícia Legislativa usou gás de pimenta. Saiba Mais
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Com protestos e tumulto, comissão suspende votação da maioridade penalEm meio a protestos de estudante e de deputados contrários à proposta, a comissão especial da Câmara dos Deputados suspendeu nesta quarta-feira (10) a votação do projeto de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da UBES (estudantes secundaristas) protestavam contra o projeto com palavras de ordem e, após ordem de esvaziar do plenário, houve confusão. A Polícia Legislativa usou gás de pimenta. Saiba Mais
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Veja 20 dicas de eletrônicos com descontos de até 60%
DE SÃO PAULO Depois de o comércio enfrentar o pior Natal em dez anos, de acordo com as entidades do setor, lojas físicas e on-line da capital paulista oferecem descontos em janeiro para esvaziarem seus estoques. Como em todo bota-fora, corra antes que as melhores ofertas e produtos acabem. A seguir, confira 20 dicas de eletrônicos —os "gadgets"— com descontos a partir de 25% e de até 60%. *Os preços e a disponibilidade dos produtos foram conferidos entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2016. As ofertas são válidas enquanto durarem os estoques e estão sujeitas a alterações.
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Veja 20 dicas de eletrônicos com descontos de até 60%DE SÃO PAULO Depois de o comércio enfrentar o pior Natal em dez anos, de acordo com as entidades do setor, lojas físicas e on-line da capital paulista oferecem descontos em janeiro para esvaziarem seus estoques. Como em todo bota-fora, corra antes que as melhores ofertas e produtos acabem. A seguir, confira 20 dicas de eletrônicos —os "gadgets"— com descontos a partir de 25% e de até 60%. *Os preços e a disponibilidade dos produtos foram conferidos entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2016. As ofertas são válidas enquanto durarem os estoques e estão sujeitas a alterações.
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Netflix quer dobrar produção de séries originais em 2016
A Netflix, plataforma de vídeos on-line, planeja dobrar sua produção de séries originais em 2016, disse nesta segunda-feira (7) o diretor de conteúdo, Ted Sarandos. "Tivemos 16 séries originais este ano. A ideia é aumentar para 31 em 2016", anunciou o executivo, durante uma teleconferência com analistas. Produções originais são, com a expansão internacional da empresa, uma das grandes áreas de despesa da Netflix, que investe em séries para se diferenciar de outros serviços e atrair novos assinantes. Após programas como "House of Cards" e "Orange is the New Black", "temos sido capazes de elevar o nível e manter a qualidade e entusiasmo para estas [produções] originais", afirmou Sarandos. Além de séries, a Netflix começou a produzir filmes em 2015. Segundo ele, a ideia é finalizar 10 títulos, entre ficções, programas para crianças e documentários. O serviço de streaming está disponível em mais de 50 países. O grupo quer estar presente em todo o mundo até o final de 2016.
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Netflix quer dobrar produção de séries originais em 2016A Netflix, plataforma de vídeos on-line, planeja dobrar sua produção de séries originais em 2016, disse nesta segunda-feira (7) o diretor de conteúdo, Ted Sarandos. "Tivemos 16 séries originais este ano. A ideia é aumentar para 31 em 2016", anunciou o executivo, durante uma teleconferência com analistas. Produções originais são, com a expansão internacional da empresa, uma das grandes áreas de despesa da Netflix, que investe em séries para se diferenciar de outros serviços e atrair novos assinantes. Após programas como "House of Cards" e "Orange is the New Black", "temos sido capazes de elevar o nível e manter a qualidade e entusiasmo para estas [produções] originais", afirmou Sarandos. Além de séries, a Netflix começou a produzir filmes em 2015. Segundo ele, a ideia é finalizar 10 títulos, entre ficções, programas para crianças e documentários. O serviço de streaming está disponível em mais de 50 países. O grupo quer estar presente em todo o mundo até o final de 2016.
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Senadores articulam desobediência a Fachin para manter Aécio no cargo
O Senado pode desobedecer a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou por meio de liminar que o mandato do senador Aecio Neves (PSDB-MG) seja suspenso. A estratégia, já discutida por alguns senadores, prevê que a defesa de Aécio recorra à Mesa do Senado questionando a validade da medida. A Mesa então responderia que não há previsão constitucional para a suspensão, ainda mais por meio de liminar, e manteria Aécio no cargo. Parlamentares pretendem se reunir com o tucano na próxima semana para estimulá-lo a tomar a iniciativa. Acreditam que seria melhor que ela partisse dele, em tese o maior interessado numa reversão da decisão de Fachin, do que da própria mesa. "Em nenhum lugar do mundo um parlamentar seria afastado nessas condições, muito menos por meio de liminar", diz um dos senadores mais influentes da Casa. A ideia, no entanto, não alcançará consenso. Um parlamentar de oposição, que preferiu falar com a Folha sem se identificar por não querer "chutar cachorro morto", como se refere a Aécio, diz que o Senado passaria vergonha se tentasse reverter a decisão do Supremo, tal a gravidade das acusações contra o tucano. Não haveria, portanto, clima para que a articulação prosperasse. O mesmo senador acredita que o próprio Aécio vai pensar duas vezes antes de aderir à ideia, que pode soar como provocação à Justiça, agravando sua situação, que já é de bastante debilidade. Por essa visão, o melhor que Aécio teria a fazer hoje é ficar quieto e sumir do noticiário. Em dezembro de 2016, o Senado adotou procedimento semelhante ao que é articulado agora por um grupo de senadores. À época, a Mesa Diretora decidiu desafiar liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello e recusou-se a afastar da presidência da Casa o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O Senado encaminhou ao STF uma decisão da Mesa em que informa que aguardará o posicionamento do plenário do tribunal para então aceitar o afastamento de Renan. O ministro Fachin decidiu afastar Aécio do cargo depois de ele aparecer em gravação feita no âmbito de delação premiada da Operação Lava Jato pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS. No próprio Supremo a medida vem sofrendo críticas internas de outros ministros, que acreditam que a Corte não deveria ampliar o que chamam de sua área de competência e conflito.
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Senadores articulam desobediência a Fachin para manter Aécio no cargoO Senado pode desobedecer a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou por meio de liminar que o mandato do senador Aecio Neves (PSDB-MG) seja suspenso. A estratégia, já discutida por alguns senadores, prevê que a defesa de Aécio recorra à Mesa do Senado questionando a validade da medida. A Mesa então responderia que não há previsão constitucional para a suspensão, ainda mais por meio de liminar, e manteria Aécio no cargo. Parlamentares pretendem se reunir com o tucano na próxima semana para estimulá-lo a tomar a iniciativa. Acreditam que seria melhor que ela partisse dele, em tese o maior interessado numa reversão da decisão de Fachin, do que da própria mesa. "Em nenhum lugar do mundo um parlamentar seria afastado nessas condições, muito menos por meio de liminar", diz um dos senadores mais influentes da Casa. A ideia, no entanto, não alcançará consenso. Um parlamentar de oposição, que preferiu falar com a Folha sem se identificar por não querer "chutar cachorro morto", como se refere a Aécio, diz que o Senado passaria vergonha se tentasse reverter a decisão do Supremo, tal a gravidade das acusações contra o tucano. Não haveria, portanto, clima para que a articulação prosperasse. O mesmo senador acredita que o próprio Aécio vai pensar duas vezes antes de aderir à ideia, que pode soar como provocação à Justiça, agravando sua situação, que já é de bastante debilidade. Por essa visão, o melhor que Aécio teria a fazer hoje é ficar quieto e sumir do noticiário. Em dezembro de 2016, o Senado adotou procedimento semelhante ao que é articulado agora por um grupo de senadores. À época, a Mesa Diretora decidiu desafiar liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello e recusou-se a afastar da presidência da Casa o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O Senado encaminhou ao STF uma decisão da Mesa em que informa que aguardará o posicionamento do plenário do tribunal para então aceitar o afastamento de Renan. O ministro Fachin decidiu afastar Aécio do cargo depois de ele aparecer em gravação feita no âmbito de delação premiada da Operação Lava Jato pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS. No próprio Supremo a medida vem sofrendo críticas internas de outros ministros, que acreditam que a Corte não deveria ampliar o que chamam de sua área de competência e conflito.
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Erramos: Governo Dilma anuncia rombo inédito de R$ 17,2 bi no caixa do Tesouro
Diferentemente do informado na reportagem "Governo Dilma anuncia rombo inédito de R$ 17,2 bi no caixa do Tesouro" (29/01/2015 - 09:44), publicado no blog Dinheiro Público & Cia e chamado na manchete da homepage da Folha, o deficit de R$ 17,2 bi em 2014 foi o primeiro apurado pelo Tesouro desde 1997 (quando teve início a sua série histórica), e não desde 1994. O texto foi corrigido.
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Erramos: Governo Dilma anuncia rombo inédito de R$ 17,2 bi no caixa do TesouroDiferentemente do informado na reportagem "Governo Dilma anuncia rombo inédito de R$ 17,2 bi no caixa do Tesouro" (29/01/2015 - 09:44), publicado no blog Dinheiro Público & Cia e chamado na manchete da homepage da Folha, o deficit de R$ 17,2 bi em 2014 foi o primeiro apurado pelo Tesouro desde 1997 (quando teve início a sua série histórica), e não desde 1994. O texto foi corrigido.
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Polícia prende mais 6 suspeitos de atacar caixas eletrônicos em SP e MG
A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (23) mais seis criminosos suspeitos de integrar um grupo especializado em explosões a caixas eletrônicos no Estado de São Paulo e dentro de um aeroporto em Minas Gerais. Os criminosos foram detidos na Barra Funda (zona oeste), em Interlagos e Capão Redondo (zona sul), em Guarulhos (Grande SP) e Campo Limpo Paulista (a 53 km de São Paulo). Segundo a polícia, eles teriam funções mais de logística, como providenciar carros para a quadrilha. A operação é realizada por policiais da 5ª Patrimônio (Delegacia de Investigações sobre Roubo a Banco), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em parceria com o Garra (Grupo de Repressão a Roubo), com o GER (Grupo Especial de Reação), e da Delegacia Seccional de Mogi Guaçu e da Polícia Civil de Minas Gerais. As equipes apreenderam uma Land Rover blindada utilizada nos ataques da quadrilha e encontraram um revólver calibre 38 que pertencia a um vigilante de uma agência bancária, em Itapira, que havia sido invadida pelo grupo. Os presos são o vigilante Fábio Barros França, Luciano Bitencourt de Jesus, Ronaldo Américo dos Santos, Lucas Eduardo Assalin Soares, Rogério Machado Coelho, e Silas Barbosa da Silva. Eles responderão por roubo seguido de tentativa de homicídio, receptação e associação criminosa. MULHER REFÉM No dia 18 de novembro, a polícia já havia prendido 16 criminosos depois de o grupo manter uma mulher refém no Jardim João XXIII, na zona oeste de São Paulo. A libertação de Luzimar Bento, que não teve ferimentos, foi realizada por policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) e por um advogado dos suspeitos. Na ocasião, o grupo tentava explodir caixas eletrônicos que estavam dentro do shopping Granja Vianna quando foram abordados por policiais. Eles perceberam a aproximação da polícia e fugiram. Na fuga, dois policiais militares foram baleados e encaminhados para o pronto-socorro regional de Cotia. Dois criminosos também foram baleados e um terceiro quebrou o tornozelo na fuga. Os bandidos foram para o ponto de encontro em uma oficina mecânica quando foram cercados por policiais da 5ª Patrimônio. Houve troca de tiros, a quadrilha fugiu e se refugiu na casa de Luzimar Bento. O Deic informou que a quadrilha, especializada em explosões de caixas eletrônicos, era investigada havia três meses. Segundo o departamento, os policiais conseguiram monitorar a quadrilha e descobriram onde seria o ponto de encontro após a tentativa de roubo. Na oficina, a polícia encontrou veículos utilizados pela quadrilha –alguns blindados– e apreendeu uma pistola ruger calibre 9 mm e seis fuzis, sendo quatro calibre 7.62 mm e dois calibre.556 mm. A polícia também encontrou um caro cheio de explosivos, que teria sido abandonado pelos criminosos durante a fuga na rua. Armas apreendidas pela polícia
cotidiano
Polícia prende mais 6 suspeitos de atacar caixas eletrônicos em SP e MGA Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (23) mais seis criminosos suspeitos de integrar um grupo especializado em explosões a caixas eletrônicos no Estado de São Paulo e dentro de um aeroporto em Minas Gerais. Os criminosos foram detidos na Barra Funda (zona oeste), em Interlagos e Capão Redondo (zona sul), em Guarulhos (Grande SP) e Campo Limpo Paulista (a 53 km de São Paulo). Segundo a polícia, eles teriam funções mais de logística, como providenciar carros para a quadrilha. A operação é realizada por policiais da 5ª Patrimônio (Delegacia de Investigações sobre Roubo a Banco), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em parceria com o Garra (Grupo de Repressão a Roubo), com o GER (Grupo Especial de Reação), e da Delegacia Seccional de Mogi Guaçu e da Polícia Civil de Minas Gerais. As equipes apreenderam uma Land Rover blindada utilizada nos ataques da quadrilha e encontraram um revólver calibre 38 que pertencia a um vigilante de uma agência bancária, em Itapira, que havia sido invadida pelo grupo. Os presos são o vigilante Fábio Barros França, Luciano Bitencourt de Jesus, Ronaldo Américo dos Santos, Lucas Eduardo Assalin Soares, Rogério Machado Coelho, e Silas Barbosa da Silva. Eles responderão por roubo seguido de tentativa de homicídio, receptação e associação criminosa. MULHER REFÉM No dia 18 de novembro, a polícia já havia prendido 16 criminosos depois de o grupo manter uma mulher refém no Jardim João XXIII, na zona oeste de São Paulo. A libertação de Luzimar Bento, que não teve ferimentos, foi realizada por policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) e por um advogado dos suspeitos. Na ocasião, o grupo tentava explodir caixas eletrônicos que estavam dentro do shopping Granja Vianna quando foram abordados por policiais. Eles perceberam a aproximação da polícia e fugiram. Na fuga, dois policiais militares foram baleados e encaminhados para o pronto-socorro regional de Cotia. Dois criminosos também foram baleados e um terceiro quebrou o tornozelo na fuga. Os bandidos foram para o ponto de encontro em uma oficina mecânica quando foram cercados por policiais da 5ª Patrimônio. Houve troca de tiros, a quadrilha fugiu e se refugiu na casa de Luzimar Bento. O Deic informou que a quadrilha, especializada em explosões de caixas eletrônicos, era investigada havia três meses. Segundo o departamento, os policiais conseguiram monitorar a quadrilha e descobriram onde seria o ponto de encontro após a tentativa de roubo. Na oficina, a polícia encontrou veículos utilizados pela quadrilha –alguns blindados– e apreendeu uma pistola ruger calibre 9 mm e seis fuzis, sendo quatro calibre 7.62 mm e dois calibre.556 mm. A polícia também encontrou um caro cheio de explosivos, que teria sido abandonado pelos criminosos durante a fuga na rua. Armas apreendidas pela polícia
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Dilma cometeu crime de responsabilidade? Não
UM GOLPE DISFARÇADO Respondo sem qualquer hesitação: é tentativa de golpe parlamentar a tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A primeira premissa é a de que a soberania popular deve ser respeitada. Não custa lembrar que a investidura no mandato presidencial tem status constitucional de cláusula pétrea. Nosso regime de governo é presidencialista. Nele, o presidente eleito exerce as funções de chefe de Estado e chefe de governo de forma concomitante. Só pode ser destituído do cargo pela prática direta e dolosa de ato tipificado na lei como crime de responsabilidade. Ou crime comum, o que não vem ao caso. Apenas os sistemas parlamentaristas permitem que o chefe de governo (primeiro-ministro) seja destituído por razões estritamente políticas. Uma última premissa: ao contrário do que dizem, o impeachment não é um processo estritamente político. É também e, sobretudo, um julgamento jurídico. Dizer simplesmente que é uma "questão política" significa rebaixá-lo a um jogo de vale-tudo, onde o Congresso poderia julgar contra a Constituição. E isso nos leva à outra conclusão: alguns sustentam que, como o impeachment está previsto na Constituição, não é o caso de golpe. Ledo engano. Se inexistir a prática de uma das hipóteses de crime de responsabilidade previstas na Constituição, é golpe sim. O pedido que ora tramita na Câmara é juridicamente inepto. A petição inicial oferece um mosaico de fatos desconexos. Não há qualquer fato, ao menos em tese, atribuível a ela que possa ser tipificado como crime de responsabilidade. Procedimentalmente, foi violado o devido processo legal: o presidente da Câmara usurpou competência do plenário ao admitir o pedido; violou o contraditório e a ampla defesa ao não intimar previamente a presidente Dilma; por fim, praticou o ato em desvio de finalidade, já que o fez por retaliação. Sobre as chamadas "pedaladas fiscais",o argumento é improcedente. Fatos praticados em mandato anterior não podem fundamentar impedimento de mandato posterior. Igualmente vã é a tentativa de argumentar que as tais "pedaladas" também foram praticadas em 2015, pois o Congresso aprovou a mudança da meta fiscal, autorizando um deficit de até R$ 119,9 bilhões. Ainda que assim não fosse, no mérito o argumento também não prospera. O que se chama de "pedaladas" consiste em mero adiantamento de pagamento de benefícios sociais por bancos públicos, prática largamente utilizada no Brasil há décadas por todas as esferas de governo e sempre chanceladas pelos Tribunais de Contas. Dessa forma, o TCU (Tribunal de Contas da União) jamais poderia ter considerado ilegais as contas de 2014, a bem da segurança jurídica. Poderia, no máximo, sinalizar que tais práticas contábeis não seriam mais aceitas no futuro. Por fim, a competência para o julgamento das contas do governo é do Congresso Nacional, que ainda não as julgou em relação ao exercício de 2014. Mais uma razão, portanto, para que tal fato não possa ser considerado para fins de impeachment. A presidente Dilma é reconhecidamente honesta. Não furtou, não roubou, nem embolsou dinheiro do povo. Assim como não depositou dinheiro ilícito na Suíça. Por essas razões apontadas, não basta que o processo de impeachment seja em tese previsto pela Constituição do país. Se ele for à frente mesmo diante da ausência de seus pressupostos, teremos simplesmente um golpe, ainda que disfarçado, escondido sob o nome impeachment. WADIH DAMOUS, 59, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro - OAB/RJ, é deputado federal (PT-RJ) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Dilma cometeu crime de responsabilidade? NãoUM GOLPE DISFARÇADO Respondo sem qualquer hesitação: é tentativa de golpe parlamentar a tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A primeira premissa é a de que a soberania popular deve ser respeitada. Não custa lembrar que a investidura no mandato presidencial tem status constitucional de cláusula pétrea. Nosso regime de governo é presidencialista. Nele, o presidente eleito exerce as funções de chefe de Estado e chefe de governo de forma concomitante. Só pode ser destituído do cargo pela prática direta e dolosa de ato tipificado na lei como crime de responsabilidade. Ou crime comum, o que não vem ao caso. Apenas os sistemas parlamentaristas permitem que o chefe de governo (primeiro-ministro) seja destituído por razões estritamente políticas. Uma última premissa: ao contrário do que dizem, o impeachment não é um processo estritamente político. É também e, sobretudo, um julgamento jurídico. Dizer simplesmente que é uma "questão política" significa rebaixá-lo a um jogo de vale-tudo, onde o Congresso poderia julgar contra a Constituição. E isso nos leva à outra conclusão: alguns sustentam que, como o impeachment está previsto na Constituição, não é o caso de golpe. Ledo engano. Se inexistir a prática de uma das hipóteses de crime de responsabilidade previstas na Constituição, é golpe sim. O pedido que ora tramita na Câmara é juridicamente inepto. A petição inicial oferece um mosaico de fatos desconexos. Não há qualquer fato, ao menos em tese, atribuível a ela que possa ser tipificado como crime de responsabilidade. Procedimentalmente, foi violado o devido processo legal: o presidente da Câmara usurpou competência do plenário ao admitir o pedido; violou o contraditório e a ampla defesa ao não intimar previamente a presidente Dilma; por fim, praticou o ato em desvio de finalidade, já que o fez por retaliação. Sobre as chamadas "pedaladas fiscais",o argumento é improcedente. Fatos praticados em mandato anterior não podem fundamentar impedimento de mandato posterior. Igualmente vã é a tentativa de argumentar que as tais "pedaladas" também foram praticadas em 2015, pois o Congresso aprovou a mudança da meta fiscal, autorizando um deficit de até R$ 119,9 bilhões. Ainda que assim não fosse, no mérito o argumento também não prospera. O que se chama de "pedaladas" consiste em mero adiantamento de pagamento de benefícios sociais por bancos públicos, prática largamente utilizada no Brasil há décadas por todas as esferas de governo e sempre chanceladas pelos Tribunais de Contas. Dessa forma, o TCU (Tribunal de Contas da União) jamais poderia ter considerado ilegais as contas de 2014, a bem da segurança jurídica. Poderia, no máximo, sinalizar que tais práticas contábeis não seriam mais aceitas no futuro. Por fim, a competência para o julgamento das contas do governo é do Congresso Nacional, que ainda não as julgou em relação ao exercício de 2014. Mais uma razão, portanto, para que tal fato não possa ser considerado para fins de impeachment. A presidente Dilma é reconhecidamente honesta. Não furtou, não roubou, nem embolsou dinheiro do povo. Assim como não depositou dinheiro ilícito na Suíça. Por essas razões apontadas, não basta que o processo de impeachment seja em tese previsto pela Constituição do país. Se ele for à frente mesmo diante da ausência de seus pressupostos, teremos simplesmente um golpe, ainda que disfarçado, escondido sob o nome impeachment. WADIH DAMOUS, 59, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro - OAB/RJ, é deputado federal (PT-RJ) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Festival de Brasília distribuirá R$ 340 mil a filmes selecionados
O Festival de Brasília deste ano, que acontece de 15 a 24 de setembro, passará a pagar cachês aos filmes selecionados para o evento. A prática é comum em festivais no Brasil e no mundo, mas novidade no evento brasiliense. O festival, que chega à 50ª edição, terá orçamento de R$ 340 mil destinado a esses cachês. Longas-metragens receberão R$ 15 mil pela participação, e curtas, R$ 5.000. Já as películas selecionadas para a mostra "hors- concours" ganharão R$ 10 mil, enquanto os filmes das mostras paralelas, R$ 3.000. Neste ano, o festival passa a ter dez dias em vez de sete. As inscrições para a mostra foram abertas nesta quarta (7) e vão até 7 de julho, pelo site festivaldebrasilia.com.br. É preciso submeter um formulário de inscrição e fazer upload de um link do filme em alguma plataforma de livre acesso, protegido por senha, além de preencher a classificação indicativa. Serão selecionados 9 longas-metragens e 12 curtas, a serem anunciados no dia 7 de agosto. Eles concorrerão ao Troféu Candango, prêmio principal do evento. Também haverá o Prêmio Petrobras de Cinema, com votação popular. O vencedor receberá R$ 200 mil em um contrato de distribuição. Para eleger seus filmes prediletos, o público deverá baixar um aplicativo do festival. Ao todo, haverá ao menos três mostras paralelas. A novidade é a Futuro Brasil, na qual realizadores com filmes ainda não finalizados poderão exibi-los para representantes de festivais internacionais. Para esta, as inscrições vão de 10 de junho a 10 de julho. Outra seção paralela será a 50 anos em 5 (dias), que fará uma retrospectiva das produções que já passaram pelo festival. A seleção desta será da Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Neste ano, o Festival de Brasília terá como cineasta homenageado Nelson Pereira dos Santos, diretor de obras como "Rio 40 Graus" (1955) e "Vidas Secas" (1963). Ele receberá a medalha Paulo Emílio Sales Gomes, homenagem a grandes nomes do cinema brasileiro criada ano passado. MOSTRA BRASÍLIA Quem desejar participar da Mostra Brasília pode se inscrever a partir desta sexta (9), pelo site do festival. A mostra, que será coordenada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, costuma reunir cineastas da capital do país. O festival também realiza uma ação chamada Ambiente de Mercado, na qual serão realizadas rodadas de negócios, debates e encontros com agentes, distribuidores e representantes de festivais internacionais.
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Festival de Brasília distribuirá R$ 340 mil a filmes selecionadosO Festival de Brasília deste ano, que acontece de 15 a 24 de setembro, passará a pagar cachês aos filmes selecionados para o evento. A prática é comum em festivais no Brasil e no mundo, mas novidade no evento brasiliense. O festival, que chega à 50ª edição, terá orçamento de R$ 340 mil destinado a esses cachês. Longas-metragens receberão R$ 15 mil pela participação, e curtas, R$ 5.000. Já as películas selecionadas para a mostra "hors- concours" ganharão R$ 10 mil, enquanto os filmes das mostras paralelas, R$ 3.000. Neste ano, o festival passa a ter dez dias em vez de sete. As inscrições para a mostra foram abertas nesta quarta (7) e vão até 7 de julho, pelo site festivaldebrasilia.com.br. É preciso submeter um formulário de inscrição e fazer upload de um link do filme em alguma plataforma de livre acesso, protegido por senha, além de preencher a classificação indicativa. Serão selecionados 9 longas-metragens e 12 curtas, a serem anunciados no dia 7 de agosto. Eles concorrerão ao Troféu Candango, prêmio principal do evento. Também haverá o Prêmio Petrobras de Cinema, com votação popular. O vencedor receberá R$ 200 mil em um contrato de distribuição. Para eleger seus filmes prediletos, o público deverá baixar um aplicativo do festival. Ao todo, haverá ao menos três mostras paralelas. A novidade é a Futuro Brasil, na qual realizadores com filmes ainda não finalizados poderão exibi-los para representantes de festivais internacionais. Para esta, as inscrições vão de 10 de junho a 10 de julho. Outra seção paralela será a 50 anos em 5 (dias), que fará uma retrospectiva das produções que já passaram pelo festival. A seleção desta será da Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Neste ano, o Festival de Brasília terá como cineasta homenageado Nelson Pereira dos Santos, diretor de obras como "Rio 40 Graus" (1955) e "Vidas Secas" (1963). Ele receberá a medalha Paulo Emílio Sales Gomes, homenagem a grandes nomes do cinema brasileiro criada ano passado. MOSTRA BRASÍLIA Quem desejar participar da Mostra Brasília pode se inscrever a partir desta sexta (9), pelo site do festival. A mostra, que será coordenada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, costuma reunir cineastas da capital do país. O festival também realiza uma ação chamada Ambiente de Mercado, na qual serão realizadas rodadas de negócios, debates e encontros com agentes, distribuidores e representantes de festivais internacionais.
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O segredo é o gestor
A Inglaterra enfrentou há algumas décadas problemas graves em suas escolas. Elas eram depredadas, vandalizadas e desrespeitadas por quem era aluno e por quem não era aluno. Inexistia o sentido de pertencimento, ou seja, a percepção de que a escola pública não é do governo, mas sim do povo. Ela é construída e funciona com dinheiro do povo, portanto parece paradoxal que tenha de ser reformada continuamente, não em virtude de desgaste natural, mas por causa de maus tratos causados por quem deveria protegê-la. Destrói-se o próprio patrimônio, pois que é de todos, inclusive de quem o extermina. É uma espécie de suicídio patrimonial só explicável à luz da patologia social. Foi quando a inteligência britânica resolveu promover cursos de conscientização e liderança de diretores dos estabelecimentos de ensino. O sucesso foi imediato. Uma liderança bem formada é a receita para solucionar problemas irracionais como esse do vandalismo contra o patrimônio coletivo. Não é diferente em outros países. Investe-se muito em treinamento de liderança dos gestores de escolas. Costuma-se dizer que o diretor ou diretora é a alma da escola. O aspecto físico, a estrutura, o clima, tudo reflete a direção. É por isso que, sujeitas às mesmas vicissitudes de uma crise gravíssima, que impede a satisfação de todas as demandas, as escolas ostentam um quadro extremamente distinto entre si. Enquanto uma pode ser o retrato do abandono, do desmazelo e do desalento, outra é um exemplo de eficiência e de harmonia. O segredo é o gestor que investe na sua equipe, mantém-na animada, conhece os alunos, procura seus pais. O diretor ou diretora que ouve, dialoga, exerce autoridade com mansidão, após exercer o talento da persuasão. Esse gestor racional e afinado com as necessidades de uma sociedade cada vez mais complexa e heterogênea é o que o Estado de São Paulo está procurando com o seu pioneiro concurso para provimento de 1.878 vagas de diretor de escolas estaduais. Pela primeira vez haverá seleção baseada em capacidade de gerir, em habilidades que não dependem de memorização, mas de boa vontade, sensibilidade, comprometimento com a causa pública e capacidade de se adaptar a condições adversas. Haverá depois um acompanhamento dos aprovados, baseado no desempenho e no mérito, para a efetivação no cargo. É de gestores entusiastas e conscientes de que a educação é a chave para a resolução dos problemas brasileiros que São Paulo necessita. Esperamos que acolham esse convite para concorrer a um cargo de relevância extrema todas as pessoas de boa vontade, de boa fé e de verdadeira intenção de converter a educação paulista num paradigma não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. As inscrições vão até o dia 17 de julho. Inscrevam-se pelo site do Instituto Nosso Rumo, responsável pela organização do concurso: www.nossorumo.org.br JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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O segredo é o gestorA Inglaterra enfrentou há algumas décadas problemas graves em suas escolas. Elas eram depredadas, vandalizadas e desrespeitadas por quem era aluno e por quem não era aluno. Inexistia o sentido de pertencimento, ou seja, a percepção de que a escola pública não é do governo, mas sim do povo. Ela é construída e funciona com dinheiro do povo, portanto parece paradoxal que tenha de ser reformada continuamente, não em virtude de desgaste natural, mas por causa de maus tratos causados por quem deveria protegê-la. Destrói-se o próprio patrimônio, pois que é de todos, inclusive de quem o extermina. É uma espécie de suicídio patrimonial só explicável à luz da patologia social. Foi quando a inteligência britânica resolveu promover cursos de conscientização e liderança de diretores dos estabelecimentos de ensino. O sucesso foi imediato. Uma liderança bem formada é a receita para solucionar problemas irracionais como esse do vandalismo contra o patrimônio coletivo. Não é diferente em outros países. Investe-se muito em treinamento de liderança dos gestores de escolas. Costuma-se dizer que o diretor ou diretora é a alma da escola. O aspecto físico, a estrutura, o clima, tudo reflete a direção. É por isso que, sujeitas às mesmas vicissitudes de uma crise gravíssima, que impede a satisfação de todas as demandas, as escolas ostentam um quadro extremamente distinto entre si. Enquanto uma pode ser o retrato do abandono, do desmazelo e do desalento, outra é um exemplo de eficiência e de harmonia. O segredo é o gestor que investe na sua equipe, mantém-na animada, conhece os alunos, procura seus pais. O diretor ou diretora que ouve, dialoga, exerce autoridade com mansidão, após exercer o talento da persuasão. Esse gestor racional e afinado com as necessidades de uma sociedade cada vez mais complexa e heterogênea é o que o Estado de São Paulo está procurando com o seu pioneiro concurso para provimento de 1.878 vagas de diretor de escolas estaduais. Pela primeira vez haverá seleção baseada em capacidade de gerir, em habilidades que não dependem de memorização, mas de boa vontade, sensibilidade, comprometimento com a causa pública e capacidade de se adaptar a condições adversas. Haverá depois um acompanhamento dos aprovados, baseado no desempenho e no mérito, para a efetivação no cargo. É de gestores entusiastas e conscientes de que a educação é a chave para a resolução dos problemas brasileiros que São Paulo necessita. Esperamos que acolham esse convite para concorrer a um cargo de relevância extrema todas as pessoas de boa vontade, de boa fé e de verdadeira intenção de converter a educação paulista num paradigma não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. As inscrições vão até o dia 17 de julho. Inscrevam-se pelo site do Instituto Nosso Rumo, responsável pela organização do concurso: www.nossorumo.org.br JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Anglo American reduz dívida líquida a US$ 11,7 bi no primeiro semestre
A Anglo American, uma das principais mineradoras globais, disse nesta quinta-feira (28) que reduziu sua dívida líquida e está aplicando uma estratégia agressiva de redução de custos e de venda de ativos, embora a volatilidade nos mercados de commodities possa tornar o segundo semestre desafiador. A mineradora foi uma das mais atingidas pela queda no mercado de commodities, devido à demanda mais fraca do que a esperada na China. Em resposta, a companhia reduziu custos, suspendeu dividendos e colocou uma série de ativos à venda. Na quinta-feira, a empresa anunciou que reduziu sua dívida líquida para US$ 11,7 bilhões no fim de junho, ante US$ 12,9 bilhões no fim de dezembro. O prejuízo líquido do primeiro semestre deste ano caiu 73%, a US$ 813 milhões, na comparação com mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de US$ 698 milhões, 23% abaixo do ano passado, e a receita caiu 20%, para US$ 10,6 bilhões. "As ações decisivas que tomamos para fortalecer o balanço nos colocaram a caminho de atingir nossa meta de dívida líquida menor que US$ 10 bilhões ao final de 2016," disse Mark Cutifani, presidente da empresa, em um comunicado de resultados. O preço da ação da Anglo American disparou cerca de 7% no início da sessão e subia cerca de 5% às 14h30 (horário de Brasília), em desempenho superior ao do setor. Com isso, o papel ampliou um rali de mais de 150% desde o início do ano. Em termos de venda de ativos, a Anglo American acertou até o momento a venda por US$ 1,5 bilhão de suas unidades brasileiras de nióbio e fosfato e disse que espera fechar o acordo no segundo semestre.
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Anglo American reduz dívida líquida a US$ 11,7 bi no primeiro semestreA Anglo American, uma das principais mineradoras globais, disse nesta quinta-feira (28) que reduziu sua dívida líquida e está aplicando uma estratégia agressiva de redução de custos e de venda de ativos, embora a volatilidade nos mercados de commodities possa tornar o segundo semestre desafiador. A mineradora foi uma das mais atingidas pela queda no mercado de commodities, devido à demanda mais fraca do que a esperada na China. Em resposta, a companhia reduziu custos, suspendeu dividendos e colocou uma série de ativos à venda. Na quinta-feira, a empresa anunciou que reduziu sua dívida líquida para US$ 11,7 bilhões no fim de junho, ante US$ 12,9 bilhões no fim de dezembro. O prejuízo líquido do primeiro semestre deste ano caiu 73%, a US$ 813 milhões, na comparação com mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de US$ 698 milhões, 23% abaixo do ano passado, e a receita caiu 20%, para US$ 10,6 bilhões. "As ações decisivas que tomamos para fortalecer o balanço nos colocaram a caminho de atingir nossa meta de dívida líquida menor que US$ 10 bilhões ao final de 2016," disse Mark Cutifani, presidente da empresa, em um comunicado de resultados. O preço da ação da Anglo American disparou cerca de 7% no início da sessão e subia cerca de 5% às 14h30 (horário de Brasília), em desempenho superior ao do setor. Com isso, o papel ampliou um rali de mais de 150% desde o início do ano. Em termos de venda de ativos, a Anglo American acertou até o momento a venda por US$ 1,5 bilhão de suas unidades brasileiras de nióbio e fosfato e disse que espera fechar o acordo no segundo semestre.
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Ônibus urbanos perdem 4% dos passageiros no país em meio à crise
O número de passageiros de ônibus urbanos no país caiu em média 4,2% no ano passado em relação a 2014. Levantamento inédito da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano) estima uma perda de 900 mil usuários por dia. Trata-se do quarto ano seguido de queda –e a maior registrada nesta década. Esse mapeamento é feito pela entidade a partir dos dados de 16 grandes cidades (incluindo as maiores capitais), que detêm praticamente dois terços dos passageiros transportados no Brasil inteiro. Cai número de passageiros de ônibus Nas duas últimas décadas, os ônibus chegaram a perder espaço diante da concorrência de outros modos de transporte –como motos e carros. A principal explicação para a queda de 2015, porém, é a crise econômica –que incentiva mais deslocamentos a pé e reduz as viagens de trabalhadores empregados. "A pessoa nem sai mais para procurar emprego porque não acha", avalia Otávio Cunha, presidente da NTU. A diminuição do número de passageiros cria uma dificuldade adicional para prefeituras e governos estaduais, que são os responsáveis pela gestão desse sistema. Como a receita das empresas cai, é necessário readequar as despesas delas ou aumentar tarifas para cumprir os contratos com as viações. Como a pressão contra a alta das passagens é grande e haverá eleições municipais neste ano, os desequilíbrios agravam problemas de qualidade. Cerca de 85% dos usuários de transporte público no Brasil circulam em ônibus. Os números eram ruins no primeiro semestre de 2015, mas pioraram nos seis últimos meses do ano, quando a queda média beirou 7%. As cidades que registraram os maiores tombos no fluxo foram Curitiba (PR) e Goiânia (GO), com 8% de redução do número de passageiros. Em SP, a queda foi de 0,9%. O levantamento indica que a queda de usuários vinha sendo mais forte nas regiões periféricas das grandes cidades (áreas mais industriais). Os números do segundo semestre, no entanto, apontam que esse problema se alastrou para as capitais (onde há mais prestação de serviços). Prefeitos fazem pressão no Congresso por um projeto de mudança constitucional que permitiria aos municípios cobrar novo imposto sobre a venda de combustíveis para financiar as tarifas de ônibus. Segundo cálculos da NTU, uma taxa de R$ 0,10 no combustível na cidade de São Paulo renderia R$ 600 milhões por ano –equivalentes a quase um terço dos atuais subsídios municipais aos ônibus. passageiros de ônibus no país - Variação em relação ao ano anterior, em %
cotidiano
Ônibus urbanos perdem 4% dos passageiros no país em meio à criseO número de passageiros de ônibus urbanos no país caiu em média 4,2% no ano passado em relação a 2014. Levantamento inédito da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano) estima uma perda de 900 mil usuários por dia. Trata-se do quarto ano seguido de queda –e a maior registrada nesta década. Esse mapeamento é feito pela entidade a partir dos dados de 16 grandes cidades (incluindo as maiores capitais), que detêm praticamente dois terços dos passageiros transportados no Brasil inteiro. Cai número de passageiros de ônibus Nas duas últimas décadas, os ônibus chegaram a perder espaço diante da concorrência de outros modos de transporte –como motos e carros. A principal explicação para a queda de 2015, porém, é a crise econômica –que incentiva mais deslocamentos a pé e reduz as viagens de trabalhadores empregados. "A pessoa nem sai mais para procurar emprego porque não acha", avalia Otávio Cunha, presidente da NTU. A diminuição do número de passageiros cria uma dificuldade adicional para prefeituras e governos estaduais, que são os responsáveis pela gestão desse sistema. Como a receita das empresas cai, é necessário readequar as despesas delas ou aumentar tarifas para cumprir os contratos com as viações. Como a pressão contra a alta das passagens é grande e haverá eleições municipais neste ano, os desequilíbrios agravam problemas de qualidade. Cerca de 85% dos usuários de transporte público no Brasil circulam em ônibus. Os números eram ruins no primeiro semestre de 2015, mas pioraram nos seis últimos meses do ano, quando a queda média beirou 7%. As cidades que registraram os maiores tombos no fluxo foram Curitiba (PR) e Goiânia (GO), com 8% de redução do número de passageiros. Em SP, a queda foi de 0,9%. O levantamento indica que a queda de usuários vinha sendo mais forte nas regiões periféricas das grandes cidades (áreas mais industriais). Os números do segundo semestre, no entanto, apontam que esse problema se alastrou para as capitais (onde há mais prestação de serviços). Prefeitos fazem pressão no Congresso por um projeto de mudança constitucional que permitiria aos municípios cobrar novo imposto sobre a venda de combustíveis para financiar as tarifas de ônibus. Segundo cálculos da NTU, uma taxa de R$ 0,10 no combustível na cidade de São Paulo renderia R$ 600 milhões por ano –equivalentes a quase um terço dos atuais subsídios municipais aos ônibus. passageiros de ônibus no país - Variação em relação ao ano anterior, em %
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Faixa Azul mantém sua receita original de parmesão e é eleita a melhor marca de queijo ralado
BRUNO SORAGGI DE SÃO PAULO Acontece nos melhores almoços de família: assim que o macarrão é servido, o olho percorre a mesa à procura do queijo. É batata —ou mandioquinha, a depender do que o nhoque foi feito. E quando o assunto é parmesão, o tradicional Faixa Azul é o preferido dos paulistanos. A marca foi citada como a melhor da categoria por 20% dos paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar ouvidos pelo Datafolha neste ano. "Apesar de ser fabricado em escala industrial, o parmesão Faixa Azul mantém sua receita original e acabamento artesanal trazidos pelo imigrante Vito Antonio D'April de Parma, na Itália", conta Luís Renato Bueno, responsável pela unidade de negócios de queijo da Vigor, dona da marca. Segundo Bueno, cada parmesão produzido na fábrica de São Gonçalo do Sapucaí, em Minas Gerais, passa por um período de maturação de um ano. Nesse tempo, cada peça é girada diariamente para que o amadurecimento ocorra de maneira uniforme. "A casca do queijo também recebe um tratamento especial com óleo de urucum", afirma Bueno. Passados os 12 meses, é pintada a faixa azul ao longo da circunferência do derivado do leite. Também é produzida uma versão mais nobre do queijo, com 18 meses de maturação —o que acentua o sabor e a textura, de acordo com o executivo. Em novembro, o Faixa Azul 12 meses foi premiado no "World Cheese Awards", festival de queijos realizado em San Sebastián, na Espanha. "Entramos no seleto grupo dos melhores do mundo. Esse reconhecimento internacional é uma conquista importantíssima não somente para nós como marca, mas também para todo o mercado de queijos do Brasil", celebra Bueno.
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Faixa Azul mantém sua receita original de parmesão e é eleita a melhor marca de queijo raladoBRUNO SORAGGI DE SÃO PAULO Acontece nos melhores almoços de família: assim que o macarrão é servido, o olho percorre a mesa à procura do queijo. É batata —ou mandioquinha, a depender do que o nhoque foi feito. E quando o assunto é parmesão, o tradicional Faixa Azul é o preferido dos paulistanos. A marca foi citada como a melhor da categoria por 20% dos paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar ouvidos pelo Datafolha neste ano. "Apesar de ser fabricado em escala industrial, o parmesão Faixa Azul mantém sua receita original e acabamento artesanal trazidos pelo imigrante Vito Antonio D'April de Parma, na Itália", conta Luís Renato Bueno, responsável pela unidade de negócios de queijo da Vigor, dona da marca. Segundo Bueno, cada parmesão produzido na fábrica de São Gonçalo do Sapucaí, em Minas Gerais, passa por um período de maturação de um ano. Nesse tempo, cada peça é girada diariamente para que o amadurecimento ocorra de maneira uniforme. "A casca do queijo também recebe um tratamento especial com óleo de urucum", afirma Bueno. Passados os 12 meses, é pintada a faixa azul ao longo da circunferência do derivado do leite. Também é produzida uma versão mais nobre do queijo, com 18 meses de maturação —o que acentua o sabor e a textura, de acordo com o executivo. Em novembro, o Faixa Azul 12 meses foi premiado no "World Cheese Awards", festival de queijos realizado em San Sebastián, na Espanha. "Entramos no seleto grupo dos melhores do mundo. Esse reconhecimento internacional é uma conquista importantíssima não somente para nós como marca, mas também para todo o mercado de queijos do Brasil", celebra Bueno.
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Machismo faz vítima de estupro não reconhecer violência, diz pesquisadora
Não existe o "grande monstro estuprador". Na maioria dos casos de violência sexual, os perpetradores são considerados "homens normais", que não acham que cometeram um ato violento. Mas o que exatamente eles pensam? É o que investiga a brasileira Arielle Sagrillo Scarpati, 28, que faz doutorado em psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra. "Quando você olha a literatura sobre o tema, observa que a maioria dos casos de estupro são cometidos por agressores que não têm nenhuma patologia. A gente tem essa noção de que o estuprador é um monstro, um psicopata. Mas na verdade esses homens são o que chamamos de normais, em geral tidos como pessoas boas, salvo raras exceções. Isso sempre me chamou muito a atenção", disse à BBC Brasil. Scarpati tenta entender o que faz com que pessoas que cometem violência sexual não reconheçam seus atos como violentos. E aponta valores culturais e os "mitos do estupro", tanto no Brasil quando na Inglaterra, como os principais responsáveis. "A maioria das pessoas acha que estupro envolve o monstro, o beco escuro, a mulher jogada no chão ensanguentada. Por isso, em muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como violência." Segundo a pesquisadora, uma cultura machista também dificulta o acolhimento das vítimas pela polícia britânica, que enfrenta críticas de culpabilização da vítima semelhantes à brasileira. * Confira os principais trechos da entrevista: BBC Brasil - Quais são as principais diferenças e semelhanças que você encontrou entre Brasil e Inglaterra quando se trata de violência sexual? Arielle Sagrillo Scarpati - Enquanto no Brasil há uma cultura machista mais geral, que abarca qualquer faixa etária, aqui na Inglaterra o fenômeno parece mais forte nas universidades, que é o que eles chamam de "lad culture". Para fazer parte de um grupo na universidade e ser considerado um bom membro, é preciso fazer certas coisas. Isso inclui muita bebida e, frequentemente, abusar de mulheres em festas. Há uma quantidade de violência sexual altíssima e muitos desses casos não são reportados. Isso dá a impressão de que a violência sexual ocorre menos. Tanto na Inglaterra quanto no Brasil a polícia ainda não está preparada para acolher bem essas vítimas. Aqui os casos andam mais rápido, os serviços funcionam melhor, mas o acolhimento inicial ainda é ruim. Trabalhei como voluntária em um centro de acolhimento de vítimas aqui em Canterbury e muitas me diziam que preferiam não denunciar para não terem que ouvir perguntas como "que roupa você estava usando?", "será que você não provocou?" e "você vai denunciar mesmo, não quer voltar para casa e pensar melhor?'". Por outro lado, o debate a respeito do assunto acontece há mais tempo por aqui e existe um sistema um pouco mais bem estruturado para dar assistência à vítima e tratamento ao agressor. Eu vejo muito, por exemplo, uma preocupação com o tratamento dos agressores –o que, infelizmente, a gente ainda negligencia no Brasil. Além disso, aqui há diferenças culturais como menor desigualdade de gênero, índices menores de violência e maior participação feminina no mercado, que se refletem na maneira como a violência é perpetrada aqui. Por exemplo: você não vê –ou vê raramente– mulheres sendo "puxadas pelo braço ou pelo cabelo" em uma festa, ou cantadas nas ruas. A comoção causada pelo caso da adolescente estuprada por diversos homens no Rio pode significar que a sociedade brasileira esteja menos tolerante à violência sexual? A gente está começando a olhar para o fenômeno da violência sexual agora. Ainda não enxergamos muito do que acontece. Quando você tem casos envolvendo menores, tem a atenção das pessoas. Quando há casos envolvendo muita brutalidade, eles também chamam a atenção do público de modo geral, despertam indignação. Mas para além desses casos, que envolvem grupos muito particulares, temos uma série de casos de violência que acontecem cotidianamente. E nós negligenciamos tanto a vítima quanto os diferentes tipos de agressores. Esse caso agora é definitivamente fora da curva. A violência contra a mulher no Brasil tem uma roupagem muito diferente. São principalmente mulheres que são vítimas de violência e sequer são capazes de nomear como violência aquilo que elas vivenciaram. A lei brasileira considera que quaisquer "atos libidinosos" não consentidos são crime de estupro. Por que existe essa dificuldade de reconhecer a violência sexual em suas diversas formas? Porque a gente tem uma ideia na cabeça sobre o que é violência sexual, quem é o agressor e quem é a vítima. São estereótipos que chamamos de "mitos de estupro": o agressor é um monstro, a vítima é aquela que estava andando sozinha pelo beco escuro à noite, é atacada e deixada no chão ensanguentada ou é aquela que estava se vestindo de maneira tida como vulgar, que estava bêbada ou que "provocou". Qualquer coisa que fuja desse padrão a gente tem muita dificuldade de reconhecer. Por isso, em muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como violência e o agressor também não reconhece. É comum que as pessoas não entendam como violência sexual uma situação de estupro dentro do casamento, por exemplo. Mas o que caracteriza o estupro é ausência de consentimento. Se a mulher está com o marido e diz não, mas ele força e o sexo acontece, isso é estupro. É comum que as pessoas não entendam como violência sexual uma situação de estupro dentro do casamento, por exemplo. Não interessa se os dois foram para o motel, se estavam pelados. Se a mulher diz: 'não, para'. E o homem continua, isso é estupro. Mas muitos não acreditam. E isso não é algo apenas dos homens. Homens e mulheres acreditam nesses mitos e os endossam. O caso da adolescente no Rio gerou discussões, especialmente nas redes sociais, sobre o papel dos homens no combate ao que se chama de cultura do estupro. Qual você acha que deve ser este papel? Se um homem não enxerga como violência e se posiciona diante de uma piada sexista, de um comportamento machista, de um colega que diminui uma mulher, está indiretamente contribuindo para esta cultura de violência. Há pesquisas aqui no departamento na Universidade de Kent que mostram uma relação entre aceitar piadas sexistas e concordar com "mitos do estupro". E também há pesquisas mostrando que pessoas que concordam com mitos de estupro têm mais chances de vir a cometer algum tipo de violência. Não é uma relação direta de causa, mas é uma correlação. São coisas que caminham juntas. Por isso defendo que não é uma questão de patologia. Por causa de um ambiente muito propício –um caldo de normas e de valores, de discursos e práticas –as pessoas passam a naturalizar e legitimar determinados tipos de comportamento em relação à mulher. Quando há algo que você considera muito errado e você faz, você entra num debate consigo mesmo. Cognitivamente, você precisará entrar num acordo com sua consciência. Mas se a sua ação não é tida como equivocada, você não precisa lidar com a consciência. Faz e segue em frente. Se na maioria das vezes não é um caso de patologia, como você diz, o que passa pela cabeça de homens que cometem atos de violência sexual? Sabemos que, de maneira geral, a maioria dos agressores carregam uma hostilidade contra mulheres e de alguma maneira apoiam "mitos de estupro". Segundo as teorias mais aceitas atualmente: agressores geralmente trazem dentro de si o sexismo ambivalente, os "mitos de estupro" e o que chamamos de "crença num mundo justo". A "crença num mundo justo" é a ideia de que coisas ruins acontecem com pessoas ruins e coisas boas acontecem com pessoas boas. Então, cada um só tem o que merece. Isso é algo que ajuda a deixar esses homens tranquilos com aquilo que fizeram. Outra coisa é o que chamamos de "sexismo ambivalente". Ele tem uma face mais agressiva - a ideia de que mulher não presta, de que, se provoca o homem, merece apanhar mesmo e de que vale menos que o homem –e uma face benevolente– a ideia de que a mulher é a rainha do lar, de que é frágil e de que o papel do homem é cuidar dela. Essa face benevolente tem uma cara muito bonita, mas o problema com isso é que o homem, ao pensar assim, continua diminuindo a mulher. Ao dizer que ela é frágil, sensível e delicada, ele também está dizendo que ela não é capaz de fazer as próprias escolhas e que quando ela diz não, ela não sabe muito bem o que está dizendo. Também está dizendo que o papel do homem é fazer as escolhas da mulher por ela. E que, se ela não tiver o comportamento de princesa esperado, ele pode puni-la por isso. O sexismo ambivalente dá margem a achar que a mulher deve se comportar de determinada forma: delicada, frágil, feminina, quieta. Se alguma mulher não se comporta desse jeito, não merece cuidado. Assim, é mais fácil agir de maneira agressiva com uma mulher que não se encaixa nesse padrão de mulher ideal. Por isso é frequente ouvir o discurso de "se ela não se comportasse de tal maneira, isso não teria acontecido". Alguns dos suspeitos do crime disseram nas redes sociais que a garota teria pedido para ter relações sexuais com os homens, ainda que aparentasse não estar completamente consciente no vídeo. Seu perfil no Facebook também vem sendo criticado por referências a sexo e drogas. Que importância estas informações tem na compreensão sobre o que é estupro? Quando a gente fala de violência sexual tudo gira em torno da potencial vítima ou da vítima em si. A gente pensa na roupa que ela usando, no passado dela, se ela provocou ou não, se ela disse não claramente, se ela estava sob efeito de drogas. Em nenhum momento, paramos para discutir porque não estamos focando nas ações do agressor, ou nos homens de modo geral. Se ela estava sob efeito de drogas, o homem precisa entender que ela não está 100% consciente e não é capaz de consentir de verdade um ato. Se ela está alcoolizada, não tem condições de dizer sim ou não claramente. Ao invés de dizermos aos meninos: "se a menina estiver alcoolizada, ao invés de levá-la para a cama, você chama um táxi e a leva pra casa". Ao invés de dizermos: "sexo envolve pessoas em plena razão para consentir que aconteça", tiramos toda a responsabilidade do homem e colocamos na mulher. Ela tem que estar sã, consciente, capaz de dizer não e, mesmo quando diga não, tem que ser capaz de fugir ou de reagir se isso não for respeitado. Esse tipo de estratégia (de falar do comportamento da vítima) é muito eficaz. É por isso que se continua utilizando até hoje, no Brasil e aqui na Inglaterra também. Uma série de casos que foram para a Justiça tiveram exatamente esse argumento: ela bebeu, ela provocou, ela não gritou, não reagiu. E a vítima é submetida a outra forma de violência: é desacreditada durante todo o processo. Para fechar com chave de ouro, o agressor é absolvido.
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Machismo faz vítima de estupro não reconhecer violência, diz pesquisadoraNão existe o "grande monstro estuprador". Na maioria dos casos de violência sexual, os perpetradores são considerados "homens normais", que não acham que cometeram um ato violento. Mas o que exatamente eles pensam? É o que investiga a brasileira Arielle Sagrillo Scarpati, 28, que faz doutorado em psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra. "Quando você olha a literatura sobre o tema, observa que a maioria dos casos de estupro são cometidos por agressores que não têm nenhuma patologia. A gente tem essa noção de que o estuprador é um monstro, um psicopata. Mas na verdade esses homens são o que chamamos de normais, em geral tidos como pessoas boas, salvo raras exceções. Isso sempre me chamou muito a atenção", disse à BBC Brasil. Scarpati tenta entender o que faz com que pessoas que cometem violência sexual não reconheçam seus atos como violentos. E aponta valores culturais e os "mitos do estupro", tanto no Brasil quando na Inglaterra, como os principais responsáveis. "A maioria das pessoas acha que estupro envolve o monstro, o beco escuro, a mulher jogada no chão ensanguentada. Por isso, em muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como violência." Segundo a pesquisadora, uma cultura machista também dificulta o acolhimento das vítimas pela polícia britânica, que enfrenta críticas de culpabilização da vítima semelhantes à brasileira. * Confira os principais trechos da entrevista: BBC Brasil - Quais são as principais diferenças e semelhanças que você encontrou entre Brasil e Inglaterra quando se trata de violência sexual? Arielle Sagrillo Scarpati - Enquanto no Brasil há uma cultura machista mais geral, que abarca qualquer faixa etária, aqui na Inglaterra o fenômeno parece mais forte nas universidades, que é o que eles chamam de "lad culture". Para fazer parte de um grupo na universidade e ser considerado um bom membro, é preciso fazer certas coisas. Isso inclui muita bebida e, frequentemente, abusar de mulheres em festas. Há uma quantidade de violência sexual altíssima e muitos desses casos não são reportados. Isso dá a impressão de que a violência sexual ocorre menos. Tanto na Inglaterra quanto no Brasil a polícia ainda não está preparada para acolher bem essas vítimas. Aqui os casos andam mais rápido, os serviços funcionam melhor, mas o acolhimento inicial ainda é ruim. Trabalhei como voluntária em um centro de acolhimento de vítimas aqui em Canterbury e muitas me diziam que preferiam não denunciar para não terem que ouvir perguntas como "que roupa você estava usando?", "será que você não provocou?" e "você vai denunciar mesmo, não quer voltar para casa e pensar melhor?'". Por outro lado, o debate a respeito do assunto acontece há mais tempo por aqui e existe um sistema um pouco mais bem estruturado para dar assistência à vítima e tratamento ao agressor. Eu vejo muito, por exemplo, uma preocupação com o tratamento dos agressores –o que, infelizmente, a gente ainda negligencia no Brasil. Além disso, aqui há diferenças culturais como menor desigualdade de gênero, índices menores de violência e maior participação feminina no mercado, que se refletem na maneira como a violência é perpetrada aqui. Por exemplo: você não vê –ou vê raramente– mulheres sendo "puxadas pelo braço ou pelo cabelo" em uma festa, ou cantadas nas ruas. A comoção causada pelo caso da adolescente estuprada por diversos homens no Rio pode significar que a sociedade brasileira esteja menos tolerante à violência sexual? A gente está começando a olhar para o fenômeno da violência sexual agora. Ainda não enxergamos muito do que acontece. Quando você tem casos envolvendo menores, tem a atenção das pessoas. Quando há casos envolvendo muita brutalidade, eles também chamam a atenção do público de modo geral, despertam indignação. Mas para além desses casos, que envolvem grupos muito particulares, temos uma série de casos de violência que acontecem cotidianamente. E nós negligenciamos tanto a vítima quanto os diferentes tipos de agressores. Esse caso agora é definitivamente fora da curva. A violência contra a mulher no Brasil tem uma roupagem muito diferente. São principalmente mulheres que são vítimas de violência e sequer são capazes de nomear como violência aquilo que elas vivenciaram. A lei brasileira considera que quaisquer "atos libidinosos" não consentidos são crime de estupro. Por que existe essa dificuldade de reconhecer a violência sexual em suas diversas formas? Porque a gente tem uma ideia na cabeça sobre o que é violência sexual, quem é o agressor e quem é a vítima. São estereótipos que chamamos de "mitos de estupro": o agressor é um monstro, a vítima é aquela que estava andando sozinha pelo beco escuro à noite, é atacada e deixada no chão ensanguentada ou é aquela que estava se vestindo de maneira tida como vulgar, que estava bêbada ou que "provocou". Qualquer coisa que fuja desse padrão a gente tem muita dificuldade de reconhecer. Por isso, em muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como violência e o agressor também não reconhece. É comum que as pessoas não entendam como violência sexual uma situação de estupro dentro do casamento, por exemplo. Mas o que caracteriza o estupro é ausência de consentimento. Se a mulher está com o marido e diz não, mas ele força e o sexo acontece, isso é estupro. É comum que as pessoas não entendam como violência sexual uma situação de estupro dentro do casamento, por exemplo. Não interessa se os dois foram para o motel, se estavam pelados. Se a mulher diz: 'não, para'. E o homem continua, isso é estupro. Mas muitos não acreditam. E isso não é algo apenas dos homens. Homens e mulheres acreditam nesses mitos e os endossam. O caso da adolescente no Rio gerou discussões, especialmente nas redes sociais, sobre o papel dos homens no combate ao que se chama de cultura do estupro. Qual você acha que deve ser este papel? Se um homem não enxerga como violência e se posiciona diante de uma piada sexista, de um comportamento machista, de um colega que diminui uma mulher, está indiretamente contribuindo para esta cultura de violência. Há pesquisas aqui no departamento na Universidade de Kent que mostram uma relação entre aceitar piadas sexistas e concordar com "mitos do estupro". E também há pesquisas mostrando que pessoas que concordam com mitos de estupro têm mais chances de vir a cometer algum tipo de violência. Não é uma relação direta de causa, mas é uma correlação. São coisas que caminham juntas. Por isso defendo que não é uma questão de patologia. Por causa de um ambiente muito propício –um caldo de normas e de valores, de discursos e práticas –as pessoas passam a naturalizar e legitimar determinados tipos de comportamento em relação à mulher. Quando há algo que você considera muito errado e você faz, você entra num debate consigo mesmo. Cognitivamente, você precisará entrar num acordo com sua consciência. Mas se a sua ação não é tida como equivocada, você não precisa lidar com a consciência. Faz e segue em frente. Se na maioria das vezes não é um caso de patologia, como você diz, o que passa pela cabeça de homens que cometem atos de violência sexual? Sabemos que, de maneira geral, a maioria dos agressores carregam uma hostilidade contra mulheres e de alguma maneira apoiam "mitos de estupro". Segundo as teorias mais aceitas atualmente: agressores geralmente trazem dentro de si o sexismo ambivalente, os "mitos de estupro" e o que chamamos de "crença num mundo justo". A "crença num mundo justo" é a ideia de que coisas ruins acontecem com pessoas ruins e coisas boas acontecem com pessoas boas. Então, cada um só tem o que merece. Isso é algo que ajuda a deixar esses homens tranquilos com aquilo que fizeram. Outra coisa é o que chamamos de "sexismo ambivalente". Ele tem uma face mais agressiva - a ideia de que mulher não presta, de que, se provoca o homem, merece apanhar mesmo e de que vale menos que o homem –e uma face benevolente– a ideia de que a mulher é a rainha do lar, de que é frágil e de que o papel do homem é cuidar dela. Essa face benevolente tem uma cara muito bonita, mas o problema com isso é que o homem, ao pensar assim, continua diminuindo a mulher. Ao dizer que ela é frágil, sensível e delicada, ele também está dizendo que ela não é capaz de fazer as próprias escolhas e que quando ela diz não, ela não sabe muito bem o que está dizendo. Também está dizendo que o papel do homem é fazer as escolhas da mulher por ela. E que, se ela não tiver o comportamento de princesa esperado, ele pode puni-la por isso. O sexismo ambivalente dá margem a achar que a mulher deve se comportar de determinada forma: delicada, frágil, feminina, quieta. Se alguma mulher não se comporta desse jeito, não merece cuidado. Assim, é mais fácil agir de maneira agressiva com uma mulher que não se encaixa nesse padrão de mulher ideal. Por isso é frequente ouvir o discurso de "se ela não se comportasse de tal maneira, isso não teria acontecido". Alguns dos suspeitos do crime disseram nas redes sociais que a garota teria pedido para ter relações sexuais com os homens, ainda que aparentasse não estar completamente consciente no vídeo. Seu perfil no Facebook também vem sendo criticado por referências a sexo e drogas. Que importância estas informações tem na compreensão sobre o que é estupro? Quando a gente fala de violência sexual tudo gira em torno da potencial vítima ou da vítima em si. A gente pensa na roupa que ela usando, no passado dela, se ela provocou ou não, se ela disse não claramente, se ela estava sob efeito de drogas. Em nenhum momento, paramos para discutir porque não estamos focando nas ações do agressor, ou nos homens de modo geral. Se ela estava sob efeito de drogas, o homem precisa entender que ela não está 100% consciente e não é capaz de consentir de verdade um ato. Se ela está alcoolizada, não tem condições de dizer sim ou não claramente. Ao invés de dizermos aos meninos: "se a menina estiver alcoolizada, ao invés de levá-la para a cama, você chama um táxi e a leva pra casa". Ao invés de dizermos: "sexo envolve pessoas em plena razão para consentir que aconteça", tiramos toda a responsabilidade do homem e colocamos na mulher. Ela tem que estar sã, consciente, capaz de dizer não e, mesmo quando diga não, tem que ser capaz de fugir ou de reagir se isso não for respeitado. Esse tipo de estratégia (de falar do comportamento da vítima) é muito eficaz. É por isso que se continua utilizando até hoje, no Brasil e aqui na Inglaterra também. Uma série de casos que foram para a Justiça tiveram exatamente esse argumento: ela bebeu, ela provocou, ela não gritou, não reagiu. E a vítima é submetida a outra forma de violência: é desacreditada durante todo o processo. Para fechar com chave de ouro, o agressor é absolvido.
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Procuradoria suíça diz que obteve evidências contra Fifa após denúncia
O porta-voz da Procuradoria-Geral da Suíça, Andre Marty, afirmou em entrevista à emissora alemã ARD que o órgão obteve evidências importantes na investigação sobre corrupção na Fifa, que resultou na suspensão do ex-presidente Joseph Blatter do futebol por oito anos. As informações teriam partido de um denunciante. "Uma testemunha nos deu informações relevantes para o caso, o que nos trouxe avanços na investigação criminal", afirmou Marty. Segundo o porta-voz, uma acusação formal pode ser feita até o fim do ano. ENTENDA O CASO Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos. O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).
esporte
Procuradoria suíça diz que obteve evidências contra Fifa após denúnciaO porta-voz da Procuradoria-Geral da Suíça, Andre Marty, afirmou em entrevista à emissora alemã ARD que o órgão obteve evidências importantes na investigação sobre corrupção na Fifa, que resultou na suspensão do ex-presidente Joseph Blatter do futebol por oito anos. As informações teriam partido de um denunciante. "Uma testemunha nos deu informações relevantes para o caso, o que nos trouxe avanços na investigação criminal", afirmou Marty. Segundo o porta-voz, uma acusação formal pode ser feita até o fim do ano. ENTENDA O CASO Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos. O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).
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Lufthansa cancela 929 voos nesta segunda-feira por greve de tripulantes
A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou neste domingo (8) o cancelamento de 929 voos inicialmente programados para esta segunda (9) devido à greve de tripulantes de cabine iniciada na sexta-feira. Os cancelamentos anunciados hoje, de acordo com a companhia aérea, afetarão cerca de 113 mil passageiros. A greve, que nos primeiros dias se limitou aos aeroportos de Düsseldorf e Frankfurt, se estenderá amanhã ao de Munique, que tinha sido deixado de fora da mobilização pelo sindicato em consideração ao fim das férias escolares na Baviera. A paralisação, que segundo os planos do sindicato UFO, na sigla em inglês, deverá continuar até a próxima sexta-feira, é a primeira dos tripulantes de cabine da Lufthansa dentro do atual conflito trabalhista vivido pela empresa alemã. Os pilotos da companhia aérea, por outro lado, já fizeram greve em 13 ocasiões. As divergências não dizem respeito apenas a aumentos salariais, mas também aos modelos de pré-aposentadoria e aos complementos da previdência Em nota, a Lufthansa informou que os voos a partir do Brasil e para o país foram pouco afetados até o momento pela greve. Segundo a empresa, voos entre São Paulo, Frankfurt e Munique não foram afetados na sexta-feira e no sábado, assim como o voo Frankfurt-Rio realizado no sábado. Na sexta, porém, o voo entre Frankfurt e Rio de Janeiro foi cancelado como resultado da greve, o que afetou também o voo que sairia no sábado do Rio para Frankfurt. Para esta segunda-feira, a companhia informou que vai implementar um esquema especial de voos durante o dia. Informações estarão disponíveis no site da empresa.
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Lufthansa cancela 929 voos nesta segunda-feira por greve de tripulantesA companhia aérea alemã Lufthansa anunciou neste domingo (8) o cancelamento de 929 voos inicialmente programados para esta segunda (9) devido à greve de tripulantes de cabine iniciada na sexta-feira. Os cancelamentos anunciados hoje, de acordo com a companhia aérea, afetarão cerca de 113 mil passageiros. A greve, que nos primeiros dias se limitou aos aeroportos de Düsseldorf e Frankfurt, se estenderá amanhã ao de Munique, que tinha sido deixado de fora da mobilização pelo sindicato em consideração ao fim das férias escolares na Baviera. A paralisação, que segundo os planos do sindicato UFO, na sigla em inglês, deverá continuar até a próxima sexta-feira, é a primeira dos tripulantes de cabine da Lufthansa dentro do atual conflito trabalhista vivido pela empresa alemã. Os pilotos da companhia aérea, por outro lado, já fizeram greve em 13 ocasiões. As divergências não dizem respeito apenas a aumentos salariais, mas também aos modelos de pré-aposentadoria e aos complementos da previdência Em nota, a Lufthansa informou que os voos a partir do Brasil e para o país foram pouco afetados até o momento pela greve. Segundo a empresa, voos entre São Paulo, Frankfurt e Munique não foram afetados na sexta-feira e no sábado, assim como o voo Frankfurt-Rio realizado no sábado. Na sexta, porém, o voo entre Frankfurt e Rio de Janeiro foi cancelado como resultado da greve, o que afetou também o voo que sairia no sábado do Rio para Frankfurt. Para esta segunda-feira, a companhia informou que vai implementar um esquema especial de voos durante o dia. Informações estarão disponíveis no site da empresa.
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Neymar fica fora da disputa do prêmio de melhor jogador da Europa
A artilharia e o título da Liga dos Campeões não foram suficientes para que Neymar entrasse na lista final de melhor jogador da Europa na última temporada. O brasileiro foi superado pelo uruguaio Luis Suárez, que vai concorrer ao prêmio juntamente com o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo. A lista com os três finalistas foi divulgada nesta quarta-feira (12) pela Uefa. O vencedor será conhecido no dia 27 de agosto, em Mônaco, na França, quando será realizado o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões. Com 23 pontos, Neymar terminou na quinta colocação. Na última temporada, o brasileiro conquistou os títulos do Campeonato Espanhol, da Copa do Rei, além da Liga dos Campeões. No torneio europeu, o jogador marcou dez gols assim como Messi e Cristiano Ronaldo. O quarto colocado foi o goleiro italiano Buffon, da Juventus, que somou 24 pontos. A equipe italiana foi vice-campeã da última edição da Champions —perdeu a final para o Barcelona. Além de Neymar, a lista de 35 jogadores divulgada pela Uefa tem outro brasileiro: Roberto Firmino, que vestiu a camisa do alemão Hoffenheim na última temporada e agora está no Liverpoool. Ele terminou na 28ª colocação. A votação foi feita por jornalistas de cada uma das 54 federações filiadas a Uefa. Cada um apresentou seu ranking dos cinco melhores da temporada, com o primeiro colocado recebendo cinco pontos; o segundo, quatro; o terceiro, três; o quarto, dois; e o quinto, um. CAXUMBA Neymar não atuou na vitória do Barcelona sobre o Sevilla por 5 a 4, na terça-feira (11), pela final da Supercopa da Europa. O brasileiro está com caxumba e deverá ficar afastado dos gramados por mais duas semanas. Com isso, está fora também da decisão da Supercopa da Espanha –enfrenta o Athletic Bilbao nos dias 14 e 17.
esporte
Neymar fica fora da disputa do prêmio de melhor jogador da EuropaA artilharia e o título da Liga dos Campeões não foram suficientes para que Neymar entrasse na lista final de melhor jogador da Europa na última temporada. O brasileiro foi superado pelo uruguaio Luis Suárez, que vai concorrer ao prêmio juntamente com o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo. A lista com os três finalistas foi divulgada nesta quarta-feira (12) pela Uefa. O vencedor será conhecido no dia 27 de agosto, em Mônaco, na França, quando será realizado o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões. Com 23 pontos, Neymar terminou na quinta colocação. Na última temporada, o brasileiro conquistou os títulos do Campeonato Espanhol, da Copa do Rei, além da Liga dos Campeões. No torneio europeu, o jogador marcou dez gols assim como Messi e Cristiano Ronaldo. O quarto colocado foi o goleiro italiano Buffon, da Juventus, que somou 24 pontos. A equipe italiana foi vice-campeã da última edição da Champions —perdeu a final para o Barcelona. Além de Neymar, a lista de 35 jogadores divulgada pela Uefa tem outro brasileiro: Roberto Firmino, que vestiu a camisa do alemão Hoffenheim na última temporada e agora está no Liverpoool. Ele terminou na 28ª colocação. A votação foi feita por jornalistas de cada uma das 54 federações filiadas a Uefa. Cada um apresentou seu ranking dos cinco melhores da temporada, com o primeiro colocado recebendo cinco pontos; o segundo, quatro; o terceiro, três; o quarto, dois; e o quinto, um. CAXUMBA Neymar não atuou na vitória do Barcelona sobre o Sevilla por 5 a 4, na terça-feira (11), pela final da Supercopa da Europa. O brasileiro está com caxumba e deverá ficar afastado dos gramados por mais duas semanas. Com isso, está fora também da decisão da Supercopa da Espanha –enfrenta o Athletic Bilbao nos dias 14 e 17.
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Astrologia
Sol e Júpiter tendem a exageros e oscilações fantasiosas na economia e na política. LUA CRESCENTE EM VIRGEM: 12/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Melhor começar o dia com moderação. Necessidade maior de paz e de conforto emocional pedem tempo para si e para os seus queridos. A semana não começa com lutas no mundo lá fora, mas a procura da beleza e do sentimento. Hospitaleiro, receba amigos e parentes. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Semana inaugura um período de distensões no âmbito profissional –você já provou a que veio e já avançou o suficiente. Ou pelo menos deveria ter tentado nos últimos dias, tão favoráveis. Agora, espere. Romantismo e ideias inusitadas, gente nova surgindo! GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Pelo andar dos astros, estes dias não serão muito fáceis para você. Nada de insistência, teimosia ou distrações. Mais do que nunca, vale mais não confiar em tudo que ouve e não esperar demais de ninguém. Mas o que você prometer, cumpra. Ou não prometa. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) A semana começa animadinha para você; intuições em alta e certezas que movem montanhas. Encontros positivos com parceiros de trabalho, com quem poderá estabelecer acordos e contratos. No amor, novidades dependem mais de seu jeitinho carinhoso e receptivo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos sensíveis hoje, com saúde mais vulnerável e estresse, emoções fortes e exageros. É bom se cuidar! Comece leve o dia, pegando o ritmo aos poucos. Enganos com dinheiro –cuidado com documentos, analise detalhes. Formalidades ajudam você a se preservar. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Somando tudo, os próximos dias exigirão mais atenção, versatilidade e presença de espírito. Mas também trazem boas surpresas! Informações preciosas continuarão vindo sem esforço às suas mãos. Confie na sua disposição, insista em abrir fronteiras dentro do que é possível. LIBRA (23 set. a 22 out.) Novidades e amizades que fazem seu mundo alargar –este é o recadinho de Sol e de Vênus, que trazem luz, calor e diversão a sua semana. Mas é bom guardar certos limites; em caso de planos com outras pessoas, tenha opções alternativas. Surpresas e reviravoltas. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Tensões pegam no corpo e na alma. É você precisando canalizar direitinho todo esse pique e essa energia! Além da rotina, garanta seu tempo de descontração, risadas, esportes e desafogo mental e emocional. Dia ótimo para aprender algo novo também. Conversas picantes... SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Semana começa ótima para trabalhos em equipe, nos quais você aperfeiçoa os planos grandiosos, incorporando a eficiência e os detalhes de outros companheiros de estrada. Some também um pouco de sonho nisso tudo. Em casa, fuja da bagunça –é tempo de organizar a vida! CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que curte a solidão criativa, hoje está precisando compartilhar, ouvir e trocar com colegas. Contribua com seu olho clínico em algo maior. Lua e Netuno em ângulo positivo favorecem senso estético e romantismo –reserve a noite para curtir bastante com seu amor! AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Sol e Vênus em conjunção no signo da comunicação valem como um presente para você se sentir mais seguro nesta semana. Embora o cenário astral ainda esteja indicando conflitos e problemas, há perspectiva de superação e de vitórias. No amor, vá com calma. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Centre-se no funcionamento da vida doméstica. Diálogo com todos elucida problemas. Movimento e mudança em casa. Momentos de alegria ao lado dos seus queridos, continuando tendência que vem dos últimos dias. Estreitam-se laços e fortalecem-se propósitos comuns.
ilustrada
AstrologiaSol e Júpiter tendem a exageros e oscilações fantasiosas na economia e na política. LUA CRESCENTE EM VIRGEM: 12/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Melhor começar o dia com moderação. Necessidade maior de paz e de conforto emocional pedem tempo para si e para os seus queridos. A semana não começa com lutas no mundo lá fora, mas a procura da beleza e do sentimento. Hospitaleiro, receba amigos e parentes. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Semana inaugura um período de distensões no âmbito profissional –você já provou a que veio e já avançou o suficiente. Ou pelo menos deveria ter tentado nos últimos dias, tão favoráveis. Agora, espere. Romantismo e ideias inusitadas, gente nova surgindo! GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Pelo andar dos astros, estes dias não serão muito fáceis para você. Nada de insistência, teimosia ou distrações. Mais do que nunca, vale mais não confiar em tudo que ouve e não esperar demais de ninguém. Mas o que você prometer, cumpra. Ou não prometa. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) A semana começa animadinha para você; intuições em alta e certezas que movem montanhas. Encontros positivos com parceiros de trabalho, com quem poderá estabelecer acordos e contratos. No amor, novidades dependem mais de seu jeitinho carinhoso e receptivo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos sensíveis hoje, com saúde mais vulnerável e estresse, emoções fortes e exageros. É bom se cuidar! Comece leve o dia, pegando o ritmo aos poucos. Enganos com dinheiro –cuidado com documentos, analise detalhes. Formalidades ajudam você a se preservar. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Somando tudo, os próximos dias exigirão mais atenção, versatilidade e presença de espírito. Mas também trazem boas surpresas! Informações preciosas continuarão vindo sem esforço às suas mãos. Confie na sua disposição, insista em abrir fronteiras dentro do que é possível. LIBRA (23 set. a 22 out.) Novidades e amizades que fazem seu mundo alargar –este é o recadinho de Sol e de Vênus, que trazem luz, calor e diversão a sua semana. Mas é bom guardar certos limites; em caso de planos com outras pessoas, tenha opções alternativas. Surpresas e reviravoltas. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Tensões pegam no corpo e na alma. É você precisando canalizar direitinho todo esse pique e essa energia! Além da rotina, garanta seu tempo de descontração, risadas, esportes e desafogo mental e emocional. Dia ótimo para aprender algo novo também. Conversas picantes... SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Semana começa ótima para trabalhos em equipe, nos quais você aperfeiçoa os planos grandiosos, incorporando a eficiência e os detalhes de outros companheiros de estrada. Some também um pouco de sonho nisso tudo. Em casa, fuja da bagunça –é tempo de organizar a vida! CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que curte a solidão criativa, hoje está precisando compartilhar, ouvir e trocar com colegas. Contribua com seu olho clínico em algo maior. Lua e Netuno em ângulo positivo favorecem senso estético e romantismo –reserve a noite para curtir bastante com seu amor! AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Sol e Vênus em conjunção no signo da comunicação valem como um presente para você se sentir mais seguro nesta semana. Embora o cenário astral ainda esteja indicando conflitos e problemas, há perspectiva de superação e de vitórias. No amor, vá com calma. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Centre-se no funcionamento da vida doméstica. Diálogo com todos elucida problemas. Movimento e mudança em casa. Momentos de alegria ao lado dos seus queridos, continuando tendência que vem dos últimos dias. Estreitam-se laços e fortalecem-se propósitos comuns.
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Leitor elogia ombudsman por texto sobre policiais em redes sociais
Enquanto o Painel do Leitor às vezes reluta em publicar cartas que enviamos sobre segurança pública, a ombudsman da Folha desempenhou magistralmente o seu papel, no artigo Sobrou mira. Em percuciente análise da reportagem anterior "Nas redes, policial é herói e violento, questionou a postura do jornal de insinuar que a violência é intrínseca aos policiais. E mais: ainda que se entenda que imagem de rede social tem caráter público, os policiais não foram consultados. Como fica a regra jornalística de ouvir o "outro lado"? Parabéns à arguta ombudsman. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitor elogia ombudsman por texto sobre policiais em redes sociaisEnquanto o Painel do Leitor às vezes reluta em publicar cartas que enviamos sobre segurança pública, a ombudsman da Folha desempenhou magistralmente o seu papel, no artigo Sobrou mira. Em percuciente análise da reportagem anterior "Nas redes, policial é herói e violento, questionou a postura do jornal de insinuar que a violência é intrínseca aos policiais. E mais: ainda que se entenda que imagem de rede social tem caráter público, os policiais não foram consultados. Como fica a regra jornalística de ouvir o "outro lado"? Parabéns à arguta ombudsman. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Governo desiste de migrar Eletrobras para segmento mais rígido na Bolsa
Para agilizar o processo de privatização da Eletrobras, o governo decidiu adiar a entrada da empresa no Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígidas da Bolsa B3. O anúncio foi feito nesta quinta (5) por Paulo Pedrosa, ministro de Minas e Energia em exercício. Com o adiamento, o governo tenta concluir a diluição de seu controle acionário na estatal até o primeiro semestre de 2018 – a União detém diretamente 40,99% das ações da companhia. A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões para reduzir o rombo nas contas públicas do próximo ano. "Nosso entendimento é que levar a Eletrobras ao Novo Mercado, na visão atual, ampliaria o cronograma e comprometeria os prazos que nós queremos. Então, possivelmente, isso será uma obrigação para o novo investidor, e não uma condição prévia ao leilão", disse Pedrosa durante evento da Apine (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica), em Brasília. Os investidores reagiram mal à mudança de planos. As ações ordinárias –com direito a voto– da Eletrobras recuaram 1,74%, enquanto as preferenciais fecharam em baixa de 0,87%. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em leve alta de 0,03%. Ainda assim, as ações da Eletrobras acumulam forte valorização desde o anúncio da privatização, em 21 de agosto. Os papéis ordinários da empresa sobem 51,2% e os preferenciais, 40,7%. Parte desse otimismo com a empresa estava associado não somente à notícia da diluição da participação do governo, mas também à migração para o Novo Mercado, que exige mais transparência. Na avaliação de analistas, esse é um dos pontos que podem explicar a decisão de adiar a adesão ao segmento. "Entrar no Novo Mercado é abrir todas as informações da empresa, de uma maneira mais criteriosa. É colocar uma lupa lá dentro, e não se tem ideia do que será encontrado", avalia Raphael Figueredo, sócio-analista da casa de análises Eleven Financial. "O custo pode ser maior do que simplesmente deixar tudo do jeito que está hoje." Apesar do adiamento, Figueredo crê que a empresa deve acabar migrando para o segmento, após a conclusão da privatização. "Atrai o investidor estrangeiro, que busca mais governança", diz. As empresas do Novo Mercado só podem emitir ações com direito a voto. Também precisam ter uma área de auditoria interna e divulgar informações aos acionistas, como políticas de remuneração.
mercado
Governo desiste de migrar Eletrobras para segmento mais rígido na BolsaPara agilizar o processo de privatização da Eletrobras, o governo decidiu adiar a entrada da empresa no Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígidas da Bolsa B3. O anúncio foi feito nesta quinta (5) por Paulo Pedrosa, ministro de Minas e Energia em exercício. Com o adiamento, o governo tenta concluir a diluição de seu controle acionário na estatal até o primeiro semestre de 2018 – a União detém diretamente 40,99% das ações da companhia. A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões para reduzir o rombo nas contas públicas do próximo ano. "Nosso entendimento é que levar a Eletrobras ao Novo Mercado, na visão atual, ampliaria o cronograma e comprometeria os prazos que nós queremos. Então, possivelmente, isso será uma obrigação para o novo investidor, e não uma condição prévia ao leilão", disse Pedrosa durante evento da Apine (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica), em Brasília. Os investidores reagiram mal à mudança de planos. As ações ordinárias –com direito a voto– da Eletrobras recuaram 1,74%, enquanto as preferenciais fecharam em baixa de 0,87%. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em leve alta de 0,03%. Ainda assim, as ações da Eletrobras acumulam forte valorização desde o anúncio da privatização, em 21 de agosto. Os papéis ordinários da empresa sobem 51,2% e os preferenciais, 40,7%. Parte desse otimismo com a empresa estava associado não somente à notícia da diluição da participação do governo, mas também à migração para o Novo Mercado, que exige mais transparência. Na avaliação de analistas, esse é um dos pontos que podem explicar a decisão de adiar a adesão ao segmento. "Entrar no Novo Mercado é abrir todas as informações da empresa, de uma maneira mais criteriosa. É colocar uma lupa lá dentro, e não se tem ideia do que será encontrado", avalia Raphael Figueredo, sócio-analista da casa de análises Eleven Financial. "O custo pode ser maior do que simplesmente deixar tudo do jeito que está hoje." Apesar do adiamento, Figueredo crê que a empresa deve acabar migrando para o segmento, após a conclusão da privatização. "Atrai o investidor estrangeiro, que busca mais governança", diz. As empresas do Novo Mercado só podem emitir ações com direito a voto. Também precisam ter uma área de auditoria interna e divulgar informações aos acionistas, como políticas de remuneração.
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STF mantém audiências de custódia em SP; decisão vale para 13 Estados
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (20) manter a obrigação para que presos em flagrante em São Paulo sejam apresentados a juiz em até 24 horas. O julgamento terá efeito em outros 12 Estados que também adotam a prática. A maioria dos ministros rejeitou uma ação da Associação dos Delegados da Polícia do Brasil que questionava a realização das chamadas audiências de custódia. O programa foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça e implementado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Por esse sistema, um juiz fica encarregado de avaliar se há real necessidade de prisão. A ideia é diminuir a população carcerária. A associação afirmava que a audiência de custódia somente poderia ser criada por meio de uma lei federal, sendo que o poder de legislar sobre a matéria seria do Congresso Nacional. Os ministros entenderam que o procedimento apenas disciplina normas vigentes, não havendo qualquer inovação no ordenamento jurídico, já que o direito fundamental do preso de ser levado sem demora à presença de juiz está previsto na Convenção Americana dos Direitos Humanos, internalizada no Brasil desde 1992, bem como dispositivos do Código de Processo Penal brasileiro. Para o ministro Luiz Fux, relator do caso, as audiências de custódia são extremamente eficientes humaniza o sistema carcerário e ajuda a impedir prisões ilegais e desnecessárias, evitando a superlotação. O presidente do STF Ricardo Lewandowski, que também preside o CNJ, destacou que o Brasil é o quarto país que mais prende pessoa no mundo, fincando atrás dos Estados Unidos, China e Rússia. O ministro afirmou ainda que a medida representa economia para os cofres públicos, sendo que um preso custa em média R$ 3 mil por mês. Segundo ele, a audiência de custódia, que passará a se chamar audiência de apresentação, pode gerar uma economia mensal de R$ 360 milhões quando adotadas em todo o país.
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STF mantém audiências de custódia em SP; decisão vale para 13 EstadosO STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (20) manter a obrigação para que presos em flagrante em São Paulo sejam apresentados a juiz em até 24 horas. O julgamento terá efeito em outros 12 Estados que também adotam a prática. A maioria dos ministros rejeitou uma ação da Associação dos Delegados da Polícia do Brasil que questionava a realização das chamadas audiências de custódia. O programa foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça e implementado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Por esse sistema, um juiz fica encarregado de avaliar se há real necessidade de prisão. A ideia é diminuir a população carcerária. A associação afirmava que a audiência de custódia somente poderia ser criada por meio de uma lei federal, sendo que o poder de legislar sobre a matéria seria do Congresso Nacional. Os ministros entenderam que o procedimento apenas disciplina normas vigentes, não havendo qualquer inovação no ordenamento jurídico, já que o direito fundamental do preso de ser levado sem demora à presença de juiz está previsto na Convenção Americana dos Direitos Humanos, internalizada no Brasil desde 1992, bem como dispositivos do Código de Processo Penal brasileiro. Para o ministro Luiz Fux, relator do caso, as audiências de custódia são extremamente eficientes humaniza o sistema carcerário e ajuda a impedir prisões ilegais e desnecessárias, evitando a superlotação. O presidente do STF Ricardo Lewandowski, que também preside o CNJ, destacou que o Brasil é o quarto país que mais prende pessoa no mundo, fincando atrás dos Estados Unidos, China e Rússia. O ministro afirmou ainda que a medida representa economia para os cofres públicos, sendo que um preso custa em média R$ 3 mil por mês. Segundo ele, a audiência de custódia, que passará a se chamar audiência de apresentação, pode gerar uma economia mensal de R$ 360 milhões quando adotadas em todo o país.
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Apesar de Trump, milhões esperam ganhar na loteria do 'green card'
Nesta terça-feira (2), mais de 14 milhões de pessoas ansiosas em todo o mundo estarão checando seus computadores e smartphones em um dos mais estranhos rituais do sistema de imigração dos EUA. Quando o relógio marcar 12h em Washington, elas poderão entrar em um site do Departamento de Estado, digitar seu nome, ano de nascimento e número de identificação de 16 algarismos. Então clicar em "Submit" [Enviar] para saber se ganharam um dos prêmios mais cobiçados do mundo: o "green card" dos EUA, visto que dá direito a viver no país. A cada ano, a Loteria de Vistos da Diversidade, como é chamada oficialmente, dá a 55 mil estrangeiros escolhidos ao acaso –menos de 1% dos que entram no concurso– a residência permanente nos EUA. A loteria atual coincide com um intenso debate sobre a imigração e ocorre entre mudanças de políticas que tornaram o país menos receptivo aos estrangeiros. O presidente Donald Trump reprimiu a imigração ilegal e avançou em seus planos de construir um muro na fronteira com o México. Ele emitiu decretos que visam os trabalhadores estrangeiros, refugiados e viajantes de alguns países de maioria muçulmana. Trump não disse nada sobre o sorteio do green card, mas seus dias podem estar contados. Ele parece entrar em conflito com o sistema de imigração "baseado em méritos" pedido pelo presidente. E pelo menos dois projetos de lei que estão no Congresso –controlado pelos republicanos– tentam eliminar o programa. "A Loteria da Diversidade é cheia de fraudes, não promove interesses econômicos ou humanitários e nem sequer oferece a diversidade de seu nome", declara um comunicado de imprensa do senador republicano Tom Cotton, do Arkansas, um dos patrocinadores dos projetos. Aos olhos de seus defensores, o sorteio dá aos EUA uma publicidade positiva, contrariando a ideia de que o país não vive mais de acordo com os ideais representados pela Estátua da Liberdade. Para os antigos vencedores e os atuais concorrentes, a loteria é algo mais simples: um bilhete dourado que nem mesmo o atual turbilhão político americano pode manchar. "Ela mudou minha vida", disse Victor Otero, 43, um contador da Venezuela que ganhou em 2009 e mudou-se para Maryland um ano depois. "Veja o que aconteceu [com a Venezuela] desde que estou aqui. Sinto-me privilegiado." A ideia básica do concurso é simples. Ele não está ligado a ter emprego ou parentes nos EUA. A única exigência é que os candidatos sejam adultos com diploma de segundo grau ou dois anos de experiência de trabalho. Os vencedores podem levar seus cônjuges e filhos. Cidadãos de países que enviaram 50 mil pessoas aos EUA nos últimos cinco anos –como Canadá, China, Índia, Nigéria e México– não podem participar. A loteria, que foi lançada em sua forma atual em 1995, é especialmente apreciada no Leste Europeu e na África. Nos últimos anos, as duas regiões tiveram mais de dois terços dos ganhadores do prêmio. Na Libéria e em outros países da África ocidental, quase 10% da população se inscrevem a cada ano. Em todo o mundo, as empresas ligadas à loteria –internet-cafés, agências de viagens, estúdios de fotos para passaporte– cresceram bastante. Assim como os golpes, em que as pessoas são levadas a pagar para entrar no concurso, que é gratuito. Sites fraudulentos de aspecto oficial são comuns. Às vezes, as empresas inscrevem pessoas sem seu conhecimento, depois escondem sua informação de acesso e pedem resgate, disseram autoridades do Departamento de Estado. Otero pagou a uma companhia US$ 150 para entrar. Quando ele ganhou, a empresa pediu mais US$ 3 mil, antes que um amigo americano lhe contasse que não tinha que pagar. As inscrições caíram quando a loteria entrou online em 2003, mas desde então se recuperaram. Um software de reconhecimento facial hoje permite que o Departamento de Estado detecte inscrições repetidas, que não são permitidas. A cada ano, aproximadamente um quarto das inscrições são eliminadas. O programa –que é operado de um centro consular em Williamsburg, no Kentucky– já esteve perto de ser cancelado. Ele foi criticado em 2002, quando se soube que um terrorista egípcio que matou duas pessoas em Los Angeles estava nos EUA por meio do visto da diversidade de sua mulher. Mohamed Atta, também egípcio e um dos pilotos suicidas do 11 de Setembro, entrou no concurso duas vezes antes de ingressar no país com um visto para estudar –aviação. "Se você é uma organização terrorista e consegue que algumas centenas de pessoas se inscrevam em vários países, a probabilidade é que uma ou duas delas sejam sorteadas", disse ao "The Washington Post" em 2011 o deputado republicano da Virgínia Bob Goodlatte, depois de apresentar um projeto malfadado para encerrar o programa. Autoridades do Departamento de Estado insistem que os vencedores da loteria são sabatinados minuciosamente, assim como outros potenciais imigrantes aos EUA. Em 2013, na última vez que o Congresso tentou a reforma bipartidária da imigração, uma lei apresentada pelo senador democrata Charles Schumer, de Nova York, teria abolido o programa. Quando a reforma da imigração morreu, a loteria teve mais uma chance de vida. Desde sua criação, o concurso levou mais de um milhão de pessoas para os EUA. Mas nem todos os vencedores acabam ganhando o green card. Alguns não apareceram, outros não conseguiram apresentar os documentos necessários, falharam nas entrevistas pessoais nas embaixadas ou consulados locais, ou ficaram com medo. Ganhar é muitas vezes uma felicidade mista. Quando recebem o visto, os vencedores têm apenas seis meses para se mudar para os EUA. Eles devem resolver seus negócios rapidamente, deixar para trás profissão e parentes e escolher um novo lugar para viver. Tarig Elhakim estava na faculdade de medicina no Sudão quando seu pai o convenceu a se inscrever, no outono de 2014. Ele ficou surpreso quando ganhou. Começou a estudar história e geografia dos EUA, preparando-se para a mudança. E passou meses lutando com a burocracia sudanesa para conseguir os documentos, que tiveram de ser traduzidos para o inglês. Sua entrevista só ocorreu em agosto do ano passado. Na embaixada americana, ele viu vários candidatos saírem reprovados da sala de entrevistas. Mas na sua vez o oficial carimbou os papéis e disse: "Bem-vindo aos EUA". "Fiquei com o corpo inteiro arrepiado", disse Elhakim, 22. "Foi um dos momentos mais felizes da minha vida." Mas os EUA estavam mudando. Em 2015, o candidato presidencial republicano Donald Trump pediu a proibição da entrada no país de muçulmanos como Elhakim. Depois Trump foi eleito presidente, em novembro. Elhakim decidiu que era melhor mudar-se para os EUA antes que Trump assumisse o cargo. Ele voou para Washington em 28 de dezembro, menos de um mês antes da posse. Hoje vive em Arlington, na Virgínia, e estuda para tirar a licença médica e poder trabalhar como médico. Mesmo que a loteria do green card sobreviva a mais uma temporada legislativa, as proibições de Trump barradas pelos tribunais já semearam confusão sobre o programa. Dos seis países de maioria muçulmana incluídos na proibição mais recente, cidadãos de dois deles –Irã e Sudão– estavam entre os maiores vencedores de vistos da diversidade em 2016. "Se a suspensão da proibição de viagens for levantada, ela se aplicaria a esse programa, e ninguém dos países banidos poderia entrar", disse Ben Johnson, diretor-executivo da Associação Americana de Advogados de Imigração. Mesmo que a proibição não entre em vigor, as ameaças do governo de "verificação radical" poderão tornar o processo tão lento que os vencedores não consigam ir para os EUA, acrescentou Johnson. Entre os que aguardam ansiosamente os resultados deste ano está o colega de quarto de Elhakim, Abdelsalam Khalafalla, 24. Nascido na Arábia Saudita de pais sudaneses, ele cresceu lá, mas não tem a cidadania saudita e está nos EUA com um visto de estudante que irá expirar um dia. "Voltar ao Sudão ou à Arábia Saudita não é uma opção para mim", disse ele. Assim, nesta terça-feira, como milhões de outras pessoas, Khalafalla acessará o site do Departamento de Estado, clicará em "Submit" e saberá se a sorte sorriu para ele.
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Apesar de Trump, milhões esperam ganhar na loteria do 'green card'Nesta terça-feira (2), mais de 14 milhões de pessoas ansiosas em todo o mundo estarão checando seus computadores e smartphones em um dos mais estranhos rituais do sistema de imigração dos EUA. Quando o relógio marcar 12h em Washington, elas poderão entrar em um site do Departamento de Estado, digitar seu nome, ano de nascimento e número de identificação de 16 algarismos. Então clicar em "Submit" [Enviar] para saber se ganharam um dos prêmios mais cobiçados do mundo: o "green card" dos EUA, visto que dá direito a viver no país. A cada ano, a Loteria de Vistos da Diversidade, como é chamada oficialmente, dá a 55 mil estrangeiros escolhidos ao acaso –menos de 1% dos que entram no concurso– a residência permanente nos EUA. A loteria atual coincide com um intenso debate sobre a imigração e ocorre entre mudanças de políticas que tornaram o país menos receptivo aos estrangeiros. O presidente Donald Trump reprimiu a imigração ilegal e avançou em seus planos de construir um muro na fronteira com o México. Ele emitiu decretos que visam os trabalhadores estrangeiros, refugiados e viajantes de alguns países de maioria muçulmana. Trump não disse nada sobre o sorteio do green card, mas seus dias podem estar contados. Ele parece entrar em conflito com o sistema de imigração "baseado em méritos" pedido pelo presidente. E pelo menos dois projetos de lei que estão no Congresso –controlado pelos republicanos– tentam eliminar o programa. "A Loteria da Diversidade é cheia de fraudes, não promove interesses econômicos ou humanitários e nem sequer oferece a diversidade de seu nome", declara um comunicado de imprensa do senador republicano Tom Cotton, do Arkansas, um dos patrocinadores dos projetos. Aos olhos de seus defensores, o sorteio dá aos EUA uma publicidade positiva, contrariando a ideia de que o país não vive mais de acordo com os ideais representados pela Estátua da Liberdade. Para os antigos vencedores e os atuais concorrentes, a loteria é algo mais simples: um bilhete dourado que nem mesmo o atual turbilhão político americano pode manchar. "Ela mudou minha vida", disse Victor Otero, 43, um contador da Venezuela que ganhou em 2009 e mudou-se para Maryland um ano depois. "Veja o que aconteceu [com a Venezuela] desde que estou aqui. Sinto-me privilegiado." A ideia básica do concurso é simples. Ele não está ligado a ter emprego ou parentes nos EUA. A única exigência é que os candidatos sejam adultos com diploma de segundo grau ou dois anos de experiência de trabalho. Os vencedores podem levar seus cônjuges e filhos. Cidadãos de países que enviaram 50 mil pessoas aos EUA nos últimos cinco anos –como Canadá, China, Índia, Nigéria e México– não podem participar. A loteria, que foi lançada em sua forma atual em 1995, é especialmente apreciada no Leste Europeu e na África. Nos últimos anos, as duas regiões tiveram mais de dois terços dos ganhadores do prêmio. Na Libéria e em outros países da África ocidental, quase 10% da população se inscrevem a cada ano. Em todo o mundo, as empresas ligadas à loteria –internet-cafés, agências de viagens, estúdios de fotos para passaporte– cresceram bastante. Assim como os golpes, em que as pessoas são levadas a pagar para entrar no concurso, que é gratuito. Sites fraudulentos de aspecto oficial são comuns. Às vezes, as empresas inscrevem pessoas sem seu conhecimento, depois escondem sua informação de acesso e pedem resgate, disseram autoridades do Departamento de Estado. Otero pagou a uma companhia US$ 150 para entrar. Quando ele ganhou, a empresa pediu mais US$ 3 mil, antes que um amigo americano lhe contasse que não tinha que pagar. As inscrições caíram quando a loteria entrou online em 2003, mas desde então se recuperaram. Um software de reconhecimento facial hoje permite que o Departamento de Estado detecte inscrições repetidas, que não são permitidas. A cada ano, aproximadamente um quarto das inscrições são eliminadas. O programa –que é operado de um centro consular em Williamsburg, no Kentucky– já esteve perto de ser cancelado. Ele foi criticado em 2002, quando se soube que um terrorista egípcio que matou duas pessoas em Los Angeles estava nos EUA por meio do visto da diversidade de sua mulher. Mohamed Atta, também egípcio e um dos pilotos suicidas do 11 de Setembro, entrou no concurso duas vezes antes de ingressar no país com um visto para estudar –aviação. "Se você é uma organização terrorista e consegue que algumas centenas de pessoas se inscrevam em vários países, a probabilidade é que uma ou duas delas sejam sorteadas", disse ao "The Washington Post" em 2011 o deputado republicano da Virgínia Bob Goodlatte, depois de apresentar um projeto malfadado para encerrar o programa. Autoridades do Departamento de Estado insistem que os vencedores da loteria são sabatinados minuciosamente, assim como outros potenciais imigrantes aos EUA. Em 2013, na última vez que o Congresso tentou a reforma bipartidária da imigração, uma lei apresentada pelo senador democrata Charles Schumer, de Nova York, teria abolido o programa. Quando a reforma da imigração morreu, a loteria teve mais uma chance de vida. Desde sua criação, o concurso levou mais de um milhão de pessoas para os EUA. Mas nem todos os vencedores acabam ganhando o green card. Alguns não apareceram, outros não conseguiram apresentar os documentos necessários, falharam nas entrevistas pessoais nas embaixadas ou consulados locais, ou ficaram com medo. Ganhar é muitas vezes uma felicidade mista. Quando recebem o visto, os vencedores têm apenas seis meses para se mudar para os EUA. Eles devem resolver seus negócios rapidamente, deixar para trás profissão e parentes e escolher um novo lugar para viver. Tarig Elhakim estava na faculdade de medicina no Sudão quando seu pai o convenceu a se inscrever, no outono de 2014. Ele ficou surpreso quando ganhou. Começou a estudar história e geografia dos EUA, preparando-se para a mudança. E passou meses lutando com a burocracia sudanesa para conseguir os documentos, que tiveram de ser traduzidos para o inglês. Sua entrevista só ocorreu em agosto do ano passado. Na embaixada americana, ele viu vários candidatos saírem reprovados da sala de entrevistas. Mas na sua vez o oficial carimbou os papéis e disse: "Bem-vindo aos EUA". "Fiquei com o corpo inteiro arrepiado", disse Elhakim, 22. "Foi um dos momentos mais felizes da minha vida." Mas os EUA estavam mudando. Em 2015, o candidato presidencial republicano Donald Trump pediu a proibição da entrada no país de muçulmanos como Elhakim. Depois Trump foi eleito presidente, em novembro. Elhakim decidiu que era melhor mudar-se para os EUA antes que Trump assumisse o cargo. Ele voou para Washington em 28 de dezembro, menos de um mês antes da posse. Hoje vive em Arlington, na Virgínia, e estuda para tirar a licença médica e poder trabalhar como médico. Mesmo que a loteria do green card sobreviva a mais uma temporada legislativa, as proibições de Trump barradas pelos tribunais já semearam confusão sobre o programa. Dos seis países de maioria muçulmana incluídos na proibição mais recente, cidadãos de dois deles –Irã e Sudão– estavam entre os maiores vencedores de vistos da diversidade em 2016. "Se a suspensão da proibição de viagens for levantada, ela se aplicaria a esse programa, e ninguém dos países banidos poderia entrar", disse Ben Johnson, diretor-executivo da Associação Americana de Advogados de Imigração. Mesmo que a proibição não entre em vigor, as ameaças do governo de "verificação radical" poderão tornar o processo tão lento que os vencedores não consigam ir para os EUA, acrescentou Johnson. Entre os que aguardam ansiosamente os resultados deste ano está o colega de quarto de Elhakim, Abdelsalam Khalafalla, 24. Nascido na Arábia Saudita de pais sudaneses, ele cresceu lá, mas não tem a cidadania saudita e está nos EUA com um visto de estudante que irá expirar um dia. "Voltar ao Sudão ou à Arábia Saudita não é uma opção para mim", disse ele. Assim, nesta terça-feira, como milhões de outras pessoas, Khalafalla acessará o site do Departamento de Estado, clicará em "Submit" e saberá se a sorte sorriu para ele.
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Professores da rede municipal de SP poderão fazer refeições com os alunos
O projeto "Na mesma mesa" permitirá que os professores municipais de São Paulo almocem com os alunos. Atualmente, os professores e estudantes das mais de 500 escolas do ensino fundamental do município fazem suas refeições separadamente. O secretário da Educação, Gabriel Chalita, anunciou o projeto na manhã desta segunda-feira (15), no Theatro Municipal, durante o lançamento do "Canta São Paulo". Segundo Chalita, o projeto "Na mesma Mesa" surgiu a partir de sugestões de funcionários e professores. A secretaria diz que o projeto tem uma função pedagógica. Os professores passarão por formação sobre nutrição e a importância de uma refeição equilibrada. A partir disso, poderão "sentar nas mesmas mesas" que os alunos e comer as mesmas comidas do cardápio. Os professores deverão montar um prato que possa ser seguido de exemplo pelos estudantes. De acordo com a secretaria, o projeto deve ser lançado oficialmente até o final deste mês ou início de julho. O Departamento de Alimentação Escolar (DAE) tem ações para alimentação saudável como redução de sódio nas receitas e aquisição de alimentos da agricultura familiar. CANTA SÃO PAULO Professores interessados em passar por um curso de formação musical, com 100 horas de aulas, já podem se inscrever para o projeto "Canta São Paulo". A ideia é que cada um dos professores monte um coral nas 573 escolas de ensino fundamental do município até o próximo ano. Os estudantes deverão ter idades e perfis diferentes. Segundo prefeito Fernando Haddad (PT), os alunos serão capacitados para dominar "o instrumento natural que é a voz". "A música repercute na experiência cognitiva. O aluno aprende melhor outras disciplinas também, Matemática, Geografia", disse o secretário de Educação. "Quantas crianças carentes têm imensos talentos perdidos, sem oportunidades? O que daremos é a oportunidade", disse Chalita. "A música abre a porta para o pensamento filosófico", disse Maria Cecília Carlini, Coordenadora de Programas Especiais e Sala CEU. "É quase um sonho", disse o maestro Martinho Lutero Gatali, sobre o "Canta São Paulo". Os corais formados poderão participar de eventos do Coral Paulistano Mario de Andrade como forma de treinamento e aproximação das famílias.
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Professores da rede municipal de SP poderão fazer refeições com os alunosO projeto "Na mesma mesa" permitirá que os professores municipais de São Paulo almocem com os alunos. Atualmente, os professores e estudantes das mais de 500 escolas do ensino fundamental do município fazem suas refeições separadamente. O secretário da Educação, Gabriel Chalita, anunciou o projeto na manhã desta segunda-feira (15), no Theatro Municipal, durante o lançamento do "Canta São Paulo". Segundo Chalita, o projeto "Na mesma Mesa" surgiu a partir de sugestões de funcionários e professores. A secretaria diz que o projeto tem uma função pedagógica. Os professores passarão por formação sobre nutrição e a importância de uma refeição equilibrada. A partir disso, poderão "sentar nas mesmas mesas" que os alunos e comer as mesmas comidas do cardápio. Os professores deverão montar um prato que possa ser seguido de exemplo pelos estudantes. De acordo com a secretaria, o projeto deve ser lançado oficialmente até o final deste mês ou início de julho. O Departamento de Alimentação Escolar (DAE) tem ações para alimentação saudável como redução de sódio nas receitas e aquisição de alimentos da agricultura familiar. CANTA SÃO PAULO Professores interessados em passar por um curso de formação musical, com 100 horas de aulas, já podem se inscrever para o projeto "Canta São Paulo". A ideia é que cada um dos professores monte um coral nas 573 escolas de ensino fundamental do município até o próximo ano. Os estudantes deverão ter idades e perfis diferentes. Segundo prefeito Fernando Haddad (PT), os alunos serão capacitados para dominar "o instrumento natural que é a voz". "A música repercute na experiência cognitiva. O aluno aprende melhor outras disciplinas também, Matemática, Geografia", disse o secretário de Educação. "Quantas crianças carentes têm imensos talentos perdidos, sem oportunidades? O que daremos é a oportunidade", disse Chalita. "A música abre a porta para o pensamento filosófico", disse Maria Cecília Carlini, Coordenadora de Programas Especiais e Sala CEU. "É quase um sonho", disse o maestro Martinho Lutero Gatali, sobre o "Canta São Paulo". Os corais formados poderão participar de eventos do Coral Paulistano Mario de Andrade como forma de treinamento e aproximação das famílias.
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Como Acapulco foi de destino turístico a capital de homicídios no México
Da baía em forma de meia-lua e das palmeiras que marcam sua orla, os taxistas de Acapulco precisam de apenas 10 minutos para chegar a um outro mundo, saqueado. Aqui, em um bairro chamado Renacimiento, a fachada de uma farmácia está coberta de pichações de gangues. Bancas de feira mostram marcas de incêndio. Barracas de tacos e consultórios odontológicos, salões de beleza e funilarias - todos vazios, por trás de portas metálicas fechadas. Nas tardes de sexta-feira, porém, o estacionamento da Oxxo,uma loja de conveniência neste bairro brutalizado, fervilha. Dezenas de taxistas acorrem ao local. É hora de pagar os meninos. Quando três jovens bandidos chegam em um Nissan Tsuru branco, o taxista Armando, 55, anota o número de quatro dígitos de seu táxi em um pedaço de papel, dobra uma nota de 100 pesos em torno dele e coloca as duas coisas em um saco de plástico preto. Trata-se de seu pagamento semanal ao submundo criminoso de Acapulco —o equivalente a US$ 5, ou cerca de metade do que ele fatura por dia. "Eles têm o poder", disse Armando, que revelou apenas seu prenome por medo de represálias. "Podem fazer o que quiserem". Nos últimos cinco anos, Acapulco vem sendo a cidade mais mortífera do México anualmente, em uma maratona de homicídios que esvaziou os bairros nas encostas e as colônias espaçosas que os turistas raramente visitam. Mas o termo "guerra das drogas" não basta para descrever o que está acontecendo na cidade. O cartel de drogas dominante em Acapulco e no Estado de Guerrero se dissolveu uma década atrás. Os criminosos que estão no comando agora são mais parecidos com gangues locais —e usam nomes como 221 e Los Locos. Cerca de 20 ou mais organizações criminosas, de acordo com as estimativas, se entrelaçam com representantes dos cartéis de drogas, que contratam seus integrantes para serviços. Os membros das gangues são jovens que muitas vezes se especializam em uma determinada forma de crime - extorsão, sequestro, roubo de carros, homicídios - e tomam a população quase indefesa da cidade como presa. "Eles matam barbeiros, alfaiates, mecânicos, artesãos, taxistas", disse Joaquin Badillo, que dirige uma empresa de segurança privada na cidade. "E se tornaram um monstro de 100 cabeças". O México está vivendo um ano que pode se provar o mais sangrento de sua história recente, com mais de 12 mil homicídios nos seis primeiros meses de 2017. Junho foi o mês mas sangrento nas duas últimas décadas, o período para o qual o governo mexicano dispõe de estatísticas válidas. Há muitas teorias sobre os motivos para o retorno feroz da violência, que caiu durante dois anos depois da eleição do presidente Enrique Peña Nieto em 2012: concorrência pelos domínios de líderes de gangues capturados; a dissolução de acordos secretos entre políticos e criminosos; uma reforma judicial que passou a exigir mais provas para que suspeitos sejam encarcerados; a crescente demanda por heroína, metanfetamina e opiáceos sintéticos nos Estados Unidos. Qualquer que seja a causa principal, o resultado vem sendo aterrorizante: a desintegração da ordem em vastas porções do país. A violência vem se espalhando a novos lugares e adquirindo novas formas. Em Puebla, ao sul da Cidade do México, há uma batalha pelo controle de combustível roubado. Cidades de praia como Cancún e Playa del Carmen estão ensanguentadas por conta de homicídios relacionados às drogas. A luta por rotas de contrabando deixa cadáveres espalhados pelas rotas de emigração. Em Acapulco, no passado um playground para astros de Hollywood, onde John e Jacqueline Kennedy passaram sua lua de mel e John Wayne curtia a brisa marinha, as drogas já nem são a questão principal. A cidade está imersa em crimes de toda ordem, e os criminosos nem precisam se esconder. Quando Evaristo abriu seu restaurante na avenida da praia de Acapulco, 15 anos atrás, as drogas eram abundantes mas isso não o incomodava. Acapulco sempre foi uma cidade de festa, e se tornou ponto de trânsito para a cocaína colombiana a caminho dos Estados Unidos, e para as papoulas usadas na produção de ópio que eram cultivadas em companhia da maconha nos altiplanos do Estado. Os traficantes dominantes eram os irmãos Beltrán Levya, do cartel de Sinaloa. "O que os Beltrán Levya faziam era vender drogas", disse Evaristo, que revelou apenas seu prenome por medo de represálias. "Mas eles não interferiam conosco". Crianças brincam na praia de La Caleta, em Acapulco Para Evaristo e muitos outros moradores de Acapulco, a queda da cidade à completa desordem começou com os acontecimento de La Garita. Um tiroteio escancarado naquele bairro, no centro da cidade, deixou veículos em chamas e corpos nas ruas, em janeiro de 2006, e se tornou parte do folclore da cidade, somando-se aos homens que mergulham das encostas locais direto ao oceano e aos astros de Hollywood que costumavam se hospedar por lá. O tiroteio também deixou uma coisa clara: cartéis nacionais de drogas estavam ativos em Acapulco - no caso o de Sinaloa, aliado aos Beltrán Levya, e os Zetas, que estavam buscando expansão. E essas facções estavam dispostas a usar imensa violência umas contra as outras. "Foi quando tudo começou", recorda Evaristo. Ao logo dos 10 anos seguintes, período em que o então presidente Ernesto Calderón declarou guerra ao crime organizado, as forças de segurança do México e seus aliados norte-americanos começaram a eliminar líderes de cartéis e chefes de gangues, causando o esfacelamento de suas organizações. Em Acapulco, o resultado foi o surgimento de um caleidoscópio de criminosos em disputa. Depois do assassinato de um dos poderosos irmãos Beltrán Levya, em 2009, facções rivais emergiram, com nomes como Cartel Independente de Acapulco, Cartel do Pacífico Sul e La Barredora, e entraram na briga com outras quadrilhas em ascensão de tráfico de heroína, e com gangues criminosas de outras cidades. Com a perda dos líderes de cartéis todo-poderosos, que controlavam rigidamente seus impérios do crime, as gangues de drogas passaram a se envolver cada vez mais com outros tipos de crime, como sequestros e extorsões. Cerca de duas mil empresas fecharam as portas na cidade nos últimos anos, de acordo com associações empresariais, expulsas pelo crime e pelo definhamento da economia. A maior devastação aconteceu em bairros pobres e mais distantes da costa, mas a faixa turística não foi poupada. O Hooters e o Hard Rock Cafe de Acapulco fecharam as portas, bem como famosos estabelecimentos locais, a exemplo do clube noturno El Alebrije e do shopping center Plaza Las Peroglas. Um contador que tem donos de restaurantes, médicos e mecânicos como clientes diz que cerca de 70% deles haviam fechado seus negócios no ano passado por causa da extorsão. "Hoje, em Acapulco, esses problemas nos causam uma psicose em massa", disse Alejandro Martínez Sidney, presidente da Federação de Câmaras de Comércio, Serviços e Turismo de Guerrero, que representa mais de oito mil empresas. "Estamos congelados, esperando que alguém apareça e nos exija dinheiro". Em setembro de 2016, cinco atiradores invadiram o restaurante de Ernesto, pedindo o número de telefone do proprietário. Depois de ele ter dito que não aceitaria extorsão, eles voltaram, apontaram suas armas para as cabeças dos funcionários do restaurante e ameaçaram incendiá-lo, recorda Ernesto. Desde então, ele vem pagando 40 mil pesos (cerca de US$ 2,2 mil) por mês aos criminosos. Soldados mexicanos fazem segurança no bairro de Barranca de la Laja, em Acapulco Ernesto teve de reduzir seus gastos com publicidade e manutenção para conseguir fazer os pagamentos. Dois dos seguranças privados da casa foram atingidos por tiros vindos de um carro, certa noite em maio, e sobreviveram. Se as coisas continuarem assim, Ernesto vai fechar o restaurante. "Minha vida está em risco", ele disse. As gangues criminosas do México não só proliferaram como passaram a se comportar de modo diferente do que era seu hábito em décadas passadas. Os cartéis no passado se baseavam em elos familiares e eram conhecidos por manter hierarquias rigorosas, que recompensavam a lealdade de seus integrantes por meio de promoções. As gerações mais novas de criminosos operam mais como uma "rede circular, uma teia de contatos que se aliam ocasionalmente mas também trabalham de forma independente", disse Cecilia Farfán, pesquisadora do Instituto Tecnologico Autonomy de Mexico, ou ITAM, e especialista em crime organizado, que está pesquisando em Acapulco. Se essas células quase independentes são destruídas, a rede mais ampla ainda assim pode continuar a funcionar e "as informações que uma célula é capaz de fornecer à polícia e a organizações rivais são limitadas", escreveu Farfán em sua dissertação, concluída recentemente. Os criminosos começaram a demonstrar menos lealdade a uma organização central, e se comportam mais como prestadores de serviços autônomos. "Eles contratam alguém por seu conhecimento especializado; mas essa pessoa não será desenvolvida dentro da organização", disse Farfán sobre a maneira pela qual os criminosos de rua são empregados. "As organizações não investem nas pessoas e as pessoas não sentem lealdade para com elas". As vítimas da violência em Acapulco surgem de muitas maneiras: pessoas apanhadas em meio a disputas entre quadrilhas de criminosos; empresários que não aceitem pagar por extorsão; transeuntes que cruzam fronteiras invisíveis entre os territórios de gangues de drogas. A situação se tornou tão confusa - há criminosos sempre de vigia em territórios que se sobrepõem —que os moradores muitas vezes se queixam de terem de pagar por proteção a duas ou três gangues diferentes. Pessoas morrem por causa de enganos de identificação ou por estarem no lugar errado na hora errada. Em uma noite recente, uma grande multidão aguardava silenciosamente na calçada diante de uma funerária de Acapulco. Gerardo Flores Camarena, 57, bartender de um hotel, não suportava ficar sentado, e caminhava de um lado para outro, angustiado, falando ao celular. "Os assassinos acharam que eles fossem de outra quadrilha", ele disse a um parente. "Confundiram-se. Você consegue imaginar? Confundiram-se". No dia anterior, seu irmão Ricardo, 42, motorista de ambulância, e os dois filhos adolescentes de Gerardo haviam sido encontrados no porta-malas de seu Nissan Sentra. Haviam sofrido uma forma de tortura conhecida como "torniquete": arames haviam sido enrolados em torno de seus pescoços, e eles foram sufocados. Um bilhete deixado em companhia dos corpos dizia que era aquilo que acontecia a ladrões de carros. Mas o Nissan era propriedade da família. "Nós nos sentimos impotentes contra o que está acontecendo nessa cidade", disse Flores. Quando o prefeito Evodio Velázquez Aguirre assumiu, em outubro de 2015, ele declarou que a polícia da cidade estava "totalmente fora de controle". Metade dos 1,5 mil policiais de Acapulco haviam sido reprovados na verificação federal de segurança e antecedentes. A polícia havia passado boa parte de 2014 em greve por melhores salários e benefícios, o que deixou a segurança da cidade aos cuidados das forças estaduais e federais. O prefeito disse que seu governo havia dado seguros de vida, moradia, novas câmeras e novos veículos aos policiais. Também foi criada uma nova força autônoma de policiamento para a área turística, com uniformes vistosos e destinada a atender os visitantes. Mas no ano passado houve 918 homicídios na cidade de 700 mil habitantes, o maior numero de homicídios entre todas as cidades mexicanas, pelo quinto ano consecutivo, No primeiro semestre deste ano, os números do governo apontam para ligeira queda - 412 homicídios ante 466 no período em 2016 -, mas o jornal local "El Sur" afirma que 466 homicídios aconteceram no primeiro semestre deste ano. O almirante Juan Guillermo Fierro Rocha, comandante do contingente da marinha mexicana em Acapulco, que tem papel crucial no combate aos cartéis, disse ao "El Sur" este mês que os criminosos estão atacando porque se sentem "acuados", e que espera que a violência se reduza em breve. Mas as autoridades mexicanas vêm fracassando há anos em impedir que Acapulco decaia. Cerca de cinco mil integrantes das forças de segurança estão estacionados na cidade, e a faixa turística costeira vive repleta de policiais federais e estaduais, soldados, fuzileiros navais e policiais municipais. Essa atenção à faixa turística, no entanto, deixa a maior parte da cidade exposta, segundo os moradores. A corrupção paralisa a polícia mexicana há décadas, e Acapulco não vem sendo exceção. Alfredo Álvarez Valenzuela, que comandou a polícia de Acapulco por cinco meses, até maio de 2014, disse ao jornal mexicano "Reforma", no ano passado, que "a força policial municipal não trabalha para o crime organizado. Ela é o crime organizado". Mas o problema vai além da corrupção. As polícias municipais mexicanas tradicionalmente têm pouco treinamento, são mal pagas e mal equipadas, e sua capacidade de investigação é baixa. A polícia federal e o exército muitas vezes desconhecem as cidades e as gangues locais de criminosos. Juan Salgado, especialista em reforma policial no centro de pesquisa mexicano CIDE, disse que a polícia reluta em visitar alguns bairros em Acapulco porque tem medo; os criminosos estão mais bem armados. "Não sei se o crime cresceria caso a polícia municipal desaparecesse", disse Salgado. "Eles são tão ineficientes em impedir crimes que não creio que isso fizesse grande diferença". Enquanto isso, muita gente se recusa a prestar queixas por medo de que as informações vazem para aqueles que os atormentam. Isso torna mais difícil investigar crimes. Em uma tarde recente, um homem usando um chapéu de caubói e carregando abertamente um fuzil de assalto foi avistado na principal avenida do bairro de Emiliano Zapata, a oito quilômetros da baía de Acapulco. Aos seus pés, na calçada, jazia outro jovem, descalço e em posição fetal, com sangue nos cabelos. O homem armado com o fuzil o chutava repetida e violentamente; depois caminhou com calma para uma picape branca. Um caminhão da polícia federal passou pela cena sem se deter. Os taxistas operam na interseção dos problemas de Acapulco. O número de turistas que buscam seus serviços caiu, e as ruas se tornaram mais perigosas. Alguns dos motoristas se tornaram parte do mundo do crime, trabalhando como vigias para as gangues (voluntária ou involuntariamente), ou transportando armas e drogas em seus carros. Quando uma gangue rival tenta tomar um bairro, seus membros muitas vezes matam os taxistas "em um esforço por cegar a organização estabelecida", afirmou Chris Kyle, antropólogo especialista em questões referentes a Guerrero e professor da Universidade do Alabama em Birmingham, em depoimento em favor de um taxista de Acapulco que solicitou asilo nos Estados Unidos. Mais de 130 taxistas foram mortos em Acapulco no ano passado. A probabilidade de que um taxista seja assassinado é oito vezes maior que a média da cidade. Adolescentes armados muitas vezes se apoderam de táxis em Renacimiento por horas ou dias. Eles incendeiam táxis como advertência. O taxista Guillermo Perez, 40, circula pelo bairro em um Fusca 1995, com o para-brisas rachado e o estofamento rasgado, e deixa seu carro mais novo escondido em casa. Ele já não apanha passageiros desconhecidos, e só transporta pessoas que conheça. "As pessoas estão aterrorizadas", disse. Anos atrás, transportar turistas era agradável, ele acrescentou, e até lucrativo - US$ 100 por um turno diurno de trabalho, e ainda mais à noite. "Era muito diferente; era Acapulco", ele disse. "Havia pessoas nas ruas. Todos vivíamos do turismo". Os ricos podem deixar a cidade ou construir casas dotadas de complexos sistemas de segurança, mas os pobres estão expostos. E assim Perez, como muitos dos 20 mil taxistas de Acapulco, paga sua taxa semanal de proteção, ainda que não seja protegido. "Se continuar vivo custa 100 pesos por semana", ele disse, "pagarei". Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Como Acapulco foi de destino turístico a capital de homicídios no MéxicoDa baía em forma de meia-lua e das palmeiras que marcam sua orla, os taxistas de Acapulco precisam de apenas 10 minutos para chegar a um outro mundo, saqueado. Aqui, em um bairro chamado Renacimiento, a fachada de uma farmácia está coberta de pichações de gangues. Bancas de feira mostram marcas de incêndio. Barracas de tacos e consultórios odontológicos, salões de beleza e funilarias - todos vazios, por trás de portas metálicas fechadas. Nas tardes de sexta-feira, porém, o estacionamento da Oxxo,uma loja de conveniência neste bairro brutalizado, fervilha. Dezenas de taxistas acorrem ao local. É hora de pagar os meninos. Quando três jovens bandidos chegam em um Nissan Tsuru branco, o taxista Armando, 55, anota o número de quatro dígitos de seu táxi em um pedaço de papel, dobra uma nota de 100 pesos em torno dele e coloca as duas coisas em um saco de plástico preto. Trata-se de seu pagamento semanal ao submundo criminoso de Acapulco —o equivalente a US$ 5, ou cerca de metade do que ele fatura por dia. "Eles têm o poder", disse Armando, que revelou apenas seu prenome por medo de represálias. "Podem fazer o que quiserem". Nos últimos cinco anos, Acapulco vem sendo a cidade mais mortífera do México anualmente, em uma maratona de homicídios que esvaziou os bairros nas encostas e as colônias espaçosas que os turistas raramente visitam. Mas o termo "guerra das drogas" não basta para descrever o que está acontecendo na cidade. O cartel de drogas dominante em Acapulco e no Estado de Guerrero se dissolveu uma década atrás. Os criminosos que estão no comando agora são mais parecidos com gangues locais —e usam nomes como 221 e Los Locos. Cerca de 20 ou mais organizações criminosas, de acordo com as estimativas, se entrelaçam com representantes dos cartéis de drogas, que contratam seus integrantes para serviços. Os membros das gangues são jovens que muitas vezes se especializam em uma determinada forma de crime - extorsão, sequestro, roubo de carros, homicídios - e tomam a população quase indefesa da cidade como presa. "Eles matam barbeiros, alfaiates, mecânicos, artesãos, taxistas", disse Joaquin Badillo, que dirige uma empresa de segurança privada na cidade. "E se tornaram um monstro de 100 cabeças". O México está vivendo um ano que pode se provar o mais sangrento de sua história recente, com mais de 12 mil homicídios nos seis primeiros meses de 2017. Junho foi o mês mas sangrento nas duas últimas décadas, o período para o qual o governo mexicano dispõe de estatísticas válidas. Há muitas teorias sobre os motivos para o retorno feroz da violência, que caiu durante dois anos depois da eleição do presidente Enrique Peña Nieto em 2012: concorrência pelos domínios de líderes de gangues capturados; a dissolução de acordos secretos entre políticos e criminosos; uma reforma judicial que passou a exigir mais provas para que suspeitos sejam encarcerados; a crescente demanda por heroína, metanfetamina e opiáceos sintéticos nos Estados Unidos. Qualquer que seja a causa principal, o resultado vem sendo aterrorizante: a desintegração da ordem em vastas porções do país. A violência vem se espalhando a novos lugares e adquirindo novas formas. Em Puebla, ao sul da Cidade do México, há uma batalha pelo controle de combustível roubado. Cidades de praia como Cancún e Playa del Carmen estão ensanguentadas por conta de homicídios relacionados às drogas. A luta por rotas de contrabando deixa cadáveres espalhados pelas rotas de emigração. Em Acapulco, no passado um playground para astros de Hollywood, onde John e Jacqueline Kennedy passaram sua lua de mel e John Wayne curtia a brisa marinha, as drogas já nem são a questão principal. A cidade está imersa em crimes de toda ordem, e os criminosos nem precisam se esconder. Quando Evaristo abriu seu restaurante na avenida da praia de Acapulco, 15 anos atrás, as drogas eram abundantes mas isso não o incomodava. Acapulco sempre foi uma cidade de festa, e se tornou ponto de trânsito para a cocaína colombiana a caminho dos Estados Unidos, e para as papoulas usadas na produção de ópio que eram cultivadas em companhia da maconha nos altiplanos do Estado. Os traficantes dominantes eram os irmãos Beltrán Levya, do cartel de Sinaloa. "O que os Beltrán Levya faziam era vender drogas", disse Evaristo, que revelou apenas seu prenome por medo de represálias. "Mas eles não interferiam conosco". Crianças brincam na praia de La Caleta, em Acapulco Para Evaristo e muitos outros moradores de Acapulco, a queda da cidade à completa desordem começou com os acontecimento de La Garita. Um tiroteio escancarado naquele bairro, no centro da cidade, deixou veículos em chamas e corpos nas ruas, em janeiro de 2006, e se tornou parte do folclore da cidade, somando-se aos homens que mergulham das encostas locais direto ao oceano e aos astros de Hollywood que costumavam se hospedar por lá. O tiroteio também deixou uma coisa clara: cartéis nacionais de drogas estavam ativos em Acapulco - no caso o de Sinaloa, aliado aos Beltrán Levya, e os Zetas, que estavam buscando expansão. E essas facções estavam dispostas a usar imensa violência umas contra as outras. "Foi quando tudo começou", recorda Evaristo. Ao logo dos 10 anos seguintes, período em que o então presidente Ernesto Calderón declarou guerra ao crime organizado, as forças de segurança do México e seus aliados norte-americanos começaram a eliminar líderes de cartéis e chefes de gangues, causando o esfacelamento de suas organizações. Em Acapulco, o resultado foi o surgimento de um caleidoscópio de criminosos em disputa. Depois do assassinato de um dos poderosos irmãos Beltrán Levya, em 2009, facções rivais emergiram, com nomes como Cartel Independente de Acapulco, Cartel do Pacífico Sul e La Barredora, e entraram na briga com outras quadrilhas em ascensão de tráfico de heroína, e com gangues criminosas de outras cidades. Com a perda dos líderes de cartéis todo-poderosos, que controlavam rigidamente seus impérios do crime, as gangues de drogas passaram a se envolver cada vez mais com outros tipos de crime, como sequestros e extorsões. Cerca de duas mil empresas fecharam as portas na cidade nos últimos anos, de acordo com associações empresariais, expulsas pelo crime e pelo definhamento da economia. A maior devastação aconteceu em bairros pobres e mais distantes da costa, mas a faixa turística não foi poupada. O Hooters e o Hard Rock Cafe de Acapulco fecharam as portas, bem como famosos estabelecimentos locais, a exemplo do clube noturno El Alebrije e do shopping center Plaza Las Peroglas. Um contador que tem donos de restaurantes, médicos e mecânicos como clientes diz que cerca de 70% deles haviam fechado seus negócios no ano passado por causa da extorsão. "Hoje, em Acapulco, esses problemas nos causam uma psicose em massa", disse Alejandro Martínez Sidney, presidente da Federação de Câmaras de Comércio, Serviços e Turismo de Guerrero, que representa mais de oito mil empresas. "Estamos congelados, esperando que alguém apareça e nos exija dinheiro". Em setembro de 2016, cinco atiradores invadiram o restaurante de Ernesto, pedindo o número de telefone do proprietário. Depois de ele ter dito que não aceitaria extorsão, eles voltaram, apontaram suas armas para as cabeças dos funcionários do restaurante e ameaçaram incendiá-lo, recorda Ernesto. Desde então, ele vem pagando 40 mil pesos (cerca de US$ 2,2 mil) por mês aos criminosos. Soldados mexicanos fazem segurança no bairro de Barranca de la Laja, em Acapulco Ernesto teve de reduzir seus gastos com publicidade e manutenção para conseguir fazer os pagamentos. Dois dos seguranças privados da casa foram atingidos por tiros vindos de um carro, certa noite em maio, e sobreviveram. Se as coisas continuarem assim, Ernesto vai fechar o restaurante. "Minha vida está em risco", ele disse. As gangues criminosas do México não só proliferaram como passaram a se comportar de modo diferente do que era seu hábito em décadas passadas. Os cartéis no passado se baseavam em elos familiares e eram conhecidos por manter hierarquias rigorosas, que recompensavam a lealdade de seus integrantes por meio de promoções. As gerações mais novas de criminosos operam mais como uma "rede circular, uma teia de contatos que se aliam ocasionalmente mas também trabalham de forma independente", disse Cecilia Farfán, pesquisadora do Instituto Tecnologico Autonomy de Mexico, ou ITAM, e especialista em crime organizado, que está pesquisando em Acapulco. Se essas células quase independentes são destruídas, a rede mais ampla ainda assim pode continuar a funcionar e "as informações que uma célula é capaz de fornecer à polícia e a organizações rivais são limitadas", escreveu Farfán em sua dissertação, concluída recentemente. Os criminosos começaram a demonstrar menos lealdade a uma organização central, e se comportam mais como prestadores de serviços autônomos. "Eles contratam alguém por seu conhecimento especializado; mas essa pessoa não será desenvolvida dentro da organização", disse Farfán sobre a maneira pela qual os criminosos de rua são empregados. "As organizações não investem nas pessoas e as pessoas não sentem lealdade para com elas". As vítimas da violência em Acapulco surgem de muitas maneiras: pessoas apanhadas em meio a disputas entre quadrilhas de criminosos; empresários que não aceitem pagar por extorsão; transeuntes que cruzam fronteiras invisíveis entre os territórios de gangues de drogas. A situação se tornou tão confusa - há criminosos sempre de vigia em territórios que se sobrepõem —que os moradores muitas vezes se queixam de terem de pagar por proteção a duas ou três gangues diferentes. Pessoas morrem por causa de enganos de identificação ou por estarem no lugar errado na hora errada. Em uma noite recente, uma grande multidão aguardava silenciosamente na calçada diante de uma funerária de Acapulco. Gerardo Flores Camarena, 57, bartender de um hotel, não suportava ficar sentado, e caminhava de um lado para outro, angustiado, falando ao celular. "Os assassinos acharam que eles fossem de outra quadrilha", ele disse a um parente. "Confundiram-se. Você consegue imaginar? Confundiram-se". No dia anterior, seu irmão Ricardo, 42, motorista de ambulância, e os dois filhos adolescentes de Gerardo haviam sido encontrados no porta-malas de seu Nissan Sentra. Haviam sofrido uma forma de tortura conhecida como "torniquete": arames haviam sido enrolados em torno de seus pescoços, e eles foram sufocados. Um bilhete deixado em companhia dos corpos dizia que era aquilo que acontecia a ladrões de carros. Mas o Nissan era propriedade da família. "Nós nos sentimos impotentes contra o que está acontecendo nessa cidade", disse Flores. Quando o prefeito Evodio Velázquez Aguirre assumiu, em outubro de 2015, ele declarou que a polícia da cidade estava "totalmente fora de controle". Metade dos 1,5 mil policiais de Acapulco haviam sido reprovados na verificação federal de segurança e antecedentes. A polícia havia passado boa parte de 2014 em greve por melhores salários e benefícios, o que deixou a segurança da cidade aos cuidados das forças estaduais e federais. O prefeito disse que seu governo havia dado seguros de vida, moradia, novas câmeras e novos veículos aos policiais. Também foi criada uma nova força autônoma de policiamento para a área turística, com uniformes vistosos e destinada a atender os visitantes. Mas no ano passado houve 918 homicídios na cidade de 700 mil habitantes, o maior numero de homicídios entre todas as cidades mexicanas, pelo quinto ano consecutivo, No primeiro semestre deste ano, os números do governo apontam para ligeira queda - 412 homicídios ante 466 no período em 2016 -, mas o jornal local "El Sur" afirma que 466 homicídios aconteceram no primeiro semestre deste ano. O almirante Juan Guillermo Fierro Rocha, comandante do contingente da marinha mexicana em Acapulco, que tem papel crucial no combate aos cartéis, disse ao "El Sur" este mês que os criminosos estão atacando porque se sentem "acuados", e que espera que a violência se reduza em breve. Mas as autoridades mexicanas vêm fracassando há anos em impedir que Acapulco decaia. Cerca de cinco mil integrantes das forças de segurança estão estacionados na cidade, e a faixa turística costeira vive repleta de policiais federais e estaduais, soldados, fuzileiros navais e policiais municipais. Essa atenção à faixa turística, no entanto, deixa a maior parte da cidade exposta, segundo os moradores. A corrupção paralisa a polícia mexicana há décadas, e Acapulco não vem sendo exceção. Alfredo Álvarez Valenzuela, que comandou a polícia de Acapulco por cinco meses, até maio de 2014, disse ao jornal mexicano "Reforma", no ano passado, que "a força policial municipal não trabalha para o crime organizado. Ela é o crime organizado". Mas o problema vai além da corrupção. As polícias municipais mexicanas tradicionalmente têm pouco treinamento, são mal pagas e mal equipadas, e sua capacidade de investigação é baixa. A polícia federal e o exército muitas vezes desconhecem as cidades e as gangues locais de criminosos. Juan Salgado, especialista em reforma policial no centro de pesquisa mexicano CIDE, disse que a polícia reluta em visitar alguns bairros em Acapulco porque tem medo; os criminosos estão mais bem armados. "Não sei se o crime cresceria caso a polícia municipal desaparecesse", disse Salgado. "Eles são tão ineficientes em impedir crimes que não creio que isso fizesse grande diferença". Enquanto isso, muita gente se recusa a prestar queixas por medo de que as informações vazem para aqueles que os atormentam. Isso torna mais difícil investigar crimes. Em uma tarde recente, um homem usando um chapéu de caubói e carregando abertamente um fuzil de assalto foi avistado na principal avenida do bairro de Emiliano Zapata, a oito quilômetros da baía de Acapulco. Aos seus pés, na calçada, jazia outro jovem, descalço e em posição fetal, com sangue nos cabelos. O homem armado com o fuzil o chutava repetida e violentamente; depois caminhou com calma para uma picape branca. Um caminhão da polícia federal passou pela cena sem se deter. Os taxistas operam na interseção dos problemas de Acapulco. O número de turistas que buscam seus serviços caiu, e as ruas se tornaram mais perigosas. Alguns dos motoristas se tornaram parte do mundo do crime, trabalhando como vigias para as gangues (voluntária ou involuntariamente), ou transportando armas e drogas em seus carros. Quando uma gangue rival tenta tomar um bairro, seus membros muitas vezes matam os taxistas "em um esforço por cegar a organização estabelecida", afirmou Chris Kyle, antropólogo especialista em questões referentes a Guerrero e professor da Universidade do Alabama em Birmingham, em depoimento em favor de um taxista de Acapulco que solicitou asilo nos Estados Unidos. Mais de 130 taxistas foram mortos em Acapulco no ano passado. A probabilidade de que um taxista seja assassinado é oito vezes maior que a média da cidade. Adolescentes armados muitas vezes se apoderam de táxis em Renacimiento por horas ou dias. Eles incendeiam táxis como advertência. O taxista Guillermo Perez, 40, circula pelo bairro em um Fusca 1995, com o para-brisas rachado e o estofamento rasgado, e deixa seu carro mais novo escondido em casa. Ele já não apanha passageiros desconhecidos, e só transporta pessoas que conheça. "As pessoas estão aterrorizadas", disse. Anos atrás, transportar turistas era agradável, ele acrescentou, e até lucrativo - US$ 100 por um turno diurno de trabalho, e ainda mais à noite. "Era muito diferente; era Acapulco", ele disse. "Havia pessoas nas ruas. Todos vivíamos do turismo". Os ricos podem deixar a cidade ou construir casas dotadas de complexos sistemas de segurança, mas os pobres estão expostos. E assim Perez, como muitos dos 20 mil taxistas de Acapulco, paga sua taxa semanal de proteção, ainda que não seja protegido. "Se continuar vivo custa 100 pesos por semana", ele disse, "pagarei". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Mau tempo causa destruição e uma morte em Estados da região Sul
Temporais e até um tornado atingiram a região Sul do Brasil nesta quinta-feira (19). O mau tempo causou destruição nos três Estados e deixou um morto no Rio Grande do Sul. No Paraná, um tornado atingiu cerca de 1.500 casas em Marechal Cândido Rondon (a 584 km de Curitiba) no oeste do Estado. Em uma cidade de 51 mil habitantes, isso equivale a 7.512 pessoas, segundo a Defesa Civil Estadual. Dessas, 20 ficaram desabrigadas e 12, feridas. O tornado foi registrado por volta das 16h15, a 150 km de Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Casas foram destelhadas, postes e árvores tombaram (inclusive sobre carros) e bairros ficaram sem energia elétrica. A rodoviária da cidade teve o teto danificado. O Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) informou que, pelos relatos e imagens dos estragos, a categoria do tornado foi F1 -em uma escala que vai de F0 a F5. A estimativa é de que os ventos tenham sido de até 125 km/h. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), esteve nesta tarde em Marechal Cândido Rondon para visitar áreas e famílias atingidas pelo tornado. Richa disse que os governos municipal e estadual estão empenhados na reconstrução do município e que recebeu uma ligação da presidente Dilma Rousseff, que colocou o governo federal à disposição. "A Defesa Civil desde o início do ocorrido está mobilizada para atender Marechal Rondon, e, inclusive, com toda a estrutura da prefeitura, está trabalhando para decretar estado de emergência. Pude comprovar que são cenas estarrecedoras, de completa devastação por onde o tornado passou. Estamos solidários com Marechal Rondon", afirmou o governador. Levantamentos preliminares feitos por equipes do Batalhão de Polícia de Fronteira e da Polícia Militar em Marechal Cândido Rondon dão conta de que o município sofreu perdas econômicas que podem chegar a mais de R$ 40 milhões. Em Inácio Martins, no centro do Paraná, deslizamentos deixaram 55 pessoas desabrigadas. Chuvas fortes também atingiram Curitiba, Maringá, Pranchita e Quatro Pontes RIO GRANDE DO SUL No Rio Grande do Sul, um temporal atingiu os vales do rio Pardo e Taquari, além da fronteira oeste e da região noroeste. A chuva intensa, com vendaval e queda de granizo, causou danos em 11 municípios, segundo informações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Uma pessoa morreu após ser atingida pela fiação elétrica da rua na cidade de Cruz Alta, no noroeste do Estado. Segundo os bombeiros, a fiação se rompeu com os fortes ventos que atingiram a cidade. Em Alpestre, duas crianças sofreram ferimentos leves. Nos demais municípios foram registrados pontos de alagamentos, destelhamentos de imóveis e danos a lavouras. SANTA CATARINA Em Santa Catarina, as chuvas e vendavais causaram estragos em cidades do oeste, como Chapecó, onde 30 casas foram afetadas, sendo que quatro delas ficaram totalmente destruídas. Há quatro feridos e 16 desalojados. Em Caxambu do Sul, o vendaval atingiu 30 residências, enquanto em Planalto Alegre cinco casas e nove propriedades rurais foram afetadas. Águas de Chapecó também registrou danos. Em Treze Tílias, no centro do Estado, um tornado de categoria F0 atingiu 11 casas, algumas propriedades rurais e um hospital. No nordeste do Estado, os municípios de Guaramirim, Schroeder, Massaranduba, Araquari, Rio Negrinho, Barra Velha, Mafra e Major Vieira também foram atingidas pelos vendavais ou registraram alagamentos.
cotidiano
Mau tempo causa destruição e uma morte em Estados da região SulTemporais e até um tornado atingiram a região Sul do Brasil nesta quinta-feira (19). O mau tempo causou destruição nos três Estados e deixou um morto no Rio Grande do Sul. No Paraná, um tornado atingiu cerca de 1.500 casas em Marechal Cândido Rondon (a 584 km de Curitiba) no oeste do Estado. Em uma cidade de 51 mil habitantes, isso equivale a 7.512 pessoas, segundo a Defesa Civil Estadual. Dessas, 20 ficaram desabrigadas e 12, feridas. O tornado foi registrado por volta das 16h15, a 150 km de Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Casas foram destelhadas, postes e árvores tombaram (inclusive sobre carros) e bairros ficaram sem energia elétrica. A rodoviária da cidade teve o teto danificado. O Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) informou que, pelos relatos e imagens dos estragos, a categoria do tornado foi F1 -em uma escala que vai de F0 a F5. A estimativa é de que os ventos tenham sido de até 125 km/h. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), esteve nesta tarde em Marechal Cândido Rondon para visitar áreas e famílias atingidas pelo tornado. Richa disse que os governos municipal e estadual estão empenhados na reconstrução do município e que recebeu uma ligação da presidente Dilma Rousseff, que colocou o governo federal à disposição. "A Defesa Civil desde o início do ocorrido está mobilizada para atender Marechal Rondon, e, inclusive, com toda a estrutura da prefeitura, está trabalhando para decretar estado de emergência. Pude comprovar que são cenas estarrecedoras, de completa devastação por onde o tornado passou. Estamos solidários com Marechal Rondon", afirmou o governador. Levantamentos preliminares feitos por equipes do Batalhão de Polícia de Fronteira e da Polícia Militar em Marechal Cândido Rondon dão conta de que o município sofreu perdas econômicas que podem chegar a mais de R$ 40 milhões. Em Inácio Martins, no centro do Paraná, deslizamentos deixaram 55 pessoas desabrigadas. Chuvas fortes também atingiram Curitiba, Maringá, Pranchita e Quatro Pontes RIO GRANDE DO SUL No Rio Grande do Sul, um temporal atingiu os vales do rio Pardo e Taquari, além da fronteira oeste e da região noroeste. A chuva intensa, com vendaval e queda de granizo, causou danos em 11 municípios, segundo informações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Uma pessoa morreu após ser atingida pela fiação elétrica da rua na cidade de Cruz Alta, no noroeste do Estado. Segundo os bombeiros, a fiação se rompeu com os fortes ventos que atingiram a cidade. Em Alpestre, duas crianças sofreram ferimentos leves. Nos demais municípios foram registrados pontos de alagamentos, destelhamentos de imóveis e danos a lavouras. SANTA CATARINA Em Santa Catarina, as chuvas e vendavais causaram estragos em cidades do oeste, como Chapecó, onde 30 casas foram afetadas, sendo que quatro delas ficaram totalmente destruídas. Há quatro feridos e 16 desalojados. Em Caxambu do Sul, o vendaval atingiu 30 residências, enquanto em Planalto Alegre cinco casas e nove propriedades rurais foram afetadas. Águas de Chapecó também registrou danos. Em Treze Tílias, no centro do Estado, um tornado de categoria F0 atingiu 11 casas, algumas propriedades rurais e um hospital. No nordeste do Estado, os municípios de Guaramirim, Schroeder, Massaranduba, Araquari, Rio Negrinho, Barra Velha, Mafra e Major Vieira também foram atingidas pelos vendavais ou registraram alagamentos.
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Ponderação britânica
O "brexit" foi, em termos objetivos, uma das piores decisões econômicas que os britânicos poderiam ter tomado. Mas eles a tomaram por meio de um referendo legítimo, e as regras da democracia impõem o respeito ao resultado. O modo de implementar essa escolha, no entanto, ainda está aberto a diferentes interpretações e envolve opções complexas. Dado esse cenário, só pode ser visto com bons olhos o fato de a Suprema Corte britânica, confirmando sentença de novembro da Alta Corte, ter determinado que o Parlamento seja ouvido antes de o país deflagrar o processo de separação da União Europeia (UE). Para o tribunal, como a saída implicará a perda de direitos conferidos pela UE a cidadãos do Reino Unido, é necessário que o Legislativo autorize o início das tratativas. Ou seja, os poderes executivos da primeira-ministra Theresa May não bastam para rever atos realizados pelos parlamentares britânicos nos anos 70, quando o Reino Unido se juntou ao bloco europeu. O veredito da Suprema Corte foi considerado uma derrota para o governo May, que planejava deslanchar o divórcio já em março, propondo uma ruptura forte. Ela pretendia submeter o acordo de saída ao Legislativo de seu país apenas quando tudo já estivesse pronto. Ninguém imagina que o Parlamento, mesmo sendo majoritariamente contrário ao "brexit", reverterá a deliberação popular. Em outras palavras, a imposição da Suprema Corte deve atrasar a saída e pode modificar os termos em que ela vai ocorrer, mas não impedi-la. Nesse ponto específico, a decisão judicial trouxe boas notícias para os entusiastas da separação. Definiu que os Legislativos da Irlanda do Norte, do País de Gales e da Escócia não precisarão autorizar individualmente a secessão. Caso esse aval fosse necessário, é quase certo que o divórcio restaria paralisado. Lembre-se que o resultado do referendo foi apertado —o "sai" derrotou o "fica" por 51,9% contra 48,1%–, mas, especificamente na Escócia, 62% dos votos foram contrários à separação. Se a determinação da Justiça frustra os planos do governo de resolver tão rapidamente quanto possível o imbróglio, tem o mérito de devolver ao processo a complexidade que ele efetivamente tem, multiplicando as instâncias de negociação política antes de levar uma proposta aos europeus. Afinal, da vitória do "brexit" não decorre que os interesses dos cidadãos derrotados não merecem nenhum tipo de consideração. [email protected]
opiniao
Ponderação britânicaO "brexit" foi, em termos objetivos, uma das piores decisões econômicas que os britânicos poderiam ter tomado. Mas eles a tomaram por meio de um referendo legítimo, e as regras da democracia impõem o respeito ao resultado. O modo de implementar essa escolha, no entanto, ainda está aberto a diferentes interpretações e envolve opções complexas. Dado esse cenário, só pode ser visto com bons olhos o fato de a Suprema Corte britânica, confirmando sentença de novembro da Alta Corte, ter determinado que o Parlamento seja ouvido antes de o país deflagrar o processo de separação da União Europeia (UE). Para o tribunal, como a saída implicará a perda de direitos conferidos pela UE a cidadãos do Reino Unido, é necessário que o Legislativo autorize o início das tratativas. Ou seja, os poderes executivos da primeira-ministra Theresa May não bastam para rever atos realizados pelos parlamentares britânicos nos anos 70, quando o Reino Unido se juntou ao bloco europeu. O veredito da Suprema Corte foi considerado uma derrota para o governo May, que planejava deslanchar o divórcio já em março, propondo uma ruptura forte. Ela pretendia submeter o acordo de saída ao Legislativo de seu país apenas quando tudo já estivesse pronto. Ninguém imagina que o Parlamento, mesmo sendo majoritariamente contrário ao "brexit", reverterá a deliberação popular. Em outras palavras, a imposição da Suprema Corte deve atrasar a saída e pode modificar os termos em que ela vai ocorrer, mas não impedi-la. Nesse ponto específico, a decisão judicial trouxe boas notícias para os entusiastas da separação. Definiu que os Legislativos da Irlanda do Norte, do País de Gales e da Escócia não precisarão autorizar individualmente a secessão. Caso esse aval fosse necessário, é quase certo que o divórcio restaria paralisado. Lembre-se que o resultado do referendo foi apertado —o "sai" derrotou o "fica" por 51,9% contra 48,1%–, mas, especificamente na Escócia, 62% dos votos foram contrários à separação. Se a determinação da Justiça frustra os planos do governo de resolver tão rapidamente quanto possível o imbróglio, tem o mérito de devolver ao processo a complexidade que ele efetivamente tem, multiplicando as instâncias de negociação política antes de levar uma proposta aos europeus. Afinal, da vitória do "brexit" não decorre que os interesses dos cidadãos derrotados não merecem nenhum tipo de consideração. [email protected]
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Atletas russos podem atuar sob bandeira neutra para fugir de punição
A Federação Russa de Atletismo divulgou nesta quarta-feira (1º) os nomes de 31 atletas que pretendem disputar competições internacionais sob bandeira neutra, escapando assim da suspensão da Iaaf (Federação Internacional das Associações de Atletismo) aos atletas russos após investigação da Wada (Agência Mundial Antidoping) revelar esquema de doping estatal no país. A suspensão vigora desde novembro de 2015 e excluiu atletas da Rússia de competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Entre os atletas da lista estão campeões mundiais e medalhistas olímpicos, como Ivan Ukhov, campeão do salto em altura em Londres-2012; Sergei Shubenkov, campeão dos 110 m com barreira no Mundial de 2015, e Svetlana Shkolina, bronze no salto em altura em Londres-2012. Ainda que compitam sob bandeira neutra, a inscrição desses atletas precisa ser aprovada pela Iaaf. Segundo a entidade, ela só aceitará a participação de atletas que não estiverem envolvidos de maneira direta no esquema de doping ou que não tenham trabalhado com técnicos ou médicos envolvidos no caso. Os atletas liberados poderão tentar a classificação para o Mundial de atletismo, que será disputado em agosto, em Londres.
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Atletas russos podem atuar sob bandeira neutra para fugir de puniçãoA Federação Russa de Atletismo divulgou nesta quarta-feira (1º) os nomes de 31 atletas que pretendem disputar competições internacionais sob bandeira neutra, escapando assim da suspensão da Iaaf (Federação Internacional das Associações de Atletismo) aos atletas russos após investigação da Wada (Agência Mundial Antidoping) revelar esquema de doping estatal no país. A suspensão vigora desde novembro de 2015 e excluiu atletas da Rússia de competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Entre os atletas da lista estão campeões mundiais e medalhistas olímpicos, como Ivan Ukhov, campeão do salto em altura em Londres-2012; Sergei Shubenkov, campeão dos 110 m com barreira no Mundial de 2015, e Svetlana Shkolina, bronze no salto em altura em Londres-2012. Ainda que compitam sob bandeira neutra, a inscrição desses atletas precisa ser aprovada pela Iaaf. Segundo a entidade, ela só aceitará a participação de atletas que não estiverem envolvidos de maneira direta no esquema de doping ou que não tenham trabalhado com técnicos ou médicos envolvidos no caso. Os atletas liberados poderão tentar a classificação para o Mundial de atletismo, que será disputado em agosto, em Londres.
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Atentado contra mesquita no Iêmen deixa ao menos 25 mortos
Um atentado deixou ao menos 25 mortos e dezenas de feridos nesta quinta-feira (24) em uma mesquita na capital do Iêmen, Sanaa, onde os fiéis estavam reunidos para a oração de Eid al-Adha, a grande festa muçulmana do sacrifício, informaram fontes médicas. O atentado, cometido com uma carga explosiva de acordo com uma fonte das forças de segurança, teve como alvo a mesquita de Balili, próxima da Academia de Polícia. Testemunhas afirmaram que, além da bomba detonada na entrada do templo, um homem-bomba acionou sua carga no momento em que os fiéis corriam para deixar o local após a primeira explosão. Sanaa, controlada pelos rebeldes xiitas houthis há um ano, sofreu desde março vários atentados contra fiéis xiitas em mesquitas, reivindicados pela facção radical Estado Islâmico (EI). No início de setembro, atentados contra uma mesquita deixaram mais de 30 mortos e quase 100 feridos. A ação foi reivindicada pelo EI, organização sunita que considera os muçulmanos xiitas como hereges. A oração de Eid al-Adha acontece tradicionalmente ao amanhecer.
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Atentado contra mesquita no Iêmen deixa ao menos 25 mortosUm atentado deixou ao menos 25 mortos e dezenas de feridos nesta quinta-feira (24) em uma mesquita na capital do Iêmen, Sanaa, onde os fiéis estavam reunidos para a oração de Eid al-Adha, a grande festa muçulmana do sacrifício, informaram fontes médicas. O atentado, cometido com uma carga explosiva de acordo com uma fonte das forças de segurança, teve como alvo a mesquita de Balili, próxima da Academia de Polícia. Testemunhas afirmaram que, além da bomba detonada na entrada do templo, um homem-bomba acionou sua carga no momento em que os fiéis corriam para deixar o local após a primeira explosão. Sanaa, controlada pelos rebeldes xiitas houthis há um ano, sofreu desde março vários atentados contra fiéis xiitas em mesquitas, reivindicados pela facção radical Estado Islâmico (EI). No início de setembro, atentados contra uma mesquita deixaram mais de 30 mortos e quase 100 feridos. A ação foi reivindicada pelo EI, organização sunita que considera os muçulmanos xiitas como hereges. A oração de Eid al-Adha acontece tradicionalmente ao amanhecer.
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Avaliações do MEC podem orientar busca por universidade
Além de escolher a profissão, é necessário pensar na formação. Primeiramente, é preciso definir se será um curso de graduação na modalidade tecnológica, bacharelado ou licenciatura. E, ainda, se será presencial ou à distância. Os cursos superiores na modalidade tecnológica são de curta duração (dois anos, em média). Objetivam atender demandas mais específicas de uma área de trabalho e possibilitam a entrada no mercado mais rapidamente. A modalidade de bacharelado é mais ampla e generalista (dura de quatro a seis anos, dependendo da opção). Os cursos de licenciatura formam os professores das disciplinas do sexto ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. Escolhido o tipo de curso, é hora de pensar onde estudar. Para descobrir se a instituição oferece um bom serviço pode-se usar as avaliações. A mais ampla é produzida pelo Ministério da Educação (emec.mec.gov.br). Com notas de zero a cinco, analisa a qualidade do curso segundo os especialistas do MEC e o resultado dos alunos na prova do Enade. O RUF (Ranking Universitário da Folha), é outro recurso a ser utilizado. Este ranking avalia 192 universidades brasileiras e 40 cursos de graduação (de universidades, faculdades e centros universitários) com mais ingressantes no Brasil. O ranking analisa as instituições sobre vários aspectos, como o ponto de vista do mercado de trabalho (potencial de colocação) e da qualidade de ensino e dos professores. Existem ainda outras avaliações de cursos superiores a serem consultados. Fazendo uma "mix" de todas, você poderá concluir qual será a melhor escola para você e qual a avaliação do curso/faculdade/universidade que você está fazendo ou em que foi aprovado. Outro item a ser estudado é a ênfase que cada instituição dá a um mesmo curso. A tarefa é difícil, na medida em que o candidato ainda não entende algumas nuances. Mas dá para se aproximar delas, por exemplo, comparando as grades curriculares na internet. Após todo o esforço realizado para conhecer os cursos, você terá boas perguntas formuladas e será o momento de conversar com alunos e profissionais da área a respeito da formação. Se possível, visite as instituições para conhecer a estrutura e o modo de funcionamento de cada uma. Tente saber se ela é procurada por empresas para oferecer estágios, se há possibilidade de fazer iniciação científica e de realizar parte da formação no exterior e se existe algum tipo de auxílio para isso. Por último, verifique também a simpatia que você tem em relação à faculdade. Afinal, você vai passar alguns anos nela e, claro, é melhor estudar num lugar em que você se sinta bem. SÍLVIO BOCK, é pedagogo, doutor em educação e diretor do Nace - Orientação Vocacional
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Avaliações do MEC podem orientar busca por universidadeAlém de escolher a profissão, é necessário pensar na formação. Primeiramente, é preciso definir se será um curso de graduação na modalidade tecnológica, bacharelado ou licenciatura. E, ainda, se será presencial ou à distância. Os cursos superiores na modalidade tecnológica são de curta duração (dois anos, em média). Objetivam atender demandas mais específicas de uma área de trabalho e possibilitam a entrada no mercado mais rapidamente. A modalidade de bacharelado é mais ampla e generalista (dura de quatro a seis anos, dependendo da opção). Os cursos de licenciatura formam os professores das disciplinas do sexto ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. Escolhido o tipo de curso, é hora de pensar onde estudar. Para descobrir se a instituição oferece um bom serviço pode-se usar as avaliações. A mais ampla é produzida pelo Ministério da Educação (emec.mec.gov.br). Com notas de zero a cinco, analisa a qualidade do curso segundo os especialistas do MEC e o resultado dos alunos na prova do Enade. O RUF (Ranking Universitário da Folha), é outro recurso a ser utilizado. Este ranking avalia 192 universidades brasileiras e 40 cursos de graduação (de universidades, faculdades e centros universitários) com mais ingressantes no Brasil. O ranking analisa as instituições sobre vários aspectos, como o ponto de vista do mercado de trabalho (potencial de colocação) e da qualidade de ensino e dos professores. Existem ainda outras avaliações de cursos superiores a serem consultados. Fazendo uma "mix" de todas, você poderá concluir qual será a melhor escola para você e qual a avaliação do curso/faculdade/universidade que você está fazendo ou em que foi aprovado. Outro item a ser estudado é a ênfase que cada instituição dá a um mesmo curso. A tarefa é difícil, na medida em que o candidato ainda não entende algumas nuances. Mas dá para se aproximar delas, por exemplo, comparando as grades curriculares na internet. Após todo o esforço realizado para conhecer os cursos, você terá boas perguntas formuladas e será o momento de conversar com alunos e profissionais da área a respeito da formação. Se possível, visite as instituições para conhecer a estrutura e o modo de funcionamento de cada uma. Tente saber se ela é procurada por empresas para oferecer estágios, se há possibilidade de fazer iniciação científica e de realizar parte da formação no exterior e se existe algum tipo de auxílio para isso. Por último, verifique também a simpatia que você tem em relação à faculdade. Afinal, você vai passar alguns anos nela e, claro, é melhor estudar num lugar em que você se sinta bem. SÍLVIO BOCK, é pedagogo, doutor em educação e diretor do Nace - Orientação Vocacional
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Consumo mundial de carvão deve diminuir até 2021
O consumo mundial de carvão deve registrar uma desaceleração até 2021 graças a uma maior eficácia energética, mas o combustível muito poluente continuará sendo indispensável na produção de energia elétrica da Ásia, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). "Por seus efeitos sobre a qualidade do ar e as emissões de gás carbônico, o carvão foi muito criticado nos últimos anos, mas é muito cedo para afirmar que chegou o fim deste combustível", opina Keisuke Sadamori, diretor da divisão de mercados e segurança energéticas da AIE, em um comunicado. O planeta deve consumir 5,6 bilhões de toneladas de carvão em 2021, menos que na estimativa anterior, de 5,8 bilhões de toneladas, afirma o organismo em seu relatório anual sobre o mercado de carvão. Depois de alcançar a marca de 4% ao ano entre 2000 e 2013, o crescimento da demanda mundial deve cair a uma média de 0,6% anual no período 2015-2021. E a participação do carvão na produção de energia elétrica deve cair de 41% (em 2014) a 36%. Esta tendência se deve a um crescimento econômico globalmente frágil que influencia a demanda por eletricidade, o desenvolvimento de energias renováveis e uma maior eficácia energética como parte das políticas instauradas para lutar contra o aquecimento global. A mudança já foi constatada em 2015, com um consumo de 5,4 bilhões de toneladas, uma queda de 2,7% na comparação com o ano anterior, fato inédito no século 21. O fenômeno esconde, no entanto, realidades geográficas díspares. A Ásia consome cada vez mais carvão: a participação do continente no consumo mundial passou de 46% no ano 2000 a 73% em 2015. Na Europa (de 22% a 12% do consumo mundial) e América do Norte (de 25% a 10%), o consumo é cada vez menor. Apesar do distanciamento dos investidores do carvão, este continua sendo a coluna vertebral da produção elétrica e industrial em muitos países emergentes, sobretudo no sul e sudeste da Ásia, diz a AIE.
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Consumo mundial de carvão deve diminuir até 2021O consumo mundial de carvão deve registrar uma desaceleração até 2021 graças a uma maior eficácia energética, mas o combustível muito poluente continuará sendo indispensável na produção de energia elétrica da Ásia, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). "Por seus efeitos sobre a qualidade do ar e as emissões de gás carbônico, o carvão foi muito criticado nos últimos anos, mas é muito cedo para afirmar que chegou o fim deste combustível", opina Keisuke Sadamori, diretor da divisão de mercados e segurança energéticas da AIE, em um comunicado. O planeta deve consumir 5,6 bilhões de toneladas de carvão em 2021, menos que na estimativa anterior, de 5,8 bilhões de toneladas, afirma o organismo em seu relatório anual sobre o mercado de carvão. Depois de alcançar a marca de 4% ao ano entre 2000 e 2013, o crescimento da demanda mundial deve cair a uma média de 0,6% anual no período 2015-2021. E a participação do carvão na produção de energia elétrica deve cair de 41% (em 2014) a 36%. Esta tendência se deve a um crescimento econômico globalmente frágil que influencia a demanda por eletricidade, o desenvolvimento de energias renováveis e uma maior eficácia energética como parte das políticas instauradas para lutar contra o aquecimento global. A mudança já foi constatada em 2015, com um consumo de 5,4 bilhões de toneladas, uma queda de 2,7% na comparação com o ano anterior, fato inédito no século 21. O fenômeno esconde, no entanto, realidades geográficas díspares. A Ásia consome cada vez mais carvão: a participação do continente no consumo mundial passou de 46% no ano 2000 a 73% em 2015. Na Europa (de 22% a 12% do consumo mundial) e América do Norte (de 25% a 10%), o consumo é cada vez menor. Apesar do distanciamento dos investidores do carvão, este continua sendo a coluna vertebral da produção elétrica e industrial em muitos países emergentes, sobretudo no sul e sudeste da Ásia, diz a AIE.
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Atriz e musa dos Rolling Stones, Anita Pallenberg morre aos 75 anos
A atriz e modelo ítalo-germânica Anita Pallenberg, que ficou conhecida por seus relacionamentos com membros dos Rolling Stones, morreu nesta quarta-feira (14), no Reino Unido, aos 75 anos. O filho da atriz informou que ela morreu devido a complicações de uma hepatite C. Musa dos Stones, Pallenberg chegou a estrelar filmes como "Barbarella" e "Candy", nos anos 1960 e 1970. Apesar disso, ficou famosa depois do relacionamento do Keith Richards, que durou de 1967 a 1980. Os dois tiveram três filhos, mas um deles morreu com dez semanas. O casal se conheceu enquanto Pallenberg ainda namorada outro membro da banda, o guitarrista Brian Jones, que foi acusado de agredi-la. O relacionamento entre a modelo e Richards, aliás, teria começado depois de ele salvá-la de ser agredida pelo guitarrista, em 1967. O músico morreria dois anos depois, afogado em uma piscina. Em seu livro de memórias, "Life", Richards chegou a dizer que a modelo era uma mulher com quem ninguém deveria querer brigar. "Toda vez que os dois brigavam, Brian aparecia machucado e com curativos", disse. O casal compartilhava, à época, a dependência de heroína. Mais tarde, chegou a se especular sobre um caso dela com Mick Jagger, quando os dois apareceram juntos no filme "Performance" (1970). A atriz sempre negou o romance. Ela tinha cerca de 20 anos quando foi ao primeiro show dos Stones. Ao final da apresentação, conseguiu visitar a banda no camarim —logo em seguida, engatou o relacionamento com Jones. Ela, que fazia parte do grupo que circulava ao redor de Andy Warhol nos anos 1970, nasceu em 1942. Há uma disparidade de informações sobre onde: a maior parte das fontes diz que em Roma; seu filho, por sua vez, diz que a mãe nasceu em Hamburgo, na Alemanha. Em 1979, um adolescente foi encontrado morto com um tiro na casa que a atriz dividia com Keith Richards. As autoridades concluíram que havia sido um suicídio, mas houve rumores que a modelo e o rapaz estavam brincando de roleta russa. Pallenberg foi processada por porte ilegal de arma. Depois de duas décadas afastada da telona, ela voltou ao cinema em 1998, com "Love is the Devil", uma cinebiografia de Francis Bacon. Em 2001, ela apareceu como o demônio na série de humor "Absolutely Fabulous". Pallenberg deixa dois filhos e cinco netos.
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Atriz e musa dos Rolling Stones, Anita Pallenberg morre aos 75 anosA atriz e modelo ítalo-germânica Anita Pallenberg, que ficou conhecida por seus relacionamentos com membros dos Rolling Stones, morreu nesta quarta-feira (14), no Reino Unido, aos 75 anos. O filho da atriz informou que ela morreu devido a complicações de uma hepatite C. Musa dos Stones, Pallenberg chegou a estrelar filmes como "Barbarella" e "Candy", nos anos 1960 e 1970. Apesar disso, ficou famosa depois do relacionamento do Keith Richards, que durou de 1967 a 1980. Os dois tiveram três filhos, mas um deles morreu com dez semanas. O casal se conheceu enquanto Pallenberg ainda namorada outro membro da banda, o guitarrista Brian Jones, que foi acusado de agredi-la. O relacionamento entre a modelo e Richards, aliás, teria começado depois de ele salvá-la de ser agredida pelo guitarrista, em 1967. O músico morreria dois anos depois, afogado em uma piscina. Em seu livro de memórias, "Life", Richards chegou a dizer que a modelo era uma mulher com quem ninguém deveria querer brigar. "Toda vez que os dois brigavam, Brian aparecia machucado e com curativos", disse. O casal compartilhava, à época, a dependência de heroína. Mais tarde, chegou a se especular sobre um caso dela com Mick Jagger, quando os dois apareceram juntos no filme "Performance" (1970). A atriz sempre negou o romance. Ela tinha cerca de 20 anos quando foi ao primeiro show dos Stones. Ao final da apresentação, conseguiu visitar a banda no camarim —logo em seguida, engatou o relacionamento com Jones. Ela, que fazia parte do grupo que circulava ao redor de Andy Warhol nos anos 1970, nasceu em 1942. Há uma disparidade de informações sobre onde: a maior parte das fontes diz que em Roma; seu filho, por sua vez, diz que a mãe nasceu em Hamburgo, na Alemanha. Em 1979, um adolescente foi encontrado morto com um tiro na casa que a atriz dividia com Keith Richards. As autoridades concluíram que havia sido um suicídio, mas houve rumores que a modelo e o rapaz estavam brincando de roleta russa. Pallenberg foi processada por porte ilegal de arma. Depois de duas décadas afastada da telona, ela voltou ao cinema em 1998, com "Love is the Devil", uma cinebiografia de Francis Bacon. Em 2001, ela apareceu como o demônio na série de humor "Absolutely Fabulous". Pallenberg deixa dois filhos e cinco netos.
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Procuradores são acionados para evitar ida de Janot a CPI
Diante da possibilidade de convocação do procurador-geral da República Rodrigo Janot para dar explicações à CPI da Petrobras, procuradores foram acionados para telefonar para deputados integrantes da comissão com o objetivo de convencê-los a não aprovar a iniciativa. Três deputados confirmaram à Folha que foram contatados por procuradores, os quais inclusive relataram que a estratégia era falar com todos os integrantes da CPI. A comissão faz sessão deliberativa nesta quinta-feira (14) e o requerimento para convocação de Janot, de autoria de Paulinho da Força (SD-SP), pode ser votado. A ofensiva contra Janot foi articulada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação às investigações contra si na Operação Lava Jato. Cunha é acusado de se beneficiar do esquema de corrupção e, por isso, foi alvo de diligência determinada por Janot na semana passada. A possibilidade de convocação preocupa a Procuradoria-Geral da República. A Folha apurou que houve ligações tanto da PGR como do Ministério Público Federal nos Estados de cada deputado. "A preocupação do Ministério Público é não se estabelecer conflito entre os Poderes", relatou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que não quis citar o nome do procurador que lhe telefonou. Ele afirma concordar com os argumentos e diz que a CPI deve atuar em parceria com os órgãos de investigação. Porém, tanto Onyx como os outros dois parlamentares, que pediram anonimato, acreditam que a iniciativa dos procuradores pode ter efeito inverso: soar como pressão e dar combustível à aprovação. A Folha apurou com procuradores que tem sido dito aos parlamentares que juridicamente não se pode convocar Janot, pois o objeto da CPI é a corrupção na estatal.
poder
Procuradores são acionados para evitar ida de Janot a CPIDiante da possibilidade de convocação do procurador-geral da República Rodrigo Janot para dar explicações à CPI da Petrobras, procuradores foram acionados para telefonar para deputados integrantes da comissão com o objetivo de convencê-los a não aprovar a iniciativa. Três deputados confirmaram à Folha que foram contatados por procuradores, os quais inclusive relataram que a estratégia era falar com todos os integrantes da CPI. A comissão faz sessão deliberativa nesta quinta-feira (14) e o requerimento para convocação de Janot, de autoria de Paulinho da Força (SD-SP), pode ser votado. A ofensiva contra Janot foi articulada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação às investigações contra si na Operação Lava Jato. Cunha é acusado de se beneficiar do esquema de corrupção e, por isso, foi alvo de diligência determinada por Janot na semana passada. A possibilidade de convocação preocupa a Procuradoria-Geral da República. A Folha apurou que houve ligações tanto da PGR como do Ministério Público Federal nos Estados de cada deputado. "A preocupação do Ministério Público é não se estabelecer conflito entre os Poderes", relatou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que não quis citar o nome do procurador que lhe telefonou. Ele afirma concordar com os argumentos e diz que a CPI deve atuar em parceria com os órgãos de investigação. Porém, tanto Onyx como os outros dois parlamentares, que pediram anonimato, acreditam que a iniciativa dos procuradores pode ter efeito inverso: soar como pressão e dar combustível à aprovação. A Folha apurou com procuradores que tem sido dito aos parlamentares que juridicamente não se pode convocar Janot, pois o objeto da CPI é a corrupção na estatal.
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Explosão de bomba em banheiro de shopping deixa 3 mortos em Bogotá
A explosão de uma bomba em um shopping em Bogotá, capital da Colômbia, deixou matou ao menos três mulheres e deixou nove feridos neste sábado (17). Segundo a polícia, a bomba foi colocada na privada do banheiro feminino no segundo andar do shopping Andino, localizado em uma área nobre de Bogotá. Após a explosão, o estabelecimento e ruas no entorno foram foram isolados. A primeira vítima foi identificada como Julie Huynh, 23, cidadã francesa que fazia trabalho voluntário em uma escola. As autoridades trabalham para descobrir os responsáveis pela explosão. O presidente Juan Manuel Santos ordenou a abertura de um inquérito. O shopping estava lotado de pessoas que faziam as compras para o Dia dos Pais, celebrado neste domingo (18) na Colômbia. "O ataque terrorista covarde no Andino realmente me magoa", disse o prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa. A Colômbia registrou uma série de ataques terroristas nas últimas décadas e esperava-se que o acordo de paz assinado em 2016 com os guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) reduziria a violência. Mas, em fevereiro, o ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior guerrilha do país, detonou uma bomba em Bogotá, ferindo dezenas de policiais –o grupo não faz parte do acordo de paz.
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Explosão de bomba em banheiro de shopping deixa 3 mortos em BogotáA explosão de uma bomba em um shopping em Bogotá, capital da Colômbia, deixou matou ao menos três mulheres e deixou nove feridos neste sábado (17). Segundo a polícia, a bomba foi colocada na privada do banheiro feminino no segundo andar do shopping Andino, localizado em uma área nobre de Bogotá. Após a explosão, o estabelecimento e ruas no entorno foram foram isolados. A primeira vítima foi identificada como Julie Huynh, 23, cidadã francesa que fazia trabalho voluntário em uma escola. As autoridades trabalham para descobrir os responsáveis pela explosão. O presidente Juan Manuel Santos ordenou a abertura de um inquérito. O shopping estava lotado de pessoas que faziam as compras para o Dia dos Pais, celebrado neste domingo (18) na Colômbia. "O ataque terrorista covarde no Andino realmente me magoa", disse o prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa. A Colômbia registrou uma série de ataques terroristas nas últimas décadas e esperava-se que o acordo de paz assinado em 2016 com os guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) reduziria a violência. Mas, em fevereiro, o ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior guerrilha do país, detonou uma bomba em Bogotá, ferindo dezenas de policiais –o grupo não faz parte do acordo de paz.
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Osorio elogia trabalho de Milton Cruz, mas já muda postura do São Paulo
O técnico Juan Carlos Osorio creditou ao seu auxiliar Milton Cruz a boa partida do São Paulo na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio -sua estreia no comando da equipe -, neste sábado (6), no Morumbi. "Não acho justo acreditar que a vitória é fruto do meu trabalho. Quero elogiar o muito bom trabalho do Milton [Cruz]. Continuei com uma ideia similar, somando algumas coisas pessoais", disse. Milton era o treinador da equipe desde a saída de Muricy Ramalho, no início de abril, e entregou o time para Osorio após 12 jogos, com oito vitórias, um empate e três derrotas. Apesar de ter apenas começado seu trabalho no São Paulo, já foi possível perceber mudanças na forma de jogar da equipe. Principalmente em relação à postura do time em campo. Com o novo treinador, o São Paulo adiantou a marcação e conseguiu sufocar o time do Grêmio, não deixando o adversário sair jogando. A tática funcionou bem no primeiro tempo e ajudou a equipe a conseguir seu primeiro gol sob o comando de Osorio, com Luis Fabiano. Depois do intervalo, o São Paulo diminuiu a pressão. Um pedido do técnico, que queria que o time mantivesse a organização tática e valorizasse a posse de bola para não correr risco de tomar o gol de empate. "Depois de fazer o gol, o mais importante é não tomar outro em seguida. A única oportunidade que eles tiveram para marcar no primeiro tempo aconteceu dois minutos depois do nosso gol", alertou Osorio. A formação tática da equipe, no entanto, foi similar à última do time sob o comando de Milton Cruz. A única alteração por opção do técnico foi a entrada de Wesley no lugar de Thiago Mendes. Além disso, Luis Fabiano e Rodrigo Caio substituíram Alexandre Pato e Paulo Miranda, respectivamente, mas devido a lesões sofridas pelos dois titulares na vitória sobre o Santos. Mesmo ainda acreditando ter muitas coisas que podem ser melhoradas no São Paulo, o colombiano disse ter ficado muito satisfeito com o desempenho dos jogadores e mostrou confiança. "Eu acho que temos um time muito técnico e que, melhorando a organização, vai ser muito difícil de ser vencido. Respeito todos os times, mas acredito na nossa equipe", afirmou.
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Osorio elogia trabalho de Milton Cruz, mas já muda postura do São PauloO técnico Juan Carlos Osorio creditou ao seu auxiliar Milton Cruz a boa partida do São Paulo na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio -sua estreia no comando da equipe -, neste sábado (6), no Morumbi. "Não acho justo acreditar que a vitória é fruto do meu trabalho. Quero elogiar o muito bom trabalho do Milton [Cruz]. Continuei com uma ideia similar, somando algumas coisas pessoais", disse. Milton era o treinador da equipe desde a saída de Muricy Ramalho, no início de abril, e entregou o time para Osorio após 12 jogos, com oito vitórias, um empate e três derrotas. Apesar de ter apenas começado seu trabalho no São Paulo, já foi possível perceber mudanças na forma de jogar da equipe. Principalmente em relação à postura do time em campo. Com o novo treinador, o São Paulo adiantou a marcação e conseguiu sufocar o time do Grêmio, não deixando o adversário sair jogando. A tática funcionou bem no primeiro tempo e ajudou a equipe a conseguir seu primeiro gol sob o comando de Osorio, com Luis Fabiano. Depois do intervalo, o São Paulo diminuiu a pressão. Um pedido do técnico, que queria que o time mantivesse a organização tática e valorizasse a posse de bola para não correr risco de tomar o gol de empate. "Depois de fazer o gol, o mais importante é não tomar outro em seguida. A única oportunidade que eles tiveram para marcar no primeiro tempo aconteceu dois minutos depois do nosso gol", alertou Osorio. A formação tática da equipe, no entanto, foi similar à última do time sob o comando de Milton Cruz. A única alteração por opção do técnico foi a entrada de Wesley no lugar de Thiago Mendes. Além disso, Luis Fabiano e Rodrigo Caio substituíram Alexandre Pato e Paulo Miranda, respectivamente, mas devido a lesões sofridas pelos dois titulares na vitória sobre o Santos. Mesmo ainda acreditando ter muitas coisas que podem ser melhoradas no São Paulo, o colombiano disse ter ficado muito satisfeito com o desempenho dos jogadores e mostrou confiança. "Eu acho que temos um time muito técnico e que, melhorando a organização, vai ser muito difícil de ser vencido. Respeito todos os times, mas acredito na nossa equipe", afirmou.
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Cactos, rãs e forró animam espaço do festival Fartura
"Quando a gente fala que a receita tem cacto, todo mundo faz uma cara", diz o cozinheiro sergipano Timóteo Domingos, durante sua aula no Espaço Degustação do festival Fartura. Aos 19 anos, ele é conhecido como "chef do sertão" por transformar as plantas da caatinga, até então utilizadas na alimentação de animais, em receitas premiadas. "Jamais tinha passado pela minha cabeça que era possível fazer um prato com cacto", diz a artesã Silvia Mazinini, 60. Ela foi escolhida na plateia por Timóteo para a função de degustadora oficial. A cada novo ingrediente, Silvia era solicitada pelo chef. O seu favorito foi o xique-xique: "Tem a consistência de chuchu, mas é azedinho", afirma. O restante do público, cerca de 40 pessoas, também pôde provar receitas elaboradas com ingredientes da caatinga, como umbu e urtiga. A mais famosa é a cocactus, uma cocada feita com palma, um tipo de cacto. O doce foi criado por Timóteo quando ele ainda era criança. Para ajudar na renda familiar, ele vendia cocada aos colegas no intervalo da escola, em Canindé (SE). Num dia, o coco faltou e aí veio a ideia de inserir a palma, um tipo de cacto. "Não falei para ninguém que tinha palma", conta o chef. "O pessoal falou que estava mais saborosa do que antes." A estratégia utilizada por Timóteo na aula foi exatamente essa: oferecer o prato à plateia e só depois contar do que ele é feito. "A ideia é que as pessoas experimentem e imaginem mil coisas", diz o chef, que hoje tem no repertório mais de 1.200 receitas. No final da degustação, Timóteo convidou a todos para fazer uma roda e dançar forró. "O prato final é um detalhe. O mais importante é valorizar o contexto histórico e cultural da nossa região", afirma. RÃS Nem o vento gelado da noite paulistana diminuiu o desejo do público de experimentar carne de rã. No Espaço Degustação, a plateia de cerca de 30 pessoas teve a chance de provar dois pratos feitos com a iguaria: bolinho de carne de rã e carne de rã à milanesa. "Não como carne de boi, de porco e nem de frango, mas quis provar a de rã para saber qual é o gosto", afirma Maura Costa, 48, que trabalha na área comercial. "Parece um frango, só que mais úmido." A professora Márcia Matos, 53, também comeu rã pela primeira vez. "Tem menos gordura que o frango. Gostei muito das duas receitas", diz. A degustação foi realizada durante a palestra do produtor Ivanilto Cunha, 42, que há dois anos cria mais de 10 mil rãs em Monte Negro, no interior de Rondônia. "Ser produtor de rãs era um sonho de infância", conta Ivanilto, que também é operador de máquinas pesadas no garimpo. "No começo, recebi muitas críticas. Ninguém achava que iria dar certo." Na produção, trabalham apenas Ivanilto, a esposa e o filho. O abate é realizado manualmente. Aos seis meses, as rãs são colocadas em um recipiente com gelo e sal. Depois, é feita a sangria. O produto é comercializado ao preço de R$ 70/kg a restaurantes e supermercados da região. Esta foi a primeira aula ministrada por Ivanilto. "O pessoal do Fartura me achou quando fez a visita a Rondônia, buscando coisas diferentes de lá. Para mim, estar aqui hoje é muito gratificante. Não preciso ganhar dinheiro para dizer que sou vitorioso", afirma. CHURRASCO No espaço Cozinha ao Vivo, a alguns metros dali, cerca de 40 pessoas se esticavam para ouvir André Lima de Luca (All Fire Lab) falar sobre churrasco. Quatro grandes peças de carne são preparadas sob sua batuta, na brasa. O termômetro indica que a carne esta a 20 graus em seu interior - isso quer dizer que ela vai demorar para ficar pronta (a 56 graus estaria perfeita). "É melhor já ir fazendo a farofa", palpita Beatriz, de 8 anos, filha do especialista, em alto e bom som (as crianças não tiram os olhos do pai). "As pessoas me perguntam quanto tempo levei para preparar aquela carne. Eu digo que não se trata disso, mas sim qual era a temperatura dela."
comida
Cactos, rãs e forró animam espaço do festival Fartura"Quando a gente fala que a receita tem cacto, todo mundo faz uma cara", diz o cozinheiro sergipano Timóteo Domingos, durante sua aula no Espaço Degustação do festival Fartura. Aos 19 anos, ele é conhecido como "chef do sertão" por transformar as plantas da caatinga, até então utilizadas na alimentação de animais, em receitas premiadas. "Jamais tinha passado pela minha cabeça que era possível fazer um prato com cacto", diz a artesã Silvia Mazinini, 60. Ela foi escolhida na plateia por Timóteo para a função de degustadora oficial. A cada novo ingrediente, Silvia era solicitada pelo chef. O seu favorito foi o xique-xique: "Tem a consistência de chuchu, mas é azedinho", afirma. O restante do público, cerca de 40 pessoas, também pôde provar receitas elaboradas com ingredientes da caatinga, como umbu e urtiga. A mais famosa é a cocactus, uma cocada feita com palma, um tipo de cacto. O doce foi criado por Timóteo quando ele ainda era criança. Para ajudar na renda familiar, ele vendia cocada aos colegas no intervalo da escola, em Canindé (SE). Num dia, o coco faltou e aí veio a ideia de inserir a palma, um tipo de cacto. "Não falei para ninguém que tinha palma", conta o chef. "O pessoal falou que estava mais saborosa do que antes." A estratégia utilizada por Timóteo na aula foi exatamente essa: oferecer o prato à plateia e só depois contar do que ele é feito. "A ideia é que as pessoas experimentem e imaginem mil coisas", diz o chef, que hoje tem no repertório mais de 1.200 receitas. No final da degustação, Timóteo convidou a todos para fazer uma roda e dançar forró. "O prato final é um detalhe. O mais importante é valorizar o contexto histórico e cultural da nossa região", afirma. RÃS Nem o vento gelado da noite paulistana diminuiu o desejo do público de experimentar carne de rã. No Espaço Degustação, a plateia de cerca de 30 pessoas teve a chance de provar dois pratos feitos com a iguaria: bolinho de carne de rã e carne de rã à milanesa. "Não como carne de boi, de porco e nem de frango, mas quis provar a de rã para saber qual é o gosto", afirma Maura Costa, 48, que trabalha na área comercial. "Parece um frango, só que mais úmido." A professora Márcia Matos, 53, também comeu rã pela primeira vez. "Tem menos gordura que o frango. Gostei muito das duas receitas", diz. A degustação foi realizada durante a palestra do produtor Ivanilto Cunha, 42, que há dois anos cria mais de 10 mil rãs em Monte Negro, no interior de Rondônia. "Ser produtor de rãs era um sonho de infância", conta Ivanilto, que também é operador de máquinas pesadas no garimpo. "No começo, recebi muitas críticas. Ninguém achava que iria dar certo." Na produção, trabalham apenas Ivanilto, a esposa e o filho. O abate é realizado manualmente. Aos seis meses, as rãs são colocadas em um recipiente com gelo e sal. Depois, é feita a sangria. O produto é comercializado ao preço de R$ 70/kg a restaurantes e supermercados da região. Esta foi a primeira aula ministrada por Ivanilto. "O pessoal do Fartura me achou quando fez a visita a Rondônia, buscando coisas diferentes de lá. Para mim, estar aqui hoje é muito gratificante. Não preciso ganhar dinheiro para dizer que sou vitorioso", afirma. CHURRASCO No espaço Cozinha ao Vivo, a alguns metros dali, cerca de 40 pessoas se esticavam para ouvir André Lima de Luca (All Fire Lab) falar sobre churrasco. Quatro grandes peças de carne são preparadas sob sua batuta, na brasa. O termômetro indica que a carne esta a 20 graus em seu interior - isso quer dizer que ela vai demorar para ficar pronta (a 56 graus estaria perfeita). "É melhor já ir fazendo a farofa", palpita Beatriz, de 8 anos, filha do especialista, em alto e bom som (as crianças não tiram os olhos do pai). "As pessoas me perguntam quanto tempo levei para preparar aquela carne. Eu digo que não se trata disso, mas sim qual era a temperatura dela."
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Crianças ganham fama ao pregar em cultos de igrejas evangélicas no Rio
O italiano Federico Francolini, 40, saiu de Roma só para conhecer a igreja pentecostal Missão Internacional de Milagres, localizada num bairro de classe média baixa de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Francolini diz ter Aids. Foi à igreja numa noite para ver de perto Alani Santos, menina de 11 anos supostamente capaz de operar milagres. Havia lido sobre ela numa reportagem do jornal americano "The New York Times". Não é o primeiro estrangeiro a aparecer por lá atrás de Alani. Na porta da igreja, que fica entre uma peixaria e um terreno baldio, há um cartaz. "Missionarinha Alani: Imprensa de todo o mundo veio entrevistá-la. Pessoas de muitos países alcançaram o Milagre", diz o anúncio. Fiéis acreditam que o poder de cura dela se manifesta quando ela toca a pessoa. No culto presenciado pela Folha, quem pregou foi o pai, o pastor Adauto Santos, 48. "Dizem que o que fazemos é exploração. Não é. Através do toque desta criança você pode sair daqui curado." Alani passou a maior parte do tempo sentada na plateia ao lado da mãe, Sandra, 38. Com a Bíblia no colo, acompanhou as leituras. Bocejou duas vezes. Só subiu ao palco quando o pai a convocou para cantar e orar. Alani tem ar angelical. De olhos fechados e testa franzida, costuma andar devagar pelo palco e dizer versos num tom suave. "Que Deus te mantenha longe do ca-crack", disse, tropeçando na pronúncia. Depois, em silêncio, começou a tocar nos fiéis. Nem sempre dá resultados. A uma mulher com tosse intermitente, o pastor ordenou que corresse pela igreja para provar que estava livre do problema. A intervenção parecia ter dado certo. Porém, logo depois, teve outro acesso de tosse. Ao final, Francolini dizia estar feliz. "Quando ela me tocou, senti um perfume especial. Não acho que a cura funcione como mágica. Tem que orar todo dia", disse à Folha. CARREIRA NO EXTERIOR Assim como Alani, outras crianças têm protagonismo em cultos pentecostais pelo Brasil, como Matheus Moraes. Estreou aos seis e já viajou pelo país e ao exterior. Diz ter passado mais tempo em cultos do que na escola e que já visitou 300 igrejas num ano e gravou quase 40 DVDs. Aos 17, Moraes quer deixar de ser pregador. "Quando a criança cresce, perde o carisma. Enquanto é pequena, tudo que ela faz impressiona, as pessoas acham fofo." A descentralização de igrejas pentecostais dificulta saber quantas crianças fazem esse tipo de papel no Brasil. Organizador de um encontro anual de pregadores mirins em São Paulo, o pastor Valter Luz já reuniu mais de 60. Mas a participação desses jovens em cultos também é alvo de críticas de outras igrejas evangélicas. "Isso não é comum. Está fora da estrutura psicológica e emocional da criança. É uma exploração por parte dos pais", afirmou o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio. O pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista, disse que uma criança não tem maturidade para entender textos bíblicos. "Ela pode, no máximo, decorar discurso e mimetizar o comportamento adulto." Para Ronaldo Romulo Machado de Almeida, professor da Unicamp e especialista em pentecostalismo, o fenômeno se insere numa tendência de igrejas terem como pregadores figuras "extremas". Exemplos: personagens marginais que se convertem, deficientes físicos e crianças. "É uma demonstração de que Deus usa qualquer um. [Isso] Produz ânimo espiritual nas pessoas."
cotidiano
Crianças ganham fama ao pregar em cultos de igrejas evangélicas no RioO italiano Federico Francolini, 40, saiu de Roma só para conhecer a igreja pentecostal Missão Internacional de Milagres, localizada num bairro de classe média baixa de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Francolini diz ter Aids. Foi à igreja numa noite para ver de perto Alani Santos, menina de 11 anos supostamente capaz de operar milagres. Havia lido sobre ela numa reportagem do jornal americano "The New York Times". Não é o primeiro estrangeiro a aparecer por lá atrás de Alani. Na porta da igreja, que fica entre uma peixaria e um terreno baldio, há um cartaz. "Missionarinha Alani: Imprensa de todo o mundo veio entrevistá-la. Pessoas de muitos países alcançaram o Milagre", diz o anúncio. Fiéis acreditam que o poder de cura dela se manifesta quando ela toca a pessoa. No culto presenciado pela Folha, quem pregou foi o pai, o pastor Adauto Santos, 48. "Dizem que o que fazemos é exploração. Não é. Através do toque desta criança você pode sair daqui curado." Alani passou a maior parte do tempo sentada na plateia ao lado da mãe, Sandra, 38. Com a Bíblia no colo, acompanhou as leituras. Bocejou duas vezes. Só subiu ao palco quando o pai a convocou para cantar e orar. Alani tem ar angelical. De olhos fechados e testa franzida, costuma andar devagar pelo palco e dizer versos num tom suave. "Que Deus te mantenha longe do ca-crack", disse, tropeçando na pronúncia. Depois, em silêncio, começou a tocar nos fiéis. Nem sempre dá resultados. A uma mulher com tosse intermitente, o pastor ordenou que corresse pela igreja para provar que estava livre do problema. A intervenção parecia ter dado certo. Porém, logo depois, teve outro acesso de tosse. Ao final, Francolini dizia estar feliz. "Quando ela me tocou, senti um perfume especial. Não acho que a cura funcione como mágica. Tem que orar todo dia", disse à Folha. CARREIRA NO EXTERIOR Assim como Alani, outras crianças têm protagonismo em cultos pentecostais pelo Brasil, como Matheus Moraes. Estreou aos seis e já viajou pelo país e ao exterior. Diz ter passado mais tempo em cultos do que na escola e que já visitou 300 igrejas num ano e gravou quase 40 DVDs. Aos 17, Moraes quer deixar de ser pregador. "Quando a criança cresce, perde o carisma. Enquanto é pequena, tudo que ela faz impressiona, as pessoas acham fofo." A descentralização de igrejas pentecostais dificulta saber quantas crianças fazem esse tipo de papel no Brasil. Organizador de um encontro anual de pregadores mirins em São Paulo, o pastor Valter Luz já reuniu mais de 60. Mas a participação desses jovens em cultos também é alvo de críticas de outras igrejas evangélicas. "Isso não é comum. Está fora da estrutura psicológica e emocional da criança. É uma exploração por parte dos pais", afirmou o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio. O pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista, disse que uma criança não tem maturidade para entender textos bíblicos. "Ela pode, no máximo, decorar discurso e mimetizar o comportamento adulto." Para Ronaldo Romulo Machado de Almeida, professor da Unicamp e especialista em pentecostalismo, o fenômeno se insere numa tendência de igrejas terem como pregadores figuras "extremas". Exemplos: personagens marginais que se convertem, deficientes físicos e crianças. "É uma demonstração de que Deus usa qualquer um. [Isso] Produz ânimo espiritual nas pessoas."
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Ações da TomTom disparam após Apple renovar acordo sobre mapas
A empresa holandesa de sistemas de navegação por satélite TomTom afirmou que a Apple continuará a comprar seus mapas digitais, voto de confiança que fez as ações do grupo europeu dispararem mais de 13% nesta terça-feira (19). A TomTom não divulgou detalhes sobre o acordo renovado, mas analistas afirmaram que os termos são favoráveis à Apple, diante do prestígio que concede à TomTom. A TomTom licencia mapas digitais para a Apple desde 2012, quando a empresa superou o Google no fornecimento de sistemas de navegação incluídos nos produtos da companhia norte-americana. A renovação do acordo vem no momento em que a Nokia avalia opções estratégicas para a unidade HERE, maior fornecedora de tecnologia de mapeamento para montadoras de veículos. Apesar de analistas considerarem a empresa de transporte particular Uber ou um grupo de montadoras alemãs como principais candidatos à compra da HERE, junto com empresas de private equity, a Apple também vinha sendo citada como uma potencial interessada na empresa.
tec
Ações da TomTom disparam após Apple renovar acordo sobre mapasA empresa holandesa de sistemas de navegação por satélite TomTom afirmou que a Apple continuará a comprar seus mapas digitais, voto de confiança que fez as ações do grupo europeu dispararem mais de 13% nesta terça-feira (19). A TomTom não divulgou detalhes sobre o acordo renovado, mas analistas afirmaram que os termos são favoráveis à Apple, diante do prestígio que concede à TomTom. A TomTom licencia mapas digitais para a Apple desde 2012, quando a empresa superou o Google no fornecimento de sistemas de navegação incluídos nos produtos da companhia norte-americana. A renovação do acordo vem no momento em que a Nokia avalia opções estratégicas para a unidade HERE, maior fornecedora de tecnologia de mapeamento para montadoras de veículos. Apesar de analistas considerarem a empresa de transporte particular Uber ou um grupo de montadoras alemãs como principais candidatos à compra da HERE, junto com empresas de private equity, a Apple também vinha sendo citada como uma potencial interessada na empresa.
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Brasileiros criam luva para que pessoas se comuniquem por vibrações
Um rapaz faz gestos usando uma luva preta com um sensor incrustado. Ao lado, uma pessoa com tiras presas ao corpo sente vibrações, ora nos braços, ora na barriga ou nas costas, de acordo com os movimentos da luva. A ideia é estabelecer uma comunicação. Trata-se de um projeto da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) apresentado nesta quarta-feira (27) na Campus Future, área gratuita da Campus Party –acampamento com palestras e workshops sobre tecnologia que acontece em São Paulo até domingo (31). O aparelho, composto por uma luva com sensores e várias fitas de velcro equipadas com motores conectados por diferentes fios coloridos a um outro dispositivo, parece complexo e pouco funcional. Mas o objetivo por trás de toda a aparelhagem é bastante simples: associar um gesto a um estímulo tátil, tornando possível que duas pessoas se comuniquem a distância, por exemplo. "O aparelho pode ser usado para uma pessoa muda ou com problemas de fala se comunicar com uma pessoa cega", explica Mateus Souza Franco, 22, estudante de engenharia de computação na Unifesp e membro do núcleo de neuroengenharia. Mateus criou um sistema de sinais simples baseados em gestos de Libras (língua brasileira de sinais): para frente, para trás, para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo. Conforme ele mexe a mão adornada com a luva, os seis motores distribuídos em faixas no corpo de outra pessoa vibram. No caso do sinal para ir para frente, sente-se vibrações nos braços e, imediatamente depois, no centro (na barriga), dando a sensação instintiva de se movimentar para frente. A ideia é desenvolver uma linguagem de vibrações bem mais complexa e com um maior número de motores, podendo transmitir, inclusive, a amplitude do movimento. "Queremos saber qual é o limite dessa comunicação "crossmodal" [que cruza estímulos diferentes, um visual, o gesto, e outro tátil, a vibração] e depois associar a uma prótese", explica Jean de Abreu, 38, coordenador do núcleo de neuroengenharia da Unifesp e orientador do projeto. "Há um índice de rejeição à prótese, pois as pessoas não sentem que aquilo é parte delas. O nosso dispositivo quer criar uma associação entre o movimento da prótese com as vibrações, assim a pessoa não vai realmente sentir os dedos, mas vai sentir, pelas vibrações, a força que está fazendo", diz Jean. "É menos invasivo que um estímulo direto no cérebro, como tem sido estudado em animais." O projeto, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) está em desenvolvimento há um ano e Jean crê que em seis meses será possível começar a testar a prótese –que será criada por uma impressora 3D. No futuro, eles vislumbram a possibilidade de criar uma veste com os motores –mais práticos que as faixas e fios, que se embolaram todos quando a reportagem da Folha testou o aparelho– e substituir a luva com sensores pelas próteses. "Parece grande e desajeitado agora, mas é uma questão de refinamento", diz Mateus. Campuseiros curiosos rodeiam a demonstração do aparelho. Um deles dá seu pitaco: "Dá até para adestrar um animal com isso".
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Brasileiros criam luva para que pessoas se comuniquem por vibraçõesUm rapaz faz gestos usando uma luva preta com um sensor incrustado. Ao lado, uma pessoa com tiras presas ao corpo sente vibrações, ora nos braços, ora na barriga ou nas costas, de acordo com os movimentos da luva. A ideia é estabelecer uma comunicação. Trata-se de um projeto da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) apresentado nesta quarta-feira (27) na Campus Future, área gratuita da Campus Party –acampamento com palestras e workshops sobre tecnologia que acontece em São Paulo até domingo (31). O aparelho, composto por uma luva com sensores e várias fitas de velcro equipadas com motores conectados por diferentes fios coloridos a um outro dispositivo, parece complexo e pouco funcional. Mas o objetivo por trás de toda a aparelhagem é bastante simples: associar um gesto a um estímulo tátil, tornando possível que duas pessoas se comuniquem a distância, por exemplo. "O aparelho pode ser usado para uma pessoa muda ou com problemas de fala se comunicar com uma pessoa cega", explica Mateus Souza Franco, 22, estudante de engenharia de computação na Unifesp e membro do núcleo de neuroengenharia. Mateus criou um sistema de sinais simples baseados em gestos de Libras (língua brasileira de sinais): para frente, para trás, para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo. Conforme ele mexe a mão adornada com a luva, os seis motores distribuídos em faixas no corpo de outra pessoa vibram. No caso do sinal para ir para frente, sente-se vibrações nos braços e, imediatamente depois, no centro (na barriga), dando a sensação instintiva de se movimentar para frente. A ideia é desenvolver uma linguagem de vibrações bem mais complexa e com um maior número de motores, podendo transmitir, inclusive, a amplitude do movimento. "Queremos saber qual é o limite dessa comunicação "crossmodal" [que cruza estímulos diferentes, um visual, o gesto, e outro tátil, a vibração] e depois associar a uma prótese", explica Jean de Abreu, 38, coordenador do núcleo de neuroengenharia da Unifesp e orientador do projeto. "Há um índice de rejeição à prótese, pois as pessoas não sentem que aquilo é parte delas. O nosso dispositivo quer criar uma associação entre o movimento da prótese com as vibrações, assim a pessoa não vai realmente sentir os dedos, mas vai sentir, pelas vibrações, a força que está fazendo", diz Jean. "É menos invasivo que um estímulo direto no cérebro, como tem sido estudado em animais." O projeto, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) está em desenvolvimento há um ano e Jean crê que em seis meses será possível começar a testar a prótese –que será criada por uma impressora 3D. No futuro, eles vislumbram a possibilidade de criar uma veste com os motores –mais práticos que as faixas e fios, que se embolaram todos quando a reportagem da Folha testou o aparelho– e substituir a luva com sensores pelas próteses. "Parece grande e desajeitado agora, mas é uma questão de refinamento", diz Mateus. Campuseiros curiosos rodeiam a demonstração do aparelho. Um deles dá seu pitaco: "Dá até para adestrar um animal com isso".
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Desastre literal
Com o deslocamento da cultura visual da TV para a expressão escrita da internet, os índices de leitura no país devem ter dado um salto na última década e meia. Em termos de qualidade, porém, como sabe quem alguma vez entrou numa caixa de comentários de grande portal, o cenário está mais para desastre. As causas não são difíceis de achar, e não estão apenas nas escolas. Vejam a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, cuja edição de 2015 acaba de ser cancelada. A opção de governos, empresas e entidades que poderiam ajudar foi clara: em nome de uma economia mesquinha (o filme "Qualquer Gato Vira-Lata 2" custou mais que o dobro do que custaria o evento), abre-se mão de um dos poucos modelos vitoriosos que temos na formação de leitores. Os exemplos poderiam seguir ao infinito: da "pátria educadora" que deixou de comprar livros às goteiras da Biblioteca Nacional, do fascínio por celebridades ignorantes aos "guias de lazer" que dão dicas sobre brechós e passeios com o "pet", desconhecendo a hipótese de alguém preferir ler num sábado ou domingo, o futuro está contratado no que valorizamos no presente. Pensei nas consequências desse desprezo à atividade intelectual ao saber que Antonio Prata, colunista da Folha, foi processado por um texto obviamente satírico (http://goo.gl/751HQj). Também ao acompanhar a polêmica em torno de "A Mulher no Trem", peça do grupo Os Fofos Encenam suspensa depois de protestos pelo uso de "blackface" – o expediente de pintar de negro o rosto dos atores, que foi típico do teatro e cinema racistas nos Estados Unidos. Se a qualidade geral da leitura no país fosse outra, e houvesse mais familiaridade com as sutilezas da linguagem culta, seria fácil estranhar o uso que Prata fez de termos ofensivos como "crioléu" –e, em função desse deslocamento de tom, que soa extravagante nas páginas de um jornal dos nossos dias, notar a caricatura. Já o caso dos Fofos Encenam é mais complexo. Segundo o diretor Fernando Neves, a pintura dos rostos não é "blackface", e sim parte de uma tradição circense à qual seu trabalho se filia. A militância negra responde que, independentemente das intenções, o uso de um recurso assim em 2015 tem uma simbologia histórica que não pode ser ignorada. Os demais argumentos do debate foram bem resumidos num artigo de Eliane Brum no "El País" (http://goo.gl/EnPDKg). Mas o que me chamou a atenção foi outro aspecto, a par do confronto entre liberdade de expressão e direitos de um grupo discriminado desde sempre no país: em sua maioria ou totalidade, o ataque foi promovido por quem (como eu) não viu "A Mulher no Trem". Ou seja, o julgamento não se baseou no que ocorreu no palco, e sim numa ideia geral e corrente sobre o que é se expressar numa obra artística: a de que o dito num texto –ou mostrado num espetáculo– necessariamente se confunde com a opinião de quem escreve/encena. Em alguma medida, voltamos ao problema da qualidade da leitura. Desconsidera-se a ironia, a descrição crítica ou qualquer recurso que tire uma fala, uma imagem ou situação dramática de seu sentido literal. Exemplo insuspeito: de que modo um programa de TV racista que usa "blackface" –como o que aparece em "Bamboozled" (2000), filme do cineasta negro Spike Lee– poderia ser mostrado sem o uso de... "blackface"? Eu diria mais: no terreno da arte, mesmo o literalmente ofensivo pode ser válido. Estamos numa esfera simbólica em que o lado ruim da experiência humana vem à tona, e assim é possível conhecê-lo melhor, exorcizá-lo ou reagir como mandar nossa sensibilidade. Ou se tem liberdade para forçar tais limites, ou nos conformamos em repetir o senso comum –que muitas vezes é tão autoritário quanto bem-intencionado. É certo que isso tudo tem um preço, incluindo ações judiciais e boicotes legítimos de quem se sente ofendido. O artista tem de estar pronto para responder pelo que fez, desde que haja um entendimento mínimo sobre o objeto em debate: seu gênero, abordagem, contexto, as referências com as quais joga, o público a que se destina. Se uma das premissas é lida de forma errada, atribuindo-se sentido dramático ao que é cômico, real ao que é ficção e assim por diante, o resultado muda de modo grosseiro. O barulho daí surgido é parte da tragédia que vivemos, o hino real de um país que deu as costas para a educação de suas crianças –e, logo, para a cidadania dos seus adultos.
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Desastre literalCom o deslocamento da cultura visual da TV para a expressão escrita da internet, os índices de leitura no país devem ter dado um salto na última década e meia. Em termos de qualidade, porém, como sabe quem alguma vez entrou numa caixa de comentários de grande portal, o cenário está mais para desastre. As causas não são difíceis de achar, e não estão apenas nas escolas. Vejam a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, cuja edição de 2015 acaba de ser cancelada. A opção de governos, empresas e entidades que poderiam ajudar foi clara: em nome de uma economia mesquinha (o filme "Qualquer Gato Vira-Lata 2" custou mais que o dobro do que custaria o evento), abre-se mão de um dos poucos modelos vitoriosos que temos na formação de leitores. Os exemplos poderiam seguir ao infinito: da "pátria educadora" que deixou de comprar livros às goteiras da Biblioteca Nacional, do fascínio por celebridades ignorantes aos "guias de lazer" que dão dicas sobre brechós e passeios com o "pet", desconhecendo a hipótese de alguém preferir ler num sábado ou domingo, o futuro está contratado no que valorizamos no presente. Pensei nas consequências desse desprezo à atividade intelectual ao saber que Antonio Prata, colunista da Folha, foi processado por um texto obviamente satírico (http://goo.gl/751HQj). Também ao acompanhar a polêmica em torno de "A Mulher no Trem", peça do grupo Os Fofos Encenam suspensa depois de protestos pelo uso de "blackface" – o expediente de pintar de negro o rosto dos atores, que foi típico do teatro e cinema racistas nos Estados Unidos. Se a qualidade geral da leitura no país fosse outra, e houvesse mais familiaridade com as sutilezas da linguagem culta, seria fácil estranhar o uso que Prata fez de termos ofensivos como "crioléu" –e, em função desse deslocamento de tom, que soa extravagante nas páginas de um jornal dos nossos dias, notar a caricatura. Já o caso dos Fofos Encenam é mais complexo. Segundo o diretor Fernando Neves, a pintura dos rostos não é "blackface", e sim parte de uma tradição circense à qual seu trabalho se filia. A militância negra responde que, independentemente das intenções, o uso de um recurso assim em 2015 tem uma simbologia histórica que não pode ser ignorada. Os demais argumentos do debate foram bem resumidos num artigo de Eliane Brum no "El País" (http://goo.gl/EnPDKg). Mas o que me chamou a atenção foi outro aspecto, a par do confronto entre liberdade de expressão e direitos de um grupo discriminado desde sempre no país: em sua maioria ou totalidade, o ataque foi promovido por quem (como eu) não viu "A Mulher no Trem". Ou seja, o julgamento não se baseou no que ocorreu no palco, e sim numa ideia geral e corrente sobre o que é se expressar numa obra artística: a de que o dito num texto –ou mostrado num espetáculo– necessariamente se confunde com a opinião de quem escreve/encena. Em alguma medida, voltamos ao problema da qualidade da leitura. Desconsidera-se a ironia, a descrição crítica ou qualquer recurso que tire uma fala, uma imagem ou situação dramática de seu sentido literal. Exemplo insuspeito: de que modo um programa de TV racista que usa "blackface" –como o que aparece em "Bamboozled" (2000), filme do cineasta negro Spike Lee– poderia ser mostrado sem o uso de... "blackface"? Eu diria mais: no terreno da arte, mesmo o literalmente ofensivo pode ser válido. Estamos numa esfera simbólica em que o lado ruim da experiência humana vem à tona, e assim é possível conhecê-lo melhor, exorcizá-lo ou reagir como mandar nossa sensibilidade. Ou se tem liberdade para forçar tais limites, ou nos conformamos em repetir o senso comum –que muitas vezes é tão autoritário quanto bem-intencionado. É certo que isso tudo tem um preço, incluindo ações judiciais e boicotes legítimos de quem se sente ofendido. O artista tem de estar pronto para responder pelo que fez, desde que haja um entendimento mínimo sobre o objeto em debate: seu gênero, abordagem, contexto, as referências com as quais joga, o público a que se destina. Se uma das premissas é lida de forma errada, atribuindo-se sentido dramático ao que é cômico, real ao que é ficção e assim por diante, o resultado muda de modo grosseiro. O barulho daí surgido é parte da tragédia que vivemos, o hino real de um país que deu as costas para a educação de suas crianças –e, logo, para a cidadania dos seus adultos.
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Leonardo Padura investiga judaísmo em novo livro, 'Hereges'
Um menino de nove anos assiste, do porto de Havana, à chegada de um navio com seus pais e sua irmã, judeus da Polônia que, perseguidos, fugiram de seu país em 1939. O Saint Louis atraca, mas só 28 dos 937 refugiados que haviam zarpado duas semanas antes de Hamburgo, na Alemanha, descem. Cuba, país para onde desejavam emigrar –ou de onde partiriam para os EUA ou o Canadá–, rejeita a entrada dos imigrantes, inclusive a família do rapaz. Durante seis dias, parentes esperam no porto, acompanhando negociações entre autoridades e passageiros com a esperança de rever seus familiares. Alguns alugam botes para chegar ao transatlântico e acenar para seus parentes na balaustrada do navio. No sétimo dia, porém, os imigrantes são definitivamente rejeitados, destinados a voltar à Europa para uma morte quase certa. A história, verdadeira, é ponto de partida para o romance "Hereges", novo do escritor cubano Leonardo Padura, colunista da Folha, que participará na sexta (25) de debate em São Paulo, no qual lançará o livro (leia ao lado). A rejeição dos refugiados por Cuba em 1939 lembra a reação europeia na atual crise imigratória que o continente enfrenta, a maior desde a Segunda Guerra. "A história trágica do Saint Louis é só uma entre muitas ao longo da história", avalia Padura. "O que fez dela significativa para mim é o fato de Cuba ter se envolvido em um episódio tão lamentável e obscuro, quando sempre foi um país que recebeu imigrantes –embora, claro, houvesse discriminação racial e social." Assim como estudou a vida do revolucionário russo Leon Trótski para o romance histórico "O Homem que Amava os Cachorros" (2013), Padura mergulhou na história e na cultura judaicas para escrever "Hereges". O livro é dividido em quatro partes. A primeira começa com o Saint Louis e desemboca na trama de Daniel Kaminsky, o menino que espera no porto e, depois, busca uma pintura de Rembrandt que pertencia à família –a origem do quadro é contada na segunda parte. Já a terceira, em 2008, mescla as reflexões melancólicas do ex-policial Mario Conde, personagem recorrente nos livros policiais de Padura, à vida de uma menina emo –moda emotiva dos adolescentes em que Padura enxergou "uma filosofia da relação entre o espírito e o corpo". A quarta parte, por fim, amarra todas as tramas. O fio condutor entre elas é a liberdade e a heresia, como antecipa o nome do livro. No dia em que Daniel perde a esperança de ver os pais, abandona a "disposição de acreditar, sem a qual o ser humano perde a inocência da infância" e "a candura da fé". A partir daí, o menino chamado por amigos de "polaco" rejeita o judaísmo e vira um verdadeiro cubano, amante de beisebol e feijão-preto. Anos mais tarde, o filho de Daniel decide investigar a história do pai, e a fé que tem nele é posta à prova –para recuperar a pintura, teria sido capaz de matar um homem? O detetive Conde, por sua vez, descobre que para os emos o importante é "não acreditar em nada", "uma ausência voluntária de fé". Padura se qualifica não como um herege, mas como um "heterodoxo, alguém que não compartilha as ortodoxias rígidas". "A heresia é o direito do homem de não acreditar no estabelecido, de saltar por cima das ortodoxias dominantes. Ao exercer esse direito, o homem às vezes paga um preço", afirma. "Sem heresias, o pensamento universal e a civilização não teriam progredido. A obediência e a resignação são boas para a paz, mas más para o progresso. Mais que a falta de fé, o que o herege proclama é outra fé." HEREGES AUTOR Leonardo Padura TRADUÇÃO Ari Roitman e Paulina Wacht EDITORA Boitempo QUANTO R$ 56
ilustrada
Leonardo Padura investiga judaísmo em novo livro, 'Hereges'Um menino de nove anos assiste, do porto de Havana, à chegada de um navio com seus pais e sua irmã, judeus da Polônia que, perseguidos, fugiram de seu país em 1939. O Saint Louis atraca, mas só 28 dos 937 refugiados que haviam zarpado duas semanas antes de Hamburgo, na Alemanha, descem. Cuba, país para onde desejavam emigrar –ou de onde partiriam para os EUA ou o Canadá–, rejeita a entrada dos imigrantes, inclusive a família do rapaz. Durante seis dias, parentes esperam no porto, acompanhando negociações entre autoridades e passageiros com a esperança de rever seus familiares. Alguns alugam botes para chegar ao transatlântico e acenar para seus parentes na balaustrada do navio. No sétimo dia, porém, os imigrantes são definitivamente rejeitados, destinados a voltar à Europa para uma morte quase certa. A história, verdadeira, é ponto de partida para o romance "Hereges", novo do escritor cubano Leonardo Padura, colunista da Folha, que participará na sexta (25) de debate em São Paulo, no qual lançará o livro (leia ao lado). A rejeição dos refugiados por Cuba em 1939 lembra a reação europeia na atual crise imigratória que o continente enfrenta, a maior desde a Segunda Guerra. "A história trágica do Saint Louis é só uma entre muitas ao longo da história", avalia Padura. "O que fez dela significativa para mim é o fato de Cuba ter se envolvido em um episódio tão lamentável e obscuro, quando sempre foi um país que recebeu imigrantes –embora, claro, houvesse discriminação racial e social." Assim como estudou a vida do revolucionário russo Leon Trótski para o romance histórico "O Homem que Amava os Cachorros" (2013), Padura mergulhou na história e na cultura judaicas para escrever "Hereges". O livro é dividido em quatro partes. A primeira começa com o Saint Louis e desemboca na trama de Daniel Kaminsky, o menino que espera no porto e, depois, busca uma pintura de Rembrandt que pertencia à família –a origem do quadro é contada na segunda parte. Já a terceira, em 2008, mescla as reflexões melancólicas do ex-policial Mario Conde, personagem recorrente nos livros policiais de Padura, à vida de uma menina emo –moda emotiva dos adolescentes em que Padura enxergou "uma filosofia da relação entre o espírito e o corpo". A quarta parte, por fim, amarra todas as tramas. O fio condutor entre elas é a liberdade e a heresia, como antecipa o nome do livro. No dia em que Daniel perde a esperança de ver os pais, abandona a "disposição de acreditar, sem a qual o ser humano perde a inocência da infância" e "a candura da fé". A partir daí, o menino chamado por amigos de "polaco" rejeita o judaísmo e vira um verdadeiro cubano, amante de beisebol e feijão-preto. Anos mais tarde, o filho de Daniel decide investigar a história do pai, e a fé que tem nele é posta à prova –para recuperar a pintura, teria sido capaz de matar um homem? O detetive Conde, por sua vez, descobre que para os emos o importante é "não acreditar em nada", "uma ausência voluntária de fé". Padura se qualifica não como um herege, mas como um "heterodoxo, alguém que não compartilha as ortodoxias rígidas". "A heresia é o direito do homem de não acreditar no estabelecido, de saltar por cima das ortodoxias dominantes. Ao exercer esse direito, o homem às vezes paga um preço", afirma. "Sem heresias, o pensamento universal e a civilização não teriam progredido. A obediência e a resignação são boas para a paz, mas más para o progresso. Mais que a falta de fé, o que o herege proclama é outra fé." HEREGES AUTOR Leonardo Padura TRADUÇÃO Ari Roitman e Paulina Wacht EDITORA Boitempo QUANTO R$ 56
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Alternativas à prisão
O governo do Estado de São Paulo continua às voltas com uma deficiência grave: a superlotação de prisões. Até mesmo locais de detenção inaugurados em anos recentes abrigam mais presos do que foram projetados para comportar. A situação irregular tornou-se evidente sábado (20) em reportagem da Folha: dos 20 estabelecimentos prisionais que passaram a funcionar desde 2010, há 18 cuja população já ultrapassou a capacidade prevista. E as duas exceções, em Piracicaba e Florínea, só não têm excesso porque entraram em operação há poucos meses. As duas dezenas de penitenciárias masculinas e femininas, CDPs (Centros de Detenção Provisória) e CPPs (Centros de Progressão Penitenciária) contam com 17.613 vagas e 26.872 detidos, um excedente de 53%. A pior situação se observa em Capela do Alto, unidade que acumula 1.935 presos nas 847 vagas para as quais foi construída. A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) pondera que criou mais de 26 mil vagas, desde 2010, e que outros 18 presídios se encontram em construção, com prazo de conclusão em 2018 e investimento de R$ 883,7 milhões. O contínuo aumento da demanda por vagas, alega-se, decorre de uma política rigorosa de segurança que tem diminuído os índices de criminalidade. São fatos: no primeiro semestre de 2016 o número de vítimas de homicídio recuou 12%, um índice de 8,56 por 100 mil paulistas (um terço da média nacional de 29,1/100 mil); a taxa de encarceramento no Estado, por sua vez, é de cerca de 500 presos por 100 mil habitantes (a cifra brasileira se acha em 306/100 mil). Ocorre que em São Paulo, como em todo o Brasil, a superpopulação é em grande parte evitável. Cerca de 40% do contingente encarcerado se compõe de presos provisórios, sem sentença definitiva. Estima-se que 5% estejam aprisionados de maneira indevida. Além disso, também é da ordem de 40% a proporção dos condenados e acusados por crimes contra o patrimônio, sem envolver violência ou grave ameaça a outrem. São detentos que não deveriam estar ali. No caso dos provisórios e dos presos irregularmente, trata-se de vítimas da ineficiência do Judiciário, cuja lentidão prolonga sua permanência em prisões dominadas pelo crime organizado. Os tribunais deveriam também contemplar com maior abrangência, para crimes não violentos, penas alternativas como multas e restrições de direitos (a viajar, por exemplo). Seria mais barato –e menos arriscado– do que amontoá-los em celas com os facínoras. [email protected]
opiniao
Alternativas à prisãoO governo do Estado de São Paulo continua às voltas com uma deficiência grave: a superlotação de prisões. Até mesmo locais de detenção inaugurados em anos recentes abrigam mais presos do que foram projetados para comportar. A situação irregular tornou-se evidente sábado (20) em reportagem da Folha: dos 20 estabelecimentos prisionais que passaram a funcionar desde 2010, há 18 cuja população já ultrapassou a capacidade prevista. E as duas exceções, em Piracicaba e Florínea, só não têm excesso porque entraram em operação há poucos meses. As duas dezenas de penitenciárias masculinas e femininas, CDPs (Centros de Detenção Provisória) e CPPs (Centros de Progressão Penitenciária) contam com 17.613 vagas e 26.872 detidos, um excedente de 53%. A pior situação se observa em Capela do Alto, unidade que acumula 1.935 presos nas 847 vagas para as quais foi construída. A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) pondera que criou mais de 26 mil vagas, desde 2010, e que outros 18 presídios se encontram em construção, com prazo de conclusão em 2018 e investimento de R$ 883,7 milhões. O contínuo aumento da demanda por vagas, alega-se, decorre de uma política rigorosa de segurança que tem diminuído os índices de criminalidade. São fatos: no primeiro semestre de 2016 o número de vítimas de homicídio recuou 12%, um índice de 8,56 por 100 mil paulistas (um terço da média nacional de 29,1/100 mil); a taxa de encarceramento no Estado, por sua vez, é de cerca de 500 presos por 100 mil habitantes (a cifra brasileira se acha em 306/100 mil). Ocorre que em São Paulo, como em todo o Brasil, a superpopulação é em grande parte evitável. Cerca de 40% do contingente encarcerado se compõe de presos provisórios, sem sentença definitiva. Estima-se que 5% estejam aprisionados de maneira indevida. Além disso, também é da ordem de 40% a proporção dos condenados e acusados por crimes contra o patrimônio, sem envolver violência ou grave ameaça a outrem. São detentos que não deveriam estar ali. No caso dos provisórios e dos presos irregularmente, trata-se de vítimas da ineficiência do Judiciário, cuja lentidão prolonga sua permanência em prisões dominadas pelo crime organizado. Os tribunais deveriam também contemplar com maior abrangência, para crimes não violentos, penas alternativas como multas e restrições de direitos (a viajar, por exemplo). Seria mais barato –e menos arriscado– do que amontoá-los em celas com os facínoras. [email protected]
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Amadores encenam 'O Sol é para Todos' em cidade natal de Harper Lee
Todo ano, em abril e maio, durante a "temporada de peças", como os moradores dizem, os hotéis desta cidade de 6.300 habitantes costumam lotar nos fins de semana. Filas se formam nos restaurantes, e os ônibus que trazem os turistas enchem a estrada. Durante quase todos os 26 anos em que ela foi produzida, a peça "O sol é para todos" ("To Kill a Mockingbird") foi um sucesso aqui na cidade natal de sua autora, Harper Lee. Amadores reencenam a novela como uma peça na frente e dentro do tribunal onde um dia trabalhou o pai de Lee, o advogado que ela moldou em Atticus Finch. Mas neste ano as 18 apresentações tiveram os ingressos esgotados em cinco dias -um sucesso que os organizadores atribuem ao entusiasmo pelo fato de que Lee, 88, publicará um segundo romance em meados do ano, "Go Set a Watchman" ("Vá destacar um vigia"). "É a melhor temporada da cidade", disse Sandy Smith, diretora-executiva da Câmara de Comércio do Condado de Monroe. A adaptação para o teatro de Christopher Sergel é fiel ao retrato feito por Lee do racismo impiedoso no Alabama dos anos 1930, e os moradores ao longo dos anos já a apresentaram em lugares distantes como Israel e China. Mas na noite de estreia desta temporada eles a interpretaram como fazem há tempo no tribunal de Monroe County, onde o público se senta em bancos ou assiste em pé, no fundo, exatamente como Lee descreve o tribunal no capítulo 16 de seu romance. Atticus Finch sentava-se com o braço ao redor do acusado, Tom Robinson. No balcão, uma mulher negra cantava uma súplica chorosa pela libertação de seu povo. Jem, filho mais velho de Atticus Finch, era corajoso e responsável. "Eu gosto do modo como influenciamos as pessoas", disse Gaines Downing, 15, um estudante colegial que faz o papel de Jem e é um dos 52 membros do elenco. "Gosto do modo como disseminamos a mensagem da igualdade." O público incluía um ônibus cheio vindo de Florence, Alabama, cinco horas ao norte, e gente do Texas, Indiana, Flórida, Louisiana e, como costuma acontecer, alguns visitantes internacionais. Goran e Katarina Olsson Trampe, de Mariestad, Suécia, estavam em excursão pelo sul dos Estados Unidos e decidiram ver o espetáculo depois que estava esgotado; mas os deixaram entrar quando disseram a distância que tinham viajado. Porém, Lee, que mora em um asilo a 3 quilômetros do tribunal, nunca assistiu à peça, segundo a direção do Museu do Patrimônio do Condado de Monroe. O museu produziu a peça todos os anos, mas no próximo entregará a produção a uma entidade sem fins lucrativos que a autora fundou depois de uma disputa por licenciamento. O Simpósio de Escritores do Alabama também atrai uma multidão para a cidade, que se intitula a Capital Literária do Alabama, por causa de Lee e porque Truman Capote, seu amigo, morou lá quando criança. Smith estima que os hotéis devam faturar US$ 200 mil (R$ 600 mil) na temporada teatral. Na Ol' Curiosities and Book Shoppe (loja de curiosidades e livraria), o dono, Spencer Madrie, encomendou 5.000 exemplares de "Go Set a Watchman". Como há grande demanda por um exemplar vindo de Monroeville —que incluirá um selo dourado—, ele disse que espera encomendar pelo menos 15 mil livros até julho. "As pessoas vêm aqui com ou sem a peça", disse Sandy Smith. "O bom da peça é que é um foco concentrado. Cerca de mil pessoas por semana vêm para cá. Sem a peça, as pessoas vêm, mas não nesse nível." Cidade do Alabama relembra um duro retrato de si mesma.
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Amadores encenam 'O Sol é para Todos' em cidade natal de Harper LeeTodo ano, em abril e maio, durante a "temporada de peças", como os moradores dizem, os hotéis desta cidade de 6.300 habitantes costumam lotar nos fins de semana. Filas se formam nos restaurantes, e os ônibus que trazem os turistas enchem a estrada. Durante quase todos os 26 anos em que ela foi produzida, a peça "O sol é para todos" ("To Kill a Mockingbird") foi um sucesso aqui na cidade natal de sua autora, Harper Lee. Amadores reencenam a novela como uma peça na frente e dentro do tribunal onde um dia trabalhou o pai de Lee, o advogado que ela moldou em Atticus Finch. Mas neste ano as 18 apresentações tiveram os ingressos esgotados em cinco dias -um sucesso que os organizadores atribuem ao entusiasmo pelo fato de que Lee, 88, publicará um segundo romance em meados do ano, "Go Set a Watchman" ("Vá destacar um vigia"). "É a melhor temporada da cidade", disse Sandy Smith, diretora-executiva da Câmara de Comércio do Condado de Monroe. A adaptação para o teatro de Christopher Sergel é fiel ao retrato feito por Lee do racismo impiedoso no Alabama dos anos 1930, e os moradores ao longo dos anos já a apresentaram em lugares distantes como Israel e China. Mas na noite de estreia desta temporada eles a interpretaram como fazem há tempo no tribunal de Monroe County, onde o público se senta em bancos ou assiste em pé, no fundo, exatamente como Lee descreve o tribunal no capítulo 16 de seu romance. Atticus Finch sentava-se com o braço ao redor do acusado, Tom Robinson. No balcão, uma mulher negra cantava uma súplica chorosa pela libertação de seu povo. Jem, filho mais velho de Atticus Finch, era corajoso e responsável. "Eu gosto do modo como influenciamos as pessoas", disse Gaines Downing, 15, um estudante colegial que faz o papel de Jem e é um dos 52 membros do elenco. "Gosto do modo como disseminamos a mensagem da igualdade." O público incluía um ônibus cheio vindo de Florence, Alabama, cinco horas ao norte, e gente do Texas, Indiana, Flórida, Louisiana e, como costuma acontecer, alguns visitantes internacionais. Goran e Katarina Olsson Trampe, de Mariestad, Suécia, estavam em excursão pelo sul dos Estados Unidos e decidiram ver o espetáculo depois que estava esgotado; mas os deixaram entrar quando disseram a distância que tinham viajado. Porém, Lee, que mora em um asilo a 3 quilômetros do tribunal, nunca assistiu à peça, segundo a direção do Museu do Patrimônio do Condado de Monroe. O museu produziu a peça todos os anos, mas no próximo entregará a produção a uma entidade sem fins lucrativos que a autora fundou depois de uma disputa por licenciamento. O Simpósio de Escritores do Alabama também atrai uma multidão para a cidade, que se intitula a Capital Literária do Alabama, por causa de Lee e porque Truman Capote, seu amigo, morou lá quando criança. Smith estima que os hotéis devam faturar US$ 200 mil (R$ 600 mil) na temporada teatral. Na Ol' Curiosities and Book Shoppe (loja de curiosidades e livraria), o dono, Spencer Madrie, encomendou 5.000 exemplares de "Go Set a Watchman". Como há grande demanda por um exemplar vindo de Monroeville —que incluirá um selo dourado—, ele disse que espera encomendar pelo menos 15 mil livros até julho. "As pessoas vêm aqui com ou sem a peça", disse Sandy Smith. "O bom da peça é que é um foco concentrado. Cerca de mil pessoas por semana vêm para cá. Sem a peça, as pessoas vêm, mas não nesse nível." Cidade do Alabama relembra um duro retrato de si mesma.
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EUA pedem consenso global para combater crimes virtuais
Os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira (25) um consenso internacional para enfrentar a ameaça crescente de crimes virtuais em serviços financeiros e outros setores, dizendo que sozinhos os governos não conseguem acabar com o problema. "Nós temos que desenvolver consenso sobre maneiras de responder a essa ameaça", disse a subsecretária do Tesouro dos EUA, Sarah Bloom Raskin, durante a conferência CityWeek, em Londres. Para ela, as companhias precisam agir mais para ajudar os governos a lidar com o problema. Qualquer solução ficará aquém do ideal caso os governos atuem sozinhos com a ajuda do setor de serviços financeiros, disse Raskin. Alcançar um estado de segurança virtual absoluta é uma meta irrealizável. "Cada um de nós deve reconhecer que este risco é talvez o risco operacional mais urgente de nossos tempos", disse a subsecretária.
tec
EUA pedem consenso global para combater crimes virtuaisOs Estados Unidos pediram nesta quarta-feira (25) um consenso internacional para enfrentar a ameaça crescente de crimes virtuais em serviços financeiros e outros setores, dizendo que sozinhos os governos não conseguem acabar com o problema. "Nós temos que desenvolver consenso sobre maneiras de responder a essa ameaça", disse a subsecretária do Tesouro dos EUA, Sarah Bloom Raskin, durante a conferência CityWeek, em Londres. Para ela, as companhias precisam agir mais para ajudar os governos a lidar com o problema. Qualquer solução ficará aquém do ideal caso os governos atuem sozinhos com a ajuda do setor de serviços financeiros, disse Raskin. Alcançar um estado de segurança virtual absoluta é uma meta irrealizável. "Cada um de nós deve reconhecer que este risco é talvez o risco operacional mais urgente de nossos tempos", disse a subsecretária.
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Final do Aberto da Austrália e clássico inglês são destaques do esporte na TV
7h - Austrália x Coreia do Sul, Copa da Ásia, SporTV 8h - Maria Sharapova x Serena Williams, Aberto da Austrália, tênis, ESPN 12h30 - Hull City x Leicester, Campeonato Inglês, ESPN Brasil 14h30 - Stuttgart x Borussia Mönchengladbach, Campeonato Alemão, ESPN + 15h - Manchester United x Leicester, Campeonato Inglês, ESPN Brasil 15h - Genoa x Fiorentina, Campeonato Italiano, Fox Sports 2 15h30 - Chelsea x Manchester City, Campeonato Inglês, Fox Sports 15h30 - Olympique de Marselha x Evian, Campeonato Francês, ESPN 17h - Benfica x Boavista, Campeonato Português, ESPN Brasil 17h30 - Bayer Leverkusen x Borussia Dortmund, Campeonato Alemão, ESPN 17h30 - PSV Eindhoven x Willem, Campeonato Holandês, ESPN + 17h45 - Roma x Empoli, Campeonato Italiano, Fox Sports 21h30 - Campinas x Minas, Superliga masculina, vôlei, SporTV 2 0h - Brasil x Panamá, eliminatórias do Mundial de futebol americano, ESPN +
esporte
Final do Aberto da Austrália e clássico inglês são destaques do esporte na TV7h - Austrália x Coreia do Sul, Copa da Ásia, SporTV 8h - Maria Sharapova x Serena Williams, Aberto da Austrália, tênis, ESPN 12h30 - Hull City x Leicester, Campeonato Inglês, ESPN Brasil 14h30 - Stuttgart x Borussia Mönchengladbach, Campeonato Alemão, ESPN + 15h - Manchester United x Leicester, Campeonato Inglês, ESPN Brasil 15h - Genoa x Fiorentina, Campeonato Italiano, Fox Sports 2 15h30 - Chelsea x Manchester City, Campeonato Inglês, Fox Sports 15h30 - Olympique de Marselha x Evian, Campeonato Francês, ESPN 17h - Benfica x Boavista, Campeonato Português, ESPN Brasil 17h30 - Bayer Leverkusen x Borussia Dortmund, Campeonato Alemão, ESPN 17h30 - PSV Eindhoven x Willem, Campeonato Holandês, ESPN + 17h45 - Roma x Empoli, Campeonato Italiano, Fox Sports 21h30 - Campinas x Minas, Superliga masculina, vôlei, SporTV 2 0h - Brasil x Panamá, eliminatórias do Mundial de futebol americano, ESPN +
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Em ano de crise econômica, Flip terá seu menor orçamento em uma década
A 13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começa na próxima quarta-feira (1º) com seu menor orçamento em uma década, de R$ 7,4 milhões. Com a redução nas verbas, o evento de abertura pela primeira vez terá como atração principal do show um artista local, Luís Perequê, em vez de atrações como Gal Costa, Gilberto Gil e Lenine, que se apresentaram em anos anteriores. O encontro acontecerá numa Paraty mais vazia do que o habitual. Enquanto em anos anteriores a ocupação de quartos na cidade chegou a 95%, segundo a empresa Paraty Tours, neste ano a previsão é de algo em torno de 70%. A crise econômica também tem efeitos menos visíveis para o público. O tradicional almoço de recepção aos autores –oferecido pelo príncipe dom João de Orleans e Bragança, morador de Paraty– neste ano foi rebaixado a coquetel por falta de patrocínio. Outros cortes, pelas beiradas, foram feitos nas equipes externas, contratadas por prazos menores ou com atribuições transferidas para a equipe da Casa Azul, organizadora do evento. Embora a Flip tenha atingido a meta de captação anunciada em junho, esta é inferior a de 2006, que foi de R$ 7,5 mi (valor atualizado pela inflação). A Flip não divulgou o orçamento dos anos anteriores a 2006. Em 2012, chegou a custar R$ 10,3 mi. Dos R$ 7,4 mi deste ano, a Flip tem captação prevista de R$ 4,3 mi via Lei Rouanet –até o momento, os patrocinadores depositaram R$ 2 mi, segundo o sistema de acompanhamento do Ministério da Cultura, o Salic, mas podem fazê-lo até dezembro. "Conseguimos captar o que tínhamos como expectativa. Não é o que a Casa Azul [organizadora da Flip] deveria captar para todos os seus projetos com a comunidade, deveria ser mais, mas foi o possível diante do cenário atual", diz o arquiteto Mauro Munhoz, diretor da associação. Segundo ele, são esses projetos, como o apoio que a Casa Azul daria para a implantação de uma biblioteca parque estadual na cidade, os mais afetados. "Foi uma decisão difícil. Se você tem uma interrupção nesses trabalhos de permanência, que atravessam os anos, eles podem ser prejudicados. Mas o trabalho de captação é contínuo, o importante é que a interrupção não seja longa", diz o arquiteto. A mais antiga editora parceira da Flip, a Companhia das Letras, também aboliu neste ano sua tradicional festa durante o evento em Paraty. MESMO NÍVEL Apesar dos cortes deste ano, a programação da Flip não foi afetada, com o mesmo número de autores de edições anteriores. São 17 internacionais, como o italiano Roberto Saviano e o irlandês Colm Tóibín, e 25 nacionais, como José Ramos Tinhorão e Hermínio Bello de Carvalho. "Não abrimos mão de nada do ponto de vista do que o público recebe como experiência cultural", diz Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, que organiza o evento. Segundo o tradutor e editor Paulo Werneck, 37, curador da programação principal desde o ano passado, não houve nenhuma orientação no sentido de reduzir gastos. "Temos um grupo interessante de escritores reunidos, incluindo dez poetas de língua portuguesa. Não creio que vão ficar chorando pela crise, e sim fornecer as respostas que a arte dá à crise." O interesse do homenageado desta edição, Mário de Andrade, pela música levou a curadoria a priorizar vários pesquisadores da área e compositores, como Tinhorão, Jorge Mautner e Arnaldo Antunes. Os escritores não recebem cachê do evento –a Flip paga apenas passagem, hospedagem e alimentação; em alguns casos, as editoras pagam extras. O show de abertura, no entanto, sempre teve cachês de, em média, R$ 30 mil –a exceção foi Gilberto Gil, que recebeu R$ 50 mil para a apresentação de 2013. Em maio, ao anunciar sua programação, a Flip quebrou a tradição de divulgar ao mesmo tempo o show de abertura. Àquela altura, a organização não sabia ainda se conseguiria captar os R$ 7,4 milhões e chegou a cogitar abrir mão do espetáculo. Só na semana passada foi anunciado que o paratiense Luís Perequê, que já abriu para Luiz Melodia e Gil no evento, faria desta vez o comando do show, tendo como convidados artistas locais e a cantora paulistana Dani Lasalvia. Perequê receberá pouco mais de R$ 10 mil. "Fui escolhido porque eles já conhecem o meu trabalho e porque sou de Paraty. Mas é claro que há uma questão econômica. Estamos numa crise incrível e a Flip precisou enxugar os cachês. A gente não pode esperar que um artista regional receba o mesmo que Gil e Gal", diz ele. Com a perda de apoiadores como a Oi, mais ingressos foram colocados à venda, já que foi reduzida a cota de patrocinadores. Os ingressos para o público passaram de 13 mil em 2014 para 14 mil neste ano, com o valor reajustado de R$ 46 para R$ 50. Segundo Munhoz, foi por esse aumento no número de ingressos que as mesas demoraram mais a terem lotação esgotada. Em 2014, as entradas acabaram em dois dias. Nesta sexta (26), havia ainda tíquetes para oito mesas, incluindo a do dramaturgo britânico David Hare e a de José Miguel Wisnik sobre Mário de Andrade. Veja a seguir a programação completa da Tenda dos Autores, o principal espaço de debate da Flip TENDA DOS AUTORES QUARTA (1º/7) 19h - Sessão de abertura: as margens de Mário Beatriz Sarlo ensaísta argentina, autora de "Viagens - Da Amazônia às Malvinas" (e-book da e-galáxia) Eliane Robert Moraes professora de literatura brasileira na USP, lança "Antologia da Poesia Erótica Brasileira" (Ateliê) Eduardo Jardim filósofo, autor de "Eu Sou Trezentos" (Edições de Janeiro), biografia de Mário de Andrade QUINTA (2/7) 10h - Mesa 1 A Cidade e o Território Antônio Risério antropólogo e escritor, autor de "A Cidade no Brasil" (ed. 34) Eucanaã Ferraz poeta e professor de literatura brasileira na UFRJ, lançou neste ano "Escuta" (Companhia das Letras) 12h - Mesa Zé Kleber Geovani Martins, Deocleciano Moura Faião e Katjusch Hoe; artistas revelados em oficinas de poesia, fotografia e edição promovidas no Rio pelo Laboratório Setor X no Complexo do Alemão, na Rocinha e na Biblioteca Parque de Manguinhos 15h - MESA 2 De Micróbios e Soldados Diego Vecchio escritor argentino, lança em junho o livro "Micróbios" (Cosac Naify) Sasa Stanisic escritor bósnio, lança "Antes da Festa" (Foz) 17h15 - Mesa 3 A Poesia em 2015 Matilde Campilho poeta portuguesa, publica agora no Brasil "Jóquei" (34) Mariano Marovatto compositor e poeta, autor de "Mulheres Feias de Patins" (7Letras, 2012) 19h30 - Mesa 4 Encontro com Colm Tóibín romancista irlandês; seu mais recente romance, "Nora Webster" (Companhia das Letras) 21h30 - Mesa 5 Do Angu ao Kaos Jorge Mautner compositor e poeta; a Companhia das Letras publica no ano que vem uma coletânea com textos inéditos do artista Marcelino Freire escritor, publicou o romance "Nossos Ossos" (Record, 2013) SEXTA (3/7) 10h - Mesa 6 Encontro com Boris Fausto Um dos principais historiadores do país, publicou no começo do ano o diário "O Brilho do Bronze" (Cosac Naify) 12h - Mesa 7 São Paulo! Comoção de Minha Vida... Roberto Pompeu de Toledo jornalista, colunista da revista "Veja", publica "A Capital da Vertigem" (Objetiva) Carlos Augusto Calil ensaísta e professor do departamento de cinema da USP; é organizador do volume "O Cinema no Século" (Companhia das Letras), coletânea de críticas de Paulo Emílio Sales Gomes 13h30 - Mesa Bônus Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling autoras de "Brasil, uma Biografia" 13h30 - Mesa Bônus Brasil: Uma Aula Heloisa M. Starling historiadora, professora da UFMG Lilia M. Schwarcz antropóloga, professora da USP 15h - Mesa 8 As Ilusões da Mente Eduardo Giannetti economista e colunista da Folha, autor de "A Ilusão da Alma" (Companhia das Letras, 2010) Sidarta Ribeiro professor titular de neurociência da UFRN. 17h15 - Mesa 9 Escrever ao Sul Ngugi wa Thiong'o escritor queniano, autor de "Um Grão de Trigo", que a Alfaguara publica ainda nesta ano Richard Flanagan escritor australiano, vencedor do Man Booker Prize em 2014 pelo romance "O Caminho Estreito para os Confins do Norte" (Biblioteca Azul), previsto para junho no Brasil 19h30 - Mesa 10 Amar, Verbo Transitivo Ana Luisa Escorel designer e escritora, publicou "Anel de Vidro" (Ouro sobre Azul) Ayelet Waldman romancista e ensaísta israelense, autora de "Amor e Memória" (Casa da Palavra) 21h30 - Mesa 11 Os Imoraes Eliane Robert Moraes professora de literatura brasileira na USP, lança "Sade - A Felicidade Libertina" (Iluminuras) Reinaldo Moraes escritor, autor de "Pornopopeia" (Objetiva, 2009) SÁBADO (4/7) 10h - Mesa 12 Turistas Aprendizes Beatriz Sarlo ensaísta argentina, autora de "Viagens - Da Amazônia às Malvinas" (e-book da e-galáxia) Alexandra Lucas Coelho jornalista e escritora portuguesa, autora de "Viva México" (Tinta da China) 12h - Mesa 13 Encontro com David Hare dramaturgo britânico, autor das peças "The Absence of War" e "Plenty" 15h - Mesa 14 De Balões e Blasfêmias Riad Sattouf cartunista francês, ex-colaborador do jornal parisiense "Charlie Hebdo", autor de "O Árabe do Futuro" (Intrínseca) Rafael Campos Rocha ilustrador e cartunista, publicou "Deus Essa Gostosa" (Companhia das Letras, 2012) 17h15 - Mesa 15 Os Homens que Calculavam Artur Ávila matemático, primeiro brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o "Nobel de Matemática" Edward Frenkel matemático russo-americano, escreveu "Amor e Matemática" (Casa da Palavra) 19h30 - Mesa 16 Encontro com Roberto Saviano jornalista e escritor italiano, autor de "Gomorra" e "Zero Zero Zero" (Companhia das Letras, 2014) 21h30 - Mesa 17 Desperdiçando Verso Arnaldo Antunes cantor, compositor e poeta, escreveu "40 Escritos" (Iluminuras) Karina Buhr cantora, compositora e poeta, lança o livro "Desperdiçando Rima" (Fábrica 231/Rocco) DOMINGO (5/7) 10h - Mesa 18 Música, Doce Música José Ramos Tinhorão jornalista, crítico e pesquisador musical, escreveu "Música Popular - do Gramofone ao Rádio e TV" (34), relançado neste ano Hermínio Bello de Carvalho compositor, poeta e produtor musical 12h - Mesa 19 De Frente para o Crime Leonardo Padura jornalista, escritor e colunista da Folha, escreveu o romance "O Homem que Amava os Cachorros" (Boitempo) Sophie Hannah escritora britânica, retomou o personagem Hercule Poirot, de Agatha Christie, no romance "Os Crimes do Monograma" (Nova Fronteira, 2014) 14h - Mesa 20 Conferência de Encerramento José Miguel Wisnik músico, compositor e ensaísta 16h - Mesa 21 Livro de Cabeceira Autores da Flip leem trechos de seus livros prediletos FLIP QUANDO de 1º/7 a 5/7 ONDE Paraty (Rio) QUANTO Tenda dos Autores - R$ 50; Tenda do Telão (que transmite os debates ao vivo): grátis *Programação completa em www.flip.org.br
ilustrada
Em ano de crise econômica, Flip terá seu menor orçamento em uma décadaA 13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começa na próxima quarta-feira (1º) com seu menor orçamento em uma década, de R$ 7,4 milhões. Com a redução nas verbas, o evento de abertura pela primeira vez terá como atração principal do show um artista local, Luís Perequê, em vez de atrações como Gal Costa, Gilberto Gil e Lenine, que se apresentaram em anos anteriores. O encontro acontecerá numa Paraty mais vazia do que o habitual. Enquanto em anos anteriores a ocupação de quartos na cidade chegou a 95%, segundo a empresa Paraty Tours, neste ano a previsão é de algo em torno de 70%. A crise econômica também tem efeitos menos visíveis para o público. O tradicional almoço de recepção aos autores –oferecido pelo príncipe dom João de Orleans e Bragança, morador de Paraty– neste ano foi rebaixado a coquetel por falta de patrocínio. Outros cortes, pelas beiradas, foram feitos nas equipes externas, contratadas por prazos menores ou com atribuições transferidas para a equipe da Casa Azul, organizadora do evento. Embora a Flip tenha atingido a meta de captação anunciada em junho, esta é inferior a de 2006, que foi de R$ 7,5 mi (valor atualizado pela inflação). A Flip não divulgou o orçamento dos anos anteriores a 2006. Em 2012, chegou a custar R$ 10,3 mi. Dos R$ 7,4 mi deste ano, a Flip tem captação prevista de R$ 4,3 mi via Lei Rouanet –até o momento, os patrocinadores depositaram R$ 2 mi, segundo o sistema de acompanhamento do Ministério da Cultura, o Salic, mas podem fazê-lo até dezembro. "Conseguimos captar o que tínhamos como expectativa. Não é o que a Casa Azul [organizadora da Flip] deveria captar para todos os seus projetos com a comunidade, deveria ser mais, mas foi o possível diante do cenário atual", diz o arquiteto Mauro Munhoz, diretor da associação. Segundo ele, são esses projetos, como o apoio que a Casa Azul daria para a implantação de uma biblioteca parque estadual na cidade, os mais afetados. "Foi uma decisão difícil. Se você tem uma interrupção nesses trabalhos de permanência, que atravessam os anos, eles podem ser prejudicados. Mas o trabalho de captação é contínuo, o importante é que a interrupção não seja longa", diz o arquiteto. A mais antiga editora parceira da Flip, a Companhia das Letras, também aboliu neste ano sua tradicional festa durante o evento em Paraty. MESMO NÍVEL Apesar dos cortes deste ano, a programação da Flip não foi afetada, com o mesmo número de autores de edições anteriores. São 17 internacionais, como o italiano Roberto Saviano e o irlandês Colm Tóibín, e 25 nacionais, como José Ramos Tinhorão e Hermínio Bello de Carvalho. "Não abrimos mão de nada do ponto de vista do que o público recebe como experiência cultural", diz Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, que organiza o evento. Segundo o tradutor e editor Paulo Werneck, 37, curador da programação principal desde o ano passado, não houve nenhuma orientação no sentido de reduzir gastos. "Temos um grupo interessante de escritores reunidos, incluindo dez poetas de língua portuguesa. Não creio que vão ficar chorando pela crise, e sim fornecer as respostas que a arte dá à crise." O interesse do homenageado desta edição, Mário de Andrade, pela música levou a curadoria a priorizar vários pesquisadores da área e compositores, como Tinhorão, Jorge Mautner e Arnaldo Antunes. Os escritores não recebem cachê do evento –a Flip paga apenas passagem, hospedagem e alimentação; em alguns casos, as editoras pagam extras. O show de abertura, no entanto, sempre teve cachês de, em média, R$ 30 mil –a exceção foi Gilberto Gil, que recebeu R$ 50 mil para a apresentação de 2013. Em maio, ao anunciar sua programação, a Flip quebrou a tradição de divulgar ao mesmo tempo o show de abertura. Àquela altura, a organização não sabia ainda se conseguiria captar os R$ 7,4 milhões e chegou a cogitar abrir mão do espetáculo. Só na semana passada foi anunciado que o paratiense Luís Perequê, que já abriu para Luiz Melodia e Gil no evento, faria desta vez o comando do show, tendo como convidados artistas locais e a cantora paulistana Dani Lasalvia. Perequê receberá pouco mais de R$ 10 mil. "Fui escolhido porque eles já conhecem o meu trabalho e porque sou de Paraty. Mas é claro que há uma questão econômica. Estamos numa crise incrível e a Flip precisou enxugar os cachês. A gente não pode esperar que um artista regional receba o mesmo que Gil e Gal", diz ele. Com a perda de apoiadores como a Oi, mais ingressos foram colocados à venda, já que foi reduzida a cota de patrocinadores. Os ingressos para o público passaram de 13 mil em 2014 para 14 mil neste ano, com o valor reajustado de R$ 46 para R$ 50. Segundo Munhoz, foi por esse aumento no número de ingressos que as mesas demoraram mais a terem lotação esgotada. Em 2014, as entradas acabaram em dois dias. Nesta sexta (26), havia ainda tíquetes para oito mesas, incluindo a do dramaturgo britânico David Hare e a de José Miguel Wisnik sobre Mário de Andrade. Veja a seguir a programação completa da Tenda dos Autores, o principal espaço de debate da Flip TENDA DOS AUTORES QUARTA (1º/7) 19h - Sessão de abertura: as margens de Mário Beatriz Sarlo ensaísta argentina, autora de "Viagens - Da Amazônia às Malvinas" (e-book da e-galáxia) Eliane Robert Moraes professora de literatura brasileira na USP, lança "Antologia da Poesia Erótica Brasileira" (Ateliê) Eduardo Jardim filósofo, autor de "Eu Sou Trezentos" (Edições de Janeiro), biografia de Mário de Andrade QUINTA (2/7) 10h - Mesa 1 A Cidade e o Território Antônio Risério antropólogo e escritor, autor de "A Cidade no Brasil" (ed. 34) Eucanaã Ferraz poeta e professor de literatura brasileira na UFRJ, lançou neste ano "Escuta" (Companhia das Letras) 12h - Mesa Zé Kleber Geovani Martins, Deocleciano Moura Faião e Katjusch Hoe; artistas revelados em oficinas de poesia, fotografia e edição promovidas no Rio pelo Laboratório Setor X no Complexo do Alemão, na Rocinha e na Biblioteca Parque de Manguinhos 15h - MESA 2 De Micróbios e Soldados Diego Vecchio escritor argentino, lança em junho o livro "Micróbios" (Cosac Naify) Sasa Stanisic escritor bósnio, lança "Antes da Festa" (Foz) 17h15 - Mesa 3 A Poesia em 2015 Matilde Campilho poeta portuguesa, publica agora no Brasil "Jóquei" (34) Mariano Marovatto compositor e poeta, autor de "Mulheres Feias de Patins" (7Letras, 2012) 19h30 - Mesa 4 Encontro com Colm Tóibín romancista irlandês; seu mais recente romance, "Nora Webster" (Companhia das Letras) 21h30 - Mesa 5 Do Angu ao Kaos Jorge Mautner compositor e poeta; a Companhia das Letras publica no ano que vem uma coletânea com textos inéditos do artista Marcelino Freire escritor, publicou o romance "Nossos Ossos" (Record, 2013) SEXTA (3/7) 10h - Mesa 6 Encontro com Boris Fausto Um dos principais historiadores do país, publicou no começo do ano o diário "O Brilho do Bronze" (Cosac Naify) 12h - Mesa 7 São Paulo! Comoção de Minha Vida... Roberto Pompeu de Toledo jornalista, colunista da revista "Veja", publica "A Capital da Vertigem" (Objetiva) Carlos Augusto Calil ensaísta e professor do departamento de cinema da USP; é organizador do volume "O Cinema no Século" (Companhia das Letras), coletânea de críticas de Paulo Emílio Sales Gomes 13h30 - Mesa Bônus Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling autoras de "Brasil, uma Biografia" 13h30 - Mesa Bônus Brasil: Uma Aula Heloisa M. Starling historiadora, professora da UFMG Lilia M. Schwarcz antropóloga, professora da USP 15h - Mesa 8 As Ilusões da Mente Eduardo Giannetti economista e colunista da Folha, autor de "A Ilusão da Alma" (Companhia das Letras, 2010) Sidarta Ribeiro professor titular de neurociência da UFRN. 17h15 - Mesa 9 Escrever ao Sul Ngugi wa Thiong'o escritor queniano, autor de "Um Grão de Trigo", que a Alfaguara publica ainda nesta ano Richard Flanagan escritor australiano, vencedor do Man Booker Prize em 2014 pelo romance "O Caminho Estreito para os Confins do Norte" (Biblioteca Azul), previsto para junho no Brasil 19h30 - Mesa 10 Amar, Verbo Transitivo Ana Luisa Escorel designer e escritora, publicou "Anel de Vidro" (Ouro sobre Azul) Ayelet Waldman romancista e ensaísta israelense, autora de "Amor e Memória" (Casa da Palavra) 21h30 - Mesa 11 Os Imoraes Eliane Robert Moraes professora de literatura brasileira na USP, lança "Sade - A Felicidade Libertina" (Iluminuras) Reinaldo Moraes escritor, autor de "Pornopopeia" (Objetiva, 2009) SÁBADO (4/7) 10h - Mesa 12 Turistas Aprendizes Beatriz Sarlo ensaísta argentina, autora de "Viagens - Da Amazônia às Malvinas" (e-book da e-galáxia) Alexandra Lucas Coelho jornalista e escritora portuguesa, autora de "Viva México" (Tinta da China) 12h - Mesa 13 Encontro com David Hare dramaturgo britânico, autor das peças "The Absence of War" e "Plenty" 15h - Mesa 14 De Balões e Blasfêmias Riad Sattouf cartunista francês, ex-colaborador do jornal parisiense "Charlie Hebdo", autor de "O Árabe do Futuro" (Intrínseca) Rafael Campos Rocha ilustrador e cartunista, publicou "Deus Essa Gostosa" (Companhia das Letras, 2012) 17h15 - Mesa 15 Os Homens que Calculavam Artur Ávila matemático, primeiro brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o "Nobel de Matemática" Edward Frenkel matemático russo-americano, escreveu "Amor e Matemática" (Casa da Palavra) 19h30 - Mesa 16 Encontro com Roberto Saviano jornalista e escritor italiano, autor de "Gomorra" e "Zero Zero Zero" (Companhia das Letras, 2014) 21h30 - Mesa 17 Desperdiçando Verso Arnaldo Antunes cantor, compositor e poeta, escreveu "40 Escritos" (Iluminuras) Karina Buhr cantora, compositora e poeta, lança o livro "Desperdiçando Rima" (Fábrica 231/Rocco) DOMINGO (5/7) 10h - Mesa 18 Música, Doce Música José Ramos Tinhorão jornalista, crítico e pesquisador musical, escreveu "Música Popular - do Gramofone ao Rádio e TV" (34), relançado neste ano Hermínio Bello de Carvalho compositor, poeta e produtor musical 12h - Mesa 19 De Frente para o Crime Leonardo Padura jornalista, escritor e colunista da Folha, escreveu o romance "O Homem que Amava os Cachorros" (Boitempo) Sophie Hannah escritora britânica, retomou o personagem Hercule Poirot, de Agatha Christie, no romance "Os Crimes do Monograma" (Nova Fronteira, 2014) 14h - Mesa 20 Conferência de Encerramento José Miguel Wisnik músico, compositor e ensaísta 16h - Mesa 21 Livro de Cabeceira Autores da Flip leem trechos de seus livros prediletos FLIP QUANDO de 1º/7 a 5/7 ONDE Paraty (Rio) QUANTO Tenda dos Autores - R$ 50; Tenda do Telão (que transmite os debates ao vivo): grátis *Programação completa em www.flip.org.br
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Novo em Folha: Prêmio pagará até R$ 20 mil a matérias sobre concessão de estradas
Estão abertas as inscrições para o Prêmio ABCR de Jornalismo, que distribuirá prêmios de R$ 10 mil a R$ 20 mil a reportagens que abordem o tema da concessão de rodovias nas categorias: jornalismo impresso, telejornalismo, radiojornalismo e internet. Trata-se ... Leia post completo no blog
poder
Novo em Folha: Prêmio pagará até R$ 20 mil a matérias sobre concessão de estradasEstão abertas as inscrições para o Prêmio ABCR de Jornalismo, que distribuirá prêmios de R$ 10 mil a R$ 20 mil a reportagens que abordem o tema da concessão de rodovias nas categorias: jornalismo impresso, telejornalismo, radiojornalismo e internet. Trata-se ... Leia post completo no blog
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Em disputa por aliados, governador da Bahia falta à Lavagem do Bonfim
Empossado há duas semanas, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), ficou de fora do primeiro grande teste após sua vitória nas eleições de 2014. Acometido por uma traqueobronquite, Costa não participou da Lavagem do Bonfim –uma das principais festas populares de Salvador e termômetro da popularidade dos políticos baianos. Em uma rede social on-line, o governador justificou a ausência, afirmando que lutou "até o último minuto" para participar do cortejo de 8 km entre a Igreja da Conceição da Praia e a Basílica do Bonfim. A ausência do novo governador no evento frustrou o que seria o primeiro embate de popularidade entre Rui Costa e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), adversário político do petista. Mesmo sem o governador, a festa foi marcada pelo clima de intrigas e provocações entre governistas e oposicionistas. No início do cortejo, ACM Neto foi chamado de "caloteiro" por um grupo de sindicalistas e foi vaiado por um grupo de militantes do PT, incluindo deputados. Por outro lado, oposicionistas cochichavam fora das câmeras que a ausência do governador era sinal de "mau agouro" e "mau presságio". NOVOS ALIADOS Faltando ainda quase quatro anos para as eleições de 2018, o clima já é de confronto direto entre prefeito e governador –prováveis adversários na próxima disputa para o governo. Nas duas primeiras semanas do ano, ambos se mobilizaram para unificar suas bases e atrair novos partidos para suas respectivas coalizões, antecipando as discussões sobre as próximas eleições na Bahia. O objetivo deles é mobilizar as tropas para os embates pela prefeitura da capital em 2016 –quando o PT pode não ter candidato próprio e apoiar partidos aliados– e pelo governo estadual dois anos depois. O prefeito ACM Neto criou três novas secretarias e abriu espaço no primeiro escalão para PRB, PSC e PDT, partidos que participaram do governo Jaques Wagner (PT). O PDT, que tem duas secretarias no governo Rui Costa, tem sido criticado publicamente pelo governador por aliar-se a seu principal adversário na capital. Em contrapartida, o governador conseguiu atrair para sua base o PTN, fiel aliado do DEM que rompeu com o prefeito ACM Neto após perder as eleições para a presidência da Câmara Municipal. Apesar de considerado "nanico" nacionalmente, o partido é estratégico na Bahia, com um deputado federal eleito, três estaduais e cinco vereadores em Salvador. Pela adesão, o partido deve abocanhar a diretoria regional do Detran. Presidente do PTN na BA, o deputado federal eleito José Carlos Bacelar disse que "seguiu a vontade do povo" ao aderir ao novo governador. Outros partidos aliados do prefeito, com o PV, conversam abertamente sobre uma possível adesão à base do novo governador. Apesar das ofensivas, tanto o prefeito como o governador negam qualquer conotação eleitoral nas movimentações, mas aproveitam para fustigar os adversários. "Eu estou vivendo única e exclusivamente a administração de Salvador. Mas talvez algumas pessoas do PT estejam vivendo o primeiro turno de 2018, o que acho uma temeridade", disse o prefeito. No início da semana, ao oficializar a adesão do PTN, o governador ironizou as críticas de ACM Neto aos aliados que romperam: "Eu não gosto muito de você deixar de ter o aliado em um dia e no outro já está falando mal. Não é correto".
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Em disputa por aliados, governador da Bahia falta à Lavagem do BonfimEmpossado há duas semanas, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), ficou de fora do primeiro grande teste após sua vitória nas eleições de 2014. Acometido por uma traqueobronquite, Costa não participou da Lavagem do Bonfim –uma das principais festas populares de Salvador e termômetro da popularidade dos políticos baianos. Em uma rede social on-line, o governador justificou a ausência, afirmando que lutou "até o último minuto" para participar do cortejo de 8 km entre a Igreja da Conceição da Praia e a Basílica do Bonfim. A ausência do novo governador no evento frustrou o que seria o primeiro embate de popularidade entre Rui Costa e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), adversário político do petista. Mesmo sem o governador, a festa foi marcada pelo clima de intrigas e provocações entre governistas e oposicionistas. No início do cortejo, ACM Neto foi chamado de "caloteiro" por um grupo de sindicalistas e foi vaiado por um grupo de militantes do PT, incluindo deputados. Por outro lado, oposicionistas cochichavam fora das câmeras que a ausência do governador era sinal de "mau agouro" e "mau presságio". NOVOS ALIADOS Faltando ainda quase quatro anos para as eleições de 2018, o clima já é de confronto direto entre prefeito e governador –prováveis adversários na próxima disputa para o governo. Nas duas primeiras semanas do ano, ambos se mobilizaram para unificar suas bases e atrair novos partidos para suas respectivas coalizões, antecipando as discussões sobre as próximas eleições na Bahia. O objetivo deles é mobilizar as tropas para os embates pela prefeitura da capital em 2016 –quando o PT pode não ter candidato próprio e apoiar partidos aliados– e pelo governo estadual dois anos depois. O prefeito ACM Neto criou três novas secretarias e abriu espaço no primeiro escalão para PRB, PSC e PDT, partidos que participaram do governo Jaques Wagner (PT). O PDT, que tem duas secretarias no governo Rui Costa, tem sido criticado publicamente pelo governador por aliar-se a seu principal adversário na capital. Em contrapartida, o governador conseguiu atrair para sua base o PTN, fiel aliado do DEM que rompeu com o prefeito ACM Neto após perder as eleições para a presidência da Câmara Municipal. Apesar de considerado "nanico" nacionalmente, o partido é estratégico na Bahia, com um deputado federal eleito, três estaduais e cinco vereadores em Salvador. Pela adesão, o partido deve abocanhar a diretoria regional do Detran. Presidente do PTN na BA, o deputado federal eleito José Carlos Bacelar disse que "seguiu a vontade do povo" ao aderir ao novo governador. Outros partidos aliados do prefeito, com o PV, conversam abertamente sobre uma possível adesão à base do novo governador. Apesar das ofensivas, tanto o prefeito como o governador negam qualquer conotação eleitoral nas movimentações, mas aproveitam para fustigar os adversários. "Eu estou vivendo única e exclusivamente a administração de Salvador. Mas talvez algumas pessoas do PT estejam vivendo o primeiro turno de 2018, o que acho uma temeridade", disse o prefeito. No início da semana, ao oficializar a adesão do PTN, o governador ironizou as críticas de ACM Neto aos aliados que romperam: "Eu não gosto muito de você deixar de ter o aliado em um dia e no outro já está falando mal. Não é correto".
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Proteção a bisões divide poloneses
As duas criaturas enormes fizeram uma pausa em sua alimentação ruidosa, em silhueta contra os pinheiros finos na outra margem de um riacho, e emitiram alguns bufos de trem a vapor. "Acho que estamos perto o suficiente", disse Michal Krzysiak, membro da equipe que supervisiona o rebanho de bisões europeus do Parque Nacional Bialowieza, na Polônia, e é seu único veterinário. Os dois bisões estão entre os 1.500 que vivem em Bialowieza, a maior concentração da variedade europeia no mundo. Segundo Krzysiak, 34, no início os moradores das aldeias próximas temiam o bisão e o impacto em suas propriedades. Agora as pessoas os chamam de "nosso bisão". Piotr Otawski, vice-ministro do Meio Ambiente da Polônia, propôs novos regulamentos para proteger e aumentar os rebanhos de bisões do país. No entanto, muitos agricultores os consideram um perigo para suas plantações. As autoridades que supervisionam as florestas nacionais nem sempre aceitam a ideia de mais bisões livres na natureza. Além disso, alguns interesses comerciais temem que o excesso de novas regras ambientais prejudique a expansão econômica do país. Mesmo os que apoiam a proteção do bisão não concordam. Alguns cientistas avaliam que há muitos deles em certos lugares e são contra os regulamentos do governo que proíbem o abate seletivo. Outros cientistas dizem que o problema é o excesso de interferência humana em seu cuidado. Bialowieza, na fronteira da Belorus, a 225 quilômetros a leste de Varsóvia, é um dos últimos trechos das florestas virgens que cobriam o norte da Europa, e o maior, com 1.500 km2. O parque abriga alces, lobos, linces, castores, ursos e uma variedade de aves. Protegidos em reservas de caça reais, das quais Bialowieza é um exemplo que sobreviveu, primeiro pelos reis da Polônia e depois pelos czares, os animais foram caçados para alimentação em todas as guerras e recuaram para o interior da floresta, até que o último exemplar livre foi morto por um caçador em 1919 aqui em Bialowieza. O bisão só sobreviveu em zoológicos em Berlim e outros lugares da Europa Central. Porém, em 1951, o governo comunista da Polônia começou uma campanha para recuperar a espécie e reintroduzi-la nas florestas das fronteiras da Polônia. Hoje, mais de 5.000 bisões vivem em cativeiro ou em rebanhos selvagens em Bialowieza, espalhados por algumas outras áreas do país e reunidos em número menor na França, Alemanha, Holanda, Romênia, Ucrânia e em outros países. "Queremos ter 10 mil na Europa", disse Krzysiak. "Esse é o número mínimo, a nosso ver, para que a população seja considerada segura e protegida." No entanto, Wanda Olech-Piasecka, professora no departamento de genética animal na Universidade de Ciências da Vida em Varsóvia, disse que o rebanho de Bialowieza cresceu demais para o parque. A cada inverno, ele se desloca mais para fora dos limites do parque e entra nas fazendas vizinhas. Dos 1.500 bisões que há no parque, mil vagam livremente e cerca de 500 estão em cativeiro. O governo paga por qualquer prejuízo que os animais causem a propriedades privadas, disse Krzysiak. "É compreensível que as pessoas tenham medo dos danos que esses animais podem causar", disse Andrzek Sitowski, 74, agricultor aposentado que se mudou para Lublin. "Eles são grandes e não são calmos como as vacas." E acrescentou: "Mas são animais magníficos".
ambiente
Proteção a bisões divide polonesesAs duas criaturas enormes fizeram uma pausa em sua alimentação ruidosa, em silhueta contra os pinheiros finos na outra margem de um riacho, e emitiram alguns bufos de trem a vapor. "Acho que estamos perto o suficiente", disse Michal Krzysiak, membro da equipe que supervisiona o rebanho de bisões europeus do Parque Nacional Bialowieza, na Polônia, e é seu único veterinário. Os dois bisões estão entre os 1.500 que vivem em Bialowieza, a maior concentração da variedade europeia no mundo. Segundo Krzysiak, 34, no início os moradores das aldeias próximas temiam o bisão e o impacto em suas propriedades. Agora as pessoas os chamam de "nosso bisão". Piotr Otawski, vice-ministro do Meio Ambiente da Polônia, propôs novos regulamentos para proteger e aumentar os rebanhos de bisões do país. No entanto, muitos agricultores os consideram um perigo para suas plantações. As autoridades que supervisionam as florestas nacionais nem sempre aceitam a ideia de mais bisões livres na natureza. Além disso, alguns interesses comerciais temem que o excesso de novas regras ambientais prejudique a expansão econômica do país. Mesmo os que apoiam a proteção do bisão não concordam. Alguns cientistas avaliam que há muitos deles em certos lugares e são contra os regulamentos do governo que proíbem o abate seletivo. Outros cientistas dizem que o problema é o excesso de interferência humana em seu cuidado. Bialowieza, na fronteira da Belorus, a 225 quilômetros a leste de Varsóvia, é um dos últimos trechos das florestas virgens que cobriam o norte da Europa, e o maior, com 1.500 km2. O parque abriga alces, lobos, linces, castores, ursos e uma variedade de aves. Protegidos em reservas de caça reais, das quais Bialowieza é um exemplo que sobreviveu, primeiro pelos reis da Polônia e depois pelos czares, os animais foram caçados para alimentação em todas as guerras e recuaram para o interior da floresta, até que o último exemplar livre foi morto por um caçador em 1919 aqui em Bialowieza. O bisão só sobreviveu em zoológicos em Berlim e outros lugares da Europa Central. Porém, em 1951, o governo comunista da Polônia começou uma campanha para recuperar a espécie e reintroduzi-la nas florestas das fronteiras da Polônia. Hoje, mais de 5.000 bisões vivem em cativeiro ou em rebanhos selvagens em Bialowieza, espalhados por algumas outras áreas do país e reunidos em número menor na França, Alemanha, Holanda, Romênia, Ucrânia e em outros países. "Queremos ter 10 mil na Europa", disse Krzysiak. "Esse é o número mínimo, a nosso ver, para que a população seja considerada segura e protegida." No entanto, Wanda Olech-Piasecka, professora no departamento de genética animal na Universidade de Ciências da Vida em Varsóvia, disse que o rebanho de Bialowieza cresceu demais para o parque. A cada inverno, ele se desloca mais para fora dos limites do parque e entra nas fazendas vizinhas. Dos 1.500 bisões que há no parque, mil vagam livremente e cerca de 500 estão em cativeiro. O governo paga por qualquer prejuízo que os animais causem a propriedades privadas, disse Krzysiak. "É compreensível que as pessoas tenham medo dos danos que esses animais podem causar", disse Andrzek Sitowski, 74, agricultor aposentado que se mudou para Lublin. "Eles são grandes e não são calmos como as vacas." E acrescentou: "Mas são animais magníficos".
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Matemático premiado pede cuidado nos cortes de recursos para pesquisa
Artur Ávila, o primeiro brasileiro a receber a cobiçada medalha Fields, considerada no meio acadêmico o Prêmio Nobel de Matemática, entende o momento de dificuldade econômica do Brasil, mas defende que haja cuidado nos cortes de recursos destinados à pesquisa no país, em especial na área de matemática. O matemático diz que, por desconhecimento, muitas pessoas sentem repulsa pela matéria e isso pode prejudicar o entendimento. Ele ressalta que existem dificuldades educacionais no Brasil que impedem o aproveitamento de talentos, mas fica satisfeito em ver tantos jovens incentivados para o estudo da matemática. Ávila, que também é pesquisador do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), serve de inspiração para os alunos que se destacaram na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Para ele, esses jovens estão aproveitando as oportunidades que têm à disposição, sem deixarem de se divertir: "A Olimpíada ajuda muito na motivação porque o aluno está em um ambiente que estimula mais a criatividade e a imaginação. Isso deixa a coisa mais divertida e saudável", disse Ávila durante cerimônia de entrega de medalhas da competição nesta segunda-feira (20) no Theatro Municipal, no centro do Rio. "Todos esses garotos que estão aqui entusiasmados certamente vão continuar aprendendo é vendo que o objetivo está sendo alcançado aos poucos. Ainda tem muito a ser feito, mas isso aqui é uma parte importante", avalia o pesquisador. O professor Geraldo Amintas, da Escola Estadual Teresinha Pereira, de Dores do Turvo, na zona da mata de Minas Gerais, foi um dos dez professores homenageados na cerimônia pela participação dele nos dez anos da OBMEP. Segundo ele, houve uma evolução dos alunos neste período e as competições, além de gerarem medalhas e prestígio para professores e escola, fizeram com que o ensino de matemática ganhasse uma nova dimensão. "Hoje, temos um número muito maior de alunos interessados em matemática e também dos que deixaram a escola após concluírem o ensino médio e estão em universidades, grande parte cursando a área de exatas", explica Amintas. O professor, de 55 anos, acrescenta que, de acordo com um ranking divulgado no ano passado pelo Impa até a nova edição da OBMEP, a cidade de Dores do Turvo, proporcionalmente era o primeiro lugar do Brasil em número de premiações na Olimpíada. A OBMEP representou uma mudança na forma de Amintas trabalhar o conteúdo escolar, garante ele. "Desde que eu comecei a trabalhar com as Olimpíadas, nós não deixamos as práticas tradicionais que são necessárias, como algumas coisas de memorização, das quais não se pode abrir mão, mas incorporei muitas coisas novas para mostrar ao aluno que matemática pode ser divertida, mais do que resolver uma equação", diz Amintas. O professor disse, no entanto, que a medalhas conquistadas só têm sentido e importância quando ela gera no aluno o desejo de continuar e de melhorar: "Se aquela medalha você guardou na gaveta e no futuro não conseguiu dar sequência aos estudos, com o tempo será um objeto velho, perdido dentro de uma gaveta". De acordo com Geraldo Amintas, o grande problema ainda do aluno de escola pública é ele não acreditar no potencial que tem. Na avaliação dele, é costume se fazer tanta crítica à escola pública brasileira que o aluno passa a ter o sentimento de que não é bom. O professor diz que, após participar da OBMEP, o jovem começa a ter outro comportamento: "Quando o menino consegue medalha de ouro, entre quinhentos alunos em um universo de mais de 18 milhões de crianças, é óbvio que a autoestima dele aumenta. Começa a perceber que a escola em que ele estuda não é o que falam dela. Essas vitórias nas Olimpíadas geraram alunos mais confiantes". Entre os premiados, muitos comprovam o que o professor destacou. Gabriel Fazoli participou sete vezes da Olimpíada e ganhou medalha de outro de 2008 até 2014. Agora faz o primeiro ano do curso de matemática na Unesp (Universidade Estadual Paulista), em São José do Rio Preto. "Sempre gostei de matemática e acho que é um campo em que posso me dar bem. Pretendo ficar na área científica, de pesquisa, dar aula na própria universidade", afirma Gabriel.
educacao
Matemático premiado pede cuidado nos cortes de recursos para pesquisaArtur Ávila, o primeiro brasileiro a receber a cobiçada medalha Fields, considerada no meio acadêmico o Prêmio Nobel de Matemática, entende o momento de dificuldade econômica do Brasil, mas defende que haja cuidado nos cortes de recursos destinados à pesquisa no país, em especial na área de matemática. O matemático diz que, por desconhecimento, muitas pessoas sentem repulsa pela matéria e isso pode prejudicar o entendimento. Ele ressalta que existem dificuldades educacionais no Brasil que impedem o aproveitamento de talentos, mas fica satisfeito em ver tantos jovens incentivados para o estudo da matemática. Ávila, que também é pesquisador do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), serve de inspiração para os alunos que se destacaram na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Para ele, esses jovens estão aproveitando as oportunidades que têm à disposição, sem deixarem de se divertir: "A Olimpíada ajuda muito na motivação porque o aluno está em um ambiente que estimula mais a criatividade e a imaginação. Isso deixa a coisa mais divertida e saudável", disse Ávila durante cerimônia de entrega de medalhas da competição nesta segunda-feira (20) no Theatro Municipal, no centro do Rio. "Todos esses garotos que estão aqui entusiasmados certamente vão continuar aprendendo é vendo que o objetivo está sendo alcançado aos poucos. Ainda tem muito a ser feito, mas isso aqui é uma parte importante", avalia o pesquisador. O professor Geraldo Amintas, da Escola Estadual Teresinha Pereira, de Dores do Turvo, na zona da mata de Minas Gerais, foi um dos dez professores homenageados na cerimônia pela participação dele nos dez anos da OBMEP. Segundo ele, houve uma evolução dos alunos neste período e as competições, além de gerarem medalhas e prestígio para professores e escola, fizeram com que o ensino de matemática ganhasse uma nova dimensão. "Hoje, temos um número muito maior de alunos interessados em matemática e também dos que deixaram a escola após concluírem o ensino médio e estão em universidades, grande parte cursando a área de exatas", explica Amintas. O professor, de 55 anos, acrescenta que, de acordo com um ranking divulgado no ano passado pelo Impa até a nova edição da OBMEP, a cidade de Dores do Turvo, proporcionalmente era o primeiro lugar do Brasil em número de premiações na Olimpíada. A OBMEP representou uma mudança na forma de Amintas trabalhar o conteúdo escolar, garante ele. "Desde que eu comecei a trabalhar com as Olimpíadas, nós não deixamos as práticas tradicionais que são necessárias, como algumas coisas de memorização, das quais não se pode abrir mão, mas incorporei muitas coisas novas para mostrar ao aluno que matemática pode ser divertida, mais do que resolver uma equação", diz Amintas. O professor disse, no entanto, que a medalhas conquistadas só têm sentido e importância quando ela gera no aluno o desejo de continuar e de melhorar: "Se aquela medalha você guardou na gaveta e no futuro não conseguiu dar sequência aos estudos, com o tempo será um objeto velho, perdido dentro de uma gaveta". De acordo com Geraldo Amintas, o grande problema ainda do aluno de escola pública é ele não acreditar no potencial que tem. Na avaliação dele, é costume se fazer tanta crítica à escola pública brasileira que o aluno passa a ter o sentimento de que não é bom. O professor diz que, após participar da OBMEP, o jovem começa a ter outro comportamento: "Quando o menino consegue medalha de ouro, entre quinhentos alunos em um universo de mais de 18 milhões de crianças, é óbvio que a autoestima dele aumenta. Começa a perceber que a escola em que ele estuda não é o que falam dela. Essas vitórias nas Olimpíadas geraram alunos mais confiantes". Entre os premiados, muitos comprovam o que o professor destacou. Gabriel Fazoli participou sete vezes da Olimpíada e ganhou medalha de outro de 2008 até 2014. Agora faz o primeiro ano do curso de matemática na Unesp (Universidade Estadual Paulista), em São José do Rio Preto. "Sempre gostei de matemática e acho que é um campo em que posso me dar bem. Pretendo ficar na área científica, de pesquisa, dar aula na própria universidade", afirma Gabriel.
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Alckmin obtém R$ 156 mi para obras de saneamento e produção de água
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a obtenção de um crédito de R$ 156 milhões para projetos hídricos e de saneamento junto ao Banco Mundial, em visita a Washington nesta segunda-feira (11). Os projetos incluem a obra de interligação das represas de Rio Grande e Taiaçupeba, a ampliação da capacidade da estação de tratamento de água do Alto da Boa Vista e melhorar as instalações hidráulicas em conjuntos habitacionais antigos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Alckmin se reuniu com o mexicano Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina. Na sequência, teve reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno. Do BID, Alckmin disse que o banco se comprometeu a financiar a seleção e a modelagem de novas concessões ou parcerias publico-privadas (PPPs) em transportes, logística, habitação, saúde e educação, por um valor de R$ 10 milhões. "Nós vamos ter serviço mais rápido, mais eficiente, de melhor qualidade", disse o governador. Pela proposta, o BID atuará como uma espécie de fiador da CPP (Companhia Paulista de Parcerias). Como o banco possui o mais elevado rating (AAA) das agências de classificação de risco, que permite juros mais baratos, a CPP poderá atrair um volume maior de investimentos e "muito mais barato", disse Alckmin. Na terça, o governador estará em Nova York na cerimônia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que dará o título de "personalidades do ano" aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton.
cotidiano
Alckmin obtém R$ 156 mi para obras de saneamento e produção de águaO governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a obtenção de um crédito de R$ 156 milhões para projetos hídricos e de saneamento junto ao Banco Mundial, em visita a Washington nesta segunda-feira (11). Os projetos incluem a obra de interligação das represas de Rio Grande e Taiaçupeba, a ampliação da capacidade da estação de tratamento de água do Alto da Boa Vista e melhorar as instalações hidráulicas em conjuntos habitacionais antigos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Alckmin se reuniu com o mexicano Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina. Na sequência, teve reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno. Do BID, Alckmin disse que o banco se comprometeu a financiar a seleção e a modelagem de novas concessões ou parcerias publico-privadas (PPPs) em transportes, logística, habitação, saúde e educação, por um valor de R$ 10 milhões. "Nós vamos ter serviço mais rápido, mais eficiente, de melhor qualidade", disse o governador. Pela proposta, o BID atuará como uma espécie de fiador da CPP (Companhia Paulista de Parcerias). Como o banco possui o mais elevado rating (AAA) das agências de classificação de risco, que permite juros mais baratos, a CPP poderá atrair um volume maior de investimentos e "muito mais barato", disse Alckmin. Na terça, o governador estará em Nova York na cerimônia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que dará o título de "personalidades do ano" aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton.
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Complexa, prova do Enem atinge nível de excelência, avaliam professores
A complexidade das provas de linguagens, matemática e redação do segundo dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado neste domingo (6), mostra que o teste atingiu seu nível de excelência. A avaliação é de professores de escolas e cursos pré-vestibulares ouvidos pela Folha. Para a coordenadora pedagógica do Objetivo, Vera Antunes, as provas tinham questões de alto nível que exigiam muito dos candidatos. "Uma prova de vestibular completa, trabalhosa, com questões difíceis que demandam muita atenção", diz Antunes. Na avaliação dela, mais que conteúdos e conceitos, o grande diferencial da prova de linguagens foi a interpretação de texto. "Nada era de graça. Muitas questões complicadas, que pediam leitura atenta. A pessoa ficou cansada", afirma. O diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, ressalta a extensão dos textos e das questões. "A prova voltou a ter um tamanho maior, com textos longos e perguntas difíceis. Cobrou todos os gêneros textuais, peças de teatro, poesia, soneto, crônica, até texto publicitário", avalia. MATEMÁTICA A prova de matemática, na visão de Tasinafo, aproximou-se mais da realidade dos alunos. "De todas que a gente teve, principalmente comparada à prova de ciências da natureza ontem, a de matemática é a mais contextualizada", afirma. Muitas perguntas envolviam probabilidade, porcentagem, gráficos, tabelas e geometria. Na opinião do professor Marcelo Carvalho, coordenador geral do Etapa, a prova de matemática foi mais próxima do 'Enem clássico'. "É uma prova de raciocínio lógico e interpretação, características muito valorizadas em universidades. Se ontem, as provas de física e química pediam mais conceitos, um Enem aproximado a vestibulares tradicionais, hoje tivemos o velho e bom Enem", avalia. Da mesma maneira vê Thiago Dutra, professor do Anglo. "Sem surpresas, foi o estilo consagrado do Enem, com questões interdisciplinares que exigia conhecimento geral", afirma. A redação, cujo tema foi "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil", também seguiu a linha de defesa dos direitos humanos do Enem, avaliam os professores. Enem 2016
educacao
Complexa, prova do Enem atinge nível de excelência, avaliam professoresA complexidade das provas de linguagens, matemática e redação do segundo dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado neste domingo (6), mostra que o teste atingiu seu nível de excelência. A avaliação é de professores de escolas e cursos pré-vestibulares ouvidos pela Folha. Para a coordenadora pedagógica do Objetivo, Vera Antunes, as provas tinham questões de alto nível que exigiam muito dos candidatos. "Uma prova de vestibular completa, trabalhosa, com questões difíceis que demandam muita atenção", diz Antunes. Na avaliação dela, mais que conteúdos e conceitos, o grande diferencial da prova de linguagens foi a interpretação de texto. "Nada era de graça. Muitas questões complicadas, que pediam leitura atenta. A pessoa ficou cansada", afirma. O diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, ressalta a extensão dos textos e das questões. "A prova voltou a ter um tamanho maior, com textos longos e perguntas difíceis. Cobrou todos os gêneros textuais, peças de teatro, poesia, soneto, crônica, até texto publicitário", avalia. MATEMÁTICA A prova de matemática, na visão de Tasinafo, aproximou-se mais da realidade dos alunos. "De todas que a gente teve, principalmente comparada à prova de ciências da natureza ontem, a de matemática é a mais contextualizada", afirma. Muitas perguntas envolviam probabilidade, porcentagem, gráficos, tabelas e geometria. Na opinião do professor Marcelo Carvalho, coordenador geral do Etapa, a prova de matemática foi mais próxima do 'Enem clássico'. "É uma prova de raciocínio lógico e interpretação, características muito valorizadas em universidades. Se ontem, as provas de física e química pediam mais conceitos, um Enem aproximado a vestibulares tradicionais, hoje tivemos o velho e bom Enem", avalia. Da mesma maneira vê Thiago Dutra, professor do Anglo. "Sem surpresas, foi o estilo consagrado do Enem, com questões interdisciplinares que exigia conhecimento geral", afirma. A redação, cujo tema foi "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil", também seguiu a linha de defesa dos direitos humanos do Enem, avaliam os professores. Enem 2016
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Irmão é visto em prédio onde Joesley tem apartamento em Nova York
José Batista Júnior, irmão mais velho de Joesley e Wesley Batista, foi visto entrando na manhã desta quarta (24) no edifício onde Joesley tem um apartamento em Nova York. Abordado pela Folha, Júnior, que presidiu por mais de 20 anos a JBS –época em que ganhou o apelido Júnior Friboi–, não quis falar com a reportagem. Uma pessoa que estava com Júnior confirmou que Joesley, um dos donos da JBS, não está no apartamento. Pouco depois, um assessor de Júnior deixou o apartamento com várias caixas. Segundo a coluna Painel, Joesley, que gravou o presidente Michel Temer numa conversa comprometedora, já teria deixado Nova York, cidade para onde veio com a mulher, a apresentadora Ticiana Villas Boas, e o filho De dois anos, após fazer sua delação premiada. A família veio para os EUA no último dia 10, com autorização da Justiça, uma semana antes de o áudio da conversa com Temer ser divulgado. Segundo a família, Joesley estava sofrendo ameaças no Brasil. Não há informações de onde o empresário está agora. O apartamento de Joesley em Manhattan fica na cobertura de um luxuoso edifício da 5ª Avenida, ao lado de pontos turísticos como a Catedral de St. Patrick e o Rockefeller Center.
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Irmão é visto em prédio onde Joesley tem apartamento em Nova YorkJosé Batista Júnior, irmão mais velho de Joesley e Wesley Batista, foi visto entrando na manhã desta quarta (24) no edifício onde Joesley tem um apartamento em Nova York. Abordado pela Folha, Júnior, que presidiu por mais de 20 anos a JBS –época em que ganhou o apelido Júnior Friboi–, não quis falar com a reportagem. Uma pessoa que estava com Júnior confirmou que Joesley, um dos donos da JBS, não está no apartamento. Pouco depois, um assessor de Júnior deixou o apartamento com várias caixas. Segundo a coluna Painel, Joesley, que gravou o presidente Michel Temer numa conversa comprometedora, já teria deixado Nova York, cidade para onde veio com a mulher, a apresentadora Ticiana Villas Boas, e o filho De dois anos, após fazer sua delação premiada. A família veio para os EUA no último dia 10, com autorização da Justiça, uma semana antes de o áudio da conversa com Temer ser divulgado. Segundo a família, Joesley estava sofrendo ameaças no Brasil. Não há informações de onde o empresário está agora. O apartamento de Joesley em Manhattan fica na cobertura de um luxuoso edifício da 5ª Avenida, ao lado de pontos turísticos como a Catedral de St. Patrick e o Rockefeller Center.
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Conheça cinco lugares para observar estrelas pelo mundo
Confira uma seleção de lugares com céu limpinho e estrutura de ponta para apreciar o céu noturno: Cerro Paranal, Chile Observatório administrado pela ESO (European Southern Observatory) fica a 2.635 metros de altura Roque de los Muchachos, Espanha A 2.420 metros acima do nível do mar foi construído, há 32 anos, um dos maiores observatórios do mundo Mauna Kea, Havaí Os telescópios ficam em uma estação sobre um vulcão, a 4.205 metros acima do nível do oceano Alqueva, Portugal A região abriga estações com telescópios e hotéis voltados para os apaixonados por estrelas Socorro, Estados Unidos O complexo de 27 radiotelescópios foi um dos cenários do filme "Contato", de 1997 O Shiki-Shima, trem com 17 suítes de luxo -três delas com dois andares, banheira e lareira- começou a circular no início deste mês pelo Japão. O veículo tem capacidade para até 34 passageiros, dois em cada suíte. A partida e a chegada são na estação de Ueno, em Tóquio, e a opção de viagem mais longa, de quatro dias, leva à ilha de Hokkaido, a cerca de mil quilômetros ao norte da capital. A viagem mais curta, de dois dias, que passa pela região central do Japão, custa a partir de R$ 8,8 mil (320 mil ienes). Mas quem quiser experimentar esse luxo vai ter que esperar: as passagens já estão reservadas até março de 2018; mais informações em goo.gl/Dy1I4O MARCOS VERAS, 37, ATOR VOLTARIA Praga A capital da República Tcheca tem muitos elementos medievais, como castelos e igrejas, que dão a ela um ar de cidade cinematográfica. Também possui cervejas muito boas -as melhores que já tomei na vida. Elas são mais fortes do que as brasileiras e servidas a cerca de 10°C NÃO VOLTARIA Veneza Acho que as gôndolas e o romantismo em torno dos passeios me fizeram criar uma expectativa muito grande em relação ao lugar, que, na prática, não é tão incrível quanto esperava. Também não achei as opções gastronômicas de lá tão boas quanto as de outras cidades, como Roma e Florença
turismo
Conheça cinco lugares para observar estrelas pelo mundoConfira uma seleção de lugares com céu limpinho e estrutura de ponta para apreciar o céu noturno: Cerro Paranal, Chile Observatório administrado pela ESO (European Southern Observatory) fica a 2.635 metros de altura Roque de los Muchachos, Espanha A 2.420 metros acima do nível do mar foi construído, há 32 anos, um dos maiores observatórios do mundo Mauna Kea, Havaí Os telescópios ficam em uma estação sobre um vulcão, a 4.205 metros acima do nível do oceano Alqueva, Portugal A região abriga estações com telescópios e hotéis voltados para os apaixonados por estrelas Socorro, Estados Unidos O complexo de 27 radiotelescópios foi um dos cenários do filme "Contato", de 1997 O Shiki-Shima, trem com 17 suítes de luxo -três delas com dois andares, banheira e lareira- começou a circular no início deste mês pelo Japão. O veículo tem capacidade para até 34 passageiros, dois em cada suíte. A partida e a chegada são na estação de Ueno, em Tóquio, e a opção de viagem mais longa, de quatro dias, leva à ilha de Hokkaido, a cerca de mil quilômetros ao norte da capital. A viagem mais curta, de dois dias, que passa pela região central do Japão, custa a partir de R$ 8,8 mil (320 mil ienes). Mas quem quiser experimentar esse luxo vai ter que esperar: as passagens já estão reservadas até março de 2018; mais informações em goo.gl/Dy1I4O MARCOS VERAS, 37, ATOR VOLTARIA Praga A capital da República Tcheca tem muitos elementos medievais, como castelos e igrejas, que dão a ela um ar de cidade cinematográfica. Também possui cervejas muito boas -as melhores que já tomei na vida. Elas são mais fortes do que as brasileiras e servidas a cerca de 10°C NÃO VOLTARIA Veneza Acho que as gôndolas e o romantismo em torno dos passeios me fizeram criar uma expectativa muito grande em relação ao lugar, que, na prática, não é tão incrível quanto esperava. Também não achei as opções gastronômicas de lá tão boas quanto as de outras cidades, como Roma e Florença
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Ateísmo 'engraçadinho' existe desde a Antiguidade, diz historiador britânico
Intelectuais com status de celebridade e língua afiada, que dominam a ciência de ponta e não perdem a oportunidade de ridicularizar a crença em Deus com tiradas que viram memes. A descrição bate com a de figuras do século 21, como o físico Stephen Hawking ou o biólogo Richard Dawkins, mas também vale para pensadores que já estavam na ativa uns 2.500 anos antes de Cristo. Pelo visto, quando o assunto é o ateísmo militante, quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. Essa talvez seja a principal mensagem de "Battling the Gods: Atheism in the Ancient World" (Lutando contra os Deuses: Ateísmo no Mundo Antigo), novo livro do historiador britânico Tim Whitmarsh. Professor de cultura grega da Universidade de Cambridge, Whitmarsh resolveu recuperar a longa tradição de ceticismo em relação à religião do antigo Mediterrâneo, que parece ter surgido com os primeiros filósofos da Grécia, a partir de 600 a.C., e só desapareceu quase mil anos mais tarde, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império Romano, em 380 d.C. Para o especialista de Cambridge, a análise da obra desses pensadores demonstra que a descrença não é um fenômeno recente na história ocidental. Em vez de ter surgido apenas com o Iluminismo, há "meros" 200 anos, o ateísmo seria uma opção possível em qualquer ambiente onde houvesse alguma liberdade de pensamento. BAGUNÇA ORGANIZADA O historiador argumenta que a Grécia antiga era um ambiente desse tipo justamente por causa de sua natureza algo caótica e descentralizada. Em vez de ser uma nação unificada, como a Grécia de hoje, o território helênico estava dividido em centenas de cidades-Estado modestas. Sem governo central, cada cidade era livre para ter suas próprias formas de culto aos deuses, com inúmeras divindades e sacerdotes sem grande poder político. Em resumo, seria impensável o surgimento de uma "Inquisição" helênica. Os gregos também não tinham um equivalente da Bíblia hebraica. A analogia mais próxima eram os textos épicos do poeta Homero, que eram admirados como literatura e manual de conduta aristocrática, mas retratavam deuses muito parecidos com mortais: briguentos, ciumentos e com poderes limitados, apesar de imortais. Conforme várias das cidades gregas foram crescendo economicamente e ficando culturalmente sofisticadas, por meio do comércio com o Egito e o Oriente Médio, surgiram pensadores que estão entre os primeiros do mundo a tentar explicar os fenômenos da natureza e a origem do Universo de maneira racional, sem recorrer à ação divina. Apesar de não serem muito afeitos a fazer experimentos para testar suas hipóteses, tais filósofos podem ser considerados precursores da ciência moderna - um de seus "chutes" mais bem dados é a ideia de que a matéria do Cosmos é composta de átomos. Alguns desses sujeitos (veja uma galeria deles no infográfico) até falavam de forma vaga numa Inteligência cósmica ou Deus único que teria ordenado o Universo de maneira racional, mas Whitmarsh argumenta que, em muitos casos, essas vagas referências a divindades parecem metáforas que, na verdade, descrevem um princípio cósmico impessoal. De qualquer modo, eles não poupavam críticas à crença nos deuses gregos, como Zeus, Atena e Afrodite, considerando que as histórias sobre seus casos de amor e brigas eram ridículas. Ideias ousadas contra a religião tradicional teriam ganhado fôlego ainda maior com o surgimento da democracia em Atenas, por volta de 500 a.C. A liberdade política e de expressão na cidade mais famosa da Grécia - todo cidadão podia participar diretamente da votação de leis e do julgamento de crimes, por exemplo - criou uma cultura essencialmente laica, e o ateísmo passou a ser tema até de comédias, como as de Aristófanes. Em sua obra "Os Cavaleiros" (encenada em 424 a.C.), dois escravos conversam justamente sobre a falta de fé. "Tu acreditas mesmo em deuses?", diz um deles. "Claro", responde o outro, "a prova de que eles existem é que fui amaldiçoado por eles". Nas décadas que se seguiram, os questionamentos contra a religião se tornaram elementos importantes no surgimento de duas correntes filosóficas que acabaram virando meros adjetivos na nossa linguagem de hoje, os céticos (que duvidavam da possibilidade de comprovar qualquer afirmação, inclusive as feitas sobre supostos deuses) e os cínicos (a palavra vem do termo grego para "cão", porque eles defendiam uma vida totalmente "natural", sem as restrições impostas pelos hábitos sociais - como a vida de um cachorro, portanto). Embora vários dos ateus da Antiguidade tenham sido criticados e até processados, Whitmarsh diz que raramente eles sofriam consequências sérias porque a religião dos gregos e romanos valorizava principalmente os rituais (sacrifícios de animais aos deuses, por exemplo) e não se preocupava tanto com o que as crenças das pessoas. Como a maioria dos ateus não defendia que se interrompessem os sacrifícios, por exemplo, eram deixados em relativa paz. A coisa teria mudado de figura com a ascensão do cristianismo, diz o pesquisador - a ideia de que uma única crença era a verdade absoluta pode ter aberto caminho para a perseguição aos descrentes. "BATTLING THE GODS" AUTOR Tim Whitmarsh EDITORA Faber & Faber QUANTO 304 págs., R$ 50,93 AVALIAÇÃO bom
ciencia
Ateísmo 'engraçadinho' existe desde a Antiguidade, diz historiador britânicoIntelectuais com status de celebridade e língua afiada, que dominam a ciência de ponta e não perdem a oportunidade de ridicularizar a crença em Deus com tiradas que viram memes. A descrição bate com a de figuras do século 21, como o físico Stephen Hawking ou o biólogo Richard Dawkins, mas também vale para pensadores que já estavam na ativa uns 2.500 anos antes de Cristo. Pelo visto, quando o assunto é o ateísmo militante, quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. Essa talvez seja a principal mensagem de "Battling the Gods: Atheism in the Ancient World" (Lutando contra os Deuses: Ateísmo no Mundo Antigo), novo livro do historiador britânico Tim Whitmarsh. Professor de cultura grega da Universidade de Cambridge, Whitmarsh resolveu recuperar a longa tradição de ceticismo em relação à religião do antigo Mediterrâneo, que parece ter surgido com os primeiros filósofos da Grécia, a partir de 600 a.C., e só desapareceu quase mil anos mais tarde, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império Romano, em 380 d.C. Para o especialista de Cambridge, a análise da obra desses pensadores demonstra que a descrença não é um fenômeno recente na história ocidental. Em vez de ter surgido apenas com o Iluminismo, há "meros" 200 anos, o ateísmo seria uma opção possível em qualquer ambiente onde houvesse alguma liberdade de pensamento. BAGUNÇA ORGANIZADA O historiador argumenta que a Grécia antiga era um ambiente desse tipo justamente por causa de sua natureza algo caótica e descentralizada. Em vez de ser uma nação unificada, como a Grécia de hoje, o território helênico estava dividido em centenas de cidades-Estado modestas. Sem governo central, cada cidade era livre para ter suas próprias formas de culto aos deuses, com inúmeras divindades e sacerdotes sem grande poder político. Em resumo, seria impensável o surgimento de uma "Inquisição" helênica. Os gregos também não tinham um equivalente da Bíblia hebraica. A analogia mais próxima eram os textos épicos do poeta Homero, que eram admirados como literatura e manual de conduta aristocrática, mas retratavam deuses muito parecidos com mortais: briguentos, ciumentos e com poderes limitados, apesar de imortais. Conforme várias das cidades gregas foram crescendo economicamente e ficando culturalmente sofisticadas, por meio do comércio com o Egito e o Oriente Médio, surgiram pensadores que estão entre os primeiros do mundo a tentar explicar os fenômenos da natureza e a origem do Universo de maneira racional, sem recorrer à ação divina. Apesar de não serem muito afeitos a fazer experimentos para testar suas hipóteses, tais filósofos podem ser considerados precursores da ciência moderna - um de seus "chutes" mais bem dados é a ideia de que a matéria do Cosmos é composta de átomos. Alguns desses sujeitos (veja uma galeria deles no infográfico) até falavam de forma vaga numa Inteligência cósmica ou Deus único que teria ordenado o Universo de maneira racional, mas Whitmarsh argumenta que, em muitos casos, essas vagas referências a divindades parecem metáforas que, na verdade, descrevem um princípio cósmico impessoal. De qualquer modo, eles não poupavam críticas à crença nos deuses gregos, como Zeus, Atena e Afrodite, considerando que as histórias sobre seus casos de amor e brigas eram ridículas. Ideias ousadas contra a religião tradicional teriam ganhado fôlego ainda maior com o surgimento da democracia em Atenas, por volta de 500 a.C. A liberdade política e de expressão na cidade mais famosa da Grécia - todo cidadão podia participar diretamente da votação de leis e do julgamento de crimes, por exemplo - criou uma cultura essencialmente laica, e o ateísmo passou a ser tema até de comédias, como as de Aristófanes. Em sua obra "Os Cavaleiros" (encenada em 424 a.C.), dois escravos conversam justamente sobre a falta de fé. "Tu acreditas mesmo em deuses?", diz um deles. "Claro", responde o outro, "a prova de que eles existem é que fui amaldiçoado por eles". Nas décadas que se seguiram, os questionamentos contra a religião se tornaram elementos importantes no surgimento de duas correntes filosóficas que acabaram virando meros adjetivos na nossa linguagem de hoje, os céticos (que duvidavam da possibilidade de comprovar qualquer afirmação, inclusive as feitas sobre supostos deuses) e os cínicos (a palavra vem do termo grego para "cão", porque eles defendiam uma vida totalmente "natural", sem as restrições impostas pelos hábitos sociais - como a vida de um cachorro, portanto). Embora vários dos ateus da Antiguidade tenham sido criticados e até processados, Whitmarsh diz que raramente eles sofriam consequências sérias porque a religião dos gregos e romanos valorizava principalmente os rituais (sacrifícios de animais aos deuses, por exemplo) e não se preocupava tanto com o que as crenças das pessoas. Como a maioria dos ateus não defendia que se interrompessem os sacrifícios, por exemplo, eram deixados em relativa paz. A coisa teria mudado de figura com a ascensão do cristianismo, diz o pesquisador - a ideia de que uma única crença era a verdade absoluta pode ter aberto caminho para a perseguição aos descrentes. "BATTLING THE GODS" AUTOR Tim Whitmarsh EDITORA Faber & Faber QUANTO 304 págs., R$ 50,93 AVALIAÇÃO bom
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Vacine seu bicho contra a raiva, uma doença sem cura e fatal
Acabo de sentar diante do meu computador depois de enrolar horas para escrever esta coluna. O impasse me tortura há dias: como abordar a importância da vacinação contra a raiva em um domingo, de forma a tornar a leitura um momento agradável? Desisti. E desisti pelo simples fato de que não há nenhum esforço linguístico que possa ser melhor do que um recado curto e claro: vacine seu cão e seu gato contra a raiva, porque ela é uma doença sem cura, fatal e que acaba de matar a dona de um petshop no Recife. Por anos, a raiva foi um grave problema de saúde pública no país, o que só começou a mudar na década de 1980, após o início das campanhas de vacinação em massa de cães e gatos. Graças às campanhas, Pernambuco estava sem casos da doença entre pacientes humanos desde 2004. O Estado de São Paulo registrou o último caso em 2011, quando uma mulher foi contaminada pelo próprio gato em Dracena, no interior. Na cidade de São Paulo, a notícia é melhor: não há casos de raiva entre humanos desde 1981. Mas, no final e 2011, uma gatinha morreu de raiva em Moema, na zona sul, após 30 anos sem o registro da doença entre animais domésticos na capital. Cinco dias antes, a gata havia caçado um morcego, que foi retirado de sua boca pela responsável pelo animal. Há uma série de erros no caso. O primeiro é que a gata, recolhida da rua, ainda não havia sido vacinada. O segundo é o fato de a dona do bicho tocar no morcego, o que é absolutamente contraindicado. A raiva é uma doença viral transmitida pela saliva de qualquer mamífero (incluindo morcego, cão e gato). O vírus se instala no cérebro e mata em cerca de sete a dez dias. No mundo, há registro de apenas três pessoas que sobreviveram à infecção, todas com sequelas bem importantes. Agosto é conhecido como o mês do cachorro louco (com raiva) porque as mudanças climáticas induzem o cio de um número maior de fêmeas, o que leva a mais briga entre machos e, historicamente, a um maior número de casos da doença. Por isso, é também o mês das campanhas anuais de vacinação. Cheque no site da prefeitura da sua cidade quando a vacina será aplicada gratuitamente no seu bairro. E, se não for, pague pela dose em um clínica veterinária. Talvez sejam os R$ 100 mais bem investidos do seu mês. Porque não tem juros melhor do que manter a vida. * A coluna "Bichos" é publicada todos os domingos na "revista sãopaulo"
colunas
Vacine seu bicho contra a raiva, uma doença sem cura e fatalAcabo de sentar diante do meu computador depois de enrolar horas para escrever esta coluna. O impasse me tortura há dias: como abordar a importância da vacinação contra a raiva em um domingo, de forma a tornar a leitura um momento agradável? Desisti. E desisti pelo simples fato de que não há nenhum esforço linguístico que possa ser melhor do que um recado curto e claro: vacine seu cão e seu gato contra a raiva, porque ela é uma doença sem cura, fatal e que acaba de matar a dona de um petshop no Recife. Por anos, a raiva foi um grave problema de saúde pública no país, o que só começou a mudar na década de 1980, após o início das campanhas de vacinação em massa de cães e gatos. Graças às campanhas, Pernambuco estava sem casos da doença entre pacientes humanos desde 2004. O Estado de São Paulo registrou o último caso em 2011, quando uma mulher foi contaminada pelo próprio gato em Dracena, no interior. Na cidade de São Paulo, a notícia é melhor: não há casos de raiva entre humanos desde 1981. Mas, no final e 2011, uma gatinha morreu de raiva em Moema, na zona sul, após 30 anos sem o registro da doença entre animais domésticos na capital. Cinco dias antes, a gata havia caçado um morcego, que foi retirado de sua boca pela responsável pelo animal. Há uma série de erros no caso. O primeiro é que a gata, recolhida da rua, ainda não havia sido vacinada. O segundo é o fato de a dona do bicho tocar no morcego, o que é absolutamente contraindicado. A raiva é uma doença viral transmitida pela saliva de qualquer mamífero (incluindo morcego, cão e gato). O vírus se instala no cérebro e mata em cerca de sete a dez dias. No mundo, há registro de apenas três pessoas que sobreviveram à infecção, todas com sequelas bem importantes. Agosto é conhecido como o mês do cachorro louco (com raiva) porque as mudanças climáticas induzem o cio de um número maior de fêmeas, o que leva a mais briga entre machos e, historicamente, a um maior número de casos da doença. Por isso, é também o mês das campanhas anuais de vacinação. Cheque no site da prefeitura da sua cidade quando a vacina será aplicada gratuitamente no seu bairro. E, se não for, pague pela dose em um clínica veterinária. Talvez sejam os R$ 100 mais bem investidos do seu mês. Porque não tem juros melhor do que manter a vida. * A coluna "Bichos" é publicada todos os domingos na "revista sãopaulo"
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Governo do Estado de SP fecha patrocínio de R$ 3 mi para hospital
A exemplo da prefeitura, o governo estadual de SP também está correndo atrás de patrocínios do setor privado. Um deles é o acordo do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) com a Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) para equipar o novo prédio do Hospital do Servidor Público Estadual. A instituição de ensino investiu R$ 3 milhões. A contrapartida é o estágio que os alunos de medicina fazem no hospital. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Governo do Estado de SP fecha patrocínio de R$ 3 mi para hospitalA exemplo da prefeitura, o governo estadual de SP também está correndo atrás de patrocínios do setor privado. Um deles é o acordo do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) com a Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) para equipar o novo prédio do Hospital do Servidor Público Estadual. A instituição de ensino investiu R$ 3 milhões. A contrapartida é o estágio que os alunos de medicina fazem no hospital. Leia a coluna completa aqui.
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Governo barra pauta-bomba, mas votação expõe base frágil
O Congresso barrou os principais itens da chamada pauta-bomba, mas as votações desta semana expuseram a fragilidade da base governista e indicam que a presidente Dilma Rousseff encontrará grandes obstáculos à sua tentativa de reequilibrar as contas do governo federal. Mesmo após uma reforma ministerial que tirou poder do PT em favor de aliados como o PMDB, Dilma só conseguiu com uma margem bastante estreita manter seus vetos a projetos que reajustavam salários dos servidores do Judiciário e estendiam a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo. O primeiro foi mantido por uma margem de apenas seis votos na noite de terça (17). O segundo, por 46 votos, na tarde desta quarta (18). Se entrassem em vigor, os dois representariam gasto extra de R$ 45 bilhões nos próximos anos. As votações mostraram traições generalizadas no PMDB –que passou a controlar sete ministérios após a reforma ministerial, incluindo a Saúde– e em outros partidos que têm ministérios, o PSD (Cidades), o PP (Integração Nacional), i PDT (Comunicações), o PRB (Esporte) e o PTB (Desenvolvimento). Houve defecções até mesmo na bancada do PT. Na avaliação do Planalto, o resultado mostra que os ministros têm pouca ascendência sobre suas bancadas e Dilma precisa buscar interlocução direta com o Legislativo. No caso do veto do reajuste do Judiciário, dos 52 deputados federais do PMDB que votaram, metade (26) se posicionou contra o governo. O PDT marcou 8 de seus 11 votos contra a presidente. No PSD, até o líder da bancada, deputado Rogério Rosso (DF), votou contra o governo. Rosso afirma que avisou Dilma com antecedência que adotaria essa posição e que, por ser do Distrito Federal, unidade da Federação com grande número de funcionários públicos, não tinha como votar de forma diferente. Na votação do principal veto desta quarta, de interesse dos aposentados, 211 dos 513 deputados votaram para derrubar o veto de Dilma. Eram necessários pelo menos 257. Nas duas situações, os senadores não precisaram votar, já que um veto só é derrubado caso as duas Casas legislativas tomem essa decisão. "E inegável que o cenário mudou [para melhor]. Agora, isso dá confiança, garantia? Não dá", disse o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE). "Imaginar a aprovação de uma coisa como CPMF, que é uma emenda constitucional, é quase sonho, não aprova de jeito nenhum com a base como está." Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apontam a CPMF como uma medida essencial para equilibrar as contas públicas, que podem fechar 2015 com rombo de cerca de R$ 120 bilhões. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), comemorou: "Superamos todos os vetos que tinham impacto fiscal", afirmou. "O país não suportaria. Seria uma quebradeira geral." A vitória apertada surpreendeu o Planalto. A presidente pretende assumir posição de protagonismo no diálogo com os deputados, repetindo o que fez em agosto, no auge da discussão sobre a abertura de um pedido de impeachment contra ela. "Boa parte dos votos para manutenção desses vetos ocorreram muito mais pela compreensão da gravidade da situação do país do que pelo atendimento à liderança do governo Dilma", afirmou o líder da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE). A oposição votou de forma maciça contra Dilma, apesar da indicação dos tucanos de que dariam uma trégua ao governo e passariam a votar a favor do equilíbrio fiscal. Tanto na discussão do reajuste do Judiciário quanto na das aposentadorias, só dois deputados tucanos se posicionaram a favor da manutenção do veto. Segundo Araújo, isso se deu devido a posições consolidadas antes da configuração da atual "crise aguda".
poder
Governo barra pauta-bomba, mas votação expõe base frágilO Congresso barrou os principais itens da chamada pauta-bomba, mas as votações desta semana expuseram a fragilidade da base governista e indicam que a presidente Dilma Rousseff encontrará grandes obstáculos à sua tentativa de reequilibrar as contas do governo federal. Mesmo após uma reforma ministerial que tirou poder do PT em favor de aliados como o PMDB, Dilma só conseguiu com uma margem bastante estreita manter seus vetos a projetos que reajustavam salários dos servidores do Judiciário e estendiam a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo. O primeiro foi mantido por uma margem de apenas seis votos na noite de terça (17). O segundo, por 46 votos, na tarde desta quarta (18). Se entrassem em vigor, os dois representariam gasto extra de R$ 45 bilhões nos próximos anos. As votações mostraram traições generalizadas no PMDB –que passou a controlar sete ministérios após a reforma ministerial, incluindo a Saúde– e em outros partidos que têm ministérios, o PSD (Cidades), o PP (Integração Nacional), i PDT (Comunicações), o PRB (Esporte) e o PTB (Desenvolvimento). Houve defecções até mesmo na bancada do PT. Na avaliação do Planalto, o resultado mostra que os ministros têm pouca ascendência sobre suas bancadas e Dilma precisa buscar interlocução direta com o Legislativo. No caso do veto do reajuste do Judiciário, dos 52 deputados federais do PMDB que votaram, metade (26) se posicionou contra o governo. O PDT marcou 8 de seus 11 votos contra a presidente. No PSD, até o líder da bancada, deputado Rogério Rosso (DF), votou contra o governo. Rosso afirma que avisou Dilma com antecedência que adotaria essa posição e que, por ser do Distrito Federal, unidade da Federação com grande número de funcionários públicos, não tinha como votar de forma diferente. Na votação do principal veto desta quarta, de interesse dos aposentados, 211 dos 513 deputados votaram para derrubar o veto de Dilma. Eram necessários pelo menos 257. Nas duas situações, os senadores não precisaram votar, já que um veto só é derrubado caso as duas Casas legislativas tomem essa decisão. "E inegável que o cenário mudou [para melhor]. Agora, isso dá confiança, garantia? Não dá", disse o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE). "Imaginar a aprovação de uma coisa como CPMF, que é uma emenda constitucional, é quase sonho, não aprova de jeito nenhum com a base como está." Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apontam a CPMF como uma medida essencial para equilibrar as contas públicas, que podem fechar 2015 com rombo de cerca de R$ 120 bilhões. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), comemorou: "Superamos todos os vetos que tinham impacto fiscal", afirmou. "O país não suportaria. Seria uma quebradeira geral." A vitória apertada surpreendeu o Planalto. A presidente pretende assumir posição de protagonismo no diálogo com os deputados, repetindo o que fez em agosto, no auge da discussão sobre a abertura de um pedido de impeachment contra ela. "Boa parte dos votos para manutenção desses vetos ocorreram muito mais pela compreensão da gravidade da situação do país do que pelo atendimento à liderança do governo Dilma", afirmou o líder da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE). A oposição votou de forma maciça contra Dilma, apesar da indicação dos tucanos de que dariam uma trégua ao governo e passariam a votar a favor do equilíbrio fiscal. Tanto na discussão do reajuste do Judiciário quanto na das aposentadorias, só dois deputados tucanos se posicionaram a favor da manutenção do veto. Segundo Araújo, isso se deu devido a posições consolidadas antes da configuração da atual "crise aguda".
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Escolha os seus favoritos e faça suas apostas para o Oscar 2016
Para amenizar a ansiedade de ver os seus favoritos serem premiados, ou não, no Oscar 2016, a "Ilustrada" disponibiliza agora um especial no qual o internauta pode escolher quem deve ganhar o Oscar. As 24 categorias estão contempladas, mas não pense que as coisas são assim tão fáceis. Aqui, cada quesito tem uma pontuação diferente. Melhor filme, por exemplo, vale 5 pontos; ator, 2 pontos; e curta de animação, 10 pontos. No total, será possível somar até 100 pontos. Assim, acertar se "O Regresso" leva a estatueta de melhor filme ou se Leonardo DiCaprio finalmente ganha como melhor ator é menos importante do que acertar o documentário ou curta-metragem premiado. Quem somar mais pontos também terá o privilégio (ou não) de ser entrevistado para a edição on-line da "Ilustrada" e revelar os seus segredos. A cerimônia acontece no próximo domingo (28), em Los Angeles, e você poderá acompanhar seu desempenho simultaneamente à entrega das estatuetas. Para saber mais sobre os principais filmes do evento, confira o especial do Oscar 2016.
ilustrada
Escolha os seus favoritos e faça suas apostas para o Oscar 2016Para amenizar a ansiedade de ver os seus favoritos serem premiados, ou não, no Oscar 2016, a "Ilustrada" disponibiliza agora um especial no qual o internauta pode escolher quem deve ganhar o Oscar. As 24 categorias estão contempladas, mas não pense que as coisas são assim tão fáceis. Aqui, cada quesito tem uma pontuação diferente. Melhor filme, por exemplo, vale 5 pontos; ator, 2 pontos; e curta de animação, 10 pontos. No total, será possível somar até 100 pontos. Assim, acertar se "O Regresso" leva a estatueta de melhor filme ou se Leonardo DiCaprio finalmente ganha como melhor ator é menos importante do que acertar o documentário ou curta-metragem premiado. Quem somar mais pontos também terá o privilégio (ou não) de ser entrevistado para a edição on-line da "Ilustrada" e revelar os seus segredos. A cerimônia acontece no próximo domingo (28), em Los Angeles, e você poderá acompanhar seu desempenho simultaneamente à entrega das estatuetas. Para saber mais sobre os principais filmes do evento, confira o especial do Oscar 2016.
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A Lava Jato não pode parar
A Operação Lava Jato agrega, a cada instante, novos e surpreendentes fatos. Transcende as investigações e os processos judiciais, numa dimensão extraordinária. A corrupção sistêmica, impregnada nos entes estatais, está sendo revelada por diversos personagens e instituições que colaboram para a construção de um pensamento coletivo, visando uma sociedade melhor. A Lava Jato é hoje um patrimônio imaterial da sociedade brasileira. O Judiciário é a última garantia da sociedade que anseia por um país melhor. Nisso não há nenhum excesso, tampouco uma "ditadura do Judiciário". Muito pelo contrário; cada instituição cumprirá seus objetivos se fizer a sua parte. Nada além da obrigação e da contrapartida recebida pela sua missão. Nesse novo cenário, os meios de comunicação desempenham um papel fundamental a partir das informações disponibilizadas ao povo, com efeitos práticos de educação e conscientização cidadã sem precedentes. A opinião pública dá sinais claros de que está cansada dos abusos e das ofensas aos bens e interesses, bem como do descaso com os recursos públicos. A vontade popular é soberana. As pessoas estão indignadas, e o senso de justiça da opinião pública é mais forte do que qualquer tentativa de interferência na Lava Jato. Não há governo ou segmento da sociedade que possam impedir a continuidade da operação. As tentativas de barrar as investigações ou os processos judiciais não foram adiante. Pressões e tensões existem em toda a sociedade. Em relação ao Poder Judiciário, elas sempre existiram. O importante é ressaltar que os órgãos de Justiça estão desempenhando o seu papel. Os magistrados federais não cederão a tipo algum de pressão. Darão respostas a todos os crimes levados a sua apreciação. Vivemos um novo momento de nossa história. Os integrantes do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal vêm desempenhando suas funções com eficiência, qualidade e dedicação, gerando resultados significativos ao país. O fortalecimento das instituições, adquirido a partir da redemocratização, não pode parar ou retroceder. Nesse novo paradigma da Justiça criminal brasileira, destaco a colaboração premiada. A legislação que trata desse tema é recente. Em apenas três anos, a aplicação apresenta resultados relevantes. Nos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, a delação premiada, como meio de obtenção de provas, é imprescindível para desvendar e responsabilizar toda a organização criminosa, de forma célere e com resultados mais efetivos. Permite ainda o retorno de valores e bens ao Estado, contribuindo para inibir a continuidade da prática criminosa e dos prejuízos sociais. Portanto, qualquer tentativa de restringir a legislação que trata da colaboração premiada, além de estar em descompasso com as tendências do direito penal, será um retrocesso inadmissível. A sociedade e as instituições não ficarão caladas. A impunidade não pode vencer, pois ela é combustível que alimenta a criminalidade e causa danos nefastos para toda população. O STF (Supremo Tribunal Federal) tem consciência disso, como se observa na decisão que permitiu a prisão após a condenação em segunda instância. A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) também defendeu esse princípio em um projeto de lei apresentado ao Senado. A efetividade da jurisdição criminal e o combate à impunidade são fundamentais para o avanço do Brasil. ANTONIO CÉSAR BOCHENEK, 40, juiz federal, é presidente da Ajufe - Associação dos Juízes Federais do Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
A Lava Jato não pode pararA Operação Lava Jato agrega, a cada instante, novos e surpreendentes fatos. Transcende as investigações e os processos judiciais, numa dimensão extraordinária. A corrupção sistêmica, impregnada nos entes estatais, está sendo revelada por diversos personagens e instituições que colaboram para a construção de um pensamento coletivo, visando uma sociedade melhor. A Lava Jato é hoje um patrimônio imaterial da sociedade brasileira. O Judiciário é a última garantia da sociedade que anseia por um país melhor. Nisso não há nenhum excesso, tampouco uma "ditadura do Judiciário". Muito pelo contrário; cada instituição cumprirá seus objetivos se fizer a sua parte. Nada além da obrigação e da contrapartida recebida pela sua missão. Nesse novo cenário, os meios de comunicação desempenham um papel fundamental a partir das informações disponibilizadas ao povo, com efeitos práticos de educação e conscientização cidadã sem precedentes. A opinião pública dá sinais claros de que está cansada dos abusos e das ofensas aos bens e interesses, bem como do descaso com os recursos públicos. A vontade popular é soberana. As pessoas estão indignadas, e o senso de justiça da opinião pública é mais forte do que qualquer tentativa de interferência na Lava Jato. Não há governo ou segmento da sociedade que possam impedir a continuidade da operação. As tentativas de barrar as investigações ou os processos judiciais não foram adiante. Pressões e tensões existem em toda a sociedade. Em relação ao Poder Judiciário, elas sempre existiram. O importante é ressaltar que os órgãos de Justiça estão desempenhando o seu papel. Os magistrados federais não cederão a tipo algum de pressão. Darão respostas a todos os crimes levados a sua apreciação. Vivemos um novo momento de nossa história. Os integrantes do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal vêm desempenhando suas funções com eficiência, qualidade e dedicação, gerando resultados significativos ao país. O fortalecimento das instituições, adquirido a partir da redemocratização, não pode parar ou retroceder. Nesse novo paradigma da Justiça criminal brasileira, destaco a colaboração premiada. A legislação que trata desse tema é recente. Em apenas três anos, a aplicação apresenta resultados relevantes. Nos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, a delação premiada, como meio de obtenção de provas, é imprescindível para desvendar e responsabilizar toda a organização criminosa, de forma célere e com resultados mais efetivos. Permite ainda o retorno de valores e bens ao Estado, contribuindo para inibir a continuidade da prática criminosa e dos prejuízos sociais. Portanto, qualquer tentativa de restringir a legislação que trata da colaboração premiada, além de estar em descompasso com as tendências do direito penal, será um retrocesso inadmissível. A sociedade e as instituições não ficarão caladas. A impunidade não pode vencer, pois ela é combustível que alimenta a criminalidade e causa danos nefastos para toda população. O STF (Supremo Tribunal Federal) tem consciência disso, como se observa na decisão que permitiu a prisão após a condenação em segunda instância. A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) também defendeu esse princípio em um projeto de lei apresentado ao Senado. A efetividade da jurisdição criminal e o combate à impunidade são fundamentais para o avanço do Brasil. ANTONIO CÉSAR BOCHENEK, 40, juiz federal, é presidente da Ajufe - Associação dos Juízes Federais do Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Domingo tem estações de metrô fechadas e mais festas juninas
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Não te darei bichinhos, pois eles querem, eles comem, não te darei papéis, esses rasgam, esses borram, não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham, dar-te-ei a mim mesmo agora, e serei mais que alguém que vai correndo pro fim. Esse morre, envelhece, acaba e chora, ama e quer, desespera, esse vai mas esse volta... Taí Marcelo Jeneci, com essa música/presente... Ouçam, é linda. Dalessa Ribeiro, 31, analista de telecomunicação, Campos Elíseos * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Ingrid Fagundez (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Domingo tem estações de metrô fechadas e mais festas juninasDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Não te darei bichinhos, pois eles querem, eles comem, não te darei papéis, esses rasgam, esses borram, não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham, dar-te-ei a mim mesmo agora, e serei mais que alguém que vai correndo pro fim. Esse morre, envelhece, acaba e chora, ama e quer, desespera, esse vai mas esse volta... Taí Marcelo Jeneci, com essa música/presente... Ouçam, é linda. Dalessa Ribeiro, 31, analista de telecomunicação, Campos Elíseos * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Ingrid Fagundez (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Oposição cobra afastamento de Cunha da presidência da Câmara
Com o agravamento das denúncias sobre as contas secretas no exterior do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de seus familiares, os principais partidos de oposição decidiram neste sábado (10) cobrar publicamente que o peemedebista se afaste da presidência da Câmara. Esse é o principal revés sofrido por Cunha entre seus aliados desde que se tornou alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Em nota, PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade defendem o "afastamento do cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa". Questionado neste sábado sobre eventual saída do cargo caso líderes cobrassem o afastamento, Cunha disse à Folha que "não". Dispostos a emplacar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso, que depende do aval do presidente da Câmara para tramitar, os oposicionistas se alinharam a Cunha e ofereceram sustentação política desde que ele se tornou alvo de inquérito no STF. Nas últimas semanas, delatores da Lava Jato implicaram o peemedebista com novas acusações, e sua situação se agravou depois que um dossiê entregue pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria-Geral da República mostrou que dinheiro de propina paga para viabilizar um negócio com a Petrobras alimentou contas secretas atribuídas a Cunha, e sua mulher, a jornalista Claudia Cruz. Ao revelar o caminho do dinheiro pelas contas de Cunha, os documentos mostram que da conta em nome da mulher do deputado saíram recursos para o pagamento de despesas pessoais de US$ 1,09 milhão (o equivalente a R$ 4,1 milhões) em sete anos, incluindo faturas de dois cartões de crédito e pagamentos a uma famosa academia de tênis na Flórida (EUA). Nos bastidores, deputados da oposição defendem que Cunha renuncie ao cargo de presidente da Câmara, mas sugerem que podem preservar seu mandato parlamentar. Se ele perder o mandato e, consequentemente, o foro privilegiado, eventual investigação de novas denúncias será feita pela Justiça comum, e não mais pelo STF. * Leia a íntegra da nota da oposição sobre Eduardo Cunha: "Sobre as denúncias contra o deputado Eduardo Cunha, noticiadas pela imprensa, os partidos de oposição (PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria), através de seus líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho, Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, defendem o seu afastamento do cargo de presidente, até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa."
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Oposição cobra afastamento de Cunha da presidência da CâmaraCom o agravamento das denúncias sobre as contas secretas no exterior do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de seus familiares, os principais partidos de oposição decidiram neste sábado (10) cobrar publicamente que o peemedebista se afaste da presidência da Câmara. Esse é o principal revés sofrido por Cunha entre seus aliados desde que se tornou alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Em nota, PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade defendem o "afastamento do cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa". Questionado neste sábado sobre eventual saída do cargo caso líderes cobrassem o afastamento, Cunha disse à Folha que "não". Dispostos a emplacar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso, que depende do aval do presidente da Câmara para tramitar, os oposicionistas se alinharam a Cunha e ofereceram sustentação política desde que ele se tornou alvo de inquérito no STF. Nas últimas semanas, delatores da Lava Jato implicaram o peemedebista com novas acusações, e sua situação se agravou depois que um dossiê entregue pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria-Geral da República mostrou que dinheiro de propina paga para viabilizar um negócio com a Petrobras alimentou contas secretas atribuídas a Cunha, e sua mulher, a jornalista Claudia Cruz. Ao revelar o caminho do dinheiro pelas contas de Cunha, os documentos mostram que da conta em nome da mulher do deputado saíram recursos para o pagamento de despesas pessoais de US$ 1,09 milhão (o equivalente a R$ 4,1 milhões) em sete anos, incluindo faturas de dois cartões de crédito e pagamentos a uma famosa academia de tênis na Flórida (EUA). Nos bastidores, deputados da oposição defendem que Cunha renuncie ao cargo de presidente da Câmara, mas sugerem que podem preservar seu mandato parlamentar. Se ele perder o mandato e, consequentemente, o foro privilegiado, eventual investigação de novas denúncias será feita pela Justiça comum, e não mais pelo STF. * Leia a íntegra da nota da oposição sobre Eduardo Cunha: "Sobre as denúncias contra o deputado Eduardo Cunha, noticiadas pela imprensa, os partidos de oposição (PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria), através de seus líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho, Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, defendem o seu afastamento do cargo de presidente, até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa."
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Para performers, gênero artístico vive ascensão em meio ao preconceito
Dois dos nomes escalados para o festival de performance Verbo, que começa no dia 16 de junho na galeria Vermelho, os artistas Rodolpho Parigi, pintor que ficou conhecido por criar a personagem drag queen Fancy Violence, e Rose Akras, bailarina e coreógrafa criadora do grupo Marzipan, analisam a fase "TV aberta" desse gênero artístico, desde que as performances conquistaram um novo público. Leia mais aqui
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Para performers, gênero artístico vive ascensão em meio ao preconceitoDois dos nomes escalados para o festival de performance Verbo, que começa no dia 16 de junho na galeria Vermelho, os artistas Rodolpho Parigi, pintor que ficou conhecido por criar a personagem drag queen Fancy Violence, e Rose Akras, bailarina e coreógrafa criadora do grupo Marzipan, analisam a fase "TV aberta" desse gênero artístico, desde que as performances conquistaram um novo público. Leia mais aqui
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Mudanças no clima são 'principais perigos' para o turismo, diz ONU
A mudança climática é "um dos principais perigos" para patrimônios mundiais como as ilhas Galápagos (Equador), os gorilas do parque nacional Impenetrável de Bwindi, em Uganda, e a estátua da Liberdade, em Nova York (EUA). Um relatório divulgado nesta quinta-feira (26), intitulado "Patrimônio mundial e turismo diante da mudança climática" e realizado conjuntamente pela Unesco, outros organismos e ONGs, estudou 31 locais naturais e culturais de 29 países, dos milhares dos inscritos na lista do Patrimônio Mundial. A conclusão é alarmante. "Todos os locais estudados já sofrem certos impactos da mudança climática", destaca Adam Markham, da ONG UCS (sigla em inglês para União dos Cientistas Preocupados), um dos autores do relatório. "O problema já existe e vai se agravar", declarou à AFP. Esses locais estão enfrentando uma série de fenômenos, como derretimento das geleiras, fortes chuvas e intensas secas. O relatório se concentra nos pontos que têm grande interesse turístico: Veneza, a estátua da Liberdade, o parque de Yellowstone (EUA), as ilhas Galápagos, a cidade de Cartagena (Colômbia), o parque nacional de Shiretoko (Japão), a região protegida de Wadi Rum (Jordânia), as lagoas da Nova Caledônia. Foram eleitos por sua diversidade geográfica e sua variedade, mas "há muitos outros locais vulneráveis à mudança climática", como a Grande Barreira de Corais na Austrália, o monte Saint-Michel, na França, e os Alpes suíços, destaca Markham. EXCESSO DE TURISTAS A mudança climática se soma a outros elementos que contribuem para degradar esses locais. Entre elas, "o excessivo número de turistas em Veneza ou Galápagos", as atividades mineradoras na Nova Caledônia e a caça predatória e a crescente presença humana na selva de Bwindi. Em vários locais, os impactos do aquecimento ameaçam "seu excepcional valor", informa o relatório. "Se a indústria do turismo se vê afetada, as economias dos países que dependem dela podem sofrem muito", afirma Markham. Tal é o caso de Uganda, conhecido pelos gorilas-das-montanhas que vivem na selva de Bwindi. A longo prazo, o aumento das temperaturas reduzirá provavelmente a superfície da selva à disposição dos gorilas. Também poderá elevar a pressão humana sobre seu habitat se os camponeses ampliarem seus cultivos nas zonas que circundam o parque. A respeito da estátua da Liberdade, "apesar de sua aparência sólida e invulnerável, ela corre um considerável risco" devido ao aumento do nível do mar, às inundações costeiras e às tempestades cada vez mais violentas causadas pelo aquecimento, informa o relatório. Conter o aquecimento por baixo de 2 graus até 2050, como prevê o acordo de Paris fechado em dezembro, é de "uma vital importância para proteger nosso patrimônio mundial", resume a diretora do Centro do Patrimônio Mundial, Mechtildd Rössler, citada em um comunicado. Por fim, dado que os locais do Patrimônio Mundial devem ter um "valor universal excepcional", o relatório recomenda que o Comitê do Patrimônio Mundial leve em conta o risco de possíveis locais que sejam degradados pela mudança climática antes de colocá-los na lista, segundo aponta nesta quinta-feira um comunicado do Unesco.
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Mudanças no clima são 'principais perigos' para o turismo, diz ONUA mudança climática é "um dos principais perigos" para patrimônios mundiais como as ilhas Galápagos (Equador), os gorilas do parque nacional Impenetrável de Bwindi, em Uganda, e a estátua da Liberdade, em Nova York (EUA). Um relatório divulgado nesta quinta-feira (26), intitulado "Patrimônio mundial e turismo diante da mudança climática" e realizado conjuntamente pela Unesco, outros organismos e ONGs, estudou 31 locais naturais e culturais de 29 países, dos milhares dos inscritos na lista do Patrimônio Mundial. A conclusão é alarmante. "Todos os locais estudados já sofrem certos impactos da mudança climática", destaca Adam Markham, da ONG UCS (sigla em inglês para União dos Cientistas Preocupados), um dos autores do relatório. "O problema já existe e vai se agravar", declarou à AFP. Esses locais estão enfrentando uma série de fenômenos, como derretimento das geleiras, fortes chuvas e intensas secas. O relatório se concentra nos pontos que têm grande interesse turístico: Veneza, a estátua da Liberdade, o parque de Yellowstone (EUA), as ilhas Galápagos, a cidade de Cartagena (Colômbia), o parque nacional de Shiretoko (Japão), a região protegida de Wadi Rum (Jordânia), as lagoas da Nova Caledônia. Foram eleitos por sua diversidade geográfica e sua variedade, mas "há muitos outros locais vulneráveis à mudança climática", como a Grande Barreira de Corais na Austrália, o monte Saint-Michel, na França, e os Alpes suíços, destaca Markham. EXCESSO DE TURISTAS A mudança climática se soma a outros elementos que contribuem para degradar esses locais. Entre elas, "o excessivo número de turistas em Veneza ou Galápagos", as atividades mineradoras na Nova Caledônia e a caça predatória e a crescente presença humana na selva de Bwindi. Em vários locais, os impactos do aquecimento ameaçam "seu excepcional valor", informa o relatório. "Se a indústria do turismo se vê afetada, as economias dos países que dependem dela podem sofrem muito", afirma Markham. Tal é o caso de Uganda, conhecido pelos gorilas-das-montanhas que vivem na selva de Bwindi. A longo prazo, o aumento das temperaturas reduzirá provavelmente a superfície da selva à disposição dos gorilas. Também poderá elevar a pressão humana sobre seu habitat se os camponeses ampliarem seus cultivos nas zonas que circundam o parque. A respeito da estátua da Liberdade, "apesar de sua aparência sólida e invulnerável, ela corre um considerável risco" devido ao aumento do nível do mar, às inundações costeiras e às tempestades cada vez mais violentas causadas pelo aquecimento, informa o relatório. Conter o aquecimento por baixo de 2 graus até 2050, como prevê o acordo de Paris fechado em dezembro, é de "uma vital importância para proteger nosso patrimônio mundial", resume a diretora do Centro do Patrimônio Mundial, Mechtildd Rössler, citada em um comunicado. Por fim, dado que os locais do Patrimônio Mundial devem ter um "valor universal excepcional", o relatório recomenda que o Comitê do Patrimônio Mundial leve em conta o risco de possíveis locais que sejam degradados pela mudança climática antes de colocá-los na lista, segundo aponta nesta quinta-feira um comunicado do Unesco.
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Bolsa fecha estável e dólar sobe após ameaça de Trump à Coreia do Norte
O bom humor dos investidores no mercado acionário brasileiro observado na maior parte da sessão não se sustentou até o final desta terça-feira (8), minado por ameaças do presidente americano Donald Trump à Coreia do Norte e após a sinalização de Rodrigo Maia (DEM-RJ) de que vai barrar o aumento no Imposto de Renda estudado pelo governo. O Ibovespa, que chegou a subir 0,8%, fechou em baixa de 0,06%, aos 67.898 pontos. O dólar comercial fechou em alta de 0,15%, para R$ 3,131. O dólar à vista terminou o dia quase estável, com queda de 0,01%, para R$ 3,127. O mercado financeiro caminhava uma sessão tranquila, mas o alerta do republicano Donald Trump ao regime norte-coreano provocou preocupação entre os investidores locais e internacionais, afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. A Coreia do Norte teria atingido capacidade de produzir mísseis nucleares, de acordo com avaliação confidencial obtida pelo jornal "The Washington Post". As conclusões devem agravar as preocupações com a evolução da ameaça militar norte-coreana, que parece avançar muito mais rapidamente do que muitos especialistas previam. Em resposta, Trump afirmou nesta terça-feira que a Coreia do Norte vai se deparar com "fogo e fúria e, francamente, com poderes nunca vistos antes pelo mundo" se o governante norte-coreano, Kim Jong-un, continuar a ameaçar os EUA. A ameaça bastou para inverter a tendência de alta observada nos mercados americanos, e o Ibovespa acompanhou a piora do humor no exterior. O alerta de Rodrigo Maia de que barraria um eventual aumento de impostos na Câmara também ajudou a piorar o humor dos investidores. Mais cedo, o presidente Michel Temer havia confirmado estudos sobre o assunto, ressaltando que eles são rotineiros, mas que não havia nada decidido. A alta ajudaria o governo a aumentar a arrecadação, em um momento em que se discute a revisão da meta fiscal pela dificuldade de atingir o objetivo de deficit de R$ 139 bilhões neste ano. AÇÕES As ações da mineradora Vale fecharam em baixa, acompanhando a queda do minério de ferro no exterior após dados fracos de balança comercial na China. Os papéis mais negociados da Vale caíram 1,29%, para R$ 29,85. As ações ordinárias recuaram 1,14%, para R$ 32,05. A desvalorização do petróleo também arrastou as ações da Petrobras. Os papéis mais negociados da estatal caíram 0,44%, para R$ 13,49. As ações com direito a voto tiveram queda de 0,86%, para R$ 13,90. No setor financeiro, os papéis de bancos subiram. As ações do Itaú Unibanco tiveram alta de 1,22%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 1,05%, e as ordinárias subiram 0,42%. Os papéis do Banco do Brasil terminaram o dia estáveis, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil ganharam 2,34%. As ações da JBS dispararam 7,55% após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sinalizar que seria positiva a saída de Wesley Batista da presidência da empresa. As maiores quedas do Ibovespa foram registradas por papéis de exportadoras. A Suzano caiu 3,16% e a Fibria recuou 2,99%. RISCO A moeda americana fechou sem direção definida entre as principais divisas internacionais. O dólar ganhou força entre 15 das 31 principais moedas mundiais. O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) brasileiro subiu 1,11%, para 197,3 pontos, após sete recuos consecutivos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O contrato para janeiro de 2018 recuou de 8,190% para 8,180%. Já o contrato para janeiro de 2019 teve alta de 8,030% para 8,050%.
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Bolsa fecha estável e dólar sobe após ameaça de Trump à Coreia do NorteO bom humor dos investidores no mercado acionário brasileiro observado na maior parte da sessão não se sustentou até o final desta terça-feira (8), minado por ameaças do presidente americano Donald Trump à Coreia do Norte e após a sinalização de Rodrigo Maia (DEM-RJ) de que vai barrar o aumento no Imposto de Renda estudado pelo governo. O Ibovespa, que chegou a subir 0,8%, fechou em baixa de 0,06%, aos 67.898 pontos. O dólar comercial fechou em alta de 0,15%, para R$ 3,131. O dólar à vista terminou o dia quase estável, com queda de 0,01%, para R$ 3,127. O mercado financeiro caminhava uma sessão tranquila, mas o alerta do republicano Donald Trump ao regime norte-coreano provocou preocupação entre os investidores locais e internacionais, afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. A Coreia do Norte teria atingido capacidade de produzir mísseis nucleares, de acordo com avaliação confidencial obtida pelo jornal "The Washington Post". As conclusões devem agravar as preocupações com a evolução da ameaça militar norte-coreana, que parece avançar muito mais rapidamente do que muitos especialistas previam. Em resposta, Trump afirmou nesta terça-feira que a Coreia do Norte vai se deparar com "fogo e fúria e, francamente, com poderes nunca vistos antes pelo mundo" se o governante norte-coreano, Kim Jong-un, continuar a ameaçar os EUA. A ameaça bastou para inverter a tendência de alta observada nos mercados americanos, e o Ibovespa acompanhou a piora do humor no exterior. O alerta de Rodrigo Maia de que barraria um eventual aumento de impostos na Câmara também ajudou a piorar o humor dos investidores. Mais cedo, o presidente Michel Temer havia confirmado estudos sobre o assunto, ressaltando que eles são rotineiros, mas que não havia nada decidido. A alta ajudaria o governo a aumentar a arrecadação, em um momento em que se discute a revisão da meta fiscal pela dificuldade de atingir o objetivo de deficit de R$ 139 bilhões neste ano. AÇÕES As ações da mineradora Vale fecharam em baixa, acompanhando a queda do minério de ferro no exterior após dados fracos de balança comercial na China. Os papéis mais negociados da Vale caíram 1,29%, para R$ 29,85. As ações ordinárias recuaram 1,14%, para R$ 32,05. A desvalorização do petróleo também arrastou as ações da Petrobras. Os papéis mais negociados da estatal caíram 0,44%, para R$ 13,49. As ações com direito a voto tiveram queda de 0,86%, para R$ 13,90. No setor financeiro, os papéis de bancos subiram. As ações do Itaú Unibanco tiveram alta de 1,22%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 1,05%, e as ordinárias subiram 0,42%. Os papéis do Banco do Brasil terminaram o dia estáveis, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil ganharam 2,34%. As ações da JBS dispararam 7,55% após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sinalizar que seria positiva a saída de Wesley Batista da presidência da empresa. As maiores quedas do Ibovespa foram registradas por papéis de exportadoras. A Suzano caiu 3,16% e a Fibria recuou 2,99%. RISCO A moeda americana fechou sem direção definida entre as principais divisas internacionais. O dólar ganhou força entre 15 das 31 principais moedas mundiais. O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) brasileiro subiu 1,11%, para 197,3 pontos, após sete recuos consecutivos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O contrato para janeiro de 2018 recuou de 8,190% para 8,180%. Já o contrato para janeiro de 2019 teve alta de 8,030% para 8,050%.
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Baixa de empresas registra aumento de 200% em 2015
A crise e uma lei que facilita o fechamento de empresas fizeram com que o número de pessoas jurídicas extintas tenha aumentado. Em 2015, foram dadas baixas em 1,67 milhão de CNPJs, um aumento de mais de 200% em relação a 2014. Os dados foram compilados de informações das juntas comerciais e da Receita. No fim de 2014, foi aprovada uma lei para facilitar o fechamento de empresas. Ela permitiu a transferência das dívidas tributárias de pessoas jurídicas para os sócios. "Antes [da regra], não se permitia fechar a empresa se ela tinha pendências, e muitas companhias só existiam no papel, eram cadáveres insepultos", diz Fernando Almeida, diretor de registros da Secretaria das PMEs. Em 2015, a Receita Federal fez uma varredura e identificou 900 mil CNPJs que não haviam entregado informações em cinco anos. O órgão os intimou a enviar declarações fiscais. "Cerca de 60 mil apresentaram a regularização. Demos a baixa por ato de ofício nas outras", afirma Daniel Belmiro, coordenador de gestão de cadastros da Receita Federal. A duração e a intensidade da crise pegaram empresas desprevenidas. "Não houve melhora da economia, os juros estão altos, há frustração de receitas e, consequentemente, mais baixas de CNPJs", diz Tereza Fernandez, da MB Associados. "A tendência segue, muitas pessoas jurídicas fecharam seu registro neste ano", afirma Valdir Pietrobon, diretor da federação de empresas de contabilidade. FEIRÃO DO ENCERRAMENTO - Evolução dos fechamentos de empresas * MERCADO AINDA COMUM O Mercosul precisa avançar e investir mais na integração física e na questão educacional. A avaliação é de João Clemente Baena Soares, 84, que era secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) na época da assinatura do Tratado de Assunção. Presidente do Ilae (de estudos latinos), ele analisa os 25 anos do bloco formado no início por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -acrescido da Venezuela, em 2012. Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a seguir, segundo Baena Soares. União instável Mesmo o melhor exemplo de integração, que é a União Europeia, tem problemas. Podemos dizer que o Mercosul está tão integrado como os europeus ainda no século passado, mas também podemos aprender com seus erros. Caso queira cumprir seu papel de integração plena, o Mercosul precisa facilitar a entrada e saída de conhecimento, desburocratizar o reconhecimento de diplomas, por exemplo, e facilitar o exercício de profissões. Novo sócio É exagero pensar que a entrada da Venezuela no bloco o tenha desestabilizado, mas o país poderia ter contribuição maior. É preciso considerar o potencial daquele mercado, embora suas riquezas tenham prazo de esgotamento. Próximos anos Ainda resta um longo caminho pela frente, mas acredito no processo de integração, confio que os países tenham empenho para superar os entraves que ainda persistem. * AJUDA DA VIZINHANÇA Com o setor automotivo ainda em baixa, a indústria de pneus tem se beneficiado de exportações à Argentina para conter a retração no setor. Em fevereiro, as vendas para fora do país cresceram 33,7% em comparação com o mesmo mês de 2015. Em janeiro, a alta foi de 19,3%. "Com o fim de procedimentos burocráticos que dificultavam o comércio na Argentina, as vendas ao país começam a se normalizar", diz Alberto Mayer, presidente da Anip (associação do setor). O desempenho geral neste começo de ano, no entanto, é de queda de 2,8%. O mercado de reposição de peças, que segurou a retração em 2015, cresceu pouco, 0,6%. A alta se dá pelo aumento da fatia nacional no mercado, dominado pelos importados, mas as vendas totais do segmento caíram 14,2%. "As pessoas retardaram ao máximo as trocas de pneus, e muitos migraram para o mercado de reformados." RODA VIVA - Setor de pneus em janeiro e fevereiro de 2016 * MISTURA NO TANQUE O consumo de biodiesel poderá crescer 5,8 bilhões de litros até 2020, com a sanção pela presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira (23), de uma lei que estabelece um aumento da mistura do produto ao diesel comum. O cálculo é da Aprobio (associação dos produtores). Hoje, a adição de biodiesel ao diesel convencional é de 7%. Com a aprovação da nova lei, ela deverá subir nos próximos 12 meses para 8% e poderá chegar a 15% até 2020, com altas paulatinas. "Essa era uma demanda antiga do setor", diz Erasmo Carlos Battistella, da Aprobio. "É a primeira vez que temos altas programadas e podemos tentar nos recuperar das perdas recentes, com a queda da utilização do diesel." No ano passado, o país produziu 3,94 bilhões de litros do componente. A capacidade instalada hoje na indústria é de processar 7,34 bilhões de litros por ano e a ociosidade da capacidade beira os 45%. * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Baixa de empresas registra aumento de 200% em 2015A crise e uma lei que facilita o fechamento de empresas fizeram com que o número de pessoas jurídicas extintas tenha aumentado. Em 2015, foram dadas baixas em 1,67 milhão de CNPJs, um aumento de mais de 200% em relação a 2014. Os dados foram compilados de informações das juntas comerciais e da Receita. No fim de 2014, foi aprovada uma lei para facilitar o fechamento de empresas. Ela permitiu a transferência das dívidas tributárias de pessoas jurídicas para os sócios. "Antes [da regra], não se permitia fechar a empresa se ela tinha pendências, e muitas companhias só existiam no papel, eram cadáveres insepultos", diz Fernando Almeida, diretor de registros da Secretaria das PMEs. Em 2015, a Receita Federal fez uma varredura e identificou 900 mil CNPJs que não haviam entregado informações em cinco anos. O órgão os intimou a enviar declarações fiscais. "Cerca de 60 mil apresentaram a regularização. Demos a baixa por ato de ofício nas outras", afirma Daniel Belmiro, coordenador de gestão de cadastros da Receita Federal. A duração e a intensidade da crise pegaram empresas desprevenidas. "Não houve melhora da economia, os juros estão altos, há frustração de receitas e, consequentemente, mais baixas de CNPJs", diz Tereza Fernandez, da MB Associados. "A tendência segue, muitas pessoas jurídicas fecharam seu registro neste ano", afirma Valdir Pietrobon, diretor da federação de empresas de contabilidade. FEIRÃO DO ENCERRAMENTO - Evolução dos fechamentos de empresas * MERCADO AINDA COMUM O Mercosul precisa avançar e investir mais na integração física e na questão educacional. A avaliação é de João Clemente Baena Soares, 84, que era secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) na época da assinatura do Tratado de Assunção. Presidente do Ilae (de estudos latinos), ele analisa os 25 anos do bloco formado no início por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -acrescido da Venezuela, em 2012. Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a seguir, segundo Baena Soares. União instável Mesmo o melhor exemplo de integração, que é a União Europeia, tem problemas. Podemos dizer que o Mercosul está tão integrado como os europeus ainda no século passado, mas também podemos aprender com seus erros. Caso queira cumprir seu papel de integração plena, o Mercosul precisa facilitar a entrada e saída de conhecimento, desburocratizar o reconhecimento de diplomas, por exemplo, e facilitar o exercício de profissões. Novo sócio É exagero pensar que a entrada da Venezuela no bloco o tenha desestabilizado, mas o país poderia ter contribuição maior. É preciso considerar o potencial daquele mercado, embora suas riquezas tenham prazo de esgotamento. Próximos anos Ainda resta um longo caminho pela frente, mas acredito no processo de integração, confio que os países tenham empenho para superar os entraves que ainda persistem. * AJUDA DA VIZINHANÇA Com o setor automotivo ainda em baixa, a indústria de pneus tem se beneficiado de exportações à Argentina para conter a retração no setor. Em fevereiro, as vendas para fora do país cresceram 33,7% em comparação com o mesmo mês de 2015. Em janeiro, a alta foi de 19,3%. "Com o fim de procedimentos burocráticos que dificultavam o comércio na Argentina, as vendas ao país começam a se normalizar", diz Alberto Mayer, presidente da Anip (associação do setor). O desempenho geral neste começo de ano, no entanto, é de queda de 2,8%. O mercado de reposição de peças, que segurou a retração em 2015, cresceu pouco, 0,6%. A alta se dá pelo aumento da fatia nacional no mercado, dominado pelos importados, mas as vendas totais do segmento caíram 14,2%. "As pessoas retardaram ao máximo as trocas de pneus, e muitos migraram para o mercado de reformados." RODA VIVA - Setor de pneus em janeiro e fevereiro de 2016 * MISTURA NO TANQUE O consumo de biodiesel poderá crescer 5,8 bilhões de litros até 2020, com a sanção pela presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira (23), de uma lei que estabelece um aumento da mistura do produto ao diesel comum. O cálculo é da Aprobio (associação dos produtores). Hoje, a adição de biodiesel ao diesel convencional é de 7%. Com a aprovação da nova lei, ela deverá subir nos próximos 12 meses para 8% e poderá chegar a 15% até 2020, com altas paulatinas. "Essa era uma demanda antiga do setor", diz Erasmo Carlos Battistella, da Aprobio. "É a primeira vez que temos altas programadas e podemos tentar nos recuperar das perdas recentes, com a queda da utilização do diesel." No ano passado, o país produziu 3,94 bilhões de litros do componente. A capacidade instalada hoje na indústria é de processar 7,34 bilhões de litros por ano e a ociosidade da capacidade beira os 45%. * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Daqui a alguns anos estaremos gritando pela maioridade penal a partir do berçário, diz leitora
A grita para a redução da maioridade penal é proporcional à nossa incapacidade como sociedade de cuidar das nossas crianças. A cada vez que reduzirmos a maioridade penal, ficará mais evidente e pesado o nosso fracasso social. Todos os jovens que cometem atos delinquentes são consequências da marginalização dos adultos e da omissão da sociedade no processo educacional. A prevalecer o descaso presente com a educação infantil, daqui a alguns anos estaremos gritando pela maioridade penal, quiçá, a partir do berçário. ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP) * Não deveríamos ter idades definidas para o crime. Veja o exemplo dos monstros do Piauí (Meninas do Piauí). No mínimo deveriam mofar numa cadeia. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * A maioridade penal hoje é vista por muitos apenas pelo seu viés jurídico. No entanto, segundo estudos neuropsicólogicos, sabe-se atualmente que, aos 16 anos, o indivíduo é pouco apto a desenvolver o lado racional em detrimento do emocional, não sendo plenamente apto a formar decisões baseadas na racionalidade. Aumentar a duração de anos que o jovem deve permanecer na Fundação Casa para desenvolver-se e atingir a maturidade seria uma alternativa muito mais eficaz para o jovem completar suas etapas de desenvolvimento e adquirir consciência. MARIA BEATRIZ DE SOUZA (Botucatu, SP) * O que os governantes e homens do Judiciário devem fazer não é diminuir a maioridade penal, mas sim aumentar o investimento em educação, em segurança pública e, principalmente, mudar completamente o sistema de ressocialização nas penitenciárias. WALTER LEMOS FILHO, palestrante motivacional (Florianópolis, SC) * Reduzir a maioridade penal não visa a eliminar a violência, só diminuí-la, o que já é bom. Um grande conjunto de medidas de ordens diversas, bem elaborado e executado, só traria resultados após gerações –tal o ponto a que chegou a violência no país. Não se muda cultura, mentalidade, valores e condições de vida da noite para o dia. Ter os jovens em escolas de qualidade por oito horas diárias seria um sonho. EUNICE MARINO (Guaxupé, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Daqui a alguns anos estaremos gritando pela maioridade penal a partir do berçário, diz leitoraA grita para a redução da maioridade penal é proporcional à nossa incapacidade como sociedade de cuidar das nossas crianças. A cada vez que reduzirmos a maioridade penal, ficará mais evidente e pesado o nosso fracasso social. Todos os jovens que cometem atos delinquentes são consequências da marginalização dos adultos e da omissão da sociedade no processo educacional. A prevalecer o descaso presente com a educação infantil, daqui a alguns anos estaremos gritando pela maioridade penal, quiçá, a partir do berçário. ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP) * Não deveríamos ter idades definidas para o crime. Veja o exemplo dos monstros do Piauí (Meninas do Piauí). No mínimo deveriam mofar numa cadeia. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * A maioridade penal hoje é vista por muitos apenas pelo seu viés jurídico. No entanto, segundo estudos neuropsicólogicos, sabe-se atualmente que, aos 16 anos, o indivíduo é pouco apto a desenvolver o lado racional em detrimento do emocional, não sendo plenamente apto a formar decisões baseadas na racionalidade. Aumentar a duração de anos que o jovem deve permanecer na Fundação Casa para desenvolver-se e atingir a maturidade seria uma alternativa muito mais eficaz para o jovem completar suas etapas de desenvolvimento e adquirir consciência. MARIA BEATRIZ DE SOUZA (Botucatu, SP) * O que os governantes e homens do Judiciário devem fazer não é diminuir a maioridade penal, mas sim aumentar o investimento em educação, em segurança pública e, principalmente, mudar completamente o sistema de ressocialização nas penitenciárias. WALTER LEMOS FILHO, palestrante motivacional (Florianópolis, SC) * Reduzir a maioridade penal não visa a eliminar a violência, só diminuí-la, o que já é bom. Um grande conjunto de medidas de ordens diversas, bem elaborado e executado, só traria resultados após gerações –tal o ponto a que chegou a violência no país. Não se muda cultura, mentalidade, valores e condições de vida da noite para o dia. Ter os jovens em escolas de qualidade por oito horas diárias seria um sonho. EUNICE MARINO (Guaxupé, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Crianças refugiadas expressam em desenhos o terror do Boko Haram
Quando as crianças que sobreviveram ao Boko Haram e estão no campo de refugiados de Dar-es-Salam desenham as atrocidades que sofreram na Nigéria, o resultado é apavorante e de partir o coração: rostos ensanguentados, corpos sem cabeça, casas incendiadas. Diante da grande tenda branca de campanha da Unicef, dezenas de crianças trajando farrapos empoeirados se empurram e dão risada, até serem chamadas à ordem. Todos querem participar da oficina de desenho organizada no espaço "Amigos das Crianças" no Chade, onde esse campo de refugiados se situa. O silêncio se faz presente entre as crianças assim que se veem diante de uma grande folha em branco e com uma caneta hidrográfica na mão. O tema do dia é doloroso, e cada criança se concentra para reconstruir os acontecimentos que testemunhou quando os radicais atacaram seu povoado. Sumaila Ahmid diz que tem 15 anos, mas aparenta ter 12. "No dia do ataque, estávamos diante da porta de casa quando vimos os homens do Boko Haram. Eles foram até as pessoas que estavam à beira da água e as fuzilaram, lhes deram tiros na cabeça", conta o menino de olhos cor de amêndoa. Ele desenha com atenção uma forma alongada e corpos boiando num rio. "Alguns conseguiram entrar nas canoas e estão fugindo. Os outros estão mortos", ele relata sem pestanejar. Outro desenho, outra cena chocante. "Este homem está em sua casa. Ele está consertando a casa, mas ouviu o tiroteio lá fora. Quando sai para ver o que está acontecendo, um miliciano chega diante de sua casa, dá um tiro nele e põe fogo na casa", explica Nur Issiaka, também de 15 anos. E, como se contasse uma história banal, conclui: "O homem tenta sair, mas não consegue porque a casa toda está em chamas". O homem acaba morrendo, queimado vivo. FAMILIARIZAR-SE COM A TRAGÉDIA "Desde que essa atividade [o desenho] começou, as crianças correm para se inscrever", conta o responsável pela oficina, Ndorum Ndoki. A equipe do campo de refugiados procura identificar as crianças que se isolam ou que parecem se familiarizar demais com a tragédia vivida, para evitar que o trauma se consolide nelas, explica Ndoki. Cada tarde as oficinas de desenho também permitem que sejam tratados outros temas, como o amor ou a escola, entre duas partidas de futebol. Cerca de 800 crianças estudam a "escola de urgência", composta por oito grandes tendas de campanha abertas pela Unicef em janeiro. "Eles nunca antes tinham ido à escola, se bem que alguns seguiam o estudo corânico. Alguns deles nunca tiveram uma caneta nas mãos, mas eles aprendem rápido aqui", diz Umar Martin, educador camaronês que vivia na Nigéria havia anos e é um dos 18.000 refugiados obrigados a fugir para o Chade. Nos bancos da escola, há alguns alunos que já têm mais de 20 anos, mas que também querem aprender a ler e escrever. De canoa ou a pé, esses jovens foram obrigados a empreender uma fuga desesperada, perseguidos pelos insurgentes nigerianos até as águas do lago Chade, na fronteira. Mais de 140 deles chegaram sem seus pais, que se perderam no meio da confusão da fuga ou foram mortos pelo Boko Haram. Mahamat Alhadji Mahamat, de 14 anos, levou uma semana para chegar ao campo de Dar-es-Salam. Com seus tios, ele avançou durante as noites de ilha em ilha do grande lago, escondendo-se durante o dia. Em seu desenho, alguns pássaros voam junto a um caminhão cheio de fuzis de diversos tamanhos. "Nunca vou poder esquecer o que vi aqui", diz, dando um sorriso tímido. "Há crianças que nasceram durante a fuga. Quando as encontro no acampamento, não posso deixar de pensar em tudo isto." "Mas quero aprender", ele assegura, "e um dia vou voltar para meu país, a Nigéria". Tradução de CLARA ALLAIN
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Crianças refugiadas expressam em desenhos o terror do Boko HaramQuando as crianças que sobreviveram ao Boko Haram e estão no campo de refugiados de Dar-es-Salam desenham as atrocidades que sofreram na Nigéria, o resultado é apavorante e de partir o coração: rostos ensanguentados, corpos sem cabeça, casas incendiadas. Diante da grande tenda branca de campanha da Unicef, dezenas de crianças trajando farrapos empoeirados se empurram e dão risada, até serem chamadas à ordem. Todos querem participar da oficina de desenho organizada no espaço "Amigos das Crianças" no Chade, onde esse campo de refugiados se situa. O silêncio se faz presente entre as crianças assim que se veem diante de uma grande folha em branco e com uma caneta hidrográfica na mão. O tema do dia é doloroso, e cada criança se concentra para reconstruir os acontecimentos que testemunhou quando os radicais atacaram seu povoado. Sumaila Ahmid diz que tem 15 anos, mas aparenta ter 12. "No dia do ataque, estávamos diante da porta de casa quando vimos os homens do Boko Haram. Eles foram até as pessoas que estavam à beira da água e as fuzilaram, lhes deram tiros na cabeça", conta o menino de olhos cor de amêndoa. Ele desenha com atenção uma forma alongada e corpos boiando num rio. "Alguns conseguiram entrar nas canoas e estão fugindo. Os outros estão mortos", ele relata sem pestanejar. Outro desenho, outra cena chocante. "Este homem está em sua casa. Ele está consertando a casa, mas ouviu o tiroteio lá fora. Quando sai para ver o que está acontecendo, um miliciano chega diante de sua casa, dá um tiro nele e põe fogo na casa", explica Nur Issiaka, também de 15 anos. E, como se contasse uma história banal, conclui: "O homem tenta sair, mas não consegue porque a casa toda está em chamas". O homem acaba morrendo, queimado vivo. FAMILIARIZAR-SE COM A TRAGÉDIA "Desde que essa atividade [o desenho] começou, as crianças correm para se inscrever", conta o responsável pela oficina, Ndorum Ndoki. A equipe do campo de refugiados procura identificar as crianças que se isolam ou que parecem se familiarizar demais com a tragédia vivida, para evitar que o trauma se consolide nelas, explica Ndoki. Cada tarde as oficinas de desenho também permitem que sejam tratados outros temas, como o amor ou a escola, entre duas partidas de futebol. Cerca de 800 crianças estudam a "escola de urgência", composta por oito grandes tendas de campanha abertas pela Unicef em janeiro. "Eles nunca antes tinham ido à escola, se bem que alguns seguiam o estudo corânico. Alguns deles nunca tiveram uma caneta nas mãos, mas eles aprendem rápido aqui", diz Umar Martin, educador camaronês que vivia na Nigéria havia anos e é um dos 18.000 refugiados obrigados a fugir para o Chade. Nos bancos da escola, há alguns alunos que já têm mais de 20 anos, mas que também querem aprender a ler e escrever. De canoa ou a pé, esses jovens foram obrigados a empreender uma fuga desesperada, perseguidos pelos insurgentes nigerianos até as águas do lago Chade, na fronteira. Mais de 140 deles chegaram sem seus pais, que se perderam no meio da confusão da fuga ou foram mortos pelo Boko Haram. Mahamat Alhadji Mahamat, de 14 anos, levou uma semana para chegar ao campo de Dar-es-Salam. Com seus tios, ele avançou durante as noites de ilha em ilha do grande lago, escondendo-se durante o dia. Em seu desenho, alguns pássaros voam junto a um caminhão cheio de fuzis de diversos tamanhos. "Nunca vou poder esquecer o que vi aqui", diz, dando um sorriso tímido. "Há crianças que nasceram durante a fuga. Quando as encontro no acampamento, não posso deixar de pensar em tudo isto." "Mas quero aprender", ele assegura, "e um dia vou voltar para meu país, a Nigéria". Tradução de CLARA ALLAIN
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Lula no ministério é atentado à lei
A presidente Dilma Rousseff ofereceu a Lula um ministério de seu governo com a finalidade de investi-lo em cargo e função com foro privilegiado do STF (Supremo Tribunal Federal). Lula estaria, assim, a salvo de possíveis prisões preventivas decretadas pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Trata-se de laço feito pela própria presidente, em inconsciente desistência de governar, pelo PT ou por membros dos partidos aliados, que a "auxiliam" com "fogo amigo". A manobra constitui crime de responsabilidade contra a probidade na administração, segundo o artigo 9º, item 7, da lei 1079/50, por "proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". A infração criminal contra a administração pública é a mais grave conduta capaz de ferir a dignidade, a honra e o decoro do cargo. É o que o governo federal está à iminência de fazer. O Código Penal (art. 319) pune o crime de prevaricação com três meses a um ano de prisão, quando o funcionário público pratica ato de ofício contra expressa disposição de lei, para atender a interesses ou a sentimentos pessoais. A nomeação de ministro de Estado é autorizada por lei ao presidente da República, mas não é cheque em branco para agir segundo objetivos menos éticos e lícitos. O motivo e a finalidade da escolha têm como meta o interesse público, não o ganho particular do presidente ou de algum outro membro do partido. Deve-se buscar o interesse da administração, a supremacia da gestão pública, a moralidade, a eficiência da atuação do Poder Público. O presidente não pode agir com abuso de direito. A norma constitucional é superior no sistema jurídico, cabendo ao gestor público incondicional obediência. O artigo 37 da Constituição Federal dispõe que "a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência". Evidentemente, a nomeação que tem por objetivo neutralizar medidas jurídicas constritivas e deslocar a competência jurisdicional para o STF representa uma violação ao princípio da moralidade e da impessoalidade e eficiência. Pratica a presidente Dilma, dessa forma, ato de ofício contra expressa disposição de lei, o texto constitucional, para satisfazer sentimento e interesse pessoal. O artigo 9º da lei 1079/50, em seu artigo 5º, também elenca como crime de responsabilidade "infringir, no provimento dos cargos públicos, as normas legais". A lei é clara ainda ao decretar que se enquadra no crime contra a probidade na administração "não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição". Pois é justamente isso o que busca Dilma agora: nomear subordinado, o ex-presidente Lula, com o propósito de impedir ou dificultar sua responsabilidade pela prática de delitos funcionais antecedentes e por atos contrários à Constituição brasileira. Não se trata, portanto, de simples desvio de finalidade de ato administrativo, passível de anulação, mas de crime contra administração pública, a permitir aditamento ao pedido original de impeachment contra a presidente Dilma ou a formulação de um novo pedido. DAVID TEIXEIRA DE AZEVEDO, 57, advogado criminalista, é professor livre-docente de direito penal da USP. Defendeu o lobista Fernando Baiano no processo da Lava Jato * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Lula no ministério é atentado à leiA presidente Dilma Rousseff ofereceu a Lula um ministério de seu governo com a finalidade de investi-lo em cargo e função com foro privilegiado do STF (Supremo Tribunal Federal). Lula estaria, assim, a salvo de possíveis prisões preventivas decretadas pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Trata-se de laço feito pela própria presidente, em inconsciente desistência de governar, pelo PT ou por membros dos partidos aliados, que a "auxiliam" com "fogo amigo". A manobra constitui crime de responsabilidade contra a probidade na administração, segundo o artigo 9º, item 7, da lei 1079/50, por "proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". A infração criminal contra a administração pública é a mais grave conduta capaz de ferir a dignidade, a honra e o decoro do cargo. É o que o governo federal está à iminência de fazer. O Código Penal (art. 319) pune o crime de prevaricação com três meses a um ano de prisão, quando o funcionário público pratica ato de ofício contra expressa disposição de lei, para atender a interesses ou a sentimentos pessoais. A nomeação de ministro de Estado é autorizada por lei ao presidente da República, mas não é cheque em branco para agir segundo objetivos menos éticos e lícitos. O motivo e a finalidade da escolha têm como meta o interesse público, não o ganho particular do presidente ou de algum outro membro do partido. Deve-se buscar o interesse da administração, a supremacia da gestão pública, a moralidade, a eficiência da atuação do Poder Público. O presidente não pode agir com abuso de direito. A norma constitucional é superior no sistema jurídico, cabendo ao gestor público incondicional obediência. O artigo 37 da Constituição Federal dispõe que "a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência". Evidentemente, a nomeação que tem por objetivo neutralizar medidas jurídicas constritivas e deslocar a competência jurisdicional para o STF representa uma violação ao princípio da moralidade e da impessoalidade e eficiência. Pratica a presidente Dilma, dessa forma, ato de ofício contra expressa disposição de lei, o texto constitucional, para satisfazer sentimento e interesse pessoal. O artigo 9º da lei 1079/50, em seu artigo 5º, também elenca como crime de responsabilidade "infringir, no provimento dos cargos públicos, as normas legais". A lei é clara ainda ao decretar que se enquadra no crime contra a probidade na administração "não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição". Pois é justamente isso o que busca Dilma agora: nomear subordinado, o ex-presidente Lula, com o propósito de impedir ou dificultar sua responsabilidade pela prática de delitos funcionais antecedentes e por atos contrários à Constituição brasileira. Não se trata, portanto, de simples desvio de finalidade de ato administrativo, passível de anulação, mas de crime contra administração pública, a permitir aditamento ao pedido original de impeachment contra a presidente Dilma ou a formulação de um novo pedido. DAVID TEIXEIRA DE AZEVEDO, 57, advogado criminalista, é professor livre-docente de direito penal da USP. Defendeu o lobista Fernando Baiano no processo da Lava Jato * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Dezenas de estudantes são detidos durante protesto na Venezuela
No dia em que se completam três meses da mais recente onda de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a polícia deteve dezenas de jovens que participavam de uma passeata que tentava chegar, nesta quinta-feira (29), à sede do Poder Eleitoral em Caracas. Segundo Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, 31 estudantes (a maioria da Universidade Simón Bolívar) foram presos, incluindo dois adolescentes. Os jovens foram detidos dentro de uma agência bancária onde buscavam proteção contra o avanço das forças de segurança, que reprimiam o protesto. Eles foram colocados dentro de um caminhão baú, sem ventilação, e gás lacrimogêneo atirado pelos policiais do lado de fora acabou invadindo o local onde estavam. Os estudantes foram levados para a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, o Sebin. Segundo o representante do centro estudantil da Universidade Simón Bolívar, os jovens, em princípio, não sofreram agressões. Familiares dos estudantes se dirijam ao local e conseguiram entregar alimentos para eles. MARCHAS A coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) organizou nesta quinta-feira marchas em direção a todas às sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Em Caracas, debaixo de chuva, milhares de manifestantes protestaram contra a eleição da Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro –que será responsável por redigir a nova Constituição do país– e marcada para o dia 30 de julho. O ato foi dispersado por policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Houve enfrentamentos entre os agentes de segurança e os manifestantes. Cerca de 80 pessoas já morreram nos protestos quase diários realizados nos últimos três meses. Também nesta quinta, o Ministério Público venezuelano denunciou o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana Antonio Benavides Torres por "graves e sistemáticas violações de direitos humanos cometidas durante as manifestações no país". Benavides Torres foi retirado do cargo no dia 20 de junho, um dia depois da morte de Fabián Urbina, um manifestante de 17 anos assassinado por agentes de segurança com tiros à queima roupa durante um protesto em Caracas. O órgão suspeita que 23 pessoas morreram diretamente pela ação de policiais e militares. Torres, hoje chefe de governo do Distrito Capital (que forma parte de Caracas) deverá comparecer ao Ministério Público na próxima quarta-feira (5).
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Dezenas de estudantes são detidos durante protesto na VenezuelaNo dia em que se completam três meses da mais recente onda de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a polícia deteve dezenas de jovens que participavam de uma passeata que tentava chegar, nesta quinta-feira (29), à sede do Poder Eleitoral em Caracas. Segundo Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, 31 estudantes (a maioria da Universidade Simón Bolívar) foram presos, incluindo dois adolescentes. Os jovens foram detidos dentro de uma agência bancária onde buscavam proteção contra o avanço das forças de segurança, que reprimiam o protesto. Eles foram colocados dentro de um caminhão baú, sem ventilação, e gás lacrimogêneo atirado pelos policiais do lado de fora acabou invadindo o local onde estavam. Os estudantes foram levados para a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, o Sebin. Segundo o representante do centro estudantil da Universidade Simón Bolívar, os jovens, em princípio, não sofreram agressões. Familiares dos estudantes se dirijam ao local e conseguiram entregar alimentos para eles. MARCHAS A coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) organizou nesta quinta-feira marchas em direção a todas às sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Em Caracas, debaixo de chuva, milhares de manifestantes protestaram contra a eleição da Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro –que será responsável por redigir a nova Constituição do país– e marcada para o dia 30 de julho. O ato foi dispersado por policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Houve enfrentamentos entre os agentes de segurança e os manifestantes. Cerca de 80 pessoas já morreram nos protestos quase diários realizados nos últimos três meses. Também nesta quinta, o Ministério Público venezuelano denunciou o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana Antonio Benavides Torres por "graves e sistemáticas violações de direitos humanos cometidas durante as manifestações no país". Benavides Torres foi retirado do cargo no dia 20 de junho, um dia depois da morte de Fabián Urbina, um manifestante de 17 anos assassinado por agentes de segurança com tiros à queima roupa durante um protesto em Caracas. O órgão suspeita que 23 pessoas morreram diretamente pela ação de policiais e militares. Torres, hoje chefe de governo do Distrito Capital (que forma parte de Caracas) deverá comparecer ao Ministério Público na próxima quarta-feira (5).
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Saiba como cada deputado votou o 1º item do ajuste fiscal de Dilma
A Câmara aprovou nesta quarta-feira (6) o texto principal do primeiro item do pacote de ajuste fiscal. A medida provisória 665 traz como principal medida o aumento do tempo de trabalho para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego: de seis para 12 meses -o governo queria originalmente 18 meses, mas foi obrigado a recuar. A votação foi apertada –252 votos a 227–, e nem todos os deputados da base votaram a favor da medida. Dos 64 deputados do PT, por exemplo, 54 acompanharam a orientação do partido e votaram "sim". Nove deles não compareceram à sessão. Weliton Prado (MG) foi o único a votar contra o projeto. Ao todo, houve 32 ausências e uma abstenção. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não vota porque é o presidente da Câmara. No PMDB, que pressionou o Partido dos Trabalhadores a fechar posição em favor da medida, 75% dos deputados acompanharam o governo; 19% foram contra. Houve três ausências no partido. No PR e no PSD, o placar foi semelhante: 79% e 76% a favor, respectivamente. Ainda na base, alguns partidos ficaram bem divididos traçado pelo governo Dilma Rousseff. No PRB só 55% aprovaram a medida, seguido por PP (52%) e PTB (48%). "Houve insatisfação com o governo, claro, mas defendíamos o adiamento da votação, a bancada não estava pronta para votar", afirmou o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE). O PDT, que tem o ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi voto contrário: todos os seus 19 deputados votaram contra a mudança. OPOSIÇÃO Na oposição, PSDB e PPS também votaram em conjunto contra a MP, mas os tucanos registraram duas abstenções. O DEM deu 8 de seus 22 votos para o governo, apesar da comandar uma ferrenha oposição ao projeto. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) –ex-presidente do partido e crítico contumaz dos mais de 12 anos da gestão do PT no Palácio do Planalto– afirmou que votou a favor do ajuste de Dilma porque o país, em sua visão, iria imediatamente para o buraco caso a medida fosse rejeitada pela Câmara. O SDD, de Paulinho da Força (SP), teve um voto a favor da medida, e no PSB 22% dos deputados votaram a favor do governo, contrariando a indicação do partido. Votação
poder
Saiba como cada deputado votou o 1º item do ajuste fiscal de DilmaA Câmara aprovou nesta quarta-feira (6) o texto principal do primeiro item do pacote de ajuste fiscal. A medida provisória 665 traz como principal medida o aumento do tempo de trabalho para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego: de seis para 12 meses -o governo queria originalmente 18 meses, mas foi obrigado a recuar. A votação foi apertada –252 votos a 227–, e nem todos os deputados da base votaram a favor da medida. Dos 64 deputados do PT, por exemplo, 54 acompanharam a orientação do partido e votaram "sim". Nove deles não compareceram à sessão. Weliton Prado (MG) foi o único a votar contra o projeto. Ao todo, houve 32 ausências e uma abstenção. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não vota porque é o presidente da Câmara. No PMDB, que pressionou o Partido dos Trabalhadores a fechar posição em favor da medida, 75% dos deputados acompanharam o governo; 19% foram contra. Houve três ausências no partido. No PR e no PSD, o placar foi semelhante: 79% e 76% a favor, respectivamente. Ainda na base, alguns partidos ficaram bem divididos traçado pelo governo Dilma Rousseff. No PRB só 55% aprovaram a medida, seguido por PP (52%) e PTB (48%). "Houve insatisfação com o governo, claro, mas defendíamos o adiamento da votação, a bancada não estava pronta para votar", afirmou o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE). O PDT, que tem o ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi voto contrário: todos os seus 19 deputados votaram contra a mudança. OPOSIÇÃO Na oposição, PSDB e PPS também votaram em conjunto contra a MP, mas os tucanos registraram duas abstenções. O DEM deu 8 de seus 22 votos para o governo, apesar da comandar uma ferrenha oposição ao projeto. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) –ex-presidente do partido e crítico contumaz dos mais de 12 anos da gestão do PT no Palácio do Planalto– afirmou que votou a favor do ajuste de Dilma porque o país, em sua visão, iria imediatamente para o buraco caso a medida fosse rejeitada pela Câmara. O SDD, de Paulinho da Força (SP), teve um voto a favor da medida, e no PSB 22% dos deputados votaram a favor do governo, contrariando a indicação do partido. Votação
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Roberto Azevêdo: Oportunidade histórica
O mundo volta suas atenções para a Organização Mundial do Comércio neste ano. Não porque a OMC celebra em 2015 seus 20 anos de existência promovendo o comércio global. Tampouco pela expectativa de entrada em vigor do Acordo de Facilitação de Comércio, o primeiro entendimento multilateral alcançado pela organização, que vai desburocratizar transações comerciais. O mundo nos observa com renovado interesse por causa da possibilidade de avançarmos com as negociações e obtermos resultados concretos até a 10ª Conferência Ministerial da Organização, em Nairóbi, em dezembro próximo. Pela primeira vez em muito tempo, os 160 membros da OMC retomam as negociações da Rodada Doha, iniciadas em 2001, com ênfase inicial nas áreas agrícola, de bens industriais e de serviços. Essa nova dinâmica é resultado, em boa parte, do sucesso na Conferência Ministerial de Bali, quando os membros concluíram as negociações sobre facilitação de comércio e tomaram decisões importantes sobre agricultura e desenvolvimento. Os benefícios de concluir essa negociação são claros para todos, mas sobretudo para o Brasil. Na agricultura, setor importantíssimo para os interesses brasileiros, podemos mitigar distorções históricas e abrir novos mercados. Também podemos progredir com maior abertura comercial na área de bens industriais e serviços, temas fundamentais para o futuro de uma economia brasileira mais dinâmica, moderna e competitiva. O Brasil sempre teve papel central nessa negociação. Tenho certeza que neste ano não será diferente. Esse protagonismo na OMC não limita em nada as opções do Brasil em política comercial: as vias multilateral, bilateral e regional não se excluem. Pelo contrário, se complementam. Boa parte dos membros da OMC avança sua agenda comercial em várias frentes. O interesse do Brasil nas negociações entre Mercosul e União Europeia indica que, também para o país, o multilateral e o regional podem e devem se apoiar mutuamente. O Brasil deve seguir exercendo liderança nas negociações em Genebra. Somente a OMC pode oferecer resultados como a redução e, em alguns casos, a eliminação de subsídios agrícolas. Apenas na OMC seremos capazes de adotar disciplinas globais sobre as várias formas de barreiras não tarifárias, que proliferam aceleradamente sobretudo nos países com impostos de importação mais reduzidos. Ainda mais importante, as negociações na OMC entram em fase decisiva, após um longo período de hibernação. Todos estão preparados para negociar com criatividade e realismo. Os resultados desse esforço poderão ditar o futuro da agenda da organização. A paralisia em que vivíamos não é mais aceitável. A liderança do país na OMC em nada enfraquece a posição do Brasil em outras frentes. Muito pelo contrário, a experiência tem comprovado que uma estratégia abrangente e bem concatenada pode otimizar o jogo nos vários tabuleiros e alavancar o poder de negociação nas distintas vertentes. Estou no Brasil para reuniões com líderes do governo e empresariado. Vim trocar ideias sobre como concluir as negociações. Não será possível resolver de uma só vez todos os temas pendentes do comércio mundial, mas certamente a OMC pode entregar benefícios concretos para o país e para a economia global se formos realistas, flexíveis e inovadores. Em período de baixo crescimento mundial, o comércio pode fazer parte da solução. Neste momento crítico para a OMC e de retomada das negociações, será fundamental a competente liderança brasileira. ROBERTO AZEVÊDO, 57, diplomata, é diretor-geral da Organização Mundial do Comércio - OMC * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Roberto Azevêdo: Oportunidade históricaO mundo volta suas atenções para a Organização Mundial do Comércio neste ano. Não porque a OMC celebra em 2015 seus 20 anos de existência promovendo o comércio global. Tampouco pela expectativa de entrada em vigor do Acordo de Facilitação de Comércio, o primeiro entendimento multilateral alcançado pela organização, que vai desburocratizar transações comerciais. O mundo nos observa com renovado interesse por causa da possibilidade de avançarmos com as negociações e obtermos resultados concretos até a 10ª Conferência Ministerial da Organização, em Nairóbi, em dezembro próximo. Pela primeira vez em muito tempo, os 160 membros da OMC retomam as negociações da Rodada Doha, iniciadas em 2001, com ênfase inicial nas áreas agrícola, de bens industriais e de serviços. Essa nova dinâmica é resultado, em boa parte, do sucesso na Conferência Ministerial de Bali, quando os membros concluíram as negociações sobre facilitação de comércio e tomaram decisões importantes sobre agricultura e desenvolvimento. Os benefícios de concluir essa negociação são claros para todos, mas sobretudo para o Brasil. Na agricultura, setor importantíssimo para os interesses brasileiros, podemos mitigar distorções históricas e abrir novos mercados. Também podemos progredir com maior abertura comercial na área de bens industriais e serviços, temas fundamentais para o futuro de uma economia brasileira mais dinâmica, moderna e competitiva. O Brasil sempre teve papel central nessa negociação. Tenho certeza que neste ano não será diferente. Esse protagonismo na OMC não limita em nada as opções do Brasil em política comercial: as vias multilateral, bilateral e regional não se excluem. Pelo contrário, se complementam. Boa parte dos membros da OMC avança sua agenda comercial em várias frentes. O interesse do Brasil nas negociações entre Mercosul e União Europeia indica que, também para o país, o multilateral e o regional podem e devem se apoiar mutuamente. O Brasil deve seguir exercendo liderança nas negociações em Genebra. Somente a OMC pode oferecer resultados como a redução e, em alguns casos, a eliminação de subsídios agrícolas. Apenas na OMC seremos capazes de adotar disciplinas globais sobre as várias formas de barreiras não tarifárias, que proliferam aceleradamente sobretudo nos países com impostos de importação mais reduzidos. Ainda mais importante, as negociações na OMC entram em fase decisiva, após um longo período de hibernação. Todos estão preparados para negociar com criatividade e realismo. Os resultados desse esforço poderão ditar o futuro da agenda da organização. A paralisia em que vivíamos não é mais aceitável. A liderança do país na OMC em nada enfraquece a posição do Brasil em outras frentes. Muito pelo contrário, a experiência tem comprovado que uma estratégia abrangente e bem concatenada pode otimizar o jogo nos vários tabuleiros e alavancar o poder de negociação nas distintas vertentes. Estou no Brasil para reuniões com líderes do governo e empresariado. Vim trocar ideias sobre como concluir as negociações. Não será possível resolver de uma só vez todos os temas pendentes do comércio mundial, mas certamente a OMC pode entregar benefícios concretos para o país e para a economia global se formos realistas, flexíveis e inovadores. Em período de baixo crescimento mundial, o comércio pode fazer parte da solução. Neste momento crítico para a OMC e de retomada das negociações, será fundamental a competente liderança brasileira. ROBERTO AZEVÊDO, 57, diplomata, é diretor-geral da Organização Mundial do Comércio - OMC * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Objetivo é o brasileiro progredir
Em pouco mais de um ano, o governo Michel Temer conquistou avanços sociais expressivos, esvaziando o discurso de que somente o PT se preocupa com os pobres. Num artigo eivado de equívocos, publicado nesta Folha em 28 de setembro, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) repete esse mantra. E erra mais uma vez. O governo Temer valorizou e deu o maior reajuste anual ao Bolsa Família desde a criação do programa. Foram 12,5% no valor médio do benefício. As políticas de transferência de renda mais importantes no Brasil não são um monopólio petista. A aposentadoria do trabalhador rural, estruturada no governo Itamar Franco -que repassa dez vezes mais do que arrecada-, e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) -constituído ainda no primeiro governo Fernando Henrique- transferem juntos, para os mais pobres, um volume de recursos cinco vezes maior do que o Bolsa Família. São R$ 110 bilhões e R$ 50 bilhões por ano, respectivamente, frente aos R$ 29 bilhões do Bolsa Família. Além disso, a transferência de renda pura e simples do Bolsa Família não reduziu a pobreza como prega o artigo 3º, inciso III, da Constituição Federal. Se isso tivesse acontecido, o número de famílias necessitadas teria reduzido e não aumentado, como o vereador orgulhosamente constata. Entre 2003 e 2015, no governo do PT, o número de famílias beneficiárias do programa ou na fila para entrar saltou de 3,6 milhões para 15 milhões. Onde está a redução da pobreza se mais de 50 milhões de brasileiros necessitam de R$ 180, valor médio mensal do Bolsa Família, para não cair na pobreza extrema? Segundo o World Wealth and Income Database, instituto codirigido pelo economista neomarxista Thomas Piketty, a desigualdade entre os 10% mais ricos, que já ficam com mais da metade da riqueza do país, comparando com os 50% mais pobres, é maior hoje do que há 15 anos. E uma das razões disso -as desonerações fiscais no governo do PT para empresas-, o próprio vereador aponta no seu texto. Elas somam dez vezes mais recursos do que o valor repassado ao Bolsa Família. Foi na gestão de Dilma Rousseff que o programa ficou dois anos sem reajuste, justamente no período mais violento da recessão. O poder de compra de alimentos caiu, então, 25%. Portanto, o vereador não tem como falar em descumprimento da Constituição. Também temos que considerar que não há ofensa maior ao país do que bater o recorde de recessão da história econômica brasileira, com 14 milhões de desempregados -este foi o legado que recebemos dos governos petistas. Quando assumimos o governo, a média histórica era de quase um 1 milhão de famílias aguardando para receber o Bolsa Família. Nós zeramos a fila graças a um esforço para identificar inconsistências nos cadastros de beneficiários. E isso possibilitou a inclusão de quase 2 milhões de famílias este ano. Neste mês, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) repassará mais de R$ 2,4 bilhões a quase 13,5 milhões de famílias. Para promover a autonomia da população mais pobre, lançamos o Plano Progredir - Qualificação, Emprego e Renda para Quem Mais Precisa. É a maior proposta de inclusão produtiva já feita, com o objetivo de reforçar e fortalecer a inclusão dos brasileiros mais pobres. Antecipando o que os nossos adversários vão tentar dizer, o Progredir não vai acabar com o Bolsa Família. Pelo contrário. A ideia é dar o peixe e ensinar a pescar. Será oferecida assistência técnica para 1,7 milhão de autônomos em todo o país, além de ações de inclusão digital e educação financeira. Também serão disponibilizadas mais de 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes, e está prevista a oferta de até R$ 3 bilhões anuais em microcrédito. Vamos continuar dando o peixe, mas ensinando a pescar. O Brasil mudou. O governo Temer derrotou a recessão. A economia voltou a crescer com números positivos nos últimos quatro meses. Tudo isso é fruto de uma política de responsabilidade fiscal, mas também de grandes e significativos avanços sociais. OSMAR TERRA (PMDB-RS) é ministro do Desenvolvimento Social PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Objetivo é o brasileiro progredirEm pouco mais de um ano, o governo Michel Temer conquistou avanços sociais expressivos, esvaziando o discurso de que somente o PT se preocupa com os pobres. Num artigo eivado de equívocos, publicado nesta Folha em 28 de setembro, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) repete esse mantra. E erra mais uma vez. O governo Temer valorizou e deu o maior reajuste anual ao Bolsa Família desde a criação do programa. Foram 12,5% no valor médio do benefício. As políticas de transferência de renda mais importantes no Brasil não são um monopólio petista. A aposentadoria do trabalhador rural, estruturada no governo Itamar Franco -que repassa dez vezes mais do que arrecada-, e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) -constituído ainda no primeiro governo Fernando Henrique- transferem juntos, para os mais pobres, um volume de recursos cinco vezes maior do que o Bolsa Família. São R$ 110 bilhões e R$ 50 bilhões por ano, respectivamente, frente aos R$ 29 bilhões do Bolsa Família. Além disso, a transferência de renda pura e simples do Bolsa Família não reduziu a pobreza como prega o artigo 3º, inciso III, da Constituição Federal. Se isso tivesse acontecido, o número de famílias necessitadas teria reduzido e não aumentado, como o vereador orgulhosamente constata. Entre 2003 e 2015, no governo do PT, o número de famílias beneficiárias do programa ou na fila para entrar saltou de 3,6 milhões para 15 milhões. Onde está a redução da pobreza se mais de 50 milhões de brasileiros necessitam de R$ 180, valor médio mensal do Bolsa Família, para não cair na pobreza extrema? Segundo o World Wealth and Income Database, instituto codirigido pelo economista neomarxista Thomas Piketty, a desigualdade entre os 10% mais ricos, que já ficam com mais da metade da riqueza do país, comparando com os 50% mais pobres, é maior hoje do que há 15 anos. E uma das razões disso -as desonerações fiscais no governo do PT para empresas-, o próprio vereador aponta no seu texto. Elas somam dez vezes mais recursos do que o valor repassado ao Bolsa Família. Foi na gestão de Dilma Rousseff que o programa ficou dois anos sem reajuste, justamente no período mais violento da recessão. O poder de compra de alimentos caiu, então, 25%. Portanto, o vereador não tem como falar em descumprimento da Constituição. Também temos que considerar que não há ofensa maior ao país do que bater o recorde de recessão da história econômica brasileira, com 14 milhões de desempregados -este foi o legado que recebemos dos governos petistas. Quando assumimos o governo, a média histórica era de quase um 1 milhão de famílias aguardando para receber o Bolsa Família. Nós zeramos a fila graças a um esforço para identificar inconsistências nos cadastros de beneficiários. E isso possibilitou a inclusão de quase 2 milhões de famílias este ano. Neste mês, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) repassará mais de R$ 2,4 bilhões a quase 13,5 milhões de famílias. Para promover a autonomia da população mais pobre, lançamos o Plano Progredir - Qualificação, Emprego e Renda para Quem Mais Precisa. É a maior proposta de inclusão produtiva já feita, com o objetivo de reforçar e fortalecer a inclusão dos brasileiros mais pobres. Antecipando o que os nossos adversários vão tentar dizer, o Progredir não vai acabar com o Bolsa Família. Pelo contrário. A ideia é dar o peixe e ensinar a pescar. Será oferecida assistência técnica para 1,7 milhão de autônomos em todo o país, além de ações de inclusão digital e educação financeira. Também serão disponibilizadas mais de 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes, e está prevista a oferta de até R$ 3 bilhões anuais em microcrédito. Vamos continuar dando o peixe, mas ensinando a pescar. O Brasil mudou. O governo Temer derrotou a recessão. A economia voltou a crescer com números positivos nos últimos quatro meses. Tudo isso é fruto de uma política de responsabilidade fiscal, mas também de grandes e significativos avanços sociais. OSMAR TERRA (PMDB-RS) é ministro do Desenvolvimento Social PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ex-MasterChefs fazem vídeos de receitas na cozinha de Raul
O publicitário Raul Lemos, vice-campeão do 'MasterChef', já está com um projeto em andamento: receber ex-participantes do programa para cozinhar em seu canal do YouTube, Noiz Moscada, com Gustavo Bicalho e Fernando Kawasaki. Em entrevista ao vivo da "TV Folha" nesta quinta-feira (17), Raul explicou o projeto aos repórteres Magê Flores, do "Comida", e Chico Felitti, da "Ilustrada". A ideia é receber alguns colegas do reality-show para ensinar receitas no Noiz Moscada –como Aritana, que fará o primeiro vídeo do tipo– e, depois, criar um hub para colocar "todo mundo lá dentro". Seria algo como uma vitrine para os cozinheiros amadores. Mas este não é o único projeto de Raul. Sozinho, ele quer fazer seu próprio canal. Já como parte do trio, que inclui Gustavo e Fernando, o desejo é "juntar o melhor dos mundos" –aprender, curtir, viajar e ganhar dinheiro cozinhando– em um tipo de programa itinerante. "A gente iria lá pra região de Bragança, por exemplo, onde tem a linguiça", explica Raul, "Daí pedimos para algum 'jedi' da linguiça de lá nos ensinar a fazer, depois cozinhamos com os ingredientes locais e vendemos na rua." O formato do programa e seu destino –se iria para a TV aberta ou fechada– ainda não estão definidos. MASTERCHEF Na entrevista, Raul falou ainda sobre sua carreira como publicitário e sobre sua postura durante o 'MasterChef' e sobre a final. Ele diz não se arrepender de seu cardápio final –de influência asiática, contra o brasileiro de Izabel, que levava receitas com porco. Sobre o spoiler, publicado por Fernando Oliveira, do "Agora" e do "F5", em meados de agosto, Raul conta que já tinha lido: "Minha reação na hora do anúncio [do vencedor do programa] foi: o spoiler estava certo". Em relação às suas preferências gastronômicas, Raul, conhecido por ser bom com temperos, falou de seu restaurante preferido em São Paulo, o Sainte Marie Gastronomie, de cozinha armênia. "Quando como lá tenho umas convulsões, é o meu restaurante querido", brincou. O vice-campeão do programa conhece apenas o restaurante de um dos jurados, o Tartar & Co, de Erick Jacquin, mas disse que estava esperando para poder ir ao Sal, de Fogaça, e Arturito, de Paola Carosella (durante o programa, os participantes eram recomendados a não ir aos restaurantes dos jurados). "Mas no dia que fomos cozinhar no Arturito fiquei imaginando o que sai daquela cozinha. Estava esperando de verdade, acho que vou semana que vem já."
comida
Ex-MasterChefs fazem vídeos de receitas na cozinha de RaulO publicitário Raul Lemos, vice-campeão do 'MasterChef', já está com um projeto em andamento: receber ex-participantes do programa para cozinhar em seu canal do YouTube, Noiz Moscada, com Gustavo Bicalho e Fernando Kawasaki. Em entrevista ao vivo da "TV Folha" nesta quinta-feira (17), Raul explicou o projeto aos repórteres Magê Flores, do "Comida", e Chico Felitti, da "Ilustrada". A ideia é receber alguns colegas do reality-show para ensinar receitas no Noiz Moscada –como Aritana, que fará o primeiro vídeo do tipo– e, depois, criar um hub para colocar "todo mundo lá dentro". Seria algo como uma vitrine para os cozinheiros amadores. Mas este não é o único projeto de Raul. Sozinho, ele quer fazer seu próprio canal. Já como parte do trio, que inclui Gustavo e Fernando, o desejo é "juntar o melhor dos mundos" –aprender, curtir, viajar e ganhar dinheiro cozinhando– em um tipo de programa itinerante. "A gente iria lá pra região de Bragança, por exemplo, onde tem a linguiça", explica Raul, "Daí pedimos para algum 'jedi' da linguiça de lá nos ensinar a fazer, depois cozinhamos com os ingredientes locais e vendemos na rua." O formato do programa e seu destino –se iria para a TV aberta ou fechada– ainda não estão definidos. MASTERCHEF Na entrevista, Raul falou ainda sobre sua carreira como publicitário e sobre sua postura durante o 'MasterChef' e sobre a final. Ele diz não se arrepender de seu cardápio final –de influência asiática, contra o brasileiro de Izabel, que levava receitas com porco. Sobre o spoiler, publicado por Fernando Oliveira, do "Agora" e do "F5", em meados de agosto, Raul conta que já tinha lido: "Minha reação na hora do anúncio [do vencedor do programa] foi: o spoiler estava certo". Em relação às suas preferências gastronômicas, Raul, conhecido por ser bom com temperos, falou de seu restaurante preferido em São Paulo, o Sainte Marie Gastronomie, de cozinha armênia. "Quando como lá tenho umas convulsões, é o meu restaurante querido", brincou. O vice-campeão do programa conhece apenas o restaurante de um dos jurados, o Tartar & Co, de Erick Jacquin, mas disse que estava esperando para poder ir ao Sal, de Fogaça, e Arturito, de Paola Carosella (durante o programa, os participantes eram recomendados a não ir aos restaurantes dos jurados). "Mas no dia que fomos cozinhar no Arturito fiquei imaginando o que sai daquela cozinha. Estava esperando de verdade, acho que vou semana que vem já."
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Total de matrículas no ensino superior tem estagnação inédita em 2016
O ensino superior brasileiro estagnou em 2016. O volume de alunos matriculados em faculdades e universidades do país foi praticamente o mesmo do ano anterior. O total de novos alunos em cursos presenciais caiu. No ano passado, o país registrou 8,05 milhões de alunos em cursos de nível superior (presencial e a distância), contra 8,03 milhões em 2015. Uma variação de apenas 0,2%. A ampliação no total de alunos já havia desacelerado em 2015, quando as matrículas cresceram só 2% com relação ao ano anterior. Comportamento que não era tão ruim desde 2009. Mas essa estagnação registrada em 2016 indica o pior cenário de matrículas pelo menos desde 2006. De 2006 a 2015, o total de alunos cresceu, na média, 6% ao ano. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2016, divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta quinta-feira (31). A queda no número de novos alunos de cursos presenciais é preocupante. Em 2016, ingressaram no ensino superior 2,14 milhões de alunos, 4% a menos do que no ano anterior. É o segundo ano consecutivo de recuo em novas matrículas presenciais. Essas reduções ocorrem na esteira da crise econômica e desemprego. O enxugamento do Fies (programa de Financiamento Estudantil), promovido nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, também impactaram nos resultados. O ministro Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou em entrevista coletiva nesta quinta que a crise é o principal fator para a estagnação e negou que as mudanças do Fies tenham tido impacto nos dados. "As mudanças introduzidas estão sendo pensadas para 2018, então não houve qualquer impacto com relação ao novo Fies", afirmou ele. Já a secretária-executiva do ministério, Maria Helena Castro, culpa as reduções feitas no Fies em 2015, durante o governo Dilma Rousseff. "Nós estamos carregando um problema desta época", afirmou. A quantidade de alunos que se formaram teve leve aumento. Passou de 1,15 milhão em 2015 para 1,16 milhão em 2016, considerando as modalidades presencial e a distância. Apesar de ainda concentrarem 75% do total de matrículas no ensino superior, as instituições privadas registraram leve queda no número de alunos no ano passado. O total passou de 6,07 milhões para 6,05 milhões (recuo de 0,2%, o que mostra uma estagnação). "A crise econômica limitou que muitos jovens pudessem buscar matrículas em universidades privadas", afirmou Mendonça Filho. Ele diz, no entanto, que a estagnação não vem como surpresa e que o país teve "aumento razoável" no número de matrículas e defendeu que a reforma do ensino médio ajudará a conter taxa de evasão, e aumentará o número de alunos no ensino superior. O total de alunos da rede pública passou de 1,95 milhão para 1,99 milhão. Um avanço de 1,9%. Novos alunos - Público e particular DISTÂNCIA Após ter recuado em 2015, o ingresso de novos alunos em cursos a distância disparou em 2016. Entraram em graduações dessa modalidade 843 mil novos alunos, maior volume de ingressantes já registrado em um mesmo ano. "É uma tendência não só do Brasil, mas mundial", afirmou o ministro. "Não pode ser uma briga entre o presencial e o à distância, tem que haver uma complementariedade." Do total de 8,05 milhões de alunos do ensino superior, 1,49 milhão estão em cursos não-presenciais. Essa modalidade já representa 18,6% do total de alunos. Em 2006, eram 4,2%. Para o professor Joaquim Soares Neto, da UnB (Universidade de Brasília), a alta nas matrículas do ensino a distância é também reflexo da crise. "Na medida em que há redução do Fies, quem quer estudar e não tem recursos está procurando outro caminho, como o ensino a distância", diz ele, membro do CNE (Conselho Nacional de Educação). Neto ainda ressalta a importância de expansão do financiamento estudantil para garantir o acesso das famílias mais pobres ao ensino superior. Os resultados do ensino superior apontam dificuldades para o país elevar o percentual de jovens que conseguem chegar ao ensino superior. A partir de dados de 2015, apenas 18,1% dos jovens de 18 a 24 anos estão na educação superior. A meta do PNE (Plano Nacional de Educação) é chegar a 33% em 2024. Alunos no ensino superior - Presencial e a distância (público e particular)
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Total de matrículas no ensino superior tem estagnação inédita em 2016O ensino superior brasileiro estagnou em 2016. O volume de alunos matriculados em faculdades e universidades do país foi praticamente o mesmo do ano anterior. O total de novos alunos em cursos presenciais caiu. No ano passado, o país registrou 8,05 milhões de alunos em cursos de nível superior (presencial e a distância), contra 8,03 milhões em 2015. Uma variação de apenas 0,2%. A ampliação no total de alunos já havia desacelerado em 2015, quando as matrículas cresceram só 2% com relação ao ano anterior. Comportamento que não era tão ruim desde 2009. Mas essa estagnação registrada em 2016 indica o pior cenário de matrículas pelo menos desde 2006. De 2006 a 2015, o total de alunos cresceu, na média, 6% ao ano. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2016, divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta quinta-feira (31). A queda no número de novos alunos de cursos presenciais é preocupante. Em 2016, ingressaram no ensino superior 2,14 milhões de alunos, 4% a menos do que no ano anterior. É o segundo ano consecutivo de recuo em novas matrículas presenciais. Essas reduções ocorrem na esteira da crise econômica e desemprego. O enxugamento do Fies (programa de Financiamento Estudantil), promovido nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, também impactaram nos resultados. O ministro Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou em entrevista coletiva nesta quinta que a crise é o principal fator para a estagnação e negou que as mudanças do Fies tenham tido impacto nos dados. "As mudanças introduzidas estão sendo pensadas para 2018, então não houve qualquer impacto com relação ao novo Fies", afirmou ele. Já a secretária-executiva do ministério, Maria Helena Castro, culpa as reduções feitas no Fies em 2015, durante o governo Dilma Rousseff. "Nós estamos carregando um problema desta época", afirmou. A quantidade de alunos que se formaram teve leve aumento. Passou de 1,15 milhão em 2015 para 1,16 milhão em 2016, considerando as modalidades presencial e a distância. Apesar de ainda concentrarem 75% do total de matrículas no ensino superior, as instituições privadas registraram leve queda no número de alunos no ano passado. O total passou de 6,07 milhões para 6,05 milhões (recuo de 0,2%, o que mostra uma estagnação). "A crise econômica limitou que muitos jovens pudessem buscar matrículas em universidades privadas", afirmou Mendonça Filho. Ele diz, no entanto, que a estagnação não vem como surpresa e que o país teve "aumento razoável" no número de matrículas e defendeu que a reforma do ensino médio ajudará a conter taxa de evasão, e aumentará o número de alunos no ensino superior. O total de alunos da rede pública passou de 1,95 milhão para 1,99 milhão. Um avanço de 1,9%. Novos alunos - Público e particular DISTÂNCIA Após ter recuado em 2015, o ingresso de novos alunos em cursos a distância disparou em 2016. Entraram em graduações dessa modalidade 843 mil novos alunos, maior volume de ingressantes já registrado em um mesmo ano. "É uma tendência não só do Brasil, mas mundial", afirmou o ministro. "Não pode ser uma briga entre o presencial e o à distância, tem que haver uma complementariedade." Do total de 8,05 milhões de alunos do ensino superior, 1,49 milhão estão em cursos não-presenciais. Essa modalidade já representa 18,6% do total de alunos. Em 2006, eram 4,2%. Para o professor Joaquim Soares Neto, da UnB (Universidade de Brasília), a alta nas matrículas do ensino a distância é também reflexo da crise. "Na medida em que há redução do Fies, quem quer estudar e não tem recursos está procurando outro caminho, como o ensino a distância", diz ele, membro do CNE (Conselho Nacional de Educação). Neto ainda ressalta a importância de expansão do financiamento estudantil para garantir o acesso das famílias mais pobres ao ensino superior. Os resultados do ensino superior apontam dificuldades para o país elevar o percentual de jovens que conseguem chegar ao ensino superior. A partir de dados de 2015, apenas 18,1% dos jovens de 18 a 24 anos estão na educação superior. A meta do PNE (Plano Nacional de Educação) é chegar a 33% em 2024. Alunos no ensino superior - Presencial e a distância (público e particular)
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Editorial de moda traz peças claras e arejadas para o Réveillon
O verão bate à porta e Serafina seleciona peças claras e arejadas para a virada do ano. Edição de fotografia: Cassiana Der Haroutiounian Produção de moda: Victor Miranda Assistente de moda: André Philipe Designer floral: Rafaeel Marshal Beleza: Agnes Mamede Assistentes de Fotografia: Vitor Jardim e Otavio Guarino Modelo: Luiza Scandelari (Way Models)
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Editorial de moda traz peças claras e arejadas para o RéveillonO verão bate à porta e Serafina seleciona peças claras e arejadas para a virada do ano. Edição de fotografia: Cassiana Der Haroutiounian Produção de moda: Victor Miranda Assistente de moda: André Philipe Designer floral: Rafaeel Marshal Beleza: Agnes Mamede Assistentes de Fotografia: Vitor Jardim e Otavio Guarino Modelo: Luiza Scandelari (Way Models)
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A reforma política não será feita pelos políticos que aí estão, diz leitor
A coluna "Radiografia", de André Singer ("Opinião", 30/5), foi perfeita. Reflete uma realidade que pode ser resumida na seguinte constatação: os parlamentares brasileiros não promoverão mudanças que possam sanear o mar de lama em que se transformou o mundo da política neste país. Se não houver uma vigorosa manifestação da sociedade, não vai acontecer nada que possa alterar o quadro atual. José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR) * Concordo com Bernardo Mello Franco ("Triste fim da reeleição", "Opinião", 31/5). Sou simpático ao instrumento da reeleição, que permite uma espécie de referendo a cada quatro anos para saber se o governante foi bem ou não. O uso da máquina administrativa ocorre com ou sem a reeleição, e é paradoxal a forma como os deputados votaram, apesar de ainda caber outras votações que não esconderão surpresas. A grande dúvida é saber se os parlamentarem votaram porque estavam em xeque ou em cheque. Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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A reforma política não será feita pelos políticos que aí estão, diz leitorA coluna "Radiografia", de André Singer ("Opinião", 30/5), foi perfeita. Reflete uma realidade que pode ser resumida na seguinte constatação: os parlamentares brasileiros não promoverão mudanças que possam sanear o mar de lama em que se transformou o mundo da política neste país. Se não houver uma vigorosa manifestação da sociedade, não vai acontecer nada que possa alterar o quadro atual. José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR) * Concordo com Bernardo Mello Franco ("Triste fim da reeleição", "Opinião", 31/5). Sou simpático ao instrumento da reeleição, que permite uma espécie de referendo a cada quatro anos para saber se o governante foi bem ou não. O uso da máquina administrativa ocorre com ou sem a reeleição, e é paradoxal a forma como os deputados votaram, apesar de ainda caber outras votações que não esconderão surpresas. A grande dúvida é saber se os parlamentarem votaram porque estavam em xeque ou em cheque. Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Tim promete renegociar valores, mas não cumpre, reclama leitor
O leitor Antonio Sergio da Cruz reclama de problemas com a Tim. Ele conta que tem em sua empresa quatro linhas de telefonia fixa da operadora, em um contrato que venceu em julho, e que pagava, em média, R$ 210 por mês. Em agosto, Antonio recebeu uma conta de R$ 984,76. Ao entrar em contato com a Tim, foi informado que a diferença se devia ao contrato, que não havia sido renovado. Antonio resolveu então renovar o contrato, diante da informação de que os valores a mais seriam revistos, mas depois de várias ligações, não conseguiu resposta, sendo sempre orientado a aguardar cinco dias úteis. No início de novembro a Tim disse que não renegociaria o valor das faturas. Resposta - A Tim afirma que entrou em contato com o cliente para informar que houve um erro no sistema, mas a fatura foi corrigida. - Queixa de Marco Antonio Tejo Sampaio: sem resposta CET não responde a solicitações de reposição de placa de proibido estacionar. Leitor fez pedido pelo telefone e, sem resposta, foi aconselhado a refazer a solicitação pela internet. Quase um mês depois, não havia mudança de status. Resposta da CET Informa que os pedidos já foram encaminhados à Superintendência de Sinalização. - Queixa de Dulce Rodrigues: celular quebrado Samsung não troca celular novo com defeito. Aparelho apresentou problema dez dias após a compra, mas nem a loja, nem a Samsung autorizaram a troca. Assistência diz que problema é de software, mas não resolveu o defeito. Resposta da Samsung Afirma que entrou em contato com a cliente e prestou os esclarecimentos necessários. - Queixa de Daniel Dias: aumento na fatura Acordo do cliente com a Net garantia que, após seis meses, fatura passaria de R$ 110 para R$ 180. Ao fim do período, cobrança saltou para R$ 217. Cliente entrou em contato com a Net, mas atendente não resolveu o problema. Resposta da Net Diz que entrou em contato com o cliente e esclareceu os valores do pacote contratado. - Queixa de Anderson dos Santos Junior: sem pontos Azul suspendeu cadastro do cliente no programa de pontos, sem avisar, afirmando que houve uso incorreto. Contudo, cliente nunca havia usado o programa, e teve 36.500 pontos usados sem a sua autorização. Resposta da Azul Afirma que está tentando entrar em contato com o cliente, sem sucesso.
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Tim promete renegociar valores, mas não cumpre, reclama leitorO leitor Antonio Sergio da Cruz reclama de problemas com a Tim. Ele conta que tem em sua empresa quatro linhas de telefonia fixa da operadora, em um contrato que venceu em julho, e que pagava, em média, R$ 210 por mês. Em agosto, Antonio recebeu uma conta de R$ 984,76. Ao entrar em contato com a Tim, foi informado que a diferença se devia ao contrato, que não havia sido renovado. Antonio resolveu então renovar o contrato, diante da informação de que os valores a mais seriam revistos, mas depois de várias ligações, não conseguiu resposta, sendo sempre orientado a aguardar cinco dias úteis. No início de novembro a Tim disse que não renegociaria o valor das faturas. Resposta - A Tim afirma que entrou em contato com o cliente para informar que houve um erro no sistema, mas a fatura foi corrigida. - Queixa de Marco Antonio Tejo Sampaio: sem resposta CET não responde a solicitações de reposição de placa de proibido estacionar. Leitor fez pedido pelo telefone e, sem resposta, foi aconselhado a refazer a solicitação pela internet. Quase um mês depois, não havia mudança de status. Resposta da CET Informa que os pedidos já foram encaminhados à Superintendência de Sinalização. - Queixa de Dulce Rodrigues: celular quebrado Samsung não troca celular novo com defeito. Aparelho apresentou problema dez dias após a compra, mas nem a loja, nem a Samsung autorizaram a troca. Assistência diz que problema é de software, mas não resolveu o defeito. Resposta da Samsung Afirma que entrou em contato com a cliente e prestou os esclarecimentos necessários. - Queixa de Daniel Dias: aumento na fatura Acordo do cliente com a Net garantia que, após seis meses, fatura passaria de R$ 110 para R$ 180. Ao fim do período, cobrança saltou para R$ 217. Cliente entrou em contato com a Net, mas atendente não resolveu o problema. Resposta da Net Diz que entrou em contato com o cliente e esclareceu os valores do pacote contratado. - Queixa de Anderson dos Santos Junior: sem pontos Azul suspendeu cadastro do cliente no programa de pontos, sem avisar, afirmando que houve uso incorreto. Contudo, cliente nunca havia usado o programa, e teve 36.500 pontos usados sem a sua autorização. Resposta da Azul Afirma que está tentando entrar em contato com o cliente, sem sucesso.
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Filho de cientistas diz faltar visão na pesquisa do Brasil
Michel Nussenzweig, 62, filho mais velho de Ruth e Victor, deixou o Brasil quando tinha nove anos. Hoje se sente mais confortável falando inglês, não português, e também já vai perdendo a esperança de fazer ciência em seu país de origem. Não que ele não tenha tentado. "Adoraria fazer algo no Brasil, mas todos os meus esforços fracassaram", lamenta. "Não entendo como a ciência é organizada no país. Vindo de fora, como um forasteiro, provavelmente não é possível [fazer pesquisa]." Treinado tanto para a prática clínica quanto para a pesquisa básica em algumas das melhores instituições de biomedicina dos Estados Unidos, ele se especializou num dos temas mais quentes do momento para esse campo: os anticorpos, que estuda, entre outras coisas, para entender a ação do vírus da Aids (HIV). O cientista diz que chegou a enviar um pedido de financiamento a uma instituição de fomento brasileira, cujo nome diz não lembrar. Seria para implantar no país um laboratório de clonagem de anticorpos humanos, que seu grupo na Universidade Rockefeller está aplicando em tratamentos atualmente em fase final de testes. "Esses métodos para a identificação de anticorpos podem ser usados numa variedade de problemas do Brasil", diz. Coisas como o tratamento do tétano ou de picadas de cobras e aranhas. Segundo Nussenzweig, o Instituto Butantan, em São Paulo, ainda utiliza "tecnologias do século 19" para enfrentar essas ocorrências, como soro de cavalos. O tratamento poderia ser aperfeiçoado, assegura, com o emprego de anticorpos monoclonais. BENEFÍCIOS Além disso, remédios baseados em anticorpos ocupam metade da lista dos dez mais rentáveis do mundo. "São drogas importantes para o futuro", afirma o médico e pesquisador, para acentuar as vantagens que essa tecnologia traria para o Brasil. Ainda assim, seu pedido foi recusado, sob a alegação de que o projeto era "translacional demais", ou seja, sem interesse científico suficiente, de baixo potencial de descoberta. "O que [os pareceristas] não perceberam foi que, aplicando essas técnicas aos problemas brasileiros, haveria muito a aprender." Sua produção científica, ele acredita, deveria ser credencial suficiente para lastrear o financiamento. "Se você olhar minha lista de publicações, provavelmente assinei mais artigos em [periódicos como] 'Cell', 'Nature' e 'Science' nos últimos cinco ou dez anos do que o Brasil inteiro." Uma pesquisa no diretório PubMed com o nome de Michel Nussenzweig revela 230 trabalhos publicados, dos quais 75 nas revistas mencionadas. "Sem querer me gabar, sou um cientista bem-sucedido." Nussenzweig dá um exemplo mais recente de frustração com pesquisadores brasileiros, desta vez envolvendo as agruras para coletar exemplares do vírus da zika. Algumas mães infectadas enfrentam problemas com seus filhos, outras não, e ele acha que isso tem algo a ver com o sistema imune. Sua equipe planejava examinar os anticorpos produzidos por pessoas afetadas por zika para ver se havia neles algo especial ou interessante. O pesquisador conta que tentou, com muito empenho nos pedidos a vários cientistas do Brasil, obter amostras do vírus da zika. Muitos foram os que se dispuseram a ajudar, diz ele, mas nenhum conseguiu fazer o material chegar às suas mãos. O laboratório da Rockefeller acabou obtendo amostras de vírus brasileiros (mas só por intermédio de um pesquisador americano que havia trabalhado no Brasil) e as comparou com outras do México. O artigo descrevendo os achados da equipe capitaneada por Nussenzweig –dentre os quais o de que a presença no sangue de anticorpos para o vírus da dengue tipo 1 tem correlação com uma reação forte de neutralização do vírus da zika– "[saiu na edição de 4 de maio da "Cell"]":http://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(17)30475-0. MARCELO LEITE, 59, é repórter especial e colunista da Folha. FERNANDO VILELA, 43, artista plástico, é autor de "Lampião & Lancelote" (Pequena Zahar), vencedor de dois prêmios Jabuti.
ilustrissima
Filho de cientistas diz faltar visão na pesquisa do BrasilMichel Nussenzweig, 62, filho mais velho de Ruth e Victor, deixou o Brasil quando tinha nove anos. Hoje se sente mais confortável falando inglês, não português, e também já vai perdendo a esperança de fazer ciência em seu país de origem. Não que ele não tenha tentado. "Adoraria fazer algo no Brasil, mas todos os meus esforços fracassaram", lamenta. "Não entendo como a ciência é organizada no país. Vindo de fora, como um forasteiro, provavelmente não é possível [fazer pesquisa]." Treinado tanto para a prática clínica quanto para a pesquisa básica em algumas das melhores instituições de biomedicina dos Estados Unidos, ele se especializou num dos temas mais quentes do momento para esse campo: os anticorpos, que estuda, entre outras coisas, para entender a ação do vírus da Aids (HIV). O cientista diz que chegou a enviar um pedido de financiamento a uma instituição de fomento brasileira, cujo nome diz não lembrar. Seria para implantar no país um laboratório de clonagem de anticorpos humanos, que seu grupo na Universidade Rockefeller está aplicando em tratamentos atualmente em fase final de testes. "Esses métodos para a identificação de anticorpos podem ser usados numa variedade de problemas do Brasil", diz. Coisas como o tratamento do tétano ou de picadas de cobras e aranhas. Segundo Nussenzweig, o Instituto Butantan, em São Paulo, ainda utiliza "tecnologias do século 19" para enfrentar essas ocorrências, como soro de cavalos. O tratamento poderia ser aperfeiçoado, assegura, com o emprego de anticorpos monoclonais. BENEFÍCIOS Além disso, remédios baseados em anticorpos ocupam metade da lista dos dez mais rentáveis do mundo. "São drogas importantes para o futuro", afirma o médico e pesquisador, para acentuar as vantagens que essa tecnologia traria para o Brasil. Ainda assim, seu pedido foi recusado, sob a alegação de que o projeto era "translacional demais", ou seja, sem interesse científico suficiente, de baixo potencial de descoberta. "O que [os pareceristas] não perceberam foi que, aplicando essas técnicas aos problemas brasileiros, haveria muito a aprender." Sua produção científica, ele acredita, deveria ser credencial suficiente para lastrear o financiamento. "Se você olhar minha lista de publicações, provavelmente assinei mais artigos em [periódicos como] 'Cell', 'Nature' e 'Science' nos últimos cinco ou dez anos do que o Brasil inteiro." Uma pesquisa no diretório PubMed com o nome de Michel Nussenzweig revela 230 trabalhos publicados, dos quais 75 nas revistas mencionadas. "Sem querer me gabar, sou um cientista bem-sucedido." Nussenzweig dá um exemplo mais recente de frustração com pesquisadores brasileiros, desta vez envolvendo as agruras para coletar exemplares do vírus da zika. Algumas mães infectadas enfrentam problemas com seus filhos, outras não, e ele acha que isso tem algo a ver com o sistema imune. Sua equipe planejava examinar os anticorpos produzidos por pessoas afetadas por zika para ver se havia neles algo especial ou interessante. O pesquisador conta que tentou, com muito empenho nos pedidos a vários cientistas do Brasil, obter amostras do vírus da zika. Muitos foram os que se dispuseram a ajudar, diz ele, mas nenhum conseguiu fazer o material chegar às suas mãos. O laboratório da Rockefeller acabou obtendo amostras de vírus brasileiros (mas só por intermédio de um pesquisador americano que havia trabalhado no Brasil) e as comparou com outras do México. O artigo descrevendo os achados da equipe capitaneada por Nussenzweig –dentre os quais o de que a presença no sangue de anticorpos para o vírus da dengue tipo 1 tem correlação com uma reação forte de neutralização do vírus da zika– "[saiu na edição de 4 de maio da "Cell"]":http://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(17)30475-0. MARCELO LEITE, 59, é repórter especial e colunista da Folha. FERNANDO VILELA, 43, artista plástico, é autor de "Lampião & Lancelote" (Pequena Zahar), vencedor de dois prêmios Jabuti.
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Tite pede permanência de jogadores para Libertadores
Hexa garantido, recorde batido e Tite deixa seu recado: quer que o elenco seja mantido para a próxima temporada. De olho na Libertadores, que terá ainda outros dois paulistas, Palmeiras e São Paulo, o treinador afirmou que é essa também a vontade da diretoria. "Não estou falando para fazer média. Estava ali falando com o presidente, com o Eduardo, com os auxiliares. É isso que a gente está pensando", disse o gaúcho, em entrevista após empatar com o Avaí, em 1 a 1, em Itaquera. O Corinthians conseguiu bater o recorde que antes era do Cruzeiro e se tornou o time de melhor campanha da história dos pontos corridos com 20 times. Alexandre Pato, atacante que está no São Paulo, pode retornar ao Parque São Jorge no início do ano que vem, para a pré-temporada. A intenção da diretoria é de vender o jogador, como vem tentando há pelo menos dois anos. De acordo com Andrés Sanchez, os interessados terão de pagar 20 milhões de euros para ter o atleta, e à vista.
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Tite pede permanência de jogadores para LibertadoresHexa garantido, recorde batido e Tite deixa seu recado: quer que o elenco seja mantido para a próxima temporada. De olho na Libertadores, que terá ainda outros dois paulistas, Palmeiras e São Paulo, o treinador afirmou que é essa também a vontade da diretoria. "Não estou falando para fazer média. Estava ali falando com o presidente, com o Eduardo, com os auxiliares. É isso que a gente está pensando", disse o gaúcho, em entrevista após empatar com o Avaí, em 1 a 1, em Itaquera. O Corinthians conseguiu bater o recorde que antes era do Cruzeiro e se tornou o time de melhor campanha da história dos pontos corridos com 20 times. Alexandre Pato, atacante que está no São Paulo, pode retornar ao Parque São Jorge no início do ano que vem, para a pré-temporada. A intenção da diretoria é de vender o jogador, como vem tentando há pelo menos dois anos. De acordo com Andrés Sanchez, os interessados terão de pagar 20 milhões de euros para ter o atleta, e à vista.
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Leitor elogia editorial que condena censura de cartuns
Cumprimento a Folha pelo editorial condenando a censura sofrida pela campanha "Da proibição nasce o tráfico" ("Cartuns proibidos", "Opinião", 3/6). A brutal repressão policial-militar à Marcha da Maconha em Maceió e a prisão ilegal de um jovem que vestia bermuda com estampa de canabis são outros exemplos de que a guerra às drogas debilita a democracia e criminaliza o debate. Regulação responsável já. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor elogia editorial que condena censura de cartunsCumprimento a Folha pelo editorial condenando a censura sofrida pela campanha "Da proibição nasce o tráfico" ("Cartuns proibidos", "Opinião", 3/6). A brutal repressão policial-militar à Marcha da Maconha em Maceió e a prisão ilegal de um jovem que vestia bermuda com estampa de canabis são outros exemplos de que a guerra às drogas debilita a democracia e criminaliza o debate. Regulação responsável já. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Nos cartuns da semana, Jaguar e Rafa Campos brincam com rock
JAGUAR, 85, cartunista, é um dos fundadores do "Pasquim". RAFA CAMPOS, 47, é ilustrador e cartunista.
ilustrissima
Nos cartuns da semana, Jaguar e Rafa Campos brincam com rockJAGUAR, 85, cartunista, é um dos fundadores do "Pasquim". RAFA CAMPOS, 47, é ilustrador e cartunista.
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Destaque do Top Higiene, Colgate está em mais de 50% dos lares do mundo
O antigo hábito de escovar os dentes com a torneira ligada e a água escorrendo sem parar não cabe mais no dia a dia dos brasileiros, que sofrem com a crise hídrica. E Colgate resolveu usar a força de sua marca para alertar os consumidores de sua pasta de dente sobre este grave problema. Na peça da Y&R, uma criança suja e maltrapilha está posicionada no lugar da pia do banheiro, enquanto na torneira a água corre sem parar. O recado: "O que você desperdiça em dois minutos é o que ele tem para viver por dois dias". Colgate é a mais lembrada no Top of Mind da categoria Higiene, com 13% das menções. Foi a quarta vitória, a segunda de forma isolada -Omo aparece com 7%. Colgate obteve o melhor resultado entre os mais jovens, com 19%. Reconhecimento parecido também é visto no exterior. Segundo a pesquisa Brand Footprint, realizada em 35 países, ela é a única marca -de um universo de 35 analisadas- comprada por mais da metade dos lares no mundo. Apesar de ocupar o topo da pirâmide de sua categoria e ser exemplo em tradição, Colgate não se acomoda e aposta na ousadia para atrair a atenção dos clientes. Segundo especialistas, na era da tecnologia e da inovação, o grande ativo das marcas de higiene e beleza é atuar no mercado a tempo suficiente para ganhar a confiança do consumidor, independentemente dos concorrentes. "São marcas que criam produtos baseados na necessidade do consumidor que paga confiando que elas vão lhe entregar o melhor", diz Eduardo Tomiya, diretor-geral da Millward Brown Vermeer Brasil, instituto de pesquisa especializado em branding. Segundo o diretor, a tradição é resultado da construção de ligação emocional com o consumidor e boa estratégia de negócios, especialmente em tempos de crise, quando as marcas apostam em produtos de maior valor agregado para garantir as margens de lucro. "Por entender que está levando o melhor, o consumidor está disposto a pagar mais. Isso permite que, mesmo sendo uma marca líder, que não ganha clientes por ter o menor preço, essas empresas não precisem entrar em guerra de preços e ainda apostem em linhas premium", afirma Tomiya. A estratégia funciona, pois o setor é um dos que menos sofre com a crise. Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), de janeiro a junho de 2015, as vendas do setor apresentaram queda de 5% em relação ao mesmo período de 2014. Foi a primeira desaceleração em anos. "Considerando o cenário da nossa economia, o setor precisa estar atento, mas pode comemorar", pondera o presidente da entidade, João Carlos Basilio. PASTA DE DENTE A marca mais lembrada quando o assunto é Higiene também é o grande destaque entre as marcas de Pasta de Dente. Colgate foi mencionada por 59% dos entrevistados. Sorriso veio em segundo lugar, com 18%. A tradição de Colgate atravessa mais de um século. Foi ela quem inventou a embalagem da pasta de dente em formato de tubo como conhecemos hoje, em 1896. "É uma empresa secular que tem, por parte do consumidor, tudo que uma marca de sucesso almeja: conhecimento, consideração e uso. Ousar na transmissão de valores, como na campanha pelo uso consciente da água, é uma boa forma de garantir espaço na cabeça do cliente", diz Tomiya. ANTISSÉPTICO BUCAL A onipresença de Colgate no segmento de "oral care" explica também o fato de a marca ganhar consecutivamente, há três edições, a categoria Antisséptico Bucal. A marca tem crescido na percepção dos consumidores: saiu de 22% das menções em 2013 para 28% nesta edição do Top of Mind. Listerine apareceu na sequência, com 19%. "Estamos no Brasil há mais de 80 anos e investimos cada vez mais na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos para oferecer alta qualidade", diz Adriana Leite, diretora de marketing da Colgate-Palmolive Brasil. ESMALTE DE UNHA Com mais de 50 anos de história e presente no portfólio da Hypermarcas desde 2008, Risqué é a vencedora da categoria Esmalte de Unha, estreante na pesquisa Folha Top of Mind. A marca é a primeira que vem à cabeça de 35% dos brasileiros. Colorama, em segundo, atingiu 10%. Risqué foi a primeira a apresentar o conceito de moda ao mercado nacional de esmaltes, com coleções baseadas nas tendências de cores da estação, consultoria de estilistas e participação em eventos do calendário de moda. A cada ano, Risqué lança duas coleções de esmaltes e edições especiais, seguindo as tendências de moda da estação. Além disso, a marca disponibiliza uma cartela fixa de cores e uma linha completa de produtos de tratamento para o ritual de cuidar das mãos. Para garantir sua presença na lembrança dos brasileiros, a marca investe em uma comunicação customizada e interage efetivamente com seu público por meio de distribuição de brindes e forte presença digital e mobile, com Facebook, Instagram e o aplicativo Risqué. CAMISINHA Investir em tecnologia e inovar para manter a tradição de ser a primeira opção do consumidor é a aposta da Jontex, adquirida pela Hypermarcas em 2009. Em 2015, a marca foi a mais lembrada na categoria Camisinha, com 21% de menções. Ela conseguiu uma oscilação positiva de três pontos percentuais. É a mais citada pelos homens (27%), pelas pessoas que têm de 35 a 44 anos e nas classes A/B (28% cada um). Olla obteve 11%. Criada em 1937, Jontex foi a primeira marca de preservativos a fazer campanha televisiva, em 1973. Além disso, no final dos anos 70, também foi pioneira no lançamento de camisinha lubrificada. A empresa aposta na ampliação de seu portfólio de produtos para a melhora da performance sexual: preservativo com efeito retardante, menor espessura, diferentes texturas e sabores. Recentemente, também lançou uma linha de gel. Os produtos, além lubrificantes íntimos, têm textura ideal para massagem e diferentes aromas e sabores. "Cada vez mais as pessoas tendem a valorizar o prazer a dois por meio de produtos que estimulam sensações e sabores para maior conexão e descoberta entre o casal. Estamos investindo nessa evolução", explica Daniella Brilha, da Hypermarcas. Em uma ação para o Dia dos Namorados deste ano, por exemplo, a marca promoveu a "Jontex Love Week" em parceria com a ABMoteis (Associação Brasileira de Motéis). Os casais puderam fazer reservas nos motéis pelo "hotsite" exclusivo da ação. Os participantes também ganharam benefícios especiais. ABSORVENTE FEMININO Pioneira no lançamento de diversos produtos, Sempre Livre foi, pela segunda vez, a mais citada na categoria Absorvente Feminino, que estreou na pesquisa em 2014. A marca atingiu 20% das lembranças, seguida por Intimus, (16%) e Always (10%). Sempre Livre, há 40 anos, inaugurou a categoria de absorventes externos no mercado brasileiro. Também foi pioneira no lançamento dos absorventes com abas e noturnos e no uso de tecnologia neutralizadora de odores. O CPT (Centro de Pesquisa e Tecnologia) da Johnson & Johnson no Brasil é um dos cinco que a empresa possui no mundo. "O consumidor está cada vez mais exigente e disposto a investir em produtos de qualidade. O mercado de absorventes segue essa tendência, com a criação de produtos inovadores que se ajustem ao corpo da mulher", diz José Cirilo, diretor de marketing da Johnson & Johnson Consumo do Brasil. "O produto deixou de ser só funcional e já faz parte do portfólio de beleza da consumidora, que busca um absorvente diferente para cada uma das suas diversas necessidades", completa. FRALDA DESCARTÁVEL Ficar de olho nas necessidades do consumidor e agregar valor são exatamente as ações que Pampers busca executar. A marca lidera a categoria Fralda Descartável. Obteve o melhor resultado em seis anos seguidos de vitórias: 40%. Turma da Mônica atingiu 15% das menções. Pampers é mais lembrada entre mulheres (44%) e nas classes A/B (47%). Lançou recentemente uma versão nova de Pampers Premium Care, com uma exclusiva cobertura chamada de Algodão-Sec. A empresa diz que o produto reflete os anseios do mercado. "Bebês passam 24 horas por dia em contato direto com a fralda. Por isso, precisam de uma que ofereça boa proteção para a pele. O investimento em produtos de higiene infantil também vai de acordo com o benefício oferecido e não tanto com o preço", explica Stefan Feitoza, porta-voz da marca.
topofmind
Destaque do Top Higiene, Colgate está em mais de 50% dos lares do mundoO antigo hábito de escovar os dentes com a torneira ligada e a água escorrendo sem parar não cabe mais no dia a dia dos brasileiros, que sofrem com a crise hídrica. E Colgate resolveu usar a força de sua marca para alertar os consumidores de sua pasta de dente sobre este grave problema. Na peça da Y&R, uma criança suja e maltrapilha está posicionada no lugar da pia do banheiro, enquanto na torneira a água corre sem parar. O recado: "O que você desperdiça em dois minutos é o que ele tem para viver por dois dias". Colgate é a mais lembrada no Top of Mind da categoria Higiene, com 13% das menções. Foi a quarta vitória, a segunda de forma isolada -Omo aparece com 7%. Colgate obteve o melhor resultado entre os mais jovens, com 19%. Reconhecimento parecido também é visto no exterior. Segundo a pesquisa Brand Footprint, realizada em 35 países, ela é a única marca -de um universo de 35 analisadas- comprada por mais da metade dos lares no mundo. Apesar de ocupar o topo da pirâmide de sua categoria e ser exemplo em tradição, Colgate não se acomoda e aposta na ousadia para atrair a atenção dos clientes. Segundo especialistas, na era da tecnologia e da inovação, o grande ativo das marcas de higiene e beleza é atuar no mercado a tempo suficiente para ganhar a confiança do consumidor, independentemente dos concorrentes. "São marcas que criam produtos baseados na necessidade do consumidor que paga confiando que elas vão lhe entregar o melhor", diz Eduardo Tomiya, diretor-geral da Millward Brown Vermeer Brasil, instituto de pesquisa especializado em branding. Segundo o diretor, a tradição é resultado da construção de ligação emocional com o consumidor e boa estratégia de negócios, especialmente em tempos de crise, quando as marcas apostam em produtos de maior valor agregado para garantir as margens de lucro. "Por entender que está levando o melhor, o consumidor está disposto a pagar mais. Isso permite que, mesmo sendo uma marca líder, que não ganha clientes por ter o menor preço, essas empresas não precisem entrar em guerra de preços e ainda apostem em linhas premium", afirma Tomiya. A estratégia funciona, pois o setor é um dos que menos sofre com a crise. Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), de janeiro a junho de 2015, as vendas do setor apresentaram queda de 5% em relação ao mesmo período de 2014. Foi a primeira desaceleração em anos. "Considerando o cenário da nossa economia, o setor precisa estar atento, mas pode comemorar", pondera o presidente da entidade, João Carlos Basilio. PASTA DE DENTE A marca mais lembrada quando o assunto é Higiene também é o grande destaque entre as marcas de Pasta de Dente. Colgate foi mencionada por 59% dos entrevistados. Sorriso veio em segundo lugar, com 18%. A tradição de Colgate atravessa mais de um século. Foi ela quem inventou a embalagem da pasta de dente em formato de tubo como conhecemos hoje, em 1896. "É uma empresa secular que tem, por parte do consumidor, tudo que uma marca de sucesso almeja: conhecimento, consideração e uso. Ousar na transmissão de valores, como na campanha pelo uso consciente da água, é uma boa forma de garantir espaço na cabeça do cliente", diz Tomiya. ANTISSÉPTICO BUCAL A onipresença de Colgate no segmento de "oral care" explica também o fato de a marca ganhar consecutivamente, há três edições, a categoria Antisséptico Bucal. A marca tem crescido na percepção dos consumidores: saiu de 22% das menções em 2013 para 28% nesta edição do Top of Mind. Listerine apareceu na sequência, com 19%. "Estamos no Brasil há mais de 80 anos e investimos cada vez mais na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos para oferecer alta qualidade", diz Adriana Leite, diretora de marketing da Colgate-Palmolive Brasil. ESMALTE DE UNHA Com mais de 50 anos de história e presente no portfólio da Hypermarcas desde 2008, Risqué é a vencedora da categoria Esmalte de Unha, estreante na pesquisa Folha Top of Mind. A marca é a primeira que vem à cabeça de 35% dos brasileiros. Colorama, em segundo, atingiu 10%. Risqué foi a primeira a apresentar o conceito de moda ao mercado nacional de esmaltes, com coleções baseadas nas tendências de cores da estação, consultoria de estilistas e participação em eventos do calendário de moda. A cada ano, Risqué lança duas coleções de esmaltes e edições especiais, seguindo as tendências de moda da estação. Além disso, a marca disponibiliza uma cartela fixa de cores e uma linha completa de produtos de tratamento para o ritual de cuidar das mãos. Para garantir sua presença na lembrança dos brasileiros, a marca investe em uma comunicação customizada e interage efetivamente com seu público por meio de distribuição de brindes e forte presença digital e mobile, com Facebook, Instagram e o aplicativo Risqué. CAMISINHA Investir em tecnologia e inovar para manter a tradição de ser a primeira opção do consumidor é a aposta da Jontex, adquirida pela Hypermarcas em 2009. Em 2015, a marca foi a mais lembrada na categoria Camisinha, com 21% de menções. Ela conseguiu uma oscilação positiva de três pontos percentuais. É a mais citada pelos homens (27%), pelas pessoas que têm de 35 a 44 anos e nas classes A/B (28% cada um). Olla obteve 11%. Criada em 1937, Jontex foi a primeira marca de preservativos a fazer campanha televisiva, em 1973. Além disso, no final dos anos 70, também foi pioneira no lançamento de camisinha lubrificada. A empresa aposta na ampliação de seu portfólio de produtos para a melhora da performance sexual: preservativo com efeito retardante, menor espessura, diferentes texturas e sabores. Recentemente, também lançou uma linha de gel. Os produtos, além lubrificantes íntimos, têm textura ideal para massagem e diferentes aromas e sabores. "Cada vez mais as pessoas tendem a valorizar o prazer a dois por meio de produtos que estimulam sensações e sabores para maior conexão e descoberta entre o casal. Estamos investindo nessa evolução", explica Daniella Brilha, da Hypermarcas. Em uma ação para o Dia dos Namorados deste ano, por exemplo, a marca promoveu a "Jontex Love Week" em parceria com a ABMoteis (Associação Brasileira de Motéis). Os casais puderam fazer reservas nos motéis pelo "hotsite" exclusivo da ação. Os participantes também ganharam benefícios especiais. ABSORVENTE FEMININO Pioneira no lançamento de diversos produtos, Sempre Livre foi, pela segunda vez, a mais citada na categoria Absorvente Feminino, que estreou na pesquisa em 2014. A marca atingiu 20% das lembranças, seguida por Intimus, (16%) e Always (10%). Sempre Livre, há 40 anos, inaugurou a categoria de absorventes externos no mercado brasileiro. Também foi pioneira no lançamento dos absorventes com abas e noturnos e no uso de tecnologia neutralizadora de odores. O CPT (Centro de Pesquisa e Tecnologia) da Johnson & Johnson no Brasil é um dos cinco que a empresa possui no mundo. "O consumidor está cada vez mais exigente e disposto a investir em produtos de qualidade. O mercado de absorventes segue essa tendência, com a criação de produtos inovadores que se ajustem ao corpo da mulher", diz José Cirilo, diretor de marketing da Johnson & Johnson Consumo do Brasil. "O produto deixou de ser só funcional e já faz parte do portfólio de beleza da consumidora, que busca um absorvente diferente para cada uma das suas diversas necessidades", completa. FRALDA DESCARTÁVEL Ficar de olho nas necessidades do consumidor e agregar valor são exatamente as ações que Pampers busca executar. A marca lidera a categoria Fralda Descartável. Obteve o melhor resultado em seis anos seguidos de vitórias: 40%. Turma da Mônica atingiu 15% das menções. Pampers é mais lembrada entre mulheres (44%) e nas classes A/B (47%). Lançou recentemente uma versão nova de Pampers Premium Care, com uma exclusiva cobertura chamada de Algodão-Sec. A empresa diz que o produto reflete os anseios do mercado. "Bebês passam 24 horas por dia em contato direto com a fralda. Por isso, precisam de uma que ofereça boa proteção para a pele. O investimento em produtos de higiene infantil também vai de acordo com o benefício oferecido e não tanto com o preço", explica Stefan Feitoza, porta-voz da marca.
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FHC age como um líder de torcida, diz líder petista
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou nesta segunda-feira (17) a declaração do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em que sugere a renúncia da presidente Dilma Rousseff, como um "grave equívoco", "demonstração de ressentimento e inveja" e que revela uma "pequenez política" por parte do tucano, que age como "líder de torcida". "É um grave equívoco. Se um governo que está mal avaliado e enfrentando uma crise econômica tivesse que renunciar, Fernando Henrique também o deveria ter feito quando foi presidente. Ele também enfrentou uma grave crise econômica, pior do que a enfrentada agora e também haviam muitas denúncias de corrupção envolvendo as privatizações", disse o petista. No seu mais duro recado à presidente Dilma e ao PT, FHC afirmou que o mais significativo das demonstrações deste domingo (16) é a persistência do sentimento popular de que o governo, "embora legal, é ilegítimo". O tucano vai além e diz que Dilma precisa ter "um gesto de grandeza" e cita a renúncia como um dos caminho disponíveis à petista. "Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo", prevê o tucano. Ele diz que falta ao atual governo a "base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo". "A fala dele revela uma pequenez política porque um ex-presidente deveria estar contribuindo para melhorar o país. Ele deveria mostrar uma postura de estadista mas está parecendo mais um chefe de torcida", disse. Para o petista, as manifestações mostraram que a tese do impeachment perdeu força porque as pessoas perceberam que não fundamentos legais, ainda, para a condução de um processo do tipo. "Já que não pode ter o impeachment, eles querem agora aumentar a pressão pela renúncia. É lamentável", disse. O senador minimizou o fato de o foco das manifestações ter se concentrado em Dilma e no ex-presidente Lula. Para ele, a carga deve aumentar ainda mais em relação ao ex-presidente nas próximas manifestações porque "Dilma não é mais candidata". Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), o tucano deveria, como ex-presidente do país, ter "um pouco mais de juízo" e não deveria se envolver em "disputas políticas menores". "O passado e o legado do ex-presidente o condenam. Ele entregou o país quebrado ao PT e agora tem exigido dos outros aquilo que não fez como presidente", criticou.
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FHC age como um líder de torcida, diz líder petistaO líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou nesta segunda-feira (17) a declaração do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em que sugere a renúncia da presidente Dilma Rousseff, como um "grave equívoco", "demonstração de ressentimento e inveja" e que revela uma "pequenez política" por parte do tucano, que age como "líder de torcida". "É um grave equívoco. Se um governo que está mal avaliado e enfrentando uma crise econômica tivesse que renunciar, Fernando Henrique também o deveria ter feito quando foi presidente. Ele também enfrentou uma grave crise econômica, pior do que a enfrentada agora e também haviam muitas denúncias de corrupção envolvendo as privatizações", disse o petista. No seu mais duro recado à presidente Dilma e ao PT, FHC afirmou que o mais significativo das demonstrações deste domingo (16) é a persistência do sentimento popular de que o governo, "embora legal, é ilegítimo". O tucano vai além e diz que Dilma precisa ter "um gesto de grandeza" e cita a renúncia como um dos caminho disponíveis à petista. "Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo", prevê o tucano. Ele diz que falta ao atual governo a "base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo". "A fala dele revela uma pequenez política porque um ex-presidente deveria estar contribuindo para melhorar o país. Ele deveria mostrar uma postura de estadista mas está parecendo mais um chefe de torcida", disse. Para o petista, as manifestações mostraram que a tese do impeachment perdeu força porque as pessoas perceberam que não fundamentos legais, ainda, para a condução de um processo do tipo. "Já que não pode ter o impeachment, eles querem agora aumentar a pressão pela renúncia. É lamentável", disse. O senador minimizou o fato de o foco das manifestações ter se concentrado em Dilma e no ex-presidente Lula. Para ele, a carga deve aumentar ainda mais em relação ao ex-presidente nas próximas manifestações porque "Dilma não é mais candidata". Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), o tucano deveria, como ex-presidente do país, ter "um pouco mais de juízo" e não deveria se envolver em "disputas políticas menores". "O passado e o legado do ex-presidente o condenam. Ele entregou o país quebrado ao PT e agora tem exigido dos outros aquilo que não fez como presidente", criticou.
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Bebê não deve ser acostumado a adormecer mamando, diz especialista
A psicóloga Renata Soifer Kraiser e a neurologista infantil Rosana Cardoso Alves falaram sobre o tema na TV Folha Leia mais: http://folha.com/no1601906
tv
Bebê não deve ser acostumado a adormecer mamando, diz especialistaA psicóloga Renata Soifer Kraiser e a neurologista infantil Rosana Cardoso Alves falaram sobre o tema na TV Folha Leia mais: http://folha.com/no1601906
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Sisu recebe inscrições para 1° semestre de 2017 até a próxima sexta
Os estudantes têm até as 23h59 (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (23) para se inscreverem para participar do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O Ministério da Educação oferece 238.397 vagas em 131 instituições públicas de ensino superior para o primeiro semestre de 2017. Os candidatos deverão se inscrever exclusivamente pela internet, no site do Sisu, e informar o número de inscrição e senha do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016. Cada candidato pode escolher até duas opções de curso e poderá alterá-las ao longo do processo ou até cancelar a sua inscrição. O sistema somente considerará válida a última inscrição confirmada. Para se inscrever, o candidato precisa informar o número de inscrição e senha usados no Enem. Apenas estudantes que fizeram a prova do Enem em 2015 e tiraram nota acima de zero na redação podem participar desse processo. O resultado será divulgado em 30 de janeiro e os candidatos selecionados poderão efetuar suas matrículas na instituição para a qual foram selecionados nos dias 3, 6 e 7 de fevereiro. Estudantes de qualquer lugar do país podem se inscrever nas instituições de ensino que aderiram ao programa, lembra o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Barone. "Isso amplia tanto as possibilidades de ocupação mais racional das vagas nas instituições públicas quanto a participação de candidatos no processo seletivo, eliminando deslocamentos e custos", ressalta. "Hoje muitos estudantes só podem frequentar o ensino superior por meio do programa."
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Sisu recebe inscrições para 1° semestre de 2017 até a próxima sextaOs estudantes têm até as 23h59 (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (23) para se inscreverem para participar do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O Ministério da Educação oferece 238.397 vagas em 131 instituições públicas de ensino superior para o primeiro semestre de 2017. Os candidatos deverão se inscrever exclusivamente pela internet, no site do Sisu, e informar o número de inscrição e senha do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016. Cada candidato pode escolher até duas opções de curso e poderá alterá-las ao longo do processo ou até cancelar a sua inscrição. O sistema somente considerará válida a última inscrição confirmada. Para se inscrever, o candidato precisa informar o número de inscrição e senha usados no Enem. Apenas estudantes que fizeram a prova do Enem em 2015 e tiraram nota acima de zero na redação podem participar desse processo. O resultado será divulgado em 30 de janeiro e os candidatos selecionados poderão efetuar suas matrículas na instituição para a qual foram selecionados nos dias 3, 6 e 7 de fevereiro. Estudantes de qualquer lugar do país podem se inscrever nas instituições de ensino que aderiram ao programa, lembra o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Barone. "Isso amplia tanto as possibilidades de ocupação mais racional das vagas nas instituições públicas quanto a participação de candidatos no processo seletivo, eliminando deslocamentos e custos", ressalta. "Hoje muitos estudantes só podem frequentar o ensino superior por meio do programa."
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Com receitas que 'vão com tudo', Pullman é a marca de pão queridinha em São Paulo
MARIANA LAJOLO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo A manteiga derrete na fatia grossa, fofinha, com aquela casca gostosa, ainda com os resquícios da farinha. Parece que acabou de sair do forno. Mas veio do pacote mesmo. A marca de pão preferida de 47% dos paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar foi buscar no passado a inspiração para continuar atual. Se os consumidores agora estão mais ligados aos produtos artesanais, a Pullman se esforça para unir o gosto caseiro à praticidade do pão de forma e mostrar que "vai bem com tudo" —como diz a propaganda de sua nova linha Artesano, lançada neste ano. Tendência de camaleão que o produto exibe desde 1950, quando Manoel Correa de Souza Filho inaugurou a Pão Americano Ind. e Comércio S/A, que se gabava de produzir, com 25 pessoas, o mesmo que uma panificadora comum faria com 250 funcionários. Foi graças a um processo de fabricação mecanizado, descoberto pelo proprietário nos EUA, que o pão de forma chegou a São Paulo em 1953, batizado de Pullman —a padaria virou fábrica em 1961 e desde 2001 é controlada pelo grupo mexicano Bimbo. Dos fornos, à época, saíam apenas pães brancos fatiados. Hoje, a marca preferida dos paulistanos vende versões com casca, sem casca, branca, integral, light, de milho, de coco, para hambúrguer e cachorro-quente, bisnaguinha e até com jeitinho caseiro
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Com receitas que 'vão com tudo', Pullman é a marca de pão queridinha em São PauloMARIANA LAJOLO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo A manteiga derrete na fatia grossa, fofinha, com aquela casca gostosa, ainda com os resquícios da farinha. Parece que acabou de sair do forno. Mas veio do pacote mesmo. A marca de pão preferida de 47% dos paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar foi buscar no passado a inspiração para continuar atual. Se os consumidores agora estão mais ligados aos produtos artesanais, a Pullman se esforça para unir o gosto caseiro à praticidade do pão de forma e mostrar que "vai bem com tudo" —como diz a propaganda de sua nova linha Artesano, lançada neste ano. Tendência de camaleão que o produto exibe desde 1950, quando Manoel Correa de Souza Filho inaugurou a Pão Americano Ind. e Comércio S/A, que se gabava de produzir, com 25 pessoas, o mesmo que uma panificadora comum faria com 250 funcionários. Foi graças a um processo de fabricação mecanizado, descoberto pelo proprietário nos EUA, que o pão de forma chegou a São Paulo em 1953, batizado de Pullman —a padaria virou fábrica em 1961 e desde 2001 é controlada pelo grupo mexicano Bimbo. Dos fornos, à época, saíam apenas pães brancos fatiados. Hoje, a marca preferida dos paulistanos vende versões com casca, sem casca, branca, integral, light, de milho, de coco, para hambúrguer e cachorro-quente, bisnaguinha e até com jeitinho caseiro
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No palco do 7 a 1, Neymar testa protagonismo contra Lionel Messi
Neymar e Messi são amigos, gostam de atuar juntos e têm protagonizado momentos memoráveis com a camisa do Barcelona. Mas, quando eles se enfrentam, o atacante brasileiro é sempre ofuscado pelo argentino. Nesta quinta-feira (10), às 21h45, na volta da seleção brasileira ao Mineirão, palco do humilhante 7 a 1 contra a Alemanha, na Copa de 2014, Neymar terá a oportunidade de mudar essa história. O clássico Brasil x Argentina será válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia, em que as duas seleções ocupam posições bastante distintas. Os brasileiros lideram o torneio, com 21 pontos. Já os argentinos estão fora da zona de classificação, em sexto lugar, com 16. Na história dos confrontos com Neymar, Messi venceu três partidas e perdeu apenas uma. O duelo em Belo Horizonte será o primeiro dos dois diante da torcida brasileira. Nem quando sua equipe venceu o ex-santista brilhou. Em 2013, na disputa do Superclássico das Américas, na China, o Brasil ganhou com dois gols de Diego Tardelli. Maior artilheiro em atividade na seleção, Neymar nunca comemorou um gol contra uma equipe defendida pelo astro argentino. Antes do amistoso em Pequim, o brasileiro assistiu de dentro do campo às atuações marcantes de Messi. A mais traumática foi em dezembro de 2011, quando o Barcelona goleou o Santos por 4 a 0, na final do Mundial de Clubes, no Japão, com dois gols do argentino. No ano seguinte, Messi, eleito cinco vezes pela Fifa o melhor do mundo, desequilibrou novamente. Ele fez três gols na vitória da Argentina por 4 a 3 em um amistoso nos Estados Unidos. Neymar passou de novo em branco. O primeiro confronto da dupla já havia sido assim. Em novembro de 2010, em um amistoso disputado no Qatar, Messi garantiu a vitória dos argentinos aos marcar o único gol da partida, aos 46 minutos do segundo tempo. MARCAÇÃO DOBRADA Por causa do bom desempenho de Messi contra a seleção, Tite decidiu armar um esquema especial para detê-lo. O treinador quer seus defensores "dobrando" a marcação em cima do craque argentino no Mineirão. "Ele é extremamente inteligente, com um poder de finalização muito grande. Temos de dobrar a marcação sempre que pudermos. O Messi é especial", afirmou o meia Renato Augusto, que também amarga uma péssima lembrança de um confronto com Messi. Em 2012, o argentino destruiu o Bayer Leverkusen, na época a equipe de Renato, pela Liga dos Campeões. Ele marcou cinco gols na goleada por 7 a 1 do Barcelona sobre a equipe alemã. Amigo de Messi, o lateral Daniel Alves é um dos principais conselheiros de Tite quando o assunto é o argentino. Ele é favorável à marcação especial no astro do Barcelona. Segundo o baiano, "jogar de um para um com Messi é desvantagem". Designado capitão da seleção no clássico, Alves não se cansa de elogiar o argentino, que ele define como "único", e foi sincero ao declarar que espera que o ex-companheiro de clube "não esteja em um bom dia" no Mineirão. "Isso acontece. Às vezes, ele não está no melhor momento, e vai nos ajudar. Se estiver em um dia bom, vamos tentar competir", disse o lateral da Juventus. RETROSPECTO Apesar de o clássico marcar o retorno da seleção ao palco do 7 a 1, o Brasil tem um excelente retrospecto no Mineirão. O time venceu 16 vezes, empatou cinco e sofreu apenas três derrotas. Diante da Argentina, a seleção está invicta em Belo Horizonte. O time venceu três partidas e empatou uma. O jogo desta quinta-feira terá transmissão pela TV Globo, a partir das 21h45. Messi ofusca Neymar
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No palco do 7 a 1, Neymar testa protagonismo contra Lionel MessiNeymar e Messi são amigos, gostam de atuar juntos e têm protagonizado momentos memoráveis com a camisa do Barcelona. Mas, quando eles se enfrentam, o atacante brasileiro é sempre ofuscado pelo argentino. Nesta quinta-feira (10), às 21h45, na volta da seleção brasileira ao Mineirão, palco do humilhante 7 a 1 contra a Alemanha, na Copa de 2014, Neymar terá a oportunidade de mudar essa história. O clássico Brasil x Argentina será válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia, em que as duas seleções ocupam posições bastante distintas. Os brasileiros lideram o torneio, com 21 pontos. Já os argentinos estão fora da zona de classificação, em sexto lugar, com 16. Na história dos confrontos com Neymar, Messi venceu três partidas e perdeu apenas uma. O duelo em Belo Horizonte será o primeiro dos dois diante da torcida brasileira. Nem quando sua equipe venceu o ex-santista brilhou. Em 2013, na disputa do Superclássico das Américas, na China, o Brasil ganhou com dois gols de Diego Tardelli. Maior artilheiro em atividade na seleção, Neymar nunca comemorou um gol contra uma equipe defendida pelo astro argentino. Antes do amistoso em Pequim, o brasileiro assistiu de dentro do campo às atuações marcantes de Messi. A mais traumática foi em dezembro de 2011, quando o Barcelona goleou o Santos por 4 a 0, na final do Mundial de Clubes, no Japão, com dois gols do argentino. No ano seguinte, Messi, eleito cinco vezes pela Fifa o melhor do mundo, desequilibrou novamente. Ele fez três gols na vitória da Argentina por 4 a 3 em um amistoso nos Estados Unidos. Neymar passou de novo em branco. O primeiro confronto da dupla já havia sido assim. Em novembro de 2010, em um amistoso disputado no Qatar, Messi garantiu a vitória dos argentinos aos marcar o único gol da partida, aos 46 minutos do segundo tempo. MARCAÇÃO DOBRADA Por causa do bom desempenho de Messi contra a seleção, Tite decidiu armar um esquema especial para detê-lo. O treinador quer seus defensores "dobrando" a marcação em cima do craque argentino no Mineirão. "Ele é extremamente inteligente, com um poder de finalização muito grande. Temos de dobrar a marcação sempre que pudermos. O Messi é especial", afirmou o meia Renato Augusto, que também amarga uma péssima lembrança de um confronto com Messi. Em 2012, o argentino destruiu o Bayer Leverkusen, na época a equipe de Renato, pela Liga dos Campeões. Ele marcou cinco gols na goleada por 7 a 1 do Barcelona sobre a equipe alemã. Amigo de Messi, o lateral Daniel Alves é um dos principais conselheiros de Tite quando o assunto é o argentino. Ele é favorável à marcação especial no astro do Barcelona. Segundo o baiano, "jogar de um para um com Messi é desvantagem". Designado capitão da seleção no clássico, Alves não se cansa de elogiar o argentino, que ele define como "único", e foi sincero ao declarar que espera que o ex-companheiro de clube "não esteja em um bom dia" no Mineirão. "Isso acontece. Às vezes, ele não está no melhor momento, e vai nos ajudar. Se estiver em um dia bom, vamos tentar competir", disse o lateral da Juventus. RETROSPECTO Apesar de o clássico marcar o retorno da seleção ao palco do 7 a 1, o Brasil tem um excelente retrospecto no Mineirão. O time venceu 16 vezes, empatou cinco e sofreu apenas três derrotas. Diante da Argentina, a seleção está invicta em Belo Horizonte. O time venceu três partidas e empatou uma. O jogo desta quinta-feira terá transmissão pela TV Globo, a partir das 21h45. Messi ofusca Neymar
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'Doação oficial é balela', diz Paulo Roberto Costa
Em vídeo gravado pela PGR (Procuradoria Geral da República) em fevereiro com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o o sistema de doações eleitorais registradas na Justiça Eleitoral no Brasil é uma falsidade. Leia a reportagem completa
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'Doação oficial é balela', diz Paulo Roberto CostaEm vídeo gravado pela PGR (Procuradoria Geral da República) em fevereiro com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o o sistema de doações eleitorais registradas na Justiça Eleitoral no Brasil é uma falsidade. Leia a reportagem completa
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Empresas oferecem mudança em que o morador não precisa fazer nada
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO É possível evitar o estresse das etapas de uma mudança e, como em um passe de mágica, pular direto para a casa nova, organizada e limpa, com os serviços de TV e telefone em funcionamento. Empresas de organização pessoal e de mudança já oferecem serviços do tipo, que incluem desde o empacotamento dos itens pessoais com etiquetas especiais até a contratação de todos os serviços essenciais para o imóvel. A organizadora Mylena Abujamra, da empresa A Gente Organiza, atua na área há dois anos. Ela contrata o caminhão de transporte, organiza todo o encaixotamento e até altera a assinatura de jornal e de televisão a cabo. Depois da mudança, coloca todas as coisas em seu devido lugar e, caso o cliente queira, contrata empresas de dedetização e de limpeza para o imóvel. A cereja do bolo é um mapa com informações sobre os arredores para os clientes se familiarizarem com o novo endereço. "A mudança é um processo muito desgastante. Deixar essas tarefas nas mãos de uma organizadora evita o estresse", afirma Abujamra. Ela cobra a partir de R$ 5.000 pelo pacote, cujo valor pode chegar a R$ 20 mil. A empresária Ivi Barbiellini, 42, decidiu contratar a organizadora em maio, quando se mudou com o marido e o filho de uma casa no Brooklin (zona sul de São Paulo) para outra no mesmo bairro. "Já havia me mudado várias vezes e sempre achei o processo muito chato. Foi quando uma amiga me indicou o serviço", conta. Ela pagou R$ 5.000 pelo pacote, que incluiu desde o encaixotamento de peças até a resolução de tarefas burocráticas, como desligamento da internet no imóvel antigo: "Saímos de casa arrumada e entramos em outra do mesmo jeito. Valeu muito a pena, não tivemos dor de cabeça." Juliana Faria, da YRU Organizer, também presta serviços do tipo. Ela guarda os itens do imóvel que serão transportados em caixas de papelão com cores diferentes, uma para cada cômodo. As roupas ganham um cuidado a mais: são envoltas em um saco plástico etiquetado. Ela também pode levar um "marido de aluguel" para cuidar de problemas elétricos e hidráulicos da casa e planejar a disposição dos móveis da sala. "A pessoa pode ter dificuldade de pilotar a mudança porque trabalha ou tem filhos. Ajudamos para que a vida volte ao normal muito mais rápido", diz. O valor cobrado depende do tamanho do imóvel e da quantidade de coisas transportadas, mas o preço do serviço começa em R$ 1.900, podendo chegar a R$ 20 mil. LIMPEZA A mudança também é uma oportunidade para fazer um "detox" de objetos. "É a hora em que as pessoas estão mais dispostas a descartar e podem aproveitar para para mudar de hábitos", diz Ingrid Lisboa, da Home Organizer. Foi o que aconteceu com a advogada Aurora Goulart, 49, que vai trocar o Ipiranga (zona sul) pela Vila Leopoldina (zona oeste) e contratou Lisboa para ajudá-la na organização da nova casa. "Eu era uma acumuladora de objetos. Tinha quatro equipamentos só para cortar tempero e outros cinco para picar alho", afirma. "Descartei muita coisa e, agora, com tudo organizado, sei exatamente o que tenho e evito comprar objetos repetidos." Há ainda o caso de empresas de mudança que fazem parcerias com organizadoras para aprimorar os serviços, como a Lord Mudanças, de São Paulo. O serviço completo custa a partir de R$ 7.000. CUIDADOS Na hora de contratar uma empresa de mudança, é preciso ficar atento a algumas questões. "A data de entrega dos objetos e móveis, a forma de ressarcimento de eventuais itens avariados e todas as informações sobre a transportadora devem constar no contrato", diz Marta Aur, assessora técnica do Procon-SP. Caso ocorra algum acidente com os objetos transportados, a responsabilidade é toda da empresa. "Se o valor não for muito alto, o ideal é buscar uma negociação. Se não for possível, a solução é partir para a via judicial", afirma Gustavo Kloh, professor de direito da FGV. E se ocorrer um acidente com um vizinho durante o içamento de um móvel, por exemplo? A responsabilidade, além da transportadora, também é do proprietário, diz Brunno Giancoli, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "É importante contratar um seguro", diz. Mas, mesmo que não seja adquirido um seguro, a empresa tem a obrigação de garantir a proteção de todos os itens transportados, diz Kloh. FRETE Uma alternativa para quem não quer gastar muito dinheiro na mudança é contratar caminhoneiros autônomos, o que pode ser feito por meio de aplicativos de celular. Um deles é o TruckBooking, lançado em 2015 pelo economista Carlos Mira, 48. O usuário cadastrado deve informar o local de busca e entrega da carga, o tipo de veículo necessário e dizer se precisa de mais de uma pessoa para carregar os objetos. Após o pagamento, que pode ser feito pela internet, o aplicativo seleciona um caminhoneiro e envia seus dados para o usuário. É possível rastrear a localização do caminhão pela plataforma, que está disponível no país inteiro e tem 420 mil profissionais autônomos inscritos. "Nós monitoramos a execução do serviço até o final para detectar qualquer problema eventual. O caminhoneiro pode ter que passar por um treinamento ou ser bloqueado se tiver um histórico negativo", explica Mira. O Levaí, criado pelo publicitário carioca Bruno Muller, 34, encontra os veículos mais próximos do usuário para que o transporte seja feito de forma mais rápida. Basta informar na plataforma os dados sobre a mudança, como origem e destino, e a lista de itens que serão levados. Pontuação da carta de habilitação e tempo de trabalho são questões analisadas pela empresa antes que um motorista possa operar pelo aplicativo, garante Muller. O Quero Frete, por sua vez, do cientista da computação Tiago Chilanti, 32, também detecta motoristas próximos. Ele permite que o usuário troque mensagens de texto com os motoristas e pode avaliá-los de acordo com a qualidade do serviço prestado. * DE PARTIDA Como organizar a troca de endereço DESAPEGO Descarte objetos obsoletos antes da mudança. Será mais prático do que deixar para depois CONFIANÇA Conheça a empresa que vai fazer o transporte. Se confiar nela, não irá precisar acompanhar todas as etapas de perto MEDIDA CERTA Confira a largura do vão de portas e elevadores para ter certeza de que os móveis vão passar. Caso contrário, solicite o içamento AGENDAMENTO Altere o endereço das assinaturas de televisão e de jornal e cancele os serviços de telefonia antes de se mudar. Agende as novas instalações CHECAGEM Faça uma limpeza geral na casa nova antes de chegar. Cheque também se todas as instalações elétricas e hidráulicas estão funcionando PRIORIDADE Identifique as caixas que devem ser abertas primeiro. Leve objetos de valor e delicados na mão. Separe itens para usar no primeiro dia
sobretudo
Empresas oferecem mudança em que o morador não precisa fazer nada JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO É possível evitar o estresse das etapas de uma mudança e, como em um passe de mágica, pular direto para a casa nova, organizada e limpa, com os serviços de TV e telefone em funcionamento. Empresas de organização pessoal e de mudança já oferecem serviços do tipo, que incluem desde o empacotamento dos itens pessoais com etiquetas especiais até a contratação de todos os serviços essenciais para o imóvel. A organizadora Mylena Abujamra, da empresa A Gente Organiza, atua na área há dois anos. Ela contrata o caminhão de transporte, organiza todo o encaixotamento e até altera a assinatura de jornal e de televisão a cabo. Depois da mudança, coloca todas as coisas em seu devido lugar e, caso o cliente queira, contrata empresas de dedetização e de limpeza para o imóvel. A cereja do bolo é um mapa com informações sobre os arredores para os clientes se familiarizarem com o novo endereço. "A mudança é um processo muito desgastante. Deixar essas tarefas nas mãos de uma organizadora evita o estresse", afirma Abujamra. Ela cobra a partir de R$ 5.000 pelo pacote, cujo valor pode chegar a R$ 20 mil. A empresária Ivi Barbiellini, 42, decidiu contratar a organizadora em maio, quando se mudou com o marido e o filho de uma casa no Brooklin (zona sul de São Paulo) para outra no mesmo bairro. "Já havia me mudado várias vezes e sempre achei o processo muito chato. Foi quando uma amiga me indicou o serviço", conta. Ela pagou R$ 5.000 pelo pacote, que incluiu desde o encaixotamento de peças até a resolução de tarefas burocráticas, como desligamento da internet no imóvel antigo: "Saímos de casa arrumada e entramos em outra do mesmo jeito. Valeu muito a pena, não tivemos dor de cabeça." Juliana Faria, da YRU Organizer, também presta serviços do tipo. Ela guarda os itens do imóvel que serão transportados em caixas de papelão com cores diferentes, uma para cada cômodo. As roupas ganham um cuidado a mais: são envoltas em um saco plástico etiquetado. Ela também pode levar um "marido de aluguel" para cuidar de problemas elétricos e hidráulicos da casa e planejar a disposição dos móveis da sala. "A pessoa pode ter dificuldade de pilotar a mudança porque trabalha ou tem filhos. Ajudamos para que a vida volte ao normal muito mais rápido", diz. O valor cobrado depende do tamanho do imóvel e da quantidade de coisas transportadas, mas o preço do serviço começa em R$ 1.900, podendo chegar a R$ 20 mil. LIMPEZA A mudança também é uma oportunidade para fazer um "detox" de objetos. "É a hora em que as pessoas estão mais dispostas a descartar e podem aproveitar para para mudar de hábitos", diz Ingrid Lisboa, da Home Organizer. Foi o que aconteceu com a advogada Aurora Goulart, 49, que vai trocar o Ipiranga (zona sul) pela Vila Leopoldina (zona oeste) e contratou Lisboa para ajudá-la na organização da nova casa. "Eu era uma acumuladora de objetos. Tinha quatro equipamentos só para cortar tempero e outros cinco para picar alho", afirma. "Descartei muita coisa e, agora, com tudo organizado, sei exatamente o que tenho e evito comprar objetos repetidos." Há ainda o caso de empresas de mudança que fazem parcerias com organizadoras para aprimorar os serviços, como a Lord Mudanças, de São Paulo. O serviço completo custa a partir de R$ 7.000. CUIDADOS Na hora de contratar uma empresa de mudança, é preciso ficar atento a algumas questões. "A data de entrega dos objetos e móveis, a forma de ressarcimento de eventuais itens avariados e todas as informações sobre a transportadora devem constar no contrato", diz Marta Aur, assessora técnica do Procon-SP. Caso ocorra algum acidente com os objetos transportados, a responsabilidade é toda da empresa. "Se o valor não for muito alto, o ideal é buscar uma negociação. Se não for possível, a solução é partir para a via judicial", afirma Gustavo Kloh, professor de direito da FGV. E se ocorrer um acidente com um vizinho durante o içamento de um móvel, por exemplo? A responsabilidade, além da transportadora, também é do proprietário, diz Brunno Giancoli, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "É importante contratar um seguro", diz. Mas, mesmo que não seja adquirido um seguro, a empresa tem a obrigação de garantir a proteção de todos os itens transportados, diz Kloh. FRETE Uma alternativa para quem não quer gastar muito dinheiro na mudança é contratar caminhoneiros autônomos, o que pode ser feito por meio de aplicativos de celular. Um deles é o TruckBooking, lançado em 2015 pelo economista Carlos Mira, 48. O usuário cadastrado deve informar o local de busca e entrega da carga, o tipo de veículo necessário e dizer se precisa de mais de uma pessoa para carregar os objetos. Após o pagamento, que pode ser feito pela internet, o aplicativo seleciona um caminhoneiro e envia seus dados para o usuário. É possível rastrear a localização do caminhão pela plataforma, que está disponível no país inteiro e tem 420 mil profissionais autônomos inscritos. "Nós monitoramos a execução do serviço até o final para detectar qualquer problema eventual. O caminhoneiro pode ter que passar por um treinamento ou ser bloqueado se tiver um histórico negativo", explica Mira. O Levaí, criado pelo publicitário carioca Bruno Muller, 34, encontra os veículos mais próximos do usuário para que o transporte seja feito de forma mais rápida. Basta informar na plataforma os dados sobre a mudança, como origem e destino, e a lista de itens que serão levados. Pontuação da carta de habilitação e tempo de trabalho são questões analisadas pela empresa antes que um motorista possa operar pelo aplicativo, garante Muller. O Quero Frete, por sua vez, do cientista da computação Tiago Chilanti, 32, também detecta motoristas próximos. Ele permite que o usuário troque mensagens de texto com os motoristas e pode avaliá-los de acordo com a qualidade do serviço prestado. * DE PARTIDA Como organizar a troca de endereço DESAPEGO Descarte objetos obsoletos antes da mudança. Será mais prático do que deixar para depois CONFIANÇA Conheça a empresa que vai fazer o transporte. Se confiar nela, não irá precisar acompanhar todas as etapas de perto MEDIDA CERTA Confira a largura do vão de portas e elevadores para ter certeza de que os móveis vão passar. Caso contrário, solicite o içamento AGENDAMENTO Altere o endereço das assinaturas de televisão e de jornal e cancele os serviços de telefonia antes de se mudar. Agende as novas instalações CHECAGEM Faça uma limpeza geral na casa nova antes de chegar. Cheque também se todas as instalações elétricas e hidráulicas estão funcionando PRIORIDADE Identifique as caixas que devem ser abertas primeiro. Leve objetos de valor e delicados na mão. Separe itens para usar no primeiro dia
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Cientistas estudam genes que levam a formação de hérnia no diafragma
Alguns músculos levam toda a glória. Mas, lá no fundo de nós, uma lâmina de músculo faz um trabalho heroico na obscuridade. O diafragma nos entrega oxigênio uma dúzia de vezes ou mais por minuto, 500 milhões de vezes durante uma vida de 80 anos. "Somos totalmente dependentes do diafragma", disse Gabrielle Kardon, bióloga da Universidade de Utah. Todos os mamíferos têm diafragma. Mas nenhum outro animal o possui. Antes da evolução do diafragma, nossos ancestrais semelhantes a répteis provavelmente respiravam do modo como muitos répteis fazem hoje. Eles usavam um "colete" de músculos para comprimir a caixa torácica. Quando o diafragma evoluiu, os mamíferos ganharam um meio mais eficiente de captar oxigênio. A evolução do diafragma pode ter possibilitado o desenvolvimento de um metabolismo de sangue quente nos mamíferos. Sem o diafragma, os seres humanos talvez não tivessem sido capazes de desenvolver cérebros gigantes. Os cientistas suspeitam que o diafragma evoluiu mediante uma mudança no modo como os embriões de mamíferos se desenvolvem: mutações levaram certas células embrionárias a desenvolver um novo músculo. Kardon e outros pesquisadores estão tentando compreender essa mudança e por que o músculo às vezes não se desenvolve. Um em cada 2.500 bebês nasce com um buraco no diafragma. O fígado, os intestinos e outros órgãos abdominais do bebê podem se projetar por essa abertura de encontro aos pulmões, interrompendo seu crescimento e restringindo a respiração. Cerca de um terço dos que nascem com hérnia diafragmática congênita morre. Os cientistas descobriram que mutações de certos genes podem aumentar o risco de desenvolver hérnias. Eles se esforçaram para descobrir exatamente como esses genes constroem o diafragma. Kardon e seus colegas desenvolveram novas ferramentas para fazer um exame mais minucioso. Eles publicaram a pesquisa em "Nature Genetics". Os cientistas modificaram ratos para que certos tipos de células brilhassem no interior de embriões. Então eles rastrearam as células enquanto elas se multiplicavam e migravam. Eles descobriram que o diafragma começa como um par de dobras nas laterais do esôfago. Essas dobras depois se expandem em duas ondas. Na primeira, as células tornam-se tecido conectivo sobre o topo do fígado. Na segunda onda, as células formam uma segunda lâmina no interior da membrana. "As células musculares são meio burras, elas apenas seguem o tecido conectivo", disse Kardon. Os pesquisadores examinaram o gene GATA4, ligado às hérnias diafragmáticas. Eles criaram embriões de ratos com o GATA4 desligado em certos tipos de células em determinados pontos do desenvolvimento. Quando eles desligaram o GATA4 no tecido conectivo, os ratos desenvolveram hérnias. As células de tecido conectivo devem usar o GATA4 para formar uma trilha química para as células musculares, concluiu Kardon. Cada vez que as células de tecido conectivo se dividem, há uma possibilidade de que uma cópia funcional de GATA4 também sofra mutação. Se isso acontecer, a célula mutante e seus descendentes não poderão depositar uma trilha, resultando em um buraco na lâmina de músculo. Ao pressionar o diafragma, o fígado gera tensão na abertura, fazendo, por fim, o diafragma se romper. Um terço dos bebês que nascem com essa condição morre
equilibrioesaude
Cientistas estudam genes que levam a formação de hérnia no diafragmaAlguns músculos levam toda a glória. Mas, lá no fundo de nós, uma lâmina de músculo faz um trabalho heroico na obscuridade. O diafragma nos entrega oxigênio uma dúzia de vezes ou mais por minuto, 500 milhões de vezes durante uma vida de 80 anos. "Somos totalmente dependentes do diafragma", disse Gabrielle Kardon, bióloga da Universidade de Utah. Todos os mamíferos têm diafragma. Mas nenhum outro animal o possui. Antes da evolução do diafragma, nossos ancestrais semelhantes a répteis provavelmente respiravam do modo como muitos répteis fazem hoje. Eles usavam um "colete" de músculos para comprimir a caixa torácica. Quando o diafragma evoluiu, os mamíferos ganharam um meio mais eficiente de captar oxigênio. A evolução do diafragma pode ter possibilitado o desenvolvimento de um metabolismo de sangue quente nos mamíferos. Sem o diafragma, os seres humanos talvez não tivessem sido capazes de desenvolver cérebros gigantes. Os cientistas suspeitam que o diafragma evoluiu mediante uma mudança no modo como os embriões de mamíferos se desenvolvem: mutações levaram certas células embrionárias a desenvolver um novo músculo. Kardon e outros pesquisadores estão tentando compreender essa mudança e por que o músculo às vezes não se desenvolve. Um em cada 2.500 bebês nasce com um buraco no diafragma. O fígado, os intestinos e outros órgãos abdominais do bebê podem se projetar por essa abertura de encontro aos pulmões, interrompendo seu crescimento e restringindo a respiração. Cerca de um terço dos que nascem com hérnia diafragmática congênita morre. Os cientistas descobriram que mutações de certos genes podem aumentar o risco de desenvolver hérnias. Eles se esforçaram para descobrir exatamente como esses genes constroem o diafragma. Kardon e seus colegas desenvolveram novas ferramentas para fazer um exame mais minucioso. Eles publicaram a pesquisa em "Nature Genetics". Os cientistas modificaram ratos para que certos tipos de células brilhassem no interior de embriões. Então eles rastrearam as células enquanto elas se multiplicavam e migravam. Eles descobriram que o diafragma começa como um par de dobras nas laterais do esôfago. Essas dobras depois se expandem em duas ondas. Na primeira, as células tornam-se tecido conectivo sobre o topo do fígado. Na segunda onda, as células formam uma segunda lâmina no interior da membrana. "As células musculares são meio burras, elas apenas seguem o tecido conectivo", disse Kardon. Os pesquisadores examinaram o gene GATA4, ligado às hérnias diafragmáticas. Eles criaram embriões de ratos com o GATA4 desligado em certos tipos de células em determinados pontos do desenvolvimento. Quando eles desligaram o GATA4 no tecido conectivo, os ratos desenvolveram hérnias. As células de tecido conectivo devem usar o GATA4 para formar uma trilha química para as células musculares, concluiu Kardon. Cada vez que as células de tecido conectivo se dividem, há uma possibilidade de que uma cópia funcional de GATA4 também sofra mutação. Se isso acontecer, a célula mutante e seus descendentes não poderão depositar uma trilha, resultando em um buraco na lâmina de músculo. Ao pressionar o diafragma, o fígado gera tensão na abertura, fazendo, por fim, o diafragma se romper. Um terço dos bebês que nascem com essa condição morre
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Método, e não retórica, deve reinar na economia
RESUMO Uma vez que a economia ajuda nas escolhas feitas para a implementação de políticas públicas, cabe a ela usar dos procedimentos da ciência para ajudar a garantir a efetividade das propostas. Método, argumentos precisos e bases de dados acessíveis permitem a revisão crítica de acadêmicos e a verificação. * Economia não é literatura, em que boas histórias são suficientes. Ciência requer método: argumentos precisos que possam ser contrapostos a testes empíricos. Neste ensaio, utilizamos alguns exemplos para ilustrar como os procedimentos acadêmicos podem colaborar com a política econômica. Como revela o caso brasileiro recente, a estratégia usual de quem fracassa na condução da economia não é reconhecer seus próprios erros e procurar corrigir o rumo, mas sim procurar culpados –seja uma crise externa, seja um interesse contrariado. O inferno são os outros. A controvérsia na academia é de outra natureza. Como evitar que sejamos reféns das nossas crenças, atribuindo os fracassos aos demais? Como identificar eventuais falhas dos nossos argumentos ou das suas implicações empíricas, evitando a armadilha do autoengano? O inferno somos nós. O método e os procedimentos da ciência procuram garantir critérios para identificar as fragilidades dos argumentos por meio de conjecturas precisas o suficiente para que possam ser rejeitadas pelos dados disponíveis. Procuram também reduzir a possibilidade da estratégia que procura superar o fracasso com uma história oportunista. Argumentos precisos e bases de dados acessíveis permitem o contraditório, a revisão crítica pelos demais acadêmicos. Como argumentamos adiante, são de pouca valia tanto modelos sem suporte empírico quanto dados sem modelos que permitam identificar a causalidade entre as variáveis. A economia procura evitar a retórica que promete muito, porém entrega pouco. Esse risco não tem filiação ideológica, contaminando tanto argumentos identificados como à esquerda no debate popular no Brasil, como diversos argumentos desenvolvimentistas, quanto os à direita, como as teses liberais extremas do pensamento austríaco. A produção acadêmica apenas permite selecionar as conjecturas consistentes com a evidência disponível, assim como delimitar as fragilidades dos argumentos. Dessa análise resultam, frequentemente, diversas opções de políticas públicas, contudo, com implicações distintas sobre a economia e a sociedade. Cabe à política, não à economia, fazer a escolha entre essas opções. MODELOS Comecemos com um exemplo. Diversos modelos resultam em uma relação entre a taxa de juros fixada pelo Banco Central e a trajetória futura da taxa de inflação. A estatística permite verificar em que medida o resultado previsto pela teoria –alta do juro levando à queda da inflação– é consistente com os dados observados, dentro de uma margem de erro. Importam aqui dois aspectos: 1) a conjectura teórica pode ser rejeitada pelos dados; e 2) há sempre uma margem de erro, descrita por um intervalo de confiança. A margem de erro é inevitável por duas razões. Em primeiro lugar, o argumento científico não captura todos os fatores que afetam a variável analisada. Modelos em economia são, por necessidade, simplificações da realidade, capturando apenas uma parcela dos fatores que afetam as variáveis (no famoso conto de Borges, os sábios tardiamente constatam que os mapas de tamanho real são de pouca utilidade prática). O desafio é demonstrar que, apesar dessas limitações, a conjectura não pode ser rejeitada pelos dados. Em segundo lugar, pode haver incerteza intrínseca aos fenômenos, não apenas uma medida da nossa ignorância ou de modelos simplificados. Em ambos os casos, a conjectura deve ser analisada como probabilística. Essa não é uma peculiaridade da economia. O tratamento probabilístico ocorre em ciências como a física e a biologia e pode decorrer da nossa ignorância ou da incerteza intrínseca aos fenômenos. Na economia, houve um estéril debate sobre em que medida a probabilidade deveria estar restrita a fenômenos repetidos, o qual apenas revelou a falta de conhecimento de matemática. VERACIDADE A eventual consistência da conjectura com os dados observados, no entanto, não significa que se possa concluir pela veracidade da tese. O resultado pode ser fortuito. Por isso, o jargão usual é afirmar que a conjectura "não foi rejeitada" pelos testes empíricos, e não que ela "foi validada". A "verdade" pode ser defendida na religião ou em ramos da filosofia, não nas ciências. A controvérsia sobre o que se pode inferir da análise empírica resultou na abordagem pragmática das ciências. Não se pode afirmar a verdade das conjecturas, mas apenas a sua possibilidade, uma vez que não rejeitadas pelos dados disponíveis, podem vir a ser desmentidas por novas evidências. Deve-se manter a húbris sobre controle. Diversos trabalhos em história da ciência mostram como alguns acadêmicos utilizaram artifícios para evitar reconhecer os equívocos dos seus argumentos. Os procedimentos da ciência, no entanto, permitiram não apenas identificar esses casos; eles também resultaram em notáveis transformações nos últimos 300 anos. A evidência disponível indica que a renda por habitante no mundo até meados do século 17 não ultrapassava o equivalente a R$ 5 por dia, renda que, nos padrões atuais, define a extrema pobreza. E a expectativa de vida era de cerca de 40 anos de idade. A pesquisa acadêmica indica dois fatores como os mais prováveis responsáveis por esse resultado: 1) os métodos e procedimentos para a construção de argumentos científicos; e 2) as profundas transformações institucionais ocorridas nos países desenvolvidos a partir do fim do século 17. CONTRADITÓRIO O debate público pode levar o acadêmico a perder um pouco do rigor e humildade científicos. Isso apenas reforça a necessidade do contraditório, na contramão dos manifestos indignados que pedem que editores de jornais censurem argumentos. A crítica é essencial, pois o que podemos concluir, com os dados disponíveis, é um subconjunto pálido do que gostaríamos de saber. A evidência indica que graves desequilíbrios fiscais geram inflação e juros elevados; que controle cambial gera desequilíbrios nas contas externas; que desemprego baixo e inflação alta recomendam uma política monetária mais restritiva; que a ausência de direitos de propriedade prejudica o investimento; que intervenções setoriais discricionárias podem ser contraproducentes. Por outro lado, não há evidência consolidada sobre quando a política fiscal expansionista colabora com a expansão da economia; o que o Banco Central deve fazer frente a um choque adverso de oferta; ou, ainda, como identificar os projetos que apresentam retorno social maior do que o privado e que, portanto, devem ser subsidiados. E, para a tristeza dos macroeconomistas, seguramente não entendemos os determinantes da taxa de câmbio no curto prazo. A produção acadêmica apenas permite eliminar as políticas cujos resultados propostos são inconsistentes com a evidência disponível. Usualmente, diversas políticas superam esse filtro, com implicações distintas sobre a economia e a sociedade. Algumas, por exemplo, podem resultar em maior crescimento da produtividade e maior desigualdade de renda, enquanto outras podem proteger os grupos mais vulneráveis à custa de menor crescimento econômico. A escolha da política a ser adotada requer um juízo de valor sobre as possíveis opções e seus custos e benefícios. E juízo de valor não cabe à economia, mas sim à deliberação da sociedade. DISPERSÃO Argumentos sem dados podem ser tão sedutores quanto equivocados. Ilustramos esse ponto com um exemplo conhecido dos economistas. Existe uma imensa dispersão de renda entre os países do mundo. O grupo dos mais ricos tem renda por habitante cerca de 20 vezes maior que o dos mais pobres. Nos anos 1990, alguns economistas resgataram a conjectura de Schumpeter, devida originalmente a Karl Marx, sobre o papel da concorrência no estímulo à inovação. Nesse argumento, a produtividade decorre das decisões de investimento por parte das empresas, que obtêm lucros extraordinários enquanto a inovação não é copiada pelos demais. A conclusão, portanto, é que quem investe mais em tecnologia torna-se mais desenvolvido. O arcabouço formal é elegante e preciso; a intuição é clara. Mas... A elegante conjectura não recebeu o suporte dos dados. Inovações não explicam a diferença de renda entre os países. A tese foi rejeitada. A vida é dura. Pode-se procurar defender a conjectura argumentando que é possível importar técnicas de produção desenvolvidas alhures. Se essa importação não está ocorrendo, ou se as empresas que usam as melhores técnicas não são capazes de expulsar as ineficientes do mercado, outra explicação é necessária. Assim evoluem as coisas no mundo acadêmico. Modelos sem suporte empírico morrem e são substituídos. HUMILDADE "O que os dados estão de fato dizendo?". Dados não fazem milagres. Na maioria das vezes, apenas nos ajudam a discriminar os diversos argumentos compatíveis com a evidência –mais um motivo, vê-se, para certa dose de humildade. Um exemplo numérico ajuda a ilustrar esse ponto. Considere uma política pública voluntária de treinamento para trabalhadores que recentemente perderam seus empregos. De cada 100 desempregados, 20 escolhem fazer o curso e, desses, 14 conseguem, um ano depois, empregos melhores do que os que não fizeram o curso. Já do grupo dos 80 que não frequentaram o curso, 40 conseguiram empregos melhores. Vale a pena gastar tempo e recursos com esse programa? O que dizem os tais dados? O problema reside na ausência de evidência contrafactual: qual seria o desempenho dos desempregados que não participaram do programa caso eles tivessem na verdade participado? Os desempregados que escolheram fazer o curso provavelmente são diferentes dos demais; afinal, escolheram estudar depois de perder o emprego. Talvez por serem diferentes, e não por causa do curso, têm maior chance de conseguir empregos melhores do que os demais. Isso significa duas possibilidades extremas: 1) os desempregados que não participaram do curso não se beneficiariam do programa; 2) o programa beneficiaria todos os que escolheram não participar. No meio do caminho: 3) o programa teria impacto semelhante em todos os desempregados. As três conjecturas são possíveis, mas, na ausência de testes adicionais, os dados não permitem uma resposta precisa. Sob 1), de 100 desempregados, 14 (grupo tratado, com melhora) + 0% vezes 80 (grupo sem contrafactual)= 14 teriam melhor desempenho se o programa se tornasse obrigatório. Mas sob 2), dos mesmos 100, 14+ 100% vezes 80 = 94 conseguiriam melhores empregos. A conjectura intermediária prevê 14+ 70% vezes 80 (grupo não tratado) = 70 beneficiados pela extensão do programa para todos os desempregados. Os dados têm poder limitado nesse caso. Incertezas similares valem para outros tipos de estudos empíricos. Sem teoria, os dados dizem pouco. Mas, ao menos, a discussão permite distinguir as razões da divergência, além de propor novos testes para colaborar com a controvérsia. A propósito, a evidência adicional indica que os que escolheram participar do programa são, de fato, diferentes dos demais, e o impacto do programa é menor. CETICISMO À guisa de conclusão, vale dizer que, em economia, o santo é realmente de barro, e as incertezas são muitas. O iluminismo relevante é o escocês, dominado pelo ceticismo e o pragmatismo. Não temos acesso à verdade; temos, na melhor das hipóteses, conjecturas que não tenham sido rejeitadas pelos dados (mas que podem vir a sê-lo). Ciência requer procedimentos formais sobre conjecturas precisas, testes empíricos e discussões detalhadas sobre modelos estatísticos, colaborando com o rigor na análise da evidência e dos argumentos propostos. Nem todos os caminhos levam a Roma. Por maiores que sejam as suas limitações, argumentos precisamente definidos e testes empíricos que verifiquem a validade das conjecturas são preferíveis a teses de ocasião, desconexas, recheadas de retórica e latinismos, que buscam muitas vezes a simples desqualificação da divergência. A política pública se beneficiaria de maior cuidado e atenção às evidências e aos procedimentos. CARLOS EDUARDO GONÇALVES, 43, é professor titular da USP e economista do site porque.com.br MARCOS DE BARROS LISBOA, 51, é doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia e presidente do Insper.
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Método, e não retórica, deve reinar na economiaRESUMO Uma vez que a economia ajuda nas escolhas feitas para a implementação de políticas públicas, cabe a ela usar dos procedimentos da ciência para ajudar a garantir a efetividade das propostas. Método, argumentos precisos e bases de dados acessíveis permitem a revisão crítica de acadêmicos e a verificação. * Economia não é literatura, em que boas histórias são suficientes. Ciência requer método: argumentos precisos que possam ser contrapostos a testes empíricos. Neste ensaio, utilizamos alguns exemplos para ilustrar como os procedimentos acadêmicos podem colaborar com a política econômica. Como revela o caso brasileiro recente, a estratégia usual de quem fracassa na condução da economia não é reconhecer seus próprios erros e procurar corrigir o rumo, mas sim procurar culpados –seja uma crise externa, seja um interesse contrariado. O inferno são os outros. A controvérsia na academia é de outra natureza. Como evitar que sejamos reféns das nossas crenças, atribuindo os fracassos aos demais? Como identificar eventuais falhas dos nossos argumentos ou das suas implicações empíricas, evitando a armadilha do autoengano? O inferno somos nós. O método e os procedimentos da ciência procuram garantir critérios para identificar as fragilidades dos argumentos por meio de conjecturas precisas o suficiente para que possam ser rejeitadas pelos dados disponíveis. Procuram também reduzir a possibilidade da estratégia que procura superar o fracasso com uma história oportunista. Argumentos precisos e bases de dados acessíveis permitem o contraditório, a revisão crítica pelos demais acadêmicos. Como argumentamos adiante, são de pouca valia tanto modelos sem suporte empírico quanto dados sem modelos que permitam identificar a causalidade entre as variáveis. A economia procura evitar a retórica que promete muito, porém entrega pouco. Esse risco não tem filiação ideológica, contaminando tanto argumentos identificados como à esquerda no debate popular no Brasil, como diversos argumentos desenvolvimentistas, quanto os à direita, como as teses liberais extremas do pensamento austríaco. A produção acadêmica apenas permite selecionar as conjecturas consistentes com a evidência disponível, assim como delimitar as fragilidades dos argumentos. Dessa análise resultam, frequentemente, diversas opções de políticas públicas, contudo, com implicações distintas sobre a economia e a sociedade. Cabe à política, não à economia, fazer a escolha entre essas opções. MODELOS Comecemos com um exemplo. Diversos modelos resultam em uma relação entre a taxa de juros fixada pelo Banco Central e a trajetória futura da taxa de inflação. A estatística permite verificar em que medida o resultado previsto pela teoria –alta do juro levando à queda da inflação– é consistente com os dados observados, dentro de uma margem de erro. Importam aqui dois aspectos: 1) a conjectura teórica pode ser rejeitada pelos dados; e 2) há sempre uma margem de erro, descrita por um intervalo de confiança. A margem de erro é inevitável por duas razões. Em primeiro lugar, o argumento científico não captura todos os fatores que afetam a variável analisada. Modelos em economia são, por necessidade, simplificações da realidade, capturando apenas uma parcela dos fatores que afetam as variáveis (no famoso conto de Borges, os sábios tardiamente constatam que os mapas de tamanho real são de pouca utilidade prática). O desafio é demonstrar que, apesar dessas limitações, a conjectura não pode ser rejeitada pelos dados. Em segundo lugar, pode haver incerteza intrínseca aos fenômenos, não apenas uma medida da nossa ignorância ou de modelos simplificados. Em ambos os casos, a conjectura deve ser analisada como probabilística. Essa não é uma peculiaridade da economia. O tratamento probabilístico ocorre em ciências como a física e a biologia e pode decorrer da nossa ignorância ou da incerteza intrínseca aos fenômenos. Na economia, houve um estéril debate sobre em que medida a probabilidade deveria estar restrita a fenômenos repetidos, o qual apenas revelou a falta de conhecimento de matemática. VERACIDADE A eventual consistência da conjectura com os dados observados, no entanto, não significa que se possa concluir pela veracidade da tese. O resultado pode ser fortuito. Por isso, o jargão usual é afirmar que a conjectura "não foi rejeitada" pelos testes empíricos, e não que ela "foi validada". A "verdade" pode ser defendida na religião ou em ramos da filosofia, não nas ciências. A controvérsia sobre o que se pode inferir da análise empírica resultou na abordagem pragmática das ciências. Não se pode afirmar a verdade das conjecturas, mas apenas a sua possibilidade, uma vez que não rejeitadas pelos dados disponíveis, podem vir a ser desmentidas por novas evidências. Deve-se manter a húbris sobre controle. Diversos trabalhos em história da ciência mostram como alguns acadêmicos utilizaram artifícios para evitar reconhecer os equívocos dos seus argumentos. Os procedimentos da ciência, no entanto, permitiram não apenas identificar esses casos; eles também resultaram em notáveis transformações nos últimos 300 anos. A evidência disponível indica que a renda por habitante no mundo até meados do século 17 não ultrapassava o equivalente a R$ 5 por dia, renda que, nos padrões atuais, define a extrema pobreza. E a expectativa de vida era de cerca de 40 anos de idade. A pesquisa acadêmica indica dois fatores como os mais prováveis responsáveis por esse resultado: 1) os métodos e procedimentos para a construção de argumentos científicos; e 2) as profundas transformações institucionais ocorridas nos países desenvolvidos a partir do fim do século 17. CONTRADITÓRIO O debate público pode levar o acadêmico a perder um pouco do rigor e humildade científicos. Isso apenas reforça a necessidade do contraditório, na contramão dos manifestos indignados que pedem que editores de jornais censurem argumentos. A crítica é essencial, pois o que podemos concluir, com os dados disponíveis, é um subconjunto pálido do que gostaríamos de saber. A evidência indica que graves desequilíbrios fiscais geram inflação e juros elevados; que controle cambial gera desequilíbrios nas contas externas; que desemprego baixo e inflação alta recomendam uma política monetária mais restritiva; que a ausência de direitos de propriedade prejudica o investimento; que intervenções setoriais discricionárias podem ser contraproducentes. Por outro lado, não há evidência consolidada sobre quando a política fiscal expansionista colabora com a expansão da economia; o que o Banco Central deve fazer frente a um choque adverso de oferta; ou, ainda, como identificar os projetos que apresentam retorno social maior do que o privado e que, portanto, devem ser subsidiados. E, para a tristeza dos macroeconomistas, seguramente não entendemos os determinantes da taxa de câmbio no curto prazo. A produção acadêmica apenas permite eliminar as políticas cujos resultados propostos são inconsistentes com a evidência disponível. Usualmente, diversas políticas superam esse filtro, com implicações distintas sobre a economia e a sociedade. Algumas, por exemplo, podem resultar em maior crescimento da produtividade e maior desigualdade de renda, enquanto outras podem proteger os grupos mais vulneráveis à custa de menor crescimento econômico. A escolha da política a ser adotada requer um juízo de valor sobre as possíveis opções e seus custos e benefícios. E juízo de valor não cabe à economia, mas sim à deliberação da sociedade. DISPERSÃO Argumentos sem dados podem ser tão sedutores quanto equivocados. Ilustramos esse ponto com um exemplo conhecido dos economistas. Existe uma imensa dispersão de renda entre os países do mundo. O grupo dos mais ricos tem renda por habitante cerca de 20 vezes maior que o dos mais pobres. Nos anos 1990, alguns economistas resgataram a conjectura de Schumpeter, devida originalmente a Karl Marx, sobre o papel da concorrência no estímulo à inovação. Nesse argumento, a produtividade decorre das decisões de investimento por parte das empresas, que obtêm lucros extraordinários enquanto a inovação não é copiada pelos demais. A conclusão, portanto, é que quem investe mais em tecnologia torna-se mais desenvolvido. O arcabouço formal é elegante e preciso; a intuição é clara. Mas... A elegante conjectura não recebeu o suporte dos dados. Inovações não explicam a diferença de renda entre os países. A tese foi rejeitada. A vida é dura. Pode-se procurar defender a conjectura argumentando que é possível importar técnicas de produção desenvolvidas alhures. Se essa importação não está ocorrendo, ou se as empresas que usam as melhores técnicas não são capazes de expulsar as ineficientes do mercado, outra explicação é necessária. Assim evoluem as coisas no mundo acadêmico. Modelos sem suporte empírico morrem e são substituídos. HUMILDADE "O que os dados estão de fato dizendo?". Dados não fazem milagres. Na maioria das vezes, apenas nos ajudam a discriminar os diversos argumentos compatíveis com a evidência –mais um motivo, vê-se, para certa dose de humildade. Um exemplo numérico ajuda a ilustrar esse ponto. Considere uma política pública voluntária de treinamento para trabalhadores que recentemente perderam seus empregos. De cada 100 desempregados, 20 escolhem fazer o curso e, desses, 14 conseguem, um ano depois, empregos melhores do que os que não fizeram o curso. Já do grupo dos 80 que não frequentaram o curso, 40 conseguiram empregos melhores. Vale a pena gastar tempo e recursos com esse programa? O que dizem os tais dados? O problema reside na ausência de evidência contrafactual: qual seria o desempenho dos desempregados que não participaram do programa caso eles tivessem na verdade participado? Os desempregados que escolheram fazer o curso provavelmente são diferentes dos demais; afinal, escolheram estudar depois de perder o emprego. Talvez por serem diferentes, e não por causa do curso, têm maior chance de conseguir empregos melhores do que os demais. Isso significa duas possibilidades extremas: 1) os desempregados que não participaram do curso não se beneficiariam do programa; 2) o programa beneficiaria todos os que escolheram não participar. No meio do caminho: 3) o programa teria impacto semelhante em todos os desempregados. As três conjecturas são possíveis, mas, na ausência de testes adicionais, os dados não permitem uma resposta precisa. Sob 1), de 100 desempregados, 14 (grupo tratado, com melhora) + 0% vezes 80 (grupo sem contrafactual)= 14 teriam melhor desempenho se o programa se tornasse obrigatório. Mas sob 2), dos mesmos 100, 14+ 100% vezes 80 = 94 conseguiriam melhores empregos. A conjectura intermediária prevê 14+ 70% vezes 80 (grupo não tratado) = 70 beneficiados pela extensão do programa para todos os desempregados. Os dados têm poder limitado nesse caso. Incertezas similares valem para outros tipos de estudos empíricos. Sem teoria, os dados dizem pouco. Mas, ao menos, a discussão permite distinguir as razões da divergência, além de propor novos testes para colaborar com a controvérsia. A propósito, a evidência adicional indica que os que escolheram participar do programa são, de fato, diferentes dos demais, e o impacto do programa é menor. CETICISMO À guisa de conclusão, vale dizer que, em economia, o santo é realmente de barro, e as incertezas são muitas. O iluminismo relevante é o escocês, dominado pelo ceticismo e o pragmatismo. Não temos acesso à verdade; temos, na melhor das hipóteses, conjecturas que não tenham sido rejeitadas pelos dados (mas que podem vir a sê-lo). Ciência requer procedimentos formais sobre conjecturas precisas, testes empíricos e discussões detalhadas sobre modelos estatísticos, colaborando com o rigor na análise da evidência e dos argumentos propostos. Nem todos os caminhos levam a Roma. Por maiores que sejam as suas limitações, argumentos precisamente definidos e testes empíricos que verifiquem a validade das conjecturas são preferíveis a teses de ocasião, desconexas, recheadas de retórica e latinismos, que buscam muitas vezes a simples desqualificação da divergência. A política pública se beneficiaria de maior cuidado e atenção às evidências e aos procedimentos. CARLOS EDUARDO GONÇALVES, 43, é professor titular da USP e economista do site porque.com.br MARCOS DE BARROS LISBOA, 51, é doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia e presidente do Insper.
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Para leitor, Operação Lava Jato só pune um lado do balcão de negócios
OPERAÇÃO LAVA JATO José Ugaz elogia a Lava Jato e desmistifica qualquer perseguição à classe política. O que existe é um processo político com intenção de extirpar a corrupção das estruturas de funcionamento da máquina pública. A alegação de que esse movimento prejudica a economia é uma forma de defesa daqueles que estão comprometidos. O que está acontecendo é um exemplo positivo para os países emergentes. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * Petistas e simpatizantes deveriam estar menos preocupados em saber quem orienta o doutorado do juiz que mandou prender Paulo Bernardo e mais ocupados em explicar como um partido que se diz dos trabalhadores pode ter desviado dinheiro de funcionários públicos endividados. JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL, advogada e coautora do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (São Paulo, SP) * Tendo votado no senador Aécio Neves para presidente em 2014, esperava que a sua coluna desta segunda (27) pudesse explicar melhor o seu imbróglio com os delatores da Lava Jato. Nesse momento, a sua opinião sobre a saída do Reino Unido da União Européia não acrescenta nada à sua defesa. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) * O tempo passa e só vemos a Lava Jato punir um lado do balcão de negócios: empresários, engenheiros, contadores, doleiros, publicitários, executivos, tesoureiros etc. E os políticos que foram os operadores do outro lado do balcão? Quando serão punidos? Até agora só Delcídio do Amaral chegou a ser preso e foi cassado. Estamos com uma Lava Jato pela metade. FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP) - SUCESSÃO NA CÂMARA O Painel revelou que emissários de Temer estudam o nome do deputado Jarbas Vasconcelos para o lugar de Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados. Nesse caso, o cargo permanecerá vago. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) - IMPEACHMENT Puxo essa pérola do artigo "Falsa ruptura", de Paulo Sérgio Pinheiro: "A reeleição de Dilma, em 2014, foi um acidente inaceitável para o establishment econômico e político brasileiro". Mais à frente ele sustenta que ela era um risco ao mercado e aos corruptos. Como ela representaria risco ao mercado se os bancos nunca ganharam tanto dinheiro e nunca houve tantos corruptos de seu governo presos ou enredados na Operação Lava Jato? JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) * A chegada da direita ao poder, independentemente dos meios que utilizou para isso, acalmou a mídia e o Brasil segue atordoado com uma tranquilidade que é uma incógnita. Enquanto isso, a crise continua firme, mas agora não há bode expiatório. EVALDO GÂNDARA BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP) - HISTÓRIA Parabenizo vivamente a professora Hebe Mattos por seu texto rebatendo as acusações de Demétrio Magnoli. Resposta adequada a uma coluna maniqueísta. VANDERLEI VAZELESK, professor da Unirio (Rio de Janeiro, RJ) * A coluna de Demétrio Magnoli estava ótima. Nesta segunda (27/6), a professora Hebe Mattos teve sua réplica publicada, mas sua resposta é inócua, pois não contrapõe nenhuma das assertivas de Demétrio. Estudei história em uma universidade federal e os professores só têm olhos para o materialismo histórico e para a dialética marxista. LEONARDO ANDRÉ GANDARA (Belo Horizonte, MG) * O efeito da coluna rancorosa contra os Historiadores pela Democracia foi despertar a curiosidade de conhecê-los. Foi muito bom acessar o site e ver que tem muita gente brigando pela democracia no Brasil. Demétrio Magnoli, obrigada pela "dica". MARIA CECILIA CORDEIRO DELLATORRE (Marília, SP) * A professora Hebe Mattos rebate Demétrio Magnoli por este ter acusado a ela e a mais um grupo de historiadores de pregar ideologia e partidarismo. Creio que com o artigo em que tenta reduzir o colunista ela apenas comprova o que foi escrito pelo mesmo. JOSÉ RUBIN (São Paulo, SP) - BREXIT A saída do Reino Unido da União Europeia é mais do que justa. A UE não trouxe benefícios para o Reino Unido. É fácil filosofar sonhando com um mundo sem fronteiras. GUSTAVUS PADDINGTON (Londres, Reino Unido) * Parabéns aos ingleses. Eles tinham razão em abandonar a União Europeia. Abandonaram de vez depois da derrota para a Islândia. GIL MARCOS FERREIRA (Piracicaba, SP) - GAME OF THRONES George R.R. Martin tem sido consagrado com o novo Tolkien pela obra épica e volumosa que produz. Com "Game of Thrones" o sucesso se consolida, mas foi invertida a produção literária, incompleta, canalizada para os roteiros da série. Ainda estou tomando fôlego para continuar a leitura dos livros e não assisti a nenhum dos episódios, mas gostaria de fazer como em "O Senhor dos Anéis": primeiro o deleite literário, depois o deslumbre das imagens. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - COLUNISTAS Gregorio Duvivier e Catarina Bessell dão verdadeira aula sobre como tocar corações e mentes. Ele pelo texto sempre brilhante e ela pela grande sacada do "Viver sem Temer" (o Michel, sem dúvida), grafado na traseira da camionete que levava Barbara para suas aventuras e que ilustra a coluna. Parabéns à dupla. ANTONIO CARLOS ORSELLI (Araraquara, SP) * Não sei como sobrevivi tantos dias sem os textos de Ruy Castro. JOÃO EL HELOU (São Paulo, SP) - RENDA BÁSICA A Renda Básica de Cidadania, introduzida gradualmente, não causará inflação. A oferta de bens e serviços crescerá pari e passu. A experiência do Alasca prova sua eficácia em redistribuir renda. Uma simplificação dos tributos e transferências, como demonstra o Ipea ao propor que haja a instituição da RBC para os menores de 16 anos por meio da unificação do salário família, do bolsa família e da dedução do imposto de renda por dependente constitui caminho racional de sua implementação por etapas. EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (São Paulo, SP) - QUADRINHOS Como cuiabana, me senti extremamente ofendida com o quadrinho "Preto no branco", de Allan Sieber, sobre a minha cidade. Não há filtro no jornal? Charge desnecessária e de extremo mau gosto. Cuiabá merecia um pedido de desculpas. TATIANA PARENTE LEMOS DOS SANTOS (Cuiabá, MT) - PRIMEIRA PÁGINA Apropriadas as capas da Folha que passarão a integrar a nova edição do livro "Primeira Página". A seleção das capas, contudo, nada tem de "natural", como pode sugerir o texto publicado na "Ilustrada". Não se trata de "seleção natural", mas de mediação jornalística. ADRIANO CIRINO (Belo Horizonte, MG) - SERAFINA É triste para os leitores de Brasília e do Rio a notícia de que a revista mensal "Serafina" será distribuída apenas para São Paulo. O sonho de todo leitor é ver o seu jornal crescer, engordar, e não emagrecer. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para leitor, Operação Lava Jato só pune um lado do balcão de negóciosOPERAÇÃO LAVA JATO José Ugaz elogia a Lava Jato e desmistifica qualquer perseguição à classe política. O que existe é um processo político com intenção de extirpar a corrupção das estruturas de funcionamento da máquina pública. A alegação de que esse movimento prejudica a economia é uma forma de defesa daqueles que estão comprometidos. O que está acontecendo é um exemplo positivo para os países emergentes. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * Petistas e simpatizantes deveriam estar menos preocupados em saber quem orienta o doutorado do juiz que mandou prender Paulo Bernardo e mais ocupados em explicar como um partido que se diz dos trabalhadores pode ter desviado dinheiro de funcionários públicos endividados. JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL, advogada e coautora do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (São Paulo, SP) * Tendo votado no senador Aécio Neves para presidente em 2014, esperava que a sua coluna desta segunda (27) pudesse explicar melhor o seu imbróglio com os delatores da Lava Jato. Nesse momento, a sua opinião sobre a saída do Reino Unido da União Européia não acrescenta nada à sua defesa. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) * O tempo passa e só vemos a Lava Jato punir um lado do balcão de negócios: empresários, engenheiros, contadores, doleiros, publicitários, executivos, tesoureiros etc. E os políticos que foram os operadores do outro lado do balcão? Quando serão punidos? Até agora só Delcídio do Amaral chegou a ser preso e foi cassado. Estamos com uma Lava Jato pela metade. FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP) - SUCESSÃO NA CÂMARA O Painel revelou que emissários de Temer estudam o nome do deputado Jarbas Vasconcelos para o lugar de Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados. Nesse caso, o cargo permanecerá vago. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) - IMPEACHMENT Puxo essa pérola do artigo "Falsa ruptura", de Paulo Sérgio Pinheiro: "A reeleição de Dilma, em 2014, foi um acidente inaceitável para o establishment econômico e político brasileiro". Mais à frente ele sustenta que ela era um risco ao mercado e aos corruptos. Como ela representaria risco ao mercado se os bancos nunca ganharam tanto dinheiro e nunca houve tantos corruptos de seu governo presos ou enredados na Operação Lava Jato? JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) * A chegada da direita ao poder, independentemente dos meios que utilizou para isso, acalmou a mídia e o Brasil segue atordoado com uma tranquilidade que é uma incógnita. Enquanto isso, a crise continua firme, mas agora não há bode expiatório. EVALDO GÂNDARA BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP) - HISTÓRIA Parabenizo vivamente a professora Hebe Mattos por seu texto rebatendo as acusações de Demétrio Magnoli. Resposta adequada a uma coluna maniqueísta. VANDERLEI VAZELESK, professor da Unirio (Rio de Janeiro, RJ) * A coluna de Demétrio Magnoli estava ótima. Nesta segunda (27/6), a professora Hebe Mattos teve sua réplica publicada, mas sua resposta é inócua, pois não contrapõe nenhuma das assertivas de Demétrio. Estudei história em uma universidade federal e os professores só têm olhos para o materialismo histórico e para a dialética marxista. LEONARDO ANDRÉ GANDARA (Belo Horizonte, MG) * O efeito da coluna rancorosa contra os Historiadores pela Democracia foi despertar a curiosidade de conhecê-los. Foi muito bom acessar o site e ver que tem muita gente brigando pela democracia no Brasil. Demétrio Magnoli, obrigada pela "dica". MARIA CECILIA CORDEIRO DELLATORRE (Marília, SP) * A professora Hebe Mattos rebate Demétrio Magnoli por este ter acusado a ela e a mais um grupo de historiadores de pregar ideologia e partidarismo. Creio que com o artigo em que tenta reduzir o colunista ela apenas comprova o que foi escrito pelo mesmo. JOSÉ RUBIN (São Paulo, SP) - BREXIT A saída do Reino Unido da União Europeia é mais do que justa. A UE não trouxe benefícios para o Reino Unido. É fácil filosofar sonhando com um mundo sem fronteiras. GUSTAVUS PADDINGTON (Londres, Reino Unido) * Parabéns aos ingleses. Eles tinham razão em abandonar a União Europeia. Abandonaram de vez depois da derrota para a Islândia. GIL MARCOS FERREIRA (Piracicaba, SP) - GAME OF THRONES George R.R. Martin tem sido consagrado com o novo Tolkien pela obra épica e volumosa que produz. Com "Game of Thrones" o sucesso se consolida, mas foi invertida a produção literária, incompleta, canalizada para os roteiros da série. Ainda estou tomando fôlego para continuar a leitura dos livros e não assisti a nenhum dos episódios, mas gostaria de fazer como em "O Senhor dos Anéis": primeiro o deleite literário, depois o deslumbre das imagens. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) - COLUNISTAS Gregorio Duvivier e Catarina Bessell dão verdadeira aula sobre como tocar corações e mentes. Ele pelo texto sempre brilhante e ela pela grande sacada do "Viver sem Temer" (o Michel, sem dúvida), grafado na traseira da camionete que levava Barbara para suas aventuras e que ilustra a coluna. Parabéns à dupla. ANTONIO CARLOS ORSELLI (Araraquara, SP) * Não sei como sobrevivi tantos dias sem os textos de Ruy Castro. JOÃO EL HELOU (São Paulo, SP) - RENDA BÁSICA A Renda Básica de Cidadania, introduzida gradualmente, não causará inflação. A oferta de bens e serviços crescerá pari e passu. A experiência do Alasca prova sua eficácia em redistribuir renda. Uma simplificação dos tributos e transferências, como demonstra o Ipea ao propor que haja a instituição da RBC para os menores de 16 anos por meio da unificação do salário família, do bolsa família e da dedução do imposto de renda por dependente constitui caminho racional de sua implementação por etapas. EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (São Paulo, SP) - QUADRINHOS Como cuiabana, me senti extremamente ofendida com o quadrinho "Preto no branco", de Allan Sieber, sobre a minha cidade. Não há filtro no jornal? Charge desnecessária e de extremo mau gosto. Cuiabá merecia um pedido de desculpas. TATIANA PARENTE LEMOS DOS SANTOS (Cuiabá, MT) - PRIMEIRA PÁGINA Apropriadas as capas da Folha que passarão a integrar a nova edição do livro "Primeira Página". A seleção das capas, contudo, nada tem de "natural", como pode sugerir o texto publicado na "Ilustrada". Não se trata de "seleção natural", mas de mediação jornalística. ADRIANO CIRINO (Belo Horizonte, MG) - SERAFINA É triste para os leitores de Brasília e do Rio a notícia de que a revista mensal "Serafina" será distribuída apenas para São Paulo. O sonho de todo leitor é ver o seu jornal crescer, engordar, e não emagrecer. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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