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Em 2020 haverá mais gente com celular do que com eletricidade e água, diz estudo
Os celulares estão ganhando a batalha: sua proliferação no mundo foi tal que em 2020 haverá mais pessoas com um do que com eletricidade, água potável e automóveis, segundo as últimas previsões da empresa de tecnologia Cisco. Os usuários de dispositivos móveis, incluindo os "phablets" (híbrido entre telefone e tablet), chegarão naquele ano aos 5,4 bilhões, 70% da população estimada para o ano, indica o estudo Visual Networking Index - Global Mobile Data Traffic Forecast, publicado recentemente pela empresa da Califórnia, nos Estados Unidos. O número é superior às projeções internacionais sobre o acesso a alguns serviços públicos, como eletricidade (5,3 bilhões) e água potável (3,5 bilhões), ou de outros bens de consumo como os automóveis (2,8 bilhões), segundo a companhia. A Cisco calcula que em cinco anos haverá 11,6 bilhões de celulares, dispositivos e conexões, incluindo 8,5 bilhões de telefones pessoais, frente a 7,9 bilhões em 2015. Deles, 67% serão inteligentes, contra 36% em 2015. Ninguém imaginava que, desde a chegada do primeiro telefone celular com câmera no ano 2000, o impulso chegasse a tal ponto que, como prevê a Cisco, os celulares sejam em cinco anos os principais responsáveis pela maior quantidade do tráfego na internet, com 72% do total. Segundo indica o relatório, os smartphones, os computadores portáteis, os tablets e os "phablets" vão dominar com 98% o eventual tráfego móvel de internet. Por regiões, a América do Norte vai continuar liderando em 2020 o número de conexões através de dispositivos móveis (com 95% de seus registros), seguida de perto pela Europa Oriental (86%), Europa Ocidental e Central (84%), Ásia e Pacífico (72%), América Latina (70%) e Oriente Médio e África (52%). TROCA DIGITAL Esse aumento da cobertura móvel e da demanda por conteúdo nessas plataformas impulsionarão também um crescimento dos usuários duas vezes mais rápido que o da população mundial até 2020, segundo a companhia. "A mobilidade é o meio predominante que está permitindo a transformação digital global", destacou em comunicado Doug Webster, vice-presidente da empresa americana. Uma troca digital que crescerá a níveis nunca vistos com tantos celulares, 120 vezes mais que em 2010, e que atingirá 366,8 exabytes, equivalentes a 81 trilhões de fotos de Instagram ou 7 trilhões de vídeos de YouTube, frente aos 44,2 exabytes de 2015. A velocidade também será um elemento que apresentará uma explosão exponencial nas redes móveis, pois, segundo o estudo, aumentará 3,2 vezes a partir deste anos (2,0 Megabits por segundo) para (6,5 Mbps) em 2020, graças às redes 4G, cujo tráfego crescerá 13 vezes nesse período. Gravar vídeos com celular também será uma atividade crescente, com um índice mais alto de avanço que qualquer outro aplicativo e para o qual se prevê que em cinco anos centre 75% do tráfego mundial de dados. Os especialistas preveem, além disso, um grande impacto em médio prazo da convergência de tecnologias, como a tendência à conexão à rede de todos os dispositivos que rodeiam o ser humano e acessórios como relógios inteligentes e óculos especiais, além de sensores e o avanço da robótica. DESIGUALDADE O que não vai acontecer tão depressa é uma multiplicação por igual do tráfego móvel em todos as regiões do mundo, já que depende de sua capacidade econômica e de redes eficazes para abrigá-los. Os que liderarão serão Oriente Médio e África, segundo as previsões, ao aumentar em 15 vezes o tamanho de seu fluxo de dados. Vão segui-los Ásia e Pacífico, com 9 vezes; Europa Central e América Latina, com 8; e Europa Ocidental e América do Norte, com 6.
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Em 2020 haverá mais gente com celular do que com eletricidade e água, diz estudoOs celulares estão ganhando a batalha: sua proliferação no mundo foi tal que em 2020 haverá mais pessoas com um do que com eletricidade, água potável e automóveis, segundo as últimas previsões da empresa de tecnologia Cisco. Os usuários de dispositivos móveis, incluindo os "phablets" (híbrido entre telefone e tablet), chegarão naquele ano aos 5,4 bilhões, 70% da população estimada para o ano, indica o estudo Visual Networking Index - Global Mobile Data Traffic Forecast, publicado recentemente pela empresa da Califórnia, nos Estados Unidos. O número é superior às projeções internacionais sobre o acesso a alguns serviços públicos, como eletricidade (5,3 bilhões) e água potável (3,5 bilhões), ou de outros bens de consumo como os automóveis (2,8 bilhões), segundo a companhia. A Cisco calcula que em cinco anos haverá 11,6 bilhões de celulares, dispositivos e conexões, incluindo 8,5 bilhões de telefones pessoais, frente a 7,9 bilhões em 2015. Deles, 67% serão inteligentes, contra 36% em 2015. Ninguém imaginava que, desde a chegada do primeiro telefone celular com câmera no ano 2000, o impulso chegasse a tal ponto que, como prevê a Cisco, os celulares sejam em cinco anos os principais responsáveis pela maior quantidade do tráfego na internet, com 72% do total. Segundo indica o relatório, os smartphones, os computadores portáteis, os tablets e os "phablets" vão dominar com 98% o eventual tráfego móvel de internet. Por regiões, a América do Norte vai continuar liderando em 2020 o número de conexões através de dispositivos móveis (com 95% de seus registros), seguida de perto pela Europa Oriental (86%), Europa Ocidental e Central (84%), Ásia e Pacífico (72%), América Latina (70%) e Oriente Médio e África (52%). TROCA DIGITAL Esse aumento da cobertura móvel e da demanda por conteúdo nessas plataformas impulsionarão também um crescimento dos usuários duas vezes mais rápido que o da população mundial até 2020, segundo a companhia. "A mobilidade é o meio predominante que está permitindo a transformação digital global", destacou em comunicado Doug Webster, vice-presidente da empresa americana. Uma troca digital que crescerá a níveis nunca vistos com tantos celulares, 120 vezes mais que em 2010, e que atingirá 366,8 exabytes, equivalentes a 81 trilhões de fotos de Instagram ou 7 trilhões de vídeos de YouTube, frente aos 44,2 exabytes de 2015. A velocidade também será um elemento que apresentará uma explosão exponencial nas redes móveis, pois, segundo o estudo, aumentará 3,2 vezes a partir deste anos (2,0 Megabits por segundo) para (6,5 Mbps) em 2020, graças às redes 4G, cujo tráfego crescerá 13 vezes nesse período. Gravar vídeos com celular também será uma atividade crescente, com um índice mais alto de avanço que qualquer outro aplicativo e para o qual se prevê que em cinco anos centre 75% do tráfego mundial de dados. Os especialistas preveem, além disso, um grande impacto em médio prazo da convergência de tecnologias, como a tendência à conexão à rede de todos os dispositivos que rodeiam o ser humano e acessórios como relógios inteligentes e óculos especiais, além de sensores e o avanço da robótica. DESIGUALDADE O que não vai acontecer tão depressa é uma multiplicação por igual do tráfego móvel em todos as regiões do mundo, já que depende de sua capacidade econômica e de redes eficazes para abrigá-los. Os que liderarão serão Oriente Médio e África, segundo as previsões, ao aumentar em 15 vezes o tamanho de seu fluxo de dados. Vão segui-los Ásia e Pacífico, com 9 vezes; Europa Central e América Latina, com 8; e Europa Ocidental e América do Norte, com 6.
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Projeto promete criar cabo 'coringa', que carrega celular e transfere dados
É comum encontrar no comércio popular carregadores com pontas múltiplas, que servem para carregar um grande número de modelos de celulares. Um projeto no site de financiamento coletivo Kickstarter pretende levar a ideia um passo adiante. O TOB Cable promete não apenas carregar diferentes modelos de smartphones, como também transmitir dados de vídeo e áudio. O objetivo do projeto é substituir os diversos cabos que ainda enrolam a vida das pessoas. Para fazer isso, os diferentes tipos de conectores podem ser acoplados às duas pontas do cabo. Internamente, vários cabos de cobre envolvem uma fibra óptica. O carregamento de smartphones, tablets e outros gadgets é garantido graças aos conectores USB, mini USB, Micro USB e Lightning (compatível com produtos da Apple a partir do iPhone 5). Para transmitir vídeo, ele tem conectores HDMI e Micro HDMI –com esses, por exemplo, é possível conectar o smartphone à TV. A transmissão de áudio é feita por um conector do tipo P2, o que permite ligar fones de ouvido e caixas de som a celulares. A campanha, que pedia US$ 20 mil, já levantou mais de US$ 50 mil. Ela se encerra no próximo dia 18, e as entregas estão programadas para julho deste ano. * TOB CABLE META US$ 20 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 1 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 60 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 3.000 FIM DA CAMPANHA 18 de março ENTREGA julho de 2015 veja o vídeo
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Projeto promete criar cabo 'coringa', que carrega celular e transfere dadosÉ comum encontrar no comércio popular carregadores com pontas múltiplas, que servem para carregar um grande número de modelos de celulares. Um projeto no site de financiamento coletivo Kickstarter pretende levar a ideia um passo adiante. O TOB Cable promete não apenas carregar diferentes modelos de smartphones, como também transmitir dados de vídeo e áudio. O objetivo do projeto é substituir os diversos cabos que ainda enrolam a vida das pessoas. Para fazer isso, os diferentes tipos de conectores podem ser acoplados às duas pontas do cabo. Internamente, vários cabos de cobre envolvem uma fibra óptica. O carregamento de smartphones, tablets e outros gadgets é garantido graças aos conectores USB, mini USB, Micro USB e Lightning (compatível com produtos da Apple a partir do iPhone 5). Para transmitir vídeo, ele tem conectores HDMI e Micro HDMI –com esses, por exemplo, é possível conectar o smartphone à TV. A transmissão de áudio é feita por um conector do tipo P2, o que permite ligar fones de ouvido e caixas de som a celulares. A campanha, que pedia US$ 20 mil, já levantou mais de US$ 50 mil. Ela se encerra no próximo dia 18, e as entregas estão programadas para julho deste ano. * TOB CABLE META US$ 20 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 1 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 60 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 3.000 FIM DA CAMPANHA 18 de março ENTREGA julho de 2015 veja o vídeo
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Palmeiras perde na Libertadores e desperdiça chance de classificação
Na preparação para a partida contra o Jorge Wilstermann nesta quarta-feira (3), em Cochabamba, na Bolívia, o técnico Eduardo Baptista pediu mais atenção aos jogadores para que a equipe não tivesse desvantagem no placar logo de saída, como aconteceu contra a Ponte Preta e o Peñarol. Não funcionou. Com dois gols sofridos ainda no primeiro tempo, o Palmeiras perdeu por 3 a 2 e desperdiçou a oportunidade de garantir a classificação para as oitavas de final da Libertadores. A decisão ficou para o dia 24, quando receberá o Atlético Tucumán no Allianz Parque. O time precisa de um empate para garantir a classificação e a liderança do grupo; caso perca por mais de um gol de diferença, precisará torcer para uma derrota do Jorge Wilstermann em partida contra o Peñarol. Antes desse jogo, o Palmeiras ainda joga em casa contra o Vasco no dia 14 em sua estreia pelo Campeonato Brasileiro. A Folha mostrou nesta quarta (3) que o Palmeiras é o time de seu grupo que passa menos tempo à frente do placar : apenas 48 minutos ao longo de cinco jogos. Contra o Jorge Wilstermann, o empate em 0 a 0 durou apenas até os 35 minutos do primeiro tempo, o que mostrou mais uma vez a falta de estabilidade do Palmeiras. Após cruzamento na área, Morales apareceu entre Jean e Vitor Hugo e abriu o placar. Cinco minutos depois, Christian Machado passou por Guerra, conduziu a bola no meio de campo com liberdade e acertou chute forte no ângulo de Prass, que apenas acompanhou com os olhos. Escalado no lugar do lesionado Edu Dracena, Vitor Hugo voltou a ter exibição abaixo do que já apresentou no passado e vive fase técnica ruim em 2017. O meia Guerra ainda fez um gol aos 45 minutos e deu algum ânimo ao Palmeiras. Para o segundo tempo, Baptista trocou Willian por Borja e o time se manteve com desempenho discreto, com falhas na defesa e pouca criação no ataque. Aos 23 minutos, Saucedo foi alvo de saída do gol estabanada de Prass e sofreu pênalti. Cardozo ampliou a vantagem para o clube da casa. Baptista, então, jogou o time à frente, formando frente de ataque com Keno, Róger Guedes e Borja. A estratégia funcionou apenas parcialmente. Aos 27 minutos, Keno cruzou e o zagueiro Cabezas desviou a bola contra a própria meta, anotando gol contra. Jogando em Cochabamba, a 2.574 m acima do nível do mar, os palmeirenses pareceram sentir a diferença no tempo de bola, errando diversos passes e tentativas de domínio. A derrota foi a primeira da equipe na competição, mas acende sinal de alerta. O clube esteve perto de perder ou empatar os confrontos contra Atlético Tucumán e Peñarol (os dois jogos), e tem mostrado dificuldades de vencer em um grupo considerado fácil. "Pegamos uma equipe que mostrou bom futebol. Não fizemos a partida que tínhamos que fazer para classificar. Agora é levantar a cabeça para classificar jogando em casa, diante da nossa torcida", disse Michel Bastos, que jogou como lateral esquerdo, ao canal SporTV. "Não podemos nos desesperar. Com garra e com vontade temos conseguido nos superar. É Libertadores", completou.
esporte
Palmeiras perde na Libertadores e desperdiça chance de classificaçãoNa preparação para a partida contra o Jorge Wilstermann nesta quarta-feira (3), em Cochabamba, na Bolívia, o técnico Eduardo Baptista pediu mais atenção aos jogadores para que a equipe não tivesse desvantagem no placar logo de saída, como aconteceu contra a Ponte Preta e o Peñarol. Não funcionou. Com dois gols sofridos ainda no primeiro tempo, o Palmeiras perdeu por 3 a 2 e desperdiçou a oportunidade de garantir a classificação para as oitavas de final da Libertadores. A decisão ficou para o dia 24, quando receberá o Atlético Tucumán no Allianz Parque. O time precisa de um empate para garantir a classificação e a liderança do grupo; caso perca por mais de um gol de diferença, precisará torcer para uma derrota do Jorge Wilstermann em partida contra o Peñarol. Antes desse jogo, o Palmeiras ainda joga em casa contra o Vasco no dia 14 em sua estreia pelo Campeonato Brasileiro. A Folha mostrou nesta quarta (3) que o Palmeiras é o time de seu grupo que passa menos tempo à frente do placar : apenas 48 minutos ao longo de cinco jogos. Contra o Jorge Wilstermann, o empate em 0 a 0 durou apenas até os 35 minutos do primeiro tempo, o que mostrou mais uma vez a falta de estabilidade do Palmeiras. Após cruzamento na área, Morales apareceu entre Jean e Vitor Hugo e abriu o placar. Cinco minutos depois, Christian Machado passou por Guerra, conduziu a bola no meio de campo com liberdade e acertou chute forte no ângulo de Prass, que apenas acompanhou com os olhos. Escalado no lugar do lesionado Edu Dracena, Vitor Hugo voltou a ter exibição abaixo do que já apresentou no passado e vive fase técnica ruim em 2017. O meia Guerra ainda fez um gol aos 45 minutos e deu algum ânimo ao Palmeiras. Para o segundo tempo, Baptista trocou Willian por Borja e o time se manteve com desempenho discreto, com falhas na defesa e pouca criação no ataque. Aos 23 minutos, Saucedo foi alvo de saída do gol estabanada de Prass e sofreu pênalti. Cardozo ampliou a vantagem para o clube da casa. Baptista, então, jogou o time à frente, formando frente de ataque com Keno, Róger Guedes e Borja. A estratégia funcionou apenas parcialmente. Aos 27 minutos, Keno cruzou e o zagueiro Cabezas desviou a bola contra a própria meta, anotando gol contra. Jogando em Cochabamba, a 2.574 m acima do nível do mar, os palmeirenses pareceram sentir a diferença no tempo de bola, errando diversos passes e tentativas de domínio. A derrota foi a primeira da equipe na competição, mas acende sinal de alerta. O clube esteve perto de perder ou empatar os confrontos contra Atlético Tucumán e Peñarol (os dois jogos), e tem mostrado dificuldades de vencer em um grupo considerado fácil. "Pegamos uma equipe que mostrou bom futebol. Não fizemos a partida que tínhamos que fazer para classificar. Agora é levantar a cabeça para classificar jogando em casa, diante da nossa torcida", disse Michel Bastos, que jogou como lateral esquerdo, ao canal SporTV. "Não podemos nos desesperar. Com garra e com vontade temos conseguido nos superar. É Libertadores", completou.
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Abertura dos Jogos foi grandiosa e emocionante, dizem leitores
ABERTURA DA OLIMPÍADA Foi um grandioso espetáculo, repleto de bom gosto, a abertura dos Jogos do Rio. Os diretores do evento merecem aplausos pelo alegre estilo que tomou conta do Maracanã. As projeções foram perfeitas, assim como a atuação das centenas de artistas. O inesquecível show de luz e de som expôs para o mundo o inesgotável talento do povo brasileiro. JOSÉ CARLOS DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * Espetáculo emocionante, mas permanece a sensação de desconforto provocada pelos enormes gastos canalizados para os Jogos, em detrimento da saúde, da segurança e da educação. Tomara que, além dos resultados esportivos, reste algum saldo positivo para a população. PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio, RJ) * Uma vergonha o artigo escrito por André Barcinski. Após uma linda abertura no Maracanã, podemos ver que existem pessoas que têm prazer em criticar, em torcer contra. Tenho a certeza de que grande parte da população não concorda com ele. ARMANDO P. FREITAS (Ribeirão Preto, SP) * Diferentes em suas origens, Vanderlei Cordeiro de Lima e Robert Scheidt se igualam em simpatia, humildade e dedicação. Evocam um Brasil que valoriza a diferença e extrai desta o melhor. A escolha para acender a pira olímpica (Vanderlei) e fazer o juramento do atleta (Robert) não poderia ter sido mais feliz. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT A clareza analítica de Janio de Freitas sobre o impeachment é perfeita. O julgamento político deveria ser feito nas urnas, não pelo grupo de derrotados da última eleição. Se não ganham no voto por terem colocado no páreo um dos piores candidatos, querem ganhar no grito e no golpe. O interino foi eleito com Dilma, porém traiu a plataforma política vencedora e aplica uma política antissocial. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * Em que país vive Janio de Freitas? Suas colunas dedicam-se a defender o indefensável: o governo de Dilma e seus comparsas. Desta vez, superou-se: finalizando seus ataques ao relatório do senador Antonio Anastasia, conclui que o processo de impeachment é uma hipocrisia que mantém o Brasil em regressão descomunal, com perdas econômicas e humanas. Acorda, Janio! ANAMARIA MOLLO (Brasília, DF) - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A promotora Norma Cavalcanti erra feio quando afirma que "não fica claro" no PLC 7/2016 o que ocorrerá se o delegado entender que não são necessárias as providências de urgência previstas na Lei Maria da Penha em favor de mulheres vítimas de violência doméstica. Pelo contrário, fica claríssimo: o juiz é sempre comunicado, para sua decisão definitiva, em 24 horas, se o delegado deferir as medidas protetivas, ou em 48 horas, se não deferir. *ALOYSIO NUNES FERREIRA,* (Brasília, DF) * É de suma importância que os delegados tenham a possibilidade de deferir as medidas protetivas de urgência a mulheres vítima de violência. Com a aprovação do projeto ora em tramitação, as mulheres já sairão da delegacia com a medida protetiva. Hoje só recebem uma resposta depois de 15 dias, em média. Magali Celeghin Vaz (São Paulo, SP) - METRÔ DE SÃO PAULO O editorial "Trilhos Particulares" traz duplo engano. As despesas do Metrô com pessoal, manutenção e gerenciamento encontram-se rigorosamente em dia, apesar da queda diária de 300 mil usuários, verificada em julho deste ano, reflexo da maior crise econômica já vivida pelo país. Além disso, o Estado de São Paulo destinou R$ 4,89 bilhões em investimentos no Metrô, na CPTM e na EMTU, o maior realizado em mobilidade no Brasil em 2015. MURILO PIZZOLOTTI, assessor de imprensa do Metrô (São Paulo, SP) NOTA DA REDAÇÃO - O editorial não disse que os pagamentos estão em atraso, mas sim que as receitas foram inferiores às despesas, como atesta o balanço da empresa. Valores citados referem-se apenas a investimentos do Metrô. - CRACOLÂNDIA Mais uma vez a Folha confunde seu leitor ao não distinguir as atribuições que cabem a cada ente federado no bairro da Luz. A prefeitura não combate o tráfico de drogas. Essa atribuição é do Estado e da União. A atual gestão municipal implantou um bem-sucedido programa de redução de danos, consagrado inclusive em avaliações externas de órgãos internacionais independentes. NUNZIO BRIGUGLIO, secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Abertura dos Jogos foi grandiosa e emocionante, dizem leitoresABERTURA DA OLIMPÍADA Foi um grandioso espetáculo, repleto de bom gosto, a abertura dos Jogos do Rio. Os diretores do evento merecem aplausos pelo alegre estilo que tomou conta do Maracanã. As projeções foram perfeitas, assim como a atuação das centenas de artistas. O inesquecível show de luz e de som expôs para o mundo o inesgotável talento do povo brasileiro. JOSÉ CARLOS DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * Espetáculo emocionante, mas permanece a sensação de desconforto provocada pelos enormes gastos canalizados para os Jogos, em detrimento da saúde, da segurança e da educação. Tomara que, além dos resultados esportivos, reste algum saldo positivo para a população. PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio, RJ) * Uma vergonha o artigo escrito por André Barcinski. Após uma linda abertura no Maracanã, podemos ver que existem pessoas que têm prazer em criticar, em torcer contra. Tenho a certeza de que grande parte da população não concorda com ele. ARMANDO P. FREITAS (Ribeirão Preto, SP) * Diferentes em suas origens, Vanderlei Cordeiro de Lima e Robert Scheidt se igualam em simpatia, humildade e dedicação. Evocam um Brasil que valoriza a diferença e extrai desta o melhor. A escolha para acender a pira olímpica (Vanderlei) e fazer o juramento do atleta (Robert) não poderia ter sido mais feliz. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - IMPEACHMENT A clareza analítica de Janio de Freitas sobre o impeachment é perfeita. O julgamento político deveria ser feito nas urnas, não pelo grupo de derrotados da última eleição. Se não ganham no voto por terem colocado no páreo um dos piores candidatos, querem ganhar no grito e no golpe. O interino foi eleito com Dilma, porém traiu a plataforma política vencedora e aplica uma política antissocial. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * Em que país vive Janio de Freitas? Suas colunas dedicam-se a defender o indefensável: o governo de Dilma e seus comparsas. Desta vez, superou-se: finalizando seus ataques ao relatório do senador Antonio Anastasia, conclui que o processo de impeachment é uma hipocrisia que mantém o Brasil em regressão descomunal, com perdas econômicas e humanas. Acorda, Janio! ANAMARIA MOLLO (Brasília, DF) - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A promotora Norma Cavalcanti erra feio quando afirma que "não fica claro" no PLC 7/2016 o que ocorrerá se o delegado entender que não são necessárias as providências de urgência previstas na Lei Maria da Penha em favor de mulheres vítimas de violência doméstica. Pelo contrário, fica claríssimo: o juiz é sempre comunicado, para sua decisão definitiva, em 24 horas, se o delegado deferir as medidas protetivas, ou em 48 horas, se não deferir. *ALOYSIO NUNES FERREIRA,* (Brasília, DF) * É de suma importância que os delegados tenham a possibilidade de deferir as medidas protetivas de urgência a mulheres vítima de violência. Com a aprovação do projeto ora em tramitação, as mulheres já sairão da delegacia com a medida protetiva. Hoje só recebem uma resposta depois de 15 dias, em média. Magali Celeghin Vaz (São Paulo, SP) - METRÔ DE SÃO PAULO O editorial "Trilhos Particulares" traz duplo engano. As despesas do Metrô com pessoal, manutenção e gerenciamento encontram-se rigorosamente em dia, apesar da queda diária de 300 mil usuários, verificada em julho deste ano, reflexo da maior crise econômica já vivida pelo país. Além disso, o Estado de São Paulo destinou R$ 4,89 bilhões em investimentos no Metrô, na CPTM e na EMTU, o maior realizado em mobilidade no Brasil em 2015. MURILO PIZZOLOTTI, assessor de imprensa do Metrô (São Paulo, SP) NOTA DA REDAÇÃO - O editorial não disse que os pagamentos estão em atraso, mas sim que as receitas foram inferiores às despesas, como atesta o balanço da empresa. Valores citados referem-se apenas a investimentos do Metrô. - CRACOLÂNDIA Mais uma vez a Folha confunde seu leitor ao não distinguir as atribuições que cabem a cada ente federado no bairro da Luz. A prefeitura não combate o tráfico de drogas. Essa atribuição é do Estado e da União. A atual gestão municipal implantou um bem-sucedido programa de redução de danos, consagrado inclusive em avaliações externas de órgãos internacionais independentes. NUNZIO BRIGUGLIO, secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Refugiados em barcos para Europa pagam para não morrer sufocados
Refugiados de conflitos no Oriente Médio e na África que cruzaram o Mar Mediterrâneo em direção à Europa revelaram à ONU (Organização das Nações Unidas) as condições desumanas das viagens que fizeram. Entre outros abusos, contam que traficantes os agrediram, os trancafiaram nos porões dos barcos e chegaram a cobrar para que pudessem sair para respirar. "Não queríamos descer para os porões, mas nos batiam com paus para nos obrigar. Não tínhamos ar, então tentávamos voltar para cima pela escotilha e respirar pelas rachaduras no teto. Mas os outros passageiros ficaram com medo que o barco virasse então também nos empurravam e nos batiam. Alguns ficavam pisando nas nossas mãos", conta o sudanês Abdel, 25, que sobreviveu a uma viagem em um barco achado na Líbia nessa quarta (26) com 51 mortos por sufocamento. O cirurgião ortopédico Mahdi, outro sobrevivente da embarcação, conta que pagou 3 mil euros para que ele, sua mulher e sua filha de dois anos viajassem no deck superior. Nesta quinta (27), o naufrágio de dois barcos de traficantes na costa da Líbia deixou ao menos 200 refugiados mortos. No mesmo dia, um caminhão que transportava imigrantes foi encontrado na Áustria com 71 corpos em decomposição. Neste sábado (29), outro veículo foi achado no país, com 26 refugiados vivos. Segundo a UNHCR, Agência de Refugiados da ONU, mais de 300 mil pessoas já cruzaram o Mediterrâneo para chegar à Europa neste ano. Desses, 200 mil desembarcaram na Grécia e 110 mil na Itália. No ano passado inteiro, 219 mil tentaram a travessia. Ainda de acordo com a agência, 2.500 refugiados já morreram neste ano tentando chegar ao continente; no ano passado, foram 3.500. "Os refugiados frequentemente estão fisicamente exausto e psicologicamente traumatizados, eles precisam de proteção internacional", declarou a porta-voz Melissa Fleming. " A UNHCR pede que todos os governos envolvidos deem uma resposta abrangente e ajam com humanidade e em acordo com suas obrigações internacionais", disse. A União Europeia elaborou um plano para lidar com a crise migratória. Entre as medidas, estão missões navais de salvamento e subsídio de alimentos, remédios e abrigo para países que receberem refugiados. Ele também prevê deportação mais rápida de imigrantes econômicos que tiverem o status de refugiado negado.
mundo
Refugiados em barcos para Europa pagam para não morrer sufocadosRefugiados de conflitos no Oriente Médio e na África que cruzaram o Mar Mediterrâneo em direção à Europa revelaram à ONU (Organização das Nações Unidas) as condições desumanas das viagens que fizeram. Entre outros abusos, contam que traficantes os agrediram, os trancafiaram nos porões dos barcos e chegaram a cobrar para que pudessem sair para respirar. "Não queríamos descer para os porões, mas nos batiam com paus para nos obrigar. Não tínhamos ar, então tentávamos voltar para cima pela escotilha e respirar pelas rachaduras no teto. Mas os outros passageiros ficaram com medo que o barco virasse então também nos empurravam e nos batiam. Alguns ficavam pisando nas nossas mãos", conta o sudanês Abdel, 25, que sobreviveu a uma viagem em um barco achado na Líbia nessa quarta (26) com 51 mortos por sufocamento. O cirurgião ortopédico Mahdi, outro sobrevivente da embarcação, conta que pagou 3 mil euros para que ele, sua mulher e sua filha de dois anos viajassem no deck superior. Nesta quinta (27), o naufrágio de dois barcos de traficantes na costa da Líbia deixou ao menos 200 refugiados mortos. No mesmo dia, um caminhão que transportava imigrantes foi encontrado na Áustria com 71 corpos em decomposição. Neste sábado (29), outro veículo foi achado no país, com 26 refugiados vivos. Segundo a UNHCR, Agência de Refugiados da ONU, mais de 300 mil pessoas já cruzaram o Mediterrâneo para chegar à Europa neste ano. Desses, 200 mil desembarcaram na Grécia e 110 mil na Itália. No ano passado inteiro, 219 mil tentaram a travessia. Ainda de acordo com a agência, 2.500 refugiados já morreram neste ano tentando chegar ao continente; no ano passado, foram 3.500. "Os refugiados frequentemente estão fisicamente exausto e psicologicamente traumatizados, eles precisam de proteção internacional", declarou a porta-voz Melissa Fleming. " A UNHCR pede que todos os governos envolvidos deem uma resposta abrangente e ajam com humanidade e em acordo com suas obrigações internacionais", disse. A União Europeia elaborou um plano para lidar com a crise migratória. Entre as medidas, estão missões navais de salvamento e subsídio de alimentos, remédios e abrigo para países que receberem refugiados. Ele também prevê deportação mais rápida de imigrantes econômicos que tiverem o status de refugiado negado.
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Última prova do vestibular 2015 da Fuvest registra 8,8% de abstenções
A Fuvest teve 8,8% de abstenções nesta terça-feira (6), último dia de prova do vestibular 2015. O percentual é um pouco maior do que o registrado nos dias anteriores, quando estiveram ausentes 8,1% dos candidatos (no primeiro dia) e a 8,4% (no segundo dia). Ao todo, mais de 29.698 pessoas tinham sido selecionadas para a segunda etapa do vestibular. O maior índice de abstenção desta terça-feira foi registrado na cidade de Fernandópolis, no interior de SP, onde ele chegou a 23%. Na capital paulista a ausência foi de 8,4%. Nesta terça, os candidatos responderam a 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. No domingo, tinha sido dez questões de português e a redação, e na segunda-feira, os estudantes resolveram 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. Os candidatos aos cursos de Artes Cênicas, Música (Ribeirão Preto), Audiovisual, Design e Arquitetura ainda farão provas de habilidades específicas preparadas pelas respectivas instituições. As provas acontecem entre quarta (7) e sábado (10), dependendo da carreira escolhida. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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Última prova do vestibular 2015 da Fuvest registra 8,8% de abstençõesA Fuvest teve 8,8% de abstenções nesta terça-feira (6), último dia de prova do vestibular 2015. O percentual é um pouco maior do que o registrado nos dias anteriores, quando estiveram ausentes 8,1% dos candidatos (no primeiro dia) e a 8,4% (no segundo dia). Ao todo, mais de 29.698 pessoas tinham sido selecionadas para a segunda etapa do vestibular. O maior índice de abstenção desta terça-feira foi registrado na cidade de Fernandópolis, no interior de SP, onde ele chegou a 23%. Na capital paulista a ausência foi de 8,4%. Nesta terça, os candidatos responderam a 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. No domingo, tinha sido dez questões de português e a redação, e na segunda-feira, os estudantes resolveram 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. Os candidatos aos cursos de Artes Cênicas, Música (Ribeirão Preto), Audiovisual, Design e Arquitetura ainda farão provas de habilidades específicas preparadas pelas respectivas instituições. As provas acontecem entre quarta (7) e sábado (10), dependendo da carreira escolhida. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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Além de cães e gatos, Prefeitura de SP oferece cavalos e vacas para adoção
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Animais como cavalos, vacas e jumentos encontrados soltos pela rua são recolhidos pela prefeitura e depois disponibilizados para adoção. Chamados de "animais de interesse econômico", sua adoção não possui taxas, mas o novo dono precisa comprovar que possui uma fazenda ou sítio em área rural e arcar com o transporte do bicho. O CCZ abriga atualmente quatro cavalos disponíveis para adoção. Já passaram por lá burros, jumentos e potros. A empresária Olivia Costa, 57, adotou o cavalo Juquinha. "De tanto puxar carroça, ele rompeu os tendões e foi abandonado", conta. O translado foi feito com ajuda de um amigo que tinha um veículo adequado. Ela também levou do CCZ a vaca Mila, que estava grávida. O bezerro e sua mãe passam bem e hoje vivem na fazenda de Olívia.
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Além de cães e gatos, Prefeitura de SP oferece cavalos e vacas para adoçãoRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Animais como cavalos, vacas e jumentos encontrados soltos pela rua são recolhidos pela prefeitura e depois disponibilizados para adoção. Chamados de "animais de interesse econômico", sua adoção não possui taxas, mas o novo dono precisa comprovar que possui uma fazenda ou sítio em área rural e arcar com o transporte do bicho. O CCZ abriga atualmente quatro cavalos disponíveis para adoção. Já passaram por lá burros, jumentos e potros. A empresária Olivia Costa, 57, adotou o cavalo Juquinha. "De tanto puxar carroça, ele rompeu os tendões e foi abandonado", conta. O translado foi feito com ajuda de um amigo que tinha um veículo adequado. Ela também levou do CCZ a vaca Mila, que estava grávida. O bezerro e sua mãe passam bem e hoje vivem na fazenda de Olívia.
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Saúde responde: Posso tomar Tribulus terrestris?
Tenho 32 anos e um exame de sangue de rotina apontou testosterona baixa. Minha médica disse para eu tomar Tribulus terrestris, mas quero saber se existe algum risco, se o produto pode me dar algum aspecto masculino e qual seria o benefício de tomar as cápsulas. B.B. De acordo com César Fernandes, diretor científico da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de SP), é preciso identificar o porquê dos níveis de testosterona estarem baixos. O tratamento da causa trata também o sintoma. Mas ele ressalta que níveis anormais de testosterona não são comuns em mulheres saudáveis nessa idade. Por isso, Fernandes recomenda a repetição do exame. Se os níveis anormais forem comprovados e a reposição for receitada, ele diz que o Tribulus não é a melhor opção. "Não existe nenhum consenso médico que proponha o Tribulus. A melhor opção seria fazer o tratamento com a testosterona", disse. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Saúde responde: Posso tomar Tribulus terrestris?Tenho 32 anos e um exame de sangue de rotina apontou testosterona baixa. Minha médica disse para eu tomar Tribulus terrestris, mas quero saber se existe algum risco, se o produto pode me dar algum aspecto masculino e qual seria o benefício de tomar as cápsulas. B.B. De acordo com César Fernandes, diretor científico da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de SP), é preciso identificar o porquê dos níveis de testosterona estarem baixos. O tratamento da causa trata também o sintoma. Mas ele ressalta que níveis anormais de testosterona não são comuns em mulheres saudáveis nessa idade. Por isso, Fernandes recomenda a repetição do exame. Se os níveis anormais forem comprovados e a reposição for receitada, ele diz que o Tribulus não é a melhor opção. "Não existe nenhum consenso médico que proponha o Tribulus. A melhor opção seria fazer o tratamento com a testosterona", disse. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Ministro do STF cobra do Senado o afastamento de Aécio Neves
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobrou nesta segunda-feira (12) o cumprimento da decisão judicial que determinou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador. "Enquanto não alterada a decisão judicial, ela tem que ser cumprida. Mas, como parece que nessa quadra é comum deixar-se de cumprir decisão judicial, tempos estranhos, tempos estranhos", disse o relator do caso. Como a Folha revelou, apesar de o STF ter determinado o afastamento do tucano em 18 de maio, seu nome ainda consta no painel de votação do Senado e na lista de parlamentares em exercício. Embora tenha divulgado nota nesta segunda dizendo que não descumpriu a decisão da Justiça, o Senado disse, em nota, que "aguarda, com serenidade, informações complementares de como deve proceder para o cumprimento da referida decisão". Em resposta ao posicionamento do Senado, a assessoria de imprensa do STF afirmou que não há necessidade de nenhum esclarecimento adicional para o cumprimento da decisão. "Segundo informações do gabinete do ministro Marco Aurélio, o presidente do Senado assinou a intimação do STF para proceder ao afastamento do senador Aécio Neves dia 18/05/2017", diz nota divulgada pelo tribunal. Marco Aurélio disse à Folha que é preciso "serenidade" neste momento. "Tem que ver o que está acontecendo no Senado", disse. Ele pretende ainda levar o caso no próximo dia 20 para análise dos outros quatro integrantes da Primeira Turma do STF. O relator tem em suas mãos dois pedidos divergentes: enquanto a PGR (Procuradoria-Geral da República) fez novo pedido de prisão de Aécio, o tucano pede para reassumir o cargo de senador. "Aí temos os extremos, a era dos extremos", diz o ministro. Aécio foi denunciado pela PGR pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça depois de ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para frear a Lava Jato. A Procuradoria chegou a pedir no mês passado a prisão do tucano, medida que foi rejeitada pelo ministro Edson Fachin, então relator do caso. De acordo com o ministro, que determinou o afastamento, Aécio demonstra "muita preocupação e empenho na adoção de medidas que de alguma forma possam interromper ou embaraçar as apurações das práticas de diversos crimes, o que além de ser fato típico, revela risco à instrução criminal." O caso foi redistribuído no STF a pedido da defesa de Aécio. Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron afirma que "o senador Aécio Neves tem cumprido integralmente as medidas cautelares determinadas liminarmente pelo ministro Fachin, tendo se afastado do Senado e de quaisquer atividades parlamentares". "A defesa recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal demonstrando não haver previsão constitucional e tampouco regimental sobre afastamento de mandato, razão pela qual requereu a suspensão dessa cautelar." "O senador aguarda manifestação do STF e, até lá, mantém-se afastado do Congresso e de todas as suas atividades parlamentares em respeito ao Supremo." Em dezembro de 2016, Marco Aurélio afastou Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa. O Senado não deu prosseguimento à decisão do tribunal, Renan não assinou a intimação e não deixou o cargo.
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Ministro do STF cobra do Senado o afastamento de Aécio NevesO ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobrou nesta segunda-feira (12) o cumprimento da decisão judicial que determinou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador. "Enquanto não alterada a decisão judicial, ela tem que ser cumprida. Mas, como parece que nessa quadra é comum deixar-se de cumprir decisão judicial, tempos estranhos, tempos estranhos", disse o relator do caso. Como a Folha revelou, apesar de o STF ter determinado o afastamento do tucano em 18 de maio, seu nome ainda consta no painel de votação do Senado e na lista de parlamentares em exercício. Embora tenha divulgado nota nesta segunda dizendo que não descumpriu a decisão da Justiça, o Senado disse, em nota, que "aguarda, com serenidade, informações complementares de como deve proceder para o cumprimento da referida decisão". Em resposta ao posicionamento do Senado, a assessoria de imprensa do STF afirmou que não há necessidade de nenhum esclarecimento adicional para o cumprimento da decisão. "Segundo informações do gabinete do ministro Marco Aurélio, o presidente do Senado assinou a intimação do STF para proceder ao afastamento do senador Aécio Neves dia 18/05/2017", diz nota divulgada pelo tribunal. Marco Aurélio disse à Folha que é preciso "serenidade" neste momento. "Tem que ver o que está acontecendo no Senado", disse. Ele pretende ainda levar o caso no próximo dia 20 para análise dos outros quatro integrantes da Primeira Turma do STF. O relator tem em suas mãos dois pedidos divergentes: enquanto a PGR (Procuradoria-Geral da República) fez novo pedido de prisão de Aécio, o tucano pede para reassumir o cargo de senador. "Aí temos os extremos, a era dos extremos", diz o ministro. Aécio foi denunciado pela PGR pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça depois de ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para frear a Lava Jato. A Procuradoria chegou a pedir no mês passado a prisão do tucano, medida que foi rejeitada pelo ministro Edson Fachin, então relator do caso. De acordo com o ministro, que determinou o afastamento, Aécio demonstra "muita preocupação e empenho na adoção de medidas que de alguma forma possam interromper ou embaraçar as apurações das práticas de diversos crimes, o que além de ser fato típico, revela risco à instrução criminal." O caso foi redistribuído no STF a pedido da defesa de Aécio. Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron afirma que "o senador Aécio Neves tem cumprido integralmente as medidas cautelares determinadas liminarmente pelo ministro Fachin, tendo se afastado do Senado e de quaisquer atividades parlamentares". "A defesa recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal demonstrando não haver previsão constitucional e tampouco regimental sobre afastamento de mandato, razão pela qual requereu a suspensão dessa cautelar." "O senador aguarda manifestação do STF e, até lá, mantém-se afastado do Congresso e de todas as suas atividades parlamentares em respeito ao Supremo." Em dezembro de 2016, Marco Aurélio afastou Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa. O Senado não deu prosseguimento à decisão do tribunal, Renan não assinou a intimação e não deixou o cargo.
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França usa medidas antiterrorismo para restringir manifestações, diz ONG
A ONG Anistia Internacional acusou a França, em relatório divulgado nesta quarta-feira (31), de usar os poderes de combate ao terrorismo conferidos pelo estado de emergência vigente no país para reprimir manifestações pacíficas. "Leis de emergência destinadas a proteger a população francesa da ameaça do terrorismo estão, em vez isso, sendo usada para restringir seus direitos para protestar pacificamente", disse Marco Perolini, pesquisador da Anistia Internacional. "Sob o disfarce do estado de emergência, o direito ao protesto retirado injustificadamente de centenas de ativistas, ambientalistas e sindicalistas." O relatório foi lançado alguns dias depois de o presidente Emmanuel Macron dizer que pediria ao Legislativo para estender a vigência do estado de emergência implementado após os ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris, que deixaram 130 mortos. O estado de emergência já foi prorrogado diversas vezes desde sua implementação e deveria expirar em meados de julho. Após o ataque em Manchester, o governo Macron anunciou que pretende estender a medida até 1º de novembro. O estado de emergência dá à polícia poderes mais amplos para conduzir operações de busca e apreensão. A Anistia Internacional acusa o governo de usar a medida para proibir manifestações sob pretextos vagos e impedir que determinadas pessoas se manifestem. De acordo com a ONG, as autoridades francesas usaram seus poderes para proibir 155 manifestações entre novembro de 2015 e 5 de maio de 2017. Nesse período, o governo também proibiu 639 indivíduos de participar em protestos, incluindo 574 manifestantes contrários a projetos de reformas trabalhistas. Christophe Castaner, porta-voz do governo Macron, afirmou que "obviamente não há questões sobre distorcer [o propósito] de um estado de emergência para combater o terrorismo" e prometeu que a proposta de ampliação da medida a ser apresentada nos próximos meses buscará resolver eventuais problemas. Organizações da sociedade civil já organizam uma campanha de mobilizações contra a proposta de reforma das leis trabalhistas que o governo Macron pretende apresentar nos próximos meses. A Anistia Internacional alertou contra a possibilidade de o governo usar o estado de emergência para conter protestos. "Com as linhas de combate sobre a reforma trabalhista sendo traçadas entre o novo presidente e os sindicatos, o presidente Macron deve interromper os abusos dos poderes antiterrorismo para restringir protestos pacíficos e pôr fim à espiral perigosa que pode levar a França a um estado de emergência permanente", afirmou Perolini.
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França usa medidas antiterrorismo para restringir manifestações, diz ONGA ONG Anistia Internacional acusou a França, em relatório divulgado nesta quarta-feira (31), de usar os poderes de combate ao terrorismo conferidos pelo estado de emergência vigente no país para reprimir manifestações pacíficas. "Leis de emergência destinadas a proteger a população francesa da ameaça do terrorismo estão, em vez isso, sendo usada para restringir seus direitos para protestar pacificamente", disse Marco Perolini, pesquisador da Anistia Internacional. "Sob o disfarce do estado de emergência, o direito ao protesto retirado injustificadamente de centenas de ativistas, ambientalistas e sindicalistas." O relatório foi lançado alguns dias depois de o presidente Emmanuel Macron dizer que pediria ao Legislativo para estender a vigência do estado de emergência implementado após os ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris, que deixaram 130 mortos. O estado de emergência já foi prorrogado diversas vezes desde sua implementação e deveria expirar em meados de julho. Após o ataque em Manchester, o governo Macron anunciou que pretende estender a medida até 1º de novembro. O estado de emergência dá à polícia poderes mais amplos para conduzir operações de busca e apreensão. A Anistia Internacional acusa o governo de usar a medida para proibir manifestações sob pretextos vagos e impedir que determinadas pessoas se manifestem. De acordo com a ONG, as autoridades francesas usaram seus poderes para proibir 155 manifestações entre novembro de 2015 e 5 de maio de 2017. Nesse período, o governo também proibiu 639 indivíduos de participar em protestos, incluindo 574 manifestantes contrários a projetos de reformas trabalhistas. Christophe Castaner, porta-voz do governo Macron, afirmou que "obviamente não há questões sobre distorcer [o propósito] de um estado de emergência para combater o terrorismo" e prometeu que a proposta de ampliação da medida a ser apresentada nos próximos meses buscará resolver eventuais problemas. Organizações da sociedade civil já organizam uma campanha de mobilizações contra a proposta de reforma das leis trabalhistas que o governo Macron pretende apresentar nos próximos meses. A Anistia Internacional alertou contra a possibilidade de o governo usar o estado de emergência para conter protestos. "Com as linhas de combate sobre a reforma trabalhista sendo traçadas entre o novo presidente e os sindicatos, o presidente Macron deve interromper os abusos dos poderes antiterrorismo para restringir protestos pacíficos e pôr fim à espiral perigosa que pode levar a França a um estado de emergência permanente", afirmou Perolini.
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Encontro marcado
A nossa história é repleta de tentativas criativas para evitar enfrentar os problemas. Quem sabe o reconhecimento dos fracassos recentes permita que, desta vez, seja diferente. O aumento do gasto público pode ser eficaz quando há desemprego e deflação. Por aqui, entretanto, achamos que havia outro caminho. Desde meados do segundo governo Lula, tínhamos inflação elevada e, no entanto, optamos por expandir o gasto público. Entre 2008 e 2014, passamos de um superavit de 2,7% do PIB para um deficit de 1%. Conseguimos, apenas, maior inflação. O mesmo ocorreu com diversas medidas criativas do governo Dilma, como a redução açodada da taxa de juros em 2012, a intervenção no setor elétrico e o resgate das políticas típicas do nacional desenvolvimentismo. Pois bem, mais uma vez a realidade discordou da nossa criatividade. O resultado foi o impressionante desperdício de recursos em projetos fracassados, e não desenvolvimento. O atual governo desistiu da criatividade e iniciou uma agenda para estabilizar a dívida pública. O resultado não deveria surpreender: queda das taxas de juros e da inflação. Como ocorreu com o ajuste de 2003, a economia começa a se recuperar, com redução do desemprego. Entretanto, ainda estamos distantes do ajuste das contas públicas. O crescimento dos gastos obrigatórios tem sido compensado pela redução das despesas discricionárias, como o investimento público e programas em ciência e tecnologia, além das atividades comezinhas que permitem o funcionamento da máquina pública. A boa notícia é que a regra de ouro, como é conhecido o artigo 167 da Constituição, impede a saída populista de aumentar o endividamento para pagar despesas correntes, algo como pagar o aluguel todo mês tomando dinheiro emprestado do banco. Uma hora quebra. Em 2018, o governo precisará de R$ 184 bilhões emprestados a mais do que o permitido pela regra de ouro para continuar a funcionar. Medidas extraordinárias, como a devolução dos recursos emprestados ao BNDES, podem permitir fechar as contas no ano que vem. Essas medidas, porém, têm vida curta. Como faremos nos anos seguintes, com o agravante de que os gastos obrigatórios, sobretudo da Previdência, vão continuar a aumentar? Reformas adicionais serão necessárias para equilibrar as contas. Caso contrário, o resultado será a paralisia do setor público. A campanha de 2018 será um bom teste do que nos espera. Vamos continuar com as reformas necessárias para preservar a rota? Ou repetiremos o hábito de deixá-las de lado quando as coisas se acalmam, optando pela criatividade? Nesse caso, teremos uma encontro marcado com a volta da crise.
colunas
Encontro marcadoA nossa história é repleta de tentativas criativas para evitar enfrentar os problemas. Quem sabe o reconhecimento dos fracassos recentes permita que, desta vez, seja diferente. O aumento do gasto público pode ser eficaz quando há desemprego e deflação. Por aqui, entretanto, achamos que havia outro caminho. Desde meados do segundo governo Lula, tínhamos inflação elevada e, no entanto, optamos por expandir o gasto público. Entre 2008 e 2014, passamos de um superavit de 2,7% do PIB para um deficit de 1%. Conseguimos, apenas, maior inflação. O mesmo ocorreu com diversas medidas criativas do governo Dilma, como a redução açodada da taxa de juros em 2012, a intervenção no setor elétrico e o resgate das políticas típicas do nacional desenvolvimentismo. Pois bem, mais uma vez a realidade discordou da nossa criatividade. O resultado foi o impressionante desperdício de recursos em projetos fracassados, e não desenvolvimento. O atual governo desistiu da criatividade e iniciou uma agenda para estabilizar a dívida pública. O resultado não deveria surpreender: queda das taxas de juros e da inflação. Como ocorreu com o ajuste de 2003, a economia começa a se recuperar, com redução do desemprego. Entretanto, ainda estamos distantes do ajuste das contas públicas. O crescimento dos gastos obrigatórios tem sido compensado pela redução das despesas discricionárias, como o investimento público e programas em ciência e tecnologia, além das atividades comezinhas que permitem o funcionamento da máquina pública. A boa notícia é que a regra de ouro, como é conhecido o artigo 167 da Constituição, impede a saída populista de aumentar o endividamento para pagar despesas correntes, algo como pagar o aluguel todo mês tomando dinheiro emprestado do banco. Uma hora quebra. Em 2018, o governo precisará de R$ 184 bilhões emprestados a mais do que o permitido pela regra de ouro para continuar a funcionar. Medidas extraordinárias, como a devolução dos recursos emprestados ao BNDES, podem permitir fechar as contas no ano que vem. Essas medidas, porém, têm vida curta. Como faremos nos anos seguintes, com o agravante de que os gastos obrigatórios, sobretudo da Previdência, vão continuar a aumentar? Reformas adicionais serão necessárias para equilibrar as contas. Caso contrário, o resultado será a paralisia do setor público. A campanha de 2018 será um bom teste do que nos espera. Vamos continuar com as reformas necessárias para preservar a rota? Ou repetiremos o hábito de deixá-las de lado quando as coisas se acalmam, optando pela criatividade? Nesse caso, teremos uma encontro marcado com a volta da crise.
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Muito além do açaí
Era para ser apenas uma saidinha rápida, para um açaí, em um domingo de sol. Moro na Granja Viana, uma região instalada na borda oeste da capital, entre municípios como Embu das Artes, Cotia, Carapicuíba e Osasco. Não faltam frutarias por ali. E escolhemos aleatoriamente uma delas. O local é meio empório, meio quitanda, meio sorveteria, meio café. Vende produtos orgânicos em uma construção feita à base de material reciclável em volta de uma enorme árvore, um pé de Santa Bárbara, a alguns metros da rodovia Raposo Tavares (uma das mais movimentadas da Grande São Paulo). Já me parecia interessante o bastante... Mas tinha mais. Sentamos numa mesa no fundo da quitanda, ao pé da árvore. E eles imediatamente apareceram. Um, dois, três, quatro pequenos esquilos correndo pelos galhos. Mais uma vez, já me parecia o bastante... Mas tinha mais. Os esquilos passaram a descer até a altura das mesas e pegar castanhas-do-pará das mãos dos clientes. Alguns comiam segurando os dedos das pessoas. Outros aceitavam um breve carinho. As crianças gargalhavam, encantadas. Eu emudeci, encantada. Percebi que são uma atração do lugar. Os saquinhos de castanha ficam prontos na prateleira. O casal Frey, dono da quitanda, diz que tudo começou quando a filha deles achou um bichinho machucado, há anos, e cuidou dele até que ficasse bom. Curado, o esquilo foi solto no pé de Santa Bárbara e, vez por outra, voltava para buscar alguma guloseima. Foi trazendo amigos, e o hábito, ganhando adeptos. Hoje, a família de bichinhos consome dez quilos de castanha por mês. Fiquei ali um tempão: dando castanha a eles, fotografando, filmando, desfrutando da deliciosa confiança daqueles pequenos seres e admirando o quanto a vida é bela em todas as suas muitas formas. Era para ser apenas uma saidinha rápida em um domingo de sol. Mas virou muito mais. Em tempo: o açaí estava ótimo.
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Muito além do açaíEra para ser apenas uma saidinha rápida, para um açaí, em um domingo de sol. Moro na Granja Viana, uma região instalada na borda oeste da capital, entre municípios como Embu das Artes, Cotia, Carapicuíba e Osasco. Não faltam frutarias por ali. E escolhemos aleatoriamente uma delas. O local é meio empório, meio quitanda, meio sorveteria, meio café. Vende produtos orgânicos em uma construção feita à base de material reciclável em volta de uma enorme árvore, um pé de Santa Bárbara, a alguns metros da rodovia Raposo Tavares (uma das mais movimentadas da Grande São Paulo). Já me parecia interessante o bastante... Mas tinha mais. Sentamos numa mesa no fundo da quitanda, ao pé da árvore. E eles imediatamente apareceram. Um, dois, três, quatro pequenos esquilos correndo pelos galhos. Mais uma vez, já me parecia o bastante... Mas tinha mais. Os esquilos passaram a descer até a altura das mesas e pegar castanhas-do-pará das mãos dos clientes. Alguns comiam segurando os dedos das pessoas. Outros aceitavam um breve carinho. As crianças gargalhavam, encantadas. Eu emudeci, encantada. Percebi que são uma atração do lugar. Os saquinhos de castanha ficam prontos na prateleira. O casal Frey, dono da quitanda, diz que tudo começou quando a filha deles achou um bichinho machucado, há anos, e cuidou dele até que ficasse bom. Curado, o esquilo foi solto no pé de Santa Bárbara e, vez por outra, voltava para buscar alguma guloseima. Foi trazendo amigos, e o hábito, ganhando adeptos. Hoje, a família de bichinhos consome dez quilos de castanha por mês. Fiquei ali um tempão: dando castanha a eles, fotografando, filmando, desfrutando da deliciosa confiança daqueles pequenos seres e admirando o quanto a vida é bela em todas as suas muitas formas. Era para ser apenas uma saidinha rápida em um domingo de sol. Mas virou muito mais. Em tempo: o açaí estava ótimo.
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Obama bate recorde ao conquistar 1 milhão de seguidores no Twitter em 5h
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, bateu um recorde e entrou no Guiness ao se tornar nesta segunda-feira (18) a pessoa que alcançou mais rápido um milhão de seguidores no Twitter, marca que bateu em menos de cinco horas com sua nova conta @POTUS. O Guinness World Records, autoridade no registro de recordes mundiais, informou nesta terça-feira (19) em seu site do recorde da nova conta do presidente americano na rede social, que tem como descrição "pai, marido e 44º presidente dos EUA". Ao alcançar um milhão de seguidores em menos de cinco horas, Obama tirou o recorde de um dos atores mais cotados de Hollywood, Robert Downey Jr., que alcançou um milhão de seguidores em 23 horas e 22 minutos em abril de 2014. O líder tem outra conta no Twitter, @BarackObama, gerenciada pela equipe que dirigiu sua última campanha presidencial, Organizing for América (Ofa), e em que escrevia até agora algumas mensagens, marcadas com as siglas "BO" para diferenciá-las do resto. "Olá Twitter! Sou Barack. De verdade! Após seis anos, finalmente me deram minha própria conta", escreveu Obama em seu primeiro tuíte. A Casa Branca se apressou em garantir aos usuários mais céticos do Twitter que estavam, de fato, lidando com a nova conta do presidente. "ALERTA: O presidente Obama acaba de lançar @POTUS com um tuíte desde o Salão Oval. É ele de verdade! #BemvindoaoTwitter", publicou a conta @WhiteHouse. O subdiretor da estratégia na Internet da Casa Branca, Alex Wall, explicou também pelo Twitter que a conta @POTUS será transferida a quem for eleito presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2016. "A conta no Twitter @POTUS será uma nova forma de o presidente Obama se relacionar diretamente com o povo americano, com tuítes que provirão exclusivamente dele", explicou Wall em mensagem no blog da Casa Branca. Essa foi a pergunta que um ex-presidente, @billclinton, fez pelo Twitter. "Bem-vindo ao @Twitter, @POTUS! Uma pergunta: o nome do usuário fica com o cargo? #perguntandoparaumamigo", brincou Clinton, em referência às aspirações presidenciais de sua esposa, Hillary, que em abril anunciou oficialmente sua pré-candidatura pelo Partido Democrata. "Boa pergunta, @billclinton. A conta no Twitter fica na casa (Branca). Conhece alguém interessado em @FLOTUS?", respondeu Obama, em referência à conta FLOTUS (sigla para Primeira-dama dos Estados Unidos, em inglês) que poderia ser de Bill caso Hillary se torne presidente do país. A primeira-dama Michelle Obama, também em sua conta, @FLOTUS, brincou que "já era hora" que seu marido tivesse uma conta própria, e o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, desde @VP, deu a Obama um "bem-vindo ao bairro". A conta da @POTUS segue no Twitter vários funcionários de seu governo, as universidades em que Obama estudou - Columbia e Harvard - e ex-presidentes, George H.W. Bush e Bill Clinton, mas, por enquanto, não quem muitos consideram sua provável sucessora na Casa Branca, Hillary Clinton.
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Obama bate recorde ao conquistar 1 milhão de seguidores no Twitter em 5hO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, bateu um recorde e entrou no Guiness ao se tornar nesta segunda-feira (18) a pessoa que alcançou mais rápido um milhão de seguidores no Twitter, marca que bateu em menos de cinco horas com sua nova conta @POTUS. O Guinness World Records, autoridade no registro de recordes mundiais, informou nesta terça-feira (19) em seu site do recorde da nova conta do presidente americano na rede social, que tem como descrição "pai, marido e 44º presidente dos EUA". Ao alcançar um milhão de seguidores em menos de cinco horas, Obama tirou o recorde de um dos atores mais cotados de Hollywood, Robert Downey Jr., que alcançou um milhão de seguidores em 23 horas e 22 minutos em abril de 2014. O líder tem outra conta no Twitter, @BarackObama, gerenciada pela equipe que dirigiu sua última campanha presidencial, Organizing for América (Ofa), e em que escrevia até agora algumas mensagens, marcadas com as siglas "BO" para diferenciá-las do resto. "Olá Twitter! Sou Barack. De verdade! Após seis anos, finalmente me deram minha própria conta", escreveu Obama em seu primeiro tuíte. A Casa Branca se apressou em garantir aos usuários mais céticos do Twitter que estavam, de fato, lidando com a nova conta do presidente. "ALERTA: O presidente Obama acaba de lançar @POTUS com um tuíte desde o Salão Oval. É ele de verdade! #BemvindoaoTwitter", publicou a conta @WhiteHouse. O subdiretor da estratégia na Internet da Casa Branca, Alex Wall, explicou também pelo Twitter que a conta @POTUS será transferida a quem for eleito presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2016. "A conta no Twitter @POTUS será uma nova forma de o presidente Obama se relacionar diretamente com o povo americano, com tuítes que provirão exclusivamente dele", explicou Wall em mensagem no blog da Casa Branca. Essa foi a pergunta que um ex-presidente, @billclinton, fez pelo Twitter. "Bem-vindo ao @Twitter, @POTUS! Uma pergunta: o nome do usuário fica com o cargo? #perguntandoparaumamigo", brincou Clinton, em referência às aspirações presidenciais de sua esposa, Hillary, que em abril anunciou oficialmente sua pré-candidatura pelo Partido Democrata. "Boa pergunta, @billclinton. A conta no Twitter fica na casa (Branca). Conhece alguém interessado em @FLOTUS?", respondeu Obama, em referência à conta FLOTUS (sigla para Primeira-dama dos Estados Unidos, em inglês) que poderia ser de Bill caso Hillary se torne presidente do país. A primeira-dama Michelle Obama, também em sua conta, @FLOTUS, brincou que "já era hora" que seu marido tivesse uma conta própria, e o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, desde @VP, deu a Obama um "bem-vindo ao bairro". A conta da @POTUS segue no Twitter vários funcionários de seu governo, as universidades em que Obama estudou - Columbia e Harvard - e ex-presidentes, George H.W. Bush e Bill Clinton, mas, por enquanto, não quem muitos consideram sua provável sucessora na Casa Branca, Hillary Clinton.
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Fotógrafo cruza a Bolívia com a filha e registra o país no Álbum de Viagem
O fotógrafo Rogério Fernandes já tinha passado dois meses na Bolívia quando, no último mês de julho, decidiu viajar por duas semanas pelo país com sua filha de 16 anos. "Foi como a viagem para a Disney que as famílias fazem, mas para um lugar mais autêntico e desconhecido dos brasileiros", diz Fernandes, que visitou La Paz, sítios arqueológicos próximos à capital, Copacabana e o salar de Uyuni, na fronteira com o Chile. Nesse percurso, muitas vezes tiveram que comer apenas bolacha e precisaram ficar às vezes sem tomar banho. "Saí do Brasil com uma interrogação, sem saber até que ponto minha filha ia aceitar tudo aquilo. Mas ela foi abraçando a ideia e, no fim, gostou bastante." Muitas das imagens clicadas pelo fotógrafo foram feitas em preto e branco. "Meu trabalho autoral quase sempre é assim, porque a sensação que a foto transmite te transporta para um caminho mais lúdico. O preto e branco faz com que você contemple pontos que a cor acaba disfarçando", diz. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto Pontos turísticos 'do avesso', por Oliver Curtis Nova York com ar retrô, por Alexandre Rezende
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Fotógrafo cruza a Bolívia com a filha e registra o país no Álbum de ViagemO fotógrafo Rogério Fernandes já tinha passado dois meses na Bolívia quando, no último mês de julho, decidiu viajar por duas semanas pelo país com sua filha de 16 anos. "Foi como a viagem para a Disney que as famílias fazem, mas para um lugar mais autêntico e desconhecido dos brasileiros", diz Fernandes, que visitou La Paz, sítios arqueológicos próximos à capital, Copacabana e o salar de Uyuni, na fronteira com o Chile. Nesse percurso, muitas vezes tiveram que comer apenas bolacha e precisaram ficar às vezes sem tomar banho. "Saí do Brasil com uma interrogação, sem saber até que ponto minha filha ia aceitar tudo aquilo. Mas ela foi abraçando a ideia e, no fim, gostou bastante." Muitas das imagens clicadas pelo fotógrafo foram feitas em preto e branco. "Meu trabalho autoral quase sempre é assim, porque a sensação que a foto transmite te transporta para um caminho mais lúdico. O preto e branco faz com que você contemple pontos que a cor acaba disfarçando", diz. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra Arquipélago de Anavilhanas, por Flavia Braz Dia a dia de Havana, por Jorge Araújo Vaticano, por Paulo Pinto Pontos turísticos 'do avesso', por Oliver Curtis Nova York com ar retrô, por Alexandre Rezende
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China planeja megalópole com 130 milhões de habitantes
Toda as manhãs, às 5h30, Liu Desheng se junta a uma dúzia de aposentados que esperam o ônibus expresso para o centro de Pequim nesta pequena cidade na província de Hebei. Eles ficam na frente da longa fila, mas não embarcam. Por volta das 6h30, chegam seus filhos adultos. A fila, que agora serpenteia pela rua, significa uma hora de espera. Começa uma série de empurrões. Porém, os aposentados pouparam seus filhos dessa provação. Quando o ônibus seguinte encosta, os jovens adultos tomam o lugar de seus pais e embarcam, sentando-se para uma viagem de 40 quilômetros que pode levar até três horas. "Não há muito que eu possa fazer para contribuir para a família", disse Liu, 62, enquanto seu filho acenava pela janela do ônibus. "Ele fica exausto todos os dias, por isso se eu puder ajudá-lo a ficar um pouco mais descansado, farei isso." Há décadas, o governo da China tenta limitar o tamanho da capital, Pequim, por meio de rígidas autorizações de residência. Agora, o governo planeja um ambicioso projeto para fazer de Pequim o centro de uma nova supercidade de 130 milhões de pessoas. A megalópole projetada se estenderá por 212 mil km2 e deverá remodelar a economia do norte da China. "A supercidade é a vanguarda da reforma econômica", disse Liu Gang, professor na Universidade de Nankai, em Tianjin, que assessora governos locais. "Ela reflete as visões da alta liderança sobre a necessidade de integração, inovação e proteção ambiental." A nova região ligará as instalações de pesquisa e cultura criativa de Pequim com a cidade portuária de Tianjin e o interior da província de Hebei. Neste mês, o governo municipal de Pequim anunciou sua parte do projeto, prometendo transferir para o interior grande parte de sua burocracia, assim como fábricas e hospitais, num esforço para compensar os estritos limites de residência na cidade, reduzir os congestionamentos e espalhar empregos bem remunerados a áreas menos desenvolvidas. Jing-Jin-Ji, como é chamada a região, deverá ajudar a área a acompanhar cinturões econômicos mais prósperos da China, como o delta do rio Yangtze, ao redor de Xangai, e Nanquim, no centro do país. Diferentemente de áreas metropolitanas que cresceram de forma orgânica, Jing-Jin-Ji seria uma criação deliberada. Sua peça principal: uma expansão do trem de alta velocidade para colocar as grandes cidades a uma hora de viagem umas das outras. Porém, a construção de novas estradas e ferrovias ainda levará anos. Para muitas pessoas, a criação da supercidade, por anos, significará apenas mais tempo no transporte. Incentivadas pelas políticas de residência relativamente abertas e pela habitação barata na província de Hebei, as pessoas estão acorrendo para subúrbios como esse. Yanjiao cresceu dez vezes em uma década, chegando a 700 mil habitantes. Mas ainda é uma cidade-dormitório para Pequim -torres de apartamentos com poucos serviços. Muitos acreditam que os problemas de transporte serão solucionados. Um metrô e um trem leve têm inauguração planejada para daqui a três ou quatro anos, e uma nova ponte para Pequim está em construção. Mais preocupante para muitos é a escassez de hospitais e escolas. "Tudo o que vemos são cada vez mais pessoas chegando aqui", disse Zheng Linyun, que trabalha em Pequim e viaja cerca de cinco horas por dia. Seu filho de seis anos acaba de começar a escola elementar e tem mais de 65 colegas em sua classe. Apesar de os prédios habitacionais idênticos, de 25 andares, se espalharem monotonamente pelo horizonte, há muito comércio, algumas ruas são arborizadas e o ar é muito mais limpo que o de Pequim. No entanto, a cidade não tem terminais de ônibus nem cinemas e oferece apenas dois pequenos parques. "As ruas ficam alagadas quando chove, porque não há boa drenagem", disse Xia Zhiyan, 42, empregado de uma gráfica. Sem impostos sobre imóveis, as cidades chinesas dependem da venda de terrenos públicos para sua receita. Os municípios não podem ter outros impostos captados localmente. Por isso, cidades como Yanjiao não têm como financiar novas escolas, estradas ou ônibus. Apesar dos problemas, vários fatores estão transformando Jing-Jin-Ji em realidade. O mais imediato é o presidente Xi Jinping, que apresentou um plano ambicioso de reformas econômicas em 2013 e aprovou a integração da região. O plano atribui papéis econômicos específicos às cidades: Pequim deverá se concentrar em cultura e tecnologia. Tianjin será uma base de pesquisas industriais. O papel de Hebei está indefinido, mas o governo recentemente divulgou um catálogo de pequenas indústrias a ser transferidas de Pequim para cidades menores. Melhorar a infraestrutura será fundamental. Wang Jun, historiador do desenvolvimento de Pequim, disse que criar a nova supercidade exigirá uma completa reformulação da atuação dos governos, incluindo a instituição de impostos territoriais e a permissão para que os governos locais os administrem. Só assim essas cidades poderão ser mais que provedoras da capital. "É um projeto enorme e complexo", disse Wang. "Mas, se tiver sucesso, mudará o norte da China."
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China planeja megalópole com 130 milhões de habitantesToda as manhãs, às 5h30, Liu Desheng se junta a uma dúzia de aposentados que esperam o ônibus expresso para o centro de Pequim nesta pequena cidade na província de Hebei. Eles ficam na frente da longa fila, mas não embarcam. Por volta das 6h30, chegam seus filhos adultos. A fila, que agora serpenteia pela rua, significa uma hora de espera. Começa uma série de empurrões. Porém, os aposentados pouparam seus filhos dessa provação. Quando o ônibus seguinte encosta, os jovens adultos tomam o lugar de seus pais e embarcam, sentando-se para uma viagem de 40 quilômetros que pode levar até três horas. "Não há muito que eu possa fazer para contribuir para a família", disse Liu, 62, enquanto seu filho acenava pela janela do ônibus. "Ele fica exausto todos os dias, por isso se eu puder ajudá-lo a ficar um pouco mais descansado, farei isso." Há décadas, o governo da China tenta limitar o tamanho da capital, Pequim, por meio de rígidas autorizações de residência. Agora, o governo planeja um ambicioso projeto para fazer de Pequim o centro de uma nova supercidade de 130 milhões de pessoas. A megalópole projetada se estenderá por 212 mil km2 e deverá remodelar a economia do norte da China. "A supercidade é a vanguarda da reforma econômica", disse Liu Gang, professor na Universidade de Nankai, em Tianjin, que assessora governos locais. "Ela reflete as visões da alta liderança sobre a necessidade de integração, inovação e proteção ambiental." A nova região ligará as instalações de pesquisa e cultura criativa de Pequim com a cidade portuária de Tianjin e o interior da província de Hebei. Neste mês, o governo municipal de Pequim anunciou sua parte do projeto, prometendo transferir para o interior grande parte de sua burocracia, assim como fábricas e hospitais, num esforço para compensar os estritos limites de residência na cidade, reduzir os congestionamentos e espalhar empregos bem remunerados a áreas menos desenvolvidas. Jing-Jin-Ji, como é chamada a região, deverá ajudar a área a acompanhar cinturões econômicos mais prósperos da China, como o delta do rio Yangtze, ao redor de Xangai, e Nanquim, no centro do país. Diferentemente de áreas metropolitanas que cresceram de forma orgânica, Jing-Jin-Ji seria uma criação deliberada. Sua peça principal: uma expansão do trem de alta velocidade para colocar as grandes cidades a uma hora de viagem umas das outras. Porém, a construção de novas estradas e ferrovias ainda levará anos. Para muitas pessoas, a criação da supercidade, por anos, significará apenas mais tempo no transporte. Incentivadas pelas políticas de residência relativamente abertas e pela habitação barata na província de Hebei, as pessoas estão acorrendo para subúrbios como esse. Yanjiao cresceu dez vezes em uma década, chegando a 700 mil habitantes. Mas ainda é uma cidade-dormitório para Pequim -torres de apartamentos com poucos serviços. Muitos acreditam que os problemas de transporte serão solucionados. Um metrô e um trem leve têm inauguração planejada para daqui a três ou quatro anos, e uma nova ponte para Pequim está em construção. Mais preocupante para muitos é a escassez de hospitais e escolas. "Tudo o que vemos são cada vez mais pessoas chegando aqui", disse Zheng Linyun, que trabalha em Pequim e viaja cerca de cinco horas por dia. Seu filho de seis anos acaba de começar a escola elementar e tem mais de 65 colegas em sua classe. Apesar de os prédios habitacionais idênticos, de 25 andares, se espalharem monotonamente pelo horizonte, há muito comércio, algumas ruas são arborizadas e o ar é muito mais limpo que o de Pequim. No entanto, a cidade não tem terminais de ônibus nem cinemas e oferece apenas dois pequenos parques. "As ruas ficam alagadas quando chove, porque não há boa drenagem", disse Xia Zhiyan, 42, empregado de uma gráfica. Sem impostos sobre imóveis, as cidades chinesas dependem da venda de terrenos públicos para sua receita. Os municípios não podem ter outros impostos captados localmente. Por isso, cidades como Yanjiao não têm como financiar novas escolas, estradas ou ônibus. Apesar dos problemas, vários fatores estão transformando Jing-Jin-Ji em realidade. O mais imediato é o presidente Xi Jinping, que apresentou um plano ambicioso de reformas econômicas em 2013 e aprovou a integração da região. O plano atribui papéis econômicos específicos às cidades: Pequim deverá se concentrar em cultura e tecnologia. Tianjin será uma base de pesquisas industriais. O papel de Hebei está indefinido, mas o governo recentemente divulgou um catálogo de pequenas indústrias a ser transferidas de Pequim para cidades menores. Melhorar a infraestrutura será fundamental. Wang Jun, historiador do desenvolvimento de Pequim, disse que criar a nova supercidade exigirá uma completa reformulação da atuação dos governos, incluindo a instituição de impostos territoriais e a permissão para que os governos locais os administrem. Só assim essas cidades poderão ser mais que provedoras da capital. "É um projeto enorme e complexo", disse Wang. "Mas, se tiver sucesso, mudará o norte da China."
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Marginais mais seguras
É auspicioso o balanço da redução dos limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, implantada há um ano. As estatísticas dos primeiros seis meses da medida mostram um queda expressiva no número de mortos nas vias mais perigosas da capital. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, no segundo semestre do ano passado registraram-se 21 mortes nas marginais, com redução de 46% em relação ao período correspondente de 2014, quando houve 39 vítimas. A maior queda, de 61%, se deu na marginal Pinheiros onde os óbitos caíram de 18 para 7. Imposta, não sem resistências, pela gestão de Fernando Haddad (PT), a nova regra reduziu os limites de velocidade de 90 km/h para 70 km/h na pista expressa, de 70 km/h para 60 km/h na central e de 70 km/h para 50 km/h na local. A iniciativa espelha experiências de outras partes do mundo, em geral bem-sucedidas. A primeira delas ocorreu na Suécia, em 1997, com o nome de Visão Zero -programa ancorado na premissa de que não é aceitável a perda de nenhuma vida humana no trânsito. Entre as cidades que adotaram estratégia semelhante figura Nova York, que reduziu a velocidade máxima permitida em suas ruas de 48 km/h para 40 km/h. No ano seguinte, a metrópole norte-americana contabilizou 231 mortos em acidentes automobilísticos, o menor número desde o início da série estatística, em 1910. Nas marginais paulistanas, contudo, as mudanças basicamente limitam-se ao controle da velocidade. Em Nova York, agentes de trânsito atuam em áreas com maior população de idosos, mais vulneráveis a atropelamentos. Na Suécia, ergueram-se barreiras para separar ciclovias de carros. Por aqui, conforme mostrou reportagem desta Folha, a situação é caótica. Camelôs, moradores de rua, pedestres e ciclistas se imiscuem com os carros; sinalização confusa e acúmulo de lixo nas vias atrapalham os motoristas. Não será por falta de recursos que a municipalidade deixa de agir para melhorar as condições das pistas. Após a redução de velocidade, triplicaram as multas aplicadas nas marginais. No primeiro trimestre deste ano, foram aplicadas 544 mil sanções, contra 170 mil no mesmo período do ano passado. Dados como esse alimentam a suspeita de que está em curso uma "indústria da multa", como acusa o Ministério Público. A melhor resposta que a prefeitura pode dar é traduzir esse aumento de recursos em iniciativas que tragam mais segurança para o trânsito da cidade. [email protected]
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Marginais mais segurasÉ auspicioso o balanço da redução dos limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, implantada há um ano. As estatísticas dos primeiros seis meses da medida mostram um queda expressiva no número de mortos nas vias mais perigosas da capital. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, no segundo semestre do ano passado registraram-se 21 mortes nas marginais, com redução de 46% em relação ao período correspondente de 2014, quando houve 39 vítimas. A maior queda, de 61%, se deu na marginal Pinheiros onde os óbitos caíram de 18 para 7. Imposta, não sem resistências, pela gestão de Fernando Haddad (PT), a nova regra reduziu os limites de velocidade de 90 km/h para 70 km/h na pista expressa, de 70 km/h para 60 km/h na central e de 70 km/h para 50 km/h na local. A iniciativa espelha experiências de outras partes do mundo, em geral bem-sucedidas. A primeira delas ocorreu na Suécia, em 1997, com o nome de Visão Zero -programa ancorado na premissa de que não é aceitável a perda de nenhuma vida humana no trânsito. Entre as cidades que adotaram estratégia semelhante figura Nova York, que reduziu a velocidade máxima permitida em suas ruas de 48 km/h para 40 km/h. No ano seguinte, a metrópole norte-americana contabilizou 231 mortos em acidentes automobilísticos, o menor número desde o início da série estatística, em 1910. Nas marginais paulistanas, contudo, as mudanças basicamente limitam-se ao controle da velocidade. Em Nova York, agentes de trânsito atuam em áreas com maior população de idosos, mais vulneráveis a atropelamentos. Na Suécia, ergueram-se barreiras para separar ciclovias de carros. Por aqui, conforme mostrou reportagem desta Folha, a situação é caótica. Camelôs, moradores de rua, pedestres e ciclistas se imiscuem com os carros; sinalização confusa e acúmulo de lixo nas vias atrapalham os motoristas. Não será por falta de recursos que a municipalidade deixa de agir para melhorar as condições das pistas. Após a redução de velocidade, triplicaram as multas aplicadas nas marginais. No primeiro trimestre deste ano, foram aplicadas 544 mil sanções, contra 170 mil no mesmo período do ano passado. Dados como esse alimentam a suspeita de que está em curso uma "indústria da multa", como acusa o Ministério Público. A melhor resposta que a prefeitura pode dar é traduzir esse aumento de recursos em iniciativas que tragam mais segurança para o trânsito da cidade. [email protected]
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Como serão as megacidades?
Hoje, existem mais de 600 cidades no mundo com mais de 1 milhão de pessoas e aproximadamente 60 com população acima de 5 milhões. Em 2025, deveremos ter, mundialmente, 37 megacidades, definidas como aquelas com população superior a 10 milhões de habitantes. Os números previstos para o futuro impressionam. Quase 60 cidades, em 2025, acomodarão 2 bilhões de pessoas, e mais de 735 milhões de habitações. Essas cidades vão gerar mais de 60% do PIB mundial, e deverão dominar o consumo de energia no planeta. Existem, naturalmente, grandes diferenças culturais e históricas entre as grandes cidades. Um dos aspectos mais importantes a considerar nessas diferenças é o tempo decorrido em seu processo de crescimento. Paris e Londres, embora tenham enfrentado desafios importantes enquanto se consolidavam como grandes cidades emergentes, nunca passaram por surtos de crescimento tão súbitos quanto os experimentados recentemente pelas novas megacidades. A população da capital de Bangladesh, Dhaka, terá um aumento populacional de mais de 5.400% entre 1950 e 2015. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, se Nova York tivesse crescido nessa mesma proporção, sua população atual seria de 684 milhões de pessoas. No século 19, Londres cresceu sete vezes. Entre 1950 e 2015, Kinshasa, capital do Congo, crescerá 50 vezes e Lagos, na Nigéria, 25 vezes. Karashi, no Paquistão, deverá crescer 2.000% no mesmo período. O pesquisador Pedro Gadanho afirma que a permanecer o mesmo modelo de desenvolvimento, cerca de 2/3 das pessoas que viverão em megacidades poderão ser consideradas pobres, o que se traduzirá na existência de grandes quantidades de assentamentos informais. Portanto, a produção habitacional passa a ser uma preocupação presente nos planos de desenvolvimento. Os níveis de crescimento e o tamanho das megacidades deverão ser limitados de acordo com as possibilidades que um único governo tenha em administrá-las. O grande desafio dos pensadores urbanos para as megacidades é determinar os modelos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas nesses núcleos. As cidades inteligentes virão, certamente, e as megacidades serão as primeiras a se estruturarem dessa forma. Sem dúvida, o desenvolvimento acelerado dos programas de inteligência artificial será incentivado a encontrar soluções para os desafios enfrentados por essas cidades. As expectativas dos cidadãos por saúde, trabalho, segurança, energia e, acima de tudo, por oportunidades para uma melhor qualidade de vida devem formatar o futuro das megacidades. Muitos problemas igualmente importantes são trazidos pela grande concentração de pessoas, mas os maiores desafios estão na infraestrutura urbana, principalmente no abastecimento de água, nas condições sanitárias adequadas e no transporte público. Cidades são sistemas que, inteligentemente desenvolvidos, podem lidar de maneira eficiente com os desafios oriundos do crescimento espacial e populacional. As cidades inteligentes, portanto, deverão utilizar os avanços em tecnologia e ciências para lidar com os problemas. As megacidades inteligentes deverão promover o intercâmbio de energia com outras cidades, além de gerar sua própria energia. A internet será definitivamente incorporada à vida das pessoas, e a inteligência artificial deverá tomar as decisões mais complexas na administração dos espaços urbanos. Será que nossos planejadores, cientistas sociais, líderes e todos aqueles envolvidos com o desenvolvimento das áreas urbanas estão preparados ou se preparando adequadamente para esse futuro próximo?
colunas
Como serão as megacidades?Hoje, existem mais de 600 cidades no mundo com mais de 1 milhão de pessoas e aproximadamente 60 com população acima de 5 milhões. Em 2025, deveremos ter, mundialmente, 37 megacidades, definidas como aquelas com população superior a 10 milhões de habitantes. Os números previstos para o futuro impressionam. Quase 60 cidades, em 2025, acomodarão 2 bilhões de pessoas, e mais de 735 milhões de habitações. Essas cidades vão gerar mais de 60% do PIB mundial, e deverão dominar o consumo de energia no planeta. Existem, naturalmente, grandes diferenças culturais e históricas entre as grandes cidades. Um dos aspectos mais importantes a considerar nessas diferenças é o tempo decorrido em seu processo de crescimento. Paris e Londres, embora tenham enfrentado desafios importantes enquanto se consolidavam como grandes cidades emergentes, nunca passaram por surtos de crescimento tão súbitos quanto os experimentados recentemente pelas novas megacidades. A população da capital de Bangladesh, Dhaka, terá um aumento populacional de mais de 5.400% entre 1950 e 2015. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, se Nova York tivesse crescido nessa mesma proporção, sua população atual seria de 684 milhões de pessoas. No século 19, Londres cresceu sete vezes. Entre 1950 e 2015, Kinshasa, capital do Congo, crescerá 50 vezes e Lagos, na Nigéria, 25 vezes. Karashi, no Paquistão, deverá crescer 2.000% no mesmo período. O pesquisador Pedro Gadanho afirma que a permanecer o mesmo modelo de desenvolvimento, cerca de 2/3 das pessoas que viverão em megacidades poderão ser consideradas pobres, o que se traduzirá na existência de grandes quantidades de assentamentos informais. Portanto, a produção habitacional passa a ser uma preocupação presente nos planos de desenvolvimento. Os níveis de crescimento e o tamanho das megacidades deverão ser limitados de acordo com as possibilidades que um único governo tenha em administrá-las. O grande desafio dos pensadores urbanos para as megacidades é determinar os modelos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas nesses núcleos. As cidades inteligentes virão, certamente, e as megacidades serão as primeiras a se estruturarem dessa forma. Sem dúvida, o desenvolvimento acelerado dos programas de inteligência artificial será incentivado a encontrar soluções para os desafios enfrentados por essas cidades. As expectativas dos cidadãos por saúde, trabalho, segurança, energia e, acima de tudo, por oportunidades para uma melhor qualidade de vida devem formatar o futuro das megacidades. Muitos problemas igualmente importantes são trazidos pela grande concentração de pessoas, mas os maiores desafios estão na infraestrutura urbana, principalmente no abastecimento de água, nas condições sanitárias adequadas e no transporte público. Cidades são sistemas que, inteligentemente desenvolvidos, podem lidar de maneira eficiente com os desafios oriundos do crescimento espacial e populacional. As cidades inteligentes, portanto, deverão utilizar os avanços em tecnologia e ciências para lidar com os problemas. As megacidades inteligentes deverão promover o intercâmbio de energia com outras cidades, além de gerar sua própria energia. A internet será definitivamente incorporada à vida das pessoas, e a inteligência artificial deverá tomar as decisões mais complexas na administração dos espaços urbanos. Será que nossos planejadores, cientistas sociais, líderes e todos aqueles envolvidos com o desenvolvimento das áreas urbanas estão preparados ou se preparando adequadamente para esse futuro próximo?
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Oliver Stone virá ao Brasil para lançar filme sobre Edward Snowden
Oliver Stone virá ao Brasil em novembro para lançar seu filme "Snowden - Herói ou Traidor", sobre Edward Snowden, ex-funcionário da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA). O filme estreia no próximo dia 10. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Oliver Stone virá ao Brasil para lançar filme sobre Edward SnowdenOliver Stone virá ao Brasil em novembro para lançar seu filme "Snowden - Herói ou Traidor", sobre Edward Snowden, ex-funcionário da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA). O filme estreia no próximo dia 10. Leia a coluna completa aqui.
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Homem que atacou delegacia em Paris morou em centro alemão de migrantes
O homem que foi morto na quinta-feira (7) depois de tentar atacar uma delegacia em Paris viveu em um albergue para refugiados na cidade de Recklinghausen, no oeste da Alemanha, anunciou em um comunicado a polícia alemã. O albergue foi revistado, mas, segundo as autoridades, não foi encontrado no local "qualquer indício de outros possíveis ataques". Não foi informado se o homem, cuja identidade ainda não foi divulgada, solicitou asilo na Alemanha. No entanto, uma fonte que pediu anonimato disse à agência France Presse que sim. Na quinta, dia em que completava um ano dos atentados contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" , um homem se apresentou a uma delegacia em um bairro popular do norte de Paris com uma faca na mão e um cinto com explosivos, que depois foi constatado ser falso. Ele foi morto, após desobedecer ordens policiais para recuar. Em um papel escrito em árabe, o homem declarou lealdade a Abu Bakr al Bagdadi, líder da facção terrorista Estado Islâmico (EI), e justificou seu ato como uma vingança pelos "ataques à Síria". Em seu bolso também foi encontrado um chip alemão para celular.
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Homem que atacou delegacia em Paris morou em centro alemão de migrantesO homem que foi morto na quinta-feira (7) depois de tentar atacar uma delegacia em Paris viveu em um albergue para refugiados na cidade de Recklinghausen, no oeste da Alemanha, anunciou em um comunicado a polícia alemã. O albergue foi revistado, mas, segundo as autoridades, não foi encontrado no local "qualquer indício de outros possíveis ataques". Não foi informado se o homem, cuja identidade ainda não foi divulgada, solicitou asilo na Alemanha. No entanto, uma fonte que pediu anonimato disse à agência France Presse que sim. Na quinta, dia em que completava um ano dos atentados contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" , um homem se apresentou a uma delegacia em um bairro popular do norte de Paris com uma faca na mão e um cinto com explosivos, que depois foi constatado ser falso. Ele foi morto, após desobedecer ordens policiais para recuar. Em um papel escrito em árabe, o homem declarou lealdade a Abu Bakr al Bagdadi, líder da facção terrorista Estado Islâmico (EI), e justificou seu ato como uma vingança pelos "ataques à Síria". Em seu bolso também foi encontrado um chip alemão para celular.
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Política energética de Trump é baixa e suja
Donald Trump tem duas crenças falsas sobre energia, uma pessoal e uma política. E a segunda pode colocar o mundo no caminho para o desastre. Do lado pessoal, Trump aparentemente desdenha exercícios de qualquer ordem, exceto o golfe. Ele acredita que suar esgota as reservas finitas de preciosos fluidos corporais, ou melhor, de energia com que uma pessoa nasce, e portanto o melhor a fazer é evitar o suor. Que ele tenha agido de acordo com essa crença por muitos anos pode —ou não— explicar a bizarra e embaraçosa cena na conferência de cúpula do G7 em Taormina: seis dos líderes das mais avançadas economias do planeta caminhando juntos pelas ruas da cidade histórica enquanto Trump os seguia em um carrinho de golfe elétrico. Potencialmente mais ruinosa, porém, é a falsa crença de Trump de que eliminar as restrições ambientais —pôr fim à suposta "guerra contra o carvão"— trará de volta a época em que a mineração de carvão empregava centenas de milhares de operários nos Estados Unidos. Como sabemos que essa crença é falsa? Para começar, o emprego no setor de carvão iniciou sua queda muito antes que as pessoas começassem a discutir o meio ambiente, quanto mais o aquecimento global. Na verdade, os empregos do setor de carvão caíram em dois terços entre 1948 e 1970, o ano em que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foi criada nos Estados Unidos. Isso aconteceu a despeito de uma alta, e não baixa, na produção de carvão, em grande parte como reflexo da substituição do trabalho braçal em minas subterrâneas por métodos de exploração a céu aberto, que requerem número muito menor de trabalhadores. É verdade que, nos últimos anos, a produção de carvão por fim começou a cair, em parte devido a regras ambientais. Mas o carvão está perdendo terreno principalmente por causa do avanço de outras tecnologias. Como disse um analista na semana passada, o carvão "já não faz muito sentido como insumo", dada a rápida queda no custo de fontes de energia mais limpas, como o gás natural, a energia eólica e a energia solar. E quem ofereceu essa análise? Gary Cohn, o presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, ou seja, o principal assessor econômico de Trump. O que resta imaginar é se ele por acaso já expressou essa opinião —que representa o consenso dos especialistas em energia— ao presidente. Houve época, não muito tempo atrás, em que defender a energia limpa era visto como uma coisa nada prática, associada à contracultura. Hippies em comunas podiam falar em paz, amor e energia solar, mas as pessoas práticas sabiam que prosperidade envolve escavar coisas e queimá-las. Hoje em dia, porém, as pessoas que encaram a política de energia com seriedade veem um futuro que pertence basicamente às fontes renováveis, e certamente não um futuro em que continuaremos a queimar muito carvão, ou a empregar muita gente para extrai-lo. Mas não é isso o que os eleitores de um país que costumava ser acionado pelo carvão querem ouvir. Eles apoiaram Trump entusiasticamente quando ele prometeu trazer de volta os empregos do carvão, ainda que sua agenda verdadeira fosse punir esses eleitores com cortes selvagens nos programas dos quais eles dependem. E Trump se interessa muito mais por adulação pública do que por conselhos sérios sobre políticas públicas. O que me reconduz à viagem dele à Europa, notável não pelo que o presidente fez mas pelo que ele não fez. Primeiro, em Bruxelas, ele se recusou a endossar o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, segundo o qual qualquer ataque a um país membro da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) é um ataque a todos os membros. Na prática, ele repudiou a peça central da mais importante aliança dos Estados Unidos. Nossa, parece até que ele está mais interessado em apaziguar Vladimir Putin do que em defender a democracia. Depois, em Taormina, ele foi o único líder que se recusou a endossar o Acordo de Paris sobre o clima, um tratado mundial para a limitação das emissões de gases causadores do efeito estufa que pode ser a nossa última chance real de evitar mudanças catastróficas no clima. Por quê? A esta altura, as afirmações de que restringir as emissões causaria vastos danos econômicos já perderam toda a credibilidade. O mesmo progresso tecnológico na energia alternativa que está marginalizando o carvão tornaria a transição para uma economia de baixas emissões muito mais barata do que se imaginava poucos anos atrás. É verdade que essa transição aceleraria o declínio do carvão. E isso é motivo para oferecer assistência e novos empregos aos mineiros do setor. Mas Trump não está oferecendo ajuda real à região do carvão —só uma fantasia sobre voltar no tempo. E essa fantasia não durará muito: dentro de dois anos será óbvio, não importa o que ele faça, que os empregos no setor de carvão não voltarão. Mas a fantasia duraria ainda menos se ele aceitasse o acordo de Paris. Assim, será que estou sugerindo que o líder mais poderoso do planeta pode estar colocando o futuro em risco para que possa continuar contando mentiras politicamente convenientes que de qualquer jeito terminarão expostas muito em breve? Sim. Se você considera que essa interpretação é implausível, não deve ter acompanhado as notícias dos últimos meses. Pode ser que Trump não abandone de fato o acordo de Paris; ou pode ser que ele saia de cena antes que o estrago se torne irreversível. Mas existe uma possibilidade real de que a semana passada tenha sido um ponto de inflexão na história humana, o momento no qual um líder irresponsável arremessou o planeta todo ao inferno em um carrinho de golfe. Tradução de PAULO MIGLIACCI
colunas
Política energética de Trump é baixa e sujaDonald Trump tem duas crenças falsas sobre energia, uma pessoal e uma política. E a segunda pode colocar o mundo no caminho para o desastre. Do lado pessoal, Trump aparentemente desdenha exercícios de qualquer ordem, exceto o golfe. Ele acredita que suar esgota as reservas finitas de preciosos fluidos corporais, ou melhor, de energia com que uma pessoa nasce, e portanto o melhor a fazer é evitar o suor. Que ele tenha agido de acordo com essa crença por muitos anos pode —ou não— explicar a bizarra e embaraçosa cena na conferência de cúpula do G7 em Taormina: seis dos líderes das mais avançadas economias do planeta caminhando juntos pelas ruas da cidade histórica enquanto Trump os seguia em um carrinho de golfe elétrico. Potencialmente mais ruinosa, porém, é a falsa crença de Trump de que eliminar as restrições ambientais —pôr fim à suposta "guerra contra o carvão"— trará de volta a época em que a mineração de carvão empregava centenas de milhares de operários nos Estados Unidos. Como sabemos que essa crença é falsa? Para começar, o emprego no setor de carvão iniciou sua queda muito antes que as pessoas começassem a discutir o meio ambiente, quanto mais o aquecimento global. Na verdade, os empregos do setor de carvão caíram em dois terços entre 1948 e 1970, o ano em que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foi criada nos Estados Unidos. Isso aconteceu a despeito de uma alta, e não baixa, na produção de carvão, em grande parte como reflexo da substituição do trabalho braçal em minas subterrâneas por métodos de exploração a céu aberto, que requerem número muito menor de trabalhadores. É verdade que, nos últimos anos, a produção de carvão por fim começou a cair, em parte devido a regras ambientais. Mas o carvão está perdendo terreno principalmente por causa do avanço de outras tecnologias. Como disse um analista na semana passada, o carvão "já não faz muito sentido como insumo", dada a rápida queda no custo de fontes de energia mais limpas, como o gás natural, a energia eólica e a energia solar. E quem ofereceu essa análise? Gary Cohn, o presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, ou seja, o principal assessor econômico de Trump. O que resta imaginar é se ele por acaso já expressou essa opinião —que representa o consenso dos especialistas em energia— ao presidente. Houve época, não muito tempo atrás, em que defender a energia limpa era visto como uma coisa nada prática, associada à contracultura. Hippies em comunas podiam falar em paz, amor e energia solar, mas as pessoas práticas sabiam que prosperidade envolve escavar coisas e queimá-las. Hoje em dia, porém, as pessoas que encaram a política de energia com seriedade veem um futuro que pertence basicamente às fontes renováveis, e certamente não um futuro em que continuaremos a queimar muito carvão, ou a empregar muita gente para extrai-lo. Mas não é isso o que os eleitores de um país que costumava ser acionado pelo carvão querem ouvir. Eles apoiaram Trump entusiasticamente quando ele prometeu trazer de volta os empregos do carvão, ainda que sua agenda verdadeira fosse punir esses eleitores com cortes selvagens nos programas dos quais eles dependem. E Trump se interessa muito mais por adulação pública do que por conselhos sérios sobre políticas públicas. O que me reconduz à viagem dele à Europa, notável não pelo que o presidente fez mas pelo que ele não fez. Primeiro, em Bruxelas, ele se recusou a endossar o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, segundo o qual qualquer ataque a um país membro da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) é um ataque a todos os membros. Na prática, ele repudiou a peça central da mais importante aliança dos Estados Unidos. Nossa, parece até que ele está mais interessado em apaziguar Vladimir Putin do que em defender a democracia. Depois, em Taormina, ele foi o único líder que se recusou a endossar o Acordo de Paris sobre o clima, um tratado mundial para a limitação das emissões de gases causadores do efeito estufa que pode ser a nossa última chance real de evitar mudanças catastróficas no clima. Por quê? A esta altura, as afirmações de que restringir as emissões causaria vastos danos econômicos já perderam toda a credibilidade. O mesmo progresso tecnológico na energia alternativa que está marginalizando o carvão tornaria a transição para uma economia de baixas emissões muito mais barata do que se imaginava poucos anos atrás. É verdade que essa transição aceleraria o declínio do carvão. E isso é motivo para oferecer assistência e novos empregos aos mineiros do setor. Mas Trump não está oferecendo ajuda real à região do carvão —só uma fantasia sobre voltar no tempo. E essa fantasia não durará muito: dentro de dois anos será óbvio, não importa o que ele faça, que os empregos no setor de carvão não voltarão. Mas a fantasia duraria ainda menos se ele aceitasse o acordo de Paris. Assim, será que estou sugerindo que o líder mais poderoso do planeta pode estar colocando o futuro em risco para que possa continuar contando mentiras politicamente convenientes que de qualquer jeito terminarão expostas muito em breve? Sim. Se você considera que essa interpretação é implausível, não deve ter acompanhado as notícias dos últimos meses. Pode ser que Trump não abandone de fato o acordo de Paris; ou pode ser que ele saia de cena antes que o estrago se torne irreversível. Mas existe uma possibilidade real de que a semana passada tenha sido um ponto de inflexão na história humana, o momento no qual um líder irresponsável arremessou o planeta todo ao inferno em um carrinho de golfe. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Painel: Teori deve retirar sigilo só depois de analisar pedidos de Janot um a um
Pas de deux Rodrigo Janot e Teori Zavascki combinam passo a passo os procedimentos que serão adotados a partir da entrega, pelo procurador-geral da República, das cerca de 40 petições sobre os políticos a serem investigados no âmbito da Operação Lava ... Leia post completo no blog
poder
Painel: Teori deve retirar sigilo só depois de analisar pedidos de Janot um a umPas de deux Rodrigo Janot e Teori Zavascki combinam passo a passo os procedimentos que serão adotados a partir da entrega, pelo procurador-geral da República, das cerca de 40 petições sobre os políticos a serem investigados no âmbito da Operação Lava ... Leia post completo no blog
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Em livro, economista revela truques de enriquecimento dos super-ricos
Nem sempre é com o suor do trabalho que empresários tornam-se magnatas. Muitas vezes, ideias inusitadas e até práticas inescrupulosas são o segredo do sucesso. É o que descobriu o economista britânico Sam Wilkin, que passou anos pesquisando as maquinações dos super-ricos e as publicou no livro "Wealth Secrets of the One Percent" (em tradução livre, Os Segredos da Riqueza do Um Porcento). "Há mais do que se pode chamar de 'segredos da riqueza' agora do que jamais houve. Nos anos 1960, apenas cerca de 1% das empresas tinha lucros enormes. Agora, este número já é de 14%. É um crescimento assombroso", disse à BBC. "Não estou dizendo que é fácil, mas há definitivamente um maior número de oportunidades para que alguém fique tremendamente rico." Wilkin fala não apenas dos que têm bastante dinheiro no banco, carros de luxo e uma casa de praia, mas daqueles que, além disso, possuem barcos e helicópteros privados, mansões enormes e até ilhas privadas - situação dos cerca de 1,6 mil bilionários do mundo, segundo a revista "Forbes". No formato de um manual de instruções para tornar-se um desses bilionários, o livro explica algumas das práticas que criaram grandes fortunas —como as dos banqueiros americanos antes da crise econômica de 2008. "É um livro sobre um assunto sério, mas que não se leva tão a sério", diz o economista. Confira alguns dos truques dos super-ricos, nas palavras de Sam Wilkins. 1. Escolha uma área onde você possa estabelecer um monopólio "O melhor exemplo disso é o mexicano Carlos Slim, que foi o homem mais rico do mundo por cerca de cinco anos (hoje é o segundo bilionário do mundo, de acordo com a "Forbes"). Ele tinha um monopólio nas telecomunicações no México. Se você tem um monopólio, não tem concorrência então pode cobrar praticamente o que quiser pelo serviço. E foi isso o que ele fez. Slim mostrou que, se você quer ganhar uma quantidade imensa de dinheiro, não é uma boa ideia atuar globalmente e atrair toda a concorrência mundial. O que você precisa é conseguir um mercado pequeno onde você seja o único atuante e espremê-lo bastante. Assim ele acabou sendo o homem mais rico do mundo." 2. Corra riscos com o dinheiro dos outros "Essa é sobre os banqueiros. Os bancos conhecidos como 'grandes demais para fracassar' puderam correr riscos pelos quais eles não tiveram realmente que pagar depois. A maioria dos negócios usa muito o dinheiro dos outros para investir, mas, nos Estados Unidos, o setor bancário sozinho tinha 45% dos lucros de toda a economia. Este é o segredo da riqueza que, em grande parte, produziu o 1%." 3. O pior lugar para fazer negócios pode ser o melhor "O meu exemplo neste caso é Dhirubhai Ambani, o indiano que nasceu em uma aldeia de pescadores e fez com que seu filho, Mukesh, virasse o homem mais rico da Índia, e um dos mais ricos do mundo. Ele conseguiu isso não só fazendo negócios na Índia, que já é um dos lugares mais difíceis do mundo para isso, mas também o conseguiu no setor de têxteis, onde somente pequenas empresas tinham autorização para operar. E ele criou um império lá. O que ele entendeu é que se conseguisse fazer isso apesar de todos os obstáculos, esses mesmos obstáculos impediriam que seus concorrentes crescessem e o desafiassem."
bbc
Em livro, economista revela truques de enriquecimento dos super-ricosNem sempre é com o suor do trabalho que empresários tornam-se magnatas. Muitas vezes, ideias inusitadas e até práticas inescrupulosas são o segredo do sucesso. É o que descobriu o economista britânico Sam Wilkin, que passou anos pesquisando as maquinações dos super-ricos e as publicou no livro "Wealth Secrets of the One Percent" (em tradução livre, Os Segredos da Riqueza do Um Porcento). "Há mais do que se pode chamar de 'segredos da riqueza' agora do que jamais houve. Nos anos 1960, apenas cerca de 1% das empresas tinha lucros enormes. Agora, este número já é de 14%. É um crescimento assombroso", disse à BBC. "Não estou dizendo que é fácil, mas há definitivamente um maior número de oportunidades para que alguém fique tremendamente rico." Wilkin fala não apenas dos que têm bastante dinheiro no banco, carros de luxo e uma casa de praia, mas daqueles que, além disso, possuem barcos e helicópteros privados, mansões enormes e até ilhas privadas - situação dos cerca de 1,6 mil bilionários do mundo, segundo a revista "Forbes". No formato de um manual de instruções para tornar-se um desses bilionários, o livro explica algumas das práticas que criaram grandes fortunas —como as dos banqueiros americanos antes da crise econômica de 2008. "É um livro sobre um assunto sério, mas que não se leva tão a sério", diz o economista. Confira alguns dos truques dos super-ricos, nas palavras de Sam Wilkins. 1. Escolha uma área onde você possa estabelecer um monopólio "O melhor exemplo disso é o mexicano Carlos Slim, que foi o homem mais rico do mundo por cerca de cinco anos (hoje é o segundo bilionário do mundo, de acordo com a "Forbes"). Ele tinha um monopólio nas telecomunicações no México. Se você tem um monopólio, não tem concorrência então pode cobrar praticamente o que quiser pelo serviço. E foi isso o que ele fez. Slim mostrou que, se você quer ganhar uma quantidade imensa de dinheiro, não é uma boa ideia atuar globalmente e atrair toda a concorrência mundial. O que você precisa é conseguir um mercado pequeno onde você seja o único atuante e espremê-lo bastante. Assim ele acabou sendo o homem mais rico do mundo." 2. Corra riscos com o dinheiro dos outros "Essa é sobre os banqueiros. Os bancos conhecidos como 'grandes demais para fracassar' puderam correr riscos pelos quais eles não tiveram realmente que pagar depois. A maioria dos negócios usa muito o dinheiro dos outros para investir, mas, nos Estados Unidos, o setor bancário sozinho tinha 45% dos lucros de toda a economia. Este é o segredo da riqueza que, em grande parte, produziu o 1%." 3. O pior lugar para fazer negócios pode ser o melhor "O meu exemplo neste caso é Dhirubhai Ambani, o indiano que nasceu em uma aldeia de pescadores e fez com que seu filho, Mukesh, virasse o homem mais rico da Índia, e um dos mais ricos do mundo. Ele conseguiu isso não só fazendo negócios na Índia, que já é um dos lugares mais difíceis do mundo para isso, mas também o conseguiu no setor de têxteis, onde somente pequenas empresas tinham autorização para operar. E ele criou um império lá. O que ele entendeu é que se conseguisse fazer isso apesar de todos os obstáculos, esses mesmos obstáculos impediriam que seus concorrentes crescessem e o desafiassem."
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Nove indicações de livros para montar uma pequena biblioteca gastronômica
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Veja aqui indicações de livros para quem adora comer, cozinha às vezes e começou a ler mais sobre comida. Os livros que aparecem nas imagens fazem parte do acervo das jornalistas. Por isso, em alguns casos há edições novas —o serviço você confere abaixo. por Nina Horta, colunista da Folha O Grande Livro dos Ingredientes "Um tipo de dicionário, mas com fotos ótimas para cada ingrediente. E bastante completo, o que é difícil em livros desse tipo. O melhor, para comparações, é que existe em várias línguas." Autor Dorling Kindersley Editora Publifolha Quanto R$ 137,90 (544 págs.) Cozinha Confidencial "Um bom escritor que se especializou em outras terras e suas comidas de todo dia. Acho que foi um dos primeiros a só comer em lugares populares. Faz questão de manter seu perfil de homem de paladar apurado, mas muito popular." Autor Anthony Bourdain Tradutores Beth Vieira e Alexandre Boide Editora Companhia das Letras Quanto R$ 59,90 (408 págs.) História da Alimentação no Brasil "Mantenha na cabeceira vida afora, junto de Gilberto Freyre e Carlos Alberto Dória, que tratam de comida brasileira com pesquisas sólidas, algumas vezes polêmicas, mas sobre as quais refletimos e voltamos a refletir enquanto passam as modas. Uma dose todo dia vai te fazer bem." Autor Luís da Câmara Cascudo Editora Global Quanto R$ 120 (972 págs.) por Luiza Fecarotta, crítica da Folha Carême - Cozinheiro dos Reis "Uma relato deliciosamente encantador de um dos maiores personagens da história da cozinha" Autor Ian Kelly Tradutora Marina Slade Oliveira Editora Zahar Quanto R$ 59,90 (288 págs.) O Frango Ensopado da Minha Mãe "Sempre bom voltar-se à obra de Nina Horta para mergulhar no universo mais humano, poético e divertido da comida" Autora Nina Horta Editora Companhia das Letras Quanto R$ 44,90 (288 págs.) Os Parceiros do Rio Bonito - Estudo sobre o caipira paulista e a transformação Leia Antonio Candido e saiba mais sobre quem você é e de onde você veio. Uma obra fundamental, na qual você vai descobrir coisas fantásticas, como o a presença do feijão como "chefe da mesa", "acolitado pelo arroz e o milho, com que forma o triângulo da alimentação caipira". Autor Antonio Candido Editora Ouro Sobre Azul Quanto R$ 53 (336 págs.) por Magê Flores, repórter da sãopaulo Panelinha - Receitas que Funcionam "Ótimo primeiro livro de receitas, variadas e que funcionam mesmo." Autora Rita Lobo Editora Senac São Paulo Quanto R$ 109,90 (170 págs.) 400 G - Técnicas de Cozinha "Baita apostila, com um bê-a-bá de cozinha e receitas para praticar." Autores Betty Kövesi, Carlos Siffert, Carole Crema, Gabriela Martinoli Editora Companhia Editora Nacional Quanto R$ 234,90 (576 págs.) Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica "Todas as receitas italianas que quiser, e também um pouco de história e de técnicas" Autora Marcella Hazan Tradutor Jefferson Luiz Camargo Editora WMF Martins Fontes Quanto R$ 94,90 (712 págs.)
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Nove indicações de livros para montar uma pequena biblioteca gastronômicaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Veja aqui indicações de livros para quem adora comer, cozinha às vezes e começou a ler mais sobre comida. Os livros que aparecem nas imagens fazem parte do acervo das jornalistas. Por isso, em alguns casos há edições novas —o serviço você confere abaixo. por Nina Horta, colunista da Folha O Grande Livro dos Ingredientes "Um tipo de dicionário, mas com fotos ótimas para cada ingrediente. E bastante completo, o que é difícil em livros desse tipo. O melhor, para comparações, é que existe em várias línguas." Autor Dorling Kindersley Editora Publifolha Quanto R$ 137,90 (544 págs.) Cozinha Confidencial "Um bom escritor que se especializou em outras terras e suas comidas de todo dia. Acho que foi um dos primeiros a só comer em lugares populares. Faz questão de manter seu perfil de homem de paladar apurado, mas muito popular." Autor Anthony Bourdain Tradutores Beth Vieira e Alexandre Boide Editora Companhia das Letras Quanto R$ 59,90 (408 págs.) História da Alimentação no Brasil "Mantenha na cabeceira vida afora, junto de Gilberto Freyre e Carlos Alberto Dória, que tratam de comida brasileira com pesquisas sólidas, algumas vezes polêmicas, mas sobre as quais refletimos e voltamos a refletir enquanto passam as modas. Uma dose todo dia vai te fazer bem." Autor Luís da Câmara Cascudo Editora Global Quanto R$ 120 (972 págs.) por Luiza Fecarotta, crítica da Folha Carême - Cozinheiro dos Reis "Uma relato deliciosamente encantador de um dos maiores personagens da história da cozinha" Autor Ian Kelly Tradutora Marina Slade Oliveira Editora Zahar Quanto R$ 59,90 (288 págs.) O Frango Ensopado da Minha Mãe "Sempre bom voltar-se à obra de Nina Horta para mergulhar no universo mais humano, poético e divertido da comida" Autora Nina Horta Editora Companhia das Letras Quanto R$ 44,90 (288 págs.) Os Parceiros do Rio Bonito - Estudo sobre o caipira paulista e a transformação Leia Antonio Candido e saiba mais sobre quem você é e de onde você veio. Uma obra fundamental, na qual você vai descobrir coisas fantásticas, como o a presença do feijão como "chefe da mesa", "acolitado pelo arroz e o milho, com que forma o triângulo da alimentação caipira". Autor Antonio Candido Editora Ouro Sobre Azul Quanto R$ 53 (336 págs.) por Magê Flores, repórter da sãopaulo Panelinha - Receitas que Funcionam "Ótimo primeiro livro de receitas, variadas e que funcionam mesmo." Autora Rita Lobo Editora Senac São Paulo Quanto R$ 109,90 (170 págs.) 400 G - Técnicas de Cozinha "Baita apostila, com um bê-a-bá de cozinha e receitas para praticar." Autores Betty Kövesi, Carlos Siffert, Carole Crema, Gabriela Martinoli Editora Companhia Editora Nacional Quanto R$ 234,90 (576 págs.) Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica "Todas as receitas italianas que quiser, e também um pouco de história e de técnicas" Autora Marcella Hazan Tradutor Jefferson Luiz Camargo Editora WMF Martins Fontes Quanto R$ 94,90 (712 págs.)
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Santos perde ação de R$ 1,3 mi para Muricy e tem três dias para pagar
Nesta sexta-feira (20), a 8ª Vara Cível do Foro da cidade comunicou oficialmente o Santos de que o clube foi derrotado em ação trabalhista movida pelo técnico Muricy Ramalho, atualmente no São Paulo. A Justiça do Trabalho determinou que o clube tem de quitar o débito de aproximadamente R$ 1,3 milhão, relativa às verbas de sua rescisão contratual, em até três dias. O treinador dirigiu a equipe santista por 25 meses entre 2011 a 2013. Segundo o UOL, do Grupo Folha, que edita a Folha, o CT (centro de treinamentos) Meninos da Vila será objeto de penhora do processo, prática que o clube já adotou em outros processos trabalhistas no passado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Santos afirmou entender que a decisão ainda não é definitiva. E que tentará, ainda, um acordo amigável com o técnico Muricy. O valor de R$ 1,3 milhão é composta por direitos de imagem que não foram pagos durante sua estadia na Baixada, e parte da rescisão por sua saída. Segundo os advogados de Muricy, o Santos firmou um acordo de rescisão com o treinador em 2013, prevendo o pagamento de aproximadamente R$ 3 milhões de forma parcelada. O clube, porém, não honrou o pagamento das últimas cinco parcelas, totalizando o valor de R$ 1,3 milhão. A última parcela é de abril de 2014; os representantes do técnico, no processo, afirmam que não houve acordo pela via amigável. Muricy Ramalho não é o único treinador que o Santos deve salários, direitos de imagem e multas rescisórias. Além do atual técnico do São Paulo, o clube possui dívidas com Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira. Somando dívidas com os três treinadores, o Santos deve R$ 4 milhões. O valor inclui multas rescisórias, direitos de imagem e CLT (Consolidações das Leis de Trabalho). Além de treinadores, o Santos foi processado por atletas também devido a falta de pagamento de salários e imagem. Eugenio Mena, Aranha e Arouca acionaram o clube na Justiça, mas depois entraram em acordo. Já Leandro Damião, que está emprestado ao Cruzeiro, segue travando batalha judicial.
esporte
Santos perde ação de R$ 1,3 mi para Muricy e tem três dias para pagarNesta sexta-feira (20), a 8ª Vara Cível do Foro da cidade comunicou oficialmente o Santos de que o clube foi derrotado em ação trabalhista movida pelo técnico Muricy Ramalho, atualmente no São Paulo. A Justiça do Trabalho determinou que o clube tem de quitar o débito de aproximadamente R$ 1,3 milhão, relativa às verbas de sua rescisão contratual, em até três dias. O treinador dirigiu a equipe santista por 25 meses entre 2011 a 2013. Segundo o UOL, do Grupo Folha, que edita a Folha, o CT (centro de treinamentos) Meninos da Vila será objeto de penhora do processo, prática que o clube já adotou em outros processos trabalhistas no passado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Santos afirmou entender que a decisão ainda não é definitiva. E que tentará, ainda, um acordo amigável com o técnico Muricy. O valor de R$ 1,3 milhão é composta por direitos de imagem que não foram pagos durante sua estadia na Baixada, e parte da rescisão por sua saída. Segundo os advogados de Muricy, o Santos firmou um acordo de rescisão com o treinador em 2013, prevendo o pagamento de aproximadamente R$ 3 milhões de forma parcelada. O clube, porém, não honrou o pagamento das últimas cinco parcelas, totalizando o valor de R$ 1,3 milhão. A última parcela é de abril de 2014; os representantes do técnico, no processo, afirmam que não houve acordo pela via amigável. Muricy Ramalho não é o único treinador que o Santos deve salários, direitos de imagem e multas rescisórias. Além do atual técnico do São Paulo, o clube possui dívidas com Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira. Somando dívidas com os três treinadores, o Santos deve R$ 4 milhões. O valor inclui multas rescisórias, direitos de imagem e CLT (Consolidações das Leis de Trabalho). Além de treinadores, o Santos foi processado por atletas também devido a falta de pagamento de salários e imagem. Eugenio Mena, Aranha e Arouca acionaram o clube na Justiça, mas depois entraram em acordo. Já Leandro Damião, que está emprestado ao Cruzeiro, segue travando batalha judicial.
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Resultado de eleição no Reino Unido surpreende pesquisas
Com a notável exceção da Escócia e da vitória esmagadora do Partido Nacional Escocês (SNP), os institutos de pesquisa erraram sobre a eleição britânica de 2015, e o mesmo vale para a maioria dos especialistas. Os conservadores executaram de maneira implacável o plano do estrategista de campanha australiano Lynton Crosby: foco em algumas dezenas de distritos onde a disputa era acirrada, apertar sem dó os liberais democratas e destruir a credibilidade de Ed Miliband como alternativa para a chefia do governo. A derrota trabalhista é uma dolorosa rejeição da estratégia de Miliband de abandonar a posição centrista de Tony Blair e inclinar o partido à esquerda. Ele se comportou com dignidade diante de ataques pessoais repulsivos, mas dignidade não vence eleições. Os eleitores simplesmente não consideram que os trabalhistas sejam competentes para gerir a economia. Também estavam desesperadamente preocupados quanto ao que na prática seria uma aliança entre os trabalhistas e o SNP. Prepare-se para uma nova geração de políticos trabalhistas assumindo o poder na oposição —e não estou falando de David Miliband, o príncipe exilado, cujo momento pode bem ter ficado para trás. Os liberais democratas, sob o comando de Nick Clegg, foram exterminados, castigados por desempenharem um papel responsável em um governo de coalizão cujo compromisso era restaurar as finanças públicas. Clegg certamente renunciará à liderança. Hoje, os conservadores certamente têm bons motivos para comemorar. A despeito da ausência de qualquer coisa que inspirasse o eleitorado, eles certamente se beneficiaram de uma economia que criou mais de dois milhões de empregos durante a coalizão e mostra o mais forte crescimento na Europa Ocidental. A outra forma de encarar a eleição —especialmente diante do forte desempenho do Partido pela Independência do Reino Unido (Ukip), que não se traduziu na conquista de assentos no Parlamento— é como vitória do nacionalismo. A Inglaterra na prática votou contra o SNP —e os conservadores foram os principais beneficiários. No sábado (9) e nas próximas semanas, David Cameron enfrentará dois desafios constitucionais prementes: o futuro da união britânica e o futuro relacionamento do Reino Unido com a Europa. Um novo pacto que conceda autonomia ampliada à Escócia é inevitável, e será mais generoso do que qualquer coisa que pudesse ter sido imaginada um ano atrás. O quase monopólio do SNP sobre o poder, ao norte do rio Tweed, não significa a dissolução do Reino Unido —e tampouco a perspectiva de um novo referendo sobre a independência da Escócia. Mas os termos do novo acordo de ampliação da autonomia regional serão demoniacamente difíceis de definir. Quanto à Europa, Cameron sabe que suas demandas por um novo acordo terão de respeitar limites necessários, impostos principalmente por Berlim. Mas o primeiro-ministro prometeu um referendo sobre as mudanças no tratado da União Europeia, e sua inquieta base parlamentar não espera nada menos. A clareza da vitória conservadora é enganosa, portanto. O Reino Unido está ingressando em um período de considerável incerteza política. Será que veremos uma repetição do que aconteceu com John Major em 1992? - Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Resultado de eleição no Reino Unido surpreende pesquisasCom a notável exceção da Escócia e da vitória esmagadora do Partido Nacional Escocês (SNP), os institutos de pesquisa erraram sobre a eleição britânica de 2015, e o mesmo vale para a maioria dos especialistas. Os conservadores executaram de maneira implacável o plano do estrategista de campanha australiano Lynton Crosby: foco em algumas dezenas de distritos onde a disputa era acirrada, apertar sem dó os liberais democratas e destruir a credibilidade de Ed Miliband como alternativa para a chefia do governo. A derrota trabalhista é uma dolorosa rejeição da estratégia de Miliband de abandonar a posição centrista de Tony Blair e inclinar o partido à esquerda. Ele se comportou com dignidade diante de ataques pessoais repulsivos, mas dignidade não vence eleições. Os eleitores simplesmente não consideram que os trabalhistas sejam competentes para gerir a economia. Também estavam desesperadamente preocupados quanto ao que na prática seria uma aliança entre os trabalhistas e o SNP. Prepare-se para uma nova geração de políticos trabalhistas assumindo o poder na oposição —e não estou falando de David Miliband, o príncipe exilado, cujo momento pode bem ter ficado para trás. Os liberais democratas, sob o comando de Nick Clegg, foram exterminados, castigados por desempenharem um papel responsável em um governo de coalizão cujo compromisso era restaurar as finanças públicas. Clegg certamente renunciará à liderança. Hoje, os conservadores certamente têm bons motivos para comemorar. A despeito da ausência de qualquer coisa que inspirasse o eleitorado, eles certamente se beneficiaram de uma economia que criou mais de dois milhões de empregos durante a coalizão e mostra o mais forte crescimento na Europa Ocidental. A outra forma de encarar a eleição —especialmente diante do forte desempenho do Partido pela Independência do Reino Unido (Ukip), que não se traduziu na conquista de assentos no Parlamento— é como vitória do nacionalismo. A Inglaterra na prática votou contra o SNP —e os conservadores foram os principais beneficiários. No sábado (9) e nas próximas semanas, David Cameron enfrentará dois desafios constitucionais prementes: o futuro da união britânica e o futuro relacionamento do Reino Unido com a Europa. Um novo pacto que conceda autonomia ampliada à Escócia é inevitável, e será mais generoso do que qualquer coisa que pudesse ter sido imaginada um ano atrás. O quase monopólio do SNP sobre o poder, ao norte do rio Tweed, não significa a dissolução do Reino Unido —e tampouco a perspectiva de um novo referendo sobre a independência da Escócia. Mas os termos do novo acordo de ampliação da autonomia regional serão demoniacamente difíceis de definir. Quanto à Europa, Cameron sabe que suas demandas por um novo acordo terão de respeitar limites necessários, impostos principalmente por Berlim. Mas o primeiro-ministro prometeu um referendo sobre as mudanças no tratado da União Europeia, e sua inquieta base parlamentar não espera nada menos. A clareza da vitória conservadora é enganosa, portanto. O Reino Unido está ingressando em um período de considerável incerteza política. Será que veremos uma repetição do que aconteceu com John Major em 1992? - Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Brasileiros ficaram asfixiados por bloqueio ao WhatsApp, diz fundador
Um caso de "asfixia". É assim que Brian Acton, 44, cofundador do WhatsApp, classifica o episódio do bloqueio judicial do aplicativo, em dezembro do ano passado, em razão de a companhia não ter liberado dados para investigações criminais (o app ficou indisponível por cerca de 12 horas, por decisão da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo). "É como se uma 'linha vital' tivesse sido interrompida, [os usuários] estavam asfixiados. E não foi uma escolha nossa, como se tivéssemos desligado nossos servidores. Não tínhamos uma maneira certa de reagir", afirmou Acton à Folha, na primeira entrevista que ele concedeu sobre o assunto, ao lado do sócio Jan Koum, 40, também criador da ferramenta, que tem ao menos 100 milhões de usuários no país e 1 bilhão no mundo. Eles sustentam que não armazenam as informações pedidas pelas autoridades, por isso não podem repassá-las. Essa disputa entre o aplicativo e a Justiça brasileira também provocou, no mês passado, a prisão de Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook, empresa dona do WhatsApp –o executivo passou uma noite na cadeia em razão de o app não ter liberado informações sobre supostos traficantes de drogas investigados pela Polícia Federal. E, a partir desta terça-feira (5), poderão colaborar menos ainda, ao menos em tese. O WhatsApp introduzirá, por meio de uma atualização, criptografia "end-to-end" (no qual apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens –nem mesmo as companhias podem acessar a comunicação) em todos os seus aplicativos e em mensagens e tipos de arquivos. É a culminação de um processo gradual anunciado em 2014, mesmo ano da aquisição da empresa pelo Facebook. A demora, segundo Koum e Acton, tem a ver com a dificuldade da implementação. "Foi como trocar o motor de um avião em voo", disse Koum na entrevista, na sede da empresa, no Vale do Silício, na Califórnia. Com esse método de criptografia, a mensagem é codificada antes de ser enviada e só é decodificada quando chega ao destinatário. Nem mesmo o Facebook, dono do aplicativo, pode ver o conteúdo. Em teoria, isso evitaria que criminosos interceptassem a comunicação e protegeria o usuário mesmo se a empresa fosse pressionada por governos para entregar seus dados, já que ela não teria acesso a eles. No caso de uma futura solicitação, a empresa sequer poderia permitir um grampo demandado pela Justiça, já que a criptografia tornaria a medida essencialmente inútil, mas os executivos não demonstram preocupação em relação a essa e outras facetas controversas dessa técnica. O tema não deixou o noticiário desde então, já que, além desses casos, há uma batalha entre a inteligência americana e a Apple por causa do iPhone de um dos autores do atentado em San Bernardino, Califórnia, realizado no ano passado. Leia abaixo trechos da entrevista. * Folha - Por que criptografia? Jan Koum - Há cibercriminosos e regimes totalitários que podem perseguir pessoas porque elas pensam diferente, porque são gays ou porque têm uma outra religião [que não a patrocinada pelo Estado]. É algo importante para todos os países, não só para o Brasil, mas para toda pessoa em todo país. Você precisa ter a certeza de que sua conversa não está sendo grampeada por uma ditadura, um hacker ou seja lá quem for. Brian Acton - O Brasil representa uma das nossas maiores populações, então sentimos que era importante que as pessoas lá entendam o que estamos fazendo, construindo um produto seguro –é mais uma razão para que elas continuem usando WhatsApp todos os dias. Isso dificulta potenciais investigações sobre atividade ilícita no aplicativo? Jan Koum - Sim. Implementar a criptografia é como o gênio, que não pode ser recolocado na lâmpada. Se criminosos quiserem usar criptografia, há 20, 30 ou 50 diferentes aplicativos de código aberto que podem usar. E nós achamos que não só criminosos deveriam ter acesso a criptografia –todo o mundo deve. Para nós, não é como se fosse um conflito de escolha, mas sim apenas para onde o mundo está caminhando. E se conteúdo criminoso, como pornografia infantil, é transmitido, há como saber? Jan Koum - Não somos uma rede anônima. Para usar o app as pessoas precisam de um número de telefone que é associado à sua identidade, e as empresas de telecomunicação sabem quem é dono de qual número. Então eu acho que tratar-nos como uma rede anônima na qual as pessoas podem acessar e criar um usuário anônimo, pseudônimos, não é algo totalmente preciso. Os usuários ainda estão atrelados a uma identidade, a uma pessoa, um número de telefone que pertence a um ser humano. O WhatsApp demonstrou apoio à Apple na batalha contra o FBI –sua empresa teria a mesma atitude se estivesse naquela situação? Jan Koum - Por sorte, vivemos em um ambiente no qual a criptografia não é ilegal. E as pessoas estão começando a entender que têm o direito de proteger sua privacidade, seus dados. Todo dia você lê algo sobre algum computador invadido em algum lugar, e as pessoas põem mais e mais suas vidas na internet. Criptografia é bom, temos sorte por não ser ilegal e espero que continue dessa maneira. Parte disso é uma questão de conhecimento, as pessoas entenderem como o aplicativo funciona e quais são as limitações. No caso dos bloqueios no Brasil, o WhatsApp poderia ter colaborado? Brian Acton - O aspecto fundamental é que nos pediram para prover um tipo de informação que não somos capazes de produzir. Se as pessoas estão buscando conteúdo não criptografado de mensagens, não há como produzirmos isso. Jan Koum - Não há uma chave-mestra. Isso torna o app seguro e privado. Ninguém tem uma chave-mestra. E isso já era verdade então? Jan Koum - Já não armazenávamos mensagens nos nossos servidores –criptografada ou não. Não armazenamos nada na nuvem como outros serviços de mensagem porque achamos que essa é a melhor abordagem de segurança e privacidade para os usuários. Qual o dano causado à empresa e aos usuários quando há esse episódio de bloqueio? Jan Koum - É como oxigênio. Brian Acton - É uma necessidade básica. É horrível para os usuários [que tenha havido o episódio de bloqueio no país], é como se uma 'linha vital' tivesse sido interrompida, estavam asfixiados. E não foi uma escolha nossa, como se tivéssemos desligado nossos servidores. Não tínhamos uma maneira certa de reagir. Não sabemos o que fazer nesses casos. O que mudou desde a aquisição pelo Facebook? Jan Koum - Podemos falar mais do que não mudou. Ainda trabalhamos no nosso produto, estamos separados fisicamente, responsáveis pelos projetos futuros, quem contratamos e o que decidimos criar, mas, ao mesmo tempo, somos a mesma empresa, então obviamente integramos algumas coisas-chave, como os departamentos de RH e o jurídico. Usamos a infraestrutura do Facebook para ajudar com, por exemplo, chamadas de voz, que introduzimos no ano passado. Ligações, na verdade, são realizadas por meio dos servidores do Facebook porque têm maior disponibilidade e estabilidade. Ocasionalmente também nos beneficiamos de engenheiros do Facebook juntando-se a nós. É algo que nos ajuda a crescer mais rápido e melhor em vez de nos atrapalhar. A remoção da taxa anual, que era de US$ 1, tem a ver com a capacidade de manter suas taxas de crescimento? Jan Koum - Não vemos necessariamente nosso crescimento atrelado a esse pagamento, mas sim à qualidade e acessibilidade do produto ao redor do mundo. Nós damos ouvidos ao que os usuários nos pedem, como foi o caso da criptografia. Como ganhar dinheiro agora? Jan Koum - Não temos nada para anunciar em relação a participações comerciais [a empresa afirmou publicamente que quer cobrar de companhias que queiram se comunicar com consumidores por meio do WhatsApp]. Nosso esforço de monetização ainda é muito incipiente.
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Brasileiros ficaram asfixiados por bloqueio ao WhatsApp, diz fundadorUm caso de "asfixia". É assim que Brian Acton, 44, cofundador do WhatsApp, classifica o episódio do bloqueio judicial do aplicativo, em dezembro do ano passado, em razão de a companhia não ter liberado dados para investigações criminais (o app ficou indisponível por cerca de 12 horas, por decisão da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo). "É como se uma 'linha vital' tivesse sido interrompida, [os usuários] estavam asfixiados. E não foi uma escolha nossa, como se tivéssemos desligado nossos servidores. Não tínhamos uma maneira certa de reagir", afirmou Acton à Folha, na primeira entrevista que ele concedeu sobre o assunto, ao lado do sócio Jan Koum, 40, também criador da ferramenta, que tem ao menos 100 milhões de usuários no país e 1 bilhão no mundo. Eles sustentam que não armazenam as informações pedidas pelas autoridades, por isso não podem repassá-las. Essa disputa entre o aplicativo e a Justiça brasileira também provocou, no mês passado, a prisão de Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook, empresa dona do WhatsApp –o executivo passou uma noite na cadeia em razão de o app não ter liberado informações sobre supostos traficantes de drogas investigados pela Polícia Federal. E, a partir desta terça-feira (5), poderão colaborar menos ainda, ao menos em tese. O WhatsApp introduzirá, por meio de uma atualização, criptografia "end-to-end" (no qual apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens –nem mesmo as companhias podem acessar a comunicação) em todos os seus aplicativos e em mensagens e tipos de arquivos. É a culminação de um processo gradual anunciado em 2014, mesmo ano da aquisição da empresa pelo Facebook. A demora, segundo Koum e Acton, tem a ver com a dificuldade da implementação. "Foi como trocar o motor de um avião em voo", disse Koum na entrevista, na sede da empresa, no Vale do Silício, na Califórnia. Com esse método de criptografia, a mensagem é codificada antes de ser enviada e só é decodificada quando chega ao destinatário. Nem mesmo o Facebook, dono do aplicativo, pode ver o conteúdo. Em teoria, isso evitaria que criminosos interceptassem a comunicação e protegeria o usuário mesmo se a empresa fosse pressionada por governos para entregar seus dados, já que ela não teria acesso a eles. No caso de uma futura solicitação, a empresa sequer poderia permitir um grampo demandado pela Justiça, já que a criptografia tornaria a medida essencialmente inútil, mas os executivos não demonstram preocupação em relação a essa e outras facetas controversas dessa técnica. O tema não deixou o noticiário desde então, já que, além desses casos, há uma batalha entre a inteligência americana e a Apple por causa do iPhone de um dos autores do atentado em San Bernardino, Califórnia, realizado no ano passado. Leia abaixo trechos da entrevista. * Folha - Por que criptografia? Jan Koum - Há cibercriminosos e regimes totalitários que podem perseguir pessoas porque elas pensam diferente, porque são gays ou porque têm uma outra religião [que não a patrocinada pelo Estado]. É algo importante para todos os países, não só para o Brasil, mas para toda pessoa em todo país. Você precisa ter a certeza de que sua conversa não está sendo grampeada por uma ditadura, um hacker ou seja lá quem for. Brian Acton - O Brasil representa uma das nossas maiores populações, então sentimos que era importante que as pessoas lá entendam o que estamos fazendo, construindo um produto seguro –é mais uma razão para que elas continuem usando WhatsApp todos os dias. Isso dificulta potenciais investigações sobre atividade ilícita no aplicativo? Jan Koum - Sim. Implementar a criptografia é como o gênio, que não pode ser recolocado na lâmpada. Se criminosos quiserem usar criptografia, há 20, 30 ou 50 diferentes aplicativos de código aberto que podem usar. E nós achamos que não só criminosos deveriam ter acesso a criptografia –todo o mundo deve. Para nós, não é como se fosse um conflito de escolha, mas sim apenas para onde o mundo está caminhando. E se conteúdo criminoso, como pornografia infantil, é transmitido, há como saber? Jan Koum - Não somos uma rede anônima. Para usar o app as pessoas precisam de um número de telefone que é associado à sua identidade, e as empresas de telecomunicação sabem quem é dono de qual número. Então eu acho que tratar-nos como uma rede anônima na qual as pessoas podem acessar e criar um usuário anônimo, pseudônimos, não é algo totalmente preciso. Os usuários ainda estão atrelados a uma identidade, a uma pessoa, um número de telefone que pertence a um ser humano. O WhatsApp demonstrou apoio à Apple na batalha contra o FBI –sua empresa teria a mesma atitude se estivesse naquela situação? Jan Koum - Por sorte, vivemos em um ambiente no qual a criptografia não é ilegal. E as pessoas estão começando a entender que têm o direito de proteger sua privacidade, seus dados. Todo dia você lê algo sobre algum computador invadido em algum lugar, e as pessoas põem mais e mais suas vidas na internet. Criptografia é bom, temos sorte por não ser ilegal e espero que continue dessa maneira. Parte disso é uma questão de conhecimento, as pessoas entenderem como o aplicativo funciona e quais são as limitações. No caso dos bloqueios no Brasil, o WhatsApp poderia ter colaborado? Brian Acton - O aspecto fundamental é que nos pediram para prover um tipo de informação que não somos capazes de produzir. Se as pessoas estão buscando conteúdo não criptografado de mensagens, não há como produzirmos isso. Jan Koum - Não há uma chave-mestra. Isso torna o app seguro e privado. Ninguém tem uma chave-mestra. E isso já era verdade então? Jan Koum - Já não armazenávamos mensagens nos nossos servidores –criptografada ou não. Não armazenamos nada na nuvem como outros serviços de mensagem porque achamos que essa é a melhor abordagem de segurança e privacidade para os usuários. Qual o dano causado à empresa e aos usuários quando há esse episódio de bloqueio? Jan Koum - É como oxigênio. Brian Acton - É uma necessidade básica. É horrível para os usuários [que tenha havido o episódio de bloqueio no país], é como se uma 'linha vital' tivesse sido interrompida, estavam asfixiados. E não foi uma escolha nossa, como se tivéssemos desligado nossos servidores. Não tínhamos uma maneira certa de reagir. Não sabemos o que fazer nesses casos. O que mudou desde a aquisição pelo Facebook? Jan Koum - Podemos falar mais do que não mudou. Ainda trabalhamos no nosso produto, estamos separados fisicamente, responsáveis pelos projetos futuros, quem contratamos e o que decidimos criar, mas, ao mesmo tempo, somos a mesma empresa, então obviamente integramos algumas coisas-chave, como os departamentos de RH e o jurídico. Usamos a infraestrutura do Facebook para ajudar com, por exemplo, chamadas de voz, que introduzimos no ano passado. Ligações, na verdade, são realizadas por meio dos servidores do Facebook porque têm maior disponibilidade e estabilidade. Ocasionalmente também nos beneficiamos de engenheiros do Facebook juntando-se a nós. É algo que nos ajuda a crescer mais rápido e melhor em vez de nos atrapalhar. A remoção da taxa anual, que era de US$ 1, tem a ver com a capacidade de manter suas taxas de crescimento? Jan Koum - Não vemos necessariamente nosso crescimento atrelado a esse pagamento, mas sim à qualidade e acessibilidade do produto ao redor do mundo. Nós damos ouvidos ao que os usuários nos pedem, como foi o caso da criptografia. Como ganhar dinheiro agora? Jan Koum - Não temos nada para anunciar em relação a participações comerciais [a empresa afirmou publicamente que quer cobrar de companhias que queiram se comunicar com consumidores por meio do WhatsApp]. Nosso esforço de monetização ainda é muito incipiente.
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Embaixador diz que Reino Unido quer reforçar laços econômicos com Brasil
O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recebeu, na tarde desta sexta-feira (24), o embaixador britânico, Alex Ellis. Segundo o diplomata, os dois países querem reforçar os laços econômicos, principalmente em investimentos "verdes". "Falamos sobre a importância de aumentar a colaboração entre o Reino Unido e o Brasil em várias pautas, por exemplo, investimentos em infraestrutura e financiamento de projetos verdes, contra a mudança climática", afirmou Ellis. O embaixador afirmou que a relação deve ser reforçada em um contexto de mudança política e econômica do Reino Unido, após a população decidir, em plebiscito, pela saída do país da União Europeia. "Temos de reforçar, em novos moldes, uma relação estratégica entre meu país, que é a quinta economia no mundo, e o Brasil, que tem economia do mesmo tamanho", disse. "Nossa relação com o Brasil é muito antiga. A relação comercial e de investimentos tem que avançar, nunca retroceder. Ainda mais importante, dado ao fato da diferente relação com a União Europeia", complementou. Ellis afirmou que Meirelles está alinhado no entendimento de reforçar essa relação. "Só falamos sobre elementos de decisão. O que pode acontecer no futuro, sobre Reino Unido e União Europeia. Mas ele [Meirelles] é a favor desse sentimento de reforçar a parceria estratégica entre Brasil e Reino Unido", disse. Apesar de serem duas das 10 maiores economias mundiais, as relações econômicas entre Brasil e Reino Unido são pequenas. A participação britânica na balança comercial brasileira é de apenas 1,5%, segundo o Banco Central. No ano, o Reino Unido é a oitava maior fonte de investimentos diretos no Brasil, com ingressos de US$ 733 milhões, até maio. O valor representa 4,4% do total de ingressos de investimentos diretos no país. Com a saída do Reino Unido da comunidade europeia, cria-se uma dúvida sobre o futuro de imigrantes europeus no país. Mas Ellis afirma que o país está de portas abertas para imigrantes de outros países. "Imigrantes, estudantes, pesquisadores, trabalhadores, são muito bem vindos. Cameron deu uma declaração no contexto europeu, mas nada muda [em relação a outros países]. Nosso país tem uma forte tradição de abertura. Como quando Gilberto Gil e Caetano Veloso foram recebidos nos anos 1970", afirmou Ellis.
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Embaixador diz que Reino Unido quer reforçar laços econômicos com BrasilO Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recebeu, na tarde desta sexta-feira (24), o embaixador britânico, Alex Ellis. Segundo o diplomata, os dois países querem reforçar os laços econômicos, principalmente em investimentos "verdes". "Falamos sobre a importância de aumentar a colaboração entre o Reino Unido e o Brasil em várias pautas, por exemplo, investimentos em infraestrutura e financiamento de projetos verdes, contra a mudança climática", afirmou Ellis. O embaixador afirmou que a relação deve ser reforçada em um contexto de mudança política e econômica do Reino Unido, após a população decidir, em plebiscito, pela saída do país da União Europeia. "Temos de reforçar, em novos moldes, uma relação estratégica entre meu país, que é a quinta economia no mundo, e o Brasil, que tem economia do mesmo tamanho", disse. "Nossa relação com o Brasil é muito antiga. A relação comercial e de investimentos tem que avançar, nunca retroceder. Ainda mais importante, dado ao fato da diferente relação com a União Europeia", complementou. Ellis afirmou que Meirelles está alinhado no entendimento de reforçar essa relação. "Só falamos sobre elementos de decisão. O que pode acontecer no futuro, sobre Reino Unido e União Europeia. Mas ele [Meirelles] é a favor desse sentimento de reforçar a parceria estratégica entre Brasil e Reino Unido", disse. Apesar de serem duas das 10 maiores economias mundiais, as relações econômicas entre Brasil e Reino Unido são pequenas. A participação britânica na balança comercial brasileira é de apenas 1,5%, segundo o Banco Central. No ano, o Reino Unido é a oitava maior fonte de investimentos diretos no Brasil, com ingressos de US$ 733 milhões, até maio. O valor representa 4,4% do total de ingressos de investimentos diretos no país. Com a saída do Reino Unido da comunidade europeia, cria-se uma dúvida sobre o futuro de imigrantes europeus no país. Mas Ellis afirma que o país está de portas abertas para imigrantes de outros países. "Imigrantes, estudantes, pesquisadores, trabalhadores, são muito bem vindos. Cameron deu uma declaração no contexto europeu, mas nada muda [em relação a outros países]. Nosso país tem uma forte tradição de abertura. Como quando Gilberto Gil e Caetano Veloso foram recebidos nos anos 1970", afirmou Ellis.
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Lúcia Murat apresenta thriller sobre violência no Festival do Rio; leia trecho
SOBRE O TEXTO O trecho abaixo é parte do roteiro de "Praça Paris", filme dirigido por Lúcia Murat que estreia no Festival do Rio no sábado (7/10). A obra explora o conflito entre a psicanalista portuguesa Camila (Joana de Verona), que veio ao Brasil estudar violência, e sua paciente Gloria (Grace Passô ), que vive na pele o cotidiano do morro. * EXT. DIA/PRESÍDIO (Vista geral do presídio. Detalhe da porta principal. Gloria está numa fila de pessoas esperando que o portão abra. Chega a vez de Gloria.) GUARDA Nome do preso. GLORIA Jonas Santos. GUARDA Jonas Santos. Visita cancelada, senhora. GLORIA Mas cancelada por quê? GUARDA Eu sei lá, senhora, visita cancelada! GLORIA Não, mas por que, pô? (O guarda retira Gloria da fila.) GUARDA Próximo. Nome do preso? (Gloria se afasta e fica sem saber o que fazer.) EXT.TARDE/MORRO DA PROVIDÊNCIA (Gloria sobe o morro e olha. O policiamento está muito mais ostensivo. Mais policiais e mais armas. Ela sobe pelas escadarias e cruza com um grupo de policiais da UPP armados com metralhadoras, apontando para os moradores, olhando para o lado assustados enquanto descem. Um dos PMs aponta para Gloria e faz sinal para outro. Ele vai até Gloria, segura nos braços dela e a leva até a sede da UPP.) INT. TARDE-NOITE/SALA DA UPP (Gloria está sentada numa cadeira. Um policial joga um copo de água nela. Ela se assusta. Ela sabe o que vai acontecer.) POLICIAL 1 E aí? Quem é que tá levando informação lá pro seu irmão? Num sabe? GLORIA Não. POLICIAL 2 Você não sabe nada? GLORIA Não. POLICIAL 2 Vai, caralho, começa a falar aí, vai! Vai que você sabe. Quem que tá levando informação pro seu irmão? GLORIA Não sei. POLICIAL 1 Fala, filha da puta! O cara está perguntando, porra! Você vai falar tudo que eu quero saber. Não foi teu irmão? Foi quem? A Madre Teresa de Calcutá, caralho? (Os PMs continuam gritando com ela. Não se vê o que acontece com Gloria.) INT. NOITE/IGREJA EVANGÉLICA (Gloria, com o rosto todo machucado está ao lado do pastor, que reza fazendo um "livramento".) PASTOR Senhor, amarre todo o mal, derrube por terra todo o mal. Amarre, meu Pai, é teu pastor, é tua ovelha que pede misericórdia, Senhor. Gloria não pode pagar pelos pecados de seu irmão Jonas, meu Pai. Amarra! Derrama sua misericórdia sobre nós, Senhor. Em nome de Jesus, eu te imploro, Senhor, é seu pastor que pede em nome de Jesus. Amém! GLORIA Amém! PASTOR Senta, Gloria. Senta aqui, vem. GLORIA Obrigada, pastor. Escuta, pastor, eu sei que é pedir muito depois de tudo que o senhor fez por mim, eu sei, mas eles proibiram as visitas pro meu irmão. Eles estão falando que ele que é o culpado pelos tiroteios aqui do morro, mas ele não é não. Eu juro que ele mudou. Ele é outro, pastor, acredita em mim. PASTOR Gloria, só Deus pode transformar as almas impuras. GLORIA Eu sei... PASTOR E eu acredito nele. Você acredita nele? GLORIA Eu acredito. Eu acredito, pastor. Será que o senhor não consegue uma visita? Saber se ele tá bem? Levar a palavra de Deus pra ele, pastor, por favor. PASTOR Gloria, eu vou visitar seu irmão, mas é em pensamento, em oração. Pedir pra Deus derramar sua misericórdia sobre ele, pra que ele volte pro caminho certo. Eu vou clamar por misericórdia e você vai fazer o mesmo. Você vai pedir pelo seu irmão, em nome de Jesus. Amém!? GLORIA Amém. INT. DIA/CONSULTÓRIO DE PSICANÁLISE (Close em Camila, que não sabe bem o que fazer diante de Gloria com o rosto machucado, claramente agredido. Ela oferece um copo de água para Gloria.) CAMILA Eu lamento muito, Gloria. Isso é um absurdo! Eu não sei nem o que dizer, isso é um absurdo. Isso não pode ficar assim. Você tem que denunciar. E a universidade pode ajudar você nisso. Você não precisa ter medo. GLORIA Universidade? CAMILA Sim! GLORIA Universidade, doutora? (Gloria toma um gole da água, para um pouco e dá um sorriso.) GLORIA Você sabe que outro dia eu sonhei com você? Não, melhor, bem melhor. Eu sonhei que eu era você. (Camila fica um pouco espantada.) CAMILA E foi? GLORIA Foi. CAMILA E como é que era o sonho? GLORIA Eu falava igual a ti. É, com esse sotaque, desse jeitinho mesmo. E era rica e bonitinha. Como se a gente tivesse, tipo, trocado de lugar. Sabe? Eu aí e você aqui. Mas você não ia querer ter minha vida, ia? CAMILA É difícil porque nós de fato... Nós não podemos escolher ter a vida dos outros. GLORIA E eu, como a doutora, eu me enxergava igual a um bicho de zoológico. Porque é assim que você me enxerga, não é? Um bicho de zoológico? CAMILA É assim que você se enxerga? Quando você olha pra você mesma através do meu ponto de vista, é isso que você vê? Um bicho? GLORIA Bicho são todos, doutora, todos. A polícia, o tráfico, eu, você, todo mundo é bicho. Então não te preocupa não, que essa porrada aqui não ficou à toa, não. Sabe o que aconteceu? O pessoal foi lá e metralhou o posto da UPP. É... Um ficou ferido e outro morreu. (Gloria faz uma pausa e continua com uma provocação.) GLORIA E eu fiquei feliz, muito feliz. Tu é contra vingança? Mas é assim que acontece, é assim que funciona. Ainda acha que eu devo denunciar? Acha? * LÚCIA MURAT, 68, cineasta e roteirista, dirigiu "Que Bom te Ver Viva" e "Quase Dois Irmãos". RAPHAEL MONTES, 27, escritor e roteirista, é autor de "Suicidas" e "Jantar Secreto" (Companhia das Letras).
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Lúcia Murat apresenta thriller sobre violência no Festival do Rio; leia trechoSOBRE O TEXTO O trecho abaixo é parte do roteiro de "Praça Paris", filme dirigido por Lúcia Murat que estreia no Festival do Rio no sábado (7/10). A obra explora o conflito entre a psicanalista portuguesa Camila (Joana de Verona), que veio ao Brasil estudar violência, e sua paciente Gloria (Grace Passô ), que vive na pele o cotidiano do morro. * EXT. DIA/PRESÍDIO (Vista geral do presídio. Detalhe da porta principal. Gloria está numa fila de pessoas esperando que o portão abra. Chega a vez de Gloria.) GUARDA Nome do preso. GLORIA Jonas Santos. GUARDA Jonas Santos. Visita cancelada, senhora. GLORIA Mas cancelada por quê? GUARDA Eu sei lá, senhora, visita cancelada! GLORIA Não, mas por que, pô? (O guarda retira Gloria da fila.) GUARDA Próximo. Nome do preso? (Gloria se afasta e fica sem saber o que fazer.) EXT.TARDE/MORRO DA PROVIDÊNCIA (Gloria sobe o morro e olha. O policiamento está muito mais ostensivo. Mais policiais e mais armas. Ela sobe pelas escadarias e cruza com um grupo de policiais da UPP armados com metralhadoras, apontando para os moradores, olhando para o lado assustados enquanto descem. Um dos PMs aponta para Gloria e faz sinal para outro. Ele vai até Gloria, segura nos braços dela e a leva até a sede da UPP.) INT. TARDE-NOITE/SALA DA UPP (Gloria está sentada numa cadeira. Um policial joga um copo de água nela. Ela se assusta. Ela sabe o que vai acontecer.) POLICIAL 1 E aí? Quem é que tá levando informação lá pro seu irmão? Num sabe? GLORIA Não. POLICIAL 2 Você não sabe nada? GLORIA Não. POLICIAL 2 Vai, caralho, começa a falar aí, vai! Vai que você sabe. Quem que tá levando informação pro seu irmão? GLORIA Não sei. POLICIAL 1 Fala, filha da puta! O cara está perguntando, porra! Você vai falar tudo que eu quero saber. Não foi teu irmão? Foi quem? A Madre Teresa de Calcutá, caralho? (Os PMs continuam gritando com ela. Não se vê o que acontece com Gloria.) INT. NOITE/IGREJA EVANGÉLICA (Gloria, com o rosto todo machucado está ao lado do pastor, que reza fazendo um "livramento".) PASTOR Senhor, amarre todo o mal, derrube por terra todo o mal. Amarre, meu Pai, é teu pastor, é tua ovelha que pede misericórdia, Senhor. Gloria não pode pagar pelos pecados de seu irmão Jonas, meu Pai. Amarra! Derrama sua misericórdia sobre nós, Senhor. Em nome de Jesus, eu te imploro, Senhor, é seu pastor que pede em nome de Jesus. Amém! GLORIA Amém! PASTOR Senta, Gloria. Senta aqui, vem. GLORIA Obrigada, pastor. Escuta, pastor, eu sei que é pedir muito depois de tudo que o senhor fez por mim, eu sei, mas eles proibiram as visitas pro meu irmão. Eles estão falando que ele que é o culpado pelos tiroteios aqui do morro, mas ele não é não. Eu juro que ele mudou. Ele é outro, pastor, acredita em mim. PASTOR Gloria, só Deus pode transformar as almas impuras. GLORIA Eu sei... PASTOR E eu acredito nele. Você acredita nele? GLORIA Eu acredito. Eu acredito, pastor. Será que o senhor não consegue uma visita? Saber se ele tá bem? Levar a palavra de Deus pra ele, pastor, por favor. PASTOR Gloria, eu vou visitar seu irmão, mas é em pensamento, em oração. Pedir pra Deus derramar sua misericórdia sobre ele, pra que ele volte pro caminho certo. Eu vou clamar por misericórdia e você vai fazer o mesmo. Você vai pedir pelo seu irmão, em nome de Jesus. Amém!? GLORIA Amém. INT. DIA/CONSULTÓRIO DE PSICANÁLISE (Close em Camila, que não sabe bem o que fazer diante de Gloria com o rosto machucado, claramente agredido. Ela oferece um copo de água para Gloria.) CAMILA Eu lamento muito, Gloria. Isso é um absurdo! Eu não sei nem o que dizer, isso é um absurdo. Isso não pode ficar assim. Você tem que denunciar. E a universidade pode ajudar você nisso. Você não precisa ter medo. GLORIA Universidade? CAMILA Sim! GLORIA Universidade, doutora? (Gloria toma um gole da água, para um pouco e dá um sorriso.) GLORIA Você sabe que outro dia eu sonhei com você? Não, melhor, bem melhor. Eu sonhei que eu era você. (Camila fica um pouco espantada.) CAMILA E foi? GLORIA Foi. CAMILA E como é que era o sonho? GLORIA Eu falava igual a ti. É, com esse sotaque, desse jeitinho mesmo. E era rica e bonitinha. Como se a gente tivesse, tipo, trocado de lugar. Sabe? Eu aí e você aqui. Mas você não ia querer ter minha vida, ia? CAMILA É difícil porque nós de fato... Nós não podemos escolher ter a vida dos outros. GLORIA E eu, como a doutora, eu me enxergava igual a um bicho de zoológico. Porque é assim que você me enxerga, não é? Um bicho de zoológico? CAMILA É assim que você se enxerga? Quando você olha pra você mesma através do meu ponto de vista, é isso que você vê? Um bicho? GLORIA Bicho são todos, doutora, todos. A polícia, o tráfico, eu, você, todo mundo é bicho. Então não te preocupa não, que essa porrada aqui não ficou à toa, não. Sabe o que aconteceu? O pessoal foi lá e metralhou o posto da UPP. É... Um ficou ferido e outro morreu. (Gloria faz uma pausa e continua com uma provocação.) GLORIA E eu fiquei feliz, muito feliz. Tu é contra vingança? Mas é assim que acontece, é assim que funciona. Ainda acha que eu devo denunciar? Acha? * LÚCIA MURAT, 68, cineasta e roteirista, dirigiu "Que Bom te Ver Viva" e "Quase Dois Irmãos". RAPHAEL MONTES, 27, escritor e roteirista, é autor de "Suicidas" e "Jantar Secreto" (Companhia das Letras).
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Genro de Ariano Suassuna exibe fotos do escritor em SP; leia a entrevista
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Desde janeiro, a Caixa Cultura (no centro de São Paulo) homenageia Ariano Suassuna (1927-2014). Parte dessa programação, a mostra "O Decifrador" tem 15 fotos que retratam o escritor no seu cotidiano e em viagens. O artista plástico Alexandre Nóbrega foi genro de Suassuna, além de ter trabalhado ao seu lado por 14 anos. Ele lançou, em 2011, um livro com mais de 200 imagens. "Comecei a fotografar o Ariano sem nenhuma intenção. Não havia o plano de que isso resultasse em um livro ou em uma exposição", diz. O evento passou por Brasília, Recife e Rio de Janeiro. Em São Paulo, chegou sucinto: são 15 imagens que mostram o autor de "O Auto da Compadecida" em viagens pelo sertão do Nordeste. Na mostra, nenhuma fotografia tem legenda ou descrição. "Achei que seria desnecessário", afirma Nóbrega. Para ele, "as imagens falam por si só". É uma boa oportunidade para vislumbrar o autor paraibano, que costumava ser bastante reservado, em ângulos descontraídos e pessoais, clicados sem muita pretensão artística. Neste domingo (8), a Caixa Cultural exibe também os últimos filmes da mostra que homenageia Suassuna: "Princesa do Sertão", às 15h30, e "O Santo e a Porca", às 18h. Os ingressos custam R$ 1 e devem ser retirados com uma hora de antecedência. Veja, abaixo, a entrevista com Alexandre Nóbrega. Informe-se sobre o evento - Papo de... Fotógrafo Alexandre Nóbrega, autor da mostra e do livro "O Decifrador" sãopaulo - Ariano Suassuna parecia ser uma pessoa reservada. Ele deixou que você o fotografasse? Alexandre Nóbrega - Na verdade, eu comecei a fazer as fotos sem nenhuma pretensão. Eu cliquei imagens dele por cinco anos. Mas o Ariano só soube mesmo da dimensão do trabalho quando eu lhe mostrei o livro, que já estava praticamente pronto. Levei mais ou menos um ano para escolher as imagens que entrariam na obra e para definir o projeto gráfico. Você acha que Suassuna deixaria outra pessoa registrá-lo? Talvez não fosse possível com outra pessoa. Além de ser seu genro, trabalhei ao seu lado durante 14 anos. Tínhamos uma convivência íntima e diária. Ele chegou a ver a exposição de fotos? O que achou? Ele viu a mostra em algumas cidades. Me lembro que ele foi para Brasília, onde aconteceu a primeira exposição. Não me recordo exatamente, mas sei que ele comentou foto por foto e lembrou de momentos específicos, particularidades e casos. Quantas fotos você tirou do Suassuna? É difícil dizer. Mas acredito que foram aproximadamente 3.000. Depois que o livro foi publicado, continuei a fotografá-lo. Em São Paulo, a mostra tem 15 imagens. Qual foi seu critério de seleção? Isso depende da disponibilidade do espaço. Há centros culturais que comportam mais imagens, e outros, menos. Então, dividi as fotografias em "blocos". Há um com retratos do Ariano em sua casa, em Fortaleza, outro com cenas de viagens. Para São Paulo, selecionei momentos dele no sertão nordestino.
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Genro de Ariano Suassuna exibe fotos do escritor em SP; leia a entrevistaLUIZA WOLF DE SÃO PAULO Desde janeiro, a Caixa Cultura (no centro de São Paulo) homenageia Ariano Suassuna (1927-2014). Parte dessa programação, a mostra "O Decifrador" tem 15 fotos que retratam o escritor no seu cotidiano e em viagens. O artista plástico Alexandre Nóbrega foi genro de Suassuna, além de ter trabalhado ao seu lado por 14 anos. Ele lançou, em 2011, um livro com mais de 200 imagens. "Comecei a fotografar o Ariano sem nenhuma intenção. Não havia o plano de que isso resultasse em um livro ou em uma exposição", diz. O evento passou por Brasília, Recife e Rio de Janeiro. Em São Paulo, chegou sucinto: são 15 imagens que mostram o autor de "O Auto da Compadecida" em viagens pelo sertão do Nordeste. Na mostra, nenhuma fotografia tem legenda ou descrição. "Achei que seria desnecessário", afirma Nóbrega. Para ele, "as imagens falam por si só". É uma boa oportunidade para vislumbrar o autor paraibano, que costumava ser bastante reservado, em ângulos descontraídos e pessoais, clicados sem muita pretensão artística. Neste domingo (8), a Caixa Cultural exibe também os últimos filmes da mostra que homenageia Suassuna: "Princesa do Sertão", às 15h30, e "O Santo e a Porca", às 18h. Os ingressos custam R$ 1 e devem ser retirados com uma hora de antecedência. Veja, abaixo, a entrevista com Alexandre Nóbrega. Informe-se sobre o evento - Papo de... Fotógrafo Alexandre Nóbrega, autor da mostra e do livro "O Decifrador" sãopaulo - Ariano Suassuna parecia ser uma pessoa reservada. Ele deixou que você o fotografasse? Alexandre Nóbrega - Na verdade, eu comecei a fazer as fotos sem nenhuma pretensão. Eu cliquei imagens dele por cinco anos. Mas o Ariano só soube mesmo da dimensão do trabalho quando eu lhe mostrei o livro, que já estava praticamente pronto. Levei mais ou menos um ano para escolher as imagens que entrariam na obra e para definir o projeto gráfico. Você acha que Suassuna deixaria outra pessoa registrá-lo? Talvez não fosse possível com outra pessoa. Além de ser seu genro, trabalhei ao seu lado durante 14 anos. Tínhamos uma convivência íntima e diária. Ele chegou a ver a exposição de fotos? O que achou? Ele viu a mostra em algumas cidades. Me lembro que ele foi para Brasília, onde aconteceu a primeira exposição. Não me recordo exatamente, mas sei que ele comentou foto por foto e lembrou de momentos específicos, particularidades e casos. Quantas fotos você tirou do Suassuna? É difícil dizer. Mas acredito que foram aproximadamente 3.000. Depois que o livro foi publicado, continuei a fotografá-lo. Em São Paulo, a mostra tem 15 imagens. Qual foi seu critério de seleção? Isso depende da disponibilidade do espaço. Há centros culturais que comportam mais imagens, e outros, menos. Então, dividi as fotografias em "blocos". Há um com retratos do Ariano em sua casa, em Fortaleza, outro com cenas de viagens. Para São Paulo, selecionei momentos dele no sertão nordestino.
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Facebook vai lançar recurso para facilitar compra e venda em grupos
O Facebook anunciou que pretende facilitar a compra e venda de produtos em grupos da rede social. Com um novo botão "Venda", os usuários de grupos focados em comércio poderão criar uma publicação especial com descrição e preço do produto, além do local de retirada ou entrega. Vendedores também poderão marcar seus produtos como "disponível" ou "vendido", além de acessar um catálogo de itens vendidos anteriormente. O recurso será disponibilizado "nos próximos meses" à versão do Facebook para navegadores e aos aplicativos da rede social para Android e iOS. À Folha, o Facebook explicou que os administradores de grupos elegíveis receberão uma notificação da rede social para adotar a novidade.
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Facebook vai lançar recurso para facilitar compra e venda em gruposO Facebook anunciou que pretende facilitar a compra e venda de produtos em grupos da rede social. Com um novo botão "Venda", os usuários de grupos focados em comércio poderão criar uma publicação especial com descrição e preço do produto, além do local de retirada ou entrega. Vendedores também poderão marcar seus produtos como "disponível" ou "vendido", além de acessar um catálogo de itens vendidos anteriormente. O recurso será disponibilizado "nos próximos meses" à versão do Facebook para navegadores e aos aplicativos da rede social para Android e iOS. À Folha, o Facebook explicou que os administradores de grupos elegíveis receberão uma notificação da rede social para adotar a novidade.
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Airbnb adota regras para combater racismo de anfitriões
O Airbnb introduziu diversas mudanças nesta quinta-feira (8) para combater a discriminação em suas normas de locação de curto prazo, depois de enfrentar meses de críticas por seus anfitriões poderem facilmente rejeitar potenciais hóspedes com base em sua raça, religião, sexo, etnia, idade ou deficiência física. Em um relatório de 32 páginas, o Airbnb, sediado em San Francisco, anunciou que introduziria uma nova política de combate à discriminação que iria além do disposto por diversas leis antidiscriminação, e que solicitaria que todos os usuários aceitassem um "compromisso de comunidade" a partir de 1º de novembro. O compromisso solicita que as pessoas trabalhem com outros usuários do serviço, "independentemente de raça, religião, origem nacional, deficiência física, sexo, identidade de gênero, orientação sexual ou idade". Além disso, a empresa planeja experimentar uma redução no destaque dado às foto de usuários, que ajudam a sinalizar raça e sexo. O Airbnb também anunciou que aceleraria o uso de reservas instantâneas, que permitem que hóspedes reservem acomodações imediatamente, sem aprovação prévia do anfitrião. As ações representam a resposta do Airbnb a questões sobre discriminação que ameaçam prejudicar o crescimento da companhia. Em dezembro, pesquisadores da Universidade Harvard divulgaram um estudo que concluía que era mais difícil para hóspedes cujos nomes soassem negros reservar acomodações usando o site. Diversos usuários do Airbnb este ano revelaram na mídia social histórias sobre terem reservas recusadas em razão de sua raça. Em maio, Gregory Selden, negro, abriu um processo judicial contra a empresa por discriminação, afirmando que havia tido uma reserva negada por causa de sua raça e solicitando que o caso fosse classificado como ação coletiva. Laura Murphy, antiga diretora do escritório legislativo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), uma organização de defesa dos direitos civis, em Washington, foi contratada pelo Airbnb para compilar o relatório, e disse que o presidente-executivo da companhia, Brian Chesky, havia admitido que ela foi lenta em combater a discriminação. "Houve muitos exemplos inaceitáveis de pessoas que sofreram discriminação na plataforma Airbnb por causa de quem são ou da aparência que têm", escreveu Murphy no relatório. O Airbnb também montou uma equipe permanente de engenheiros com o propósito de eliminar distorções na maneira pela qual a empresa funciona. O Airbnb agora encaminha queixas de discriminação a uma equipe de especialistas treinados. Além de Murphy, a empresa contratou assessores como o antigo secretário de Justiça norte-americano Eric Holder e o advogado de direitos civis John Relman, de Washington. Fundado em agosto de 2008, o Airbnb já providenciou acomodações a mais de 60 milhões de hóspedes, em 34 cidades e 191 países. A empresa de capital fechado foi avaliada em US$ 25 bilhões e sua expansão se baseia em parte na ideia de que ela seja uma empresa mundial, oferecendo acomodações a ampla gama de usuários quando esses viajam. "Embora o Airbnb não tenha aceitado todas as recomendações que fizemos, eles as consideraram cuidadosamente, e esse relatório é prova", disse Wade Henderson, presidente da Conferência de Lideranças de Direitos Civis e Humanos, que assessorou na preparação do relatório. O relatório, disse ele, "é um importante primeiro passo que mostra abertura quanto a considerar soluções de longo alcance para reduzir a discriminação na plataforma do Airbnb". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Airbnb adota regras para combater racismo de anfitriõesO Airbnb introduziu diversas mudanças nesta quinta-feira (8) para combater a discriminação em suas normas de locação de curto prazo, depois de enfrentar meses de críticas por seus anfitriões poderem facilmente rejeitar potenciais hóspedes com base em sua raça, religião, sexo, etnia, idade ou deficiência física. Em um relatório de 32 páginas, o Airbnb, sediado em San Francisco, anunciou que introduziria uma nova política de combate à discriminação que iria além do disposto por diversas leis antidiscriminação, e que solicitaria que todos os usuários aceitassem um "compromisso de comunidade" a partir de 1º de novembro. O compromisso solicita que as pessoas trabalhem com outros usuários do serviço, "independentemente de raça, religião, origem nacional, deficiência física, sexo, identidade de gênero, orientação sexual ou idade". Além disso, a empresa planeja experimentar uma redução no destaque dado às foto de usuários, que ajudam a sinalizar raça e sexo. O Airbnb também anunciou que aceleraria o uso de reservas instantâneas, que permitem que hóspedes reservem acomodações imediatamente, sem aprovação prévia do anfitrião. As ações representam a resposta do Airbnb a questões sobre discriminação que ameaçam prejudicar o crescimento da companhia. Em dezembro, pesquisadores da Universidade Harvard divulgaram um estudo que concluía que era mais difícil para hóspedes cujos nomes soassem negros reservar acomodações usando o site. Diversos usuários do Airbnb este ano revelaram na mídia social histórias sobre terem reservas recusadas em razão de sua raça. Em maio, Gregory Selden, negro, abriu um processo judicial contra a empresa por discriminação, afirmando que havia tido uma reserva negada por causa de sua raça e solicitando que o caso fosse classificado como ação coletiva. Laura Murphy, antiga diretora do escritório legislativo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), uma organização de defesa dos direitos civis, em Washington, foi contratada pelo Airbnb para compilar o relatório, e disse que o presidente-executivo da companhia, Brian Chesky, havia admitido que ela foi lenta em combater a discriminação. "Houve muitos exemplos inaceitáveis de pessoas que sofreram discriminação na plataforma Airbnb por causa de quem são ou da aparência que têm", escreveu Murphy no relatório. O Airbnb também montou uma equipe permanente de engenheiros com o propósito de eliminar distorções na maneira pela qual a empresa funciona. O Airbnb agora encaminha queixas de discriminação a uma equipe de especialistas treinados. Além de Murphy, a empresa contratou assessores como o antigo secretário de Justiça norte-americano Eric Holder e o advogado de direitos civis John Relman, de Washington. Fundado em agosto de 2008, o Airbnb já providenciou acomodações a mais de 60 milhões de hóspedes, em 34 cidades e 191 países. A empresa de capital fechado foi avaliada em US$ 25 bilhões e sua expansão se baseia em parte na ideia de que ela seja uma empresa mundial, oferecendo acomodações a ampla gama de usuários quando esses viajam. "Embora o Airbnb não tenha aceitado todas as recomendações que fizemos, eles as consideraram cuidadosamente, e esse relatório é prova", disse Wade Henderson, presidente da Conferência de Lideranças de Direitos Civis e Humanos, que assessorou na preparação do relatório. O relatório, disse ele, "é um importante primeiro passo que mostra abertura quanto a considerar soluções de longo alcance para reduzir a discriminação na plataforma do Airbnb". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Após carta, Dilma e Temer marcam reunião para esta quarta-feira
A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer vão se encontrar pessoalmente nesta quarta-feira (9), assim que a petista voltar de sua viagem a Roraima, onde participa da entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida. O encontro deve ocorrer no início da noite no Palácio da Alvorada. Com o aval de Dilma, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) procurou nesta terça a um assessor de Temer para agendar uma conversa entre o peemedebista e a presidente. O telefonema do ministro aconteceu um dia depois de Temer ter enviado uma carta à presidente explicitando o que ele avalia ser a falta de confiança de Dilma em relação a ele e a seu partido, o PMDB. Apesar de uma ala do Palácio do Planalto defender que Dilma não responda nem procure Temer já que, na avaliação desses assessores, a carta significou "um rompimento total" por parte do vice, Dilma deu o aval para que o ministro marcasse um encontro para que ela conversasse pessoalmente com Temer. Segundo aliados, os dois devem se falar após as agendas públicas de ambos, no início da noite desta terça. Wagner foi o segundo emissário enviado por Dilma ao vice após a divulgação do conteúdo da carta pela imprensa. Na madrugada desta terça, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, foi ao Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República, para "medir a temperatura" de Temer e ver se haveria clima para Dilma chamá-lo para uma conversa no dia seguinte. CARTA No documento, enviado à presidente em caráter pessoal e privado, Temer diz que sempre teve "ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB". Ele diz que passou os primeiros quatros anos de governo como "vice decorativo". O vice começa a carta dizendo que a palavra voa, mas o escrito fica. Por isso, diz, preferiu escrever. Avisa então que está fazendo um "desabafo" que deveria ter feito "há muito tempo". Na avaliação de amigos do vice, a carta realmente representa o rompimento com a presidente Dilma, apesar de o peemedebista não querer dar esta conotação ao documento. Temer demonstra profundo incômodo com declarações e ações de Dilma, de seu governo e de seus aliados sobre a "confiança" que devotam a ele. "Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade", escreve. "Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos." "Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo", sustenta Temer. Para ilustrar, cita o esforço que fez para manter o PMDB com Dilma. "Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% [dos dirigentes do PMDB] votaram pela aliança". "E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à vice." Temer diz que tem usado o prestígio que construiu no partido para manter o PMDB ao lado de Dilma. "Isso tudo não gerou confiança em mim. Gera desconfiança e menosprezo do governo", conclui. O vice ainda elenca 11 fatos que, segundo ele, demonstram o desprezo por ele e pelo PMDB, que "jamais" eram chamados para formulações econômicas ou políticas. "Éramos meros acessórios, secundários, subsidiários". Quando fala em "vice decorativo", Temer diz que perdeu "todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo". "Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas". Ele lembra, por exemplo, que quando assumiu a articulação política não conseguiu honrar acordos porque o governo não lhe dava condições. O vice ainda reclama de conversa entre ele e Dilma que "foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor" do que foi tratado. Nesta terça, a presidente e Temer têm agendas diferentes no mesmo horário. Dilma se reúne com governadores às 17h, no Palácio do Planalto; no mesmo horário, o vice encontra representantes do Secovi-SP, em seu gabinete, também em Brasília. DISTANCIAMENTO A decisão de Temer de enviar a carta foi o ponto alto de mais um dia conturbado nas relações entre ele e a petista. Antes da divulgação do texto, o ex-ministro Eliseu Padilha, um dos principais aliados do vice, disse que Temer está fazendo uma "aferição" do sentimento do PMDB sobre o impeachment. Padilha foi o primeiro grande aliado de Temer a abandonar o governo. Ele chefiava a Aviação Civil até a semana passada. Depois de reconhecer que o PMDB está "literalmente dividido" sobre o afastamento de Dilma, Padilha disse que Temer, como presidente nacional da sigla, está consultando deputados, senadores e os 27 dirigentes estaduais. "Temos que ver onde é que está o segmento majoritário do partido", disse Padilha. A declaração alarmou o Planalto. Aliados de Dilma vinham trabalhando para arrancar do vice condenação ao impeachment. No entanto, a fala de Padilha confirmou que Temer não tem demonstrado disposição em defender o mandato da presidente. Pela manhã, Dilma havia dito à imprensa que não desconfiava "um milímetro" de seu vice e que esperava dele o "comportamento bastante correto" que ele sempre teve. Antes da carta tornar-se pública, o governador do Estado mais importante controlado pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, do Rio, criticou a atitude do vice, que estaria "conspirando" contra Dilma. "Vice é para ter atribuições, para ajudar na governabilidade, e não para conspirar", disse, ao jornal "O Dia". "Adoro o Michel, mas eu não estou achando legal o posicionamento dele nessa questão com a presidenta Dilma."
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Após carta, Dilma e Temer marcam reunião para esta quarta-feiraA presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer vão se encontrar pessoalmente nesta quarta-feira (9), assim que a petista voltar de sua viagem a Roraima, onde participa da entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida. O encontro deve ocorrer no início da noite no Palácio da Alvorada. Com o aval de Dilma, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) procurou nesta terça a um assessor de Temer para agendar uma conversa entre o peemedebista e a presidente. O telefonema do ministro aconteceu um dia depois de Temer ter enviado uma carta à presidente explicitando o que ele avalia ser a falta de confiança de Dilma em relação a ele e a seu partido, o PMDB. Apesar de uma ala do Palácio do Planalto defender que Dilma não responda nem procure Temer já que, na avaliação desses assessores, a carta significou "um rompimento total" por parte do vice, Dilma deu o aval para que o ministro marcasse um encontro para que ela conversasse pessoalmente com Temer. Segundo aliados, os dois devem se falar após as agendas públicas de ambos, no início da noite desta terça. Wagner foi o segundo emissário enviado por Dilma ao vice após a divulgação do conteúdo da carta pela imprensa. Na madrugada desta terça, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, foi ao Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República, para "medir a temperatura" de Temer e ver se haveria clima para Dilma chamá-lo para uma conversa no dia seguinte. CARTA No documento, enviado à presidente em caráter pessoal e privado, Temer diz que sempre teve "ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB". Ele diz que passou os primeiros quatros anos de governo como "vice decorativo". O vice começa a carta dizendo que a palavra voa, mas o escrito fica. Por isso, diz, preferiu escrever. Avisa então que está fazendo um "desabafo" que deveria ter feito "há muito tempo". Na avaliação de amigos do vice, a carta realmente representa o rompimento com a presidente Dilma, apesar de o peemedebista não querer dar esta conotação ao documento. Temer demonstra profundo incômodo com declarações e ações de Dilma, de seu governo e de seus aliados sobre a "confiança" que devotam a ele. "Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade", escreve. "Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos." "Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo", sustenta Temer. Para ilustrar, cita o esforço que fez para manter o PMDB com Dilma. "Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% [dos dirigentes do PMDB] votaram pela aliança". "E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à vice." Temer diz que tem usado o prestígio que construiu no partido para manter o PMDB ao lado de Dilma. "Isso tudo não gerou confiança em mim. Gera desconfiança e menosprezo do governo", conclui. O vice ainda elenca 11 fatos que, segundo ele, demonstram o desprezo por ele e pelo PMDB, que "jamais" eram chamados para formulações econômicas ou políticas. "Éramos meros acessórios, secundários, subsidiários". Quando fala em "vice decorativo", Temer diz que perdeu "todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo". "Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas". Ele lembra, por exemplo, que quando assumiu a articulação política não conseguiu honrar acordos porque o governo não lhe dava condições. O vice ainda reclama de conversa entre ele e Dilma que "foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor" do que foi tratado. Nesta terça, a presidente e Temer têm agendas diferentes no mesmo horário. Dilma se reúne com governadores às 17h, no Palácio do Planalto; no mesmo horário, o vice encontra representantes do Secovi-SP, em seu gabinete, também em Brasília. DISTANCIAMENTO A decisão de Temer de enviar a carta foi o ponto alto de mais um dia conturbado nas relações entre ele e a petista. Antes da divulgação do texto, o ex-ministro Eliseu Padilha, um dos principais aliados do vice, disse que Temer está fazendo uma "aferição" do sentimento do PMDB sobre o impeachment. Padilha foi o primeiro grande aliado de Temer a abandonar o governo. Ele chefiava a Aviação Civil até a semana passada. Depois de reconhecer que o PMDB está "literalmente dividido" sobre o afastamento de Dilma, Padilha disse que Temer, como presidente nacional da sigla, está consultando deputados, senadores e os 27 dirigentes estaduais. "Temos que ver onde é que está o segmento majoritário do partido", disse Padilha. A declaração alarmou o Planalto. Aliados de Dilma vinham trabalhando para arrancar do vice condenação ao impeachment. No entanto, a fala de Padilha confirmou que Temer não tem demonstrado disposição em defender o mandato da presidente. Pela manhã, Dilma havia dito à imprensa que não desconfiava "um milímetro" de seu vice e que esperava dele o "comportamento bastante correto" que ele sempre teve. Antes da carta tornar-se pública, o governador do Estado mais importante controlado pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, do Rio, criticou a atitude do vice, que estaria "conspirando" contra Dilma. "Vice é para ter atribuições, para ajudar na governabilidade, e não para conspirar", disse, ao jornal "O Dia". "Adoro o Michel, mas eu não estou achando legal o posicionamento dele nessa questão com a presidenta Dilma."
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Perícia paralela da morte de promotor levanta suspeitas sobre assistente
Depois de a ex-mulher do promotor argentino encontrado morto em janeiro, Alberto Nisman, apresentar as conclusões de uma perícia paralela, todas as atenções se voltaram para o técnico em informática Diego Lagomarsino, que trabalhava como assistente do promotor. Lagomarsino admitiu ter emprestado a Nisman a pistola que efetuou o disparo e disse que esteve com ele duas vezes no sábado, um dia antes de o promotor ser encontrado morto. A versão de Lagomarsino é de que esteve com Nisman ao anoitecer, mas não especificou o horário do encontro. A perícia paralela encomendada pela ex-mulher de Nisman, Sandra Arroyo Salgado, concluiu que o promotor provavelmente morreu entre 16h e meia-noite de sábado. A investigação oficial apontava que sua morte teria ocorrido no domingo, por volta do meio-dia. Em entrevista nesta sexta-feira (6), o novo chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, citou Lagomarsino. "É a hora em que Lagomarsino estava no apartamento [do promotor]", disse ele, referindo-se à provável hora da morte. "A defesa de Lagomarsino deve estar extremamente preocupada com o que disse Arroyo Salgado". A defesa do técnico em informática não se pronunciou. Fernández ressaltou que o governo tem interesse na solução do caso mas não participa da investigação. Ainda assim, o chefe de gabinete voltou a especular sobre a hipótese de assassinato. "Se foi um homicídio, tem que ter sido uma pessoa de conhecimento de Nisman", disse ele, lembrando que a investigação oficial afirma que o corpo do promotor não apresentava sinais de luta. "Não é provável que um assassino, um matador contratado, vá à casa de uma pessoa que não conhece para matá-la e use uma pistola que não lhe pertence, e que não sabe onde está e se funciona", acrescentou. Nisman foi encontrado morto no dia 18 de janeiro, em seu apartamento em Buenos Aires. No dia seguinte, o promotor do caso AMIA apresentaria uma denúncia contra Cristina Kirchner e aliados sobre um suposto plano de encobrimento dos suspeitos de um atentado a um centro judaico em 1994. OUTRO LADO O advogado Maximiliano Rusconi, que defende Lagomarsino, criticou a perícia paralela conduzida por Arroyo Salgado. "Lamentavelmente, o que aconteceu ontem [quinta, 5] não é o mais saudável para uma investigação", disse em entrevista à uma rádio local. Segundo ele, a promotoria conduz uma apuração oficial do caso, com peritos próprios, o que dá transparência às partes. "Normalmente a produção de informações se dá nesse expediente e isso lhe dá transparência", disse. "Não conhecemos os fundamentos que estão por trás dessas conclusões [da perícia apresentada por Arroyo Salgado]." Segundo Rusconi, há informações no inquérito de que o computador de Nisman foi utilizado na manhã de domingo, com uma navegação aparentemente similar à habitualmente feita pelo promotor. Ele acrescentou que a ex-mulher de Nisman sabe dessa informação, que segundo ele é oficial. O advogado revelou que o computador de Nisman foi usado às 8h de domingo. O usuário leu jornais e entrou no e-mail de Nisman, o que segundo Rusconi parece ser uma navegação padrão do promotor. Ele disse que Lagomarsino foi o que mais deu informações ao caso até agora e que mantém a mesma versão.
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Perícia paralela da morte de promotor levanta suspeitas sobre assistenteDepois de a ex-mulher do promotor argentino encontrado morto em janeiro, Alberto Nisman, apresentar as conclusões de uma perícia paralela, todas as atenções se voltaram para o técnico em informática Diego Lagomarsino, que trabalhava como assistente do promotor. Lagomarsino admitiu ter emprestado a Nisman a pistola que efetuou o disparo e disse que esteve com ele duas vezes no sábado, um dia antes de o promotor ser encontrado morto. A versão de Lagomarsino é de que esteve com Nisman ao anoitecer, mas não especificou o horário do encontro. A perícia paralela encomendada pela ex-mulher de Nisman, Sandra Arroyo Salgado, concluiu que o promotor provavelmente morreu entre 16h e meia-noite de sábado. A investigação oficial apontava que sua morte teria ocorrido no domingo, por volta do meio-dia. Em entrevista nesta sexta-feira (6), o novo chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, citou Lagomarsino. "É a hora em que Lagomarsino estava no apartamento [do promotor]", disse ele, referindo-se à provável hora da morte. "A defesa de Lagomarsino deve estar extremamente preocupada com o que disse Arroyo Salgado". A defesa do técnico em informática não se pronunciou. Fernández ressaltou que o governo tem interesse na solução do caso mas não participa da investigação. Ainda assim, o chefe de gabinete voltou a especular sobre a hipótese de assassinato. "Se foi um homicídio, tem que ter sido uma pessoa de conhecimento de Nisman", disse ele, lembrando que a investigação oficial afirma que o corpo do promotor não apresentava sinais de luta. "Não é provável que um assassino, um matador contratado, vá à casa de uma pessoa que não conhece para matá-la e use uma pistola que não lhe pertence, e que não sabe onde está e se funciona", acrescentou. Nisman foi encontrado morto no dia 18 de janeiro, em seu apartamento em Buenos Aires. No dia seguinte, o promotor do caso AMIA apresentaria uma denúncia contra Cristina Kirchner e aliados sobre um suposto plano de encobrimento dos suspeitos de um atentado a um centro judaico em 1994. OUTRO LADO O advogado Maximiliano Rusconi, que defende Lagomarsino, criticou a perícia paralela conduzida por Arroyo Salgado. "Lamentavelmente, o que aconteceu ontem [quinta, 5] não é o mais saudável para uma investigação", disse em entrevista à uma rádio local. Segundo ele, a promotoria conduz uma apuração oficial do caso, com peritos próprios, o que dá transparência às partes. "Normalmente a produção de informações se dá nesse expediente e isso lhe dá transparência", disse. "Não conhecemos os fundamentos que estão por trás dessas conclusões [da perícia apresentada por Arroyo Salgado]." Segundo Rusconi, há informações no inquérito de que o computador de Nisman foi utilizado na manhã de domingo, com uma navegação aparentemente similar à habitualmente feita pelo promotor. Ele acrescentou que a ex-mulher de Nisman sabe dessa informação, que segundo ele é oficial. O advogado revelou que o computador de Nisman foi usado às 8h de domingo. O usuário leu jornais e entrou no e-mail de Nisman, o que segundo Rusconi parece ser uma navegação padrão do promotor. Ele disse que Lagomarsino foi o que mais deu informações ao caso até agora e que mantém a mesma versão.
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Comércio, Trabalho e Política
Há muitas coisas sobre a eleição de 2016 que ninguém previu, e uma delas é que a política comercial internacional provavelmente será uma questão importante na campanha presidencial. Além disso, as posições dos partidos serão ao contrário do que você poderia esperar: os republicanos, que afirmam ser a favor do livre mercado, provavelmente vão nomear um protecionista puro, deixando os democratas, com seu ceticismo sobre os mercados desimpedidos, como defensores de fato de comércio relativamente aberto. Mas este não é um desdobramento tão peculiar quanto parece. Deixando de lado as reivindicações retóricas, os republicanos há muito tempo tendem, na prática, a ser mais protecionistas do que os democratas. E há uma razão para essa diferença. É verdade que a globalização pressiona os salários de muitos trabalhadores para baixo – mas os progressistas podem oferecer uma variedade de respostas a essa pressão, enquanto que, no lado da direita, o protecionismo é tudo o que eles têm. Quando digo que os republicanos têm sido mais protecionistas do que os democratas, não estou falando sobre o passado distante, sobre as políticas de tarifas elevadas da Era do Ouro. Estou falando de presidentes republicanos modernos, como Ronald Reagan e George W. Bush. Reagan, afinal, impôs uma quota de importação de automóveis que acabou custando bilhões de dólares aos consumidores. E Bush impôs tarifas sobre o aço que estavam em clara violação dos acordos internacionais, apenas voltando atrás depois que a União Europeia ameaçou impor sanções retaliatórias. Na verdade, o último episódio deve ser uma lição para qualquer um que fale duramente sobre o comércio. A administração Bush sofria de um caso de ilusão de superpotência, uma crença de que a América poderia ditar acontecimentos em todo o mundo. A falsidade dessa crença foi mais espetacularmente demonstrada pelo fracasso no Iraque. Mas o acerto de contas chegou ainda mais cedo sobre o comércio, uma área onde outros players, a Europa em particular, têm tanto poder quanto nós. A ameaça de retaliação também não é o único fator que deve impedir uma virada protecionista forte. Há também os danos colaterais que seriam impostos aos países pobres. Falar agora sobre o que uma guerra comercial causaria, digamos, em Bangladesh, é provavelmente fazer má política. Mas qualquer futuro presidente responsável teria que pensar muito sobre essas questões. Então, novamente, poderíamos estar falando do presidente Trump. Mas voltando à questão mais ampla de como ajudar os trabalhadores pressionados pela economia global. A análise econômica séria nunca apoiou a visão Poliana do comércio como ganha-ganha para todos, que é popular nos círculos da elite: o crescimento do comércio pode na verdade ferir muitas pessoas e, há algumas décadas, a globalização provavelmente tem sido uma força depressora para a maioria dos trabalhadores americanos. Mas o protecionismo não é a única maneira de combater essa pressão para baixo. Na verdade, muitas das coisas ruins que associamos à globalização nos EUA foram escolhas políticas, consequências não necessárias – e elas não aconteceram em outros países avançados, embora esses países tenham enfrentado as mesmas forças globais que nós. Considere, por exemplo, o caso da Dinamarca, que Bernie Sanders sempre toma como modelo. Como membro da União Europeia, a Dinamarca está sujeita a acordos comerciais globais, assim como nós – e embora não tenha um acordo de livre comércio com o México, há uma abundância de trabalhadores de salários baixos na Europa do Leste e do Sul. No entanto, a Dinamarca tem muito menos desigualdade do que nós. Por quê? Parte da resposta é que os trabalhadores na Dinamarca, dos quais dois terços são sindicalizados, ainda têm bastante poder de negociação. Se as corporações americanas foram capazes de usar a ameaça de importações para esmagar os sindicatos, foi apenas porque o nosso ambiente político apoiou o cerceamento deles. Mesmo no vizinho Canadá, não se viu nada como o colapso dos sindicados que ocorreu aqui. E o resto da resposta é que a Dinamarca (e, em menor medida, o Canadá) tem uma rede de seguridade social muito mais forte do que nós EUA, nos dizem constantemente que a concorrência global significa que não podemos sequer pagar nem mesmo a rede de seguridade que temos; por mais estranho que pareça, outros países ricos não parecem ter esse problema. O que tudo isso significa, como eu disse, é que o candidato democrata não terá que se envolver na selvageria sobre o comércio. Ela (sim, ainda é esmagadoramente provável que seja Hillary Clinton) vai, justamente, expressar ceticismo sobre futuros acordos comerciais, mas será capaz de lidar com os problemas das famílias trabalhadoras sem se envolver em conversas bobas e irresponsáveis sobre o sistema de comércio mundial. O candidato republicano não. E há uma lição aqui que vai além desta eleição. Se você é, no geral, e um torcedor dos mercados mundiais abertos – e você deveria ser, principalmente porque o acesso ao mercado é tão importante para os países pobres – você precisa saber que, seja lá o que eles digam, os políticos que defendem a ideologia rígida de livre mercado não estão do seu lado. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Comércio, Trabalho e PolíticaHá muitas coisas sobre a eleição de 2016 que ninguém previu, e uma delas é que a política comercial internacional provavelmente será uma questão importante na campanha presidencial. Além disso, as posições dos partidos serão ao contrário do que você poderia esperar: os republicanos, que afirmam ser a favor do livre mercado, provavelmente vão nomear um protecionista puro, deixando os democratas, com seu ceticismo sobre os mercados desimpedidos, como defensores de fato de comércio relativamente aberto. Mas este não é um desdobramento tão peculiar quanto parece. Deixando de lado as reivindicações retóricas, os republicanos há muito tempo tendem, na prática, a ser mais protecionistas do que os democratas. E há uma razão para essa diferença. É verdade que a globalização pressiona os salários de muitos trabalhadores para baixo – mas os progressistas podem oferecer uma variedade de respostas a essa pressão, enquanto que, no lado da direita, o protecionismo é tudo o que eles têm. Quando digo que os republicanos têm sido mais protecionistas do que os democratas, não estou falando sobre o passado distante, sobre as políticas de tarifas elevadas da Era do Ouro. Estou falando de presidentes republicanos modernos, como Ronald Reagan e George W. Bush. Reagan, afinal, impôs uma quota de importação de automóveis que acabou custando bilhões de dólares aos consumidores. E Bush impôs tarifas sobre o aço que estavam em clara violação dos acordos internacionais, apenas voltando atrás depois que a União Europeia ameaçou impor sanções retaliatórias. Na verdade, o último episódio deve ser uma lição para qualquer um que fale duramente sobre o comércio. A administração Bush sofria de um caso de ilusão de superpotência, uma crença de que a América poderia ditar acontecimentos em todo o mundo. A falsidade dessa crença foi mais espetacularmente demonstrada pelo fracasso no Iraque. Mas o acerto de contas chegou ainda mais cedo sobre o comércio, uma área onde outros players, a Europa em particular, têm tanto poder quanto nós. A ameaça de retaliação também não é o único fator que deve impedir uma virada protecionista forte. Há também os danos colaterais que seriam impostos aos países pobres. Falar agora sobre o que uma guerra comercial causaria, digamos, em Bangladesh, é provavelmente fazer má política. Mas qualquer futuro presidente responsável teria que pensar muito sobre essas questões. Então, novamente, poderíamos estar falando do presidente Trump. Mas voltando à questão mais ampla de como ajudar os trabalhadores pressionados pela economia global. A análise econômica séria nunca apoiou a visão Poliana do comércio como ganha-ganha para todos, que é popular nos círculos da elite: o crescimento do comércio pode na verdade ferir muitas pessoas e, há algumas décadas, a globalização provavelmente tem sido uma força depressora para a maioria dos trabalhadores americanos. Mas o protecionismo não é a única maneira de combater essa pressão para baixo. Na verdade, muitas das coisas ruins que associamos à globalização nos EUA foram escolhas políticas, consequências não necessárias – e elas não aconteceram em outros países avançados, embora esses países tenham enfrentado as mesmas forças globais que nós. Considere, por exemplo, o caso da Dinamarca, que Bernie Sanders sempre toma como modelo. Como membro da União Europeia, a Dinamarca está sujeita a acordos comerciais globais, assim como nós – e embora não tenha um acordo de livre comércio com o México, há uma abundância de trabalhadores de salários baixos na Europa do Leste e do Sul. No entanto, a Dinamarca tem muito menos desigualdade do que nós. Por quê? Parte da resposta é que os trabalhadores na Dinamarca, dos quais dois terços são sindicalizados, ainda têm bastante poder de negociação. Se as corporações americanas foram capazes de usar a ameaça de importações para esmagar os sindicatos, foi apenas porque o nosso ambiente político apoiou o cerceamento deles. Mesmo no vizinho Canadá, não se viu nada como o colapso dos sindicados que ocorreu aqui. E o resto da resposta é que a Dinamarca (e, em menor medida, o Canadá) tem uma rede de seguridade social muito mais forte do que nós EUA, nos dizem constantemente que a concorrência global significa que não podemos sequer pagar nem mesmo a rede de seguridade que temos; por mais estranho que pareça, outros países ricos não parecem ter esse problema. O que tudo isso significa, como eu disse, é que o candidato democrata não terá que se envolver na selvageria sobre o comércio. Ela (sim, ainda é esmagadoramente provável que seja Hillary Clinton) vai, justamente, expressar ceticismo sobre futuros acordos comerciais, mas será capaz de lidar com os problemas das famílias trabalhadoras sem se envolver em conversas bobas e irresponsáveis sobre o sistema de comércio mundial. O candidato republicano não. E há uma lição aqui que vai além desta eleição. Se você é, no geral, e um torcedor dos mercados mundiais abertos – e você deveria ser, principalmente porque o acesso ao mercado é tão importante para os países pobres – você precisa saber que, seja lá o que eles digam, os políticos que defendem a ideologia rígida de livre mercado não estão do seu lado. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Doações para a Prefeitura de São Paulo: não há limites?
Desde o início do ano, o empenho da nova gestão da Prefeitura de São Paulo para a obtenção de doações de empresas privadas tem sido objeto de elogios, mas, sobretudo, de preocupações. Recentemente o tema ganhou destaque diante da cessão de espaço publicitário por empresa farmacêutica para a veiculação de banner do programa "Cidade Linda" durante jogo de futebol da seleção brasileira. E ainda pelo recebimento de medicamentos doados sem a completa observância da listagem estipulada pela política municipal de assistência farmacêutica. Além disso, chamou a atenção a ausência de publicações prévias no Diário Oficial de todas as doações recebidas e, ao ter sido questionada sobre essa omissão, a prefeitura disponibilizou tabela no portal da transparência com informações incompletas de parte dessas doações. O Prêmio Empreendedor Social está com inscrições abertas; participe Nesse contexto, em março uma Ação Popular foi proposta contra o município de São Paulo e o prefeito João Dória, questionando a moralidade das doações empresariais. De acordo com os autores da ação, as empresas só atuariam na lógica da finalidade lucrativa e, por isso, não realizariam ações de solidariedade sem outras intenções. A liminar foi negada em primeira instância e a ação ainda aguarda o desfecho no poder judiciário, mas já revela a importância de se conhecer os limites legais para o debate sobre o tema. A união, os Estados e os municípios podem regular o recebimento das doações de maneira autônoma, desde que observem os princípios gerais aplicáveis às administrações públicas como legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade (art. 37 da Constituição Federal). Na cidade de São Paulo, há previsão legal específica desde a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (Decreto nº 40384/2001) que autoriza o recebimento das doações privadas. De acordo com esta norma, as Secretarias Municipais e as Subprefeituras de São Paulo ficam autorizadas –após análise jurídica– a receber bens e serviços em doação, sendo possível a inserção do nome do doador no objeto ou material de divulgação. Para que a divulgação da marca ocorra, desde alteração normativa promovida pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (Decreto nº 52062/2010), é necessária a anuência da prefeitura que avaliará se há o atendimento ao interesse público, considerando inclusive o valor dos investimentos e a área de divulgação da marca. Fora esses cuidados, cuja observância deve ser explícita e constar nos canais adequados de transparência da gestão pública, as normas paulistanas que disciplinam as doações seguem o dito popular "cavalo dado não se olha os dentes" e não fazem qualquer exigência em relação ao perfil do doador ou especificidades do bem doado. Ou seja, não exigem conhecimento sobre quem é o doador, a qualidade de suas práticas, sua reputação, qual é o tipo de consumo que o seu produto estimula, tampouco a natureza de suas relações com a administração pública ou com o gestor público da ocasião. Por não haver preocupação expressa nas normas, o ônus do gestor público deveria ser ainda maior, pois, no exercício da sua discricionariedade, precisa ser capaz de demonstrar de maneira transparente a presença da ética na doação, assegurar que não há desproporcionalidade entre o bem doado e os benefícios –diretos e indiretos– em favor do doador, garantindo o atendimento aos princípios constitucionais e ao interesse público, tanto presente, quanto futuro. É que, vale alertar, a divulgação da marca não é o único benefício imediato para o doador. Dentro do ambiente da licitude, a experiência com a prestação de serviços ou oferta de bens pode gerar vantagens competitivas para a empresa em eventual licitação que vier a participar. Por essa razão não se poderia admitir, por exemplo, o recebimento de doações que acabassem por tornar a prefeitura dependente de um tipo de serviço fornecido exclusivamente pela empresa doadora. Isso faria com que a doação se apresentasse muito mais como uma forma indireta de venda de serviços e reserva de mercado do que um ato de liberalidade da empresa com propósito de colaborar com a gestão pública. Em contexto de tantas desigualdades sociais, é importante fomentar esforços de governos, empresas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e indivíduos em prol da melhoria do espaço público, com observância dos princípios e das regras legais. É por isso que cada vez mais espera-se que empresas tenham uma atuação socialmente responsável, ética e colaborativa. Algumas, inclusive, já começam a se alinhar a movimentos internacionais para dar um passo além e gerar impacto socioambiental positivo no exercício da sua própria atividade econômica. Diante da influência que a aproximação com determinadas empresas pode causar em políticas públicas e no mercado consumidor, é preciso respeitar os limites legais e avaliar de maneira cuidadosa se há a presença do interesse público de maneira sistêmica em cada relação. No campo da administração pública, há um modelo interessante proposto pela legislação que trata das parcerias com o setor sem fins lucrativos (Lei 13.019/2014), denominado Procedimento de Manifestação de Interesse Social que poderia inspirar as práticas do município de São Paulo e, quem sabe, um novo marco legal para as doações privadas aos entes públicos. Por meio deste procedimento, a administração pública pode receber propostas de organizações da sociedade civil para a formalização de parcerias que podem envolver ou não transferência de recursos. Pelo procedimento, é possível conhecer o perfil de cada organização interessada, quem são os seus gestores, se possuem algum vínculo de parentesco com servidores públicos, qual é o seu histórico de atuação, bem como identificar o escopo no qual há interesse de colaboração, se há relação com as atividades que são desempenhadas por aquela organização, eventuais custos, etc. Essas são questões que, por meio de procedimento mais simples do que se conhece das concorrências públicas, permitem subsidiar o gestor público na tomada de decisão em bases mais seguras e transparentes, contribuindo assim para a democratização do acesso ao que é público. Numa cidade como São Paulo, é preciso que a gestão da prefeitura tenha consciência do valor das interações com a iniciativa privada e que garanta, de maneira transparente, que essas relações se dão, desde a sua origem, até a geração dos seus efeitos a longo prazo, em benefício da coletividade. ALINE GONÇALVES DE SOUZA é advogada no escritório Szazi Bechara Storto Advogados, parceiro do Prêmio Empreendedor Social, além de pesquisadora da FGV Direito SP e autora do livro "Empresas Sociais: uma abordagem societária"
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Doações para a Prefeitura de São Paulo: não há limites?Desde o início do ano, o empenho da nova gestão da Prefeitura de São Paulo para a obtenção de doações de empresas privadas tem sido objeto de elogios, mas, sobretudo, de preocupações. Recentemente o tema ganhou destaque diante da cessão de espaço publicitário por empresa farmacêutica para a veiculação de banner do programa "Cidade Linda" durante jogo de futebol da seleção brasileira. E ainda pelo recebimento de medicamentos doados sem a completa observância da listagem estipulada pela política municipal de assistência farmacêutica. Além disso, chamou a atenção a ausência de publicações prévias no Diário Oficial de todas as doações recebidas e, ao ter sido questionada sobre essa omissão, a prefeitura disponibilizou tabela no portal da transparência com informações incompletas de parte dessas doações. O Prêmio Empreendedor Social está com inscrições abertas; participe Nesse contexto, em março uma Ação Popular foi proposta contra o município de São Paulo e o prefeito João Dória, questionando a moralidade das doações empresariais. De acordo com os autores da ação, as empresas só atuariam na lógica da finalidade lucrativa e, por isso, não realizariam ações de solidariedade sem outras intenções. A liminar foi negada em primeira instância e a ação ainda aguarda o desfecho no poder judiciário, mas já revela a importância de se conhecer os limites legais para o debate sobre o tema. A união, os Estados e os municípios podem regular o recebimento das doações de maneira autônoma, desde que observem os princípios gerais aplicáveis às administrações públicas como legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade (art. 37 da Constituição Federal). Na cidade de São Paulo, há previsão legal específica desde a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (Decreto nº 40384/2001) que autoriza o recebimento das doações privadas. De acordo com esta norma, as Secretarias Municipais e as Subprefeituras de São Paulo ficam autorizadas –após análise jurídica– a receber bens e serviços em doação, sendo possível a inserção do nome do doador no objeto ou material de divulgação. Para que a divulgação da marca ocorra, desde alteração normativa promovida pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (Decreto nº 52062/2010), é necessária a anuência da prefeitura que avaliará se há o atendimento ao interesse público, considerando inclusive o valor dos investimentos e a área de divulgação da marca. Fora esses cuidados, cuja observância deve ser explícita e constar nos canais adequados de transparência da gestão pública, as normas paulistanas que disciplinam as doações seguem o dito popular "cavalo dado não se olha os dentes" e não fazem qualquer exigência em relação ao perfil do doador ou especificidades do bem doado. Ou seja, não exigem conhecimento sobre quem é o doador, a qualidade de suas práticas, sua reputação, qual é o tipo de consumo que o seu produto estimula, tampouco a natureza de suas relações com a administração pública ou com o gestor público da ocasião. Por não haver preocupação expressa nas normas, o ônus do gestor público deveria ser ainda maior, pois, no exercício da sua discricionariedade, precisa ser capaz de demonstrar de maneira transparente a presença da ética na doação, assegurar que não há desproporcionalidade entre o bem doado e os benefícios –diretos e indiretos– em favor do doador, garantindo o atendimento aos princípios constitucionais e ao interesse público, tanto presente, quanto futuro. É que, vale alertar, a divulgação da marca não é o único benefício imediato para o doador. Dentro do ambiente da licitude, a experiência com a prestação de serviços ou oferta de bens pode gerar vantagens competitivas para a empresa em eventual licitação que vier a participar. Por essa razão não se poderia admitir, por exemplo, o recebimento de doações que acabassem por tornar a prefeitura dependente de um tipo de serviço fornecido exclusivamente pela empresa doadora. Isso faria com que a doação se apresentasse muito mais como uma forma indireta de venda de serviços e reserva de mercado do que um ato de liberalidade da empresa com propósito de colaborar com a gestão pública. Em contexto de tantas desigualdades sociais, é importante fomentar esforços de governos, empresas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e indivíduos em prol da melhoria do espaço público, com observância dos princípios e das regras legais. É por isso que cada vez mais espera-se que empresas tenham uma atuação socialmente responsável, ética e colaborativa. Algumas, inclusive, já começam a se alinhar a movimentos internacionais para dar um passo além e gerar impacto socioambiental positivo no exercício da sua própria atividade econômica. Diante da influência que a aproximação com determinadas empresas pode causar em políticas públicas e no mercado consumidor, é preciso respeitar os limites legais e avaliar de maneira cuidadosa se há a presença do interesse público de maneira sistêmica em cada relação. No campo da administração pública, há um modelo interessante proposto pela legislação que trata das parcerias com o setor sem fins lucrativos (Lei 13.019/2014), denominado Procedimento de Manifestação de Interesse Social que poderia inspirar as práticas do município de São Paulo e, quem sabe, um novo marco legal para as doações privadas aos entes públicos. Por meio deste procedimento, a administração pública pode receber propostas de organizações da sociedade civil para a formalização de parcerias que podem envolver ou não transferência de recursos. Pelo procedimento, é possível conhecer o perfil de cada organização interessada, quem são os seus gestores, se possuem algum vínculo de parentesco com servidores públicos, qual é o seu histórico de atuação, bem como identificar o escopo no qual há interesse de colaboração, se há relação com as atividades que são desempenhadas por aquela organização, eventuais custos, etc. Essas são questões que, por meio de procedimento mais simples do que se conhece das concorrências públicas, permitem subsidiar o gestor público na tomada de decisão em bases mais seguras e transparentes, contribuindo assim para a democratização do acesso ao que é público. Numa cidade como São Paulo, é preciso que a gestão da prefeitura tenha consciência do valor das interações com a iniciativa privada e que garanta, de maneira transparente, que essas relações se dão, desde a sua origem, até a geração dos seus efeitos a longo prazo, em benefício da coletividade. ALINE GONÇALVES DE SOUZA é advogada no escritório Szazi Bechara Storto Advogados, parceiro do Prêmio Empreendedor Social, além de pesquisadora da FGV Direito SP e autora do livro "Empresas Sociais: uma abordagem societária"
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Brasil tem de avaliar qualidade da formação de médicos, diz especialista
Aumentar o número de vagas nos cursos de medicina não é suficiente para resolver as deficiências do sistema de saúde brasileiro: é preciso criar mecanismos para avaliar a qualidade da formação dos médicos que saem das faculdades e investir também na formação dos docentes. Essa foi a conclusão do debate sobre formação médica no Brasil, realizado nesta terça (12), durante o segundo dia do 2º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha. "O governo acha que para descentralizar a medicina é preciso formar mais médicos. Mas não necessariamente esses novos médicos vão querer atuar nas regiões isoladas ou nas periferias das grandes cidades", disse Bráulio Luna Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Segundo Luna, os cursos de medicina no país refletem a grande disparidade social que existe na sociedade brasileira: no Estado de São Paulo, por exemplo, 70% dos estudantes de medicina vem de famílias com renda mensal acima de 15 salários mínimos e 85% são brancos. Os negros compõem menos de 1% das vagas. "Exercer a medicina em áreas remotas e com salários pouco atrativos não será a primeira opção profissional desses médicos recém-formados", disse Luna. A abertura de mais vagas e cursos de medicina é um dos pilares do programa Mais Médicos, do governo federal –ontem, o ministro da Saúde Arthur Chioro anunciou, durante o fórum, a criação pelo governo federal de 4.680 novas vagas em cursos de medicina em instituições públicas e privadas. Além disso, 39 cidades receberam autorização para criar novos cursos. Na avaliação de Sigisfredo Brenelli, presidente da Abem (Associação Brasileira de Educação Médica), a criação de novos cursos está ocorrendo sem que seja feito um debate mais amplo com a sociedade. "O agravante é que, com esse boom de novos cursos, não se investe na formação do professor", afirmou. Segundo os especialistas, o número elevado de cursos dá margem a discrepâncias em todo o país, como cursos de medicina sendo coordenados por profissionais de outras especialidades, como fisioterapeutas, e escolas que cobram caro pelas mensalidades sem oferecer uma formação de qualidade. "Antes, era preciso ser um bom médico para ser um bom professor de medicina. Hoje, já não precisa ser nada", diz Brenelli. Para Luna, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, a elaboração de um ranking dos melhores cursos poderia ser uma das saídas para obrigar as faculdades a investirem na formação de qualidade.
seminariosfolha
Brasil tem de avaliar qualidade da formação de médicos, diz especialistaAumentar o número de vagas nos cursos de medicina não é suficiente para resolver as deficiências do sistema de saúde brasileiro: é preciso criar mecanismos para avaliar a qualidade da formação dos médicos que saem das faculdades e investir também na formação dos docentes. Essa foi a conclusão do debate sobre formação médica no Brasil, realizado nesta terça (12), durante o segundo dia do 2º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha. "O governo acha que para descentralizar a medicina é preciso formar mais médicos. Mas não necessariamente esses novos médicos vão querer atuar nas regiões isoladas ou nas periferias das grandes cidades", disse Bráulio Luna Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Segundo Luna, os cursos de medicina no país refletem a grande disparidade social que existe na sociedade brasileira: no Estado de São Paulo, por exemplo, 70% dos estudantes de medicina vem de famílias com renda mensal acima de 15 salários mínimos e 85% são brancos. Os negros compõem menos de 1% das vagas. "Exercer a medicina em áreas remotas e com salários pouco atrativos não será a primeira opção profissional desses médicos recém-formados", disse Luna. A abertura de mais vagas e cursos de medicina é um dos pilares do programa Mais Médicos, do governo federal –ontem, o ministro da Saúde Arthur Chioro anunciou, durante o fórum, a criação pelo governo federal de 4.680 novas vagas em cursos de medicina em instituições públicas e privadas. Além disso, 39 cidades receberam autorização para criar novos cursos. Na avaliação de Sigisfredo Brenelli, presidente da Abem (Associação Brasileira de Educação Médica), a criação de novos cursos está ocorrendo sem que seja feito um debate mais amplo com a sociedade. "O agravante é que, com esse boom de novos cursos, não se investe na formação do professor", afirmou. Segundo os especialistas, o número elevado de cursos dá margem a discrepâncias em todo o país, como cursos de medicina sendo coordenados por profissionais de outras especialidades, como fisioterapeutas, e escolas que cobram caro pelas mensalidades sem oferecer uma formação de qualidade. "Antes, era preciso ser um bom médico para ser um bom professor de medicina. Hoje, já não precisa ser nada", diz Brenelli. Para Luna, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, a elaboração de um ranking dos melhores cursos poderia ser uma das saídas para obrigar as faculdades a investirem na formação de qualidade.
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Canais lançam animações com cenas perigosas e superpoderes
O universo de "O Mágico de Oz", criado em 14 livros por L. Frank Baum (1856-1919), inspira novo desenho do Boomerang, no ar desde setembro. Nele, Dorothy precisa escapar de ciladas com ajuda dos amigos e de seus superpoderosos sapatinhos de rubi. A protagonista está sempre acompanhada do Homem de Lata, do Leão e do Espantalho, além do cãozinho Totó. E, apesar de se manter fiel aos diversos mundos de Oz e aos cenários do filme de 1939, o desenho usa licenças poéticas: cria personagens e dá poderes aos sapatinhos vermelhos de Dorothy, que agora podem teletransportá-la. "Os livros têm muitas terras, ilhas e oceanos. É o maior material de pesquisa que já vi", diz Jeff DeGrandis, diretor de animação e produtor. "Dorothy é corajosa, cheia de energia, alguém com quem se quer estar. E não fugimos de situações de perigo; crianças adoram cenas perigosas." "Dorothy e o Mágico de Oz" promete responder algumas perguntas deixadas pelo clássico de 1939, como por exemplo o que aconteceu com a Bruxa Má do Oeste, supostamente morta. Ela aparece constantemente numa bola de cristal dando ordens à sobrinha bruxinha, que agora inferniza a vida de Dorothy. Uma personagem nova, tirada dos livros de Baum, é uma boneca de pano pela qual o Espantalho é apaixonado. Numa das aventuras, ela constrói um balão usando retalhos de pano para salvar Dorothy das garras de um monstro feito por um gigantesco travesseiro, resultado de uma festa do pijama que deu errado. CIDADE DE SUPER-HERÓIS Outro desenho que chega à programação é "OK, K.O.! Vamos Ser Heróis", produção original do Cartoon Network. A história se passa em uma cidade onde todos são super-heróis ou vilões, e o protagonista K.O. é um garotinho que quer virar um grande herói. Sua jornada começa quando ele passa a trabalhar numa loja de produtos malucos para super-heróis, dentro de um shopping frequentado por famosos, onde sua mãe trabalha como professora de lutas. O visual é inspirado nos desenhos "Dragon Ball Z" e "Dr. Slump", com personagens fofos e bem humorados. "K.O. tem uma visão preto e branco de certo e errado, mas vai conhecer pessoas distintas e aprender com elas", diz o criador e produtor Ian Jones-Quartey. "Não há uma ideia de pessoa normal; todos têm um talento especial."
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Canais lançam animações com cenas perigosas e superpoderesO universo de "O Mágico de Oz", criado em 14 livros por L. Frank Baum (1856-1919), inspira novo desenho do Boomerang, no ar desde setembro. Nele, Dorothy precisa escapar de ciladas com ajuda dos amigos e de seus superpoderosos sapatinhos de rubi. A protagonista está sempre acompanhada do Homem de Lata, do Leão e do Espantalho, além do cãozinho Totó. E, apesar de se manter fiel aos diversos mundos de Oz e aos cenários do filme de 1939, o desenho usa licenças poéticas: cria personagens e dá poderes aos sapatinhos vermelhos de Dorothy, que agora podem teletransportá-la. "Os livros têm muitas terras, ilhas e oceanos. É o maior material de pesquisa que já vi", diz Jeff DeGrandis, diretor de animação e produtor. "Dorothy é corajosa, cheia de energia, alguém com quem se quer estar. E não fugimos de situações de perigo; crianças adoram cenas perigosas." "Dorothy e o Mágico de Oz" promete responder algumas perguntas deixadas pelo clássico de 1939, como por exemplo o que aconteceu com a Bruxa Má do Oeste, supostamente morta. Ela aparece constantemente numa bola de cristal dando ordens à sobrinha bruxinha, que agora inferniza a vida de Dorothy. Uma personagem nova, tirada dos livros de Baum, é uma boneca de pano pela qual o Espantalho é apaixonado. Numa das aventuras, ela constrói um balão usando retalhos de pano para salvar Dorothy das garras de um monstro feito por um gigantesco travesseiro, resultado de uma festa do pijama que deu errado. CIDADE DE SUPER-HERÓIS Outro desenho que chega à programação é "OK, K.O.! Vamos Ser Heróis", produção original do Cartoon Network. A história se passa em uma cidade onde todos são super-heróis ou vilões, e o protagonista K.O. é um garotinho que quer virar um grande herói. Sua jornada começa quando ele passa a trabalhar numa loja de produtos malucos para super-heróis, dentro de um shopping frequentado por famosos, onde sua mãe trabalha como professora de lutas. O visual é inspirado nos desenhos "Dragon Ball Z" e "Dr. Slump", com personagens fofos e bem humorados. "K.O. tem uma visão preto e branco de certo e errado, mas vai conhecer pessoas distintas e aprender com elas", diz o criador e produtor Ian Jones-Quartey. "Não há uma ideia de pessoa normal; todos têm um talento especial."
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Michael Jackson quis papel de Jar Jar Binks em 'Star Wars', diz ator
Personagem pouco amado pelos fãs de "Star Wars", Jar Jar Binks poderia ter ganhado um intérprete improvável: o cantor Michael Jackson, que surgiria na tela com próteses e maquiagem, como no clipe de "Thriller". O ator Ahmed Best revelou em entrevista à revista "Vice" que Jackson quis o papel em "A Ameaça Fantasma", de 1999. "Foi o que George [Lucas] me contou. Eu, Natalie Portman e os filhos de George estavamos na arena de Wembley em um show de Michael Jackson. Fomos até o camarim encontrá-lo. Estavam lá Michael e Lisa Marie [Presley]", disse Best. "George me apresentou como Jar Jar e eu pensei 'que estranho'. Michael estava meio 'ah, OK'. Pensei: 'O que está acontecendo?'. Depois que Michael terminou ao show, fomos a uma festa. Perguntei a George por que ele havia me apresentado como Jar Jar. Ele respondeu: 'Bem, Michael queria o papel, mas queria usar próteses e maquiagem como em 'Thriller'." Ao ator, George explicou que queria que o personagem fosse criado com recursos de computação gráfica. "Meu palpite é que Michael Jackson seria maior que o próprio filme, e acho que ele [o diretor] não queria isso." Fã da saga, o rei do pop tinha bonecos em tamanho real de Darth Vader e outros personagens em Neverland.
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Michael Jackson quis papel de Jar Jar Binks em 'Star Wars', diz atorPersonagem pouco amado pelos fãs de "Star Wars", Jar Jar Binks poderia ter ganhado um intérprete improvável: o cantor Michael Jackson, que surgiria na tela com próteses e maquiagem, como no clipe de "Thriller". O ator Ahmed Best revelou em entrevista à revista "Vice" que Jackson quis o papel em "A Ameaça Fantasma", de 1999. "Foi o que George [Lucas] me contou. Eu, Natalie Portman e os filhos de George estavamos na arena de Wembley em um show de Michael Jackson. Fomos até o camarim encontrá-lo. Estavam lá Michael e Lisa Marie [Presley]", disse Best. "George me apresentou como Jar Jar e eu pensei 'que estranho'. Michael estava meio 'ah, OK'. Pensei: 'O que está acontecendo?'. Depois que Michael terminou ao show, fomos a uma festa. Perguntei a George por que ele havia me apresentado como Jar Jar. Ele respondeu: 'Bem, Michael queria o papel, mas queria usar próteses e maquiagem como em 'Thriller'." Ao ator, George explicou que queria que o personagem fosse criado com recursos de computação gráfica. "Meu palpite é que Michael Jackson seria maior que o próprio filme, e acho que ele [o diretor] não queria isso." Fã da saga, o rei do pop tinha bonecos em tamanho real de Darth Vader e outros personagens em Neverland.
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Estudo mostra efeito do câmbio na soja
Câmbio, produtividade, preços internacionais, estoques elevados e custos de produção são pontos fundamentais para as margens de retorno dos produtores brasileiros de soja na safra 2015/16. Diante de tantas variáveis, como será a rentabilidade da oleaginosa na próxima safra? O câmbio certamente é um dos principais componentes a ser avaliado. Por isso, os analistas Renato Rasmussen e Victor Ikeda, do Rabobank, um banco especializado no setor de agronegócio, buscaram a relação entre câmbio e os preços da soja no Brasil. As simulações feitas pelos analistas indicam que o câmbio acima de R$ 3,00 por dólar resultaria em margens positivas para o produtor sempre que a soja ficar acima de US$ 8,50 por bushel em Chicago. Já a soja a US$ 8,60 por bushel, por exemplo, resultaria em margens positivas para os produtores com o dólar acima de R$ 2,90. Para que haja um ponto de equilíbrio entre os preços de soja em Chicago e os custos dos produtores com um câmbio a R$ 2,90, a soja deveria ser negociada a US$ 8,54 em Chicago. Já um dólar a R$ 3,50 dá esse equilíbrio a uma soja a US$ 7,98 por bushel. Os analistas levaram em consideração diferentes valores de dólar -R$ 2,90 a R$ 3,50- e de cotações da soja em Chicago -de US$ 8,50 por bushel a US$ 10- para simularem os cenários de rentabilidade dessa cultura. Tomaram como base os custos de produção do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola) e a diferença média de preço entre o primeiro contrato futuro e o valor à vista da soja em Mato Grosso. A produtividade considerada é de 51,9 sacas por hectare e o dólar é o mesmo para compra de insumos e para a venda da soja. Mas a desvalorização do real não é totalmente benéfica ao produtor, pois também gera impactos nos custos de produção. Pelo menos em parte deles. Cerca de 70% dos fertilizantes são importados. Embora os preços tenham caído no mercado internacional neste ano, subiram no país devido a essa desvalorização. Outro item de pressão são os defensivos utilizados no cultivo da soja, devido ao peso das importações. Diante de um cenário bem indefinido, restam aos produtores reduzir custos variáveis e negociar bem. O contrato futuro de maio de 2016 de venda de dólar, por exemplo, tem girado em R$ 3,40, enquanto em Chicago a soja está próxima de US$ 10 por bushel. Combinados esses cenários, o produtor obteria uma margem de R$ 642 por hectare, um retorno de 25% sobre o custo operacional. Os analistas lembram, no entanto, que a média de retorno das últimas cinco safras girou próximo de 50%. É claro que os produtores que obtiverem uma combinação melhor dessas variáveis, como uma produtividade maior, terão uma margem melhor na próxima safra. Apesar da expectativa de menores margens, as estimativas do Rabobank são de um aumento de 3% a 5% na área de soja na próxima safra. Esse avanço será restrito em áreas novas, e se dará em espaço ocupado atualmente por outras culturas, como a de milho verão. Fatores de peso Os preços da soja serão pressionados neste ano por um desbalanceamento entre produção e consumo mundiais, o que deverá elevar ainda mais os estoques da oleaginosa. Rasmussen e Ikeda afirmam que o ano safra 2014/15 entrará na história como aquele que melhor evidenciou a espantosa capacidade produtiva dos sojicultores mundiais. A produção mundial atingiu 318 milhões de toneladas, com crescimento de 12,7%. Já o consumo, em ritmo menor, teve evolução de 6,5%, somando 294 milhões de toneladas. Com isso, os estoques evoluíram 33% no período, subindo para 84 milhões de toneladas. É o correspondente a 102 dias de consumo, o maior patamar em 60 anos. E a recuperação dos estoques pode não parar por aí, segundo os analistas. Dependendo das condições climáticas, esse volume vai superar 93 milhões de toneladas na safra 2015/16. Os analistas advertem que o câmbio tem papel fundamental na rentabilidade da soja brasileira, mas o produtor deverá ficar atento aos preço em Chicago. A proteção contra as quedas do grão pode ser tão essencial quanto o câmbio no cenário atual, dizem eles.
colunas
Estudo mostra efeito do câmbio na sojaCâmbio, produtividade, preços internacionais, estoques elevados e custos de produção são pontos fundamentais para as margens de retorno dos produtores brasileiros de soja na safra 2015/16. Diante de tantas variáveis, como será a rentabilidade da oleaginosa na próxima safra? O câmbio certamente é um dos principais componentes a ser avaliado. Por isso, os analistas Renato Rasmussen e Victor Ikeda, do Rabobank, um banco especializado no setor de agronegócio, buscaram a relação entre câmbio e os preços da soja no Brasil. As simulações feitas pelos analistas indicam que o câmbio acima de R$ 3,00 por dólar resultaria em margens positivas para o produtor sempre que a soja ficar acima de US$ 8,50 por bushel em Chicago. Já a soja a US$ 8,60 por bushel, por exemplo, resultaria em margens positivas para os produtores com o dólar acima de R$ 2,90. Para que haja um ponto de equilíbrio entre os preços de soja em Chicago e os custos dos produtores com um câmbio a R$ 2,90, a soja deveria ser negociada a US$ 8,54 em Chicago. Já um dólar a R$ 3,50 dá esse equilíbrio a uma soja a US$ 7,98 por bushel. Os analistas levaram em consideração diferentes valores de dólar -R$ 2,90 a R$ 3,50- e de cotações da soja em Chicago -de US$ 8,50 por bushel a US$ 10- para simularem os cenários de rentabilidade dessa cultura. Tomaram como base os custos de produção do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola) e a diferença média de preço entre o primeiro contrato futuro e o valor à vista da soja em Mato Grosso. A produtividade considerada é de 51,9 sacas por hectare e o dólar é o mesmo para compra de insumos e para a venda da soja. Mas a desvalorização do real não é totalmente benéfica ao produtor, pois também gera impactos nos custos de produção. Pelo menos em parte deles. Cerca de 70% dos fertilizantes são importados. Embora os preços tenham caído no mercado internacional neste ano, subiram no país devido a essa desvalorização. Outro item de pressão são os defensivos utilizados no cultivo da soja, devido ao peso das importações. Diante de um cenário bem indefinido, restam aos produtores reduzir custos variáveis e negociar bem. O contrato futuro de maio de 2016 de venda de dólar, por exemplo, tem girado em R$ 3,40, enquanto em Chicago a soja está próxima de US$ 10 por bushel. Combinados esses cenários, o produtor obteria uma margem de R$ 642 por hectare, um retorno de 25% sobre o custo operacional. Os analistas lembram, no entanto, que a média de retorno das últimas cinco safras girou próximo de 50%. É claro que os produtores que obtiverem uma combinação melhor dessas variáveis, como uma produtividade maior, terão uma margem melhor na próxima safra. Apesar da expectativa de menores margens, as estimativas do Rabobank são de um aumento de 3% a 5% na área de soja na próxima safra. Esse avanço será restrito em áreas novas, e se dará em espaço ocupado atualmente por outras culturas, como a de milho verão. Fatores de peso Os preços da soja serão pressionados neste ano por um desbalanceamento entre produção e consumo mundiais, o que deverá elevar ainda mais os estoques da oleaginosa. Rasmussen e Ikeda afirmam que o ano safra 2014/15 entrará na história como aquele que melhor evidenciou a espantosa capacidade produtiva dos sojicultores mundiais. A produção mundial atingiu 318 milhões de toneladas, com crescimento de 12,7%. Já o consumo, em ritmo menor, teve evolução de 6,5%, somando 294 milhões de toneladas. Com isso, os estoques evoluíram 33% no período, subindo para 84 milhões de toneladas. É o correspondente a 102 dias de consumo, o maior patamar em 60 anos. E a recuperação dos estoques pode não parar por aí, segundo os analistas. Dependendo das condições climáticas, esse volume vai superar 93 milhões de toneladas na safra 2015/16. Os analistas advertem que o câmbio tem papel fundamental na rentabilidade da soja brasileira, mas o produtor deverá ficar atento aos preço em Chicago. A proteção contra as quedas do grão pode ser tão essencial quanto o câmbio no cenário atual, dizem eles.
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Especialistas provam fondues mais vendidos em mercados; veja teste
O dente de alho passa pelo fundo da panela, só para deixar um pouco de sabor e aroma. Em seguida, vêm um pouco de vinho e uma mescla de queijos amarelos. Um toque de kirsch (destilado de cereja) e de noz-moscada finalizam o preparo. A receita, servida em um réchaud, pode ajudar a dar conforto em noites de baixas temperaturas. Nas prateleiras dos supermercados desde o começo do inverno, as misturas prontas de fondue são soluções práticas para a receita suíça, descrita acima. Para ajudar na escolha, a Folha organizou um teste às cegas com as marcas mais vendidas nas grande redes de São Paulo. Participaram do teste Cristina Häfeli, do Florina (restaurante da capital paulista especializado na receita), Fernando de Oliveira, d'A Queijaria, e a repórter de "Comida", Magê Flores. A lista de marcas participantes foi elaborada a partir de rankings de venda revelados por três redes: Pão de Açúcar, St. Marchè e Walmart –o Carrefour não quis participar. "De maneira geral, estamos bem servidos", conclui Oliveira. "Se a receita erra no sabor, acerta na textura. Se erra na cor, acerta no aroma. Todas têm pontos positivos." "Elas são bem feitas, muitas têm boa textura. Mas na maioria falta um sabor marcante. Por isso, receberiam bem um pouco de vinho ou noz-moscada", diz Häfeli. É bom dar atenção também ao pão, que deve ser firme e saboroso, e à bebida. "O vinho branco dá leveza à refeição", diz Häfeli.
comida
Especialistas provam fondues mais vendidos em mercados; veja testeO dente de alho passa pelo fundo da panela, só para deixar um pouco de sabor e aroma. Em seguida, vêm um pouco de vinho e uma mescla de queijos amarelos. Um toque de kirsch (destilado de cereja) e de noz-moscada finalizam o preparo. A receita, servida em um réchaud, pode ajudar a dar conforto em noites de baixas temperaturas. Nas prateleiras dos supermercados desde o começo do inverno, as misturas prontas de fondue são soluções práticas para a receita suíça, descrita acima. Para ajudar na escolha, a Folha organizou um teste às cegas com as marcas mais vendidas nas grande redes de São Paulo. Participaram do teste Cristina Häfeli, do Florina (restaurante da capital paulista especializado na receita), Fernando de Oliveira, d'A Queijaria, e a repórter de "Comida", Magê Flores. A lista de marcas participantes foi elaborada a partir de rankings de venda revelados por três redes: Pão de Açúcar, St. Marchè e Walmart –o Carrefour não quis participar. "De maneira geral, estamos bem servidos", conclui Oliveira. "Se a receita erra no sabor, acerta na textura. Se erra na cor, acerta no aroma. Todas têm pontos positivos." "Elas são bem feitas, muitas têm boa textura. Mas na maioria falta um sabor marcante. Por isso, receberiam bem um pouco de vinho ou noz-moscada", diz Häfeli. É bom dar atenção também ao pão, que deve ser firme e saboroso, e à bebida. "O vinho branco dá leveza à refeição", diz Häfeli.
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Documentário 'Fogo no Mar' é como composição musical, diz diretor
"Como é que alguém consegue escrever um [roteiro de] documentário?", indaga o cineasta italiano Gianfranco Rosi. Trata-se de uma pergunta que o diretor do documentário "Fogo no Mar" –vencedor, em fevereiro, do Urso de Ouro no Festival de Berlim– não faz questão de responder. Diferente dos colegas "que saem com um roteiro inteiro antes de gravar", ele encontra realidade sem nenhuma ideia na cabeça além do instinto de filmar. Para "Fogo no Mar", sequer fez entrevistas. Preferia visitar as casas pessoas de que gostava, "comer com elas, conhecê-las melhor". Sem roteiro, a força do documentário se manifesta a partir da poesia visual que Rosi constrói com três narrativas que se cruzam, segundo o diretor. A primeira delas é como a ilha, uma das principais rotas de entrada de imigrantes na Europa, reage à chegada dos que fogem de conflitos, principalmente na África. As notícias chegam pelo rádio dos lares onde devora-se espaguete com mariscos. Alguns ficam indiferentes, e outros, como o único médico da ilha, doam-se incansavelmente a tentar ajudar. A segunda é a denúncia do drama humanitário dos refugiados: durante sua estadia em Lampedusa, Rosi registrou o resgate de uma embarcação irregular, de onde retiravam-se corpos, alguns já sem vida, queimados por um vazamento de combustível. A terceira, e mais importante, é a do menino Samuele, uma das primeiras pessoas que Rosi conheceu na ilha. Samuele precisa usar um tampão no olho –uma alegoria da parcialidade com que enxergamos o real. Quando brinca, cria estilingues e baleia rostos de monstrengos que desenha nos cactos da paisagem. "São todos os inimigos que criamos para tentar resolver nossos problemas", teoriza o cineasta. O mar, em que um mergulhador afunda durante uma longa e silenciosa sequência como "quem recusa a encarar a realidade", alinhava os três elementos. Para Rosi, é "uma pausa no filme, para respirar pensar. Como compor uma música, você precisa achar o equilíbrio certo, o espaço certo entre as notas".
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Documentário 'Fogo no Mar' é como composição musical, diz diretor"Como é que alguém consegue escrever um [roteiro de] documentário?", indaga o cineasta italiano Gianfranco Rosi. Trata-se de uma pergunta que o diretor do documentário "Fogo no Mar" –vencedor, em fevereiro, do Urso de Ouro no Festival de Berlim– não faz questão de responder. Diferente dos colegas "que saem com um roteiro inteiro antes de gravar", ele encontra realidade sem nenhuma ideia na cabeça além do instinto de filmar. Para "Fogo no Mar", sequer fez entrevistas. Preferia visitar as casas pessoas de que gostava, "comer com elas, conhecê-las melhor". Sem roteiro, a força do documentário se manifesta a partir da poesia visual que Rosi constrói com três narrativas que se cruzam, segundo o diretor. A primeira delas é como a ilha, uma das principais rotas de entrada de imigrantes na Europa, reage à chegada dos que fogem de conflitos, principalmente na África. As notícias chegam pelo rádio dos lares onde devora-se espaguete com mariscos. Alguns ficam indiferentes, e outros, como o único médico da ilha, doam-se incansavelmente a tentar ajudar. A segunda é a denúncia do drama humanitário dos refugiados: durante sua estadia em Lampedusa, Rosi registrou o resgate de uma embarcação irregular, de onde retiravam-se corpos, alguns já sem vida, queimados por um vazamento de combustível. A terceira, e mais importante, é a do menino Samuele, uma das primeiras pessoas que Rosi conheceu na ilha. Samuele precisa usar um tampão no olho –uma alegoria da parcialidade com que enxergamos o real. Quando brinca, cria estilingues e baleia rostos de monstrengos que desenha nos cactos da paisagem. "São todos os inimigos que criamos para tentar resolver nossos problemas", teoriza o cineasta. O mar, em que um mergulhador afunda durante uma longa e silenciosa sequência como "quem recusa a encarar a realidade", alinhava os três elementos. Para Rosi, é "uma pausa no filme, para respirar pensar. Como compor uma música, você precisa achar o equilíbrio certo, o espaço certo entre as notas".
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Brasil realiza poucos testes clínicos de medicamentos em humanos
O aposentado Zeferino Mário de Jesus, 82, lutava contra um câncer na próstata havia mais de dez anos quando, em 2015, descobriu um novo tumor no pulmão, com metástase nos ossos e no cérebro. A equipe que o atendia na Beneficência Portuguesa de São Paulo indicou uma nova droga, que já era liberada no país. Mas, por não ser a primeira opção de tratamento, o plano de saúde recusou-se a cobrir os custos. A família assumiu mais esse gasto. Marcelo, 45, filho de Zeferino, conta que, após um ano, a medicação parou de fazer efeito. Os médicos, então, sugeriram que ele participasse de um grupo de testes de uma droga, a Tagrisso. A família decidiu tentar. Marcelo diz que, no grupo, tudo é monitorado e controlado, qualquer remédio ingerido é anotado e o pai é submetido a exames de acompanhamento frequentes. Antes de serem testadas em pacientes, as drogas passam por estudos pré-clínicos, feitos no laboratório em células e em animais (veja quadro). Zeferino não pode consumir nem mesmo achocolatados vitaminados sem comunicar aos pesquisadores. Em compensação, o tratamento não tem custo algum. Participar de um grupo de testagem sempre gera receio. Todas as autorizações e termos de responsabilidade são assinados pelo paciente e por um segundo responsável. Marcelo e o pai assinaram a papelada, confiando na equipe médica e no fato de o medicamento já ter sido aprovado nos Estados Unidos. Para Zeferino, que toma o remédio desde outubro de 2016, os resultados começam a aparecer. Está clinicamente saudável e até foi liberado pelo médico, em janeiro, para visitar o filho em Manaus, que trabalha como maestro no Teatro Amazonas. Fases medicamento BENEFÍCIOS "Participar de grupos de testagem é bom para os pacientes, para a ciência e para o país. O paciente ganha acesso a tratamentos de ponta, a pesquisa avança e a instituição que realiza o estudo é remunerada para isso", diz Murilo Buso, 48, oncologista do Centro de Câncer de Brasília. Os médicos afirmam que efeitos colaterais e danos decorrentes dos testes são raros. Por conta da diversidade genética da população, o Brasil é alvo de interesse da indústria farmacêutica mundial para testes de novos remédios. Mas, segundo Buso, o país demora demais para conseguir aprovar a formação dos grupos de estudo. Nos EUA, afirma o médico, o pedido leva no máximo 90 dias para ser aprovado. No Brasil, pode demorar um ano. Gustavo Fernandes, 38, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, também defende o aumento dos grupos de testes no Brasil. O país participa de apenas 2% do total de pesquisas desse tipo feitas no mundo. O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Jarbas Barbosa, 59, diz que, "seguramente, participamos menos do que deveríamos", mas afirma que o regulamento de 2015 da agência estipula prazos menores, de até 90 dias, para a aprovação de estudos. Muitos dos participantes dos grupos de estudos clínicos são pacientes que já esgotaram as opções terapêuticas disponíveis. Fernandes, porém, diz que é falsa a ideia de que apenas doentes desenganados são encaminhados para testes. É necessário que estejam em boas condições para o tratamento e todo o processo de acompanhamento. Os pacientes são selecionados por seus médicos, que avaliam se têm o perfil. PROJETO DE LEI Novos medicamentos raramente são desenvolvidos no Brasil. Sair do laboratório para os grupos de testes em humanos requer dinheiro e estrutura física e operacional. Há ainda o tempo de aprovação dos grupos por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e dos comitês de ética. A burocracia desestimula muita gente. Não é o caso do oncologista Fábio Franke, do Hospital de Caridade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, que coordena atualmente 125 testes. A instituição, que tem 90% de sua verba vinda do SUS, recebe pelos estudos. "Eu queria dar aos pacientes os melhores tratamentos possíveis e vi na pesquisa essa oportunidade", diz. Franke participou da elaboração do Projeto de Lei 200/15, que já tramitou no Senado e está em discussão na Câmara dos Deputados. "A simples discussão já é um avanço, mostra uma mudança de mentalidade sobre as pesquisas", afirma Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), no Fórum A Jornada do Paciente com Câncer. O projeto prevê regulamentar os testes com seres humanos, um tema que ainda não possui regras claras no país. Para Franke, que também participou do Fórum, a falta de regulamentação faz com que o Brasil só receba 2% dos estudos feitos no mundo. "Com o aumento da incidência do câncer, vamos precisar de novos tratamentos. A pesquisa clínica desonera o SUS e é a maneira concreta de oferecer tratamento de ponta à população", afirma. Para a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), órgão vinculado ao CNS (Conselho Nacional de Saúde), o projeto é um "desserviço à sociedade". Uma das principais críticas é sobre a possibilidade do uso de placebo em testes cegos mesmo quando há terapia alternativa para fins de comparação. PLACEBO Franke afirma que nenhum médico negará tratamento existente a um paciente e que as regras do placebo serão sempre acompanhadas pelos comitês de ética. A Conep diz ainda que o projeto reduz o acesso dos pacientes aos medicamentos quando os testes acabam. A proposta, rebate Franke, estabelece que a indústria ficará responsável por fornecer o remédio até que passe a ser disponibilizado pelo SUS. Jorge Venancio, coordenador da Conep, acredita que há espaço para conseguir alterações importantes durante a discussão na Câmara. Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, defende a criação das normas para garantir os direitos dos participantes e, ao mesmo tempo, atrair um número maior de estudos ao país. "Ter uma legislação pode dar mais sustentabilidade para o desenvolvimento das pesquisas", afirma Barbosa. * No início de 2015, a empresária Fernanda Leão desconfiou de que as manchas no corpo do filho Rafael, de seis anos, não eram machucados comuns. Era leucemia, e ela viu sua vida virar do avesso. Já Rafael levou na "boa". Ficou feliz ao não ter de ir à escola e, diz a mãe, "não reclamava nem chorava". Para a empresária, foi como se aquele ano não tivesse existido. "Não podíamos sair de casa ou receber visitas por causa da imunidade do Rafa. Olho para trás e não sei como consegui." O garoto não faz mais quimioterapia, mas segue o tratamento. "Agora, mais velho, ficou um pouco saturado. Fica tenso para tirar sangue e, às vezes, bravo por não pode fazer nada, mas aceita."
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Brasil realiza poucos testes clínicos de medicamentos em humanosO aposentado Zeferino Mário de Jesus, 82, lutava contra um câncer na próstata havia mais de dez anos quando, em 2015, descobriu um novo tumor no pulmão, com metástase nos ossos e no cérebro. A equipe que o atendia na Beneficência Portuguesa de São Paulo indicou uma nova droga, que já era liberada no país. Mas, por não ser a primeira opção de tratamento, o plano de saúde recusou-se a cobrir os custos. A família assumiu mais esse gasto. Marcelo, 45, filho de Zeferino, conta que, após um ano, a medicação parou de fazer efeito. Os médicos, então, sugeriram que ele participasse de um grupo de testes de uma droga, a Tagrisso. A família decidiu tentar. Marcelo diz que, no grupo, tudo é monitorado e controlado, qualquer remédio ingerido é anotado e o pai é submetido a exames de acompanhamento frequentes. Antes de serem testadas em pacientes, as drogas passam por estudos pré-clínicos, feitos no laboratório em células e em animais (veja quadro). Zeferino não pode consumir nem mesmo achocolatados vitaminados sem comunicar aos pesquisadores. Em compensação, o tratamento não tem custo algum. Participar de um grupo de testagem sempre gera receio. Todas as autorizações e termos de responsabilidade são assinados pelo paciente e por um segundo responsável. Marcelo e o pai assinaram a papelada, confiando na equipe médica e no fato de o medicamento já ter sido aprovado nos Estados Unidos. Para Zeferino, que toma o remédio desde outubro de 2016, os resultados começam a aparecer. Está clinicamente saudável e até foi liberado pelo médico, em janeiro, para visitar o filho em Manaus, que trabalha como maestro no Teatro Amazonas. Fases medicamento BENEFÍCIOS "Participar de grupos de testagem é bom para os pacientes, para a ciência e para o país. O paciente ganha acesso a tratamentos de ponta, a pesquisa avança e a instituição que realiza o estudo é remunerada para isso", diz Murilo Buso, 48, oncologista do Centro de Câncer de Brasília. Os médicos afirmam que efeitos colaterais e danos decorrentes dos testes são raros. Por conta da diversidade genética da população, o Brasil é alvo de interesse da indústria farmacêutica mundial para testes de novos remédios. Mas, segundo Buso, o país demora demais para conseguir aprovar a formação dos grupos de estudo. Nos EUA, afirma o médico, o pedido leva no máximo 90 dias para ser aprovado. No Brasil, pode demorar um ano. Gustavo Fernandes, 38, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, também defende o aumento dos grupos de testes no Brasil. O país participa de apenas 2% do total de pesquisas desse tipo feitas no mundo. O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Jarbas Barbosa, 59, diz que, "seguramente, participamos menos do que deveríamos", mas afirma que o regulamento de 2015 da agência estipula prazos menores, de até 90 dias, para a aprovação de estudos. Muitos dos participantes dos grupos de estudos clínicos são pacientes que já esgotaram as opções terapêuticas disponíveis. Fernandes, porém, diz que é falsa a ideia de que apenas doentes desenganados são encaminhados para testes. É necessário que estejam em boas condições para o tratamento e todo o processo de acompanhamento. Os pacientes são selecionados por seus médicos, que avaliam se têm o perfil. PROJETO DE LEI Novos medicamentos raramente são desenvolvidos no Brasil. Sair do laboratório para os grupos de testes em humanos requer dinheiro e estrutura física e operacional. Há ainda o tempo de aprovação dos grupos por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e dos comitês de ética. A burocracia desestimula muita gente. Não é o caso do oncologista Fábio Franke, do Hospital de Caridade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, que coordena atualmente 125 testes. A instituição, que tem 90% de sua verba vinda do SUS, recebe pelos estudos. "Eu queria dar aos pacientes os melhores tratamentos possíveis e vi na pesquisa essa oportunidade", diz. Franke participou da elaboração do Projeto de Lei 200/15, que já tramitou no Senado e está em discussão na Câmara dos Deputados. "A simples discussão já é um avanço, mostra uma mudança de mentalidade sobre as pesquisas", afirma Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), no Fórum A Jornada do Paciente com Câncer. O projeto prevê regulamentar os testes com seres humanos, um tema que ainda não possui regras claras no país. Para Franke, que também participou do Fórum, a falta de regulamentação faz com que o Brasil só receba 2% dos estudos feitos no mundo. "Com o aumento da incidência do câncer, vamos precisar de novos tratamentos. A pesquisa clínica desonera o SUS e é a maneira concreta de oferecer tratamento de ponta à população", afirma. Para a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), órgão vinculado ao CNS (Conselho Nacional de Saúde), o projeto é um "desserviço à sociedade". Uma das principais críticas é sobre a possibilidade do uso de placebo em testes cegos mesmo quando há terapia alternativa para fins de comparação. PLACEBO Franke afirma que nenhum médico negará tratamento existente a um paciente e que as regras do placebo serão sempre acompanhadas pelos comitês de ética. A Conep diz ainda que o projeto reduz o acesso dos pacientes aos medicamentos quando os testes acabam. A proposta, rebate Franke, estabelece que a indústria ficará responsável por fornecer o remédio até que passe a ser disponibilizado pelo SUS. Jorge Venancio, coordenador da Conep, acredita que há espaço para conseguir alterações importantes durante a discussão na Câmara. Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, defende a criação das normas para garantir os direitos dos participantes e, ao mesmo tempo, atrair um número maior de estudos ao país. "Ter uma legislação pode dar mais sustentabilidade para o desenvolvimento das pesquisas", afirma Barbosa. * No início de 2015, a empresária Fernanda Leão desconfiou de que as manchas no corpo do filho Rafael, de seis anos, não eram machucados comuns. Era leucemia, e ela viu sua vida virar do avesso. Já Rafael levou na "boa". Ficou feliz ao não ter de ir à escola e, diz a mãe, "não reclamava nem chorava". Para a empresária, foi como se aquele ano não tivesse existido. "Não podíamos sair de casa ou receber visitas por causa da imunidade do Rafa. Olho para trás e não sei como consegui." O garoto não faz mais quimioterapia, mas segue o tratamento. "Agora, mais velho, ficou um pouco saturado. Fica tenso para tirar sangue e, às vezes, bravo por não pode fazer nada, mas aceita."
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'O samba é mais de esquerda', diz Beth Carvalho, que faz 50 anos de carreira
Quadros com Che Guevara e Hugo Chávez adornam o hall do apartamento de Beth Carvalho, 69, que fica num condomínio de frente para a praia de São Conrado, no Rio, onde hoje se compra uma unidade a partir de R$ 3,7 milhões. "O samba é mais de esquerda, é o povo. Nelson Sargento é de esquerda, Cartola [1908-1980] também era", ela diz, e esclarece que a pintura do ex-presidente venezuelano morto em 2013 foi um presente do sucessor, Nicolás Maduro. Beth comemora nesta sexta (23), com show em São Paulo, meio século de uma carreira que bambeia entre a elite (de onde veio) e as massas (por onde sempre perambulou). "Muita gente pensa que eu sou mulata. Eu é que sou exceção [no meio]", afirma a intérprete do hino sambista "Vou Festejar", que cresceu na zona sul carioca (Leblon, Ipanema, Urca) ouvindo galanteios de meia MPB. "Geral me cantava. Menina de 19 anos, perninha grossa, vestido curto? Tocando violão?", ela diz e dá uma piscadela. Beth já era queridinha em rodas frequentadas por Tom Jobim quando estourou na TV aberta ao cantar "Andança". A música famosa pelo refrão "por onde for quero ser seu par" ficou em terceiro lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, atrás de "Sabiá" (Tom/Chico Buarque) e "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores" (Geraldo Vandré). Mas, como faz questão de apontar, virou "madrinha do samba". Resgatou músicos das antigas, como Cartola (1908-1980). Sambas dele se popularizaram nos anos 1930, na voz de músicos como Carmen Miranda e Silvio Caldas. Em 1956, Cartola foi encontrado lavando carros em Ipanema pelo jornalista Sérgio Porto (1923-1968). Beth foi ao sambista atrás de suas pérolas. Saiu de lá com canções como "O Mundo É o Moinho" e "As Rosas Não Falam". Ela também ajudou artistas iniciantes como Zeca Pagodinho. "Me chega esse menino com sacola de supermercado e um cavaquinho dentro. Magro esquelético. Já gostei do título da música que ele veio mostrar: 'Camarão que Dorme a Onda Leva", lembra Beth. O mesmo Zeca, já sambista consagrado, visitou Beth no hospital com cerveja escondida dentro do paletó. Ela ficou um ano internada, entre 2012 e 2013, após operar a coluna. Desde então, está na cadeira de rodas. "Eu ando, viu? Com andador. Mas tenho um pouco de preguiça, a cadeira acomoda muito a gente." O episódio é retratado no musical (autorizado) "Andança", que fica em cartaz até 31 de janeiro no Maison de France, no Rio. A história de Elizabeth Santos Leal de Carvalho também será contada num livro escrito pelo amigo Beto Almeida, um dos fundadores do PT. "Prefiro biografia autorizada. Fica mais verdadeira, né?" DO BALÉ AO SAMBA NO PÉ Bailarina clássica até a adolescência, Beth diz que herdou o "lado povão" da mãe, que sempre a levava para passear no subúrbio carioca. "Pegava o trem. Ninguém da minha roda fazia isso." O pai era funcionário de alfândega e entusiasta de Fidel Castro, então jovem líder socialista. No golpe militar de 1964, fugiu após receber ameaça de prisão, segundo a filha. "Acabou a vida sendo massagista." A veia esquerdista ainda pulsa forte em Beth Carvalho. Em agosto, ficou tiririca com o uso de sua canção maior, "Vou Festejar", numa passeata contra a presidente Dilma Rousseff (de quem se diz fã) organizada pelo movimento de direita #VemPraRua. Por ironia do destino, Beth já uniu forças com Lobão, hoje um dos artistas mais associados à direita, com discursos simpáticos à ditadura militar e críticos à "atmosfera stalinista" que, acredita, espreita o país. No começo dos anos 2000, os dois artistas fizeram lobby pela numeração de discos –o que era rejeitado por grandes gravadoras e fabricantes de CDs. Os músicos suspeitavam que eles fraudassem a quantidade de produtos vendidos para repassar menos direitos autorais. "Que que eu vou fazer [se ele é de direita]? Fico triste. Não vou ficar de mal com ele", diz Beth. BETH CARVALHO - 50 ANOS DE CARREIRA QUANDO sexta-feira (23), às 22h30 ONDE Citibank Hall São Paulo (Av. das Nações Unidas, 17955. São Paulo (SP). Tel. (11) 4003-5588) QUANTO R$ 100 a R$ 200
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'O samba é mais de esquerda', diz Beth Carvalho, que faz 50 anos de carreiraQuadros com Che Guevara e Hugo Chávez adornam o hall do apartamento de Beth Carvalho, 69, que fica num condomínio de frente para a praia de São Conrado, no Rio, onde hoje se compra uma unidade a partir de R$ 3,7 milhões. "O samba é mais de esquerda, é o povo. Nelson Sargento é de esquerda, Cartola [1908-1980] também era", ela diz, e esclarece que a pintura do ex-presidente venezuelano morto em 2013 foi um presente do sucessor, Nicolás Maduro. Beth comemora nesta sexta (23), com show em São Paulo, meio século de uma carreira que bambeia entre a elite (de onde veio) e as massas (por onde sempre perambulou). "Muita gente pensa que eu sou mulata. Eu é que sou exceção [no meio]", afirma a intérprete do hino sambista "Vou Festejar", que cresceu na zona sul carioca (Leblon, Ipanema, Urca) ouvindo galanteios de meia MPB. "Geral me cantava. Menina de 19 anos, perninha grossa, vestido curto? Tocando violão?", ela diz e dá uma piscadela. Beth já era queridinha em rodas frequentadas por Tom Jobim quando estourou na TV aberta ao cantar "Andança". A música famosa pelo refrão "por onde for quero ser seu par" ficou em terceiro lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, atrás de "Sabiá" (Tom/Chico Buarque) e "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores" (Geraldo Vandré). Mas, como faz questão de apontar, virou "madrinha do samba". Resgatou músicos das antigas, como Cartola (1908-1980). Sambas dele se popularizaram nos anos 1930, na voz de músicos como Carmen Miranda e Silvio Caldas. Em 1956, Cartola foi encontrado lavando carros em Ipanema pelo jornalista Sérgio Porto (1923-1968). Beth foi ao sambista atrás de suas pérolas. Saiu de lá com canções como "O Mundo É o Moinho" e "As Rosas Não Falam". Ela também ajudou artistas iniciantes como Zeca Pagodinho. "Me chega esse menino com sacola de supermercado e um cavaquinho dentro. Magro esquelético. Já gostei do título da música que ele veio mostrar: 'Camarão que Dorme a Onda Leva", lembra Beth. O mesmo Zeca, já sambista consagrado, visitou Beth no hospital com cerveja escondida dentro do paletó. Ela ficou um ano internada, entre 2012 e 2013, após operar a coluna. Desde então, está na cadeira de rodas. "Eu ando, viu? Com andador. Mas tenho um pouco de preguiça, a cadeira acomoda muito a gente." O episódio é retratado no musical (autorizado) "Andança", que fica em cartaz até 31 de janeiro no Maison de France, no Rio. A história de Elizabeth Santos Leal de Carvalho também será contada num livro escrito pelo amigo Beto Almeida, um dos fundadores do PT. "Prefiro biografia autorizada. Fica mais verdadeira, né?" DO BALÉ AO SAMBA NO PÉ Bailarina clássica até a adolescência, Beth diz que herdou o "lado povão" da mãe, que sempre a levava para passear no subúrbio carioca. "Pegava o trem. Ninguém da minha roda fazia isso." O pai era funcionário de alfândega e entusiasta de Fidel Castro, então jovem líder socialista. No golpe militar de 1964, fugiu após receber ameaça de prisão, segundo a filha. "Acabou a vida sendo massagista." A veia esquerdista ainda pulsa forte em Beth Carvalho. Em agosto, ficou tiririca com o uso de sua canção maior, "Vou Festejar", numa passeata contra a presidente Dilma Rousseff (de quem se diz fã) organizada pelo movimento de direita #VemPraRua. Por ironia do destino, Beth já uniu forças com Lobão, hoje um dos artistas mais associados à direita, com discursos simpáticos à ditadura militar e críticos à "atmosfera stalinista" que, acredita, espreita o país. No começo dos anos 2000, os dois artistas fizeram lobby pela numeração de discos –o que era rejeitado por grandes gravadoras e fabricantes de CDs. Os músicos suspeitavam que eles fraudassem a quantidade de produtos vendidos para repassar menos direitos autorais. "Que que eu vou fazer [se ele é de direita]? Fico triste. Não vou ficar de mal com ele", diz Beth. BETH CARVALHO - 50 ANOS DE CARREIRA QUANDO sexta-feira (23), às 22h30 ONDE Citibank Hall São Paulo (Av. das Nações Unidas, 17955. São Paulo (SP). Tel. (11) 4003-5588) QUANTO R$ 100 a R$ 200
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Trio de artistas evoca samba e Albert Camus para enfrentar o absurdo
O sentimento do absurdo, escreveu Albert Camus em "O Mito de Sísifo", é consequência do "divórcio entre o homem e sua vida, o ator e seu cenário". Lidar com esse impasse existencial, acrescenta o filósofo e escritor francês, pode levar a atos extremos, como o suicídio. O músico Rodrigo Campos, 40, enfrentou essa questão de outra maneira: fez sambas. "O absurdo chegou na minha vida há uns cinco anos. Em alguns momentos cheguei a achar que as coisas não faziam sentido. O livro me fez reconhecer esse sentimento e imaginar que todo mundo talvez sinta isso em algum momento", diz Rodrigo. "Assim que terminei de lê-lo, tive o impulso de compor músicas. Queria registrar as sensações da leitura antes que me escapassem", completa. Sentiu, contudo, que precisaria de um parceiro. "Algo me dizia que não era para eu fazer as letras", diz. Convidou, então, o amigo, escritor e artista plástico Nuno Ramos, 57, para escrevê-las. Logo as canções ganhariam forma com a voz e a interpretação da cantora Juçara Marçal, 55, e os arranjos do compositor e produtor Gui Amabis, 40. Nascia o projeto "Sambas do Absurdo", cujo álbum será lançado no formato virtual no dia 28 de abril. GÊNERO EXISTENCIAL O trabalho é o resultado do encontro de alguns dos nomes mais relevantes da música popular brasileira contemporânea, cujos discos individuais têm recebido elogios da crítica nacional e atraído a atenção fora do país. Tocando cavaquinho e violão, Rodrigo Campos retorna, em "Sambas do Absurdo", ao gênero em que despontou com o seu primeiro disco, "São Mateus Não é um Lugar Tão Longe Assim", lançado em 2009. Vieram na sequência "Bahia Fantástica" (2012) e "Conversas com Toshiro" (2015). A escolha do formato samba para as atuais composições, diz Rodrigo, não foi à toa. "O samba é um gênero existencial por excelência, tem essa coisa do lamento. Você ouve Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, e percebe conceitos filosóficos depurados de uma maneira cotidiana." O propósito do trio, porém, era fugir do samba tradicional, torná-lo, justamente, "absurdo", a começar pelas letras -que não fazem referência direta ao ensaio de Camus. "O caminho, de fato, não foi o da citação. Ao contrário. As letras têm uma natureza associativa, de ideias e temas, que acabam dando a elas um ar meio abstrato", diz Nuno Ramos, que já teve canções gravadas por Romulo Fróes, Gal Costa e Mariana Aydar. Dividido em oito faixas, com os títulos sempre começando pela palavra "absurdo" seguida de numerais de 1 a 8 -indicando a ordem em que foram compostas- o disco, segundo Ramos, não é muito lógico. "É difícil saber, por exemplo, quem é que canta, quem é o sujeito lírico. As vozes vão se sucedendo ao longo do disco, às vezes é um cara apaixonado, em outra é uma pessoa na rua." Já Juçara Marçal conta que, em várias canções, optou por tons de voz que não lhe fossem totalmente confortáveis. "O desconforto fazia sentido para o resultado instável que queríamos atingir", diz. Também integrante do trio Metá Metá, com o qual tem três discos, a cantora lançou em 2014 o álbum "Encarnado", seu primeiro trabalho solo, que recebeu o prêmio de melhor disco do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. "Em todos esses trabalhos, como neste, o que me move é o desafio para a voz. Se não houver isso, não faz sentido", completa Juçara. Por meio de teclados e programação, Gui Amabis acrescenta uma atmosfera orquestral que dá às composições um tom obscuro e excêntrico. "A ideia era interferir nas canções, mas sem desviar a atenção da voz da Juçara." Segundo Amabis, os arranjos são compostos em um teclado Mellotron [instrumento cult criado nos anos 1960]. A isso ele acrescenta efeitos elaborados a partir de um banco de "samplers", que, com o auxílio do computador, passam por um processo de alteração do ritmo, inversão de notas e colagem de fragmentos. Com experiência na criação de trilhas para filmes e séries, Amabis já lançou três trabalhos solo: "Memórias Luso/Africanas (2011), "Trabalhos Carnívoros" (2012) e "Ruivo em Sangue" (2015). As inspirações para os arranjos seguem a mesma lógica absurda que permeia todo o trabalho. "Vão desde Dorival Caymmi, Rogério Duprat e Pedro Santos até Nick Drake e [o grupo indie contemporâneo] Dirty Projectors", diz. Absurdo 5
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Trio de artistas evoca samba e Albert Camus para enfrentar o absurdoO sentimento do absurdo, escreveu Albert Camus em "O Mito de Sísifo", é consequência do "divórcio entre o homem e sua vida, o ator e seu cenário". Lidar com esse impasse existencial, acrescenta o filósofo e escritor francês, pode levar a atos extremos, como o suicídio. O músico Rodrigo Campos, 40, enfrentou essa questão de outra maneira: fez sambas. "O absurdo chegou na minha vida há uns cinco anos. Em alguns momentos cheguei a achar que as coisas não faziam sentido. O livro me fez reconhecer esse sentimento e imaginar que todo mundo talvez sinta isso em algum momento", diz Rodrigo. "Assim que terminei de lê-lo, tive o impulso de compor músicas. Queria registrar as sensações da leitura antes que me escapassem", completa. Sentiu, contudo, que precisaria de um parceiro. "Algo me dizia que não era para eu fazer as letras", diz. Convidou, então, o amigo, escritor e artista plástico Nuno Ramos, 57, para escrevê-las. Logo as canções ganhariam forma com a voz e a interpretação da cantora Juçara Marçal, 55, e os arranjos do compositor e produtor Gui Amabis, 40. Nascia o projeto "Sambas do Absurdo", cujo álbum será lançado no formato virtual no dia 28 de abril. GÊNERO EXISTENCIAL O trabalho é o resultado do encontro de alguns dos nomes mais relevantes da música popular brasileira contemporânea, cujos discos individuais têm recebido elogios da crítica nacional e atraído a atenção fora do país. Tocando cavaquinho e violão, Rodrigo Campos retorna, em "Sambas do Absurdo", ao gênero em que despontou com o seu primeiro disco, "São Mateus Não é um Lugar Tão Longe Assim", lançado em 2009. Vieram na sequência "Bahia Fantástica" (2012) e "Conversas com Toshiro" (2015). A escolha do formato samba para as atuais composições, diz Rodrigo, não foi à toa. "O samba é um gênero existencial por excelência, tem essa coisa do lamento. Você ouve Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, e percebe conceitos filosóficos depurados de uma maneira cotidiana." O propósito do trio, porém, era fugir do samba tradicional, torná-lo, justamente, "absurdo", a começar pelas letras -que não fazem referência direta ao ensaio de Camus. "O caminho, de fato, não foi o da citação. Ao contrário. As letras têm uma natureza associativa, de ideias e temas, que acabam dando a elas um ar meio abstrato", diz Nuno Ramos, que já teve canções gravadas por Romulo Fróes, Gal Costa e Mariana Aydar. Dividido em oito faixas, com os títulos sempre começando pela palavra "absurdo" seguida de numerais de 1 a 8 -indicando a ordem em que foram compostas- o disco, segundo Ramos, não é muito lógico. "É difícil saber, por exemplo, quem é que canta, quem é o sujeito lírico. As vozes vão se sucedendo ao longo do disco, às vezes é um cara apaixonado, em outra é uma pessoa na rua." Já Juçara Marçal conta que, em várias canções, optou por tons de voz que não lhe fossem totalmente confortáveis. "O desconforto fazia sentido para o resultado instável que queríamos atingir", diz. Também integrante do trio Metá Metá, com o qual tem três discos, a cantora lançou em 2014 o álbum "Encarnado", seu primeiro trabalho solo, que recebeu o prêmio de melhor disco do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. "Em todos esses trabalhos, como neste, o que me move é o desafio para a voz. Se não houver isso, não faz sentido", completa Juçara. Por meio de teclados e programação, Gui Amabis acrescenta uma atmosfera orquestral que dá às composições um tom obscuro e excêntrico. "A ideia era interferir nas canções, mas sem desviar a atenção da voz da Juçara." Segundo Amabis, os arranjos são compostos em um teclado Mellotron [instrumento cult criado nos anos 1960]. A isso ele acrescenta efeitos elaborados a partir de um banco de "samplers", que, com o auxílio do computador, passam por um processo de alteração do ritmo, inversão de notas e colagem de fragmentos. Com experiência na criação de trilhas para filmes e séries, Amabis já lançou três trabalhos solo: "Memórias Luso/Africanas (2011), "Trabalhos Carnívoros" (2012) e "Ruivo em Sangue" (2015). As inspirações para os arranjos seguem a mesma lógica absurda que permeia todo o trabalho. "Vão desde Dorival Caymmi, Rogério Duprat e Pedro Santos até Nick Drake e [o grupo indie contemporâneo] Dirty Projectors", diz. Absurdo 5
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Leitor elogia uso de táxi compartilhado
Em Belo Horizonte, há alguns anos, vi o sistema do táxi compartilhado funcionando, e ouvi comentários de que era bom. Não me parece, portanto, que ele "esbarraria em lei federal" ("Opinião", 24/1). Os argumentos contrários me pareceram pouco consistentes, uma vez que o taxista receberá o mesmo pelas viagens e os passageiros serão incentivados a utilizar mais o serviço. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor elogia uso de táxi compartilhadoEm Belo Horizonte, há alguns anos, vi o sistema do táxi compartilhado funcionando, e ouvi comentários de que era bom. Não me parece, portanto, que ele "esbarraria em lei federal" ("Opinião", 24/1). Os argumentos contrários me pareceram pouco consistentes, uma vez que o taxista receberá o mesmo pelas viagens e os passageiros serão incentivados a utilizar mais o serviço. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Grã-Bretanha aprova primeiros transplantes de útero de doadoras mortas
Médicos na Grã-Bretanha receberam a aprovação para realizar os dez primeiros transplantes de útero de doadoras que tiveram morte cerebral. O procedimento já foi feito com sucesso na Suécia, em 2014; uma mulher de 36 anos deu à luz após ter sido submetida ao transplante de útero, mas com o órgão retirado de uma doadora viva, uma amiga de 61 anos que já estava na menopausa. Os transplantes serão feitos como parte de uma série de testes clínicos e devem começar ainda em 2015. Se os testes forem bem-sucedidos, o primeiro bebê britânico nascido de um útero transplantado poderá nascer no final de 2017 ou começo de 2018. Mais de cem britânicas já foram identificadas como potenciais receptoras dos transplantes de útero. Richard Smith, médico do hospital Queen Charlotte e Chelsea, em Londres, trabalha no projeto há 19 anos e vai liderar a equipe de transplantes. "Em muitas mulheres existe o desejo inato de ter um filho. Este procedimento tem o potencial de satisfazer este desejo." "Durante os anos tive muitas crises com este projeto... mas quando você conhece as mulheres que nasceram sem um útero, ou que tiveram o útero retirado por alguma razão, é penoso e foi isso que nos fez continuar", disse Smith à BBC. HISTÓRICO Tratamentos contra o câncer e males congênitos são as principais causas de problemas no útero. Para muitas mulheres que querem ter filhos, a opção acaba sendo usar uma barriga de aluguel. Antes do caso sueco, outras equipes médicas haviam tentado realizar transplantes de útero. Em uma das tentativas, realizada no ano 2000 na Arábia Saudita, o órgão recebido de uma doadora viva adoeceu e teve de ser removido após três meses. O procedimento também foi tentado na Turquia e outros países. Mas, o primeiro caso documentado de sucesso, com uma gravidez bem-sucedida, foi o ocorrido na Suécia, com o nascimento de um menino em 2014 a partir de um útero transplantado. Desde então outros três bebês já nasceram na Suécia graças a transplantes de útero vindos sempre de doadores vivos. CONDIÇÕES Mais de 300 mulheres procuraram a equipe britânica de transplante de útero, mas apenas 104 se encaixaram nos critérios, entre eles ter 38 anos ou menos, ter um companheiro de longo prazo e um peso considerado saudável pelos médicos. A operação dura cerca de seis horas com o útero vindo de uma doadora que teve morte cerebral - e que é tecnicamente considerada morta - e cujo coração foi mantido em funcionamento. A receptora precisará tomar remédios como imunossupressores depois do transplante e durante a gravidez para evitar que o corpo rejeite o órgão. A saúde da mulher que recebeu o útero será monitorada detalhadamente durante um ano para a implantação de um embrião no útero. Este embrião será uma combinação de óvulos da própria mulher e, se possível, espermatozoides do parceiro, usando um procedimento de fertilização in vitro. Quando o útero doado não for mais necessário, poderá ser removido por meio de cirurgia. Este procedimento será feito para evitar que a mulher precise tomar imunossupressores para o resto da vida.
bbc
Grã-Bretanha aprova primeiros transplantes de útero de doadoras mortasMédicos na Grã-Bretanha receberam a aprovação para realizar os dez primeiros transplantes de útero de doadoras que tiveram morte cerebral. O procedimento já foi feito com sucesso na Suécia, em 2014; uma mulher de 36 anos deu à luz após ter sido submetida ao transplante de útero, mas com o órgão retirado de uma doadora viva, uma amiga de 61 anos que já estava na menopausa. Os transplantes serão feitos como parte de uma série de testes clínicos e devem começar ainda em 2015. Se os testes forem bem-sucedidos, o primeiro bebê britânico nascido de um útero transplantado poderá nascer no final de 2017 ou começo de 2018. Mais de cem britânicas já foram identificadas como potenciais receptoras dos transplantes de útero. Richard Smith, médico do hospital Queen Charlotte e Chelsea, em Londres, trabalha no projeto há 19 anos e vai liderar a equipe de transplantes. "Em muitas mulheres existe o desejo inato de ter um filho. Este procedimento tem o potencial de satisfazer este desejo." "Durante os anos tive muitas crises com este projeto... mas quando você conhece as mulheres que nasceram sem um útero, ou que tiveram o útero retirado por alguma razão, é penoso e foi isso que nos fez continuar", disse Smith à BBC. HISTÓRICO Tratamentos contra o câncer e males congênitos são as principais causas de problemas no útero. Para muitas mulheres que querem ter filhos, a opção acaba sendo usar uma barriga de aluguel. Antes do caso sueco, outras equipes médicas haviam tentado realizar transplantes de útero. Em uma das tentativas, realizada no ano 2000 na Arábia Saudita, o órgão recebido de uma doadora viva adoeceu e teve de ser removido após três meses. O procedimento também foi tentado na Turquia e outros países. Mas, o primeiro caso documentado de sucesso, com uma gravidez bem-sucedida, foi o ocorrido na Suécia, com o nascimento de um menino em 2014 a partir de um útero transplantado. Desde então outros três bebês já nasceram na Suécia graças a transplantes de útero vindos sempre de doadores vivos. CONDIÇÕES Mais de 300 mulheres procuraram a equipe britânica de transplante de útero, mas apenas 104 se encaixaram nos critérios, entre eles ter 38 anos ou menos, ter um companheiro de longo prazo e um peso considerado saudável pelos médicos. A operação dura cerca de seis horas com o útero vindo de uma doadora que teve morte cerebral - e que é tecnicamente considerada morta - e cujo coração foi mantido em funcionamento. A receptora precisará tomar remédios como imunossupressores depois do transplante e durante a gravidez para evitar que o corpo rejeite o órgão. A saúde da mulher que recebeu o útero será monitorada detalhadamente durante um ano para a implantação de um embrião no útero. Este embrião será uma combinação de óvulos da própria mulher e, se possível, espermatozoides do parceiro, usando um procedimento de fertilização in vitro. Quando o útero doado não for mais necessário, poderá ser removido por meio de cirurgia. Este procedimento será feito para evitar que a mulher precise tomar imunossupressores para o resto da vida.
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A vida é feita de várias pequenas histórias, escreve Rosely Sayão
Você gosta de ler ou de ouvir histórias? Eu adoro todos os tipo de aventuras: as dos livros para crianças, as dos quadrinhos, as escritas para gente grande (mas que criança também pode ler), as das crianças... E eu não gosto de ouvir apenas os contos que meninos e meninas inventam –seja para uma redação da escola ou para um livro, seja porque gostam de escrever ou de desenhar. Gosto de saber as histórias das coisas, dos fatos, das experiências que acontecem na vida, melhor ainda se contadas pelas próprias crianças. Já percebeu que a sua vida é uma grande história, feita de pequenas historinhas que se ligam e que incluem também coisas que você e que outras pessoas, sejam elas da sua família ou não, escutaram? Leia a coluna completa e veja tira de Armandinho aqui.
folhinha
A vida é feita de várias pequenas histórias, escreve Rosely SayãoVocê gosta de ler ou de ouvir histórias? Eu adoro todos os tipo de aventuras: as dos livros para crianças, as dos quadrinhos, as escritas para gente grande (mas que criança também pode ler), as das crianças... E eu não gosto de ouvir apenas os contos que meninos e meninas inventam –seja para uma redação da escola ou para um livro, seja porque gostam de escrever ou de desenhar. Gosto de saber as histórias das coisas, dos fatos, das experiências que acontecem na vida, melhor ainda se contadas pelas próprias crianças. Já percebeu que a sua vida é uma grande história, feita de pequenas historinhas que se ligam e que incluem também coisas que você e que outras pessoas, sejam elas da sua família ou não, escutaram? Leia a coluna completa e veja tira de Armandinho aqui.
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Rui Amaral: Grafite, Arcos do Jânio e Hugo Chávez
Anos atrás, em um dos meus aniversários, ganhei da minha mulher e dos meus dois filhos uma camisa de presente. Posso assegurar que era de boa qualidade, mas era muito feia. O que fazer em uma hora destas? Agradeci, obviamente, e recebi aquele beijo e aquele abraço dos meus filhos, que é o que mais vale nesta vida. Dias atrás, a cidade de São Paulo recebeu um presente: a pintura de um mural de mais de 15 mil m2, que percorre toda a avenida 23 de Maio. É uma das maiores intervenções artística da América Latina. Eu e outros 13 artistas curadores –representativos da arte de rua de estilos e regiões diferentes da cidade– fomos convidados pela Secretaria de Cultura para organizar este trabalho. Convidamos mais artistas, somando um total de 450. Para inaugurar os murais, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo sugeriu pintarmos os Arcos do Jânio, localizados bem no início da avenida, um espaço especial onde criamos um diálogo entre o antigo e o contemporâneo. Foi um dia inesquecível. Fizemos uma bicicletada em uma manhã linda de domingo. Saímos do Museu de Arte Contemporânea, no Ibirapuera, e fomos até os Arcos do Jânio, onde havia uma festa aberta ao público com chope e churrasco. Há anos trabalho para que São Paulo fizesse essa confraternização com vários artistas da cidade, juntando grafite, música, bicicletas, skate, futebol, samba, rap, rock e reggae. É isso que estamos chamando de "Grapixo", um movimento cultural de articulação de arte de rua, com inclusão social e educação. O "Grapixo" foi um dos destaques nesse evento, fortalecendo a possibilidade de construção de uma política pública voltada às artes urbanas. Essa construção de valor histórico, com mais de um século de existência, já teve uma intervenção grande quando do seu restauro durante a gestão de Jânio Quadros (1986-1989). No vão dos arcos foi construído um novo muro de arrimo. Os arcos foram preservados. O novo muro de 1987, com revestimento de cimento, destes que vemos aos montes por aí, foi pintado com a cor do concreto, cinza. Na gestão anterior à atual, os arcos foram pintados na cor de tijolo. O que fizemos foi só trocar a cor cinza do muro por um mural artístico, com aprovação do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Vi na "Primeira Página" desta Folha uma foto cuja legenda questionava se um das pinturas era o rosto do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Como curador do projeto, posso garantir que a resposta é negativa. Na frente dos arcos tem uma praça cercada com grades e a ideia foi retirá-las para que a população possa circular e apreciar o mais novo ponto turístico da cidade, agora mais valorizado, pois já existem vários passeios turísticos especializados em arte urbana em São Paulo. Acredito que ações como essas, replicadas em outros pontos da cidade, principalmente nas periferias e nas regiões menos assistidas, possam contribuir de uma forma positiva para a cultura e a qualidade de vida em nossa cidade. Assim poderemos construir uma cidade mais humana, democrática e divertida. Sobre a camisa que ganhei de presente, usei-a, no máximo, duas vezes, mas tenho guardada até hoje com o maior carinho, pois ela me traz uma lembrança de que o mais importante é a atitude, o amor e o respeito pelo próximo, independentemente da cor, sexo ou religião. RUI AMARAL, 53, artista plástico, é curador do projeto da Prefeitura de São Paulo para a pintura de murais na avenida 23 de Maio * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Rui Amaral: Grafite, Arcos do Jânio e Hugo ChávezAnos atrás, em um dos meus aniversários, ganhei da minha mulher e dos meus dois filhos uma camisa de presente. Posso assegurar que era de boa qualidade, mas era muito feia. O que fazer em uma hora destas? Agradeci, obviamente, e recebi aquele beijo e aquele abraço dos meus filhos, que é o que mais vale nesta vida. Dias atrás, a cidade de São Paulo recebeu um presente: a pintura de um mural de mais de 15 mil m2, que percorre toda a avenida 23 de Maio. É uma das maiores intervenções artística da América Latina. Eu e outros 13 artistas curadores –representativos da arte de rua de estilos e regiões diferentes da cidade– fomos convidados pela Secretaria de Cultura para organizar este trabalho. Convidamos mais artistas, somando um total de 450. Para inaugurar os murais, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo sugeriu pintarmos os Arcos do Jânio, localizados bem no início da avenida, um espaço especial onde criamos um diálogo entre o antigo e o contemporâneo. Foi um dia inesquecível. Fizemos uma bicicletada em uma manhã linda de domingo. Saímos do Museu de Arte Contemporânea, no Ibirapuera, e fomos até os Arcos do Jânio, onde havia uma festa aberta ao público com chope e churrasco. Há anos trabalho para que São Paulo fizesse essa confraternização com vários artistas da cidade, juntando grafite, música, bicicletas, skate, futebol, samba, rap, rock e reggae. É isso que estamos chamando de "Grapixo", um movimento cultural de articulação de arte de rua, com inclusão social e educação. O "Grapixo" foi um dos destaques nesse evento, fortalecendo a possibilidade de construção de uma política pública voltada às artes urbanas. Essa construção de valor histórico, com mais de um século de existência, já teve uma intervenção grande quando do seu restauro durante a gestão de Jânio Quadros (1986-1989). No vão dos arcos foi construído um novo muro de arrimo. Os arcos foram preservados. O novo muro de 1987, com revestimento de cimento, destes que vemos aos montes por aí, foi pintado com a cor do concreto, cinza. Na gestão anterior à atual, os arcos foram pintados na cor de tijolo. O que fizemos foi só trocar a cor cinza do muro por um mural artístico, com aprovação do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Vi na "Primeira Página" desta Folha uma foto cuja legenda questionava se um das pinturas era o rosto do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Como curador do projeto, posso garantir que a resposta é negativa. Na frente dos arcos tem uma praça cercada com grades e a ideia foi retirá-las para que a população possa circular e apreciar o mais novo ponto turístico da cidade, agora mais valorizado, pois já existem vários passeios turísticos especializados em arte urbana em São Paulo. Acredito que ações como essas, replicadas em outros pontos da cidade, principalmente nas periferias e nas regiões menos assistidas, possam contribuir de uma forma positiva para a cultura e a qualidade de vida em nossa cidade. Assim poderemos construir uma cidade mais humana, democrática e divertida. Sobre a camisa que ganhei de presente, usei-a, no máximo, duas vezes, mas tenho guardada até hoje com o maior carinho, pois ela me traz uma lembrança de que o mais importante é a atitude, o amor e o respeito pelo próximo, independentemente da cor, sexo ou religião. RUI AMARAL, 53, artista plástico, é curador do projeto da Prefeitura de São Paulo para a pintura de murais na avenida 23 de Maio * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Trabalhador da Mercedes avalia redução de salário e jornada
Os 10,5 mil trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo avaliam em plebiscito iniciado nesta quinta-feira (2) se aceitam a proposta de redução de 20% da jornada de trabalho com diminuição de 10% de salário por um prazo de um ano, em troca de estabilidade no emprego. O acordo foi negociado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora para garantir os empregos na fábrica até 30 de julho do próximo ano e enfrentar a crise no setor automotivo. A proposta segue os mesmos moldes do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), programa que vem sendo negociado entre as centrais sindicais e o governo federal desde o final do ano passado, e também deve permitir, por um prazo de 12 meses, a redução da jornada de trabalho em até 30% e dos salários em até 15%, caso a empresa comprove a necessidade de implementá-lo. Os sindicalistas esperam uma resposta do governo. Segundo a Folha apurou, o anúncio deve ocorrer ainda neste mês. Se o governo federal anunciar a criação do PPE durante a vigência do acordo feito com a Mercedes, a montadora vai adotar o programa, segundo informa o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A diferença, nesse caso, ainda de acordo com a entidade, é que ao final dos 12 meses do PPE é feita a recomposição integral dos vencimentos. PLEBISCITO Desde as 9h desta quinta-feira, o acordo é detalhado em assembleias feitas na entrada dos turnos e os trabalhadores votam, pela aprovação ou rejeição, em urnas instaladas em seus departamentos e áreas de trabalho. O processo de consulta será encerrado às 21h desta quinta-feira, mas o resultado será divulgado na sexta (3). Em relação ao reajuste salarial dos trabalhadores, a proposta do sindicato também prevê que os trabalhadores recebam metade da inflação (medida pelo INPC) como reajuste em maio de 2016 e o congelamento da evolução salarial no próximo ano. Em contrapartida ao acordo, a Mercedes-Benz deve garantir a estabilidade de todos os trabalhadores no prazo de um ano -de 1º de agosto deste ano a 30 de julho de 2016- e abrir um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária), para os trabalhadores com estabilidade, como os portadores de doenças profissionais, e para os aposentados. ADESÃO x DEMISSÃO Há cerca de 25 dias, um grupo de 300 trabalhadores demitidos pela montadora se reveza em um acampamento em frente à unidade da MBB em São Bernardo. Eles foram dispensados, após voltarem de um período de lay-off, em que 500 trabalhadores tiveram o contrato de trabalho suspenso desde o ano passado. Outros 200 trabalhadores aderiram ao PDV aberto anteriormente pela companhia. Segundo o sindicato, a proposta negociada prevê agora que a quantidade de adesões ao novo PDV determinará o número de trabalhadores que serão recontratados pela empresa. Ou seja, se houver 100 adesões ao programa, elas serão descontadas das 300 demissões já feitas - nesse caso, o mesmo número de demitidos poderia retornar à fábrica. Moisés Selerges, diretor sindicato e trabalhador da Mercedes, diz que a negociação foi difícil. "Consideramos que essa é a proposta de acordo possível para este cenário de crise. O mercado de caminhões registra queda de quase 50% e, na nossa avaliação, só deve melhorar a partir do segundo semestre de 2016. Nosso desafio é atravessar esse período sem demissões, uma vez que a empresa já anunciou um excedente de dois mil", explica o dirigente. Procurada, a empresa não se pronunciou ainda sobre a proposta em votação.
mercado
Trabalhador da Mercedes avalia redução de salário e jornadaOs 10,5 mil trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo avaliam em plebiscito iniciado nesta quinta-feira (2) se aceitam a proposta de redução de 20% da jornada de trabalho com diminuição de 10% de salário por um prazo de um ano, em troca de estabilidade no emprego. O acordo foi negociado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora para garantir os empregos na fábrica até 30 de julho do próximo ano e enfrentar a crise no setor automotivo. A proposta segue os mesmos moldes do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), programa que vem sendo negociado entre as centrais sindicais e o governo federal desde o final do ano passado, e também deve permitir, por um prazo de 12 meses, a redução da jornada de trabalho em até 30% e dos salários em até 15%, caso a empresa comprove a necessidade de implementá-lo. Os sindicalistas esperam uma resposta do governo. Segundo a Folha apurou, o anúncio deve ocorrer ainda neste mês. Se o governo federal anunciar a criação do PPE durante a vigência do acordo feito com a Mercedes, a montadora vai adotar o programa, segundo informa o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A diferença, nesse caso, ainda de acordo com a entidade, é que ao final dos 12 meses do PPE é feita a recomposição integral dos vencimentos. PLEBISCITO Desde as 9h desta quinta-feira, o acordo é detalhado em assembleias feitas na entrada dos turnos e os trabalhadores votam, pela aprovação ou rejeição, em urnas instaladas em seus departamentos e áreas de trabalho. O processo de consulta será encerrado às 21h desta quinta-feira, mas o resultado será divulgado na sexta (3). Em relação ao reajuste salarial dos trabalhadores, a proposta do sindicato também prevê que os trabalhadores recebam metade da inflação (medida pelo INPC) como reajuste em maio de 2016 e o congelamento da evolução salarial no próximo ano. Em contrapartida ao acordo, a Mercedes-Benz deve garantir a estabilidade de todos os trabalhadores no prazo de um ano -de 1º de agosto deste ano a 30 de julho de 2016- e abrir um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária), para os trabalhadores com estabilidade, como os portadores de doenças profissionais, e para os aposentados. ADESÃO x DEMISSÃO Há cerca de 25 dias, um grupo de 300 trabalhadores demitidos pela montadora se reveza em um acampamento em frente à unidade da MBB em São Bernardo. Eles foram dispensados, após voltarem de um período de lay-off, em que 500 trabalhadores tiveram o contrato de trabalho suspenso desde o ano passado. Outros 200 trabalhadores aderiram ao PDV aberto anteriormente pela companhia. Segundo o sindicato, a proposta negociada prevê agora que a quantidade de adesões ao novo PDV determinará o número de trabalhadores que serão recontratados pela empresa. Ou seja, se houver 100 adesões ao programa, elas serão descontadas das 300 demissões já feitas - nesse caso, o mesmo número de demitidos poderia retornar à fábrica. Moisés Selerges, diretor sindicato e trabalhador da Mercedes, diz que a negociação foi difícil. "Consideramos que essa é a proposta de acordo possível para este cenário de crise. O mercado de caminhões registra queda de quase 50% e, na nossa avaliação, só deve melhorar a partir do segundo semestre de 2016. Nosso desafio é atravessar esse período sem demissões, uma vez que a empresa já anunciou um excedente de dois mil", explica o dirigente. Procurada, a empresa não se pronunciou ainda sobre a proposta em votação.
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'São Paulo se tornou impossível', diz dramaturga Betty Milan
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Desde os 30 anos, a paulistana Betty Milan divide-se entre Paris e São Paulo. Estar lá, sem escutar português, faz com que ela consiga produzir mais. Porém, foi na capital paulista que a dramaturga, psicanalista e romancista escreveu sua sétima peça, "Dora Não Pode Morrer", que será encenada em sessão única na terça (18), no teatro do Itaú Cultural. Câncer e loucura permeiam a história, que, para Milan, tem a sanidade imaginária como tema. "A peça aborda a questão da vida e da morte. Há um diálogo satírico dos mortos sobre os vivos, que, além de particularmente ansiosos, são narcísicos e arrogantes." Quais inquietações a levaram a criar "Dora Não Pode Morrer"? Comecei a escrever depois de ter sido surpreendida por um câncer na tireoide, que precisou ser extraída. Fizeram a cirurgia e eu fiquei semanas sem tomar hormônio da tireoide para fazer a radioterapia. Nesse período, escrevi para entender o que havia acontecido comigo. Não imaginava que pudesse ter câncer, embora tenha havido casos na família. A peça trata de câncer e de loucura. Para além da trama, como a senhora acredita que esses temas se relacionam com os dias atuais? O tema do câncer é constante hoje, mas as pessoas ficam entre o medo e a crença absoluta no discurso do médico. A cura do câncer depende —e muito— da maneira como o doente reage ao diagnóstico e de como ele encara o tratamento. Em 2004, a senhora escreveu um texto para a Folha em que dizia estar "à espera de um tempo e de uma cidade [São Paulo] menos difíceis". Acha que esse momento chegou? São Paulo se tornou uma cidade impossível. Preconizava isso quando escrevi o romance "Consolação", cuja base foi uma pesquisa com os moradores da cidade, particularmente os de rua. Como é sua relação com São Paulo, dividindo-se entre ela e Paris? São Paulo me dá medo. Sempre fui de andar na rua. Agora, tendo a ficar em casa, embora o meu prédio tenha sido invadido por uma quadrilha com a cumplicidade do porteiro. A vida em Paris é mais tranquila porque a cidade é mais policiada. Mas, hoje, há tantos mendigos vindos de outros países que eu também quase não saio mais para passear. A qualidade de vida nas cidades grandes deixou de ser boa. Quando está em Paris, sente falta de algo em São Paulo? Tenho saudade da São Paulo com a qual eu sonhei e não aconteceu. Dora Não Pode Morrer Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, tel. 2168-1776. 249 lugares. Ter.: 20h. Única apresentação. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108). GRÁTIS
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'São Paulo se tornou impossível', diz dramaturga Betty MilanMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Desde os 30 anos, a paulistana Betty Milan divide-se entre Paris e São Paulo. Estar lá, sem escutar português, faz com que ela consiga produzir mais. Porém, foi na capital paulista que a dramaturga, psicanalista e romancista escreveu sua sétima peça, "Dora Não Pode Morrer", que será encenada em sessão única na terça (18), no teatro do Itaú Cultural. Câncer e loucura permeiam a história, que, para Milan, tem a sanidade imaginária como tema. "A peça aborda a questão da vida e da morte. Há um diálogo satírico dos mortos sobre os vivos, que, além de particularmente ansiosos, são narcísicos e arrogantes." Quais inquietações a levaram a criar "Dora Não Pode Morrer"? Comecei a escrever depois de ter sido surpreendida por um câncer na tireoide, que precisou ser extraída. Fizeram a cirurgia e eu fiquei semanas sem tomar hormônio da tireoide para fazer a radioterapia. Nesse período, escrevi para entender o que havia acontecido comigo. Não imaginava que pudesse ter câncer, embora tenha havido casos na família. A peça trata de câncer e de loucura. Para além da trama, como a senhora acredita que esses temas se relacionam com os dias atuais? O tema do câncer é constante hoje, mas as pessoas ficam entre o medo e a crença absoluta no discurso do médico. A cura do câncer depende —e muito— da maneira como o doente reage ao diagnóstico e de como ele encara o tratamento. Em 2004, a senhora escreveu um texto para a Folha em que dizia estar "à espera de um tempo e de uma cidade [São Paulo] menos difíceis". Acha que esse momento chegou? São Paulo se tornou uma cidade impossível. Preconizava isso quando escrevi o romance "Consolação", cuja base foi uma pesquisa com os moradores da cidade, particularmente os de rua. Como é sua relação com São Paulo, dividindo-se entre ela e Paris? São Paulo me dá medo. Sempre fui de andar na rua. Agora, tendo a ficar em casa, embora o meu prédio tenha sido invadido por uma quadrilha com a cumplicidade do porteiro. A vida em Paris é mais tranquila porque a cidade é mais policiada. Mas, hoje, há tantos mendigos vindos de outros países que eu também quase não saio mais para passear. A qualidade de vida nas cidades grandes deixou de ser boa. Quando está em Paris, sente falta de algo em São Paulo? Tenho saudade da São Paulo com a qual eu sonhei e não aconteceu. Dora Não Pode Morrer Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, tel. 2168-1776. 249 lugares. Ter.: 20h. Única apresentação. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108). GRÁTIS
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Haddad dobrará efetivo da GCM no Ibirapuera no próximo fim de semana
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira (21) que vai dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana no parque Ibirapuera (zona sul) no próximo fim de semana. No último domingo (17), duas jovens foram estupradas dentro do parque no mesmo dia em que ocorreram um rolezinho e um encontro de youtubers. A Folha revelou nesta quinta que, na mesma data, também foram registados oito arrastões. A guarda estima que entre 50 mil e 70 mil pessoas se concentraram no parque no horário de pico na tarde de domingo, diante de um efetivo de apenas 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados. "O Ibirapuera é o parque mais seguro de São Paulo, mas esse foi um acontecimento atípico", disse o inspetor Carlos Alberto Souza Matos, responsável pela segurança. Haddad afirma, porém, que o aumento do efetivo de guardas municipais não surtirá efeito se as pessoas que organizam os encontros no parque por meio de redes sociais não ajudarem a prefeitura. "O contingente no Ibirapuera será dobrado e não será suficiente e jamais será se não houver uma organização prévia daqueles que quiserem usar o parque. Por isso, nós chamamos os organizadores para conversar sobre protocolo. Não dá para as pessoas fazerem [os eventos] da cabeça delas. Você tem que ter um preparo antes, senão você perde o controle", disse. O prefeito disse que essa reunião visa garantir a organização e segurança das pessoas que participam desses eventos. A Polícia Civil atribui ao encontro de jovens a explosão de casos de violência nesse dia.
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Haddad dobrará efetivo da GCM no Ibirapuera no próximo fim de semanaO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira (21) que vai dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana no parque Ibirapuera (zona sul) no próximo fim de semana. No último domingo (17), duas jovens foram estupradas dentro do parque no mesmo dia em que ocorreram um rolezinho e um encontro de youtubers. A Folha revelou nesta quinta que, na mesma data, também foram registados oito arrastões. A guarda estima que entre 50 mil e 70 mil pessoas se concentraram no parque no horário de pico na tarde de domingo, diante de um efetivo de apenas 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados. "O Ibirapuera é o parque mais seguro de São Paulo, mas esse foi um acontecimento atípico", disse o inspetor Carlos Alberto Souza Matos, responsável pela segurança. Haddad afirma, porém, que o aumento do efetivo de guardas municipais não surtirá efeito se as pessoas que organizam os encontros no parque por meio de redes sociais não ajudarem a prefeitura. "O contingente no Ibirapuera será dobrado e não será suficiente e jamais será se não houver uma organização prévia daqueles que quiserem usar o parque. Por isso, nós chamamos os organizadores para conversar sobre protocolo. Não dá para as pessoas fazerem [os eventos] da cabeça delas. Você tem que ter um preparo antes, senão você perde o controle", disse. O prefeito disse que essa reunião visa garantir a organização e segurança das pessoas que participam desses eventos. A Polícia Civil atribui ao encontro de jovens a explosão de casos de violência nesse dia.
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Leitor critica "profecia jornalística" na coluna de Valdo Cruz
Extraordinariamente animadora a coluna Sem chance de errar. Diante das dificuldades atuais, Valdo Cruz nos brinda com a profecia de que tudo vai piorar, o desemprego vai aumentar, a inflação seguirá em alta e o país vai desacelerar ainda mais, ingredientes que vão azedar o humor dos brasileiros. O que há de alvissareiro nisso é que, em geral, a análise de muitos dos nossos jornalistas é calcada mais no subjetivo do que no objetivo. Reside aí nossa esperança: o costumeiro reverso da profecia jornalística. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica "profecia jornalística" na coluna de Valdo CruzExtraordinariamente animadora a coluna Sem chance de errar. Diante das dificuldades atuais, Valdo Cruz nos brinda com a profecia de que tudo vai piorar, o desemprego vai aumentar, a inflação seguirá em alta e o país vai desacelerar ainda mais, ingredientes que vão azedar o humor dos brasileiros. O que há de alvissareiro nisso é que, em geral, a análise de muitos dos nossos jornalistas é calcada mais no subjetivo do que no objetivo. Reside aí nossa esperança: o costumeiro reverso da profecia jornalística. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mensageiro Sideral: O mistério da antimatéria
Por que o Universo inteiro é feito de matéria e não de antimatéria? Esse é um dos grandes mistérios da cosmologia e um experimento recente cujo objetivo era tentar decifrar o enigma acabou tornando tudo ainda mais misterioso. Não que ... Leia post completo no blog
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Mensageiro Sideral: O mistério da antimatériaPor que o Universo inteiro é feito de matéria e não de antimatéria? Esse é um dos grandes mistérios da cosmologia e um experimento recente cujo objetivo era tentar decifrar o enigma acabou tornando tudo ainda mais misterioso. Não que ... Leia post completo no blog
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Um maço de cigarro ao dia produz 150 mutações no pulmão por ano
Fumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, segundo investigadores que identificaram vários mecanismos pelos quais o fumo danifica o DNA. O estudo, publicado nesta quinta-feira (3) na revista "Science", avalia com precisão –pela primeira vez– os devastadores efeitos genéticos do cigarro, e não apenas para os pulmões, mas também para outros órgãos que não estão diretamente expostos ao fumo. Estudos já revelavam que o cigarro contribui com ao menos 17 tipos de câncer, mas até o momento não se havia estabelecido como o fumo provocava estes tumores, destacam os pesquisadores do britânico Wellcome Trust Sanger Institute e do americano Los Alamos National Laboratory. O maior número de mutações genéticas causadas pelo tabagismo se observou no tecido pulmonar, mas outras partes do corpo também apresentaram alterações do DNA que explicam como fumar causa diferentes tipos de câncer. O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas, destacam os pesquisadores, assinalando a complexidade das interações do fumo com o organismo. "Este estudo aporta novos elementos sobre os diferentes mecanismos pelos quais o fumo provoca o câncer", destaca Ludmil Alexandrov, do Los Alamos National Laboratory, um dos principais autores do trabalho. "Já dispúnhamos de muitos dados epidemiológicos sobre um vínculo entre o fumo e o câncer, mas agora podemos observar e determinar o número de alterações moleculares do DNA provocadas pelo hábito de fumar". "Concluímos que as pessoas que fumam um maço por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais a cada ano em seus pulmões, o que explica por que motivo os fumantes têm um maior risco de desenvolver câncer de pulmão", destaca o cientista. Para esta primeira análise ampla do DNA relacionando o fumo ao câncer, os pesquisadores examinaram mais de 5 mil tumores, comparando os cânceres similares de fumantes e não fumantes. Assim, encontraram características moleculares específicas no DNA dos pulmões de fumantes e determinaram seu número nos diferentes tumores. Os pesquisadores concluíram que o fumo provoca um número significativo de mutações genéticas adicionais nas células pulmonares. Em outros órgãos, o estudo revelou que um maço de cigarros por dia produz, em média, 97 mutações a mais por ano no DNA da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e 6 no fígado. O estudo revela ao menos cinco processos distintos pelos quais o DNA é danificado pelo tabagismo, e o mais comum se encontra na maioria dos tipos de câncer. Para o professor Mike Stratton, do Wellcome Trust Sanger Institute, "este estudo também revela que o processo pelo qual o cigarro provoca um câncer é mais complexo do que se pensava". "Na realidade não entendemos completamente as origens subjacentes de muitos tipos de câncer", disse Stratton, assinalando outras causas ainda pouco conhecidas, como a obesidade. Mas este trabalho sobre o DNA em tumores cancerosos poderá fazer avançar a pesquisa e ajudar em uma maior prevenção de qualquer forma de câncer, avaliou o professor Stratton. "Sequenciar o genoma de cada câncer proporciona assim uma espécie de registro arqueológico" no DNA, exposto aos diferentes fatores que contribuíram para as mutações genéticas responsáveis pelo tumor.
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Um maço de cigarro ao dia produz 150 mutações no pulmão por anoFumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, segundo investigadores que identificaram vários mecanismos pelos quais o fumo danifica o DNA. O estudo, publicado nesta quinta-feira (3) na revista "Science", avalia com precisão –pela primeira vez– os devastadores efeitos genéticos do cigarro, e não apenas para os pulmões, mas também para outros órgãos que não estão diretamente expostos ao fumo. Estudos já revelavam que o cigarro contribui com ao menos 17 tipos de câncer, mas até o momento não se havia estabelecido como o fumo provocava estes tumores, destacam os pesquisadores do britânico Wellcome Trust Sanger Institute e do americano Los Alamos National Laboratory. O maior número de mutações genéticas causadas pelo tabagismo se observou no tecido pulmonar, mas outras partes do corpo também apresentaram alterações do DNA que explicam como fumar causa diferentes tipos de câncer. O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas, destacam os pesquisadores, assinalando a complexidade das interações do fumo com o organismo. "Este estudo aporta novos elementos sobre os diferentes mecanismos pelos quais o fumo provoca o câncer", destaca Ludmil Alexandrov, do Los Alamos National Laboratory, um dos principais autores do trabalho. "Já dispúnhamos de muitos dados epidemiológicos sobre um vínculo entre o fumo e o câncer, mas agora podemos observar e determinar o número de alterações moleculares do DNA provocadas pelo hábito de fumar". "Concluímos que as pessoas que fumam um maço por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais a cada ano em seus pulmões, o que explica por que motivo os fumantes têm um maior risco de desenvolver câncer de pulmão", destaca o cientista. Para esta primeira análise ampla do DNA relacionando o fumo ao câncer, os pesquisadores examinaram mais de 5 mil tumores, comparando os cânceres similares de fumantes e não fumantes. Assim, encontraram características moleculares específicas no DNA dos pulmões de fumantes e determinaram seu número nos diferentes tumores. Os pesquisadores concluíram que o fumo provoca um número significativo de mutações genéticas adicionais nas células pulmonares. Em outros órgãos, o estudo revelou que um maço de cigarros por dia produz, em média, 97 mutações a mais por ano no DNA da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e 6 no fígado. O estudo revela ao menos cinco processos distintos pelos quais o DNA é danificado pelo tabagismo, e o mais comum se encontra na maioria dos tipos de câncer. Para o professor Mike Stratton, do Wellcome Trust Sanger Institute, "este estudo também revela que o processo pelo qual o cigarro provoca um câncer é mais complexo do que se pensava". "Na realidade não entendemos completamente as origens subjacentes de muitos tipos de câncer", disse Stratton, assinalando outras causas ainda pouco conhecidas, como a obesidade. Mas este trabalho sobre o DNA em tumores cancerosos poderá fazer avançar a pesquisa e ajudar em uma maior prevenção de qualquer forma de câncer, avaliou o professor Stratton. "Sequenciar o genoma de cada câncer proporciona assim uma espécie de registro arqueológico" no DNA, exposto aos diferentes fatores que contribuíram para as mutações genéticas responsáveis pelo tumor.
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Estado dos EUA distribui caixas-berço de papelão para evitar mortes de bebês
Jernica Quiñones, mãe de cinco filhos, foi a primeira em Nova Jersey a receber gratuitamente uma "caixa de bebê" –espécie de berço portátil feito de papelão laminado. Mas, primeiro, ela teve que fazer um curso on-line sobre as melhores práticas ligadas ao sono do bebê, o que especialistas dizem que pode reduzir os riscos da síndrome da morte súbita infantil. "Basicamente você deve colocar o bebê em um colchão, e pronto", ela disse depois de assistir a uma série de vídeos de 20 minutos. A mensagem pode não ser nova, mas especialistas do governo dizem que é crucial manter os bebês em segurança. Para reduzir a mortalidade infantil, os pais devem colocá-los em um colchão firme e deixá-los sem travesseiro, cobertor ou bichos de pelúcia. Nova Jersey se tornou o primeiro Estado dos EUA a adotar um amplo programa para reduzir as mortes de bebês, distribuindo cerca de 105 mil "caixas de bebês" (esse é o número esperado de nascimentos no Estado neste ano). Essas caixas, que vêm com um colchão na base, têm sido entregues durante décadas na Finlândia, país com uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo. "Não é só sobre a caixa, é sobre educação", disse Kathie McCans, pediatra do Hospital Universitário Cooper e presidente do conselho estadual que discute mortalidade infantil e outros riscos da primeira infância. "A verdade é que as pessoas gostam de coisas de graça", disse. "A caixa é um incentivo para a educação, e vem com fraldas, lenços umedecidos, roupas e outros itens." Em 2014 (último ano com estatísticas disponíveis), 57 dos 61 casos de morte súbita infantil de Nova Jersey envolviam circunstâncias inseguras durante o sono. Os riscos incluíam a presença de cobertor (que pode levar ao sufocamento), pais que dormem junto com seus bebês (aumentando o risco de eles rolarem por cima do pequeno) e situações de "armadilha", em que a criança fica presa entre almofadas ou outros objetos. No ano passado, o Hospital Universitário Temple, na Filadélfia, começou seu próprio programa de "caixa de bebê". Camden, uma cidade com altos índices de crime, desemprego e pobreza. Ao saberem da iniciativa do hospital, McCans e seus colegas não tardaram a buscar mais informações. Na verdade, a Baby Box Co., de Los Angeles, estava por trás da iniciativa. A empresa já havia trabalhado com hospitais e diferentes governos em ao menos de 12 Estados dos EUA e também no Canadá e na Inglaterra. Apesar de ser uma empresa com fins lucrativos, ela recebe apoio de fundações de modo que os custos aos governos são mínimos. A Baby Box Co. iniciou suas atividades em 2013 e foi fundada por Jennifer Clary e uma amiga que estava grávida depois de lerem sobre o sucesso finlandês com as caixas. Elas decidiram inventar um programa de educação, chamado "Baby Box University", que concentra vídeos sobre segurança no sono, amamentação e o uso apropriado de cadeirinhas para carros, entre outros assuntos. MORTE SÚBITA O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) disse que não endossa nenhum dos produtos da "Baby Box", mas uma porta-voz da agência disse que os pais devem tomar as medidas necessárias para ajudar a reduzir os riscos de morte súbita. Nos EUA, cerca de 3.700 crianças morreram subitamente e inesperadamente em 2015, segundo a agência. As mortes têm caído desde os anos 1990, quando a Academia Americana de Pediatria divulgou recomendações como a de colocar o bebê de costas no berço. O Estado de Nova Jersey diz que todos podem se beneficiar do programa. As caixas são úteis como um complemento do berço e pode ser facilmente transportada para um hotel ou uma noite na casa dos avós. Quiñones, 33, disse que já tinha tido um bercinho, mas o mantinha no andar de cima de sua casa. Antes de pegar sua caixa, que agora fica na sala, ela tinha que subir um lance de escada para olhar o bebê. McCans disse que muitos dos novos pais deixavam o bebê dormindo no sofá durante o dia, já que a vida familiar fica em torno da sala e da cozinha. "Dez ou 15 anos atrás nós não reconhecíamos os sofás como perigosos", disse. "Mesmo se o bebê se virar apenas parcialmente, seu rosto pode ficar encoberto." Colocar bebês em caixas de papelão pode assustar alguns por ser tão simplório, especialmente na era dos berços de milhares de reais, mas McCans acredita que as caixas podem agradar os millenials que valorizam o minimalismo. "Há muita gente tentando simplificar a vida. Se os millenials (geração que chegou à idade adulta no início do século 21) enxergarem a caixa como algo cool, renovável e não tóxico e se ela chamar a atenção para que eles recebam informações corretas sobre os bebês, então não vejo problema. Estamos tentando atingir todo mundo."
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Estado dos EUA distribui caixas-berço de papelão para evitar mortes de bebêsJernica Quiñones, mãe de cinco filhos, foi a primeira em Nova Jersey a receber gratuitamente uma "caixa de bebê" –espécie de berço portátil feito de papelão laminado. Mas, primeiro, ela teve que fazer um curso on-line sobre as melhores práticas ligadas ao sono do bebê, o que especialistas dizem que pode reduzir os riscos da síndrome da morte súbita infantil. "Basicamente você deve colocar o bebê em um colchão, e pronto", ela disse depois de assistir a uma série de vídeos de 20 minutos. A mensagem pode não ser nova, mas especialistas do governo dizem que é crucial manter os bebês em segurança. Para reduzir a mortalidade infantil, os pais devem colocá-los em um colchão firme e deixá-los sem travesseiro, cobertor ou bichos de pelúcia. Nova Jersey se tornou o primeiro Estado dos EUA a adotar um amplo programa para reduzir as mortes de bebês, distribuindo cerca de 105 mil "caixas de bebês" (esse é o número esperado de nascimentos no Estado neste ano). Essas caixas, que vêm com um colchão na base, têm sido entregues durante décadas na Finlândia, país com uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo. "Não é só sobre a caixa, é sobre educação", disse Kathie McCans, pediatra do Hospital Universitário Cooper e presidente do conselho estadual que discute mortalidade infantil e outros riscos da primeira infância. "A verdade é que as pessoas gostam de coisas de graça", disse. "A caixa é um incentivo para a educação, e vem com fraldas, lenços umedecidos, roupas e outros itens." Em 2014 (último ano com estatísticas disponíveis), 57 dos 61 casos de morte súbita infantil de Nova Jersey envolviam circunstâncias inseguras durante o sono. Os riscos incluíam a presença de cobertor (que pode levar ao sufocamento), pais que dormem junto com seus bebês (aumentando o risco de eles rolarem por cima do pequeno) e situações de "armadilha", em que a criança fica presa entre almofadas ou outros objetos. No ano passado, o Hospital Universitário Temple, na Filadélfia, começou seu próprio programa de "caixa de bebê". Camden, uma cidade com altos índices de crime, desemprego e pobreza. Ao saberem da iniciativa do hospital, McCans e seus colegas não tardaram a buscar mais informações. Na verdade, a Baby Box Co., de Los Angeles, estava por trás da iniciativa. A empresa já havia trabalhado com hospitais e diferentes governos em ao menos de 12 Estados dos EUA e também no Canadá e na Inglaterra. Apesar de ser uma empresa com fins lucrativos, ela recebe apoio de fundações de modo que os custos aos governos são mínimos. A Baby Box Co. iniciou suas atividades em 2013 e foi fundada por Jennifer Clary e uma amiga que estava grávida depois de lerem sobre o sucesso finlandês com as caixas. Elas decidiram inventar um programa de educação, chamado "Baby Box University", que concentra vídeos sobre segurança no sono, amamentação e o uso apropriado de cadeirinhas para carros, entre outros assuntos. MORTE SÚBITA O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) disse que não endossa nenhum dos produtos da "Baby Box", mas uma porta-voz da agência disse que os pais devem tomar as medidas necessárias para ajudar a reduzir os riscos de morte súbita. Nos EUA, cerca de 3.700 crianças morreram subitamente e inesperadamente em 2015, segundo a agência. As mortes têm caído desde os anos 1990, quando a Academia Americana de Pediatria divulgou recomendações como a de colocar o bebê de costas no berço. O Estado de Nova Jersey diz que todos podem se beneficiar do programa. As caixas são úteis como um complemento do berço e pode ser facilmente transportada para um hotel ou uma noite na casa dos avós. Quiñones, 33, disse que já tinha tido um bercinho, mas o mantinha no andar de cima de sua casa. Antes de pegar sua caixa, que agora fica na sala, ela tinha que subir um lance de escada para olhar o bebê. McCans disse que muitos dos novos pais deixavam o bebê dormindo no sofá durante o dia, já que a vida familiar fica em torno da sala e da cozinha. "Dez ou 15 anos atrás nós não reconhecíamos os sofás como perigosos", disse. "Mesmo se o bebê se virar apenas parcialmente, seu rosto pode ficar encoberto." Colocar bebês em caixas de papelão pode assustar alguns por ser tão simplório, especialmente na era dos berços de milhares de reais, mas McCans acredita que as caixas podem agradar os millenials que valorizam o minimalismo. "Há muita gente tentando simplificar a vida. Se os millenials (geração que chegou à idade adulta no início do século 21) enxergarem a caixa como algo cool, renovável e não tóxico e se ela chamar a atenção para que eles recebam informações corretas sobre os bebês, então não vejo problema. Estamos tentando atingir todo mundo."
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O futuro de uma ilusão
Mais uma vez um jogo de azar mobiliza as esperanças de grande parte da população brasileira. Desta vez é a Mega-Sena, cujos prêmios acumulados montam a estimados R$ 170 milhões. Essa febre não é recente. A primeira loteria do país surgiu em 1784; tratava-se de angariar verbas para reconstruir a Câmara e a Cadeia da antiga Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais). Regulamentadas por d. Pedro 2º, em 1844, tais apostas passaram a engordar o Orçamento da União em 1899, já no período republicano. E como engordaram. Hoje os recursos das loterias financiam várias rubricas –a começar pela Seguridade Social, destino de 18,1% da receita com a Mega-Sena. O dinheiro custeia ainda o crédito educativo, o Fundo Nacional de Cultura, a construção de penitenciárias e os comitês olímpico e paraolímpico. O fluxo para os cofres públicos é tamanho que o prêmio, na verdade, equivale a apenas 32,2% do total arrecadado. Ou seja, se alguém fizesse todas as apostas possíveis, ainda assim perderia –como argumenta Adam Smith em sua "Riqueza das Nações". No jogo só existe um único ganhador: o governo. Isso explica a proliferação das loterias no Brasil, pelo menos desde que o presidente Jânio Quadros estatizou essa atividade, em 1961. No ano seguinte a Caixa lançou a Loteria Federal. Em 1970 foi a vez da Loteria Esportiva. A Quina surgiu em 1994, a Mega-Sena em 1996, a Lotomania em 1999, a Dupla Sena em 2001, a Lotofácil em 2003. A receita não tem decepcionado. No ano passado, as dez loterias da Caixa Econômica Federal repassaram R$ 6,38 bilhões para as ações do governo federal, incluindo R$ 1,1 bilhão de Imposto de Renda sobre os prêmios. No mesmo período, o total recolhido com o imposto sobre herança em todos os Estados brasileiros montou a R$ 4,7 bilhões. Essa comparação ilumina a natureza dos jogos estatais. A rigor, a loteria nada mais é do que um tributo –um "imposto da ilusão", para utilizar a definição do sociólogo Izildo Corrêa Leite. De um ponto de vista formal, as apostas são voluntárias: ninguém é obrigado a jogar. Mas as loterias acenam com sonhos tão sedutores que os jogadores, em particular os menos abastados, talvez se sintam quase compelidos a tentar a sorte. Os indivíduos seguem as pegadas do filósofo Blaise Pascal: arriscam o finito para ganhar o infinito. Que têm a perder? Muito pouco. O governo, nesse caso, se alimenta do azar da sociedade –e pode-se apostar, infelizmente, que essa situação persistirá por muitos anos. [email protected]
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O futuro de uma ilusãoMais uma vez um jogo de azar mobiliza as esperanças de grande parte da população brasileira. Desta vez é a Mega-Sena, cujos prêmios acumulados montam a estimados R$ 170 milhões. Essa febre não é recente. A primeira loteria do país surgiu em 1784; tratava-se de angariar verbas para reconstruir a Câmara e a Cadeia da antiga Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais). Regulamentadas por d. Pedro 2º, em 1844, tais apostas passaram a engordar o Orçamento da União em 1899, já no período republicano. E como engordaram. Hoje os recursos das loterias financiam várias rubricas –a começar pela Seguridade Social, destino de 18,1% da receita com a Mega-Sena. O dinheiro custeia ainda o crédito educativo, o Fundo Nacional de Cultura, a construção de penitenciárias e os comitês olímpico e paraolímpico. O fluxo para os cofres públicos é tamanho que o prêmio, na verdade, equivale a apenas 32,2% do total arrecadado. Ou seja, se alguém fizesse todas as apostas possíveis, ainda assim perderia –como argumenta Adam Smith em sua "Riqueza das Nações". No jogo só existe um único ganhador: o governo. Isso explica a proliferação das loterias no Brasil, pelo menos desde que o presidente Jânio Quadros estatizou essa atividade, em 1961. No ano seguinte a Caixa lançou a Loteria Federal. Em 1970 foi a vez da Loteria Esportiva. A Quina surgiu em 1994, a Mega-Sena em 1996, a Lotomania em 1999, a Dupla Sena em 2001, a Lotofácil em 2003. A receita não tem decepcionado. No ano passado, as dez loterias da Caixa Econômica Federal repassaram R$ 6,38 bilhões para as ações do governo federal, incluindo R$ 1,1 bilhão de Imposto de Renda sobre os prêmios. No mesmo período, o total recolhido com o imposto sobre herança em todos os Estados brasileiros montou a R$ 4,7 bilhões. Essa comparação ilumina a natureza dos jogos estatais. A rigor, a loteria nada mais é do que um tributo –um "imposto da ilusão", para utilizar a definição do sociólogo Izildo Corrêa Leite. De um ponto de vista formal, as apostas são voluntárias: ninguém é obrigado a jogar. Mas as loterias acenam com sonhos tão sedutores que os jogadores, em particular os menos abastados, talvez se sintam quase compelidos a tentar a sorte. Os indivíduos seguem as pegadas do filósofo Blaise Pascal: arriscam o finito para ganhar o infinito. Que têm a perder? Muito pouco. O governo, nesse caso, se alimenta do azar da sociedade –e pode-se apostar, infelizmente, que essa situação persistirá por muitos anos. [email protected]
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Ex-Inter, Sobis diz que Tigres poderia ter feito 'quatro ou cinco' gols
Formado nas categorias de base do Internacional, Rafael Sobis deixou de lado o discurso burocrático e exaltou a vitória de seu atual time, o Tigres (MEX), por 3 a 1. O resultado eliminou a equipe gaúcha da Libertadores. "Fizemos um jogo maravilhoso. Perdi o pênalti, mas o time fez um jogo perfeito. O certo seria não só três [gols], mas quatro ou cinco", disse. Sobis cobrou mal um pênalti no segundo tempo, que foi defendido pelo goleiro Alisson. Naquele momento, o time mexicano já vencia por 2 a 0. "Poucas vezes na minha vida me senti tão bem quanto aqui. Tenho que agradecer", afirmou Sobis. Com a derrota, o Inter desperdiçou a chance de chegar à sua quarta final de Libertadores. Os gaúchos venceram em 2006 e 2010, mas perderam a final em 1980. Já o Tigres terá como rival na decisão o argentino River Plate, que superou o Guaraní-PAR na outra semifinal. A primeira partida da final será na próxima quarta-feira (29), enquanto a segunda acontece no dia 5 de agosto.
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Ex-Inter, Sobis diz que Tigres poderia ter feito 'quatro ou cinco' golsFormado nas categorias de base do Internacional, Rafael Sobis deixou de lado o discurso burocrático e exaltou a vitória de seu atual time, o Tigres (MEX), por 3 a 1. O resultado eliminou a equipe gaúcha da Libertadores. "Fizemos um jogo maravilhoso. Perdi o pênalti, mas o time fez um jogo perfeito. O certo seria não só três [gols], mas quatro ou cinco", disse. Sobis cobrou mal um pênalti no segundo tempo, que foi defendido pelo goleiro Alisson. Naquele momento, o time mexicano já vencia por 2 a 0. "Poucas vezes na minha vida me senti tão bem quanto aqui. Tenho que agradecer", afirmou Sobis. Com a derrota, o Inter desperdiçou a chance de chegar à sua quarta final de Libertadores. Os gaúchos venceram em 2006 e 2010, mas perderam a final em 1980. Já o Tigres terá como rival na decisão o argentino River Plate, que superou o Guaraní-PAR na outra semifinal. A primeira partida da final será na próxima quarta-feira (29), enquanto a segunda acontece no dia 5 de agosto.
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Chuva abaixo da média faz governo manter termelétricas ligadas
Chuvas abaixo da média em todas as regiões do país fizeram com que o governo mantivesse ligadas, por pelo menos mais um mês, geradoras de energia termelétricas para garantir o abastecimento de energia do país. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que conta com a participação dos órgãos que controlam a produção e distribuição da energia. De acordo com a nota do CMSE, o sistema de energia teve a entrada de mais sete novas geradoras nos últimos 30 dias, que adicionaram 259 MW (megawatts) ao sistema, o que corresponde a pouco mais de 0,5% da carga necessária prevista para o ano. Com essa entrada, a nota informa que o risco de déficit de energia (o que pode provocar apagões) foi classificado como zero para qualquer cenário. O aumento da carga e a redução de consumo (o que vem ocorrendo desde o início do ano por causa dos reajustes de preço e da crise econômica), deveriam dar maior segurança ao sistema e, com isso, fazer o governo determinar o desligamento de mais termelétricas, que geram energia mais cara que de outros geradores e só são ligadas quando há possibilidade do sistema ter déficit. Mas não foi o que ocorreu. O comitê manteve a decisão do mês passado de desligar 21 termelétricas mais caras (cujo preço é acima de R$ 600/MWh). O desligamento das termelétricas fez o governo reduzir o preço da bandeira vermelha na conta de energia em R$ 1 para cada 100 MWh. Mas o Comitê não avançou para o desligamento de outras termelétricas cujo preço está entre R$ 350 e R$ 600, o que poderia reduzir ainda mais o preço da energia. A justificativa é o baixo nível de chuvas em todo o país, que ficaram em média 91%, 50%, 80% e 77% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte. Como os reservatórios das hidrelétricas estão baixos devido à seca nos últimos anos e ao uso excessivo de água para gerar energia das hidrelétricas (no Sudeste/Centro-Oeste estão com 34% e no Nordeste, 18,2%), a decisão acabou sendo por tentar preservar ainda mais a água nas áreas de acumulação. O comitê informou que continuará monitorando o sistema até a próxima reunião, que deverá ocorrer em outubro.
mercado
Chuva abaixo da média faz governo manter termelétricas ligadasChuvas abaixo da média em todas as regiões do país fizeram com que o governo mantivesse ligadas, por pelo menos mais um mês, geradoras de energia termelétricas para garantir o abastecimento de energia do país. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que conta com a participação dos órgãos que controlam a produção e distribuição da energia. De acordo com a nota do CMSE, o sistema de energia teve a entrada de mais sete novas geradoras nos últimos 30 dias, que adicionaram 259 MW (megawatts) ao sistema, o que corresponde a pouco mais de 0,5% da carga necessária prevista para o ano. Com essa entrada, a nota informa que o risco de déficit de energia (o que pode provocar apagões) foi classificado como zero para qualquer cenário. O aumento da carga e a redução de consumo (o que vem ocorrendo desde o início do ano por causa dos reajustes de preço e da crise econômica), deveriam dar maior segurança ao sistema e, com isso, fazer o governo determinar o desligamento de mais termelétricas, que geram energia mais cara que de outros geradores e só são ligadas quando há possibilidade do sistema ter déficit. Mas não foi o que ocorreu. O comitê manteve a decisão do mês passado de desligar 21 termelétricas mais caras (cujo preço é acima de R$ 600/MWh). O desligamento das termelétricas fez o governo reduzir o preço da bandeira vermelha na conta de energia em R$ 1 para cada 100 MWh. Mas o Comitê não avançou para o desligamento de outras termelétricas cujo preço está entre R$ 350 e R$ 600, o que poderia reduzir ainda mais o preço da energia. A justificativa é o baixo nível de chuvas em todo o país, que ficaram em média 91%, 50%, 80% e 77% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte. Como os reservatórios das hidrelétricas estão baixos devido à seca nos últimos anos e ao uso excessivo de água para gerar energia das hidrelétricas (no Sudeste/Centro-Oeste estão com 34% e no Nordeste, 18,2%), a decisão acabou sendo por tentar preservar ainda mais a água nas áreas de acumulação. O comitê informou que continuará monitorando o sistema até a próxima reunião, que deverá ocorrer em outubro.
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Maranhense vira homem-placa e roda o Brasil de carona à procura do filho
Atadas a uma mochila por um cordão bege, duas folhas plastificadas exibem fotos de um rapaz de pele e cabelo negros. Uma das imagens pende sobre o peito do maranhense José Ribamar de Fátima Rodrigues, 60. A outra lhe cobre parte das costas. Ele veste uma camisa azul e tem os pés metidos em sapatilhas desbotadas. No vaivém da praça da Sé, um tímido e franzino José –incapaz de se acostumar com o clima da capital– enverga as fotos como se fosse um homem-placa. No retrato maior, Cleilton, 29, tem os olhos estalados. No menor, um raro momento em que aparece sorrindo. Os cartazes que passam despercebidos na multidão estampam a dor do pai de dez filhos. No topo da placa, em letras maiúsculas, está a razão para José ter esquecido do próprio aniversário, em 12 de julho, o primeiro que passou longe da família: DESAPARECIDO. De janeiro a outubro deste ano, 21.913 boletins de ocorrência de desaparecimento foram registrados no Estado de São Paulo. Isso equivale a três pessoas por hora que perdem o convívio com suas famílias. De janeiro de 2013 a dezembro de 2015, eram dois os desaparecidos por hora em São Paulo. Na casa dos Rodrigues tudo se tornou confusão em 11 de março deste ano, quando a notícia do sumiço de Cleilton chegou por telefone à residência do patriarca em Timon, cidade com 165 mil habitantes no Maranhão. Cleilton estava na casa do irmão mais velho, Wilson, 42, em Guariba (a 340 km de SP). Sumiu um dia depois de ser visto chorando no trabalho. O primogênito descobriu que o pranto, a insônia e a mania de perseguição do irmão eram mais que saudade e mau humor. No cartaz de José, a explicação: "Ele sofre de esquizofrenia e depressão". Por 20 dias, esperou notícias do filho. Em abril, o ex-soldador, que mantém uma casa com oito pessoas com um salário mínimo, pegou um empréstimo de R$ 4.000 para procurar o filho, a pé, pelas estradas do Brasil. Na mochila, leva documentos, três fotos da família, sete peças de roupa –nenhuma de frio–, um kit de higiene e cópias do cartaz. "Minha mulher falou para trazer esta calça, que na época não cabia", diz sobre a peça azul-marinho que usa, presa por um cinto preto que ganhou três furos feitos à mão. José perdeu 15 dos antigos 70 kg. "A estrada pode ser boa para quem anda passeando, mas não para quem está com um trabalho feito o meu." Foi na quarta maior rodovia do país, a BR-153, que vai do Pará até o Rio Grande do Sul, que José enfrentou o primeiro de incontáveis preconceitos. O caminhoneiro Ronaldo Carlos, 42, que lhe deu carona do Tocantins a Minas Gerais, viu quando confundiram José com um mendigo. "Não viram um pai desesperado, mas um homem tirando proveito de uma deficiência." José diz que perdeu a mão e parte do braço esquerdo aos 13 anos, quando uma granada achada no mato explodiu na sua frente. BOLETIM A falta de instrução formal –José estudou até a 5ª série– não o impediu de fazer as perguntas certas. A primeira, na delegacia de Guariba. Quis saber por que não fizeram o boletim de ocorrência nas quatro vezes que Wilson tentou registrar o sumiço de Cleilton. "Primeiro disseram que faltava documento, depois, para esperar que ele voltaria." Um dia, finalmente, ele ouviu o que esperava. "Acharam seu filho. Ele está em Araraquara [SP]." O sistema mostrou um boletim de ocorrência registrado em 17 de março, dez dias após o sumiço. Se a polícia de Guariba tivesse feito o registro como prevê a lei, a autoridade policial de Araraquara poderia ter encontrado os dados no banco da Polícia Civil e entrado em contato com a família de Cleilton. Não foi o que aconteceu. Em Araraquara, uma funcionária do Centro de Atendimento à População de Rua levou Cleilton à delegacia. José encontrou essa mulher. Ela disse ter atendido o rapaz e que ele estava "meio desnorteado". O centro então doou uma passagem para que ele fosse para São Paulo. DOIS DESAPARECIDOS POR HORA - Estado de SP teve mais de 22 mil registros em 2016 No centro de assistência social da rodoviária do Tietê, José confirmou que o filho desembarcou no dia 18 na capital. Via Defensoria Pública, o pai tentou acesso às imagens das câmeras de segurança, que poderiam indicar o próximo passo do rapaz, mas as gravações foram apagadas. Por isso, José nunca mais deixou São Paulo. Na capital, o homem descobriu que era o único a procurar por seu filho. Na Delegacia de Pessoas Desaparecidas, soube que o registro do sumiço de Cleilton apenas entraria para o banco de dados da Polícia Civil. "E o policial me disse que eles não saem procurando." José criou uma estratégia para tentar vencer o descaso do país com seus desaparecidos: registrar um boletim em cada Estado. Assim, diz ele, se o filho for parado em alguma abordagem policial, a família poderá ser contatada. Na mochila, ele leva os registros feitos em Minas, Rio, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Atrás de novas pistas, foi a Paulínia (a 126 km de SP) há duas semanas, onde a Folha o acompanhou. "Aprendi a não ter expectativa. Quanto mais a gente acredita, pior é a dor quando vê que não é." No dia seguinte, José já caminhava pela capital. Foram mais de dez quilômetros sem beber nada, enganando a fome com balas de café. As pistas o levaram ao Cemitério Municipal de Santana. Tentava encontrar o filho, vivo, num lugar entregue à morte. Do alto de um barranco, entre lápides, José avistou um mendigo, pardo, esparramado na grama. Passos adiante, olhou para trás e balançou a cabeça. A realidade é o maior tormento de José. "Não é doído isso? Não dá pra deixar de procurar um filho... É para o resto da vida."
cotidiano
Maranhense vira homem-placa e roda o Brasil de carona à procura do filhoAtadas a uma mochila por um cordão bege, duas folhas plastificadas exibem fotos de um rapaz de pele e cabelo negros. Uma das imagens pende sobre o peito do maranhense José Ribamar de Fátima Rodrigues, 60. A outra lhe cobre parte das costas. Ele veste uma camisa azul e tem os pés metidos em sapatilhas desbotadas. No vaivém da praça da Sé, um tímido e franzino José –incapaz de se acostumar com o clima da capital– enverga as fotos como se fosse um homem-placa. No retrato maior, Cleilton, 29, tem os olhos estalados. No menor, um raro momento em que aparece sorrindo. Os cartazes que passam despercebidos na multidão estampam a dor do pai de dez filhos. No topo da placa, em letras maiúsculas, está a razão para José ter esquecido do próprio aniversário, em 12 de julho, o primeiro que passou longe da família: DESAPARECIDO. De janeiro a outubro deste ano, 21.913 boletins de ocorrência de desaparecimento foram registrados no Estado de São Paulo. Isso equivale a três pessoas por hora que perdem o convívio com suas famílias. De janeiro de 2013 a dezembro de 2015, eram dois os desaparecidos por hora em São Paulo. Na casa dos Rodrigues tudo se tornou confusão em 11 de março deste ano, quando a notícia do sumiço de Cleilton chegou por telefone à residência do patriarca em Timon, cidade com 165 mil habitantes no Maranhão. Cleilton estava na casa do irmão mais velho, Wilson, 42, em Guariba (a 340 km de SP). Sumiu um dia depois de ser visto chorando no trabalho. O primogênito descobriu que o pranto, a insônia e a mania de perseguição do irmão eram mais que saudade e mau humor. No cartaz de José, a explicação: "Ele sofre de esquizofrenia e depressão". Por 20 dias, esperou notícias do filho. Em abril, o ex-soldador, que mantém uma casa com oito pessoas com um salário mínimo, pegou um empréstimo de R$ 4.000 para procurar o filho, a pé, pelas estradas do Brasil. Na mochila, leva documentos, três fotos da família, sete peças de roupa –nenhuma de frio–, um kit de higiene e cópias do cartaz. "Minha mulher falou para trazer esta calça, que na época não cabia", diz sobre a peça azul-marinho que usa, presa por um cinto preto que ganhou três furos feitos à mão. José perdeu 15 dos antigos 70 kg. "A estrada pode ser boa para quem anda passeando, mas não para quem está com um trabalho feito o meu." Foi na quarta maior rodovia do país, a BR-153, que vai do Pará até o Rio Grande do Sul, que José enfrentou o primeiro de incontáveis preconceitos. O caminhoneiro Ronaldo Carlos, 42, que lhe deu carona do Tocantins a Minas Gerais, viu quando confundiram José com um mendigo. "Não viram um pai desesperado, mas um homem tirando proveito de uma deficiência." José diz que perdeu a mão e parte do braço esquerdo aos 13 anos, quando uma granada achada no mato explodiu na sua frente. BOLETIM A falta de instrução formal –José estudou até a 5ª série– não o impediu de fazer as perguntas certas. A primeira, na delegacia de Guariba. Quis saber por que não fizeram o boletim de ocorrência nas quatro vezes que Wilson tentou registrar o sumiço de Cleilton. "Primeiro disseram que faltava documento, depois, para esperar que ele voltaria." Um dia, finalmente, ele ouviu o que esperava. "Acharam seu filho. Ele está em Araraquara [SP]." O sistema mostrou um boletim de ocorrência registrado em 17 de março, dez dias após o sumiço. Se a polícia de Guariba tivesse feito o registro como prevê a lei, a autoridade policial de Araraquara poderia ter encontrado os dados no banco da Polícia Civil e entrado em contato com a família de Cleilton. Não foi o que aconteceu. Em Araraquara, uma funcionária do Centro de Atendimento à População de Rua levou Cleilton à delegacia. José encontrou essa mulher. Ela disse ter atendido o rapaz e que ele estava "meio desnorteado". O centro então doou uma passagem para que ele fosse para São Paulo. DOIS DESAPARECIDOS POR HORA - Estado de SP teve mais de 22 mil registros em 2016 No centro de assistência social da rodoviária do Tietê, José confirmou que o filho desembarcou no dia 18 na capital. Via Defensoria Pública, o pai tentou acesso às imagens das câmeras de segurança, que poderiam indicar o próximo passo do rapaz, mas as gravações foram apagadas. Por isso, José nunca mais deixou São Paulo. Na capital, o homem descobriu que era o único a procurar por seu filho. Na Delegacia de Pessoas Desaparecidas, soube que o registro do sumiço de Cleilton apenas entraria para o banco de dados da Polícia Civil. "E o policial me disse que eles não saem procurando." José criou uma estratégia para tentar vencer o descaso do país com seus desaparecidos: registrar um boletim em cada Estado. Assim, diz ele, se o filho for parado em alguma abordagem policial, a família poderá ser contatada. Na mochila, ele leva os registros feitos em Minas, Rio, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Atrás de novas pistas, foi a Paulínia (a 126 km de SP) há duas semanas, onde a Folha o acompanhou. "Aprendi a não ter expectativa. Quanto mais a gente acredita, pior é a dor quando vê que não é." No dia seguinte, José já caminhava pela capital. Foram mais de dez quilômetros sem beber nada, enganando a fome com balas de café. As pistas o levaram ao Cemitério Municipal de Santana. Tentava encontrar o filho, vivo, num lugar entregue à morte. Do alto de um barranco, entre lápides, José avistou um mendigo, pardo, esparramado na grama. Passos adiante, olhou para trás e balançou a cabeça. A realidade é o maior tormento de José. "Não é doído isso? Não dá pra deixar de procurar um filho... É para o resto da vida."
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Italiano acusado de pertencer à máfia vai recorrer para continuar no Brasil
O italiano Pasquale Scotti, 56, acusado pelas autoridades italianas de pertencer à máfia napolitana Camorra, vai recorrer judicialmente para permanecer no Brasil porque teme ser assassinado se regressar ao país natal, segundo seu advogado, Marcelo Bettamio. "Ele tem muitos desafetos lá. Estavam tentando eliminá-lo, por isso ele teve que ir embora", disse Bettamio. O governo italiano tem prazo de três meses para requisitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) a extradição de Scotti para a Itália, onde, segundo a Interpol italiana, ele foi condenado à prisão perpétua e deverá cumprir a pena. Scotti foi preso na semana passada pela Polícia Federal em uma operação conjunta com a Interpol da Itália. Ele vivia no Recife (PE) desde meados da década de 80 com o nome falso de Francisco de Castro Visconti. Segundo seu advogado, tanto sua mulher brasileira quanto seus dois filhos, de 10 e 15 anos de idade, não sabiam de seu vínculo com a máfia. De acordo com as autoridades italianas, Scotti era considerado um dos fugitivos mafiosos mais procurados do país e alguns ex-mafiosos o davam como morto. Segundo a PF, Scotti era procurado sob acusação de envolvimento em 26 assassinatos, cometidos durante uma guerra entre clãs mafiosos rivais entre os anos de 1980 e 1983 na região de Nápoles. De acordo com o advogado de Scotti, são esses rivais que poderiam matar Scotti com seu regresso à Itália. Segundo o advogado, poucos meses antes de o italiano fugir do hospital em que estava custodiado, em 1984, sua casa foi alvo de um atentado. O advogado, porém, disse que Scotti nega ter cometido os homicídios que a Justiça italiana lhe atribui. Na última sexta-feira (29), Scotti foi transferido para a Penitenciária da Papuda, em Brasília, por ordem do ministro do STF Luix Fux, relator do processo no tribunal. Bettamio disse que as condições no presídio são boas, com a permissão ao banho de sol. O advogado entrou na última quinta-feira (28) no STF com um pedido de relaxamento da prisão de Scotti. Segundo o defensor, os documentos da Itália que constam do processo estão em desacordo com a legislação que regula a extradição, pois não há, por exemplo, cópia dos processos judiciais sobre os homicídios e das ordens de prisão contra Scotti. Bettamio também afirmou ao STF que inexistem "elementos de prova" da associação de Scotti com a máfia que pudessem "justificar a suposta periculosidade" do italiano.
cotidiano
Italiano acusado de pertencer à máfia vai recorrer para continuar no BrasilO italiano Pasquale Scotti, 56, acusado pelas autoridades italianas de pertencer à máfia napolitana Camorra, vai recorrer judicialmente para permanecer no Brasil porque teme ser assassinado se regressar ao país natal, segundo seu advogado, Marcelo Bettamio. "Ele tem muitos desafetos lá. Estavam tentando eliminá-lo, por isso ele teve que ir embora", disse Bettamio. O governo italiano tem prazo de três meses para requisitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) a extradição de Scotti para a Itália, onde, segundo a Interpol italiana, ele foi condenado à prisão perpétua e deverá cumprir a pena. Scotti foi preso na semana passada pela Polícia Federal em uma operação conjunta com a Interpol da Itália. Ele vivia no Recife (PE) desde meados da década de 80 com o nome falso de Francisco de Castro Visconti. Segundo seu advogado, tanto sua mulher brasileira quanto seus dois filhos, de 10 e 15 anos de idade, não sabiam de seu vínculo com a máfia. De acordo com as autoridades italianas, Scotti era considerado um dos fugitivos mafiosos mais procurados do país e alguns ex-mafiosos o davam como morto. Segundo a PF, Scotti era procurado sob acusação de envolvimento em 26 assassinatos, cometidos durante uma guerra entre clãs mafiosos rivais entre os anos de 1980 e 1983 na região de Nápoles. De acordo com o advogado de Scotti, são esses rivais que poderiam matar Scotti com seu regresso à Itália. Segundo o advogado, poucos meses antes de o italiano fugir do hospital em que estava custodiado, em 1984, sua casa foi alvo de um atentado. O advogado, porém, disse que Scotti nega ter cometido os homicídios que a Justiça italiana lhe atribui. Na última sexta-feira (29), Scotti foi transferido para a Penitenciária da Papuda, em Brasília, por ordem do ministro do STF Luix Fux, relator do processo no tribunal. Bettamio disse que as condições no presídio são boas, com a permissão ao banho de sol. O advogado entrou na última quinta-feira (28) no STF com um pedido de relaxamento da prisão de Scotti. Segundo o defensor, os documentos da Itália que constam do processo estão em desacordo com a legislação que regula a extradição, pois não há, por exemplo, cópia dos processos judiciais sobre os homicídios e das ordens de prisão contra Scotti. Bettamio também afirmou ao STF que inexistem "elementos de prova" da associação de Scotti com a máfia que pudessem "justificar a suposta periculosidade" do italiano.
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One World Trade Center abre espaço para ver a cidade no 100º andar
Não é difícil encontrar em Nova York (EUA) lugares para ver o horizonte mais famoso do mundo. Mas, a partir da próxima sexta-feira (29), os turistas que visitarem a cidade poderão vê-la de um ponto ainda mais alto. O One World Trade Center, o prédio mais alto do Hemisfério Ocidental, abre as portas de seu observatório para permitir aos visitantes uma vista de até 80 quilômetros no horizonte da ilha de Manhattan. Construída no local em que antes estavam as Torres Gêmeas, alvo dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a torre tem 542 metros de altura (1.776 pés). O observatório, que ocupa os 100o, 101o e 102o andares sob o tema "See Forever" (veja o para sempre, em tradução livre), está a 381 metros do chão. A reportagem da Folha visitou o local em evento para jornalistas nesta sexta-feira (22). Do centésimo andar, é possível ter uma visão em 360o do entorno, incluindo a Estátua da Liberdade, o Oceano Atlântico e Nova Jersey –em um dia claro, dá para avistar até o início do vizinho Estado da Pensilvânia. Para os aficionados pelas redes sociais, porém, os vidros que cercam o local podem ser um obstáculo na busca por fotos perfeitas. Não há nenhum espaço aberto para apreciar a vista sem eles. A plataforma Sky Portal, um disco de vidro circular de 4 metros de diâmetro, permite ter a sensação de estar pisando nos ares. Na verdade, o que se vê é um vídeo em tempo real das ruas que circulam a torre do One World Trade Center. No 101o, há três opções de restaurantes para comer e beber aproveitando a vista. A entrada, porém, é restrita a quem comprar o ingresso para o observatório, que custa US$ 32 (R$ 96). Para alcançar o topo, é preciso pegar um elevador ultrarrápido –são 47 segundos até o observatório. Durante a viagem, um vídeo mostra a evolução do horizonte de Manhattan desde os anos 1500. Nele, está a única menção direta ao World Trade Center original: as Torres Gêmeas aparecem no horizonte nos anos 1970 e desaparecem após 2001. "Fizemos um projeto que olha bastante para o futuro", afirmou David W. Checketts, o presidente da Legends, administradora do observatório. Ainda assim, o tom de parte da visita é bem emotivo. No caminho para os cinco elevadores, vídeos projetados nas paredes (que simulam a fachada do prédio) mostram entrevistas com os funcionários que trabalharam na construção da torre. Todos falam da importância de trabalhar no projeto. "É hora de construir novos sonhos", afirma um deles. As famílias de vítimas dos atentados do 11 de Setembro e aqueles que trabalharam nas operações de resgate no local podem entrar gratuitamente no observatório. Para os turistas, os ingressos para o One World Trade Center já estão sendo vendidos online, pelo site oneworldobservatory.com. Todos as entradas têm data e hora marcada. Até a tarde desta sexta (22), havia ingressos disponíveis para todos os dias a partir da abertura.
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One World Trade Center abre espaço para ver a cidade no 100º andarNão é difícil encontrar em Nova York (EUA) lugares para ver o horizonte mais famoso do mundo. Mas, a partir da próxima sexta-feira (29), os turistas que visitarem a cidade poderão vê-la de um ponto ainda mais alto. O One World Trade Center, o prédio mais alto do Hemisfério Ocidental, abre as portas de seu observatório para permitir aos visitantes uma vista de até 80 quilômetros no horizonte da ilha de Manhattan. Construída no local em que antes estavam as Torres Gêmeas, alvo dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a torre tem 542 metros de altura (1.776 pés). O observatório, que ocupa os 100o, 101o e 102o andares sob o tema "See Forever" (veja o para sempre, em tradução livre), está a 381 metros do chão. A reportagem da Folha visitou o local em evento para jornalistas nesta sexta-feira (22). Do centésimo andar, é possível ter uma visão em 360o do entorno, incluindo a Estátua da Liberdade, o Oceano Atlântico e Nova Jersey –em um dia claro, dá para avistar até o início do vizinho Estado da Pensilvânia. Para os aficionados pelas redes sociais, porém, os vidros que cercam o local podem ser um obstáculo na busca por fotos perfeitas. Não há nenhum espaço aberto para apreciar a vista sem eles. A plataforma Sky Portal, um disco de vidro circular de 4 metros de diâmetro, permite ter a sensação de estar pisando nos ares. Na verdade, o que se vê é um vídeo em tempo real das ruas que circulam a torre do One World Trade Center. No 101o, há três opções de restaurantes para comer e beber aproveitando a vista. A entrada, porém, é restrita a quem comprar o ingresso para o observatório, que custa US$ 32 (R$ 96). Para alcançar o topo, é preciso pegar um elevador ultrarrápido –são 47 segundos até o observatório. Durante a viagem, um vídeo mostra a evolução do horizonte de Manhattan desde os anos 1500. Nele, está a única menção direta ao World Trade Center original: as Torres Gêmeas aparecem no horizonte nos anos 1970 e desaparecem após 2001. "Fizemos um projeto que olha bastante para o futuro", afirmou David W. Checketts, o presidente da Legends, administradora do observatório. Ainda assim, o tom de parte da visita é bem emotivo. No caminho para os cinco elevadores, vídeos projetados nas paredes (que simulam a fachada do prédio) mostram entrevistas com os funcionários que trabalharam na construção da torre. Todos falam da importância de trabalhar no projeto. "É hora de construir novos sonhos", afirma um deles. As famílias de vítimas dos atentados do 11 de Setembro e aqueles que trabalharam nas operações de resgate no local podem entrar gratuitamente no observatório. Para os turistas, os ingressos para o One World Trade Center já estão sendo vendidos online, pelo site oneworldobservatory.com. Todos as entradas têm data e hora marcada. Até a tarde desta sexta (22), havia ingressos disponíveis para todos os dias a partir da abertura.
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Eu sou duzentos!
Imodestamente, com esse título parafraseando a bela auto epígrafe de Mário de Andrade, estrela da recente Flip, onde, sem nenhuma coincidência (ora direis!) foi lançada a "Antologia da Poesia Erótica Brasileira", de Eliane Robert Moraes, e para a qual fui convidado a ceder dois poemas sem custos (sim, ganhei um exemplar, unzinho!). Vejo-me compelido a denunciar a forma e o conteúdo desrespeitosos e canhestros com que meu fabro erótico foi contemplado nesta obra da Ateliê Editorial, ilustrada com exuberantes desenhos de Arthur Luiz Piza. Peço vênia ao leitor pela, idem, própria referência, autor que sou de mais de duzentos poemas –o único do país com esse repertório distribuído em cinco livros, a saber "O caderno erótico de Sylvio Back", "A vinha do desejo", "boudoir", "As mulheres gozam pelo ouvido" e "Quermesse"– na ilustre e quase sempre omitida, quando não proscrita, vertente da obra de dezenas de soberbos poetas do mundo e tempos afora. E, no caso, honrosamente, sem que eu financiasse a edição de nenhum deles (toada comum à maioria dos vates), tudo publicado por editoras nacionais nos últimos trinta e cinco anos (Guilherme Mansur, editor, Geração Editorial, 7Letras, Demônio Negro,Topbooks, EdUFSC). Portanto, não estou chegando agora e já quero sentar na janelinha, como se diz. Nem sou nenhum neófito no quesito em tela, nem poeta acidental que vez por outra comete seus versos fesceninos e, rara e ralamente, ousa que venham a lume, valendo-se dos mesmos argumentos do genial Carlos Drummond de Andrade que só permitiu que seu maravilhoso gomo pornográfico fosse conhecido post-mortem, temente que maculassem a obra. Ao não lograr delimitar a polêmica linda entre erótico e pornográfico, tão mal alinhavada na introdução teórica à "Antologia da Poesia Erótica Brasileira", é que Eliane Robert Moraes, engessada por um provecto cilício moral e beletrista acadêmicos, pegou no meu pé, digo, no pé dos meus versos "inquebráveis". Mimoseando-me com uma das mais enxutas dentre as biografias (até Álvares de Azevedo teve parte do nome limado), culminando com uma rata de dar dó: o meu poema "hosana ao grelo" teve grosseiramente suprimidos três versos no livro, ficando largado, inconcluso na página, sem o sintagma que o arremata: "o grelo é ninfeu". E, fechando a inglória fatura, Moraes destrói espacialmente os poemas editados (o branco da página e o locus da palavra fazem parte da coisa, hein?). Por sorte, meu minimalista florilégio, tão chicoteado pela desídia e a displicência do livro, vem de alhures mui a cavaleiro de uma consistente fortuna crítica que desvaneceria qualquer pobre coitado como eu, autores esses, por sinal, com todos os méritos, a maioria presente na antologia. Entre outros, Décio Pignatari, Affonso Romano de Sant´Anna, José Paulo Paes, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Carlos Nejar, Xico Sá, Alexei Bueno, Josely Baptista Vianna, João Ubaldo Ribeiro, Douglas Diegues, Régis Bonvicino, Marcelino Freire, Roberto Muggiati, aí incluído o poeta e critico, Felipe Fortuna, que apresenta "Quermesse", conferindo-me a expressão "poeta original" (desculpe, leitor). Tome tento, Eliane Robert Moraes! SYLVIO BACK é cineasta, escritor e poeta * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Eu sou duzentos!Imodestamente, com esse título parafraseando a bela auto epígrafe de Mário de Andrade, estrela da recente Flip, onde, sem nenhuma coincidência (ora direis!) foi lançada a "Antologia da Poesia Erótica Brasileira", de Eliane Robert Moraes, e para a qual fui convidado a ceder dois poemas sem custos (sim, ganhei um exemplar, unzinho!). Vejo-me compelido a denunciar a forma e o conteúdo desrespeitosos e canhestros com que meu fabro erótico foi contemplado nesta obra da Ateliê Editorial, ilustrada com exuberantes desenhos de Arthur Luiz Piza. Peço vênia ao leitor pela, idem, própria referência, autor que sou de mais de duzentos poemas –o único do país com esse repertório distribuído em cinco livros, a saber "O caderno erótico de Sylvio Back", "A vinha do desejo", "boudoir", "As mulheres gozam pelo ouvido" e "Quermesse"– na ilustre e quase sempre omitida, quando não proscrita, vertente da obra de dezenas de soberbos poetas do mundo e tempos afora. E, no caso, honrosamente, sem que eu financiasse a edição de nenhum deles (toada comum à maioria dos vates), tudo publicado por editoras nacionais nos últimos trinta e cinco anos (Guilherme Mansur, editor, Geração Editorial, 7Letras, Demônio Negro,Topbooks, EdUFSC). Portanto, não estou chegando agora e já quero sentar na janelinha, como se diz. Nem sou nenhum neófito no quesito em tela, nem poeta acidental que vez por outra comete seus versos fesceninos e, rara e ralamente, ousa que venham a lume, valendo-se dos mesmos argumentos do genial Carlos Drummond de Andrade que só permitiu que seu maravilhoso gomo pornográfico fosse conhecido post-mortem, temente que maculassem a obra. Ao não lograr delimitar a polêmica linda entre erótico e pornográfico, tão mal alinhavada na introdução teórica à "Antologia da Poesia Erótica Brasileira", é que Eliane Robert Moraes, engessada por um provecto cilício moral e beletrista acadêmicos, pegou no meu pé, digo, no pé dos meus versos "inquebráveis". Mimoseando-me com uma das mais enxutas dentre as biografias (até Álvares de Azevedo teve parte do nome limado), culminando com uma rata de dar dó: o meu poema "hosana ao grelo" teve grosseiramente suprimidos três versos no livro, ficando largado, inconcluso na página, sem o sintagma que o arremata: "o grelo é ninfeu". E, fechando a inglória fatura, Moraes destrói espacialmente os poemas editados (o branco da página e o locus da palavra fazem parte da coisa, hein?). Por sorte, meu minimalista florilégio, tão chicoteado pela desídia e a displicência do livro, vem de alhures mui a cavaleiro de uma consistente fortuna crítica que desvaneceria qualquer pobre coitado como eu, autores esses, por sinal, com todos os méritos, a maioria presente na antologia. Entre outros, Décio Pignatari, Affonso Romano de Sant´Anna, José Paulo Paes, Manoel de Barros, Paulo Leminski, Carlos Nejar, Xico Sá, Alexei Bueno, Josely Baptista Vianna, João Ubaldo Ribeiro, Douglas Diegues, Régis Bonvicino, Marcelino Freire, Roberto Muggiati, aí incluído o poeta e critico, Felipe Fortuna, que apresenta "Quermesse", conferindo-me a expressão "poeta original" (desculpe, leitor). Tome tento, Eliane Robert Moraes! SYLVIO BACK é cineasta, escritor e poeta * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Empresário cria clube de assinaturas com caixinha para bebês e gestantes
DE SÃO PAULO A gravidez das amigas foi o que trouxe aos sócios Felipe Wasserman, 34, e Ivy Assis, 35, sua ideia de negócio: um clube de assinaturas de produtos para gestantes e bebês. Os itens são enviados em caixinhas estilizadas e custam, em média, R$ 70 por mês com o valor do frete. São 2.000 assinantes em todos os Estados do país e oito produtos por mês. Ex-presidente da Glossy Box, que enviava caixas com produtos de beleza, o empresário replicou o modelo e, depois de três anos, fatura R$ 150 mil mensais. "Eu já conhecia a área, então percebi a oportunidade". Em 2015, a Petitebox foi recordista em captação por meio de financiamento coletivo: R$ 300 mil em apenas três dias. A rodada foi liderada por um investidor-anjo. "A empresa já estava em pé, então tínhamos algo para mostrar", diz.
sobretudo
Empresário cria clube de assinaturas com caixinha para bebês e gestantes DE SÃO PAULO A gravidez das amigas foi o que trouxe aos sócios Felipe Wasserman, 34, e Ivy Assis, 35, sua ideia de negócio: um clube de assinaturas de produtos para gestantes e bebês. Os itens são enviados em caixinhas estilizadas e custam, em média, R$ 70 por mês com o valor do frete. São 2.000 assinantes em todos os Estados do país e oito produtos por mês. Ex-presidente da Glossy Box, que enviava caixas com produtos de beleza, o empresário replicou o modelo e, depois de três anos, fatura R$ 150 mil mensais. "Eu já conhecia a área, então percebi a oportunidade". Em 2015, a Petitebox foi recordista em captação por meio de financiamento coletivo: R$ 300 mil em apenas três dias. A rodada foi liderada por um investidor-anjo. "A empresa já estava em pé, então tínhamos algo para mostrar", diz.
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3 em cada 10 planos de saúde não pagam nem 1% da dívida com SUS
Cerca de 30% das operadoras de planos de saúde alvos de cobrança de ressarcimento por atendimentos feitos a seus usuários no SUS (Sistema Único de Saúde) ainda não pagaram nem 1% do valor que devem à rede pública. Os dados, de 2001 para cá, foram tabulados pela Folha a partir de planilha da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão regulador e responsável por exigir esse valor de volta ao SUS. A cobrança ocorre todas as vezes em que a agência, por meio de cruzamento de dados do Ministério da Saúde, verifica que um paciente foi atendido na rede pública para um serviço que poderia obter na rede suplementar –ou seja, dentro do que foi contratado com o seu plano de saúde. Desde 2001, quando iniciou o monitoramento, até julho deste ano, foram cobrados R$ 2,1 bilhões de ressarcimento ao SUS por esses atendimentos. Na prática, 40% desse valor não foi pago nem parcelado para recebimento futuro, o equivalente a R$ 826 milhões (em valores nominais). Planos de saúde ressarcem o SUS A demora ou a completa falta de pagamento envolve parcela significativa de operadoras de saúde. De 1.551 que receberam cobranças para ressarcir o SUS, 444 não pagaram nada ou menos de 1%. Há outras 125 que pagaram ou parcelaram entre 1% e 9% e 210 que acertaram de 10% a 49% —ou seja, menos que a metade do valor. Do total, 372 pagaram ou se comprometeram a pagar em parcelas tudo o que devem —outras 154, acima de 90%. Lideram o ranking de operadoras com maiores débitos sem pagamento Hapvida (R$ 40 milhões), Central Nacional Unimed (R$ 35 milhões) e Unimed BH (R$ 24 milhões). Grupos de planos de saúde atribuem a falta de pagamento a uma discordância sobre quais procedimentos podem ser cobrados, quais deveriam ter sido feitos ou até mesmo em relação ao próprio processo de ressarcimento. Planos de saúde X SUS - Valor já cobrado das operadoras desde 2001, em % A cobrança é prevista desde a lei 9.656, de 1998, que trouxe regras para os planos de saúde. "É um instrumento de justiça contábil, criado para evitar que planos se sintam motivados a se desobrigar de coberturas e enviar seus pacientes ao SUS", afirma Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP. Na prática, porém, as notificações de cobrança só começaram em 2001. Ainda assim, só para alguns procedimentos –serviços ambulatoriais, incluindo alguns tratamentos mais caros e serviços de alta complexidade, como hemodiálises e quimioterapia, por exemplo, só foram incluídos nas análises em 2015. "Há um passivo imenso que não foi cobrado. E do pouco que é cobrado, muito não é quitado", diz Scheffer. CONTESTAÇÕES Depois da identificação dos atendimentos, o processo prevê a notificação das operadoras, que podem contestar os valores em até duas instâncias administrativas antes de serem cobradas. Desde 2001, foram notificados 3,1 milhões de atendimentos na rede pública a usuários de planos de saúde, valor que equivaleria a R$ 5,5 bilhões –desse total, cerca de 80% foram alvo de contestação pelas operadoras. Entre as contestações, 28% foram aceitas e tiveram a cobrança cancelada. Segundo operadoras e a ANS, as principais justificativas são o período de carência dos contratos ou atendimentos feitos em cidades fora da abrangência do plano. Outras 41% foram rejeitadas e enviadas à cobrança e 30% ainda estão em análise —só essa parte pendente equivale a R$ 1,4 bilhão. Entre estratégias para aumentar o ressarcimento, a ANS diz apostar na cobrança de juros, iniciada em 2015, no envio de notificações eletrônicas e na inclusão do índice de pagamento em avaliações de qualidade dos planos. Planos de saúde X SUS - Empresas que pagaram, por % do valor cobrado OUTRO LADO Alvos de cobranças de ressarcimento ao SUS, as operadoras de planos de saúde atribuem os casos de demora ou falta de pagamento a discordâncias sobre quais procedimentos deveriam ser cobrados, ao tipo de atendimento prestado na rede pública ou até em relação à própria legalidade do pagamento. "O ressarcimento ao SUS é uma ilegalidade. Só fico sabendo que meu paciente está no SUS quando recebo a conta", diz Pedro Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde). O tipo de atendimento efetuado é outro impasse. "A maioria dos hospitais do SUS são privados, que adoram pegar o convênio médico porque fazem coisas que precisam e que não precisam", afirma ele, que também diz ver fraudes no processo. Segundo Ramos, situações como essas levam muitas operadoras a recorrerem à Justiça —um desses processos, oriundo do recurso de uma operadora, aguarda análise no Supremo Tribunal Federal. Já Solange Mendes, presidente da FenaSaúde, federação que representa algumas das maiores operadoras do país, afirma que as empresas "cumprem a legislação" e "usam os meios legais para questionar eventuais indenizações indevidas". PLANOS DE SAÚDE X SUS - Ressarcimentos identificados pela ANS desde 2001, em R$ bilhões Solange lembra que nem todos os atendimentos são passíveis de ressarcimento —por exemplo, casos em que o usuário do plano de saúde ainda está no período de carência do contrato ou para alguns tipos de transplantes. Posição semelhante à das associações foi informada pelas três operadoras citadas. A Central Unimed Nacional diz ter "uma reserva integral para o valor em discussão, pois tem o direito de recorrer à Justiça e questionar valores ou cobranças que não estejam de acordo com a lei". A Unimed BH diz que tem feito depósitos judiciais de parte dos valores exigidos e tratado o tema com a ANS, "em função de questionamentos técnicos" sobre a cobrança". A Hapvida não quis comentar os valores, mas disse concordar com a Abramge. Raio-x dos planos de saúde - Beneficiários no Brasil em junho, em bilhões* MINISTRO DA SAÚDE Defensor de propostas que acenam ao setor privado, como a oferta de planos de saúde mais baratos e com cobertura reduzida, o ministro Ricardo Barros (Saúde) também tem defendido criar medidas para acelerar o ressarcimento ao SUS pelos planos. Uma das possibilidades já citadas por Barros é que hospitais que prestam serviços ao SUS façam um contrato prévio com as operadoras. A ideia é definir quais procedimentos podem ser cobrados "automaticamente", e por qual valor, caso um usuário de plano busque a rede pública para atendimento. A iniciativa tem gerado preocupação entre especialistas e representantes de planos. Um dos impasses é que o processo de ressarcimento sairia das mãos da ANS para ser definido entre os planos e as unidades da rede. Para Fátima Siliansky, especialista em economia política da saúde, isso pode gerar um conflito de interesses ao fazer hospitais terem que identificar se estão atendendo usuários de planos. "Qual a tendência? Se a tabela é melhor, é querer privilegiar a pessoa que tem plano porque vai trazer mais dinheiro", diz Fátima, que já foi diretora-adjunta da ANS. Mesma preocupação tem Mário Scheffer, professor da USP e vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), para quem a medida pode criar uma "dupla porta" em hospitais públicos –uma para pacientes com plano e outra para quem não tem. "Onde tem dupla porta, tem dois agendamentos. Isso vai criar dificuldade maior para quem só pode recorrer ao SUS, diz o professor, para quem a mudança pode dificultar a fiscalização dos pagamentos e trazer fraudes. "É um equívoco achar que dá para fazer no próprio hospital." Outra crítica dos especialistas é o destino dos recursos, que ficaria concentrado em alguns hospitais e cidades com maior número de usuários de planos –hoje, todo o valor ressarcido vai para o Fundo Nacional de Saúde, que gere os recursos do SUS e pode reaplicá-lo em áreas mais carentes. Representantes dos planos de saúde também fazem ressalvas. "É uma proposta que não tem condição nem amparo na lei. Não tenho que mandar paciente meu para o SUS, mas sim para minha rede própria ou credenciada", diz Pedro Ramos, da Abramge. Segundo Ramos, a associação irá propor ao governo que o ressarcimento só passe a ser feito com duas condições: que o plano seja avisado imediatamente após a entrada do paciente no SUS e que, se possível, possa removê-lo e levá-lo a outro hospital. "Em caso de urgência, o SUS tem que atender, mas avisar a operadora, porque na hora que o paciente estabilizar, eu tiro de lá. Se não avisar, não pago", afirma. Já a FenaSaúde, que também representa operadoras, diz considerar "imprescindível aprimorar a análise de quais procedimentos devem ser realmente pagos." Questionado sobre as críticas, o ministro evitou comentar possíveis efeitos da medida e diz aguardar resultados de estudos sobre a viabilidade da mudança. Já a ANS não quis comentar sobre a proposta e disse apenas "cumprir a legislação" que determina o ressarcimento ao SUS.
cotidiano
3 em cada 10 planos de saúde não pagam nem 1% da dívida com SUSCerca de 30% das operadoras de planos de saúde alvos de cobrança de ressarcimento por atendimentos feitos a seus usuários no SUS (Sistema Único de Saúde) ainda não pagaram nem 1% do valor que devem à rede pública. Os dados, de 2001 para cá, foram tabulados pela Folha a partir de planilha da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão regulador e responsável por exigir esse valor de volta ao SUS. A cobrança ocorre todas as vezes em que a agência, por meio de cruzamento de dados do Ministério da Saúde, verifica que um paciente foi atendido na rede pública para um serviço que poderia obter na rede suplementar –ou seja, dentro do que foi contratado com o seu plano de saúde. Desde 2001, quando iniciou o monitoramento, até julho deste ano, foram cobrados R$ 2,1 bilhões de ressarcimento ao SUS por esses atendimentos. Na prática, 40% desse valor não foi pago nem parcelado para recebimento futuro, o equivalente a R$ 826 milhões (em valores nominais). Planos de saúde ressarcem o SUS A demora ou a completa falta de pagamento envolve parcela significativa de operadoras de saúde. De 1.551 que receberam cobranças para ressarcir o SUS, 444 não pagaram nada ou menos de 1%. Há outras 125 que pagaram ou parcelaram entre 1% e 9% e 210 que acertaram de 10% a 49% —ou seja, menos que a metade do valor. Do total, 372 pagaram ou se comprometeram a pagar em parcelas tudo o que devem —outras 154, acima de 90%. Lideram o ranking de operadoras com maiores débitos sem pagamento Hapvida (R$ 40 milhões), Central Nacional Unimed (R$ 35 milhões) e Unimed BH (R$ 24 milhões). Grupos de planos de saúde atribuem a falta de pagamento a uma discordância sobre quais procedimentos podem ser cobrados, quais deveriam ter sido feitos ou até mesmo em relação ao próprio processo de ressarcimento. Planos de saúde X SUS - Valor já cobrado das operadoras desde 2001, em % A cobrança é prevista desde a lei 9.656, de 1998, que trouxe regras para os planos de saúde. "É um instrumento de justiça contábil, criado para evitar que planos se sintam motivados a se desobrigar de coberturas e enviar seus pacientes ao SUS", afirma Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP. Na prática, porém, as notificações de cobrança só começaram em 2001. Ainda assim, só para alguns procedimentos –serviços ambulatoriais, incluindo alguns tratamentos mais caros e serviços de alta complexidade, como hemodiálises e quimioterapia, por exemplo, só foram incluídos nas análises em 2015. "Há um passivo imenso que não foi cobrado. E do pouco que é cobrado, muito não é quitado", diz Scheffer. CONTESTAÇÕES Depois da identificação dos atendimentos, o processo prevê a notificação das operadoras, que podem contestar os valores em até duas instâncias administrativas antes de serem cobradas. Desde 2001, foram notificados 3,1 milhões de atendimentos na rede pública a usuários de planos de saúde, valor que equivaleria a R$ 5,5 bilhões –desse total, cerca de 80% foram alvo de contestação pelas operadoras. Entre as contestações, 28% foram aceitas e tiveram a cobrança cancelada. Segundo operadoras e a ANS, as principais justificativas são o período de carência dos contratos ou atendimentos feitos em cidades fora da abrangência do plano. Outras 41% foram rejeitadas e enviadas à cobrança e 30% ainda estão em análise —só essa parte pendente equivale a R$ 1,4 bilhão. Entre estratégias para aumentar o ressarcimento, a ANS diz apostar na cobrança de juros, iniciada em 2015, no envio de notificações eletrônicas e na inclusão do índice de pagamento em avaliações de qualidade dos planos. Planos de saúde X SUS - Empresas que pagaram, por % do valor cobrado OUTRO LADO Alvos de cobranças de ressarcimento ao SUS, as operadoras de planos de saúde atribuem os casos de demora ou falta de pagamento a discordâncias sobre quais procedimentos deveriam ser cobrados, ao tipo de atendimento prestado na rede pública ou até em relação à própria legalidade do pagamento. "O ressarcimento ao SUS é uma ilegalidade. Só fico sabendo que meu paciente está no SUS quando recebo a conta", diz Pedro Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde). O tipo de atendimento efetuado é outro impasse. "A maioria dos hospitais do SUS são privados, que adoram pegar o convênio médico porque fazem coisas que precisam e que não precisam", afirma ele, que também diz ver fraudes no processo. Segundo Ramos, situações como essas levam muitas operadoras a recorrerem à Justiça —um desses processos, oriundo do recurso de uma operadora, aguarda análise no Supremo Tribunal Federal. Já Solange Mendes, presidente da FenaSaúde, federação que representa algumas das maiores operadoras do país, afirma que as empresas "cumprem a legislação" e "usam os meios legais para questionar eventuais indenizações indevidas". PLANOS DE SAÚDE X SUS - Ressarcimentos identificados pela ANS desde 2001, em R$ bilhões Solange lembra que nem todos os atendimentos são passíveis de ressarcimento —por exemplo, casos em que o usuário do plano de saúde ainda está no período de carência do contrato ou para alguns tipos de transplantes. Posição semelhante à das associações foi informada pelas três operadoras citadas. A Central Unimed Nacional diz ter "uma reserva integral para o valor em discussão, pois tem o direito de recorrer à Justiça e questionar valores ou cobranças que não estejam de acordo com a lei". A Unimed BH diz que tem feito depósitos judiciais de parte dos valores exigidos e tratado o tema com a ANS, "em função de questionamentos técnicos" sobre a cobrança". A Hapvida não quis comentar os valores, mas disse concordar com a Abramge. Raio-x dos planos de saúde - Beneficiários no Brasil em junho, em bilhões* MINISTRO DA SAÚDE Defensor de propostas que acenam ao setor privado, como a oferta de planos de saúde mais baratos e com cobertura reduzida, o ministro Ricardo Barros (Saúde) também tem defendido criar medidas para acelerar o ressarcimento ao SUS pelos planos. Uma das possibilidades já citadas por Barros é que hospitais que prestam serviços ao SUS façam um contrato prévio com as operadoras. A ideia é definir quais procedimentos podem ser cobrados "automaticamente", e por qual valor, caso um usuário de plano busque a rede pública para atendimento. A iniciativa tem gerado preocupação entre especialistas e representantes de planos. Um dos impasses é que o processo de ressarcimento sairia das mãos da ANS para ser definido entre os planos e as unidades da rede. Para Fátima Siliansky, especialista em economia política da saúde, isso pode gerar um conflito de interesses ao fazer hospitais terem que identificar se estão atendendo usuários de planos. "Qual a tendência? Se a tabela é melhor, é querer privilegiar a pessoa que tem plano porque vai trazer mais dinheiro", diz Fátima, que já foi diretora-adjunta da ANS. Mesma preocupação tem Mário Scheffer, professor da USP e vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), para quem a medida pode criar uma "dupla porta" em hospitais públicos –uma para pacientes com plano e outra para quem não tem. "Onde tem dupla porta, tem dois agendamentos. Isso vai criar dificuldade maior para quem só pode recorrer ao SUS, diz o professor, para quem a mudança pode dificultar a fiscalização dos pagamentos e trazer fraudes. "É um equívoco achar que dá para fazer no próprio hospital." Outra crítica dos especialistas é o destino dos recursos, que ficaria concentrado em alguns hospitais e cidades com maior número de usuários de planos –hoje, todo o valor ressarcido vai para o Fundo Nacional de Saúde, que gere os recursos do SUS e pode reaplicá-lo em áreas mais carentes. Representantes dos planos de saúde também fazem ressalvas. "É uma proposta que não tem condição nem amparo na lei. Não tenho que mandar paciente meu para o SUS, mas sim para minha rede própria ou credenciada", diz Pedro Ramos, da Abramge. Segundo Ramos, a associação irá propor ao governo que o ressarcimento só passe a ser feito com duas condições: que o plano seja avisado imediatamente após a entrada do paciente no SUS e que, se possível, possa removê-lo e levá-lo a outro hospital. "Em caso de urgência, o SUS tem que atender, mas avisar a operadora, porque na hora que o paciente estabilizar, eu tiro de lá. Se não avisar, não pago", afirma. Já a FenaSaúde, que também representa operadoras, diz considerar "imprescindível aprimorar a análise de quais procedimentos devem ser realmente pagos." Questionado sobre as críticas, o ministro evitou comentar possíveis efeitos da medida e diz aguardar resultados de estudos sobre a viabilidade da mudança. Já a ANS não quis comentar sobre a proposta e disse apenas "cumprir a legislação" que determina o ressarcimento ao SUS.
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Veja onde assistir aos filmes do Oscar no cinema, na TV ou na internet
Veja abaixo roteiro de como, onde e quando assistir aos filmes que concorrem às estatuetas do Oscar 2017, em cerimônia a ser realizada no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles. No cinema, os principais concorrentes estão ou entram em cartaz em breve. Já na TV ou nos serviços de vídeos sob demanda é possível assistir a filmes que já saíram de cartaz ou a documentários. * EM CARTAZ NO CINEMA ATÉ O ÚLTIMO HOMEM Mel Gibson concorre ao prêmio de melhor direção com este drama inspirado na história do socorrista americano Desmond T. Doss (Andrew Garfield), que se recusou a pegar em armas durante a Segunda Guerra Mundial Veja salas e horários O APARTAMENTO Na trama que concorre pelo prêmio de melhor filme estrangeiro, um casal aluga um apartamento onde a mulher é atacada, o que desencadeia uma crise conjugal. Por causa da nova política de ingresso nos EUA de Trump, o diretor Asghar Farhadi anunciou que não irá comparecer à cerimônia de premiação Veja salas e horários Também disponível no Now A CHEGADA Nesta ficção científica que disputa oito estatuetas (melhor filme, melhor diretor, com Denis Villeneuve, e melhor roteiro adaptado incluídos), uma linguista (Amy Adams) é procurada por militares para traduzir os sinais de ETS que aterrissaram em vários pontos da Terra Veja salas e horários ELLE Isabelle Huppert, que já venceu o Globo de Ouro, concorre ao prêmio de melhor atriz por sua atuação como Michèle, uma executiva que se transforma após ser estuprada dentro da própria casa Veja salas e horários LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES Recordista de todos os tempos com 14 indicações ao Oscar -ao lado de "Titanic" (1997) e "A Malvada" (1950)-, o musical acompanha o romance de Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Além de melhor ator e atriz, o longa concorre a melhor filme, melhor diretor (Damien Chazelle) e duas vezes em melhor canção original. Ganhou sete prêmios no Globo de Ouro Veja salas e horários MANCHESTER À BEIRA-MAR Após a morte do irmão, Lee (Casey Affleck) volta à cidade natal para cuidar do sobrinho adolescente e acaba tendo que enfrentar dilemas do passado. Affleck ganhou o Globo de Ouro de melhor ator dramático e concorre ao Oscar na mesma categoria. O longa também concorre em melhor filme, diretor (Kenneth Lonergan), roteiro original, ator e atriz coadjuvantes (Lucas Hedges e Michelle Williams) Veja salas e horários MOANA - UM MAR DE AVENTURAS A adolescente Moana, filha do chefe de uma tribo da Oceania, resolve sair em alto-mar à procura de uma ilha onde seus ancestrais viviam. Filme da Disney foi indicado ao Oscar de melhor animação e melhor canção original Veja salas e horários JACKIE Indicada ao Oscar de melhor atriz, Natalie Portman interpreta a viúva Jaqueline Kennedy nos dias que sucederam o assassinato de seu marido, John F. Kennedy. Também concorre em figurino e trilha sonora Veja salas e horários ESTRELAS ALÉM DO TEMPO A trajetória das afro-americanas da Nasa que foram fundamentais na corrida espacial EUA. Concorre nas categorias filme, atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e roteiro adaptado Veja salas e horários A QUALQUER CUSTO Irmãos texanos se reúnem após anos para roubar agências do banco que ameaça a falência das terras da família. A vingança parece estar próxima, até que eles se encontram na mira de Marcus (Jeff Bridges, que concorre como melhor ator coadjuvante). Também indicado nas categorias filme, roteiro original e montagem Veja salas e horários TONI ERDMANN Na comédia alemã que concorre na categoria filme estrangeiro, um pai tenta se reaproximar da filha sisuda e workaholic e, sem conseguir, ressurge sob o alter ego de Toni Erdmann Veja salas e horários EU NÃO SOU SEU NEGRO Candidato a melhor documentário em longa-metragem tem como base os escritos de James Baldwin (1924-1987), que tratam da vida de morte de líderes como Malcolm X e Martin Luther King Jr. Veja salas e horários LION - UMA JORNADA PARA CASA Adotado por uma família australiana na infância, o indiano Saroo (Dev Patel) decide buscar uma forma de reencontrar seus parentes biológicos. Concorre nas categorias melhor filme, ator e atriz coadjuvantes (Dev Patel e Nicole Kidman), roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora Veja salas e horários ALIADOS Longa mostra o conflito vivido por Max (Brad Pitt), que, após ter se casado com Marianne (Marion Cotillard), é informado pela Inteligência Britânica de que sua mulher é suspeita de traição por envolvimento com os alemães. Concorre ao Oscar de melhor figurino Veja salas e horários UM HOMEM CHAMADO OVE No filme sueco que concorre nas categorias filme estrangeiro e maquiagem/cabelo, Ove é um viúvo ressentido que desiste da vida até que novos vizinhos se mudam para a casa da frente, dando início a uma amizade inesperada Veja salas e horários MINHA VIDA DE ABOBRINHA Filme franco-suíço que concorre na categoria animação conta a história de um menino de nove anos, o Abobrinha, que tem de lidar com a realidade e os colegas do orfanato Veja salas e horários MOONLIGHT - SOB A LUZ DO LUAR Nas quebradas de Miami, a jornada de um homem da infância até a vida adulta em busca de aceitação e autoconhecimento. Concorre em oito categorias, incluindo filme, direção (Barry Jenkings), ator e atriz coadjuvantes (Mahershala Ali e Naomie Harris) Veja salas e horários * TELEVISÃO E VÍDEOS SOB DEMANDA Looke - Florence - Quem é Essa Mulher? (atriz, para Meryl Streep, e figurino) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (mixagem de som) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Trolls (melhor canção) - Doutor Estranho (efeitos especiais) Netflix - Os Capacetes Brancos (curta documental) - A 13ª Emenda (documentário em longa-metragem) - Extremis (curta documental) Telecine - Zootopia: Essa Cidade É o Bicho (animação); Premium, 5/2, às 19h55; 7/2, às 13h30 Telecine On.Demand - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) Max - O Lagosta (roteiro original), 12/2, às 21h iTunes - 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (mixagem de som) - Ave, César! (direção de arte) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Fogo no Mar (documentário em longa-metragem) - Kubo e as Cordas Mágicas animação e efeitos especiais) - Mogli: O Menino Lobo (efeitos especiais) - O Lagosta (roteiro original) - Piper: Descobrindo o Mundo (curta de animação) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Zootopia: Essa Cidade - É o Bicho (animação Net Now - A Chegada (oito indicações) - Florence - Quem é Essa Mulher? (atriz, para Meryl Streep, e figurino) - Elle (atriz, para Natalie Portman) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Trolls (melhor canção) - Dr. Estranho (efeitos especiais) - Fogo no Mar (documentário em longa-metragem) - Mogli: O menino lobo (efeitos especiais) - 13 horas: Os soldados secretos de Benghazi (mixagem de som) - Zootopia (animação) - Kubo e as cordas mágicas (animação e efeitos visuais) - O Apartamento (filme estrangeiro)
ilustrada
Veja onde assistir aos filmes do Oscar no cinema, na TV ou na internetVeja abaixo roteiro de como, onde e quando assistir aos filmes que concorrem às estatuetas do Oscar 2017, em cerimônia a ser realizada no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles. No cinema, os principais concorrentes estão ou entram em cartaz em breve. Já na TV ou nos serviços de vídeos sob demanda é possível assistir a filmes que já saíram de cartaz ou a documentários. * EM CARTAZ NO CINEMA ATÉ O ÚLTIMO HOMEM Mel Gibson concorre ao prêmio de melhor direção com este drama inspirado na história do socorrista americano Desmond T. Doss (Andrew Garfield), que se recusou a pegar em armas durante a Segunda Guerra Mundial Veja salas e horários O APARTAMENTO Na trama que concorre pelo prêmio de melhor filme estrangeiro, um casal aluga um apartamento onde a mulher é atacada, o que desencadeia uma crise conjugal. Por causa da nova política de ingresso nos EUA de Trump, o diretor Asghar Farhadi anunciou que não irá comparecer à cerimônia de premiação Veja salas e horários Também disponível no Now A CHEGADA Nesta ficção científica que disputa oito estatuetas (melhor filme, melhor diretor, com Denis Villeneuve, e melhor roteiro adaptado incluídos), uma linguista (Amy Adams) é procurada por militares para traduzir os sinais de ETS que aterrissaram em vários pontos da Terra Veja salas e horários ELLE Isabelle Huppert, que já venceu o Globo de Ouro, concorre ao prêmio de melhor atriz por sua atuação como Michèle, uma executiva que se transforma após ser estuprada dentro da própria casa Veja salas e horários LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES Recordista de todos os tempos com 14 indicações ao Oscar -ao lado de "Titanic" (1997) e "A Malvada" (1950)-, o musical acompanha o romance de Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Além de melhor ator e atriz, o longa concorre a melhor filme, melhor diretor (Damien Chazelle) e duas vezes em melhor canção original. Ganhou sete prêmios no Globo de Ouro Veja salas e horários MANCHESTER À BEIRA-MAR Após a morte do irmão, Lee (Casey Affleck) volta à cidade natal para cuidar do sobrinho adolescente e acaba tendo que enfrentar dilemas do passado. Affleck ganhou o Globo de Ouro de melhor ator dramático e concorre ao Oscar na mesma categoria. O longa também concorre em melhor filme, diretor (Kenneth Lonergan), roteiro original, ator e atriz coadjuvantes (Lucas Hedges e Michelle Williams) Veja salas e horários MOANA - UM MAR DE AVENTURAS A adolescente Moana, filha do chefe de uma tribo da Oceania, resolve sair em alto-mar à procura de uma ilha onde seus ancestrais viviam. Filme da Disney foi indicado ao Oscar de melhor animação e melhor canção original Veja salas e horários JACKIE Indicada ao Oscar de melhor atriz, Natalie Portman interpreta a viúva Jaqueline Kennedy nos dias que sucederam o assassinato de seu marido, John F. Kennedy. Também concorre em figurino e trilha sonora Veja salas e horários ESTRELAS ALÉM DO TEMPO A trajetória das afro-americanas da Nasa que foram fundamentais na corrida espacial EUA. Concorre nas categorias filme, atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e roteiro adaptado Veja salas e horários A QUALQUER CUSTO Irmãos texanos se reúnem após anos para roubar agências do banco que ameaça a falência das terras da família. A vingança parece estar próxima, até que eles se encontram na mira de Marcus (Jeff Bridges, que concorre como melhor ator coadjuvante). Também indicado nas categorias filme, roteiro original e montagem Veja salas e horários TONI ERDMANN Na comédia alemã que concorre na categoria filme estrangeiro, um pai tenta se reaproximar da filha sisuda e workaholic e, sem conseguir, ressurge sob o alter ego de Toni Erdmann Veja salas e horários EU NÃO SOU SEU NEGRO Candidato a melhor documentário em longa-metragem tem como base os escritos de James Baldwin (1924-1987), que tratam da vida de morte de líderes como Malcolm X e Martin Luther King Jr. Veja salas e horários LION - UMA JORNADA PARA CASA Adotado por uma família australiana na infância, o indiano Saroo (Dev Patel) decide buscar uma forma de reencontrar seus parentes biológicos. Concorre nas categorias melhor filme, ator e atriz coadjuvantes (Dev Patel e Nicole Kidman), roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora Veja salas e horários ALIADOS Longa mostra o conflito vivido por Max (Brad Pitt), que, após ter se casado com Marianne (Marion Cotillard), é informado pela Inteligência Britânica de que sua mulher é suspeita de traição por envolvimento com os alemães. Concorre ao Oscar de melhor figurino Veja salas e horários UM HOMEM CHAMADO OVE No filme sueco que concorre nas categorias filme estrangeiro e maquiagem/cabelo, Ove é um viúvo ressentido que desiste da vida até que novos vizinhos se mudam para a casa da frente, dando início a uma amizade inesperada Veja salas e horários MINHA VIDA DE ABOBRINHA Filme franco-suíço que concorre na categoria animação conta a história de um menino de nove anos, o Abobrinha, que tem de lidar com a realidade e os colegas do orfanato Veja salas e horários MOONLIGHT - SOB A LUZ DO LUAR Nas quebradas de Miami, a jornada de um homem da infância até a vida adulta em busca de aceitação e autoconhecimento. Concorre em oito categorias, incluindo filme, direção (Barry Jenkings), ator e atriz coadjuvantes (Mahershala Ali e Naomie Harris) Veja salas e horários * TELEVISÃO E VÍDEOS SOB DEMANDA Looke - Florence - Quem é Essa Mulher? (atriz, para Meryl Streep, e figurino) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (mixagem de som) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Trolls (melhor canção) - Doutor Estranho (efeitos especiais) Netflix - Os Capacetes Brancos (curta documental) - A 13ª Emenda (documentário em longa-metragem) - Extremis (curta documental) Telecine - Zootopia: Essa Cidade É o Bicho (animação); Premium, 5/2, às 19h55; 7/2, às 13h30 Telecine On.Demand - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) Max - O Lagosta (roteiro original), 12/2, às 21h iTunes - 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (mixagem de som) - Ave, César! (direção de arte) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Fogo no Mar (documentário em longa-metragem) - Kubo e as Cordas Mágicas animação e efeitos especiais) - Mogli: O Menino Lobo (efeitos especiais) - O Lagosta (roteiro original) - Piper: Descobrindo o Mundo (curta de animação) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Zootopia: Essa Cidade - É o Bicho (animação Net Now - A Chegada (oito indicações) - Florence - Quem é Essa Mulher? (atriz, para Meryl Streep, e figurino) - Elle (atriz, para Natalie Portman) - Kubo e as Cordas Mágicas (animação e efeitos especiais) - Star Trek: Sem Fronteiras (maquiagem e cabelo) - Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo) - Ave, César! (direção de arte) - Trolls (melhor canção) - Dr. Estranho (efeitos especiais) - Fogo no Mar (documentário em longa-metragem) - Mogli: O menino lobo (efeitos especiais) - 13 horas: Os soldados secretos de Benghazi (mixagem de som) - Zootopia (animação) - Kubo e as cordas mágicas (animação e efeitos visuais) - O Apartamento (filme estrangeiro)
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Grupo protesta na zona sul de SP contra danos causados pelas chuvas
Um grupo de cerca de 700 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, fez um protesto na noite desta segunda-feira (23) na zona sul de São Paulo para cobrar mais assistência dos governos estadual e municipal diante dos danos causados pelas chuvas. O protesto começou por volta das 17h30 e ficou concentrado na avenida Giovanni Gronchi, na altura da rua Clementine Brenne. Os manifestantes incendiaram entulhos para impedir a passagem dos carros pelo local até as 19h, quando começaram a dispersar. A via precisou passar por limpeza, mas já estava liberada às 19h30. Segundo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), o ato foi feito por moradores do Jardim Colombo, que teriam registrado desabamentos, alagamentos e carros arrastados por conta do transbordamento de um córrego durante a chuva do último dia 19. O movimento diz que o local não passa por obras de melhoria há mais de 15 anos.
cotidiano
Grupo protesta na zona sul de SP contra danos causados pelas chuvasUm grupo de cerca de 700 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, fez um protesto na noite desta segunda-feira (23) na zona sul de São Paulo para cobrar mais assistência dos governos estadual e municipal diante dos danos causados pelas chuvas. O protesto começou por volta das 17h30 e ficou concentrado na avenida Giovanni Gronchi, na altura da rua Clementine Brenne. Os manifestantes incendiaram entulhos para impedir a passagem dos carros pelo local até as 19h, quando começaram a dispersar. A via precisou passar por limpeza, mas já estava liberada às 19h30. Segundo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), o ato foi feito por moradores do Jardim Colombo, que teriam registrado desabamentos, alagamentos e carros arrastados por conta do transbordamento de um córrego durante a chuva do último dia 19. O movimento diz que o local não passa por obras de melhoria há mais de 15 anos.
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Seattle e Bauru se encontram no gosto do paulistano por cafés
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Mais de 10 mil quilômetros separam duas histórias de sucesso quando o assunto é uma das bebidas mais tradicionais do mundo, o café. Em 1971 era aberta em Seattle, nos Estados Unidos, a primeira loja Starbucks. Um ano depois nascia, numa rua da pacata Bauru, no interior de São Paulo, o Fran's Café. Apesar da distância, nos dois casos foram mulheres que direcionaram os marmanjos: Jerry Baldwin, Zev Siegel e Gordon Bowker encontraram inspiração na sereia de "Moby Dick", que tornou-se um símbolo inconfundível da marca norte-americana. O Fran's, do paulista Francisco Conte, foi impulsionado pelo público feminino que tornava-se mais ativo social e culturalmente naquela década e carecia de um lugar para se reunir. Ainda hoje, mais de 50% da clientela do Fran's é formada por mulheres, segundo José Henrique Ramos Ribeiro, sócio-diretor. Tanto a marca paulista quanto a norte-americana foram citadas por 13% dos entrevistados das classes A e B de São Paulo ao Datafolha. Apesar de ocuparem a mesma categoria, as lojas têm consumidores com perfis distintos. Enquanto na Starbucks jovens anseiam pelo wi-fi e pelo copo personalizado com seus nomes escritos à mão, o Fran's é frequentado por um público mais maduro, em reuniões ou em pausas. O cardápio do Fran's é padrão no Brasil todo -"São Paulo é referência para o país", diz Ribeiro. "E quando a marca chega em outras bandas, os clientes querem o que já aprovaram por aqui." O menu da Starbucks, por sua vez, tem diferenças em comparação com o restante do mundo, além das particularidades de consumo. "Uma delas é aquele momento do expresso pós-almoço", cita Renato Grego, gerente de marketing da Starbucks Brasil. Neste ano, a marca de Seattle comemora dez anos no Brasil. E com o tempo, vieram adaptações. Hoje, é possível pagar as compras via aplicativo. O Fran's continua no tête-à-tête, tradição de contato que os donos fazem questão de manter. Nos anos seguintes à estreia em São Paulo, Francisco e Henrique faziam ronda para observar a expressão dos clientes. "Se eles não olhavam com a cara de prazer que a gente esperava, trocávamos até eles ficarem satisfeitos", diz Henrique. Anos depois, a distância entre as duas histórias diminuiu. Na rua Haddock Lobo, nos Jardins, a Starbucks ocupa o número 608, o Fran's, o 586. Parede com parede. * Para saber + Fran's Café Starbucks * José Henrique Ramos Ribeiro, sócio-diretor do Fran's Café Quem é o seu público? É o intelectual que gosta de qualidade. São também empresários, artistas e jornalistas. E muitos clientes têm a loja como continuidade da própria casa. Chegam por aqui por volta das 22h e só vão embora lá pelas 4h. Nossa estratégia foi colocar lojas espalhadas pelos grandes bairros de São Paulo. Nos preocupamos muito com os clientes. Eles são o nosso patrimônio. Renato Grego, gerente sênior de marketing da Starbucks Brasil Quais as particularidades dos clientes paulistanos? Em relação ao resto do mundo, percebo que eles prezam por ficar mais tempo na loja. Mas até mesmo entre unidades muito próximas dentro de São Paulo vejo diferenças. A Starbucks perto do parque Trianon, por exemplo, é mais cheia pela manhã: os clientes passam, pegam um café e vão para o trabalho. Na loja da alameda Santos é o contrário. O fluxo começa mais tarde e o público utiliza o local principalmente para reuniões.
saopaulo
Seattle e Bauru se encontram no gosto do paulistano por cafésGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Mais de 10 mil quilômetros separam duas histórias de sucesso quando o assunto é uma das bebidas mais tradicionais do mundo, o café. Em 1971 era aberta em Seattle, nos Estados Unidos, a primeira loja Starbucks. Um ano depois nascia, numa rua da pacata Bauru, no interior de São Paulo, o Fran's Café. Apesar da distância, nos dois casos foram mulheres que direcionaram os marmanjos: Jerry Baldwin, Zev Siegel e Gordon Bowker encontraram inspiração na sereia de "Moby Dick", que tornou-se um símbolo inconfundível da marca norte-americana. O Fran's, do paulista Francisco Conte, foi impulsionado pelo público feminino que tornava-se mais ativo social e culturalmente naquela década e carecia de um lugar para se reunir. Ainda hoje, mais de 50% da clientela do Fran's é formada por mulheres, segundo José Henrique Ramos Ribeiro, sócio-diretor. Tanto a marca paulista quanto a norte-americana foram citadas por 13% dos entrevistados das classes A e B de São Paulo ao Datafolha. Apesar de ocuparem a mesma categoria, as lojas têm consumidores com perfis distintos. Enquanto na Starbucks jovens anseiam pelo wi-fi e pelo copo personalizado com seus nomes escritos à mão, o Fran's é frequentado por um público mais maduro, em reuniões ou em pausas. O cardápio do Fran's é padrão no Brasil todo -"São Paulo é referência para o país", diz Ribeiro. "E quando a marca chega em outras bandas, os clientes querem o que já aprovaram por aqui." O menu da Starbucks, por sua vez, tem diferenças em comparação com o restante do mundo, além das particularidades de consumo. "Uma delas é aquele momento do expresso pós-almoço", cita Renato Grego, gerente de marketing da Starbucks Brasil. Neste ano, a marca de Seattle comemora dez anos no Brasil. E com o tempo, vieram adaptações. Hoje, é possível pagar as compras via aplicativo. O Fran's continua no tête-à-tête, tradição de contato que os donos fazem questão de manter. Nos anos seguintes à estreia em São Paulo, Francisco e Henrique faziam ronda para observar a expressão dos clientes. "Se eles não olhavam com a cara de prazer que a gente esperava, trocávamos até eles ficarem satisfeitos", diz Henrique. Anos depois, a distância entre as duas histórias diminuiu. Na rua Haddock Lobo, nos Jardins, a Starbucks ocupa o número 608, o Fran's, o 586. Parede com parede. * Para saber + Fran's Café Starbucks * José Henrique Ramos Ribeiro, sócio-diretor do Fran's Café Quem é o seu público? É o intelectual que gosta de qualidade. São também empresários, artistas e jornalistas. E muitos clientes têm a loja como continuidade da própria casa. Chegam por aqui por volta das 22h e só vão embora lá pelas 4h. Nossa estratégia foi colocar lojas espalhadas pelos grandes bairros de São Paulo. Nos preocupamos muito com os clientes. Eles são o nosso patrimônio. Renato Grego, gerente sênior de marketing da Starbucks Brasil Quais as particularidades dos clientes paulistanos? Em relação ao resto do mundo, percebo que eles prezam por ficar mais tempo na loja. Mas até mesmo entre unidades muito próximas dentro de São Paulo vejo diferenças. A Starbucks perto do parque Trianon, por exemplo, é mais cheia pela manhã: os clientes passam, pegam um café e vão para o trabalho. Na loja da alameda Santos é o contrário. O fluxo começa mais tarde e o público utiliza o local principalmente para reuniões.
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Mais eficiente, radioterapia esbarra no acesso desigual, diz especialista
O arsenal de tratamentos e medicamentos contra câncer está se diversificando. Além das tradicionais quimioterapia e radioterapia, novas alternativas como a imunoterapia vêm ganhando mais força, e mais estudos têm sido realizados em relação a vacinas para deter determinados tumores. Mas o combate à doença ainda reside em dois pilares: o tratamento deve ser multidisciplinar e individualizado, de acordo com especialistas que participaram do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, promovido pela Folha nesta terça (29) em São Paulo, com patrocínio dos laboratórios MSD e Bristol-Myers Squibb. A radioterapia, que combinada à quimioterapia tem sido uma das armas mais tradicionais contra o câncer, vem passando por um processo de modernização, graças à abordagem multidisciplinar e à sofisticação das tecnologias. "A radioterapia é hoje um tratamento preciso, pois as tecnologias permitem concentrar a radiologia no alvo e proteger os tecidos normais", explica Eduardo Weltman, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia. No caso brasileiro, a grande limitação ainda é o acesso aos equipamentos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um aparelho de radioterapia para cada 300 mil habitantes, o que no significaria 680 equipamentos de alta voltagem em funcionamento para atender às necessidades da população brasileira. No entanto, hoje existem 360 aparelhos funcionando no Brasil, sendo que 280 deles atendem o SUS (Sistema Único de Saúde). "A radioterapia brasileira tem melhorado muito em termos de tecnologia, mas o acesso ainda é heterogêneo nas regiões brasileiras, especialmente no Norte e Nordeste do país" diz Weltman. A imunoterapia tem sido apresentada como uma grande promessa para o tratamento de alguns tipos de câncer –nessa estratégia, busca-se auxiliar o sistema natural de defesa do organismo a atacar as células doentes, diferente da quimioterapia, onde o fundamento é buscar moléculas capazes de destruir ou quebrar os tumores. O tratamento tem mostrado resultados positivos nos casos de melanoma, cânceres renais, de pulmão, cabeça e pescoço, entre outros. "Pacientes com tumores associados a virus, como o HPV, podem ter até três vezes mais respostas com a imuterapia. Mas há tumores que não respondem a esse tipo de tratamento, como o mieloma múltipo e o câncer de pancreas", afirma Bernardo Garicochea, coordenador de ensino e pesquisa do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Este método também tem sido eficiente em prolongar a vida de pacientes com tumores que produzem metástases, segundo o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia. "A imunoterapia traz sobrevida de 10% a 15% em casos de doença metastática", diz. Segundo ele, as interações entre os tumores e o sistema imunológico têm sido alvo de complexos estudos, que vem descobrindo como desfazer o bloqueio que alguns tipos de tumor exercem sobre as defesas do organismo –já é possível "treinar" um linfócito para que ele ataque um alvo tumoral. "Essa é a chave: desenvolver o sistema imunológico para atacar esses alvos. Há resultados impressionantes em um tipo de leucemia, com chances de resposta de até 90%", diz Kaliks. A hormonioterapia também compõe o leque de tratamentos que estão recebendo mais atenção dos pesquisadores nos últimos anos: consiste em um grupo de medicamentos que tem a função de inibir que hormônios, como estrógeno e a testosterona, alcancem a célula, reduzindo a multiplicação do tumor. Tem sido utilizada em casos de câncer de próstata e de mama, com sucesso, evitando a reincidência de tumores.
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Mais eficiente, radioterapia esbarra no acesso desigual, diz especialistaO arsenal de tratamentos e medicamentos contra câncer está se diversificando. Além das tradicionais quimioterapia e radioterapia, novas alternativas como a imunoterapia vêm ganhando mais força, e mais estudos têm sido realizados em relação a vacinas para deter determinados tumores. Mas o combate à doença ainda reside em dois pilares: o tratamento deve ser multidisciplinar e individualizado, de acordo com especialistas que participaram do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, promovido pela Folha nesta terça (29) em São Paulo, com patrocínio dos laboratórios MSD e Bristol-Myers Squibb. A radioterapia, que combinada à quimioterapia tem sido uma das armas mais tradicionais contra o câncer, vem passando por um processo de modernização, graças à abordagem multidisciplinar e à sofisticação das tecnologias. "A radioterapia é hoje um tratamento preciso, pois as tecnologias permitem concentrar a radiologia no alvo e proteger os tecidos normais", explica Eduardo Weltman, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia. No caso brasileiro, a grande limitação ainda é o acesso aos equipamentos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um aparelho de radioterapia para cada 300 mil habitantes, o que no significaria 680 equipamentos de alta voltagem em funcionamento para atender às necessidades da população brasileira. No entanto, hoje existem 360 aparelhos funcionando no Brasil, sendo que 280 deles atendem o SUS (Sistema Único de Saúde). "A radioterapia brasileira tem melhorado muito em termos de tecnologia, mas o acesso ainda é heterogêneo nas regiões brasileiras, especialmente no Norte e Nordeste do país" diz Weltman. A imunoterapia tem sido apresentada como uma grande promessa para o tratamento de alguns tipos de câncer –nessa estratégia, busca-se auxiliar o sistema natural de defesa do organismo a atacar as células doentes, diferente da quimioterapia, onde o fundamento é buscar moléculas capazes de destruir ou quebrar os tumores. O tratamento tem mostrado resultados positivos nos casos de melanoma, cânceres renais, de pulmão, cabeça e pescoço, entre outros. "Pacientes com tumores associados a virus, como o HPV, podem ter até três vezes mais respostas com a imuterapia. Mas há tumores que não respondem a esse tipo de tratamento, como o mieloma múltipo e o câncer de pancreas", afirma Bernardo Garicochea, coordenador de ensino e pesquisa do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Este método também tem sido eficiente em prolongar a vida de pacientes com tumores que produzem metástases, segundo o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia. "A imunoterapia traz sobrevida de 10% a 15% em casos de doença metastática", diz. Segundo ele, as interações entre os tumores e o sistema imunológico têm sido alvo de complexos estudos, que vem descobrindo como desfazer o bloqueio que alguns tipos de tumor exercem sobre as defesas do organismo –já é possível "treinar" um linfócito para que ele ataque um alvo tumoral. "Essa é a chave: desenvolver o sistema imunológico para atacar esses alvos. Há resultados impressionantes em um tipo de leucemia, com chances de resposta de até 90%", diz Kaliks. A hormonioterapia também compõe o leque de tratamentos que estão recebendo mais atenção dos pesquisadores nos últimos anos: consiste em um grupo de medicamentos que tem a função de inibir que hormônios, como estrógeno e a testosterona, alcancem a célula, reduzindo a multiplicação do tumor. Tem sido utilizada em casos de câncer de próstata e de mama, com sucesso, evitando a reincidência de tumores.
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Após Superterça, todos miram republicano Donald Trump
Um candidato que lidera pesquisas com folga, empolga os eleitores e dá o tom da campanha desde o início deveria ser o sonho de qualquer partido, mas não é o que acontece com Donald Trump. O empresário chegou à decisiva Superterça da corrida presidencial americana, quando 13 Estados votaram em prévias partidárias neste 1º de março (11 deles com resultados vinculantes), como o favorito na disputa pela candidatura republicana à Casa Branca e um pesadelo para a liderança do partido. Descartado por caciques republicanos e analistas políticos como um mero show passageiro no início da disputa, Trump acumula dez vitórias nas prévias do partido realizadas até esta terça-feira (1º). Agora a maioria dos comentaristas admite que impedir que ele se torne o candidato republicano será uma missão dificílima. "Podem me incluir entre os especialistas que foram enganados pela sustentabilidade da candidatura dele", penitenciou-se o especialista em sondagens eleitorais John Zogby em conversa com jornalistas estrangeiros. "Sabíamos que havia um raiva profunda [do eleitorado], a sensação de que o governo não funciona. O que não sabíamos é que isso se casaria com a cultura da celebridade em que vivemos." REALITY SHOW Famoso há pelo menos três décadas e com uma habilidade em atrair a mídia lapidada em 14 temporadas como apresentador do reality show "O Aprendiz", Trump mudou as regras do jogo eleitoral e espalhou uma sensação de pânico na cúpula republicana cuja mobilização para frear o bilionário veio tarde demais, segundo analistas. Para Zogby, a essa altura a única forma de parar o empresário é jogar o peso dos grandes doadores do partido em torno de um só nome para se contrapor a ele. É o que estão fazendo alguns dos chamados "Super PACs", os comitês de arrecadação de campanha. O objetivo é concentrar a artilharia contra Trump com propaganda negativa em Estados grandes e importantes, sobretudo os que votarão em uma nova rodada decisiva de prévias no próximo dia 15, como Flórida e Ohio. Em ambos os casos o prêmio é maior do que os desta terça, já que o vencedor leva os votos de todos os delegados (representantes partidários que escolherão o candidato na convenção do partido) em jogo, diferentemente do sistema proporcional de outros Estados. "Nossas pesquisas mostram que está bastante acirrado em vários desses Estados em que o vencedor leva tudo e que, se houver propaganda efetiva, ele ficará em segundo", disse David McIntosh, presidente de um comitê de arrecadação de campanha de oposição a Trump. Com um discurso que mistura xenofobia, narcisismo e propostas extremas, como a proibição de entrada de muçulmanos nos EUA, a ascensão do bilionário despertou a reação de um crescente bloco anti-Trump em seu partido, que o vê como um oportunista sem credenciais conservadoras e um extremismo que limita as chances de vencer a eleição em novembro. O desânimo é tamanho que muitos já admitem votar nos democratas, como o especialista em política internacional Robert Kagan, que, em artigo no "Washington Post" acusou o Partido Republicano de ter criado Trump com suas políticas paralisantes e dos últimos anos. Prévia da Eleição nos EUA Disputa pela Casa Branca Ele encerra o texto dizendo que, "para este ex-republicano e talvez outros, a única opção será votar em Hillary Clinton". Favorita para ser a candidata democrata, Hillary já se mobiliza para enfrentar Trump. Segundo o jornal "The New York Times", a equipe da ex-chanceler já traça uma estratégia contra o empresário, na qual deve enfatizar o temperamento inadequado para exercer o cargo e seus ataques a minorias, como hispânicos e mulheres. A preocupação é não cometer o mesmo erro dos republicanos, que menosprezaram a capacidade de Trump de atrair eleitores insatisfeitos com o status quo. "Ele é formidável, entende a ansiedade dos eleitores e será brutal contra Hillary", disse o governador de Connecticut, Dannel Malloy.
mundo
Após Superterça, todos miram republicano Donald TrumpUm candidato que lidera pesquisas com folga, empolga os eleitores e dá o tom da campanha desde o início deveria ser o sonho de qualquer partido, mas não é o que acontece com Donald Trump. O empresário chegou à decisiva Superterça da corrida presidencial americana, quando 13 Estados votaram em prévias partidárias neste 1º de março (11 deles com resultados vinculantes), como o favorito na disputa pela candidatura republicana à Casa Branca e um pesadelo para a liderança do partido. Descartado por caciques republicanos e analistas políticos como um mero show passageiro no início da disputa, Trump acumula dez vitórias nas prévias do partido realizadas até esta terça-feira (1º). Agora a maioria dos comentaristas admite que impedir que ele se torne o candidato republicano será uma missão dificílima. "Podem me incluir entre os especialistas que foram enganados pela sustentabilidade da candidatura dele", penitenciou-se o especialista em sondagens eleitorais John Zogby em conversa com jornalistas estrangeiros. "Sabíamos que havia um raiva profunda [do eleitorado], a sensação de que o governo não funciona. O que não sabíamos é que isso se casaria com a cultura da celebridade em que vivemos." REALITY SHOW Famoso há pelo menos três décadas e com uma habilidade em atrair a mídia lapidada em 14 temporadas como apresentador do reality show "O Aprendiz", Trump mudou as regras do jogo eleitoral e espalhou uma sensação de pânico na cúpula republicana cuja mobilização para frear o bilionário veio tarde demais, segundo analistas. Para Zogby, a essa altura a única forma de parar o empresário é jogar o peso dos grandes doadores do partido em torno de um só nome para se contrapor a ele. É o que estão fazendo alguns dos chamados "Super PACs", os comitês de arrecadação de campanha. O objetivo é concentrar a artilharia contra Trump com propaganda negativa em Estados grandes e importantes, sobretudo os que votarão em uma nova rodada decisiva de prévias no próximo dia 15, como Flórida e Ohio. Em ambos os casos o prêmio é maior do que os desta terça, já que o vencedor leva os votos de todos os delegados (representantes partidários que escolherão o candidato na convenção do partido) em jogo, diferentemente do sistema proporcional de outros Estados. "Nossas pesquisas mostram que está bastante acirrado em vários desses Estados em que o vencedor leva tudo e que, se houver propaganda efetiva, ele ficará em segundo", disse David McIntosh, presidente de um comitê de arrecadação de campanha de oposição a Trump. Com um discurso que mistura xenofobia, narcisismo e propostas extremas, como a proibição de entrada de muçulmanos nos EUA, a ascensão do bilionário despertou a reação de um crescente bloco anti-Trump em seu partido, que o vê como um oportunista sem credenciais conservadoras e um extremismo que limita as chances de vencer a eleição em novembro. O desânimo é tamanho que muitos já admitem votar nos democratas, como o especialista em política internacional Robert Kagan, que, em artigo no "Washington Post" acusou o Partido Republicano de ter criado Trump com suas políticas paralisantes e dos últimos anos. Prévia da Eleição nos EUA Disputa pela Casa Branca Ele encerra o texto dizendo que, "para este ex-republicano e talvez outros, a única opção será votar em Hillary Clinton". Favorita para ser a candidata democrata, Hillary já se mobiliza para enfrentar Trump. Segundo o jornal "The New York Times", a equipe da ex-chanceler já traça uma estratégia contra o empresário, na qual deve enfatizar o temperamento inadequado para exercer o cargo e seus ataques a minorias, como hispânicos e mulheres. A preocupação é não cometer o mesmo erro dos republicanos, que menosprezaram a capacidade de Trump de atrair eleitores insatisfeitos com o status quo. "Ele é formidável, entende a ansiedade dos eleitores e será brutal contra Hillary", disse o governador de Connecticut, Dannel Malloy.
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'MasterChef' para crianças terá jurados menos bravos, diz Paola
Apoiado no balcão, o menino observa dois cozinheiros em ação. Com o prato pronto, um deles alerta: "Está quente, cuidado!". E o garoto assopra o garfo antes de abocanhá-lo. Depois da aula, é a vez de preparar o prato para ser avaliado pelos chefs. A "Folhinha" esteve em uma gravação do "Que Marravilha! Chefinhos", que estreou na quinta-feira (27), no GNT. No programa, o chef Claude Troisgros (se diz "clode troagrô") e seu ajudante, João Batista Barbosa de Souza, ensinam crianças de 8 a 15 anos a fazer diferentes pratos. Um dos participantes, Mariano Azeredo, 11, cozinha todos os dias com a mãe: "No começo ela se preocupava, mas eu nunca me machuquei", conta (veja dicas). O programa do GNT não é a única novidade da culinária para crianças na TV. Em 20 de outubro estreia na Band o "MasterChef Junior", competição entre cozinheiros de 8 a 13 anos, como a versão adulta do programa, já no ar. Mais de 3.500 crianças se candidataram. Julia Melo Pinheiro, 12, é uma delas. Ela sabe fazer massa de macarrão, feijão, bolinho de carne e um pão de cebola famoso na família. "É uma oportunidade única ter um chef dizendo se você fez algo errado", diz. "Eu ficaria triste se não gostassem do meu prato, mas entenderia." Os jurados serão os mesmos da versão adulta –os chefs Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça. Paola conta que a braveza não será a mesma. "O programa será mais brincalhão, vamos ensinar mais", diz. "As crianças hoje acham que a comida vem do mercado. Imagine que bom ensinar que por trás dela existe um animal, uma horta, produtores..." * 'MASTERCHEF JÚNIOR' Os jurados serão os mesmos da versão adulta Quando estreia 20/10, às 22h30, na Band 'QUE MARRAVILHA! CHEFINHOS' O chef francês Claude Troisgros vai ensinar crianças de até 15 anos a cozinhar Quando quintas, às 22h, no GNT
folhinha
'MasterChef' para crianças terá jurados menos bravos, diz PaolaApoiado no balcão, o menino observa dois cozinheiros em ação. Com o prato pronto, um deles alerta: "Está quente, cuidado!". E o garoto assopra o garfo antes de abocanhá-lo. Depois da aula, é a vez de preparar o prato para ser avaliado pelos chefs. A "Folhinha" esteve em uma gravação do "Que Marravilha! Chefinhos", que estreou na quinta-feira (27), no GNT. No programa, o chef Claude Troisgros (se diz "clode troagrô") e seu ajudante, João Batista Barbosa de Souza, ensinam crianças de 8 a 15 anos a fazer diferentes pratos. Um dos participantes, Mariano Azeredo, 11, cozinha todos os dias com a mãe: "No começo ela se preocupava, mas eu nunca me machuquei", conta (veja dicas). O programa do GNT não é a única novidade da culinária para crianças na TV. Em 20 de outubro estreia na Band o "MasterChef Junior", competição entre cozinheiros de 8 a 13 anos, como a versão adulta do programa, já no ar. Mais de 3.500 crianças se candidataram. Julia Melo Pinheiro, 12, é uma delas. Ela sabe fazer massa de macarrão, feijão, bolinho de carne e um pão de cebola famoso na família. "É uma oportunidade única ter um chef dizendo se você fez algo errado", diz. "Eu ficaria triste se não gostassem do meu prato, mas entenderia." Os jurados serão os mesmos da versão adulta –os chefs Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça. Paola conta que a braveza não será a mesma. "O programa será mais brincalhão, vamos ensinar mais", diz. "As crianças hoje acham que a comida vem do mercado. Imagine que bom ensinar que por trás dela existe um animal, uma horta, produtores..." * 'MASTERCHEF JÚNIOR' Os jurados serão os mesmos da versão adulta Quando estreia 20/10, às 22h30, na Band 'QUE MARRAVILHA! CHEFINHOS' O chef francês Claude Troisgros vai ensinar crianças de até 15 anos a cozinhar Quando quintas, às 22h, no GNT
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Festival na Grande SP reúne shows, culinária e passeio de maria-fumaça
DE SÃO PAULO Chegando à sua 12ª edição, o Festival do Cambuci de Paranapiacaba terá programação entre este sábado (18) e terça-feira (21), feriado nacional. Durante o festival, o visitante poderá conferir, sempre das 10h às 17h, feira de produtos e artesanatos no antigo Mercado, shows —entre blues, choro e MPB—, aulas de culinária e contação de histórias. Neste sábado, as atrações musicais são Marcio Bueno, às 13h30, e Chico Suman, às 15h, no antigo Mercado, e, no Largo dos Padeiros, às 15h, é Rosana Schoeps que se apresenta. No domingo (19), no antigo Mercado, é a vez de Juliana Lima, às 13h30, e a banda Desbrava, às 15h30, apresentarem repertório, assim como a dupla de viola Garuti e Cuiabá, no Largo dos Padeiros, às 13h. O antigo Mercado volta a ser palco de shows na segunda (20), de Mimi e de Alba Brito, às 13h30. Na terça, o antigo Mercado se transforma em palco do espetáculo de humor do Grupo Moral e Bons Costumes, às 13h30, e do Grupo de Congada do Parque São Bernardo, às 15h. O festival terá ainda aula de culinária em espanhol com Barbara Soares, no sábado, às 14h, na Padaria, no domingo, às 14h30, do chef Arthur Sauerbronn, vencedor do programa "Cozinha sob Pressão", do SBT, e na terça-feira, da chef Débora Martins, que dá aulas-show com degustação. Durante o evento, o Clube União Lyra-Serano exibe a exposição "Memória do Cambuci em Paranapiacaba", enquanto o antigo Mercado recebe feira de produtos e artesanatos. Na Vila de Paranapiacaba o visitante pode, ainda, ir a museus que resgatam a história local e da ferrovia, assim como fazer um passeio de maria-fumaça ou ir às trilhas do Parque Nascentes. 12º Festival Gastronômico do Cambuci - Antigo Mercado - Av. Manoel ferraz de Campos Salles, s/ nº, Vila de Paranapiacaba, SP. De sáb. (18) a ter. (21): das 10h às 17h.
saopaulo
Festival na Grande SP reúne shows, culinária e passeio de maria-fumaçaDE SÃO PAULO Chegando à sua 12ª edição, o Festival do Cambuci de Paranapiacaba terá programação entre este sábado (18) e terça-feira (21), feriado nacional. Durante o festival, o visitante poderá conferir, sempre das 10h às 17h, feira de produtos e artesanatos no antigo Mercado, shows —entre blues, choro e MPB—, aulas de culinária e contação de histórias. Neste sábado, as atrações musicais são Marcio Bueno, às 13h30, e Chico Suman, às 15h, no antigo Mercado, e, no Largo dos Padeiros, às 15h, é Rosana Schoeps que se apresenta. No domingo (19), no antigo Mercado, é a vez de Juliana Lima, às 13h30, e a banda Desbrava, às 15h30, apresentarem repertório, assim como a dupla de viola Garuti e Cuiabá, no Largo dos Padeiros, às 13h. O antigo Mercado volta a ser palco de shows na segunda (20), de Mimi e de Alba Brito, às 13h30. Na terça, o antigo Mercado se transforma em palco do espetáculo de humor do Grupo Moral e Bons Costumes, às 13h30, e do Grupo de Congada do Parque São Bernardo, às 15h. O festival terá ainda aula de culinária em espanhol com Barbara Soares, no sábado, às 14h, na Padaria, no domingo, às 14h30, do chef Arthur Sauerbronn, vencedor do programa "Cozinha sob Pressão", do SBT, e na terça-feira, da chef Débora Martins, que dá aulas-show com degustação. Durante o evento, o Clube União Lyra-Serano exibe a exposição "Memória do Cambuci em Paranapiacaba", enquanto o antigo Mercado recebe feira de produtos e artesanatos. Na Vila de Paranapiacaba o visitante pode, ainda, ir a museus que resgatam a história local e da ferrovia, assim como fazer um passeio de maria-fumaça ou ir às trilhas do Parque Nascentes. 12º Festival Gastronômico do Cambuci - Antigo Mercado - Av. Manoel ferraz de Campos Salles, s/ nº, Vila de Paranapiacaba, SP. De sáb. (18) a ter. (21): das 10h às 17h.
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Ministério Público deveria se debruçar sobre grandes sonegadores, diz leitora
Aproveitando as investigações de contas de sonegadores brasileiros no exterior (Promotoria investigará contas na Suíça), não seria o caso da própria força-tarefa do Ministério Público Federal se debruçar sobre os que gostam de levar vantagem e movimentam fortunas sem declará-las? A internação desse volume no país poderia reduzir o amargo pacote de drásticas medidas fiscais que enfrentamos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ministério Público deveria se debruçar sobre grandes sonegadores, diz leitoraAproveitando as investigações de contas de sonegadores brasileiros no exterior (Promotoria investigará contas na Suíça), não seria o caso da própria força-tarefa do Ministério Público Federal se debruçar sobre os que gostam de levar vantagem e movimentam fortunas sem declará-las? A internação desse volume no país poderia reduzir o amargo pacote de drásticas medidas fiscais que enfrentamos. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Heróis da Liga da Justiça são tema de mostra em parque de estúdio nos EUA
O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. * Liga da Justiça é tema de exposição em parque O parque Warner Bros. Studio Tour Hollywood, perto de Los Angeles (Califórnia), inaugura, no próximo dia 24, uma mostra temática sobre a editora de quadrinhos DC Comics –que publicou as histórias dos super-heróis da Liga da Justiça, que estão em filmes do estúdio, como Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha. Entre as atrações expostas há figurinos e acessórios usados no filme "Esquadrão Suicida", cuja estreia deve ser em agosto no Brasil, e em "Batman vs. Superman". A mostra é parte da seção The Archive, uma das paradas no tour pelos estúdios da Warner (os ingressos custam a partir de US$ 62, ou R$ 217). * Portugal ganha museu sobre jornalismo A cidade de Sintra, em Portugal, inaugurou há duas semanas o NewsMuseum (newsmuseum.pt; ingressos a partir de € 8, R$ 32), dedicado a contar a história do país e do mundo por um viés jornalístico. Entre 25 espaços temáticos, o lugar destaca grandes fotorreportagens, a cobertura de guerras e tragédias e, por meio de dispositivos de realidade virtual, uma ideia sobre o futuro das comunicações. * Visitantes vão brincar de arqueólogo em SP Como parte da 14ª Semana Nacional dos Museus, que chega ao fim no próximo domingo (22), o museu Histórico do Instituto Butantan vai dar aos visitantes a chance de simular uma escavação arqueológica neste fim de semana. Outros 1.236 espaços culturais de todo o Brasil participam do evento, com mais de 3.700 atividades. A programação completa pode ser vista no site guiadaprogramacao.museus.gov.br. * * GRÁTIS: A Prefeitura do Rio lançou o Passaporte Cultural Rio, que vai dar gratuidades e descontos em 700 locais da cidade, incluindo museus, shows e festivais, até 31 de setembro (pós-Olimpíada); brasileiros podem fazê-lo sem custos e retirá-lo em dois pontos da cidade * GRANDE HOTEL CA'D'ORO O livro conta a história do lugar (na rua Augusta, centro de São Paulo), que nasceu como restaurante e se tornou um marco na indústria hoteleira de luxo na cidade
turismo
Heróis da Liga da Justiça são tema de mostra em parque de estúdio nos EUAO "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. * Liga da Justiça é tema de exposição em parque O parque Warner Bros. Studio Tour Hollywood, perto de Los Angeles (Califórnia), inaugura, no próximo dia 24, uma mostra temática sobre a editora de quadrinhos DC Comics –que publicou as histórias dos super-heróis da Liga da Justiça, que estão em filmes do estúdio, como Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha. Entre as atrações expostas há figurinos e acessórios usados no filme "Esquadrão Suicida", cuja estreia deve ser em agosto no Brasil, e em "Batman vs. Superman". A mostra é parte da seção The Archive, uma das paradas no tour pelos estúdios da Warner (os ingressos custam a partir de US$ 62, ou R$ 217). * Portugal ganha museu sobre jornalismo A cidade de Sintra, em Portugal, inaugurou há duas semanas o NewsMuseum (newsmuseum.pt; ingressos a partir de € 8, R$ 32), dedicado a contar a história do país e do mundo por um viés jornalístico. Entre 25 espaços temáticos, o lugar destaca grandes fotorreportagens, a cobertura de guerras e tragédias e, por meio de dispositivos de realidade virtual, uma ideia sobre o futuro das comunicações. * Visitantes vão brincar de arqueólogo em SP Como parte da 14ª Semana Nacional dos Museus, que chega ao fim no próximo domingo (22), o museu Histórico do Instituto Butantan vai dar aos visitantes a chance de simular uma escavação arqueológica neste fim de semana. Outros 1.236 espaços culturais de todo o Brasil participam do evento, com mais de 3.700 atividades. A programação completa pode ser vista no site guiadaprogramacao.museus.gov.br. * * GRÁTIS: A Prefeitura do Rio lançou o Passaporte Cultural Rio, que vai dar gratuidades e descontos em 700 locais da cidade, incluindo museus, shows e festivais, até 31 de setembro (pós-Olimpíada); brasileiros podem fazê-lo sem custos e retirá-lo em dois pontos da cidade * GRANDE HOTEL CA'D'ORO O livro conta a história do lugar (na rua Augusta, centro de São Paulo), que nasceu como restaurante e se tornou um marco na indústria hoteleira de luxo na cidade
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'Dublê de voz' da Xuxa ganha R$ 200 por dia em Guaianases
Carlos Daniel, que diz frases como "venham conhecer os descontos, baixinhos", tem uma voz muito parecida com a da nova apresentadora da Record. A própria Xuxa já se emocionou ao ouvir "Lua de Cristal" saindo da boca do fã em 2001, quando ele participou do seu programa na Globo, aos 20 e poucos anos. Leia mais aqui
tv
'Dublê de voz' da Xuxa ganha R$ 200 por dia em GuaianasesCarlos Daniel, que diz frases como "venham conhecer os descontos, baixinhos", tem uma voz muito parecida com a da nova apresentadora da Record. A própria Xuxa já se emocionou ao ouvir "Lua de Cristal" saindo da boca do fã em 2001, quando ele participou do seu programa na Globo, aos 20 e poucos anos. Leia mais aqui
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Sem Lula, PT decide suspender Palocci por 60 dias
O PT decidiu, nesta sexta-feira (22), afastar o ex-ministro Antonio Palocci do partido. Embora esteja no hotel que sedia a reunião petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou da votação da proposta de suspensão de Palocci. A própria presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, encaminhou a proposta de desligamento. Pela decisão, Palocci fica afastado por 60 dias até que o diretório de Ribeirão Preto conclua o processo de desfiliação. "Ele mentiu contra o partido, contra a liderança de Lula, comprometendo Lula", disse Gleisi. Como Palocci está preso, a medida tem caráter simbólico. A proposta foi aprovada por unanimidade em uma votação que consumiu um minuto. Íntimo aliado de Lula, Palocci disse, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que o ex-presidente selou um pacto de sangue com a empreiteira Odebrecht. Em um primeiro momento, os dirigentes do PT de Ribeirão Preto resistiram à abertura de processo contra Palocci. Mas sucumbiram à pressão do presidente estadual do PT, Luiz Marinho. O Diretório Nacional do PT também elaborou um documento em que chama de irrevogável a candidatura de Lula à Presidência, afirmando que não há plano B. O advogado de Palocci, Adriano Bretas, disse que não recebeu qualquer notificação do partido e só se manifestará após ser formalmente informado. Bretas disse ainda que Palocci avalia a possibilidade de deixar o partido. A decisão deverá ser tomada na semana que vem. NOTA Em nota, o Diretório Nacional do PT afirmou que "ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13a. Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 06 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT". "O Diretório Municipal do PT de Ribeirão Preto, por unanimidade, decidiu pela abertura de procedimento disciplinar para avaliação ética do comportamento do filiado Antonio Palocci. Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13a. Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 06 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância. Nos termos do art. 246 do estatuto partidário, o Diretório Nacional do PT decide pela suspensão provisória do filiado por tempo não superior a 60 (sessenta) dias, dentro do qual deverá estar concluído o processo de julgamento. São Paulo, 22 de setembro de 2017 Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores​" CANDIDATURA Em outra resolução, o PT afirma que a candidatura de Lula é "irrevogável". O Partido dos Trabalhadores reafirma a opção irrevogável pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2018. Não há dúvida de que eleição sem Lula é fraude! O ataque a Lula configura um ataque à democracia brasileira, especialmente, ao direito inviolável de escolha da cidadã e do cidadão. As espetaculares manifestações de apoio popular à caravana Lula Pelo Brasil, em sua passagem pelo nordeste, confirmam o que as pesquisas já indicavam: Lula é a única liderança política capaz de mobilizar a esperança do povo na retomada da democracia, do desenvolvimento e das conquistas sociais.
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Sem Lula, PT decide suspender Palocci por 60 diasO PT decidiu, nesta sexta-feira (22), afastar o ex-ministro Antonio Palocci do partido. Embora esteja no hotel que sedia a reunião petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou da votação da proposta de suspensão de Palocci. A própria presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, encaminhou a proposta de desligamento. Pela decisão, Palocci fica afastado por 60 dias até que o diretório de Ribeirão Preto conclua o processo de desfiliação. "Ele mentiu contra o partido, contra a liderança de Lula, comprometendo Lula", disse Gleisi. Como Palocci está preso, a medida tem caráter simbólico. A proposta foi aprovada por unanimidade em uma votação que consumiu um minuto. Íntimo aliado de Lula, Palocci disse, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que o ex-presidente selou um pacto de sangue com a empreiteira Odebrecht. Em um primeiro momento, os dirigentes do PT de Ribeirão Preto resistiram à abertura de processo contra Palocci. Mas sucumbiram à pressão do presidente estadual do PT, Luiz Marinho. O Diretório Nacional do PT também elaborou um documento em que chama de irrevogável a candidatura de Lula à Presidência, afirmando que não há plano B. O advogado de Palocci, Adriano Bretas, disse que não recebeu qualquer notificação do partido e só se manifestará após ser formalmente informado. Bretas disse ainda que Palocci avalia a possibilidade de deixar o partido. A decisão deverá ser tomada na semana que vem. NOTA Em nota, o Diretório Nacional do PT afirmou que "ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13a. Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 06 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT". "O Diretório Municipal do PT de Ribeirão Preto, por unanimidade, decidiu pela abertura de procedimento disciplinar para avaliação ética do comportamento do filiado Antonio Palocci. Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13a. Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 06 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância. Nos termos do art. 246 do estatuto partidário, o Diretório Nacional do PT decide pela suspensão provisória do filiado por tempo não superior a 60 (sessenta) dias, dentro do qual deverá estar concluído o processo de julgamento. São Paulo, 22 de setembro de 2017 Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores​" CANDIDATURA Em outra resolução, o PT afirma que a candidatura de Lula é "irrevogável". O Partido dos Trabalhadores reafirma a opção irrevogável pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2018. Não há dúvida de que eleição sem Lula é fraude! O ataque a Lula configura um ataque à democracia brasileira, especialmente, ao direito inviolável de escolha da cidadã e do cidadão. As espetaculares manifestações de apoio popular à caravana Lula Pelo Brasil, em sua passagem pelo nordeste, confirmam o que as pesquisas já indicavam: Lula é a única liderança política capaz de mobilizar a esperança do povo na retomada da democracia, do desenvolvimento e das conquistas sociais.
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Fernando Luiz Zancan: A dicotomia errada
A COP 20 –Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em dezembro de 2014 em Lima, Peru– demonstrou a dificuldade, em escala global, de balancearmos o desenvolvimento e as mudanças climáticas. Estamos há mais de vinte anos discutindo um acordo climático vinculante e não conseguimos. É o desafio que teremos no ano de 2015 para fechar algum acordo em Paris. Qualquer acordo que não permita que os países pobres e em desenvolvimento possam crescer e reduzir a miséria não terá o apoio destes. Os países devem ter o direito a usar os seus energéticos de forma a equilibrar o meio ambiente com o desenvolvimento. O papel do carvão no desenvolvimento das sociedades em crescimento é uma das razões de ter sido o combustível que mais cresceu no século 21 alcançando o seu maior nível –30,1 % na matriz mundial de energia, o nível mais alto desde 1970. Com 1,3 bilhões de pessoas sem energia elétrica o mundo precisará de todas as formas de energia disponíveis, principalmente as mais baratas, onde o carvão reina sendo 40% da energia elétrica mundial. A chave para integrar o desenvolvimento e as mudanças climáticas é a tecnologia. O aumento de eficiência das plantas de 33% para 40 % deverá reduzir a emissão de duas gigatoneladas de CO2 anualmente no mundo. Para isto basta criar programas de modernização do parque de usinas térmicas, algo que a China e Alemanha estão fazendo. Por outro lado as tecnologias de captura, uso e armazenamento de CO2, estão disponíveis mas precisam de ganhar escala para reduzir o custo como foi feito com as energias eólica e fotovoltaica. O maior exemplo disso é o Projeto Boundary Dam no Canadá, onde uma usina térmica a carvão de 110 MW, está operando desde outubro de 2014 capturando 90% do CO2. Todas as tecnologias de baixo carbono devem ser usadas para atender as metas de redução de emissões. Não atingiremos nossa demanda energética, a redução da miséria e a redução das emissões sem usar todas as tecnologias que estejam disponíveis. Não devemos demonizar os combustíveis fósseis e nem tentar impedir o seu uso, por conta dos possíveis impactos nas mudanças climáticas. Precisaremos de todas as energias e as renováveis, sozinhas, não fornecem a garantia da segurança energética e nem energia a baixo custo. Devemos, ainda, viabilizar as tecnologias que reduzam as emissões e que sejam de baixo carbono. A dicotomia fósseis/renováveis está errada e serve somente aos "lobbies" de segmentos industriais e à indústria do CO2. A taxação e o mercado de carbono servem para o mercado financeiro. Portanto se somos sérios a respeito das mudanças climáticas, sem artificialismos econômicos, deveremos buscar a participação de todas as fontes energéticas, visando chegar a um mundo de baixo carbono no menor prazo de tempo possível. FERNANDO LUIZ ZANCAN, 57, engenheiro, é presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Fernando Luiz Zancan: A dicotomia erradaA COP 20 –Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em dezembro de 2014 em Lima, Peru– demonstrou a dificuldade, em escala global, de balancearmos o desenvolvimento e as mudanças climáticas. Estamos há mais de vinte anos discutindo um acordo climático vinculante e não conseguimos. É o desafio que teremos no ano de 2015 para fechar algum acordo em Paris. Qualquer acordo que não permita que os países pobres e em desenvolvimento possam crescer e reduzir a miséria não terá o apoio destes. Os países devem ter o direito a usar os seus energéticos de forma a equilibrar o meio ambiente com o desenvolvimento. O papel do carvão no desenvolvimento das sociedades em crescimento é uma das razões de ter sido o combustível que mais cresceu no século 21 alcançando o seu maior nível –30,1 % na matriz mundial de energia, o nível mais alto desde 1970. Com 1,3 bilhões de pessoas sem energia elétrica o mundo precisará de todas as formas de energia disponíveis, principalmente as mais baratas, onde o carvão reina sendo 40% da energia elétrica mundial. A chave para integrar o desenvolvimento e as mudanças climáticas é a tecnologia. O aumento de eficiência das plantas de 33% para 40 % deverá reduzir a emissão de duas gigatoneladas de CO2 anualmente no mundo. Para isto basta criar programas de modernização do parque de usinas térmicas, algo que a China e Alemanha estão fazendo. Por outro lado as tecnologias de captura, uso e armazenamento de CO2, estão disponíveis mas precisam de ganhar escala para reduzir o custo como foi feito com as energias eólica e fotovoltaica. O maior exemplo disso é o Projeto Boundary Dam no Canadá, onde uma usina térmica a carvão de 110 MW, está operando desde outubro de 2014 capturando 90% do CO2. Todas as tecnologias de baixo carbono devem ser usadas para atender as metas de redução de emissões. Não atingiremos nossa demanda energética, a redução da miséria e a redução das emissões sem usar todas as tecnologias que estejam disponíveis. Não devemos demonizar os combustíveis fósseis e nem tentar impedir o seu uso, por conta dos possíveis impactos nas mudanças climáticas. Precisaremos de todas as energias e as renováveis, sozinhas, não fornecem a garantia da segurança energética e nem energia a baixo custo. Devemos, ainda, viabilizar as tecnologias que reduzam as emissões e que sejam de baixo carbono. A dicotomia fósseis/renováveis está errada e serve somente aos "lobbies" de segmentos industriais e à indústria do CO2. A taxação e o mercado de carbono servem para o mercado financeiro. Portanto se somos sérios a respeito das mudanças climáticas, sem artificialismos econômicos, deveremos buscar a participação de todas as fontes energéticas, visando chegar a um mundo de baixo carbono no menor prazo de tempo possível. FERNANDO LUIZ ZANCAN, 57, engenheiro, é presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Maioria das isenções fiscais no Rio são inconstitucionais
Entre os benefícios fiscais do Rio de Janeiro, cerca de 77,5% são inconstitucionais, por não terem sido aprovados pelo Confaz (órgão federal de política fazendária), segundo o Ministério Público carioca. A porcentagem se refere às isenções concedidas em 2015 —desde então, o cenário não teve grandes variações, de acordo com tributaristas. "A maioria dos benefícios no país não têm aval do Confaz. É uma prática difundida, não só o Rio", afirma Vinicius Jucá, sócio do TozziniFreire. A própria secretaria da Fazenda do Rio disse, em nota, "que o Estado adota os mesmos preceitos das demais unidades da federação". Pela Constituição, para que um benefício fiscal seja aprovado, é preciso unanimidade entre os Estados, o que é raro, diz Maucir Fregonesi Júnior, sócio do Siqueira Castro. Na prática, muitas isenções são liberadas mesmo com votos contrários, ou unilateralmente pelos Estados, afirma. Nesses casos, ocorre a contestação judicial e a anulação, mas as decisões do Supremo Tribunal Federal não têm exigido que a empresa devolva o valor do benefício. "Esse entendimento estimula a prática. As companhias sabem da insegurança jurídica, mas julgam que vale a pena", diz Tathiane Piscitelli, professora da FGV-SP. Recentemente, foi aprovado na Câmara o regime de urgência de um projeto que tira a exigência de unanimidade. A pauta havia ganhado força devido a um impasse que vinha travando a renovação de isenções de ICMS no país, pois o Rio estava judicialmente impedido de aprovar benefícios. O imbróglio, porém, foi resolvido nesta semana. Aprovação da isenção de impostos Como funciona? É preciso ter a aprovação de todos os Estados para criar ou renovar uma isenção, o que ocorre no Confaz, órgão ligado ao Ministério da Fazenda Por quê? Mesmo impostos estaduais têm impacto federal. Um dos objetivos é evitar guerra fiscal Qual o problema? Dificilmente há unanimidade. Estados acabam aprovando isenções inconstitucionalmente R$ 138 bilhões é o valor que o Rio deixou de recolher devido a isenções entre 2008 e 2013 * Inadimplência tem seis meses de queda pela primeira vez desde 2013 Nos três primeiros meses deste ano, a inadimplência das empresas melhorou 0,3%, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo o Boa Vista SCPC. Como no fim do ano passado o índice havia caído 2,2%, trata-se da primeira queda consecutiva desde 2013. Essa é uma consequência de uma restrição ao crédito, por parte dos bancos, e de uma demanda menor, por parte dos tomadores de empréstimos, diz Flávio Calife, economista da instituição. "O fato de a inadimplência das empresas cair 0,3% é uma boa notícia se compararmos com o que acontecia há um ano, quando crescia a 10%." A crise afetou mais as pessoas jurídicas que físicas, segundo Calife. Em 2012, a inadimplência do consumidor era quase o dobro da empresarial, e hoje são quase iguais. No acumulado de 12 meses, os dados ainda são negativos. ACERTO DE CONTAS - Evolução da inadimplência de empresas * Ruim hoje, melhor amanhã A percepção das empresas de construção sobre o desempenho do próprio negócio caiu 3,7% em fevereiro, na comparação com novembro de 2016, segundo o Sinduscon-SP (sindicato do setor). "As obras chegaram ao fim e não estão sendo repostas. A curto prazo, a piora deverá continuar", afirma o presidente José Romeu Ferraz Neto. Apesar do cenário ruim, o pessimismo em relação ao futuro diminuiu. As projeções das companhias e a avaliação da política econômica subiram 1,8% e 3,6%. A queda nos juros e a expectativa em torno das reformas explicam o ganho de otimismo, segundo Ferraz Neto. À ESPERA DE UMA OBRA - Indicador de desempenho da indústria da construção civil, de 0 (pior) a 100 (melhor) * Ganhos indiretos Com a crise, mais executivos passaram a aceitar a ideia de receber parcela da remuneração como benefícios, como bônus ou opções de ações, aponta a consultoria Page Executive. Parte (30%) aceitaria trocar de vaga por um posto com salário menor, mas com benefício total maior. A remuneração variável ganha importância porque outro atrativo, a perspectiva de crescimento na carreira, tornou-se mais difícil na crise, diz Fernando Andraus, diretor-executivo da empresa. "Quando o executivo sente que não avança na empresa, passa a valorizar mais o pagamento global." O QUE QUEREM OS EXECUTIVOS - Tipos de benefícios que mais agradam, em % * Não sobe, nem desce As fabricantes de elevadores não prevêem uma retomada do mercado brasileiro em 2017, segundo entidades e empresas do setor. "No fim do ano passado houve um aquecimento, mas no início de 2017 a demanda voltou a se paralisar", diz Jomar Cardoso, presidente do Seciesp (sindicato do segmento). A Villarta, empresa de médio porte que o executivo comanda, planeja investir cerca de R$ 15 milhões neste ano, para abrir três novos escritórios e fazer treinamento de equipe. "Em 2016, aumentamos as vendas fora do Sudeste, em áreas como Acre, Roraima e Brasília, mas o que realmente dá lucro à empresa é a manutenção, e para isso é preciso estar presente no Estado", diz ele. No caso da Atlas Schindler, um dos três grandes atores do mercado no país, a previsão também é de estabilidade ou de uma queda leve, avalia Fabio Mezzarano, vice-presidente da empresa nas Américas. Os investimentos da companhia no país deverão de manter no mesmo patamar do ano passado, em cerca de R$ 100 milhões. R$ 6 bilhões é a receita anual estimada do setor no Brasil * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Maioria das isenções fiscais no Rio são inconstitucionaisEntre os benefícios fiscais do Rio de Janeiro, cerca de 77,5% são inconstitucionais, por não terem sido aprovados pelo Confaz (órgão federal de política fazendária), segundo o Ministério Público carioca. A porcentagem se refere às isenções concedidas em 2015 —desde então, o cenário não teve grandes variações, de acordo com tributaristas. "A maioria dos benefícios no país não têm aval do Confaz. É uma prática difundida, não só o Rio", afirma Vinicius Jucá, sócio do TozziniFreire. A própria secretaria da Fazenda do Rio disse, em nota, "que o Estado adota os mesmos preceitos das demais unidades da federação". Pela Constituição, para que um benefício fiscal seja aprovado, é preciso unanimidade entre os Estados, o que é raro, diz Maucir Fregonesi Júnior, sócio do Siqueira Castro. Na prática, muitas isenções são liberadas mesmo com votos contrários, ou unilateralmente pelos Estados, afirma. Nesses casos, ocorre a contestação judicial e a anulação, mas as decisões do Supremo Tribunal Federal não têm exigido que a empresa devolva o valor do benefício. "Esse entendimento estimula a prática. As companhias sabem da insegurança jurídica, mas julgam que vale a pena", diz Tathiane Piscitelli, professora da FGV-SP. Recentemente, foi aprovado na Câmara o regime de urgência de um projeto que tira a exigência de unanimidade. A pauta havia ganhado força devido a um impasse que vinha travando a renovação de isenções de ICMS no país, pois o Rio estava judicialmente impedido de aprovar benefícios. O imbróglio, porém, foi resolvido nesta semana. Aprovação da isenção de impostos Como funciona? É preciso ter a aprovação de todos os Estados para criar ou renovar uma isenção, o que ocorre no Confaz, órgão ligado ao Ministério da Fazenda Por quê? Mesmo impostos estaduais têm impacto federal. Um dos objetivos é evitar guerra fiscal Qual o problema? Dificilmente há unanimidade. Estados acabam aprovando isenções inconstitucionalmente R$ 138 bilhões é o valor que o Rio deixou de recolher devido a isenções entre 2008 e 2013 * Inadimplência tem seis meses de queda pela primeira vez desde 2013 Nos três primeiros meses deste ano, a inadimplência das empresas melhorou 0,3%, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo o Boa Vista SCPC. Como no fim do ano passado o índice havia caído 2,2%, trata-se da primeira queda consecutiva desde 2013. Essa é uma consequência de uma restrição ao crédito, por parte dos bancos, e de uma demanda menor, por parte dos tomadores de empréstimos, diz Flávio Calife, economista da instituição. "O fato de a inadimplência das empresas cair 0,3% é uma boa notícia se compararmos com o que acontecia há um ano, quando crescia a 10%." A crise afetou mais as pessoas jurídicas que físicas, segundo Calife. Em 2012, a inadimplência do consumidor era quase o dobro da empresarial, e hoje são quase iguais. No acumulado de 12 meses, os dados ainda são negativos. ACERTO DE CONTAS - Evolução da inadimplência de empresas * Ruim hoje, melhor amanhã A percepção das empresas de construção sobre o desempenho do próprio negócio caiu 3,7% em fevereiro, na comparação com novembro de 2016, segundo o Sinduscon-SP (sindicato do setor). "As obras chegaram ao fim e não estão sendo repostas. A curto prazo, a piora deverá continuar", afirma o presidente José Romeu Ferraz Neto. Apesar do cenário ruim, o pessimismo em relação ao futuro diminuiu. As projeções das companhias e a avaliação da política econômica subiram 1,8% e 3,6%. A queda nos juros e a expectativa em torno das reformas explicam o ganho de otimismo, segundo Ferraz Neto. À ESPERA DE UMA OBRA - Indicador de desempenho da indústria da construção civil, de 0 (pior) a 100 (melhor) * Ganhos indiretos Com a crise, mais executivos passaram a aceitar a ideia de receber parcela da remuneração como benefícios, como bônus ou opções de ações, aponta a consultoria Page Executive. Parte (30%) aceitaria trocar de vaga por um posto com salário menor, mas com benefício total maior. A remuneração variável ganha importância porque outro atrativo, a perspectiva de crescimento na carreira, tornou-se mais difícil na crise, diz Fernando Andraus, diretor-executivo da empresa. "Quando o executivo sente que não avança na empresa, passa a valorizar mais o pagamento global." O QUE QUEREM OS EXECUTIVOS - Tipos de benefícios que mais agradam, em % * Não sobe, nem desce As fabricantes de elevadores não prevêem uma retomada do mercado brasileiro em 2017, segundo entidades e empresas do setor. "No fim do ano passado houve um aquecimento, mas no início de 2017 a demanda voltou a se paralisar", diz Jomar Cardoso, presidente do Seciesp (sindicato do segmento). A Villarta, empresa de médio porte que o executivo comanda, planeja investir cerca de R$ 15 milhões neste ano, para abrir três novos escritórios e fazer treinamento de equipe. "Em 2016, aumentamos as vendas fora do Sudeste, em áreas como Acre, Roraima e Brasília, mas o que realmente dá lucro à empresa é a manutenção, e para isso é preciso estar presente no Estado", diz ele. No caso da Atlas Schindler, um dos três grandes atores do mercado no país, a previsão também é de estabilidade ou de uma queda leve, avalia Fabio Mezzarano, vice-presidente da empresa nas Américas. Os investimentos da companhia no país deverão de manter no mesmo patamar do ano passado, em cerca de R$ 100 milhões. R$ 6 bilhões é a receita anual estimada do setor no Brasil * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Elevação do PIS/Cofins atinge farmacêuticas
O aumento do PIS/Cofins sobre a importação de bens e serviços, estabelecido por medida provisória publicada na última sexta (30), surpreendeu a indústria farmacêutica, que não esperava ser incluída na alteração. A alíquota de contribuição para o PIS passou de 2,1% para 2,76% e a da Cofins, de 9,9% para 13,03%. Os novos valores valem a partir de primeiro de maio. As fabricantes de medicamentos, no entanto, são isentas do pagamento desses tributos graças a um decreto. "A isenção foi determinada em 2008, mas a presidente Dilma pode revogar esse decreto a hora que quiser", afirma o presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), Nelson Mussolini. "Fazemos uma dedução lógica: não teria nenhum motivo para mexer nas alíquotas se não houvesse intenção de derrubar o decreto." Segundo cálculos do executivo, as novas alíquotas atingirão cerca de 35% do mercado, o que corresponde a R$ 23,8 bilhões. "Outros setores já anunciaram que vão elevar o preço de seus produtos para compensar a alta dos impostos, mas nós não podemos porque os medicamentos têm preços controlados", diz Mussolini. "A margem dos fabricantes vai cair. Não haverá saída: ou os descontos no valor dos produtos ou os investimentos vão diminuir." A alta do PIS/Cofins sobre importações faz parte da série de aumentos de tributos anunciada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para elevar a arrecadação do governo neste ano. * Indústria nacional de equipamentos de saúde amplia fatia de mercado Após dois anos seguidos de quedas, a parcela de produtos nacionais no consumo de equipamentos para a saúde voltou a crescer em 2014, segundo estudo da Abimo (associação da indústria do setor), em parceria com a FGV. De um mercado total de R$ 21,38 bilhões no ano passado, 36,2% dos aparelhos médicos, hospitalares e odontológicos vendidos foram produzidos dentro do país. Em 2013, a fatia da indústria local havia ficado em 34,8% dos R$ 19,9 bilhões. Um dos motivos para o crescimento foi a redução de cerca de 8% nas importações no ano passado ante 2013. "O dólar mais alto no fim de 2014 contribuiu [para segurar parte das importações]", diz Paulo Fraccaro, superintendente da entidade. Com a manutenção do câmbio no patamar atual, além da regulamentação da lei que deu isonomia de PIS/Cofins aos produtos brasileiros em relação aos importados, a indústria nacional deverá ganhar mais espaço neste ano, segundo o executivo. O setor fechou 2014 com um crescimento de 11% no faturamento, um pouco acima da projeção de 10% que havia sido feita pela associação no fim do ano passado. O nível de emprego no segmento avançou 2,3% no mesmo período. * Com aporte de R$ 30 mi, Scania terá centro de testes em SP A Scania investirá cerca de R$ 30 milhões para instalar um laboratório de testes de motores em sua fábrica no Brasil, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. O centro será semelhante ao que a montadora tem hoje em sua matriz, na Suécia. Na estrutura, serão realizados exames de certificação de componentes e testes de longa duração, com o objetivo de desenvolver novos projetos no país. Serão pesquisadas tecnologias de combustíveis, emissão e sistemas de tratamento de gases, além de durabilidade de peças e equipamentos. A implantação do laboratório será iniciada no primeiro semestre deste ano, com a entrega do local prevista para o segundo semestre. Em formato de contêiner (com estrutura metálica), o centro ocupará uma área de 400 metros quadrados. A fábrica da Scania em São Bernardo do Campo tem hoje cerca de 3.300 funcionários. Não há previsão de contratações para o laboratório, segundo a montadora. * Sem suvenir O volume gasto por turistas russos em compras isentas de impostos no exterior caiu 32% no último trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo estudo da Global Blue. A desvalorização do rublo entre 40% e 50% em relação às moedas dos principais destinos, com destaque para o euro, foi determinante para o desempenho negativo, segundo a empresa, que presta serviços de devolução de tributos pagos por estrangeiros. O colapso no preço do petróleo no segundo semestre do ano também contribuiu para problemas estruturais na economia do país, fortemente dependente das exportações do óleo. A Finlândia, cujo turismo de compras é basicamente composto por viajantes russos, teve uma baixa de 49% nas vendas livres de taxas em decorrência da crise. Itália e Alemanha retraíram 1%, também afetadas pelo menor consumo da Rússia. A queda de 4% em Cingapura, por sua vez, foi reflexo da redução de gastos dos turistas indonésios, que, assim como os russos, passaram por um enfraquecimento em sua moeda, a rupia indonésia, de acordo com a companhia. * Valor... A corretora TOV vai atuar com um novo segmento, focado em grandes bancos, institutos de previdência e ativos e clientes com investimento superiores a R$ 1 milhão. A área será comandada pelo diretor Pedro Paulo Afonso. ...assegurado Para atender ao novo público, a empresa inaugurou uma unidade ao lado do shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A TOV trabalha também com serviços de câmbio, mercado de capitais, seguros e viagens. Bloco... A CNI (Confederação Nacional da Indústria) reunirá os principais líderes empresariais de Brasil, Rússia Índia, China e África do Sul no Fórum Empresarial dos Brics, que ocorre entre os dias 9 e 10 deste mês, em Brasília. ...empresarial Presidido por José Rubens de La Rosa, CEO da companhia gaúcha Marcopolo, o encontro vai pedir rapidez na criação do banco próprio e o fim do visto para executivos em viagens entre os países do bloco. Pano... As vendas paulistas do comércio atacadista de tecidos caíram 25,5% em janeiro deste ano, em comparação com dezembro de 2014, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinho do Estado. ...quente Além da sazonalidade, o resultado reflete a economia fraca, com consumidores e empresas com o pé no freio, segundo a entidade. Em dezembro, as vendas do setor haviam avançado 2,5% e fechado o ano com alta de 1,2%. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Elevação do PIS/Cofins atinge farmacêuticasO aumento do PIS/Cofins sobre a importação de bens e serviços, estabelecido por medida provisória publicada na última sexta (30), surpreendeu a indústria farmacêutica, que não esperava ser incluída na alteração. A alíquota de contribuição para o PIS passou de 2,1% para 2,76% e a da Cofins, de 9,9% para 13,03%. Os novos valores valem a partir de primeiro de maio. As fabricantes de medicamentos, no entanto, são isentas do pagamento desses tributos graças a um decreto. "A isenção foi determinada em 2008, mas a presidente Dilma pode revogar esse decreto a hora que quiser", afirma o presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), Nelson Mussolini. "Fazemos uma dedução lógica: não teria nenhum motivo para mexer nas alíquotas se não houvesse intenção de derrubar o decreto." Segundo cálculos do executivo, as novas alíquotas atingirão cerca de 35% do mercado, o que corresponde a R$ 23,8 bilhões. "Outros setores já anunciaram que vão elevar o preço de seus produtos para compensar a alta dos impostos, mas nós não podemos porque os medicamentos têm preços controlados", diz Mussolini. "A margem dos fabricantes vai cair. Não haverá saída: ou os descontos no valor dos produtos ou os investimentos vão diminuir." A alta do PIS/Cofins sobre importações faz parte da série de aumentos de tributos anunciada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para elevar a arrecadação do governo neste ano. * Indústria nacional de equipamentos de saúde amplia fatia de mercado Após dois anos seguidos de quedas, a parcela de produtos nacionais no consumo de equipamentos para a saúde voltou a crescer em 2014, segundo estudo da Abimo (associação da indústria do setor), em parceria com a FGV. De um mercado total de R$ 21,38 bilhões no ano passado, 36,2% dos aparelhos médicos, hospitalares e odontológicos vendidos foram produzidos dentro do país. Em 2013, a fatia da indústria local havia ficado em 34,8% dos R$ 19,9 bilhões. Um dos motivos para o crescimento foi a redução de cerca de 8% nas importações no ano passado ante 2013. "O dólar mais alto no fim de 2014 contribuiu [para segurar parte das importações]", diz Paulo Fraccaro, superintendente da entidade. Com a manutenção do câmbio no patamar atual, além da regulamentação da lei que deu isonomia de PIS/Cofins aos produtos brasileiros em relação aos importados, a indústria nacional deverá ganhar mais espaço neste ano, segundo o executivo. O setor fechou 2014 com um crescimento de 11% no faturamento, um pouco acima da projeção de 10% que havia sido feita pela associação no fim do ano passado. O nível de emprego no segmento avançou 2,3% no mesmo período. * Com aporte de R$ 30 mi, Scania terá centro de testes em SP A Scania investirá cerca de R$ 30 milhões para instalar um laboratório de testes de motores em sua fábrica no Brasil, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. O centro será semelhante ao que a montadora tem hoje em sua matriz, na Suécia. Na estrutura, serão realizados exames de certificação de componentes e testes de longa duração, com o objetivo de desenvolver novos projetos no país. Serão pesquisadas tecnologias de combustíveis, emissão e sistemas de tratamento de gases, além de durabilidade de peças e equipamentos. A implantação do laboratório será iniciada no primeiro semestre deste ano, com a entrega do local prevista para o segundo semestre. Em formato de contêiner (com estrutura metálica), o centro ocupará uma área de 400 metros quadrados. A fábrica da Scania em São Bernardo do Campo tem hoje cerca de 3.300 funcionários. Não há previsão de contratações para o laboratório, segundo a montadora. * Sem suvenir O volume gasto por turistas russos em compras isentas de impostos no exterior caiu 32% no último trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo estudo da Global Blue. A desvalorização do rublo entre 40% e 50% em relação às moedas dos principais destinos, com destaque para o euro, foi determinante para o desempenho negativo, segundo a empresa, que presta serviços de devolução de tributos pagos por estrangeiros. O colapso no preço do petróleo no segundo semestre do ano também contribuiu para problemas estruturais na economia do país, fortemente dependente das exportações do óleo. A Finlândia, cujo turismo de compras é basicamente composto por viajantes russos, teve uma baixa de 49% nas vendas livres de taxas em decorrência da crise. Itália e Alemanha retraíram 1%, também afetadas pelo menor consumo da Rússia. A queda de 4% em Cingapura, por sua vez, foi reflexo da redução de gastos dos turistas indonésios, que, assim como os russos, passaram por um enfraquecimento em sua moeda, a rupia indonésia, de acordo com a companhia. * Valor... A corretora TOV vai atuar com um novo segmento, focado em grandes bancos, institutos de previdência e ativos e clientes com investimento superiores a R$ 1 milhão. A área será comandada pelo diretor Pedro Paulo Afonso. ...assegurado Para atender ao novo público, a empresa inaugurou uma unidade ao lado do shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A TOV trabalha também com serviços de câmbio, mercado de capitais, seguros e viagens. Bloco... A CNI (Confederação Nacional da Indústria) reunirá os principais líderes empresariais de Brasil, Rússia Índia, China e África do Sul no Fórum Empresarial dos Brics, que ocorre entre os dias 9 e 10 deste mês, em Brasília. ...empresarial Presidido por José Rubens de La Rosa, CEO da companhia gaúcha Marcopolo, o encontro vai pedir rapidez na criação do banco próprio e o fim do visto para executivos em viagens entre os países do bloco. Pano... As vendas paulistas do comércio atacadista de tecidos caíram 25,5% em janeiro deste ano, em comparação com dezembro de 2014, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinho do Estado. ...quente Além da sazonalidade, o resultado reflete a economia fraca, com consumidores e empresas com o pé no freio, segundo a entidade. Em dezembro, as vendas do setor haviam avançado 2,5% e fechado o ano com alta de 1,2%. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Geórgia combina Oriente e Ocidente no extremo leste da Europa
Geórgia? Onde fica isso? Nos Estados Unidos? Por que você está indo pra esse lugar? Essas e outras perguntas invariavelmente acompanham quem deseja conhecer a ex-república soviética onde nasceu Josef Stálin (1878-1953). Afinal, pouca gente tem ideia de onde ele fica –e muitos nem sabem que esse lugar existe. Localizada no sul do Cáucaso, a Geórgia faz fronteira com Rússia, Armênia, Turquia e Azerbaijão. Seu litoral é o mar Negro e seu alfabeto é algo tão diferente de tudo que não possui relação com nenhum outro idioma das proximidades. É quase uma sopa de letrinhas. Além da língua georgiana (ou kartuli, como eles denominam), o russo também é muito falado por lá. O inglês funciona mais nas rotas turísticas e com moradores mais jovens. Para o turista, o jeito de se virar no meio da rua é abusar das mímicas ou falar inglês bem devagar. A capital, Tbilisi, fica às margens do rio Kura e é rodeada pelas montanhas do Cáucaso. Um bom ponto de partida para explorar a cidade, também a maior da Geórgia, é a catedral de Sameba, sede do patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana. Com uma cúpula dourada que pode ser vista de diferentes pontos da cidade, ela fica cheia aos domingos, com todos os fiéis de pé, se esbarrando. Além de ser um ponto turístico, a catedral pode fornecer um primeiro contato com a população. A fisionomia do povo, o jeito de se vestir e o comportamento misturam características do Oriente e do Ocidente. Mulheres elegantes e a nítida presença de marcas globalizadas de moda nos corpos dos georgianos se destacam na paisagem. Quando a missa acaba, todos saem caminhando e se perdendo por ruas onde convivem escombros de prédios, carros soviéticos e veículos de alto padrão. A sensação é de estar em uma cena de algum filme da Mostra de Cinema de São Paulo. O sentimento é reforçado pela arquitetura, que se equilibra entre o moderno e o antigo. A ponte da paz, que passa sobre o rio Kura e liga a cidade histórica ao lado moderno da capital georgiana, tem 150 metros de comprimento e foi desenhada por um arquiteto italiano. Para uns, a ponte lembra um peixe; para outros, representa uma onda. Em qualquer uma das formas, é inteiramente iluminada por milhares de luzes de LED. MISTURA É na cidade antiga que está a maior parte das atrações turísticas, onde se vê uma mistura dos estilos bizantino e neoclássico com toques russos e do Oriente Médio. Nada é mais charmoso do que as casas do lugar, com terraços de formas hipnotizantes esculpidas em madeiras de diferentes cores, tamanhos e desenhos. O distrito de Vera, conhecido como um bairro mais descolado, e a avenida Rustaveli, em homenagem ao poeta georgiano Shota Rustaveli, são o outro lado da cidade: é lá que estão os principais hotéis, as grandes lojas e os cafés internacionais. Chegar a Vera pode ser uma aventura. São ruelas e mais ruelas que levam à região, muitas delas sem saída. Os taxistas simplesmente não entendem inglês e quase sempre acabam parando em outro lugar ou levando mais de 20 minutos em um trajeto que não passaria dos cinco minutos com um GPS. Isso quando o táxi não para a cada 500 metros para perguntar informações para algum pedestre ou comerciante de uma vendinha. O turista fica com aquela cara de quem não pode fazer nada. Mas não dá nem para ficar irritado com essas situações. Todos estão sempre com um sorriso no rosto. A cordialidade e a simpatia do povo de Tbilisi abraçam o viajante. Uma vez em Vera, que fica bem no alto da cidade, separe sua garrafa de vinho, um aperitivo, uma mantinha e prepare-se. A vista da cidade é inesquecível, seja em hotéis-butique ou em alguns dos bares e restaurantes da região. Principalmente durante o pôr do sol. De lá, é possível ver a cúpula dourada da catedral –a maioria dos moradores é de cristãos ortodoxos, mas há também muçulmanos e católicos. Os contrastes entre o novo e o antigo ficam claros, em harmonia com a paisagem. * O QUE SABER? Onde fica Geórgia Nome oficial República da Geórgia Capital Tbilisi Idiomas Georgiano (oficial), armênio, russo, ossetiano, abkhaz e turco Moeda Lari (1 = R$ 1,17) Fuso horário + 7 horas em relação a Brasília (no horário de verão no Brasil, a diferença cai para 6 horas) Como chegar Não há voos diretos partindo do Brasil. A melhor opção é ir de Istambul ou pegar um voo que faça escala na capital da Turquia. De lá, há opções de voos diretos para Tbilisi pela Turkish Airlines
turismo
Geórgia combina Oriente e Ocidente no extremo leste da EuropaGeórgia? Onde fica isso? Nos Estados Unidos? Por que você está indo pra esse lugar? Essas e outras perguntas invariavelmente acompanham quem deseja conhecer a ex-república soviética onde nasceu Josef Stálin (1878-1953). Afinal, pouca gente tem ideia de onde ele fica –e muitos nem sabem que esse lugar existe. Localizada no sul do Cáucaso, a Geórgia faz fronteira com Rússia, Armênia, Turquia e Azerbaijão. Seu litoral é o mar Negro e seu alfabeto é algo tão diferente de tudo que não possui relação com nenhum outro idioma das proximidades. É quase uma sopa de letrinhas. Além da língua georgiana (ou kartuli, como eles denominam), o russo também é muito falado por lá. O inglês funciona mais nas rotas turísticas e com moradores mais jovens. Para o turista, o jeito de se virar no meio da rua é abusar das mímicas ou falar inglês bem devagar. A capital, Tbilisi, fica às margens do rio Kura e é rodeada pelas montanhas do Cáucaso. Um bom ponto de partida para explorar a cidade, também a maior da Geórgia, é a catedral de Sameba, sede do patriarca da Igreja Ortodoxa Georgiana. Com uma cúpula dourada que pode ser vista de diferentes pontos da cidade, ela fica cheia aos domingos, com todos os fiéis de pé, se esbarrando. Além de ser um ponto turístico, a catedral pode fornecer um primeiro contato com a população. A fisionomia do povo, o jeito de se vestir e o comportamento misturam características do Oriente e do Ocidente. Mulheres elegantes e a nítida presença de marcas globalizadas de moda nos corpos dos georgianos se destacam na paisagem. Quando a missa acaba, todos saem caminhando e se perdendo por ruas onde convivem escombros de prédios, carros soviéticos e veículos de alto padrão. A sensação é de estar em uma cena de algum filme da Mostra de Cinema de São Paulo. O sentimento é reforçado pela arquitetura, que se equilibra entre o moderno e o antigo. A ponte da paz, que passa sobre o rio Kura e liga a cidade histórica ao lado moderno da capital georgiana, tem 150 metros de comprimento e foi desenhada por um arquiteto italiano. Para uns, a ponte lembra um peixe; para outros, representa uma onda. Em qualquer uma das formas, é inteiramente iluminada por milhares de luzes de LED. MISTURA É na cidade antiga que está a maior parte das atrações turísticas, onde se vê uma mistura dos estilos bizantino e neoclássico com toques russos e do Oriente Médio. Nada é mais charmoso do que as casas do lugar, com terraços de formas hipnotizantes esculpidas em madeiras de diferentes cores, tamanhos e desenhos. O distrito de Vera, conhecido como um bairro mais descolado, e a avenida Rustaveli, em homenagem ao poeta georgiano Shota Rustaveli, são o outro lado da cidade: é lá que estão os principais hotéis, as grandes lojas e os cafés internacionais. Chegar a Vera pode ser uma aventura. São ruelas e mais ruelas que levam à região, muitas delas sem saída. Os taxistas simplesmente não entendem inglês e quase sempre acabam parando em outro lugar ou levando mais de 20 minutos em um trajeto que não passaria dos cinco minutos com um GPS. Isso quando o táxi não para a cada 500 metros para perguntar informações para algum pedestre ou comerciante de uma vendinha. O turista fica com aquela cara de quem não pode fazer nada. Mas não dá nem para ficar irritado com essas situações. Todos estão sempre com um sorriso no rosto. A cordialidade e a simpatia do povo de Tbilisi abraçam o viajante. Uma vez em Vera, que fica bem no alto da cidade, separe sua garrafa de vinho, um aperitivo, uma mantinha e prepare-se. A vista da cidade é inesquecível, seja em hotéis-butique ou em alguns dos bares e restaurantes da região. Principalmente durante o pôr do sol. De lá, é possível ver a cúpula dourada da catedral –a maioria dos moradores é de cristãos ortodoxos, mas há também muçulmanos e católicos. Os contrastes entre o novo e o antigo ficam claros, em harmonia com a paisagem. * O QUE SABER? Onde fica Geórgia Nome oficial República da Geórgia Capital Tbilisi Idiomas Georgiano (oficial), armênio, russo, ossetiano, abkhaz e turco Moeda Lari (1 = R$ 1,17) Fuso horário + 7 horas em relação a Brasília (no horário de verão no Brasil, a diferença cai para 6 horas) Como chegar Não há voos diretos partindo do Brasil. A melhor opção é ir de Istambul ou pegar um voo que faça escala na capital da Turquia. De lá, há opções de voos diretos para Tbilisi pela Turkish Airlines
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Republicanos mudam regra do Senado e validam nomes para Tesouro e Saúde
A Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (1º) as indicações do presidente Donald Trump para chefiar os departamentos de Tesouro e Saúde. Os senadores democratas vinham boicotando a votação e não compareceram à sessão desta quarta. Diante do bloqueio da oposição, os republicanos alteraram as regras da comissão e deram prosseguimento à votação. Com isso, os indicações de Steve Mnuchin para secretário do Tesouro e de Tom Price para secretário da Saúde seguem para o plenário do Senado, onde o Partido Republicano controla a maioria dos assentos. Acusações de conflitos de interesse foram usadas pelos democratas como justificativa para bloquear a votação. Secretariado de Trump Price é acusado de omitir durante a sabatina no Senado que recebeu desconto para comprar ações de uma companhia biomédica. No caso de Mnuchin, a suspeita é sobre a forma como seu banco, o OneWest, lidava com o despejo de pessoas que não pagavam suas hipotecas. Os dois secretários são rejeitados pela proximidade da relação de seus negócios com a função pública que vão exercer. Mnuchin é banqueiro e Price tem ações em planos de saúde -os mais beneficiados se Trump derrubar a reforma da saúde de Obama. Trump reclamou da protelação dos adversários. "Eles deveriam se envergonhar! Não me admira que Washington não funcione", disse, no Twitter. Gabinete de Trump
mundo
Republicanos mudam regra do Senado e validam nomes para Tesouro e SaúdeA Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (1º) as indicações do presidente Donald Trump para chefiar os departamentos de Tesouro e Saúde. Os senadores democratas vinham boicotando a votação e não compareceram à sessão desta quarta. Diante do bloqueio da oposição, os republicanos alteraram as regras da comissão e deram prosseguimento à votação. Com isso, os indicações de Steve Mnuchin para secretário do Tesouro e de Tom Price para secretário da Saúde seguem para o plenário do Senado, onde o Partido Republicano controla a maioria dos assentos. Acusações de conflitos de interesse foram usadas pelos democratas como justificativa para bloquear a votação. Secretariado de Trump Price é acusado de omitir durante a sabatina no Senado que recebeu desconto para comprar ações de uma companhia biomédica. No caso de Mnuchin, a suspeita é sobre a forma como seu banco, o OneWest, lidava com o despejo de pessoas que não pagavam suas hipotecas. Os dois secretários são rejeitados pela proximidade da relação de seus negócios com a função pública que vão exercer. Mnuchin é banqueiro e Price tem ações em planos de saúde -os mais beneficiados se Trump derrubar a reforma da saúde de Obama. Trump reclamou da protelação dos adversários. "Eles deveriam se envergonhar! Não me admira que Washington não funcione", disse, no Twitter. Gabinete de Trump
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PM que mata acha que vira herói, mas é vilão, diz ouvidor da polícia de SP
Chacinas como a ocorrida no mês passado em Osasco e Barueri, na Grande SP, vão continuar ocorrendo porque os policiais que resolvem praticar esse tipo de crime não acreditam mais no sistema. Essa é a opinião do ouvidor da Polícia Julio Cesar Fernandes Neves e o deputado federal Olímpio Gomes (PDT-SP). Leia mais: http://folha.com/no1678552
tv
PM que mata acha que vira herói, mas é vilão, diz ouvidor da polícia de SPChacinas como a ocorrida no mês passado em Osasco e Barueri, na Grande SP, vão continuar ocorrendo porque os policiais que resolvem praticar esse tipo de crime não acreditam mais no sistema. Essa é a opinião do ouvidor da Polícia Julio Cesar Fernandes Neves e o deputado federal Olímpio Gomes (PDT-SP). Leia mais: http://folha.com/no1678552
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Óculos da Samsung levam usuário a novos universos, mas são confusos; veja teste
Os óculos de realidade virtual Gear VR, da Samsung, devem ser os primeiros aparelhos desse tipo a desembarcar no Brasil (sem contar o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google, cujo projeto pode ser livremente baixado e copiado). O produto da Samsung chega ao país na segunda semana de dezembro, por R$ 800. A Folha testou os óculos. Veja 7 coisas que você precisa saber se você nunca experimentou a realidade virtual: Vídeo - Realidade virtual Se você nunca usou óculos de realidade virtual, o Gear VR vai surpreender. A reportagem da Folha foi à avenida Paulista para que as pessoas testassem o aparelho, que realmente convence o usuário de estar em uma outra realidade. É comum se sentir um pouco perdido assim que se colocam os óculos. Além do ambiente que muda, a interface é algo atrapalhada. Há um touchpad do lado direito dos óculos, em que se pode tocar e deslizar os dedos, mas sem enxergar fica difícil de achá-lo e de usá-lo. O aparelho se beneficiaria com controles mais "táteis". Cirque du Soleil A loja on-line da Samsung traz, segundo a empresa, cerca de 150 conteúdos, inclusive gratuitos. Uma apresentação do Cirque du Soleil transporta o usuário para dentro do palco pode impressionar: personagens fazem acrobacias ao redor e conversam com o espectador. Também há algumas demonstrações legais, como a do filme "Avengers", da Marvel. Há muito conteúdo de mera demonstração que faz com que o usuário se desencante em pouco tempo. Outros chegaram à plataforma cedo demais. O aplicativo do Netflix, por exemplo, transporta o usuário, que está sentado no sofá de casa, para um sofá em outra casa. Fica difícil ver razão para usar os óculos por quase duas horas quando a experiência de ver um filme sem eles seria a mesma. Claro, ainda não há filmes em realidade virtual, mas poderia ser melhor esperar em vez de entregar um aplicativo mal pensado. Processar conteúdo de realidade virtual demanda muito do hardware e seria de se esperar que a bateria se esgotasse rapidamente, menos do que o tempo para se ver um longa-metragem, talvez. Mas, com o Galaxy S6 completamente carregado, foram possíveis mais de três horas de uso contínuo. Há também a possibilidade de conectar os óculos a uma entrada USB e alimentar o celular sem ter que retirá-lo do aparelho. O Gear VR foi projetado mais ou menos como o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google. Para funcionar, é preciso encaixar um smartphone, que forncece a tela e o processamento necessários. O aparelho da Samsung proporciona uma experiência de qualidade melhor que o sistema de baixíssimo custo do Google, é verdade, mas exige que o usuário tenha um celular topo de linha da empresa coreana, como o S6 Edge ou o Note 5, que custam acima de R$ 2.000. No Brasil, o Gear VR vai chegar por R$ 800, o que deve ser menos do que aparelhos dedicados que não precisam de celulares como o Rift e o Playstation VR, ainda sem data de lançamento. Mas a necessidade de um smartphone topo de linha pode elevar o custo se o usuário já não for um adepto das tecnologias mais avançadas (e mais caras). Isso não pareceu ser um problema para as pessoas entrevistadas pela Folha na avenida Paulista. Mesmo informadas do preço, todas elas disseram que comprariam os óculos.
asmais
Óculos da Samsung levam usuário a novos universos, mas são confusos; veja testeOs óculos de realidade virtual Gear VR, da Samsung, devem ser os primeiros aparelhos desse tipo a desembarcar no Brasil (sem contar o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google, cujo projeto pode ser livremente baixado e copiado). O produto da Samsung chega ao país na segunda semana de dezembro, por R$ 800. A Folha testou os óculos. Veja 7 coisas que você precisa saber se você nunca experimentou a realidade virtual: Vídeo - Realidade virtual Se você nunca usou óculos de realidade virtual, o Gear VR vai surpreender. A reportagem da Folha foi à avenida Paulista para que as pessoas testassem o aparelho, que realmente convence o usuário de estar em uma outra realidade. É comum se sentir um pouco perdido assim que se colocam os óculos. Além do ambiente que muda, a interface é algo atrapalhada. Há um touchpad do lado direito dos óculos, em que se pode tocar e deslizar os dedos, mas sem enxergar fica difícil de achá-lo e de usá-lo. O aparelho se beneficiaria com controles mais "táteis". Cirque du Soleil A loja on-line da Samsung traz, segundo a empresa, cerca de 150 conteúdos, inclusive gratuitos. Uma apresentação do Cirque du Soleil transporta o usuário para dentro do palco pode impressionar: personagens fazem acrobacias ao redor e conversam com o espectador. Também há algumas demonstrações legais, como a do filme "Avengers", da Marvel. Há muito conteúdo de mera demonstração que faz com que o usuário se desencante em pouco tempo. Outros chegaram à plataforma cedo demais. O aplicativo do Netflix, por exemplo, transporta o usuário, que está sentado no sofá de casa, para um sofá em outra casa. Fica difícil ver razão para usar os óculos por quase duas horas quando a experiência de ver um filme sem eles seria a mesma. Claro, ainda não há filmes em realidade virtual, mas poderia ser melhor esperar em vez de entregar um aplicativo mal pensado. Processar conteúdo de realidade virtual demanda muito do hardware e seria de se esperar que a bateria se esgotasse rapidamente, menos do que o tempo para se ver um longa-metragem, talvez. Mas, com o Galaxy S6 completamente carregado, foram possíveis mais de três horas de uso contínuo. Há também a possibilidade de conectar os óculos a uma entrada USB e alimentar o celular sem ter que retirá-lo do aparelho. O Gear VR foi projetado mais ou menos como o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google. Para funcionar, é preciso encaixar um smartphone, que forncece a tela e o processamento necessários. O aparelho da Samsung proporciona uma experiência de qualidade melhor que o sistema de baixíssimo custo do Google, é verdade, mas exige que o usuário tenha um celular topo de linha da empresa coreana, como o S6 Edge ou o Note 5, que custam acima de R$ 2.000. No Brasil, o Gear VR vai chegar por R$ 800, o que deve ser menos do que aparelhos dedicados que não precisam de celulares como o Rift e o Playstation VR, ainda sem data de lançamento. Mas a necessidade de um smartphone topo de linha pode elevar o custo se o usuário já não for um adepto das tecnologias mais avançadas (e mais caras). Isso não pareceu ser um problema para as pessoas entrevistadas pela Folha na avenida Paulista. Mesmo informadas do preço, todas elas disseram que comprariam os óculos.
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Mamma Bruschetta abole massas da dieta e volta à TV 25 kg mais magra
CHICO FELITTI COLUNISTA DA sãopaulo Em breve, seu nome pode mudar para Mamma Espaguete de Abobrinha. É que, aos 66 anos, Mamma Bruschetta baniu os carboidratos durante a temporada em que esteve longe da cidade e das telas. Um dos personagens mais paulistanos da TV, Mamma passou três meses fora da sua Bela Vista amada, cuidando de si. Internou-se num SPA em Itatiba, para reduzir seus então 175 kg para 150 kg, peso indicado para poder operar um saiote de pele e gordura que se formou ao redor da pélvis. Voltou a São Paulo na quarta (17) pesando 150,40 kg. "Agora é operar a pele." Ou fazer uma a cirurgia bariátrica como querem uns médicos. "Mas eu não quero, não!", diz a paulistana, enquanto mostra um livro de colorir quase preenchido, que a fez companhia nas noites do interior. O medo da cirurgia feita por Faustão e André Marques, diz, "é de estar bem até o dia antes e morrer no dia, como uma amiga. Credo!". Por ora, fica com a mudança menos drástica. Continuará fazendo oito refeições leves por dia, promete. "Aprendi a tomar café da manhã, que detestava. E me sinto satisfeita com uma salada e um prato de macarrão feito de abobrinha que tem só 190 calorias." Além da contenção, pretende exercitar o corpo. Voltará a pegar ônibus para ir até os estúdios da Gazeta, na avenida Paulista, onde diariamente grava o "Mulheres", onde comenta a vida dos famosos, "mas sem maldade". Tornará a aceitar convites para peças, shows e jantares -mas riscou do menu refrigerante e massas. "Por vontade própria, e estou bem." Mamma costumava ser interpretada pelo ator Luís Henrique. Só que, nos últimos anos, os papéis se inverteram. "O Luís que é o personagem hoje. Sou Mamma até dormindo." Foi Mamma quem fez amizade com os outros internos do SPA. A voz feminina, uma versão mais suave do sotaque Nair Bello, cantou no luau e o novo corpanzil foi a musa da quadrilha na festa junina. Numa época em que transexualidade é discutida em capa de revista, com o ex-campeão olímpico Bruce Jenner se transformando na gatona de meia-idade Caitlyn Jenner, Mamma se define de jeito simples: "Gosto de ser assim". E ponto. Gosta também dos dois maiôs sob medida com que fazia hidroginástica do SPA 7 Voltas. "Eu era a melhor", vangloria-se. "Não vou diminuir o ritmo. A piscina do Sesc que se prepare, eu estou chegando."
saopaulo
Mamma Bruschetta abole massas da dieta e volta à TV 25 kg mais magraCHICO FELITTI COLUNISTA DA sãopaulo Em breve, seu nome pode mudar para Mamma Espaguete de Abobrinha. É que, aos 66 anos, Mamma Bruschetta baniu os carboidratos durante a temporada em que esteve longe da cidade e das telas. Um dos personagens mais paulistanos da TV, Mamma passou três meses fora da sua Bela Vista amada, cuidando de si. Internou-se num SPA em Itatiba, para reduzir seus então 175 kg para 150 kg, peso indicado para poder operar um saiote de pele e gordura que se formou ao redor da pélvis. Voltou a São Paulo na quarta (17) pesando 150,40 kg. "Agora é operar a pele." Ou fazer uma a cirurgia bariátrica como querem uns médicos. "Mas eu não quero, não!", diz a paulistana, enquanto mostra um livro de colorir quase preenchido, que a fez companhia nas noites do interior. O medo da cirurgia feita por Faustão e André Marques, diz, "é de estar bem até o dia antes e morrer no dia, como uma amiga. Credo!". Por ora, fica com a mudança menos drástica. Continuará fazendo oito refeições leves por dia, promete. "Aprendi a tomar café da manhã, que detestava. E me sinto satisfeita com uma salada e um prato de macarrão feito de abobrinha que tem só 190 calorias." Além da contenção, pretende exercitar o corpo. Voltará a pegar ônibus para ir até os estúdios da Gazeta, na avenida Paulista, onde diariamente grava o "Mulheres", onde comenta a vida dos famosos, "mas sem maldade". Tornará a aceitar convites para peças, shows e jantares -mas riscou do menu refrigerante e massas. "Por vontade própria, e estou bem." Mamma costumava ser interpretada pelo ator Luís Henrique. Só que, nos últimos anos, os papéis se inverteram. "O Luís que é o personagem hoje. Sou Mamma até dormindo." Foi Mamma quem fez amizade com os outros internos do SPA. A voz feminina, uma versão mais suave do sotaque Nair Bello, cantou no luau e o novo corpanzil foi a musa da quadrilha na festa junina. Numa época em que transexualidade é discutida em capa de revista, com o ex-campeão olímpico Bruce Jenner se transformando na gatona de meia-idade Caitlyn Jenner, Mamma se define de jeito simples: "Gosto de ser assim". E ponto. Gosta também dos dois maiôs sob medida com que fazia hidroginástica do SPA 7 Voltas. "Eu era a melhor", vangloria-se. "Não vou diminuir o ritmo. A piscina do Sesc que se prepare, eu estou chegando."
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Após Uganda, papa Francisco chega à República Centro-Africana
O papa Francisco aterrissou neste domingo (29) no aeroporto de M'Poko em Bangui, capital da República Centro-Africana, última etapa de sua viagem pela África e a mais perigosa devido ao conflito armado. O país está imerso em um conflito armado étnico-religioso entre cristãos e muçulmanos. A expectativa é de que a visita possa diminuir essa tensão para conseguir as condições de segurança necessárias para realizar um referendo constitucional, em 13 de dezembro, e eleições presidenciais, em 27 de dezembro. O pontífice foi recebido entre fortes medidas de segurança por uma delegação governamental e religiosa, liderada pela presidente do governo de transição centro-africano, Catherine Samba-Panza, com quem se reunirá para analisar a situação do país. "Venho à República Centro-Africana como peregrino da paz e me apresento como um apóstolo da esperança", escreveu Francisco em sua conta oficial do Twitter minutos antes da aterrissagem. No aeroporto, o papa foi recebido com grande entusiasmo entre cânticos e músicas tradicionais e no meio de um considerável número de boinas azuis da missão da ONU neste país (Minusca), soldados, policiais locais e helicópteros. A previsão é de que pontífice se desloque a um campo de refugiados e mais tarde celebre uma missa e abra a porta da catedral de Bangui para iniciar o Jubileu da Misericórdia, como gesto para chamara atenção para a importância da reconciliação e do perdão.
mundo
Após Uganda, papa Francisco chega à República Centro-AfricanaO papa Francisco aterrissou neste domingo (29) no aeroporto de M'Poko em Bangui, capital da República Centro-Africana, última etapa de sua viagem pela África e a mais perigosa devido ao conflito armado. O país está imerso em um conflito armado étnico-religioso entre cristãos e muçulmanos. A expectativa é de que a visita possa diminuir essa tensão para conseguir as condições de segurança necessárias para realizar um referendo constitucional, em 13 de dezembro, e eleições presidenciais, em 27 de dezembro. O pontífice foi recebido entre fortes medidas de segurança por uma delegação governamental e religiosa, liderada pela presidente do governo de transição centro-africano, Catherine Samba-Panza, com quem se reunirá para analisar a situação do país. "Venho à República Centro-Africana como peregrino da paz e me apresento como um apóstolo da esperança", escreveu Francisco em sua conta oficial do Twitter minutos antes da aterrissagem. No aeroporto, o papa foi recebido com grande entusiasmo entre cânticos e músicas tradicionais e no meio de um considerável número de boinas azuis da missão da ONU neste país (Minusca), soldados, policiais locais e helicópteros. A previsão é de que pontífice se desloque a um campo de refugiados e mais tarde celebre uma missa e abra a porta da catedral de Bangui para iniciar o Jubileu da Misericórdia, como gesto para chamara atenção para a importância da reconciliação e do perdão.
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Leitores pedem mais verbas para pesquisa científica em São Paulo
Concordo com José Tadeu Jorge, que afirma que a defasagem salarial dos professores das universidades estaduais paulistas em relação às federais acarretará em perda da atratividade para os profissionais. Isso já vem ocorrendo há décadas nos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo (Agronômico, Biológico, Butantan), cujos pesquisadores recebem salários muito mais baixos que os dos professores universitários estaduais e federais. O resultado é um esvaziamento dessas instituições, algumas delas centenárias, que estão fechando laboratórios e deixando de desenvolver pesquisas e de prestar serviços essenciais à sociedade. RICARDO HARAKAVA, pesquisador científico (São Paulo, SP) * Concordo plenamente com o reitor da Unicamp. Após 20 anos de governo do PSDB, o desmonte da ciência e tecnologia é evidente. O mesmo ocorre com os institutos de pesquisa. A escassez de recursos para custeio e investimento vem crescendo assustadoramente, colocando em risco as pesquisas que são realizadas nesses institutos centenários, reconhecidos no meio científico nacional e internacional. Salvem-nos. Maurilo Monteiro Terra (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores pedem mais verbas para pesquisa científica em São PauloConcordo com José Tadeu Jorge, que afirma que a defasagem salarial dos professores das universidades estaduais paulistas em relação às federais acarretará em perda da atratividade para os profissionais. Isso já vem ocorrendo há décadas nos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo (Agronômico, Biológico, Butantan), cujos pesquisadores recebem salários muito mais baixos que os dos professores universitários estaduais e federais. O resultado é um esvaziamento dessas instituições, algumas delas centenárias, que estão fechando laboratórios e deixando de desenvolver pesquisas e de prestar serviços essenciais à sociedade. RICARDO HARAKAVA, pesquisador científico (São Paulo, SP) * Concordo plenamente com o reitor da Unicamp. Após 20 anos de governo do PSDB, o desmonte da ciência e tecnologia é evidente. O mesmo ocorre com os institutos de pesquisa. A escassez de recursos para custeio e investimento vem crescendo assustadoramente, colocando em risco as pesquisas que são realizadas nesses institutos centenários, reconhecidos no meio científico nacional e internacional. Salvem-nos. Maurilo Monteiro Terra (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Sepse, uma das maiores causas de mortes que talvez você não conheça
"Eu praticamente morri sete vezes. Durante muito tempo, era uma incógnita se eu conseguiria sobreviver." Patrick Kane quase morreu em decorrência de uma doença que mata mais pessoas por ano no Reino Unido do que câncer de intestino, mama e próstata juntos: a sepse. No Brasil, a síndrome, que é responsável por cerca de 233 mil óbitos em UTIs, é desconhecida por nove em cada dez pessoas. Patrick tinha apenas nove meses quando um dia acordou passando mal, mole e apático. O médico da família receitou o analgésico paracetamol, mas sua mãe continuou preocupada e decidiu levá-lo ao hospital. No trajeto, porém, a situação se agravou rapidamente. "Foi tudo muito rápido... logo na chegada eu tive falência múltipla de órgãos", conta. Patrick passou três meses e meio internado no Hospital St Mary's, em Londres, onde teve alguns membros amputados: parte do braço esquerdo, os dedos da mão direita e a perna direita, abaixo do joelho. Hoje, aos 19 anos, Patrick estuda bioquímica na Universidade de Edimburgo, na Escócia. "Ou você conhece alguém que teve sepse, ou você nunca ouviu falar disso", diz ele à BBC. A declaração do estudante é respaldada por uma pesquisa do Instituto Datafolha de 2014, encomendada pelo Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas). De acordo com a pesquisa, realizada em 134 municípios brasileiros, 93,4% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre a doença, mais conhecida como infecção generalizada ou septicemia. O QUE É SEPSE? A sepse é uma resposta sistêmica do organismo a uma infecção, que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Normalmente, o sistema imunológico entra em ação para atacar a infecção e impedi-la de se espalhar. Mas, se ela consegue avançar pelo corpo, a defesa do organismo lança uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de combatê-la. O ponto é que essa reação também representar um problema, uma vez que pode ter efeitos catastróficos no organismo. Quando não diagnosticada e tratada rapidamente, ela pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos do paciente e levar até a morte. Qualquer processo infeccioso –seja uma pneumonia ou infecção urinária– pode evoluir para um quadro de sepse. QUAIS SÃO OS SINTOMAS? A organização britânica UK Sepsis Trust, que se dedica a informar sobre a doença e a ajudar pacientes, lista seis sintomas que devem servir de alerta: Já os sintomas em crianças pequenas incluem: "Os sintomas não são específicos, é difícil para a população em geral suspeitar que possa estar com sepse. Muita gente demora a procurar atendimento porque acha que os sintomas fazem parte do próprio quadro de infecção", afirma o intensivista Luciano Azevedo, presidente do Ilas. "Assim, todas as pessoas que estão com uma infecção e apresentam pelo menos um dos sinais de alerta devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou seu médico", recomenda. O especialista lembra que idosos, crianças de até dois anos e pacientes com doença crônica não controlada ou deficiência do sistema imunológico apresentam um risco maior de desenvolver um quadro de sepse. POR QUE A MORTALIDADE É TÃO ALTA? Estudo realizado em 2014 pelo Ilas mostra que são registrados por ano 419.047 casos de sepse em UTIs brasileiras, sendo que 55,7% (233.409) destas ocorrências resultam em óbito. De acordo com Azevedo, a alta taxa de mortalidade pode ser explicada por uma série de fatores. Primeiramente, pela falta de conhecimento da população em relação à doença e seus sintomas, o que leva à procura de atendimento médico tardio. Uma vez no hospital, os pacientes se deparam muitas vezes com o despreparo dos próprios profissionais de saúde em fazer o diagnóstico precoce da doença, considerado fundamental para o sucesso do tratamento. "Na sepse, à medida que o comprometimento sistêmico avança, aumenta muito a chance de o paciente não sobreviver ao tratamento. Diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas", explica trecho da publicação "Sepse: um problema de saúde pública", elaborada pelo Ilas, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, com o objetivo de orientar profissionais da saúde em relação à doença. Além disso, existe a falta de infraestrutura da rede hospitalar –principalmente das emergências. "Acredita-se que o número inadequado de profissionais para atendimento, ou seja, muitos pacientes para poucos médicos, e a dificuldade de acesso aos leitos das UTIs também colaboram para a elevada taxa de mortalidade", completa Azevedo. TRATAMENTO O tratamento da sepse deve ser realizado idealmente em unidades de terapia intensiva, onde são administrados antibióticos para combater o foco da infecção. A redução da carga bacteriana é fundamental para o controle da resposta inflamatória –condutas que visam à estabilização do paciente são consideradas prioritárias e devem ser tomadas imediatamente. Em alguns casos, são necessárias ainda medidas de suporte, como a hemodiálise por causa da insuficiência renal ou a ventilação mecânica para controlar uma possível insuficiência respiratória. "Esse tratamento de suporte substitui as funções do organismo que estão prejudicadas, enquanto o antibiótico faz efeito. E é fundamental que o paciente esteja sempre monitorado, em decorrência das complicações que pode vir a ter", explica Azevedo.
equilibrioesaude
Sepse, uma das maiores causas de mortes que talvez você não conheça"Eu praticamente morri sete vezes. Durante muito tempo, era uma incógnita se eu conseguiria sobreviver." Patrick Kane quase morreu em decorrência de uma doença que mata mais pessoas por ano no Reino Unido do que câncer de intestino, mama e próstata juntos: a sepse. No Brasil, a síndrome, que é responsável por cerca de 233 mil óbitos em UTIs, é desconhecida por nove em cada dez pessoas. Patrick tinha apenas nove meses quando um dia acordou passando mal, mole e apático. O médico da família receitou o analgésico paracetamol, mas sua mãe continuou preocupada e decidiu levá-lo ao hospital. No trajeto, porém, a situação se agravou rapidamente. "Foi tudo muito rápido... logo na chegada eu tive falência múltipla de órgãos", conta. Patrick passou três meses e meio internado no Hospital St Mary's, em Londres, onde teve alguns membros amputados: parte do braço esquerdo, os dedos da mão direita e a perna direita, abaixo do joelho. Hoje, aos 19 anos, Patrick estuda bioquímica na Universidade de Edimburgo, na Escócia. "Ou você conhece alguém que teve sepse, ou você nunca ouviu falar disso", diz ele à BBC. A declaração do estudante é respaldada por uma pesquisa do Instituto Datafolha de 2014, encomendada pelo Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas). De acordo com a pesquisa, realizada em 134 municípios brasileiros, 93,4% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre a doença, mais conhecida como infecção generalizada ou septicemia. O QUE É SEPSE? A sepse é uma resposta sistêmica do organismo a uma infecção, que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Normalmente, o sistema imunológico entra em ação para atacar a infecção e impedi-la de se espalhar. Mas, se ela consegue avançar pelo corpo, a defesa do organismo lança uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de combatê-la. O ponto é que essa reação também representar um problema, uma vez que pode ter efeitos catastróficos no organismo. Quando não diagnosticada e tratada rapidamente, ela pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos do paciente e levar até a morte. Qualquer processo infeccioso –seja uma pneumonia ou infecção urinária– pode evoluir para um quadro de sepse. QUAIS SÃO OS SINTOMAS? A organização britânica UK Sepsis Trust, que se dedica a informar sobre a doença e a ajudar pacientes, lista seis sintomas que devem servir de alerta: Já os sintomas em crianças pequenas incluem: "Os sintomas não são específicos, é difícil para a população em geral suspeitar que possa estar com sepse. Muita gente demora a procurar atendimento porque acha que os sintomas fazem parte do próprio quadro de infecção", afirma o intensivista Luciano Azevedo, presidente do Ilas. "Assim, todas as pessoas que estão com uma infecção e apresentam pelo menos um dos sinais de alerta devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou seu médico", recomenda. O especialista lembra que idosos, crianças de até dois anos e pacientes com doença crônica não controlada ou deficiência do sistema imunológico apresentam um risco maior de desenvolver um quadro de sepse. POR QUE A MORTALIDADE É TÃO ALTA? Estudo realizado em 2014 pelo Ilas mostra que são registrados por ano 419.047 casos de sepse em UTIs brasileiras, sendo que 55,7% (233.409) destas ocorrências resultam em óbito. De acordo com Azevedo, a alta taxa de mortalidade pode ser explicada por uma série de fatores. Primeiramente, pela falta de conhecimento da população em relação à doença e seus sintomas, o que leva à procura de atendimento médico tardio. Uma vez no hospital, os pacientes se deparam muitas vezes com o despreparo dos próprios profissionais de saúde em fazer o diagnóstico precoce da doença, considerado fundamental para o sucesso do tratamento. "Na sepse, à medida que o comprometimento sistêmico avança, aumenta muito a chance de o paciente não sobreviver ao tratamento. Diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas", explica trecho da publicação "Sepse: um problema de saúde pública", elaborada pelo Ilas, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, com o objetivo de orientar profissionais da saúde em relação à doença. Além disso, existe a falta de infraestrutura da rede hospitalar –principalmente das emergências. "Acredita-se que o número inadequado de profissionais para atendimento, ou seja, muitos pacientes para poucos médicos, e a dificuldade de acesso aos leitos das UTIs também colaboram para a elevada taxa de mortalidade", completa Azevedo. TRATAMENTO O tratamento da sepse deve ser realizado idealmente em unidades de terapia intensiva, onde são administrados antibióticos para combater o foco da infecção. A redução da carga bacteriana é fundamental para o controle da resposta inflamatória –condutas que visam à estabilização do paciente são consideradas prioritárias e devem ser tomadas imediatamente. Em alguns casos, são necessárias ainda medidas de suporte, como a hemodiálise por causa da insuficiência renal ou a ventilação mecânica para controlar uma possível insuficiência respiratória. "Esse tratamento de suporte substitui as funções do organismo que estão prejudicadas, enquanto o antibiótico faz efeito. E é fundamental que o paciente esteja sempre monitorado, em decorrência das complicações que pode vir a ter", explica Azevedo.
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Mídia anti-Israel descobriu na causa palestina forma de expressar o seu antissemitismo, afirma leitor
Mauro Fadul Kurban deveria estar prestando solidariedade às vítimas do terrorismo islâmico e condenando-o publicamente em vez de vir a público chancelar o vil ataque de Caetano Veloso à única democracia do Oriente Médio, após ter saído de lá com seu polpudo cachê (Painel do Leitor ). O silêncio fala muito e preocupa ainda mais! ZALMAN GIFT (São Paulo, SP) * O leitor Mauro Fadul Kurban não procurou se aprofundar no que afirma. Com certeza também nunca foi para Israel. Israel não trata diferentemente judeus de não judeus. O Parlamento israelense tem árabes na sua composição, os árabes-israelenses ocupam postos de destaque no governo de Israel. E também em escolas, empresas, públicas, privadas, comércio, indústria, enfim, estão totalmente integrados ao meio em que vivem, que foram criados e educados, sejam eles cristãos ou muçulmanos. O senhor Mauro Kurban é mais uma vítima da mídia anti-Israel e de alguns artistas de Hollywood, que descobriram na causa palestina uma forma de expressar o seu antissemitismo. FREDERICO D'AVILA (São Paulo, SP) * Em recorrentes artigos como "Resposta a Demétrio Magnoli", o português João Pereira Coutinho revela uma paixão ao sionismo de dar inveja a Benjamin Netanyahu. Sobre a questão palestina, sugeriria que ele se inteirasse das opiniões imparciais de conceituados historiadores judeus como Slomo Sand, Ilan Pappé e Eric Hobsbawn. Seria interessante também conhecer as contundentes opiniões dos pacifistas Jimmy Carter, Nelson Mandela e Mahtma Gandhi sobre o assunto. WILSON HADDAD (Ssão Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mídia anti-Israel descobriu na causa palestina forma de expressar o seu antissemitismo, afirma leitorMauro Fadul Kurban deveria estar prestando solidariedade às vítimas do terrorismo islâmico e condenando-o publicamente em vez de vir a público chancelar o vil ataque de Caetano Veloso à única democracia do Oriente Médio, após ter saído de lá com seu polpudo cachê (Painel do Leitor ). O silêncio fala muito e preocupa ainda mais! ZALMAN GIFT (São Paulo, SP) * O leitor Mauro Fadul Kurban não procurou se aprofundar no que afirma. Com certeza também nunca foi para Israel. Israel não trata diferentemente judeus de não judeus. O Parlamento israelense tem árabes na sua composição, os árabes-israelenses ocupam postos de destaque no governo de Israel. E também em escolas, empresas, públicas, privadas, comércio, indústria, enfim, estão totalmente integrados ao meio em que vivem, que foram criados e educados, sejam eles cristãos ou muçulmanos. O senhor Mauro Kurban é mais uma vítima da mídia anti-Israel e de alguns artistas de Hollywood, que descobriram na causa palestina uma forma de expressar o seu antissemitismo. FREDERICO D'AVILA (São Paulo, SP) * Em recorrentes artigos como "Resposta a Demétrio Magnoli", o português João Pereira Coutinho revela uma paixão ao sionismo de dar inveja a Benjamin Netanyahu. Sobre a questão palestina, sugeriria que ele se inteirasse das opiniões imparciais de conceituados historiadores judeus como Slomo Sand, Ilan Pappé e Eric Hobsbawn. Seria interessante também conhecer as contundentes opiniões dos pacifistas Jimmy Carter, Nelson Mandela e Mahtma Gandhi sobre o assunto. WILSON HADDAD (Ssão Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Petrópolis registra cinco casos de malária e já supera total de 2016
Cinco casos de malária foram registrados em Petrópolis, na região serrana do Rio, até março de 2017. Comparado a anos anteriores, o número chama a atenção. Foram confirmados dois casos em 2016 e 2013 e nenhum em 2012, 2014 e 2015. No entanto, a Prefeitura diz que a quantidade de casos é aceita dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde, portanto, não representam riscos à população. "A doença tem maior número de casos no Verão e a incidência a partir do outono, iniciado dia 21 de março, vai ser reduzida naturalmente", diz, em nota. Os pacientes - todos homens de idades entre 14 e 54 anos –são moradores dos bairros Independência, Quitandinha, Valparaíso e Siméria. Segundo a Prefeitura, são bairros que ficam distantes do centro da cidade, mas que têm pouca incidência de mata. A malária é transmitida pelo mosquito do gênero Anopheles. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, foram feitas varreduras nas casas e lugares de convívio dos pacientes para identificar possíveis focos do mosquito, que é mais comum nas regiões de mata fechada. Até o momento nenhum foco ou mosquito da espécie foram encontrados. A coordenação de epidemiologia continua investigando os casos. A Prefeitura orienta a população para que evite as áreas de mata fechada, trilhas, cachoeiras e áreas rurais. Caso seja necessário frequentar estas áreas, a prevenção deve ser feita com o uso de repelente. Não há vacina contra a malária. A área endêmica da doença no Brasil compreende a região amazônica - responsável por 99% dos casos autóctones -, incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nesses Estados, há milhares de casos por ano. Em 2015, quando houve o menor número de casos nos últimos 35 anos, houve 138.069 casos nessa região.
cotidiano
Petrópolis registra cinco casos de malária e já supera total de 2016Cinco casos de malária foram registrados em Petrópolis, na região serrana do Rio, até março de 2017. Comparado a anos anteriores, o número chama a atenção. Foram confirmados dois casos em 2016 e 2013 e nenhum em 2012, 2014 e 2015. No entanto, a Prefeitura diz que a quantidade de casos é aceita dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde, portanto, não representam riscos à população. "A doença tem maior número de casos no Verão e a incidência a partir do outono, iniciado dia 21 de março, vai ser reduzida naturalmente", diz, em nota. Os pacientes - todos homens de idades entre 14 e 54 anos –são moradores dos bairros Independência, Quitandinha, Valparaíso e Siméria. Segundo a Prefeitura, são bairros que ficam distantes do centro da cidade, mas que têm pouca incidência de mata. A malária é transmitida pelo mosquito do gênero Anopheles. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, foram feitas varreduras nas casas e lugares de convívio dos pacientes para identificar possíveis focos do mosquito, que é mais comum nas regiões de mata fechada. Até o momento nenhum foco ou mosquito da espécie foram encontrados. A coordenação de epidemiologia continua investigando os casos. A Prefeitura orienta a população para que evite as áreas de mata fechada, trilhas, cachoeiras e áreas rurais. Caso seja necessário frequentar estas áreas, a prevenção deve ser feita com o uso de repelente. Não há vacina contra a malária. A área endêmica da doença no Brasil compreende a região amazônica - responsável por 99% dos casos autóctones -, incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nesses Estados, há milhares de casos por ano. Em 2015, quando houve o menor número de casos nos últimos 35 anos, houve 138.069 casos nessa região.
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Sexta tem concurso de comidas de boteco e interdição no centro
Começa nesta sexta (15) a 17ª edição do concurso Comida di Buteco, que elege os melhores botecos e petiscos do país. Em São Paulo, o evento terá a participação de 49 bares, das cinco regiões da cidade –destes, 15 são novatos na disputa, saiba um pouco mais sobre eles. Este ano, o tema é livre. Todos os estabelecimentos vão oferecer, até 15 de maio, novos petiscos por no máximo R$ 25,90. Na região central, a rua General Jardim ficará interditada das 16h às 22h, entre as ruas Araújo e Bento Freitas, para a realização do Seminário Internacional Espaço Livre na Cidade. * TEMPO Máxima de 32ºC e mínima de 19ºC nesta sexta. Possibilidade de pancadas de chuva à tarde. À noite o tempo fica aberto, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A presidente Dilma Rousseff sancionou, nesta quinta-feira (14), a lei que libera o uso da fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer". O produto ainda não tem estudos clínicos concluídos que atestem sua eficácia e segurança. O Ministério da Saúde informou que irá sugerir critérios específicos para a produção, distribuição e o uso da substância –pacientes deverão assinar um termo de responsabilidade, por exemplo. Paulistanos têm tido dificuldade de encontrar a vacina contra a gripe H1N1 em clínicas privadas. Uma opção é optar pela rede pública –a dose está disponível desde o início da semana em UBS (Unidade Básica de Saúde), mas é preciso ter paciência para enfrentar as filas. * AGENDA CULTURAL Exposição | Estreia a "Desenhos de Cena #1", no Sesc Pinheiros, que rompe fronteiras entre as artes visuais e o teatro com artistas brasileiros e estrangeiros. Sesc Pinheiros - r. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Ter. a sex.: 10h30 às 21h30. Sáb.: 10h30 às 21h. Dom. e dia 21: 10h30 às 18h30. Abertura: 15/4. Até 10/7. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS Shows | Com mais de 30 anos de carreira, o música Nasi lança seu trabalho solo mais recente, o DVD "Egbé", no Sesc Belenzinho Sesc Belenzinho - comedoria - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 500 pessoas. 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11).
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Sexta tem concurso de comidas de boteco e interdição no centroComeça nesta sexta (15) a 17ª edição do concurso Comida di Buteco, que elege os melhores botecos e petiscos do país. Em São Paulo, o evento terá a participação de 49 bares, das cinco regiões da cidade –destes, 15 são novatos na disputa, saiba um pouco mais sobre eles. Este ano, o tema é livre. Todos os estabelecimentos vão oferecer, até 15 de maio, novos petiscos por no máximo R$ 25,90. Na região central, a rua General Jardim ficará interditada das 16h às 22h, entre as ruas Araújo e Bento Freitas, para a realização do Seminário Internacional Espaço Livre na Cidade. * TEMPO Máxima de 32ºC e mínima de 19ºC nesta sexta. Possibilidade de pancadas de chuva à tarde. À noite o tempo fica aberto, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A presidente Dilma Rousseff sancionou, nesta quinta-feira (14), a lei que libera o uso da fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer". O produto ainda não tem estudos clínicos concluídos que atestem sua eficácia e segurança. O Ministério da Saúde informou que irá sugerir critérios específicos para a produção, distribuição e o uso da substância –pacientes deverão assinar um termo de responsabilidade, por exemplo. Paulistanos têm tido dificuldade de encontrar a vacina contra a gripe H1N1 em clínicas privadas. Uma opção é optar pela rede pública –a dose está disponível desde o início da semana em UBS (Unidade Básica de Saúde), mas é preciso ter paciência para enfrentar as filas. * AGENDA CULTURAL Exposição | Estreia a "Desenhos de Cena #1", no Sesc Pinheiros, que rompe fronteiras entre as artes visuais e o teatro com artistas brasileiros e estrangeiros. Sesc Pinheiros - r. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Ter. a sex.: 10h30 às 21h30. Sáb.: 10h30 às 21h. Dom. e dia 21: 10h30 às 18h30. Abertura: 15/4. Até 10/7. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS Shows | Com mais de 30 anos de carreira, o música Nasi lança seu trabalho solo mais recente, o DVD "Egbé", no Sesc Belenzinho Sesc Belenzinho - comedoria - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 500 pessoas. 21h30. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11).
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Atual campeão, River Plate cai nas oitavas da Libertadores
Atual campeão da Libertadores, o River Plate foi eliminado do torneio nesta quarta-feira (4), pelo Independiente del Valle (EQU). A equipe argentina até venceu por 1 a 0 no Monumental de Núñez, mas, como havia sido derrotada por 2 a 0 no Equador, ficou pelo caminho. Alario marcou o único gol do confronto, aos 34 minutos da segunda etapa. O goleiro Daniel Librado Azcona salvou o del Valle em várias oportunidades. A equipe equatoriana enfrentará o Pumas (MEX), que eliminou o Deportivo Táchira (VEN), nas quartas de final.
esporte
Atual campeão, River Plate cai nas oitavas da LibertadoresAtual campeão da Libertadores, o River Plate foi eliminado do torneio nesta quarta-feira (4), pelo Independiente del Valle (EQU). A equipe argentina até venceu por 1 a 0 no Monumental de Núñez, mas, como havia sido derrotada por 2 a 0 no Equador, ficou pelo caminho. Alario marcou o único gol do confronto, aos 34 minutos da segunda etapa. O goleiro Daniel Librado Azcona salvou o del Valle em várias oportunidades. A equipe equatoriana enfrentará o Pumas (MEX), que eliminou o Deportivo Táchira (VEN), nas quartas de final.
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Outro Canal: Ponto de audiência passa a valer mais após atualização do Ibope
VITOR MORENO (INTERINO) O Ibope ainda não confirma, mas já informou aos clientes que o valor do ponto de audiência está mudando novamente. O instituto costuma atualizar todos os anos esse número, de acordo com o crescimento da população brasileira. ... Leia post completo no blog
ilustrada
Outro Canal: Ponto de audiência passa a valer mais após atualização do IbopeVITOR MORENO (INTERINO) O Ibope ainda não confirma, mas já informou aos clientes que o valor do ponto de audiência está mudando novamente. O instituto costuma atualizar todos os anos esse número, de acordo com o crescimento da população brasileira. ... Leia post completo no blog
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Sem delações, escândalo da Petrobras estaria na estaca zero, diz leitor
Dilma declarou que não confia em delatores, para desmentir as declarações de Ricardo Pessoa (Dilma diz que não respeita delator e rejeita acusações), segundo as quais as campanhas dela e de Lula receberam doações irregulares. Confesso que também não confio em delatores até provarem a consistência do que dizem. Mas os delatores sabem que sua eventual pena sofrerá acréscimo se mentirem. O mais sensato é aguardar a conclusão das investigações para o esclarecimento da verdade, evitando prejulgamentos. JOSÉ AMORA MOREIRA (Uberaba, MG) * Equivoca-se a presidente ao equiparar a delação na época da ditadura com a instituição jurídica da delação premiada, visto que aquela era obtida por meio de coação e tortura e esta é obtida sob as garantias constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. JOÃO ANTONIO MARCHI (São Paulo, SP) * Alguém deveria explicar a Dilma que o delator nada mais é que um criminoso preso que resolveu confessar seus crimes para obter alguma diminuição na pena e desarticular o resto da quadrilha. Não há motivo algum para que um delator seja respeitado, como também não se respeitam os criminosos. Se não houvesse o recurso da delação premiada, o escândalo da Petrobras estaria na estaca zero e tudo continuaria às mil maravilhas para os criminosos. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) * Tornar as denúncias públicas antes de concluídos os levantamentos, por mais democrático que seja, causa danos aos envolvidos, ao processo e à própria sociedade. Se o acusado realmente tiver praticado os delitos, ao saber-se alvo de denúncia, poderá destruir provas. Se a acusação for mentirosa, ele sofrerá um prejuízo irreparável em sua imagem, que não se recuperará nem que seja provada a inveracidade. Como são ministros, parlamentares e outras figuras de destaque, o simples ato de terem que "administrar" a situação os afasta de suas funções. Os vazadores têm de ser punidos para não pôr a perder o trabalho de combate à corrupção. DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, dirigente da Associação de Assistência Social da PM-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Sem delações, escândalo da Petrobras estaria na estaca zero, diz leitorDilma declarou que não confia em delatores, para desmentir as declarações de Ricardo Pessoa (Dilma diz que não respeita delator e rejeita acusações), segundo as quais as campanhas dela e de Lula receberam doações irregulares. Confesso que também não confio em delatores até provarem a consistência do que dizem. Mas os delatores sabem que sua eventual pena sofrerá acréscimo se mentirem. O mais sensato é aguardar a conclusão das investigações para o esclarecimento da verdade, evitando prejulgamentos. JOSÉ AMORA MOREIRA (Uberaba, MG) * Equivoca-se a presidente ao equiparar a delação na época da ditadura com a instituição jurídica da delação premiada, visto que aquela era obtida por meio de coação e tortura e esta é obtida sob as garantias constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. JOÃO ANTONIO MARCHI (São Paulo, SP) * Alguém deveria explicar a Dilma que o delator nada mais é que um criminoso preso que resolveu confessar seus crimes para obter alguma diminuição na pena e desarticular o resto da quadrilha. Não há motivo algum para que um delator seja respeitado, como também não se respeitam os criminosos. Se não houvesse o recurso da delação premiada, o escândalo da Petrobras estaria na estaca zero e tudo continuaria às mil maravilhas para os criminosos. MÁRIO BARILÁ FILHO (São Paulo, SP) * Tornar as denúncias públicas antes de concluídos os levantamentos, por mais democrático que seja, causa danos aos envolvidos, ao processo e à própria sociedade. Se o acusado realmente tiver praticado os delitos, ao saber-se alvo de denúncia, poderá destruir provas. Se a acusação for mentirosa, ele sofrerá um prejuízo irreparável em sua imagem, que não se recuperará nem que seja provada a inveracidade. Como são ministros, parlamentares e outras figuras de destaque, o simples ato de terem que "administrar" a situação os afasta de suas funções. Os vazadores têm de ser punidos para não pôr a perder o trabalho de combate à corrupção. DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, dirigente da Associação de Assistência Social da PM-SP (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Congresso discute retomada do financiamento privado de campanha
Em reunião da qual participaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), parlamentares discutiram nesta terça-feira (27) a possibilidade de retomar o financiamento privado para campanhas políticas. A conversa aconteceu entre um grupo restrito de deputados e senadores ao fim de um almoço realizado na residência oficial do Senado para discutir reforma política. A ideia seria retomar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada na Câmara em 2015. De acordo com relatos de presentes feitos à Folha, o grupo contestou o modelo apresentado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que propôs a criação de um fundo eleitoral de R$ 3,5 bilhões de dinheiro público para financiar as candidaturas aos cargos que serão disputados em 2018. Jucá apresentou uma PEC que contaria com dinheiro proveniente do Orçamento, de emendas parlamentares e de recursos para horário gratuito de televisão. O projeto encontra dificuldades de diversos políticos, entre eles, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para o alagoano, um modelo como esse teria forte resistência popular, já que o governo vem fazendo cortes orçamentários em meio à crise econômica. Em outra reunião, realizada pela manhã no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), sugeriu a realização de um plebiscito sobre financiamento privado. Ainda há uma discussão se essa consulta pública seria feita em 2018 ou em 2020. A medida de criação de um fundo encontra resistência ainda de Eunício, que disse ter "dificuldade" em pautar um projeto que cria um fundo com recursos públicos sem que haja uma definição sobre modelo de eleições. Em meio à discussão da reforma política, Câmara e Senado tentam acordar um cronograma para realizar modificações nas regras eleitorais. Uma das propostas discutidas é a criação do "distritão" para 2018 como regra de transição para o voto distrital misto em 2020. PARLAMENTARISMO Outra proposta discutida foi a criação de uma comissão para debater o parlamentarismo. Na reunião, Renan aproveitou para fazer críticas ao governo de Michel Temer e dizer que ele está seguindo o mesmo caminho que a ex-presidente Dilma Rousseff, que não quis renunciar ao cargo. Ele disse que Temer deveria aceitar discutir propostas de sua sucessão e negociar sua saída em vez de seguir o mesmo modelo de sua antecessora. Os presentes discutiram ainda medidas que poderiam convencer Temer a deixar o cargo sem se preocupar com sua situação perante a Justiça. Foram mencionadas hipóteses de PECs como a criação de foro para ex-presidentes ou de aprovação de um "indulto" para ele em troca de sua renúncia. De acordo com o que a Folha apurou, os presentes demonstraram preocupação com a situação do país após a denúncia oferecida na segunda (26) pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
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Congresso discute retomada do financiamento privado de campanhaEm reunião da qual participaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), parlamentares discutiram nesta terça-feira (27) a possibilidade de retomar o financiamento privado para campanhas políticas. A conversa aconteceu entre um grupo restrito de deputados e senadores ao fim de um almoço realizado na residência oficial do Senado para discutir reforma política. A ideia seria retomar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada na Câmara em 2015. De acordo com relatos de presentes feitos à Folha, o grupo contestou o modelo apresentado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que propôs a criação de um fundo eleitoral de R$ 3,5 bilhões de dinheiro público para financiar as candidaturas aos cargos que serão disputados em 2018. Jucá apresentou uma PEC que contaria com dinheiro proveniente do Orçamento, de emendas parlamentares e de recursos para horário gratuito de televisão. O projeto encontra dificuldades de diversos políticos, entre eles, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para o alagoano, um modelo como esse teria forte resistência popular, já que o governo vem fazendo cortes orçamentários em meio à crise econômica. Em outra reunião, realizada pela manhã no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), sugeriu a realização de um plebiscito sobre financiamento privado. Ainda há uma discussão se essa consulta pública seria feita em 2018 ou em 2020. A medida de criação de um fundo encontra resistência ainda de Eunício, que disse ter "dificuldade" em pautar um projeto que cria um fundo com recursos públicos sem que haja uma definição sobre modelo de eleições. Em meio à discussão da reforma política, Câmara e Senado tentam acordar um cronograma para realizar modificações nas regras eleitorais. Uma das propostas discutidas é a criação do "distritão" para 2018 como regra de transição para o voto distrital misto em 2020. PARLAMENTARISMO Outra proposta discutida foi a criação de uma comissão para debater o parlamentarismo. Na reunião, Renan aproveitou para fazer críticas ao governo de Michel Temer e dizer que ele está seguindo o mesmo caminho que a ex-presidente Dilma Rousseff, que não quis renunciar ao cargo. Ele disse que Temer deveria aceitar discutir propostas de sua sucessão e negociar sua saída em vez de seguir o mesmo modelo de sua antecessora. Os presentes discutiram ainda medidas que poderiam convencer Temer a deixar o cargo sem se preocupar com sua situação perante a Justiça. Foram mencionadas hipóteses de PECs como a criação de foro para ex-presidentes ou de aprovação de um "indulto" para ele em troca de sua renúncia. De acordo com o que a Folha apurou, os presentes demonstraram preocupação com a situação do país após a denúncia oferecida na segunda (26) pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
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Rodada do Campeonato Brasileiro é marcada por nova liderança, polêmica no jogo do Santos e jejum do São Paulo
Jogando no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, o Atlético-MG venceu o Internacional por 3 a 1 neste domingo (5) e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro com 23 pontos. Os gols do Atlético-MG foram marcados por Maicosuel (2) e Thiago Ribeiro. O argentino Lizandro Lopez descontou para os gaúchos. - Diante de apenas 10 mil torcedores no Morumbi, o São Paulo viu a crise ganhar mais força no clube após empatar sem gols com o Fluminense, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a quarta partida seguida sem vencer do time dirigido por Juan Carlos Osorio. No fim da partida, Michel Bastos e Centurion se irritaram com o técnico colombiano. - O momento positivo do Palmeiras ganhou novo impulso neste domingo (5). A equipe dirigida por Marcelo Oliveira conquistou a sua terceira vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro, ao vencer a Ponte Preta por 2 a 0, em jogo disputado na Arena Pantanal, em Cuiabá. O atacante Dudu foi o principal destaque, marcando os dois gols da partida, aos 8min e aos 39min da etapa inicial, ambos após passes de Rafael Marques. - Dentro de casa, o Santos perdeu do Grêmio, por 3 a 1, neste domingo (5), e foi para a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A partida marcou uma confusão que gerou polêmica na Vila Belmiro. Aos 28 min do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava 1 a 0 para a equipe gaúcha, Geuvânio foi expulso após um lance confuso. O jogador santista estava fora do campo após ser atendido pelos médicos, só que pela regra o juiz deve autorizar a volta do atleta para o campo. No entanto, Geuvânio voltou, recuperou a bola para o Santos e ia em direção ao gol, quando o árbitro Felipe Gomes da Silva paralisou a partida e mostrou o segundo cartão amarelo para o alvinegro, que consecutivamente foi expulso. O motivo do vermelho, segundo o árbitro, é que ele não tinha dado a autorização para a volta do meia. O lance gerou revolta nos jogadores e na comissão técnica do Santos. - Jogando fora de casa, o Sport empatou em 2 a 2 com Avaí na manhã deste domingo (5) pelo Campeonato Brasileiro. A equipe pernambucana segue invicta na competição após 11 rodadas, porém perdeu a primeira posição para o Atlético-MG, que venceu o Internacional, em Porto Alegre, e assumiu a ponta da competição. O gol de empate dos pernambucanos saiu somente aos 45 min da etapa final em pênalti convertido por André. -
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Rodada do Campeonato Brasileiro é marcada por nova liderança, polêmica no jogo do Santos e jejum do São PauloJogando no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, o Atlético-MG venceu o Internacional por 3 a 1 neste domingo (5) e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro com 23 pontos. Os gols do Atlético-MG foram marcados por Maicosuel (2) e Thiago Ribeiro. O argentino Lizandro Lopez descontou para os gaúchos. - Diante de apenas 10 mil torcedores no Morumbi, o São Paulo viu a crise ganhar mais força no clube após empatar sem gols com o Fluminense, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a quarta partida seguida sem vencer do time dirigido por Juan Carlos Osorio. No fim da partida, Michel Bastos e Centurion se irritaram com o técnico colombiano. - O momento positivo do Palmeiras ganhou novo impulso neste domingo (5). A equipe dirigida por Marcelo Oliveira conquistou a sua terceira vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro, ao vencer a Ponte Preta por 2 a 0, em jogo disputado na Arena Pantanal, em Cuiabá. O atacante Dudu foi o principal destaque, marcando os dois gols da partida, aos 8min e aos 39min da etapa inicial, ambos após passes de Rafael Marques. - Dentro de casa, o Santos perdeu do Grêmio, por 3 a 1, neste domingo (5), e foi para a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A partida marcou uma confusão que gerou polêmica na Vila Belmiro. Aos 28 min do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava 1 a 0 para a equipe gaúcha, Geuvânio foi expulso após um lance confuso. O jogador santista estava fora do campo após ser atendido pelos médicos, só que pela regra o juiz deve autorizar a volta do atleta para o campo. No entanto, Geuvânio voltou, recuperou a bola para o Santos e ia em direção ao gol, quando o árbitro Felipe Gomes da Silva paralisou a partida e mostrou o segundo cartão amarelo para o alvinegro, que consecutivamente foi expulso. O motivo do vermelho, segundo o árbitro, é que ele não tinha dado a autorização para a volta do meia. O lance gerou revolta nos jogadores e na comissão técnica do Santos. - Jogando fora de casa, o Sport empatou em 2 a 2 com Avaí na manhã deste domingo (5) pelo Campeonato Brasileiro. A equipe pernambucana segue invicta na competição após 11 rodadas, porém perdeu a primeira posição para o Atlético-MG, que venceu o Internacional, em Porto Alegre, e assumiu a ponta da competição. O gol de empate dos pernambucanos saiu somente aos 45 min da etapa final em pênalti convertido por André. -
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Justiça do Paraná determina fim da greve de professores universitários
Após determinar o fim da greve nas escolas estaduais, um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná ordenou nesta sexta-feira (6) o encerramento da paralisação também nas universidades do Estado. Os professores universitários e servidores estavam em greve havia mais de três semanas em protesto contra o atraso no pagamento de benefícios e contra propostas de mudança na Previdência do Estado. Liminar do desembargador Luiz Mateus de Lima determina a volta ao trabalho em um prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 3.000. A medida foi solicitada pelo governo de Beto Richa (PSDB), que considera a greve "política" e que afirma já ter atendido às reivindicações. O magistrado entendeu que a paralisação compromete serviços essenciais, como hospitais universitários, e afeta o calendário escolar. Ele também proibiu o bloqueio de prédios públicos e autorizou o governo a usar força policial, se necessário. Os termos da decisão são parecidos com a ordem relacionada às escolas, expedida na última quarta pelo mesmo desembargador. Mesmo diante da medida, no entanto, poucos professores da rede estadual voltaram às aulas até esta sexta-feira (6) –segundo o governo, só 40 escolas funcionaram. A decisão do TJ dava um prazo de 24 horas, a partir da notificação, para o retorno aos trabalhos. Segundo o sindicato da categoria, a notificação sobre a liminar ocorreu só nesta sexta. Uma nova assembleia dos grevistas para discutir a paralisação está para marcada para segunda-feira. No mês passado, as universidades estaduais ameaçaram interromper bolsas de estudos, compra de materiais básicos e até água devido à política de corte de gastos do governo Beto Richa. O Estado vive uma crise financeira que levou o governo a contingenciar recursos em todas as áreas no início do ano. A reportagem não conseguiu localizar representantes dos sindicatos dos professores e dos servidores para comentar a decisão da Justiça.
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Justiça do Paraná determina fim da greve de professores universitáriosApós determinar o fim da greve nas escolas estaduais, um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná ordenou nesta sexta-feira (6) o encerramento da paralisação também nas universidades do Estado. Os professores universitários e servidores estavam em greve havia mais de três semanas em protesto contra o atraso no pagamento de benefícios e contra propostas de mudança na Previdência do Estado. Liminar do desembargador Luiz Mateus de Lima determina a volta ao trabalho em um prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 3.000. A medida foi solicitada pelo governo de Beto Richa (PSDB), que considera a greve "política" e que afirma já ter atendido às reivindicações. O magistrado entendeu que a paralisação compromete serviços essenciais, como hospitais universitários, e afeta o calendário escolar. Ele também proibiu o bloqueio de prédios públicos e autorizou o governo a usar força policial, se necessário. Os termos da decisão são parecidos com a ordem relacionada às escolas, expedida na última quarta pelo mesmo desembargador. Mesmo diante da medida, no entanto, poucos professores da rede estadual voltaram às aulas até esta sexta-feira (6) –segundo o governo, só 40 escolas funcionaram. A decisão do TJ dava um prazo de 24 horas, a partir da notificação, para o retorno aos trabalhos. Segundo o sindicato da categoria, a notificação sobre a liminar ocorreu só nesta sexta. Uma nova assembleia dos grevistas para discutir a paralisação está para marcada para segunda-feira. No mês passado, as universidades estaduais ameaçaram interromper bolsas de estudos, compra de materiais básicos e até água devido à política de corte de gastos do governo Beto Richa. O Estado vive uma crise financeira que levou o governo a contingenciar recursos em todas as áreas no início do ano. A reportagem não conseguiu localizar representantes dos sindicatos dos professores e dos servidores para comentar a decisão da Justiça.
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Confira doze indicações do 'Guia' de livros de ficção estrangeira
GALVESTON Para onde vai o romance criminal? O mais maria-vai-com-as-outras dos gêneros já flertou com ficção-científica (K. Dick), terror (Miéville), fantástico (Poe), metaliteratura (Bolaño), realismo sociológico (Fonseca), comédia (Levrero). Pizzolatto o aproxima do western e de um tema caro ao gênero: a proteção a mulheres "desonradas" como veículo de salvação. Como se sabe pela excepcional primeira temporada e pela inquietante (e confusa) segunda temporada da minissérie "True Detective", que escreveu e produziu, o norte-americano tem obsessão por crimes sexuais, psicologia ambivalente e atmosfera fantasmagórica. Neste primeiro romance, ainda não flerta com o fantástico de TD, mas já usa a tensão sexual como motor. Big Country, um capanga texano durão, escapa de chacina encomendada pelo patrão e resolve salvar Rocky, prostituta de 18 anos. Ele crê não ter nada a perder: seus pulmões estão devastados pelo câncer. A linguagem "hardboiled", o ritmo veloz, a beleza das descrições, a urdidura dos diálogos e a esperteza das viradas narrativas irão satisfazer o fã da série —mas falta aquela esquisitice Carcosa (o templo do mal de "True Detective") que tornava a trama perturbadora. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Nic Pizzolatto TRADUÇÃO: Alexandre Raposo EDITORA: Intrínseca QUANTO: R$ 29,90 (240 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * SANGUE NO OLHO Jovem, ela foi saudada por Roberto Bolaño como promessa da literatura chilena. Madura, Lina Meruane chega ao Brasil com um romance muito esquisito. A narradora e protagonista é escritora, vive em Nova York, está prestes a se mudar para o belo apartamento do namorado e a vida parece lhe sorrir quando uma rara moléstia faz com que seus olhos fiquem injetados de sangue, vendo tudo em branco. Entram em cena uma família amalucada, um médico enigmático, um professor que, como seu guia, transforma a amizade em relação sadomasoquista. A atordoante narrativa aborda esse pesadelo não sem humor e expressão política —fazendo da doença uma aventura ficcional tão densa quanto "Édipo Rei" (Sófocles) ou "Ensaio Sobre a Cegueira" (Saramago)—, até que reflita sobre a tragédia dos exilados do mundo visual: "Eu não passo de um animal querendo deixar de ser um". (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Lina Meruane TRADUÇÃO: Josely Vianna Baptista EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 34,90 (192 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * ZONA DE INTERESSE Martin Amis, em sua produção mais recente (a partir de "Casa de Encontros", de 2007), ou talvez desde o início (com "Dinheiro", de 1984), tem oferecido narrativas de tese com viés sociológico, aproximando-se perigosamente de certa zona de desinteresse. Digamos que há disciplinas mais adequadas para avaliar os motivos de Adolf Hitler ao promover a insanidade do Holocausto, e Amis considera alguns deles no excelente posfácio deste romance. Se o altruísmo não cabe na grande literatura, contudo, não há melhor lugar para se reconhecer a alteridade do que na sátira desenfreada promovida em "Zona de Interesse", resultando numa paródia involuntária do drummondiano poema "Quadrilha", adaptado às avessas, neste caso com nomes germânicos: "Golo Thomsen amava a mulher do comandante Paul Doll que não amava ninguém". Uma sátira a Auschwitz, você se pergunta, e uma história de amor no campo de concentração? Sim, eu respondo, Martin Amis ama o desconforto. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Martin Amis TRADUÇÃO: Donaldson Garschagen EDITORA: Companhia das Letras QUANTO: R$ 54,90 (392 págs.) e R$ 37,90 (e-book) AVALIAÇÃO: bom * NÓS, OS AFOGADOS Premiado na Dinamarca e após carreira de sucesso na Europa, "Nós, os Afogados" ganha tradução no Brasil. A obra de Jensen, que lhe rendeu o prêmio Danske Kank, conta a história da pequena cidade portuária de Marstal entre os anos de 1848, começando com a batalha contra os alemães de Schleswig-Holstein, até 1945, com a rendição dos alemães na Segunda Guerra. Narrado na pouco usual primeira pessoa do plural, acompanhamos a voz de um grupo social acostumado a ver os homens no mar e as mulheres na terra, numa narrativa intensa e cuidadosa de grandes navegações e batalhas navais onde "aqueles dentre nós que ainda estávamos em pé trabalhávamos entre pilhas de cadáveres e moribundos", em meio a "entranhas, sangue e intestinos esvaziados", e com descrições que fazem lembrar o Tolstói de "Guerra e Paz". Aos poucos, o livro vai tecendo a história daqueles "que ficaram sem ser enterrados ao longo dos séculos" e que "tinham estragado nossa vida com saudades". (ROBERTO TADDEI) AUTOR: Carsten Jensen TRADUÇÃO: Ana Ban EDITORA: Tordesilhas QUANTO: R$ 62,50 (696 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * CANADÁ Um romanção daqueles começa por um parágrafo inquietante: "Para começar, vou contar o assalto que meus pais cometeram. Em seguida, os assassinatos que aconteceram mais tarde. O assalto é a parte mais importante, já que serviu para mudar o rumo da minha vida e o da minha irmã. Nada faria sentido se eu não contasse desde o início. Nossos pais eram as últimas pessoas no mundo capazes de roubar um banco". De fato, a vida do jovem Dell Parsons parecia normal até que os pais, também aparentemente normais, cometessem um delito bizarro. Aos poucos, porém, vamos percebendo que tudo é aparência nesse romance do norte-americano Richard Ford. O que parecia ser um romance de formação logo evolui para "thriller" policial —e a agilidade da prosa de Ford agarra o leitor pela mão. Ao fim, temos um romanção daqueles da vasta tradição realista norte-americana de Faulkner e Flannery O'Connor. Mas o livro não se passa no sul (onde nasceu Ford), e sim num estranho e solitário Canadá dos anos 1960, para onde Dell vai após o ato insensato dos pais, tentar reconciliar-se com o destino —tarefa que será pouco verossímil. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Richard Ford TRADUÇÃO: Mauro Pinheiro EDITORA: Estação Liberdade QUANTO: R$ 59 (456 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * OS VELHOS TAMBÉM QUEREM VIVER Entre 1992 e 1996, Sarajevo foi cercada pelo exército sérvio: 20 mil mortos, 50 mil feridos. "Um sniper atingiu Admeto; Admeto está a morrer. Sabe que poderá ser salvo apenas se alguém morrer em sua vez; todos recusam exceto a mulher, Alceste". É essa a história contada em mais um livro incômodo de Gonçalo M. Tavares, mais prolífico e multifacetado dos escritores portugueses (autor de mais de 30 livros traduzidos em 46 línguas). Tomando por base o drama "Alceste", de Eurípedes, Tavares narra a história do pobre Admeto em versos brancos, buscando compreender questões essenciais. Por que alguém é escolhido para ser sacrificado? Por que alguém desejaria tomar seu lugar? Existe ética em trocar um holocausto por outro? Qual o valor da vida de um velho? Perguntas nada fáceis, às quais Tavares nos responde com criatividade e desconcertante senso de absurdo. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Gonçalo M. Tavares EDITORA: Foz QUANTO: R$ 24,90 (88 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * A VIDA PECULIAR DE UM CARTEIRO SOLITÁRIO A ficção atual pouco tem abordado o cotidiano canino de empregos desgraçados, como o dos carteiros. A classe média literária também é medíocre em seu interesse pela alteridade que é o próprio cerne da literatura. Quando o faz, como nesta novela do canadense Denis Thériault, é sob perspectiva edulcorante, quase de conto de fada, ao modo de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", aquele filme de Jean-Pierre Jeunet que deveria ser proibido para diabéticos. Bilodo é carteiro e está chateado, pois a vida de agente dos correios nunca foi tão chata: não há mais ataques de índios às diligências, nem sequer de um mero poodle. Pior: as pessoas não trocam mais cartas, restando apenas malas diretas comerciais a entregar. Um dia, porém, ele intercepta a carta de amor de um poeta que usa haicais para seduzir a amada. Bilodo se apaixona pela linguagem e pela destinatária, Ségolène. O livro por aí vai, até (muito cedo) deixar de ir. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Denis Thériault TRADUÇÃO: Daniela P. B. Dias EDITORA: Casa da Palavra QUANTO: R$ 34,90 (128 págs.) e R$ 24 (e-book) AVALIAÇÃO: ruim * TUDO QUE É Salter, morto em junho aos 90, pertencia à rara categoria de escritores longevos a ponto de se tornarem clássicos em vida, e mais, de inventarem ficções —no caso, congeladas na Segunda Guerra, espécie de crisol poético de suas obras— que acabaram por adquirir inadvertidamente aspectos de narrativa histórica, ainda que produzidas nos dias de hoje. "Tudo que É", seu último romance, após 34 anos dedicados aos contos, aos roteiros e à autocomiseração (lamentava nunca ter atingido o grande público, apesar de mestre elogiado pela crítica e por seus pares), é uma despedida à altura de romances como "Um Esporte e um Passatempo", único traduzido aqui, em 1997, e das obras-primas "Light Years" (1975) e "Solo Faces" (1979), ainda inéditas. Das batalhas no Pacífico à trincheira editorial em Nova York, a vida de Phillip Bowman se divide, como a da maioria, entre amores e ódios, alegria e tristeza. A poderosa visualidade da escrita de Salter amarra tudo com adjetivos tão precisos quanto reluzentes. Superou papa Hemingway, de quem é herdeiro estilístico. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: James Salter TRADUÇÃO: José Rubens Siqueira EDITORA: Companhia das Letras QUANTO: R$ 44,90 (376 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * NÃO HÁ LUGAR PARA A LÓGICA EM KASSEL Para resenhar este e outros livros de Enrique Vila-Matas, seria necessário imitar sua linguagem, pois ela é tudo na obra do espanhol, cujo estilo é marcado pela digressão. O espaço disponível, porém, não chega para isso. Em Vila-Matas, o leitor dominou o escritor e fez dele seu fantoche, como um ventríloquo se utiliza do boneco para falar. Neste novo livro —na verdade, o mesmo livro contínuo que vem escrevendo desde que a ficção se mesclou à não ficção, em "Bartleby e Companhia" (2004), gerando algo entre a crônica de viagem e o ensaio—, Vila-Matas é convidado a participar da Documenta de Kassel, e os curadores o querem num restaurante chinês ao longo de 30 dias, a escrever diante do público que mordisca rolinhos primavera e interpreta biscoitos da sorte. A situação inquietante resulta em devaneios inesperados e divertidos. Como César Aira e Mario Levrero em sua última fase, Vila-Matas escreve ensaios que disfarça de romances para que não o tomem por louco. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Enrique Vila-Matas TRADUÇÃO: Antonio Xerxenesky EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 49 (288 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * UM GRÃO DE TRIGO O queniano Ngugi wa Thiong'o consegue, neste que foi seu terceiro romance, um feito admirável. Nascido em 1938, ele viveu mais de duas décadas sob o domínio britânico. Publicado em 1967, apenas quatro anos após a independência do país, o livro é um acerto de contas com os colonizadores e o povo queniano, na sua luta pela liberdade e nas inevitáveis histórias de conflitos e traições. Num texto escrito como se da voz coletiva do povo, alterando sutilmente os focos narrativos, percebemos como Thiong'o domina a tradição literária anglo-saxã e faz dela sua ferramenta para compor um enredo onde a cultura africana se mostra consistente, articulada e complexa, mesmo após décadas de dominação, trabalho forçado e penúria. E o faz utilizando-se, eis o golpe maior, as armas literárias de seu dominador. O romance ecoa brilhantemente a parábola do evangelho de João que diz: "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto". (ROBERTO TADDEI) AUTOR: Ngugi wa Thiong'o TRADUÇÃO: Roberto Grey EDITORA: Alfaguara QUANTO: R$ 49,90 (304 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * FRONT ANTIBELICISTA Os escritores Andreas Latzko (1876-1943) e Frederic Manning (1882-1935) lutaram na Primeira Guerra Mundial, em lados opostos. Latzko serviu como oficial do exército austro-húngaro e Manning como soldado raso do exército britânico. Não se conheceram no campo de batalha, mas compartilhavam a mesma ojeriza antibelicista. Essa aversão rendeu dois livros marcantes sobre o conflito: "Homens em Guerra", de Latzko, e "Soldados Rasos", de Manning. A coletânea "Homens em Guerra" foi publicada em 1917, anonimamente. Censurado nos países em conflito, o livro reúne seis contos que misturam memória e ficção. Latzko viveu as cenas demoníacas descritas nessas narrativas. Seus personagens torturados são assombrações persistentes, parte de um transtorno psiquiátrico disparado no front. O romance "Soldados Rasos", de Manning, foi publicado em 1929, quase anonimamente. Saiu assinado por Soldado Raso 19022, essa era a identificação militar do autor durante a guerra. Sua narrativa mais serena, sem lances dramáticos, denuncia a banalização da violência oficializada. No prefácio, o crítico Simon Caterson afirma que nesse romance "Manning antecipa Camus e os existencialistas". (NELSON DE OLIVEIRA) HOMENS EM GUERRA AUTOR: Andreas Latzko TRADUÇÃO: Claudia Abeling EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 69,90 (160 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom SOLDADOS RASOS AUTOR: Frederic Manning TRADUÇÃO: Fal Azevedo EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 89,90 (480 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom
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Confira doze indicações do 'Guia' de livros de ficção estrangeiraGALVESTON Para onde vai o romance criminal? O mais maria-vai-com-as-outras dos gêneros já flertou com ficção-científica (K. Dick), terror (Miéville), fantástico (Poe), metaliteratura (Bolaño), realismo sociológico (Fonseca), comédia (Levrero). Pizzolatto o aproxima do western e de um tema caro ao gênero: a proteção a mulheres "desonradas" como veículo de salvação. Como se sabe pela excepcional primeira temporada e pela inquietante (e confusa) segunda temporada da minissérie "True Detective", que escreveu e produziu, o norte-americano tem obsessão por crimes sexuais, psicologia ambivalente e atmosfera fantasmagórica. Neste primeiro romance, ainda não flerta com o fantástico de TD, mas já usa a tensão sexual como motor. Big Country, um capanga texano durão, escapa de chacina encomendada pelo patrão e resolve salvar Rocky, prostituta de 18 anos. Ele crê não ter nada a perder: seus pulmões estão devastados pelo câncer. A linguagem "hardboiled", o ritmo veloz, a beleza das descrições, a urdidura dos diálogos e a esperteza das viradas narrativas irão satisfazer o fã da série —mas falta aquela esquisitice Carcosa (o templo do mal de "True Detective") que tornava a trama perturbadora. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Nic Pizzolatto TRADUÇÃO: Alexandre Raposo EDITORA: Intrínseca QUANTO: R$ 29,90 (240 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * SANGUE NO OLHO Jovem, ela foi saudada por Roberto Bolaño como promessa da literatura chilena. Madura, Lina Meruane chega ao Brasil com um romance muito esquisito. A narradora e protagonista é escritora, vive em Nova York, está prestes a se mudar para o belo apartamento do namorado e a vida parece lhe sorrir quando uma rara moléstia faz com que seus olhos fiquem injetados de sangue, vendo tudo em branco. Entram em cena uma família amalucada, um médico enigmático, um professor que, como seu guia, transforma a amizade em relação sadomasoquista. A atordoante narrativa aborda esse pesadelo não sem humor e expressão política —fazendo da doença uma aventura ficcional tão densa quanto "Édipo Rei" (Sófocles) ou "Ensaio Sobre a Cegueira" (Saramago)—, até que reflita sobre a tragédia dos exilados do mundo visual: "Eu não passo de um animal querendo deixar de ser um". (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Lina Meruane TRADUÇÃO: Josely Vianna Baptista EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 34,90 (192 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * ZONA DE INTERESSE Martin Amis, em sua produção mais recente (a partir de "Casa de Encontros", de 2007), ou talvez desde o início (com "Dinheiro", de 1984), tem oferecido narrativas de tese com viés sociológico, aproximando-se perigosamente de certa zona de desinteresse. Digamos que há disciplinas mais adequadas para avaliar os motivos de Adolf Hitler ao promover a insanidade do Holocausto, e Amis considera alguns deles no excelente posfácio deste romance. Se o altruísmo não cabe na grande literatura, contudo, não há melhor lugar para se reconhecer a alteridade do que na sátira desenfreada promovida em "Zona de Interesse", resultando numa paródia involuntária do drummondiano poema "Quadrilha", adaptado às avessas, neste caso com nomes germânicos: "Golo Thomsen amava a mulher do comandante Paul Doll que não amava ninguém". Uma sátira a Auschwitz, você se pergunta, e uma história de amor no campo de concentração? Sim, eu respondo, Martin Amis ama o desconforto. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Martin Amis TRADUÇÃO: Donaldson Garschagen EDITORA: Companhia das Letras QUANTO: R$ 54,90 (392 págs.) e R$ 37,90 (e-book) AVALIAÇÃO: bom * NÓS, OS AFOGADOS Premiado na Dinamarca e após carreira de sucesso na Europa, "Nós, os Afogados" ganha tradução no Brasil. A obra de Jensen, que lhe rendeu o prêmio Danske Kank, conta a história da pequena cidade portuária de Marstal entre os anos de 1848, começando com a batalha contra os alemães de Schleswig-Holstein, até 1945, com a rendição dos alemães na Segunda Guerra. Narrado na pouco usual primeira pessoa do plural, acompanhamos a voz de um grupo social acostumado a ver os homens no mar e as mulheres na terra, numa narrativa intensa e cuidadosa de grandes navegações e batalhas navais onde "aqueles dentre nós que ainda estávamos em pé trabalhávamos entre pilhas de cadáveres e moribundos", em meio a "entranhas, sangue e intestinos esvaziados", e com descrições que fazem lembrar o Tolstói de "Guerra e Paz". Aos poucos, o livro vai tecendo a história daqueles "que ficaram sem ser enterrados ao longo dos séculos" e que "tinham estragado nossa vida com saudades". (ROBERTO TADDEI) AUTOR: Carsten Jensen TRADUÇÃO: Ana Ban EDITORA: Tordesilhas QUANTO: R$ 62,50 (696 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * CANADÁ Um romanção daqueles começa por um parágrafo inquietante: "Para começar, vou contar o assalto que meus pais cometeram. Em seguida, os assassinatos que aconteceram mais tarde. O assalto é a parte mais importante, já que serviu para mudar o rumo da minha vida e o da minha irmã. Nada faria sentido se eu não contasse desde o início. Nossos pais eram as últimas pessoas no mundo capazes de roubar um banco". De fato, a vida do jovem Dell Parsons parecia normal até que os pais, também aparentemente normais, cometessem um delito bizarro. Aos poucos, porém, vamos percebendo que tudo é aparência nesse romance do norte-americano Richard Ford. O que parecia ser um romance de formação logo evolui para "thriller" policial —e a agilidade da prosa de Ford agarra o leitor pela mão. Ao fim, temos um romanção daqueles da vasta tradição realista norte-americana de Faulkner e Flannery O'Connor. Mas o livro não se passa no sul (onde nasceu Ford), e sim num estranho e solitário Canadá dos anos 1960, para onde Dell vai após o ato insensato dos pais, tentar reconciliar-se com o destino —tarefa que será pouco verossímil. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Richard Ford TRADUÇÃO: Mauro Pinheiro EDITORA: Estação Liberdade QUANTO: R$ 59 (456 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * OS VELHOS TAMBÉM QUEREM VIVER Entre 1992 e 1996, Sarajevo foi cercada pelo exército sérvio: 20 mil mortos, 50 mil feridos. "Um sniper atingiu Admeto; Admeto está a morrer. Sabe que poderá ser salvo apenas se alguém morrer em sua vez; todos recusam exceto a mulher, Alceste". É essa a história contada em mais um livro incômodo de Gonçalo M. Tavares, mais prolífico e multifacetado dos escritores portugueses (autor de mais de 30 livros traduzidos em 46 línguas). Tomando por base o drama "Alceste", de Eurípedes, Tavares narra a história do pobre Admeto em versos brancos, buscando compreender questões essenciais. Por que alguém é escolhido para ser sacrificado? Por que alguém desejaria tomar seu lugar? Existe ética em trocar um holocausto por outro? Qual o valor da vida de um velho? Perguntas nada fáceis, às quais Tavares nos responde com criatividade e desconcertante senso de absurdo. (RONALDO BRESSANE) AUTOR: Gonçalo M. Tavares EDITORA: Foz QUANTO: R$ 24,90 (88 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * A VIDA PECULIAR DE UM CARTEIRO SOLITÁRIO A ficção atual pouco tem abordado o cotidiano canino de empregos desgraçados, como o dos carteiros. A classe média literária também é medíocre em seu interesse pela alteridade que é o próprio cerne da literatura. Quando o faz, como nesta novela do canadense Denis Thériault, é sob perspectiva edulcorante, quase de conto de fada, ao modo de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", aquele filme de Jean-Pierre Jeunet que deveria ser proibido para diabéticos. Bilodo é carteiro e está chateado, pois a vida de agente dos correios nunca foi tão chata: não há mais ataques de índios às diligências, nem sequer de um mero poodle. Pior: as pessoas não trocam mais cartas, restando apenas malas diretas comerciais a entregar. Um dia, porém, ele intercepta a carta de amor de um poeta que usa haicais para seduzir a amada. Bilodo se apaixona pela linguagem e pela destinatária, Ségolène. O livro por aí vai, até (muito cedo) deixar de ir. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Denis Thériault TRADUÇÃO: Daniela P. B. Dias EDITORA: Casa da Palavra QUANTO: R$ 34,90 (128 págs.) e R$ 24 (e-book) AVALIAÇÃO: ruim * TUDO QUE É Salter, morto em junho aos 90, pertencia à rara categoria de escritores longevos a ponto de se tornarem clássicos em vida, e mais, de inventarem ficções —no caso, congeladas na Segunda Guerra, espécie de crisol poético de suas obras— que acabaram por adquirir inadvertidamente aspectos de narrativa histórica, ainda que produzidas nos dias de hoje. "Tudo que É", seu último romance, após 34 anos dedicados aos contos, aos roteiros e à autocomiseração (lamentava nunca ter atingido o grande público, apesar de mestre elogiado pela crítica e por seus pares), é uma despedida à altura de romances como "Um Esporte e um Passatempo", único traduzido aqui, em 1997, e das obras-primas "Light Years" (1975) e "Solo Faces" (1979), ainda inéditas. Das batalhas no Pacífico à trincheira editorial em Nova York, a vida de Phillip Bowman se divide, como a da maioria, entre amores e ódios, alegria e tristeza. A poderosa visualidade da escrita de Salter amarra tudo com adjetivos tão precisos quanto reluzentes. Superou papa Hemingway, de quem é herdeiro estilístico. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: James Salter TRADUÇÃO: José Rubens Siqueira EDITORA: Companhia das Letras QUANTO: R$ 44,90 (376 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * NÃO HÁ LUGAR PARA A LÓGICA EM KASSEL Para resenhar este e outros livros de Enrique Vila-Matas, seria necessário imitar sua linguagem, pois ela é tudo na obra do espanhol, cujo estilo é marcado pela digressão. O espaço disponível, porém, não chega para isso. Em Vila-Matas, o leitor dominou o escritor e fez dele seu fantoche, como um ventríloquo se utiliza do boneco para falar. Neste novo livro —na verdade, o mesmo livro contínuo que vem escrevendo desde que a ficção se mesclou à não ficção, em "Bartleby e Companhia" (2004), gerando algo entre a crônica de viagem e o ensaio—, Vila-Matas é convidado a participar da Documenta de Kassel, e os curadores o querem num restaurante chinês ao longo de 30 dias, a escrever diante do público que mordisca rolinhos primavera e interpreta biscoitos da sorte. A situação inquietante resulta em devaneios inesperados e divertidos. Como César Aira e Mario Levrero em sua última fase, Vila-Matas escreve ensaios que disfarça de romances para que não o tomem por louco. (JOCA REINERS TERRON) AUTOR: Enrique Vila-Matas TRADUÇÃO: Antonio Xerxenesky EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 49 (288 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * UM GRÃO DE TRIGO O queniano Ngugi wa Thiong'o consegue, neste que foi seu terceiro romance, um feito admirável. Nascido em 1938, ele viveu mais de duas décadas sob o domínio britânico. Publicado em 1967, apenas quatro anos após a independência do país, o livro é um acerto de contas com os colonizadores e o povo queniano, na sua luta pela liberdade e nas inevitáveis histórias de conflitos e traições. Num texto escrito como se da voz coletiva do povo, alterando sutilmente os focos narrativos, percebemos como Thiong'o domina a tradição literária anglo-saxã e faz dela sua ferramenta para compor um enredo onde a cultura africana se mostra consistente, articulada e complexa, mesmo após décadas de dominação, trabalho forçado e penúria. E o faz utilizando-se, eis o golpe maior, as armas literárias de seu dominador. O romance ecoa brilhantemente a parábola do evangelho de João que diz: "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto". (ROBERTO TADDEI) AUTOR: Ngugi wa Thiong'o TRADUÇÃO: Roberto Grey EDITORA: Alfaguara QUANTO: R$ 49,90 (304 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * FRONT ANTIBELICISTA Os escritores Andreas Latzko (1876-1943) e Frederic Manning (1882-1935) lutaram na Primeira Guerra Mundial, em lados opostos. Latzko serviu como oficial do exército austro-húngaro e Manning como soldado raso do exército britânico. Não se conheceram no campo de batalha, mas compartilhavam a mesma ojeriza antibelicista. Essa aversão rendeu dois livros marcantes sobre o conflito: "Homens em Guerra", de Latzko, e "Soldados Rasos", de Manning. A coletânea "Homens em Guerra" foi publicada em 1917, anonimamente. Censurado nos países em conflito, o livro reúne seis contos que misturam memória e ficção. Latzko viveu as cenas demoníacas descritas nessas narrativas. Seus personagens torturados são assombrações persistentes, parte de um transtorno psiquiátrico disparado no front. O romance "Soldados Rasos", de Manning, foi publicado em 1929, quase anonimamente. Saiu assinado por Soldado Raso 19022, essa era a identificação militar do autor durante a guerra. Sua narrativa mais serena, sem lances dramáticos, denuncia a banalização da violência oficializada. No prefácio, o crítico Simon Caterson afirma que nesse romance "Manning antecipa Camus e os existencialistas". (NELSON DE OLIVEIRA) HOMENS EM GUERRA AUTOR: Andreas Latzko TRADUÇÃO: Claudia Abeling EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 69,90 (160 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom SOLDADOS RASOS AUTOR: Frederic Manning TRADUÇÃO: Fal Azevedo EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 89,90 (480 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom
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Neymar e Messi se destacam, Barça goleia e segue de perto líder Real
Com grande atuação do brasileiro Neymar e do argentino Lionel Messi, o Barcelona goleou o Elche por 6 a 0 fora de casa pela 20ª rodada do Campeonato Espanhol. Com o resultado, o time chegou aos 47 pontos e manteve a distância de apenas um ponto para o líder Real Madrid, que mais cedo bateu o Córdoba. O Barcelona demorou a engrenar na partida, e seu primeiro gol saiu somente aos 35 minutos do primeiro tempo, em jogada de bola parada. O meia Xavi cobrou falta na área, Piqué dominou no peito e chutou com o pé direito. O vice-líder do Espanhol entrou em ritmo de goleada somente no segundo tempo, liderado por Neymar. Aos nove minutos, o brasileiro driblou o zagueiro Pelegrín e foi derrubado na área. O árbitro marcou pênalti, que foi convertido por Messi. Aos 24 minutos, Messi deu passe que deixou Neymar de frente para o gol adversário. O brasileiro apenas tocou na saída do goleiro Tyton. Aos 26, o argentino deu uma assistência pelo alto para Neymar que, sem deixar a bola cair, tocou com categoria, "de chapa", no canto do goleiro. 4 a 0 para o Barcelona. Após duas assistências, Messi decidiu fazer seu segundo gol na partida, chutando cruzado na saída do goleiro após passe de Bartra. Já nos acréscimos, Pedro, que deixou o uruguaio Luis Suárez no banco, deu números finais à partida. Na quarta-feira (28), o Barcelona enfrenta o Atlético de Madri pelas quartas de final da Copa do Rei.
esporte
Neymar e Messi se destacam, Barça goleia e segue de perto líder RealCom grande atuação do brasileiro Neymar e do argentino Lionel Messi, o Barcelona goleou o Elche por 6 a 0 fora de casa pela 20ª rodada do Campeonato Espanhol. Com o resultado, o time chegou aos 47 pontos e manteve a distância de apenas um ponto para o líder Real Madrid, que mais cedo bateu o Córdoba. O Barcelona demorou a engrenar na partida, e seu primeiro gol saiu somente aos 35 minutos do primeiro tempo, em jogada de bola parada. O meia Xavi cobrou falta na área, Piqué dominou no peito e chutou com o pé direito. O vice-líder do Espanhol entrou em ritmo de goleada somente no segundo tempo, liderado por Neymar. Aos nove minutos, o brasileiro driblou o zagueiro Pelegrín e foi derrubado na área. O árbitro marcou pênalti, que foi convertido por Messi. Aos 24 minutos, Messi deu passe que deixou Neymar de frente para o gol adversário. O brasileiro apenas tocou na saída do goleiro Tyton. Aos 26, o argentino deu uma assistência pelo alto para Neymar que, sem deixar a bola cair, tocou com categoria, "de chapa", no canto do goleiro. 4 a 0 para o Barcelona. Após duas assistências, Messi decidiu fazer seu segundo gol na partida, chutando cruzado na saída do goleiro após passe de Bartra. Já nos acréscimos, Pedro, que deixou o uruguaio Luis Suárez no banco, deu números finais à partida. Na quarta-feira (28), o Barcelona enfrenta o Atlético de Madri pelas quartas de final da Copa do Rei.
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Padrasto mantém enteado refém há cerca de 40 horas em Natal
Desde a 0h30 desta sexta-feira (13), um agente penitenciário aposentado de 52 anos mantém refém o enteado de 14 anos, no apartamento onde moram, no bairro Capim Macio, em Natal. Segundo a polícia, uma briga de casal em fase de separação teria motivado o cárcere privado. Após a discussão, a mulher do agente saiu de casa com a filha mais velha e até o início da tarde deste sábado (14) não se sabe seu paradeiro. De acordo com a major Tereza Boggio, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar de Natal, desde o período da manhã 30 policiais do Bope e da Tropa de Choque estão no local tentando negociar uma solução e atuando na proteção de outros moradores do condomínio onde moram, na zona sul da capital potiguar. Por segurança, o bloco onde estão padrasto e enteado foi desocupado. Alimentos e medicação foram fornecidos pelos policiais a pedido do agente. "Não sabemos se o rapaz está vivo e as equipes que estão buscando essa cidadã [mãe do refém] não conseguiram encontrá-la ainda", afirmou a major Tereza. A presença da mulher seria uma das exigências do agente para negociar a liberdade do enteado.
cotidiano
Padrasto mantém enteado refém há cerca de 40 horas em NatalDesde a 0h30 desta sexta-feira (13), um agente penitenciário aposentado de 52 anos mantém refém o enteado de 14 anos, no apartamento onde moram, no bairro Capim Macio, em Natal. Segundo a polícia, uma briga de casal em fase de separação teria motivado o cárcere privado. Após a discussão, a mulher do agente saiu de casa com a filha mais velha e até o início da tarde deste sábado (14) não se sabe seu paradeiro. De acordo com a major Tereza Boggio, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar de Natal, desde o período da manhã 30 policiais do Bope e da Tropa de Choque estão no local tentando negociar uma solução e atuando na proteção de outros moradores do condomínio onde moram, na zona sul da capital potiguar. Por segurança, o bloco onde estão padrasto e enteado foi desocupado. Alimentos e medicação foram fornecidos pelos policiais a pedido do agente. "Não sabemos se o rapaz está vivo e as equipes que estão buscando essa cidadã [mãe do refém] não conseguiram encontrá-la ainda", afirmou a major Tereza. A presença da mulher seria uma das exigências do agente para negociar a liberdade do enteado.
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COB projeta maior investimento e diz que atletas precisam treinar no Japão
MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO A preparação da equipe olímpica brasileira rumo aos Jogos de Tóquio-2020 vai custar mais do que no quadriênio para o Rio, segundo o COB (Comitê Olímpico do Brasil). A entidade teve nos últimos quatro anos cerca de R$ 700 milhões para investir na preparação do Time Brasil. Segundo Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes do COB, países que estão na faixa entre a quarta e a décima colocação no quadro de medalha dos Jogos têm cerca de US$ 700 milhões (R$ 2,240 bilhões) para aplicar em suas respectivas equipes. De acordo com o gerente geral de performance esportiva do COB, Jorge Bichara, durante os Jogos do Rio os brasileiros tiveram conversas com membros do comitê do Japão para saber a respeito de aclimatação e alimentação, por exemplo. "Fomos várias vezes à Tóquio e vamos voltar agora. Tenho plena certeza de que vamos chegar lá com condições muito boas", disse Bichara. Segundo o gerente, o que vai elevar os gastos da delegação brasileira rumo a 2020 serão os voos mais longos, os períodos de treinamento para adaptação ao fuso horário e a questão da alimentação. "Vai ser uma Olimpíada cara. Por exemplo, temos que montar a base de vela logo lá na baía de Tóquio. Vamos manter parte dos barcos na Europa e abrir duas frentes, com uma no Japão", disse. Para Bichara, é preferível que a equipe de vela treine na baía do que dispute certas etapas da Copa do Mundo. "Treinar lá no Japão é importante. Competir, não. Vai ajudar principalmente esportes que dependem de questões ambientais", concluiu. O comitê já escolheu três universidades nos arredores da capital japonesa para concentrar a delegação do Brasil antes e durante os Jogos de 2020. O Time Brasil, a princípio, não pagará pela hospedagem com centro de treinamento. As universidades não estão dentro de Tóquio, o que não é um problema porque o sistema de transporte, já pronto, conta inclusive com trem bala. Os Jogos de Tóquio acontecem de 24 de julho a 9 de agosto de 2020.
esporte
COB projeta maior investimento e diz que atletas precisam treinar no Japão MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO A preparação da equipe olímpica brasileira rumo aos Jogos de Tóquio-2020 vai custar mais do que no quadriênio para o Rio, segundo o COB (Comitê Olímpico do Brasil). A entidade teve nos últimos quatro anos cerca de R$ 700 milhões para investir na preparação do Time Brasil. Segundo Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes do COB, países que estão na faixa entre a quarta e a décima colocação no quadro de medalha dos Jogos têm cerca de US$ 700 milhões (R$ 2,240 bilhões) para aplicar em suas respectivas equipes. De acordo com o gerente geral de performance esportiva do COB, Jorge Bichara, durante os Jogos do Rio os brasileiros tiveram conversas com membros do comitê do Japão para saber a respeito de aclimatação e alimentação, por exemplo. "Fomos várias vezes à Tóquio e vamos voltar agora. Tenho plena certeza de que vamos chegar lá com condições muito boas", disse Bichara. Segundo o gerente, o que vai elevar os gastos da delegação brasileira rumo a 2020 serão os voos mais longos, os períodos de treinamento para adaptação ao fuso horário e a questão da alimentação. "Vai ser uma Olimpíada cara. Por exemplo, temos que montar a base de vela logo lá na baía de Tóquio. Vamos manter parte dos barcos na Europa e abrir duas frentes, com uma no Japão", disse. Para Bichara, é preferível que a equipe de vela treine na baía do que dispute certas etapas da Copa do Mundo. "Treinar lá no Japão é importante. Competir, não. Vai ajudar principalmente esportes que dependem de questões ambientais", concluiu. O comitê já escolheu três universidades nos arredores da capital japonesa para concentrar a delegação do Brasil antes e durante os Jogos de 2020. O Time Brasil, a princípio, não pagará pela hospedagem com centro de treinamento. As universidades não estão dentro de Tóquio, o que não é um problema porque o sistema de transporte, já pronto, conta inclusive com trem bala. Os Jogos de Tóquio acontecem de 24 de julho a 9 de agosto de 2020.
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Bancos caem mais de 2% e puxam Bolsa para baixo antes de feriado
Influenciado pela queda de mais de 2% das ações do setor bancário, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (3) no vermelho. Os bancos representam o segmento com maior peso dentro do Ibovespa. Segundo analistas, os investidores aproveitaram o dia para vender papéis que subiram nos últimos pregões, a fim de embolsar lucro antes do feriado de Corpus Christi, que manterá a BM&FBovespa fechada nesta quinta-feira (4). O Ibovespa recuou 1,32%, para 53.522 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,597 bilhões. O Itaú Unibanco teve desvalorização de 2,53%, para R$ 33,96, enquanto o papel preferencial (sem direito a voto) do Bradesco perdeu 2,29%, para R$ 28,20. A baixa do índice foi acentuada pela queda da ação preferencial da Vale, de 1,94%, para R$ 17,66. A companhia até chegou a subir pela manhã, mas perdeu força e inverteu a tendência, após ter fechado na véspera com alta de mais de 7%. Pesou sobre o humor dos investidores a expectativa de nova elevação do juro básico da economia, a Selic, nesta noite. O mercado projeta novo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa, para 13,75% ao ano. O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. "O Banco Central tem reforçado sua intenção de trazer a inflação de volta para dentro da meta, por isso o aumento nos juros já estava sendo considerado nos preços dos ativos", disse Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest. "Os estrangeiros nos últimos pregões têm reduzido suas posições na Bolsa brasileira, e eles têm um peso relevante sobre o Ibovespa." Para Cardoso, a baixa da Bolsa nesta quarta também é reflexo da posição defensiva dos investidores, natural de véspera de feriado. "Como não haverá pregão amanhã e o volume na sexta pode ser mais fraco, quem tem uma posição 'x' vai tentar revertê-la ou reduzi-la, para se precaver de possíveis movimentos bruscos na volta do feriado", disse. As ações preferenciais da Petrobras, que oscilaram entre perdas e ganhos ao longo do dia, fecharam em leve queda de 0,08%, para R$ 12,83 cada uma. Matéria do jornal "Valor Econômico" publicada nesta quarta informou que a estatal deve apresentar seu plano de negócios para o período entre 2015 e 2019 ao conselho de administração no dia 23 de junho. CÂMBIO No mercado de câmbio, o dólar caiu pelo terceiro dia nesta quarta-feira. Segundo operadores, o mercado ajustou suas posições também por causa do feriado de Corpus Christi, além de permanecer o otimismo em relação a um possível acordo entre o governo grego e outros países da União Europeia, além do FMI (Fundo Monetário Internacional), para tentar amenizar a crise na Grécia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,16% sobre o real, cotado em R$ 3,124 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,06%, para R$ 3,134. Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que continuará fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta quarta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 343,5 milhões.
mercado
Bancos caem mais de 2% e puxam Bolsa para baixo antes de feriadoInfluenciado pela queda de mais de 2% das ações do setor bancário, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (3) no vermelho. Os bancos representam o segmento com maior peso dentro do Ibovespa. Segundo analistas, os investidores aproveitaram o dia para vender papéis que subiram nos últimos pregões, a fim de embolsar lucro antes do feriado de Corpus Christi, que manterá a BM&FBovespa fechada nesta quinta-feira (4). O Ibovespa recuou 1,32%, para 53.522 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,597 bilhões. O Itaú Unibanco teve desvalorização de 2,53%, para R$ 33,96, enquanto o papel preferencial (sem direito a voto) do Bradesco perdeu 2,29%, para R$ 28,20. A baixa do índice foi acentuada pela queda da ação preferencial da Vale, de 1,94%, para R$ 17,66. A companhia até chegou a subir pela manhã, mas perdeu força e inverteu a tendência, após ter fechado na véspera com alta de mais de 7%. Pesou sobre o humor dos investidores a expectativa de nova elevação do juro básico da economia, a Selic, nesta noite. O mercado projeta novo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa, para 13,75% ao ano. O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. "O Banco Central tem reforçado sua intenção de trazer a inflação de volta para dentro da meta, por isso o aumento nos juros já estava sendo considerado nos preços dos ativos", disse Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest. "Os estrangeiros nos últimos pregões têm reduzido suas posições na Bolsa brasileira, e eles têm um peso relevante sobre o Ibovespa." Para Cardoso, a baixa da Bolsa nesta quarta também é reflexo da posição defensiva dos investidores, natural de véspera de feriado. "Como não haverá pregão amanhã e o volume na sexta pode ser mais fraco, quem tem uma posição 'x' vai tentar revertê-la ou reduzi-la, para se precaver de possíveis movimentos bruscos na volta do feriado", disse. As ações preferenciais da Petrobras, que oscilaram entre perdas e ganhos ao longo do dia, fecharam em leve queda de 0,08%, para R$ 12,83 cada uma. Matéria do jornal "Valor Econômico" publicada nesta quarta informou que a estatal deve apresentar seu plano de negócios para o período entre 2015 e 2019 ao conselho de administração no dia 23 de junho. CÂMBIO No mercado de câmbio, o dólar caiu pelo terceiro dia nesta quarta-feira. Segundo operadores, o mercado ajustou suas posições também por causa do feriado de Corpus Christi, além de permanecer o otimismo em relação a um possível acordo entre o governo grego e outros países da União Europeia, além do FMI (Fundo Monetário Internacional), para tentar amenizar a crise na Grécia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,16% sobre o real, cotado em R$ 3,124 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,06%, para R$ 3,134. Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que continuará fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta quarta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 343,5 milhões.
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