title
stringlengths
3
146
text
stringlengths
1
52.9k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
53k
label
int64
0
43
Leitores defendem regulamentação do serviço do Uber
Em seu artigo "Conveniente, mas não oportuno", Adilson Amadeu representa uma minoria arcaica brasileira. O fato é que o Uber veio para ficar e traz inúmeras facilidades ao usuário. A reação dos taxistas, por outro lado, é compreensível. Todavia, a regulamentação é necessária para que não haja o crescimento desenfreado e sem regras do serviço. AMANDA DA SILVA (Curitiba, PR) * Os taxistas vivem no século passado. É ultrajante saber que ainda existem pessoas que são contra o progresso da tecnologia. Sendo assim, que tal proibirmos a Netflix, já que prejudica as emissoras de TV por assinatura? Ou, ainda, proibirmos o uso do WhatsApp, pois é desleal com as operadoras de telefonia? JÚLIA POLICENI COELHO, estudante (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitores defendem regulamentação do serviço do UberEm seu artigo "Conveniente, mas não oportuno", Adilson Amadeu representa uma minoria arcaica brasileira. O fato é que o Uber veio para ficar e traz inúmeras facilidades ao usuário. A reação dos taxistas, por outro lado, é compreensível. Todavia, a regulamentação é necessária para que não haja o crescimento desenfreado e sem regras do serviço. AMANDA DA SILVA (Curitiba, PR) * Os taxistas vivem no século passado. É ultrajante saber que ainda existem pessoas que são contra o progresso da tecnologia. Sendo assim, que tal proibirmos a Netflix, já que prejudica as emissoras de TV por assinatura? Ou, ainda, proibirmos o uso do WhatsApp, pois é desleal com as operadoras de telefonia? JÚLIA POLICENI COELHO, estudante (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
Estudo traça correspondência entre 3 padrões de 'selfies' e atitudes dos sexos
Outro dia, chegava em casa e parei o carro antes de entrar na garagem. Uma moça de 20 anos, talvez mais, talvez menos, tirava "selfies" nas escadas do prédio. Em todos os ângulos, em todas as posições. Com sorriso, sem sorriso, boca aberta, boca fechada. Contemplei. Não pelos motivos lascivos que ocupam a cabeça do leitor impuro. Razões sociológicas –juro, juro. O cenário era anônimo. Não havia ali nenhuma paisagem, nenhum monumento. Nenhuma ocasião festiva a merecer consagração póstuma. A moça, na sua solidão e em plena via pública, posava para ela própria. Foi então que os nossos olhares se cruzaram. Bem sei que o leitor impuro é incapaz de ler essa frase na maior inocência. Mas houve inocência –juro, juro: depois de me ver, ela continuou com as suas poses. Não por provocação ou divertimento. Para ela, tirar "selfies" era tão natural como caminhar ou olhar uma vitrine. Para ela, eu nem sequer estava ali. Como explicar, digamos, a psicologia do momento? Nem de propósito. Dias depois, em artigo intitulado "The Psychology of Selfies", o psicólogo David Ludden partilhava na revista "Psychology Today" um estudo sobre o tema. Conta ele que cientistas da Universidade da Flórida conseguiram encontrar três padrões de "selfies": "selfies" frontais, "selfies" de baixo para cima e "selfies" de cima para baixo. Sim, há universidades que financiam isso. Mas esse não é o ponto –um pouco de paciência, por favor. O ponto é que os três "paradigmas" (peço desculpa pela palavra) parecem corresponder a atitudes uniformes dos sexos. Quando um homem tira uma "selfie" de baixo para cima, ele se coloca numa posição dominante –e os destinatários são sempre masculinos. Quando um homem tira uma "selfie" frontal, ele mostra empatia, apoio, solidariedade –e os destinatários são sempre femininos. Pelo visto, os homens não tiram "selfies" de cima para baixo. E entre as senhoras? Afirmativo. Quando a "selfie" é tirada de cima para baixo, ela se coloca numa posição submissa –para os homens. Quando a "selfie" é frontal, é para partilhar com as amigas. Inversamente aos homens, as mulheres não tiram "selfies" de baixo para cima. Teoricamente, nada disto provoca espanto. Qualquer cinéfilo seria capaz de antecipar a teoria. Basta olhar para o cinema "clássico" e recordar a sua sucessão de "plongées" e "contre-plongées", ou seja, planos de cima e planos de baixo. Os primeiros colocam o personagem em situação de inferioridade, submetido aos caprichos da narrativa. Os segundos invertem esse sentido, consagrando a majestade do herói. Acontece que o estudo não é meramente teórico. Os pesquisadores testaram a hipótese: separadamente, convidaram homens e mulheres para umas sessões de "selfies". Quando os homens eram informados que o público seria feminino, os retratos eram frontais. Quando as mulheres eram informadas que o público seria masculino, era de cima para baixo. O resto também conferia: "selfies" masculinas de baixo para cima, só quando havia outros machos. "Selfies" femininas frontais, só para as amigas. Uma leitura apressada diria que biologia é destino: inconscientemente, habita ainda em nós o velho macaco, e a velha macaca, com suas manhas de sobrevivência e reprodução. O título da seção do prof. David Ludden ("Talking Apes", macacos falantes) parece apontar nesse sentido. Aconselho prudência nas conclusões, até para não provocar achaques em feministas fanáticas. O estudo, como é óbvio, tem uma falha: ninguém perguntou às moças que tipo de "selfie" elas tirariam se o destinatário fosse um homem de meia-idade que as observa do interior de um carro. Suspeito que a máxima "as mulheres não tiram 'selfies' de baixo para cima" deixaria de ter validade universal.
colunas
Estudo traça correspondência entre 3 padrões de 'selfies' e atitudes dos sexosOutro dia, chegava em casa e parei o carro antes de entrar na garagem. Uma moça de 20 anos, talvez mais, talvez menos, tirava "selfies" nas escadas do prédio. Em todos os ângulos, em todas as posições. Com sorriso, sem sorriso, boca aberta, boca fechada. Contemplei. Não pelos motivos lascivos que ocupam a cabeça do leitor impuro. Razões sociológicas –juro, juro. O cenário era anônimo. Não havia ali nenhuma paisagem, nenhum monumento. Nenhuma ocasião festiva a merecer consagração póstuma. A moça, na sua solidão e em plena via pública, posava para ela própria. Foi então que os nossos olhares se cruzaram. Bem sei que o leitor impuro é incapaz de ler essa frase na maior inocência. Mas houve inocência –juro, juro: depois de me ver, ela continuou com as suas poses. Não por provocação ou divertimento. Para ela, tirar "selfies" era tão natural como caminhar ou olhar uma vitrine. Para ela, eu nem sequer estava ali. Como explicar, digamos, a psicologia do momento? Nem de propósito. Dias depois, em artigo intitulado "The Psychology of Selfies", o psicólogo David Ludden partilhava na revista "Psychology Today" um estudo sobre o tema. Conta ele que cientistas da Universidade da Flórida conseguiram encontrar três padrões de "selfies": "selfies" frontais, "selfies" de baixo para cima e "selfies" de cima para baixo. Sim, há universidades que financiam isso. Mas esse não é o ponto –um pouco de paciência, por favor. O ponto é que os três "paradigmas" (peço desculpa pela palavra) parecem corresponder a atitudes uniformes dos sexos. Quando um homem tira uma "selfie" de baixo para cima, ele se coloca numa posição dominante –e os destinatários são sempre masculinos. Quando um homem tira uma "selfie" frontal, ele mostra empatia, apoio, solidariedade –e os destinatários são sempre femininos. Pelo visto, os homens não tiram "selfies" de cima para baixo. E entre as senhoras? Afirmativo. Quando a "selfie" é tirada de cima para baixo, ela se coloca numa posição submissa –para os homens. Quando a "selfie" é frontal, é para partilhar com as amigas. Inversamente aos homens, as mulheres não tiram "selfies" de baixo para cima. Teoricamente, nada disto provoca espanto. Qualquer cinéfilo seria capaz de antecipar a teoria. Basta olhar para o cinema "clássico" e recordar a sua sucessão de "plongées" e "contre-plongées", ou seja, planos de cima e planos de baixo. Os primeiros colocam o personagem em situação de inferioridade, submetido aos caprichos da narrativa. Os segundos invertem esse sentido, consagrando a majestade do herói. Acontece que o estudo não é meramente teórico. Os pesquisadores testaram a hipótese: separadamente, convidaram homens e mulheres para umas sessões de "selfies". Quando os homens eram informados que o público seria feminino, os retratos eram frontais. Quando as mulheres eram informadas que o público seria masculino, era de cima para baixo. O resto também conferia: "selfies" masculinas de baixo para cima, só quando havia outros machos. "Selfies" femininas frontais, só para as amigas. Uma leitura apressada diria que biologia é destino: inconscientemente, habita ainda em nós o velho macaco, e a velha macaca, com suas manhas de sobrevivência e reprodução. O título da seção do prof. David Ludden ("Talking Apes", macacos falantes) parece apontar nesse sentido. Aconselho prudência nas conclusões, até para não provocar achaques em feministas fanáticas. O estudo, como é óbvio, tem uma falha: ninguém perguntou às moças que tipo de "selfie" elas tirariam se o destinatário fosse um homem de meia-idade que as observa do interior de um carro. Suspeito que a máxima "as mulheres não tiram 'selfies' de baixo para cima" deixaria de ter validade universal.
1
Recuperar, desarmar
O impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que paralisava o país havia meses. Todo o processo vem ocorrendo de forma constitucional, sob supervisão de uma suprema corte insuspeita e assegurando-se amplo direito de defesa à presidente afastada. A noção de que estaria em curso um golpe de Estado só não é estapafúrdia porque se filia mais à propaganda do que à análise política. Serve à surrada versão (Fernando Collor já a adotava em sua época) de que o PT é vítima de alguma conspiração de elites, e não de seus clamorosos erros e delitos. Ainda assim, não foi o desenlace ideal. Embora as fraudes orçamentárias que Dilma Rousseff praticou em escala inaudita sejam motivo previsto na Constituição e na lei para impedimento, trata-se de tecnicalidade que a maioria das pessoas ignora. O impeachment é um juízo jurídico-político; foi este último aspecto que prevaleceu. Pelo descalabro econômico, pela profusão de escândalos comandados pelo PT, sobretudo pela perda de toda capacidade governativa, o afastamento de Dilma Rousseff surgia como pré-requisito de uma recuperação urgente. Deixa um rastro, porém, de inconformismo numa minoria expressiva (cerca de 25% da população) que o considera ilegítimo. E propiciou a ascensão de um presidente experimentado, mas sem respaldo popular, que executará um programa em muitos aspectos oposto ao conto de fadas que o eleitorado sufragou em 2014. Por esses motivos, esta Folha teria preferido que a conjuntura dramática forçasse a chapa então eleita a renunciar —ou o Tribunal Superior Eleitoral a invalidar sua eleição, caso se comprovem os indícios de financiamento delituoso da campanha. A crise que atravessamos é profunda o bastante para tornar desejável um retorno à fonte de onde deriva o poder da autoridade política, por meio de consulta à totalidade dos cidadãos. Pela Constituição, no entanto, Michel Temer é o presidente interino e deve ser respeitado como tal. Seu governo decepciona pela composição em tantos casos medíocre, mas abriga uma equipe econômica competente que anuncia diretrizes corretas e inadiáveis. Há algo de pendular nessas mudanças; o governo Temer deveria evitar que a lógica da polaridade o levasse a um rumo demasiado conservador, que o distancie do centro político, preferência constante da maioria do eleitorado. Seu objetivo maior, além de recuperar a economia, deveria ser desarmar espíritos na sociedade. [email protected]
opiniao
Recuperar, desarmarO impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que paralisava o país havia meses. Todo o processo vem ocorrendo de forma constitucional, sob supervisão de uma suprema corte insuspeita e assegurando-se amplo direito de defesa à presidente afastada. A noção de que estaria em curso um golpe de Estado só não é estapafúrdia porque se filia mais à propaganda do que à análise política. Serve à surrada versão (Fernando Collor já a adotava em sua época) de que o PT é vítima de alguma conspiração de elites, e não de seus clamorosos erros e delitos. Ainda assim, não foi o desenlace ideal. Embora as fraudes orçamentárias que Dilma Rousseff praticou em escala inaudita sejam motivo previsto na Constituição e na lei para impedimento, trata-se de tecnicalidade que a maioria das pessoas ignora. O impeachment é um juízo jurídico-político; foi este último aspecto que prevaleceu. Pelo descalabro econômico, pela profusão de escândalos comandados pelo PT, sobretudo pela perda de toda capacidade governativa, o afastamento de Dilma Rousseff surgia como pré-requisito de uma recuperação urgente. Deixa um rastro, porém, de inconformismo numa minoria expressiva (cerca de 25% da população) que o considera ilegítimo. E propiciou a ascensão de um presidente experimentado, mas sem respaldo popular, que executará um programa em muitos aspectos oposto ao conto de fadas que o eleitorado sufragou em 2014. Por esses motivos, esta Folha teria preferido que a conjuntura dramática forçasse a chapa então eleita a renunciar —ou o Tribunal Superior Eleitoral a invalidar sua eleição, caso se comprovem os indícios de financiamento delituoso da campanha. A crise que atravessamos é profunda o bastante para tornar desejável um retorno à fonte de onde deriva o poder da autoridade política, por meio de consulta à totalidade dos cidadãos. Pela Constituição, no entanto, Michel Temer é o presidente interino e deve ser respeitado como tal. Seu governo decepciona pela composição em tantos casos medíocre, mas abriga uma equipe econômica competente que anuncia diretrizes corretas e inadiáveis. Há algo de pendular nessas mudanças; o governo Temer deveria evitar que a lógica da polaridade o levasse a um rumo demasiado conservador, que o distancie do centro político, preferência constante da maioria do eleitorado. Seu objetivo maior, além de recuperar a economia, deveria ser desarmar espíritos na sociedade. [email protected]
7
Leitoras divergem sobre a diminuição de velocidade nas marginais
Eu me chamo Maria Eduarda, tenho 13 anos e sou estudante. Li a matéria sobre a redução de velocidades nas marginais ("Acidente cresce menos onde limite de velocidade foi reduzido em São Paulo) e gostaria de dar minha opinião. Eu discordo da redução do limite de velocidade nas marginais. Não porque eu não acredite que isso realmente possa diminuir os acidentes, mas por causa dos outros efeitos "colaterais" dessa redução. O primeiro a ser citado é a caça aos radares, citada no próprio texto. Por experiência própria, eu sei o que é "andar por aí caçando radares" e é perceptível, até mesmo para uma jovem como eu, que isso não é seguro. Em segundo lugar vem o perigo de arrastões nas marginais. 50km/h é uma velocidade bem baixa, essa velocidade pode levar a congestionamentos que aumentam as chances de assaltos, pois torna o roubo mais fácil. Além disso, eu só gostaria de questionar por que são citados na notícia os dados sobre atropelamento nas marginais. Posso estar errada, mas, ao meu ver, a marginal simplesmente não é lugar para pedestres. Não há sentido nenhum em atravessar a marginal: não há faróis nem faixas de pedestre e, principalmente, nada para fazer do outro lado (lado do rio). Também tem que ser considerado que existiriam outros meios de reduzir os acidentes nas marginais. Mais iluminação, fiscalizar com mais rigor o comércio ambulante nas marginais e também as motos (pois a maior parte dos acidentes envolvem motos), tirar os moradores de rua que moram de baixo de viadutos, enfim, há outras medidas que poderiam ser tomadas no lugar de simplesmente reduzir a velocidade máxima permitida. Apesar de tudo, tem dias, no tráfego intenso lá pelas 18h, em que eu realmente queria muito, muito, mas muito mesmo conseguir andar a 50 km/h nas marginais. MARIA EDUARDA TICIANELLI LOPES (São Paulo, SP) * * Sobre as notícias e reportagens da redução da velocidade nas avenidas de São Paulo, na minha opinião, é um caso a se analisar. Muitas pessoas acabam reclamando que a diminuição está causando um aumento na lentidão de muitas avenidas. Mas a medida acabou sendo tomada para diminuir o número de acidentes na capital. O que eu acho que as pessoas acabam esquecendo é que a lentidão no trânsito, que ocorria antes da diminuição, é causada principalmente pelos diversos acidentes que ocorrem praticamente todos os dias. E além do mais, a diferença de certas avenidas com as marginais (segundo dados da CET) acaba sendo apenas de 4 minutos, para percorrer toda via, sem trânsito. Em parte, eu concordo com as medidas tomadas. Outra coisa, para os pedestres ou para os ciclistas, atropelados, a diferença de velocidade acaba significando drasticamente, entre a vida e a morte, ou até mesmo sérias sequelas para o resto da vida. Pesquisas realizadas pela CET mostram que a diferença, por exemplo entre 80 km/h e 70 km/h acaba sendo de até 30 metros necessários em uma parada brusca. Mas, em certos casos, eu acabo discordando com as medidas tomadas pela Prefeitura de São Paulo. A diminuição em da velocidade em certos locais, onde não se á passagem de pedestres, acaba sendo totalmente desnecessária, argumentar com a diminuição de atropelamentos. Além do mais, muitas motos acabam não obedecendo os radares. Além disso, há diversos aplicativos que avisam aos motoristas onde se encontram os radares. A prefeitura deveria rever os locais em que estabeleceu as novas velocidades, como exemplo, avenidas sem a passagem de pedestres. ANNA TOGGWEILER (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitoras divergem sobre a diminuição de velocidade nas marginaisEu me chamo Maria Eduarda, tenho 13 anos e sou estudante. Li a matéria sobre a redução de velocidades nas marginais ("Acidente cresce menos onde limite de velocidade foi reduzido em São Paulo) e gostaria de dar minha opinião. Eu discordo da redução do limite de velocidade nas marginais. Não porque eu não acredite que isso realmente possa diminuir os acidentes, mas por causa dos outros efeitos "colaterais" dessa redução. O primeiro a ser citado é a caça aos radares, citada no próprio texto. Por experiência própria, eu sei o que é "andar por aí caçando radares" e é perceptível, até mesmo para uma jovem como eu, que isso não é seguro. Em segundo lugar vem o perigo de arrastões nas marginais. 50km/h é uma velocidade bem baixa, essa velocidade pode levar a congestionamentos que aumentam as chances de assaltos, pois torna o roubo mais fácil. Além disso, eu só gostaria de questionar por que são citados na notícia os dados sobre atropelamento nas marginais. Posso estar errada, mas, ao meu ver, a marginal simplesmente não é lugar para pedestres. Não há sentido nenhum em atravessar a marginal: não há faróis nem faixas de pedestre e, principalmente, nada para fazer do outro lado (lado do rio). Também tem que ser considerado que existiriam outros meios de reduzir os acidentes nas marginais. Mais iluminação, fiscalizar com mais rigor o comércio ambulante nas marginais e também as motos (pois a maior parte dos acidentes envolvem motos), tirar os moradores de rua que moram de baixo de viadutos, enfim, há outras medidas que poderiam ser tomadas no lugar de simplesmente reduzir a velocidade máxima permitida. Apesar de tudo, tem dias, no tráfego intenso lá pelas 18h, em que eu realmente queria muito, muito, mas muito mesmo conseguir andar a 50 km/h nas marginais. MARIA EDUARDA TICIANELLI LOPES (São Paulo, SP) * * Sobre as notícias e reportagens da redução da velocidade nas avenidas de São Paulo, na minha opinião, é um caso a se analisar. Muitas pessoas acabam reclamando que a diminuição está causando um aumento na lentidão de muitas avenidas. Mas a medida acabou sendo tomada para diminuir o número de acidentes na capital. O que eu acho que as pessoas acabam esquecendo é que a lentidão no trânsito, que ocorria antes da diminuição, é causada principalmente pelos diversos acidentes que ocorrem praticamente todos os dias. E além do mais, a diferença de certas avenidas com as marginais (segundo dados da CET) acaba sendo apenas de 4 minutos, para percorrer toda via, sem trânsito. Em parte, eu concordo com as medidas tomadas. Outra coisa, para os pedestres ou para os ciclistas, atropelados, a diferença de velocidade acaba significando drasticamente, entre a vida e a morte, ou até mesmo sérias sequelas para o resto da vida. Pesquisas realizadas pela CET mostram que a diferença, por exemplo entre 80 km/h e 70 km/h acaba sendo de até 30 metros necessários em uma parada brusca. Mas, em certos casos, eu acabo discordando com as medidas tomadas pela Prefeitura de São Paulo. A diminuição em da velocidade em certos locais, onde não se á passagem de pedestres, acaba sendo totalmente desnecessária, argumentar com a diminuição de atropelamentos. Além do mais, muitas motos acabam não obedecendo os radares. Além disso, há diversos aplicativos que avisam aos motoristas onde se encontram os radares. A prefeitura deveria rever os locais em que estabeleceu as novas velocidades, como exemplo, avenidas sem a passagem de pedestres. ANNA TOGGWEILER (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
Metrô de SP inaugura três estações na linha 5-lilás na próxima quarta-feira
A linha 5-lilás do metrô de São Paulo vai ganhar mais três estações na próxima semana. As paradas Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin começarão a funcionar na quarta (6), beneficiando em torno de 60 mil pessoas por dia, segundo estimativa do Metrô. Esse é o primeiro pacote de expansão previsto para acontecer neste ano na linha que atende a zona sul da capital paulista. Essas três estações estavam previstas para o mês de agosto, enquanto outras seis deverão começar a operar até o final do ano. Apenas uma estação ficará para 2018. A estação Alto da Boa Vista poderá ser acessada pela av. Santo Amaro, 5.869; a Borba Gato pela Santo Amaro, 6.960; e a Brooklin pela Santo Amaro, altura da Roque Petroni Jr. Elas vão funcionar com horário reduzido e com embarque gratuito, mas os período de funcionamento ainda não foram informados pelo Metrô. Quando a linha 5 estiver completa fará baldeação com as linhas 1-azul e 2-verde. A estimativa do Metrô é que ela faça o transporte de 800 mil pessoas por dia. De 2014 a 2016, a expansão da linha 5 foi a obra metroviária que recebeu os maiores investimentos do Estado, segundo dados de execução orçamentária. Foram quase R$ 4,4 bilhões destinados a esse projeto, valor muito superior ao R$ 1,7 bilhão gasto com o monotrilho da linha 15-prata no mesmo período. O governo promete outras ampliações nos próximos meses, nas linhas 4-amarela, 15-prata e 17-ouro. Como a Folha já mostrou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) promete entregar mais quilômetros de metrô entre 2017 e 2018 do que a expansão dos últimos 12 anos.
cotidiano
Metrô de SP inaugura três estações na linha 5-lilás na próxima quarta-feiraA linha 5-lilás do metrô de São Paulo vai ganhar mais três estações na próxima semana. As paradas Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin começarão a funcionar na quarta (6), beneficiando em torno de 60 mil pessoas por dia, segundo estimativa do Metrô. Esse é o primeiro pacote de expansão previsto para acontecer neste ano na linha que atende a zona sul da capital paulista. Essas três estações estavam previstas para o mês de agosto, enquanto outras seis deverão começar a operar até o final do ano. Apenas uma estação ficará para 2018. A estação Alto da Boa Vista poderá ser acessada pela av. Santo Amaro, 5.869; a Borba Gato pela Santo Amaro, 6.960; e a Brooklin pela Santo Amaro, altura da Roque Petroni Jr. Elas vão funcionar com horário reduzido e com embarque gratuito, mas os período de funcionamento ainda não foram informados pelo Metrô. Quando a linha 5 estiver completa fará baldeação com as linhas 1-azul e 2-verde. A estimativa do Metrô é que ela faça o transporte de 800 mil pessoas por dia. De 2014 a 2016, a expansão da linha 5 foi a obra metroviária que recebeu os maiores investimentos do Estado, segundo dados de execução orçamentária. Foram quase R$ 4,4 bilhões destinados a esse projeto, valor muito superior ao R$ 1,7 bilhão gasto com o monotrilho da linha 15-prata no mesmo período. O governo promete outras ampliações nos próximos meses, nas linhas 4-amarela, 15-prata e 17-ouro. Como a Folha já mostrou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) promete entregar mais quilômetros de metrô entre 2017 e 2018 do que a expansão dos últimos 12 anos.
5
Cinco pessoas morrem por dia após consumo de cocaína em São Paulo
Ao menos 1.685 pessoas morreram no Estado de São Paulo em 2013 após terem consumido cocaína –média de cinco mortes por dia. A lista inclui casos de forte indicativo de overdose e situações em que a droga foi um "fator contribuinte". Nesta última categoria está, por exemplo, a pessoa que usou a cocaína e bateu a cabeça numa sarjeta. Morreu sob o efeito do entorpecente, mas não de overdose. Os números constam de um trabalho acadêmico da biomédica Alessandra Lapenta Gomes, com base em dados do Núcleo de Toxicologia do IML de São Paulo. Segundo o perito criminal Julio Ponce, especialista em toxicologia e orientador do estudo, o resultado traz um número ainda subestimado. Um dos motivos é que os exames para detecção da droga são feitos, na maioria das vezes, quando já existem indícios que liguem a morte ao seu consumo. Por exemplo, quando a vítima tem resquícios de pó branco nas narinas ou quando há relatos de testemunhas. Para o psiquiatra e professor da Unifesp Ronaldo Laranjeira, a média de cinco mortes por dia após o consumo da substância é factível. "Especialmente se considerarmos o efeito da cocaína combinada com o álcool, que aumenta a chance de overdose", afirma o médico. 'GATORADE' O estudo se concentrou em exames que detectaram mais de 0,7 micrograma de cocaína por mililitro de sangue, pouco abaixo do valor de referência para casos clássicos de overdose (0,9). Registros menores, porém, não excluem a possibilidade de a overdose ter ocorrido (já que isso depende das condições em que o teste foi feito). Foram 88 casos selecionados pela linha de corte, 11 deles com concentração superior a cinco microgramas –mais de cinco vezes a quantidade considerada letal. Quatro dessas superdosagens foram encontradas nos corpos de presos do sistema penitenciário de São Paulo. A pesquisa aponta para a possibilidade de essas vítimas terem sido obrigadas por outros detentos a ingerir uma mistura de várias drogas conhecida como "gatorade", que inclui a cocaína. Assim, seriam casos de homicídio. Há também um caso de superdosagem de uma "mula", pessoa aliciada pelo tráfico para transportar cápsulas da droga no estômago –o material teria estourado. A maioria das mortes, porém, foi de pessoas que usaram a cocaína para recreação.
cotidiano
Cinco pessoas morrem por dia após consumo de cocaína em São PauloAo menos 1.685 pessoas morreram no Estado de São Paulo em 2013 após terem consumido cocaína –média de cinco mortes por dia. A lista inclui casos de forte indicativo de overdose e situações em que a droga foi um "fator contribuinte". Nesta última categoria está, por exemplo, a pessoa que usou a cocaína e bateu a cabeça numa sarjeta. Morreu sob o efeito do entorpecente, mas não de overdose. Os números constam de um trabalho acadêmico da biomédica Alessandra Lapenta Gomes, com base em dados do Núcleo de Toxicologia do IML de São Paulo. Segundo o perito criminal Julio Ponce, especialista em toxicologia e orientador do estudo, o resultado traz um número ainda subestimado. Um dos motivos é que os exames para detecção da droga são feitos, na maioria das vezes, quando já existem indícios que liguem a morte ao seu consumo. Por exemplo, quando a vítima tem resquícios de pó branco nas narinas ou quando há relatos de testemunhas. Para o psiquiatra e professor da Unifesp Ronaldo Laranjeira, a média de cinco mortes por dia após o consumo da substância é factível. "Especialmente se considerarmos o efeito da cocaína combinada com o álcool, que aumenta a chance de overdose", afirma o médico. 'GATORADE' O estudo se concentrou em exames que detectaram mais de 0,7 micrograma de cocaína por mililitro de sangue, pouco abaixo do valor de referência para casos clássicos de overdose (0,9). Registros menores, porém, não excluem a possibilidade de a overdose ter ocorrido (já que isso depende das condições em que o teste foi feito). Foram 88 casos selecionados pela linha de corte, 11 deles com concentração superior a cinco microgramas –mais de cinco vezes a quantidade considerada letal. Quatro dessas superdosagens foram encontradas nos corpos de presos do sistema penitenciário de São Paulo. A pesquisa aponta para a possibilidade de essas vítimas terem sido obrigadas por outros detentos a ingerir uma mistura de várias drogas conhecida como "gatorade", que inclui a cocaína. Assim, seriam casos de homicídio. Há também um caso de superdosagem de uma "mula", pessoa aliciada pelo tráfico para transportar cápsulas da droga no estômago –o material teria estourado. A maioria das mortes, porém, foi de pessoas que usaram a cocaína para recreação.
5
Prefeitura de São Paulo deve restringir gratuidades nas tarifas de ônibus? Sim
GESTÃO RESPONSÁVEL SABE DIZER NÃO O sim firme com que respondo à pergunta feita por esta Folha baseia-se em duas duras realidades. A primeira: "gratuito" é apenas o nome bonito que se dá à despesa que alguém não paga porque alguém mais vai pagar. A segunda: qualquer gratuidade tem que estar inserida em uma política social sólida e responsável. Pode parecer cruel esse começo de texto, ainda mais exposto por alguém que, como eu, defendeu, defende e defenderá sempre o usuário do transporte público. Pois é justamente para defender esse paulistano que viaja horas por dia de casa para o trabalho e do trabalho para casa que faço esta colocação cabal: sem rever essas renúncias fiscais, será impossível manter o preço da passagem em R$ 3,80. O total de recursos colocados hoje no transporte de passageiros por ônibus na capital chega a R$ 7,5 bilhões por ano. Destes, R$ 5 bilhões são pagos pelos R$ 3,80 que o passageiro deixa ao passar na catraca, custo muitas vezes dividido com as empresas que oferecem aos funcionários vale-transporte ou similar. Outros R$ 2,5 bilhões são pagos pela prefeitura - mais precisamente, por todos os cidadãos de São Paulo. Os R$ 3,80 não são suficientes para cobrir a despesa total do sistema. Para que a passagem bancasse toda a operação, precisaria ser hoje de R$ 5,20. Com a elevação dos custos de operação de janeiro de 2016 para cá, essa diferença bancada pela prefeitura passará, numa visão otimista, para R$ 2,65 bilhões -dinheiro que simplesmente não existe. Como o município não fabrica moeda, as saídas seriam tirar recursos de outras áreas, como saúde, educação ou habitação, ou manter o valor do subsídio, aumentando o preço das passagens. Pelos cálculos dos consultores técnicos da Câmara Municipal, chegaria a algo como R$ 4,40. Um valor salgado para a maioria dos paulistanos. Mas e onde entram as gratuidades nessa discussão? Bem, apenas a bondade romântica de baixar de 65 para 60 anos a idade em que todo paulistano tem direito a ônibus de graça custa uma fortuna por ano. Somada às gratuidades concedidas a estudantes e ao incentivo aos bilhetes temporais, os benefícios chegam a quase R$ 900 milhões somente neste ano. A pergunta é: que sentido faz, num país em que a expectativa de vida subiu, entre 1980 e 2015, de 62,5 para 75 anos, passar a considerar cidadãos de 60 anos elegíveis para benefícios antes só dados a partir dos 65? É bom lembrar que a implantação do Passe do Idoso, iniciativa corajosa e inovadora do então prefeito Mário Covas, se deu no começo dos anos 1980, época em que, além da expectativa de vida bem mais baixa, a idade média de aposentadoria também era inferior. Em resumo: o homem de 65 anos, naquela época, podia ser chamado de idoso. Será que o homem de 60 de 2016 envelheceu a esse ponto? Já os estudantes merecem todos os benefícios que a sociedade possa dar, pois o país precisa de brasileiros cada vez mais qualificados. Mas aí vem a pergunta: é sobre o município, e apenas sobre ele, que deve cair a conta? Mais: será que a política de transporte para estudantes deve se restringir a dar passagem de graça, às custas do combalido erário municipal? Não será algo a ser pensado de maneira mais ampla e integrada? Tempos de crise são bons momentos para exercitar a racionalidade e a criatividade. Passou o tempo de inventar um benefício isolado sem saber seu impacto real, tanto para o beneficiado quanto para o cidadão comum, que é quem, de uma forma ou de outra, paga a conta.   JOSÉ POLICE NETO, vereador de São Paulo (PSD), é presidente da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Prefeitura de São Paulo deve restringir gratuidades nas tarifas de ônibus? SimGESTÃO RESPONSÁVEL SABE DIZER NÃO O sim firme com que respondo à pergunta feita por esta Folha baseia-se em duas duras realidades. A primeira: "gratuito" é apenas o nome bonito que se dá à despesa que alguém não paga porque alguém mais vai pagar. A segunda: qualquer gratuidade tem que estar inserida em uma política social sólida e responsável. Pode parecer cruel esse começo de texto, ainda mais exposto por alguém que, como eu, defendeu, defende e defenderá sempre o usuário do transporte público. Pois é justamente para defender esse paulistano que viaja horas por dia de casa para o trabalho e do trabalho para casa que faço esta colocação cabal: sem rever essas renúncias fiscais, será impossível manter o preço da passagem em R$ 3,80. O total de recursos colocados hoje no transporte de passageiros por ônibus na capital chega a R$ 7,5 bilhões por ano. Destes, R$ 5 bilhões são pagos pelos R$ 3,80 que o passageiro deixa ao passar na catraca, custo muitas vezes dividido com as empresas que oferecem aos funcionários vale-transporte ou similar. Outros R$ 2,5 bilhões são pagos pela prefeitura - mais precisamente, por todos os cidadãos de São Paulo. Os R$ 3,80 não são suficientes para cobrir a despesa total do sistema. Para que a passagem bancasse toda a operação, precisaria ser hoje de R$ 5,20. Com a elevação dos custos de operação de janeiro de 2016 para cá, essa diferença bancada pela prefeitura passará, numa visão otimista, para R$ 2,65 bilhões -dinheiro que simplesmente não existe. Como o município não fabrica moeda, as saídas seriam tirar recursos de outras áreas, como saúde, educação ou habitação, ou manter o valor do subsídio, aumentando o preço das passagens. Pelos cálculos dos consultores técnicos da Câmara Municipal, chegaria a algo como R$ 4,40. Um valor salgado para a maioria dos paulistanos. Mas e onde entram as gratuidades nessa discussão? Bem, apenas a bondade romântica de baixar de 65 para 60 anos a idade em que todo paulistano tem direito a ônibus de graça custa uma fortuna por ano. Somada às gratuidades concedidas a estudantes e ao incentivo aos bilhetes temporais, os benefícios chegam a quase R$ 900 milhões somente neste ano. A pergunta é: que sentido faz, num país em que a expectativa de vida subiu, entre 1980 e 2015, de 62,5 para 75 anos, passar a considerar cidadãos de 60 anos elegíveis para benefícios antes só dados a partir dos 65? É bom lembrar que a implantação do Passe do Idoso, iniciativa corajosa e inovadora do então prefeito Mário Covas, se deu no começo dos anos 1980, época em que, além da expectativa de vida bem mais baixa, a idade média de aposentadoria também era inferior. Em resumo: o homem de 65 anos, naquela época, podia ser chamado de idoso. Será que o homem de 60 de 2016 envelheceu a esse ponto? Já os estudantes merecem todos os benefícios que a sociedade possa dar, pois o país precisa de brasileiros cada vez mais qualificados. Mas aí vem a pergunta: é sobre o município, e apenas sobre ele, que deve cair a conta? Mais: será que a política de transporte para estudantes deve se restringir a dar passagem de graça, às custas do combalido erário municipal? Não será algo a ser pensado de maneira mais ampla e integrada? Tempos de crise são bons momentos para exercitar a racionalidade e a criatividade. Passou o tempo de inventar um benefício isolado sem saber seu impacto real, tanto para o beneficiado quanto para o cidadão comum, que é quem, de uma forma ou de outra, paga a conta.   JOSÉ POLICE NETO, vereador de São Paulo (PSD), é presidente da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
7
Erramos: Professora vítima de agressão em MG é transferida; futuro de aluno é incerto
Diferentemente do informado na reportagem "Professora vítima de agressão em MG é transferida; futuro de aluno é incerto" (28/05/2015 - 18h07), o município de Araçuaí (MG) tem cerca de 37 mil habitantes, não 2 mil. O texto foi corrigido.
bbc
Erramos: Professora vítima de agressão em MG é transferida; futuro de aluno é incertoDiferentemente do informado na reportagem "Professora vítima de agressão em MG é transferida; futuro de aluno é incerto" (28/05/2015 - 18h07), o município de Araçuaí (MG) tem cerca de 37 mil habitantes, não 2 mil. O texto foi corrigido.
18
Governo vai encampar propostas do PMDB do Senado para superar crise
A agenda "estruturante" apresentada nesta segunda-feira (10) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi classificada pelo governo como a grande oportunidade de se adotar uma "pauta do Brasil" para enfrentar e superar a atual crise econômica. O documento intitulado de "agenda Brasil", entregue ao Palácio do Planalto, traz desde reformas econômicas a medidas polêmicas como a possibilidade de cobrança do SUS por faixa de renda, a adoção de uma idade mínima na aposentadoria e a criação de um "fast track" (via rápida) para licenciamento ambiental de grandes obras. "Esta pauta sugerida pelo senador Renan Calheiros é a pauta do Brasil, indispensável para enfrentarmos a nova realidade econômica e superarmos a atual crise", afirmou à Folha o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na avaliação da equipe econômica, o fato de a pauta ser proposta pelo PMDB do Senado, neste momento, cria a "grande oportunidade" de ela avançar e fazer o país retomar a trajetória de crescimento. AS IDEIAS O texto contém 28 medidas e ações como "contribuição do Congresso" para a retomada do crescimento econômico. Além de agendas polêmicas, inclui medidas ao gosto do PT, como regular um imposto sobre heranças e fazer um planejamento de reajustes para servidores dos três poderes. A proposta é dividida em três áreas. São nove medidas para "melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura", como avanço da segurança jurídica de contratos no país e aperfeiçoamento do marco regulatório das concessões. Outras 14 no campo do "equilíbrio fiscal", como a reforma do ICMS, do PIS/Cofins e repatriação de dinheiro de brasileiros no exterior. Por último, a agenda do Senado elenca cinco medidas de "proteção social", como condicionar as alterações na legislação de desoneração da folha de pagamento e o acesso a crédito subvencionado a metas de geração e preservação de emprego. Além de aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo de financiamento da saúde pública. Segundo Levy, o governo avalia como positivo o Senado ter assumido o "protagonismo" de apresentar uma pauta que, na sua avaliação, é "comum" ao Brasil. Na próxima quarta-feira (12), o ministro da Fazenda vai se reunir novamente com o presidente do Senado para dar uma resposta à pauta sugerida por ele. "Estamos de acordo com todos os pontos da agenda do senador, vamos já apresentar alguns projetos prontos e detalhar outros sugeridos por ele", afirmou. Joaquim Levy afirmou que a "pauta estruturante" é "indispensável" como segundo passo do ajuste fiscal. "E vai, inclusive, viabilizar o reequilíbrio das contas públicas, ao criar ambiente no país para retomada dos investimentos e a volta do crescimento." Assessores presidenciais avaliam que a agenda de Renan atinge dois objetivos: viabilizar a discussão e implementação de uma pauta volta para o crescimento do país e, ao reforçar o papel formulador do Senado, busca reduzir o ambiente de crise política na base aliada. Um assessor lembrou que o governo, ao assumir a "agenda do Renan", abrirá caminho para, enfim, começar um processo de paz com o presidente do Senado e integrá-lo às decisões do Palácio do Planalto. Outro destacou ainda que, hoje, as chances de uma pauta desta magnitude sair vitoriosa se fosse sugerida pelo governo era perto de zero. Já vinda do Senado as chances aumentam e muito, segundo ele, e deve contar com o apoio em peso do empresariado. Ele lembrou, por exemplo, como importante Renan Calheiros ter incluído na pauta uma proposta de emenda constitucional sugerindo a adoção de uma idade mínima para aposentadoria. Em uma segunda etapa, disse o assessor palaciano, virá a redução de ministérios defendida por Renan Calheiros e mudanças no sistema de cargos comissionados.
poder
Governo vai encampar propostas do PMDB do Senado para superar criseA agenda "estruturante" apresentada nesta segunda-feira (10) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi classificada pelo governo como a grande oportunidade de se adotar uma "pauta do Brasil" para enfrentar e superar a atual crise econômica. O documento intitulado de "agenda Brasil", entregue ao Palácio do Planalto, traz desde reformas econômicas a medidas polêmicas como a possibilidade de cobrança do SUS por faixa de renda, a adoção de uma idade mínima na aposentadoria e a criação de um "fast track" (via rápida) para licenciamento ambiental de grandes obras. "Esta pauta sugerida pelo senador Renan Calheiros é a pauta do Brasil, indispensável para enfrentarmos a nova realidade econômica e superarmos a atual crise", afirmou à Folha o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na avaliação da equipe econômica, o fato de a pauta ser proposta pelo PMDB do Senado, neste momento, cria a "grande oportunidade" de ela avançar e fazer o país retomar a trajetória de crescimento. AS IDEIAS O texto contém 28 medidas e ações como "contribuição do Congresso" para a retomada do crescimento econômico. Além de agendas polêmicas, inclui medidas ao gosto do PT, como regular um imposto sobre heranças e fazer um planejamento de reajustes para servidores dos três poderes. A proposta é dividida em três áreas. São nove medidas para "melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura", como avanço da segurança jurídica de contratos no país e aperfeiçoamento do marco regulatório das concessões. Outras 14 no campo do "equilíbrio fiscal", como a reforma do ICMS, do PIS/Cofins e repatriação de dinheiro de brasileiros no exterior. Por último, a agenda do Senado elenca cinco medidas de "proteção social", como condicionar as alterações na legislação de desoneração da folha de pagamento e o acesso a crédito subvencionado a metas de geração e preservação de emprego. Além de aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo de financiamento da saúde pública. Segundo Levy, o governo avalia como positivo o Senado ter assumido o "protagonismo" de apresentar uma pauta que, na sua avaliação, é "comum" ao Brasil. Na próxima quarta-feira (12), o ministro da Fazenda vai se reunir novamente com o presidente do Senado para dar uma resposta à pauta sugerida por ele. "Estamos de acordo com todos os pontos da agenda do senador, vamos já apresentar alguns projetos prontos e detalhar outros sugeridos por ele", afirmou. Joaquim Levy afirmou que a "pauta estruturante" é "indispensável" como segundo passo do ajuste fiscal. "E vai, inclusive, viabilizar o reequilíbrio das contas públicas, ao criar ambiente no país para retomada dos investimentos e a volta do crescimento." Assessores presidenciais avaliam que a agenda de Renan atinge dois objetivos: viabilizar a discussão e implementação de uma pauta volta para o crescimento do país e, ao reforçar o papel formulador do Senado, busca reduzir o ambiente de crise política na base aliada. Um assessor lembrou que o governo, ao assumir a "agenda do Renan", abrirá caminho para, enfim, começar um processo de paz com o presidente do Senado e integrá-lo às decisões do Palácio do Planalto. Outro destacou ainda que, hoje, as chances de uma pauta desta magnitude sair vitoriosa se fosse sugerida pelo governo era perto de zero. Já vinda do Senado as chances aumentam e muito, segundo ele, e deve contar com o apoio em peso do empresariado. Ele lembrou, por exemplo, como importante Renan Calheiros ter incluído na pauta uma proposta de emenda constitucional sugerindo a adoção de uma idade mínima para aposentadoria. Em uma segunda etapa, disse o assessor palaciano, virá a redução de ministérios defendida por Renan Calheiros e mudanças no sistema de cargos comissionados.
0
Domingo tem interdição da ponte Estaiada e lentidão nos trens
A ponte Estaiada será interditada entre as avenidas Magalhães de Castro e Jornalista Roberto Marinho (sentido Jabaquara) das 23h deste domingo (8) às 3h de segunda (9) para a realização de uma filmagem. O viaduto José Bonifácio Coutinho Nogueira, entre a marginal Pinheiros (sentido Castelo Branco) e a avenida Jornalista Roberto Marinho, também ficará bloqueado. Usuários da linha 9-Esmeralda (Osasco - Grajaú) ficarão mais tempo esperando o trem neste domingo (8). Devido a obras de modernização no sistema da rede, o intervalo médio dos trens em toda a linha será entorno de 20 minutos das 4h às 19h. A linha 11-Coral (Guaianases - Estudantes) também terá intervalo médio de 20 minutos. * TEMPO Deve chover durante a tarde deste domingo (8), à noite o tempo fica aberto. Segundo o Climatempo, a máxima será de 26ºC e a mínima de 16ºC. * AGENDA CULTURAL Show | O cantor sueco José González faz show da turnê de seu disco mais recente, "Vestiges & Claws" Audio Club SP - av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. 19h. 120 min. 18 anos. Ingr.: R$ 120 (1º lote). Ingr. p/ 2027-0777 ou ticket360.com.br. Criança | Na peça infantil "Chiquita Bacana no Reino das Bananas", é o público quem escolhe os papéis que os atores vão interpretar por meio de um sorteio Galpão do Folias - r. Ana Cintra, 213, Santa Cecília, tel. 3361-2223. 80 lugares. Sáb. e dom.: 11h. Até 12/6. Ingr.: R$ 20.
saopaulo
Domingo tem interdição da ponte Estaiada e lentidão nos trensA ponte Estaiada será interditada entre as avenidas Magalhães de Castro e Jornalista Roberto Marinho (sentido Jabaquara) das 23h deste domingo (8) às 3h de segunda (9) para a realização de uma filmagem. O viaduto José Bonifácio Coutinho Nogueira, entre a marginal Pinheiros (sentido Castelo Branco) e a avenida Jornalista Roberto Marinho, também ficará bloqueado. Usuários da linha 9-Esmeralda (Osasco - Grajaú) ficarão mais tempo esperando o trem neste domingo (8). Devido a obras de modernização no sistema da rede, o intervalo médio dos trens em toda a linha será entorno de 20 minutos das 4h às 19h. A linha 11-Coral (Guaianases - Estudantes) também terá intervalo médio de 20 minutos. * TEMPO Deve chover durante a tarde deste domingo (8), à noite o tempo fica aberto. Segundo o Climatempo, a máxima será de 26ºC e a mínima de 16ºC. * AGENDA CULTURAL Show | O cantor sueco José González faz show da turnê de seu disco mais recente, "Vestiges & Claws" Audio Club SP - av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. 19h. 120 min. 18 anos. Ingr.: R$ 120 (1º lote). Ingr. p/ 2027-0777 ou ticket360.com.br. Criança | Na peça infantil "Chiquita Bacana no Reino das Bananas", é o público quem escolhe os papéis que os atores vão interpretar por meio de um sorteio Galpão do Folias - r. Ana Cintra, 213, Santa Cecília, tel. 3361-2223. 80 lugares. Sáb. e dom.: 11h. Até 12/6. Ingr.: R$ 20.
9
As figuras de Flávio Cerqueira e outras cinco indicações culturais
EXPOSIÇÃO | FLÁVIO CERQUEIRA O artista paulistano (1983) cujo trabalho gira em torno de figuras humanas esculpidas em bronze mostra seis novas obras. Em "Se Precisar, Conto Outra Vez" ele questiona nas imagens como as ideias europeias influenciam o olhar brasileiro sobre si. Casa Triângulo | tel. (11) 3167-5621 | de ter. a sáb., das 11h às 19h | grátis | última semana FEIRA | PARTE O evento, que completa seis anos e se estabeleceu ocupando o Paço das Artes, na Cidade Universitária, tem sua segunda edição pocket no shopping, com 17 galerias. A Emma Thomas lança ali sua plataforma de venda on-line de obras e Aloisio Cravo Arte e Leilões inaugura seu braço virtual para pregões. A edição maior, que acontece em novembro, será no clube A Hebraica. Casa Bossa - Shopping Cidade Jardim | tel. (11) 3552-3560 | sex. (10) e sáb. (11), das 13h às 22h; dom. (12), das 14h às 22h | grátis * MÚSICA | QUARTETO CAMARGO GUARNIERI Formado por Elisa Fukuda e Ricardo Takahashi nos violinos, Silvio Catto na viola e Joel de Souza no violoncelo, o conjunto de câmara apresenta repertório com o Quarteto nº 12 "Americano" op.96, de Dvorák, e o Quarteto nº 32 op.33 "Bird", de Haydn. Sesc Bom Retiro | tel. (11) 3332-3600 | qua. (8), às 21h | R$ 17 * EXPOSIÇÃO | VIRGÍLIO NEVES Trabalhando com acrílica e caneta permanente sobre tela, o publicitário e artista reúne em "Volatilismos" 11 telas inéditas sob curadoria de Bianca Boeckel. Galeria VilaNova | tel. (11) 2691-1190 | de ter. a sáb., das 12h às 18h | grátis | última semana CURSO | CINEMA EXPLÍCITO O sociólogo e doutor em cinema Rodrigo Gerace, autor de "Cinema Explícito: Representações Cinematográficas do Sexo" (Perspectiva), ministra três aulas sobre a representação do sexo na sétima arte desde o cinema silencioso. Os encontros também tratam dos discursos morais sobre corpo e desejo até as experiências das produções underground contemporâneas. Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5213 | de qua. (8) a sex. (10), das 19h às 22h | R$ 200 * LANÇAMENTO | ARA Poeta e professora reconhecida no campo dos estudos de gênero, a portuguesa Ana Luísa Amaral lança em São Paulo esta incursão no romance. Ela conversa com Ana Maria Domingues e Fernando Paixão sobre o livro, que se abre questionando o estatuto da ficção e avança para uma trama de amor. Casa das Rosas | tel. (11) 3285-6986 | ter. (7), às 19h | grátis Iluminuras | R$ 38 (80 págs.)
ilustrissima
As figuras de Flávio Cerqueira e outras cinco indicações culturaisEXPOSIÇÃO | FLÁVIO CERQUEIRA O artista paulistano (1983) cujo trabalho gira em torno de figuras humanas esculpidas em bronze mostra seis novas obras. Em "Se Precisar, Conto Outra Vez" ele questiona nas imagens como as ideias europeias influenciam o olhar brasileiro sobre si. Casa Triângulo | tel. (11) 3167-5621 | de ter. a sáb., das 11h às 19h | grátis | última semana FEIRA | PARTE O evento, que completa seis anos e se estabeleceu ocupando o Paço das Artes, na Cidade Universitária, tem sua segunda edição pocket no shopping, com 17 galerias. A Emma Thomas lança ali sua plataforma de venda on-line de obras e Aloisio Cravo Arte e Leilões inaugura seu braço virtual para pregões. A edição maior, que acontece em novembro, será no clube A Hebraica. Casa Bossa - Shopping Cidade Jardim | tel. (11) 3552-3560 | sex. (10) e sáb. (11), das 13h às 22h; dom. (12), das 14h às 22h | grátis * MÚSICA | QUARTETO CAMARGO GUARNIERI Formado por Elisa Fukuda e Ricardo Takahashi nos violinos, Silvio Catto na viola e Joel de Souza no violoncelo, o conjunto de câmara apresenta repertório com o Quarteto nº 12 "Americano" op.96, de Dvorák, e o Quarteto nº 32 op.33 "Bird", de Haydn. Sesc Bom Retiro | tel. (11) 3332-3600 | qua. (8), às 21h | R$ 17 * EXPOSIÇÃO | VIRGÍLIO NEVES Trabalhando com acrílica e caneta permanente sobre tela, o publicitário e artista reúne em "Volatilismos" 11 telas inéditas sob curadoria de Bianca Boeckel. Galeria VilaNova | tel. (11) 2691-1190 | de ter. a sáb., das 12h às 18h | grátis | última semana CURSO | CINEMA EXPLÍCITO O sociólogo e doutor em cinema Rodrigo Gerace, autor de "Cinema Explícito: Representações Cinematográficas do Sexo" (Perspectiva), ministra três aulas sobre a representação do sexo na sétima arte desde o cinema silencioso. Os encontros também tratam dos discursos morais sobre corpo e desejo até as experiências das produções underground contemporâneas. Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5213 | de qua. (8) a sex. (10), das 19h às 22h | R$ 200 * LANÇAMENTO | ARA Poeta e professora reconhecida no campo dos estudos de gênero, a portuguesa Ana Luísa Amaral lança em São Paulo esta incursão no romance. Ela conversa com Ana Maria Domingues e Fernando Paixão sobre o livro, que se abre questionando o estatuto da ficção e avança para uma trama de amor. Casa das Rosas | tel. (11) 3285-6986 | ter. (7), às 19h | grátis Iluminuras | R$ 38 (80 págs.)
14
Apesar de modesto, thriller nacional da Netflix '3%' guarda boas surpresas
Ainda que o figurino equivocado e a direção de arte irregular afugentem o espectador de "3%", a primeira série da Netflix com produção brasileira, vale resistir ao impulso inicial e acompanhá-la até o fim. Após um episódio inicial piegas, a série de ficção científica sobre um paraíso hipotético para onde são enviados os 3% da população aprovados em um processo de seleção tão rigoroso quanto dúbio mostra bom ritmo e um enredo que amarra, para além da crítica social óbvia, questionamentos mais amplos sobre religião e "meritocracia". A estrutura de gincana pela ascensão a uma casta mais elevada ajuda a prender a atenção e a provocar empatia, mas é a história dos personagens que se desenrola a partir dela que mostra do que a série realmente trata: um embate de ideologias. No thriller dirigido por César Charlone e escrito por Pedro Aguilera, porém, não há vencedores entre os que defendem uma sociedade mais igualitária e pela "Causa" são capazes de fazer qualquer coisa e entre aqueles que acreditam na suposta meritocracia filtrada por um "Processo" de seleção sem volta. Com uma carreira prolífica como diretor de fotografia (é ele nas câmeras de "Cidade de Deus") e tendo dirigido o longa "O Banheiro do Papa", Charlone mostra um timing eficiente, desfazendo aos poucos um aparente maniqueísmo para mostrar que a radicalização é daninha, sempre. Não estamos diante de mais uma distopia, um subgênero que apareceu nos últimos anos nas brilhantes "Mr. Robot" e "Black Mirror", mas de uma utopia. O tal Mar Alto para qual os candidatos à seleção querem ascender é um lugar supostamente perfeito, livre de males humanos como violência, desigualdade e pestes; uma promessa para a qual só se tem acesso após uma vida de provações, às custas da manutenção de uma maioria em desgraça, e a qual ninguém sabe ao certo como funciona. Nada muito diferente de uma religião. À frente do elenco está o ótimo João Miguel ("Cinema, Aspirinas e Urubus"), como Ezequiel, o homem que dirige o Processo e define quem é apto ou não a participar dessa sociedade mais elevada. Veteranos como Sérgio Mamberti, Zezé Motta e Celso Frateschi fazem pontas. No grupo de jovens que tenta se classificar, destacam-se a idealista Michele (Bianca Comparato, de "Sessão de Terapia"), o resiliente Fernando (Michel Gomes) e a rebelde Joana (Vaneza Oliveira). São arquétipos fáceis, mas as interpretações são convincentes a ponto de tornar ignoráveis as falhas do fraco elenco de apoio. Num crescendo que coloca em xeque as convicções dos personagens, a série culmina em um episódio final surpreendente. "3%" pode não ser a melhor ficção científica, e está longe de ser a produção mais rica. Mas é boa dramaturgia para entreter e traz algo de novo. Utopias e preconceitos fora, enuncia um filão promissor para produções independentes brasileiras. "3%" está disponível na platofrma de streaming Netflix
colunas
Apesar de modesto, thriller nacional da Netflix '3%' guarda boas surpresasAinda que o figurino equivocado e a direção de arte irregular afugentem o espectador de "3%", a primeira série da Netflix com produção brasileira, vale resistir ao impulso inicial e acompanhá-la até o fim. Após um episódio inicial piegas, a série de ficção científica sobre um paraíso hipotético para onde são enviados os 3% da população aprovados em um processo de seleção tão rigoroso quanto dúbio mostra bom ritmo e um enredo que amarra, para além da crítica social óbvia, questionamentos mais amplos sobre religião e "meritocracia". A estrutura de gincana pela ascensão a uma casta mais elevada ajuda a prender a atenção e a provocar empatia, mas é a história dos personagens que se desenrola a partir dela que mostra do que a série realmente trata: um embate de ideologias. No thriller dirigido por César Charlone e escrito por Pedro Aguilera, porém, não há vencedores entre os que defendem uma sociedade mais igualitária e pela "Causa" são capazes de fazer qualquer coisa e entre aqueles que acreditam na suposta meritocracia filtrada por um "Processo" de seleção sem volta. Com uma carreira prolífica como diretor de fotografia (é ele nas câmeras de "Cidade de Deus") e tendo dirigido o longa "O Banheiro do Papa", Charlone mostra um timing eficiente, desfazendo aos poucos um aparente maniqueísmo para mostrar que a radicalização é daninha, sempre. Não estamos diante de mais uma distopia, um subgênero que apareceu nos últimos anos nas brilhantes "Mr. Robot" e "Black Mirror", mas de uma utopia. O tal Mar Alto para qual os candidatos à seleção querem ascender é um lugar supostamente perfeito, livre de males humanos como violência, desigualdade e pestes; uma promessa para a qual só se tem acesso após uma vida de provações, às custas da manutenção de uma maioria em desgraça, e a qual ninguém sabe ao certo como funciona. Nada muito diferente de uma religião. À frente do elenco está o ótimo João Miguel ("Cinema, Aspirinas e Urubus"), como Ezequiel, o homem que dirige o Processo e define quem é apto ou não a participar dessa sociedade mais elevada. Veteranos como Sérgio Mamberti, Zezé Motta e Celso Frateschi fazem pontas. No grupo de jovens que tenta se classificar, destacam-se a idealista Michele (Bianca Comparato, de "Sessão de Terapia"), o resiliente Fernando (Michel Gomes) e a rebelde Joana (Vaneza Oliveira). São arquétipos fáceis, mas as interpretações são convincentes a ponto de tornar ignoráveis as falhas do fraco elenco de apoio. Num crescendo que coloca em xeque as convicções dos personagens, a série culmina em um episódio final surpreendente. "3%" pode não ser a melhor ficção científica, e está longe de ser a produção mais rica. Mas é boa dramaturgia para entreter e traz algo de novo. Utopias e preconceitos fora, enuncia um filão promissor para produções independentes brasileiras. "3%" está disponível na platofrma de streaming Netflix
1
É razoável achar que Dilma e Lula sabiam da corrupção, afirma leitor
É muito razoável acreditar que Lula e Dilma tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras (PF pede autorização ao STF para ouvir lula na Lava Jato). Tratava-se de um volume considerável de recursos com envolvimento de diretores da estatal. Além disso, ministros de Estado, nomeados pelos próprios presidentes em exercício, são investigados. JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * * O delegado que quer autorização do STF para investigar Lula, caso não fosse tendencioso, deveria também pedir para investigar Fernando Henrique Cardoso. Afinal, existe tanto indício contra um como contra o outro. Por que o delegado considera que apenas Lula deveria ser objeto de constrangimento, exposto a especulações e execrações da opinião pública? Abafam-se as menções a FHC, visando instrumentalizar politicamente um caso de polícia, sugerindo intenção de proteger uns e prejudicar outros. ADIR CLAUDIO CAMPOS, advogado (Uberlândia, MG) * O professor André Singer (O tempo foge) trouxe um retrato preciso do que acontece no segundo mandato de Dilma, que corre o grande risco de impeachment. Falhou, no entanto, ao atribuir as conquistas sociais como iniciativas e obra do período lulista. O então mandatário colheu boas sementes do antecessor e foi bafejado pela sorte da forte e prolongada demanda de commodities pela China, principalmente. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia, SP) * * Como sempre fez ao longo de sua trajetória, o economista Delfim Netto sugere que o tal ajuste fiscal seja bancado por trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais, ou seja, o elo mais frágil da corrente (Turbulência política cresce porque governo não governa, diz Delfim). Nada sobre taxação de grandes fortunas ou corte de benefícios do "andar de cima". Sugiro espaço para economistas que pensem de outra forma, porque é esse tipo de pensamento que nos levou a situação em que nos encontramos. ALEX FABIANO NOGUEIRA, professor (São Paulo, SP) * É de estarrecer que o PT, partido governante, não tenha sido capaz de tomar qualquer medida ou ação em favor da nação, no sentido de atuar contra a atual crise econômica e política, causada pela presidente da República. ANTONIO JOSÉ TORREIRA DE MATOS (São Paulo, SP) * Um pequeno grupo de economistas, em sintonia com interesses apenas econômicos, resolve classificar se um determinado país é ou não bom pagador, como foi o recente parecer da Standard & Poor's em relação ao Brasil. É muita pretensão e concentração de poder. Por que essas agências de classificação de risco não foram capazes de prever a crise econômica de 2008, liderada por Wall Street, grandes bancos e empresas americanas? ERIVAN AUGUSTO SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Para muitos, o maior problema do Brasil é o Bolsa Família, que consome R$ 25 bilhões/ano, paga de R$ 35 a R$ 77 por filho até um limite de R$ 175 por família com exigência de que a criança estude e seja vacinada. Os juros da dívida pública consomem 12 vezes mais e são pago para banqueiros e investidores da classe mais rica. Nossa dívida pública era de 30% do PIB em 1994, passou a 80% em 2002, caiu a 60% no governo atual e, com essa crise, talvez chegue a 70%, abaixo ainda daqueles que nos deixaram com a nota de crédito da S&P na categoria lixo especulativo, pois estávamos devendo uns US$ 40 bilhões pro FMI. O Bolsa Família custa ridículos R$ 121 por habitante/ano enquanto os juros da dívida custam mais de R$ 1.370. Eu pergunto: o que traz mais benefícios? Quem nunca passou fome, teve tudo do bom e do melhor como eu tive, todas as oportunidades possíveis, não precisa responder. SUELY REZENDE PENHA, professora (Campinas - SP) * Sem se desprezar o rebaixamento de nossa economia, não devemos entretanto, tomar medidas que vão de encontro aos nossos interesses como nação. Como bem disse o renomado economista Piketty, "o gosto excessivo dos economistas pelas previsões catastróficas" não deve justificar certos remédios que, além de não curar a doença, podem engessá-la por anos, o que, em nosso caso, seria catastrófico. Urge que nossas legítimas lideranças saibam moldar tais ajustes para não agravar nossas atuais dificuldades. Oremos.   JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, advogado (Rio de Janeiro, RJ) * Até o momento não existe nenhuma prova incontestável que incrimine a presidente Dilma Rousseff na Operação Lava Jato –tanto que nenhum processo de impeachment foi adiante por falta de bases legais. Agora a Polícia Federal mira o ex-presidente Lula na tentativa de enquadrar e encontrar algo que possa incriminá-lo e torná-lo inelegível nas eleições de 2018. Fica muito claro que, na verdade, a oposição não tem provas, propostas e, pior, nenhum candidato que represente mudança em relação ao que vemos hoje no Brasil. Eles sabem que, se tiver condições para se candidatar, Lula com certeza será um candidato fortíssimo e isso é o que mais temem.   ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)     * * Ao abrir a Folha, só me deparo com manchetes de ataques ao governo. Só se vê o vice em reportagens do governo. Agora, por exemplo, mostra a manchete da PF pedindo para investigar Lula. Não se lê nada das maracutaias e roubalheiras da oposição. Não tenho dúvida que, fazendo isso, a Folha está tomando o lado dos golpistas, dos republiquetas, dos terceiro-mundistas. Deviam aproveitar o espaço e pedir democracia, mas... Seria o complexo de vira-lata ou serviçal da Casa Branca? CLOVIS DEITOS (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
É razoável achar que Dilma e Lula sabiam da corrupção, afirma leitorÉ muito razoável acreditar que Lula e Dilma tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras (PF pede autorização ao STF para ouvir lula na Lava Jato). Tratava-se de um volume considerável de recursos com envolvimento de diretores da estatal. Além disso, ministros de Estado, nomeados pelos próprios presidentes em exercício, são investigados. JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * * O delegado que quer autorização do STF para investigar Lula, caso não fosse tendencioso, deveria também pedir para investigar Fernando Henrique Cardoso. Afinal, existe tanto indício contra um como contra o outro. Por que o delegado considera que apenas Lula deveria ser objeto de constrangimento, exposto a especulações e execrações da opinião pública? Abafam-se as menções a FHC, visando instrumentalizar politicamente um caso de polícia, sugerindo intenção de proteger uns e prejudicar outros. ADIR CLAUDIO CAMPOS, advogado (Uberlândia, MG) * O professor André Singer (O tempo foge) trouxe um retrato preciso do que acontece no segundo mandato de Dilma, que corre o grande risco de impeachment. Falhou, no entanto, ao atribuir as conquistas sociais como iniciativas e obra do período lulista. O então mandatário colheu boas sementes do antecessor e foi bafejado pela sorte da forte e prolongada demanda de commodities pela China, principalmente. PAULO EDUARDO GRIMALDI (Cotia, SP) * * Como sempre fez ao longo de sua trajetória, o economista Delfim Netto sugere que o tal ajuste fiscal seja bancado por trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais, ou seja, o elo mais frágil da corrente (Turbulência política cresce porque governo não governa, diz Delfim). Nada sobre taxação de grandes fortunas ou corte de benefícios do "andar de cima". Sugiro espaço para economistas que pensem de outra forma, porque é esse tipo de pensamento que nos levou a situação em que nos encontramos. ALEX FABIANO NOGUEIRA, professor (São Paulo, SP) * É de estarrecer que o PT, partido governante, não tenha sido capaz de tomar qualquer medida ou ação em favor da nação, no sentido de atuar contra a atual crise econômica e política, causada pela presidente da República. ANTONIO JOSÉ TORREIRA DE MATOS (São Paulo, SP) * Um pequeno grupo de economistas, em sintonia com interesses apenas econômicos, resolve classificar se um determinado país é ou não bom pagador, como foi o recente parecer da Standard & Poor's em relação ao Brasil. É muita pretensão e concentração de poder. Por que essas agências de classificação de risco não foram capazes de prever a crise econômica de 2008, liderada por Wall Street, grandes bancos e empresas americanas? ERIVAN AUGUSTO SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Para muitos, o maior problema do Brasil é o Bolsa Família, que consome R$ 25 bilhões/ano, paga de R$ 35 a R$ 77 por filho até um limite de R$ 175 por família com exigência de que a criança estude e seja vacinada. Os juros da dívida pública consomem 12 vezes mais e são pago para banqueiros e investidores da classe mais rica. Nossa dívida pública era de 30% do PIB em 1994, passou a 80% em 2002, caiu a 60% no governo atual e, com essa crise, talvez chegue a 70%, abaixo ainda daqueles que nos deixaram com a nota de crédito da S&P na categoria lixo especulativo, pois estávamos devendo uns US$ 40 bilhões pro FMI. O Bolsa Família custa ridículos R$ 121 por habitante/ano enquanto os juros da dívida custam mais de R$ 1.370. Eu pergunto: o que traz mais benefícios? Quem nunca passou fome, teve tudo do bom e do melhor como eu tive, todas as oportunidades possíveis, não precisa responder. SUELY REZENDE PENHA, professora (Campinas - SP) * Sem se desprezar o rebaixamento de nossa economia, não devemos entretanto, tomar medidas que vão de encontro aos nossos interesses como nação. Como bem disse o renomado economista Piketty, "o gosto excessivo dos economistas pelas previsões catastróficas" não deve justificar certos remédios que, além de não curar a doença, podem engessá-la por anos, o que, em nosso caso, seria catastrófico. Urge que nossas legítimas lideranças saibam moldar tais ajustes para não agravar nossas atuais dificuldades. Oremos.   JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, advogado (Rio de Janeiro, RJ) * Até o momento não existe nenhuma prova incontestável que incrimine a presidente Dilma Rousseff na Operação Lava Jato –tanto que nenhum processo de impeachment foi adiante por falta de bases legais. Agora a Polícia Federal mira o ex-presidente Lula na tentativa de enquadrar e encontrar algo que possa incriminá-lo e torná-lo inelegível nas eleições de 2018. Fica muito claro que, na verdade, a oposição não tem provas, propostas e, pior, nenhum candidato que represente mudança em relação ao que vemos hoje no Brasil. Eles sabem que, se tiver condições para se candidatar, Lula com certeza será um candidato fortíssimo e isso é o que mais temem.   ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)     * * Ao abrir a Folha, só me deparo com manchetes de ataques ao governo. Só se vê o vice em reportagens do governo. Agora, por exemplo, mostra a manchete da PF pedindo para investigar Lula. Não se lê nada das maracutaias e roubalheiras da oposição. Não tenho dúvida que, fazendo isso, a Folha está tomando o lado dos golpistas, dos republiquetas, dos terceiro-mundistas. Deviam aproveitar o espaço e pedir democracia, mas... Seria o complexo de vira-lata ou serviçal da Casa Branca? CLOVIS DEITOS (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
Longa sobre dia repetitivo, 'Antes que Eu Vá' se rende a clichês
Antes que Eu Vá (regular) (Before I Fall) DIREÇÃO Ry Russo-Young ELENCO Zoey Deutch, Halston Sage e Cynthy Wu PRODUÇÃO EUA, 2016, 10 anos QUANDO em cartaz * Não existe amanhã para Samantha Kingston (Zoey Deutch). Em compensação, o "hoje" se repete exaustivamente, até a jovem de 17 anos entender o que precisa ser feito no último dia de sua vida. Baseado no best-seller homônimo de Lauren Oliver, "Antes que Eu Vá", em cartaz nos cinemas, respira os mesmos ares da badalada série "13 Reasons Why". Embora suicídio não seja o fio condutor do filme dirigido por Ry Russo-Young, o assunto também é trazido à tela, assim como toda a atmosfera colegial presente na produção da Netflix. Bullying, relações conflituosas, a iminência da primeira vez e o medo de não ser aceito são algumas das temáticas exploradas a partir do fim da história de Sam. Bonita e popular, a garota vive o sonho —estereotipado— de qualquer adolescente. Tem as amigas mais descoladas, namora o cara mais cobiçado da escola e goza de uma liberdade que lhe permite curtir o que bem entender. Mas, em um 12 de fevereiro nublado e cinzento, esse sonho acaba de forma abrupta: um acidente de carro anunciado pela combinação "estrada sombria + noite chuvosa". Daí em diante, o filme entra em um looping temporal, ao estilo de "Feitiço do Tempo" (1993), e Sam fica presa no mesmo dia, num castigo frustrante e tedioso. Enquanto ela não conseguir refletir sobre seus próprios atos e enxergar os outros a sua volta, o despertador irá tocar, impreterivelmente, às 6h30 de 12 de fevereiro. Quantas vezes forem necessárias. A ideia em si não é ruim. O problema é que o longa se rende a um sem-número de clichês que o impede de causar qualquer surpresa no espectador. Também sublinha os estereótipos de um jeito tão exagerado, que as chances de identificação se perdem no meio do caminho. A estranha Juliet (Elena Campouris) é um bom exemplo desse exagero. Alvo de bullying, a menina mais parece um fantasma que vaga nas entrelinhas da trama. Em contrapartida, a atuação sem afetação de Zoey Deutch dá credibilidade e um certo charme à protagonista. Antes que Eu Vá" se escora no óbvio. Uma mensagem de caráter quase didático, que, somada aos outros tropeços, transforma o produto final em apenas mais um filme bem intencionado sobre os dramas inerentes ao universo da adolescência.
ilustrada
Longa sobre dia repetitivo, 'Antes que Eu Vá' se rende a clichêsAntes que Eu Vá (regular) (Before I Fall) DIREÇÃO Ry Russo-Young ELENCO Zoey Deutch, Halston Sage e Cynthy Wu PRODUÇÃO EUA, 2016, 10 anos QUANDO em cartaz * Não existe amanhã para Samantha Kingston (Zoey Deutch). Em compensação, o "hoje" se repete exaustivamente, até a jovem de 17 anos entender o que precisa ser feito no último dia de sua vida. Baseado no best-seller homônimo de Lauren Oliver, "Antes que Eu Vá", em cartaz nos cinemas, respira os mesmos ares da badalada série "13 Reasons Why". Embora suicídio não seja o fio condutor do filme dirigido por Ry Russo-Young, o assunto também é trazido à tela, assim como toda a atmosfera colegial presente na produção da Netflix. Bullying, relações conflituosas, a iminência da primeira vez e o medo de não ser aceito são algumas das temáticas exploradas a partir do fim da história de Sam. Bonita e popular, a garota vive o sonho —estereotipado— de qualquer adolescente. Tem as amigas mais descoladas, namora o cara mais cobiçado da escola e goza de uma liberdade que lhe permite curtir o que bem entender. Mas, em um 12 de fevereiro nublado e cinzento, esse sonho acaba de forma abrupta: um acidente de carro anunciado pela combinação "estrada sombria + noite chuvosa". Daí em diante, o filme entra em um looping temporal, ao estilo de "Feitiço do Tempo" (1993), e Sam fica presa no mesmo dia, num castigo frustrante e tedioso. Enquanto ela não conseguir refletir sobre seus próprios atos e enxergar os outros a sua volta, o despertador irá tocar, impreterivelmente, às 6h30 de 12 de fevereiro. Quantas vezes forem necessárias. A ideia em si não é ruim. O problema é que o longa se rende a um sem-número de clichês que o impede de causar qualquer surpresa no espectador. Também sublinha os estereótipos de um jeito tão exagerado, que as chances de identificação se perdem no meio do caminho. A estranha Juliet (Elena Campouris) é um bom exemplo desse exagero. Alvo de bullying, a menina mais parece um fantasma que vaga nas entrelinhas da trama. Em contrapartida, a atuação sem afetação de Zoey Deutch dá credibilidade e um certo charme à protagonista. Antes que Eu Vá" se escora no óbvio. Uma mensagem de caráter quase didático, que, somada aos outros tropeços, transforma o produto final em apenas mais um filme bem intencionado sobre os dramas inerentes ao universo da adolescência.
6
Editorial: Não estão nem aí
Como se a opinião pública de nada valesse, como se o orçamento do Congresso não fosse pago com recursos de todos os contribuintes brasileiros, como se os muitos problemas do país não lhe dissessem respeito, o comando da Câmara decidiu ampliar o pacote de mordomias à disposição dos deputados. Na quarta-feira (25), mesmo dia em que a divulgação de novos dados intensificou o ceticismo do mercado quanto ao reequilíbrio das contas públicas, uma canetada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, determinou o reajuste de três benefícios mensais de que os parlamentares gozam. Representando a fonte de despesas mais expressivas, a verba de gabinete, utilizada para contratar até 25 servidores, passou de R$ 78 mil para R$ 92 mil. Além disso, também foram encorpados o auxílio-moradia e o chamado cotão, para gastos com a atividade parlamentar (telefone, passagem, consultoria e transporte, entre outras). Somadas, as mudanças se traduzirão num desembolso adicional de R$ 150 milhões por ano. Ainda assim, Eduardo Cunha sustenta que não haverá aumento –apenas correção inflacionária– nem maior necessidade de dinheiro –seriam reduzidas as verbas de custeio. As novas cifras de fato não ultrapassam os 18% correspondentes à inflação acumulada desde julho de 2012 (data do último reajuste), mas isso só legitimaria a medida se as despesas com regalias já não fossem excessivas. No atual cenário, trata-se de reposição do abuso. Quanto aos cortes prometidos, se são possíveis, cabe perguntar por qual motivo nunca foram feitos com vistas a poupar recursos públicos. Os congressistas, cujos salários montam a R$ 33,7 mil, vivem longe da realidade, mas mesmo eles sabem que a economia brasileira atravessa tempos difíceis. Alguns, ao que parece, estão mais atentos ao que se passa no país. Reunindo ao todo 64 deputados, as bancadas do PSDB e do PPS anunciaram nesta quinta-feira (26) que recusarão a cereja no bolo de Cunha: a permissão para que cônjuges dos parlamentares também possam usar bilhetes aéreos pagos pelo cotão. O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que irá ao Supremo Tribunal Federal para derrubar o privilégio, cancelado em 2009 após o sugestivo episódio da "farra das passagens". Retomar a mordomia era bandeira de Cunha na disputa pela presidência da Casa. Sua instalação, portanto, tem a cumplicidade dos 267 nomes que lhe deram apoio. O mínimo a esperar, a partir de agora, é que os 246 deputados federais que não endossaram a candidatura do peemedebista rejeitem o retrocesso. Faltam 182.
opiniao
Editorial: Não estão nem aíComo se a opinião pública de nada valesse, como se o orçamento do Congresso não fosse pago com recursos de todos os contribuintes brasileiros, como se os muitos problemas do país não lhe dissessem respeito, o comando da Câmara decidiu ampliar o pacote de mordomias à disposição dos deputados. Na quarta-feira (25), mesmo dia em que a divulgação de novos dados intensificou o ceticismo do mercado quanto ao reequilíbrio das contas públicas, uma canetada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, determinou o reajuste de três benefícios mensais de que os parlamentares gozam. Representando a fonte de despesas mais expressivas, a verba de gabinete, utilizada para contratar até 25 servidores, passou de R$ 78 mil para R$ 92 mil. Além disso, também foram encorpados o auxílio-moradia e o chamado cotão, para gastos com a atividade parlamentar (telefone, passagem, consultoria e transporte, entre outras). Somadas, as mudanças se traduzirão num desembolso adicional de R$ 150 milhões por ano. Ainda assim, Eduardo Cunha sustenta que não haverá aumento –apenas correção inflacionária– nem maior necessidade de dinheiro –seriam reduzidas as verbas de custeio. As novas cifras de fato não ultrapassam os 18% correspondentes à inflação acumulada desde julho de 2012 (data do último reajuste), mas isso só legitimaria a medida se as despesas com regalias já não fossem excessivas. No atual cenário, trata-se de reposição do abuso. Quanto aos cortes prometidos, se são possíveis, cabe perguntar por qual motivo nunca foram feitos com vistas a poupar recursos públicos. Os congressistas, cujos salários montam a R$ 33,7 mil, vivem longe da realidade, mas mesmo eles sabem que a economia brasileira atravessa tempos difíceis. Alguns, ao que parece, estão mais atentos ao que se passa no país. Reunindo ao todo 64 deputados, as bancadas do PSDB e do PPS anunciaram nesta quinta-feira (26) que recusarão a cereja no bolo de Cunha: a permissão para que cônjuges dos parlamentares também possam usar bilhetes aéreos pagos pelo cotão. O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que irá ao Supremo Tribunal Federal para derrubar o privilégio, cancelado em 2009 após o sugestivo episódio da "farra das passagens". Retomar a mordomia era bandeira de Cunha na disputa pela presidência da Casa. Sua instalação, portanto, tem a cumplicidade dos 267 nomes que lhe deram apoio. O mínimo a esperar, a partir de agora, é que os 246 deputados federais que não endossaram a candidatura do peemedebista rejeitem o retrocesso. Faltam 182.
7
Templos gastronômicos de SP oferecem pratos a preços menores no almoço
JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA Não existe almoço grátis. Mas existe almoço mais barato —mesmo em lugares mais caros. A capital paulista está cheio deles. O agigantamento das cidades fez do hábito saudável de almoçar em casa uma raridade. No almoço, a visita ao restaurante vira, no lugar de um gesto de lazer, uma obrigação. Resta procurar o lugar mais próximo, mais rápido e mais barato. E opções mais em conta não faltam. Mas ao contrário de países onde é habitual haver boa comida barata de rua ou honestos restaurantes familiares, São Paulo é dominada por opções de duvidosa qualidade. A boa notícia é que bons restaurantes há muito perceberam que quanto menos dinheiro o público tem para gastar no dia a dia, menos movimento terão no almoço compulsório. Manter a estrutura funcionando durante o dia sem girar o dinheiro não é a melhor escolha. E assim temos vários nomes do alto da pirâmide gastronômica com ofertas extremamente atraentes nos almoços durante a semana —boa chance para nós, consumidores, de conhecer a cozinha de grandes casas a preços mais camaradas. Há de todo tipo. Em dois templos gastronômicos —o D.O.M. e o Maní— não pense que você conhecerá, no almoço mais em conta, a exuberância da alta cozinha dos chefs, pois o que eles oferecem são pratos triviais. Mas ainda assim, vem cá: quem não vai querer provar o feijão com arroz feito pelo Alex Atala ou o picadinho da Helena Rizzo? (Neste time de vanguarda uma exceção é o Tuju, com menu de almoço mais próximo de sua cozinha autoral.) Outros —como os japoneses Shin Zushi, Kan, Sushigen— trazem menus da sua cozinha tão simplificados que estão longe dos seus menus completos. Nesse caso, será uma refeição simples, porém impregnada da competência de seus autores, e por muito menos. O mais comum, entre os bons restaurantes listados aqui (com aferição do Datafolha), é ter menus que mesmo adaptados a um custo menor (não espere foie gras), representam bem a cara cozinha da casa —vide A Figueira Rubaiyat, Gero, Emiliano, La Casserole. Destaque para A bela Sintra: você pede o mesmo bacalhau caro (ou o que for) da noite, e tem desconto de 40%. Ainda assim não é barato... mas que é bom negócio, isso é. * A bela Sintra A especialidade é o bacalhau, que além de bem feito é bem servido -e caro. No almoço vale o mesmo cardápio do jantar, mas as mesmas receitas são oferecidas com 40% de desconto, o que torna o bacalhau menos salgado. mais em conta No almoço, os pratos principais têm 40% de desconto, como o filé de cordeiro, que sair por R$ 73,20 mais opções O prato mais caro é a lagosta à thermidor (R$ 246); o mais barato, o filé de cordeiro (R$ 122) R. Bela Cintra, 2.325, Consolação, região oeste, tel. 3891-0740. 72 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h30 e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h à 1h. Sáb.: 12h à 1h. Dom.: 12h às 23h. * A Figueira Rubaiyat O cenário espetacular do restaurante, dominado pela gigantesca e centenária figueira, fez dele objeto de romaria de turistas e um destino caro. Mas no almoço da semana nem tanto: o "menu amável" traz ao menos uma opção de carne grelhada (especialidade da casa); na versão mais em conta, R$ 88, não inclui entrada. mais em conta De seg. a sex., menu com couvert, entrada, prato e sobremesa a R$ 98 (R$ 88 sem a entrada) mais opções O prato mais caro é o master bife (R$ 168); o mais barato, o levíssimo (R$ 121) R. Haddock Lobo, 1.738, Cerqueira César, região oeste, tel. 3087-1399. 350 lugares. Seg. a sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h à 0h30. Dom.: 12h às 24h. * Arturito Enquanto foi alçada ao estrelato como celebrity-chef da TV, Paola Carosella estava, em seu restaurante, num movimento inverso: baixando a bola. O Arturito é hoje mais informal, aconchegante -e não tão caro. E ainda mais no almoço da semana, onde saladas, peixes e carnes que têm a cara da sua cozinha (cuidadosa e simples) são oferecidos por R$ 57. mais em conta No almoço, de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 57 mais opções O prato mais caro é o ojo de bife com rub de urucum (R$ 82); o mais barato, o choripan (R$ 36) R. Arthur Azevedo, 542, Cerqueira César, tel. 3063-4951. Seg.: 19h às 23h30. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h às 23h30. Dom.: 12h30 às 16h. * Ca'd'Oro O mítico endereço do antigo hotel e restaurante de luxo da cidade agora tem, na nova fase, um perfil mais discreto, mas ainda assim frequentado por empresários e famílias de antigos habitués. Os preços são bem menos salgados que no passado e ficam ainda mais atraentes no almoço durante a semana -R$ 79 o menu completo. mais em conta No almoço, de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 79 mais opções O prato mais caro é o misto de peixes com legumes (R$ 105); o mais barato, o penne a la Pavaroti (R$ 59) R. Augusta, 129, Consolação, região central, tel. 3236-4300. 80 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex. e sáb.: 12h às 15h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. * Dalva e Dito O menu inspirado em pratos da cozinha regional e trivial brasileira, interpretados pelo chef Alex Atala, ganham versão mais leve (no bolso) no almoço durante a semana. O preço de R$ 72 cobre salada e prato: carne (como frango de televisão, pernil de porco, peixe) e guarnições como feijão gordo, couve-manteiga e farofa servidos à vontade. mais em conta De seg. a sex., salada, frango, baby beef, pernil e costelinha ou peixe do dia com guarnições por R$ 72 mais opções Um dos pratos mais caros é a costela no bafo (R$ 191); o mais barato é o macarrão com linguiça (R$ 52) R. Pe. João Manuel, 1.115, Cerqueira César, tel. 3068-4444. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * D.O.M. Num restaurante que só serve menu-degustação, vira uma "pechincha" almoçar de segunda a sexta por R$ 98 (sem sobremesa). Mas atenção: por esse preço não se conhecerá a famosa cozinha autoral de Alex Atala. A boa notícia é que é muito bom o almoço trivial com arroz, feijão, couve, farofa, batata sautée, além de bife (boi, frango ou peixe) e outras coisinhas mais. mais em conta No almoço, de seg. a sex., couvert e prato por R$ 98, com opções como coalhada, pão de queijo, salada e carnes mais opções O menu mais caro é o Maximus (R$ 645), com 13 fases; o mais barato custa R$ 375 e tem seis fases R. Br. de Capanema, 549, Cerqueira César, tel. 3088-0761. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 19h às 24h. * Emiliano O sofisticado restaurante de cozinha italiana moderna instalado no hotel-boutique Emiliano tem um momento mais democrático (financeiramente) nos almoços de segunda a sexta: sem fugir do perfil de sua culinária, oferece menu a R$ 65 (ou R$ 78 com sobremesa) acompanhado por uma taça de espumante. mais em conta No almoço, de seg. a sex., taça de espumante, entrada, prato e sobremesa (R$ 78 -sem sobremesa, R$ 65) mais opções O prato mais caro é o cordeiro com purê (R$ 110). O mais barato é o tortelli de berinjela à parmigiana (R$ 65) R. Oscar Freire, 384, Cerqueira César, tel. 3728-2000. Seg. a sex.: 6h às 11h, 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb. e dom.: 6h às 11h, 12h às 16h e 19h às 24h. * Evvai O restaurante que até há pouco tinha o nome do então proprietário Salvatore Loi reabriu com cozinha italiana sofisticada e almoço (de segunda a sexta, a partir de 11 de setembro) com um bom preço: R$ 65 por pratos (com entrada e sobremesa) que mudam a cada dia -de rigatoni à carbonara ao brasato ao vinho tinto. mais em conta A partir do dia 11, terá a opção no almoço, de seg. a sex., de entrada, prato e sobremesa por R$ 65 mais opções O menu com sete fases (R$ 180) é a opção mais cara; o paccheri com molho de tomate e manjerona (R$ 49), a mais barata R. Joaquim Antunes, 98, Pinheiros, tel. 3062-1160. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 16h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. * Ici Bistrô O melhor restaurante francês da cidade não é o mais caro e fica mais convidativo com o menu de almoço durante a semana, que com entrada, prato e sobremesa custa R$ 52 -praticamente o preço do prato mais barato da casa. Ele inclui clássicos da cozinha de bistrô, como steak tartare, steak ao molho béarnaise com fritas e coq au vin. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 52 mais opções O prato mais caro é o carré de cordeiro (R$ 154); o mais barato, o escalope de fígado (R$ 49) R. Pará, 36, Consolação, tel. 3257-4064. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 0h30. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h30 à 0h30. Dom.: 12h30 às 17h. * Gero Para sentir um gostinho de Fasano (que não abre no almoço), uma sugestão é visitar o Gero, que custa menos, mas não é nada barato. Durante a semana é possível provar massas, risotos e carnes com a grife da família, servidos num menu de R$ 118, o que não fica tão caro quando se considera que vários pratos da casa superam, sozinhos, os R$ 100. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 118 mais opções O prato mais caro é o cordeiro com tagliolini na manteiga (R$ 122); o mais barato é o espaguete com sardinha (R$ 78) R. Haddock Lobo, 1.629, Cerqueira César, tel. 3064-6317. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 16h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h à 1h. Dom.: 12h às 16h30 e 19h às 24h. * La Casserole Já parte da história da cidade, bastião gastronômico do velho centro, o sexagenário restaurante serve no almoço durante a semana um simpático menu francês que, por R$ 59 (entrada, prato e sobremesa) equipara-se em preço ao prato mais barato do menu e tem receitas como quenelle de haddock com molho bisque. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 59 mais opções O prato mais caro é a costeleta de cordeiro com aspargos (R$ 109); o mais barato é o mexilhão ao molho de vinho (R$ 57) Lgo. do Arouche, 346, República, tel. 3331-6283. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h à 0h30. Dom.: 12h30 às 17h. * Maní A estrela da gastronomia paulistana tem ar informal e descontraído, que bem combina com seu menu de almoço na semana: não estão ali as criações da chef Helena Rizzo, mas sua execução impecável está em pratos triviais do "comercial do dia", como copa-lombo à milanesa com purê de batata, repolho roxo, mostarda e chucrute. mais em conta No almoço de ter. a sex., o comercial com entrada, prato e sobremesa sai por R$ 68 mais opções O prato mais caro é o polvo na brasa (R$ 110); o mais barato, o porco à milanesa com purê (R$ 51) R. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros, tel. 3085-4148. Ter. a qui.: 12h às 15h e 20h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 20h30 às 24h. Sáb.: 13h às 16h e 20h30 às 24h. Dom.: 13h às 16h. * Nino Cucina Ok, o Nino Cucina deve seu sucesso retumbante entre outras coisas pelo fato de ser barato pela qualidade que oferece. No caso do seu almoço, a característica fica ainda mais evidente: seu menu de segunda a sexta, com entrada, prato principal e sobremesa, custa R$ 44. Claro que não tem lagosta, mas tem as massas e molhos, que fizeram a fama da casa. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 44 mais opções O prato mais caro é a lagosta (R$ 78); o mais barato, o fettuccine com ragu de vitela (R$ 46) R. Jerônimo da Veiga, 30, Jd. Europa, tel. 3368-6863. Seg. a qua.: 12h às 15h e 19h às 24h. Qui.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 16h e 19h à 1h. Sáb.: 12h * Parigi Bistrot Impera a expertise da grife Fasano, mas aplicada à culinária francesa. Nos almoços de segunda a sexta, por R$ 72, é oferecido um menu-executivo com entrada, prato e sobremesa, incluindo opções como quiche com salada, cordeiro assado com batatas e vagens e éclair de chocolate com sorvete de creme. mais em conta No almoço de seg. a sex., menu com entrada, prato e sobremesa por R$ 72 mais opções O prato mais caro é o camarão ao champanhe (R$ 122); o mais barato, o espaguete ao molho de tomate (R$ 65) Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, tel. 3891-9440. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 17h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 e 19h às 22h. * Picchi Na casa low-profile mas de inegável excelência, o chef Pier Paolo Picchi serve uma cozinha italiana clássica pontuada por intervenções autorais, que não deixam de estar presentes no seu menu do almoço (terça a sexta-feira), que por R$ 59 sai mais em conta do que o prato mais barato do cardápio. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 59 mais opções O prato mais caro é o grelhado do pescador (R$ 110); o mais barato, a massa com molho de calabresa (R$ 61) R. Oscar Freire, 533, Cerqueira César, tel. 3065-5560. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * Shin Zushi O programa obrigatório nesse restaurante é provar o omakaze (o menu-degustação escolhido pelo chef) que custa R$ 280. No almoço, o teishoku sai bem mais em conta: não é nem sombra do menu-degustação, limita-se a opções mais modestas, mas não deixa de ter a qualidade da casa. Custa R$ 48 com um prato de peixe ou carne, acompanhamentos e sobremesa. mais em conta No almoço, de ter. a sex., missoshiro, prato e sobremesa por R$ 48 mais opções O menu-desgustação custa R$ 280; o prato mais barato é o lámen (R$ 38) R. Afonso de Freitas, 169, Paraíso, tel. 3889-8700. Ter. a sáb.: 11h30 às 14h e 18h às 22h30. Dom.: 18h às 22h. * Sushigen Mesmo depois da recente morte de seu inspirador, o sushiman Mitsuaki Shimizu, o restaurante continua uma referência para os amantes da cozinha japonesa. No almoço serve o teishoku, um prato completo com preços que variam, mas sempre custando menos que os combinados desushi e sashimi. mais em conta No almoço, de seg. a sex., teishoku de R$ 35 a R$ 60 mais opções O prato mais caro é o combinado especial (R$ 280); o mais barato, o "chicken katsu" (frango empanado, por R$ 35) R. Manoel da Nóbrega, 76, Paraíso, tel. 3289-5566. Seg. a sáb.: 11h30 às 14h30 e 18h às 22h30. * Tasca da Esquina O variado e saboroso restaurante português do chef Vitor Sobral trabalha com produtos caros, mas que ficam mais leves no bolso em sua versão de almoço executivo. Se o menu completo incluir um prato da terra (como novilho com batata e cogumelo), sairá por R$ 54; com prato do mar (como bacalhau), R$ 59. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa de R$ 54 a R$ 59 mais opções O prato mais caro é o polvo com amêndoas (R$ 106); o mais barato, o bitoque (R$ 58) Al. Itu, 225, Jardim Paulista, tel. 3262-0033. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * Tuju A cozinha do chef Ivan Ralston pode ser apreciada no seu menu da estação. Mas há também uma opção, no almoço de terça a sexta, com três pratos. Por R$ 85 é possível sentir a identidade do chef, presente em receitas como a sopa de milho com camarão branco selvagem ou peixe com pamonha folhas leitosas e marisco branco. mais em conta No almoço, de ter. a sex., menu com pães, entrada, prato e sobremesa por R$ 85 mais opções A opção mais cara é o menu de inverno, com 13 etapas (R$ 320); a mais barata é o menu-degustação do mercado, com pães e cinco etapas (R$ 150) R. Fradique Coutinho, 1.248, Pinheiros, tel. 2691-5548. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h30 às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h30 às 24h. Sáb.: 13h às 16h e 19h30 às 24h. * Varanda A excelência tem seu preço: mesmo excluindo as opções especiais como as de wagyu, é fácil encontrar cortes acima dos R$ 100. Por isso, o almoço executivo (na unidade do Itaim), é um bom negócio: sai a R$ 109, com couvert, salada, dez opções de carne ou peixe, acompanhamentos e sobremesa. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 109 mais opções O prato mais caro é o coração de picanha (R$ 114); o mais barato, o baby beef (R$ 80) R. Gen. Mena Barreto, 793, J Paulista, tel. 3887-8870. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. Sáb.: 12h às 18h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
saopaulo
Templos gastronômicos de SP oferecem pratos a preços menores no almoçoJOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA Não existe almoço grátis. Mas existe almoço mais barato —mesmo em lugares mais caros. A capital paulista está cheio deles. O agigantamento das cidades fez do hábito saudável de almoçar em casa uma raridade. No almoço, a visita ao restaurante vira, no lugar de um gesto de lazer, uma obrigação. Resta procurar o lugar mais próximo, mais rápido e mais barato. E opções mais em conta não faltam. Mas ao contrário de países onde é habitual haver boa comida barata de rua ou honestos restaurantes familiares, São Paulo é dominada por opções de duvidosa qualidade. A boa notícia é que bons restaurantes há muito perceberam que quanto menos dinheiro o público tem para gastar no dia a dia, menos movimento terão no almoço compulsório. Manter a estrutura funcionando durante o dia sem girar o dinheiro não é a melhor escolha. E assim temos vários nomes do alto da pirâmide gastronômica com ofertas extremamente atraentes nos almoços durante a semana —boa chance para nós, consumidores, de conhecer a cozinha de grandes casas a preços mais camaradas. Há de todo tipo. Em dois templos gastronômicos —o D.O.M. e o Maní— não pense que você conhecerá, no almoço mais em conta, a exuberância da alta cozinha dos chefs, pois o que eles oferecem são pratos triviais. Mas ainda assim, vem cá: quem não vai querer provar o feijão com arroz feito pelo Alex Atala ou o picadinho da Helena Rizzo? (Neste time de vanguarda uma exceção é o Tuju, com menu de almoço mais próximo de sua cozinha autoral.) Outros —como os japoneses Shin Zushi, Kan, Sushigen— trazem menus da sua cozinha tão simplificados que estão longe dos seus menus completos. Nesse caso, será uma refeição simples, porém impregnada da competência de seus autores, e por muito menos. O mais comum, entre os bons restaurantes listados aqui (com aferição do Datafolha), é ter menus que mesmo adaptados a um custo menor (não espere foie gras), representam bem a cara cozinha da casa —vide A Figueira Rubaiyat, Gero, Emiliano, La Casserole. Destaque para A bela Sintra: você pede o mesmo bacalhau caro (ou o que for) da noite, e tem desconto de 40%. Ainda assim não é barato... mas que é bom negócio, isso é. * A bela Sintra A especialidade é o bacalhau, que além de bem feito é bem servido -e caro. No almoço vale o mesmo cardápio do jantar, mas as mesmas receitas são oferecidas com 40% de desconto, o que torna o bacalhau menos salgado. mais em conta No almoço, os pratos principais têm 40% de desconto, como o filé de cordeiro, que sair por R$ 73,20 mais opções O prato mais caro é a lagosta à thermidor (R$ 246); o mais barato, o filé de cordeiro (R$ 122) R. Bela Cintra, 2.325, Consolação, região oeste, tel. 3891-0740. 72 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h30 e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h à 1h. Sáb.: 12h à 1h. Dom.: 12h às 23h. * A Figueira Rubaiyat O cenário espetacular do restaurante, dominado pela gigantesca e centenária figueira, fez dele objeto de romaria de turistas e um destino caro. Mas no almoço da semana nem tanto: o "menu amável" traz ao menos uma opção de carne grelhada (especialidade da casa); na versão mais em conta, R$ 88, não inclui entrada. mais em conta De seg. a sex., menu com couvert, entrada, prato e sobremesa a R$ 98 (R$ 88 sem a entrada) mais opções O prato mais caro é o master bife (R$ 168); o mais barato, o levíssimo (R$ 121) R. Haddock Lobo, 1.738, Cerqueira César, região oeste, tel. 3087-1399. 350 lugares. Seg. a sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h à 0h30. Dom.: 12h às 24h. * Arturito Enquanto foi alçada ao estrelato como celebrity-chef da TV, Paola Carosella estava, em seu restaurante, num movimento inverso: baixando a bola. O Arturito é hoje mais informal, aconchegante -e não tão caro. E ainda mais no almoço da semana, onde saladas, peixes e carnes que têm a cara da sua cozinha (cuidadosa e simples) são oferecidos por R$ 57. mais em conta No almoço, de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 57 mais opções O prato mais caro é o ojo de bife com rub de urucum (R$ 82); o mais barato, o choripan (R$ 36) R. Arthur Azevedo, 542, Cerqueira César, tel. 3063-4951. Seg.: 19h às 23h30. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h às 23h30. Dom.: 12h30 às 16h. * Ca'd'Oro O mítico endereço do antigo hotel e restaurante de luxo da cidade agora tem, na nova fase, um perfil mais discreto, mas ainda assim frequentado por empresários e famílias de antigos habitués. Os preços são bem menos salgados que no passado e ficam ainda mais atraentes no almoço durante a semana -R$ 79 o menu completo. mais em conta No almoço, de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 79 mais opções O prato mais caro é o misto de peixes com legumes (R$ 105); o mais barato, o penne a la Pavaroti (R$ 59) R. Augusta, 129, Consolação, região central, tel. 3236-4300. 80 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex. e sáb.: 12h às 15h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. * Dalva e Dito O menu inspirado em pratos da cozinha regional e trivial brasileira, interpretados pelo chef Alex Atala, ganham versão mais leve (no bolso) no almoço durante a semana. O preço de R$ 72 cobre salada e prato: carne (como frango de televisão, pernil de porco, peixe) e guarnições como feijão gordo, couve-manteiga e farofa servidos à vontade. mais em conta De seg. a sex., salada, frango, baby beef, pernil e costelinha ou peixe do dia com guarnições por R$ 72 mais opções Um dos pratos mais caros é a costela no bafo (R$ 191); o mais barato é o macarrão com linguiça (R$ 52) R. Pe. João Manuel, 1.115, Cerqueira César, tel. 3068-4444. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * D.O.M. Num restaurante que só serve menu-degustação, vira uma "pechincha" almoçar de segunda a sexta por R$ 98 (sem sobremesa). Mas atenção: por esse preço não se conhecerá a famosa cozinha autoral de Alex Atala. A boa notícia é que é muito bom o almoço trivial com arroz, feijão, couve, farofa, batata sautée, além de bife (boi, frango ou peixe) e outras coisinhas mais. mais em conta No almoço, de seg. a sex., couvert e prato por R$ 98, com opções como coalhada, pão de queijo, salada e carnes mais opções O menu mais caro é o Maximus (R$ 645), com 13 fases; o mais barato custa R$ 375 e tem seis fases R. Br. de Capanema, 549, Cerqueira César, tel. 3088-0761. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 19h às 24h. * Emiliano O sofisticado restaurante de cozinha italiana moderna instalado no hotel-boutique Emiliano tem um momento mais democrático (financeiramente) nos almoços de segunda a sexta: sem fugir do perfil de sua culinária, oferece menu a R$ 65 (ou R$ 78 com sobremesa) acompanhado por uma taça de espumante. mais em conta No almoço, de seg. a sex., taça de espumante, entrada, prato e sobremesa (R$ 78 -sem sobremesa, R$ 65) mais opções O prato mais caro é o cordeiro com purê (R$ 110). O mais barato é o tortelli de berinjela à parmigiana (R$ 65) R. Oscar Freire, 384, Cerqueira César, tel. 3728-2000. Seg. a sex.: 6h às 11h, 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb. e dom.: 6h às 11h, 12h às 16h e 19h às 24h. * Evvai O restaurante que até há pouco tinha o nome do então proprietário Salvatore Loi reabriu com cozinha italiana sofisticada e almoço (de segunda a sexta, a partir de 11 de setembro) com um bom preço: R$ 65 por pratos (com entrada e sobremesa) que mudam a cada dia -de rigatoni à carbonara ao brasato ao vinho tinto. mais em conta A partir do dia 11, terá a opção no almoço, de seg. a sex., de entrada, prato e sobremesa por R$ 65 mais opções O menu com sete fases (R$ 180) é a opção mais cara; o paccheri com molho de tomate e manjerona (R$ 49), a mais barata R. Joaquim Antunes, 98, Pinheiros, tel. 3062-1160. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 16h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. * Ici Bistrô O melhor restaurante francês da cidade não é o mais caro e fica mais convidativo com o menu de almoço durante a semana, que com entrada, prato e sobremesa custa R$ 52 -praticamente o preço do prato mais barato da casa. Ele inclui clássicos da cozinha de bistrô, como steak tartare, steak ao molho béarnaise com fritas e coq au vin. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 52 mais opções O prato mais caro é o carré de cordeiro (R$ 154); o mais barato, o escalope de fígado (R$ 49) R. Pará, 36, Consolação, tel. 3257-4064. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 0h30. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h30 à 0h30. Dom.: 12h30 às 17h. * Gero Para sentir um gostinho de Fasano (que não abre no almoço), uma sugestão é visitar o Gero, que custa menos, mas não é nada barato. Durante a semana é possível provar massas, risotos e carnes com a grife da família, servidos num menu de R$ 118, o que não fica tão caro quando se considera que vários pratos da casa superam, sozinhos, os R$ 100. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 118 mais opções O prato mais caro é o cordeiro com tagliolini na manteiga (R$ 122); o mais barato é o espaguete com sardinha (R$ 78) R. Haddock Lobo, 1.629, Cerqueira César, tel. 3064-6317. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 16h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h à 1h. Dom.: 12h às 16h30 e 19h às 24h. * La Casserole Já parte da história da cidade, bastião gastronômico do velho centro, o sexagenário restaurante serve no almoço durante a semana um simpático menu francês que, por R$ 59 (entrada, prato e sobremesa) equipara-se em preço ao prato mais barato do menu e tem receitas como quenelle de haddock com molho bisque. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 59 mais opções O prato mais caro é a costeleta de cordeiro com aspargos (R$ 109); o mais barato é o mexilhão ao molho de vinho (R$ 57) Lgo. do Arouche, 346, República, tel. 3331-6283. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h30 às 16h e 19h à 0h30. Dom.: 12h30 às 17h. * Maní A estrela da gastronomia paulistana tem ar informal e descontraído, que bem combina com seu menu de almoço na semana: não estão ali as criações da chef Helena Rizzo, mas sua execução impecável está em pratos triviais do "comercial do dia", como copa-lombo à milanesa com purê de batata, repolho roxo, mostarda e chucrute. mais em conta No almoço de ter. a sex., o comercial com entrada, prato e sobremesa sai por R$ 68 mais opções O prato mais caro é o polvo na brasa (R$ 110); o mais barato, o porco à milanesa com purê (R$ 51) R. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros, tel. 3085-4148. Ter. a qui.: 12h às 15h e 20h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 20h30 às 24h. Sáb.: 13h às 16h e 20h30 às 24h. Dom.: 13h às 16h. * Nino Cucina Ok, o Nino Cucina deve seu sucesso retumbante entre outras coisas pelo fato de ser barato pela qualidade que oferece. No caso do seu almoço, a característica fica ainda mais evidente: seu menu de segunda a sexta, com entrada, prato principal e sobremesa, custa R$ 44. Claro que não tem lagosta, mas tem as massas e molhos, que fizeram a fama da casa. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 44 mais opções O prato mais caro é a lagosta (R$ 78); o mais barato, o fettuccine com ragu de vitela (R$ 46) R. Jerônimo da Veiga, 30, Jd. Europa, tel. 3368-6863. Seg. a qua.: 12h às 15h e 19h às 24h. Qui.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 16h e 19h à 1h. Sáb.: 12h * Parigi Bistrot Impera a expertise da grife Fasano, mas aplicada à culinária francesa. Nos almoços de segunda a sexta, por R$ 72, é oferecido um menu-executivo com entrada, prato e sobremesa, incluindo opções como quiche com salada, cordeiro assado com batatas e vagens e éclair de chocolate com sorvete de creme. mais em conta No almoço de seg. a sex., menu com entrada, prato e sobremesa por R$ 72 mais opções O prato mais caro é o camarão ao champanhe (R$ 122); o mais barato, o espaguete ao molho de tomate (R$ 65) Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, tel. 3891-9440. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 17h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 e 19h às 22h. * Picchi Na casa low-profile mas de inegável excelência, o chef Pier Paolo Picchi serve uma cozinha italiana clássica pontuada por intervenções autorais, que não deixam de estar presentes no seu menu do almoço (terça a sexta-feira), que por R$ 59 sai mais em conta do que o prato mais barato do cardápio. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 59 mais opções O prato mais caro é o grelhado do pescador (R$ 110); o mais barato, a massa com molho de calabresa (R$ 61) R. Oscar Freire, 533, Cerqueira César, tel. 3065-5560. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * Shin Zushi O programa obrigatório nesse restaurante é provar o omakaze (o menu-degustação escolhido pelo chef) que custa R$ 280. No almoço, o teishoku sai bem mais em conta: não é nem sombra do menu-degustação, limita-se a opções mais modestas, mas não deixa de ter a qualidade da casa. Custa R$ 48 com um prato de peixe ou carne, acompanhamentos e sobremesa. mais em conta No almoço, de ter. a sex., missoshiro, prato e sobremesa por R$ 48 mais opções O menu-desgustação custa R$ 280; o prato mais barato é o lámen (R$ 38) R. Afonso de Freitas, 169, Paraíso, tel. 3889-8700. Ter. a sáb.: 11h30 às 14h e 18h às 22h30. Dom.: 18h às 22h. * Sushigen Mesmo depois da recente morte de seu inspirador, o sushiman Mitsuaki Shimizu, o restaurante continua uma referência para os amantes da cozinha japonesa. No almoço serve o teishoku, um prato completo com preços que variam, mas sempre custando menos que os combinados desushi e sashimi. mais em conta No almoço, de seg. a sex., teishoku de R$ 35 a R$ 60 mais opções O prato mais caro é o combinado especial (R$ 280); o mais barato, o "chicken katsu" (frango empanado, por R$ 35) R. Manoel da Nóbrega, 76, Paraíso, tel. 3289-5566. Seg. a sáb.: 11h30 às 14h30 e 18h às 22h30. * Tasca da Esquina O variado e saboroso restaurante português do chef Vitor Sobral trabalha com produtos caros, mas que ficam mais leves no bolso em sua versão de almoço executivo. Se o menu completo incluir um prato da terra (como novilho com batata e cogumelo), sairá por R$ 54; com prato do mar (como bacalhau), R$ 59. mais em conta No almoço de ter. a sex., entrada, prato e sobremesa de R$ 54 a R$ 59 mais opções O prato mais caro é o polvo com amêndoas (R$ 106); o mais barato, o bitoque (R$ 58) Al. Itu, 225, Jardim Paulista, tel. 3262-0033. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h. * Tuju A cozinha do chef Ivan Ralston pode ser apreciada no seu menu da estação. Mas há também uma opção, no almoço de terça a sexta, com três pratos. Por R$ 85 é possível sentir a identidade do chef, presente em receitas como a sopa de milho com camarão branco selvagem ou peixe com pamonha folhas leitosas e marisco branco. mais em conta No almoço, de ter. a sex., menu com pães, entrada, prato e sobremesa por R$ 85 mais opções A opção mais cara é o menu de inverno, com 13 etapas (R$ 320); a mais barata é o menu-degustação do mercado, com pães e cinco etapas (R$ 150) R. Fradique Coutinho, 1.248, Pinheiros, tel. 2691-5548. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h30 às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h30 às 24h. Sáb.: 13h às 16h e 19h30 às 24h. * Varanda A excelência tem seu preço: mesmo excluindo as opções especiais como as de wagyu, é fácil encontrar cortes acima dos R$ 100. Por isso, o almoço executivo (na unidade do Itaim), é um bom negócio: sai a R$ 109, com couvert, salada, dez opções de carne ou peixe, acompanhamentos e sobremesa. mais em conta No almoço de seg. a sex., entrada, prato e sobremesa por R$ 109 mais opções O prato mais caro é o coração de picanha (R$ 114); o mais barato, o baby beef (R$ 80) R. Gen. Mena Barreto, 793, J Paulista, tel. 3887-8870. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. Sáb.: 12h às 18h e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
9
Viúva de Dr. Seuss encontra livro inédito 'What Pet Should I Get?'
Depois que Theodor Seuss Geisel —mais conhecido como Dr. Seuss— morreu, em 1991, sua viúva, Audrey Geisel, e uma assistente limparam seu escritório. A maioria das ilustrações e dos esboços do artista foi doada à Universidade da Califórnia em San Diego, e outros papéis ficaram guardados em uma caixa. Foi só em outubro de 2013 que elas examinaram o conteúdo da caixa com cuidado. Encontraram ali cartões ilustrados com o alfabeto, alguns desenhos intitulados "o museu do cavalo" e uma pasta com a inscrição "nobres fracassos", contendo desenhos divertidos que Dr. Seuss não havia conseguido encaixar em nenhuma de suas histórias. No entanto, ao lado desses desenhos órfãos, havia um projeto mais completo chamado "The Pet Shop", com 16 ilustrações em preto e branco, acompanhadas por textos que ele havia datilografado, recortado e colado aos desenhos. As páginas estavam manchadas e amareladas, mas a história estava completa, com as inconfundíveis e divertidas rimas do Dr. Seuss. "Não sabíamos que tínhamos um tesouro como esse", disse a assistente, Claudia Prescott, que começou a trabalhar para Geisel em 1972 e agora ajuda Audrey Geisel, 93, a dirigir a Dr. Seuss Enterprises. Por meio de uma meticulosa reconstrução do processo criativo de Geisel, essas páginas abandonadas resultaram em um novo livro chamado "What Pet Should I Get?". A publicação da obra, em 28 de julho pela Random House, representa um epílogo inesperado para a obra considerável do Dr. Seuss. Geisel escreveu e ilustrou 44 livros infantis, entre os quais clássicos como "O Gatola da Cartola" e "Green Eggs and Ham" (não traduzido para o português), que ajudaram gerações de crianças a aprender a ler. Os livros dele venderam mais de 650 milhões de cópias, mundialmente, e as vendas continuam a crescer a cada ano. O último livro original do Dr. Seuss, "Ah, os Lugares Aonde Você Irá!", foi lançado em 1990 nos EUA, e ninguém na Random House antecipava que um novo trabalho surgisse 24 anos depois da morte de Geisel. A única pessoa que restava na empresa que já havia ainda trabalhado com ele era Cathy Goldsmith, que cuidou do design gráfico e da direção de arte de seus últimos seis livros. Uma semana depois de ser informada sobre o manuscrito, ela foi a San Diego. Goldsmith, hoje vice-presidente e diretora editorial associada da Random House/Golden Books Young Readers, ficou ansiosa com a proposta de transformar o achado em livro. Ninguém sabia por que Geisel o havia abandonado. Ainda que ele tenha publicado o seu primeiro e elogiado livro infantil em 1937, foi só 20 anos mais tarde, com "O Gatola da Cartola", que Dr. Seuss se tornou uma grife e uma figura amada e influente. Os anos que se seguiram foram prolíficos, e Geisel escreveu muitas outras obras, como "Como Grinch Roubou o Natal". Foi nesse período, entre o final dos anos 1950 ou começo dos 1960, que Goldsmith e os arquivistas de Seuss acreditam que ele tenha escrito a história sobre a loja de animais. As crianças do livro são virtualmente idênticas às de "One Fish Two Fish Red Fish Blue Fish". Geisel, perfeccionista, só enviava trabalhos à editora quando os considerava completos. O manuscrito estava a diversos passos da conclusão. Ele tipicamente datilografava o texto de cada página e depois o colava aos desenhos. Quando revisava o texto, ele datilografava novas versões e as colava sobre as antigas. No entanto, na obra encontrada, o papel estava solto, e por isso não estava claro qual seria o texto final no manuscrito revisado. Algumas das imagens tinham cinco diferentes esquemas de rima. O tema de "What Pet Should I Get?" é o da escolha. Como o menino e a menina da história -que vacilam entre comprar um cachorro, um gato, um passarinho ou um peixe- Goldsmith tinha muitas escolhas a fazer. Quando não estava claro que versão do texto deveria ser usada, Goldsmith e dois colegas colavam as páginas à parede e liam os versos em voz alta, para ver quais deles soavam melhor. Goldsmith estudou os livros publicados por Geisel nas décadas de 1950 e 1960, quando ele preferia cores primárias e fortes. Então, escolheu tons amarelos e azuis parecidos para os fundos. A história termina em tom incerto, com as crianças saindo da loja carregando uma cesta. Dentro dela, vê-se um par de olhos, mas o animal permanece oculto. Goldsmith preferiu não adivinhar que bicho eles compraram, limitando-se a dizer que "provavelmente não é um peixe".
ilustrada
Viúva de Dr. Seuss encontra livro inédito 'What Pet Should I Get?'Depois que Theodor Seuss Geisel —mais conhecido como Dr. Seuss— morreu, em 1991, sua viúva, Audrey Geisel, e uma assistente limparam seu escritório. A maioria das ilustrações e dos esboços do artista foi doada à Universidade da Califórnia em San Diego, e outros papéis ficaram guardados em uma caixa. Foi só em outubro de 2013 que elas examinaram o conteúdo da caixa com cuidado. Encontraram ali cartões ilustrados com o alfabeto, alguns desenhos intitulados "o museu do cavalo" e uma pasta com a inscrição "nobres fracassos", contendo desenhos divertidos que Dr. Seuss não havia conseguido encaixar em nenhuma de suas histórias. No entanto, ao lado desses desenhos órfãos, havia um projeto mais completo chamado "The Pet Shop", com 16 ilustrações em preto e branco, acompanhadas por textos que ele havia datilografado, recortado e colado aos desenhos. As páginas estavam manchadas e amareladas, mas a história estava completa, com as inconfundíveis e divertidas rimas do Dr. Seuss. "Não sabíamos que tínhamos um tesouro como esse", disse a assistente, Claudia Prescott, que começou a trabalhar para Geisel em 1972 e agora ajuda Audrey Geisel, 93, a dirigir a Dr. Seuss Enterprises. Por meio de uma meticulosa reconstrução do processo criativo de Geisel, essas páginas abandonadas resultaram em um novo livro chamado "What Pet Should I Get?". A publicação da obra, em 28 de julho pela Random House, representa um epílogo inesperado para a obra considerável do Dr. Seuss. Geisel escreveu e ilustrou 44 livros infantis, entre os quais clássicos como "O Gatola da Cartola" e "Green Eggs and Ham" (não traduzido para o português), que ajudaram gerações de crianças a aprender a ler. Os livros dele venderam mais de 650 milhões de cópias, mundialmente, e as vendas continuam a crescer a cada ano. O último livro original do Dr. Seuss, "Ah, os Lugares Aonde Você Irá!", foi lançado em 1990 nos EUA, e ninguém na Random House antecipava que um novo trabalho surgisse 24 anos depois da morte de Geisel. A única pessoa que restava na empresa que já havia ainda trabalhado com ele era Cathy Goldsmith, que cuidou do design gráfico e da direção de arte de seus últimos seis livros. Uma semana depois de ser informada sobre o manuscrito, ela foi a San Diego. Goldsmith, hoje vice-presidente e diretora editorial associada da Random House/Golden Books Young Readers, ficou ansiosa com a proposta de transformar o achado em livro. Ninguém sabia por que Geisel o havia abandonado. Ainda que ele tenha publicado o seu primeiro e elogiado livro infantil em 1937, foi só 20 anos mais tarde, com "O Gatola da Cartola", que Dr. Seuss se tornou uma grife e uma figura amada e influente. Os anos que se seguiram foram prolíficos, e Geisel escreveu muitas outras obras, como "Como Grinch Roubou o Natal". Foi nesse período, entre o final dos anos 1950 ou começo dos 1960, que Goldsmith e os arquivistas de Seuss acreditam que ele tenha escrito a história sobre a loja de animais. As crianças do livro são virtualmente idênticas às de "One Fish Two Fish Red Fish Blue Fish". Geisel, perfeccionista, só enviava trabalhos à editora quando os considerava completos. O manuscrito estava a diversos passos da conclusão. Ele tipicamente datilografava o texto de cada página e depois o colava aos desenhos. Quando revisava o texto, ele datilografava novas versões e as colava sobre as antigas. No entanto, na obra encontrada, o papel estava solto, e por isso não estava claro qual seria o texto final no manuscrito revisado. Algumas das imagens tinham cinco diferentes esquemas de rima. O tema de "What Pet Should I Get?" é o da escolha. Como o menino e a menina da história -que vacilam entre comprar um cachorro, um gato, um passarinho ou um peixe- Goldsmith tinha muitas escolhas a fazer. Quando não estava claro que versão do texto deveria ser usada, Goldsmith e dois colegas colavam as páginas à parede e liam os versos em voz alta, para ver quais deles soavam melhor. Goldsmith estudou os livros publicados por Geisel nas décadas de 1950 e 1960, quando ele preferia cores primárias e fortes. Então, escolheu tons amarelos e azuis parecidos para os fundos. A história termina em tom incerto, com as crianças saindo da loja carregando uma cesta. Dentro dela, vê-se um par de olhos, mas o animal permanece oculto. Goldsmith preferiu não adivinhar que bicho eles compraram, limitando-se a dizer que "provavelmente não é um peixe".
6
Avião solar faz teste para volta ao mundo
O Solar Impulse 2, avião movido a energia solar, fez um voo de teste ao sobrevoar Abu Dhabi. A viagem faz parte das preparações para uma volta ao mundo, marcada para o mês que vem. Os pilotos Bertrand Piccard e Andre Borschberg pilotarão a nave na aventura, numa prova de que um voo como esse é possível sem gastar uma gota de combustível. Eles partirão da capital dos Emirados Árabes Unidos no fim de fevereiro ou início de março para percorrer 35.000 km a uma velocidade relativamente lenta (entre 50 e 100 km/h). Sua volta ao mundo durará cinco meses, com 25 dias de voo, segundo os dois suíços, cofundadores e pilotos do avião. A aeronave, coberta com 17 mil células solares que alimentam seus quatro motores elétricos de hélice, será o primeiro a cruzar oceanos e continentes com a ajuda do sol. O Solar Impulse 2, que voará a até 8.500 metros de altitude, se dirigirá primeiro a Omã e às cidades indianas de Ahmedabad e Varanasi. Depois irá a Mandalay, em Mianmar, Chongqing e Nanquim, na China, antes de cruzar o Pacífico com uma escala no arquipélago americano do Havaí. Piccard e Borschberg irão parar posteriormente em Phoenix e Nova York, de onde partirão ao sul da Europa ou ao norte da África, última escala antes do retorno a Abu Dhabi, no fim de julho ou início de agosto.
ciencia
Avião solar faz teste para volta ao mundoO Solar Impulse 2, avião movido a energia solar, fez um voo de teste ao sobrevoar Abu Dhabi. A viagem faz parte das preparações para uma volta ao mundo, marcada para o mês que vem. Os pilotos Bertrand Piccard e Andre Borschberg pilotarão a nave na aventura, numa prova de que um voo como esse é possível sem gastar uma gota de combustível. Eles partirão da capital dos Emirados Árabes Unidos no fim de fevereiro ou início de março para percorrer 35.000 km a uma velocidade relativamente lenta (entre 50 e 100 km/h). Sua volta ao mundo durará cinco meses, com 25 dias de voo, segundo os dois suíços, cofundadores e pilotos do avião. A aeronave, coberta com 17 mil células solares que alimentam seus quatro motores elétricos de hélice, será o primeiro a cruzar oceanos e continentes com a ajuda do sol. O Solar Impulse 2, que voará a até 8.500 metros de altitude, se dirigirá primeiro a Omã e às cidades indianas de Ahmedabad e Varanasi. Depois irá a Mandalay, em Mianmar, Chongqing e Nanquim, na China, antes de cruzar o Pacífico com uma escala no arquipélago americano do Havaí. Piccard e Borschberg irão parar posteriormente em Phoenix e Nova York, de onde partirão ao sul da Europa ou ao norte da África, última escala antes do retorno a Abu Dhabi, no fim de julho ou início de agosto.
15
Aclamada nos EUA, 'Jane the Virgin' estreia no Brasil com 'sangue latino'
A protagonista de "Jane the Virgin" rendeu à atriz Gina Rodríguez, filha de porto-riquenhos, o Globo de Ouro de melhor atriz em 2015. Mas para a atriz Andrea Naveda, mãe de Jane na série que estreia nesta quinta (19) no Brasil, um dos maiores reconhecimentos é a celebração da identidade latina em uma comédia de sucesso na TV americana. "Sempre vivi [nos EUA] uma luta contra a minha identidade, se pertencia ao mundo latino-americano ou 'americano-americano'. Não tinha exemplos [de personagens latinos] na TV, especialmente positivos", comenta Andrea, em entrevista com jornalistas da região. Para ela, a série é uma oportunidade de retratar o que é ser latino nos Estados Unidos. "Finalmente temos uma voz, e vamos continuar falando." Não poderia ser diferente: "Jane the Virgin", sobre uma jovem que engravida virgem, tem sangue latino. A trama é uma adaptação da novela venezuelana "Juana la Virgen", e o tempo todo presta referência aos folhetins eletrônicos. O melodrama televisivo é parte do imaginário coletivo do continente e do elenco —não só como público, mas como atores em produções do gênero. Tanto Naveda como Jaime Camil, o pai da protagonista na ficção, já atuaram em novelas antes de serem escalados para seriados. "Como no Brasil, crescemos na cultura da novela. Entendemos ela muito bem", diz Camil. Filho de mãe brasileira, ele já tem um fã clube no Brasil, conquistado após atuar em "Por Ela Sou Eva", dramalhão mexicano exibido pelo SBT em 2014. crescemos na cultura da novela. "Estou feliz por finalmente chegar ao Brasil com esse show", afirma o ator, que concedeu uma pequena parte da entrevista em português. A diferença entre gravar uma série e uma novela, contam, está no ritmo de trabalho e na profundidade que as atuações conseguem atingir em cada produto. "O seriado providencia o luxo do tempo", opina Andrea. "Numa série, você tem sete dias para gravar 47 minutos [de episódio]. Numa novela, são 47 minutos por dia. Você tem que chorar, rir, tudo em oito horas", diz Camil. Aos risos, ambos elencam seus clichês favoritos na teledramaturgia latino-americana. "Quando um homem acaba dormindo com a irmã de sua amada", revela o ator. "Quando um personagem é assassinado e reaparece depois vivo", diz Andrea Navedo. Pela avaliação da crítica —que aclamou a comédia como uma das melhores de 2014—, os lugares-comuns do gênero resultam em uma narrativa elegante em "Jane the Virgin". NA TV JANE THE VIRGIN Estreia da 1ª temporada QUANDO às 22h30, no Lifetime
ilustrada
Aclamada nos EUA, 'Jane the Virgin' estreia no Brasil com 'sangue latino'A protagonista de "Jane the Virgin" rendeu à atriz Gina Rodríguez, filha de porto-riquenhos, o Globo de Ouro de melhor atriz em 2015. Mas para a atriz Andrea Naveda, mãe de Jane na série que estreia nesta quinta (19) no Brasil, um dos maiores reconhecimentos é a celebração da identidade latina em uma comédia de sucesso na TV americana. "Sempre vivi [nos EUA] uma luta contra a minha identidade, se pertencia ao mundo latino-americano ou 'americano-americano'. Não tinha exemplos [de personagens latinos] na TV, especialmente positivos", comenta Andrea, em entrevista com jornalistas da região. Para ela, a série é uma oportunidade de retratar o que é ser latino nos Estados Unidos. "Finalmente temos uma voz, e vamos continuar falando." Não poderia ser diferente: "Jane the Virgin", sobre uma jovem que engravida virgem, tem sangue latino. A trama é uma adaptação da novela venezuelana "Juana la Virgen", e o tempo todo presta referência aos folhetins eletrônicos. O melodrama televisivo é parte do imaginário coletivo do continente e do elenco —não só como público, mas como atores em produções do gênero. Tanto Naveda como Jaime Camil, o pai da protagonista na ficção, já atuaram em novelas antes de serem escalados para seriados. "Como no Brasil, crescemos na cultura da novela. Entendemos ela muito bem", diz Camil. Filho de mãe brasileira, ele já tem um fã clube no Brasil, conquistado após atuar em "Por Ela Sou Eva", dramalhão mexicano exibido pelo SBT em 2014. crescemos na cultura da novela. "Estou feliz por finalmente chegar ao Brasil com esse show", afirma o ator, que concedeu uma pequena parte da entrevista em português. A diferença entre gravar uma série e uma novela, contam, está no ritmo de trabalho e na profundidade que as atuações conseguem atingir em cada produto. "O seriado providencia o luxo do tempo", opina Andrea. "Numa série, você tem sete dias para gravar 47 minutos [de episódio]. Numa novela, são 47 minutos por dia. Você tem que chorar, rir, tudo em oito horas", diz Camil. Aos risos, ambos elencam seus clichês favoritos na teledramaturgia latino-americana. "Quando um homem acaba dormindo com a irmã de sua amada", revela o ator. "Quando um personagem é assassinado e reaparece depois vivo", diz Andrea Navedo. Pela avaliação da crítica —que aclamou a comédia como uma das melhores de 2014—, os lugares-comuns do gênero resultam em uma narrativa elegante em "Jane the Virgin". NA TV JANE THE VIRGIN Estreia da 1ª temporada QUANDO às 22h30, no Lifetime
6
Parados na fronteira dos EUA, haitianos encontram "sonho mexicano"
José Lluís Millán encontrou uma nova safra de empregados excelentes em um lava jato de carros elegante em Tijuana, cujos clientes cruzam a fronteira dos EUA e pagam até US$ 950 (cerca de R$ 2.980) para ter seus bens preciosos lavados a vapor e esfregados durante horas. Eles nunca se atrasam, trabalham rápido e vêm nos dias de folga para aprender novas técnicas, características que, segundo Millán, fazem deles modelos para seus colegas mexicanos. Eles estão entre milhares de haitianos que chegaram ao noroeste do México com a intenção de saltar a fronteira antes que os EUA fechassem subitamente as portas, no ano passado. O governo mexicano os recebeu bem, com vistos que os ajudaram a suprir a demanda de mão de obra na pujante economia de Tijuana. Em um país cuja população é 1% negra, os haitianos de Tijuana se destacam. Eles vivem em cômodos lotados e enviam grande parte dos magros salários para sustentar suas famílias no Haiti. Os haitianos ganham muito menos do que ganhariam nos EUA, mas o suficiente para não se arriscarem à deportação caso fossem para o norte. Dois novos restaurantes haitianos no centro da cidade servem pratos com manga e purê de bananas. Dezenas de crianças haitianas frequentam escolas públicas. As fábricas que exportam para os EUA recrutam haitianos, que também podem ser encontrados trabalhando como garçons e rezando em congregações que agora têm serviços em língua crioula. "É o sonho mexicano para muitos deles, um sentido de pertencimento", disse Millán. "O México lhes deu uma oportunidade. O México se abriu e deixou que realizassem seus sonhos." Millán, que viveu na área de Los Angeles durante 20 anos, até que foi obrigado a partir no ano passado por empregar dezenas de pessoas ilegalmente em sua empresa de organização de festas, vê paralelos com os mexicanos que estão nos EUA. Seu trabalho de equipe é exemplar. Alguns clientes pedem por eles. Os haitianos "lutam firme, com força, e não param", diz Millán. Eles seguiram um caminho acidental de sua terra natal empobrecida no Caribe até Tijuana, cidade com cerca de 2 milhões de habitantes que faz fronteira com San Diego, na Califórnia, e também tem grandes bolsões de imigrantes chineses e coreanos. O Brasil e seus vizinhos receberam haitianos depois do terremoto que atingiu a ilha caribenha em 2010. Quando as construções para a Olimpíada de 2016 terminaram e o Brasil entrou em um turbilhão político, eles cruzaram dez países de avião, barco, ônibus e a pé até San Diego, onde as autoridades americanas os aceitavam por razões humanitárias. O então presidente Barack Obama mudou o rumo em setembro e começou a deportar os haitianos que chegavam. Muitos decidiram se estabelecer no México. Depois de lutar como professor escolar no Haiti, Abelson Etienne mudou-se para o Brasil em 2014 para trabalhar em uma fábrica que fazia cabos para produtos de iluminação. Ele chegou a Tijuana em dezembro, depois de uma dura viagem com sua mulher, que, apesar da mudança de política nos EUA, foi recebida por motivos humanitários, supostamente por estar no sétimo mês de gravidez. Etienne, que tem 27 anos e estudou química no Haiti, assumiu uma rotina de seis dias de trabalho por semana e três turnos duplos, que lhe valem 1.900 pesos (R$ 335). O dinheiro vai para sua mulher em Nova York e para o bebê que ele ainda não conhece. Aos domingos, dorme até a tarde e vai à igreja. "Tem muito trabalho em Tijuana", disse ele, com uma panela de peixe cozido com manga e tomate preparado num fogão elétrico no apartamento que ele divide com mais três haitianos. "Fui muito bem tratado no México." Assim como seu vizinho ao norte e muitos outros lugares na América Latina, o México tem uma história complexa de raças. As elites mexicanas tendem a ser brancas, e os negros às vezes são diminuídos casualmente, como em frases do dia a dia como "trabalha como um negro", que significa trabalhar duro. O governo mexicano está dando aos haitianos vistos de um ano, renováveis, que lhes permitem trabalhar mas não trazer a família. Rodulfo Figueroa, a principal autoridade de imigração da região, disse que o México está praticando o que ele pede dos EUA e outros países. "Acreditamos que há uma questão humanitária nessas pessoas que procuram uma vida melhor no México", disse Figueroa, o delegado do Instituto Nacional de Migração no Estado de Baja Califórnia, que inclui Tijuana. "Nossa política é que a população haitiana faça o que é necessário para ter uma posição no México." Os recém-chegados, atualmente em torno de 3.000, são administráveis em um país de 122 milhões. Os centro-americanos, que vêm ilegalmente em número muito maior, geralmente são deportados, embora o México esteja concedendo asilo com maior frequência. Rodin St. Surin, 36, está entre as centenas de haitianos que encontraram trabalho nas fábricas voltadas para exportação em Tijuana. A CCL Industries, uma empresa sediada em Toronto (Canadá) que faz produtos para escritório Avery para lojas que incluem Staples, Walmart, Target e outras, precisavam de ajuda depois de mudar a indústria de Meridian, no Mississípi, no ano passado. A fábrica contratou St. Surin e outros 15 haitianos em maio para sua força de trabalho de 1.700 pessoas durante a temporada de pico, a volta às aulas. Eles inspecionaram e empacotaram fichários no fundo de uma fábrica gigante, impecável, cujas máquinas também produzem etiquetas, pastas e marcadores. Os gerentes da fábrica superaram a barreira de línguas pedindo que St. Surin traduzisse suas instruções para o crioulo. Alguns haitianos aprenderam rapidamente o espanhol em Tijuana, enquanto outros foram ajudados pelo tempo que passaram em áreas de língua espanhola no Caribe e na América do Sul. "Estou muito à vontade com esse pessoal", disse Mario Aguirre, o diretor de operações da fábrica e um veterano há 43 anos na indústria. "Eles nos deram muito bons resultados. Não faltam ao trabalho, sempre chegam na hora. Gostaríamos de ver a mesma atitude em todos." A fábrica ofereceu 1.500 pesos (R$ 266) por uma semana de seis dias, com plano de saúde, férias pagas e transporte grátis ao trabalho. St. Surin, que deixou o Brasil com a esperança de se reunir a um primo em Miami, manda o que ganha para uma pessoa que cuida de seus três filhos no Haiti, os quais espera trazer para Tijuana. "O México poderia ser meu lar", disse ele diante de um prédio lotado, coberto de grafite, onde uma freira permite que cerca de 50 haitianos morem de graça em uma rua compartilhada por carros e cães vadios. Ele usa a água de um vizinho para tomar banho e cozinha em uma fogueira sob uma grande tenda. A igreja Embaixadores de Jesus Cristo, que fica em uma estrada de terra bordejada por pés de sisal e pneus velhos, abrigou até 500 haitianos no ano passado em pisos cobertos de colchões, sendo talvez o maior grupo de ajuda cívico ou religioso. Seu pastor, Jeccene Thimote, quer construir um "pequeno Haiti" de cem casas ali perto, no fundo de um cânion onde o som de pavões e galos e o odor de porcos permeiam o ar. Ele construiu três casas antes que a cidade interditasse as construções por falta de controle contra enchentes. Thimote, 32, sobrevive com duas horas de sono, acordando às 5h para rezar e servindo como capataz para uma equipe de dez haitianos que constroem uma casa em um dos bairros mais ricos de Tijuana. Ele trabalha à noite na RSI Home Products, companhia sediada na Califórnia que faz armários embutidos para as lojas Home Depot e Lowe's. Thimote, que estava entre os 160 haitianos que ainda moravam de graça na igreja neste verão, manda o que ganha para o Haiti para pagar dívidas da família e sustentar uma filha de 3 anos. Ele esperava se juntar a um primo em Nova York quando partiu do Equador no ano passado, mas considera o México melhor que o Haiti: "Tem mais pobreza lá do que aqui". A igreja se adaptou. Toda quarta-feira à noite, os haitianos se reúnem para um sermão em crioulo. Os mexicanos frequentam um serviço em espanhol no domingo. Um haitiano e uma mexicana anunciaram recentemente planos de se casar na igreja. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
mundo
Parados na fronteira dos EUA, haitianos encontram "sonho mexicano"José Lluís Millán encontrou uma nova safra de empregados excelentes em um lava jato de carros elegante em Tijuana, cujos clientes cruzam a fronteira dos EUA e pagam até US$ 950 (cerca de R$ 2.980) para ter seus bens preciosos lavados a vapor e esfregados durante horas. Eles nunca se atrasam, trabalham rápido e vêm nos dias de folga para aprender novas técnicas, características que, segundo Millán, fazem deles modelos para seus colegas mexicanos. Eles estão entre milhares de haitianos que chegaram ao noroeste do México com a intenção de saltar a fronteira antes que os EUA fechassem subitamente as portas, no ano passado. O governo mexicano os recebeu bem, com vistos que os ajudaram a suprir a demanda de mão de obra na pujante economia de Tijuana. Em um país cuja população é 1% negra, os haitianos de Tijuana se destacam. Eles vivem em cômodos lotados e enviam grande parte dos magros salários para sustentar suas famílias no Haiti. Os haitianos ganham muito menos do que ganhariam nos EUA, mas o suficiente para não se arriscarem à deportação caso fossem para o norte. Dois novos restaurantes haitianos no centro da cidade servem pratos com manga e purê de bananas. Dezenas de crianças haitianas frequentam escolas públicas. As fábricas que exportam para os EUA recrutam haitianos, que também podem ser encontrados trabalhando como garçons e rezando em congregações que agora têm serviços em língua crioula. "É o sonho mexicano para muitos deles, um sentido de pertencimento", disse Millán. "O México lhes deu uma oportunidade. O México se abriu e deixou que realizassem seus sonhos." Millán, que viveu na área de Los Angeles durante 20 anos, até que foi obrigado a partir no ano passado por empregar dezenas de pessoas ilegalmente em sua empresa de organização de festas, vê paralelos com os mexicanos que estão nos EUA. Seu trabalho de equipe é exemplar. Alguns clientes pedem por eles. Os haitianos "lutam firme, com força, e não param", diz Millán. Eles seguiram um caminho acidental de sua terra natal empobrecida no Caribe até Tijuana, cidade com cerca de 2 milhões de habitantes que faz fronteira com San Diego, na Califórnia, e também tem grandes bolsões de imigrantes chineses e coreanos. O Brasil e seus vizinhos receberam haitianos depois do terremoto que atingiu a ilha caribenha em 2010. Quando as construções para a Olimpíada de 2016 terminaram e o Brasil entrou em um turbilhão político, eles cruzaram dez países de avião, barco, ônibus e a pé até San Diego, onde as autoridades americanas os aceitavam por razões humanitárias. O então presidente Barack Obama mudou o rumo em setembro e começou a deportar os haitianos que chegavam. Muitos decidiram se estabelecer no México. Depois de lutar como professor escolar no Haiti, Abelson Etienne mudou-se para o Brasil em 2014 para trabalhar em uma fábrica que fazia cabos para produtos de iluminação. Ele chegou a Tijuana em dezembro, depois de uma dura viagem com sua mulher, que, apesar da mudança de política nos EUA, foi recebida por motivos humanitários, supostamente por estar no sétimo mês de gravidez. Etienne, que tem 27 anos e estudou química no Haiti, assumiu uma rotina de seis dias de trabalho por semana e três turnos duplos, que lhe valem 1.900 pesos (R$ 335). O dinheiro vai para sua mulher em Nova York e para o bebê que ele ainda não conhece. Aos domingos, dorme até a tarde e vai à igreja. "Tem muito trabalho em Tijuana", disse ele, com uma panela de peixe cozido com manga e tomate preparado num fogão elétrico no apartamento que ele divide com mais três haitianos. "Fui muito bem tratado no México." Assim como seu vizinho ao norte e muitos outros lugares na América Latina, o México tem uma história complexa de raças. As elites mexicanas tendem a ser brancas, e os negros às vezes são diminuídos casualmente, como em frases do dia a dia como "trabalha como um negro", que significa trabalhar duro. O governo mexicano está dando aos haitianos vistos de um ano, renováveis, que lhes permitem trabalhar mas não trazer a família. Rodulfo Figueroa, a principal autoridade de imigração da região, disse que o México está praticando o que ele pede dos EUA e outros países. "Acreditamos que há uma questão humanitária nessas pessoas que procuram uma vida melhor no México", disse Figueroa, o delegado do Instituto Nacional de Migração no Estado de Baja Califórnia, que inclui Tijuana. "Nossa política é que a população haitiana faça o que é necessário para ter uma posição no México." Os recém-chegados, atualmente em torno de 3.000, são administráveis em um país de 122 milhões. Os centro-americanos, que vêm ilegalmente em número muito maior, geralmente são deportados, embora o México esteja concedendo asilo com maior frequência. Rodin St. Surin, 36, está entre as centenas de haitianos que encontraram trabalho nas fábricas voltadas para exportação em Tijuana. A CCL Industries, uma empresa sediada em Toronto (Canadá) que faz produtos para escritório Avery para lojas que incluem Staples, Walmart, Target e outras, precisavam de ajuda depois de mudar a indústria de Meridian, no Mississípi, no ano passado. A fábrica contratou St. Surin e outros 15 haitianos em maio para sua força de trabalho de 1.700 pessoas durante a temporada de pico, a volta às aulas. Eles inspecionaram e empacotaram fichários no fundo de uma fábrica gigante, impecável, cujas máquinas também produzem etiquetas, pastas e marcadores. Os gerentes da fábrica superaram a barreira de línguas pedindo que St. Surin traduzisse suas instruções para o crioulo. Alguns haitianos aprenderam rapidamente o espanhol em Tijuana, enquanto outros foram ajudados pelo tempo que passaram em áreas de língua espanhola no Caribe e na América do Sul. "Estou muito à vontade com esse pessoal", disse Mario Aguirre, o diretor de operações da fábrica e um veterano há 43 anos na indústria. "Eles nos deram muito bons resultados. Não faltam ao trabalho, sempre chegam na hora. Gostaríamos de ver a mesma atitude em todos." A fábrica ofereceu 1.500 pesos (R$ 266) por uma semana de seis dias, com plano de saúde, férias pagas e transporte grátis ao trabalho. St. Surin, que deixou o Brasil com a esperança de se reunir a um primo em Miami, manda o que ganha para uma pessoa que cuida de seus três filhos no Haiti, os quais espera trazer para Tijuana. "O México poderia ser meu lar", disse ele diante de um prédio lotado, coberto de grafite, onde uma freira permite que cerca de 50 haitianos morem de graça em uma rua compartilhada por carros e cães vadios. Ele usa a água de um vizinho para tomar banho e cozinha em uma fogueira sob uma grande tenda. A igreja Embaixadores de Jesus Cristo, que fica em uma estrada de terra bordejada por pés de sisal e pneus velhos, abrigou até 500 haitianos no ano passado em pisos cobertos de colchões, sendo talvez o maior grupo de ajuda cívico ou religioso. Seu pastor, Jeccene Thimote, quer construir um "pequeno Haiti" de cem casas ali perto, no fundo de um cânion onde o som de pavões e galos e o odor de porcos permeiam o ar. Ele construiu três casas antes que a cidade interditasse as construções por falta de controle contra enchentes. Thimote, 32, sobrevive com duas horas de sono, acordando às 5h para rezar e servindo como capataz para uma equipe de dez haitianos que constroem uma casa em um dos bairros mais ricos de Tijuana. Ele trabalha à noite na RSI Home Products, companhia sediada na Califórnia que faz armários embutidos para as lojas Home Depot e Lowe's. Thimote, que estava entre os 160 haitianos que ainda moravam de graça na igreja neste verão, manda o que ganha para o Haiti para pagar dívidas da família e sustentar uma filha de 3 anos. Ele esperava se juntar a um primo em Nova York quando partiu do Equador no ano passado, mas considera o México melhor que o Haiti: "Tem mais pobreza lá do que aqui". A igreja se adaptou. Toda quarta-feira à noite, os haitianos se reúnem para um sermão em crioulo. Os mexicanos frequentam um serviço em espanhol no domingo. Um haitiano e uma mexicana anunciaram recentemente planos de se casar na igreja. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
4
Culto ao corpo, desprezo à saúde
A sociedade vive diversas contradições, muitas delas fomentadas por modismos que só espelham a superficialidade e o imediatismo de valores contemporâneos, dentre eles o excessivo culto ao corpo. Informações que circulam pelas redes sociais, muitas delas sem nenhum respaldo científico, induzem à crença de que o uso de determinadas substâncias ajuda na construção de corpos "perfeitos" ou "desintoxica" o organismo, mas sem apontar os possíveis riscos à saúde. Não há dados precisos sobre quantas pessoas usam rotineiramente essas substâncias, mas o fato é que em vários países é crescente o número de pacientes atendidos por toxicidade delas decorrentes. Não é incomum o uso de mais de uma dessas substâncias, tais como anabolizantes injetáveis, oxandrolona e hormônio de crescimento. De forma isolada ou combinada, eles podem aumentar a massa muscular, mas criam um considerável risco de morte súbita por infarto, arritmia cardíaca ou hemorragia cerebral, além de problemas como insuficiência renal, tumores do fígado e distúrbios de coagulação. Em adição, a lista de substâncias e fórmulas "promissoras", definidas pelo imaginário criativo do prescritor ou do fabricante, é longa. Inclui, por exemplo, as fórmulas termogênicas, supostamente para ajudar na queima de calorias, que incluem chá verde, espirulina, yombina, óleo de cartamo e tribulus terrestres, as quais, em função da dose e de fatores genéticos do indivíduo, podem apresentar diferentes graus de toxicidade, principalmente hepatite medicamentosa. Essa lista inclui também as chamadas dietas "detox", cujo suposto efeito seria a retirada de toxinas do organismo associada à perda de peso. Nesse grupo não há padronização e ainda associam-se diferentes práticas, incluindo lavagens intestinais que, além de ineficazes, podem causar perfuração intestinal. Recentemente, tem sido disseminada a chamada terapêutica anti-aging, que consiste em se associar altas doses de vitaminas, hormônio do crescimento, testosterona e outros anabolizantes para reduzir os efeitos do envelhecimento. A faixa etária que se submete a essas práticas é ainda mais vulnerável aos efeitos adversos dessas medicações, o que é omitido por quem prescreve. Essas nefastas práticas são estimuladas não apenas pelo culto ao corpo mas também por um mercado que movimenta mais de US$ 70 bilhões ao ano e que não é profundamente regulamentado pelas agências fiscalizadoras de vários países. O culto ao corpo não é condenável, desde que seja em função da busca por uma melhor qualidade de vida. A autoestima que dele pode advir é desejável e pode ser estimulada, desde que não comprometa a saúde através de falsas premissas. Assim, a melhor maneira de se coibir as práticas insensatas e perniciosas é trazê-las para o terreno da ciência. A comprovação científica, apoiada em divulgação honesta sobre benefícios e riscos, é fundamental para que cada indivíduo possa tomar as decisões sobre o que quer fazer com seu próprio corpo. Os padrões estéticos existem, sendo inevitável que as pessoas procurem se adequar ao que os modismos impõem. Entretanto, nada pode se sobrepor à responsabilidade de cada um frente ao bem maior que é a saúde e a própria vida. Portanto está mais do que na hora de a imprensa e as sociedades médicas se mobilizarem para coibir o descontrole que hoje se vive na busca do "melhor corpo". Nós, particularmente, estamos incomodados vendo pacientes sofrerem as consequências desses desatinos. RAYMUNDO PARANÁ, 55, é professor titular de gastro-hepatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Culto ao corpo, desprezo à saúdeA sociedade vive diversas contradições, muitas delas fomentadas por modismos que só espelham a superficialidade e o imediatismo de valores contemporâneos, dentre eles o excessivo culto ao corpo. Informações que circulam pelas redes sociais, muitas delas sem nenhum respaldo científico, induzem à crença de que o uso de determinadas substâncias ajuda na construção de corpos "perfeitos" ou "desintoxica" o organismo, mas sem apontar os possíveis riscos à saúde. Não há dados precisos sobre quantas pessoas usam rotineiramente essas substâncias, mas o fato é que em vários países é crescente o número de pacientes atendidos por toxicidade delas decorrentes. Não é incomum o uso de mais de uma dessas substâncias, tais como anabolizantes injetáveis, oxandrolona e hormônio de crescimento. De forma isolada ou combinada, eles podem aumentar a massa muscular, mas criam um considerável risco de morte súbita por infarto, arritmia cardíaca ou hemorragia cerebral, além de problemas como insuficiência renal, tumores do fígado e distúrbios de coagulação. Em adição, a lista de substâncias e fórmulas "promissoras", definidas pelo imaginário criativo do prescritor ou do fabricante, é longa. Inclui, por exemplo, as fórmulas termogênicas, supostamente para ajudar na queima de calorias, que incluem chá verde, espirulina, yombina, óleo de cartamo e tribulus terrestres, as quais, em função da dose e de fatores genéticos do indivíduo, podem apresentar diferentes graus de toxicidade, principalmente hepatite medicamentosa. Essa lista inclui também as chamadas dietas "detox", cujo suposto efeito seria a retirada de toxinas do organismo associada à perda de peso. Nesse grupo não há padronização e ainda associam-se diferentes práticas, incluindo lavagens intestinais que, além de ineficazes, podem causar perfuração intestinal. Recentemente, tem sido disseminada a chamada terapêutica anti-aging, que consiste em se associar altas doses de vitaminas, hormônio do crescimento, testosterona e outros anabolizantes para reduzir os efeitos do envelhecimento. A faixa etária que se submete a essas práticas é ainda mais vulnerável aos efeitos adversos dessas medicações, o que é omitido por quem prescreve. Essas nefastas práticas são estimuladas não apenas pelo culto ao corpo mas também por um mercado que movimenta mais de US$ 70 bilhões ao ano e que não é profundamente regulamentado pelas agências fiscalizadoras de vários países. O culto ao corpo não é condenável, desde que seja em função da busca por uma melhor qualidade de vida. A autoestima que dele pode advir é desejável e pode ser estimulada, desde que não comprometa a saúde através de falsas premissas. Assim, a melhor maneira de se coibir as práticas insensatas e perniciosas é trazê-las para o terreno da ciência. A comprovação científica, apoiada em divulgação honesta sobre benefícios e riscos, é fundamental para que cada indivíduo possa tomar as decisões sobre o que quer fazer com seu próprio corpo. Os padrões estéticos existem, sendo inevitável que as pessoas procurem se adequar ao que os modismos impõem. Entretanto, nada pode se sobrepor à responsabilidade de cada um frente ao bem maior que é a saúde e a própria vida. Portanto está mais do que na hora de a imprensa e as sociedades médicas se mobilizarem para coibir o descontrole que hoje se vive na busca do "melhor corpo". Nós, particularmente, estamos incomodados vendo pacientes sofrerem as consequências desses desatinos. RAYMUNDO PARANÁ, 55, é professor titular de gastro-hepatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
7
Erramos: chamada na homepage e na versão mobile
Diferentemente do informado na homepage e na versão mobile do site da Folha, nesta quinta-feira (9), o livro "Histórias da Aids" não apresenta somente histórias de idosos que sobreviveram ao vírus HIV. As chamadas foram corrigidas.
equilibrioesaude
Erramos: chamada na homepage e na versão mobileDiferentemente do informado na homepage e na versão mobile do site da Folha, nesta quinta-feira (9), o livro "Histórias da Aids" não apresenta somente histórias de idosos que sobreviveram ao vírus HIV. As chamadas foram corrigidas.
16
Como o 'Tudo Sobre Todos' aqueceu o mercado de bitcoin brasileiro
Na última quarta de agosto, Guto Schiavon teve de sair do confortável hotel onde estava hospedado em São Paulo em busca de uma conexão melhor que o wi-fi do seu quarto. A rede ali não servia para todas as abas que ele precisava abrir. Enquanto gravava um tutorial em vídeo ensinando a realizar transações financeiras em bitcoins, ele também tinha de ajudar novatos que tentavam entender o que era essa moeda digital. Cofundador da FoxBit, um intermediador de compra e venda de bitcoins, Guto viu o ritmo de crescimento da sua base de clientes triplicar em um dia. O motivo era o site Tudo Sobre Todos. A polêmica página veio à tona no fim de julho com o propósito de oferecer informações pessoais de qualquer brasileiro cujo nome completo fosse conhecido. Dados como número de CPF e endereço residencial estavam acessíveis a uma simples busca no site mediante um pagamento mínimo de dez reais. A compra de créditos para utilizar o serviço, a primeiro momento, poderia ser realizada via PayPal, mas logo ela passou a ser realizada somente via Bitcoin para evitar fraudes. A decisão ferveu o mercado de compra e venda da moeda digital no Brasil com gente que sequer conhecia isso. "Acho que esse site foi o maior divulgador de bitcoins desde a aparição do Bitcoin no Brasil", me disse Guto. Segundo ele, a FoxBit teve sessenta cadastros em dois dias ante a média de dez cadastros diários desde sua criação. Os acessos ao site aumentaram 300% e a caixa de e-mail da empresa recebeu uma leva enorme de novas mensagens. "Chegou uma enxurrada de cadastros de pessoas que não tinham ideia do que fazer", disse. "Eu fiquei atendendo telefone, ajudando cliente e fiz um vídeo de passo-a-passo sobre como sacar bitcoins, como usar bitcoins." O aumento no interesse pela moeda digital também afetou a CoinBR, empresa que, entre outros serviços, vende bitcoins. Safiri Felix, CEO da companhia, recebeu mais de quinhentas mensagens no Facebook de gente ávida por descobrir como comprar créditos do Tudo Sobre Todos. Ele compara o efeito colateral do site ao que fora causado pela Silk Road, mercado de drogas que funcionou ativamente na deep web entre 2011 e 2014 e ainda hoje tenta se reestruturar. "Ninguém sabia o que era aquilo e, de repente, alguém falou: tem uma loja que vende isso e isso e só aceita bitcoins", me disse ele. "Isso valorizou pra caramba a moeda." O TradingView, serviço especializado nas movimentações do mercado financeiro, comprova que houve um aumento no número de transações em Bitcoin no fim de agosto. O Mercado Bitcoin apresentou crescimento de 5% no valor dos bitcoins na semana em que o Tudo Sobre Todos se espalhou pela internet. A BitcoinToYou registrou um aumento de 3,5% no mesmo período. Juntamente da FoxBit, elas detêm cerca 90% do mercado nacional de compra e venda de bitcoins segundo um levantamento realizado em junho pelo BitValor, serviço especializado na comunidade brasileira da moeda digital. A imprensa também tem sua parcela de responsabilidade nessa alavancagem. No momento em que o "Jornal Nacional" exibia sua matéria sobre o serviço que escancara a vida alheia, as buscas pelo termo "Tudo Sobre Todos" aumentaram em 80% no Google. O salto veio logo a seguir de uma elevação nas buscas pelo termo "bitcoin" –comportamento que se repetiu nos dias seguintes. Antes ou depois de caçar pela página, os curiosos da vez saem em busca do tal Bitcoin que lhes permite usar o site sem limitações. Efeitos como esse são comuns na comunidade Bitcoin no mundo inteiro. O caso da SilkRoad teve muito mais impacto na valorização da moeda digital se comparado ao aparecimento do Tudo Sobre Todos, mas o site brasileiro acabou atingindo quem não foi convertido em fóruns especializados ou grupos online. "Fico contente com isso porque, desses sessenta novos cadastros na FoxBit, pode sair um novo usuário que, como eu, depositei R$ 50 na minha primeira transação com bitcoins", me disse João Canhada, cofundador da FoxBit. Para ele, os bitcoins usados na plataforma e noutras transações não são de responsabilidade das empresas de compra e venda. "Uma vez que o usuário saque os bitcoins, não tem como saber para onde vai", me disse. "Qual a postura do seu empregador com o uso que você faz do seu salário?" O produto vendido pelo Tudo Sobre Todos causou ações legais do Ministério Público Federal e da Justiça Federal do Rio Grande do Norte. Até o fim dessa reportagem, o site não estava mais acessível e seus responsáveis não se pronunciaram. João e Guto acreditam que o mercado nacional de Bitcoin continuará a crescer mesmo sem o Tudo Sobre Todos. Segundo os sócios, os principais usuários da moeda no Brasil são especuladores, mas tem crescido o número de gente interessada em compras online e transferência internacional de dinheiro. Usuários que possuem grana para gastar com bitcoins e não têm tempo para entender a moeda passaram a ser uma preocupação maior para Guto depois desse fim de agosto. "O problema do Bitcoin é a usabilidade", disse ele. "Eu achava que era fácil usar, mas o Tudo Sobre Todos me mostrou que não é tão fácil assim." Leia no site da Vice: Como o 'Tudo Sobre Todos' Aqueceu o Mercado de Bitcoin Brasileiro
vice
Como o 'Tudo Sobre Todos' aqueceu o mercado de bitcoin brasileiroNa última quarta de agosto, Guto Schiavon teve de sair do confortável hotel onde estava hospedado em São Paulo em busca de uma conexão melhor que o wi-fi do seu quarto. A rede ali não servia para todas as abas que ele precisava abrir. Enquanto gravava um tutorial em vídeo ensinando a realizar transações financeiras em bitcoins, ele também tinha de ajudar novatos que tentavam entender o que era essa moeda digital. Cofundador da FoxBit, um intermediador de compra e venda de bitcoins, Guto viu o ritmo de crescimento da sua base de clientes triplicar em um dia. O motivo era o site Tudo Sobre Todos. A polêmica página veio à tona no fim de julho com o propósito de oferecer informações pessoais de qualquer brasileiro cujo nome completo fosse conhecido. Dados como número de CPF e endereço residencial estavam acessíveis a uma simples busca no site mediante um pagamento mínimo de dez reais. A compra de créditos para utilizar o serviço, a primeiro momento, poderia ser realizada via PayPal, mas logo ela passou a ser realizada somente via Bitcoin para evitar fraudes. A decisão ferveu o mercado de compra e venda da moeda digital no Brasil com gente que sequer conhecia isso. "Acho que esse site foi o maior divulgador de bitcoins desde a aparição do Bitcoin no Brasil", me disse Guto. Segundo ele, a FoxBit teve sessenta cadastros em dois dias ante a média de dez cadastros diários desde sua criação. Os acessos ao site aumentaram 300% e a caixa de e-mail da empresa recebeu uma leva enorme de novas mensagens. "Chegou uma enxurrada de cadastros de pessoas que não tinham ideia do que fazer", disse. "Eu fiquei atendendo telefone, ajudando cliente e fiz um vídeo de passo-a-passo sobre como sacar bitcoins, como usar bitcoins." O aumento no interesse pela moeda digital também afetou a CoinBR, empresa que, entre outros serviços, vende bitcoins. Safiri Felix, CEO da companhia, recebeu mais de quinhentas mensagens no Facebook de gente ávida por descobrir como comprar créditos do Tudo Sobre Todos. Ele compara o efeito colateral do site ao que fora causado pela Silk Road, mercado de drogas que funcionou ativamente na deep web entre 2011 e 2014 e ainda hoje tenta se reestruturar. "Ninguém sabia o que era aquilo e, de repente, alguém falou: tem uma loja que vende isso e isso e só aceita bitcoins", me disse ele. "Isso valorizou pra caramba a moeda." O TradingView, serviço especializado nas movimentações do mercado financeiro, comprova que houve um aumento no número de transações em Bitcoin no fim de agosto. O Mercado Bitcoin apresentou crescimento de 5% no valor dos bitcoins na semana em que o Tudo Sobre Todos se espalhou pela internet. A BitcoinToYou registrou um aumento de 3,5% no mesmo período. Juntamente da FoxBit, elas detêm cerca 90% do mercado nacional de compra e venda de bitcoins segundo um levantamento realizado em junho pelo BitValor, serviço especializado na comunidade brasileira da moeda digital. A imprensa também tem sua parcela de responsabilidade nessa alavancagem. No momento em que o "Jornal Nacional" exibia sua matéria sobre o serviço que escancara a vida alheia, as buscas pelo termo "Tudo Sobre Todos" aumentaram em 80% no Google. O salto veio logo a seguir de uma elevação nas buscas pelo termo "bitcoin" –comportamento que se repetiu nos dias seguintes. Antes ou depois de caçar pela página, os curiosos da vez saem em busca do tal Bitcoin que lhes permite usar o site sem limitações. Efeitos como esse são comuns na comunidade Bitcoin no mundo inteiro. O caso da SilkRoad teve muito mais impacto na valorização da moeda digital se comparado ao aparecimento do Tudo Sobre Todos, mas o site brasileiro acabou atingindo quem não foi convertido em fóruns especializados ou grupos online. "Fico contente com isso porque, desses sessenta novos cadastros na FoxBit, pode sair um novo usuário que, como eu, depositei R$ 50 na minha primeira transação com bitcoins", me disse João Canhada, cofundador da FoxBit. Para ele, os bitcoins usados na plataforma e noutras transações não são de responsabilidade das empresas de compra e venda. "Uma vez que o usuário saque os bitcoins, não tem como saber para onde vai", me disse. "Qual a postura do seu empregador com o uso que você faz do seu salário?" O produto vendido pelo Tudo Sobre Todos causou ações legais do Ministério Público Federal e da Justiça Federal do Rio Grande do Norte. Até o fim dessa reportagem, o site não estava mais acessível e seus responsáveis não se pronunciaram. João e Guto acreditam que o mercado nacional de Bitcoin continuará a crescer mesmo sem o Tudo Sobre Todos. Segundo os sócios, os principais usuários da moeda no Brasil são especuladores, mas tem crescido o número de gente interessada em compras online e transferência internacional de dinheiro. Usuários que possuem grana para gastar com bitcoins e não têm tempo para entender a moeda passaram a ser uma preocupação maior para Guto depois desse fim de agosto. "O problema do Bitcoin é a usabilidade", disse ele. "Eu achava que era fácil usar, mas o Tudo Sobre Todos me mostrou que não é tão fácil assim." Leia no site da Vice: Como o 'Tudo Sobre Todos' Aqueceu o Mercado de Bitcoin Brasileiro
27
Diamante é vendido por preço recorde de US$ 71,2 milhões em Hong Kong
Um diamante rosa de 59,60 quilates foi vendido pelo valor recorde de US$ 71,2 milhões em Hong Kong, nesta terça-feira (4). A compra do "Estrela Rosa" foi feita pela joalheria local Chow Tai Fook, após uma guerra de lances de cinco minutos pelo telefone entre três participantes. A peça– a maior, mais vívida e internamente mais perfeita já classificada pelo Instituto Gemólogico da América, de acordo com a Sotheby's– determinou "um novo recorde para qualquer diamante ou joia em leilão", segundo a casa de leilões. A joia já havia ido a leilão anteriormente, em novembro de 2013, mas não foi vendida. Na ocasião, a pedra preciosa alcançou um lance recorde de US$ 83 milhões, mas o comprador não conseguiu pagar. Desta vez, segundo Patti Wong, presidente da Sotheby's na Ásia, os três participantes haviam sido verificados previamente para a venda. "Todos os três participantes têm um longo relacionamento com a companhia e nós estávamos muito, muito confiantes de que todos tinham a capacidade financeira e, claro, o comprador definitivamente tinha a capacidade financeira", disse Wong. "Nós não estamos nem um pouco preocupados".
mercado
Diamante é vendido por preço recorde de US$ 71,2 milhões em Hong KongUm diamante rosa de 59,60 quilates foi vendido pelo valor recorde de US$ 71,2 milhões em Hong Kong, nesta terça-feira (4). A compra do "Estrela Rosa" foi feita pela joalheria local Chow Tai Fook, após uma guerra de lances de cinco minutos pelo telefone entre três participantes. A peça– a maior, mais vívida e internamente mais perfeita já classificada pelo Instituto Gemólogico da América, de acordo com a Sotheby's– determinou "um novo recorde para qualquer diamante ou joia em leilão", segundo a casa de leilões. A joia já havia ido a leilão anteriormente, em novembro de 2013, mas não foi vendida. Na ocasião, a pedra preciosa alcançou um lance recorde de US$ 83 milhões, mas o comprador não conseguiu pagar. Desta vez, segundo Patti Wong, presidente da Sotheby's na Ásia, os três participantes haviam sido verificados previamente para a venda. "Todos os três participantes têm um longo relacionamento com a companhia e nós estávamos muito, muito confiantes de que todos tinham a capacidade financeira e, claro, o comprador definitivamente tinha a capacidade financeira", disse Wong. "Nós não estamos nem um pouco preocupados".
2
Próxima do metrô, Vila Guilherme cresce ao lado da marginal Tietê
DOUGLAS GAVRAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre galpões e quarteirões de grandes lojas, a Vila Guilherme cresce impulsionada pela facilidade de transporte e a falta de terrenos baratos na vizinha Santana. A partir da década de 1980, a abertura de um shopping incentivou a instalação de magazines e atacadistas por lá, que formam hoje um conjunto de amplas quadras comerciais na marginal Tietê e na avenida Otto Baumgart. Em transformação, a região ganhou sete empreendimentos nos últimos três anos, segundo dados da consultoria Geoimovel. São apartamentos voltados para famílias -seis deles têm unidades de dois e três dormitórios. Esses condomínios ficam a poucos minutos de quatro estações da linha-1 Azul, do Metrô, e do parque do Trote, um antigo espaço de corridas de cavalo que foi transformado em área de lazer. DUPLA PERSONALIDADE As partes baixa e alta da Vila Guilherme são divididas pela rua Chico Pontes, que corta a região. "As ruas coladas à marginal têm terrenos mais baratos e maior potencial para abrigar lançamentos futuros", diz Plinio Nakamura, subdelegado da seccional norte do Creci-SP (conselho de corretores). Nos quarteirões ao lado da via expressa ficam três dos novos residenciais, próximos a galpões desativados e pátios de transportadoras. "Antigamente, as construtoras não tinham interesse em lançar edifícios no lado mais próximo ao rio Tietê. Hoje, há um movimento para reconfigurar essa área", afirma Nakamura. Um desses novos prédios é o Parque Jardim Vila Guilherme, entregue em junho. Com dois e três dormitórios, tem piscinas e academia de ginástica, a partir de R$ 9.053/m². "É parecido com o que ocorreu na Barra Funda e na Vila Leopoldina (zona oeste), os residenciais ocuparam áreas fabris e mudaram tudo", diz Marcelo Dzik, diretor de incorporação da Even, responsável pelo projeto. Ao avançar para o miolo da vila, as ruas se tornam mais pacatas, e as novas construções contrastam com casas geminadas e prédios antigos de dois e três andares. A família da advogada Fernanda Gomes Castilho, 35, chegou a buscar opções em Santana. "Desistimos, porque os imóveis eram bem mais caros." A facilidade de deslocamento também pesou na decisão de comprar um apartamento no edifício Esatto, na parte alta. "A Vila Guilherme tem se consolidado como opção para o jovem casal que depende do metrô. Por estar em transição, as opções são até 20% mais baratas que no bairro vizinho", diz Leandro Campolargo, da Compacta Engenharia, responsável pelo condomínio, com imóveis a partir de R$ 6.700/m² e previsão de entrega em dezembro. AGORA É HORA A região também abrigou os estúdios do SBT, na rua Dona Santa Veloso, até o fim dos anos 1990, quando a emissora se mudou para Osasco. Na esquina da avenida General Ataliba Leonel com a rua Azir Antônio Salton, no Carandiru, eram filmados os programas de auditório, no antigo Teatro Silvio Santos. Lá foi gravada, por exemplo, a cena em que o apresentador cai em um tanque de água ao explicar uma das brincadeiras do "Topa Tudo por Dinheiro", lembra Gonçalo Roque, 78, responsável pelo público da emissora e morador da Vila Guilherme há mais de 30 anos. "Antes, a gente sofria muito com enchentes, mas a infraestrutura melhorou. Dá saudades de filmar aqui, os vizinhos se sentiam parte do canal. Quando uma das caravanas furava, eu ia para a rua convidar os moradores para completar a plateia, e o auditório nunca ficava vazio."
sobretudo
Próxima do metrô, Vila Guilherme cresce ao lado da marginal Tietê DOUGLAS GAVRAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre galpões e quarteirões de grandes lojas, a Vila Guilherme cresce impulsionada pela facilidade de transporte e a falta de terrenos baratos na vizinha Santana. A partir da década de 1980, a abertura de um shopping incentivou a instalação de magazines e atacadistas por lá, que formam hoje um conjunto de amplas quadras comerciais na marginal Tietê e na avenida Otto Baumgart. Em transformação, a região ganhou sete empreendimentos nos últimos três anos, segundo dados da consultoria Geoimovel. São apartamentos voltados para famílias -seis deles têm unidades de dois e três dormitórios. Esses condomínios ficam a poucos minutos de quatro estações da linha-1 Azul, do Metrô, e do parque do Trote, um antigo espaço de corridas de cavalo que foi transformado em área de lazer. DUPLA PERSONALIDADE As partes baixa e alta da Vila Guilherme são divididas pela rua Chico Pontes, que corta a região. "As ruas coladas à marginal têm terrenos mais baratos e maior potencial para abrigar lançamentos futuros", diz Plinio Nakamura, subdelegado da seccional norte do Creci-SP (conselho de corretores). Nos quarteirões ao lado da via expressa ficam três dos novos residenciais, próximos a galpões desativados e pátios de transportadoras. "Antigamente, as construtoras não tinham interesse em lançar edifícios no lado mais próximo ao rio Tietê. Hoje, há um movimento para reconfigurar essa área", afirma Nakamura. Um desses novos prédios é o Parque Jardim Vila Guilherme, entregue em junho. Com dois e três dormitórios, tem piscinas e academia de ginástica, a partir de R$ 9.053/m². "É parecido com o que ocorreu na Barra Funda e na Vila Leopoldina (zona oeste), os residenciais ocuparam áreas fabris e mudaram tudo", diz Marcelo Dzik, diretor de incorporação da Even, responsável pelo projeto. Ao avançar para o miolo da vila, as ruas se tornam mais pacatas, e as novas construções contrastam com casas geminadas e prédios antigos de dois e três andares. A família da advogada Fernanda Gomes Castilho, 35, chegou a buscar opções em Santana. "Desistimos, porque os imóveis eram bem mais caros." A facilidade de deslocamento também pesou na decisão de comprar um apartamento no edifício Esatto, na parte alta. "A Vila Guilherme tem se consolidado como opção para o jovem casal que depende do metrô. Por estar em transição, as opções são até 20% mais baratas que no bairro vizinho", diz Leandro Campolargo, da Compacta Engenharia, responsável pelo condomínio, com imóveis a partir de R$ 6.700/m² e previsão de entrega em dezembro. AGORA É HORA A região também abrigou os estúdios do SBT, na rua Dona Santa Veloso, até o fim dos anos 1990, quando a emissora se mudou para Osasco. Na esquina da avenida General Ataliba Leonel com a rua Azir Antônio Salton, no Carandiru, eram filmados os programas de auditório, no antigo Teatro Silvio Santos. Lá foi gravada, por exemplo, a cena em que o apresentador cai em um tanque de água ao explicar uma das brincadeiras do "Topa Tudo por Dinheiro", lembra Gonçalo Roque, 78, responsável pelo público da emissora e morador da Vila Guilherme há mais de 30 anos. "Antes, a gente sofria muito com enchentes, mas a infraestrutura melhorou. Dá saudades de filmar aqui, os vizinhos se sentiam parte do canal. Quando uma das caravanas furava, eu ia para a rua convidar os moradores para completar a plateia, e o auditório nunca ficava vazio."
17
Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
Sob as águas das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, se escondem fragmentos de um continente que desapareceu há 200 milhões de anos. É o que afirma uma equipe de pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. De acordo com a pesquisa, publicada na revista "Nature Communication", os fragmentos se desprenderam do supercontinente Gondwana, quando este se desintegrou para formar a África, Índia, Austrália, América do Sul e Antártida. A descoberta foi feita a partir de um mineral chamado zircão, de 3 bilhões de anos, encontrado na superfície da ilha. A revelação surpreendeu os geólogos, já que Maurício é uma ilha vulcânica jovem, que não tem mais de 9 milhões de anos. FRAGMENTAÇÃO COMPLEXA Acredita-se que os fragmentos encontrados no oceano, batizados coletivamente de Mauritia, são pedaços da crosta terrestre que mais tarde foi coberta de lava de erupções vulcânicas da ilha. "O fato de termos encontrado zircões desta idade mostra que nas Ilhas Maurício existem materiais da crosta terrestre muito mais antigos que só poderiam ser originários de um continente", diz Lewis Anshwal, principal autor da pesquisa. A ruptura do Gondwana não foi um processo simples no qual o supercontinente se dividiu em dois, mas uma fragmentação complexa que deixou pedaços de crosta terrestre de tamanhos diferentes "à deriva na bacia do Oceano Índico em evolução". NÃO HOUVE CONTAMINAÇÃO Não é a primeira vez, no entanto, que zircões desta idade são encontrados nas Ilhas Maurício. Um estudo de 2013 encontrou vestígios do mineral na ilha, mas recebeu inúmeras críticas, indicando que o material poderia ter aparecido ali por outros motivos –pelo vento ou contaminação, por exemplo. Mas, depois de uma análise cuidadosa para evitar a contaminação cruzada com outros minerais, Ashwal concluiu que os zircões "não poderiam ter sido introduzidos nas rochas pelo vento ou pelas ondas do mar, nem poderiam ter sido transportados por aves, rodas de carros ou sapatos". Para o pesquisador, as rochas só poderiam ter se originado a partir de uma erupção vulcânica. A descoberta lança nova luz sobre os mecanismos a que estão submetidas as placas tectônicas.
ciencia
Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano ÍndicoSob as águas das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, se escondem fragmentos de um continente que desapareceu há 200 milhões de anos. É o que afirma uma equipe de pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. De acordo com a pesquisa, publicada na revista "Nature Communication", os fragmentos se desprenderam do supercontinente Gondwana, quando este se desintegrou para formar a África, Índia, Austrália, América do Sul e Antártida. A descoberta foi feita a partir de um mineral chamado zircão, de 3 bilhões de anos, encontrado na superfície da ilha. A revelação surpreendeu os geólogos, já que Maurício é uma ilha vulcânica jovem, que não tem mais de 9 milhões de anos. FRAGMENTAÇÃO COMPLEXA Acredita-se que os fragmentos encontrados no oceano, batizados coletivamente de Mauritia, são pedaços da crosta terrestre que mais tarde foi coberta de lava de erupções vulcânicas da ilha. "O fato de termos encontrado zircões desta idade mostra que nas Ilhas Maurício existem materiais da crosta terrestre muito mais antigos que só poderiam ser originários de um continente", diz Lewis Anshwal, principal autor da pesquisa. A ruptura do Gondwana não foi um processo simples no qual o supercontinente se dividiu em dois, mas uma fragmentação complexa que deixou pedaços de crosta terrestre de tamanhos diferentes "à deriva na bacia do Oceano Índico em evolução". NÃO HOUVE CONTAMINAÇÃO Não é a primeira vez, no entanto, que zircões desta idade são encontrados nas Ilhas Maurício. Um estudo de 2013 encontrou vestígios do mineral na ilha, mas recebeu inúmeras críticas, indicando que o material poderia ter aparecido ali por outros motivos –pelo vento ou contaminação, por exemplo. Mas, depois de uma análise cuidadosa para evitar a contaminação cruzada com outros minerais, Ashwal concluiu que os zircões "não poderiam ter sido introduzidos nas rochas pelo vento ou pelas ondas do mar, nem poderiam ter sido transportados por aves, rodas de carros ou sapatos". Para o pesquisador, as rochas só poderiam ter se originado a partir de uma erupção vulcânica. A descoberta lança nova luz sobre os mecanismos a que estão submetidas as placas tectônicas.
15
Contra o tempo
O ano começou aziago para os planos de recuperação da economia do país. Os primeiros resultados deste primeiro bimestre confirmam os prognósticos sombrios de que a recessão neste ano deve ser tão profunda quanto a de 2015. Com o início do calendário político e o turbilhão incessante de escândalos, reavivaram-se as discussões sobre o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). Só isso bastaria para tornar menos provável a aprovação do tímido programa de reformas do governo, recebido ademais com ceticismo nos mercados e com franca desaprovação em seu partido. As críticas acerbas do PT a esse conjunto ainda vago de medidas levanta mais suspeitas sobre a viabilidade de sua aprovação pelo Congresso Nacional. A ruína econômica e a fragilidade da presidente alimentam uma a outra. Prossegue a eliminação de empregos formais. Perdeu-se 1,6 milhão de postos de trabalho com carteira assinada nos últimos 12 meses. Apenas em janeiro, foram-se quase 100 mil, mais que as 82 mil vagas fechadas em janeiro do ano passado. Nas seis maiores metrópoles, o ritmo de redução do rendimento médio também se acelera, para 7,6% ao ano, já descontada a inflação. Cai o crédito na economia, agora 4,1% menor que no início de 2015. A baixa na renda e no total de empréstimos sugere que a recessão será mais sentida no cotidiano da população. A arrecadação de impostos do governo encolheu 6,7% em janeiro, no ritmo ruim de 2015. Apesar da receita extraordinária da venda de concessões de hidrelétricas ter levado as contas federais para o azul neste mês, a piora na coleta de tributos indica que este será o terceiro ano consecutivo de deficit orçamentário. A persistência de juros elevados devido à inflação e a incapacidade de controlar as contas do Tesouro fazem o peso da dívida pública crescer sem limite, ainda mais porque a retração da economia impede que se gere a renda necessária para manter a máquina estatal. Quanto maior a dívida, maior a necessidade de cortes profundos de gastos ou de aumentos de impostos, menores as expectativas de controle da inflação e das taxas de juros, maior o risco de investir, para não dizer que se instala de vez a incerteza. Tamanho rol de perigos não recomenda a abordagem gradualista com que Dilma parece disposta –ou fadada– a enfrentar a crise. Não só a presidente como o restante da classe política devem atitudes à altura dos desafios colocados ao país; do contrário, será incompreensível em nome de quais objetivos ainda se pretende governar. [email protected]
opiniao
Contra o tempoO ano começou aziago para os planos de recuperação da economia do país. Os primeiros resultados deste primeiro bimestre confirmam os prognósticos sombrios de que a recessão neste ano deve ser tão profunda quanto a de 2015. Com o início do calendário político e o turbilhão incessante de escândalos, reavivaram-se as discussões sobre o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). Só isso bastaria para tornar menos provável a aprovação do tímido programa de reformas do governo, recebido ademais com ceticismo nos mercados e com franca desaprovação em seu partido. As críticas acerbas do PT a esse conjunto ainda vago de medidas levanta mais suspeitas sobre a viabilidade de sua aprovação pelo Congresso Nacional. A ruína econômica e a fragilidade da presidente alimentam uma a outra. Prossegue a eliminação de empregos formais. Perdeu-se 1,6 milhão de postos de trabalho com carteira assinada nos últimos 12 meses. Apenas em janeiro, foram-se quase 100 mil, mais que as 82 mil vagas fechadas em janeiro do ano passado. Nas seis maiores metrópoles, o ritmo de redução do rendimento médio também se acelera, para 7,6% ao ano, já descontada a inflação. Cai o crédito na economia, agora 4,1% menor que no início de 2015. A baixa na renda e no total de empréstimos sugere que a recessão será mais sentida no cotidiano da população. A arrecadação de impostos do governo encolheu 6,7% em janeiro, no ritmo ruim de 2015. Apesar da receita extraordinária da venda de concessões de hidrelétricas ter levado as contas federais para o azul neste mês, a piora na coleta de tributos indica que este será o terceiro ano consecutivo de deficit orçamentário. A persistência de juros elevados devido à inflação e a incapacidade de controlar as contas do Tesouro fazem o peso da dívida pública crescer sem limite, ainda mais porque a retração da economia impede que se gere a renda necessária para manter a máquina estatal. Quanto maior a dívida, maior a necessidade de cortes profundos de gastos ou de aumentos de impostos, menores as expectativas de controle da inflação e das taxas de juros, maior o risco de investir, para não dizer que se instala de vez a incerteza. Tamanho rol de perigos não recomenda a abordagem gradualista com que Dilma parece disposta –ou fadada– a enfrentar a crise. Não só a presidente como o restante da classe política devem atitudes à altura dos desafios colocados ao país; do contrário, será incompreensível em nome de quais objetivos ainda se pretende governar. [email protected]
7
Irmão de atirador que atacou festival em Las Vegas diz estar chocado
Eric Paddock, irmão do suspeito de atirar do 32º andar de um hotel no público de um festival de música country em Las Vegas, disse que sua família estava "horrorizada". Stephen Paddock, de 64 anos, foi encontrado morto pela polícia no quarto que ocupava, junto com pelo menos oito armas, incluindo alguns fuzis. Autoridades informaram que ele estava hospedado no hotel Mandalay Bay desde a última quinta-feira (28). "Nós não fazemos a menor ideia", afirmou Eric Paddock sobre os atos de seu irmão. "Estamos perplexos. Nossas condolências às vítimas" disse com voz trêmula em uma rápida entrevista por telefone. Mais tarde, Eric Paddock falou a jornalistas em frente a sua casa em Orlando, na Flórida. "Ele nunca sacou sua arma, não faz o menor sentido" disse. Ele contou que seu irmão tinha algumas pistolas, talvez um rifle, "mas nenhuma arma automática". Paddock contou que a última vez que esteve em contato com seu irmão foi no mês passado, quando Orlando teve blecautes de energia devido à passagem do furacão Irma. . O pai de Stephen e Eric era Patrick Benjamin Paddock, um ladrão de bancos que esteve na lista de mais procurados do FBI nos anos 60. Stephen Paddock não tinha nenhuma passagem pela polícia, a não ser uma infração de trânsito, informou a polícia de Las Vegas. No início de 2015, Paddock se mudou para um casa simples de dois andares em um condomínio para aposentados na cidade de Mesquite, a pouco mais de uma hora de carro de Las Vegas. "É uma casa bonita, limpa, não tem nada fora do comum" disse Quinn Averett, porta voz da polícia de Mesquite. Algumas armas e munições foram encontradas na casa, o que foi considerado normal pela polícia, uma vez que o porte de armas é legalizado no Estado e bastante frequente. Segundo a emissora NBC, Paddock fez diversas apostas nas últimas semanas, cujos valores chegam a dezenas de milhares de dólares –mas não se sabe se ele ganhou ou perdeu. A milícia terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, porém o FBI afirma que não há evidências ligando Paddock a qualquer grupo militante internacional. As autoridades americanas estariam verificando a reivindicação do Estado Islâmico, mas não há confirmação até o momento. A polícia de Las Vegas havia afirmado que a motivação de Paddock, que não tinha passagem pela polícia, não estava clara. Foi o mais grave ataque deste tipo na história moderna dos EUA. Os tiros teriam começado por volta das 22h de domingo (2h de segunda em Brasília), durante o show do cantor Jason Aldean no festival Route 91 Harvest, numa arena aberta, em meio aos resorts de Las Vegas. Vídeos feitos com celular capturaram cerca de dez segundos de tiroteio intenso, seguidos de 37 segundos sem o barulho de armas. Uma segunda rodada de tiros então começa, e ouve-se gritos de desespero das pessoas no local. Os vídeos mostram diversas pessoas se deitando no chão e procurando abrigo em meio ao descampado. Ataque Las Vegas
mundo
Irmão de atirador que atacou festival em Las Vegas diz estar chocadoEric Paddock, irmão do suspeito de atirar do 32º andar de um hotel no público de um festival de música country em Las Vegas, disse que sua família estava "horrorizada". Stephen Paddock, de 64 anos, foi encontrado morto pela polícia no quarto que ocupava, junto com pelo menos oito armas, incluindo alguns fuzis. Autoridades informaram que ele estava hospedado no hotel Mandalay Bay desde a última quinta-feira (28). "Nós não fazemos a menor ideia", afirmou Eric Paddock sobre os atos de seu irmão. "Estamos perplexos. Nossas condolências às vítimas" disse com voz trêmula em uma rápida entrevista por telefone. Mais tarde, Eric Paddock falou a jornalistas em frente a sua casa em Orlando, na Flórida. "Ele nunca sacou sua arma, não faz o menor sentido" disse. Ele contou que seu irmão tinha algumas pistolas, talvez um rifle, "mas nenhuma arma automática". Paddock contou que a última vez que esteve em contato com seu irmão foi no mês passado, quando Orlando teve blecautes de energia devido à passagem do furacão Irma. . O pai de Stephen e Eric era Patrick Benjamin Paddock, um ladrão de bancos que esteve na lista de mais procurados do FBI nos anos 60. Stephen Paddock não tinha nenhuma passagem pela polícia, a não ser uma infração de trânsito, informou a polícia de Las Vegas. No início de 2015, Paddock se mudou para um casa simples de dois andares em um condomínio para aposentados na cidade de Mesquite, a pouco mais de uma hora de carro de Las Vegas. "É uma casa bonita, limpa, não tem nada fora do comum" disse Quinn Averett, porta voz da polícia de Mesquite. Algumas armas e munições foram encontradas na casa, o que foi considerado normal pela polícia, uma vez que o porte de armas é legalizado no Estado e bastante frequente. Segundo a emissora NBC, Paddock fez diversas apostas nas últimas semanas, cujos valores chegam a dezenas de milhares de dólares –mas não se sabe se ele ganhou ou perdeu. A milícia terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, porém o FBI afirma que não há evidências ligando Paddock a qualquer grupo militante internacional. As autoridades americanas estariam verificando a reivindicação do Estado Islâmico, mas não há confirmação até o momento. A polícia de Las Vegas havia afirmado que a motivação de Paddock, que não tinha passagem pela polícia, não estava clara. Foi o mais grave ataque deste tipo na história moderna dos EUA. Os tiros teriam começado por volta das 22h de domingo (2h de segunda em Brasília), durante o show do cantor Jason Aldean no festival Route 91 Harvest, numa arena aberta, em meio aos resorts de Las Vegas. Vídeos feitos com celular capturaram cerca de dez segundos de tiroteio intenso, seguidos de 37 segundos sem o barulho de armas. Uma segunda rodada de tiros então começa, e ouve-se gritos de desespero das pessoas no local. Os vídeos mostram diversas pessoas se deitando no chão e procurando abrigo em meio ao descampado. Ataque Las Vegas
4
Leitoras criticam declaração de Michel Temer sobre papel da mulher
DIA DA MULHER Entendo que Temer seja anacrônico, mas sua percepção sobre a mulher é completamente deslocada e empobrecida. Sua visão parcial e alienada justifica esse Congresso misógino e atrasado. Nosso presidente perdeu a chance de ficar calado no dia em que as mulheres não devem ser louvadas, mas objeto da exposição de uma questão de Estado que Temer ainda nem sequer consegue entender. Lamentável! GLÁUCIA C. DE CASTRO PIMENTEL (São Paulo, SP) * Temer escancarou a sua cultura patriarcal. Foi tremendamente infeliz ao tentar valorizar as mulheres pela via dos serviços domésticos. Tanto machismo explícito só pode desembocar nas constantes tentativas de subtrair os direitos femininos e na ousadia de impedir que outros avanços sejam consumados. Quer algo mais simbólico do que o resgate da figura decorativa da primeira-dama? ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Patética a declaração de Temer. É a perfeita tradução do atraso em que estamos sendo atirados. AUDICÉA RODRIGUES DE SOUZA (Olinda, PE) * Parabéns à primeira mulher a dirigir a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Concordo que é muito importante relatar que o pai dela não teve oportunidade de estudar, talvez devido à necessidade de trabalhar desde cedo, mas ele certamente incentivou os filhos, pois sabe o valor de um diploma. MARINA GUTIERREZ (Sertãozinho, SP) * Como as feministas têm um papel relevante na luta contra o patriarcado e o machismo, elas são vistas com desconforto por aqueles que não desejam mudanças, como, por exemplo, Leandro Narloch, autor do texto "O feminismo é importante demais para ficar na mão das feministas". Texto esse que desqualifica as lutas feministas. O feminismo deveria ficar nas mãos dos machistas? Piada! BEATRIZ REGINA ALVARES (São Paulo, SP) * No Dia da Mulher, a home da Folha destaca textos de dois homens (José Simão e Narloch). Para piorar, este último conclama as "mulheres de verdade" em detrimento daquelas que se identificam como feministas. Que vergonha! Até quando o jornal vai se esconder sob o manto da "pluralidade" para dar espaço a opiniões retrógradas e agressivas? A intenção é conquistar novos leitores, ficar bem com a "alt-right brasileira"? Lamento informar, mas esse grupo é muito mais adepto dos "fatos alternativos" que da imprensa séria. RICARDO GONÇALVES DE SALES (São Paulo, SP) * Parabéns para a "Ilustrada" pela belíssima reportagem sobre mulheres compositoras, sob o título "Inauditas" (8/3). Valeu a Folha deste dia. NELI A. DE FARIA, advogada (São Paulo, SP) * Vanessa Grazziotin exorta com propriedade as mulheres a se conscientizarem para a luta contra a desigualdade e contra o machismo, além de chamar a atenção para descaso deste governo em relação à retirada de direitos na esfera social. Parabéns, senadora. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - OPERAÇÃO LAVA JATO É no mínimo vergonhoso ouvir de políticos que existe uma distinção entre o caixa dois usado para abastecer campanhas eleitorais e a corrupção para enriquecimento. Crime é crime, não interessam os motivos ou o destino do dinheiro. Sem falar que seria muito difícil encontrar as provas que determinassem o que é um ou outro caso. Para mim, parece o velho ditado do "sujo falando do mal-lavado". Triste! RENATA A. M. DE OLIVEIRA (Guaratinguetá, SP) * Ex-funcionário da Odebrecht informa que a construtora distribuiu bilhões em propina entre 2006 e 2014. Depois nos queixamos da violência. Boa parte dela vem dessa sangria. Educação, saúde, civilidade precisam de investimento. Que a Lava Jato lave toda a corrupção para não ficarmos enxugando sangue como quem enxuga gelo por este Brasil afora. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Verdade dura que, à esquerda e à direita, poucos terão coragem de admitir: Moro e a força-tarefa da Lava Jato são mais culpados pela queda vertiginosa do PIB do que a notória incompetência de Temer e sua equipe econômica. Nada a estranhar, a Mãos Limpas provocou o mesmo desastre na Itália. E lá, como cá, não contribuiu em nada para a moralização da política. SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) - REFORMAS É incrível que, depois de criarem uma crise bíblica, pior que o crash de 1929, esses economistas tagarelem que, "sem reformas, capacidade de recuperação é limitada". Ilimitada é a capacidade de dizerem asneiras, porque foi esse arrocho sem tamanho e tarifaço nas contas públicas que jogaram o Brasil no desespero. Proponho que as reformas comecem no caderno "Mercado". LUIS F. ARMIDORO RAFAEL (São Paulo, SP) * A reforma previdenciária é algo que vai contra as diretrizes de acesso a benefícios e garantias sociais aos cidadãos trabalhadores. Muitos políticos estão aposentados com supersalários. Isso é fato! Por que não reformam esse tipo de vergonha nacional? O governo Temer vai entrar para a história como aquele que destituiu direitos e fez reformas que pioraram a vida do brasileiro! CÉLIO BORBA (Curitiba, PR) * A sucessão de escândalos não deve parar as reformas e ajustes necessários à economia do país, mas mostra-nos com muita clareza que a mais importante e urgente reforma a ser implementada é a política. Não adianta impor sacrifícios ao povo enquanto políticos corruptos navegam em águas calmas do foro privilegiado e na preguiça do STF em julgá-los. CELSO FREITAS (Niterói, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitoras criticam declaração de Michel Temer sobre papel da mulherDIA DA MULHER Entendo que Temer seja anacrônico, mas sua percepção sobre a mulher é completamente deslocada e empobrecida. Sua visão parcial e alienada justifica esse Congresso misógino e atrasado. Nosso presidente perdeu a chance de ficar calado no dia em que as mulheres não devem ser louvadas, mas objeto da exposição de uma questão de Estado que Temer ainda nem sequer consegue entender. Lamentável! GLÁUCIA C. DE CASTRO PIMENTEL (São Paulo, SP) * Temer escancarou a sua cultura patriarcal. Foi tremendamente infeliz ao tentar valorizar as mulheres pela via dos serviços domésticos. Tanto machismo explícito só pode desembocar nas constantes tentativas de subtrair os direitos femininos e na ousadia de impedir que outros avanços sejam consumados. Quer algo mais simbólico do que o resgate da figura decorativa da primeira-dama? ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Patética a declaração de Temer. É a perfeita tradução do atraso em que estamos sendo atirados. AUDICÉA RODRIGUES DE SOUZA (Olinda, PE) * Parabéns à primeira mulher a dirigir a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Concordo que é muito importante relatar que o pai dela não teve oportunidade de estudar, talvez devido à necessidade de trabalhar desde cedo, mas ele certamente incentivou os filhos, pois sabe o valor de um diploma. MARINA GUTIERREZ (Sertãozinho, SP) * Como as feministas têm um papel relevante na luta contra o patriarcado e o machismo, elas são vistas com desconforto por aqueles que não desejam mudanças, como, por exemplo, Leandro Narloch, autor do texto "O feminismo é importante demais para ficar na mão das feministas". Texto esse que desqualifica as lutas feministas. O feminismo deveria ficar nas mãos dos machistas? Piada! BEATRIZ REGINA ALVARES (São Paulo, SP) * No Dia da Mulher, a home da Folha destaca textos de dois homens (José Simão e Narloch). Para piorar, este último conclama as "mulheres de verdade" em detrimento daquelas que se identificam como feministas. Que vergonha! Até quando o jornal vai se esconder sob o manto da "pluralidade" para dar espaço a opiniões retrógradas e agressivas? A intenção é conquistar novos leitores, ficar bem com a "alt-right brasileira"? Lamento informar, mas esse grupo é muito mais adepto dos "fatos alternativos" que da imprensa séria. RICARDO GONÇALVES DE SALES (São Paulo, SP) * Parabéns para a "Ilustrada" pela belíssima reportagem sobre mulheres compositoras, sob o título "Inauditas" (8/3). Valeu a Folha deste dia. NELI A. DE FARIA, advogada (São Paulo, SP) * Vanessa Grazziotin exorta com propriedade as mulheres a se conscientizarem para a luta contra a desigualdade e contra o machismo, além de chamar a atenção para descaso deste governo em relação à retirada de direitos na esfera social. Parabéns, senadora. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS (Curitiba, PR) - OPERAÇÃO LAVA JATO É no mínimo vergonhoso ouvir de políticos que existe uma distinção entre o caixa dois usado para abastecer campanhas eleitorais e a corrupção para enriquecimento. Crime é crime, não interessam os motivos ou o destino do dinheiro. Sem falar que seria muito difícil encontrar as provas que determinassem o que é um ou outro caso. Para mim, parece o velho ditado do "sujo falando do mal-lavado". Triste! RENATA A. M. DE OLIVEIRA (Guaratinguetá, SP) * Ex-funcionário da Odebrecht informa que a construtora distribuiu bilhões em propina entre 2006 e 2014. Depois nos queixamos da violência. Boa parte dela vem dessa sangria. Educação, saúde, civilidade precisam de investimento. Que a Lava Jato lave toda a corrupção para não ficarmos enxugando sangue como quem enxuga gelo por este Brasil afora. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Verdade dura que, à esquerda e à direita, poucos terão coragem de admitir: Moro e a força-tarefa da Lava Jato são mais culpados pela queda vertiginosa do PIB do que a notória incompetência de Temer e sua equipe econômica. Nada a estranhar, a Mãos Limpas provocou o mesmo desastre na Itália. E lá, como cá, não contribuiu em nada para a moralização da política. SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) - REFORMAS É incrível que, depois de criarem uma crise bíblica, pior que o crash de 1929, esses economistas tagarelem que, "sem reformas, capacidade de recuperação é limitada". Ilimitada é a capacidade de dizerem asneiras, porque foi esse arrocho sem tamanho e tarifaço nas contas públicas que jogaram o Brasil no desespero. Proponho que as reformas comecem no caderno "Mercado". LUIS F. ARMIDORO RAFAEL (São Paulo, SP) * A reforma previdenciária é algo que vai contra as diretrizes de acesso a benefícios e garantias sociais aos cidadãos trabalhadores. Muitos políticos estão aposentados com supersalários. Isso é fato! Por que não reformam esse tipo de vergonha nacional? O governo Temer vai entrar para a história como aquele que destituiu direitos e fez reformas que pioraram a vida do brasileiro! CÉLIO BORBA (Curitiba, PR) * A sucessão de escândalos não deve parar as reformas e ajustes necessários à economia do país, mas mostra-nos com muita clareza que a mais importante e urgente reforma a ser implementada é a política. Não adianta impor sacrifícios ao povo enquanto políticos corruptos navegam em águas calmas do foro privilegiado e na preguiça do STF em julgá-los. CELSO FREITAS (Niterói, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
Ilha de Marajó ainda é o paraíso dos diários de 1927 de Mário de Andrade
Os búfalos e os carapanãs já chamavam a atenção na ilha do Marajó, em 1927, quando lá esteve o escritor Mário de Andrade, em sua visita de "descobrimento do Brasil". Mário saiu de Belém rumo a Marajó na manhã de 29 de julho, na lancha Ernestina, como anotou em seu diário. "Pelas oito, tomamos a barca Tucunaré, menorzinha, e entramos pela boca do rio Arari", escreveu. "Marchas e paradinhas. Santana. Cachoeira. Paraíso com seus búfalos". Santana era o nome da única fazenda que havia por lá, cuja casa-sede foi fotografada e desenhada pelo modernista. Nela, Mário pernoitou com a cara "emporcalhada" de uma pomada inglesa, feita com citronela de java, para matar os mosquitos. "É um desespero", disse. "Bilhões, bilhões de carapanãs." Nada disso, porém, tirou o encanto da viagem, sobretudo pela profusão de aves. "Não se descreve, não se pode imaginar", registrou Mário em sua caderneta. "São milhares de guarás encarnados, de colhereiras cor de rosa, de garças brancas, de tuiuiús, de mauaris. E a beleza de Marajó com sua passarada me derrubou no chão." As aves permanecem e a viagem, hoje, tornou-se bem mais simples desde que a lancha Golfinho passou a ligar Belém a Marajó em apenas duas horas. A aventura maior fica por conta da estadia na ilha, que não dispõe de uma estrutura apropriada para o transporte interno. A vila mais procurada pelos turistas é Soure, onde atraca a lancha. De lá, pega-se um táxi ou uma mototáxi para pousadas e passeios. Os preços são altos: a corrida de ida e volta para a praia do Pesqueiro, a mais visitada, sai por R$ 70 no táxi e R$ 30 na moto (sem capacete -o equipamento é completamente esquecido na ilha, desde que o governo do Pará aboliu a fiscalização). Outra opção de praia é Barra Velha. Mais próxima do centro, ela tem uma pequena extensão de areia -no último inverno a maré invadiu quase toda a orla- espremida entre o rio e o manguezal. No centrinho da vila funcionam apenas dois restaurantes, o Ilha Bela e o Patu-Anu, onde se pode saborear o filé marajoara, coberto com muçarela de búfala da região. Marajó, como definiu Mário de Andrade, é outra espécie de paisagem amazônica. E é talvez ali o lugar onde se pode contemplar a natureza tal qual ela estava na visita do escritor 90 anos atrás. Ou muito próximo disso. Com ingazeiras que ainda cobrem as margens do rio e os campos imensos, "de um verde claro intenso", registradas em sua caderneta. CARIRI Na Amazônia, depende-se de barco para tudo e é assim que funciona a vida em Barcarena, cidade distante 20 quilômetros de Belém. Até o transporte escolar funciona por meio de uma embarcação, que recolhe as crianças nas vilas ribeirinhas e as leva para a sala de aula. De Barcarena parte o barco com destino à cidade de São Francisco, de onde o visitante pode pegar uma van e percorrer um pequeno trecho terrestre que leva até a praia de Caripi, visitada por Mário de Andrade em 1927. Banhada pelo rio Pará, Caripi tem um pequeno e simpático píer e uma vegetação exuberante. Pequenas barracas oferecem conforto ao turista, com cerveja gelada e peixe frito na hora. Isso hoje. Em 1927, o escritor fez a sua refeição a bordo do barco e só desceu para o banho de rio. "Maravilhoso passeio ao Caripi. Que adianta dizer maravilhoso. Não dá a entender o que foi, não posso descrever. Almoço lá, banho." Maria Mourão, 89, conhecida como Maroca, a primeira moradora de Caripi, conta que quando Mário de Andrade esteve por lá o povoado ainda não existia, só uma fazenda de mesmo nome. "O dono era um francês e somente em 1931 meu marido ergueu a primeira casinha da vila, onde moro até os dias de hoje", afirma Maroca. A casa, em madeira de lei, tem uma sala e um quarto e foi erguida sobre uma estrutura que impede a entrada das águas na maré cheia. Já os turistas chegaram apenas nos anos 1970.
turismo
Ilha de Marajó ainda é o paraíso dos diários de 1927 de Mário de AndradeOs búfalos e os carapanãs já chamavam a atenção na ilha do Marajó, em 1927, quando lá esteve o escritor Mário de Andrade, em sua visita de "descobrimento do Brasil". Mário saiu de Belém rumo a Marajó na manhã de 29 de julho, na lancha Ernestina, como anotou em seu diário. "Pelas oito, tomamos a barca Tucunaré, menorzinha, e entramos pela boca do rio Arari", escreveu. "Marchas e paradinhas. Santana. Cachoeira. Paraíso com seus búfalos". Santana era o nome da única fazenda que havia por lá, cuja casa-sede foi fotografada e desenhada pelo modernista. Nela, Mário pernoitou com a cara "emporcalhada" de uma pomada inglesa, feita com citronela de java, para matar os mosquitos. "É um desespero", disse. "Bilhões, bilhões de carapanãs." Nada disso, porém, tirou o encanto da viagem, sobretudo pela profusão de aves. "Não se descreve, não se pode imaginar", registrou Mário em sua caderneta. "São milhares de guarás encarnados, de colhereiras cor de rosa, de garças brancas, de tuiuiús, de mauaris. E a beleza de Marajó com sua passarada me derrubou no chão." As aves permanecem e a viagem, hoje, tornou-se bem mais simples desde que a lancha Golfinho passou a ligar Belém a Marajó em apenas duas horas. A aventura maior fica por conta da estadia na ilha, que não dispõe de uma estrutura apropriada para o transporte interno. A vila mais procurada pelos turistas é Soure, onde atraca a lancha. De lá, pega-se um táxi ou uma mototáxi para pousadas e passeios. Os preços são altos: a corrida de ida e volta para a praia do Pesqueiro, a mais visitada, sai por R$ 70 no táxi e R$ 30 na moto (sem capacete -o equipamento é completamente esquecido na ilha, desde que o governo do Pará aboliu a fiscalização). Outra opção de praia é Barra Velha. Mais próxima do centro, ela tem uma pequena extensão de areia -no último inverno a maré invadiu quase toda a orla- espremida entre o rio e o manguezal. No centrinho da vila funcionam apenas dois restaurantes, o Ilha Bela e o Patu-Anu, onde se pode saborear o filé marajoara, coberto com muçarela de búfala da região. Marajó, como definiu Mário de Andrade, é outra espécie de paisagem amazônica. E é talvez ali o lugar onde se pode contemplar a natureza tal qual ela estava na visita do escritor 90 anos atrás. Ou muito próximo disso. Com ingazeiras que ainda cobrem as margens do rio e os campos imensos, "de um verde claro intenso", registradas em sua caderneta. CARIRI Na Amazônia, depende-se de barco para tudo e é assim que funciona a vida em Barcarena, cidade distante 20 quilômetros de Belém. Até o transporte escolar funciona por meio de uma embarcação, que recolhe as crianças nas vilas ribeirinhas e as leva para a sala de aula. De Barcarena parte o barco com destino à cidade de São Francisco, de onde o visitante pode pegar uma van e percorrer um pequeno trecho terrestre que leva até a praia de Caripi, visitada por Mário de Andrade em 1927. Banhada pelo rio Pará, Caripi tem um pequeno e simpático píer e uma vegetação exuberante. Pequenas barracas oferecem conforto ao turista, com cerveja gelada e peixe frito na hora. Isso hoje. Em 1927, o escritor fez a sua refeição a bordo do barco e só desceu para o banho de rio. "Maravilhoso passeio ao Caripi. Que adianta dizer maravilhoso. Não dá a entender o que foi, não posso descrever. Almoço lá, banho." Maria Mourão, 89, conhecida como Maroca, a primeira moradora de Caripi, conta que quando Mário de Andrade esteve por lá o povoado ainda não existia, só uma fazenda de mesmo nome. "O dono era um francês e somente em 1931 meu marido ergueu a primeira casinha da vila, onde moro até os dias de hoje", afirma Maroca. A casa, em madeira de lei, tem uma sala e um quarto e foi erguida sobre uma estrutura que impede a entrada das águas na maré cheia. Já os turistas chegaram apenas nos anos 1970.
13
China ultrapassa França em área dedicada a vinhedos
Segundo entidade do setor, gigante asiático possui agora 799 mil hectares de terras destinadas à produção de vinho, ou 11% do país A China tornou-se o segundo maior país do mundo em extensão de vinhedos, perdendo apenas da Espanha e conquistando a vice-liderança que pertencia à França. A Organização Internacional dos Vinhedos e do Vinho (IOVW, na sigla em inglês) informou que a China possui agora 799 mil hectares de terras destinadas à produção de vinho. A liderança pertence à Espanha, com 1,02 milhão de hectares. Produção Apesar do feito chinês, a França continua como o maior produtor mundial de vinho, produzindo anualmente 46,7 milhões de hectolitros (mhl). A França também é o país que mais exporta vinho no mundo, com vendas externas totalizando mais de 7,7 bilhões de euros (R$ 24,3 bilhões) em 2014. Os Estados Unidos permanecem como o maior consumidor de vinho, com 30,7 mhl? 13% de todo o vinho produzido mundialmente - consumidos no ano passado, seguido da França e Itália. O consumo global de vinho caiu 2,4 mhl em 2014, para 240 mhl. A China é um dos países do mundo onde as áreas destinadas ao cultivo de uvas mais crescem. No ano passado, os vinhedos chineses correspondiam a 11% do território mundial destinado ao cultivo de uvas usadas na produção de vinho. Em 2000 essa proporção era de 4%. Os maiores importadores mundiais de vinho são Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos. O comércio total global da bebida foi estimado em 26 bilhões de euros (R$ 82,2 bilhões) em 2014, acrescentou a IOVW. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
bbc
China ultrapassa França em área dedicada a vinhedosSegundo entidade do setor, gigante asiático possui agora 799 mil hectares de terras destinadas à produção de vinho, ou 11% do país A China tornou-se o segundo maior país do mundo em extensão de vinhedos, perdendo apenas da Espanha e conquistando a vice-liderança que pertencia à França. A Organização Internacional dos Vinhedos e do Vinho (IOVW, na sigla em inglês) informou que a China possui agora 799 mil hectares de terras destinadas à produção de vinho. A liderança pertence à Espanha, com 1,02 milhão de hectares. Produção Apesar do feito chinês, a França continua como o maior produtor mundial de vinho, produzindo anualmente 46,7 milhões de hectolitros (mhl). A França também é o país que mais exporta vinho no mundo, com vendas externas totalizando mais de 7,7 bilhões de euros (R$ 24,3 bilhões) em 2014. Os Estados Unidos permanecem como o maior consumidor de vinho, com 30,7 mhl? 13% de todo o vinho produzido mundialmente - consumidos no ano passado, seguido da França e Itália. O consumo global de vinho caiu 2,4 mhl em 2014, para 240 mhl. A China é um dos países do mundo onde as áreas destinadas ao cultivo de uvas mais crescem. No ano passado, os vinhedos chineses correspondiam a 11% do território mundial destinado ao cultivo de uvas usadas na produção de vinho. Em 2000 essa proporção era de 4%. Os maiores importadores mundiais de vinho são Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos. O comércio total global da bebida foi estimado em 26 bilhões de euros (R$ 82,2 bilhões) em 2014, acrescentou a IOVW. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
18
Alckmin diz que não vai reduzir verba destinada a USP, Unesp e Unicamp
O governo de São Paulo não vai reduzir nem em um centavo a verba destinada às universidades estaduais, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quarta-feira (13). "Não há nenhuma mudança, pode garantir isso", disse, depois de participar de seminário promovido pelo grupo Lide para investidores em Nova York. No entanto, reportagem da Folha revelou que projeto de Alckmin transforma em "teto" o que era o "piso" de verba a ser destinada às três universidades paulistas: USP, Unesp e Unicamp. A decisão, na prática, significa uma mudança e ocorre quando as universidades vivem dificuldades financeiras e pleiteiam mais recursos. Prevista para 2016, a alteração no repasse consta no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a ser analisado e votado na Assembleia, onde o governo tem maioria. Tradicionalmente, a gestão tucana determinava que suas universidades deviam receber "no mínimo" 9,57% da cota do Estado no ICMS (principal imposto paulista). Na proposta para 2016, o texto diz que o percentual é o "máximo" a ser concedido. A mudança permite que o governo não chegue nem a repassar mais os 9,57%, dizem os sindicatos dos professores da USP e da Unicamp. "Não era piso e não é teto: é o valor, 9,57%. Se eu quisesse fazer 10% ou 8%, teria de fazer outra lei", afirmou Alckmin. "Estão mantidos os 9,57%, um dos maiores índices do mundo de um Estado subnacional para o ensino superior. Se você contar as Fatecs e as faculdades isoladas, dá mais de 10%. E isso está garantido", disse.
educacao
Alckmin diz que não vai reduzir verba destinada a USP, Unesp e UnicampO governo de São Paulo não vai reduzir nem em um centavo a verba destinada às universidades estaduais, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quarta-feira (13). "Não há nenhuma mudança, pode garantir isso", disse, depois de participar de seminário promovido pelo grupo Lide para investidores em Nova York. No entanto, reportagem da Folha revelou que projeto de Alckmin transforma em "teto" o que era o "piso" de verba a ser destinada às três universidades paulistas: USP, Unesp e Unicamp. A decisão, na prática, significa uma mudança e ocorre quando as universidades vivem dificuldades financeiras e pleiteiam mais recursos. Prevista para 2016, a alteração no repasse consta no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a ser analisado e votado na Assembleia, onde o governo tem maioria. Tradicionalmente, a gestão tucana determinava que suas universidades deviam receber "no mínimo" 9,57% da cota do Estado no ICMS (principal imposto paulista). Na proposta para 2016, o texto diz que o percentual é o "máximo" a ser concedido. A mudança permite que o governo não chegue nem a repassar mais os 9,57%, dizem os sindicatos dos professores da USP e da Unicamp. "Não era piso e não é teto: é o valor, 9,57%. Se eu quisesse fazer 10% ou 8%, teria de fazer outra lei", afirmou Alckmin. "Estão mantidos os 9,57%, um dos maiores índices do mundo de um Estado subnacional para o ensino superior. Se você contar as Fatecs e as faculdades isoladas, dá mais de 10%. E isso está garantido", disse.
12
Lázaro Ramos se emociona com fala de professora sobre racismo
A professora aposentada negra Diva Guimarães, de 77 anos, fez o ator Lázaro Ramos chorar de emoção, foi ovacionada por mais de 500 pessoas e saiu consagrada como a musa da Flip na manhã desta sexta-feira (28). Durante a mesa "A pele que habito", que reuniu Ramos e a jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques para falar sobre racismo, a paranaense Guimarães pediu o microfone para fazer uma pergunta e acabou fazendo um depoimento sobre discriminação. Guimarães, que começou a trabalhar aos cinco anos, é neta de escravos e filha da lavadeira. "Quando eu era criança, as freiras me contaram uma história de como Deus abençoou um rio e mandou todos os homens tomarem banho nele. Os mais trabalhadores e inteligentes chegaram primeiro, mergulharam no rio e saíram brancos. Já os mais preguiçosos chegaram tarde e só havia um restinho de água. Por isso continuaram negros, só com a palma das maõs e a planta dos pés brancos", disse, entre lágrimas. "Os negros não saõ preguiçosos, este país vive hoje porque meus antepassados trabalharam muito", disse Guimarães, que foi aplaudida de pé. "Sou uma sobrevivente pela luta e pela educação", disse. Ela contou que a mãe insistiu que ela estudasse e lavava roupa em troca de material escolar. Guimarães se formou e trabalhou como professora durante 40 anos, alfabetizando crianças e adultos. Hoje, vive em Curitiba com uma aposentadoria de R$ 1600. "As pessoas falam bem de Curitiba, dizem que é uma cidade europeia, vai ver como é para os negros que moram na periferia." "A senhora quer matar a gente", disse Ramos, chorando. "Meu coração está pequenininho. A senhora falou uma coisa muito importante precisamos investir em educação pública de qualidade." O ator foi aplaudido e a plateia começou a gritar "Fora Temer". Ramos, autor de "Na minha pele", livro brasileiro de não-ficção mais vendido do país, disse que é importante o branco tomar consciência de sua "branquitude". "Estou muito feliz de ver essa plateia aqui cheia de brancos, preconceito não é uma questão só dos negros, todo mundo faz parte do problema e da solução." Já Joana fez uma série de reportagens sobre a herança racista nas ex-colônias portuguesas na África, assunto que, segundo ela é ignorado pelos livros de história do país. "A ideia era desconstruir o mito de que Portugal tinha sido um bom colonizador." Para concluir, Ramos leu um capítulo que escreveu para seu livro, mas acabou excluído. "Não somos só duas coisas, petralhas ou coxinhas, PT ou PSDB. Somos muito mais", leu. "Chamamos os políticos eleitos de governantes e não de servidores públicos, que é o que eles são. A crise não é só política ou econômica, vivemos uma crise civilizatória." E concluiu com uma pérola de sabedoria de sua avó. "Minha avó Edith diria que o primeiro passo é ter vergonha na cara." Muito aplaudido. Ao final, dezenas de pessoas foram tirar selfies e abraçar Diva, que chegou a autografar vários exemplares do livro de Lázaro Ramos. É a primeira vez que Diva vem à Flip. "Sempre foi meu sonho, agora que estou no bico do urubu, resolvi vir"
ilustrada
Lázaro Ramos se emociona com fala de professora sobre racismoA professora aposentada negra Diva Guimarães, de 77 anos, fez o ator Lázaro Ramos chorar de emoção, foi ovacionada por mais de 500 pessoas e saiu consagrada como a musa da Flip na manhã desta sexta-feira (28). Durante a mesa "A pele que habito", que reuniu Ramos e a jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques para falar sobre racismo, a paranaense Guimarães pediu o microfone para fazer uma pergunta e acabou fazendo um depoimento sobre discriminação. Guimarães, que começou a trabalhar aos cinco anos, é neta de escravos e filha da lavadeira. "Quando eu era criança, as freiras me contaram uma história de como Deus abençoou um rio e mandou todos os homens tomarem banho nele. Os mais trabalhadores e inteligentes chegaram primeiro, mergulharam no rio e saíram brancos. Já os mais preguiçosos chegaram tarde e só havia um restinho de água. Por isso continuaram negros, só com a palma das maõs e a planta dos pés brancos", disse, entre lágrimas. "Os negros não saõ preguiçosos, este país vive hoje porque meus antepassados trabalharam muito", disse Guimarães, que foi aplaudida de pé. "Sou uma sobrevivente pela luta e pela educação", disse. Ela contou que a mãe insistiu que ela estudasse e lavava roupa em troca de material escolar. Guimarães se formou e trabalhou como professora durante 40 anos, alfabetizando crianças e adultos. Hoje, vive em Curitiba com uma aposentadoria de R$ 1600. "As pessoas falam bem de Curitiba, dizem que é uma cidade europeia, vai ver como é para os negros que moram na periferia." "A senhora quer matar a gente", disse Ramos, chorando. "Meu coração está pequenininho. A senhora falou uma coisa muito importante precisamos investir em educação pública de qualidade." O ator foi aplaudido e a plateia começou a gritar "Fora Temer". Ramos, autor de "Na minha pele", livro brasileiro de não-ficção mais vendido do país, disse que é importante o branco tomar consciência de sua "branquitude". "Estou muito feliz de ver essa plateia aqui cheia de brancos, preconceito não é uma questão só dos negros, todo mundo faz parte do problema e da solução." Já Joana fez uma série de reportagens sobre a herança racista nas ex-colônias portuguesas na África, assunto que, segundo ela é ignorado pelos livros de história do país. "A ideia era desconstruir o mito de que Portugal tinha sido um bom colonizador." Para concluir, Ramos leu um capítulo que escreveu para seu livro, mas acabou excluído. "Não somos só duas coisas, petralhas ou coxinhas, PT ou PSDB. Somos muito mais", leu. "Chamamos os políticos eleitos de governantes e não de servidores públicos, que é o que eles são. A crise não é só política ou econômica, vivemos uma crise civilizatória." E concluiu com uma pérola de sabedoria de sua avó. "Minha avó Edith diria que o primeiro passo é ter vergonha na cara." Muito aplaudido. Ao final, dezenas de pessoas foram tirar selfies e abraçar Diva, que chegou a autografar vários exemplares do livro de Lázaro Ramos. É a primeira vez que Diva vem à Flip. "Sempre foi meu sonho, agora que estou no bico do urubu, resolvi vir"
6
Campanha alerta sobre a importância da prevenção no combate ao câncer
Ao longo de 2017, aproximadamente 596 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer no Brasil, informam dados do Inca. Mesmo com novos tratamentos surgindo a cada dia, a prevenção continua sendo o melhor remédio. Simples mudanças nos hábitos, como alimentar-se de maneira saudável, não beber, não fumar, praticar atividades físicas e usar o protetor solar, podem evitar o surgimento de muitos casos. O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma data para nos lembrarmos disso. Para tentar ajudar, a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) lança a campanha "Vá de Lenço". A ação visa informar a população sobre a importância da prevenção no combate ao câncer, além de homenagear todos aqueles que estão em tratamento ou já venceram essa batalha. A organização convoca toda a população a usar um lenço durante a semana, seja no trabalho, no parque, durante atividades físicas ou nas redes sociais. Além disso, alguns artistas, postarão fotos em redes com a hashtag #VáDeLenço. Haverá também uma apresentação, com uma das equipes de balé profissional do estúdio Anacã. O evento ocorre no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, ao meio-dia do dia 04 de fevereiro. "A Abrale luta diariamente para que pacientes com câncer do sangue tenham acesso ao tratamento correto e qualidade se vida. Da mesma forma, trabalhamos incessantemente para que toda população tenha acesso a informação quanto à prevenção e importância do diagnóstico precoce da doença", destaca a presidente da entidade, Merula Steagall. A entidade não tem fins lucrativos e foi criada há mais de uma década por pacientes e familiares.
empreendedorsocial
Campanha alerta sobre a importância da prevenção no combate ao câncerAo longo de 2017, aproximadamente 596 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer no Brasil, informam dados do Inca. Mesmo com novos tratamentos surgindo a cada dia, a prevenção continua sendo o melhor remédio. Simples mudanças nos hábitos, como alimentar-se de maneira saudável, não beber, não fumar, praticar atividades físicas e usar o protetor solar, podem evitar o surgimento de muitos casos. O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma data para nos lembrarmos disso. Para tentar ajudar, a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) lança a campanha "Vá de Lenço". A ação visa informar a população sobre a importância da prevenção no combate ao câncer, além de homenagear todos aqueles que estão em tratamento ou já venceram essa batalha. A organização convoca toda a população a usar um lenço durante a semana, seja no trabalho, no parque, durante atividades físicas ou nas redes sociais. Além disso, alguns artistas, postarão fotos em redes com a hashtag #VáDeLenço. Haverá também uma apresentação, com uma das equipes de balé profissional do estúdio Anacã. O evento ocorre no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, ao meio-dia do dia 04 de fevereiro. "A Abrale luta diariamente para que pacientes com câncer do sangue tenham acesso ao tratamento correto e qualidade se vida. Da mesma forma, trabalhamos incessantemente para que toda população tenha acesso a informação quanto à prevenção e importância do diagnóstico precoce da doença", destaca a presidente da entidade, Merula Steagall. A entidade não tem fins lucrativos e foi criada há mais de uma década por pacientes e familiares.
20
O país tem pressa
Por expressiva maioria -superando com alguma folga o mínimo necessário de 342-, a Câmara dos Deputados manifestou-se neste domingo (17) em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Num clima de exaltação, mas também de respeito à diversidade, os deputados federais deram sua opinião, ornamentando-a, conforme o caso, de razões sucintas ou de considerações extravagantes. Poucos trataram das acusações que se dirigem à presidente; contam-se nos dedos aqueles que evocaram as chamadas pedaladas fiscais ou os decretos orçamentários. Prevaleceram apelos à própria família e um quase sempre cínico discurso de combate à corrupção, como se disso o processo cuidasse. Seja como for, nem pela via jurídica, nem pelas ruas cabe contestar o resultado, legítimo do ponto de vista constitucional e político. Reflete a vontade da maioria da população, e deriva de uma ação conduzida conforme regras sancionadas pelo Supremo Tribunal Federal. Abre-se agora um período de transição. Enquanto a análise do impeachment segue para o Senado, o país terá a sua frente um governo paralisado -ou consumido pelas patéticas barganhas a que, nestes dias, entregou-se em vão. É do interesse de toda a sociedade que esse período transcorra com a máxima presteza, respeitando-se sempre, por óbvio, o devido processo legal. Não há sentido em prolongar artificialmente a permanência de quem já não tem a menor condição de governar. Não foi convicção desta Folha que o impeachment de Dilma Rousseff representasse a solução mais confiável e consensual para o impasse em o país se encontra. Este se resolveria pela renúncia simultânea de Dilma e de seu vice, com a imediata convocação de novas eleições presidenciais. A eventual cassação da chapa de ambos, pelo Tribunal Superior Eleitoral, também permitiria esse desenlace. Deve-se rechaçar, por outro lado, a artimanha governista de recorrer a eleições gerais antecipadas (não previstas pela Constituição), agora que a Câmara dos Deputados autorizou que o Senado julgue o afastamento de Dilma. É preciso prosseguir. A crise nem de longe se encerrou. Coloca-se com urgência, aliás, a necessidade de que um dos mais notórios articuladores e beneficiários da batalha do impeachment, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seja levado à barra da Justiça. A Operação Lava Jato continuará -é o que se espera- a investigar e punir muitas outras figuras do cenário político; reformas eleitorais e econômicas terão de ser empreendidas em caráter emergencial. A partir de hoje, a questão mais imediata e urgente se desenvolve, entretanto, no Senado. Que, no mesmo clima de debate pacífico até agora registrado, tome-se sem perda de tempo uma decisão. [email protected]
opiniao
O país tem pressaPor expressiva maioria -superando com alguma folga o mínimo necessário de 342-, a Câmara dos Deputados manifestou-se neste domingo (17) em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Num clima de exaltação, mas também de respeito à diversidade, os deputados federais deram sua opinião, ornamentando-a, conforme o caso, de razões sucintas ou de considerações extravagantes. Poucos trataram das acusações que se dirigem à presidente; contam-se nos dedos aqueles que evocaram as chamadas pedaladas fiscais ou os decretos orçamentários. Prevaleceram apelos à própria família e um quase sempre cínico discurso de combate à corrupção, como se disso o processo cuidasse. Seja como for, nem pela via jurídica, nem pelas ruas cabe contestar o resultado, legítimo do ponto de vista constitucional e político. Reflete a vontade da maioria da população, e deriva de uma ação conduzida conforme regras sancionadas pelo Supremo Tribunal Federal. Abre-se agora um período de transição. Enquanto a análise do impeachment segue para o Senado, o país terá a sua frente um governo paralisado -ou consumido pelas patéticas barganhas a que, nestes dias, entregou-se em vão. É do interesse de toda a sociedade que esse período transcorra com a máxima presteza, respeitando-se sempre, por óbvio, o devido processo legal. Não há sentido em prolongar artificialmente a permanência de quem já não tem a menor condição de governar. Não foi convicção desta Folha que o impeachment de Dilma Rousseff representasse a solução mais confiável e consensual para o impasse em o país se encontra. Este se resolveria pela renúncia simultânea de Dilma e de seu vice, com a imediata convocação de novas eleições presidenciais. A eventual cassação da chapa de ambos, pelo Tribunal Superior Eleitoral, também permitiria esse desenlace. Deve-se rechaçar, por outro lado, a artimanha governista de recorrer a eleições gerais antecipadas (não previstas pela Constituição), agora que a Câmara dos Deputados autorizou que o Senado julgue o afastamento de Dilma. É preciso prosseguir. A crise nem de longe se encerrou. Coloca-se com urgência, aliás, a necessidade de que um dos mais notórios articuladores e beneficiários da batalha do impeachment, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seja levado à barra da Justiça. A Operação Lava Jato continuará -é o que se espera- a investigar e punir muitas outras figuras do cenário político; reformas eleitorais e econômicas terão de ser empreendidas em caráter emergencial. A partir de hoje, a questão mais imediata e urgente se desenvolve, entretanto, no Senado. Que, no mesmo clima de debate pacífico até agora registrado, tome-se sem perda de tempo uma decisão. [email protected]
7
'TV Folha' entrevista a professora que atua em ações contra a Petrobras
A "TV Folha" recebeu a professora Érica Gorga, que atuou como perita nos Estados Unidos reunindo argumentos em defesa de investidores que adquiriram ações da Petrobras lá e aqui e que foram prejudicados pela crise da companhia. Agora no Brasil, Gorga, que foi pesquisadora associada e diretora do Centro de Direito Empresarial da Yale Law School, colabora com a causa dos acionistas minoritários brasileiros que estão se organizando para ingressar com uma ação civil pública para ressarcir suas perdas. No vídeo, ela também analisa o pedido de impeachment discutindo os danos que o governo fez ao patrimônio público, aos brasileiros e aos investidores minoritários no caso Petrobras. A mesa foi comandada pela repórter de "Mercado" Joana Cunha e contará com o colaborador da Folha Toni Sciarretta.
tv
'TV Folha' entrevista a professora que atua em ações contra a PetrobrasA "TV Folha" recebeu a professora Érica Gorga, que atuou como perita nos Estados Unidos reunindo argumentos em defesa de investidores que adquiriram ações da Petrobras lá e aqui e que foram prejudicados pela crise da companhia. Agora no Brasil, Gorga, que foi pesquisadora associada e diretora do Centro de Direito Empresarial da Yale Law School, colabora com a causa dos acionistas minoritários brasileiros que estão se organizando para ingressar com uma ação civil pública para ressarcir suas perdas. No vídeo, ela também analisa o pedido de impeachment discutindo os danos que o governo fez ao patrimônio público, aos brasileiros e aos investidores minoritários no caso Petrobras. A mesa foi comandada pela repórter de "Mercado" Joana Cunha e contará com o colaborador da Folha Toni Sciarretta.
11
Shopping paulistano Center Norte é o mais citado em pesquisa Datafolha
MARIANA LAJOLO DE SÃO PAULO Encontrar um morador da zona sul no Center Norte é como procurar agulha num palheiro. Não é exagero. Encravado há 31 anos na Vila Guilherme, o shopping recebe mais de 80 mil pessoas por dia, 83% delas moradoras da zona norte. E foi esse público fiel que elegeu o Center Norte o melhor da cidade, com 11% das menções, diz o Datafolha. "Somos um empreendimento consolidado na região", diz Ricardo Afonso, diretor-superintendente. Na avaliação do executivo, há "uma identificação do público e um reconhecimento dos benefícios, como geração de empregos e infraestrutura". Os outros 17% de clientes que frequentam o local se deslocam principalmente de cidades como Guarulhos e Mogi das Cruzes. Nos fins de semana, carros do interior também disputam vagas no estacionamento. O complexo tem 91% de clientes nas classes A e B, universo pesquisado pelo Datafolha. Entre a classe A, aliás, os shoppings Morumbi e Iguatemi conquistaram os maiores índices: 13% e 14%, respectivamente. Infográfico/Arte folha Há dois anos, o Center Norte iniciou uma adequação do mix de produtos. O novo caminho é se consolidar também como referência ao público antenado, que gosta de marcas estrangeiras e itens de primeira linha. Além da localização, Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), cita outros trunfos do complexo. "O estacionamento é enorme e a dimensão do local permite um passeio agradável mesmo nos dias cheios". Em 2014, abriu a primeira loja latino-americana da "fast fashion" australiana Cotton On. Outras novidades são Carmen Steffens, Yves Rocher, Maxior, Lindt, Dudalina e a primeira "pop-up store" (temporária) da Sephora na América do Sul. Os investimentos miram esse público, em especial o feminino, que chega a 54% dos clientes. Nos próximos meses, devem chegar gigantes como MAC e Zara. "A concorrência local aumentou e isso nos levou a focar mais as classes A e B", diz Afonso. "São marcas que nossos consumidores estão pedindo." Serviço: Centro comercial com 331 lojas, além de restaurantes, lanchonetes e quiosques O que oferece: Área de serviços com 35 lojas, como lavanderia e laboratório de exames Criação: Aberto em 1984, passou pela primeira expansão em 1989 Contato: Travessa Casalbuono, 120, Vila Guilherme, tel. 2224-5959. centernorte.com.br. Mapa/Folha
saopaulo
Shopping paulistano Center Norte é o mais citado em pesquisa DatafolhaMARIANA LAJOLO DE SÃO PAULO Encontrar um morador da zona sul no Center Norte é como procurar agulha num palheiro. Não é exagero. Encravado há 31 anos na Vila Guilherme, o shopping recebe mais de 80 mil pessoas por dia, 83% delas moradoras da zona norte. E foi esse público fiel que elegeu o Center Norte o melhor da cidade, com 11% das menções, diz o Datafolha. "Somos um empreendimento consolidado na região", diz Ricardo Afonso, diretor-superintendente. Na avaliação do executivo, há "uma identificação do público e um reconhecimento dos benefícios, como geração de empregos e infraestrutura". Os outros 17% de clientes que frequentam o local se deslocam principalmente de cidades como Guarulhos e Mogi das Cruzes. Nos fins de semana, carros do interior também disputam vagas no estacionamento. O complexo tem 91% de clientes nas classes A e B, universo pesquisado pelo Datafolha. Entre a classe A, aliás, os shoppings Morumbi e Iguatemi conquistaram os maiores índices: 13% e 14%, respectivamente. Infográfico/Arte folha Há dois anos, o Center Norte iniciou uma adequação do mix de produtos. O novo caminho é se consolidar também como referência ao público antenado, que gosta de marcas estrangeiras e itens de primeira linha. Além da localização, Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), cita outros trunfos do complexo. "O estacionamento é enorme e a dimensão do local permite um passeio agradável mesmo nos dias cheios". Em 2014, abriu a primeira loja latino-americana da "fast fashion" australiana Cotton On. Outras novidades são Carmen Steffens, Yves Rocher, Maxior, Lindt, Dudalina e a primeira "pop-up store" (temporária) da Sephora na América do Sul. Os investimentos miram esse público, em especial o feminino, que chega a 54% dos clientes. Nos próximos meses, devem chegar gigantes como MAC e Zara. "A concorrência local aumentou e isso nos levou a focar mais as classes A e B", diz Afonso. "São marcas que nossos consumidores estão pedindo." Serviço: Centro comercial com 331 lojas, além de restaurantes, lanchonetes e quiosques O que oferece: Área de serviços com 35 lojas, como lavanderia e laboratório de exames Criação: Aberto em 1984, passou pela primeira expansão em 1989 Contato: Travessa Casalbuono, 120, Vila Guilherme, tel. 2224-5959. centernorte.com.br. Mapa/Folha
9
Estamos sós no Universo? Duas décadas para a resposta
Quem acompanha o campo de astrobiologia sabe que há hoje um certo frenesi entre os cientistas. Depois de séculos de especulação, estamos finalmente próximos de responder à famosa pergunta: estamos sós no Universo? E perto aí quer dizer modestas duas décadas. A busca mais proeminente é aquela que envolve o estudo de outros sistemas planetários. Neles, ambiciona-se encontrar planetas de tamanho e composição similares aos da Terra, localizados na distância certa de suas respectivas estrelas para que possam preservar água em estado líquido na superfície. O satélite Kepler, da Nasa, fez um excelente trabalho entre 2009 e 2013 ao produzir um censo preliminar. Apontado o tempo todo para uma mesma (e pequena) região do céu, ele descobriu mais de mil planetas, além de milhares de candidatos. Isso nos deu uma noção estatística da prevalência de mundos ao menos grosseiramente similares ao nosso. Sabemos hoje que eles existem às pencas. E agora vamos passar à etapa realmente empolgante: a busca por mundos que estejam suficientemente próximos para que possamos estudar coisas como a composição de sua atmosfera. A Nasa já prepara para 2017 o lançamento de um novo satélite, chamado Tess. Sigla para Transiting Exoplanet Survey Satellite (satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito), ele buscará observar todas as regiões do céu, numa missão inicial de dois anos. A expectativa é que o Tess encontre cerca de 500 planetas com o tamanho da Terra ou ligeiramente maiores (as chamadas "superterras"), numa distância adequada para sua futura caracterização detalhada –ou seja, o estudo efetivo de suas propriedades. ASSINATURA Um ano depois do lançamento do Tess, em 2018, deve ir ao espaço o telescópio espacial James Webb. Sucessor do Hubble, ele será capaz de analisar a assinatura de luz que virá da atmosfera desses mundos. Se usássemos essa mesma técnica para observar a Terra, mesmo a alguns anos-luz de distância, detectaríamos uma atmosfera com alto teor de oxigênio e vapor d'água. A única explicação possível, no caso, é a presença de vida, que, com a fotossíntese, constantemente reabastece o suprimento de oxigênio atmosférico. Ou seja, buscaremos em outros mundos sinais indiretos de vida, na forma de desequilíbrios químicos na atmosfera. A astrofísica canadense Sara Seager, da Universidade Harvard, faz parte da equipe do Tess e acredita que na próxima década já teremos uma chance de detectar outro planeta vivo nas nossas vizinhanças galácticas. Durante boa parte do século 20, os astrônomos cristalizaram a noção de que apenas a Terra era boa o suficiente para a vida nos mundos que compõem a família do Sistema Solar. Duas linhas de pesquisa diferentes, contudo, já desafiam essa conclusão precipitada. Em primeiro lugar, os biólogos têm encontrado organismos vivos em muitos lugares da Terra até então tidos como inabitáveis, como rocha sólida a dois quilômetros de profundidade ou fumarolas submarinas com temperatura beirando os 500 graus Celsius. Ou seja, a vida é mais versátil do que antes se imaginava. Em segundo lugar, estudos mais pormenorizados do Sistema Solar revelam que há muita água em estado líquido –condição essencial para a vida– espalhada por aí, dando sopa. Marte, agora sabemos, já teve água líquida e temperatura amena. E ainda podem existir ambientes habitáveis no subsolo marciano até hoje. Indo mais longe, pelo menos duas luas de Júpiter –Europa e Ganimedes– possuem oceanos de água salgada sob sua crosta congelada. E isso também vale para a pequenina lua de Saturno, Encélado. Em 2018, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançará seu primeiro jipe robótico marciano, o ExoMars. Seu objetivo é buscar evidências de vida passada ou presente no planeta vermelho. A Nasa, por sua vez, anunciou recentemente sua intenção de enviar uma missão a Europa, a lua joviana, e um dos objetivos é estudar possíveis plumas de água que estão vazando do hemisfério Sul –se houver microrganismos lá, é bem possível que eles sejam ejetados para o espaço junto com a água. E também está em estudo uma possível missão a Encélado, que seria capaz de identificar compostos ligados à vida nas plumas de água (mais proeminentes que as de Europa) que emanam da lua saturnina. "Se houver vida lá, nós saberemos", declara triunfante Jonathan Lunine, da Universidade Cornell, um dos proponentes do projeto. O trânsito até as luas de Júpiter e Saturno exige anos de viagem, de forma que não devemos esperar resultados tão já. Mas o importante é que essas respostas estão a caminho. "Até pouco tempo atrás, eu diria que a detecção remota de vida em exoplanetas estava mais quente", diz Ivan Gláucio Paulino Lima, biólogo brasileiro que trabalha no Centro Ames de Pesquisa, da Nasa. "Mas agora, com as missões destinadas a Europa e as propostas para investigar Encélado, acho que é um páreo duro." Seja no Sistema Solar, seja nos planetas em torno de outras estrelas, estamos prestes a testar a hipótese de que a vida é um fenômeno que surge sempre que as condições são favoráveis. Caso ela seja confirmada, restará ainda uma especulação. E quanto à vida inteligente? Há outras civilizações lá fora? Pelo menos a julgar pela longa história da vida na Terra, o surgimento de sociedades tecnológicas não parece ser um desfecho comum da evolução biológica. A questão é: quão incomum é esse desfecho? É o que os pesquisadores envolvidos com a Seti (acrônimo inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence, Busca por Inteligência Extraterrestre) esperam responder, ao procurar possíveis sinais de rádio (e laser) enviados por outras civilizações. Até agora, nada de concreto foi encontrado. Mas também esses pesquisadores julgam duas décadas um bom prazo para concluírem uma primeira rodada de escuta sistemática. E a busca será informada pelos estudos de exoplanetas, com a identificação de mundos potencialmente habitados. Continua sendo como procurar uma agulha num palheiro. Mas pelo menos o palheiro já não será tão grande como era antigamente. Somos os únicos humanos do Universo: em busca de outras vidas SALVADOR NOGUEIRA, 36, jornalista, assina o blog Mensageiro Sideral no site da Folha (mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br ).
ilustrissima
Estamos sós no Universo? Duas décadas para a respostaQuem acompanha o campo de astrobiologia sabe que há hoje um certo frenesi entre os cientistas. Depois de séculos de especulação, estamos finalmente próximos de responder à famosa pergunta: estamos sós no Universo? E perto aí quer dizer modestas duas décadas. A busca mais proeminente é aquela que envolve o estudo de outros sistemas planetários. Neles, ambiciona-se encontrar planetas de tamanho e composição similares aos da Terra, localizados na distância certa de suas respectivas estrelas para que possam preservar água em estado líquido na superfície. O satélite Kepler, da Nasa, fez um excelente trabalho entre 2009 e 2013 ao produzir um censo preliminar. Apontado o tempo todo para uma mesma (e pequena) região do céu, ele descobriu mais de mil planetas, além de milhares de candidatos. Isso nos deu uma noção estatística da prevalência de mundos ao menos grosseiramente similares ao nosso. Sabemos hoje que eles existem às pencas. E agora vamos passar à etapa realmente empolgante: a busca por mundos que estejam suficientemente próximos para que possamos estudar coisas como a composição de sua atmosfera. A Nasa já prepara para 2017 o lançamento de um novo satélite, chamado Tess. Sigla para Transiting Exoplanet Survey Satellite (satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito), ele buscará observar todas as regiões do céu, numa missão inicial de dois anos. A expectativa é que o Tess encontre cerca de 500 planetas com o tamanho da Terra ou ligeiramente maiores (as chamadas "superterras"), numa distância adequada para sua futura caracterização detalhada –ou seja, o estudo efetivo de suas propriedades. ASSINATURA Um ano depois do lançamento do Tess, em 2018, deve ir ao espaço o telescópio espacial James Webb. Sucessor do Hubble, ele será capaz de analisar a assinatura de luz que virá da atmosfera desses mundos. Se usássemos essa mesma técnica para observar a Terra, mesmo a alguns anos-luz de distância, detectaríamos uma atmosfera com alto teor de oxigênio e vapor d'água. A única explicação possível, no caso, é a presença de vida, que, com a fotossíntese, constantemente reabastece o suprimento de oxigênio atmosférico. Ou seja, buscaremos em outros mundos sinais indiretos de vida, na forma de desequilíbrios químicos na atmosfera. A astrofísica canadense Sara Seager, da Universidade Harvard, faz parte da equipe do Tess e acredita que na próxima década já teremos uma chance de detectar outro planeta vivo nas nossas vizinhanças galácticas. Durante boa parte do século 20, os astrônomos cristalizaram a noção de que apenas a Terra era boa o suficiente para a vida nos mundos que compõem a família do Sistema Solar. Duas linhas de pesquisa diferentes, contudo, já desafiam essa conclusão precipitada. Em primeiro lugar, os biólogos têm encontrado organismos vivos em muitos lugares da Terra até então tidos como inabitáveis, como rocha sólida a dois quilômetros de profundidade ou fumarolas submarinas com temperatura beirando os 500 graus Celsius. Ou seja, a vida é mais versátil do que antes se imaginava. Em segundo lugar, estudos mais pormenorizados do Sistema Solar revelam que há muita água em estado líquido –condição essencial para a vida– espalhada por aí, dando sopa. Marte, agora sabemos, já teve água líquida e temperatura amena. E ainda podem existir ambientes habitáveis no subsolo marciano até hoje. Indo mais longe, pelo menos duas luas de Júpiter –Europa e Ganimedes– possuem oceanos de água salgada sob sua crosta congelada. E isso também vale para a pequenina lua de Saturno, Encélado. Em 2018, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançará seu primeiro jipe robótico marciano, o ExoMars. Seu objetivo é buscar evidências de vida passada ou presente no planeta vermelho. A Nasa, por sua vez, anunciou recentemente sua intenção de enviar uma missão a Europa, a lua joviana, e um dos objetivos é estudar possíveis plumas de água que estão vazando do hemisfério Sul –se houver microrganismos lá, é bem possível que eles sejam ejetados para o espaço junto com a água. E também está em estudo uma possível missão a Encélado, que seria capaz de identificar compostos ligados à vida nas plumas de água (mais proeminentes que as de Europa) que emanam da lua saturnina. "Se houver vida lá, nós saberemos", declara triunfante Jonathan Lunine, da Universidade Cornell, um dos proponentes do projeto. O trânsito até as luas de Júpiter e Saturno exige anos de viagem, de forma que não devemos esperar resultados tão já. Mas o importante é que essas respostas estão a caminho. "Até pouco tempo atrás, eu diria que a detecção remota de vida em exoplanetas estava mais quente", diz Ivan Gláucio Paulino Lima, biólogo brasileiro que trabalha no Centro Ames de Pesquisa, da Nasa. "Mas agora, com as missões destinadas a Europa e as propostas para investigar Encélado, acho que é um páreo duro." Seja no Sistema Solar, seja nos planetas em torno de outras estrelas, estamos prestes a testar a hipótese de que a vida é um fenômeno que surge sempre que as condições são favoráveis. Caso ela seja confirmada, restará ainda uma especulação. E quanto à vida inteligente? Há outras civilizações lá fora? Pelo menos a julgar pela longa história da vida na Terra, o surgimento de sociedades tecnológicas não parece ser um desfecho comum da evolução biológica. A questão é: quão incomum é esse desfecho? É o que os pesquisadores envolvidos com a Seti (acrônimo inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence, Busca por Inteligência Extraterrestre) esperam responder, ao procurar possíveis sinais de rádio (e laser) enviados por outras civilizações. Até agora, nada de concreto foi encontrado. Mas também esses pesquisadores julgam duas décadas um bom prazo para concluírem uma primeira rodada de escuta sistemática. E a busca será informada pelos estudos de exoplanetas, com a identificação de mundos potencialmente habitados. Continua sendo como procurar uma agulha num palheiro. Mas pelo menos o palheiro já não será tão grande como era antigamente. Somos os únicos humanos do Universo: em busca de outras vidas SALVADOR NOGUEIRA, 36, jornalista, assina o blog Mensageiro Sideral no site da Folha (mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br ).
14
Governistas querem unir denúncias contra Temer
Integrantes da base de apoio a Michel Temer pretendem forçar a unificação da análise na Câmara das denúncias criminais contra o presidente da República. O peemedebista foi denunciado na segunda-feira (26) pelo crime de corrupção passiva e deve sofrer, nos próximos dias, nova acusação formal da PGR (Procuradoria-Geral da República), dessa vez por obstrução da Justiça. O Ministério Público pode apresentar ainda outras denúncias, todas relacionadas a investigações da Lava Jato. Cabe ao plenário da Câmara autorizar o prosseguimento das denúncias, pelo voto de pelo menos 342 de seus 513 integrantes. A ideia de governistas é, com o objetivo de reduzir o desgaste do governo, reunir as denúncias em bloco e realizar apenas uma votação em plenário para todas elas. A manobra divide a área técnica do Congresso. Parte dos assessores jurídicos do Legislativo entende que deve haver tramitação e votações separadas para cada denúncia apresentada, sob o argumento de que, se houve o fatiamento pelo Ministério Público, que é o responsável pela acusação, não cabe unificação no Congresso. Segundo esses técnicos, uma votação em bloco ensejará ação prévia de contestação no Supremo Tribunal Federal, que dificilmente aprovará uma análise conjunta daquilo que foi desmembrado pela PGR. Defensores da unificação argumentam que as acusações partem de uma mesma investigação e o fatiamento é uma ação política da Procuradoria com o objetivo de ampliar o desgaste do governo. Questionado sobre a possibilidade de análise conjunta das denúncias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, disse que ainda não estudou o assunto. Mas ele já encomendou à Secretaria-Geral da Mesa parecer sobre o rito. Integrantes de partidos como DEM, PPS, PSB, PDT, PSOL, Rede, Podemos e PHS formaram um grupo de oposição ao governo e pressionam o presidente da Câmara para que estabeleça um roteiro nos moldes do adotado no impeachment de Dilma Rousseff, inclusive com sessões aos domingos. A análise inicial das denúncias ocorrerá na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, que aprovará o parecer a ser analisado pelo plenário. Presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) afirmou que pode escolher um mesmo relator para as denúncias, mas que vai esperar a chegada delas para decidir. Apesar disso, afirmou que, a priori, acha que as tramitações devem ser separadas. Nesta terça-feira, apenas Paulo Maluf (PP-SP) saiu em defesa de Michel Temer na CCJ. Alvo recente de duas condenações, o deputado afirmou que os colegas deveriam ignorar a impopularidade do presidente. "Na hora que os nossos votos forem orientados pelo Datafolha e pelo Ibope temos que rasgar a Constituição e trazer o pessoal do Datafolha e do Ibope pra cá para orientar nossas atitudes", disse. O Datafolha mostrou que a aprovação de Temer é de apenas 7%, a menor em 28 anos. O governo começou a fazer alterações na CCJ para tentar garantir vitória. Sacado do cargo de titular da comissão por seu partido, o Solidariedade, o deputado Major Olímpio (SP) disse que foi tratado como "corno", o "último a saber", sendo informado da decisão pela imprensa. Crítico de Temer, perdeu a vaga para o líder do partido, o deputado Áureo (SD-RJ). O Solidariedade diz que a troca não tem a ver com o caso Temer.
poder
Governistas querem unir denúncias contra TemerIntegrantes da base de apoio a Michel Temer pretendem forçar a unificação da análise na Câmara das denúncias criminais contra o presidente da República. O peemedebista foi denunciado na segunda-feira (26) pelo crime de corrupção passiva e deve sofrer, nos próximos dias, nova acusação formal da PGR (Procuradoria-Geral da República), dessa vez por obstrução da Justiça. O Ministério Público pode apresentar ainda outras denúncias, todas relacionadas a investigações da Lava Jato. Cabe ao plenário da Câmara autorizar o prosseguimento das denúncias, pelo voto de pelo menos 342 de seus 513 integrantes. A ideia de governistas é, com o objetivo de reduzir o desgaste do governo, reunir as denúncias em bloco e realizar apenas uma votação em plenário para todas elas. A manobra divide a área técnica do Congresso. Parte dos assessores jurídicos do Legislativo entende que deve haver tramitação e votações separadas para cada denúncia apresentada, sob o argumento de que, se houve o fatiamento pelo Ministério Público, que é o responsável pela acusação, não cabe unificação no Congresso. Segundo esses técnicos, uma votação em bloco ensejará ação prévia de contestação no Supremo Tribunal Federal, que dificilmente aprovará uma análise conjunta daquilo que foi desmembrado pela PGR. Defensores da unificação argumentam que as acusações partem de uma mesma investigação e o fatiamento é uma ação política da Procuradoria com o objetivo de ampliar o desgaste do governo. Questionado sobre a possibilidade de análise conjunta das denúncias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, disse que ainda não estudou o assunto. Mas ele já encomendou à Secretaria-Geral da Mesa parecer sobre o rito. Integrantes de partidos como DEM, PPS, PSB, PDT, PSOL, Rede, Podemos e PHS formaram um grupo de oposição ao governo e pressionam o presidente da Câmara para que estabeleça um roteiro nos moldes do adotado no impeachment de Dilma Rousseff, inclusive com sessões aos domingos. A análise inicial das denúncias ocorrerá na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, que aprovará o parecer a ser analisado pelo plenário. Presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) afirmou que pode escolher um mesmo relator para as denúncias, mas que vai esperar a chegada delas para decidir. Apesar disso, afirmou que, a priori, acha que as tramitações devem ser separadas. Nesta terça-feira, apenas Paulo Maluf (PP-SP) saiu em defesa de Michel Temer na CCJ. Alvo recente de duas condenações, o deputado afirmou que os colegas deveriam ignorar a impopularidade do presidente. "Na hora que os nossos votos forem orientados pelo Datafolha e pelo Ibope temos que rasgar a Constituição e trazer o pessoal do Datafolha e do Ibope pra cá para orientar nossas atitudes", disse. O Datafolha mostrou que a aprovação de Temer é de apenas 7%, a menor em 28 anos. O governo começou a fazer alterações na CCJ para tentar garantir vitória. Sacado do cargo de titular da comissão por seu partido, o Solidariedade, o deputado Major Olímpio (SP) disse que foi tratado como "corno", o "último a saber", sendo informado da decisão pela imprensa. Crítico de Temer, perdeu a vaga para o líder do partido, o deputado Áureo (SD-RJ). O Solidariedade diz que a troca não tem a ver com o caso Temer.
0
Nota perversa
Já não se veem alunos jogando cadeiras escada abaixo, relata uma estudante da Escola Estadual Nair Olegário Cajueiro (zona sul de São Paulo), mas o ano letivo começou sem que houvesse docentes para pelo menos três disciplinas e continuou com menos de 40% dos professores especializados nos temas que ministram. Inexistindo rampas de acesso e estando o elevador quebrado, uma jovem cadeirante depende do auxílio de colegas para chegar ao segundo andar, onde tem aulas. Numa cena de realismo fantástico, a quadra esportiva ficou boa parte do tempo inutilizada devido ao acúmulo de fezes de pombos. Pior média no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) de 2015 entre as escolas paulistanas, a Cajueiro reúne problemas estruturais que compõem o quadro da rede pública de ensino e produzem óbvios reflexos na qualidade da educação. O vergonhoso descompasso da educação no Brasil se evidenciou, mais uma vez, com os números divulgados na terça-feira (4). Nada menos que 91% das unidades públicas ficaram abaixo da média nacional no Enem; no sistema privado, esse índice cai para 17%. A média geral é calculada a partir das notas das quatro provas objetivas: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. Entre as 100 escolas que se saíram melhor no país, apenas 3 são públicas; entre as 1.000, só 49 —na edição de 2014, eram 93. Trata-se de cenário desolador, sobretudo porque há indícios de que a situação seja ainda pior. Como somente se divulgam os dados de escolas em que ao menos metade dos alunos participou do Enem, 60% das escolas públicas não figuram na lista —e é razoável supor que nelas se encontram os jovens mais desestimulados, pois a maioria nem procura essa porta de acesso às universidades. A escola pública deveria favorecer a igualdade de oportunidades. Como regra, no entanto, alimenta o círculo de exclusão em que o aluno pobre vive desde o berço. A análise das unidades com as melhores notas atesta a importância da renda no resultado. Das 200 primeiras instituições da lista, 180 possuem alunos com nível socioeconômico alto e muito alto (a classificação leva em conta a escolaridade dos pais, renda e bens da família, entre outro fatores). É mais que oportuno, portanto, o debate sobre a reforma do ensino médio, ora em análise no Congresso, e a confecção da base nacional comum curricular. Ampliar a carga horária das escolas, delimitar o conteúdo obrigatório e dar mais autonomia ao aluno na escolha das disciplinas são passos positivos para renovar um sistema hoje condenado ao fracasso. [email protected]
opiniao
Nota perversaJá não se veem alunos jogando cadeiras escada abaixo, relata uma estudante da Escola Estadual Nair Olegário Cajueiro (zona sul de São Paulo), mas o ano letivo começou sem que houvesse docentes para pelo menos três disciplinas e continuou com menos de 40% dos professores especializados nos temas que ministram. Inexistindo rampas de acesso e estando o elevador quebrado, uma jovem cadeirante depende do auxílio de colegas para chegar ao segundo andar, onde tem aulas. Numa cena de realismo fantástico, a quadra esportiva ficou boa parte do tempo inutilizada devido ao acúmulo de fezes de pombos. Pior média no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) de 2015 entre as escolas paulistanas, a Cajueiro reúne problemas estruturais que compõem o quadro da rede pública de ensino e produzem óbvios reflexos na qualidade da educação. O vergonhoso descompasso da educação no Brasil se evidenciou, mais uma vez, com os números divulgados na terça-feira (4). Nada menos que 91% das unidades públicas ficaram abaixo da média nacional no Enem; no sistema privado, esse índice cai para 17%. A média geral é calculada a partir das notas das quatro provas objetivas: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. Entre as 100 escolas que se saíram melhor no país, apenas 3 são públicas; entre as 1.000, só 49 —na edição de 2014, eram 93. Trata-se de cenário desolador, sobretudo porque há indícios de que a situação seja ainda pior. Como somente se divulgam os dados de escolas em que ao menos metade dos alunos participou do Enem, 60% das escolas públicas não figuram na lista —e é razoável supor que nelas se encontram os jovens mais desestimulados, pois a maioria nem procura essa porta de acesso às universidades. A escola pública deveria favorecer a igualdade de oportunidades. Como regra, no entanto, alimenta o círculo de exclusão em que o aluno pobre vive desde o berço. A análise das unidades com as melhores notas atesta a importância da renda no resultado. Das 200 primeiras instituições da lista, 180 possuem alunos com nível socioeconômico alto e muito alto (a classificação leva em conta a escolaridade dos pais, renda e bens da família, entre outro fatores). É mais que oportuno, portanto, o debate sobre a reforma do ensino médio, ora em análise no Congresso, e a confecção da base nacional comum curricular. Ampliar a carga horária das escolas, delimitar o conteúdo obrigatório e dar mais autonomia ao aluno na escolha das disciplinas são passos positivos para renovar um sistema hoje condenado ao fracasso. [email protected]
7
Metroviários e grupos feministas fazem ato contra estupro no metrô
Cerca de cem pessoas (de acordo com o sindicado dos metroviários) protestaram na tarde desta sexta-feira (10) na estação República do metrô de São Paulo contra o suposto estupro cometido na mesma estação no último dia 2. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e por entidades feministas, como o Movimento Mulheres em Luta e a Marcha Mundial das Mulheres. Os organizadores distribuíram panfletos a quem circulava na estação e levantaram cartazes com palavras de ordem como "eu não mereço ser estuprada" e "nesta estação uma mulher foi estuprada, reaja!". Segundo a responsável pela Secretaria de Assuntos da Situação da Mulher do sindicato, Marisa dos Santos Mendes, a manifestação começou às 17h e terminou às 19h. Não houve interrupção do fluxo de passageiros que pegavam o metrô. O CRIME Uma operadora de de uma cabine de recarga de Bilhete Único da estação teria sido estuprada na noite do último dia 2. A mulher, de 18 anos, é contratada da Prodata Mobility, empresa que presta serviço de bilhetagem para o Metrô. Segundo declarações da vítima, que constam em um boletim de ocorrência interno do Metrô, ela encerrava suas atividades na cabine por volta das 23h30. Quando saía do terminal onde trabalha, foi surpreendida por um homem que teria amarrado suas mãos atrás das costas com fita adesiva, tirado sua roupa da vítima e praticado ato sexual. Em seguida, o suposto estuprador abriu a porta do quiosque para a entrada de um segundo indivíduo, que carregava ainda um carrinho de mão para levar o cofre da cabine. A jovem foi indagada sobre se sabia abrir o cofre, o que negou. O primeiro homem tentou abrir o cofre, mas não conseguiu. Em seguida, a dupla pegou o celular da vítima, a desamarrou e pediu para que ela permanecesse mais 30 minutos dentro da cabine. PRISÃO Na madrugada da última terça (7), o suspeito de estuprar a jovem, Guilherme Lucas Alves Santos Rodrigues, 20, foi preso na zona leste de São Paulo. Ele alega que a relação sexual que teve com a suposta vítima foi consensual. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, a polícia apurou algumas das alegações do suspeito –como a de que ele e a vítima frequentariam um motel– mas que, até agora, a versão de Rodrigues não se sustenta. O suspeito não tem passagens pela polícia e é ex-funcionário da Prodata, onde trabalhou por três meses. Entretanto, de acordo com a polícia, ele e a vítima não se conheciam. Três outros homens são procurados. Um deles é Rafael Gonçalves de Lima, 24, que teria entrado na cabine junto com Rodrigues e que já tem passagem por roubo.
cotidiano
Metroviários e grupos feministas fazem ato contra estupro no metrôCerca de cem pessoas (de acordo com o sindicado dos metroviários) protestaram na tarde desta sexta-feira (10) na estação República do metrô de São Paulo contra o suposto estupro cometido na mesma estação no último dia 2. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e por entidades feministas, como o Movimento Mulheres em Luta e a Marcha Mundial das Mulheres. Os organizadores distribuíram panfletos a quem circulava na estação e levantaram cartazes com palavras de ordem como "eu não mereço ser estuprada" e "nesta estação uma mulher foi estuprada, reaja!". Segundo a responsável pela Secretaria de Assuntos da Situação da Mulher do sindicato, Marisa dos Santos Mendes, a manifestação começou às 17h e terminou às 19h. Não houve interrupção do fluxo de passageiros que pegavam o metrô. O CRIME Uma operadora de de uma cabine de recarga de Bilhete Único da estação teria sido estuprada na noite do último dia 2. A mulher, de 18 anos, é contratada da Prodata Mobility, empresa que presta serviço de bilhetagem para o Metrô. Segundo declarações da vítima, que constam em um boletim de ocorrência interno do Metrô, ela encerrava suas atividades na cabine por volta das 23h30. Quando saía do terminal onde trabalha, foi surpreendida por um homem que teria amarrado suas mãos atrás das costas com fita adesiva, tirado sua roupa da vítima e praticado ato sexual. Em seguida, o suposto estuprador abriu a porta do quiosque para a entrada de um segundo indivíduo, que carregava ainda um carrinho de mão para levar o cofre da cabine. A jovem foi indagada sobre se sabia abrir o cofre, o que negou. O primeiro homem tentou abrir o cofre, mas não conseguiu. Em seguida, a dupla pegou o celular da vítima, a desamarrou e pediu para que ela permanecesse mais 30 minutos dentro da cabine. PRISÃO Na madrugada da última terça (7), o suspeito de estuprar a jovem, Guilherme Lucas Alves Santos Rodrigues, 20, foi preso na zona leste de São Paulo. Ele alega que a relação sexual que teve com a suposta vítima foi consensual. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, a polícia apurou algumas das alegações do suspeito –como a de que ele e a vítima frequentariam um motel– mas que, até agora, a versão de Rodrigues não se sustenta. O suspeito não tem passagens pela polícia e é ex-funcionário da Prodata, onde trabalhou por três meses. Entretanto, de acordo com a polícia, ele e a vítima não se conheciam. Três outros homens são procurados. Um deles é Rafael Gonçalves de Lima, 24, que teria entrado na cabine junto com Rodrigues e que já tem passagem por roubo.
5
Doria diz que irá dobrar multa para pichadores em caso de reincidência
Após a detenção de 41 pichadores nos último dias, o prefeito João Doria (PSDB) disse que dobrará o valor da multa para quem for flagrado durante a pichação. A medida é mais um episódio de uma guerra declarada aos pichadores, a quem Doria chama de destruidores. Nessa batalha, Doria também tem apagado grafites na avenida 23 de Maio, o que o coloca em conflito com os grafiteiros. Neste domingo (29), o tucano cimentou uma calçada em frente ao Parque Raposo Tavares (na zona oeste da cidade) neste domingo (29), durante o mutirão de recuperação de calçadas batizado de Mario Covas, já que o ex-governador morto em 2001 fez a mesma coisa quando foi prefeito da cidade. Após atuar como pedreiro, o prefeito disse que todos os pichadores serão acionados judicialmente e que vai dobrar a multa em caso de reincidência. Atualmente, a multa –poucas vezes aplicadas– para quem for flagrado pichando é de R$ 767,53. "Nesta semana, a Câmara Municipal coloca em votação a lei Cidade Linda, para colocar uma multa de R$ 5.000 para cada pichador que for pego pichando um bem público ou privado. Se for um monumento, ele vai pagar a recuperação. Se for reincidente, paga R$ 10.000", afirmou João Doria. CALÇADA NOVA O prefeito disse que os moradores da periferia da cidade não vão arcar com o custo da reforma das calçadas de suas residências. Segundo Doria, a prefeitura está estudando um programa para assumir a responsabilidade sobre calçadas que não são de estabelecimentos comerciais. "É um custo mais alto para prefeitura, mas numa situação de crise econômica tão grande, é difícil você exigir de pessoas que moram na periferia que invistam nas suas calçadas. Essa tarefa caberá aos imóveis comerciais, do varejo, serviços e indústria" O Mutirão Mario Covas foi marcado por tietagem dos moradores e poses para foto com o prefeito, que tentou acompanhar a bateria da escola de samba Acadêmicos do Butantã e também mostrou disposição para jogar capoeira.
cotidiano
Doria diz que irá dobrar multa para pichadores em caso de reincidênciaApós a detenção de 41 pichadores nos último dias, o prefeito João Doria (PSDB) disse que dobrará o valor da multa para quem for flagrado durante a pichação. A medida é mais um episódio de uma guerra declarada aos pichadores, a quem Doria chama de destruidores. Nessa batalha, Doria também tem apagado grafites na avenida 23 de Maio, o que o coloca em conflito com os grafiteiros. Neste domingo (29), o tucano cimentou uma calçada em frente ao Parque Raposo Tavares (na zona oeste da cidade) neste domingo (29), durante o mutirão de recuperação de calçadas batizado de Mario Covas, já que o ex-governador morto em 2001 fez a mesma coisa quando foi prefeito da cidade. Após atuar como pedreiro, o prefeito disse que todos os pichadores serão acionados judicialmente e que vai dobrar a multa em caso de reincidência. Atualmente, a multa –poucas vezes aplicadas– para quem for flagrado pichando é de R$ 767,53. "Nesta semana, a Câmara Municipal coloca em votação a lei Cidade Linda, para colocar uma multa de R$ 5.000 para cada pichador que for pego pichando um bem público ou privado. Se for um monumento, ele vai pagar a recuperação. Se for reincidente, paga R$ 10.000", afirmou João Doria. CALÇADA NOVA O prefeito disse que os moradores da periferia da cidade não vão arcar com o custo da reforma das calçadas de suas residências. Segundo Doria, a prefeitura está estudando um programa para assumir a responsabilidade sobre calçadas que não são de estabelecimentos comerciais. "É um custo mais alto para prefeitura, mas numa situação de crise econômica tão grande, é difícil você exigir de pessoas que moram na periferia que invistam nas suas calçadas. Essa tarefa caberá aos imóveis comerciais, do varejo, serviços e indústria" O Mutirão Mario Covas foi marcado por tietagem dos moradores e poses para foto com o prefeito, que tentou acompanhar a bateria da escola de samba Acadêmicos do Butantã e também mostrou disposição para jogar capoeira.
5
Populações em movimento são desafio para toda a humanidade
O mundo nunca teve tantos movimentos migratórios como nos dias de hoje. 60 milhões de pessoas estão longe de suas casas, 20 milhões estão fora de seus países e, só no ano passado, 1,5 milhão de imigrantes desembarcaram nas areias ou cruzaram as fronteiras da Europa, de acordo com dados da ONU. Toda essa população precisa de casa, comida, educação e trabalho. Perderam tudo o que tinham e o que lhes resta é a esperança de um futuro melhor. O drama dessas famílias e o desafio dos países que as acolhem foram o tema do Global Philanthropy Forum deste ano, que terminou nesta quarta-feira, 6, em São Francisco, na Califórnia. Inscreva-se no Prêmio Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro. O evento reuniu os mais diversos olhares. Como o do ministro da Educação do Líbano, que falou sobre as dificuldades de seu país, ao receber mais de 400 mil crianças sírias que precisam ir para a escola. Além do depoimento de um ex-refugiado da guerra civil do Burundi, que chegou a viver como sem-teto no Central Park, em Nova York. Ele hoje coordena uma organização sem fins lucrativos que presta serviços médicos às populações mais vulneráveis de sua pátria. Durante os três dias do fórum, painéis discutiram temas como urbanização e infraestrutura, recolocação profissional e como evitar que condições precárias de vida acabem contribuindo para o aliciamento de jovens por organizações terroristas. Uma tônica comum aos vários palestrantes foi a preocupação com os imigrantes. Se eles representam o principal foco de insatisfação e rebeldia, também podem ser o elemento de integração, se tiverem suas opiniões ouvidas e seus apelos considerados. O presidente da Open Society, organização fundada pelo megainvestidor George Soros, que defende o estabelecimento de democracias vibrantes e tolerantes ao redor do mundo, propôs a criação de uma aliança global para apoiar processos migratórios. O tamanho do desafio requer uma ação mundial e que envolva todos as esferas da sociedade. Atualmente, um refugiado fica, em média, 17 anos fora de seu país. Existem muitos que fogem crianças e só conseguem voltar casados e com filhos. A dificuldade de melhorar as condições de vida dessas pessoas é imensa, e remete um pouco às condições que os imigrantes bolivianos enfrentam no Brasil, trabalhando em condições sub-humanas, vivendo em cortiços, sem acesso a serviços básicos. A boa notícia é que muitas iniciativas inovadoras que estão surgindo para um melhor acolhimento da massa de refugiados poderão ser adaptadas e levadas para o Brasil. Entre elas as que criam escolas utilizando a mão de obra dos próprios imigrantes, preservando suas culturas originais e ajudando-os a adaptar-se ao seu novo universo. O tema seguramente fará parte da 5ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão brasileira do Global Philanthropy Forum, que ocorrerá em outubro em São Paulo. Filantropos e investidores sociais do pais discutirão sua contribuição para construir novos caminhos para o capitalismo, nos quais a ética e a responsabilidade cidadã façam parte das relações das empresas com o governo e com a sociedade. Após os três dias de debate no fórum global, todos concordaram que esse é um dos maiores desafios que a filantropia já enfrentou. Nunca tantas pessoas, em um espaço de tempo tão curto, passaram a precisar de ajuda humanitária. Portanto, a solução terá contar com a força de todos os setores. A comunidade filantrópica fez um apelo para que os governos sejam mais abertos e para que a iniciativa privada também contribua para a solução de um problema que não é de um povo ou de um país, mas do mundo todo. PAULA FABIANI é economista e diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), parceiro do Prêmio Empreendedor Social
empreendedorsocial
Populações em movimento são desafio para toda a humanidadeO mundo nunca teve tantos movimentos migratórios como nos dias de hoje. 60 milhões de pessoas estão longe de suas casas, 20 milhões estão fora de seus países e, só no ano passado, 1,5 milhão de imigrantes desembarcaram nas areias ou cruzaram as fronteiras da Europa, de acordo com dados da ONU. Toda essa população precisa de casa, comida, educação e trabalho. Perderam tudo o que tinham e o que lhes resta é a esperança de um futuro melhor. O drama dessas famílias e o desafio dos países que as acolhem foram o tema do Global Philanthropy Forum deste ano, que terminou nesta quarta-feira, 6, em São Francisco, na Califórnia. Inscreva-se no Prêmio Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro. O evento reuniu os mais diversos olhares. Como o do ministro da Educação do Líbano, que falou sobre as dificuldades de seu país, ao receber mais de 400 mil crianças sírias que precisam ir para a escola. Além do depoimento de um ex-refugiado da guerra civil do Burundi, que chegou a viver como sem-teto no Central Park, em Nova York. Ele hoje coordena uma organização sem fins lucrativos que presta serviços médicos às populações mais vulneráveis de sua pátria. Durante os três dias do fórum, painéis discutiram temas como urbanização e infraestrutura, recolocação profissional e como evitar que condições precárias de vida acabem contribuindo para o aliciamento de jovens por organizações terroristas. Uma tônica comum aos vários palestrantes foi a preocupação com os imigrantes. Se eles representam o principal foco de insatisfação e rebeldia, também podem ser o elemento de integração, se tiverem suas opiniões ouvidas e seus apelos considerados. O presidente da Open Society, organização fundada pelo megainvestidor George Soros, que defende o estabelecimento de democracias vibrantes e tolerantes ao redor do mundo, propôs a criação de uma aliança global para apoiar processos migratórios. O tamanho do desafio requer uma ação mundial e que envolva todos as esferas da sociedade. Atualmente, um refugiado fica, em média, 17 anos fora de seu país. Existem muitos que fogem crianças e só conseguem voltar casados e com filhos. A dificuldade de melhorar as condições de vida dessas pessoas é imensa, e remete um pouco às condições que os imigrantes bolivianos enfrentam no Brasil, trabalhando em condições sub-humanas, vivendo em cortiços, sem acesso a serviços básicos. A boa notícia é que muitas iniciativas inovadoras que estão surgindo para um melhor acolhimento da massa de refugiados poderão ser adaptadas e levadas para o Brasil. Entre elas as que criam escolas utilizando a mão de obra dos próprios imigrantes, preservando suas culturas originais e ajudando-os a adaptar-se ao seu novo universo. O tema seguramente fará parte da 5ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão brasileira do Global Philanthropy Forum, que ocorrerá em outubro em São Paulo. Filantropos e investidores sociais do pais discutirão sua contribuição para construir novos caminhos para o capitalismo, nos quais a ética e a responsabilidade cidadã façam parte das relações das empresas com o governo e com a sociedade. Após os três dias de debate no fórum global, todos concordaram que esse é um dos maiores desafios que a filantropia já enfrentou. Nunca tantas pessoas, em um espaço de tempo tão curto, passaram a precisar de ajuda humanitária. Portanto, a solução terá contar com a força de todos os setores. A comunidade filantrópica fez um apelo para que os governos sejam mais abertos e para que a iniciativa privada também contribua para a solução de um problema que não é de um povo ou de um país, mas do mundo todo. PAULA FABIANI é economista e diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), parceiro do Prêmio Empreendedor Social
20
Domingo tem meia maratona de manhã e festas de Carnaval à tarde
O QUE AFETA SUA VIDA Neste domingo acontece a "X Meia Maratona Internacional de São Paulo", que deve reunir 12 mil atletas, de acordo com a CET. A concentração começa às 6h45 na praça Charles Miller, onde será também o fim da corrida de 21km. Os maratonistas passarão por grandes vias como avenida Pacaembu, avenida Duque de Caxias, rua da Consolação e elevado Costa e Silva — as ruas ficarão interditadas até às 11h. Confira o percurso completo Na zona sul, a av. Doutor Lino Moraes Leme será parcialmente interditada, entre a av. Jornalista Roberto Marinho e 50 metros após a rua Lacônia, a partir das 7h. A interdição tem previsão de seis meses. * TEMPO O tempo continua feio, com pancadas de chuva e trovoadas à tarde e à noite. A máxima não passa de 29°C e a mínima fica em 20ºC, de acordo com a previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). * CULTURA E LAZER Ainda tem Carnaval para os amantes da folia. Duas festas trazem os blocos de rua que bombaram durante o último feriado. Na Casa das Caldeiras, a festa Calefação Tropical trará os bloquinhos Tarado Ni Você, Primavera, Te amo! e Bloco da Farofa Aquática. Casa das Caldeiras - av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, região oeste, tel. 3873-6696. 1.200 pessoas. Livre. Dom.: a partir das 15h. GRÁTIS A partir das 17h, o bloco Domingo Ela Não Vai (que toca axé dos anos 90) faz uma festa no Estúdio, em Pinheiros. Os ingressos custam R$ 30, sendo R$15 consumíveis, e podem ser comprados pela internet. Av. Pedroso de Moraes, 1036, Pinheiros Os fãs de indie-rock podem curtir o show da banda "Vanguart", às 16h, no Teatro Mars, na Bela Vista. Quem preferir um rock mais pesado, tem "Ratos de Porão" no Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, de graça, às 19h. Os ingressos devem ser retirados a partir das 14h. Teatro Mars - R. João Passalaqua, 80 - Bela Vista - Centro. Telefone: 4508-3338. Teatro Alfredo Mesquita - Av. Santos Dumont, 1.770 - Santana - Norte. Telefone: 2221-3657 * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
saopaulo
Domingo tem meia maratona de manhã e festas de Carnaval à tardeO QUE AFETA SUA VIDA Neste domingo acontece a "X Meia Maratona Internacional de São Paulo", que deve reunir 12 mil atletas, de acordo com a CET. A concentração começa às 6h45 na praça Charles Miller, onde será também o fim da corrida de 21km. Os maratonistas passarão por grandes vias como avenida Pacaembu, avenida Duque de Caxias, rua da Consolação e elevado Costa e Silva — as ruas ficarão interditadas até às 11h. Confira o percurso completo Na zona sul, a av. Doutor Lino Moraes Leme será parcialmente interditada, entre a av. Jornalista Roberto Marinho e 50 metros após a rua Lacônia, a partir das 7h. A interdição tem previsão de seis meses. * TEMPO O tempo continua feio, com pancadas de chuva e trovoadas à tarde e à noite. A máxima não passa de 29°C e a mínima fica em 20ºC, de acordo com a previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). * CULTURA E LAZER Ainda tem Carnaval para os amantes da folia. Duas festas trazem os blocos de rua que bombaram durante o último feriado. Na Casa das Caldeiras, a festa Calefação Tropical trará os bloquinhos Tarado Ni Você, Primavera, Te amo! e Bloco da Farofa Aquática. Casa das Caldeiras - av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, região oeste, tel. 3873-6696. 1.200 pessoas. Livre. Dom.: a partir das 15h. GRÁTIS A partir das 17h, o bloco Domingo Ela Não Vai (que toca axé dos anos 90) faz uma festa no Estúdio, em Pinheiros. Os ingressos custam R$ 30, sendo R$15 consumíveis, e podem ser comprados pela internet. Av. Pedroso de Moraes, 1036, Pinheiros Os fãs de indie-rock podem curtir o show da banda "Vanguart", às 16h, no Teatro Mars, na Bela Vista. Quem preferir um rock mais pesado, tem "Ratos de Porão" no Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, de graça, às 19h. Os ingressos devem ser retirados a partir das 14h. Teatro Mars - R. João Passalaqua, 80 - Bela Vista - Centro. Telefone: 4508-3338. Teatro Alfredo Mesquita - Av. Santos Dumont, 1.770 - Santana - Norte. Telefone: 2221-3657 * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
9
Motorista de ônibus é preso por embriaguez após acidente que feriu 19
O motorista do ônibus que bateu em um poste e deixou 19 pessoas feridas na tarde de quinta-feira (5) foi preso por dirigir embriagado, segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Ele foi indiciado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante. O acidente aconteceu por volta das 17h de quinta, na avenida Nova Cantareira, região do Tucuruvi. O motorista Rafael de Oliveira, 57, disse inicialmente, à polícia, que perdeu o controle do veículo ao soluçar após beber água. Os PMs, porém, sentiram cheiro de álcool em seu hálito e fizeram o teste do bafômetro, confirmando a embriaguez. Segundo informações do boletim de ocorrência, o tacógrafo apontava velocidade de 30 km/h, não havendo sinais de falha do freio. O motorista foi detido, indiciado e encaminhado ao 72º DP (Vila Penteado). A Transcooper Fênix, empresa dona do coletivo, foi procurada por telefone, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso. A SPTrans afirmou que o coletivo passou por vistoria em 18 de fevereiro e nenhum problema tinha sido encontrado. Além disso, o Prat (Programa de Redução de Acidentes em Transportes), vinculada á Diretoria de Operações da SPTrans, vai apurar a responsabilidade do operador, que poderá ser afastado em caso comprovação de erro. Ele também terá que fazer cursos de reciclagem e de segurança defensiva para ser novamente avaliado e autorizado a retornar às suas funções. Também na quinta, houve outro acidente envolvendo dois ônibus e um caminhão no cruzamento das avenidas Ermano Marchetti e Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo. O motorista e 11 passageiros ficaram feridos, sendo que ao menos uma pessoa chegou a ficar presa nas ferragens. Segundo a SPTrans, os dois coletivos envolvidos na batida faziam as linhas 957T/10 (Cohab Taipas - Itaim Bibi) e 9014/10 (Morro Grande - Terminal Lapa). As circunstâncias desse acidente também serão investigadas.
cotidiano
Motorista de ônibus é preso por embriaguez após acidente que feriu 19O motorista do ônibus que bateu em um poste e deixou 19 pessoas feridas na tarde de quinta-feira (5) foi preso por dirigir embriagado, segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Ele foi indiciado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante. O acidente aconteceu por volta das 17h de quinta, na avenida Nova Cantareira, região do Tucuruvi. O motorista Rafael de Oliveira, 57, disse inicialmente, à polícia, que perdeu o controle do veículo ao soluçar após beber água. Os PMs, porém, sentiram cheiro de álcool em seu hálito e fizeram o teste do bafômetro, confirmando a embriaguez. Segundo informações do boletim de ocorrência, o tacógrafo apontava velocidade de 30 km/h, não havendo sinais de falha do freio. O motorista foi detido, indiciado e encaminhado ao 72º DP (Vila Penteado). A Transcooper Fênix, empresa dona do coletivo, foi procurada por telefone, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso. A SPTrans afirmou que o coletivo passou por vistoria em 18 de fevereiro e nenhum problema tinha sido encontrado. Além disso, o Prat (Programa de Redução de Acidentes em Transportes), vinculada á Diretoria de Operações da SPTrans, vai apurar a responsabilidade do operador, que poderá ser afastado em caso comprovação de erro. Ele também terá que fazer cursos de reciclagem e de segurança defensiva para ser novamente avaliado e autorizado a retornar às suas funções. Também na quinta, houve outro acidente envolvendo dois ônibus e um caminhão no cruzamento das avenidas Ermano Marchetti e Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo. O motorista e 11 passageiros ficaram feridos, sendo que ao menos uma pessoa chegou a ficar presa nas ferragens. Segundo a SPTrans, os dois coletivos envolvidos na batida faziam as linhas 957T/10 (Cohab Taipas - Itaim Bibi) e 9014/10 (Morro Grande - Terminal Lapa). As circunstâncias desse acidente também serão investigadas.
5
Temer assina renegociação de dívidas, mas veta ajuda para Estados falidos
Em reunião nesta quarta-feira (28) com a equipe econômica, o presidente Michel Temer decidiu vetar o mecanismo que criou um programa de recuperação fiscal para Estados com maiores dificuldades financeiras —como Rio, Rio Grande do Sul e Minas Gerais— e sancionar a renegociação das dívidas de todas as unidades da Federação. O projeto foi aprovado pelo Congresso na última semana. Por meio do porta-voz Alexandre Parola, o presidente da República afirmou que "o que foi vetado hoje foi a recuperação fiscal, tendo em vista que as contrapartidas derivadas dessa recuperação não foram mantidas". No comunicado, Temer informou que a decisão mantém a negociação feita com os Estados sobre as dívidas. "Os governadores já obtiveram os benefícios dessa renegociação ao longo do semestre." O presidente já pediu ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) para providenciar os pareceres jurídicos que vão embasar o veto. Segundo assessores presidenciais, Temer vai assinar o veto ainda nesta quarta e já negocia com governadores e Congresso um novo projeto sobre o tema. Na avaliação final feita na manhã desta terça, no Palácio do Jaburu, o governo considerou que, sem as contrapartidas de ajuste fiscal que seriam exigidas dos Estados e foram retiradas pelo Legislativo, não faria sentido renegociar as dívidas estaduais e conceder uma moratória de 36 meses para os que estão em situação de calamidade financeira. Agora, o governo vai negociar com governadores e base aliada, durante o recesso de janeiro, uma nova proposta com a reinclusão das contrapartidas. Apesar do receio do Palácio do Planalto de que o veto presidencial caia no Congresso, o presidente avaliou que não era possível conceder a ajuda aos Estados sem que eles também fizessem um programa de ajuste fiscal como a União está promovendo. O principal motivo do veto foi a decisão da Câmara de derrubar praticamente todas as contrapartidas que os Estados em situação financeira calamitosa —em especial Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais— teriam que cumprir para aderir ao regime de recuperação fiscal. Durante a votação no Congresso, os parlamentares retiraram do texto contrapartidas como proibição de novas contratações de pessoal, suspensão de reajustes da folha de pagamento e aumento da contribuição previdenciária dos servidores. Seriam medidas para compensar a ajuda que a União daria aos Estados. Um dos principais articuladores do acordo para a retirada das contrapartidas foi o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para quem era possível estabelecê-las por meio das Assembleias Legislativas, no fechamento dos acordos de recuperação, caso a caso. As contrapartidas caíram por pressão da oposição e pela adesão de boa parte da base governista, pressionada por setores do funcionalismo estadual. Na terça-feira (27), o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, se reuniu com Maia pela manhã, e já havia sinalizado a possibilidade de veto. "Não tem sentido ter postergação do pagamento de dívidas sem ter instrumentos e condições para que os Estados façam os ajustes. Não basta adiar a dívida. Isso seria só jogar o problema para frente", afirmou Guardia na saída. "O problema é que o projeto não foi aprovado integralmente na Câmara. Então nos cabe analisar do ponto de vista jurídico a solução que a gente tem para seguir adiante e, do ponto de vista técnico, se a gente consegue fornecer aos governos estaduais os instrumentos que eles precisam para ajustar as suas finanças", completou o secretário do Ministério da Fazenda.
mercado
Temer assina renegociação de dívidas, mas veta ajuda para Estados falidosEm reunião nesta quarta-feira (28) com a equipe econômica, o presidente Michel Temer decidiu vetar o mecanismo que criou um programa de recuperação fiscal para Estados com maiores dificuldades financeiras —como Rio, Rio Grande do Sul e Minas Gerais— e sancionar a renegociação das dívidas de todas as unidades da Federação. O projeto foi aprovado pelo Congresso na última semana. Por meio do porta-voz Alexandre Parola, o presidente da República afirmou que "o que foi vetado hoje foi a recuperação fiscal, tendo em vista que as contrapartidas derivadas dessa recuperação não foram mantidas". No comunicado, Temer informou que a decisão mantém a negociação feita com os Estados sobre as dívidas. "Os governadores já obtiveram os benefícios dessa renegociação ao longo do semestre." O presidente já pediu ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) para providenciar os pareceres jurídicos que vão embasar o veto. Segundo assessores presidenciais, Temer vai assinar o veto ainda nesta quarta e já negocia com governadores e Congresso um novo projeto sobre o tema. Na avaliação final feita na manhã desta terça, no Palácio do Jaburu, o governo considerou que, sem as contrapartidas de ajuste fiscal que seriam exigidas dos Estados e foram retiradas pelo Legislativo, não faria sentido renegociar as dívidas estaduais e conceder uma moratória de 36 meses para os que estão em situação de calamidade financeira. Agora, o governo vai negociar com governadores e base aliada, durante o recesso de janeiro, uma nova proposta com a reinclusão das contrapartidas. Apesar do receio do Palácio do Planalto de que o veto presidencial caia no Congresso, o presidente avaliou que não era possível conceder a ajuda aos Estados sem que eles também fizessem um programa de ajuste fiscal como a União está promovendo. O principal motivo do veto foi a decisão da Câmara de derrubar praticamente todas as contrapartidas que os Estados em situação financeira calamitosa —em especial Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais— teriam que cumprir para aderir ao regime de recuperação fiscal. Durante a votação no Congresso, os parlamentares retiraram do texto contrapartidas como proibição de novas contratações de pessoal, suspensão de reajustes da folha de pagamento e aumento da contribuição previdenciária dos servidores. Seriam medidas para compensar a ajuda que a União daria aos Estados. Um dos principais articuladores do acordo para a retirada das contrapartidas foi o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para quem era possível estabelecê-las por meio das Assembleias Legislativas, no fechamento dos acordos de recuperação, caso a caso. As contrapartidas caíram por pressão da oposição e pela adesão de boa parte da base governista, pressionada por setores do funcionalismo estadual. Na terça-feira (27), o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, se reuniu com Maia pela manhã, e já havia sinalizado a possibilidade de veto. "Não tem sentido ter postergação do pagamento de dívidas sem ter instrumentos e condições para que os Estados façam os ajustes. Não basta adiar a dívida. Isso seria só jogar o problema para frente", afirmou Guardia na saída. "O problema é que o projeto não foi aprovado integralmente na Câmara. Então nos cabe analisar do ponto de vista jurídico a solução que a gente tem para seguir adiante e, do ponto de vista técnico, se a gente consegue fornecer aos governos estaduais os instrumentos que eles precisam para ajustar as suas finanças", completou o secretário do Ministério da Fazenda.
2
De 'Abafa o Caso' a 'Isso é Poder', nome de esmalte ajuda no pós-venda
JUSSARA SOARES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Desde que as marcas começaram a dar nomes engraçados para as tonalidades de esmalte, o processo criativo do marketing, segundo as empresas, ficou mais animado e a comunicação com as clientes melhorou. Afinal, é mais fácil contar para as amigas que pintou as unhas de "Abafa o Caso" do que tentar explicar que vermelho escolheu. "É fundamental para o pós-venda. A cliente escolhe pela cor, mas é o nome que ela conta para as amigas e publica nas redes sociais", diz Vivian Silvério Barbosa, gerente de produto da Mundial Impala. A marca tem no catálogo 150 cores, com nomes tão criativos quanto os das operações da Polícia Federal -caso de "As Inimigas Choram" ou "Isso é Poder". "É preciso estar atento ao que acontece, buscar inspiração na cultura pop e nas mídias sociais", diz Barbosa. Com o sucesso dos esmaltes, a Vult, que tem mais de 60 cores, vai batizar também as linhas de maquiagem. "É mais fácil para se comunicar com o consumidor", diz Cibeli Leli, diretora de pesquisa e desenvolvimento da marca. Por outro lado, segundo ela, é preciso cuidado para evitar nomes difíceis de pronunciar. Antes identificadas por códigos, tintas de decoração também ganharam nomes. Desde 2004, a Coral batiza suas tonalidades. O off-white chama-se "Vestido de Noiva", o marrom, "Biscoito de Amêndoa" e o vermelho, "Amor". "Virou ponto de decisão. Se o cliente se identificar e a cor estiver dentro da família que ele procura, é aquela que vai levar", diz Priscila Perez, do colour marketing da AkzoNobel, dona da Coral. A tarefa pode ser divertida, mas não é simples. Na AkzoNobel, o processo leva até seis meses e envolve toda a equipe de colour marketing. "Tem de transmitir a sensação que a cor passa e dar prazer em falar. É comum consumidores dizendo que têm 'amor' em sua casa para se referir à tinta que escolheram."
sobretudo
De 'Abafa o Caso' a 'Isso é Poder', nome de esmalte ajuda no pós-venda JUSSARA SOARES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Desde que as marcas começaram a dar nomes engraçados para as tonalidades de esmalte, o processo criativo do marketing, segundo as empresas, ficou mais animado e a comunicação com as clientes melhorou. Afinal, é mais fácil contar para as amigas que pintou as unhas de "Abafa o Caso" do que tentar explicar que vermelho escolheu. "É fundamental para o pós-venda. A cliente escolhe pela cor, mas é o nome que ela conta para as amigas e publica nas redes sociais", diz Vivian Silvério Barbosa, gerente de produto da Mundial Impala. A marca tem no catálogo 150 cores, com nomes tão criativos quanto os das operações da Polícia Federal -caso de "As Inimigas Choram" ou "Isso é Poder". "É preciso estar atento ao que acontece, buscar inspiração na cultura pop e nas mídias sociais", diz Barbosa. Com o sucesso dos esmaltes, a Vult, que tem mais de 60 cores, vai batizar também as linhas de maquiagem. "É mais fácil para se comunicar com o consumidor", diz Cibeli Leli, diretora de pesquisa e desenvolvimento da marca. Por outro lado, segundo ela, é preciso cuidado para evitar nomes difíceis de pronunciar. Antes identificadas por códigos, tintas de decoração também ganharam nomes. Desde 2004, a Coral batiza suas tonalidades. O off-white chama-se "Vestido de Noiva", o marrom, "Biscoito de Amêndoa" e o vermelho, "Amor". "Virou ponto de decisão. Se o cliente se identificar e a cor estiver dentro da família que ele procura, é aquela que vai levar", diz Priscila Perez, do colour marketing da AkzoNobel, dona da Coral. A tarefa pode ser divertida, mas não é simples. Na AkzoNobel, o processo leva até seis meses e envolve toda a equipe de colour marketing. "Tem de transmitir a sensação que a cor passa e dar prazer em falar. É comum consumidores dizendo que têm 'amor' em sua casa para se referir à tinta que escolheram."
17
Corinthians abre semana decisiva para brasileiros na Libertadores
Com o pensamento em ser o melhor da classificação geral da fase de grupos, o Corinthians inicia nesta terça (17) uma semana vital para os brasileiros na Libertadores. Às 20h, a equipe de Tite enfrenta o Danubio, do Uruguai, em Montevidéu. Vitória mantém os 100% de aproveitamento no Grupo 2. Ter a melhor pontuação oferece a chance de decidir em casa no mata-mata a partir das oitavas de final até a decisão do torneio. O Corinthians não perde no Itaquerão desde maio de 2014. "Sabemos que é vantagem boa. Mostramos que em jogos importantes, atuando em casa, nossa torcida faz a diferença", diz Renato Augusto, que pode voltar após contusão. É o mesmo grupo do São Paulo que, nesta quarta (18), enfrenta o San Lorenzo (ARG) no Morumbi. Os dois times estão com três pontos e, quem for derrotado, ficará em situação delicada. No caso do clube brasileiro, o clima ficaria ainda mais quente nos bastidores. O presidente Carlos Miguel Aidar e parte da torcida estão insatisfeitos com o trabalho de Muricy Ramalho. O cenário mais nublado entre os brasileiros é o do Atlético-MG. Na quinta (19), recebe o Independiente Santa Fé, da Colômbia, que está com seis pontos em duas rodadas no Grupo 1. Os mineiros perderam os dois jogos que disputou até agora. "A equipe está se acertando e não há motivo para desespero", afirma o atacante argentino Lucas Pratto, que deve fazer a primeira partida na Libertadores deste ano. As perspectivas para o Cruzeiro só não são mais cinzentas porque está em uma chave de nível técnico mais baixo que os demais. Em duas partidas, empatou duas vezes. Amanhã, enfrenta o Mineros, da Venezuela, em BH. Apesar de não ter vitórias até o momento, o Cruzeiro está a três pontos do líder Universitário de Sucre, do Peru. Após a derrota na estreia, o Internacional venceu os dois jogos seguintes e pode encaminhar a classificação no Grupo 4 se bater o Emelec, também amanhã, no Equador. Os dois times dividem a liderança com seis pontos. Há duas semanas, o Inter derrotou o mesmo adversário equatoriano, no Beira-Rio.
esporte
Corinthians abre semana decisiva para brasileiros na LibertadoresCom o pensamento em ser o melhor da classificação geral da fase de grupos, o Corinthians inicia nesta terça (17) uma semana vital para os brasileiros na Libertadores. Às 20h, a equipe de Tite enfrenta o Danubio, do Uruguai, em Montevidéu. Vitória mantém os 100% de aproveitamento no Grupo 2. Ter a melhor pontuação oferece a chance de decidir em casa no mata-mata a partir das oitavas de final até a decisão do torneio. O Corinthians não perde no Itaquerão desde maio de 2014. "Sabemos que é vantagem boa. Mostramos que em jogos importantes, atuando em casa, nossa torcida faz a diferença", diz Renato Augusto, que pode voltar após contusão. É o mesmo grupo do São Paulo que, nesta quarta (18), enfrenta o San Lorenzo (ARG) no Morumbi. Os dois times estão com três pontos e, quem for derrotado, ficará em situação delicada. No caso do clube brasileiro, o clima ficaria ainda mais quente nos bastidores. O presidente Carlos Miguel Aidar e parte da torcida estão insatisfeitos com o trabalho de Muricy Ramalho. O cenário mais nublado entre os brasileiros é o do Atlético-MG. Na quinta (19), recebe o Independiente Santa Fé, da Colômbia, que está com seis pontos em duas rodadas no Grupo 1. Os mineiros perderam os dois jogos que disputou até agora. "A equipe está se acertando e não há motivo para desespero", afirma o atacante argentino Lucas Pratto, que deve fazer a primeira partida na Libertadores deste ano. As perspectivas para o Cruzeiro só não são mais cinzentas porque está em uma chave de nível técnico mais baixo que os demais. Em duas partidas, empatou duas vezes. Amanhã, enfrenta o Mineros, da Venezuela, em BH. Apesar de não ter vitórias até o momento, o Cruzeiro está a três pontos do líder Universitário de Sucre, do Peru. Após a derrota na estreia, o Internacional venceu os dois jogos seguintes e pode encaminhar a classificação no Grupo 4 se bater o Emelec, também amanhã, no Equador. Os dois times dividem a liderança com seis pontos. Há duas semanas, o Inter derrotou o mesmo adversário equatoriano, no Beira-Rio.
3
Antes de estreia, ciclovia da av. Paulista já é ocupada por ciclistas
A ciclovia da avenida Paulista ainda não foi inaugurada oficialmente, mas já é utilizada por ciclistas que trafegam pela via na região central da capital paulista. Na tarde desta terça-feira (23), a Folha flagrou vários ciclistas utilizando a pista, que ainda não foi finalizada. A obra, que será entregue no domingo (28), ainda passa por últimos retoques. Ontem, funcionários trabalhavam em alguns pontos dela. Os ciclistas, no entanto, não se importaram muito com isso e entraram no local. Em alguns pontos, não havia obstáculo para o acesso. Na hora do almoço, passavam pela via entregadores de comida de restaurantes da região e pessoas com bicicletas de um sistema de aluguel que atua na cidade. As bicicletas vão circular em duas mãos pelo canteiro central, paralelas ao trânsito dos carros, motos e ônibus que passam pela avenida. Ela será interligada a uma outra, na rua da Consolação, que ainda está em projeto. Procurada pela reportagem, a prefeitura afirmou que não há restrição de uso por ciclistas em áreas já prontas e que a ciclofaixa já dá segurança aos usuários.
cotidiano
Antes de estreia, ciclovia da av. Paulista já é ocupada por ciclistasA ciclovia da avenida Paulista ainda não foi inaugurada oficialmente, mas já é utilizada por ciclistas que trafegam pela via na região central da capital paulista. Na tarde desta terça-feira (23), a Folha flagrou vários ciclistas utilizando a pista, que ainda não foi finalizada. A obra, que será entregue no domingo (28), ainda passa por últimos retoques. Ontem, funcionários trabalhavam em alguns pontos dela. Os ciclistas, no entanto, não se importaram muito com isso e entraram no local. Em alguns pontos, não havia obstáculo para o acesso. Na hora do almoço, passavam pela via entregadores de comida de restaurantes da região e pessoas com bicicletas de um sistema de aluguel que atua na cidade. As bicicletas vão circular em duas mãos pelo canteiro central, paralelas ao trânsito dos carros, motos e ônibus que passam pela avenida. Ela será interligada a uma outra, na rua da Consolação, que ainda está em projeto. Procurada pela reportagem, a prefeitura afirmou que não há restrição de uso por ciclistas em áreas já prontas e que a ciclofaixa já dá segurança aos usuários.
5
Não se pune um abuso com outro abuso, diz presidente do IDDD
O IDDD (Instituto do Direito de Defesa) atacou tanto a Lava Jato que já foi chamado de marionete de empreiteiras. Nesta quinta (1º), porém, o instituto criado por criminalistas do porte de Márcio Thomas Bastos (1935-2014) e José Carlos Dias emitiu nota criticando o projeto de lei aprovado na Câmara que prevê a punição de juízes e procuradores, numa posição similar à da força-tarefa da Lava Jato. Em entrevista, o presidente do IDDD, Fábio Tofic Simantob, ataca o projeto por não definir com clareza quais seriam os crime de juízes e procuradores: "Não se pode punir abuso com outro abuso". * Folha - O IDDD sempre atacou as Dez Medidas, mas agora critica a decisão da Câmara de criminalizar condutas de juízes e promotores. Por que o instituto mudou de posição? Fabio Tofic - Não mudamos de posição. É preciso pensar em formas de coibir abusos cometidos na Justiça criminal, mas de forma séria e refletida. O projeto aprovado prevê tipos abertos demais, o que dá margem para subjetivismo, arbítrio e injustiça. Dá para citar exemplos? As previsões da Câmara são vagas demais, punem o juiz que age de modo incompatível com a dignidade ou decoro ou julga por motivação político-partidária. São expressões muito vagas, que permitem que qualquer coisa seja considerada crime. Isso fere o direito de defesa. Daí a nossa preocupação. O juiz precisa de liberdade, tem de estar certo de que nem ninguém vai recriminá-lo. O projeto relativiza esta garantia. Que tipo de abuso de autoridade deve ser criminalizado? Isso é algo que a sociedade precisa discutir de forma ampla e democrática. Mas a seara penal deve ser reservada para graves violações de direitos e garantias fundamentais. Uma prisão manifestamente ilegal e arbitrária ou uma prova obtida de forma ilícita são atos graves, e os agentes responsáveis devem responder por isso. Essas condutas não podem ficar de fora de um projeto que pune abusos. Mas os tipos devem ser fechados, com previsão de condutas claras e precisas para que não sejam instrumento de abuso e vingança. Não se pode punir abuso com outro abuso. O que achou da atitude da força-tarefa neste episódio? Parece que pela via errada, a força-tarefa despertou para um problema que advogados alertam há anos: o risco de uma criminalização de tudo, de usar o direito penal como panaceia para todos os males. Alguns setores do Ministério Público nunca se preocuparam com tipos abertos e arbitrários de leis penais. Todas as vezes que a advocacia denunciou esse tipo de previsão legislativa, que afeta o cidadão comum, eles estavam do lado contrário. O mal precisou bater à sua porta para que acordassem para esse movimento de arbítrio penal. Mas nunca é tarde para ter a força-tarefa como aliada na luta por um direito penal mais justo, democrático e mais racional. Advogados estão dizendo que o IDDD se rendeu à força-tarefa da Lava Jato. É isso? Quando ocorreram violações de direito de defesa na Lava Jato, e não foram poucas, o IDDD foi o primeiro a se manifestar contra. Mas nem por isto vamos compactuar com a violação do direito de defesa de quem amanhã for acusado de cometer crime de abuso de autoridade. Defendemos um princípio, o direito de defesa, de qualquer um. Qual a posição do IDDD sobre o projeto aprovado na Câmara? A força-tarefa aproveitou o prestígio da Lava Jato e tentou emplacar um pacote de medidas autoritárias, que amplia demais os poderes dos investigadores, como aceitar prova ilícita, e elimina instrumentos de defesa. A força-tarefa está vendo o autoritarismo penal se voltar contra a própria instituição. O IDDD sempre alertou para risco de legislações penais de pânico, oportunistas, feitas no calor do momento, e a reboque dos acontecimentos. Quem sabe agora eles resolvam nos ouvir.
poder
Não se pune um abuso com outro abuso, diz presidente do IDDDO IDDD (Instituto do Direito de Defesa) atacou tanto a Lava Jato que já foi chamado de marionete de empreiteiras. Nesta quinta (1º), porém, o instituto criado por criminalistas do porte de Márcio Thomas Bastos (1935-2014) e José Carlos Dias emitiu nota criticando o projeto de lei aprovado na Câmara que prevê a punição de juízes e procuradores, numa posição similar à da força-tarefa da Lava Jato. Em entrevista, o presidente do IDDD, Fábio Tofic Simantob, ataca o projeto por não definir com clareza quais seriam os crime de juízes e procuradores: "Não se pode punir abuso com outro abuso". * Folha - O IDDD sempre atacou as Dez Medidas, mas agora critica a decisão da Câmara de criminalizar condutas de juízes e promotores. Por que o instituto mudou de posição? Fabio Tofic - Não mudamos de posição. É preciso pensar em formas de coibir abusos cometidos na Justiça criminal, mas de forma séria e refletida. O projeto aprovado prevê tipos abertos demais, o que dá margem para subjetivismo, arbítrio e injustiça. Dá para citar exemplos? As previsões da Câmara são vagas demais, punem o juiz que age de modo incompatível com a dignidade ou decoro ou julga por motivação político-partidária. São expressões muito vagas, que permitem que qualquer coisa seja considerada crime. Isso fere o direito de defesa. Daí a nossa preocupação. O juiz precisa de liberdade, tem de estar certo de que nem ninguém vai recriminá-lo. O projeto relativiza esta garantia. Que tipo de abuso de autoridade deve ser criminalizado? Isso é algo que a sociedade precisa discutir de forma ampla e democrática. Mas a seara penal deve ser reservada para graves violações de direitos e garantias fundamentais. Uma prisão manifestamente ilegal e arbitrária ou uma prova obtida de forma ilícita são atos graves, e os agentes responsáveis devem responder por isso. Essas condutas não podem ficar de fora de um projeto que pune abusos. Mas os tipos devem ser fechados, com previsão de condutas claras e precisas para que não sejam instrumento de abuso e vingança. Não se pode punir abuso com outro abuso. O que achou da atitude da força-tarefa neste episódio? Parece que pela via errada, a força-tarefa despertou para um problema que advogados alertam há anos: o risco de uma criminalização de tudo, de usar o direito penal como panaceia para todos os males. Alguns setores do Ministério Público nunca se preocuparam com tipos abertos e arbitrários de leis penais. Todas as vezes que a advocacia denunciou esse tipo de previsão legislativa, que afeta o cidadão comum, eles estavam do lado contrário. O mal precisou bater à sua porta para que acordassem para esse movimento de arbítrio penal. Mas nunca é tarde para ter a força-tarefa como aliada na luta por um direito penal mais justo, democrático e mais racional. Advogados estão dizendo que o IDDD se rendeu à força-tarefa da Lava Jato. É isso? Quando ocorreram violações de direito de defesa na Lava Jato, e não foram poucas, o IDDD foi o primeiro a se manifestar contra. Mas nem por isto vamos compactuar com a violação do direito de defesa de quem amanhã for acusado de cometer crime de abuso de autoridade. Defendemos um princípio, o direito de defesa, de qualquer um. Qual a posição do IDDD sobre o projeto aprovado na Câmara? A força-tarefa aproveitou o prestígio da Lava Jato e tentou emplacar um pacote de medidas autoritárias, que amplia demais os poderes dos investigadores, como aceitar prova ilícita, e elimina instrumentos de defesa. A força-tarefa está vendo o autoritarismo penal se voltar contra a própria instituição. O IDDD sempre alertou para risco de legislações penais de pânico, oportunistas, feitas no calor do momento, e a reboque dos acontecimentos. Quem sabe agora eles resolvam nos ouvir.
0
'Piloto de Guerra' mostra que Saint-Exupéry não foi autor de uma obra só
O sucesso de "O Pequeno Príncipe" parece não ter fim, ainda mais agora que o livro caiu em domínio público e as editoras oportunamente lançam novas traduções para disputar espaço nas listas de mais vendidos. As edições mais recentes -da Zahar, da Companhia das Letrinhas e da Autêntica (com tradução de Gabriel Perissé, resenhado no "Guia" de 30 de maio de 2015)- valorizam o texto com posfácios e apêndices que explicam a gênese do mito. A da Companhia das Letrinhas tem um apêndice com fotos, redigido pela tradutora Mônica Cristina Corrêa, e as informações irão encantar quem já conhece o livro e informar o novato. Tanta evidência pode, entretanto, condenar seu autor, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), ao papel de autor de uma obra só. Quando escreveu esse que veio a ser o livro de cabeceira de tanta gente, ele já era um piloto-escritor famoso. Como sua obra é toda marcada pela profunda relação com o cotidiano da aviação, é muito difícil dissociar o escritor de suas experiências nos céus. De família aristocrática, católica e tradicionalista, ele sempre quis ser desenhista, mas em 1921 descobriu o avião. Pouco depois, se tornaria um dos pioneiros da aviação civil, como um dos responsáveis pela implantação do sistema de entrega de correspondência via aérea, com passagens inclusive pelo Brasil, onde ganhou o carinhoso apelido de "Zeperri". Dizem, até, que por aqui deixou sementes de baobás hoje frondosos. A profissão lhe propiciou experimentar múltiplas aventuras e riscos, aos quais se juntaram a vivência da liberdade e a busca da identidade, como fica claro nos livros que escreveu. Seu livro de estreia é "O Aviador", publicado em 1926, mas Saint-Exupéry ficou conhecido com "Correio Sul" (1928) e, mais tarde, com "Terra dos Homens" (1939), um relato escrito durante o período de convalescença depois de sofrer um grave acidente aéreo. A eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, põe um ponto final em sua carreira civil. Alistou-se, então, na aeronáutica militar francesa e passou a exercer missões militares em que fotografava, de seu avião, as regiões invadidas pelos alemães. Após a queda e a subsequente ocupação da França pelo poderio militar nazista, ele parte para os Estados Unidos. O motivo "oficial" da viagem seria receber um prêmio por "Terra dos Homens", que fora traduzido no país, mas, de fato, ele queria aproveitar sua popularidade para tentar convencer os americanos a intervirem no conflito. Seu plano inicial era ficar duas semanas e acabou permanecendo quase dois anos. Foi durante esse período que concebeu sua obra mais célebre e também "Piloto de Guerra", que ora retorna numa nova tradução sob os cuidados de Mônica Cristina Corrêa, especialista na obra do autor. O livro, dedicado a narrar a experiência trágica da derrota francesa, é um relato vibrante dos voos de reconhecimento sobre a cidade de Arras, na fronteira da França com a Bélgica, em que se sacrificavam "tripulações como se jogassem copos d'água no incêndio de uma floresta". É um livro-relato em que os fatos misturam-se com as lembranças da infância do narrador-piloto, pois, para ele, esse é o único caminho possível para aliviar o sofrimento. A obra tem em comum com o "O Pequeno Príncipe" o fato de ser um "livro de guerra". Em ambos, há o mesmo movimento em relação ao conflito. A diferença é que, no primeiro, o autor nos oferece um relato realista, enquanto o segundo é uma fábula que "ilumina com luz indireta". A trama desse livro ilustrado quase todo mundo já conhece: um aviador que tem de fazer um pouso forçado no deserto se encontra com um menino vindo do asteroide B-612. É um planeta minúsculo com três vulcões em que germinam sementes de uma planta perigosa, os baobás. Ele vive sozinho com uma rosa que tosse, germinada de uma semente trazida sabe-se lá de onde. Mas ela lhe dá tanto trabalho e gera tantas dúvidas, que ele se aproveita de uma migração de pássaros e parte para visitar outros asteroides, cada um habitado por um personagem adulto caracterizado por um tipo de mania. É o último deles, um geógrafo, quem lhe sugere visitar a Terra. Ele aterrissa, então, no Saara, onde encontra uma cobra e uma raposa. Saint-Exupéry decidiu também ilustrar sua fábula. Pedia aos amigos para posarem para ele de dia, fazia os desenhos com lápis-aquarela e escrevia o texto à noite. Eles ficaram mais famosos do que o romance. O enorme sucesso de "O Pequeno Príncipe" extrapola o âmbito da literatura. Ao mesmo tempo, impede que o vejamos além dos "excertos que ganharam a redundância dos clichês". O autor não pôde ver o fenômeno em que seu livro se transformou, pois desapareceu no mar Mediterrâneo durante uma missão de reconhecimento, provavelmente abatido por um caça alemão. Em 6 de abril de 1943, o livro foi lançado em Nova York em inglês e, numa tiragem menor, em francês. Só em 1946 foi publicado na França. A recepção crítica, à época do lançamento, foi positiva nos Estados Unidos, mas nem de longe prenunciava a celebridade que resiste à passagem de tantas gerações. Dentre as primeiras reações, destaca-se a da escritora australiana Pamela Travers, autora de "Mary Poppins" (1934), que ainda hoje continua valendo: "Seria um livro para crianças? Não que isso importe, pois crianças são como esponjas. Elas se embebem da matéria dos livros que leem, compreendendo-nos ou não". O PEQUENO PRÍNCIPE AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO Mônica Cristina Corrêa EDITORA Companhia das Letrinhas QUANTO R$ 34,90 (176 págs.) AVALIAÇÃO ótimo * O PEQUENO PRÍNCIPE AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO André Telles e Rodrigo Lacerda EDITORA Zahar QUANTO R$ 26,90 (144 págs.) e R$ 9,90 (e-book) AVALIAÇÃO ótimo * PILOTO DE GUERRA AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO Mônica Cristina Corrêa EDITORA Penguin-Companhia QUANTO R$ 24,90 (192 págs.) e R$ 19,90 (e-book) AVALIAÇÃO ótimo
guia-de-livros-filmes-discos
'Piloto de Guerra' mostra que Saint-Exupéry não foi autor de uma obra sóO sucesso de "O Pequeno Príncipe" parece não ter fim, ainda mais agora que o livro caiu em domínio público e as editoras oportunamente lançam novas traduções para disputar espaço nas listas de mais vendidos. As edições mais recentes -da Zahar, da Companhia das Letrinhas e da Autêntica (com tradução de Gabriel Perissé, resenhado no "Guia" de 30 de maio de 2015)- valorizam o texto com posfácios e apêndices que explicam a gênese do mito. A da Companhia das Letrinhas tem um apêndice com fotos, redigido pela tradutora Mônica Cristina Corrêa, e as informações irão encantar quem já conhece o livro e informar o novato. Tanta evidência pode, entretanto, condenar seu autor, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), ao papel de autor de uma obra só. Quando escreveu esse que veio a ser o livro de cabeceira de tanta gente, ele já era um piloto-escritor famoso. Como sua obra é toda marcada pela profunda relação com o cotidiano da aviação, é muito difícil dissociar o escritor de suas experiências nos céus. De família aristocrática, católica e tradicionalista, ele sempre quis ser desenhista, mas em 1921 descobriu o avião. Pouco depois, se tornaria um dos pioneiros da aviação civil, como um dos responsáveis pela implantação do sistema de entrega de correspondência via aérea, com passagens inclusive pelo Brasil, onde ganhou o carinhoso apelido de "Zeperri". Dizem, até, que por aqui deixou sementes de baobás hoje frondosos. A profissão lhe propiciou experimentar múltiplas aventuras e riscos, aos quais se juntaram a vivência da liberdade e a busca da identidade, como fica claro nos livros que escreveu. Seu livro de estreia é "O Aviador", publicado em 1926, mas Saint-Exupéry ficou conhecido com "Correio Sul" (1928) e, mais tarde, com "Terra dos Homens" (1939), um relato escrito durante o período de convalescença depois de sofrer um grave acidente aéreo. A eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, põe um ponto final em sua carreira civil. Alistou-se, então, na aeronáutica militar francesa e passou a exercer missões militares em que fotografava, de seu avião, as regiões invadidas pelos alemães. Após a queda e a subsequente ocupação da França pelo poderio militar nazista, ele parte para os Estados Unidos. O motivo "oficial" da viagem seria receber um prêmio por "Terra dos Homens", que fora traduzido no país, mas, de fato, ele queria aproveitar sua popularidade para tentar convencer os americanos a intervirem no conflito. Seu plano inicial era ficar duas semanas e acabou permanecendo quase dois anos. Foi durante esse período que concebeu sua obra mais célebre e também "Piloto de Guerra", que ora retorna numa nova tradução sob os cuidados de Mônica Cristina Corrêa, especialista na obra do autor. O livro, dedicado a narrar a experiência trágica da derrota francesa, é um relato vibrante dos voos de reconhecimento sobre a cidade de Arras, na fronteira da França com a Bélgica, em que se sacrificavam "tripulações como se jogassem copos d'água no incêndio de uma floresta". É um livro-relato em que os fatos misturam-se com as lembranças da infância do narrador-piloto, pois, para ele, esse é o único caminho possível para aliviar o sofrimento. A obra tem em comum com o "O Pequeno Príncipe" o fato de ser um "livro de guerra". Em ambos, há o mesmo movimento em relação ao conflito. A diferença é que, no primeiro, o autor nos oferece um relato realista, enquanto o segundo é uma fábula que "ilumina com luz indireta". A trama desse livro ilustrado quase todo mundo já conhece: um aviador que tem de fazer um pouso forçado no deserto se encontra com um menino vindo do asteroide B-612. É um planeta minúsculo com três vulcões em que germinam sementes de uma planta perigosa, os baobás. Ele vive sozinho com uma rosa que tosse, germinada de uma semente trazida sabe-se lá de onde. Mas ela lhe dá tanto trabalho e gera tantas dúvidas, que ele se aproveita de uma migração de pássaros e parte para visitar outros asteroides, cada um habitado por um personagem adulto caracterizado por um tipo de mania. É o último deles, um geógrafo, quem lhe sugere visitar a Terra. Ele aterrissa, então, no Saara, onde encontra uma cobra e uma raposa. Saint-Exupéry decidiu também ilustrar sua fábula. Pedia aos amigos para posarem para ele de dia, fazia os desenhos com lápis-aquarela e escrevia o texto à noite. Eles ficaram mais famosos do que o romance. O enorme sucesso de "O Pequeno Príncipe" extrapola o âmbito da literatura. Ao mesmo tempo, impede que o vejamos além dos "excertos que ganharam a redundância dos clichês". O autor não pôde ver o fenômeno em que seu livro se transformou, pois desapareceu no mar Mediterrâneo durante uma missão de reconhecimento, provavelmente abatido por um caça alemão. Em 6 de abril de 1943, o livro foi lançado em Nova York em inglês e, numa tiragem menor, em francês. Só em 1946 foi publicado na França. A recepção crítica, à época do lançamento, foi positiva nos Estados Unidos, mas nem de longe prenunciava a celebridade que resiste à passagem de tantas gerações. Dentre as primeiras reações, destaca-se a da escritora australiana Pamela Travers, autora de "Mary Poppins" (1934), que ainda hoje continua valendo: "Seria um livro para crianças? Não que isso importe, pois crianças são como esponjas. Elas se embebem da matéria dos livros que leem, compreendendo-nos ou não". O PEQUENO PRÍNCIPE AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO Mônica Cristina Corrêa EDITORA Companhia das Letrinhas QUANTO R$ 34,90 (176 págs.) AVALIAÇÃO ótimo * O PEQUENO PRÍNCIPE AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO André Telles e Rodrigo Lacerda EDITORA Zahar QUANTO R$ 26,90 (144 págs.) e R$ 9,90 (e-book) AVALIAÇÃO ótimo * PILOTO DE GUERRA AUTOR Antoine de Saint-Exupéry TRADUÇÃO Mônica Cristina Corrêa EDITORA Penguin-Companhia QUANTO R$ 24,90 (192 págs.) e R$ 19,90 (e-book) AVALIAÇÃO ótimo
36
Fundo Partidário bancou festa de entidade do PMDB
Um congresso que custou mais de R$ 277 mil, almoços de até R$ 9.000 e uma "confraternização" de fim de ano ao custo de R$ 30 mil são alguns dos gastos bancados pelo Fundo Partidário por meio da FUG (Fundação Ulysses Guimarães), um braço do diretório nacional do PMDB dedicado à formação política. Os dados constam da prestação de contas encaminhada pelo diretório da sigla ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relativas aos anos de 2015 e 2014. O Fundo é formado majoritariamente por recursos provenientes do Orçamento da União, e gastos com seminários e congressos estão previstos na legislação. Porém, os documentos entregues pela FUG estão sob avaliação do TSE, cuja área técnica ainda não deu parecer sobre a legalidade dos gastos. No período em que as despesas ocorreram, a FUG foi presidida por Moreira Franco (PMDB-RJ) e Eliseu Padilha (PMDB-RS), dois dos mais próximos colaboradores do presidente Michel Temer. Padilha é hoje ministro-chefe da Casa Civil e Moreira Franco é atual secretário de Parcerias e Investimentos do governo federal. Os gastos para um congresso da FUG ocorrido em Brasília em novembro do ano passado estão à altura de uma superprodução. Foram R$ 158 mil para o Hotel Nacional por aluguel de salas e quartos, R$ 30 mil para a transmissão do evento ao vivo pela internet —o que mobilizou sete câmeras em três salões diferentes— R$ 12 mil por serviços de iluminação, mais R$ 34,5 mil para "serviço de comunicação visual", outros R$ 5.000 por brindes (uma sacola ecológica) e R$ 15 mil para um site divulgar textos de interesse do evento e do PMDB. O congresso da FUG foi realizado em conjunto com um congresso nacional do PMDB, que reuniu "centenas de peemedebistas", segundo informou o partido na época. No evento, que teve a participação do então vice-presidente Michel Temer, foi debatido o texto "Uma ponte para o futuro", que continha propostas do partido "para tirar o país da crise". O documento foi considerado um sinal de que o partido de Temer se preparava para desembarcar do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), o que veio a ocorrer cinco meses depois, em março de 2016. FESTA DE FIM DE ANO No mesmo período do congresso, a FUG aproveitou para promover uma "confraternização" de final de ano com 45 pessoas. O almoço custou R$ 5,7 mil. Descrito nos documentos como "cardápio vip", incluiu salada, ravióli, nacos de robalo ao molho de camarão, filé mignon com brócolis, risoto de funghi e batata ao creme de provolone, dois tipos de sobremesa e mesa de café. O banquete saiu a R$ 111 por pessoa, além de mais R$ 15 mil para o aluguel de sala em um centro de eventos de Brasília e outros gastos. Em maio de 2015, outra "reunião do PMDB" no hotel Nacional custou R$ 28,6 mil. Três dias depois, um "curso de eleições municipais" custou mais R$ 25,7 mil no mesmo hotel. Em agosto de 2015, o Fundo Partidário custeou outro almoço para 300 pessoas a título de "encontro estadual com prefeitos e vereadores do PMDB" do Paraná. A conta em uma casa de carnes em Curitiba (PR) atingiu R$ 9.000. Em 2014, a FUG também fez um "seminário sobre reforma política" no final do ano no Rio de Janeiro. No hotel Windsor Atlântica, em Copacabana, gastou R$ 15 mil pelas diárias de dez quartos simples e dois duplos. No restaurante do hotel, 42 pessoas jantaram ao custo de R$ 4.100. Saborearam cinco garrafas de vinho a R$ 90 a unidade. No dia seguinte, foram 50 cafés da manhã completos e mais 37 almoços, ao custo total de R$ 5.300. OUTRAS DESPESAS Outros gastos da FUG ao longo de 2015 incluem R$ 60 mil, em duas parcelas, para uma empresa de Belo Horizonte (MG) prestar o "serviço de envio de mensagens eletrônicas de voz e ligações com operadoras para encaminhar mensagens". Os documentos entregues ao TSE não permitem saber o conteúdo de tais mensagens. Em outubro do mesmo ano, a FUG procurou uma fotografia para usar em peças publicitárias, durante um mês, em diferentes plataformas de comunicação. Embora tenha uma assessoria de imprensa fixa, que custa R$ 24 mil por mês durante todo o ano, e contrate regularmente o serviço de uma agência de serviços fotográficos, que recebeu R$ 72 mil em 2014 e mais R$ 24 mil em 2015, a Fundação Ulysses Guimarães desembolsou R$ 6.000 para adquirir os direitos de uso de uma imagem da agência internacional. O valor corresponde aos direitos autorais sobre quatro fotografias iguais, que retratam um grupo de pessoas anônimas de perfil. Procurada pela Folha em agosto, a Fundação Ulysses Guimarães não se se manifestou sobre a série de perguntas encaminhadas pela reportagem a respeito dos gastos com Fundo Partidário.
poder
Fundo Partidário bancou festa de entidade do PMDBUm congresso que custou mais de R$ 277 mil, almoços de até R$ 9.000 e uma "confraternização" de fim de ano ao custo de R$ 30 mil são alguns dos gastos bancados pelo Fundo Partidário por meio da FUG (Fundação Ulysses Guimarães), um braço do diretório nacional do PMDB dedicado à formação política. Os dados constam da prestação de contas encaminhada pelo diretório da sigla ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relativas aos anos de 2015 e 2014. O Fundo é formado majoritariamente por recursos provenientes do Orçamento da União, e gastos com seminários e congressos estão previstos na legislação. Porém, os documentos entregues pela FUG estão sob avaliação do TSE, cuja área técnica ainda não deu parecer sobre a legalidade dos gastos. No período em que as despesas ocorreram, a FUG foi presidida por Moreira Franco (PMDB-RJ) e Eliseu Padilha (PMDB-RS), dois dos mais próximos colaboradores do presidente Michel Temer. Padilha é hoje ministro-chefe da Casa Civil e Moreira Franco é atual secretário de Parcerias e Investimentos do governo federal. Os gastos para um congresso da FUG ocorrido em Brasília em novembro do ano passado estão à altura de uma superprodução. Foram R$ 158 mil para o Hotel Nacional por aluguel de salas e quartos, R$ 30 mil para a transmissão do evento ao vivo pela internet —o que mobilizou sete câmeras em três salões diferentes— R$ 12 mil por serviços de iluminação, mais R$ 34,5 mil para "serviço de comunicação visual", outros R$ 5.000 por brindes (uma sacola ecológica) e R$ 15 mil para um site divulgar textos de interesse do evento e do PMDB. O congresso da FUG foi realizado em conjunto com um congresso nacional do PMDB, que reuniu "centenas de peemedebistas", segundo informou o partido na época. No evento, que teve a participação do então vice-presidente Michel Temer, foi debatido o texto "Uma ponte para o futuro", que continha propostas do partido "para tirar o país da crise". O documento foi considerado um sinal de que o partido de Temer se preparava para desembarcar do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), o que veio a ocorrer cinco meses depois, em março de 2016. FESTA DE FIM DE ANO No mesmo período do congresso, a FUG aproveitou para promover uma "confraternização" de final de ano com 45 pessoas. O almoço custou R$ 5,7 mil. Descrito nos documentos como "cardápio vip", incluiu salada, ravióli, nacos de robalo ao molho de camarão, filé mignon com brócolis, risoto de funghi e batata ao creme de provolone, dois tipos de sobremesa e mesa de café. O banquete saiu a R$ 111 por pessoa, além de mais R$ 15 mil para o aluguel de sala em um centro de eventos de Brasília e outros gastos. Em maio de 2015, outra "reunião do PMDB" no hotel Nacional custou R$ 28,6 mil. Três dias depois, um "curso de eleições municipais" custou mais R$ 25,7 mil no mesmo hotel. Em agosto de 2015, o Fundo Partidário custeou outro almoço para 300 pessoas a título de "encontro estadual com prefeitos e vereadores do PMDB" do Paraná. A conta em uma casa de carnes em Curitiba (PR) atingiu R$ 9.000. Em 2014, a FUG também fez um "seminário sobre reforma política" no final do ano no Rio de Janeiro. No hotel Windsor Atlântica, em Copacabana, gastou R$ 15 mil pelas diárias de dez quartos simples e dois duplos. No restaurante do hotel, 42 pessoas jantaram ao custo de R$ 4.100. Saborearam cinco garrafas de vinho a R$ 90 a unidade. No dia seguinte, foram 50 cafés da manhã completos e mais 37 almoços, ao custo total de R$ 5.300. OUTRAS DESPESAS Outros gastos da FUG ao longo de 2015 incluem R$ 60 mil, em duas parcelas, para uma empresa de Belo Horizonte (MG) prestar o "serviço de envio de mensagens eletrônicas de voz e ligações com operadoras para encaminhar mensagens". Os documentos entregues ao TSE não permitem saber o conteúdo de tais mensagens. Em outubro do mesmo ano, a FUG procurou uma fotografia para usar em peças publicitárias, durante um mês, em diferentes plataformas de comunicação. Embora tenha uma assessoria de imprensa fixa, que custa R$ 24 mil por mês durante todo o ano, e contrate regularmente o serviço de uma agência de serviços fotográficos, que recebeu R$ 72 mil em 2014 e mais R$ 24 mil em 2015, a Fundação Ulysses Guimarães desembolsou R$ 6.000 para adquirir os direitos de uso de uma imagem da agência internacional. O valor corresponde aos direitos autorais sobre quatro fotografias iguais, que retratam um grupo de pessoas anônimas de perfil. Procurada pela Folha em agosto, a Fundação Ulysses Guimarães não se se manifestou sobre a série de perguntas encaminhadas pela reportagem a respeito dos gastos com Fundo Partidário.
0
Neymar marca e Barça vai às quartas na Liga; Bayern elimina Juventus
O Barcelona venceu o Arsenal por 3 a 1, nesta quarta-feira (16), no estádio Camp Nou, na Espanha, e se classificou às quartas de final da Liga dos Campeões sem grandes dificuldades. Neymar abriu o placar no primeiro tempo. O Arsenal chegou a empatar com Elneny no começo da segunda etapa, mas Luis Suárez e Lionel Messi decretaram a vitória da equipe catalã. No jogo de ida, o Barça havia vencido por 2 a 0 fora de casa e podia até perder até por um gol de diferença para avançar. VIRADA ALEMÃ Na outra partida do dia, o Bayern de Munique venceu a Juventus por 4 a 2 na prorrogação em duelo dramático. Pogba e Cuadrado marcaram para a Juventus aos 5 e 28 min da primeira etapa, respectivamente. Na etapa final, Lewandowski descontou para o Bayern aos 28 min. Nos acréscimos, Müller empatou para empatar e levar a decisão para a prorrogação, já que o confronto de ida, na Itália, também houve empate em 2 a 2. Na prorrogação, Thiago Alcântara e Coman balançaram as redes para o Bayern, aos 2 e aos 4 min do segundo tempo. Além do Barcelona e do Bayern, outros seis times já estão classificados para as quartas de final: Atlético de Madri, Manchester City, Wolfsburg, Real Madrid, Paris Saint-Germain e Benfica.
esporte
Neymar marca e Barça vai às quartas na Liga; Bayern elimina JuventusO Barcelona venceu o Arsenal por 3 a 1, nesta quarta-feira (16), no estádio Camp Nou, na Espanha, e se classificou às quartas de final da Liga dos Campeões sem grandes dificuldades. Neymar abriu o placar no primeiro tempo. O Arsenal chegou a empatar com Elneny no começo da segunda etapa, mas Luis Suárez e Lionel Messi decretaram a vitória da equipe catalã. No jogo de ida, o Barça havia vencido por 2 a 0 fora de casa e podia até perder até por um gol de diferença para avançar. VIRADA ALEMÃ Na outra partida do dia, o Bayern de Munique venceu a Juventus por 4 a 2 na prorrogação em duelo dramático. Pogba e Cuadrado marcaram para a Juventus aos 5 e 28 min da primeira etapa, respectivamente. Na etapa final, Lewandowski descontou para o Bayern aos 28 min. Nos acréscimos, Müller empatou para empatar e levar a decisão para a prorrogação, já que o confronto de ida, na Itália, também houve empate em 2 a 2. Na prorrogação, Thiago Alcântara e Coman balançaram as redes para o Bayern, aos 2 e aos 4 min do segundo tempo. Além do Barcelona e do Bayern, outros seis times já estão classificados para as quartas de final: Atlético de Madri, Manchester City, Wolfsburg, Real Madrid, Paris Saint-Germain e Benfica.
3
Rótulos de alimentos terão que alertar sobre lactose, decide Anvisa
Rótulos de todos os alimentos e bebidas industrializadas terão que apresentar, em até dois anos, alertas sobre a presença de lactose na composição dos produtos. A decisão, que estabelece critérios e prazo para a nova advertência nos rótulos, foi tomada nesta terça-feira (31) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A medida ocorre após o governo sancionar, em julho de 2016, uma lei que já obrigava que o alerta fosse inserido. A justificativa é o aumento no diagnóstico de pessoas com intolerância a essa substância, que é um açúcar presente no leite. Faltava, porém, regulamentar como essa advertência seria feita. Agora, a nova norma prevê que alimentos tragam três tipos de alerta, a depender da quantidade de lactose nos produtos. Assim, produtos com quantidade maior de lactose que 100 mg por 100 g ou 100 ml devem apresentar, logo abaixo a lista de ingredientes, a inscrição "contém lactose". Já aqueles que tiverem quantidade menor do que 100 mg a cada 100 g devem apresentar a inscrição "isento de lactose" ou variações, como "0% lactose", "sem lactose" ou "não contém lactose". Há ainda um terceiro alerta, válido para a indústria que comercializa alimentos para dietas especiais ou com restrição de lactose, por exemplo. Neste caso, o produto poderá apresentar, conforme a quantidade, o alerta de "isento de lactose" ou "baixo teor de lactose". Para que isso ocorra, a quantidade da substância deverá ser correspondente a 100 mg ou até 1 g por 100 g. Segundo a gerente geral de alimentos da Anvisa, Talita Lima, as medidas consideram estudos de avaliação de risco e a "ampla variedade de pessoas que têm intolerância à lactose". "A intolerância à lactose varia muito, e não existe um valor fixo. Fizemos uma avaliação de risco com base na dieta brasileira e vimos então que esses 100 mg [de referência] não trariam risco à saúde da população", afirma. Ainda de acordo com a gerente, a norma segue modelo adotado em alguns países europeus, como Alemanha e Eslovênia. Já o modelo de inserção no rótulo é semelhante ao já aprovado pela Anvisa para ingredientes que podem causar alergias –o qual também previa um alerta, escrito em negrito e caixa alta, após a lista geral de ingredientes. Apesar do modelo similar, as duas normas atendem a públicos diferentes, diz Lima. "A alergia é muito mais severa. Ela pode levar a óbito e os efeitos são mais graves. A intolerância está mais relacionada a desconforto gastrointestinais, mas também pode trazer sintomas mais exacerbados. Estamos olhando para públicos diferentes". PRAZO Embora a lei que prevê o alerta nos rótulos sobre a presença de lactose estivesse prevista para entrar em vigor ainda neste mês, o consumidor deve encontrar a mudança nas embalagens só em 2019. De acordo com a Anvisa, o novo prazo atende reivindicação da indústria de alimentos e fornecedores, que alegam alto custo para a mudança e pouco tempo para adaptação. A regra também traz alterações em relação a uma proposta anterior planejada pela agência e submetida à consulta pública nos últimos meses. Inicialmente, técnicos da agência planejavam valores menores de referência, iguais ou maiores a 10 mg a cada 100 g. Após a consulta, esse valor de referência foi alterado para 100 mg a cada 100 g. CONSUMIDOR Para Cecília Cury, uma das coordenadoras do movimento Põe no Rótulo, que defende informações mais claras nas embalagens, a medida aprovada aumenta a proteção ao consumidor. "Muitos produtos se dizem sem lactose [caso de alguns tratados com a enzima lactase], mas às vezes fica um resíduo grande o suficiente para causar reações", afirma. "Para o intolerante severo, a regra sobre informar os alergênicos, como o leite, já ajudava. Com essa, pode ficar mais protegido", diz. Questionados, representantes de associações que reúnem a indústria de alimentos afirmam que vão cumprir a nova regra. Em nota, a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) disse reconhecer como "legítimas" as demandas do consumidor por informações claras nos rótulos e que, após acompanhar a discussão da nova norma na Anvisa, deve apoiar as empresas no cumprimento da lei. Marcelo Martins, diretor-executivo da VivaLácteos (Associação da Indústria de Laticínios), diz ver a medida como positiva ao setor e que o alerta também pode ser feito antes do prazo por representar um "diferencial de mercado". "Na prática, o baixo teor de lactose já tem sido informado [por algumas empresas]".
equilibrioesaude
Rótulos de alimentos terão que alertar sobre lactose, decide AnvisaRótulos de todos os alimentos e bebidas industrializadas terão que apresentar, em até dois anos, alertas sobre a presença de lactose na composição dos produtos. A decisão, que estabelece critérios e prazo para a nova advertência nos rótulos, foi tomada nesta terça-feira (31) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A medida ocorre após o governo sancionar, em julho de 2016, uma lei que já obrigava que o alerta fosse inserido. A justificativa é o aumento no diagnóstico de pessoas com intolerância a essa substância, que é um açúcar presente no leite. Faltava, porém, regulamentar como essa advertência seria feita. Agora, a nova norma prevê que alimentos tragam três tipos de alerta, a depender da quantidade de lactose nos produtos. Assim, produtos com quantidade maior de lactose que 100 mg por 100 g ou 100 ml devem apresentar, logo abaixo a lista de ingredientes, a inscrição "contém lactose". Já aqueles que tiverem quantidade menor do que 100 mg a cada 100 g devem apresentar a inscrição "isento de lactose" ou variações, como "0% lactose", "sem lactose" ou "não contém lactose". Há ainda um terceiro alerta, válido para a indústria que comercializa alimentos para dietas especiais ou com restrição de lactose, por exemplo. Neste caso, o produto poderá apresentar, conforme a quantidade, o alerta de "isento de lactose" ou "baixo teor de lactose". Para que isso ocorra, a quantidade da substância deverá ser correspondente a 100 mg ou até 1 g por 100 g. Segundo a gerente geral de alimentos da Anvisa, Talita Lima, as medidas consideram estudos de avaliação de risco e a "ampla variedade de pessoas que têm intolerância à lactose". "A intolerância à lactose varia muito, e não existe um valor fixo. Fizemos uma avaliação de risco com base na dieta brasileira e vimos então que esses 100 mg [de referência] não trariam risco à saúde da população", afirma. Ainda de acordo com a gerente, a norma segue modelo adotado em alguns países europeus, como Alemanha e Eslovênia. Já o modelo de inserção no rótulo é semelhante ao já aprovado pela Anvisa para ingredientes que podem causar alergias –o qual também previa um alerta, escrito em negrito e caixa alta, após a lista geral de ingredientes. Apesar do modelo similar, as duas normas atendem a públicos diferentes, diz Lima. "A alergia é muito mais severa. Ela pode levar a óbito e os efeitos são mais graves. A intolerância está mais relacionada a desconforto gastrointestinais, mas também pode trazer sintomas mais exacerbados. Estamos olhando para públicos diferentes". PRAZO Embora a lei que prevê o alerta nos rótulos sobre a presença de lactose estivesse prevista para entrar em vigor ainda neste mês, o consumidor deve encontrar a mudança nas embalagens só em 2019. De acordo com a Anvisa, o novo prazo atende reivindicação da indústria de alimentos e fornecedores, que alegam alto custo para a mudança e pouco tempo para adaptação. A regra também traz alterações em relação a uma proposta anterior planejada pela agência e submetida à consulta pública nos últimos meses. Inicialmente, técnicos da agência planejavam valores menores de referência, iguais ou maiores a 10 mg a cada 100 g. Após a consulta, esse valor de referência foi alterado para 100 mg a cada 100 g. CONSUMIDOR Para Cecília Cury, uma das coordenadoras do movimento Põe no Rótulo, que defende informações mais claras nas embalagens, a medida aprovada aumenta a proteção ao consumidor. "Muitos produtos se dizem sem lactose [caso de alguns tratados com a enzima lactase], mas às vezes fica um resíduo grande o suficiente para causar reações", afirma. "Para o intolerante severo, a regra sobre informar os alergênicos, como o leite, já ajudava. Com essa, pode ficar mais protegido", diz. Questionados, representantes de associações que reúnem a indústria de alimentos afirmam que vão cumprir a nova regra. Em nota, a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) disse reconhecer como "legítimas" as demandas do consumidor por informações claras nos rótulos e que, após acompanhar a discussão da nova norma na Anvisa, deve apoiar as empresas no cumprimento da lei. Marcelo Martins, diretor-executivo da VivaLácteos (Associação da Indústria de Laticínios), diz ver a medida como positiva ao setor e que o alerta também pode ser feito antes do prazo por representar um "diferencial de mercado". "Na prática, o baixo teor de lactose já tem sido informado [por algumas empresas]".
16
Peça 'Sem_Título' ganha atualização e três sessões gratuitas
A montagem do espetáculo "SEM_TÍTULO", que teve duas temporadas em São Paulo em 2014, é atualizada pelo contexto político brasileiro e tem três apresentações neste sábado (29), domingo (30) e segunda (31), com entrada gratuita. A peça, dirigida por Wallyson Mota, conta a trajetória de três pessoas, Ana, Laura e Ulisses, que se cruzam. Eles são vizinhos não se conhecem, sequer se veem. Até que suas trajetórias se alinham. As casas dos três são representadas em cena. O espetáculo é protagonizado pelo Coletivo Labirinto, do qual fazem parte Abel Xavier, Carol Vidotti e Emilene Gutierrez O texto, do dramaturgo e diretor portenho Ariel Farace, chegou até Wallyson quando ele foi assistente de direção de Farace em 2012, na montagem brasileira do espetáculo "Luísa se Choca Contra sua Casa". * SEM_TÍTULO QUANDO sáb. (29), às 21h, dom. (30), às 18h, e seg. (31), às 21h ONDE Espaço Elevador, r. Treze de Maio, 222, Bela Vista, tel. (11) 3477 7732 QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO 12 anos
ilustrada
Peça 'Sem_Título' ganha atualização e três sessões gratuitasA montagem do espetáculo "SEM_TÍTULO", que teve duas temporadas em São Paulo em 2014, é atualizada pelo contexto político brasileiro e tem três apresentações neste sábado (29), domingo (30) e segunda (31), com entrada gratuita. A peça, dirigida por Wallyson Mota, conta a trajetória de três pessoas, Ana, Laura e Ulisses, que se cruzam. Eles são vizinhos não se conhecem, sequer se veem. Até que suas trajetórias se alinham. As casas dos três são representadas em cena. O espetáculo é protagonizado pelo Coletivo Labirinto, do qual fazem parte Abel Xavier, Carol Vidotti e Emilene Gutierrez O texto, do dramaturgo e diretor portenho Ariel Farace, chegou até Wallyson quando ele foi assistente de direção de Farace em 2012, na montagem brasileira do espetáculo "Luísa se Choca Contra sua Casa". * SEM_TÍTULO QUANDO sáb. (29), às 21h, dom. (30), às 18h, e seg. (31), às 21h ONDE Espaço Elevador, r. Treze de Maio, 222, Bela Vista, tel. (11) 3477 7732 QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO 12 anos
6
Fraudes na saúde custam R$ 22,5 bilhões no setor privado
Na rede particular de saúde, a falta de transparência nas relações comerciais entre os vários elos da cadeia tem facilitado desvios e fraudes, segundo recente estudo do IESS (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar). O trabalho estima o custo anual com desperdícios e fraudes em R$ 22,5 bilhões-ou 19% dos gastos assistenciais dos planos de saúde. "O setor de saúde no Brasil é pautado pela desconfiança entre os agentes em um ambiente de grande conflito de interesses e práticas comerciais inadequadas. Só que, no centro da sua atuação, está a vida e a qualidade de vida das pessoas", diz Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. Para ele, a transparência deveria ser obrigatória, adotada por força de lei. "Infelizmente, esse é um setor que não vai conseguir construir um ambiente de total transparência a partir da ação coletiva de todo o mercado." Também deveria haver punições severas para as práticas inadequadas, desleais. "É preciso estabelecer com clareza quais são as regras e as punições, para aumentar a transparência." Caixa-preta CONLUIOS Há vários exemplos de países que estão um passo à frente nesse quesito. A legislação alemã, por exemplo, exige que os formulários de procedimentos feitos pelos médicos nos consultórios sejam disponibilizados pelas autoridades governamentais para acesso público. Isso possibilita identificar potenciais casos de fraudes ou conluio de profissionais da saúde com a indústria farmacêutica e de fornecedores de insumos médicos. Na opinião de Carneiro, excluídos os dados que possam comprometer a livre concorrência ou aqueles que envolvam a privacidade do indivíduo, todas as outras informações deveriam se tornar públicas, após passarem por auditorias que garantissem sua integralidade e veracidade. "As operadoras já são obrigadas a registrar na ANS os contratos com todos os beneficiários e prestadores de serviços", diz. Para ele, o mesmo procedimento deveria ser exigido de médicos, fornecedores de insumos, hospitais, clínicas e laboratórios.
seminariosfolha
Fraudes na saúde custam R$ 22,5 bilhões no setor privadoNa rede particular de saúde, a falta de transparência nas relações comerciais entre os vários elos da cadeia tem facilitado desvios e fraudes, segundo recente estudo do IESS (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar). O trabalho estima o custo anual com desperdícios e fraudes em R$ 22,5 bilhões-ou 19% dos gastos assistenciais dos planos de saúde. "O setor de saúde no Brasil é pautado pela desconfiança entre os agentes em um ambiente de grande conflito de interesses e práticas comerciais inadequadas. Só que, no centro da sua atuação, está a vida e a qualidade de vida das pessoas", diz Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. Para ele, a transparência deveria ser obrigatória, adotada por força de lei. "Infelizmente, esse é um setor que não vai conseguir construir um ambiente de total transparência a partir da ação coletiva de todo o mercado." Também deveria haver punições severas para as práticas inadequadas, desleais. "É preciso estabelecer com clareza quais são as regras e as punições, para aumentar a transparência." Caixa-preta CONLUIOS Há vários exemplos de países que estão um passo à frente nesse quesito. A legislação alemã, por exemplo, exige que os formulários de procedimentos feitos pelos médicos nos consultórios sejam disponibilizados pelas autoridades governamentais para acesso público. Isso possibilita identificar potenciais casos de fraudes ou conluio de profissionais da saúde com a indústria farmacêutica e de fornecedores de insumos médicos. Na opinião de Carneiro, excluídos os dados que possam comprometer a livre concorrência ou aqueles que envolvam a privacidade do indivíduo, todas as outras informações deveriam se tornar públicas, após passarem por auditorias que garantissem sua integralidade e veracidade. "As operadoras já são obrigadas a registrar na ANS os contratos com todos os beneficiários e prestadores de serviços", diz. Para ele, o mesmo procedimento deveria ser exigido de médicos, fornecedores de insumos, hospitais, clínicas e laboratórios.
24
Obama anuncia adiamento da retirada de tropas americanas no Afeganistão
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (15) a suspensão do processo de retirada das tropas de seu país no Afeganistão, até então programada para ser concluída até o final de seu mandato. A decisão prolonga a estadia dos americanos em uma guerra que se arrasta por 14 anos. Conforme informado previamente pela imprensa americana, Obama afirmou em pronunciamento na Casa Branca que os 9.800 militares atualmente em solo afegão deverão ser mantidos ao menos "durante a maior parte de" 2016. Entre o fim de 2016 e o início de 2017, o efetivo deve ser reduzido para 5.500 e ficará localizado em Cabul, Bagram, Jalalabad e Kandahar. As tropas continuarão suas operações de combate ao terrorismo e de treinamento do Exército afegão. "Essa é a coisa certa a se fazer", disse Obama. "Como comandante-em-chefe, não permitirei que o Afeganistão seja usado como local seguro para terroristas atacarem nossa nação novamente." Obama disse que a decisão deve mostrar ao Taleban que o único caminho para se obter a retirada total das tropas dos EUA é chegar a um acordo com o governo do Afeganistão. O jornal "the New York Times" havia dito na quarta-feira (14) que Obama estava reconsiderando a retirada dos militares americanos do Afeganistão. No ano passado, Obama havia anunciado a previsão de encerrar a operação militar no Afeganistão até o fim de 2016, deixando um contingente mínimo, de cerca de mil militares, para cuidar da segurança de seus diplomatas em Cabul. Na ocasião, o presidente disse que era hora de os americanos "virarem a página". A manutenção das tropas parece indicar que Washington não confia nas tropas afegãs para conter a insurgência do Taleban no país. O grupo radical islâmico esteve no poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, tendo sido expulso após a invasão americana. Desde então, a milícia tenta recuperar sua influência. Após a Otan (aliança militar do Ocidente) retirar suas tropas de combate do Afeganistão, no fim de 2014, os radicais têm intensificado seus ataques e sua ofensiva contra o governo. A decisão de manter as tropas no Afeganistão foi oficializada depois de o Taleban ter tomado de surpresa o controle de Kunduz, cidade estratégica no norte do país. Após semanas de combate com o Exército afegão, os radicais anunciaram na terça-feira (13) que haviam deixado a cidade, mas que poderiam retomá-la quando quisessem. Durante os combates em Kunduz, um ataque aéreo coordenado pelos EUA atingiu um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, matando 22 pessoas e deixando dezenas de milhares de pessoas sem atendimento médico. Desde o início da incursão americana no país, em 2001, os EUA já gastaram US$ 65 bilhões (R$ 250 bilhões) –nos últimos cinco anos, a maior parte dos recursos foi utilizada na consolidação do Exército e da polícia locais. A guerra no Afeganistão é a mais longa já lutada pelos EUA em toda a sua história. "A narrativa de que nós estamos deixando o Afeganistão é contraproducente", disse na quarta-feira o secretário de Defesa americano, Ash Carter, durante um discurso na Associação do Exército dos EUA. "Nós não estamos, não podemos e fazê-lo seria não aproveitar o sucesso que tivemos até aqui." IMPLICAÇÕES POLÍTICAS O fim das guerras no Afeganistão e no Iraque, iniciadas sob a administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001, era uma importante promessa de Obama em suas campanhas eleitorais. Obama encerrou a missão americana no Iraque em 2011, mas a ascensão da facção radical Estado Islâmico em partes do país fez com que fossem enviados militares americanos para treinar o Exército iraquiano. O anúncio da manutenção das tropas americanas no Afeganistão deve impactar a campanha para as eleições presidenciais de 2016. Será a quarta disputa consecutiva pela Casa Branca em que o envolvimento dos EUA em guerras no Oriente Médio e na Ásia é um tema abordado pelos candidatos.
mundo
Obama anuncia adiamento da retirada de tropas americanas no AfeganistãoO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (15) a suspensão do processo de retirada das tropas de seu país no Afeganistão, até então programada para ser concluída até o final de seu mandato. A decisão prolonga a estadia dos americanos em uma guerra que se arrasta por 14 anos. Conforme informado previamente pela imprensa americana, Obama afirmou em pronunciamento na Casa Branca que os 9.800 militares atualmente em solo afegão deverão ser mantidos ao menos "durante a maior parte de" 2016. Entre o fim de 2016 e o início de 2017, o efetivo deve ser reduzido para 5.500 e ficará localizado em Cabul, Bagram, Jalalabad e Kandahar. As tropas continuarão suas operações de combate ao terrorismo e de treinamento do Exército afegão. "Essa é a coisa certa a se fazer", disse Obama. "Como comandante-em-chefe, não permitirei que o Afeganistão seja usado como local seguro para terroristas atacarem nossa nação novamente." Obama disse que a decisão deve mostrar ao Taleban que o único caminho para se obter a retirada total das tropas dos EUA é chegar a um acordo com o governo do Afeganistão. O jornal "the New York Times" havia dito na quarta-feira (14) que Obama estava reconsiderando a retirada dos militares americanos do Afeganistão. No ano passado, Obama havia anunciado a previsão de encerrar a operação militar no Afeganistão até o fim de 2016, deixando um contingente mínimo, de cerca de mil militares, para cuidar da segurança de seus diplomatas em Cabul. Na ocasião, o presidente disse que era hora de os americanos "virarem a página". A manutenção das tropas parece indicar que Washington não confia nas tropas afegãs para conter a insurgência do Taleban no país. O grupo radical islâmico esteve no poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, tendo sido expulso após a invasão americana. Desde então, a milícia tenta recuperar sua influência. Após a Otan (aliança militar do Ocidente) retirar suas tropas de combate do Afeganistão, no fim de 2014, os radicais têm intensificado seus ataques e sua ofensiva contra o governo. A decisão de manter as tropas no Afeganistão foi oficializada depois de o Taleban ter tomado de surpresa o controle de Kunduz, cidade estratégica no norte do país. Após semanas de combate com o Exército afegão, os radicais anunciaram na terça-feira (13) que haviam deixado a cidade, mas que poderiam retomá-la quando quisessem. Durante os combates em Kunduz, um ataque aéreo coordenado pelos EUA atingiu um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, matando 22 pessoas e deixando dezenas de milhares de pessoas sem atendimento médico. Desde o início da incursão americana no país, em 2001, os EUA já gastaram US$ 65 bilhões (R$ 250 bilhões) –nos últimos cinco anos, a maior parte dos recursos foi utilizada na consolidação do Exército e da polícia locais. A guerra no Afeganistão é a mais longa já lutada pelos EUA em toda a sua história. "A narrativa de que nós estamos deixando o Afeganistão é contraproducente", disse na quarta-feira o secretário de Defesa americano, Ash Carter, durante um discurso na Associação do Exército dos EUA. "Nós não estamos, não podemos e fazê-lo seria não aproveitar o sucesso que tivemos até aqui." IMPLICAÇÕES POLÍTICAS O fim das guerras no Afeganistão e no Iraque, iniciadas sob a administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001, era uma importante promessa de Obama em suas campanhas eleitorais. Obama encerrou a missão americana no Iraque em 2011, mas a ascensão da facção radical Estado Islâmico em partes do país fez com que fossem enviados militares americanos para treinar o Exército iraquiano. O anúncio da manutenção das tropas americanas no Afeganistão deve impactar a campanha para as eleições presidenciais de 2016. Será a quarta disputa consecutiva pela Casa Branca em que o envolvimento dos EUA em guerras no Oriente Médio e na Ásia é um tema abordado pelos candidatos.
4
Lattes, o físico brasileiro que disputou o Nobel e nomeou base de currículos
RESUMO Há 70 anos, o brasileiro César Lattes teve participação decisiva em uma das descobertas mais importantes da física no século 20: a detecção da partícula méson pi, que mantém o núcleo atômico coeso. Seus feitos lhe renderam várias homenagens, entre as quais a de nomear a plataforma acadêmica de currículos. Há 70 anos, a descoberta de uma nova partícula subatômica causou sensação na comunidade internacional e esteve por trás do gesto contido do jovem na foto estampada na lateral desta página. A imagem simboliza um período em que ciência, alavancada por ideais desenvolvimentistas e ligados à segurança nacional, integrou um projeto de nação para o Brasil. Então com 24 anos de idade, Cesare Mansueto Giulio Lattes (1924-2005) foi recepcionado pela imprensa ao voltar ao país no auge de sua fama, alcançada por feitos na Inglaterra e nos EUA. Único físico formado na turma de 1943 da USP, aquele curitibano com planos de ser professor secundário havia ido muito mais longe do que previra. César Lattes se tornava "nosso herói da era nuclear". A revista "Nature" de 24 de maio de 1947, em poucas páginas, detalhava a detecção de um novo fragmento de matéria: a partícula méson pi (hoje, píon), responsável por manter prótons e nêutrons "colados" no núcleo atômico. O feito era do laboratório H. H. Wills, da Universidade de Bristol, onde Lattes havia chegado no início de 1946 a convite de Giuseppe Occhialini (1907-1993), que fora seu professor na USP, e Cecil Powell (1903-1969), chefe do grupo. A equipe de Bristol usava placas fotográficas especiais para capturar a trajetória e a desintegração de partículas subatômicas. Quando Lattes se instalou na universidade britânica, o material havia passado por melhorias técnicas e estava em fase de calibração. Lattes pôde pôr em prática um plano que havia traçado ainda no Brasil. Ele queria usar as chapas para estudar os raios cósmicos, núcleos atômicos que, a todo instante, penetram a Terra e, chocando-se com moléculas da atmosfera, geram uma chuveirada de partículas. A esperança dos físicos era a de que um desses nacos de matéria fosse uma partícula ainda desconhecida. Para melhorar as chances dessa "captura", as chapas eram expostas em montanhas. No final de 1946, Lattes pediu a Occhialini que deixasse algumas caixas delas no Pic du Midi, nos Pirineus franceses (2.500 m de altitude). Parte dessas placas tinha algo novo. Lattes havia pedido ao fabricante que incluísse, na sua composição, o elemento químico boro. Essa inovação tornou mais fácil visualizar as trajetórias dos dois mésons pi que ilustraram o artigo da "Nature" há 70 anos. Entusiasmado, Lattes apostou que, no monte Chacaltaya, na Bolívia, com o dobro da altura do Pic du Midi, ele poderia capturar mais mésons pi. O laboratório H. H. Wills pagou a passagem até o Rio de Janeiro e, de lá, o brasileiro se viraria para chegar ao seu destino. Montanhas, neve, cavernas, fundos de lago etc. Física experimental tinha algo de aventura à época. Do pico andino, Lattes trouxe centenas de mésons. Os resultados foram publicados em outubro de 1947 na "Nature", revelando mais detalhes sobre as partículas. CALIFÓRNIA Ao final daquele ano, o H. H. Wills ganhava ares de meca da técnica fotográfica aplicada à física. As notícias da detecção do méson pi espalharam-se. Do norte da Europa, veio o convite para Lattes dar palestras. Em Copenhague, o jovem brasileiro encontrou-se com Niels Bohr (1885-1962), Nobel de Física de 1922. O dinamarquês ficou surpreso ao saber que Lattes pretendia deixar Bristol e seguir para os EUA. Sua missão seria detectar mésons no então mais potente acelerador de partículas do mundo, o sincrociclótron de 184 polegadas, na Universidade da Califórnia (Berkeley). Essa máquina, que começara a funcionar havia mais de um ano, tinha o propósito de produzir mésons. Mas, para constrangimento geral, as partículas ainda não haviam sido detectadas. Lattes chegou no início de 1948 e, dez dias depois, com a ajuda do colega norte-americano Eugene Gardner (1913-1950), visualizou os mésons nas chapas fotográficas expostas ao feixe de partículas gerado por aquele equipamento. Pela primeira vez, partículas detectadas apenas na radiação cósmica haviam sido produzidas artificialmente. Além disso, a visualização dos mésons pi por Lattes e Gardner mostrava que um avanço técnico implementado naquele sincrociclótron funcionava. Estavam lançadas, assim, as sementes para uma nova forma de fazer física: a era das máquinas, que transformaria os EUA no centro mundial desse ramo pelo próximo meio século. A produção artificial do méson pi foi capa da revista "Science News Times", ocupou páginas de duas edições da revista "Time", mereceu entrevista coletiva com cobertura da "Nucleonics" e rendeu reportagens no jornal "The New York Times", cuja editoria de ciência elegeu aquele o feito mais importante da física no ano, comparando-o à fissão do núcleo atômico. No Brasil, os feitos de Lattes também tiveram ampla repercussão. Jornais, revistas e suplementos começaram a moldar "nosso herói da era nuclear". O curitibano era o representante brasileiro de uma nova ordem mundial, na qual conhecimento tornava-se sinônimo de poder (político e econômico). No mundo, naquele momento, nascia a aliança entre ciência, tecnologia, capital e Estado. Eram as raízes do complexo militar-tecnológico dos EUA. DESENVOLVIMENTISMO O Brasil reagiu a esse novo cenário mundial. Cevada por uma mentalidade desenvolvimentista, uma campanha reuniu formadores de opinião de vários setores. Pleiteava-se a criação de um instituto no qual se fizesse, em período integral, pesquisa em física. Por sua parte, militares nacionalistas viram ali a chance de obter o ciclo completo da energia nuclear –ainda hoje de extrema importância. O sucesso do movimento rendeu frutos em 1949, quando foi fundado o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Lattes era seu diretor científico. Nos anos seguintes, essa primeira aliança entre físicos e militares criou dois projetos distintos. O primeiro, de um "Brasil grande", capitaneado pelo físico-químico e almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva (1889-1976), tinha como frente principal a construção de um acelerador mais potente que o de Berkeley. No outro, o do "Brasil realista", defendido por Lattes, propunha-se algo mais modesto: um acelerador de pequeno porte, para treinamento de estudantes. O acelerador do almirante Álvaro Alberto naufragou fragorosamente. O país nem tinha os equipamentos necessários para a usinagem dos ímãs gigantescos usados nessas máquinas. O cenário "Brasil grande", contudo, evaporou mesmo por causa de um escândalo. O diretor financeiro do CBPF gastou a verba do acelerador em corridas de cavalo. Embora desaconselhado por colegas, Lattes foi à mídia, e o jornalista Carlos Lacerda (1914-1977) usou a história para atacar o governo de Getúlio Vargas, seu rival. Lacerda publicou na capa de seu jornal, "Tribuna da Imprensa", uma carta de Lattes. Aos 30 anos, devido às pressões, Lattes teve um surto psiquiátrico. Viajou para os EUA em busca de tratamento. Regressou ao Brasil em 1957, talvez para tentar finalizar o que havia construído. Crise no CBPF, salários baixos, inflação, família numerosa e quadro mental instável. Esses fatores levaram o físico de volta à USP, em 1959, onde seguiu com projetos experimentais envolvendo o uso das placas fotográficas e o estudo dos raios cósmicos. Em 1967, Lattes transferiu-se para a então recém-inaugurada Universidade Estadual de Campinas (SP), na qual se aposentaria. Para o Brasil, o méson foi muito mais do que uma partícula, e Lattes, muito mais do que ele mesmo. Seus feitos impulsionaram a construção da estrutura político-administrativa de ciência no país. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) são frutos de um projeto que alçou um cientista a herói nacional, de um país que percebeu que conhecimento era a ordem do dia para uma nova geopolítica. Até a década de 1920, praticamente tudo o que havia de física experimental no Brasil era um laboratório didático na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Lattes elevou o campo de estudos a novos patamares. Na década de 1950, construiu, em Chacaltaya, um laboratório para estudar radiação cósmica. Nesse mesmo período, a Europa, recuperando-se da Segunda Guerra, erguia seu centro de pesquisas nucleares. Aquele era um Brasil –ao menos em ciência– protagonista da história. As trajetórias de partículas na forma de risquinhos pontilhados que aparecem no artigo de maio de 1947 mudaram a ciência brasileira. E essa, nas décadas seguintes, mudaria a cara do país. Lattes poderia ter feito carreira no exterior, mas optou por seu país. "Prefiro ajudar a construir a ciência no Brasil do que ganhar um Nobel", escreveu, na década de 1940, ao colega físico José Leite Lopes (1918-2006). Não era bravata. Em 1949, o japonês Hideki Yukawa (1907-1981) ganhou o Prêmio Nobel de Física pela previsão teórica dos mésons. Um ano depois, Cecil Powell foi laureado pelo desenvolvimento do método fotográfico que permitiu as descobertas sobre os mésons. Lattes recebeu sete indicações ao prêmio. Passados 70 anos, o nome "Lattes" e o termo "méson pi" ainda ressoam. O cientista recebeu várias homenagens (títulos, prêmios, nomes de rua). A faceta mais famosa é a plataforma acadêmica de currículos. São ecos benignos de um país que havia feito da ciência uma prioridade. Com um pouco de esforço, será possível não só capturar aquela mensagem, mas amplificá-la e recolocá-la em prática. ANTONIO AUGUSTO PASSOS VIDEIRA, 53, é professor do departamento de filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, colaborador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e pesquisador do CNPq. CÁSSIO LEITE VIEIRA, 56, trabalha na revista "Ciência Hoje" e no Núcleo de Comunicação Social do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
ilustrissima
Lattes, o físico brasileiro que disputou o Nobel e nomeou base de currículosRESUMO Há 70 anos, o brasileiro César Lattes teve participação decisiva em uma das descobertas mais importantes da física no século 20: a detecção da partícula méson pi, que mantém o núcleo atômico coeso. Seus feitos lhe renderam várias homenagens, entre as quais a de nomear a plataforma acadêmica de currículos. Há 70 anos, a descoberta de uma nova partícula subatômica causou sensação na comunidade internacional e esteve por trás do gesto contido do jovem na foto estampada na lateral desta página. A imagem simboliza um período em que ciência, alavancada por ideais desenvolvimentistas e ligados à segurança nacional, integrou um projeto de nação para o Brasil. Então com 24 anos de idade, Cesare Mansueto Giulio Lattes (1924-2005) foi recepcionado pela imprensa ao voltar ao país no auge de sua fama, alcançada por feitos na Inglaterra e nos EUA. Único físico formado na turma de 1943 da USP, aquele curitibano com planos de ser professor secundário havia ido muito mais longe do que previra. César Lattes se tornava "nosso herói da era nuclear". A revista "Nature" de 24 de maio de 1947, em poucas páginas, detalhava a detecção de um novo fragmento de matéria: a partícula méson pi (hoje, píon), responsável por manter prótons e nêutrons "colados" no núcleo atômico. O feito era do laboratório H. H. Wills, da Universidade de Bristol, onde Lattes havia chegado no início de 1946 a convite de Giuseppe Occhialini (1907-1993), que fora seu professor na USP, e Cecil Powell (1903-1969), chefe do grupo. A equipe de Bristol usava placas fotográficas especiais para capturar a trajetória e a desintegração de partículas subatômicas. Quando Lattes se instalou na universidade britânica, o material havia passado por melhorias técnicas e estava em fase de calibração. Lattes pôde pôr em prática um plano que havia traçado ainda no Brasil. Ele queria usar as chapas para estudar os raios cósmicos, núcleos atômicos que, a todo instante, penetram a Terra e, chocando-se com moléculas da atmosfera, geram uma chuveirada de partículas. A esperança dos físicos era a de que um desses nacos de matéria fosse uma partícula ainda desconhecida. Para melhorar as chances dessa "captura", as chapas eram expostas em montanhas. No final de 1946, Lattes pediu a Occhialini que deixasse algumas caixas delas no Pic du Midi, nos Pirineus franceses (2.500 m de altitude). Parte dessas placas tinha algo novo. Lattes havia pedido ao fabricante que incluísse, na sua composição, o elemento químico boro. Essa inovação tornou mais fácil visualizar as trajetórias dos dois mésons pi que ilustraram o artigo da "Nature" há 70 anos. Entusiasmado, Lattes apostou que, no monte Chacaltaya, na Bolívia, com o dobro da altura do Pic du Midi, ele poderia capturar mais mésons pi. O laboratório H. H. Wills pagou a passagem até o Rio de Janeiro e, de lá, o brasileiro se viraria para chegar ao seu destino. Montanhas, neve, cavernas, fundos de lago etc. Física experimental tinha algo de aventura à época. Do pico andino, Lattes trouxe centenas de mésons. Os resultados foram publicados em outubro de 1947 na "Nature", revelando mais detalhes sobre as partículas. CALIFÓRNIA Ao final daquele ano, o H. H. Wills ganhava ares de meca da técnica fotográfica aplicada à física. As notícias da detecção do méson pi espalharam-se. Do norte da Europa, veio o convite para Lattes dar palestras. Em Copenhague, o jovem brasileiro encontrou-se com Niels Bohr (1885-1962), Nobel de Física de 1922. O dinamarquês ficou surpreso ao saber que Lattes pretendia deixar Bristol e seguir para os EUA. Sua missão seria detectar mésons no então mais potente acelerador de partículas do mundo, o sincrociclótron de 184 polegadas, na Universidade da Califórnia (Berkeley). Essa máquina, que começara a funcionar havia mais de um ano, tinha o propósito de produzir mésons. Mas, para constrangimento geral, as partículas ainda não haviam sido detectadas. Lattes chegou no início de 1948 e, dez dias depois, com a ajuda do colega norte-americano Eugene Gardner (1913-1950), visualizou os mésons nas chapas fotográficas expostas ao feixe de partículas gerado por aquele equipamento. Pela primeira vez, partículas detectadas apenas na radiação cósmica haviam sido produzidas artificialmente. Além disso, a visualização dos mésons pi por Lattes e Gardner mostrava que um avanço técnico implementado naquele sincrociclótron funcionava. Estavam lançadas, assim, as sementes para uma nova forma de fazer física: a era das máquinas, que transformaria os EUA no centro mundial desse ramo pelo próximo meio século. A produção artificial do méson pi foi capa da revista "Science News Times", ocupou páginas de duas edições da revista "Time", mereceu entrevista coletiva com cobertura da "Nucleonics" e rendeu reportagens no jornal "The New York Times", cuja editoria de ciência elegeu aquele o feito mais importante da física no ano, comparando-o à fissão do núcleo atômico. No Brasil, os feitos de Lattes também tiveram ampla repercussão. Jornais, revistas e suplementos começaram a moldar "nosso herói da era nuclear". O curitibano era o representante brasileiro de uma nova ordem mundial, na qual conhecimento tornava-se sinônimo de poder (político e econômico). No mundo, naquele momento, nascia a aliança entre ciência, tecnologia, capital e Estado. Eram as raízes do complexo militar-tecnológico dos EUA. DESENVOLVIMENTISMO O Brasil reagiu a esse novo cenário mundial. Cevada por uma mentalidade desenvolvimentista, uma campanha reuniu formadores de opinião de vários setores. Pleiteava-se a criação de um instituto no qual se fizesse, em período integral, pesquisa em física. Por sua parte, militares nacionalistas viram ali a chance de obter o ciclo completo da energia nuclear –ainda hoje de extrema importância. O sucesso do movimento rendeu frutos em 1949, quando foi fundado o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Lattes era seu diretor científico. Nos anos seguintes, essa primeira aliança entre físicos e militares criou dois projetos distintos. O primeiro, de um "Brasil grande", capitaneado pelo físico-químico e almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva (1889-1976), tinha como frente principal a construção de um acelerador mais potente que o de Berkeley. No outro, o do "Brasil realista", defendido por Lattes, propunha-se algo mais modesto: um acelerador de pequeno porte, para treinamento de estudantes. O acelerador do almirante Álvaro Alberto naufragou fragorosamente. O país nem tinha os equipamentos necessários para a usinagem dos ímãs gigantescos usados nessas máquinas. O cenário "Brasil grande", contudo, evaporou mesmo por causa de um escândalo. O diretor financeiro do CBPF gastou a verba do acelerador em corridas de cavalo. Embora desaconselhado por colegas, Lattes foi à mídia, e o jornalista Carlos Lacerda (1914-1977) usou a história para atacar o governo de Getúlio Vargas, seu rival. Lacerda publicou na capa de seu jornal, "Tribuna da Imprensa", uma carta de Lattes. Aos 30 anos, devido às pressões, Lattes teve um surto psiquiátrico. Viajou para os EUA em busca de tratamento. Regressou ao Brasil em 1957, talvez para tentar finalizar o que havia construído. Crise no CBPF, salários baixos, inflação, família numerosa e quadro mental instável. Esses fatores levaram o físico de volta à USP, em 1959, onde seguiu com projetos experimentais envolvendo o uso das placas fotográficas e o estudo dos raios cósmicos. Em 1967, Lattes transferiu-se para a então recém-inaugurada Universidade Estadual de Campinas (SP), na qual se aposentaria. Para o Brasil, o méson foi muito mais do que uma partícula, e Lattes, muito mais do que ele mesmo. Seus feitos impulsionaram a construção da estrutura político-administrativa de ciência no país. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) são frutos de um projeto que alçou um cientista a herói nacional, de um país que percebeu que conhecimento era a ordem do dia para uma nova geopolítica. Até a década de 1920, praticamente tudo o que havia de física experimental no Brasil era um laboratório didático na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Lattes elevou o campo de estudos a novos patamares. Na década de 1950, construiu, em Chacaltaya, um laboratório para estudar radiação cósmica. Nesse mesmo período, a Europa, recuperando-se da Segunda Guerra, erguia seu centro de pesquisas nucleares. Aquele era um Brasil –ao menos em ciência– protagonista da história. As trajetórias de partículas na forma de risquinhos pontilhados que aparecem no artigo de maio de 1947 mudaram a ciência brasileira. E essa, nas décadas seguintes, mudaria a cara do país. Lattes poderia ter feito carreira no exterior, mas optou por seu país. "Prefiro ajudar a construir a ciência no Brasil do que ganhar um Nobel", escreveu, na década de 1940, ao colega físico José Leite Lopes (1918-2006). Não era bravata. Em 1949, o japonês Hideki Yukawa (1907-1981) ganhou o Prêmio Nobel de Física pela previsão teórica dos mésons. Um ano depois, Cecil Powell foi laureado pelo desenvolvimento do método fotográfico que permitiu as descobertas sobre os mésons. Lattes recebeu sete indicações ao prêmio. Passados 70 anos, o nome "Lattes" e o termo "méson pi" ainda ressoam. O cientista recebeu várias homenagens (títulos, prêmios, nomes de rua). A faceta mais famosa é a plataforma acadêmica de currículos. São ecos benignos de um país que havia feito da ciência uma prioridade. Com um pouco de esforço, será possível não só capturar aquela mensagem, mas amplificá-la e recolocá-la em prática. ANTONIO AUGUSTO PASSOS VIDEIRA, 53, é professor do departamento de filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, colaborador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e pesquisador do CNPq. CÁSSIO LEITE VIEIRA, 56, trabalha na revista "Ciência Hoje" e no Núcleo de Comunicação Social do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
14
Governo de Temer é apenas uma continuação do de Dilma, diz leitora
AUMENTO DE IMPOSTOS Temer disse que população irá entender a alta de impostos. Ora, quando Temer começou a liberar emendas para quem ficasse contra as denúncias, comprando aliados sem critério e a preço de ouro, já sabíamos que os recursos teriam de vir de algum lugar. Não só entendemos como já estávamos esperando. JORGE ALBERTO NURKIN (São Paulo, SP) * Temer disse que a "população irá compreender" o "pequeno aumento" do imposto sobre os combustíveis. Se ele não tivesse dado o reajuste bilionário para a elite do funcionalismo em meio à crise e se estivesse lutando por um Estado menos perdulário, eu provavelmente compreenderia. MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO) * Michel Temer prova diariamente que seu governo é uma continuação do de Dilma. Seu time parece formado por síndicos de prédios que por qualquer empecilho aumentam as taxas condominiais. No lugar de cortarem seus pró-labores e vantagens indevidas, aumentam a taxa. Henrique Meirelles e seus subordinados precisam voltar aos bancos escolares. IRIA DE SÁ DODDE (Rio de Janeiro, RJ) * "Sem saída para gerar novas receitas", diz a reportagem. É mesmo? Têm certeza? Que tal a ideia radical de o governo parar de dar, nos Refis da vida, descontos bilionários para os grandes caloteiros amigos que devem impostos atrasados? A mim parece uma ótima fonte de receitas. JOÃO ALVES (São Paulo, SP) - BENS DE LULA De pouco adianta Lula e suas "fiéis viúvas" espernearem. Os fatos falam por si e são irrefutáveis. O ex-presidente é um homem muito rico, dono de grande patrimônio. Revela-se agora o bloqueio de, pasmem, R$ 9 milhões em planos de aposentadoria privada. Qual a origem de tanto dinheiro? Muito a esclarecer. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) * Por causa da perseguição a Lula, o juiz Sergio Moro tem sido tratado, aqui e ali, como um verdadeiro herói. Ora, temos um juiz fazendo o jogo das altas esferas do poder político-econômico. Qual é o heroísmo disso? Eu quero ver alguém, neste país de velhas e novas oligarquias, se colocar contra quem está no poder desde as capitanias hereditárias! Aí, sim, seria um herói. LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP) * O bloqueio dos bens pertencentes a Lula, apesar da grita dos advogados do ex-presidente, é perfeitamente normal. O mesmo aconteceu com os demais envolvidos na Lava Jato. É uma cabal comprovação de que, para o juiz Sergio Moro, a Justiça é a mesma para todos. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - SAÚDE PÚBLICA Sou médico, trabalho para o SUS e defendo esse sistema. Também tenho plano de saúde privado e não vejo nenhuma contradição nisso. Se Pedro Ramos está mesmo preocupado em "ampliar o acesso do cidadão à saúde de qualidade", deveria se insurgir contra a proposta de planos de saúde "acessíveis" que governo e operadoras planejam. É um projeto de medicina pobre para pobres e fadado ao fracasso. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Defesa do SUS? No artigo, o que mais se viu foi enaltecimento e defesa dos planos privados de saúde. Não que eles não sejam necessários, mas é fundamental que se apontem as suas inúmeras mazelas, dentre elas o não ressarcimento ao SUS dos tratamentos não cobertos pela saúde suplementar. FAUSTO FERES MÉDICO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Vladimir Safalte tem razão quando sugere uma autocrítica da esquerda. Ela tem sido incapaz de avaliar seu próprio juízo, partindo para o ataque com discursos de ódio, encontrando problemas e erros nos outros, sem assumir os próprios. Permanece fixada numa narrativa da Guerra Fria. Seus atuais representantes insistem em práticas nocivas, com discursos violentos, viciados e caquéticos que expõem a sua obsolescência. A derrocada do PT foi autofágica. ÂNGELA L. S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP) * Ao dizer que "É difícil resolver isso sem mexer na engessada estrutura dos salários no serviço público", em "Gambiarras nada saudáveis", Hélio Schawatsman talvez pudesse especificar onde se encontra a dificuldade. É mesmo custoso remexer nos proventos, gratificações, ajuda de custo e demais mordomias do alto escalão da esfera pública, cujos salários são abusivos se comparados com a maioria dos trabalhadores comuns? ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Jamais imaginei que veria Janio de Freitas e Reinaldo Azevedo falando a mesma língua —no caso, a falta de provas para condenar Lula. Aliás, parece que Sergio Moro quer, além de destruir Lula politicamente, deixá-lo à míngua, ao sequestrar seus meios de subsistência. CAETANO BRUGNARO (Piracicaba, SP) (Piracicaba, SP) * Sobre a coluna de Ruy Castro, o sujeito que pegou os originais da moça e os esnobou era "cotado pelos críticos", mas não tinha talento. Infelizmente, ela o teve como parâmetro. Lição: para o bem e para o mal, não levar em conta a opinião da crítica, principalmente quando se trata de um único crítico. BOLÍVAR ARSÊNIO SILVA (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Governo de Temer é apenas uma continuação do de Dilma, diz leitoraAUMENTO DE IMPOSTOS Temer disse que população irá entender a alta de impostos. Ora, quando Temer começou a liberar emendas para quem ficasse contra as denúncias, comprando aliados sem critério e a preço de ouro, já sabíamos que os recursos teriam de vir de algum lugar. Não só entendemos como já estávamos esperando. JORGE ALBERTO NURKIN (São Paulo, SP) * Temer disse que a "população irá compreender" o "pequeno aumento" do imposto sobre os combustíveis. Se ele não tivesse dado o reajuste bilionário para a elite do funcionalismo em meio à crise e se estivesse lutando por um Estado menos perdulário, eu provavelmente compreenderia. MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO) * Michel Temer prova diariamente que seu governo é uma continuação do de Dilma. Seu time parece formado por síndicos de prédios que por qualquer empecilho aumentam as taxas condominiais. No lugar de cortarem seus pró-labores e vantagens indevidas, aumentam a taxa. Henrique Meirelles e seus subordinados precisam voltar aos bancos escolares. IRIA DE SÁ DODDE (Rio de Janeiro, RJ) * "Sem saída para gerar novas receitas", diz a reportagem. É mesmo? Têm certeza? Que tal a ideia radical de o governo parar de dar, nos Refis da vida, descontos bilionários para os grandes caloteiros amigos que devem impostos atrasados? A mim parece uma ótima fonte de receitas. JOÃO ALVES (São Paulo, SP) - BENS DE LULA De pouco adianta Lula e suas "fiéis viúvas" espernearem. Os fatos falam por si e são irrefutáveis. O ex-presidente é um homem muito rico, dono de grande patrimônio. Revela-se agora o bloqueio de, pasmem, R$ 9 milhões em planos de aposentadoria privada. Qual a origem de tanto dinheiro? Muito a esclarecer. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) * Por causa da perseguição a Lula, o juiz Sergio Moro tem sido tratado, aqui e ali, como um verdadeiro herói. Ora, temos um juiz fazendo o jogo das altas esferas do poder político-econômico. Qual é o heroísmo disso? Eu quero ver alguém, neste país de velhas e novas oligarquias, se colocar contra quem está no poder desde as capitanias hereditárias! Aí, sim, seria um herói. LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP) * O bloqueio dos bens pertencentes a Lula, apesar da grita dos advogados do ex-presidente, é perfeitamente normal. O mesmo aconteceu com os demais envolvidos na Lava Jato. É uma cabal comprovação de que, para o juiz Sergio Moro, a Justiça é a mesma para todos. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - SAÚDE PÚBLICA Sou médico, trabalho para o SUS e defendo esse sistema. Também tenho plano de saúde privado e não vejo nenhuma contradição nisso. Se Pedro Ramos está mesmo preocupado em "ampliar o acesso do cidadão à saúde de qualidade", deveria se insurgir contra a proposta de planos de saúde "acessíveis" que governo e operadoras planejam. É um projeto de medicina pobre para pobres e fadado ao fracasso. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Defesa do SUS? No artigo, o que mais se viu foi enaltecimento e defesa dos planos privados de saúde. Não que eles não sejam necessários, mas é fundamental que se apontem as suas inúmeras mazelas, dentre elas o não ressarcimento ao SUS dos tratamentos não cobertos pela saúde suplementar. FAUSTO FERES MÉDICO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Vladimir Safalte tem razão quando sugere uma autocrítica da esquerda. Ela tem sido incapaz de avaliar seu próprio juízo, partindo para o ataque com discursos de ódio, encontrando problemas e erros nos outros, sem assumir os próprios. Permanece fixada numa narrativa da Guerra Fria. Seus atuais representantes insistem em práticas nocivas, com discursos violentos, viciados e caquéticos que expõem a sua obsolescência. A derrocada do PT foi autofágica. ÂNGELA L. S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP) * Ao dizer que "É difícil resolver isso sem mexer na engessada estrutura dos salários no serviço público", em "Gambiarras nada saudáveis", Hélio Schawatsman talvez pudesse especificar onde se encontra a dificuldade. É mesmo custoso remexer nos proventos, gratificações, ajuda de custo e demais mordomias do alto escalão da esfera pública, cujos salários são abusivos se comparados com a maioria dos trabalhadores comuns? ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Jamais imaginei que veria Janio de Freitas e Reinaldo Azevedo falando a mesma língua —no caso, a falta de provas para condenar Lula. Aliás, parece que Sergio Moro quer, além de destruir Lula politicamente, deixá-lo à míngua, ao sequestrar seus meios de subsistência. CAETANO BRUGNARO (Piracicaba, SP) (Piracicaba, SP) * Sobre a coluna de Ruy Castro, o sujeito que pegou os originais da moça e os esnobou era "cotado pelos críticos", mas não tinha talento. Infelizmente, ela o teve como parâmetro. Lição: para o bem e para o mal, não levar em conta a opinião da crítica, principalmente quando se trata de um único crítico. BOLÍVAR ARSÊNIO SILVA (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
Conheça o japonês que criou os emojis, incorporados à coleção do MoMA
Shigetaka Kurita ainda não acredita: quando no final dos anos 1990 este japonês rabiscou 176 símbolos rudimentares no papel não imaginava que um dia seus "emojis" apareceriam em mensagens do mundo inteiro. Os emojis acabam de entrar para a história da arte por serem incorporados à coleção do famoso MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), onde estão expostos atualmente em sua versão original. "Criei o que eu mesmo queria ter, algo que acrescentasse sentimentos às curtas e frustrantes mensagens escritas', explica o criador de 44 anos, que na época trabalhava na NTT Docomo, pioneira da internet móvel. Para Kurita, "ter a honra" de estar exposto no MoMA é mais do que poderia imaginar, admite em entrevista em Tóquio. Os emojis, termo que significa, literalmente, "imagem-letra" em japonês, são de certa forma "uma evolução dos Kanji (ideogramas), transformados em pictogramas coloridos na era digital", considera Kurita, que também disse ter se inspirado nos desenhos de mangás. "Por sua origem japonesa, não esperava que as pessoas no exterior adotassem os emojis", afirma, ainda surpreso pelo sucesso de sua criação. "REAFIRMAR O LADO HUMANO" Do coração ao guarda-chuva, da taça de Martini ao "smiley", "essas modestas obras de arte plantaram as sementes que permitiram o incrível desenvolvimento de uma linguagem visual", resume Paul Galloway, um dos responsáveis do MoMA. Doze anos depois de seu nascimento no Japão, a febre emoji tomou conta do mundo quando a Apple os integrou à biblioteca de caracteres do iPhone. Desde então, eles se multiplicaram até superar os 1.800 símbolos, além de alegrar as conversas escritas. Um exemplo é o tenista Andy Murray, que contou sobre seu casamento no Twitter apenas usando emojis. Este recurso das imagens parece mais necessário com a chegada da comunicação eletrônica "para reafirmar o lado humano em um universo profundamente impessoal e abstrato", destaca Galloway. Os emojis "permitem que uma mensagem informal transmita emoções e sentimentos que são difíceis de passar em conversas escritas", confirma Marcel Danesi, professor de semiótica na Universidade de Toronto e autor de um livro sobre o tema. "Permitem também comprimir a informação, ganhar espaço e, sobretudo, acrescentam um tom não conflituoso à mensagem", como se "apaziguasse as relações, acabando com potenciais tensões". ETERNOS "Um smiley no início e no final de uma mensagem garante que ela será lida em um estado de ânimo positivo, inclusive se a intenção é irônica ou de acusação", continua. "Com um coração que mensagem poderia ser negativa?", concorda Kurita. Especialmente apreciados pelos mais jovens, os emojis se enriquecem a cada ano sob a égide do consórcio Unicode, com sede no Vale do Silício, responsável por codificar cada caractere para que possa ser lido em qualquer dispositivo eletrônico, "seja qual for a plataforma, programa ou idioma". Mas Danesi adverte que em alguns casos há uma "certa ambiguidade", até o ponto de uma agência de tradução londrina decidir contratar um especialista para decifrar seu uso de acordo com o país. Sobre sua perenidade, o semiólogo admite não estar "seguro de que os emojis como conhecemos hoje irão durar para sempre". Entretanto, o nascimento de "uma escrita híbrida" que mistura signos clássicos e símbolos visuais é um "marco", afirma. O homem por trás dos emojis, que atualmente ocupa um alto cargo na empresa japonesa de serviços on-line Dwango, quer acreditar que suas criações ficarão para a posteridade. "Me pergunto como serão em 50 ou 100 anos. Mas não acredito que desaparecerão."
tec
Conheça o japonês que criou os emojis, incorporados à coleção do MoMAShigetaka Kurita ainda não acredita: quando no final dos anos 1990 este japonês rabiscou 176 símbolos rudimentares no papel não imaginava que um dia seus "emojis" apareceriam em mensagens do mundo inteiro. Os emojis acabam de entrar para a história da arte por serem incorporados à coleção do famoso MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), onde estão expostos atualmente em sua versão original. "Criei o que eu mesmo queria ter, algo que acrescentasse sentimentos às curtas e frustrantes mensagens escritas', explica o criador de 44 anos, que na época trabalhava na NTT Docomo, pioneira da internet móvel. Para Kurita, "ter a honra" de estar exposto no MoMA é mais do que poderia imaginar, admite em entrevista em Tóquio. Os emojis, termo que significa, literalmente, "imagem-letra" em japonês, são de certa forma "uma evolução dos Kanji (ideogramas), transformados em pictogramas coloridos na era digital", considera Kurita, que também disse ter se inspirado nos desenhos de mangás. "Por sua origem japonesa, não esperava que as pessoas no exterior adotassem os emojis", afirma, ainda surpreso pelo sucesso de sua criação. "REAFIRMAR O LADO HUMANO" Do coração ao guarda-chuva, da taça de Martini ao "smiley", "essas modestas obras de arte plantaram as sementes que permitiram o incrível desenvolvimento de uma linguagem visual", resume Paul Galloway, um dos responsáveis do MoMA. Doze anos depois de seu nascimento no Japão, a febre emoji tomou conta do mundo quando a Apple os integrou à biblioteca de caracteres do iPhone. Desde então, eles se multiplicaram até superar os 1.800 símbolos, além de alegrar as conversas escritas. Um exemplo é o tenista Andy Murray, que contou sobre seu casamento no Twitter apenas usando emojis. Este recurso das imagens parece mais necessário com a chegada da comunicação eletrônica "para reafirmar o lado humano em um universo profundamente impessoal e abstrato", destaca Galloway. Os emojis "permitem que uma mensagem informal transmita emoções e sentimentos que são difíceis de passar em conversas escritas", confirma Marcel Danesi, professor de semiótica na Universidade de Toronto e autor de um livro sobre o tema. "Permitem também comprimir a informação, ganhar espaço e, sobretudo, acrescentam um tom não conflituoso à mensagem", como se "apaziguasse as relações, acabando com potenciais tensões". ETERNOS "Um smiley no início e no final de uma mensagem garante que ela será lida em um estado de ânimo positivo, inclusive se a intenção é irônica ou de acusação", continua. "Com um coração que mensagem poderia ser negativa?", concorda Kurita. Especialmente apreciados pelos mais jovens, os emojis se enriquecem a cada ano sob a égide do consórcio Unicode, com sede no Vale do Silício, responsável por codificar cada caractere para que possa ser lido em qualquer dispositivo eletrônico, "seja qual for a plataforma, programa ou idioma". Mas Danesi adverte que em alguns casos há uma "certa ambiguidade", até o ponto de uma agência de tradução londrina decidir contratar um especialista para decifrar seu uso de acordo com o país. Sobre sua perenidade, o semiólogo admite não estar "seguro de que os emojis como conhecemos hoje irão durar para sempre". Entretanto, o nascimento de "uma escrita híbrida" que mistura signos clássicos e símbolos visuais é um "marco", afirma. O homem por trás dos emojis, que atualmente ocupa um alto cargo na empresa japonesa de serviços on-line Dwango, quer acreditar que suas criações ficarão para a posteridade. "Me pergunto como serão em 50 ou 100 anos. Mas não acredito que desaparecerão."
10
Trump diz que foi sarcástico ao chamar Obama de 'cofundador do EI'
"ELES NÃO ENTENDEM SARCASMO?" Com a pergunta acima, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, escreveu em sua conta no Twitter que estava sendo sarcástico ao chamar o presidente Barack Obama de "cofundador do Estado Islâmico", tópico bastante explorado pelo noticiário nesta semana, em especial pela rede CNN, citada por Trump em seu tuíte. Veja Trump repetiu o ataque a Obama dezenas de vezes nas últimas semanas, em comícios e entrevistas, a última delas nesta quinta-feira (11). "Ele [Obama] foi o fundador do Estado Islâmico. E ela [Hillary] também. Quer dizer, eu os chamo de cofundadores", disse Trump em entrevista à rede de TV CNBC nesta quinta-feira (11). "Ele não deveria ter saído do jeito que saiu [do Iraque]. Foi um desastre o que ele fez." O republicano já havia se recusado a esclarecer o que queria dizer com a afirmação ou se estava sendo sarcástico. Na terça-feira (9), por exemplo, o apresentador de rádio Hugh Hewitt tentou conseguir alguma explicação de Trump nesse sentido. "Não, eu disse que ele [Obama] é o fundador do Estado Islâmico. Eu digo isso", respondeu o empresário. Ao dizer que Obama estava tentando derrotar os extremistas, o jornalista ouviu como resposta: "Eu não ligo. Ele era o fundador."
mundo
Trump diz que foi sarcástico ao chamar Obama de 'cofundador do EI'"ELES NÃO ENTENDEM SARCASMO?" Com a pergunta acima, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, escreveu em sua conta no Twitter que estava sendo sarcástico ao chamar o presidente Barack Obama de "cofundador do Estado Islâmico", tópico bastante explorado pelo noticiário nesta semana, em especial pela rede CNN, citada por Trump em seu tuíte. Veja Trump repetiu o ataque a Obama dezenas de vezes nas últimas semanas, em comícios e entrevistas, a última delas nesta quinta-feira (11). "Ele [Obama] foi o fundador do Estado Islâmico. E ela [Hillary] também. Quer dizer, eu os chamo de cofundadores", disse Trump em entrevista à rede de TV CNBC nesta quinta-feira (11). "Ele não deveria ter saído do jeito que saiu [do Iraque]. Foi um desastre o que ele fez." O republicano já havia se recusado a esclarecer o que queria dizer com a afirmação ou se estava sendo sarcástico. Na terça-feira (9), por exemplo, o apresentador de rádio Hugh Hewitt tentou conseguir alguma explicação de Trump nesse sentido. "Não, eu disse que ele [Obama] é o fundador do Estado Islâmico. Eu digo isso", respondeu o empresário. Ao dizer que Obama estava tentando derrotar os extremistas, o jornalista ouviu como resposta: "Eu não ligo. Ele era o fundador."
4
Erro em radar de SP obriga gestão Haddad a cancelar 17 mil multas
Em meio à disparada de multas de trânsito, um erro de aferição em um radar de controle de velocidade obrigou a gestão Fernando Haddad (PT) a cancelar 17.094 autuações indevidas de motoristas que rodavam pela zona leste da cidade de São Paulo. Trata-se de um recorde de anulações simultâneas de multas na capital, reconhece a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A quantidade equivale a 65% de todos os flagrantes de infrações feitos por mais de 850 equipamentos na cidade em um dia. O radar instalado na avenida Marechal Tito, a 30 metros da rua Engenheiro Manuel Osório, em São Miguel Paulista (zona leste), apresentou falha na aferição da velocidade, cujo limite é de 40 km/h. As multas erradas, diz a gestão Haddad, se referem ao período de 29 de outubro a 9 de novembro do ano passado. A falha só foi confirmada neste ano, após questionamentos de condutores de ônibus. Em média, houve uma multa errada por minuto. "Teve motorista que levou mais de cinco multas num dia. Teve gente que pagou, inclusive", disse Ronilson dos Santos Gama, 29, ex-fiscal de linha da região. A prefeitura diz que, apesar do envio de notificações, as multas foram anuladas e os pontos não foram lançados na carteira de habilitação. O equipamento em que houve a falha fica ao lado da faixa exclusiva de ônibus à direita, flagrando ainda motoristas de carros à esquerda. PANE NO SISTEMA MOBILIZAÇÃO O volume de queixas diante do aumento das multas naquele local levou à mobilização do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo –que, para provar a falha, confrontou os dados das velocidades registradas com os registros dos tacógrafos (equipamentos que gravam dados de distância percorrida e velocidade nos coletivos). "Só começaram a cancelar as multas depois que mandamos ofício comprovando os erros", diz Valdevan Noventa, presidente da entidade. Esse radar teve uma média diária de multas 57% superior à do ponto de fiscalização campeão de autuações na cidade –um conjunto de cinco radares na avenida dos Bandeirantes, na altura do viaduto Washington Luís. A gestão Haddad diz que a expansão da fiscalização visa à diminuição de mortes em acidentes viários. Em 2015, houve recorde de multas: apenas de radares foram 9,6 milhões. A Promotoria questiona Haddad na Justiça pelo uso dos recursos arrecadados. Pesquisa Datafolha aponta que 24% dos paulistanos receberam multas de trânsito nos últimos 12 meses –ante 14% dois anos atrás. Do total, 47% culpam os próprios motoristas pelo alto volume de multas, mas saltou de 10% para 23% os que responsabilizam os radares. RESSARCIMENTO A gestão Fernando Haddad (PT) admite a falha nos registros do radar, mas afirma que os erros foram corrigidos. Embora diga que apenas notificações –documentos que alertam para um posterior envio da multa– tenham sido enviadas aos motoristas, a administração afirma que é possível ressarcir quem pagou multas indevidamente. A devolução automática pode ser feita pela internet, por meio do site da Secretaria Municipal de Finanças. No entanto, a secretaria diz não haver registros de pagamentos indevidos. A Secretaria Municipal de Transportes diz que motoristas receberam as notificações de multas, mas antes da emissão delas foram canceladas. Os notificados, porém, não receberam comunicado informando sobre a anulação. Segundo a prefeitura, o radar calculava a velocidade de forma incorreta. "Após a manutenção foi realizada nova aferição pelo Inmetro, por meio do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem)", afirma. Erros de aferição de velocidade já ocorreram, mas não nessa dimensão. Em 2012, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD), foram aplicadas 13 mil multas incorretamente por radares que registravam desrespeito ao rodízio de veículos. A infração chegava ao motorista com a foto de veículo que não era dele. Em 2005, na gestão José Serra (PSDB), radares emitiram 8.954 multas de rodízio irregulares. O relógio não havia sido ajustado para o horário de verão. (GBJ)
cotidiano
Erro em radar de SP obriga gestão Haddad a cancelar 17 mil multasEm meio à disparada de multas de trânsito, um erro de aferição em um radar de controle de velocidade obrigou a gestão Fernando Haddad (PT) a cancelar 17.094 autuações indevidas de motoristas que rodavam pela zona leste da cidade de São Paulo. Trata-se de um recorde de anulações simultâneas de multas na capital, reconhece a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A quantidade equivale a 65% de todos os flagrantes de infrações feitos por mais de 850 equipamentos na cidade em um dia. O radar instalado na avenida Marechal Tito, a 30 metros da rua Engenheiro Manuel Osório, em São Miguel Paulista (zona leste), apresentou falha na aferição da velocidade, cujo limite é de 40 km/h. As multas erradas, diz a gestão Haddad, se referem ao período de 29 de outubro a 9 de novembro do ano passado. A falha só foi confirmada neste ano, após questionamentos de condutores de ônibus. Em média, houve uma multa errada por minuto. "Teve motorista que levou mais de cinco multas num dia. Teve gente que pagou, inclusive", disse Ronilson dos Santos Gama, 29, ex-fiscal de linha da região. A prefeitura diz que, apesar do envio de notificações, as multas foram anuladas e os pontos não foram lançados na carteira de habilitação. O equipamento em que houve a falha fica ao lado da faixa exclusiva de ônibus à direita, flagrando ainda motoristas de carros à esquerda. PANE NO SISTEMA MOBILIZAÇÃO O volume de queixas diante do aumento das multas naquele local levou à mobilização do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo –que, para provar a falha, confrontou os dados das velocidades registradas com os registros dos tacógrafos (equipamentos que gravam dados de distância percorrida e velocidade nos coletivos). "Só começaram a cancelar as multas depois que mandamos ofício comprovando os erros", diz Valdevan Noventa, presidente da entidade. Esse radar teve uma média diária de multas 57% superior à do ponto de fiscalização campeão de autuações na cidade –um conjunto de cinco radares na avenida dos Bandeirantes, na altura do viaduto Washington Luís. A gestão Haddad diz que a expansão da fiscalização visa à diminuição de mortes em acidentes viários. Em 2015, houve recorde de multas: apenas de radares foram 9,6 milhões. A Promotoria questiona Haddad na Justiça pelo uso dos recursos arrecadados. Pesquisa Datafolha aponta que 24% dos paulistanos receberam multas de trânsito nos últimos 12 meses –ante 14% dois anos atrás. Do total, 47% culpam os próprios motoristas pelo alto volume de multas, mas saltou de 10% para 23% os que responsabilizam os radares. RESSARCIMENTO A gestão Fernando Haddad (PT) admite a falha nos registros do radar, mas afirma que os erros foram corrigidos. Embora diga que apenas notificações –documentos que alertam para um posterior envio da multa– tenham sido enviadas aos motoristas, a administração afirma que é possível ressarcir quem pagou multas indevidamente. A devolução automática pode ser feita pela internet, por meio do site da Secretaria Municipal de Finanças. No entanto, a secretaria diz não haver registros de pagamentos indevidos. A Secretaria Municipal de Transportes diz que motoristas receberam as notificações de multas, mas antes da emissão delas foram canceladas. Os notificados, porém, não receberam comunicado informando sobre a anulação. Segundo a prefeitura, o radar calculava a velocidade de forma incorreta. "Após a manutenção foi realizada nova aferição pelo Inmetro, por meio do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem)", afirma. Erros de aferição de velocidade já ocorreram, mas não nessa dimensão. Em 2012, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD), foram aplicadas 13 mil multas incorretamente por radares que registravam desrespeito ao rodízio de veículos. A infração chegava ao motorista com a foto de veículo que não era dele. Em 2005, na gestão José Serra (PSDB), radares emitiram 8.954 multas de rodízio irregulares. O relógio não havia sido ajustado para o horário de verão. (GBJ)
5
Seleção tem 15 pacotes para o Chile, do norte do Atacama ao sul da Patagônia
A Folha traz, nesta semana, uma edição especial de "Turismo" sobre o Chile –país que viu o mercado de turismo crescer, neste primeiro semestre, 28%; a expectativa é que o número de visitantes aumente 25% ao final de 2016, em comparação com o ano passado. Em locais como a reserva biológica de Huilo-Huilo, só o número de brasileiros triplicou no primeiro trimestre. A reportagem esteve na reserva e também na região de Aysén, no sul da Patagônia, para apresentar destinos ainda pouco explorados. Também visitou o deserto do Atacama, mais popular, para conhecer a nova atração local, um passeio de balão. Veja abaixo uma seleção de pacotes para viajar ao Chile. * O QUE SABER SOBRE O CHILE * PACOTES R$ 3.119 Valor por pessoa para sete noites em San Pedro de Atacama. Sem passeios, pacote inclui café e passagens aéreas. No Decolar: decolar.com US$ 1.100 (R$ 3.452) Pacote de seis noites entre Santiago e Puerto Natales. Valor por pessoa, sem aéreo, inclui traslados, city tour na capital e excursão na Patagônia. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br US$ 1.183 (R$ 3.809) Seis noites, entre Santiago e a região do Atacama. Inclui passeios e café da manhã. Preço por pessoa, sem aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br US$ 1.470 (R$ 4.733) Cinco noites na região do deserto do Atacama, com café, tours e traslados. Valor por pessoa, com aéreo. Na Forma Family: (11) 5053-2810; formafamily.com.br US$ 1.541 (R$ 4.961) Pacote de cinco noites entre Santiago (com tour) e o Atacama (com passeios). Valor por pessoa, com café e aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br US$ 1.599 (R$ 5.148) Valor por pessoa para cinco noites entre Santiago e Atacama, com café, um almoço, aéreo, traslados e passeios. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 5.365 Seis noites, entre Santiago e San Pedro de Atacama. Preço por pessoa, com passeios, passagens aéreas, café e traslados. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.694 (R$ 5.454) Pacote de seis noites entre Santiago e Puerto Natales, na região da Patagônia. Com aéreo e café. Preço por pessoa. Na Brazilian Summer: (11) 5096-2230; brazilian-summer.com.br US$ 1.805 (R$ 5.811) Pacote de seis noites na Patagônia, entre Puerto Natales e El Calafate. Valor por pessoa, com café, passeios e traslados. Na Kangaroo: (11) 3509-3800; kangaroo.com.br US$ 2.450 (R$ 7.888) Quatro noites no hotel Tierra Atacama, em regime de pensão completa. Com passeios, valor por pessoa sem aéreo. Na Auroraeco: (11) 3086-1737; auroraeco.com.br US$ 3.025 (R$ 9.739) Pacote de cinco noites na Patagônia, entre Punta Arenas (com café) e Torres del Paine (pensão completa). Inclui passeios e passagens aéreas. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br US$ 3.040 (R$ 9.787) Pacote de seis noites entre Santiago (com café) e a região de Torres del Paine, na Patagônia (com pensão completa). Sem aéreo, inclui passeios. Preço por pessoa. Na Pisa: (11) 5052-4085; pisa.tur.br US$ 3.400 (R$ 10.947) Quatro noites no hotel Tierra Patagonia, incluindo passeios e todas as refeições e bebidas. Sem aéreo, com traslados. Valor por pessoa. Reservas: tierrahotels.com US$ 4.040 (R$ 13.008) Nove noites no Chile (cinco em hotel e quatro em camping), com trekking na Patagônia. Sem aéreo, inclui café, cinco almoços, quatro jantares e traslados. No STB: (11) 3038-1551; stb.com.br
turismo
Seleção tem 15 pacotes para o Chile, do norte do Atacama ao sul da PatagôniaA Folha traz, nesta semana, uma edição especial de "Turismo" sobre o Chile –país que viu o mercado de turismo crescer, neste primeiro semestre, 28%; a expectativa é que o número de visitantes aumente 25% ao final de 2016, em comparação com o ano passado. Em locais como a reserva biológica de Huilo-Huilo, só o número de brasileiros triplicou no primeiro trimestre. A reportagem esteve na reserva e também na região de Aysén, no sul da Patagônia, para apresentar destinos ainda pouco explorados. Também visitou o deserto do Atacama, mais popular, para conhecer a nova atração local, um passeio de balão. Veja abaixo uma seleção de pacotes para viajar ao Chile. * O QUE SABER SOBRE O CHILE * PACOTES R$ 3.119 Valor por pessoa para sete noites em San Pedro de Atacama. Sem passeios, pacote inclui café e passagens aéreas. No Decolar: decolar.com US$ 1.100 (R$ 3.452) Pacote de seis noites entre Santiago e Puerto Natales. Valor por pessoa, sem aéreo, inclui traslados, city tour na capital e excursão na Patagônia. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br US$ 1.183 (R$ 3.809) Seis noites, entre Santiago e a região do Atacama. Inclui passeios e café da manhã. Preço por pessoa, sem aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br US$ 1.470 (R$ 4.733) Cinco noites na região do deserto do Atacama, com café, tours e traslados. Valor por pessoa, com aéreo. Na Forma Family: (11) 5053-2810; formafamily.com.br US$ 1.541 (R$ 4.961) Pacote de cinco noites entre Santiago (com tour) e o Atacama (com passeios). Valor por pessoa, com café e aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br US$ 1.599 (R$ 5.148) Valor por pessoa para cinco noites entre Santiago e Atacama, com café, um almoço, aéreo, traslados e passeios. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 5.365 Seis noites, entre Santiago e San Pedro de Atacama. Preço por pessoa, com passeios, passagens aéreas, café e traslados. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.694 (R$ 5.454) Pacote de seis noites entre Santiago e Puerto Natales, na região da Patagônia. Com aéreo e café. Preço por pessoa. Na Brazilian Summer: (11) 5096-2230; brazilian-summer.com.br US$ 1.805 (R$ 5.811) Pacote de seis noites na Patagônia, entre Puerto Natales e El Calafate. Valor por pessoa, com café, passeios e traslados. Na Kangaroo: (11) 3509-3800; kangaroo.com.br US$ 2.450 (R$ 7.888) Quatro noites no hotel Tierra Atacama, em regime de pensão completa. Com passeios, valor por pessoa sem aéreo. Na Auroraeco: (11) 3086-1737; auroraeco.com.br US$ 3.025 (R$ 9.739) Pacote de cinco noites na Patagônia, entre Punta Arenas (com café) e Torres del Paine (pensão completa). Inclui passeios e passagens aéreas. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br US$ 3.040 (R$ 9.787) Pacote de seis noites entre Santiago (com café) e a região de Torres del Paine, na Patagônia (com pensão completa). Sem aéreo, inclui passeios. Preço por pessoa. Na Pisa: (11) 5052-4085; pisa.tur.br US$ 3.400 (R$ 10.947) Quatro noites no hotel Tierra Patagonia, incluindo passeios e todas as refeições e bebidas. Sem aéreo, com traslados. Valor por pessoa. Reservas: tierrahotels.com US$ 4.040 (R$ 13.008) Nove noites no Chile (cinco em hotel e quatro em camping), com trekking na Patagônia. Sem aéreo, inclui café, cinco almoços, quatro jantares e traslados. No STB: (11) 3038-1551; stb.com.br
13
Música infantil não precisa ensinar, afirma cantora do grupo Tiquequê
"Educação é educação, arte é arte. É perigoso quando o objetivo das músicas infantis passa a ser ensinar." É o que pensa Diana Tatit, 32, integrante do grupo Tiquequê. Ela e os outros três membros da banda lançam seu primeiro DVD autoral nesta semana. "O Gigante - Ao Vivo" é uma regravação do CD "Era uma Vez um Gigante" e traz uma coletânea das músicas compostas pelo próprio grupo para outros discos –normalmente com canções populares ou de outros autores. "A produção musical para crianças muitas vezes se perde em ter um projeto pedagógico", afirma a cantora. "Às vezes, os assuntos que os pais querem abordar não são os temas nos quais as crianças estão interessadas." Na música "Salada", por exemplo, a mãe pergunta se a criança não quer comer verduras, e o filho responde que não. Já a canção que dá nome ao DVD conta a história de um "gigante do passo grande" e "barriga de elefante". "Não é para dar lição de moral", diz Diana. "O Gigante - Ao Vivo", quarto show do repertório do Tiquequê, foi viabilizado por uma campanha de financiamento coletivo. Eles arrecadaram aproximadamente R$ 59 mil, mais do que os R$ 55 mil previstos. É a segunda vez que o grupo recorre a uma "vaquinha on-line". A primeira foi em 2011, para a gravação do DVD "Tu Toca o Quê?". Na ocasião, um casal dono de um hotel em Monte Verde (MG) ganhou um show e doou para todas as crianças da rede municipal de escolas da cidade. Assista ao clipe de 'Era uma Vez um Gigante' SOM E CENA A dupla Palavra Cantada e o grupo Barbatuques, que são referências para o Tiquequê desde o início do grupo, em 2000, participam de cinco faixas do projeto. Os três seguem a fórmula de juntar música e encenação para crianças. "O Paulo [Tatit] e a Sandra [Peres] foram pioneiros nesse estilo de música infantil. Antes do Palavra Cantada só tinha uma produção mais comercial, de massa", afirma Diana –ela e Bel Tatit, outra integrante do Tiquequê, são sobrinhas do músico. "A percussão corporal [fazer sons com o corpo] dos Barbatuques também casou muito com a linguagem que queríamos, mesmo que eles não tivessem um trabalho infantil na época em que começamos." O grupo planeja fazer shows do novo DVD pelo país, mas ainda não tem agenda confirmada. Neste domingo (25), apresenta o espetáculo "Toc Patoc" no Teatro Municipal da Mooca, em São Paulo, às 15h. PARA CONFERIR DVD 'O Gigante - Ao vivo' QUANDO a partir desta semana QUANTO R$ 29,90
folhinha
Música infantil não precisa ensinar, afirma cantora do grupo Tiquequê"Educação é educação, arte é arte. É perigoso quando o objetivo das músicas infantis passa a ser ensinar." É o que pensa Diana Tatit, 32, integrante do grupo Tiquequê. Ela e os outros três membros da banda lançam seu primeiro DVD autoral nesta semana. "O Gigante - Ao Vivo" é uma regravação do CD "Era uma Vez um Gigante" e traz uma coletânea das músicas compostas pelo próprio grupo para outros discos –normalmente com canções populares ou de outros autores. "A produção musical para crianças muitas vezes se perde em ter um projeto pedagógico", afirma a cantora. "Às vezes, os assuntos que os pais querem abordar não são os temas nos quais as crianças estão interessadas." Na música "Salada", por exemplo, a mãe pergunta se a criança não quer comer verduras, e o filho responde que não. Já a canção que dá nome ao DVD conta a história de um "gigante do passo grande" e "barriga de elefante". "Não é para dar lição de moral", diz Diana. "O Gigante - Ao Vivo", quarto show do repertório do Tiquequê, foi viabilizado por uma campanha de financiamento coletivo. Eles arrecadaram aproximadamente R$ 59 mil, mais do que os R$ 55 mil previstos. É a segunda vez que o grupo recorre a uma "vaquinha on-line". A primeira foi em 2011, para a gravação do DVD "Tu Toca o Quê?". Na ocasião, um casal dono de um hotel em Monte Verde (MG) ganhou um show e doou para todas as crianças da rede municipal de escolas da cidade. Assista ao clipe de 'Era uma Vez um Gigante' SOM E CENA A dupla Palavra Cantada e o grupo Barbatuques, que são referências para o Tiquequê desde o início do grupo, em 2000, participam de cinco faixas do projeto. Os três seguem a fórmula de juntar música e encenação para crianças. "O Paulo [Tatit] e a Sandra [Peres] foram pioneiros nesse estilo de música infantil. Antes do Palavra Cantada só tinha uma produção mais comercial, de massa", afirma Diana –ela e Bel Tatit, outra integrante do Tiquequê, são sobrinhas do músico. "A percussão corporal [fazer sons com o corpo] dos Barbatuques também casou muito com a linguagem que queríamos, mesmo que eles não tivessem um trabalho infantil na época em que começamos." O grupo planeja fazer shows do novo DVD pelo país, mas ainda não tem agenda confirmada. Neste domingo (25), apresenta o espetáculo "Toc Patoc" no Teatro Municipal da Mooca, em São Paulo, às 15h. PARA CONFERIR DVD 'O Gigante - Ao vivo' QUANDO a partir desta semana QUANTO R$ 29,90
19
Revogação de sanções ao Irã indica que o diálogo é possível, escreve leitor
O anúncio de que o Irã cumpriu o acordo nuclear e de que as sanções econômicas adotadas contra ele serão revogadas mostra que é possível existir diálogo, um acordo para que o bem comum seja instaurado. Tempos atrás, Irã era visto como uma ameaça mundial. Hoje, com este acordo, é visto como uma esperança de melhores condições sociais, econômicas e até políticas. Que este acontecimento histórico, por mais que ainda esteja em andamento, seja exemplo para outros conflitos e discussões. Wagner Fernandes Guardia (São Vicente, SP)
paineldoleitor
Revogação de sanções ao Irã indica que o diálogo é possível, escreve leitorO anúncio de que o Irã cumpriu o acordo nuclear e de que as sanções econômicas adotadas contra ele serão revogadas mostra que é possível existir diálogo, um acordo para que o bem comum seja instaurado. Tempos atrás, Irã era visto como uma ameaça mundial. Hoje, com este acordo, é visto como uma esperança de melhores condições sociais, econômicas e até políticas. Que este acontecimento histórico, por mais que ainda esteja em andamento, seja exemplo para outros conflitos e discussões. Wagner Fernandes Guardia (São Vicente, SP)
8
Jornalista diz que atiradores gritavam 'vamos vingar o profeta'
Pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo dois policiais, em um ataque nesta quarta-feira (7) à redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, no 11° distrito policial de Paris, perto da praça da Bastilha. Dois homens mascarados invadiram a sede do jornal às 11h30 no horário local (8h30 pelo horário de Brasília). Eles utilizaram metralhadoras AK-47. Quatro pessoas feridas estão entre a vida e morte. Charlie Hebdo ficou conhecido por ter publicado caricaturas de Maomé, que ofenderam os fiéis muçulmanos e provocaram uma série de ameaças. As autoridades francesas elevaram o nível de alerta terrorista na região parisiense. O presidente François Hollande e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, estão no local do atentado para prestar apoio e solidariedade. Vincent Justin, um jornalista que trabalha no edifício, afirmou que os assassinos gritavam "vamos vingar o profeta". Dois veículos estavam esperando para ajudar na fuga dos dois criminosos. Incêndio em 2011 No início de novembro de 2011, dois dias antes do anúncio da publicação de uma edição batizada de "Charia Hebdo" com "Maomé como redator-chefe", a sede do jornal foi destruída por um incêndio. O local foi atacado durante a noite por um coquetel molotov. Não houve vítimas, mas o edifício ficou completamente destruído. O site do jornal foi hackeado na época, com a publicação da imagem da grande mesquita de Meca e da frase "Alá é o único Deus" na home da página.
rfi
Jornalista diz que atiradores gritavam 'vamos vingar o profeta'Pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo dois policiais, em um ataque nesta quarta-feira (7) à redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, no 11° distrito policial de Paris, perto da praça da Bastilha. Dois homens mascarados invadiram a sede do jornal às 11h30 no horário local (8h30 pelo horário de Brasília). Eles utilizaram metralhadoras AK-47. Quatro pessoas feridas estão entre a vida e morte. Charlie Hebdo ficou conhecido por ter publicado caricaturas de Maomé, que ofenderam os fiéis muçulmanos e provocaram uma série de ameaças. As autoridades francesas elevaram o nível de alerta terrorista na região parisiense. O presidente François Hollande e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, estão no local do atentado para prestar apoio e solidariedade. Vincent Justin, um jornalista que trabalha no edifício, afirmou que os assassinos gritavam "vamos vingar o profeta". Dois veículos estavam esperando para ajudar na fuga dos dois criminosos. Incêndio em 2011 No início de novembro de 2011, dois dias antes do anúncio da publicação de uma edição batizada de "Charia Hebdo" com "Maomé como redator-chefe", a sede do jornal foi destruída por um incêndio. O local foi atacado durante a noite por um coquetel molotov. Não houve vítimas, mas o edifício ficou completamente destruído. O site do jornal foi hackeado na época, com a publicação da imagem da grande mesquita de Meca e da frase "Alá é o único Deus" na home da página.
35
Para Janot, é a corrupção que diminui PIB, não a investigação da Lava Jato
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (28) que as investigações da Operação Lava Jato não impactaram negativamente no PIB brasileiro, que caiu 1,9% em relação ao primeiro trimestre. "Li comentários, não sei se esta semana ou passada, que essa enorme operação em curso [Lava Jato] teve impacto negativo de 2,2% no PIB brasileiro", afirmou ele, que participou da inauguração da nova sede da Procuradoria da República, em Porto Alegre. Ele continuou: "Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência. Não consigo entender como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente no PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi o esquema de corrupção". O procurador-geral também disse que o país vive uma crise "com certeza" e que está diante de um "descomunal caso de corrupção". "Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptores. Enfrentamos o poder econômico e político no exercício do poder. Não é fácil", disse Janot. Janot também fez uma associação entre a corrupção no setor da construção civil, cujo PIB caiu 8.4%, e a inauguração do imóvel da Procuradoria. "Que esse prédio signifique que a corrupção nesse pais não é uma atividade que atinge o país como um todo", disse. Janot foi reconduzido ao cargo na última quarta-feira (26) após uma sabatina de mais de 10 horas no Senado. Janot recebeu 59 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. Treze senadores são alvo de investigações da Lava Jato. PROTESTOS Centenas de servidores do órgão protestaram em frente ao prédio da Procuradoria enquanto aguardavam a chegada de Janot. Eles usavam camisetas pretas e fizeram barulho com buzinas e apitos do lado de fora do evento. Os servidores protestam pela falta de aumento salarial e dizem que Janot "mentiu" durante a sabatina quando falou que o projeto substitutivo de reajuste salarial enviado ao Senado foi "negociado com os servidores". Os funcionários concursados querem um reajuste de 13% que foi garantido na Justiça, afirmou Gerson Anversa, diretor do sindicato da categoria. No substitutivo de Janot, o reajuste é diluído ao longo de vários anos, disse o sindicalista.
poder
Para Janot, é a corrupção que diminui PIB, não a investigação da Lava JatoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (28) que as investigações da Operação Lava Jato não impactaram negativamente no PIB brasileiro, que caiu 1,9% em relação ao primeiro trimestre. "Li comentários, não sei se esta semana ou passada, que essa enorme operação em curso [Lava Jato] teve impacto negativo de 2,2% no PIB brasileiro", afirmou ele, que participou da inauguração da nova sede da Procuradoria da República, em Porto Alegre. Ele continuou: "Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência. Não consigo entender como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente no PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi o esquema de corrupção". O procurador-geral também disse que o país vive uma crise "com certeza" e que está diante de um "descomunal caso de corrupção". "Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptores. Enfrentamos o poder econômico e político no exercício do poder. Não é fácil", disse Janot. Janot também fez uma associação entre a corrupção no setor da construção civil, cujo PIB caiu 8.4%, e a inauguração do imóvel da Procuradoria. "Que esse prédio signifique que a corrupção nesse pais não é uma atividade que atinge o país como um todo", disse. Janot foi reconduzido ao cargo na última quarta-feira (26) após uma sabatina de mais de 10 horas no Senado. Janot recebeu 59 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. Treze senadores são alvo de investigações da Lava Jato. PROTESTOS Centenas de servidores do órgão protestaram em frente ao prédio da Procuradoria enquanto aguardavam a chegada de Janot. Eles usavam camisetas pretas e fizeram barulho com buzinas e apitos do lado de fora do evento. Os servidores protestam pela falta de aumento salarial e dizem que Janot "mentiu" durante a sabatina quando falou que o projeto substitutivo de reajuste salarial enviado ao Senado foi "negociado com os servidores". Os funcionários concursados querem um reajuste de 13% que foi garantido na Justiça, afirmou Gerson Anversa, diretor do sindicato da categoria. No substitutivo de Janot, o reajuste é diluído ao longo de vários anos, disse o sindicalista.
0
Tudo pode ser ensinado pela tela, mas aula prática depende de supervisão
Na hora de executar o que aprendeu, o aluno de cursos práticos a distância enfrenta, ao menos, dois obstáculos: a ausência de monitoria dos professores e de acesso a diferentes tecnologias. Como o tipo de prática varia em cada instituição, ao escolher um curso, a regra é: quanto mais metodologias oferecidas, melhor. "Falta um pouco de prática supervisionada", diz Felipe Urbina, 47, aluno do curso superior de estética da Unopar (Universidade Norte do Paraná) e professor de cursos livres de nível médio. "Em geral, as atividades práticas ficam restritas aos polos e a simuladores mais simples. Poucas instituições usam realidade virtual, uma área promissora, mas que ainda está no começo", diz Ivete Palange, conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância. Segundo Urbina, o lado positivo da prática a distância é assistir aos vídeos das disciplinas várias vezes. "Fica tudo na internet. Depois, se temos dúvidas, podemos enviar perguntas on-line." Para Palange, qualquer profissão pode ser ensinada a distância, mas é preciso estimular todas as habilidades. "A prática sempre será uma atividade simulada, mesmo presencialmente. Não adianta um professor falar sozinho na sala, assim como não adianta um aluno só ver vídeos e ler em casa", diz. A integração entre atividades presenciais e a distância é um caminho sem volta na educação, afirma Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá. "O desafio é captar o que cada uma tem de melhor. Não dá para ter um curso só presencial. Ter só atividades on-line sem interatividade também não é suficiente. As duas modalidades não podem mais ser divorciadas."
educacao
Tudo pode ser ensinado pela tela, mas aula prática depende de supervisãoNa hora de executar o que aprendeu, o aluno de cursos práticos a distância enfrenta, ao menos, dois obstáculos: a ausência de monitoria dos professores e de acesso a diferentes tecnologias. Como o tipo de prática varia em cada instituição, ao escolher um curso, a regra é: quanto mais metodologias oferecidas, melhor. "Falta um pouco de prática supervisionada", diz Felipe Urbina, 47, aluno do curso superior de estética da Unopar (Universidade Norte do Paraná) e professor de cursos livres de nível médio. "Em geral, as atividades práticas ficam restritas aos polos e a simuladores mais simples. Poucas instituições usam realidade virtual, uma área promissora, mas que ainda está no começo", diz Ivete Palange, conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância. Segundo Urbina, o lado positivo da prática a distância é assistir aos vídeos das disciplinas várias vezes. "Fica tudo na internet. Depois, se temos dúvidas, podemos enviar perguntas on-line." Para Palange, qualquer profissão pode ser ensinada a distância, mas é preciso estimular todas as habilidades. "A prática sempre será uma atividade simulada, mesmo presencialmente. Não adianta um professor falar sozinho na sala, assim como não adianta um aluno só ver vídeos e ler em casa", diz. A integração entre atividades presenciais e a distância é um caminho sem volta na educação, afirma Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá. "O desafio é captar o que cada uma tem de melhor. Não dá para ter um curso só presencial. Ter só atividades on-line sem interatividade também não é suficiente. As duas modalidades não podem mais ser divorciadas."
12
'O país todo sangra, sofre e chora', afirma leitor
GOVERNO ENCURRALADO Não é só o governo que está encurralado, é o Brasil todo. Lula se diz "perseguido". Aécio Neves posa de "ingênuo". Temer se comporta como "inocente". Enquanto isso, o país todo sangra, sofre e chora. EUGENIO DE ARAUJO SILVA (Canela, RS) * Numa inversão até previsível, os que precisavam de Temer para unificar o Congresso em prol das reformas agora ensaiam um "fora Temer" como uma espécie de "fogo amigo". Já os que representam aqueles contrários às reformas, principalmente a trabalhista e a previdenciária, agora talvez tenham que mudar o grito de guerra para "fica Temer". NILSON MOLARO (Araraquara, SP) - Mergulhado numa crise sem precedentes, fruto da ganância, mau-caratismo e falta de patriotismo de bandidos travestidos de políticos, o Brasil sangra e agoniza. Eis que surgem os "três mosqueteiros", FHC, Lula e Sarney, "paladinos da moral e bons costumes", para "salvar o país", com direito a frases de efeito de Jorge Viana. Pesadelo sem fim. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) - Sem legitimidade para continuar no cargo, Temer apela ao Exército. As imagens de bombas, tiros e cavalaria nos obrigam a comparar o que houve em Brasília com o que ocorreu a partir do fatídico AI 5. Antes que os primeiros mortos apareçam, o presidente ilegítimo deveria renunciar. Daqui para a frente não há outra perspectiva: a violência bruta é o modus operandi quando não há mais política. Somente o voto popular pode restabelecer a crença nas instituições. HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) - DELAÇÃO DA JBS Rodrigo Janot tem razão quando diz que os irmãos Batista fizeram delações consistentes. E daí? Por isso foram presenteados com uma autorização para saírem do país livres de quaisquer condenação? Os outros delatores não tiveram a mesma sorte, mas fizeram, como os irmãos Batista, a sua lição de casa. Aí tem. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) * A minha impressão é que Rodrigo Janot discorreu sobre o tema de forma totalmente alheia ao que dele se esperava. Uma verdadeira "embromação", característica de pessoas que fogem do teor principal do assunto em discussão. Não apresentou os motivos por que liberou empresários que confessaram descaradamente terem cometido ilícitos em suas delações extraordinariamente bem premiadas. JOSÉ MEDALHA (Guarujá, SP) * Rodrigo Janot defende o indefensável. Ao custo de deixar livres pessoas que cometeram tão graves delitos para se fazer uma justiça talvez maior, deixa na sociedade a gravíssima impressão de que o crime compensa no país. TONY NYENHUIS (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Faz bem a Folha em alertar, no editorial "Acordo açodado", para a conduta questionável dos agentes da lei no conjunto das ações da Operação Lava Jato. Ainda que haja desejo pela devida punição, não podemos abandonar o Estado democrático de Direito, por mais imperfeito que seja. O justiçamento é bem pior, com certeza. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * O sucesso e a vaidade subiram à cabeça dos procuradores da República e parece que já estão contaminando os ministros do STF. Para eles, tudo que têm feito é genial. A claque vai sempre aplaudi-los. A pressa, a falta de seguimento aos protocolos legais, a soberba e uma certa dose de vingança poderão pôr abaixo tudo o que a Lava Jato tem produzido de positivo. Sensatez e humildade são fundamentais. LUIZ C. A. ALBUQUERQUE (Viçosa, MG) - CRACOLÂNDIA São 20 anos de cracolândia. Quantos governantes passaram por São Paulo? Quantos enfrentaram a questão de verdade? Se para resolver bastasse mandar a polícia e limpar a rua, por que a cracolândia nunca acabou? A questão é de saúde pública, de inteligência policial, de trabalho em conjunto multidisciplinar. É preciso vontade de resolver, não só de aparecer. FREDERICO DE OLIVEIRA WIGGERT (Jundiaí, SP) * Doria e Alckmin estão competindo para ver quem faz mais bobagens e alardeia sob a forma de realizações. Lamentável! Até eu, que não sou do ramo, antevia que essa ação resultaria em viciados espalhados pelas áreas próximas e que, então, isso seria mais difícil de ser tratado. Na pressa de mostrar serviço, estão tratando os efeitos, não as causas. Faltam coragem e competência. JOAO CLAUDIO PINHEIRO (São Paulo, SP) * O prefeito João Doria quer "limpar" a área para que possa ser explorada pelas construtoras e imobiliárias. Há vários empreendimentos sendo inaugurados no centro da cidade. ANA PAULA RUSINAS (São Paulo, SP) - DIAS MELHORES Maravilhoso, Giovanna! Não existem palavras para descrever a sua atitude. Parabéns à sua família, que está te incentivando e te ajudando. Você é um anjinho por ajudar esses seres abandonados! NEMAURO OSCAR WALBER (Novo Hamburgo, RS) - GLOBO Enfim um grande veículo de comunicação resolve falar da Globo. A análise feita pelo jornalista Marcelo Coelho traz à tona a ideia de que ainda existem profissionais, embora em número restrito, comprometidos com um jornalismo sério e imparcial. Parabéns! VANILDO SANTOS (São Paulo, SP) * A polêmica pequena põe em xeque a isenção de ambas as partes. Justo nesta hora em que tanto precisamos de lucidez! LUIZ DALPIAN (Santo André, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
'O país todo sangra, sofre e chora', afirma leitorGOVERNO ENCURRALADO Não é só o governo que está encurralado, é o Brasil todo. Lula se diz "perseguido". Aécio Neves posa de "ingênuo". Temer se comporta como "inocente". Enquanto isso, o país todo sangra, sofre e chora. EUGENIO DE ARAUJO SILVA (Canela, RS) * Numa inversão até previsível, os que precisavam de Temer para unificar o Congresso em prol das reformas agora ensaiam um "fora Temer" como uma espécie de "fogo amigo". Já os que representam aqueles contrários às reformas, principalmente a trabalhista e a previdenciária, agora talvez tenham que mudar o grito de guerra para "fica Temer". NILSON MOLARO (Araraquara, SP) - Mergulhado numa crise sem precedentes, fruto da ganância, mau-caratismo e falta de patriotismo de bandidos travestidos de políticos, o Brasil sangra e agoniza. Eis que surgem os "três mosqueteiros", FHC, Lula e Sarney, "paladinos da moral e bons costumes", para "salvar o país", com direito a frases de efeito de Jorge Viana. Pesadelo sem fim. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) - Sem legitimidade para continuar no cargo, Temer apela ao Exército. As imagens de bombas, tiros e cavalaria nos obrigam a comparar o que houve em Brasília com o que ocorreu a partir do fatídico AI 5. Antes que os primeiros mortos apareçam, o presidente ilegítimo deveria renunciar. Daqui para a frente não há outra perspectiva: a violência bruta é o modus operandi quando não há mais política. Somente o voto popular pode restabelecer a crença nas instituições. HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) - DELAÇÃO DA JBS Rodrigo Janot tem razão quando diz que os irmãos Batista fizeram delações consistentes. E daí? Por isso foram presenteados com uma autorização para saírem do país livres de quaisquer condenação? Os outros delatores não tiveram a mesma sorte, mas fizeram, como os irmãos Batista, a sua lição de casa. Aí tem. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) * A minha impressão é que Rodrigo Janot discorreu sobre o tema de forma totalmente alheia ao que dele se esperava. Uma verdadeira "embromação", característica de pessoas que fogem do teor principal do assunto em discussão. Não apresentou os motivos por que liberou empresários que confessaram descaradamente terem cometido ilícitos em suas delações extraordinariamente bem premiadas. JOSÉ MEDALHA (Guarujá, SP) * Rodrigo Janot defende o indefensável. Ao custo de deixar livres pessoas que cometeram tão graves delitos para se fazer uma justiça talvez maior, deixa na sociedade a gravíssima impressão de que o crime compensa no país. TONY NYENHUIS (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Faz bem a Folha em alertar, no editorial "Acordo açodado", para a conduta questionável dos agentes da lei no conjunto das ações da Operação Lava Jato. Ainda que haja desejo pela devida punição, não podemos abandonar o Estado democrático de Direito, por mais imperfeito que seja. O justiçamento é bem pior, com certeza. ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP) * O sucesso e a vaidade subiram à cabeça dos procuradores da República e parece que já estão contaminando os ministros do STF. Para eles, tudo que têm feito é genial. A claque vai sempre aplaudi-los. A pressa, a falta de seguimento aos protocolos legais, a soberba e uma certa dose de vingança poderão pôr abaixo tudo o que a Lava Jato tem produzido de positivo. Sensatez e humildade são fundamentais. LUIZ C. A. ALBUQUERQUE (Viçosa, MG) - CRACOLÂNDIA São 20 anos de cracolândia. Quantos governantes passaram por São Paulo? Quantos enfrentaram a questão de verdade? Se para resolver bastasse mandar a polícia e limpar a rua, por que a cracolândia nunca acabou? A questão é de saúde pública, de inteligência policial, de trabalho em conjunto multidisciplinar. É preciso vontade de resolver, não só de aparecer. FREDERICO DE OLIVEIRA WIGGERT (Jundiaí, SP) * Doria e Alckmin estão competindo para ver quem faz mais bobagens e alardeia sob a forma de realizações. Lamentável! Até eu, que não sou do ramo, antevia que essa ação resultaria em viciados espalhados pelas áreas próximas e que, então, isso seria mais difícil de ser tratado. Na pressa de mostrar serviço, estão tratando os efeitos, não as causas. Faltam coragem e competência. JOAO CLAUDIO PINHEIRO (São Paulo, SP) * O prefeito João Doria quer "limpar" a área para que possa ser explorada pelas construtoras e imobiliárias. Há vários empreendimentos sendo inaugurados no centro da cidade. ANA PAULA RUSINAS (São Paulo, SP) - DIAS MELHORES Maravilhoso, Giovanna! Não existem palavras para descrever a sua atitude. Parabéns à sua família, que está te incentivando e te ajudando. Você é um anjinho por ajudar esses seres abandonados! NEMAURO OSCAR WALBER (Novo Hamburgo, RS) - GLOBO Enfim um grande veículo de comunicação resolve falar da Globo. A análise feita pelo jornalista Marcelo Coelho traz à tona a ideia de que ainda existem profissionais, embora em número restrito, comprometidos com um jornalismo sério e imparcial. Parabéns! VANILDO SANTOS (São Paulo, SP) * A polêmica pequena põe em xeque a isenção de ambas as partes. Justo nesta hora em que tanto precisamos de lucidez! LUIZ DALPIAN (Santo André, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
8
PM e guardas cercam novo ponto de concentração de usuários de crack
O "fluxo" de usuários de drogas mudou de novo de endereço no centro de São Paulo. Há um mês, após uma ação policial que prendeu traficantes e desobstruiu vias, eles caminharam 400 metros e se mudaram da rua Dino Bueno para a praça Princesa Isabel. Agora, caminharam 500 metros e se acomodaram na esquina da rua Helvétia e da alameda Cleveland, em uma praça em frente à estação de trem Júlio Prestes e num quarteirão bem ao lado do local onde funcionou, até o dia 21 de maio, a feira de drogas a céu aberto. A recente mudança ocorre dez dias após o início de uma nova estratégia do governo Geraldo Alckmin e da administração João Doria, ambos do PSDB. Desde o dia 11 deste mês, Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana não permitem mais a montagem de tendas e barracas na praça –o que inibe a presença dos traficantes, já que muitas delas eram usadas para o comércio e uso de crack. Além disso, a prefeitura vinha realizando limpeza diária com jatos d'água no local, irritando os usuários por causa do lamaçal formado na praça. Tudo isso contribuiu para a busca de um novo espaço, o que ocorreu no final da noite desta quarta-feira (21). Segundo a polícia, a migração ocorreu de forma espontânea. Agentes de saúde, porém, disseram à reportagem que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) teria ordenado a mudança. Nesta quinta (22), PM e GCM cercaram o local com carros, mas sem confronto –o novo espaço escolhido pelos usuários é rodeado de estruturas da prefeitura e do Estado. Elas foram montadas no tempo em que, no quarteirão ao lado, funcionava um mercado de drogas a céu aberto, sob o comando de homens armados da facção criminosa. Essa feira não existe mais, mas o consumo de drogas ao ar livre seguiu como rotina ao longo desta quinta-feira. LIMPEZA Segundo a prefeitura, a estratégia de limpeza diária seguirá também nesse novo ponto de concentração dos usuários, assim como ocorria na praça Princesa Isabel. A gestão diz que a faxina no local e de outros locais públicos deve ser constante e é necessária como ferramenta de prevenção em saúde, e não como meio de afugentar dependentes químicos. "Não realizar a limpeza, do ponto de vista do interesse público, é que seria algo a ser contestado", afirma a administração Doria. Nesta quinta, durante a operação de limpeza, centenas de dependentes deixaram o calçadão ocupado desde a noite anterior e passaram a se concentrar numa esquina próxima. Alguns dependentes falavam "vamos na caravana", enquanto caminhavam em grupo. Em seguida, uma equipe de varredores retirou os pertences deixados para trás pelos usuários: uma cama, mesa, colchões, bancos, roupas e garrafas plásticas. Caminhões-pipa ainda foram usados para lavar a rua. Logo após a limpeza, que durou cerca de 40 minutos, os usuários retornaram ao local onde haviam passado a noite. Essa mais nova cracolândia se estabeleceu ao lado das estruturas de atendimento de programas antidrogas, como o Recomeço, do Estado, e o da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, da prefeitura. O galpão da prefeitura, com capacidade para 38 colchões, está superlotado. Sob um teto de zinco, os usuários que conseguiram uma vaga descansavam e assistiam à TV. No pátio do galpão, a reportagem contou ao menos 15 usuários deitados. Lá os dependentes se alimentam, tomam banho improvisado em torneiras e são constantemente convidados por agentes a iniciar tratamentos contra o vício. Já na rua Helvétia, assistentes sociais jogavam futebol no asfalto com crianças e usuários e batucavam tambores no final da manhã desta quinta –uma estratégia para atrair os dependentes químicos aos atendimentos na região. SURPRESA Diante da mudança de endereço da cracolândia, que pegou a prefeitura e o governo do Estado de surpresa, integrantes das administrações se reuniram nesta tarde na região para discutir as próximas ações da gestão Doria. Participaram da conversa os secretários municipais de assistência social, Filipe Sabará, e de governo, Julio Semeghini, além de representantes da GCM, da Polícia Militar e da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social. Uma das principais preocupações é com a proximidade do fluxo à entrada da estação Júlio Prestes, da CPTM. Para acessarem a estação, trabalhadores da região do Bom Retiro têm que caminhar uma quadra inteira em frente aos usuários. O receio da PM é que haja algum tumulto próximo à intensa movimentação de passageiros. Outra preocupação é que o retorno para as imediações do antigo ponto de venda e consumo de drogas possa voltar a aglutinar dependentes que haviam se afastado da região da cracolândia. Em visita à região também nesta tarde, o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Barbosa Filho, fez questão de dizer que os dependentes não retomaram o local da antiga feira de drogas, se referindo à rua Dino Bueno, e afirmou que aquela via não voltaria a ser ocupada. Os usuários estão, no entanto, na alameda Cleveland, a uma quadra da Dino Bueno. Barbosa Filho não quis comentar sobre a possível influência do crime organizado na saída dos usuários da praça Princesa Isabel. Disse apenas que o tráfico na região estava "sufocado e cada vez mais difícil de atuar". "Não vai haver trégua, nós vamos combater o tráfico diuturnamente", disse.
cotidiano
PM e guardas cercam novo ponto de concentração de usuários de crackO "fluxo" de usuários de drogas mudou de novo de endereço no centro de São Paulo. Há um mês, após uma ação policial que prendeu traficantes e desobstruiu vias, eles caminharam 400 metros e se mudaram da rua Dino Bueno para a praça Princesa Isabel. Agora, caminharam 500 metros e se acomodaram na esquina da rua Helvétia e da alameda Cleveland, em uma praça em frente à estação de trem Júlio Prestes e num quarteirão bem ao lado do local onde funcionou, até o dia 21 de maio, a feira de drogas a céu aberto. A recente mudança ocorre dez dias após o início de uma nova estratégia do governo Geraldo Alckmin e da administração João Doria, ambos do PSDB. Desde o dia 11 deste mês, Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana não permitem mais a montagem de tendas e barracas na praça –o que inibe a presença dos traficantes, já que muitas delas eram usadas para o comércio e uso de crack. Além disso, a prefeitura vinha realizando limpeza diária com jatos d'água no local, irritando os usuários por causa do lamaçal formado na praça. Tudo isso contribuiu para a busca de um novo espaço, o que ocorreu no final da noite desta quarta-feira (21). Segundo a polícia, a migração ocorreu de forma espontânea. Agentes de saúde, porém, disseram à reportagem que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) teria ordenado a mudança. Nesta quinta (22), PM e GCM cercaram o local com carros, mas sem confronto –o novo espaço escolhido pelos usuários é rodeado de estruturas da prefeitura e do Estado. Elas foram montadas no tempo em que, no quarteirão ao lado, funcionava um mercado de drogas a céu aberto, sob o comando de homens armados da facção criminosa. Essa feira não existe mais, mas o consumo de drogas ao ar livre seguiu como rotina ao longo desta quinta-feira. LIMPEZA Segundo a prefeitura, a estratégia de limpeza diária seguirá também nesse novo ponto de concentração dos usuários, assim como ocorria na praça Princesa Isabel. A gestão diz que a faxina no local e de outros locais públicos deve ser constante e é necessária como ferramenta de prevenção em saúde, e não como meio de afugentar dependentes químicos. "Não realizar a limpeza, do ponto de vista do interesse público, é que seria algo a ser contestado", afirma a administração Doria. Nesta quinta, durante a operação de limpeza, centenas de dependentes deixaram o calçadão ocupado desde a noite anterior e passaram a se concentrar numa esquina próxima. Alguns dependentes falavam "vamos na caravana", enquanto caminhavam em grupo. Em seguida, uma equipe de varredores retirou os pertences deixados para trás pelos usuários: uma cama, mesa, colchões, bancos, roupas e garrafas plásticas. Caminhões-pipa ainda foram usados para lavar a rua. Logo após a limpeza, que durou cerca de 40 minutos, os usuários retornaram ao local onde haviam passado a noite. Essa mais nova cracolândia se estabeleceu ao lado das estruturas de atendimento de programas antidrogas, como o Recomeço, do Estado, e o da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, da prefeitura. O galpão da prefeitura, com capacidade para 38 colchões, está superlotado. Sob um teto de zinco, os usuários que conseguiram uma vaga descansavam e assistiam à TV. No pátio do galpão, a reportagem contou ao menos 15 usuários deitados. Lá os dependentes se alimentam, tomam banho improvisado em torneiras e são constantemente convidados por agentes a iniciar tratamentos contra o vício. Já na rua Helvétia, assistentes sociais jogavam futebol no asfalto com crianças e usuários e batucavam tambores no final da manhã desta quinta –uma estratégia para atrair os dependentes químicos aos atendimentos na região. SURPRESA Diante da mudança de endereço da cracolândia, que pegou a prefeitura e o governo do Estado de surpresa, integrantes das administrações se reuniram nesta tarde na região para discutir as próximas ações da gestão Doria. Participaram da conversa os secretários municipais de assistência social, Filipe Sabará, e de governo, Julio Semeghini, além de representantes da GCM, da Polícia Militar e da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social. Uma das principais preocupações é com a proximidade do fluxo à entrada da estação Júlio Prestes, da CPTM. Para acessarem a estação, trabalhadores da região do Bom Retiro têm que caminhar uma quadra inteira em frente aos usuários. O receio da PM é que haja algum tumulto próximo à intensa movimentação de passageiros. Outra preocupação é que o retorno para as imediações do antigo ponto de venda e consumo de drogas possa voltar a aglutinar dependentes que haviam se afastado da região da cracolândia. Em visita à região também nesta tarde, o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Barbosa Filho, fez questão de dizer que os dependentes não retomaram o local da antiga feira de drogas, se referindo à rua Dino Bueno, e afirmou que aquela via não voltaria a ser ocupada. Os usuários estão, no entanto, na alameda Cleveland, a uma quadra da Dino Bueno. Barbosa Filho não quis comentar sobre a possível influência do crime organizado na saída dos usuários da praça Princesa Isabel. Disse apenas que o tráfico na região estava "sufocado e cada vez mais difícil de atuar". "Não vai haver trégua, nós vamos combater o tráfico diuturnamente", disse.
5
O último baile do ajuste fiscal
Não há alternativa confortável para a solução do desastre das contas do governo. As opções indigestas, social e politicamente sombrias, são as seguintes. Primeira, a sociedade vai entrar em conflito sério e feio sobre o uso e a origem dos dinheiros públicos. Isto é, uma disputa a respeito de quem paga a conta dos cortes de despesas ou dos aumentos de impostos. A reação ao corte de despesas sociais do primeiro pacote fiscal de Dilma 2 ou à volta da CPMF são os primeiros tiros desse conflito. Haverá mais. Segunda, degradação crítica ou crônica da situação econômica. Isto é, no caso mais provável, aumento sem limite da dívida pública, com decorrentes aumentos de taxas de juros e desvalorizações da moeda, talvez súbitos, a depender da velocidade do endividamento e das condições da economia mundial. No caso mais primitivo, há mais inflação. A conversa sobre redução do número de ministérios é uma desconversa ridícula, no que diz respeito ao que interessa, dinheiro grosso. A ideia de que é possível dar um jeito nas contas do governo com "cortes na máquina", contornando o conflito social sério e feio, é uma divagação fofa, para ser delicado. É possível chutar no escuro que o governo tem ineficiências. Mas é uma conversa mole dizer que no curto prazo, assim se vai reduzir a despesa de modo relevante, menos ainda para dar conta da presente crise aguda. Essa conversa mole deriva em parte da ideia de que o governo, assim como o inferno, são os outros. A conta da despesa pública é atribuída a um ente extraterreno, alienada, ao governo que consome os recursos "da sociedade". A "sociedade" também não existe, posta assim deste modo: é dividida e cada uma dessas divisões absorve os recursos recolhidos pelos impostos. Para descer à terra, são bem conhecidos os fatores do aumento do gasto do governo federal nos anos de governo Dilma 1. Os maiores são os seguintes. Primeiro, subsídios. O governo subsidiou as empresas, por meio de empréstimos baratos, tomando empréstimos caros no mercado (fazendo mais dívida pública). O programa "Minha Casa, Minha Vida" levou um tanto importante de subsídio. A "desoneração da folha", outro naco pesado —o governo reduziu as contribuições que as empresas devem ao INSS, à Previdência (como não tinha dinheiro, na prática comprou empregos a preço alto fazendo mais dívida pública). Além do mais, dados o erro desastroso na política de energia e a seca, subsidiou as contas de luz. Segundo, gastos da Previdência, aposentadorias, pensões, auxílio-doença etc. Tais gastos crescem "sozinhos", de modo vegetativo, dadas as normas legais, várias delas questionáveis. Com aumentos reais excessivos de salário mínimo, a conta ficou ainda mais salgada. Terceiro, gastos com saúde e educação aumentaram além do previsto mesmo pela lei. Quarto, gastos sociais como benefícios que não são pagos pelo INSS (tais como seguro-desemprego ou Bolsa Família). Em relação ao tamanho da economia, do PIB, o gasto com pessoal caiu (sic), embora isso não queira dizer que tal despesa esteja em nível adequado. O investimento ("em obras"), ficou na mesma. Aumentam-se impostos, com os efeitos decorrentes, ou disputa-se a escassez, ponto. A alternativa é mais crise econômica.
colunas
O último baile do ajuste fiscalNão há alternativa confortável para a solução do desastre das contas do governo. As opções indigestas, social e politicamente sombrias, são as seguintes. Primeira, a sociedade vai entrar em conflito sério e feio sobre o uso e a origem dos dinheiros públicos. Isto é, uma disputa a respeito de quem paga a conta dos cortes de despesas ou dos aumentos de impostos. A reação ao corte de despesas sociais do primeiro pacote fiscal de Dilma 2 ou à volta da CPMF são os primeiros tiros desse conflito. Haverá mais. Segunda, degradação crítica ou crônica da situação econômica. Isto é, no caso mais provável, aumento sem limite da dívida pública, com decorrentes aumentos de taxas de juros e desvalorizações da moeda, talvez súbitos, a depender da velocidade do endividamento e das condições da economia mundial. No caso mais primitivo, há mais inflação. A conversa sobre redução do número de ministérios é uma desconversa ridícula, no que diz respeito ao que interessa, dinheiro grosso. A ideia de que é possível dar um jeito nas contas do governo com "cortes na máquina", contornando o conflito social sério e feio, é uma divagação fofa, para ser delicado. É possível chutar no escuro que o governo tem ineficiências. Mas é uma conversa mole dizer que no curto prazo, assim se vai reduzir a despesa de modo relevante, menos ainda para dar conta da presente crise aguda. Essa conversa mole deriva em parte da ideia de que o governo, assim como o inferno, são os outros. A conta da despesa pública é atribuída a um ente extraterreno, alienada, ao governo que consome os recursos "da sociedade". A "sociedade" também não existe, posta assim deste modo: é dividida e cada uma dessas divisões absorve os recursos recolhidos pelos impostos. Para descer à terra, são bem conhecidos os fatores do aumento do gasto do governo federal nos anos de governo Dilma 1. Os maiores são os seguintes. Primeiro, subsídios. O governo subsidiou as empresas, por meio de empréstimos baratos, tomando empréstimos caros no mercado (fazendo mais dívida pública). O programa "Minha Casa, Minha Vida" levou um tanto importante de subsídio. A "desoneração da folha", outro naco pesado —o governo reduziu as contribuições que as empresas devem ao INSS, à Previdência (como não tinha dinheiro, na prática comprou empregos a preço alto fazendo mais dívida pública). Além do mais, dados o erro desastroso na política de energia e a seca, subsidiou as contas de luz. Segundo, gastos da Previdência, aposentadorias, pensões, auxílio-doença etc. Tais gastos crescem "sozinhos", de modo vegetativo, dadas as normas legais, várias delas questionáveis. Com aumentos reais excessivos de salário mínimo, a conta ficou ainda mais salgada. Terceiro, gastos com saúde e educação aumentaram além do previsto mesmo pela lei. Quarto, gastos sociais como benefícios que não são pagos pelo INSS (tais como seguro-desemprego ou Bolsa Família). Em relação ao tamanho da economia, do PIB, o gasto com pessoal caiu (sic), embora isso não queira dizer que tal despesa esteja em nível adequado. O investimento ("em obras"), ficou na mesma. Aumentam-se impostos, com os efeitos decorrentes, ou disputa-se a escassez, ponto. A alternativa é mais crise econômica.
1
Conheça 5 praias com areias coloridas pelo mundo
Nem sempre a areia da praia é amarelinha, como a mais comum no Brasil. Às vezes, elas ganham as mais diferentes cores: de preto a vermelho ou roxo. Confira abaixo. Na costa sul do país, é conhecida pelas ondas fortes e areias negras Chamada de "praia vermelha", é cercada por paredões de rochas vulcânicas A areia cor-de-rosa resulta da mistura com fragmentos de corais vermelhos Na Califórnia, sua maior atração são as tonalidades de roxo Rodeada por falésias, é uma das poucas praias de areia verde do mundo * Desde 2014, a estudante belga Gala Furchbrich, 25, viaja ao Brasil pelo menos duas vezes por ano para encontrar seu namorado chileno, que mora no Rio. Apaixonada por praia, ela indica seus lugares favoritos no litoral fluminense Fica em uma vila de pescadores localizada em Paraty. Para chegar, é preciso percorrer uma trilha de uma hora. É o destino ideal para quem gosta de misturar cachoeira e praia na mesma viagem. A cachoeira preferida da estudante é a do poço do Jacaré Conhecida pelas águas geladas e cristalinas, fica em Arraial do Cabo, na região dos Lagos. "Além da beleza do lugar, onde se forma uma enorme piscina natural, fiquei impressionada com a areia branquinha, que mesmo com o calorão, estava fria", conta É um dos locais mais isolados da Ilha Grande, acessível por barco ou por uma trilha de cerca de seis horas. Lá, os turistas podem acampar ou se hospedar na casa de moradores. Para Gala, a vista do mirante da Sundara é imperdível * Confira abaixo opções de almofadas na hora de embarcar no avião * Companhias aéreas que operam no Brasil decidiram anunciaram em 2017 novos serviços oferecidos. A Tap fez uma parceria com cinco chefs portugueses com estrelas Michelin para aprimorar o menu nos voos. Os novos pratos serão oferecidos a partir de setembro. A Azul, por sua vez, começou a oferecer no início do mês uma nova carta de vinhos aos passageiros de voos internacionais. Já a Latam vai adicionar todos os meses novas playlists de músicas na plataforma de streaming Spotify, inspiradas em seus destinos. _ A Emirates foi eleita a melhor companhia aérea do mundo pelos usuários do site de viagens TripAdvisor. O resultado foi divulgado no início desta semana. Desde 2016, o portal permite que as empresas do setor sejam avaliadas em quesitos como conforto e limpeza. A Azul, única companhia brasileira entre as dez mais bem colocadas, ficou em terceiro lugar, atrás da Singapore Airlines. JetBlue, Air New Zealand, Korean Air, Japan Airlines, Thai Smile, Alaska Airlines e Garuda Indonesia completam a lista. * O aplicativo mTrip reúne 37 guias de turismo em diferentes destinos pelo mundo. O usuário pode optar pela versão gratuita dos roteiros ou pagar US$ 4,99 (cerca de R$ 15) por outra mais completa. A plataforma cria itinerários personalizados, baseados nos interesses do viajante. Não é preciso estar conectado à internet para usar Nome mTrip Plataforma Android e iOS Quanto gratuito (versão mais simples)
turismo
Conheça 5 praias com areias coloridas pelo mundoNem sempre a areia da praia é amarelinha, como a mais comum no Brasil. Às vezes, elas ganham as mais diferentes cores: de preto a vermelho ou roxo. Confira abaixo. Na costa sul do país, é conhecida pelas ondas fortes e areias negras Chamada de "praia vermelha", é cercada por paredões de rochas vulcânicas A areia cor-de-rosa resulta da mistura com fragmentos de corais vermelhos Na Califórnia, sua maior atração são as tonalidades de roxo Rodeada por falésias, é uma das poucas praias de areia verde do mundo * Desde 2014, a estudante belga Gala Furchbrich, 25, viaja ao Brasil pelo menos duas vezes por ano para encontrar seu namorado chileno, que mora no Rio. Apaixonada por praia, ela indica seus lugares favoritos no litoral fluminense Fica em uma vila de pescadores localizada em Paraty. Para chegar, é preciso percorrer uma trilha de uma hora. É o destino ideal para quem gosta de misturar cachoeira e praia na mesma viagem. A cachoeira preferida da estudante é a do poço do Jacaré Conhecida pelas águas geladas e cristalinas, fica em Arraial do Cabo, na região dos Lagos. "Além da beleza do lugar, onde se forma uma enorme piscina natural, fiquei impressionada com a areia branquinha, que mesmo com o calorão, estava fria", conta É um dos locais mais isolados da Ilha Grande, acessível por barco ou por uma trilha de cerca de seis horas. Lá, os turistas podem acampar ou se hospedar na casa de moradores. Para Gala, a vista do mirante da Sundara é imperdível * Confira abaixo opções de almofadas na hora de embarcar no avião * Companhias aéreas que operam no Brasil decidiram anunciaram em 2017 novos serviços oferecidos. A Tap fez uma parceria com cinco chefs portugueses com estrelas Michelin para aprimorar o menu nos voos. Os novos pratos serão oferecidos a partir de setembro. A Azul, por sua vez, começou a oferecer no início do mês uma nova carta de vinhos aos passageiros de voos internacionais. Já a Latam vai adicionar todos os meses novas playlists de músicas na plataforma de streaming Spotify, inspiradas em seus destinos. _ A Emirates foi eleita a melhor companhia aérea do mundo pelos usuários do site de viagens TripAdvisor. O resultado foi divulgado no início desta semana. Desde 2016, o portal permite que as empresas do setor sejam avaliadas em quesitos como conforto e limpeza. A Azul, única companhia brasileira entre as dez mais bem colocadas, ficou em terceiro lugar, atrás da Singapore Airlines. JetBlue, Air New Zealand, Korean Air, Japan Airlines, Thai Smile, Alaska Airlines e Garuda Indonesia completam a lista. * O aplicativo mTrip reúne 37 guias de turismo em diferentes destinos pelo mundo. O usuário pode optar pela versão gratuita dos roteiros ou pagar US$ 4,99 (cerca de R$ 15) por outra mais completa. A plataforma cria itinerários personalizados, baseados nos interesses do viajante. Não é preciso estar conectado à internet para usar Nome mTrip Plataforma Android e iOS Quanto gratuito (versão mais simples)
13
Grupos contra Dilma esperam levar 100 mil às ruas no dia 15
Eles mandaram às favas o medo do estigma de golpistas. Ou promoverão o maior ato contra a presidente Dilma Rousseff desde a reeleição, ou irão personalizar o fiasco de uma manifestação que se pretende grande o suficiente para chacoalhar o já debilitado quadro político nacional. No dia 15, jovens adeptos da cartilha liberal, empresários que pregam enxugamento radical do Estado e até defensores da intervenção militar prometem marchar juntos em mais de 200 cidades. Eles fazem questão de salientar suas diferenças. "Os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás", diz Renan Santos, 31, do MBL (Movimento Brasil Livre). "Eles vão pro protesto sem pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar." O MBL quer impeachment mesmo que isso signifique o vice, Michel Temer, ou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (ambos do PMDB), na Presidência. "O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário", diz Kim Kataguiri, 19. A tese de uma ligação com o PSDB incomoda o Vem Pra Rua, com 200 mil seguidores no Facebook. O núcleo são cerca de 20 pessoas, a maioria empresários que prefere o anonimato. O rosto público é Rogério Chequer, 46, sócio de uma agência de palestras. "Não recebemos dinheiro e nem material de partido", ressalta. A ideia de vinculação com tucanos começou a ganhar força na eleição, quando o grupo fez passeatas por Aécio Neves. "Não defendíamos o Aécio, mas o não voto na Dilma", diz Chequer. Para o Vem Pra Rua ainda não há base jurídica para impeachment. Ainda assim, o grupo engrossa o chamado ao dia 15. Alega que a pressão é importante para que as apurações sobre a Petrobras, por exemplo, prossigam. Em outros protestos, o Vem Pra Rua se mobilizou para expulsar grupos que defendem a intervenção militar. "Dessa vez vai ser tão grande que será impossível", diz Chequer. Grupos que defendem a tomada do poder pelos militares têm participado dos protestos contra Dilma. No Rio, por exemplo, o que se autodenomina Legalistas tem feito convocações. "A coisa está indo por um caminho que não vejo outra saída", diz o sargento da reserva da Aeronáutica Tôni Oliveira, 58. A equiparação com intervencionistas irrita o Vem Pra Rua e o MBL. Eles criticam a imprensa e dizem que ela faz questão de jogar todo mundo no mesmo balaio. Todos os grupos evitam estimar a adesão ao ato do dia 15. Internamente, falam em levar 100 mil pessoas às ruas. De onde vem o dinheiro para organizar tudo isso? Cada um se financia de um jeito. O MBL aceita doações e recebe alguns centavos do YouTube a cada clique em seus vídeos. O Vem Pra Rua faz vaquinha entre seus integrantes. Outra celebridade dos atos contra Dilma, Marcelo Reis, do Revoltados, arruma dinheiro de um jeito diferente. Dono da página com mais curtidas entre os mobilizadores, ele vende o kit manifestação, com camisetinha, boné e adesivos pró-impeachment. O Revoltados já defendeu a intervenção militar, mas Reis diz que, hoje, na cúpula do grupo, não há quem advogue por esse caminho. "Queremos as regras democráticas. Impeachment está na Constituição", diz. Reis fez de um flat de 38 metros quadrados o QG de seu grupo. O imóvel fica no prédio em que o ministro José Eduardo Cardoso (Justiça) se hospeda em São Paulo. Seu grupo promete levar a banda Os Reaças para a Paulista. "Ô, ô, ô... Todo mundo já sabe que a anta sabia. Ô, ô, ô... Que o molusco mandava e ela obedecia. Ô, ô, ô... Impeachment! Não tem como fugir. Impeachment! Pede pra sair...", diz o refrão. Reis a exibiu à reportagem no último volume em seu flat. "É pra ver o se o 'ministrão' escuta", justificou, aos risos. * PROTESTOS CONTRA DILMA QUEM FAZ diversos grupos no país QUANDO dia 15 de março ONDE Av. Paulista (SP) e em mais de 200 outros municípios
poder
Grupos contra Dilma esperam levar 100 mil às ruas no dia 15Eles mandaram às favas o medo do estigma de golpistas. Ou promoverão o maior ato contra a presidente Dilma Rousseff desde a reeleição, ou irão personalizar o fiasco de uma manifestação que se pretende grande o suficiente para chacoalhar o já debilitado quadro político nacional. No dia 15, jovens adeptos da cartilha liberal, empresários que pregam enxugamento radical do Estado e até defensores da intervenção militar prometem marchar juntos em mais de 200 cidades. Eles fazem questão de salientar suas diferenças. "Os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás", diz Renan Santos, 31, do MBL (Movimento Brasil Livre). "Eles vão pro protesto sem pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar." O MBL quer impeachment mesmo que isso signifique o vice, Michel Temer, ou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (ambos do PMDB), na Presidência. "O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário", diz Kim Kataguiri, 19. A tese de uma ligação com o PSDB incomoda o Vem Pra Rua, com 200 mil seguidores no Facebook. O núcleo são cerca de 20 pessoas, a maioria empresários que prefere o anonimato. O rosto público é Rogério Chequer, 46, sócio de uma agência de palestras. "Não recebemos dinheiro e nem material de partido", ressalta. A ideia de vinculação com tucanos começou a ganhar força na eleição, quando o grupo fez passeatas por Aécio Neves. "Não defendíamos o Aécio, mas o não voto na Dilma", diz Chequer. Para o Vem Pra Rua ainda não há base jurídica para impeachment. Ainda assim, o grupo engrossa o chamado ao dia 15. Alega que a pressão é importante para que as apurações sobre a Petrobras, por exemplo, prossigam. Em outros protestos, o Vem Pra Rua se mobilizou para expulsar grupos que defendem a intervenção militar. "Dessa vez vai ser tão grande que será impossível", diz Chequer. Grupos que defendem a tomada do poder pelos militares têm participado dos protestos contra Dilma. No Rio, por exemplo, o que se autodenomina Legalistas tem feito convocações. "A coisa está indo por um caminho que não vejo outra saída", diz o sargento da reserva da Aeronáutica Tôni Oliveira, 58. A equiparação com intervencionistas irrita o Vem Pra Rua e o MBL. Eles criticam a imprensa e dizem que ela faz questão de jogar todo mundo no mesmo balaio. Todos os grupos evitam estimar a adesão ao ato do dia 15. Internamente, falam em levar 100 mil pessoas às ruas. De onde vem o dinheiro para organizar tudo isso? Cada um se financia de um jeito. O MBL aceita doações e recebe alguns centavos do YouTube a cada clique em seus vídeos. O Vem Pra Rua faz vaquinha entre seus integrantes. Outra celebridade dos atos contra Dilma, Marcelo Reis, do Revoltados, arruma dinheiro de um jeito diferente. Dono da página com mais curtidas entre os mobilizadores, ele vende o kit manifestação, com camisetinha, boné e adesivos pró-impeachment. O Revoltados já defendeu a intervenção militar, mas Reis diz que, hoje, na cúpula do grupo, não há quem advogue por esse caminho. "Queremos as regras democráticas. Impeachment está na Constituição", diz. Reis fez de um flat de 38 metros quadrados o QG de seu grupo. O imóvel fica no prédio em que o ministro José Eduardo Cardoso (Justiça) se hospeda em São Paulo. Seu grupo promete levar a banda Os Reaças para a Paulista. "Ô, ô, ô... Todo mundo já sabe que a anta sabia. Ô, ô, ô... Que o molusco mandava e ela obedecia. Ô, ô, ô... Impeachment! Não tem como fugir. Impeachment! Pede pra sair...", diz o refrão. Reis a exibiu à reportagem no último volume em seu flat. "É pra ver o se o 'ministrão' escuta", justificou, aos risos. * PROTESTOS CONTRA DILMA QUEM FAZ diversos grupos no país QUANDO dia 15 de março ONDE Av. Paulista (SP) e em mais de 200 outros municípios
0
Manifesto pede para projeto de dança continuar ocupando a Funarte
O projeto Âmbargris-Cerco Coreográfico, que ocupou a Funarte SP desde agosto do ano passado, chega ao final com a apresentação, até este domingo 1º/3) do espetáculo de Andréia Yonashiro, idealizadora da ocupação, e um abaixo-assinado do público que participou da programação (aulas, seminários, espetáculos e festas) para a continuidade do projeto. "Somos um grupo de cidadãos que se encontrou a partir do projeto Âmbargris[...]que resultou em um efervescência cultural que queremos manter e aprofundar. Por este motivo, nos mobilizamos para organizar este manifesto, iniciando um diálogo que possibilite a continuidade deste ambiente único de aprendizagem, pesquisa e criação", diz o "Manifesto por Práticas Continuadas em Dança". Os organizadores dizem que, até esta quinta (26), haviam coletado mais de 500 assinaturas. Eles pretendem entregar o documento na próxima terça (3/3) à Câmara dos Deputados e à Funarte. O projeto começou em agosto do ano passado, e ocupou mesmo a sede da fundação de arte ligada ao Ministério da Cultura. De segundo a sexta, o espaço foi ocupado, na parte da manhã, por ensaios dos grupos que se apresentavam a cada semana e, à tarde, por aulas de diferentes técnicas de dança, abertas a bailarinos e não bailarinos. À noite, de quinta a domingo, os grupos se apresentavam -foram mais de 30 espetáculos. Às quartas, na mostra Danças Breves, artistas e grupos apresentavam obras de até 15 minutos. A mostra era aberta a qualquer um: bastava se inscrever e entrar na fila. E às noites de terça eram dedicadas a seminários sobre dança. A programação, que incluiu três festas temáticas, juntou mais de 10 mil pessoas loucas para dançar -e, como revela o manifesto, continuar dançando. O objetivo de juntar diversas linguagens de dança (do balé à improvisação) foi cumprido com louvor. "Tentamos resgatar as tradições dessa arte para dar outros sentidos ao que entendemos por 'dança contemporânea'", diz Andréia. "Aqui em São Paulo já tivemos movimentos muito importantes em dança, mas as novas gerações muitas vezes nem sabem que existiram. Na ocupação, tiveram oportunidade de conhecer no próprio corpo, nas aulas, além de poderem assistir apresentações das diversas linguagens", diz a bailarina Bárbara Malavoglia, que dirigiu o projeto junto com Andréia. ÚLTIMOS ESPETÁCULOS No fim de semana passado, Bárbara apresentou na Funarte seu solo "Estudo para Estratégia". A dança é um estudo do tempo, marcado pela influência de de Doris Humphrey (1895-1958) e José Limón (1908-72), pioneiros da dança moderna norte-americana, e da dança clássica indiana -Bárbara tem formação em "Bharatanatyam". Nas derradeiras apresentações desta edição do Âmbargris, "A Flor Boiando Além da Escuridão", Andréia interpreta um solo criado por Joana Lopes para o evento em homenagem ao centenário do japonês Kazuo Ohno (1906-2010), mestre do butô. No espetáculo, a bailarina recupera coreografias de Ohno para transformá-las em fragmentos expressionistas. Mas o projeto não para aí -independentemente do que der o abaixo-assinado. No final de março, Andréia e Bárbara devem lançar um livro com documentação e reflexão sobre a experiência. E para quem não sabe: âmbar-gris é uma secreção de baleias cachalotes que exala um perfume valioso. Segundo as diretoras do Âmbargris coreográfico, é um odor raro e mágico, como o que elas intuem ao olhar as fotografias do bailarino russo Vaslav Nijinsky (1889-1950). A FLOR BOIANDO ALÉM DA ESCURIDÃO QUANDO de 26/2 a 1º/3; qui. a sáb., às 20h30; dom. (1º/3), às 19h30 ONDE Funarte SP, al. Nothmann, 1.058, tel. (11) 3662-5177 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO livre
ilustrada
Manifesto pede para projeto de dança continuar ocupando a FunarteO projeto Âmbargris-Cerco Coreográfico, que ocupou a Funarte SP desde agosto do ano passado, chega ao final com a apresentação, até este domingo 1º/3) do espetáculo de Andréia Yonashiro, idealizadora da ocupação, e um abaixo-assinado do público que participou da programação (aulas, seminários, espetáculos e festas) para a continuidade do projeto. "Somos um grupo de cidadãos que se encontrou a partir do projeto Âmbargris[...]que resultou em um efervescência cultural que queremos manter e aprofundar. Por este motivo, nos mobilizamos para organizar este manifesto, iniciando um diálogo que possibilite a continuidade deste ambiente único de aprendizagem, pesquisa e criação", diz o "Manifesto por Práticas Continuadas em Dança". Os organizadores dizem que, até esta quinta (26), haviam coletado mais de 500 assinaturas. Eles pretendem entregar o documento na próxima terça (3/3) à Câmara dos Deputados e à Funarte. O projeto começou em agosto do ano passado, e ocupou mesmo a sede da fundação de arte ligada ao Ministério da Cultura. De segundo a sexta, o espaço foi ocupado, na parte da manhã, por ensaios dos grupos que se apresentavam a cada semana e, à tarde, por aulas de diferentes técnicas de dança, abertas a bailarinos e não bailarinos. À noite, de quinta a domingo, os grupos se apresentavam -foram mais de 30 espetáculos. Às quartas, na mostra Danças Breves, artistas e grupos apresentavam obras de até 15 minutos. A mostra era aberta a qualquer um: bastava se inscrever e entrar na fila. E às noites de terça eram dedicadas a seminários sobre dança. A programação, que incluiu três festas temáticas, juntou mais de 10 mil pessoas loucas para dançar -e, como revela o manifesto, continuar dançando. O objetivo de juntar diversas linguagens de dança (do balé à improvisação) foi cumprido com louvor. "Tentamos resgatar as tradições dessa arte para dar outros sentidos ao que entendemos por 'dança contemporânea'", diz Andréia. "Aqui em São Paulo já tivemos movimentos muito importantes em dança, mas as novas gerações muitas vezes nem sabem que existiram. Na ocupação, tiveram oportunidade de conhecer no próprio corpo, nas aulas, além de poderem assistir apresentações das diversas linguagens", diz a bailarina Bárbara Malavoglia, que dirigiu o projeto junto com Andréia. ÚLTIMOS ESPETÁCULOS No fim de semana passado, Bárbara apresentou na Funarte seu solo "Estudo para Estratégia". A dança é um estudo do tempo, marcado pela influência de de Doris Humphrey (1895-1958) e José Limón (1908-72), pioneiros da dança moderna norte-americana, e da dança clássica indiana -Bárbara tem formação em "Bharatanatyam". Nas derradeiras apresentações desta edição do Âmbargris, "A Flor Boiando Além da Escuridão", Andréia interpreta um solo criado por Joana Lopes para o evento em homenagem ao centenário do japonês Kazuo Ohno (1906-2010), mestre do butô. No espetáculo, a bailarina recupera coreografias de Ohno para transformá-las em fragmentos expressionistas. Mas o projeto não para aí -independentemente do que der o abaixo-assinado. No final de março, Andréia e Bárbara devem lançar um livro com documentação e reflexão sobre a experiência. E para quem não sabe: âmbar-gris é uma secreção de baleias cachalotes que exala um perfume valioso. Segundo as diretoras do Âmbargris coreográfico, é um odor raro e mágico, como o que elas intuem ao olhar as fotografias do bailarino russo Vaslav Nijinsky (1889-1950). A FLOR BOIANDO ALÉM DA ESCURIDÃO QUANDO de 26/2 a 1º/3; qui. a sáb., às 20h30; dom. (1º/3), às 19h30 ONDE Funarte SP, al. Nothmann, 1.058, tel. (11) 3662-5177 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO livre
6
Leitura de livros aumenta longevidade, afirma estudo
"'Viram?', disse Hermione quando Harry e Rony terminaram. 'O cachorro deve estar guardando a Pedra Filosofal de Flamel!'. 'Uma pedra que produz ouro e não deixa a gente morrer!', exclamou Harry." O trecho de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" pode ser adaptado, pelo menos em partes, para a vida real. É só trocar a pedra filosofal por um livro. Claro que a ideia de vida eterna também é um exagero, mas uma pesquisa recente afirma que a leitura de livros pode resultar em um tempo a mais de vida. Ler livros reduziu, aparentemente, em 20% os riscos de mortalidade das pessoas que, por 12 anos, foram acompanhadas. A pesquisa, publicada na revista "Social Science & Medicine", utilizou dados do Health and Retirement Study, realizado pela Universidade de Michigan. Os 3.635 entrevistados eram adultos acima de 50 anos. Além de verificar se e quanto as pessoas liam, o estudo, chamado "A Chapter a Day" (Um Capítulo por Dia, em tradução livre), precisou "descontar" o efeito de alguns fatores que influenciam a longevidade, entre eles: câncer, doenças de pulmão, infarto, diabetes e hipertensão. Estado civil e situação e trabalho, histórico de depressão, idade, sexo, raça e condição econômica também foram considerados. Mesmo assim, os pesquisadores da Universidade Yale constataram uma bela vantagem na sobrevivência daqueles que liam em média 30 minutos por dia, quando comparados a não leitores. "É divertido saber que quanto mais leio mais tempo vou ter para ler", diz o professor de literatura Edmundo Juarez, 57. O estudo afirma que livros propiciam uma "leitura imersiva", na qual o leitor consegue fazer conexões entre o que está sendo lido e o mundo ao redor, as possíveis aplicações daquilo na vida real. Vocabulário, concentração, pensamento crítico, empatia, comportamentos mais saudáveis e menos estresse. A melhora de todos esses processos cognitivos, no fim, pode levar a uma vida um pouco mais longa. Juarez concorda que a leitura diária melhora a saúde mental. Um dia sem livros faz com que ele se sinta mal. "É o melhor passatempo que existe e é barato. O tempo passa voando, mesmo que ele vá devagar. Você se sente bem ao terminar a leitura." O brasileiro, em geral, tem opiniões um pouco diferentes sobre o assunto. Segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", divulgada este ano pelo Instituto Pró-livro e pelo Ibope Inteligência, apenas 24% dos entrevistados disseram gostar de ler livros no tempo livre. Redes sociais, televisão, música, WhatsApp, tudo isso está na frente da leitura de livros no gosto dos brasileiros. A mesma porcentagem de pessoas, 24%, declararam gostar de ler jornais e revistas no tempo livre, outro tipo de leitura que também foi levado em conta na análise dos pesquisadores da Universidade Yale. Contudo os resultados para os periódicos, mesmo ainda positivos, não foram tão expressivos. PRÓXIMA PÁGINA Mesmo que o estudo norte-americano tenha tentado controlar todos os fatores que, de alguma forma, poderiam influenciar na expectativa de vida, algumas coisas podem ter escapado. "A qualidade da educação recebida. Se uma pessoa estudou em escolas melhores (mesmo tendo a mesma escolaridade), isso pode ter levado ela a, ao mesmo tempo, ler mais livros e também a adquirir maior conhecimento sobre saúde que a levem a tomar mais cuidado com a sua saúde e portanto viver mais", afirma Alexandre Chiavegatto, professor de estatísticas de saúde da USP. Mesmo com a pesquisa bem conduzida, mais estudos ainda são necessários para provar a relação. "Se a associação for confirmada no futuro, espero que escrevam um livro sobre o assunto", brinca Chiavegatto. Na dúvida, vale guardar sua pedra filosofal –ou tentar encontrar uma. Os brasileiros e os livros
ciencia
Leitura de livros aumenta longevidade, afirma estudo"'Viram?', disse Hermione quando Harry e Rony terminaram. 'O cachorro deve estar guardando a Pedra Filosofal de Flamel!'. 'Uma pedra que produz ouro e não deixa a gente morrer!', exclamou Harry." O trecho de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" pode ser adaptado, pelo menos em partes, para a vida real. É só trocar a pedra filosofal por um livro. Claro que a ideia de vida eterna também é um exagero, mas uma pesquisa recente afirma que a leitura de livros pode resultar em um tempo a mais de vida. Ler livros reduziu, aparentemente, em 20% os riscos de mortalidade das pessoas que, por 12 anos, foram acompanhadas. A pesquisa, publicada na revista "Social Science & Medicine", utilizou dados do Health and Retirement Study, realizado pela Universidade de Michigan. Os 3.635 entrevistados eram adultos acima de 50 anos. Além de verificar se e quanto as pessoas liam, o estudo, chamado "A Chapter a Day" (Um Capítulo por Dia, em tradução livre), precisou "descontar" o efeito de alguns fatores que influenciam a longevidade, entre eles: câncer, doenças de pulmão, infarto, diabetes e hipertensão. Estado civil e situação e trabalho, histórico de depressão, idade, sexo, raça e condição econômica também foram considerados. Mesmo assim, os pesquisadores da Universidade Yale constataram uma bela vantagem na sobrevivência daqueles que liam em média 30 minutos por dia, quando comparados a não leitores. "É divertido saber que quanto mais leio mais tempo vou ter para ler", diz o professor de literatura Edmundo Juarez, 57. O estudo afirma que livros propiciam uma "leitura imersiva", na qual o leitor consegue fazer conexões entre o que está sendo lido e o mundo ao redor, as possíveis aplicações daquilo na vida real. Vocabulário, concentração, pensamento crítico, empatia, comportamentos mais saudáveis e menos estresse. A melhora de todos esses processos cognitivos, no fim, pode levar a uma vida um pouco mais longa. Juarez concorda que a leitura diária melhora a saúde mental. Um dia sem livros faz com que ele se sinta mal. "É o melhor passatempo que existe e é barato. O tempo passa voando, mesmo que ele vá devagar. Você se sente bem ao terminar a leitura." O brasileiro, em geral, tem opiniões um pouco diferentes sobre o assunto. Segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", divulgada este ano pelo Instituto Pró-livro e pelo Ibope Inteligência, apenas 24% dos entrevistados disseram gostar de ler livros no tempo livre. Redes sociais, televisão, música, WhatsApp, tudo isso está na frente da leitura de livros no gosto dos brasileiros. A mesma porcentagem de pessoas, 24%, declararam gostar de ler jornais e revistas no tempo livre, outro tipo de leitura que também foi levado em conta na análise dos pesquisadores da Universidade Yale. Contudo os resultados para os periódicos, mesmo ainda positivos, não foram tão expressivos. PRÓXIMA PÁGINA Mesmo que o estudo norte-americano tenha tentado controlar todos os fatores que, de alguma forma, poderiam influenciar na expectativa de vida, algumas coisas podem ter escapado. "A qualidade da educação recebida. Se uma pessoa estudou em escolas melhores (mesmo tendo a mesma escolaridade), isso pode ter levado ela a, ao mesmo tempo, ler mais livros e também a adquirir maior conhecimento sobre saúde que a levem a tomar mais cuidado com a sua saúde e portanto viver mais", afirma Alexandre Chiavegatto, professor de estatísticas de saúde da USP. Mesmo com a pesquisa bem conduzida, mais estudos ainda são necessários para provar a relação. "Se a associação for confirmada no futuro, espero que escrevam um livro sobre o assunto", brinca Chiavegatto. Na dúvida, vale guardar sua pedra filosofal –ou tentar encontrar uma. Os brasileiros e os livros
15
Governo quer que indústria e shopping liguem gerador em horário de pico
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse neste domingo (1º) que o governo quer que indústrias capazes de produzir sua própria energia e estabelecimentos como shopping centers acionem seus equipamentos de geração durante o horário de pico de consumo para dar suporte ao sistema elétrico. "Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender e passar às pontas de carga. É esse o trabalho que estamos fazendo agora", disse o ministro, pouco antes da eleição para a presidência do Senado. "Acabei de me reunir com o setor privado e reguladores para tomar uma série de medidas que estão sendo encaminhadas", afirmou Braga, ao acrescentar que a presidente Dilma Rousseff já aprovou algumas delas e outras serão analisadas numa reunião no próximo dia 12. "Vamos tomar ações juntos aos produtores independentes de energia, como é o caso de shopping centers e algumas indústrias, para que possamos acionar esses equipamentos no período de ponta de carga e passar este momento crítico com maior tranquilidade", afirmou Braga. De acordo com o ministro, o país passa por crise hídrica, que pressiona o setor elétrico, mas não existe crise energética. "O nosso desafio é mitigar a crise hídrica para não gerar uma crise energética." A reunião do próximo dia 12, de acordo com Braga, será com a presidente e com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais do setor. CUSTO Após o anúncio do ministro, a diretoria da Alshop, associação que representa 107 mil lojistas de 802 shoppings do país, decidiu marcar reunião. "Vamos ver a melhor forma de evitar prejuízo para os lojistas", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. A fim de diluir o custo com o acionamento de geradores (que usam combustível, mais caro), uma alternativa poderia ser abrir os shoppings uma hora mais tarde. A Folha não conseguiu contato com a Abrasce, que representa os shoppings. APAGÃO E DEUS Na tarde do dia 19 de janeiro, 11 Estados e o DF foram atingidos por um apagão, motivado por um pico de consumo e por falha no sistema de transmissão de energia. Na mesma semana, depois de afirmar que "Deus é brasileiro" e que não haveria risco de faltar energia, Braga admitiu a possibilidade de racionamento, se o nível dos reservatórios das hidrelétricas caísse para 10% –percentual esse que, segundo especialistas, paralisaria as turbinas. Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste –tida como a "caixa-d'água" do sistema– caiu para 16,79% no sábado (31), dado mais recente disponível. Para complicar a situação, as chuvas que cairão nas nascentes dos rios da região neste mês, de acordo com o ONS, deverão ser apenas 52% da média do período. Colaborou JULIO WIZIACK, de São Paulo
mercado
Governo quer que indústria e shopping liguem gerador em horário de picoO ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse neste domingo (1º) que o governo quer que indústrias capazes de produzir sua própria energia e estabelecimentos como shopping centers acionem seus equipamentos de geração durante o horário de pico de consumo para dar suporte ao sistema elétrico. "Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender e passar às pontas de carga. É esse o trabalho que estamos fazendo agora", disse o ministro, pouco antes da eleição para a presidência do Senado. "Acabei de me reunir com o setor privado e reguladores para tomar uma série de medidas que estão sendo encaminhadas", afirmou Braga, ao acrescentar que a presidente Dilma Rousseff já aprovou algumas delas e outras serão analisadas numa reunião no próximo dia 12. "Vamos tomar ações juntos aos produtores independentes de energia, como é o caso de shopping centers e algumas indústrias, para que possamos acionar esses equipamentos no período de ponta de carga e passar este momento crítico com maior tranquilidade", afirmou Braga. De acordo com o ministro, o país passa por crise hídrica, que pressiona o setor elétrico, mas não existe crise energética. "O nosso desafio é mitigar a crise hídrica para não gerar uma crise energética." A reunião do próximo dia 12, de acordo com Braga, será com a presidente e com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais do setor. CUSTO Após o anúncio do ministro, a diretoria da Alshop, associação que representa 107 mil lojistas de 802 shoppings do país, decidiu marcar reunião. "Vamos ver a melhor forma de evitar prejuízo para os lojistas", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. A fim de diluir o custo com o acionamento de geradores (que usam combustível, mais caro), uma alternativa poderia ser abrir os shoppings uma hora mais tarde. A Folha não conseguiu contato com a Abrasce, que representa os shoppings. APAGÃO E DEUS Na tarde do dia 19 de janeiro, 11 Estados e o DF foram atingidos por um apagão, motivado por um pico de consumo e por falha no sistema de transmissão de energia. Na mesma semana, depois de afirmar que "Deus é brasileiro" e que não haveria risco de faltar energia, Braga admitiu a possibilidade de racionamento, se o nível dos reservatórios das hidrelétricas caísse para 10% –percentual esse que, segundo especialistas, paralisaria as turbinas. Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste –tida como a "caixa-d'água" do sistema– caiu para 16,79% no sábado (31), dado mais recente disponível. Para complicar a situação, as chuvas que cairão nas nascentes dos rios da região neste mês, de acordo com o ONS, deverão ser apenas 52% da média do período. Colaborou JULIO WIZIACK, de São Paulo
2
Crivella disse que Rio 'deveria ser murado como Jerusalém'
O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que a cidade deveria ser cercada por muros para evitar a entrada de armas e drogas. A declaração foi dada na segunda (21) num encontro com líderes judaicos e evangélicos no principal templo Igreja Universal no Rio. "[O Rio] Deveria ser murado como Jerusalém", disse Crivella, que visitou Israel neste mês logo após vencer o pleito no Rio. Na visita ao país, o prefeito eleito, que é bispo licenciado da Igreja Universal, se encontrou com o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, para tratar de assuntos como segurança, educação e turismo. Crivella conheceu os sistemas de vigilância adotados lá com armas não-letais e treinamento da Guarda. Antes de declarar que o Rio deveria ser murado, o prefeito eleito afirmara que a cidade está vivendo "uma profunda crise moral". Desde o início da semana, a Cidade de Deus está ocupada. No sábado (19), quatro policiais morreram na queda de um helicóptero durante operação na comunidade. No dia seguinte, sete corpos foram encontrados por moradores após tiroteio intenso na madrugada.
poder
Crivella disse que Rio 'deveria ser murado como Jerusalém'O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que a cidade deveria ser cercada por muros para evitar a entrada de armas e drogas. A declaração foi dada na segunda (21) num encontro com líderes judaicos e evangélicos no principal templo Igreja Universal no Rio. "[O Rio] Deveria ser murado como Jerusalém", disse Crivella, que visitou Israel neste mês logo após vencer o pleito no Rio. Na visita ao país, o prefeito eleito, que é bispo licenciado da Igreja Universal, se encontrou com o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, para tratar de assuntos como segurança, educação e turismo. Crivella conheceu os sistemas de vigilância adotados lá com armas não-letais e treinamento da Guarda. Antes de declarar que o Rio deveria ser murado, o prefeito eleito afirmara que a cidade está vivendo "uma profunda crise moral". Desde o início da semana, a Cidade de Deus está ocupada. No sábado (19), quatro policiais morreram na queda de um helicóptero durante operação na comunidade. No dia seguinte, sete corpos foram encontrados por moradores após tiroteio intenso na madrugada.
0
Celso Daniel era conivente com corrupção, diz autor de livro
O ex-prefeito de Santo André Celso Daniel era conivente com o esquema de corrupção em Santo André. A afirmação é do editor de jornalista Silvio Navarro, autor de "Celso Daniel - Política, Corrupção e Morte no Coração do PT". Segundo o editor do site da revista "Veja", escutas feitas pela PF à época revelaram que dentro do partido ninguém lamentou a morte do político. "Havia um esquema para calar imprensa e blindar o PT", diz. Saiba mais sobre o livro
tv
Celso Daniel era conivente com corrupção, diz autor de livroO ex-prefeito de Santo André Celso Daniel era conivente com o esquema de corrupção em Santo André. A afirmação é do editor de jornalista Silvio Navarro, autor de "Celso Daniel - Política, Corrupção e Morte no Coração do PT". Segundo o editor do site da revista "Veja", escutas feitas pela PF à época revelaram que dentro do partido ninguém lamentou a morte do político. "Havia um esquema para calar imprensa e blindar o PT", diz. Saiba mais sobre o livro
11
O projeto secreto da Wikipédia está deixando seus colaboradores putos
É provável que você tenha lido que a Wikimedia Foundation, a organização não-lucrativa que financia e comanda a Wikipédia, quer criar uma ferramenta de pesquisa para competir com o Google. O que você talvez não saiba é que esse novo projeto está abalando a relação entre a Wikimedia Foundation e a comunidade de colaboradores da enciclopédia digital. Em setembro do ano passado, a Wikimedia Foundation recebeu uma quantia de US$ 250 mil da Knight Foundation para a criação da "Wikimedia Knowledge Engine", um "sistema capaz de recolher informações públicas e confiáveis na internet", de acordo com um documento liberado no final da semana passada. Até então, a existência da Knowledge Engine, conhecida hoje como "Wikimedia Discovery", era novidade para a comunidade de editores da Wikipédia. Ao descobrir o projeto, o grupo afirmou que a natureza sigilosa não correspondia com o compromisso de transparência da instituição. Críticos de fora salientam que a iniciativa traz à tona as desavenças entre a Wikimedia Foundation, cada vez mais influenciada pela ética mercadológica do Vale do Silício, e os voluntários que mantêm a Wikipédia, o, diga-se, principal trunfo da fundação. "A comunidade de colaboradores e a fundação estão cada vez mais distantes", conta William Beutler, editor veterano da Wikipedia, jornalista e autor do blog The Wikipedian. "A comunidade é um grupo voluntário composto por pessoas que ajudam a Wikipédia por razões ideológicas. Do lado oposto temos a fundação, que tem cada vez menos integrantes da comunidade e cada vez mais funcionários ligados ao mundo técnico do Vale do Silício". "É um choque cultural", acrescentou. "E ao que me parece, um choque cultural dos mais destrutivos". Você deve se perguntar: como uma simples ferramenta de busca está causando tanta confusão? Bem, em primeiro lugar, a Wikimedia sempre se orgulhou de sua política de transparência: seus planos estratégicos anuais e seus dados fiscais são disponibilizados ao público, e a Wikipédia sempre manteve um histórico completo de todas edições feitas no site. A Knowledge Engine, porém, nasceu na surdina. Na verdade, nós nem sabemos muito bem o que ela é –os pronunciamentos oficiais da Wikimedia contradizem os documentos vazados que discutiam o projeto. A comunidade da Wikipédia –os caras das antigas, os true– teme que a ferramenta de busca possa representar uma mudança paradigmática no foco da organização: deixe de ser um projeto de curadoria de artigos feito por humanos e passe a ser um processo automatizado. Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikimedia, afirma que as insinuações de que a instituição estaria tentando competir com o Google são "maldosas", "completamente falsas" e "uma mentira completa". Wales e a Wikimedia Foundation já afirmaram que a Knowledge Engine aperfeiçoará o sistema de buscas da própria Wikipédia e de outros projetos da fundação, mas os documentos vazados e o próprio pedido de subvenção dizem o contrário. O pedido afirma que a ferramenta "criará um modelo capaz de recolher informações públicas e de alta qualidade na internet". O documento também eleva as expectativas ao sugerir que "ferramentas de busca comerciais dominam o mercado de ferramentas de busca da internet", acrescentando que "o Google, o Yahoo e outras ferramentas de busca comerciais poderiam investir em projetos semelhantes, o que diminuiria o sucesso do projeto em questão". Documentos internos da Wikimedia Foundation vazados na semana passada descrevem a Knowledge Engine da seguinte forma: "A 'Knowledge Engine By Wikipédia' irá democratizar a distribuição de mídia, notícias e informações, tornando as informações mais relevantes da internet mais acessíveis e melhor selecionadas; em suma, uma ferramenta de busca de código aberto completamente livre de interesses comerciais. Nosso novo site será a primeira ferramenta de busca transparente da internet, e a primeira a carregar a reputação da Wikipédia e da Wikimedia Foundation". As particularidades da Knowledge Engine não importam para os colaboradores. O que importa é o sigilo e a história obscura que a cerca, afirmam Beutler e Liam Wyatt, um coordenador europeu da Wikipédia que se autodenomina como um "Wikivigilante". O mais importante, dizem, é que a Wikimedia não disponibilizou nenhuma dessas propostas aos membros da comunidade antes de aprovar o projeto. Segundo os documentos, a Knowledge Engine custará ao menos US$ 2.5 milhões nos primeiros anos e que irá demorar no mínimo seis anos para ser completado. Além disso, a ferramenta de busca não é mencionada em nenhum dos planejamentos anuais da Wikimedia disponíveis ao público. "Uma ferramenta de busca é uma forma válida de expressar nossa missão", disse Wyatt. "Nossa missão envolve transparência e colaboração, e uma ferramenta de busca secreta não combina com nada disso". Tudo indica que o desentendimento acerca da Knowledge Engine e do papel da comunidade em seu desenvolvimento está causando tremores na própria Wikimedia Foundation. No final do ano passado, James Heilman, um dos membros do Conselho de Administração da Wikimedia Foundation, foi dispensado. Heilman insinuou que sua tentativa de publicar o pedido de subvenção da Knight Foundation foi a razão de sua demissão. "Pedidos de subvenção deveriam ser publicados no momento em que eles são enviados para os investidores em potencial", escreveu Heilman em um post publicado no The Signpost, o jornal interno da Wikipédia. "Isso ajudaria a manter a responsabilidade daqueles no poder. Assim, não teríamos surpresas desagradáveis no futuro". Em uma página de discussão da Wikipédia, Wales definiu as afirmações de Heilman como "merda pura", e disse que Heilman tinha "um comportamento padrão que, na minha opinião, fere nossa confiança e vai contra os valores da comunidade." Pouco após Heilman ser demitido, Siko Bouterse, ex-membro da comunidade da Wikipédia que trabalhou também na fundação, anunciou estar deixando a organização por questões de transparência. Esses desligamentos e demissões representam uma mudança fundamental no interior da Wikimedia –e segundo Beutler e Wyatt, o drama da ferramenta de busca é apenas uma consequência dessa mudança. No fundo, essa mudança representa a transformação da Wikimedia Foundation em uma das empresas de tecnologia do Vale do Silício (muito embora ela seja uma organização não-lucrativa). Beutler acrescenta que cinco dos membros da diretoria da Wikimedia Foundation estão envolvidos com o Google e que Lila Tretikov, diretora-executiva da instituição desde 2014, começou sua carreira como engenheira de software no Vale do Silício. A Wikimedia Foundation não respondeu a nenhum de nossos pedidos de pronunciamento. "Eu me pergunto se os membros da fundação, muitos dos quais vieram do Vale do Silício, estão ficando entediados com a perspectiva de continuar comandando uma enciclopédia", disse Beutler. Enquanto isso, o tráfego do Wikipédia tem caído desde que o Google começou a incorporar informações básicas de artigos da Wikipedia em sua página inicial (ao pesquisar algo sobre uma celebridade, por exemplo, podemos descobrir sua idade sem ter que clicar no artigo da Wikipédia). Se levarmos em conta a missão de expandir o conhecimento público, o fato dessas informações estarem vindo da própria Wikipédia pode ser considerado uma vitória, mas é importante lembrar que é uma ameaça para um site que depende de doações. "Acho que eles estão com medo do Google não precisar mais deles", disse Beutler. "E quando a ameaça é o Google, faz sentido criar uma ferramenta de busca própria". Wyatt diz que a criação de uma ferramenta de busca indica que a Wikipédia está descartando o toque humano dos editores voluntários em prol de um conteúdo automatizado. "Tudo depende se eles acham ou não que essa ferramenta de busca pode substituir a comunidade editorial", afirma Wyatt. "É uma teoria da conspiração dizer que eles estão substituindo a comunidade de editores por um algoritmo, mas parece que estão seguindo nesse rumo". Mas e quanto àqueles que acreditam que uma ferramenta de busca da Wikipédia, não sujeita à monetização ou propagandas, poderia ser benéfica? Beutler cita o Wikia Search, última tentativa (liderada por Wales) de desbancar o Google. O projeto fracassou rapidamente. "Em um vácuo, a competição é algo bom", disse Beutler. "Mas tentar construir uma ferramenta de busca que irá destronar o Google é loucura. Odeio acabar com os sonhos dos outros, mas é impossível fazer isso nesse prazo, ou com esse orçamento". Tradução: Ananda Pieratti Leia no site da Vice: O projeto secreto da Wikipédia está deixando seus colaboradores muito putos
tec
O projeto secreto da Wikipédia está deixando seus colaboradores putosÉ provável que você tenha lido que a Wikimedia Foundation, a organização não-lucrativa que financia e comanda a Wikipédia, quer criar uma ferramenta de pesquisa para competir com o Google. O que você talvez não saiba é que esse novo projeto está abalando a relação entre a Wikimedia Foundation e a comunidade de colaboradores da enciclopédia digital. Em setembro do ano passado, a Wikimedia Foundation recebeu uma quantia de US$ 250 mil da Knight Foundation para a criação da "Wikimedia Knowledge Engine", um "sistema capaz de recolher informações públicas e confiáveis na internet", de acordo com um documento liberado no final da semana passada. Até então, a existência da Knowledge Engine, conhecida hoje como "Wikimedia Discovery", era novidade para a comunidade de editores da Wikipédia. Ao descobrir o projeto, o grupo afirmou que a natureza sigilosa não correspondia com o compromisso de transparência da instituição. Críticos de fora salientam que a iniciativa traz à tona as desavenças entre a Wikimedia Foundation, cada vez mais influenciada pela ética mercadológica do Vale do Silício, e os voluntários que mantêm a Wikipédia, o, diga-se, principal trunfo da fundação. "A comunidade de colaboradores e a fundação estão cada vez mais distantes", conta William Beutler, editor veterano da Wikipedia, jornalista e autor do blog The Wikipedian. "A comunidade é um grupo voluntário composto por pessoas que ajudam a Wikipédia por razões ideológicas. Do lado oposto temos a fundação, que tem cada vez menos integrantes da comunidade e cada vez mais funcionários ligados ao mundo técnico do Vale do Silício". "É um choque cultural", acrescentou. "E ao que me parece, um choque cultural dos mais destrutivos". Você deve se perguntar: como uma simples ferramenta de busca está causando tanta confusão? Bem, em primeiro lugar, a Wikimedia sempre se orgulhou de sua política de transparência: seus planos estratégicos anuais e seus dados fiscais são disponibilizados ao público, e a Wikipédia sempre manteve um histórico completo de todas edições feitas no site. A Knowledge Engine, porém, nasceu na surdina. Na verdade, nós nem sabemos muito bem o que ela é –os pronunciamentos oficiais da Wikimedia contradizem os documentos vazados que discutiam o projeto. A comunidade da Wikipédia –os caras das antigas, os true– teme que a ferramenta de busca possa representar uma mudança paradigmática no foco da organização: deixe de ser um projeto de curadoria de artigos feito por humanos e passe a ser um processo automatizado. Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikimedia, afirma que as insinuações de que a instituição estaria tentando competir com o Google são "maldosas", "completamente falsas" e "uma mentira completa". Wales e a Wikimedia Foundation já afirmaram que a Knowledge Engine aperfeiçoará o sistema de buscas da própria Wikipédia e de outros projetos da fundação, mas os documentos vazados e o próprio pedido de subvenção dizem o contrário. O pedido afirma que a ferramenta "criará um modelo capaz de recolher informações públicas e de alta qualidade na internet". O documento também eleva as expectativas ao sugerir que "ferramentas de busca comerciais dominam o mercado de ferramentas de busca da internet", acrescentando que "o Google, o Yahoo e outras ferramentas de busca comerciais poderiam investir em projetos semelhantes, o que diminuiria o sucesso do projeto em questão". Documentos internos da Wikimedia Foundation vazados na semana passada descrevem a Knowledge Engine da seguinte forma: "A 'Knowledge Engine By Wikipédia' irá democratizar a distribuição de mídia, notícias e informações, tornando as informações mais relevantes da internet mais acessíveis e melhor selecionadas; em suma, uma ferramenta de busca de código aberto completamente livre de interesses comerciais. Nosso novo site será a primeira ferramenta de busca transparente da internet, e a primeira a carregar a reputação da Wikipédia e da Wikimedia Foundation". As particularidades da Knowledge Engine não importam para os colaboradores. O que importa é o sigilo e a história obscura que a cerca, afirmam Beutler e Liam Wyatt, um coordenador europeu da Wikipédia que se autodenomina como um "Wikivigilante". O mais importante, dizem, é que a Wikimedia não disponibilizou nenhuma dessas propostas aos membros da comunidade antes de aprovar o projeto. Segundo os documentos, a Knowledge Engine custará ao menos US$ 2.5 milhões nos primeiros anos e que irá demorar no mínimo seis anos para ser completado. Além disso, a ferramenta de busca não é mencionada em nenhum dos planejamentos anuais da Wikimedia disponíveis ao público. "Uma ferramenta de busca é uma forma válida de expressar nossa missão", disse Wyatt. "Nossa missão envolve transparência e colaboração, e uma ferramenta de busca secreta não combina com nada disso". Tudo indica que o desentendimento acerca da Knowledge Engine e do papel da comunidade em seu desenvolvimento está causando tremores na própria Wikimedia Foundation. No final do ano passado, James Heilman, um dos membros do Conselho de Administração da Wikimedia Foundation, foi dispensado. Heilman insinuou que sua tentativa de publicar o pedido de subvenção da Knight Foundation foi a razão de sua demissão. "Pedidos de subvenção deveriam ser publicados no momento em que eles são enviados para os investidores em potencial", escreveu Heilman em um post publicado no The Signpost, o jornal interno da Wikipédia. "Isso ajudaria a manter a responsabilidade daqueles no poder. Assim, não teríamos surpresas desagradáveis no futuro". Em uma página de discussão da Wikipédia, Wales definiu as afirmações de Heilman como "merda pura", e disse que Heilman tinha "um comportamento padrão que, na minha opinião, fere nossa confiança e vai contra os valores da comunidade." Pouco após Heilman ser demitido, Siko Bouterse, ex-membro da comunidade da Wikipédia que trabalhou também na fundação, anunciou estar deixando a organização por questões de transparência. Esses desligamentos e demissões representam uma mudança fundamental no interior da Wikimedia –e segundo Beutler e Wyatt, o drama da ferramenta de busca é apenas uma consequência dessa mudança. No fundo, essa mudança representa a transformação da Wikimedia Foundation em uma das empresas de tecnologia do Vale do Silício (muito embora ela seja uma organização não-lucrativa). Beutler acrescenta que cinco dos membros da diretoria da Wikimedia Foundation estão envolvidos com o Google e que Lila Tretikov, diretora-executiva da instituição desde 2014, começou sua carreira como engenheira de software no Vale do Silício. A Wikimedia Foundation não respondeu a nenhum de nossos pedidos de pronunciamento. "Eu me pergunto se os membros da fundação, muitos dos quais vieram do Vale do Silício, estão ficando entediados com a perspectiva de continuar comandando uma enciclopédia", disse Beutler. Enquanto isso, o tráfego do Wikipédia tem caído desde que o Google começou a incorporar informações básicas de artigos da Wikipedia em sua página inicial (ao pesquisar algo sobre uma celebridade, por exemplo, podemos descobrir sua idade sem ter que clicar no artigo da Wikipédia). Se levarmos em conta a missão de expandir o conhecimento público, o fato dessas informações estarem vindo da própria Wikipédia pode ser considerado uma vitória, mas é importante lembrar que é uma ameaça para um site que depende de doações. "Acho que eles estão com medo do Google não precisar mais deles", disse Beutler. "E quando a ameaça é o Google, faz sentido criar uma ferramenta de busca própria". Wyatt diz que a criação de uma ferramenta de busca indica que a Wikipédia está descartando o toque humano dos editores voluntários em prol de um conteúdo automatizado. "Tudo depende se eles acham ou não que essa ferramenta de busca pode substituir a comunidade editorial", afirma Wyatt. "É uma teoria da conspiração dizer que eles estão substituindo a comunidade de editores por um algoritmo, mas parece que estão seguindo nesse rumo". Mas e quanto àqueles que acreditam que uma ferramenta de busca da Wikipédia, não sujeita à monetização ou propagandas, poderia ser benéfica? Beutler cita o Wikia Search, última tentativa (liderada por Wales) de desbancar o Google. O projeto fracassou rapidamente. "Em um vácuo, a competição é algo bom", disse Beutler. "Mas tentar construir uma ferramenta de busca que irá destronar o Google é loucura. Odeio acabar com os sonhos dos outros, mas é impossível fazer isso nesse prazo, ou com esse orçamento". Tradução: Ananda Pieratti Leia no site da Vice: O projeto secreto da Wikipédia está deixando seus colaboradores muito putos
10
São Paulo acorda com as ruas sujas, e Doria admite problemas no Carnaval
Muito lixo espalhado pelas ruas, confusão em acessos ao metrô, falta de orientação para motoristas que ficaram presos no trânsito e mudança de última hora sobre locais de dispersão dos blocos foram alguns dos problemas do fim de semana de pré-Carnaval na capital paulista, principalmente na zona oeste. Na manhã deste domingo (19), o prefeito João Doria (PSDB) admitiu que houve falhas na organização dos eventos de sábado (18). Por volta das 22h45, vestiu-se de gari para fiscalizar a varrição e coleta de lixo na região do largo da Batata, na zona oeste. "Corrigir o que falhamos ontem para fazer melhor hoje", afirmou ele, que recebeu gritos de apoio de quem passava pelo local. O prefeito prometeu colocar lixeiras de 400 litros em todas as esquinas com concentração de foliões. A Inova, empresa responsável pela limpeza, porém, diz que não há caçamba desse tamanho –o recipiente a que Doria se referiu tem mil litros. A reportagem constatou apenas lixeiras de 50 litros na região. O largo da Batata foi escolhido para atrair a dispersão da Vila Madalena, mas acabou abraçando o caos conhecido de carnavais passados do bairro. Doria disse que chegou do Oriente Médio às 21h de sábado (18) já sabendo dos problemas e afirmou que o público registrado representa o triplo do esperado –a expectativa era de 250 mil pessoas, mas a estimativa chegou a 750 mil. "É nossa responsabilidade assumir aquilo que não foi bem", disse. "A limpeza tem que ser eficiente, mais rápida e com mais gente." Houve problemas tanto no transporte municipal (ônibus não conseguiam chegar aos pontos, e faltou informação de mudança de itinerário) quanto estadual (houve acúmulo de pessoas nas estações de metrô perto dos blocos e interdições temporárias). Doria pediu ajuda aos secretários de Transporte das duas esferas e à Polícia Militar para melhorar a organização. Segundo ele, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) teria que triplicar o número de agentes nas ruas. No sábado, carros estavam desorientados na região do largo da Batata, alguns andavam até na contramão, e motoristas reclamavam da falta de sinalização. A psicóloga Nadia dos Anjos, 61, pedia ajuda para foliões para sair da região. "Não tem quem me ajude, não tem orientações, policiais, nada. Estou com uma senhora de 90 anos", dizia. Apesar da promessa feita de manhã, à tarde motoristas e foliões dividiam o mesmo espaço na avenida Faria Lima. Doria disse que não houve despreparo. "Houve preparação inferior ao que deveria ter sido. Falhamos, deveríamos ter previsto mais público." Outro problema com a estratégia de dispersão da gestão ocorreu na praça Roosevelt, no centro. Proibido como ponto de concentração e dispersão, o local acabou recebendo foliões do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. O bloco atrasou e não conseguiu chegar a tempo à avenida São Luís, que deveria receber a dispersão. Terminou às 22h20 a poucos metros da praça, em frente à igreja da Consolação. BLOQUEIOS A CET informou em nota que, em função dos blocos, realizou desvios, bloqueios e monitoramento em diversas regiões, além do redirecionamento de linhas de ônibus. Agentes foram às ruas para orientar passageiros de ônibus, motoristas e foliões. A ViaQuatro, responsável pela linha 4-amarela, disse que fechou alguns acessos às estações Fradique Coutinho e Faria Lima no sábado para controlar o fluxo. Busca Blocos
cotidiano
São Paulo acorda com as ruas sujas, e Doria admite problemas no CarnavalMuito lixo espalhado pelas ruas, confusão em acessos ao metrô, falta de orientação para motoristas que ficaram presos no trânsito e mudança de última hora sobre locais de dispersão dos blocos foram alguns dos problemas do fim de semana de pré-Carnaval na capital paulista, principalmente na zona oeste. Na manhã deste domingo (19), o prefeito João Doria (PSDB) admitiu que houve falhas na organização dos eventos de sábado (18). Por volta das 22h45, vestiu-se de gari para fiscalizar a varrição e coleta de lixo na região do largo da Batata, na zona oeste. "Corrigir o que falhamos ontem para fazer melhor hoje", afirmou ele, que recebeu gritos de apoio de quem passava pelo local. O prefeito prometeu colocar lixeiras de 400 litros em todas as esquinas com concentração de foliões. A Inova, empresa responsável pela limpeza, porém, diz que não há caçamba desse tamanho –o recipiente a que Doria se referiu tem mil litros. A reportagem constatou apenas lixeiras de 50 litros na região. O largo da Batata foi escolhido para atrair a dispersão da Vila Madalena, mas acabou abraçando o caos conhecido de carnavais passados do bairro. Doria disse que chegou do Oriente Médio às 21h de sábado (18) já sabendo dos problemas e afirmou que o público registrado representa o triplo do esperado –a expectativa era de 250 mil pessoas, mas a estimativa chegou a 750 mil. "É nossa responsabilidade assumir aquilo que não foi bem", disse. "A limpeza tem que ser eficiente, mais rápida e com mais gente." Houve problemas tanto no transporte municipal (ônibus não conseguiam chegar aos pontos, e faltou informação de mudança de itinerário) quanto estadual (houve acúmulo de pessoas nas estações de metrô perto dos blocos e interdições temporárias). Doria pediu ajuda aos secretários de Transporte das duas esferas e à Polícia Militar para melhorar a organização. Segundo ele, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) teria que triplicar o número de agentes nas ruas. No sábado, carros estavam desorientados na região do largo da Batata, alguns andavam até na contramão, e motoristas reclamavam da falta de sinalização. A psicóloga Nadia dos Anjos, 61, pedia ajuda para foliões para sair da região. "Não tem quem me ajude, não tem orientações, policiais, nada. Estou com uma senhora de 90 anos", dizia. Apesar da promessa feita de manhã, à tarde motoristas e foliões dividiam o mesmo espaço na avenida Faria Lima. Doria disse que não houve despreparo. "Houve preparação inferior ao que deveria ter sido. Falhamos, deveríamos ter previsto mais público." Outro problema com a estratégia de dispersão da gestão ocorreu na praça Roosevelt, no centro. Proibido como ponto de concentração e dispersão, o local acabou recebendo foliões do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. O bloco atrasou e não conseguiu chegar a tempo à avenida São Luís, que deveria receber a dispersão. Terminou às 22h20 a poucos metros da praça, em frente à igreja da Consolação. BLOQUEIOS A CET informou em nota que, em função dos blocos, realizou desvios, bloqueios e monitoramento em diversas regiões, além do redirecionamento de linhas de ônibus. Agentes foram às ruas para orientar passageiros de ônibus, motoristas e foliões. A ViaQuatro, responsável pela linha 4-amarela, disse que fechou alguns acessos às estações Fradique Coutinho e Faria Lima no sábado para controlar o fluxo. Busca Blocos
5
Participantes do Enem 2016 ainda não conseguem fazer inscrições no Sisu
Participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016 ainda continuam com dificuldades para fazer as inscrições no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que reúne as vagas de universidades públicas. O governo federal não informou quantos candidatos estão sendo prejudicados pelas falhas no sistema, mas afirma garantir que nenhum terá prejuízo nas inscrições. O MEC (Ministério da Educação) "identificou inconsistências no sistema, que estão sendo sanadas", de acordo com nota da assessoria de imprensa encaminhada nesta quarta-feira (25) após questionamento da Folha. O mesmo texto havia sido divulgado na terça-feira, quando as inscrições no Sisu foram abertas e candidatos passaram a enfrentar problemas. A previsão, segundo o MEC, é que até o fim do dia o sistema volte à normalidade. Falhas do MEC já haviam dificultado o acesso às notas do exame na semana passada. Foram identificados ainda cerca de 700 candidatos cujas notas na base de dados do Enem registravam participação na primeira e também na segunda aplicação do exame. "Essas inconsistências já foram corrigidas", diz o MEC. Caso os participantes encontrem problemas, o MEC indica entrar em contato pelo telefone 800 616161 ou pela e-mail da ouvidoria do MEC: [email protected]. Participaram da segunda aplicação do Enem, em dezembro passado, candidatos em escolas ocupadas onde o exame havia sido cancelado. Cerca de 18 mil participantes dessa segunda aplicação não haviam conseguido acessar a nota na semana passada. As inscrições no Sisu ficam abertas até as 23h59 da próxima sexta-feira (27). Estão disponíveis nesta edição 238.397 vagas em 131 instituições públicas de ensino superior. As vagas são para ingresso no primeiro semestre de 2017.
educacao
Participantes do Enem 2016 ainda não conseguem fazer inscrições no SisuParticipantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016 ainda continuam com dificuldades para fazer as inscrições no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que reúne as vagas de universidades públicas. O governo federal não informou quantos candidatos estão sendo prejudicados pelas falhas no sistema, mas afirma garantir que nenhum terá prejuízo nas inscrições. O MEC (Ministério da Educação) "identificou inconsistências no sistema, que estão sendo sanadas", de acordo com nota da assessoria de imprensa encaminhada nesta quarta-feira (25) após questionamento da Folha. O mesmo texto havia sido divulgado na terça-feira, quando as inscrições no Sisu foram abertas e candidatos passaram a enfrentar problemas. A previsão, segundo o MEC, é que até o fim do dia o sistema volte à normalidade. Falhas do MEC já haviam dificultado o acesso às notas do exame na semana passada. Foram identificados ainda cerca de 700 candidatos cujas notas na base de dados do Enem registravam participação na primeira e também na segunda aplicação do exame. "Essas inconsistências já foram corrigidas", diz o MEC. Caso os participantes encontrem problemas, o MEC indica entrar em contato pelo telefone 800 616161 ou pela e-mail da ouvidoria do MEC: [email protected]. Participaram da segunda aplicação do Enem, em dezembro passado, candidatos em escolas ocupadas onde o exame havia sido cancelado. Cerca de 18 mil participantes dessa segunda aplicação não haviam conseguido acessar a nota na semana passada. As inscrições no Sisu ficam abertas até as 23h59 da próxima sexta-feira (27). Estão disponíveis nesta edição 238.397 vagas em 131 instituições públicas de ensino superior. As vagas são para ingresso no primeiro semestre de 2017.
12
Nova obra de veterano Godofredo de Oliveira Neto é boa surpresa
A mais recente obra de Godofredo de Oliveira Neto é uma enorme e positiva surpresa. Autor experiente e premiado, vem tendo suas obras publicadas no exterior com sucesso de crítica e satisfatória repercussão. Tendo como marca a erudição de quem acumula a função de professor universitário, Godofredo revela sempre especial habilidade na construção de narradores e na transposição de fatos de lastro histórico para romances. "Grito", porém, difere de tudo que o autor já escreveu. Se a feliz condução do texto pelo narrador próximo ao leitor continua, toda a estrutura da obra é inédita. Vinte e nove atos formam a obra, mas não é diante de um texto dramatúrgico que estamos. As cenas se alternam com a narrativa, ou no texto em prosa onde intrometem, mesclando-se. A narradora é também uma depoente que recria memórias. O narrado é encenado. Os personagens são ao mesmo tempo atores, diretores e autores das cenas que se sucedem. O dramático se desfaz em teatralidade pós-dramática, mas aceita ainda intervenções brechtianas. Quase toda a ação se passa entre o apartamento quarto e sala em Copacabana de uma ex-atriz de 82 anos, cheia de memórias dos 60 anos de uma carreira de sucesso nas artes cênicas, conhecendo ainda de cor os principais momentos do cânone dramatúrgico, e a quitinete no mesmo prédio onde mora ninguém menos que Fausto. Fausto é um belo negro de 19 anos que pretende ser autor teatral e ator. Com a velha senhora aprende as artes do ofício, partilha falas dos diversos faustos da história literária. Juntos, constroem um mundo à parte no pequeno conjugado transformado, nos momentos em que os dois formam plateia e palco, em Sala Ifigênia de Sá Sintra, nome que homenageia a irmã de Fausto que nascera morta. Isso é tudo que se sabe do jovem que circula sem camisa e lança um berro que abala o prédio quando algo de novo surge em sua vida. Duas formas de sedução unem os personagens tão díspares, enchendo a cada encontro o espaço que partilham de afeto e arte. Na alternância de formas de escrita cabem intromissões sem qualquer solenidade de citações ou recorrências que vão do Fausto de Goethe a Shakespeare. Machado de Assis mescla-se ao texto sem avisar. O mais interessante nas recriações de emoções que o leitor ou espectador experimentam diante do repertório evocado é que não há no recurso qualquer didatismo, qualquer exibição de erudição démodé. É o "extraordinário mundo do teatro", com os recursos que o drama partilha com a Ópera, que cria a atmosfera de prazer dividido entre a velha e o jovem. A chamada realidade, porém, existe, mesmo se deixada de fora como forma de conviver com a velhice de uma ou o fracasso recorrente do outro. Como diz a antiga atriz: "Os homens padeceriam de penas bem menos intensas se não dedicassem todo o poder da imaginação a lembrar sem cessar dos seus males, em vez de tornar mais suportável o presente". O real, porém, é o incontornável, é o que não se pode suportar, e o drama findará em inevitável tragédia. BEATRIZ RESENDE é professora da UFRJ e pesquisadora do CNPQ e da Faperj O GRITO AUTOR: Godofredo de Oliveira Neto EDITORA: Record QUANTO: R$ 32,90 (160 págs.)
ilustrada
Nova obra de veterano Godofredo de Oliveira Neto é boa surpresaA mais recente obra de Godofredo de Oliveira Neto é uma enorme e positiva surpresa. Autor experiente e premiado, vem tendo suas obras publicadas no exterior com sucesso de crítica e satisfatória repercussão. Tendo como marca a erudição de quem acumula a função de professor universitário, Godofredo revela sempre especial habilidade na construção de narradores e na transposição de fatos de lastro histórico para romances. "Grito", porém, difere de tudo que o autor já escreveu. Se a feliz condução do texto pelo narrador próximo ao leitor continua, toda a estrutura da obra é inédita. Vinte e nove atos formam a obra, mas não é diante de um texto dramatúrgico que estamos. As cenas se alternam com a narrativa, ou no texto em prosa onde intrometem, mesclando-se. A narradora é também uma depoente que recria memórias. O narrado é encenado. Os personagens são ao mesmo tempo atores, diretores e autores das cenas que se sucedem. O dramático se desfaz em teatralidade pós-dramática, mas aceita ainda intervenções brechtianas. Quase toda a ação se passa entre o apartamento quarto e sala em Copacabana de uma ex-atriz de 82 anos, cheia de memórias dos 60 anos de uma carreira de sucesso nas artes cênicas, conhecendo ainda de cor os principais momentos do cânone dramatúrgico, e a quitinete no mesmo prédio onde mora ninguém menos que Fausto. Fausto é um belo negro de 19 anos que pretende ser autor teatral e ator. Com a velha senhora aprende as artes do ofício, partilha falas dos diversos faustos da história literária. Juntos, constroem um mundo à parte no pequeno conjugado transformado, nos momentos em que os dois formam plateia e palco, em Sala Ifigênia de Sá Sintra, nome que homenageia a irmã de Fausto que nascera morta. Isso é tudo que se sabe do jovem que circula sem camisa e lança um berro que abala o prédio quando algo de novo surge em sua vida. Duas formas de sedução unem os personagens tão díspares, enchendo a cada encontro o espaço que partilham de afeto e arte. Na alternância de formas de escrita cabem intromissões sem qualquer solenidade de citações ou recorrências que vão do Fausto de Goethe a Shakespeare. Machado de Assis mescla-se ao texto sem avisar. O mais interessante nas recriações de emoções que o leitor ou espectador experimentam diante do repertório evocado é que não há no recurso qualquer didatismo, qualquer exibição de erudição démodé. É o "extraordinário mundo do teatro", com os recursos que o drama partilha com a Ópera, que cria a atmosfera de prazer dividido entre a velha e o jovem. A chamada realidade, porém, existe, mesmo se deixada de fora como forma de conviver com a velhice de uma ou o fracasso recorrente do outro. Como diz a antiga atriz: "Os homens padeceriam de penas bem menos intensas se não dedicassem todo o poder da imaginação a lembrar sem cessar dos seus males, em vez de tornar mais suportável o presente". O real, porém, é o incontornável, é o que não se pode suportar, e o drama findará em inevitável tragédia. BEATRIZ RESENDE é professora da UFRJ e pesquisadora do CNPQ e da Faperj O GRITO AUTOR: Godofredo de Oliveira Neto EDITORA: Record QUANTO: R$ 32,90 (160 págs.)
6
Governo libera R$ 5 bilhões para socorrer Estados e cobra reformas
O presidente Michel Temer fechou acordo nesta terça-feira (22) com os governadores para liberação de R$ 5,3 bilhões em socorro financeiro aos Estados. O dinheiro é parte das multas arrecadadas com o programa de regularização de recursos no exterior. Em troca, os Estados se comprometeram a adotar medidas de controle de gastos, incluindo na área previdenciária. O acordo também prevê a partilha do que for arrecadado na segunda etapa do programa de repatriação, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Para viabilizar o repasse do dinheiro de 2016, os governadores vão retirar as ações movidas contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal), que bloqueavam a utilização dos recursos da repatriação. Com o acordo, o governo federal prometeu antecipar imediatamente os recursos para ajudar os Estados a quitar em dezembro os valores relativos ao 13º salário dos servidores públicos. Um documento com as contrapartidas estaduais foi elaborado pelo Ministério da Fazenda. Após o encontro, o Palácio do Planalto divulgou uma nota conjunta com os governadores para anunciar "um grande pacto nacional pelo equilíbrio das contas públicas". O texto diz que os governos estaduais irão apresentar emendas para serem incluídas na proposta de reforma da Previdência que o governo deve enviar ao Congresso. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o pagamento está condicionado à adoção de medidas de ajuste pelos governos estaduais. Por isso, afirmou, o prazo para a liberação das verbas ainda não foi definido. Meirelles reconheceu que os recursos não são suficientes para consertar as finanças dos Estados. "Longe disso. O que resolverá é um programa de ajuste, mas é uma ajuda importante", afirmou. O ministro afirmou que os governadores têm consciência, atualmente, da necessidade de controlar seus gastos. "Hoje, a crise fiscal nos Estados já está instalada. Já existe consenso de que essas medidas são necessárias." Meirelles lembrou a situação do Rio de Janeiro e disse que medidas adicionais serão discutidas para Estados em situação mais dramática. "O exemplo do Rio de Janeiro é dramático, mas é didático. Ou seja, tem de fazer um ajuste, se não todos correm o risco de acabar como o Rio", disse. ICEBERG A situação do Rio se agravou nas últimas semanas, quando o governo estadual viu suas propostas de ajuste serem rejeitadas pela Assembleia Legislativa. Nesta terça (22), o Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade financeira. "A situação dos Estados é muito grave", afirmou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). "O que estamos vendo em Estados como Rio e Rio Grande do Sul é apenas a ponta do iceberg. Todos estão precisando de ajuda." Rollemberg disse que os R$ 5,3 bilhões liberados pelo governo são insuficientes para salvar os Estados, mas ajudam a fechar as contas de 2016. "Essa repatriação dá uma ajuda. É importante nesse fechamento do ano", disse. MUNICÍPIOS O governo federal também deve ser pressionado pelos municípios. O PSB ingressou nesta terça-feira (22) com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo para que os municípios também tenham direito a uma fatia do que o governo arrecadou com o pagamento de multas da repatriação. O PSB quer que R$ 5,7 bilhões sejam repartidos entre mais de 5,7 mil municípios brasileiros. Esse dinheiro seria incluído diretamente na base de cálculo do Fundo de Participação dos Municípios, que repassa aos municípios parte das receitas federais. O PSB pede que o STF mande depositar os valores provisoriamente em uma conta judicial até o julgamento final da demanda.
mercado
Governo libera R$ 5 bilhões para socorrer Estados e cobra reformasO presidente Michel Temer fechou acordo nesta terça-feira (22) com os governadores para liberação de R$ 5,3 bilhões em socorro financeiro aos Estados. O dinheiro é parte das multas arrecadadas com o programa de regularização de recursos no exterior. Em troca, os Estados se comprometeram a adotar medidas de controle de gastos, incluindo na área previdenciária. O acordo também prevê a partilha do que for arrecadado na segunda etapa do programa de repatriação, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Para viabilizar o repasse do dinheiro de 2016, os governadores vão retirar as ações movidas contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal), que bloqueavam a utilização dos recursos da repatriação. Com o acordo, o governo federal prometeu antecipar imediatamente os recursos para ajudar os Estados a quitar em dezembro os valores relativos ao 13º salário dos servidores públicos. Um documento com as contrapartidas estaduais foi elaborado pelo Ministério da Fazenda. Após o encontro, o Palácio do Planalto divulgou uma nota conjunta com os governadores para anunciar "um grande pacto nacional pelo equilíbrio das contas públicas". O texto diz que os governos estaduais irão apresentar emendas para serem incluídas na proposta de reforma da Previdência que o governo deve enviar ao Congresso. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o pagamento está condicionado à adoção de medidas de ajuste pelos governos estaduais. Por isso, afirmou, o prazo para a liberação das verbas ainda não foi definido. Meirelles reconheceu que os recursos não são suficientes para consertar as finanças dos Estados. "Longe disso. O que resolverá é um programa de ajuste, mas é uma ajuda importante", afirmou. O ministro afirmou que os governadores têm consciência, atualmente, da necessidade de controlar seus gastos. "Hoje, a crise fiscal nos Estados já está instalada. Já existe consenso de que essas medidas são necessárias." Meirelles lembrou a situação do Rio de Janeiro e disse que medidas adicionais serão discutidas para Estados em situação mais dramática. "O exemplo do Rio de Janeiro é dramático, mas é didático. Ou seja, tem de fazer um ajuste, se não todos correm o risco de acabar como o Rio", disse. ICEBERG A situação do Rio se agravou nas últimas semanas, quando o governo estadual viu suas propostas de ajuste serem rejeitadas pela Assembleia Legislativa. Nesta terça (22), o Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade financeira. "A situação dos Estados é muito grave", afirmou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). "O que estamos vendo em Estados como Rio e Rio Grande do Sul é apenas a ponta do iceberg. Todos estão precisando de ajuda." Rollemberg disse que os R$ 5,3 bilhões liberados pelo governo são insuficientes para salvar os Estados, mas ajudam a fechar as contas de 2016. "Essa repatriação dá uma ajuda. É importante nesse fechamento do ano", disse. MUNICÍPIOS O governo federal também deve ser pressionado pelos municípios. O PSB ingressou nesta terça-feira (22) com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo para que os municípios também tenham direito a uma fatia do que o governo arrecadou com o pagamento de multas da repatriação. O PSB quer que R$ 5,7 bilhões sejam repartidos entre mais de 5,7 mil municípios brasileiros. Esse dinheiro seria incluído diretamente na base de cálculo do Fundo de Participação dos Municípios, que repassa aos municípios parte das receitas federais. O PSB pede que o STF mande depositar os valores provisoriamente em uma conta judicial até o julgamento final da demanda.
2
Indústria da maconha nos EUA mais que dobra em 2 anos e atrai investidor
Dooma Wendschuh ganhava, e bem, a vida escrevendo e produzindo roteiros de videogame na empresa que fundara com o sócio na Califórnia. A despeito do sucesso, depois de mais de uma década, ele decidiu largar tudo. No ano passado, vendeu sua parte na companhia e se mudou para Denver, capital do Colorado (EUA). Seu padrão de vida caiu e, há um ano e meio, ele não vê dinheiro entrar na conta. Mas nunca esteve tão otimista. Encorajado pela decisão pioneira do Colorado de autorizar a venda comercial da maconha para uso recreativo, Dooma fundou em 2014 a ebbu, fábrica que destila e refina THC, a substância psicoativa da planta Cannabis. A ebbu vende "maconha destilada" em forma de pílulas, cápsulas solúveis, spray e cigarros eletrônicos por US$ 60 a US$ 80 (entre R$ 210 e R$ 280). O conceito é oferecer um produto previsível e confiável, que não dependa da qualidade da planta, do modo de cultivo nem das condições de consumo. "Se não entrar meio bilhão de dólares nos próximos cinco anos, podem me substituir como presidente", diz o empresário, hoje com 38 anos. ANJOS INVESTIDORES A ebbu captou até agora US$ 4,5 milhões. Boa parte desse dinheiro veio em rodadas promovidas pelo grupo ArcView, que possui uma rede de mais de 480 investidores-anjo (pessoas físicas que investem em empresas recém-lançadas). O ArcView vem botando de pé negócios diversificados da indústria da maconha. Desde 2010, mais de 72 empresas estiveram ligadas ao grupo, recebendo investimentos de US$ 46 milhões. A gradual liberação da droga nos EUA gera uma expectativa de crescimento exponencial do setor. O grupo avaliava o mercado em US$ 1,5 bilhão em 2013. Um ano depois, a avaliação subiu para US$ 2,7 bilhões. A estimativa é que chegue a US$ 3,5 bilhões em 2015 e a US$ 10,8 bilhões em 2019. "O ArcView foi fundado na crença de que, construindo uma indústria responsável, engajada politicamente e lucrativa, seria possível pôr fim à proibição da maconha", afirma Troy Dayton, presidente do grupo. EMPECILHOS Ainda falta muito para a crença de Dayton virar realidade. Na lista de empecilhos, estão universidades que não têm especialistas na área e uma profusão de leis conflitantes e específicas. A lei federal americana proíbe, mas quase metade das 50 unidades federativas do país liberou o uso da maconha para fins medicinais. Quatro Estados também legalizaram o uso recreativo. É de olho nesse mercado que a iniciativa privada esquenta os tambores. E não só gente alternativa. Em geral, o investidor tem o perfil homem, branco, bem-sucedido, de terno e gravata. "A maioria fez dinheiro em setores tradicionais e agora encara o risco, porque quer lucrar numa das indústrias que crescem mais vigorosamente no mundo", conta Isaac Dietrich, 23. O empreendedor angariou US$ 1,9 milhão com a rede social da maconha que ele inventou, a MassRoots. São 420 mil usuários até agora, uns 5.000 no Brasil. É basicamente uma mistura de outras redes, ao possibilitar compartilhamento de fotos e textos e a localização geográfica dos usuários. Com a diferença de garantir o anonimato "para evitar que a sua avó saiba que você usa maconha", diz Isaac. Mas, logo, espera-se, as avós sairão do armário.
mercado
Indústria da maconha nos EUA mais que dobra em 2 anos e atrai investidorDooma Wendschuh ganhava, e bem, a vida escrevendo e produzindo roteiros de videogame na empresa que fundara com o sócio na Califórnia. A despeito do sucesso, depois de mais de uma década, ele decidiu largar tudo. No ano passado, vendeu sua parte na companhia e se mudou para Denver, capital do Colorado (EUA). Seu padrão de vida caiu e, há um ano e meio, ele não vê dinheiro entrar na conta. Mas nunca esteve tão otimista. Encorajado pela decisão pioneira do Colorado de autorizar a venda comercial da maconha para uso recreativo, Dooma fundou em 2014 a ebbu, fábrica que destila e refina THC, a substância psicoativa da planta Cannabis. A ebbu vende "maconha destilada" em forma de pílulas, cápsulas solúveis, spray e cigarros eletrônicos por US$ 60 a US$ 80 (entre R$ 210 e R$ 280). O conceito é oferecer um produto previsível e confiável, que não dependa da qualidade da planta, do modo de cultivo nem das condições de consumo. "Se não entrar meio bilhão de dólares nos próximos cinco anos, podem me substituir como presidente", diz o empresário, hoje com 38 anos. ANJOS INVESTIDORES A ebbu captou até agora US$ 4,5 milhões. Boa parte desse dinheiro veio em rodadas promovidas pelo grupo ArcView, que possui uma rede de mais de 480 investidores-anjo (pessoas físicas que investem em empresas recém-lançadas). O ArcView vem botando de pé negócios diversificados da indústria da maconha. Desde 2010, mais de 72 empresas estiveram ligadas ao grupo, recebendo investimentos de US$ 46 milhões. A gradual liberação da droga nos EUA gera uma expectativa de crescimento exponencial do setor. O grupo avaliava o mercado em US$ 1,5 bilhão em 2013. Um ano depois, a avaliação subiu para US$ 2,7 bilhões. A estimativa é que chegue a US$ 3,5 bilhões em 2015 e a US$ 10,8 bilhões em 2019. "O ArcView foi fundado na crença de que, construindo uma indústria responsável, engajada politicamente e lucrativa, seria possível pôr fim à proibição da maconha", afirma Troy Dayton, presidente do grupo. EMPECILHOS Ainda falta muito para a crença de Dayton virar realidade. Na lista de empecilhos, estão universidades que não têm especialistas na área e uma profusão de leis conflitantes e específicas. A lei federal americana proíbe, mas quase metade das 50 unidades federativas do país liberou o uso da maconha para fins medicinais. Quatro Estados também legalizaram o uso recreativo. É de olho nesse mercado que a iniciativa privada esquenta os tambores. E não só gente alternativa. Em geral, o investidor tem o perfil homem, branco, bem-sucedido, de terno e gravata. "A maioria fez dinheiro em setores tradicionais e agora encara o risco, porque quer lucrar numa das indústrias que crescem mais vigorosamente no mundo", conta Isaac Dietrich, 23. O empreendedor angariou US$ 1,9 milhão com a rede social da maconha que ele inventou, a MassRoots. São 420 mil usuários até agora, uns 5.000 no Brasil. É basicamente uma mistura de outras redes, ao possibilitar compartilhamento de fotos e textos e a localização geográfica dos usuários. Com a diferença de garantir o anonimato "para evitar que a sua avó saiba que você usa maconha", diz Isaac. Mas, logo, espera-se, as avós sairão do armário.
2
Produção industrial cai em 10 dos 14 locais pesquisados, diz IBGE
A produção industrial teve queda de produção em dez dos 14 locais pesquisados pelo IBGE na passagem de agosto para setembro, informou o instituto nesta quarta-feira (7). A maior baixa na produção foi registrada no Estado do Pará, de 4%, o que intensificou o ritmo de queda na comparação ao mês imediatamente anterior (-0,4%). Goias (-3,2%) e no Rio Grande do Sul (-2,8%) aparecem logo atrás como as maiores quedas, sendo que o primeiro eliminou a alta de 0,5% do mês anterior. Amazonas (-2,2%), Pernambuco (-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), São Paulo (-1,7%) e Paraná (-1,3%) também tiveram recuos mais intensos que a média nacional (-1,2%) em agosto. No caso de São Paulo, foi a terceira taxa negativa consecutiva. Em apenas três meses, a indústria paulista teve queda de produção de 4,4%. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, a produção de São Paulo encolheu 12,9%. Resultado pior foi registrado apenas pela indústria do Amazonas, com queda de 13,8%. Dezesseis das 18 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE tiveram queda em agosto, frente ao mesmo mês do ano passado, com destaque para veículos automotores (-36,2%), a maior influência individual, afetado por carros e caminhões. Também tiveram resultados negativos, por ordem de peso na composição industrial, os setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-11,4%) e produtos alimentícios (-5,9%).
mercado
Produção industrial cai em 10 dos 14 locais pesquisados, diz IBGEA produção industrial teve queda de produção em dez dos 14 locais pesquisados pelo IBGE na passagem de agosto para setembro, informou o instituto nesta quarta-feira (7). A maior baixa na produção foi registrada no Estado do Pará, de 4%, o que intensificou o ritmo de queda na comparação ao mês imediatamente anterior (-0,4%). Goias (-3,2%) e no Rio Grande do Sul (-2,8%) aparecem logo atrás como as maiores quedas, sendo que o primeiro eliminou a alta de 0,5% do mês anterior. Amazonas (-2,2%), Pernambuco (-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), São Paulo (-1,7%) e Paraná (-1,3%) também tiveram recuos mais intensos que a média nacional (-1,2%) em agosto. No caso de São Paulo, foi a terceira taxa negativa consecutiva. Em apenas três meses, a indústria paulista teve queda de produção de 4,4%. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, a produção de São Paulo encolheu 12,9%. Resultado pior foi registrado apenas pela indústria do Amazonas, com queda de 13,8%. Dezesseis das 18 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE tiveram queda em agosto, frente ao mesmo mês do ano passado, com destaque para veículos automotores (-36,2%), a maior influência individual, afetado por carros e caminhões. Também tiveram resultados negativos, por ordem de peso na composição industrial, os setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-11,4%) e produtos alimentícios (-5,9%).
2
Governo admite que mudança no abono só trará economia em 2016
O governo federal já admite que não conseguirá economizar os R$ 7 bilhões previstos para 2015 com a mudança nas regras do abono salarial. O valor representa 39% da economia de R$ 18 bilhões estimada com mudanças em uma série de benefícios trabalhistas e previdenciários. A Folha apurou que estava incorreta a afirmação feita anteriormente por representantes dos ministérios do Trabalho e da Fazenda de que as alterações nas regras do abono já terão impacto nas contas públicas em 2015. Segundo assessores do ministro Manoel Dias (Trabalho), a informação de que as mudanças do abono só valem a partir de 2016 vem sendo reiterada pelo ministro desde o anúncio das medidas, no fim do ano passado. O dado teria sido reforçado na apresentação que o governo fez do pacote às centrais sindicais há duas semanas. Dentro da área econômica, ninguém mais assume a responsabilidade pelo cálculo feito no fim do ano passado. Procurado pela Folha, o Ministério da Fazenda informou que esse assunto compete à área do Planejamento e aos ministérios responsáveis pelo pagamento dos benefícios. O Planejamento diz que os cálculos e as informações sobre prazos de impacto das medidas são de responsabilidade do Ministério do Trabalho. No entendimento dessa pasta, quem adquiriu o direito ao abono em 2014 –e receberá o dinheiro entre julho de 2015 e junho de 2016– está dentro das regras antigas. O pagamento referente aos meses trabalhados em 2015, já sob a nova regra, só começa após essa última data. Uma das alterações é que o abono não será mais de um a dois salários mínimos, mas um valor proporcional ao tempo trabalhado no ano. E será necessário trabalhar seis meses ininterruptos para ter direito ao benefício, e não mais apenas um mês. No dia em que foram publicadas as novas regras, em 30 de dezembro, representantes da Fazenda e do Trabalho já haviam divergido sobre o início do impacto da medida. O governo também já afirma que não conseguirá economizar nem mesmo os R$ 11 bilhões esperados com outros benefícios cortados. Reportagem da Folha de terça (27) mostrou que, pressionado pelas centrais, o governo admite que precisará ceder na questão do seguro-desemprego, o que reduzirá o ganho esperado inicialmente com a medida, que era de R$ 9 bilhões. Restam ainda os cerca de R$ 2 bilhões que virão das mudanças de auxílio-doença e pensão pós-morte. MANIFESTAÇÕES Centrais sindicais fizeram nesta quarta (28) manifestações em São Paulo (que reuniu 2.00 pessoas) e em outras cidades para protestar contra as restrições no acesso a esses benefícios. "Ou o governo retrocede e volta ao equilíbrio ou vamos endurecer. Queremos um governo de trabalho decente", disse Ricardo Patah, presidente da UGT. Colaborou JOANA CUNHA, de São Paulo
mercado
Governo admite que mudança no abono só trará economia em 2016O governo federal já admite que não conseguirá economizar os R$ 7 bilhões previstos para 2015 com a mudança nas regras do abono salarial. O valor representa 39% da economia de R$ 18 bilhões estimada com mudanças em uma série de benefícios trabalhistas e previdenciários. A Folha apurou que estava incorreta a afirmação feita anteriormente por representantes dos ministérios do Trabalho e da Fazenda de que as alterações nas regras do abono já terão impacto nas contas públicas em 2015. Segundo assessores do ministro Manoel Dias (Trabalho), a informação de que as mudanças do abono só valem a partir de 2016 vem sendo reiterada pelo ministro desde o anúncio das medidas, no fim do ano passado. O dado teria sido reforçado na apresentação que o governo fez do pacote às centrais sindicais há duas semanas. Dentro da área econômica, ninguém mais assume a responsabilidade pelo cálculo feito no fim do ano passado. Procurado pela Folha, o Ministério da Fazenda informou que esse assunto compete à área do Planejamento e aos ministérios responsáveis pelo pagamento dos benefícios. O Planejamento diz que os cálculos e as informações sobre prazos de impacto das medidas são de responsabilidade do Ministério do Trabalho. No entendimento dessa pasta, quem adquiriu o direito ao abono em 2014 –e receberá o dinheiro entre julho de 2015 e junho de 2016– está dentro das regras antigas. O pagamento referente aos meses trabalhados em 2015, já sob a nova regra, só começa após essa última data. Uma das alterações é que o abono não será mais de um a dois salários mínimos, mas um valor proporcional ao tempo trabalhado no ano. E será necessário trabalhar seis meses ininterruptos para ter direito ao benefício, e não mais apenas um mês. No dia em que foram publicadas as novas regras, em 30 de dezembro, representantes da Fazenda e do Trabalho já haviam divergido sobre o início do impacto da medida. O governo também já afirma que não conseguirá economizar nem mesmo os R$ 11 bilhões esperados com outros benefícios cortados. Reportagem da Folha de terça (27) mostrou que, pressionado pelas centrais, o governo admite que precisará ceder na questão do seguro-desemprego, o que reduzirá o ganho esperado inicialmente com a medida, que era de R$ 9 bilhões. Restam ainda os cerca de R$ 2 bilhões que virão das mudanças de auxílio-doença e pensão pós-morte. MANIFESTAÇÕES Centrais sindicais fizeram nesta quarta (28) manifestações em São Paulo (que reuniu 2.00 pessoas) e em outras cidades para protestar contra as restrições no acesso a esses benefícios. "Ou o governo retrocede e volta ao equilíbrio ou vamos endurecer. Queremos um governo de trabalho decente", disse Ricardo Patah, presidente da UGT. Colaborou JOANA CUNHA, de São Paulo
2
A Base e a educação para o pensamento científico
Com anos de atraso, finalmente o Brasil, nos moldes dos melhores sistemas de educação, criou a Base Nacional Comum Curricular, centrada em competências a serem desenvolvidas pelos alunos da educação infantil ao final do ensino médio. Já no ensino fundamental, aparece, na disciplina de ciências, uma ênfase em experimentação, condição necessária para que, de fato, os alunos aprendam a pensar cientificamente, e não apenas a decorar meia dúzia de fórmulas. Na recente Marcha pela Ciência, motivada pelo reduzido interesse pelas ciências do atual governo americano (e pela precária fundamentação de decisões de políticas públicas em evidências científicas), pode-se verificar o importante elo entre o ensino de ciências nas escolas e o exercício de cidadania global. O risco de ter o negacionismo das mudanças climáticas e a resistência a vacinas crescendo no mundo de pós-verdades merece atuação forte de cidadãos dentro e fora das escolas. Lembrei-me, ao ler a base, de um esforço de implementação do currículo de ciências desenvolvido por cientistas no Chile. Com foco num processo de educação centrado em experimentação, iniciaram um programa de ciências em escolas em áreas vulneráveis do país, com forte investimento em formação de professores, material estruturado e kits para experimentos. No Rio, quando fui secretária municipal de Educação, procuramos fazer o mesmo nas escolas localizadas em áreas conflagradas, num programa denominado Cientistas do Amanhã. No programa chileno, depois estendido a grande número de escolas, algo de interessante aconteceu: ao trabalhar com experimentação, para além de um maior conhecimento dos alunos e da incorporação do eixo "competências de pensamento científico" no currículo nacional, ocorreu, de forma não totalmente intencional, o desenvolvimento nos alunos de competências socioemocionais associadas à prática em sala de aula. Com uso intensivo de trabalho em equipe, o que demandava constante revisão e discussão de ideias para identificar e validar hipóteses de pesquisa, competências como colaboração, respeito e comunicação assertiva foram enfatizadas. Da mesma maneira, ao registrar seu processo de pesquisa e fazer apresentações a seus colegas a partir de suas descobertas científicas, não apenas se desenvolviam competências associadas à comunicação formal como, colocando o aluno no centro da cena, fortaleciam-se sua autoconfiança, motivação e engajamento. Há anos, cientistas brasileiros, como Mayana Zatz, lutam por um processo semelhante. Não seria o momento de trazê-los para a mesa de discussões?
colunas
A Base e a educação para o pensamento científicoCom anos de atraso, finalmente o Brasil, nos moldes dos melhores sistemas de educação, criou a Base Nacional Comum Curricular, centrada em competências a serem desenvolvidas pelos alunos da educação infantil ao final do ensino médio. Já no ensino fundamental, aparece, na disciplina de ciências, uma ênfase em experimentação, condição necessária para que, de fato, os alunos aprendam a pensar cientificamente, e não apenas a decorar meia dúzia de fórmulas. Na recente Marcha pela Ciência, motivada pelo reduzido interesse pelas ciências do atual governo americano (e pela precária fundamentação de decisões de políticas públicas em evidências científicas), pode-se verificar o importante elo entre o ensino de ciências nas escolas e o exercício de cidadania global. O risco de ter o negacionismo das mudanças climáticas e a resistência a vacinas crescendo no mundo de pós-verdades merece atuação forte de cidadãos dentro e fora das escolas. Lembrei-me, ao ler a base, de um esforço de implementação do currículo de ciências desenvolvido por cientistas no Chile. Com foco num processo de educação centrado em experimentação, iniciaram um programa de ciências em escolas em áreas vulneráveis do país, com forte investimento em formação de professores, material estruturado e kits para experimentos. No Rio, quando fui secretária municipal de Educação, procuramos fazer o mesmo nas escolas localizadas em áreas conflagradas, num programa denominado Cientistas do Amanhã. No programa chileno, depois estendido a grande número de escolas, algo de interessante aconteceu: ao trabalhar com experimentação, para além de um maior conhecimento dos alunos e da incorporação do eixo "competências de pensamento científico" no currículo nacional, ocorreu, de forma não totalmente intencional, o desenvolvimento nos alunos de competências socioemocionais associadas à prática em sala de aula. Com uso intensivo de trabalho em equipe, o que demandava constante revisão e discussão de ideias para identificar e validar hipóteses de pesquisa, competências como colaboração, respeito e comunicação assertiva foram enfatizadas. Da mesma maneira, ao registrar seu processo de pesquisa e fazer apresentações a seus colegas a partir de suas descobertas científicas, não apenas se desenvolviam competências associadas à comunicação formal como, colocando o aluno no centro da cena, fortaleciam-se sua autoconfiança, motivação e engajamento. Há anos, cientistas brasileiros, como Mayana Zatz, lutam por um processo semelhante. Não seria o momento de trazê-los para a mesa de discussões?
1
Justiça do Rio mantém decisão que libera Uber na cidade
A Justiça do Rio manteve, em segunda instância, decisão liminar que libera o serviço do Uber na cidade. As informações foram publicadas nesta terça-feira (3), na página do tribunal na internet. A desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), negou agravo de instrumento impetrado pelo município do Rio de Janeiro contra decisão em primeira instância favorável ao Uber. A liminar concedida em setembro pela 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital proíbe práticas que restrinjam o livre exercício da atividade do Uber na cidade. A Câmara Municipal aprovou e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sancionou, em setembro último, lei que proíbe o Uber, com multas que podem chegar a R$ 2.000. Na decisão, a desembargadora destaca que o agravo da prefeitura não têm efeito suspensivo. "Tendo em vista que no caso em exame não se verifica o periculum in mora [risco de decisão tardia], que justifique o acolhimento do pedido liminar, eis que o serviço em questão vem sendo prestado há algum tempo sem graves danos sociais, indefere-se o efeito suspensivo pleiteado", escreveu a magistrada na decisão. Infográfico: Entenda o Uber Essa é a terceira derrota imposta pela Justiça à Prefeitura do Rio desde que foi aprovada e sancionada, em final de setembro, a lei que proíbe o Uber nas ruas cariocas. Com isso, os motoristas do aplicativo não podem ser multados ou ter os carros apreendidos. A proibição vai na contramão da decisão recente do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que decidiu criar uma nova categoria de táxi para os motoristas que atuam por aplicativo. Essa nova modalidade terá tarifa até 25% mais cara que a do táxi comum. No início de outubro, a Justiça do Rio já tinha concedido liminar em favor de um único motorista que havia representado contra a proibição. Na semana seguinte, foi proferida decisão mais abrangente, que vale para todos os motoristas, mas tem a mesma base de argumentação da determinação anterior. A juíza Mônica Teixeira, da 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio, proíbe a prefeitura e o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio) de praticarem "atos ou medidas repressivas que restrinjam o livre exercício da atividade empresarial do Uber", sob pena de multa de R$ 50 mil por ato praticado. A juíza aponta, em sua decisão, que o interesse coletivo "exige a vedação da existência de monopólio e oligopólio" na exploração do serviço de transportes na cidade.
cotidiano
Justiça do Rio mantém decisão que libera Uber na cidadeA Justiça do Rio manteve, em segunda instância, decisão liminar que libera o serviço do Uber na cidade. As informações foram publicadas nesta terça-feira (3), na página do tribunal na internet. A desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), negou agravo de instrumento impetrado pelo município do Rio de Janeiro contra decisão em primeira instância favorável ao Uber. A liminar concedida em setembro pela 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital proíbe práticas que restrinjam o livre exercício da atividade do Uber na cidade. A Câmara Municipal aprovou e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sancionou, em setembro último, lei que proíbe o Uber, com multas que podem chegar a R$ 2.000. Na decisão, a desembargadora destaca que o agravo da prefeitura não têm efeito suspensivo. "Tendo em vista que no caso em exame não se verifica o periculum in mora [risco de decisão tardia], que justifique o acolhimento do pedido liminar, eis que o serviço em questão vem sendo prestado há algum tempo sem graves danos sociais, indefere-se o efeito suspensivo pleiteado", escreveu a magistrada na decisão. Infográfico: Entenda o Uber Essa é a terceira derrota imposta pela Justiça à Prefeitura do Rio desde que foi aprovada e sancionada, em final de setembro, a lei que proíbe o Uber nas ruas cariocas. Com isso, os motoristas do aplicativo não podem ser multados ou ter os carros apreendidos. A proibição vai na contramão da decisão recente do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que decidiu criar uma nova categoria de táxi para os motoristas que atuam por aplicativo. Essa nova modalidade terá tarifa até 25% mais cara que a do táxi comum. No início de outubro, a Justiça do Rio já tinha concedido liminar em favor de um único motorista que havia representado contra a proibição. Na semana seguinte, foi proferida decisão mais abrangente, que vale para todos os motoristas, mas tem a mesma base de argumentação da determinação anterior. A juíza Mônica Teixeira, da 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio, proíbe a prefeitura e o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio) de praticarem "atos ou medidas repressivas que restrinjam o livre exercício da atividade empresarial do Uber", sob pena de multa de R$ 50 mil por ato praticado. A juíza aponta, em sua decisão, que o interesse coletivo "exige a vedação da existência de monopólio e oligopólio" na exploração do serviço de transportes na cidade.
5
Em 2014, Brasil registrou 24,6 mil novos casos de hanseníase
O governo federal identificou no ano passado 24.612 novos casos de hanseníase no país, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Ministério da Saúde. O número representa uma queda em relação aos casos identificados em 2013, mas indica um ligeiro aumento da prevalência de casos a cada 10 mil habitantes: de 1,42 casos nesse universo para 1,56. "Tivemos capacidade de diagnosticar aquilo que estava oculto", justificou o ministro Arthur Chioro (Saúde). "Quando a gente olha os 10 últimos anos, temos um declínio lento, gradual, mas consistente da enfermidade no nosso pais. Podemos falar que a tendência da hanseníase no Brasil é para a eliminação, para o controle", completou. A meta acordada com a OMS (Organização Mundial da Saúde) é chegar a menos de 1 caso para o grupo de 10 mil pessoas. A partir desse patamar, entende-se que a doença está sob controle. O objetivo inicialmente foi projetado para o ano 2000. "Optamos pela sustentabilidade das ações, não por fazer o decréscimo rápido, mas com risco de retrocesso", ponderou Rosa Castália, coordenadora de hanseníase e doenças em eliminação do ministério. CAMPANHA NACIONAL Na manhã desta quarta, a pasta lançou campanha nacional de luta contra a doença. Serão usados cartazes, folhetos para profissionais da saúde e informações divulgadas na internet. "Quanto antes as pessoas descobrirem, mais cedo vão se curar", destaca a iniciativa. Rosa Castália destacou que a doença se concentra em Estados como Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. "Ela tem grande concentração na borda externa da região amazônica e alguns estados do Nordeste também", disse. Para ela, adoção de iniciativas descentralizadas para o combate da doença ajudou na redução de novos casos, o que vem ocorrendo desde 2003. Entre elas, estão a estratégia da saúde da família e diagnóstico de crianças matriculadas na rede pública No dia 25 de janeiro é celebrado o dia mundial contra a hanseníase. O ministro da Saúde reconheceu que a doença ainda enfrenta estigma e, assim como as demais doenças negligenciadas, está associada a situações de pobreza e dificuldade de acesso a serviços de saúde. A doença é transmitida pelas vias aéreas superiores e tem período de incubação muito longo, de até cinco anos. Entre os sintomas, estão manchas de diferentes colorações, perda de sensibilidade térmica e tátil. A doença tem cura e o tratamento é oferecido de forma gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde).
cotidiano
Em 2014, Brasil registrou 24,6 mil novos casos de hanseníaseO governo federal identificou no ano passado 24.612 novos casos de hanseníase no país, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Ministério da Saúde. O número representa uma queda em relação aos casos identificados em 2013, mas indica um ligeiro aumento da prevalência de casos a cada 10 mil habitantes: de 1,42 casos nesse universo para 1,56. "Tivemos capacidade de diagnosticar aquilo que estava oculto", justificou o ministro Arthur Chioro (Saúde). "Quando a gente olha os 10 últimos anos, temos um declínio lento, gradual, mas consistente da enfermidade no nosso pais. Podemos falar que a tendência da hanseníase no Brasil é para a eliminação, para o controle", completou. A meta acordada com a OMS (Organização Mundial da Saúde) é chegar a menos de 1 caso para o grupo de 10 mil pessoas. A partir desse patamar, entende-se que a doença está sob controle. O objetivo inicialmente foi projetado para o ano 2000. "Optamos pela sustentabilidade das ações, não por fazer o decréscimo rápido, mas com risco de retrocesso", ponderou Rosa Castália, coordenadora de hanseníase e doenças em eliminação do ministério. CAMPANHA NACIONAL Na manhã desta quarta, a pasta lançou campanha nacional de luta contra a doença. Serão usados cartazes, folhetos para profissionais da saúde e informações divulgadas na internet. "Quanto antes as pessoas descobrirem, mais cedo vão se curar", destaca a iniciativa. Rosa Castália destacou que a doença se concentra em Estados como Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. "Ela tem grande concentração na borda externa da região amazônica e alguns estados do Nordeste também", disse. Para ela, adoção de iniciativas descentralizadas para o combate da doença ajudou na redução de novos casos, o que vem ocorrendo desde 2003. Entre elas, estão a estratégia da saúde da família e diagnóstico de crianças matriculadas na rede pública No dia 25 de janeiro é celebrado o dia mundial contra a hanseníase. O ministro da Saúde reconheceu que a doença ainda enfrenta estigma e, assim como as demais doenças negligenciadas, está associada a situações de pobreza e dificuldade de acesso a serviços de saúde. A doença é transmitida pelas vias aéreas superiores e tem período de incubação muito longo, de até cinco anos. Entre os sintomas, estão manchas de diferentes colorações, perda de sensibilidade térmica e tátil. A doença tem cura e o tratamento é oferecido de forma gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde).
5
Investimento na saúde é urgente
Nos momentos de crise, os governos mais devem investir em saúde. Estudos comprovam que em épocas de menor crescimento econômico a população mais adoece e mais necessita da saúde pública. A conjuntura econômica delicada que o país atravessa demanda esse investimento do setor público. Em períodos de contenção de despesas, um dos primeiros cortes da família é o plano de saúde, especialmente os corporativos, reflexo direto do alto índice de desemprego. A cidade de Santos sente o impacto da crise diretamente no seu atendimento de saúde, especialmente por ser município polo da Baixada Santista. Nos primeiros cinco meses do ano, Santos percebeu um aumento de 15% na distribuição de medicamentos nas unidades de saúde, comparado ao mesmo período de 2015. Um termômetro de que a população com dificuldades em manter as despesas rotineiras recorre mais ao poder público. Ciente e alerta da situação, a Prefeitura de Santos tem investido além dos 15% obrigatórios do orçamento para a saúde. Somamos neste ano 20,19% em recursos destinados para a pasta. Um motivo é a migração de população de outros municípios para a rede santista -40% do atendimento de Santos é destinado a populações vizinhas. Diante deste quadro da Baixada Santista, nesta administração trabalhamos para reconstruir o Complexo Hospitalar dos Estivadores. O novo prédio com 223 leitos será entregue no próximo semestre à população, com padrão digno de comparação a modernos centros hospitalares privados. O Complexo Hospitalar vai colaborar para reduzir o deficit de leitos que temos na região, assim como a ampliação dos hospitais de Itanhaém e de Bertioga. O Ministério da Saúde tem como referência que haja três leitos a cada mil habitantes. A população da região é de 1,4 milhão pessoas para 2.800 leitos, quando teríamos de ter 5.000. No entanto, os recursos financeiros da administração municipal são insuficientes para a gestão do Complexo Hospitalar. A prefeitura precisa de verbas originárias de outras esferas do governo. Para a reconstrução do prédio foram gastos R$ 46 milhões, com recursos próprios e do governo do Estado de São Paulo. Sem nenhuma contribuição do governo federal. Daremos início às operações do hospital no segundo semestre, mas, para isso, dependemos de que o Ministério da Saúde cumpra suas promessas de destinar recursos para o seu custeio. Durante esses três anos de administração, os sucessivos ministros que passaram pela pasta da saúde se sensibilizaram e se comprometeram com o estivadores. E em reunião com o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, percebemos que também houve compreensão, mas ainda não obtivemos a garantia da verba. Agora, confiamos na sensibilidade do presidente Michel Temer para que a nossa demanda seja definitivamente atendida. Entendemos e vivenciamos os impactos das transições políticas do país, mas o momento exige uma posição imediata do governo federal. Não podemos deixar o cidadão desassistido. Essa é nossa obrigação como representantes do poder público. Recentemente, o governador Geraldo Alckmin deu a boa notícia e garantiu o custeio de 50% do hospital. Falta agora o governo federal garantir a outra metade. Temos urgência nesta batalha, por isso criamos o movimento suprapartidário O Estivadores é de Todos. Nesta tarefa, cada qual precisa fazer a sua parte para garantirmos, assim, uma saúde digna ao cidadão. PAULO ALEXANDRE BARBOSA é prefeito de Santos pelo PSDB. Foi deputado estadual e secretário estadual de Desenvolvimento Social e de Desenvolvimento Econômico em São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Investimento na saúde é urgenteNos momentos de crise, os governos mais devem investir em saúde. Estudos comprovam que em épocas de menor crescimento econômico a população mais adoece e mais necessita da saúde pública. A conjuntura econômica delicada que o país atravessa demanda esse investimento do setor público. Em períodos de contenção de despesas, um dos primeiros cortes da família é o plano de saúde, especialmente os corporativos, reflexo direto do alto índice de desemprego. A cidade de Santos sente o impacto da crise diretamente no seu atendimento de saúde, especialmente por ser município polo da Baixada Santista. Nos primeiros cinco meses do ano, Santos percebeu um aumento de 15% na distribuição de medicamentos nas unidades de saúde, comparado ao mesmo período de 2015. Um termômetro de que a população com dificuldades em manter as despesas rotineiras recorre mais ao poder público. Ciente e alerta da situação, a Prefeitura de Santos tem investido além dos 15% obrigatórios do orçamento para a saúde. Somamos neste ano 20,19% em recursos destinados para a pasta. Um motivo é a migração de população de outros municípios para a rede santista -40% do atendimento de Santos é destinado a populações vizinhas. Diante deste quadro da Baixada Santista, nesta administração trabalhamos para reconstruir o Complexo Hospitalar dos Estivadores. O novo prédio com 223 leitos será entregue no próximo semestre à população, com padrão digno de comparação a modernos centros hospitalares privados. O Complexo Hospitalar vai colaborar para reduzir o deficit de leitos que temos na região, assim como a ampliação dos hospitais de Itanhaém e de Bertioga. O Ministério da Saúde tem como referência que haja três leitos a cada mil habitantes. A população da região é de 1,4 milhão pessoas para 2.800 leitos, quando teríamos de ter 5.000. No entanto, os recursos financeiros da administração municipal são insuficientes para a gestão do Complexo Hospitalar. A prefeitura precisa de verbas originárias de outras esferas do governo. Para a reconstrução do prédio foram gastos R$ 46 milhões, com recursos próprios e do governo do Estado de São Paulo. Sem nenhuma contribuição do governo federal. Daremos início às operações do hospital no segundo semestre, mas, para isso, dependemos de que o Ministério da Saúde cumpra suas promessas de destinar recursos para o seu custeio. Durante esses três anos de administração, os sucessivos ministros que passaram pela pasta da saúde se sensibilizaram e se comprometeram com o estivadores. E em reunião com o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, percebemos que também houve compreensão, mas ainda não obtivemos a garantia da verba. Agora, confiamos na sensibilidade do presidente Michel Temer para que a nossa demanda seja definitivamente atendida. Entendemos e vivenciamos os impactos das transições políticas do país, mas o momento exige uma posição imediata do governo federal. Não podemos deixar o cidadão desassistido. Essa é nossa obrigação como representantes do poder público. Recentemente, o governador Geraldo Alckmin deu a boa notícia e garantiu o custeio de 50% do hospital. Falta agora o governo federal garantir a outra metade. Temos urgência nesta batalha, por isso criamos o movimento suprapartidário O Estivadores é de Todos. Nesta tarefa, cada qual precisa fazer a sua parte para garantirmos, assim, uma saúde digna ao cidadão. PAULO ALEXANDRE BARBOSA é prefeito de Santos pelo PSDB. Foi deputado estadual e secretário estadual de Desenvolvimento Social e de Desenvolvimento Econômico em São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
7
Monalisa vira funkeira nos muros grafitados de São Paulo
A Monalisa desceu até o chão. Os cabelos, agora, estão maiores, mais ondulados. O vestido, mais justo, mais curto. O sorriso continua enigmático. Séculos depois de Leonardo da Vinci pintar seu mais famoso quadro, a personagem da tela estampa dezenas de muros paulistanos com uma postura, digamos, menos rígida. A Gioconda verdadeira continua no Louvre, em Paris. A paulistana ganhou apelido: a Mona do Funk, tudo por causa do rebolado característico dos batidões. Pintada pelo professor de artes Tars -apelido criado com base nas iniciais de seu nome (Tiago Angelo Ramos da Silva)- a Monalisa funkeira está famosinha no Instagram, rede social de fotos. Com hashtags como #monadofunk ou #Monalisafunkeira, ela é fotografada junto dos admiradores, que fazem poses variadas: dão beijo, dançam colado, compõem um "trenzinho" ou acompanham um batidão imaginário ao lado da Mona. "Eu não esperava que as pessoas fossem gostar tanto", diz Tars, 30. A funkeira surgiu de uma frustração. Há dois anos, o professor da rede pública estava descontente com a rotina de aulas. "Estudei artes não apenas para dar aulas, faltava algo." Então Tars misturou museu e rua. A Monalisa de da Vinci foi parar num estêncil -uma espécie de molde. Mas veio transformada, com aquela pose toda. "Quis fazer uma brincadeira com o quadro mais famoso do mundo." O professor espalhou a figura da Mona por Poá, cidade onde mora e trabalha na Grande São Paulo. Mas Poá ficou pequena. "Tinha na cidade toda. Aí resolvi pintar em São Paulo." A primeira Monalisa paulistana foi desenhada no Vale do Anhangabaú, no centro. Depois, Ibirapuera, Vila Mariana (zona sul), praça da Sé, Largo do Paiçandu, Praça das Artes e por aí vai. "Um dia, um aluno meu falou: professor, você viu que as pessoas estão tirando fotos com a Mona?", conta Tars, tomando água num barzinho do centro. INTERAÇÃO "As pessoas enxergam seus próprios significados para o grafite, eu não tinha pensando em funk quando pintei a primeira", diz Tars. "Mas gosto dessa interação, a apropriação da obra e da cidade." Uma das Monas foi pintada na banca de jornal de Sandra Sesick, 53. "Ele não pediu autorização. Quando cheguei de manhã, ela estava lá, daquele jeitão. Fiquei puta." A jornaleira percebeu, porém, que as pessoas paravam na banca só para tirar foto com a Mona. "Chamo ela de tchutchuca. Todo mundo quer uma foto, fazer poses insinuantes." Na quarta-feira (11), uma empresa de telefonia que patrocina a banca mandou funcionários retocarem a pintura do local, mas a jornaleira impediu que a Mona fosse apagada. "Minha banca virou ponto turístico." Já é possível encontrar até camisetas com a estampa do desenho. "Descobri esses dias, não fui eu quem fez", conta Tars. Na semana passada, ele registrou a marca "Mona do Funk" no Ministério da Cultura. No entanto, o professor reconhece: a Monalisa funkeira não é mais só dele.
cotidiano
Monalisa vira funkeira nos muros grafitados de São PauloA Monalisa desceu até o chão. Os cabelos, agora, estão maiores, mais ondulados. O vestido, mais justo, mais curto. O sorriso continua enigmático. Séculos depois de Leonardo da Vinci pintar seu mais famoso quadro, a personagem da tela estampa dezenas de muros paulistanos com uma postura, digamos, menos rígida. A Gioconda verdadeira continua no Louvre, em Paris. A paulistana ganhou apelido: a Mona do Funk, tudo por causa do rebolado característico dos batidões. Pintada pelo professor de artes Tars -apelido criado com base nas iniciais de seu nome (Tiago Angelo Ramos da Silva)- a Monalisa funkeira está famosinha no Instagram, rede social de fotos. Com hashtags como #monadofunk ou #Monalisafunkeira, ela é fotografada junto dos admiradores, que fazem poses variadas: dão beijo, dançam colado, compõem um "trenzinho" ou acompanham um batidão imaginário ao lado da Mona. "Eu não esperava que as pessoas fossem gostar tanto", diz Tars, 30. A funkeira surgiu de uma frustração. Há dois anos, o professor da rede pública estava descontente com a rotina de aulas. "Estudei artes não apenas para dar aulas, faltava algo." Então Tars misturou museu e rua. A Monalisa de da Vinci foi parar num estêncil -uma espécie de molde. Mas veio transformada, com aquela pose toda. "Quis fazer uma brincadeira com o quadro mais famoso do mundo." O professor espalhou a figura da Mona por Poá, cidade onde mora e trabalha na Grande São Paulo. Mas Poá ficou pequena. "Tinha na cidade toda. Aí resolvi pintar em São Paulo." A primeira Monalisa paulistana foi desenhada no Vale do Anhangabaú, no centro. Depois, Ibirapuera, Vila Mariana (zona sul), praça da Sé, Largo do Paiçandu, Praça das Artes e por aí vai. "Um dia, um aluno meu falou: professor, você viu que as pessoas estão tirando fotos com a Mona?", conta Tars, tomando água num barzinho do centro. INTERAÇÃO "As pessoas enxergam seus próprios significados para o grafite, eu não tinha pensando em funk quando pintei a primeira", diz Tars. "Mas gosto dessa interação, a apropriação da obra e da cidade." Uma das Monas foi pintada na banca de jornal de Sandra Sesick, 53. "Ele não pediu autorização. Quando cheguei de manhã, ela estava lá, daquele jeitão. Fiquei puta." A jornaleira percebeu, porém, que as pessoas paravam na banca só para tirar foto com a Mona. "Chamo ela de tchutchuca. Todo mundo quer uma foto, fazer poses insinuantes." Na quarta-feira (11), uma empresa de telefonia que patrocina a banca mandou funcionários retocarem a pintura do local, mas a jornaleira impediu que a Mona fosse apagada. "Minha banca virou ponto turístico." Já é possível encontrar até camisetas com a estampa do desenho. "Descobri esses dias, não fui eu quem fez", conta Tars. Na semana passada, ele registrou a marca "Mona do Funk" no Ministério da Cultura. No entanto, o professor reconhece: a Monalisa funkeira não é mais só dele.
5
Iggy Pop quebra óculos gigante e posa com fãs na SPFW
Iggy Pop causou tumulto nesta segunda (13), o primeiro dia de São Paulo Fashion Week. Em uma aparição relâmpago, de menos de cinco minutos, atraiu os flashes de centenas de fotógrafos e fãs que rodeavam o espaço da Chilli Beans construído no meio do pavilhão. Vestindo apenas um blazer branco —sem camisa por baixo—, Iggy quebrou as lentes de um óculos gigante cravejado de cristais Swarovski. Foi essa energia, aliás, que motivou a marca a convidar um dos precursores do movimento punk para celebrar sua nova coleção, batizada de Punk/Glam. Depois de tirar fotos com os fãs, que o rodeavam, foi até um dos lounges para ser fotografado por Bob Wolfenson ao lado de Isabeli Fontana, no espaço Instagram. As fotos estarão no perfil oficial do evento (@spfw) e na hashtag #EncontrosSPFW20A.
ilustrada
Iggy Pop quebra óculos gigante e posa com fãs na SPFWIggy Pop causou tumulto nesta segunda (13), o primeiro dia de São Paulo Fashion Week. Em uma aparição relâmpago, de menos de cinco minutos, atraiu os flashes de centenas de fotógrafos e fãs que rodeavam o espaço da Chilli Beans construído no meio do pavilhão. Vestindo apenas um blazer branco —sem camisa por baixo—, Iggy quebrou as lentes de um óculos gigante cravejado de cristais Swarovski. Foi essa energia, aliás, que motivou a marca a convidar um dos precursores do movimento punk para celebrar sua nova coleção, batizada de Punk/Glam. Depois de tirar fotos com os fãs, que o rodeavam, foi até um dos lounges para ser fotografado por Bob Wolfenson ao lado de Isabeli Fontana, no espaço Instagram. As fotos estarão no perfil oficial do evento (@spfw) e na hashtag #EncontrosSPFW20A.
6
Selecinha! Só o Peru entrou!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Dunga burro! Brasil eliminado! Com gol de mão, Peru tira o Brasil da Copa América! E Peru tem mão? Que eu saiba, Peru faz gol de cabeça! Rarará! E sabe o nome do juiz que marcou o gol de mão? Andrés CUNHA! Até no futebol, o Cunha rouba o Brasil! Janot, inclui mais essa! Rarará! Domingo à noite: o Brasil perdeu do Peru e Dia dos Namorados. Ou seja, só peru entrou. Resumo do domingo à noite: só o peru entrou! Rarará! E uma Selecinha sem vícios: não bebe, não fuma e não joga! E eu sempre disse que trocar o Felipão pelo Dunga é como trocar burro por jumento! Rarará! E jogo da Selecinha dá um sono danado! Dormodunga! Rarará! Tá com insônia? Toma Dormodunga! Fora, Dunga! Tem que trocar de anão. Chama o Atchim! ESPIRRA, Dunga! O Dunga não serve nem pra anão de jardim! O burro do Shrek é um gênio perto do Dunga! Fora, Dunga! O Brasil adora gritar "Fora!": Fora, Dilma! Fora, Temer! Fora, Dunga! Rarará! E a Granda Toura Afastada Golpeada Pisoteada Impichada quer eleições gerais. Certo, a Dilma é ruim. O Temer tá ruim. Saída: eleições gerais. E aí ganha o Bolsonaro! Rarará! Ops, o Boçalnaro! E o tuiteiro Gio Carvalho disse que no Dia dos Namorados o Temer perguntou: "Marcela, hoje vamos jantar fora ou aqui em casa?". "Fora, Temer!". E depois do jantar, gritou: "Dentro, Temer!". Rarará! E eu sei que o Dia dos Namorados foi animado porque todos os celulares dos amigos estavam dando caixa. Rarará! E um amigo me falou que a seleção do Peru tá igual ao casamento dele: o peru só cresce com toque de mão! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Aliás, antipredestinados! Direto de Concórdia, SC: o oftalmologista Francisco da Silva SCUTA! Rarará! E, direto do Rio, a nutricionista Helena Guaraná! Pode ser Pepsi? Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Selecinha! Só o Peru entrou!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Dunga burro! Brasil eliminado! Com gol de mão, Peru tira o Brasil da Copa América! E Peru tem mão? Que eu saiba, Peru faz gol de cabeça! Rarará! E sabe o nome do juiz que marcou o gol de mão? Andrés CUNHA! Até no futebol, o Cunha rouba o Brasil! Janot, inclui mais essa! Rarará! Domingo à noite: o Brasil perdeu do Peru e Dia dos Namorados. Ou seja, só peru entrou. Resumo do domingo à noite: só o peru entrou! Rarará! E uma Selecinha sem vícios: não bebe, não fuma e não joga! E eu sempre disse que trocar o Felipão pelo Dunga é como trocar burro por jumento! Rarará! E jogo da Selecinha dá um sono danado! Dormodunga! Rarará! Tá com insônia? Toma Dormodunga! Fora, Dunga! Tem que trocar de anão. Chama o Atchim! ESPIRRA, Dunga! O Dunga não serve nem pra anão de jardim! O burro do Shrek é um gênio perto do Dunga! Fora, Dunga! O Brasil adora gritar "Fora!": Fora, Dilma! Fora, Temer! Fora, Dunga! Rarará! E a Granda Toura Afastada Golpeada Pisoteada Impichada quer eleições gerais. Certo, a Dilma é ruim. O Temer tá ruim. Saída: eleições gerais. E aí ganha o Bolsonaro! Rarará! Ops, o Boçalnaro! E o tuiteiro Gio Carvalho disse que no Dia dos Namorados o Temer perguntou: "Marcela, hoje vamos jantar fora ou aqui em casa?". "Fora, Temer!". E depois do jantar, gritou: "Dentro, Temer!". Rarará! E eu sei que o Dia dos Namorados foi animado porque todos os celulares dos amigos estavam dando caixa. Rarará! E um amigo me falou que a seleção do Peru tá igual ao casamento dele: o peru só cresce com toque de mão! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Aliás, antipredestinados! Direto de Concórdia, SC: o oftalmologista Francisco da Silva SCUTA! Rarará! E, direto do Rio, a nutricionista Helena Guaraná! Pode ser Pepsi? Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
1
Microsoft lança site que 'adivinha' idade de pessoas em uma foto
A Microsoft liberou nesta quinta-feira (30) a ferramenta de inteligência artificial How-Old.net que, por meio de algoritmos, dá um gênero e uma idade para rostos retratados em uma imagem. Para usar, basta entrar no site (how-old.net) e selecionar uma fotografia no computador (é preciso baixar os arquivos antes, caso sejam imagens disponíveis em redes sociais). O tamanho máximo para upload é de 3 Mbytes. Em rápido teste, a ferramenta foi mal nas idades. Errou grosseiramente para cima e para baixo quão velhos eram rostos tanto de homens quanto de mulheres. O divertido site, que dá o resultado instantaneamente, está repercutindo rapidamente nas redes sociais. A companhia demonstrou a tecnologia durante sua conferência anual para desenvolvedores, que está sendo realizada nesta semana em San Francisco. O How-Old.net faz parte do laboratório de pesquisa Project Oxford e, segundo a companhia, será aprimorada ao que mais usuários enviam suas imagens. Em uma página on-line dedicada ao seu desenvolvimento, a empresa explica parte do funcionamento do robô desenvolvido.
tec
Microsoft lança site que 'adivinha' idade de pessoas em uma fotoA Microsoft liberou nesta quinta-feira (30) a ferramenta de inteligência artificial How-Old.net que, por meio de algoritmos, dá um gênero e uma idade para rostos retratados em uma imagem. Para usar, basta entrar no site (how-old.net) e selecionar uma fotografia no computador (é preciso baixar os arquivos antes, caso sejam imagens disponíveis em redes sociais). O tamanho máximo para upload é de 3 Mbytes. Em rápido teste, a ferramenta foi mal nas idades. Errou grosseiramente para cima e para baixo quão velhos eram rostos tanto de homens quanto de mulheres. O divertido site, que dá o resultado instantaneamente, está repercutindo rapidamente nas redes sociais. A companhia demonstrou a tecnologia durante sua conferência anual para desenvolvedores, que está sendo realizada nesta semana em San Francisco. O How-Old.net faz parte do laboratório de pesquisa Project Oxford e, segundo a companhia, será aprimorada ao que mais usuários enviam suas imagens. Em uma página on-line dedicada ao seu desenvolvimento, a empresa explica parte do funcionamento do robô desenvolvido.
10
Serviços entregam bacalhau e doces para quem pretende celebrar a Páscoa em casa
DANIELLE NAGASE COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira 14 endereços para encomendar pratos salgados e doces para a sua ceia de Páscoa. Para montar a mesa - Saladeira Couve R$ 181, na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Talheres Strip R$ 279,90, na Le Lis Blanc (lelis.com.br) - Pratos Cerâmica R$ 26,90 (fundo) e R$ 28,90 (raso), na Doural (doural.com.br) - Travessa Folha de Bananeira R$ 431, na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Taça R$ 49 (350 ml), na Spicy (spicy.com.br) - Faqueiro Daily R$ 159,90 (24 peças), na Camicado (camicado.com.br) - Guardanapos R$ 59,90 (dupla) e Enfeites R$ 29,90, na Cecilia Dale (ceciliadale.com.br) Para comer Santa ceia - salgados * Para montar a mesa - Toalha de linho R$ 49,90, na Etna (etna.com.br) - Serviço de mesa Emerald R$ 4.408 (20 peças de porcelana), na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Guardanapos R$ 39,90 (50 unidades), na Relevo (relevoguardanapos.com.br) - Jogo de seis colheres R$ 129,90, na Camicado (camicado.com.br) - Enfeite Coelho Madeira R$ 21,90, na Camicado (camicado.com.br) - Prato de bolo Coza R$ 24,72, no Magazine Luiza (magazineluiza.com.br) Para comer Santa ceia - salgados
saopaulo
Serviços entregam bacalhau e doces para quem pretende celebrar a Páscoa em casaDANIELLE NAGASE COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Confira 14 endereços para encomendar pratos salgados e doces para a sua ceia de Páscoa. Para montar a mesa - Saladeira Couve R$ 181, na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Talheres Strip R$ 279,90, na Le Lis Blanc (lelis.com.br) - Pratos Cerâmica R$ 26,90 (fundo) e R$ 28,90 (raso), na Doural (doural.com.br) - Travessa Folha de Bananeira R$ 431, na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Taça R$ 49 (350 ml), na Spicy (spicy.com.br) - Faqueiro Daily R$ 159,90 (24 peças), na Camicado (camicado.com.br) - Guardanapos R$ 59,90 (dupla) e Enfeites R$ 29,90, na Cecilia Dale (ceciliadale.com.br) Para comer Santa ceia - salgados * Para montar a mesa - Toalha de linho R$ 49,90, na Etna (etna.com.br) - Serviço de mesa Emerald R$ 4.408 (20 peças de porcelana), na Vista Alegre (vistaalegre.com) - Guardanapos R$ 39,90 (50 unidades), na Relevo (relevoguardanapos.com.br) - Jogo de seis colheres R$ 129,90, na Camicado (camicado.com.br) - Enfeite Coelho Madeira R$ 21,90, na Camicado (camicado.com.br) - Prato de bolo Coza R$ 24,72, no Magazine Luiza (magazineluiza.com.br) Para comer Santa ceia - salgados
9
'Que Horas Ela Volta?' disputa vaga no Oscar com 80 filmes; veja a lista
O brasileiro "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert, disputam uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro com outros 80 filmes, informou na quinta-feira (8) a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Depois de vários processos de pré-seleção, os indicados serão anunciados em 14 de janeiro de 2016, juntamente com os concorrentes nas demais categorias. A 88ª cerimônia do Oscar será celebrada em 28 de fevereiro de 2016.  Este ano, a Academia atribuiu o prêmio à produção polonesa "Ida", de Pawel Pawlikowski. Veja a lista completa dos 81 filmes que disputam a indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro: Afeganistão: "Utopia", Hassan Nazer Albânia: "Bota", Iris Elezi, Thomas Logoreci Argélia: "Twilight of Shadows", Mohamed Lakhdar Hamina Argentina: "O Clã", Pablo Trapero Austrália: "Arrows of the Thunder Dragon", Greg Sneddon Áustria: "Goodnight Mommy", Veronika Franz, Severin Fiala Bangladesh: "Jalal's Story", Abu Shahed Emon  Bélgica: "The Brand New Testament", Jaco Van Dormael  Bósnia e Herzegovina: "Our Everyday Story", Ines Tanović  Brasil: "Que horas ela volta?", Anna Muylaert  Bulgária: "The Judgment", Stephan Komandarev Camboja: "The Last Reel", Sotho Kulikar Canadá: "Félix and Meira", Maxime Giroux  Chile: "O Clube", Pablo Larraín China: "Go Away Mr. Tumor", Han Yan  Colômbia: "El abrazo de la serpiente", Ciro Guerra  Costa Rica: "Presos", Esteban Ramírez  Croácia: "The High Sun", Dalibor Matanić  República Tcheca: "Home Care", Slavek Horak Dinamarca: "A War", Tobias Lindholm  República Dominicana:"Dólares de arena", Laura Amelia Guzmán, Israel Cárdenas  Estônia: "1944", Elmo Nüganen  Etiópia: "Lamb", Yared Zeleke Finlândia: "The Fencer", Klaus Härö França: "Mustang", Deniz Gamze Ergüven Geórgia: "Moira", Levan Tutberidze Alemanha: "Labyrinth of Lies", Giulio Ricciarelli Grécia: "Xenia", Panos H. Koutras Guatemala: "Ixcanul", Jayro Bustamante  Hong Kong: "To the Fore", Dante Lam  Hungria: "Son of Saul", László Nemes  Islândia: "Rams", Grímur Hákonarson Índia: "Court", Chaitanya Tamhane Irã: "Muhammad: The Messenger of God", Majid Majidi Iraque: "Memories on Stone", Shawkat Amin Korki Irlanda: "Viva", Paddy Breathnach  Israel: "Baba Joon", Yuval Delshad  Itália: "Don't Be Bad", Claudio Caligari Costa do Marfim: "Run", Philippe Lacôte  Japão: "100 Yen Love", Masaharu Take Jordânia: "Theeb", Naji Abu Nowar Cazaquistão: "Stranger", Yermek Tursunov Kosovo: "Babai", Visar Morina  Quirguistão: "Heavenly Nomadic", Mirlan Abdykalykov  Letônia: "Modris", Juris Kursietis Líbano: "Void", Naji Bechara, Jad Beyrouthy, Zeina Makki, Tarek Korkomaz, Christelle  Ighniades, Maria Abdel Karim, Salim Haber  Lituânia: "The Summer of Sangaile", Alanté Kavaïté Luxemburgo: "Baby (A)lone", Donato Rotunno  Macedônia: "Honey Night", Ivo Trajkov Malásia: "Men Who Save the World", Liew Seng Tat México: "600 millas", Gabriel Ripstein  Montenegro: "You Carry Me", Ivona Juka  Marrocos: "Aida", Driss Mrini  Nepal: "Talakjung vs Tulke", Basnet Nischal  Holanda: "The Paradise Suite", Joost van Ginkel  Noruega: "The Wave", Roar Uthaug  Paquistão: "Moor", Jami  Palestina,: "The Wanted 18", Amer Shomali, Paul Cowan  Paraguai: "El tiempo nublado", Arami Ullón  Peru: "NN", Héctor Gálvez Filipinas: "Heneral Luna", Jerrold Tarog  Polônia: "11 Minutes", Jerzy Skolimowski Portugal: "Arabian Nights - Volume 2, The Desolate One", Miguel Gomes  Romênia: "Aferim!" Radu Jude  Rússia: "Sunstroke", Nikita Mikhalkov Sérvia: "Enclave", Goran Radovanović Cingapura: "7 Letters", Royston Tan e outros Eslováquia: "Goat", Ivan Ostrochovský Eslovênia: "The Tree", Sonja Prosenc África do Sul: "The Two of Us", Ernest Nkosi Coreia do Sul: "The Throne", Lee Joon-ik Espanha: "Flores", Jon Garaño, Jose Mari Goenaga Suécia: "A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence", Roy Andersson Suíça: "Iraqi Odyssey", Samir Taiwan: "The Assassin", Hou Hsiao-hsien Tailândia: "How to Win at Checkers (Every Time)", Josh Kim Turquia: "Sivas", Kaan Müjdeci Reino Unido: "Under Milk Wood", Kevin Allen  Uruguai: "Una noche sin luna", Germán Tejeira Venezuela: "Lo que lleva el río", Mario Crespo Vietnã: "Jackpot", Dustin Nguyen
ilustrada
'Que Horas Ela Volta?' disputa vaga no Oscar com 80 filmes; veja a listaO brasileiro "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert, disputam uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro com outros 80 filmes, informou na quinta-feira (8) a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Depois de vários processos de pré-seleção, os indicados serão anunciados em 14 de janeiro de 2016, juntamente com os concorrentes nas demais categorias. A 88ª cerimônia do Oscar será celebrada em 28 de fevereiro de 2016.  Este ano, a Academia atribuiu o prêmio à produção polonesa "Ida", de Pawel Pawlikowski. Veja a lista completa dos 81 filmes que disputam a indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro: Afeganistão: "Utopia", Hassan Nazer Albânia: "Bota", Iris Elezi, Thomas Logoreci Argélia: "Twilight of Shadows", Mohamed Lakhdar Hamina Argentina: "O Clã", Pablo Trapero Austrália: "Arrows of the Thunder Dragon", Greg Sneddon Áustria: "Goodnight Mommy", Veronika Franz, Severin Fiala Bangladesh: "Jalal's Story", Abu Shahed Emon  Bélgica: "The Brand New Testament", Jaco Van Dormael  Bósnia e Herzegovina: "Our Everyday Story", Ines Tanović  Brasil: "Que horas ela volta?", Anna Muylaert  Bulgária: "The Judgment", Stephan Komandarev Camboja: "The Last Reel", Sotho Kulikar Canadá: "Félix and Meira", Maxime Giroux  Chile: "O Clube", Pablo Larraín China: "Go Away Mr. Tumor", Han Yan  Colômbia: "El abrazo de la serpiente", Ciro Guerra  Costa Rica: "Presos", Esteban Ramírez  Croácia: "The High Sun", Dalibor Matanić  República Tcheca: "Home Care", Slavek Horak Dinamarca: "A War", Tobias Lindholm  República Dominicana:"Dólares de arena", Laura Amelia Guzmán, Israel Cárdenas  Estônia: "1944", Elmo Nüganen  Etiópia: "Lamb", Yared Zeleke Finlândia: "The Fencer", Klaus Härö França: "Mustang", Deniz Gamze Ergüven Geórgia: "Moira", Levan Tutberidze Alemanha: "Labyrinth of Lies", Giulio Ricciarelli Grécia: "Xenia", Panos H. Koutras Guatemala: "Ixcanul", Jayro Bustamante  Hong Kong: "To the Fore", Dante Lam  Hungria: "Son of Saul", László Nemes  Islândia: "Rams", Grímur Hákonarson Índia: "Court", Chaitanya Tamhane Irã: "Muhammad: The Messenger of God", Majid Majidi Iraque: "Memories on Stone", Shawkat Amin Korki Irlanda: "Viva", Paddy Breathnach  Israel: "Baba Joon", Yuval Delshad  Itália: "Don't Be Bad", Claudio Caligari Costa do Marfim: "Run", Philippe Lacôte  Japão: "100 Yen Love", Masaharu Take Jordânia: "Theeb", Naji Abu Nowar Cazaquistão: "Stranger", Yermek Tursunov Kosovo: "Babai", Visar Morina  Quirguistão: "Heavenly Nomadic", Mirlan Abdykalykov  Letônia: "Modris", Juris Kursietis Líbano: "Void", Naji Bechara, Jad Beyrouthy, Zeina Makki, Tarek Korkomaz, Christelle  Ighniades, Maria Abdel Karim, Salim Haber  Lituânia: "The Summer of Sangaile", Alanté Kavaïté Luxemburgo: "Baby (A)lone", Donato Rotunno  Macedônia: "Honey Night", Ivo Trajkov Malásia: "Men Who Save the World", Liew Seng Tat México: "600 millas", Gabriel Ripstein  Montenegro: "You Carry Me", Ivona Juka  Marrocos: "Aida", Driss Mrini  Nepal: "Talakjung vs Tulke", Basnet Nischal  Holanda: "The Paradise Suite", Joost van Ginkel  Noruega: "The Wave", Roar Uthaug  Paquistão: "Moor", Jami  Palestina,: "The Wanted 18", Amer Shomali, Paul Cowan  Paraguai: "El tiempo nublado", Arami Ullón  Peru: "NN", Héctor Gálvez Filipinas: "Heneral Luna", Jerrold Tarog  Polônia: "11 Minutes", Jerzy Skolimowski Portugal: "Arabian Nights - Volume 2, The Desolate One", Miguel Gomes  Romênia: "Aferim!" Radu Jude  Rússia: "Sunstroke", Nikita Mikhalkov Sérvia: "Enclave", Goran Radovanović Cingapura: "7 Letters", Royston Tan e outros Eslováquia: "Goat", Ivan Ostrochovský Eslovênia: "The Tree", Sonja Prosenc África do Sul: "The Two of Us", Ernest Nkosi Coreia do Sul: "The Throne", Lee Joon-ik Espanha: "Flores", Jon Garaño, Jose Mari Goenaga Suécia: "A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence", Roy Andersson Suíça: "Iraqi Odyssey", Samir Taiwan: "The Assassin", Hou Hsiao-hsien Tailândia: "How to Win at Checkers (Every Time)", Josh Kim Turquia: "Sivas", Kaan Müjdeci Reino Unido: "Under Milk Wood", Kevin Allen  Uruguai: "Una noche sin luna", Germán Tejeira Venezuela: "Lo que lleva el río", Mario Crespo Vietnã: "Jackpot", Dustin Nguyen
6
'Colocar meta de medalhas é um pouco ilusório', diz Joaquim Cruz
MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA "Foram os 200 metros mais importantes da minha vida". Qualquer condutor da tocha olímpica poderia ter feito tal afirmação. Mas estas palavras vieram de quem, ao correr 800 m mais rápido do que qualquer outro atleta do mundo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, conquistou a medalha de ouro. Pódio que repetiria quatro anos depois, na Olimpíada de Seul-1988, com a segunda colocação. Por esse motivo a emoção de Joaquim Cruz, 53, ao levar a chama olímpica por 200 metros na terça-feira (3), em Taguatinga (DF), sua terra natal, ganha proporções dignas de louros olímpicos. Responsável por aceder a pira pan-americana no Rio, em 2007, Joaquim Cruz viu na noite desta terça o fogo olímpico repousar em uma pira em Brasília, antes do símbolo seguir viagem nesta quarta (4) para Goiás. Na quinta-feira (5), é ele quem retorna para os EUA, onde treina parte da equipe norte-americana de atletismo rumo aos Jogos Paraolímpicos, em setembro. Nesta entrevista à Folha, Joaquim Cruz fala da experiência com a tocha olímpica em casa (ele já havia carregado a de Atenas-2004, quando o revezamento passou pelo Rio), as perspectivas para a Olimpíada, a Paraolimpíada e o Brasil de hoje. * Taguatinga "Foram os 200 metros mais importantes da minha vida, porque nasci ali pertinho, no Hospital São Vicente, onde minha mãe meu deu a luz e, hoje [terça], minha chama foi acesa pela segunda vez. Tive a oportunidade de dividir aquele momento com o povo brasileiro. É um momento importante para todos nós, para esquecer a divisão que há no Brasil. É hora de torcer pelos filhos, irmãos, netos, primos, para os atletas que vão representar as cores do Brasil". Protestos no início do revezamento "Nós temos uma responsabilidade muito grande, não só quem está organizando os Jogos, mas quem está recebendo também, o povo brasileiro. Durante a Copa quem veio lembra muito como foi bem tratado pelo povo. O Brasil foi muito bem visto porque o povo acolheu todos de forma muito carinhosa. A Olimpíada não é só futebol, são todos os esportes. Vamos precisar da ajuda do povo, para deixar uma boa imagem da Olimpíada. O resto do mundo não tem nada a ver com o que está acontecendo aqui. O esporte tem essa força, é apartidário, não discrimina, ele convida o povo a vestir uma bandeira, a do Brasil". Momento de protestar "Não é o momento para fazer protesto. Pelo contrário. É momento de harmonia, de paz entre os povos, não só no país, mas no mundo todo. Temos essa oportunidade de mostrar para o mundo a nossa cultura, mesmo insatisfeitos com a situação econômica e política no país. Somos brasileiros, nossa chama está bem viva e podemos acolher o mundo com o calor e carinho que sempre tivemos". Organização brasileira "Eu só vou ter uma ideia depois que acabar, para saber como estiveram os estádios. Neste momento as obras estão sendo concluídas e tenho certeza que estarão prontas para a Olimpíada. A vantagem da Paraolimpíada é que vamos pegar tudo pronto, ou consertado". Atletismo brasileiro na Olimpíada "Nós nunca chegamos a Olimpíada nenhuma, no atletismo, como favoritos a alguma medalha de ouro. Algumas fomos lá e surpreendemos. Talvez seja a mesma coisa. Não se espera muito da equipe brasileira, pelo fato de não termos feito um bom trabalho na base. Então não colhemos o resultado. Chega a Olimpíada no país e não temos os atletas que deveríamos ter, que poderíamos ter". Apostas olímpicas do Brasil "Se a gente conseguir acertar, podemos conseguir medalha no revezamento. Acredito no 4 x 100 m masculino. O feminino não está certo ainda. Vi uma competição dos meninos lá fora, na Mt. Sac Relay [campeonato nos EUA, sem as grandes potências, mas com bons atletas americanos, no último dia 16 de abril], e eles ganharam correndo para 38 segundos (38s91). Ali no momento, com o pessoal inspirado, se acertarem e os outros errarem, pode acontecer. É uma característica dos revezamentos. Temos que capitalizar nos erros dos outros. No salto com vara temos a Fabiana Murer, se ela conseguir segurar a saúde dela. Dentro de casa ela vai ter que saltar muito, talvez o melhor da vida dela, para subir no pódio. E a gente não pode descartar a maratona, nunca se sabe o que pode acontecer em um dia inspirado". Top-10, a meta do COB "Essa de colocar meta é um pouco ilusório. Meta por quê e para quê? Por que queremos o décimo lugar? Como vai ser o investimento para 2020 ou 2024? Não adianta a gente subir no quadro de medalhas e na próxima ficar em 30º. A gente tem que deixar o atleta brasileiro competir e apoiá-lo da melhor forma possível". Paraolimpíada em casa, mas pelos EUA "A coisa maravilhosa do esporte é que a competição fica na pista. Estou preparando meus atletas nos EUA para ter um desempenho na pista, e lá eles decidem quem são os melhores. Se você me perguntasse dez anos atrás, eu teria uma resposta diferente, diria que ia ser estranho. Mas já estive no Para-Pan de 2007, no Brasil, estive em duas Paraolimpíadas (2008 e 2012), Mundiais, então já sei como é. Tem três lugares no pódio, o meu estando acima é o que interessa, embaixo, se um brasileiro estiver lá, beleza. Estou treinando nove atletas, que ainda vão passar pela seletiva, e acredito que pelo menos sete vem, das provas de velocidade, meio-fundo e fundo". Acender a pira no Maracanã "Tem muita gente para acender. Nós temos Aída dos Santos [79 anos, quarta no salto em altura em Tóquio-1964], ela merece, faz parte da história. Temos muitos nomes que participaram do movimento olímpico e até esse momento não foram convidados para o revezamento e merecem". O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da Nissan
esporte
'Colocar meta de medalhas é um pouco ilusório', diz Joaquim Cruz MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA "Foram os 200 metros mais importantes da minha vida". Qualquer condutor da tocha olímpica poderia ter feito tal afirmação. Mas estas palavras vieram de quem, ao correr 800 m mais rápido do que qualquer outro atleta do mundo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, conquistou a medalha de ouro. Pódio que repetiria quatro anos depois, na Olimpíada de Seul-1988, com a segunda colocação. Por esse motivo a emoção de Joaquim Cruz, 53, ao levar a chama olímpica por 200 metros na terça-feira (3), em Taguatinga (DF), sua terra natal, ganha proporções dignas de louros olímpicos. Responsável por aceder a pira pan-americana no Rio, em 2007, Joaquim Cruz viu na noite desta terça o fogo olímpico repousar em uma pira em Brasília, antes do símbolo seguir viagem nesta quarta (4) para Goiás. Na quinta-feira (5), é ele quem retorna para os EUA, onde treina parte da equipe norte-americana de atletismo rumo aos Jogos Paraolímpicos, em setembro. Nesta entrevista à Folha, Joaquim Cruz fala da experiência com a tocha olímpica em casa (ele já havia carregado a de Atenas-2004, quando o revezamento passou pelo Rio), as perspectivas para a Olimpíada, a Paraolimpíada e o Brasil de hoje. * Taguatinga "Foram os 200 metros mais importantes da minha vida, porque nasci ali pertinho, no Hospital São Vicente, onde minha mãe meu deu a luz e, hoje [terça], minha chama foi acesa pela segunda vez. Tive a oportunidade de dividir aquele momento com o povo brasileiro. É um momento importante para todos nós, para esquecer a divisão que há no Brasil. É hora de torcer pelos filhos, irmãos, netos, primos, para os atletas que vão representar as cores do Brasil". Protestos no início do revezamento "Nós temos uma responsabilidade muito grande, não só quem está organizando os Jogos, mas quem está recebendo também, o povo brasileiro. Durante a Copa quem veio lembra muito como foi bem tratado pelo povo. O Brasil foi muito bem visto porque o povo acolheu todos de forma muito carinhosa. A Olimpíada não é só futebol, são todos os esportes. Vamos precisar da ajuda do povo, para deixar uma boa imagem da Olimpíada. O resto do mundo não tem nada a ver com o que está acontecendo aqui. O esporte tem essa força, é apartidário, não discrimina, ele convida o povo a vestir uma bandeira, a do Brasil". Momento de protestar "Não é o momento para fazer protesto. Pelo contrário. É momento de harmonia, de paz entre os povos, não só no país, mas no mundo todo. Temos essa oportunidade de mostrar para o mundo a nossa cultura, mesmo insatisfeitos com a situação econômica e política no país. Somos brasileiros, nossa chama está bem viva e podemos acolher o mundo com o calor e carinho que sempre tivemos". Organização brasileira "Eu só vou ter uma ideia depois que acabar, para saber como estiveram os estádios. Neste momento as obras estão sendo concluídas e tenho certeza que estarão prontas para a Olimpíada. A vantagem da Paraolimpíada é que vamos pegar tudo pronto, ou consertado". Atletismo brasileiro na Olimpíada "Nós nunca chegamos a Olimpíada nenhuma, no atletismo, como favoritos a alguma medalha de ouro. Algumas fomos lá e surpreendemos. Talvez seja a mesma coisa. Não se espera muito da equipe brasileira, pelo fato de não termos feito um bom trabalho na base. Então não colhemos o resultado. Chega a Olimpíada no país e não temos os atletas que deveríamos ter, que poderíamos ter". Apostas olímpicas do Brasil "Se a gente conseguir acertar, podemos conseguir medalha no revezamento. Acredito no 4 x 100 m masculino. O feminino não está certo ainda. Vi uma competição dos meninos lá fora, na Mt. Sac Relay [campeonato nos EUA, sem as grandes potências, mas com bons atletas americanos, no último dia 16 de abril], e eles ganharam correndo para 38 segundos (38s91). Ali no momento, com o pessoal inspirado, se acertarem e os outros errarem, pode acontecer. É uma característica dos revezamentos. Temos que capitalizar nos erros dos outros. No salto com vara temos a Fabiana Murer, se ela conseguir segurar a saúde dela. Dentro de casa ela vai ter que saltar muito, talvez o melhor da vida dela, para subir no pódio. E a gente não pode descartar a maratona, nunca se sabe o que pode acontecer em um dia inspirado". Top-10, a meta do COB "Essa de colocar meta é um pouco ilusório. Meta por quê e para quê? Por que queremos o décimo lugar? Como vai ser o investimento para 2020 ou 2024? Não adianta a gente subir no quadro de medalhas e na próxima ficar em 30º. A gente tem que deixar o atleta brasileiro competir e apoiá-lo da melhor forma possível". Paraolimpíada em casa, mas pelos EUA "A coisa maravilhosa do esporte é que a competição fica na pista. Estou preparando meus atletas nos EUA para ter um desempenho na pista, e lá eles decidem quem são os melhores. Se você me perguntasse dez anos atrás, eu teria uma resposta diferente, diria que ia ser estranho. Mas já estive no Para-Pan de 2007, no Brasil, estive em duas Paraolimpíadas (2008 e 2012), Mundiais, então já sei como é. Tem três lugares no pódio, o meu estando acima é o que interessa, embaixo, se um brasileiro estiver lá, beleza. Estou treinando nove atletas, que ainda vão passar pela seletiva, e acredito que pelo menos sete vem, das provas de velocidade, meio-fundo e fundo". Acender a pira no Maracanã "Tem muita gente para acender. Nós temos Aída dos Santos [79 anos, quarta no salto em altura em Tóquio-1964], ela merece, faz parte da história. Temos muitos nomes que participaram do movimento olímpico e até esse momento não foram convidados para o revezamento e merecem". O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da Nissan
3
Peça que fala de diversidade é dica de atração para as crianças; veja mais sugestões
DE SÃO PAULO Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, indica o show "Vida de Criança", de Isadora Canto Acompanhada de pais (que sabem suas músicas de cor) e de crianças atentas, a cantora, afinada, apresenta repertório variado sobre temas do cotidiano infantil. O espetáculo tem canções que falam do bebê na barriga da mãe e do convívio com os pais. Há canções sobre banho, sobre adormecer e medo de escuro –tudo isso recheado de ritmo e sons que imitam a natureza. A banda de Isadora é composta por teclado, violão, guitarra, sousafone e bateria, entre outros instrumentos. Repare nas canções "Theo e Lia", "Dó, Ré, Mi", "Chuva" e "Pitanga", que têm destaque. MorumbiShopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 4003-1212. 250 pessoas. Sáb. e dom.: 15h. Até 25/6. 60 min. Livre. CC: todos. Valet a partir de R$ 18. Ingresso: R$ 50. * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, indica a peça "Nerina, a Ovelha Negra" A ovelha que foi expulsa do rebanho por ser diferente das demais dá uma aula contra o preconceito e em favor da diversidade aos pequenos. Inspirada em um dos livros sem palavras do autor e ilustrador Michele Iacocca, a história é contada por meio de canções inspiradoras. Destaque para o gestual bem orquestrado das ovelhinhas. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 25/6. 50 min. Livre CC: V, M, AE. Valet R$ 18. Ingresso: R$ 35. * Bruno Molinero, do blog Era Outra Vez, recomenda o livro "Caixa de Brinquedos" Não é de hoje que o escritor João Anzanello Carrascoza constrói sua obra com contos que ganham verniz de delicadeza. O livro "Caixa de Brinquedos" resume essa trajetória com narrativas curtas sobre o menino que desenha numa folha de papel, o que esquece os seus brinquedos, o que vai à casa da nova vizinha Coisas aparentemente sem importância, mas das quais ele extrai fina poesia. Autor: João Anzanello Carrascoza. Ilustradora: Larissa Ribeiro. Editora: SM (2017, 56 págs., R$ 41)
saopaulo
Peça que fala de diversidade é dica de atração para as crianças; veja mais sugestõesDE SÃO PAULO Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, indica o show "Vida de Criança", de Isadora Canto Acompanhada de pais (que sabem suas músicas de cor) e de crianças atentas, a cantora, afinada, apresenta repertório variado sobre temas do cotidiano infantil. O espetáculo tem canções que falam do bebê na barriga da mãe e do convívio com os pais. Há canções sobre banho, sobre adormecer e medo de escuro –tudo isso recheado de ritmo e sons que imitam a natureza. A banda de Isadora é composta por teclado, violão, guitarra, sousafone e bateria, entre outros instrumentos. Repare nas canções "Theo e Lia", "Dó, Ré, Mi", "Chuva" e "Pitanga", que têm destaque. MorumbiShopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 4003-1212. 250 pessoas. Sáb. e dom.: 15h. Até 25/6. 60 min. Livre. CC: todos. Valet a partir de R$ 18. Ingresso: R$ 50. * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, indica a peça "Nerina, a Ovelha Negra" A ovelha que foi expulsa do rebanho por ser diferente das demais dá uma aula contra o preconceito e em favor da diversidade aos pequenos. Inspirada em um dos livros sem palavras do autor e ilustrador Michele Iacocca, a história é contada por meio de canções inspiradoras. Destaque para o gestual bem orquestrado das ovelhinhas. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 25/6. 50 min. Livre CC: V, M, AE. Valet R$ 18. Ingresso: R$ 35. * Bruno Molinero, do blog Era Outra Vez, recomenda o livro "Caixa de Brinquedos" Não é de hoje que o escritor João Anzanello Carrascoza constrói sua obra com contos que ganham verniz de delicadeza. O livro "Caixa de Brinquedos" resume essa trajetória com narrativas curtas sobre o menino que desenha numa folha de papel, o que esquece os seus brinquedos, o que vai à casa da nova vizinha Coisas aparentemente sem importância, mas das quais ele extrai fina poesia. Autor: João Anzanello Carrascoza. Ilustradora: Larissa Ribeiro. Editora: SM (2017, 56 págs., R$ 41)
9
Forte terremoto de magnitude 7,8 atinge o Equador
Um forte terremoto de magnitude 7,8 foi registrado no Equador na noite deste sábado (16), segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico registrou que o tremor gerou a possibilidade de ondas violentas nas costas do Equador e da Colômbia. O epicentro do terremoto foi próximo à costa equatoriana, a 173 quilômetros da capital Quito, em uma região próxima à cidade de Muisne. Ele ocorreu a uma profundidade de apenas 19 km, o que pode gerar efeitos ainda mais violentos na superfície. Segundo a agência de notícias Reuters, ainda não há relatos de vítimas e destruição por causa do terremoto, mas partes do país estão sem energia elétrica e sem telefones. A mídia local relata que pelo menos uma casa e um viaduto desabaram na cidade de Guayaquil, mas ainda não há confirmação oficial. A Associated Press relata que o terremoto foi sentido com força em Quito, onde os prédios balançaram por cerca de 40 segundos. Testemunhas relataram que muitas pessoas fugiram dos prédios para as ruas da cidade. "Eu estava na minha casa assistindo a um filme quando tudo começou a balançar. Corri para a rua e agora não sei o que vai acontecer", disse Lorena Cazares, 36, uma trabalhadora da área de telecomunicações, de Quito. Várias fotos publicadas em redes sociais mostram imagens de destruição superficial em prédios e lojas. Testemunhas falam ainda de uma série de tremores secundários menores. A agência AFP registrou danos materiais nas cidade de Manabí e Guayas. No aeroporto de Guayaquil, passageiros que aguardavam voos saíram correndo de um terminal ao sentir o tremor. "Caíram lâmpadas do teto, e as pessoas corriam desesperadas", disse uma testemunha à AFP. O USGS informou anteriormente que o terremoto seria de magnitude 7,4, mas corrigiu em seguida para 7,8. A rede de TV CNN diz que o Instituto Geofísico do Equador registrou o tremor como tendo magnitude 6,9. Há relatos de que o terremoto foi sentido também na Colômbia.
mundo
Forte terremoto de magnitude 7,8 atinge o EquadorUm forte terremoto de magnitude 7,8 foi registrado no Equador na noite deste sábado (16), segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico registrou que o tremor gerou a possibilidade de ondas violentas nas costas do Equador e da Colômbia. O epicentro do terremoto foi próximo à costa equatoriana, a 173 quilômetros da capital Quito, em uma região próxima à cidade de Muisne. Ele ocorreu a uma profundidade de apenas 19 km, o que pode gerar efeitos ainda mais violentos na superfície. Segundo a agência de notícias Reuters, ainda não há relatos de vítimas e destruição por causa do terremoto, mas partes do país estão sem energia elétrica e sem telefones. A mídia local relata que pelo menos uma casa e um viaduto desabaram na cidade de Guayaquil, mas ainda não há confirmação oficial. A Associated Press relata que o terremoto foi sentido com força em Quito, onde os prédios balançaram por cerca de 40 segundos. Testemunhas relataram que muitas pessoas fugiram dos prédios para as ruas da cidade. "Eu estava na minha casa assistindo a um filme quando tudo começou a balançar. Corri para a rua e agora não sei o que vai acontecer", disse Lorena Cazares, 36, uma trabalhadora da área de telecomunicações, de Quito. Várias fotos publicadas em redes sociais mostram imagens de destruição superficial em prédios e lojas. Testemunhas falam ainda de uma série de tremores secundários menores. A agência AFP registrou danos materiais nas cidade de Manabí e Guayas. No aeroporto de Guayaquil, passageiros que aguardavam voos saíram correndo de um terminal ao sentir o tremor. "Caíram lâmpadas do teto, e as pessoas corriam desesperadas", disse uma testemunha à AFP. O USGS informou anteriormente que o terremoto seria de magnitude 7,4, mas corrigiu em seguida para 7,8. A rede de TV CNN diz que o Instituto Geofísico do Equador registrou o tremor como tendo magnitude 6,9. Há relatos de que o terremoto foi sentido também na Colômbia.
4
Aimar Labaki (1934-2015) - Um esteta das lojas e vitrines paulistanas
Para muitos, ninguém montava uma vitrine como Aimar Labaki. Seu talento inato de desenhista marcou os cartazes e a elegante composição das peças apresentadas na Ducal Roupas, rede de roupas masculinas surgida no Rio nos anos 1950. Mesmo após a ascensão na empresa o levar de vendedor a gerente-geral, gostava de vistoriar, no auge das compras de final de ano, a montagem das lojas paulistanas. De boa prosa e calculadora na cabeça, Aimar herdara do pai, o imigrante libanês Simão Labaki, o talento para o comércio. Da mãe, a imigrante espanhola Antônia Camacho, que perdeu cedo, trazia o hábito da breve "siesta" após o almoço caseiro. Nascido e crescido no interior paulista, mudou-se aos 18 para Cáceres (MT), onde cumpriu parte do serviço militar. Liberado da obrigação, encontrou trabalho nas Lojas Riachuelo em Cuiabá. Conta-se que, antes mesmo de se falarem, a jovem Maria José teria sussurrado para a irmã numa visita à loja: "É com ele que vou me casar". Os quatro filhos, Aimar, Amir, Ayr e Alessandra, nasceram nos anos 1960, quando o casal já vivia em São Paulo. Movido a cigarro e café, passou aos pequenos o amor pela leitura —tinha sempre um livro debaixo do braço. Permaneceu na Ducal até o fechamento do grupo, na década de 80, voltando então para Cuiabá, onde abriu sua própria loja masculina, a Tempore. Em 2003, uma delicada cirurgia de aneurisma cerebral o trouxe definitivamente à capital paulista. Morreu na segunda-feira (5), de pneumonia, aos 80. Deixa Maria José, os filhos, três netos e dois irmãos. A missa do sétimo dia será amanhã (12/1), às 19h, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista. [email protected]
cotidiano
Aimar Labaki (1934-2015) - Um esteta das lojas e vitrines paulistanasPara muitos, ninguém montava uma vitrine como Aimar Labaki. Seu talento inato de desenhista marcou os cartazes e a elegante composição das peças apresentadas na Ducal Roupas, rede de roupas masculinas surgida no Rio nos anos 1950. Mesmo após a ascensão na empresa o levar de vendedor a gerente-geral, gostava de vistoriar, no auge das compras de final de ano, a montagem das lojas paulistanas. De boa prosa e calculadora na cabeça, Aimar herdara do pai, o imigrante libanês Simão Labaki, o talento para o comércio. Da mãe, a imigrante espanhola Antônia Camacho, que perdeu cedo, trazia o hábito da breve "siesta" após o almoço caseiro. Nascido e crescido no interior paulista, mudou-se aos 18 para Cáceres (MT), onde cumpriu parte do serviço militar. Liberado da obrigação, encontrou trabalho nas Lojas Riachuelo em Cuiabá. Conta-se que, antes mesmo de se falarem, a jovem Maria José teria sussurrado para a irmã numa visita à loja: "É com ele que vou me casar". Os quatro filhos, Aimar, Amir, Ayr e Alessandra, nasceram nos anos 1960, quando o casal já vivia em São Paulo. Movido a cigarro e café, passou aos pequenos o amor pela leitura —tinha sempre um livro debaixo do braço. Permaneceu na Ducal até o fechamento do grupo, na década de 80, voltando então para Cuiabá, onde abriu sua própria loja masculina, a Tempore. Em 2003, uma delicada cirurgia de aneurisma cerebral o trouxe definitivamente à capital paulista. Morreu na segunda-feira (5), de pneumonia, aos 80. Deixa Maria José, os filhos, três netos e dois irmãos. A missa do sétimo dia será amanhã (12/1), às 19h, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista. [email protected]
5