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Aneel propõe redução de 18% em cobrança extra nas contas de luz
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs nesta quinta-feira (13) uma redução na taxa das bandeiras tarifárias vermelhas para R$ 4,50 para cada 100 quilowatt-hora consumido, ante os R$ 5,50 atualmente em vigor, uma queda de cerca de 18%. As bandeiras vigoram quando há custos mais elevados de geração, com o uso de termelétricas, por exemplo, e sinalizam uma cobrança extra na conta de luz. Se confirmado, o novo valor entrará em vigor entre setembro e dezembro deste ano e reduzirá em 2%, em média, a conta de luz dos consumidores residenciais, estimou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. O anúncio de que o valor da bandeira vermelha cairia foi feito pela presidente Dilma Rousseff, nesta terça (11), ao lançar o Piee (Programa de Investimento em Energia Elétrica). Inicialmente, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, havia estimado em 15% a queda no valor da bandeira tarifária vermelha, e em 1% o valor da conta de luz. Além disso, a Aneel estima que a queda no valor da bandeira vermelha reduzirá em R$ 1,7 bilhão a arrecadação do sistema de bandeiras até o fim do ano. A proposta de redução apresentada pela Aneel decorre de solicitação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que na semana passada mandou desligar 2.000 megawatts gerados em termelétricas que têm custo de operação superior a R$ 600 por megawatt-hora. Segundo Rufino, apesar de o desligamento das térmicas ter permitido a proposta de baixar o custo da bandeira vermelha, ainda não permite mudar a cor para amarela, na qual a taxa adicional corresponde a R$ 2,50 para cada 100 quilowatt-hora. "Não temos cenário para mudar a (cor da) bandeira nos próximos meses", disse Rufino. Ele lembrou que, para que a bandeira fique amarela, é necessário desligar termelétricas com custo de operação abaixo de R$ 388 por MWh. "Como desligamos as térmicas com custo acima de R$ 600, não é provável que se desligue as que estão abaixo de R$ 388", disse. Rufino, porém, explicou que o valor da bandeira vermelha pode ser alterado, como propõe a agência, em caso de fatos excepcionais, como foi o caso da decisão do CMSE. Ele disse ainda que a Aneel pode vir a reduzir o valor da bandeira vermelha se, por exemplo, caírem as liminares judiciais que transferem custos dos geradores para os consumidores. A proposta de redução da taxa da bandeira vermelha permanecerá em audiência pública entre os dias 14 e 24 de agosto. Depois disso, a ideia da Aneel é aprovar a mudança no dia 28 deste mês para que a nova taxa já entre em vigor em setembro. Como driblar a inflação
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Aneel propõe redução de 18% em cobrança extra nas contas de luzA Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs nesta quinta-feira (13) uma redução na taxa das bandeiras tarifárias vermelhas para R$ 4,50 para cada 100 quilowatt-hora consumido, ante os R$ 5,50 atualmente em vigor, uma queda de cerca de 18%. As bandeiras vigoram quando há custos mais elevados de geração, com o uso de termelétricas, por exemplo, e sinalizam uma cobrança extra na conta de luz. Se confirmado, o novo valor entrará em vigor entre setembro e dezembro deste ano e reduzirá em 2%, em média, a conta de luz dos consumidores residenciais, estimou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. O anúncio de que o valor da bandeira vermelha cairia foi feito pela presidente Dilma Rousseff, nesta terça (11), ao lançar o Piee (Programa de Investimento em Energia Elétrica). Inicialmente, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, havia estimado em 15% a queda no valor da bandeira tarifária vermelha, e em 1% o valor da conta de luz. Além disso, a Aneel estima que a queda no valor da bandeira vermelha reduzirá em R$ 1,7 bilhão a arrecadação do sistema de bandeiras até o fim do ano. A proposta de redução apresentada pela Aneel decorre de solicitação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que na semana passada mandou desligar 2.000 megawatts gerados em termelétricas que têm custo de operação superior a R$ 600 por megawatt-hora. Segundo Rufino, apesar de o desligamento das térmicas ter permitido a proposta de baixar o custo da bandeira vermelha, ainda não permite mudar a cor para amarela, na qual a taxa adicional corresponde a R$ 2,50 para cada 100 quilowatt-hora. "Não temos cenário para mudar a (cor da) bandeira nos próximos meses", disse Rufino. Ele lembrou que, para que a bandeira fique amarela, é necessário desligar termelétricas com custo de operação abaixo de R$ 388 por MWh. "Como desligamos as térmicas com custo acima de R$ 600, não é provável que se desligue as que estão abaixo de R$ 388", disse. Rufino, porém, explicou que o valor da bandeira vermelha pode ser alterado, como propõe a agência, em caso de fatos excepcionais, como foi o caso da decisão do CMSE. Ele disse ainda que a Aneel pode vir a reduzir o valor da bandeira vermelha se, por exemplo, caírem as liminares judiciais que transferem custos dos geradores para os consumidores. A proposta de redução da taxa da bandeira vermelha permanecerá em audiência pública entre os dias 14 e 24 de agosto. Depois disso, a ideia da Aneel é aprovar a mudança no dia 28 deste mês para que a nova taxa já entre em vigor em setembro. Como driblar a inflação
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Após ciberataque, parlamentares do Reino Unido ficam sem acesso a e-mail
O Parlamento britânico foi atingido neste sábado (24) por um ciberataque que, segundo os meios de comunicação do Reino Unido, deixou alguns parlamentares sem acesso às suas contas de e-mail. "Nesta manhã descobrimos atividade estranha e evidência de uma tentativa de ciberataque em nossa rede de computadores", disseram em nota autoridades da Câmara baixa do Parlamento. Segundo o documento, os hackers estavam promovendo um ataque "continuado e firme" em contas parlamentares para tentar descobrir senhas fracas. O ministro do Comércio Interno, Liam Fox, afirmou que o ciberataque "não é uma surpresa" e deve servir de alerta a pessoas do país sobre a atividade de hackers. Em maio, um ciberataque global afetou milhares de computadores em ao menos 150 países. Com um vírus do tipo hansomware, os hackers conseguiram bloquear arquivos dos usuários e exigir o pagamento de uma quantia em bitcoins, a moeda virtual, difícil de rastrear, para recuperar o acesso. O sistema de saúde britânico foi atingido no episódio, provocando transtornos em atendimentos.
mundo
Após ciberataque, parlamentares do Reino Unido ficam sem acesso a e-mailO Parlamento britânico foi atingido neste sábado (24) por um ciberataque que, segundo os meios de comunicação do Reino Unido, deixou alguns parlamentares sem acesso às suas contas de e-mail. "Nesta manhã descobrimos atividade estranha e evidência de uma tentativa de ciberataque em nossa rede de computadores", disseram em nota autoridades da Câmara baixa do Parlamento. Segundo o documento, os hackers estavam promovendo um ataque "continuado e firme" em contas parlamentares para tentar descobrir senhas fracas. O ministro do Comércio Interno, Liam Fox, afirmou que o ciberataque "não é uma surpresa" e deve servir de alerta a pessoas do país sobre a atividade de hackers. Em maio, um ciberataque global afetou milhares de computadores em ao menos 150 países. Com um vírus do tipo hansomware, os hackers conseguiram bloquear arquivos dos usuários e exigir o pagamento de uma quantia em bitcoins, a moeda virtual, difícil de rastrear, para recuperar o acesso. O sistema de saúde britânico foi atingido no episódio, provocando transtornos em atendimentos.
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Ossos em obra do metrô reacendem mito de valas da peste em Londres
Quando a peste bubônica atingiu Londres, no ano de 1665, não foi a primeira vez que a doença aterrorizou a cidade. Mas foi um dos mais mortíferos surtos —e, possivelmente, um dos mais notórios. Há muito tempo acredita-se que vítimas da doença estejam enterradas em Londres, no caminho dos trens do metrô. Mas foi apenas recentemente que a ciência confirmou isso. A epidemia de peste bubônica arrasou a Inglaterra do século 17. Apenas em Londres, calcula-se que ela matou cerca de 100 mil pessoas, o equivalente a 20% da população da capital. Relatos populares da doença descrevem seu horror em detalhes. E também a existência de valas comuns, conhecidas como os "poços da praga", e cuja existência teria se multiplicado pela cidade. Centenas de corpos podem ter sido enterrados apressadamente em cada um desses pontos, sem direito a caixões ou funerais. Duzentos anos mais tarde, mais precisamente em 1863, Londres abriu sua primeira linha de metrô —e também a primeira do mundo. No final do século 19, uma verdadeira teia de aranha de trilhos ligava estações tão distantes como Bank e Shepherd's Bush ou Hammersmith e Mansion House. Quem olha para essas rotas vai perceber algo estranho. Elas não fazem o caminho mais direto entre A e B. Em vez disso, elas serpenteiam. É como se tentassem evitar alguma coisa. Não demorou muito para que se ligassem os pontos. 'POÇOS DA PRAGA' A história diz que, quando engenheiros começaram a traçar o percurso das linhas férreas subterrâneas, eles tentaram evitar os "poços da praga" —ou porque não queriam perturbar os mortos ou porque havia restos mortais demais acumulados para possibilitar a escavação de túneis. Diversas fontes de pesquisa reforçam esse argumento. Em seu livro "Necrópole: Londres e Seus Mortos", publicado em 2006, Catharine Arnold diz que escavações para a linha Piccadilly, por exemplo, depararam-se com uma vala comum tão densa que o traçado entre Knightsbridge e South Kensington foi feito em curva, em vez de reto. Um mapa dos "poços da praga" criado pelo grupo Historic UK —bastante usado como referência por jornais britânicos como "Daily Mail" e "Telegraph"— diz que uma linha de trilhos para manobras em Elephant & Castle é bloqueada por um "poço" desses, e que as obras para a linha Victoria Line atravessaram outro sob Green Park. "O sistema de metrô atravessa vários cemitérios e poços de praga", disse o conhecido biógrafo e autor Peter Ackroyd em seu livro "London Under", de 2012. Mas será que as ossadas realmente afetaram o desenho do metrô? É provável que não. Muitos historiadores especializados no sistema de transporte de Londres dizem nunca ter encontrado menções às valas comuns. "Em todo meu trabalho, jamais encontrei evidências de que os 'poços da praga' tenham influenciado as obras do metrô", diz o historiador Mike Horne. Scott Wood teve a mesma conclusão. "Entrei em contato com os arquivos da Secretaria de Transporte de Londres e fui informado de que não havia qualquer referência específica às valas comuns", diz Wood, autor de um livro especializado em lendas urbanas de Londres. E mais: com exceção de documentos ligados à construção da estação ferroviária de St. Pancras, em 1860, especialistas jamais encontraram menções a restos mortais humanos em pesquisas sobre a construção do metrô. "Nunca me deparei com histórias sobre corpos ou esqueletos", diz o jornalista e pesquisador Christian Wolmar. CUSTO Os especialistas explicam que as curvas nos trilhos não são um desvio de "poços de praga", mas resultam de uma questão de custo. A construção das primeiras linhas de metrô exigiu uma imensa desapropriação —em 1860, por exemplo, a companhia Metropolitan Railway comprou e demoliu pelo menos mil casas para fazer a ligação entre King's Cross e Farringdon. Como resultado, sempre que possível, as empreiteiras escavavam terrenos públicos. Isso já serve para esvaziar bastante as teorias mais radicais para explicar o desenho das linhas do metrô. O exemplo de South Kensington-Knighstbridge é explicado muito mais pelo traçado da via pública Brompton Road do que possíveis valas comuns. Mas como explicar as menções feitas por Catharine Arnold? "É anedótica. Foi um ex-namorado que me contou", diz ela. Analistas dizem ainda que seria estranho que a Piccadilly Line fosse encontrar algum "poço da praga". Uma das últimas linhas a serem construídas, ela foi escavada mais fundo que as primeiras, percorrendo trechos de pelo menos 12 m a 25 m de profundidade. Isso fica em uma profundidade bem maior que muitas supostas valas comuns. "A noção de que uma linha seria desviada por causa de uma vala comum me parece um pouco idealista demais. O mais provável é que as obras simplesmente tivessem passado por cima de tudo", afirma o historiador especializado em arquitetura urbana David Long. RESTOS HUMANOS Em uma análise dos arquivos do Museu do Transporte de Londres, é possível encontrar menções sobre descobertas de restos humanos, mas não de vítimas da praga. Em 1992, 160 esqueletos, a maioria deles de mulheres e bebês, foram removidos de um cemitério do século 19 durante as obras de extensão da linha Jubilee. Dois anos mais tarde, 647 túmulos foram escavados quando obras para a construção de um depósito de trens em Stratford toparam com o cemitério da Abadia de Saint Mary, que tinha sido demolida no século 16. Mas o que dizer dos primeiros dias do metrô? Em um livro de 328 páginas sobre os debates parlamentares envolvendo as obras do metrô no século 19, há um trecho que se refere à descoberta de restos mortais durante a construção do trecho da linha Metropolitan entre Paddington e King's Cross, em 1862. "Muito da escavação foi feito em meio a poeira e detritos de eras passadas, que, em alguns pontos, estão a oito metros de profundidade. Restos mortais humanos foram encontrados e o pagamento foi feito à London Necropolis Company para sua remoção e sepultamento. Ossos de gente que morreu antes da invenção da ferrovia viajaram de trem", diz o texto. IGREJAS Jornais do século 19 mencionam cartas de leitores pedindo explicações às companhias de trem sobre o tratamento a restos mortais encontrados, com as empresas prometendo enterros dignos. Mas isso se referia aos vários cemitérios de igrejas "invadidos" pelas companhias de trem para as obras. Diante do fato de que inúmeras igrejas em Londres foram destruídas pelo Grande Incêndio de 1666, não seria algo completamente extraordinário que operários se deparassem com ossos em escavações na cidade —igrejas foram por séculos os principais cemitérios britânicos. Mas as linhas de trem não parecem até agora ter atingido os "poços da praga". Isso porque essas valas comuns eram mais raras do que muita gente pensa: vítimas da peste eram enterradas em cemitérios quando havia disponibilidade, usualmente em pátios de igreja, assim como pessoas mortas de outras causas. "A praga foi uma experiência terrível para os londrinos, mas de certa maneira eles se ativeram aos hábitos que lhe traziam estabilidade e conforto. Um deles era dar um enterro adequado aos mortos", explica Vanessa Harding, historiadora da Universidade de Londres. Harding diz não haver muitas valas comuns fugindo a essas características. "As pessoas pensam que, toda vez que se encontram corpos em escavações, é porque se trata de um 'poço da praga'. Mas o problema é que eles não eram tão disseminados em Londres assim como se pensa. As valas comuns se concentravam perto do centro financeiro e do West End. E a maioria delas tinha sua localização conhecida." Isso significa que um grande número de "famosos poços da praga" não tem base histórica ou mesmo arqueológica. Houve rumores, mas não há provas de que existiram. LENDAS Ainda não está claro como foi que a lenda acabou ganhando força, mas não ajuda muito que autores conhecidos como Catharine Arnold se baseassem nesses rumores. Até porque o livro dela costuma ser recomendado como fonte para artigos sobre a história de Londres e seus mortos. E as lendas só têm crescido: em junho deste ano, quando um passageiro do metrô publicou o vídeo de uma "aparição" na Piccadilly Line entre Knightsbridge e South Kensington, o tabloide "Daily Express" publicou uma reportagem em que médiuns falavam em um "espírito de uma vítima da peste negra". É justamente o tal trecho em que a linha faz uma curva para evitar uma vala comum, e que no artigo do "Express", serve como exemplo de como "a direção de muitos túneis do metrô de Londres foram influenciados pelas vítimas da doença". Mas a culpa não pode somente ser atribuída a escritores contemporâneos como Arnold. Parte da confusão se deve a escritores do século 17. Até Daniel Defoe —celebrado autor de "Robinson Crusoé"— lista, em "Diário de Um Ano de Peste", um grande número de valas. Mas Defoe era uma criança em 1665 e muitos hoje consideram seu relato uma obra de ficção histórica. Jay Carver, arqueólogo a serviço das obras do Crossrail, uma imensa extensão ferroviária-metroviária que está sendo construída em Londres e no sudeste britânico, chama a atenção para o fato de que alguns relatos sobre a epidemia de peste bubônica de 1347-48 teria resultado no enterro de 50 mil vítimas em Charterhouse Square. Há dois anos, sua equipe escavou lá. "Claramente, trata-se de um grande exagero, pelo que vimos. Para nós, parece mais que 5.000 foram enterrados lá", explica. DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS Isso, porém, não quer dizer que as histórias sejam totalmente inverídicas. Os túneis do Crossrail estão sendo escavados em grandes profundidades, e evitam grande parte da arqueologia de Londres. As exceções são os locais em que os túneis entram no solo, além dos poços de elevadores e as estações. Carver diz que essas exceções respondem por 40 locais na cidade, todos devidamente investigados. Apenas em dois deles —Charterhouse Square, em 2013, e a estação ferroviária de Liverpool Street—, foram encontrados restos humanos. E nenhum deles foi uma surpresa. Em Charterhouse Square, por exemplo, ossos tinham sido encontrados durante obras na rede de esgotos em 1834 e 1861, bem como em obras ferroviárias em 1865 e 1885. A primeira descoberta arqueológica de vítimas da praga de 1665 ocorreu no ano passado, durante as obras do Crossrail. Cerca de 3.500 esqueletos foram escavados no local do Bedlam Cemetery, um cemitério dos séculos 16 e 17 hoje embaixo de Liverpool Street. Todos estavam enterrados separadamente, exceto 42 indivíduos que pareciam estar em uma vala comum. Mas eles tinham sido colocados em caixões empilhados e dispostos um em cima do outro, e só passaram a impressão de terem sido enterrados em uma vala após o apodrecimento da madeira. É como se tivessem ido para abaixo da terra às pressas e no mesmo dia. Exames de DNA recentes revelaram que todas essas 42 ossadas tinham indícios das bactérias que causam a peste bubônica. Trata-se das únicas vítimas confirmadas da praga de 1665 em todo o Reino Unido. Os mortos podem não ter alterado o formato da malha ferroviária de Londres, mas ossos de quem ainda está em seus locais de repouso são testemunhas silenciosas do intenso tráfego subterrâneo da cidade.
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Ossos em obra do metrô reacendem mito de valas da peste em LondresQuando a peste bubônica atingiu Londres, no ano de 1665, não foi a primeira vez que a doença aterrorizou a cidade. Mas foi um dos mais mortíferos surtos —e, possivelmente, um dos mais notórios. Há muito tempo acredita-se que vítimas da doença estejam enterradas em Londres, no caminho dos trens do metrô. Mas foi apenas recentemente que a ciência confirmou isso. A epidemia de peste bubônica arrasou a Inglaterra do século 17. Apenas em Londres, calcula-se que ela matou cerca de 100 mil pessoas, o equivalente a 20% da população da capital. Relatos populares da doença descrevem seu horror em detalhes. E também a existência de valas comuns, conhecidas como os "poços da praga", e cuja existência teria se multiplicado pela cidade. Centenas de corpos podem ter sido enterrados apressadamente em cada um desses pontos, sem direito a caixões ou funerais. Duzentos anos mais tarde, mais precisamente em 1863, Londres abriu sua primeira linha de metrô —e também a primeira do mundo. No final do século 19, uma verdadeira teia de aranha de trilhos ligava estações tão distantes como Bank e Shepherd's Bush ou Hammersmith e Mansion House. Quem olha para essas rotas vai perceber algo estranho. Elas não fazem o caminho mais direto entre A e B. Em vez disso, elas serpenteiam. É como se tentassem evitar alguma coisa. Não demorou muito para que se ligassem os pontos. 'POÇOS DA PRAGA' A história diz que, quando engenheiros começaram a traçar o percurso das linhas férreas subterrâneas, eles tentaram evitar os "poços da praga" —ou porque não queriam perturbar os mortos ou porque havia restos mortais demais acumulados para possibilitar a escavação de túneis. Diversas fontes de pesquisa reforçam esse argumento. Em seu livro "Necrópole: Londres e Seus Mortos", publicado em 2006, Catharine Arnold diz que escavações para a linha Piccadilly, por exemplo, depararam-se com uma vala comum tão densa que o traçado entre Knightsbridge e South Kensington foi feito em curva, em vez de reto. Um mapa dos "poços da praga" criado pelo grupo Historic UK —bastante usado como referência por jornais britânicos como "Daily Mail" e "Telegraph"— diz que uma linha de trilhos para manobras em Elephant & Castle é bloqueada por um "poço" desses, e que as obras para a linha Victoria Line atravessaram outro sob Green Park. "O sistema de metrô atravessa vários cemitérios e poços de praga", disse o conhecido biógrafo e autor Peter Ackroyd em seu livro "London Under", de 2012. Mas será que as ossadas realmente afetaram o desenho do metrô? É provável que não. Muitos historiadores especializados no sistema de transporte de Londres dizem nunca ter encontrado menções às valas comuns. "Em todo meu trabalho, jamais encontrei evidências de que os 'poços da praga' tenham influenciado as obras do metrô", diz o historiador Mike Horne. Scott Wood teve a mesma conclusão. "Entrei em contato com os arquivos da Secretaria de Transporte de Londres e fui informado de que não havia qualquer referência específica às valas comuns", diz Wood, autor de um livro especializado em lendas urbanas de Londres. E mais: com exceção de documentos ligados à construção da estação ferroviária de St. Pancras, em 1860, especialistas jamais encontraram menções a restos mortais humanos em pesquisas sobre a construção do metrô. "Nunca me deparei com histórias sobre corpos ou esqueletos", diz o jornalista e pesquisador Christian Wolmar. CUSTO Os especialistas explicam que as curvas nos trilhos não são um desvio de "poços de praga", mas resultam de uma questão de custo. A construção das primeiras linhas de metrô exigiu uma imensa desapropriação —em 1860, por exemplo, a companhia Metropolitan Railway comprou e demoliu pelo menos mil casas para fazer a ligação entre King's Cross e Farringdon. Como resultado, sempre que possível, as empreiteiras escavavam terrenos públicos. Isso já serve para esvaziar bastante as teorias mais radicais para explicar o desenho das linhas do metrô. O exemplo de South Kensington-Knighstbridge é explicado muito mais pelo traçado da via pública Brompton Road do que possíveis valas comuns. Mas como explicar as menções feitas por Catharine Arnold? "É anedótica. Foi um ex-namorado que me contou", diz ela. Analistas dizem ainda que seria estranho que a Piccadilly Line fosse encontrar algum "poço da praga". Uma das últimas linhas a serem construídas, ela foi escavada mais fundo que as primeiras, percorrendo trechos de pelo menos 12 m a 25 m de profundidade. Isso fica em uma profundidade bem maior que muitas supostas valas comuns. "A noção de que uma linha seria desviada por causa de uma vala comum me parece um pouco idealista demais. O mais provável é que as obras simplesmente tivessem passado por cima de tudo", afirma o historiador especializado em arquitetura urbana David Long. RESTOS HUMANOS Em uma análise dos arquivos do Museu do Transporte de Londres, é possível encontrar menções sobre descobertas de restos humanos, mas não de vítimas da praga. Em 1992, 160 esqueletos, a maioria deles de mulheres e bebês, foram removidos de um cemitério do século 19 durante as obras de extensão da linha Jubilee. Dois anos mais tarde, 647 túmulos foram escavados quando obras para a construção de um depósito de trens em Stratford toparam com o cemitério da Abadia de Saint Mary, que tinha sido demolida no século 16. Mas o que dizer dos primeiros dias do metrô? Em um livro de 328 páginas sobre os debates parlamentares envolvendo as obras do metrô no século 19, há um trecho que se refere à descoberta de restos mortais durante a construção do trecho da linha Metropolitan entre Paddington e King's Cross, em 1862. "Muito da escavação foi feito em meio a poeira e detritos de eras passadas, que, em alguns pontos, estão a oito metros de profundidade. Restos mortais humanos foram encontrados e o pagamento foi feito à London Necropolis Company para sua remoção e sepultamento. Ossos de gente que morreu antes da invenção da ferrovia viajaram de trem", diz o texto. IGREJAS Jornais do século 19 mencionam cartas de leitores pedindo explicações às companhias de trem sobre o tratamento a restos mortais encontrados, com as empresas prometendo enterros dignos. Mas isso se referia aos vários cemitérios de igrejas "invadidos" pelas companhias de trem para as obras. Diante do fato de que inúmeras igrejas em Londres foram destruídas pelo Grande Incêndio de 1666, não seria algo completamente extraordinário que operários se deparassem com ossos em escavações na cidade —igrejas foram por séculos os principais cemitérios britânicos. Mas as linhas de trem não parecem até agora ter atingido os "poços da praga". Isso porque essas valas comuns eram mais raras do que muita gente pensa: vítimas da peste eram enterradas em cemitérios quando havia disponibilidade, usualmente em pátios de igreja, assim como pessoas mortas de outras causas. "A praga foi uma experiência terrível para os londrinos, mas de certa maneira eles se ativeram aos hábitos que lhe traziam estabilidade e conforto. Um deles era dar um enterro adequado aos mortos", explica Vanessa Harding, historiadora da Universidade de Londres. Harding diz não haver muitas valas comuns fugindo a essas características. "As pessoas pensam que, toda vez que se encontram corpos em escavações, é porque se trata de um 'poço da praga'. Mas o problema é que eles não eram tão disseminados em Londres assim como se pensa. As valas comuns se concentravam perto do centro financeiro e do West End. E a maioria delas tinha sua localização conhecida." Isso significa que um grande número de "famosos poços da praga" não tem base histórica ou mesmo arqueológica. Houve rumores, mas não há provas de que existiram. LENDAS Ainda não está claro como foi que a lenda acabou ganhando força, mas não ajuda muito que autores conhecidos como Catharine Arnold se baseassem nesses rumores. Até porque o livro dela costuma ser recomendado como fonte para artigos sobre a história de Londres e seus mortos. E as lendas só têm crescido: em junho deste ano, quando um passageiro do metrô publicou o vídeo de uma "aparição" na Piccadilly Line entre Knightsbridge e South Kensington, o tabloide "Daily Express" publicou uma reportagem em que médiuns falavam em um "espírito de uma vítima da peste negra". É justamente o tal trecho em que a linha faz uma curva para evitar uma vala comum, e que no artigo do "Express", serve como exemplo de como "a direção de muitos túneis do metrô de Londres foram influenciados pelas vítimas da doença". Mas a culpa não pode somente ser atribuída a escritores contemporâneos como Arnold. Parte da confusão se deve a escritores do século 17. Até Daniel Defoe —celebrado autor de "Robinson Crusoé"— lista, em "Diário de Um Ano de Peste", um grande número de valas. Mas Defoe era uma criança em 1665 e muitos hoje consideram seu relato uma obra de ficção histórica. Jay Carver, arqueólogo a serviço das obras do Crossrail, uma imensa extensão ferroviária-metroviária que está sendo construída em Londres e no sudeste britânico, chama a atenção para o fato de que alguns relatos sobre a epidemia de peste bubônica de 1347-48 teria resultado no enterro de 50 mil vítimas em Charterhouse Square. Há dois anos, sua equipe escavou lá. "Claramente, trata-se de um grande exagero, pelo que vimos. Para nós, parece mais que 5.000 foram enterrados lá", explica. DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS Isso, porém, não quer dizer que as histórias sejam totalmente inverídicas. Os túneis do Crossrail estão sendo escavados em grandes profundidades, e evitam grande parte da arqueologia de Londres. As exceções são os locais em que os túneis entram no solo, além dos poços de elevadores e as estações. Carver diz que essas exceções respondem por 40 locais na cidade, todos devidamente investigados. Apenas em dois deles —Charterhouse Square, em 2013, e a estação ferroviária de Liverpool Street—, foram encontrados restos humanos. E nenhum deles foi uma surpresa. Em Charterhouse Square, por exemplo, ossos tinham sido encontrados durante obras na rede de esgotos em 1834 e 1861, bem como em obras ferroviárias em 1865 e 1885. A primeira descoberta arqueológica de vítimas da praga de 1665 ocorreu no ano passado, durante as obras do Crossrail. Cerca de 3.500 esqueletos foram escavados no local do Bedlam Cemetery, um cemitério dos séculos 16 e 17 hoje embaixo de Liverpool Street. Todos estavam enterrados separadamente, exceto 42 indivíduos que pareciam estar em uma vala comum. Mas eles tinham sido colocados em caixões empilhados e dispostos um em cima do outro, e só passaram a impressão de terem sido enterrados em uma vala após o apodrecimento da madeira. É como se tivessem ido para abaixo da terra às pressas e no mesmo dia. Exames de DNA recentes revelaram que todas essas 42 ossadas tinham indícios das bactérias que causam a peste bubônica. Trata-se das únicas vítimas confirmadas da praga de 1665 em todo o Reino Unido. Os mortos podem não ter alterado o formato da malha ferroviária de Londres, mas ossos de quem ainda está em seus locais de repouso são testemunhas silenciosas do intenso tráfego subterrâneo da cidade.
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Mortes: Nunca se cansava de desenhar e de ensinar
Ensinar, orientar, ajudar. Flavio Lichtenfels Motta era professor até fora da faculdade, mesmo depois da aposentadoria. Recebia estudantes em casa, abordava assuntos de aula em suas caminhadas e até "visitava" as salas da PUC-SP, ao lado de sua casa. Nascido e criado na capital paulista, Flavio começou a desenhar e pintar ainda na adolescência. Visitava a Biblioteca Mário de Andrade, exposições e ateliês de artistas famosos. Trabalhou no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e acumulou amigos como Anita Malfatti, Cândido Portinari e Di Cavalcanti. Formado em pedagogia, começou sua trajetória como professor em 1953, ensinando estética e história da arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foram mais de 20 anos, até se aposentar no final dos anos 70. Nesse período, chegou a participar da Escola Livre de Artes Plásticas e da criação de um curso de formação para professores no Masp –depois transferido para a Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Participou de exposições, fez críticas de arte e ganhou um prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por seus painéis feitos no Minhocão. Era rigoroso com os alunos, mas sempre bem-humorado. Continuou a pintar e, principalmente, desenhar até o fim. Era uma imagem nova a cada dia deixada em seu caderninho –desde sólidos geométricos até desenhos de humor. O mesmo ritual Flavio tinha com as leituras. Lia todos os dias, alternando autores como Platão e Saramago, com assuntos de matemática, urbanismo e história. Morreu dia 8, aos 92, devido a uma pneumonia. Viúvo, deixa três filhos, genro, nora, três netos e dois irmãos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Nunca se cansava de desenhar e de ensinarEnsinar, orientar, ajudar. Flavio Lichtenfels Motta era professor até fora da faculdade, mesmo depois da aposentadoria. Recebia estudantes em casa, abordava assuntos de aula em suas caminhadas e até "visitava" as salas da PUC-SP, ao lado de sua casa. Nascido e criado na capital paulista, Flavio começou a desenhar e pintar ainda na adolescência. Visitava a Biblioteca Mário de Andrade, exposições e ateliês de artistas famosos. Trabalhou no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e acumulou amigos como Anita Malfatti, Cândido Portinari e Di Cavalcanti. Formado em pedagogia, começou sua trajetória como professor em 1953, ensinando estética e história da arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foram mais de 20 anos, até se aposentar no final dos anos 70. Nesse período, chegou a participar da Escola Livre de Artes Plásticas e da criação de um curso de formação para professores no Masp –depois transferido para a Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Participou de exposições, fez críticas de arte e ganhou um prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por seus painéis feitos no Minhocão. Era rigoroso com os alunos, mas sempre bem-humorado. Continuou a pintar e, principalmente, desenhar até o fim. Era uma imagem nova a cada dia deixada em seu caderninho –desde sólidos geométricos até desenhos de humor. O mesmo ritual Flavio tinha com as leituras. Lia todos os dias, alternando autores como Platão e Saramago, com assuntos de matemática, urbanismo e história. Morreu dia 8, aos 92, devido a uma pneumonia. Viúvo, deixa três filhos, genro, nora, três netos e dois irmãos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Na Itália, visitante pode pintar e enfeitar a sua máscara de Carnaval
O Carnaval em Veneza, que vai até o dia 17 de fevereiro, é conhecido por suas máscaras. Turistas podem produzir suas próprias em oficinas pela cidade. O hotel Bauer (bauervene zia.it) oferece curso em que o aluno escolhe entre 45 tipos de máscaras feitas com papel machê e decoram como querem, usando materiais como cristais Swarovski e tecidos com renda. A aula custa de US$ 43 a US$ 54 por pessoa (R$ 119 a R$ 150). Com a agência IC Bellagio (icbellagio.com), na região do lago Como, o viajante pode contratar aula de meio dia em estúdios de artistas. É preciso reservar pacote que inclui entrada VIP em dois bailes em palácios particulares. Custa US$ 4.000 (R$ 11.120) para dois. Mas a atividade não está limitada à temporada de Carnaval. A empresa oferece aulas de quatro horas, por dois dias, em qualquer época do ano em ateliês. Em uma das opções, no primeiro dia, o participante molda a máscara; no segundo, enfeita. A oficina custa de US$ 85 a US$ 568 (R$ 236 a R$ 1.579). No ateliê Tragicomica (tragicomica.it), o turista pinta e decora a sua máscara por preços a partir de US$ 56 (R$ 155). Confira imagens do Carnaval na cidade de Veneza:
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Na Itália, visitante pode pintar e enfeitar a sua máscara de CarnavalO Carnaval em Veneza, que vai até o dia 17 de fevereiro, é conhecido por suas máscaras. Turistas podem produzir suas próprias em oficinas pela cidade. O hotel Bauer (bauervene zia.it) oferece curso em que o aluno escolhe entre 45 tipos de máscaras feitas com papel machê e decoram como querem, usando materiais como cristais Swarovski e tecidos com renda. A aula custa de US$ 43 a US$ 54 por pessoa (R$ 119 a R$ 150). Com a agência IC Bellagio (icbellagio.com), na região do lago Como, o viajante pode contratar aula de meio dia em estúdios de artistas. É preciso reservar pacote que inclui entrada VIP em dois bailes em palácios particulares. Custa US$ 4.000 (R$ 11.120) para dois. Mas a atividade não está limitada à temporada de Carnaval. A empresa oferece aulas de quatro horas, por dois dias, em qualquer época do ano em ateliês. Em uma das opções, no primeiro dia, o participante molda a máscara; no segundo, enfeita. A oficina custa de US$ 85 a US$ 568 (R$ 236 a R$ 1.579). No ateliê Tragicomica (tragicomica.it), o turista pinta e decora a sua máscara por preços a partir de US$ 56 (R$ 155). Confira imagens do Carnaval na cidade de Veneza:
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Maconha legal não deve ter retrocessos sob governo Trump
No momento em que Donald J. Trump iniciar seu discurso de posse no Capitólio, uma grande nuvem de fumaça promete encobrir ainda mais sua controversa vitória. Um grupo de ativistas pró-cânabis vai distribuir gratuitamente mais de 4.000 cigarros de maconha em marcha no National Mall, perto do local da posse. O objetivo é demonstrar desobediência civil ao novo governo conservador. Apesar de a maconha ser legalizada na cidade, o consumo em locais públicos é proibido. O time republicano gera preocupação no aquecido mercado da maconha legal. Mike Pence, novo vice-presidente, encabeçou um dos mais ferrenhos governos anti-cânabis do país quando era governador de Indiana. Trump indicou como secretário de Justiça o senador Jeff Sessions, do Alabama. "Pessoas de bem não fumam maconha", afirmou Sessions em recente discurso no Senado. Na mesma eleição em que Trump foi eleito presidente, quatro novos Estados aprovaram o uso da cânabis, incluindo o mais rico e populoso deles: a Califórnia. Dentre os 50 estados, 28 já liberaram a droga para uso medicinal e oito aprovaram seu consumo recreativo. São 68 milhões de americanos vivendo em Estados onde a erva não é mais maldita. "A Constituição americana diz que cada Estado tem liberdade para criar suas próprias leis. No caso da maconha, ela é proibida em nível federal, mas permitida em alguns Estados", diz à Folha o advogado Dave Kopilak, um dos principais especialistas em cânabis do estado do Oregon. A confusão jurídica impacta um setor que já movimenta US$ 6,8 bilhões por ano, segundo a ArcView Market Research, principal empresa de pesquisa sobre o assunto. "Ninguém consegue ter conta em banco ou linhas de crédito porque as instituições financeiras não querem correr o risco de serem processadas em nível federal", afirma Kopilak. As transações são feitas em dinheiro vivo. As projeções para 2020 apontam que o segmento movimentará US$ 21,8 bilhões. VISÃO DE TRUMP O advogado não acredita, porém, que o novo governo crie empecilhos. "A opinião pública está muito mais a favor da liberação do que contra. Trump só teria a perder." Trump evita falar sobre o assunto até mesmo no Twitter, seu principal meio de comunicação. Em quase 35 mil mensagens desde 2009, não há menção à maconha. Em recente entrevista à rede Fox News, o republicano afirmou ser "100% a favor do uso medicinal da erva". Décadas atrás, Trump disse que todas as drogas deveriam ser legalizadas por dois motivos: evitar que o dinheiro fosse parar no mercado ilegal e passar a cobrar impostos para investi-los em programas de educação. Isso é exatamente o que já está acontecendo nos estados que legalizaram a maconha. Os impostos já ultrapassam US$ 1 bilhão por ano. Nas primárias de 2015, o então candidato afirmou que a legalidade da maconha deveria ser definida em cada estado. O médico e ativista Ethan Nadelmann, fundador da DPA (sigla para Associação de Políticas sobre Drogas), principal organização civil para a regulamentação das drogas, é um otimista sobre a evolução do setor, mas entende que a gestão Trump pode criar um clima de medo. "A indicação de Jeff Sessions é a pior notícia que poderia existir. Tudo indica que ele será hostil aos avanços conquistados até agora, podendo dar poderes aos promotores federais para combater o mercado", diz. "Porém, o movimento é extraordinário. Atualmente um em cada oito americanos se declara usuário, 60% são favoráveis à legalização total da maconha, enquanto 90% apoiam a liberação medicinal. É um caminho sem volta", acredita. Outro questão fundamental sobre a legalização é o encarceramento em massa. Entre 2001 e 2010 a polícia americana realizou 8,2 milhões de prisões relacionadas à maconha –88% eram usuários. O declínio das prisões foi um dos principais indicadores de sucesso pós-legalização.
mundo
Maconha legal não deve ter retrocessos sob governo TrumpNo momento em que Donald J. Trump iniciar seu discurso de posse no Capitólio, uma grande nuvem de fumaça promete encobrir ainda mais sua controversa vitória. Um grupo de ativistas pró-cânabis vai distribuir gratuitamente mais de 4.000 cigarros de maconha em marcha no National Mall, perto do local da posse. O objetivo é demonstrar desobediência civil ao novo governo conservador. Apesar de a maconha ser legalizada na cidade, o consumo em locais públicos é proibido. O time republicano gera preocupação no aquecido mercado da maconha legal. Mike Pence, novo vice-presidente, encabeçou um dos mais ferrenhos governos anti-cânabis do país quando era governador de Indiana. Trump indicou como secretário de Justiça o senador Jeff Sessions, do Alabama. "Pessoas de bem não fumam maconha", afirmou Sessions em recente discurso no Senado. Na mesma eleição em que Trump foi eleito presidente, quatro novos Estados aprovaram o uso da cânabis, incluindo o mais rico e populoso deles: a Califórnia. Dentre os 50 estados, 28 já liberaram a droga para uso medicinal e oito aprovaram seu consumo recreativo. São 68 milhões de americanos vivendo em Estados onde a erva não é mais maldita. "A Constituição americana diz que cada Estado tem liberdade para criar suas próprias leis. No caso da maconha, ela é proibida em nível federal, mas permitida em alguns Estados", diz à Folha o advogado Dave Kopilak, um dos principais especialistas em cânabis do estado do Oregon. A confusão jurídica impacta um setor que já movimenta US$ 6,8 bilhões por ano, segundo a ArcView Market Research, principal empresa de pesquisa sobre o assunto. "Ninguém consegue ter conta em banco ou linhas de crédito porque as instituições financeiras não querem correr o risco de serem processadas em nível federal", afirma Kopilak. As transações são feitas em dinheiro vivo. As projeções para 2020 apontam que o segmento movimentará US$ 21,8 bilhões. VISÃO DE TRUMP O advogado não acredita, porém, que o novo governo crie empecilhos. "A opinião pública está muito mais a favor da liberação do que contra. Trump só teria a perder." Trump evita falar sobre o assunto até mesmo no Twitter, seu principal meio de comunicação. Em quase 35 mil mensagens desde 2009, não há menção à maconha. Em recente entrevista à rede Fox News, o republicano afirmou ser "100% a favor do uso medicinal da erva". Décadas atrás, Trump disse que todas as drogas deveriam ser legalizadas por dois motivos: evitar que o dinheiro fosse parar no mercado ilegal e passar a cobrar impostos para investi-los em programas de educação. Isso é exatamente o que já está acontecendo nos estados que legalizaram a maconha. Os impostos já ultrapassam US$ 1 bilhão por ano. Nas primárias de 2015, o então candidato afirmou que a legalidade da maconha deveria ser definida em cada estado. O médico e ativista Ethan Nadelmann, fundador da DPA (sigla para Associação de Políticas sobre Drogas), principal organização civil para a regulamentação das drogas, é um otimista sobre a evolução do setor, mas entende que a gestão Trump pode criar um clima de medo. "A indicação de Jeff Sessions é a pior notícia que poderia existir. Tudo indica que ele será hostil aos avanços conquistados até agora, podendo dar poderes aos promotores federais para combater o mercado", diz. "Porém, o movimento é extraordinário. Atualmente um em cada oito americanos se declara usuário, 60% são favoráveis à legalização total da maconha, enquanto 90% apoiam a liberação medicinal. É um caminho sem volta", acredita. Outro questão fundamental sobre a legalização é o encarceramento em massa. Entre 2001 e 2010 a polícia americana realizou 8,2 milhões de prisões relacionadas à maconha –88% eram usuários. O declínio das prisões foi um dos principais indicadores de sucesso pós-legalização.
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Brancos aprendem a ser racistas por construção social, diz pesquisadora
Os brancos, muitas vezes, são racistas sem saber que o são. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, a tendência é o branco ser escolhido, mesma que exista exceção. A opinião é da pesquisadora Lia Vainer Schucman, doutora pelo Instituto de Psicologia, que debateu o tema racismo na "TV Folha".Conversaram com ela o repórter de "Cotidiano" Fábio Takahashi e o colunista da Folha Marcelo Coelho. Autora de "Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo", Lia debate como o racismo, sutil ou não, permeia relações sociais em vários aspectos. E como a própria ideia de raça e os valores da branquitude diferenciam e hierarquizam internamente o grupo de brancos em nossa sociedade.Lia sugeriu um exercício: pensar na figura de um médico. Imediatamente vem à mente a imagem de um homem branco, não um negro, diz ela.Isso acontece, continua a pesquisadora, pois somos socialmente moldados, diariamente, a enxergar o mundo assim. Para atenuar isso, a política de cotas é muito importante, defende.
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Brancos aprendem a ser racistas por construção social, diz pesquisadoraOs brancos, muitas vezes, são racistas sem saber que o são. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, a tendência é o branco ser escolhido, mesma que exista exceção. A opinião é da pesquisadora Lia Vainer Schucman, doutora pelo Instituto de Psicologia, que debateu o tema racismo na "TV Folha".Conversaram com ela o repórter de "Cotidiano" Fábio Takahashi e o colunista da Folha Marcelo Coelho. Autora de "Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo", Lia debate como o racismo, sutil ou não, permeia relações sociais em vários aspectos. E como a própria ideia de raça e os valores da branquitude diferenciam e hierarquizam internamente o grupo de brancos em nossa sociedade.Lia sugeriu um exercício: pensar na figura de um médico. Imediatamente vem à mente a imagem de um homem branco, não um negro, diz ela.Isso acontece, continua a pesquisadora, pois somos socialmente moldados, diariamente, a enxergar o mundo assim. Para atenuar isso, a política de cotas é muito importante, defende.
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Aluguel de cozinha em São Paulo vira negócio e já tem até franquia
A frase "visite a nossa cozinha" deixou de ser apenas sinal de credibilidade e se tornou um modelo de negócio: as cozinhas compartilhadas. De olho num público variado, que compreende de donos de food truck a amigos reunidos para um jantar, empresários montaram espaços com equipamentos profissionais para alugar por diária ou contrato. "A gastronomia está se tornando cada vez mais cultural, uma fonte de inspiração para diferentes negócios. Esses locais servem de berço para esses projetos", afirma Juliana Berbert, consultora do Sebrae-SP. O empresário Wolfgang Menke, 35, investiu R$ 220 mil com quatro sócios para transformar a cozinha de um armazém na House of Food, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em 2014. O local é aberto ao público no almoço e no jantar. "Somos uma espécie de restaurante fixo", diz Menke. A casa banca os custos operacionais, como atendimento, serviço de bar e guardanapos. Os locatários, em sua maioria donos de food bikes e amadores planejando abrir um negócio, ficam responsáveis pelas refeições. Para isso, pagam uma taxa de R$ 280 por dia, mais 30% do valor das vendas. A House of Food oferece ainda orientação aos novatos sobre quanto cobrar e como organizar as finanças. "Parte do nosso negócio é profissionalizar as pessoas", afirma o empresário. Com mais de 150 usuários, a companhia faturou em torno de R$ 1 milhão no primeiro ano e abriu franquias no Rio e em Belo Horizonte. Às segundas e terças quem utiliza o local é Felipe Graziani de Carvalho, 27, que faz empanadas artesanais. Ele vende os produtos por atacado. Há três meses implementou o negócio com uma food bike. "Levo apenas a matéria-prima para a House of Food. Todo o resto de que preciso, eu tenho lá." Carvalho diz que sempre teve vontade de abrir um espaço próprio, "mas o momento não é bom para investir". FORNO, FOGÃO E ESCOLA Quem também apostou no fogão compartilhado foi a nutricionista Cristina Souza, 39, que abriu em 2015 com dois sócios o Hub Food Services, em Perdizes (zona oeste). Além de equipamentos como fogão de indução, embalador a vácuo e câmara frigorífica, o espaço abriga laboratório de sorvetes, recepção, projetor e sistema de som. O investimento foi de cerca de R$ 150 mil, segundo ela. "Parte importante foi gasta na infraestrutura elétrica. Os equipamentos exigem muita energia", diz Souza, que faturou R$ 230 mil em um ano. Ela recebe em média 12 clientes mensais, entre start-ups, profissionais que dão cursos de culinária e bufês. Eles pagam a partir de R$ 374 por quatro horas. A confeiteira Danielle Trolezi, 32, usa o espaço para dar cursos de brigadeiros. "É o que eu preciso em termos de tamanho, estrutura e preço." Segundo Berbert, do Sebrae-SP, uma oportunidade ainda não explorada por esses espaços é atender um público de renda mais baixa. "Quantos microempreendedores individuais trabalham fazendo doces, cachorro quente, que estão na rua e não têm um espaço legal?"
mercado
Aluguel de cozinha em São Paulo vira negócio e já tem até franquiaA frase "visite a nossa cozinha" deixou de ser apenas sinal de credibilidade e se tornou um modelo de negócio: as cozinhas compartilhadas. De olho num público variado, que compreende de donos de food truck a amigos reunidos para um jantar, empresários montaram espaços com equipamentos profissionais para alugar por diária ou contrato. "A gastronomia está se tornando cada vez mais cultural, uma fonte de inspiração para diferentes negócios. Esses locais servem de berço para esses projetos", afirma Juliana Berbert, consultora do Sebrae-SP. O empresário Wolfgang Menke, 35, investiu R$ 220 mil com quatro sócios para transformar a cozinha de um armazém na House of Food, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em 2014. O local é aberto ao público no almoço e no jantar. "Somos uma espécie de restaurante fixo", diz Menke. A casa banca os custos operacionais, como atendimento, serviço de bar e guardanapos. Os locatários, em sua maioria donos de food bikes e amadores planejando abrir um negócio, ficam responsáveis pelas refeições. Para isso, pagam uma taxa de R$ 280 por dia, mais 30% do valor das vendas. A House of Food oferece ainda orientação aos novatos sobre quanto cobrar e como organizar as finanças. "Parte do nosso negócio é profissionalizar as pessoas", afirma o empresário. Com mais de 150 usuários, a companhia faturou em torno de R$ 1 milhão no primeiro ano e abriu franquias no Rio e em Belo Horizonte. Às segundas e terças quem utiliza o local é Felipe Graziani de Carvalho, 27, que faz empanadas artesanais. Ele vende os produtos por atacado. Há três meses implementou o negócio com uma food bike. "Levo apenas a matéria-prima para a House of Food. Todo o resto de que preciso, eu tenho lá." Carvalho diz que sempre teve vontade de abrir um espaço próprio, "mas o momento não é bom para investir". FORNO, FOGÃO E ESCOLA Quem também apostou no fogão compartilhado foi a nutricionista Cristina Souza, 39, que abriu em 2015 com dois sócios o Hub Food Services, em Perdizes (zona oeste). Além de equipamentos como fogão de indução, embalador a vácuo e câmara frigorífica, o espaço abriga laboratório de sorvetes, recepção, projetor e sistema de som. O investimento foi de cerca de R$ 150 mil, segundo ela. "Parte importante foi gasta na infraestrutura elétrica. Os equipamentos exigem muita energia", diz Souza, que faturou R$ 230 mil em um ano. Ela recebe em média 12 clientes mensais, entre start-ups, profissionais que dão cursos de culinária e bufês. Eles pagam a partir de R$ 374 por quatro horas. A confeiteira Danielle Trolezi, 32, usa o espaço para dar cursos de brigadeiros. "É o que eu preciso em termos de tamanho, estrutura e preço." Segundo Berbert, do Sebrae-SP, uma oportunidade ainda não explorada por esses espaços é atender um público de renda mais baixa. "Quantos microempreendedores individuais trabalham fazendo doces, cachorro quente, que estão na rua e não têm um espaço legal?"
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Polonesa chega ao polo Sul após caminhar sozinha por 69 dias
Uma polonesa de 51 anos conseguiu chegar a pé ao polo Sul nesta quarta-feira (25), após andar sozinha por 69 dias pela Antártida, sem qualquer tipo de ajuda externa. Malgorzata Wojtaczka, originária da cidade de Wroclaw, é a primeira polonesa a realizar a façanha, seguindo os passos da francesa Laurence De la Ferrière –a primeira mulher do mundo a chegar caminhando até o polo Sul, em 1997. Como De la Ferrière, a aventureira polonesa arrastou ao longo de 1.300 km, cruzando locais a 2.700 metros de altitude, um pesado trenó no qual transportou sua barraca e sua comida. A partir de Hercules Inlet, no extremo sudoeste de Ronne Ice Shelf, que cerca o mar de Weddel, Wojtaczka caminhou 20 km por dia, exceto quando o mau tempo e os ventos fortes a obrigavam a andar mais lentamente. Os últimos 100 km foram especialmente difíceis. "A vida é bela, valia a pena", disse ao chegar, segundo a emissora privada de notícias TVN24. Agora, embarcará em um pequeno avião rumo a uma base na península antártica para depois seguir em outra aeronave para o Chile.
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Polonesa chega ao polo Sul após caminhar sozinha por 69 diasUma polonesa de 51 anos conseguiu chegar a pé ao polo Sul nesta quarta-feira (25), após andar sozinha por 69 dias pela Antártida, sem qualquer tipo de ajuda externa. Malgorzata Wojtaczka, originária da cidade de Wroclaw, é a primeira polonesa a realizar a façanha, seguindo os passos da francesa Laurence De la Ferrière –a primeira mulher do mundo a chegar caminhando até o polo Sul, em 1997. Como De la Ferrière, a aventureira polonesa arrastou ao longo de 1.300 km, cruzando locais a 2.700 metros de altitude, um pesado trenó no qual transportou sua barraca e sua comida. A partir de Hercules Inlet, no extremo sudoeste de Ronne Ice Shelf, que cerca o mar de Weddel, Wojtaczka caminhou 20 km por dia, exceto quando o mau tempo e os ventos fortes a obrigavam a andar mais lentamente. Os últimos 100 km foram especialmente difíceis. "A vida é bela, valia a pena", disse ao chegar, segundo a emissora privada de notícias TVN24. Agora, embarcará em um pequeno avião rumo a uma base na península antártica para depois seguir em outra aeronave para o Chile.
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Vazamento é usado para atacar, melhor tirar sigilo, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) condenou o vazamento de informações sob sigilo judicial que seria, segundo ele, usado para atender interesses. "Vazamento é uma coisa que está acontecendo com muita frequência e é ruim" disse, "porque é manipulável. Você usa o vazamento para atacar. E se for falso? E se for só uma parte? Quanto mais depressa for possível a Justiça deixar transparente tudo, melhor", afirmou à Folha nesta quarta-feira (22). O tucano deu razão ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em suas críticas à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal por supostos vazamentos nas operações Lava Jato e Carne Fraca. FHC afirmou que, se a Procuradoria de fato informou extraoficialmente nomes contra os quais pedirá a abertura de inquéritos que estão sob sigilo, "é muito grave, é condenável. Não é possível". "Então dá publicidade, solta tudo de uma vez. Para as pessoas poderem saber por que são acusadas, para se defenderem. E saber se é verdadeiro, se há mesmo acusação. Às vezes não há", afirmou. "Fulano disse que beltrano... Bom, e daí? Tem prova? Tem pelo menos indício? Não tem nada. Então, vazamento é ruim." O ex-presidente, no entanto, afirmou que a força-tarefa da Lava Jato não merece repreensão de forma geral. "O Supremo tem avalizado tudo, não tem saído da lei. As críticas são de quem está com problema", afirmou. Gilmar Mendes disse, na terça (21), que dar publicidade a dados sob sigilo é uma "forma de chantagem", "um eufemismo para crime". O ministro citou a coluna de domingo (19) da ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, na qual ela escreveu que foi a própria Procuradoria que vazou dados sobre os pedidos de inquéritos que deverão ser feitos pelo chefe do órgão, Rodrigo Janot. O procurador-geral, na quarta-feira (22), respondeu que a acusação é mentirosa. "Beira a irresponsabilidade afirmar que realizamos, na Procuradoria-Geral da República, coletiva em off de imprensa para vazar nomes da Odebrecht", reagiu. Sem citar Gilmar Mendes, Janot chamou a repercussão de "disenteria verbal". A ombudsman atua de forma independente da Redação da Folha e tem a função de criticar as edições do jornal e representar os leitores. Para Fernando Henrique, "também não é bom que haja bate-boca público dos chefes de Poder [e instituições]. Não sei se foi essa a intenção desse último debate". O momento, afirmou FHC, exige "um apelo ao senso comum. E é difícil. Tudo o que você diz é lido de uma maneira complicada". REFORMA POLÍTICA Em vídeo publicado em rede social, FHC defendeu o fim das coligações em eleições proporcionais e o estabelecimento de um limite mínimo de votos para que um partido tenha representação na Câmara. Ele criticou a proposta da lista fechada. "Em um país como o Brasil, você tem que deixar que o eleitor participe da decisão. Senão, você fica na mão das oligarquias partidárias", disse à Folha. Ele afirmou que "não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade" ou com o objetivo de constranger a Lava Jato.
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Vazamento é usado para atacar, melhor tirar sigilo, diz FHCO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) condenou o vazamento de informações sob sigilo judicial que seria, segundo ele, usado para atender interesses. "Vazamento é uma coisa que está acontecendo com muita frequência e é ruim" disse, "porque é manipulável. Você usa o vazamento para atacar. E se for falso? E se for só uma parte? Quanto mais depressa for possível a Justiça deixar transparente tudo, melhor", afirmou à Folha nesta quarta-feira (22). O tucano deu razão ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em suas críticas à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal por supostos vazamentos nas operações Lava Jato e Carne Fraca. FHC afirmou que, se a Procuradoria de fato informou extraoficialmente nomes contra os quais pedirá a abertura de inquéritos que estão sob sigilo, "é muito grave, é condenável. Não é possível". "Então dá publicidade, solta tudo de uma vez. Para as pessoas poderem saber por que são acusadas, para se defenderem. E saber se é verdadeiro, se há mesmo acusação. Às vezes não há", afirmou. "Fulano disse que beltrano... Bom, e daí? Tem prova? Tem pelo menos indício? Não tem nada. Então, vazamento é ruim." O ex-presidente, no entanto, afirmou que a força-tarefa da Lava Jato não merece repreensão de forma geral. "O Supremo tem avalizado tudo, não tem saído da lei. As críticas são de quem está com problema", afirmou. Gilmar Mendes disse, na terça (21), que dar publicidade a dados sob sigilo é uma "forma de chantagem", "um eufemismo para crime". O ministro citou a coluna de domingo (19) da ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, na qual ela escreveu que foi a própria Procuradoria que vazou dados sobre os pedidos de inquéritos que deverão ser feitos pelo chefe do órgão, Rodrigo Janot. O procurador-geral, na quarta-feira (22), respondeu que a acusação é mentirosa. "Beira a irresponsabilidade afirmar que realizamos, na Procuradoria-Geral da República, coletiva em off de imprensa para vazar nomes da Odebrecht", reagiu. Sem citar Gilmar Mendes, Janot chamou a repercussão de "disenteria verbal". A ombudsman atua de forma independente da Redação da Folha e tem a função de criticar as edições do jornal e representar os leitores. Para Fernando Henrique, "também não é bom que haja bate-boca público dos chefes de Poder [e instituições]. Não sei se foi essa a intenção desse último debate". O momento, afirmou FHC, exige "um apelo ao senso comum. E é difícil. Tudo o que você diz é lido de uma maneira complicada". REFORMA POLÍTICA Em vídeo publicado em rede social, FHC defendeu o fim das coligações em eleições proporcionais e o estabelecimento de um limite mínimo de votos para que um partido tenha representação na Câmara. Ele criticou a proposta da lista fechada. "Em um país como o Brasil, você tem que deixar que o eleitor participe da decisão. Senão, você fica na mão das oligarquias partidárias", disse à Folha. Ele afirmou que "não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade" ou com o objetivo de constranger a Lava Jato.
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Saiba como se distribui a audiência do site da Folha
A audiência do site da Folha se concentra em poucos textos. Em dezembro passado, 63% da audiência vieram de apenas 7% dos textos publicados. Metade do que foi produzido obteve menos de 2.200 visitas. Esses números incluem apenas as editorias diárias, mas foram contabilizadas as chamadas dos blogs no índice das editorias. Os dados fazem parte de um relatório elaborado por Marcelo Soares e André Monteiro, da editoria de Audiência e Dados. A editoria campeã de audiência foi "Poder". Metade do conteúdo recebeu mais de 6.900 visitas. Dos 310 textos de todo o site que tiveram mais de 50 mil visitas, metade é de "Poder". "Cotidiano" também apresenta bons resultados. Metade do conteúdo recebeu mais de 4.248 visitas. Para a média da Folha, um texto com boa audiência deve ter entre 2.000 e 10 mil visitas. "Mercado", por sua vez, teve a reportagem mais lida da história do site. A notícia de que o WhatsApp seria tirado do ar teve 5,8 milhões de acessos em dez dias, sendo 80% deles via celular. Estima-se que boa parte dos leitores tenham vindo do próprio WhatsApp. Ainda é difícil medir ao certo o número de usuários vindos de alguns aplicativos, o que faz com que sejam reunidos em um grupo chamado "dark social". MOBILE A categoria mobile engloba celulares e tablets e outros dispositivos mais curiosos, como e-readers, videogames e media players. Nos tablets, a audiência gira em torno de 5% a 7%, ao passo que nos outros gadgets não costuma ultrapassar 1%. O celular é o campeão de leitura entre os móveis, mas seu uso varia, sendo mais frequente nos fins de semana. Em janeiro deste ano, quando havia muitas pessoas de férias, 48% da audiência veio dos smartphones. Na média geral, o acesso mobile representa 43% das visitas. O acesso também varia conforme as editorias. "Mercado" tem mais acessos via desktop, e o F5 tem mais leitores de plataformas móveis. A maioria dos leitores que acessam o site a partir de links compartilhados no Facebook também o faz via mobile. Para acessar o relatório completo, clique aqui. TOP 5 REPORTAGENS EM DEZEMBRO
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Saiba como se distribui a audiência do site da FolhaA audiência do site da Folha se concentra em poucos textos. Em dezembro passado, 63% da audiência vieram de apenas 7% dos textos publicados. Metade do que foi produzido obteve menos de 2.200 visitas. Esses números incluem apenas as editorias diárias, mas foram contabilizadas as chamadas dos blogs no índice das editorias. Os dados fazem parte de um relatório elaborado por Marcelo Soares e André Monteiro, da editoria de Audiência e Dados. A editoria campeã de audiência foi "Poder". Metade do conteúdo recebeu mais de 6.900 visitas. Dos 310 textos de todo o site que tiveram mais de 50 mil visitas, metade é de "Poder". "Cotidiano" também apresenta bons resultados. Metade do conteúdo recebeu mais de 4.248 visitas. Para a média da Folha, um texto com boa audiência deve ter entre 2.000 e 10 mil visitas. "Mercado", por sua vez, teve a reportagem mais lida da história do site. A notícia de que o WhatsApp seria tirado do ar teve 5,8 milhões de acessos em dez dias, sendo 80% deles via celular. Estima-se que boa parte dos leitores tenham vindo do próprio WhatsApp. Ainda é difícil medir ao certo o número de usuários vindos de alguns aplicativos, o que faz com que sejam reunidos em um grupo chamado "dark social". MOBILE A categoria mobile engloba celulares e tablets e outros dispositivos mais curiosos, como e-readers, videogames e media players. Nos tablets, a audiência gira em torno de 5% a 7%, ao passo que nos outros gadgets não costuma ultrapassar 1%. O celular é o campeão de leitura entre os móveis, mas seu uso varia, sendo mais frequente nos fins de semana. Em janeiro deste ano, quando havia muitas pessoas de férias, 48% da audiência veio dos smartphones. Na média geral, o acesso mobile representa 43% das visitas. O acesso também varia conforme as editorias. "Mercado" tem mais acessos via desktop, e o F5 tem mais leitores de plataformas móveis. A maioria dos leitores que acessam o site a partir de links compartilhados no Facebook também o faz via mobile. Para acessar o relatório completo, clique aqui. TOP 5 REPORTAGENS EM DEZEMBRO
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Pós-verdade e Lava Jato
"Pós-verdade" foi escolhida pelos Dicionários Oxford como a palavra mais significativa de 2016. Creio ser o resultado merecido, pois nunca na história houve a disseminação de deturpações conscientes dos fatos em favor de crenças pessoais quanto nos últimos dois anos. Não se trata de um fenômeno restrito às redes sociais, mas que se espalha por toda a sociedade. Poderia parecer inútil, portanto, diante disso e dos interesses e paixões políticos que envolvem a Operação Lava Jato, que se tente uma abordagem racional para informar a população sobre os fatos desvelados pelas investigações. Todavia, enfrentar esses interesses e paixões é imperativo. Informar claramente os resultados é um dos pilares de sustentação da operação. A luz solar não é só o melhor desinfetante contra a corrupção -o é também contra a manipulação da informação. Dentre as pós-verdades que se procura impingir à população, uma das mais rasteiras é que a Lava Jato procura criminalizar a atividade política. A verdade é bem diferente -as investigações apontam que o sistema político brasileiro utiliza-se, isso sim, de meios criminosos, como a corrupção e a lavagem de dinheiro, para o financiamento de onerosas estruturas partidárias e caras campanhas eleitorais. Assim, não se está querendo tratar a política como crime, mas revelar que certas atividades são, pura e simplesmente, crimes. Há corrupção toda vez que um político ou funcionário de um partido prometem algum benefício público em troca de dinheiro, pouco importa a forma pela qual esse pagamento se dará. O uso de transações aparentemente legais é apenas o disfarce com que se pretende ocultar as reais motivações. A conclusão, portanto, é que qualquer pagamento em troca de favores e benefícios públicos, seja através de doações contabilizadas, seja por meio de operações ocultas e disfarçadas, é corrupção. Pensar de outro modo seria isentar o criminoso "toma lá, dá cá" que se instaura nas mais diversas esferas de governo e entre partidos políticos de esquerda e direita, o que acarreta desvios de dinheiro público como os descobertos na Petrobras. Melhor seria então que deixássemos os pudores e essas doações viessem carimbadas com sua destinação. Assim teríamos, por exemplo: "esta doação eleitoral é para compensar a boa vontade do ministro Fulano de Tal em nos liberar a verba prevista em contrato superfaturado com o governo". Obviamente, há muito o que mudar no país. Não basta todo o esforço feito até agora nas investigações da Lava Jato, pois a classe política resiste em entender esse novo cenário. Pensando em mudanças, o Ministério Público Federal ofereceu suporte a uma iniciativa popular conhecida como "10 Medidas contra a Corrupção", que transformaria o panorama da impunidade. Infelizmente, mesmo diante do apoio de mais de 2 milhões de pessoas, do convite sincero de se discutir honestamente as medidas apresentadas, sempre na esperança de seu aperfeiçoamento, a maioria dos deputados federais preferiu jogá-las por terra em retaliação às investigações. Contudo, não devemos desistir - nem a força-tarefa da Lava Jato nem a população brasileira. As medidas elaboradas no projeto devem ser acompanhadas de reformas políticas com objetos claros. Alguns pontos são básicos: tornar as campanhas mais baratas e as decisões públicas mais transparentes, determinar que obras públicas sejam precedidas de exaustivos estudos e projetos, eliminar regulamentos que só existem para criar dificuldades. Dessa forma, cabe a cada um de nós combater o bom combate, ir além do nosso cotidiano, do cumprimento de nossas obrigações diárias. Neste momento histórico, isso significa lutar por um país melhor, da forma que pudermos -em casa com nossos familiares, nas escolas, nos escritórios, nas fábricas e também nas praças, derrubando mentiras e impondo mudanças. Só assim escaparemos dos seguidos ciclos de fracassos econômicos e sociais que a corrupção nos impõe. CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA, procurador regional da República, é mestre em direito pela Universidade Cornell (EUA) e membro da força-tarefa da Operação Lava Jato PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Pós-verdade e Lava Jato"Pós-verdade" foi escolhida pelos Dicionários Oxford como a palavra mais significativa de 2016. Creio ser o resultado merecido, pois nunca na história houve a disseminação de deturpações conscientes dos fatos em favor de crenças pessoais quanto nos últimos dois anos. Não se trata de um fenômeno restrito às redes sociais, mas que se espalha por toda a sociedade. Poderia parecer inútil, portanto, diante disso e dos interesses e paixões políticos que envolvem a Operação Lava Jato, que se tente uma abordagem racional para informar a população sobre os fatos desvelados pelas investigações. Todavia, enfrentar esses interesses e paixões é imperativo. Informar claramente os resultados é um dos pilares de sustentação da operação. A luz solar não é só o melhor desinfetante contra a corrupção -o é também contra a manipulação da informação. Dentre as pós-verdades que se procura impingir à população, uma das mais rasteiras é que a Lava Jato procura criminalizar a atividade política. A verdade é bem diferente -as investigações apontam que o sistema político brasileiro utiliza-se, isso sim, de meios criminosos, como a corrupção e a lavagem de dinheiro, para o financiamento de onerosas estruturas partidárias e caras campanhas eleitorais. Assim, não se está querendo tratar a política como crime, mas revelar que certas atividades são, pura e simplesmente, crimes. Há corrupção toda vez que um político ou funcionário de um partido prometem algum benefício público em troca de dinheiro, pouco importa a forma pela qual esse pagamento se dará. O uso de transações aparentemente legais é apenas o disfarce com que se pretende ocultar as reais motivações. A conclusão, portanto, é que qualquer pagamento em troca de favores e benefícios públicos, seja através de doações contabilizadas, seja por meio de operações ocultas e disfarçadas, é corrupção. Pensar de outro modo seria isentar o criminoso "toma lá, dá cá" que se instaura nas mais diversas esferas de governo e entre partidos políticos de esquerda e direita, o que acarreta desvios de dinheiro público como os descobertos na Petrobras. Melhor seria então que deixássemos os pudores e essas doações viessem carimbadas com sua destinação. Assim teríamos, por exemplo: "esta doação eleitoral é para compensar a boa vontade do ministro Fulano de Tal em nos liberar a verba prevista em contrato superfaturado com o governo". Obviamente, há muito o que mudar no país. Não basta todo o esforço feito até agora nas investigações da Lava Jato, pois a classe política resiste em entender esse novo cenário. Pensando em mudanças, o Ministério Público Federal ofereceu suporte a uma iniciativa popular conhecida como "10 Medidas contra a Corrupção", que transformaria o panorama da impunidade. Infelizmente, mesmo diante do apoio de mais de 2 milhões de pessoas, do convite sincero de se discutir honestamente as medidas apresentadas, sempre na esperança de seu aperfeiçoamento, a maioria dos deputados federais preferiu jogá-las por terra em retaliação às investigações. Contudo, não devemos desistir - nem a força-tarefa da Lava Jato nem a população brasileira. As medidas elaboradas no projeto devem ser acompanhadas de reformas políticas com objetos claros. Alguns pontos são básicos: tornar as campanhas mais baratas e as decisões públicas mais transparentes, determinar que obras públicas sejam precedidas de exaustivos estudos e projetos, eliminar regulamentos que só existem para criar dificuldades. Dessa forma, cabe a cada um de nós combater o bom combate, ir além do nosso cotidiano, do cumprimento de nossas obrigações diárias. Neste momento histórico, isso significa lutar por um país melhor, da forma que pudermos -em casa com nossos familiares, nas escolas, nos escritórios, nas fábricas e também nas praças, derrubando mentiras e impondo mudanças. Só assim escaparemos dos seguidos ciclos de fracassos econômicos e sociais que a corrupção nos impõe. CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA, procurador regional da República, é mestre em direito pela Universidade Cornell (EUA) e membro da força-tarefa da Operação Lava Jato PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Calabouço à beira-mar
Admito: não era uma cela das mais convencionais ou das piores. O cárcere era limitado, de um lado, por uma singela casa de madeira; atrás, pela paisagem rústica de uma cidade de interior. Um perfumado cajueiro delimitava outra das laterais; e a frente (mas poderíamos chamar de fundos) começava com uma areia não tão fofa. Para uma cela, não parecia ruim, especialmente sabendo que logo adiante batiam ondas de um mar que se perdia no horizonte. A separar da praia, somente um portão na cerca frágil e simbólica. Não eram necessárias gazuas, limas ou grampos de mulher para abrir ferrolhos que não existiam. Era o final dos anos 1970. Os três prisioneiros -melhor descrevê-los como desterrados- eram líderes de um movimento estudantil contra a ditadura militar que crescia em importância quanto mais começava a claudicar o governo. Mas o ditador e seu exército (inclusive os esbirros civis) ainda estavam lá. E tiveram a ideia de aprisionar também aqueles três jovens cabeludos. Às vésperas das férias da universidade (quando então os protestos eram mais difíceis de organizar) começou uma vigilância estreita contra os garotos, prenunciando o bote. Então sorrateiramente fugiram. Dispostos a, se necessário, sair do radar até que as aulas e o movimento estudantil voltassem em pleno vigor. E o discreto refúgio encontrado ficava na periferia de Florianópolis. Na casa de um casal de companheiros de luta, na praia de Cacupé. Era uma casa deliciosa, mas pequena; por isso eles montaram uma barraca no jardim, sombreada pelo cajueiro e envolta pela brisa do mar. Começou ali uma temporada de várias semanas que lhes mostrou como pode ser traiçoeira -a depender do momento- a convivência com aquilo que o mundo do turismo descreve como uma "praia paradisíaca", num local "isolado e tranquilo". Havia regras estritas de discrição. Nem pensar em circular na cidade: sendo líderes conhecidos nacionalmente, não seria impossível que alguém do movimento estudantil local (inclusive um possível policial infiltrado) os reconhecesse. E nada de comunicações óbvias, como telefonemas para a família (já disse que eram também irmãos?), o que significava deixar mãe, irmãs e namoradas no escuro, sem notícias. Sendo assim, a estadia na paradisíaca Cacupé foi dia a dia se tornando um tormento. E não havia internet, celular, TV a cabo -o que aumentava a angústia do isolamento. Tentavam ler, mas na pressa da fuga não haviam levado livros. Ouviam música, os LPs da coleção local. Conversavam o dia inteiro. Mas que assunto resta a três irmãos que viviam juntos, inclusive na militância? Repito que o desterro não era dos mais cruéis. Nada que pudesse se comparar ao gelo dos campos hitleristas ou aos gulags stalinistas; tampouco ao calor das celas castristas ou às imperialistas de Guantánamo. Mas espreguiçar-se na areia... saltitar no mar... jura que todo dia, o dia inteiro, é bom? Quem aguenta? A dinâmica do exílio os foi impelindo a outras ocupações. Um cuidava com desvelo da limpeza da casa dos anfitriões. Outro os presenteou com peças de xadrez esculpidas em pedaços de cabo de vassoura. Outro atracou-se ao único livro de cozinha ao alcance da mão, uma velha edição do "Dona Benta", com receitas que executava com o primor possível ou desenvolvia em variações como o memorável (apenas pra ele, claro) "purê à Cacupé" (mera versão do hachis Parmentier, cujo nome francês nenhum deles -dona Benta incluída- conhecia então). Mas esta é uma coluna de "Turismo". E decidi sempre forjar alguma ligação dos meus delírios com o tema oficial do caderno. Que nesse caso vem a ser: sempre desconfie de descrições de destinos paradisíacos, pois mesmo que pareçam ser, tudo sempre depende da sua expectativa. O paraíso pode ser o seu inferno, e enlouquecer. (Mas, nesse caso, pelo menos, atracar-me insanamente com dona Benta -sim, era eu-, terminou aguçando sabores de uma futura profissão.)
colunas
Calabouço à beira-marAdmito: não era uma cela das mais convencionais ou das piores. O cárcere era limitado, de um lado, por uma singela casa de madeira; atrás, pela paisagem rústica de uma cidade de interior. Um perfumado cajueiro delimitava outra das laterais; e a frente (mas poderíamos chamar de fundos) começava com uma areia não tão fofa. Para uma cela, não parecia ruim, especialmente sabendo que logo adiante batiam ondas de um mar que se perdia no horizonte. A separar da praia, somente um portão na cerca frágil e simbólica. Não eram necessárias gazuas, limas ou grampos de mulher para abrir ferrolhos que não existiam. Era o final dos anos 1970. Os três prisioneiros -melhor descrevê-los como desterrados- eram líderes de um movimento estudantil contra a ditadura militar que crescia em importância quanto mais começava a claudicar o governo. Mas o ditador e seu exército (inclusive os esbirros civis) ainda estavam lá. E tiveram a ideia de aprisionar também aqueles três jovens cabeludos. Às vésperas das férias da universidade (quando então os protestos eram mais difíceis de organizar) começou uma vigilância estreita contra os garotos, prenunciando o bote. Então sorrateiramente fugiram. Dispostos a, se necessário, sair do radar até que as aulas e o movimento estudantil voltassem em pleno vigor. E o discreto refúgio encontrado ficava na periferia de Florianópolis. Na casa de um casal de companheiros de luta, na praia de Cacupé. Era uma casa deliciosa, mas pequena; por isso eles montaram uma barraca no jardim, sombreada pelo cajueiro e envolta pela brisa do mar. Começou ali uma temporada de várias semanas que lhes mostrou como pode ser traiçoeira -a depender do momento- a convivência com aquilo que o mundo do turismo descreve como uma "praia paradisíaca", num local "isolado e tranquilo". Havia regras estritas de discrição. Nem pensar em circular na cidade: sendo líderes conhecidos nacionalmente, não seria impossível que alguém do movimento estudantil local (inclusive um possível policial infiltrado) os reconhecesse. E nada de comunicações óbvias, como telefonemas para a família (já disse que eram também irmãos?), o que significava deixar mãe, irmãs e namoradas no escuro, sem notícias. Sendo assim, a estadia na paradisíaca Cacupé foi dia a dia se tornando um tormento. E não havia internet, celular, TV a cabo -o que aumentava a angústia do isolamento. Tentavam ler, mas na pressa da fuga não haviam levado livros. Ouviam música, os LPs da coleção local. Conversavam o dia inteiro. Mas que assunto resta a três irmãos que viviam juntos, inclusive na militância? Repito que o desterro não era dos mais cruéis. Nada que pudesse se comparar ao gelo dos campos hitleristas ou aos gulags stalinistas; tampouco ao calor das celas castristas ou às imperialistas de Guantánamo. Mas espreguiçar-se na areia... saltitar no mar... jura que todo dia, o dia inteiro, é bom? Quem aguenta? A dinâmica do exílio os foi impelindo a outras ocupações. Um cuidava com desvelo da limpeza da casa dos anfitriões. Outro os presenteou com peças de xadrez esculpidas em pedaços de cabo de vassoura. Outro atracou-se ao único livro de cozinha ao alcance da mão, uma velha edição do "Dona Benta", com receitas que executava com o primor possível ou desenvolvia em variações como o memorável (apenas pra ele, claro) "purê à Cacupé" (mera versão do hachis Parmentier, cujo nome francês nenhum deles -dona Benta incluída- conhecia então). Mas esta é uma coluna de "Turismo". E decidi sempre forjar alguma ligação dos meus delírios com o tema oficial do caderno. Que nesse caso vem a ser: sempre desconfie de descrições de destinos paradisíacos, pois mesmo que pareçam ser, tudo sempre depende da sua expectativa. O paraíso pode ser o seu inferno, e enlouquecer. (Mas, nesse caso, pelo menos, atracar-me insanamente com dona Benta -sim, era eu-, terminou aguçando sabores de uma futura profissão.)
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Brasil lançará missão à Lua até 2020 para estudar vida no espaço
Um time de cientistas de instituições de ponta do Brasil, com parceria da iniciativa privada, pretende lançar até 2020 a primeira missão do país à Lua: um nanossatélite com experimentos científicos. Batizado de Garatéa-L, ele terá o objetivo de realizar pesquisas para estudar características da vida no espaço. Os brasileiros pretendem aproveitar um dos nichos mais promissores da exploração espacial: os nanossatélites. Enquanto os dispositivos tradicionais são geringonças do tamanho de carros populares que facilmente ultrapassam as três toneladas, os chamados "cubesats" são muito mais compactos e podem confortavelmente ficar abaixo dos 8 kg. "O fato de eles serem pequenos não os torna menos poderosos. Esta é uma área em que muitas empresas eram bastante céticas, mas que hoje recebe bastante investimento. Os bons resultados atraíram as maiores fabricantes do mundo", explica Lucas Fonseca, engenheiro espacial da empresa Airvantis e gerente do Garatéa-L. O projeto reúne pesquisadores de boa parte dos centros de excelência em espaço do Brasil: o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP, o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), o Instituto Mauá de Tecnologia e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Juntos, os cientistas estão delimitando os detalhes dos experimentos que serão levados ao espaço, mas os projetos iniciais já transparecem a ambição do grupo. Além da pesquisa lunar em si, o Garatéa-L dará ênfase à astrobiologia, o ramo que estuda as condições de vida no espaço. A missão custará R$ 35 milhões e a captação de verbas ainda não teve início. O financiamento é o principal obstáculo. "É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias", diz o líder da missão. "É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias", compara o líder da missão. Nos mais de 50 anos do programa espacial brasileiro, não faltaram planos para explorar o espaço profundo, mas as iniciativas geralmente esbarravam na falta de verbas. Por conta do histórico negativo, a equipe que capitaneia o projeto decidiu buscar fontes alternativas de financiamento, além de pleitear verbas de agências de fomento. "É triste, mas o Brasil não honrou seus compromissos. Nem com a Nasa para a construção da Estação Espacial Internacional, nem com o ESO (Observatório Europeu do Sul) com os telescópios. Por isso, sendo bem realista, nós optamos por uma via que não dependa de recursos do governo", justifica o responsável pela missão. A ideia é criar uma combinação de investimentos privados, tanto através de patrocínio como também de negociação de royalties e direitos de uso do conhecimento gerado e até de eventuais patentes. BUSCANDO A VIDA O nome da missão vem do tupi-guarani, em que garatéa significa busca vida. A nomenclatura foi escolhida devido ao forte componente da missão de estudo da vida. O "L" foi acrescentado no fim para indicar que se trata de uma missão lunar, uma vez que o grupo também conduz a Garatéa em balões de grande altitude (a cerca de 35 km de altura). Apesar de significar "busca vida", o cientista principal da missão, Douglas Galante, apressa-se a explicar que não se trata de uma tentativa de encontrar vida no satélite da Terra. "Já sabemos há muito tempo que a Lua é um ambiente muito hostil à vida. O que nós tentamos fazer agora é usar um satélite na Lua para testar os limites da vida em ambiente hostil", diz o pesquisador do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncroton) em Campinas. Quando estamos na Terra, seu campo magnético serve como um escudo contra a perigosa radiação que vem do espaço. Fora do planeta, essa defesa contra os efeitos nocivos dos raios cósmicos já não existe. E são precisamente os efeitos disso que os pesquisadores querem analisar. Embora os detalhes dos experimentos ainda não estejam fechados, o grupo pretende enviar pelo menos dois experimentos para avaliar os danos causados a colônias de bactérias no ambiente inóspito do espaço. "Deverão ser seis meses de exposição intensa a essa radiação. Algo inédito. Vamos testar a resposta de sistemas biológicos a esse fundo de radiação e outros fatores de estresse", completa o pesquisador. A Garatéa-L vai expor mais do que bactérias aos raios cósmicos: estão previstos também experimentos com tecidos humanos. A ideia é ver também como esse material reage ao ambiente hostil do espaço. Segundo o responsável da missão, é possível que os dados coletados sejam úteis inclusive para auxiliar na preparação de missões tripuladas de longa duração, como uma eventual viagem a Marte. "O objetivo principal é avaliar o efeito da micro-gravidade e da radiação lunar (espaço profundo) numa cultura de células humanas. Com isso, busca-se entender como essas células se comportam em termos de proliferação, sobrevida e alterações genéticas durante a exposição ao ambiente hostil do espaço", explica Thais Russomano, médica, pesquisadora de medicina espacial da PUC-RS e uma das responsáveis pelo experimento. "As análises das células a serem efetuadas durante a missão lunar vão depender da capacidade técnica que estará disponível para tanto. Nós ainda estamos na fase de várias definições", pondera ela. DESAFIO Envolvido na missão Rosetta da ESA (Agência Espacial Europeia) –primeira a conseguir pousar uma sonda em um cometa, em 2014–, o gerente do projeto Garatéa-L, Lucas Fonseca, diz sempre ter sido um apaixonado pelo espaço e que sempre sonhou em fazer pesquisa de ponta nesta área no Brasil. "Eu sempre pensei muito em como o Brasil poderia fazer pesquisa em espaço profundo com um valor mais em conta, mais adaptado à nossa realidade. E os cubesats permitem esse tipo de estudo. É revolucionário, a miniaturização permite muita coisa, ao mesmo tempo que é também um grande desafio de engenharia", diz Fonseca. A ideia do grupo é usar a miniaturização e experiências anteriores de economia para baratear a missão ao máximo. Previsto para 2020, o lançamento será uma parceria das agências espaciais europeia e do Reino Unido com duas empresas britânicas, dentro de sua primeira missão comercial de espaço profundo –a Pathfinder. O material será posto em órbita pelo foguete indiano PSLV-C11, o mesmo que enviou com sucesso a missão Chandrayaan-1 para a Lua, em 2008. Com cerca de 7,2 kg o nanossatélite brasileiro terá a companhia de dispositivos semelhantes fabricados por outros países, com diferentes objetivos. Os responsáveis pelo Garaté-L pretendem aproveitar a missão ainda para fazer um trabalho amplo de divulgação científica e de popularização da ciência com crianças e, em especial, com jovens mulheres. A apresentação pública do trabalho será na noite desta terça-feira (29), na Escola de Engenharia de São Carlos da USP.
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Brasil lançará missão à Lua até 2020 para estudar vida no espaçoUm time de cientistas de instituições de ponta do Brasil, com parceria da iniciativa privada, pretende lançar até 2020 a primeira missão do país à Lua: um nanossatélite com experimentos científicos. Batizado de Garatéa-L, ele terá o objetivo de realizar pesquisas para estudar características da vida no espaço. Os brasileiros pretendem aproveitar um dos nichos mais promissores da exploração espacial: os nanossatélites. Enquanto os dispositivos tradicionais são geringonças do tamanho de carros populares que facilmente ultrapassam as três toneladas, os chamados "cubesats" são muito mais compactos e podem confortavelmente ficar abaixo dos 8 kg. "O fato de eles serem pequenos não os torna menos poderosos. Esta é uma área em que muitas empresas eram bastante céticas, mas que hoje recebe bastante investimento. Os bons resultados atraíram as maiores fabricantes do mundo", explica Lucas Fonseca, engenheiro espacial da empresa Airvantis e gerente do Garatéa-L. O projeto reúne pesquisadores de boa parte dos centros de excelência em espaço do Brasil: o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP, o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), o Instituto Mauá de Tecnologia e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Juntos, os cientistas estão delimitando os detalhes dos experimentos que serão levados ao espaço, mas os projetos iniciais já transparecem a ambição do grupo. Além da pesquisa lunar em si, o Garatéa-L dará ênfase à astrobiologia, o ramo que estuda as condições de vida no espaço. A missão custará R$ 35 milhões e a captação de verbas ainda não teve início. O financiamento é o principal obstáculo. "É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias", diz o líder da missão. "É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias", compara o líder da missão. Nos mais de 50 anos do programa espacial brasileiro, não faltaram planos para explorar o espaço profundo, mas as iniciativas geralmente esbarravam na falta de verbas. Por conta do histórico negativo, a equipe que capitaneia o projeto decidiu buscar fontes alternativas de financiamento, além de pleitear verbas de agências de fomento. "É triste, mas o Brasil não honrou seus compromissos. Nem com a Nasa para a construção da Estação Espacial Internacional, nem com o ESO (Observatório Europeu do Sul) com os telescópios. Por isso, sendo bem realista, nós optamos por uma via que não dependa de recursos do governo", justifica o responsável pela missão. A ideia é criar uma combinação de investimentos privados, tanto através de patrocínio como também de negociação de royalties e direitos de uso do conhecimento gerado e até de eventuais patentes. BUSCANDO A VIDA O nome da missão vem do tupi-guarani, em que garatéa significa busca vida. A nomenclatura foi escolhida devido ao forte componente da missão de estudo da vida. O "L" foi acrescentado no fim para indicar que se trata de uma missão lunar, uma vez que o grupo também conduz a Garatéa em balões de grande altitude (a cerca de 35 km de altura). Apesar de significar "busca vida", o cientista principal da missão, Douglas Galante, apressa-se a explicar que não se trata de uma tentativa de encontrar vida no satélite da Terra. "Já sabemos há muito tempo que a Lua é um ambiente muito hostil à vida. O que nós tentamos fazer agora é usar um satélite na Lua para testar os limites da vida em ambiente hostil", diz o pesquisador do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncroton) em Campinas. Quando estamos na Terra, seu campo magnético serve como um escudo contra a perigosa radiação que vem do espaço. Fora do planeta, essa defesa contra os efeitos nocivos dos raios cósmicos já não existe. E são precisamente os efeitos disso que os pesquisadores querem analisar. Embora os detalhes dos experimentos ainda não estejam fechados, o grupo pretende enviar pelo menos dois experimentos para avaliar os danos causados a colônias de bactérias no ambiente inóspito do espaço. "Deverão ser seis meses de exposição intensa a essa radiação. Algo inédito. Vamos testar a resposta de sistemas biológicos a esse fundo de radiação e outros fatores de estresse", completa o pesquisador. A Garatéa-L vai expor mais do que bactérias aos raios cósmicos: estão previstos também experimentos com tecidos humanos. A ideia é ver também como esse material reage ao ambiente hostil do espaço. Segundo o responsável da missão, é possível que os dados coletados sejam úteis inclusive para auxiliar na preparação de missões tripuladas de longa duração, como uma eventual viagem a Marte. "O objetivo principal é avaliar o efeito da micro-gravidade e da radiação lunar (espaço profundo) numa cultura de células humanas. Com isso, busca-se entender como essas células se comportam em termos de proliferação, sobrevida e alterações genéticas durante a exposição ao ambiente hostil do espaço", explica Thais Russomano, médica, pesquisadora de medicina espacial da PUC-RS e uma das responsáveis pelo experimento. "As análises das células a serem efetuadas durante a missão lunar vão depender da capacidade técnica que estará disponível para tanto. Nós ainda estamos na fase de várias definições", pondera ela. DESAFIO Envolvido na missão Rosetta da ESA (Agência Espacial Europeia) –primeira a conseguir pousar uma sonda em um cometa, em 2014–, o gerente do projeto Garatéa-L, Lucas Fonseca, diz sempre ter sido um apaixonado pelo espaço e que sempre sonhou em fazer pesquisa de ponta nesta área no Brasil. "Eu sempre pensei muito em como o Brasil poderia fazer pesquisa em espaço profundo com um valor mais em conta, mais adaptado à nossa realidade. E os cubesats permitem esse tipo de estudo. É revolucionário, a miniaturização permite muita coisa, ao mesmo tempo que é também um grande desafio de engenharia", diz Fonseca. A ideia do grupo é usar a miniaturização e experiências anteriores de economia para baratear a missão ao máximo. Previsto para 2020, o lançamento será uma parceria das agências espaciais europeia e do Reino Unido com duas empresas britânicas, dentro de sua primeira missão comercial de espaço profundo –a Pathfinder. O material será posto em órbita pelo foguete indiano PSLV-C11, o mesmo que enviou com sucesso a missão Chandrayaan-1 para a Lua, em 2008. Com cerca de 7,2 kg o nanossatélite brasileiro terá a companhia de dispositivos semelhantes fabricados por outros países, com diferentes objetivos. Os responsáveis pelo Garaté-L pretendem aproveitar a missão ainda para fazer um trabalho amplo de divulgação científica e de popularização da ciência com crianças e, em especial, com jovens mulheres. A apresentação pública do trabalho será na noite desta terça-feira (29), na Escola de Engenharia de São Carlos da USP.
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Atraso na construção foi motivado por 'questões pontuais', diz governo
O FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) afirmou que o atraso na construção das creches em formato pré-moldado foi motivado por "questões pontuais", mas informou que, diante da situação, "está estudando um conjunto de alternativas para apresentar aos municípios" até o próximo mês. A dificuldade das prefeituras em entregar o terreno em condições exigidas pelo modelo foi um dos fatores apontados pelo órgão, que é vinculado ao Ministério da Educação. Esse problema foi constatado "tanto no que se refere a licitarem esses serviços em um prazo compatível, como entregarem a compactação na forma necessária", alegou. O órgão ponderou que o "ritmo de execução das obras é uma responsabilidade de cada entidade". 'PONTUAIS' Em resposta à reportagem, o FNDE reconheceu que, em alguns Estados, houve "problemas pontuais" para a capacitação de mão de obra especializada para o serviço. Diante desse entrave, o governo estuda alternativas para sugerir aos municípios até o final de abril. Questionado sobre a execução dos gastos do programa, o FNDE informou que "das 8.787 unidades aprovadas, temos 3.644 em obras e 2.562 concluídas". "Ou seja, os números estão dentro do prazo de normalidade de execução", concluiu. Os dados, porém, incluem creches e pré-escolas previstas ainda na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
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Atraso na construção foi motivado por 'questões pontuais', diz governoO FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) afirmou que o atraso na construção das creches em formato pré-moldado foi motivado por "questões pontuais", mas informou que, diante da situação, "está estudando um conjunto de alternativas para apresentar aos municípios" até o próximo mês. A dificuldade das prefeituras em entregar o terreno em condições exigidas pelo modelo foi um dos fatores apontados pelo órgão, que é vinculado ao Ministério da Educação. Esse problema foi constatado "tanto no que se refere a licitarem esses serviços em um prazo compatível, como entregarem a compactação na forma necessária", alegou. O órgão ponderou que o "ritmo de execução das obras é uma responsabilidade de cada entidade". 'PONTUAIS' Em resposta à reportagem, o FNDE reconheceu que, em alguns Estados, houve "problemas pontuais" para a capacitação de mão de obra especializada para o serviço. Diante desse entrave, o governo estuda alternativas para sugerir aos municípios até o final de abril. Questionado sobre a execução dos gastos do programa, o FNDE informou que "das 8.787 unidades aprovadas, temos 3.644 em obras e 2.562 concluídas". "Ou seja, os números estão dentro do prazo de normalidade de execução", concluiu. Os dados, porém, incluem creches e pré-escolas previstas ainda na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
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Leitora critica charges celebrando o aniversário da Folha
Como católica e assinante do jornal há mais de 20 anos, fiquei indignada e enojada ao deparar com Charlie é aqui com charges que cartunistas criaram para os 94 anos da Folha. Especialmente a de Jean Galvão, que retrata indignamente uma passagem tão linda do Evangelho. Liberdade de expressão, na minha opinião, não é injuriar acontecimentos que ferem a sua dignidade. Fica o meu protesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora critica charges celebrando o aniversário da FolhaComo católica e assinante do jornal há mais de 20 anos, fiquei indignada e enojada ao deparar com Charlie é aqui com charges que cartunistas criaram para os 94 anos da Folha. Especialmente a de Jean Galvão, que retrata indignamente uma passagem tão linda do Evangelho. Liberdade de expressão, na minha opinião, não é injuriar acontecimentos que ferem a sua dignidade. Fica o meu protesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Carta a um jovem mídia
Peço o testemunho dos profissionais com quem eu trabalho do respeito e da cumplicidade que tenho com meu time de mídia. Com as transformações da tecnologia e a fragmentação de telas, a mídia é "the new big thing". E "o" mídia é justamente aquele profissional nas agências que traça as estratégias de como melhor usar tanta mídia. Hoje, para mim, ele é tão importante quanto o profissional de criação. Só que muito cuidado com o andor. É verdade que os mídias mais velhos precisam ser atualizados sobre as novas mídias, mas é igualmente necessário atualizar você, jovem mídia, sobre a realidade da mídia neste país imenso. Para você, jovem mídia atuando a partir de São Paulo ou outra grande metrópole brasileira, pode parecer que tudo é digital. Não é. O universo Brasil, como o universo Índia, o universo França, o universo Rússia e outros universos, tem uma lógica diferente das métricas e das regras que americanos e ingleses competentemente querem nos vender no Festival de Cannes. Se é verdade que tudo virou digital, vamos transferir o horário eleitoral do ano que vem só para as redes sociais, em vez da televisão e do rádio. Duvido que os candidatos aceitem. Antes que você se ofenda, meu querido jovem mídia, a culpa desse seu distanciamento não é sua. É que os gringos têm muito mais bala para doutrinar o planeta. O Google é uma igreja que passa todos os dias doutrinando jovens mídias com a paixão dos missionários mór- mons. Com toda a competência, eles enchem a agenda dos principais publicitários do mundo com um conteúdo fascinante, que posiciona o Google e envelhece tudo mais. Facebook e Twitter fazem a mesma coisa. E tanto você, meu querido jovem mídia, como outros jovens profissionais de marketing acham velho todo o resto. Enquanto isso, o maior evento de mídia do mundo continua sendo um evento de TV, o Superbowl. E a televisão é uma mídia tão forte no Brasil que o canal líder de audiência no nosso país tem praticamente um Superbowl por dia. Amo o mundo digital, jovem mídia, e sou um desses homens de internet no Brasil. No ano 2000, lancei o portal iG. Lancei também a Click, com PJ Pereira e Pedro Cabral, agência até hoje líder do setor. E temos em nosso grupo algumas das agências mais eficientes e premiadas do Brasil e dos Estados Unidos na área digital. Portanto, conheço e amo esse mundo. Caminho com ele. Mas tomo muito cuidado para não ficar grudado no celular o tempo todo e não ver que há uma vida imensa lá fora. Por escrever neste jornal, sinto na pele o peso que um jornal de peso tem. Você viu por quanto foi vendido o jornal britânico (de audiência global) "Financial Times"? Você acha que os compradores japoneses teriam pago mais de R$ 4 bilhões se o meio estivesse morrendo? Nós, seres humanos, somos muito ruins de prever o futuro. Não estamos comendo pílula, mas alimento orgânico. Como dizia John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro. Essa carta não é uma repreen- são, é um alerta, meu caro jovem mídia, para que você abra os seus olhos para tudo. Para a mídia que sua mãe vê, que a sua sogra vê, que o seu filho vê, que o seu primo lá do Pará vê. Ficando com os olhos bem abertos a tudo, meu jovem mídia, além de um mídia jovem, você será também um mídia moderno.
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Carta a um jovem mídiaPeço o testemunho dos profissionais com quem eu trabalho do respeito e da cumplicidade que tenho com meu time de mídia. Com as transformações da tecnologia e a fragmentação de telas, a mídia é "the new big thing". E "o" mídia é justamente aquele profissional nas agências que traça as estratégias de como melhor usar tanta mídia. Hoje, para mim, ele é tão importante quanto o profissional de criação. Só que muito cuidado com o andor. É verdade que os mídias mais velhos precisam ser atualizados sobre as novas mídias, mas é igualmente necessário atualizar você, jovem mídia, sobre a realidade da mídia neste país imenso. Para você, jovem mídia atuando a partir de São Paulo ou outra grande metrópole brasileira, pode parecer que tudo é digital. Não é. O universo Brasil, como o universo Índia, o universo França, o universo Rússia e outros universos, tem uma lógica diferente das métricas e das regras que americanos e ingleses competentemente querem nos vender no Festival de Cannes. Se é verdade que tudo virou digital, vamos transferir o horário eleitoral do ano que vem só para as redes sociais, em vez da televisão e do rádio. Duvido que os candidatos aceitem. Antes que você se ofenda, meu querido jovem mídia, a culpa desse seu distanciamento não é sua. É que os gringos têm muito mais bala para doutrinar o planeta. O Google é uma igreja que passa todos os dias doutrinando jovens mídias com a paixão dos missionários mór- mons. Com toda a competência, eles enchem a agenda dos principais publicitários do mundo com um conteúdo fascinante, que posiciona o Google e envelhece tudo mais. Facebook e Twitter fazem a mesma coisa. E tanto você, meu querido jovem mídia, como outros jovens profissionais de marketing acham velho todo o resto. Enquanto isso, o maior evento de mídia do mundo continua sendo um evento de TV, o Superbowl. E a televisão é uma mídia tão forte no Brasil que o canal líder de audiência no nosso país tem praticamente um Superbowl por dia. Amo o mundo digital, jovem mídia, e sou um desses homens de internet no Brasil. No ano 2000, lancei o portal iG. Lancei também a Click, com PJ Pereira e Pedro Cabral, agência até hoje líder do setor. E temos em nosso grupo algumas das agências mais eficientes e premiadas do Brasil e dos Estados Unidos na área digital. Portanto, conheço e amo esse mundo. Caminho com ele. Mas tomo muito cuidado para não ficar grudado no celular o tempo todo e não ver que há uma vida imensa lá fora. Por escrever neste jornal, sinto na pele o peso que um jornal de peso tem. Você viu por quanto foi vendido o jornal britânico (de audiência global) "Financial Times"? Você acha que os compradores japoneses teriam pago mais de R$ 4 bilhões se o meio estivesse morrendo? Nós, seres humanos, somos muito ruins de prever o futuro. Não estamos comendo pílula, mas alimento orgânico. Como dizia John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro. Essa carta não é uma repreen- são, é um alerta, meu caro jovem mídia, para que você abra os seus olhos para tudo. Para a mídia que sua mãe vê, que a sua sogra vê, que o seu filho vê, que o seu primo lá do Pará vê. Ficando com os olhos bem abertos a tudo, meu jovem mídia, além de um mídia jovem, você será também um mídia moderno.
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Atuante no Brasil, estatal chinesa de alimentos amplia influência global
A Cofco, estatal chinesa do setor de alimentos, planeja se transformar em uma uma empresa cotada em bolsa e com influência global ampliada. Em 2014 a empresa investiu para estender sua atuação a regiões como Brasil, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Em uma conferência em Lausanne, França, o presidente da companhia, Ning Gaoning afirmou que a Cofco busca acompanhar a população chinesa, cada vez mais rica e com apetite mais exigente. Com receitas de US$ 32 bilhões (R$ 96,87 bilhões) em 2014, passa a concorrer mais diretamente com gigantes americanos em um contexto no qual Pequim relaxa sua política de autossuficiência em alimentos. A dieta da população do país de cerca de 1,4 bilhão de habitantes mudou à medida que os padrões de vida subiram com a industrialização. Mais carne e laticínios nas mesas pressionaram terras agricultáveis e reservas de água, levando a China a buscar no exterior grãos para alimentar os rebanhos do país. Entre os investimentos feitos no ano passado estão US$ 3 (R$ 9,08) bilhões em uma participação de 51% em uma joint venture com o Noble Group de Hong Kong e para adquirir o controle da companhia de comércio holandesa Niedra. Na conferência, organizada pelo "Financial Times", Gaoning afirmou que as operações, que se estendem da Rússia ao Brasil, serão integradas em uma companhia agrícola global. "MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO" "Esse é um momento de transformação na China", afirmou Gaoning. Segundo o executivo, as importações agrícolas chinesas subiriam de 120 milhões de toneladas para 200 milhões de toneladas em uma década à medida que as pessoas passam a consumir mais carne e leite. Os planos ambiciosos da Cofco colocarão a estatal em concorrência com fornecedores estrangeiros que dominam os fluxos internacionais de commodities como a Archer Daniels Midland e a Cargil, baseadas nos Estados Unidos. "CONCORRÊNCIA AMIGÁVEL" "As pessoas me perguntam: você será um comprador ou um concorrente no futuro? Eu acho que vamos cooperar, mas em alguns momentos, competir. Competiremos de uma forma muito, muito amigável", afirmou Ning. David McLennan, presidente da Cargill, disse acreditar que os planos de expansão da Cofco são "fantásticos". "São transformadores, mas não surpreendentes. É um país de 1,3 bilhão, 1,4 bilhão. Eles precisam comer." Além de ser uma estatal líder em compras de grãos, a Cofco também controla um império que inclui hotéis, shopping-centers e vinícolas. Ela já listou na bolsa algumas de suas unidades, como a negociante de soja China Agri-Industries e a Mengniu Dairy, do setor de laticínios. Na conferência, Ning pontuou também que a Cofco é a companhia número um do setor de vinhos chinês, apesar de ter contemporizado sobre a qualidade de suas safras. "Não muito boas, mas muito grandes", afirmou.
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Atuante no Brasil, estatal chinesa de alimentos amplia influência globalA Cofco, estatal chinesa do setor de alimentos, planeja se transformar em uma uma empresa cotada em bolsa e com influência global ampliada. Em 2014 a empresa investiu para estender sua atuação a regiões como Brasil, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Em uma conferência em Lausanne, França, o presidente da companhia, Ning Gaoning afirmou que a Cofco busca acompanhar a população chinesa, cada vez mais rica e com apetite mais exigente. Com receitas de US$ 32 bilhões (R$ 96,87 bilhões) em 2014, passa a concorrer mais diretamente com gigantes americanos em um contexto no qual Pequim relaxa sua política de autossuficiência em alimentos. A dieta da população do país de cerca de 1,4 bilhão de habitantes mudou à medida que os padrões de vida subiram com a industrialização. Mais carne e laticínios nas mesas pressionaram terras agricultáveis e reservas de água, levando a China a buscar no exterior grãos para alimentar os rebanhos do país. Entre os investimentos feitos no ano passado estão US$ 3 (R$ 9,08) bilhões em uma participação de 51% em uma joint venture com o Noble Group de Hong Kong e para adquirir o controle da companhia de comércio holandesa Niedra. Na conferência, organizada pelo "Financial Times", Gaoning afirmou que as operações, que se estendem da Rússia ao Brasil, serão integradas em uma companhia agrícola global. "MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO" "Esse é um momento de transformação na China", afirmou Gaoning. Segundo o executivo, as importações agrícolas chinesas subiriam de 120 milhões de toneladas para 200 milhões de toneladas em uma década à medida que as pessoas passam a consumir mais carne e leite. Os planos ambiciosos da Cofco colocarão a estatal em concorrência com fornecedores estrangeiros que dominam os fluxos internacionais de commodities como a Archer Daniels Midland e a Cargil, baseadas nos Estados Unidos. "CONCORRÊNCIA AMIGÁVEL" "As pessoas me perguntam: você será um comprador ou um concorrente no futuro? Eu acho que vamos cooperar, mas em alguns momentos, competir. Competiremos de uma forma muito, muito amigável", afirmou Ning. David McLennan, presidente da Cargill, disse acreditar que os planos de expansão da Cofco são "fantásticos". "São transformadores, mas não surpreendentes. É um país de 1,3 bilhão, 1,4 bilhão. Eles precisam comer." Além de ser uma estatal líder em compras de grãos, a Cofco também controla um império que inclui hotéis, shopping-centers e vinícolas. Ela já listou na bolsa algumas de suas unidades, como a negociante de soja China Agri-Industries e a Mengniu Dairy, do setor de laticínios. Na conferência, Ning pontuou também que a Cofco é a companhia número um do setor de vinhos chinês, apesar de ter contemporizado sobre a qualidade de suas safras. "Não muito boas, mas muito grandes", afirmou.
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FGTS poderá financiar casa própria de até R$ 300 mil
O governo estuda permitir que recursos do FGTS (fundo de garantia) sejam usados para conceder crédito na compra de imóveis de até R$ 300 mil –hoje, o teto é de R$ 190 mil, voltado para financiar habitação popular e o programa Minha Casa, Minha Vida. O objetivo é aumentar o volume de recursos destinados ao crédito imobiliário, já que o saldo das cadernetas de poupança, usados para esse fim, vem baixando há meses. Na Caixa Econômica Federal, principal banco no crédito imobiliário, a perda de recursos da poupança já provocou uma redução na concessão de crédito, e a situação pode atingir outros bancos. A poupança, que perdeu R$ 29 bilhões em depósitos de janeiro até abril, financia imóveis de até R$ 750 mil pelas regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação). ESTUDOS Gestora do FGTS, a Caixa está fazendo estudos técnicos para levar a proposta à reunião do conselho curador do fundo, no próximo dia 26. As construtoras queriam que o fundo financiasse imóveis de até R$ 400 mil, mas o valor de R$ 300 mil foi visto como mais factível pelos técnicos. Hoje, os recursos do FGTS atendem famílias com renda familiar mensal bruta de até R$ 5.400 mensais, dependendo do programa. A última vez que o FGTS mexeu nesses valores foi em 2012. Não há ainda definição sobre novos limites de renda, caso o valor teto do imóvel seja ampliado. A ampliação do limite de financiamento com dinheiro do FGTS interessa aos bancos privados, que poderiam passar a operar com essas linhas. Hoje, só a Caixa e o Banco do Brasil financiam habitação com dinheiro do FGTS. A proposta chega no momento em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encampou projeto de lei para elevar a correção dos saldos do FGTS de 3% para cerca de 6% mais TR. O financiamento de imóveis para a classe média poderia ter taxas de juros maiores –hoje, empréstimos com dinheiro do fundo podem cobrar juros de no máximo 8,47%. Taxas maiores elevariam a rentabilidade dos empréstimos do FGTS, ajudando a custear um eventual reajuste no índice que corrige os saldos dos trabalhadores. Pela proposta em estudo, o financiamento com dinheiro apenas da poupança ficaria restrito a uma faixa menor (imóveis entre R$ 300 mil e R$ 600 mil), o que manteria essa fonte por mais tempo. Segundo o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Martins, somente essa faixa intermediária usaria apenas recursos da poupança. O FGTS entraria nos imóveis mais baratos e os de custo entre R$ 600 mil e o limite atual de R$ 750 mil passariam a contar com um mix de dinheiro da poupança e de recursos captados por meio de LCI (Letras de Crédito Imobiliário). Como as LCIs têm rentabilidade atrelada ao CDI, os juros ficariam mais altos. NOVAS REGRAS Outra proposta é rever as opções de aplicação obrigatória dos recursos da poupança. Além dos financiamentos dentro do SFH, os bancos podem aplicar o dinheiro, por exemplo, em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Muitos desses CRIs, no entanto, se referem a imóveis comerciais ou residenciais acima de R$ 750 mil. A proposta do setor é limitar a imóveis dentro do SFH. O governo também discute a liberação de mais R$ 40 bilhões da poupança que estão recolhidos no BC como depósito compulsório. Hoje, os bancos são obrigados a direcionar 65% da captação da poupança para o setor imobiliário; 30% ficam retidos como compulsório (o saldo era de cerca de R$ 180 bilhões em abril), e o restante pode ser movimentado livremente. A Folha apurou, porém, que o BC é contra reduzir o compulsório em um momento de elevação da taxa básica de juros.
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FGTS poderá financiar casa própria de até R$ 300 milO governo estuda permitir que recursos do FGTS (fundo de garantia) sejam usados para conceder crédito na compra de imóveis de até R$ 300 mil –hoje, o teto é de R$ 190 mil, voltado para financiar habitação popular e o programa Minha Casa, Minha Vida. O objetivo é aumentar o volume de recursos destinados ao crédito imobiliário, já que o saldo das cadernetas de poupança, usados para esse fim, vem baixando há meses. Na Caixa Econômica Federal, principal banco no crédito imobiliário, a perda de recursos da poupança já provocou uma redução na concessão de crédito, e a situação pode atingir outros bancos. A poupança, que perdeu R$ 29 bilhões em depósitos de janeiro até abril, financia imóveis de até R$ 750 mil pelas regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação). ESTUDOS Gestora do FGTS, a Caixa está fazendo estudos técnicos para levar a proposta à reunião do conselho curador do fundo, no próximo dia 26. As construtoras queriam que o fundo financiasse imóveis de até R$ 400 mil, mas o valor de R$ 300 mil foi visto como mais factível pelos técnicos. Hoje, os recursos do FGTS atendem famílias com renda familiar mensal bruta de até R$ 5.400 mensais, dependendo do programa. A última vez que o FGTS mexeu nesses valores foi em 2012. Não há ainda definição sobre novos limites de renda, caso o valor teto do imóvel seja ampliado. A ampliação do limite de financiamento com dinheiro do FGTS interessa aos bancos privados, que poderiam passar a operar com essas linhas. Hoje, só a Caixa e o Banco do Brasil financiam habitação com dinheiro do FGTS. A proposta chega no momento em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encampou projeto de lei para elevar a correção dos saldos do FGTS de 3% para cerca de 6% mais TR. O financiamento de imóveis para a classe média poderia ter taxas de juros maiores –hoje, empréstimos com dinheiro do fundo podem cobrar juros de no máximo 8,47%. Taxas maiores elevariam a rentabilidade dos empréstimos do FGTS, ajudando a custear um eventual reajuste no índice que corrige os saldos dos trabalhadores. Pela proposta em estudo, o financiamento com dinheiro apenas da poupança ficaria restrito a uma faixa menor (imóveis entre R$ 300 mil e R$ 600 mil), o que manteria essa fonte por mais tempo. Segundo o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Martins, somente essa faixa intermediária usaria apenas recursos da poupança. O FGTS entraria nos imóveis mais baratos e os de custo entre R$ 600 mil e o limite atual de R$ 750 mil passariam a contar com um mix de dinheiro da poupança e de recursos captados por meio de LCI (Letras de Crédito Imobiliário). Como as LCIs têm rentabilidade atrelada ao CDI, os juros ficariam mais altos. NOVAS REGRAS Outra proposta é rever as opções de aplicação obrigatória dos recursos da poupança. Além dos financiamentos dentro do SFH, os bancos podem aplicar o dinheiro, por exemplo, em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Muitos desses CRIs, no entanto, se referem a imóveis comerciais ou residenciais acima de R$ 750 mil. A proposta do setor é limitar a imóveis dentro do SFH. O governo também discute a liberação de mais R$ 40 bilhões da poupança que estão recolhidos no BC como depósito compulsório. Hoje, os bancos são obrigados a direcionar 65% da captação da poupança para o setor imobiliário; 30% ficam retidos como compulsório (o saldo era de cerca de R$ 180 bilhões em abril), e o restante pode ser movimentado livremente. A Folha apurou, porém, que o BC é contra reduzir o compulsório em um momento de elevação da taxa básica de juros.
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Eles endoidaram
SÃO PAULO - Sempre que leio o noticiário jurídico-futebolístico fico com a sensação de ter voltado para os tempos de Gengis Khan. E não falo apenas da violência das torcidas. Fiquei quase atônito quando li, na semana passada, que o Ministério Público recomendara e a Federação Paulista de Futebol acatara a proibição da venda de ingressos a corintianos. A ideia era que, para evitar brigas entre as organizadas, o jogo entre Palmeiras e Corinthians tivesse apenas torcedores alviverdes. Somos quase todos contra a violência e isso às vezes nos faz perder a perspectiva. A proposta do MP porém, ao contrário do que pode parecer, não é moralmente neutra. Para constatá-lo, basta substituir o "corintianos" por "judeus" ou "comunistas". Não é preciso mais para perceber que é errado vetar a entrada de alguém num espetáculo público em função de suas convicções pessoais. Esse não é o primeiro flerte do pessoal do esporte com o consequencialismo sem rédeas. Os próprios códigos esportivos trazem a previsão, por vezes utilizada, de coibir o mau comportamento de alguns excluindo todos os torcedores, a imensa maioria dos quais não fez nada de errado, de partidas futuras. Pode até ser que funcione, mas o nome disso, em português claro, é punição coletiva, instituto rejeitado com veemência pelo direito contemporâneo. A comparação cabível aqui é com a legião romana. Quando os soldados faziam algo de que os generais não gostavam, mostrando-se covardes, por exemplo, o castigo padrão era matar cada décimo legionário, independentemente do que aquele homem em particular tivesse feito. É daí que veio a palavra "dizimar". Funcionava –e com a vantagem de comprometer apenas 10% da força. O ponto nevrálgico é que nem tudo que funciona deve ser aplicado. Sou fã do consequencialismo, mas, sem temperá-lo com alguns princípios deontológicos, acabamos criando verdadeiros monstros.
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Eles endoidaramSÃO PAULO - Sempre que leio o noticiário jurídico-futebolístico fico com a sensação de ter voltado para os tempos de Gengis Khan. E não falo apenas da violência das torcidas. Fiquei quase atônito quando li, na semana passada, que o Ministério Público recomendara e a Federação Paulista de Futebol acatara a proibição da venda de ingressos a corintianos. A ideia era que, para evitar brigas entre as organizadas, o jogo entre Palmeiras e Corinthians tivesse apenas torcedores alviverdes. Somos quase todos contra a violência e isso às vezes nos faz perder a perspectiva. A proposta do MP porém, ao contrário do que pode parecer, não é moralmente neutra. Para constatá-lo, basta substituir o "corintianos" por "judeus" ou "comunistas". Não é preciso mais para perceber que é errado vetar a entrada de alguém num espetáculo público em função de suas convicções pessoais. Esse não é o primeiro flerte do pessoal do esporte com o consequencialismo sem rédeas. Os próprios códigos esportivos trazem a previsão, por vezes utilizada, de coibir o mau comportamento de alguns excluindo todos os torcedores, a imensa maioria dos quais não fez nada de errado, de partidas futuras. Pode até ser que funcione, mas o nome disso, em português claro, é punição coletiva, instituto rejeitado com veemência pelo direito contemporâneo. A comparação cabível aqui é com a legião romana. Quando os soldados faziam algo de que os generais não gostavam, mostrando-se covardes, por exemplo, o castigo padrão era matar cada décimo legionário, independentemente do que aquele homem em particular tivesse feito. É daí que veio a palavra "dizimar". Funcionava –e com a vantagem de comprometer apenas 10% da força. O ponto nevrálgico é que nem tudo que funciona deve ser aplicado. Sou fã do consequencialismo, mas, sem temperá-lo com alguns princípios deontológicos, acabamos criando verdadeiros monstros.
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'Sou da Maré, fiz cursinho na favela e entrei numa universidade pública'
A dona de casa Patrícia Martinez França, 38, havia arquivado o sonho de entrar na faculdade, após o nascimento das quatro filhas e diante do valor alto de um cursinho pré-vestibular. Moradora da Maré, maior complexo de favelas do Rio de Janeiro, ela descobriu um cursinho gratuito na própria comunidade, oferecido pela Redes da Maré. O pré-vestibular aqui da favela já levou 1.300 moradores à universidade. Fundada pela paraibana Eliana Sousa Silva, líder comunitária e intelectual forjada na Maré, a ONG desenvolve projetos em áreas como educação e segurança pública. Eliana é finalista do Prêmio Empreendedor Social e concorre também na categoria Escolha do Leitor; vote. Depois de matriculada, Patrícia enfrentou um outro obstáculo inesperado: a ira do marido que não lhe permitia estudar. Ele chegou até mesmo a tirá-la à força de dentro da sala de aula. "Ele estava acostumado com a 'Amélia', dona de casa, que passa, lava, cozinha e cuida dos filhos", conta. Patrícia se separou e tomou as rédeas da própria vida. Após três anos de muito estudo, a moradora da Maré foi aprovada no tão esperado vestibular do Instituto de Letras da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Hoje, orgulha-se da conquista e de viver na Maré. "Aprendi a valorizar o lugar onde moro." Primeira integrante da família a cursar uma universidade pública, ela abriu caminho para as filhas gêmeas. A exemplo da mãe, Clara e Clarissa, 16, também fizeram cursinho preparatório na Redes da Maré e entraram em escolas técnicas profissionalizantes de referência. "O estudo muda vidas." Leia a seguir o depoimento de Patrícia à Folha. * Na primeira aula do curso de letras da UERJ, em 2014, eu me apresentei dizendo: 'Moro na Maré'. Causei espanto entre os alunos na sala. Fui aprovada porque fiz parte do pré-vestibular da Maré. Isso para mim é muito gratificante. Não é em todas as comunidades que se tem essa oportunidade. Moro na comunidade Salsa e Merengue, na Maré, há 17 anos. Sempre quis ser professora. Está no meu sangue. Aos 12 anos, eu ensinava para outras crianças e aos 15 já ganhava meu dinheiro dando aula. Gosto de alfabetizar. Sempre soube o que queria da minha vida: estudar. Não pude antes por ter que trabalhar para criar minhas quatro filhas, além do fato de um cursinho ser muito caro. Conheci o pré-vestibular da Redes da Maré por acaso. Fui à associação de moradores e a secretária perguntou se eu gostaria de estudar. Eu me inscrevi em 2010. Foi um ano muito difícil. Meu marido não aceitou que eu estudasse. Ele estava acostumado com a 'Amélia', dona de casa, que passa, lava, cozinha e cuida dos filhos. Ele ficou louco quando soube que eu me matriculei no cursinho sem o consentimento dele. Por que eu teria que pedir para estudar? Por que pedir autorização para fazer algo tão bom para minha vida e que vai beneficiar minhas filhas? Afinal, se eu mudasse a minha vida, mudaria a delas também. Meu marido apareceu no primeiro dia de aula no pré-vestibular e fez um escândalo. Falou: 'Você sai desse curso ou vou quebrar tudo'. Eu respondi: 'Então, quebra'. Ele me fez passar muita vergonha e pensou que eu não voltaria mais às aulas. Não tive apoio dele. Era só Deus e os professores, que são meus amigos. No primeiro ano de cursinho, não consegui passar no vestibular. Em 2011, cheguei a abandonar as aulas, mas olhei para trás e vi que ficaria velhinha sem ter feito algo que sempre quis. Por isso, voltei em 2012. Também não consegui aprovação. Não adianta estudar só na sala de aula. Quando eu me dediquei muito mais, eu consegui. Em 2013, fui aprovada na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Hoje estou fazendo o que gosto, cursando o terceiro período da faculdade de letras, com especialização em português/espanhol. Sou a primeira da família a entrar uma universidade pública e represento também a Maré entre os meus colegas e professores. Antes, dizia que morava em outro lugar, tinha vergonha em falar que era daqui. Negava a minha raiz. Só que agora também vejo outras pessoas da comunidade estudando na UERJ e mudando suas vidas. O estudo, de fato, muda. Aprendi a valorizar o lugar onde moro. Aqui é um bairro que tem pessoas maravilhosas e trabalhadoras. Onde quer que eu vá, bato no peito e tenho orgulho em falar hoje que sou da Maré. Em outras comunidades não se tem essa oportunidade. Se a gente for pensar bem, o governo não entra para ajudar os pobres. Quer que fiquemos cada vez mais pobres e ignorantes. Mas existe ONGs, como a Rede da Maré, que pensa nos moradores. Não pagamos nada pelo cursinho e temos qualidade. Hoje, minhas filhas têm outra vida. Mudaram a concepção e as amizades e estão pensando também em fazer faculdade. As gêmeas, Clara e Clarissa, de 16 anos, também entraram em instituições públicas depois de fazer um cursinho preparatório na ONG: uma cursa administração na Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) e a outra engenharia de alimentos na IFRJ (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro). Minha filha mais velha, Thaís, 20, trabalha no RH de uma empresa e terminando o ensino médio vai se matricular no cursinho da Redes da Maré. Ela sonha em entrar também para a UERJ. Somos exemplos para a família e os amigos. Todo mundo acha que [ser aprovado em uma universidade pública], é uma coisa impossível de acontecer com um morador de comunidade. Mas é possível, sim, se a gente levar a sério, se dedicar, ter foco e saber o que quer da vida.
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'Sou da Maré, fiz cursinho na favela e entrei numa universidade pública'A dona de casa Patrícia Martinez França, 38, havia arquivado o sonho de entrar na faculdade, após o nascimento das quatro filhas e diante do valor alto de um cursinho pré-vestibular. Moradora da Maré, maior complexo de favelas do Rio de Janeiro, ela descobriu um cursinho gratuito na própria comunidade, oferecido pela Redes da Maré. O pré-vestibular aqui da favela já levou 1.300 moradores à universidade. Fundada pela paraibana Eliana Sousa Silva, líder comunitária e intelectual forjada na Maré, a ONG desenvolve projetos em áreas como educação e segurança pública. Eliana é finalista do Prêmio Empreendedor Social e concorre também na categoria Escolha do Leitor; vote. Depois de matriculada, Patrícia enfrentou um outro obstáculo inesperado: a ira do marido que não lhe permitia estudar. Ele chegou até mesmo a tirá-la à força de dentro da sala de aula. "Ele estava acostumado com a 'Amélia', dona de casa, que passa, lava, cozinha e cuida dos filhos", conta. Patrícia se separou e tomou as rédeas da própria vida. Após três anos de muito estudo, a moradora da Maré foi aprovada no tão esperado vestibular do Instituto de Letras da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Hoje, orgulha-se da conquista e de viver na Maré. "Aprendi a valorizar o lugar onde moro." Primeira integrante da família a cursar uma universidade pública, ela abriu caminho para as filhas gêmeas. A exemplo da mãe, Clara e Clarissa, 16, também fizeram cursinho preparatório na Redes da Maré e entraram em escolas técnicas profissionalizantes de referência. "O estudo muda vidas." Leia a seguir o depoimento de Patrícia à Folha. * Na primeira aula do curso de letras da UERJ, em 2014, eu me apresentei dizendo: 'Moro na Maré'. Causei espanto entre os alunos na sala. Fui aprovada porque fiz parte do pré-vestibular da Maré. Isso para mim é muito gratificante. Não é em todas as comunidades que se tem essa oportunidade. Moro na comunidade Salsa e Merengue, na Maré, há 17 anos. Sempre quis ser professora. Está no meu sangue. Aos 12 anos, eu ensinava para outras crianças e aos 15 já ganhava meu dinheiro dando aula. Gosto de alfabetizar. Sempre soube o que queria da minha vida: estudar. Não pude antes por ter que trabalhar para criar minhas quatro filhas, além do fato de um cursinho ser muito caro. Conheci o pré-vestibular da Redes da Maré por acaso. Fui à associação de moradores e a secretária perguntou se eu gostaria de estudar. Eu me inscrevi em 2010. Foi um ano muito difícil. Meu marido não aceitou que eu estudasse. Ele estava acostumado com a 'Amélia', dona de casa, que passa, lava, cozinha e cuida dos filhos. Ele ficou louco quando soube que eu me matriculei no cursinho sem o consentimento dele. Por que eu teria que pedir para estudar? Por que pedir autorização para fazer algo tão bom para minha vida e que vai beneficiar minhas filhas? Afinal, se eu mudasse a minha vida, mudaria a delas também. Meu marido apareceu no primeiro dia de aula no pré-vestibular e fez um escândalo. Falou: 'Você sai desse curso ou vou quebrar tudo'. Eu respondi: 'Então, quebra'. Ele me fez passar muita vergonha e pensou que eu não voltaria mais às aulas. Não tive apoio dele. Era só Deus e os professores, que são meus amigos. No primeiro ano de cursinho, não consegui passar no vestibular. Em 2011, cheguei a abandonar as aulas, mas olhei para trás e vi que ficaria velhinha sem ter feito algo que sempre quis. Por isso, voltei em 2012. Também não consegui aprovação. Não adianta estudar só na sala de aula. Quando eu me dediquei muito mais, eu consegui. Em 2013, fui aprovada na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Hoje estou fazendo o que gosto, cursando o terceiro período da faculdade de letras, com especialização em português/espanhol. Sou a primeira da família a entrar uma universidade pública e represento também a Maré entre os meus colegas e professores. Antes, dizia que morava em outro lugar, tinha vergonha em falar que era daqui. Negava a minha raiz. Só que agora também vejo outras pessoas da comunidade estudando na UERJ e mudando suas vidas. O estudo, de fato, muda. Aprendi a valorizar o lugar onde moro. Aqui é um bairro que tem pessoas maravilhosas e trabalhadoras. Onde quer que eu vá, bato no peito e tenho orgulho em falar hoje que sou da Maré. Em outras comunidades não se tem essa oportunidade. Se a gente for pensar bem, o governo não entra para ajudar os pobres. Quer que fiquemos cada vez mais pobres e ignorantes. Mas existe ONGs, como a Rede da Maré, que pensa nos moradores. Não pagamos nada pelo cursinho e temos qualidade. Hoje, minhas filhas têm outra vida. Mudaram a concepção e as amizades e estão pensando também em fazer faculdade. As gêmeas, Clara e Clarissa, de 16 anos, também entraram em instituições públicas depois de fazer um cursinho preparatório na ONG: uma cursa administração na Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) e a outra engenharia de alimentos na IFRJ (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro). Minha filha mais velha, Thaís, 20, trabalha no RH de uma empresa e terminando o ensino médio vai se matricular no cursinho da Redes da Maré. Ela sonha em entrar também para a UERJ. Somos exemplos para a família e os amigos. Todo mundo acha que [ser aprovado em uma universidade pública], é uma coisa impossível de acontecer com um morador de comunidade. Mas é possível, sim, se a gente levar a sério, se dedicar, ter foco e saber o que quer da vida.
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Sequência do gibi 'Coronel Telhada' traz carro da Rota para recortar e montar
DE SÃO PAULO O polêmico gibi "Coronel Telhada em Quadrinhos" ganhou sequência. O segundo número do encarte publicado por Paulo Telhada, ex-comandante da Rota, ex-vereador e atual deputado estadual pelo PSDB (o segundo mais votado em SP ), chegou às bancas da capital paulista com dicas de segurança e um carro da tropa de elite da Polícia Militar para recortar e montar. O encarte de 52 páginas (R$ 8) traz duas histórias ilustradas de experiências vividas pelo policial da reserva. Em "Risco Mortal", o oficial conta sua versão de uma ação da qual participou na tentativa de encerrar um assalto em um flat no Jardins em 2008. Na ocorrência, dois indivíduos renderam e amordaçaram moradores do edifício, como relata uma notícia de jornal destacada no fim. Um dos envolvidos morreu após troca de tiros com Telhada. "Um Trágico Dia das Mães", o segundo enredo, traz a lembrança de Alberto Mendes Junior, oficial da Polícia morto na década de 1970 em uma operação de busca por desertores do Exército na cidade de Registro, no Vale do Ribeira. Seu corpo seria encontrado apenas dois meses depois. Telhada ganhou notoriedade por seu trabalho à frente da Rota (tropa de elite da PM) e por emitir opiniões como "bandido, para mim, é para a cadeia ou para o saco mesmo. Ele escolhe o caminho" –o que lhe rendeu críticas de movimentos sociais. Recentemente ele foi indicado para integrar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. No editorial da revistinha, ele afirma que "com satisfação soubemos que atingimos o nosso objetivo: divulgamos o serviço da PM e incomodamos aqueles que não gostam de nós..." + Erramos
saopaulo
Sequência do gibi 'Coronel Telhada' traz carro da Rota para recortar e montarDE SÃO PAULO O polêmico gibi "Coronel Telhada em Quadrinhos" ganhou sequência. O segundo número do encarte publicado por Paulo Telhada, ex-comandante da Rota, ex-vereador e atual deputado estadual pelo PSDB (o segundo mais votado em SP ), chegou às bancas da capital paulista com dicas de segurança e um carro da tropa de elite da Polícia Militar para recortar e montar. O encarte de 52 páginas (R$ 8) traz duas histórias ilustradas de experiências vividas pelo policial da reserva. Em "Risco Mortal", o oficial conta sua versão de uma ação da qual participou na tentativa de encerrar um assalto em um flat no Jardins em 2008. Na ocorrência, dois indivíduos renderam e amordaçaram moradores do edifício, como relata uma notícia de jornal destacada no fim. Um dos envolvidos morreu após troca de tiros com Telhada. "Um Trágico Dia das Mães", o segundo enredo, traz a lembrança de Alberto Mendes Junior, oficial da Polícia morto na década de 1970 em uma operação de busca por desertores do Exército na cidade de Registro, no Vale do Ribeira. Seu corpo seria encontrado apenas dois meses depois. Telhada ganhou notoriedade por seu trabalho à frente da Rota (tropa de elite da PM) e por emitir opiniões como "bandido, para mim, é para a cadeia ou para o saco mesmo. Ele escolhe o caminho" –o que lhe rendeu críticas de movimentos sociais. Recentemente ele foi indicado para integrar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. No editorial da revistinha, ele afirma que "com satisfação soubemos que atingimos o nosso objetivo: divulgamos o serviço da PM e incomodamos aqueles que não gostam de nós..." + Erramos
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Justiça do Trabalho apressa sentenças após decisão do STF
A decisão tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última quarta (17), para que a prisão de condenados em processos criminais já possa ocorrer depois que a sentença for confirmada em um julgamento de segunda instância, começa a inspirar a Justiça do Trabalho. Baseado na interpretação de que a pena pode ser executada antes de passar pelos três graus de recursos (segundo grau, Superior Tribunal de Justiça e STF), o juiz Flavio Bretas Soares, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, determinou o pagamento imediato de dívida no caso da companhia aérea falida Vasp, mesmo ainda cabendo recurso por parte do devedor. Com a decisão, proferida na última quinta-feira (18), a ideia é antecipar a liberação dos recursos levantados com a venda de duas fazendas do antigo dono da empresa para o pagamento dos trabalhadores. De acordo com o juiz, ainda restam créditos de cerca de R$ 1,6 bilhão não pagos. Em sua argumentação, o juiz descreve o longo histórico da ação civil pública que, "após mais de uma década, ainda busca satisfazer os créditos dos mais de 6.000 trabalhadores da Vasp". DECISÃO EMBLEMÁTICA Para justificar a urgência, o magistrado mencionou trabalhadores que já morreram ou que estão passando por extrema dificuldade. Ele também indica que o devedor adota condutas para atrasar o pagamento e que, em seus recursos, insiste em discutir matérias já exaustivamente discutidas. "Como reforço de argumento", ele cita a recente decisão proferida pelo STF, que chamou de "emblemática". "Ora, se em esfera penal, em que o objeto é a própria liberdade da pessoa, é possível a execução da pena, com maior razão é legítima a execução total da sentença de segundo grau na esfera trabalhista, em que o executado fraudou o direito de mais de 6.000 trabalhadores", justificou o juiz. Advogados contestam a decisão e afirmam que se trata de um "ativismo judicial" para defender trabalhadores. Para Antonio Carlos Gonçalves, do Demarest, avalia que a decisão foi "simplista" e apressada porque emprestou um orientação do Supremo que tinha como alvo apenas a esfera penal. A avaliação é que se outros juízes começarem a seguir a tendência em outras áreas do direito, como a tributária, o trânsito em julgado pode ser ameaçado. Ana Paula Vizintini, sócia do escritório Trench, Rossi e Watanabe, afirma que a decisão ilustra um entendimento relativamente frequente na Justiça do Trabalho de que o crédito trabalhista tem natureza alimentar. Para Otavio Pinto e Silva, do Siqueira Castro Advogados, a decisão é contestável porque não há como garantir que os trabalhadores devolverão o dinheiro se no futuro o julgamento do recurso for favorável ao empregador. "Como a execução é provisória, as empresas não estão preparadas para reagir rapidamente, porque não estão esperando que isso aconteça. Agora, elas terão de se preparar e ter uma medida judicial à mão para lançar rapidamente", diz Dario Abrahão Rabay, sócio do Mattos Filho. Advogados afirmam que o mandado de segurança pode ser uma opção para as empresas, mas ressalvam que deve ser analisado caso a caso.
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Justiça do Trabalho apressa sentenças após decisão do STFA decisão tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última quarta (17), para que a prisão de condenados em processos criminais já possa ocorrer depois que a sentença for confirmada em um julgamento de segunda instância, começa a inspirar a Justiça do Trabalho. Baseado na interpretação de que a pena pode ser executada antes de passar pelos três graus de recursos (segundo grau, Superior Tribunal de Justiça e STF), o juiz Flavio Bretas Soares, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, determinou o pagamento imediato de dívida no caso da companhia aérea falida Vasp, mesmo ainda cabendo recurso por parte do devedor. Com a decisão, proferida na última quinta-feira (18), a ideia é antecipar a liberação dos recursos levantados com a venda de duas fazendas do antigo dono da empresa para o pagamento dos trabalhadores. De acordo com o juiz, ainda restam créditos de cerca de R$ 1,6 bilhão não pagos. Em sua argumentação, o juiz descreve o longo histórico da ação civil pública que, "após mais de uma década, ainda busca satisfazer os créditos dos mais de 6.000 trabalhadores da Vasp". DECISÃO EMBLEMÁTICA Para justificar a urgência, o magistrado mencionou trabalhadores que já morreram ou que estão passando por extrema dificuldade. Ele também indica que o devedor adota condutas para atrasar o pagamento e que, em seus recursos, insiste em discutir matérias já exaustivamente discutidas. "Como reforço de argumento", ele cita a recente decisão proferida pelo STF, que chamou de "emblemática". "Ora, se em esfera penal, em que o objeto é a própria liberdade da pessoa, é possível a execução da pena, com maior razão é legítima a execução total da sentença de segundo grau na esfera trabalhista, em que o executado fraudou o direito de mais de 6.000 trabalhadores", justificou o juiz. Advogados contestam a decisão e afirmam que se trata de um "ativismo judicial" para defender trabalhadores. Para Antonio Carlos Gonçalves, do Demarest, avalia que a decisão foi "simplista" e apressada porque emprestou um orientação do Supremo que tinha como alvo apenas a esfera penal. A avaliação é que se outros juízes começarem a seguir a tendência em outras áreas do direito, como a tributária, o trânsito em julgado pode ser ameaçado. Ana Paula Vizintini, sócia do escritório Trench, Rossi e Watanabe, afirma que a decisão ilustra um entendimento relativamente frequente na Justiça do Trabalho de que o crédito trabalhista tem natureza alimentar. Para Otavio Pinto e Silva, do Siqueira Castro Advogados, a decisão é contestável porque não há como garantir que os trabalhadores devolverão o dinheiro se no futuro o julgamento do recurso for favorável ao empregador. "Como a execução é provisória, as empresas não estão preparadas para reagir rapidamente, porque não estão esperando que isso aconteça. Agora, elas terão de se preparar e ter uma medida judicial à mão para lançar rapidamente", diz Dario Abrahão Rabay, sócio do Mattos Filho. Advogados afirmam que o mandado de segurança pode ser uma opção para as empresas, mas ressalvam que deve ser analisado caso a caso.
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Em torno do figurino constitucional
Em meio à gravíssima situação política e social que o país atravessa, há, entre outras, uma séria discussão em andamento. É ou não o momento de se eleger uma Assembleia Constituinte originária para os fins de se elaborar uma nova Constituição? Começo por um breve percurso histórico. Ao examinar as circunstâncias da promulgação das diversas Constituições da República, a partir de assembleias constituintes eleitas pelo voto direto, verificamos que todas elas foram promulgadas após o país ter vivido situações ou regimes ditatoriais. Foi assim em 1934, quando a Constituição daquele ano pôs fim ao chamado governo provisório de Getúlio Vargas; foi assim em 1946, quando a nova Constituição restituiu ao país a legalidade democrática, após a ditadura do Estado Novo; foi assim em 1988, quando a Constituição hoje em vigor instituiu, mais uma vez, os princípios de um regime democrático, após a ditadura civil-militar instalada em 1964. A história não nos obriga a nada, mas sugere alguma coisa. No contexto atual, a sugestão histórica vai no sentido de que, no Brasil, somente crises de regime abriram caminho para a instituição de uma nova ordem constitucional. Vivemos essa conjuntura nos dias de hoje? Sim, dizem os respeitáveis juristas Flavio Bierrenbach, José Carlos Dias e Modesto Carvalhosa, autores de um manifesto à nação, publicado no jornal "O Estado de S.Paulo", que propõe a eleição de uma Assembleia Constituinte originária, dependente do resultado de um plebiscito convocado por iniciativa de um terço de deputados ou senadores e aprovado por maioria simples de uma das Casas do Congresso. Convém ressaltar -diga-se de passagem- que se trata de uma proposta séria, formulada com as melhores intenções, e que não se confunde com expedientes de ocasião. Por exemplo, esse foi o caso das propostas apresentadas no curso do mensalão, em 2005, e pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2013. Ambas logo esfumaram-se no ar. À primeira vista, os argumentos dos juristas são atraentes. Eles parecem indicar um caminho límpido para, a partir do zero, nos livrarmos de contradições aparentemente insolúveis. Entre elas, a dificuldade de aprovar reformas essenciais que esbarram nos interesses de muitos deputados e senadores ameaçados pela Operação Lava Jato. A preocupação maior desses "ilustres representantes do povo" consiste em engendrar, de preferência na calada da noite, expedientes destinados a obter uma anistia ampla que venha livrá-los das aflições em que se meteram. É sedutora a ideia de eleger pessoas não comprometidas com interesses corporativos, que possam deliberar livremente sem se preocupar com a manutenção de um mandato parlamentar, pois este se esgotaria ao ser aprovada a nova Constituição. Como é sedutora a ideia de passar uma esponja no passado e começar tudo de novo. Mas estaríamos diante de uma crise de regime que, a exemplo do passado, tornaria imperiosa uma refundação institucional do país? Não, afirma o professor Oscar Vilhena Vieira em sua coluna publicada nesta Folha. Segundo ele, a crise atual não é do regime, como aconteceu no fim do período militar, mas de lideranças, e o Congresso, bem ou mal, já promoveu dezenas de alterações do texto constitucional, reformulando por completo nosso sistema econômico, nossa administração e mesmo a Previdência. Tendo a concordar com a maioria de suas ponderações e, ao mesmo tempo, gostaria de acrescentar uma consideração diversa. Não seria o caso de contrariar o paradigma histórico e deixar de lado, num momento conturbado como o atual, as propostas de uma refundação constitucional? Já que não vivemos uma crise de regime, até onde a vista pode alcançar, não seria melhor prosseguir no capítulo das reformas e buscar criar as condições de uma conjuntura menos crispada e eleger então uma Assembleia Constituinte? Quem sabe cheguemos assim a um razoável consenso, e tenhamos enfim uma Carta Magna que seja uma âncora para as vicissitudes de pelo menos um século. BORIS FAUSTO, historiador, é professor aposentado do departamento de ciência política da USP. É autor de "História do Brasil" (ed. Edusp) e "O Crime do Restaurante Chinês" (ed. Companhia das Letras) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Em torno do figurino constitucionalEm meio à gravíssima situação política e social que o país atravessa, há, entre outras, uma séria discussão em andamento. É ou não o momento de se eleger uma Assembleia Constituinte originária para os fins de se elaborar uma nova Constituição? Começo por um breve percurso histórico. Ao examinar as circunstâncias da promulgação das diversas Constituições da República, a partir de assembleias constituintes eleitas pelo voto direto, verificamos que todas elas foram promulgadas após o país ter vivido situações ou regimes ditatoriais. Foi assim em 1934, quando a Constituição daquele ano pôs fim ao chamado governo provisório de Getúlio Vargas; foi assim em 1946, quando a nova Constituição restituiu ao país a legalidade democrática, após a ditadura do Estado Novo; foi assim em 1988, quando a Constituição hoje em vigor instituiu, mais uma vez, os princípios de um regime democrático, após a ditadura civil-militar instalada em 1964. A história não nos obriga a nada, mas sugere alguma coisa. No contexto atual, a sugestão histórica vai no sentido de que, no Brasil, somente crises de regime abriram caminho para a instituição de uma nova ordem constitucional. Vivemos essa conjuntura nos dias de hoje? Sim, dizem os respeitáveis juristas Flavio Bierrenbach, José Carlos Dias e Modesto Carvalhosa, autores de um manifesto à nação, publicado no jornal "O Estado de S.Paulo", que propõe a eleição de uma Assembleia Constituinte originária, dependente do resultado de um plebiscito convocado por iniciativa de um terço de deputados ou senadores e aprovado por maioria simples de uma das Casas do Congresso. Convém ressaltar -diga-se de passagem- que se trata de uma proposta séria, formulada com as melhores intenções, e que não se confunde com expedientes de ocasião. Por exemplo, esse foi o caso das propostas apresentadas no curso do mensalão, em 2005, e pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2013. Ambas logo esfumaram-se no ar. À primeira vista, os argumentos dos juristas são atraentes. Eles parecem indicar um caminho límpido para, a partir do zero, nos livrarmos de contradições aparentemente insolúveis. Entre elas, a dificuldade de aprovar reformas essenciais que esbarram nos interesses de muitos deputados e senadores ameaçados pela Operação Lava Jato. A preocupação maior desses "ilustres representantes do povo" consiste em engendrar, de preferência na calada da noite, expedientes destinados a obter uma anistia ampla que venha livrá-los das aflições em que se meteram. É sedutora a ideia de eleger pessoas não comprometidas com interesses corporativos, que possam deliberar livremente sem se preocupar com a manutenção de um mandato parlamentar, pois este se esgotaria ao ser aprovada a nova Constituição. Como é sedutora a ideia de passar uma esponja no passado e começar tudo de novo. Mas estaríamos diante de uma crise de regime que, a exemplo do passado, tornaria imperiosa uma refundação institucional do país? Não, afirma o professor Oscar Vilhena Vieira em sua coluna publicada nesta Folha. Segundo ele, a crise atual não é do regime, como aconteceu no fim do período militar, mas de lideranças, e o Congresso, bem ou mal, já promoveu dezenas de alterações do texto constitucional, reformulando por completo nosso sistema econômico, nossa administração e mesmo a Previdência. Tendo a concordar com a maioria de suas ponderações e, ao mesmo tempo, gostaria de acrescentar uma consideração diversa. Não seria o caso de contrariar o paradigma histórico e deixar de lado, num momento conturbado como o atual, as propostas de uma refundação constitucional? Já que não vivemos uma crise de regime, até onde a vista pode alcançar, não seria melhor prosseguir no capítulo das reformas e buscar criar as condições de uma conjuntura menos crispada e eleger então uma Assembleia Constituinte? Quem sabe cheguemos assim a um razoável consenso, e tenhamos enfim uma Carta Magna que seja uma âncora para as vicissitudes de pelo menos um século. BORIS FAUSTO, historiador, é professor aposentado do departamento de ciência política da USP. É autor de "História do Brasil" (ed. Edusp) e "O Crime do Restaurante Chinês" (ed. Companhia das Letras) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Lavoisier assume liderança na preferência por laboratórios em SP
CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO Há 65 anos, três estudantes de medicina e um químico decidiram fundar um laboratório de exames. Assim nascia o Bio-Ciência Lavoisier, homenagem ao francês Antoine de Lavoisier, cientista considerado o pai da química moderna. O laboratório perdeu o primeiro nome, manteve o sobrenome e, assim como a célebre frase que imortalizou o químico francês ("Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"), se modificou, ampliou os serviços de exames laboratoriais e diagnósticos por imagem. Em 1999, quando tinha 14 unidades, o Lavoisier foi incorporado ao Delboni Auriemo. No ano seguinte, as duas marcas passaram a integrar a Dasa, maior empresa prestadora de serviços de medicina diagnóstica da América Latina. Os irmãos Lavoisier e Delboni apareciam, no ano passado, empatados tecnicamente com o concorrente Fleury no topo da lista de preferência dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha. O cenário mudou. Em novo levantamento, realizado pelo instituto em março deste ano, o Lavoisier passou a ocupar sozinho a liderança, com 20% -dois pontos percentuais a mais em relação a 2015. Com foco em São Paulo, o laboratório atende clientes de todas as classes sociais. O radar aumentou ainda mais há dez anos, quando um programa criado pela empresa, o Lavoisier Popular, passou a mirar os clientes sem plano de saúde. "O Lavoisier Popular busca garantir medicina diagnóstica de qualidade à população que não possui plano de saúde, por meio de preços competitivos. Não usamos descontos como estratégia e, sim, uma tabela de preços populares já calculada para ser acessível", diz Emerson Gasparetto, diretor-executivo do Lavoisier Laboratório e Imagem. "Muitas vezes, um exame mais caro, como uma tomografia, pode ser viabilizado para uma família de classe média por meio dessa tabela de preços diferenciada." Apesar da retração na economia, o Lavoisier mantém seus planos de expansão na região metropolitana. A ideia é abrir 15 unidades em 2016. Enquanto amplia a sua rede, o laboratório vê crescer a procura pelos seus serviços neste ano, com o surto de gripe H1N1. "Foram vendidas aproximadamente 20 mil vacinas. Foi a maior procura que já tivemos. Calculamos que foi 50% maior do que em 2014, o ano de maior volume em nossa série histórica", diz Gasparetto. Campanhas de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce na saúde da mulher e em doenças como colesterol, câncer de próstata, e parcerias sociais também são algumas das iniciativas realizadas pelo laboratório. No ano passado, o Lavoisier fez uma parceria com o Instituto Projeto Neymar Jr., associação privada que se dedica a causas sociais, e passou a oferecer exames de medicina diagnóstica a crianças que moram nas comunidades carentes da Praia Grande (SP). Uma unidade da rede funciona dentro do instituto atendendo os pequenos cadastrados no projeto. * Para saber + * Emerson Gasparetto, diretor-executivo do Lavoisier O Lavoisier foi pioneiro ao levar unidades a shoppings e hipermercados. Esse modelo deve ser expandido? Hoje, temos unidades de grande porte, inclusive com equipamentos de ressonância magnética, em shoppings como o Interlagos e o Aricanduva. A unidade de Interlagos está em ampliação e estamos estudando novas unidades em outros shoppings do mesmo perfil. Quais os projetos previstos para este ano? Nosso objetivo é continuar inaugurando unidades, oferecendo medicina diagnóstica de qualidade para a população que tem ou não acesso a planos de saúde. Abrimos 28 unidades no ano passado. A nossa previsão é inaugurar 15 neste ano. O objetivo é estar presente em toda a região metropolitana de São Paulo. A retração da economia tem efeito nos investimentos? Mesmo com o atual cenário, continuaremos investindo em novas unidades, em equipamentos de última geração para exames de imagem, na contratação de médicos, em novas tecnologias para nosso "call center", em treinamento de nosso time de recepção, coleta e técnicos para aprimorarmos sempre nossos serviços. A crise diminuiu a frequência dos clientes? Até agora não sentimos impacto no número de clientes.
saopaulo
Lavoisier assume liderança na preferência por laboratórios em SPCLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO Há 65 anos, três estudantes de medicina e um químico decidiram fundar um laboratório de exames. Assim nascia o Bio-Ciência Lavoisier, homenagem ao francês Antoine de Lavoisier, cientista considerado o pai da química moderna. O laboratório perdeu o primeiro nome, manteve o sobrenome e, assim como a célebre frase que imortalizou o químico francês ("Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"), se modificou, ampliou os serviços de exames laboratoriais e diagnósticos por imagem. Em 1999, quando tinha 14 unidades, o Lavoisier foi incorporado ao Delboni Auriemo. No ano seguinte, as duas marcas passaram a integrar a Dasa, maior empresa prestadora de serviços de medicina diagnóstica da América Latina. Os irmãos Lavoisier e Delboni apareciam, no ano passado, empatados tecnicamente com o concorrente Fleury no topo da lista de preferência dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha. O cenário mudou. Em novo levantamento, realizado pelo instituto em março deste ano, o Lavoisier passou a ocupar sozinho a liderança, com 20% -dois pontos percentuais a mais em relação a 2015. Com foco em São Paulo, o laboratório atende clientes de todas as classes sociais. O radar aumentou ainda mais há dez anos, quando um programa criado pela empresa, o Lavoisier Popular, passou a mirar os clientes sem plano de saúde. "O Lavoisier Popular busca garantir medicina diagnóstica de qualidade à população que não possui plano de saúde, por meio de preços competitivos. Não usamos descontos como estratégia e, sim, uma tabela de preços populares já calculada para ser acessível", diz Emerson Gasparetto, diretor-executivo do Lavoisier Laboratório e Imagem. "Muitas vezes, um exame mais caro, como uma tomografia, pode ser viabilizado para uma família de classe média por meio dessa tabela de preços diferenciada." Apesar da retração na economia, o Lavoisier mantém seus planos de expansão na região metropolitana. A ideia é abrir 15 unidades em 2016. Enquanto amplia a sua rede, o laboratório vê crescer a procura pelos seus serviços neste ano, com o surto de gripe H1N1. "Foram vendidas aproximadamente 20 mil vacinas. Foi a maior procura que já tivemos. Calculamos que foi 50% maior do que em 2014, o ano de maior volume em nossa série histórica", diz Gasparetto. Campanhas de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce na saúde da mulher e em doenças como colesterol, câncer de próstata, e parcerias sociais também são algumas das iniciativas realizadas pelo laboratório. No ano passado, o Lavoisier fez uma parceria com o Instituto Projeto Neymar Jr., associação privada que se dedica a causas sociais, e passou a oferecer exames de medicina diagnóstica a crianças que moram nas comunidades carentes da Praia Grande (SP). Uma unidade da rede funciona dentro do instituto atendendo os pequenos cadastrados no projeto. * Para saber + * Emerson Gasparetto, diretor-executivo do Lavoisier O Lavoisier foi pioneiro ao levar unidades a shoppings e hipermercados. Esse modelo deve ser expandido? Hoje, temos unidades de grande porte, inclusive com equipamentos de ressonância magnética, em shoppings como o Interlagos e o Aricanduva. A unidade de Interlagos está em ampliação e estamos estudando novas unidades em outros shoppings do mesmo perfil. Quais os projetos previstos para este ano? Nosso objetivo é continuar inaugurando unidades, oferecendo medicina diagnóstica de qualidade para a população que tem ou não acesso a planos de saúde. Abrimos 28 unidades no ano passado. A nossa previsão é inaugurar 15 neste ano. O objetivo é estar presente em toda a região metropolitana de São Paulo. A retração da economia tem efeito nos investimentos? Mesmo com o atual cenário, continuaremos investindo em novas unidades, em equipamentos de última geração para exames de imagem, na contratação de médicos, em novas tecnologias para nosso "call center", em treinamento de nosso time de recepção, coleta e técnicos para aprimorarmos sempre nossos serviços. A crise diminuiu a frequência dos clientes? Até agora não sentimos impacto no número de clientes.
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A disputa pela EBC
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vem sendo alvo de ameaças de desmonte feitas pela equipe do presidente interino Michel Temer. O caso mais alarmante foi a exoneração de seu diretor-presidente, Ricardo Melo, enquanto exercia um mandato protegido por lei. A medida que conduziu ao comando da EBC o jornalista Laerte Rimoli, quadro de confiança do deputado Eduardo Cunha, durou pouco. Dez dias depois, Melo reassumiu, por força de liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Infelizmente, depois disso, os ataques se intensificaram. O momento de instabilidade exige atenção redobrada para que as atribuições do governo interino não se convertam em uma espécie de estado de exceção em que tudo se pode. O gasto com a comunicação pública é apontado como razão de incômodo. No entanto, os dados alardeados não se sustentam como ameaça ao erário e estão aquém do que a comunicação pública deveria obter para organizar-se. Lutamos, com justeza, por muito mais. Há recursos das empresas de telecomunicação, depositados em juízo, travados pela recusa do setor em deixar avançar a comunicação pública na terra da hegemonia da comunicação privada. A Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) é necessária para que a EBC e suas parceiras possam estimular a produção independente e regional, renovar tecnologias e assegurar aos trabalhadores melhores condições. Os recursos da EBC mantêm em funcionamento oito emissoras de rádio, entre elas a Nacional da Amazônia, única a levar informação aos povos da floresta. Possibilitam o trabalho da Agência Brasil, que fornece conteúdo confiável para a imprensa, e da Radioagência Nacional, que atende a mais de 2.000 emissoras de rádio, incluídas as comunitárias. A EBC também é responsável pela TV Brasil, esta que os detratores querem medir pela audiência, mas cujo conteúdo desconhecem. A emissora é uma das poucas que mantêm programação infantil de qualidade, abolida pelas emissoras abertas após a proibição da publicidade dirigida à infância. É na TV pública que crianças encontram um desenho animado em que todos os personagens são negros. Na TV Brasil, o público pode assistir a um programa conduzido por artistas LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), como "Estação Plural", e ao bom jornalismo do "Caminhos da Reportagem". A emissora é a principal janela de exibição em canal aberto para o cinema nacional. Para detratá-la, contudo, os ataques se concentram na posição política de comentaristas, buscando associar a emissora pública a um papel partidarizado. O que está em disputa não é a melhor gestão da EBC, mas o controle do que lhe cabe, dos canais à CFRP. A sociedade deve desconfiar de propostas de enxugamento das atribuições públicas e de mudanças para livrar a empresa da vigilância social representada pelo conselho curador. O fato omitido pelas críticas é que a empresa dispõe de mecanismos para corrigir desvios. Pode contratar e descontratar conforme limite de recursos e interesse público. Se há problemas, há como resolver. O conselho curador busca sempre fazer debates para aprofundar a experiência da comunicação pública. A EBC precisa, urgentemente, desvincular-se da Presidência da República e separar sua missão pública da prestação de serviços ao canal de TV NBR. Este, sim, é do governo federal. Todo o restante é nosso. RITA FREIRE é jornalista e presidente do conselho curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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A disputa pela EBCA Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vem sendo alvo de ameaças de desmonte feitas pela equipe do presidente interino Michel Temer. O caso mais alarmante foi a exoneração de seu diretor-presidente, Ricardo Melo, enquanto exercia um mandato protegido por lei. A medida que conduziu ao comando da EBC o jornalista Laerte Rimoli, quadro de confiança do deputado Eduardo Cunha, durou pouco. Dez dias depois, Melo reassumiu, por força de liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Infelizmente, depois disso, os ataques se intensificaram. O momento de instabilidade exige atenção redobrada para que as atribuições do governo interino não se convertam em uma espécie de estado de exceção em que tudo se pode. O gasto com a comunicação pública é apontado como razão de incômodo. No entanto, os dados alardeados não se sustentam como ameaça ao erário e estão aquém do que a comunicação pública deveria obter para organizar-se. Lutamos, com justeza, por muito mais. Há recursos das empresas de telecomunicação, depositados em juízo, travados pela recusa do setor em deixar avançar a comunicação pública na terra da hegemonia da comunicação privada. A Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) é necessária para que a EBC e suas parceiras possam estimular a produção independente e regional, renovar tecnologias e assegurar aos trabalhadores melhores condições. Os recursos da EBC mantêm em funcionamento oito emissoras de rádio, entre elas a Nacional da Amazônia, única a levar informação aos povos da floresta. Possibilitam o trabalho da Agência Brasil, que fornece conteúdo confiável para a imprensa, e da Radioagência Nacional, que atende a mais de 2.000 emissoras de rádio, incluídas as comunitárias. A EBC também é responsável pela TV Brasil, esta que os detratores querem medir pela audiência, mas cujo conteúdo desconhecem. A emissora é uma das poucas que mantêm programação infantil de qualidade, abolida pelas emissoras abertas após a proibição da publicidade dirigida à infância. É na TV pública que crianças encontram um desenho animado em que todos os personagens são negros. Na TV Brasil, o público pode assistir a um programa conduzido por artistas LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), como "Estação Plural", e ao bom jornalismo do "Caminhos da Reportagem". A emissora é a principal janela de exibição em canal aberto para o cinema nacional. Para detratá-la, contudo, os ataques se concentram na posição política de comentaristas, buscando associar a emissora pública a um papel partidarizado. O que está em disputa não é a melhor gestão da EBC, mas o controle do que lhe cabe, dos canais à CFRP. A sociedade deve desconfiar de propostas de enxugamento das atribuições públicas e de mudanças para livrar a empresa da vigilância social representada pelo conselho curador. O fato omitido pelas críticas é que a empresa dispõe de mecanismos para corrigir desvios. Pode contratar e descontratar conforme limite de recursos e interesse público. Se há problemas, há como resolver. O conselho curador busca sempre fazer debates para aprofundar a experiência da comunicação pública. A EBC precisa, urgentemente, desvincular-se da Presidência da República e separar sua missão pública da prestação de serviços ao canal de TV NBR. Este, sim, é do governo federal. Todo o restante é nosso. RITA FREIRE é jornalista e presidente do conselho curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Site diz que selfies já mataram mais que tubarões em 2015
Com base em notícias recentes e num fórum que registra ataques de tubarões a humanos, o site de tecnologia "Mashable" concluiu que, neste ano, mais pessoas já morreram ao tentar tirar uma selfie do que por mordidas fatais de "cães marinhos", como eram chamados antigamente.Segundo o "Mashable", selfies mal executadas causaram 12 mortes até agora em 2015, contra 8 vítimas fatais de tubarões. Isso levanta preocupações sobre o quão longe se tem ido para capturar o autorretrato perfeito. O último acidente do tipo, ocorrido na sexta-feira passada (18), envolveu um turista japonês que teve ferimentos graves na cabeça após uma queda no Taj Mahal, na Índia, de acordo com a polícia local. Quedas e atropelamentos por veículos em movimento são os dois principais tipos de mortes por selfies, diz o levantamento. A grande maioria das vítimas são jovens, entre 18 e 22 anos. Em julho, uma universitária russa morreu após cair de uma ponte ao tentar registrar o distrito financeiro de Moscou. Seis meses antes, dois jovens morreram nos Montes Urais ao remover o pino de uma granada para tirar uma selfie. Há mais casos (bizarros e trágicos) nesta página da Wikipédia. A polícia russa até lançou uma campanha por "selfies seguras" após uma jovem de 21 anos atirar na própria cabeça enquanto tirava um autorretrato com uma pistola -ela sobreviveu. Num guia, a polícia alertava quanto aos perigos de selfies próximas de animais selvagens, na beira de desfiladeiros ou no topo de torres de energia (???), dentre outras situações de risco.
tec
Site diz que selfies já mataram mais que tubarões em 2015Com base em notícias recentes e num fórum que registra ataques de tubarões a humanos, o site de tecnologia "Mashable" concluiu que, neste ano, mais pessoas já morreram ao tentar tirar uma selfie do que por mordidas fatais de "cães marinhos", como eram chamados antigamente.Segundo o "Mashable", selfies mal executadas causaram 12 mortes até agora em 2015, contra 8 vítimas fatais de tubarões. Isso levanta preocupações sobre o quão longe se tem ido para capturar o autorretrato perfeito. O último acidente do tipo, ocorrido na sexta-feira passada (18), envolveu um turista japonês que teve ferimentos graves na cabeça após uma queda no Taj Mahal, na Índia, de acordo com a polícia local. Quedas e atropelamentos por veículos em movimento são os dois principais tipos de mortes por selfies, diz o levantamento. A grande maioria das vítimas são jovens, entre 18 e 22 anos. Em julho, uma universitária russa morreu após cair de uma ponte ao tentar registrar o distrito financeiro de Moscou. Seis meses antes, dois jovens morreram nos Montes Urais ao remover o pino de uma granada para tirar uma selfie. Há mais casos (bizarros e trágicos) nesta página da Wikipédia. A polícia russa até lançou uma campanha por "selfies seguras" após uma jovem de 21 anos atirar na própria cabeça enquanto tirava um autorretrato com uma pistola -ela sobreviveu. Num guia, a polícia alertava quanto aos perigos de selfies próximas de animais selvagens, na beira de desfiladeiros ou no topo de torres de energia (???), dentre outras situações de risco.
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Retrato do Brasil
Apresentado como "Agenda Brasil", o pacote de reformas proposto ao governo federal pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sintetiza, em muitos aspectos, as circunstâncias que hoje sacodem o país –e não somente pelo conteúdo, mas também por sua origem e pelas reações que suscitou. Num primeiro plano, a própria sugestão das medidas denuncia a extrema fragilidade do Planalto. Dado um quadro de crise política e econômica, o habitual, em um sistema presidencialista, seria que o Executivo liderasse iniciativas com vistas a promover o crescimento. A presidente Dilma Rousseff (PT), porém, mostra-se incapaz de fazê-lo. O presidente do Senado, até há pouco fonte adicional de incômodos para a administração petista, decide tomar a dianteira. Não "estendendo a mão a um governo que é efêmero e falível", diz Renan, mas oferecendo "um ponto de partida para discutir o Brasil". Ninguém há de tomar pelo valor de face as declarações de um político ladino como Renan; seus motivos subjetivos talvez venham a emergir com o tempo. O dado objetivo, de todo modo, é que o pacote do Senado revela, por parte dessa Casa, algum senso de responsabilidade com o país. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou o golpe e sentiu necessidade de defender seu lado da cerca: "Não se pode achar que vai construir uma agenda única, que vai ser votada e virar lei. Não é assim que funciona. Não se pode ignorar que há outra Casa legislativa". Dificilmente alguém terá se esquecido disso, já que dessa "outra Casa legislativa" partem as principais ações destinadas a desestabilizar ainda mais o governo Dilma –mesmo que isso signifique aprovar leis desastrosas para as contas públicas, presentes e futuras. Cunha, como se sabe, declarou guerra contra o Planalto, e inúmeros deputados estão do seu lado. Há nisso muito do velho oportunismo parlamentar: trocam-se votos no plenário por cargos e verbas. Mas há também algo novo: a tentativa de desviar as atenções da Operação Lava Jato, cujas investigações sobre corrupção na Petrobras não têm preservado os políticos. Cunha tem certa razão quando afirma que a agenda de Renan por ora não passa de "jogo de espuma". Poucas propostas parecem viáveis, e quase todas demandarão muito debate. Ainda assim, o conjunto tem o mérito de, retomando as boas relações entre o Executivo e o Legislativo, colocar em pauta temas importantes para o país. Concordando ou não com as medidas, Dilma Rousseff não estava em condições de rejeitá-las. Que ela assim se afaste ainda mais de seu programa, agravando o estelionato eleitoral, é apenas mais um aspecto dessa sintética "Agenda Brasil". [email protected]
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Retrato do BrasilApresentado como "Agenda Brasil", o pacote de reformas proposto ao governo federal pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sintetiza, em muitos aspectos, as circunstâncias que hoje sacodem o país –e não somente pelo conteúdo, mas também por sua origem e pelas reações que suscitou. Num primeiro plano, a própria sugestão das medidas denuncia a extrema fragilidade do Planalto. Dado um quadro de crise política e econômica, o habitual, em um sistema presidencialista, seria que o Executivo liderasse iniciativas com vistas a promover o crescimento. A presidente Dilma Rousseff (PT), porém, mostra-se incapaz de fazê-lo. O presidente do Senado, até há pouco fonte adicional de incômodos para a administração petista, decide tomar a dianteira. Não "estendendo a mão a um governo que é efêmero e falível", diz Renan, mas oferecendo "um ponto de partida para discutir o Brasil". Ninguém há de tomar pelo valor de face as declarações de um político ladino como Renan; seus motivos subjetivos talvez venham a emergir com o tempo. O dado objetivo, de todo modo, é que o pacote do Senado revela, por parte dessa Casa, algum senso de responsabilidade com o país. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou o golpe e sentiu necessidade de defender seu lado da cerca: "Não se pode achar que vai construir uma agenda única, que vai ser votada e virar lei. Não é assim que funciona. Não se pode ignorar que há outra Casa legislativa". Dificilmente alguém terá se esquecido disso, já que dessa "outra Casa legislativa" partem as principais ações destinadas a desestabilizar ainda mais o governo Dilma –mesmo que isso signifique aprovar leis desastrosas para as contas públicas, presentes e futuras. Cunha, como se sabe, declarou guerra contra o Planalto, e inúmeros deputados estão do seu lado. Há nisso muito do velho oportunismo parlamentar: trocam-se votos no plenário por cargos e verbas. Mas há também algo novo: a tentativa de desviar as atenções da Operação Lava Jato, cujas investigações sobre corrupção na Petrobras não têm preservado os políticos. Cunha tem certa razão quando afirma que a agenda de Renan por ora não passa de "jogo de espuma". Poucas propostas parecem viáveis, e quase todas demandarão muito debate. Ainda assim, o conjunto tem o mérito de, retomando as boas relações entre o Executivo e o Legislativo, colocar em pauta temas importantes para o país. Concordando ou não com as medidas, Dilma Rousseff não estava em condições de rejeitá-las. Que ela assim se afaste ainda mais de seu programa, agravando o estelionato eleitoral, é apenas mais um aspecto dessa sintética "Agenda Brasil". [email protected]
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Para atrair universitários, instituições oferecem descontos e crédito privado
Enquanto os financiamentos estudantis pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) têm caído no Brasil, a busca por outras alternativas –como a oferta de descontos e o volume de crédito dado por instituições particulares a universitários– aumenta. Nesta segunda (7), a Folha revelou que o número de universitários que abandonam o curso superou o de matriculados em 2014, o último dado disponível. A crise econômica, a má qualidade de cursos universitários e da formação na educação básica estão entre as explicações. Em 2014, foram firmados 732 mil contratos pelo Fies, contra 311 mil em 2015. No primeiro semestre de 2016, foram 250 mil novos financiamentos. Sem divulgar números, a linha de crédito Pravaler, da Ideal Invest, disse que o volume de financiamentos aumentou cinco vezes em 2015 em relação ao ano anterior. Outras instituições financeiras também oferecem esse tipo de crédito. Em geral, no modelo de financiamento privado, o estudante paga metade da mensalidade, além dos juros, durante o curso –o restante é quitado nos anos seguintes à formatura, num período equivalente aos anos estudados. O site Quero Bolsa disse ter concedido 516,6 mil bolsas em 2015, contra 226,4 mil em 2014, um aumento de 128%. A página concede descontos de 10% a 80% em cerca de 400 faculdades brasileiras. A empresa informa que as matrículas elevam em 10% a receita das universidades privadas. crise na graduação - Faculdades vivem onda de trancamentos e particulares têm redução de matrículas CRISE O setor privado passa por dificuldades. A redução de incentivos do governo e a crise econômica farão as instituições de ensino superior perderem 500 mil alunos em 2015 e 2016, segundo cálculos da Hoper Educação. A estimativa do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior estima queda neste ano de 170 mil matrículas só no Estado de São Paulo, contando o ensino presencial e o a distância. Entenda o Fies ALTERAÇÕES NO PROGRAMA - Mudanças feitas pelo MEC para o Fies de 2015 vêm motivando polêmicas
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Para atrair universitários, instituições oferecem descontos e crédito privadoEnquanto os financiamentos estudantis pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) têm caído no Brasil, a busca por outras alternativas –como a oferta de descontos e o volume de crédito dado por instituições particulares a universitários– aumenta. Nesta segunda (7), a Folha revelou que o número de universitários que abandonam o curso superou o de matriculados em 2014, o último dado disponível. A crise econômica, a má qualidade de cursos universitários e da formação na educação básica estão entre as explicações. Em 2014, foram firmados 732 mil contratos pelo Fies, contra 311 mil em 2015. No primeiro semestre de 2016, foram 250 mil novos financiamentos. Sem divulgar números, a linha de crédito Pravaler, da Ideal Invest, disse que o volume de financiamentos aumentou cinco vezes em 2015 em relação ao ano anterior. Outras instituições financeiras também oferecem esse tipo de crédito. Em geral, no modelo de financiamento privado, o estudante paga metade da mensalidade, além dos juros, durante o curso –o restante é quitado nos anos seguintes à formatura, num período equivalente aos anos estudados. O site Quero Bolsa disse ter concedido 516,6 mil bolsas em 2015, contra 226,4 mil em 2014, um aumento de 128%. A página concede descontos de 10% a 80% em cerca de 400 faculdades brasileiras. A empresa informa que as matrículas elevam em 10% a receita das universidades privadas. crise na graduação - Faculdades vivem onda de trancamentos e particulares têm redução de matrículas CRISE O setor privado passa por dificuldades. A redução de incentivos do governo e a crise econômica farão as instituições de ensino superior perderem 500 mil alunos em 2015 e 2016, segundo cálculos da Hoper Educação. A estimativa do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior estima queda neste ano de 170 mil matrículas só no Estado de São Paulo, contando o ensino presencial e o a distância. Entenda o Fies ALTERAÇÕES NO PROGRAMA - Mudanças feitas pelo MEC para o Fies de 2015 vêm motivando polêmicas
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Como aprender a dizer 'não' no ambiente de trabalho?
DE SÃO PAULO NÃO TENHA MEDO Quando não souber ou não puder executar uma tarefa, diga a verdade. A recusa é sempre melhor do que criar um mal estar entregando um trabalho de má qualidade NÃO DEIXE PARA DEPOIS Ao recusar uma atividade, ofereça uma solução, como indicar quem pode fazê-la ou até negociar um prazo mais longo para entregá-la NÃO ESCONDA Converse com o chefe para explicar o motivo da recusa, principalmente se o motivo por trás do 'não' for sobrecarga de trabalho NÃO DISPENSE AJUDA Peça auxílio a um colega se não puder realizar uma tarefa. Esse tipo de interação aprofunda a colaboração entre os profissionais, já que permite a retribuição do favor no futuro Fonte: João Baptista Brandão, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas)
sobretudo
Como aprender a dizer 'não' no ambiente de trabalho? DE SÃO PAULO NÃO TENHA MEDO Quando não souber ou não puder executar uma tarefa, diga a verdade. A recusa é sempre melhor do que criar um mal estar entregando um trabalho de má qualidade NÃO DEIXE PARA DEPOIS Ao recusar uma atividade, ofereça uma solução, como indicar quem pode fazê-la ou até negociar um prazo mais longo para entregá-la NÃO ESCONDA Converse com o chefe para explicar o motivo da recusa, principalmente se o motivo por trás do 'não' for sobrecarga de trabalho NÃO DISPENSE AJUDA Peça auxílio a um colega se não puder realizar uma tarefa. Esse tipo de interação aprofunda a colaboração entre os profissionais, já que permite a retribuição do favor no futuro Fonte: João Baptista Brandão, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas)
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Apple renova linha de computadores com novo MacBook Pro
A Apple apresentou, nesta quinta-feira (27), o novo modelo do MacBook Pro. Entres as mudanças, estão o acréscimo de um leitor de impressões digitais, e a substituição das teclas de função por uma pequena barra sensível ao toque. O produto é o carro-chefe da linha de notebooks da empresa. Clientes poderão abrir o novo notebook com o Touch ID, leitor de impressões digitais que também está em iPhones, e customizar suas ferramentas na barra sensível ao toque. A linha de computadores Mac correspondeu a cerca de 11% das vendas da Apple no ano fiscal que acabou há pouco, com o número de máquinas vendidas caindo 10%, para 18,5 milhões. A Apple disse que estava alinhada com a queda geral do mercado, mas analistas e investidores disseram que a companhia precisa retomar o crescimento. "O que eles realmente precisam é fazer com que as pessoas comprem os Macs de novo, em vez de atualizarem os antigos. Eles não têm um novo e poderoso MacBook Pro há um tempo e o MacBook Air está ficando velho", disse Jan Dawson, da Jackdaw Research, antes do evento
tec
Apple renova linha de computadores com novo MacBook ProA Apple apresentou, nesta quinta-feira (27), o novo modelo do MacBook Pro. Entres as mudanças, estão o acréscimo de um leitor de impressões digitais, e a substituição das teclas de função por uma pequena barra sensível ao toque. O produto é o carro-chefe da linha de notebooks da empresa. Clientes poderão abrir o novo notebook com o Touch ID, leitor de impressões digitais que também está em iPhones, e customizar suas ferramentas na barra sensível ao toque. A linha de computadores Mac correspondeu a cerca de 11% das vendas da Apple no ano fiscal que acabou há pouco, com o número de máquinas vendidas caindo 10%, para 18,5 milhões. A Apple disse que estava alinhada com a queda geral do mercado, mas analistas e investidores disseram que a companhia precisa retomar o crescimento. "O que eles realmente precisam é fazer com que as pessoas comprem os Macs de novo, em vez de atualizarem os antigos. Eles não têm um novo e poderoso MacBook Pro há um tempo e o MacBook Air está ficando velho", disse Jan Dawson, da Jackdaw Research, antes do evento
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Mosaico escondido por quase mil anos onde Jesus teria nascido é descoberto
Uma equipe de restauradores italianos descobriu um mosaico de anjo escondido na Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia (veja vídeo ). O anjo da imagem olha para a área onde Jesus Cristo teria nascido –acredita-se que a obra estivesse escondida há quase mil anos, coberta por reboco. Tensões entre diferentes denominações cristãs atrasaram por muito tempo reformas urgentes na igreja, uma das mais antigas ainda em uso no mundo. Mas um acordo intermediado pela Autoridade Palestina permitiu o início dos trabalhos de restauração três anos atrás.
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Mosaico escondido por quase mil anos onde Jesus teria nascido é descobertoUma equipe de restauradores italianos descobriu um mosaico de anjo escondido na Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia (veja vídeo ). O anjo da imagem olha para a área onde Jesus Cristo teria nascido –acredita-se que a obra estivesse escondida há quase mil anos, coberta por reboco. Tensões entre diferentes denominações cristãs atrasaram por muito tempo reformas urgentes na igreja, uma das mais antigas ainda em uso no mundo. Mas um acordo intermediado pela Autoridade Palestina permitiu o início dos trabalhos de restauração três anos atrás.
15
Após surto de gripe, pais não acham pediatras na periferia de SP; veja vídeo
Em meio a um surto de dengue e suspeitas de gripe H1N1 em crianças, pais têm feito peregrinação em busca de pediatras na periferia de São Paulo. Quando não se deparam com a falta desses profissionais, crianças enfrentaram filas de até duas horas somente para preencher uma ficha e entrar numa fila para serem atendidos pelos únicos dois médicos que se revezam no atendimento. Para ficar frente a frente com o especialista, são quase cinco horas de espera. A Folha constatou neste sábado (26) que não havia pediatras em unidades municipais nos bairros de Itaquera e Cidade Tiradentes, na zona leste. Em Itaquera, faltaram especialistas no atendimento infantil no hospital Municipal Waldomiro de Paula, conhecido como Planalto, e na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) de mesmo nome durante o dia todo. A orientação vinda dos funcionários era para que tentassem no também municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista. Porém, pais entrevistados pela reportagem disseram que lá a informação era de que não havia também. "Não tem pediatra desde cedo. Minha filha está aqui vomitando e com febre e é o segundo hospital para onde vou e não tem médico para ela", disse o auxiliar de limpeza Acácio Flávio do Nascimento, 28, morador de Guaianases que levou a filha Nataly, 8, ao Planalto. A previsão era que às 19h haveria um pediatra. Porém, até as 20h, não tinha. SENHA Em Cidade Tiradentes, também não havia especialistas no PA (pronto-atendimento) Glória e na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Castro Alves. Os dois pediatras disponíveis no bairro atendiam no Hospital Municipal de Cidade Tiradentes. No entanto, alguns pais disseram que, por volta das 17h30, diante de tamanha lotação, funcionários alertavam que não havia mais disponibilidade de senhas de atendimento. "Cheguei às 13h30 e só consegui preencher a ficha às 15h30. São 17h e ainda não passamos pelo pedriatra", Alessandra da Silva Rodrigues, 32, que levou os filhos Bruno, 8, e Bianca, 3. "A moça da recepção me disse que se tiver que internar não será aqui porque está superlotado. Os dois estão com febre, dor no corpo e vomitando. Estou com medo dessa gripe e de dengue também ", disse. Muitas recorreram ao bairro vizinho, Guaianases, cujo hospital geral, do Estado, estava abarrotado de gente também. Só havia dois pediatras ali. Mais horas na fila. OUTRO LADO A gestão Fernando Haddad (PT) nega a falta de médicos e diz que, nesta época do ano, a demanda cresce muito em decorrência de doenças respiratórias. A Secretaria Municipal de Saúde Informou em nota que os hospitais Waldomiro de Paula, Tide Setúbal e Cidade Tiradentes contavam, respectivamente, com um, três e quatro pediatras no plantão do dia, sendo que este último atendeu a 534 pacientes na especialidade só no sábado. A pasta informou que nesta semana convocará uma reunião com as organizações sociais de saúde (OSs) responsáveis pela administração das unidades para discutir a contratação e manutenção do quadro clínico. As OSs são a SPDM e a Santa Marcelina. A prefeitura diz que já realizou concurso público para contratação de médicos pediatras e que há um novo concurso em andamento para a contratação de mais profissionais. "É importante ressaltar também que há dificuldades de alocar esses profissionais em unidades fora da região central da capital, o que dificulta o atendimento. A secretaria está empenhada em minimizar os problemas o mais rápido possível", diz o texto. A administração diz também que a espera varia de acordo com a demanda e que pacientes em situação mais grave têm prioridade. Já a administração Geraldo Alckmin (PSDB) diz que o quadro de profissionais do Hospital Geral de Guaianases estava completo, incluindo dois pediatras, neste sábado. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a falta desses médicos na rede municipal culminou numa crescente demanda pela especialidade de pediatria no pronto-socorro da unidade. "80% dos casos atendidos no pronto-socorro são de baixa complexidade, que deveriam ser absorvidos pelas AMAs e hospitais municipais, conforme diretriz do SUS (Sistema Único de Saúde). Vale ressaltar que o hospital prioriza casos graves e gravíssimos", diz nota.
cotidiano
Após surto de gripe, pais não acham pediatras na periferia de SP; veja vídeoEm meio a um surto de dengue e suspeitas de gripe H1N1 em crianças, pais têm feito peregrinação em busca de pediatras na periferia de São Paulo. Quando não se deparam com a falta desses profissionais, crianças enfrentaram filas de até duas horas somente para preencher uma ficha e entrar numa fila para serem atendidos pelos únicos dois médicos que se revezam no atendimento. Para ficar frente a frente com o especialista, são quase cinco horas de espera. A Folha constatou neste sábado (26) que não havia pediatras em unidades municipais nos bairros de Itaquera e Cidade Tiradentes, na zona leste. Em Itaquera, faltaram especialistas no atendimento infantil no hospital Municipal Waldomiro de Paula, conhecido como Planalto, e na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) de mesmo nome durante o dia todo. A orientação vinda dos funcionários era para que tentassem no também municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista. Porém, pais entrevistados pela reportagem disseram que lá a informação era de que não havia também. "Não tem pediatra desde cedo. Minha filha está aqui vomitando e com febre e é o segundo hospital para onde vou e não tem médico para ela", disse o auxiliar de limpeza Acácio Flávio do Nascimento, 28, morador de Guaianases que levou a filha Nataly, 8, ao Planalto. A previsão era que às 19h haveria um pediatra. Porém, até as 20h, não tinha. SENHA Em Cidade Tiradentes, também não havia especialistas no PA (pronto-atendimento) Glória e na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Castro Alves. Os dois pediatras disponíveis no bairro atendiam no Hospital Municipal de Cidade Tiradentes. No entanto, alguns pais disseram que, por volta das 17h30, diante de tamanha lotação, funcionários alertavam que não havia mais disponibilidade de senhas de atendimento. "Cheguei às 13h30 e só consegui preencher a ficha às 15h30. São 17h e ainda não passamos pelo pedriatra", Alessandra da Silva Rodrigues, 32, que levou os filhos Bruno, 8, e Bianca, 3. "A moça da recepção me disse que se tiver que internar não será aqui porque está superlotado. Os dois estão com febre, dor no corpo e vomitando. Estou com medo dessa gripe e de dengue também ", disse. Muitas recorreram ao bairro vizinho, Guaianases, cujo hospital geral, do Estado, estava abarrotado de gente também. Só havia dois pediatras ali. Mais horas na fila. OUTRO LADO A gestão Fernando Haddad (PT) nega a falta de médicos e diz que, nesta época do ano, a demanda cresce muito em decorrência de doenças respiratórias. A Secretaria Municipal de Saúde Informou em nota que os hospitais Waldomiro de Paula, Tide Setúbal e Cidade Tiradentes contavam, respectivamente, com um, três e quatro pediatras no plantão do dia, sendo que este último atendeu a 534 pacientes na especialidade só no sábado. A pasta informou que nesta semana convocará uma reunião com as organizações sociais de saúde (OSs) responsáveis pela administração das unidades para discutir a contratação e manutenção do quadro clínico. As OSs são a SPDM e a Santa Marcelina. A prefeitura diz que já realizou concurso público para contratação de médicos pediatras e que há um novo concurso em andamento para a contratação de mais profissionais. "É importante ressaltar também que há dificuldades de alocar esses profissionais em unidades fora da região central da capital, o que dificulta o atendimento. A secretaria está empenhada em minimizar os problemas o mais rápido possível", diz o texto. A administração diz também que a espera varia de acordo com a demanda e que pacientes em situação mais grave têm prioridade. Já a administração Geraldo Alckmin (PSDB) diz que o quadro de profissionais do Hospital Geral de Guaianases estava completo, incluindo dois pediatras, neste sábado. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a falta desses médicos na rede municipal culminou numa crescente demanda pela especialidade de pediatria no pronto-socorro da unidade. "80% dos casos atendidos no pronto-socorro são de baixa complexidade, que deveriam ser absorvidos pelas AMAs e hospitais municipais, conforme diretriz do SUS (Sistema Único de Saúde). Vale ressaltar que o hospital prioriza casos graves e gravíssimos", diz nota.
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Cerca de 4% dos votos ignoram Messi, Ronaldo e Neymar; veja as escolhas
Finalistas do prêmio de melhor jogador da Fifa de 2015, Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar dominaram a votação, angariando quase 80% dos votos. Porém, 22 eleitores (4,4% do total), entre técnicos, capitães de seleção e jornalistas, ignoraram o trio. O polonês Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, foi o mais votado na disputa paralela, com quatro nomeações. O atacante também não se impressionou com os finalistas da Fifa e elegeu o goleiro Manuel Neuer, o meia chileno Arturo Vidal e o atacante alemão Thomas Müller, todos do seu clube. Segundo colocado na eleição, Cristiano Ronaldo não votou nos finalistas –o regulamento proíbe que ele vote em si mesmo– e escolheu seus companheiros de Real Madrid Karim Benzema, James Rodríguez e Gareth Bale. O ex-técnico do São Paulo Juan Carlos Osorio optou pelos alemães Müller e Neuer e pelo chileno VIdal. Atual campeão do mundo com a Alemanha, Joachim Löw homenageou os atletas de sua seleção: Neuer, Müller e Toni Kroos. Para um jornalista de Fiji, o melhor do mundo continua sendo argentino. Mas não é Lionel Messi, e sim o volante Javier Mascherano. Sanju Prasad ainda votou em Müller e no meia Kroos. O belga Kevin De Bruyne foi o melhor da temporada para os técnicos do Togo (Tom Saintfiet) e Myanmar (Gerd Zeise). Eles completaram a lista com Hazard e Yayá Touré, e Kroos e Müller, respectivamente. O técnico da Índia, Stephen Constantine, votou no chileno do Arsenal Alexis Sánchez, campeão da Copa América-2015, além de Neuer e Sergio Agüero.
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Cerca de 4% dos votos ignoram Messi, Ronaldo e Neymar; veja as escolhasFinalistas do prêmio de melhor jogador da Fifa de 2015, Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar dominaram a votação, angariando quase 80% dos votos. Porém, 22 eleitores (4,4% do total), entre técnicos, capitães de seleção e jornalistas, ignoraram o trio. O polonês Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, foi o mais votado na disputa paralela, com quatro nomeações. O atacante também não se impressionou com os finalistas da Fifa e elegeu o goleiro Manuel Neuer, o meia chileno Arturo Vidal e o atacante alemão Thomas Müller, todos do seu clube. Segundo colocado na eleição, Cristiano Ronaldo não votou nos finalistas –o regulamento proíbe que ele vote em si mesmo– e escolheu seus companheiros de Real Madrid Karim Benzema, James Rodríguez e Gareth Bale. O ex-técnico do São Paulo Juan Carlos Osorio optou pelos alemães Müller e Neuer e pelo chileno VIdal. Atual campeão do mundo com a Alemanha, Joachim Löw homenageou os atletas de sua seleção: Neuer, Müller e Toni Kroos. Para um jornalista de Fiji, o melhor do mundo continua sendo argentino. Mas não é Lionel Messi, e sim o volante Javier Mascherano. Sanju Prasad ainda votou em Müller e no meia Kroos. O belga Kevin De Bruyne foi o melhor da temporada para os técnicos do Togo (Tom Saintfiet) e Myanmar (Gerd Zeise). Eles completaram a lista com Hazard e Yayá Touré, e Kroos e Müller, respectivamente. O técnico da Índia, Stephen Constantine, votou no chileno do Arsenal Alexis Sánchez, campeão da Copa América-2015, além de Neuer e Sergio Agüero.
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LG Display aposta nas TVs Oled apesar de dúvidas
A sul-coreana LG Display planeja aumentar a capacidade de produção de painéis de Oled (diodos orgânicos emissores de luz) para TVs, buscando o crescimento em um novo campo da tecnologia que seus rivais julgam ser ainda muito caro para obter sucesso. A LG Display e sua empresa irmã, a segunda maior fabricante de televisores do mundo LG Electronics Inc, foram os maiores defensores de TVs Oled, que esperam venha a dar-lhes uma vantagem competitiva sobre os rivais uma vez que a tecnologia amadurecer. Nesta terça-feira (6), a LG Display informou que vai mais do que quadruplicar a capacidade de produção mensal de painéis OLED TV para 34 mil unidades até o final do ano, ante 8.000 atualmente. As empresas dizem que o Oled é muito superior à tecnologia de LCD (display de cristal líquido), oferecendo melhor qualidade de imagem, bem como menor consumo de energia. Os custos, no entanto, são muito mais elevados, tornando as TVs Oled, várias vezes, mais caras do que as com LCD.
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LG Display aposta nas TVs Oled apesar de dúvidasA sul-coreana LG Display planeja aumentar a capacidade de produção de painéis de Oled (diodos orgânicos emissores de luz) para TVs, buscando o crescimento em um novo campo da tecnologia que seus rivais julgam ser ainda muito caro para obter sucesso. A LG Display e sua empresa irmã, a segunda maior fabricante de televisores do mundo LG Electronics Inc, foram os maiores defensores de TVs Oled, que esperam venha a dar-lhes uma vantagem competitiva sobre os rivais uma vez que a tecnologia amadurecer. Nesta terça-feira (6), a LG Display informou que vai mais do que quadruplicar a capacidade de produção mensal de painéis OLED TV para 34 mil unidades até o final do ano, ante 8.000 atualmente. As empresas dizem que o Oled é muito superior à tecnologia de LCD (display de cristal líquido), oferecendo melhor qualidade de imagem, bem como menor consumo de energia. Os custos, no entanto, são muito mais elevados, tornando as TVs Oled, várias vezes, mais caras do que as com LCD.
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Hoje na TV: Grêmio x Santos, pelo Campeonato Brasileiro
7h Masters de Xangai Tênis, SporTV 2 13h Mundial de Doha Boxe, Bandsports 18h30 Cruzeiro x Flamengo Copa do Brasil sub-20, SporTV 18h45 Brasília x Atenas (URU) Sul-americana de basquete, SporTV 2 21h Grêmio x Santos Brasileiro, SporTV (menos RS) 21h Los Angeles Dodgers x New York Mets Beisebol, ESPN+ 21h15 New Orleans Saints x Atlanta Falcons Futebol americano, ESPN 2h30 (sexta) Masters de Xangai Tênis, SporTV 2
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Hoje na TV: Grêmio x Santos, pelo Campeonato Brasileiro7h Masters de Xangai Tênis, SporTV 2 13h Mundial de Doha Boxe, Bandsports 18h30 Cruzeiro x Flamengo Copa do Brasil sub-20, SporTV 18h45 Brasília x Atenas (URU) Sul-americana de basquete, SporTV 2 21h Grêmio x Santos Brasileiro, SporTV (menos RS) 21h Los Angeles Dodgers x New York Mets Beisebol, ESPN+ 21h15 New Orleans Saints x Atlanta Falcons Futebol americano, ESPN 2h30 (sexta) Masters de Xangai Tênis, SporTV 2
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Catimbeiro e bancado por Telê, Waldir Peres tirou até ídolo alemão do sério
Paul Breitner, titular da Alemanha, jamais havia perdido um pênalti. Contra Waldir Peres, desperdiçou dois seguidos. O goleiro da seleção brasileira defendeu o primeiro. O árbitro mandou voltar. Na segunda cobrança, nova defesa. "Eu gritei que ele ia perder. Em português mesmo", relembrou Peres, anos depois. A catimba e a malandragem no futebol foram duas características marcantes do goleiro que morreu neste domingo (23), aos 66 anos. Ele sofreu infarto no início da tarde, após almoço com familiares em Mogi Mirim (160 km de São Paulo). Um dos jogadores mais importantes da história do São Paulo, atuou 617 vezes pela equipe (o segundo com mais partidas pelo clube, só superado por Rogério Ceni). Foi campeão brasileiro de 1977 e paulista em 1975, 1980 e 1981. Em campo, era uma presença inconfundível pela calvíce precoce e eterna tentativa de conversar com os adversários para desconcentrá-los. A tática que deu certo contra o alemão Breitner. "Além de ser um grande goleiro, ele tinha essa característica de catimbar. Era bom jogar com ele e ruim jogar contra ele", afirma Serginho Chulapa, que atuou com Peres no São Paulo e depois foi adversário no Santos. A catimba na disputa de pênaltis contra o Atlético-MG ajudou a dar ao São Paulo o primeiro título brasileiro da história do time, em 1977. Entregava a bola para os batedores rivais, sorrindo e garantindo que eles não acertariam. Deu certo. Erraram todos os chutes. Mas ele era mais do que isso, tanto que Telê Santana enfrentou os críticos para colocá-lo como titular do gol brasileiro na Copa de 1982. Em 1978, havia sido reserva. Waldir Peres falhou na estreia contra a União Soviética, mas depois teve um torneio sem problemas. O consenso na imprensa era que a primeira escolha deveria ser Emerson Leão, então campeão nacional com o Grêmio. Ele sequer foi convocado. CARREIRA Nascido em Garça (405 km de São Paulo), Peres foi vice-campeão no Mundialito de 1981, no Uruguai, com a seleção. A última partida das 39 que fez pelo Brasil foi a derrota para a Itália que causou a eliminação da Copa. Depois, não foi mais chamado. Ser titular da seleção que é considerada uma das maiores da história do futebol foi o auge e começo da queda na carreira do goleiro. Ele não voltou a conquistar títulos também por clubes. Em 1983, deixou o São Paulo após brigar com a diretoria. Passou por América-RJ e Guarani. Em 1986, foi contratado pelo Corinthians. Fez parte da reação do time no Paulista de 1987, que terminou o 1º turno na lanterna, mas disparou no returno e chegou à final. Passou também por Portuguesa, Santa Cruz e Ponte Preta. Após parar de jogar, tentou ser treinador, mas não conseguiu ter destaque e passou apenas por times pequenos. Temperamental, continuava dando declarações polêmicas, como a opinião de que o goleiro Dênis, do São Paulo, não poderia ser titular. Waldir Peres deixa dois filhos, que moram na capital paulista, e uma filha, atualmente residente na Malásia. Corinthians Guarani Ponte Preta São Paulo
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Catimbeiro e bancado por Telê, Waldir Peres tirou até ídolo alemão do sérioPaul Breitner, titular da Alemanha, jamais havia perdido um pênalti. Contra Waldir Peres, desperdiçou dois seguidos. O goleiro da seleção brasileira defendeu o primeiro. O árbitro mandou voltar. Na segunda cobrança, nova defesa. "Eu gritei que ele ia perder. Em português mesmo", relembrou Peres, anos depois. A catimba e a malandragem no futebol foram duas características marcantes do goleiro que morreu neste domingo (23), aos 66 anos. Ele sofreu infarto no início da tarde, após almoço com familiares em Mogi Mirim (160 km de São Paulo). Um dos jogadores mais importantes da história do São Paulo, atuou 617 vezes pela equipe (o segundo com mais partidas pelo clube, só superado por Rogério Ceni). Foi campeão brasileiro de 1977 e paulista em 1975, 1980 e 1981. Em campo, era uma presença inconfundível pela calvíce precoce e eterna tentativa de conversar com os adversários para desconcentrá-los. A tática que deu certo contra o alemão Breitner. "Além de ser um grande goleiro, ele tinha essa característica de catimbar. Era bom jogar com ele e ruim jogar contra ele", afirma Serginho Chulapa, que atuou com Peres no São Paulo e depois foi adversário no Santos. A catimba na disputa de pênaltis contra o Atlético-MG ajudou a dar ao São Paulo o primeiro título brasileiro da história do time, em 1977. Entregava a bola para os batedores rivais, sorrindo e garantindo que eles não acertariam. Deu certo. Erraram todos os chutes. Mas ele era mais do que isso, tanto que Telê Santana enfrentou os críticos para colocá-lo como titular do gol brasileiro na Copa de 1982. Em 1978, havia sido reserva. Waldir Peres falhou na estreia contra a União Soviética, mas depois teve um torneio sem problemas. O consenso na imprensa era que a primeira escolha deveria ser Emerson Leão, então campeão nacional com o Grêmio. Ele sequer foi convocado. CARREIRA Nascido em Garça (405 km de São Paulo), Peres foi vice-campeão no Mundialito de 1981, no Uruguai, com a seleção. A última partida das 39 que fez pelo Brasil foi a derrota para a Itália que causou a eliminação da Copa. Depois, não foi mais chamado. Ser titular da seleção que é considerada uma das maiores da história do futebol foi o auge e começo da queda na carreira do goleiro. Ele não voltou a conquistar títulos também por clubes. Em 1983, deixou o São Paulo após brigar com a diretoria. Passou por América-RJ e Guarani. Em 1986, foi contratado pelo Corinthians. Fez parte da reação do time no Paulista de 1987, que terminou o 1º turno na lanterna, mas disparou no returno e chegou à final. Passou também por Portuguesa, Santa Cruz e Ponte Preta. Após parar de jogar, tentou ser treinador, mas não conseguiu ter destaque e passou apenas por times pequenos. Temperamental, continuava dando declarações polêmicas, como a opinião de que o goleiro Dênis, do São Paulo, não poderia ser titular. Waldir Peres deixa dois filhos, que moram na capital paulista, e uma filha, atualmente residente na Malásia. Corinthians Guarani Ponte Preta São Paulo
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MC Gui canta sobre 'novinhas salientes' para crianças em Interlagos
Debaixo de chuva forte, o funkeiro MC Gui, jovem de 19 anos famoso por letras ao mesmo tempo piegas e hipersexualizadas, cantou para um público que não passava de cem pessoas na tarde deste domingo no autódromo de Interlagos. O lugar que chegou a ser cotado como única sede da Virada Cultural na administração do tucano João Doria estava quase vazio. "Este é o show em Interlagos", anunciava o funkeiro no palco. Enquanto MC Gui falava em "novinhas salientes" e "bumbuns que não param", carros corriam a toda velocidade na pista ao lado e um cachorro vira-lata vagava entre as poucas pessoas, encharcadas pela tempestade que não deu trégua. Guarda-chuvas não eram permitidos e capas de chuva de plástico vendidas por ambulantes se desfaziam no contato com as primeiras gotas. "Obrigado por estarem aqui mesmo debaixo de chuva", disse MC Gui, no palco. "Para quem ficar doente vou ajudar pelo menos a pagar o remédio." Talvez precisem mesmo, porque nem uma ameaça de pneumonia era suficiente para fazer meninas pré-adolescentes, eufóricas diante do funkeiro, quererem sair de perto do palco –quase vazio, o show permitiu certa intimidade com o ídolo. Famílias inteiras dançavam e cantavam todos os versos. Mesmo diante de um público esparso, que se escondia debaixo de toldos e árvores para fugir da chuva, MC Gui não parou. Cantou durante intermináveis e molhadíssimos 40 minutos. Também não reclamou e não houve manifestações políticas, a não ser a pichação "eleições gerais já" no lado de fora de um dos muros do autódromo. Kamilly Avani, 13, veio com a mãe e primos de Cotia, na Grande São Paulo, para ver MC Gui no dia de seu aniversário. "Valeu muito a pena, mesmo com a chuva e mesmo sendo longe, vale a pena." Ana Avani, a mãe, disse que também gostou das músicas do show. "Os pais se divertem também." Na plateia, Laleska Rosana, 21, também dançava sem parar. Ela mora ali perto, em Interlagos, e é prima de um dos dançarinos de MC Gui, que sensualizava no palco. Todo o espetáculo lembrou um programa de auditório pós-apocalítico, deslocado para um descampado alagado.
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MC Gui canta sobre 'novinhas salientes' para crianças em InterlagosDebaixo de chuva forte, o funkeiro MC Gui, jovem de 19 anos famoso por letras ao mesmo tempo piegas e hipersexualizadas, cantou para um público que não passava de cem pessoas na tarde deste domingo no autódromo de Interlagos. O lugar que chegou a ser cotado como única sede da Virada Cultural na administração do tucano João Doria estava quase vazio. "Este é o show em Interlagos", anunciava o funkeiro no palco. Enquanto MC Gui falava em "novinhas salientes" e "bumbuns que não param", carros corriam a toda velocidade na pista ao lado e um cachorro vira-lata vagava entre as poucas pessoas, encharcadas pela tempestade que não deu trégua. Guarda-chuvas não eram permitidos e capas de chuva de plástico vendidas por ambulantes se desfaziam no contato com as primeiras gotas. "Obrigado por estarem aqui mesmo debaixo de chuva", disse MC Gui, no palco. "Para quem ficar doente vou ajudar pelo menos a pagar o remédio." Talvez precisem mesmo, porque nem uma ameaça de pneumonia era suficiente para fazer meninas pré-adolescentes, eufóricas diante do funkeiro, quererem sair de perto do palco –quase vazio, o show permitiu certa intimidade com o ídolo. Famílias inteiras dançavam e cantavam todos os versos. Mesmo diante de um público esparso, que se escondia debaixo de toldos e árvores para fugir da chuva, MC Gui não parou. Cantou durante intermináveis e molhadíssimos 40 minutos. Também não reclamou e não houve manifestações políticas, a não ser a pichação "eleições gerais já" no lado de fora de um dos muros do autódromo. Kamilly Avani, 13, veio com a mãe e primos de Cotia, na Grande São Paulo, para ver MC Gui no dia de seu aniversário. "Valeu muito a pena, mesmo com a chuva e mesmo sendo longe, vale a pena." Ana Avani, a mãe, disse que também gostou das músicas do show. "Os pais se divertem também." Na plateia, Laleska Rosana, 21, também dançava sem parar. Ela mora ali perto, em Interlagos, e é prima de um dos dançarinos de MC Gui, que sensualizava no palco. Todo o espetáculo lembrou um programa de auditório pós-apocalítico, deslocado para um descampado alagado.
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Estandes temporários tentam conquistar cliente permanente
Para alavancar as vendas neste Natal, algumas lojas estão apostando em espaços físicos temporários para divulgar seus produtos e ampliar a base de clientes. A CPTM e o Metrô de São Paulo observaram este filão de mercado e, neste ano, reforçaram sua atenção para as festas de final de ano. A Estação Panetones, que tem três pontos permanentes no Metrô, abriu a primeira loja temporária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Inaugurada há 15 dias, ela ficará na estação Brás até o final de janeiro. "Diariamente olho os sites do Metrô e da CPTM, onde são publicadas as licitações", diz o dono da Estação Panetones, Claudionei dos Santos. A aposta que a CPTM faz é justamente baseada nos bons resultados do Metrô. Em 2015, eram seis estações ocupadas no período do Natal. Neste ano, são 13. Os projetos sazonais de Natal representarão um crescimento de 2% a 4% no faturamento da empresa. As opções são variadas: máquina de produtos, estandes abertos, lojas e quiosques. Os preços variam de acordo com o fluxo de passageiros da estação. Todas as modalidades de ações temporárias tiveram aumento de procura este ano. "A área de estética tem tido uma procura muito grande, o que faz sentido, já que 56% dos usuários do metrô são mulheres", afirma Luiz Sales, chefe do departamento de negócios do Metrô. FIDELIZAR O mais importante é estudar o local, explica o publicitário Marcio Franco, da Agência Tudo. "Às vezes, você vende muito, mas passando a sazonalidade não vende mais, porque não fidelizou o cliente. É preciso entender onde está seu público alvo." Pensando nessa estratégia, a marca de cosméticos Azenka escolheu Heliópolis, na zona sul de São Paulo, para colocar balcões de venda de seus produtos. A ideia da empresa, com sede em Fortaleza, é também angariar novos revendedores para fortalecer seu nome no Sudeste. Por isso, os balcões estarão atrelados a palestras sobre empreendedorismo feminino. "Buscamos um lugar com uma grande quantidade de pessoas", explica a gerente comercial, Marcella Franke. Na luta para chamar a atenção, há quem aposte na emoção do Natal. A agência de publicidade MCM Brand Experience criou um pacote de serviços de decoração e intervenções natalinas. Entre as ações mais pedidas estão a iluminação movida a bicicleta e o coral temático."As ações criam uma identificação emocional com a marca", diz o diretor de marketing da empresa, Raphael Pagotto. A lei máxima é se programar para aproveitar ao máximo o período pré-festas. A Azenka corre para expor seus 15 balcões espalhados pelo bairro de Heliópolis. "Um tipo de ação assim não tem tanto apelo em janeiro", diz a gerente comercial.
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Estandes temporários tentam conquistar cliente permanentePara alavancar as vendas neste Natal, algumas lojas estão apostando em espaços físicos temporários para divulgar seus produtos e ampliar a base de clientes. A CPTM e o Metrô de São Paulo observaram este filão de mercado e, neste ano, reforçaram sua atenção para as festas de final de ano. A Estação Panetones, que tem três pontos permanentes no Metrô, abriu a primeira loja temporária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Inaugurada há 15 dias, ela ficará na estação Brás até o final de janeiro. "Diariamente olho os sites do Metrô e da CPTM, onde são publicadas as licitações", diz o dono da Estação Panetones, Claudionei dos Santos. A aposta que a CPTM faz é justamente baseada nos bons resultados do Metrô. Em 2015, eram seis estações ocupadas no período do Natal. Neste ano, são 13. Os projetos sazonais de Natal representarão um crescimento de 2% a 4% no faturamento da empresa. As opções são variadas: máquina de produtos, estandes abertos, lojas e quiosques. Os preços variam de acordo com o fluxo de passageiros da estação. Todas as modalidades de ações temporárias tiveram aumento de procura este ano. "A área de estética tem tido uma procura muito grande, o que faz sentido, já que 56% dos usuários do metrô são mulheres", afirma Luiz Sales, chefe do departamento de negócios do Metrô. FIDELIZAR O mais importante é estudar o local, explica o publicitário Marcio Franco, da Agência Tudo. "Às vezes, você vende muito, mas passando a sazonalidade não vende mais, porque não fidelizou o cliente. É preciso entender onde está seu público alvo." Pensando nessa estratégia, a marca de cosméticos Azenka escolheu Heliópolis, na zona sul de São Paulo, para colocar balcões de venda de seus produtos. A ideia da empresa, com sede em Fortaleza, é também angariar novos revendedores para fortalecer seu nome no Sudeste. Por isso, os balcões estarão atrelados a palestras sobre empreendedorismo feminino. "Buscamos um lugar com uma grande quantidade de pessoas", explica a gerente comercial, Marcella Franke. Na luta para chamar a atenção, há quem aposte na emoção do Natal. A agência de publicidade MCM Brand Experience criou um pacote de serviços de decoração e intervenções natalinas. Entre as ações mais pedidas estão a iluminação movida a bicicleta e o coral temático."As ações criam uma identificação emocional com a marca", diz o diretor de marketing da empresa, Raphael Pagotto. A lei máxima é se programar para aproveitar ao máximo o período pré-festas. A Azenka corre para expor seus 15 balcões espalhados pelo bairro de Heliópolis. "Um tipo de ação assim não tem tanto apelo em janeiro", diz a gerente comercial.
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Marcelo Coutinho: Os escotomizados
Os brasileiros fantasiam em tirar o bilhete premiado. Não somos os únicos assim. A "fezinha" é universal. Mas talvez não tenha havido nos últimos anos um povo no mundo tão iludido quanto o nosso. Da potência emergente de 2008, de um Bric que éramos, não restou agora nem os tijolos ("brick" em português). O vendedor de ilusões por aqui superou o grande Houdini, no tempo e na quantidade de pessoas que conseguiu ludibriar. Lula não foi o único responsável pelo que aconteceu no país. O escotoma foi generalizado. As mentes brasileiras e estrangeiras viram o que quiseram ver, isto é, um gigante erguido pela própria natureza. A mágica foi com o petróleo em camadas profundas, acompanhado pelo milagre da multiplicação da soja e minério de ferro. Tudo enganoso como o coelho da cartola. Hoje no mercado valem no máximo três pontos no volante apostado. Ainda é alguma coisa, porém, longe de nos tirar da retração econômica na qual nos metemos. A queda na indústria já era sentida em 2009. Retrocedíamos de maneira estrutural ao primarismo exportador, altamente vulnerável. Indicadores do setor produtivo, do comércio exterior e das contas públicas eram abundantes, ano a ano. Não vimos a precariedade do nosso crescimento porque estávamos hipnotizados por um delírio de grandeza instantânea. Foi inútil algumas vozes destoantes tentarem acordar os escotomizados. Quanto mais era mostrada a realidade dura e crua, mais fechavam os olhos para ela. Uma mistura de orgulho, teimosia e, mais recentemente, desespero. A economia brasileira desmoronou, e a política escorrega pelo lamaçal da corrupção rumo à instabilidade. Os vizinhos aumentam nossa preocupação. Na Argentina, uma presidenta acusada de assassinato enfrenta multidões nas ruas com ameaças. Na Venezuela, a ditadura amadurece suas raízes. Os líderes da região proporcionaram uma miragem latino-americana e agora enfrentam labirintos sem fio de Ariadne. O despertar dos escotomizados é imprevisível. Dilma perdeu popularidade muito cedo e está completamente desorientada. O verão mais árido dos últimos tempos mal acabou e já querem a recém-eleita fora do Palácio do Planalto. Experimentamos no último domingo, 15 de março, a maior manifestação popular democrática desde as Diretas Já. A moça cerrada ao meio no caixote não sabe como voltar ao normal, e a plateia se inquieta com as chamas que já lambem as cortinas ao seu redor. Não dá mais para fingir que está tudo bem, que somos uma potência global em ascensão e que a América do Sul está se integrando. O truque acabou. O bilhete premiado nunca foi verdadeiro. Em "Os Bestializados" (ed. Cia das Letras), José Murilo de Carvalho mostra que a grande maioria dos brasileiros simplesmente assistiu o processo de consolidação da República sem qualquer participação no século 19. Era também um período de desorganização política e econômica do Brasil, que atingia, sobretudo, os mais pobres. A despeito das suas condições sociais deterioradas pela falta de trabalho e a carestia crescente, esses setores continuaram "bestializados" pelas elites da época até, ao menos, a Revolta da Vacina, em 1904. As lideranças políticas conseguiram levar o povo na maciota apesar do enorme descontentamento. Ao contrário dos bestializados desse passado remoto na nossa história, meros espectadores das mudanças políticas, os escotomizados de hoje escolheram por vontade própria ofuscar a razão para viver um devaneio. As consequências desse auto-embuste são bem maiores do que a dor de manter a lucidez. MARCELO COUTINHO, 40, é professor doutor e Pesquisador de Relações Internacionais na UnB, UFRJ e IUPERJ * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Marcelo Coutinho: Os escotomizadosOs brasileiros fantasiam em tirar o bilhete premiado. Não somos os únicos assim. A "fezinha" é universal. Mas talvez não tenha havido nos últimos anos um povo no mundo tão iludido quanto o nosso. Da potência emergente de 2008, de um Bric que éramos, não restou agora nem os tijolos ("brick" em português). O vendedor de ilusões por aqui superou o grande Houdini, no tempo e na quantidade de pessoas que conseguiu ludibriar. Lula não foi o único responsável pelo que aconteceu no país. O escotoma foi generalizado. As mentes brasileiras e estrangeiras viram o que quiseram ver, isto é, um gigante erguido pela própria natureza. A mágica foi com o petróleo em camadas profundas, acompanhado pelo milagre da multiplicação da soja e minério de ferro. Tudo enganoso como o coelho da cartola. Hoje no mercado valem no máximo três pontos no volante apostado. Ainda é alguma coisa, porém, longe de nos tirar da retração econômica na qual nos metemos. A queda na indústria já era sentida em 2009. Retrocedíamos de maneira estrutural ao primarismo exportador, altamente vulnerável. Indicadores do setor produtivo, do comércio exterior e das contas públicas eram abundantes, ano a ano. Não vimos a precariedade do nosso crescimento porque estávamos hipnotizados por um delírio de grandeza instantânea. Foi inútil algumas vozes destoantes tentarem acordar os escotomizados. Quanto mais era mostrada a realidade dura e crua, mais fechavam os olhos para ela. Uma mistura de orgulho, teimosia e, mais recentemente, desespero. A economia brasileira desmoronou, e a política escorrega pelo lamaçal da corrupção rumo à instabilidade. Os vizinhos aumentam nossa preocupação. Na Argentina, uma presidenta acusada de assassinato enfrenta multidões nas ruas com ameaças. Na Venezuela, a ditadura amadurece suas raízes. Os líderes da região proporcionaram uma miragem latino-americana e agora enfrentam labirintos sem fio de Ariadne. O despertar dos escotomizados é imprevisível. Dilma perdeu popularidade muito cedo e está completamente desorientada. O verão mais árido dos últimos tempos mal acabou e já querem a recém-eleita fora do Palácio do Planalto. Experimentamos no último domingo, 15 de março, a maior manifestação popular democrática desde as Diretas Já. A moça cerrada ao meio no caixote não sabe como voltar ao normal, e a plateia se inquieta com as chamas que já lambem as cortinas ao seu redor. Não dá mais para fingir que está tudo bem, que somos uma potência global em ascensão e que a América do Sul está se integrando. O truque acabou. O bilhete premiado nunca foi verdadeiro. Em "Os Bestializados" (ed. Cia das Letras), José Murilo de Carvalho mostra que a grande maioria dos brasileiros simplesmente assistiu o processo de consolidação da República sem qualquer participação no século 19. Era também um período de desorganização política e econômica do Brasil, que atingia, sobretudo, os mais pobres. A despeito das suas condições sociais deterioradas pela falta de trabalho e a carestia crescente, esses setores continuaram "bestializados" pelas elites da época até, ao menos, a Revolta da Vacina, em 1904. As lideranças políticas conseguiram levar o povo na maciota apesar do enorme descontentamento. Ao contrário dos bestializados desse passado remoto na nossa história, meros espectadores das mudanças políticas, os escotomizados de hoje escolheram por vontade própria ofuscar a razão para viver um devaneio. As consequências desse auto-embuste são bem maiores do que a dor de manter a lucidez. MARCELO COUTINHO, 40, é professor doutor e Pesquisador de Relações Internacionais na UnB, UFRJ e IUPERJ * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Eleições impulsionam mercado; Bolsa sobe 1,87% e dólar cai 1,41%, a R$ 3,20
Os investidores gostaram do resultado das eleições municipais deste domingo (2), que evidenciou o enfraquecimento do PT e fortalecimento dos partidos da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB). O real teve a maior valorização frente ao dólar entre as principais moedas nesta segunda-feira (3), para o patamar de R$ 3,20. O Ibovespa subiu 1,87%, descolando-se da Bolsa de Nova York, que operou em baixa durante toda a sessão. Os juros futuros, principalmente os de longo prazo, e o CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, tiveram forte queda. Segundo analistas, o cenário político foi o principal fator que impulsionou o mercado doméstico neste pregão. "O resultado das urnas fortalece a base aliada do governo Temer e facilita a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso", avalia Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. "Se as eleições tivessem sido favoráveis ao PT, o mercado estaria de cabeça para baixo. O resultado tirou um peso sobre o dólar", acrescenta. Apesar de ter perdido a eleições em cidades importantes, como o Rio de Janeiro, o PMDB, partido de Temer, se mantém com o maior números de prefeitos em todo país. O PSDB, além de ter vencido em São Paulo logo no primeiro turno, permanece como segunda maior força no cenário nacional. O partido tem exigido do governo Temer compromisso com ajuste fiscal e as reformas trabalhista e da Previdência. Já o PT, partido dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu mais da metade das prefeituras que obtivera nas eleições de 2012, caindo do 3º para 10º lugar no ranking. "O resultado eleitoral foi favorável a Temer e abre caminho para a aprovação da PEC 241, que limita o avanço dos gastos públicos pelo IPCA do ano anterior", comenta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório. "Estas eleições municipais dão uma ideia de como será o jogo na eleição presidencial de 2018, com o PSDB ganhando força, em detrimento do PT", comenta Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, com a inesperada vitória do tucano João Doria no primeiro turno, "a capital paulista passa uma mensagem forte a Brasília, de que as reformas econômicas têm sinal verde da principal capital do país". Segundo Perfeito, o efeito econômico disso pôde ser visto no pregão desta segunda-feira, com com alta da Bolsa e queda do dólar. "Mas o mais importante é ver os juros longos caírem mais, sinalizando que o mercado 'leu' a vitória de Doria como um referendo às reformas", escreve. Também agradam aos investidores a disposição de Doria em privatizar o autódromo de Interlagos e todo o complexo do Anhembi. BOLSA O Ibovespa fechou com ganho de 1,87%, aos 59.461,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. As ações da Petrobras avançaram 2,94%, a R$ 13,97 (PN), e 2,97%, a R$ 15,59 (ON). Os papéis da estatal foram beneficiados pela alta de mais de 3,5% do petróleo no mercado internacional, com o otimismo dos investidores em relação ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para conter o excesso de oferta. Os papéis PNA da mineradora Vale ganharam 2,53%, a R$ 15,79, e os ON tinham valorização de 1,62%, a R$ 18,10. As ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, avançaram 5,53%, liderando as altas do índice. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 2,39%; Bradesco PN, +2,26%; Bradesco ON, +1,97%; Banco do Brasil ON, +2,36%; Santander unit, +0,50%; e BM&FBovespa ON, +3,50%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,41%, a R$ 3,2060. A moeda americana à vista, que encerra o pregão mais cedo, perdeu 0,59%, a R$ 3,2257. A moeda americana teve comportamento misto frente a outras moedas nesta sessão, mas a maior desvalorização foi frente ao real. Pela manhã, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,770% para 13,720%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,190% pra 12,090%, no patamar mais baixo desde janeiro de 2015. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,580% para 11,380%, no menor nível em quase dois anos. O mercado aposta numa redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, em 19 de outubro. O CDS de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,92%, aos 267,762 pontos. EXTERIOR Em Nova York, após as fortes altas na sexta-feira (30), o índice S&P 500 terminou em queda de 0,33%; o Dow Jones, -0,30%; e o Nasdaq, -0,21%. Os índices foram pressionados pelo indicador ISM de manufatura de setembro, que avançou para 51,5 em setembro, acima da mediana das estimativas de analistas (50,4) e ante 49,4 em agosto. O dado elevou as apostas de uma alta dos juros americanos ainda neste ano, o que impulsionou o dólar frente a várias moedas nesta sessão. Nesta sexta-feira (7), saem os números sobre a criação de empregos nos EUA em setembro, que podem ampliar a probabilidade de aumento dos juros americanos no curto prazo, caso venham fortes. Na Europa, a Bolsa de Londres terminou com ganho de 1,22%; Paris, +0,12%; Madri, -0,32%; e Milão, -0,77%. A Bolsa de Frankfurt está fechada por causa de um feriado. Na Ásia, as Bolsas chinesas não operam nesta semana também causa de um feriado. O índice NIkkei da Bolsa de Tóquio ganhou 0,90%.
mercado
Eleições impulsionam mercado; Bolsa sobe 1,87% e dólar cai 1,41%, a R$ 3,20Os investidores gostaram do resultado das eleições municipais deste domingo (2), que evidenciou o enfraquecimento do PT e fortalecimento dos partidos da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB). O real teve a maior valorização frente ao dólar entre as principais moedas nesta segunda-feira (3), para o patamar de R$ 3,20. O Ibovespa subiu 1,87%, descolando-se da Bolsa de Nova York, que operou em baixa durante toda a sessão. Os juros futuros, principalmente os de longo prazo, e o CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, tiveram forte queda. Segundo analistas, o cenário político foi o principal fator que impulsionou o mercado doméstico neste pregão. "O resultado das urnas fortalece a base aliada do governo Temer e facilita a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso", avalia Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. "Se as eleições tivessem sido favoráveis ao PT, o mercado estaria de cabeça para baixo. O resultado tirou um peso sobre o dólar", acrescenta. Apesar de ter perdido a eleições em cidades importantes, como o Rio de Janeiro, o PMDB, partido de Temer, se mantém com o maior números de prefeitos em todo país. O PSDB, além de ter vencido em São Paulo logo no primeiro turno, permanece como segunda maior força no cenário nacional. O partido tem exigido do governo Temer compromisso com ajuste fiscal e as reformas trabalhista e da Previdência. Já o PT, partido dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu mais da metade das prefeituras que obtivera nas eleições de 2012, caindo do 3º para 10º lugar no ranking. "O resultado eleitoral foi favorável a Temer e abre caminho para a aprovação da PEC 241, que limita o avanço dos gastos públicos pelo IPCA do ano anterior", comenta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório. "Estas eleições municipais dão uma ideia de como será o jogo na eleição presidencial de 2018, com o PSDB ganhando força, em detrimento do PT", comenta Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, com a inesperada vitória do tucano João Doria no primeiro turno, "a capital paulista passa uma mensagem forte a Brasília, de que as reformas econômicas têm sinal verde da principal capital do país". Segundo Perfeito, o efeito econômico disso pôde ser visto no pregão desta segunda-feira, com com alta da Bolsa e queda do dólar. "Mas o mais importante é ver os juros longos caírem mais, sinalizando que o mercado 'leu' a vitória de Doria como um referendo às reformas", escreve. Também agradam aos investidores a disposição de Doria em privatizar o autódromo de Interlagos e todo o complexo do Anhembi. BOLSA O Ibovespa fechou com ganho de 1,87%, aos 59.461,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. As ações da Petrobras avançaram 2,94%, a R$ 13,97 (PN), e 2,97%, a R$ 15,59 (ON). Os papéis da estatal foram beneficiados pela alta de mais de 3,5% do petróleo no mercado internacional, com o otimismo dos investidores em relação ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para conter o excesso de oferta. Os papéis PNA da mineradora Vale ganharam 2,53%, a R$ 15,79, e os ON tinham valorização de 1,62%, a R$ 18,10. As ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, avançaram 5,53%, liderando as altas do índice. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 2,39%; Bradesco PN, +2,26%; Bradesco ON, +1,97%; Banco do Brasil ON, +2,36%; Santander unit, +0,50%; e BM&FBovespa ON, +3,50%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,41%, a R$ 3,2060. A moeda americana à vista, que encerra o pregão mais cedo, perdeu 0,59%, a R$ 3,2257. A moeda americana teve comportamento misto frente a outras moedas nesta sessão, mas a maior desvalorização foi frente ao real. Pela manhã, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,770% para 13,720%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,190% pra 12,090%, no patamar mais baixo desde janeiro de 2015. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,580% para 11,380%, no menor nível em quase dois anos. O mercado aposta numa redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, em 19 de outubro. O CDS de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,92%, aos 267,762 pontos. EXTERIOR Em Nova York, após as fortes altas na sexta-feira (30), o índice S&P 500 terminou em queda de 0,33%; o Dow Jones, -0,30%; e o Nasdaq, -0,21%. Os índices foram pressionados pelo indicador ISM de manufatura de setembro, que avançou para 51,5 em setembro, acima da mediana das estimativas de analistas (50,4) e ante 49,4 em agosto. O dado elevou as apostas de uma alta dos juros americanos ainda neste ano, o que impulsionou o dólar frente a várias moedas nesta sessão. Nesta sexta-feira (7), saem os números sobre a criação de empregos nos EUA em setembro, que podem ampliar a probabilidade de aumento dos juros americanos no curto prazo, caso venham fortes. Na Europa, a Bolsa de Londres terminou com ganho de 1,22%; Paris, +0,12%; Madri, -0,32%; e Milão, -0,77%. A Bolsa de Frankfurt está fechada por causa de um feriado. Na Ásia, as Bolsas chinesas não operam nesta semana também causa de um feriado. O índice NIkkei da Bolsa de Tóquio ganhou 0,90%.
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Nasa lança satélites para ter maior precisão ao medir potência de furacões
Após dois adiamentos, a Nasa lançou com sucesso nesta quinta-feira uma frota de oito micro-satélites para prever e medir melhor a potência das tempestades tropicais e dos furacões, segundo as imagens ao vivo da televisão da agência espacial americana. O foguete Pegasus de três etapas, de 22,6 toneladas e 17 metros de comprimento, da empresa Orbital ATK, que transporta os satélites do programa CYGNSS (Cyclone Global Navigation Satellite System Mission), foi lançado às 13h38 GMT (11h38 de Brasília) do avião trijet L-1011 Stargazer, ao que estava anexado, a 12.000 metros de altitude sobre o oceano Atlântico. "Nossa capacidade de antecipar a potência dos furacões quando estes vão tocar terra vai ser enormemente melhorada com os satélites CYGNSS", disse antes do lançamento Christopher Ruf, da Universidade de Michigan, responsável científico desta missão. A ignição do motor da primeira etapa do Pegasus ocorreu cinco segundos depois de que se soltou do foguete. O avião trijet L-1011 Stargazer, uma antiga aeronave de transporte civil modificada, tinha decolado mais cedo nesta quinta-feira (15) da base da Força Aérea dos Estados Unidos em Cabo Canaveral, na Flórida. Pouco menos de 15 minutos depois, os micro-satélites entraram na órbita terrestre a 500 km de altitude acima do Equador, onde se formam a maioria das tempestades tropicais e furacões. Com um custo de 157 milhões de dólares, a missão CYGNSS medirá a velocidade do vento sobre os oceanos melhorando a capacidade dos cientistas em entender e prever os furacões. Os satélites, que pesam cada um 64 kg e que com os painéis solares desacoplados têm o tamanho de um cisne adulto, obterão seus dados provenientes de sinais de quatro outros satélites a partir da rede de GPS. Essa informação é importante para ajudar os meteorologistas a determinar se as tempestades tropicais ganham ou perdem força, o que é difícil estimar com os instrumentos dos satélites atualmente desacoplados. Esses últimos não podem penetrar em fortes chuvas e os aviões "caçadores de furacões" podem voar apenas sobre algumas partes específicas das tempestades, e não com frequência suficiente para perceber sua evolução.
ciencia
Nasa lança satélites para ter maior precisão ao medir potência de furacõesApós dois adiamentos, a Nasa lançou com sucesso nesta quinta-feira uma frota de oito micro-satélites para prever e medir melhor a potência das tempestades tropicais e dos furacões, segundo as imagens ao vivo da televisão da agência espacial americana. O foguete Pegasus de três etapas, de 22,6 toneladas e 17 metros de comprimento, da empresa Orbital ATK, que transporta os satélites do programa CYGNSS (Cyclone Global Navigation Satellite System Mission), foi lançado às 13h38 GMT (11h38 de Brasília) do avião trijet L-1011 Stargazer, ao que estava anexado, a 12.000 metros de altitude sobre o oceano Atlântico. "Nossa capacidade de antecipar a potência dos furacões quando estes vão tocar terra vai ser enormemente melhorada com os satélites CYGNSS", disse antes do lançamento Christopher Ruf, da Universidade de Michigan, responsável científico desta missão. A ignição do motor da primeira etapa do Pegasus ocorreu cinco segundos depois de que se soltou do foguete. O avião trijet L-1011 Stargazer, uma antiga aeronave de transporte civil modificada, tinha decolado mais cedo nesta quinta-feira (15) da base da Força Aérea dos Estados Unidos em Cabo Canaveral, na Flórida. Pouco menos de 15 minutos depois, os micro-satélites entraram na órbita terrestre a 500 km de altitude acima do Equador, onde se formam a maioria das tempestades tropicais e furacões. Com um custo de 157 milhões de dólares, a missão CYGNSS medirá a velocidade do vento sobre os oceanos melhorando a capacidade dos cientistas em entender e prever os furacões. Os satélites, que pesam cada um 64 kg e que com os painéis solares desacoplados têm o tamanho de um cisne adulto, obterão seus dados provenientes de sinais de quatro outros satélites a partir da rede de GPS. Essa informação é importante para ajudar os meteorologistas a determinar se as tempestades tropicais ganham ou perdem força, o que é difícil estimar com os instrumentos dos satélites atualmente desacoplados. Esses últimos não podem penetrar em fortes chuvas e os aviões "caçadores de furacões" podem voar apenas sobre algumas partes específicas das tempestades, e não com frequência suficiente para perceber sua evolução.
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FGV promove seminário sobre impacto social no varejo, em São Paulo
Estão abertas as incrições para particiar do seminário "Impacto Social no Varejo", que ocorrerá na próxima quarta (29), pela manhã, no salão nobre da FGV EAESP. O evento é organizado peplo administrador e especialista em varejo Edgard Barki e será dividido em dois blocos. O primeiro, sobre como ter impacto social no varejo, contará com a presença de Laura Pires, do Grupo Pão de Açucar, Tânia Veludo, da FGV, e Fernanda Canal, do Instituto Leo. O segundo, que vai falar sobre como promover impacto na cadeia de valor, terá a presença de Fábio Mendes, do Instituto Chão, e Rozalia Delgaudio, da C&a. As inscrições podem ser realizadas neste endereço e variam entre R$280 e R$560, mas serão mais baratas se confirmadas até esta quarta (22).
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FGV promove seminário sobre impacto social no varejo, em São PauloEstão abertas as incrições para particiar do seminário "Impacto Social no Varejo", que ocorrerá na próxima quarta (29), pela manhã, no salão nobre da FGV EAESP. O evento é organizado peplo administrador e especialista em varejo Edgard Barki e será dividido em dois blocos. O primeiro, sobre como ter impacto social no varejo, contará com a presença de Laura Pires, do Grupo Pão de Açucar, Tânia Veludo, da FGV, e Fernanda Canal, do Instituto Leo. O segundo, que vai falar sobre como promover impacto na cadeia de valor, terá a presença de Fábio Mendes, do Instituto Chão, e Rozalia Delgaudio, da C&a. As inscrições podem ser realizadas neste endereço e variam entre R$280 e R$560, mas serão mais baratas se confirmadas até esta quarta (22).
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Temer vê Janot mais fraco, mas avalia que segunda denúncia será inevitável
O presidente Michel Temer viu enfraquecimento político do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS. Mas avalia que as investidas da Procuradoria seguem e que a apresentação de uma segunda denúncia contra ele será inevitável. Foi por telefone que Temer soube da decisão de Janot de investigar indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo da JBS. Em viagem à China para a reunião da cúpula dos Brics, o presidente recebeu às 6h desta terça (5) –19h de segunda (4) em Brasília– a ligação de um assessor que o informou sobre a fala pública do procurador. Em seguida, mais uma ligação do Palácio do Planalto repassou a Temer o resultado do pronunciamento. Segundo auxiliares, o presidente reforçou a tese de que a delação dos executivos da JBS é "mentirosa" e de que havia "omissão" de dados nos depoimentos prestados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, que comprometem diretamente o peemedebista. Joesley afirma que, em conversa gravada no Palácio do Jaburu, relatou a Temer que pagava pelo silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre outros crimes, e que recebeu o aval do presidente, que nega qualquer irregularidade. A assessores, Temer disse que "a verdade vai prevalecer", mas avaliou que é inevitável que Janot apresente a segunda denúncia contra ele, desta vez por obstrução de Justiça e formação de quadrilha, nos próximos dias, antes que o procurador-geral deixe o cargo, em 17 de setembro. REPERCUSSÃO O Planalto acredita que a repercussão da decisão de Janot sobre a delação da JBS é "ótima" para o governo, pois terá reflexo político direto entre os parlamentares que irão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente na Câmara. Na opinião de ministros e assessores de Temer, Janot perdeu força e mostrou que a delação da JBS é frágil, o que fortalece os argumentos de Temer entre os deputados. A tese que será ecoada entre os políticos é a de que a apresentação de uma segunda denúncia contra o presidente é "incoerente" e "açodada", visto que estaria baseada em um acordo "questionável". Como acredita que Janot vai cumprir seu cronograma e apresentar a nova denúncia contra ele, Temer irá, mais uma vez, apostar no espírito de corpo entre os políticos e no discurso de desqualificar os delatores –reforçado, inclusive, pela decisão de Janot em investigar possíveis omissões dos executivos da JBS. Para o presidente, isso servirá de argumento para convencer os deputados a, pela segunda vez, barrar a nova acusação formal contra ele. O Planalto acredita que, após a apresentação da nova denúncia contra Temer, a Câmara deve levar até duas semanas para votá-la em plenário. Assim que o presidente retornar ao Brasil, na madrugada desta quarta (6), vai se dedicar às conversas com os parlamentares para implementar seu discurso de convencimento. ESTRATÉGIA JURÍDICA Após conversar com assessores políticos, Temer falou ao telefone com seu advogado, Antônio Cláudio Mariz, para discutir sua estratégia jurídica a partir de agora. O advogado disse que não é possível avançar sem ver a peça que será apresentada por Janot, mas consentiu a ideia de apostar na fragilidade da delação e da narrativa da JBS. O presidente afirmou que é preciso saber mais sobre os fatos que estão nos áudios, classificados como "gravíssimos" por Janot, antes de se fazer um diagnóstico mais preciso e questionar a validade das provas contra ele. O procurador-geral declarou que, mesmo que o acordo da JBS seja rescindido, as provas produzidas até aqui continuarão válidas –inclusive as que ele diz que existem contra Temer. * VAIVÉM DA DELAÇÃO Como foi fechado acordo da J&F e o que pode mudar 7 delatores 1.829 políticos citados Data do acordo 3.mai.2017 Período das irregularidades 2002 a 2017 Consequências políticas > Instaurou-se a maior crise política da gestão Temer > Rodrigo Rocha Loures e Aécio Neves foram afastados do Congresso ACORDO SOB SUSPEITA Investigação pedida pela PGR nesta segunda-feira (4) Origem Gravação de cerca de quatro horas de conversa entre os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud Suspeitas > Indícios de crimes cometidos por agentes da PGR e do STF (Supremo Tribunal Federal) > Indícios de omissão de informações PRÓXIMOS PASSOS > Os delatores Joesley, Saud e Francisco de Assis e o advogado Marcelo Miller terão que depor até sexta-feira (8) para esclarecer o áudio > O escritório Trench, Rossi e Watanabe terá que informar em cinco dias as causas da demissão de Miller e da advogada Esther Flesch, responsável por sua contratação CONSEQUÊNCIAS > Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo poderá ser revisto e até rescindido > A eventual rescisão da delação não invalida as provas, segundo Janot
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Temer vê Janot mais fraco, mas avalia que segunda denúncia será inevitávelO presidente Michel Temer viu enfraquecimento político do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS. Mas avalia que as investidas da Procuradoria seguem e que a apresentação de uma segunda denúncia contra ele será inevitável. Foi por telefone que Temer soube da decisão de Janot de investigar indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo da JBS. Em viagem à China para a reunião da cúpula dos Brics, o presidente recebeu às 6h desta terça (5) –19h de segunda (4) em Brasília– a ligação de um assessor que o informou sobre a fala pública do procurador. Em seguida, mais uma ligação do Palácio do Planalto repassou a Temer o resultado do pronunciamento. Segundo auxiliares, o presidente reforçou a tese de que a delação dos executivos da JBS é "mentirosa" e de que havia "omissão" de dados nos depoimentos prestados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, que comprometem diretamente o peemedebista. Joesley afirma que, em conversa gravada no Palácio do Jaburu, relatou a Temer que pagava pelo silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre outros crimes, e que recebeu o aval do presidente, que nega qualquer irregularidade. A assessores, Temer disse que "a verdade vai prevalecer", mas avaliou que é inevitável que Janot apresente a segunda denúncia contra ele, desta vez por obstrução de Justiça e formação de quadrilha, nos próximos dias, antes que o procurador-geral deixe o cargo, em 17 de setembro. REPERCUSSÃO O Planalto acredita que a repercussão da decisão de Janot sobre a delação da JBS é "ótima" para o governo, pois terá reflexo político direto entre os parlamentares que irão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente na Câmara. Na opinião de ministros e assessores de Temer, Janot perdeu força e mostrou que a delação da JBS é frágil, o que fortalece os argumentos de Temer entre os deputados. A tese que será ecoada entre os políticos é a de que a apresentação de uma segunda denúncia contra o presidente é "incoerente" e "açodada", visto que estaria baseada em um acordo "questionável". Como acredita que Janot vai cumprir seu cronograma e apresentar a nova denúncia contra ele, Temer irá, mais uma vez, apostar no espírito de corpo entre os políticos e no discurso de desqualificar os delatores –reforçado, inclusive, pela decisão de Janot em investigar possíveis omissões dos executivos da JBS. Para o presidente, isso servirá de argumento para convencer os deputados a, pela segunda vez, barrar a nova acusação formal contra ele. O Planalto acredita que, após a apresentação da nova denúncia contra Temer, a Câmara deve levar até duas semanas para votá-la em plenário. Assim que o presidente retornar ao Brasil, na madrugada desta quarta (6), vai se dedicar às conversas com os parlamentares para implementar seu discurso de convencimento. ESTRATÉGIA JURÍDICA Após conversar com assessores políticos, Temer falou ao telefone com seu advogado, Antônio Cláudio Mariz, para discutir sua estratégia jurídica a partir de agora. O advogado disse que não é possível avançar sem ver a peça que será apresentada por Janot, mas consentiu a ideia de apostar na fragilidade da delação e da narrativa da JBS. O presidente afirmou que é preciso saber mais sobre os fatos que estão nos áudios, classificados como "gravíssimos" por Janot, antes de se fazer um diagnóstico mais preciso e questionar a validade das provas contra ele. O procurador-geral declarou que, mesmo que o acordo da JBS seja rescindido, as provas produzidas até aqui continuarão válidas –inclusive as que ele diz que existem contra Temer. * VAIVÉM DA DELAÇÃO Como foi fechado acordo da J&F e o que pode mudar 7 delatores 1.829 políticos citados Data do acordo 3.mai.2017 Período das irregularidades 2002 a 2017 Consequências políticas > Instaurou-se a maior crise política da gestão Temer > Rodrigo Rocha Loures e Aécio Neves foram afastados do Congresso ACORDO SOB SUSPEITA Investigação pedida pela PGR nesta segunda-feira (4) Origem Gravação de cerca de quatro horas de conversa entre os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud Suspeitas > Indícios de crimes cometidos por agentes da PGR e do STF (Supremo Tribunal Federal) > Indícios de omissão de informações PRÓXIMOS PASSOS > Os delatores Joesley, Saud e Francisco de Assis e o advogado Marcelo Miller terão que depor até sexta-feira (8) para esclarecer o áudio > O escritório Trench, Rossi e Watanabe terá que informar em cinco dias as causas da demissão de Miller e da advogada Esther Flesch, responsável por sua contratação CONSEQUÊNCIAS > Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo poderá ser revisto e até rescindido > A eventual rescisão da delação não invalida as provas, segundo Janot
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Capital do Nepal reabre monumentos históricos após terremoto
Katmandu reabriu nesta segunda-feira (15) seus monumentos históricos, sete semanas depois do terremoto que destruiu parte de seu patrimônio cultural e apesar de ainda existirem problemas de segurança. A praça Durbar de Bhaktapur, perto da capital, uma praça com templos hindus, palácios e estátuas, algumas delas danificadas pelo terremoto, foi reaberta com uma cerimônia com músicas e danças tradicionais. O terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Nepal no dia 25 de abril matou mais de 8.700 pessoas e destruiu parte das três antigas praças reais (as chamadas Durbar Square) de Katmandu, Patan e Bhaktapur, todas inscritas no patrimônio mundial da Unesco. "O Nepal é um país seguro, não se preocupem, essa é a nossa mensagem de hoje", disse o diretor-geral do departamento de Arqueologia do ministério de Turismo, Bhesh Narayan Dahal. "Reabrir estes monumentos não é prematuro. Trata-se de preparar a próxima temporada turística, entre setembro e novembro, o momento mais propício para que os turistas venham", acrescentou. "Se eles considerarem que o Nepal é seguro, virão", afirmou este funcionário. O Nepal ainda sofre diariamente com tremores secundários e nas três praças reabertas nesta segunda-feira há escombros. Na de Katmandu, os pedestres precisam passar por um caminho estreito junto aos monumentos com cartazes advertindo para os riscos de desabamentos. Por sua vez, a Unesco disse estar preocupada pela reabertura porque as praças "seguem em estado precário". "Ainda há risco de desabamento dos edifícios. Na praça Durbar de Katmandu, há uma fachada inteira que pode cair sobre as pessoas que passam", disse Christian Manhart, diretor da Unesco no Nepal.
turismo
Capital do Nepal reabre monumentos históricos após terremotoKatmandu reabriu nesta segunda-feira (15) seus monumentos históricos, sete semanas depois do terremoto que destruiu parte de seu patrimônio cultural e apesar de ainda existirem problemas de segurança. A praça Durbar de Bhaktapur, perto da capital, uma praça com templos hindus, palácios e estátuas, algumas delas danificadas pelo terremoto, foi reaberta com uma cerimônia com músicas e danças tradicionais. O terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Nepal no dia 25 de abril matou mais de 8.700 pessoas e destruiu parte das três antigas praças reais (as chamadas Durbar Square) de Katmandu, Patan e Bhaktapur, todas inscritas no patrimônio mundial da Unesco. "O Nepal é um país seguro, não se preocupem, essa é a nossa mensagem de hoje", disse o diretor-geral do departamento de Arqueologia do ministério de Turismo, Bhesh Narayan Dahal. "Reabrir estes monumentos não é prematuro. Trata-se de preparar a próxima temporada turística, entre setembro e novembro, o momento mais propício para que os turistas venham", acrescentou. "Se eles considerarem que o Nepal é seguro, virão", afirmou este funcionário. O Nepal ainda sofre diariamente com tremores secundários e nas três praças reabertas nesta segunda-feira há escombros. Na de Katmandu, os pedestres precisam passar por um caminho estreito junto aos monumentos com cartazes advertindo para os riscos de desabamentos. Por sua vez, a Unesco disse estar preocupada pela reabertura porque as praças "seguem em estado precário". "Ainda há risco de desabamento dos edifícios. Na praça Durbar de Katmandu, há uma fachada inteira que pode cair sobre as pessoas que passam", disse Christian Manhart, diretor da Unesco no Nepal.
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Deputado comenta reportagem sobre etanol em Minas Gerais
A reportagem "Usinas têm alívio com ICMS menor do etanol em Minas" esquece-se completamente de mencionar que o Estado de São Paulo é o maior promotor histórico do setor sucroalcooleiro. Ao tratar a redução do ICMS em Minas Gerais como principal fator para alívio nas usinas no país, a reportagem deixa de informar que, em São Paulo, desde 2003, o governador Geraldo Alckmin baixou o imposto para 12%, o menor do país e dois pontos percentuais abaixo do que o cobrado atualmente em Minas. São Paulo é o maior mercado consumidor do Brasil e o maior produtor de etanol do país em iniciativas que hoje garantem a sobrevivência do setor em todo o país. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Deputado comenta reportagem sobre etanol em Minas GeraisA reportagem "Usinas têm alívio com ICMS menor do etanol em Minas" esquece-se completamente de mencionar que o Estado de São Paulo é o maior promotor histórico do setor sucroalcooleiro. Ao tratar a redução do ICMS em Minas Gerais como principal fator para alívio nas usinas no país, a reportagem deixa de informar que, em São Paulo, desde 2003, o governador Geraldo Alckmin baixou o imposto para 12%, o menor do país e dois pontos percentuais abaixo do que o cobrado atualmente em Minas. São Paulo é o maior mercado consumidor do Brasil e o maior produtor de etanol do país em iniciativas que hoje garantem a sobrevivência do setor em todo o país. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Edição gênica corta e muda DNA para combater doenças como a malária
Não apenas o controle, mas a erradicação da malária está mais próxima. A possibilidade veio graças a um estudo feito nos EUA que utilizou uma revolucionária técnica de "edição de genes". Já faz alguns anos que foi demonstrado ser possível modificar o mosquito transmissor da doença para se tornar resistente ao parasita que a causa; a grande questão era como espalhar essa mudança genética entre os insetos na natureza. Graças à técnica conhecida como Crispr-Cas9 isso passou a ser possível. O estudo, encabeçado por Anthony James, da Universidade da Califórnia em Irvine envolveu introduzir e propagar um gene com ação dual nos mosquitos da espécie Anopheles stephensi, responsável por 12% da transmissão da doença na Índia. Os alvos desse genes são duas proteínas essenciais produzidas durante o estágio infectante do parasita conhecido pelo nome científico Plasmodium falciparum. A eficiência na propagação foi de 98% na linha de células germinativas (como óvulos e espermatozoides), isto é, capazes de transmitir informação genética para prole. DNA tesoura Nos insetos, simplificadamente, a engenhoca molecular funciona assim: 1) O ponto de partida são mosquitos geneticamente alterados conseguirem se livrar dos parasitas causadores da malária; 2) O problema é que ao cruzar com mosquitos selvagens, os mosquitos filhos serão, na melhor das hipóteses, híbridos, com um gene "exterminador" de parasitas e outro selvagem (normal), ou seja, parte da terceira geração perderá a capacidade de lidar com os parasitas (por herdar dois genes selvagens); 3) A ideia é manter as duas cópias alteradas, mesmo que o mosquito só tenha uma a princípio e é aí que entra a novidade: os insetos foram programados para sempre copiarem o gene "exterminador" no lugar do gene selvagem; 4) Basicamente é uma automatização da edição genética. Dessa forma, é possível perpetuar o gene "exterminador" e espalhá-lo na população selvagem com grande eficiência; reduzindo ou até acabando com a transmissão da malária. O artigo com os achados foi publicado recentemente na revista científica "PNAS". Estudos com a técnica Crispr-Cas9 em células germinativas são polêmicos, pois com ela passou a ser possível "editar genes" em humanos. Há alguma relação, ainda que distante, com a eugenia, pseudociência que sugeria melhorar a espécie humana permitindo só a reprodução de pessoas "perfeitas". Bem menos preocupante, e eticamente aceitável, é empregar a técnica para corrigir mutações em pacientes doentes. Por exemplo, pesquisadores no Reino Unido curaram uma criança de um ano de idade de leucemia ao editar os genes de células-T, que participam do sistema de defesa do organismo. Em outro exemplo, três equipes independentes usaram a Crispr-Cas9 e mostraram que foi possível tratar uma distrofia muscular em camundongos (com isso abrindo a possibilidade de tratar uma doença hoje incurável em seres humanos). MILHÕES DE MORTES A malária já chegou a causar, em anos relativamente recentes, a morte de mais de um milhão de pessoas por ano, especialmente na África, ao sul do Saara. Em 2014, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença matou 580 mil pessoas. Um conjunto de medidas tem diminuído o número de mortes, como novas drogas, uso de mosquiteiros com inseticidas e mudanças no ambiente que impedem a proliferação de mosquitos. Desde 2001, afirma a OMS, em torno de 3,3 milhões de vidas foram salvas graças a essas medidas, mas a doença continua longe de estar sob controle. Mosquitos transgênicos poderiam fazer a balança pender a favor do controle, ou mesmo erradicação. Um consenso entre os pesquisadores da área é que não existe uma solução mágica para o problema, mas que para dominar a malária é preciso lutar em várias frentes, e a edição gênica com Crispr-Cas9 é a nova estrela do time. ORIGENS A técnica surgiu por acaso, quando se notou uma até então desconhecida defesa das bactérias para impedir a contaminação por vírus. Descobriu-se que a bactéria captura parte do material genético do vírus e o insere no seu próprio DNA, o que funciona como uma "vacina" contra o invasor. Para fazer isso, a bactéria usa enzimas (nucleases) como tesouras genéticas para editar o DNA. Depois, essas enzimas "picotam" os vírus caso um deles reapareça. A defesa natural da bactéria virou uma técnica de laboratório para editar genes a partir de 2012 e vem sendo aperfeiçoada desde então. De certo modo, a "estratégia" se assemelha à utilizada pelo exército americano na Guerra do Vietnã: "seek and destroy" ("buscar e destruir") -só que com melhor sucesso. A Crispr-Cas9 vem sendo apontada como grande promessa e foi chamada de revolucionária pela revista "Nature" e eleita "técnica do ano" de 2015 pela revista "Science". Colaborou GABRIEL ALVES
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Edição gênica corta e muda DNA para combater doenças como a maláriaNão apenas o controle, mas a erradicação da malária está mais próxima. A possibilidade veio graças a um estudo feito nos EUA que utilizou uma revolucionária técnica de "edição de genes". Já faz alguns anos que foi demonstrado ser possível modificar o mosquito transmissor da doença para se tornar resistente ao parasita que a causa; a grande questão era como espalhar essa mudança genética entre os insetos na natureza. Graças à técnica conhecida como Crispr-Cas9 isso passou a ser possível. O estudo, encabeçado por Anthony James, da Universidade da Califórnia em Irvine envolveu introduzir e propagar um gene com ação dual nos mosquitos da espécie Anopheles stephensi, responsável por 12% da transmissão da doença na Índia. Os alvos desse genes são duas proteínas essenciais produzidas durante o estágio infectante do parasita conhecido pelo nome científico Plasmodium falciparum. A eficiência na propagação foi de 98% na linha de células germinativas (como óvulos e espermatozoides), isto é, capazes de transmitir informação genética para prole. DNA tesoura Nos insetos, simplificadamente, a engenhoca molecular funciona assim: 1) O ponto de partida são mosquitos geneticamente alterados conseguirem se livrar dos parasitas causadores da malária; 2) O problema é que ao cruzar com mosquitos selvagens, os mosquitos filhos serão, na melhor das hipóteses, híbridos, com um gene "exterminador" de parasitas e outro selvagem (normal), ou seja, parte da terceira geração perderá a capacidade de lidar com os parasitas (por herdar dois genes selvagens); 3) A ideia é manter as duas cópias alteradas, mesmo que o mosquito só tenha uma a princípio e é aí que entra a novidade: os insetos foram programados para sempre copiarem o gene "exterminador" no lugar do gene selvagem; 4) Basicamente é uma automatização da edição genética. Dessa forma, é possível perpetuar o gene "exterminador" e espalhá-lo na população selvagem com grande eficiência; reduzindo ou até acabando com a transmissão da malária. O artigo com os achados foi publicado recentemente na revista científica "PNAS". Estudos com a técnica Crispr-Cas9 em células germinativas são polêmicos, pois com ela passou a ser possível "editar genes" em humanos. Há alguma relação, ainda que distante, com a eugenia, pseudociência que sugeria melhorar a espécie humana permitindo só a reprodução de pessoas "perfeitas". Bem menos preocupante, e eticamente aceitável, é empregar a técnica para corrigir mutações em pacientes doentes. Por exemplo, pesquisadores no Reino Unido curaram uma criança de um ano de idade de leucemia ao editar os genes de células-T, que participam do sistema de defesa do organismo. Em outro exemplo, três equipes independentes usaram a Crispr-Cas9 e mostraram que foi possível tratar uma distrofia muscular em camundongos (com isso abrindo a possibilidade de tratar uma doença hoje incurável em seres humanos). MILHÕES DE MORTES A malária já chegou a causar, em anos relativamente recentes, a morte de mais de um milhão de pessoas por ano, especialmente na África, ao sul do Saara. Em 2014, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença matou 580 mil pessoas. Um conjunto de medidas tem diminuído o número de mortes, como novas drogas, uso de mosquiteiros com inseticidas e mudanças no ambiente que impedem a proliferação de mosquitos. Desde 2001, afirma a OMS, em torno de 3,3 milhões de vidas foram salvas graças a essas medidas, mas a doença continua longe de estar sob controle. Mosquitos transgênicos poderiam fazer a balança pender a favor do controle, ou mesmo erradicação. Um consenso entre os pesquisadores da área é que não existe uma solução mágica para o problema, mas que para dominar a malária é preciso lutar em várias frentes, e a edição gênica com Crispr-Cas9 é a nova estrela do time. ORIGENS A técnica surgiu por acaso, quando se notou uma até então desconhecida defesa das bactérias para impedir a contaminação por vírus. Descobriu-se que a bactéria captura parte do material genético do vírus e o insere no seu próprio DNA, o que funciona como uma "vacina" contra o invasor. Para fazer isso, a bactéria usa enzimas (nucleases) como tesouras genéticas para editar o DNA. Depois, essas enzimas "picotam" os vírus caso um deles reapareça. A defesa natural da bactéria virou uma técnica de laboratório para editar genes a partir de 2012 e vem sendo aperfeiçoada desde então. De certo modo, a "estratégia" se assemelha à utilizada pelo exército americano na Guerra do Vietnã: "seek and destroy" ("buscar e destruir") -só que com melhor sucesso. A Crispr-Cas9 vem sendo apontada como grande promessa e foi chamada de revolucionária pela revista "Nature" e eleita "técnica do ano" de 2015 pela revista "Science". Colaborou GABRIEL ALVES
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Erros podem ser trágicos para ação contra chapa Dilma-Temer no TSE
A "Ilustríssima" publica desde segunda-feira (5) artigos relacionados ao julgamento das contas de campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer pelo TSE, que começa nesta terça (6). Em paralelo, a TV Folha transmite uma série de debates em torno do tema. Leia abaixo texto do advogado especializado em direito eleitoral Hélio Freitas de Carvalho da Silveira, que é membro consultor da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP. * Terá início nesta terça (6) o julgamento da chapa Dilma-Temer, acusada de abusar do poder econômico e político nas eleições presidenciais de 2014. Trata-se, sem dúvida, do processo mais importante da história da Justiça Eleitoral. É natural que, por isso, surjam inúmeras análises sobre os rumos que o caso tomará no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Tão fundamental quanto, porém, é voltar os olhares para o contexto inicial da ação e perceber o que se deve aprender com esse episódio traumático. Dilma Rousseff (PT) venceu as eleições de 2014 por margem pequena. Para se reeleger, sua propaganda usou tom acima do usual, o que gerou ressentimentos, especialmente dos concorrentes Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede). Isso contaminou a capacidade de diálogo entre importantes atores da política nacional. O ajuizamento da ação no TSE foi decorrência desse quadro, como ficou claro em recente gravação de conversa telefônica de Neves. O tucano reconhece que, de maneira irresponsável, teria iniciado o processo apenas como forma de revide (para "encher o saco", como ele disse). Quem analisa as petições iniciais desse caso verifica que foram apresentados ao TSE episódios de pouca importância ou fatos que, a despeito da gravidade, não guardavam conexão com a disputa de 2014 (as primeiras referências feitas pelo PSDB com relação à Lava Jato mencionavam propinas pagas em 2012 e 2013). Diante da fragilidade e da inviabilidade da ação, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, primeira relatora do caso no TSE, extinguiu a causa sem exame de mérito –isto é, sem nem apreciar se eram verdadeiros os episódios descritos. O plenário da corte, contudo, reformou essa decisão determinou que o processo seguisse em frente, admitindo ainda a inserção de novos fatos e a produção de outras provas. Ocorre que o direito eleitoral é marcado pela preclusão e pela celeridade, o que justifica a existência de prazos rígidos. A ação constitucional que trata do abuso de poder econômico deve ser ajuizada até no máximo 15 dias após a diplomação dos eleitos. Passado esse período, sobretudo após a manifestação das defesas, não deveria ser possível acrescentar fatos novos e, como consequência lógica, tampouco deveriam ser aceitas provas não indicadas no pedido inicial. EMENDAS O TSE, no entanto, autorizou que a ação contra a chapa Dilma-Temer fosse alvo de reiteradas emendas, gerando um processo mutante que ganhava novas feições a cada nova delação premiada que se tornava pública. Ao fazer esse movimento, a corte eleitoral se impôs alguns desafios. O primeiro seria reconhecer o abuso de poder econômico da chapa Dilma-Temer quando as provas indicam que os autores da ação incorreram em práticas equivalentes. A repressão ao abuso de poder nas eleições decorre da necessidade de preservar a igualdade de chances entre os competidores e garantir, com isso, a lisura e a normalidade da disputa. O próprio Aécio Neves, em conversa com o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), reconheceu que os métodos usuais de fazer política no país pelo caixa dois (o que parece encontrar eco em colaborações premiadas segundo as quais sua campanha presidencial de 2014 também foi contaminada com dinheiro não contabilizado, de origem duvidosa e destinado à compra de apoio de outras siglas). Se Aécio incorreu nos mesmos pecados e se a razão de ser do direito eleitoral é a preservação da igualdade de condições, o TSE teria dificuldade de penalizar a chapa Dilma-Temer e de deixar imunes outros tantos políticos que se valeram de condutas equivalentes. O outro desafio que o TSE se impôs diz respeito à cindibilidade da chapa, que é apontada por alguns como a solução para preservar o mandato do presidente Michel Temer (PMDB) em nome da estabilidade econômica. Decisão com esse conteúdo, entretanto, soaria casuística; a jurisprudência do tribunal é consolidada no sentido de que, uma vez afetada a igualdade na disputa, a cassação da chapa é medida de rigor. O artigo 91 do Código Eleitoral contempla a indivisibilidade da chapa majoritária, e o artigo 22, XIV, da lei complementar nº 64/90 indica que a consequência do abuso de poder é a cassação do registro ou diploma do titular e de seu vice. A discussão sobre a responsabilidade pelos atos torna-se relevante somente para aplicar ou não a pena de inelegibilidade. TRIBUNAL DE CORREÇÃO Por mais traumática que seja a situação, ela pode trazer lições extremamente valiosas para o Brasil. A mais evidente delas é que a Justiça Eleitoral, em questões relativas a abuso de poder, deve atuar para corrigir situações efetivamente graves. Não pode ser apenas um mecanismo para resolver crises políticas nem pode optar por soluções aparentemente mais fáceis ou agradáveis a determinados segmentos da sociedade, mas geradoras de insegurança jurídica. Deve ser severo o exame inicial sobre a viabilidade de uma ação eleitoral que possa afetar um mandato eletivo, já que seu relaxamento conduz, inexoravelmente, à excessiva judicialização dos pleitos, o que traz consigo os famigerados terceiros turnos e a instabilidade institucional danosa típica desses contextos. A segunda das lições é a urgência de o Brasil fazer um debate sobre o financiamento das campanhas. O uso generalizado do caixa dois é uma das descobertas mais evidentes da Operação Lava Jato, que já vem produzindo uma mudança geracional na política (enquanto velhos nomes são inseridos nos escândalos, surgem nomes novos que se apresentam como avessos à política). Contudo, sem uma discussão verdadeira sobre o custo das eleições, será questão de poucos anos até que esses políticos sem cabelo branco se vejam afetados pelos velhos problemas. Por fim, a lição de maior valor é que não se pode e não se deve perder, jamais, a capacidade de interlocução na política. O tom agressivo da última campanha presidencial minou o diálogo entre importantes atores nacionais, gerando como consequência o início irresponsável de uma empreitada tendente a cassar a chapa vencedora por meio de um processo levado a reboque pelas revelações da Lava Jato sem a devida limitação técnica que caberia à Justiça Eleitoral fazer. HÉLIO FREITAS DE CARVALHO DA SILVEIRA é advogado especializado em direito eleitoral e membro consultor da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP
ilustrissima
Erros podem ser trágicos para ação contra chapa Dilma-Temer no TSEA "Ilustríssima" publica desde segunda-feira (5) artigos relacionados ao julgamento das contas de campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer pelo TSE, que começa nesta terça (6). Em paralelo, a TV Folha transmite uma série de debates em torno do tema. Leia abaixo texto do advogado especializado em direito eleitoral Hélio Freitas de Carvalho da Silveira, que é membro consultor da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP. * Terá início nesta terça (6) o julgamento da chapa Dilma-Temer, acusada de abusar do poder econômico e político nas eleições presidenciais de 2014. Trata-se, sem dúvida, do processo mais importante da história da Justiça Eleitoral. É natural que, por isso, surjam inúmeras análises sobre os rumos que o caso tomará no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Tão fundamental quanto, porém, é voltar os olhares para o contexto inicial da ação e perceber o que se deve aprender com esse episódio traumático. Dilma Rousseff (PT) venceu as eleições de 2014 por margem pequena. Para se reeleger, sua propaganda usou tom acima do usual, o que gerou ressentimentos, especialmente dos concorrentes Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede). Isso contaminou a capacidade de diálogo entre importantes atores da política nacional. O ajuizamento da ação no TSE foi decorrência desse quadro, como ficou claro em recente gravação de conversa telefônica de Neves. O tucano reconhece que, de maneira irresponsável, teria iniciado o processo apenas como forma de revide (para "encher o saco", como ele disse). Quem analisa as petições iniciais desse caso verifica que foram apresentados ao TSE episódios de pouca importância ou fatos que, a despeito da gravidade, não guardavam conexão com a disputa de 2014 (as primeiras referências feitas pelo PSDB com relação à Lava Jato mencionavam propinas pagas em 2012 e 2013). Diante da fragilidade e da inviabilidade da ação, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, primeira relatora do caso no TSE, extinguiu a causa sem exame de mérito –isto é, sem nem apreciar se eram verdadeiros os episódios descritos. O plenário da corte, contudo, reformou essa decisão determinou que o processo seguisse em frente, admitindo ainda a inserção de novos fatos e a produção de outras provas. Ocorre que o direito eleitoral é marcado pela preclusão e pela celeridade, o que justifica a existência de prazos rígidos. A ação constitucional que trata do abuso de poder econômico deve ser ajuizada até no máximo 15 dias após a diplomação dos eleitos. Passado esse período, sobretudo após a manifestação das defesas, não deveria ser possível acrescentar fatos novos e, como consequência lógica, tampouco deveriam ser aceitas provas não indicadas no pedido inicial. EMENDAS O TSE, no entanto, autorizou que a ação contra a chapa Dilma-Temer fosse alvo de reiteradas emendas, gerando um processo mutante que ganhava novas feições a cada nova delação premiada que se tornava pública. Ao fazer esse movimento, a corte eleitoral se impôs alguns desafios. O primeiro seria reconhecer o abuso de poder econômico da chapa Dilma-Temer quando as provas indicam que os autores da ação incorreram em práticas equivalentes. A repressão ao abuso de poder nas eleições decorre da necessidade de preservar a igualdade de chances entre os competidores e garantir, com isso, a lisura e a normalidade da disputa. O próprio Aécio Neves, em conversa com o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), reconheceu que os métodos usuais de fazer política no país pelo caixa dois (o que parece encontrar eco em colaborações premiadas segundo as quais sua campanha presidencial de 2014 também foi contaminada com dinheiro não contabilizado, de origem duvidosa e destinado à compra de apoio de outras siglas). Se Aécio incorreu nos mesmos pecados e se a razão de ser do direito eleitoral é a preservação da igualdade de condições, o TSE teria dificuldade de penalizar a chapa Dilma-Temer e de deixar imunes outros tantos políticos que se valeram de condutas equivalentes. O outro desafio que o TSE se impôs diz respeito à cindibilidade da chapa, que é apontada por alguns como a solução para preservar o mandato do presidente Michel Temer (PMDB) em nome da estabilidade econômica. Decisão com esse conteúdo, entretanto, soaria casuística; a jurisprudência do tribunal é consolidada no sentido de que, uma vez afetada a igualdade na disputa, a cassação da chapa é medida de rigor. O artigo 91 do Código Eleitoral contempla a indivisibilidade da chapa majoritária, e o artigo 22, XIV, da lei complementar nº 64/90 indica que a consequência do abuso de poder é a cassação do registro ou diploma do titular e de seu vice. A discussão sobre a responsabilidade pelos atos torna-se relevante somente para aplicar ou não a pena de inelegibilidade. TRIBUNAL DE CORREÇÃO Por mais traumática que seja a situação, ela pode trazer lições extremamente valiosas para o Brasil. A mais evidente delas é que a Justiça Eleitoral, em questões relativas a abuso de poder, deve atuar para corrigir situações efetivamente graves. Não pode ser apenas um mecanismo para resolver crises políticas nem pode optar por soluções aparentemente mais fáceis ou agradáveis a determinados segmentos da sociedade, mas geradoras de insegurança jurídica. Deve ser severo o exame inicial sobre a viabilidade de uma ação eleitoral que possa afetar um mandato eletivo, já que seu relaxamento conduz, inexoravelmente, à excessiva judicialização dos pleitos, o que traz consigo os famigerados terceiros turnos e a instabilidade institucional danosa típica desses contextos. A segunda das lições é a urgência de o Brasil fazer um debate sobre o financiamento das campanhas. O uso generalizado do caixa dois é uma das descobertas mais evidentes da Operação Lava Jato, que já vem produzindo uma mudança geracional na política (enquanto velhos nomes são inseridos nos escândalos, surgem nomes novos que se apresentam como avessos à política). Contudo, sem uma discussão verdadeira sobre o custo das eleições, será questão de poucos anos até que esses políticos sem cabelo branco se vejam afetados pelos velhos problemas. Por fim, a lição de maior valor é que não se pode e não se deve perder, jamais, a capacidade de interlocução na política. O tom agressivo da última campanha presidencial minou o diálogo entre importantes atores nacionais, gerando como consequência o início irresponsável de uma empreitada tendente a cassar a chapa vencedora por meio de um processo levado a reboque pelas revelações da Lava Jato sem a devida limitação técnica que caberia à Justiça Eleitoral fazer. HÉLIO FREITAS DE CARVALHO DA SILVEIRA é advogado especializado em direito eleitoral e membro consultor da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP
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Leia o conto "As Suaves Vozes Silentes", de John Fante
SOBRE O TEXTO Este conto de 1932 integra "A Grande Fome", reunião póstuma de textos do autor norte-americano, e é o mais antigo dos escritos da antologia, que cobre o período até 1959. Editado em 1999 por Stephen Cooper, biógrafo de Fante, o livro sai no Brasil no fim de maio, pela editora Record. * Seu irmão o sacudiu pelos cabelos até que você acordou. Por volta das duas da manhã. Ele sussurrou: – Acorde. Mamãe e papai começaram de novo. No quarto ao lado você ouvia as vozes dos dois. A porta estava aberta, mas não havia luz. A casa toda estava no escuro. O amargor nas vozes era o mesmo das outras noites. O fogo na voz do seu pai deixava você e o seu irmão arrepiados enquanto você ficava ali ouvindo as palavras inescrutáveis dos dois, às vezes palavras inglesas inaudíveis, mas principalmente italiano que você nunca ouvira. Seu irmão Pete, que estava deitado ao seu lado, e tinha dez anos, disse: – Esta casa é um inferno. No quarto ao lado seu pai dizia: – Para mim chega, acabou. Para mim chega. Sua mãe disse: – E as crianças? Seu pai disse: – Pegue as crianças e vá pro inferno. Sua irmã no outro quarto começou a chorar. Gritou para você na escuridão da velha casa e você respondeu: – O quê? E sua mãe e seu pai ficaram em silêncio para poder ouvir o que sua irmã queria, e ela gritou de novo, sua voz ondulava através das portas até onde você estava deitado: – Vá ver por que mamãe e papai estão brigando, Jimmie. Por favor, vá ver. Estou com medo. E seu irmão caçula Tommy, que dormia na mesma cama de sua irmã, gritou para você, que tem doze anos e é o mais velho: – Eu não tenho medo, Jimmie. E ela tem oito anos e eu só tenho seis. Seu pai urrou, sua voz fez a casa inteira vibrar: – Crianças, se não calarem a boca vou lhes dar algo para ficarem com medo de verdade. O irmão que dormia ao seu lado disse: – Tommy é mesmo um sujeitinho corajoso. Sua mãe disse ao seu pai: – Agora você acordou todo mundo. Seu pai falou: – Que acordem. Estou me lixando. Seu quarto ficava entre o de sua mãe e de seu pai e aquele da sua avó, e agora você ouviu a avó levantando se. Ela viria ao seu quarto, como sempre fazia quando sua mãe e seu pai brigavam no meio da noite. A cada passo que dava exalava um estranho gemido "oh oh oh". O irmão do seu lado disse: – Aí vem a vovó se intrometer. A porta rangeu e sua avozinha estava ao lado da cama, sua mão muito seca tateando o travesseiro em busca da sua cabeça. Ela sussurrou e sempre chorava em noites como esta. – Vá ver, Jimmie, vá ver. Tem de fazer com que parem com isso. Seu pai vai matar sua mãe. Fanfarronada, você dizia alto o bastante para que seu pai ouvisse. – Deixa pra lá, papai não é de nada. A casa estava em silêncio exceto pelo "oh oh oh" do peito velho da sua avó. Você disse: – Viu? Não tem mais briga. Seu pai ouviu. Houve o som conhecido das molas do estrado gemendo enquanto seu pai se sentava na cama e disparava rápidas palavras raivosas contra sua avó. Era naquele italiano do qual você não conhecia nada. Você não pegou uma só palavra reconhecível. Sua avó voltou devagar, na ponta dos pés, para o quarto dela, sua porta se fechou, e as molas de sua cama rangeram. Sua mãe disse ao seu pai: – Muito bonito o que você disse para sua própria mãe. Do quarto mais atrás, sua irmã disse: – Mamãe, mamãe, por favor não comece de novo. Seu irmãozinho Tommy disse à irmã: – Sua assustadinha. O irmão ao seu lado disse num sussurro: – O que foi que papai disse à vovó? Você disse: – Não sei. Vá dormir. As paredes dos quartos eram de ripas e gesso rachado e você podia ouvir sua avó na cama dela. Os estranhos "oh oh ohs" eram soluços redondos que sacudiam a cama agora. O irmão ao seu lado disse: – Vovó está chorando. Você disse: – Não sou surdo. Estou ouvindo. Seu irmão de seis anos disse à irmã, que dormia ao seu lado: – Ei, Jô, vovó está chorando. Sua irmã disse: – Você ia chorar também, aposto, se fosse ela. Seu irmão disse: – E como eu posso ser ela? O irmão do seu lado disse: – Escute o Tommy. Seu pai perguntou no escuro: – Quem está chorando? – A vovó está chorando. Sua mãe disse: – Sua própria mãe. Seu irmão Tommy disse: – Papai, por que a vovó está chorando? Seu pai disse: – Vá dormir, Tommy. É muito tarde. O irmão ao seu lado disse: – Tommy realmente gosta de fazer perguntas. Sua mãe levantou da cama e colocou seu quimono. Você a ouvia arrastar pelo quarto seus chinelos vermelhos maltrapilhos com os dedões furados. Seu pai disse: – Aonde vai agora? Sua mãe disse: – Não fale comigo. A lua brilhava através das janelas da sala de jantar e você viu sua mãe passar por elas. Ouviu o ranger da boa cadeira de balanço e sabia que sua mãe havia se sentado ao lado da estufa. As brasas da estufa estavam se apagando agora, mas ela não colocaria mais carvão porque aquilo faria um barulho profanador. A cadeira ronronava suavemente enquanto sua mãe a balançava para a frente e para trás, e em pouco tempo tudo ficou muito quieto e sua mãe estava adormecida na sala de jantar. No pátio vizinho você ouviu caixotes tombando, atrás do armazém. Eram os gatos das redondezas procurando restos de carne. Sua avó dormia agora. Não havia sons em seu quarto. Seu pai suspirava. As molas de sua cama gemiam raivosamente. Seu pai lutava para dormir. O irmão ao seu lado roncava em meio ao sono viçoso dos meninos. O seu irmãozinho Tommy e sua irmã Josephine não faziam um som. E, depois de algum tempo, você ouviu seu pai sussurrar para sua irmã. Ele chamou bem baixinho: – Jô, Jô"¦ Josephine. Ela não respondeu e seu pai levantouse e foi ao quarto onde ela dormia. Seu pai sacudiu sua irmã até que ela acordou. Sussurrou a ela: – Josephine, você pode ser uma boa menina para o papai e ir dormir com a vovó? Ela disse: – Sim, eu gosto de dormir com a vovó. – Está certo, então vá. Só diga à vovó que quer dormir com ela. Seu irmãozinho Tommy estava acordado agora e disse: – Eu quero dormir com alguém. Tenho medo de dormir sozinho. Sua irmã disse: – Seu assustadinho. Seu pai disse: – Venha dormir com o papai, Tommy. Só você e papai juntinhos. E, antes que eles fossem para suas diferentes camas, você também acabou dormindo. JOHN FANTE (1909-83), escritor norte-americano, autor de "Pergunte ao Pó" (José Olympio). ROBERTO MUGGIATI, 77, jornalista e escritor, é tradutor, entre outros, de "O Grande Gatsby" (Record). DAVID MAGILA, 36, artista, tem obras em cartaz na galeria Contempo.
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Leia o conto "As Suaves Vozes Silentes", de John FanteSOBRE O TEXTO Este conto de 1932 integra "A Grande Fome", reunião póstuma de textos do autor norte-americano, e é o mais antigo dos escritos da antologia, que cobre o período até 1959. Editado em 1999 por Stephen Cooper, biógrafo de Fante, o livro sai no Brasil no fim de maio, pela editora Record. * Seu irmão o sacudiu pelos cabelos até que você acordou. Por volta das duas da manhã. Ele sussurrou: – Acorde. Mamãe e papai começaram de novo. No quarto ao lado você ouvia as vozes dos dois. A porta estava aberta, mas não havia luz. A casa toda estava no escuro. O amargor nas vozes era o mesmo das outras noites. O fogo na voz do seu pai deixava você e o seu irmão arrepiados enquanto você ficava ali ouvindo as palavras inescrutáveis dos dois, às vezes palavras inglesas inaudíveis, mas principalmente italiano que você nunca ouvira. Seu irmão Pete, que estava deitado ao seu lado, e tinha dez anos, disse: – Esta casa é um inferno. No quarto ao lado seu pai dizia: – Para mim chega, acabou. Para mim chega. Sua mãe disse: – E as crianças? Seu pai disse: – Pegue as crianças e vá pro inferno. Sua irmã no outro quarto começou a chorar. Gritou para você na escuridão da velha casa e você respondeu: – O quê? E sua mãe e seu pai ficaram em silêncio para poder ouvir o que sua irmã queria, e ela gritou de novo, sua voz ondulava através das portas até onde você estava deitado: – Vá ver por que mamãe e papai estão brigando, Jimmie. Por favor, vá ver. Estou com medo. E seu irmão caçula Tommy, que dormia na mesma cama de sua irmã, gritou para você, que tem doze anos e é o mais velho: – Eu não tenho medo, Jimmie. E ela tem oito anos e eu só tenho seis. Seu pai urrou, sua voz fez a casa inteira vibrar: – Crianças, se não calarem a boca vou lhes dar algo para ficarem com medo de verdade. O irmão que dormia ao seu lado disse: – Tommy é mesmo um sujeitinho corajoso. Sua mãe disse ao seu pai: – Agora você acordou todo mundo. Seu pai falou: – Que acordem. Estou me lixando. Seu quarto ficava entre o de sua mãe e de seu pai e aquele da sua avó, e agora você ouviu a avó levantando se. Ela viria ao seu quarto, como sempre fazia quando sua mãe e seu pai brigavam no meio da noite. A cada passo que dava exalava um estranho gemido "oh oh oh". O irmão do seu lado disse: – Aí vem a vovó se intrometer. A porta rangeu e sua avozinha estava ao lado da cama, sua mão muito seca tateando o travesseiro em busca da sua cabeça. Ela sussurrou e sempre chorava em noites como esta. – Vá ver, Jimmie, vá ver. Tem de fazer com que parem com isso. Seu pai vai matar sua mãe. Fanfarronada, você dizia alto o bastante para que seu pai ouvisse. – Deixa pra lá, papai não é de nada. A casa estava em silêncio exceto pelo "oh oh oh" do peito velho da sua avó. Você disse: – Viu? Não tem mais briga. Seu pai ouviu. Houve o som conhecido das molas do estrado gemendo enquanto seu pai se sentava na cama e disparava rápidas palavras raivosas contra sua avó. Era naquele italiano do qual você não conhecia nada. Você não pegou uma só palavra reconhecível. Sua avó voltou devagar, na ponta dos pés, para o quarto dela, sua porta se fechou, e as molas de sua cama rangeram. Sua mãe disse ao seu pai: – Muito bonito o que você disse para sua própria mãe. Do quarto mais atrás, sua irmã disse: – Mamãe, mamãe, por favor não comece de novo. Seu irmãozinho Tommy disse à irmã: – Sua assustadinha. O irmão ao seu lado disse num sussurro: – O que foi que papai disse à vovó? Você disse: – Não sei. Vá dormir. As paredes dos quartos eram de ripas e gesso rachado e você podia ouvir sua avó na cama dela. Os estranhos "oh oh ohs" eram soluços redondos que sacudiam a cama agora. O irmão ao seu lado disse: – Vovó está chorando. Você disse: – Não sou surdo. Estou ouvindo. Seu irmão de seis anos disse à irmã, que dormia ao seu lado: – Ei, Jô, vovó está chorando. Sua irmã disse: – Você ia chorar também, aposto, se fosse ela. Seu irmão disse: – E como eu posso ser ela? O irmão do seu lado disse: – Escute o Tommy. Seu pai perguntou no escuro: – Quem está chorando? – A vovó está chorando. Sua mãe disse: – Sua própria mãe. Seu irmão Tommy disse: – Papai, por que a vovó está chorando? Seu pai disse: – Vá dormir, Tommy. É muito tarde. O irmão ao seu lado disse: – Tommy realmente gosta de fazer perguntas. Sua mãe levantou da cama e colocou seu quimono. Você a ouvia arrastar pelo quarto seus chinelos vermelhos maltrapilhos com os dedões furados. Seu pai disse: – Aonde vai agora? Sua mãe disse: – Não fale comigo. A lua brilhava através das janelas da sala de jantar e você viu sua mãe passar por elas. Ouviu o ranger da boa cadeira de balanço e sabia que sua mãe havia se sentado ao lado da estufa. As brasas da estufa estavam se apagando agora, mas ela não colocaria mais carvão porque aquilo faria um barulho profanador. A cadeira ronronava suavemente enquanto sua mãe a balançava para a frente e para trás, e em pouco tempo tudo ficou muito quieto e sua mãe estava adormecida na sala de jantar. No pátio vizinho você ouviu caixotes tombando, atrás do armazém. Eram os gatos das redondezas procurando restos de carne. Sua avó dormia agora. Não havia sons em seu quarto. Seu pai suspirava. As molas de sua cama gemiam raivosamente. Seu pai lutava para dormir. O irmão ao seu lado roncava em meio ao sono viçoso dos meninos. O seu irmãozinho Tommy e sua irmã Josephine não faziam um som. E, depois de algum tempo, você ouviu seu pai sussurrar para sua irmã. Ele chamou bem baixinho: – Jô, Jô"¦ Josephine. Ela não respondeu e seu pai levantouse e foi ao quarto onde ela dormia. Seu pai sacudiu sua irmã até que ela acordou. Sussurrou a ela: – Josephine, você pode ser uma boa menina para o papai e ir dormir com a vovó? Ela disse: – Sim, eu gosto de dormir com a vovó. – Está certo, então vá. Só diga à vovó que quer dormir com ela. Seu irmãozinho Tommy estava acordado agora e disse: – Eu quero dormir com alguém. Tenho medo de dormir sozinho. Sua irmã disse: – Seu assustadinho. Seu pai disse: – Venha dormir com o papai, Tommy. Só você e papai juntinhos. E, antes que eles fossem para suas diferentes camas, você também acabou dormindo. JOHN FANTE (1909-83), escritor norte-americano, autor de "Pergunte ao Pó" (José Olympio). ROBERTO MUGGIATI, 77, jornalista e escritor, é tradutor, entre outros, de "O Grande Gatsby" (Record). DAVID MAGILA, 36, artista, tem obras em cartaz na galeria Contempo.
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Para ter chances em 2018, esquerda precisa encarar a economia
RESUMO Autor defende que a esquerda se livre do pensamento antieconômico. Para ele, o fato de o Partido dos Trabalhadores ter sido fundado em um momento em se fazia a crítica do marxismo soviético levou a uma crença de que a economia não teria especificidades e de que as soluções seriam sempre exclusivamente políticas. Não é um momento bom para a discussão econômica na esquerda brasileira. A nova matriz econômica do primeiro governo Dilma claramente deu errado. Embora seja legítimo discutir o quanto da crise atual foi causada pelos erros da matriz, é indiscutível que se gastou muito por um crescimento que não veio –e quem veio foi a inflação. Quando Dilma, logo após a eleição de 2014, nomeou Joaquim Levy para a Fazenda, esperava-se uma autocrítica petista. Quando o desenvolvimentista Nelson Barbosa assumiu no lugar de Levy e propôs um ajuste muito parecido, a autocrítica parecia inevitável. Mas a guerra do impeachment tornou secundária toda discussão que não fosse sobre quem, PT/PMDB ou PMDB/PSDB, teria o direito de distribuir as verbas e cargos do governo federal (e se meter na Lava Jato). O PT se recolheu em um discurso antiajuste militante que já sinalizava o prognóstico de que a volta para a oposição era inevitável. O quinto congresso do partido em Salvador, no ano passado, prosseguiu em total negação da necessidade de ajuste. Há muito pouca coisa nos manifestos de esquerda recentes que pareça atraente para um estudante de economia, e isso diminui a reserva de potenciais ministros da Fazenda dos futuros governos progressistas. As circunstâncias do impeachment certamente favorecem o instinto de voltar a ser o PT dos anos 1980. A manobra parlamentar que afastou Dilma Rousseff tem mais cara de Brasil pré-89 do que qualquer coisa nos manifestos do PT. Mas isso é um motivo ruim para não discutir o fracasso da nova matriz econômica. Não só porque honestidade intelectual sempre serve para alguma coisa, mas também porque o novo governo é extremamente impopular e ainda mais exposto à Lava Jato do que o anterior. A esquerda precisa estar pronta para chegar em 2018 com um discurso para ganhar a presidência, não a eleição para o centro acadêmico. Por esse motivo, senão por todos os outros, precisa voltar a falar sério sobre economia. Há debates interessantíssimos e intelectualmente instigantes a serem feitos sobre a economia brasileira, mas este aqui não será um deles. A autocrítica necessária é só o reconhecimento de alguns fatos básicos, como a necessidade de controle das contas públicas e contenção da inflação. É a mesma autocrítica que o PT fez quando Lula ganhou a presidência. Para além disso (e se tivermos apenas isso já ficarei bastante satisfeito), seria bom se iniciássemos negociações políticas sobre a reforma da Previdência ou do sistema tributário com a esquerda na mesa. Daí em diante, no mundo de debates sofisticados sobre câmbio e poupança, inovação e abertura comercial, há gente muito melhor do que eu para ser lida, à esquerda e à direita. E este não é um texto voltado para economistas. Se você é economista e precisa ouvir o que vou dizer, repense suas escolhas de vida. É uma discussão com os intelectuais petistas, em geral oriundos de outras ciências sociais e das humanidades –assim como eu–, e com a esquerda universitária em geral. Pois estou convencido de que o problema somos nós. LADO BOM Não é inevitável que a esquerda seja ruim de economia. Nos Estados Unidos, economistas progressistas como Paul Krugman ou Joseph Stiglitz têm ganhado a maior parte dos debates contra seus equivalentes republicanos. A esquerda europeia claramente tinha razão contra quem propôs austeridade logo após a crise de 2008. Durante os trinta anos gloriosos do pós-guerra, a esquerda no mundo desenvolvido geriu o capitalismo mais ou menos tão bem (ou tão mal, dependendo do país) quanto a direita. Foi um governo trabalhista que concedeu autonomia ao Banco Central britânico. Aqui na América Latina, as esquerdas chilena e uruguaia administram bem economia, como, aliás, também o faz o governo do bolivariano Evo Morales (ao menos segundo opinião recente do FMI). A gestão econômica foi adequada durante os dois governos de Lula. Note-se que, nos exemplos acima, os economistas de esquerda não acertaram apenas quando o que precisava ser feito era aumentar a intervenção do Estado na economia (como no dia seguinte ao da crise de 2008), mas também quando era necessário conter gastos ou tornar a gestão econômica mais previsível. Não há nada intrínseco ao esquerdismo que exija que seus defensores desequilibrem o orçamento público ou deixem a inflação sair de controle. No que se refere a temas como equilíbrio fiscal, aliás, a esquerda deveria ser mais atenta do que a direita: quem depende de um Estado forte para atingir seus objetivos são os progressistas. Um Estado falido serve tanto à esquerda quanto um mercado inteiramente montado em cima de hipotecas "subprime" (segunda linha) e de produtos financeiros correspondentes serviu ao liberalismo. Esquerda e direita discordarão sobre o quanto deve ser taxado, sobre como o dinheiro arrecadado deve ser gasto, mas não sobre o fato de que o quanto você consegue arrecadar impõe algum limite sobre o quanto você pode gastar. Não se trata de discutir ortodoxia contra heterodoxia. As escolas de economia têm visões diferentes sobre o papel do câmbio desvalorizado como indutor do desenvolvimento, ou sobre o quanto do investimento deve ser direcionado pelo Estado. Esses debates são legítimos, intelectualmente instigantes, e de enorme importância prática, mas defendo que a esquerda seja agnóstica sobre todos eles. O que funcionar, funcionou, e o crucial é manter o foco sobre a redistribuição de renda e oportunidades. Isso significaria não ter uma posição "oficial" da esquerda sobre toda uma gama de assuntos. Não há por que esperar que todos os que defendem a redistribuição de renda tenham a mesma opinião sobre o nível ideal da taxa de câmbio, por exemplo. Da mesma forma, a relação entre investimento estatal direto e privatização/concessões é um debate sobre fronteiras muitas vezes fluidas. Deixem de lado no momento (e, no que depender de mim, para sempre) os que propõem a estatização completa ou a privatização completa da economia (quase ninguém pertence a esses extremos). Os defensores de mais intervenção estatal direta estão falando sobre empreendimentos estatais que incluirão diversas camadas de subcontratação, financiamento privado e permanente risco de captura regulatória; os defensores da privatização discutem empresas privadas atuando sob diversas camadas de regulação estatal em mercados com competição ridiculamente imperfeita, e, novamente, permanente risco de captura regulatória. A diferença é muito menos radical do que parece. A escolha entre as alternativas não parece diretamente relacionada a convicções sobre igualdade, e, aliás, é inteiramente dentro do reino do possível que situações diferentes sejam mais bem resolvidas com arranjos diferentes. Não é razoável marcar a diferença entre esquerda e direita primariamente pela tomada de posição em nenhum desses debates econômicos. A prioridade da esquerda deve ser redistribuir renda e construir um Estado de bem-estar social, duas discussões em que os economistas (enquanto tais) só têm direito de aparecer para dizer como fazer melhor o que a política e a moral já tiverem decidido fazer. Uma vez estabelecido esse princípio geral, é também necessário reconhecer que, historicamente, houve uma afinidade eletiva entre a esquerda e escolas de economia mais propensas a recomendar a intervenção do Estado na economia. A esquerda, afinal, já defende a intervenção do Estado na redistribuição de bens e oportunidades. Há um grau de ceticismo comum em relação aos resultados do funcionamento do livre-mercado que aproxima os defensores da redistribuição aos defensores da intervenção estatal. CASAMENTO Defendo, contudo, que esse seja um casamento aberto: os keynesianos e heterodoxos devem se sentir livres para recomendar, por exemplo, cortes em programas sociais, ou menores aumentos para o salário mínimo, quando essa for a recomendação de seus modelos. E a esquerda deve ser livre para recusar propostas heterodoxas que, por algum motivo (digamos, por aumentar a inflação, ou comprometer a capacidade fiscal do Estado) prejudiquem os mais pobres ou levem a aumentos da desigualdade de renda. Eu, por exemplo, preferia que o governo Dilma tivesse sido um governo de ajuste econômico que enfrentasse a questão tributária que Lula não enfrentou. Teria sido melhor fazer o ajuste e, partindo de uma posição de força, comprar as brigas por redistribuição no Congresso. Isto é, eu preferia que o governo do PT tivesse sido mais à esquerda na questão tributária e mais ortodoxo em economia. Mas também acho inteiramente possível que um governo heterodoxo menos comprometido com a esquerda –digamos, o de José Serra, rival de Dilma em 2010– tivesse obtido resultados melhores do que esses que os heterodoxos de esquerda obtiveram. Há economistas razoáveis, que não podem ser rotulados como pessoas ruins ou antipobres, e que acham que os salários subiram rápido demais durante o governo Dilma. Talvez a mesma coisa não tivesse acontecido em um governo heterodoxo de Serra. O mesmo pode ser dito sobre a questão fiscal: quando Nelson Barbosa deixou o governo Dilma por discordar (corretamente) da política fiscal, o heterodoxo José Luis Oreiro, ex-presidente da Associação Keynesiana Brasileira, escreveu em seu blog que isso era um sinal de que ele tinha acertado ao votar em José Serra em 2010. Também não se trata de discutir keynesianismo ou "austericídio". Quando a crise brasileira se agravou, o economista liberal norte-americano Tyler Cowen escreveu em seu blog (o Marginal Revolution, um dos melhores do mundo) que gostaria de saber o que os críticos da austeridade teriam a dizer sobre isso. Afinal, o Brasil foi um país que se saiu excepcionalmente bem nos anos da crise em função de políticas de intervenção estatal. O fracasso brasileiro não seria prova de que os austeros estavam certos? Essa crítica é o exato reflexo da visão, muito comum na esquerda brasileira, de que o ajuste promovido por Joaquim Levy e Nelson Barbosa (ou agora, imagino, por Henrique Meirelles) seria a versão local do austericídio europeu. As duas visões são falsas. As respostas à crise aqui foram diametralmente opostas às europeias, e, de fato, nos saímos melhor nos anos seguintes à crise do que os europeus. Mas as políticas de estímulo deveriam ter sido progressivamente desarmadas. O problema não foi ter sido Paul Krugman em 2009-10, foi não ter sido Tyler Cowen em 2011-12. A propósito, convém suspeitar da turma que defende política anticíclica, mas até hoje não foi vista defendendo ajuste em momento algum. Estamos sempre no mesmo momento do ciclo? GASTO Não é questão de heterodoxia, não é questão de keynesianismo: é muito mais básico. Não há nenhuma escola de economia que defenda que você pode gastar o quanto quiser. E esse parece ter sido o pressuposto indiscutível de tudo que a esquerda brasileira disse sobre economia desde que Joaquim Levy virou ministro da Fazenda. Quando um economista heterodoxo como Nelson Barbosa criticou a política fiscal em 2013, ou quando propôs a reforma da Previdência em 2015, a esquerda fingiu que não ouviu. Economistas heterodoxos como Bresser-Pereira e José Luis Oreiro foram citados pela esquerda sempre que se tratava de criticar juros altos, mas muito raramente quando defendiam ajuste nas contas públicas. Os economistas heterodoxos subiram ou desceram na bolsa de valores intelectual da esquerda conforme disseram o que ela queria ouvir. É nessa submissão da discussão econômica à política que devemos procurar a raiz do problema. E a formação intelectual do PT –que foi a minha– favoreceu esse erro. O PT foi formado quando o ambiente intelectual na esquerda mundial era marcado por uma forte reação ao marxismo soviético. A simples presença de trotskistas e católicos em posições de influência dentro do partido garantia o distanciamento do marxismo canônico, já em franca decadência no começo da década de 1980. Os intelectuais petistas da época liam com entusiasmo autores que criticavam o marxismo ortodoxo, de Gramsci e Foucault a Lefort e Castoriadis, passando por Negri e Deleuze. Grande parte desses autores, a propósito, criticavam o marxismo pela esquerda, de pontos de vista que talvez despertassem mais entusiasmo nos anarquistas e em outras esquerdas dissidentes do que nos comunistas. Um dos traços distintivos desse pensamento era seu antieconomicismo. O marxismo soviético era baseado na ideia de que o desenvolvimento econômico determina a evolução das estruturas políticas e ideológicas. A reação a esse dogma, seja por pós-marxistas, seja por marxistas "ocidentais", tomou a forma de diversas reafirmações da importância do político, da cultura e do imaginário, do corpo, enfim, de tudo que havia sido excluído da estreita visão de mundo dos manuais de marxismo. Entre os intelectuais de esquerda, essa reação foi indiscutivelmente saudável, produzindo toda uma leva de trabalhos historiográficos sobre escravidão no Brasil que fugia dos determinismos economicistas. A reflexão sobre gênero foi decisivamente impulsionada pela incorporação de demandas não econômicas ao programa de esquerda em pé de igualdade com as reivindicações econômicas usuais. Experiências como o orçamento participativo de Porto Alegre colocavam em questão os limites da gestão tecnocrática. Mas essa trajetória intelectual criou na esquerda pós-marxista um seríssimo deficit econômico. Confrontados com um raciocínio econômico, o reflexo de nossa esquerda (o meu, inclusive) é procurar uma forma de reduzi-lo a um problema político, pois o arsenal teórico da esquerda pós-marxista é muito melhor na discussão de questões de poder do que nas relativas às regularidades características das instituições de mercado. Uma injeção de ceticismo sobre o quão científicas são as discussões econômicas, aliás, pode ser bastante saudável para os economistas: isto é, para quem já parte do princípio de que existem regularidades econômicas identificáveis e está familiarizado com seus padrões básicos. Meu objetivo aqui é criticar quem usa a objeção "a economia também é um campo de luta" para se dispensar de conhecer essas regularidades, ou para evitar levá-las a sério como condicionantes da ação governamental. Para citar um exemplo escolhido por ser mais sofisticado que os outros, tomemos a discussão de André Singer sobre o fracasso da nova matriz econômica, publicado em 2015 na edição 102 da revista "Novos Estudos", do Cebrap. Singer lê o episódio inteiro como uma luta política entre uma coalizão produtivista (trabalhadores e empresários) e uma coalizão rentista liderada pelo mercado financeiro. O experimento desenvolvimentista de Dilma teria sido uma ofensiva da coalizão produtivista, que, entretanto, sob forte pressão política e de mídia, foi derrotada quando o Banco Central, em 2013, capitulou e voltou a subir os juros. Não se trata de negar que existam conflitos políticos envolvidos na confecção da política econômica, e, aliás, os melhores economistas não o negam. Nenhum economista sério negará que existam grupos de pressão, captura regulatória, "rent-seeking", diferenças evidentes de poder entre os vários agentes etc. Mas a economia não é só isso. Não é possível analisar o abandono da nova matriz econômica sem levar em conta que seus resultados foram muito ruins: apesar de tudo que foi gasto com subsídios e isenções no primeiro mandato de Dilma, o crescimento econômico se desacelerou, e a inflação subiu. Quando o BC sobe os juros em 2013, já se sabia que os resultados de 2012 haviam sido péssimos. E 2012 foi, segundo Singer, o ano-chave do "experimento desenvolvimentista". Admitamos, para facilitar a discussão, que houve o choque de coalizões descrito por Singer. Se o PIB em 2012 tivesse crescido 6% (e não 1,8%), é certo que o governo Dilma teria dobrado a aposta na nova matriz. Não haveria campanha de mídia capaz de derrubar a popularidade de um governo que atingisse essa taxa de crescimento. Um crescimento nesse ritmo traria inclusive apoio de parte importante do empresariado ao governo. E todos sabemos como os aliados políticos vão e vêm conforme a popularidade desce ou sobe. Perguntem a Dilma Rousseff. De modo que, mesmo admitindo a narrativa de Singer, é preciso admitir que a coalizão apoiada pela esquerda apresentou um programa ruim, que produziu resultados ruins. O motivo pelo qual esses resultados foram ruins devem ser buscados em mecanismos internos à economia. O aumento de juros de 2013, por exemplo, não teve nada a ver com a aceleração da inflação? PRAIA Diga-se o que quiser de Karl Marx, dessa vez a culpa não é dele. O estudo das relações entre as categorias da economia de mercado, seja em "O Capital", seja nos manuais usados no departamento de economia de Chicago, claramente supõe que algumas coisas (certamente não todas) acontecem por motivos estritamente econômicos. Toda a análise da esquerda sobre o capitalismo supõe justamente que as instituições de mercado geram certos incentivos e agregam as ações tomadas sob estes incentivos de uma certa forma. Se você convencesse o velho Karl de que os economistas petistas descobriram que sempre é possível, em uma economia capitalista, sob a direção política certa, crescer aceleradamente, distribuir renda, garantir pleno emprego e evitar inteiramente as oscilações de mercado, tudo isso sem nunca sacrificar a classe trabalhadora, ele largaria a biblioteca do museu britânico e iria para a praia. Os economistas continuarão discutindo as melhores maneiras de aumentar a taxa de poupança ou de promover a inovação tecnológica, e cada um de nós concordará com uma das partes no debate, mas tudo que este texto pede aos intelectuais da esquerda brasileira é que não criem dentro dos partidos e movimentos progressistas um ambiente em que as ideias econômicas sejam julgadas apenas pela conformidade com a postura política geral do movimento. Foi assim que o partido republicano norte-americano morreu. É preciso defender a autonomia do econômico diante das correntes intelectuais hegemônicas na esquerda desde 1968, como antes foi necessário defender a autonomia do político diante do marxismo ortodoxo. É preciso reconhecer a soberania do pensamento econômico sobre o território intelectual que lhe é de direito, ainda que continue sendo legítimo e necessário combatê-lo em seus momentos imperialistas. Quando perceberem em seus alunos o reflexo de chamar todo ajuste fiscal de "fiscalismo" ou todo aumento de juros de "rendição ao rentismo", matem essas ideias no berço. CELSO ROCHA DE BARROS, 43, colunista da Folha, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford. JANAINA TSCHÄPE, 43, é artista plástica.
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Para ter chances em 2018, esquerda precisa encarar a economiaRESUMO Autor defende que a esquerda se livre do pensamento antieconômico. Para ele, o fato de o Partido dos Trabalhadores ter sido fundado em um momento em se fazia a crítica do marxismo soviético levou a uma crença de que a economia não teria especificidades e de que as soluções seriam sempre exclusivamente políticas. Não é um momento bom para a discussão econômica na esquerda brasileira. A nova matriz econômica do primeiro governo Dilma claramente deu errado. Embora seja legítimo discutir o quanto da crise atual foi causada pelos erros da matriz, é indiscutível que se gastou muito por um crescimento que não veio –e quem veio foi a inflação. Quando Dilma, logo após a eleição de 2014, nomeou Joaquim Levy para a Fazenda, esperava-se uma autocrítica petista. Quando o desenvolvimentista Nelson Barbosa assumiu no lugar de Levy e propôs um ajuste muito parecido, a autocrítica parecia inevitável. Mas a guerra do impeachment tornou secundária toda discussão que não fosse sobre quem, PT/PMDB ou PMDB/PSDB, teria o direito de distribuir as verbas e cargos do governo federal (e se meter na Lava Jato). O PT se recolheu em um discurso antiajuste militante que já sinalizava o prognóstico de que a volta para a oposição era inevitável. O quinto congresso do partido em Salvador, no ano passado, prosseguiu em total negação da necessidade de ajuste. Há muito pouca coisa nos manifestos de esquerda recentes que pareça atraente para um estudante de economia, e isso diminui a reserva de potenciais ministros da Fazenda dos futuros governos progressistas. As circunstâncias do impeachment certamente favorecem o instinto de voltar a ser o PT dos anos 1980. A manobra parlamentar que afastou Dilma Rousseff tem mais cara de Brasil pré-89 do que qualquer coisa nos manifestos do PT. Mas isso é um motivo ruim para não discutir o fracasso da nova matriz econômica. Não só porque honestidade intelectual sempre serve para alguma coisa, mas também porque o novo governo é extremamente impopular e ainda mais exposto à Lava Jato do que o anterior. A esquerda precisa estar pronta para chegar em 2018 com um discurso para ganhar a presidência, não a eleição para o centro acadêmico. Por esse motivo, senão por todos os outros, precisa voltar a falar sério sobre economia. Há debates interessantíssimos e intelectualmente instigantes a serem feitos sobre a economia brasileira, mas este aqui não será um deles. A autocrítica necessária é só o reconhecimento de alguns fatos básicos, como a necessidade de controle das contas públicas e contenção da inflação. É a mesma autocrítica que o PT fez quando Lula ganhou a presidência. Para além disso (e se tivermos apenas isso já ficarei bastante satisfeito), seria bom se iniciássemos negociações políticas sobre a reforma da Previdência ou do sistema tributário com a esquerda na mesa. Daí em diante, no mundo de debates sofisticados sobre câmbio e poupança, inovação e abertura comercial, há gente muito melhor do que eu para ser lida, à esquerda e à direita. E este não é um texto voltado para economistas. Se você é economista e precisa ouvir o que vou dizer, repense suas escolhas de vida. É uma discussão com os intelectuais petistas, em geral oriundos de outras ciências sociais e das humanidades –assim como eu–, e com a esquerda universitária em geral. Pois estou convencido de que o problema somos nós. LADO BOM Não é inevitável que a esquerda seja ruim de economia. Nos Estados Unidos, economistas progressistas como Paul Krugman ou Joseph Stiglitz têm ganhado a maior parte dos debates contra seus equivalentes republicanos. A esquerda europeia claramente tinha razão contra quem propôs austeridade logo após a crise de 2008. Durante os trinta anos gloriosos do pós-guerra, a esquerda no mundo desenvolvido geriu o capitalismo mais ou menos tão bem (ou tão mal, dependendo do país) quanto a direita. Foi um governo trabalhista que concedeu autonomia ao Banco Central britânico. Aqui na América Latina, as esquerdas chilena e uruguaia administram bem economia, como, aliás, também o faz o governo do bolivariano Evo Morales (ao menos segundo opinião recente do FMI). A gestão econômica foi adequada durante os dois governos de Lula. Note-se que, nos exemplos acima, os economistas de esquerda não acertaram apenas quando o que precisava ser feito era aumentar a intervenção do Estado na economia (como no dia seguinte ao da crise de 2008), mas também quando era necessário conter gastos ou tornar a gestão econômica mais previsível. Não há nada intrínseco ao esquerdismo que exija que seus defensores desequilibrem o orçamento público ou deixem a inflação sair de controle. No que se refere a temas como equilíbrio fiscal, aliás, a esquerda deveria ser mais atenta do que a direita: quem depende de um Estado forte para atingir seus objetivos são os progressistas. Um Estado falido serve tanto à esquerda quanto um mercado inteiramente montado em cima de hipotecas "subprime" (segunda linha) e de produtos financeiros correspondentes serviu ao liberalismo. Esquerda e direita discordarão sobre o quanto deve ser taxado, sobre como o dinheiro arrecadado deve ser gasto, mas não sobre o fato de que o quanto você consegue arrecadar impõe algum limite sobre o quanto você pode gastar. Não se trata de discutir ortodoxia contra heterodoxia. As escolas de economia têm visões diferentes sobre o papel do câmbio desvalorizado como indutor do desenvolvimento, ou sobre o quanto do investimento deve ser direcionado pelo Estado. Esses debates são legítimos, intelectualmente instigantes, e de enorme importância prática, mas defendo que a esquerda seja agnóstica sobre todos eles. O que funcionar, funcionou, e o crucial é manter o foco sobre a redistribuição de renda e oportunidades. Isso significaria não ter uma posição "oficial" da esquerda sobre toda uma gama de assuntos. Não há por que esperar que todos os que defendem a redistribuição de renda tenham a mesma opinião sobre o nível ideal da taxa de câmbio, por exemplo. Da mesma forma, a relação entre investimento estatal direto e privatização/concessões é um debate sobre fronteiras muitas vezes fluidas. Deixem de lado no momento (e, no que depender de mim, para sempre) os que propõem a estatização completa ou a privatização completa da economia (quase ninguém pertence a esses extremos). Os defensores de mais intervenção estatal direta estão falando sobre empreendimentos estatais que incluirão diversas camadas de subcontratação, financiamento privado e permanente risco de captura regulatória; os defensores da privatização discutem empresas privadas atuando sob diversas camadas de regulação estatal em mercados com competição ridiculamente imperfeita, e, novamente, permanente risco de captura regulatória. A diferença é muito menos radical do que parece. A escolha entre as alternativas não parece diretamente relacionada a convicções sobre igualdade, e, aliás, é inteiramente dentro do reino do possível que situações diferentes sejam mais bem resolvidas com arranjos diferentes. Não é razoável marcar a diferença entre esquerda e direita primariamente pela tomada de posição em nenhum desses debates econômicos. A prioridade da esquerda deve ser redistribuir renda e construir um Estado de bem-estar social, duas discussões em que os economistas (enquanto tais) só têm direito de aparecer para dizer como fazer melhor o que a política e a moral já tiverem decidido fazer. Uma vez estabelecido esse princípio geral, é também necessário reconhecer que, historicamente, houve uma afinidade eletiva entre a esquerda e escolas de economia mais propensas a recomendar a intervenção do Estado na economia. A esquerda, afinal, já defende a intervenção do Estado na redistribuição de bens e oportunidades. Há um grau de ceticismo comum em relação aos resultados do funcionamento do livre-mercado que aproxima os defensores da redistribuição aos defensores da intervenção estatal. CASAMENTO Defendo, contudo, que esse seja um casamento aberto: os keynesianos e heterodoxos devem se sentir livres para recomendar, por exemplo, cortes em programas sociais, ou menores aumentos para o salário mínimo, quando essa for a recomendação de seus modelos. E a esquerda deve ser livre para recusar propostas heterodoxas que, por algum motivo (digamos, por aumentar a inflação, ou comprometer a capacidade fiscal do Estado) prejudiquem os mais pobres ou levem a aumentos da desigualdade de renda. Eu, por exemplo, preferia que o governo Dilma tivesse sido um governo de ajuste econômico que enfrentasse a questão tributária que Lula não enfrentou. Teria sido melhor fazer o ajuste e, partindo de uma posição de força, comprar as brigas por redistribuição no Congresso. Isto é, eu preferia que o governo do PT tivesse sido mais à esquerda na questão tributária e mais ortodoxo em economia. Mas também acho inteiramente possível que um governo heterodoxo menos comprometido com a esquerda –digamos, o de José Serra, rival de Dilma em 2010– tivesse obtido resultados melhores do que esses que os heterodoxos de esquerda obtiveram. Há economistas razoáveis, que não podem ser rotulados como pessoas ruins ou antipobres, e que acham que os salários subiram rápido demais durante o governo Dilma. Talvez a mesma coisa não tivesse acontecido em um governo heterodoxo de Serra. O mesmo pode ser dito sobre a questão fiscal: quando Nelson Barbosa deixou o governo Dilma por discordar (corretamente) da política fiscal, o heterodoxo José Luis Oreiro, ex-presidente da Associação Keynesiana Brasileira, escreveu em seu blog que isso era um sinal de que ele tinha acertado ao votar em José Serra em 2010. Também não se trata de discutir keynesianismo ou "austericídio". Quando a crise brasileira se agravou, o economista liberal norte-americano Tyler Cowen escreveu em seu blog (o Marginal Revolution, um dos melhores do mundo) que gostaria de saber o que os críticos da austeridade teriam a dizer sobre isso. Afinal, o Brasil foi um país que se saiu excepcionalmente bem nos anos da crise em função de políticas de intervenção estatal. O fracasso brasileiro não seria prova de que os austeros estavam certos? Essa crítica é o exato reflexo da visão, muito comum na esquerda brasileira, de que o ajuste promovido por Joaquim Levy e Nelson Barbosa (ou agora, imagino, por Henrique Meirelles) seria a versão local do austericídio europeu. As duas visões são falsas. As respostas à crise aqui foram diametralmente opostas às europeias, e, de fato, nos saímos melhor nos anos seguintes à crise do que os europeus. Mas as políticas de estímulo deveriam ter sido progressivamente desarmadas. O problema não foi ter sido Paul Krugman em 2009-10, foi não ter sido Tyler Cowen em 2011-12. A propósito, convém suspeitar da turma que defende política anticíclica, mas até hoje não foi vista defendendo ajuste em momento algum. Estamos sempre no mesmo momento do ciclo? GASTO Não é questão de heterodoxia, não é questão de keynesianismo: é muito mais básico. Não há nenhuma escola de economia que defenda que você pode gastar o quanto quiser. E esse parece ter sido o pressuposto indiscutível de tudo que a esquerda brasileira disse sobre economia desde que Joaquim Levy virou ministro da Fazenda. Quando um economista heterodoxo como Nelson Barbosa criticou a política fiscal em 2013, ou quando propôs a reforma da Previdência em 2015, a esquerda fingiu que não ouviu. Economistas heterodoxos como Bresser-Pereira e José Luis Oreiro foram citados pela esquerda sempre que se tratava de criticar juros altos, mas muito raramente quando defendiam ajuste nas contas públicas. Os economistas heterodoxos subiram ou desceram na bolsa de valores intelectual da esquerda conforme disseram o que ela queria ouvir. É nessa submissão da discussão econômica à política que devemos procurar a raiz do problema. E a formação intelectual do PT –que foi a minha– favoreceu esse erro. O PT foi formado quando o ambiente intelectual na esquerda mundial era marcado por uma forte reação ao marxismo soviético. A simples presença de trotskistas e católicos em posições de influência dentro do partido garantia o distanciamento do marxismo canônico, já em franca decadência no começo da década de 1980. Os intelectuais petistas da época liam com entusiasmo autores que criticavam o marxismo ortodoxo, de Gramsci e Foucault a Lefort e Castoriadis, passando por Negri e Deleuze. Grande parte desses autores, a propósito, criticavam o marxismo pela esquerda, de pontos de vista que talvez despertassem mais entusiasmo nos anarquistas e em outras esquerdas dissidentes do que nos comunistas. Um dos traços distintivos desse pensamento era seu antieconomicismo. O marxismo soviético era baseado na ideia de que o desenvolvimento econômico determina a evolução das estruturas políticas e ideológicas. A reação a esse dogma, seja por pós-marxistas, seja por marxistas "ocidentais", tomou a forma de diversas reafirmações da importância do político, da cultura e do imaginário, do corpo, enfim, de tudo que havia sido excluído da estreita visão de mundo dos manuais de marxismo. Entre os intelectuais de esquerda, essa reação foi indiscutivelmente saudável, produzindo toda uma leva de trabalhos historiográficos sobre escravidão no Brasil que fugia dos determinismos economicistas. A reflexão sobre gênero foi decisivamente impulsionada pela incorporação de demandas não econômicas ao programa de esquerda em pé de igualdade com as reivindicações econômicas usuais. Experiências como o orçamento participativo de Porto Alegre colocavam em questão os limites da gestão tecnocrática. Mas essa trajetória intelectual criou na esquerda pós-marxista um seríssimo deficit econômico. Confrontados com um raciocínio econômico, o reflexo de nossa esquerda (o meu, inclusive) é procurar uma forma de reduzi-lo a um problema político, pois o arsenal teórico da esquerda pós-marxista é muito melhor na discussão de questões de poder do que nas relativas às regularidades características das instituições de mercado. Uma injeção de ceticismo sobre o quão científicas são as discussões econômicas, aliás, pode ser bastante saudável para os economistas: isto é, para quem já parte do princípio de que existem regularidades econômicas identificáveis e está familiarizado com seus padrões básicos. Meu objetivo aqui é criticar quem usa a objeção "a economia também é um campo de luta" para se dispensar de conhecer essas regularidades, ou para evitar levá-las a sério como condicionantes da ação governamental. Para citar um exemplo escolhido por ser mais sofisticado que os outros, tomemos a discussão de André Singer sobre o fracasso da nova matriz econômica, publicado em 2015 na edição 102 da revista "Novos Estudos", do Cebrap. Singer lê o episódio inteiro como uma luta política entre uma coalizão produtivista (trabalhadores e empresários) e uma coalizão rentista liderada pelo mercado financeiro. O experimento desenvolvimentista de Dilma teria sido uma ofensiva da coalizão produtivista, que, entretanto, sob forte pressão política e de mídia, foi derrotada quando o Banco Central, em 2013, capitulou e voltou a subir os juros. Não se trata de negar que existam conflitos políticos envolvidos na confecção da política econômica, e, aliás, os melhores economistas não o negam. Nenhum economista sério negará que existam grupos de pressão, captura regulatória, "rent-seeking", diferenças evidentes de poder entre os vários agentes etc. Mas a economia não é só isso. Não é possível analisar o abandono da nova matriz econômica sem levar em conta que seus resultados foram muito ruins: apesar de tudo que foi gasto com subsídios e isenções no primeiro mandato de Dilma, o crescimento econômico se desacelerou, e a inflação subiu. Quando o BC sobe os juros em 2013, já se sabia que os resultados de 2012 haviam sido péssimos. E 2012 foi, segundo Singer, o ano-chave do "experimento desenvolvimentista". Admitamos, para facilitar a discussão, que houve o choque de coalizões descrito por Singer. Se o PIB em 2012 tivesse crescido 6% (e não 1,8%), é certo que o governo Dilma teria dobrado a aposta na nova matriz. Não haveria campanha de mídia capaz de derrubar a popularidade de um governo que atingisse essa taxa de crescimento. Um crescimento nesse ritmo traria inclusive apoio de parte importante do empresariado ao governo. E todos sabemos como os aliados políticos vão e vêm conforme a popularidade desce ou sobe. Perguntem a Dilma Rousseff. De modo que, mesmo admitindo a narrativa de Singer, é preciso admitir que a coalizão apoiada pela esquerda apresentou um programa ruim, que produziu resultados ruins. O motivo pelo qual esses resultados foram ruins devem ser buscados em mecanismos internos à economia. O aumento de juros de 2013, por exemplo, não teve nada a ver com a aceleração da inflação? PRAIA Diga-se o que quiser de Karl Marx, dessa vez a culpa não é dele. O estudo das relações entre as categorias da economia de mercado, seja em "O Capital", seja nos manuais usados no departamento de economia de Chicago, claramente supõe que algumas coisas (certamente não todas) acontecem por motivos estritamente econômicos. Toda a análise da esquerda sobre o capitalismo supõe justamente que as instituições de mercado geram certos incentivos e agregam as ações tomadas sob estes incentivos de uma certa forma. Se você convencesse o velho Karl de que os economistas petistas descobriram que sempre é possível, em uma economia capitalista, sob a direção política certa, crescer aceleradamente, distribuir renda, garantir pleno emprego e evitar inteiramente as oscilações de mercado, tudo isso sem nunca sacrificar a classe trabalhadora, ele largaria a biblioteca do museu britânico e iria para a praia. Os economistas continuarão discutindo as melhores maneiras de aumentar a taxa de poupança ou de promover a inovação tecnológica, e cada um de nós concordará com uma das partes no debate, mas tudo que este texto pede aos intelectuais da esquerda brasileira é que não criem dentro dos partidos e movimentos progressistas um ambiente em que as ideias econômicas sejam julgadas apenas pela conformidade com a postura política geral do movimento. Foi assim que o partido republicano norte-americano morreu. É preciso defender a autonomia do econômico diante das correntes intelectuais hegemônicas na esquerda desde 1968, como antes foi necessário defender a autonomia do político diante do marxismo ortodoxo. É preciso reconhecer a soberania do pensamento econômico sobre o território intelectual que lhe é de direito, ainda que continue sendo legítimo e necessário combatê-lo em seus momentos imperialistas. Quando perceberem em seus alunos o reflexo de chamar todo ajuste fiscal de "fiscalismo" ou todo aumento de juros de "rendição ao rentismo", matem essas ideias no berço. CELSO ROCHA DE BARROS, 43, colunista da Folha, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford. JANAINA TSCHÄPE, 43, é artista plástica.
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Segunda tem jazz na Consolação e homenagem a Vinicius de Moraes
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 27 de junho de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que ontem não conseguiu assistir ao último episódio da temporada de "Game of Thrones" e agora vai ter que driblar as redes sociais para não se deparar com nenhum spoiler! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Homenagem | A cantora de MPB Mônica Salmaso celebra a obra de Vinicius de Moraes (1913-1980). Em show no Sesc Carmo, ela interpreta faixas de parcerias do carioca com Tom Jobim, Chico Buarque e Carlos Lyra, entre outros. Toda segunda | O Teatro Commune, na r. da Consolação, segue com o projeto "Toda Segunda É Dia de Big Band", que, às 21h, dá início ao show da SP Jazz Big Band. Ingressos custam R$ 10. * PARA TER ASSUNTO Reciclagem | "Sem novas lideranças, velha política pode sabotar Lava Jato", diz Transparência Internacional. Para o presidente da Transparência Internacional, organização voltada ao combate à corrupção de influência mundial, a Operação Lava Jato não comete abusos ao atingir políticos de alto escalão. Cotidiano | Dois em cada três menores infratores não têm pai dentro de casa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é de 23ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. Atenção, motociclistas | O acesso de motos e ciclomotores saídos da ponte Velha João Dias (sentido centro) à pista expressa da av. das Nações Unidas sentido Castelo Branco será alterado. Entenda aqui o que muda.
saopaulo
Segunda tem jazz na Consolação e homenagem a Vinicius de MoraesBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 27 de junho de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que ontem não conseguiu assistir ao último episódio da temporada de "Game of Thrones" e agora vai ter que driblar as redes sociais para não se deparar com nenhum spoiler! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Homenagem | A cantora de MPB Mônica Salmaso celebra a obra de Vinicius de Moraes (1913-1980). Em show no Sesc Carmo, ela interpreta faixas de parcerias do carioca com Tom Jobim, Chico Buarque e Carlos Lyra, entre outros. Toda segunda | O Teatro Commune, na r. da Consolação, segue com o projeto "Toda Segunda É Dia de Big Band", que, às 21h, dá início ao show da SP Jazz Big Band. Ingressos custam R$ 10. * PARA TER ASSUNTO Reciclagem | "Sem novas lideranças, velha política pode sabotar Lava Jato", diz Transparência Internacional. Para o presidente da Transparência Internacional, organização voltada ao combate à corrupção de influência mundial, a Operação Lava Jato não comete abusos ao atingir políticos de alto escalão. Cotidiano | Dois em cada três menores infratores não têm pai dentro de casa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é de 23ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. Atenção, motociclistas | O acesso de motos e ciclomotores saídos da ponte Velha João Dias (sentido centro) à pista expressa da av. das Nações Unidas sentido Castelo Branco será alterado. Entenda aqui o que muda.
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Voo de helicóptero revela rochas 'secretas' de área mística nos EUA
Quando o vermelho das montanhas áridas começa a se fundir com os últimos raios de sol que parecem despencar do céu, aí é hora de parar, sentar em um café e apenas observar. Já é finalzinho de tarde e, após conhecer Sedona, por terra e pelo ar, o melhor mesmo é se recarregar. Ali, no meio do Arizona, sudoeste americano, tudo é "energia", dizem os moradores da cidadezinha de 8.000 habitantes, bem no coração do Estado que surpreende pela mistura inusitada de cores, vegetações e climas. A duas horas de viagem de Phoenix e também do Grand Canyon –o destino mais procurado no Estado–, a cidade tem uma aura mística diretamente ligada ao seu maior atrativo: as Red Rocks. As rochas vermelhas esculpidas durante milhares de anos pelo vento dão o tom do lugar. Delas partiriam, garantem os espiritualizados locais, quatro vórtices de energia –fenômeno observado apenas em lugares tão espiritualizados quanto, como Machu Picchu, no Peru. Similares na forma a um ciclone (mas sem vento, e invisíveis), seriam eles, os vórtices de energia, os responsáveis pelas árvores retorcidas que se vê em meio aos cânions e pela sensação de "harmonia com o cosmo". Está aí um ingrediente da receita mística que atrai 3,5 milhões de pessoas todos os anos até lá. Um desses vórtices fica exatamente sobre o aeroporto local, indica o mapa energético da cidade. Mesmo que você não se interesse pela "metafísica cowboy" de Sedona, é de lá que parte o tour mais interessante desse cenário de filmes de western. São sete tipos de voos, a partir de U$ 88 por pessoa (ou R$ 265), oferecidos por uma das operadoras locais, a Sedona Air Tour. Conhecer de perto dois desses cânions e lar de antigos povos indígenas, por exemplo, sai por U$ 149 por passageiro (R$ 450). TRAJETO Partindo do aeroporto/centro energético em direção ao oeste, as primeiras formações rochosas estão a menos de cinco minutos. Lá embaixo, vegetação rasteira e pequenas árvores retorcidas acompanham o leito seco de um rio e parecem sumir quando dão de cara com um enorme paredão –vermelho, é claro. É a entrada do Secret Canyon, formação geológica de difícil acesso por terra, mas que se oferece sem resistência ao visitante aéreo. A bordo de um helicóptero, cujo comandante garante ter sido da Marinha americana, o que se experimenta é a sensação de quase poder tocar as rochas. Lá ambaixo, o verde de uma floresta de pinheiros parece se intimidar ante o "mar de rochas" que a circunda. BALANÇO Por vezes, a aeronave "para" ao lado de um desses paredões em voo estacionário. Uma leve turbulência se segue –contanto que não seja efeito colateral de um vórtice, tudo bem. O barulho dura pouco. Em menos de dois minutos um enorme platô se apresenta e dezenas de "buracos" vão aparecendo nas paredes. A aeronave chega mais perto e então se nota que os "buracos" não foram esculpidos pelo vento nem são obra do acaso. O que se vê são cavernas feitas por antigos índios da etnia sinagua. Ainda se pode ver pedras empilhadas pelos índios na entrada dessas minicavernas com menos de 3 metros montanha adentro. Como subiam, desciam e por que escolheram viver a quase 100 metros acima do nível do solo é resposta impossível de ser dada, já que a tribo foi extinta. Do meio para o final da tarde, a luz do sol dá ao visitante uma sensação única. Em degradê, seu efeito sobre a Bear Mountain realça três tons de vermelho. Lá embaixo, novamente a vegetação rasteira ao lado do leito seco do rio indica o caminho de volta ao aeroporto. O jornalista EMILIO SANT'ANNA viajou a convite do Escritório de Turismo do Arizona * PACOTES PARA SEDONA US$ 962 (R$ 2.930) Pacote de três noites no Amara Resort & Spa, em Sedona. Inclui aula de ioga. Sem refeições ou passagens. Reservas: 0800-7621287; kimptonhotels.com US$ 2.660 (R$ 8.104) Para saída em 13/6. Oito noites em quarto duplo, sem refeições, passando por Sedona, parque dos Ursos, Grand Canyon e Las Vegas. Sem aéreo. Na GoldTrip: (11) 4411-2852; goldtrip.com.br US$ 5.178 (R$ 15.775) Pacote de dez noites, com café da manhã, entre Phoenix, Grand Canyon e Sedona, entre outros. Inclui passeios e aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
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Voo de helicóptero revela rochas 'secretas' de área mística nos EUAQuando o vermelho das montanhas áridas começa a se fundir com os últimos raios de sol que parecem despencar do céu, aí é hora de parar, sentar em um café e apenas observar. Já é finalzinho de tarde e, após conhecer Sedona, por terra e pelo ar, o melhor mesmo é se recarregar. Ali, no meio do Arizona, sudoeste americano, tudo é "energia", dizem os moradores da cidadezinha de 8.000 habitantes, bem no coração do Estado que surpreende pela mistura inusitada de cores, vegetações e climas. A duas horas de viagem de Phoenix e também do Grand Canyon –o destino mais procurado no Estado–, a cidade tem uma aura mística diretamente ligada ao seu maior atrativo: as Red Rocks. As rochas vermelhas esculpidas durante milhares de anos pelo vento dão o tom do lugar. Delas partiriam, garantem os espiritualizados locais, quatro vórtices de energia –fenômeno observado apenas em lugares tão espiritualizados quanto, como Machu Picchu, no Peru. Similares na forma a um ciclone (mas sem vento, e invisíveis), seriam eles, os vórtices de energia, os responsáveis pelas árvores retorcidas que se vê em meio aos cânions e pela sensação de "harmonia com o cosmo". Está aí um ingrediente da receita mística que atrai 3,5 milhões de pessoas todos os anos até lá. Um desses vórtices fica exatamente sobre o aeroporto local, indica o mapa energético da cidade. Mesmo que você não se interesse pela "metafísica cowboy" de Sedona, é de lá que parte o tour mais interessante desse cenário de filmes de western. São sete tipos de voos, a partir de U$ 88 por pessoa (ou R$ 265), oferecidos por uma das operadoras locais, a Sedona Air Tour. Conhecer de perto dois desses cânions e lar de antigos povos indígenas, por exemplo, sai por U$ 149 por passageiro (R$ 450). TRAJETO Partindo do aeroporto/centro energético em direção ao oeste, as primeiras formações rochosas estão a menos de cinco minutos. Lá embaixo, vegetação rasteira e pequenas árvores retorcidas acompanham o leito seco de um rio e parecem sumir quando dão de cara com um enorme paredão –vermelho, é claro. É a entrada do Secret Canyon, formação geológica de difícil acesso por terra, mas que se oferece sem resistência ao visitante aéreo. A bordo de um helicóptero, cujo comandante garante ter sido da Marinha americana, o que se experimenta é a sensação de quase poder tocar as rochas. Lá ambaixo, o verde de uma floresta de pinheiros parece se intimidar ante o "mar de rochas" que a circunda. BALANÇO Por vezes, a aeronave "para" ao lado de um desses paredões em voo estacionário. Uma leve turbulência se segue –contanto que não seja efeito colateral de um vórtice, tudo bem. O barulho dura pouco. Em menos de dois minutos um enorme platô se apresenta e dezenas de "buracos" vão aparecendo nas paredes. A aeronave chega mais perto e então se nota que os "buracos" não foram esculpidos pelo vento nem são obra do acaso. O que se vê são cavernas feitas por antigos índios da etnia sinagua. Ainda se pode ver pedras empilhadas pelos índios na entrada dessas minicavernas com menos de 3 metros montanha adentro. Como subiam, desciam e por que escolheram viver a quase 100 metros acima do nível do solo é resposta impossível de ser dada, já que a tribo foi extinta. Do meio para o final da tarde, a luz do sol dá ao visitante uma sensação única. Em degradê, seu efeito sobre a Bear Mountain realça três tons de vermelho. Lá embaixo, novamente a vegetação rasteira ao lado do leito seco do rio indica o caminho de volta ao aeroporto. O jornalista EMILIO SANT'ANNA viajou a convite do Escritório de Turismo do Arizona * PACOTES PARA SEDONA US$ 962 (R$ 2.930) Pacote de três noites no Amara Resort & Spa, em Sedona. Inclui aula de ioga. Sem refeições ou passagens. Reservas: 0800-7621287; kimptonhotels.com US$ 2.660 (R$ 8.104) Para saída em 13/6. Oito noites em quarto duplo, sem refeições, passando por Sedona, parque dos Ursos, Grand Canyon e Las Vegas. Sem aéreo. Na GoldTrip: (11) 4411-2852; goldtrip.com.br US$ 5.178 (R$ 15.775) Pacote de dez noites, com café da manhã, entre Phoenix, Grand Canyon e Sedona, entre outros. Inclui passeios e aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
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Em choque de estilos, primeiro debate termina sem nocaute
Os debates presidenciais nos EUA unem duas das maiores paixões dos americanos, a televisão e o presidente. E nenhum antes havia gerado tamanha expectativa como o primeiro cara a cara entre Hillary Clinton e Donald Trump na campanha.Quando o confronto é entre uma candidata com larga experiência na política e outro com traquejo de sobra diante das câmeras, qual dos dois leva vantagem? Leia mais
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Em choque de estilos, primeiro debate termina sem nocauteOs debates presidenciais nos EUA unem duas das maiores paixões dos americanos, a televisão e o presidente. E nenhum antes havia gerado tamanha expectativa como o primeiro cara a cara entre Hillary Clinton e Donald Trump na campanha.Quando o confronto é entre uma candidata com larga experiência na política e outro com traquejo de sobra diante das câmeras, qual dos dois leva vantagem? Leia mais
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Ex-senador Rick Santorum anuncia pré-candidatura republicana para 2016
O ex-senador republicano pelo Estado da Pensilvânia Rick Santorum anunciou formalmente nesta quarta-feira (27) sua intenção de disputar a candidatura republicana para a Presidência dos EUA em 2016. Esta é sua segunda tentativa de chegar à Casa Branca. Santorum confirmou sua decisão em um discurso em sua cidade natal, Cabot, na Pensilvânia. Em 2012, o ex-senador venceu nas primárias de Iowa, mas o candidato republicano eleito na ocasião foi o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. Santorum se une assim a uma longa lista de adversários pela candidatura republicana, na qual já figuram oficialmente os senadores Rand Paul (Kentucky), Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas). Além disso, também confirmaram suas aspirações o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee; o neurocirurgião Ben Carson; e a ex-diretora-executiva da Hewlett-Packard Carly Fiorina. Atualmente Santorum, cujo respaldo está concentrado nos conservadores cristãos, está em 10º lugar nas intenções de voto, de acordo com dados da RealClearPolitics, que aglutina diversas pesquisas nacionais.
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Ex-senador Rick Santorum anuncia pré-candidatura republicana para 2016O ex-senador republicano pelo Estado da Pensilvânia Rick Santorum anunciou formalmente nesta quarta-feira (27) sua intenção de disputar a candidatura republicana para a Presidência dos EUA em 2016. Esta é sua segunda tentativa de chegar à Casa Branca. Santorum confirmou sua decisão em um discurso em sua cidade natal, Cabot, na Pensilvânia. Em 2012, o ex-senador venceu nas primárias de Iowa, mas o candidato republicano eleito na ocasião foi o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. Santorum se une assim a uma longa lista de adversários pela candidatura republicana, na qual já figuram oficialmente os senadores Rand Paul (Kentucky), Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas). Além disso, também confirmaram suas aspirações o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee; o neurocirurgião Ben Carson; e a ex-diretora-executiva da Hewlett-Packard Carly Fiorina. Atualmente Santorum, cujo respaldo está concentrado nos conservadores cristãos, está em 10º lugar nas intenções de voto, de acordo com dados da RealClearPolitics, que aglutina diversas pesquisas nacionais.
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Paisagista ensina a renovar jardim de casa com cal e adubo orgânico
DE SÃO PAULO Plantas amareladas e murchas, ervas daninhas, terra seca e sem nutrientes. Sem os cuidados necessários, esse pode ser o fim de um jardim. Mas nem tudo está perdido: com um pouco de cal, adubo orgânico, mudas novas e água, ele volta a ser saudável, ensina a paisagista Renata Guastelli. Agora é uma boa época para revitalizar os canteiros de casa. "A primavera, que começa em 23 de setembro, é o melhor período para plantar por causa do clima ameno." O solo sem nutrientes é um dos principais entraves para o crescimento das plantas. Se a terra estiver seca, porosa, com uma cor avermelhada, é preciso trocá-la. O adubo orgânico deve ser usado de acordo com a necessidade da planta, diz Guastelli. Flores geralmente precisam de mais nutrientes do que folhagens. Ela recomenda que todas as espécies sejam adubadas, pelo menos a cada seis meses. Ao lado, a paisagista ensina o passo a passo para revitalizar tanto o jardim da varanda quanto o do quintal.
sobretudo
Paisagista ensina a renovar jardim de casa com cal e adubo orgânico DE SÃO PAULO Plantas amareladas e murchas, ervas daninhas, terra seca e sem nutrientes. Sem os cuidados necessários, esse pode ser o fim de um jardim. Mas nem tudo está perdido: com um pouco de cal, adubo orgânico, mudas novas e água, ele volta a ser saudável, ensina a paisagista Renata Guastelli. Agora é uma boa época para revitalizar os canteiros de casa. "A primavera, que começa em 23 de setembro, é o melhor período para plantar por causa do clima ameno." O solo sem nutrientes é um dos principais entraves para o crescimento das plantas. Se a terra estiver seca, porosa, com uma cor avermelhada, é preciso trocá-la. O adubo orgânico deve ser usado de acordo com a necessidade da planta, diz Guastelli. Flores geralmente precisam de mais nutrientes do que folhagens. Ela recomenda que todas as espécies sejam adubadas, pelo menos a cada seis meses. Ao lado, a paisagista ensina o passo a passo para revitalizar tanto o jardim da varanda quanto o do quintal.
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Leitor critica coluna de Drauzio Varella sobre 'cura espiritual'
É possível compreender a intenção de Drauzio Varella de combater charlatões. Porém, desqualificar a capacidade curativa de experiências espirituais é apostar numa racionalidade extrema e inexistente. Até porque, se o paciente não tiver fé no tratamento, não há remédio, por mais vigoroso que seja, que o cure. Desconsiderar o trabalho milenar de culturas que conseguem curar a partir do uso de plantas é impreciso, incorreto e elitista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitor critica coluna de Drauzio Varella sobre 'cura espiritual'É possível compreender a intenção de Drauzio Varella de combater charlatões. Porém, desqualificar a capacidade curativa de experiências espirituais é apostar numa racionalidade extrema e inexistente. Até porque, se o paciente não tiver fé no tratamento, não há remédio, por mais vigoroso que seja, que o cure. Desconsiderar o trabalho milenar de culturas que conseguem curar a partir do uso de plantas é impreciso, incorreto e elitista. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É preciso evitar pressão sobre ministros do STF, diz leitor
Interessante a carta de Geraldo Siffert Junior, na qual afirma que "é agora que vamos ver se o ministro Teori está do lado dos brasileiros ou se é agradecido ao PT". Para ele, não existe investigação, direito de defesa ou processo. A culpa está estabelecida e só resta ao ministro condenar. Caso não o faça, será porque foi indicado pelo PT. A condenação significa estar ao lado do povo, mesmo não havendo ainda elementos para tanto. É o mesmo tipo de pressão que ocorreu no mensalão, o que levou a decisões contestáveis e duvidosas por parte de alguns dos magistrados do STF. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É preciso evitar pressão sobre ministros do STF, diz leitorInteressante a carta de Geraldo Siffert Junior, na qual afirma que "é agora que vamos ver se o ministro Teori está do lado dos brasileiros ou se é agradecido ao PT". Para ele, não existe investigação, direito de defesa ou processo. A culpa está estabelecida e só resta ao ministro condenar. Caso não o faça, será porque foi indicado pelo PT. A condenação significa estar ao lado do povo, mesmo não havendo ainda elementos para tanto. É o mesmo tipo de pressão que ocorreu no mensalão, o que levou a decisões contestáveis e duvidosas por parte de alguns dos magistrados do STF. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Conselho de NY desiste de votar medida para restringir carruagens
Em um significativo golpe político para o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, o Conselho da cidade disse na última quinta-feira (11) que vai abandonar a votação de um projeto de lei para restringir as carruagens puxadas por cavalos no Central Park. O colapso da legislação veio depois que um sindicato de trabalhadores retirou seu apoio ao longo da semana, de acordo com autoridades locais, tornando o projeto de lei mais insustentável. De Blasio, um democrata, tem pressionado para banir as carruagens desde que assumiu o posto e gastou um esforço considerável nos últimos dias para manter o compromisso negociado com a porta-voz do conselho, Melissa Mark-Viverito, e o sindicato de motoristas. Mas na quinta-feira o sindicato se retirou do acordo, argumentando que ele não será capaz de "providenciar um futuro viável para a indústria". Para os membros do conselho, que expressaram um apoio morno ao projeto de lei, a defesa do sindicato era vista como essencial para a aprovação do conselho. Como o conselho raramente vota em medidas incertas, a remoção da votação do projeto de lei do calendário é o equivalente a sua derrota. A prefeitura afirmou, antes do anúncio do sindicato, que o projeto tinha os votos necessários para passar. "Há muita gente que não acha que faz sentido ter carruagens puxadas por cavalos nas ruas do centro de Manhattan e que restringi-las à área do parque é uma boa ideia", afirmou o prefeito a repórteres. "Nós encontraremos um jeito de seguir em frente."
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Conselho de NY desiste de votar medida para restringir carruagensEm um significativo golpe político para o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, o Conselho da cidade disse na última quinta-feira (11) que vai abandonar a votação de um projeto de lei para restringir as carruagens puxadas por cavalos no Central Park. O colapso da legislação veio depois que um sindicato de trabalhadores retirou seu apoio ao longo da semana, de acordo com autoridades locais, tornando o projeto de lei mais insustentável. De Blasio, um democrata, tem pressionado para banir as carruagens desde que assumiu o posto e gastou um esforço considerável nos últimos dias para manter o compromisso negociado com a porta-voz do conselho, Melissa Mark-Viverito, e o sindicato de motoristas. Mas na quinta-feira o sindicato se retirou do acordo, argumentando que ele não será capaz de "providenciar um futuro viável para a indústria". Para os membros do conselho, que expressaram um apoio morno ao projeto de lei, a defesa do sindicato era vista como essencial para a aprovação do conselho. Como o conselho raramente vota em medidas incertas, a remoção da votação do projeto de lei do calendário é o equivalente a sua derrota. A prefeitura afirmou, antes do anúncio do sindicato, que o projeto tinha os votos necessários para passar. "Há muita gente que não acha que faz sentido ter carruagens puxadas por cavalos nas ruas do centro de Manhattan e que restringi-las à área do parque é uma boa ideia", afirmou o prefeito a repórteres. "Nós encontraremos um jeito de seguir em frente."
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Decisão de recurso de pena de Neymar só será tomada na terça-feira
A decisão se a pena de quatro jogos de suspensão de Neymar poderá diminuir só saíra na terça-feira (23) à tarde. Presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, que sentenciou a suspensão, o brasileiro Caio César Rocha informou que até o momento a entidade ainda não enviou à CBF os fundamentos (o teor da decisão). Sem isso, o departamento jurídico da CBF não tem como preparar a defesa para o recurso –que pretende eliminar pelo menos um jogo de suspensão, o que deixaria o camisa 10 com condições de jogo em uma eventual final da Copa América. Neymar está fora do jogo que começa às 18h30 deste domingo (21), contra a Venezuela e que vai definir a classificação ou eliminação da seleção na competição. "Enviaremos os fundamentos para a CBF até o fim da manhã de amanhã [segunda]. Depois a CBF tem 24 horas para enviar o recurso, portanto a decisão sobre o recurso só deve sair na terça [23] à tarde", disse César Rocha. A decisão será tomada pelo equatoriano Guillermo Saltos, que preside a Câmara de Apelações, e único representante do órgão no Chile. Ele decidirá sozinho. Neymar foi expulso pelo árbitro chileno Enrique Osses após o fim do jogo contra a Colômbia, na quarta (17), depois de se envolver em confusão com os colombianos Murillo e Bacca. O que pesou, porém, para que a pena fosse dura foi ter esperado Osses na entrada do túnel do vestiário e o xingado. Os quatro jogos de suspensão tiram Neymar da Copa América, que terá no máximo mais quatro partidas. O atacante continua com a delegação até o julgamento do recurso e está no estádio Monumental, palco da partida contra a Venezuela, Ele só não pode ficar no banco de reservas.
esporte
Decisão de recurso de pena de Neymar só será tomada na terça-feiraA decisão se a pena de quatro jogos de suspensão de Neymar poderá diminuir só saíra na terça-feira (23) à tarde. Presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, que sentenciou a suspensão, o brasileiro Caio César Rocha informou que até o momento a entidade ainda não enviou à CBF os fundamentos (o teor da decisão). Sem isso, o departamento jurídico da CBF não tem como preparar a defesa para o recurso –que pretende eliminar pelo menos um jogo de suspensão, o que deixaria o camisa 10 com condições de jogo em uma eventual final da Copa América. Neymar está fora do jogo que começa às 18h30 deste domingo (21), contra a Venezuela e que vai definir a classificação ou eliminação da seleção na competição. "Enviaremos os fundamentos para a CBF até o fim da manhã de amanhã [segunda]. Depois a CBF tem 24 horas para enviar o recurso, portanto a decisão sobre o recurso só deve sair na terça [23] à tarde", disse César Rocha. A decisão será tomada pelo equatoriano Guillermo Saltos, que preside a Câmara de Apelações, e único representante do órgão no Chile. Ele decidirá sozinho. Neymar foi expulso pelo árbitro chileno Enrique Osses após o fim do jogo contra a Colômbia, na quarta (17), depois de se envolver em confusão com os colombianos Murillo e Bacca. O que pesou, porém, para que a pena fosse dura foi ter esperado Osses na entrada do túnel do vestiário e o xingado. Os quatro jogos de suspensão tiram Neymar da Copa América, que terá no máximo mais quatro partidas. O atacante continua com a delegação até o julgamento do recurso e está no estádio Monumental, palco da partida contra a Venezuela, Ele só não pode ficar no banco de reservas.
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'Stonehenge alemão' abre para visitação
O sítio pré-histórico Ringheiligtum Pömmelte, uma espécie de círculo sagrado formado por cercas decoradas e sepulturas, foi aberto ao público na cidade de Pömmelte, no leste da Alemanha, nesta semana. Acredita-se que o local, conhecido como "Stonehenge da Alemanha", tenha cerca de 4.300 anos. A formação foi descoberta em 1999 numa floresta às margens do rio Elba. Feito de madeira, o sítio arqueológico não superou bem o teste de resistência do tempo e precisou ser totalmente reconstruído. O investimento foi de € 2 milhões. Sete anéis de cercas circulares e concêntricas compõem o monumento. Segundo os pesquisadores, a formação pode ter sido muito relevante entre os séculos 21 a.C. e 23 a.C., quando o mundo vivia a transição entre o Neolítico e a Idade do Bronze. A construção pré-histórica teria servido como centro de poder da elite local. Entalhes identificados na madeira simbolizariam o cosmos e sugerem que a área pode ter sido empregada em cerimônias religiosas. Talvez tivesse até mesmo um papel importante em rituais de oferenda. Sob as camadas de madeira desmoronada foram encontrados esqueletos de crianças e mulheres jovens, cujas lesões sugerem sacrifícios, de acordo com o arqueólogo Andre Spatzier, que falou ao escritório de turismo do estado da Saxônia-Anhalt, onde fica o achado. "Essa configuração única de círculos está à altura de Stonehenge. A principal diferença é que, em Pömmelte, tudo foi feito com madeira e, portanto, se deteriorou", comparou Spatzier. O local, agora aberto ao público, é uma das paradas da rota turística Himmelswege (em português, caminhos para o céu). O percurso na Saxônia-Anhalt, incluindo uma parada no Disco de Nebra, é conhecido por ter sido, milhares de anos atrás, uma passagem onde as pessoas paravam para observar o firmamento.
turismo
'Stonehenge alemão' abre para visitaçãoO sítio pré-histórico Ringheiligtum Pömmelte, uma espécie de círculo sagrado formado por cercas decoradas e sepulturas, foi aberto ao público na cidade de Pömmelte, no leste da Alemanha, nesta semana. Acredita-se que o local, conhecido como "Stonehenge da Alemanha", tenha cerca de 4.300 anos. A formação foi descoberta em 1999 numa floresta às margens do rio Elba. Feito de madeira, o sítio arqueológico não superou bem o teste de resistência do tempo e precisou ser totalmente reconstruído. O investimento foi de € 2 milhões. Sete anéis de cercas circulares e concêntricas compõem o monumento. Segundo os pesquisadores, a formação pode ter sido muito relevante entre os séculos 21 a.C. e 23 a.C., quando o mundo vivia a transição entre o Neolítico e a Idade do Bronze. A construção pré-histórica teria servido como centro de poder da elite local. Entalhes identificados na madeira simbolizariam o cosmos e sugerem que a área pode ter sido empregada em cerimônias religiosas. Talvez tivesse até mesmo um papel importante em rituais de oferenda. Sob as camadas de madeira desmoronada foram encontrados esqueletos de crianças e mulheres jovens, cujas lesões sugerem sacrifícios, de acordo com o arqueólogo Andre Spatzier, que falou ao escritório de turismo do estado da Saxônia-Anhalt, onde fica o achado. "Essa configuração única de círculos está à altura de Stonehenge. A principal diferença é que, em Pömmelte, tudo foi feito com madeira e, portanto, se deteriorou", comparou Spatzier. O local, agora aberto ao público, é uma das paradas da rota turística Himmelswege (em português, caminhos para o céu). O percurso na Saxônia-Anhalt, incluindo uma parada no Disco de Nebra, é conhecido por ter sido, milhares de anos atrás, uma passagem onde as pessoas paravam para observar o firmamento.
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Morre o compositor Zé do Rancho, avô de Sandy e Junior, aos 87 anos
O cantor e compositor Zé do Rancho morreu neste domingo (15), aos 87 anos. Seu corpo foi velado nesta segunda em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde morava. Zé do Rancho era avô materno dos irmãos Sandy e Junior e compôs alguns dos sucessos da dupla, como "Maria Chiquinha", que cantou com a mulher, Mariazinha, nos anos 70, e "Abre a Porta Mariquinha". João Izidoro Pereira, nome de Zé do Rancho, morreu de insuficiência cardíaca e vivia há 40 anos com a doença de Chagas. A assessoria de imprensa de Sandy comunicou o falecimento por meio de seu perfil numa rede social: "É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Zé do Rancho, na tarde deste domingo, dia 15, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Aos 87 anos, o cantor e compositor deixa três filhos, cinco netos e três bisnetos. A família agradece todo carinho e apoio neste momento de muita tristeza e dor. Assessoria de Imprensa Sandy"
ilustrada
Morre o compositor Zé do Rancho, avô de Sandy e Junior, aos 87 anosO cantor e compositor Zé do Rancho morreu neste domingo (15), aos 87 anos. Seu corpo foi velado nesta segunda em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde morava. Zé do Rancho era avô materno dos irmãos Sandy e Junior e compôs alguns dos sucessos da dupla, como "Maria Chiquinha", que cantou com a mulher, Mariazinha, nos anos 70, e "Abre a Porta Mariquinha". João Izidoro Pereira, nome de Zé do Rancho, morreu de insuficiência cardíaca e vivia há 40 anos com a doença de Chagas. A assessoria de imprensa de Sandy comunicou o falecimento por meio de seu perfil numa rede social: "É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Zé do Rancho, na tarde deste domingo, dia 15, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Aos 87 anos, o cantor e compositor deixa três filhos, cinco netos e três bisnetos. A família agradece todo carinho e apoio neste momento de muita tristeza e dor. Assessoria de Imprensa Sandy"
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DJs badalados de São Paulo ganham mais de R$ 10 mil por noite em casamento
ANDERSON SANTIAGO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Conheça quem são os agitadores das festas mais badaladas da cidade que chegam a ganhar R$ 10 mil numa noite e as músicas que eles mais tocam nos casamentos. * Buga Veio da cena de house music e já tocou em clubes como o extinto Base e o badalado Disco. "O mais legal é a 'vibe' do público. Todo mundo se conhece e se gosta", diz. Sobre preços, desconversa: "Estão dentro do valor de mercado". TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Don't Wanna Know", de Maroon 5 3 - "Here me Now", de Alok 4 - "Psycho Killer" (Drop Out Orchestra Rework), de Talking Heads 5 - "Lisztomania", de Phoenix djbuga.com.br - Marcelo Botelho DJ há 20 anos, bombou depois de tocar, em 2013, em uma cerimônia em Mykonos, na Grécia, e em uma festinha particular em Nova York. A procura aumentou. "Em 2014, me desdobrei para fazer 40 casamentos." Neste ano, ele só tem mais sete sábados livres. Cachê: a partir de R$ 10 mil. TOP 5 1 - "Dog Days Are Over", de Florence + The Machine 2 - "Your Song (Power 2011 Remix)",de Billy Paul 3 - "Oração" (Deeplick Remix), de A Banda Mais Bonita da Cidade 4 - "This Girl", de Kungs 5 - "Point of View", de DB Boulevard djmarcelobotelho.com.br ou tel. 97441-8992 (com Camila Fernandes) - Dre Guazelli De estilo mais alternativo, já fez casamentos em locais paradisíacos como Ibiza, sob um preço que varia entre R$ 7.000 e R$ 10 mil. "Toco saxofone e levo um DJ para tocar até o fim. É um show completo", define. TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Sugar", de Robin Schulz 3 - "Can't Feel my Face", de The Weeknd 4 - "Is This Love?", de Bob Marley 5 - "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia E-mail: [email protected] - Pedro Sabie Ao ser padrinho de um casamento em Trancoso (BA), fez sua estreia nas pick-ups casamenteiras. Oito anos se passaram e muitas celebrações. "Fazer um casamento exige trabalho e dedicação, pois é um marco na vida das pessoas". Cobraa partir de R$ 8.000. TOP 5 1 - "Hymn For The Weekend" (Seeb Remix), de Coldplay 2 - "Can't Stop The Feeling", de Justin Timberlake 3 - "Sonnenkind" (MÖWE Remix), de Charlie Boulala 4 - "People On The High Line" (Clapton e Remix), de New Order 5 - "Open Your Eyes", de Snow Patrol pedrosabie.squarespace.com ou tel. 3045-1453 Rodrigo Mantega Já abriu shows de Ivete Sangalo e O Rappa, além de fazer turnês internacionais. Desde 2014, viu nos casamentos um bom nicho. Cobra de R$ 6.000 a R$ 8.000 para mostrar seus hits. É o queridinho de bodas da comunidade judaica. TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Oração" (JetLag Remix), de A Banda Mais Bonita da Cidade 3 - "Dog Days Are Over", de Florence + The Machine 4 - "Duele El Corazon", de Enrique Iglesias 5 - "A Little Respect", de Erasure rodrigomantega.com.br ou tel. 3031-1851/ 96435-4426 - Zé Pedro Depois de programas de auditório, viu sua agenda bombar com festas de casamento. Diz não seguir "o procedimento de um DJ de evento". "Quem me procura já sabe o que eu toco. Invisto mais na qualidade de apresentação." Seus valores oscilam, "mas para amigos a regra é nunca cobrar". TOP 5 "Nasce na hora. Só decido que rumo musical tomar quando subo no palco. Não existe regra." djzepedro.com.br
o-melhor-de-sao-paulo
DJs badalados de São Paulo ganham mais de R$ 10 mil por noite em casamentoANDERSON SANTIAGO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Conheça quem são os agitadores das festas mais badaladas da cidade que chegam a ganhar R$ 10 mil numa noite e as músicas que eles mais tocam nos casamentos. * Buga Veio da cena de house music e já tocou em clubes como o extinto Base e o badalado Disco. "O mais legal é a 'vibe' do público. Todo mundo se conhece e se gosta", diz. Sobre preços, desconversa: "Estão dentro do valor de mercado". TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Don't Wanna Know", de Maroon 5 3 - "Here me Now", de Alok 4 - "Psycho Killer" (Drop Out Orchestra Rework), de Talking Heads 5 - "Lisztomania", de Phoenix djbuga.com.br - Marcelo Botelho DJ há 20 anos, bombou depois de tocar, em 2013, em uma cerimônia em Mykonos, na Grécia, e em uma festinha particular em Nova York. A procura aumentou. "Em 2014, me desdobrei para fazer 40 casamentos." Neste ano, ele só tem mais sete sábados livres. Cachê: a partir de R$ 10 mil. TOP 5 1 - "Dog Days Are Over", de Florence + The Machine 2 - "Your Song (Power 2011 Remix)",de Billy Paul 3 - "Oração" (Deeplick Remix), de A Banda Mais Bonita da Cidade 4 - "This Girl", de Kungs 5 - "Point of View", de DB Boulevard djmarcelobotelho.com.br ou tel. 97441-8992 (com Camila Fernandes) - Dre Guazelli De estilo mais alternativo, já fez casamentos em locais paradisíacos como Ibiza, sob um preço que varia entre R$ 7.000 e R$ 10 mil. "Toco saxofone e levo um DJ para tocar até o fim. É um show completo", define. TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Sugar", de Robin Schulz 3 - "Can't Feel my Face", de The Weeknd 4 - "Is This Love?", de Bob Marley 5 - "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia E-mail: [email protected] - Pedro Sabie Ao ser padrinho de um casamento em Trancoso (BA), fez sua estreia nas pick-ups casamenteiras. Oito anos se passaram e muitas celebrações. "Fazer um casamento exige trabalho e dedicação, pois é um marco na vida das pessoas". Cobraa partir de R$ 8.000. TOP 5 1 - "Hymn For The Weekend" (Seeb Remix), de Coldplay 2 - "Can't Stop The Feeling", de Justin Timberlake 3 - "Sonnenkind" (MÖWE Remix), de Charlie Boulala 4 - "People On The High Line" (Clapton e Remix), de New Order 5 - "Open Your Eyes", de Snow Patrol pedrosabie.squarespace.com ou tel. 3045-1453 Rodrigo Mantega Já abriu shows de Ivete Sangalo e O Rappa, além de fazer turnês internacionais. Desde 2014, viu nos casamentos um bom nicho. Cobra de R$ 6.000 a R$ 8.000 para mostrar seus hits. É o queridinho de bodas da comunidade judaica. TOP 5 1 - "This Girl", de Kungs 2 - "Oração" (JetLag Remix), de A Banda Mais Bonita da Cidade 3 - "Dog Days Are Over", de Florence + The Machine 4 - "Duele El Corazon", de Enrique Iglesias 5 - "A Little Respect", de Erasure rodrigomantega.com.br ou tel. 3031-1851/ 96435-4426 - Zé Pedro Depois de programas de auditório, viu sua agenda bombar com festas de casamento. Diz não seguir "o procedimento de um DJ de evento". "Quem me procura já sabe o que eu toco. Invisto mais na qualidade de apresentação." Seus valores oscilam, "mas para amigos a regra é nunca cobrar". TOP 5 "Nasce na hora. Só decido que rumo musical tomar quando subo no palco. Não existe regra." djzepedro.com.br
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Desunião instável
A uma semana do plebiscito em que a população do Reino Unido dará seu veredito sobre a permanência ou não do país na União Europeia, as campanhas dos dois lados foram suspensas temporariamente em respeito à morte da deputada britânica Jo Cox, 41, assassinada na quinta-feira (16). Integrante do Partido Trabalhista, a parlamentar foi atacada a facas e a tiros por um homem de 52 anos na cidade de Birstall, localizada no norte da Inglaterra. Embora os motivos do homicídio ainda não sejam conhecidos, levantou-se a possibilidade de que o crime tenha motivações políticas. Testemunhas afirmam que o assassino gritou "Reino Unido primeiro" ao matar Cox, que defendia a permanência no bloco continental. A expressão é também o nome de uma facção de extrema-direita. Se a hipótese vier a ser confirmada, representará a consequência mais trágica de uma disputa cada vez mais feroz, apelativa e imprevisível. Quase todas as pesquisas de opinião indicam o empate técnico entre as duas opções, com alguma vantagem para os defensores do "brexit" (junção das palavras "Britain" e "exit", saída em inglês). Observe-se, porém, que o plebiscito, por ser consultivo, não obriga o governo britânico a adotar medidas imediatas —embora a inação pareça politicamente inviável após a manifestação da população. A decisão, de todo modo, ainda teria de passar pelo Parlamento. Depois, o processo seria legalmente iniciado com uma notificação formal por parte do Reino Unido aos demais membros da UE. A prevalecer esse cenário separatista, a economia britânica poderá sofrer abalos severos, segundo a maioria dos analistas. As incertezas resultantes da defecção podem resultar, no curto prazo, em fuga de capitais, com consequente desvalorização da libra, além de um choque de confiança capaz de levar o país para uma recessão. Em prazo mais longo, perda de influência de Londres como centro financeiro e menor atratividade para investimentos. Em tese, a moeda mais fraca e a diminuição das amarras regulatórias até favoreceriam as exportações, vantagens apontadas pelos defensores da saída. Esse efeito, porém, acabaria neutralizado pela perda de acesso privilegiado ao mercado único europeu, que dificilmente seria compensado pelo comércio com outras regiões. Às complicações econômicas se somaria uma quase certa instabilidade política. Defensor da permanência do Reino Unido no bloco europeu, o primeiro-ministro David Cameron teria poucas condições de resistir no cargo. [email protected]
opiniao
Desunião instávelA uma semana do plebiscito em que a população do Reino Unido dará seu veredito sobre a permanência ou não do país na União Europeia, as campanhas dos dois lados foram suspensas temporariamente em respeito à morte da deputada britânica Jo Cox, 41, assassinada na quinta-feira (16). Integrante do Partido Trabalhista, a parlamentar foi atacada a facas e a tiros por um homem de 52 anos na cidade de Birstall, localizada no norte da Inglaterra. Embora os motivos do homicídio ainda não sejam conhecidos, levantou-se a possibilidade de que o crime tenha motivações políticas. Testemunhas afirmam que o assassino gritou "Reino Unido primeiro" ao matar Cox, que defendia a permanência no bloco continental. A expressão é também o nome de uma facção de extrema-direita. Se a hipótese vier a ser confirmada, representará a consequência mais trágica de uma disputa cada vez mais feroz, apelativa e imprevisível. Quase todas as pesquisas de opinião indicam o empate técnico entre as duas opções, com alguma vantagem para os defensores do "brexit" (junção das palavras "Britain" e "exit", saída em inglês). Observe-se, porém, que o plebiscito, por ser consultivo, não obriga o governo britânico a adotar medidas imediatas —embora a inação pareça politicamente inviável após a manifestação da população. A decisão, de todo modo, ainda teria de passar pelo Parlamento. Depois, o processo seria legalmente iniciado com uma notificação formal por parte do Reino Unido aos demais membros da UE. A prevalecer esse cenário separatista, a economia britânica poderá sofrer abalos severos, segundo a maioria dos analistas. As incertezas resultantes da defecção podem resultar, no curto prazo, em fuga de capitais, com consequente desvalorização da libra, além de um choque de confiança capaz de levar o país para uma recessão. Em prazo mais longo, perda de influência de Londres como centro financeiro e menor atratividade para investimentos. Em tese, a moeda mais fraca e a diminuição das amarras regulatórias até favoreceriam as exportações, vantagens apontadas pelos defensores da saída. Esse efeito, porém, acabaria neutralizado pela perda de acesso privilegiado ao mercado único europeu, que dificilmente seria compensado pelo comércio com outras regiões. Às complicações econômicas se somaria uma quase certa instabilidade política. Defensor da permanência do Reino Unido no bloco europeu, o primeiro-ministro David Cameron teria poucas condições de resistir no cargo. [email protected]
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'Problema' virou 'imprevisto', diz homem que superou câncer três vezes
O tratamento do câncer no Brasil evoluiu para se tornar mais interdisciplinar. Hoje as terapias incluem acompanhamento da qualidade de vida do paciente, orientação nutricional e até mesmo psicológica. Os cuidados devem olhar o paciente como um todo e continuar até mesmo após a cura. É a conclusão dos participantes da última mesa de debate do Fórum A Jornada do Paciente com Câncer, promovido pela Folha com patrocínio do laboratório Bristol-Myers Squibb, realizado na segunda (24) e terça-feira (25), no teatro Unibes Cultural, em São Paulo. Para Ludmila Koch, oncologista do Hospital Albert Einstein, o tratamento deveria ser composto por três etapas: a fase do diagnóstico e tratamento, a fase da remissão, e a terceira: o retorno do paciente a sua vida pessoal e profissional. "Às vezes, após o tratamento, o paciente se sente abandonado. Ele é curado do tumor mas tem um adoecimento psicossocial", diz a médica, que participou da mesa ao lado da psicóloga oncológica Paula Kioroglo, do Hospital Sírio Libanês, e do ex-paciente Paulo Henrique Velloso. Segundo Kioroglo, doenças como transtorno de ansiedade e depressão afetam ex-pacientes que não conseguem lidar com suas sequelas ou com a possibilidade de uma recidiva. "Não é normal um paciente com câncer estar deprimido. Se está, precisa de cuidados, para que não seja mais um fator que atrapalhe sua melhora", afirmou a psicóloga. Para Kioroglo, é essencial adaptar as expectativas para o novo estilo de vida depois do tratamento. "Alguns têm sequelas físicas como a perda das mamas, da potência sexual, outras vezes psicológicas." "O ex-paciente passa por um luto. Não pela morte, mas pela mudança e pela perda uma vida que existia antes e agora não tem mais", acrescentou. Esse processo, segundo a psicóloga, pode ser transformado em algo positivo. "Alguns vivenciam um crescimento pós-traumático por causa do câncer". REALINHAMENTO É o caso de Paulo Henrique Velloso. Ele foi diagnosticado com seminoma aos 17 anos, enquanto estudava para o vestibular. Após a cura, descobriu um segundo câncer, aos 20: linfoma Hodgkin, e de novo, aos 23, um linfoma não-Hodgkin. "Essas três lutas serviram para realinhar alguns valores da minha vida, avaliar o que realmente importa. O que antes eu chamava 'problema', hoje eu chamo de imprevisto", diz. Para Velloso, o mais importante após o câncer é encontrar uma atividade que propicie bem-estar. "No meu caso foi o esporte", diz. Depois da recuperação ele completou duas vezes a prova Ironman, onde cada participante tem que nadar 3,8 km, percorrer 180 km de bicicleta e correr mais 42 km. "Cada pessoa tem que procurar aquilo que lhe dá prazer." FAMÍLIA O ideal é que a terapia envolva não apenas o doente. "Cuidar da família é cuidar indiretamente do paciente", diz Kioroglo. "Os profissionais de saúde não têm, em sua formação, o desenvolvimento de competências técnicas para lidar com os familiares", diz. Velloso afirma que uma das partes mais difíceis da sua experiência foi ver o impacto que a doença causou em âmbito familiar. "As pessoas tinham dúvidas se eu seria curado e tentavam esconder isso de mim. Mas a gente consegue captar". Para Kioroglo, a atenção familiar se torna ainda mais importante nos casos de câncer pediátrico. Nesses casos, há dois problemas muito comuns. O primeiro é não conversar sobre a doença com a criança. A segundo é uma superproteção por parte dos pais. "Os pacientes crescem e se tornam adultos incapazes de lidar com frustrações e problemas da vida", diz a psicóloga. CULPA Outro ponto debatido na mesa foi a ideia de que o câncer se desenvolve em pessoas tristes ou que guardam mágoas. Segundo Koch e Kioroglo, esse é um mito que deve ser combatido. Para Koch, pesquisas e estudos recentes não indicam essa correlação. "Estresse desenvolve uma mudança metabólica que afeta nosso sistema imunológico, mas o câncer é multifatorial, tem diversas causas", diz. "As pessoas não podem se sentir culpadas pelo aparecimento de um câncer", diz Kioroglo.
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'Problema' virou 'imprevisto', diz homem que superou câncer três vezesO tratamento do câncer no Brasil evoluiu para se tornar mais interdisciplinar. Hoje as terapias incluem acompanhamento da qualidade de vida do paciente, orientação nutricional e até mesmo psicológica. Os cuidados devem olhar o paciente como um todo e continuar até mesmo após a cura. É a conclusão dos participantes da última mesa de debate do Fórum A Jornada do Paciente com Câncer, promovido pela Folha com patrocínio do laboratório Bristol-Myers Squibb, realizado na segunda (24) e terça-feira (25), no teatro Unibes Cultural, em São Paulo. Para Ludmila Koch, oncologista do Hospital Albert Einstein, o tratamento deveria ser composto por três etapas: a fase do diagnóstico e tratamento, a fase da remissão, e a terceira: o retorno do paciente a sua vida pessoal e profissional. "Às vezes, após o tratamento, o paciente se sente abandonado. Ele é curado do tumor mas tem um adoecimento psicossocial", diz a médica, que participou da mesa ao lado da psicóloga oncológica Paula Kioroglo, do Hospital Sírio Libanês, e do ex-paciente Paulo Henrique Velloso. Segundo Kioroglo, doenças como transtorno de ansiedade e depressão afetam ex-pacientes que não conseguem lidar com suas sequelas ou com a possibilidade de uma recidiva. "Não é normal um paciente com câncer estar deprimido. Se está, precisa de cuidados, para que não seja mais um fator que atrapalhe sua melhora", afirmou a psicóloga. Para Kioroglo, é essencial adaptar as expectativas para o novo estilo de vida depois do tratamento. "Alguns têm sequelas físicas como a perda das mamas, da potência sexual, outras vezes psicológicas." "O ex-paciente passa por um luto. Não pela morte, mas pela mudança e pela perda uma vida que existia antes e agora não tem mais", acrescentou. Esse processo, segundo a psicóloga, pode ser transformado em algo positivo. "Alguns vivenciam um crescimento pós-traumático por causa do câncer". REALINHAMENTO É o caso de Paulo Henrique Velloso. Ele foi diagnosticado com seminoma aos 17 anos, enquanto estudava para o vestibular. Após a cura, descobriu um segundo câncer, aos 20: linfoma Hodgkin, e de novo, aos 23, um linfoma não-Hodgkin. "Essas três lutas serviram para realinhar alguns valores da minha vida, avaliar o que realmente importa. O que antes eu chamava 'problema', hoje eu chamo de imprevisto", diz. Para Velloso, o mais importante após o câncer é encontrar uma atividade que propicie bem-estar. "No meu caso foi o esporte", diz. Depois da recuperação ele completou duas vezes a prova Ironman, onde cada participante tem que nadar 3,8 km, percorrer 180 km de bicicleta e correr mais 42 km. "Cada pessoa tem que procurar aquilo que lhe dá prazer." FAMÍLIA O ideal é que a terapia envolva não apenas o doente. "Cuidar da família é cuidar indiretamente do paciente", diz Kioroglo. "Os profissionais de saúde não têm, em sua formação, o desenvolvimento de competências técnicas para lidar com os familiares", diz. Velloso afirma que uma das partes mais difíceis da sua experiência foi ver o impacto que a doença causou em âmbito familiar. "As pessoas tinham dúvidas se eu seria curado e tentavam esconder isso de mim. Mas a gente consegue captar". Para Kioroglo, a atenção familiar se torna ainda mais importante nos casos de câncer pediátrico. Nesses casos, há dois problemas muito comuns. O primeiro é não conversar sobre a doença com a criança. A segundo é uma superproteção por parte dos pais. "Os pacientes crescem e se tornam adultos incapazes de lidar com frustrações e problemas da vida", diz a psicóloga. CULPA Outro ponto debatido na mesa foi a ideia de que o câncer se desenvolve em pessoas tristes ou que guardam mágoas. Segundo Koch e Kioroglo, esse é um mito que deve ser combatido. Para Koch, pesquisas e estudos recentes não indicam essa correlação. "Estresse desenvolve uma mudança metabólica que afeta nosso sistema imunológico, mas o câncer é multifatorial, tem diversas causas", diz. "As pessoas não podem se sentir culpadas pelo aparecimento de um câncer", diz Kioroglo.
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Editorial: O avanço da dengue
São inquietantes os números da dengue em 2015. Até o dia 28 de março, registraram-se 460 mil casos da moléstia viral no Brasil; no mesmo período do ano passado, haviam sido computadas 135 mil notificações. O surto já causou 132 mortes, 29% a mais do que no primeiro trimestre de 2014. Em São Paulo, o quadro é especialmente alarmante. O Estado concentra 56% das ocorrências, com 258 mil contaminações –um salto de 638% em relação às 35 mil do começo do ano passado. A incidência da doença em território paulista (585 casos/100 mil habitantes) é a terceira maior do país –atrás de Acre e Goiás– e se enquadra nos critérios de epidemia da Organização Mundial da Saúde. Apesar da magnitude do surto, as autoridades ainda falham em apresentar explicações satisfatórias. Sabe-se, por ora, que a existência de quatro tipos de dengue ajuda a decifrar parte do problema. Complexa e não de todo compreendida, a dinâmica de circulação das variedades do vírus altera-se com alguma frequência. Isso ocorre pois quem é contaminado por um dos sorotipos torna-se imune a ele, mas não aos demais. Com o tempo, esgotando-se a população suscetível a um certo tipo da dengue, este tende a desaparecer, sendo substituído por outro. Neste ano, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o sorotipo 1 foi detectado em 90% das amostras. Trata-se de distribuição nociva para os paulistas, já que, nas décadas de 1990 e 2000, enquanto São Paulo se manteve relativamente livre da dengue, essa variedade do vírus se disseminou pelo restante do Brasil. Se nada pode ser feito para mudar esse quadro, dado que não existe vacina nem terapia para a doença, o trabalho de prevenção passa necessariamente pelo controle do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, cujas larvas proliferam em água parada. Como atestam as quatro cidades paulistas (Barra do Chapéu, Monteiro Lobato, Timburi e Torre de Pedra) que ficaram imunes à dengue nos últimos dez anos, o apoio da população é fundamental –até porque 80% dos criadouros estão dentro das residências. O engajamento dos moradores, entretanto, dificilmente ocorrerá na escala necessária sem constantes visitas de agentes de saúde e campanhas informativas dos poderes públicos, que ainda devem garantir um monitoramento intenso da circulação de mosquitos. A receita decerto tem mais chances de sucesso em cidades pequenas, mas não deixa de ser uma inspiração para o restante do Estado.
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Editorial: O avanço da dengueSão inquietantes os números da dengue em 2015. Até o dia 28 de março, registraram-se 460 mil casos da moléstia viral no Brasil; no mesmo período do ano passado, haviam sido computadas 135 mil notificações. O surto já causou 132 mortes, 29% a mais do que no primeiro trimestre de 2014. Em São Paulo, o quadro é especialmente alarmante. O Estado concentra 56% das ocorrências, com 258 mil contaminações –um salto de 638% em relação às 35 mil do começo do ano passado. A incidência da doença em território paulista (585 casos/100 mil habitantes) é a terceira maior do país –atrás de Acre e Goiás– e se enquadra nos critérios de epidemia da Organização Mundial da Saúde. Apesar da magnitude do surto, as autoridades ainda falham em apresentar explicações satisfatórias. Sabe-se, por ora, que a existência de quatro tipos de dengue ajuda a decifrar parte do problema. Complexa e não de todo compreendida, a dinâmica de circulação das variedades do vírus altera-se com alguma frequência. Isso ocorre pois quem é contaminado por um dos sorotipos torna-se imune a ele, mas não aos demais. Com o tempo, esgotando-se a população suscetível a um certo tipo da dengue, este tende a desaparecer, sendo substituído por outro. Neste ano, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o sorotipo 1 foi detectado em 90% das amostras. Trata-se de distribuição nociva para os paulistas, já que, nas décadas de 1990 e 2000, enquanto São Paulo se manteve relativamente livre da dengue, essa variedade do vírus se disseminou pelo restante do Brasil. Se nada pode ser feito para mudar esse quadro, dado que não existe vacina nem terapia para a doença, o trabalho de prevenção passa necessariamente pelo controle do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, cujas larvas proliferam em água parada. Como atestam as quatro cidades paulistas (Barra do Chapéu, Monteiro Lobato, Timburi e Torre de Pedra) que ficaram imunes à dengue nos últimos dez anos, o apoio da população é fundamental –até porque 80% dos criadouros estão dentro das residências. O engajamento dos moradores, entretanto, dificilmente ocorrerá na escala necessária sem constantes visitas de agentes de saúde e campanhas informativas dos poderes públicos, que ainda devem garantir um monitoramento intenso da circulação de mosquitos. A receita decerto tem mais chances de sucesso em cidades pequenas, mas não deixa de ser uma inspiração para o restante do Estado.
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Deputado questiona declaração de presidente de agência federal
Onde está a credibilidade do petista Vicente Andreu, presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), para falar sobre gestão hídrica após tentar vender por meses o caos e a catástrofe para os paulistas? Entre suas profecias estavam afirmações de que o volume morto seria uma pré-tragédia e que seu uso acabaria em lodo. Agora, no volume morto, só existem mesmo as opiniões lamentáveis desse senhor, infelizmente ainda reproduzidas por jornais como a Folha. Vanderlei Macris, deputado federal - PSDB/SP (Brasília, DF) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Deputado questiona declaração de presidente de agência federalOnde está a credibilidade do petista Vicente Andreu, presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), para falar sobre gestão hídrica após tentar vender por meses o caos e a catástrofe para os paulistas? Entre suas profecias estavam afirmações de que o volume morto seria uma pré-tragédia e que seu uso acabaria em lodo. Agora, no volume morto, só existem mesmo as opiniões lamentáveis desse senhor, infelizmente ainda reproduzidas por jornais como a Folha. Vanderlei Macris, deputado federal - PSDB/SP (Brasília, DF) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Temer soterrou o Ministério da Ciência e agora ataca a ciência
1- Estar atualizado, no Brasil de hoje, é saudar o retrocesso. A rigor, nossos inovadores fazem mais do que retrocessos, querem ir, e vão, além de estágios degenerados do passado. Depois da "reforma do ensino" por medida provisória, uma e outra produzidas em cavernas não identificadas, o ataque volta-se contra a ciência e os cientistas. Foram longas batalhas para criar e depois dar alguma organicidade ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Temer & associados, no entanto, depressa o soterraram sob um tal Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, uma salada de funções bastantes para impedir que qualquer uma seja cumprida. Há pouco, deram seguimento à sua missão: a Academia Brasileira de Ciência, a Sociedade Brasileira de Biofísica, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, e outras entidades científicas, denunciam o comprometedor rebaixamento, na hierarquia do novo "ministério", de numerosos conselhos, agências e comissões destinados a alicerçar as atividades científicas. Afastar mais as instituições de ciência e a cúpula da administração impede a criação de uma política de meios e metas para a atividade científica, como parte de um (inexistente) projeto nacional. Além desse impedimento final, já o fluxo dos recursos primordiais está obstruído, com entidades apenas capazes de mal se manter, e vai piorar sob a compressão do pretendido "teto" de gastos. 2- Desde o final da apuração, Marcelo Crivella tem repetido que "o Rio se manifestou contra o aborto, a descriminalização das drogas e a discussão de gêneros" [sexuais]. É a sua maneira de dar por iniciado o retrocesso, a título de cantar um êxito que já foi chamado até de "avalanche!" na imprensa importante do Rio. Mas falta fundamento tanto às suas afirmações, como aos comentários impressionados com seu êxito e o que significaria. A colaboração do PMDB a Crivella deveu-se, na verdade, à falta de alternativa de Eduardo Paes para o seu candidato inviável. Houve ainda a colaboração de Freixo, decorrente de sua insuficiência para o desafio a que se propôs. E, se alguém quiser discutir esses dois fatores, o terceiro é definitivo. Como a soma de abstenções, votos brancos e nulos totalizou 41,5% dos eleitores, índice brutal e nada surpreendente para o desalento com os candidatos, Crivella e Freixo disputaram 58,5% do eleitorado. Metade, na prática dos eleitores. E Crivella foi votado só por pouco mais de metade daquela metade, ou 59,37% dos 53,07% votantes. Logo, Crivella foi eleito por 31,5% do eleitorado carioca total. Dizer que o Rio se manifestou em tal ou qual sentido, na eleição em que esteve tão restringido nas possibilidades de escolha, não é só o início imediato de um programa de governo escamoteado na campanha. É, sobretudo, uma falácia. Como gesto inaugural, quase doloroso. Já a vitória do PSDB foi maior do que o indicado pela aritmética das urnas e dos comentários. Não em termos eleitorais ou geográficos, mas políticos e ideológicos. Os êxitos do PPS e de parte do PSB fortalecem também o PSDB, do qual são como reboques. Mas a tão cantada vitória peessedebista para a Prefeitura de Porto Alegre, a primeira, tem pouco ou nada a ver com o partido. Basta observar que o eleitorado de Porto Alegre elegeu apenas um vereador do PSDB. Mesmo elegendo o prefeito —evidente rejeição ao partido, por mais que lhe atribuam grande avanço gaúcho.
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Temer soterrou o Ministério da Ciência e agora ataca a ciência1- Estar atualizado, no Brasil de hoje, é saudar o retrocesso. A rigor, nossos inovadores fazem mais do que retrocessos, querem ir, e vão, além de estágios degenerados do passado. Depois da "reforma do ensino" por medida provisória, uma e outra produzidas em cavernas não identificadas, o ataque volta-se contra a ciência e os cientistas. Foram longas batalhas para criar e depois dar alguma organicidade ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Temer & associados, no entanto, depressa o soterraram sob um tal Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, uma salada de funções bastantes para impedir que qualquer uma seja cumprida. Há pouco, deram seguimento à sua missão: a Academia Brasileira de Ciência, a Sociedade Brasileira de Biofísica, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, e outras entidades científicas, denunciam o comprometedor rebaixamento, na hierarquia do novo "ministério", de numerosos conselhos, agências e comissões destinados a alicerçar as atividades científicas. Afastar mais as instituições de ciência e a cúpula da administração impede a criação de uma política de meios e metas para a atividade científica, como parte de um (inexistente) projeto nacional. Além desse impedimento final, já o fluxo dos recursos primordiais está obstruído, com entidades apenas capazes de mal se manter, e vai piorar sob a compressão do pretendido "teto" de gastos. 2- Desde o final da apuração, Marcelo Crivella tem repetido que "o Rio se manifestou contra o aborto, a descriminalização das drogas e a discussão de gêneros" [sexuais]. É a sua maneira de dar por iniciado o retrocesso, a título de cantar um êxito que já foi chamado até de "avalanche!" na imprensa importante do Rio. Mas falta fundamento tanto às suas afirmações, como aos comentários impressionados com seu êxito e o que significaria. A colaboração do PMDB a Crivella deveu-se, na verdade, à falta de alternativa de Eduardo Paes para o seu candidato inviável. Houve ainda a colaboração de Freixo, decorrente de sua insuficiência para o desafio a que se propôs. E, se alguém quiser discutir esses dois fatores, o terceiro é definitivo. Como a soma de abstenções, votos brancos e nulos totalizou 41,5% dos eleitores, índice brutal e nada surpreendente para o desalento com os candidatos, Crivella e Freixo disputaram 58,5% do eleitorado. Metade, na prática dos eleitores. E Crivella foi votado só por pouco mais de metade daquela metade, ou 59,37% dos 53,07% votantes. Logo, Crivella foi eleito por 31,5% do eleitorado carioca total. Dizer que o Rio se manifestou em tal ou qual sentido, na eleição em que esteve tão restringido nas possibilidades de escolha, não é só o início imediato de um programa de governo escamoteado na campanha. É, sobretudo, uma falácia. Como gesto inaugural, quase doloroso. Já a vitória do PSDB foi maior do que o indicado pela aritmética das urnas e dos comentários. Não em termos eleitorais ou geográficos, mas políticos e ideológicos. Os êxitos do PPS e de parte do PSB fortalecem também o PSDB, do qual são como reboques. Mas a tão cantada vitória peessedebista para a Prefeitura de Porto Alegre, a primeira, tem pouco ou nada a ver com o partido. Basta observar que o eleitorado de Porto Alegre elegeu apenas um vereador do PSDB. Mesmo elegendo o prefeito —evidente rejeição ao partido, por mais que lhe atribuam grande avanço gaúcho.
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Suíça aposta no turismo brasileiro
A Suíça, um dos destinos mais apreciados do turismo de inverno, busca novos mercados e aposta no Brasil, cujos viajantes são cada vez mais numerosos. "A neve é fria!", exclama Paulo Veloso na estação de esqui de St Moritz, no oeste do país. Este músico de 30 anos e integrante de uma escola de samba do Rio de Janeiro é um dos convidados da agência de turismo Suisse Tourisme, que deseja "vender" as belezas do país europeu em um mercado em forte expansão. Em 2013, 86.529 brasileiros passaram mais de 206.000 noites de hotel na Suíça, um aumento anual constante de 15% desde 2005. Ainda assim, estas estatísticas estão longe dos 1,2 milhão de visitantes brasileiros na França no ano passado. Mas a Suisse Tourisme considera o Brasil um "mercado estratégico" de grande potencial, de acordo com a sua porta-voz, Veronique Kanel. A agência acredita que o número de brasileiros atraídos pela oferta suíça de esportes de inverno pode chegar a 350.000. SUÍÇA, 8º DESTINO NA EUROPA "A Suíça é atualmente o oitavo destino na Europa para os brasileiros. Nosso objetivo é integrar o top 5 até o final de 2016", afirma Adrien Grenier, que chefia a delegação de três pessoas da Suisse Tourisme em São Paulo. Isto porque os brasileiros, que passam em média 2,4 dias de férias na Suíça, gastam cerca de 200 francos por dia (198 euros, US$ 230), ou seja, duas vezes mais que um alemão. "Nosso país é conhecido por sua infraestrutura, seu sistema de governo, de saúde e educação, por seus bancos e por sua segurança, mas muito pouco para tudo que se refere ao turismo: comida, paisagem, hospitalidade e cultura", acrescenta Grenier. Para conseguir isso, a agência de turismo convidou um grande grupo para visitar o país. Nada menos do que 36 pessoas, integrantes da escola de samba "Unidos da Tijuca", vencedora do carnaval do ano passado, viajaram por toda a Suíça na semana passada para descobrir o país e se tornarem seus "embaixadores" em seu retorno ao Brasil. "A atriz Juliana Alves (que está entre os convidados) adorou esta viagem", declarou Bruno Tenorio, diretor da escola de samba. O grupo recebeu todos os mimos; depois de uma excursão em trenós no elegante resort de St. Moritz, a tropa visitou joalherias e fábricas de chocolate, antes de realizar vários shows de samba em várias cidades suíças. "O queijo, o chocolate e as joias são os nossos melhores embaixadores", afirma Grenier. Neste ano, a escola de samba levará para a avenida o tema "Suíça", inspirando-se na tradição helvética, segundo a qual os monstros, que supostamente devem expulsar o inverno, são numerosos e portam variados e floridos figurinos, em referência à chegada iminente da primavera. "No total, a Suíça, através de fundos públicos e privados, financiou nosso desfile com cerca de 2,5 milhões de francos, de um total de 5 milhões necessários", afirma Tenorio. A Suisse Tourisme está contente com os benefícios que isso pode gerar, já que o Carnaval atrai centenas de milhares de pessoas ao vivo e milhões de telespectadores, que estarão interessados no tema "Suíça".
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Suíça aposta no turismo brasileiroA Suíça, um dos destinos mais apreciados do turismo de inverno, busca novos mercados e aposta no Brasil, cujos viajantes são cada vez mais numerosos. "A neve é fria!", exclama Paulo Veloso na estação de esqui de St Moritz, no oeste do país. Este músico de 30 anos e integrante de uma escola de samba do Rio de Janeiro é um dos convidados da agência de turismo Suisse Tourisme, que deseja "vender" as belezas do país europeu em um mercado em forte expansão. Em 2013, 86.529 brasileiros passaram mais de 206.000 noites de hotel na Suíça, um aumento anual constante de 15% desde 2005. Ainda assim, estas estatísticas estão longe dos 1,2 milhão de visitantes brasileiros na França no ano passado. Mas a Suisse Tourisme considera o Brasil um "mercado estratégico" de grande potencial, de acordo com a sua porta-voz, Veronique Kanel. A agência acredita que o número de brasileiros atraídos pela oferta suíça de esportes de inverno pode chegar a 350.000. SUÍÇA, 8º DESTINO NA EUROPA "A Suíça é atualmente o oitavo destino na Europa para os brasileiros. Nosso objetivo é integrar o top 5 até o final de 2016", afirma Adrien Grenier, que chefia a delegação de três pessoas da Suisse Tourisme em São Paulo. Isto porque os brasileiros, que passam em média 2,4 dias de férias na Suíça, gastam cerca de 200 francos por dia (198 euros, US$ 230), ou seja, duas vezes mais que um alemão. "Nosso país é conhecido por sua infraestrutura, seu sistema de governo, de saúde e educação, por seus bancos e por sua segurança, mas muito pouco para tudo que se refere ao turismo: comida, paisagem, hospitalidade e cultura", acrescenta Grenier. Para conseguir isso, a agência de turismo convidou um grande grupo para visitar o país. Nada menos do que 36 pessoas, integrantes da escola de samba "Unidos da Tijuca", vencedora do carnaval do ano passado, viajaram por toda a Suíça na semana passada para descobrir o país e se tornarem seus "embaixadores" em seu retorno ao Brasil. "A atriz Juliana Alves (que está entre os convidados) adorou esta viagem", declarou Bruno Tenorio, diretor da escola de samba. O grupo recebeu todos os mimos; depois de uma excursão em trenós no elegante resort de St. Moritz, a tropa visitou joalherias e fábricas de chocolate, antes de realizar vários shows de samba em várias cidades suíças. "O queijo, o chocolate e as joias são os nossos melhores embaixadores", afirma Grenier. Neste ano, a escola de samba levará para a avenida o tema "Suíça", inspirando-se na tradição helvética, segundo a qual os monstros, que supostamente devem expulsar o inverno, são numerosos e portam variados e floridos figurinos, em referência à chegada iminente da primavera. "No total, a Suíça, através de fundos públicos e privados, financiou nosso desfile com cerca de 2,5 milhões de francos, de um total de 5 milhões necessários", afirma Tenorio. A Suisse Tourisme está contente com os benefícios que isso pode gerar, já que o Carnaval atrai centenas de milhares de pessoas ao vivo e milhões de telespectadores, que estarão interessados no tema "Suíça".
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Petrobras discute queda do preço de combustíveis e ações caem 9%
As ações da Petrobras despencaram nesta segunda-feira (4), diante de notícias sobre a possibilidade de redução do preço da gasolina e do diesel, vendidos hoje a preços superiores aos praticados no mercado internacional. Em resposta a críticas do conselho de administração, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou em carta que ainda não há decisão sobre a medida. As ações ordinárias (com direito a voto) caíram 8,83%, e as preferenciais, 9,33%. Na carta enviada aos conselheiros, Bendine diz que a companhia monitora permanentemente a composição de custos e o comportamento do mercado e debateu se a redução dos preços poderia reverter a retração das vendas, que chega a 10% neste ano. "Não houve qualquer avanço além disso –apenas um debate sobre a elasticidade do mercado neste momento e seus efeitos na nossa estratégia e nos nossos resultados", escreveu o presidente da Petrobras na carta, à qual a Folha teve acesso. DEFASAGEM - Diferença entre preço da gasolina no Brasil e no golfo do México (em %) Integrantes do conselho de administração encararam o texto como um recuo da diretoria da estatal, que acusam de ceder a apelos do Palácio do Planalto para contribuir com uma agenda positiva em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma. No domingo (3), o presidente do conselho, Nelson Guedes, chegou a mandar uma mensagem a Bendine alertando para os impactos de uma redução de preços na credibilidade da empresa e ameaçando deixar o cargo. Pelo estatuto da Petrobras, a diretoria não necessita de aval dos conselheiros para definir preço de combustível. Na carta, Bendine negou "politização" nas discussões. "Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras", afirmou. PRÊMIO Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, a gasolina e o diesel estão sendo vendidos no Brasil a um custo bem superior ao praticado no exterior. As contas variam entre especialistas: de acordo com a Tendências, por exemplo, a diferença é hoje de 23,5% no caso da gasolina e de 42,7% no caso do diesel. O Centro Brasileiro de Infraestrutura calcula que, na média de março, a gasolina no Brasil foi vendida a um valor 24,8% superior ao do mercado internacional. Já no caso do diesel, o prêmio da estatal foi de 50,4%. Entre os conselheiros da Petrobras, porém, é majoritária a visão de que a estatal não deve reduzir preços neste momento, sob o risco de prejudicar o processo de ajuste em suas contas. Com uma dívida de quase R$ 500 bilhões, a companhia vem cortando custos e investimentos para tentar sobreviver à crise. Na sexta-feira (1), anunciou um plano de demissão voluntária para cortar até 12 mil trabalhadores. Estimativas internas apontam que a Petrobras deixou de receber R$ 100 bilhões entre 2011 e 2014, período em que subsidiou o preço dos combustíveis. Para o consultor Walter de Vitto, da Tendências, as perdas só serão totalmente recuperadas se os preços forem mantidos no patamar atual pelos próximos seis meses.
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Petrobras discute queda do preço de combustíveis e ações caem 9%As ações da Petrobras despencaram nesta segunda-feira (4), diante de notícias sobre a possibilidade de redução do preço da gasolina e do diesel, vendidos hoje a preços superiores aos praticados no mercado internacional. Em resposta a críticas do conselho de administração, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou em carta que ainda não há decisão sobre a medida. As ações ordinárias (com direito a voto) caíram 8,83%, e as preferenciais, 9,33%. Na carta enviada aos conselheiros, Bendine diz que a companhia monitora permanentemente a composição de custos e o comportamento do mercado e debateu se a redução dos preços poderia reverter a retração das vendas, que chega a 10% neste ano. "Não houve qualquer avanço além disso –apenas um debate sobre a elasticidade do mercado neste momento e seus efeitos na nossa estratégia e nos nossos resultados", escreveu o presidente da Petrobras na carta, à qual a Folha teve acesso. DEFASAGEM - Diferença entre preço da gasolina no Brasil e no golfo do México (em %) Integrantes do conselho de administração encararam o texto como um recuo da diretoria da estatal, que acusam de ceder a apelos do Palácio do Planalto para contribuir com uma agenda positiva em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma. No domingo (3), o presidente do conselho, Nelson Guedes, chegou a mandar uma mensagem a Bendine alertando para os impactos de uma redução de preços na credibilidade da empresa e ameaçando deixar o cargo. Pelo estatuto da Petrobras, a diretoria não necessita de aval dos conselheiros para definir preço de combustível. Na carta, Bendine negou "politização" nas discussões. "Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras", afirmou. PRÊMIO Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, a gasolina e o diesel estão sendo vendidos no Brasil a um custo bem superior ao praticado no exterior. As contas variam entre especialistas: de acordo com a Tendências, por exemplo, a diferença é hoje de 23,5% no caso da gasolina e de 42,7% no caso do diesel. O Centro Brasileiro de Infraestrutura calcula que, na média de março, a gasolina no Brasil foi vendida a um valor 24,8% superior ao do mercado internacional. Já no caso do diesel, o prêmio da estatal foi de 50,4%. Entre os conselheiros da Petrobras, porém, é majoritária a visão de que a estatal não deve reduzir preços neste momento, sob o risco de prejudicar o processo de ajuste em suas contas. Com uma dívida de quase R$ 500 bilhões, a companhia vem cortando custos e investimentos para tentar sobreviver à crise. Na sexta-feira (1), anunciou um plano de demissão voluntária para cortar até 12 mil trabalhadores. Estimativas internas apontam que a Petrobras deixou de receber R$ 100 bilhões entre 2011 e 2014, período em que subsidiou o preço dos combustíveis. Para o consultor Walter de Vitto, da Tendências, as perdas só serão totalmente recuperadas se os preços forem mantidos no patamar atual pelos próximos seis meses.
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Por Fies, aluna madruga na porta da FMU, mas só consegue data para voltar
Rafhaela Melo, 19, aluna do curso de economia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), passou a madrugada desta quinta-feira (12) em uma fila em frente à escola para fazer a contratação do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Ela já havia tentado regularizar seu cadastro por duas vezes. A FMU diz que aumentou o número de atendentes em 80%, mas que enfrenta "lentidão no sistema do Fies". * Depoimento... Acabo de começar o segundo semestre no curso de economia da FMU [Faculdades Metropolitanas Unidas] e decidi fazer cadastro no Fies. Paguei a mensalidade durante os primeiros seis meses porque não tinha certeza se iria seguir nessa área, mas percebi que é isso o que quero. Moro com meus pais e uma irmã em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), mas não tenho ajuda para minhas contas. Eu pagava o valor da mensalidade, da parcela do carro e dos livros do curso. É muito custo para arcar sozinha. Passei vários dias tentando me cadastrar no site do Fies e só consegui concluir a inscrição no último fim de semana. A cada hora o site travava em uma etapa diferente. Agora eu tinha que levar os documentos à faculdade para efetivar a inscrição. No primeiro dia [terça, 10], cheguei às 8h. A fila já tinha uns 300 m e só seriam distribuídas 200 senhas. Fiquei cerca de meia hora esperando e desisti. Nesse dia, teve uma manifestação que fechou a avenida [Liberdade, no centro de São Paulo], mas eu não quis participar. Decidi voltar no dia seguinte. Cheguei às 5h [na quarta-feira, 11], mas já havia mais de 200 pessoas lá. Não ia adiantar nada ficar esperando de novo. Falei com a primeira pessoa da fila e ela me disse que chegou às 22h. Era o jeito. Na noite de quarta [11], o professor liberou os alunos um pouco mais cedo, às 22h, então saí da faculdade e sentei na calçada, onde fiquei a noite inteira. Meu noivo [Wellington Akira, 20] chegou pouco tempo depois para ficar comigo. Eu fui despreparada. Não tinha caído a ficha até o momento em que sentei na rua e pensei: "O que estou fazendo aqui?". Coloquei umas folhas de caderno sobre a calçada para não ficar direto no chão. Na saída dos alunos, todo mundo esbarrava na minha mochila. Estávamos bem na passagem. Só melhorou depois das 23h. Nessa hora, um funcionário da faculdade disse que era desnecessário ficar lá fora. Falou que todos seriam atendidos a partir das 8h. Só que a FMU tem só um centro de atendimento para os estudantes com Fies espalhados por todas as unidades da faculdade. Passei a noite acordada, com frio e com medo. Por mais que estivesse com meu noivo, não estava segura. Passaram muitas pessoas estranhas lá, nem mexi no celular para não abusar da sorte. Ficamos conversando com outros estudantes que chegaram na fila, cada um contava seu caso. A gente usava o banheiro do Habib's, que era o único lugar que estava aberto. O portão da faculdade abriu às 7h45 e fomos levados a um auditório. Recebi a senha número 1 e disseram que iriam começar a atender às 8h. Um funcionário da faculdade falou a todos que esses problemas eram por causa da lentidão no sistema do Fies. Fui atendida às 8h30. Simplesmente me deram uma nova senha para retornar na terça-feira [17]. Não olharam meus documentos nem nada. Corro o risco de chegar aqui e ter alguma coisa errada e eu ficar sem o Fies. Já estou preparada para dormir na rua de novo na madrugada de segunda para terça. Dessa vez, irei de carro e vou revezar com meu noivo para um ficar na fila enquanto o outro dorme um pouco. Nós planejamos nos casar em janeiro do próximo ano. Só espero que não seja no mesmo período em que ocorre a renovação do Fies.
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Por Fies, aluna madruga na porta da FMU, mas só consegue data para voltarRafhaela Melo, 19, aluna do curso de economia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), passou a madrugada desta quinta-feira (12) em uma fila em frente à escola para fazer a contratação do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Ela já havia tentado regularizar seu cadastro por duas vezes. A FMU diz que aumentou o número de atendentes em 80%, mas que enfrenta "lentidão no sistema do Fies". * Depoimento... Acabo de começar o segundo semestre no curso de economia da FMU [Faculdades Metropolitanas Unidas] e decidi fazer cadastro no Fies. Paguei a mensalidade durante os primeiros seis meses porque não tinha certeza se iria seguir nessa área, mas percebi que é isso o que quero. Moro com meus pais e uma irmã em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), mas não tenho ajuda para minhas contas. Eu pagava o valor da mensalidade, da parcela do carro e dos livros do curso. É muito custo para arcar sozinha. Passei vários dias tentando me cadastrar no site do Fies e só consegui concluir a inscrição no último fim de semana. A cada hora o site travava em uma etapa diferente. Agora eu tinha que levar os documentos à faculdade para efetivar a inscrição. No primeiro dia [terça, 10], cheguei às 8h. A fila já tinha uns 300 m e só seriam distribuídas 200 senhas. Fiquei cerca de meia hora esperando e desisti. Nesse dia, teve uma manifestação que fechou a avenida [Liberdade, no centro de São Paulo], mas eu não quis participar. Decidi voltar no dia seguinte. Cheguei às 5h [na quarta-feira, 11], mas já havia mais de 200 pessoas lá. Não ia adiantar nada ficar esperando de novo. Falei com a primeira pessoa da fila e ela me disse que chegou às 22h. Era o jeito. Na noite de quarta [11], o professor liberou os alunos um pouco mais cedo, às 22h, então saí da faculdade e sentei na calçada, onde fiquei a noite inteira. Meu noivo [Wellington Akira, 20] chegou pouco tempo depois para ficar comigo. Eu fui despreparada. Não tinha caído a ficha até o momento em que sentei na rua e pensei: "O que estou fazendo aqui?". Coloquei umas folhas de caderno sobre a calçada para não ficar direto no chão. Na saída dos alunos, todo mundo esbarrava na minha mochila. Estávamos bem na passagem. Só melhorou depois das 23h. Nessa hora, um funcionário da faculdade disse que era desnecessário ficar lá fora. Falou que todos seriam atendidos a partir das 8h. Só que a FMU tem só um centro de atendimento para os estudantes com Fies espalhados por todas as unidades da faculdade. Passei a noite acordada, com frio e com medo. Por mais que estivesse com meu noivo, não estava segura. Passaram muitas pessoas estranhas lá, nem mexi no celular para não abusar da sorte. Ficamos conversando com outros estudantes que chegaram na fila, cada um contava seu caso. A gente usava o banheiro do Habib's, que era o único lugar que estava aberto. O portão da faculdade abriu às 7h45 e fomos levados a um auditório. Recebi a senha número 1 e disseram que iriam começar a atender às 8h. Um funcionário da faculdade falou a todos que esses problemas eram por causa da lentidão no sistema do Fies. Fui atendida às 8h30. Simplesmente me deram uma nova senha para retornar na terça-feira [17]. Não olharam meus documentos nem nada. Corro o risco de chegar aqui e ter alguma coisa errada e eu ficar sem o Fies. Já estou preparada para dormir na rua de novo na madrugada de segunda para terça. Dessa vez, irei de carro e vou revezar com meu noivo para um ficar na fila enquanto o outro dorme um pouco. Nós planejamos nos casar em janeiro do próximo ano. Só espero que não seja no mesmo período em que ocorre a renovação do Fies.
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Diretoria do Santos afirma que acertou pagamentos em atraso
Após jogadores do Santos confirmarem o atraso de pagamentos referentes a direitos de imagem e a premiação (bicho), o clube divulgou uma nota nesta sexta-feira (4), afirmando que quitou todos os vencimentos pendentes. Os atrasos dos direitos de imagem para parte do elenco era de dois meses. Na última quarta-feira, o presidente Modesto Roma Júnior foi ao CT Rei Pelé para fazer uma reunião com os jogadores e prometeu que faria o pagamento até esta sexta-feira. O clube informou que todos os valores pendentes foram pagos, inclusive, o salário dos jogadores, que estava previsto para segunda-feira, será pago antecipadamente. "O Santos FC informa que não há mais atraso em nenhuma forma de vencimento com seus atletas profissionais, seja salário, luvas e premiações. Inclusive o salário que estava previsto para a próxima segunda-feira (07), quinto dia útil, já está sendo providenciado para ser pago antecipadamente", disse o clube em nota. Em 2015, o Santos chegou a acumular sete meses sem pagar premiações e direitos de imagem. O clube, porém, quitou os atrasos após a conquista do Campeonato Paulista. Neste domingo, o Santos recebe o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, às 16h.
esporte
Diretoria do Santos afirma que acertou pagamentos em atrasoApós jogadores do Santos confirmarem o atraso de pagamentos referentes a direitos de imagem e a premiação (bicho), o clube divulgou uma nota nesta sexta-feira (4), afirmando que quitou todos os vencimentos pendentes. Os atrasos dos direitos de imagem para parte do elenco era de dois meses. Na última quarta-feira, o presidente Modesto Roma Júnior foi ao CT Rei Pelé para fazer uma reunião com os jogadores e prometeu que faria o pagamento até esta sexta-feira. O clube informou que todos os valores pendentes foram pagos, inclusive, o salário dos jogadores, que estava previsto para segunda-feira, será pago antecipadamente. "O Santos FC informa que não há mais atraso em nenhuma forma de vencimento com seus atletas profissionais, seja salário, luvas e premiações. Inclusive o salário que estava previsto para a próxima segunda-feira (07), quinto dia útil, já está sendo providenciado para ser pago antecipadamente", disse o clube em nota. Em 2015, o Santos chegou a acumular sete meses sem pagar premiações e direitos de imagem. O clube, porém, quitou os atrasos após a conquista do Campeonato Paulista. Neste domingo, o Santos recebe o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, às 16h.
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Economia britânica cresce 0,5% no 3º tri e supera previsão de analistas
A economia britânica teve ligeira desaceleração no ritmo de crescimento no terceiro trimestre apesar da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, reduzindo ainda mais as chances de um novo corte de juros pelo banco central na próxima semana. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,5% no período entre julho e setembro, abaixo do crescimento de 0,7% visto no segundo trimestre, mas confortavelmente acima da expectativa de 0,3% em pesquisa da Reuters. "Há pouca evidência de um efeito pronunciado na sequência imediata da votação", disse o economista-chefe da Agência para Estatísticas Nacionais, Joe Grice, acrescentando que o crescimento foi em linha com o padrão desde 2015. A indústria de serviços, dominante no Reino Unido, foi a responsável por todo o crescimento, ajudada por um boom no setor de cinema e televisão, com os últimos lançamentos da série Jason Bourne e Star Trek chegando às telas, juntamente com outros blockbusters. A libra atingiu a máxima de uma semana ante o dólar após os dados, e o rendimento dos títulos públicos de 10 anos atingiu o maior nível desde o plebiscito sobre a permanência na União Europeia, com os investidores descontando a chance de um corte nos juros pelo banco central em 3 de novembro Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento acelerou para 2,3%, ritmo mais forte em mais de um ano, de acordo com os dados preliminares da agência nacional.
mercado
Economia britânica cresce 0,5% no 3º tri e supera previsão de analistasA economia britânica teve ligeira desaceleração no ritmo de crescimento no terceiro trimestre apesar da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, reduzindo ainda mais as chances de um novo corte de juros pelo banco central na próxima semana. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,5% no período entre julho e setembro, abaixo do crescimento de 0,7% visto no segundo trimestre, mas confortavelmente acima da expectativa de 0,3% em pesquisa da Reuters. "Há pouca evidência de um efeito pronunciado na sequência imediata da votação", disse o economista-chefe da Agência para Estatísticas Nacionais, Joe Grice, acrescentando que o crescimento foi em linha com o padrão desde 2015. A indústria de serviços, dominante no Reino Unido, foi a responsável por todo o crescimento, ajudada por um boom no setor de cinema e televisão, com os últimos lançamentos da série Jason Bourne e Star Trek chegando às telas, juntamente com outros blockbusters. A libra atingiu a máxima de uma semana ante o dólar após os dados, e o rendimento dos títulos públicos de 10 anos atingiu o maior nível desde o plebiscito sobre a permanência na União Europeia, com os investidores descontando a chance de um corte nos juros pelo banco central em 3 de novembro Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento acelerou para 2,3%, ritmo mais forte em mais de um ano, de acordo com os dados preliminares da agência nacional.
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Malásia é destino especializado em mergulho com mar cristalino e corais
Mar de águas cristalinas, praias de areias brancas rodeadas por palmeiras e florestas tropicais com fauna e flora riquíssimas. Se você acredita que essa é a descrição do paraíso, a Malásia é o destino perfeito. Conhecer este país asiático é, sem duvida, mergulhar em muita aventura, literalmente. A Malásia é um dos destinos mais especializados em mergulho, seja com cilindros de oxigênio ou apenas com os tradicionais snorkels. Redang, Perhentian, Tioman e Langkawi são quatro das ilhas onde você precisa mergulhar pelo menos uma vez na vida. Situada na costa oriental da península malaia, Redang é um dos locais mais famosos do país e a maior ilha de um grupo de nove que se localiza no Mar da China Oriental, ao longo do estado de Terengganu. São 31 os pontos de mergulho apenas no seu parque marinho, cercados por imensos jardins de corais e anêmonas, peixes coloridos e também por dois navios, o H.M.S Princes of Whales e o H.M.S Repulse, que afundaram durante a tentativa de ocupação do território pelos japoneses, em 1945. Já as ilhas Perhentian Besar e Perhentian Kecil também contam com muitas atrações, principalmente para quem pratica windsurfe, vela ou canoagem. A maioria dos turistas que visitam a primeira viaja em família, já a segunda atrai viajantes independentes, que geralmente procuram locais mais baratos. No ano passado, Kecil foi inserida na lista das 100 melhores praias do mundo pela emissora norte-americana "CNN", junto a outras pérolas da Malásia, como Pahang e Tanjung Rhu, em Langkawi, e Juara Beach, em Tioman. Esta última oferece mergulhos entre corais e peixes em águas surpreendentemente quentes. Nos arredores, ficam pequenas ilhotas, como Pulau Che beh, Pulau Soyak e Pulau Labas. Já a ilha de Langkawi é uma joia do estado de Quedá e Geoparque Global da Unesco desde 2007 devido ao seu patrimônio geológico de 550 milhões de anos. Nesta região não faltam atividades, como tours de barco pelo rio Kilim, imersões no Pulau Payar Marine Pak e descidas cheias de adrenalina no Langkawi SkyCab, um dos teleféricos mais rápidos do mundo.
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Malásia é destino especializado em mergulho com mar cristalino e coraisMar de águas cristalinas, praias de areias brancas rodeadas por palmeiras e florestas tropicais com fauna e flora riquíssimas. Se você acredita que essa é a descrição do paraíso, a Malásia é o destino perfeito. Conhecer este país asiático é, sem duvida, mergulhar em muita aventura, literalmente. A Malásia é um dos destinos mais especializados em mergulho, seja com cilindros de oxigênio ou apenas com os tradicionais snorkels. Redang, Perhentian, Tioman e Langkawi são quatro das ilhas onde você precisa mergulhar pelo menos uma vez na vida. Situada na costa oriental da península malaia, Redang é um dos locais mais famosos do país e a maior ilha de um grupo de nove que se localiza no Mar da China Oriental, ao longo do estado de Terengganu. São 31 os pontos de mergulho apenas no seu parque marinho, cercados por imensos jardins de corais e anêmonas, peixes coloridos e também por dois navios, o H.M.S Princes of Whales e o H.M.S Repulse, que afundaram durante a tentativa de ocupação do território pelos japoneses, em 1945. Já as ilhas Perhentian Besar e Perhentian Kecil também contam com muitas atrações, principalmente para quem pratica windsurfe, vela ou canoagem. A maioria dos turistas que visitam a primeira viaja em família, já a segunda atrai viajantes independentes, que geralmente procuram locais mais baratos. No ano passado, Kecil foi inserida na lista das 100 melhores praias do mundo pela emissora norte-americana "CNN", junto a outras pérolas da Malásia, como Pahang e Tanjung Rhu, em Langkawi, e Juara Beach, em Tioman. Esta última oferece mergulhos entre corais e peixes em águas surpreendentemente quentes. Nos arredores, ficam pequenas ilhotas, como Pulau Che beh, Pulau Soyak e Pulau Labas. Já a ilha de Langkawi é uma joia do estado de Quedá e Geoparque Global da Unesco desde 2007 devido ao seu patrimônio geológico de 550 milhões de anos. Nesta região não faltam atividades, como tours de barco pelo rio Kilim, imersões no Pulau Payar Marine Pak e descidas cheias de adrenalina no Langkawi SkyCab, um dos teleféricos mais rápidos do mundo.
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Trem descarrila em Long Island, nos EUA, e deixa 33 feridos
Um trem de passageiros descarrilou na noite deste sábado (8) em Long Island, no estado de Nova York, Estados Unidos. O acidente, que teria ocorrido por volta das 21h da hora local, deixou ao menos 33 feridos, quatro deles em estado grave, segundo a agência de notícias Reuters. O serviço precisou ser parado em ambos os sentidos da linha férrea, segundo a polícia local e funcionários da ferrovia. O trem, que conectava Manhattan com o nordeste de Long Island, bateu em um vagão de manutenção que circulava por uma via paralela, informou à imprensa um funcionário da companhia Long Island Railroad. Passageiros disseram à imprensa local que viram pela janela faíscas ou chamas do lado de fora da composição, que até então se locomovia normalmente. Após o fato, o trem teria começado a trepidar de maneira crescente, até se chocar com algo. Fotos do local do descarrilamento, postadas nas redes sociais, mostram dois vagões inclinados e fora dos trilhos. NOVA JERSEY O acidente ocorre poucos dias após outro descarrilamento ocorrer na cidade de Hoboken (Nova Jersey), em 29 de setembro. O evento causou a morte da advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34. Outras. Outras 108 pessoas ficaram feridas.
mundo
Trem descarrila em Long Island, nos EUA, e deixa 33 feridosUm trem de passageiros descarrilou na noite deste sábado (8) em Long Island, no estado de Nova York, Estados Unidos. O acidente, que teria ocorrido por volta das 21h da hora local, deixou ao menos 33 feridos, quatro deles em estado grave, segundo a agência de notícias Reuters. O serviço precisou ser parado em ambos os sentidos da linha férrea, segundo a polícia local e funcionários da ferrovia. O trem, que conectava Manhattan com o nordeste de Long Island, bateu em um vagão de manutenção que circulava por uma via paralela, informou à imprensa um funcionário da companhia Long Island Railroad. Passageiros disseram à imprensa local que viram pela janela faíscas ou chamas do lado de fora da composição, que até então se locomovia normalmente. Após o fato, o trem teria começado a trepidar de maneira crescente, até se chocar com algo. Fotos do local do descarrilamento, postadas nas redes sociais, mostram dois vagões inclinados e fora dos trilhos. NOVA JERSEY O acidente ocorre poucos dias após outro descarrilamento ocorrer na cidade de Hoboken (Nova Jersey), em 29 de setembro. O evento causou a morte da advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34. Outras. Outras 108 pessoas ficaram feridas.
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Amazon e Microsoft permitirão que assistentes Alexa e Cortana se falem
A Amazon.com e a Microsoft firmaram uma parceria que permitirá que suas assistentes virtuais controladas por voz conversem entre si até o fim deste ano. Os usuários da Alexa, da Amazon, poderão solicitar que a Cortana, da Microsoft, realize uma variedade de atividades —desde agendar uma reunião até ler emails. E os usuários da Cortana poderão pedir que a Alexa toque músicas, chame um Uber ou acenda as luzes de suas casas. A parceria marca a primeira vez que duas empresas de tecnologia abrem seus assistentes virtuais de inteligência artificial uma para outra. Alexa, Cortana e outros assistentes virtuais como Siri, da Apple, e Google Assistant, da Alphabet, são conhecidos por usar dados de seus próprios sistemas e por não conversarem entre si. Enquanto a força da Cortana reside na realização de tarefas profissionais, a Alexa ajuda os usuários a controlar suas casas inteligentes e fazer compras na varejista on-line. "Juntas, seus pontos fortes se complementarão e oferecerão aos clientes uma experiência mais rica e ainda mais útil", disse o presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos, em declaração nesta quarta-feira (30).
tec
Amazon e Microsoft permitirão que assistentes Alexa e Cortana se falemA Amazon.com e a Microsoft firmaram uma parceria que permitirá que suas assistentes virtuais controladas por voz conversem entre si até o fim deste ano. Os usuários da Alexa, da Amazon, poderão solicitar que a Cortana, da Microsoft, realize uma variedade de atividades —desde agendar uma reunião até ler emails. E os usuários da Cortana poderão pedir que a Alexa toque músicas, chame um Uber ou acenda as luzes de suas casas. A parceria marca a primeira vez que duas empresas de tecnologia abrem seus assistentes virtuais de inteligência artificial uma para outra. Alexa, Cortana e outros assistentes virtuais como Siri, da Apple, e Google Assistant, da Alphabet, são conhecidos por usar dados de seus próprios sistemas e por não conversarem entre si. Enquanto a força da Cortana reside na realização de tarefas profissionais, a Alexa ajuda os usuários a controlar suas casas inteligentes e fazer compras na varejista on-line. "Juntas, seus pontos fortes se complementarão e oferecerão aos clientes uma experiência mais rica e ainda mais útil", disse o presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos, em declaração nesta quarta-feira (30).
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Chegada de islâmicos ao Brasil e rejeição a refugiados na Polônia são destaques da Folha Mundo do fim de semana
A chegada de refugiados ao Brasil foi um dos destaques da Folha Mundo neste fim de semana. O enviado ao Paraná Mauri König conta como os estrangeiros muçulmanos estão mudando a cara de cidades do interior do Estado. Da Polônia, o correspondente Leandro Colon mostra a resistência do país de maioria católica em acolher os refugiados e imigrantes. Os poloneses querem receber menos que o determinado pela União Europeia e todos devem ser cristãos. Thais Bilenky fala sobre a discriminação e o assédio que sofrem os transgêneros nos EUA, apesar de a situação deles ter ganhado destaque com Catilyn Jenner. Ela também conta a história do site Humans of New York. Enviada especial a Buenos Aires, Sylvia Colombo conversou com a família de Victor Saldaño. O argentino foi condenado à morte no Texas e a mãe agora tenta pedir ao papa Francisco que interceda pela redução da pena. Fernanda Godoy escreve desde Madri sobre o crescimento do movimento de independência da Catalunha devido à crise financeira espanhola e Diego Zerbato explica as mudanças na lei de nacionalidade de Portugal. *
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Chegada de islâmicos ao Brasil e rejeição a refugiados na Polônia são destaques da Folha Mundo do fim de semanaA chegada de refugiados ao Brasil foi um dos destaques da Folha Mundo neste fim de semana. O enviado ao Paraná Mauri König conta como os estrangeiros muçulmanos estão mudando a cara de cidades do interior do Estado. Da Polônia, o correspondente Leandro Colon mostra a resistência do país de maioria católica em acolher os refugiados e imigrantes. Os poloneses querem receber menos que o determinado pela União Europeia e todos devem ser cristãos. Thais Bilenky fala sobre a discriminação e o assédio que sofrem os transgêneros nos EUA, apesar de a situação deles ter ganhado destaque com Catilyn Jenner. Ela também conta a história do site Humans of New York. Enviada especial a Buenos Aires, Sylvia Colombo conversou com a família de Victor Saldaño. O argentino foi condenado à morte no Texas e a mãe agora tenta pedir ao papa Francisco que interceda pela redução da pena. Fernanda Godoy escreve desde Madri sobre o crescimento do movimento de independência da Catalunha devido à crise financeira espanhola e Diego Zerbato explica as mudanças na lei de nacionalidade de Portugal. *
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Com hortas e granjas, sertanejo ganha 3 vezes mais do que no Bolsa Família
A seca já dura quatro anos no semiárido de Alagoas, mas no sítio de Maria Costa da Silva, 44, em Inhapi (270 km de Maceió), os efeitos da falta de chuva foram minimizados com uma cisterna que pode armazenar até 60 mil litros de água. A alagoana, mãe de cinco filhos, viu florescer no quintal uma horta e um pomar orgânicos. "Antes, era bem mais difícil. Eu e meu marido, que fazia bico de pedreiro, não tínhamos emprego", conta. "Hoje, vivo bem melhor e nossa saúde melhorou bastante. É muito difícil a gente ficar doente." A família é uma das 161 beneficiadas pelo projeto Meios de Vida no Sertão, uma iniciativa que leva tecnologias sustentáveis a 35 comunidades rurais de quatro municípios do sertão alagoano: Inhapi, Canapi, Senador Rui Palmeira e São José do Tapera. Veja fotos A partir de 2013, começaram a ser construídas na região 15 cisternas, no estilo calçadão, que permitem a captação de água de chuva. Todas vinculadas a sistemas produtivos para cultivo de hortas ecológicas ou granjas. Além de plantar para a própria subsistência, os pequenos agricultores também comercializam os produtos nas feiras nos municípios. Maria acabou engajando toda a família na produção e também no consumo de orgânicos, triplicando sua renda familiar. "Hoje, usamos a água da cisterna para facilitar a produção. Estamos produzindo hortaliças e doces, que eu mesma faço com as frutas que tiro da horta. Vendo tudo na feira." Tira uma média de R$ 450, contra os R$ 150 que recebe do Bolsa Família. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. O projeto foi desenvolvido pela Fundação Salvador Arena, em parceria com a ONG internacional Visão Mundial.As cidades selecionadas apresentavam altos índices de mortalidade infantil e de população abaixo da linha da pobreza. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela Organização das Nações Unidas, balizaram a escolha. "Essa região está caminhando para o quarto ano sem chuva e todas as cisternas caseiras secaram. Já as nossas armazenam 60 mil litros d'água e acabam abastecendo também as casas, além das hortas e dos galinheiros", explica Sérgio Loyola, coordenador de projetos sociais da Fundação Salvador Arena. Para integrar e organizar os produtores rurais o Meios de Vida no Sertão, que investiu R$ 500 mil na região, realiza capacitações para que as famílias possam aprender técnicas de armazenamento e de melhor utilização da água. VIDA NOVA Além das hortas, o projeto também implantou nove galinheiros, cada um com capacidade para 100 aves, e outros nove criadouros de ovelhas, cabras e bodes. Todos os pequenos produtores receberam doações para comprar dos primeiros animais, além de assistência técnica e veterinária. Cícero José da Silva, 46, trocou a labuta nos canaviais de Canapi (258 km de Maceió) para cuidar de um galinheiro que hoje lhe dá uma renda superior. Ele recebeu 100 aves e ração para engordar a criação por seis meses. "Minha vida mudou muito. Não faço mais a viagem para a usina. Com a renda do projeto dá para nos manter", diz ele, que recebe R$ 115 de Bolsa Família. "Que ajuda um pouco, mas é só um pouquinho." A maior parcela de sua renda vem hoje do galinheiro: R$ 450 mensais. "É por meio dos ovos que estamos vivendo melhor."
empreendedorsocial
Com hortas e granjas, sertanejo ganha 3 vezes mais do que no Bolsa FamíliaA seca já dura quatro anos no semiárido de Alagoas, mas no sítio de Maria Costa da Silva, 44, em Inhapi (270 km de Maceió), os efeitos da falta de chuva foram minimizados com uma cisterna que pode armazenar até 60 mil litros de água. A alagoana, mãe de cinco filhos, viu florescer no quintal uma horta e um pomar orgânicos. "Antes, era bem mais difícil. Eu e meu marido, que fazia bico de pedreiro, não tínhamos emprego", conta. "Hoje, vivo bem melhor e nossa saúde melhorou bastante. É muito difícil a gente ficar doente." A família é uma das 161 beneficiadas pelo projeto Meios de Vida no Sertão, uma iniciativa que leva tecnologias sustentáveis a 35 comunidades rurais de quatro municípios do sertão alagoano: Inhapi, Canapi, Senador Rui Palmeira e São José do Tapera. Veja fotos A partir de 2013, começaram a ser construídas na região 15 cisternas, no estilo calçadão, que permitem a captação de água de chuva. Todas vinculadas a sistemas produtivos para cultivo de hortas ecológicas ou granjas. Além de plantar para a própria subsistência, os pequenos agricultores também comercializam os produtos nas feiras nos municípios. Maria acabou engajando toda a família na produção e também no consumo de orgânicos, triplicando sua renda familiar. "Hoje, usamos a água da cisterna para facilitar a produção. Estamos produzindo hortaliças e doces, que eu mesma faço com as frutas que tiro da horta. Vendo tudo na feira." Tira uma média de R$ 450, contra os R$ 150 que recebe do Bolsa Família. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. O projeto foi desenvolvido pela Fundação Salvador Arena, em parceria com a ONG internacional Visão Mundial.As cidades selecionadas apresentavam altos índices de mortalidade infantil e de população abaixo da linha da pobreza. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela Organização das Nações Unidas, balizaram a escolha. "Essa região está caminhando para o quarto ano sem chuva e todas as cisternas caseiras secaram. Já as nossas armazenam 60 mil litros d'água e acabam abastecendo também as casas, além das hortas e dos galinheiros", explica Sérgio Loyola, coordenador de projetos sociais da Fundação Salvador Arena. Para integrar e organizar os produtores rurais o Meios de Vida no Sertão, que investiu R$ 500 mil na região, realiza capacitações para que as famílias possam aprender técnicas de armazenamento e de melhor utilização da água. VIDA NOVA Além das hortas, o projeto também implantou nove galinheiros, cada um com capacidade para 100 aves, e outros nove criadouros de ovelhas, cabras e bodes. Todos os pequenos produtores receberam doações para comprar dos primeiros animais, além de assistência técnica e veterinária. Cícero José da Silva, 46, trocou a labuta nos canaviais de Canapi (258 km de Maceió) para cuidar de um galinheiro que hoje lhe dá uma renda superior. Ele recebeu 100 aves e ração para engordar a criação por seis meses. "Minha vida mudou muito. Não faço mais a viagem para a usina. Com a renda do projeto dá para nos manter", diz ele, que recebe R$ 115 de Bolsa Família. "Que ajuda um pouco, mas é só um pouquinho." A maior parcela de sua renda vem hoje do galinheiro: R$ 450 mensais. "É por meio dos ovos que estamos vivendo melhor."
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Herdeiros de frei Tito receberão pensão de R$ 500
Mais de 14 anos após ter sido proposta, uma lei que dá aos herdeiros de frei Tito de Alencar Lima (1945-1974) o direito a uma pensão especial, mensal e vitalícia foi assinada pela presidente Dilma Rousseff na semana passada. Frade dominicano torturado na ditadura, frei Tito tinha dez irmãos. Os sete que estão vivos vão dividir R$ 500. São R$ 71 para cada um, por mês. "É uma piada", afirma a pedagoga e professora aposentada Nildes Alencar Lima, 81, irmã do religioso. "Reconhecemos profundamente a boa vontade do governo, mas não deveria haver indenizações assim. Só para quem está em extrema pobreza." Segundo ela, a família já recebeu R$ 114 mil de indenização há cerca de dez anos. A lei foi a segunda do tipo assinada neste ano pela presidente. Em janeiro, a ex-ginasta Laís Souza, que ficou tetraplégica após sofrer um acidente em 2014, recebeu a pensão no limite máximo da Previdência (R$ 4.663,75). O valor máximo também é pago desde 2012 a 19 ex-jogadores da seleção campeões das Copas de 1958, 62 e 70. Atualmente, o país paga cerca de 20 mil pensões especiais, para diferentes casos. Recebem benefícios, entre outros, Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart, Lúcia Menezes, tetraneta de Tiradentes, e Marina Villas Boas, viúva do sertanista Orlando Villas Boas. Estão ainda na lista 240 vítimas do acidente com césio 137, em Goiânia, em 1987, e 58 dependentes de pessoas que morreram após contrair hepatite tóxica em hemodiálises em Caruaru (PE), em 1996. Cerca de R$ 25 milhões são gastos por mês em pensões especiais. Os maiores beneficiários são os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia durante a Segunda Guerra (1939-1945) e seus dependentes. São 11.794 pensões, que movimentam por mês quase R$ 17 milhões. MESMO TEXTO A lei que beneficia a família de frei Tito surgiu como um projeto de lei de 2001 do então ministro da Justiça, José Gregori. Segundo ele, o valor de R$ 500 foi definido com base no dólar, já que na época as duas moedas tinham quase o mesmo peso. "A culpa não é da presidente. O Legislativo deveria ter visto que o valor ficou desmerecido", diz. O texto assinado por Dilma é o mesmo apresentado 14 anos atrás, inclusive com o valor original. O Ministério da Justiça diz que a discussão se deu no Legislativo e que os parlamentares talvez não tenham se atentado para a defasagem. "Um veto seria interpretado como desprestígio à história do frei Tito", diz Marivaldo Pereira, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Segundo ele, a Comissão de Anistia já foi instruída a dialogar com a família para discutir eventuais reajustes. Preso na ditadura, frei Tito foi solto em 1970. Com problemas psicológicos devido à tortura, cometeu suicídio em 1974, na França. PENSÕES ESPECIAIS
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Herdeiros de frei Tito receberão pensão de R$ 500Mais de 14 anos após ter sido proposta, uma lei que dá aos herdeiros de frei Tito de Alencar Lima (1945-1974) o direito a uma pensão especial, mensal e vitalícia foi assinada pela presidente Dilma Rousseff na semana passada. Frade dominicano torturado na ditadura, frei Tito tinha dez irmãos. Os sete que estão vivos vão dividir R$ 500. São R$ 71 para cada um, por mês. "É uma piada", afirma a pedagoga e professora aposentada Nildes Alencar Lima, 81, irmã do religioso. "Reconhecemos profundamente a boa vontade do governo, mas não deveria haver indenizações assim. Só para quem está em extrema pobreza." Segundo ela, a família já recebeu R$ 114 mil de indenização há cerca de dez anos. A lei foi a segunda do tipo assinada neste ano pela presidente. Em janeiro, a ex-ginasta Laís Souza, que ficou tetraplégica após sofrer um acidente em 2014, recebeu a pensão no limite máximo da Previdência (R$ 4.663,75). O valor máximo também é pago desde 2012 a 19 ex-jogadores da seleção campeões das Copas de 1958, 62 e 70. Atualmente, o país paga cerca de 20 mil pensões especiais, para diferentes casos. Recebem benefícios, entre outros, Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart, Lúcia Menezes, tetraneta de Tiradentes, e Marina Villas Boas, viúva do sertanista Orlando Villas Boas. Estão ainda na lista 240 vítimas do acidente com césio 137, em Goiânia, em 1987, e 58 dependentes de pessoas que morreram após contrair hepatite tóxica em hemodiálises em Caruaru (PE), em 1996. Cerca de R$ 25 milhões são gastos por mês em pensões especiais. Os maiores beneficiários são os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia durante a Segunda Guerra (1939-1945) e seus dependentes. São 11.794 pensões, que movimentam por mês quase R$ 17 milhões. MESMO TEXTO A lei que beneficia a família de frei Tito surgiu como um projeto de lei de 2001 do então ministro da Justiça, José Gregori. Segundo ele, o valor de R$ 500 foi definido com base no dólar, já que na época as duas moedas tinham quase o mesmo peso. "A culpa não é da presidente. O Legislativo deveria ter visto que o valor ficou desmerecido", diz. O texto assinado por Dilma é o mesmo apresentado 14 anos atrás, inclusive com o valor original. O Ministério da Justiça diz que a discussão se deu no Legislativo e que os parlamentares talvez não tenham se atentado para a defasagem. "Um veto seria interpretado como desprestígio à história do frei Tito", diz Marivaldo Pereira, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Segundo ele, a Comissão de Anistia já foi instruída a dialogar com a família para discutir eventuais reajustes. Preso na ditadura, frei Tito foi solto em 1970. Com problemas psicológicos devido à tortura, cometeu suicídio em 1974, na França. PENSÕES ESPECIAIS
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Secretário de Educação de Alckmin recebe salário acima do teto do Estado
O salário do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, está acima do teto dos servidores do Estado de São Paulo. Em outubro de 2014, Voorwald recebia R$ 28.445,59 como professor titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), instituição da qual foi reitor entre 2009 e 2010. Ele é um dos 1.148 servidores da universidade que ganham acima do limite. A Constituição de São Paulo determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador –Geraldo Alckmin (PSDB) recebia R$ 20.662 brutos em 2014. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30.471). A informação consta na lista divulgada nesta terça (16) pela Folha, obtida por determinação da Justiça, com o salário de 17.067 funcionários ativos e aposentados. Voorwald não recebe salário pela Secretaria Estadual de Educação. Lista de salários da Unesp Na segunda-feira (14), em visita a Campinas, Alckmin criticou os salários de funcionários de universidades que superam o teto estadual. "Também não é possível funcionário de universidade ganhar mais do que governador do Estado. É só cumprir a lei". Em junho, o governador havia determinado que o secretário da Fazenda, Renato Vilela, fizesse um pente-fino na folha de pagamento de funcionários do Estado. OUTRO LADO Em outubro do ano passado, apenas 76 servidores da Unesp tiveram salários reduzidos para o cumprimento do teto do funcionalismo. Segundo a Unesp, na época eram descontados do cálculo do teto todas vantagens salariais adquiridas pelos servidores antes de 2003, quando uma emenda à Constituição deixou a regra mais clara. A Unesp diz que o procedimento mudou a partir de dezembro de 2014, após decisão do Tribunal de Contas do Estado determinar o congelamento da parte dos salários acima do teto. Com isso, a universidade passou a incluir no holerite dos 1.148 servidores com salários maiores do que o do governador um valor denominado "parcela extra-teto". Segundo a Unesp, o valor continua sendo pago, mas não sofre reajuste. A parcela "ficará congelada até que gradativamente seja absorvida por eventuais aumentos" do teto. Já as vantagens obtidas depois de 1º de dezembro de 2014 estão sendo demonstradas no holerite, mas os valores estão sendo descontados no momento do pagamento. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que todas as vantagens salariais adquiridas pelos servidores, independentemente da data, devem ser consideradas para o cômputo do teto. Procurada, a Secretaria Estadual de Educação não quis comentar o caso.
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Secretário de Educação de Alckmin recebe salário acima do teto do EstadoO salário do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, está acima do teto dos servidores do Estado de São Paulo. Em outubro de 2014, Voorwald recebia R$ 28.445,59 como professor titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), instituição da qual foi reitor entre 2009 e 2010. Ele é um dos 1.148 servidores da universidade que ganham acima do limite. A Constituição de São Paulo determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador –Geraldo Alckmin (PSDB) recebia R$ 20.662 brutos em 2014. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30.471). A informação consta na lista divulgada nesta terça (16) pela Folha, obtida por determinação da Justiça, com o salário de 17.067 funcionários ativos e aposentados. Voorwald não recebe salário pela Secretaria Estadual de Educação. Lista de salários da Unesp Na segunda-feira (14), em visita a Campinas, Alckmin criticou os salários de funcionários de universidades que superam o teto estadual. "Também não é possível funcionário de universidade ganhar mais do que governador do Estado. É só cumprir a lei". Em junho, o governador havia determinado que o secretário da Fazenda, Renato Vilela, fizesse um pente-fino na folha de pagamento de funcionários do Estado. OUTRO LADO Em outubro do ano passado, apenas 76 servidores da Unesp tiveram salários reduzidos para o cumprimento do teto do funcionalismo. Segundo a Unesp, na época eram descontados do cálculo do teto todas vantagens salariais adquiridas pelos servidores antes de 2003, quando uma emenda à Constituição deixou a regra mais clara. A Unesp diz que o procedimento mudou a partir de dezembro de 2014, após decisão do Tribunal de Contas do Estado determinar o congelamento da parte dos salários acima do teto. Com isso, a universidade passou a incluir no holerite dos 1.148 servidores com salários maiores do que o do governador um valor denominado "parcela extra-teto". Segundo a Unesp, o valor continua sendo pago, mas não sofre reajuste. A parcela "ficará congelada até que gradativamente seja absorvida por eventuais aumentos" do teto. Já as vantagens obtidas depois de 1º de dezembro de 2014 estão sendo demonstradas no holerite, mas os valores estão sendo descontados no momento do pagamento. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que todas as vantagens salariais adquiridas pelos servidores, independentemente da data, devem ser consideradas para o cômputo do teto. Procurada, a Secretaria Estadual de Educação não quis comentar o caso.
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Flexibilizar legislação trabalhista traria benefícios ao país? SIM
NEGOCIAÇÃO COLETIVA Há muitos indicadores de que precisamos de uma nova legislação trabalhista. O nosso direito sobre o tema está hoje mais pautado pelo Judiciário –os quase 1.300 verbetes editados pelo Tribunal Superior do Trabalho– do que pelo Legislativo –os 922 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temas de grande relevância –como dispensa coletiva, assédio moral e terceirização– ainda não foram objeto de norma aprovada após debate legislativo. Acabaram norteados por pronunciamentos judiciais diversos. A reforma trabalhista não se tornou necessária em razão da atual crise econômica e não será a responsável por nossa saída dela. Conduzida de forma irresponsável, poderá, inclusive, aumentá-la. É ilusório imaginar que apenas reduzindo salários e benefícios trabalhistas poderemos superar as atuais dificuldades econômicas. Os empregados representam um relevante grupo de consumidores. Empobrecê-los impactará o consumo e, por conseguinte, a produção. As normas trabalhistas devem ser mais flexíveis para valorizar a construção do direito do trabalho a partir da negociação coletiva entre sindicatos de trabalhadores e de empregadores. Eles conhecem as peculiaridades de suas categorias melhor do que qualquer parlamentar. Precisamos de um direito do trabalho que tenha seu esqueleto construído por leis trabalhistas gerais, inflexíveis, de cunho protetivo aos trabalhadores, mas com musculatura formada por normas coletivamente negociadas por quem sabe das necessidades e dos anseios próprios, por vezes exclusivos, das categorias econômicas e profissionais. É ingênuo, contudo, acreditar que apenas a aprovação de uma norma que permita a sobreposição do negociado coletivamente sobre o legislado solucionará tudo. A negociação coletiva deve ser um instrumento de adaptação das regras gerais e irrevogáveis às particularidades das atividades e da realidade. Não deve servir para prevaricar as relações de trabalho e garantir o lucro dos empregadores. Para que isso se viabilize, é necessário reformar a estrutura sindical, de modo a tornar os sindicatos efetivamente representativos de suas categorias. Não podemos permanecer com um modelo como o atual, no qual dirigentes mantêm os quadros de filiados reduzidos para ser mais fácil vencer a próxima eleição. Precisamos de mais liberdade sindical para termos sindicatos mais legítimos e representativos, que não se acomodem com as receitas garantidas por lei e lutem efetivamente por melhorias sociais para os trabalhadores por meio da negociação e do diálogo social. Reformas dessa magnitude são mais bem conduzidas em momentos de estabilidade econômica e política. Na década passada, quando vivíamos um cenário favorável, foi organizado, com esse fim, o Fórum Nacional do Trabalho, com participação de representantes de empregados, empregadores e de diversas esferas do aparato estatal. É lamentável que, naquele momento, quando tudo conspirava a favor, não tenhamos conseguido empreender a reforma necessária na nossa legislação sindical e trabalhista. A discussão inevitavelmente retornará num cenário em que uma crise econômica grave pressiona em direção a medidas socialmente ruins, com o país dividido e uma instabilidade política sem precedentes. Será fundamental muita engenhosidade para implementar as mudanças necessárias sem provocar retrocesso social. O arrependimento pela oportunidade perdida é inevitável. JORGE CAVALCANTI BOUCINHAS FILHO, 36, é professor de direito do trabalho na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e pesquisador do Neop (Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Flexibilizar legislação trabalhista traria benefícios ao país? SIMNEGOCIAÇÃO COLETIVA Há muitos indicadores de que precisamos de uma nova legislação trabalhista. O nosso direito sobre o tema está hoje mais pautado pelo Judiciário –os quase 1.300 verbetes editados pelo Tribunal Superior do Trabalho– do que pelo Legislativo –os 922 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temas de grande relevância –como dispensa coletiva, assédio moral e terceirização– ainda não foram objeto de norma aprovada após debate legislativo. Acabaram norteados por pronunciamentos judiciais diversos. A reforma trabalhista não se tornou necessária em razão da atual crise econômica e não será a responsável por nossa saída dela. Conduzida de forma irresponsável, poderá, inclusive, aumentá-la. É ilusório imaginar que apenas reduzindo salários e benefícios trabalhistas poderemos superar as atuais dificuldades econômicas. Os empregados representam um relevante grupo de consumidores. Empobrecê-los impactará o consumo e, por conseguinte, a produção. As normas trabalhistas devem ser mais flexíveis para valorizar a construção do direito do trabalho a partir da negociação coletiva entre sindicatos de trabalhadores e de empregadores. Eles conhecem as peculiaridades de suas categorias melhor do que qualquer parlamentar. Precisamos de um direito do trabalho que tenha seu esqueleto construído por leis trabalhistas gerais, inflexíveis, de cunho protetivo aos trabalhadores, mas com musculatura formada por normas coletivamente negociadas por quem sabe das necessidades e dos anseios próprios, por vezes exclusivos, das categorias econômicas e profissionais. É ingênuo, contudo, acreditar que apenas a aprovação de uma norma que permita a sobreposição do negociado coletivamente sobre o legislado solucionará tudo. A negociação coletiva deve ser um instrumento de adaptação das regras gerais e irrevogáveis às particularidades das atividades e da realidade. Não deve servir para prevaricar as relações de trabalho e garantir o lucro dos empregadores. Para que isso se viabilize, é necessário reformar a estrutura sindical, de modo a tornar os sindicatos efetivamente representativos de suas categorias. Não podemos permanecer com um modelo como o atual, no qual dirigentes mantêm os quadros de filiados reduzidos para ser mais fácil vencer a próxima eleição. Precisamos de mais liberdade sindical para termos sindicatos mais legítimos e representativos, que não se acomodem com as receitas garantidas por lei e lutem efetivamente por melhorias sociais para os trabalhadores por meio da negociação e do diálogo social. Reformas dessa magnitude são mais bem conduzidas em momentos de estabilidade econômica e política. Na década passada, quando vivíamos um cenário favorável, foi organizado, com esse fim, o Fórum Nacional do Trabalho, com participação de representantes de empregados, empregadores e de diversas esferas do aparato estatal. É lamentável que, naquele momento, quando tudo conspirava a favor, não tenhamos conseguido empreender a reforma necessária na nossa legislação sindical e trabalhista. A discussão inevitavelmente retornará num cenário em que uma crise econômica grave pressiona em direção a medidas socialmente ruins, com o país dividido e uma instabilidade política sem precedentes. Será fundamental muita engenhosidade para implementar as mudanças necessárias sem provocar retrocesso social. O arrependimento pela oportunidade perdida é inevitável. JORGE CAVALCANTI BOUCINHAS FILHO, 36, é professor de direito do trabalho na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e pesquisador do Neop (Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Cinzas de cremação podem virar de anel a fogos de artifício
O que pode ser feito com o corpo depois da morte foi o tema da transmissão ao vivo da "TV Folha" desta sexta-feira. Entre outros itens, debateu-se a escolha entre enterro e cremação, bem como o destino que pode ser dado às cinzas. Camila Appel, do blog "Morte sem Tabu", conversou com Jayme Adissi, fundador do Grupo Primaveras, em Guarulhos (SP), composto por cemitérios-parque, crematório, columbário e funerária; Nina Maluf, anatopraxista e necromaquiadora; e Mylena Cooper, via Skype, publicitária e empresária do ramo funerário que pesquisa a psicologia do luto e ritos fúnebres. Sobre a escolha entre enterrar ou cremar, Adissi opina que a principal questão é a preferência do morto, declarada em documento específico registrado em cartório ou instruída a um parente de primeiro grau, que deve autorizar o procedimento caso não haja o documento formal. Em termos de custos e impactos ambientais, não há diferenças. Mylena Cooper, diretora do Cemitério e Crematório Vaticano, no Paraná, listou novos destinos para cinzas após a cremação: é possível enviá-las ao espaço (para dar uma volta ou para o lançamento, de fato), transformá-las em cristal o diamante (a ser usado como um pingente ou anel, por exemplo), misturá-las à tinta para a pintura de um quadro (arte picto-crematória) e usá-las em fogos de artifício. Os custos são mencionados no debate. Mylena também comentou sobre a biocremação, um procedimento já em uso nos Estados Unidos, que seria a opção menos prejudicial ao ambiente, por não usar fogo. Adissi falou, por sua vez, sobre compostagem humana (virar adubo). Já Nina Maluf, tanatopraxista e fundadora da escola Thanatology Capacitação Profissional, falou sobre os procedimentos de preparação do corpo.
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Cinzas de cremação podem virar de anel a fogos de artifícioO que pode ser feito com o corpo depois da morte foi o tema da transmissão ao vivo da "TV Folha" desta sexta-feira. Entre outros itens, debateu-se a escolha entre enterro e cremação, bem como o destino que pode ser dado às cinzas. Camila Appel, do blog "Morte sem Tabu", conversou com Jayme Adissi, fundador do Grupo Primaveras, em Guarulhos (SP), composto por cemitérios-parque, crematório, columbário e funerária; Nina Maluf, anatopraxista e necromaquiadora; e Mylena Cooper, via Skype, publicitária e empresária do ramo funerário que pesquisa a psicologia do luto e ritos fúnebres. Sobre a escolha entre enterrar ou cremar, Adissi opina que a principal questão é a preferência do morto, declarada em documento específico registrado em cartório ou instruída a um parente de primeiro grau, que deve autorizar o procedimento caso não haja o documento formal. Em termos de custos e impactos ambientais, não há diferenças. Mylena Cooper, diretora do Cemitério e Crematório Vaticano, no Paraná, listou novos destinos para cinzas após a cremação: é possível enviá-las ao espaço (para dar uma volta ou para o lançamento, de fato), transformá-las em cristal o diamante (a ser usado como um pingente ou anel, por exemplo), misturá-las à tinta para a pintura de um quadro (arte picto-crematória) e usá-las em fogos de artifício. Os custos são mencionados no debate. Mylena também comentou sobre a biocremação, um procedimento já em uso nos Estados Unidos, que seria a opção menos prejudicial ao ambiente, por não usar fogo. Adissi falou, por sua vez, sobre compostagem humana (virar adubo). Já Nina Maluf, tanatopraxista e fundadora da escola Thanatology Capacitação Profissional, falou sobre os procedimentos de preparação do corpo.
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Lições de Londres para São Paulo
LONDRES - A capital inglesa se prepara para duas eleições decisivas nos próximos meses. Em maio, todos os britânicos vão às urnas escolher os deputados do Parlamento (que elege o governo nacional); o prefeito Boris Johnson (partido Conservador) será candidato a deputado. Em 2016, haverá a eleição para o sucessor de Johnson e vários nomes já são cogitados. O comportamento deles na eleição nacional será decisivo para a definição de cada partido no ano que vem. Londres parece cada vez mais independente do Reino Unido. Enquanto a Inglaterra e toda a Europa sofrem tempos bicudos, a economia da capital cresce mais rápido que a Europa e a Inglaterra. A cidade vive um novo "Swinging London", efervescência cultural como a dos anos 60 e 80, quando a energia da cidade se destacava do resto do país e do continente. Não é a única grande cidade do mundo que vibra em diapasão diferente mais intenso que seu país. Há até quem defenda que as metrópoles serão as unidades administrativas dinâmicas do século 21, numa recuperação da cidade-estado, após séculos de hegemonia do estado-nação. É o caso de Jennifer Bradley e Bruce Katz em "The Metropolitan Revolution". O exemplo de Londres é particularmente interessante porque ela disputa o posto de capital financeira do mundo com Nova York (em queda), mas se a "Big Apple" é o centro nervoso da maior economia do mundo, Londres é a capital de um país cujo papel na economia mundial é decadente. Essa diferença se realiza em diversas áreas da vida. É desde logo simbólico que as maiores forças políticas na cidade sejam diferentes das que comandam o cenário geral: os partidos Conservador e Liberal controlam o governo nacional; em Londres, os Trabalhistas são a maior força local e os Verdes, inexpressivos no Parlamento, já são segunda potência em várias áreas. A discussão sobre a imigração é outro exemplo do descompasso. Enquanto as pesquisas indicam que o repúdio aos trabalhadores estrangeiros será tema dominante da campanha nacional de 2015, em Londres os políticos (mesmo o prefeito conservador) querem facilitar as regras para importação de recursos humanos. Com 30% da população nascida em outros países, Londres é uma das cidades mais cosmopolitas do planeta e sua economia, altamente dependente de negócios internacionais, não pode prescindir da globalização. Até 2000, a capital britânica não elegia um prefeito. Cada municipalidade que ao longo dos séculos se conturbou na Grande Londres tinha seu próprio poder local. As questões metropolitanas eram decididas pelo governo nacional. Até que a percepção da importância das questões metropolitanas se tornou imperiosa. O governo do então primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, ao fim dos anos 1990, aceitou aumentar a autonomia com a eleição direta de um prefeito, de caráter presidencialista (diferente da lógica parlamentarista que rege o Reino Unido e a Europa). Já então foi revelador da diferença entre política local e nacional o fato de que o primeiro eleito para o cargo, Ken Livingstone, era um candidato independente, quando há séculos a Inglaterra é dominada pelo bipartidarismo (radical de esquerda, ele havia rompido com os Trabalhistas). Depois de dois mandatos bem sucedidos, em 2008 surpreendentemente perdeu o cargo para Boris Johnson, Conservador também com perfil bem diferente dos companheiros de partido: se relaciona bem com políticos de oposição, tem uma agenda ambientalista que seu partido não apoia em nível nacional e trata com ironia os principais quadros conservadores. Boris Johnson fez uma aposta radical na adoção de uma agenda verde para a cidade. Criou uma rede de ciclovias e um sistema de bicicletas públicas (chamadas popularmente de "Boris bikes") e assim deixou sua marca na cena urbana que era muito marcada pelo antecessor (criador do pedágio urbano, que financiara uma revolução nos transportes públicos da cidade). Londres inspira São Paulo: o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, cita a capital inglesa como referência para seu plano de ciclovias; o governo estadual cita as linhas de "Overground" da capital britânica em defesa do VLT paulistano. Londres também está aprendendo com São Paulo: uma das candidatas conservadoras à prefeitura defende a criação de uma tarifa comum válida por uma hora para qualquer transporte público, semelhante ao Bilhete Único paulistano (deve ter menos impacto, porque os moradores londrinos compram principalmente pacotes semanais). Mas a principal lição estratégica é a própria questão metropolitana: enquanto o prefeito Fernando Haddad defendeu em sua campanha um aumento da submissão de São Paulo a programas e fundos federais, os dirigentes das principais grandes cidades do mundo juntam-se a seus vizinhos locais para aumentar a autonomia metropolitana. No modelo londrino, a cidade se descolou da crise nacional e vem contaminando positivamente a economia britânica. Ao se colar no governo federal, o prefeito paulistano ameaça contaminar negativamente a trajetória econômica da cidade com a crise vigente no resto do país.
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Lições de Londres para São PauloLONDRES - A capital inglesa se prepara para duas eleições decisivas nos próximos meses. Em maio, todos os britânicos vão às urnas escolher os deputados do Parlamento (que elege o governo nacional); o prefeito Boris Johnson (partido Conservador) será candidato a deputado. Em 2016, haverá a eleição para o sucessor de Johnson e vários nomes já são cogitados. O comportamento deles na eleição nacional será decisivo para a definição de cada partido no ano que vem. Londres parece cada vez mais independente do Reino Unido. Enquanto a Inglaterra e toda a Europa sofrem tempos bicudos, a economia da capital cresce mais rápido que a Europa e a Inglaterra. A cidade vive um novo "Swinging London", efervescência cultural como a dos anos 60 e 80, quando a energia da cidade se destacava do resto do país e do continente. Não é a única grande cidade do mundo que vibra em diapasão diferente mais intenso que seu país. Há até quem defenda que as metrópoles serão as unidades administrativas dinâmicas do século 21, numa recuperação da cidade-estado, após séculos de hegemonia do estado-nação. É o caso de Jennifer Bradley e Bruce Katz em "The Metropolitan Revolution". O exemplo de Londres é particularmente interessante porque ela disputa o posto de capital financeira do mundo com Nova York (em queda), mas se a "Big Apple" é o centro nervoso da maior economia do mundo, Londres é a capital de um país cujo papel na economia mundial é decadente. Essa diferença se realiza em diversas áreas da vida. É desde logo simbólico que as maiores forças políticas na cidade sejam diferentes das que comandam o cenário geral: os partidos Conservador e Liberal controlam o governo nacional; em Londres, os Trabalhistas são a maior força local e os Verdes, inexpressivos no Parlamento, já são segunda potência em várias áreas. A discussão sobre a imigração é outro exemplo do descompasso. Enquanto as pesquisas indicam que o repúdio aos trabalhadores estrangeiros será tema dominante da campanha nacional de 2015, em Londres os políticos (mesmo o prefeito conservador) querem facilitar as regras para importação de recursos humanos. Com 30% da população nascida em outros países, Londres é uma das cidades mais cosmopolitas do planeta e sua economia, altamente dependente de negócios internacionais, não pode prescindir da globalização. Até 2000, a capital britânica não elegia um prefeito. Cada municipalidade que ao longo dos séculos se conturbou na Grande Londres tinha seu próprio poder local. As questões metropolitanas eram decididas pelo governo nacional. Até que a percepção da importância das questões metropolitanas se tornou imperiosa. O governo do então primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, ao fim dos anos 1990, aceitou aumentar a autonomia com a eleição direta de um prefeito, de caráter presidencialista (diferente da lógica parlamentarista que rege o Reino Unido e a Europa). Já então foi revelador da diferença entre política local e nacional o fato de que o primeiro eleito para o cargo, Ken Livingstone, era um candidato independente, quando há séculos a Inglaterra é dominada pelo bipartidarismo (radical de esquerda, ele havia rompido com os Trabalhistas). Depois de dois mandatos bem sucedidos, em 2008 surpreendentemente perdeu o cargo para Boris Johnson, Conservador também com perfil bem diferente dos companheiros de partido: se relaciona bem com políticos de oposição, tem uma agenda ambientalista que seu partido não apoia em nível nacional e trata com ironia os principais quadros conservadores. Boris Johnson fez uma aposta radical na adoção de uma agenda verde para a cidade. Criou uma rede de ciclovias e um sistema de bicicletas públicas (chamadas popularmente de "Boris bikes") e assim deixou sua marca na cena urbana que era muito marcada pelo antecessor (criador do pedágio urbano, que financiara uma revolução nos transportes públicos da cidade). Londres inspira São Paulo: o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, cita a capital inglesa como referência para seu plano de ciclovias; o governo estadual cita as linhas de "Overground" da capital britânica em defesa do VLT paulistano. Londres também está aprendendo com São Paulo: uma das candidatas conservadoras à prefeitura defende a criação de uma tarifa comum válida por uma hora para qualquer transporte público, semelhante ao Bilhete Único paulistano (deve ter menos impacto, porque os moradores londrinos compram principalmente pacotes semanais). Mas a principal lição estratégica é a própria questão metropolitana: enquanto o prefeito Fernando Haddad defendeu em sua campanha um aumento da submissão de São Paulo a programas e fundos federais, os dirigentes das principais grandes cidades do mundo juntam-se a seus vizinhos locais para aumentar a autonomia metropolitana. No modelo londrino, a cidade se descolou da crise nacional e vem contaminando positivamente a economia britânica. Ao se colar no governo federal, o prefeito paulistano ameaça contaminar negativamente a trajetória econômica da cidade com a crise vigente no resto do país.
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'Reduzir os ciclos permitirá gestão melhor da escola', diz Voorwald
O secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, afirma que a redução da quantidade de ciclos de ensino nas escolas da rede estadual permitirá uma administração "mais focada" e vai viabilizar uma melhor formação dos professores. Leia trecho da entrevista concedida à Folha. * Folha - Qual o motivo de mudar as escolas? Herman Voorwald - Há uma crescente diminuição do número de alunos. Um dos motivos é a municipalização, que ainda não foi concluída, mas levou à migração de 60% dos alunos dos anos iniciais do ensino básico. Em segundo, a diminuição da taxa de natalidade, que consequentemente diminui o número de alunos. E, terceiro, a melhoria da condição financeira das classes, nos últimos anos, que levou à migração de alunos para a rede privada. A estratégia, quando se decidiu universalizar a educação, foi construir escolas que no mesmo espaço atendessem crianças dos três ciclos de ensino. Em São Paulo, mais de 90% das escolas foram construídas no século passado e têm, em média, mais de 40 anos de idade. Qual é o objetivo? Entendendo que há ociosidade na rede, temos a possibilidade de separar os ciclos para que as crianças estejam em uma escola em que o projeto pedagógico e o entorno favoreçam o que chamamos de tempos e espaços apropriados para aquela faixa etária e ciclo de aprendizagem. E, é minha grande prioridade, para que os jovens do ensino médio tenham a possibilidade de estar em uma escola que induza a construção do seu projeto de vida e a busca por uma condição diferente através do ingresso em uma universidade. Isso concomitante ao trabalho que estamos fazendo na secretaria de rediscussão de toda a matriz curricular do ensino médio. Qual o benefício de ter escolas com ciclo único? O Inep [instituto de pesquisa federal] soltou um relatório este ano mostrando que as escolas que têm mais ciclos têm dificuldade de gestão e performam em torno de 10% a menos do que as escolas com ciclo único. Dados que também temos de avaliações da secretaria mostram que a presença do professor efetivo na escola é importante no sentido dos melhores resultados no processo de aprendizagem, em torno de 20%. Diminuir o número de ciclos na unidade escolar permite uma gestão mais eficiente, o professor efetivo pode completar a jornada em uma escola só. As escolas com dois ciclos vão acabar? O objetivo é o menino. A movimentação terá como foco que o adolescente esteja no local apropriado para ele e que não seja distante de onde ele reside. Para se ter uma ideia, temos hoje 479 escolas com três ciclos. Nossa proposta é não ter mais escolas com três ciclos, elas poderão se tornar escolas com um ou dois ciclos em função da realidade local. Mas há cidades do interior com apenas uma escola estadual, com dois ciclos. Aí não tem jeito, vamos ter que manter até por uma questão de demanda. A movimentação respeitará muito as questões locais, por isso é fundamental a validação dos dirigentes. O objetivo da secretaria não é prejudicar nenhum aluno, muito pelo contrário. É facilitar a vida do menino e da família. Mas e quem não gostar da mudança? Não há mais como, com uma condição de queda de alunos, de não ter o entendimento que se precisa construir o espaço adequado para ele aprender. Não há como fugir da necessidade de discutir o ensino médio, há uma discussão nacional sobre isso. Mas para que haja discussão do ensino médio eu preciso que aquele espaço tenha possibilidade de receber laboratórios. É um movimento que objetiva a possibilidade de ações pedagógicas à luz de um momento diferente, de um jovem diferente. Não dá mais pra entender você ter uma criança de seis a sete anos de idade convivendo no mesmo espaço que um jovem de 15 a 16 anos. Como há possibilidade física de viabilizar, temos que viabilizar em benefício do estudante. É ele que tem que ser o foco dessa movimentação toda. A previsão é que haja mais queda de alunos no futuro? A meta 21 do Plano Estadual de Educação, que está em discussão na Assembleia Legislativa, é a municipalização da educação, então meu entendimento é que essa migração tende a continuar com os 20% de alunos que continuam na rede estadual do 1º ao 5º ano. Também há uma contínua diminuição da taxa de natalidade, então esse movimento de diminuição do número de alunos é resultado disso. Serão feitas obras nas escolas? Não consigo fazer isso para fevereiro, quando começa o ano letivo. Mas estamos articulando isso com a engenharia da secretaria. Por exemplo, a condição de reforma de uma escola de ciclo de anos iniciais é diferente de uma escola que só terá meninos do ensino médio, precisa de um outro espaço. A movimentação viabilizará um processo de adequação daquele espaço físico à faixa etária daquele estudante. O sr. espera alguma resistência por parte dos docentes? Minha preocupação é preservar a condição do professor efetivo. E, como minha leitura é de que ele poderá completar a jornada na mesma unidade escolar, não haverá uma pressão contrária muito forte. É claro que, toda vez que você mexe numa rede como essa, muito complexa, é lógico que pode ter uma repercussão negativa contrária. Mas minha leitura é que você tem que trabalhar para o aluno. Não é possível que, numa rede que tem mais de cinco mil escolas, que estava preparada para ter quase sete milhões de alunos, e que tem quatro hoje, que não seja feito um movimento para viabilizar àquele que mais nos interessa, que é o aluno, que tenha uma espaço melhor. Eu não consigo justificar isso como secretário de Estado da Educação. Minha grande preocupação é o menino. Se eu tenho a possibilidade de reorganizar essa rede, dar pra ele um local melhor, dar pra família uma tranquilidade com relação ao espaço onde ele se encontra, para poder viabilizar reformas que adequem a escola ao longo do tempo, eu tenho a obrigação de fazer. O estudante é a minha grande preocupação, não consigo mais imaginar, com essa contínua queda da taxa de natalidade e do número de alunos, que eu permaneça com uma rede absolutamente desorganizada por não ter a possibilidade de enxergar que isto é para o estudante, que para ele é importante. Algumas escolas poderão ser fechadas? Isso depende da validação dos dirigentes, da proposta que eles fizerem. Há possibilidade, mas não abro mão de que esse espaço seja utilizado para a educação. Por exemplo, por uma creche ou para pré-escola por parte dos municípios. Ou para a expansão do programa de ensino integral e, ainda, a possibilidade de viabilizar com o Centro Paula Souza uma formação técnica de nível médio.
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'Reduzir os ciclos permitirá gestão melhor da escola', diz VoorwaldO secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, afirma que a redução da quantidade de ciclos de ensino nas escolas da rede estadual permitirá uma administração "mais focada" e vai viabilizar uma melhor formação dos professores. Leia trecho da entrevista concedida à Folha. * Folha - Qual o motivo de mudar as escolas? Herman Voorwald - Há uma crescente diminuição do número de alunos. Um dos motivos é a municipalização, que ainda não foi concluída, mas levou à migração de 60% dos alunos dos anos iniciais do ensino básico. Em segundo, a diminuição da taxa de natalidade, que consequentemente diminui o número de alunos. E, terceiro, a melhoria da condição financeira das classes, nos últimos anos, que levou à migração de alunos para a rede privada. A estratégia, quando se decidiu universalizar a educação, foi construir escolas que no mesmo espaço atendessem crianças dos três ciclos de ensino. Em São Paulo, mais de 90% das escolas foram construídas no século passado e têm, em média, mais de 40 anos de idade. Qual é o objetivo? Entendendo que há ociosidade na rede, temos a possibilidade de separar os ciclos para que as crianças estejam em uma escola em que o projeto pedagógico e o entorno favoreçam o que chamamos de tempos e espaços apropriados para aquela faixa etária e ciclo de aprendizagem. E, é minha grande prioridade, para que os jovens do ensino médio tenham a possibilidade de estar em uma escola que induza a construção do seu projeto de vida e a busca por uma condição diferente através do ingresso em uma universidade. Isso concomitante ao trabalho que estamos fazendo na secretaria de rediscussão de toda a matriz curricular do ensino médio. Qual o benefício de ter escolas com ciclo único? O Inep [instituto de pesquisa federal] soltou um relatório este ano mostrando que as escolas que têm mais ciclos têm dificuldade de gestão e performam em torno de 10% a menos do que as escolas com ciclo único. Dados que também temos de avaliações da secretaria mostram que a presença do professor efetivo na escola é importante no sentido dos melhores resultados no processo de aprendizagem, em torno de 20%. Diminuir o número de ciclos na unidade escolar permite uma gestão mais eficiente, o professor efetivo pode completar a jornada em uma escola só. As escolas com dois ciclos vão acabar? O objetivo é o menino. A movimentação terá como foco que o adolescente esteja no local apropriado para ele e que não seja distante de onde ele reside. Para se ter uma ideia, temos hoje 479 escolas com três ciclos. Nossa proposta é não ter mais escolas com três ciclos, elas poderão se tornar escolas com um ou dois ciclos em função da realidade local. Mas há cidades do interior com apenas uma escola estadual, com dois ciclos. Aí não tem jeito, vamos ter que manter até por uma questão de demanda. A movimentação respeitará muito as questões locais, por isso é fundamental a validação dos dirigentes. O objetivo da secretaria não é prejudicar nenhum aluno, muito pelo contrário. É facilitar a vida do menino e da família. Mas e quem não gostar da mudança? Não há mais como, com uma condição de queda de alunos, de não ter o entendimento que se precisa construir o espaço adequado para ele aprender. Não há como fugir da necessidade de discutir o ensino médio, há uma discussão nacional sobre isso. Mas para que haja discussão do ensino médio eu preciso que aquele espaço tenha possibilidade de receber laboratórios. É um movimento que objetiva a possibilidade de ações pedagógicas à luz de um momento diferente, de um jovem diferente. Não dá mais pra entender você ter uma criança de seis a sete anos de idade convivendo no mesmo espaço que um jovem de 15 a 16 anos. Como há possibilidade física de viabilizar, temos que viabilizar em benefício do estudante. É ele que tem que ser o foco dessa movimentação toda. A previsão é que haja mais queda de alunos no futuro? A meta 21 do Plano Estadual de Educação, que está em discussão na Assembleia Legislativa, é a municipalização da educação, então meu entendimento é que essa migração tende a continuar com os 20% de alunos que continuam na rede estadual do 1º ao 5º ano. Também há uma contínua diminuição da taxa de natalidade, então esse movimento de diminuição do número de alunos é resultado disso. Serão feitas obras nas escolas? Não consigo fazer isso para fevereiro, quando começa o ano letivo. Mas estamos articulando isso com a engenharia da secretaria. Por exemplo, a condição de reforma de uma escola de ciclo de anos iniciais é diferente de uma escola que só terá meninos do ensino médio, precisa de um outro espaço. A movimentação viabilizará um processo de adequação daquele espaço físico à faixa etária daquele estudante. O sr. espera alguma resistência por parte dos docentes? Minha preocupação é preservar a condição do professor efetivo. E, como minha leitura é de que ele poderá completar a jornada na mesma unidade escolar, não haverá uma pressão contrária muito forte. É claro que, toda vez que você mexe numa rede como essa, muito complexa, é lógico que pode ter uma repercussão negativa contrária. Mas minha leitura é que você tem que trabalhar para o aluno. Não é possível que, numa rede que tem mais de cinco mil escolas, que estava preparada para ter quase sete milhões de alunos, e que tem quatro hoje, que não seja feito um movimento para viabilizar àquele que mais nos interessa, que é o aluno, que tenha uma espaço melhor. Eu não consigo justificar isso como secretário de Estado da Educação. Minha grande preocupação é o menino. Se eu tenho a possibilidade de reorganizar essa rede, dar pra ele um local melhor, dar pra família uma tranquilidade com relação ao espaço onde ele se encontra, para poder viabilizar reformas que adequem a escola ao longo do tempo, eu tenho a obrigação de fazer. O estudante é a minha grande preocupação, não consigo mais imaginar, com essa contínua queda da taxa de natalidade e do número de alunos, que eu permaneça com uma rede absolutamente desorganizada por não ter a possibilidade de enxergar que isto é para o estudante, que para ele é importante. Algumas escolas poderão ser fechadas? Isso depende da validação dos dirigentes, da proposta que eles fizerem. Há possibilidade, mas não abro mão de que esse espaço seja utilizado para a educação. Por exemplo, por uma creche ou para pré-escola por parte dos municípios. Ou para a expansão do programa de ensino integral e, ainda, a possibilidade de viabilizar com o Centro Paula Souza uma formação técnica de nível médio.
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Microsoft anuncia novo celular com a marca Nokia
A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (5) um novo celular com a marca Nokia, o Nokia 215, após separar a marca finlandesa da linha de smartphones Lumia no ano passado. O aparelho, que custará apenas US$ 29 (desconsiderando impostos), é o telefone com acesso à internet mais econômico já lançado pela companhia. Com configurações modestas, o Nokia 215 oferece acesso a serviços como Facebook, Messenger, e Twitter. O design é semelhante ao de antigos aparelhos da Nokia, destoando da tendência dos smartphones atuais. Como destaque, o novo celular apresenta uma bateria poderosa: 29 dias na versão de um chip e 21 dias na "dual-SIM", de acordo com a Microsoft. Em uso, é o suficiente para 20 horas de conversação ou até 50 horas de reprodução de música. "O Nokia 215 é perfeito para pessoas procurando por seu primeiro aparelho móvel, ou para quem quer aproveitar serviços digitais como Facebook e Messenger por um preço acessível", disse Jo Harlow, vice-presidente da divisão de dispositivos da Microsoft, em um comunicado. O aparelho tem previsão de lançamento para o primeiro trimestre de 2015 em mercados selecionados na África, Ásia, Oriente Médio e Europa. Não há informações sobre datas e preço no Brasil.
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Microsoft anuncia novo celular com a marca NokiaA Microsoft anunciou nesta segunda-feira (5) um novo celular com a marca Nokia, o Nokia 215, após separar a marca finlandesa da linha de smartphones Lumia no ano passado. O aparelho, que custará apenas US$ 29 (desconsiderando impostos), é o telefone com acesso à internet mais econômico já lançado pela companhia. Com configurações modestas, o Nokia 215 oferece acesso a serviços como Facebook, Messenger, e Twitter. O design é semelhante ao de antigos aparelhos da Nokia, destoando da tendência dos smartphones atuais. Como destaque, o novo celular apresenta uma bateria poderosa: 29 dias na versão de um chip e 21 dias na "dual-SIM", de acordo com a Microsoft. Em uso, é o suficiente para 20 horas de conversação ou até 50 horas de reprodução de música. "O Nokia 215 é perfeito para pessoas procurando por seu primeiro aparelho móvel, ou para quem quer aproveitar serviços digitais como Facebook e Messenger por um preço acessível", disse Jo Harlow, vice-presidente da divisão de dispositivos da Microsoft, em um comunicado. O aparelho tem previsão de lançamento para o primeiro trimestre de 2015 em mercados selecionados na África, Ásia, Oriente Médio e Europa. Não há informações sobre datas e preço no Brasil.
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Roberto Carlos terá acervo de mais de 100 clipes disponibilizado na internet
Um acervo com mais de cem videoclipes oficiais de Roberto Carlos começou a ser disponibilizado na internet nesta segunda-feira (31). É a primeira vez que alguns vídeos clássicos do cantor poderão ser acessados em videostreaming. A digitalização do catálogo, no ano em que a Jovem Guarda completa 50 anos, acontece em parceria com a Vevo. Doze clipes entrarão no ar a cada semana pelos próximos três meses no site da plataforma e no YouTube. Já estão disponíveis quatro produções: "Pergunte pro Seu Coração", de 1991, e "Quero Falar do Meu Amor", de 1994, da fase romântica já consolidada do rei, "Coisa Bonita", uma homenagem às gordinhas de 1993 (no vídeo, mulheres se exercitam em uma esteira ergométrica enquanto ele pergunta "quem foi que disse que tem que ser magra pra ser formosa") e "Quando Quero Falar com Deus", um de seus hinos religiosos, de 1995. A liberação dos videoclipes em streaming é mais um esforço do cantor para migrar sua obra para internet. Em abril, ele disponibilizou sua discografia no Spotify. São cerca de 60 álbuns, com músicas organizadas por temas, décadas e até uma playlist de 24 horas.
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Roberto Carlos terá acervo de mais de 100 clipes disponibilizado na internetUm acervo com mais de cem videoclipes oficiais de Roberto Carlos começou a ser disponibilizado na internet nesta segunda-feira (31). É a primeira vez que alguns vídeos clássicos do cantor poderão ser acessados em videostreaming. A digitalização do catálogo, no ano em que a Jovem Guarda completa 50 anos, acontece em parceria com a Vevo. Doze clipes entrarão no ar a cada semana pelos próximos três meses no site da plataforma e no YouTube. Já estão disponíveis quatro produções: "Pergunte pro Seu Coração", de 1991, e "Quero Falar do Meu Amor", de 1994, da fase romântica já consolidada do rei, "Coisa Bonita", uma homenagem às gordinhas de 1993 (no vídeo, mulheres se exercitam em uma esteira ergométrica enquanto ele pergunta "quem foi que disse que tem que ser magra pra ser formosa") e "Quando Quero Falar com Deus", um de seus hinos religiosos, de 1995. A liberação dos videoclipes em streaming é mais um esforço do cantor para migrar sua obra para internet. Em abril, ele disponibilizou sua discografia no Spotify. São cerca de 60 álbuns, com músicas organizadas por temas, décadas e até uma playlist de 24 horas.
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Menos tóxicas e à base de água, tintas querem fazer as pazes com a natureza
EVERTON LOPES DE SÃO PAULO Solventes substituídos por água, embalagens menores e tecnologias que otimizam o uso da luz natural do ambiente e ajudam a economizar energia elétrica são alguns dos investimentos feitos pelos fabricantes de tintas de decoração nos últimos anos para diminuir o impacto de seus produtos na natureza. O principal é o solvente à base de água. Como o elemento mais tóxico da tinta costuma ser esse componente, o produto dissolvido com água oferece menores riscos de contaminação do ambiente e de intoxicação de quem o manuseia, diz a bioquímica Danielle Palma de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia e professora da USP de Ribeirão Preto. A Sherwin-Williams, por exemplo, criou a linha Eco, à base de água, mas que tem o preço pelo menos 15% maior que o da linha tradicional. A Coral também tem os esmaltes Coralit Zero, para madeiras e metais, que utilizam água na fórmula e emitem até 90% menos poluentes, de acordo com a fabricante. Segundo a Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), as tintas látex e acrílica comercializadas no país, indicadas para aplicação em paredes, devem ser feitas à base de água. Oliveira ressalta, porém, que até essas tintas possuem quantidade, ainda que pequena, de substâncias que podem desencadear alergias. "São sempre produtos químicos. Por isso, durante a aplicação, é recomendado o uso de equipamentos de segurança como óculos e luvas", lembra Michele Schaeffer, coordenadora de produtos da Renner. A Rekolor Pró Ecológica, tinta produzida pela empresa, afirma que tem emissão zero de poluentes e baixa toxicidade. ILUMINADAS As inovações, porém, vão além da troca de solventes. A Sherwin-Williams criou a Metalatex Eco Telha Térmica, que leva pigmentos reflexivos. A marca diz que a tinta consegue refletir mais a luz do sol, o que evita o aumento da temperatura da casa. A Coral também apostou em pigmentos reflexivos, mas para interiores. A linha Decora Luz & Espaço reflete em dobro a luz natural, segundo a empresa, e pode ajudar a economizar energia elétrica. A versão luminosa é cerca de 10% mais cara que a fosca. João Carlos de Oliveira César, arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, ressalta que essas tintas, apesar de economizarem luz artificial, "podem criar ambientes muito claros e causar desconforto para moradores". No caso das tintas aplicadas nas telhas, Oliveira César diz que é possível ter resultados semelhantes aumentando o espaço entre o telhado e a laje da casa, facilitando a circulação do ar, o que ajuda a refrescar o ambiente. "É uma boa solução, sem a utilização de químicos." Nem toda inovação, contudo, diz respeito ao produto em si -ela pode estar relacionada a outros elementos da cadeia produtiva, como as embalagens. É o caso da Maxx Rendimento, da Suvinil. Mais concentrada, a tinta é comercializada em latas menores, que utilizam 22% menos aço que as comuns.
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Menos tóxicas e à base de água, tintas querem fazer as pazes com a natureza EVERTON LOPES DE SÃO PAULO Solventes substituídos por água, embalagens menores e tecnologias que otimizam o uso da luz natural do ambiente e ajudam a economizar energia elétrica são alguns dos investimentos feitos pelos fabricantes de tintas de decoração nos últimos anos para diminuir o impacto de seus produtos na natureza. O principal é o solvente à base de água. Como o elemento mais tóxico da tinta costuma ser esse componente, o produto dissolvido com água oferece menores riscos de contaminação do ambiente e de intoxicação de quem o manuseia, diz a bioquímica Danielle Palma de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia e professora da USP de Ribeirão Preto. A Sherwin-Williams, por exemplo, criou a linha Eco, à base de água, mas que tem o preço pelo menos 15% maior que o da linha tradicional. A Coral também tem os esmaltes Coralit Zero, para madeiras e metais, que utilizam água na fórmula e emitem até 90% menos poluentes, de acordo com a fabricante. Segundo a Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), as tintas látex e acrílica comercializadas no país, indicadas para aplicação em paredes, devem ser feitas à base de água. Oliveira ressalta, porém, que até essas tintas possuem quantidade, ainda que pequena, de substâncias que podem desencadear alergias. "São sempre produtos químicos. Por isso, durante a aplicação, é recomendado o uso de equipamentos de segurança como óculos e luvas", lembra Michele Schaeffer, coordenadora de produtos da Renner. A Rekolor Pró Ecológica, tinta produzida pela empresa, afirma que tem emissão zero de poluentes e baixa toxicidade. ILUMINADAS As inovações, porém, vão além da troca de solventes. A Sherwin-Williams criou a Metalatex Eco Telha Térmica, que leva pigmentos reflexivos. A marca diz que a tinta consegue refletir mais a luz do sol, o que evita o aumento da temperatura da casa. A Coral também apostou em pigmentos reflexivos, mas para interiores. A linha Decora Luz & Espaço reflete em dobro a luz natural, segundo a empresa, e pode ajudar a economizar energia elétrica. A versão luminosa é cerca de 10% mais cara que a fosca. João Carlos de Oliveira César, arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, ressalta que essas tintas, apesar de economizarem luz artificial, "podem criar ambientes muito claros e causar desconforto para moradores". No caso das tintas aplicadas nas telhas, Oliveira César diz que é possível ter resultados semelhantes aumentando o espaço entre o telhado e a laje da casa, facilitando a circulação do ar, o que ajuda a refrescar o ambiente. "É uma boa solução, sem a utilização de químicos." Nem toda inovação, contudo, diz respeito ao produto em si -ela pode estar relacionada a outros elementos da cadeia produtiva, como as embalagens. É o caso da Maxx Rendimento, da Suvinil. Mais concentrada, a tinta é comercializada em latas menores, que utilizam 22% menos aço que as comuns.
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Scioli e Macri disputarão inédito segundo turno na Argentina
A Argentina terá um inédito segundo turno em 22 de novembro, entre o governista Daniel Scioli e o candidato opositor Mauricio Macri (Mudemos). Com 97,13% das seções eleitorais apuradas, Scioli aparecia com 36,86%, ante 34,33% de Macri. O desempenho de Macri foi recebido com surpresa, já que o opositor mantinha uma desvantagem de quase dez pontos percentuais para Scioli nas pesquisas. Os discursos de ambos neste domingo (25) já indicavam um segundo turno. A coalizão governista Frente para a Vitória insistia na versão de que ganhara "com ampla maioria" até as 23h de Brasília, quando o próprio Scioli subiu ao palco do Luna Park para "convocar a todos a nos acompanhar até o fim". Citou os "indecisos e independentes", sugerindo que o pleito não estava decidido. Em sua fala, lembrou o que considera avanços do kirchnerismo, a política de direitos humanos, a estatização da YPF e da Aerolíneas Argentinas e a priorização dos interesses dos trabalhadores. No "bunker" do Mudemos, Macri fez um longo discurso de agradecimento e pediu o voto dos que preferiram seus rivais, "inclusive os que votaram em Scioli, pois espero que se convençam de que nossa proposta é a melhor". Já na manhã desta segunda (26), Macri comemorou o resultado parcial da apuração, afirmando que se trata "de uma mudança absoluta na política argentina". Em sua declaração, Macri se dirigiu especificamente aos eleitores do terceiro colocado, o peronista Sergio Massa (UNA), ao dizer que iria "dialogar com os dirigentes que participaram desta eleição" para "maximizar as coincidências", segundo o jornal argentino "La Nación". Eleições na Argentina Massa também discursou ao fim da votação. Ele reconheceu ter ficado de fora e pediu que os argentinos ponham um fim "na política de governar distribuindo planos sociais", numa crítica clara ao kirchnerismo. Confirmando-se o segundo turno, os mais de 5 milhões de votos de Massa que teria recebido serão disputados entre Scioli e Macri. No Luna Park, a militância de Scioli começou a ocupar a casa de espetáculos logo após o encerramento das urnas. Não havia sinais de presença do La Cámpora, principal grupo de apoio do kirchnerismo. Destacaram-se as "la ñatas", espécie de "cheer leaders" da campanha. "Viemos de La Plata, queremos que continuem os planos sociais. Se a oposição ganha, com a crise mundial que está aí, vai tirar isso da gente", disse o estudante Sergio Muñoz, 29. Em seu discurso, Scioli voltou a assegurar que os benefícios sociais continuarão e que não haverá ajuste "prejudicial aos trabalhadores". "Meu compromisso é ser um presidente que represente a todos e não só a uns poucos", disse. A seu lado, estava o candidato a vice, Carlos Zannini, homem-forte do kirchnerismo apontado por Cristina para acompanhar Scioli na chapa. A presidente votou em Río Gallegos e retornou a Buenos Aires, mas não foi ao ato. O segundo turno será inédito na história recente da Argentina. Em 2003, Néstor Kirchner e Carlos Menem chegaram à reta final, mas Menem desistiu, e Kirchner se tornou presidente com apenas 22% dos votos. .
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Scioli e Macri disputarão inédito segundo turno na ArgentinaA Argentina terá um inédito segundo turno em 22 de novembro, entre o governista Daniel Scioli e o candidato opositor Mauricio Macri (Mudemos). Com 97,13% das seções eleitorais apuradas, Scioli aparecia com 36,86%, ante 34,33% de Macri. O desempenho de Macri foi recebido com surpresa, já que o opositor mantinha uma desvantagem de quase dez pontos percentuais para Scioli nas pesquisas. Os discursos de ambos neste domingo (25) já indicavam um segundo turno. A coalizão governista Frente para a Vitória insistia na versão de que ganhara "com ampla maioria" até as 23h de Brasília, quando o próprio Scioli subiu ao palco do Luna Park para "convocar a todos a nos acompanhar até o fim". Citou os "indecisos e independentes", sugerindo que o pleito não estava decidido. Em sua fala, lembrou o que considera avanços do kirchnerismo, a política de direitos humanos, a estatização da YPF e da Aerolíneas Argentinas e a priorização dos interesses dos trabalhadores. No "bunker" do Mudemos, Macri fez um longo discurso de agradecimento e pediu o voto dos que preferiram seus rivais, "inclusive os que votaram em Scioli, pois espero que se convençam de que nossa proposta é a melhor". Já na manhã desta segunda (26), Macri comemorou o resultado parcial da apuração, afirmando que se trata "de uma mudança absoluta na política argentina". Em sua declaração, Macri se dirigiu especificamente aos eleitores do terceiro colocado, o peronista Sergio Massa (UNA), ao dizer que iria "dialogar com os dirigentes que participaram desta eleição" para "maximizar as coincidências", segundo o jornal argentino "La Nación". Eleições na Argentina Massa também discursou ao fim da votação. Ele reconheceu ter ficado de fora e pediu que os argentinos ponham um fim "na política de governar distribuindo planos sociais", numa crítica clara ao kirchnerismo. Confirmando-se o segundo turno, os mais de 5 milhões de votos de Massa que teria recebido serão disputados entre Scioli e Macri. No Luna Park, a militância de Scioli começou a ocupar a casa de espetáculos logo após o encerramento das urnas. Não havia sinais de presença do La Cámpora, principal grupo de apoio do kirchnerismo. Destacaram-se as "la ñatas", espécie de "cheer leaders" da campanha. "Viemos de La Plata, queremos que continuem os planos sociais. Se a oposição ganha, com a crise mundial que está aí, vai tirar isso da gente", disse o estudante Sergio Muñoz, 29. Em seu discurso, Scioli voltou a assegurar que os benefícios sociais continuarão e que não haverá ajuste "prejudicial aos trabalhadores". "Meu compromisso é ser um presidente que represente a todos e não só a uns poucos", disse. A seu lado, estava o candidato a vice, Carlos Zannini, homem-forte do kirchnerismo apontado por Cristina para acompanhar Scioli na chapa. A presidente votou em Río Gallegos e retornou a Buenos Aires, mas não foi ao ato. O segundo turno será inédito na história recente da Argentina. Em 2003, Néstor Kirchner e Carlos Menem chegaram à reta final, mas Menem desistiu, e Kirchner se tornou presidente com apenas 22% dos votos. .
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Playoffs da Superliga começam com times tentando impedir tetra do Rio
Quem pode parar o Rio rumo ao tetracampeonato? As respostas de sete equipes começam a ser dadas a partir desta sexta-feira (11), com o início dos playoffs da Superliga feminina de vôlei. Já o time de Bernardinho quer mostrar que a resposta certa é: ninguém. Para isso, precisa provar que os números arrebatadores da fase de classificação serão mantidos a partir deste sábado (12), às 14h, quando enfrentam o Pinheiros, em São Paulo, no primeiro da melhor de três jogos das quartas de final. O Rio terminou a primeira fase na liderança com 21 vitórias em 22 jogos (a única derrota foi na segunda rodada, para o Bauru, que não chegou aos playoffs). O segundo colocado, com cinco derrotas, foi o Praia Clube, que pega o Sesi-SP, em Uberlândia, nesta sexta, às 19h. O Rio também foi a equipe que mais marcou pontos por mérito próprio nesta temporada: 641 contra 601 do Minas, terceiro colocado, que enfrenta o Rio do Sul, também no sábado, em casa, às 21h30. "Ao longo da competição os números provam que o time foi consistente. Mas nos playoffs podemos conseguir até mais. Esse é o momento em que todas as equipes vão ter performances melhores. Não adianta pensarmos apenas nesse patamar que a gente teve e foi bom, porque o playoff é um momento diferente", afirma Bernardinho, que tenta seu segundo tetra da Superliga após a sequência de 2006 a 2009. O ataque do Rio também foi o mais eficiente até agora (35% de aproveitamento). "Nossa eficiência vem mesmo do Bernardo, que fica o tempo todo na nossa cabeça: 'errar menos, errar menos'", diz a central Carol, melhor saque do torneio, com 35 aces e 13,6% de aproveitamento. "A gente tentar errar pouco e vem trabalhando bastante nisso para melhorar ainda mais do que a gente já fez na fase classificatória", comenta a ponteira Natália, capitã do Rio. A única equipe que conseguiu parar o Rio nas últimas 11 edições de Superliga foi o Osasco, com três títulos. Nesta temporada, porém, o time paulista passou por altos e baixos e acabou na quarta colocação na primeira fase. Assim, encara o Brasília nas quartas, a partir desta sexta, às 21h30, em casa. "A gente sabe que não fez o primeiro e segundo turno como queria. Mas playoff é outro campeonato, zera tudo. Agora é a melhor fase, e os grandes times crescem", afirma a líbero Camila Brait. Se Rio e Osasco passarem pelas quartas, serão rivais nas semifinais, impossibilitando a decisão que se repetiu dez vezes nos últimos 11 anos. "Inevitável não pensar no Rio depois de tantas finais com Osasco. Preocupa um pouco, claro. Espero estar na semifinal, mas para isso temos que pensar em um jogo de cada vez", diz Camila. NA TV SEXTA Praia Clube x Sesi-SP 19h - SporTV Osasco x Brasília 21h30 - SporTV SÁBADO Pinheiros x Rio 14h - SporTV e RedeTV Minas x Rio do Sul 21h30 - SporTV
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Playoffs da Superliga começam com times tentando impedir tetra do RioQuem pode parar o Rio rumo ao tetracampeonato? As respostas de sete equipes começam a ser dadas a partir desta sexta-feira (11), com o início dos playoffs da Superliga feminina de vôlei. Já o time de Bernardinho quer mostrar que a resposta certa é: ninguém. Para isso, precisa provar que os números arrebatadores da fase de classificação serão mantidos a partir deste sábado (12), às 14h, quando enfrentam o Pinheiros, em São Paulo, no primeiro da melhor de três jogos das quartas de final. O Rio terminou a primeira fase na liderança com 21 vitórias em 22 jogos (a única derrota foi na segunda rodada, para o Bauru, que não chegou aos playoffs). O segundo colocado, com cinco derrotas, foi o Praia Clube, que pega o Sesi-SP, em Uberlândia, nesta sexta, às 19h. O Rio também foi a equipe que mais marcou pontos por mérito próprio nesta temporada: 641 contra 601 do Minas, terceiro colocado, que enfrenta o Rio do Sul, também no sábado, em casa, às 21h30. "Ao longo da competição os números provam que o time foi consistente. Mas nos playoffs podemos conseguir até mais. Esse é o momento em que todas as equipes vão ter performances melhores. Não adianta pensarmos apenas nesse patamar que a gente teve e foi bom, porque o playoff é um momento diferente", afirma Bernardinho, que tenta seu segundo tetra da Superliga após a sequência de 2006 a 2009. O ataque do Rio também foi o mais eficiente até agora (35% de aproveitamento). "Nossa eficiência vem mesmo do Bernardo, que fica o tempo todo na nossa cabeça: 'errar menos, errar menos'", diz a central Carol, melhor saque do torneio, com 35 aces e 13,6% de aproveitamento. "A gente tentar errar pouco e vem trabalhando bastante nisso para melhorar ainda mais do que a gente já fez na fase classificatória", comenta a ponteira Natália, capitã do Rio. A única equipe que conseguiu parar o Rio nas últimas 11 edições de Superliga foi o Osasco, com três títulos. Nesta temporada, porém, o time paulista passou por altos e baixos e acabou na quarta colocação na primeira fase. Assim, encara o Brasília nas quartas, a partir desta sexta, às 21h30, em casa. "A gente sabe que não fez o primeiro e segundo turno como queria. Mas playoff é outro campeonato, zera tudo. Agora é a melhor fase, e os grandes times crescem", afirma a líbero Camila Brait. Se Rio e Osasco passarem pelas quartas, serão rivais nas semifinais, impossibilitando a decisão que se repetiu dez vezes nos últimos 11 anos. "Inevitável não pensar no Rio depois de tantas finais com Osasco. Preocupa um pouco, claro. Espero estar na semifinal, mas para isso temos que pensar em um jogo de cada vez", diz Camila. NA TV SEXTA Praia Clube x Sesi-SP 19h - SporTV Osasco x Brasília 21h30 - SporTV SÁBADO Pinheiros x Rio 14h - SporTV e RedeTV Minas x Rio do Sul 21h30 - SporTV
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Blog de Tec: Apperitivo: MEC leva informações sobre o Sisu para celulares
SISU Android ONDE sisu.mec.gov.br/mobile QUANTO Gratuito O quase impecável app oficial do Sisu, criado pelo MEC (Ministério da Educação), facilita o acompanhamento de vagas em universidades que usam o Enem. Vale notar que ele não serve para fazer inscrições nas instituições ou verificar o desempenho dos ... Leia post completo no blog
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Blog de Tec: Apperitivo: MEC leva informações sobre o Sisu para celularesSISU Android ONDE sisu.mec.gov.br/mobile QUANTO Gratuito O quase impecável app oficial do Sisu, criado pelo MEC (Ministério da Educação), facilita o acompanhamento de vagas em universidades que usam o Enem. Vale notar que ele não serve para fazer inscrições nas instituições ou verificar o desempenho dos ... Leia post completo no blog
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A última carta do poeta Armando Freitas Filho a Antonio Candido
RESUMO O poeta carioca se correspondia com Candido havia ao menos 20 anos. Os missivistas versavam sobre livros, trocavam poemas e narravam anedotas. No texto abaixo, Freitas relembra a descoberta dos escritos do intelectual. Ele cedeu à Folha a carta que enviaria ao amigo em julho, por ocasião do aniversário do crítico. Leia ainda na "Ilustríssima": texto de Carlos Berriel sobre a aproximação que Candido fez entre literatura e sociedade;texto de Luís Augusto Fischer sobre os limites das teorias de Candido; texto inédito do crítico; e Arquivo Aberto de José Salles Neto. Admiro Antonio Candido há muito tempo. Primeiro pelos livros e ainda pelo conhecimento que ele tinha de minha família e pela forma como falava dela. Fui um rapaz rebelde e cismei que não ia fazer faculdade, para desgosto dos meus pais; preferia, entre outras coisas, "fazer" Antonio Candido, que era muito mais do que uma faculdade, ele era uma universidade inteira. Alfredo Bosi um dia me contou o que o Guimarães Rosa tinha dito: "Se Antonio Candido não existisse, ele teria que ser inventado". Concordo plenamente. Quem eu seria sem o apoio de sua obra? O poeta que consegui ser? Seria possível, mas seria um poeta muito menor do que eu sou, sem sombra de dúvida. Quando o conheci pessoalmente, faz 20 e poucos anos, o fascínio aumentou. Não sou dado a fanatismos, mas durante os meus ainda verdes anos, Carlos Drummond, e um pouco mais tarde Antonio Candido, foram os encontros primordiais da minha vida. Foi meu pai que me deu esse empurrão, preocupado que estava comigo lendo sempre, trancado em casa. Só consegui sair desse comportamento obsessivo por intermédio dos dois, pois me deram calma e segurança lendo e ouvindo o que falavam, não só a mim, mas a todos que os liam e escutavam. Já tinha começado a escrever poesia, e aos 20 anos, Manuel Bandeira, graças a um pedido de Cleonice Berardinelli, me recebeu no seu apartamento adorável, leu os meus originais com agrado e me recomendou a José Guilherme Merquior, um ano mais moço, para que me orientasse na busca de uma editora ou de uma resma de papel, que acabou me sendo cedida generosamente por Fernando Sabino, dono da Editora do Autor, o que me permitiu publicar o meu primeiro livro por conta própria. As conversas infindas eram sensacionais. Assunto preferido: Antonio Candido. Competíamos até um pouco, eu e Zé Guilherme, para ver quem estava mais a par do que ele pensava e escrevia. Sem saber, ele nos construiu com rigor e generosidade, sentimentos raros de andarem tão juntos. O que nos encantava era a capacidade que ele tinha de destrinchar, com absoluta clareza e elegância, pontos teóricos difíceis. Um autêntico erudito que sabia trocar em miúdos questões complexas sem nenhum jargão empolado e sem perder um centímetro de qualidade da questão em pauta. Muitas vezes eu bati na minha testa –batia mesmo– e rosnava baixinho: "Como eu não pensei isso antes?". Tinha um grupo de amigos todos sofrendo com o golpe de 64, antecessor deste de agora, e a presença no ambiente cultural de Antonio Candido, Sérgio Buarque de Holanda, Mario Pedrosa e Ferreira Gullar nos amparava muito; sermos contemporâneos de pessoas assim mantinha nossa esperança. Mais adiante, constatei que tudo que Candido falava era no mesmo tom de voz, usado na palestra em sala de conferência ou na sala de estar de sua casa. Ele era encantador, um mágico, imitava à perfeição várias pessoas; um dia imitou a gesticulação da minha avó, uma senhora que conversava com muito saber e ênfase, e fiquei embasbacado. Afinal, ela já tinha morrido havia muitos anos. Recordo-me da última visita ao Rio, se não estou em erro, quando Candido falou com sua verve inimitável sobre a correspondência entre Mário de Andrade e Pio Corrêa, respectivamente, primo e tio-avô de Gilda, sua mulher. Foi emocionante, pois há muito tempo não o víamos. Pena não ter sido gravado, mas ele me deu seus apontamentos. Quando a palestra terminou, pude dizer em alto e bom som: "Quando Antonio Candido fala, o Brasil existe". A carta abaixo estava sendo feita para o seu aniversário, em julho. Gostava de escrever para Antonio Candido com antecedência, a fim de ter tempo para caprichar até não poder mais, com a minha amizade por ele bem inspirada na minha mão e no meu coração. Ele morreu, mas a lembrança da sua voz escrita e falada nos ajudará sempre. * Antonio Candido: Gosto tanto de você. Parece que o conheço desde que nasci, pois é tão parecido com a gente da minha família: modo de ser, de se vestir, de falar, de ficar indignado. Neste dia em que escrevo, bem que gostaria de lhe dar um abraço daqueles apertados e até um beijo. Mas se não vou até aí, é porque não consegui me desvencilhar do medo fóbico que tenho de viagens e de avião. De todo modo, a distância que me separa de você, eu a venço com a sua lembrança. Penso no que eu poderia dizer e ouvir, construo conversas imaginárias que me parecem reais, já que tenho de cor o som de sua voz acompanhada por sua gesticulação de dedos compridos e finos como os de Murilo Mendes. É como ouvir e ver uma música e sua regência dentro de mim. Com todo o afeto e saudade de Cristina e Armando. ARMANDO FREITAS FILHO, 77, poeta, é autor de "Dever" (Companhia das Letras).
ilustrissima
A última carta do poeta Armando Freitas Filho a Antonio CandidoRESUMO O poeta carioca se correspondia com Candido havia ao menos 20 anos. Os missivistas versavam sobre livros, trocavam poemas e narravam anedotas. No texto abaixo, Freitas relembra a descoberta dos escritos do intelectual. Ele cedeu à Folha a carta que enviaria ao amigo em julho, por ocasião do aniversário do crítico. Leia ainda na "Ilustríssima": texto de Carlos Berriel sobre a aproximação que Candido fez entre literatura e sociedade;texto de Luís Augusto Fischer sobre os limites das teorias de Candido; texto inédito do crítico; e Arquivo Aberto de José Salles Neto. Admiro Antonio Candido há muito tempo. Primeiro pelos livros e ainda pelo conhecimento que ele tinha de minha família e pela forma como falava dela. Fui um rapaz rebelde e cismei que não ia fazer faculdade, para desgosto dos meus pais; preferia, entre outras coisas, "fazer" Antonio Candido, que era muito mais do que uma faculdade, ele era uma universidade inteira. Alfredo Bosi um dia me contou o que o Guimarães Rosa tinha dito: "Se Antonio Candido não existisse, ele teria que ser inventado". Concordo plenamente. Quem eu seria sem o apoio de sua obra? O poeta que consegui ser? Seria possível, mas seria um poeta muito menor do que eu sou, sem sombra de dúvida. Quando o conheci pessoalmente, faz 20 e poucos anos, o fascínio aumentou. Não sou dado a fanatismos, mas durante os meus ainda verdes anos, Carlos Drummond, e um pouco mais tarde Antonio Candido, foram os encontros primordiais da minha vida. Foi meu pai que me deu esse empurrão, preocupado que estava comigo lendo sempre, trancado em casa. Só consegui sair desse comportamento obsessivo por intermédio dos dois, pois me deram calma e segurança lendo e ouvindo o que falavam, não só a mim, mas a todos que os liam e escutavam. Já tinha começado a escrever poesia, e aos 20 anos, Manuel Bandeira, graças a um pedido de Cleonice Berardinelli, me recebeu no seu apartamento adorável, leu os meus originais com agrado e me recomendou a José Guilherme Merquior, um ano mais moço, para que me orientasse na busca de uma editora ou de uma resma de papel, que acabou me sendo cedida generosamente por Fernando Sabino, dono da Editora do Autor, o que me permitiu publicar o meu primeiro livro por conta própria. As conversas infindas eram sensacionais. Assunto preferido: Antonio Candido. Competíamos até um pouco, eu e Zé Guilherme, para ver quem estava mais a par do que ele pensava e escrevia. Sem saber, ele nos construiu com rigor e generosidade, sentimentos raros de andarem tão juntos. O que nos encantava era a capacidade que ele tinha de destrinchar, com absoluta clareza e elegância, pontos teóricos difíceis. Um autêntico erudito que sabia trocar em miúdos questões complexas sem nenhum jargão empolado e sem perder um centímetro de qualidade da questão em pauta. Muitas vezes eu bati na minha testa –batia mesmo– e rosnava baixinho: "Como eu não pensei isso antes?". Tinha um grupo de amigos todos sofrendo com o golpe de 64, antecessor deste de agora, e a presença no ambiente cultural de Antonio Candido, Sérgio Buarque de Holanda, Mario Pedrosa e Ferreira Gullar nos amparava muito; sermos contemporâneos de pessoas assim mantinha nossa esperança. Mais adiante, constatei que tudo que Candido falava era no mesmo tom de voz, usado na palestra em sala de conferência ou na sala de estar de sua casa. Ele era encantador, um mágico, imitava à perfeição várias pessoas; um dia imitou a gesticulação da minha avó, uma senhora que conversava com muito saber e ênfase, e fiquei embasbacado. Afinal, ela já tinha morrido havia muitos anos. Recordo-me da última visita ao Rio, se não estou em erro, quando Candido falou com sua verve inimitável sobre a correspondência entre Mário de Andrade e Pio Corrêa, respectivamente, primo e tio-avô de Gilda, sua mulher. Foi emocionante, pois há muito tempo não o víamos. Pena não ter sido gravado, mas ele me deu seus apontamentos. Quando a palestra terminou, pude dizer em alto e bom som: "Quando Antonio Candido fala, o Brasil existe". A carta abaixo estava sendo feita para o seu aniversário, em julho. Gostava de escrever para Antonio Candido com antecedência, a fim de ter tempo para caprichar até não poder mais, com a minha amizade por ele bem inspirada na minha mão e no meu coração. Ele morreu, mas a lembrança da sua voz escrita e falada nos ajudará sempre. * Antonio Candido: Gosto tanto de você. Parece que o conheço desde que nasci, pois é tão parecido com a gente da minha família: modo de ser, de se vestir, de falar, de ficar indignado. Neste dia em que escrevo, bem que gostaria de lhe dar um abraço daqueles apertados e até um beijo. Mas se não vou até aí, é porque não consegui me desvencilhar do medo fóbico que tenho de viagens e de avião. De todo modo, a distância que me separa de você, eu a venço com a sua lembrança. Penso no que eu poderia dizer e ouvir, construo conversas imaginárias que me parecem reais, já que tenho de cor o som de sua voz acompanhada por sua gesticulação de dedos compridos e finos como os de Murilo Mendes. É como ouvir e ver uma música e sua regência dentro de mim. Com todo o afeto e saudade de Cristina e Armando. ARMANDO FREITAS FILHO, 77, poeta, é autor de "Dever" (Companhia das Letras).
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Após 70 anos, livro de Hitler é o mais vendido de não-ficção na Alemanha
Após sete décadas de proibição, o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), manifesto nazista de Adolf Hitler que ganhou neste ano uma edição crítica na Alemanha, está no topo da lista dos livros mais vendidos de não-ficção do país. O ranking foi divulgado neste sábado (16) pela revista alemã "Der Spiegel". A nova versão da obra —um calhamaço de 1.948 páginas, editado por uma equipe de pesquisadores liderada por Christian Hartmann— teve sua tiragem inicial de 4.000 exemplares ao preço de 59 euros (R$ 235) esgotada em uma semana. Desde 8 de janeiro, quando o livro chegou à livrarias do país, mais de 50 mil cópias foram vendidas. A obra em que o ditador nazista discorre sobre suas ideias antissemitas e racialistas vendeu 21 milhões de exemplares na Alemanha entre 1925, quando saiu, e 1945, quando Hitler se matou ao ver que as tropas soviéticas avançavam sobre Berlim. Com a morte do Führer e o fim de sua editora, os direitos da obra passaram a pertencer ao Estado da Baviera —que desde então impedia sua publicação. Mas, como rezam os tratados internacionais de direitos autorais, em 2016, nos 70 anos da morte de Hitler, "Minha Luta" caiu em domínio público. No Brasil, duas editoras, a Centauro e a Geração Editorial, planejavam lançar novas edições do livro. Mas em 29 de janeiro, provocado por uma notícia-crime de um grupo de advogados, o MPE (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro) abriu uma ação cautelar pedindo a proibição do título. Em fevereiro, a Justiça do Rio decidiu não só proibir a comercialização de "Minha Luta", mas também sua exposição e divulgação —sob multa de R$ 5.000 para quem desrespeitar a determinação.
ilustrada
Após 70 anos, livro de Hitler é o mais vendido de não-ficção na AlemanhaApós sete décadas de proibição, o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), manifesto nazista de Adolf Hitler que ganhou neste ano uma edição crítica na Alemanha, está no topo da lista dos livros mais vendidos de não-ficção do país. O ranking foi divulgado neste sábado (16) pela revista alemã "Der Spiegel". A nova versão da obra —um calhamaço de 1.948 páginas, editado por uma equipe de pesquisadores liderada por Christian Hartmann— teve sua tiragem inicial de 4.000 exemplares ao preço de 59 euros (R$ 235) esgotada em uma semana. Desde 8 de janeiro, quando o livro chegou à livrarias do país, mais de 50 mil cópias foram vendidas. A obra em que o ditador nazista discorre sobre suas ideias antissemitas e racialistas vendeu 21 milhões de exemplares na Alemanha entre 1925, quando saiu, e 1945, quando Hitler se matou ao ver que as tropas soviéticas avançavam sobre Berlim. Com a morte do Führer e o fim de sua editora, os direitos da obra passaram a pertencer ao Estado da Baviera —que desde então impedia sua publicação. Mas, como rezam os tratados internacionais de direitos autorais, em 2016, nos 70 anos da morte de Hitler, "Minha Luta" caiu em domínio público. No Brasil, duas editoras, a Centauro e a Geração Editorial, planejavam lançar novas edições do livro. Mas em 29 de janeiro, provocado por uma notícia-crime de um grupo de advogados, o MPE (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro) abriu uma ação cautelar pedindo a proibição do título. Em fevereiro, a Justiça do Rio decidiu não só proibir a comercialização de "Minha Luta", mas também sua exposição e divulgação —sob multa de R$ 5.000 para quem desrespeitar a determinação.
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De 'rafting semeador' a olaria, conheça 15 passeios de imersão em Floripa
O gosto da água salgada, o peso da malha em uma mão e os fios macios e molhados na outra. É assim que os turistas –com pés descalços, sobre um banco de areia no meio da baía sul de Florianópolis (SC)– aprendem a jogar a tarrafa, rede de pesca que precisa ser mordida antes de ser arremessada. A aula com os pescadores é uma das atrações de um projeto de turismo de experiência na região, lançado em dezembro do ano passado pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Santa Catarina. A ideia é incentivar e mostrar atividades que vão além das praias badaladas e fazer com que pequenos grupos de visitantes "se misturem" à cultura dos moradores. Pescador há 57 anos, Assis Martins, 69, é um dos guias do passeio. "Hoje levei o pessoal só para conhecer, mas amanhã vou pegar todos vocês", brada ele aos peixes, antes de levar o grupo de volta à terra firme. Na pequena casa de madeira que serve de rancho de pesca, a família de Assis serve um saboroso parati frito, fisgado ali mesmo, com pirão e rodelas de tomate. Na cadeira ao lado, a sogra de seu filho, Vanda Fernandez, 69, tece uma renda de bilro –artesanato de tecelagem típico de Portugal–, da forma como aprendeu com sua avó, aos oito anos de idade. Outros passeios fazem parte do programa. Mais ao sul da ilha, a opção é visitar uma fazenda de ostras e aprender como elas são cultivadas –Santa Catarina é o Estado que mais produz os moluscos no Brasil. A R$ 50 por pessoa, é possível degustá-las, naturais e ao bafo, acompanhadas de espumante. Há ainda alternativas como "dar banho" nas tartarugas do Projeto Tamar –usando uma espécie de rodo com o qual se esfrega o casco dos animais–, um mergulho para iniciantes ou veteranos e um passeio pelo centro histórico, que começa no Mercado Público (leia mais abaixo). Dona de restaurante, Claudia Martins, 48, virou também espécie de guia da região. Entre um "Tais vendo, nega?" e outro, ela apresenta aos turistas a quitanda da família –as ervas chegam de uma área rural, "de um senhorzinho de 96 anos" que as leva até o mercado pessoalmente, de ônibus. São os visitantes que escolhem os ingredientes usados para preparar o almoço. O tour acaba em um piquenique, com vista para a clássica ponte Hercílio Luz, enquanto o pôr do sol banha a "ilha da magia". * Passeios incluem olaria, capoeira e 'rafting semeador' Deixando espalhar um cheiro de terra úmida e café fresco, a engenheira aposentada Rita Stotz, 59, abre a porta de sua casa aos turistas. Depois de servir bolo de banana e explicar a arte da olaria –como ela diz, é "taca-le pau no barrinho"–, Rita ensina a fazer objetos de argila junto a outras duas amigas, em clima de casa de avó. A oficina com as Meninas da Terra, nome que o trio criou quando decidiu se profissionalizar, é uma das atrações de turismo de experiência em São José, município da Grande Florianópolis. Outras cidades da região também oferecem atividades. Um pouco mais afastados da capital, a 18 quilômetros, moradores de Biguaçu convidam o visitante para a capoeira. Sobre o chão de um casarão do século 19 construído por mãos escravas, eles ensinam os movimentos básicos da dança. Emendam no samba de roda, na puxada de rede e no maculelê, outras expressões afro-brasileiras. Para turistas que desejem experiências mais radicais, a cidade de Santo Amaro da Imperatriz abriga um trecho do rio Cubatão do Sul usado para fazer rafting. Com uma diferença. Além de descer as corredeiras, os participantes têm a missão de ajudar a recuperar suas margens. Ipê-amarelo, canjerana, tanheiro, jambolão: a brincadeira é arremessar com um estilingue, a bordo dos botes infláveis, sementes de plantas nativas para que elas possam nascer e voltem a povoar o local de onde nunca deveriam ter saído. * Floripa 1. ECORAFTING Enquanto desce as corredeiras de bote, o visitante pode arremessar sementes de árvores nativas com estilingues nas margens do rio Cubatão do Sul, para ajudar a reparar a mata ciliar (R$ 90) MAIS apuamarafting.com.br 2. MENINAS DA TERRA Três amigas ensinam a fazer e a pintar objetos de barro, com direito a um acolhedor café da tarde (R$ 60) MAIS facebook.com/meninasdaterra 3. HISTÓRIA PARA TODOS Passeio pelo centro histórico de São José organizado para surdos, com oficina de abayomis (bonecas de pano), olaria e artesanato (R$ 200 por grupo) MAIS floripafreetour.com.br 4. FEIRA DA FREGUESIA Com dança, teatro e artesanato, a feira acontece todo segundo domingo do mês no centro histórico de São José (grátis) MAIS facebook.com/culturaeturismosj 5. ENTRE GINGAS E HISTÓRIAS Em um casarão do século 19, dançarinos convidam os visitantes a participar de um show de capoeira. Ao final, é servido caldinho de feijão (R$ 100) MAIS apino.com.br 6. EXPERIÊNCIA DE MERGULHO Durante o mergulho guiado, o visitante leva imagens para identificar espécies marinhas. Há adaptação para pessoas com deficiência (a partir de R$ 235) MAIS aguavivamergulho.com.br 7. FAÇA SUA CAIPIRINHA Com os ingredientes e apetrechos à mesa, o cliente aprende a preparar o drinque típico (R$ 28) MAIS hoteiscostanorte.com.br 8. JOGOS DA EXPERIÊNCIA Pousada organiza campeonatos de jogos de carta e de tabuleiro, principalmente para idosos. Também há sinuca, pebolim e jogos ao ar livre (entre R$ 150 e R$ 300, por dois dias) MAIS pousadafavareto.com.br 9. RATONES - DA TERRA AO PRATO Após trilha, é possível colher e experimentar alimentos orgânicos e frescos, que são plantados no rancho (R$ 110) MAIS jardimdorancho.wordpress.com 10. PALADARES DA 10ª ILHA Turista pode escolher ingredientes no Mercado Público, preparar pratos típicos e fazer um piquenique com vista para ponte Hercílio Luz (R$ 60) MAIS mercadopublicofloripa.com.br 11. FLORIPA BY BUS São cinco roteiros guiados pela ilha, de ônibus ou de barco, de dia ou de noite, com trilha sonora regional e histórias da cultura local (de R$25 a R$130) MAIS floripabybus.com.br 12. HORA DO BANHO DAS TARTARUGAS No Projeto Tamar, o visitante pode dar peixe para as tartarugas comerem e limpar seu casco com uma espécie de rodo (R$ 12) MAIS projetotamar.org.br 13. O HOMEM DO MAR É possível alugar um barco por algumas horas, com um piloto, navegar no rio da Barra e na lagoa da Conceição e dar um mergulho no mar (R$ 130; mínimo de 2 pessoas) MAIS apino.com.br 14. UM DIA INESQUECÍVEL Pescadores locais levam visitantes a bancos de areia em reserva ecológica e ensinam a jogar a tarrafa (rede de pesca). Há degustação de pirão e peixe da região inclusa no passeio (R$ 65) MAIS ecoexperiencias.com.br 15. OSTRA XPERIENCE Dá para ver como esses moluscos são cultivados e há uma degustação com champanhe e ostras naturais e preparadas ao bafo (R$ 50) MAIS floripaxperience.com.br A jornalista viajou a convite do Sebrae
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De 'rafting semeador' a olaria, conheça 15 passeios de imersão em FloripaO gosto da água salgada, o peso da malha em uma mão e os fios macios e molhados na outra. É assim que os turistas –com pés descalços, sobre um banco de areia no meio da baía sul de Florianópolis (SC)– aprendem a jogar a tarrafa, rede de pesca que precisa ser mordida antes de ser arremessada. A aula com os pescadores é uma das atrações de um projeto de turismo de experiência na região, lançado em dezembro do ano passado pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Santa Catarina. A ideia é incentivar e mostrar atividades que vão além das praias badaladas e fazer com que pequenos grupos de visitantes "se misturem" à cultura dos moradores. Pescador há 57 anos, Assis Martins, 69, é um dos guias do passeio. "Hoje levei o pessoal só para conhecer, mas amanhã vou pegar todos vocês", brada ele aos peixes, antes de levar o grupo de volta à terra firme. Na pequena casa de madeira que serve de rancho de pesca, a família de Assis serve um saboroso parati frito, fisgado ali mesmo, com pirão e rodelas de tomate. Na cadeira ao lado, a sogra de seu filho, Vanda Fernandez, 69, tece uma renda de bilro –artesanato de tecelagem típico de Portugal–, da forma como aprendeu com sua avó, aos oito anos de idade. Outros passeios fazem parte do programa. Mais ao sul da ilha, a opção é visitar uma fazenda de ostras e aprender como elas são cultivadas –Santa Catarina é o Estado que mais produz os moluscos no Brasil. A R$ 50 por pessoa, é possível degustá-las, naturais e ao bafo, acompanhadas de espumante. Há ainda alternativas como "dar banho" nas tartarugas do Projeto Tamar –usando uma espécie de rodo com o qual se esfrega o casco dos animais–, um mergulho para iniciantes ou veteranos e um passeio pelo centro histórico, que começa no Mercado Público (leia mais abaixo). Dona de restaurante, Claudia Martins, 48, virou também espécie de guia da região. Entre um "Tais vendo, nega?" e outro, ela apresenta aos turistas a quitanda da família –as ervas chegam de uma área rural, "de um senhorzinho de 96 anos" que as leva até o mercado pessoalmente, de ônibus. São os visitantes que escolhem os ingredientes usados para preparar o almoço. O tour acaba em um piquenique, com vista para a clássica ponte Hercílio Luz, enquanto o pôr do sol banha a "ilha da magia". * Passeios incluem olaria, capoeira e 'rafting semeador' Deixando espalhar um cheiro de terra úmida e café fresco, a engenheira aposentada Rita Stotz, 59, abre a porta de sua casa aos turistas. Depois de servir bolo de banana e explicar a arte da olaria –como ela diz, é "taca-le pau no barrinho"–, Rita ensina a fazer objetos de argila junto a outras duas amigas, em clima de casa de avó. A oficina com as Meninas da Terra, nome que o trio criou quando decidiu se profissionalizar, é uma das atrações de turismo de experiência em São José, município da Grande Florianópolis. Outras cidades da região também oferecem atividades. Um pouco mais afastados da capital, a 18 quilômetros, moradores de Biguaçu convidam o visitante para a capoeira. Sobre o chão de um casarão do século 19 construído por mãos escravas, eles ensinam os movimentos básicos da dança. Emendam no samba de roda, na puxada de rede e no maculelê, outras expressões afro-brasileiras. Para turistas que desejem experiências mais radicais, a cidade de Santo Amaro da Imperatriz abriga um trecho do rio Cubatão do Sul usado para fazer rafting. Com uma diferença. Além de descer as corredeiras, os participantes têm a missão de ajudar a recuperar suas margens. Ipê-amarelo, canjerana, tanheiro, jambolão: a brincadeira é arremessar com um estilingue, a bordo dos botes infláveis, sementes de plantas nativas para que elas possam nascer e voltem a povoar o local de onde nunca deveriam ter saído. * Floripa 1. ECORAFTING Enquanto desce as corredeiras de bote, o visitante pode arremessar sementes de árvores nativas com estilingues nas margens do rio Cubatão do Sul, para ajudar a reparar a mata ciliar (R$ 90) MAIS apuamarafting.com.br 2. MENINAS DA TERRA Três amigas ensinam a fazer e a pintar objetos de barro, com direito a um acolhedor café da tarde (R$ 60) MAIS facebook.com/meninasdaterra 3. HISTÓRIA PARA TODOS Passeio pelo centro histórico de São José organizado para surdos, com oficina de abayomis (bonecas de pano), olaria e artesanato (R$ 200 por grupo) MAIS floripafreetour.com.br 4. FEIRA DA FREGUESIA Com dança, teatro e artesanato, a feira acontece todo segundo domingo do mês no centro histórico de São José (grátis) MAIS facebook.com/culturaeturismosj 5. ENTRE GINGAS E HISTÓRIAS Em um casarão do século 19, dançarinos convidam os visitantes a participar de um show de capoeira. Ao final, é servido caldinho de feijão (R$ 100) MAIS apino.com.br 6. EXPERIÊNCIA DE MERGULHO Durante o mergulho guiado, o visitante leva imagens para identificar espécies marinhas. Há adaptação para pessoas com deficiência (a partir de R$ 235) MAIS aguavivamergulho.com.br 7. FAÇA SUA CAIPIRINHA Com os ingredientes e apetrechos à mesa, o cliente aprende a preparar o drinque típico (R$ 28) MAIS hoteiscostanorte.com.br 8. JOGOS DA EXPERIÊNCIA Pousada organiza campeonatos de jogos de carta e de tabuleiro, principalmente para idosos. Também há sinuca, pebolim e jogos ao ar livre (entre R$ 150 e R$ 300, por dois dias) MAIS pousadafavareto.com.br 9. RATONES - DA TERRA AO PRATO Após trilha, é possível colher e experimentar alimentos orgânicos e frescos, que são plantados no rancho (R$ 110) MAIS jardimdorancho.wordpress.com 10. PALADARES DA 10ª ILHA Turista pode escolher ingredientes no Mercado Público, preparar pratos típicos e fazer um piquenique com vista para ponte Hercílio Luz (R$ 60) MAIS mercadopublicofloripa.com.br 11. FLORIPA BY BUS São cinco roteiros guiados pela ilha, de ônibus ou de barco, de dia ou de noite, com trilha sonora regional e histórias da cultura local (de R$25 a R$130) MAIS floripabybus.com.br 12. HORA DO BANHO DAS TARTARUGAS No Projeto Tamar, o visitante pode dar peixe para as tartarugas comerem e limpar seu casco com uma espécie de rodo (R$ 12) MAIS projetotamar.org.br 13. O HOMEM DO MAR É possível alugar um barco por algumas horas, com um piloto, navegar no rio da Barra e na lagoa da Conceição e dar um mergulho no mar (R$ 130; mínimo de 2 pessoas) MAIS apino.com.br 14. UM DIA INESQUECÍVEL Pescadores locais levam visitantes a bancos de areia em reserva ecológica e ensinam a jogar a tarrafa (rede de pesca). Há degustação de pirão e peixe da região inclusa no passeio (R$ 65) MAIS ecoexperiencias.com.br 15. OSTRA XPERIENCE Dá para ver como esses moluscos são cultivados e há uma degustação com champanhe e ostras naturais e preparadas ao bafo (R$ 50) MAIS floripaxperience.com.br A jornalista viajou a convite do Sebrae
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'Existe violência até nas histórias bíblicas', diz Tony Ramos
Tony Ramos, 67, lança um desafio à coluna, para comprovar o sucesso de "A Regra do Jogo" (Globo): acompanhá-lo por um dia nas ruas e contar quantas pessoas o cumprimentam batendo no peito e dizendo "Vitória na guerra, irmão". O gesto e a expressão são usados por seu personagem Zé Maria e pelos criminosos da "facção" na novela de João Emanuel Carneiro. Para ele, essa receptividade do público mostra que não existe rejeição à trama por causa de violência. Nesta semana, a novela voltou a ter ibope na casa dos 30 pontos, o que não ocorria desde a estreia, em 31/8 (em SP, cada ponto equivale a 67 mil casas). "Queria que você visse a reação nas ruas. Não adianta eu te falar porque senão fica uma defesa corporativista, e detesto corporativismo", diz. * Você disse que se fala que a novela tem violência e isso poderia ser um fator de oscilação do ibope. As pessoas não querem realidade na televisão? Não digo que as pessoas achem violenta a novela. Acho que as pessoas estão muito estressadas, há uma crise grande no país . Então, quando veem a realidade, podem dizer "não quero ver isso". Mas, quando a história tem absoluta força de dramaturgia, como a nossa tem -e jamais vou abrir mão disso, não subestimo o público, que é soberano-, taí a audiência subindo. As pessoas falam muito de "Breaking Bad", que é de violência absurda e muitos adolescentes amam. Então essa hipocrisia não cola comigo. O sucesso não se impõe nunca porque alguém ache ou não a novela violenta, mas por um bom texto, um bom conflito. Pode ter demorado um pouco para o público ir conosco nessa, mas hoje ele está indo. A concorrência com "Os Dez Mandamentos" influenciou para essa demora? Não. São histórias diametralmente opostas. Aliás, você está falando com um ator que defende a livre e boa concorrência. Isso é bom para todos, atores, diretores, produtores. E para a TV Globo, não se iluda. Concorrência é saudável. Agora, tem quem prefira uma história mais romântica. E existe violência até nas histórias bíblicas. "Os Dez Mandamentos" cumpriu um caminho lindo, merece aplausos. Mas a nossa novela se impõe porque ela tem uma história ótima. As novelas não estão dando mais o ibope que davam [Interrompendo] Essa história não é nova. Fiz "Rainha da Sucata" concorrendo com "Pantanal"! Se analisar com frieza, dar 35 pontos hoje, com a multiplicidade de oferta, é um baita sucesso. A novela como a conhecemos e é contada no mundo, ela se renova. "Meu Pedacinho de Chão" foi uma renovação. O público é conservador? Temos que ter humildade de saber que vivemos em comunidade e que existem "n" reações. Por isso tem que encontrar a prudência de entender que há um conservadorismo que sempre existiu e existirá. Tem pessoas que se constrangem em ver um beijo no meio da rua. Liberdade é você entender o próximo. As novelas devem se render ao que o público quer? Não devem e não vão. Porém, não têm o direito de achar que o público é obrigado a aceitar o que você quiser fazer. Mas tem um detalhe fundamental, tem que saber como fazer uma de cena nu, na cama, às 21h50, com crianças na sala. Isso não é censura, é bom senso. Temos que entender a língua portuguesa, o que é bom senso, autocensura, adequado ou não. Após a polêmica do beijo gay de "Babilônia", a Fernanda Montenegro disse que os preconceitos todos estavam saindo do armário. O fato de as personagens da Nathália Timberg e da Fernanda Montenegro terem se beijado, e as pessoas se escandalizado, me surpreendeu. Surpreendeu terem ainda esse tipo de comportamento. Foi um beijo tão delicado, se alguém se indigna com isso é porque tem algum tipo de preconceito embutido e não percebe. O fato de agora o público saber exatamente quem é o Zé Maria mudou algo na sua maneira de interpretá-lo? Tenho uma visão não-linear, mas muito clara na hora de compor a personagem. Trabalho com ferramentas que o autor me fornece, e o João me deu todas. Vou criar um único Zé Maria, um homem que tem essa dualidade, a obsessão em proteger o filho e a dualidade de matar, é uma loucura. E é essa dualidade que torna a novela excepcional, na minha visão. Nunca me preocupei em como passar essa dualidade para o público. Nunca me atenho, acredite ou não, em "ah, aqui vou fazer isso, ali, aquilo". Só leio o que está nas entrelinhas do texto, o que o autor escreveu e ouço o que o diretor me pede. Faço o que está no texto. Quando você começa a querer inventar demais, a rechear, fica além. O ofício do ator também se renova junto com as novelas? Sempre. Atuar é entender uma personagem e as entrelinhas de um texto. Isso na TV, no teatro, no cinema e não muda. Não é prestar atenção se é no HD, em 4K. Isso é detalhe técnico. Ator tem que se ligar na história que está vendendo, interpretando, no personagem que abraçou. O resto deixe com os técnicos, com a direção e mergulhe na alma dos personagens. O ator não tem que pensar se a lente é 85, grande angular.
ilustrada
'Existe violência até nas histórias bíblicas', diz Tony RamosTony Ramos, 67, lança um desafio à coluna, para comprovar o sucesso de "A Regra do Jogo" (Globo): acompanhá-lo por um dia nas ruas e contar quantas pessoas o cumprimentam batendo no peito e dizendo "Vitória na guerra, irmão". O gesto e a expressão são usados por seu personagem Zé Maria e pelos criminosos da "facção" na novela de João Emanuel Carneiro. Para ele, essa receptividade do público mostra que não existe rejeição à trama por causa de violência. Nesta semana, a novela voltou a ter ibope na casa dos 30 pontos, o que não ocorria desde a estreia, em 31/8 (em SP, cada ponto equivale a 67 mil casas). "Queria que você visse a reação nas ruas. Não adianta eu te falar porque senão fica uma defesa corporativista, e detesto corporativismo", diz. * Você disse que se fala que a novela tem violência e isso poderia ser um fator de oscilação do ibope. As pessoas não querem realidade na televisão? Não digo que as pessoas achem violenta a novela. Acho que as pessoas estão muito estressadas, há uma crise grande no país . Então, quando veem a realidade, podem dizer "não quero ver isso". Mas, quando a história tem absoluta força de dramaturgia, como a nossa tem -e jamais vou abrir mão disso, não subestimo o público, que é soberano-, taí a audiência subindo. As pessoas falam muito de "Breaking Bad", que é de violência absurda e muitos adolescentes amam. Então essa hipocrisia não cola comigo. O sucesso não se impõe nunca porque alguém ache ou não a novela violenta, mas por um bom texto, um bom conflito. Pode ter demorado um pouco para o público ir conosco nessa, mas hoje ele está indo. A concorrência com "Os Dez Mandamentos" influenciou para essa demora? Não. São histórias diametralmente opostas. Aliás, você está falando com um ator que defende a livre e boa concorrência. Isso é bom para todos, atores, diretores, produtores. E para a TV Globo, não se iluda. Concorrência é saudável. Agora, tem quem prefira uma história mais romântica. E existe violência até nas histórias bíblicas. "Os Dez Mandamentos" cumpriu um caminho lindo, merece aplausos. Mas a nossa novela se impõe porque ela tem uma história ótima. As novelas não estão dando mais o ibope que davam [Interrompendo] Essa história não é nova. Fiz "Rainha da Sucata" concorrendo com "Pantanal"! Se analisar com frieza, dar 35 pontos hoje, com a multiplicidade de oferta, é um baita sucesso. A novela como a conhecemos e é contada no mundo, ela se renova. "Meu Pedacinho de Chão" foi uma renovação. O público é conservador? Temos que ter humildade de saber que vivemos em comunidade e que existem "n" reações. Por isso tem que encontrar a prudência de entender que há um conservadorismo que sempre existiu e existirá. Tem pessoas que se constrangem em ver um beijo no meio da rua. Liberdade é você entender o próximo. As novelas devem se render ao que o público quer? Não devem e não vão. Porém, não têm o direito de achar que o público é obrigado a aceitar o que você quiser fazer. Mas tem um detalhe fundamental, tem que saber como fazer uma de cena nu, na cama, às 21h50, com crianças na sala. Isso não é censura, é bom senso. Temos que entender a língua portuguesa, o que é bom senso, autocensura, adequado ou não. Após a polêmica do beijo gay de "Babilônia", a Fernanda Montenegro disse que os preconceitos todos estavam saindo do armário. O fato de as personagens da Nathália Timberg e da Fernanda Montenegro terem se beijado, e as pessoas se escandalizado, me surpreendeu. Surpreendeu terem ainda esse tipo de comportamento. Foi um beijo tão delicado, se alguém se indigna com isso é porque tem algum tipo de preconceito embutido e não percebe. O fato de agora o público saber exatamente quem é o Zé Maria mudou algo na sua maneira de interpretá-lo? Tenho uma visão não-linear, mas muito clara na hora de compor a personagem. Trabalho com ferramentas que o autor me fornece, e o João me deu todas. Vou criar um único Zé Maria, um homem que tem essa dualidade, a obsessão em proteger o filho e a dualidade de matar, é uma loucura. E é essa dualidade que torna a novela excepcional, na minha visão. Nunca me preocupei em como passar essa dualidade para o público. Nunca me atenho, acredite ou não, em "ah, aqui vou fazer isso, ali, aquilo". Só leio o que está nas entrelinhas do texto, o que o autor escreveu e ouço o que o diretor me pede. Faço o que está no texto. Quando você começa a querer inventar demais, a rechear, fica além. O ofício do ator também se renova junto com as novelas? Sempre. Atuar é entender uma personagem e as entrelinhas de um texto. Isso na TV, no teatro, no cinema e não muda. Não é prestar atenção se é no HD, em 4K. Isso é detalhe técnico. Ator tem que se ligar na história que está vendendo, interpretando, no personagem que abraçou. O resto deixe com os técnicos, com a direção e mergulhe na alma dos personagens. O ator não tem que pensar se a lente é 85, grande angular.
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Após recontagem de votos, petista assume vaga de pastor no Congresso
Por decisão do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), o petista Adelmo Carneiro Leão vai ocupar a cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, que até agora era do Pastor Franklin Lima (PT do B). A dança de cadeiras ocorreu depois de a Justiça Eleitoral fazer uma nova retotalização dos votos para deputado federal. Isso foi feito porque venceu a liminar que mantinha validada uma candidatura da coligação que reuniu PT do B, PRP, PHS e PEN nas eleições de outubro do ano passado. O candidato Geraldo Hilário (PT do B) havia sido condenado por improbidade administrativa quando prefeito de Timóteo (MG) e teve a candidatura indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas o partido recorreu e obteve liminar no STF (Supremo Tribunal Federal), em janeiro. Agora, a liminar caiu, e por isso ele perdeu a vaga como deputado. A Justiça, então, retotalizou os votos dados às coligações e tomou a cadeira que tinha sido dada ao PT na totalização dos votos da eleição de 2014. Mesmo não tendo sido eleito, os votos obtidos por Hilário foram validados por causa da liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes. Como essa liminar que suspendeu a decisão do TSE venceu e em março passado o ministro Roberto Barroso não a renovou, os votos obtidos por Hilário passaram a ser nulos novamente, o que exigiu nova retotalização do TRE. Dessa forma, o PT voltou a ter uma cadeira na Câmara dos Deputados. O titular dela é o ex-ministro Nilmário Miranda. Como ele foi nomeado secretário no governo de Minas, o suplente Adelmo Carneiro Leão assumirá a vaga. A questão, contudo, ainda pode sofrer mudanças, já que o recurso do PT do B contra a decisão do TSE continua tramitando no STF.
poder
Após recontagem de votos, petista assume vaga de pastor no CongressoPor decisão do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), o petista Adelmo Carneiro Leão vai ocupar a cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, que até agora era do Pastor Franklin Lima (PT do B). A dança de cadeiras ocorreu depois de a Justiça Eleitoral fazer uma nova retotalização dos votos para deputado federal. Isso foi feito porque venceu a liminar que mantinha validada uma candidatura da coligação que reuniu PT do B, PRP, PHS e PEN nas eleições de outubro do ano passado. O candidato Geraldo Hilário (PT do B) havia sido condenado por improbidade administrativa quando prefeito de Timóteo (MG) e teve a candidatura indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas o partido recorreu e obteve liminar no STF (Supremo Tribunal Federal), em janeiro. Agora, a liminar caiu, e por isso ele perdeu a vaga como deputado. A Justiça, então, retotalizou os votos dados às coligações e tomou a cadeira que tinha sido dada ao PT na totalização dos votos da eleição de 2014. Mesmo não tendo sido eleito, os votos obtidos por Hilário foram validados por causa da liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes. Como essa liminar que suspendeu a decisão do TSE venceu e em março passado o ministro Roberto Barroso não a renovou, os votos obtidos por Hilário passaram a ser nulos novamente, o que exigiu nova retotalização do TRE. Dessa forma, o PT voltou a ter uma cadeira na Câmara dos Deputados. O titular dela é o ex-ministro Nilmário Miranda. Como ele foi nomeado secretário no governo de Minas, o suplente Adelmo Carneiro Leão assumirá a vaga. A questão, contudo, ainda pode sofrer mudanças, já que o recurso do PT do B contra a decisão do TSE continua tramitando no STF.
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Funcionário bate ponto de cueca em prefeitura na Itália; veja vídeo
Um vídeo divulgado pela polícia italiana mostra funcionários públicos da cidade de Sanremo, no norte da Itália, batendo ponto centenas de vezes sem trabalhar. Segundo as autoridades, o esquema ocorreu durante vários meses. As imagens mostram os funcionários passando vários cartões magnéticos de uma só vez no relógio de ponto digital da prefeitura, inclusive para colegas ausentes. Em seguida, eles deixavam o expediente. No total, 195 funcionários estão sendo investigados pela polícia. Desse grupo, 35 se encontram em prisão domiciliar e oito têm de comparecer diariamente à delegacia. Eles estão suspensos e serão processados, podendo, inclusive, perder o emprego. O prefeito da cidade, Alberto Biancheri, diz que desconhecia o esquema. Um dos trechos do vídeo, um dos funcionários, que vivia ao lado da Prefeitura, é visto batendo o ponto de cuecas e voltando para casa. Além disso, as imagens mostram uma menor de idade, identificada pela polícia como filha de um funcionário, tentando passar o cartão magnético do pai. A polícia também registrou funcionários enquanto eles passeavam, faziam compras ou até praticavam remo durante o expediente.
bbc
Funcionário bate ponto de cueca em prefeitura na Itália; veja vídeoUm vídeo divulgado pela polícia italiana mostra funcionários públicos da cidade de Sanremo, no norte da Itália, batendo ponto centenas de vezes sem trabalhar. Segundo as autoridades, o esquema ocorreu durante vários meses. As imagens mostram os funcionários passando vários cartões magnéticos de uma só vez no relógio de ponto digital da prefeitura, inclusive para colegas ausentes. Em seguida, eles deixavam o expediente. No total, 195 funcionários estão sendo investigados pela polícia. Desse grupo, 35 se encontram em prisão domiciliar e oito têm de comparecer diariamente à delegacia. Eles estão suspensos e serão processados, podendo, inclusive, perder o emprego. O prefeito da cidade, Alberto Biancheri, diz que desconhecia o esquema. Um dos trechos do vídeo, um dos funcionários, que vivia ao lado da Prefeitura, é visto batendo o ponto de cuecas e voltando para casa. Além disso, as imagens mostram uma menor de idade, identificada pela polícia como filha de um funcionário, tentando passar o cartão magnético do pai. A polícia também registrou funcionários enquanto eles passeavam, faziam compras ou até praticavam remo durante o expediente.
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Medina perde a final no Taiti, mas obtém seu melhor resultado no ano
O paulista Gabriel Medina, 21, foi derrotado pelo francês Jeremy Flores, 27, nesta terça-feira (25), na final da sétima etapa do Mundial de surfe, em Teahupoo, no Taiti, Polinésia Francesa. Apesar do vice, Medina tem o que comemorar, já que este é o seu melhor resultado no ano. O surfista de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, tinha até então um quinto lugar em Bells Beach, na Austrália, e outro em Jeffreys Bay, na África do Sul, como os seus principais resultados na temporada. Mesmo com o segundo lugar, Medina sai do meio da classificação e se aproxima do pelotão de frente. Soma agora 24.150 pontos e está em décimo lugar. O líder é Adriano de Souza, o Mineirinho, que, apesar de ter sido eliminado na terceira fase em Teahupoo, se manteve no topo com 34.950 pontos. O australiano Mick Fanning (34.700) está em segundo, seguido pelos compatriotas Owen Wright (34.400) e Julian Wilson (33.200) e o brasileiro Filipe Toledo (33.200). A vantagem de Mineirinho ainda é grande, mas Medina ganha fôlego para a temporada. Mais do que isso, mostra que está de volta à velha forma depois de resultados decepcionantes. Em Teahupoo, o paulista teve uma bateria memorável contra o americano John John Florence, na terceira fase, na qual venceu por 19.00 a 18.84. Depois, chegou a ter um 9.97 na quarta rodada, quando eliminou Bruno Santos, especialista nos tubos de Teahupoo, e Ítalo Ferreira. Tanto nas quartas como na semi, avançou sem sustos. Na decisão contra Flores, porém, encontrou um mar em transformação, difícil para surfar. E o francês teve uma sorte maior. Logo no início, encontrou uma onda quase perfeita e ganhou 9.87 dos juízes para colocar o brasileiro nas cordas. Medina chegou a pegar duas ondas, mas desistiu no meio do caminho, pois não tinham boa capacidade para um tubo, manobra que mais conta em Teahupoo, que é quando o surfista se posiciona para ficar debaixo da onda em forma de tubo e tenta sair antes que ela se feche. O paulista foi frio, guardou a sua prioridade o máximo que pôde, até chegou a receber um 7.17 já na parte final da bateria, mas viu Flores responder com um 7.00 e fechar o duelo com 16.87 pontos contra 13.20 de Medina, que lutava pelo bi no Taiti. No ano passado, ele conquistou o título ao bater na final o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo, por apenas três centésimos. "Eu acho que cometi alguns erros no começo da bateria e não tive muitas oportunidades. Mas estou muito feliz com a segunda posição e de estar novamente no pódio", disse Medina logo após a final. Para Flores, foi a vitória da superação. Ele ficou de fora da etapa de Jeffreys Bay por causa de uma lesão sofrida enquanto surfava na Indonésia, em junho. Em Teahupoo, surfou com um capacete, pois ainda se recupera de duas fraturas no rosto e um coágulo na cabeça. "Foi muito difícil, mas estou muito feliz. Gabriel é muito técnico, porém, eu consegui uma boa onda logo no início e recebi um 9.87", afirmou Flores. Restam ainda outras quatro etapas para o fim do Mundial. A próxima acontece em Trestles, na Califórnia, nos Estados Unidos, entre os dias 9 e 20 de setembro. Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Medina perde a final no Taiti, mas obtém seu melhor resultado no anoO paulista Gabriel Medina, 21, foi derrotado pelo francês Jeremy Flores, 27, nesta terça-feira (25), na final da sétima etapa do Mundial de surfe, em Teahupoo, no Taiti, Polinésia Francesa. Apesar do vice, Medina tem o que comemorar, já que este é o seu melhor resultado no ano. O surfista de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, tinha até então um quinto lugar em Bells Beach, na Austrália, e outro em Jeffreys Bay, na África do Sul, como os seus principais resultados na temporada. Mesmo com o segundo lugar, Medina sai do meio da classificação e se aproxima do pelotão de frente. Soma agora 24.150 pontos e está em décimo lugar. O líder é Adriano de Souza, o Mineirinho, que, apesar de ter sido eliminado na terceira fase em Teahupoo, se manteve no topo com 34.950 pontos. O australiano Mick Fanning (34.700) está em segundo, seguido pelos compatriotas Owen Wright (34.400) e Julian Wilson (33.200) e o brasileiro Filipe Toledo (33.200). A vantagem de Mineirinho ainda é grande, mas Medina ganha fôlego para a temporada. Mais do que isso, mostra que está de volta à velha forma depois de resultados decepcionantes. Em Teahupoo, o paulista teve uma bateria memorável contra o americano John John Florence, na terceira fase, na qual venceu por 19.00 a 18.84. Depois, chegou a ter um 9.97 na quarta rodada, quando eliminou Bruno Santos, especialista nos tubos de Teahupoo, e Ítalo Ferreira. Tanto nas quartas como na semi, avançou sem sustos. Na decisão contra Flores, porém, encontrou um mar em transformação, difícil para surfar. E o francês teve uma sorte maior. Logo no início, encontrou uma onda quase perfeita e ganhou 9.87 dos juízes para colocar o brasileiro nas cordas. Medina chegou a pegar duas ondas, mas desistiu no meio do caminho, pois não tinham boa capacidade para um tubo, manobra que mais conta em Teahupoo, que é quando o surfista se posiciona para ficar debaixo da onda em forma de tubo e tenta sair antes que ela se feche. O paulista foi frio, guardou a sua prioridade o máximo que pôde, até chegou a receber um 7.17 já na parte final da bateria, mas viu Flores responder com um 7.00 e fechar o duelo com 16.87 pontos contra 13.20 de Medina, que lutava pelo bi no Taiti. No ano passado, ele conquistou o título ao bater na final o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo, por apenas três centésimos. "Eu acho que cometi alguns erros no começo da bateria e não tive muitas oportunidades. Mas estou muito feliz com a segunda posição e de estar novamente no pódio", disse Medina logo após a final. Para Flores, foi a vitória da superação. Ele ficou de fora da etapa de Jeffreys Bay por causa de uma lesão sofrida enquanto surfava na Indonésia, em junho. Em Teahupoo, surfou com um capacete, pois ainda se recupera de duas fraturas no rosto e um coágulo na cabeça. "Foi muito difícil, mas estou muito feliz. Gabriel é muito técnico, porém, eu consegui uma boa onda logo no início e recebi um 9.87", afirmou Flores. Restam ainda outras quatro etapas para o fim do Mundial. A próxima acontece em Trestles, na Califórnia, nos Estados Unidos, entre os dias 9 e 20 de setembro. Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
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Avião com dez pessoas a bordo cai no leste do Uruguai
Um avião com dez pessoas a bordo, que partiu do aeroporto de Punta del Este, no Uruguai, com destino à Argentina, caiu pouco após a decolagem, sem deixar sobreviventes, informaram fontes da Força Aérea do Uruguai. Fontes do departamento de Maldonado, onde aconteceu o acidente, explicaram à agência Efe que o acidente aconteceu por volta das 22h locais, quando o avião caiu sobre a Laguna del Sauce, situada em frente ao aeroporto. Na aeronave, um bimotor turboélice modelo "Beechcraft C-90", viajavam dois pilotos argentinos, de 45 e 49 anos, e oito passageiros –seis homens e uma mulher argentinos e uma portuguesa. Entre as vítimas, estão cinco executivos da empresa argentina La Rural, que trabalha com planejamento de eventos. A remoção dos corpos de sete dos dez ocupantes da aeronave, que já foram encontrados pelos bombeiros, foi adiada para a manhã desta sexta-feira (20), mas a busca dos outros três passageiros continuará ao longo da madrugada. A Força Aérea do Uruguai investiga as causas do acidente.
mundo
Avião com dez pessoas a bordo cai no leste do UruguaiUm avião com dez pessoas a bordo, que partiu do aeroporto de Punta del Este, no Uruguai, com destino à Argentina, caiu pouco após a decolagem, sem deixar sobreviventes, informaram fontes da Força Aérea do Uruguai. Fontes do departamento de Maldonado, onde aconteceu o acidente, explicaram à agência Efe que o acidente aconteceu por volta das 22h locais, quando o avião caiu sobre a Laguna del Sauce, situada em frente ao aeroporto. Na aeronave, um bimotor turboélice modelo "Beechcraft C-90", viajavam dois pilotos argentinos, de 45 e 49 anos, e oito passageiros –seis homens e uma mulher argentinos e uma portuguesa. Entre as vítimas, estão cinco executivos da empresa argentina La Rural, que trabalha com planejamento de eventos. A remoção dos corpos de sete dos dez ocupantes da aeronave, que já foram encontrados pelos bombeiros, foi adiada para a manhã desta sexta-feira (20), mas a busca dos outros três passageiros continuará ao longo da madrugada. A Força Aérea do Uruguai investiga as causas do acidente.
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Atalhos para o atendimento do câncer
A incidência de câncer no Brasil vem aumentando de forma preocupante. Em 2016, foram cerca de 600 mil casos novos. A boa notícia é que entre 50% a 60% dos pacientes com os vários tipos dessa doença podem ser curados, desde que recebam tratamento apropriado e, de preferência, que os diagnósticos sejam feitos nas fases mais iniciais de sua instalação. Avaliando o que acontece no nosso SUS (Sistema Único de Saúde), que cuida de cerca de 75% da população, percebe-se que considerável parte dos usuários tem dificuldade de acesso aos exames diagnósticos e aos tratamentos mais eficazes, o que pode tornar incuráveis casos com eventual bom prognóstico, fora o sofrimento que a doença traz pelas suas manifestações clínicas. Portanto, a pergunta crucial é como melhorar essa atual dinâmica, pouco virtuosa. O fato é que o SUS, de modo geral, não tem estrutura e condições operacionais para atender a já alta demanda dos pacientes com câncer, a qual é crescente. Imaginar que se consiga reorganizar o sistema com a velocidade que a situação exige é utópico. Assim, só vejo um caminho para o momento atual: que sejam criados atalhos para diagnósticos e tratamentos. Nas próximas linhas mostro o calvário do cidadão comum, procurando de certa forma gerar desconforto e indignação no leitor. Em relação ao diagnóstico: o passo inicial seria fornecer aos médicos que atendem em unidades básicas de saúde, que é a porta de entrada do SUS, informações essenciais sobre os tumores mais comuns, a fim de que possam suspeitar da presença de câncer, algo que não está sistematizado. O segundo passo seria criar um atalho no sistema para que exames solicitados sejam realizados com devida presteza (em geral, são exames de imagens e endoscopias, que têm enormes filas de espera). É evidente que médicos que recorrerem ao expediente de forma inadequada devem estar sujeitos a sanções. O terceiro passo seria a avaliação do exame, que pode ser feita inicialmente pelo médico da unidade básica de saúde e, depois, por um especialista, para o qual o paciente é encaminhado em regime de atalho, dentro de um sistema de referência e contrarreferência que realmente funcione. O acesso ao tratamento é o ato segundo do drama, uma vez que não é incomum que o paciente espere período além do aceitável antes de conseguir vaga em alguma instituição ligada ao SUS para ser tratado. Equipes multidisciplinares, atuando em instituições com as condições mínimas para as atenções terapêuticas, bem como o uso de protocolos clínicos padronizados, têm que fazer parte da estrutura pública de atendimento do câncer quando se procura qualidade, algo imprescindível. Quanto à reabilitação, fundamental para a recuperação pós-tratamento de alguns tumores, pode-se dizer que tende a ser um artigo de luxo no SUS. Finalmente, é preciso salientar que câncer traz sofrimento físico e emocional para o paciente e que não raro este se estende também para sua família. Mais ainda, não se pode fugir do fato de que tanto o bom quanto o mau atendimento de portadores de câncer têm custos, que não são baixos. A questão não é gastar menos com os portadores de câncer, mas sim gastar melhor, para que cada real possa ser traduzido em benefício clínico. O caminho via atalhos estruturados pode ser um importante passo. RAUL CUTAIT, médico, é professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP e membro da Academia Nacional de Medicina PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Atalhos para o atendimento do câncerA incidência de câncer no Brasil vem aumentando de forma preocupante. Em 2016, foram cerca de 600 mil casos novos. A boa notícia é que entre 50% a 60% dos pacientes com os vários tipos dessa doença podem ser curados, desde que recebam tratamento apropriado e, de preferência, que os diagnósticos sejam feitos nas fases mais iniciais de sua instalação. Avaliando o que acontece no nosso SUS (Sistema Único de Saúde), que cuida de cerca de 75% da população, percebe-se que considerável parte dos usuários tem dificuldade de acesso aos exames diagnósticos e aos tratamentos mais eficazes, o que pode tornar incuráveis casos com eventual bom prognóstico, fora o sofrimento que a doença traz pelas suas manifestações clínicas. Portanto, a pergunta crucial é como melhorar essa atual dinâmica, pouco virtuosa. O fato é que o SUS, de modo geral, não tem estrutura e condições operacionais para atender a já alta demanda dos pacientes com câncer, a qual é crescente. Imaginar que se consiga reorganizar o sistema com a velocidade que a situação exige é utópico. Assim, só vejo um caminho para o momento atual: que sejam criados atalhos para diagnósticos e tratamentos. Nas próximas linhas mostro o calvário do cidadão comum, procurando de certa forma gerar desconforto e indignação no leitor. Em relação ao diagnóstico: o passo inicial seria fornecer aos médicos que atendem em unidades básicas de saúde, que é a porta de entrada do SUS, informações essenciais sobre os tumores mais comuns, a fim de que possam suspeitar da presença de câncer, algo que não está sistematizado. O segundo passo seria criar um atalho no sistema para que exames solicitados sejam realizados com devida presteza (em geral, são exames de imagens e endoscopias, que têm enormes filas de espera). É evidente que médicos que recorrerem ao expediente de forma inadequada devem estar sujeitos a sanções. O terceiro passo seria a avaliação do exame, que pode ser feita inicialmente pelo médico da unidade básica de saúde e, depois, por um especialista, para o qual o paciente é encaminhado em regime de atalho, dentro de um sistema de referência e contrarreferência que realmente funcione. O acesso ao tratamento é o ato segundo do drama, uma vez que não é incomum que o paciente espere período além do aceitável antes de conseguir vaga em alguma instituição ligada ao SUS para ser tratado. Equipes multidisciplinares, atuando em instituições com as condições mínimas para as atenções terapêuticas, bem como o uso de protocolos clínicos padronizados, têm que fazer parte da estrutura pública de atendimento do câncer quando se procura qualidade, algo imprescindível. Quanto à reabilitação, fundamental para a recuperação pós-tratamento de alguns tumores, pode-se dizer que tende a ser um artigo de luxo no SUS. Finalmente, é preciso salientar que câncer traz sofrimento físico e emocional para o paciente e que não raro este se estende também para sua família. Mais ainda, não se pode fugir do fato de que tanto o bom quanto o mau atendimento de portadores de câncer têm custos, que não são baixos. A questão não é gastar menos com os portadores de câncer, mas sim gastar melhor, para que cada real possa ser traduzido em benefício clínico. O caminho via atalhos estruturados pode ser um importante passo. RAUL CUTAIT, médico, é professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP e membro da Academia Nacional de Medicina PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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É muito mais fácil culpar os outros, diz leitor sobre crise no governo Dilma
BRASIL EM CRISE A "Primeira Página" desta segunda (2/5) desrespeita os leitores. Houve dois atos para comemorar o 1º de Maio. No entanto a Folha deu destaque de primeira página para o ato liderado pela Força Sindical e só mostra o ato liderado pela CUT no meio do jornal. Em vez de registrar também o ato da CUT na primeira página, destacou cinco fotos da presidente sendo perturbada por uma mosca. Qual a relevância jornalística desse episódio? ZORAIDE INÊS FAUSTINONI DA SILVA (São Paulo, SP) * A manchete "Dilma culpa oposição pela crise econômica" ("Primeira Página", 2/5) infelizmente reflete algo que sempre aconteceu. Afinal, não foi por culpa de Napoleão que a corte portuguesa veio para o Rio e sentiu que era seu direito tirar tantas coisas dos moradores que já estavam lá? As pessoas de todos os partidos, de todas as áreas, nunca assumem aquilo que fazem. É muito mais fácil dizer que a culpa é dos outros. SANDRA MARY STEVENS, professora (São Paulo, SP) * Nos estertores do governo Dilma, reclamar da crise econômica é chover no molhado. Como um personagem que amealhou mais de 50 milhões de votos nas últimas eleições, Aécio teria, a meu ver, que participar efetivamente da formação do novo governo em vez de ficar falando mal de um governo agonizante. PAULO ABREU (Brasília, DF) * As considerações de Aécio Neves para com os eleitores de Dilma faltaram com a ética. Não têm outro propósito senão o de semear mais ódio, pois, diferentemente dos abutres do Planalto, que farejam o poder em busca de interesses próprios, insisto que tanto seus eleitores quanto os de Dilma votaram de forma democrática e legítima, com a esperança de alcançar um único objetivo: um país melhor. RICARDO INADA (São Paulo, SP) * Tais gentilezas visam tão somente implodir a já estertorante economia do país, tornando Temer o responsável pelo caos generalizado. As benesses são uma bomba de efeito retardado. Lula que o diga: quanto pior, melhor! FRANKLIN SIQUEIRA SANTOS (São Paulo, SP) - CRISE NO RIO A consultoria Falconi foi contratada para contribuir no aumento da arrecadação de ICMS neste momento de grave crise financeira (Painel do Leitor, 2/5 ). Como mostra a correta reportagem veiculada neste jornal, já há resultados palpáveis desse trabalho, como o diagnóstico de R$ 7 bilhões em inadimplência e a recuperação, até o momento, de R$ 2 bilhões desse total. O valor pago à consultoria representa 0,4% do valor recuperado como resultado do trabalho realizado até o momento. JACQUELINE FARID, assessora de comunicação da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ) - AGENDA LIBERAL Considero progressista quem defende o Estado voltado para atividades como segurança pública, educação, saúde e mobilidade urbana. Considero conservador e corporativista quem defende que o Estado tenha empresas de petróleo ou nomeie sem critérios técnicos milhares de servidores para cargos de confiança. LUIZ DUARTE (São Paulo, SP) * Kim Kataguiri revela mais uma vez os efeitos de ter abandonado precocemente o curso de economia. Ele se diz liberal, mas se alia a dois grupos que são o oposto de qualquer concepção de liberalismo, seja social, seja econômico. Os evangélicos defendem uma agenda de retrocesso aos direitos civis e os ruralistas aparelharam o Estado, fonte das políticas de incentivo que os beneficiam. Que ele se dedique mais à retomada dos seus estudos para não comprometer o seu movimento. JOÃO PEDRO DE LIMA (Belo Horizonte, MG) - IMPRENSA BRASILEIRA Sinval de Itacarambi Leão optou por não detalhar os motivos pelos quais o Brasil foi rebaixado à 104ª posição em liberdade de imprensa segundo a Repórteres Sem Fronteiras. A ONG afirma que a mídia brasileira "continua concentrada nas mãos de proeminentes famílias industriais ligadas à classe política". Enquanto persistir esse quadro, haverá bons motivos para reclamar da nossa imprensa. ANDREI REINA (São Paulo, SP) - BLOQUEIO DO WHATSAPP Nós, usuários do WhatsApp, deveríamos concordar com a Justiça, uma vez que a empresa se nega a cooperar. Por aqui, o crime ainda compensa. NAOR PEDROZA (Goiânia, GO) * Quando dois princípios do Direito consagrados mundialmente começam reiteradamente a não fazer mais sentido neste país, é porque a proporcionalidade e a razoabilidade estão sendo substituídas por 15 minutos de fama. Mais uma vez colocaram fogo na floresta para eliminar uma árvore doente. TÚLIO PEREIRA (Cambuí, MG) - TIRINHA A Folha dedica sua revista dominical às mães ("sãopaulo", 1º/5) e publica a repugnante tirinha de Caco Galhardo ("Ilustrada", 1º/5). É de causar ojeriza a qualquer mulher (ou homem) de bom senso. Considero um desprezo às leitoras. CLAUDIA KAREM (São Paulo, SP) - POLÍCIA NA TV O sensacionalismo sempre fez parte do interesse do ser humano. Basta ver o engarrafamento que se forma quando ocorre um acidente numa estrada. Nada mais natural do que a grande audiência de realities que inflam o ego da polícia. Basta agora saber se os podres também serão expostos ou se os programas não passarão de meros informes publicitários. ESTELA DRUGOVICH, publicitária (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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É muito mais fácil culpar os outros, diz leitor sobre crise no governo DilmaBRASIL EM CRISE A "Primeira Página" desta segunda (2/5) desrespeita os leitores. Houve dois atos para comemorar o 1º de Maio. No entanto a Folha deu destaque de primeira página para o ato liderado pela Força Sindical e só mostra o ato liderado pela CUT no meio do jornal. Em vez de registrar também o ato da CUT na primeira página, destacou cinco fotos da presidente sendo perturbada por uma mosca. Qual a relevância jornalística desse episódio? ZORAIDE INÊS FAUSTINONI DA SILVA (São Paulo, SP) * A manchete "Dilma culpa oposição pela crise econômica" ("Primeira Página", 2/5) infelizmente reflete algo que sempre aconteceu. Afinal, não foi por culpa de Napoleão que a corte portuguesa veio para o Rio e sentiu que era seu direito tirar tantas coisas dos moradores que já estavam lá? As pessoas de todos os partidos, de todas as áreas, nunca assumem aquilo que fazem. É muito mais fácil dizer que a culpa é dos outros. SANDRA MARY STEVENS, professora (São Paulo, SP) * Nos estertores do governo Dilma, reclamar da crise econômica é chover no molhado. Como um personagem que amealhou mais de 50 milhões de votos nas últimas eleições, Aécio teria, a meu ver, que participar efetivamente da formação do novo governo em vez de ficar falando mal de um governo agonizante. PAULO ABREU (Brasília, DF) * As considerações de Aécio Neves para com os eleitores de Dilma faltaram com a ética. Não têm outro propósito senão o de semear mais ódio, pois, diferentemente dos abutres do Planalto, que farejam o poder em busca de interesses próprios, insisto que tanto seus eleitores quanto os de Dilma votaram de forma democrática e legítima, com a esperança de alcançar um único objetivo: um país melhor. RICARDO INADA (São Paulo, SP) * Tais gentilezas visam tão somente implodir a já estertorante economia do país, tornando Temer o responsável pelo caos generalizado. As benesses são uma bomba de efeito retardado. Lula que o diga: quanto pior, melhor! FRANKLIN SIQUEIRA SANTOS (São Paulo, SP) - CRISE NO RIO A consultoria Falconi foi contratada para contribuir no aumento da arrecadação de ICMS neste momento de grave crise financeira (Painel do Leitor, 2/5 ). Como mostra a correta reportagem veiculada neste jornal, já há resultados palpáveis desse trabalho, como o diagnóstico de R$ 7 bilhões em inadimplência e a recuperação, até o momento, de R$ 2 bilhões desse total. O valor pago à consultoria representa 0,4% do valor recuperado como resultado do trabalho realizado até o momento. JACQUELINE FARID, assessora de comunicação da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ) - AGENDA LIBERAL Considero progressista quem defende o Estado voltado para atividades como segurança pública, educação, saúde e mobilidade urbana. Considero conservador e corporativista quem defende que o Estado tenha empresas de petróleo ou nomeie sem critérios técnicos milhares de servidores para cargos de confiança. LUIZ DUARTE (São Paulo, SP) * Kim Kataguiri revela mais uma vez os efeitos de ter abandonado precocemente o curso de economia. Ele se diz liberal, mas se alia a dois grupos que são o oposto de qualquer concepção de liberalismo, seja social, seja econômico. Os evangélicos defendem uma agenda de retrocesso aos direitos civis e os ruralistas aparelharam o Estado, fonte das políticas de incentivo que os beneficiam. Que ele se dedique mais à retomada dos seus estudos para não comprometer o seu movimento. JOÃO PEDRO DE LIMA (Belo Horizonte, MG) - IMPRENSA BRASILEIRA Sinval de Itacarambi Leão optou por não detalhar os motivos pelos quais o Brasil foi rebaixado à 104ª posição em liberdade de imprensa segundo a Repórteres Sem Fronteiras. A ONG afirma que a mídia brasileira "continua concentrada nas mãos de proeminentes famílias industriais ligadas à classe política". Enquanto persistir esse quadro, haverá bons motivos para reclamar da nossa imprensa. ANDREI REINA (São Paulo, SP) - BLOQUEIO DO WHATSAPP Nós, usuários do WhatsApp, deveríamos concordar com a Justiça, uma vez que a empresa se nega a cooperar. Por aqui, o crime ainda compensa. NAOR PEDROZA (Goiânia, GO) * Quando dois princípios do Direito consagrados mundialmente começam reiteradamente a não fazer mais sentido neste país, é porque a proporcionalidade e a razoabilidade estão sendo substituídas por 15 minutos de fama. Mais uma vez colocaram fogo na floresta para eliminar uma árvore doente. TÚLIO PEREIRA (Cambuí, MG) - TIRINHA A Folha dedica sua revista dominical às mães ("sãopaulo", 1º/5) e publica a repugnante tirinha de Caco Galhardo ("Ilustrada", 1º/5). É de causar ojeriza a qualquer mulher (ou homem) de bom senso. Considero um desprezo às leitoras. CLAUDIA KAREM (São Paulo, SP) - POLÍCIA NA TV O sensacionalismo sempre fez parte do interesse do ser humano. Basta ver o engarrafamento que se forma quando ocorre um acidente numa estrada. Nada mais natural do que a grande audiência de realities que inflam o ego da polícia. Basta agora saber se os podres também serão expostos ou se os programas não passarão de meros informes publicitários. ESTELA DRUGOVICH, publicitária (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Guia' ressalta jornada do patrimônio, convite a desbravar a cidade
A primeira Jornada do Patrimônio é um dos destaques do "Guia" desta sexta (11). Inspirado em ações similares de países como França e Estados Unidos, o evento convida os paulistanos e turistas a desbravar imóveis tombados e a visitar bairros históricos da cidade. Para driblar a correria das festas de fim de ano, há ainda uma seleção de restaurantes que aceitam reserva, locais para encomendar ceias e um roteiro com 28 docerias para encontrar guloseimas natalinas.A agenda musical também está forte. No Allianz Parque, há show do ex-guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour. Já no Auditório Ibirapuera, nomes como Ney Matogrosso, Criolo e Elza Soares encerram o 3º Festival de Direitos Humanos.Leia mais: guia.folha.com.br
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'Guia' ressalta jornada do patrimônio, convite a desbravar a cidadeA primeira Jornada do Patrimônio é um dos destaques do "Guia" desta sexta (11). Inspirado em ações similares de países como França e Estados Unidos, o evento convida os paulistanos e turistas a desbravar imóveis tombados e a visitar bairros históricos da cidade. Para driblar a correria das festas de fim de ano, há ainda uma seleção de restaurantes que aceitam reserva, locais para encomendar ceias e um roteiro com 28 docerias para encontrar guloseimas natalinas.A agenda musical também está forte. No Allianz Parque, há show do ex-guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour. Já no Auditório Ibirapuera, nomes como Ney Matogrosso, Criolo e Elza Soares encerram o 3º Festival de Direitos Humanos.Leia mais: guia.folha.com.br
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