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Vagner Love brinca que jogadores devem apanhar caso percam o título | Três dias antes de ter uma nova chance para conquistar o Campeonato Brasileiro, o atacante Vagner Love mostrou bom humor e sinceridade em entrevista nesta segunda-feira (16). Embora tenha adotado tom cauteloso em alguns momentos, o corintiano afirmou ter certeza do título brasileiro, disse que a taça está 99,9% garantida e ainda brincou que os jogadores devem apanhar caso percam o campeonato. Para Love, a conquista que pode ser consumada na quinta-feira (19), contra o Vasco, é também uma questão de justiça. "Temos 99,9% de chance de conquistar o título. Trabalhamos muito para chegar onde estamos, sabemos que é muito difícil tirar a vantagem, mas temos que tomar cuidado com as palavras até pelos torcedores. Temos que trabalhar ainda para conquistar, não está matematicamente garantido. Por tudo que fizemos, seria uma injustiça esse campeonato não ser do Corinthians. Tenho certeza que vamos ser campeões", disse. O Corinthians precisa de dois pontos em quatro jogos para garantir o seu sexto título brasileiro. Questionado se é possível garantir que a equipe atingirá esse número, Love arrancou risos. "Tem que fazer, ou temos que apanhar com vara de goiaba. Vamos tentar conquistar logo três pontos nesse jogo contra o Vasco, para não ter nenhum problema, para que ninguém apanhe aqui", afirmou. | esporte | Vagner Love brinca que jogadores devem apanhar caso percam o títuloTrês dias antes de ter uma nova chance para conquistar o Campeonato Brasileiro, o atacante Vagner Love mostrou bom humor e sinceridade em entrevista nesta segunda-feira (16). Embora tenha adotado tom cauteloso em alguns momentos, o corintiano afirmou ter certeza do título brasileiro, disse que a taça está 99,9% garantida e ainda brincou que os jogadores devem apanhar caso percam o campeonato. Para Love, a conquista que pode ser consumada na quinta-feira (19), contra o Vasco, é também uma questão de justiça. "Temos 99,9% de chance de conquistar o título. Trabalhamos muito para chegar onde estamos, sabemos que é muito difícil tirar a vantagem, mas temos que tomar cuidado com as palavras até pelos torcedores. Temos que trabalhar ainda para conquistar, não está matematicamente garantido. Por tudo que fizemos, seria uma injustiça esse campeonato não ser do Corinthians. Tenho certeza que vamos ser campeões", disse. O Corinthians precisa de dois pontos em quatro jogos para garantir o seu sexto título brasileiro. Questionado se é possível garantir que a equipe atingirá esse número, Love arrancou risos. "Tem que fazer, ou temos que apanhar com vara de goiaba. Vamos tentar conquistar logo três pontos nesse jogo contra o Vasco, para não ter nenhum problema, para que ninguém apanhe aqui", afirmou. | 4 |
Venda de genéricos ainda cresce, mas sinaliza desaceleração, diz entidade | O volume de vendas de medicamentos genéricos subiu 19,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo a Pró Genéricos (associação do setor), com base em dados da consultoria IMS Health. O resultado, porém, é o mais baixo para o setor desde maio de 2015, o que pode ser sinal de que o crescimento começa a desacelerar. "É um reflexo da crise econômica. A migração para os genéricos continua, mas o mercado está mais frágil como um todo", diz Telma Salles, presidente da entidade. Ao mesmo tempo em que a crise faz com que consumidores de remédios tradicionais passem aos genéricos, é possível que uma parte deles tenha reduzido o uso medicamentos em geral, afirma a executiva. "Um grande percentual do portfólio de genéricos é de remédios para doenças crônicas, usados todos os dias. Se há queda em unidades, ainda que pequena, é porque alguém está deixando de tomá-los, é um alerta." O volume de vendas em fevereiro diminuiu 0,5% em relação ao mês anterior. Ainda assim, a projeção do setor é de crescimento entre 8% e 9% para 2016. A participação dos genéricos no mercado, hoje em 31%, deve subir dois pontos percentuais neste ano. REMÉDIO POPULAR - Venda de genéricos no Brasil NO LIMITE A crise deverá favorecer a venda de medicamentos genéricos, mas o mercado como um todo deverá ter algum impacto, diz o sócio da consultoria BCG, Douglas Woods. "É um segmento resiliente, mas há um limite", afirma o executivo. Ainda não se pode falar em estagnação das vendas, avalia Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, associação que representa redes de farmácias. "O que percebemos é uma alta constante, se analisado o acumulado de 12 meses", diz. FIM DOS RECURSOS Empréstimos bancários e uso do próprio patrimônio serão as duas principais fontes de recursos de empresas familiares para financiar seus projetos neste ano, aponta uma pesquisa da KPMG. "São negócios que já estão com problemas de capital de giro e vão ter de ir atrás de banco", afirma Sidney Ito, sócio da consultoria. Nos últimos 12 meses, 37% das empresas enfrentaram dificuldades para ter acesso a crédito. Como consequência, mais da metade dessas companhias (53%) teve problemas de caixa. O principal destino dos recursos levantados é o capital de giro. Em segundo lugar, está a expansão dos negócios. Em terceiro, vêm os investimentos, que são "os mínimos necessários para recompensar depreciações", diz Ito. Entre as empresas capitalizadas, há planos de adquirir outros negócios. LEITE DE PEDRA - Finalidade, em % LEITE DE PEDRA - Onde empresas querem buscar financiamento, em % AJUSTE EM MARCHA As seguradoras estimam que o seguro popular de autos, aprovado na sexta-feira (1º de abril), que possibilita consertos com peças de desmanche, vá gerar um aumento de 10% de segurados (hoje, são 17,5 milhões de carros). O mercado segurador, porém, já pleiteia mudanças no modelo. Uma delas seria permitir o uso de componentes que não foram fabricados para o carro específico, diz Marcio Coriolano, presidente da CNSeg, (que reúne o setor). A criação de uma rede de oficinas para fazer trocas de peças danificadas pelos itens vindos de desmanches autorizados é outra medida que a CNSeg considera importante. Seria algo semelhante ao número limitado de hospitais a que um beneficiário de seguro-saúde tem direito de usar, explica Coriolano. Outra sugestão é restringir o seguro popular a carros com mais de cinco anos, para evitar que pessoas que já são clientes optem por ele. "O setor deve continuar a buscar o legislador para tentar apresentar esses pleitos", afirma Coriolano. ROTA PAULISTA O interior de São Paulo é o novo foco de investimentos da rede Nobile Hotéis. No final de maio, a operadora nacional vai inaugurar uma unidade em Ribeirão Preto, que recebeu um aporte de R$ 72 milhões. A empresa ainda deverá abrir oito novos hotéis nos próximos anos, com investimentos que somam R$ 160 milhões, diz o presidente da rede, Roberto Bertino. Desses, ao menos dois serão construídos em 2017. "É uma região rica, com boa infraestrutura, rodeada de estradas e alguns aeroportos. Identificamos um alto potencial hoteleiro." Entre as cidades paulistas que deverão receber os novos empreendimentos, estão Campinas, Indaiatuba, São José do Rio Preto e São José dos Campos. As unidades terão bandeiras econômicas. R$ 144 milhões foi o faturamento da Nobile Hotéis no ano passado 26 são as unidades da rede, que estima encerrar 2016 com 37 empreendimentos * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA | colunas | Venda de genéricos ainda cresce, mas sinaliza desaceleração, diz entidadeO volume de vendas de medicamentos genéricos subiu 19,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo a Pró Genéricos (associação do setor), com base em dados da consultoria IMS Health. O resultado, porém, é o mais baixo para o setor desde maio de 2015, o que pode ser sinal de que o crescimento começa a desacelerar. "É um reflexo da crise econômica. A migração para os genéricos continua, mas o mercado está mais frágil como um todo", diz Telma Salles, presidente da entidade. Ao mesmo tempo em que a crise faz com que consumidores de remédios tradicionais passem aos genéricos, é possível que uma parte deles tenha reduzido o uso medicamentos em geral, afirma a executiva. "Um grande percentual do portfólio de genéricos é de remédios para doenças crônicas, usados todos os dias. Se há queda em unidades, ainda que pequena, é porque alguém está deixando de tomá-los, é um alerta." O volume de vendas em fevereiro diminuiu 0,5% em relação ao mês anterior. Ainda assim, a projeção do setor é de crescimento entre 8% e 9% para 2016. A participação dos genéricos no mercado, hoje em 31%, deve subir dois pontos percentuais neste ano. REMÉDIO POPULAR - Venda de genéricos no Brasil NO LIMITE A crise deverá favorecer a venda de medicamentos genéricos, mas o mercado como um todo deverá ter algum impacto, diz o sócio da consultoria BCG, Douglas Woods. "É um segmento resiliente, mas há um limite", afirma o executivo. Ainda não se pode falar em estagnação das vendas, avalia Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, associação que representa redes de farmácias. "O que percebemos é uma alta constante, se analisado o acumulado de 12 meses", diz. FIM DOS RECURSOS Empréstimos bancários e uso do próprio patrimônio serão as duas principais fontes de recursos de empresas familiares para financiar seus projetos neste ano, aponta uma pesquisa da KPMG. "São negócios que já estão com problemas de capital de giro e vão ter de ir atrás de banco", afirma Sidney Ito, sócio da consultoria. Nos últimos 12 meses, 37% das empresas enfrentaram dificuldades para ter acesso a crédito. Como consequência, mais da metade dessas companhias (53%) teve problemas de caixa. O principal destino dos recursos levantados é o capital de giro. Em segundo lugar, está a expansão dos negócios. Em terceiro, vêm os investimentos, que são "os mínimos necessários para recompensar depreciações", diz Ito. Entre as empresas capitalizadas, há planos de adquirir outros negócios. LEITE DE PEDRA - Finalidade, em % LEITE DE PEDRA - Onde empresas querem buscar financiamento, em % AJUSTE EM MARCHA As seguradoras estimam que o seguro popular de autos, aprovado na sexta-feira (1º de abril), que possibilita consertos com peças de desmanche, vá gerar um aumento de 10% de segurados (hoje, são 17,5 milhões de carros). O mercado segurador, porém, já pleiteia mudanças no modelo. Uma delas seria permitir o uso de componentes que não foram fabricados para o carro específico, diz Marcio Coriolano, presidente da CNSeg, (que reúne o setor). A criação de uma rede de oficinas para fazer trocas de peças danificadas pelos itens vindos de desmanches autorizados é outra medida que a CNSeg considera importante. Seria algo semelhante ao número limitado de hospitais a que um beneficiário de seguro-saúde tem direito de usar, explica Coriolano. Outra sugestão é restringir o seguro popular a carros com mais de cinco anos, para evitar que pessoas que já são clientes optem por ele. "O setor deve continuar a buscar o legislador para tentar apresentar esses pleitos", afirma Coriolano. ROTA PAULISTA O interior de São Paulo é o novo foco de investimentos da rede Nobile Hotéis. No final de maio, a operadora nacional vai inaugurar uma unidade em Ribeirão Preto, que recebeu um aporte de R$ 72 milhões. A empresa ainda deverá abrir oito novos hotéis nos próximos anos, com investimentos que somam R$ 160 milhões, diz o presidente da rede, Roberto Bertino. Desses, ao menos dois serão construídos em 2017. "É uma região rica, com boa infraestrutura, rodeada de estradas e alguns aeroportos. Identificamos um alto potencial hoteleiro." Entre as cidades paulistas que deverão receber os novos empreendimentos, estão Campinas, Indaiatuba, São José do Rio Preto e São José dos Campos. As unidades terão bandeiras econômicas. R$ 144 milhões foi o faturamento da Nobile Hotéis no ano passado 26 são as unidades da rede, que estima encerrar 2016 com 37 empreendimentos * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA | 10 |
Desvelar a pedofilia | Em um primeiro passo institucional contra a cumplicidade corporativa, o papa Francisco aprovou nesta semana a criação de um tribunal no Vaticano com a função exclusiva de julgar bispos acusados de acobertar padres envolvidos em casos de pedofilia. Nascida por sugestão de uma comissão nomeada por Francisco –da qual participaram duas vítimas de abuso, além de religiosos e leigos–, a nova instância funcionará dentro da Congregação para a Doutrina da Fé (a antiga Inquisição). Ainda são desconhecidos detalhes sobre seu funcionamento, mas se sabe que caberá ao papa chancelar sentenças da corte. Trata-se de mudança substancial, ao menos no papel. Até agora, bispos só podiam ser punidos diretamente pelo pontífice –o que não acontecia na prática. Segundo levantamento do jornal "The New York Times", até o papado de Francisco nenhum bispo havia sido punido nos diversos casos de acobertamento de padres pedófilos, estes mais passíveis de punição: 850 foram excomungados por abuso sexual desde João Paulo 2º, de acordo com o Vaticano. O objetivo da Santa Sé é implantar uma reação eficaz contra a pedofilia, problema que vem desgastando a imagem da Igreja Católica nas últimas décadas. Há casos gritantes como o do bispo norte-americano Robert Finn: condenado a dois anos de liberdade condicional em 2012 por ter protegido um padre envolvido com abuso de menor, ele continuou à frente de sua diocese até abril, quando finalmente renunciou. Apesar de auspiciosa, a iniciativa de Francisco tem algumas incógnitas. O Vaticano não informou quais serão as punições possíveis nem explicou quem terá o direito de denunciar bispos suspeitos. Também existe ceticismo por parte de algumas organizações de vítimas pelo fato de a corte ser integralmente composta de membros da Igreja Católica, aumentando o risco de corporativismo. O próprio Francisco deu sinais ambíguos. No ano passado, afastou um bispo paraguaio por defender um padre pedófilo. Por outro lado, desde março vem sendo criticado no Chile por enviar um bispo a uma paróquia do sul do país em vez de puni-lo por supostamente acobertar um sacerdote que teria abusado de adolescentes. O tribunal só será posto de fato à prova quando julgar os diversos casos que têm-se acumulado no Vaticano. Um dos temas declarados prioritários por Francisco, o combate ao abuso de menores será também decisivo para avaliar se o seu pontificado realmente promoverá reformas há muitos esperadas na Igreja Católica. [email protected] | opiniao | Desvelar a pedofiliaEm um primeiro passo institucional contra a cumplicidade corporativa, o papa Francisco aprovou nesta semana a criação de um tribunal no Vaticano com a função exclusiva de julgar bispos acusados de acobertar padres envolvidos em casos de pedofilia. Nascida por sugestão de uma comissão nomeada por Francisco –da qual participaram duas vítimas de abuso, além de religiosos e leigos–, a nova instância funcionará dentro da Congregação para a Doutrina da Fé (a antiga Inquisição). Ainda são desconhecidos detalhes sobre seu funcionamento, mas se sabe que caberá ao papa chancelar sentenças da corte. Trata-se de mudança substancial, ao menos no papel. Até agora, bispos só podiam ser punidos diretamente pelo pontífice –o que não acontecia na prática. Segundo levantamento do jornal "The New York Times", até o papado de Francisco nenhum bispo havia sido punido nos diversos casos de acobertamento de padres pedófilos, estes mais passíveis de punição: 850 foram excomungados por abuso sexual desde João Paulo 2º, de acordo com o Vaticano. O objetivo da Santa Sé é implantar uma reação eficaz contra a pedofilia, problema que vem desgastando a imagem da Igreja Católica nas últimas décadas. Há casos gritantes como o do bispo norte-americano Robert Finn: condenado a dois anos de liberdade condicional em 2012 por ter protegido um padre envolvido com abuso de menor, ele continuou à frente de sua diocese até abril, quando finalmente renunciou. Apesar de auspiciosa, a iniciativa de Francisco tem algumas incógnitas. O Vaticano não informou quais serão as punições possíveis nem explicou quem terá o direito de denunciar bispos suspeitos. Também existe ceticismo por parte de algumas organizações de vítimas pelo fato de a corte ser integralmente composta de membros da Igreja Católica, aumentando o risco de corporativismo. O próprio Francisco deu sinais ambíguos. No ano passado, afastou um bispo paraguaio por defender um padre pedófilo. Por outro lado, desde março vem sendo criticado no Chile por enviar um bispo a uma paróquia do sul do país em vez de puni-lo por supostamente acobertar um sacerdote que teria abusado de adolescentes. O tribunal só será posto de fato à prova quando julgar os diversos casos que têm-se acumulado no Vaticano. Um dos temas declarados prioritários por Francisco, o combate ao abuso de menores será também decisivo para avaliar se o seu pontificado realmente promoverá reformas há muitos esperadas na Igreja Católica. [email protected] | 14 |
Casal é alvo de panfleto homofóbico em Curitiba; polícia investiga o caso | Um casal prestes a se mudar para uma nova casa, num bairro residencial de Curitiba (PR), foi alvo de um panfleto homofóbico, distribuído à vizinhança nesta quinta (13). O material traz fotos de um casal aleatório de homens e afirma que "a rua será mais 'alegre'" com "uma visão para inspirar e influenciar toda a vizinhança" –e ainda informa o "endereço da baixaria" dos novos vizinhos, casados há sete anos e prestes a adotar uma criança. "Eu sentei no chão e chorei. Não sentia as minhas pernas. Foi uma dor que nunca senti na vida", conta o jornalista João Pedro Schonarth, 29, casado com o servidor público Bruno Banzato, 31. Os dois registraram boletim de ocorrência por crime de injúria, já que homofobia não é tipificada na lei penal. Os panfletos foram lançados na calçada ao longo da rua, de dentro de um carro, segundo relataram os vizinhos. Muitos pegaram o material e jogaram fora, alertando o casal. "Se fazem isso em público, imaginem o que fazem quando estão a sós. Gostou das boas notícias?", diz o papel. Para o casal, o episódio se soma a outros fatos de "sabotagem" da construção do sobrado, que compraram no ano passado. Um boletim de ocorrência já havia sido registrado pelo construtor na semana passada, depois que a casa amanheceu alagada por causa de uma mangueira colocada dentro do duto de ar condicionado. Antes disso, outros incidentes, como registros de água abertos e pequenos vazamentos, também haviam ocorrido. "Aí começou a cair a ficha. A gente conhecia a homofobia como conceito, só de ouvir falar, mas viver é muito forte", diz Schonarth. "É uma violência gratuita. Sou tão igual a qualquer pessoa. Não é minha orientação sexual que me faz diferente." INVESTIGAÇÃO A Polícia Civil do Paraná informou que "está empenhada e trabalhando em cima do caso" para identificar os autores do panfleto, segundo o delegado Fábio Amaro. Para Schonarth, o fato de a homofobia ainda não ser criminalizada ajuda a criar um clima de impunidade. "As pessoas não entendem o impacto disso na nossa vida. Hoje eu passei isso com um panfleto, na semana passada alguém foi espancado. O Brasil precisa discutir isso. O que eu passei não foi uma injúria. Foi um crime de ódio que acontece todo dia. Então por que não está na lei?" O casal pretende se mudar na semana que vem. Neste sábado (15), amigos e conhecidos farão uma mobilização em frente à casa, demonstrando solidariedade. "Tudo isso ajudou a transformar o pior dia das nossas vidas no melhor", comenta Schonarth. "Nós precisamos mostrar que temos mais em comum do que de diferente." | cotidiano | Casal é alvo de panfleto homofóbico em Curitiba; polícia investiga o casoUm casal prestes a se mudar para uma nova casa, num bairro residencial de Curitiba (PR), foi alvo de um panfleto homofóbico, distribuído à vizinhança nesta quinta (13). O material traz fotos de um casal aleatório de homens e afirma que "a rua será mais 'alegre'" com "uma visão para inspirar e influenciar toda a vizinhança" –e ainda informa o "endereço da baixaria" dos novos vizinhos, casados há sete anos e prestes a adotar uma criança. "Eu sentei no chão e chorei. Não sentia as minhas pernas. Foi uma dor que nunca senti na vida", conta o jornalista João Pedro Schonarth, 29, casado com o servidor público Bruno Banzato, 31. Os dois registraram boletim de ocorrência por crime de injúria, já que homofobia não é tipificada na lei penal. Os panfletos foram lançados na calçada ao longo da rua, de dentro de um carro, segundo relataram os vizinhos. Muitos pegaram o material e jogaram fora, alertando o casal. "Se fazem isso em público, imaginem o que fazem quando estão a sós. Gostou das boas notícias?", diz o papel. Para o casal, o episódio se soma a outros fatos de "sabotagem" da construção do sobrado, que compraram no ano passado. Um boletim de ocorrência já havia sido registrado pelo construtor na semana passada, depois que a casa amanheceu alagada por causa de uma mangueira colocada dentro do duto de ar condicionado. Antes disso, outros incidentes, como registros de água abertos e pequenos vazamentos, também haviam ocorrido. "Aí começou a cair a ficha. A gente conhecia a homofobia como conceito, só de ouvir falar, mas viver é muito forte", diz Schonarth. "É uma violência gratuita. Sou tão igual a qualquer pessoa. Não é minha orientação sexual que me faz diferente." INVESTIGAÇÃO A Polícia Civil do Paraná informou que "está empenhada e trabalhando em cima do caso" para identificar os autores do panfleto, segundo o delegado Fábio Amaro. Para Schonarth, o fato de a homofobia ainda não ser criminalizada ajuda a criar um clima de impunidade. "As pessoas não entendem o impacto disso na nossa vida. Hoje eu passei isso com um panfleto, na semana passada alguém foi espancado. O Brasil precisa discutir isso. O que eu passei não foi uma injúria. Foi um crime de ódio que acontece todo dia. Então por que não está na lei?" O casal pretende se mudar na semana que vem. Neste sábado (15), amigos e conhecidos farão uma mobilização em frente à casa, demonstrando solidariedade. "Tudo isso ajudou a transformar o pior dia das nossas vidas no melhor", comenta Schonarth. "Nós precisamos mostrar que temos mais em comum do que de diferente." | 6 |
Contrato do goleiro Bruno prevê rescisão em retorno à prisão | O goleiro Bruno deverá ter o seu contrato rescindido com o Boa Esporte. Pelo menos é isso que prevê o acordo entre o jogador e o clube mineiro. "Caso isso [retorno à prisão] aconteça, o contrato rescinde automaticamente sem multa para os dois lados", afirmou o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, logo após o goleiro assinar contrato com o Boa, no início de março. Na época, o presidente do clube, Rone Moraes, e o empresário do goleiro, Lúcio Mauro, também confirmaram a informação. Nesta terça-feira, o diretor de futebol, Roberto Moraes, irmão do presidente da agremiação, se negou a comentar sobre o acordo. "O que a Justiça determinar tem que ser cumprido. É vida que segue", disse Moraes à Folha. A passagem de Bruno pelo time de Varginha deve durar menos de dois meses. Contratado no dia 10 de março, ele fez sua estreia dia 8 de abril. O seu retorno aos gramados não foi dos melhores. No segundo tempo da partida contra o Uberaba, o Boa Esporte vencia até que Bruno errou no único lance decisivo em que participou. O goleiro cometeu pênalti e levou cartão amarelo. Na cobrança de Bruno Henrique, ele nem sequer acertou o lado e o jogo terminou 1 a 1. Com a camisa do Boa, Bruno disputou cinco partidas pelo Módulo II do hexagonal do Campeonato Mineiro, equivalente à segunda divisão. Em campo, venceu duas vezes, teve dois empates e uma derrota. Sofreu quatro gols. RETORNO À PRISÃO Os ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram nesta terça-feira (25) que o goleiro Bruno deve voltar para a prisão. A decisão foi tomada por três dos cinco ministros que compõem o colegiado: Alexandre de Moraes, relator do caso, Luiz Fux e Rosa Weber. Marco Aurélio Mello, que havia concedido liberdade ao ex-jogador em decisão provisória, também faz parte da Primeira Turma, mas foi voto vencido. O caso foi ao plenário do colegiado para que os outros ministros referendassem ou não a decisão dele. O ministro Luís Roberto Barroso, que também faz parte da Turma, está em viagem e não participou da sessão. Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da amante Eliza Samudio, em 2010, Bruno está solto desde o último dia 24 de fevereiro após um habeas corpus concedido pelo ministro Mello. Embora tivesse sido condenado em primeira instância em 2013, Bruno aguardava, quatro anos depois, a análise de recurso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (segunda instância). O CASO BRUNO Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância há quase 7 anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento. Bruno responderá ao processo em liberdade | esporte | Contrato do goleiro Bruno prevê rescisão em retorno à prisãoO goleiro Bruno deverá ter o seu contrato rescindido com o Boa Esporte. Pelo menos é isso que prevê o acordo entre o jogador e o clube mineiro. "Caso isso [retorno à prisão] aconteça, o contrato rescinde automaticamente sem multa para os dois lados", afirmou o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, logo após o goleiro assinar contrato com o Boa, no início de março. Na época, o presidente do clube, Rone Moraes, e o empresário do goleiro, Lúcio Mauro, também confirmaram a informação. Nesta terça-feira, o diretor de futebol, Roberto Moraes, irmão do presidente da agremiação, se negou a comentar sobre o acordo. "O que a Justiça determinar tem que ser cumprido. É vida que segue", disse Moraes à Folha. A passagem de Bruno pelo time de Varginha deve durar menos de dois meses. Contratado no dia 10 de março, ele fez sua estreia dia 8 de abril. O seu retorno aos gramados não foi dos melhores. No segundo tempo da partida contra o Uberaba, o Boa Esporte vencia até que Bruno errou no único lance decisivo em que participou. O goleiro cometeu pênalti e levou cartão amarelo. Na cobrança de Bruno Henrique, ele nem sequer acertou o lado e o jogo terminou 1 a 1. Com a camisa do Boa, Bruno disputou cinco partidas pelo Módulo II do hexagonal do Campeonato Mineiro, equivalente à segunda divisão. Em campo, venceu duas vezes, teve dois empates e uma derrota. Sofreu quatro gols. RETORNO À PRISÃO Os ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram nesta terça-feira (25) que o goleiro Bruno deve voltar para a prisão. A decisão foi tomada por três dos cinco ministros que compõem o colegiado: Alexandre de Moraes, relator do caso, Luiz Fux e Rosa Weber. Marco Aurélio Mello, que havia concedido liberdade ao ex-jogador em decisão provisória, também faz parte da Primeira Turma, mas foi voto vencido. O caso foi ao plenário do colegiado para que os outros ministros referendassem ou não a decisão dele. O ministro Luís Roberto Barroso, que também faz parte da Turma, está em viagem e não participou da sessão. Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da amante Eliza Samudio, em 2010, Bruno está solto desde o último dia 24 de fevereiro após um habeas corpus concedido pelo ministro Mello. Embora tivesse sido condenado em primeira instância em 2013, Bruno aguardava, quatro anos depois, a análise de recurso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (segunda instância). O CASO BRUNO Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância há quase 7 anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento. Bruno responderá ao processo em liberdade | 4 |
Crise na indústria faz cair procura e preço de materiais recicláveis | Ana Paula Serafim da Silva, 40, foi criada no lixo —literalmente. Aos 11 era catadora em Jardim Gramacho, aterro na região metropolitana do Rio. Do lixo veio a renda que criou a filha. Poucas vezes, porém, o trabalho foi tão mal recompensado. "O preço dos materiais caiu, minha renda diminuiu. Já estou devendo até no cartão", diz a catadora, enquanto separa garrafas e papelão num galpão repleto de lixo e baratas perto do aterro, desativado há três anos. "Parece que é a situação do país." A renda mensal de Ana Paula encolheu de cerca de R$ 550 em 2014 para R$ 364 neste ano. O dinheiro é suficiente apenas para dar uma "ajudinha" em casa, onde vive com o marido, a filha e, agora, duas netas. O aperto maior na renda dos catadores das cooperativas de Jardim Gramacho está diretamente ligado à desaceleração econômica, principalmente da indústria. A menor produção industrial reduziu a demanda pelos insumos fornecidos pelos catadores, derrubando os preços desse material. O exemplo mais bem acabado está na garrafa plástica (PET) —"filé mignon" dos recicláveis, ao lado da latinha de alumínio. O preços do PET caiu de R$ 2,40 em junho de 2014 para R$ 1,25 este mês, desvalorização de 48%. Emprego na indústria EFEITO CASCATA O que afetou os PETs foi principalmente a queda da demanda dos setores automotivo, têxtil e químico. O PET compõe painéis e carpetes de carros e, transformado em resina, é usada na fibra de vidro de ônibus. Na Aunde, que produz tecidos para bancos de carros, ônibus e caminhões, de 20% a 30% dos fios são de PET reciclado. "Consumimos toneladas deles, mas com a queda de 20% da produção de veículos reduzimos as compras", diz Felipe Borges, gerente comercial da Aunde. Marilene de Fátima Albino, 60, recebe cerca de R$ 350 mensais. Um terço disso paga o transporte de casa para o trabalho. Ela não imagina, mas a menor produção de ônibus que a leva ao trabalho afetou sua renda. Pior: a crise como um todo atingiu ainda um de seus dois filhos. "Um deles está desempregado. O outro começou agora a trabalhar", afirmou ela. PAPELÃO O papelão também foi afetado pelo efeito cascata. O produto é insumo da fabricação de caixas, utilizadas pela indústria para embalar basicamente tudo: de alimento a celulares, eletrodomésticos a peças de automóveis. As vendas de papelão ondulado recuaram 5,69% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 272.567 toneladas, segundo a associação do setor. Com o menor ritmo da indústria e do comércio, o preço do papelão reciclado teve uma queda 20% na Cooperativa Beija-Flor, no Rio. Na Cooper Glicério, em São Paulo, a queda foi de 43%. Quem compra o papelão dos catadores são os chamados aparistas de papel. Eles separam o material, classificam e revendem para as indústrias. Agora, eles se queixam do aumento de estoques. "Existe excesso de oferta de papelão", disse Pedro Vilas Bôas, consultor da Associação das Aparistas de Papel. Ricardo Trombini, diretor da fabricante de embalagens Trombini, produz uma em cada três embalagens de papelão vendidas no Sul do país, não descarta mais queda de preço pela frente. Entre os catadores, o fenômeno provoca mudanças de hábito. Marcos de Paiva, 39, teve de se adaptar: trocou a compra de carne por frango, menos cara. E desistiu ainda de reformar a casa. "Ou troco o armário ou como." OUTRAS CAPITAIS A renda dos catadores encolheu em outras capitais. Na Cooperativa de Recicladores de Maceió, foi de R$ 650 para R$ 580. Na de Pampulha, em Belo Horizonte, de R$ 1.100 para R$ 800. Na Cooper Glicério, em São Paulo, passou de R$ 550 para R$ 400. A queda da renda dos catadores só não foi maior porque o preço do alumínio –um dos mais rentáveis– subiu de R$ 3,30 para R$ 3,50 nos últimos 12 meses, segundo a associação Jardim Gramacho. O motivo, neste caso, é o aumento da cotação do dólar. QUEDA DAS COMMODITIES A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) reduziu de US$ 56,14 bilhões para US$ 46,95 bilhões suas previsões de receita com exportações das principais commodities. Preços mais baixos da soja, minério de ferro e petróleo fizeram a previsão ficar 28% abaixo das receitas registradas em 2014. A queda na projeção desses três produtos, que devem responder por cerca de um quarto das exportações do Brasil em 2015, só não têm impacto mais forte na balança comercial porque as projeções de importações também estão em queda. O recuo ocorre principalmente pela menor projeção de divisas geradas por minério de ferro, que desde 2005 tem sido o principal produto da pauta. | mercado | Crise na indústria faz cair procura e preço de materiais recicláveisAna Paula Serafim da Silva, 40, foi criada no lixo —literalmente. Aos 11 era catadora em Jardim Gramacho, aterro na região metropolitana do Rio. Do lixo veio a renda que criou a filha. Poucas vezes, porém, o trabalho foi tão mal recompensado. "O preço dos materiais caiu, minha renda diminuiu. Já estou devendo até no cartão", diz a catadora, enquanto separa garrafas e papelão num galpão repleto de lixo e baratas perto do aterro, desativado há três anos. "Parece que é a situação do país." A renda mensal de Ana Paula encolheu de cerca de R$ 550 em 2014 para R$ 364 neste ano. O dinheiro é suficiente apenas para dar uma "ajudinha" em casa, onde vive com o marido, a filha e, agora, duas netas. O aperto maior na renda dos catadores das cooperativas de Jardim Gramacho está diretamente ligado à desaceleração econômica, principalmente da indústria. A menor produção industrial reduziu a demanda pelos insumos fornecidos pelos catadores, derrubando os preços desse material. O exemplo mais bem acabado está na garrafa plástica (PET) —"filé mignon" dos recicláveis, ao lado da latinha de alumínio. O preços do PET caiu de R$ 2,40 em junho de 2014 para R$ 1,25 este mês, desvalorização de 48%. Emprego na indústria EFEITO CASCATA O que afetou os PETs foi principalmente a queda da demanda dos setores automotivo, têxtil e químico. O PET compõe painéis e carpetes de carros e, transformado em resina, é usada na fibra de vidro de ônibus. Na Aunde, que produz tecidos para bancos de carros, ônibus e caminhões, de 20% a 30% dos fios são de PET reciclado. "Consumimos toneladas deles, mas com a queda de 20% da produção de veículos reduzimos as compras", diz Felipe Borges, gerente comercial da Aunde. Marilene de Fátima Albino, 60, recebe cerca de R$ 350 mensais. Um terço disso paga o transporte de casa para o trabalho. Ela não imagina, mas a menor produção de ônibus que a leva ao trabalho afetou sua renda. Pior: a crise como um todo atingiu ainda um de seus dois filhos. "Um deles está desempregado. O outro começou agora a trabalhar", afirmou ela. PAPELÃO O papelão também foi afetado pelo efeito cascata. O produto é insumo da fabricação de caixas, utilizadas pela indústria para embalar basicamente tudo: de alimento a celulares, eletrodomésticos a peças de automóveis. As vendas de papelão ondulado recuaram 5,69% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 272.567 toneladas, segundo a associação do setor. Com o menor ritmo da indústria e do comércio, o preço do papelão reciclado teve uma queda 20% na Cooperativa Beija-Flor, no Rio. Na Cooper Glicério, em São Paulo, a queda foi de 43%. Quem compra o papelão dos catadores são os chamados aparistas de papel. Eles separam o material, classificam e revendem para as indústrias. Agora, eles se queixam do aumento de estoques. "Existe excesso de oferta de papelão", disse Pedro Vilas Bôas, consultor da Associação das Aparistas de Papel. Ricardo Trombini, diretor da fabricante de embalagens Trombini, produz uma em cada três embalagens de papelão vendidas no Sul do país, não descarta mais queda de preço pela frente. Entre os catadores, o fenômeno provoca mudanças de hábito. Marcos de Paiva, 39, teve de se adaptar: trocou a compra de carne por frango, menos cara. E desistiu ainda de reformar a casa. "Ou troco o armário ou como." OUTRAS CAPITAIS A renda dos catadores encolheu em outras capitais. Na Cooperativa de Recicladores de Maceió, foi de R$ 650 para R$ 580. Na de Pampulha, em Belo Horizonte, de R$ 1.100 para R$ 800. Na Cooper Glicério, em São Paulo, passou de R$ 550 para R$ 400. A queda da renda dos catadores só não foi maior porque o preço do alumínio –um dos mais rentáveis– subiu de R$ 3,30 para R$ 3,50 nos últimos 12 meses, segundo a associação Jardim Gramacho. O motivo, neste caso, é o aumento da cotação do dólar. QUEDA DAS COMMODITIES A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) reduziu de US$ 56,14 bilhões para US$ 46,95 bilhões suas previsões de receita com exportações das principais commodities. Preços mais baixos da soja, minério de ferro e petróleo fizeram a previsão ficar 28% abaixo das receitas registradas em 2014. A queda na projeção desses três produtos, que devem responder por cerca de um quarto das exportações do Brasil em 2015, só não têm impacto mais forte na balança comercial porque as projeções de importações também estão em queda. O recuo ocorre principalmente pela menor projeção de divisas geradas por minério de ferro, que desde 2005 tem sido o principal produto da pauta. | 2 |
São Paulo estuda propostas para mandar até 4 jogos em Brasília | O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, afirmou que o clube estuda a possibilidade de realizar quatro jogos como mandante no estádio Mané Garrincha, em Brasília. De acordo com o dirigente, as propostas apresentadas foram vantajosas. "Existem propostas boas, bem boas mesmo. Inclusive havia para o primeiro jogo contra o Flamengo, mas entendi que a gente deveria prestigiar a torcida do São Paulo na estreia no Campeonato Brasileiro. Mas estou fechando três, quatro jogos, ao longo do Brasileiro, para fazer em Brasília", disse Aidar durante o lançamento da nova camisa do clube. "Recebemos três propostas firmes, positivas, mas você tem também que pagar a despesa do outro time, não é só a sua despesa. Tem as passagens aéreas, hotel, dependendo da distância fica mais dias. Há custos adicionais importantes, então precisa raciocinar bem pra ver o que vale mais", completou. O São Paulo estreia no Campeonato Brasileiro no próximo domingo (10), quando enfrenta o Flamengo, às 16h, no Morumbi. Antes, o clube enfrenta o Cruzeiro, na quarta-feira (6), no Morumbi, pela partida de ida das oitavas de final da Libertadores. | esporte | São Paulo estuda propostas para mandar até 4 jogos em BrasíliaO presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, afirmou que o clube estuda a possibilidade de realizar quatro jogos como mandante no estádio Mané Garrincha, em Brasília. De acordo com o dirigente, as propostas apresentadas foram vantajosas. "Existem propostas boas, bem boas mesmo. Inclusive havia para o primeiro jogo contra o Flamengo, mas entendi que a gente deveria prestigiar a torcida do São Paulo na estreia no Campeonato Brasileiro. Mas estou fechando três, quatro jogos, ao longo do Brasileiro, para fazer em Brasília", disse Aidar durante o lançamento da nova camisa do clube. "Recebemos três propostas firmes, positivas, mas você tem também que pagar a despesa do outro time, não é só a sua despesa. Tem as passagens aéreas, hotel, dependendo da distância fica mais dias. Há custos adicionais importantes, então precisa raciocinar bem pra ver o que vale mais", completou. O São Paulo estreia no Campeonato Brasileiro no próximo domingo (10), quando enfrenta o Flamengo, às 16h, no Morumbi. Antes, o clube enfrenta o Cruzeiro, na quarta-feira (6), no Morumbi, pela partida de ida das oitavas de final da Libertadores. | 4 |
Distritão é escusa para financiamento público passar sem resistência | SÃO PAULO - Discute-se muito nestes dias a proposta de alterar o modelo de eleição de deputados. O centenário sistema proporcional, que distribui cadeiras no Legislativo à razão da fatia de votos de cada agremiação, daria lugar ao distritão. Os assentos passariam a ser dos indivíduos mais votados em cada Estado. A diferença parece sutil, mas lançaria a política num quadro de elevada incerteza. É apenas preliminar o exercício de extrair das listas do pleito de 2014 os candidatos mais votados –menos de 10% dos deputados federais então eleitos ficariam de fora da Câmara nessa simulação. O jogo do distritão subverte as estratégias das legendas e torna imprevisível o desfecho. Nesse modelo, há um equilíbrio difícil entre a força de um partido na sociedade –medida pela votação agregada– e seu poder parlamentar. Prevalece a sub ou a sobrerrepresentação, às vezes exacerbadas. Essa é a razão provável de ter sido descartado em democracias maduras. No Brasil, o desejável seria estabilizar a relação entre o Congresso composto por fragmentos indecifráveis e indistinguíveis de agremiações, de um lado, e o poderoso presidente da República, do outro, eleito pelo voto majoritário e portanto rejeitado por fatia expressiva do eleitorado. O distritão, ao incentivar o descasamento entre a representatividade social e a parlamentar dos partidos, contribuiria para a confusão geral. Além disso, poderia dificultar a tarefa típica do Legislativo de antepor-se a um aventureiro no Planalto. O projeto já atrai oposição no Congresso suficiente para tornar incerta sua aprovação, mas cumpre o papel de reter as atenções enquanto o elefante do financiamento público desfila sem resistência. Despejar mais R$ 3,6 bilhões na campanha concorre para ser o maior erro já cometido nas reformas políticas brasileiras. Menos pelo seu custo que pelo reforço à trilha da oligarquização das legendas. | colunas | Distritão é escusa para financiamento público passar sem resistênciaSÃO PAULO - Discute-se muito nestes dias a proposta de alterar o modelo de eleição de deputados. O centenário sistema proporcional, que distribui cadeiras no Legislativo à razão da fatia de votos de cada agremiação, daria lugar ao distritão. Os assentos passariam a ser dos indivíduos mais votados em cada Estado. A diferença parece sutil, mas lançaria a política num quadro de elevada incerteza. É apenas preliminar o exercício de extrair das listas do pleito de 2014 os candidatos mais votados –menos de 10% dos deputados federais então eleitos ficariam de fora da Câmara nessa simulação. O jogo do distritão subverte as estratégias das legendas e torna imprevisível o desfecho. Nesse modelo, há um equilíbrio difícil entre a força de um partido na sociedade –medida pela votação agregada– e seu poder parlamentar. Prevalece a sub ou a sobrerrepresentação, às vezes exacerbadas. Essa é a razão provável de ter sido descartado em democracias maduras. No Brasil, o desejável seria estabilizar a relação entre o Congresso composto por fragmentos indecifráveis e indistinguíveis de agremiações, de um lado, e o poderoso presidente da República, do outro, eleito pelo voto majoritário e portanto rejeitado por fatia expressiva do eleitorado. O distritão, ao incentivar o descasamento entre a representatividade social e a parlamentar dos partidos, contribuiria para a confusão geral. Além disso, poderia dificultar a tarefa típica do Legislativo de antepor-se a um aventureiro no Planalto. O projeto já atrai oposição no Congresso suficiente para tornar incerta sua aprovação, mas cumpre o papel de reter as atenções enquanto o elefante do financiamento público desfila sem resistência. Despejar mais R$ 3,6 bilhões na campanha concorre para ser o maior erro já cometido nas reformas políticas brasileiras. Menos pelo seu custo que pelo reforço à trilha da oligarquização das legendas. | 10 |
Executivos e publicitários falam sobre a importância do prêmio Top of Mind | Na noite desta segunda-feira (26), as marcas mais lembradas pelos brasileiros, segundo a pesquisa Datafolha, foram premiadas na 25ª edição do Top of Mind. Durante o evento, grandes nomes da publicidade exaltaram a importância do prêmio. "A principal função da comunicação é construir e posicionar as marcas nos corações e mentes das pessoas. E só um instituto com a credibilidade do Datafolha para auferir com métricas confiáveis o resultado do nosso trabalho", afirmou Luiz Lara, chairman da Lew'Lara\TBWA. Já o vice-presidente de mídia da agência Africa, Luiz Fernando Vieira, estar no topo das lembranças é o desejo de todas as marcas. "É um prêmio cobiçado por todos. Em um mundo plural, as atenções estão cada vez mais disputadas. Ser Top of Mind faz toda a diferença", ressaltou. * Prêmio ajuda marcas a traçar estratégias Estar presente na memória dos brasileiros e figurar entre os vencedores no *Top of Mind" é, para muitas empresas, mais do que uma meta. Executivos que participaram da cerimônia de entrega dos prêmios, na noite desta segunda-feira (26), em São Paulo, explicaram como a pequisa pode influenciar o posicionamento de seus produtos. "O Top of Mind é a mais importante avaliação de branding, de marca e de presença perante o público. E, mais do que do consumidor, de presença na lembrança do cidadão brasileiro", disse Marcelo Oste, diretor de marketing da agências de viagens CVC. "Para nós, ganhar o prêmio e crescer no prêmio não é uma meta, é uma obrigação", destacou. De acordo com o vice-presidente de marketing de Ypê, José Eduardo Cabral, o prêmio é fundamental para a marca avaliar sua estratégia de comunicação ligada à preservação do meio ambiente. "É um prêmio sério, com uma metodologia por trás. Gostamos de ganhar, mas também trabalhamos em cima dos dados". | topofmind | Executivos e publicitários falam sobre a importância do prêmio Top of MindNa noite desta segunda-feira (26), as marcas mais lembradas pelos brasileiros, segundo a pesquisa Datafolha, foram premiadas na 25ª edição do Top of Mind. Durante o evento, grandes nomes da publicidade exaltaram a importância do prêmio. "A principal função da comunicação é construir e posicionar as marcas nos corações e mentes das pessoas. E só um instituto com a credibilidade do Datafolha para auferir com métricas confiáveis o resultado do nosso trabalho", afirmou Luiz Lara, chairman da Lew'Lara\TBWA. Já o vice-presidente de mídia da agência Africa, Luiz Fernando Vieira, estar no topo das lembranças é o desejo de todas as marcas. "É um prêmio cobiçado por todos. Em um mundo plural, as atenções estão cada vez mais disputadas. Ser Top of Mind faz toda a diferença", ressaltou. * Prêmio ajuda marcas a traçar estratégias Estar presente na memória dos brasileiros e figurar entre os vencedores no *Top of Mind" é, para muitas empresas, mais do que uma meta. Executivos que participaram da cerimônia de entrega dos prêmios, na noite desta segunda-feira (26), em São Paulo, explicaram como a pequisa pode influenciar o posicionamento de seus produtos. "O Top of Mind é a mais importante avaliação de branding, de marca e de presença perante o público. E, mais do que do consumidor, de presença na lembrança do cidadão brasileiro", disse Marcelo Oste, diretor de marketing da agências de viagens CVC. "Para nós, ganhar o prêmio e crescer no prêmio não é uma meta, é uma obrigação", destacou. De acordo com o vice-presidente de marketing de Ypê, José Eduardo Cabral, o prêmio é fundamental para a marca avaliar sua estratégia de comunicação ligada à preservação do meio ambiente. "É um prêmio sério, com uma metodologia por trás. Gostamos de ganhar, mas também trabalhamos em cima dos dados". | 32 |
Pilotos da F-1 querem menos combustível para ganhar velocidade | Banido em 2009, o reabastecimento durante as corridas pode voltar à F-1 a partir da temporada de 2017 após ser sugerido pelo Grupo Estratégico como uma das medidas para melhorar o espetáculo da categoria. Em Mônaco, onde neste domingo (24) será disputada a sexta etapa do campeonato deste ano, a partir das 9h (de Brasília), a maioria dos pilotos aprovou a ideia. "Acho que isso abriria um leque de possibilidades em termos de estratégia. Você pode acabar sendo beneficiado em uma corrida se pode escolher a quantidade de combustível com a qual vai começar a prova. Coisas assim ajudaram no passado. Lembro de ter feito algumas poles em 2003 usando metade do combustível", afirmou Fernando Alonso, da McLaren. Para Felipe Massa, que assim como o espanhol, também tem experiência em corridas com reabastecimento, a novidade faria as corridas mais rápidas. "Sou totalmente a favor e já falei algumas vezes para o Jean Todt [presidente da FIA] que as corridas hoje são muito lentas porque os carros são muito pesados. Se você larga com o tanque cheio, são cinco ou seis segundos por volta que você perde", disse o brasileiro da Williams. "Acho que isso é mais interessante e mais divertido tanto para os pilotos quanto para o público." Um dos poucos reticentes à reintrodução do reabastecimento é Nico Hulkenberg, da Force India. "Carros mais rápidos, motores mais barulhentos, essas são coisas que queremos ver. Reabastecimento? Não tenho tanta certeza. Eu não necessariamente acho que seja preciso, mas se for bom para as corridas, por que não?" Já Sebastian Vettel, da Ferrari, disse não entender direito o motivo das idas e vindas do regulamento, que ainda precisa ser aprovado antes de ser implementado, mas afirmou ser favorável à ideia. "Não preciso entender tudo. Mas obviamente como piloto, se você for mais rápido, o que acontece quando tem de reabastecer o carro, é melhor, então aprovo a medida", declarou o alemão. Até mesmo os pilotos que nunca disputaram corridas com reabastecimento são a favor da mudança. "Do ponto de vista físico, as corridas não são fáceis para nós e saímos do carro como se tivéssemos ido à academia. Mas acho que [o reabastecimento] seria um desafio a mais", afirmou Daniel Ricciardo, da Red Bull. "Numa pista como esta de Mônaco, por exemplo, mesmo que você ganhe três segundos por volta, tudo vem muito mais rápido. Tudo tem que estar mais em harmonia. E aí é quando você começa a ver uma separação maior entre os pilotos de ponta e os outros." Felipe Nasr, que faz sua estreia na F-1 neste ano, também disse ter gostado da ideia da volta do reabastecimento. "Acho que a F-1 pode ser mais rápida e o fato de corrermos com o tanque cheio não ajuda nisso. As pessoas querem ver carros mais velozes, então acho uma boa ideia", afirmou o piloto brasileiro | esporte | Pilotos da F-1 querem menos combustível para ganhar velocidadeBanido em 2009, o reabastecimento durante as corridas pode voltar à F-1 a partir da temporada de 2017 após ser sugerido pelo Grupo Estratégico como uma das medidas para melhorar o espetáculo da categoria. Em Mônaco, onde neste domingo (24) será disputada a sexta etapa do campeonato deste ano, a partir das 9h (de Brasília), a maioria dos pilotos aprovou a ideia. "Acho que isso abriria um leque de possibilidades em termos de estratégia. Você pode acabar sendo beneficiado em uma corrida se pode escolher a quantidade de combustível com a qual vai começar a prova. Coisas assim ajudaram no passado. Lembro de ter feito algumas poles em 2003 usando metade do combustível", afirmou Fernando Alonso, da McLaren. Para Felipe Massa, que assim como o espanhol, também tem experiência em corridas com reabastecimento, a novidade faria as corridas mais rápidas. "Sou totalmente a favor e já falei algumas vezes para o Jean Todt [presidente da FIA] que as corridas hoje são muito lentas porque os carros são muito pesados. Se você larga com o tanque cheio, são cinco ou seis segundos por volta que você perde", disse o brasileiro da Williams. "Acho que isso é mais interessante e mais divertido tanto para os pilotos quanto para o público." Um dos poucos reticentes à reintrodução do reabastecimento é Nico Hulkenberg, da Force India. "Carros mais rápidos, motores mais barulhentos, essas são coisas que queremos ver. Reabastecimento? Não tenho tanta certeza. Eu não necessariamente acho que seja preciso, mas se for bom para as corridas, por que não?" Já Sebastian Vettel, da Ferrari, disse não entender direito o motivo das idas e vindas do regulamento, que ainda precisa ser aprovado antes de ser implementado, mas afirmou ser favorável à ideia. "Não preciso entender tudo. Mas obviamente como piloto, se você for mais rápido, o que acontece quando tem de reabastecer o carro, é melhor, então aprovo a medida", declarou o alemão. Até mesmo os pilotos que nunca disputaram corridas com reabastecimento são a favor da mudança. "Do ponto de vista físico, as corridas não são fáceis para nós e saímos do carro como se tivéssemos ido à academia. Mas acho que [o reabastecimento] seria um desafio a mais", afirmou Daniel Ricciardo, da Red Bull. "Numa pista como esta de Mônaco, por exemplo, mesmo que você ganhe três segundos por volta, tudo vem muito mais rápido. Tudo tem que estar mais em harmonia. E aí é quando você começa a ver uma separação maior entre os pilotos de ponta e os outros." Felipe Nasr, que faz sua estreia na F-1 neste ano, também disse ter gostado da ideia da volta do reabastecimento. "Acho que a F-1 pode ser mais rápida e o fato de corrermos com o tanque cheio não ajuda nisso. As pessoas querem ver carros mais velozes, então acho uma boa ideia", afirmou o piloto brasileiro | 4 |
Mortes em abrigo da época da ditadura foram encobertas pelas Coreia do Sul | Um policial torturou Choi Seung-woo três décadas atrás, depois de encontrar um pão na bolsa escolar do menino. Depois de ter suas roupas arrancadas e um isqueiro ser aceso várias vezes perto de sua genitália, o menino de 14 anos confessou falsamente ter roubado o pão. Dois homens com cassetetes o arrastaram até o Brothers Home (Lar dos Irmãos), uma instituição nas montanhas onde ocorreram um das piores atrocidades de direitos humanos na história moderna da Coreia do Sul. Até hoje Choi chora quando fala do que aconteceu naquele lugar. Um guarda no dormitório do menino o violentou naquela noite em 1982 e na noite seguinte, e na outra. Assim começaram cinco anos infernais de trabalho escravo e agressões quase diárias. Durante esse período, Choi viu homens e mulheres espancados até a morte, seus corpos sendo arrastados como lixo. O garoto foi um entre milhares de pessoas – sem-teto, alcoólatras, desafortunados, mas principalmente menores de idade e deficientes físicos – internadas à força em instalações para supostos "vadios" nas décadas de 1970 e 1980. A operação de recolhimento dessas pessoas começou quando a ditadura governante preparava a candidatura do país para sediar os Olimpíadas de 1988 em Seul, que ela enxergava como a confirmação internacional de que a Coreia do Sul seria um país moderno. A polícia e autoridades locais receberam ordens de "purificar" as ruas. Uma investigação da Associated Press revelou que até hoje ninguém foi responsabilizado pelas centenas de mortes, estupros e espancamentos cometidos no abrigo Brothers, o maior entre as dezenas de instalações para pessoas consideradas indesejáveis. A AP descobriu que os abusos – anteriormente quase desconhecidos – cometidos no Brothers foram muito piores e tiveram abrangência maior do que se sabia, como constam nas centenas de documentos exclusivos e dezenas de entrevistas com funcionários e antigos detentos, a maioria dos quais nunca antes tinha falado publicamente do assunto. A agência de notícias descobriu que o sigilo em torno do Brothers persiste porque o assunto foi acobertado nos escalões mais altos. Duas tentativas anteriores de investigá-lo foram reprimidas por altos funcionários que mais tarde ganharam destaque em cargos de alta importância. Um deles ainda é assessor sênior do partido governista atual. Produtos fabricados usando a mão-de-obra escrava do Brothers foram vendidos à Europa, ao Japão e possivelmente a outros países. A família proprietária da instituição continuou a comandar escolas e entidades de atendimento social até apenas dois anos atrás. Os poucos ex-detentos que denunciaram a instituição querem uma nova investigação. Alegando que as provas são antigas demais, o governo está bloqueando um esforço lançado por um deputado oposicionista para abrir um novo inquérito sobre o caso. Ahn Jeong-tae, representante do Ministério do Interior, disse que as vítimas do Brothers deveriam ter apresentado suas denúncias anos atrás a uma comissão temporária de inquérito. "Não podemos criar leis separadas para cada incidente", ele disse. Diante do silêncio oficial, ao mesmo tempo em que a Coreia do Sul se prepara para suas segundas Olimpíadas, em 2018, milhares de ex-detentos traumatizados ainda não receberam qualquer indenização, muito menos reconhecimento público ou pedido de desculpas. "O governo sempre tentou sepultar o que aconteceu. Como combater isso?", disse Choi. "Veja o meu caso agora. Estou chorando, estou desesperado para contar nossa história. Por favor nos ouçam!" Policiais, auxiliados por comerciantes, juntavam crianças, pedintes, vendedores ambulantes, deficientes físicos e dissidentes. Essas pessoas acabaram virando detentas em 36 instituições espalhadas pelo país. Em 1986, havia 16 mil detentos desse tipo, segundo documentos do governo aos quais a AP teve acesso. Quase 4 mil desses presos eram mantidos no abrigo Brothers. Antigo orfanato, em seu auge o Brothers Home tinha mais de 20 fábricas por trás de seus muros fortemente vigiados na cidade portuária de Busan e produzia artigos feitos principalmente com o trabalho não remunerado dos detentos. O ex-promotor público Kim Yong Won disse à AP, baseando sua afirmação nos registros do Brothers e em entrevistas compiladas em 1987, antes de o governo ter posto fim à investigação dele, que cerca de 90% dessas pessoas não deveriam ter sido detidas, porque não se enquadravam na definição de "vadiagem" dada pelo governo. Um antigo detento, Lee Chae-sik, disse que via o homem para o qual trabalhava, o chefe dos guardas Kim Kwang-seok, comandar espancamentos quase diários numa "sala de correções". Os espancamentos frequentemente terminavam com mortes. Lee disse que viu documentos registrando às vezes até cinco mortes por dia. A AP tentou mas não conseguiu localizar Kim Kwang-seok. Em meio à violência havia uma operação enorme com fins lucrativos, baseada em parte no trabalho escravo. De acordo com documentos da prefeitura de Busan aos quais a AP teve acesso, 11 das fábricas, que teoricamente deveriam treinar os detentos para outros trabalhos futuros, apresentaram lucros no final de 1986. Os documentos mostraram que o Brothers deveria ter pago o equivalente a US$1,7 milhão em valores atuais a mais de mil detentos por seu trabalho, feito do amanhecer ao anoitecer ao longo de um período de tempo não especificado. Mas documentos do abrigo e entrevistas com detentos na época indicam que a maioria dos detentos no abrigo faziam trabalhos forçados sem remuneração, segundo o promotor Kim. Em sua autobiografia e em outros meios, o dono do Brothers, Park In-keun, negou ter cometido qualquer ilegalidade, dizendo que simplesmente obedeceu ordens do governo. Tentativas repetidas de entrar em contato com ele através de familiares, amigos e ativistas foram infrutíferas. O ex-segundo em comando do Brothers, Lim Young-soon, atribuiu a alta incidência de mortes na instituição ao fato de que, segundo ele, muitos detentos já chegavam em más condições de saúde. "Eram pessoas que teriam morrido na rua de qualquer maneira", Lim disse à AP em entrevista telefônica. Enquanto Park enriquecia, os detentos lutavam para sobreviver. Choi contou que no segundo dia que passou no abrigo, ele viu um guarda arrastar uma mulher pelos cabelos e lhe dar cassetadas até ela sangrar. De acordo com dados da instituição, 513 pessoas teriam morrido ali entre 1975 e 1986, mas o número real quase certamente foi muito mais alto. A maioria dos recém-chegados ao Brothers estava em condições de saúde relativamente boas, como indicam documentos governamentais, mas cerca de 15 detentos morreram em menos de um mês depois de chegar ao abrigo em 1985 e outros 22 em 1986. A derrocada da instituição começou por acaso. Enquanto estava caçando faisões, Kim, na época promotor recém-nomeado na cidade de Ulsan, topou por acaso com presos maltrapilhos trabalhando numa encosta de montanha. Os guardas disseram que eles estavam construindo um rancho para o dono do abrigo Brothers na cidade vizinha de Busan. Kim invadiu e revistou o Brothers em janeiro de 1987, acompanhado de dez policiais. Mas ele disse que a cada passo sua investigação foi barrada por funcionários de alto nível, em parte por medo de que ele causasse constrangimento ao país nos noticiários pré-olímpicos. Documentos jurídicos internacionais revelam que o gabinete presidencial exerceu forte pressão para coibir a investigação de Kim e defender um castigo mais leve para o dono do Brothers. O chefe de Kim, Park Hee-tae, então o promotor chefe de Busan e mais tarde ministro da Justiça sul-coreano, fez pressão para reduzir o âmbito da investigação, disse Kim, chegando a obrigá-lo a desistir de seus esforços para entrevistar todos os detentos do Brothers. Assessor sênior do partido governista atual, Park se negou a ser entrevistado pela AP. Seu secretário particular disse que ele não se recorda de detalhes sobre a investigação. Kim, que hoje tem 61 anos e é sócio-gerente de uma firma de advocacia de Seul, disse que seus chefes também o impediram de indiciar o dono do Brothers por suspeita de abusos amplos cometidos na sede principal. Ele só pôde processá-lo por uma acusação muito mais limitada, ligada a uma obra de construção que tinha encontrado. Apesar da interferência, Kim acabou reunindo documentos bancários e de transações financeiras indicando que apenas em 1985 e 1986 o dono do Brothers apropriou-se indevidamente de milhões de dólares em subsídios governamentais. Em 1989 a Suprema Corte condenou Park a dois anos e meio de prisão por apropriação indevida e infrações das leis de construção civil, gestão de áreas de pradaria e leis relativas a divisas. O Brothers fechou as portas finalmente em 1988. A maioria dos ex-detentos da instituição guarda silêncio e poucos estão exigindo um pedido de desculpas e o reconhecimento de que as autoridades incentivaram policiais a sequestrar e encarcerar pessoas que não deveriam ter sido confinadas. "Como é que algum dia poderemos esquecer o sofrimento dos espancamentos, dos cadáveres, do trabalho extenuante, do medo -todas as lembranças ruins", disse Lee, hoje gerente de um hotel à beira de um lago. "Elas vão nos assombrar até morrermos." Tradução de CLARA ALLAIN | mundo | Mortes em abrigo da época da ditadura foram encobertas pelas Coreia do SulUm policial torturou Choi Seung-woo três décadas atrás, depois de encontrar um pão na bolsa escolar do menino. Depois de ter suas roupas arrancadas e um isqueiro ser aceso várias vezes perto de sua genitália, o menino de 14 anos confessou falsamente ter roubado o pão. Dois homens com cassetetes o arrastaram até o Brothers Home (Lar dos Irmãos), uma instituição nas montanhas onde ocorreram um das piores atrocidades de direitos humanos na história moderna da Coreia do Sul. Até hoje Choi chora quando fala do que aconteceu naquele lugar. Um guarda no dormitório do menino o violentou naquela noite em 1982 e na noite seguinte, e na outra. Assim começaram cinco anos infernais de trabalho escravo e agressões quase diárias. Durante esse período, Choi viu homens e mulheres espancados até a morte, seus corpos sendo arrastados como lixo. O garoto foi um entre milhares de pessoas – sem-teto, alcoólatras, desafortunados, mas principalmente menores de idade e deficientes físicos – internadas à força em instalações para supostos "vadios" nas décadas de 1970 e 1980. A operação de recolhimento dessas pessoas começou quando a ditadura governante preparava a candidatura do país para sediar os Olimpíadas de 1988 em Seul, que ela enxergava como a confirmação internacional de que a Coreia do Sul seria um país moderno. A polícia e autoridades locais receberam ordens de "purificar" as ruas. Uma investigação da Associated Press revelou que até hoje ninguém foi responsabilizado pelas centenas de mortes, estupros e espancamentos cometidos no abrigo Brothers, o maior entre as dezenas de instalações para pessoas consideradas indesejáveis. A AP descobriu que os abusos – anteriormente quase desconhecidos – cometidos no Brothers foram muito piores e tiveram abrangência maior do que se sabia, como constam nas centenas de documentos exclusivos e dezenas de entrevistas com funcionários e antigos detentos, a maioria dos quais nunca antes tinha falado publicamente do assunto. A agência de notícias descobriu que o sigilo em torno do Brothers persiste porque o assunto foi acobertado nos escalões mais altos. Duas tentativas anteriores de investigá-lo foram reprimidas por altos funcionários que mais tarde ganharam destaque em cargos de alta importância. Um deles ainda é assessor sênior do partido governista atual. Produtos fabricados usando a mão-de-obra escrava do Brothers foram vendidos à Europa, ao Japão e possivelmente a outros países. A família proprietária da instituição continuou a comandar escolas e entidades de atendimento social até apenas dois anos atrás. Os poucos ex-detentos que denunciaram a instituição querem uma nova investigação. Alegando que as provas são antigas demais, o governo está bloqueando um esforço lançado por um deputado oposicionista para abrir um novo inquérito sobre o caso. Ahn Jeong-tae, representante do Ministério do Interior, disse que as vítimas do Brothers deveriam ter apresentado suas denúncias anos atrás a uma comissão temporária de inquérito. "Não podemos criar leis separadas para cada incidente", ele disse. Diante do silêncio oficial, ao mesmo tempo em que a Coreia do Sul se prepara para suas segundas Olimpíadas, em 2018, milhares de ex-detentos traumatizados ainda não receberam qualquer indenização, muito menos reconhecimento público ou pedido de desculpas. "O governo sempre tentou sepultar o que aconteceu. Como combater isso?", disse Choi. "Veja o meu caso agora. Estou chorando, estou desesperado para contar nossa história. Por favor nos ouçam!" Policiais, auxiliados por comerciantes, juntavam crianças, pedintes, vendedores ambulantes, deficientes físicos e dissidentes. Essas pessoas acabaram virando detentas em 36 instituições espalhadas pelo país. Em 1986, havia 16 mil detentos desse tipo, segundo documentos do governo aos quais a AP teve acesso. Quase 4 mil desses presos eram mantidos no abrigo Brothers. Antigo orfanato, em seu auge o Brothers Home tinha mais de 20 fábricas por trás de seus muros fortemente vigiados na cidade portuária de Busan e produzia artigos feitos principalmente com o trabalho não remunerado dos detentos. O ex-promotor público Kim Yong Won disse à AP, baseando sua afirmação nos registros do Brothers e em entrevistas compiladas em 1987, antes de o governo ter posto fim à investigação dele, que cerca de 90% dessas pessoas não deveriam ter sido detidas, porque não se enquadravam na definição de "vadiagem" dada pelo governo. Um antigo detento, Lee Chae-sik, disse que via o homem para o qual trabalhava, o chefe dos guardas Kim Kwang-seok, comandar espancamentos quase diários numa "sala de correções". Os espancamentos frequentemente terminavam com mortes. Lee disse que viu documentos registrando às vezes até cinco mortes por dia. A AP tentou mas não conseguiu localizar Kim Kwang-seok. Em meio à violência havia uma operação enorme com fins lucrativos, baseada em parte no trabalho escravo. De acordo com documentos da prefeitura de Busan aos quais a AP teve acesso, 11 das fábricas, que teoricamente deveriam treinar os detentos para outros trabalhos futuros, apresentaram lucros no final de 1986. Os documentos mostraram que o Brothers deveria ter pago o equivalente a US$1,7 milhão em valores atuais a mais de mil detentos por seu trabalho, feito do amanhecer ao anoitecer ao longo de um período de tempo não especificado. Mas documentos do abrigo e entrevistas com detentos na época indicam que a maioria dos detentos no abrigo faziam trabalhos forçados sem remuneração, segundo o promotor Kim. Em sua autobiografia e em outros meios, o dono do Brothers, Park In-keun, negou ter cometido qualquer ilegalidade, dizendo que simplesmente obedeceu ordens do governo. Tentativas repetidas de entrar em contato com ele através de familiares, amigos e ativistas foram infrutíferas. O ex-segundo em comando do Brothers, Lim Young-soon, atribuiu a alta incidência de mortes na instituição ao fato de que, segundo ele, muitos detentos já chegavam em más condições de saúde. "Eram pessoas que teriam morrido na rua de qualquer maneira", Lim disse à AP em entrevista telefônica. Enquanto Park enriquecia, os detentos lutavam para sobreviver. Choi contou que no segundo dia que passou no abrigo, ele viu um guarda arrastar uma mulher pelos cabelos e lhe dar cassetadas até ela sangrar. De acordo com dados da instituição, 513 pessoas teriam morrido ali entre 1975 e 1986, mas o número real quase certamente foi muito mais alto. A maioria dos recém-chegados ao Brothers estava em condições de saúde relativamente boas, como indicam documentos governamentais, mas cerca de 15 detentos morreram em menos de um mês depois de chegar ao abrigo em 1985 e outros 22 em 1986. A derrocada da instituição começou por acaso. Enquanto estava caçando faisões, Kim, na época promotor recém-nomeado na cidade de Ulsan, topou por acaso com presos maltrapilhos trabalhando numa encosta de montanha. Os guardas disseram que eles estavam construindo um rancho para o dono do abrigo Brothers na cidade vizinha de Busan. Kim invadiu e revistou o Brothers em janeiro de 1987, acompanhado de dez policiais. Mas ele disse que a cada passo sua investigação foi barrada por funcionários de alto nível, em parte por medo de que ele causasse constrangimento ao país nos noticiários pré-olímpicos. Documentos jurídicos internacionais revelam que o gabinete presidencial exerceu forte pressão para coibir a investigação de Kim e defender um castigo mais leve para o dono do Brothers. O chefe de Kim, Park Hee-tae, então o promotor chefe de Busan e mais tarde ministro da Justiça sul-coreano, fez pressão para reduzir o âmbito da investigação, disse Kim, chegando a obrigá-lo a desistir de seus esforços para entrevistar todos os detentos do Brothers. Assessor sênior do partido governista atual, Park se negou a ser entrevistado pela AP. Seu secretário particular disse que ele não se recorda de detalhes sobre a investigação. Kim, que hoje tem 61 anos e é sócio-gerente de uma firma de advocacia de Seul, disse que seus chefes também o impediram de indiciar o dono do Brothers por suspeita de abusos amplos cometidos na sede principal. Ele só pôde processá-lo por uma acusação muito mais limitada, ligada a uma obra de construção que tinha encontrado. Apesar da interferência, Kim acabou reunindo documentos bancários e de transações financeiras indicando que apenas em 1985 e 1986 o dono do Brothers apropriou-se indevidamente de milhões de dólares em subsídios governamentais. Em 1989 a Suprema Corte condenou Park a dois anos e meio de prisão por apropriação indevida e infrações das leis de construção civil, gestão de áreas de pradaria e leis relativas a divisas. O Brothers fechou as portas finalmente em 1988. A maioria dos ex-detentos da instituição guarda silêncio e poucos estão exigindo um pedido de desculpas e o reconhecimento de que as autoridades incentivaram policiais a sequestrar e encarcerar pessoas que não deveriam ter sido confinadas. "Como é que algum dia poderemos esquecer o sofrimento dos espancamentos, dos cadáveres, do trabalho extenuante, do medo -todas as lembranças ruins", disse Lee, hoje gerente de um hotel à beira de um lago. "Elas vão nos assombrar até morrermos." Tradução de CLARA ALLAIN | 3 |
Clássico musical, 'Bolero', de Ravel, entra para domínio público | A partir deste domingo (1º), o "Bolero", do francês Maurice Ravel, uma das músicas mais populares do repertório clássico, entra para o domínio público. Ela foi interpretada pela primeira vez há 88 anos na Ópera de Paris. "Costumamos dizer que uma execução do 'Bolero' começa a cada dez minutos no mundo. Uma vez que a peça dura 17 minutos, ela é tocada, portanto, a todo momento em alguma parte", explica Laurent Petitgirard, compositor e presidente da Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música (Sacem), da França. A música foi encomendada pela bailarina clássica russa Ida Rubinstein, amiga e mecenas de Ravel. A melodia uniforme, repetitiva –o mesmo trecho é executado 169 vezes– e em crescendo, foi sucesso de público e de crítica imediato. Quem não gosta diz que o ritmo é irritante. "É uma obra simples e direta, sem a menor pretensão de virtuosidade", dizia o próprio Ravel, morto em 1937. "Trata-se de uma peça experimental, com uma mecânica de precisão e prova de genialidade", resume Petitgirard. Em quase 90 anos de existência, a obra já foi executada pelos maestros mais prestigiosos do mundo, como Arturo Toscanini, Seiji Ozawa, Claudio Abbado e Pierre Boulez, entre muitos outros. O tema também inspirou muitas coreografias, sendo que a mais conhecida é a de Maurice Béjart, de 1961. BRIGA POR DIREITOS O "Bolero" era até 1994 o campeão mundial dos direitos autorais. Em 2015, continuava na lista, em 103ª posição. Para se ter uma ideia, a partir de 1960, estima-se que toda a obra de Ravel tenha rendido entre 400 milhões e 500 milhões de euros em direitos autorais –sendo que cerca de 50 milhões de euros foram gerados só pelo "Bolero". Ravel morreu aos 62 anos, sem deixar descendentes. O único herdeiro foi o irmão Edouard, morto em 1960. A partir dessa data, teve início uma batalha jurídica pelos direitos da obra compositor. O espólio era reivindicado pela massagista de Edouard, Jeanne Taverne, e o marido desta, Alexandre, por sobrinhos-netos de Ravel e também por um diretor jurídico da Sacem. A partir de 1° de maio de 2016, o "Bolero", de Ravel, deixa de arrecadar direitos autorais e pode ser reproduzida livremente. "Bolero" de Ravel | ilustrada | Clássico musical, 'Bolero', de Ravel, entra para domínio públicoA partir deste domingo (1º), o "Bolero", do francês Maurice Ravel, uma das músicas mais populares do repertório clássico, entra para o domínio público. Ela foi interpretada pela primeira vez há 88 anos na Ópera de Paris. "Costumamos dizer que uma execução do 'Bolero' começa a cada dez minutos no mundo. Uma vez que a peça dura 17 minutos, ela é tocada, portanto, a todo momento em alguma parte", explica Laurent Petitgirard, compositor e presidente da Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música (Sacem), da França. A música foi encomendada pela bailarina clássica russa Ida Rubinstein, amiga e mecenas de Ravel. A melodia uniforme, repetitiva –o mesmo trecho é executado 169 vezes– e em crescendo, foi sucesso de público e de crítica imediato. Quem não gosta diz que o ritmo é irritante. "É uma obra simples e direta, sem a menor pretensão de virtuosidade", dizia o próprio Ravel, morto em 1937. "Trata-se de uma peça experimental, com uma mecânica de precisão e prova de genialidade", resume Petitgirard. Em quase 90 anos de existência, a obra já foi executada pelos maestros mais prestigiosos do mundo, como Arturo Toscanini, Seiji Ozawa, Claudio Abbado e Pierre Boulez, entre muitos outros. O tema também inspirou muitas coreografias, sendo que a mais conhecida é a de Maurice Béjart, de 1961. BRIGA POR DIREITOS O "Bolero" era até 1994 o campeão mundial dos direitos autorais. Em 2015, continuava na lista, em 103ª posição. Para se ter uma ideia, a partir de 1960, estima-se que toda a obra de Ravel tenha rendido entre 400 milhões e 500 milhões de euros em direitos autorais –sendo que cerca de 50 milhões de euros foram gerados só pelo "Bolero". Ravel morreu aos 62 anos, sem deixar descendentes. O único herdeiro foi o irmão Edouard, morto em 1960. A partir dessa data, teve início uma batalha jurídica pelos direitos da obra compositor. O espólio era reivindicado pela massagista de Edouard, Jeanne Taverne, e o marido desta, Alexandre, por sobrinhos-netos de Ravel e também por um diretor jurídico da Sacem. A partir de 1° de maio de 2016, o "Bolero", de Ravel, deixa de arrecadar direitos autorais e pode ser reproduzida livremente. "Bolero" de Ravel | 1 |
Donos de sítio queriam 'construtora de verdade', diz advogado de Bumlai | Responsável pela defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o criminalista Arnaldo Malheiros, minimizou a participação de seu cliente nas obras do sítio de Atibaia usado pelo ex-presidente Lula e seus familiares. Segundo o advogado, os donos da propriedade rural "preferiram chamar uma construtora de verdade". Malheiros concedeu entrevista a Folha neste sábado (27). * Folha - O pecuarista José Carlos Bumlai chegou a se envolver nas obras do sítio? Arnaldo Malheiros - Bem no comecinho só. Por que saiu? Eles preferiram chamar uma construtora de verdade. Quem pediu que Bumlai ajudasse nas obras? Ele entrou a pedido de familiares do Lula no finalzinho de 2010. Ele chegou a investir dinheiro na obra? Realmente foi muito pouco dinheiro que colocou lá, quase nada. Tem ideia de quanto? Acho que no máximo cerca de 10% dos R$ 500 mil. Lula sabia do envolvimento de Bumlai na obra? Bumlai me disse que nunca falou com Lula sobre o sítio e não tem ideia se ele sabe que ele teve algum envolvimento na obra. | poder | Donos de sítio queriam 'construtora de verdade', diz advogado de BumlaiResponsável pela defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o criminalista Arnaldo Malheiros, minimizou a participação de seu cliente nas obras do sítio de Atibaia usado pelo ex-presidente Lula e seus familiares. Segundo o advogado, os donos da propriedade rural "preferiram chamar uma construtora de verdade". Malheiros concedeu entrevista a Folha neste sábado (27). * Folha - O pecuarista José Carlos Bumlai chegou a se envolver nas obras do sítio? Arnaldo Malheiros - Bem no comecinho só. Por que saiu? Eles preferiram chamar uma construtora de verdade. Quem pediu que Bumlai ajudasse nas obras? Ele entrou a pedido de familiares do Lula no finalzinho de 2010. Ele chegou a investir dinheiro na obra? Realmente foi muito pouco dinheiro que colocou lá, quase nada. Tem ideia de quanto? Acho que no máximo cerca de 10% dos R$ 500 mil. Lula sabia do envolvimento de Bumlai na obra? Bumlai me disse que nunca falou com Lula sobre o sítio e não tem ideia se ele sabe que ele teve algum envolvimento na obra. | 0 |
PM detém trio suspeito de roubar mulheres na zona norte de SP | Policiais militares da Força Tática prenderam três suspeitos de roubar mulheres na zona norte de São Paulo, na noite de quinta-feira (12). O trio, formado por dois homens e uma mulher, foi preso na região da Vila Nova Cachoeirinha. No interior do carro usado pelos suspeitos foram encontradas mais de 20 bolsas e carteiras de vítimas de roubo, além de cinco facas e um revólver de brinquedo. A PM já tinha informações sobre o modelo e placa do carro utilizado pelos suspeitos. Após mais um roubo praticado pelo trio, os policiais direcionaram o patrulhamento a região e prenderam os três suspeitos. Segundo a PM, a mulher presa era responsável por levar os dois comparsas a ruas próximas aos locais dos crimes e ajudar na fuga. Os suspeitos foram presos e levados ao 13º DP (Casa Verde), onde foram reconhecidos por algumas das vítimas. | cotidiano | PM detém trio suspeito de roubar mulheres na zona norte de SPPoliciais militares da Força Tática prenderam três suspeitos de roubar mulheres na zona norte de São Paulo, na noite de quinta-feira (12). O trio, formado por dois homens e uma mulher, foi preso na região da Vila Nova Cachoeirinha. No interior do carro usado pelos suspeitos foram encontradas mais de 20 bolsas e carteiras de vítimas de roubo, além de cinco facas e um revólver de brinquedo. A PM já tinha informações sobre o modelo e placa do carro utilizado pelos suspeitos. Após mais um roubo praticado pelo trio, os policiais direcionaram o patrulhamento a região e prenderam os três suspeitos. Segundo a PM, a mulher presa era responsável por levar os dois comparsas a ruas próximas aos locais dos crimes e ajudar na fuga. Os suspeitos foram presos e levados ao 13º DP (Casa Verde), onde foram reconhecidos por algumas das vítimas. | 6 |
Chuva deixa SP com trânsito acima da média e em estado de atenção | Mal os paulistanos se recuperam do forte temporal da última segunda-feira (16), quando duas pessoas morreram na região metropolitana, toda a cidade de São Paulo foi colocada em estado de atenção para alagamentos na manhã desta quarta-feira (18) devido à chuva. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, informou que todas as regiões da cidade entrou em atenção por volta das 9h10. A cidade deixou esse status às 13h, voltando ao estado de observação. O meteorologista do CGE, Michel Pantera, afirmou que havia uma grande área de instabilidade vinda da região de Sorocaba, interior paulista, e, por isso, o órgão colocou, de forma preventiva, toda a cidade em atenção. Porém, a chuva veio menos intensa e chove de forma moderada em vários pontos da cidade, principalmente nas zonas sul e oeste. A tendência é de chuva generalizada, porém moderada, ao longo do dia em São Paulo. Ainda não foi registrado nenhum ponto de alagamento na cidade. Contudo, por volta das 10h, a CET (Companhia Engenharia de Tráfego) registrava 103 km de morosidade –o que representa 11,8% dos 835 km de vias monitoradas, percentual está acima do índice máximo para o horário que é de 10,78%. As piores regiões são as zonas sul e oeste com 38 km e 33 km, respectivamente. No horário, as piores vias eram a marginal Pinheiros: sentido Interlagos, com 10,2 km de lentidão, e sentido Castello Branco, com 3,4 km, e a avenida 23 de Maio, no sentido Santana (zona norte), com 4,5 km de retenção. TEMPORAL DE SEGUNDA A chuva da última segunda (16) levou ao desabamento de 189 árvores na capital paulista, provocou panes nas redes elétricas e semafórica e bloqueios em ruas e calçadas afetadas pelos destroços da vegetação. Nesta terça (17), regiões como Perdizes, Pinheiros e Sumaré ainda estavam sem energia elétrica. A Eletropaulo informou nesta quarta que nessas regiões os circuitos principais de energia já haviam sido restabelecidos e que apenas pontos isolados na cidade estavam sem energia. Olha a árvore Segundo técnicos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o forte temporal da última segunda foi provocado por um fenômeno chamado de "microexplosão". Trata-se de rajada de vento que vem das nuvens em alta velocidade e que se espalha com força ao chegar ao solo. O Inmet diz que os ventos provavelmente superaram 100 km/h, embora os registros de estações meteorológicas, restritas a pontos específicos, tenham sido de até 77 km/h, em Barueri (Grande SP) –ante 51,5 km no mirante de Santana (zona norte). PREVISÃO Para os próximos dias, o sol aparece entre nuvens apesar dos ventos úmidos que sopram do oceano causarem muita nebulosidade e chuviscos. De acordo com os meteorologistas, chove fraco nesta quinta-feira (19) e a temperatura máxima deve ficar abaixo dos 22°C. Na sexta-feira (20), o tempo melhora e o sol aparece entre nuvens, favorecendo a gradativa elevação das temperaturas no decorrer do dia. A temperatura mínima deve ficar em torno de 15°C e, a máxima, 25°C. Há previsão de pancadas de chuva no final da tarde e começo da noite. | cotidiano | Chuva deixa SP com trânsito acima da média e em estado de atençãoMal os paulistanos se recuperam do forte temporal da última segunda-feira (16), quando duas pessoas morreram na região metropolitana, toda a cidade de São Paulo foi colocada em estado de atenção para alagamentos na manhã desta quarta-feira (18) devido à chuva. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, informou que todas as regiões da cidade entrou em atenção por volta das 9h10. A cidade deixou esse status às 13h, voltando ao estado de observação. O meteorologista do CGE, Michel Pantera, afirmou que havia uma grande área de instabilidade vinda da região de Sorocaba, interior paulista, e, por isso, o órgão colocou, de forma preventiva, toda a cidade em atenção. Porém, a chuva veio menos intensa e chove de forma moderada em vários pontos da cidade, principalmente nas zonas sul e oeste. A tendência é de chuva generalizada, porém moderada, ao longo do dia em São Paulo. Ainda não foi registrado nenhum ponto de alagamento na cidade. Contudo, por volta das 10h, a CET (Companhia Engenharia de Tráfego) registrava 103 km de morosidade –o que representa 11,8% dos 835 km de vias monitoradas, percentual está acima do índice máximo para o horário que é de 10,78%. As piores regiões são as zonas sul e oeste com 38 km e 33 km, respectivamente. No horário, as piores vias eram a marginal Pinheiros: sentido Interlagos, com 10,2 km de lentidão, e sentido Castello Branco, com 3,4 km, e a avenida 23 de Maio, no sentido Santana (zona norte), com 4,5 km de retenção. TEMPORAL DE SEGUNDA A chuva da última segunda (16) levou ao desabamento de 189 árvores na capital paulista, provocou panes nas redes elétricas e semafórica e bloqueios em ruas e calçadas afetadas pelos destroços da vegetação. Nesta terça (17), regiões como Perdizes, Pinheiros e Sumaré ainda estavam sem energia elétrica. A Eletropaulo informou nesta quarta que nessas regiões os circuitos principais de energia já haviam sido restabelecidos e que apenas pontos isolados na cidade estavam sem energia. Olha a árvore Segundo técnicos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o forte temporal da última segunda foi provocado por um fenômeno chamado de "microexplosão". Trata-se de rajada de vento que vem das nuvens em alta velocidade e que se espalha com força ao chegar ao solo. O Inmet diz que os ventos provavelmente superaram 100 km/h, embora os registros de estações meteorológicas, restritas a pontos específicos, tenham sido de até 77 km/h, em Barueri (Grande SP) –ante 51,5 km no mirante de Santana (zona norte). PREVISÃO Para os próximos dias, o sol aparece entre nuvens apesar dos ventos úmidos que sopram do oceano causarem muita nebulosidade e chuviscos. De acordo com os meteorologistas, chove fraco nesta quinta-feira (19) e a temperatura máxima deve ficar abaixo dos 22°C. Na sexta-feira (20), o tempo melhora e o sol aparece entre nuvens, favorecendo a gradativa elevação das temperaturas no decorrer do dia. A temperatura mínima deve ficar em torno de 15°C e, a máxima, 25°C. Há previsão de pancadas de chuva no final da tarde e começo da noite. | 6 |
Chuva deixa parte de SP em atenção para alagamentos; houve granizo | A chuva voltou a deixar parte da cidade de São Paulo em atenção para alagamentos na tarde desta quinta-feira (26). A última região a retornar ao estado de observação (normal) foi a zona norte, por volta das 18h30. Ao todo, chegaram a ficar em atenção as zonas norte, sul e leste, além da marginal Pinheiros. Houve também registro de granizo na região de São Miguel Paulista (zona leste). A chuva desta quinta foi causada por instabilidades associadas ao calor e à grande concentração de umidade do ar. Segundo os meteorologistas, o tempo deve permanecer instável no decorrer da tarde com possibilidade de chuva forte sobre a região metropolitana de São Paulo. Apesar da chuvas, não houve registro de alagamentos ou problemas causados pelas chuvas nas linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e nos aeroportos. O distrito de São Miguel Paulista está desde as 23h do dia 16 de fevereiro em estado de alerta, após um braço do rio Tietê transbordar na região. Construída nas várzeas do rio, o bairro Vila Itaim ficou embaixo d'água. E assim está até hoje. A previsão para sexta-feira (27) é de sol com altas temperaturas na capital paulista. Durante a tarde, as instabilidades se formam por conta do calor com possibilidade de pancadas de chuva. A temperatura mínima deve ficar em torno de 20°C e a máxima em 32°C. TRANSTORNOS O forte temporal que atingiu São Paulo na tarde desta quarta-feira (25) ainda causa transtorno para os moradores de Vila Prudente, a mais castigada com a chuva. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, no bairro da zona leste de São Paulo, choveu em poucas horas 110 mm –a metade do esperado para todo o mês de fevereiro. O temporal provocou o desabamento de três casas em um mesmo terreno na rua Ibitirama após um deslizamento de terra, por volta das 17h. A dona de casa Andreia Daudaras Tomas da Silva, 45, estava em uma das residências com os dois filhos, Vinicius, 4, e Geovanna, 5, e conseguiu deixar o local antes de as paredes virem a baixo. Os moradores ainda enfrentam problemas causados pelo transbordamento do rio Tamanduateí e do córrego Mooca. Na rua Pindamonhangaba, a água atingiu 1 metro de altura e uma árvore de grande porte caiu, interditando a via. A enchente também arrastou por cerca de 20 metros o carro de Oziri de Santana, 50, dono de uma transportadora. O dono do veículo, que ficou preso entre um muro e um poste, lamentava o prejuízo nesta manhã. "É com esse carro que eu atendo meus clientes e não tenho dinheiro para arrumá-lo agora. Como vou trabalhar?", indignava-se. Na região de Santa Cecília, José Paulo Machado, 47 morreu eletrocutado após ter o carro atingido por fios elétricos quando passava pela rua Tupi. Segundo os bombeiros, o tronco de uma árvore caiu e atingiu a fiação que caiu sobre o veículo. O irmão da vítima, Valmir Donizete Machado, disse que Machado ia para uma entrevista de emprego. | cotidiano | Chuva deixa parte de SP em atenção para alagamentos; houve granizoA chuva voltou a deixar parte da cidade de São Paulo em atenção para alagamentos na tarde desta quinta-feira (26). A última região a retornar ao estado de observação (normal) foi a zona norte, por volta das 18h30. Ao todo, chegaram a ficar em atenção as zonas norte, sul e leste, além da marginal Pinheiros. Houve também registro de granizo na região de São Miguel Paulista (zona leste). A chuva desta quinta foi causada por instabilidades associadas ao calor e à grande concentração de umidade do ar. Segundo os meteorologistas, o tempo deve permanecer instável no decorrer da tarde com possibilidade de chuva forte sobre a região metropolitana de São Paulo. Apesar da chuvas, não houve registro de alagamentos ou problemas causados pelas chuvas nas linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e nos aeroportos. O distrito de São Miguel Paulista está desde as 23h do dia 16 de fevereiro em estado de alerta, após um braço do rio Tietê transbordar na região. Construída nas várzeas do rio, o bairro Vila Itaim ficou embaixo d'água. E assim está até hoje. A previsão para sexta-feira (27) é de sol com altas temperaturas na capital paulista. Durante a tarde, as instabilidades se formam por conta do calor com possibilidade de pancadas de chuva. A temperatura mínima deve ficar em torno de 20°C e a máxima em 32°C. TRANSTORNOS O forte temporal que atingiu São Paulo na tarde desta quarta-feira (25) ainda causa transtorno para os moradores de Vila Prudente, a mais castigada com a chuva. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, no bairro da zona leste de São Paulo, choveu em poucas horas 110 mm –a metade do esperado para todo o mês de fevereiro. O temporal provocou o desabamento de três casas em um mesmo terreno na rua Ibitirama após um deslizamento de terra, por volta das 17h. A dona de casa Andreia Daudaras Tomas da Silva, 45, estava em uma das residências com os dois filhos, Vinicius, 4, e Geovanna, 5, e conseguiu deixar o local antes de as paredes virem a baixo. Os moradores ainda enfrentam problemas causados pelo transbordamento do rio Tamanduateí e do córrego Mooca. Na rua Pindamonhangaba, a água atingiu 1 metro de altura e uma árvore de grande porte caiu, interditando a via. A enchente também arrastou por cerca de 20 metros o carro de Oziri de Santana, 50, dono de uma transportadora. O dono do veículo, que ficou preso entre um muro e um poste, lamentava o prejuízo nesta manhã. "É com esse carro que eu atendo meus clientes e não tenho dinheiro para arrumá-lo agora. Como vou trabalhar?", indignava-se. Na região de Santa Cecília, José Paulo Machado, 47 morreu eletrocutado após ter o carro atingido por fios elétricos quando passava pela rua Tupi. Segundo os bombeiros, o tronco de uma árvore caiu e atingiu a fiação que caiu sobre o veículo. O irmão da vítima, Valmir Donizete Machado, disse que Machado ia para uma entrevista de emprego. | 6 |
Precisa ordenar respeito à lei? | Em uma cândida frase solta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez um retrato acabado da sordidez que grassa no ambiente político brasileiro, em particular no PT. Disse o ministro, conforme o relato desta Folha no domingo (28): "A presidente Dilma Rousseff desde o início orientou seu tesoureiro Edinho para que agisse estritamente dentro da lei". Na minha santa ingenuidade, achava que agir dentro da lei deveria estar entranhado no DNA de qualquer agente público (privado também, é claro, mas aqui estamos tratando do público). Não seria necessário que alguém orientasse alguém a agir dentro da lei. A menos, é lógico, que o "orientador" suspeitasse que o "orientado" pudesse sentir-se tentado a violar a lei em benefício, no caso, da campanha à reeleição de Dilma. Ler a frase de Cardozo me trouxe à memória uma conversa com Sérgio Ramírez, notável escritor nicaraguense que foi vice-presidente de seu país, nos primórdios do sandinismo. Foi durante o mensalão, e Ramírez estava perplexo de ver o envolvimento de um partido que lhe parecia prometedor (o PT, claro) em um escândalo daquelas proporções. Por isso, comentou: "Se eu fosse candidato à Presidência, reuniria parentes e amigos e lhes diria que estava proibido fazer negócios com o Estado, inclusive negócios legais". No Brasil, como de resto no mundo praticamente todo, fazer negócios ilegais com o Estado é uma prática tão disseminada que Dilma, segundo Cardozo, se viu obrigada a recomendar o respeito à lei a seu tesoureiro. Só se pode pressupor que ela suspeitava que o ambiente político –em geral, não só no PT, é bom ressalvar– não é propício ao respeito à lei. Tanto não é que o empresário Ricardo Pessoa, tido como chefe do "cartel de empreiteiras", explicou as doações a partidos políticos como uma forma de "abrir portas, ganhar influência e fazer a engrenagem andar", segundo o relato da Folha, sempre no domingo (28). Em resumo, as doações eram o, digamos, azeite na engrenagem da concessão de obras públicas, algo de que se suspeita há milênios, no Brasil e no mundo, mas que só agora é confessado por um dos "azeitadores". Fico até com vergonha de escrever que obras e serviços públicos deveriam ser concedidos como decorrência da qualificação dos responsáveis, não pelo "azeite", que é uma forma de corrupção, legal, é verdade, mas corrupção, de todo modo. É ingênuo esperar tal comportamento de certos agentes públicos e privados, eu sei. Mas um país decente depende, é óbvio, da impessoalidade no trato dos negócios públicos. Enquanto prevalecer a necessidade de mostrar uma mala de dinheiro às campanhas políticas, para "abrir portas", o Brasil será essa pústula exposta com tremenda claridade pela operação Lava Jato (ou por dezenas de outras, antes dela). É pena, mas tenho certeza de que vou morrer antes de que ordens como a de Dilma a seu tesoureiro se tornem desnecessárias porque o estrito respeito à lei teria passado a fazer parte inseparável do DNA do mundo político. | colunas | Precisa ordenar respeito à lei?Em uma cândida frase solta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez um retrato acabado da sordidez que grassa no ambiente político brasileiro, em particular no PT. Disse o ministro, conforme o relato desta Folha no domingo (28): "A presidente Dilma Rousseff desde o início orientou seu tesoureiro Edinho para que agisse estritamente dentro da lei". Na minha santa ingenuidade, achava que agir dentro da lei deveria estar entranhado no DNA de qualquer agente público (privado também, é claro, mas aqui estamos tratando do público). Não seria necessário que alguém orientasse alguém a agir dentro da lei. A menos, é lógico, que o "orientador" suspeitasse que o "orientado" pudesse sentir-se tentado a violar a lei em benefício, no caso, da campanha à reeleição de Dilma. Ler a frase de Cardozo me trouxe à memória uma conversa com Sérgio Ramírez, notável escritor nicaraguense que foi vice-presidente de seu país, nos primórdios do sandinismo. Foi durante o mensalão, e Ramírez estava perplexo de ver o envolvimento de um partido que lhe parecia prometedor (o PT, claro) em um escândalo daquelas proporções. Por isso, comentou: "Se eu fosse candidato à Presidência, reuniria parentes e amigos e lhes diria que estava proibido fazer negócios com o Estado, inclusive negócios legais". No Brasil, como de resto no mundo praticamente todo, fazer negócios ilegais com o Estado é uma prática tão disseminada que Dilma, segundo Cardozo, se viu obrigada a recomendar o respeito à lei a seu tesoureiro. Só se pode pressupor que ela suspeitava que o ambiente político –em geral, não só no PT, é bom ressalvar– não é propício ao respeito à lei. Tanto não é que o empresário Ricardo Pessoa, tido como chefe do "cartel de empreiteiras", explicou as doações a partidos políticos como uma forma de "abrir portas, ganhar influência e fazer a engrenagem andar", segundo o relato da Folha, sempre no domingo (28). Em resumo, as doações eram o, digamos, azeite na engrenagem da concessão de obras públicas, algo de que se suspeita há milênios, no Brasil e no mundo, mas que só agora é confessado por um dos "azeitadores". Fico até com vergonha de escrever que obras e serviços públicos deveriam ser concedidos como decorrência da qualificação dos responsáveis, não pelo "azeite", que é uma forma de corrupção, legal, é verdade, mas corrupção, de todo modo. É ingênuo esperar tal comportamento de certos agentes públicos e privados, eu sei. Mas um país decente depende, é óbvio, da impessoalidade no trato dos negócios públicos. Enquanto prevalecer a necessidade de mostrar uma mala de dinheiro às campanhas políticas, para "abrir portas", o Brasil será essa pústula exposta com tremenda claridade pela operação Lava Jato (ou por dezenas de outras, antes dela). É pena, mas tenho certeza de que vou morrer antes de que ordens como a de Dilma a seu tesoureiro se tornem desnecessárias porque o estrito respeito à lei teria passado a fazer parte inseparável do DNA do mundo político. | 10 |
Janot pede ao STF arquivamento de inquérito contra Anastasia | O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (28) pedido de arquivamento do inquérito que investigava a ligação do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no suposto esquema de corrupção da Petrobras. Esse é o primeiro pedido de arquivamento apresentado por Janot ao STF em relação aos 25 inquéritos que apuram o envolvimento de 50 políticos nos desvios da estatal. Na semana passada, Janot apresentou as primeiras denúncias da Lava Jato, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), de supostos crimes cometidos no esquema. Eles negam relação com a engenharia criminosa. Anastasia é o único tucano alvo do STF. Não há detalhes das argumentações que o Ministério Público usou para defender o encerramento do caso, mas teria sido a falta de elementos para continuar as investigações. A Folha apurou que durante as investigações o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, permaneceu em silêncio em seu depoimento. Segundo investigadores, se surgirem novos indícios fortes, o caso pode até ser eventualmente reaberto. Como a Folha revelou em janeiro, Careca, disse à Polícia Federal em novembro de 2014 que entregou R$ 1 milhão em 2010 a Anastasia, então candidato a governador, por ordem do doleiro Alberto Youssef. O senador rechaçou a acusação na época, e disse desconhecer o policial e o doleiro, um dos principais operadores do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. A fala de Careca foi desmentida depois por Youssef, que fez acordo para colaborar com as investigações e negou ter pedido ao policial que entregasse o dinheiro. Os procuradores da Lava Jato fizeram nos últimos meses checagens para verificar a história de Careca, que depôs na condição de testemunha. As apurações não confirmaram os fatos narrados. Na declaração de novembro, ele disse que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef lhe dissera que o destinatário era o então candidato dos tucanos ao governo de Minas. O encerramento das investigações do tucano depende ainda de uma decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Como o Ministério Público representa a acusação, é tradição que o STF acolha a recomendação. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que o pedido de arquivamento da investigação "corrige um erro e faz justiça a um dos mais íntegros homens públicos do País". "O PSDB se orgulha de ter em seus quadros o ex-governador e atual senador cuja exemplar trajetória política é agora reparada por essa decisão que, estamos certos, será acompanhada pelo STF." PESADELO Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o senador afirmou que a decisão de Janot encerra um pesadelo e que espera que seja apurado o motivo de tentar envolvê-lo com o escândalo. "Tentaram envolver meu nome em acusações muito graves e extremamente danosas à minha pessoa. Durante esse período todo, trabalhei para mostrar a verdade. Não tenho nenhum relacionamento com nada que foi dito, com a tal entrega de dinheiro, ou de vinculações com a Petrobras. [...] E agora, chegou ao fim esse pesadelo", disse. Em nota, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que o pedido de arquivamento " corrige um erro e faz justiça a um dos mais íntegros homens públicos do País". Aécio é padrinho político de Anastasia. | poder | Janot pede ao STF arquivamento de inquérito contra AnastasiaO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (28) pedido de arquivamento do inquérito que investigava a ligação do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no suposto esquema de corrupção da Petrobras. Esse é o primeiro pedido de arquivamento apresentado por Janot ao STF em relação aos 25 inquéritos que apuram o envolvimento de 50 políticos nos desvios da estatal. Na semana passada, Janot apresentou as primeiras denúncias da Lava Jato, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), de supostos crimes cometidos no esquema. Eles negam relação com a engenharia criminosa. Anastasia é o único tucano alvo do STF. Não há detalhes das argumentações que o Ministério Público usou para defender o encerramento do caso, mas teria sido a falta de elementos para continuar as investigações. A Folha apurou que durante as investigações o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, permaneceu em silêncio em seu depoimento. Segundo investigadores, se surgirem novos indícios fortes, o caso pode até ser eventualmente reaberto. Como a Folha revelou em janeiro, Careca, disse à Polícia Federal em novembro de 2014 que entregou R$ 1 milhão em 2010 a Anastasia, então candidato a governador, por ordem do doleiro Alberto Youssef. O senador rechaçou a acusação na época, e disse desconhecer o policial e o doleiro, um dos principais operadores do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. A fala de Careca foi desmentida depois por Youssef, que fez acordo para colaborar com as investigações e negou ter pedido ao policial que entregasse o dinheiro. Os procuradores da Lava Jato fizeram nos últimos meses checagens para verificar a história de Careca, que depôs na condição de testemunha. As apurações não confirmaram os fatos narrados. Na declaração de novembro, ele disse que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef lhe dissera que o destinatário era o então candidato dos tucanos ao governo de Minas. O encerramento das investigações do tucano depende ainda de uma decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Como o Ministério Público representa a acusação, é tradição que o STF acolha a recomendação. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que o pedido de arquivamento da investigação "corrige um erro e faz justiça a um dos mais íntegros homens públicos do País". "O PSDB se orgulha de ter em seus quadros o ex-governador e atual senador cuja exemplar trajetória política é agora reparada por essa decisão que, estamos certos, será acompanhada pelo STF." PESADELO Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o senador afirmou que a decisão de Janot encerra um pesadelo e que espera que seja apurado o motivo de tentar envolvê-lo com o escândalo. "Tentaram envolver meu nome em acusações muito graves e extremamente danosas à minha pessoa. Durante esse período todo, trabalhei para mostrar a verdade. Não tenho nenhum relacionamento com nada que foi dito, com a tal entrega de dinheiro, ou de vinculações com a Petrobras. [...] E agora, chegou ao fim esse pesadelo", disse. Em nota, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que o pedido de arquivamento " corrige um erro e faz justiça a um dos mais íntegros homens públicos do País". Aécio é padrinho político de Anastasia. | 0 |
Mineradora australiana diz não chegar a acordo com Vale sobre parceria | A mineradora australiana Fortescue Metals informou nesta sexta-feira (16) que a proposta de parceria com a rival brasileira Vale para customização das encomendas feitas por siderúrgicas chinesas não deve avançar. Em março deste ano, as duas empresas anunciaram que estavam em negociações para misturar até 100 milhões de toneladas de minério de ferro na China, em um acordo que também poderia ver a Vale assumindo uma participação na Fortescue. O objetivo da parceria era ganhar uma fatia maior do mercado chinês ao replicar a qualidade do minério de ferro produzido pela australiana Rio Tinto, cuja commodity é tida como referência local. "Nós tivemos discussões muito construtivas com a Vale, mas não fomos capazes de chegar a termos comerciais", disse à Reuters o presidente da Fortescue, Nev Power. "Embora estejamos decepcionados por não termos sido capazes de chegar a um acordo, nosso minério já é muito bem aceito no mercado, então também podemos misturar com outras companhias." A associação entre as duas mineradoras também teria dado à Vale uma opção de comprar participação de 5% a 15% na Fortescue. Mas a alta dos preços do minério, juntamente com custos mais baixos de embarque e combustível, reduziram a necessidade de um acordo, de acordo com Power. O minério de ferro apresentou desempenho forte em 2016, com valorização de cerca de 85% em relação ao nível do início do ano. A commodity mais que dobrou de valor em relação à mínima atingida em fevereiro de cerca de US$ 38 por tonelada. | mercado | Mineradora australiana diz não chegar a acordo com Vale sobre parceriaA mineradora australiana Fortescue Metals informou nesta sexta-feira (16) que a proposta de parceria com a rival brasileira Vale para customização das encomendas feitas por siderúrgicas chinesas não deve avançar. Em março deste ano, as duas empresas anunciaram que estavam em negociações para misturar até 100 milhões de toneladas de minério de ferro na China, em um acordo que também poderia ver a Vale assumindo uma participação na Fortescue. O objetivo da parceria era ganhar uma fatia maior do mercado chinês ao replicar a qualidade do minério de ferro produzido pela australiana Rio Tinto, cuja commodity é tida como referência local. "Nós tivemos discussões muito construtivas com a Vale, mas não fomos capazes de chegar a termos comerciais", disse à Reuters o presidente da Fortescue, Nev Power. "Embora estejamos decepcionados por não termos sido capazes de chegar a um acordo, nosso minério já é muito bem aceito no mercado, então também podemos misturar com outras companhias." A associação entre as duas mineradoras também teria dado à Vale uma opção de comprar participação de 5% a 15% na Fortescue. Mas a alta dos preços do minério, juntamente com custos mais baixos de embarque e combustível, reduziram a necessidade de um acordo, de acordo com Power. O minério de ferro apresentou desempenho forte em 2016, com valorização de cerca de 85% em relação ao nível do início do ano. A commodity mais que dobrou de valor em relação à mínima atingida em fevereiro de cerca de US$ 38 por tonelada. | 2 |
Del Nero é convidado a depor na CPI do Futebol na próxima semana | Denunciado pelo FBI sob suspeita de fazer parte de um esquema de recebimento de propina no futebol, Marco Polo Del Nero foi convidado a depor nesta terça (8) na CPI do Futebol. Os senadores querem questionar o presidente licenciado da CBF sobre as acusações feitas pela Justiça dos EUA. Na noite desta quinta (3), Del Nero deixou o cargo após as denúncias. No mesmo dia, o Comitê de Ética da Fifa abriu também investigação contra o cartola. Em agosto, a CPI quebrou os sigilos fiscal e bancário do cartola, que ganha cerca de R$ 200 mil mensais na CBF. Antes de se licenciar do cargo, Del Nero disse na quinta que não temia ser investigado pela Fifa. "Investigar é bom para esclarecer que nada existe contra a minha pessoa", disse o dirigente. Há mais de seis meses, Del Nero promete que vai colaborar com as investigações da CPI, mas fez o contrário. Ele tentou, sem sucesso, um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a quebra dos seus sigilos. No mês passado, o dirigente também pediu ao STF para ficar calado durante um eventual depoimento na comissão, além de ter requerido um habeas corpus para não ser preso durante sessão da comissão. O Ministro Gilmar Mandes negou os dois pedidos Caso não compareça ao Senado na terça, os parlamentares devem votar no dia seguinte um requerimento convocando o dirigente para depor na próxima semana. Del Nero tomou posso em abril após ter sido homem forte por mais de dois anos da administração de José Maria Marin. O ex-governador de São Paulo está preso no exterior desde maio acusado pelo FBI de participar do mesmo esquema de recebimento de propinas. COMPRA DE COBERTURAS Além de questionar o cartola sobre as acusações do FBI, os senadores vão querem saber do dirigente detalhes da compra de duas coberturas no Rio no ano passado O negócio foi revelado pela Folha no dia da posse de Del Nero e é investigado pelo Ministério Público Federal, no Rio, e pela Receita Federal. Uma das coberturas, no valor de R$ 5,2 milhões, foi adquirida pelo dirigente de uma empresa dos filhos do empresário Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF. Antes, em maio do ano passado, Del Nero registrou em cartório que comprou outro dúplex, no mesmo local, por R$ 1,6 milhão. Os imóveis tem cerca de 250 metros quadrados. À época, Del Nero negou qualquer conflito ou irregularidade na transação. NOVO VICE Apesar de ter se licenciado do cargo alegando que precisava de tempo para se defender das acusações, Del Nero continua atuando nos bastidores. Ele quer mudar a linha sucessória da CBF para impedir a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto caso seja obrigado a renunciar.. Del Nero convenceu o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que agora comanda a CBF, a convocar uma nova eleição para escolher o substituto de Marin, que era vice da entidade. Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho assume em caso de renúncia. Opositor de Del Nero, Peixoto, 74, é o primeiro na linha de sucessão. O cartola quer eleger no pleito do dia 16 o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, para o lugar de Marin, que ocupava a vice-presidência para a Região Sudeste. Conhecido no futebol como coronel Nunes, o paraense já aceitou o convite para disputar a eleição. A articulação é encarada como "golpe" pelo senador Romário. | esporte | Del Nero é convidado a depor na CPI do Futebol na próxima semanaDenunciado pelo FBI sob suspeita de fazer parte de um esquema de recebimento de propina no futebol, Marco Polo Del Nero foi convidado a depor nesta terça (8) na CPI do Futebol. Os senadores querem questionar o presidente licenciado da CBF sobre as acusações feitas pela Justiça dos EUA. Na noite desta quinta (3), Del Nero deixou o cargo após as denúncias. No mesmo dia, o Comitê de Ética da Fifa abriu também investigação contra o cartola. Em agosto, a CPI quebrou os sigilos fiscal e bancário do cartola, que ganha cerca de R$ 200 mil mensais na CBF. Antes de se licenciar do cargo, Del Nero disse na quinta que não temia ser investigado pela Fifa. "Investigar é bom para esclarecer que nada existe contra a minha pessoa", disse o dirigente. Há mais de seis meses, Del Nero promete que vai colaborar com as investigações da CPI, mas fez o contrário. Ele tentou, sem sucesso, um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a quebra dos seus sigilos. No mês passado, o dirigente também pediu ao STF para ficar calado durante um eventual depoimento na comissão, além de ter requerido um habeas corpus para não ser preso durante sessão da comissão. O Ministro Gilmar Mandes negou os dois pedidos Caso não compareça ao Senado na terça, os parlamentares devem votar no dia seguinte um requerimento convocando o dirigente para depor na próxima semana. Del Nero tomou posso em abril após ter sido homem forte por mais de dois anos da administração de José Maria Marin. O ex-governador de São Paulo está preso no exterior desde maio acusado pelo FBI de participar do mesmo esquema de recebimento de propinas. COMPRA DE COBERTURAS Além de questionar o cartola sobre as acusações do FBI, os senadores vão querem saber do dirigente detalhes da compra de duas coberturas no Rio no ano passado O negócio foi revelado pela Folha no dia da posse de Del Nero e é investigado pelo Ministério Público Federal, no Rio, e pela Receita Federal. Uma das coberturas, no valor de R$ 5,2 milhões, foi adquirida pelo dirigente de uma empresa dos filhos do empresário Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF. Antes, em maio do ano passado, Del Nero registrou em cartório que comprou outro dúplex, no mesmo local, por R$ 1,6 milhão. Os imóveis tem cerca de 250 metros quadrados. À época, Del Nero negou qualquer conflito ou irregularidade na transação. NOVO VICE Apesar de ter se licenciado do cargo alegando que precisava de tempo para se defender das acusações, Del Nero continua atuando nos bastidores. Ele quer mudar a linha sucessória da CBF para impedir a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto caso seja obrigado a renunciar.. Del Nero convenceu o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), que agora comanda a CBF, a convocar uma nova eleição para escolher o substituto de Marin, que era vice da entidade. Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho assume em caso de renúncia. Opositor de Del Nero, Peixoto, 74, é o primeiro na linha de sucessão. O cartola quer eleger no pleito do dia 16 o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, para o lugar de Marin, que ocupava a vice-presidência para a Região Sudeste. Conhecido no futebol como coronel Nunes, o paraense já aceitou o convite para disputar a eleição. A articulação é encarada como "golpe" pelo senador Romário. | 4 |
Montadoras ampliam investimentos para carros elétricos | Tangidos por regras cada vez mais rígidas de emissão de fumaça e com baterias cada vez mais baratas, montadoras estão olhando para os motores elétricos como a mais viável das soluções. Onipresentes no Salão do Automóvel de Frankfurt, na semana passada, carros com emissão zero mostram que vieram para ficar. "A mobilidade terá de ser sustentável e limpa", disse o alemão Matthias Müller, presidente do grupo Volkswagen. "Está acontecendo uma transformação radical na indústria automotiva -e nós queremos estar entre os líderes deste processo". Müller anunciou investimento de € 20 bilhões (R$ 74,762 bilhões) para que todos os carros do grupo,que reúne 12 marcas tenham opções limpas. Em oito anos serão 50 novos elétricos e 30 híbridos. E 300 modelos com propulsão elétrica até 2030. As mudanças no setor são impulsionadas pelos limites cada vez mais apertados de emissão de poluentes. Em 2021, 95% da frota de cada montadora terá de emitir no máximo 90 g/km de CO2. A multa por grama excedente será de € 95 por grama excedente -e por carro. Apesar da geração atual de motores a combustão ser a mais eficiente já criada, só com motores elétricos (ou ao menos híbridos) os novos limites serão alcançados. França e Reino Unido já anunciaram que carros com motor convencional não serão permitidos a partir de 2040. Cidades como Atenas e Madri prometem banir os movidos a diesel a partir de 2025. Estes movimentos explicam porque carros limpos estão deixando de ser um nicho, com cerca de 1% do mercado. Outras montadoras fazem movimentos similares. A BMW, que desde 2013 criou uma marca para seus híbridos e elétricos -a "i"- anunciou ofensiva para fazer 25 modelos híbridos e elétricos dentro de oito anos. Harald Krüger, presidente mundial da BMW, prometeu que todos os modelos do grupo terão versões híbridas ou elétricas. Marcas do grupo já dão bônus a quem trocar carro a diesel por um que cumpra regras mais estritas. "Lançaremos nove carros com motores elétricos nos próximos anos", disse. A Daimler -que controla a Mercedes-Benz-, anunciou que planeja oferecer versões híbridas ou elétricas para cada um de seus modelos. A regra vale até mesmo para um superesportivo como o Project One, com mil cavalos sob o capô, mas dotado de motores elétricos nas rodas e sistemas de recuperação de energia derivados da F1. A partir de 2020 a Smart, também do grupo e especializada em compactos, tomará uma decisão ainda mais radical: nenhum carro terá motor a combustão. "Fazer só elétricos é um passo definitivo", disse a CEO da Smart, Annette Winkler, a metros do protótipo Smart Vision EQ. O protótipo terá sensores e um processador de inteligência artificial. "Dentro de alguns anos carros não precisarão mais de volantes ou pedais", diz a CEO. As transformações na indústria estão ocorrendo mais rápido do que se imaginava. Segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance, entre 2025 e 2030 o preço de carros movidos a bateria será competitivo com os de motor tradicional- e mesmo tirando subsídios da jogada. Parte da competitividade vem do custo menor e da maior eficiência das baterias de íon de lítio, que caíram 65% desde 2010, para cerca de US$ 300 o quilowatt/hora. A expectativa da consultoria é que despenque para cerca de US$ 73 em 2030. Sua previsão é que, em 2040, a frota de carros elétricos some 530 milhões pelo mundo | mercado | Montadoras ampliam investimentos para carros elétricosTangidos por regras cada vez mais rígidas de emissão de fumaça e com baterias cada vez mais baratas, montadoras estão olhando para os motores elétricos como a mais viável das soluções. Onipresentes no Salão do Automóvel de Frankfurt, na semana passada, carros com emissão zero mostram que vieram para ficar. "A mobilidade terá de ser sustentável e limpa", disse o alemão Matthias Müller, presidente do grupo Volkswagen. "Está acontecendo uma transformação radical na indústria automotiva -e nós queremos estar entre os líderes deste processo". Müller anunciou investimento de € 20 bilhões (R$ 74,762 bilhões) para que todos os carros do grupo,que reúne 12 marcas tenham opções limpas. Em oito anos serão 50 novos elétricos e 30 híbridos. E 300 modelos com propulsão elétrica até 2030. As mudanças no setor são impulsionadas pelos limites cada vez mais apertados de emissão de poluentes. Em 2021, 95% da frota de cada montadora terá de emitir no máximo 90 g/km de CO2. A multa por grama excedente será de € 95 por grama excedente -e por carro. Apesar da geração atual de motores a combustão ser a mais eficiente já criada, só com motores elétricos (ou ao menos híbridos) os novos limites serão alcançados. França e Reino Unido já anunciaram que carros com motor convencional não serão permitidos a partir de 2040. Cidades como Atenas e Madri prometem banir os movidos a diesel a partir de 2025. Estes movimentos explicam porque carros limpos estão deixando de ser um nicho, com cerca de 1% do mercado. Outras montadoras fazem movimentos similares. A BMW, que desde 2013 criou uma marca para seus híbridos e elétricos -a "i"- anunciou ofensiva para fazer 25 modelos híbridos e elétricos dentro de oito anos. Harald Krüger, presidente mundial da BMW, prometeu que todos os modelos do grupo terão versões híbridas ou elétricas. Marcas do grupo já dão bônus a quem trocar carro a diesel por um que cumpra regras mais estritas. "Lançaremos nove carros com motores elétricos nos próximos anos", disse. A Daimler -que controla a Mercedes-Benz-, anunciou que planeja oferecer versões híbridas ou elétricas para cada um de seus modelos. A regra vale até mesmo para um superesportivo como o Project One, com mil cavalos sob o capô, mas dotado de motores elétricos nas rodas e sistemas de recuperação de energia derivados da F1. A partir de 2020 a Smart, também do grupo e especializada em compactos, tomará uma decisão ainda mais radical: nenhum carro terá motor a combustão. "Fazer só elétricos é um passo definitivo", disse a CEO da Smart, Annette Winkler, a metros do protótipo Smart Vision EQ. O protótipo terá sensores e um processador de inteligência artificial. "Dentro de alguns anos carros não precisarão mais de volantes ou pedais", diz a CEO. As transformações na indústria estão ocorrendo mais rápido do que se imaginava. Segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance, entre 2025 e 2030 o preço de carros movidos a bateria será competitivo com os de motor tradicional- e mesmo tirando subsídios da jogada. Parte da competitividade vem do custo menor e da maior eficiência das baterias de íon de lítio, que caíram 65% desde 2010, para cerca de US$ 300 o quilowatt/hora. A expectativa da consultoria é que despenque para cerca de US$ 73 em 2030. Sua previsão é que, em 2040, a frota de carros elétricos some 530 milhões pelo mundo | 2 |
Protestos levam mais de 1 milhão às ruas em ao menos 121 cidades, diz PM | Os protestos contra o governo Dilma Rousseff atingiram todos os Estados do país, além do Distrito Federal. Foram registradas manifestações em pelo menos 121 cidades neste domingo (13). Assim como ocorreu em São Paulo, onde 500 mil pessoas se reuniram na avenida Paulista, na maioria das capitais brasileiras o juiz federal Sergio Moro foi a grande figura das manifestações. Além de defender a Operação Lava Jato, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As manifestações foram pacíficas e não foram registradas ocorrências graves de violência ou confronto. No Rio de Janeiro, cerca de 1,5 milhão se reuniram na praia de Copacabana, segundo os organizadores. Não há um número oficial —o governo do Estado (PMDB) não faz estimativas de público em protestos de rua desde 2015. Pelas estimativas da Polícia Militar, as maiores concentrações foram registradas em Curitiba, onde o ato reuniu cerca de 160 mil pessoas, no Recife, com 120 mil manifestantes, em Porto Alegre, Belém e Brasília, cada capital com 100 mil pessoas. Os números dos organizadores superam os da PM na maioria das cidades. No caso de Curitiba, cerca de 200 mil pessoas teriam saído às ruas de acordo com a organização. No Recife, 150 mil, e em Porto Alegre, cerca de 140 mil. Em Brasília, os organizadores informaram que 200 mil pessoas participaram do protesto contra o governo na Esplanada dos Ministérios. Miniaturas do Pixuleko —bonecos infláveis de Lula e Dilma vestidos de presidiários—, máscaras de Moro e bandeiras do Brasil foram vendidos durante os atos. "As coisas estão muito caras. É preciso protestar", disse Alexandre Pinto de Souza, 37, um dos vendedores que trabalhou em Brasília. O servidor público Fábio Freitas, 51, fez um cartaz contra o PT e o PSDB. "A corrupção está generalizada", disse. Segundo ele, mesmo com forte oposição ao PT no ato, ele recebeu apoio de outros manifestantes na passeata. INTERIOR Fora das capitais, o Estado de São Paulo foi onde mais manifestantes se reuniram. No interior paulista, 400 mil pessoas protestaram, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública. As maiores concentrações foram em Ribeirão Preto e Campinas, com 100 mil cada uma. No Triângulo Mineiro, 22 mil pessoas se reuniram para protestar em Uberlândia, e 20 mil em Uberaba. Em Juiz de Fora também foram 20 mil. Em Belo Horizonte, o número de manifestantes ficou entre 30 mil e 40 mil. Os protestos também foram volumosos nas cidades do Sul. A PM estimou 50 mil pessoas em Maringá (PR), 40 mil em Caxias do Sul (RS) e 10 mil em Cascavel (PR). Brasileiros protestam em Londres contra o governo Dilma Rousseff NO EXTERIOR Em Washington, brasileiros também pediram a saída de Dilma e defenderam o juiz Sergio Moro nas ruas. O ato reuniu cerca de 80 pessoas em frente ao consulado do Brasil na capital americana. "In Moro we trust" (confiamos em Moro), dizia um dos cartazes, parafraseando a frase impressa nas cédulas do dólar americano, "In God we trust" (confiamos em Deus). Alguns foram de cara pintada de verde e amarelo. Um outro cartaz pedia "Eleições já". "É muito difícil ver de longe o Brasil bagunçado", disse a paulista Juliana Bellusci, que vive há quatro anos nos Estados Unidos. Segundo a página na internet do grupo Vem Pra Rua, foram organizados protestos anti-Dilma em 30 cidades do exterior, sendo dez nos EUA, entre elas Nova York, Boston, Orlando e Los Angeles. Na Argentina, cerca de 80 manifestantes se reuniram diante do Obelisco, no centro da capital. "O problema não é só o PT. São todos os políticos desonestos que não ajudam a democracia", disse a estudante Isadora Boing, 17, que participou do ato. (Colaboraram MARCELO NINIO, de WASHINGTON, e LUCIANA DYNIEWICZ, de BUENOS AIRES) NÚMERO DE MANIFESTANTES NAS CAPITAIS - Segundo a PM Cidades onde ocorreram atos público por capital - LINHA FINA | poder | Protestos levam mais de 1 milhão às ruas em ao menos 121 cidades, diz PMOs protestos contra o governo Dilma Rousseff atingiram todos os Estados do país, além do Distrito Federal. Foram registradas manifestações em pelo menos 121 cidades neste domingo (13). Assim como ocorreu em São Paulo, onde 500 mil pessoas se reuniram na avenida Paulista, na maioria das capitais brasileiras o juiz federal Sergio Moro foi a grande figura das manifestações. Além de defender a Operação Lava Jato, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As manifestações foram pacíficas e não foram registradas ocorrências graves de violência ou confronto. No Rio de Janeiro, cerca de 1,5 milhão se reuniram na praia de Copacabana, segundo os organizadores. Não há um número oficial —o governo do Estado (PMDB) não faz estimativas de público em protestos de rua desde 2015. Pelas estimativas da Polícia Militar, as maiores concentrações foram registradas em Curitiba, onde o ato reuniu cerca de 160 mil pessoas, no Recife, com 120 mil manifestantes, em Porto Alegre, Belém e Brasília, cada capital com 100 mil pessoas. Os números dos organizadores superam os da PM na maioria das cidades. No caso de Curitiba, cerca de 200 mil pessoas teriam saído às ruas de acordo com a organização. No Recife, 150 mil, e em Porto Alegre, cerca de 140 mil. Em Brasília, os organizadores informaram que 200 mil pessoas participaram do protesto contra o governo na Esplanada dos Ministérios. Miniaturas do Pixuleko —bonecos infláveis de Lula e Dilma vestidos de presidiários—, máscaras de Moro e bandeiras do Brasil foram vendidos durante os atos. "As coisas estão muito caras. É preciso protestar", disse Alexandre Pinto de Souza, 37, um dos vendedores que trabalhou em Brasília. O servidor público Fábio Freitas, 51, fez um cartaz contra o PT e o PSDB. "A corrupção está generalizada", disse. Segundo ele, mesmo com forte oposição ao PT no ato, ele recebeu apoio de outros manifestantes na passeata. INTERIOR Fora das capitais, o Estado de São Paulo foi onde mais manifestantes se reuniram. No interior paulista, 400 mil pessoas protestaram, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública. As maiores concentrações foram em Ribeirão Preto e Campinas, com 100 mil cada uma. No Triângulo Mineiro, 22 mil pessoas se reuniram para protestar em Uberlândia, e 20 mil em Uberaba. Em Juiz de Fora também foram 20 mil. Em Belo Horizonte, o número de manifestantes ficou entre 30 mil e 40 mil. Os protestos também foram volumosos nas cidades do Sul. A PM estimou 50 mil pessoas em Maringá (PR), 40 mil em Caxias do Sul (RS) e 10 mil em Cascavel (PR). Brasileiros protestam em Londres contra o governo Dilma Rousseff NO EXTERIOR Em Washington, brasileiros também pediram a saída de Dilma e defenderam o juiz Sergio Moro nas ruas. O ato reuniu cerca de 80 pessoas em frente ao consulado do Brasil na capital americana. "In Moro we trust" (confiamos em Moro), dizia um dos cartazes, parafraseando a frase impressa nas cédulas do dólar americano, "In God we trust" (confiamos em Deus). Alguns foram de cara pintada de verde e amarelo. Um outro cartaz pedia "Eleições já". "É muito difícil ver de longe o Brasil bagunçado", disse a paulista Juliana Bellusci, que vive há quatro anos nos Estados Unidos. Segundo a página na internet do grupo Vem Pra Rua, foram organizados protestos anti-Dilma em 30 cidades do exterior, sendo dez nos EUA, entre elas Nova York, Boston, Orlando e Los Angeles. Na Argentina, cerca de 80 manifestantes se reuniram diante do Obelisco, no centro da capital. "O problema não é só o PT. São todos os políticos desonestos que não ajudam a democracia", disse a estudante Isadora Boing, 17, que participou do ato. (Colaboraram MARCELO NINIO, de WASHINGTON, e LUCIANA DYNIEWICZ, de BUENOS AIRES) NÚMERO DE MANIFESTANTES NAS CAPITAIS - Segundo a PM Cidades onde ocorreram atos público por capital - LINHA FINA | 0 |
JBS contrata ex-presidente do Pão de Açúcar | A JBS anunciou nesta quarta-feira (17) a contratação de Enéas Pestana, que presidiu grupos como o Pão de Açúcar e a Máquina de Vendas, para comandar a operação da empresa na América do Sul. Pestana já estava presente no conselho de administração da JBS Foods (divisão de alimentos industrializados) há um ano e meio e prestava consultoria à empresa. Segundo Wesley Batista, presidente da JBS, a experiência de Pestana no varejo pode ajudar a JBS a melhorar sua relação com grandes redes, além de aprimorar praticas de gestão. Ele nega que o grupo tenha interesse em atuar no comércio. A contratação de Pestana coincide com notícias sobre um suposto interesse da J&F, controladora da JBS, na compra do Pão de Açúcar e da Natura. Batista negou o rumor. "Não temos a pretensão de comprar qualquer empresa de varejo. Aquela notícia é completamente infundada." Para assumir o cargo, Pestana se afastará da consultoria que leva o seu nome, mas as atividades da empresa continuam, agora comandadas por seus sócios. O executivo deixou a presidência da Máquina de Vendas, controladora de empresas como Ricardo Eletro e Insinuante, em janeiro deste ano. GESTÃO REGIONAL A JBS também decidiu adotar uma estrutura de gestão regional. Além da plataforma América do Sul, presidida por Pestana, os negócios serão divididos em América do Norte, Ásia e Pacífico e Europa. A companhia decidiu ainda criar a área de estratégia e desenvolvimento corporativo, que será comandada pelo canadense Russ Colaco, que tem carreira no mercado financeiro. Russ atuava como diretor na divisão de banco de investimento do Morgan Stanley, onde trabalhou durante nove anos. Outra medida anunciada nesta quarta (17) pela JBS é a abertura de um um escritório funcional em Nova York, que será uma base de apoio à empresa. | mercado | JBS contrata ex-presidente do Pão de AçúcarA JBS anunciou nesta quarta-feira (17) a contratação de Enéas Pestana, que presidiu grupos como o Pão de Açúcar e a Máquina de Vendas, para comandar a operação da empresa na América do Sul. Pestana já estava presente no conselho de administração da JBS Foods (divisão de alimentos industrializados) há um ano e meio e prestava consultoria à empresa. Segundo Wesley Batista, presidente da JBS, a experiência de Pestana no varejo pode ajudar a JBS a melhorar sua relação com grandes redes, além de aprimorar praticas de gestão. Ele nega que o grupo tenha interesse em atuar no comércio. A contratação de Pestana coincide com notícias sobre um suposto interesse da J&F, controladora da JBS, na compra do Pão de Açúcar e da Natura. Batista negou o rumor. "Não temos a pretensão de comprar qualquer empresa de varejo. Aquela notícia é completamente infundada." Para assumir o cargo, Pestana se afastará da consultoria que leva o seu nome, mas as atividades da empresa continuam, agora comandadas por seus sócios. O executivo deixou a presidência da Máquina de Vendas, controladora de empresas como Ricardo Eletro e Insinuante, em janeiro deste ano. GESTÃO REGIONAL A JBS também decidiu adotar uma estrutura de gestão regional. Além da plataforma América do Sul, presidida por Pestana, os negócios serão divididos em América do Norte, Ásia e Pacífico e Europa. A companhia decidiu ainda criar a área de estratégia e desenvolvimento corporativo, que será comandada pelo canadense Russ Colaco, que tem carreira no mercado financeiro. Russ atuava como diretor na divisão de banco de investimento do Morgan Stanley, onde trabalhou durante nove anos. Outra medida anunciada nesta quarta (17) pela JBS é a abertura de um um escritório funcional em Nova York, que será uma base de apoio à empresa. | 2 |
Vice da CBF consulta Câmara sobre possibilidade de substituir Del Nero | O deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) aguarda um parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para saber se poderá substituir o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, caso ele peça licença do comando da entidade. O documento foi enviado pelo deputado no dia 1º de setembro e será votado nesta terça (15). O relator do caso, deputado Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA), apoia o pedido. Ele disse que não "há impedimento para que um parlamentar em exercício ocupe cumulativamente" os cargos "desde que a CBF não goze de favor decorrente de contrato" com o governo. Vicente definiu que faria a consulta à CCJ com o aval de Del Nero, após uma reunião com dirigentes da CBF, no dia 30 de agosto. Ele é um dos cinco vices da entidade e o preferido de Del Nero para substituí-lo em caso de licença. Pelo estatuto da CBF, o presidente pode se licenciar do cargo por até seis meses. Nesse caso, ele tem o direito de escolher o seu substituto entre os vices. Vicente é deputado federal e presidente estadual do Partido Progressista (PP). No ano passado, ele foi eleito para o quarto mandato parlamentar, com 45.525 votos. Além disso, é um dos líderes da CBF em Brasília. SUCESSÃO Investigado pelo FBI e pela CPI do Futebol, Del Nero pode se licenciar do cargo para se defender. Em junho, ele tentou mudar o critério para sua sucessão, mas não conseguiu. Em caso de renúncia, o mais velho substitui o mandatário. O presidente da Federação de Futebol de Santa Catarina, Delfim Peixoto, 74, é o primeiro na linha de sucessão. Peixoto se desentendeu várias vezes com Del Nero nos últimos meses. Além de Vicente e Peixoto, os outros vices da CBF são o alagoano Gustavo Feijó e o maranhense Fernando Sarney. Preso na Suíça desde maio, José Maria Marin também era vice de Del Nero. Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Del Nero é suspeito de participação no esquema. No mês passado, os senadores quebraram o sigilo bancário e fiscal do presidente da CBF. | esporte | Vice da CBF consulta Câmara sobre possibilidade de substituir Del NeroO deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) aguarda um parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para saber se poderá substituir o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, caso ele peça licença do comando da entidade. O documento foi enviado pelo deputado no dia 1º de setembro e será votado nesta terça (15). O relator do caso, deputado Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA), apoia o pedido. Ele disse que não "há impedimento para que um parlamentar em exercício ocupe cumulativamente" os cargos "desde que a CBF não goze de favor decorrente de contrato" com o governo. Vicente definiu que faria a consulta à CCJ com o aval de Del Nero, após uma reunião com dirigentes da CBF, no dia 30 de agosto. Ele é um dos cinco vices da entidade e o preferido de Del Nero para substituí-lo em caso de licença. Pelo estatuto da CBF, o presidente pode se licenciar do cargo por até seis meses. Nesse caso, ele tem o direito de escolher o seu substituto entre os vices. Vicente é deputado federal e presidente estadual do Partido Progressista (PP). No ano passado, ele foi eleito para o quarto mandato parlamentar, com 45.525 votos. Além disso, é um dos líderes da CBF em Brasília. SUCESSÃO Investigado pelo FBI e pela CPI do Futebol, Del Nero pode se licenciar do cargo para se defender. Em junho, ele tentou mudar o critério para sua sucessão, mas não conseguiu. Em caso de renúncia, o mais velho substitui o mandatário. O presidente da Federação de Futebol de Santa Catarina, Delfim Peixoto, 74, é o primeiro na linha de sucessão. Peixoto se desentendeu várias vezes com Del Nero nos últimos meses. Além de Vicente e Peixoto, os outros vices da CBF são o alagoano Gustavo Feijó e o maranhense Fernando Sarney. Preso na Suíça desde maio, José Maria Marin também era vice de Del Nero. Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Del Nero é suspeito de participação no esquema. No mês passado, os senadores quebraram o sigilo bancário e fiscal do presidente da CBF. | 4 |
Transgêneros relatam ter entrado no Exército britânico como 'terapia' | As experiências de ex-militares que tiveram dificuldades com suas identidades de gênero estão sendo expostas em Liverpool, no Reino Unido. O projeto "Dry Your Eyes, Princess" (Seque seus olhos, princesa, em tradução literal) entrevistou 20 veteranas. Muitas disseram ter entrado no Exército como "forma de terapia", segundo a historiadora Emma Vickers, da Universidade John Moores, de Liverpool. O nome da exposição vem da frase depreciativa que sugere "endureça", e que participantes disseram ter "ouvido com frequência" no Exército. As entrevistadas disseram, por exemplo, terem sido forçadas a mentir sobre suas roupas femininas durante a vida militar como homens. Transgênero é um termo que se refere à pessoa cuja identidade de gênero e/ou expressão é diferente do sexo de nascimento. "Transgêneros no Reino Unido foram dispensados em grande número antes de 1999 e, devido ao entendimento limitado de identidades trans, oficiais confundiam identidade de gênero com identidade sexual", disse Emma. A historiadora descobriu que muitas entraram na vida militar na esperança de que a "hipermasculinidade" do Exército as faria superar o "desconforto que sentiam com a identidade de gênero que tinham". Em 1999, a proibição a oficiais transgêneros no Exército do Reino Unido foi revogada. A exposição segue até o dia 31 de janeiro no Museu de Liverpool. 'EM BUSCA DA PARTE PERDIDA' Michaela entrou no grupo de engenheiros mecânicos e elétricos do Exército em 1975 para "encontrar a parte perdida" de sua vida. Ela disse que não havia nenhuma conscientização de pessoas transgênero, que eram vistas por autoridades como "gays que vestiam roupas do gênero oposto". "A visão era que estas pessoas não existiam", disse. Enquanto servia na Alemanha, ela visitou bares LGBT e se vestiu como mulher longe do público. Ela deixou o Exército em 1981, porque sentia que não podia ser quem era, e começou uma nova vida. "O maior arrependimento é que eu não fiz mais nas Forças Armadas e não consegui ser oficialmente Michaela". "Este é um arrependimento que ficará comigo até o fim da minha vida". 'FUI O HOMEM QUE TODO MUNDO QUERIA QUE EU FOSSE' Muitas das entrevistadas disseram ter entrado no Exército para provar sua masculinidade, mas Dawn disse que se sentia pior com cada esforço de se masculinizar. Disse que "nunca estava feliz". "Eu atuava num papel. Era a maior camuflagem que eu poderia ter na minha vida". "Eu fui forçada a entrar nos cadetes do Exército quando eu tinha 16 anos para provar minha masculinidade e ser o homem que todo mundo queria que eu fosse." "Eu apanhei do meu pai após o médico dizer a ele que eu gostaria de ser uma menina." "Foi decidido na cabeça dele que nós nunca falaríamos sobre isso de novo." "Ele me fez dizer 'Eu não sou uma menina' e essa foi a pior mentira que eu disse na minha vida." Dawn, de Rochdale, na região de Manchester, no Reino Unido, serviu por mais de 20 anos, inclusive na Irlanda do Norte. "Meu pai acreditava que o Exército me transformaria num homem." 'NINGUÉM ME CONHECIA' Abi descobriu bem cedo que ela era diferente e que "não se encaixava nas regras", após entrar no Exército nos anos 1980. Mas não se assumiu por mais de 40 anos, "tentando desesperadamente" agradar a sociedade e a sua família. "Tudo sobre a pessoa que eu sou hoje foi cuidadosamente trancado numa pequena caixa em algum lugar para nunca ser aberta. Ninguém me conhecia." Abi fez a transição em 2007 após sofrer um ataque nervoso depois de retornar do Afeganistão. Ela deixou o Exército após sentir que não conseguiria servir como uma mulher. | mundo | Transgêneros relatam ter entrado no Exército britânico como 'terapia'As experiências de ex-militares que tiveram dificuldades com suas identidades de gênero estão sendo expostas em Liverpool, no Reino Unido. O projeto "Dry Your Eyes, Princess" (Seque seus olhos, princesa, em tradução literal) entrevistou 20 veteranas. Muitas disseram ter entrado no Exército como "forma de terapia", segundo a historiadora Emma Vickers, da Universidade John Moores, de Liverpool. O nome da exposição vem da frase depreciativa que sugere "endureça", e que participantes disseram ter "ouvido com frequência" no Exército. As entrevistadas disseram, por exemplo, terem sido forçadas a mentir sobre suas roupas femininas durante a vida militar como homens. Transgênero é um termo que se refere à pessoa cuja identidade de gênero e/ou expressão é diferente do sexo de nascimento. "Transgêneros no Reino Unido foram dispensados em grande número antes de 1999 e, devido ao entendimento limitado de identidades trans, oficiais confundiam identidade de gênero com identidade sexual", disse Emma. A historiadora descobriu que muitas entraram na vida militar na esperança de que a "hipermasculinidade" do Exército as faria superar o "desconforto que sentiam com a identidade de gênero que tinham". Em 1999, a proibição a oficiais transgêneros no Exército do Reino Unido foi revogada. A exposição segue até o dia 31 de janeiro no Museu de Liverpool. 'EM BUSCA DA PARTE PERDIDA' Michaela entrou no grupo de engenheiros mecânicos e elétricos do Exército em 1975 para "encontrar a parte perdida" de sua vida. Ela disse que não havia nenhuma conscientização de pessoas transgênero, que eram vistas por autoridades como "gays que vestiam roupas do gênero oposto". "A visão era que estas pessoas não existiam", disse. Enquanto servia na Alemanha, ela visitou bares LGBT e se vestiu como mulher longe do público. Ela deixou o Exército em 1981, porque sentia que não podia ser quem era, e começou uma nova vida. "O maior arrependimento é que eu não fiz mais nas Forças Armadas e não consegui ser oficialmente Michaela". "Este é um arrependimento que ficará comigo até o fim da minha vida". 'FUI O HOMEM QUE TODO MUNDO QUERIA QUE EU FOSSE' Muitas das entrevistadas disseram ter entrado no Exército para provar sua masculinidade, mas Dawn disse que se sentia pior com cada esforço de se masculinizar. Disse que "nunca estava feliz". "Eu atuava num papel. Era a maior camuflagem que eu poderia ter na minha vida". "Eu fui forçada a entrar nos cadetes do Exército quando eu tinha 16 anos para provar minha masculinidade e ser o homem que todo mundo queria que eu fosse." "Eu apanhei do meu pai após o médico dizer a ele que eu gostaria de ser uma menina." "Foi decidido na cabeça dele que nós nunca falaríamos sobre isso de novo." "Ele me fez dizer 'Eu não sou uma menina' e essa foi a pior mentira que eu disse na minha vida." Dawn, de Rochdale, na região de Manchester, no Reino Unido, serviu por mais de 20 anos, inclusive na Irlanda do Norte. "Meu pai acreditava que o Exército me transformaria num homem." 'NINGUÉM ME CONHECIA' Abi descobriu bem cedo que ela era diferente e que "não se encaixava nas regras", após entrar no Exército nos anos 1980. Mas não se assumiu por mais de 40 anos, "tentando desesperadamente" agradar a sociedade e a sua família. "Tudo sobre a pessoa que eu sou hoje foi cuidadosamente trancado numa pequena caixa em algum lugar para nunca ser aberta. Ninguém me conhecia." Abi fez a transição em 2007 após sofrer um ataque nervoso depois de retornar do Afeganistão. Ela deixou o Exército após sentir que não conseguiria servir como uma mulher. | 3 |
Chamada a cobrar para os EUA é extinta; veja outras opções para ligar | Brasileiros não estão conseguindo fazer ligações a cobrar para o exterior desde o final do ano passado. O serviço era oferecido apenas pela Embratel. Para fazer esse tipo de chamada, era preciso ligar para uma central telefônica, no número 0800 703 2100, e pedir ao operador que fizesse a ligação. Também era possível ter ajuda do profissional para encontrar a pessoa com quem se desejasse falar –obtendo auxílio para dar explicações em recepções de hotéis, por exemplo. A reportagem tentou fazer o telefonema e foi informada de que ele está indisponível há meses. O serviço era oferecido graças a acordo que a Embratel mantinha com a companhia americana Verizon. A empresa dos EUA informou que interrompeu o recebimento desse tipo de ligação de todos os países. A avaliação da companhia é que o serviço ficou obsoleto e hoje existem formas mais eficientes e baratas de fazer esse tipo de ligação. Em nota, a Embratel afirma que a modalidade de ligações para o exterior a cobrar depende de contratos com operadoras internacionais, que muitas vezes suspendem temporariamente seus serviços por decisão unilateral. A companhia diz que novos acordos estão sempre sendo articulados conforme as regulações internacionais. A Embratel não informou se há uma expectativa para o reestabelecimento do serviço nem qual o volume de ligações que eram feitas. A empresa continua a fazer ligações a cobrar para outros países. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que a Embratel não tem nem monopólio nem a obrigação de oferecer o serviço de chamadas a cobrar para destinos estrangeiros. * COMO LIGAR PARA O EXTERIOR GASTANDO POUCO WhatsApp Permite chamadas de voz e de vídeos a partir da internet; é preciso saber o número de telefone de quem se quer contatar Skype Permite fazer ligações de voz e vídeo pela rede entre pessoas que usam o serviço; também é possível comprar créditos para fazer ligações para quem está fora do serviço Hangouts Serviço permite fazer ligações e chamadas de vídeos para quem tem uma conta do Google; as chamadas podem ser feitas em variados serviços, como Gmail e Chrome Face Time Aplicativo da Apple que permite fazer ligações e chamadas de vídeo entre aparelhos que usam o sistema operacional da empresa | mercado | Chamada a cobrar para os EUA é extinta; veja outras opções para ligarBrasileiros não estão conseguindo fazer ligações a cobrar para o exterior desde o final do ano passado. O serviço era oferecido apenas pela Embratel. Para fazer esse tipo de chamada, era preciso ligar para uma central telefônica, no número 0800 703 2100, e pedir ao operador que fizesse a ligação. Também era possível ter ajuda do profissional para encontrar a pessoa com quem se desejasse falar –obtendo auxílio para dar explicações em recepções de hotéis, por exemplo. A reportagem tentou fazer o telefonema e foi informada de que ele está indisponível há meses. O serviço era oferecido graças a acordo que a Embratel mantinha com a companhia americana Verizon. A empresa dos EUA informou que interrompeu o recebimento desse tipo de ligação de todos os países. A avaliação da companhia é que o serviço ficou obsoleto e hoje existem formas mais eficientes e baratas de fazer esse tipo de ligação. Em nota, a Embratel afirma que a modalidade de ligações para o exterior a cobrar depende de contratos com operadoras internacionais, que muitas vezes suspendem temporariamente seus serviços por decisão unilateral. A companhia diz que novos acordos estão sempre sendo articulados conforme as regulações internacionais. A Embratel não informou se há uma expectativa para o reestabelecimento do serviço nem qual o volume de ligações que eram feitas. A empresa continua a fazer ligações a cobrar para outros países. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que a Embratel não tem nem monopólio nem a obrigação de oferecer o serviço de chamadas a cobrar para destinos estrangeiros. * COMO LIGAR PARA O EXTERIOR GASTANDO POUCO WhatsApp Permite chamadas de voz e de vídeos a partir da internet; é preciso saber o número de telefone de quem se quer contatar Skype Permite fazer ligações de voz e vídeo pela rede entre pessoas que usam o serviço; também é possível comprar créditos para fazer ligações para quem está fora do serviço Hangouts Serviço permite fazer ligações e chamadas de vídeos para quem tem uma conta do Google; as chamadas podem ser feitas em variados serviços, como Gmail e Chrome Face Time Aplicativo da Apple que permite fazer ligações e chamadas de vídeo entre aparelhos que usam o sistema operacional da empresa | 2 |
Comissão adia discussão sobre menos ministérios; aliados apoiam proposta | A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara adiou nesta quarta-feira (25) a discussão de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita a 20 o número de ministérios. A proposta é patrocinada pelo PMDB, principal aliado do governo Dilma Rousseff e que sempre protagonizou reivindicações por mais espaço nos governos do PT. Atualmente, a presidente tem 39 ministros. A PEC é de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na discussão da proposta, deputados de partidos governistas com representação na Esplanada dos Ministérios –como do PRB, que controla a pasta do Esporte– indicaram adesão à proposta. O debate foi suspenso por um pedido de vista de deputados do PT, contrários ao projeto. A bancada petista na comissão recorreu à suspensão do debate após um requerimento dos deputados Alessandro Molon (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP), solicitando a retirada da PEC da pauta de votações, ser rejeitado por 36 votos a 17 votos. PP, PSD e Pros liberaram suas bancadas nesta votação. PMDB –que tem sete ministérios na atual composição do governo Dilma–, PRB e partidos da oposição votaram pela manutenção da votação. PT, PR e PCdoB votaram pela retirada da proposta. A expectativa é de que a matéria seja analisada na próxima semana pela comissão. "Precisamos cortar em todas as áreas e nada melhor do que o exemplo do próprio governo, que demanda a aprovação do ajuste fiscal ao Congresso e à sociedade que compreenda", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Teixeira afirmou que a extinção de ministérios não vai representar economia, uma vez que as atividades serão executadas por outras pastas. "Se extinguir 18 ministérios, não vai representar economia. Não podemos pregar a ilusão de que haverá economia", disse o petista. | poder | Comissão adia discussão sobre menos ministérios; aliados apoiam propostaA Comissão de Constituição e Justiça da Câmara adiou nesta quarta-feira (25) a discussão de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita a 20 o número de ministérios. A proposta é patrocinada pelo PMDB, principal aliado do governo Dilma Rousseff e que sempre protagonizou reivindicações por mais espaço nos governos do PT. Atualmente, a presidente tem 39 ministros. A PEC é de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na discussão da proposta, deputados de partidos governistas com representação na Esplanada dos Ministérios –como do PRB, que controla a pasta do Esporte– indicaram adesão à proposta. O debate foi suspenso por um pedido de vista de deputados do PT, contrários ao projeto. A bancada petista na comissão recorreu à suspensão do debate após um requerimento dos deputados Alessandro Molon (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP), solicitando a retirada da PEC da pauta de votações, ser rejeitado por 36 votos a 17 votos. PP, PSD e Pros liberaram suas bancadas nesta votação. PMDB –que tem sete ministérios na atual composição do governo Dilma–, PRB e partidos da oposição votaram pela manutenção da votação. PT, PR e PCdoB votaram pela retirada da proposta. A expectativa é de que a matéria seja analisada na próxima semana pela comissão. "Precisamos cortar em todas as áreas e nada melhor do que o exemplo do próprio governo, que demanda a aprovação do ajuste fiscal ao Congresso e à sociedade que compreenda", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Teixeira afirmou que a extinção de ministérios não vai representar economia, uma vez que as atividades serão executadas por outras pastas. "Se extinguir 18 ministérios, não vai representar economia. Não podemos pregar a ilusão de que haverá economia", disse o petista. | 0 |
Veja perguntas e respostas sobre a morte do meio-irmão de Kim Jong-un | O que realmente sabemos sobre a morte súbita de um membro da família que governo a Coreia do Norte que vivia em exílio? Além das especulações fervilhantes da mídia e da reação instantânea de "a culpa só poder ser de Pyongyang", por parte de uma agência de espionagem da Coreia do Sul, não muito. Enquanto a investigação prossegue, o mistério sobre o que exatamente aconteceu com o meio-irmão do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, enquanto ele esperava o avião em um aeroporto da Malásia, não para de crescer. Kim Jong-nam foi envenenado? As duas mulheres suspeitas de um possível ataque são assassinas treinadas ou apenas bodes expiatórios? Como podemos ter certeza de que a Coreia do Norte, que parece a mais provável culpada, esteve envolvida? O Serviço de Inteligência Nacional da Coreia do Sul –uma agência nada amiga de Pyongyang– e repórteres apressados de toda a Ásia criaram um perfil dramático, quase cinematográfico, sobre a hora final de vida de Kim. Mas o número de perguntas sem resposta ainda é imenso. Abaixo, algumas delas: * Kim foi envenenado? Essa pergunta talvez seja respondida em breve. Kim se queixou antes de morrer de que alguém havia borrifado alguma espécie de produto químico em seu rosto. Presumivelmente a autópsia das autoridades malasianas, que ainda está em curso, determinará se Kim foi morto por um veneno e, caso isso tenha acontecido, que veneno. Uma grande questão é de que maneira os possíveis assassinos teriam aplicado uma dose fatal de um produto químico contra uma pessoa que estava em um movimentado aeroporto. O serviço de inteligência da Coreia do Sul diz que Kim quase certamente foi envenenado, mas não está claro se isso teria acontecido por meio de uma agulha ou de um spray, e os sul-coreanos não ofereceram outros detalhes. Uma possibilidade é que o veneno seja brometo de neostigmina, que as autoridades da Coreia do Sul afirmam ser aplicável por meio de uma arma semelhante a uma caneta, usada em uma tentativa frustrada norte-coreana de assassinar um ativista hostil à Coreia do Norte em 2011. Ou o veneno poderia ser cianeto ou gás sarin, de acordo com um professor de uma universidade de Seul que pediu que seu nome não fosse mencionado porque os resultados da autópsia de Kim ainda não foram divulgados. O gás sarin foi usado em um atentado no metrô de Tóquio em 1995. E o que acontece caso Kim não tenha sido envenenado? Bem, a mídia deve recuar tão rápido quanto acelerou, e a agência de espionagem da Coreia do Sul terá que oferecer explicações embaraçosas. Foi mesmo a Coreia do Norte? Responsabilizar a Coreia do Norte, claro, é a resposta fácil. O serviço de espionagem sul-coreano considera a Coreia do Norte como culpada por todos os problemas e, em um briefing quase imediato a legisladores em Seul, responsabilizou agentes norte-coreanos pela morte, afirmando que Kim Jong-nam vinha sendo atacado há cinco anos por causa da "paranoia" de Kim Jong-un. A maioria dos veículos noticiosos adotou essa explicação, mas até agora as autoridades da Malásia não apontaram para vínculos sólidos com a Coreia do Norte. Quando questionado, na quinta-feira (16), se a Coreia do Norte estava por trás do homicídio, o ministro assistente do Interior malasiano, Zahid Hamidi, disse que "isso é especulação". O que não significa que a Coreia do Norte não poderia ter orquestrado um ataque como esse. O atentado se enquadra a um determinado perfil: agentes norte-coreanos em diversas ocasiões realizaram ações na Coreia do Sul, matando desertores, em certos casos por envenenamento, e críticos do regime. Quem são as mulheres que foram detidas? As duas mulheres detidas em conexão com a morte de Kim foram apanhadas pelas câmeras de vigilância do aeroporto nas imediações dele, quando adoeceu. As duas parecem estar na casa dos 20 anos. Uma tem passaporte indonésio, e a outra porta documentos de viagem vietnamitas e foi vista, em imagens de baixa definição, esperando um táxi e usando um macacão no qual se lia "LOL" (jargão de Internet para "rindo alto"). Mas seu possível envolvimento na morte de Kim ainda é incerto. Será que simplesmente estavam no lugar errado na hora errada? Seriam agentes norte-coreanas, e até quem sabe cidadãs norte-coreanas usando passaportes falsos? Kim Jong-nam, em um dos momentos mais desanimadores de sua vida, passou por humilhação ao tentar entrar de fininho no Japão para visitar a Disneylândia de Tóquio –com um passaporte da República Dominicana. A polícia está tentando verificar se os documentos de viagem das mulheres eram originais, de acordo com o ministro malasiano. A polícia disse ter detido também um terceiro suspeito, de nacionalidade malasiana, que ao que se sabe namora a suspeita que porta passaporte indonésio. Se esse foi um homicídio cuidadosamente planejado –fruto de uma trama iniciada há anos, de acordo com os serviços de inteligência da Coreia do Sul– há ainda outras questões a responder: agentes norte-coreanos se deixariam prender com tamanha facilidade? (Uma das mulheres foi detida no aeroporto dois dias depois da morte de Kim). E fugiriam da cena do crime de táxi? Outros exilados norte-coreanos podem estar em perigo? O governo da Coreia do Sul disse que estava reforçando a segurança dos mais conhecidos desertores norte-coreanos que vivem no país, muitos dos quais já contam com proteção policial. Kim Jong-nam foi protegido por muito tempo pela China, em sua base em Macau, de acordo com o serviço de espionagem sul-coreano. Agentes sul-coreanos dizem que ele deixa dois filhos e uma filha, de duas mulheres diferentes, que vivem em Pequim e Macau. Ha Taekeung, legislador sul-coreano que luta pelos direitos humanos na Coreia do Norte, declarou em entrevista no rádio quinta-feira que Kim Han-sol, filho de Kim Jong-nam, pode estar em perigo, porque sabe de segredos delicados sobre a vida pessoal de Kim Jong-un. Kim Han-sol, que vivia com o pai em Macau, descreveu Kim Jong-un como "ditador" em uma entrevista em 2012. O que a China fará? A China, mais importante aliada da Coreia do Norte, pouco disse oficialmente sobre a morte. Pequim ao que se sabe via Kim Jong-nam como potencial líder caso o governo da Coreia do Norte entre em colapso. Um editorial do "Global Times", o jornal em inglês do Partido Comunista chinês, afirmou na quinta-feira que a China expressaria condenação caso surja confirmação de que Kim foi assassinado. "Independentemente de o quanto a disputa política interna de um país seja intensa, não existe dúvida de que não se deve depender de assassinato político como forma de avançar em direção de objetivos", diz o editorial diz. "Embora ainda não tenha emergido uma conclusão final sobre a morte súbita de Kim Jong-nam, as especulações até agora apontam firmemente na direção de Pyongyang". Tradução de PAULO MIGLIACCI | mundo | Veja perguntas e respostas sobre a morte do meio-irmão de Kim Jong-unO que realmente sabemos sobre a morte súbita de um membro da família que governo a Coreia do Norte que vivia em exílio? Além das especulações fervilhantes da mídia e da reação instantânea de "a culpa só poder ser de Pyongyang", por parte de uma agência de espionagem da Coreia do Sul, não muito. Enquanto a investigação prossegue, o mistério sobre o que exatamente aconteceu com o meio-irmão do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, enquanto ele esperava o avião em um aeroporto da Malásia, não para de crescer. Kim Jong-nam foi envenenado? As duas mulheres suspeitas de um possível ataque são assassinas treinadas ou apenas bodes expiatórios? Como podemos ter certeza de que a Coreia do Norte, que parece a mais provável culpada, esteve envolvida? O Serviço de Inteligência Nacional da Coreia do Sul –uma agência nada amiga de Pyongyang– e repórteres apressados de toda a Ásia criaram um perfil dramático, quase cinematográfico, sobre a hora final de vida de Kim. Mas o número de perguntas sem resposta ainda é imenso. Abaixo, algumas delas: * Kim foi envenenado? Essa pergunta talvez seja respondida em breve. Kim se queixou antes de morrer de que alguém havia borrifado alguma espécie de produto químico em seu rosto. Presumivelmente a autópsia das autoridades malasianas, que ainda está em curso, determinará se Kim foi morto por um veneno e, caso isso tenha acontecido, que veneno. Uma grande questão é de que maneira os possíveis assassinos teriam aplicado uma dose fatal de um produto químico contra uma pessoa que estava em um movimentado aeroporto. O serviço de inteligência da Coreia do Sul diz que Kim quase certamente foi envenenado, mas não está claro se isso teria acontecido por meio de uma agulha ou de um spray, e os sul-coreanos não ofereceram outros detalhes. Uma possibilidade é que o veneno seja brometo de neostigmina, que as autoridades da Coreia do Sul afirmam ser aplicável por meio de uma arma semelhante a uma caneta, usada em uma tentativa frustrada norte-coreana de assassinar um ativista hostil à Coreia do Norte em 2011. Ou o veneno poderia ser cianeto ou gás sarin, de acordo com um professor de uma universidade de Seul que pediu que seu nome não fosse mencionado porque os resultados da autópsia de Kim ainda não foram divulgados. O gás sarin foi usado em um atentado no metrô de Tóquio em 1995. E o que acontece caso Kim não tenha sido envenenado? Bem, a mídia deve recuar tão rápido quanto acelerou, e a agência de espionagem da Coreia do Sul terá que oferecer explicações embaraçosas. Foi mesmo a Coreia do Norte? Responsabilizar a Coreia do Norte, claro, é a resposta fácil. O serviço de espionagem sul-coreano considera a Coreia do Norte como culpada por todos os problemas e, em um briefing quase imediato a legisladores em Seul, responsabilizou agentes norte-coreanos pela morte, afirmando que Kim Jong-nam vinha sendo atacado há cinco anos por causa da "paranoia" de Kim Jong-un. A maioria dos veículos noticiosos adotou essa explicação, mas até agora as autoridades da Malásia não apontaram para vínculos sólidos com a Coreia do Norte. Quando questionado, na quinta-feira (16), se a Coreia do Norte estava por trás do homicídio, o ministro assistente do Interior malasiano, Zahid Hamidi, disse que "isso é especulação". O que não significa que a Coreia do Norte não poderia ter orquestrado um ataque como esse. O atentado se enquadra a um determinado perfil: agentes norte-coreanos em diversas ocasiões realizaram ações na Coreia do Sul, matando desertores, em certos casos por envenenamento, e críticos do regime. Quem são as mulheres que foram detidas? As duas mulheres detidas em conexão com a morte de Kim foram apanhadas pelas câmeras de vigilância do aeroporto nas imediações dele, quando adoeceu. As duas parecem estar na casa dos 20 anos. Uma tem passaporte indonésio, e a outra porta documentos de viagem vietnamitas e foi vista, em imagens de baixa definição, esperando um táxi e usando um macacão no qual se lia "LOL" (jargão de Internet para "rindo alto"). Mas seu possível envolvimento na morte de Kim ainda é incerto. Será que simplesmente estavam no lugar errado na hora errada? Seriam agentes norte-coreanas, e até quem sabe cidadãs norte-coreanas usando passaportes falsos? Kim Jong-nam, em um dos momentos mais desanimadores de sua vida, passou por humilhação ao tentar entrar de fininho no Japão para visitar a Disneylândia de Tóquio –com um passaporte da República Dominicana. A polícia está tentando verificar se os documentos de viagem das mulheres eram originais, de acordo com o ministro malasiano. A polícia disse ter detido também um terceiro suspeito, de nacionalidade malasiana, que ao que se sabe namora a suspeita que porta passaporte indonésio. Se esse foi um homicídio cuidadosamente planejado –fruto de uma trama iniciada há anos, de acordo com os serviços de inteligência da Coreia do Sul– há ainda outras questões a responder: agentes norte-coreanos se deixariam prender com tamanha facilidade? (Uma das mulheres foi detida no aeroporto dois dias depois da morte de Kim). E fugiriam da cena do crime de táxi? Outros exilados norte-coreanos podem estar em perigo? O governo da Coreia do Sul disse que estava reforçando a segurança dos mais conhecidos desertores norte-coreanos que vivem no país, muitos dos quais já contam com proteção policial. Kim Jong-nam foi protegido por muito tempo pela China, em sua base em Macau, de acordo com o serviço de espionagem sul-coreano. Agentes sul-coreanos dizem que ele deixa dois filhos e uma filha, de duas mulheres diferentes, que vivem em Pequim e Macau. Ha Taekeung, legislador sul-coreano que luta pelos direitos humanos na Coreia do Norte, declarou em entrevista no rádio quinta-feira que Kim Han-sol, filho de Kim Jong-nam, pode estar em perigo, porque sabe de segredos delicados sobre a vida pessoal de Kim Jong-un. Kim Han-sol, que vivia com o pai em Macau, descreveu Kim Jong-un como "ditador" em uma entrevista em 2012. O que a China fará? A China, mais importante aliada da Coreia do Norte, pouco disse oficialmente sobre a morte. Pequim ao que se sabe via Kim Jong-nam como potencial líder caso o governo da Coreia do Norte entre em colapso. Um editorial do "Global Times", o jornal em inglês do Partido Comunista chinês, afirmou na quinta-feira que a China expressaria condenação caso surja confirmação de que Kim foi assassinado. "Independentemente de o quanto a disputa política interna de um país seja intensa, não existe dúvida de que não se deve depender de assassinato político como forma de avançar em direção de objetivos", diz o editorial diz. "Embora ainda não tenha emergido uma conclusão final sobre a morte súbita de Kim Jong-nam, as especulações até agora apontam firmemente na direção de Pyongyang". Tradução de PAULO MIGLIACCI | 3 |
Chacina antigays há 43 anos em Nova Orleans foi praticamente esquecida | As igrejas se recusaram a sepultar os restos mortais das vítimas. A morte da maioria dessas vítimas foi ignorada ou às vezes ironizada por políticos e a mídia. Ninguém foi indiciado pelo crime. O incidente deu lugar a uma piada que se disseminou por locais de trabalho e foi repetida na rádio. O massacre em Orlando foi seguido por manifestações de pesar de políticos e cidadãos comuns, mas, para quem se lembra do incêndio no bar UpStairs Lounge, de Nova Orleans, essa recordação solitária se projetou com força sobre as discussões a respeito da carnificina desta semana na boate Pulse. Mike Moreau, 72, perdeu vários amigos no incêndio no UpStairs Lounge. O que chama sua atenção são todas as diferenças entre o que aconteceu então e o caso mais recente, mas também a familiaridade da dor surda provocada pela tragédia. "O que aconteceu conosco teve que ser mantido no âmbito particular", falou Moreau. "O público não queria saber sobre isso. Se as pessoas ouviam falar do assunto, reagiam com indiferença: 'Graças a Deus que eles morreram, eles mereciam'." "Ver todas as manifestações de amor e apoio que essas pobres famílias estão recebendo é fantástico", ele disse, aludindo ao massacre em Orlando. "Elas estão sofrendo do mesmo jeito que nós sofremos, mas pelo menos sabem que o mundo entende sua dor e as apoia." INCÊNDIO Moreau estava com amigos em outro bar próximo ao UpStairs Lounge no dia 24 de junho de 1973, quando um incendiário criminoso regou a escada que subia para o bar com fluido de isqueiro, ateou fogo ao fluido e tocou a campainha. Quando alguém abriu a porta do bar, uma bola de fogo invadiu o lugar. Um grupo de pessoas fugiu por uma porta nos fundos, mas outro grupo ficou encurralado do outro lado da sala, entre as chamas e as janelas com grades do teto ao chão. Quando bombeiros extinguiram o incêndio, encontraram uma pilha de corpos carbonizados. Algumas das pessoas estavam abraçadas, outras, pressionadas contra as janelas. Fiéis da seção de Nova Orleans da igreja Metropolitan Community, que apoiava a comunidade LGBT, estavam reunidos no local depois do serviço religioso. O pastor Bill Larson estava entre os mortos. Seu corpo carbonizado foi deixado encostado nas grades da janela durante horas, em plena vista dos transeuntes. Larson foi um dos muitos que morreram no lugar sem nunca terem revelado sua homossexualidade às suas famílias, e sua mãe se negou a cuidar de seus restos mortais, disse Robert L. Camina, que dirigiu um documentário sobre o incêndio, "UpStairs Inferno". "A mãe dele se recusou a buscar as cinzas dele porque ficou envergonhada demais por ter um filho gay", disse Camina. "E esse foi apenas um exemplo. Três outras pessoas nunca chegaram a ser identificadas. Por quê? Alguém deve ter dado pela falta delas." Essas três pessoas foram sepultadas em túmulos não identificados num cemitério de indigentes, ao lado de uma quarta pessoa, Ferris LeBlanc, cuja família só descobriu no ano passado o que tinha acontecido com ele, contou o diretor do documentário. "Abriram uma cova no chão, colocaram um saco dentro e cobriram", disse Moreau. INDIFERENÇA Figuras públicas da época reagiram com indiferença. O então prefeito de Nova Orleans, Moon Landrieu, não cancelou suas férias. Quarenta anos mais tarde, seu filho Mitch Landrieu, o prefeito atual, declarou um dia de luto público pelas vítimas do incêndio no aniversário da tragédia. "Hoje as pessoas LGBT têm um lugar à mesa que não tinham na época", falou Clayton Delery-Edwards, autor de um livro sobre o incêndio, publicado em 2014. O incêndio foi uma ferida aberta na comunidade gay de Nova Orleans durante anos. Ninguém chegou a ser indiciado pelo ataque, e um homem visto por muitos como o principal suspeito nunca chegou a ser detido. Ele cometeu suicídio um ano após o incêndio. Johnny Townsend, que entrevistou sobreviventes no final dos anos 1980 e em 2014 publicou seus relatos, disse que o 40º aniversário da tragédia a levou à atenção pública de uma maneira que não tinha acontecido antes. "Hoje as pessoas têm mais consciência de sua própria história", ele disse. Para Moreau, as manifestações de apoio às vítimas de Orlando estão sendo um sinal encorajador de progresso. "Aquelas pessoas infelizes em Orlando pelo menos sabem que o mundo inteiro lhes está dando apoio. No nosso caso, ninguém se importou conosco." Tradução de CLARA ALLAIN | mundo | Chacina antigays há 43 anos em Nova Orleans foi praticamente esquecidaAs igrejas se recusaram a sepultar os restos mortais das vítimas. A morte da maioria dessas vítimas foi ignorada ou às vezes ironizada por políticos e a mídia. Ninguém foi indiciado pelo crime. O incidente deu lugar a uma piada que se disseminou por locais de trabalho e foi repetida na rádio. O massacre em Orlando foi seguido por manifestações de pesar de políticos e cidadãos comuns, mas, para quem se lembra do incêndio no bar UpStairs Lounge, de Nova Orleans, essa recordação solitária se projetou com força sobre as discussões a respeito da carnificina desta semana na boate Pulse. Mike Moreau, 72, perdeu vários amigos no incêndio no UpStairs Lounge. O que chama sua atenção são todas as diferenças entre o que aconteceu então e o caso mais recente, mas também a familiaridade da dor surda provocada pela tragédia. "O que aconteceu conosco teve que ser mantido no âmbito particular", falou Moreau. "O público não queria saber sobre isso. Se as pessoas ouviam falar do assunto, reagiam com indiferença: 'Graças a Deus que eles morreram, eles mereciam'." "Ver todas as manifestações de amor e apoio que essas pobres famílias estão recebendo é fantástico", ele disse, aludindo ao massacre em Orlando. "Elas estão sofrendo do mesmo jeito que nós sofremos, mas pelo menos sabem que o mundo entende sua dor e as apoia." INCÊNDIO Moreau estava com amigos em outro bar próximo ao UpStairs Lounge no dia 24 de junho de 1973, quando um incendiário criminoso regou a escada que subia para o bar com fluido de isqueiro, ateou fogo ao fluido e tocou a campainha. Quando alguém abriu a porta do bar, uma bola de fogo invadiu o lugar. Um grupo de pessoas fugiu por uma porta nos fundos, mas outro grupo ficou encurralado do outro lado da sala, entre as chamas e as janelas com grades do teto ao chão. Quando bombeiros extinguiram o incêndio, encontraram uma pilha de corpos carbonizados. Algumas das pessoas estavam abraçadas, outras, pressionadas contra as janelas. Fiéis da seção de Nova Orleans da igreja Metropolitan Community, que apoiava a comunidade LGBT, estavam reunidos no local depois do serviço religioso. O pastor Bill Larson estava entre os mortos. Seu corpo carbonizado foi deixado encostado nas grades da janela durante horas, em plena vista dos transeuntes. Larson foi um dos muitos que morreram no lugar sem nunca terem revelado sua homossexualidade às suas famílias, e sua mãe se negou a cuidar de seus restos mortais, disse Robert L. Camina, que dirigiu um documentário sobre o incêndio, "UpStairs Inferno". "A mãe dele se recusou a buscar as cinzas dele porque ficou envergonhada demais por ter um filho gay", disse Camina. "E esse foi apenas um exemplo. Três outras pessoas nunca chegaram a ser identificadas. Por quê? Alguém deve ter dado pela falta delas." Essas três pessoas foram sepultadas em túmulos não identificados num cemitério de indigentes, ao lado de uma quarta pessoa, Ferris LeBlanc, cuja família só descobriu no ano passado o que tinha acontecido com ele, contou o diretor do documentário. "Abriram uma cova no chão, colocaram um saco dentro e cobriram", disse Moreau. INDIFERENÇA Figuras públicas da época reagiram com indiferença. O então prefeito de Nova Orleans, Moon Landrieu, não cancelou suas férias. Quarenta anos mais tarde, seu filho Mitch Landrieu, o prefeito atual, declarou um dia de luto público pelas vítimas do incêndio no aniversário da tragédia. "Hoje as pessoas LGBT têm um lugar à mesa que não tinham na época", falou Clayton Delery-Edwards, autor de um livro sobre o incêndio, publicado em 2014. O incêndio foi uma ferida aberta na comunidade gay de Nova Orleans durante anos. Ninguém chegou a ser indiciado pelo ataque, e um homem visto por muitos como o principal suspeito nunca chegou a ser detido. Ele cometeu suicídio um ano após o incêndio. Johnny Townsend, que entrevistou sobreviventes no final dos anos 1980 e em 2014 publicou seus relatos, disse que o 40º aniversário da tragédia a levou à atenção pública de uma maneira que não tinha acontecido antes. "Hoje as pessoas têm mais consciência de sua própria história", ele disse. Para Moreau, as manifestações de apoio às vítimas de Orlando estão sendo um sinal encorajador de progresso. "Aquelas pessoas infelizes em Orlando pelo menos sabem que o mundo inteiro lhes está dando apoio. No nosso caso, ninguém se importou conosco." Tradução de CLARA ALLAIN | 3 |
Método experimental prevê demência dois anos antes de sintomas | Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, criaram um sistema baseado em inteligência artificial que foi capaz de prever o surgimento de demências até dois anos antes do início dos sintomas. O método experimental, que tem taxa de acerto de 84%, analisou imagens de tomografias por emissão de pósitrons do cérebro. Há tempos se sabe que existe uma correlação entre a demência e os níveis da proteína beta-amiloide, que se acumula no cérebro os pacientes. Apesar disso, a proteína não é um marcador confiável, já que há pessoas com distúrbios cognitivos e com acúmulo de beta-amiloide que não desenvolvem o mal de Alzheimer. O novo software foi disponibilizado para cientistas e estudantes, mas médicos ainda não podem usá-lo até que seja certificando pelas autoridades de saúde. O grupo tenta agora validar o método em outros grupos de pacientes, em especial aqueles que tiveram complicações, como pequenos AVCs. O estudo está na revista "Neurobiology of Aging". | equilibrioesaude | Método experimental prevê demência dois anos antes de sintomasCientistas da Universidade McGill, no Canadá, criaram um sistema baseado em inteligência artificial que foi capaz de prever o surgimento de demências até dois anos antes do início dos sintomas. O método experimental, que tem taxa de acerto de 84%, analisou imagens de tomografias por emissão de pósitrons do cérebro. Há tempos se sabe que existe uma correlação entre a demência e os níveis da proteína beta-amiloide, que se acumula no cérebro os pacientes. Apesar disso, a proteína não é um marcador confiável, já que há pessoas com distúrbios cognitivos e com acúmulo de beta-amiloide que não desenvolvem o mal de Alzheimer. O novo software foi disponibilizado para cientistas e estudantes, mas médicos ainda não podem usá-lo até que seja certificando pelas autoridades de saúde. O grupo tenta agora validar o método em outros grupos de pacientes, em especial aqueles que tiveram complicações, como pequenos AVCs. O estudo está na revista "Neurobiology of Aging". | 8 |
Marina Silva estreia na campanha de Young com comentários sobre debate | Marina Silva (Rede) fará na segunda (22) sua estreia na campanha oficial do candidato de seu partido a prefeito de São Paulo, Ricardo Young. Os dois vão acompanhar com militantes, por um telão, o debate da Band e comentar respostas dos adversários, nos intervalos e no término. O evento será transmitido pela Rede no Facebook. Por causa da regra eleitoral, Young não foi convidado para ir à emissora. Leia a coluna completa aqui | colunas | Marina Silva estreia na campanha de Young com comentários sobre debateMarina Silva (Rede) fará na segunda (22) sua estreia na campanha oficial do candidato de seu partido a prefeito de São Paulo, Ricardo Young. Os dois vão acompanhar com militantes, por um telão, o debate da Band e comentar respostas dos adversários, nos intervalos e no término. O evento será transmitido pela Rede no Facebook. Por causa da regra eleitoral, Young não foi convidado para ir à emissora. Leia a coluna completa aqui | 10 |
Em novo EP, cantora Astrid S se une de novo à autora de 'Sorry', hit de Bieber | A cantora pop norueguesa Astrid S, 20, lançou no último dia 30 o seu segundo EP solo. Com repertório de pop eletrônico, a artista, que começou a carreira aos 16 anos na versão norueguesa do "American Idol", alcançou mais de 141 milhões de execuções no Spotify com a canção "Hurts So Good", sucesso em seu primeiro EP, além de ter participado da música "Hey Hey Hey", de Katy Perry. Como em "Hurts So Good", o single que dá nome ao EP, "Party's Over", também foi coescrito por Julia Michaels, uma das compositoras de "Sorry",de Justin Bieber. Ela também já escreveu para vozes como Selena Gomez. Astrid, que em 2015 ganhou o prêmio de melhor artista norueguesa no MTV European Music Awards, compõe músicas que falam sobre relacionamentos e o universo feminino, mas afirma que não quer ser estereotipada como uma "menina vulnerável". "As pessoas categorizam garotas como sendo dramáticas e instáveis. Não acho que deveríamos ser rotuladas assim. Às vezes as pessoas ficam vulneráveis, não é uma coisa específica de um gênero", diz. Ela afirma que, apesar de suas canções não falarem diretamente de feminismo, o tema vai ganhar mais espaço em seus trabalhos futuros. "Sempre tento ter uma abordagem que mostre igualdade entre os gêneros, como em 'Such a Boy', que fala sobre uma garota sendo forte em seu relacionamento. Ano que vem quero lançar um álbum e adoraria falar mais sobre o assunto." Assista ao videoclipe de 'Such a Boy' Assista ao videoclipe de 'Such a Boy' Segundo ela, a decisão tem a ver com amadurecimento profissional e empoderamento. "Me sinto mais profissional. Falo para os produtores: 'é isso o que quero fazer e é sobre isso que quero falar'". Ouça no deezer | ilustrada | Em novo EP, cantora Astrid S se une de novo à autora de 'Sorry', hit de BieberA cantora pop norueguesa Astrid S, 20, lançou no último dia 30 o seu segundo EP solo. Com repertório de pop eletrônico, a artista, que começou a carreira aos 16 anos na versão norueguesa do "American Idol", alcançou mais de 141 milhões de execuções no Spotify com a canção "Hurts So Good", sucesso em seu primeiro EP, além de ter participado da música "Hey Hey Hey", de Katy Perry. Como em "Hurts So Good", o single que dá nome ao EP, "Party's Over", também foi coescrito por Julia Michaels, uma das compositoras de "Sorry",de Justin Bieber. Ela também já escreveu para vozes como Selena Gomez. Astrid, que em 2015 ganhou o prêmio de melhor artista norueguesa no MTV European Music Awards, compõe músicas que falam sobre relacionamentos e o universo feminino, mas afirma que não quer ser estereotipada como uma "menina vulnerável". "As pessoas categorizam garotas como sendo dramáticas e instáveis. Não acho que deveríamos ser rotuladas assim. Às vezes as pessoas ficam vulneráveis, não é uma coisa específica de um gênero", diz. Ela afirma que, apesar de suas canções não falarem diretamente de feminismo, o tema vai ganhar mais espaço em seus trabalhos futuros. "Sempre tento ter uma abordagem que mostre igualdade entre os gêneros, como em 'Such a Boy', que fala sobre uma garota sendo forte em seu relacionamento. Ano que vem quero lançar um álbum e adoraria falar mais sobre o assunto." Assista ao videoclipe de 'Such a Boy' Assista ao videoclipe de 'Such a Boy' Segundo ela, a decisão tem a ver com amadurecimento profissional e empoderamento. "Me sinto mais profissional. Falo para os produtores: 'é isso o que quero fazer e é sobre isso que quero falar'". Ouça no deezer | 1 |
Teliana perde e Brasil fica sem atletas nas chaves de simples em Wimbledon | Nesta terça-feira (30), Teliana Pereira (número 77 do ranking mundial) foi derrotada pela italiana Camila Giorgi (31) por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (7/4) e 6/3 e foi eliminada na primeira rodada do torneio de Wimbledon. Com a derrota de Thomaz Bellucci para Rafael Nadal mais cedo, o Brasil ficou sem representantes individuais em Wimbledon. Teliana, 26, participava de seu sexto Grand Slam e seu segundo torneio de Wimbledon –em 2014 ela também foi eliminada na primeira rodada. Às eliminações de Belucci e Pereira soma-se a de Feijão nesta segunda (29). Nas duplas masculinas, continuam seis brasileiros: Bellucci, Feijão, Marcelo Demoliner, Marcelo Melo, André Sá e Bruno Soares. | esporte | Teliana perde e Brasil fica sem atletas nas chaves de simples em WimbledonNesta terça-feira (30), Teliana Pereira (número 77 do ranking mundial) foi derrotada pela italiana Camila Giorgi (31) por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (7/4) e 6/3 e foi eliminada na primeira rodada do torneio de Wimbledon. Com a derrota de Thomaz Bellucci para Rafael Nadal mais cedo, o Brasil ficou sem representantes individuais em Wimbledon. Teliana, 26, participava de seu sexto Grand Slam e seu segundo torneio de Wimbledon –em 2014 ela também foi eliminada na primeira rodada. Às eliminações de Belucci e Pereira soma-se a de Feijão nesta segunda (29). Nas duplas masculinas, continuam seis brasileiros: Bellucci, Feijão, Marcelo Demoliner, Marcelo Melo, André Sá e Bruno Soares. | 4 |
Secretaria da gestão Doria é ocupada em ato contra ação na cracolândia | Cerca de 50 pessoas de movimentos sociais ocuparam o auditório da Secretaria Municipal de Direitos Humanos na tarde desta quarta-feira (24) em um outro protesto contra as ações de Doria na cracolândia. Uma parte desse grupo, cerca de 15 pessoas, esteve na secretaria por volta das 14h para participar da reunião quinzenal de monitoramento de zeladoria urbana. Eles pediram reunião com a secretária de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra, e o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, para levar reivindicações da população que vive na cracolândia. "As pessoas estão sendo perseguidas na cracolândia. Queremos o fim da repressão policial", diz José França, morador de rua que participa da ocupação Ao menos nove movimentos participam da ocupação liderados pelo coletivo de direitos humanos A Craco Resiste. A secretária os recebeu, mas como Sabará não apareceu, os integrantes de movimentos sociais anunciaram que não iriam sair sem falar com o secretário. A Folha apurou que Sabará ofereceu resistência ao encontro. Oficialmente, a secretaria de Direitos Humanos afirma que não se trata de uma ocupação, já que eles foram convidados a ficar. Ao longo da tarde, mais integrantes começaram a chegar na secretaria. A equipe da pasta anotou cada nome e liberou a entrada só até as 19h30. Cerca de seis carros da GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão na porta da secretaria. | cotidiano | Secretaria da gestão Doria é ocupada em ato contra ação na cracolândiaCerca de 50 pessoas de movimentos sociais ocuparam o auditório da Secretaria Municipal de Direitos Humanos na tarde desta quarta-feira (24) em um outro protesto contra as ações de Doria na cracolândia. Uma parte desse grupo, cerca de 15 pessoas, esteve na secretaria por volta das 14h para participar da reunião quinzenal de monitoramento de zeladoria urbana. Eles pediram reunião com a secretária de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra, e o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, para levar reivindicações da população que vive na cracolândia. "As pessoas estão sendo perseguidas na cracolândia. Queremos o fim da repressão policial", diz José França, morador de rua que participa da ocupação Ao menos nove movimentos participam da ocupação liderados pelo coletivo de direitos humanos A Craco Resiste. A secretária os recebeu, mas como Sabará não apareceu, os integrantes de movimentos sociais anunciaram que não iriam sair sem falar com o secretário. A Folha apurou que Sabará ofereceu resistência ao encontro. Oficialmente, a secretaria de Direitos Humanos afirma que não se trata de uma ocupação, já que eles foram convidados a ficar. Ao longo da tarde, mais integrantes começaram a chegar na secretaria. A equipe da pasta anotou cada nome e liberou a entrada só até as 19h30. Cerca de seis carros da GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão na porta da secretaria. | 6 |
Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-line | O Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog | comida | Veg: Portal vegano divulga e-book de receitas gratuitamente on-lineO Vista-se, site de Fabio Chaves que tem receitas, notícias, guias e até uma loja virtual focado em vegetarianos e veganos, lançou neste domingo (22) um livro eletrônico com 15 receitas ilustradas, todas livres de ingredientes de origem animal. Alguns ... Leia post completo no blog | 26 |
Restaurantes lançam serviços de delivery para escapar de crise | O delivery de alimentos é a aposta de muitos bares e restaurantes que querem garantir o crescimento em um ano de economia difícil. O setor de entrega deve movimentar R$ 9 bilhões em 2015 (R$ 1 bilhão a mais que em 2014), segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Animados com o crescimento, estabelecimentos têm investido na implementação e na ampliação desse serviço. É o caso do bar de espetinhos Assim Assado, que existe há 11 anos e desde o início de 2015 estuda a implementação de um sistema de delivery on-line e via telefone. A ideia é que o serviço comece a funcionar ainda neste ano e resulte em um aumento de 30% no faturamento até 2016. "Desde que abrimos, fomos reticentes porque não achávamos que o espetinho funcionasse para entrega, mas achamos a embalagem correta para esse fim", conta Wagner Monteiro, 37, proprietário do estabelecimento. A maior aposta é nos aplicativos de celular, ainda que isso custe mais -os apps cobram comissão. "Mas, segundo as nossas pesquisas, o resultado é melhor. Tenho amigos que saíram da entrega on-line e viram as vendas cair demais", diz Monteiro. A consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz diz que a implementação dos pedidos on-line e por telefone pode ser uma maneira de amenizar os efeitos do cenário econômico desfavorável. "O impacto da crise vai ser mais sentido em estabelecimentos físicos, ligados ao entretenimento, que representem gastos extras. Quem cobra um preço justo pela entrega terá até um incremento no faturamento", afirma. DIFICULDADES Apesar do potencial, é preciso considerar se o delivery por aplicativo é adequado para o restaurante e seu público. A rede de pizzarias Kadalora começou a usar os apps em junho de 2014, mas viu que a adesão ao sistema varia de acordo com a vizinhança de cada unidade. "Na zona oeste de São Paulo, por exemplo, o público é mais velho, mais tradicional e não usa tanto. Já na loja do Butantã, que fica perto da USP, fazemos muitas ações no aplicativo porque é um público mais jovem, que mora sozinho e usa mais essa opção", diz o empresário Valmor Friedrich, 44, dono da Kadalora. Os pedidos feitos pela internet representam até 30% do total das vendas em algumas unidades da rede. Além disso, deve-se considerar que a oferta do delivery exige investimentos. Os aplicativos funcionam apenas como uma central de pedidos -a parte de logística, por exemplo, é responsabilidade do restaurante. "Você pode ter uma equipe de entrega própria ou terceirizar esse serviço. O empresário tem que ter atenção para qualidade. O produto não pode chegar virado, por exemplo, porque o entregador correu", diz Karyna. A rede de lanchonetes Black Dog decidiu pedir ajuda especializada no assunto. "Profissionalizamos o serviço de frete. Antes, contratávamos motoboys direto pela empresa, mas agora terceirizamos a entrega", conta Eduardo Bueno, 29, diretor-executivo da empresa. "O custo é maior, mas é mais seguro", afirma. O faturamento das unidades da Black Dog que implementaram o sistema de pedidos on-line subiu até 50%. | mercado | Restaurantes lançam serviços de delivery para escapar de criseO delivery de alimentos é a aposta de muitos bares e restaurantes que querem garantir o crescimento em um ano de economia difícil. O setor de entrega deve movimentar R$ 9 bilhões em 2015 (R$ 1 bilhão a mais que em 2014), segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Animados com o crescimento, estabelecimentos têm investido na implementação e na ampliação desse serviço. É o caso do bar de espetinhos Assim Assado, que existe há 11 anos e desde o início de 2015 estuda a implementação de um sistema de delivery on-line e via telefone. A ideia é que o serviço comece a funcionar ainda neste ano e resulte em um aumento de 30% no faturamento até 2016. "Desde que abrimos, fomos reticentes porque não achávamos que o espetinho funcionasse para entrega, mas achamos a embalagem correta para esse fim", conta Wagner Monteiro, 37, proprietário do estabelecimento. A maior aposta é nos aplicativos de celular, ainda que isso custe mais -os apps cobram comissão. "Mas, segundo as nossas pesquisas, o resultado é melhor. Tenho amigos que saíram da entrega on-line e viram as vendas cair demais", diz Monteiro. A consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz diz que a implementação dos pedidos on-line e por telefone pode ser uma maneira de amenizar os efeitos do cenário econômico desfavorável. "O impacto da crise vai ser mais sentido em estabelecimentos físicos, ligados ao entretenimento, que representem gastos extras. Quem cobra um preço justo pela entrega terá até um incremento no faturamento", afirma. DIFICULDADES Apesar do potencial, é preciso considerar se o delivery por aplicativo é adequado para o restaurante e seu público. A rede de pizzarias Kadalora começou a usar os apps em junho de 2014, mas viu que a adesão ao sistema varia de acordo com a vizinhança de cada unidade. "Na zona oeste de São Paulo, por exemplo, o público é mais velho, mais tradicional e não usa tanto. Já na loja do Butantã, que fica perto da USP, fazemos muitas ações no aplicativo porque é um público mais jovem, que mora sozinho e usa mais essa opção", diz o empresário Valmor Friedrich, 44, dono da Kadalora. Os pedidos feitos pela internet representam até 30% do total das vendas em algumas unidades da rede. Além disso, deve-se considerar que a oferta do delivery exige investimentos. Os aplicativos funcionam apenas como uma central de pedidos -a parte de logística, por exemplo, é responsabilidade do restaurante. "Você pode ter uma equipe de entrega própria ou terceirizar esse serviço. O empresário tem que ter atenção para qualidade. O produto não pode chegar virado, por exemplo, porque o entregador correu", diz Karyna. A rede de lanchonetes Black Dog decidiu pedir ajuda especializada no assunto. "Profissionalizamos o serviço de frete. Antes, contratávamos motoboys direto pela empresa, mas agora terceirizamos a entrega", conta Eduardo Bueno, 29, diretor-executivo da empresa. "O custo é maior, mas é mais seguro", afirma. O faturamento das unidades da Black Dog que implementaram o sistema de pedidos on-line subiu até 50%. | 2 |
Balé da Cidade terá temporadas temáticas sob novo diretor, Ismael Ivo | O coreógrafo e bailarino Ismael Ivo, novo diretor do Balé da Cidade de São Paulo, adora conversar, mas há duas coisas sobre as quais não abre o bico: revelar a idade e confirmar os nomes internacionais que pretende trazer para trabalhar com a companhia. Um deles é Marina Abramovic, com quem filmou um episódio da série "Into the Night With" (noite adentro com) para a TV alemã. "Eu e a Marina somos muito próximos, estamos conversando, mas ela tem uma agenda muito cheia." Igualmente ocupado, Ivo teve de interromper suas férias no Natal. Morando na Europa desde 1985, estava em São Paulo, como faz todo dezembro para passar as festas com a família, quando foi convidado para uma conversa com o secretário municipal da Cultura, André Sturm. Alguns meses antes, Ismael tinha sido procurado por um bailarino do Balé da Cidade, corpo de baile da Fundação Theatro Municipal, que pedia autorização para incluir seu nome em uma lista de sugestões. "Fiquei surpreso, mas disse sim, depois me esqueci disso até ser chamado por Sturm." A série de coincidências foi um sinal de que devia aceitar o cargo, disse o coreógrafo em conversa por telefone com a Folha, de Berlim, onde mora ("Tive que voltar correndo para pegar mais umas roupas"). "Alguns artistas voltam ao Brasil na hora de se aposentar, mas eu estou em plena atividade. Achei ser um bom momento para ocupar uma posição de destaque na dança no meu país, em minha cidade", disse o diretor do ImPulzTanz de Viena, um dos mais importantes festivais de dança contemporânea do mundo. Ivo continuará atuando no ImPulzTanz e na Europa, mas seu foco imediato é o Balé da Cidade. Ele volta a São Paulo no começo de fevereiro cheio de planos e já programa temporadas temáticas para a companhia. Ainda não tem o cronograma pronto, mas conta que uma das temporadas deste ano será sobre o tema Dança e Eros. Ele será o primeiro diretor negro do corpo de baile do Municipal, assim como foi o primeiro negro (e estrangeiro) a dirigir o Teatro de Weimar, na Alemanha. "Alguém vindo do enquadramento social como o meu assumir a direção do balé também comporta uma mensagem", diz ele, nascido na zona leste em uma família "com muito poucas condições". Quando os bailarinos da companhia voltarem das férias, dia 6/2, já vão entrar na nova rotina planejada por Ivo: meditação, ioga e balé, todo dia. "Quero zerar para abrir espaço para a criatividade." Os resultados serão vistos em 23/3, na primeira apresentação sob nova direção. | ilustrada | Balé da Cidade terá temporadas temáticas sob novo diretor, Ismael IvoO coreógrafo e bailarino Ismael Ivo, novo diretor do Balé da Cidade de São Paulo, adora conversar, mas há duas coisas sobre as quais não abre o bico: revelar a idade e confirmar os nomes internacionais que pretende trazer para trabalhar com a companhia. Um deles é Marina Abramovic, com quem filmou um episódio da série "Into the Night With" (noite adentro com) para a TV alemã. "Eu e a Marina somos muito próximos, estamos conversando, mas ela tem uma agenda muito cheia." Igualmente ocupado, Ivo teve de interromper suas férias no Natal. Morando na Europa desde 1985, estava em São Paulo, como faz todo dezembro para passar as festas com a família, quando foi convidado para uma conversa com o secretário municipal da Cultura, André Sturm. Alguns meses antes, Ismael tinha sido procurado por um bailarino do Balé da Cidade, corpo de baile da Fundação Theatro Municipal, que pedia autorização para incluir seu nome em uma lista de sugestões. "Fiquei surpreso, mas disse sim, depois me esqueci disso até ser chamado por Sturm." A série de coincidências foi um sinal de que devia aceitar o cargo, disse o coreógrafo em conversa por telefone com a Folha, de Berlim, onde mora ("Tive que voltar correndo para pegar mais umas roupas"). "Alguns artistas voltam ao Brasil na hora de se aposentar, mas eu estou em plena atividade. Achei ser um bom momento para ocupar uma posição de destaque na dança no meu país, em minha cidade", disse o diretor do ImPulzTanz de Viena, um dos mais importantes festivais de dança contemporânea do mundo. Ivo continuará atuando no ImPulzTanz e na Europa, mas seu foco imediato é o Balé da Cidade. Ele volta a São Paulo no começo de fevereiro cheio de planos e já programa temporadas temáticas para a companhia. Ainda não tem o cronograma pronto, mas conta que uma das temporadas deste ano será sobre o tema Dança e Eros. Ele será o primeiro diretor negro do corpo de baile do Municipal, assim como foi o primeiro negro (e estrangeiro) a dirigir o Teatro de Weimar, na Alemanha. "Alguém vindo do enquadramento social como o meu assumir a direção do balé também comporta uma mensagem", diz ele, nascido na zona leste em uma família "com muito poucas condições". Quando os bailarinos da companhia voltarem das férias, dia 6/2, já vão entrar na nova rotina planejada por Ivo: meditação, ioga e balé, todo dia. "Quero zerar para abrir espaço para a criatividade." Os resultados serão vistos em 23/3, na primeira apresentação sob nova direção. | 1 |
O campo e a cidade | Existe um programa bem-sucedido em diminuir a pobreza, em melhorar a vida de idosos, em especial mulheres, e em estimular a economia de regiões menos conectadas ao mercado nacional e precárias em infraestrutura. Trata-se da Previdência dita rural, que atende beneficiários ligados de algum modo ao trabalho no campo. Imenso, embora menos conhecido, esse ramo do INSS tem problemas graves de financiamento. Em 2014, o deficit geral da Previdência foi de 1,03% do PIB, ou R$ 62,7 bilhões. No sistema urbano, houve mais receita de contribuições que despesa: superavit de R$ 27,9 bilhões, o equivalente ao gasto anual com o Bolsa Família. Na versão rural, o deficit alcançou R$ 90,6 bilhões, ou 1,49% do PIB. A Previdência rural é praticamente assistencial, um programa de garantia de renda mínima de caráter distributivo. Em 2014, as contribuições dos trabalhadores rurais cobriram apenas 7,5% das despesas com benefícios. As exigências para concessão de pensões são menores e muito diferentes daquelas do sistema urbano. A idade mínima é cinco anos menor. As regras incentivam algumas fraudes e poucas contribuições. O deficit rural era de 1% do PIB em 2001, cresceu mais depressa a partir de 2009 e deve chegar a 1,6% do PIB em 2015. A Previdência urbana tornou-se superavitária em 2009, mas deve voltar ao vermelho neste ano, devido a desonerações, a mais trabalho informal e ao aumento do desemprego. Explica-se o crescimento do deficit rural pelo aumento de beneficiários e pelos reajustes acelerados do salário mínimo, que define o piso do valor das pensões. Há um urgente problema de financiamento, como aponta uma nota do balanço mensal das contas públicas federais. É preciso prevenir agora crise ainda maior no médio prazo. Em menos de uma década o Brasil entrará em uma fase na qual a demografia pode dificultar o crescimento da economia e elevar despesas públicas: haverá mais dependentes em relação ao número de trabalhadores. Isto é, a fração de crianças e idosos será relativamente maior. Não há meios razoáveis de manter inalterado o sistema da Previdência. O buraco que ele já cava no Orçamento constitui parte essencial da presente crise de financiamento do governo como um todo. Executivo e Legislativo precisam ter claro que será inescapável limitar os gastos com a Previdência, por meio de mudanças na idade mínima e na vinculação dos benefícios aos aumentos do salário mínimo. Sem isso, a sobrevida desse e de outros programas assistenciais impedirá o governo de dar atenção a outras áreas. [email protected] | opiniao | O campo e a cidadeExiste um programa bem-sucedido em diminuir a pobreza, em melhorar a vida de idosos, em especial mulheres, e em estimular a economia de regiões menos conectadas ao mercado nacional e precárias em infraestrutura. Trata-se da Previdência dita rural, que atende beneficiários ligados de algum modo ao trabalho no campo. Imenso, embora menos conhecido, esse ramo do INSS tem problemas graves de financiamento. Em 2014, o deficit geral da Previdência foi de 1,03% do PIB, ou R$ 62,7 bilhões. No sistema urbano, houve mais receita de contribuições que despesa: superavit de R$ 27,9 bilhões, o equivalente ao gasto anual com o Bolsa Família. Na versão rural, o deficit alcançou R$ 90,6 bilhões, ou 1,49% do PIB. A Previdência rural é praticamente assistencial, um programa de garantia de renda mínima de caráter distributivo. Em 2014, as contribuições dos trabalhadores rurais cobriram apenas 7,5% das despesas com benefícios. As exigências para concessão de pensões são menores e muito diferentes daquelas do sistema urbano. A idade mínima é cinco anos menor. As regras incentivam algumas fraudes e poucas contribuições. O deficit rural era de 1% do PIB em 2001, cresceu mais depressa a partir de 2009 e deve chegar a 1,6% do PIB em 2015. A Previdência urbana tornou-se superavitária em 2009, mas deve voltar ao vermelho neste ano, devido a desonerações, a mais trabalho informal e ao aumento do desemprego. Explica-se o crescimento do deficit rural pelo aumento de beneficiários e pelos reajustes acelerados do salário mínimo, que define o piso do valor das pensões. Há um urgente problema de financiamento, como aponta uma nota do balanço mensal das contas públicas federais. É preciso prevenir agora crise ainda maior no médio prazo. Em menos de uma década o Brasil entrará em uma fase na qual a demografia pode dificultar o crescimento da economia e elevar despesas públicas: haverá mais dependentes em relação ao número de trabalhadores. Isto é, a fração de crianças e idosos será relativamente maior. Não há meios razoáveis de manter inalterado o sistema da Previdência. O buraco que ele já cava no Orçamento constitui parte essencial da presente crise de financiamento do governo como um todo. Executivo e Legislativo precisam ter claro que será inescapável limitar os gastos com a Previdência, por meio de mudanças na idade mínima e na vinculação dos benefícios aos aumentos do salário mínimo. Sem isso, a sobrevida desse e de outros programas assistenciais impedirá o governo de dar atenção a outras áreas. [email protected] | 14 |
Polícia Civil do Espírito Santo dá prazo ao governo antes de entrar em greve | Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (9), o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo decidiu dar um prazo de 14 dias para que o governo atenda as reivindicações antes de deflagrar uma greve. "Em respeito à sociedade capixaba que está amargando essa situação de violência, vamos dar esse prazo", disse Jorge Emílio, presidente do Sindicato, à Folha. A ideia é que haja diálogo com o governo durante esses dias. As principais reivindicações são reposição do salário, que, segundo Emílio, não é ajustado pela inflação há três anos e exigência de nível superior nos concursos para agente da Polícia Civil. Outro pedido é a incorporação da escala especial ao salário. A escala, que foi instituída para suprir a falta de policiais, é uma espécie de hora extra paga à parte. Eles pedem também que o Hospital da Polícia Militar esteja disponível para eles. A assembleia determinou ainda que o Grupo de Operações Táticas da Polícia Civil acompanhe peritos e policiais da divisão de homicídios a locais de crime. Delegacias que funcionam com menos de quatro policiais serão fechadas por questões de segurança, segundo o sindicato. As delegacias regionais irão funcionar. Segundo nota do sindicato, a assembleia teve momentos de tensão e debate ente policiais a favor e contra a greve. "A sociedade precisa entender que essa crise na segurança pública é culpa do governo do Estado que não investiu e sucateou a Polícia Civil do Espírito Santo. Também estamos sofrendo com a crise na segurança, mas não podemos culpar as mulheres dos policiais militares. Os PMs e suas famílias são vítimas dessa política de desvalorização que também atinge o policial civil. Se os policiais civis não pararam hoje foi em respeito à sociedade", afirmou Emílio em nota. MAIS DE CEM MORTOS Mesmo com reforço de militares das Forças Armadas e da Força Nacional no Estado, o número de mortos desde o início do motim dos PMs passou de cem nesta quinta (9). Segundo o Sindicato dos Policiais Civis, são 113 assassinatos desde a última sexta. O governo estadual não confirmar o número. O motim dos PMs resultou no envio de 1.200 homens do Exército e da Força Nacional ao Estado desde segunda (6). O governo Michel Temer disse que haverá reforço de mais de 550 das Forças Armadas e de 100 da Força Nacional. Nesta quita (9), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu o uso das tropas federais nos protestos pelo Brasil. Na noite desta quarta (8), três policiais foram baleados no Estado. Segundo Renato Martins, presidente da Associação de Cabos e Soldados, o sargento Marcos Antônio Garcia foi baleado em Santa Maria de Jetibá, no interior. Martins não tem detalhes sobre o episódio, mas informou que Garcia foi atingido no rosto e está em condição estável, segundo a mulher dele. Em Cariacica, na Grande Vitória, dois policiais foram atingidos –uma no braço e outro na perna– e não correm risco de morte. Veículos blindados da Marinha circularam pelo município da Serra, região metropolitana de Vitória, nesta quinta. Moradores da cidade mais populosa do Estado aplaudiram os fuzileiros navais e fotografaram os tanques. Na BR-101, na saída da Serra em direção a Vitória, os fuzileiros fecharam a pista e fizeram uma blitz por cerca de 15 minutos. Eles pararam motos e alguns veículos, inclusive fazendo revistas dentro dos automóveis. REUNIÃO PARENTES DE PMS Iniciada por volta das 14h30, uma reunião de negociação entre familiares de policiais militares e secretários de governo ainda não tinha sido encerrada por volta das 19h45. A categoria está amotinada desde a última sexta (3), o que deixou ruas sem patrulhamento e provocou uma onda de violência, com saques e assassinatos. Participam sete mulheres parentes de policiais e os secretários de Direitos Humanos, Fazenda, Transparência e Controle, além do chefe da Casa Civil. Também estão presentes os presidentes de associações de policiais militares. A reunião foi marcada na quarta (8), quando houve um primeiro encontro com reivindicações e lideranças definidas, abrindo caminho para um possível acordo. MOVIMENTO CHANTAGISTA Chamada de chantagista pelo governador licenciado do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), a paralisação que tirou policiais das ruas no Estado causa problemas para os moradores comprarem alimentos, abastecerem veículos e usarem serviços bancários. Hartung, que passou por um procedimento endoscópico para a retirada de um tumor na bexiga na sexta (3), em São Paulo, fez nesta quarta (8) seu primeiro pronunciamento público sobre a onda de violência no Estado. "É um caminho errado que rasga a Constituição, é uma chantagem", disse o governador, que recebeu recomendação dos médicos para reassumir só na semana que vem o comando do Estado –a cargo do vice, Cesar Colnago, até lá. Hartung classificou a ação dos policiais como "grotesca" e afirmou que o direito do povo foi sequestrado. "Estão cobrando resgate, mas não se paga resgate por aspecto ético nem pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou, em referência ao pedido de reajuste salarial de 65% até 2020. | cotidiano | Polícia Civil do Espírito Santo dá prazo ao governo antes de entrar em greveEm assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (9), o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo decidiu dar um prazo de 14 dias para que o governo atenda as reivindicações antes de deflagrar uma greve. "Em respeito à sociedade capixaba que está amargando essa situação de violência, vamos dar esse prazo", disse Jorge Emílio, presidente do Sindicato, à Folha. A ideia é que haja diálogo com o governo durante esses dias. As principais reivindicações são reposição do salário, que, segundo Emílio, não é ajustado pela inflação há três anos e exigência de nível superior nos concursos para agente da Polícia Civil. Outro pedido é a incorporação da escala especial ao salário. A escala, que foi instituída para suprir a falta de policiais, é uma espécie de hora extra paga à parte. Eles pedem também que o Hospital da Polícia Militar esteja disponível para eles. A assembleia determinou ainda que o Grupo de Operações Táticas da Polícia Civil acompanhe peritos e policiais da divisão de homicídios a locais de crime. Delegacias que funcionam com menos de quatro policiais serão fechadas por questões de segurança, segundo o sindicato. As delegacias regionais irão funcionar. Segundo nota do sindicato, a assembleia teve momentos de tensão e debate ente policiais a favor e contra a greve. "A sociedade precisa entender que essa crise na segurança pública é culpa do governo do Estado que não investiu e sucateou a Polícia Civil do Espírito Santo. Também estamos sofrendo com a crise na segurança, mas não podemos culpar as mulheres dos policiais militares. Os PMs e suas famílias são vítimas dessa política de desvalorização que também atinge o policial civil. Se os policiais civis não pararam hoje foi em respeito à sociedade", afirmou Emílio em nota. MAIS DE CEM MORTOS Mesmo com reforço de militares das Forças Armadas e da Força Nacional no Estado, o número de mortos desde o início do motim dos PMs passou de cem nesta quinta (9). Segundo o Sindicato dos Policiais Civis, são 113 assassinatos desde a última sexta. O governo estadual não confirmar o número. O motim dos PMs resultou no envio de 1.200 homens do Exército e da Força Nacional ao Estado desde segunda (6). O governo Michel Temer disse que haverá reforço de mais de 550 das Forças Armadas e de 100 da Força Nacional. Nesta quita (9), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu o uso das tropas federais nos protestos pelo Brasil. Na noite desta quarta (8), três policiais foram baleados no Estado. Segundo Renato Martins, presidente da Associação de Cabos e Soldados, o sargento Marcos Antônio Garcia foi baleado em Santa Maria de Jetibá, no interior. Martins não tem detalhes sobre o episódio, mas informou que Garcia foi atingido no rosto e está em condição estável, segundo a mulher dele. Em Cariacica, na Grande Vitória, dois policiais foram atingidos –uma no braço e outro na perna– e não correm risco de morte. Veículos blindados da Marinha circularam pelo município da Serra, região metropolitana de Vitória, nesta quinta. Moradores da cidade mais populosa do Estado aplaudiram os fuzileiros navais e fotografaram os tanques. Na BR-101, na saída da Serra em direção a Vitória, os fuzileiros fecharam a pista e fizeram uma blitz por cerca de 15 minutos. Eles pararam motos e alguns veículos, inclusive fazendo revistas dentro dos automóveis. REUNIÃO PARENTES DE PMS Iniciada por volta das 14h30, uma reunião de negociação entre familiares de policiais militares e secretários de governo ainda não tinha sido encerrada por volta das 19h45. A categoria está amotinada desde a última sexta (3), o que deixou ruas sem patrulhamento e provocou uma onda de violência, com saques e assassinatos. Participam sete mulheres parentes de policiais e os secretários de Direitos Humanos, Fazenda, Transparência e Controle, além do chefe da Casa Civil. Também estão presentes os presidentes de associações de policiais militares. A reunião foi marcada na quarta (8), quando houve um primeiro encontro com reivindicações e lideranças definidas, abrindo caminho para um possível acordo. MOVIMENTO CHANTAGISTA Chamada de chantagista pelo governador licenciado do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), a paralisação que tirou policiais das ruas no Estado causa problemas para os moradores comprarem alimentos, abastecerem veículos e usarem serviços bancários. Hartung, que passou por um procedimento endoscópico para a retirada de um tumor na bexiga na sexta (3), em São Paulo, fez nesta quarta (8) seu primeiro pronunciamento público sobre a onda de violência no Estado. "É um caminho errado que rasga a Constituição, é uma chantagem", disse o governador, que recebeu recomendação dos médicos para reassumir só na semana que vem o comando do Estado –a cargo do vice, Cesar Colnago, até lá. Hartung classificou a ação dos policiais como "grotesca" e afirmou que o direito do povo foi sequestrado. "Estão cobrando resgate, mas não se paga resgate por aspecto ético nem pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou, em referência ao pedido de reajuste salarial de 65% até 2020. | 6 |
Venda de ingressos para o Rock in Rio 2017 começa em novembro a R$ 435 | Os fãs árduos do Rock in Rio que quiserem garantir a presença no festival antes mesmo do anúncio completo das atrações terão de desembolsar entre R$ 217,50 (meia-entrada) e R$ 435 (inteira) pelo ingresso antecipado. A produção do evento anunciou nesta quinta-feira (27) a venda do Rock in Rio Card, que tem início no dia 10 de novembro, às 22h, no site Ingresso.com. Há limite de quatro ingressos por CPF, sendo apenas um deles uma meia-entrada. A pré-venda das entradas para membros do Rock in Rio Club acontece de 3 a 9 de novembro. O portador do Rock in Rio Card deverá escolher no site do festival a data em que deseja comparecer ao evento. A escolha pode ser feita entre 6 de fevereiro e 4 de abril de 2017, quando o line-up completo do evento já deverá ter sido anunciado —por enquanto, apenas as bandas Maroon 5, Aerosmith e Red Hot Chili Peppers estão confirmadas. A sétima edição brasileira do Rock in Rio acontecerá entre os dias 15 e 24 de setembro de 2017, no Rio. | ilustrada | Venda de ingressos para o Rock in Rio 2017 começa em novembro a R$ 435Os fãs árduos do Rock in Rio que quiserem garantir a presença no festival antes mesmo do anúncio completo das atrações terão de desembolsar entre R$ 217,50 (meia-entrada) e R$ 435 (inteira) pelo ingresso antecipado. A produção do evento anunciou nesta quinta-feira (27) a venda do Rock in Rio Card, que tem início no dia 10 de novembro, às 22h, no site Ingresso.com. Há limite de quatro ingressos por CPF, sendo apenas um deles uma meia-entrada. A pré-venda das entradas para membros do Rock in Rio Club acontece de 3 a 9 de novembro. O portador do Rock in Rio Card deverá escolher no site do festival a data em que deseja comparecer ao evento. A escolha pode ser feita entre 6 de fevereiro e 4 de abril de 2017, quando o line-up completo do evento já deverá ter sido anunciado —por enquanto, apenas as bandas Maroon 5, Aerosmith e Red Hot Chili Peppers estão confirmadas. A sétima edição brasileira do Rock in Rio acontecerá entre os dias 15 e 24 de setembro de 2017, no Rio. | 1 |
Em carta a Dilma, entidades criticam acordo com Facebook | A Proteste e outras 20 entidades anunciaram nesta quinta-feira (23) a entrega de uma carta (leia) à presidente Dilma Rousseff com críticas a um eventual acordo entre o governo federal e o Facebook que, para os grupos, fere o Marco Civil, a neutralidade da rede e a livre concorrência. A presidente anunciou no início de abril uma parceria do governo federal com a rede social americana para ampliar o acesso à internet no Brasil. A princípio, o programa oferecerá wi-fi na favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo. Procurado, o Facebook não se pronunciou de imediato. O comunicado divulgado pela ONG de defesa do consumidor nesta quinta argumenta que o projeto Internet.org, implementado pelo Facebook em países da América Latina, África e Ásia, viola direitos assegurados pelo Marco Civil como a privacidade, a liberdade de expressão e a neutralidade da rede. Nesses países, parceria entre a rede e operadoras permite o acesso gratuito (mas restrito) ao Facebook e a alguns sites, entre os quais o da Wikipédia e órgãos governamentais, pelo celular. "Ao prometer o 'acesso gratuito e exclusivo' a aplicativos e serviços, o Facebook está na verdade limitando o acesso aos demais serviços existentes na rede e oferecendo aos usuários de baixa renda acesso a apenas uma parte da internet", escreveu a Proteste. "Esta estratégia da rede social, realizada em parceria com operadoras de telecomunicações e provedores de conteúdo, desrespeita o princípio da neutralidade, ainda que garanta o uso dos aplicativos e conteúdos mais populares", completou. Em entrevista à Folha em fevereiro, o executivo que chefia o Internet.org no Facebook, Ime Archibong, afirmou que o conceito deveria ser flexibilizado para iniciativas do tipo. "A questão no caso do Internet.org é particular porque não é sobre as pessoas que já têm internet, mas sobre as que estão se conectando pela primeiríssima vez." Na carta, as organizações pedem que não seja firmado qualquer acordo com o Facebook que tenha como objetivo "fornecer acesso grátis à internet" e que qualquer parceria respeite o Marco Civil, em especial a neutralidade da rede, segundo a qual os provedores da Web devem oferecer acesso igualitário a todos os sites. ENTIDADES QUE ASSINAM A CARTA PESSOAS FÍSICAS | tec | Em carta a Dilma, entidades criticam acordo com FacebookA Proteste e outras 20 entidades anunciaram nesta quinta-feira (23) a entrega de uma carta (leia) à presidente Dilma Rousseff com críticas a um eventual acordo entre o governo federal e o Facebook que, para os grupos, fere o Marco Civil, a neutralidade da rede e a livre concorrência. A presidente anunciou no início de abril uma parceria do governo federal com a rede social americana para ampliar o acesso à internet no Brasil. A princípio, o programa oferecerá wi-fi na favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo. Procurado, o Facebook não se pronunciou de imediato. O comunicado divulgado pela ONG de defesa do consumidor nesta quinta argumenta que o projeto Internet.org, implementado pelo Facebook em países da América Latina, África e Ásia, viola direitos assegurados pelo Marco Civil como a privacidade, a liberdade de expressão e a neutralidade da rede. Nesses países, parceria entre a rede e operadoras permite o acesso gratuito (mas restrito) ao Facebook e a alguns sites, entre os quais o da Wikipédia e órgãos governamentais, pelo celular. "Ao prometer o 'acesso gratuito e exclusivo' a aplicativos e serviços, o Facebook está na verdade limitando o acesso aos demais serviços existentes na rede e oferecendo aos usuários de baixa renda acesso a apenas uma parte da internet", escreveu a Proteste. "Esta estratégia da rede social, realizada em parceria com operadoras de telecomunicações e provedores de conteúdo, desrespeita o princípio da neutralidade, ainda que garanta o uso dos aplicativos e conteúdos mais populares", completou. Em entrevista à Folha em fevereiro, o executivo que chefia o Internet.org no Facebook, Ime Archibong, afirmou que o conceito deveria ser flexibilizado para iniciativas do tipo. "A questão no caso do Internet.org é particular porque não é sobre as pessoas que já têm internet, mas sobre as que estão se conectando pela primeiríssima vez." Na carta, as organizações pedem que não seja firmado qualquer acordo com o Facebook que tenha como objetivo "fornecer acesso grátis à internet" e que qualquer parceria respeite o Marco Civil, em especial a neutralidade da rede, segundo a qual os provedores da Web devem oferecer acesso igualitário a todos os sites. ENTIDADES QUE ASSINAM A CARTA PESSOAS FÍSICAS | 5 |
'Bruxarias' traça contraponto entre tradicional e moderno | BRUXARIAS (Brujerías) (bom) PRODUÇÃO: Espanha, 2015, livre DIREÇÃO: Virginia Curiá Veja salas e horários de exibição. * Mesmo em tempos de animações hiper-realistas, a simplicidade também pode encantar e despertar a simpatia do público. Essa é a proposta de "Bruxarias". Filmado em stop-motion, o longa dirigido pela espanhola Virginia Curiá preserva os traços artesanais e tem cara de desenho à moda antiga –certamente o seu maior charme. As cores vivas, as belas paisagens e o jogo de luzes contribuem para enriquecer a identidade visual da história de Malva, uma garotinha curiosa de olhos arregalados, que vive xeretando as fórmulas secretas de sua avó. Em um trailer repleto de ervas, plantas e pozinhos, a curandeira esconde grande tesouro: uma poção capaz de fazer qualquer coisa voar. Com o sonho de entrar para uma equipe de parapente, Malva coloca as mãos na receita que tanto procurou e acaba provocando uma baita confusão. A partir daí, o roteiro estabelece uma contraposição interessante entre magia e tecnologia; entre tradição e modernidade. Assista ao trailer da animação "Bruxarias" Trailer Bruxarias De um lado, os segredos milenares guardados pela ordem das bruxas. Do outro, as transformações desencadeadas pela internet e pelo celular, acessório inseparável da menina de 10 anos. Com a missão de resgatar a avó –sequestrada por uma inescrupulosa empresária do ramo farmacêutico que pretende patentear todas as fórmulas mágicas–, Malva parte numa aventura cheia de diversão e descobertas. A controvérsia fica por conta do ritmo da narrativa. Muito mais próximo ao de uma fábula, pode parecer arrastado e tedioso aos olhares acostumados à velocidade frenética de algumas animações recentes. De fato, os 78 minutos de projeção não passam voando. Há cenas e personagens desnecessários, que, além de não acrescentarem, tornam a trama meio confusa em determinados momentos. A coragem e a determinação da garotinha também não combinam com tanta manha. Isso sem falar nos caracóis falantes. Simpáticos à primeira vista, os fiéis escudeiros de Malva testam a paciência dos espectadores conforme a trama se desenrola. Os tropeços, porém, não comprometem o conjunto de "Bruxarias", que carrega uma mensagem sensível sobre a relação entre avós e netos e ganha pontos ao escolher um caminho bem menos convencional do que aquele trilhado por grande parte dos filmes infantis. | ilustrada | 'Bruxarias' traça contraponto entre tradicional e modernoBRUXARIAS (Brujerías) (bom) PRODUÇÃO: Espanha, 2015, livre DIREÇÃO: Virginia Curiá Veja salas e horários de exibição. * Mesmo em tempos de animações hiper-realistas, a simplicidade também pode encantar e despertar a simpatia do público. Essa é a proposta de "Bruxarias". Filmado em stop-motion, o longa dirigido pela espanhola Virginia Curiá preserva os traços artesanais e tem cara de desenho à moda antiga –certamente o seu maior charme. As cores vivas, as belas paisagens e o jogo de luzes contribuem para enriquecer a identidade visual da história de Malva, uma garotinha curiosa de olhos arregalados, que vive xeretando as fórmulas secretas de sua avó. Em um trailer repleto de ervas, plantas e pozinhos, a curandeira esconde grande tesouro: uma poção capaz de fazer qualquer coisa voar. Com o sonho de entrar para uma equipe de parapente, Malva coloca as mãos na receita que tanto procurou e acaba provocando uma baita confusão. A partir daí, o roteiro estabelece uma contraposição interessante entre magia e tecnologia; entre tradição e modernidade. Assista ao trailer da animação "Bruxarias" Trailer Bruxarias De um lado, os segredos milenares guardados pela ordem das bruxas. Do outro, as transformações desencadeadas pela internet e pelo celular, acessório inseparável da menina de 10 anos. Com a missão de resgatar a avó –sequestrada por uma inescrupulosa empresária do ramo farmacêutico que pretende patentear todas as fórmulas mágicas–, Malva parte numa aventura cheia de diversão e descobertas. A controvérsia fica por conta do ritmo da narrativa. Muito mais próximo ao de uma fábula, pode parecer arrastado e tedioso aos olhares acostumados à velocidade frenética de algumas animações recentes. De fato, os 78 minutos de projeção não passam voando. Há cenas e personagens desnecessários, que, além de não acrescentarem, tornam a trama meio confusa em determinados momentos. A coragem e a determinação da garotinha também não combinam com tanta manha. Isso sem falar nos caracóis falantes. Simpáticos à primeira vista, os fiéis escudeiros de Malva testam a paciência dos espectadores conforme a trama se desenrola. Os tropeços, porém, não comprometem o conjunto de "Bruxarias", que carrega uma mensagem sensível sobre a relação entre avós e netos e ganha pontos ao escolher um caminho bem menos convencional do que aquele trilhado por grande parte dos filmes infantis. | 1 |
Festival de cinema de Veneza destaca o protagonismo de personagens idosos | Pelas ruas do Lido, já se entreouve o apelido deste Festival de Veneza: "edição da terceira idade". Após "Nossas Noites", sobre o romance entre vizinhos idosos (Jane Fonda e Robert Redford), a mostra italiana trouxe no domingo (3) dois filmes destacando questões dessa faixa etária. "The Leisure Seeker", de Paolo Virzì, mostra a viagem de trailer de um casal de velhinhos. E "Victoria e Abdul", de Stephen Frears, apresenta a amizade de uma velha rainha com um súdito indiano. Muito aplaudido na competição oficial, "The Leisure Seeker" traz Helen Mirren no papel de uma mulher que tem câncer, mas arranja forças para cuidar do marido (Donald Sutherland) com Alzheimer. Mas não é um filme depressivo: a dupla vive instantes solares numa aventura pelo sul americano. No caminho, testemunha cenas dos EUA atual, em que imigrantes tentam uma nova vida e a classe média faz passeata pró-Trump. "Amo a personagem porque ela enfrenta o fim da vida cheia de energia", disse Mirren a jornalistas. "E espero me manter assim até meu final." É o primeiro filme do italiano Virzì ("Loucas de Alegria") nos EUA. "Há momentos em que um olhar estrangeiro é melhor para uma cultura, dá uma nova profundidade", afirmou a atriz. "[Para compor um painel dos EUA] Incluí Hemingway, a tradição do road movie e até a questão Trump. Se bem que esta última não está bem no mesmo nível", disse o diretor. "Achei relevante mostrar essa América que está mudando, que os protagonistas talvez não reconheçam mais." A atuação de Mirren já a faz despontar como favorita à Coppa Volpi de melhor atriz. Mas ela teria em Judi Dench uma rival à altura se "Victoria e Abdul" não estivesse em Veneza fora de competição. Victoria and Abdul No longa, Dench faz sua especialidade: uma monarca britânica. A divertida comédia de Frears traz luz a um fato pouco conhecido da vida da rainha Vitória: sua complexa relação afetiva com um rapaz indiano, que a torna mais próxima de suas colônias. A interação racial é um dos temas. "É como 'Minha Adorável Lavanderia', só que, em vez de Daniel Day-Lewis, temos Judi Dench", brincou Frears, sobre seu filme de 1985. Também com os olhos no passado, mas sem deixar de refletir sobre o presente, o francês Robert Guédiguian exibiu em competição o belo "La Villa", em que advoga os valores de sempre: empatia e solidariedade. E inclui a questão dos refugiados na Europa. A trama começa com uma situação-clichê: um homem à beira da morte força os três filhos a se reunirem, em um acerto de contas familiar. Mas o longa tem como foco uma vila em que, antes, se tinha um estilo de vida mais atento ao "outro". Defende o resgate de um passado ao qual parece cada vez mais difícil retornar. "Tendemos a achar obsoleta uma série de ideias importantes de antigamente", disse Guédiguian. "Mas é preciso assimilá-las de modo crítico." | ilustrada | Festival de cinema de Veneza destaca o protagonismo de personagens idososPelas ruas do Lido, já se entreouve o apelido deste Festival de Veneza: "edição da terceira idade". Após "Nossas Noites", sobre o romance entre vizinhos idosos (Jane Fonda e Robert Redford), a mostra italiana trouxe no domingo (3) dois filmes destacando questões dessa faixa etária. "The Leisure Seeker", de Paolo Virzì, mostra a viagem de trailer de um casal de velhinhos. E "Victoria e Abdul", de Stephen Frears, apresenta a amizade de uma velha rainha com um súdito indiano. Muito aplaudido na competição oficial, "The Leisure Seeker" traz Helen Mirren no papel de uma mulher que tem câncer, mas arranja forças para cuidar do marido (Donald Sutherland) com Alzheimer. Mas não é um filme depressivo: a dupla vive instantes solares numa aventura pelo sul americano. No caminho, testemunha cenas dos EUA atual, em que imigrantes tentam uma nova vida e a classe média faz passeata pró-Trump. "Amo a personagem porque ela enfrenta o fim da vida cheia de energia", disse Mirren a jornalistas. "E espero me manter assim até meu final." É o primeiro filme do italiano Virzì ("Loucas de Alegria") nos EUA. "Há momentos em que um olhar estrangeiro é melhor para uma cultura, dá uma nova profundidade", afirmou a atriz. "[Para compor um painel dos EUA] Incluí Hemingway, a tradição do road movie e até a questão Trump. Se bem que esta última não está bem no mesmo nível", disse o diretor. "Achei relevante mostrar essa América que está mudando, que os protagonistas talvez não reconheçam mais." A atuação de Mirren já a faz despontar como favorita à Coppa Volpi de melhor atriz. Mas ela teria em Judi Dench uma rival à altura se "Victoria e Abdul" não estivesse em Veneza fora de competição. Victoria and Abdul No longa, Dench faz sua especialidade: uma monarca britânica. A divertida comédia de Frears traz luz a um fato pouco conhecido da vida da rainha Vitória: sua complexa relação afetiva com um rapaz indiano, que a torna mais próxima de suas colônias. A interação racial é um dos temas. "É como 'Minha Adorável Lavanderia', só que, em vez de Daniel Day-Lewis, temos Judi Dench", brincou Frears, sobre seu filme de 1985. Também com os olhos no passado, mas sem deixar de refletir sobre o presente, o francês Robert Guédiguian exibiu em competição o belo "La Villa", em que advoga os valores de sempre: empatia e solidariedade. E inclui a questão dos refugiados na Europa. A trama começa com uma situação-clichê: um homem à beira da morte força os três filhos a se reunirem, em um acerto de contas familiar. Mas o longa tem como foco uma vila em que, antes, se tinha um estilo de vida mais atento ao "outro". Defende o resgate de um passado ao qual parece cada vez mais difícil retornar. "Tendemos a achar obsoleta uma série de ideias importantes de antigamente", disse Guédiguian. "Mas é preciso assimilá-las de modo crítico." | 1 |
Inspeção está travada no Estado de SP e na capital paulista | O plano de combate à poluição feito por técnicos da Cetesb, a agência ambiental paulista, também propõe a realização da inspeção veicular obrigatória periódica –pelo menos nas cidades da Grande São Paulo. "A inspeção ambiental é uma importante ferramenta para o controle das emissões de veículos em uso", segundo o texto do plano. O problema é que nem a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nem a do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) têm dado prioridade à inspeção veicular ambiental nos últimos anos. "Com a fiscalização muito solta, como está, as emissões só vão aumentar", afirma Alfred Szwarc, consultor ambiental e também ex-presidente da Cetesb. O imbróglio sobre a inspeção obrigatória ocorre nas duas esferas de governo há pelo menos um ano. Na Assembleia Legislativa, desde 2009, dois projetos sobre o tema tramitam de forma lenta. Um da base aliada tucana, enviado pelo ex-governador José Serra, e outro da oposição, do deputado Adriano Diogo (PT). No caso da cidade de São Paulo, o prefeito petista cumpriu apenas metade da sua promessa de campanha. Em 2013, ele retirou a empresa Controlar do gerenciamento do programa de inspeção, como havia dito, mas ainda não criou outro sistema, como havia anunciado. A licitação feita pela prefeitura para entregar a concessão do programa a um novo grupo privado chegou a ser aprovada pelo Tribunal de Justiça, mas depois foi questionada pelo Tribunal de Contas do Município. "O que a prefeitura fez [fim da inspeção] foi um erro. Poderia até ter trocado a empresa [a Controlar], mas sem interromper a fiscalização", afirma Szwarc. O processo está parado desde o ano passado. Nos últimos anos, a tese de Haddad é que a inspeção da frota na Grande SP deve ser feita pelo Palácio dos Bandeirantes. | cotidiano | Inspeção está travada no Estado de SP e na capital paulistaO plano de combate à poluição feito por técnicos da Cetesb, a agência ambiental paulista, também propõe a realização da inspeção veicular obrigatória periódica –pelo menos nas cidades da Grande São Paulo. "A inspeção ambiental é uma importante ferramenta para o controle das emissões de veículos em uso", segundo o texto do plano. O problema é que nem a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nem a do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) têm dado prioridade à inspeção veicular ambiental nos últimos anos. "Com a fiscalização muito solta, como está, as emissões só vão aumentar", afirma Alfred Szwarc, consultor ambiental e também ex-presidente da Cetesb. O imbróglio sobre a inspeção obrigatória ocorre nas duas esferas de governo há pelo menos um ano. Na Assembleia Legislativa, desde 2009, dois projetos sobre o tema tramitam de forma lenta. Um da base aliada tucana, enviado pelo ex-governador José Serra, e outro da oposição, do deputado Adriano Diogo (PT). No caso da cidade de São Paulo, o prefeito petista cumpriu apenas metade da sua promessa de campanha. Em 2013, ele retirou a empresa Controlar do gerenciamento do programa de inspeção, como havia dito, mas ainda não criou outro sistema, como havia anunciado. A licitação feita pela prefeitura para entregar a concessão do programa a um novo grupo privado chegou a ser aprovada pelo Tribunal de Justiça, mas depois foi questionada pelo Tribunal de Contas do Município. "O que a prefeitura fez [fim da inspeção] foi um erro. Poderia até ter trocado a empresa [a Controlar], mas sem interromper a fiscalização", afirma Szwarc. O processo está parado desde o ano passado. Nos últimos anos, a tese de Haddad é que a inspeção da frota na Grande SP deve ser feita pelo Palácio dos Bandeirantes. | 6 |
Doria é uma vitória do Alckmin contra o José Serra, diz colunista | Padrinho político do prefeito eleito de São Paulo João Dória, Geraldo Alckmim foi um dos principais vitoriosos das eleições municipais, avaliam jornalistas e colunistas da Folha. "Dentro do PSDB, foi uma vitória do Alckmim, que apostou na candidatura de Doria", afirmou o diretor de Sucursal de Brasília, Leandro Colon. "É uma vitória do Geraldo Alckmin como candidato à presidência do Brasil pelo PSDB em 2018. Perde o José Serra [ministro das relações exteriores]", opinou Guilherme Boulos, doutor em geografia humana e colunista da Folha. | tv | Doria é uma vitória do Alckmin contra o José Serra, diz colunistaPadrinho político do prefeito eleito de São Paulo João Dória, Geraldo Alckmim foi um dos principais vitoriosos das eleições municipais, avaliam jornalistas e colunistas da Folha. "Dentro do PSDB, foi uma vitória do Alckmim, que apostou na candidatura de Doria", afirmou o diretor de Sucursal de Brasília, Leandro Colon. "É uma vitória do Geraldo Alckmin como candidato à presidência do Brasil pelo PSDB em 2018. Perde o José Serra [ministro das relações exteriores]", opinou Guilherme Boulos, doutor em geografia humana e colunista da Folha. | 12 |
'Gerente', Zito deu broncas em Pelé e ria com apelido de 'chulé' no Santos | No Santos do Rei Pelé, as reverências entre os jogadores quase sempre eram feitas a Zito, 82, que morreu na noite deste domingo (14), em Santos. Mesmo anos após os craques daquela época terem se aposentado, a reverência era mantida ao companheiro, natural de Roseira (SP), que nasceu em 8 de agosto de 1932, volante e capitão do time que empilhou títulos no Santos. Certa vez, ao conceder uma entrevista para a Folha ao lado de Pepe, a reportagem ouviu a seguinte recomendação do ex-ponta esquerda, apelidado de "Canhão da Vila". "Deixa o capitão falar primeiro, os mais importantes falam primeiro. Depois eu falo", disse Pepe, que ganhou alguns tapinhas nas costas do amigo, em meio aos risos de ambos. Outros companheiros de Santos também sempre citavam o capitão em entrevistas. "Ele era o nosso líder em campo e fora dele, com conselhos", dizia o ponta-direita Dorval. "Ele era o capitão e tratava todos em condições iguais. Tinha nosso respeito e a confiança do Lula [técnico do Santos de 1954 a 1966]", afirmou o lateral esquerdo Dalmo, outro que morreu em 2015. Apesar de não ter a mesma habilidade que Pelé, a mesma precisão na área que Coutinho nem o chute potente de Pepe, Zito é quem comandava o time em campo. Era o técnico dentro das quatro linhas –alguns dizem que até fora ajudava Lula a montar o time–, o que valeu o apelido de "Gerente", dado pela imprensa da época. Em 1963, na conquista do segundo título Mundial do Santos, Zito ficou fora dos dois jogos finais no Maracanã contra o Milan, da Itália, porque estava machucado. Ainda assim ajudou Lula a comandar o time do banco de reservas. Dava broncas em todos os jogadores do time, do goleiro [jogou com Manga, Laércio, Gilmar, entre outros] a Pelé, oito anos mais novo e já a principal estrela do futebol brasileiro. Zito não gostava de ver o time relaxar. Mesmo quando o placar já indicava que seria praticamente impossível o adversário mudar o jogo, ele exigia seriedade. Entre os companheiros, as broncas eram vistas como positivas, produtivas e, como costumam brincar quando estão juntos, uma forma de não abrir mão do "bicho" –a premiação– pelas vitórias. Zito também era visto como um volante diferente para sua época. A exigência é que jogasse fixo na marcação, uma vez que Mengálvio, seu companheiro a partir de 1960, era um meia ofensivo e quase sempre inegrava a linha de ataque com Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Mas a habilidade com a bola fazia Zito arriscar jogadas no ataque. "Marcava, mas também saía para o jogo. Jogávamos sempre buscando o gol, com cinco atacantes. Mas às vezes o Zito virava um sexto homem no ataque", disse Pepe à Folha, em 2013. Fez 57 gols em 726 partidas pelo Santos. Números altos para um volante e para um time que contava com o ataque mais forte do mundo naquela época. Jogou por 15 anos na equipe. Chegou em 1952, período em que o clube não ostentava o mesmo status dos rivais Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Era a fase do jejum de títulos. Ao sair, o Santos já tinha taças jamais pensadas pelos rivais, como bicampeonato da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes. Zito foi ainda pentacampeão da Taça Brasil, tetracampeão do Torneio Rio-São Paulo e oito vezes vencedor do Campeonato Paulista com a camisa do Santos. Ao deixar o Santos em 1967, passou a trabalhar no clube como técnico. Depois, virou dirigente, trabalhando nas categorias de base. Hoje, é exaltado por ter ajudado a encontrar talentos como Robinho, Diego e Neymar. Além das glórias pelo Santos, foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, em 1958 (Suécia) e em 1962 (Chile). Inclusive, marcou o gol da virada sobre a Checoslováquia na final –a vitória foi por 3 a 1. Jogou na seleção de 1956 a 1966. DESCONTRAÇÃO Apesar da fama de durão, Zito adorava as brincadeiras comuns naquele time do Santos. Havia os famosos rachões –partidas recreativas durante os treinos– entre os jogadores negros, como Pelé, Coutinho, Dorval e Lima, contra os brancos, formado por Pepe, Zito, Dalmo e Gilmar. As disputas eram sempre acirradas. Ninguém gostava da derrota nem a aceitava. Outro passatempo eram os jogos de carta durante as concentrações, alguns duravam até o início do outro dia e envolvia até o técnico Lula. O time do Santos também contava com muitos jovens e eles não deixavam Zito fora das brincadeiras. Foi assim que ganhou o apelido "Chulé", por motivos óbvios. Até mesmo nos reencontros com os companheiros muitos anos depois era comum chamarem ele de capitão e de "Chulé". Sempre dava uma risada. Já o apelido mais famoso, José Ely de Miranda carrega desde a infância. Chamado de Joselito pelos pais, logo virou Zito. | esporte | 'Gerente', Zito deu broncas em Pelé e ria com apelido de 'chulé' no SantosNo Santos do Rei Pelé, as reverências entre os jogadores quase sempre eram feitas a Zito, 82, que morreu na noite deste domingo (14), em Santos. Mesmo anos após os craques daquela época terem se aposentado, a reverência era mantida ao companheiro, natural de Roseira (SP), que nasceu em 8 de agosto de 1932, volante e capitão do time que empilhou títulos no Santos. Certa vez, ao conceder uma entrevista para a Folha ao lado de Pepe, a reportagem ouviu a seguinte recomendação do ex-ponta esquerda, apelidado de "Canhão da Vila". "Deixa o capitão falar primeiro, os mais importantes falam primeiro. Depois eu falo", disse Pepe, que ganhou alguns tapinhas nas costas do amigo, em meio aos risos de ambos. Outros companheiros de Santos também sempre citavam o capitão em entrevistas. "Ele era o nosso líder em campo e fora dele, com conselhos", dizia o ponta-direita Dorval. "Ele era o capitão e tratava todos em condições iguais. Tinha nosso respeito e a confiança do Lula [técnico do Santos de 1954 a 1966]", afirmou o lateral esquerdo Dalmo, outro que morreu em 2015. Apesar de não ter a mesma habilidade que Pelé, a mesma precisão na área que Coutinho nem o chute potente de Pepe, Zito é quem comandava o time em campo. Era o técnico dentro das quatro linhas –alguns dizem que até fora ajudava Lula a montar o time–, o que valeu o apelido de "Gerente", dado pela imprensa da época. Em 1963, na conquista do segundo título Mundial do Santos, Zito ficou fora dos dois jogos finais no Maracanã contra o Milan, da Itália, porque estava machucado. Ainda assim ajudou Lula a comandar o time do banco de reservas. Dava broncas em todos os jogadores do time, do goleiro [jogou com Manga, Laércio, Gilmar, entre outros] a Pelé, oito anos mais novo e já a principal estrela do futebol brasileiro. Zito não gostava de ver o time relaxar. Mesmo quando o placar já indicava que seria praticamente impossível o adversário mudar o jogo, ele exigia seriedade. Entre os companheiros, as broncas eram vistas como positivas, produtivas e, como costumam brincar quando estão juntos, uma forma de não abrir mão do "bicho" –a premiação– pelas vitórias. Zito também era visto como um volante diferente para sua época. A exigência é que jogasse fixo na marcação, uma vez que Mengálvio, seu companheiro a partir de 1960, era um meia ofensivo e quase sempre inegrava a linha de ataque com Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Mas a habilidade com a bola fazia Zito arriscar jogadas no ataque. "Marcava, mas também saía para o jogo. Jogávamos sempre buscando o gol, com cinco atacantes. Mas às vezes o Zito virava um sexto homem no ataque", disse Pepe à Folha, em 2013. Fez 57 gols em 726 partidas pelo Santos. Números altos para um volante e para um time que contava com o ataque mais forte do mundo naquela época. Jogou por 15 anos na equipe. Chegou em 1952, período em que o clube não ostentava o mesmo status dos rivais Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Era a fase do jejum de títulos. Ao sair, o Santos já tinha taças jamais pensadas pelos rivais, como bicampeonato da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes. Zito foi ainda pentacampeão da Taça Brasil, tetracampeão do Torneio Rio-São Paulo e oito vezes vencedor do Campeonato Paulista com a camisa do Santos. Ao deixar o Santos em 1967, passou a trabalhar no clube como técnico. Depois, virou dirigente, trabalhando nas categorias de base. Hoje, é exaltado por ter ajudado a encontrar talentos como Robinho, Diego e Neymar. Além das glórias pelo Santos, foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, em 1958 (Suécia) e em 1962 (Chile). Inclusive, marcou o gol da virada sobre a Checoslováquia na final –a vitória foi por 3 a 1. Jogou na seleção de 1956 a 1966. DESCONTRAÇÃO Apesar da fama de durão, Zito adorava as brincadeiras comuns naquele time do Santos. Havia os famosos rachões –partidas recreativas durante os treinos– entre os jogadores negros, como Pelé, Coutinho, Dorval e Lima, contra os brancos, formado por Pepe, Zito, Dalmo e Gilmar. As disputas eram sempre acirradas. Ninguém gostava da derrota nem a aceitava. Outro passatempo eram os jogos de carta durante as concentrações, alguns duravam até o início do outro dia e envolvia até o técnico Lula. O time do Santos também contava com muitos jovens e eles não deixavam Zito fora das brincadeiras. Foi assim que ganhou o apelido "Chulé", por motivos óbvios. Até mesmo nos reencontros com os companheiros muitos anos depois era comum chamarem ele de capitão e de "Chulé". Sempre dava uma risada. Já o apelido mais famoso, José Ely de Miranda carrega desde a infância. Chamado de Joselito pelos pais, logo virou Zito. | 4 |
Terror de militantes islâmicos do Boko Haram ameaça pleito na Nigéria | A um mês das eleições legislativas e presidenciais, a Nigéria, maior economia e país mais populoso da África, enfrenta uma onda de violência sem precedentes perpetrada pelos militantes islâmicos do grupo Boko Haram. O último grande ataque dos radicais, entre os dias 3 e 7 deste mês, ocorreu na cidade de Baga, na fronteira com Camarões e Chade. O governo diz que 150 militares e civis foram mortos, mas alguns veículos de imprensa e a Anistia Internacional estimam até 2.000 vítimas, o que seria o maior massacre do Boko Haram em seis anos de combate para formar um Estado sob a sharia (lei islâmica) no nordeste do país. A Anistia anunciou que divulgaria nesta quinta (15) imagens de satélite detalhando a destruição em Baga. Em nota, o Itamaraty repudiou o ataque e adotou a estimativa de 2.000 mortos. Diante das investidas cada vez mais sangrentas do Boko Haram, a insegurança se tornou tema central da campanha eleitoral. Cristão, o presidente Goodluck Jonathan, 57, disputa a reeleição em 14 de fevereiro contra o muçulmano ex-ditador Muhamadu Buhari, 72, candidato pela quarta vez. A Comissão Eleitoral Independente alertou nesta terça-feira (13) ser pouco provável que as eleições sejam realizadas nas zonas controladas pelo Boko Haram. Os resultados da eleição -que os especialistas descrevem como a mais disputada desde a volta da democracia, há 16 anos- podem ser impugnados caso milhares de cidadãos sejam impedidos de exercer o seu direito de voto. Jonathan, que governa a Nigéria desde a morte de seu antecessor, Umaru Yar Adua, em 2010, é muito criticado por não ter conseguido deter a insurreição islâmica, que causou mais de 13 mil mortes de 2009 para cá. Em um país que no ano passado se tornou a maior economia da África, graças a uma mudança importante no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), mas onde metade dos 178 milhões de habitantes vive na pobreza, Jonathan não pode contar com o desempenho econômico para garantir a reeleição. O general reformado Buhari afirma ter travado uma guerra contra a indisciplina em sua breve passagem pela Presidência como líder da junta militar entre 1983 e 1985 e é visto como empenhado no combate à corrupção. Nenhuma pesquisa independente permite avaliar a popularidade dos dois candidatos. No entanto, para vários especialistas, a frente opositora Congresso Progressista, de Buhari, tem chances de derrubar o governista Partido Democrático do Povo, no poder desde 1999. A oposição aposta em vitória em três cidades-chave: Lagos, a capital econômica; a cidade petroleira de Port Harcourt, no sul; e Kano, maior cidade do norte. | mundo | Terror de militantes islâmicos do Boko Haram ameaça pleito na NigériaA um mês das eleições legislativas e presidenciais, a Nigéria, maior economia e país mais populoso da África, enfrenta uma onda de violência sem precedentes perpetrada pelos militantes islâmicos do grupo Boko Haram. O último grande ataque dos radicais, entre os dias 3 e 7 deste mês, ocorreu na cidade de Baga, na fronteira com Camarões e Chade. O governo diz que 150 militares e civis foram mortos, mas alguns veículos de imprensa e a Anistia Internacional estimam até 2.000 vítimas, o que seria o maior massacre do Boko Haram em seis anos de combate para formar um Estado sob a sharia (lei islâmica) no nordeste do país. A Anistia anunciou que divulgaria nesta quinta (15) imagens de satélite detalhando a destruição em Baga. Em nota, o Itamaraty repudiou o ataque e adotou a estimativa de 2.000 mortos. Diante das investidas cada vez mais sangrentas do Boko Haram, a insegurança se tornou tema central da campanha eleitoral. Cristão, o presidente Goodluck Jonathan, 57, disputa a reeleição em 14 de fevereiro contra o muçulmano ex-ditador Muhamadu Buhari, 72, candidato pela quarta vez. A Comissão Eleitoral Independente alertou nesta terça-feira (13) ser pouco provável que as eleições sejam realizadas nas zonas controladas pelo Boko Haram. Os resultados da eleição -que os especialistas descrevem como a mais disputada desde a volta da democracia, há 16 anos- podem ser impugnados caso milhares de cidadãos sejam impedidos de exercer o seu direito de voto. Jonathan, que governa a Nigéria desde a morte de seu antecessor, Umaru Yar Adua, em 2010, é muito criticado por não ter conseguido deter a insurreição islâmica, que causou mais de 13 mil mortes de 2009 para cá. Em um país que no ano passado se tornou a maior economia da África, graças a uma mudança importante no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), mas onde metade dos 178 milhões de habitantes vive na pobreza, Jonathan não pode contar com o desempenho econômico para garantir a reeleição. O general reformado Buhari afirma ter travado uma guerra contra a indisciplina em sua breve passagem pela Presidência como líder da junta militar entre 1983 e 1985 e é visto como empenhado no combate à corrupção. Nenhuma pesquisa independente permite avaliar a popularidade dos dois candidatos. No entanto, para vários especialistas, a frente opositora Congresso Progressista, de Buhari, tem chances de derrubar o governista Partido Democrático do Povo, no poder desde 1999. A oposição aposta em vitória em três cidades-chave: Lagos, a capital econômica; a cidade petroleira de Port Harcourt, no sul; e Kano, maior cidade do norte. | 3 |
Carteira de identidade agora pode incluir tipo sanguíneo em SP | Os postos de atendimento do Poupatempo no Estado de São Paulo passaram a incluir no início do mês o tipo sanguíneo do indivíduo nas novas carteiras de identidade. A inclusão atende determinação do STF de agosto de 2014, que julgou a procedência de leis paulista e catarinense que dispunham sobre a inclusão de dados sanguíneos no documento. O interessado em ter o RG com a informação deverá apresentar original e cópia de laudo laboratorial de no máximo dez anos, informando o tipo sanguíneo e o fator RH, ou carteira oficial de doador de sangue. Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a informação no RG pode facilitar o socorro em caso de emergências que exijam transfusão de sangue. O serviço de emissão de carteira de identidade no Poupatempo é feito por agendamento, que pode ser realizado por meio do aplicativo SP Serviços (celulares e tablets), pelo site www.poupatempo.sp.gov.br ou por telefone (0800-772-3633 para telefones fixos e 11 2930-3650 para ligações de celulares). | cotidiano | Carteira de identidade agora pode incluir tipo sanguíneo em SPOs postos de atendimento do Poupatempo no Estado de São Paulo passaram a incluir no início do mês o tipo sanguíneo do indivíduo nas novas carteiras de identidade. A inclusão atende determinação do STF de agosto de 2014, que julgou a procedência de leis paulista e catarinense que dispunham sobre a inclusão de dados sanguíneos no documento. O interessado em ter o RG com a informação deverá apresentar original e cópia de laudo laboratorial de no máximo dez anos, informando o tipo sanguíneo e o fator RH, ou carteira oficial de doador de sangue. Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a informação no RG pode facilitar o socorro em caso de emergências que exijam transfusão de sangue. O serviço de emissão de carteira de identidade no Poupatempo é feito por agendamento, que pode ser realizado por meio do aplicativo SP Serviços (celulares e tablets), pelo site www.poupatempo.sp.gov.br ou por telefone (0800-772-3633 para telefones fixos e 11 2930-3650 para ligações de celulares). | 6 |
Grêmio e Inter empatam em jogo com recorde de público na Arena | Em um clássico quente e que teve recorde de público na nova casa tricolor, Grêmio e Inter empataram por 0 a 0, neste domingo (6). Com 48.204 torcedores, a partida foi válida pelo Campeonato Gaúcho e pela Primeira Liga. A marca anterior era de 47.244, no duelo com o San Lorenzo, pela Libertadores de 2014. Com o empate, o Grêmio está na terceira colocação do Campeonato Gaúcho com 16 pontos —um a mais do que o Internacional, quinto colocado. O São José é o líder com 20 pontos. Por outro lado, o Internacional avançou à semifinal da Primeira Liga. O time soma cinco pontos no Grupo B —mesma pontuação do rival, que leva desvantagem no saldo de gols. O Grêmio ainda pode se classificar como melhor segundo colocado, mas precisará torcer para o Fluminense não vencer o Criciúma e o Figueirense não ganhar do Flamengo. | esporte | Grêmio e Inter empatam em jogo com recorde de público na ArenaEm um clássico quente e que teve recorde de público na nova casa tricolor, Grêmio e Inter empataram por 0 a 0, neste domingo (6). Com 48.204 torcedores, a partida foi válida pelo Campeonato Gaúcho e pela Primeira Liga. A marca anterior era de 47.244, no duelo com o San Lorenzo, pela Libertadores de 2014. Com o empate, o Grêmio está na terceira colocação do Campeonato Gaúcho com 16 pontos —um a mais do que o Internacional, quinto colocado. O São José é o líder com 20 pontos. Por outro lado, o Internacional avançou à semifinal da Primeira Liga. O time soma cinco pontos no Grupo B —mesma pontuação do rival, que leva desvantagem no saldo de gols. O Grêmio ainda pode se classificar como melhor segundo colocado, mas precisará torcer para o Fluminense não vencer o Criciúma e o Figueirense não ganhar do Flamengo. | 4 |
Em 'O Inferno dos Outros', Grossman convida leitor a enxergar misérias | O escritor e ativista israelense David Grossman não é alguém fascinado por piadas. Tem apenas umas três gravadas no cérebro, e sua relação com esse tipo de humor se restringe a shows de TV esporádicos de gente como Jerry Seinfeld, Louis CK e Sarah Silverman. "Desconfio de quem conta anedotas obsessivamente", diz à Folha. Mas, em 2013, quando começou a trabalhar no romance "סוס אחד נכנס לבר" (um cavalo entra num bar, em tradução livre), cujo personagem central é um comediante de stand-up, notou que "de alguma forma" as pessoas tinham começado a lhe contar mais piadas". Grossman passou a colecioná-las, a reproduzi-las e a sentir prazer em arrancar o riso das pessoas. Entretanto o romance não é um livro divertido. Lançado no Brasil pela Companhia das Letras, o romance ganhou um título que condiz melhor com o clima da narrativa: "O Inferno dos Outros". A obra se passa durante uma apresentação do humorista Dovale G. na cidade de Netânia, em Israel. Em meio a piadas —que vão do habitual deboche com pessoas do público à grave situação entre Israel e Palestina—, o comediante começa a desabafar sobre suas agonias pessoais, como ter perdido um dos pais aos 14 anos, enquanto estava num acampamento militar. O público reage com desconforto e um quê de ira à catarse emocional do homem: pagaram para ver um show de humor, não uma apresentação de lamúrias. Ora vaiam, ora xingam; nunca deixam o local. Poderiam apenas sair, mas permanecem onde estão, pois o inferno dos outros convida à contemplação. Entre eles está o juiz aposentado Avishai Lazar, colega de comediante da época do acampamento militar —quando Dovale era apenas um garoto abobalhado que servia como alvo de bullying. Apesar das quatro décadas que separam o passado do presente e do distanciamento entre ambos, Dovale liga para o juiz —um sujeito agudo nas palavras, que fora afastado da magistratura por ser agressivo demais nas sentenças proferidas—, convidando-o para ir àquela apresentação. O que o humorista deseja é que, após o show, o juiz lhe diga o que viu. VER E SER VISTO Com a tragédia na infância, "Dovale passou a ter uma vida paralela em relação a quem ele realmente era", diz Grossman. Por isso deseja desesperadamente uma sentença do juiz. Essa vida paralela, segundo o autor, é comum a todos que tentam camuflar o que os torna humanos: seus erros, suas falhas. "Perdemos muito tempo tentando corrigir os defeitos que temos —no nosso corpo, na nossa alma—; tentamos escondê-los para que possamos ter uma aparência melhor", diz. "É um esforço tolo." O desejo de apresentar ao mundo uma versão melhor de si é uma reação à tendência do outro de ignorar o que vê. "Há muita tentação em nosso mundo conturbado de não olhar diretamente para as coisas, as pessoas e suas misérias", diz o israelense. Ele traça um paralelo com a atual crise de refugiados e como "os europeus se condicionam a não enxergá-los". Ele acredita que a opção pela cegueira é uma forma de evitar "alguma empatia". "Os refugiados miseráveis que, agora, você vê numa posição horrível, há cinco anos eram seres humanos como você, tinham suas vidas, sua dignidade, seus amores." Dovale, cujo ofício é fazer as pessoas rirem, quer ser visto em toda sua miséria. Mas para além do palco, diz Grossman, "somos ensinados a não olhar, pois se olhamos, nos comprometemos —e temos medo desse compromisso, da dor que isso envolve". O INFERNO DOS OUTROS AUTOR David Grossman TRADUÇÃO Paulo Geiger EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 44,90 (208 págs.) ENCONTRO COM DAVID GROSSMAN E IAN MCEWAN QUANDO terça (25), às 20h ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO grátis; retirar ingressos a partir das 14h nas bilheterias das unidades do Sesc da cidade | ilustrada | Em 'O Inferno dos Outros', Grossman convida leitor a enxergar misériasO escritor e ativista israelense David Grossman não é alguém fascinado por piadas. Tem apenas umas três gravadas no cérebro, e sua relação com esse tipo de humor se restringe a shows de TV esporádicos de gente como Jerry Seinfeld, Louis CK e Sarah Silverman. "Desconfio de quem conta anedotas obsessivamente", diz à Folha. Mas, em 2013, quando começou a trabalhar no romance "סוס אחד נכנס לבר" (um cavalo entra num bar, em tradução livre), cujo personagem central é um comediante de stand-up, notou que "de alguma forma" as pessoas tinham começado a lhe contar mais piadas". Grossman passou a colecioná-las, a reproduzi-las e a sentir prazer em arrancar o riso das pessoas. Entretanto o romance não é um livro divertido. Lançado no Brasil pela Companhia das Letras, o romance ganhou um título que condiz melhor com o clima da narrativa: "O Inferno dos Outros". A obra se passa durante uma apresentação do humorista Dovale G. na cidade de Netânia, em Israel. Em meio a piadas —que vão do habitual deboche com pessoas do público à grave situação entre Israel e Palestina—, o comediante começa a desabafar sobre suas agonias pessoais, como ter perdido um dos pais aos 14 anos, enquanto estava num acampamento militar. O público reage com desconforto e um quê de ira à catarse emocional do homem: pagaram para ver um show de humor, não uma apresentação de lamúrias. Ora vaiam, ora xingam; nunca deixam o local. Poderiam apenas sair, mas permanecem onde estão, pois o inferno dos outros convida à contemplação. Entre eles está o juiz aposentado Avishai Lazar, colega de comediante da época do acampamento militar —quando Dovale era apenas um garoto abobalhado que servia como alvo de bullying. Apesar das quatro décadas que separam o passado do presente e do distanciamento entre ambos, Dovale liga para o juiz —um sujeito agudo nas palavras, que fora afastado da magistratura por ser agressivo demais nas sentenças proferidas—, convidando-o para ir àquela apresentação. O que o humorista deseja é que, após o show, o juiz lhe diga o que viu. VER E SER VISTO Com a tragédia na infância, "Dovale passou a ter uma vida paralela em relação a quem ele realmente era", diz Grossman. Por isso deseja desesperadamente uma sentença do juiz. Essa vida paralela, segundo o autor, é comum a todos que tentam camuflar o que os torna humanos: seus erros, suas falhas. "Perdemos muito tempo tentando corrigir os defeitos que temos —no nosso corpo, na nossa alma—; tentamos escondê-los para que possamos ter uma aparência melhor", diz. "É um esforço tolo." O desejo de apresentar ao mundo uma versão melhor de si é uma reação à tendência do outro de ignorar o que vê. "Há muita tentação em nosso mundo conturbado de não olhar diretamente para as coisas, as pessoas e suas misérias", diz o israelense. Ele traça um paralelo com a atual crise de refugiados e como "os europeus se condicionam a não enxergá-los". Ele acredita que a opção pela cegueira é uma forma de evitar "alguma empatia". "Os refugiados miseráveis que, agora, você vê numa posição horrível, há cinco anos eram seres humanos como você, tinham suas vidas, sua dignidade, seus amores." Dovale, cujo ofício é fazer as pessoas rirem, quer ser visto em toda sua miséria. Mas para além do palco, diz Grossman, "somos ensinados a não olhar, pois se olhamos, nos comprometemos —e temos medo desse compromisso, da dor que isso envolve". O INFERNO DOS OUTROS AUTOR David Grossman TRADUÇÃO Paulo Geiger EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 44,90 (208 págs.) ENCONTRO COM DAVID GROSSMAN E IAN MCEWAN QUANDO terça (25), às 20h ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO grátis; retirar ingressos a partir das 14h nas bilheterias das unidades do Sesc da cidade | 1 |
Ministro cobra explicação da Petrobras para impasse com Braskem | Diante do impasse entre Petrobras e Braskem sobre o fornecimento de nafta, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, exigiu uma explicação do presidente da petrolífera por não cumprir o combinado. "Há 45 dias, ele (Aldemir Bendine) firmou um compromisso de que, hoje (15), seria fechado o acordo de fornecimento. Cabe a ele honrar esse compromisso. A Petrobras está devendo explicações", afirma. Nesta segunda-feira (14), a Petrobras publicou um fato relevante afirmando ainda estar em tratativas com a Braskem para o fornecimento da matéria-prima, insumo básico para a produção de gases industriais. Entre as exigências da Petrobras, está a correção dos preços para patamares internacionais. Em 30 de outubro, quando a Petrobras assinou a quinta prorrogação do contrato, Bendine afirmou que um novo acordo estava sendo negociado e que seria firmado até esta terça. | mercado | Ministro cobra explicação da Petrobras para impasse com BraskemDiante do impasse entre Petrobras e Braskem sobre o fornecimento de nafta, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, exigiu uma explicação do presidente da petrolífera por não cumprir o combinado. "Há 45 dias, ele (Aldemir Bendine) firmou um compromisso de que, hoje (15), seria fechado o acordo de fornecimento. Cabe a ele honrar esse compromisso. A Petrobras está devendo explicações", afirma. Nesta segunda-feira (14), a Petrobras publicou um fato relevante afirmando ainda estar em tratativas com a Braskem para o fornecimento da matéria-prima, insumo básico para a produção de gases industriais. Entre as exigências da Petrobras, está a correção dos preços para patamares internacionais. Em 30 de outubro, quando a Petrobras assinou a quinta prorrogação do contrato, Bendine afirmou que um novo acordo estava sendo negociado e que seria firmado até esta terça. | 2 |
Osorio entrega cargo no São Paulo e comandará a seleção mexicana | Juan Carlos Osorio não é mais técnico do São Paulo. No início da tarde desta terça-feira (6), o treinador entregou à diretoria do clube o pedido de demissão para assumir já nesta semana o comando da seleção do México. A assessoria de imprensa do São Paulo confirmou a informação. A saída do colombiano foi a terceira do dia no clube do Morumbi: o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o diretor de futebol Rubens Moreno já haviam pedido demissão mais cedo. O colombiano foi contratado pelo clube no final de maio para substituir Muricy Ramalho, que se afastou por motivos de saúde –Milton Cruz assumiu interinamente o comando do clube até a chegada de Osorio. Nas últimas entrevistas coletivas, Osorio se mostrou bastante irritado com toda a situação e também com a diretoria tricolor, chegando até mesmo a dizer que não confiava mais na cúpula são-paulina, por conta do desmanche promovido desde a sua chegada. O início do clima ruim ficou exposto no final de agosto, após a derrota para o Flamengo, quando o técnico falou que tinha "sentimentos confusos". Disse também que recebeu uma mensagem da diretoria que o deixou muito surpreso. "Depois do jogo anterior, recebi uma mensagem de um diretor, um membro da diretoria, e fiquei muito surpreendido. É muito difícil falar já. Agora estou tranquilo, escalei o time que podia. Vou pensar e pensarei o que é o melhor, e decidirei", disse, na época. Um dos agravantes da crise foi a venda de diversos jogadores do elenco são-paulino. Ao todo oito atletas deixaram o clube desde sua chegada, no fim de maio: Toloi, Paulo Miranda, Denílson, Cafu, Boschilia, Dória, Souza e Ewandro. Souza, aliás, foi um dos pivôs do desentendimento do técnico com a diretoria. Segundo apuração da Folha, o volante, vendido no início de julho para o Fenerbahçe, da Turquia, era o preferido do treinador no elenco. Quando ouviu boatos de que poderia perdê-lo, fez o pedido aos cartolas para que o jogador fosse mantido. O jogador foi negociado e Osorio se sentiu traído pela atitude da diretoria, que lhe deu esperanças sobre a permanência do jogador. DIA TENSO O pedido de demissão de Osorio não foi o único fato da terça-feira atribulada vivida pelo São Paulo. Mais cedo, o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, demitiu o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, após a briga entre os dois cartolas na segunda (5), no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, zona sul da capital paulista. A briga entre Aidar e Ataíde aconteceu durante uma reunião entre dirigentes do clube. A confusão foi apartada pela equipe de segurança do hotel. Rubens Moreno, diretor de Futebol, também deixou o São Paulo. "Que fique claro, fui eu que pedi demissão. Ninguém me demitiu. Avisei o presidente e ele aceitou o meu pedido", disse Moreno à Folha. HISTÓRICO Há pouco mais de quatro meses no São Paulo, Juan Carlos Osorio comandou o time em 28 jogos, com 12 vitórias, sete empates e nove derrotas. O aproveitamento foi pior do que os antecessores dele. Osorio conseguiu 51% dos pontos, enquanto Milton Cruz teve 72% e Muricy Ramalho, 60%. Durante a passagem do colombiano, o São Paulo também não venceu clássicos estaduais. Foram dois empates (Corinthians e Palmeiras) e duas derrotas (Palmeiras e Santos). A favor de Osorio estão os resultados rápidos. O time é semifinalista da Copa do Brasil e ocupa a quinta colocação no Campeonato Brasileiro, com os mesmos 46 pontos do Santos, último integrante do G4. Além disso, ele conseguiu fazer Pato alcançar os melhores números dele desde a passagem pelo Milan e deu mais chances aos jogadores da base. A dupla titular na zaga é Rodrigo Caio e Lucão, por exemplo. Ainda promoveu o lateral esquerdo Matheus Reis, 20, o zagueiro Lyanco, 18, e os meias Murilo, 17, e Jefferson, 18. Estes dois últimos não jogaram. | esporte | Osorio entrega cargo no São Paulo e comandará a seleção mexicanaJuan Carlos Osorio não é mais técnico do São Paulo. No início da tarde desta terça-feira (6), o treinador entregou à diretoria do clube o pedido de demissão para assumir já nesta semana o comando da seleção do México. A assessoria de imprensa do São Paulo confirmou a informação. A saída do colombiano foi a terceira do dia no clube do Morumbi: o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o diretor de futebol Rubens Moreno já haviam pedido demissão mais cedo. O colombiano foi contratado pelo clube no final de maio para substituir Muricy Ramalho, que se afastou por motivos de saúde –Milton Cruz assumiu interinamente o comando do clube até a chegada de Osorio. Nas últimas entrevistas coletivas, Osorio se mostrou bastante irritado com toda a situação e também com a diretoria tricolor, chegando até mesmo a dizer que não confiava mais na cúpula são-paulina, por conta do desmanche promovido desde a sua chegada. O início do clima ruim ficou exposto no final de agosto, após a derrota para o Flamengo, quando o técnico falou que tinha "sentimentos confusos". Disse também que recebeu uma mensagem da diretoria que o deixou muito surpreso. "Depois do jogo anterior, recebi uma mensagem de um diretor, um membro da diretoria, e fiquei muito surpreendido. É muito difícil falar já. Agora estou tranquilo, escalei o time que podia. Vou pensar e pensarei o que é o melhor, e decidirei", disse, na época. Um dos agravantes da crise foi a venda de diversos jogadores do elenco são-paulino. Ao todo oito atletas deixaram o clube desde sua chegada, no fim de maio: Toloi, Paulo Miranda, Denílson, Cafu, Boschilia, Dória, Souza e Ewandro. Souza, aliás, foi um dos pivôs do desentendimento do técnico com a diretoria. Segundo apuração da Folha, o volante, vendido no início de julho para o Fenerbahçe, da Turquia, era o preferido do treinador no elenco. Quando ouviu boatos de que poderia perdê-lo, fez o pedido aos cartolas para que o jogador fosse mantido. O jogador foi negociado e Osorio se sentiu traído pela atitude da diretoria, que lhe deu esperanças sobre a permanência do jogador. DIA TENSO O pedido de demissão de Osorio não foi o único fato da terça-feira atribulada vivida pelo São Paulo. Mais cedo, o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, demitiu o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, após a briga entre os dois cartolas na segunda (5), no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, zona sul da capital paulista. A briga entre Aidar e Ataíde aconteceu durante uma reunião entre dirigentes do clube. A confusão foi apartada pela equipe de segurança do hotel. Rubens Moreno, diretor de Futebol, também deixou o São Paulo. "Que fique claro, fui eu que pedi demissão. Ninguém me demitiu. Avisei o presidente e ele aceitou o meu pedido", disse Moreno à Folha. HISTÓRICO Há pouco mais de quatro meses no São Paulo, Juan Carlos Osorio comandou o time em 28 jogos, com 12 vitórias, sete empates e nove derrotas. O aproveitamento foi pior do que os antecessores dele. Osorio conseguiu 51% dos pontos, enquanto Milton Cruz teve 72% e Muricy Ramalho, 60%. Durante a passagem do colombiano, o São Paulo também não venceu clássicos estaduais. Foram dois empates (Corinthians e Palmeiras) e duas derrotas (Palmeiras e Santos). A favor de Osorio estão os resultados rápidos. O time é semifinalista da Copa do Brasil e ocupa a quinta colocação no Campeonato Brasileiro, com os mesmos 46 pontos do Santos, último integrante do G4. Além disso, ele conseguiu fazer Pato alcançar os melhores números dele desde a passagem pelo Milan e deu mais chances aos jogadores da base. A dupla titular na zaga é Rodrigo Caio e Lucão, por exemplo. Ainda promoveu o lateral esquerdo Matheus Reis, 20, o zagueiro Lyanco, 18, e os meias Murilo, 17, e Jefferson, 18. Estes dois últimos não jogaram. | 4 |
Venda de carro cai, mas setor retoma otimismo após reunião com Temer | A queda de 17,1% nas vendas de veículos (inclui ônibus e caminhões) de abril em relação a março foi minimizada pela Anfavea nesta sexta (5). A entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil retomou o discurso otimista após a reunião feita na última semana com o presidente Michel Temer. "Apresentamos ao governo uma agenda de longo prazo e destacamos os acordos que estão em fase de conclusão, como o feito com a Colômbia", diz Antonio Megale, presidente da Anfavea. A associação das fabricantes demonstrou apoio às reformas previdenciária e trabalhista em curso. O discurso atual visa retomar o bom relacionamento com o governo. A Anfavea viveu seu melhor momento durante a gestão Lula, quando obteve uma sequência de reduções tributárias pontuais que acabaram levando à perda de previsibilidade e às mudanças de regras que se voltaram contra o setor, além do distanciamento do poder nos anos Dilma. Autoveículos no Brasil - Números do setor, em mil No cenário atual, a entidade busca estabilidade e destaca a retomada dos investimentos. "Os primeiros sinais de recuperação da economia já começam a acontecer. A Scania anunciou um investimento de R$ 2,6 bilhões até 2020 em sua fábrica de São Bernardo do Campo. A Volkswagen também anunciou um investimento de R$ 5 bilhões para exportação de motores para o México", diz Megale. A produção caiu 18,8% em abril na comparação com março, influenciada pelos 18 dias úteis do mês, cinco a menos em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, há alta de 20,9%. As exportações continuam em destaque. "A cada três veículos produzidos no país, um é enviado a mercados externos", afirma Megale. O segmento cresceu 64,2% no primeiro quadrimestre em relação a igual período em 2016. O estoque baseado nas vendas de abril é suficiente para atender a 41 dias de vendas, número considerado adequado para maio pela Anfavea. ROTA 2030 Na reunião com o governo, a Anfavea apresentou o plano chamado Rota 2030, ou Agenda Automotiva Brasil. "Nossa intenção é construir o futuro com uma visão de longo prazo, para dar previsibilidade a nossas empresas. O objetivo é estabelecer um plano que contemple ao menos os próximos 10 ou 15 anos. Sofremos muito quando medidas são tomadas de forma intempestiva", afirma o presidente da Anfavea. Pontos como eficiência energética, que foi o principal mote do programa Inovar-Auto, devem continuar em destaque. A expectativa da Anfavea é de que a nova agenda contemple a restruturação do parque de fornecedores e a volta da discussão sobre renovação de frota. As novas bases da indústria automotiva devem ser implementadas entre agosto e setembro. Como esperado, a questão tarifária foi abordada no reunião com Temer. "Pedimos a simplificação da cobrança tributária. Levantamentos feitos por nossas empresas mostram que o número de pessoas cuidando de questões como recolhimento de impostos é quase o mesmo das divisões que trabalham no desenvolvimento dos carros", diz Megale. | mercado | Venda de carro cai, mas setor retoma otimismo após reunião com TemerA queda de 17,1% nas vendas de veículos (inclui ônibus e caminhões) de abril em relação a março foi minimizada pela Anfavea nesta sexta (5). A entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil retomou o discurso otimista após a reunião feita na última semana com o presidente Michel Temer. "Apresentamos ao governo uma agenda de longo prazo e destacamos os acordos que estão em fase de conclusão, como o feito com a Colômbia", diz Antonio Megale, presidente da Anfavea. A associação das fabricantes demonstrou apoio às reformas previdenciária e trabalhista em curso. O discurso atual visa retomar o bom relacionamento com o governo. A Anfavea viveu seu melhor momento durante a gestão Lula, quando obteve uma sequência de reduções tributárias pontuais que acabaram levando à perda de previsibilidade e às mudanças de regras que se voltaram contra o setor, além do distanciamento do poder nos anos Dilma. Autoveículos no Brasil - Números do setor, em mil No cenário atual, a entidade busca estabilidade e destaca a retomada dos investimentos. "Os primeiros sinais de recuperação da economia já começam a acontecer. A Scania anunciou um investimento de R$ 2,6 bilhões até 2020 em sua fábrica de São Bernardo do Campo. A Volkswagen também anunciou um investimento de R$ 5 bilhões para exportação de motores para o México", diz Megale. A produção caiu 18,8% em abril na comparação com março, influenciada pelos 18 dias úteis do mês, cinco a menos em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, há alta de 20,9%. As exportações continuam em destaque. "A cada três veículos produzidos no país, um é enviado a mercados externos", afirma Megale. O segmento cresceu 64,2% no primeiro quadrimestre em relação a igual período em 2016. O estoque baseado nas vendas de abril é suficiente para atender a 41 dias de vendas, número considerado adequado para maio pela Anfavea. ROTA 2030 Na reunião com o governo, a Anfavea apresentou o plano chamado Rota 2030, ou Agenda Automotiva Brasil. "Nossa intenção é construir o futuro com uma visão de longo prazo, para dar previsibilidade a nossas empresas. O objetivo é estabelecer um plano que contemple ao menos os próximos 10 ou 15 anos. Sofremos muito quando medidas são tomadas de forma intempestiva", afirma o presidente da Anfavea. Pontos como eficiência energética, que foi o principal mote do programa Inovar-Auto, devem continuar em destaque. A expectativa da Anfavea é de que a nova agenda contemple a restruturação do parque de fornecedores e a volta da discussão sobre renovação de frota. As novas bases da indústria automotiva devem ser implementadas entre agosto e setembro. Como esperado, a questão tarifária foi abordada no reunião com Temer. "Pedimos a simplificação da cobrança tributária. Levantamentos feitos por nossas empresas mostram que o número de pessoas cuidando de questões como recolhimento de impostos é quase o mesmo das divisões que trabalham no desenvolvimento dos carros", diz Megale. | 2 |
Estação de metrô Fradique Coutinho tem fila em dia de Marcha para Jesus | Os usuários da linha 4 do metrô enfrentam longa fila na rua na estação Fradique Coutinho na manhã desta quinta-feira (15), na capital paulista. O funcionamento do metrô no trecho entre as estações Fradique e Paulista está interrompido durante o dia todo, devido a obras na futura estação Oscar Freire. Os passageiros são obrigados a pegar os ônibus especiais da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que circulam no trecho interditado. O movimento é intenso em razão do grande número de pessoas que participarão da Marcha para Jesus 2017, marcada para iniciar às 10h desta quinta na região central da cidade. No desembarque nas estações, é entregue uma senha na área paga das estações Paulista e Fradique Coutinho, que deve ser devolvida no embarque na próxima estação da linha amarela. A linha 4 é uma das alternativas para chegar ao local de concentração da Marcha, ao lado da estação Luz. A Marcha seguirá pelas avenidas Tiradentes e Santos Dumont, até a praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na zona norte de São Paulo. Ao sair da estação Luz do metrô, os usuários também se deparam com lixo acumulado na calçada e água de esgoto parada. | cotidiano | Estação de metrô Fradique Coutinho tem fila em dia de Marcha para JesusOs usuários da linha 4 do metrô enfrentam longa fila na rua na estação Fradique Coutinho na manhã desta quinta-feira (15), na capital paulista. O funcionamento do metrô no trecho entre as estações Fradique e Paulista está interrompido durante o dia todo, devido a obras na futura estação Oscar Freire. Os passageiros são obrigados a pegar os ônibus especiais da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que circulam no trecho interditado. O movimento é intenso em razão do grande número de pessoas que participarão da Marcha para Jesus 2017, marcada para iniciar às 10h desta quinta na região central da cidade. No desembarque nas estações, é entregue uma senha na área paga das estações Paulista e Fradique Coutinho, que deve ser devolvida no embarque na próxima estação da linha amarela. A linha 4 é uma das alternativas para chegar ao local de concentração da Marcha, ao lado da estação Luz. A Marcha seguirá pelas avenidas Tiradentes e Santos Dumont, até a praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na zona norte de São Paulo. Ao sair da estação Luz do metrô, os usuários também se deparam com lixo acumulado na calçada e água de esgoto parada. | 6 |
Brasileiro cria canal global colaborativo para apresentações de músicos de rua | Há dois anos, durante uma viagem à capital da Ucrânia, Kiev, o jornalista gaúcho Daniel Bacchieri ficou encantado com o som de um instrumento que nunca tinha ouvido. Era uma abandura, uma espécie de violão com 55 cordas tradicional do país. Quem a tocava era um músico de rua. Bacchieri gravou a cena por meio da então recém-lançada função vídeo do aplicativo Instragram. Quando voltou ao Brasil, teve uma ideia: criar um canal que reunisse registros amadores de apresentações musicais de rua do mundo todo. Foi assim que, semanas depois, nasceu o StreetMusicMap. Inicialmente, Bacchieri conta que usava sua própria conta no Instagram para divulgar o conteúdo. Com o boca a boca -e a ajuda primordial da internet-, tornou-se um mapa colaborativo, em que os usuários registram em vídeo as performances e situam geograficamente onde elas ocorreram. "Inicialmente, o canal só tinha vídeos de músicos de rua que eu havia filmado. Mas logo se tornou colaborativo porque amigos de amigos também começaram a enviar vídeos que haviam captado em diferentes cidades do mundo", explica. "Comecei a me interessar a mapear os músicos de rua do mundo inteiro a partir Instagram". "E sendo colaborativo há uma abertura para as pessoas enviarem vídeos. Sempre peço que seja identificado o local. O grande barato é geolocalizar essas apresentações", diz. Cabe a Bacchieri filtrar quais vídeos serão exibidos no site (www.streetmusicmap.com) e nas redes sociais (Instagram e Facebook) ligadas ao canal. Atualmente, segundo ele, são mais de 800 registros -feitos por mais de 600 colaboradores de 80 países diferentes. "O lado bacana da plataforma é que, nessa vida maluca que a gente vive, os 15 segundos do vídeo são suficientes para prender a atenção da pessoa e provocar interesse dela clicar em outros vídeos de 15 segundos de músicos". "Cada vez mais com a tecnologia, o palco pode ser em qualquer lugar, e a audiência pode estar em qualquer lugar", finaliza. Segundo Bacchieri, a divulgação dos vídeos dá maior visibilidade aos músicos de rua, aproximando-os do público e das gravadoras. "Um dos objetivos principais do projeto é servir de ponte entre os músicos, os produtores musicais e os fãs. É facilitar essa triangulação, oxigenando a curadoria dos festivais e ampliando a possibilidade de monetização desses artistas". "O trabalho segue sendo uma aposta. Mas cada segundo que tenho livre invisto intelectualmente no StreetMusicMap". "O primeiro passo foi criar uma conta no Instagram; o segundo, geolocalizar esses músicos e o terceiro é criar um site que tenha os vídeos e a localização desses artistas", acrescenta. Bacchieri credita à popularização da tecnologia a evolução do projeto. "Mesmo em países onde nós acreditamos que a tecnologia pode estar um pouco distante, a popularização do smartphone é a grande parceira do nosso trabalho, porque a captação é feita quase que 100% por meio desse dispositivo". "Nos lugares mais distantes do mundo, é possível essa conexão, essa captação e esse compartilhamento de informação". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. | bbc | Brasileiro cria canal global colaborativo para apresentações de músicos de ruaHá dois anos, durante uma viagem à capital da Ucrânia, Kiev, o jornalista gaúcho Daniel Bacchieri ficou encantado com o som de um instrumento que nunca tinha ouvido. Era uma abandura, uma espécie de violão com 55 cordas tradicional do país. Quem a tocava era um músico de rua. Bacchieri gravou a cena por meio da então recém-lançada função vídeo do aplicativo Instragram. Quando voltou ao Brasil, teve uma ideia: criar um canal que reunisse registros amadores de apresentações musicais de rua do mundo todo. Foi assim que, semanas depois, nasceu o StreetMusicMap. Inicialmente, Bacchieri conta que usava sua própria conta no Instagram para divulgar o conteúdo. Com o boca a boca -e a ajuda primordial da internet-, tornou-se um mapa colaborativo, em que os usuários registram em vídeo as performances e situam geograficamente onde elas ocorreram. "Inicialmente, o canal só tinha vídeos de músicos de rua que eu havia filmado. Mas logo se tornou colaborativo porque amigos de amigos também começaram a enviar vídeos que haviam captado em diferentes cidades do mundo", explica. "Comecei a me interessar a mapear os músicos de rua do mundo inteiro a partir Instagram". "E sendo colaborativo há uma abertura para as pessoas enviarem vídeos. Sempre peço que seja identificado o local. O grande barato é geolocalizar essas apresentações", diz. Cabe a Bacchieri filtrar quais vídeos serão exibidos no site (www.streetmusicmap.com) e nas redes sociais (Instagram e Facebook) ligadas ao canal. Atualmente, segundo ele, são mais de 800 registros -feitos por mais de 600 colaboradores de 80 países diferentes. "O lado bacana da plataforma é que, nessa vida maluca que a gente vive, os 15 segundos do vídeo são suficientes para prender a atenção da pessoa e provocar interesse dela clicar em outros vídeos de 15 segundos de músicos". "Cada vez mais com a tecnologia, o palco pode ser em qualquer lugar, e a audiência pode estar em qualquer lugar", finaliza. Segundo Bacchieri, a divulgação dos vídeos dá maior visibilidade aos músicos de rua, aproximando-os do público e das gravadoras. "Um dos objetivos principais do projeto é servir de ponte entre os músicos, os produtores musicais e os fãs. É facilitar essa triangulação, oxigenando a curadoria dos festivais e ampliando a possibilidade de monetização desses artistas". "O trabalho segue sendo uma aposta. Mas cada segundo que tenho livre invisto intelectualmente no StreetMusicMap". "O primeiro passo foi criar uma conta no Instagram; o segundo, geolocalizar esses músicos e o terceiro é criar um site que tenha os vídeos e a localização desses artistas", acrescenta. Bacchieri credita à popularização da tecnologia a evolução do projeto. "Mesmo em países onde nós acreditamos que a tecnologia pode estar um pouco distante, a popularização do smartphone é a grande parceira do nosso trabalho, porque a captação é feita quase que 100% por meio desse dispositivo". "Nos lugares mais distantes do mundo, é possível essa conexão, essa captação e esse compartilhamento de informação". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. | 25 |
Na Justiça, a carne não pode ser fraca | Não é de agora que a advocacia alerta para o perigo da espetacularização de investigações e processos. Este espaço já foi palco de diversas manifestações nesse sentido. O fenômeno da superexposição das acusações teve início, por ironia do destino, com a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores, um dos maiores alvos das últimas operações. Não se ignora a necessidade de investigações que contribuam para o necessário "jogo limpo" no Brasil, mas a falta de técnica e cuidado pode causar graves prejuízos econômicos ao país. Passada a espalhafatosa operação da Polícia Federal na última sexta-feira (17), ficam os fatos e as consequências. O anúncio dos possíveis delitos principia pelo apontamento do delegado responsável pela operação acerca do uso de "ácidos" para "maquiar" a carne. Basta ler o que já está disponível na investigação para concluir que o ácido é o ascórbico, ou seja, vitamina C, que, como se sabe, nada tem de cancerígeno. O problema maior, contudo, é colocar, num único balaio, todas as empresas envolvidas. A atitude pode até facilitar a propagação de uma única operação de combate aos desvios, com um nome midiático e a utilização de mais de mil agentes da Polícia Federal num único dia, mas é perigosíssima para o país. A JBS não teve nenhuma fábrica interditada; a BRF teve uma, que responde por porção ínfima de sua produção. Contra ambas não pesam acusações graves. Mesmo assim, mercados internacionais de grande relevância, como União Europeia e China, já anunciaram restrições às exportações de carne brasileira. JBS e BRF já perderam bilhões em valor de mercado e, no cenário de crise em que o país se encontra, podem ter de demitir milhares de trabalhadores. A quem interessa a divulgação prematura das investigações? Não ao Brasil, certamente. A própria liberação (ilegal) de áudios que levaram a tudo isso evidencia o equívoco. A suposta mistura de papelão com carne de frango pode não passar de discussão informal a respeito da embalagem da carne por parte de funcionário de uma das empresas. O exagero é evidente. Não é de hoje que se alerta para os perigos do policial hermeneuta, que interpreta os áudios captados e os leva diretamente, segundo sua própria interpretação, para julgamento numa coletiva de imprensa. É preciso lembrar que o direito ao devido processo legal tem envergadura constitucional tanto quanto o princípio da publicidade -não pode, portanto, ser mitigado. Muitos países tornam pública apenas a decisão dos juízes de última instância, como a Alemanha e os Estados Unidos, pois entendem, desde a década de 1960, que a divulgação ostensiva de um caso afeta o processo. A Europa mantém leis que regulam a divulgação de casos criminais. A corte de Justiça do continente ponderou que mesmo casos de grande exposição têm direito à privacidade de seus julgamentos, para que estes sejam justos. No Brasil, os casos de pré-julgamento são cada vez mais vastos. Na Operação Lava Jato, um diretor de uma grande empreiteira foi absolvido de todas as acusações, inclusive da de distribuir propina, depois de passar meses preso. No caso das carnes, a divulgação precoce e o julgamento antecipado por parte da opinião pública podem acarretar reflexos catastróficos sobre toda a economia do país. Operações não podem acontecer apenas para sanar a vontade de aprovação popular por parte de alguns agentes da polícia. Há quem diga que a data da deflagração não foi coincidência: os federais, após dois anos de investigação, escolheram justamente o dia 17 de março para ofuscar o aniversário da Lava Jato, de cujo sucesso certos setores da PF se sentem excluídos. Situações como essa evidenciam que fraca no Brasil não é a carne, mas a preocupação de quem conduz as investigações. É preciso ser forte diante da tentação dos microfones e holofotes. CONRADO CORRÊA GONTIJO é advogado criminalista. Doutorando em direito pela USP, é autor do livro "O Crime de Corrupção no Setor Privado" GUSTAVO MASCARENHAS é advogado criminalista. Foi pesquisador de direito penal e democracia na Utrecht University (Holanda) MARCELA GREGGO é advogada criminalista e pós-graduanda em direito penal econômico pela Fundação Getúlio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] | opiniao | Na Justiça, a carne não pode ser fracaNão é de agora que a advocacia alerta para o perigo da espetacularização de investigações e processos. Este espaço já foi palco de diversas manifestações nesse sentido. O fenômeno da superexposição das acusações teve início, por ironia do destino, com a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores, um dos maiores alvos das últimas operações. Não se ignora a necessidade de investigações que contribuam para o necessário "jogo limpo" no Brasil, mas a falta de técnica e cuidado pode causar graves prejuízos econômicos ao país. Passada a espalhafatosa operação da Polícia Federal na última sexta-feira (17), ficam os fatos e as consequências. O anúncio dos possíveis delitos principia pelo apontamento do delegado responsável pela operação acerca do uso de "ácidos" para "maquiar" a carne. Basta ler o que já está disponível na investigação para concluir que o ácido é o ascórbico, ou seja, vitamina C, que, como se sabe, nada tem de cancerígeno. O problema maior, contudo, é colocar, num único balaio, todas as empresas envolvidas. A atitude pode até facilitar a propagação de uma única operação de combate aos desvios, com um nome midiático e a utilização de mais de mil agentes da Polícia Federal num único dia, mas é perigosíssima para o país. A JBS não teve nenhuma fábrica interditada; a BRF teve uma, que responde por porção ínfima de sua produção. Contra ambas não pesam acusações graves. Mesmo assim, mercados internacionais de grande relevância, como União Europeia e China, já anunciaram restrições às exportações de carne brasileira. JBS e BRF já perderam bilhões em valor de mercado e, no cenário de crise em que o país se encontra, podem ter de demitir milhares de trabalhadores. A quem interessa a divulgação prematura das investigações? Não ao Brasil, certamente. A própria liberação (ilegal) de áudios que levaram a tudo isso evidencia o equívoco. A suposta mistura de papelão com carne de frango pode não passar de discussão informal a respeito da embalagem da carne por parte de funcionário de uma das empresas. O exagero é evidente. Não é de hoje que se alerta para os perigos do policial hermeneuta, que interpreta os áudios captados e os leva diretamente, segundo sua própria interpretação, para julgamento numa coletiva de imprensa. É preciso lembrar que o direito ao devido processo legal tem envergadura constitucional tanto quanto o princípio da publicidade -não pode, portanto, ser mitigado. Muitos países tornam pública apenas a decisão dos juízes de última instância, como a Alemanha e os Estados Unidos, pois entendem, desde a década de 1960, que a divulgação ostensiva de um caso afeta o processo. A Europa mantém leis que regulam a divulgação de casos criminais. A corte de Justiça do continente ponderou que mesmo casos de grande exposição têm direito à privacidade de seus julgamentos, para que estes sejam justos. No Brasil, os casos de pré-julgamento são cada vez mais vastos. Na Operação Lava Jato, um diretor de uma grande empreiteira foi absolvido de todas as acusações, inclusive da de distribuir propina, depois de passar meses preso. No caso das carnes, a divulgação precoce e o julgamento antecipado por parte da opinião pública podem acarretar reflexos catastróficos sobre toda a economia do país. Operações não podem acontecer apenas para sanar a vontade de aprovação popular por parte de alguns agentes da polícia. Há quem diga que a data da deflagração não foi coincidência: os federais, após dois anos de investigação, escolheram justamente o dia 17 de março para ofuscar o aniversário da Lava Jato, de cujo sucesso certos setores da PF se sentem excluídos. Situações como essa evidenciam que fraca no Brasil não é a carne, mas a preocupação de quem conduz as investigações. É preciso ser forte diante da tentação dos microfones e holofotes. CONRADO CORRÊA GONTIJO é advogado criminalista. Doutorando em direito pela USP, é autor do livro "O Crime de Corrupção no Setor Privado" GUSTAVO MASCARENHAS é advogado criminalista. Foi pesquisador de direito penal e democracia na Utrecht University (Holanda) MARCELA GREGGO é advogada criminalista e pós-graduanda em direito penal econômico pela Fundação Getúlio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] | 14 |
Fotógrafo registra arquitetura inusitada de pontos de ônibus soviéticos | O fotógrafo canadense Christopher Herwig, de 40 anos, dedica-se há 13 anos a um objeto inusitado –pontos de ônibus da antiga União Soviética. Ele percorreu mais de 30 mil quilômetros de carro, bicicleta, ônibus e táxi em 14 países para documentar o que chamou de "tesouros inesperados da arte moderna", incluindo Quirguistão, Ucrânia, Moldávia e Belarus. Herwig descobriu a arquitetura inusitada dos pontos soviéticos em 2002, quando fazia uma viagem de bicicleta de Londres, na Grã-Bretanha, até São Petersburgo, na Rússia. "Eu estava jogando um jogo em que tinha que fotografar algo diferente a cada hora e vi um ponto de ônibus perfeito. Com o passar dos anos a série cresceu enquanto eu explorava a Ásia Central", disse à BBC Brasil. "Para mim, isso foi uma janela única para a imaginação de muitas pessoas que frequentemente eram oprimidas criativamente. Nos dá a chance de olhar para um lugar e um momento na história através das pessoas que viveram nesse período. De certo modo, as fotos me parecem retratos." O fotógrafo, que atualmente documenta a crise dos refugiados sírios na Jordânia em parceria com o Unicef e a UNHCR (agência de refugiados da ONU), diz que a descoberta tornou suas viagens mais emocionantes. "Encontrar esses pontos de ônibus, às vezes em estradas remotas e não asfaltadas, eram as melhores descobertas inesperadas. Obras de arte que, primeiro, parecem fora de lugar, mas, depois de apreciar a paisagem ao redor delas, parece perfeita. Me deu mais uma razão para viajar e me sentir um explorador, um espião." "Espero encorajar as pessoas a viajar e abrir seus olhos para todos os tesouros esquisitos, maravilhosos e pouco apreciados que estão por aí", diz Herwig. As imagens foram reunidas no livro Ponto de ônibus soviéticos, publicado pela editora Fuel e vendido na Amazon. | bbc | Fotógrafo registra arquitetura inusitada de pontos de ônibus soviéticosO fotógrafo canadense Christopher Herwig, de 40 anos, dedica-se há 13 anos a um objeto inusitado –pontos de ônibus da antiga União Soviética. Ele percorreu mais de 30 mil quilômetros de carro, bicicleta, ônibus e táxi em 14 países para documentar o que chamou de "tesouros inesperados da arte moderna", incluindo Quirguistão, Ucrânia, Moldávia e Belarus. Herwig descobriu a arquitetura inusitada dos pontos soviéticos em 2002, quando fazia uma viagem de bicicleta de Londres, na Grã-Bretanha, até São Petersburgo, na Rússia. "Eu estava jogando um jogo em que tinha que fotografar algo diferente a cada hora e vi um ponto de ônibus perfeito. Com o passar dos anos a série cresceu enquanto eu explorava a Ásia Central", disse à BBC Brasil. "Para mim, isso foi uma janela única para a imaginação de muitas pessoas que frequentemente eram oprimidas criativamente. Nos dá a chance de olhar para um lugar e um momento na história através das pessoas que viveram nesse período. De certo modo, as fotos me parecem retratos." O fotógrafo, que atualmente documenta a crise dos refugiados sírios na Jordânia em parceria com o Unicef e a UNHCR (agência de refugiados da ONU), diz que a descoberta tornou suas viagens mais emocionantes. "Encontrar esses pontos de ônibus, às vezes em estradas remotas e não asfaltadas, eram as melhores descobertas inesperadas. Obras de arte que, primeiro, parecem fora de lugar, mas, depois de apreciar a paisagem ao redor delas, parece perfeita. Me deu mais uma razão para viajar e me sentir um explorador, um espião." "Espero encorajar as pessoas a viajar e abrir seus olhos para todos os tesouros esquisitos, maravilhosos e pouco apreciados que estão por aí", diz Herwig. As imagens foram reunidas no livro Ponto de ônibus soviéticos, publicado pela editora Fuel e vendido na Amazon. | 25 |
Volta ao Vietnã 'doeu mais que a primeira viagem', diz repórter | Fiz duas viagens ao Vietnã, a primeira em 1968, e a imagem que ficou foi da embaixada americana assaltada, portões caídos, estilhaços do vidro das janelas. Combatentes vietcongues tomaram a embaixada em Saigon por apenas algumas horas, tempo suficiente para esse recado: existe possibilidade de os Estados Unidos sofrerem ali uma derrota militar, a primeira da história. Sete anos depois, a guerra terminava, com os americanos humilhados enquanto tentavam fugir, nos helicópteros, em direção a um porta-aviões. Um balanço do conflito permite diversas visões: 1. "Tempo quente" na Guerra Fria remete até ao início do desmoronamento da União Soviética, então a segunda maior potência mundial: tanto ela investiu, com armas e dinheiro, no Vietnã que suas contas nunca mais fecharam. 2. Circunstâncias especiais fizeram com que o conflito tivesse uma cobertura pela imprensa como jamais se vira antes –e muito menos se verá depois. Dois mil correspondentes passaram pelo Vietnã, 700 deles credenciados só em Saigon. A mansidão da censura favoreceu jornalistas independentes que se arriscavam sem credenciamento, desprovidos do mínimo de segurança que um cadastramento regular pode garantir. Contando com equipamentos de maior mobilidade, a televisão levou a guerra para a casa das pessoas, que a seguiam dia a dia, como capítulos de novela. 3. A quantidade e a qualidade da cobertura da imprensa tiveram seu preço: 48 jornalistas mortos, 18 desaparecidos, 66 baixas, sem contar feridos. (Eu próprio tive perdas, primeiro uma parte da perna esquerda após um episódio com mina, depois com a morte de meu parceiro, o fotógrafo Kei Shimamoto. Ele estava num helicóptero que explodiu no ar; só dois anos atrás foram achados objetos pessoais dele para que a família tivesse algo para enterrar.) 4. Pesquisadores indicam que os EUA começaram a perder a guerra em casa, com a repulsa dos jovens e manifestações de rua, que foram minando o moral do governo e que, também pela primeira vez, colocavam o povo americano contra seus dirigentes. A perda de 58 mil jovens fardados foi a cicatriz jamais fechada dessa tragédia americana. E nunca mais, depois do Vietnã, o Exército americano foi o mesmo. Até então, ele trabalhava com recrutados ("amadores"); a partir de então, só opera com voluntários ("profissionais"). 5. Fez-se também um fenômeno cultural. Livros, artigos, teses acadêmicas e filmes, alguns –como "Platoon", "Apocalypse Now", "Corações e Mentes"– sendo peças de cinema de primeira linha, seja entre filmes de guerra ou não. Minha segunda viagem ao Vietnã foi 20 anos depois do fim da guerra. Doeu mais que a primeira. Encontrei o povo heroico que derrotara tão formidável inimigo transformado em peças de uma ditadura medíocre, um Estado policial. Mas vi também notícia boa, como a de que o país –após fazer uma abertura econômica que trouxe investimento de grandes multinacionais– começou a ter números expressivos de crescimento anual, transformando o Vietnã num candidato a novo "tigre asiático". Dessa segunda viagem, a imagem que ficou, já a caminho do aeroporto, foi a de um anúncio da Pepsi "brigando" com um da Coca. (Será que a abertura econômica abrirá caminho para outras?) JOSÉ HAMILTON RIBEIRO é autor, entre outros, do livro "O Gosto da Guerra", sobre sua participação na Guerra do Vietnã. | mundo | Volta ao Vietnã 'doeu mais que a primeira viagem', diz repórterFiz duas viagens ao Vietnã, a primeira em 1968, e a imagem que ficou foi da embaixada americana assaltada, portões caídos, estilhaços do vidro das janelas. Combatentes vietcongues tomaram a embaixada em Saigon por apenas algumas horas, tempo suficiente para esse recado: existe possibilidade de os Estados Unidos sofrerem ali uma derrota militar, a primeira da história. Sete anos depois, a guerra terminava, com os americanos humilhados enquanto tentavam fugir, nos helicópteros, em direção a um porta-aviões. Um balanço do conflito permite diversas visões: 1. "Tempo quente" na Guerra Fria remete até ao início do desmoronamento da União Soviética, então a segunda maior potência mundial: tanto ela investiu, com armas e dinheiro, no Vietnã que suas contas nunca mais fecharam. 2. Circunstâncias especiais fizeram com que o conflito tivesse uma cobertura pela imprensa como jamais se vira antes –e muito menos se verá depois. Dois mil correspondentes passaram pelo Vietnã, 700 deles credenciados só em Saigon. A mansidão da censura favoreceu jornalistas independentes que se arriscavam sem credenciamento, desprovidos do mínimo de segurança que um cadastramento regular pode garantir. Contando com equipamentos de maior mobilidade, a televisão levou a guerra para a casa das pessoas, que a seguiam dia a dia, como capítulos de novela. 3. A quantidade e a qualidade da cobertura da imprensa tiveram seu preço: 48 jornalistas mortos, 18 desaparecidos, 66 baixas, sem contar feridos. (Eu próprio tive perdas, primeiro uma parte da perna esquerda após um episódio com mina, depois com a morte de meu parceiro, o fotógrafo Kei Shimamoto. Ele estava num helicóptero que explodiu no ar; só dois anos atrás foram achados objetos pessoais dele para que a família tivesse algo para enterrar.) 4. Pesquisadores indicam que os EUA começaram a perder a guerra em casa, com a repulsa dos jovens e manifestações de rua, que foram minando o moral do governo e que, também pela primeira vez, colocavam o povo americano contra seus dirigentes. A perda de 58 mil jovens fardados foi a cicatriz jamais fechada dessa tragédia americana. E nunca mais, depois do Vietnã, o Exército americano foi o mesmo. Até então, ele trabalhava com recrutados ("amadores"); a partir de então, só opera com voluntários ("profissionais"). 5. Fez-se também um fenômeno cultural. Livros, artigos, teses acadêmicas e filmes, alguns –como "Platoon", "Apocalypse Now", "Corações e Mentes"– sendo peças de cinema de primeira linha, seja entre filmes de guerra ou não. Minha segunda viagem ao Vietnã foi 20 anos depois do fim da guerra. Doeu mais que a primeira. Encontrei o povo heroico que derrotara tão formidável inimigo transformado em peças de uma ditadura medíocre, um Estado policial. Mas vi também notícia boa, como a de que o país –após fazer uma abertura econômica que trouxe investimento de grandes multinacionais– começou a ter números expressivos de crescimento anual, transformando o Vietnã num candidato a novo "tigre asiático". Dessa segunda viagem, a imagem que ficou, já a caminho do aeroporto, foi a de um anúncio da Pepsi "brigando" com um da Coca. (Será que a abertura econômica abrirá caminho para outras?) JOSÉ HAMILTON RIBEIRO é autor, entre outros, do livro "O Gosto da Guerra", sobre sua participação na Guerra do Vietnã. | 3 |
Com disciplina militar, técnico tenta repetir latino que levou Super Bowl | Vencer um Super Bowl não é para qualquer técnico. Dos 49 realizados até aqui, 30 treinadores conseguiram ganhar a grande final da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. E para Ron Rivera, comandante do Carolina Panthers, a conquista do troféu será ainda mais especial. Se ele derrotar o Denver Broncos, no próximo domingo (7), em Santa Clara, na Califórnia, vai se tornar o segundo técnico de origem latina a ganhar o Super Bowl. O primeiro a conseguir este feito foi Tom Flores, 78, campeão da liga em 1981 e 1984 como treinador dos Raiders. Rivera, 54, é filho de um porto-riquenho e uma mexicana. Ele nasceu em Fort Ord, na Califórnia, e cresceu com os ensinamentos militares do seu pai, que era um oficial do exército dos Estados Unidos. A disciplina que ele aprendeu quando criança está presente nos vestiários dos Panthers. "É tudo sobre trabalho. Tem que estudar, treinar e ir competir, sem se importar com outras coisas que não seja o futebol americano", disse Rivera. O treinador passou por diferentes bases militares, como na Alemanha e no Panamá. Depois que sua família voltou para a Califórnia, ele começou a jogar futebol americano na Seaside High School. Em 1984, Rivera foi escolhido pelo Chicago Bears no draft (escolha de novos calouros). Em 1986, ele ganhou o Super Bowl pela franquia. Sua carreira como jogador foi curta. Durou apenas nove temporadas. Aposentou-se em 1992. Cinco anos depois, começou a trabalhar como assistente na NFL. Em 1997, foi contratado como treinador de controle de qualidade da defesa do Chicago Bears. Depois, trabalhou como treinador de linebackers (que jogam na defesa) no Philadelphia Eagles e no San Diego Chargers, onde também foi coordenador defensivo. Além disso, atuou como coordenador defensivo nos Bears. Em 2011, ele finalmente foi contratado pelos Panthers. A franquia vinha de uma temporada tenebrosa, com duas vitórias e 14 derrotas. Rivera pegou um time em construção. Com ele, também chegou o quarterback Cam Newton, hoje o grande destaque dos Panthers. Em suas duas primeiras temporadas, Rivera não conseguiu ir para os playoffs. Depois, porém, se classificou para a pós-temporada nos três campeonatos seguintes. Em 2015, ele esteve quase perfeito. Na temporada regular, teve 15 vitórias e apenas uma derrota (para o Atlanta Falcons). Um desempenho que encheu de orgulho os latinos e Flores, que ficará dividido no Super Bowl deste ano. "Geralmente, eu torço para os times da AFC [Conferência Americana, da qual o Denver Broncos faz parte]. Porém, por causa do Ron, eu estou com uma mistura de emoções. Eu gostaria de ver Carolina vencer, ao mesmo tempo em que queria ver Peyton [Manning] se aposentar com uma vitória. Estarei dividido", afirmou Flores em entrevista para o jornal "The Charlotte Observer". | esporte | Com disciplina militar, técnico tenta repetir latino que levou Super BowlVencer um Super Bowl não é para qualquer técnico. Dos 49 realizados até aqui, 30 treinadores conseguiram ganhar a grande final da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. E para Ron Rivera, comandante do Carolina Panthers, a conquista do troféu será ainda mais especial. Se ele derrotar o Denver Broncos, no próximo domingo (7), em Santa Clara, na Califórnia, vai se tornar o segundo técnico de origem latina a ganhar o Super Bowl. O primeiro a conseguir este feito foi Tom Flores, 78, campeão da liga em 1981 e 1984 como treinador dos Raiders. Rivera, 54, é filho de um porto-riquenho e uma mexicana. Ele nasceu em Fort Ord, na Califórnia, e cresceu com os ensinamentos militares do seu pai, que era um oficial do exército dos Estados Unidos. A disciplina que ele aprendeu quando criança está presente nos vestiários dos Panthers. "É tudo sobre trabalho. Tem que estudar, treinar e ir competir, sem se importar com outras coisas que não seja o futebol americano", disse Rivera. O treinador passou por diferentes bases militares, como na Alemanha e no Panamá. Depois que sua família voltou para a Califórnia, ele começou a jogar futebol americano na Seaside High School. Em 1984, Rivera foi escolhido pelo Chicago Bears no draft (escolha de novos calouros). Em 1986, ele ganhou o Super Bowl pela franquia. Sua carreira como jogador foi curta. Durou apenas nove temporadas. Aposentou-se em 1992. Cinco anos depois, começou a trabalhar como assistente na NFL. Em 1997, foi contratado como treinador de controle de qualidade da defesa do Chicago Bears. Depois, trabalhou como treinador de linebackers (que jogam na defesa) no Philadelphia Eagles e no San Diego Chargers, onde também foi coordenador defensivo. Além disso, atuou como coordenador defensivo nos Bears. Em 2011, ele finalmente foi contratado pelos Panthers. A franquia vinha de uma temporada tenebrosa, com duas vitórias e 14 derrotas. Rivera pegou um time em construção. Com ele, também chegou o quarterback Cam Newton, hoje o grande destaque dos Panthers. Em suas duas primeiras temporadas, Rivera não conseguiu ir para os playoffs. Depois, porém, se classificou para a pós-temporada nos três campeonatos seguintes. Em 2015, ele esteve quase perfeito. Na temporada regular, teve 15 vitórias e apenas uma derrota (para o Atlanta Falcons). Um desempenho que encheu de orgulho os latinos e Flores, que ficará dividido no Super Bowl deste ano. "Geralmente, eu torço para os times da AFC [Conferência Americana, da qual o Denver Broncos faz parte]. Porém, por causa do Ron, eu estou com uma mistura de emoções. Eu gostaria de ver Carolina vencer, ao mesmo tempo em que queria ver Peyton [Manning] se aposentar com uma vitória. Estarei dividido", afirmou Flores em entrevista para o jornal "The Charlotte Observer". | 4 |
Para analistas, Coreia do Norte não é louca, mas completamente racional | A Coreia do Norte é irracional? Ou só finge ser? Ameaças de guerra, ataques ocasionais contra a Coreia do Sul, líderes excêntricos e propaganda exagerada são alguns dos motivos dados pela Coreia do Norte para suscitar essas perguntas. Com o avanço de seu programa nuclear e de mísseis, com um quinto teste nuclear na semana passada, essa preocupação se tornou mais urgente. Mas cientistas políticos vêm repetidamente considerando essa questão e, na maioria das ocasiões, chegam à mesma resposta: o comportamento da Coreia do Norte, longe de insano, é completamente racional. A beligerância que o país exibe, concluem, parece calculada para manter no poder um governo fraco e isolado que de outra forma sucumbiria às forças da História. Suas provocações geram tremendo perigo, mas evitam o que Pyongyang vê como ameaça ainda maior: uma invasão ou colapso. O cientista Denny Roy escreveu em 1994, em um artigo acadêmico que continua a ser citado, que a reputação do país como "Estado louco" e "insensatamente violento" havia "funcionado em benefício da Coreia do Norte", bloqueando as ações de inimigos mais poderosos. Mas essa imagem, ele concluía, era "em larga medida um produto de incompreensão e propaganda". De muitas maneiras, isso é mais perigoso do que a irracionalidade. Embora o país não deseje guerra, seu cálculo estratégico o leva a cultivar o risco constante de um conflito –e a se preparar para evitar uma derrota, caso a guerra aconteça, potencialmente pelo uso de armas nucleares. Esse é um perigo mais sutil, mas ainda assim grave. Por que os analistas acreditam que a Coreia do Norte é racional? Quando os analistas políticos definem um Estado como racional, não estão dizendo que seus líderes sempre tomam as melhores decisões, ou decisões moralmente corretas, ou que eles representem exemplos de estabilidade mental. Em lugar disso, estão afirmando que o Estado se comporta de acordo com aquilo que vê como seus interesses, o primeiro dos quais é a autopreservação. Quando um Estado é racional, ele nem sempre encontrará sucesso em termos de agir de acordo com seus melhores interesses, ou de equilibrar metas de curto e de longo prazo, mas pelo menos tentará fazê-lo. Isso permite que o mundo direcione os incentivos de um Estado, conduzindo-o na direção desejada. Estados são irracionais quando não seguem seu autointeresse. Na forma "forte" de irracionalidade, os líderes são tão lunáticos que se mostram incapazes de determinar quais são seus interesses. Na versão "branda", fatores domésticos tais como o zelo ideológico ou disputas internas pelo poder distorcem os incentivos, fazendo que os Estados se comportem de maneiras contraproducentes mas ao menos previsíveis. As ações da Coreia do Norte, embora repulsivas, parecem servir bem ao seu autointeresse racional, de acordo com um estudo publicado em 2003 por David Kang, um cientista político que hoje leciona na Universidade do Sul da Califórnia. Dentro de suas fronteiras e no exterior, ele constatou, os líderes norte-coreanos determinam com astúcia os seus interesses e agem em defesa deles. (Ele confirmou em e-mail que essas conclusões ainda se aplicam.) "Todas as indicações apontam para sua capacidade de tomar decisões sofisticadas e administrar a política palaciana, interna e internacional com extrema precisão", escreveu Kang. "Não é possível argumentar que se trate de líderes irracionais, incapazes de fazer cálculos que correlacionem meios a fins". O comportamento aparentemente desequilibrado da Coreia do Norte começa pela tentativa do país de resolver dois problemas que teve de encarar quando a Guerra Fria acabou e aos quais deveria ter sido incapaz de sobreviver. Um deles era militar. A península coreana, que ainda vive formalmente em estado de guerra, havia avançado de um impasse entre soviéticos e norte-americanos a um desequilíbrio forte em favor do sul. O norte estava exposto, e sua única proteção era uma China cujo foco principal era a melhora de seu relacionamento com o Ocidente. O outro problema era político. As duas Coreias afirmavam representar todos os coreanos, e por décadas tiveram níveis de desenvolvimento semelhantes. Mas quando chegaram os anos 1990, o sul começou a demonstrar liberdade e prosperidade exponencialmente maiores. O governo de Pyongyang tinha pouco motivo para existir. A liderança norte-coreana resolveu ambos os problemas por meio de algo que ela chama de "Songum", ou seja, uma política que confere prioridade total às Forças Armadas. Isso colocou o país em estado de guerra permanente, justificando a pobreza do Estado como necessária a manter suas imensas Forças Armadas, justificando sua opressão como forma de expor os traidores internos, e sustentando sua legitimidade por meio de um nacionalismo exagerado que é comum encontrar em tempo de guerra. Vista de fora, as ações da Coreia do Norte parecem insanas. Sua propaganda interna descreve uma realidade que não existe, e o país parece determinado a praticamente provocar uma guerra na qual sairia certamente derrotado. Mas de dentro da Coreia do Norte, essas ações fazem perfeito sentido. E, com o tempo, a reputação do governo por irracionalidade se tornou uma vantagem, igualmente. Os estudiosos atribuem essa comportamento à "teoria do louco" –uma estratégia criada por ninguém menos que Richard Nixon, sob a qual o líder deve cultivar uma imagem de beligerância e imprevisibilidade a fim de forçar os adversários a caminhar com mais cuidado. Roy disse em entrevista que a Coreia do Norte "intencionalmente emprega uma postura de aparente aceitação de riscos absurdos, e de disposição de ir à guerra como meio de tentar intimidar seus adversários". Mas essa estratégia só funciona porque, mesmo que a beligerância seja apenas aparente, o perigo que ela cria é muito real. Uma Coreia do Norte racional é mais perigosa? Nesse sentido, é a racionalidade da Coreia do Norte que a torna mais poderosa. Porque o país acredita que só pode sobreviver ao manter a península coreana próxima de uma guerra, cria o risco de que exatamente isso ocorra, por acidente ou erro de cálculo. A Coreia do Norte está ciente desse risco mas parece acreditar que não tem escolha. Por isso, e talvez por conta da invasão ao Iraque liderada pelos Estados Unidos e da intervenção da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia contra Muammar Gaddafi, os norte-coreanos parecem honestamente temer uma invasão norte-americana. E isso é racional: Estados fracos que enfrentam inimigos mais poderosos precisam ou buscar a paz –o que a Coreia do Norte não pode fazer sem ameaçar sua legitimidade política– ou encontrar uma maneira de sobreviver ao conflito. O programa nuclear da Coreia do Norte, acreditam alguns analistas, foi criado para impedir uma invasão norte-americana ao permitir que o país realize ataques preventivos contra bases militares norte-americanas próximas e contra os portos da Coreia do Sul, e mais adiante ameaçar um ataque com mísseis ao território continental dos Estados Unidos. Embora os norte-coreanos ainda não tenham essa capacidade, analistas acreditam que isso se tornará realidade dentro de uma década. Essa é a culminação da racionalidade da Coreia do Norte, em algo conhecido como teoria do desespero. Sob essa teoria, quando Estados enfrentam duas escolhas terríveis, eles ficarão com a menos ruim –mesmo que, em circunstâncias normais, ela fosse custosa demais para ser aceita. No caso da Coreia do Norte, isso significa criar condições para uma guerra que o país provavelmente perderia. E pode significar preparar um esforço final de sobrevivência por meio de ataques nucleares múltiplos aos seus inimigos, arriscando retaliação nuclear em troca de uma ínfima probabilidade de sobrevivência. Os líderes da Coreia do Norte toleram esse perigo porque, em seu cálculo, não lhes resta outra escolha. Os demais de nós compartilhamos desse risco –minúsculo, mas ainda assim maior que zero–, quer o queiramos, quer não. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mundo | Para analistas, Coreia do Norte não é louca, mas completamente racionalA Coreia do Norte é irracional? Ou só finge ser? Ameaças de guerra, ataques ocasionais contra a Coreia do Sul, líderes excêntricos e propaganda exagerada são alguns dos motivos dados pela Coreia do Norte para suscitar essas perguntas. Com o avanço de seu programa nuclear e de mísseis, com um quinto teste nuclear na semana passada, essa preocupação se tornou mais urgente. Mas cientistas políticos vêm repetidamente considerando essa questão e, na maioria das ocasiões, chegam à mesma resposta: o comportamento da Coreia do Norte, longe de insano, é completamente racional. A beligerância que o país exibe, concluem, parece calculada para manter no poder um governo fraco e isolado que de outra forma sucumbiria às forças da História. Suas provocações geram tremendo perigo, mas evitam o que Pyongyang vê como ameaça ainda maior: uma invasão ou colapso. O cientista Denny Roy escreveu em 1994, em um artigo acadêmico que continua a ser citado, que a reputação do país como "Estado louco" e "insensatamente violento" havia "funcionado em benefício da Coreia do Norte", bloqueando as ações de inimigos mais poderosos. Mas essa imagem, ele concluía, era "em larga medida um produto de incompreensão e propaganda". De muitas maneiras, isso é mais perigoso do que a irracionalidade. Embora o país não deseje guerra, seu cálculo estratégico o leva a cultivar o risco constante de um conflito –e a se preparar para evitar uma derrota, caso a guerra aconteça, potencialmente pelo uso de armas nucleares. Esse é um perigo mais sutil, mas ainda assim grave. Por que os analistas acreditam que a Coreia do Norte é racional? Quando os analistas políticos definem um Estado como racional, não estão dizendo que seus líderes sempre tomam as melhores decisões, ou decisões moralmente corretas, ou que eles representem exemplos de estabilidade mental. Em lugar disso, estão afirmando que o Estado se comporta de acordo com aquilo que vê como seus interesses, o primeiro dos quais é a autopreservação. Quando um Estado é racional, ele nem sempre encontrará sucesso em termos de agir de acordo com seus melhores interesses, ou de equilibrar metas de curto e de longo prazo, mas pelo menos tentará fazê-lo. Isso permite que o mundo direcione os incentivos de um Estado, conduzindo-o na direção desejada. Estados são irracionais quando não seguem seu autointeresse. Na forma "forte" de irracionalidade, os líderes são tão lunáticos que se mostram incapazes de determinar quais são seus interesses. Na versão "branda", fatores domésticos tais como o zelo ideológico ou disputas internas pelo poder distorcem os incentivos, fazendo que os Estados se comportem de maneiras contraproducentes mas ao menos previsíveis. As ações da Coreia do Norte, embora repulsivas, parecem servir bem ao seu autointeresse racional, de acordo com um estudo publicado em 2003 por David Kang, um cientista político que hoje leciona na Universidade do Sul da Califórnia. Dentro de suas fronteiras e no exterior, ele constatou, os líderes norte-coreanos determinam com astúcia os seus interesses e agem em defesa deles. (Ele confirmou em e-mail que essas conclusões ainda se aplicam.) "Todas as indicações apontam para sua capacidade de tomar decisões sofisticadas e administrar a política palaciana, interna e internacional com extrema precisão", escreveu Kang. "Não é possível argumentar que se trate de líderes irracionais, incapazes de fazer cálculos que correlacionem meios a fins". O comportamento aparentemente desequilibrado da Coreia do Norte começa pela tentativa do país de resolver dois problemas que teve de encarar quando a Guerra Fria acabou e aos quais deveria ter sido incapaz de sobreviver. Um deles era militar. A península coreana, que ainda vive formalmente em estado de guerra, havia avançado de um impasse entre soviéticos e norte-americanos a um desequilíbrio forte em favor do sul. O norte estava exposto, e sua única proteção era uma China cujo foco principal era a melhora de seu relacionamento com o Ocidente. O outro problema era político. As duas Coreias afirmavam representar todos os coreanos, e por décadas tiveram níveis de desenvolvimento semelhantes. Mas quando chegaram os anos 1990, o sul começou a demonstrar liberdade e prosperidade exponencialmente maiores. O governo de Pyongyang tinha pouco motivo para existir. A liderança norte-coreana resolveu ambos os problemas por meio de algo que ela chama de "Songum", ou seja, uma política que confere prioridade total às Forças Armadas. Isso colocou o país em estado de guerra permanente, justificando a pobreza do Estado como necessária a manter suas imensas Forças Armadas, justificando sua opressão como forma de expor os traidores internos, e sustentando sua legitimidade por meio de um nacionalismo exagerado que é comum encontrar em tempo de guerra. Vista de fora, as ações da Coreia do Norte parecem insanas. Sua propaganda interna descreve uma realidade que não existe, e o país parece determinado a praticamente provocar uma guerra na qual sairia certamente derrotado. Mas de dentro da Coreia do Norte, essas ações fazem perfeito sentido. E, com o tempo, a reputação do governo por irracionalidade se tornou uma vantagem, igualmente. Os estudiosos atribuem essa comportamento à "teoria do louco" –uma estratégia criada por ninguém menos que Richard Nixon, sob a qual o líder deve cultivar uma imagem de beligerância e imprevisibilidade a fim de forçar os adversários a caminhar com mais cuidado. Roy disse em entrevista que a Coreia do Norte "intencionalmente emprega uma postura de aparente aceitação de riscos absurdos, e de disposição de ir à guerra como meio de tentar intimidar seus adversários". Mas essa estratégia só funciona porque, mesmo que a beligerância seja apenas aparente, o perigo que ela cria é muito real. Uma Coreia do Norte racional é mais perigosa? Nesse sentido, é a racionalidade da Coreia do Norte que a torna mais poderosa. Porque o país acredita que só pode sobreviver ao manter a península coreana próxima de uma guerra, cria o risco de que exatamente isso ocorra, por acidente ou erro de cálculo. A Coreia do Norte está ciente desse risco mas parece acreditar que não tem escolha. Por isso, e talvez por conta da invasão ao Iraque liderada pelos Estados Unidos e da intervenção da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia contra Muammar Gaddafi, os norte-coreanos parecem honestamente temer uma invasão norte-americana. E isso é racional: Estados fracos que enfrentam inimigos mais poderosos precisam ou buscar a paz –o que a Coreia do Norte não pode fazer sem ameaçar sua legitimidade política– ou encontrar uma maneira de sobreviver ao conflito. O programa nuclear da Coreia do Norte, acreditam alguns analistas, foi criado para impedir uma invasão norte-americana ao permitir que o país realize ataques preventivos contra bases militares norte-americanas próximas e contra os portos da Coreia do Sul, e mais adiante ameaçar um ataque com mísseis ao território continental dos Estados Unidos. Embora os norte-coreanos ainda não tenham essa capacidade, analistas acreditam que isso se tornará realidade dentro de uma década. Essa é a culminação da racionalidade da Coreia do Norte, em algo conhecido como teoria do desespero. Sob essa teoria, quando Estados enfrentam duas escolhas terríveis, eles ficarão com a menos ruim –mesmo que, em circunstâncias normais, ela fosse custosa demais para ser aceita. No caso da Coreia do Norte, isso significa criar condições para uma guerra que o país provavelmente perderia. E pode significar preparar um esforço final de sobrevivência por meio de ataques nucleares múltiplos aos seus inimigos, arriscando retaliação nuclear em troca de uma ínfima probabilidade de sobrevivência. Os líderes da Coreia do Norte toleram esse perigo porque, em seu cálculo, não lhes resta outra escolha. Os demais de nós compartilhamos desse risco –minúsculo, mas ainda assim maior que zero–, quer o queiramos, quer não. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 3 |
Petrobras prorroga negociação de gasodutos com Brookfield | A Petrobras informou nesta terça-feira (12) que prorrogou por 30 dias o prazo para negociação de venda de subsidiária de gasodutos com a canadense Brookfield. As duas empresas iniciaram conversas exclusivas há 60 dias. A Brookfield tem interesse na compra da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), empresa que controla a malha de gasodutos do sudeste brasileiro. A operação faz parte do plano de venda de ativos da estatal, que tem por objetivo levantar US$ 15,1 bilhões para reduzir o elevado endividamento da companhia. A NTS é fruto da cisão da Transportadora Associada de Gás (TAG). Uma outra subsidiária, chamada Nova Transportadora do Nordeste (NTN), ficou com a malha de gasodutos da região nordeste. Em nota, a Petrobras informou que novos fatos julgados relevantes sobre o tema serão informados imediatamente ao mercado. A prorrogação por mais 30 dias estava prevista no comunicado que anunciou as negociações exclusivas, divulgado em maio. | mercado | Petrobras prorroga negociação de gasodutos com BrookfieldA Petrobras informou nesta terça-feira (12) que prorrogou por 30 dias o prazo para negociação de venda de subsidiária de gasodutos com a canadense Brookfield. As duas empresas iniciaram conversas exclusivas há 60 dias. A Brookfield tem interesse na compra da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), empresa que controla a malha de gasodutos do sudeste brasileiro. A operação faz parte do plano de venda de ativos da estatal, que tem por objetivo levantar US$ 15,1 bilhões para reduzir o elevado endividamento da companhia. A NTS é fruto da cisão da Transportadora Associada de Gás (TAG). Uma outra subsidiária, chamada Nova Transportadora do Nordeste (NTN), ficou com a malha de gasodutos da região nordeste. Em nota, a Petrobras informou que novos fatos julgados relevantes sobre o tema serão informados imediatamente ao mercado. A prorrogação por mais 30 dias estava prevista no comunicado que anunciou as negociações exclusivas, divulgado em maio. | 2 |
Valorização do real acirra 'turismo de supermercado' de uruguaios no RS | A desvalorização do real vem animando "turistas de supermercado" na fronteira do Brasil com o Uruguai. O município gaúcho do Chuí, apesar da população de apenas 6.300 habitantes, possui uma série de supermercados que se especializaram em vender produtos brasileiros para os uruguaios. Como a indústria do país vizinho é reduzida, alimentos feitos no Brasil e artigos de higiene são vendidos a preços muito mais convidativos no lado brasileiro. Com a alta do dólar, a compra passou a valer ainda mais a pena. A moeda americana subiu 6,3% no mês de fevereiro. O Chuí é vizinho a uma cidade uruguaia com o mesmo nome. Uma avenida marca o limite entre os dois países no extremo sul gaúcho. De um lado da via, ficam as lojas brasileiras, incluindo os supermercados e o comércio de vestuário. Na outra calçada, no lado uruguaio da avenida, estão os freeshops, com eletrônicos e bebidas importadas que costumavam atrair brasileiros. Hoje, o movimento na fronteira é quase todo de uruguaios, que viajam de longe para fazer compras no lado brasileiro. Os preços são informados em pesos uruguaios nos supermercados brasileiros. Proprietário de um deles, Mohamad Kassem Jomaa, 54, diz que a recente alta do dólar vem aumentando seu faturamento em até 15%. Ele montou uma vitrine com caixas de creme dental, que, afirma, custam até cinco vezes mais no Uruguai. Achocolatados, enlatados e massas estão entre os itens preferidos dos uruguaios. "Para nós, a alta do dólar é excelente. O verão foi ótimo: fizemos propaganda de que está realmente barato e mais gente decidiu vir comprar. Vêm de toda parte do Uruguai", afirma. O empresário conta que firmou um acordo com uma associação de funcionários públicos do Departamento de Rocha (equivalente a Estado no Brasil), cidade a 100 km da fronteira. Com um cartão especial, eles têm crédito de R$ 500 no estabelecimento. O turista uruguaio Fabrício Esteves, 35, afirma que anteriormente apenas alguns itens compensavam ser comprados no lado brasileiro. Com a desvalorização do real, diz, "está tudo muito barato". Ele passa o verão em um balneário do país vizinho e aproveitou para ir aos mercados do Brasil. "Açúcar, erva-mate e café são muito mais em conta. Para quem vive a 100 km ou 200 km daqui, vale a pena. A maioria que conheço vai ao lado brasileiro para comprar." | mercado | Valorização do real acirra 'turismo de supermercado' de uruguaios no RSA desvalorização do real vem animando "turistas de supermercado" na fronteira do Brasil com o Uruguai. O município gaúcho do Chuí, apesar da população de apenas 6.300 habitantes, possui uma série de supermercados que se especializaram em vender produtos brasileiros para os uruguaios. Como a indústria do país vizinho é reduzida, alimentos feitos no Brasil e artigos de higiene são vendidos a preços muito mais convidativos no lado brasileiro. Com a alta do dólar, a compra passou a valer ainda mais a pena. A moeda americana subiu 6,3% no mês de fevereiro. O Chuí é vizinho a uma cidade uruguaia com o mesmo nome. Uma avenida marca o limite entre os dois países no extremo sul gaúcho. De um lado da via, ficam as lojas brasileiras, incluindo os supermercados e o comércio de vestuário. Na outra calçada, no lado uruguaio da avenida, estão os freeshops, com eletrônicos e bebidas importadas que costumavam atrair brasileiros. Hoje, o movimento na fronteira é quase todo de uruguaios, que viajam de longe para fazer compras no lado brasileiro. Os preços são informados em pesos uruguaios nos supermercados brasileiros. Proprietário de um deles, Mohamad Kassem Jomaa, 54, diz que a recente alta do dólar vem aumentando seu faturamento em até 15%. Ele montou uma vitrine com caixas de creme dental, que, afirma, custam até cinco vezes mais no Uruguai. Achocolatados, enlatados e massas estão entre os itens preferidos dos uruguaios. "Para nós, a alta do dólar é excelente. O verão foi ótimo: fizemos propaganda de que está realmente barato e mais gente decidiu vir comprar. Vêm de toda parte do Uruguai", afirma. O empresário conta que firmou um acordo com uma associação de funcionários públicos do Departamento de Rocha (equivalente a Estado no Brasil), cidade a 100 km da fronteira. Com um cartão especial, eles têm crédito de R$ 500 no estabelecimento. O turista uruguaio Fabrício Esteves, 35, afirma que anteriormente apenas alguns itens compensavam ser comprados no lado brasileiro. Com a desvalorização do real, diz, "está tudo muito barato". Ele passa o verão em um balneário do país vizinho e aproveitou para ir aos mercados do Brasil. "Açúcar, erva-mate e café são muito mais em conta. Para quem vive a 100 km ou 200 km daqui, vale a pena. A maioria que conheço vai ao lado brasileiro para comprar." | 2 |
Medida provisória libera R$ 3 bilhões para o Rio nesta segunda | Medida provisória que libera crédito de R$ 2,9 bilhões para o Rio deve ser anunciada nesta segunda (20). No mesmo dia, governadores e secretários estaduais de Fazenda têm reuniões marcadas com o governo federal em Brasília para tentar chegar a um acordo sobre as dívidas regionais com a União. Por determinação do Supremo Tribunal Federal, eles têm até o dia 27 para concluir a negociação. Essas negociações correm em paralelo ao debate sobre uma ajuda extraordinária do governo federal aos três Estados –Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais– cujas contas apresentam situação mais crítica. Nas discussões sobre uma saída para a dívida dos Estados com a União, os secretários de Fazenda rejeitaram, no último dia 9, a proposta do Ministério da Fazenda de conceder um desconto nos pagamentos por 18 meses. O desconto começaria em 95% e cairia gradualmente. A proposta representa um benefício de aproximadamente R$ 28 bilhões aos Estados. O governo federal ainda teria um custo de R$ 10 bilhões por ano com outro ponto já acertado, o alongamento por 20 anos dessas dívidas. Nas contas do Ministério da Fazenda, também há uma perda com a renegociação de dívidas estaduais com o BNDES, de R$ 6,8 bilhões. Os governadores pedem a suspensão total dos pagamentos por dois anos, mas o governo federal não aceita esse prazo. Também não aceitou recalcular o estoque das dívidas estaduais até janeiro de 2013 utilizando como base a soma do IPCA (índice oficial de preços do país) e mais 4%, em vez da taxa Selic, com objetivo de obter um desconto adicional. As contrapropostas exigidas pelo governo federal já foram aceitas pelos governadores. Caso a renegociação se concretize, os Estados vão limitar o crescimento do gasto corrente e da despesa com pessoal à inflação. O prazo foi estabelecido pelo STF, que concedeu várias liminares suspendendo o pagamento da dívida por parte de 16 Estados. A suspensão do pagamento tem gerado uma perda de cerca de R$ 3 bilhões ao mês para os cofres federais. | mercado | Medida provisória libera R$ 3 bilhões para o Rio nesta segundaMedida provisória que libera crédito de R$ 2,9 bilhões para o Rio deve ser anunciada nesta segunda (20). No mesmo dia, governadores e secretários estaduais de Fazenda têm reuniões marcadas com o governo federal em Brasília para tentar chegar a um acordo sobre as dívidas regionais com a União. Por determinação do Supremo Tribunal Federal, eles têm até o dia 27 para concluir a negociação. Essas negociações correm em paralelo ao debate sobre uma ajuda extraordinária do governo federal aos três Estados –Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais– cujas contas apresentam situação mais crítica. Nas discussões sobre uma saída para a dívida dos Estados com a União, os secretários de Fazenda rejeitaram, no último dia 9, a proposta do Ministério da Fazenda de conceder um desconto nos pagamentos por 18 meses. O desconto começaria em 95% e cairia gradualmente. A proposta representa um benefício de aproximadamente R$ 28 bilhões aos Estados. O governo federal ainda teria um custo de R$ 10 bilhões por ano com outro ponto já acertado, o alongamento por 20 anos dessas dívidas. Nas contas do Ministério da Fazenda, também há uma perda com a renegociação de dívidas estaduais com o BNDES, de R$ 6,8 bilhões. Os governadores pedem a suspensão total dos pagamentos por dois anos, mas o governo federal não aceita esse prazo. Também não aceitou recalcular o estoque das dívidas estaduais até janeiro de 2013 utilizando como base a soma do IPCA (índice oficial de preços do país) e mais 4%, em vez da taxa Selic, com objetivo de obter um desconto adicional. As contrapropostas exigidas pelo governo federal já foram aceitas pelos governadores. Caso a renegociação se concretize, os Estados vão limitar o crescimento do gasto corrente e da despesa com pessoal à inflação. O prazo foi estabelecido pelo STF, que concedeu várias liminares suspendendo o pagamento da dívida por parte de 16 Estados. A suspensão do pagamento tem gerado uma perda de cerca de R$ 3 bilhões ao mês para os cofres federais. | 2 |
Cunha minimiza falta de resultados da CPI da Petrobras | Horas após o fim da CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o relatório que indicia apenas um dos políticos envolvidos no esquema de corrupção na estatal, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. "Há de convir que é uma CPI um pouco diferente. Não é a protagonista do processo, mas o secunda. As dificuldades obviamente são enormes para quem está secundando um processo. Há muitas delações que não conhecem. Devem ter tido suas dificuldades", afirmou o peemedebista na manhã desta quinta-feira (22). A última reunião da comissão terminou esta madrugada, mas sofreu resistência do PSOL e do PSDB. Em um voto separado, que nem chegou a ser votado, os tucanos pediram a abertura de inquéritos sobre eventuais participações dos ex-ministros Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvati, além de outros 49 políticos, entre eles, o presidente da Câmara. Ao comentar o assunto, Cunha disse que o pedido do partido, fiel aliado desde que o peemedebista rompeu publicamente com o governo, "não significa nada politicamente". Já tenho inquérito instaurado. Para mim, não tem nenhum efeito. Se eu estivesse lá, tinha votado favorável", disse. MANIFESTAÇÃO Sobre as vaias e palavras de ordem das quais foi alvo na quarta-feira (21) enquanto concedia entrevistas no salão verde na Câmara dos Deputados, Cunha mudou o tom usado, quando afirmou ver com "normalidade" e classificou os atos como "democráticos". "Não dá para considerar aquilo, sequer manifestação. Se você olhar bem, no início do ano, quando houve pedido de abertura de inquérito, o PSOL pediu meu afastamento, depois hoje, pediu meu afastamento. A cada ato pedem, sempre com argumento de que é preciso. Não vejo nada demais. É tentar criar um constrangimento. Disputa política local que querem extrapolar para cá", avaliou. | poder | Cunha minimiza falta de resultados da CPI da PetrobrasHoras após o fim da CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o relatório que indicia apenas um dos políticos envolvidos no esquema de corrupção na estatal, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. "Há de convir que é uma CPI um pouco diferente. Não é a protagonista do processo, mas o secunda. As dificuldades obviamente são enormes para quem está secundando um processo. Há muitas delações que não conhecem. Devem ter tido suas dificuldades", afirmou o peemedebista na manhã desta quinta-feira (22). A última reunião da comissão terminou esta madrugada, mas sofreu resistência do PSOL e do PSDB. Em um voto separado, que nem chegou a ser votado, os tucanos pediram a abertura de inquéritos sobre eventuais participações dos ex-ministros Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvati, além de outros 49 políticos, entre eles, o presidente da Câmara. Ao comentar o assunto, Cunha disse que o pedido do partido, fiel aliado desde que o peemedebista rompeu publicamente com o governo, "não significa nada politicamente". Já tenho inquérito instaurado. Para mim, não tem nenhum efeito. Se eu estivesse lá, tinha votado favorável", disse. MANIFESTAÇÃO Sobre as vaias e palavras de ordem das quais foi alvo na quarta-feira (21) enquanto concedia entrevistas no salão verde na Câmara dos Deputados, Cunha mudou o tom usado, quando afirmou ver com "normalidade" e classificou os atos como "democráticos". "Não dá para considerar aquilo, sequer manifestação. Se você olhar bem, no início do ano, quando houve pedido de abertura de inquérito, o PSOL pediu meu afastamento, depois hoje, pediu meu afastamento. A cada ato pedem, sempre com argumento de que é preciso. Não vejo nada demais. É tentar criar um constrangimento. Disputa política local que querem extrapolar para cá", avaliou. | 0 |
Erramos: Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas | Diferentemente do informado na reportagem "Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas" (The New York Times - 26/01/2015 - 12h00), Larry Flynt fundou a revista "Hustler", não a "Penthouse". O texto foi corrigido. | mercado | Erramos: Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticasDiferentemente do informado na reportagem "Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas" (The New York Times - 26/01/2015 - 12h00), Larry Flynt fundou a revista "Hustler", não a "Penthouse". O texto foi corrigido. | 2 |
Genro de Trump conversa sobre criar rede de TV do bilionário após eleição | O genro de Donald Trump, Jared Kushner, abordou informalmente um dos principais negociadores de aquisições do mercado de mídia sobre a perspectiva de criar uma TV Trump, depois da eleição presidencial de novembro. Kushner —figura cada vez mais influente na campanha presidencial do bilionário— procurou Aryeh Bourkoff, fundador e presidente-executivo do LionTree, um banco de investimento especializado, em algum momento dos dois últimos meses, disseram três pessoas informadas sobre o assunto. A conversa entre eles foi breve e não avançou desde então, disseram as fontes. Bourkoff e Kushner se recusaram a comentar. No entanto, o contato sugere que Kushner e o candidato republicano estão pensando em como tirar vantagem do movimento populista que surgiu em torno da campanha de Trump, em caso de derrota diante da adversária democrata, Hillary Clinton, no mês que vem. Em uma pesquisa de opinião nacional da rede NBC e do "Wall Street Journal" divulgada neste final de semana, Trump tem 11 pontos percentuais de desvantagem em relação a Hillary. Trump, cuja campanha é comandada por Stephen Bannon, um empreendedor no ramo de mídia digital populista, negou que deseje criar um canal de TV. "Não tenho interesse em empresas de mídia. Falso rumor", ele disse ao jornal "Washington Post" no mês passado, depois que uma reportagem da revista "Vanity Fair" afirmou que ele e seus assessores haviam contemplado essa possibilidade. AQUISIÇÕES Bourkoff, que criou o LionTree em 2012, já intermediou transações com valor total de mais de US$ 300 bilhões, entre as quais a aquisição da Virgin Media pela Liberty Global por US$ 23,3 bilhões, e a tomada de controle da AOL pela Verizon por US$ 4,4 bilhões. Ele também é o assessor preferencial de John Malone, e ajudou o chamado "caubói da TV a cabo" a consolidar o setor de TV paga dos Estados Unidos, em transações que culminaram com a aquisição da Time Warner Cable pela Charter Communications, por US$ 78 bilhões, este ano. Mais importante, Bourkoff é amigo de Kushner, marido de Ivanka, a filha de Trump. Os dois trabalharam juntos no passado. Bourkoff assessorou Kushner, dono do jornal semanal "New York Observer", quando ele tentou comprar o Los Angeles Dodgers, um time de beisebol, quatro anos atrás. Estabelecer uma TV Trump seria difícil, mesmo com uma grande audiência disposta a assistir aos programas do candidato. As empresas de TV a cabo e via satélite hesitam em adicionar canais novos em uma era de queda de audiência e de corte de assinaturas dispendiosas de TV paga em favor de alternativas on-line mais baratas. Um serviço digital de mídia seria uma possibilidade, mas o custo ainda assim seria alto, porque Trump e Kushner teriam de investir pesadamente em marketing, talentos e tecnologia. Roger Ailes, ex-presidente do Fox News Channel, de Rupert Murdoch, é amigo de Trump mas não poderia trabalhar para a empresa por conta de seu contrato com o antigo empregador. Ele deixou a Fox News há alguns meses depois de uma investigação independente sobre acusações de que assediou sexualmente uma antiga apresentadora de telejornais da empresa, Gretchen Carlson. No entanto, Sean Hannity, o maior defensor de Trump na Fox News, poderia trabalhar para uma TV Trump. Hannity está entre os diversos astros da Fox News, entre os quais Bill O'Reilly, que têm cláusulas em seus contratos que os autorizam a sair da emissora caso Ailes o faça. Os rumores sobre uma TV Trump persistem, em parte por conta das multidões fervorosas que o candidato continua a atrair na campanha e seus elos com a mídia conservadora. Bannon, presidente do conselho da Breitbart, rede de sites noticiosos de direita, foi contratado em agosto para dirigir a campanha de Trump. A Breitbart está em meio a uma campanha de expansão internacional, e vai criar sites na França e na Alemanha —ela já opera nos EUA e em Israel. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mundo | Genro de Trump conversa sobre criar rede de TV do bilionário após eleiçãoO genro de Donald Trump, Jared Kushner, abordou informalmente um dos principais negociadores de aquisições do mercado de mídia sobre a perspectiva de criar uma TV Trump, depois da eleição presidencial de novembro. Kushner —figura cada vez mais influente na campanha presidencial do bilionário— procurou Aryeh Bourkoff, fundador e presidente-executivo do LionTree, um banco de investimento especializado, em algum momento dos dois últimos meses, disseram três pessoas informadas sobre o assunto. A conversa entre eles foi breve e não avançou desde então, disseram as fontes. Bourkoff e Kushner se recusaram a comentar. No entanto, o contato sugere que Kushner e o candidato republicano estão pensando em como tirar vantagem do movimento populista que surgiu em torno da campanha de Trump, em caso de derrota diante da adversária democrata, Hillary Clinton, no mês que vem. Em uma pesquisa de opinião nacional da rede NBC e do "Wall Street Journal" divulgada neste final de semana, Trump tem 11 pontos percentuais de desvantagem em relação a Hillary. Trump, cuja campanha é comandada por Stephen Bannon, um empreendedor no ramo de mídia digital populista, negou que deseje criar um canal de TV. "Não tenho interesse em empresas de mídia. Falso rumor", ele disse ao jornal "Washington Post" no mês passado, depois que uma reportagem da revista "Vanity Fair" afirmou que ele e seus assessores haviam contemplado essa possibilidade. AQUISIÇÕES Bourkoff, que criou o LionTree em 2012, já intermediou transações com valor total de mais de US$ 300 bilhões, entre as quais a aquisição da Virgin Media pela Liberty Global por US$ 23,3 bilhões, e a tomada de controle da AOL pela Verizon por US$ 4,4 bilhões. Ele também é o assessor preferencial de John Malone, e ajudou o chamado "caubói da TV a cabo" a consolidar o setor de TV paga dos Estados Unidos, em transações que culminaram com a aquisição da Time Warner Cable pela Charter Communications, por US$ 78 bilhões, este ano. Mais importante, Bourkoff é amigo de Kushner, marido de Ivanka, a filha de Trump. Os dois trabalharam juntos no passado. Bourkoff assessorou Kushner, dono do jornal semanal "New York Observer", quando ele tentou comprar o Los Angeles Dodgers, um time de beisebol, quatro anos atrás. Estabelecer uma TV Trump seria difícil, mesmo com uma grande audiência disposta a assistir aos programas do candidato. As empresas de TV a cabo e via satélite hesitam em adicionar canais novos em uma era de queda de audiência e de corte de assinaturas dispendiosas de TV paga em favor de alternativas on-line mais baratas. Um serviço digital de mídia seria uma possibilidade, mas o custo ainda assim seria alto, porque Trump e Kushner teriam de investir pesadamente em marketing, talentos e tecnologia. Roger Ailes, ex-presidente do Fox News Channel, de Rupert Murdoch, é amigo de Trump mas não poderia trabalhar para a empresa por conta de seu contrato com o antigo empregador. Ele deixou a Fox News há alguns meses depois de uma investigação independente sobre acusações de que assediou sexualmente uma antiga apresentadora de telejornais da empresa, Gretchen Carlson. No entanto, Sean Hannity, o maior defensor de Trump na Fox News, poderia trabalhar para uma TV Trump. Hannity está entre os diversos astros da Fox News, entre os quais Bill O'Reilly, que têm cláusulas em seus contratos que os autorizam a sair da emissora caso Ailes o faça. Os rumores sobre uma TV Trump persistem, em parte por conta das multidões fervorosas que o candidato continua a atrair na campanha e seus elos com a mídia conservadora. Bannon, presidente do conselho da Breitbart, rede de sites noticiosos de direita, foi contratado em agosto para dirigir a campanha de Trump. A Breitbart está em meio a uma campanha de expansão internacional, e vai criar sites na França e na Alemanha —ela já opera nos EUA e em Israel. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 3 |
No novo 'Independence Day', ator repete presidente do discurso 'cafona' | Capaz de ofuscar até a mais ufanista das frases de efeito de Donald Trump, o discurso do presidente americano (da ficção) Thomas Whitmore em "Independence Day" (1996), conclamando a humanidade a celebrar o 4 de Julho como o dia da libertação mundial contra a invasão alienígena, entrou de fato para a história. "Momento mais cafona da história do cinema", segundo votação da revista "Empire", uma das muitas publicações a desancar a cena patriótica. "Não compreenderam esse trecho." Quem defende é o próprio dono da voz empolada que proferiu o discurso, o ator Bill Pullman, que repete o papel do (agora) ex-presidente Whitmore em "Independence Day: O Ressurgimento", ambientado em 2016. Para Pullman, "é o oposto do patriotismo". "O fato de ser 4 de Julho é mero acaso. O discurso fala em união contra um adversário", diz à Folha o ator, que esteve em São Paulo para participar de uma exibição em sequência dos dois longas no Allianz Parque. Pullman mesmo se diz opositor à retórica de Trump. "Como ele pode ter tanto apoio?" Em "O Ressurgimento", as palavras motivadoras de Whitmore aparecem aqui e ali, mas ele não comanda mais o contra-ataque aos aliens. Está recluso -até meio paranoico. Discurso nacionalista não cola mais: em 1996, imperava o otimismo da Era Clinton e parecia crível que os americanos salvassem a Terra sozinhos. Vinte anos depois - e um 11 de Setembro, uma guerra ao terror e uma crise econômica no meio-, a contra-ofensiva agora virou internacional. Há até uma heroína chinesa, para fazer afago ao país que é hoje o segundo maior mercado cinematográfico. Quando perguntado sobre quem entre Hillary e Trump comandaria melhor uma guerra contra aliens, Pullman ri. "Teriam que se unir. Mas é mais fácil que o inferno congele do que eles se juntem." | ilustrada | No novo 'Independence Day', ator repete presidente do discurso 'cafona'Capaz de ofuscar até a mais ufanista das frases de efeito de Donald Trump, o discurso do presidente americano (da ficção) Thomas Whitmore em "Independence Day" (1996), conclamando a humanidade a celebrar o 4 de Julho como o dia da libertação mundial contra a invasão alienígena, entrou de fato para a história. "Momento mais cafona da história do cinema", segundo votação da revista "Empire", uma das muitas publicações a desancar a cena patriótica. "Não compreenderam esse trecho." Quem defende é o próprio dono da voz empolada que proferiu o discurso, o ator Bill Pullman, que repete o papel do (agora) ex-presidente Whitmore em "Independence Day: O Ressurgimento", ambientado em 2016. Para Pullman, "é o oposto do patriotismo". "O fato de ser 4 de Julho é mero acaso. O discurso fala em união contra um adversário", diz à Folha o ator, que esteve em São Paulo para participar de uma exibição em sequência dos dois longas no Allianz Parque. Pullman mesmo se diz opositor à retórica de Trump. "Como ele pode ter tanto apoio?" Em "O Ressurgimento", as palavras motivadoras de Whitmore aparecem aqui e ali, mas ele não comanda mais o contra-ataque aos aliens. Está recluso -até meio paranoico. Discurso nacionalista não cola mais: em 1996, imperava o otimismo da Era Clinton e parecia crível que os americanos salvassem a Terra sozinhos. Vinte anos depois - e um 11 de Setembro, uma guerra ao terror e uma crise econômica no meio-, a contra-ofensiva agora virou internacional. Há até uma heroína chinesa, para fazer afago ao país que é hoje o segundo maior mercado cinematográfico. Quando perguntado sobre quem entre Hillary e Trump comandaria melhor uma guerra contra aliens, Pullman ri. "Teriam que se unir. Mas é mais fácil que o inferno congele do que eles se juntem." | 1 |
Acordo comercial entre Mercosul e UE vai avançar, diz ministra argentina | Apesar das dificuldades em implementar um tratado de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, a ministra de Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse estar convencida de que as negociações vão progredir. "Não estou pintando um panorama rosa, mas estou convencida de que vamos avançar", afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (28) em Buenos Aires. A chanceler se referia à resistência dos países europeus, principalmente da França, em abrir o mercado agrícola. Em março, nove países do bloco (Áustria, Grécia, Irlanda, Polônia, Romênia, Luxemburgo, Lituânia, França e Hungria) enviaram um documento ao Conselho Europeu (que reúne os líderes dos países-membros do bloco) em que afirmavam que "qualquer troca de ofertas não deve incluir tarifas de produtos sensíveis". Os países consideram como produtos sensíveis carnes, vegetais e frutas. "O assunto, especialmente na França, é muito delicado. Historicamente, [a Europa] teve um esquema muito forte de subsídios [ao produtor] e uma política que tem como lógica manter a população estabelecida no campo da melhor forma possível", disse Malcorra. As mercadorias agrícolas são as mais importantes para o Brasil no acordo, já que são essas as que o país mais exporta. Para a ministra argentina, não será possível que todos os setores econômicos de cada país lucrem com o tratado: "A soma dos mercados é que precisa beneficiar as duas partes". As negociações entre a UE e o Mercosul tiveram início em 1999. Após uma troca de oferta malsucedida em 2004, as negociações foram interrompidas por seis anos. Desde a retomada das conversas, em 2010, nove rodadas de negociação foram realizadas com vistas a uma nova troca de ofertas. Países com dificuldades econômicas, como Brasil, Argentina e Uruguai, veem na iniciativa a chance de aumentar a demanda por seus produtos no exterior, uma vez que seus mercados domésticos estão deprimidos. A oferta de cada bloco significa, em tese, o que cada um tem a oferecer em termos de tarifa zerada numa relação comercial entre eles. É a principal etapa para que um acordo seja selado. | mercado | Acordo comercial entre Mercosul e UE vai avançar, diz ministra argentinaApesar das dificuldades em implementar um tratado de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, a ministra de Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse estar convencida de que as negociações vão progredir. "Não estou pintando um panorama rosa, mas estou convencida de que vamos avançar", afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (28) em Buenos Aires. A chanceler se referia à resistência dos países europeus, principalmente da França, em abrir o mercado agrícola. Em março, nove países do bloco (Áustria, Grécia, Irlanda, Polônia, Romênia, Luxemburgo, Lituânia, França e Hungria) enviaram um documento ao Conselho Europeu (que reúne os líderes dos países-membros do bloco) em que afirmavam que "qualquer troca de ofertas não deve incluir tarifas de produtos sensíveis". Os países consideram como produtos sensíveis carnes, vegetais e frutas. "O assunto, especialmente na França, é muito delicado. Historicamente, [a Europa] teve um esquema muito forte de subsídios [ao produtor] e uma política que tem como lógica manter a população estabelecida no campo da melhor forma possível", disse Malcorra. As mercadorias agrícolas são as mais importantes para o Brasil no acordo, já que são essas as que o país mais exporta. Para a ministra argentina, não será possível que todos os setores econômicos de cada país lucrem com o tratado: "A soma dos mercados é que precisa beneficiar as duas partes". As negociações entre a UE e o Mercosul tiveram início em 1999. Após uma troca de oferta malsucedida em 2004, as negociações foram interrompidas por seis anos. Desde a retomada das conversas, em 2010, nove rodadas de negociação foram realizadas com vistas a uma nova troca de ofertas. Países com dificuldades econômicas, como Brasil, Argentina e Uruguai, veem na iniciativa a chance de aumentar a demanda por seus produtos no exterior, uma vez que seus mercados domésticos estão deprimidos. A oferta de cada bloco significa, em tese, o que cada um tem a oferecer em termos de tarifa zerada numa relação comercial entre eles. É a principal etapa para que um acordo seja selado. | 2 |
Atacante de 17 anos é novidade para estreia na Copa do Brasil | A maior novidade do Palmeiras para a estreia na Copa do Brasil, contra o Vitória da Conquista, na Bahia, às 22h, estará no banco de reservas. Gabriel Jesus, 17, revelado pelas categorias de base do clube, foi relacionado pela primeira vez para um jogo do time profissional desde que foi promovido, em janeiro. Em 27 agosto do ano passado, Gabriel, à época chamado de Gabriel Fernando e de passagem pelo time de cima, foi relacionado pelo então técnico Ricardo Gareca para o confronto com o Atlético-MG pela Copa do Brasil. Mas não foi escalado. "Eu sonho muito com a estreia, afinal é algo que eu busco há muito tempo. Sei que tenho de ir com calma, que a comissão saberá a hora de me colocar", disse o atacante, ao site oficial do clube. O técnico Oswaldo de Oliveira já fez elogios ao atacante, em especial à sua coragem e autoconfiança. | esporte | Atacante de 17 anos é novidade para estreia na Copa do BrasilA maior novidade do Palmeiras para a estreia na Copa do Brasil, contra o Vitória da Conquista, na Bahia, às 22h, estará no banco de reservas. Gabriel Jesus, 17, revelado pelas categorias de base do clube, foi relacionado pela primeira vez para um jogo do time profissional desde que foi promovido, em janeiro. Em 27 agosto do ano passado, Gabriel, à época chamado de Gabriel Fernando e de passagem pelo time de cima, foi relacionado pelo então técnico Ricardo Gareca para o confronto com o Atlético-MG pela Copa do Brasil. Mas não foi escalado. "Eu sonho muito com a estreia, afinal é algo que eu busco há muito tempo. Sei que tenho de ir com calma, que a comissão saberá a hora de me colocar", disse o atacante, ao site oficial do clube. O técnico Oswaldo de Oliveira já fez elogios ao atacante, em especial à sua coragem e autoconfiança. | 4 |
Índia suspende licenças de médicos após onda de calor matar 1.300 | Em meio a uma intensa onda de calor na Índia, as autoridades suspenderam as licenças de médicos e orientaram as pessoas a não deixarem suas casas durante o dia. O calor de mais de 47º C já deixou pelo menos 1.371 mortos nesta semana no país. O sul do país é a zona mais afetada e a que registra o maior número de vítimas, sobretudo entre os operários, os sem-teto e os idosos, mais vulneráveis à insolação e à desidratação. Somente no Estado de Andra Pradesh foram registradas 1.020 mortes. Com a suspensão das licenças de médicos, espera-se que mais pessoas que sofrem com o calor possam ser atendidas. A orientação para que as pessoas fiquem em casa e evitem a exposição ao sol não é uma opção para muitos indianos. "Eu tenho dores de cabeça, às vezes febre. Mas [se eu ficar em casa] como ganharei meu dinheiro?", disse o catador de sucata Akhlaq, 28, na capital, Nova Déli, onde as temperaturas alcançaram os 45º C nesta terça (27). A onda de calor no país já dura sete dias, o que corresponde ao dobro de tempo que costumam durar, segundo as autoridades. Segundo meteorologistas, o número de dias em que as temperaturas ultrapassam os 45º C vêm aumentando nos últimos anos. Maio e junho costumam ser os meses mais quentes do ano na Índia, antes da temporada de chuvas de monção. | mundo | Índia suspende licenças de médicos após onda de calor matar 1.300Em meio a uma intensa onda de calor na Índia, as autoridades suspenderam as licenças de médicos e orientaram as pessoas a não deixarem suas casas durante o dia. O calor de mais de 47º C já deixou pelo menos 1.371 mortos nesta semana no país. O sul do país é a zona mais afetada e a que registra o maior número de vítimas, sobretudo entre os operários, os sem-teto e os idosos, mais vulneráveis à insolação e à desidratação. Somente no Estado de Andra Pradesh foram registradas 1.020 mortes. Com a suspensão das licenças de médicos, espera-se que mais pessoas que sofrem com o calor possam ser atendidas. A orientação para que as pessoas fiquem em casa e evitem a exposição ao sol não é uma opção para muitos indianos. "Eu tenho dores de cabeça, às vezes febre. Mas [se eu ficar em casa] como ganharei meu dinheiro?", disse o catador de sucata Akhlaq, 28, na capital, Nova Déli, onde as temperaturas alcançaram os 45º C nesta terça (27). A onda de calor no país já dura sete dias, o que corresponde ao dobro de tempo que costumam durar, segundo as autoridades. Segundo meteorologistas, o número de dias em que as temperaturas ultrapassam os 45º C vêm aumentando nos últimos anos. Maio e junho costumam ser os meses mais quentes do ano na Índia, antes da temporada de chuvas de monção. | 3 |
Sírios devem ter chance de controlar a própria vida, afirma porta-voz russo | Para Igor Konashenkov, porta-voz das forças russas na Síria, estrangeiros devem apoiar, e não atrapalhar o processo político no país. Em entrevista, ele destaca o papel de militares russos e a cooperação com os Estados Unidos. Militares russos vêm desempenhando um papel decisivo nos recentes êxitos das tropas do presidente sírio, Bashar al-Assad. A reconquista de Palmira das mãos do Estado Islâmico (EI), no final de março deste ano, é um exemplo. "Assad valorizou muito a ajuda que a Força Aérea russa tem fornecido e sublinhou que sucessos como a retomada de Palmira teriam sido impossíveis sem o apoio russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na ocasião. Em entrevista à Deutsche Welle, o major-general Igor Konashenkov, porta-voz das forças de combate russas na Síria, fala sobre as operações no país. Apesar de o presidente Vladimir Putin ter ordenado, em meados de março, o início da retirada de suas forças militares da Síria, Konashenko diz que aviões e militares russos permanecem no país. Para ele, além de participarem dos preparativos de operações e transferir conhecimentos militares, cabe aos militares russos apoiar o processo político na Síria, do qual a realização de eleições é o primeiro passo. Deutsche Welle: Há algumas semanas jatos militares russos ainda cortavam o céu sobre a Síria. Agora tudo ficou mais calmo. Mas militares russos ainda estão presentes. O que eles fazem no país? Igor Konashenkov: Conselheiros militares russos participam dos preparativos de operações militares, como a libertação de Palmira, Al-Qaratein e outras grandes localidades das mãos do Estado Islâmico. Eles transferem a peritos sírios o conhecimento técnico necessário para operar armas que fornecermos a eles como parte de nossa cooperação. É claro que também participamos da elaboração dessas operações. Os aviões russos desapareceram do céu sírio de maneira tão repentina quanto nele surgiram. A Síria, porém, continua repleta de terroristas. A Rússia não cumpriu, portanto, sua própria missão de livrar o país de extremistas? Não, vejo isso como completamente equivocado. Os aviões russos continuam na base aérea de Hmeimim. E temos tantos aviões quanto seja necessário. São aeronaves modernas e helicópteros, que ainda realizam missões de combate. O alvo deles são grupos terroristas. Mas nossos peritos também desempenham uma missão humanitária, por exemplo, ao livrarem a antiga cidade de Palmira de minas. Para que, assim, possamos todos admirar novamente o que a humanidade criou há milênios. Como é a cooperação com outros países, como os Estados Unidos? Muito ativa, no contexto dos acordos no processo de reconciliação das partes em conflito e da suspensão das hostilidades. Estabelecemos um ponto de observação na nossa base de Hmeinmim, aqui na Síria. Os americanos têm um centro semelhante em Aman. Estamos em contato diariamente. Informamos nossos colegas dos EUA sobre todos os casos de violação de cessar-fogos. E eles? É preciso reconhecer? Compartilham conosco todas as informações que obtêm por meio de seus canais. No momento, a situação é problemática somente em Aleppo. Segundo nosso levantamento, há mais de mil combatentes fortemente armados concentrados na cidade, sobretudo do grupo Jabhat al-Nusra. Eles têm armas pesadas, muitos veículos blindados, tanques. No dia 13 de abril, serão realizadas eleições parlamentares na Síria? Num momento extremamente desfavorável, não há campanha eleitoral nem paz no país. Como o senhor acha que serão estas eleições? É difícil dizer se a Síria está preparada para eleições ou não. Tudo é relativo. Sim, do ponto de vista europeu o país não está preparado. Mas é preciso começar em algum momento. Com alguma coisa. E essa coisa precisa ser o processo político. Eu viajo muito pela Síria e vejo como se trata de um país único. E diverso em termos de mentalidade, estilo de vida das pessoas, de religião. Mas todas essas pessoas viveram juntas por milhares de anos. Acho que é preciso dar a elas, assim como a todos os outros, a chance de tomar as rédeas da própria vida. Não deveríamos atrapalhá-las nisso, mas sim apoiá-las. | mundo | Sírios devem ter chance de controlar a própria vida, afirma porta-voz russoPara Igor Konashenkov, porta-voz das forças russas na Síria, estrangeiros devem apoiar, e não atrapalhar o processo político no país. Em entrevista, ele destaca o papel de militares russos e a cooperação com os Estados Unidos. Militares russos vêm desempenhando um papel decisivo nos recentes êxitos das tropas do presidente sírio, Bashar al-Assad. A reconquista de Palmira das mãos do Estado Islâmico (EI), no final de março deste ano, é um exemplo. "Assad valorizou muito a ajuda que a Força Aérea russa tem fornecido e sublinhou que sucessos como a retomada de Palmira teriam sido impossíveis sem o apoio russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na ocasião. Em entrevista à Deutsche Welle, o major-general Igor Konashenkov, porta-voz das forças de combate russas na Síria, fala sobre as operações no país. Apesar de o presidente Vladimir Putin ter ordenado, em meados de março, o início da retirada de suas forças militares da Síria, Konashenko diz que aviões e militares russos permanecem no país. Para ele, além de participarem dos preparativos de operações e transferir conhecimentos militares, cabe aos militares russos apoiar o processo político na Síria, do qual a realização de eleições é o primeiro passo. Deutsche Welle: Há algumas semanas jatos militares russos ainda cortavam o céu sobre a Síria. Agora tudo ficou mais calmo. Mas militares russos ainda estão presentes. O que eles fazem no país? Igor Konashenkov: Conselheiros militares russos participam dos preparativos de operações militares, como a libertação de Palmira, Al-Qaratein e outras grandes localidades das mãos do Estado Islâmico. Eles transferem a peritos sírios o conhecimento técnico necessário para operar armas que fornecermos a eles como parte de nossa cooperação. É claro que também participamos da elaboração dessas operações. Os aviões russos desapareceram do céu sírio de maneira tão repentina quanto nele surgiram. A Síria, porém, continua repleta de terroristas. A Rússia não cumpriu, portanto, sua própria missão de livrar o país de extremistas? Não, vejo isso como completamente equivocado. Os aviões russos continuam na base aérea de Hmeimim. E temos tantos aviões quanto seja necessário. São aeronaves modernas e helicópteros, que ainda realizam missões de combate. O alvo deles são grupos terroristas. Mas nossos peritos também desempenham uma missão humanitária, por exemplo, ao livrarem a antiga cidade de Palmira de minas. Para que, assim, possamos todos admirar novamente o que a humanidade criou há milênios. Como é a cooperação com outros países, como os Estados Unidos? Muito ativa, no contexto dos acordos no processo de reconciliação das partes em conflito e da suspensão das hostilidades. Estabelecemos um ponto de observação na nossa base de Hmeinmim, aqui na Síria. Os americanos têm um centro semelhante em Aman. Estamos em contato diariamente. Informamos nossos colegas dos EUA sobre todos os casos de violação de cessar-fogos. E eles? É preciso reconhecer? Compartilham conosco todas as informações que obtêm por meio de seus canais. No momento, a situação é problemática somente em Aleppo. Segundo nosso levantamento, há mais de mil combatentes fortemente armados concentrados na cidade, sobretudo do grupo Jabhat al-Nusra. Eles têm armas pesadas, muitos veículos blindados, tanques. No dia 13 de abril, serão realizadas eleições parlamentares na Síria? Num momento extremamente desfavorável, não há campanha eleitoral nem paz no país. Como o senhor acha que serão estas eleições? É difícil dizer se a Síria está preparada para eleições ou não. Tudo é relativo. Sim, do ponto de vista europeu o país não está preparado. Mas é preciso começar em algum momento. Com alguma coisa. E essa coisa precisa ser o processo político. Eu viajo muito pela Síria e vejo como se trata de um país único. E diverso em termos de mentalidade, estilo de vida das pessoas, de religião. Mas todas essas pessoas viveram juntas por milhares de anos. Acho que é preciso dar a elas, assim como a todos os outros, a chance de tomar as rédeas da própria vida. Não deveríamos atrapalhá-las nisso, mas sim apoiá-las. | 3 |
Artista plástico de NY recria impressão digital com comida e objetos | Fotógrafo e artista plástico novaiorquino, Kevin Van Aelst criou um projeto no qual recriou a sua impressão digital usando diferentes meios. Uma das imagens é a impressão refeita com salgadinhos tipo Cheetos. Outras ainda levam açúcar ou mostarda. O projeto "Fingerprint" inclui ainda outros materiais, como lã. O artista já teve fotos publicadas em diferentes revistas norte-americanas, incluindo a "New York Magazine". Fotos de outros projetos seus podem ser vistas em seu site | comida | Artista plástico de NY recria impressão digital com comida e objetosFotógrafo e artista plástico novaiorquino, Kevin Van Aelst criou um projeto no qual recriou a sua impressão digital usando diferentes meios. Uma das imagens é a impressão refeita com salgadinhos tipo Cheetos. Outras ainda levam açúcar ou mostarda. O projeto "Fingerprint" inclui ainda outros materiais, como lã. O artista já teve fotos publicadas em diferentes revistas norte-americanas, incluindo a "New York Magazine". Fotos de outros projetos seus podem ser vistas em seu site | 26 |
Lorde lidera pela primeira vez parada Billboard com álbum 'Melodrama' | A cantora pop neo-zelandesa Lorde emplacou seu primeiro álbum no topo das paradas dos Estados Unidos nesta segunda-feira (26), quando seu mais recente disco estreou no primeiro lugar no ranking semanal da Billboard 200. "Melodrama", o segundo álbum da artista de 20 anos, vendeu 82 mil cópias, 40 mil canções e teve quase 35 milhões de streams, totalizando 109 mil unidades, de acordo com a consultoria Nielsen SoundScan. Lorde é a terceira artista solo feminina consecutiva a liderar a Billboard 200, tendo sido antecedida por Katy Perry com "Witness" e Halsey com "Hopeless Fountain Kingdom". O primeiro disco de Lorde, "Pure Heroine", que conta com o sucesso "Royals", estreou e não passou da terceira colocação na Billboard ao ser lançado em 2013. Seu novo álbum liderou seis categorias entre as 10 mais da parada Billboard 200 nesta semana. "Pretty Girls Like Trap Music", do rapper 2 Chainz, estreou em segundo lugar, "Nashville Sound", parceria entre o artista country Jason Isbell e a banda 400 Unit entrou na quarta colocação e os roqueiros canadenses do Nickelback ficaram com a quinta posição com "Feed the Machine". "Beautiful Thugger Girls", do rapper Young Thug, ficou em oitavo, e a banda de indie rock Fleet Foxes completou a lista dos recém-chegados com "Crack-Up" na nona posição. "Witness", que liderou a parada na semana passada, caiu para a 13ª colocação nesta semana. Na parada de canções digitais, que mede a venda online, "Despacito", o hit de verão do cantor portorriquenho Luis Fonsi em parceria com Justin Bieber, continuou a reinar na liderança com outras 139 mil cópias vendidas. Ouça o álbum 'Melodrama' da cantora Lorde Ouça no deezer | ilustrada | Lorde lidera pela primeira vez parada Billboard com álbum 'Melodrama'A cantora pop neo-zelandesa Lorde emplacou seu primeiro álbum no topo das paradas dos Estados Unidos nesta segunda-feira (26), quando seu mais recente disco estreou no primeiro lugar no ranking semanal da Billboard 200. "Melodrama", o segundo álbum da artista de 20 anos, vendeu 82 mil cópias, 40 mil canções e teve quase 35 milhões de streams, totalizando 109 mil unidades, de acordo com a consultoria Nielsen SoundScan. Lorde é a terceira artista solo feminina consecutiva a liderar a Billboard 200, tendo sido antecedida por Katy Perry com "Witness" e Halsey com "Hopeless Fountain Kingdom". O primeiro disco de Lorde, "Pure Heroine", que conta com o sucesso "Royals", estreou e não passou da terceira colocação na Billboard ao ser lançado em 2013. Seu novo álbum liderou seis categorias entre as 10 mais da parada Billboard 200 nesta semana. "Pretty Girls Like Trap Music", do rapper 2 Chainz, estreou em segundo lugar, "Nashville Sound", parceria entre o artista country Jason Isbell e a banda 400 Unit entrou na quarta colocação e os roqueiros canadenses do Nickelback ficaram com a quinta posição com "Feed the Machine". "Beautiful Thugger Girls", do rapper Young Thug, ficou em oitavo, e a banda de indie rock Fleet Foxes completou a lista dos recém-chegados com "Crack-Up" na nona posição. "Witness", que liderou a parada na semana passada, caiu para a 13ª colocação nesta semana. Na parada de canções digitais, que mede a venda online, "Despacito", o hit de verão do cantor portorriquenho Luis Fonsi em parceria com Justin Bieber, continuou a reinar na liderança com outras 139 mil cópias vendidas. Ouça o álbum 'Melodrama' da cantora Lorde Ouça no deezer | 1 |
Spurs batem os Mavericks e vencem pela 24ª vez seguida em casa | O San Antonio Spurs conquistou na noite deste domingo (17) a sua 24ª vitória seguida em casa pela temporada regular da NBA. O time do técnico Gregg Popovich derrotou o Dallas Mavericks, por 112 a 83, no clássico do Texas. Este foi o 11º triunfo consecutivo dos Spurs, que ocupam a segunda posição na Conferência Oeste, com 36 vitórias e apenas seis derrotas –estão atrás apenas do Golden State Warriors (37-4). O grande destaque da partida foi o ala LaMarcus Aldridge, que marcou 23 pontos e pegou sete rebotes. Os Mavericks ainda tiveram o seu técnico, Rick Carlisle, expulso do jogo por aplaudir ironicamente um dos árbitros após uma jogada. O time de Dallas ocupa a sexta posição na Conferência Oeste, com 23 triunfos e 19 derrotas. Temporada da NBA | esporte | Spurs batem os Mavericks e vencem pela 24ª vez seguida em casaO San Antonio Spurs conquistou na noite deste domingo (17) a sua 24ª vitória seguida em casa pela temporada regular da NBA. O time do técnico Gregg Popovich derrotou o Dallas Mavericks, por 112 a 83, no clássico do Texas. Este foi o 11º triunfo consecutivo dos Spurs, que ocupam a segunda posição na Conferência Oeste, com 36 vitórias e apenas seis derrotas –estão atrás apenas do Golden State Warriors (37-4). O grande destaque da partida foi o ala LaMarcus Aldridge, que marcou 23 pontos e pegou sete rebotes. Os Mavericks ainda tiveram o seu técnico, Rick Carlisle, expulso do jogo por aplaudir ironicamente um dos árbitros após uma jogada. O time de Dallas ocupa a sexta posição na Conferência Oeste, com 23 triunfos e 19 derrotas. Temporada da NBA | 4 |
Biquínis na Guerra Fria | RIO DE JANEIRO - Raúl Castro recebeu Obama em Cuba e, aberta a porteira, os Rolling Stones entraram alegremente por ela. A Disney das esquerdas nunca mais será a mesma. Em breve, Justin Bieber estará aprontando em Havana, os cubanitos começarão a se envenenar no McDonald's e haverá rumores de um caso entre Fidel e Madonna. Com 27 anos de atraso para a queda do Muro de Berlim, é o verdadeiro fim da Guerra Fria. Eu gostaria que, já em 1989, os dois países fossem amigos. Em janeiro daquele ano, fui a Cuba pelo jornal "O Estado de S. Paulo" para uma série de reportagens sobre os 30 anos da Revolução. Naquele tempo, ia-se a Cuba por Lima. Em uma semana na ilha, conheci o bairro negro de Havana, entrevistei o principal traficante de drogas do país e assisti a um desfile da alta costura cubana na boate Tropicana, com modelos desfilando ao som de "Guantanamera" em ritmo de discoteca. A viagem incluía uma esticada a Nova York e também exigia uma escala –esta, na Cidade do México. Por causa disso, tive de entrar nos EUA por Dallas, no Texas, e como a imigração sabia que alguns passageiros vinham de Cuba, tive de abrir a mala. A funcionária que me foi destinada era uma afro-americana de 1,80 m de altura por outros tantos de largura, e um correspondente par de peitos. Bem, eu não tinha nada a temer. Até que ela começou a tirar da minha mala dezenas de biquínis –uns fiapos, minúsculos, quase inexistentes. E só aí me lembrei. A "Playboy" brasileira me pedira para levá-los para a "Playboy" americana em Nova York. Nas manoplas da mulher da imigração, eles pareciam mais ridículos ainda. Para ela, vindo de Cuba, eu devia ser um perigoso fornecedor de pornografia. Expliquei-lhe do que se tratava e a custo ela me liberou. Ufa! Mais um pouco, e eu seria uma nova baixa da Guerra Fria. | colunas | Biquínis na Guerra FriaRIO DE JANEIRO - Raúl Castro recebeu Obama em Cuba e, aberta a porteira, os Rolling Stones entraram alegremente por ela. A Disney das esquerdas nunca mais será a mesma. Em breve, Justin Bieber estará aprontando em Havana, os cubanitos começarão a se envenenar no McDonald's e haverá rumores de um caso entre Fidel e Madonna. Com 27 anos de atraso para a queda do Muro de Berlim, é o verdadeiro fim da Guerra Fria. Eu gostaria que, já em 1989, os dois países fossem amigos. Em janeiro daquele ano, fui a Cuba pelo jornal "O Estado de S. Paulo" para uma série de reportagens sobre os 30 anos da Revolução. Naquele tempo, ia-se a Cuba por Lima. Em uma semana na ilha, conheci o bairro negro de Havana, entrevistei o principal traficante de drogas do país e assisti a um desfile da alta costura cubana na boate Tropicana, com modelos desfilando ao som de "Guantanamera" em ritmo de discoteca. A viagem incluía uma esticada a Nova York e também exigia uma escala –esta, na Cidade do México. Por causa disso, tive de entrar nos EUA por Dallas, no Texas, e como a imigração sabia que alguns passageiros vinham de Cuba, tive de abrir a mala. A funcionária que me foi destinada era uma afro-americana de 1,80 m de altura por outros tantos de largura, e um correspondente par de peitos. Bem, eu não tinha nada a temer. Até que ela começou a tirar da minha mala dezenas de biquínis –uns fiapos, minúsculos, quase inexistentes. E só aí me lembrei. A "Playboy" brasileira me pedira para levá-los para a "Playboy" americana em Nova York. Nas manoplas da mulher da imigração, eles pareciam mais ridículos ainda. Para ela, vindo de Cuba, eu devia ser um perigoso fornecedor de pornografia. Expliquei-lhe do que se tratava e a custo ela me liberou. Ufa! Mais um pouco, e eu seria uma nova baixa da Guerra Fria. | 10 |
Famílias e estoques impulsionam PIB da zona do euro, apesar de comércio | A alta dos estoques e os maiores gastos das famílias foram as principais forças motrizes por trás do crescimento econômico da zona do euro no terceiro trimestre, compensando o impacto negativo do comércio, mostraram os dados finais da Eurostat (agência de estatística da União Europeia). A Eurostat confirmou nesta terça-feira (8) que o crescimento econômico nos 19 países que compartilham o euro foi de 0,3% na comparação trimestral entre julho e setembro e de 1,6% na comparação anual, como anteriormente estimado e esperado pelos mercados. | mercado | Famílias e estoques impulsionam PIB da zona do euro, apesar de comércioA alta dos estoques e os maiores gastos das famílias foram as principais forças motrizes por trás do crescimento econômico da zona do euro no terceiro trimestre, compensando o impacto negativo do comércio, mostraram os dados finais da Eurostat (agência de estatística da União Europeia). A Eurostat confirmou nesta terça-feira (8) que o crescimento econômico nos 19 países que compartilham o euro foi de 0,3% na comparação trimestral entre julho e setembro e de 1,6% na comparação anual, como anteriormente estimado e esperado pelos mercados. | 2 |
Nível do Cantareira fica estável pelo sexto dia seguido; Alto de Cotia sobe | Quatro dos seis principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento da região metropolitana de São Paulo ficaram estáveis nesta sexta-feira (17) em relação a medição feita no dia anterior. De acordo com balanço divulgado pela Sabesp, o Cantareira mantém seu nível estável em 15,4% pelo sexto dia consecutivo. O reservatório abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. arte Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta sexta, o "volume negativo" foi de -9,3% ante -9,4% registrado no dia anterior. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,1% de sua capacidade –índice semelhante ao registrado no dia anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Outros dois mananciais mantiveram seus níveis estáveis em relação a medição anterior. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 83,3% de capacidade. Já o sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 45% de sua capacidade. O reservatório de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96,3% de sua capacidade após recuar 0,2 ponto percentual. O único a avançar em seu armazenamento foi o sistema de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. De acordo com a Sabesp, o reservatório opera com 65,2% de sua capacidade após avançar 0,2 ponto percentual. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h. | cotidiano | Nível do Cantareira fica estável pelo sexto dia seguido; Alto de Cotia sobeQuatro dos seis principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento da região metropolitana de São Paulo ficaram estáveis nesta sexta-feira (17) em relação a medição feita no dia anterior. De acordo com balanço divulgado pela Sabesp, o Cantareira mantém seu nível estável em 15,4% pelo sexto dia consecutivo. O reservatório abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. arte Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta sexta, o "volume negativo" foi de -9,3% ante -9,4% registrado no dia anterior. A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo. OUTROS RESERVATÓRIOS O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,1% de sua capacidade –índice semelhante ao registrado no dia anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Outros dois mananciais mantiveram seus níveis estáveis em relação a medição anterior. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 83,3% de capacidade. Já o sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 45% de sua capacidade. O reservatório de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96,3% de sua capacidade após recuar 0,2 ponto percentual. O único a avançar em seu armazenamento foi o sistema de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. De acordo com a Sabesp, o reservatório opera com 65,2% de sua capacidade após avançar 0,2 ponto percentual. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h. | 6 |
Aumento da receita de farmácias perde ritmo, mas cresce 9% no 1° tri | A receita das grandes redes de farmácias cresceu 9,26% no primeiro trimestre deste ano. A taxa desacelerou em relação ao ano passado, segundo a Abrafarma, que representa empresas como Droga Raia e Drogaria São Paulo. Os itens de higiene e beleza são os principais responsáveis pelo menor ritmo de expansão: houve uma queda de 5,7% das unidades vendidas no acumulado dos últimos dois anos, até março. No primeiro trimestre de 2017, a receita com o segmento cresceu 3,7% -bastante abaixo das taxas de dois dígitos de um ano atrás. A estratégia das grandes redes de investir nesse gênero de produto, porém, não deverá mudar, afirma o presidente da associação, Sérgio Mena Barretto. "Com a crise, o consumidor buscou produtos mais baratos, mas, em até um ano, esse cenário será superado." A receita com a venda de medicamentos no país também deverá desacelerar neste ano, segundo a consultoria Close-up International. Ainda assim, a expansão prevista é de 7,5% -em 2016, a alta foi de 14%. Um dos fatores, além da substituição de remédios de marca por genéricos e similares, é o reajuste máximo autorizado pelo governo, que foi menor em 2017 -de 4,76%, contra 12,5% no ano anterior, segundo Paulo Paiva, diretor da consultoria. O faturamento das grandes redes com remédios, porém, foi 12,7% maior no primeiro trimestre deste ano que no mesmo período de 2016. farmacias * Brookfield lançará mais edifícios residenciais neste ano em São Paulo A Brookfield Incorporações vai lançar 11 projetos residenciais no Estado de São Paulo neste ano, com um investimento de aproximadamente R$ 650 milhões. A expectativa da empresa é que o valor geral de vendas seja de cerca de R$ 1,3 bilhão, um aumento de 44% em relação ao ano passado, segundo João Mendes, diretor de incorporações da empresa no Estado de São Paulo. "É inegável que o momento do mercado é ruim, mas o negócio das incorporadoras é de ciclo longo, os lançamentos são entregues em três anos, e nossa crença é que haverá retomada da economia." Por enquanto, um deles, próximo ao Parque do Ibirapuera, foi lançado. O preço médio dos imóveis é de R$ 31 mil por metro quadrado, que, em termos nominais, é o mais alto para a empresa. A receita com as vendas desse condomínio é estimada em R$ 110 milhões. Outros três começarão a ser vendidos neste semestre, e os restantes, na segunda metade do ano, que é a melhor para o mercado de imóveis. 92 mil Imóveis foram entregues pela empresa 22 milhões de m² foram construídos ou estão em obras * Novo round Criar um fundo de promoção do Brasil no exterior será a nova proposta dos hotéis para mitigar a concorrência de empresas como o Airbnb. A ideia é que os serviços de hospedagem paguem a contribuição, que funcionaria como um tributo. Os recursos reforçariam o caixa da Embratur, que considera a medida uma boa ideia, diz o presidente Vinicius Lummertz. Entidades como o Cetur, ligado à CNC, pretendem incluir o projeto nas discussões sobre a Lei Geral de Turismo. Algumas, como a Abih, mostram resistência e dizem defender a cobrança de ISS. O Airbnb afirma que colabora no mundo todo com a coleta de impostos e que é importante ter cautela com o lobby hoteleiro que visa prejudicar consumidores. * Frente fria A Comfrio, de logística, construirá dois armazéns refrigerados para atender o setor de alimentação, responsável por metade da receita anual de R$ 300 milhões. A companhia cuida apenas da armazenagem de clientes de indústria e agronegócio, mas, no setor de alimentação, também é responsável pelo planejamento e distribuição de dez redes de grande porte. Um dos complexos será no Rio e receberá investimento de R$ 20 milhões, diz o diretor-executivo Evandro Calanca. "O outro, em Pernambuco, ficará para o primeiro trimestre de 2018. Esse aporte vai girar entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões." * Procure... Já há demanda de farmácias pelo teste de HIV que será vendido para que as pessoas façam sozinhas, diz Marco Collovati, diretor-executivo da Orange Life. ...saber A produção começará com cerca de 100 mil unidades por mês. O processo para conseguir aprovação na Anvisa durou cerca de dois anos, segundo Collovati. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI | colunas | Aumento da receita de farmácias perde ritmo, mas cresce 9% no 1° triA receita das grandes redes de farmácias cresceu 9,26% no primeiro trimestre deste ano. A taxa desacelerou em relação ao ano passado, segundo a Abrafarma, que representa empresas como Droga Raia e Drogaria São Paulo. Os itens de higiene e beleza são os principais responsáveis pelo menor ritmo de expansão: houve uma queda de 5,7% das unidades vendidas no acumulado dos últimos dois anos, até março. No primeiro trimestre de 2017, a receita com o segmento cresceu 3,7% -bastante abaixo das taxas de dois dígitos de um ano atrás. A estratégia das grandes redes de investir nesse gênero de produto, porém, não deverá mudar, afirma o presidente da associação, Sérgio Mena Barretto. "Com a crise, o consumidor buscou produtos mais baratos, mas, em até um ano, esse cenário será superado." A receita com a venda de medicamentos no país também deverá desacelerar neste ano, segundo a consultoria Close-up International. Ainda assim, a expansão prevista é de 7,5% -em 2016, a alta foi de 14%. Um dos fatores, além da substituição de remédios de marca por genéricos e similares, é o reajuste máximo autorizado pelo governo, que foi menor em 2017 -de 4,76%, contra 12,5% no ano anterior, segundo Paulo Paiva, diretor da consultoria. O faturamento das grandes redes com remédios, porém, foi 12,7% maior no primeiro trimestre deste ano que no mesmo período de 2016. farmacias * Brookfield lançará mais edifícios residenciais neste ano em São Paulo A Brookfield Incorporações vai lançar 11 projetos residenciais no Estado de São Paulo neste ano, com um investimento de aproximadamente R$ 650 milhões. A expectativa da empresa é que o valor geral de vendas seja de cerca de R$ 1,3 bilhão, um aumento de 44% em relação ao ano passado, segundo João Mendes, diretor de incorporações da empresa no Estado de São Paulo. "É inegável que o momento do mercado é ruim, mas o negócio das incorporadoras é de ciclo longo, os lançamentos são entregues em três anos, e nossa crença é que haverá retomada da economia." Por enquanto, um deles, próximo ao Parque do Ibirapuera, foi lançado. O preço médio dos imóveis é de R$ 31 mil por metro quadrado, que, em termos nominais, é o mais alto para a empresa. A receita com as vendas desse condomínio é estimada em R$ 110 milhões. Outros três começarão a ser vendidos neste semestre, e os restantes, na segunda metade do ano, que é a melhor para o mercado de imóveis. 92 mil Imóveis foram entregues pela empresa 22 milhões de m² foram construídos ou estão em obras * Novo round Criar um fundo de promoção do Brasil no exterior será a nova proposta dos hotéis para mitigar a concorrência de empresas como o Airbnb. A ideia é que os serviços de hospedagem paguem a contribuição, que funcionaria como um tributo. Os recursos reforçariam o caixa da Embratur, que considera a medida uma boa ideia, diz o presidente Vinicius Lummertz. Entidades como o Cetur, ligado à CNC, pretendem incluir o projeto nas discussões sobre a Lei Geral de Turismo. Algumas, como a Abih, mostram resistência e dizem defender a cobrança de ISS. O Airbnb afirma que colabora no mundo todo com a coleta de impostos e que é importante ter cautela com o lobby hoteleiro que visa prejudicar consumidores. * Frente fria A Comfrio, de logística, construirá dois armazéns refrigerados para atender o setor de alimentação, responsável por metade da receita anual de R$ 300 milhões. A companhia cuida apenas da armazenagem de clientes de indústria e agronegócio, mas, no setor de alimentação, também é responsável pelo planejamento e distribuição de dez redes de grande porte. Um dos complexos será no Rio e receberá investimento de R$ 20 milhões, diz o diretor-executivo Evandro Calanca. "O outro, em Pernambuco, ficará para o primeiro trimestre de 2018. Esse aporte vai girar entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões." * Procure... Já há demanda de farmácias pelo teste de HIV que será vendido para que as pessoas façam sozinhas, diz Marco Collovati, diretor-executivo da Orange Life. ...saber A produção começará com cerca de 100 mil unidades por mês. O processo para conseguir aprovação na Anvisa durou cerca de dois anos, segundo Collovati. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI | 10 |
Ministro chinês vê Brexit acentuando incertezas para mercados | Políticos e economistas chineses mostraram preocupações neste domingo (26) com a votação pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), com o ministro das Finanças chinês dizendo que isso aumentou a incerteza do mercado, embora alguns esperem um impacto limitado sobre a economia chinesa. A decisão pela saída da UE "vai lançar uma sombra sobre a economia global... As repercussões e consequências vão emergir nos próximos cinco a 10 anos", disse Lou Jiwei, ministro das Finanças da China, na primeira reunião anual do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, em Pequim. "É difícil prever agora", disse ele. "A reação automática do mercado é provavelmente um pouco excessiva e precisa se acalmar e ter uma visão objetiva." As visões de Lou foram ecoadas pela autoridade de planejamento econômico da China e por outros economistas, no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Tianjin. "Para as empresas chinesas que vão investir ou realizar fusões, os empresários são mais espertos do que eu, e eles vão certamente esperar para ver", disse Xu Shaoshi, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, no Fórum no domingo. "O incidente da saída britânica vai afetar a economia da China através do investimento, do comércio e de capital", disse ele. "Mas eu acredito que o impacto não será grande e departamentos relevantes do governo fizeram planos de contingência." Huang Yiping, professor da Universidade de Pequim e membro do comitê de política monetária do banco central, disse que é difícil avaliar o impacto direto do referendo britânico sobre a economia da China. "Se (a saída da UE) é um marco importante em termos de uma reversão da globalização, eu acho que é muito ruim para o mundo, é muito ruim para a China ", disse Huang. | mercado | Ministro chinês vê Brexit acentuando incertezas para mercadosPolíticos e economistas chineses mostraram preocupações neste domingo (26) com a votação pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), com o ministro das Finanças chinês dizendo que isso aumentou a incerteza do mercado, embora alguns esperem um impacto limitado sobre a economia chinesa. A decisão pela saída da UE "vai lançar uma sombra sobre a economia global... As repercussões e consequências vão emergir nos próximos cinco a 10 anos", disse Lou Jiwei, ministro das Finanças da China, na primeira reunião anual do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, em Pequim. "É difícil prever agora", disse ele. "A reação automática do mercado é provavelmente um pouco excessiva e precisa se acalmar e ter uma visão objetiva." As visões de Lou foram ecoadas pela autoridade de planejamento econômico da China e por outros economistas, no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Tianjin. "Para as empresas chinesas que vão investir ou realizar fusões, os empresários são mais espertos do que eu, e eles vão certamente esperar para ver", disse Xu Shaoshi, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, no Fórum no domingo. "O incidente da saída britânica vai afetar a economia da China através do investimento, do comércio e de capital", disse ele. "Mas eu acredito que o impacto não será grande e departamentos relevantes do governo fizeram planos de contingência." Huang Yiping, professor da Universidade de Pequim e membro do comitê de política monetária do banco central, disse que é difícil avaliar o impacto direto do referendo britânico sobre a economia da China. "Se (a saída da UE) é um marco importante em termos de uma reversão da globalização, eu acho que é muito ruim para o mundo, é muito ruim para a China ", disse Huang. | 2 |
Ajuda humanitária é desorganizada, diz voluntário russo no Nepal | Maxim, 26, viajou a Katmandu sem avisar os pais. O jovem russo, que prefere não dizer o nome real, por ora esconde da família e decidiu ir ao Nepal para voluntariar-se no auxílio ao país, em crise após o terremoto que deixou mais de 5.000 mortos. Profissional de marketing, ele estava na Índia quando ouviu as notícias do tremor de sábado (25). Dois dias depois, tomou um trem e um ônibus que, após 27 horas, lhe trouxeram até a capital. "Pensei que poderia ser útil aqui", diz à Folha enquanto trabalha no Hospital Bir. Sua função, por ora, é transportar pacientes entre a máquina de raio-x e suas macas. "Francamente, aqui as pessoas não sabem que é perigoso mover alguém ferido, com dano na coluna." Maxim, porém, não tem qualquer treinamento em pronto-socorro. Sem receber coordenação da equipe do hospital, transita por corredores ajudando como quer. No dia em que conversa com a reportagem, é o único estrangeiro ali, mas diz que nos primeiros dias havia líderes informais entre os voluntários de fora do Nepal. O russo conta que um de seus maiores desafios no país não foi a estrutura precária, derrubada pelo intenso terremoto —ele está em um albergue sem luz ou água. O problema que lhe preocupa, afirma, é a organização das ações humanitárias. "Passei o primeiro dia em tentando descobrir o que fazer. Ninguém me orientava. Não há planejamento", diz. LONA Katmandu está repleta de organizações internacionais, que se dividem pela capital em diversas tarefas. Na quinta-feira (30), algumas delas já tinham desaparecido dali, rumo às regiões mais afetadas no interior do Nepal. Os aviões que chegam ao país ainda estão repletos desses voluntários, que fazem parte de organizações como a Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras. No parque Ratna, no centro de Katmandu, um grupo de militares japoneses fazia ronda à tarde. Em um campo onde acampam famílias cujas casas foram destruídas, o governo chinês distribuía tendas -com janelas, eram de um nível bastante mais alto que as improvisações de lona e pedaços de pau, ali. O coordenador médico Javier Arcos, 36, veio da Espanha com uma equipe de oito pessoas para prestar auxílio pela organização Médicos do Mundo. Na tarde de quinta-feira, eles aguardavam instruções do governo, para saber para que distritos viajar. "Nossa impressão foi menos grave do que em outras emergências", diz Arcos, que esteve em desastres no Haiti e nas Filipinas. "No Nepal, o desafio será o atendimento em zonas de difícil acesso." FÉRIAS A reportagem da Folha deparou-se, durante o dia, com equipes da Polícia do Nepal e de seu Exército inspecionando escombros. Alguns dos prédios se inclinam em direção às ruas, ameaçadores. O centro antigo, no qual já se pode transitar, tem alguns templos em ruínas. Na zona de Pashupati, o turista japonês Hisaschi Yum, 42, fotografava um ritual fúnebre. Tímido, afogado entre a mochila e a câmera, consultava seu mapa. Ele chegou a Katmandu na quinta-feira (30), apesar das notícias do desastre. "Não tenho medo", diz. "Além disso, como tenho emprego, é muito difícil tirar férias. Não queria cancelar minha viagem." | mundo | Ajuda humanitária é desorganizada, diz voluntário russo no NepalMaxim, 26, viajou a Katmandu sem avisar os pais. O jovem russo, que prefere não dizer o nome real, por ora esconde da família e decidiu ir ao Nepal para voluntariar-se no auxílio ao país, em crise após o terremoto que deixou mais de 5.000 mortos. Profissional de marketing, ele estava na Índia quando ouviu as notícias do tremor de sábado (25). Dois dias depois, tomou um trem e um ônibus que, após 27 horas, lhe trouxeram até a capital. "Pensei que poderia ser útil aqui", diz à Folha enquanto trabalha no Hospital Bir. Sua função, por ora, é transportar pacientes entre a máquina de raio-x e suas macas. "Francamente, aqui as pessoas não sabem que é perigoso mover alguém ferido, com dano na coluna." Maxim, porém, não tem qualquer treinamento em pronto-socorro. Sem receber coordenação da equipe do hospital, transita por corredores ajudando como quer. No dia em que conversa com a reportagem, é o único estrangeiro ali, mas diz que nos primeiros dias havia líderes informais entre os voluntários de fora do Nepal. O russo conta que um de seus maiores desafios no país não foi a estrutura precária, derrubada pelo intenso terremoto —ele está em um albergue sem luz ou água. O problema que lhe preocupa, afirma, é a organização das ações humanitárias. "Passei o primeiro dia em tentando descobrir o que fazer. Ninguém me orientava. Não há planejamento", diz. LONA Katmandu está repleta de organizações internacionais, que se dividem pela capital em diversas tarefas. Na quinta-feira (30), algumas delas já tinham desaparecido dali, rumo às regiões mais afetadas no interior do Nepal. Os aviões que chegam ao país ainda estão repletos desses voluntários, que fazem parte de organizações como a Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras. No parque Ratna, no centro de Katmandu, um grupo de militares japoneses fazia ronda à tarde. Em um campo onde acampam famílias cujas casas foram destruídas, o governo chinês distribuía tendas -com janelas, eram de um nível bastante mais alto que as improvisações de lona e pedaços de pau, ali. O coordenador médico Javier Arcos, 36, veio da Espanha com uma equipe de oito pessoas para prestar auxílio pela organização Médicos do Mundo. Na tarde de quinta-feira, eles aguardavam instruções do governo, para saber para que distritos viajar. "Nossa impressão foi menos grave do que em outras emergências", diz Arcos, que esteve em desastres no Haiti e nas Filipinas. "No Nepal, o desafio será o atendimento em zonas de difícil acesso." FÉRIAS A reportagem da Folha deparou-se, durante o dia, com equipes da Polícia do Nepal e de seu Exército inspecionando escombros. Alguns dos prédios se inclinam em direção às ruas, ameaçadores. O centro antigo, no qual já se pode transitar, tem alguns templos em ruínas. Na zona de Pashupati, o turista japonês Hisaschi Yum, 42, fotografava um ritual fúnebre. Tímido, afogado entre a mochila e a câmera, consultava seu mapa. Ele chegou a Katmandu na quinta-feira (30), apesar das notícias do desastre. "Não tenho medo", diz. "Além disso, como tenho emprego, é muito difícil tirar férias. Não queria cancelar minha viagem." | 3 |
Ativistas têm de superar ideia de que capitalismo é ruim, diz especialista | O advogado Andrea Armeni, 40, trabalha em um escritório em Wall Street, em Nova York, mas se envolve com questões sociais e tenta fazer com que o mundo financeiro e o social interajam na liderança de sua empresa Transform Finance. "Os dois trabalham com mudança", afirma o italiano que estudou direito nos EUA. "Os donos de ativos precisam entender as implicações de suas decisões [...] Por outro lado, os ativistas da mudança social, para interagirem com o meio financeiro, precisam superar a ideia que ele é ruim." Além do escritório na metrópole americana, ele já ensinou desenvolvimento sustentável na França e foi à Colômbia com o grupo Gaia Amazonas, que trabalha com a auto-determinação e preservação ambiental junto com indígenas. Nesta quarta-feira (3) e quinta (4), ele está no Brasil para participar do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, organizado pela ICE e Vox Capital, parceiras do Prêmio Empreendedor Social em 2016. As inscrições para o evento já estão encerradas, mas, devido à grande procura, a organização vai transmitir as palestras ao vivo * Folha - Como você começou a trabalhar com impacto social? Andrea Armeni - Meu passado mistura o trabalho de advocacia corporativa e ativismo em justiça social. Então sempre estive envolvido com problemas sociais, mas com uma perspectiva legal. No meu trabalho em Wall Street, percebi que as decisões do mundo financeiro influenciam os problemas sociais e, durante o período que estive na Amazônia, também vi o impacto que os fluxos de capital têm no cotidiano das comunidades locais e como é importante que as vozes dessas comunidades sejam incluídas na conversa financeira. Qual a forma de os meios financeiro e social trabalharem juntos? Do lado do capital, os donos de ativos precisam entender as implicações de suas decisões. Se estão no setor de energia renovável, por exemplo, é necessário enxergar além da parte do meio ambiente. Também há consequências nos direitos humanos e da propriedade de terra. Para ir a fundo nessas questões, eles precisam interagir com as pessoas que as conhecem de perto. Se o interesse é em oportunidades de trabalho para ex-presidiários, a decisão não deve vir de um escritório em São Paulo ou Nova York. Por outro lado, os ativistas da mudança social, para interagirem com o meio financeiro, precisam superar a ideia que ele é ruim e sempre os explorou, o que é verdade. No entanto, ao não ser que essas pessoas tenham um papel mais ativo, os financistas sempre decidirão por eles mesmos. Como eles podem gerar benefícios mútuos? Os dois trabalham com mudança. Quem está do lado social depende muito da filantropia, e as iniciativas podem ser desfeitas por uma mudança no fluxo do capital. A empresa, que trabalhou por décadas em uma comunidade para criar melhorias, pode decidir retirar toda sua unidade desse lugar e acabou. Seria bom para os atores da mudança social saberem as decisões a serem tomadas e terem um papel nelas ou ter capital próprio com empresas sociais. Se você está preocupado com catadores, claro, você pode protestar e advogar pela causa, mas, às vezes, o melhor a se fazer é abrir uma empresa. Pelo financeiro, é benéfico principalmente para as pessoas que estão tentando fazer a coisa certa, mas não se pode esperar que eles saibam os processos da comunidade. Se eu realmente me importo com os artesãos, eu me beneficiaria ao conversar com eles para, não só para fazer com que sejam ouvidos, mas para integrá-los no processo de forma profunda, que vá além de um design colaborativo. O que falta para fazer esses dois mundos conversarem? É importante que se defina o significado de impacto porque existe muito interesse de investidores, no Brasil e no mundo, em serem socialmente responsáveis. Há muitas pessoas que dizem fazer investimento de impacto, mas que estão, na verdade, perpetuando o mesmo sistema. Por isso é importante descobrir o que significa impacto, quem vai definir isso e quais vozes estão em jogo. Onde você acha que essa interação funciona melhor? É um sistema problemático em todo o lugar. Sou particularmente entusiasta em achar modelos que venham do hemisfério sul e possam ser replicados no norte. Não queremos que a finança social seja mais um esforço colonialista onde os ingleses e os americanos ditam quais deveriam ser os termos de investimento de impacto. Existem ótimos esforços agora em fundos de design colaborativo em comunidades da América Latina onde as vozes das pessoas que recebem esse recurso são tão importantes quanto as dos investidores. Eu diria que essa interação funciona onde as pessoas estão mais abertas a quebrar algumas barreiras do sistema atual. Mas há muito trabalho a se fazer em todos os lugares. Como você avalia o cenário brasileiro? Acredito que o Brasil tenha muito a ensinar por causa da força e do tamanho de sua economia e também do tamanho de seus problemas sociais. O país tem um significativo papel para a finança social. Existe um potencial para ser verdadeiramente transformador com esses investimentos e precisamos ir além de soluções paliativas que fazem das pessoas um pouco menos pobres. Precisamos pegar todo esse interesse e ver como eles podem nos levar à mudança do sistema e criar um mundo financeiro que seja mais justo, igual e inclusivo. | empreendedorsocial | Ativistas têm de superar ideia de que capitalismo é ruim, diz especialistaO advogado Andrea Armeni, 40, trabalha em um escritório em Wall Street, em Nova York, mas se envolve com questões sociais e tenta fazer com que o mundo financeiro e o social interajam na liderança de sua empresa Transform Finance. "Os dois trabalham com mudança", afirma o italiano que estudou direito nos EUA. "Os donos de ativos precisam entender as implicações de suas decisões [...] Por outro lado, os ativistas da mudança social, para interagirem com o meio financeiro, precisam superar a ideia que ele é ruim." Além do escritório na metrópole americana, ele já ensinou desenvolvimento sustentável na França e foi à Colômbia com o grupo Gaia Amazonas, que trabalha com a auto-determinação e preservação ambiental junto com indígenas. Nesta quarta-feira (3) e quinta (4), ele está no Brasil para participar do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, organizado pela ICE e Vox Capital, parceiras do Prêmio Empreendedor Social em 2016. As inscrições para o evento já estão encerradas, mas, devido à grande procura, a organização vai transmitir as palestras ao vivo * Folha - Como você começou a trabalhar com impacto social? Andrea Armeni - Meu passado mistura o trabalho de advocacia corporativa e ativismo em justiça social. Então sempre estive envolvido com problemas sociais, mas com uma perspectiva legal. No meu trabalho em Wall Street, percebi que as decisões do mundo financeiro influenciam os problemas sociais e, durante o período que estive na Amazônia, também vi o impacto que os fluxos de capital têm no cotidiano das comunidades locais e como é importante que as vozes dessas comunidades sejam incluídas na conversa financeira. Qual a forma de os meios financeiro e social trabalharem juntos? Do lado do capital, os donos de ativos precisam entender as implicações de suas decisões. Se estão no setor de energia renovável, por exemplo, é necessário enxergar além da parte do meio ambiente. Também há consequências nos direitos humanos e da propriedade de terra. Para ir a fundo nessas questões, eles precisam interagir com as pessoas que as conhecem de perto. Se o interesse é em oportunidades de trabalho para ex-presidiários, a decisão não deve vir de um escritório em São Paulo ou Nova York. Por outro lado, os ativistas da mudança social, para interagirem com o meio financeiro, precisam superar a ideia que ele é ruim e sempre os explorou, o que é verdade. No entanto, ao não ser que essas pessoas tenham um papel mais ativo, os financistas sempre decidirão por eles mesmos. Como eles podem gerar benefícios mútuos? Os dois trabalham com mudança. Quem está do lado social depende muito da filantropia, e as iniciativas podem ser desfeitas por uma mudança no fluxo do capital. A empresa, que trabalhou por décadas em uma comunidade para criar melhorias, pode decidir retirar toda sua unidade desse lugar e acabou. Seria bom para os atores da mudança social saberem as decisões a serem tomadas e terem um papel nelas ou ter capital próprio com empresas sociais. Se você está preocupado com catadores, claro, você pode protestar e advogar pela causa, mas, às vezes, o melhor a se fazer é abrir uma empresa. Pelo financeiro, é benéfico principalmente para as pessoas que estão tentando fazer a coisa certa, mas não se pode esperar que eles saibam os processos da comunidade. Se eu realmente me importo com os artesãos, eu me beneficiaria ao conversar com eles para, não só para fazer com que sejam ouvidos, mas para integrá-los no processo de forma profunda, que vá além de um design colaborativo. O que falta para fazer esses dois mundos conversarem? É importante que se defina o significado de impacto porque existe muito interesse de investidores, no Brasil e no mundo, em serem socialmente responsáveis. Há muitas pessoas que dizem fazer investimento de impacto, mas que estão, na verdade, perpetuando o mesmo sistema. Por isso é importante descobrir o que significa impacto, quem vai definir isso e quais vozes estão em jogo. Onde você acha que essa interação funciona melhor? É um sistema problemático em todo o lugar. Sou particularmente entusiasta em achar modelos que venham do hemisfério sul e possam ser replicados no norte. Não queremos que a finança social seja mais um esforço colonialista onde os ingleses e os americanos ditam quais deveriam ser os termos de investimento de impacto. Existem ótimos esforços agora em fundos de design colaborativo em comunidades da América Latina onde as vozes das pessoas que recebem esse recurso são tão importantes quanto as dos investidores. Eu diria que essa interação funciona onde as pessoas estão mais abertas a quebrar algumas barreiras do sistema atual. Mas há muito trabalho a se fazer em todos os lugares. Como você avalia o cenário brasileiro? Acredito que o Brasil tenha muito a ensinar por causa da força e do tamanho de sua economia e também do tamanho de seus problemas sociais. O país tem um significativo papel para a finança social. Existe um potencial para ser verdadeiramente transformador com esses investimentos e precisamos ir além de soluções paliativas que fazem das pessoas um pouco menos pobres. Precisamos pegar todo esse interesse e ver como eles podem nos levar à mudança do sistema e criar um mundo financeiro que seja mais justo, igual e inclusivo. | 21 |
Café português é marcado por bom preço, variedade e primor no preparo | Preço, variedade e primor no modo de preparação transformam o café servido em Portugal é um dos produtos mais atrativos, e menos conhecidos, de sua gastronomia, à altura do famoso bacalhau e o tradicional pastel de Belém. Apreciada pelos portugueses e cada vez mais pelos estrangeiros, a típica xícara de café portuguesa se distingue da do resto da Europa por suas especiais características, da extração à torrefação, e sua maneira de servi-la. "O expresso português se submete a um processo de torrefação mais lento que o italiano, seu tempo de extração é maior, seu volume de xícara também é maior. E a mistura de cafés é especial", explicou Cláudia Pimentel, secretária-geral da Associação Industrial e Comercial de Café (AICC) de Portugal. Em Lisboa, o café é um produto onipresente nos estabelecimentos da cidade, onde a cada dia milhares de portugueses tomam, a maioria de pé nos balcões, esta consistente e aromática bebida. A xícara de café foi apreciada também por alguns dos principais escritores portugueses, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Manuel Maria Bocage, que assumiram uma postura artística de quase veneração, e simboliza ainda o crisol de culturas que é Portugal. Seu histórico de produção se entrelaça com a metrópole e antigas colônias como Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, das quais extrai o grão. Além do preço convidativo, pois dificilmente custa mais de 1 euro, outro fator que transforma o café português em uma "delicatessen" gastronômica atrativa para todos os públicos é a quantidade de maneiras de servi-lo. Em termos gerais, o expresso português se caracteriza por uma camada de creme de cor avelã, é denso, de acidez suave e consistente, e tem, quase como o bacalhau, várias formas de chegar ao balcão. A "bica", ou expresso normal, que se pede nas famosas tascas e também nos restaurantes mais sofisticados, é a vertente mais popular. Mas se destacam também modalidades com leite como o "galão", o "meia-de-Leite", o café "cheio" ou "pingado", assim como o "café com cheirinho" (com aguardente), "duplo", "abatanado" ou o simples descafeinado. Todas estas variações dão uma ideia da dimensão do consumo nacional. Segundo um estudo da European Coffee Federation, 80% dos portugueses bebem café diariamente e cada um deles consome, em média, 2,5 xícaras de café diárias, a maioria fora de casa (60%), contra apenas 20% da média dos moradores da maioria dos países europeus. De férias em Lisboa, a antropóloga brasileira Laís Duarte escolheu o tradicional "galão" - o nosso tradicional café com leite - por ser seu "recurso favorito de energia para subir as ladeiras do Bairro Alto". "Adorei a possibilidade de degustar uma cidade inteira a partir de uma xícara de café", comentou. Em termos de mercado, a paixão por este produto se traduz na visão para investir em modelos inovadores. Esse é o caso de uma inovadora cafeteria, a Bettina & Niccolò Corallo, cuja especialidade combina café e chocolate frescos. Situada junto ao Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, a cafeteria recebe muitos locais e estrangeiros, que encontram o local em guias gastronômicos. No estabelecimento, o café - importado de Brasil, Indonésia, Panamá, Ruanda e Índia - é submetido a uma torrefação leve, para depois ser processado em uma máquina ou extraído em filtros especiais. "Nós torramos de manhã e, por isso, já se sente o aroma de bom café na rua", contou a dona do estabelecimento, Bettina. Para o degustador de cafés, Adelino Cardoso, há três períodos imprescindíveis para chegar à fórmula do que ele denomina de "o expresso perfeito". É preciso levar em conta, em primeiro lugar, a origem - aspectos específicos de produção ou espécies -, mas também são fundamentais o processamento e a distribuição ao cliente. | comida | Café português é marcado por bom preço, variedade e primor no preparoPreço, variedade e primor no modo de preparação transformam o café servido em Portugal é um dos produtos mais atrativos, e menos conhecidos, de sua gastronomia, à altura do famoso bacalhau e o tradicional pastel de Belém. Apreciada pelos portugueses e cada vez mais pelos estrangeiros, a típica xícara de café portuguesa se distingue da do resto da Europa por suas especiais características, da extração à torrefação, e sua maneira de servi-la. "O expresso português se submete a um processo de torrefação mais lento que o italiano, seu tempo de extração é maior, seu volume de xícara também é maior. E a mistura de cafés é especial", explicou Cláudia Pimentel, secretária-geral da Associação Industrial e Comercial de Café (AICC) de Portugal. Em Lisboa, o café é um produto onipresente nos estabelecimentos da cidade, onde a cada dia milhares de portugueses tomam, a maioria de pé nos balcões, esta consistente e aromática bebida. A xícara de café foi apreciada também por alguns dos principais escritores portugueses, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Manuel Maria Bocage, que assumiram uma postura artística de quase veneração, e simboliza ainda o crisol de culturas que é Portugal. Seu histórico de produção se entrelaça com a metrópole e antigas colônias como Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, das quais extrai o grão. Além do preço convidativo, pois dificilmente custa mais de 1 euro, outro fator que transforma o café português em uma "delicatessen" gastronômica atrativa para todos os públicos é a quantidade de maneiras de servi-lo. Em termos gerais, o expresso português se caracteriza por uma camada de creme de cor avelã, é denso, de acidez suave e consistente, e tem, quase como o bacalhau, várias formas de chegar ao balcão. A "bica", ou expresso normal, que se pede nas famosas tascas e também nos restaurantes mais sofisticados, é a vertente mais popular. Mas se destacam também modalidades com leite como o "galão", o "meia-de-Leite", o café "cheio" ou "pingado", assim como o "café com cheirinho" (com aguardente), "duplo", "abatanado" ou o simples descafeinado. Todas estas variações dão uma ideia da dimensão do consumo nacional. Segundo um estudo da European Coffee Federation, 80% dos portugueses bebem café diariamente e cada um deles consome, em média, 2,5 xícaras de café diárias, a maioria fora de casa (60%), contra apenas 20% da média dos moradores da maioria dos países europeus. De férias em Lisboa, a antropóloga brasileira Laís Duarte escolheu o tradicional "galão" - o nosso tradicional café com leite - por ser seu "recurso favorito de energia para subir as ladeiras do Bairro Alto". "Adorei a possibilidade de degustar uma cidade inteira a partir de uma xícara de café", comentou. Em termos de mercado, a paixão por este produto se traduz na visão para investir em modelos inovadores. Esse é o caso de uma inovadora cafeteria, a Bettina & Niccolò Corallo, cuja especialidade combina café e chocolate frescos. Situada junto ao Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, a cafeteria recebe muitos locais e estrangeiros, que encontram o local em guias gastronômicos. No estabelecimento, o café - importado de Brasil, Indonésia, Panamá, Ruanda e Índia - é submetido a uma torrefação leve, para depois ser processado em uma máquina ou extraído em filtros especiais. "Nós torramos de manhã e, por isso, já se sente o aroma de bom café na rua", contou a dona do estabelecimento, Bettina. Para o degustador de cafés, Adelino Cardoso, há três períodos imprescindíveis para chegar à fórmula do que ele denomina de "o expresso perfeito". É preciso levar em conta, em primeiro lugar, a origem - aspectos específicos de produção ou espécies -, mas também são fundamentais o processamento e a distribuição ao cliente. | 26 |
Eleição em Buenos Aires testa força de candidato da oposição à Presidência | Eleitores da cidade de Buenos Aires escolhem neste domingo os candidatos de cada partido que disputarão as eleições para chefe de governo da capital em 5 de julho deste ano. É a primeira vez que há na capital argentina as Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias (PASO), primeira etapa do processo eleitoral argentino, instituída em 2009. O foco dessa eleição preliminar está voltada para a disputa interna do principal partido de oposição ao governo, o PRO, de Maurício Macri. Atual chefe de governo de Buenos Aires, o político vai disputar as eleições presidenciais deste ano e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais mais recentes. Na sua frente, está o candidato governista Daniel Scioli, do mesmo grupo político da presidente Cristina Kirchner. Macri declarou publicamente apoio ao seu chefe de gabinete, Horácio Rodríguez Larreta, para sucedê-lo no governo da cidade. Ele vai disputar a vaga com a popular senadora Gabriela Michetti, que até 2009 era a vice de Macri no governo de Buenos Aires. Analistas argentinos avaliam que se Michetti superar Larreta nestas primárias isso poderia debilitar a força política de Macri e ferir seu intento como candidato nacional. Seus dois aliados fizeram uma campanha de poucos ataques e prometeram aparecer juntos, vença quem vencer, na noite deste domingo. O futuro dos dois e sua movimentação política após as primárias, porém, ainda são incertos, assim como é desconhecido o futuro de políticos do PRO que se dividiram entre "larretistas" e "michettistas" nas últimas semanas. As pesquisas mais recentes, publicadas nos jornais deste sábado (25), indicam uma vitória apertada de Larreta sobre Michetti, o que aumentou a expectativa em relação ao resultado das urnas. Na reta final, Macri optou por se distanciar da disputa local e viajou a Córdoba, segundo principal distrito eleitoral do país, para costurar alianças regionais. Outro foco de atenção está em qual partido assumirá o segundo lugar em votos na capital. A disputa está entre o ECO, do ex-ministro de Cristina Kicrhner Martin Lousteau, que rompeu com o governo e hoje lidera os radicais na capital, e o Frente para la Vitória, do atual presidente da Aerolineas Argentinas Mariano Recalde. O candidato governista pertence ao movimento La Cámpora, comandado pelo filho de Cristina, Máximo Kirchner, e não tem experiência política. O resultado que obtiver Recalde e o FpV nestas primárias servirá como guia da intenção de votos que o governo poderá registrar na capital durante as eleições presidenciais e, ainda, medir a capacidade de transmissão de votos que tem a presidente Cristina Kirchner. A capital é um dos principais redutos oposicionistas na Argentina, com 2,5 milhões de eleitores. É o quarto principal colégio eleitoral do país, atrás das províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé. | mundo | Eleição em Buenos Aires testa força de candidato da oposição à PresidênciaEleitores da cidade de Buenos Aires escolhem neste domingo os candidatos de cada partido que disputarão as eleições para chefe de governo da capital em 5 de julho deste ano. É a primeira vez que há na capital argentina as Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias (PASO), primeira etapa do processo eleitoral argentino, instituída em 2009. O foco dessa eleição preliminar está voltada para a disputa interna do principal partido de oposição ao governo, o PRO, de Maurício Macri. Atual chefe de governo de Buenos Aires, o político vai disputar as eleições presidenciais deste ano e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais mais recentes. Na sua frente, está o candidato governista Daniel Scioli, do mesmo grupo político da presidente Cristina Kirchner. Macri declarou publicamente apoio ao seu chefe de gabinete, Horácio Rodríguez Larreta, para sucedê-lo no governo da cidade. Ele vai disputar a vaga com a popular senadora Gabriela Michetti, que até 2009 era a vice de Macri no governo de Buenos Aires. Analistas argentinos avaliam que se Michetti superar Larreta nestas primárias isso poderia debilitar a força política de Macri e ferir seu intento como candidato nacional. Seus dois aliados fizeram uma campanha de poucos ataques e prometeram aparecer juntos, vença quem vencer, na noite deste domingo. O futuro dos dois e sua movimentação política após as primárias, porém, ainda são incertos, assim como é desconhecido o futuro de políticos do PRO que se dividiram entre "larretistas" e "michettistas" nas últimas semanas. As pesquisas mais recentes, publicadas nos jornais deste sábado (25), indicam uma vitória apertada de Larreta sobre Michetti, o que aumentou a expectativa em relação ao resultado das urnas. Na reta final, Macri optou por se distanciar da disputa local e viajou a Córdoba, segundo principal distrito eleitoral do país, para costurar alianças regionais. Outro foco de atenção está em qual partido assumirá o segundo lugar em votos na capital. A disputa está entre o ECO, do ex-ministro de Cristina Kicrhner Martin Lousteau, que rompeu com o governo e hoje lidera os radicais na capital, e o Frente para la Vitória, do atual presidente da Aerolineas Argentinas Mariano Recalde. O candidato governista pertence ao movimento La Cámpora, comandado pelo filho de Cristina, Máximo Kirchner, e não tem experiência política. O resultado que obtiver Recalde e o FpV nestas primárias servirá como guia da intenção de votos que o governo poderá registrar na capital durante as eleições presidenciais e, ainda, medir a capacidade de transmissão de votos que tem a presidente Cristina Kirchner. A capital é um dos principais redutos oposicionistas na Argentina, com 2,5 milhões de eleitores. É o quarto principal colégio eleitoral do país, atrás das províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé. | 3 |
Samarco descumpre prazo da Justiça e será multada em R$ 1 milhão por dia | A mineradora Samarco descumpriu o prazo determinado pela Justiça para para entregar até a última sexta-feira (4) um plano de emergência para o caso de rompimento das barragens de Germano e Santarém, em Mariana (MG). Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, laudos atestam risco de rompimento. A preocupação acontece após a barragem do Fundão ceder, no último dia 5 de novembro, devastando o subdistrito de Bento Rodrigues, além de atingir municípios vizinhos e poluir o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. De acordo com a decisão, a mineradora terá que pagar multa de R$ 1 milhão por dia de atraso do plano. "Mais do que o valor, o importante é criar medidas concretas em caso de um eventual novo rompimento", diz o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do inquérito que apura o dano ambiental. No dia seguinte à tragédia, o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, chegou a comunicar que a barragem de Santarém também havia se rompido, ao receber a lama proveniente da do Fundão. Dias depois, porém, representantes da empresa afirmaram que apenas parte dela havia sido levada. De acordo com a mineradora, 55 bilhões de litros de rejeitos eram armazenados na do Fundão. Com o rompimento, uma massa de 40 bilhões se deslocou. Atualmente, na de Santarém, ainda estão acumulados cerca de 5,5 bilhões de rejeitos de minério. A barragem de Germano, mais distante das duas, também corre risco. A empresa chegou a pedir mais prazo à Justiça para entregar planos de contingência para as duas estruturas da empresa na cidade. "Não estamos brincando de ver o percentual de risco de rompimento. Se há probabilidade, é preciso ter um plano", diz o procurador. Os representantes da Samarco não foram encontrados para comentar a decisão. MORTOS No sábado (5), mais quatro corpos de vítimas do rompimento da barragem de Fundão foram identificados, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais. Com isso, todos os 15 mortos na tragédia encontrados pelo Corpo de Bombeiros foram identificados. Ainda há quatro pessoas desaparecidas. MORTOS JÁ IDENTIFICADOS > Edinaldo Oliveira de Assis (Integral Engenharia LTDA) > Daniel Altamiro de Carvalho (Integral Engenharia LTDA) > Mateus Marcio Fernandes (Manserv Montagem e Manutenção SA) > Samuel Viana Albino (Geocontrole BR Sondagens SA) > Marcos Aurélio Pereira Moura (Produquimica) > Marcos Roberto Xavier (Vix Logística) > Valdemir Aparecido Leandro (Geocontrole BR Sondagens SA) > Sileno Narkievicius de Lima (Integral Engenharia LTDA) > Thiago Damasceno Santos (7 anos) > Emanuelly Vitória Fernandes (5 anos) > Claudio Fiuza da Silva (funcionário, que teve uma parada cardíaca) > Claudemir Elias dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Pedro Paulino Lopes (Manserv Montagem e Manutenção SA) > Maria Elisa Lucas (moradora de Bento Rodrigues) > Maria das Graças Celestino da Silva (moradora de Bento Rodrigues) DESAPARECIDOS Trabalhadores da Samarco > Ailton Martins dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Vando Maurílio dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Edmirson José Pessoa (Samarco) Moradores > Antonio Prisco de Souza (65 anos) | cotidiano | Samarco descumpre prazo da Justiça e será multada em R$ 1 milhão por diaA mineradora Samarco descumpriu o prazo determinado pela Justiça para para entregar até a última sexta-feira (4) um plano de emergência para o caso de rompimento das barragens de Germano e Santarém, em Mariana (MG). Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, laudos atestam risco de rompimento. A preocupação acontece após a barragem do Fundão ceder, no último dia 5 de novembro, devastando o subdistrito de Bento Rodrigues, além de atingir municípios vizinhos e poluir o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. De acordo com a decisão, a mineradora terá que pagar multa de R$ 1 milhão por dia de atraso do plano. "Mais do que o valor, o importante é criar medidas concretas em caso de um eventual novo rompimento", diz o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do inquérito que apura o dano ambiental. No dia seguinte à tragédia, o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, chegou a comunicar que a barragem de Santarém também havia se rompido, ao receber a lama proveniente da do Fundão. Dias depois, porém, representantes da empresa afirmaram que apenas parte dela havia sido levada. De acordo com a mineradora, 55 bilhões de litros de rejeitos eram armazenados na do Fundão. Com o rompimento, uma massa de 40 bilhões se deslocou. Atualmente, na de Santarém, ainda estão acumulados cerca de 5,5 bilhões de rejeitos de minério. A barragem de Germano, mais distante das duas, também corre risco. A empresa chegou a pedir mais prazo à Justiça para entregar planos de contingência para as duas estruturas da empresa na cidade. "Não estamos brincando de ver o percentual de risco de rompimento. Se há probabilidade, é preciso ter um plano", diz o procurador. Os representantes da Samarco não foram encontrados para comentar a decisão. MORTOS No sábado (5), mais quatro corpos de vítimas do rompimento da barragem de Fundão foram identificados, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais. Com isso, todos os 15 mortos na tragédia encontrados pelo Corpo de Bombeiros foram identificados. Ainda há quatro pessoas desaparecidas. MORTOS JÁ IDENTIFICADOS > Edinaldo Oliveira de Assis (Integral Engenharia LTDA) > Daniel Altamiro de Carvalho (Integral Engenharia LTDA) > Mateus Marcio Fernandes (Manserv Montagem e Manutenção SA) > Samuel Viana Albino (Geocontrole BR Sondagens SA) > Marcos Aurélio Pereira Moura (Produquimica) > Marcos Roberto Xavier (Vix Logística) > Valdemir Aparecido Leandro (Geocontrole BR Sondagens SA) > Sileno Narkievicius de Lima (Integral Engenharia LTDA) > Thiago Damasceno Santos (7 anos) > Emanuelly Vitória Fernandes (5 anos) > Claudio Fiuza da Silva (funcionário, que teve uma parada cardíaca) > Claudemir Elias dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Pedro Paulino Lopes (Manserv Montagem e Manutenção SA) > Maria Elisa Lucas (moradora de Bento Rodrigues) > Maria das Graças Celestino da Silva (moradora de Bento Rodrigues) DESAPARECIDOS Trabalhadores da Samarco > Ailton Martins dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Vando Maurílio dos Santos (Integral Engenharia LTDA) > Edmirson José Pessoa (Samarco) Moradores > Antonio Prisco de Souza (65 anos) | 6 |
Vice da CBF cobra que Del Nero represente Brasil no exterior | Primeiro na linha de sucessão da CBF, o vice-presidente Delfim Peixoto, de Santa Catarina, disse nesta segunda-feira (31) que questionou o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, para que ele volte a representar o Brasil no exterior. Desde a prisão de José Maria Marin, em maio, na Suíça, Del Nero se recusa a deixar o país. Ele não participou de duas reuniões da Fifa e de viagens da seleção. A cobrança de Peixoto foi feita durante a reunião de diretoria da CBF. "Não podia ficar calado. Tinha que perguntar isso a ele. O futebol brasileiro está numa crise séria e o seu presidente não representa o país no exterior. Tinha que esclarecer isso", disse o catarinense. Del Nero e Peixoto romperam relações desde que, em junho, a cúpula da entidade articulou nos bastidores mudanças na linha sucessória da CBF. Pelo estatuto, o vice mais velho, no caso Peixoto, assume o poder. O catarinense tem 74 anos. "O Marco Polo disse que prefere ficar no Brasil para cuidar das questões internas, mas acho essa posição muito grave", afirmou Peixoto. Del Nero é o principal alvo de investigação da CPI do Futebol. No dia 20, os senadores da comissão quebraram o sigilo fiscal e bancário do cartola. Ele recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), que manteve na semana passada a decisão dos senadores. | esporte | Vice da CBF cobra que Del Nero represente Brasil no exteriorPrimeiro na linha de sucessão da CBF, o vice-presidente Delfim Peixoto, de Santa Catarina, disse nesta segunda-feira (31) que questionou o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, para que ele volte a representar o Brasil no exterior. Desde a prisão de José Maria Marin, em maio, na Suíça, Del Nero se recusa a deixar o país. Ele não participou de duas reuniões da Fifa e de viagens da seleção. A cobrança de Peixoto foi feita durante a reunião de diretoria da CBF. "Não podia ficar calado. Tinha que perguntar isso a ele. O futebol brasileiro está numa crise séria e o seu presidente não representa o país no exterior. Tinha que esclarecer isso", disse o catarinense. Del Nero e Peixoto romperam relações desde que, em junho, a cúpula da entidade articulou nos bastidores mudanças na linha sucessória da CBF. Pelo estatuto, o vice mais velho, no caso Peixoto, assume o poder. O catarinense tem 74 anos. "O Marco Polo disse que prefere ficar no Brasil para cuidar das questões internas, mas acho essa posição muito grave", afirmou Peixoto. Del Nero é o principal alvo de investigação da CPI do Futebol. No dia 20, os senadores da comissão quebraram o sigilo fiscal e bancário do cartola. Ele recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), que manteve na semana passada a decisão dos senadores. | 4 |
Prefeituras e escolas têm dinheiro e não gastam, diz governo federal | Os ministros da Educação e do Desenvolvimento Social afirmaram nesta terça-feira (16) que as prefeituras possuem recursos para educação parados em contas bancárias. No caso do Brasil Carinhoso, programa em que a União ajuda a financiar crianças em creches, há R$ 800 milhões nas contas das prefeituras, segundo a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social). O montante representa 55% dos recursos do programa, referente ao período 2012 a 2014. Já o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que há recursos parados nas contas das escolas referentes ao Mais Educação, que a União auxilia a ampliação da jornada escolar. "É muito grave", disse Campello. "É alimentação que a gente não compra, fralda, pequenos consertos, material. Precisamos do apoio de vocês para continuar combatendo a desigualdade", completou. "Os recursos não podem ficar parados, ainda mais em um ano com essa dificuldade orçamentária", disse Ribeiro. Ele não soube detalhar quantos colégios estão com recursos parados. O ministério decidiu não repassar novos recursos para escolas que tenham mais de R$ 5.000 sem gastar. Ribeiro anunciou também que o ministério liberou R$ 180 milhões, que deveriam ter sido pagos ano passado. Os dois ministros participaram do fórum da Undime (união dos secretários municipais de Educação), na Bahia. A presidente da entidade, Cleuza Repulho, afirmou que pediu mais dados para os ministros para entender melhor por que os recursos estão parados. "Muitas vezes, o secretário de Planejamento não avisa o de Educação que a verba chegou. Muitos municípios não têm equipe técnica capacitada", disse Repulho. O repórter FÁBIO TAKAHASHI viajou a convite da Undime | educacao | Prefeituras e escolas têm dinheiro e não gastam, diz governo federalOs ministros da Educação e do Desenvolvimento Social afirmaram nesta terça-feira (16) que as prefeituras possuem recursos para educação parados em contas bancárias. No caso do Brasil Carinhoso, programa em que a União ajuda a financiar crianças em creches, há R$ 800 milhões nas contas das prefeituras, segundo a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social). O montante representa 55% dos recursos do programa, referente ao período 2012 a 2014. Já o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que há recursos parados nas contas das escolas referentes ao Mais Educação, que a União auxilia a ampliação da jornada escolar. "É muito grave", disse Campello. "É alimentação que a gente não compra, fralda, pequenos consertos, material. Precisamos do apoio de vocês para continuar combatendo a desigualdade", completou. "Os recursos não podem ficar parados, ainda mais em um ano com essa dificuldade orçamentária", disse Ribeiro. Ele não soube detalhar quantos colégios estão com recursos parados. O ministério decidiu não repassar novos recursos para escolas que tenham mais de R$ 5.000 sem gastar. Ribeiro anunciou também que o ministério liberou R$ 180 milhões, que deveriam ter sido pagos ano passado. Os dois ministros participaram do fórum da Undime (união dos secretários municipais de Educação), na Bahia. A presidente da entidade, Cleuza Repulho, afirmou que pediu mais dados para os ministros para entender melhor por que os recursos estão parados. "Muitas vezes, o secretário de Planejamento não avisa o de Educação que a verba chegou. Muitos municípios não têm equipe técnica capacitada", disse Repulho. O repórter FÁBIO TAKAHASHI viajou a convite da Undime | 11 |
Servidores organizam protesto em frente à casa do governador do Rio | Um grupo de professores da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) protestaram na manhã desta quinta-feira (23) em frente à casa do governador interino do Rio, Francisco Dornelles (PP), no Jardim Botânico, na zona sul da cidade.Após a chegada dos manifestantes, por volta das 6h da manhã, um reforço policial foi enviado para o endereço do governador. Além de viaturas da PM, havia equipes do Batalhão de Choque da corporação.Os manifestantes trouxeram diversos cartazes e faixas, com críticas, por exemplo, ao investimento de R$ 1 bilhão que o governo deve fazer na linha 4 do metrô nos próximos dias. "Da Olimpíada, eu abro mão. Quero dinheiro para saúde e educação", repetiam, em coro, os participantes do protesto.Leia a reportagem | tv | Servidores organizam protesto em frente à casa do governador do RioUm grupo de professores da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) protestaram na manhã desta quinta-feira (23) em frente à casa do governador interino do Rio, Francisco Dornelles (PP), no Jardim Botânico, na zona sul da cidade.Após a chegada dos manifestantes, por volta das 6h da manhã, um reforço policial foi enviado para o endereço do governador. Além de viaturas da PM, havia equipes do Batalhão de Choque da corporação.Os manifestantes trouxeram diversos cartazes e faixas, com críticas, por exemplo, ao investimento de R$ 1 bilhão que o governo deve fazer na linha 4 do metrô nos próximos dias. "Da Olimpíada, eu abro mão. Quero dinheiro para saúde e educação", repetiam, em coro, os participantes do protesto.Leia a reportagem | 12 |
PSOL expulsa deputado que tenta trocar o povo por Deus na Constituição | O PSOL expulsou neste sábado (16) o deputado federal Cabo Daciolo (RJ), eleito em 2014 após liderar uma greve de bombeiros no Rio. A decisão foi tomada por 53 votos a 1 no diretório nacional do partido, em Brasília. Por placar mais apertado, 31 a 24, a sigla decidiu não reivindicar o mandato dele ao Tribunal Superior Eleitoral. Daciolo foi acusado de contrariar o programa do PSOL ao tentar incluir Deus na Constituição Federal e ao defender os PMs presos no caso Amarildo. O deputado, que é evangélico, apresentou uma proposta para modificar o parágrafo 1º da Constituição, que afirma que "todo poder emana do povo". Ele queria alterar o texto para substituir o povo por Deus. O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), afirmou que a ideia é inaceitável. "Ele colidiu com um ponto fundamental do nosso partido, que é a defesa do Estado laico. Respeitamos todas as crenças, mas o discurso fundamentalista religioso não pode ser tolerado", disse Chico, que votou pela expulsão do colega. Daciolo também entrou em conflito com políticos do partido que atuam na área de direitos humanos. Em março, ele defendeu a libertação de 12 policiais militares acusados de participar da morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013. De acordo com as investigações, Amarildo foi torturado e morto por PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, no Rio. O deputado não foi localizado para comentar a decisão do partido. Na última quarta (13), ele afirmou em nota que lutaria contra a medida. "O PSOL sempre soube da minha fé e das minhas posições em defesa dos militares. Volto a repetir: sou cristão e acredito piamente que todo poder emana de Deus", escreveu, em sua página no Facebook. A ex-deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), única a votar pela permanência de Daciolo no partido, informou que ele recorrerá da decisão. Com a saída do bombeiro, a bancada do PSOL na Câmara cai de cinco para quatro deputados. | poder | PSOL expulsa deputado que tenta trocar o povo por Deus na ConstituiçãoO PSOL expulsou neste sábado (16) o deputado federal Cabo Daciolo (RJ), eleito em 2014 após liderar uma greve de bombeiros no Rio. A decisão foi tomada por 53 votos a 1 no diretório nacional do partido, em Brasília. Por placar mais apertado, 31 a 24, a sigla decidiu não reivindicar o mandato dele ao Tribunal Superior Eleitoral. Daciolo foi acusado de contrariar o programa do PSOL ao tentar incluir Deus na Constituição Federal e ao defender os PMs presos no caso Amarildo. O deputado, que é evangélico, apresentou uma proposta para modificar o parágrafo 1º da Constituição, que afirma que "todo poder emana do povo". Ele queria alterar o texto para substituir o povo por Deus. O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), afirmou que a ideia é inaceitável. "Ele colidiu com um ponto fundamental do nosso partido, que é a defesa do Estado laico. Respeitamos todas as crenças, mas o discurso fundamentalista religioso não pode ser tolerado", disse Chico, que votou pela expulsão do colega. Daciolo também entrou em conflito com políticos do partido que atuam na área de direitos humanos. Em março, ele defendeu a libertação de 12 policiais militares acusados de participar da morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013. De acordo com as investigações, Amarildo foi torturado e morto por PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, no Rio. O deputado não foi localizado para comentar a decisão do partido. Na última quarta (13), ele afirmou em nota que lutaria contra a medida. "O PSOL sempre soube da minha fé e das minhas posições em defesa dos militares. Volto a repetir: sou cristão e acredito piamente que todo poder emana de Deus", escreveu, em sua página no Facebook. A ex-deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), única a votar pela permanência de Daciolo no partido, informou que ele recorrerá da decisão. Com a saída do bombeiro, a bancada do PSOL na Câmara cai de cinco para quatro deputados. | 0 |
Oito dias depois de prisões, Conmebol exclui Marin e mais dois de seu comitê | Oito dias após o início dos escândalos de corrupção no futebol, finalmente a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) decidiu excluir de seu comitê executivo os três membros que, até o momento, tiveram os nomes envolvidos. Ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e vice afastado, José Maria Marin, que está preso na Suíça acusado de receber propina para fechar acordos comerciais com empresas de marketing esportivo, era o representante do Brasil no comitê executivo da entidade sul-americana. O cargo agora está vago. A Conmebol também excluiu do quadro seu ex-presidente Eugenio Figueredo, uruguaio que também representava a Conmebol na Fifa, e o presidente da Federação de Futebol da Venezuela, Rafael Esquivel, que era o primeiro vice da entidade e sucessor direto do paraguaio Juan Ángel Napout, que comanda atualmente a Conmebol. Figueredo e Esquivel também estão presos na Suíça. A entidade sul-americana e a Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe) foram as entidades mais afetadas na investigação do FBI (polícia federal dos EUA), que resultou na prisão de sete cartolas na Suíça na quarta-feira (27) da semana passada. No mesmo dia em que as prisões aconteceram, a Fifa suspendeu Marin, Esquivel, Figueredo e mais oito dirigentes de poderem realizar qualquer atividade relacionada ao futebol. A CBF também reagiu no mesmo dia e suspendeu José Maria Marin do cargo de vice. No dia seguinte, quinta (28), retirou da sede da entidade, no Rio, o nome de Marin. O único representante do Brasil no Comitê Executivo da Conmebol agora é Marco Polo Del Nero, que também representa a entidade da América do Sul na Fifa. Há indícios, porém, de que o cartola possa estar envolvido no esquema de corrupção. | esporte | Oito dias depois de prisões, Conmebol exclui Marin e mais dois de seu comitêOito dias após o início dos escândalos de corrupção no futebol, finalmente a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) decidiu excluir de seu comitê executivo os três membros que, até o momento, tiveram os nomes envolvidos. Ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e vice afastado, José Maria Marin, que está preso na Suíça acusado de receber propina para fechar acordos comerciais com empresas de marketing esportivo, era o representante do Brasil no comitê executivo da entidade sul-americana. O cargo agora está vago. A Conmebol também excluiu do quadro seu ex-presidente Eugenio Figueredo, uruguaio que também representava a Conmebol na Fifa, e o presidente da Federação de Futebol da Venezuela, Rafael Esquivel, que era o primeiro vice da entidade e sucessor direto do paraguaio Juan Ángel Napout, que comanda atualmente a Conmebol. Figueredo e Esquivel também estão presos na Suíça. A entidade sul-americana e a Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe) foram as entidades mais afetadas na investigação do FBI (polícia federal dos EUA), que resultou na prisão de sete cartolas na Suíça na quarta-feira (27) da semana passada. No mesmo dia em que as prisões aconteceram, a Fifa suspendeu Marin, Esquivel, Figueredo e mais oito dirigentes de poderem realizar qualquer atividade relacionada ao futebol. A CBF também reagiu no mesmo dia e suspendeu José Maria Marin do cargo de vice. No dia seguinte, quinta (28), retirou da sede da entidade, no Rio, o nome de Marin. O único representante do Brasil no Comitê Executivo da Conmebol agora é Marco Polo Del Nero, que também representa a entidade da América do Sul na Fifa. Há indícios, porém, de que o cartola possa estar envolvido no esquema de corrupção. | 4 |
DEM quer ouvir Cerveró na comissão da Câmara que analisará impeachment | O DEM quer propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que afirmou o líder do partido, Mendonça Filho (PE), segundo quem o ex-dirigente é "uma peça-chave". A comissão deve ser instalada no retorno do recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro. Como cabe à Câmara autorizar o processo, não há um depoimento formal, com uma convocação. No entendimento da área técnica da Câmara, a oitiva não é obrigatória nessa fase, mas no Senado, a quem cabe a busca de elementos para afastar em definitivo a presidente Dilma Rousseff. Para o líder democrata, os trechos da delação de Cerveró divulgados até o momento envolvem mais diretamente a Petrobras, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Cerveró afirmou ter ouvido do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. "Em primeiro lugar, vamos fazer uma avaliação das pedaladas e trazer informações do TCU (Tribunal de Contas da União), que é a base de sustentação em relação ao impeachment. Depois vamos buscar outras coisas que possam dar suporte ao processo, inclusive a delação do Cerveró com o uso da Petrobras como fonte de financiamento ilegal de campanhas petistas, o partido de Dilma", completou Mendonça Filho. O líder do DEM não descarta ainda pedir para ouvir os outros diretores da Petrobras Ao deixar a Câmara dos Deputados no início da noite desta terça-feira (13), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto do depoimento de Cerveró ao processo de impeachment. "As motivações do processo do impeachment são de natureza dos decretos orçamentários, das pedaladas. Não tem a ver com as denúncias (da Lava Jato). Isso é mais uma questão de sentimento que alguém possa ter", afirmou. AÇÃO NO TSE As revelações de Cerveró também levaram advogados do PSDB a avaliar incluir a delação do ex-diretor nos processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que questionam a legalidade da reeleição de Dilma, em 2014. O entendimento é que os trechos divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma no escândalo da Petrobras. | poder | DEM quer ouvir Cerveró na comissão da Câmara que analisará impeachmentO DEM quer propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que afirmou o líder do partido, Mendonça Filho (PE), segundo quem o ex-dirigente é "uma peça-chave". A comissão deve ser instalada no retorno do recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro. Como cabe à Câmara autorizar o processo, não há um depoimento formal, com uma convocação. No entendimento da área técnica da Câmara, a oitiva não é obrigatória nessa fase, mas no Senado, a quem cabe a busca de elementos para afastar em definitivo a presidente Dilma Rousseff. Para o líder democrata, os trechos da delação de Cerveró divulgados até o momento envolvem mais diretamente a Petrobras, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Cerveró afirmou ter ouvido do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. "Em primeiro lugar, vamos fazer uma avaliação das pedaladas e trazer informações do TCU (Tribunal de Contas da União), que é a base de sustentação em relação ao impeachment. Depois vamos buscar outras coisas que possam dar suporte ao processo, inclusive a delação do Cerveró com o uso da Petrobras como fonte de financiamento ilegal de campanhas petistas, o partido de Dilma", completou Mendonça Filho. O líder do DEM não descarta ainda pedir para ouvir os outros diretores da Petrobras Ao deixar a Câmara dos Deputados no início da noite desta terça-feira (13), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto do depoimento de Cerveró ao processo de impeachment. "As motivações do processo do impeachment são de natureza dos decretos orçamentários, das pedaladas. Não tem a ver com as denúncias (da Lava Jato). Isso é mais uma questão de sentimento que alguém possa ter", afirmou. AÇÃO NO TSE As revelações de Cerveró também levaram advogados do PSDB a avaliar incluir a delação do ex-diretor nos processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que questionam a legalidade da reeleição de Dilma, em 2014. O entendimento é que os trechos divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma no escândalo da Petrobras. | 0 |
Nova versão de testes do WhatsApp economiza dados em ligações | A versão de testes pública ("beta") do WhatsApp mais recente permite aos usuários utilizar uma compressão de voz que economiza dados durante chamadas de voz. Isso significa menor uso da franquia contratada, caso a ligação seja feita usando a rede celular. Não se aplica, por outro lado, se o aparelho estiver conectado ao wi-fi –apesar de, mesmo assim, a conexão ser menos demandada. Para baixar a versão beta, é preciso acessar, do navegador do celular, os links dev2.whatsapp.net/ios/WhatsApp/ (iPhone) ou whatsapp.com/android (Android). Em rápido teste, a qualidade da ligação não foi perceptivelmente alterada. A função de chamadas de voz foi lançada para Android em fevereiro e para iPhone em abril. Vale dizer que, como não estão finalizadas, as edições beta de aplicativos são no geral mais suscetíveis a problemas de funcionamento. Depois de instalar o app, é preciso entrar em configurações, acessar a opção "conversas e chamadas" e ativar a função "reduzir uso de dados". NOVAS CONFIGURAÇÕES Para os usuários do sistema Android, a última atualização do WhatsApp também traz duas novidades. A primeira é a possibilidade de marcar conversas como não lida. Como acontece nos e-mails, essa opção funciona como um lembrete para um usuário ver e responder mais tarde. No aplicativo, porém, o ícone de mensagem lida -as duas setinhas azuis- continuarão sendo mostradas. A outra nova funcionalidade é uma maior gama nas opções de configurações de conversas. Assim como no Facebook, agora é possível silenciar um contato por um certo período de tempo, como oito horas, uma semana ou até mesmo um ano, ideal para quem está ocupado no momento e não quer receber notificações. Também é possível escolher toques determinados para cada pessoa, duração da vibração de aviso, se a luz de notificação do aparelho será acionada e quais contatos terão a conversa aparecendo no celular, mesmo quando o WhatsApp não estiver aberto. | tec | Nova versão de testes do WhatsApp economiza dados em ligaçõesA versão de testes pública ("beta") do WhatsApp mais recente permite aos usuários utilizar uma compressão de voz que economiza dados durante chamadas de voz. Isso significa menor uso da franquia contratada, caso a ligação seja feita usando a rede celular. Não se aplica, por outro lado, se o aparelho estiver conectado ao wi-fi –apesar de, mesmo assim, a conexão ser menos demandada. Para baixar a versão beta, é preciso acessar, do navegador do celular, os links dev2.whatsapp.net/ios/WhatsApp/ (iPhone) ou whatsapp.com/android (Android). Em rápido teste, a qualidade da ligação não foi perceptivelmente alterada. A função de chamadas de voz foi lançada para Android em fevereiro e para iPhone em abril. Vale dizer que, como não estão finalizadas, as edições beta de aplicativos são no geral mais suscetíveis a problemas de funcionamento. Depois de instalar o app, é preciso entrar em configurações, acessar a opção "conversas e chamadas" e ativar a função "reduzir uso de dados". NOVAS CONFIGURAÇÕES Para os usuários do sistema Android, a última atualização do WhatsApp também traz duas novidades. A primeira é a possibilidade de marcar conversas como não lida. Como acontece nos e-mails, essa opção funciona como um lembrete para um usuário ver e responder mais tarde. No aplicativo, porém, o ícone de mensagem lida -as duas setinhas azuis- continuarão sendo mostradas. A outra nova funcionalidade é uma maior gama nas opções de configurações de conversas. Assim como no Facebook, agora é possível silenciar um contato por um certo período de tempo, como oito horas, uma semana ou até mesmo um ano, ideal para quem está ocupado no momento e não quer receber notificações. Também é possível escolher toques determinados para cada pessoa, duração da vibração de aviso, se a luz de notificação do aparelho será acionada e quais contatos terão a conversa aparecendo no celular, mesmo quando o WhatsApp não estiver aberto. | 5 |
Dossiê do mosquito | Tudo sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue | infograficos | Dossiê do mosquitoTudo sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue | 43 |
Em propaganda, PSDB acusará Dilma de mentir sobre CPMF | O PSDB vai usar a proposta de retomada da CPMF para acusar novamente a presidente Dilma Rousseff de ter mentido à população. Na próxima propaganda nacional do partido, a sigla exibirá imagens de entrevistas antigas da petista desqualificando o tributo. Segundo a Folha apurou, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai explorar o cenário de crise econômica e o mote será o questionamento: "dá para o Brasil ser governado pela mentira?". Além de Aécio, falarão no programa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra (SP). O discurso de Serra também será centrado na deterioração do cenário econômico. Ele dirá que o PT escondeu a verdade dos brasileiros para continuar no Planalto e que, hoje, o país sofre com o desemprego e "juros nas nuvens". Boa parte dos discursos do programa foram gravados na última quarta-feira (16). A propaganda irá aí ar no próximo dia 27. | poder | Em propaganda, PSDB acusará Dilma de mentir sobre CPMFO PSDB vai usar a proposta de retomada da CPMF para acusar novamente a presidente Dilma Rousseff de ter mentido à população. Na próxima propaganda nacional do partido, a sigla exibirá imagens de entrevistas antigas da petista desqualificando o tributo. Segundo a Folha apurou, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai explorar o cenário de crise econômica e o mote será o questionamento: "dá para o Brasil ser governado pela mentira?". Além de Aécio, falarão no programa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra (SP). O discurso de Serra também será centrado na deterioração do cenário econômico. Ele dirá que o PT escondeu a verdade dos brasileiros para continuar no Planalto e que, hoje, o país sofre com o desemprego e "juros nas nuvens". Boa parte dos discursos do programa foram gravados na última quarta-feira (16). A propaganda irá aí ar no próximo dia 27. | 0 |
Crianças terão oficina de 'break dance' em encontro paulista de hip-hop | As crianças também terão vez no Encontro Paulista de Hip-Hop, evento anual e gratuito que acontece no próximo sábado (28), no Memorial da América Latina. Uma oficina ensinará a meninas e meninos os movimentos básicos do "break dancing". Criada na década de 1970 nos Estados Unidos, a dança de rua normalmente acompanha o rap e tem piruetas e passos improvisados. Também haverá narração de histórias na biblioteca do local. A atividade terá contos em que as crianças são os personagens principais: elas salvam a aldeia e deixam as mães de cabelos em pé, mas acabam divertindo todo mundo. Não é necessário inscrição prévia, basta comparecer nos horários programados. Criado em 2007, o Encontro Paulista de Hip-Hop trará neste ano o tema "As Ruas em Rede", em referência à cultura hip-hop no contexto do avanço da tecnologia. Em sua nona edição, é realizado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. PARA CONFERIR Encontro Paulista de Hip Hop ONDE Memorial da América Latina - av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 QUANDO 28 de novembro, das 12h às 22h QUANTO grátis Contação de histórias Das 12h30 às 13h15 Oficina de break dancing para crianças Das 13h30 às 14h30 | folhinha | Crianças terão oficina de 'break dance' em encontro paulista de hip-hopAs crianças também terão vez no Encontro Paulista de Hip-Hop, evento anual e gratuito que acontece no próximo sábado (28), no Memorial da América Latina. Uma oficina ensinará a meninas e meninos os movimentos básicos do "break dancing". Criada na década de 1970 nos Estados Unidos, a dança de rua normalmente acompanha o rap e tem piruetas e passos improvisados. Também haverá narração de histórias na biblioteca do local. A atividade terá contos em que as crianças são os personagens principais: elas salvam a aldeia e deixam as mães de cabelos em pé, mas acabam divertindo todo mundo. Não é necessário inscrição prévia, basta comparecer nos horários programados. Criado em 2007, o Encontro Paulista de Hip-Hop trará neste ano o tema "As Ruas em Rede", em referência à cultura hip-hop no contexto do avanço da tecnologia. Em sua nona edição, é realizado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. PARA CONFERIR Encontro Paulista de Hip Hop ONDE Memorial da América Latina - av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 QUANDO 28 de novembro, das 12h às 22h QUANTO grátis Contação de histórias Das 12h30 às 13h15 Oficina de break dancing para crianças Das 13h30 às 14h30 | 27 |
Jogo do Palmeiras é interrompido por sinalizadores de organizada | A partida entre Palmeiras e São Bernardo, nesta segunda-feira (18), pelas quartas de final do Paulista, foi interrompida pelo árbitro Vinicius Furlan após sinalizadores de fumaça nas cores verde, branca e vermelha serem acesos no setor do Allianz Parque em que normalmente se concentram membros da organizada Mancha Alvi Verde. A fumaça dos sinalizadores começou a tomar conta do estádio aos 10 minutos de jogo. Com o jogo interrompido, o goleiro Fernando Prass dirigiu-se às arquibancadas e pediu para que os artefatos fossem apagados, tendo sido atendido alguns minutos depois. Ao todo, o jogo ficou paralisado por dois minutos. A Federação Paulista de Futebol proíbe a entrada de sinalizadores em estádios. Em fevereiro, a Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, foi suspensa por 60 dias dos estádios paulistas por ter acendido sinalizadores em partida da Copa São Paulo de futebol júnior. sinalizadores | esporte | Jogo do Palmeiras é interrompido por sinalizadores de organizadaA partida entre Palmeiras e São Bernardo, nesta segunda-feira (18), pelas quartas de final do Paulista, foi interrompida pelo árbitro Vinicius Furlan após sinalizadores de fumaça nas cores verde, branca e vermelha serem acesos no setor do Allianz Parque em que normalmente se concentram membros da organizada Mancha Alvi Verde. A fumaça dos sinalizadores começou a tomar conta do estádio aos 10 minutos de jogo. Com o jogo interrompido, o goleiro Fernando Prass dirigiu-se às arquibancadas e pediu para que os artefatos fossem apagados, tendo sido atendido alguns minutos depois. Ao todo, o jogo ficou paralisado por dois minutos. A Federação Paulista de Futebol proíbe a entrada de sinalizadores em estádios. Em fevereiro, a Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, foi suspensa por 60 dias dos estádios paulistas por ter acendido sinalizadores em partida da Copa São Paulo de futebol júnior. sinalizadores | 4 |
Recebi um chamado de Deus para viver Martin Luther King, diz ator | Ele engordou 13 kg. Raspou parte da cabeça para fazer recuar a linha do cabelo. Viajou aos recantos do Sul dos Estados Unidos. Mas o essencial na preparação de David Oyelowo para interpretar Martin Luther King em "Selma" (sem previsão no Brasil) foi passar a juventude na Nigéria e no Reino Unido, longe do país que deu origem a revoltas nos anos 1960 contra o racismo. "Não cresci como muitos negros norte-americanos, ou seja, com o meu tio marchou com ele, meu avô o conhecia, minha avó tinha uma foto com Kennedy, Jesus e King", relata Oyelowo, 38. "Eu não fazia ideia do peso disso." Segundo o inglês, isso permitiu construir um King sem "pisar demais no acelerador em momentos grandiosos", focando nas facetas de "homem religioso, marido e pai". Essa abordagem lateral levou Oyelowo aos holofotes (ele foi indicado ao Globo de Ouro), na primeira grande cinebiografia de uma das maiores figuras do século 20. Dirigido por Ava DuVernay, "Selma" foca o momento, em 1965, no qual King encarou o presidente Lyndon Johnson por conta do cerceamento dos direitos dos negros e da necessidade de uma lei que lhes garantisse o direito ao voto. HOMEM COMUM David Oyelowo parece diferente a cada papel. Neste ano, ele viveu um astronauta em "Interestelar", de Christopher Nolan, e um promotor público moralmente ambíguo em "O Ano Mais Violento", de J. C. Chandor, sobre a Nova York dos anos 1980 que deve estrear no Brasil em 26/2. Ele pode ser considerado um astro incomum: um ator com cara de homem comum que fala abertamente de sua fé cristã e sobre "o amor de sacrifício", que é a qualidade que mais admira nos outros. "É algo muito forte chegar à terra do tudo é possível' sem ser sujeitado, como os negros norte-americanos, às mensagens de você não pode, você não tem direito, você não fará'", disse Oyelowo. No filme, King lidera uma marcha sangrenta, e sempre contestada, de Selma a Montgomery, Alabama, para promover a luta pelo direito dos negros ao voto no Estado e em todo o Sul dos EUA. O elenco inclui Tom Wilkinson, Tim Roth e Oprah Winfrey. CHAMADO DIVINO "É o papel mais desafiador que já interpretei", disse Oyelowo sobre Luther King. Ele recordou ter sentido uma conexão visceral com o personagem ao ler o roteiro, em 2007, quando sentiu que Deus queria que interpretasse o papel do líder dos direitos civis, morto em 1968 aos 39 anos. O desafio era ir além de uma imitação de um homem cujas palavras e rosto eram amplamente conhecidos. Oyelowo teve bastante tempo para se preparar porque o projeto passou por diversos diretores e contratempos. "Eu não teria levado essa busca adiante da forma que fiz se não sentisse um chamado", disse Oyelowo. Ele ressalta ainda o momento oportuno para o filme, lançado nos Estados Unidos em meio a revoltas contra um policial branco que matou a tiros um adolescente negro em Ferguson, no Missouri. Ator teatral formalmente treinado na Academia de Música e Arte Dramática de Londres, Oyelowo ganhou fama no teatro e televisão britânicos, antes de se mudar para Los Angeles com a mulher Jessica e os dois filhos do casal, em 2007. O ator inglês atuou em longas como "O Último Rei da Escócia" (2006), "Histórias Cruzadas" (2011) e "O Mordomo da Casa Branca" (2013). Mas em Luther King ele conquistou o papel de uma vida. A diretora Ava DuVernay relata que Oyelowo jamais usou sua voz natural durante os 32 dias de filmagem. "Ele se entrega completamente à ideia não de interpretar um personagem, mas de ser o personagem", afirmou. "Selma" provou ser tanto exaustivo quanto empolgante, avalia David Oyelowo. Certa noite, em casa, o ator diz que se olhou no espelho e quem olhou de volta foi King. Nos dias anteriores à filmagem do discurso de King em Montgomery –os discursos no filme não são históricos, mas sim textos escritos pela diretora DuVernay– ele começou a sentir um medo irracional de ser assassinado. "Creio que exista um medo inerente de personagens negros poderosos, condutores de seus destinos. É um medo inconsciente. E por medo quero dizer que o fato de interpretarmos empregados, escravos, pessoas sofridas, subjugadas pode influenciar o que aspiramos ser." Tradução de PAULO MIGLIACCI | ilustrada | Recebi um chamado de Deus para viver Martin Luther King, diz atorEle engordou 13 kg. Raspou parte da cabeça para fazer recuar a linha do cabelo. Viajou aos recantos do Sul dos Estados Unidos. Mas o essencial na preparação de David Oyelowo para interpretar Martin Luther King em "Selma" (sem previsão no Brasil) foi passar a juventude na Nigéria e no Reino Unido, longe do país que deu origem a revoltas nos anos 1960 contra o racismo. "Não cresci como muitos negros norte-americanos, ou seja, com o meu tio marchou com ele, meu avô o conhecia, minha avó tinha uma foto com Kennedy, Jesus e King", relata Oyelowo, 38. "Eu não fazia ideia do peso disso." Segundo o inglês, isso permitiu construir um King sem "pisar demais no acelerador em momentos grandiosos", focando nas facetas de "homem religioso, marido e pai". Essa abordagem lateral levou Oyelowo aos holofotes (ele foi indicado ao Globo de Ouro), na primeira grande cinebiografia de uma das maiores figuras do século 20. Dirigido por Ava DuVernay, "Selma" foca o momento, em 1965, no qual King encarou o presidente Lyndon Johnson por conta do cerceamento dos direitos dos negros e da necessidade de uma lei que lhes garantisse o direito ao voto. HOMEM COMUM David Oyelowo parece diferente a cada papel. Neste ano, ele viveu um astronauta em "Interestelar", de Christopher Nolan, e um promotor público moralmente ambíguo em "O Ano Mais Violento", de J. C. Chandor, sobre a Nova York dos anos 1980 que deve estrear no Brasil em 26/2. Ele pode ser considerado um astro incomum: um ator com cara de homem comum que fala abertamente de sua fé cristã e sobre "o amor de sacrifício", que é a qualidade que mais admira nos outros. "É algo muito forte chegar à terra do tudo é possível' sem ser sujeitado, como os negros norte-americanos, às mensagens de você não pode, você não tem direito, você não fará'", disse Oyelowo. No filme, King lidera uma marcha sangrenta, e sempre contestada, de Selma a Montgomery, Alabama, para promover a luta pelo direito dos negros ao voto no Estado e em todo o Sul dos EUA. O elenco inclui Tom Wilkinson, Tim Roth e Oprah Winfrey. CHAMADO DIVINO "É o papel mais desafiador que já interpretei", disse Oyelowo sobre Luther King. Ele recordou ter sentido uma conexão visceral com o personagem ao ler o roteiro, em 2007, quando sentiu que Deus queria que interpretasse o papel do líder dos direitos civis, morto em 1968 aos 39 anos. O desafio era ir além de uma imitação de um homem cujas palavras e rosto eram amplamente conhecidos. Oyelowo teve bastante tempo para se preparar porque o projeto passou por diversos diretores e contratempos. "Eu não teria levado essa busca adiante da forma que fiz se não sentisse um chamado", disse Oyelowo. Ele ressalta ainda o momento oportuno para o filme, lançado nos Estados Unidos em meio a revoltas contra um policial branco que matou a tiros um adolescente negro em Ferguson, no Missouri. Ator teatral formalmente treinado na Academia de Música e Arte Dramática de Londres, Oyelowo ganhou fama no teatro e televisão britânicos, antes de se mudar para Los Angeles com a mulher Jessica e os dois filhos do casal, em 2007. O ator inglês atuou em longas como "O Último Rei da Escócia" (2006), "Histórias Cruzadas" (2011) e "O Mordomo da Casa Branca" (2013). Mas em Luther King ele conquistou o papel de uma vida. A diretora Ava DuVernay relata que Oyelowo jamais usou sua voz natural durante os 32 dias de filmagem. "Ele se entrega completamente à ideia não de interpretar um personagem, mas de ser o personagem", afirmou. "Selma" provou ser tanto exaustivo quanto empolgante, avalia David Oyelowo. Certa noite, em casa, o ator diz que se olhou no espelho e quem olhou de volta foi King. Nos dias anteriores à filmagem do discurso de King em Montgomery –os discursos no filme não são históricos, mas sim textos escritos pela diretora DuVernay– ele começou a sentir um medo irracional de ser assassinado. "Creio que exista um medo inerente de personagens negros poderosos, condutores de seus destinos. É um medo inconsciente. E por medo quero dizer que o fato de interpretarmos empregados, escravos, pessoas sofridas, subjugadas pode influenciar o que aspiramos ser." Tradução de PAULO MIGLIACCI | 1 |
País está um caos por falta de disciplina, afirma Bia, mulher de Doria | Dona da décima maior residência da cidade de São Paulo, a artista plástica Bia Doria, 52, tem insistido para o marido comprar terrenos vizinhos. "Gosto de espaço. Nasci em fazenda e vi meu pai desbravar terras em Santa Catarina", justifica. O companheiro, apresentador de TV, empresário e candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, põe limites. "Desde que Dilma assumiu [a presidência], ele pede para fazermos economia em casa", ela lembra. "Menos viagens, menos compras, nada de ficar com ar condicionado ligado direto." Hoje, Bia dá razão ao marido. "Ele tem visão de futuro. Você vê a recessão em que estamos agora", observa. Planejamento é o que diferencia Doria dos adversários, afirma. "Muitos que estão aí não têm visão de futuro, pensam neles mesmos." O rigor com que o marido administra a casa, aposta Bia, fará diferença em uma eventual gestão da cidade. "Ele é hiperorganizado, nunca atrasa uma conta", relata. Na casa da família, no Jardim Europa (zona oeste de São Paulo), onde o casal mora com os filhos Johnny (João Doria Neto), 22, Felipe, 15, e Carolina, 14, e sete cachorros, "ai de quem deixa uma lâmpada acesa". E a regra vale também para os adultos. "João não vai dormir enquanto não limpa tudo. Eu digo: João, amanhã eu arrumo. Mas ele não deita se tiver uma coisa fora do lugar." Doria mostra o mesmo perfeccionismo em campo. Ajeitou o crachá do governador paulista, Geraldo Alckmin, seu padrinho político, antes de uma entrevista que dariam juntos. Pediu silêncio a uma sala lotada de políticos para conversar com jornalistas. É "obcecado" com trabalho e organização, nota a mulher. ROMANCE João e Bia se conheceram em 1987. Ele era presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e ela, assessora de relações públicas do instituto. João andava a passos largos, mas, certa vez, desacelerou ao passar por Bia. Dias depois, o chefe convidou a funcionária para jantar. "Respondi 'sim, senhor', tremendo", ela lembra, rindo. Um mês depois, namoravam. Em seis anos, casaram-se. Logo tiveram Johnny e queriam mais filhos. Bia tinha uma loja de roupas, ocupação que a deixava muito estressada. "João um dia chegou em casa e falou: ou a loja ou o casamento. Fiquei com o casamento." Nesse período, ela passou a fazer esculturas. Preferia bronze e mármore, mas o marido insistia tanto para que usasse madeira que ela esculpia escondida. "Hoje as pessoas só querem madeira. Ele tem visão", repete a artista. Ela agora expõe dentro e fora do país. Uma das mostras, porém, foi cancelada depois de a Folha revelar que Bia pediu patrocínio à Apex Brasil, agência federal de fomento à exportação cujo presidente havia estado em evento de luxo oferecido por Doria. A exposição, sobre o desastre ambiental na Amazônia causado pela hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, levaria 50 esculturas de cinco metros de altura cada a Washington. "O galerista não podia arcar com o transporte. Não importa que eu seja casada com fulano ou com ciclano", justifica Bia. DÍVIDA Para ela, a obstinação de Doria é o motivo do descontentamento de tucanos com sua candidatura."Eles não queriam que o João entrasse, porque ele ia desbancar o ninho deles", palpita. Bia contou ter sido eleitora do hoje ministro José Serra (Relações Exteriores), um dos principais caciques tucanos críticos de seu marido, mas agora não o admira mais. "Se fosse bom administrador, tinha pago pelo menos a campanha política", argumenta a artista. Desde 2012, uma queda de braço entre os diretórios nacional e estadual do PSDB arrasta a dívida da campanha municipal de Serra. OXIGENAÇÃO Felipe, o filho do meio dos Doria, quer deixar o país, como vários amigos já fizeram. "Eu fico o tempo inteiro colocando na cabeça dos meus filhos que não é por causa dos políticos, esses vagabundos que depenaram o Brasil, que a gente vai ser covarde e vai embora. Nós vamos ficar aqui e lutar", prega a mãe. Ela acredita que uma eventual eleição de Doria ajudaria a "oxigenar" a política. De sua parte, como primeira dama, tentaria impor mais "disciplina" aos cidadãos. "Por que estamos neste caos? Porque as pessoas jogam lixo na rua, são mal criadas. Por que os brasileiros que vão para Miami adoram? Porque lá tem leis", diagnostica. Filiada ao PSDB há três anos, Bia acompanha Lu Alckmin, mulher do governador, em agendas sociais e tem sua própria atuação. Ela diz ser uma das diretoras da Fundação Xuxa Menguel e foi convidada pela dupla sertaneja Victor & Leo para ser madrinha de uma entidade de motivação de jovens. O Natal do Bem, evento anual que faz com o marido, arrecada fundos para hospitais. Bia "não quer nem saber" quanto o marido desembolsará na própria campanha, "para não chorar depois". "Mas se for para fazer alguma coisa para mudar essa porcaria que está aí, que gaste." | poder | País está um caos por falta de disciplina, afirma Bia, mulher de DoriaDona da décima maior residência da cidade de São Paulo, a artista plástica Bia Doria, 52, tem insistido para o marido comprar terrenos vizinhos. "Gosto de espaço. Nasci em fazenda e vi meu pai desbravar terras em Santa Catarina", justifica. O companheiro, apresentador de TV, empresário e candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, põe limites. "Desde que Dilma assumiu [a presidência], ele pede para fazermos economia em casa", ela lembra. "Menos viagens, menos compras, nada de ficar com ar condicionado ligado direto." Hoje, Bia dá razão ao marido. "Ele tem visão de futuro. Você vê a recessão em que estamos agora", observa. Planejamento é o que diferencia Doria dos adversários, afirma. "Muitos que estão aí não têm visão de futuro, pensam neles mesmos." O rigor com que o marido administra a casa, aposta Bia, fará diferença em uma eventual gestão da cidade. "Ele é hiperorganizado, nunca atrasa uma conta", relata. Na casa da família, no Jardim Europa (zona oeste de São Paulo), onde o casal mora com os filhos Johnny (João Doria Neto), 22, Felipe, 15, e Carolina, 14, e sete cachorros, "ai de quem deixa uma lâmpada acesa". E a regra vale também para os adultos. "João não vai dormir enquanto não limpa tudo. Eu digo: João, amanhã eu arrumo. Mas ele não deita se tiver uma coisa fora do lugar." Doria mostra o mesmo perfeccionismo em campo. Ajeitou o crachá do governador paulista, Geraldo Alckmin, seu padrinho político, antes de uma entrevista que dariam juntos. Pediu silêncio a uma sala lotada de políticos para conversar com jornalistas. É "obcecado" com trabalho e organização, nota a mulher. ROMANCE João e Bia se conheceram em 1987. Ele era presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e ela, assessora de relações públicas do instituto. João andava a passos largos, mas, certa vez, desacelerou ao passar por Bia. Dias depois, o chefe convidou a funcionária para jantar. "Respondi 'sim, senhor', tremendo", ela lembra, rindo. Um mês depois, namoravam. Em seis anos, casaram-se. Logo tiveram Johnny e queriam mais filhos. Bia tinha uma loja de roupas, ocupação que a deixava muito estressada. "João um dia chegou em casa e falou: ou a loja ou o casamento. Fiquei com o casamento." Nesse período, ela passou a fazer esculturas. Preferia bronze e mármore, mas o marido insistia tanto para que usasse madeira que ela esculpia escondida. "Hoje as pessoas só querem madeira. Ele tem visão", repete a artista. Ela agora expõe dentro e fora do país. Uma das mostras, porém, foi cancelada depois de a Folha revelar que Bia pediu patrocínio à Apex Brasil, agência federal de fomento à exportação cujo presidente havia estado em evento de luxo oferecido por Doria. A exposição, sobre o desastre ambiental na Amazônia causado pela hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, levaria 50 esculturas de cinco metros de altura cada a Washington. "O galerista não podia arcar com o transporte. Não importa que eu seja casada com fulano ou com ciclano", justifica Bia. DÍVIDA Para ela, a obstinação de Doria é o motivo do descontentamento de tucanos com sua candidatura."Eles não queriam que o João entrasse, porque ele ia desbancar o ninho deles", palpita. Bia contou ter sido eleitora do hoje ministro José Serra (Relações Exteriores), um dos principais caciques tucanos críticos de seu marido, mas agora não o admira mais. "Se fosse bom administrador, tinha pago pelo menos a campanha política", argumenta a artista. Desde 2012, uma queda de braço entre os diretórios nacional e estadual do PSDB arrasta a dívida da campanha municipal de Serra. OXIGENAÇÃO Felipe, o filho do meio dos Doria, quer deixar o país, como vários amigos já fizeram. "Eu fico o tempo inteiro colocando na cabeça dos meus filhos que não é por causa dos políticos, esses vagabundos que depenaram o Brasil, que a gente vai ser covarde e vai embora. Nós vamos ficar aqui e lutar", prega a mãe. Ela acredita que uma eventual eleição de Doria ajudaria a "oxigenar" a política. De sua parte, como primeira dama, tentaria impor mais "disciplina" aos cidadãos. "Por que estamos neste caos? Porque as pessoas jogam lixo na rua, são mal criadas. Por que os brasileiros que vão para Miami adoram? Porque lá tem leis", diagnostica. Filiada ao PSDB há três anos, Bia acompanha Lu Alckmin, mulher do governador, em agendas sociais e tem sua própria atuação. Ela diz ser uma das diretoras da Fundação Xuxa Menguel e foi convidada pela dupla sertaneja Victor & Leo para ser madrinha de uma entidade de motivação de jovens. O Natal do Bem, evento anual que faz com o marido, arrecada fundos para hospitais. Bia "não quer nem saber" quanto o marido desembolsará na própria campanha, "para não chorar depois". "Mas se for para fazer alguma coisa para mudar essa porcaria que está aí, que gaste." | 0 |
Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 65 milhões no sábado | Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso da Mega-Sena desta quarta-feira (10). O concurso 1712 sorteou os números: 02 - 12 - 19 - 29 - 50 - 59. Cento e sessenta e nove apostas acertaram a quina e ganharam R$ 31.683,66. A quadra foi feita por 9443 apostas que ganharam R$ 810,05. Acumulada, a Sena deve pagar R$ 65 milhões no próximo sábado. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. | cotidiano | Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 65 milhões no sábadoNenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso da Mega-Sena desta quarta-feira (10). O concurso 1712 sorteou os números: 02 - 12 - 19 - 29 - 50 - 59. Cento e sessenta e nove apostas acertaram a quina e ganharam R$ 31.683,66. A quadra foi feita por 9443 apostas que ganharam R$ 810,05. Acumulada, a Sena deve pagar R$ 65 milhões no próximo sábado. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. | 6 |
Ao lado de Carol, Lili defende os títulos da mulher Larissa no vôlei de praia | Maior medalhista do vôlei de praia em Jogos Pan-Americanos, Larissa, 33, não estará em Toronto para tentar o tricampeonato. Ouro em 2011 e 2007, ao lado de Juliana, e bronze com Ana Richa, em 2003, a capixaba preferiu se dedicar à busca de pontos no ranking olímpico por vaga em 2016. A bicampeã, porém, estará representada no Canadá pela mulher, Lili, 27, em dupla com Carol Horta, 22, uma espécie de pupila de Larissa. Elas estreiam nesta segunda-feira (13), às 10h (de Brasília), contra dupla da Nicaraguá. "Fico feliz que o Brasil terá uma representante que tem um pouco meu lá. Vai ficar essa vontade [de estar no Pan], mas é por um motivo maior, para lutar pela classificação olímpica", explica Larissa. "A gente motiva muito uma à outra. Na Olimpíada de Londres, eu ficava muito tensa, nervosa, como torcedora. Agora, é ela [Larissa] quem vai me ver pela TV", diz Lili. Ela se casou com Larissa em 2013, mas começaram o relacionamento em 2010. Desde então, Lili foi bronze no Mundial de 2013, com Bárbara Seixas. Já Larissa foi ouro no Pan e no Mundial de 2011, bronze na Olimpíada de 2012, aposentou-se em seguida e voltou a jogar em 2014, ao lado de Talita, com quem atuou no Mundial deste ano. "Olimpíada e Pan-Americano são diferentes, especiais. Só sabe quem já participou. Toca no coração. Será importante demais para a carreira da Lili", diz Larissa. PUPILA Lili iniciou a parceria com Carol Horta há cerca de dois meses apenas. E já estão entre as quatro melhores duplas do país e as 15 do mundo. Partiu de Carol o convite à parceria. Mas Lili já tinha boas referências. "Larissa conhece bem a Carol, sempre falou que era de potencial. O mais importante foi saber da motivação dela, porque amo o que faço", afirma Lili. A cearense de 22 anos foi descoberta há cinco, em um projeto de novos talentos em Fortaleza, justamente pelo técnico de Juliana e Larissa a época, Reis Castro. A nova dupla brasileira se preparou no mesmo centro de treinamento de Larissa e Talita para ir ao Pan. "Larissa sempre me ajudou, conversando, passando experiência. Ela é espelho", diz Carol. Para ela, ter uma das vagas para a Rio-2016 é muito difícil, mas "a luta para a Olimpíada de 2020 já começou". A confiança de Carol é a mesma de Lili. "Pode escrever o que estou falando: em 2020, estarei lá", afirma. Agora está escrito, Lili. Assim como o outro projeto que ela tem com a mulher: ter dois filhos depois de 2016 (gravidez de Larissa) e outros dois após 2020 (gravidez de Lili). | esporte | Ao lado de Carol, Lili defende os títulos da mulher Larissa no vôlei de praiaMaior medalhista do vôlei de praia em Jogos Pan-Americanos, Larissa, 33, não estará em Toronto para tentar o tricampeonato. Ouro em 2011 e 2007, ao lado de Juliana, e bronze com Ana Richa, em 2003, a capixaba preferiu se dedicar à busca de pontos no ranking olímpico por vaga em 2016. A bicampeã, porém, estará representada no Canadá pela mulher, Lili, 27, em dupla com Carol Horta, 22, uma espécie de pupila de Larissa. Elas estreiam nesta segunda-feira (13), às 10h (de Brasília), contra dupla da Nicaraguá. "Fico feliz que o Brasil terá uma representante que tem um pouco meu lá. Vai ficar essa vontade [de estar no Pan], mas é por um motivo maior, para lutar pela classificação olímpica", explica Larissa. "A gente motiva muito uma à outra. Na Olimpíada de Londres, eu ficava muito tensa, nervosa, como torcedora. Agora, é ela [Larissa] quem vai me ver pela TV", diz Lili. Ela se casou com Larissa em 2013, mas começaram o relacionamento em 2010. Desde então, Lili foi bronze no Mundial de 2013, com Bárbara Seixas. Já Larissa foi ouro no Pan e no Mundial de 2011, bronze na Olimpíada de 2012, aposentou-se em seguida e voltou a jogar em 2014, ao lado de Talita, com quem atuou no Mundial deste ano. "Olimpíada e Pan-Americano são diferentes, especiais. Só sabe quem já participou. Toca no coração. Será importante demais para a carreira da Lili", diz Larissa. PUPILA Lili iniciou a parceria com Carol Horta há cerca de dois meses apenas. E já estão entre as quatro melhores duplas do país e as 15 do mundo. Partiu de Carol o convite à parceria. Mas Lili já tinha boas referências. "Larissa conhece bem a Carol, sempre falou que era de potencial. O mais importante foi saber da motivação dela, porque amo o que faço", afirma Lili. A cearense de 22 anos foi descoberta há cinco, em um projeto de novos talentos em Fortaleza, justamente pelo técnico de Juliana e Larissa a época, Reis Castro. A nova dupla brasileira se preparou no mesmo centro de treinamento de Larissa e Talita para ir ao Pan. "Larissa sempre me ajudou, conversando, passando experiência. Ela é espelho", diz Carol. Para ela, ter uma das vagas para a Rio-2016 é muito difícil, mas "a luta para a Olimpíada de 2020 já começou". A confiança de Carol é a mesma de Lili. "Pode escrever o que estou falando: em 2020, estarei lá", afirma. Agora está escrito, Lili. Assim como o outro projeto que ela tem com a mulher: ter dois filhos depois de 2016 (gravidez de Larissa) e outros dois após 2020 (gravidez de Lili). | 4 |
Combate à exploração sexual infantil esbarra em cultura machista | A cultura machista no Legislativo e Judiciário e as dificuldades de implementar a legislação existente ainda atrapalham os avanços nas políticas de proteção à criança e ao adolescente no país. Esse foi um dos diagnósticos do Fórum Exploração Sexual Infantil, realizado pela Folha na quinta-feira (18), em parceria com a ONG Instituto Liberta e a incorporadora Cyrela. O encontro foi mediado pelas jornalistas Joana Cunha e Eliane Trindade. Apesar de avanços recentes -como a lei 13.431, sancionada em abril, que prevê garantias para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência-, as mudanças são lentas. Entre os entraves estão a falta de aplicação da política nacional de combate à exploração sexual infantil nos municípios e questões culturais, como a visão machista de órgãos institucionais. "Legislar em temas como este é um desafio incrível. Temos aqui três mulheres legisladoras, mas o parlamento é masculino", disse a depurada Maria do Rosário (PT-RS). A petista citou como exemplo decisões recentes em que juízes descartaram duas acusações de abuso sexual por considerarem que as vítimas, uma delas criança de oito anos, já tinham experiência sexual anterior. O conservadorismo do Congresso é mais grave do que as pessoas imaginam, afirma a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ). "A expressão 'gênero' não pode ser citada em nenhum projeto porque impede sua aprovação." Esse conservadorismo se espraia pelas primeiras instâncias de atendimento às vítimas de violência sexual. No caso de adolescentes, é comum que delegacias e conselhos tutelares transfiram a culpa para a vítima. "A questão é tratada como decisão autônoma do adolescente, como se ele quisesse estar ali", diz Flávio Debique, da ONG Plan International Brasil, que atua na promoção dos direitos infantis. LEI E PRÁTICA A legislação brasileira de proteção à criança e ao adolescente é considerada moderna, e o cenário é de evolução. Normas importantes foram aprovadas entre março e abril, na esteira da lei 13.431. É o caso da resolução que exige a presença de pessoal especializado em depoimentos de menores vítimas de violência; da determinação do confisco de bens e dinheiro relacionados à exploração sexual infantil e das regras para infiltração da Polícia Civil em redes de recrutamento de menores na internet. Embora o país tenha leis avançadas, os municípios, responsáveis por implementar essas políticas, nem sempre cumprem seu papel. Exemplo disso é a obrigação legal de notificar casos de abuso infantil em postos de saúde, que não é cumprida por todas as prefeituras. Para Heloísa Oliveira, da Fundação Abrinq, a lei é excelente, mas a necessidade de adaptá-la para o plano municipal dificulta sua adoção de maneira abrangente. "São mais de 5.000 municípios. Não basta botar no papel, tem que tirar do papel." Um dos entraves para tornar as leis efetivas é a falta de dados sobre exploração sexual. As polícias estaduais têm registros próprios, e não há um sistema unificado para todo o território nacional. O mesmo vale para os tribunais: não se sabe o número de processos em curso nem de condenações já aplicadas por abuso sexual infantil. EDUCAÇÃO SEXUAL O ensino sexual restrito às questões biológicas e marcado por moralismos impõe desafios ao combate da exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. "Quase todas as escolas tratam mais da orientação sexual, do aparato biológico e da sexualidade genital", disse Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha. Sayão foi uma das especialistas que discutiram a questão no Fórum Exploração Sexual Infantil, promovido na quinta (18) pela Folha, em parceria com o instituto Liberta e a incorporadora Cyrela. A escola deve abrir espaço para o debate da sexualidade, segundo Danielle Martins Silva, promotora de Justiça do Ministério Público do DF. "É preciso que a criança saiba expressar os erros que acontecem com ela em casa ou em outro lugar, mas o que a gente nota é um movimento ideológico imbecil que tenta impedir a divulgação de informações sobre direitos sexuais e reprodutivos." Membro da Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz Eduardo Melo afirma que a escola não consegue abordar a sexualidade por pressões morais. Iniciativas como a distribuição de kits contra a homofobia e a discussão de gênero esbarram no desrespeito ao caráter laico do Estado, segundo o magistrado. Para Melo, a educação sexual deve ir além. "Não é só sobre sexualidade, é sobre suas diferentes manifestações, sobre o que é sexo, o que é gênero, como se dão relações afetivas e o respeito." A dificuldade em reconhecer que as crianças e jovens têm sexualidade, diz o juiz, cria distorções na legislação. "Se um menino de 14 anos namora uma menina de 13 anos e os dois estão buscando suas sexualidades, esse menino, por mais que seja uma relação de amor, pode ser preso, porque a lei prevê que menores de 14 anos não podem consentir", declarou. Em outros países, existem regras específicas para resolver esses casos. Na Suíça, segundo o juiz, se a diferença de idade entre os jovens for de até três anos, presume-se que há consentimento. Fernanda Lopes, representante auxiliar do Fundo de População da ONU, defende a educação como o meio mais apropriado para o jovem identificar o que é abusivo. Delegada especializada em crimes contra mulheres e crianças em Manacapuru (AM), Roberta Merly relatou uma situação em que o acesso à informação foi decisivo para a denúncia de abusos. "No fim do ano passado, uma menina de dez anos viu o conselho tutelar passando na rua. Ela correu para denunciar o pai porque tinha ouvido na TV que o órgão protegia as crianças." Segundo Rosely Sayão, o debate nas escolas é urgente porque, quer queiram quer não, elas já tratam de educação sexual. "Estão ocultos no currículo os comportamentos que são aceitáveis ou não." | seminariosfolha | Combate à exploração sexual infantil esbarra em cultura machistaA cultura machista no Legislativo e Judiciário e as dificuldades de implementar a legislação existente ainda atrapalham os avanços nas políticas de proteção à criança e ao adolescente no país. Esse foi um dos diagnósticos do Fórum Exploração Sexual Infantil, realizado pela Folha na quinta-feira (18), em parceria com a ONG Instituto Liberta e a incorporadora Cyrela. O encontro foi mediado pelas jornalistas Joana Cunha e Eliane Trindade. Apesar de avanços recentes -como a lei 13.431, sancionada em abril, que prevê garantias para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência-, as mudanças são lentas. Entre os entraves estão a falta de aplicação da política nacional de combate à exploração sexual infantil nos municípios e questões culturais, como a visão machista de órgãos institucionais. "Legislar em temas como este é um desafio incrível. Temos aqui três mulheres legisladoras, mas o parlamento é masculino", disse a depurada Maria do Rosário (PT-RS). A petista citou como exemplo decisões recentes em que juízes descartaram duas acusações de abuso sexual por considerarem que as vítimas, uma delas criança de oito anos, já tinham experiência sexual anterior. O conservadorismo do Congresso é mais grave do que as pessoas imaginam, afirma a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ). "A expressão 'gênero' não pode ser citada em nenhum projeto porque impede sua aprovação." Esse conservadorismo se espraia pelas primeiras instâncias de atendimento às vítimas de violência sexual. No caso de adolescentes, é comum que delegacias e conselhos tutelares transfiram a culpa para a vítima. "A questão é tratada como decisão autônoma do adolescente, como se ele quisesse estar ali", diz Flávio Debique, da ONG Plan International Brasil, que atua na promoção dos direitos infantis. LEI E PRÁTICA A legislação brasileira de proteção à criança e ao adolescente é considerada moderna, e o cenário é de evolução. Normas importantes foram aprovadas entre março e abril, na esteira da lei 13.431. É o caso da resolução que exige a presença de pessoal especializado em depoimentos de menores vítimas de violência; da determinação do confisco de bens e dinheiro relacionados à exploração sexual infantil e das regras para infiltração da Polícia Civil em redes de recrutamento de menores na internet. Embora o país tenha leis avançadas, os municípios, responsáveis por implementar essas políticas, nem sempre cumprem seu papel. Exemplo disso é a obrigação legal de notificar casos de abuso infantil em postos de saúde, que não é cumprida por todas as prefeituras. Para Heloísa Oliveira, da Fundação Abrinq, a lei é excelente, mas a necessidade de adaptá-la para o plano municipal dificulta sua adoção de maneira abrangente. "São mais de 5.000 municípios. Não basta botar no papel, tem que tirar do papel." Um dos entraves para tornar as leis efetivas é a falta de dados sobre exploração sexual. As polícias estaduais têm registros próprios, e não há um sistema unificado para todo o território nacional. O mesmo vale para os tribunais: não se sabe o número de processos em curso nem de condenações já aplicadas por abuso sexual infantil. EDUCAÇÃO SEXUAL O ensino sexual restrito às questões biológicas e marcado por moralismos impõe desafios ao combate da exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. "Quase todas as escolas tratam mais da orientação sexual, do aparato biológico e da sexualidade genital", disse Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha. Sayão foi uma das especialistas que discutiram a questão no Fórum Exploração Sexual Infantil, promovido na quinta (18) pela Folha, em parceria com o instituto Liberta e a incorporadora Cyrela. A escola deve abrir espaço para o debate da sexualidade, segundo Danielle Martins Silva, promotora de Justiça do Ministério Público do DF. "É preciso que a criança saiba expressar os erros que acontecem com ela em casa ou em outro lugar, mas o que a gente nota é um movimento ideológico imbecil que tenta impedir a divulgação de informações sobre direitos sexuais e reprodutivos." Membro da Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz Eduardo Melo afirma que a escola não consegue abordar a sexualidade por pressões morais. Iniciativas como a distribuição de kits contra a homofobia e a discussão de gênero esbarram no desrespeito ao caráter laico do Estado, segundo o magistrado. Para Melo, a educação sexual deve ir além. "Não é só sobre sexualidade, é sobre suas diferentes manifestações, sobre o que é sexo, o que é gênero, como se dão relações afetivas e o respeito." A dificuldade em reconhecer que as crianças e jovens têm sexualidade, diz o juiz, cria distorções na legislação. "Se um menino de 14 anos namora uma menina de 13 anos e os dois estão buscando suas sexualidades, esse menino, por mais que seja uma relação de amor, pode ser preso, porque a lei prevê que menores de 14 anos não podem consentir", declarou. Em outros países, existem regras específicas para resolver esses casos. Na Suíça, segundo o juiz, se a diferença de idade entre os jovens for de até três anos, presume-se que há consentimento. Fernanda Lopes, representante auxiliar do Fundo de População da ONU, defende a educação como o meio mais apropriado para o jovem identificar o que é abusivo. Delegada especializada em crimes contra mulheres e crianças em Manacapuru (AM), Roberta Merly relatou uma situação em que o acesso à informação foi decisivo para a denúncia de abusos. "No fim do ano passado, uma menina de dez anos viu o conselho tutelar passando na rua. Ela correu para denunciar o pai porque tinha ouvido na TV que o órgão protegia as crianças." Segundo Rosely Sayão, o debate nas escolas é urgente porque, quer queiram quer não, elas já tratam de educação sexual. "Estão ocultos no currículo os comportamentos que são aceitáveis ou não." | 19 |