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Freio na venda de smartphones preocupa fabricantes de componentes
Quando a árvore da Apple se sacode, os galhos mais baixos estremecem fortemente -ou seja, o imenso número de companhias que fornecem as centenas de componentes usados para montar um smartphone. E a árvore se sacudiu bastante neste ano. Das duas empresas que dominam o segmento de smartphones, a Apple teve o primeiro declínio anual no volume de vendas do iPhone. A Samsung, enquanto isso, saiu queimada em razão da indignação dos consumidores quanto à combustão espontânea de seu Galaxy Note 7. Em termos mais amplos, a consultoria Gartner prevê alta de apenas 7% nas vendas de smartphones neste ano, metade do índice de 2015, o que agrava a preocupação de que o vasto setor formado pela produção de smartphones venha em breve a enfrentar estagnação de crescimento. "Com vendas anuais de 1,5 bilhão de unidades, o setor de smartphones é um mercado monstro", afirma Steven Pelayo, analista de tecnologia no banco HSBC, que aponta para os mercados relativamente menores detidos pelos computadores pessoais e tablets. Evolução do iPhone "Eles passaram por um superciclo que roubou vendas de vários outros setores. Mas qual será o próximo grande propulsor de vendas?" A questão ricocheteia nos conselhos e nas fábricas do Japão, de Taiwan, da Coreia do Sul e da China. A Apple, por exemplo, depende de mais de 200 fornecedores para seus produtos, e a vasta maioria deles está estabelecida na Ásia. Como presidente-executivo da Japan Display, que gera 85% de seu faturamento com vendas a fabricantes de smartphones, e metade dele com a Apple, Mitsuru Homma está muito bem informado sobre o dilema. "Se continuarmos com os smartphones, dentro de cinco a dez anos é provável que a JDI deixe de existir", disse ele, se referindo à sua empresa pela sigla. "O senso de crise é muito forte para mim." CARROS AUTÔNOMOS Homma vê oportunidades no segmento de carros autônomos, que vai requerer telas interativas. Os carros também fazem parte dos planos da Sony, bem como a internet das coisas. O grupo japonês apostou seu futuro nos sensores de imagens e agora pode se vangloriar de uma fatia de mercado de 40% nesse setor, em termos de valor. "Os sensores de imagem são dispositivos de inserção de dados, e por isso acreditamos que existam novos mercados a explorar", disse Tsutomu Haruta, diretor-geral da empresa. Os analistas de tecnologia identificaram que o desenvolvimento do design dos smartphones chegou a um platô, excetuadas melhoras incrementais em sistemas de imagem avançados, o que significa que mais pessoas agora estão dispostas a manter em uso por mais tempo os smartphones que já têm. Pelo menos até que encontrem uma nova e convincente razão para um upgrade. Os fornecedores das fabricantes de smartphones, antes aparentemente inexpugnáveis, precisarão apertar os cintos enquanto esperam pela próxima onda de inovação nos bens de consumo populares. "Com o tempo, desconfiamos de que o crescimento da cadeia de suprimentos vá ser impulsionado por uma gama cada vez maior de produtos, mas nenhum segmento isolado conseguirá se aproximar dos smartphones, por um bom tempo", disse Pelayo. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Freio na venda de smartphones preocupa fabricantes de componentesQuando a árvore da Apple se sacode, os galhos mais baixos estremecem fortemente -ou seja, o imenso número de companhias que fornecem as centenas de componentes usados para montar um smartphone. E a árvore se sacudiu bastante neste ano. Das duas empresas que dominam o segmento de smartphones, a Apple teve o primeiro declínio anual no volume de vendas do iPhone. A Samsung, enquanto isso, saiu queimada em razão da indignação dos consumidores quanto à combustão espontânea de seu Galaxy Note 7. Em termos mais amplos, a consultoria Gartner prevê alta de apenas 7% nas vendas de smartphones neste ano, metade do índice de 2015, o que agrava a preocupação de que o vasto setor formado pela produção de smartphones venha em breve a enfrentar estagnação de crescimento. "Com vendas anuais de 1,5 bilhão de unidades, o setor de smartphones é um mercado monstro", afirma Steven Pelayo, analista de tecnologia no banco HSBC, que aponta para os mercados relativamente menores detidos pelos computadores pessoais e tablets. Evolução do iPhone "Eles passaram por um superciclo que roubou vendas de vários outros setores. Mas qual será o próximo grande propulsor de vendas?" A questão ricocheteia nos conselhos e nas fábricas do Japão, de Taiwan, da Coreia do Sul e da China. A Apple, por exemplo, depende de mais de 200 fornecedores para seus produtos, e a vasta maioria deles está estabelecida na Ásia. Como presidente-executivo da Japan Display, que gera 85% de seu faturamento com vendas a fabricantes de smartphones, e metade dele com a Apple, Mitsuru Homma está muito bem informado sobre o dilema. "Se continuarmos com os smartphones, dentro de cinco a dez anos é provável que a JDI deixe de existir", disse ele, se referindo à sua empresa pela sigla. "O senso de crise é muito forte para mim." CARROS AUTÔNOMOS Homma vê oportunidades no segmento de carros autônomos, que vai requerer telas interativas. Os carros também fazem parte dos planos da Sony, bem como a internet das coisas. O grupo japonês apostou seu futuro nos sensores de imagens e agora pode se vangloriar de uma fatia de mercado de 40% nesse setor, em termos de valor. "Os sensores de imagem são dispositivos de inserção de dados, e por isso acreditamos que existam novos mercados a explorar", disse Tsutomu Haruta, diretor-geral da empresa. Os analistas de tecnologia identificaram que o desenvolvimento do design dos smartphones chegou a um platô, excetuadas melhoras incrementais em sistemas de imagem avançados, o que significa que mais pessoas agora estão dispostas a manter em uso por mais tempo os smartphones que já têm. Pelo menos até que encontrem uma nova e convincente razão para um upgrade. Os fornecedores das fabricantes de smartphones, antes aparentemente inexpugnáveis, precisarão apertar os cintos enquanto esperam pela próxima onda de inovação nos bens de consumo populares. "Com o tempo, desconfiamos de que o crescimento da cadeia de suprimentos vá ser impulsionado por uma gama cada vez maior de produtos, mas nenhum segmento isolado conseguirá se aproximar dos smartphones, por um bom tempo", disse Pelayo. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Parlamento chinês aprova polêmica lei sobre segurança na internet
O Parlamento chinês aprovou nesta segunda-feira (7) uma polêmica lei sobre a segurança na internet que limita a liberdade de expressão na rede e obriga as empresas, incluindo as estrangeiras, a cooperar com o Estado para "proteger a segurança nacional". O Partido Comunista da China (PCC) restringe há algum tempo o acesso a sites estrangeiros como Google, Facebook e Twitter graças a um sofisticado programa chamado "Great Firewall", um jogo de palavras em inglês que mistura os termos "Grande Muralha" (Great Wall) e "Firewall", como são conhecidos os sistemas de proteção da rede de computadores. Artigos, blogs, fóruns e comentários nas redes sociais também estão submetidos a censura. A lei aprovada pelo comitê permanente da ANP (Assembleia Nacional Popular) proíbe que os internautas publiquem conteúdos que atentem contra "a honra nacional, "perturbem a ordem econômica ou social" ou destinados a "derrubar o sistema socialista", ou seja, o PCC. A lei proíbe o anonimato na internet e exige que as empresas identifiquem os usuários. A nova lei, que entrará em vigor em 1º de junho de 2017, também inclui dispositivos para proteger as informações das redes e dos usuários. A China bloqueia ou censura há muito tempo conteúdos na internet, mas as restrições foram reforçadas desde 2013 como parte de uma campanha contra as pessoas que "propagam boatos on-line", durante a qual centenas de jornalistas e blogueiros foram detidos.
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Parlamento chinês aprova polêmica lei sobre segurança na internetO Parlamento chinês aprovou nesta segunda-feira (7) uma polêmica lei sobre a segurança na internet que limita a liberdade de expressão na rede e obriga as empresas, incluindo as estrangeiras, a cooperar com o Estado para "proteger a segurança nacional". O Partido Comunista da China (PCC) restringe há algum tempo o acesso a sites estrangeiros como Google, Facebook e Twitter graças a um sofisticado programa chamado "Great Firewall", um jogo de palavras em inglês que mistura os termos "Grande Muralha" (Great Wall) e "Firewall", como são conhecidos os sistemas de proteção da rede de computadores. Artigos, blogs, fóruns e comentários nas redes sociais também estão submetidos a censura. A lei aprovada pelo comitê permanente da ANP (Assembleia Nacional Popular) proíbe que os internautas publiquem conteúdos que atentem contra "a honra nacional, "perturbem a ordem econômica ou social" ou destinados a "derrubar o sistema socialista", ou seja, o PCC. A lei proíbe o anonimato na internet e exige que as empresas identifiquem os usuários. A nova lei, que entrará em vigor em 1º de junho de 2017, também inclui dispositivos para proteger as informações das redes e dos usuários. A China bloqueia ou censura há muito tempo conteúdos na internet, mas as restrições foram reforçadas desde 2013 como parte de uma campanha contra as pessoas que "propagam boatos on-line", durante a qual centenas de jornalistas e blogueiros foram detidos.
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Fernando Montoro: Todos vivem no município
Em 47 anos de convivência com municípios paulistas, o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) tem sido um colaborador na sua interlocução com o Estado, adequando linguagens e procedimentos diferenciados de forma a integrar os conteúdos técnicos com realidades locais. Por conhecer seu público-alvo, o Cepam formulou metodologias específicas nos diversos pareceres, projetos e capacitações desenvolvidos, promovendo a inclusão e o protagonismo dos municípios. Tendo em vista o projeto de lei que propõe a extinção do Cepam, em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, teço algumas considerações sobre a importância e atualidade de suas atividades. A Constituição Federal de 1988 indicou caminhos para descentralizar e fortalecer as instituições locais e instituiu um novo federalismo, de caráter cooperativo, no qual União, Estados e municípios são responsáveis por diferentes parcelas da ação governamental. Além das áreas de educação, saúde e assistência social, é competência comum, entre outras, preservar o meio ambiente, melhorar condições habitacionais e de saneamento e combater causas da pobreza. O apoio do Cepam nessa cooperação com o Estado tem sido fundamental para o desenvolvimento das políticas públicas de caráter federativo. Na área do meio ambiente, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou que as prefeituras e os Estados elaborassem planos municipais. A obrigatoriedade de planos municipais trouxe dificuldades, em especial nos municípios de menor porte populacional. O apoio do Cepam à Secretaria do Meio Ambiente foi fundamental para que muitas prefeituras conseguissem elaborá-los. Também, o segundo Plano Nacional de Educação, com vigência de dez anos, propõe metas e recursos vultosos. Juntamente com Estados e a União, os municípios devem aprovar seus planos decenais até o mês que vem. Para a sua elaboração, o Cepam foi demandado para capacitar servidores municipais. O resultado de grande parte da ação governamental não pode prescindir da ação local. Nesse sentido, as prefeituras devem se preocupar com a gestão no desempenho de políticas públicas, sobretudo naquelas em que atuam em cooperação. Pela análise das receitas municipais, observa-se tendência de maior crescimento justamente nas receitas com vinculação determinada. São aquelas destinadas a setores cuja política pública é implantada de forma colaborativa com os diferentes entes da Federação: passaram de 47%, em 2002, para 52% da receita disponível em 2013 no Estado. Em reais de 2014, corrigidos pelo IPCA médio do ano, passaram de R$ 30 bilhões para R$ 67 bilhões. O aumento deste tipo de receita indica a importância na atuação dos municípios em políticas federativas. O trabalho do Cepam é de grande valia para aprimorar a administração pública e poderia ser estendido a municípios de outros Estados. Ela valoriza a ação estadual e não pode ser deixado de lado sob risco de piorar a qualidade dos serviços, especialmente os provisionados pelos governos locais, bem mais próximos da população. O bom desempenho dessas funções, fundamental para o sucesso das políticas públicas, resgataria a confiança na democracia brasileira e em suas instituições. FERNANDO MONTORO, 59, professor da FAAP, é doutor em economia pela USP. Foi coordenador de Gestão e Políticas Públicas do Cepam - Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Fernando Montoro: Todos vivem no municípioEm 47 anos de convivência com municípios paulistas, o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) tem sido um colaborador na sua interlocução com o Estado, adequando linguagens e procedimentos diferenciados de forma a integrar os conteúdos técnicos com realidades locais. Por conhecer seu público-alvo, o Cepam formulou metodologias específicas nos diversos pareceres, projetos e capacitações desenvolvidos, promovendo a inclusão e o protagonismo dos municípios. Tendo em vista o projeto de lei que propõe a extinção do Cepam, em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, teço algumas considerações sobre a importância e atualidade de suas atividades. A Constituição Federal de 1988 indicou caminhos para descentralizar e fortalecer as instituições locais e instituiu um novo federalismo, de caráter cooperativo, no qual União, Estados e municípios são responsáveis por diferentes parcelas da ação governamental. Além das áreas de educação, saúde e assistência social, é competência comum, entre outras, preservar o meio ambiente, melhorar condições habitacionais e de saneamento e combater causas da pobreza. O apoio do Cepam nessa cooperação com o Estado tem sido fundamental para o desenvolvimento das políticas públicas de caráter federativo. Na área do meio ambiente, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou que as prefeituras e os Estados elaborassem planos municipais. A obrigatoriedade de planos municipais trouxe dificuldades, em especial nos municípios de menor porte populacional. O apoio do Cepam à Secretaria do Meio Ambiente foi fundamental para que muitas prefeituras conseguissem elaborá-los. Também, o segundo Plano Nacional de Educação, com vigência de dez anos, propõe metas e recursos vultosos. Juntamente com Estados e a União, os municípios devem aprovar seus planos decenais até o mês que vem. Para a sua elaboração, o Cepam foi demandado para capacitar servidores municipais. O resultado de grande parte da ação governamental não pode prescindir da ação local. Nesse sentido, as prefeituras devem se preocupar com a gestão no desempenho de políticas públicas, sobretudo naquelas em que atuam em cooperação. Pela análise das receitas municipais, observa-se tendência de maior crescimento justamente nas receitas com vinculação determinada. São aquelas destinadas a setores cuja política pública é implantada de forma colaborativa com os diferentes entes da Federação: passaram de 47%, em 2002, para 52% da receita disponível em 2013 no Estado. Em reais de 2014, corrigidos pelo IPCA médio do ano, passaram de R$ 30 bilhões para R$ 67 bilhões. O aumento deste tipo de receita indica a importância na atuação dos municípios em políticas federativas. O trabalho do Cepam é de grande valia para aprimorar a administração pública e poderia ser estendido a municípios de outros Estados. Ela valoriza a ação estadual e não pode ser deixado de lado sob risco de piorar a qualidade dos serviços, especialmente os provisionados pelos governos locais, bem mais próximos da população. O bom desempenho dessas funções, fundamental para o sucesso das políticas públicas, resgataria a confiança na democracia brasileira e em suas instituições. FERNANDO MONTORO, 59, professor da FAAP, é doutor em economia pela USP. Foi coordenador de Gestão e Políticas Públicas do Cepam - Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Regras dificultam acesso ao Fies, e 46% das vagas não são preenchidas
Apesar de o MEC (Ministério da Educação) ter oferecido 250 mil vagas para o Fies (Financiamento Estudantil) no primeiro semestre de 2016, cerca de 115 mil ainda não foram preenchidas. O número representa 46% da oferta. As informações são do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne as sete principais associações do segmento. Segundo o Fórum, as novas regras estipuladas no ano passado têm restringido de forma exagerada o acesso ao programa. O mais agravante, de acordo com as entidades, é o novo teto de renda, de até 2,5 salários mínimos per capita (antes, era de até 20 salários), e a nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Quem consegue a nota no Enem não atende ao critério de renda. E quem tem baixa renda não chega na nota porque não teve acesso a uma escola de qualidade", disse o diretor-executivo da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior), Sólon Caldas, durante a abertura do Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular, em Pernambuco. Segundo Caldas, o novo formato de cálculo do Fies também tem dificultado o preenchimento das vagas. O porcentual de financiamento varia a partir de critérios como o valor do curso e comprometimento da renda. Dessa forma, não há mais possibilidade de financiar 100% do curso. "Muitas vezes o aluno consegue se encaixar nos critérios, mas o porcentual liberado para o financiamento não está dentro das sua possibilidades e ele desiste", completa Caldas. "De um lado, tem financiamento ocioso. Do outro, alunos precisando do financiamento para estudar". O setor aponta ainda que a maior parte das vagas ociosas está em cursos de formação de professores, uma das carreiras escolhidas como prioritárias pelo MEC. As entidades têm pressionado o MEC para mudar os critérios de escolha. Pedem alta no teto de renda e diminuição na nota de corte do Enem. Questionado, a pasta defendeu que o processo seletivo do primeiro semestre ainda está em curso e vai até 30 de junho. Segundo o MEC, somente depois disso será possível quantificar o preenchimento das vagas. "A partir dos resultados do processo seletivo, novas regras podem ser implementadas com o objetivo de aprimorar o programa", informou por nota. O processo seletivo do Fies ocorreu em janeiro. As aulas já estão ocorrendo nas instituições de ensino. No fim do mês passado, a pasta fez uma pequena alteração na regra de redistribuição de vagas ociosas do Fies. Portaria passou a permitir que essas vagas poderão ser concedidas a alunos de qualquer curso oferecido pela mantenedora - empresa dona de várias faculdades - e não só na faculdade, como antes. O setor viu com bons olhos a mudança, mas estima que apenas 10% das 115 mil oportunidades ainda em aberto poderão ser preenchidas. O MEC fez um grande corte no Fies no ano passado após o programa ter tido forte expansão entre 2010 e 2014. Agora, o número de contratos é restringido a cada semestre e controlado pelo MEC. O perfil dos cursos também são definidos pelo governo, que ainda adota critérios de qualidade das instituições. ENCONTRO O Congresso ocorre em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, litoral pernambucano, até o próximo sábado (16). Cerca de 700 representantes de entidades, instituições de ensino e convidados participam do encontro. O repórter PAULO SALDAÑA viajou a convite do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular
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Regras dificultam acesso ao Fies, e 46% das vagas não são preenchidasApesar de o MEC (Ministério da Educação) ter oferecido 250 mil vagas para o Fies (Financiamento Estudantil) no primeiro semestre de 2016, cerca de 115 mil ainda não foram preenchidas. O número representa 46% da oferta. As informações são do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne as sete principais associações do segmento. Segundo o Fórum, as novas regras estipuladas no ano passado têm restringido de forma exagerada o acesso ao programa. O mais agravante, de acordo com as entidades, é o novo teto de renda, de até 2,5 salários mínimos per capita (antes, era de até 20 salários), e a nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Quem consegue a nota no Enem não atende ao critério de renda. E quem tem baixa renda não chega na nota porque não teve acesso a uma escola de qualidade", disse o diretor-executivo da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior), Sólon Caldas, durante a abertura do Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular, em Pernambuco. Segundo Caldas, o novo formato de cálculo do Fies também tem dificultado o preenchimento das vagas. O porcentual de financiamento varia a partir de critérios como o valor do curso e comprometimento da renda. Dessa forma, não há mais possibilidade de financiar 100% do curso. "Muitas vezes o aluno consegue se encaixar nos critérios, mas o porcentual liberado para o financiamento não está dentro das sua possibilidades e ele desiste", completa Caldas. "De um lado, tem financiamento ocioso. Do outro, alunos precisando do financiamento para estudar". O setor aponta ainda que a maior parte das vagas ociosas está em cursos de formação de professores, uma das carreiras escolhidas como prioritárias pelo MEC. As entidades têm pressionado o MEC para mudar os critérios de escolha. Pedem alta no teto de renda e diminuição na nota de corte do Enem. Questionado, a pasta defendeu que o processo seletivo do primeiro semestre ainda está em curso e vai até 30 de junho. Segundo o MEC, somente depois disso será possível quantificar o preenchimento das vagas. "A partir dos resultados do processo seletivo, novas regras podem ser implementadas com o objetivo de aprimorar o programa", informou por nota. O processo seletivo do Fies ocorreu em janeiro. As aulas já estão ocorrendo nas instituições de ensino. No fim do mês passado, a pasta fez uma pequena alteração na regra de redistribuição de vagas ociosas do Fies. Portaria passou a permitir que essas vagas poderão ser concedidas a alunos de qualquer curso oferecido pela mantenedora - empresa dona de várias faculdades - e não só na faculdade, como antes. O setor viu com bons olhos a mudança, mas estima que apenas 10% das 115 mil oportunidades ainda em aberto poderão ser preenchidas. O MEC fez um grande corte no Fies no ano passado após o programa ter tido forte expansão entre 2010 e 2014. Agora, o número de contratos é restringido a cada semestre e controlado pelo MEC. O perfil dos cursos também são definidos pelo governo, que ainda adota critérios de qualidade das instituições. ENCONTRO O Congresso ocorre em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, litoral pernambucano, até o próximo sábado (16). Cerca de 700 representantes de entidades, instituições de ensino e convidados participam do encontro. O repórter PAULO SALDAÑA viajou a convite do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular
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Ministério Público de Piracicaba investiga mosquitos de DNA alterado
O Ministério Público de São Paulo abriu hoje um inquérito civil para investigar o programa de combate à dengue que usará mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados em Piracicaba. Em portaria emitida nesta terça-feira (17), a promotora Maria Christina Marton de Freitas recomenda que a liberação dos mosquitos não seja feita antes de a Secretaria Municipal de Saúde responder um questionamento público. O documento questiona, essencialmente, "quais as razões técnicas que justificam a adoção do uso de biotecnologia experimental em Piracicaba". A Secretaria de Saúde de Piracicaba afirma que já recebeu o ofício de Freitas e já está providenciando as respostas. "O planejamento é que a primeira soltura dos mosquitos ocorra após o dia 22 de abril, data na qual esperamos que a situação junto ao MP esteja resolvida", afirmou a prefeitura em mensagem à Folha. O inquérito foi aberto após o Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba) reclamar que a liberação dos mosquitos estaria sendo feita antes da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). AUTORIZAÇÕES A Oxitec, empresa britânica que desenvolveu os insetos geneticamente modificados, já obteve aval da CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para empregar a tecnologia em campo. A companhia afirma que precisa de autorização da Anvisa apenas para comercializar o produto, não para realizar testes e projetos de pesquisa, caso do programa em Piracicaba. O Ministério Público diz querer ouvir da prefeitura, porém, como será feito o monitoramento do Aedes albopictus, uma outra espécie de mosquito da dengue, para saber se o combate ao Aedes aegypti não oferece "risco de aumento populacional de outros vetores". Este seria um pedido da própria CTNBIO. Os insetos geneticamente modificados, fabricados pela Oxitec em sua unidade de Campinas, são todos machos, portanto não picam. A ideia de soltá-los no ambiente é que eles são estéreis, mas mesmo assim buscam fêmeas selvagens para fecundá-las. Ao monopolizar o ciclo reprodutivo da fêmea para a produção de um ovo inviável e impedir a fecundação por um macho saudável, o número de insetos começa a cair de uma geração para outra. Em testes em duas cidades da Bahia, as populações do A. aegypti se reduziram em mais de 90%, diz a empresa.
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Ministério Público de Piracicaba investiga mosquitos de DNA alteradoO Ministério Público de São Paulo abriu hoje um inquérito civil para investigar o programa de combate à dengue que usará mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados em Piracicaba. Em portaria emitida nesta terça-feira (17), a promotora Maria Christina Marton de Freitas recomenda que a liberação dos mosquitos não seja feita antes de a Secretaria Municipal de Saúde responder um questionamento público. O documento questiona, essencialmente, "quais as razões técnicas que justificam a adoção do uso de biotecnologia experimental em Piracicaba". A Secretaria de Saúde de Piracicaba afirma que já recebeu o ofício de Freitas e já está providenciando as respostas. "O planejamento é que a primeira soltura dos mosquitos ocorra após o dia 22 de abril, data na qual esperamos que a situação junto ao MP esteja resolvida", afirmou a prefeitura em mensagem à Folha. O inquérito foi aberto após o Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba) reclamar que a liberação dos mosquitos estaria sendo feita antes da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). AUTORIZAÇÕES A Oxitec, empresa britânica que desenvolveu os insetos geneticamente modificados, já obteve aval da CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para empregar a tecnologia em campo. A companhia afirma que precisa de autorização da Anvisa apenas para comercializar o produto, não para realizar testes e projetos de pesquisa, caso do programa em Piracicaba. O Ministério Público diz querer ouvir da prefeitura, porém, como será feito o monitoramento do Aedes albopictus, uma outra espécie de mosquito da dengue, para saber se o combate ao Aedes aegypti não oferece "risco de aumento populacional de outros vetores". Este seria um pedido da própria CTNBIO. Os insetos geneticamente modificados, fabricados pela Oxitec em sua unidade de Campinas, são todos machos, portanto não picam. A ideia de soltá-los no ambiente é que eles são estéreis, mas mesmo assim buscam fêmeas selvagens para fecundá-las. Ao monopolizar o ciclo reprodutivo da fêmea para a produção de um ovo inviável e impedir a fecundação por um macho saudável, o número de insetos começa a cair de uma geração para outra. Em testes em duas cidades da Bahia, as populações do A. aegypti se reduziram em mais de 90%, diz a empresa.
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Estudante deveria ir às ruas contra greve, diz secretário de Alckmin
O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. "É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes", disse à Folha, por telefone, nesta terça (13). "Quem sabe esse movimento seja positivo, não tenho nada contra esse movimento." Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede –e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial. Mudanças na educação O secretário da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a lista de escolas que terão mudanças nos ciclos de ensino –a partir de 2016– ainda não está fechada. A reorganização pode fechar colégios e fazer com que alunos tenham de ser transferidos. O objetivo da mudança é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos do ensino básico –anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Hoje, um terço das escolas estaduais funciona assim. Com a medida, uma região com três escolas terá uma unidade para cada etapa. Dessa forma, muitos alunos terão que mudar para escolas que atendam apenas aos seus ciclos. Outras unidades serão fechadas -vão abrigar cursos técnicos ou virar creches. Segundo ele, 91 dirigentes de ensino de todas as regiões do Estado estão apresentando propostas à secretaria, que ainda vai analisá-las. A pasta, afirma, está seguindo um cronograma. Voorwald diz que, enquanto a secretaria não divulgar quais colégios terão mudanças, o que vai ocorrer após o dia 23 –prazo para as diretorias de ensino apresentarem sugestões, "tudo é boataria". "Só quero tranquilizar os pais e os alunos: deixem a secretaria se manifestar. Tudo o que vocês ouvirem não tem fundamento. Não deem ouvidos a boatos", afirmou. Os alunos ficarão sabendo se precisarão mudar no dia 14 de novembro, em reuniões nas próprias escolas. O secretário disse que a reorganização dos ciclos visa "uma escola melhor". "Uma escola de três ciclos, em que criança de sete anos convive com adolescentes [do ensino médio], não é uma boa escola, sob a ótica da educação. As ações pedagógicas têm que ser focadas para cada ciclo", argumenta Voorwald. - 1 - O que mudará na rede em 2016? O governo decidiu dividir os colégios por ciclos de ensino. O objetivo é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos -anos iniciais do fundamental (1º ao 5º), anos finais (6º ao 9º) e ensino médio. 2 - Quantos alunos serão afetados? Segundo o governo, o plano vai afetar até mil escolas e entre 1 milhão e 2 milhões de alunos -a rede tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de estudantes. 3 - Alguma escola será fechada? O governo admite que sim, mas afirma que os espaços continuarão sendo usados para educação, com creches ou escolas técnicas, por exemplo. 4 - Por que essa mudança? O governo afirma que as escolas têm vagas ociosas, já que perderam quase 2 milhões de alunos nos últimos 14 anos. A divisão favoreceria "a gestão das unidades e a adoção de estratégias pedagógicas focadas na fase de aprendizado dos alunos". 5 - Já estão definidas as escolas que serão alteradas? Segundo a secretaria, não. Até dia 23, os 91 dirigentes de ensino do Estado terão que apresentar sugestões. 6 - Quando o aluno saberá se foi transferido? No dia 14 de novembro, por meio de reuniões nas escolas. 7 - Em caso de mudança, o aluno poderá escolher a nova escola? Em dezembro, a secretaria abrirá um período de transferência "por preferência". Inicialmente, os alunos precisam alterar seus dados em www.atualizeseusdados.educacao.sp.gov.br para que sejam rematriculados na escola mais próxima de casa. - PROTESTO DE ALUNOS Vinte dias depois do anúncio, diretores e a secretaria da Educação ainda discutem quantos e quais colégios vão sofrer as mudanças. A discussão criou uma rede de boatos e preocupação que fez multiplicar os protestos de alunos e pais contra a medida. O novo plano vai atingir cerca de 1 milhão de alunos no Estado. Os atos são organizados pela Umes (união dos estudantes secundaristas) e pela Apeoesp, sindicato dos professores. A entidade dos docentes, crítica à medida, cedeu ônibus, cartazes e faixas de protesto aos alunos. "Eles têm nosso apoio direto. Como vão fazer faixas? Panfletos? Eles não têm como fazer. Estamos juntos, pais, alunos e professores", diz Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp. A secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças. Nesta terça-feira (13), dois protestos ocorreram na porta da secretaria da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. O primeiro, pela manhã, reuniu representantes de oito escolas. O outro, à tarde, teve cerca de 200 estudantes da escola Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda (Pirituba). Pais e estudantes da unidade disseram que a direção avisou que ela será fechada. "Qual a logística desse plano de fechamento? Quem levará nossos filhos para as escolas? Não há comunicação, não sei o que vai acontecer", diz o autônomo Carlos Couto, 36, pai de dois alunos. Na semana passada, também houve manifestações. Em uma delas, no centro da cidade, duas pessoas foram detidas pela polícia. Alunos e funcionários da escola Padre Saboia de Medeiros, por exemplo, participaram do ato. "Nossa diretora foi avisada que a escola será fechada", afirmou um servidor, que não quis se identificar. Segundo a secretaria, no entanto, a escola não está na lista de 3.600 que estão sendo analisadas para a mudança. Outros protestos ocorreram em frente a diretorias regionais de ensino, nas zonas leste e sul.
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Estudante deveria ir às ruas contra greve, diz secretário de AlckminO secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. "É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes", disse à Folha, por telefone, nesta terça (13). "Quem sabe esse movimento seja positivo, não tenho nada contra esse movimento." Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede –e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial. Mudanças na educação O secretário da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a lista de escolas que terão mudanças nos ciclos de ensino –a partir de 2016– ainda não está fechada. A reorganização pode fechar colégios e fazer com que alunos tenham de ser transferidos. O objetivo da mudança é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos do ensino básico –anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Hoje, um terço das escolas estaduais funciona assim. Com a medida, uma região com três escolas terá uma unidade para cada etapa. Dessa forma, muitos alunos terão que mudar para escolas que atendam apenas aos seus ciclos. Outras unidades serão fechadas -vão abrigar cursos técnicos ou virar creches. Segundo ele, 91 dirigentes de ensino de todas as regiões do Estado estão apresentando propostas à secretaria, que ainda vai analisá-las. A pasta, afirma, está seguindo um cronograma. Voorwald diz que, enquanto a secretaria não divulgar quais colégios terão mudanças, o que vai ocorrer após o dia 23 –prazo para as diretorias de ensino apresentarem sugestões, "tudo é boataria". "Só quero tranquilizar os pais e os alunos: deixem a secretaria se manifestar. Tudo o que vocês ouvirem não tem fundamento. Não deem ouvidos a boatos", afirmou. Os alunos ficarão sabendo se precisarão mudar no dia 14 de novembro, em reuniões nas próprias escolas. O secretário disse que a reorganização dos ciclos visa "uma escola melhor". "Uma escola de três ciclos, em que criança de sete anos convive com adolescentes [do ensino médio], não é uma boa escola, sob a ótica da educação. As ações pedagógicas têm que ser focadas para cada ciclo", argumenta Voorwald. - 1 - O que mudará na rede em 2016? O governo decidiu dividir os colégios por ciclos de ensino. O objetivo é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos -anos iniciais do fundamental (1º ao 5º), anos finais (6º ao 9º) e ensino médio. 2 - Quantos alunos serão afetados? Segundo o governo, o plano vai afetar até mil escolas e entre 1 milhão e 2 milhões de alunos -a rede tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de estudantes. 3 - Alguma escola será fechada? O governo admite que sim, mas afirma que os espaços continuarão sendo usados para educação, com creches ou escolas técnicas, por exemplo. 4 - Por que essa mudança? O governo afirma que as escolas têm vagas ociosas, já que perderam quase 2 milhões de alunos nos últimos 14 anos. A divisão favoreceria "a gestão das unidades e a adoção de estratégias pedagógicas focadas na fase de aprendizado dos alunos". 5 - Já estão definidas as escolas que serão alteradas? Segundo a secretaria, não. Até dia 23, os 91 dirigentes de ensino do Estado terão que apresentar sugestões. 6 - Quando o aluno saberá se foi transferido? No dia 14 de novembro, por meio de reuniões nas escolas. 7 - Em caso de mudança, o aluno poderá escolher a nova escola? Em dezembro, a secretaria abrirá um período de transferência "por preferência". Inicialmente, os alunos precisam alterar seus dados em www.atualizeseusdados.educacao.sp.gov.br para que sejam rematriculados na escola mais próxima de casa. - PROTESTO DE ALUNOS Vinte dias depois do anúncio, diretores e a secretaria da Educação ainda discutem quantos e quais colégios vão sofrer as mudanças. A discussão criou uma rede de boatos e preocupação que fez multiplicar os protestos de alunos e pais contra a medida. O novo plano vai atingir cerca de 1 milhão de alunos no Estado. Os atos são organizados pela Umes (união dos estudantes secundaristas) e pela Apeoesp, sindicato dos professores. A entidade dos docentes, crítica à medida, cedeu ônibus, cartazes e faixas de protesto aos alunos. "Eles têm nosso apoio direto. Como vão fazer faixas? Panfletos? Eles não têm como fazer. Estamos juntos, pais, alunos e professores", diz Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp. A secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças. Nesta terça-feira (13), dois protestos ocorreram na porta da secretaria da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. O primeiro, pela manhã, reuniu representantes de oito escolas. O outro, à tarde, teve cerca de 200 estudantes da escola Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda (Pirituba). Pais e estudantes da unidade disseram que a direção avisou que ela será fechada. "Qual a logística desse plano de fechamento? Quem levará nossos filhos para as escolas? Não há comunicação, não sei o que vai acontecer", diz o autônomo Carlos Couto, 36, pai de dois alunos. Na semana passada, também houve manifestações. Em uma delas, no centro da cidade, duas pessoas foram detidas pela polícia. Alunos e funcionários da escola Padre Saboia de Medeiros, por exemplo, participaram do ato. "Nossa diretora foi avisada que a escola será fechada", afirmou um servidor, que não quis se identificar. Segundo a secretaria, no entanto, a escola não está na lista de 3.600 que estão sendo analisadas para a mudança. Outros protestos ocorreram em frente a diretorias regionais de ensino, nas zonas leste e sul.
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EUA estudam possibilidade de fechar embaixada em Cuba
Os Estados Unidos "estão avaliando" o possível fechamento de sua embaixada em Cuba, depois dos misteriosos ataques acústicos que têm afetado ao menos 21 de seus funcionários, anunciou neste domingo (17) o secretário de Estado, Rex Tillerson. A possibilidade "está sendo avaliada. É um assunto muito sério pelo dano que indivíduos sofreram. Alguns deles foram repatriados", declarou o chefe da diplomacia americana em uma entrevista na rede de TV "CBS" pela manhã. Com o aumento do número de vítimas, ao menos 21 atualmente, e sem explicações sobre a origem dos ataques, alguns legisladores americanos seguem pedindo o fechamento da sede diplomática, assunto tratado na entrevista de Tillerson no programa "Face the Nation". A embaixada dos Estados Unidos em Havana reabriu suas portas em 2015, sob a administração do presidente democrata Barack Obama, após meio século de ruptura nas relações diplomáticas entre os países. Desde finais de 2016, 21 funcionários americanos da embaixada e alguns diplomatas canadenses manifestaram sintomas físicos, sobretudo de perda de audição, enxaquecas e náuseas e têm recebido assistência médica, alguns deles nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado. Os incidentes começaram em 2016 e o último deles foi registrado em agosto passado, apesar de as autoridades americanas terem se queixado aos homólogos cubanos e expulsado dois diplomatas da legação de Washington em maio. O chanceler americano, que qualificou os ataques de "sem precedentes", advertiu o governo cubano que é responsável pela segurança dos diplomatas que trabalham na ilha, ainda que não tenha especificado quem está por trás dos ataques. Funcionários americanos contaram à imprensa que algum tipo de dispositivo sonoro foi usado para prejudicar a saúde dos trabalhadores da legação. LESÕES CEREBRAIS O American Foreign Service Association, poderoso sindicato de diplomacia americano, disse em comunicado que "os diagnósticos incluem pequenas lesões cerebrais de origem traumática e perda permanente de audição, de equilíbrio e fortes enxaquecas, problemas cognitivos e edemas cerebrais". O Canadá também informou que um dos seus diplomatas em Cuba sofreu perda de audição e disse que trabalhava "ativamente" na investigação do que aconteceu. Segundo a cadeia de TV canadense CBC, ao menos cinco diplomatas canadenses e suas famílias foram vítimas desses ataques acústicos. O ministério de Relações Exteriores de Cuba afirmou que estava cooperando com a investigação dos Estados Unidos nesses "supostos incidentes". Na quinta-feira (14), a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, confirmou que o número de afetados tinha subido para 21. "Esperamos que esse número não cresça. Mas não podemos descartá-lo. Estamos fazendo testes médicos em nosso pessoal", disse aos jornalistas. "A investigação sobre tudo isso está em curso. É uma investigação profunda... e seguiremos com ela até descobrir quem é o responsável", acrescentou. As tensões entre os países aumentaram depois que Trump, que teve muitos votos de cidadãos cubanos nos EUA prometendo uma linha dura, deu um passo atrás na proximidade diplomática. Ele anunciou em junho o cancelamento da iniciativa de Obama de impulsionar as relações com Cuba, com restrições a viagens de americanos à ilha e proibição de transações comerciais entre empresas americanas e entidades militares cubanas.
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EUA estudam possibilidade de fechar embaixada em CubaOs Estados Unidos "estão avaliando" o possível fechamento de sua embaixada em Cuba, depois dos misteriosos ataques acústicos que têm afetado ao menos 21 de seus funcionários, anunciou neste domingo (17) o secretário de Estado, Rex Tillerson. A possibilidade "está sendo avaliada. É um assunto muito sério pelo dano que indivíduos sofreram. Alguns deles foram repatriados", declarou o chefe da diplomacia americana em uma entrevista na rede de TV "CBS" pela manhã. Com o aumento do número de vítimas, ao menos 21 atualmente, e sem explicações sobre a origem dos ataques, alguns legisladores americanos seguem pedindo o fechamento da sede diplomática, assunto tratado na entrevista de Tillerson no programa "Face the Nation". A embaixada dos Estados Unidos em Havana reabriu suas portas em 2015, sob a administração do presidente democrata Barack Obama, após meio século de ruptura nas relações diplomáticas entre os países. Desde finais de 2016, 21 funcionários americanos da embaixada e alguns diplomatas canadenses manifestaram sintomas físicos, sobretudo de perda de audição, enxaquecas e náuseas e têm recebido assistência médica, alguns deles nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado. Os incidentes começaram em 2016 e o último deles foi registrado em agosto passado, apesar de as autoridades americanas terem se queixado aos homólogos cubanos e expulsado dois diplomatas da legação de Washington em maio. O chanceler americano, que qualificou os ataques de "sem precedentes", advertiu o governo cubano que é responsável pela segurança dos diplomatas que trabalham na ilha, ainda que não tenha especificado quem está por trás dos ataques. Funcionários americanos contaram à imprensa que algum tipo de dispositivo sonoro foi usado para prejudicar a saúde dos trabalhadores da legação. LESÕES CEREBRAIS O American Foreign Service Association, poderoso sindicato de diplomacia americano, disse em comunicado que "os diagnósticos incluem pequenas lesões cerebrais de origem traumática e perda permanente de audição, de equilíbrio e fortes enxaquecas, problemas cognitivos e edemas cerebrais". O Canadá também informou que um dos seus diplomatas em Cuba sofreu perda de audição e disse que trabalhava "ativamente" na investigação do que aconteceu. Segundo a cadeia de TV canadense CBC, ao menos cinco diplomatas canadenses e suas famílias foram vítimas desses ataques acústicos. O ministério de Relações Exteriores de Cuba afirmou que estava cooperando com a investigação dos Estados Unidos nesses "supostos incidentes". Na quinta-feira (14), a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, confirmou que o número de afetados tinha subido para 21. "Esperamos que esse número não cresça. Mas não podemos descartá-lo. Estamos fazendo testes médicos em nosso pessoal", disse aos jornalistas. "A investigação sobre tudo isso está em curso. É uma investigação profunda... e seguiremos com ela até descobrir quem é o responsável", acrescentou. As tensões entre os países aumentaram depois que Trump, que teve muitos votos de cidadãos cubanos nos EUA prometendo uma linha dura, deu um passo atrás na proximidade diplomática. Ele anunciou em junho o cancelamento da iniciativa de Obama de impulsionar as relações com Cuba, com restrições a viagens de americanos à ilha e proibição de transações comerciais entre empresas americanas e entidades militares cubanas.
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Schwarzenegger não gostou do 4º filme de 'O Exterminador do Futuro'
Arnold Schwarzenegger admitiu neste sábado (27), em entrevista à agência Efe, que não gostou de "O Exterminador do Futuro: A Salvação", filme de 2009, que foi o quarto da série iniciada três décadas e meia atrás, e que está sendo retomado neste ano. "Não gostei do filme. Não funcionou para mim", disse o astro nascido na Áustria, que se naturalizou americano. Schwarzenegger disse que sequer se lembra do papel que seu personagem teve no filme, em que aparece graças a inserção digital de seu rosto, para uma luta com o personagem John Connor, então interpretado por Christian Bale. O astro confirmou que foi contatado diversas vezes para participar das filmagens de "A Salvação", mas teve que recusar por causa das obrigações como governador da Califórnia. "Não tinha tempo para pensar em algo assim. Um trabalho como esse [de governador] é arrasador", explicou. À Efe, Schwarzenegger explicou que apenas em 2013, bem depois de a Paramount decidir retomar a franquia, apareceu um roteiro que o interessou. "[O produtor] David Ellison me enviou e chamei o estúdio para lê-lo. Disse que era um grande roteiro e fiz algumas anotações para realizar mudanças. Acho que a história, a ideia, se encaixava para mim, então, nos sentamos, repassamos página a página e tudo evoluiu", disse o protagonista da série. Em "O Exterminador do Futuro: Gênesis", a história da guerra entre homens e máquinas criada por James Cameron em 1984 sofre uma espécie de reinício, apresentando uma realidade diferente de a narrada em "O Exterminador do Futuro" e "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final". Schwarzenegger explicou que sua maior preocupação é que, no novo filme, seu personagem fosse fiel às sequências anteriores, e que as principais modificações que sugeriu aconteceram na descrição de cenas de ação. "Quando há um tiroteio, um humano dentro de um carro tentaria quebrar a janela para disparar, mas o Exterminador arrancaria o teto. Os roteiristas às vezes não entendem isso. O mesmo acontece nas brigas. Se o corpo do Exterminador se choca contra um carro, não bate e cai no chão, e sim parte o carro em dois", disse. Encerrado o roteiro, o estúdio contratou o diretor Alan Taylor, e definiu o elenco, que conta com Emilia Clarke, como Sarah Connor, Jason Clarke, como John Connor, Jai Courtney, como Kyle Reese, e J.K. Simmons, como O'Brien. "En janeiro de 2014, logo depois do Natal, comecei a trabalhar com o coordenador de sequências de risco", explicou o astro de "Conan, o Bárbaro" e "Predador". No passo seguinte, Schwarzenegger disse ter se preocupado com a atuação, já que voltaria a interpretar um personagem que, pelo fato de ser um robô, não fala, nem age de forma diferente. "Nesse quinto filme, ele é o mesmo, mas desta vez estou lutando para salvar a raça humana", disse o ator, que não descartou que esta seja a sua última aparição na série.
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Schwarzenegger não gostou do 4º filme de 'O Exterminador do Futuro'Arnold Schwarzenegger admitiu neste sábado (27), em entrevista à agência Efe, que não gostou de "O Exterminador do Futuro: A Salvação", filme de 2009, que foi o quarto da série iniciada três décadas e meia atrás, e que está sendo retomado neste ano. "Não gostei do filme. Não funcionou para mim", disse o astro nascido na Áustria, que se naturalizou americano. Schwarzenegger disse que sequer se lembra do papel que seu personagem teve no filme, em que aparece graças a inserção digital de seu rosto, para uma luta com o personagem John Connor, então interpretado por Christian Bale. O astro confirmou que foi contatado diversas vezes para participar das filmagens de "A Salvação", mas teve que recusar por causa das obrigações como governador da Califórnia. "Não tinha tempo para pensar em algo assim. Um trabalho como esse [de governador] é arrasador", explicou. À Efe, Schwarzenegger explicou que apenas em 2013, bem depois de a Paramount decidir retomar a franquia, apareceu um roteiro que o interessou. "[O produtor] David Ellison me enviou e chamei o estúdio para lê-lo. Disse que era um grande roteiro e fiz algumas anotações para realizar mudanças. Acho que a história, a ideia, se encaixava para mim, então, nos sentamos, repassamos página a página e tudo evoluiu", disse o protagonista da série. Em "O Exterminador do Futuro: Gênesis", a história da guerra entre homens e máquinas criada por James Cameron em 1984 sofre uma espécie de reinício, apresentando uma realidade diferente de a narrada em "O Exterminador do Futuro" e "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final". Schwarzenegger explicou que sua maior preocupação é que, no novo filme, seu personagem fosse fiel às sequências anteriores, e que as principais modificações que sugeriu aconteceram na descrição de cenas de ação. "Quando há um tiroteio, um humano dentro de um carro tentaria quebrar a janela para disparar, mas o Exterminador arrancaria o teto. Os roteiristas às vezes não entendem isso. O mesmo acontece nas brigas. Se o corpo do Exterminador se choca contra um carro, não bate e cai no chão, e sim parte o carro em dois", disse. Encerrado o roteiro, o estúdio contratou o diretor Alan Taylor, e definiu o elenco, que conta com Emilia Clarke, como Sarah Connor, Jason Clarke, como John Connor, Jai Courtney, como Kyle Reese, e J.K. Simmons, como O'Brien. "En janeiro de 2014, logo depois do Natal, comecei a trabalhar com o coordenador de sequências de risco", explicou o astro de "Conan, o Bárbaro" e "Predador". No passo seguinte, Schwarzenegger disse ter se preocupado com a atuação, já que voltaria a interpretar um personagem que, pelo fato de ser um robô, não fala, nem age de forma diferente. "Nesse quinto filme, ele é o mesmo, mas desta vez estou lutando para salvar a raça humana", disse o ator, que não descartou que esta seja a sua última aparição na série.
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'Birdman' leva prêmio de melhor elenco no SAG Awards
"Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)", um filme satírico sobre como agir no mundo implacável do show business, ganhou os principais prêmios da associação de atores de Hollywood (o Screen Actors Guild), em uma importante demonstração de apoio à sua trajetória para o Oscar de melhor filme. Os atores de "Birdman" foram escolhidos como o melhor elenco de filme pelo SAG um dia depois de seu diretor, o mexicano Alejandro G. Iñárritu, ter sido premiado pela associação dos produtores de cinema de Holywood. Embora o prêmio SAG de melhor elenco nem sempre se traduza na conquista do Oscar de melhor filme, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, ele indica que os atores, o maior bloco de eleitores do Oscar, favorecem esse filme em detrimento de outro forte concorrente, "Boyhood - da Infância à Juventude". Michael Keaton, cuja própria trajetória irregular na carreira espelha as agruras do protagonista de "Birdman", Riggan Thomson, disse que tinha certeza de que os cerca de 100 mil membros do SAG encontrariam uma alma gêmea no filme. "Acho que os atores amaram esse filme por mostrar a coragem que os atores tiveram, de ir lá fora e dizer toda a verdade", disse Keaton. "Acho que é por isso que, respeitosamente, eles os viram como um grupo que merecia ganhar o prêmio." "Birdman" pode consolidar a sua condição de favorito para o Oscar, marcado para 22 de fevereiro, se levar o prêmio principal da associação dos diretores, dentro de duas semanas. Os prêmios individuais do SAG foram para os quatro artistas que ganharam Globos de Ouro há duas semanas: Julianne Moore, Eddie Redmayne, Patricia Arquette e JK Simmons. Membros do SAG valorizaram os desempenhos de dois atores que interpretaram personagens com doenças graves. Moore ganhou como melhor atriz por seu papel de uma mulher com Alzheimer precoce em "Para Sempre Alice", enquanto o ator britânico Redmayne levou o prêmio de melhor ator por sua interpretação do físico Stephen Hawking, incapacitado por doença neurológica, em "A Teoria de Tudo". Poucos dias atrás, "Boyhood", do diretor Richard Linklater, era tido como um dos favoritos para o Oscar de melhor filme em razão do aumento do apoio na Academia para seu persistente projeto: filmar a vida de um menino de 12 anos com os mesmos atores e com pouco apoio de Hollywood. Patricia Arquette ganhou o troféu de melhor atriz por seu papel de uma amorosa mãe solteira "em Boyhood", seu primeiro SAG em seis indicações. "Este pequeno filme não é sobre a pessoa mais excepcional na Terra... este filme é sobre seres humanos e levar a vida real para a tela", disse a atriz nos bastidores. Simmons, um ator com um longo currículo na televisão e no cinema, foi homenageado pelo papel de um intenso professor de música de um jovem baterista de jazz no filme independente, "Whiplash - Em Busca da Perfeição". Nos prêmios de televisão, foi uma noite particularmente forte para a Netflix. "Orange is the New Black" ganhou como melhor elenco de comédia e melhor atriz para Uzo Aduba. Kevin Spacey levou o prêmio de melhor ator em série dramática pelo thriller político "House of Cards". Mas também foi uma grande noite para reconhecer a diversidade em Hollywood, um tema muito debatido nesta temporada de premiações. Atrizes negras conquistaram dois dos principais prêmios. Além de Uzo, Viola Davis ganhou como melhor atriz em série dramática no papel de uma advogada em "How to Get Away with Murder".
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'Birdman' leva prêmio de melhor elenco no SAG Awards"Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)", um filme satírico sobre como agir no mundo implacável do show business, ganhou os principais prêmios da associação de atores de Hollywood (o Screen Actors Guild), em uma importante demonstração de apoio à sua trajetória para o Oscar de melhor filme. Os atores de "Birdman" foram escolhidos como o melhor elenco de filme pelo SAG um dia depois de seu diretor, o mexicano Alejandro G. Iñárritu, ter sido premiado pela associação dos produtores de cinema de Holywood. Embora o prêmio SAG de melhor elenco nem sempre se traduza na conquista do Oscar de melhor filme, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, ele indica que os atores, o maior bloco de eleitores do Oscar, favorecem esse filme em detrimento de outro forte concorrente, "Boyhood - da Infância à Juventude". Michael Keaton, cuja própria trajetória irregular na carreira espelha as agruras do protagonista de "Birdman", Riggan Thomson, disse que tinha certeza de que os cerca de 100 mil membros do SAG encontrariam uma alma gêmea no filme. "Acho que os atores amaram esse filme por mostrar a coragem que os atores tiveram, de ir lá fora e dizer toda a verdade", disse Keaton. "Acho que é por isso que, respeitosamente, eles os viram como um grupo que merecia ganhar o prêmio." "Birdman" pode consolidar a sua condição de favorito para o Oscar, marcado para 22 de fevereiro, se levar o prêmio principal da associação dos diretores, dentro de duas semanas. Os prêmios individuais do SAG foram para os quatro artistas que ganharam Globos de Ouro há duas semanas: Julianne Moore, Eddie Redmayne, Patricia Arquette e JK Simmons. Membros do SAG valorizaram os desempenhos de dois atores que interpretaram personagens com doenças graves. Moore ganhou como melhor atriz por seu papel de uma mulher com Alzheimer precoce em "Para Sempre Alice", enquanto o ator britânico Redmayne levou o prêmio de melhor ator por sua interpretação do físico Stephen Hawking, incapacitado por doença neurológica, em "A Teoria de Tudo". Poucos dias atrás, "Boyhood", do diretor Richard Linklater, era tido como um dos favoritos para o Oscar de melhor filme em razão do aumento do apoio na Academia para seu persistente projeto: filmar a vida de um menino de 12 anos com os mesmos atores e com pouco apoio de Hollywood. Patricia Arquette ganhou o troféu de melhor atriz por seu papel de uma amorosa mãe solteira "em Boyhood", seu primeiro SAG em seis indicações. "Este pequeno filme não é sobre a pessoa mais excepcional na Terra... este filme é sobre seres humanos e levar a vida real para a tela", disse a atriz nos bastidores. Simmons, um ator com um longo currículo na televisão e no cinema, foi homenageado pelo papel de um intenso professor de música de um jovem baterista de jazz no filme independente, "Whiplash - Em Busca da Perfeição". Nos prêmios de televisão, foi uma noite particularmente forte para a Netflix. "Orange is the New Black" ganhou como melhor elenco de comédia e melhor atriz para Uzo Aduba. Kevin Spacey levou o prêmio de melhor ator em série dramática pelo thriller político "House of Cards". Mas também foi uma grande noite para reconhecer a diversidade em Hollywood, um tema muito debatido nesta temporada de premiações. Atrizes negras conquistaram dois dos principais prêmios. Além de Uzo, Viola Davis ganhou como melhor atriz em série dramática no papel de uma advogada em "How to Get Away with Murder".
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Álbum que John Lennon autografou para seu assassino é colocado à venda
A edição de "Double Fantasy" autografada por John Lennon para seu assassino está sendo vendida por US$ 1,5 milhão - ou cerca de R$ 4,7 milhões. O site "Moments in Time" anunciou a venda do álbum na segunda-feira (17). A cópia do disco foi assinada pelo ex-beatle e entregue à Mark David Chapman, o homem que o matou horas após receber o autógrafo. Em 8 dezembro de 1980, Chapman atirou em Lennon na entrada do edifício Dakota, em Nova York, onde o cantor morava com sua mulher, Yoko. Após os disparos, um funcionário do prédio encontrou o álbum e o entregou à polícia, que utilizou o objeto como evidência contra Chapman, condenado a prisão perpétua. Anos depois, o disco foi devolvido ao homem que o encontrou como forma de gratidão. A edição foi vendida em 1999 por US$ 150 mil.
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Álbum que John Lennon autografou para seu assassino é colocado à vendaA edição de "Double Fantasy" autografada por John Lennon para seu assassino está sendo vendida por US$ 1,5 milhão - ou cerca de R$ 4,7 milhões. O site "Moments in Time" anunciou a venda do álbum na segunda-feira (17). A cópia do disco foi assinada pelo ex-beatle e entregue à Mark David Chapman, o homem que o matou horas após receber o autógrafo. Em 8 dezembro de 1980, Chapman atirou em Lennon na entrada do edifício Dakota, em Nova York, onde o cantor morava com sua mulher, Yoko. Após os disparos, um funcionário do prédio encontrou o álbum e o entregou à polícia, que utilizou o objeto como evidência contra Chapman, condenado a prisão perpétua. Anos depois, o disco foi devolvido ao homem que o encontrou como forma de gratidão. A edição foi vendida em 1999 por US$ 150 mil.
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Relembre brasileiros que você já se esqueceu que disputaram Barcelona x Real Madrid
Romário, Rivaldo, Neymar, Ronaldo, Roberto Carlos, Kaká. É fácil lembrar dos grandes astros do futebol brasileiro que escreveram a história dos confrontos entre Barcelona e Real Madrid. Mas não foram apenas jogadores inesquecíveis que participaram do maior clássico do futebol espanhol. Às vésperas de mais um encontro entre Barça e Real, neste domingo (22), a Folha preparou uma lista de brasileiros que já disputaram o clássico e que você talvez não lembre. O volante gaúcho chegou com ares de grande revelação do futebol brasileiro ao Barcelona em 2001, depois de se destacar pelo Internacional. No ano seguinte, foi titular nas duas partidas contra o Real pela semifinal da Liga dos Campeões. Os catalães perderam uma, empataram outra e não foram para a decisão. O volante que era ofuscado pelos craques que o Palmeiras tinha nos anos 1990 e disputou a Copa do Mundo de 1998, ficou no Real Madrid de 2000 a 2003. Assim como Rochemback, ele também participou das semifinais da Liga dos Campeões de 2002. Mas, ao contrário do brasileiro do Barcelona, deu até passe para gol. O meia-atacante revelado pelo Cruzeiro custou US$ 18 milhões, em 2001, e faz parte da lista de grandes decepções da história do Barcelona. É outro da turma que esteve nas semifinais da Liga dos Campeões. Mas saiu do banco nos dois jogos e não balançou as redes. Pouco conhecido no Brasil, desembarcou no Real Madrid em 1999 depois de se destacar em Honduras e no Valladolid, um pequeno espanhol. O zagueiro, que pouco atuou como titular, teve a chance de ouro de começar jogando contra o Barcelona no primeiro turno do Campeonato Espanhol 1999/2000. A partida terminou empatada por 2 a 2. Nos tempos em que atacantes brasileiros eram tratados como ouro na Europa, o atacante foi contratado pelo Barcelona para substituir ninguém menos que Ronaldo, em 1997. O futebol passou longe de ser o do Fenômeno, mas Sonny Anderson deixou seus golzinhos no arquirrival: marcou em dois clássicos contra o Real Madrid em 1998. Quando ainda era um jovem em começo de carreira, o hoje quarentão lateral esquerdo do Palmeiras passou um ano defendendo o Real Madrid. Com a concorrência de Roberto Carlos, jogou pouco. Mas participou dos dois jogos contra o Barcelona pela Supercopa da Espanha de 1997. Medalhista de prata com a seleção olímpica do Brasil em Pequim-1988, o zagueiro trocou o Internacional pelo Barcelona naquele ano. Em duas temporadas na Espanha, teve até o prazer de conquistar uma taça sobre o Real – participou dos primeiros 23 minutos da vitória por 2 a 0 na decisão da Copa do Rei de 1990. Antes de fazer parte do tetra da seleção do tetra, em 1994, Ricardo Rocha passou dois anos no miolo de zaga do Real Madrid. Entre 1991 e 1993, foi titular em pelo menos quatro clássicos contra o Barcelona. Empatou três e venceu um.
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Relembre brasileiros que você já se esqueceu que disputaram Barcelona x Real MadridRomário, Rivaldo, Neymar, Ronaldo, Roberto Carlos, Kaká. É fácil lembrar dos grandes astros do futebol brasileiro que escreveram a história dos confrontos entre Barcelona e Real Madrid. Mas não foram apenas jogadores inesquecíveis que participaram do maior clássico do futebol espanhol. Às vésperas de mais um encontro entre Barça e Real, neste domingo (22), a Folha preparou uma lista de brasileiros que já disputaram o clássico e que você talvez não lembre. O volante gaúcho chegou com ares de grande revelação do futebol brasileiro ao Barcelona em 2001, depois de se destacar pelo Internacional. No ano seguinte, foi titular nas duas partidas contra o Real pela semifinal da Liga dos Campeões. Os catalães perderam uma, empataram outra e não foram para a decisão. O volante que era ofuscado pelos craques que o Palmeiras tinha nos anos 1990 e disputou a Copa do Mundo de 1998, ficou no Real Madrid de 2000 a 2003. Assim como Rochemback, ele também participou das semifinais da Liga dos Campeões de 2002. Mas, ao contrário do brasileiro do Barcelona, deu até passe para gol. O meia-atacante revelado pelo Cruzeiro custou US$ 18 milhões, em 2001, e faz parte da lista de grandes decepções da história do Barcelona. É outro da turma que esteve nas semifinais da Liga dos Campeões. Mas saiu do banco nos dois jogos e não balançou as redes. Pouco conhecido no Brasil, desembarcou no Real Madrid em 1999 depois de se destacar em Honduras e no Valladolid, um pequeno espanhol. O zagueiro, que pouco atuou como titular, teve a chance de ouro de começar jogando contra o Barcelona no primeiro turno do Campeonato Espanhol 1999/2000. A partida terminou empatada por 2 a 2. Nos tempos em que atacantes brasileiros eram tratados como ouro na Europa, o atacante foi contratado pelo Barcelona para substituir ninguém menos que Ronaldo, em 1997. O futebol passou longe de ser o do Fenômeno, mas Sonny Anderson deixou seus golzinhos no arquirrival: marcou em dois clássicos contra o Real Madrid em 1998. Quando ainda era um jovem em começo de carreira, o hoje quarentão lateral esquerdo do Palmeiras passou um ano defendendo o Real Madrid. Com a concorrência de Roberto Carlos, jogou pouco. Mas participou dos dois jogos contra o Barcelona pela Supercopa da Espanha de 1997. Medalhista de prata com a seleção olímpica do Brasil em Pequim-1988, o zagueiro trocou o Internacional pelo Barcelona naquele ano. Em duas temporadas na Espanha, teve até o prazer de conquistar uma taça sobre o Real – participou dos primeiros 23 minutos da vitória por 2 a 0 na decisão da Copa do Rei de 1990. Antes de fazer parte do tetra da seleção do tetra, em 1994, Ricardo Rocha passou dois anos no miolo de zaga do Real Madrid. Entre 1991 e 1993, foi titular em pelo menos quatro clássicos contra o Barcelona. Empatou três e venceu um.
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Escritor que postou charge sobre o islã em rede social é assassinado a tiros
O escritor e chargista jordaniano Nahed Hattar foi assassinado neste domingo (25), em Amã, quando saía de um tribunal onde era julgado pela difusão de uma caricatura considerada ofensiva ao Islã, informou a agência oficial Petra. O assassino, que matou Hattar com três tiros, foi detido, mas não teve a identidade revelada. O fato aconteceu diante do tribunal de Abdali, centro de Amã, capital da Jordânia, segundo testemunhas. Nahed Hattar, de 56 anos, de religião cristã, foi detido em 13 de agosto depois de postar em sua página no Facebook uma charge na qual debochava dos extremistas do grupo sunita Estado Islâmico (EI). Hattar havia sido acusado pelas autoridades de "insulto ao Islã". O Islã proíbe qualquer tipo de representação de Deus. Em setembro passado, Hattar foi colocado em liberdade sob fiança, à espera do julgamento que aconteceria este domingo. Depois de ter causado grande comoção nas redes sociais, o escritor tirou a charge —que não é de sua autoria— de sua página. Hattar explicou que a charge criticava "os terroristas e a forma que se imaginam no paraíso, e que de forma alguma ofende Deus". A Jordânia é membro ativo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos e combate o grupo EI no Iraque e na Síria. O reino, que há anos teme um contágio da ameaça extremista em seu território, foi cenário nos últimos tempos de dois atentados, um contra seus serviços secretos (cinco mortos) e outro, reivindicado pelo EI, contra guardas da fronteira (sete mortos).
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Escritor que postou charge sobre o islã em rede social é assassinado a tirosO escritor e chargista jordaniano Nahed Hattar foi assassinado neste domingo (25), em Amã, quando saía de um tribunal onde era julgado pela difusão de uma caricatura considerada ofensiva ao Islã, informou a agência oficial Petra. O assassino, que matou Hattar com três tiros, foi detido, mas não teve a identidade revelada. O fato aconteceu diante do tribunal de Abdali, centro de Amã, capital da Jordânia, segundo testemunhas. Nahed Hattar, de 56 anos, de religião cristã, foi detido em 13 de agosto depois de postar em sua página no Facebook uma charge na qual debochava dos extremistas do grupo sunita Estado Islâmico (EI). Hattar havia sido acusado pelas autoridades de "insulto ao Islã". O Islã proíbe qualquer tipo de representação de Deus. Em setembro passado, Hattar foi colocado em liberdade sob fiança, à espera do julgamento que aconteceria este domingo. Depois de ter causado grande comoção nas redes sociais, o escritor tirou a charge —que não é de sua autoria— de sua página. Hattar explicou que a charge criticava "os terroristas e a forma que se imaginam no paraíso, e que de forma alguma ofende Deus". A Jordânia é membro ativo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos e combate o grupo EI no Iraque e na Síria. O reino, que há anos teme um contágio da ameaça extremista em seu território, foi cenário nos últimos tempos de dois atentados, um contra seus serviços secretos (cinco mortos) e outro, reivindicado pelo EI, contra guardas da fronteira (sete mortos).
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Relatório de banco francês aponta contração de 2% do PIB brasileiro
O relatório de Perspectiva Global do banco francês BNP Paribas aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro contrairá 2% neste ano, o dobro da previsão que a entidade fez há três meses, informou nesta sexta-feira (3) a instituição. O capítulo brasileiro do relatório trimestral Global Markets mostrou que as autoridades econômicas, como o Ministério da Fazenda e o Banco Central, "têm dificuldades para fazer os números se encaixarem". O PIB avançou 0,1% em 2014, praticamente um estado de estagnação, e as previsões dos analistas consultados semanalmente pelo Banco Central são de uma contração de 1% para este ano. A perspectiva da inflação, no entanto, foi revisada pelo BNP Paribas de 8% a 9%, ambas acima do teto limite da meta oficial, situado em 6,5%. A "pressão" externa, com a "desaceleração do crescimento" na China, o principal comprador das matérias-primas brasileiras, e as turbulências internas, farão com que o país "aperte" suas medidas de controle inflacionário e fiscal, indicou o documento. "O crescimento do Brasil terá um forte golpe. O endurecimento fiscal pesará sobre o governo", ressaltou o banco, sobre um cenário que pode afetar o consumo e aumentar o desemprego, "endurecer" o acesso ao crédito e "debilitar" os investimentos. Para o banco francês, "o ajuste inevitável agora está alimentando a inflação", mas como o real está "substancialmente mais frágil", soa como algo "positivo para as contas externas", determinadas em dólares. Para a taxa básica de juros, atualmente em 12,75%, o cálculo do banco francês é que o Brasil termine o ano com um aumento que a localizará entre 13% e 14%. "A maior inflação requereria um novo aumento das taxas de juros", que poderiam ter cortes com indícios da recuperação econômica em 2016, concluiu.
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Relatório de banco francês aponta contração de 2% do PIB brasileiroO relatório de Perspectiva Global do banco francês BNP Paribas aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro contrairá 2% neste ano, o dobro da previsão que a entidade fez há três meses, informou nesta sexta-feira (3) a instituição. O capítulo brasileiro do relatório trimestral Global Markets mostrou que as autoridades econômicas, como o Ministério da Fazenda e o Banco Central, "têm dificuldades para fazer os números se encaixarem". O PIB avançou 0,1% em 2014, praticamente um estado de estagnação, e as previsões dos analistas consultados semanalmente pelo Banco Central são de uma contração de 1% para este ano. A perspectiva da inflação, no entanto, foi revisada pelo BNP Paribas de 8% a 9%, ambas acima do teto limite da meta oficial, situado em 6,5%. A "pressão" externa, com a "desaceleração do crescimento" na China, o principal comprador das matérias-primas brasileiras, e as turbulências internas, farão com que o país "aperte" suas medidas de controle inflacionário e fiscal, indicou o documento. "O crescimento do Brasil terá um forte golpe. O endurecimento fiscal pesará sobre o governo", ressaltou o banco, sobre um cenário que pode afetar o consumo e aumentar o desemprego, "endurecer" o acesso ao crédito e "debilitar" os investimentos. Para o banco francês, "o ajuste inevitável agora está alimentando a inflação", mas como o real está "substancialmente mais frágil", soa como algo "positivo para as contas externas", determinadas em dólares. Para a taxa básica de juros, atualmente em 12,75%, o cálculo do banco francês é que o Brasil termine o ano com um aumento que a localizará entre 13% e 14%. "A maior inflação requereria um novo aumento das taxas de juros", que poderiam ter cortes com indícios da recuperação econômica em 2016, concluiu.
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EUA condenam sequestro de chefe de gabinete do Iêmen
A embaixada dos Estados Unidos em Sana pediu neste sábado (17) em comunicado a libertação imediata de Ahmed Awad Mubarak, chefe de gabinete do presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, sequestrado nesta manhã quando se dirigia ao palácio presidencial. A embaixada americana qualificou o sequestro de "tática intimidatória, que busca silenciar as vozes que defendem a paz e a estabilidade no Iêmen". Os Estados Unidos ressaltaram que o Iêmen se encontra em "uma encruzilhada" e que os desafios políticos que enfrenta só serão resolvidos mediante "um diálogo pacífico" sobre vários temas, como a Constituição. A embaixadora britânica em Sana, Jane Marriott, expressou sua preocupação pelo sucedido e pediu a libertação de Mubarak, ao lembrar que ele teve um grande papel em defender a revolução de 2011, que tirou Ali Abdullah Saleh, aliado dos houthis, do poder. Neste sábado um grupo de houthis, alguns vestidos com uniforme militar, pararam o carro em que Mubarak estava na rua Al Setin a caminho do palácio presidencial e o levaram para um paradeiro desconhecido. Uma fonte de segurança disse que um dos motivos desse sequestro pode ser evitar a entrega da minuta da nova Constituição iemenita à instituição nacional que deve convocar um referendo. O projeto de Carta Magna estipula a divisão do país em seis regiões sob um novo Estado federal, o que é rejeitado pelo movimento xiita, que quer dividir o país em duas províncias. Segundo a televisão "Al Masira", dois houthis, representantes do movimento, se retiraram de uma reunião com Hadi por sua oposição à minuta. O sequestro evidência de novo a complicada relação entre a presidência e os houthis, que controlam sete províncias do Iêmen desde setembro, entre elas Sana. Os houthis ocuparam os edifícios governamentais de Sana, estabeleceram postos de controle nas cidades em suas mãos e invadiram escritórios e casas de membros do Executivo e de grupos rivais. No início desse mês Hadi acordou com os houthis iniciar um diálogo para pôr fim às diferenças, agravadas pela contínua expansão militar do movimento, que descumpre um acordo assinado em 21 de setembro. Esse pacto estipula a retirada dos milicianos houthis das cidades, e define a presença deste movimento em todos os órgãos do Estado, tanto civis como militares. Por isso, nas últimas semanas, pessoas ligadas aos houthis foram nomeadas para altos postos, como é o caso do general Abdelrazeq al Maruni, designado líder das Forças de Segurança Especiais.
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EUA condenam sequestro de chefe de gabinete do IêmenA embaixada dos Estados Unidos em Sana pediu neste sábado (17) em comunicado a libertação imediata de Ahmed Awad Mubarak, chefe de gabinete do presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, sequestrado nesta manhã quando se dirigia ao palácio presidencial. A embaixada americana qualificou o sequestro de "tática intimidatória, que busca silenciar as vozes que defendem a paz e a estabilidade no Iêmen". Os Estados Unidos ressaltaram que o Iêmen se encontra em "uma encruzilhada" e que os desafios políticos que enfrenta só serão resolvidos mediante "um diálogo pacífico" sobre vários temas, como a Constituição. A embaixadora britânica em Sana, Jane Marriott, expressou sua preocupação pelo sucedido e pediu a libertação de Mubarak, ao lembrar que ele teve um grande papel em defender a revolução de 2011, que tirou Ali Abdullah Saleh, aliado dos houthis, do poder. Neste sábado um grupo de houthis, alguns vestidos com uniforme militar, pararam o carro em que Mubarak estava na rua Al Setin a caminho do palácio presidencial e o levaram para um paradeiro desconhecido. Uma fonte de segurança disse que um dos motivos desse sequestro pode ser evitar a entrega da minuta da nova Constituição iemenita à instituição nacional que deve convocar um referendo. O projeto de Carta Magna estipula a divisão do país em seis regiões sob um novo Estado federal, o que é rejeitado pelo movimento xiita, que quer dividir o país em duas províncias. Segundo a televisão "Al Masira", dois houthis, representantes do movimento, se retiraram de uma reunião com Hadi por sua oposição à minuta. O sequestro evidência de novo a complicada relação entre a presidência e os houthis, que controlam sete províncias do Iêmen desde setembro, entre elas Sana. Os houthis ocuparam os edifícios governamentais de Sana, estabeleceram postos de controle nas cidades em suas mãos e invadiram escritórios e casas de membros do Executivo e de grupos rivais. No início desse mês Hadi acordou com os houthis iniciar um diálogo para pôr fim às diferenças, agravadas pela contínua expansão militar do movimento, que descumpre um acordo assinado em 21 de setembro. Esse pacto estipula a retirada dos milicianos houthis das cidades, e define a presença deste movimento em todos os órgãos do Estado, tanto civis como militares. Por isso, nas últimas semanas, pessoas ligadas aos houthis foram nomeadas para altos postos, como é o caso do general Abdelrazeq al Maruni, designado líder das Forças de Segurança Especiais.
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Morte da Guerra Fria na América Latina
Os últimos resquícios da Guerra Fria na América Latina morrem entre os dias 21 e 23 de março deste ano. Dois fatos marcantes acontecem naqueles dias. Nos dias 21 e 22 do próximo mês, Barack Obama visita Cuba. O último presidente norte americano que esteve em Cuba foi Calvin Coolidge em 1928. Cuba ainda vivia sob a Emenda Platt, aquela que os EUA colocaram na Constituição do país de que, se houvessem problemas sociais e políticos, os EUA estavam autorizados a invadirem a pequena ilha do Caribe. Em janeiro de 1959, Fidel Castro tomou o poder e logo marcha para o lado dos soviéticos. Em 1962, os norte-americanos descobrem que a União Soviética estava colocando mísseis em Cuba voltados para os EUA. Foi um alvoroço, momento que o mundo esteve mais perto de uma guerra nuclear entre as duas superpotências. Houve um acordo e é aceito que os EUA se comprometeram em não invadirem Cuba, mas irão impor um duro bloqueio econômico ao país. Os soviéticos passaram a bancar os cubanos. Agora veio a reaproximação e fatos começaram a acontecer. Uma fábrica de tratores dos EUA vai se instalar em Cuba e vender para a iniciativa privada. Avião comercial dos EUA fará voos regulares para Havana. Acredita-se ainda que o bloqueio econômico seja suspenso e a prisão em Guantánamo fechada. E, para coroar o momento, Obama vai ao país naqueles dias de março. Morre ali um dos últimos símbolos da Guerra Fria. Interessantemente, no dia 23 de março, também em Havana, a Farc ou Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia assina um acordo de paz com o governo colombiano. É uma guerrilha que começou em 1964. Morreram mais de 220 mil pessoas no conflito e milhares de outras deslocaram de seus lugares por causa da dura luta entre os lados nesses mais de 50 anos. Morre ali também outro símbolo da Guerra Fria. Nos muitos pontos do acordo se prevê a participação dos antigos guerrilheiros na política e também afastamento ou apoio ao narcotráfico (uma das fontes de sustento da guerrilha). Este ponto deveria preocupar o Brasil. Já está provado que os seguidos ataques aos que fabricam cocaína na Colômbia e Peru fez com que muitos fossem para a Bolívia. O acordo com a Farc fará mais gente envolvida na produção de cocaína ir para o país vizinho. Voltando à morte da Guerra Fria na América Latina. Acaba em março, portanto, o sonho de muitos de se ter na região um bastião socialista para servir de modelo para outros lugares do mundo. O capitalismo deve ser o caminho. Talvez seja por isso que simbolicamente Barack Obama esteja indo a Cuba justamente naqueles dias. E, para completar, irá à Argentina, ficando até o dia 24 de março, lugar que pode ter começado o desmonte do populismo de esquerda na região. Também, no dia 25 de março, pela primeira vez, um dos símbolos do modo de ser do mundo capitalista, os Rolling Stones, estarão se apresentando gratuitamente em Havana. Coincidências interessantes entre os dias 21 e 25 de março. ALFREDO DA MOTA MENEZES é doutor em história da América Latina pela Tulane University, EUA. Publicou, entre outros, "Ingênuos, Pobres e Católicos - a Relação dos EUA com a América Latina" * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Morte da Guerra Fria na América LatinaOs últimos resquícios da Guerra Fria na América Latina morrem entre os dias 21 e 23 de março deste ano. Dois fatos marcantes acontecem naqueles dias. Nos dias 21 e 22 do próximo mês, Barack Obama visita Cuba. O último presidente norte americano que esteve em Cuba foi Calvin Coolidge em 1928. Cuba ainda vivia sob a Emenda Platt, aquela que os EUA colocaram na Constituição do país de que, se houvessem problemas sociais e políticos, os EUA estavam autorizados a invadirem a pequena ilha do Caribe. Em janeiro de 1959, Fidel Castro tomou o poder e logo marcha para o lado dos soviéticos. Em 1962, os norte-americanos descobrem que a União Soviética estava colocando mísseis em Cuba voltados para os EUA. Foi um alvoroço, momento que o mundo esteve mais perto de uma guerra nuclear entre as duas superpotências. Houve um acordo e é aceito que os EUA se comprometeram em não invadirem Cuba, mas irão impor um duro bloqueio econômico ao país. Os soviéticos passaram a bancar os cubanos. Agora veio a reaproximação e fatos começaram a acontecer. Uma fábrica de tratores dos EUA vai se instalar em Cuba e vender para a iniciativa privada. Avião comercial dos EUA fará voos regulares para Havana. Acredita-se ainda que o bloqueio econômico seja suspenso e a prisão em Guantánamo fechada. E, para coroar o momento, Obama vai ao país naqueles dias de março. Morre ali um dos últimos símbolos da Guerra Fria. Interessantemente, no dia 23 de março, também em Havana, a Farc ou Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia assina um acordo de paz com o governo colombiano. É uma guerrilha que começou em 1964. Morreram mais de 220 mil pessoas no conflito e milhares de outras deslocaram de seus lugares por causa da dura luta entre os lados nesses mais de 50 anos. Morre ali também outro símbolo da Guerra Fria. Nos muitos pontos do acordo se prevê a participação dos antigos guerrilheiros na política e também afastamento ou apoio ao narcotráfico (uma das fontes de sustento da guerrilha). Este ponto deveria preocupar o Brasil. Já está provado que os seguidos ataques aos que fabricam cocaína na Colômbia e Peru fez com que muitos fossem para a Bolívia. O acordo com a Farc fará mais gente envolvida na produção de cocaína ir para o país vizinho. Voltando à morte da Guerra Fria na América Latina. Acaba em março, portanto, o sonho de muitos de se ter na região um bastião socialista para servir de modelo para outros lugares do mundo. O capitalismo deve ser o caminho. Talvez seja por isso que simbolicamente Barack Obama esteja indo a Cuba justamente naqueles dias. E, para completar, irá à Argentina, ficando até o dia 24 de março, lugar que pode ter começado o desmonte do populismo de esquerda na região. Também, no dia 25 de março, pela primeira vez, um dos símbolos do modo de ser do mundo capitalista, os Rolling Stones, estarão se apresentando gratuitamente em Havana. Coincidências interessantes entre os dias 21 e 25 de março. ALFREDO DA MOTA MENEZES é doutor em história da América Latina pela Tulane University, EUA. Publicou, entre outros, "Ingênuos, Pobres e Católicos - a Relação dos EUA com a América Latina" * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Acorda, São Paulo
O Butantã tem a população de Bauru. O Campo Limpo abrigaria uma Londrina. A Freguesia do Ó tem a dimensão de Taubaté. A Penha é como Mauá. Assim como a população de Pirituba equivale à de São José do Rio Preto. Estamos falando de grandes cidades dentro de uma cidade-estado. Essa é a nossa São Paulo. Um plano de zoneamento para localidades tão diferentes como Cidade Tiradentes e Lapa não pode ser igual. Jorge Wilheim, no Plano Diretor (2002), executou os Planos Regionais para dar autonomia junto a cada subprefeitura na discussão de suas prioridades, conseguindo a adequação do zoneamento às necessidades urbanísticas e às particularidades de cada região. O zoneamento proposto pela prefeitura, vendido como "modernidade" e melhoria de vida para a população, é exatamente o contrário. Diminui a qualidade de vida nas áreas residenciais, desfigura bairros inteiros e agrava a situação dos moradores da periferia. Um dano irreparável serão as zonas estritamente residenciais (ZERs), que deveriam ser protegidas, mas estão ameaçadas pelo excesso de corredores comerciais com impacto devastador e algumas serão extintas. Vão virar zonas mistas e, daí para a frente, com nomes sub-reptícios como zonas predominantemente residenciais (ZPRs). Na Lapa, por exemplo, mais de 25 ruas residenciais serão reclassificadas como novos corredores. Ademais, a proposta de zoneamento também coloca em risco ambiental a cidade em razão de um mecanismo que permitirá o desmate e construções em áreas verdes públicas, como parques e praças, sob o argumento de necessidade de equipamentos públicos e com falsa compensação ambiental. Na hora em que foram suprimidos os instrumentos de controle de verticalização pelo estoque construtivo e seus estudos prévios de suporte da infraestrutura, do sistema de transportes e viário autorizadores de novos estoques nos distritos, a verticalização ficou incontrolável. Algo para a atenção do Ministério Público é a flagrante ilegalidade do projeto, que ignora de modo proposital a carta geotécnica da cidade. Há o incentivo à ocupação de praticamente todas as áreas de várzea que ainda existem na zona urbana, selando-se fontes hídricas com intensa permissividade ao asfalto e a grandes empreendimentos. A proposta vai na contramão do que buscam todas as grandes cidades do mundo em matéria de crescimento sustentável. No cenário não tão distante, São Paulo ficará sufocada ambientalmente e ainda mais cara para morar. Esse plano interessa somente ao setor imobiliário. Só não irá adiante por pressão popular. É hora de uma forte mobilização em defesa de São Paulo!
colunas
Acorda, São PauloO Butantã tem a população de Bauru. O Campo Limpo abrigaria uma Londrina. A Freguesia do Ó tem a dimensão de Taubaté. A Penha é como Mauá. Assim como a população de Pirituba equivale à de São José do Rio Preto. Estamos falando de grandes cidades dentro de uma cidade-estado. Essa é a nossa São Paulo. Um plano de zoneamento para localidades tão diferentes como Cidade Tiradentes e Lapa não pode ser igual. Jorge Wilheim, no Plano Diretor (2002), executou os Planos Regionais para dar autonomia junto a cada subprefeitura na discussão de suas prioridades, conseguindo a adequação do zoneamento às necessidades urbanísticas e às particularidades de cada região. O zoneamento proposto pela prefeitura, vendido como "modernidade" e melhoria de vida para a população, é exatamente o contrário. Diminui a qualidade de vida nas áreas residenciais, desfigura bairros inteiros e agrava a situação dos moradores da periferia. Um dano irreparável serão as zonas estritamente residenciais (ZERs), que deveriam ser protegidas, mas estão ameaçadas pelo excesso de corredores comerciais com impacto devastador e algumas serão extintas. Vão virar zonas mistas e, daí para a frente, com nomes sub-reptícios como zonas predominantemente residenciais (ZPRs). Na Lapa, por exemplo, mais de 25 ruas residenciais serão reclassificadas como novos corredores. Ademais, a proposta de zoneamento também coloca em risco ambiental a cidade em razão de um mecanismo que permitirá o desmate e construções em áreas verdes públicas, como parques e praças, sob o argumento de necessidade de equipamentos públicos e com falsa compensação ambiental. Na hora em que foram suprimidos os instrumentos de controle de verticalização pelo estoque construtivo e seus estudos prévios de suporte da infraestrutura, do sistema de transportes e viário autorizadores de novos estoques nos distritos, a verticalização ficou incontrolável. Algo para a atenção do Ministério Público é a flagrante ilegalidade do projeto, que ignora de modo proposital a carta geotécnica da cidade. Há o incentivo à ocupação de praticamente todas as áreas de várzea que ainda existem na zona urbana, selando-se fontes hídricas com intensa permissividade ao asfalto e a grandes empreendimentos. A proposta vai na contramão do que buscam todas as grandes cidades do mundo em matéria de crescimento sustentável. No cenário não tão distante, São Paulo ficará sufocada ambientalmente e ainda mais cara para morar. Esse plano interessa somente ao setor imobiliário. Só não irá adiante por pressão popular. É hora de uma forte mobilização em defesa de São Paulo!
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Ministro do STF exagerou ao mandar soltar goleiro Bruno, diz leitor
HOSPITAIS Abordando antigo problema na saúde, a reportagem "Hospitais premiam médicos que indicam mais exames" ("Saúde + ciência", 26/2) expõe o incalculável prejuízo financeiro, social, moral e ético, envolvendo tanto o setor particular quanto o público. Engloba fabricantes de equipamentos diagnósticos; os que comercializam material cirúrgico, como visto na "máfia das próteses"; laboratórios que estimulam exames de alto custo. E, ainda pior, médicos e usuários dos serviços de saúde que se associam em condenável prática de solicitação de exames desnecessários. Comparando, o "Petrolão" não passa de um lindo bebezinho. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * A reportagem mostra que a medicina se tornou comercial e utilitária, sendo o paciente apenas meio de lucro. Também sugere por que os vestibulares para medicina são os mais concorridos. Não há tantas vocações médicas, como o número poderia sugerir. Os próprios pacientes são envolvidos pela mercantilização; é comum ouvir de um paciente que tal médico não é bom porque "nem me pediu exames". É preciso uma Lava Jato na medicina dos hospitais e dos planos de saúde. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - GOLEIRO BRUNO Dizer que passar a vida toda na prisão não traria a vítima de volta é motivo suficiente para o STF enviar de volta para a prisão o ex-goleiro Bruno. ("Ex-goleiro Bruno é solto por decisão do STF", "Cotidiano", 25/2) PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) * Há ministros no STF que fazem de tudo para estarem na crista da onda, como se usa dizer. Mas às vezes exageram, como foi o caso recentíssimo, quando o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato de uma jovem. Assim fica difícil acabar com a impunidade no país, não é mesmo, ministro? MARIA ELISA AMARAL (São Paulo, SP) * Após intensa caçada pelo Batman, se o Coringa fosse preso no Brasil, seria julgado, condenado, recorreria a segunda instância, e seria liberado, pelo STF, por ser primário. Ao ser libertado argumentaria que sua condenação, mesmo que à prisão perpétua, não traria suas vítimas de volta. Pobre Gotham. PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP) - PAPUDINHOS Não sei qual a surpresa com os deputados agraciados pelo Planalto que ganharam a alcunha de papudinhos. O que faltou ao jornal foi fazer essa mesma reportagem antes de Michel Temer assumir, pois revelaria o mesmo "modus operandi" e a única diferença seria na nomenclatura desse pessoal que seriam os "companheiros" da base aliada. Com certeza a única semelhança seria que toda essa farra é patrocinada com dinheiro de nossos impostos, só isso. ("Bancada dos papudinhos", "Poder", 26/2) ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - BERNARDINHO Noves fora ter sido um dos grandes técnicos de vôlei do país, Bernardinho diz, ao sair, que "deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade". Ufa! Ainda bem! Quanta megalomania dita de maneira aparentemente humilde. ("Deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade", "Esporte", 26/2) ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Que o Estado é ineficiente é óbvio. O contribuinte não tem seus direitos preservados, agora, se o bandido tem direito a reparo por danos morais por viver em local degradante (como se vai recuperar alguém nadando-se em Aqueronte?), imagine o cidadão comum. Vamos, também, pedir indenização por ausência de saúde, educação, segurança? Seremos indenizados pelas condições degradantes em que o Estado nos lançou? ("Estado inconstitucional", "Mercado", 25/2) MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Não esquenta a cabeça Tati, normal mesmo ninguém é, só parece. Além do mais, qual é a norma do normal, quem define? Todo mundo que tem uma tendência maior à abstração passa por isso: o que é isso, o que estou fazendo aqui, tô dentro, tô fora? ("Bis", "Alalaô", 24/2) MARCELO PITTA COELHO (Americana, SP) * Excelente o texto de Hélio Schwartsman sobre a polêmica envolvendo as marchinhas de carnaval. São retratos de outra época e fazem parte da nossa história musical. Não seremos racistas por cantar algumas delas nos blocos ou bailes. Nossas atitudes no dia a dia, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado gordo do seguinte, são muito mais relevantes no combate ao racismo e à intolerância sexual. ("A marcha da história", "Opinião", 26/2) CRISTINA RABELLO MESQUITA (Manaus, AM) * O articulista Demétrio Magnoli narra muito bem aspectos importantes da politização do Supremo, principalmente por provocações de partidos esquerdistas, quando medidas tomadas pela maioria não agradam os partidos hoje na oposição. Faltou dizer que essa politização fez da corte constitucional, com claro desvio de finalidade, em algo assemelhado a um relés juizado de porta de cadeia. ("Politizando o Supremo", "Poder", 25/2) ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - TENDÊNCIAS/DEBATES Impertinente o tema proposto em "Carnaval deve ser politicamente correto?" ("Opinião", 25/02). Carnaval é a festa mais popular do país e não deve ser regulada pela ideologia do politicamente correto. As marchinhas nada têm de preconceituosas e concordo com o colunista Pedro Ernesto Araújo Mariano, quando afirma que elas "tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos", nada mais que isso. ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) - EDITORIAL Um editorial ressaltando que "guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos" ("Mentiras em rede", 26/02/2017) soaria muito bem na imprensa europeia e americana. No caso da brasileira ""reconhecida, domesticamente, por alguns raros jornalistas sérios, e, internacionalmente, por alguns detentores de Pulitzer"" como parcial e desonesta, cheira a mais empulhação. CELSO BALLOTI (São Paulo, SP) * Curioso como o tratamento de Trump à imprensa ao barrar o NYT, CNN e Politico da coletiva de seu porta-voz assemelha-se ao tratamento dispensado à mesma por Lula e o PT quando no governo com seu "controle social da mídia" –ainda que esses busquem ignorá-lo. Tristemente, líderes populistas à direita e à esquerda, indistintamente, combatem os órgãos não porque se opõem a eles, mas porque dizem a verdade e tornam, desde seus pontos-de-vista, mais difícil governar. Preferem referir-se a eles como "fake news" ou "mídia golpista", para tirar o foco do que realmente importa: da desconfortável verdade. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Em relação ao editorial "Responsabilidade na USP" ("Opinião", 24/2), a Adusp não acredita em "recursos infinitos", e sim no combate à sonegação e na urgência de uma reforma fiscal justa. O repasse anual de 9,57% da Quota Parte do Estado do ICMS tornou-se insuficiente frente à enorme expansão de cursos e matrículas na USP, ampliadas em 75% só na graduação, sendo que o governo estadual sequer repassa o total de verbas previstas. A quem caberia, então, o título de irresponsável? KIMI TOMIZAKI E ELISABETTA SANTORO, vice-presidentes da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ministro do STF exagerou ao mandar soltar goleiro Bruno, diz leitorHOSPITAIS Abordando antigo problema na saúde, a reportagem "Hospitais premiam médicos que indicam mais exames" ("Saúde + ciência", 26/2) expõe o incalculável prejuízo financeiro, social, moral e ético, envolvendo tanto o setor particular quanto o público. Engloba fabricantes de equipamentos diagnósticos; os que comercializam material cirúrgico, como visto na "máfia das próteses"; laboratórios que estimulam exames de alto custo. E, ainda pior, médicos e usuários dos serviços de saúde que se associam em condenável prática de solicitação de exames desnecessários. Comparando, o "Petrolão" não passa de um lindo bebezinho. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * A reportagem mostra que a medicina se tornou comercial e utilitária, sendo o paciente apenas meio de lucro. Também sugere por que os vestibulares para medicina são os mais concorridos. Não há tantas vocações médicas, como o número poderia sugerir. Os próprios pacientes são envolvidos pela mercantilização; é comum ouvir de um paciente que tal médico não é bom porque "nem me pediu exames". É preciso uma Lava Jato na medicina dos hospitais e dos planos de saúde. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - GOLEIRO BRUNO Dizer que passar a vida toda na prisão não traria a vítima de volta é motivo suficiente para o STF enviar de volta para a prisão o ex-goleiro Bruno. ("Ex-goleiro Bruno é solto por decisão do STF", "Cotidiano", 25/2) PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) * Há ministros no STF que fazem de tudo para estarem na crista da onda, como se usa dizer. Mas às vezes exageram, como foi o caso recentíssimo, quando o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato de uma jovem. Assim fica difícil acabar com a impunidade no país, não é mesmo, ministro? MARIA ELISA AMARAL (São Paulo, SP) * Após intensa caçada pelo Batman, se o Coringa fosse preso no Brasil, seria julgado, condenado, recorreria a segunda instância, e seria liberado, pelo STF, por ser primário. Ao ser libertado argumentaria que sua condenação, mesmo que à prisão perpétua, não traria suas vítimas de volta. Pobre Gotham. PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP) - PAPUDINHOS Não sei qual a surpresa com os deputados agraciados pelo Planalto que ganharam a alcunha de papudinhos. O que faltou ao jornal foi fazer essa mesma reportagem antes de Michel Temer assumir, pois revelaria o mesmo "modus operandi" e a única diferença seria na nomenclatura desse pessoal que seriam os "companheiros" da base aliada. Com certeza a única semelhança seria que toda essa farra é patrocinada com dinheiro de nossos impostos, só isso. ("Bancada dos papudinhos", "Poder", 26/2) ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - BERNARDINHO Noves fora ter sido um dos grandes técnicos de vôlei do país, Bernardinho diz, ao sair, que "deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade". Ufa! Ainda bem! Quanta megalomania dita de maneira aparentemente humilde. ("Deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade", "Esporte", 26/2) ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Que o Estado é ineficiente é óbvio. O contribuinte não tem seus direitos preservados, agora, se o bandido tem direito a reparo por danos morais por viver em local degradante (como se vai recuperar alguém nadando-se em Aqueronte?), imagine o cidadão comum. Vamos, também, pedir indenização por ausência de saúde, educação, segurança? Seremos indenizados pelas condições degradantes em que o Estado nos lançou? ("Estado inconstitucional", "Mercado", 25/2) MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Não esquenta a cabeça Tati, normal mesmo ninguém é, só parece. Além do mais, qual é a norma do normal, quem define? Todo mundo que tem uma tendência maior à abstração passa por isso: o que é isso, o que estou fazendo aqui, tô dentro, tô fora? ("Bis", "Alalaô", 24/2) MARCELO PITTA COELHO (Americana, SP) * Excelente o texto de Hélio Schwartsman sobre a polêmica envolvendo as marchinhas de carnaval. São retratos de outra época e fazem parte da nossa história musical. Não seremos racistas por cantar algumas delas nos blocos ou bailes. Nossas atitudes no dia a dia, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado gordo do seguinte, são muito mais relevantes no combate ao racismo e à intolerância sexual. ("A marcha da história", "Opinião", 26/2) CRISTINA RABELLO MESQUITA (Manaus, AM) * O articulista Demétrio Magnoli narra muito bem aspectos importantes da politização do Supremo, principalmente por provocações de partidos esquerdistas, quando medidas tomadas pela maioria não agradam os partidos hoje na oposição. Faltou dizer que essa politização fez da corte constitucional, com claro desvio de finalidade, em algo assemelhado a um relés juizado de porta de cadeia. ("Politizando o Supremo", "Poder", 25/2) ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - TENDÊNCIAS/DEBATES Impertinente o tema proposto em "Carnaval deve ser politicamente correto?" ("Opinião", 25/02). Carnaval é a festa mais popular do país e não deve ser regulada pela ideologia do politicamente correto. As marchinhas nada têm de preconceituosas e concordo com o colunista Pedro Ernesto Araújo Mariano, quando afirma que elas "tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos", nada mais que isso. ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) - EDITORIAL Um editorial ressaltando que "guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos" ("Mentiras em rede", 26/02/2017) soaria muito bem na imprensa europeia e americana. No caso da brasileira ""reconhecida, domesticamente, por alguns raros jornalistas sérios, e, internacionalmente, por alguns detentores de Pulitzer"" como parcial e desonesta, cheira a mais empulhação. CELSO BALLOTI (São Paulo, SP) * Curioso como o tratamento de Trump à imprensa ao barrar o NYT, CNN e Politico da coletiva de seu porta-voz assemelha-se ao tratamento dispensado à mesma por Lula e o PT quando no governo com seu "controle social da mídia" –ainda que esses busquem ignorá-lo. Tristemente, líderes populistas à direita e à esquerda, indistintamente, combatem os órgãos não porque se opõem a eles, mas porque dizem a verdade e tornam, desde seus pontos-de-vista, mais difícil governar. Preferem referir-se a eles como "fake news" ou "mídia golpista", para tirar o foco do que realmente importa: da desconfortável verdade. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Em relação ao editorial "Responsabilidade na USP" ("Opinião", 24/2), a Adusp não acredita em "recursos infinitos", e sim no combate à sonegação e na urgência de uma reforma fiscal justa. O repasse anual de 9,57% da Quota Parte do Estado do ICMS tornou-se insuficiente frente à enorme expansão de cursos e matrículas na USP, ampliadas em 75% só na graduação, sendo que o governo estadual sequer repassa o total de verbas previstas. A quem caberia, então, o título de irresponsável? KIMI TOMIZAKI E ELISABETTA SANTORO, vice-presidentes da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mortes: Estudante, foi buscar respostas na bicicleta
Nas últimas semanas antes da viagem, Alexia Suelen mal conseguia dormir de ansiedade. Decidira se juntar ao grupo de ciclistas que passava por Salvador e pedalaria até o Alasca, mas o destino norte-americano era só uma meta. O importante mesmo era o caminho: a ideia era parar em comunidades pobres para ajudar no que fosse possível. Alexia alertou a mãe, Solange: se conseguisse chegar até o Amazonas, talvez nem voltasse a Salvador, sua cidade natal. Gostava do mato e sonhava em conhecer a Amazônia –vivia viajando pelo interior da Bahia em busca de novas cachoeiras. A bicicleta era coisa nova, mas Alexia sempre esteve em movimento, diz o pai, Luciano. Gostava de esportes desde menina e volta e meia chegava em casa machucada, fosse na natação, capoeira, skate. Faltavam três semestres para se formar no curso de psicologia. Quando mais nova, até pensou em estudar medicina, mas desistiu, porque tinha jeito mesmo era para conversar com os outros. Foi elogiada pelos professores por seu projeto de aproximação a usuários de droga. Era procurada pelas amigas pelos bons conselhos desde a adolescência, época em que vivia pintando o cabelo e era fã de Sandy e Junior –agora, tinha a cabeça raspada e adorava a banda Baiana System. A viagem era uma tentativa de preencher um vazio que vinha lhe causando desconforto, diz a mãe. Tentou, antes, do budismo ao reiki. Saiu de Salvador em maio. Estava em Natal no último dia 14, quando foi atropelada por um motociclista, e morreu no dia 17, aos 24. Deixa os pais, avós, dois irmãos e um gato. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Estudante, foi buscar respostas na bicicletaNas últimas semanas antes da viagem, Alexia Suelen mal conseguia dormir de ansiedade. Decidira se juntar ao grupo de ciclistas que passava por Salvador e pedalaria até o Alasca, mas o destino norte-americano era só uma meta. O importante mesmo era o caminho: a ideia era parar em comunidades pobres para ajudar no que fosse possível. Alexia alertou a mãe, Solange: se conseguisse chegar até o Amazonas, talvez nem voltasse a Salvador, sua cidade natal. Gostava do mato e sonhava em conhecer a Amazônia –vivia viajando pelo interior da Bahia em busca de novas cachoeiras. A bicicleta era coisa nova, mas Alexia sempre esteve em movimento, diz o pai, Luciano. Gostava de esportes desde menina e volta e meia chegava em casa machucada, fosse na natação, capoeira, skate. Faltavam três semestres para se formar no curso de psicologia. Quando mais nova, até pensou em estudar medicina, mas desistiu, porque tinha jeito mesmo era para conversar com os outros. Foi elogiada pelos professores por seu projeto de aproximação a usuários de droga. Era procurada pelas amigas pelos bons conselhos desde a adolescência, época em que vivia pintando o cabelo e era fã de Sandy e Junior –agora, tinha a cabeça raspada e adorava a banda Baiana System. A viagem era uma tentativa de preencher um vazio que vinha lhe causando desconforto, diz a mãe. Tentou, antes, do budismo ao reiki. Saiu de Salvador em maio. Estava em Natal no último dia 14, quando foi atropelada por um motociclista, e morreu no dia 17, aos 24. Deixa os pais, avós, dois irmãos e um gato. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Alalaô: Recife oferece opção para quem quer conhecer novidades musicais
PATRÍCIA BRITTO ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE Os foliões que querem aproveitar o Carnaval para descobrir novidades musicais poderão encontrá-las no festival de música independente Rec-Beat, que começa neste sábado (14), no Recife. O evento, que completa 20 anos em 2015, traz 27 atrações, ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Recife oferece opção para quem quer conhecer novidades musicaisPATRÍCIA BRITTO ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE Os foliões que querem aproveitar o Carnaval para descobrir novidades musicais poderão encontrá-las no festival de música independente Rec-Beat, que começa neste sábado (14), no Recife. O evento, que completa 20 anos em 2015, traz 27 atrações, ... Leia post completo no blog
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Cão cibernético rouba as atenções em conferência futurista no Canadá
Um círculo de pessoas se forma em torno de uma estranha criatura, câmeras a disparar em sua direção, enquanto seu dono chega para pedir que todos deem um passo para trás, como que para não assustá-la. SpotMini tem quatro pernas e age como um cachorrinho, mas na verdade é um robô. Marc Raibert, fundador da Boston Dynamics, tinha acabado de fazer sua apresentação no TED sobre o avanço de suas criaturas eletrônicas, ao lado de outros cientistas que falaram sobre o futuro da inteligência artificial. "Estou aterrorizado", concluiu ao final do painel Chris Anderson, o organizador do evento, que terminou na sexta (28). Mas, quando Raibert levou sua cria para passear pelos corredores do TED, a reação foi oposta. Pessoas chegavam perto para tirar selfies e outras tentavam tocá-la como que para fazer carinho. "Somos como pais orgulhosos", disse Raibert, usando uma festiva camisa havaiana, ao ser questionado sobre o futuro sombrio pintado no painel. De fato, enquanto SpotMini é um robô simpático, mesmo com sua "cabeça" que vira um braço e segura o celular de um curioso, outros robôs que Raibert exibiu parecem mais assustadores. Eles conseguem abrir portas, andar na neve, subir montanhas e mover caixas, mesmo quando alguém se mete em seu caminho: se alguém os chuta, empurra ou derruba, eles voltam a ficar de pé e seguem com suas tarefas. Mas e se eles ficassem mais inteligentes com o tempo e enxergassem os humanos como uma ameaça? Talvez apertar o botão de desliga não seja o suficiente, disse o professor Stuart Russell, autor de um dos livros essenciais da área, "Artificial Intelligence: A Modern Approach". Para Russell, a solução está em desenvolver inteligência artificial "compatível com humanos", focando criaturas altruístas que preenchem suas lacunas de conhecimento com valores de comportamentos humanos. ENTREGADOR A Boston Dynamics, que Raibert lançou em 1992 após experimentos no MIT, foi adquirida em 2013 pelo Google, depois de anos financiada por contratos com militares. Em sua palestra no TED, Raibert mostrou um vídeo de uma versão maior do Spot entregando encomendas nas ruas de Boston. "Eles estão indo muito bem, 70% de acerto", disse. "Há muitas aplicações comerciais possíveis." Raibert ainda não vive com nenhum robô, ainda que consiga fazer SpotMini pegar uma lata de refrigerante e entregar em sua mão, como fez no palco do TED. Sua empresa utiliza um galpão no qual construiu uma casa fictícia, onde robôs podem circular pela cozinha e pela sala de jantar, ambientes que são verdadeiros desafios por causa do espaço apertado. E, quando eles param de funcionar, como na noite anterior de sua apresentação, há sempre um engenheiro para consertar. "Eles quebram o tempo todo. É a vida."
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Cão cibernético rouba as atenções em conferência futurista no CanadáUm círculo de pessoas se forma em torno de uma estranha criatura, câmeras a disparar em sua direção, enquanto seu dono chega para pedir que todos deem um passo para trás, como que para não assustá-la. SpotMini tem quatro pernas e age como um cachorrinho, mas na verdade é um robô. Marc Raibert, fundador da Boston Dynamics, tinha acabado de fazer sua apresentação no TED sobre o avanço de suas criaturas eletrônicas, ao lado de outros cientistas que falaram sobre o futuro da inteligência artificial. "Estou aterrorizado", concluiu ao final do painel Chris Anderson, o organizador do evento, que terminou na sexta (28). Mas, quando Raibert levou sua cria para passear pelos corredores do TED, a reação foi oposta. Pessoas chegavam perto para tirar selfies e outras tentavam tocá-la como que para fazer carinho. "Somos como pais orgulhosos", disse Raibert, usando uma festiva camisa havaiana, ao ser questionado sobre o futuro sombrio pintado no painel. De fato, enquanto SpotMini é um robô simpático, mesmo com sua "cabeça" que vira um braço e segura o celular de um curioso, outros robôs que Raibert exibiu parecem mais assustadores. Eles conseguem abrir portas, andar na neve, subir montanhas e mover caixas, mesmo quando alguém se mete em seu caminho: se alguém os chuta, empurra ou derruba, eles voltam a ficar de pé e seguem com suas tarefas. Mas e se eles ficassem mais inteligentes com o tempo e enxergassem os humanos como uma ameaça? Talvez apertar o botão de desliga não seja o suficiente, disse o professor Stuart Russell, autor de um dos livros essenciais da área, "Artificial Intelligence: A Modern Approach". Para Russell, a solução está em desenvolver inteligência artificial "compatível com humanos", focando criaturas altruístas que preenchem suas lacunas de conhecimento com valores de comportamentos humanos. ENTREGADOR A Boston Dynamics, que Raibert lançou em 1992 após experimentos no MIT, foi adquirida em 2013 pelo Google, depois de anos financiada por contratos com militares. Em sua palestra no TED, Raibert mostrou um vídeo de uma versão maior do Spot entregando encomendas nas ruas de Boston. "Eles estão indo muito bem, 70% de acerto", disse. "Há muitas aplicações comerciais possíveis." Raibert ainda não vive com nenhum robô, ainda que consiga fazer SpotMini pegar uma lata de refrigerante e entregar em sua mão, como fez no palco do TED. Sua empresa utiliza um galpão no qual construiu uma casa fictícia, onde robôs podem circular pela cozinha e pela sala de jantar, ambientes que são verdadeiros desafios por causa do espaço apertado. E, quando eles param de funcionar, como na noite anterior de sua apresentação, há sempre um engenheiro para consertar. "Eles quebram o tempo todo. É a vida."
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Veja os cartuns publicados na Ilustríssima de 5 de março
* RAFAEL CAMPOS ROCHA, 47, é ilustrador e cartunista. RAFAEL CORRÊA, 40, cartunista, foi o 3º colocado na categoria cartum no 5º Concurso de Ilustração da Folha.
ilustrissima
Veja os cartuns publicados na Ilustríssima de 5 de março* RAFAEL CAMPOS ROCHA, 47, é ilustrador e cartunista. RAFAEL CORRÊA, 40, cartunista, foi o 3º colocado na categoria cartum no 5º Concurso de Ilustração da Folha.
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Após gol mal anulado, jogadores do Fluminense reclamam de arbitragem
O Corinthians ganhou o jogo contra o Fluminense por 2 a 0, nesta quarta-feira, em Itaquera, com gols de Marciel e Ralf, e disparou na liderança do Brasileiro. Como em várias outras rodadas do campeonato, também com outros clubes, o duelo foi mais uma vez marcado por erro de arbitragem. No início do segundo tempo, o time carioca conseguiu chegar ao que seria o gol de empate, mas o auxiliar Fabio Pereira marcou impedimento. A posição do meia Cícero, no entanto, era legal. Na saída de campo, os jogadores do Fluminense reclamaram, até com tom de ironia em relação ao Corinthians. "Eu não acompanho tudo, mas eu vejo muito por vocês, da imprensa. Estão acontecendo muitos erros de arbitragem, para todos os lados, mas pesar tanto para um time como está pesando para o Corinthians, sinceramente eu nunca tinha visto", disse o volante Jean. "O Corinthians tem time para ser campeão, independentemente dos erros da arbitragem, mas que está pesando, está, não tem como fugir disso", completou o jogador. "Jogar aqui não é fácil. A gente faz um gol legal e ele não dá. Infelizmente hoje a gente não conseguiu buscar o resultado", afirmou o atacante Osvaldo. O meia Cícero adotou o mesmo tom. "Foi um erro grotesco. Esse é o problema. Não eram centímetros, eram metros", disse. Veja vídeo
esporte
Após gol mal anulado, jogadores do Fluminense reclamam de arbitragemO Corinthians ganhou o jogo contra o Fluminense por 2 a 0, nesta quarta-feira, em Itaquera, com gols de Marciel e Ralf, e disparou na liderança do Brasileiro. Como em várias outras rodadas do campeonato, também com outros clubes, o duelo foi mais uma vez marcado por erro de arbitragem. No início do segundo tempo, o time carioca conseguiu chegar ao que seria o gol de empate, mas o auxiliar Fabio Pereira marcou impedimento. A posição do meia Cícero, no entanto, era legal. Na saída de campo, os jogadores do Fluminense reclamaram, até com tom de ironia em relação ao Corinthians. "Eu não acompanho tudo, mas eu vejo muito por vocês, da imprensa. Estão acontecendo muitos erros de arbitragem, para todos os lados, mas pesar tanto para um time como está pesando para o Corinthians, sinceramente eu nunca tinha visto", disse o volante Jean. "O Corinthians tem time para ser campeão, independentemente dos erros da arbitragem, mas que está pesando, está, não tem como fugir disso", completou o jogador. "Jogar aqui não é fácil. A gente faz um gol legal e ele não dá. Infelizmente hoje a gente não conseguiu buscar o resultado", afirmou o atacante Osvaldo. O meia Cícero adotou o mesmo tom. "Foi um erro grotesco. Esse é o problema. Não eram centímetros, eram metros", disse. Veja vídeo
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Tucanos meteram os pés pelas mãos, diz Haddad sobre multa por desperdiçar água
O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta sexta-feira (27) que os vereadores do PSDB "meteram os pés pelas mãos" pois não esperaram a prefeitura enviar o projeto de lei que dá multa para quem desperdiçar água na cidade. Segundo ele, o projeto está em descompasso com a proposta do governo estadual. Segundo reportagem da Folha, como Haddad é pré-candidato à reeleição no próximo ano, a bancada petista na Câmara recuou do apoio ao projeto com medo de que a imagem do prefeito possa ser comprometida. Pelo texto, a multa para quem desperdiçar água é de R$ 1.000. Haddad negou que a decisão da bancada petista tenha sido motivada pelas eleições municipais. "Os vereadores do PSDB estão metendo os pés pelas mãos. Primeiro, não aguardaram a gente mandar a lei. Quiseram aprovar antes de a gente mandar. Eles aprovaram uma lei pior do que a que foi encomendada, que não adverte, que não cria uma ação pedagógica, e estabeleceram uma multa inicial que é quase impossível de cobrar. Eles tem agora de corrigir o erro que cometeram e modular", comentou após ouvir as declarações do líder do PSDB na Câmara, Andrea Matarazzo. Nesta sexta-feira, o tucano criticou a oposição e disse que o PT tenta politizar o tema para Haddad posar de "bom moço". O texto é de autoria de vereadores, mas somente entrou na pauta de votação após pedido do governo para que prefeituras da Grande São Paulo colaborassem na caça aos "gastões" de água. O prefeito ressaltou que o compromisso dele com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) está mantido e que apoia a multa para quem desperdiçar. "O próprio PSDB da Câmara aprova um projeto em desacordo com a orientação do governo do Estado. Então, não faz sentido", critica Haddad. O projeto prevê multa para flagrantes de desperdício, como lavar a calçada com água tratada. A fiscalização e a aplicação caberiam à prefeitura. Haddad diz que alguns vereadores do PT podem não concordar, assim como ele, com o valor da punição. O prefeito ressaltou que, no entanto, o projeto pode ser votado e ter a maioria dos votos da Casa, mesmo sem o apoio da bancada do PT. Para Haddad, antes de aplicar a multa de R$ 1.000, o projeto deveria prever uma notificação, depois uma advertência e só então multa. Ele sugere que a multa deveria ser menos salgada para somente em uma segunda autuação ser aplicada a penalização de R$ 1.000. O projeto, antes de seguir para sanção ou veto de Haddad, precisa ser aprovado em dois turnos na Câmara. São necessários 28 votos dos 55 vereadores. A oposição é composta por 14 parlamentares. O texto já passou por uma primeira votação, mas não há nem previsão para uma segunda. Enquanto isso, o PT cobra mais audiências públicas e propõe mudanças no texto. Sem acordo, o projeto foi relegado a segundo plano. Na bancada do PT, vereadores já defendem, por exemplo, que seja da Sabesp, empresa estatal paulista, a responsabilidade pela aplicação da punição.
cotidiano
Tucanos meteram os pés pelas mãos, diz Haddad sobre multa por desperdiçar águaO prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta sexta-feira (27) que os vereadores do PSDB "meteram os pés pelas mãos" pois não esperaram a prefeitura enviar o projeto de lei que dá multa para quem desperdiçar água na cidade. Segundo ele, o projeto está em descompasso com a proposta do governo estadual. Segundo reportagem da Folha, como Haddad é pré-candidato à reeleição no próximo ano, a bancada petista na Câmara recuou do apoio ao projeto com medo de que a imagem do prefeito possa ser comprometida. Pelo texto, a multa para quem desperdiçar água é de R$ 1.000. Haddad negou que a decisão da bancada petista tenha sido motivada pelas eleições municipais. "Os vereadores do PSDB estão metendo os pés pelas mãos. Primeiro, não aguardaram a gente mandar a lei. Quiseram aprovar antes de a gente mandar. Eles aprovaram uma lei pior do que a que foi encomendada, que não adverte, que não cria uma ação pedagógica, e estabeleceram uma multa inicial que é quase impossível de cobrar. Eles tem agora de corrigir o erro que cometeram e modular", comentou após ouvir as declarações do líder do PSDB na Câmara, Andrea Matarazzo. Nesta sexta-feira, o tucano criticou a oposição e disse que o PT tenta politizar o tema para Haddad posar de "bom moço". O texto é de autoria de vereadores, mas somente entrou na pauta de votação após pedido do governo para que prefeituras da Grande São Paulo colaborassem na caça aos "gastões" de água. O prefeito ressaltou que o compromisso dele com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) está mantido e que apoia a multa para quem desperdiçar. "O próprio PSDB da Câmara aprova um projeto em desacordo com a orientação do governo do Estado. Então, não faz sentido", critica Haddad. O projeto prevê multa para flagrantes de desperdício, como lavar a calçada com água tratada. A fiscalização e a aplicação caberiam à prefeitura. Haddad diz que alguns vereadores do PT podem não concordar, assim como ele, com o valor da punição. O prefeito ressaltou que, no entanto, o projeto pode ser votado e ter a maioria dos votos da Casa, mesmo sem o apoio da bancada do PT. Para Haddad, antes de aplicar a multa de R$ 1.000, o projeto deveria prever uma notificação, depois uma advertência e só então multa. Ele sugere que a multa deveria ser menos salgada para somente em uma segunda autuação ser aplicada a penalização de R$ 1.000. O projeto, antes de seguir para sanção ou veto de Haddad, precisa ser aprovado em dois turnos na Câmara. São necessários 28 votos dos 55 vereadores. A oposição é composta por 14 parlamentares. O texto já passou por uma primeira votação, mas não há nem previsão para uma segunda. Enquanto isso, o PT cobra mais audiências públicas e propõe mudanças no texto. Sem acordo, o projeto foi relegado a segundo plano. Na bancada do PT, vereadores já defendem, por exemplo, que seja da Sabesp, empresa estatal paulista, a responsabilidade pela aplicação da punição.
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E-mails revelam como campanha de Hillary controla sua imagem
Para Hillary Clinton, a campanha presidencial inclui um esforço para transmitir uma imagem de uma pessoa acessível. Em muitos casos, a candidata abriu mão de arenas grandes em favor de encontros mais diretos com eleitores, em eventos do tipo "town hall". Ela enche seus anúncios de relatos pessoais e planeja encontros com eleitores em que o teor das discussões não seja muito programado. Mas e-mails aos quais a Associated Press teve acesso revelam um esforço cuidadoso nos bastidores para rever os discursos de reitores universitários e estudantes quando apresentam a provável candidata democrata como oradora, além de sugerir perguntas que, por acaso, estavam alinhadas com sua plataforma de campanha. Não é incomum que campanhas eleitorais programem em detalhe os eventos em que um candidato vai participar, mas os e-mails revelam o tipo de aparato de controle de imagem que pode vir a ser acionado se Hillary chegar à Casa Branca, incluindo esforços para conduzir conversas com suas plateias. E os e-mails trocados contrariam os esforços da campanha para fazer Hillary parecer menos programada e inexpressiva do que pareceu quando foi pré-candidata presidencial oito anos atrás. O preparo da ex-secretária de Estado forma um contraste marcante com o provável candidato republicano, Donald Trump, que raramente se policia em seus discursos, fala mais espontaneamente e tem muito mais interações aparentemente não planejadas, feitas de improviso. Um porta-voz de Hillary, Nick Merrill, disse: "Nós nos orgulhamos da capacidade da secretária Clinton de responder a perguntas complexas. Não fazemos uma triagem prévia das pessoas que farão perguntas em eventos e não redigimos as interações." Ele disse que Hillary já respondeu cerca de 900 perguntas em eventos formais da campanha e que os momentos mais memoráveis aconteceram porque seus eventos foram elaborados "totalmente sem roteiro prévio". Os e-mails, que vieram à tona graças a pedidos de abertura de documentos, mostram o funcionamento da campanha de Hillary, que dá destaque a momentos que aconteceram de modo imprevisto, como a história de uma garotinha que perguntou à candidata: "Se você for eleita presidenta menina, vai receber a mesma coisa que um presidente menino?" Essa história é uma das favoritas que a candidata gosta de contar em deus comícios. Mas a campanha ainda interfere nos mínimos detalhes dos eventos em que a candidata participa, chegando a decidir sobre os copos usados em sua Sala Verde. Essa fixação sobre o planejamento em alguns casos levou autoridades locais a serem inseridas na arena política de uma maneira incômoda para elas. "Ofereceram escrever sua introdução. Falei que não", escreveu Becky Mann, diretora de relações públicas do Greenville Technical College, na Carolina do Sul, em e-mail ao reitor da faculdade, Keith Miller. A campanha de Hillary também sugeriu perguntas que Miller poderia fazer, como "Temos vários alunos com carências financeiras. O que precisamos fazer para tornar a faculdade financeiramente acessível?" Esse é um dos pontos sempre citados na campanha de Hillary. Mas Miller rejeitou as sugestões, dizendo que eram perguntas impróprias e que ele escreveria suas próprias perguntas. "Provavelmente depois de ouvir o discurso dela", escreveu. Na Carolina do Sul, o diretor estadual Clay Middleton pediu a outra faculdade que "apresentasse uma lista de dois ou três estudantes que seriam indicados para ser apresentados à secretária [Hillary]". O reitor da Des Moines Area Community College, Robert Denson, incorporou tópicos de discussão enviados pela campanha de Hillary à introdução que fez em agosto de 2015, antes de ela subir ao palco. Em entrevista, Denson disse que a faculdade recebeu a visita de vários pré-candidatos, incluindo Hillary e Trump, e que deu o mesmo tratamento à campanha de cada um: procurou declarações específicas antecipadamente para incorporar à introdução que o reitor faria, notando que a escola não favorece nenhum candidato. "Fizemos a mesma coisa com Trump", disse, explicando que as visitas de candidatos a faculdades públicas proporcionam ideias sobre o que é importante e a oportunidade de ouvir futuros ocupantes da Casa Branca que poderão moldar a política do país. Merrill disse que a campanha às vezes ajuda pessoas como parte de um evento, "especialmente as pessoas que vão apresentar Hillary Clinton, transmitindo a elas os pontos principais da mensagem de nossa campanha. Geralmente fazemos isso porque elas pedem". A campanha de Hillary reviu o press release lançado pela agência de transportes públicos de Des Moines antes da visita de Hillary à cidade em julho de 2015, quando ela descreveu as mudanças climáticas como "uma das ameaças mais urgentes" de nossos tempos. "Estou com as modificações e o OK da equipe deles, então vamos divulgar logo", disse um funcionário da agência em julho de 2015. Nesse mesmo ano, no colégio secundário Keota, em Iowa, a equipe de Hillary pediu para ver as declarações de um aluno antes do evento, conforme revelou um e-mail de dezembro de 2015. Esse contato se deu um mês depois de Hillary ter ido a uma escola secundarista de Clinton, Iowa, numa visita precedida por uma série de e-mails em que representantes da escola manifestaram-se preocupados com os planos da campanha de filmar anúncios de campanha. Quatro dias antes do evento, um funcionário da campanha escreveu à escola: "Estamos querendo fazer um pouco de filmagem comercial nos espaços vocacionais da Clinton High School" antes da reunião tipo "town hall" que teria lugar no colégio. Temendo que o nome da escola pudesse ser usado para fins políticos, as autoridades da escola reagiram rapidamente para limitar a filmagem, pedindo que a escola não fosse identificada em possíveis anúncios e certificando-se de que placas da escola não aparecessem nos anúncios. Cerca de 400 moradores de Clinton, membros da campanha da candidata e representantes da imprensa foram à cafeteria da escola no domingo que Hillary compareceu para o evento. Ela divulgou seu plano de "Economia Solidária", que prevê a redução de impostos federais, a promoção de créditos fiscais e a ampliação da Seguridade Social. John Jorgensen, diretor de aprendizagem e colaboração da escola, escreveu: "Como escola pública, não podemos transmitir a imagem de que damos apoio a um candidato em detrimento de outro". Tradução de Clara Allain
mundo
E-mails revelam como campanha de Hillary controla sua imagemPara Hillary Clinton, a campanha presidencial inclui um esforço para transmitir uma imagem de uma pessoa acessível. Em muitos casos, a candidata abriu mão de arenas grandes em favor de encontros mais diretos com eleitores, em eventos do tipo "town hall". Ela enche seus anúncios de relatos pessoais e planeja encontros com eleitores em que o teor das discussões não seja muito programado. Mas e-mails aos quais a Associated Press teve acesso revelam um esforço cuidadoso nos bastidores para rever os discursos de reitores universitários e estudantes quando apresentam a provável candidata democrata como oradora, além de sugerir perguntas que, por acaso, estavam alinhadas com sua plataforma de campanha. Não é incomum que campanhas eleitorais programem em detalhe os eventos em que um candidato vai participar, mas os e-mails revelam o tipo de aparato de controle de imagem que pode vir a ser acionado se Hillary chegar à Casa Branca, incluindo esforços para conduzir conversas com suas plateias. E os e-mails trocados contrariam os esforços da campanha para fazer Hillary parecer menos programada e inexpressiva do que pareceu quando foi pré-candidata presidencial oito anos atrás. O preparo da ex-secretária de Estado forma um contraste marcante com o provável candidato republicano, Donald Trump, que raramente se policia em seus discursos, fala mais espontaneamente e tem muito mais interações aparentemente não planejadas, feitas de improviso. Um porta-voz de Hillary, Nick Merrill, disse: "Nós nos orgulhamos da capacidade da secretária Clinton de responder a perguntas complexas. Não fazemos uma triagem prévia das pessoas que farão perguntas em eventos e não redigimos as interações." Ele disse que Hillary já respondeu cerca de 900 perguntas em eventos formais da campanha e que os momentos mais memoráveis aconteceram porque seus eventos foram elaborados "totalmente sem roteiro prévio". Os e-mails, que vieram à tona graças a pedidos de abertura de documentos, mostram o funcionamento da campanha de Hillary, que dá destaque a momentos que aconteceram de modo imprevisto, como a história de uma garotinha que perguntou à candidata: "Se você for eleita presidenta menina, vai receber a mesma coisa que um presidente menino?" Essa história é uma das favoritas que a candidata gosta de contar em deus comícios. Mas a campanha ainda interfere nos mínimos detalhes dos eventos em que a candidata participa, chegando a decidir sobre os copos usados em sua Sala Verde. Essa fixação sobre o planejamento em alguns casos levou autoridades locais a serem inseridas na arena política de uma maneira incômoda para elas. "Ofereceram escrever sua introdução. Falei que não", escreveu Becky Mann, diretora de relações públicas do Greenville Technical College, na Carolina do Sul, em e-mail ao reitor da faculdade, Keith Miller. A campanha de Hillary também sugeriu perguntas que Miller poderia fazer, como "Temos vários alunos com carências financeiras. O que precisamos fazer para tornar a faculdade financeiramente acessível?" Esse é um dos pontos sempre citados na campanha de Hillary. Mas Miller rejeitou as sugestões, dizendo que eram perguntas impróprias e que ele escreveria suas próprias perguntas. "Provavelmente depois de ouvir o discurso dela", escreveu. Na Carolina do Sul, o diretor estadual Clay Middleton pediu a outra faculdade que "apresentasse uma lista de dois ou três estudantes que seriam indicados para ser apresentados à secretária [Hillary]". O reitor da Des Moines Area Community College, Robert Denson, incorporou tópicos de discussão enviados pela campanha de Hillary à introdução que fez em agosto de 2015, antes de ela subir ao palco. Em entrevista, Denson disse que a faculdade recebeu a visita de vários pré-candidatos, incluindo Hillary e Trump, e que deu o mesmo tratamento à campanha de cada um: procurou declarações específicas antecipadamente para incorporar à introdução que o reitor faria, notando que a escola não favorece nenhum candidato. "Fizemos a mesma coisa com Trump", disse, explicando que as visitas de candidatos a faculdades públicas proporcionam ideias sobre o que é importante e a oportunidade de ouvir futuros ocupantes da Casa Branca que poderão moldar a política do país. Merrill disse que a campanha às vezes ajuda pessoas como parte de um evento, "especialmente as pessoas que vão apresentar Hillary Clinton, transmitindo a elas os pontos principais da mensagem de nossa campanha. Geralmente fazemos isso porque elas pedem". A campanha de Hillary reviu o press release lançado pela agência de transportes públicos de Des Moines antes da visita de Hillary à cidade em julho de 2015, quando ela descreveu as mudanças climáticas como "uma das ameaças mais urgentes" de nossos tempos. "Estou com as modificações e o OK da equipe deles, então vamos divulgar logo", disse um funcionário da agência em julho de 2015. Nesse mesmo ano, no colégio secundário Keota, em Iowa, a equipe de Hillary pediu para ver as declarações de um aluno antes do evento, conforme revelou um e-mail de dezembro de 2015. Esse contato se deu um mês depois de Hillary ter ido a uma escola secundarista de Clinton, Iowa, numa visita precedida por uma série de e-mails em que representantes da escola manifestaram-se preocupados com os planos da campanha de filmar anúncios de campanha. Quatro dias antes do evento, um funcionário da campanha escreveu à escola: "Estamos querendo fazer um pouco de filmagem comercial nos espaços vocacionais da Clinton High School" antes da reunião tipo "town hall" que teria lugar no colégio. Temendo que o nome da escola pudesse ser usado para fins políticos, as autoridades da escola reagiram rapidamente para limitar a filmagem, pedindo que a escola não fosse identificada em possíveis anúncios e certificando-se de que placas da escola não aparecessem nos anúncios. Cerca de 400 moradores de Clinton, membros da campanha da candidata e representantes da imprensa foram à cafeteria da escola no domingo que Hillary compareceu para o evento. Ela divulgou seu plano de "Economia Solidária", que prevê a redução de impostos federais, a promoção de créditos fiscais e a ampliação da Seguridade Social. John Jorgensen, diretor de aprendizagem e colaboração da escola, escreveu: "Como escola pública, não podemos transmitir a imagem de que damos apoio a um candidato em detrimento de outro". Tradução de Clara Allain
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Enquanto Rio faz proposta que amplia a crise, ES mantém as contas em dia
A crise dos Estados está em um momento decisivo. As opções parecem ser o oportunismo inconsequente, a desordem social ou o enfrentamento das dificuldades estruturais. A União propôs ao Rio de Janeiro um acordo que concede um auxílio temporário ao Estado, tendo como contrapartida medidas estruturais de redução dos gastos públicos. Esse acordo, porém, requer a aprovação de uma lei complementar, pois a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe auxílios em casos de descontrole fiscal, como o do Rio de Janeiro. O governo do Rio pediu ao STF permissão para descumprir a legislação: implementar o acordo antes da aprovação da lei necessária, e obter novos empréstimos para pagar salários, o que contraria a Constituição e implica utilizar receita futura para pagar despesa corrente. A Constituição está correta em proibir esse tipo de operação. A proposta do governo do Rio contrata uma crise ainda maior nos próximos anos e exemplifica a qualidade da gestão que resultou nos graves problemas que o Estado atravessa. Por outro lado, o Espírito Santo realizou um severo ajuste fiscal. Antes mesmo de tomar posse, o governador renegociou o orçamento já aprovado, reduzindo, corretamente como depois se verificou, a expectativa de receita em 7,8% para 2015. Além disso, não foram concedidos novos reajustes salariais e houve uma importante queda da despesa discricionária. A crise do Rio e do Espírito Santo é mais grave do que a dos demais Estados em decorrência da dependência da renda do petróleo. O Espírito Santo, além disso, sofre as consequências de dois anos de seca e da tragédia de Samarco, cujo lixo poluiu seus rios e suas praias, prejudicando indústrias e o turismo. Estima-se uma queda do PIB de 7% no Rio em comparação com uma retração de quase 19% no Espírito Santo. Enquanto o Rio de Janeiro não paga as suas dívidas e atrasa fornecedores e salários, as contas do Espírito Santo estão em dia. Além disso, o Estado tem adotado diversas reformas tendo por base as políticas bem-sucedidas de outros governos, como a gestão do ensino fundamental em Sobral, no Ceará, e a escola integral no ensino médio, em Pernambuco. Desde o começo da crise, algumas corporações de servidores têm reagido às medidas de ajuste por meio de ações oportunistas para garantir seus benefícios em detrimento dos demais. A paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo é o exemplo mais recente. Para pressionar por aumentos salariais, o movimento permitiu a escalada da violência e acuou a população que, como o resto do país, atravessa a maior taxa de desemprego da história. Vamos ser cúmplices do oportunismo do Rio de Janeiro, ou vamos apoiar o Espírito Santo que adotou medidas de ajuste para o bem comum e que, por isso, é chantageado pela corporação responsável pela segurança pública? Nasci carioca. Hoje, preferia ser capixaba.
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Enquanto Rio faz proposta que amplia a crise, ES mantém as contas em diaA crise dos Estados está em um momento decisivo. As opções parecem ser o oportunismo inconsequente, a desordem social ou o enfrentamento das dificuldades estruturais. A União propôs ao Rio de Janeiro um acordo que concede um auxílio temporário ao Estado, tendo como contrapartida medidas estruturais de redução dos gastos públicos. Esse acordo, porém, requer a aprovação de uma lei complementar, pois a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe auxílios em casos de descontrole fiscal, como o do Rio de Janeiro. O governo do Rio pediu ao STF permissão para descumprir a legislação: implementar o acordo antes da aprovação da lei necessária, e obter novos empréstimos para pagar salários, o que contraria a Constituição e implica utilizar receita futura para pagar despesa corrente. A Constituição está correta em proibir esse tipo de operação. A proposta do governo do Rio contrata uma crise ainda maior nos próximos anos e exemplifica a qualidade da gestão que resultou nos graves problemas que o Estado atravessa. Por outro lado, o Espírito Santo realizou um severo ajuste fiscal. Antes mesmo de tomar posse, o governador renegociou o orçamento já aprovado, reduzindo, corretamente como depois se verificou, a expectativa de receita em 7,8% para 2015. Além disso, não foram concedidos novos reajustes salariais e houve uma importante queda da despesa discricionária. A crise do Rio e do Espírito Santo é mais grave do que a dos demais Estados em decorrência da dependência da renda do petróleo. O Espírito Santo, além disso, sofre as consequências de dois anos de seca e da tragédia de Samarco, cujo lixo poluiu seus rios e suas praias, prejudicando indústrias e o turismo. Estima-se uma queda do PIB de 7% no Rio em comparação com uma retração de quase 19% no Espírito Santo. Enquanto o Rio de Janeiro não paga as suas dívidas e atrasa fornecedores e salários, as contas do Espírito Santo estão em dia. Além disso, o Estado tem adotado diversas reformas tendo por base as políticas bem-sucedidas de outros governos, como a gestão do ensino fundamental em Sobral, no Ceará, e a escola integral no ensino médio, em Pernambuco. Desde o começo da crise, algumas corporações de servidores têm reagido às medidas de ajuste por meio de ações oportunistas para garantir seus benefícios em detrimento dos demais. A paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo é o exemplo mais recente. Para pressionar por aumentos salariais, o movimento permitiu a escalada da violência e acuou a população que, como o resto do país, atravessa a maior taxa de desemprego da história. Vamos ser cúmplices do oportunismo do Rio de Janeiro, ou vamos apoiar o Espírito Santo que adotou medidas de ajuste para o bem comum e que, por isso, é chantageado pela corporação responsável pela segurança pública? Nasci carioca. Hoje, preferia ser capixaba.
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Microcefalia ligada ao zika é severa em 71% dos casos, diz estudo
Um novo artigo publicado nesta sexta (22) pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) fez a avaliação mais completa do conjunto de características da microcefalia causada especificamente pelo vírus zika, baseada em 35 bebês brasileiros. Os dados mostram que mais de 70% das mães de filhos com microcefalia ligada à infecção pelo zika apresentaram vermelhidão entre o primeiro e segundo trimestre de gestação. Das crianças, 71% apresentam microcefalia severa –perímetro cefálico muito reduzido. O artigo foi assinado por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e pode ajudar a separar os casos de microcefalia por zika dos que têm outras causas. Relato de manchas vermelhas do corpo EXCESSO DE PELE Um dado importante do estudo é que cerca de um terço das crianças nasceu com excesso de pele no crânio. Isso indica que o feto sofreu um estresse ainda no útero da mãe que interrompeu o seu desenvolvimento normal, explica a médica e geneticista da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro Dafne Horovitz, uma das autoras do estudo. Outras complicações notáveis relatadas pelos pesquisadores são uma doença articular (artrogripose), pé-torto e problemas oftalmológicos (como um globo ocular anormalmente pequeno). A ideia de fazer essa avaliação extensa foi capitaneada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica. Sexo dos bebês Características O trabalho foi feito com 37 crianças que nasceram com microcefalia. Duas foram excluídas porque a origem da condição não era ligada ao zika: uma tinha uma alteração genética e a outra sofreu com a infecção por citomegalovírus –uma das causas "clássicas" da má-formação. A condição geralmente reflete subdesenvolvimento cerebral: o órgão não cresce e há uma consolidação precoce do crânio. Entre os 27 bebês que passaram por exames de neuroimagem, todos apresentaram alterações como calcificações, alargamento dos ventrículos (cavidades do cérebro) e alteração no padrão de migração dos neurônios (importantes para a adequada formação do cérebro). Entre os achados neurológicos estão alterações de tônus muscular (37% dos casos), reflexos anormalmente elevados (20%), irritabilidade (20%), tremores(11%) e convulsões (9%). A análise do líquido cerebrospinal (que banha o cérebro e a medula) ainda não ficou pronta e servirá de "atestado definitivo" de que o vírus esteve no sistema nervoso dos bebês, diz o artigo. Os cientistas ainda continuarão incluindo novos casos na análise, relata Dafne, mas há dificuldades. "É difícil detectar microcefalia com os instrumentos que a gente tem. Quando o bebê nasce, só se marca 'sim' ou 'não' na questão sobre malformações. A gente depende da descrição dos médicos. Na declaração de nascido vivo não tem um espaço para o perímetro cefálico." Exame neurológico
equilibrioesaude
Microcefalia ligada ao zika é severa em 71% dos casos, diz estudoUm novo artigo publicado nesta sexta (22) pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) fez a avaliação mais completa do conjunto de características da microcefalia causada especificamente pelo vírus zika, baseada em 35 bebês brasileiros. Os dados mostram que mais de 70% das mães de filhos com microcefalia ligada à infecção pelo zika apresentaram vermelhidão entre o primeiro e segundo trimestre de gestação. Das crianças, 71% apresentam microcefalia severa –perímetro cefálico muito reduzido. O artigo foi assinado por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e pode ajudar a separar os casos de microcefalia por zika dos que têm outras causas. Relato de manchas vermelhas do corpo EXCESSO DE PELE Um dado importante do estudo é que cerca de um terço das crianças nasceu com excesso de pele no crânio. Isso indica que o feto sofreu um estresse ainda no útero da mãe que interrompeu o seu desenvolvimento normal, explica a médica e geneticista da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro Dafne Horovitz, uma das autoras do estudo. Outras complicações notáveis relatadas pelos pesquisadores são uma doença articular (artrogripose), pé-torto e problemas oftalmológicos (como um globo ocular anormalmente pequeno). A ideia de fazer essa avaliação extensa foi capitaneada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica. Sexo dos bebês Características O trabalho foi feito com 37 crianças que nasceram com microcefalia. Duas foram excluídas porque a origem da condição não era ligada ao zika: uma tinha uma alteração genética e a outra sofreu com a infecção por citomegalovírus –uma das causas "clássicas" da má-formação. A condição geralmente reflete subdesenvolvimento cerebral: o órgão não cresce e há uma consolidação precoce do crânio. Entre os 27 bebês que passaram por exames de neuroimagem, todos apresentaram alterações como calcificações, alargamento dos ventrículos (cavidades do cérebro) e alteração no padrão de migração dos neurônios (importantes para a adequada formação do cérebro). Entre os achados neurológicos estão alterações de tônus muscular (37% dos casos), reflexos anormalmente elevados (20%), irritabilidade (20%), tremores(11%) e convulsões (9%). A análise do líquido cerebrospinal (que banha o cérebro e a medula) ainda não ficou pronta e servirá de "atestado definitivo" de que o vírus esteve no sistema nervoso dos bebês, diz o artigo. Os cientistas ainda continuarão incluindo novos casos na análise, relata Dafne, mas há dificuldades. "É difícil detectar microcefalia com os instrumentos que a gente tem. Quando o bebê nasce, só se marca 'sim' ou 'não' na questão sobre malformações. A gente depende da descrição dos médicos. Na declaração de nascido vivo não tem um espaço para o perímetro cefálico." Exame neurológico
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Falta de compreensão, romance e atenção estão entre causas da traição
Perguntei para 1.279 homens e mulheres: "O que é mais importante no casamento?". A resposta número um foi fidelidade. Mas, apesar dessa valorização, 60% dos homens e 47% das mulheres disseram que já foram infiéis. As mulheres mostraram estar muito insatisfeitas com os seus casamentos na pesquisa. Na enorme lista em que elas descreveram os defeitos de seus maridos, como mostrei no livro "Por que homens e mulheres traem?", estão itens como falta de intimidade, de conversa, de escuta, de atenção, de beijo na boca, de romance, de elogios, de reconhecimento etc. Muitas afirmaram que "falta tudo" e que foram infiéis "por vingança". Já os homens falaram, basicamente, de falta de compreensão, de carinho e de bom humor, como disse um engenheiro de 49 anos: "Eu gostaria que a minha esposa fosse a minha melhor amiga e a minha única amante. Mas, depois do nosso segundo filho, ela abdicou de ser mulher para se transformar em mãe em tempo integral. Ela vive reclamando que não tem tempo para nada e que eu não ajudo em casa. Está sempre insatisfeita, cansada e irritada. Não foi por acaso que eu encontrei alguém que é tudo o que eu gostaria que a minha esposa fosse: compreensiva, carinhosa, amiga, amante, leve e divertida." Para muitas mulheres o problema não é a falta de amor e de sexo no casamento. Uma atriz de 57 anos disse que a motivação para ser infiel foi "o desejo de ser desejada". "Sou casada há 29 anos e todos acham que somos um casal perfeito. Mas meu marido me critica o tempo todo, parece que tem prazer em destruir minha autoestima. Tenho a sensação de que ele não reconhece o meu valor e não me enxerga mais como mulher. Eu me tornei invisível para ele. Cheguei à triste conclusão de que tenho um amante só para provar a mim mesma que ainda sou bonita e atraente em uma sociedade que é cruel para as mulheres da minha idade. Meu maior desejo é ser desejada apaixonadamente pelo meu homem." Ela acredita que o melhor antídoto contra a traição é se sentir reconhecida e valorizada, receber atenção e elogios do marido e ter a certeza de que é única e especial para ele. "Será que o meu marido precisa saber que é traído para aprender a me valorizar como mulher e prestar mais atenção aos meus desejos?"
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Falta de compreensão, romance e atenção estão entre causas da traiçãoPerguntei para 1.279 homens e mulheres: "O que é mais importante no casamento?". A resposta número um foi fidelidade. Mas, apesar dessa valorização, 60% dos homens e 47% das mulheres disseram que já foram infiéis. As mulheres mostraram estar muito insatisfeitas com os seus casamentos na pesquisa. Na enorme lista em que elas descreveram os defeitos de seus maridos, como mostrei no livro "Por que homens e mulheres traem?", estão itens como falta de intimidade, de conversa, de escuta, de atenção, de beijo na boca, de romance, de elogios, de reconhecimento etc. Muitas afirmaram que "falta tudo" e que foram infiéis "por vingança". Já os homens falaram, basicamente, de falta de compreensão, de carinho e de bom humor, como disse um engenheiro de 49 anos: "Eu gostaria que a minha esposa fosse a minha melhor amiga e a minha única amante. Mas, depois do nosso segundo filho, ela abdicou de ser mulher para se transformar em mãe em tempo integral. Ela vive reclamando que não tem tempo para nada e que eu não ajudo em casa. Está sempre insatisfeita, cansada e irritada. Não foi por acaso que eu encontrei alguém que é tudo o que eu gostaria que a minha esposa fosse: compreensiva, carinhosa, amiga, amante, leve e divertida." Para muitas mulheres o problema não é a falta de amor e de sexo no casamento. Uma atriz de 57 anos disse que a motivação para ser infiel foi "o desejo de ser desejada". "Sou casada há 29 anos e todos acham que somos um casal perfeito. Mas meu marido me critica o tempo todo, parece que tem prazer em destruir minha autoestima. Tenho a sensação de que ele não reconhece o meu valor e não me enxerga mais como mulher. Eu me tornei invisível para ele. Cheguei à triste conclusão de que tenho um amante só para provar a mim mesma que ainda sou bonita e atraente em uma sociedade que é cruel para as mulheres da minha idade. Meu maior desejo é ser desejada apaixonadamente pelo meu homem." Ela acredita que o melhor antídoto contra a traição é se sentir reconhecida e valorizada, receber atenção e elogios do marido e ter a certeza de que é única e especial para ele. "Será que o meu marido precisa saber que é traído para aprender a me valorizar como mulher e prestar mais atenção aos meus desejos?"
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'Orson Welles deixou o Brasil, mas o Brasil nunca o deixou', diz viúva
Com os cabelos negros puxados para trás numa presilha e as bochechas rosadas, segurando uma garrafinha com canudo, Oja Kodar, 74, última namorada de Orson Welles (1915-1985), chegou ao Cine Caixa Belas Artes, na noite deste sábado (23), esclarecendo que estava febril. "Estou meio ruborizada e tossindo muito, mas juro que isto aqui [na garrafa] não é vinho, é água", disse a escultora, atriz e diretora croata, creditando o resfriado à combinação de água e vento que enfrentou ao visitar as cataratas do Iguaçu com uma sobrinha, dias antes. "Sempre disse que não acredito em reencarnação, mas que se existisse gostaria de nascer no Brasil numa próxima. Desta vez, achei que ia era morrer no Brasil", brincou a atriz, que foi companheira dos últimos 20 anos de vida do cineasta. No país para as comemorações em torno do centenário de Orson Welles, que ganhou retrospectiva com 12 filmes na sala paulistana, ela participou de bate-papo mediado pelo crítico da Folha Inácio Araujo após a exibição de "Verdades e Mentiras", no qual atua e cujo roteiro ajudou a criar. Na conversa, Oja contou como o filme, que seria um documentário de François Reichenbach sobre o falsificador de obras de arte Elmyr de Hory, acabou se tornando o misto de realidade e ficção dirigido por Welles. "François pediu a Orson que narrasse a história, e ele respondeu que não podia, porque toda vez que narrava algo as pessoas achavam que era mentira", contou Oja, numa referência à transmissão radiofônica que tornou Welles conhecido, "A Guerra dos Mundos" (1938), que causou pânico nos ouvintes com a notícia de que o mundo estava sendo invadido por marcianos. Welles, segundo Oja, fez uma contraproposta ao diretor francês: "Você se importaria se eu pegasse o material e transformasse numa coisa completamente diferente?". O resultado foi o filme exibido neste sábado, que conta as histórias do falsificador Elmyr e de seu biógrafo mescladas com a trama fictícia de uma relação entre Oja e o pintor Pablo Picasso. Segundo a croata, não foi uma boa experiência gravar as sequências de "girl watching" que abrem o longa –nas quais ela passa de minissaia enquanto vários homens, que não sabem que estão sendo filmados, a acompanham com o olhar– e aquelas em que seduz Picasso, passeando de biquíni e roupas quase transparentes. "Houve situações muito desagradáveis, como uma mulher me chamando de 'putana' numa rua de Roma. E também quando filmei as cenas vestindo um véu azul, praticamente nua, enquanto do outro lado da estação havia idosos, pessoas com muletas, mulheres com crianças de colo", lembrou. Antes de se despedir, Oja lembrou a relação de Welles com o Brasil –onde ele esteve em 1942, um ano depois de lançar "Cidadão Kane", filmando favelas do Rio para o documentário inacabado "It's All True". "Orson deixou o Brasil, mas o Brasil nunca o deixou. No fim da vida, quando ele já estava doente e não conseguia digitar tão bem, só com dois dedos, eu ia na casa dele ajudar e só de bater o olho eu falava: 'Hoje você não está bem'. E ele levantava e falava: 'Olha, estou ótimo, consigo até sambar."
ilustrada
'Orson Welles deixou o Brasil, mas o Brasil nunca o deixou', diz viúvaCom os cabelos negros puxados para trás numa presilha e as bochechas rosadas, segurando uma garrafinha com canudo, Oja Kodar, 74, última namorada de Orson Welles (1915-1985), chegou ao Cine Caixa Belas Artes, na noite deste sábado (23), esclarecendo que estava febril. "Estou meio ruborizada e tossindo muito, mas juro que isto aqui [na garrafa] não é vinho, é água", disse a escultora, atriz e diretora croata, creditando o resfriado à combinação de água e vento que enfrentou ao visitar as cataratas do Iguaçu com uma sobrinha, dias antes. "Sempre disse que não acredito em reencarnação, mas que se existisse gostaria de nascer no Brasil numa próxima. Desta vez, achei que ia era morrer no Brasil", brincou a atriz, que foi companheira dos últimos 20 anos de vida do cineasta. No país para as comemorações em torno do centenário de Orson Welles, que ganhou retrospectiva com 12 filmes na sala paulistana, ela participou de bate-papo mediado pelo crítico da Folha Inácio Araujo após a exibição de "Verdades e Mentiras", no qual atua e cujo roteiro ajudou a criar. Na conversa, Oja contou como o filme, que seria um documentário de François Reichenbach sobre o falsificador de obras de arte Elmyr de Hory, acabou se tornando o misto de realidade e ficção dirigido por Welles. "François pediu a Orson que narrasse a história, e ele respondeu que não podia, porque toda vez que narrava algo as pessoas achavam que era mentira", contou Oja, numa referência à transmissão radiofônica que tornou Welles conhecido, "A Guerra dos Mundos" (1938), que causou pânico nos ouvintes com a notícia de que o mundo estava sendo invadido por marcianos. Welles, segundo Oja, fez uma contraproposta ao diretor francês: "Você se importaria se eu pegasse o material e transformasse numa coisa completamente diferente?". O resultado foi o filme exibido neste sábado, que conta as histórias do falsificador Elmyr e de seu biógrafo mescladas com a trama fictícia de uma relação entre Oja e o pintor Pablo Picasso. Segundo a croata, não foi uma boa experiência gravar as sequências de "girl watching" que abrem o longa –nas quais ela passa de minissaia enquanto vários homens, que não sabem que estão sendo filmados, a acompanham com o olhar– e aquelas em que seduz Picasso, passeando de biquíni e roupas quase transparentes. "Houve situações muito desagradáveis, como uma mulher me chamando de 'putana' numa rua de Roma. E também quando filmei as cenas vestindo um véu azul, praticamente nua, enquanto do outro lado da estação havia idosos, pessoas com muletas, mulheres com crianças de colo", lembrou. Antes de se despedir, Oja lembrou a relação de Welles com o Brasil –onde ele esteve em 1942, um ano depois de lançar "Cidadão Kane", filmando favelas do Rio para o documentário inacabado "It's All True". "Orson deixou o Brasil, mas o Brasil nunca o deixou. No fim da vida, quando ele já estava doente e não conseguia digitar tão bem, só com dois dedos, eu ia na casa dele ajudar e só de bater o olho eu falava: 'Hoje você não está bem'. E ele levantava e falava: 'Olha, estou ótimo, consigo até sambar."
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Bebê terá documento sem identificação de sexo para 'decidir gênero quando crescer'
Um bebê canadense de oito meses é provavelmente o primeiro caso no mundo de um recém-nascido com um documento oficial em que seu gênero não é identificado. O cartão de saúde da criança, batizada como Searyl Atli, foi emitido pelo governo da Província de Colúmbia Britânica com a letra "U" no espaço reservado para "sexo", o que pode ser interpretado em inglês como undetermined (indeterminado) ou unassigned (não atribuído). Esse fato –que parece ser inédito no mundo, segundo a imprensa canadense– era uma demanda de Kori Doty, que é pai/mãe de Searyl. Kori é transgênero, se identifica como uma pessoa "não binária" –classificação usada por pessoas que não se consideram homem ou mulher– e deseja que o filho descubra por conta própria seu gênero quando for mais velho. Kori tenta omitir o gênero da criança também da certidão de nascimento. Isso é negado pelas autoridades até o momento. Atualmente, as certidões de nascimento de Colúmbia Britânica só permitem que sejam designados os gêneros "masculino" e "feminino". Por isso, Kori move uma ação contra a Agência de Estatísticas Vitais Colúmbia Britânica, órgão responsável pela emissão de registros civis. Em meio a essa disputa, no entanto, o cartão de saúde da criança foi enviado no mês passado pelo governo da Província sem a identificação de gênero. A advogada da família, barbara findlay, que prefere escrever seu nome sem maiúsculas, disse ao site Global News que "a designação de gênero nesta cultura é feita quando um(a) médico(a) abre as pernas e olha para os genitais de um bebê". "Mas nós sabemos que a identidade de gênero do bebê só será desenvolvida alguns anos após o nascimento." INSPEÇÃO VISUAL Searyl nasceu em novembro passado na casa de um amigo de Kori, justamente para a criança não ter seu gênero determinado por um médico após o parto. Kori argumenta que essa inspeção visual na hora do nascimento não é capaz de determinar o gênero de alguém e que uma pessoa não necessariamente se identificará ao longo da vida com o gênero que foi atribuído a ela neste momento - como foi o seu caso, que era considerada uma mulher. "Quando nasci, médicos olharam para meus genitais e fizeram suposições sobre quem eu seria, e essas suposições me perseguiram ao longo da vida. Essas suposições estavam erradas, e eu acabei tendo que fazer vários ajustes desde então. Não quero fazer o mesmo agora." Kori se refere à criança por they, pronome em inglês para se referir a pessoas e objetos no plural e que não tem gênero - pode ser traduzido tanto como "eles" ou "elas" em português. "Estou criando Searyl de modo que até que tenha senso de si e capacidade de vocabulário para me dizer quem é, tento dar todo o amor e apoio para que seja a pessoa mais inteira que puder fora das restrições que vêm com o rótulo menino ou o rótulo menina", disse à rede de TV CBC News. Kori trabalha com educação comunitária e integra a Coalizão de Identidade sem Gênero, ONG que defende que a categoria "sexo" seja retirada de todos o documentos oficiais dos cidadãos. Argumenta que quem não se identifica com o gênero oficial enfrenta vários problemas ao tentar mudar seus documentos mais tarde na vida. Kori é uma das oito pessoas envolvidas em uma ação levada ao Tribunal de Direitos Humanos de Colúmbia Britânica que pede a omissão do gênero em documentos emitidos em todo o Canadá. DEBATE Atualmente, o tema já é alvo de debate em outras Províncias do país, como Ontário e Alberta, onde estão sendo revistas políticas para incluir uma terceira possibilidade, uma opção de gênero não binário, em documentos oficiais. Kori não considera a criação de uma terceira opção a solução ideal, mas avalia como uma saída viável para o problema. Segundo a advogada findlay, um argumento recorrente contra a omissão do gênero em documentos é que isso é necessário para gerar estatísticas sobre a população. Ela diz que a omissão não implica que esse dados não serão coletados, mas sim que isso será feito anonimamente e sem ligação com a identidade de uma pessoa. "Nossa cultura é obcecada em saber se (um bebê) é menino ou menina, mas não cabe ao governo certificar essa informação sem saber se isso é verdade", disse findlay.
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Bebê terá documento sem identificação de sexo para 'decidir gênero quando crescer'Um bebê canadense de oito meses é provavelmente o primeiro caso no mundo de um recém-nascido com um documento oficial em que seu gênero não é identificado. O cartão de saúde da criança, batizada como Searyl Atli, foi emitido pelo governo da Província de Colúmbia Britânica com a letra "U" no espaço reservado para "sexo", o que pode ser interpretado em inglês como undetermined (indeterminado) ou unassigned (não atribuído). Esse fato –que parece ser inédito no mundo, segundo a imprensa canadense– era uma demanda de Kori Doty, que é pai/mãe de Searyl. Kori é transgênero, se identifica como uma pessoa "não binária" –classificação usada por pessoas que não se consideram homem ou mulher– e deseja que o filho descubra por conta própria seu gênero quando for mais velho. Kori tenta omitir o gênero da criança também da certidão de nascimento. Isso é negado pelas autoridades até o momento. Atualmente, as certidões de nascimento de Colúmbia Britânica só permitem que sejam designados os gêneros "masculino" e "feminino". Por isso, Kori move uma ação contra a Agência de Estatísticas Vitais Colúmbia Britânica, órgão responsável pela emissão de registros civis. Em meio a essa disputa, no entanto, o cartão de saúde da criança foi enviado no mês passado pelo governo da Província sem a identificação de gênero. A advogada da família, barbara findlay, que prefere escrever seu nome sem maiúsculas, disse ao site Global News que "a designação de gênero nesta cultura é feita quando um(a) médico(a) abre as pernas e olha para os genitais de um bebê". "Mas nós sabemos que a identidade de gênero do bebê só será desenvolvida alguns anos após o nascimento." INSPEÇÃO VISUAL Searyl nasceu em novembro passado na casa de um amigo de Kori, justamente para a criança não ter seu gênero determinado por um médico após o parto. Kori argumenta que essa inspeção visual na hora do nascimento não é capaz de determinar o gênero de alguém e que uma pessoa não necessariamente se identificará ao longo da vida com o gênero que foi atribuído a ela neste momento - como foi o seu caso, que era considerada uma mulher. "Quando nasci, médicos olharam para meus genitais e fizeram suposições sobre quem eu seria, e essas suposições me perseguiram ao longo da vida. Essas suposições estavam erradas, e eu acabei tendo que fazer vários ajustes desde então. Não quero fazer o mesmo agora." Kori se refere à criança por they, pronome em inglês para se referir a pessoas e objetos no plural e que não tem gênero - pode ser traduzido tanto como "eles" ou "elas" em português. "Estou criando Searyl de modo que até que tenha senso de si e capacidade de vocabulário para me dizer quem é, tento dar todo o amor e apoio para que seja a pessoa mais inteira que puder fora das restrições que vêm com o rótulo menino ou o rótulo menina", disse à rede de TV CBC News. Kori trabalha com educação comunitária e integra a Coalizão de Identidade sem Gênero, ONG que defende que a categoria "sexo" seja retirada de todos o documentos oficiais dos cidadãos. Argumenta que quem não se identifica com o gênero oficial enfrenta vários problemas ao tentar mudar seus documentos mais tarde na vida. Kori é uma das oito pessoas envolvidas em uma ação levada ao Tribunal de Direitos Humanos de Colúmbia Britânica que pede a omissão do gênero em documentos emitidos em todo o Canadá. DEBATE Atualmente, o tema já é alvo de debate em outras Províncias do país, como Ontário e Alberta, onde estão sendo revistas políticas para incluir uma terceira possibilidade, uma opção de gênero não binário, em documentos oficiais. Kori não considera a criação de uma terceira opção a solução ideal, mas avalia como uma saída viável para o problema. Segundo a advogada findlay, um argumento recorrente contra a omissão do gênero em documentos é que isso é necessário para gerar estatísticas sobre a população. Ela diz que a omissão não implica que esse dados não serão coletados, mas sim que isso será feito anonimamente e sem ligação com a identidade de uma pessoa. "Nossa cultura é obcecada em saber se (um bebê) é menino ou menina, mas não cabe ao governo certificar essa informação sem saber se isso é verdade", disse findlay.
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Após crítica, Dilma faz afago a tucana e pede ajuda no combate à microcefalia
A presidente Dilma Rousseff reagiu nesta terça-feira (2) de maneira inusitada ao ser interrompida durante discurso de abertura da atividade legislativa, no plenário da Câmara dos Deputados. A petista detalhava as políticas do governo federal no combate ao vírus zika, responsável pelo aumento do surto de microcefalia no país, e ressaltou que "se o mosquito não nascer, o vírus não tem como viver". Nesse momento, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) fez crítica em voz alta. "É o que a senhora vai fazer com as crianças que já estão com microcefalia?", questionou. A petista ficou desconcertada com a interrupção e chegou a interromper seu discurso. No final de sua fala, contudo, em resposta à tucana, fez um afago a ela e disse esperar contar com a colaboração dela no combate ao surto de microcefalia. "Antes de concluir minha fala, queria dizer para a deputada federal que conto com a colaboração dela, porque a questão da microcefalia deve preocupar a todos nós", disse. "Sei que a deputada federal é uma pessoa dedicada a essa área. Por isso, conto com a sua colaboração com boas ideias", acrescentou. No discurso, a presidente também disse ter certeza de que contará "com a sensibilidade do Congresso Nacional" no enfrentamento da doença. Pela manhã, a petista havia defendido que os países da América Latina formem uma frente de combate ao vírus zika e ressaltou a necessidade dos países trabalharem juntos. EXENTRICIDADES Além das vaias e dos aplausos, o plenário foi palco para outras excentricidades na sessão desta terça, de abertura dos trabalhos do Legislativo. O deputado Paulinho da Força (SD-SP) levou uma versão em miniatura do boneco "Pixuleko", que retrata o ex-presidente Lula vestido de presidiário. Paulinho, ainda entregou aos colegas duas faixas nas quais se lia: "O Brasil não aguenta mais você. Cai fora!". Elas foram erguidas ao fim da fala de Dilma. Mas o plenário não se dividiu apenas entre os apoiadores e os críticos da presidente. Boa parte dos deputados que foi à solenidade de abertura dos trabalhos do Legislativo permaneceu inerte ao discurso da presidente. Nas cadeiras, havia parlamentares conversando, olhando fotos em aplicativos de celular e até dormindo, como foi o caso do deputado Sérgio Reis (PRB-SP). Ele chegou cedo ao plenário, acomodou-se em uma das cadeiras e colocou óculos escuros. O cochilo poderia ter passado batido, não fosse a dificuldade do parlamentar de manter a cabeça erguida.
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Após crítica, Dilma faz afago a tucana e pede ajuda no combate à microcefaliaA presidente Dilma Rousseff reagiu nesta terça-feira (2) de maneira inusitada ao ser interrompida durante discurso de abertura da atividade legislativa, no plenário da Câmara dos Deputados. A petista detalhava as políticas do governo federal no combate ao vírus zika, responsável pelo aumento do surto de microcefalia no país, e ressaltou que "se o mosquito não nascer, o vírus não tem como viver". Nesse momento, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) fez crítica em voz alta. "É o que a senhora vai fazer com as crianças que já estão com microcefalia?", questionou. A petista ficou desconcertada com a interrupção e chegou a interromper seu discurso. No final de sua fala, contudo, em resposta à tucana, fez um afago a ela e disse esperar contar com a colaboração dela no combate ao surto de microcefalia. "Antes de concluir minha fala, queria dizer para a deputada federal que conto com a colaboração dela, porque a questão da microcefalia deve preocupar a todos nós", disse. "Sei que a deputada federal é uma pessoa dedicada a essa área. Por isso, conto com a sua colaboração com boas ideias", acrescentou. No discurso, a presidente também disse ter certeza de que contará "com a sensibilidade do Congresso Nacional" no enfrentamento da doença. Pela manhã, a petista havia defendido que os países da América Latina formem uma frente de combate ao vírus zika e ressaltou a necessidade dos países trabalharem juntos. EXENTRICIDADES Além das vaias e dos aplausos, o plenário foi palco para outras excentricidades na sessão desta terça, de abertura dos trabalhos do Legislativo. O deputado Paulinho da Força (SD-SP) levou uma versão em miniatura do boneco "Pixuleko", que retrata o ex-presidente Lula vestido de presidiário. Paulinho, ainda entregou aos colegas duas faixas nas quais se lia: "O Brasil não aguenta mais você. Cai fora!". Elas foram erguidas ao fim da fala de Dilma. Mas o plenário não se dividiu apenas entre os apoiadores e os críticos da presidente. Boa parte dos deputados que foi à solenidade de abertura dos trabalhos do Legislativo permaneceu inerte ao discurso da presidente. Nas cadeiras, havia parlamentares conversando, olhando fotos em aplicativos de celular e até dormindo, como foi o caso do deputado Sérgio Reis (PRB-SP). Ele chegou cedo ao plenário, acomodou-se em uma das cadeiras e colocou óculos escuros. O cochilo poderia ter passado batido, não fosse a dificuldade do parlamentar de manter a cabeça erguida.
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Segredos da redação: conheça técnicas para ir bem no Enem e no vestibular
Cem redações para corrigir num único dia, durante algumas semanas. Essa é a realidade dos professores que dão notas ao que os alunos escreveram durante o vestibular. E, para eles, estilo, coerência e capacidade de reflexão são os principais pontos que fazem um texto nota 10. A Folha conversou com um corretor da Unicamp e uma do Enem e da Unesp, que pedem anonimato por terem contratos de sigilo. Segundo a corretora do Enem, cada professor segue uma grade fixa, dando notas entre zero e cinco para cinco competências diferentes. As maiores notas ficam com o quesito adequação à norma culta, enquanto o tópico que avalia as sugestões que cada candidato oferece para os problemas propostos é o que tem a média mais baixa. As redações passam por dois corretores, e cada um é treinado para não levar mais de cinco minutos na avaliação de um texto. "A ideia é que a correção não seja subjetiva. Somos monitorados, temos que dar as mesmas notas nas planilhas." Para ela, o texto que chama a atenção no Enem e pode chegar a uma nota máxima (mil) une argumentação coesa e proposta de intervenção detalhada. "Um texto bom é aquele que convence, com boa argumentação." Segundo Nedilson Cesar Rodrigues, professor do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória e ex-corretor do Enem, o repertório do aluno conta, mas importante mesmo é não fugir do tema. "Tive um aluno, no ano passado, que usou a redação para questionar o tema do Enem. Ele sempre tirava notas altas, tinha certeza de que ele tiraria mais de 900 no exame, mas não foi assim." Para o corretor da Unicamp, o que mais chama a atenção no texto é o indício de autoria, uma "marca pessoal de escrita que seja funcional no texto". "Tem que ser original, atingir o leitor." Com proposta mais livre, que pede dois textos menores no lugar de uma única redação, a Unicamp privilegia a capacidade de observação. O corretor cita como exemplo a proposta de 2012, em que o aluno tinha de escrever um "verbete para uma enciclopédia online". "Basicamente, pediram que o aluno escrevesse um artigo pequeno da Wikipedia. Que aluno nunca leu a Wikipedia? Mas alguns estão tão fechados em escrever dissertação que acabam não entendendo isso." Já a Fuvest "liga muito menos para a estrutura, para o texto quadrado, e muito mais para o conteúdo, o pensamento, a análise". Também valoriza muito o indício de autoria. A percepção é da professora Gabriela de Araújo Carvalho, coordenadora de redação do Poliedro - Paraíso. Há três anos, ela faz Fuvest apenas para participar da redação na segunda fase. Gabriela conta que obteve nota dez na última prova, cujo tema era a "camarotização" social do Brasil. "Citei o rapper Emicida e usei exemplos do funk ostentação", diz. POLÊMICAS Para Rodrigues, a redação da Fuvest é mais complicada que as de outros exames, porque pede um posicionamento claro dos alunos. "O repertório faz diferença", afirma. Já a Unesp é um pouco menos severa com relação aos temas. De acordo com a corretora entrevistada pela Folha, os candidatos podem citar o texto-base em sua redação sem perder nota, ao contrário do que ocorre no Enem. "O aluno precisa prestar atenção em como argumenta, no tipo de linguagem escolhida ", diz Rodrigues. A corretora do Enem lembra de uma redação que zerou, há alguns anos, pois o aluno escreveu que a solução para o Brasil seria "matar" todos os políticos dentro de Brasília. "O Enem é uma prova mais otimista, ele analisa se o estudante tem propostas positivas", diz. Nos outros vestibulares, não há uma indicação explícita de que certas opiniões podem zerar a prova, mas é preciso ter bom senso. O corretor da Unicamp diz que nunca passou por uma situação dessas, mas que não acharia errado dar uma nota menor para um texto de teor preconceituoso. "Será que a faculdade vai querer aquele tipo de aluno?" Para Gabriela, o problema está na coerência da argumentação. "Normalmente, os argumentos baseados em opiniões que ferem os direitos humanos ou que são mais preconceituosas não são bem fundamentados. Só isso já faz o texto perder nota", diz.
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Segredos da redação: conheça técnicas para ir bem no Enem e no vestibularCem redações para corrigir num único dia, durante algumas semanas. Essa é a realidade dos professores que dão notas ao que os alunos escreveram durante o vestibular. E, para eles, estilo, coerência e capacidade de reflexão são os principais pontos que fazem um texto nota 10. A Folha conversou com um corretor da Unicamp e uma do Enem e da Unesp, que pedem anonimato por terem contratos de sigilo. Segundo a corretora do Enem, cada professor segue uma grade fixa, dando notas entre zero e cinco para cinco competências diferentes. As maiores notas ficam com o quesito adequação à norma culta, enquanto o tópico que avalia as sugestões que cada candidato oferece para os problemas propostos é o que tem a média mais baixa. As redações passam por dois corretores, e cada um é treinado para não levar mais de cinco minutos na avaliação de um texto. "A ideia é que a correção não seja subjetiva. Somos monitorados, temos que dar as mesmas notas nas planilhas." Para ela, o texto que chama a atenção no Enem e pode chegar a uma nota máxima (mil) une argumentação coesa e proposta de intervenção detalhada. "Um texto bom é aquele que convence, com boa argumentação." Segundo Nedilson Cesar Rodrigues, professor do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória e ex-corretor do Enem, o repertório do aluno conta, mas importante mesmo é não fugir do tema. "Tive um aluno, no ano passado, que usou a redação para questionar o tema do Enem. Ele sempre tirava notas altas, tinha certeza de que ele tiraria mais de 900 no exame, mas não foi assim." Para o corretor da Unicamp, o que mais chama a atenção no texto é o indício de autoria, uma "marca pessoal de escrita que seja funcional no texto". "Tem que ser original, atingir o leitor." Com proposta mais livre, que pede dois textos menores no lugar de uma única redação, a Unicamp privilegia a capacidade de observação. O corretor cita como exemplo a proposta de 2012, em que o aluno tinha de escrever um "verbete para uma enciclopédia online". "Basicamente, pediram que o aluno escrevesse um artigo pequeno da Wikipedia. Que aluno nunca leu a Wikipedia? Mas alguns estão tão fechados em escrever dissertação que acabam não entendendo isso." Já a Fuvest "liga muito menos para a estrutura, para o texto quadrado, e muito mais para o conteúdo, o pensamento, a análise". Também valoriza muito o indício de autoria. A percepção é da professora Gabriela de Araújo Carvalho, coordenadora de redação do Poliedro - Paraíso. Há três anos, ela faz Fuvest apenas para participar da redação na segunda fase. Gabriela conta que obteve nota dez na última prova, cujo tema era a "camarotização" social do Brasil. "Citei o rapper Emicida e usei exemplos do funk ostentação", diz. POLÊMICAS Para Rodrigues, a redação da Fuvest é mais complicada que as de outros exames, porque pede um posicionamento claro dos alunos. "O repertório faz diferença", afirma. Já a Unesp é um pouco menos severa com relação aos temas. De acordo com a corretora entrevistada pela Folha, os candidatos podem citar o texto-base em sua redação sem perder nota, ao contrário do que ocorre no Enem. "O aluno precisa prestar atenção em como argumenta, no tipo de linguagem escolhida ", diz Rodrigues. A corretora do Enem lembra de uma redação que zerou, há alguns anos, pois o aluno escreveu que a solução para o Brasil seria "matar" todos os políticos dentro de Brasília. "O Enem é uma prova mais otimista, ele analisa se o estudante tem propostas positivas", diz. Nos outros vestibulares, não há uma indicação explícita de que certas opiniões podem zerar a prova, mas é preciso ter bom senso. O corretor da Unicamp diz que nunca passou por uma situação dessas, mas que não acharia errado dar uma nota menor para um texto de teor preconceituoso. "Será que a faculdade vai querer aquele tipo de aluno?" Para Gabriela, o problema está na coerência da argumentação. "Normalmente, os argumentos baseados em opiniões que ferem os direitos humanos ou que são mais preconceituosas não são bem fundamentados. Só isso já faz o texto perder nota", diz.
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Candido superestimou modernismo e ignorou singularidades regionais
RESUMO Professor de letras da UFRGS e crítico lembra importância de Antonio Candido para a interpretação da literatura brasileira, mas destaca o que considera inconsistências. Entre elas estão o protagonismo concedido pelo teórico ao modernismo paulistano e a negação de especificidades regionais nas obras de ficção do país. Leia ainda na "Ilustríssima": texto de Carlos Berriel sobre a aproximação que Candido fez entre literatura e sociedade; carta que o poeta Armando Freitas Filho estava escrevendo a Candido; texto inédito do crítico; e Arquivo Aberto de José Salles Neto. Gentil, ético, alinhado com a esquerda democrática, escritor de texto preciso e elegante, comunicativo e inteligente, compreensível sempre, antipedante, criativo nas interpretações, certeiro nos diagnósticos de qualidade, abrangente e cosmopolita, capaz de leituras que estruturam visadas de conjunto correlacionando literatura e sociedade, respeitoso das diferenças, interessado na educação para todos, frequentador dos registros mais sofisticados das letras, mas apreciador da prosa ao rés do chão e da canção singela. Antonio Candido foi de fato tudo isso, com resultados espalhados em preciosas centenas de páginas impressas, em livros e periódicos, que permanecerão como marcos de seu tempo. Dois outros merecidos elogios não apareceram nos necrológios. Primeiro: o pensamento crítico que estruturou sua obra, sobretudo dos anos 1940 aos 1960, era laico e não dogmático, fazendo nisso um saudável contraponto a correntes críticas que desde o Rio de Janeiro espalhavam sua voz pelas universidades e escolas brasileiras. Candido disputou a compreensão da literatura brasileira com a visada católica essencialista de Alceu Amoroso Lima (1893-1983), assim como com a perspectiva formalista e algo arrogante de Afrânio Coutinho (1911-2000). Por vezes, aproximou-se da concepção de Nelson Werneck Sodré (1911-99), mas dela acabava se distinguindo pela interpretação muito mais aberta da história. Segundo: boa parte de suas formulações críticas e historiográficas tem a virtude de oferecer modelos para quem veio depois. Modelos, não camisas de força. Suas formulações sobre o sistema literário, sobre a formação da literatura brasileira, sobre a dialética do interno e do externo na obra literária e outras mais específicas, como a dialética da malandragem ou as súmulas sobre amplos conjuntos de fenômenos (o nexo entre literatura e subdesenvolvimento), todas elas iluminam seu objeto específico ao mesmo tempo em que proporcionam extrapolações e analogias. Mas, como qualquer outra obra do pensamento, as ideias de Candido carregam as restrições de seu tempo e sua circunstância. Esboço a seguir três limites de sua atividade crítica, compreendendo que esse exercício é uma homenagem ao grande professor recém-falecido, figura central em minha formação e atuação profissional. SUPREMACIA DE SP A trajetória e a obra de Candido acompanham, na face letrada, o processo de construção da supremacia de São Paulo sobre o país. Não apenas no sentido elementar da USP e da força avassaladora da economia paulista mas também no sentido sutil da entronização da uma nova interpretação do Brasil. Contrariando a ênfase historiográfica na controvérsia da origem (quando teria começado a literatura no Brasil?), Candido propôs uma visão processual –a literatura não nasce, mas se forma num continuum entre o arcadismo e o romantismo– e uma perspectiva teleológica, que sugere haver um ponto ótimo do processo no futuro. Qual futuro? Nominalmente, em Machado de Assis, em cuja obra veríamos realizada a formação. Ótimo, mas contraditório com uma premissa do próprio esquema candidiano, que requeria leitores para que uma literatura nascente fosse reconhecível como formada. Ora, mesmo no fim da vida de Machado leitor era coisa raríssima. Onde então estaria o ponto de chegada da formação? Candido não diz assim, mas me parece possível deduzir que tal ponto estaria no modernismo paulistano. Em lugar de dois momentos decisivos no processo formativo da literatura brasileira, há de fato três, sendo o derradeiro aquele que Candido tratou de entronizar. Não, não é ruim que as obras modernistas tenham sido incorporadas ao repertório geral brasileiro. Só é ruim que sejam consideradas um ponto inultrapassável da criação artística nacional, a ponto de figurarem, ainda hoje, como critérios de excelência. Assim, Candido representa a face letrada, humanista, culta, elegante e profunda da dominação que nos preside, que tem uma encarnação terrível na absurda centralidade de Brasília sobre a nação, outra na inaceitável concentração econômica em São Paulo e outra ainda na nefasta perspectiva centrípeta modernistocêntrica. BRASIL UNO Correlata é a visão unitarista sobre o conjunto variado do Brasil. Ecoando aquele Getúlio Vargas que proibiu os hinos e bandeiras estaduais, Candido argumentou várias vezes contra concepções infranacionais do fenômeno cultural. Sua convicção ia na mesma direção da de Mário de Andrade, para quem tudo que se fizesse no Brasil era brasileiro –o que implicava não haver direito de ser menos do que brasileiro. Exemplo disso se lê em ensaio de 1954, por ocasião do quarto centenário de São Paulo: "Se não existe literatura paulista, gaúcha ou pernambucana, há sem dúvida uma literatura brasileira manifestando-se de modo diferente nos diversos Estados", afirmou, em jogo de palavras que impunha o nacional como algo essencial, sem prejuízo de, numa ocasião comemorativa localista, poder o material literário ser arranjado em modo particular. Candido estava longe de ser um comissário de partido totalitário; não se pode imaginar sua doçura no trato pessoal e sua largueza de vistas compactuando com censura. Mas é certo que sua atuação foi no mesmo sentido unificador obsessivamente reiterado pelo poder no Brasil, desde o império até agora. Em sua obra, vamos encontrar uma saudável ruptura com o acanhamento provinciano que tantas vezes embretou a discussão e até a produção da literatura no Brasil em marcos nacionalistas. Por formação e convicção, nosso crítico foi cosmopolita. Por isso mesmo, vale examinar seu comparatismo nos textos que publicou. Aprendemos com Candido a excelente lição da seleção de termos comparativos adequados. Assim foi com "A Letra Escarlate" (Nathaniel Hawthorne), tomada como parâmetro de contraste para as "Memórias de um Sargento de Milícias" (Manuel Antônio de Almeida), ou com o paralelo entre "L'Assomoir" (Émile Zola) e "O Cortiço" (Aluísio Azevedo). Noutro sentido, porém, a perspectiva candidiana se mostra problemática, como na famosa "Formação da Literatura Brasileira". É bem verdade que nela Candido supera paradigmas velhos e empobrecedores do debate, como a tese das "influências" estrangeiras ou como o cediço antilusitanismo. Mas está lá um conjunto de afirmações e postulados que agora precisam ser reavaliados. LÍNGUA PÁTRIA É o caso da pista escorregadia escolhida por Candido para dizer que "um francês, um italiano, um inglês, um alemão, mesmo um russo e um espanhol" podem só conhecer os autores da sua terra e, não obstante, encontrar neles o suficiente para experimentar "as mais altas emoções literárias", coisa que seria "impensável no caso de um português" e mais ainda de um brasileiro. Na superfície, um contraste justo, mas basta tomar pequena distância para verificar que há excessiva desproporção nos termos. A correspondência entre língua e nacionalidade deforma a comparação. No caso mais gritante de impropriedade, um inglês de fato lê como sua a literatura de sua língua que não pertence apenas a seu país –pensemos no papel dos autores irlandeses. Por outro lado, é de perguntar por que, no estudo sobre a literatura brasileira, atento ao fato de que se tratava de país jovem do Novo Mundo, não ocorreu a Candido cotejar o Brasil com a Argentina ou os EUA, países com quem o Brasil compartilha inúmeras afinidades. Candido representa o tempo inicial da universidade brasileira, aristocrática e francófila, e uma época da cultura ocidental, com a literatura no centro do campo público de forças em confronto. As duas coisas passaram, para o bem e para o mal; mas seu rastro, para nossa sorte, foi acompanhado por uma inteligência fina, que nos cabe ler, apreciar e criticar adequadamente. LUÍS AUGUSTO FISCHER, 59, professor de literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é autor de "Machado e Borges" (Arquipélago) e de "Duas Formações, uma História", uma reflexão sobre as condições para uma nova história da literatura brasileira, a partir de Candido e de Roberto Schwarz (inédito).
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Candido superestimou modernismo e ignorou singularidades regionaisRESUMO Professor de letras da UFRGS e crítico lembra importância de Antonio Candido para a interpretação da literatura brasileira, mas destaca o que considera inconsistências. Entre elas estão o protagonismo concedido pelo teórico ao modernismo paulistano e a negação de especificidades regionais nas obras de ficção do país. Leia ainda na "Ilustríssima": texto de Carlos Berriel sobre a aproximação que Candido fez entre literatura e sociedade; carta que o poeta Armando Freitas Filho estava escrevendo a Candido; texto inédito do crítico; e Arquivo Aberto de José Salles Neto. Gentil, ético, alinhado com a esquerda democrática, escritor de texto preciso e elegante, comunicativo e inteligente, compreensível sempre, antipedante, criativo nas interpretações, certeiro nos diagnósticos de qualidade, abrangente e cosmopolita, capaz de leituras que estruturam visadas de conjunto correlacionando literatura e sociedade, respeitoso das diferenças, interessado na educação para todos, frequentador dos registros mais sofisticados das letras, mas apreciador da prosa ao rés do chão e da canção singela. Antonio Candido foi de fato tudo isso, com resultados espalhados em preciosas centenas de páginas impressas, em livros e periódicos, que permanecerão como marcos de seu tempo. Dois outros merecidos elogios não apareceram nos necrológios. Primeiro: o pensamento crítico que estruturou sua obra, sobretudo dos anos 1940 aos 1960, era laico e não dogmático, fazendo nisso um saudável contraponto a correntes críticas que desde o Rio de Janeiro espalhavam sua voz pelas universidades e escolas brasileiras. Candido disputou a compreensão da literatura brasileira com a visada católica essencialista de Alceu Amoroso Lima (1893-1983), assim como com a perspectiva formalista e algo arrogante de Afrânio Coutinho (1911-2000). Por vezes, aproximou-se da concepção de Nelson Werneck Sodré (1911-99), mas dela acabava se distinguindo pela interpretação muito mais aberta da história. Segundo: boa parte de suas formulações críticas e historiográficas tem a virtude de oferecer modelos para quem veio depois. Modelos, não camisas de força. Suas formulações sobre o sistema literário, sobre a formação da literatura brasileira, sobre a dialética do interno e do externo na obra literária e outras mais específicas, como a dialética da malandragem ou as súmulas sobre amplos conjuntos de fenômenos (o nexo entre literatura e subdesenvolvimento), todas elas iluminam seu objeto específico ao mesmo tempo em que proporcionam extrapolações e analogias. Mas, como qualquer outra obra do pensamento, as ideias de Candido carregam as restrições de seu tempo e sua circunstância. Esboço a seguir três limites de sua atividade crítica, compreendendo que esse exercício é uma homenagem ao grande professor recém-falecido, figura central em minha formação e atuação profissional. SUPREMACIA DE SP A trajetória e a obra de Candido acompanham, na face letrada, o processo de construção da supremacia de São Paulo sobre o país. Não apenas no sentido elementar da USP e da força avassaladora da economia paulista mas também no sentido sutil da entronização da uma nova interpretação do Brasil. Contrariando a ênfase historiográfica na controvérsia da origem (quando teria começado a literatura no Brasil?), Candido propôs uma visão processual –a literatura não nasce, mas se forma num continuum entre o arcadismo e o romantismo– e uma perspectiva teleológica, que sugere haver um ponto ótimo do processo no futuro. Qual futuro? Nominalmente, em Machado de Assis, em cuja obra veríamos realizada a formação. Ótimo, mas contraditório com uma premissa do próprio esquema candidiano, que requeria leitores para que uma literatura nascente fosse reconhecível como formada. Ora, mesmo no fim da vida de Machado leitor era coisa raríssima. Onde então estaria o ponto de chegada da formação? Candido não diz assim, mas me parece possível deduzir que tal ponto estaria no modernismo paulistano. Em lugar de dois momentos decisivos no processo formativo da literatura brasileira, há de fato três, sendo o derradeiro aquele que Candido tratou de entronizar. Não, não é ruim que as obras modernistas tenham sido incorporadas ao repertório geral brasileiro. Só é ruim que sejam consideradas um ponto inultrapassável da criação artística nacional, a ponto de figurarem, ainda hoje, como critérios de excelência. Assim, Candido representa a face letrada, humanista, culta, elegante e profunda da dominação que nos preside, que tem uma encarnação terrível na absurda centralidade de Brasília sobre a nação, outra na inaceitável concentração econômica em São Paulo e outra ainda na nefasta perspectiva centrípeta modernistocêntrica. BRASIL UNO Correlata é a visão unitarista sobre o conjunto variado do Brasil. Ecoando aquele Getúlio Vargas que proibiu os hinos e bandeiras estaduais, Candido argumentou várias vezes contra concepções infranacionais do fenômeno cultural. Sua convicção ia na mesma direção da de Mário de Andrade, para quem tudo que se fizesse no Brasil era brasileiro –o que implicava não haver direito de ser menos do que brasileiro. Exemplo disso se lê em ensaio de 1954, por ocasião do quarto centenário de São Paulo: "Se não existe literatura paulista, gaúcha ou pernambucana, há sem dúvida uma literatura brasileira manifestando-se de modo diferente nos diversos Estados", afirmou, em jogo de palavras que impunha o nacional como algo essencial, sem prejuízo de, numa ocasião comemorativa localista, poder o material literário ser arranjado em modo particular. Candido estava longe de ser um comissário de partido totalitário; não se pode imaginar sua doçura no trato pessoal e sua largueza de vistas compactuando com censura. Mas é certo que sua atuação foi no mesmo sentido unificador obsessivamente reiterado pelo poder no Brasil, desde o império até agora. Em sua obra, vamos encontrar uma saudável ruptura com o acanhamento provinciano que tantas vezes embretou a discussão e até a produção da literatura no Brasil em marcos nacionalistas. Por formação e convicção, nosso crítico foi cosmopolita. Por isso mesmo, vale examinar seu comparatismo nos textos que publicou. Aprendemos com Candido a excelente lição da seleção de termos comparativos adequados. Assim foi com "A Letra Escarlate" (Nathaniel Hawthorne), tomada como parâmetro de contraste para as "Memórias de um Sargento de Milícias" (Manuel Antônio de Almeida), ou com o paralelo entre "L'Assomoir" (Émile Zola) e "O Cortiço" (Aluísio Azevedo). Noutro sentido, porém, a perspectiva candidiana se mostra problemática, como na famosa "Formação da Literatura Brasileira". É bem verdade que nela Candido supera paradigmas velhos e empobrecedores do debate, como a tese das "influências" estrangeiras ou como o cediço antilusitanismo. Mas está lá um conjunto de afirmações e postulados que agora precisam ser reavaliados. LÍNGUA PÁTRIA É o caso da pista escorregadia escolhida por Candido para dizer que "um francês, um italiano, um inglês, um alemão, mesmo um russo e um espanhol" podem só conhecer os autores da sua terra e, não obstante, encontrar neles o suficiente para experimentar "as mais altas emoções literárias", coisa que seria "impensável no caso de um português" e mais ainda de um brasileiro. Na superfície, um contraste justo, mas basta tomar pequena distância para verificar que há excessiva desproporção nos termos. A correspondência entre língua e nacionalidade deforma a comparação. No caso mais gritante de impropriedade, um inglês de fato lê como sua a literatura de sua língua que não pertence apenas a seu país –pensemos no papel dos autores irlandeses. Por outro lado, é de perguntar por que, no estudo sobre a literatura brasileira, atento ao fato de que se tratava de país jovem do Novo Mundo, não ocorreu a Candido cotejar o Brasil com a Argentina ou os EUA, países com quem o Brasil compartilha inúmeras afinidades. Candido representa o tempo inicial da universidade brasileira, aristocrática e francófila, e uma época da cultura ocidental, com a literatura no centro do campo público de forças em confronto. As duas coisas passaram, para o bem e para o mal; mas seu rastro, para nossa sorte, foi acompanhado por uma inteligência fina, que nos cabe ler, apreciar e criticar adequadamente. LUÍS AUGUSTO FISCHER, 59, professor de literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é autor de "Machado e Borges" (Arquipélago) e de "Duas Formações, uma História", uma reflexão sobre as condições para uma nova história da literatura brasileira, a partir de Candido e de Roberto Schwarz (inédito).
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A necessária busca da verdade
O dia 16 de setembro de 2015 ficará marcado para sempre na memória das famílias de nossa comunidade, de alunos, de professores e de funcionários da nossa escola. Desde esse dia, temos contribuído e seguiremos contribuindo com as autoridades responsáveis pela condução das investigações, sempre empenhados na busca de respostas e na elucidação do trágico falecimento de nossa aluna Victória Mafra Natalini durante uma tradicional viagem pedagógica. Realizadas há mais de quatro décadas no Brasil, essas viagens são parte do currículo pedagógico da Escola Waldorf Rudolf Steiner. A metodologia, com uma visão holística dos indivíduos, idealizada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, tem transformado, há 60 anos, a vida de cidadãos brasileiros e estrangeiros, muitos dos quais se tornam agentes multiplicadores dessa proposta pedagógica. Atualmente, esse método de ensino está presente em mais de mil escolas localizadas em 60 países - na Europa, nas Américas, na África e na Oceania. É um instrumento escolhido por pais e educadores para formar crianças e jovens de diferentes raças, credos e culturas. O conteúdo de cada ano letivo é adequado à idade dos alunos. O currículo diferenciado proporciona uma visão ampla das matérias e prepara o jovem para o exercício da cidadania. Viagens pedagógicas de estudos aplicados também complementam o conteúdo teórico de diversas matérias. Durante uma dessas viagens curriculares, com uma turma de 34 alunos do décimo ano, de jovens entre 16 e 17 anos, Victória participava de um trabalho prático de campo de topografia, desenvolvido como parte curricular da disciplina de matemática. Consistia em medir, mapear terrenos e calcular áreas. Nessa mesma fazenda, a escola desenvolve, há 10 anos, atividades pedagógicas e passeios de classe com pais, alunos e professores. É amplamente conhecida no setor e também utilizada por outras escolas. Em todas atividades pedagógicas, internas ou externas, a escola sempre disponibiliza equipes de profissionais capacitados para atender aos alunos. Naquela viagem, havia cinco adultos (dois professores e três topógrafos) que supervisionavam o trabalho e a rotina dos jovens ao longo da semana. Além dos profissionais da escola, havia também a equipe fornecida pela própria fazenda, responsável pela alimentação e pelo alojamento dos alunos. Desde o momento em que se confirmou a ausência de Victória, nossos profissionais seguiram todos os procedimentos previstos nos protocolos, em especial o acionamento de autoridades competentes -que prontamente responderam e mobilizaram suas equipes para o local, concentrando todos os esforços nas buscas. Antes de tudo, é muito importante reforçar que lamentamos profundamente o ocorrido e compartilhamos a dor da família de Victória. Seguiremos contribuindo, confiantes de que as autoridades responsáveis pelas investigações elucidarão o que aconteceu e apurarão a verdade. Também é importante salientar que somente tais autoridades possuem a autonomia, a responsabilidade e a competência para emitir conclusões sobre as circunstâncias que levaram, infelizmente, ao falecimento de Victória. DENIS SIPAS SIQUEIRA, 47, mestre em administração de empresas pela Melbourne Business School (Austrália), é gestor executivo da Escola Waldorf Rudolf Steiner PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
A necessária busca da verdadeO dia 16 de setembro de 2015 ficará marcado para sempre na memória das famílias de nossa comunidade, de alunos, de professores e de funcionários da nossa escola. Desde esse dia, temos contribuído e seguiremos contribuindo com as autoridades responsáveis pela condução das investigações, sempre empenhados na busca de respostas e na elucidação do trágico falecimento de nossa aluna Victória Mafra Natalini durante uma tradicional viagem pedagógica. Realizadas há mais de quatro décadas no Brasil, essas viagens são parte do currículo pedagógico da Escola Waldorf Rudolf Steiner. A metodologia, com uma visão holística dos indivíduos, idealizada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, tem transformado, há 60 anos, a vida de cidadãos brasileiros e estrangeiros, muitos dos quais se tornam agentes multiplicadores dessa proposta pedagógica. Atualmente, esse método de ensino está presente em mais de mil escolas localizadas em 60 países - na Europa, nas Américas, na África e na Oceania. É um instrumento escolhido por pais e educadores para formar crianças e jovens de diferentes raças, credos e culturas. O conteúdo de cada ano letivo é adequado à idade dos alunos. O currículo diferenciado proporciona uma visão ampla das matérias e prepara o jovem para o exercício da cidadania. Viagens pedagógicas de estudos aplicados também complementam o conteúdo teórico de diversas matérias. Durante uma dessas viagens curriculares, com uma turma de 34 alunos do décimo ano, de jovens entre 16 e 17 anos, Victória participava de um trabalho prático de campo de topografia, desenvolvido como parte curricular da disciplina de matemática. Consistia em medir, mapear terrenos e calcular áreas. Nessa mesma fazenda, a escola desenvolve, há 10 anos, atividades pedagógicas e passeios de classe com pais, alunos e professores. É amplamente conhecida no setor e também utilizada por outras escolas. Em todas atividades pedagógicas, internas ou externas, a escola sempre disponibiliza equipes de profissionais capacitados para atender aos alunos. Naquela viagem, havia cinco adultos (dois professores e três topógrafos) que supervisionavam o trabalho e a rotina dos jovens ao longo da semana. Além dos profissionais da escola, havia também a equipe fornecida pela própria fazenda, responsável pela alimentação e pelo alojamento dos alunos. Desde o momento em que se confirmou a ausência de Victória, nossos profissionais seguiram todos os procedimentos previstos nos protocolos, em especial o acionamento de autoridades competentes -que prontamente responderam e mobilizaram suas equipes para o local, concentrando todos os esforços nas buscas. Antes de tudo, é muito importante reforçar que lamentamos profundamente o ocorrido e compartilhamos a dor da família de Victória. Seguiremos contribuindo, confiantes de que as autoridades responsáveis pelas investigações elucidarão o que aconteceu e apurarão a verdade. Também é importante salientar que somente tais autoridades possuem a autonomia, a responsabilidade e a competência para emitir conclusões sobre as circunstâncias que levaram, infelizmente, ao falecimento de Victória. DENIS SIPAS SIQUEIRA, 47, mestre em administração de empresas pela Melbourne Business School (Austrália), é gestor executivo da Escola Waldorf Rudolf Steiner PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Justiça absolve publicitário preso com 21 pés de maconha em São Paulo
O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu um publicitário de 30 anos da acusação de tráfico de drogas após ele ter sido preso com 21 pés de maconha em seu apartamento na Vila Madalena, bairro da zona oeste da capital. A decisão, de segunda instância, foi publicada nesta semana e surpreendeu especialistas em direito criminal. O tribunal paulista é visto como conservador nesta área, pois normalmente condena réus detidos com quantidade razoável da droga plantada. O caso ocorreu em 3 de janeiro de 2015. No dia, vizinhos do publicitário Maurício (nome fictício) chamaram a Polícia Militar após perceberem que o som da casa estava ligado havia três dias. Suspeitavam que algo poderia ter acontecido com o rapaz. Os PMs entraram no apartamento com uma escada. Maurício estava desacordado na sala. Em outro cômodo, os PMs encontraram 21 pés de Cannabis sativa L, conhecida como skunk (espécie de maconha mais forte). O publicitário foi preso em flagrante, acusado de tráfico. Os policiais disseram que ele confessou o crime informalmente ao ser preso –na delegacia e em juízo, Maurício negou e disse que cultivava maconha para consumo próprio. Para a polícia, os 21 pés pesavam 583 gramas. Um botânico contratado pela defesa afirmou que a quantidade consumível da droga era de 80 gramas. Isso porque nem toda a planta é usada como entorpecente e, se for um exemplar macho, por exemplo, ele não floresce e não pode ser utilizado para este fim. Momentos após a prisão, uma equipe da TV Record entrou na casa do publicitário. Na reportagem, disponível no site da emissora, ele foi tratado como "traficante de classe média-alta" que vendia drogas na Vila Madalena. A versão dele não foi contemplada. Maurício ficou preso por três meses –três habeas corpus foram negados. Em março de 2015, ele foi condenado a 1 ano e 8 meses de prisão, mas a pena foi substituída por uma punição mais leve. Seu defensor, Alexandre de Oliveira Ribeiro Filho, advogado do grupo Vilardi, recorreu da decisão. "Ele não é traficante, era usuário. Nunca o investigaram. Ele foi condenado com base na quantidade de plantas e na palavra de um policial", diz o defensor. Agora, desembargadores absolveram o publicitário. "Não há nos autos prova cabal, segura e induvidosa que venha a sugerir que se trata de um mercador de produto proibido", escreveu o desembargador Marcelo Gordo, relator do caso, na decisão. INVESTIGAÇÃO Plantar maconha é crime. A lei não determina a quantidade de drogas que pode ser enquadrada como tráfico. O que vale é a intenção –um flagrante de venda, por exemplo. Para Felipe Gonçalves, mestre em direito pela FGV-SP, absolvição como a de Maurício é caso raro em SP. Para sua dissertação de mestrado, Gonçalves analisou 135 decisões do TJ-SP que tratavam como traficantes pessoas que plantavam cannabis. "A palavra do policial que fez a prisão é o maior instrumento de prova para condenação por tráfico. Não há investigação. O processo costuma ser encerrado após o flagrante, um absurdo", diz. A lei cita outros comportamentos que podem pesar, como "conduta social" e "personalidade". "São conceitos vagos que não dizem nada", diz. Cristiano Maronna, vice-presidente Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, concorda. "Existe uma presunção de tráfico. O cultivador é quem precisa provar que não é traficante, e não o Estado provar que ele, sim, praticou o tráfico. Essa decisão surpreende dado o conservadorismo com que o tema é tratado em São Paulo". Na decisão, o TJ também pediu uma investigação sobre a conduta dos PMs. Um laudo da polícia apontou que o publicitário tinha lesões após a prisão. No processo, ele diz que, na abordagem, levou um soco e um pontapé dos PMs.
cotidiano
Justiça absolve publicitário preso com 21 pés de maconha em São PauloO Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu um publicitário de 30 anos da acusação de tráfico de drogas após ele ter sido preso com 21 pés de maconha em seu apartamento na Vila Madalena, bairro da zona oeste da capital. A decisão, de segunda instância, foi publicada nesta semana e surpreendeu especialistas em direito criminal. O tribunal paulista é visto como conservador nesta área, pois normalmente condena réus detidos com quantidade razoável da droga plantada. O caso ocorreu em 3 de janeiro de 2015. No dia, vizinhos do publicitário Maurício (nome fictício) chamaram a Polícia Militar após perceberem que o som da casa estava ligado havia três dias. Suspeitavam que algo poderia ter acontecido com o rapaz. Os PMs entraram no apartamento com uma escada. Maurício estava desacordado na sala. Em outro cômodo, os PMs encontraram 21 pés de Cannabis sativa L, conhecida como skunk (espécie de maconha mais forte). O publicitário foi preso em flagrante, acusado de tráfico. Os policiais disseram que ele confessou o crime informalmente ao ser preso –na delegacia e em juízo, Maurício negou e disse que cultivava maconha para consumo próprio. Para a polícia, os 21 pés pesavam 583 gramas. Um botânico contratado pela defesa afirmou que a quantidade consumível da droga era de 80 gramas. Isso porque nem toda a planta é usada como entorpecente e, se for um exemplar macho, por exemplo, ele não floresce e não pode ser utilizado para este fim. Momentos após a prisão, uma equipe da TV Record entrou na casa do publicitário. Na reportagem, disponível no site da emissora, ele foi tratado como "traficante de classe média-alta" que vendia drogas na Vila Madalena. A versão dele não foi contemplada. Maurício ficou preso por três meses –três habeas corpus foram negados. Em março de 2015, ele foi condenado a 1 ano e 8 meses de prisão, mas a pena foi substituída por uma punição mais leve. Seu defensor, Alexandre de Oliveira Ribeiro Filho, advogado do grupo Vilardi, recorreu da decisão. "Ele não é traficante, era usuário. Nunca o investigaram. Ele foi condenado com base na quantidade de plantas e na palavra de um policial", diz o defensor. Agora, desembargadores absolveram o publicitário. "Não há nos autos prova cabal, segura e induvidosa que venha a sugerir que se trata de um mercador de produto proibido", escreveu o desembargador Marcelo Gordo, relator do caso, na decisão. INVESTIGAÇÃO Plantar maconha é crime. A lei não determina a quantidade de drogas que pode ser enquadrada como tráfico. O que vale é a intenção –um flagrante de venda, por exemplo. Para Felipe Gonçalves, mestre em direito pela FGV-SP, absolvição como a de Maurício é caso raro em SP. Para sua dissertação de mestrado, Gonçalves analisou 135 decisões do TJ-SP que tratavam como traficantes pessoas que plantavam cannabis. "A palavra do policial que fez a prisão é o maior instrumento de prova para condenação por tráfico. Não há investigação. O processo costuma ser encerrado após o flagrante, um absurdo", diz. A lei cita outros comportamentos que podem pesar, como "conduta social" e "personalidade". "São conceitos vagos que não dizem nada", diz. Cristiano Maronna, vice-presidente Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, concorda. "Existe uma presunção de tráfico. O cultivador é quem precisa provar que não é traficante, e não o Estado provar que ele, sim, praticou o tráfico. Essa decisão surpreende dado o conservadorismo com que o tema é tratado em São Paulo". Na decisão, o TJ também pediu uma investigação sobre a conduta dos PMs. Um laudo da polícia apontou que o publicitário tinha lesões após a prisão. No processo, ele diz que, na abordagem, levou um soco e um pontapé dos PMs.
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A vida das coreanas escravizadas por militares japoneses na Segunda Guerra
Muitas já morreram e a mais jovem tem hoje 88 anos. Mas, há décadas, as memórias destas mulheres formam uma triste barreira nas relações do Japão com vários de seus vizinhos asiáticos. Conhecidas mundo afora como "mulheres de conforto", elas foram tratadas como escravas sexuais a serviço dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. A imensa maioria era de sul-coreanas: estima-se que o total tenha chegado a 200 mil, mas hoje apenas 46 delas estão vivas na Coreia do Sul. Ainda que as primeiras denúncias tenham vindo à luz em 1981, o Japão só reconheceu o uso de bordéis de guerra 12 anos mais tarde. Em 2007, Tóquio ofereceu desculpas ao país. Só nesta segunda-feira (28), entretanto, autoridades do Japão e da Coreia do Sul enfim selaram um acordo que inclui um fundo de compensação de US$ 8,3 milhões (cerca de R$ 32 milhões) para apoiar as sobreviventes. "O primeiro ministro (japonês Shinzo) Abe expressa novamente suas mais sinceras desculpas e arrependimento a todas as mulheres que sofreram incomensuráveis e dolorosas experiências e sofreram feridas psicológicas e físicas incuráveis como 'mulheres de conforto'", disse em Seul, na Coreia do Sul, o ministro de Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida. Segundo o acordo, a Coreia se comprometeria a dar o assunto por encerrado "final e irreversivelmente". O país também diz que considera retirar uma estátua em homenagem às escravas sexuais, localizada em frente à embaixada japonesa em Seul. Leia mais: Tiririca presidente? Veja como a internet enganou você em 2015 Leia mais: Crise e ideologia levam famílias de classe média de volta à escola pública 'MATADOURO' Muitas destas mulheres morreram dentro dos bordéis militares. "Somos muito velhas. Todos os anos morremos, uma por uma. Pode ser que a guerra tenha terminado, mas para nós continua", disse em 2013 à BBC uma delas, a sul-coreana Lee Ok-seon. Na oportunidade, Ok-seon afirmou que esperava que "o imperador japonês viesse, se ajoelhasse a nossa frente e pedisse perdão sinceramente." A maioria delas vive hoje em um retiro para idosos na cidade de Gwangiu, que se tornou com o tempo uma espécie de museu vivo de seu sofrimento. Situada ao lado de uma estrada rural, a casa se destaca das vizinhas pelas estátuas e placas que contam as histórias de suas habitantes. À BBC Ok-seon, que hoje tem 88 anos, disse que tinha 15 quando foi raptada e levada à força ao noroeste da "[China]"http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/03/1610220-a-historia-de-chinesas-convertidas-em-escravas-sexuais-na-segunda-guerra.shtml, que estava na época sob controle japonês. No momento do sequestro, ela trabalhava como empregada doméstica em um bairro distante de casa. Na China, foi escravizada sexualmente durante três anos em uma das "estações de conforto" instaladas pelo exército japonês. Mulheres da China, Filipinas, Indonésia e Taiwan também foram levadas para estes locais, mas em grupos bem menores. Na época, o território coreano estava ocupado pelo exército do Japão - era a familiaridade de suas nativas com o idioma japonês que as tornava particularmente atrativas para os "recrutadores" do exército. Mas não era a possibilidade de uma conversa que atraía a maioria dos militares. "Era como um matadouro, não para animais, mas para humanos. Ali se faziam coisas horríveis", disse Ok-seon, enquanto mostrava cicatrizes nos braços e nas pernas - todas, segundo ela, produto de punhaladas. ANOS DE ESPERA Nas numerosas vezes em que tentou fugir do bordel, Ok-seon perdeu parte de sua capacidade auditiva e alguns dentes. Segundo um voluntário da casa de repouso, outras lesões da época também a deixaram estéril. Ela explica por que não gosta do termo "mulheres de conforto". "Me pergunto por que nos chamaram assim. Não fomos por vontade própria, fomos sequestradas e nos obrigavam a ter relações com muitos homens todos os dias", disse. O acordo foi anunciado em Seul pelos ministros de relações exteriores de Japão e Coreia do Sul. Como explica o correspondente da BBC em Seul, Kevin Kim, o presidente sul-coreano, Park Geun-hye, havia pedido no início do ano que o assunto tivesse uma solução até o fim de 2015, quando se comemoram 50 anos do reestabelecimento de relações diplomáticas entre Japão e Coreia do Sul. Na época, Park destacou que nove das vítimas haviam morrido em 2015, o que tornava o acordo ainda mais urgente. "Não devemos arrastar este problema até a próxima geração", pediu o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, dizendo que o acordo marca uma nova era nas relações entre os dois países.
bbc
A vida das coreanas escravizadas por militares japoneses na Segunda GuerraMuitas já morreram e a mais jovem tem hoje 88 anos. Mas, há décadas, as memórias destas mulheres formam uma triste barreira nas relações do Japão com vários de seus vizinhos asiáticos. Conhecidas mundo afora como "mulheres de conforto", elas foram tratadas como escravas sexuais a serviço dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. A imensa maioria era de sul-coreanas: estima-se que o total tenha chegado a 200 mil, mas hoje apenas 46 delas estão vivas na Coreia do Sul. Ainda que as primeiras denúncias tenham vindo à luz em 1981, o Japão só reconheceu o uso de bordéis de guerra 12 anos mais tarde. Em 2007, Tóquio ofereceu desculpas ao país. Só nesta segunda-feira (28), entretanto, autoridades do Japão e da Coreia do Sul enfim selaram um acordo que inclui um fundo de compensação de US$ 8,3 milhões (cerca de R$ 32 milhões) para apoiar as sobreviventes. "O primeiro ministro (japonês Shinzo) Abe expressa novamente suas mais sinceras desculpas e arrependimento a todas as mulheres que sofreram incomensuráveis e dolorosas experiências e sofreram feridas psicológicas e físicas incuráveis como 'mulheres de conforto'", disse em Seul, na Coreia do Sul, o ministro de Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida. Segundo o acordo, a Coreia se comprometeria a dar o assunto por encerrado "final e irreversivelmente". O país também diz que considera retirar uma estátua em homenagem às escravas sexuais, localizada em frente à embaixada japonesa em Seul. Leia mais: Tiririca presidente? Veja como a internet enganou você em 2015 Leia mais: Crise e ideologia levam famílias de classe média de volta à escola pública 'MATADOURO' Muitas destas mulheres morreram dentro dos bordéis militares. "Somos muito velhas. Todos os anos morremos, uma por uma. Pode ser que a guerra tenha terminado, mas para nós continua", disse em 2013 à BBC uma delas, a sul-coreana Lee Ok-seon. Na oportunidade, Ok-seon afirmou que esperava que "o imperador japonês viesse, se ajoelhasse a nossa frente e pedisse perdão sinceramente." A maioria delas vive hoje em um retiro para idosos na cidade de Gwangiu, que se tornou com o tempo uma espécie de museu vivo de seu sofrimento. Situada ao lado de uma estrada rural, a casa se destaca das vizinhas pelas estátuas e placas que contam as histórias de suas habitantes. À BBC Ok-seon, que hoje tem 88 anos, disse que tinha 15 quando foi raptada e levada à força ao noroeste da "[China]"http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/03/1610220-a-historia-de-chinesas-convertidas-em-escravas-sexuais-na-segunda-guerra.shtml, que estava na época sob controle japonês. No momento do sequestro, ela trabalhava como empregada doméstica em um bairro distante de casa. Na China, foi escravizada sexualmente durante três anos em uma das "estações de conforto" instaladas pelo exército japonês. Mulheres da China, Filipinas, Indonésia e Taiwan também foram levadas para estes locais, mas em grupos bem menores. Na época, o território coreano estava ocupado pelo exército do Japão - era a familiaridade de suas nativas com o idioma japonês que as tornava particularmente atrativas para os "recrutadores" do exército. Mas não era a possibilidade de uma conversa que atraía a maioria dos militares. "Era como um matadouro, não para animais, mas para humanos. Ali se faziam coisas horríveis", disse Ok-seon, enquanto mostrava cicatrizes nos braços e nas pernas - todas, segundo ela, produto de punhaladas. ANOS DE ESPERA Nas numerosas vezes em que tentou fugir do bordel, Ok-seon perdeu parte de sua capacidade auditiva e alguns dentes. Segundo um voluntário da casa de repouso, outras lesões da época também a deixaram estéril. Ela explica por que não gosta do termo "mulheres de conforto". "Me pergunto por que nos chamaram assim. Não fomos por vontade própria, fomos sequestradas e nos obrigavam a ter relações com muitos homens todos os dias", disse. O acordo foi anunciado em Seul pelos ministros de relações exteriores de Japão e Coreia do Sul. Como explica o correspondente da BBC em Seul, Kevin Kim, o presidente sul-coreano, Park Geun-hye, havia pedido no início do ano que o assunto tivesse uma solução até o fim de 2015, quando se comemoram 50 anos do reestabelecimento de relações diplomáticas entre Japão e Coreia do Sul. Na época, Park destacou que nove das vítimas haviam morrido em 2015, o que tornava o acordo ainda mais urgente. "Não devemos arrastar este problema até a próxima geração", pediu o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, dizendo que o acordo marca uma nova era nas relações entre os dois países.
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'Youtuber milionário' atrai multidão de adolescentes em feira de games
"Rezendeeeeee, Rezendeeeeee". Os gritos são de meninos e meninas enlouquecidos. Aonde Rezende vai, os fãs vão atrás. São centenas que não poupam esforço para acompanhar o ídolo. Se ele para para jogar "Just Dance", os fãs param também. A dança termina e os gritos voltam. Os braços se esticam em busca de um autógrafo ou para entregar uma lembrança. Pedro Rezende, 19, criador do canal "RezendeEvil", é quem atrai essa multidão. A cena acontece no primeiro dia da Brasil Game Show, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo, até segunda-feira (12). Em seus vídeos, ele comenta o jogo "Minecraft", no qual o jogador pode construir praticamente qualquer coisa a partir de blocos. "É assustador ver tudo isso. Não é a primeira vez, mas toda vez eu me impressiono. Não imaginava que com um canal de YouTube eu conseguiria ter essa legião de fãs", afirma Rezende. Hoje, ele fatura R$ 1 milhão por ano com anúncios do YouTube em seus vídeos – essa renda é acrescida em 50% a 60% com a participação em eventos e comerciais. NOVA GERAÇÃO As amigas Fernanda, 16, Carolina, 14, e Camila, 15, são três dessas fãs. As três estavam ansiosas para o encontro VIP que teriam com ele dentro de alguns minutos. O aniversário de Fernanda foi ontem, e encontrar com seu ídolo é o melhor presente que ela poderia ganhar. "Estou ansiosa, é a primeira vez que vou me encontrar com ele. Eu amo ele", diz. Engana-se quem pensa, porém, que se trata só de uma fã adolescente. "Eu acho ele bonito, sim, mas acompanho por causa dos vídeos. Vejo praticamente todos, e gosto muito de Minecraft", afirma Fernanda. Com mais de um bilhão de visualizações em seu canal, Pedro Rezende é hoje um dos principais youtubers do Brasil. E serve de inspiração para a nova geração, como Luis Henrique Eroles Fernandes, 11, que quer se tornar youtuber de games depois de acompanhá-lo. Até já criou o seu canal – RiqueGamer –, mas está pensando em um nome novo, porque descobriu recentemente que existem outros com o mesmo. E adota a sua própria estratégia para alavancar a carreira. "Eu sigo um pouco o estilo dele, mas tento imprimir meu próprio." A mãe Márcia Eroles Fernandes, que o acompanha na Brasil Game Show, apoia totalmente o filho e tem uma explicação do porquê as crianças gostam tanto de Minecraft. "É o nosso antigo Lego. Estimula a inteligência."
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'Youtuber milionário' atrai multidão de adolescentes em feira de games"Rezendeeeeee, Rezendeeeeee". Os gritos são de meninos e meninas enlouquecidos. Aonde Rezende vai, os fãs vão atrás. São centenas que não poupam esforço para acompanhar o ídolo. Se ele para para jogar "Just Dance", os fãs param também. A dança termina e os gritos voltam. Os braços se esticam em busca de um autógrafo ou para entregar uma lembrança. Pedro Rezende, 19, criador do canal "RezendeEvil", é quem atrai essa multidão. A cena acontece no primeiro dia da Brasil Game Show, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo, até segunda-feira (12). Em seus vídeos, ele comenta o jogo "Minecraft", no qual o jogador pode construir praticamente qualquer coisa a partir de blocos. "É assustador ver tudo isso. Não é a primeira vez, mas toda vez eu me impressiono. Não imaginava que com um canal de YouTube eu conseguiria ter essa legião de fãs", afirma Rezende. Hoje, ele fatura R$ 1 milhão por ano com anúncios do YouTube em seus vídeos – essa renda é acrescida em 50% a 60% com a participação em eventos e comerciais. NOVA GERAÇÃO As amigas Fernanda, 16, Carolina, 14, e Camila, 15, são três dessas fãs. As três estavam ansiosas para o encontro VIP que teriam com ele dentro de alguns minutos. O aniversário de Fernanda foi ontem, e encontrar com seu ídolo é o melhor presente que ela poderia ganhar. "Estou ansiosa, é a primeira vez que vou me encontrar com ele. Eu amo ele", diz. Engana-se quem pensa, porém, que se trata só de uma fã adolescente. "Eu acho ele bonito, sim, mas acompanho por causa dos vídeos. Vejo praticamente todos, e gosto muito de Minecraft", afirma Fernanda. Com mais de um bilhão de visualizações em seu canal, Pedro Rezende é hoje um dos principais youtubers do Brasil. E serve de inspiração para a nova geração, como Luis Henrique Eroles Fernandes, 11, que quer se tornar youtuber de games depois de acompanhá-lo. Até já criou o seu canal – RiqueGamer –, mas está pensando em um nome novo, porque descobriu recentemente que existem outros com o mesmo. E adota a sua própria estratégia para alavancar a carreira. "Eu sigo um pouco o estilo dele, mas tento imprimir meu próprio." A mãe Márcia Eroles Fernandes, que o acompanha na Brasil Game Show, apoia totalmente o filho e tem uma explicação do porquê as crianças gostam tanto de Minecraft. "É o nosso antigo Lego. Estimula a inteligência."
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Paris, Bruxelas, Londres, Estocolmo mostram Europa exposta ao terror
Desde a década passada, extremistas muçulmanos decidiram concentrar suas atenções na vulnerabilidade de civis em cidades europeias. Algo reforçado por diversos ataques nos últimos dois anos. Mas se para quem vive nessa parte do continente o perigo aumentou, quais as chances de se tornar uma vítima? Elas cresceram ou diminuíram? Sem dúvida, os ataques na Europa Ocidental se tornaram mais letais. Desde a Segunda Guerra Mundial, os três piores incidentes em terra ocorreram nos últimos 16 anos: O padrão até o ano 2000 tinha sido uma combinação de um grande número de incidentes com um pequeno número de mortes. Um exemplo? O grupo separatista basco ETA, que provocou terror na Espanha e na França durante 40 anos até anunciar um cessar-fogo em 2011 e entregar suas armas no último sábado. Em décadas de campanha, foram 800 mortes e 3.300 feridos, mas uma média de apenas uma fatalidade em cada quatro ataques. No entanto, se o número de incidentes com grande números de mortos e feridos cresceu, as mortes por terrorismo diminuíram na Europa. E de forma dramática. Nos anos 70 e 80, a média anual de mortos foi de mais de 150. Desde 1990, caiu para 50, apesar de os atentados em Paris, Bruxelas e Nice terem levado a um salto nos totais de mortos em 2015 e 2016. Os números são do Global Terrorism Database, um banco de dados da Universidae de Maryland, nos EUA. A tendência é clara, de acordo com o GTD: as chances de moradores de cidades europeias serem mortos por militantes caiu drasticamente nas últimas quatro décadas. Durante o período mais grave dos distúrbios na Irlanda do Norte, palco de uma violenta batalha entre paramilitares e as autoridades do Reino Unido, a probabilidade calculada de risco para civis foi de uma em 25 mil. Na França de 2015, um ano particularmente sangrento para o país, a probabilidade foi de uma em 400 mil. Em 2011, o ano em que os EUA sofreram o mais grave incidente do gênero em sua história (os ataques de 11 de setembro), a probabilidade de um americano morrer "em casa" vítima de um ato extremista era menor que uma em 100 mil. Porém as estatísticas não contam toda a história. Há diferenças notáveis entre os terroristas de hoje e os de outrora. Na década de 70, militantes atuando na Europa eram motivados por ideologia, normalmente uma forma radicalizada de Marxismo. Seus alvos eram políticos ou algo que personificasse o capitalismo. Grupos de expressão como o ETA, as Brigadas Vermelhas da Itália, ou o Baader-Meinhof da Alemanha, tinham conexões com a antiga URSS e eram financiados por Moscou. Isso não se aplica os dias de hoje, em que grups extremistas disputam a hegemonia de uma guerra religiosa através de ações indiscriminadas. Mas em números absolutos, a ameaça do terrorismo para os europeus de hoje não é maior que a enfrentada por seus pais.
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Paris, Bruxelas, Londres, Estocolmo mostram Europa exposta ao terrorDesde a década passada, extremistas muçulmanos decidiram concentrar suas atenções na vulnerabilidade de civis em cidades europeias. Algo reforçado por diversos ataques nos últimos dois anos. Mas se para quem vive nessa parte do continente o perigo aumentou, quais as chances de se tornar uma vítima? Elas cresceram ou diminuíram? Sem dúvida, os ataques na Europa Ocidental se tornaram mais letais. Desde a Segunda Guerra Mundial, os três piores incidentes em terra ocorreram nos últimos 16 anos: O padrão até o ano 2000 tinha sido uma combinação de um grande número de incidentes com um pequeno número de mortes. Um exemplo? O grupo separatista basco ETA, que provocou terror na Espanha e na França durante 40 anos até anunciar um cessar-fogo em 2011 e entregar suas armas no último sábado. Em décadas de campanha, foram 800 mortes e 3.300 feridos, mas uma média de apenas uma fatalidade em cada quatro ataques. No entanto, se o número de incidentes com grande números de mortos e feridos cresceu, as mortes por terrorismo diminuíram na Europa. E de forma dramática. Nos anos 70 e 80, a média anual de mortos foi de mais de 150. Desde 1990, caiu para 50, apesar de os atentados em Paris, Bruxelas e Nice terem levado a um salto nos totais de mortos em 2015 e 2016. Os números são do Global Terrorism Database, um banco de dados da Universidae de Maryland, nos EUA. A tendência é clara, de acordo com o GTD: as chances de moradores de cidades europeias serem mortos por militantes caiu drasticamente nas últimas quatro décadas. Durante o período mais grave dos distúrbios na Irlanda do Norte, palco de uma violenta batalha entre paramilitares e as autoridades do Reino Unido, a probabilidade calculada de risco para civis foi de uma em 25 mil. Na França de 2015, um ano particularmente sangrento para o país, a probabilidade foi de uma em 400 mil. Em 2011, o ano em que os EUA sofreram o mais grave incidente do gênero em sua história (os ataques de 11 de setembro), a probabilidade de um americano morrer "em casa" vítima de um ato extremista era menor que uma em 100 mil. Porém as estatísticas não contam toda a história. Há diferenças notáveis entre os terroristas de hoje e os de outrora. Na década de 70, militantes atuando na Europa eram motivados por ideologia, normalmente uma forma radicalizada de Marxismo. Seus alvos eram políticos ou algo que personificasse o capitalismo. Grupos de expressão como o ETA, as Brigadas Vermelhas da Itália, ou o Baader-Meinhof da Alemanha, tinham conexões com a antiga URSS e eram financiados por Moscou. Isso não se aplica os dias de hoje, em que grups extremistas disputam a hegemonia de uma guerra religiosa através de ações indiscriminadas. Mas em números absolutos, a ameaça do terrorismo para os europeus de hoje não é maior que a enfrentada por seus pais.
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Por que a estabilidade da Turquia é importante para o mundo
A Turquia é um país dividido e infeliz. As motivações da tentativa de golpe de Estado da última sexta (15) não estão claras, mas tentou-se tomar o poder no momento em que a Turquia sofre o contágio da violência da guerra na Síria e por divisões causadas pelo projeto do presidente Recep Tayyip Erdogan de transformar o país. O governo turco acusou indiretamente o clérigo islâmico Fethullah Gülen de estar por trás do golpe fracassado. No passado, Erdogan já acusou Gülen por uma série de problemas do país. O primeiro-ministro, Binali Yildirim, ameaçou qualquer país que dê "suporte" a Gülen. "Não será amigo da Turquia e será considerado em guerra contra a Turquia", afirmou. Gülen vive em um autoexílio nos Estados Unidos. Ele já foi aliado de Erdogan, e chegou a ser considerado o segundo homem mais poderoso da Turquia, depois do presidente. ERDOGAN FORTALECIDO? A Turquia é importante no Oriente Médio por sua localização geográfica, com um pé na Europa e outro na Ásia. Também porque é um membro de peso na Otan (aliança militar do Ocidente) e porque o presidente islamista Erdogan e seu partido AKP mantêm interesse especial pelos governos muçulmanos sunitas da região. Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país. O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia. Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce. Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca. Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos. Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país. Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo. JOGADOR-CHAVE Erdogan e suas gestões se envolveram na guerra civil na Síria desde o início do conflito, em 2011, apoiando milícias islâmicas que combatem o regime do ditador Bashar al-Assad. A violência, contudo, ultrapassou as fronteiras da Síria. Acabou reacendendo o conflito do governo turco com os curdos do PKK e tornando o país um alvo para os militantes que se autodenominam Estado Islâmico. O Ocidente vê a Turquia como parte da solução no Oriente Médio. Isso requer estabilidade, e sem ela pode-se fazer uma simples equação: Turbulência no Oriente Médio + turbulência na Turquia = problemas para todos. Mas é possível dizer que a Turquia também construiu os próprios problemas na região e está altamente presa aos conflitos de seus vizinhos. As gestões de Erdogan mostraram um desejo muito maior de se envolver em conflitos no Oriente Médio do que o povo turco. Ele tem sido um apoiador-chave das milícias majoritariamente islâmicas que vem lutando contra o ditador sírio desde 2011. Erdogan melhorou recentemente as relações da Turquia com Israel, mas ele também tem afinidade natural com o grupo militante palestino Hamas, inimigo de Israel, com quem divide raízes na chamada Irmandade Muçulmana. E a Turquia é vista pela União Europeia como parte vital dos esforços para controlar o fluxo de migrantes do Oriente Médio. A Turquia está enfrentando cada vez mais turbulência, e a tentativa de derrubar o presidente Erdogan não será a última.
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Por que a estabilidade da Turquia é importante para o mundoA Turquia é um país dividido e infeliz. As motivações da tentativa de golpe de Estado da última sexta (15) não estão claras, mas tentou-se tomar o poder no momento em que a Turquia sofre o contágio da violência da guerra na Síria e por divisões causadas pelo projeto do presidente Recep Tayyip Erdogan de transformar o país. O governo turco acusou indiretamente o clérigo islâmico Fethullah Gülen de estar por trás do golpe fracassado. No passado, Erdogan já acusou Gülen por uma série de problemas do país. O primeiro-ministro, Binali Yildirim, ameaçou qualquer país que dê "suporte" a Gülen. "Não será amigo da Turquia e será considerado em guerra contra a Turquia", afirmou. Gülen vive em um autoexílio nos Estados Unidos. Ele já foi aliado de Erdogan, e chegou a ser considerado o segundo homem mais poderoso da Turquia, depois do presidente. ERDOGAN FORTALECIDO? A Turquia é importante no Oriente Médio por sua localização geográfica, com um pé na Europa e outro na Ásia. Também porque é um membro de peso na Otan (aliança militar do Ocidente) e porque o presidente islamista Erdogan e seu partido AKP mantêm interesse especial pelos governos muçulmanos sunitas da região. Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país. O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia. Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce. Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca. Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos. Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país. Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo. JOGADOR-CHAVE Erdogan e suas gestões se envolveram na guerra civil na Síria desde o início do conflito, em 2011, apoiando milícias islâmicas que combatem o regime do ditador Bashar al-Assad. A violência, contudo, ultrapassou as fronteiras da Síria. Acabou reacendendo o conflito do governo turco com os curdos do PKK e tornando o país um alvo para os militantes que se autodenominam Estado Islâmico. O Ocidente vê a Turquia como parte da solução no Oriente Médio. Isso requer estabilidade, e sem ela pode-se fazer uma simples equação: Turbulência no Oriente Médio + turbulência na Turquia = problemas para todos. Mas é possível dizer que a Turquia também construiu os próprios problemas na região e está altamente presa aos conflitos de seus vizinhos. As gestões de Erdogan mostraram um desejo muito maior de se envolver em conflitos no Oriente Médio do que o povo turco. Ele tem sido um apoiador-chave das milícias majoritariamente islâmicas que vem lutando contra o ditador sírio desde 2011. Erdogan melhorou recentemente as relações da Turquia com Israel, mas ele também tem afinidade natural com o grupo militante palestino Hamas, inimigo de Israel, com quem divide raízes na chamada Irmandade Muçulmana. E a Turquia é vista pela União Europeia como parte vital dos esforços para controlar o fluxo de migrantes do Oriente Médio. A Turquia está enfrentando cada vez mais turbulência, e a tentativa de derrubar o presidente Erdogan não será a última.
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'Não deveria haver desmatamento no Brasil, nem o legal', diz Teixeira
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira admitiu que o problema do desmatamento no país não está resolvido, apesar da diminuição da prática. "Não está resolvido por duas questões muito claras: não deveríamos ter mais desmatamento no Brasil, nem legal, nem ilegalmente. Mas nós temos autorização do uso de solo assegurado por lei", disse durante o 3º seminário anual sobre emissões brasileiras de gases de efeito estufa promovido pelo Observatório do Clima. A expectativa, segundo Izabella, é que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) auxilie no monitoramento das taxas de áreas desmatadas e que isso possa ser utilizado para a valorização dos produtos agropecuários também no cenário internacional. A criação de uma nova cultura sobre o clima, envolvendo responsabilidades de outros setores e ministérios, que não apenas meio ambiente, mas econômico, rural, de desenvolvimento sustentável poderia solucionar embates e impulsionar políticas mais fortes acerca do tema, disse. "O Brasil só vai ser um país de baixo carbono se isso estiver como prioridade nas questões econômicas e políticas. As pessoas precisam entender que não há necessidade de desmatar para expandir o desenvolvimento das atividades agropecuárias. É necessário restaurar áreas degradadas e implementar as medidas de agricultura de baixo carbono", concluiu Teixeira. AGROPECUÁRIA Os 60 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil emitem, ao ano, a mesma quantidade de gases de efeito estufa da fermentação entérica dos rebanhos do país. Foi o que concluiu o Imaflora, instituto membro do Observatório do Clima. A novidade deve fazer com que o foco das ações de redução das emissões da pecuária priorize a recuperação dessas áreas degradadas. A atividade agropecuária foi responsável, em 2014, por 27% do total das emissões brasileiras. O valor, no entanto, não contabiliza o balanço de carbono, ou seja, as emissões dos gases que provocam o efeito estufa gerados pela decomposição do material orgânico em pastagens degradadas, nem a remoção desses gases da atmosfera, por meio de boas práticas no campo e na pecuária. Levando-se em conta esse cenário, os gases que provocam o efeito estufa subiriam em 25%. "Recuperar essas pastagens é a medida de maior potencial de redução de gases do efeito estufa (GEE) no cenário brasileiro. Há um potencial enorme ali, em conjunto com a intensificação da produção de forma sustentável", diz a pesquisadora Marina Piatto, engenheira agrônoma, coordenadora da área de Iniciativa de Clima e Agropecuária, do Imaflora. "As áreas de pastagens degradadas no país são muito grandes e, se forem recuperadas e utilizadas para expansão agropecuária, pela nossa conta, será possível reduzir as emissões em 50% neste setor, até 2030", afirma. NOVA FERRAMENTA O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), segundo a ministra, deve lançar na próxima semana uma nova ferramenta de monitoramento de desmates em biomas como o Cerrado, que vem sendo fortemente pressionado pela agricultura, principalmente pela expansão da soja, e pela pecuária de corte. Além disso, Izabella cobrou transparência dos governadores dos Estados amazônicos, alegando não haver necessidade de desmatar mais a Amazônia para avançar o desenvolvimento econômico na região. "Mas os governos dos estados precisam querer isso. Precisa ter transparência, compromisso", diz.
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'Não deveria haver desmatamento no Brasil, nem o legal', diz TeixeiraA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira admitiu que o problema do desmatamento no país não está resolvido, apesar da diminuição da prática. "Não está resolvido por duas questões muito claras: não deveríamos ter mais desmatamento no Brasil, nem legal, nem ilegalmente. Mas nós temos autorização do uso de solo assegurado por lei", disse durante o 3º seminário anual sobre emissões brasileiras de gases de efeito estufa promovido pelo Observatório do Clima. A expectativa, segundo Izabella, é que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) auxilie no monitoramento das taxas de áreas desmatadas e que isso possa ser utilizado para a valorização dos produtos agropecuários também no cenário internacional. A criação de uma nova cultura sobre o clima, envolvendo responsabilidades de outros setores e ministérios, que não apenas meio ambiente, mas econômico, rural, de desenvolvimento sustentável poderia solucionar embates e impulsionar políticas mais fortes acerca do tema, disse. "O Brasil só vai ser um país de baixo carbono se isso estiver como prioridade nas questões econômicas e políticas. As pessoas precisam entender que não há necessidade de desmatar para expandir o desenvolvimento das atividades agropecuárias. É necessário restaurar áreas degradadas e implementar as medidas de agricultura de baixo carbono", concluiu Teixeira. AGROPECUÁRIA Os 60 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil emitem, ao ano, a mesma quantidade de gases de efeito estufa da fermentação entérica dos rebanhos do país. Foi o que concluiu o Imaflora, instituto membro do Observatório do Clima. A novidade deve fazer com que o foco das ações de redução das emissões da pecuária priorize a recuperação dessas áreas degradadas. A atividade agropecuária foi responsável, em 2014, por 27% do total das emissões brasileiras. O valor, no entanto, não contabiliza o balanço de carbono, ou seja, as emissões dos gases que provocam o efeito estufa gerados pela decomposição do material orgânico em pastagens degradadas, nem a remoção desses gases da atmosfera, por meio de boas práticas no campo e na pecuária. Levando-se em conta esse cenário, os gases que provocam o efeito estufa subiriam em 25%. "Recuperar essas pastagens é a medida de maior potencial de redução de gases do efeito estufa (GEE) no cenário brasileiro. Há um potencial enorme ali, em conjunto com a intensificação da produção de forma sustentável", diz a pesquisadora Marina Piatto, engenheira agrônoma, coordenadora da área de Iniciativa de Clima e Agropecuária, do Imaflora. "As áreas de pastagens degradadas no país são muito grandes e, se forem recuperadas e utilizadas para expansão agropecuária, pela nossa conta, será possível reduzir as emissões em 50% neste setor, até 2030", afirma. NOVA FERRAMENTA O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), segundo a ministra, deve lançar na próxima semana uma nova ferramenta de monitoramento de desmates em biomas como o Cerrado, que vem sendo fortemente pressionado pela agricultura, principalmente pela expansão da soja, e pela pecuária de corte. Além disso, Izabella cobrou transparência dos governadores dos Estados amazônicos, alegando não haver necessidade de desmatar mais a Amazônia para avançar o desenvolvimento econômico na região. "Mas os governos dos estados precisam querer isso. Precisa ter transparência, compromisso", diz.
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Em peça adaptada do conto de fadas, Cinderela sonha ser estilista
DE SÃO PAULO Todas as semanas, os convidados da sãopaulo indicam, na coluna "Folhinha", passeios, peças e livros para curtir com as crianças. Veja abaixo as sugestões desta semana. * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, destaca a peça "Cinderela Lá Lá Lá" indicação: acima de 5 anos Nesta comédia musical adaptada a partir do conto da menina do borralho, a companhia Le Plat du Jour traz uma princesa batalhadora, que sonha ser estilista, enfrenta uma madrasta viciada em shopping e tem duas irmãs que almejam ser atrizes. O trio em cena, que se reveza entre muitos papéis, canta músicas que ajudam a narrar a saga de Cinderela. Os figurinos, cheios de referências de diferentes épocas, dão um show à parte. Teatro Alfa - sala B. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 17h30. Até 16/4. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 30. * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "A Libélula e a Tartaruga" Indicação: acima de 8 anos Na fábula do escritor Rubem Alves, a diferença entre adultos e crianças surge em dois bichos: a tartaruga e a libélula. A primeira é pesada, segura, com um casco que parece uma armadura. A outra é leve, frágil e serelepe. "Quando as crianças deixam de ser libélulas para se tornarem tartarugas, os adultos dizem que ficaram maduras", diz a cascuda. O livro integra uma coleção com fábulas do premiado autor. Autor: Rubem Alves. Ilustradora: Veridiana Scarpelli. Editora: FTD (2016, 32 págs., R$ 37) * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, sugere a peça "O Menino e a Cerejeira" Indicação: acima de 6 anos Mais uma vez em cartaz, o premiado espetáculo atrai o público pela cenografia e figurinos delicados, à moda oriental, interpretação convincente e mensagem otimista de paz. Conta a história de um menino e um velho que se juntam para salvar uma cerejeira que sobrevive à destruição da guerra. Direção de Stella Tobar, com texto adaptado do livro homônimo de Daisaku Ikeda. Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, tel. 2604-5558. 319 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 26/2. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 15. - ESPECIAL Maratona Infantil - Ritmo de Festa A edição pré-Carnaval do evento, neste domingo (19), terá oficinas de fantasias e de um lançador caseiro de confetes. Espetáculos como "Carnaval dos Bichos" (Cia. Evoé) também fazem parte da programação, além da intervenção "É Ritmo de Festa", em que a Cia. Porto de Luanda manipula bonecos ao som de marchinhas de Silvio Santos -o museu abriga uma mostra sobre o apresentador. A área externa do MIS ainda recebe "Mamulengo", nova peça da Cia. Buzum!. MIS. Av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Dom. (19): 10h às 17h. Livre. Valet R$ 18. Retirar ingresso com antecedência de uma hora. GRÁTIS * CONTADORES DE HISTÓRIAS Encontro de Partilhas O Coletivo Cafuzas faz a mediação de leitura desta atividade, que integra a programação da Mostra Motumbá. Os encontros procuram compartilhar com o público infantil narrativas e jogos referentes às culturas indígenas e africanas por meio, entre outras coisas, da leitura de livros com esses temas. Sesc Belenzinho - biblioteca. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Sáb. e dom.: 14h às 16h. Até 2/3. 120 min. Livre. Estac. a partir de R$ 5,50. GRÁTIS * MUSEU E CIÊNCIA Museu da Imaginação O espaço, recém-inaugurado, abriga uma exposição em que todas as obras podem ser tocadas pelas crianças. No andar de baixo, há várias brincadeiras que estimulam a imaginação e as atividades em grupo, como casa na árvore e uma instalação de cordas para escalar e se pendurar. As visitas, que duram três horas, são monitoradas. R. Ricardo Cavatton, 251, Lapa de Baixo, tel. 2645-7590. 130 vagas p/ período. Seg. a sex.: 10h às 13h e 14h às 17h. Sáb.: 10h às 13h. Livre. Estac. R$ 20 (n° 125). Ingresso: R$ 160. De 3 a 12 anos: R$ 80. Pais c/ menor pagante: R$ 50. Menores de 2 anos: grátis. * TEATRO INFANTIL O Aprendiz de Feiticeiro A montagem é inspirada no poema de Goethe (1749-1832). Dono de uma imaginação excepcional, Arthur é alvo de bullying na escola por ser considerado nerd. Depois de uma agressão, ele é salvo por Jane, com quem inicia uma aventura repleta de bruxas, dragões e feiticeiros. Direção: Eduardo Figueiredo. Com: Maurício Machado, Vitor Thiré, Giovanna Grigio e Julio Oliveira. 75 min. Livre. Teatro J. Safra. R. Josef Kryss, 318, Parque Ind. Tomas Edson, tel. 3611-3042. 627 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 26/3. 75 min. Livre. Ingr.: R$ 20 a R$ 50.
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Em peça adaptada do conto de fadas, Cinderela sonha ser estilistaDE SÃO PAULO Todas as semanas, os convidados da sãopaulo indicam, na coluna "Folhinha", passeios, peças e livros para curtir com as crianças. Veja abaixo as sugestões desta semana. * Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, destaca a peça "Cinderela Lá Lá Lá" indicação: acima de 5 anos Nesta comédia musical adaptada a partir do conto da menina do borralho, a companhia Le Plat du Jour traz uma princesa batalhadora, que sonha ser estilista, enfrenta uma madrasta viciada em shopping e tem duas irmãs que almejam ser atrizes. O trio em cena, que se reveza entre muitos papéis, canta músicas que ajudam a narrar a saga de Cinderela. Os figurinos, cheios de referências de diferentes épocas, dão um show à parte. Teatro Alfa - sala B. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 17h30. Até 16/4. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 30. * Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", indica o livro "A Libélula e a Tartaruga" Indicação: acima de 8 anos Na fábula do escritor Rubem Alves, a diferença entre adultos e crianças surge em dois bichos: a tartaruga e a libélula. A primeira é pesada, segura, com um casco que parece uma armadura. A outra é leve, frágil e serelepe. "Quando as crianças deixam de ser libélulas para se tornarem tartarugas, os adultos dizem que ficaram maduras", diz a cascuda. O livro integra uma coleção com fábulas do premiado autor. Autor: Rubem Alves. Ilustradora: Veridiana Scarpelli. Editora: FTD (2016, 32 págs., R$ 37) * Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, sugere a peça "O Menino e a Cerejeira" Indicação: acima de 6 anos Mais uma vez em cartaz, o premiado espetáculo atrai o público pela cenografia e figurinos delicados, à moda oriental, interpretação convincente e mensagem otimista de paz. Conta a história de um menino e um velho que se juntam para salvar uma cerejeira que sobrevive à destruição da guerra. Direção de Stella Tobar, com texto adaptado do livro homônimo de Daisaku Ikeda. Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, tel. 2604-5558. 319 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 26/2. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 15. - ESPECIAL Maratona Infantil - Ritmo de Festa A edição pré-Carnaval do evento, neste domingo (19), terá oficinas de fantasias e de um lançador caseiro de confetes. Espetáculos como "Carnaval dos Bichos" (Cia. Evoé) também fazem parte da programação, além da intervenção "É Ritmo de Festa", em que a Cia. Porto de Luanda manipula bonecos ao som de marchinhas de Silvio Santos -o museu abriga uma mostra sobre o apresentador. A área externa do MIS ainda recebe "Mamulengo", nova peça da Cia. Buzum!. MIS. Av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 2117-4777. Dom. (19): 10h às 17h. Livre. Valet R$ 18. Retirar ingresso com antecedência de uma hora. GRÁTIS * CONTADORES DE HISTÓRIAS Encontro de Partilhas O Coletivo Cafuzas faz a mediação de leitura desta atividade, que integra a programação da Mostra Motumbá. Os encontros procuram compartilhar com o público infantil narrativas e jogos referentes às culturas indígenas e africanas por meio, entre outras coisas, da leitura de livros com esses temas. Sesc Belenzinho - biblioteca. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Sáb. e dom.: 14h às 16h. Até 2/3. 120 min. Livre. Estac. a partir de R$ 5,50. GRÁTIS * MUSEU E CIÊNCIA Museu da Imaginação O espaço, recém-inaugurado, abriga uma exposição em que todas as obras podem ser tocadas pelas crianças. No andar de baixo, há várias brincadeiras que estimulam a imaginação e as atividades em grupo, como casa na árvore e uma instalação de cordas para escalar e se pendurar. As visitas, que duram três horas, são monitoradas. R. Ricardo Cavatton, 251, Lapa de Baixo, tel. 2645-7590. 130 vagas p/ período. Seg. a sex.: 10h às 13h e 14h às 17h. Sáb.: 10h às 13h. Livre. Estac. R$ 20 (n° 125). Ingresso: R$ 160. De 3 a 12 anos: R$ 80. Pais c/ menor pagante: R$ 50. Menores de 2 anos: grátis. * TEATRO INFANTIL O Aprendiz de Feiticeiro A montagem é inspirada no poema de Goethe (1749-1832). Dono de uma imaginação excepcional, Arthur é alvo de bullying na escola por ser considerado nerd. Depois de uma agressão, ele é salvo por Jane, com quem inicia uma aventura repleta de bruxas, dragões e feiticeiros. Direção: Eduardo Figueiredo. Com: Maurício Machado, Vitor Thiré, Giovanna Grigio e Julio Oliveira. 75 min. Livre. Teatro J. Safra. R. Josef Kryss, 318, Parque Ind. Tomas Edson, tel. 3611-3042. 627 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 26/3. 75 min. Livre. Ingr.: R$ 20 a R$ 50.
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Alfred Hitchcock fazia comédias tão bem quanto suspenses
"O Terceiro Tiro" ("Trouble With Harry", 1955, 12 anos, TC Cult, 22h) é um filme inesperado porque vamos a Hitchcock sempre em busca do suspense; o humor é uma espécie de presente, de excesso que ele nos traz. Ou, talvez, seja por vezes aquilo que alivia os terrores pelos quais passamos à espera do que será feito do destino atribulado do herói. Ora, "O Terceiro Tiro" é, em linha reta, uma comédia. Quando o vejo lembro, por alguma razão, do "Esse Mundo É um Hospício", que Frank Capra fez 11 anos antes. O certo é que, aqui, o herói já aparece morto. E o que fazer com seu cadáver é o problema que parece feito para atormentar uma cidadezinha e, ao mesmo tempo, nos surpreender e fazer rir. Ou sorrir, porque estamos naquele caso de um humor que é uma forma de observar o mundo à distância: esse tipo de olhar em que Hitchcock foi um mestre absoluto.
ilustrada
Alfred Hitchcock fazia comédias tão bem quanto suspenses"O Terceiro Tiro" ("Trouble With Harry", 1955, 12 anos, TC Cult, 22h) é um filme inesperado porque vamos a Hitchcock sempre em busca do suspense; o humor é uma espécie de presente, de excesso que ele nos traz. Ou, talvez, seja por vezes aquilo que alivia os terrores pelos quais passamos à espera do que será feito do destino atribulado do herói. Ora, "O Terceiro Tiro" é, em linha reta, uma comédia. Quando o vejo lembro, por alguma razão, do "Esse Mundo É um Hospício", que Frank Capra fez 11 anos antes. O certo é que, aqui, o herói já aparece morto. E o que fazer com seu cadáver é o problema que parece feito para atormentar uma cidadezinha e, ao mesmo tempo, nos surpreender e fazer rir. Ou sorrir, porque estamos naquele caso de um humor que é uma forma de observar o mundo à distância: esse tipo de olhar em que Hitchcock foi um mestre absoluto.
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Governo anula exoneração e Ricardo Melo retorna a comando da EBC
O governo Michel Temer anulou nesta sexta-feira (2) a exoneração do jornalista Ricardo Melo do comando da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), companhia estatal responsável pela gestão das emissoras de televisão e de rádio da administração federal. Em edição extra do "Diário Oficial da União", o Palácio do Planalto tornou sem efeito iniciativa tomada na manhã desta sexta-feira (2) que havia demitido Melo e colocado em seu lugar o também jornalista Laerte Rimoli. Segundo a Casa Civil, a exoneração foi publicada de maneira errônea. Nesta sexta-feira (2), Melo chegou a entrar com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar retomar o posto. O jornalista já havia sido demitido em junho, mas retornou à função após uma decisão liminar assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli. Segundo a Folha apurou, como o caso ainda tramita na Suprema Corte, a ideia do governo federal era nesta sexta-feira (2) publicar apenas a alteração do estatuto social da companhia estatal, o que extingue o conselho curador e, assim, poderia viabilizar a mudança do controle da EBC. Para isso, no entanto, o Palácio do Planalto precisará ainda consultar a Suprema Corte para saber se a alteração faz com que a liminar perca seu efeito e, assim, permita a exoneração do jornalista, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff. No período em que ficou à frente da empresa enquanto Dilma estava afastada provisoriamente, a TV Brasil, que faz parte da EBC, chegou a realizar uma entrevista com a petista, o que irritou o governo interino. A medida provisória publicada nesta sexta-feira (2) extingue o conselho curador e confere à Casa Civil, e não mais à Secretaria de Comunicação Social, a prerrogativa de escolher o presidente do conselho de administração. Ela aumenta também o número de integrantes do colegiado administrativo, permitindo aos ministros da Educação e da Cultura fazerem indicações. Na configuração antiga, apenas os titulares de Planejamento e Comunicações tinham essa prerrogativa. A mudança deve-se à necessidade da presença de sete pessoas em conselhos administrativos, determinação prevista na lei de responsabilidade das empresas estatais. A medida provisória estabelece ainda mandato de três anos para os integrantes do colegiado, que pode ser renovado pelo mesmo período. Ela também permite ao presidente Michel Temer nomear ou exonerar os membros da diretoria-executiva. Pelo estatuto social anterior, o Poder Executivo escolhia apenas o diretor-presidente e o diretor-geral, sendo que os demais eram eleitos e destituídos pelo conselho de administração.
poder
Governo anula exoneração e Ricardo Melo retorna a comando da EBCO governo Michel Temer anulou nesta sexta-feira (2) a exoneração do jornalista Ricardo Melo do comando da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), companhia estatal responsável pela gestão das emissoras de televisão e de rádio da administração federal. Em edição extra do "Diário Oficial da União", o Palácio do Planalto tornou sem efeito iniciativa tomada na manhã desta sexta-feira (2) que havia demitido Melo e colocado em seu lugar o também jornalista Laerte Rimoli. Segundo a Casa Civil, a exoneração foi publicada de maneira errônea. Nesta sexta-feira (2), Melo chegou a entrar com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar retomar o posto. O jornalista já havia sido demitido em junho, mas retornou à função após uma decisão liminar assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli. Segundo a Folha apurou, como o caso ainda tramita na Suprema Corte, a ideia do governo federal era nesta sexta-feira (2) publicar apenas a alteração do estatuto social da companhia estatal, o que extingue o conselho curador e, assim, poderia viabilizar a mudança do controle da EBC. Para isso, no entanto, o Palácio do Planalto precisará ainda consultar a Suprema Corte para saber se a alteração faz com que a liminar perca seu efeito e, assim, permita a exoneração do jornalista, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff. No período em que ficou à frente da empresa enquanto Dilma estava afastada provisoriamente, a TV Brasil, que faz parte da EBC, chegou a realizar uma entrevista com a petista, o que irritou o governo interino. A medida provisória publicada nesta sexta-feira (2) extingue o conselho curador e confere à Casa Civil, e não mais à Secretaria de Comunicação Social, a prerrogativa de escolher o presidente do conselho de administração. Ela aumenta também o número de integrantes do colegiado administrativo, permitindo aos ministros da Educação e da Cultura fazerem indicações. Na configuração antiga, apenas os titulares de Planejamento e Comunicações tinham essa prerrogativa. A mudança deve-se à necessidade da presença de sete pessoas em conselhos administrativos, determinação prevista na lei de responsabilidade das empresas estatais. A medida provisória estabelece ainda mandato de três anos para os integrantes do colegiado, que pode ser renovado pelo mesmo período. Ela também permite ao presidente Michel Temer nomear ou exonerar os membros da diretoria-executiva. Pelo estatuto social anterior, o Poder Executivo escolhia apenas o diretor-presidente e o diretor-geral, sendo que os demais eram eleitos e destituídos pelo conselho de administração.
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Mineradora engavetou plano para alertar vizinho de barragem em MG
Um plano para monitorar 24 horas as barragens da Samarco e alertar os moradores de Mariana (MG) em situações de emergência foi encomendado pela mineradora em 2009, seis anos antes do rompimento que devastou a região e provocou um desastre ambiental que já chegou ao litoral do Espírito Santo. Mas ele acabou sendo engavetado –segundo a empresa responsável pelo documento, devido à crise econômica. A falta de um plano de contingência adequado é apontada como um dos agravantes da tragédia, que deixou ao menos oito mortos (11 pessoas ainda estão desaparecidas e quatro corpos aguardam identificação), além de ter destruído a fauna e a flora na passagem do "tsunami de lama". Conforme a Folha revelou no sábado (21), os planos de emergência entregues pela mineradora aos governos federal e de Minas não previam estratégia para avisar moradores de Bento Rodrigues, em Mariana, na hipótese de rompimento das barragens, em desacordo com a legislação. A consultoria RTI (Rescue Training International), que atua há mais de 30 anos com programas de segurança e que tem sede em Bragança Paulista (SP), revelou, porém, ter sido contratada pela Samarco em 2009 para preparar uma estratégia que serviria para todas as suas barragens. A existência desse plano completo –que não foi posto em prática pela mineradora que pertence à Vale e à BHP– foi revelada nesta terça (24) pelo jornal "Estado de Minas". O diretor da empresa, Randal Fonseca, disse à Folha que a estratégia apresentada à Samarco previa monitoramento permanente das estruturas por meio de telemetria (processamento e transmissão de dados a distância) e visitas diárias de funcionários. Após as avaliações, um comitê técnico teria de se reunir mensalmente para emitir relatórios e planejar simulações de situações de emergência com moradores da região e com funcionários. Todos os avisos de emergência seriam feitos por uma central de telecomunicações. Fonseca afirma ainda que esse plano previa estudos que levassem em conta a quantidade de rejeitos acumulados para que fosse possível construir diques que freassem a lama em caso de rupturas. "Quando se constrói uma barragem, se constrói uma emergência. Tenho que monitorar as comunidades próximas, saber se tem gestante, se tem cadeirante. Tenho que saber de tudo minuto a minuto." De acordo com Fonseca, as ações não foram cumpridas porque "alegaram que estavam com problema da crise". "O plano foi parar na gaveta." Questionada, a Samarco não comentou sobre por que deixou de implantar esse plano completo para casos de emergência. Disse apenas que teve seus planos aprovados por órgãos de fiscalização. Em 2012, de acordo com Fonseca, a Samarco voltou a contratar a RTI para desenvolver um Centro de Telecomunicações de Emergências Médicas, para atender os funcionários em risco operacional, mas não as comunidades vizinhas das barragens. Questionado sobre os custos para pôr esse plano em ação, ele disse que cláusulas do contrato impedem informar os valores. "Não tenho como estimar de pronto quanto custaria. Mas posso asseverar que não representa décimos de milésimos do que está custando lidar com os efeitos, sem considerar aquilo que custará a recuperação em dezenas de anos." Segundo ele, os planos que costumam ser apresentados pelas mineradoras aos órgãos de fiscalização não seguem padrões internacionais e são feitos para "cumprir tabela". Infográfico: Dano ambiental OUTRO LADO A empresa de mineração Samarco, que pertence à Vale e à BHP, não se pronunciou sobre o plano encomendado em 2009 à consultoria RTI que previa monitoramento permanente das barragens. O diretor da empresa de consultoria, Randal Fonseca, afirmou que o plano não foi colocado em prática pela Samarco devido à crise econômica iniciada um ano antes. A mineradora afirmou, em nota, que tem um plano de contingências "aprovado pelos órgãos competentes". "O plano foi cumprido pela Samarco, que prontamente mobilizou Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeitura de Mariana", diz a mineradora, que afirma ainda estar realizando ações de resgate e auxílio às vítimas do acidente. No plano apresentado aos governos federal e de Minas, a Samarco não previu uma estratégia para avisar os moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana. O local foi devastado por um tsunami de lama após o rompimento da barragem. Diretores da mineradora disseram que avisaram moradores por telefone, mas não revelam quantas ligações foram feitas nem os nomes de quem recebeu as ligações.
cotidiano
Mineradora engavetou plano para alertar vizinho de barragem em MGUm plano para monitorar 24 horas as barragens da Samarco e alertar os moradores de Mariana (MG) em situações de emergência foi encomendado pela mineradora em 2009, seis anos antes do rompimento que devastou a região e provocou um desastre ambiental que já chegou ao litoral do Espírito Santo. Mas ele acabou sendo engavetado –segundo a empresa responsável pelo documento, devido à crise econômica. A falta de um plano de contingência adequado é apontada como um dos agravantes da tragédia, que deixou ao menos oito mortos (11 pessoas ainda estão desaparecidas e quatro corpos aguardam identificação), além de ter destruído a fauna e a flora na passagem do "tsunami de lama". Conforme a Folha revelou no sábado (21), os planos de emergência entregues pela mineradora aos governos federal e de Minas não previam estratégia para avisar moradores de Bento Rodrigues, em Mariana, na hipótese de rompimento das barragens, em desacordo com a legislação. A consultoria RTI (Rescue Training International), que atua há mais de 30 anos com programas de segurança e que tem sede em Bragança Paulista (SP), revelou, porém, ter sido contratada pela Samarco em 2009 para preparar uma estratégia que serviria para todas as suas barragens. A existência desse plano completo –que não foi posto em prática pela mineradora que pertence à Vale e à BHP– foi revelada nesta terça (24) pelo jornal "Estado de Minas". O diretor da empresa, Randal Fonseca, disse à Folha que a estratégia apresentada à Samarco previa monitoramento permanente das estruturas por meio de telemetria (processamento e transmissão de dados a distância) e visitas diárias de funcionários. Após as avaliações, um comitê técnico teria de se reunir mensalmente para emitir relatórios e planejar simulações de situações de emergência com moradores da região e com funcionários. Todos os avisos de emergência seriam feitos por uma central de telecomunicações. Fonseca afirma ainda que esse plano previa estudos que levassem em conta a quantidade de rejeitos acumulados para que fosse possível construir diques que freassem a lama em caso de rupturas. "Quando se constrói uma barragem, se constrói uma emergência. Tenho que monitorar as comunidades próximas, saber se tem gestante, se tem cadeirante. Tenho que saber de tudo minuto a minuto." De acordo com Fonseca, as ações não foram cumpridas porque "alegaram que estavam com problema da crise". "O plano foi parar na gaveta." Questionada, a Samarco não comentou sobre por que deixou de implantar esse plano completo para casos de emergência. Disse apenas que teve seus planos aprovados por órgãos de fiscalização. Em 2012, de acordo com Fonseca, a Samarco voltou a contratar a RTI para desenvolver um Centro de Telecomunicações de Emergências Médicas, para atender os funcionários em risco operacional, mas não as comunidades vizinhas das barragens. Questionado sobre os custos para pôr esse plano em ação, ele disse que cláusulas do contrato impedem informar os valores. "Não tenho como estimar de pronto quanto custaria. Mas posso asseverar que não representa décimos de milésimos do que está custando lidar com os efeitos, sem considerar aquilo que custará a recuperação em dezenas de anos." Segundo ele, os planos que costumam ser apresentados pelas mineradoras aos órgãos de fiscalização não seguem padrões internacionais e são feitos para "cumprir tabela". Infográfico: Dano ambiental OUTRO LADO A empresa de mineração Samarco, que pertence à Vale e à BHP, não se pronunciou sobre o plano encomendado em 2009 à consultoria RTI que previa monitoramento permanente das barragens. O diretor da empresa de consultoria, Randal Fonseca, afirmou que o plano não foi colocado em prática pela Samarco devido à crise econômica iniciada um ano antes. A mineradora afirmou, em nota, que tem um plano de contingências "aprovado pelos órgãos competentes". "O plano foi cumprido pela Samarco, que prontamente mobilizou Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeitura de Mariana", diz a mineradora, que afirma ainda estar realizando ações de resgate e auxílio às vítimas do acidente. No plano apresentado aos governos federal e de Minas, a Samarco não previu uma estratégia para avisar os moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana. O local foi devastado por um tsunami de lama após o rompimento da barragem. Diretores da mineradora disseram que avisaram moradores por telefone, mas não revelam quantas ligações foram feitas nem os nomes de quem recebeu as ligações.
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Organizadora pessoal ensina como limpar e guardar botas de cano alto
DE SÃO PAULO A organizadora pessoal Carol Rosa ensina como conservar as botas por mais tempo SECA Evite colocar o calçado dentro do armário logo após o uso. Limpe a sola com um pano úmido e deixe-o de um dia para o outro em um ambiente fresco, sem sol, para que a transpiração dos pés seque por completo LIMPA Para fazer a limpeza de couro e camurça, compre produtos específicos para esses materiais. Já o couro sintético pode ser higienizado com um pano úmido, bem torcido. Use sabão neutro para mancha mais difícil SEM DOBRAS As botas de cano alto devem ser guardadas esticadas, com um suporte interno. Uma dica é cortar um espaguete de piscina no tamanho do cano. No dia a dia, é mais fácil retirá-lo do que papel de seda amassado, por exemplo. Se não houver altura para guardar as botas de pé, elas podem ficar deitadas -desde que estejam com enchimento RODÍZIO Não coloque um calçado sobre o outro, o que pode deixá-los marcados. Se for necessário, armazene as botas dentro de caixas -com ventilação para evitar o mofo e o mal cheiro. Para identificação, dê preferência a embalagens transparentes ou cole foto dos pares sobre as caixas. Outra opção é fazer, no armário, um rodízio de sapatos: trocar as sandálias de verão pelos calçados de inverno
sobretudo
Organizadora pessoal ensina como limpar e guardar botas de cano alto DE SÃO PAULO A organizadora pessoal Carol Rosa ensina como conservar as botas por mais tempo SECA Evite colocar o calçado dentro do armário logo após o uso. Limpe a sola com um pano úmido e deixe-o de um dia para o outro em um ambiente fresco, sem sol, para que a transpiração dos pés seque por completo LIMPA Para fazer a limpeza de couro e camurça, compre produtos específicos para esses materiais. Já o couro sintético pode ser higienizado com um pano úmido, bem torcido. Use sabão neutro para mancha mais difícil SEM DOBRAS As botas de cano alto devem ser guardadas esticadas, com um suporte interno. Uma dica é cortar um espaguete de piscina no tamanho do cano. No dia a dia, é mais fácil retirá-lo do que papel de seda amassado, por exemplo. Se não houver altura para guardar as botas de pé, elas podem ficar deitadas -desde que estejam com enchimento RODÍZIO Não coloque um calçado sobre o outro, o que pode deixá-los marcados. Se for necessário, armazene as botas dentro de caixas -com ventilação para evitar o mofo e o mal cheiro. Para identificação, dê preferência a embalagens transparentes ou cole foto dos pares sobre as caixas. Outra opção é fazer, no armário, um rodízio de sapatos: trocar as sandálias de verão pelos calçados de inverno
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Conheça dez curiosidades sobre a mexerica
O caso da mexerica descascada gerou debates acalorados nas redes sociais nessa semana. Tudo começou quando um internauta publicou, na sua conta no Twitter, a foto de uma mexerica comercializada sem casca e em gomos em uma unidade da rede Carrefour no Paraná. O quilo custava R$ 2,89, contra R$ 2,49 do produto a granel. Houve quem criticasse a "goumertização" da mexerica, quem apoiasse a ideia e aqueles que acharam a polêmica desnecessária. E o conflito para decidir o verdadeiro nome da fruta –mexerica, tangerina ou bergamota?– ganhou contornos próprios. Veja abaixo curiosidade sobre mexerica, ou tangerina, ou bergamota. Mexerica, bergamota (ou vergamota), laranja-cravo, laranja-mimosa, mandarina, mimosa, tangerina-cravo e tangerina-do-rio são, segundo o dicionário Houaiss, nomes diferentes para uma mesma fruta: a tangerina. "Tangerina" é o feminino de "tangerino", adjetivo relativo a Tânger, cidade do Marrocos, no noroeste da África. "Mexerica" é uma regressão de "mexericar". "Os estudiosos atribuem o nome do fruto ao fato de o odor forte denunciar quem o comeu", explica o verbete do Houaiss. O termo é mais usado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No Sul, a fruta é conhecida como bergamota, ou ainda, vergamota. A palavra pode ter origem do turco "beg armüdi", que significa "pera do príncipe". Em algumas regiões do Nordeste, a tangerina é conhecida ainda como "laranja-cravo", e no Paraná, como "mimosa". O nome oficial da tangerina, e, portanto, da mexerica, é Critus reticulata. Ela pertence ao gênero Citrus, da família Rutaceae, da ordem Sapindales, classe Magnoliopsida, da divisão Magnoliophyta e, por fim, do reino Plantae. Além da tangerina, o gênero Citrus tem duas outras espécies –Citrus medica (cidra) e Citrus maxima (cimboa)– e inúmeros híbridos, como a laranja (Citrus maxima x Citrus reticulata) e o limão (Citrus x limon). A tangerina é originária do sudeste tropical e subtropical da Ásia, na região onde hoje estão países como Índia e China. Durante a Idade Média, ela foi levada para o norte da África e, de lá, seguiu para o sul da Europa. No Brasil, as primeiras referências à fruta datam de 1817. A tangerina tem uma boa faixa de adaptação climática, podendo ser resistir a temperaturas que variam de 23 °C a 32 °C. No Brasil, a safra concentra-se, normalmente, de maio a agosto, mas pode se estender de março a setembro. Segundo boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a colheita de poncã no Estado de São Paulo deve terminar ainda em julho. A maior suscetibilidade a doenças pode estar desmotivando o cultivo da fruta. A fruta pode ser consumida "in natura" ou processada na indústria para produzir de sucos, doces, geleias, sorvetes, óleos essenciais, rações, entre outros. Em geral, a tangerina tem superfície lisa, de cor laranja a vermelha, e nove a 13 gomos. Existem, porém, diversas variedades de tangerina. As mais cultivadas são: #Poncã: a mais comum no Brasil, tem frutos grandes, fáceis de descascar, com pouca acidez e gomos que se separam facilmente. Como precisa de clima mais ameno para ser cultivada, as plantações se concentram nas regiões Sul e Sudeste. #Tangerina-cravo: amadurece antes da poncã e produz frutos mais ácidos #Dekopon: fruto híbrido, resultante do cruzamento da poncã com a kiyomi (fruta cítrica híbrida japonesa), desenvolvido no Japão em 1972. O fruto é grande, sem sementes e com sabor ácido. #Murcote: fruta híbrida, nascida do cruzamento da tangerina com a laranja. Os frutos são achatados, com uma casca fina e aderente, muitas sementes e um gosto mais próximo da laranja. A fruta é bem doce e matéria-prima principal para os sorvetes de tangerina. Outras variedades populares incluem a Dancy e Montenegrina. Assim como as demais frutas cítricas, a tangerina é rica em vitamina C (ácido ascórbico), que ajuda a melhorar o sistema imunológico, entre outros benefícios. É rica também em fibras, sobretudo sua casca, o que ajuda na digestão, e potássio, que contribui para a saúde cardíaca. Cem gramas de tangerina fornecem quase 38 calorias. Para comparar, uma maçã de mesmo peso oferece cerca de 60 calorias, e uma laranja, 45 calorias. Veja outros dados nutricionais da tangerina: Carboidratos 9,6 g Proteínas 0,9 g Fibra alimentar 0,9 g Cálcio 12,9 mg Vitamina C 48,8 mg Magnésio 7,7 mg Lipídios 0,1 g Fósforo 12,5 mg Ferro 0,1 mg Potássio 131,4 mg Vitamina B1 0,1 mg As folhas e a casca da mexerica são famosas por darem bons chás. O chá das folhas é considerado calmante. Já com a casca, ele é usado para auxiliar no processo de digestão, acalmar o estômago e aliviar o estresse. Acompanhado de gengibre e alfazema, pode ser um bom aliado para quem está resfriado. A China é a maior produtora de mexerica no mundo, detendo 53% da produção mundial em 2012. Depois vem a Espanha (7%) e, em terceiro lugar, o Brasil, com 4%. Outros grandes produtores são Turquia, Egito, Marrocos, Japão, Irã, Itália, Estados Unidos, Paquistão, México e Argentina. O Brasil produziu 937.819 toneladas de mexerica em 2013. A região Sudeste é a maior produtora, seguida pela Sul. O Estado com maior produção é São Paulo (323.321 toneladas), depois vêm Paraná (166.379 toneladas) e Rio Grande do Sul (161.921). Em São Paulo, a tangerina Poncã responde por cerca de 56% do volume produzido. Depois estão a Murcote (37%) e a Cravo (6%). Em 2013, o consumo médio familiar per capita de mexerica no Brasil foi de 1,8 kg. As regiões mais consumidores são a Sul (2,54 kg) e Sudeste (1,38 kg). Os gaúchos são os que mais comem tangerina (3,89 kg por pessoa), seguidos pelos catarinenses (2 kg), os moradores do Distrito Federal (1,7 kg) e os paulistas (1,7 kg). Em 2013, 29% dos produtos comercializados pela Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) foram tangerinas: 133 mil de 453 mil toneladas. Com toda a polêmica envolvendo a mexerica descascada, a tangerina poncã foi a "dica da semana" no site da Ceagesp. Ela era vendida no atacado por R$ 1,62 o quilo, em média. Em 2014, cerca de 54 mil toneladas de poncã entraram no Ceagesp, a maioria vinda das cidades paulistas de Vista Alegre do Alto e Limeira, das mineiras Campanha e Três Corações e de Serro Azul, no Paraná. Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ceagesp, HortiBrasil (Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura), Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
asmais
Conheça dez curiosidades sobre a mexericaO caso da mexerica descascada gerou debates acalorados nas redes sociais nessa semana. Tudo começou quando um internauta publicou, na sua conta no Twitter, a foto de uma mexerica comercializada sem casca e em gomos em uma unidade da rede Carrefour no Paraná. O quilo custava R$ 2,89, contra R$ 2,49 do produto a granel. Houve quem criticasse a "goumertização" da mexerica, quem apoiasse a ideia e aqueles que acharam a polêmica desnecessária. E o conflito para decidir o verdadeiro nome da fruta –mexerica, tangerina ou bergamota?– ganhou contornos próprios. Veja abaixo curiosidade sobre mexerica, ou tangerina, ou bergamota. Mexerica, bergamota (ou vergamota), laranja-cravo, laranja-mimosa, mandarina, mimosa, tangerina-cravo e tangerina-do-rio são, segundo o dicionário Houaiss, nomes diferentes para uma mesma fruta: a tangerina. "Tangerina" é o feminino de "tangerino", adjetivo relativo a Tânger, cidade do Marrocos, no noroeste da África. "Mexerica" é uma regressão de "mexericar". "Os estudiosos atribuem o nome do fruto ao fato de o odor forte denunciar quem o comeu", explica o verbete do Houaiss. O termo é mais usado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No Sul, a fruta é conhecida como bergamota, ou ainda, vergamota. A palavra pode ter origem do turco "beg armüdi", que significa "pera do príncipe". Em algumas regiões do Nordeste, a tangerina é conhecida ainda como "laranja-cravo", e no Paraná, como "mimosa". O nome oficial da tangerina, e, portanto, da mexerica, é Critus reticulata. Ela pertence ao gênero Citrus, da família Rutaceae, da ordem Sapindales, classe Magnoliopsida, da divisão Magnoliophyta e, por fim, do reino Plantae. Além da tangerina, o gênero Citrus tem duas outras espécies –Citrus medica (cidra) e Citrus maxima (cimboa)– e inúmeros híbridos, como a laranja (Citrus maxima x Citrus reticulata) e o limão (Citrus x limon). A tangerina é originária do sudeste tropical e subtropical da Ásia, na região onde hoje estão países como Índia e China. Durante a Idade Média, ela foi levada para o norte da África e, de lá, seguiu para o sul da Europa. No Brasil, as primeiras referências à fruta datam de 1817. A tangerina tem uma boa faixa de adaptação climática, podendo ser resistir a temperaturas que variam de 23 °C a 32 °C. No Brasil, a safra concentra-se, normalmente, de maio a agosto, mas pode se estender de março a setembro. Segundo boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a colheita de poncã no Estado de São Paulo deve terminar ainda em julho. A maior suscetibilidade a doenças pode estar desmotivando o cultivo da fruta. A fruta pode ser consumida "in natura" ou processada na indústria para produzir de sucos, doces, geleias, sorvetes, óleos essenciais, rações, entre outros. Em geral, a tangerina tem superfície lisa, de cor laranja a vermelha, e nove a 13 gomos. Existem, porém, diversas variedades de tangerina. As mais cultivadas são: #Poncã: a mais comum no Brasil, tem frutos grandes, fáceis de descascar, com pouca acidez e gomos que se separam facilmente. Como precisa de clima mais ameno para ser cultivada, as plantações se concentram nas regiões Sul e Sudeste. #Tangerina-cravo: amadurece antes da poncã e produz frutos mais ácidos #Dekopon: fruto híbrido, resultante do cruzamento da poncã com a kiyomi (fruta cítrica híbrida japonesa), desenvolvido no Japão em 1972. O fruto é grande, sem sementes e com sabor ácido. #Murcote: fruta híbrida, nascida do cruzamento da tangerina com a laranja. Os frutos são achatados, com uma casca fina e aderente, muitas sementes e um gosto mais próximo da laranja. A fruta é bem doce e matéria-prima principal para os sorvetes de tangerina. Outras variedades populares incluem a Dancy e Montenegrina. Assim como as demais frutas cítricas, a tangerina é rica em vitamina C (ácido ascórbico), que ajuda a melhorar o sistema imunológico, entre outros benefícios. É rica também em fibras, sobretudo sua casca, o que ajuda na digestão, e potássio, que contribui para a saúde cardíaca. Cem gramas de tangerina fornecem quase 38 calorias. Para comparar, uma maçã de mesmo peso oferece cerca de 60 calorias, e uma laranja, 45 calorias. Veja outros dados nutricionais da tangerina: Carboidratos 9,6 g Proteínas 0,9 g Fibra alimentar 0,9 g Cálcio 12,9 mg Vitamina C 48,8 mg Magnésio 7,7 mg Lipídios 0,1 g Fósforo 12,5 mg Ferro 0,1 mg Potássio 131,4 mg Vitamina B1 0,1 mg As folhas e a casca da mexerica são famosas por darem bons chás. O chá das folhas é considerado calmante. Já com a casca, ele é usado para auxiliar no processo de digestão, acalmar o estômago e aliviar o estresse. Acompanhado de gengibre e alfazema, pode ser um bom aliado para quem está resfriado. A China é a maior produtora de mexerica no mundo, detendo 53% da produção mundial em 2012. Depois vem a Espanha (7%) e, em terceiro lugar, o Brasil, com 4%. Outros grandes produtores são Turquia, Egito, Marrocos, Japão, Irã, Itália, Estados Unidos, Paquistão, México e Argentina. O Brasil produziu 937.819 toneladas de mexerica em 2013. A região Sudeste é a maior produtora, seguida pela Sul. O Estado com maior produção é São Paulo (323.321 toneladas), depois vêm Paraná (166.379 toneladas) e Rio Grande do Sul (161.921). Em São Paulo, a tangerina Poncã responde por cerca de 56% do volume produzido. Depois estão a Murcote (37%) e a Cravo (6%). Em 2013, o consumo médio familiar per capita de mexerica no Brasil foi de 1,8 kg. As regiões mais consumidores são a Sul (2,54 kg) e Sudeste (1,38 kg). Os gaúchos são os que mais comem tangerina (3,89 kg por pessoa), seguidos pelos catarinenses (2 kg), os moradores do Distrito Federal (1,7 kg) e os paulistas (1,7 kg). Em 2013, 29% dos produtos comercializados pela Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) foram tangerinas: 133 mil de 453 mil toneladas. Com toda a polêmica envolvendo a mexerica descascada, a tangerina poncã foi a "dica da semana" no site da Ceagesp. Ela era vendida no atacado por R$ 1,62 o quilo, em média. Em 2014, cerca de 54 mil toneladas de poncã entraram no Ceagesp, a maioria vinda das cidades paulistas de Vista Alegre do Alto e Limeira, das mineiras Campanha e Três Corações e de Serro Azul, no Paraná. Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ceagesp, HortiBrasil (Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura), Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
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Excluído na TV a cabo, Esporte Interativo vê pressão de concorrentes
A primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, com jogos na terça-feira (15) e quarta (16), foi acompanhada apenas por uma pequena fração (cerca de 12%) dos assinantes de TV paga no Brasil. Isso porque o Esporte Interativo, que detém os direitos de transmissão do evento desde outubro de 2014, está presente somente nas operadoras Oi, GVT e TV Alphaville, além de outras regionais. A emissora e as maiores operadoras de televisão por assinatura do Brasil, NET e Sky (que detêm cerca de 80% dos assinantes do país), vivem um imbróglio e o Esporte Interativo não consegue espaço nessas grades de programação. Em entrevista à Folha, o ex-presidente e atual vice-presidente sênior de conteúdo esportivo do Esporte Interativo, Edgar Diniz, explica os motivos que ele acredita terem causado o impasse que limitou a penetração do canal nas maiores operadoras. "No início de agosto, nós tínhamos praticamente fechado um acordo com duas grandes operadoras do país, com as bases financeiras acertadas. Quarenta e oito horas depois do acerto, ambas voltaram atrás. Nesse meio tempo, aconteceu um discurso de um importante executivo de uma emissora em feira da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, no qual ele dizia que havia loucos à solta no mercado, referindo-se à Turner", conta Diniz. A Turner, gigante americana da área do entretenimento, é sócia-majoritária do Esporte Interativo. Ainda que evite citar nomes, no período citado por Diniz aconteceu fala de Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, na ABTA, em que ele falava de "loucos à solta", referindo-se aos valores investidos por emissoras na aquisição de direitos de transmissão, entre elas a Turner, a atuação do grupo Discovery na Europa e também a Al-Jazeera. Na mesma ocasião, uma mesa-redonda que tratava da relação entre os valores investidos na compra de direitos de transmissão e seu efeito na cadeia de valores do mercado, ele disse que cabia às operadoras dar o limite a esse tipo de "loucura". A Globosat controla a SporTV, concorrente do Esporte Interativo. "E as operadoras que voltaram atrás não reclamaram dos nossos preços, que são substancialmente inferiores. Foi uma reviravolta que nos gerou uma preocupação muito grande. A gente estranha se tiver alguma interferência indevida no mercado", continua Diniz. Contatado pela Folha, Pecegueiro negou qualquer espécie de interferência nas negociações entre Esporte Interativo e as operadoras. "Não tenho nenhuma participação nessa negociação. Eu não tenho nada a ver com a relação da Tuner com as operadoras. Atribuir à minha fala qualquer revés nas negociações com o Esporte Interativo, eu acho quase cômico. Você acha que uma frase é capaz de impedir uma negociação de uma empresa do tamanho da Turner com as operadoras?", explicou. "O Edgar está se baseando muito no discurso da Fox há alguns anos, que em algum momento tentou vilanizar a Globosat. A própria entrada da Fox Sports nas operadoras mostra que a Globosat não tem nada a ver com isso", acrescenta, lembrando das dificuldades que a Fox Sports teve inicialmente para negociar espaço nas grades das operadoras. "Não praticamos qualquer tipo de veto junto às operadoras. Essa história é velha, e a Fox Sports está aí para provar", diz Pecegueiro. "Toda a negociação por direitos esportivos envolve uma lógica de negócios. A gente vê no mundo, e não só no Brasil, algumas tentativas que carecem dessa lógica. Isso encarece toda a cadeia de valor do mercado", conclui, explicando sua fala sobre "os loucos no mercado." Em nota publicada no site do Esporte Interativo nesta sexta-feira (18), a emissora faz esforço para esclarecer os motivos para que apenas 12% dos assinantes de televisão paga no Brasil tenham conseguido acompanhar a primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões ao longo desta semana. Atualmente, o EIMAXX (canal da Liga dos Campeões do Esporte Interativo) está presente somente nas operadoras Oi, GVT e TV Alphaville, além de outras regionais. No texto, a emissora afirma que o entrave nas negociações com as principais operadoras de televisão por assinatura do Brasil não seria o preço, já que o Esporte Interativo estaria pedindo valores inferiores a todos os demais concorrentes, e que por isso não precisariam ser repassados às mensalidades dos assinantes. Para o ex-presidente do Esporte Interativo, que ressalta não fazer nenhuma acusação, o ideal para todos seria manter as condições da livre concorrência. "Para alguns competidores, a concorrência pode não ser boa. Mas para as operadoras, é interessante se aprimorar, melhorar suas grades, para se destacarem e atraírem mais assinantes. Com mais variedade, elas também têm menos dependência de alguns canais. Para o consumidor, é ótimo ter contato com programas de qualidade, como a própria Liga dos Campeões", afirma Diniz. "Queremos que o mercado funcione de forma livre. A competição é saudável. Qualquer movimento que iniba a competição, não vai prevalecer", diz. Mesmo diante desse cenário, Diniz explica que as conversas com as operadoras continuam, e que não tem interesse em acionar qualquer órgão fiscalizador do mercado, como o Cade (Conselho Administrativo da Defesa Econômica). Ao longo da semana, os perfis das operadoras Sky e Net foram inundados de mensagens de assinantes interessados em contar com o Esporte Interativo em suas grades, para acompanhar a Liga dos Campeões. Procurada pela Folha, a Sky reafirmou que não há previsão para a entrada do canal Esporte Interativo em sua grade. "A Sky reforça que já oferece os principais canais de esportes da TV por assinatura brasileira, entre eles BandSports, Fox Sports, Fox Sports 2, Sportv, Sportv2, Sportv3, ESPN, ESPN Brasil e ESPN+", afirmou em nota. A NET não respondeu até a publicação desta matéria. Quando chegou ao Brasil, a Fox Sports viveu dificuldade semelhante na busca por espaço, só superada após pressão dos assinantes e longas negociações. Nos últimos 25 anos, a ESPN transmitiu a competição no Brasil, e como tem espaço nas grades das operadoras, não houve maiores problemas para os interessados acompanharem a Liga dos Campeões. "Nós queremos estar na casa de todos os assinantes de televisão paga do Brasil", conclui Diniz, que classifica a transmissão da primeira rodada da Liga dos Campeões pelo seu canal como "espetacular." "Quem assistiu, gostou", avalia. SAIBA ONDE E COMO ASSISTIR TV ABERTA TV Globo É a detentora dos direitos de transmissão na rede aberta e sublicenciou os direitos para a Band. Pode transmitir um jogo por semana, com opção de dois por semana em sete rodadas. Começará a transmissão a partir das oitavas de final Em computadores, tablets e celulares O site globoesporte.globo.com vai transmitir 25 jogos do campeonato, um por semana, nas rodadas de quarta-feira. A primeira partida será entre Roma x Barcelona. A transmissão é gratuíta e ao vivo TV Bandeirantes Começa a transmissão na quarta-feira (16) com a partida entre Roma x Barcelona. Terá as mesmas restrições que a TV Globo TV FECHADA Esporte Interativo Terá exclusividade na transmissão na TV fechada Em computadores, tablets e celulares Todos os 145 jogos serão transmitidos ao vivo e narrados em português na plataforma digital EI Plus, também do Esporte Interativo Para acessá-lo, o internauta deve entrar no site www.eiplus.com.br ou baixar o aplicativo. A assinatura anual é de R$ 9,90 por mês ou assinatura mensal de R$ 14,90 Quem tem o canal Esporte Interativo pode acessar o EI Plus de graça Na televisão O telespectador terá a opção de assistir dois jogos em dia de rodada, um no canal EI Maxx e outro no canal EI Maxx 2
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Excluído na TV a cabo, Esporte Interativo vê pressão de concorrentesA primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, com jogos na terça-feira (15) e quarta (16), foi acompanhada apenas por uma pequena fração (cerca de 12%) dos assinantes de TV paga no Brasil. Isso porque o Esporte Interativo, que detém os direitos de transmissão do evento desde outubro de 2014, está presente somente nas operadoras Oi, GVT e TV Alphaville, além de outras regionais. A emissora e as maiores operadoras de televisão por assinatura do Brasil, NET e Sky (que detêm cerca de 80% dos assinantes do país), vivem um imbróglio e o Esporte Interativo não consegue espaço nessas grades de programação. Em entrevista à Folha, o ex-presidente e atual vice-presidente sênior de conteúdo esportivo do Esporte Interativo, Edgar Diniz, explica os motivos que ele acredita terem causado o impasse que limitou a penetração do canal nas maiores operadoras. "No início de agosto, nós tínhamos praticamente fechado um acordo com duas grandes operadoras do país, com as bases financeiras acertadas. Quarenta e oito horas depois do acerto, ambas voltaram atrás. Nesse meio tempo, aconteceu um discurso de um importante executivo de uma emissora em feira da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, no qual ele dizia que havia loucos à solta no mercado, referindo-se à Turner", conta Diniz. A Turner, gigante americana da área do entretenimento, é sócia-majoritária do Esporte Interativo. Ainda que evite citar nomes, no período citado por Diniz aconteceu fala de Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, na ABTA, em que ele falava de "loucos à solta", referindo-se aos valores investidos por emissoras na aquisição de direitos de transmissão, entre elas a Turner, a atuação do grupo Discovery na Europa e também a Al-Jazeera. Na mesma ocasião, uma mesa-redonda que tratava da relação entre os valores investidos na compra de direitos de transmissão e seu efeito na cadeia de valores do mercado, ele disse que cabia às operadoras dar o limite a esse tipo de "loucura". A Globosat controla a SporTV, concorrente do Esporte Interativo. "E as operadoras que voltaram atrás não reclamaram dos nossos preços, que são substancialmente inferiores. Foi uma reviravolta que nos gerou uma preocupação muito grande. A gente estranha se tiver alguma interferência indevida no mercado", continua Diniz. Contatado pela Folha, Pecegueiro negou qualquer espécie de interferência nas negociações entre Esporte Interativo e as operadoras. "Não tenho nenhuma participação nessa negociação. Eu não tenho nada a ver com a relação da Tuner com as operadoras. Atribuir à minha fala qualquer revés nas negociações com o Esporte Interativo, eu acho quase cômico. Você acha que uma frase é capaz de impedir uma negociação de uma empresa do tamanho da Turner com as operadoras?", explicou. "O Edgar está se baseando muito no discurso da Fox há alguns anos, que em algum momento tentou vilanizar a Globosat. A própria entrada da Fox Sports nas operadoras mostra que a Globosat não tem nada a ver com isso", acrescenta, lembrando das dificuldades que a Fox Sports teve inicialmente para negociar espaço nas grades das operadoras. "Não praticamos qualquer tipo de veto junto às operadoras. Essa história é velha, e a Fox Sports está aí para provar", diz Pecegueiro. "Toda a negociação por direitos esportivos envolve uma lógica de negócios. A gente vê no mundo, e não só no Brasil, algumas tentativas que carecem dessa lógica. Isso encarece toda a cadeia de valor do mercado", conclui, explicando sua fala sobre "os loucos no mercado." Em nota publicada no site do Esporte Interativo nesta sexta-feira (18), a emissora faz esforço para esclarecer os motivos para que apenas 12% dos assinantes de televisão paga no Brasil tenham conseguido acompanhar a primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões ao longo desta semana. Atualmente, o EIMAXX (canal da Liga dos Campeões do Esporte Interativo) está presente somente nas operadoras Oi, GVT e TV Alphaville, além de outras regionais. No texto, a emissora afirma que o entrave nas negociações com as principais operadoras de televisão por assinatura do Brasil não seria o preço, já que o Esporte Interativo estaria pedindo valores inferiores a todos os demais concorrentes, e que por isso não precisariam ser repassados às mensalidades dos assinantes. Para o ex-presidente do Esporte Interativo, que ressalta não fazer nenhuma acusação, o ideal para todos seria manter as condições da livre concorrência. "Para alguns competidores, a concorrência pode não ser boa. Mas para as operadoras, é interessante se aprimorar, melhorar suas grades, para se destacarem e atraírem mais assinantes. Com mais variedade, elas também têm menos dependência de alguns canais. Para o consumidor, é ótimo ter contato com programas de qualidade, como a própria Liga dos Campeões", afirma Diniz. "Queremos que o mercado funcione de forma livre. A competição é saudável. Qualquer movimento que iniba a competição, não vai prevalecer", diz. Mesmo diante desse cenário, Diniz explica que as conversas com as operadoras continuam, e que não tem interesse em acionar qualquer órgão fiscalizador do mercado, como o Cade (Conselho Administrativo da Defesa Econômica). Ao longo da semana, os perfis das operadoras Sky e Net foram inundados de mensagens de assinantes interessados em contar com o Esporte Interativo em suas grades, para acompanhar a Liga dos Campeões. Procurada pela Folha, a Sky reafirmou que não há previsão para a entrada do canal Esporte Interativo em sua grade. "A Sky reforça que já oferece os principais canais de esportes da TV por assinatura brasileira, entre eles BandSports, Fox Sports, Fox Sports 2, Sportv, Sportv2, Sportv3, ESPN, ESPN Brasil e ESPN+", afirmou em nota. A NET não respondeu até a publicação desta matéria. Quando chegou ao Brasil, a Fox Sports viveu dificuldade semelhante na busca por espaço, só superada após pressão dos assinantes e longas negociações. Nos últimos 25 anos, a ESPN transmitiu a competição no Brasil, e como tem espaço nas grades das operadoras, não houve maiores problemas para os interessados acompanharem a Liga dos Campeões. "Nós queremos estar na casa de todos os assinantes de televisão paga do Brasil", conclui Diniz, que classifica a transmissão da primeira rodada da Liga dos Campeões pelo seu canal como "espetacular." "Quem assistiu, gostou", avalia. SAIBA ONDE E COMO ASSISTIR TV ABERTA TV Globo É a detentora dos direitos de transmissão na rede aberta e sublicenciou os direitos para a Band. Pode transmitir um jogo por semana, com opção de dois por semana em sete rodadas. Começará a transmissão a partir das oitavas de final Em computadores, tablets e celulares O site globoesporte.globo.com vai transmitir 25 jogos do campeonato, um por semana, nas rodadas de quarta-feira. A primeira partida será entre Roma x Barcelona. A transmissão é gratuíta e ao vivo TV Bandeirantes Começa a transmissão na quarta-feira (16) com a partida entre Roma x Barcelona. Terá as mesmas restrições que a TV Globo TV FECHADA Esporte Interativo Terá exclusividade na transmissão na TV fechada Em computadores, tablets e celulares Todos os 145 jogos serão transmitidos ao vivo e narrados em português na plataforma digital EI Plus, também do Esporte Interativo Para acessá-lo, o internauta deve entrar no site www.eiplus.com.br ou baixar o aplicativo. A assinatura anual é de R$ 9,90 por mês ou assinatura mensal de R$ 14,90 Quem tem o canal Esporte Interativo pode acessar o EI Plus de graça Na televisão O telespectador terá a opção de assistir dois jogos em dia de rodada, um no canal EI Maxx e outro no canal EI Maxx 2
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Com conservadorismo em alta, discussão sobre o clima corre riscos
Do ponto de vista da prevenção de eventos climáticos extremos por força do aquecimento global, 2016 até que começou bem. No embalo do Acordo de Paris adotado pouco antes de terminar 2015, uma avalanche de ratificações permitiu que o tratado entrasse em vigor em tempo recorde. Contudo, poucos dias antes de uma nova conferência anual sobre mudança do clima, em Marrakech, deu-se a derrapada: o republicano Donald Trump elegeu-se presidente dos EUA, que ao lado da China é país decisivo para o sucesso do acordo. Trump fala muita bobagem e pouca coisa do que diz deve ser levada a sério. Uma delas é sua negação do problema do clima e, mais que isso, seu desprezo por questões ambientais. O governo americano tem muito poder, ninguém duvida, mas é provável que não consiga deter a marcha da reação contra o aquecimento global. Trump pode ou não acreditar no problema, mas isso não impedirá a China de pisar fundo no freio à sua dependência do carvão, o pior dos combustíveis fósseis. Além disso, a consciência do problema se espalha na comunidade empresarial. Um exemplo recente é o novo relatório do Risky Business Project, uma iniciativa de gente com credenciais capitalistas irretocáveis, como Michael Bloomberg e Henry Paulson. O trabalho se chama "Do Risco ao Retorno: Investindo numa Economia de Energia Limpa". Calcula que seriam necessários US$ 320 bilhões de investimento privado até 2050 para descarbonizar o setor energético e evitar emissões na quantidade necessária para cumprir o objetivo de Paris (manter o aquecimento global abaixo de 2°C). A eleição de Trump, nesse sentido, pode revelar-se não mais que acidente histórico num caminho que não tem volta. Como não há certeza de que a meta será alcançada, porém, o ideal seria não arriscar nenhum desvio na rota. Para piorar, não faltam coadjuvantes ao republicano em sua imprudência anticientífica. E não se trata aqui do Tea Party ou do esquisito presidente Rodrigo Duterte, das Filipinas, mas do não menos retrógrado Congresso Nacional. Se depender dos parlamentares, sobretudo depois que o latifúndio do PMDB e do Centrão tomou o poder, o país nunca abandonará sua vocação fóssil. Essa gente atrasada quer incentivar o uso de diesel e de carvão, na contramão das energias renováveis. O mesmo vale para o Código Florestal, que pode ficar para as calendas graças à teimosia bovina da bancada ruralista, assim como as metas de redução do desmatamento e recuperação de áreas degradadas assumidas em Paris. Nunca é demais lembrar que a agropecuária continua a ser a maior fonte emissora de gases do efeito estufa por aqui. O conservadorismo mais irresponsável está em alta em várias partes do mundo. Os conservacionistas, de esquerda ou de direita, aqui e acolá, que fiquem espertos.
cenarios-2017
Com conservadorismo em alta, discussão sobre o clima corre riscosDo ponto de vista da prevenção de eventos climáticos extremos por força do aquecimento global, 2016 até que começou bem. No embalo do Acordo de Paris adotado pouco antes de terminar 2015, uma avalanche de ratificações permitiu que o tratado entrasse em vigor em tempo recorde. Contudo, poucos dias antes de uma nova conferência anual sobre mudança do clima, em Marrakech, deu-se a derrapada: o republicano Donald Trump elegeu-se presidente dos EUA, que ao lado da China é país decisivo para o sucesso do acordo. Trump fala muita bobagem e pouca coisa do que diz deve ser levada a sério. Uma delas é sua negação do problema do clima e, mais que isso, seu desprezo por questões ambientais. O governo americano tem muito poder, ninguém duvida, mas é provável que não consiga deter a marcha da reação contra o aquecimento global. Trump pode ou não acreditar no problema, mas isso não impedirá a China de pisar fundo no freio à sua dependência do carvão, o pior dos combustíveis fósseis. Além disso, a consciência do problema se espalha na comunidade empresarial. Um exemplo recente é o novo relatório do Risky Business Project, uma iniciativa de gente com credenciais capitalistas irretocáveis, como Michael Bloomberg e Henry Paulson. O trabalho se chama "Do Risco ao Retorno: Investindo numa Economia de Energia Limpa". Calcula que seriam necessários US$ 320 bilhões de investimento privado até 2050 para descarbonizar o setor energético e evitar emissões na quantidade necessária para cumprir o objetivo de Paris (manter o aquecimento global abaixo de 2°C). A eleição de Trump, nesse sentido, pode revelar-se não mais que acidente histórico num caminho que não tem volta. Como não há certeza de que a meta será alcançada, porém, o ideal seria não arriscar nenhum desvio na rota. Para piorar, não faltam coadjuvantes ao republicano em sua imprudência anticientífica. E não se trata aqui do Tea Party ou do esquisito presidente Rodrigo Duterte, das Filipinas, mas do não menos retrógrado Congresso Nacional. Se depender dos parlamentares, sobretudo depois que o latifúndio do PMDB e do Centrão tomou o poder, o país nunca abandonará sua vocação fóssil. Essa gente atrasada quer incentivar o uso de diesel e de carvão, na contramão das energias renováveis. O mesmo vale para o Código Florestal, que pode ficar para as calendas graças à teimosia bovina da bancada ruralista, assim como as metas de redução do desmatamento e recuperação de áreas degradadas assumidas em Paris. Nunca é demais lembrar que a agropecuária continua a ser a maior fonte emissora de gases do efeito estufa por aqui. O conservadorismo mais irresponsável está em alta em várias partes do mundo. Os conservacionistas, de esquerda ou de direita, aqui e acolá, que fiquem espertos.
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Chuva faz reservatórios de SP subirem; Cantareira chega a 14,3%
As chuvas ajudaram novamente os reservatórios de São Paulo que registraram nova alta nesta sexta-feira (13). De acordo com dados da Sabesp, o Cantareira opera com 14,3% de sua capacidade após subir 0,3 ponto percentual. Esse índice já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (12), ao atingir 14% já é praticamente descartada a possibilidade de rodízio de água neste ano. A Sabesp informou que choveu 132,2 mm no Cantareira até agora. A média histórica para o mês de março é de 178 mm de chuvas nas represas que compõem o sistema. Segundo o professor de hidrologia da USP de São Carlos, Eduardo Pires, o avanço do nível maior reservatório da Grande São Paulo ainda é tímido para justificar comemorações. "Temos que lembrar que ainda estamos no volume morto. E mesmo que dê para chegar até agosto ou setembro com água, como será ano que vem? Os reservatórios estarão ainda mais baixos", disse. O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 20,6% de sua capacidade. Na quinta-feira (12), o índice era de 20,4%. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 72,8% após subir 0,6 ponto percentual. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu de 93,3% para 95,1%. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,1 percentual. O sistema opera com 40%. O sistema Alto Cotia também subiu passando de 53,3% para 53,6%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
cotidiano
Chuva faz reservatórios de SP subirem; Cantareira chega a 14,3%As chuvas ajudaram novamente os reservatórios de São Paulo que registraram nova alta nesta sexta-feira (13). De acordo com dados da Sabesp, o Cantareira opera com 14,3% de sua capacidade após subir 0,3 ponto percentual. Esse índice já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (12), ao atingir 14% já é praticamente descartada a possibilidade de rodízio de água neste ano. A Sabesp informou que choveu 132,2 mm no Cantareira até agora. A média histórica para o mês de março é de 178 mm de chuvas nas represas que compõem o sistema. Segundo o professor de hidrologia da USP de São Carlos, Eduardo Pires, o avanço do nível maior reservatório da Grande São Paulo ainda é tímido para justificar comemorações. "Temos que lembrar que ainda estamos no volume morto. E mesmo que dê para chegar até agosto ou setembro com água, como será ano que vem? Os reservatórios estarão ainda mais baixos", disse. O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 20,6% de sua capacidade. Na quinta-feira (12), o índice era de 20,4%. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 72,8% após subir 0,6 ponto percentual. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu de 93,3% para 95,1%. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,1 percentual. O sistema opera com 40%. O sistema Alto Cotia também subiu passando de 53,3% para 53,6%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Revista de João Doria Jr. tem outros anunciantes, afirma governo de SP
A Folha continua omitindo, em editorial e em reportagens sobre publicidade do governo do Estado em revistas do Grupo Doria, o nome de outros anunciantes, privados e públicos, cujas agências de publicidade também decidiram, por critérios técnicos, publicar nas mesmas revistas, submetendo-se aos mesmos preços de tabela. Esses nomes já foram fornecidos duas vezes à reportagem do jornal, mas não publicados. Estão entre eles Correios, Banco do Brasil, Apex, Embratel, Sebrae, JBS, Vivo, Fiat, Volkswagen, BMW, Brastemp, CNI, Fiesp, EMS, Nestlé, 3M, governos dos Estados de Pernambuco, Minas Gerais e Goiás e prefeituras de Campinas e Salvador. Segue agora a terceira tentativa de fornecer a lista aos leitores. Paulo André Aguado, assistente técnico de gabinete da Subsecretaria de Comunicação do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Revista de João Doria Jr. tem outros anunciantes, afirma governo de SPA Folha continua omitindo, em editorial e em reportagens sobre publicidade do governo do Estado em revistas do Grupo Doria, o nome de outros anunciantes, privados e públicos, cujas agências de publicidade também decidiram, por critérios técnicos, publicar nas mesmas revistas, submetendo-se aos mesmos preços de tabela. Esses nomes já foram fornecidos duas vezes à reportagem do jornal, mas não publicados. Estão entre eles Correios, Banco do Brasil, Apex, Embratel, Sebrae, JBS, Vivo, Fiat, Volkswagen, BMW, Brastemp, CNI, Fiesp, EMS, Nestlé, 3M, governos dos Estados de Pernambuco, Minas Gerais e Goiás e prefeituras de Campinas e Salvador. Segue agora a terceira tentativa de fornecer a lista aos leitores. Paulo André Aguado, assistente técnico de gabinete da Subsecretaria de Comunicação do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Museus da Harley e do circo são destaques da região de Milwaukee
Às margens do lago Michigan, Milwaukee é cortada por um aprazível rio, homônimo ao nome da cidade. É um belo local para um passeio de barco, que costuma zarpar do meio dos arranha-céus da região central da cidade. Berço de muitas, e boas, cervejarias –alemães fundaram a cidade– e das lendárias motos Harley-Davidson, Milwaukee também tem várias outras atrações na orla de um dos Grandes Lagos. Na atraente cidade do Estado de Wisconsin, que produz um queijo saboroso, o visitante pode ainda desfrutar de parques e de "pseudopraias" de água doce –se não for inverno, é claro. O "frozen custard", quase um sorvete, mas que leva um pouco de gema de ovo na preparação, é imperdível. Na mesma margem do lago se impõe um grande edifício do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, onde é exibido parte da rica coleção do museu de arte da cidade. Ainda perto do centro, o museu oficial da Harley-Davidson é um passeio e tanto, mesmo para quem já deu no máximo uma volta no quarteirão sobre duas rodas. São expostas as primeiras motos, feitas há pouco mais de um século, e máquinas históricas que participaram de guerras ou estiveram em filmes sob a pilotagem de astros como Elvis Presley. E outras curiosidades também estão por lá, como uma Harley que foi arrastada pelo tsunami de 2011 no Japão, empurrada por quase todo o oceano Pacífico e recuperada, mais de um ano depois, na costa do Canadá. A mais de uma hora do centro de Milwaukee, no rumo de Minneapolis, outra cidade interessante surge no horizonte: a capital do Estado, Madison, com seus 240 mil habitantes, sede de uma universidade incrível e de um capitólio gigante, que lembra o de Washington. Mais à frente, ainda em direção ao Estado de Minnesota, temos outra surpresa: em Baraboo fica o Circus World Museum. Se for verão, quando ocorrem várias apresentações seguidas, programe-se para passar horas e horas no local. Carros incríveis, por onde animais e artistas desfilavam quando a caravana chegava às cidades no início do século passado, são o ponto alto do acervo, além das maquetes que recriam as antigas apresentações circenses. Meio-Oeste dos EUA
turismo
Museus da Harley e do circo são destaques da região de MilwaukeeÀs margens do lago Michigan, Milwaukee é cortada por um aprazível rio, homônimo ao nome da cidade. É um belo local para um passeio de barco, que costuma zarpar do meio dos arranha-céus da região central da cidade. Berço de muitas, e boas, cervejarias –alemães fundaram a cidade– e das lendárias motos Harley-Davidson, Milwaukee também tem várias outras atrações na orla de um dos Grandes Lagos. Na atraente cidade do Estado de Wisconsin, que produz um queijo saboroso, o visitante pode ainda desfrutar de parques e de "pseudopraias" de água doce –se não for inverno, é claro. O "frozen custard", quase um sorvete, mas que leva um pouco de gema de ovo na preparação, é imperdível. Na mesma margem do lago se impõe um grande edifício do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, onde é exibido parte da rica coleção do museu de arte da cidade. Ainda perto do centro, o museu oficial da Harley-Davidson é um passeio e tanto, mesmo para quem já deu no máximo uma volta no quarteirão sobre duas rodas. São expostas as primeiras motos, feitas há pouco mais de um século, e máquinas históricas que participaram de guerras ou estiveram em filmes sob a pilotagem de astros como Elvis Presley. E outras curiosidades também estão por lá, como uma Harley que foi arrastada pelo tsunami de 2011 no Japão, empurrada por quase todo o oceano Pacífico e recuperada, mais de um ano depois, na costa do Canadá. A mais de uma hora do centro de Milwaukee, no rumo de Minneapolis, outra cidade interessante surge no horizonte: a capital do Estado, Madison, com seus 240 mil habitantes, sede de uma universidade incrível e de um capitólio gigante, que lembra o de Washington. Mais à frente, ainda em direção ao Estado de Minnesota, temos outra surpresa: em Baraboo fica o Circus World Museum. Se for verão, quando ocorrem várias apresentações seguidas, programe-se para passar horas e horas no local. Carros incríveis, por onde animais e artistas desfilavam quando a caravana chegava às cidades no início do século passado, são o ponto alto do acervo, além das maquetes que recriam as antigas apresentações circenses. Meio-Oeste dos EUA
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Quarta tem estreia de peça de Pedro Cardoso e show de Beth Carvalho
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 6 de julho de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que quando chega o meio da semana já começa a se empolgar com o fim de semana! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Samba | A veterana Beth Carvalho celebra 51 anos de carreira com três shows a partir desta quarta (6). Neles, a sambista revisita marcos de sua trajetória, a exemplo de "Andança", "Vou Festejar" e "Coisinha do Pai". O show terá como palco o Sesc Belenzinho e tem ingressos custando de R$ 12 a R$ 40. Funk | A cantora Anitta interpreta faixas de seu disco mais recente, "Bang", assim como temas de sua carreira, a exemplo de "Essa Mina É Louca", "Deixa ele Sofrer" e "Cravo e Canela". O show, que será realizado na Brook's, tem ingressos custando de R$ 50 a R$ 120. Teatro | Estreia a peça "O Autofalante", que tem direção e interpretação do ator Pedro Cardoso. No monólogo, um homem diz ter sido abandonado por outro rapaz na rua –enquanto esse outro afirma que eles são, na verdade, a mesma pessoa. É em torno da elucidação desse mistério que gira o espetáculo. O espetáculo, encenado no teatro do Shopping Frei Caneca, tem ingressos custando R$ 50. * PARA TER ASSUNTO Interplanetário | Cientistas da Nasa comemoraram, na terça, a chegada da sonda Juno ao planeta Júpiter. Após viagem de cinco anos, nave inicia coleta de dados sobre o maior planeta do sistema solar. Nomeação | O general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior foi convidado pela PSC (Partido Social Cristão) para presidir a Funai (Fundação Nacional do Índio). O partido encaminhou a indicação do militar ao Palácio do Planalto. Exposição | A Prefeitura de São Paulo deixou expostos na internet dados pessoais e até mesmo detalhes do prontuário médico de pacientes atendidos pelo SUS e servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Informações de até 650 mil gestantes e servidores estavam entre o material, que foi coletada entre 2001 e 2007. Eleições nos EUA | Obama sobe ao palanque e exalta Hillary. Aprovação do atual ocupante da Casa Branca deve beneficiar candidata, rejeitada por parte do eleitorado democrata. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo promove, a partir das 10h, reunião extraordinária da Comissão de Inquérito Parlamentar que investiga os contratos firmados pelo Theatro Municipal desde 2013. Veja a agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão do tempo indica possibilidade de dia quente e com poucas nuvens no céu. A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 27ºC. A mínima, de 16ºC. É capaz que chova em áreas isoladas. Zona sul | A região do Morumbi deve ter trânsito intensificado no começo da noite devido ao jogo entre São Paulo Futebol Clube e Atlético Nacional, da Colômbia, pelas semi-finais da Copa Libertadores da América. A partida tem início previsto para as 21h45.
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Quarta tem estreia de peça de Pedro Cardoso e show de Beth CarvalhoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 6 de julho de 2016. Quarta-feira. Bom dia para você que quando chega o meio da semana já começa a se empolgar com o fim de semana! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Samba | A veterana Beth Carvalho celebra 51 anos de carreira com três shows a partir desta quarta (6). Neles, a sambista revisita marcos de sua trajetória, a exemplo de "Andança", "Vou Festejar" e "Coisinha do Pai". O show terá como palco o Sesc Belenzinho e tem ingressos custando de R$ 12 a R$ 40. Funk | A cantora Anitta interpreta faixas de seu disco mais recente, "Bang", assim como temas de sua carreira, a exemplo de "Essa Mina É Louca", "Deixa ele Sofrer" e "Cravo e Canela". O show, que será realizado na Brook's, tem ingressos custando de R$ 50 a R$ 120. Teatro | Estreia a peça "O Autofalante", que tem direção e interpretação do ator Pedro Cardoso. No monólogo, um homem diz ter sido abandonado por outro rapaz na rua –enquanto esse outro afirma que eles são, na verdade, a mesma pessoa. É em torno da elucidação desse mistério que gira o espetáculo. O espetáculo, encenado no teatro do Shopping Frei Caneca, tem ingressos custando R$ 50. * PARA TER ASSUNTO Interplanetário | Cientistas da Nasa comemoraram, na terça, a chegada da sonda Juno ao planeta Júpiter. Após viagem de cinco anos, nave inicia coleta de dados sobre o maior planeta do sistema solar. Nomeação | O general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior foi convidado pela PSC (Partido Social Cristão) para presidir a Funai (Fundação Nacional do Índio). O partido encaminhou a indicação do militar ao Palácio do Planalto. Exposição | A Prefeitura de São Paulo deixou expostos na internet dados pessoais e até mesmo detalhes do prontuário médico de pacientes atendidos pelo SUS e servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Informações de até 650 mil gestantes e servidores estavam entre o material, que foi coletada entre 2001 e 2007. Eleições nos EUA | Obama sobe ao palanque e exalta Hillary. Aprovação do atual ocupante da Casa Branca deve beneficiar candidata, rejeitada por parte do eleitorado democrata. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo promove, a partir das 10h, reunião extraordinária da Comissão de Inquérito Parlamentar que investiga os contratos firmados pelo Theatro Municipal desde 2013. Veja a agenda completa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão do tempo indica possibilidade de dia quente e com poucas nuvens no céu. A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 27ºC. A mínima, de 16ºC. É capaz que chova em áreas isoladas. Zona sul | A região do Morumbi deve ter trânsito intensificado no começo da noite devido ao jogo entre São Paulo Futebol Clube e Atlético Nacional, da Colômbia, pelas semi-finais da Copa Libertadores da América. A partida tem início previsto para as 21h45.
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Twitter negocia venda com Google, Salesforce e outros parceiros, diz 'NYT'
O site de mídia social Twitter está conversando com a Salesforce.com, Google e outros parceiros sobre uma possível tomada de controle da companhia, revelaram pessoas informadas sobre as discussões nesta sexta-feira (23). As conversas estão em estágio inicial, disseram essas pessoas, e não existe garantia de que um acordo venha a ser atingido. Ao mesmo tempo, o Twitter está ponderando uma possível reformulação da empresa que envolveria venda de subsidiárias e demissões. A companhia está trabalhando com os bancos de investimento Goldman Sachs e Allen & Company para avaliar suas opções. O Twitter, que tem 313 milhões de usuários em todo o mundo, está considerando passos transformadores com o objetivo de enfrentar um período de desaceleração em seu crescimento. As ações do Twitter, sediado em San Francisco, dispararam depois que o canal de notícias CNBC informou que havia interessados em sua aquisição. Nas operações da tarde da sexta-feira, as ações do Twitter mostravam alta de mais de 20%. Isso elevou seu valor de mercado a US$ 16 bilhões (R$ 51,5 bilhões), o mais alto desde o começo de janeiro. Mesmo assim, as ações estão sendo negociadas abaixo do preço de oferta inicial definido quando o Twitter abriu seu capital –US$ 26 (R$ 83,80) por ação– em novembro de 2013. Um representante do Twitter se recusou a comentar. "Não comentamos sobre rumores e especulações", disse Jane Hyne, porta-voz da Salesforce. ANUNCIANTES Desde que lançou suas ações no mercado, atraindo muito interesse, o Twitter vem encontrando dificuldade para crescer e enfrenta a concorrência de novos e velhos rivais. O Facebook e seu pacote de serviços complementares —como o Instagram, WhatsApp e Messenger— continuam a superar o Twitter em termos de crescimento na base de usuários e lucratividade, e o Snapchat, criado há cinco anos, se tornou o mais novo queridinho do universo da mídia social. A falta de crescimento começou a afetar negativamente a demanda por espaço publicitário, que vinha se mantendo robusta mesmo depois que o número de usuários do Twitter se estagnou. Anunciantes em busca de grandes audiências tendem a optar pelo Facebook, enquanto os interessados em audiências mais jovens têm o Snapchat como opção. O Twitter iniciou um esforço de recuperação centrado em serviços de vídeo e transmissão ao vivo de vídeos, na esperança de que usuários recorram ao serviço para assistir a esportes e noticiários. Este mês, o Twitter revelou um app grátis para a Apple TV, Amazon Fire TV e Micrsofot Xbox One que incluirá transmissões ao vivo de dez partidas de futebol americano, nas noites de quinta-feira, e vídeos ao vivo da MLB Advanced Media (beisebol), NBA (basquete profissional), Pac-12 Networks (basquete universitário), Campus Insiders, Bloomberg News e Cheddar, um novo serviço de notícias de negócios. A empresa também mudou de foco e está tentando vender mais anúncios em vídeo padrão premium. ESPECULAÇÃO A Salesforce expressou publicamente seu interesse em controlar uma rede social, o que a empresa acredita possa estimular o seu negócio principal, a venda de software e serviços a clientes empresariais. Marc Benioff, presidente-executivo da Salesforce, admitiu algumas semanas atrás que sua empresa havia apresentado ofertas agressivas pela aquisição do LinkedIn, um site de mídia social voltado aos recursos humanos, mas quem o adquiriu foi a Microsoft, por US$ 26,2 bilhões, em junho. Ainda que a Salesforce tenha se recusado a comentar sobre discussões com o Twitter, Vala Ashfar, o vice-presidente de comunicação digital da empresa, postou no Twitter algumas vantagens que seu empregador teria com uma possível aquisição. Entre elas: a "rede de aprendizado pessoal" do Twitter; as "melhores notícias contextualizadas, em tempo real"; a "democratização da inteligência" e "um grande lugar para promover os outros". As ações da Salesforce caíram em mais de 5% na sexta-feira. O Twitter vem sendo tema de especulações quanto a uma possível aquisição já há anos, e o Google muitas vezes é mencionado como o comprador mais lógico. Empresas de mídia também foram apontadas como possíveis candidatas. Os boatos se intensificaram depois que a Microsoft adquiriu o LinkedIn, em junho. Comparado aos seus pares na mídia social e na Internet, o Twitter é mais suscetível a uma tomada de controle porque só tem uma categoria de ação. Empresas como o Facebook e a Alphabet, a controladora do Google, têm múltiplas classes de ações, o que dá aos seus fundadores controle estreito sobre as empresas e garante sua independência. O Twitter conta com US$ 3,6 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em reservas de caixa e suas dívidas atingem US$ 1,6 bilhão (R$ 5,1 bilhões), de acordo com a Global Market Intelligence, da Standard & Poor's. A Microsoft pagou ágio de quase 50% ao adquirir o LinkedIn, mas é improvável que uma venda do Twitter atinja preço tão alto. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Twitter negocia venda com Google, Salesforce e outros parceiros, diz 'NYT'O site de mídia social Twitter está conversando com a Salesforce.com, Google e outros parceiros sobre uma possível tomada de controle da companhia, revelaram pessoas informadas sobre as discussões nesta sexta-feira (23). As conversas estão em estágio inicial, disseram essas pessoas, e não existe garantia de que um acordo venha a ser atingido. Ao mesmo tempo, o Twitter está ponderando uma possível reformulação da empresa que envolveria venda de subsidiárias e demissões. A companhia está trabalhando com os bancos de investimento Goldman Sachs e Allen & Company para avaliar suas opções. O Twitter, que tem 313 milhões de usuários em todo o mundo, está considerando passos transformadores com o objetivo de enfrentar um período de desaceleração em seu crescimento. As ações do Twitter, sediado em San Francisco, dispararam depois que o canal de notícias CNBC informou que havia interessados em sua aquisição. Nas operações da tarde da sexta-feira, as ações do Twitter mostravam alta de mais de 20%. Isso elevou seu valor de mercado a US$ 16 bilhões (R$ 51,5 bilhões), o mais alto desde o começo de janeiro. Mesmo assim, as ações estão sendo negociadas abaixo do preço de oferta inicial definido quando o Twitter abriu seu capital –US$ 26 (R$ 83,80) por ação– em novembro de 2013. Um representante do Twitter se recusou a comentar. "Não comentamos sobre rumores e especulações", disse Jane Hyne, porta-voz da Salesforce. ANUNCIANTES Desde que lançou suas ações no mercado, atraindo muito interesse, o Twitter vem encontrando dificuldade para crescer e enfrenta a concorrência de novos e velhos rivais. O Facebook e seu pacote de serviços complementares —como o Instagram, WhatsApp e Messenger— continuam a superar o Twitter em termos de crescimento na base de usuários e lucratividade, e o Snapchat, criado há cinco anos, se tornou o mais novo queridinho do universo da mídia social. A falta de crescimento começou a afetar negativamente a demanda por espaço publicitário, que vinha se mantendo robusta mesmo depois que o número de usuários do Twitter se estagnou. Anunciantes em busca de grandes audiências tendem a optar pelo Facebook, enquanto os interessados em audiências mais jovens têm o Snapchat como opção. O Twitter iniciou um esforço de recuperação centrado em serviços de vídeo e transmissão ao vivo de vídeos, na esperança de que usuários recorram ao serviço para assistir a esportes e noticiários. Este mês, o Twitter revelou um app grátis para a Apple TV, Amazon Fire TV e Micrsofot Xbox One que incluirá transmissões ao vivo de dez partidas de futebol americano, nas noites de quinta-feira, e vídeos ao vivo da MLB Advanced Media (beisebol), NBA (basquete profissional), Pac-12 Networks (basquete universitário), Campus Insiders, Bloomberg News e Cheddar, um novo serviço de notícias de negócios. A empresa também mudou de foco e está tentando vender mais anúncios em vídeo padrão premium. ESPECULAÇÃO A Salesforce expressou publicamente seu interesse em controlar uma rede social, o que a empresa acredita possa estimular o seu negócio principal, a venda de software e serviços a clientes empresariais. Marc Benioff, presidente-executivo da Salesforce, admitiu algumas semanas atrás que sua empresa havia apresentado ofertas agressivas pela aquisição do LinkedIn, um site de mídia social voltado aos recursos humanos, mas quem o adquiriu foi a Microsoft, por US$ 26,2 bilhões, em junho. Ainda que a Salesforce tenha se recusado a comentar sobre discussões com o Twitter, Vala Ashfar, o vice-presidente de comunicação digital da empresa, postou no Twitter algumas vantagens que seu empregador teria com uma possível aquisição. Entre elas: a "rede de aprendizado pessoal" do Twitter; as "melhores notícias contextualizadas, em tempo real"; a "democratização da inteligência" e "um grande lugar para promover os outros". As ações da Salesforce caíram em mais de 5% na sexta-feira. O Twitter vem sendo tema de especulações quanto a uma possível aquisição já há anos, e o Google muitas vezes é mencionado como o comprador mais lógico. Empresas de mídia também foram apontadas como possíveis candidatas. Os boatos se intensificaram depois que a Microsoft adquiriu o LinkedIn, em junho. Comparado aos seus pares na mídia social e na Internet, o Twitter é mais suscetível a uma tomada de controle porque só tem uma categoria de ação. Empresas como o Facebook e a Alphabet, a controladora do Google, têm múltiplas classes de ações, o que dá aos seus fundadores controle estreito sobre as empresas e garante sua independência. O Twitter conta com US$ 3,6 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em reservas de caixa e suas dívidas atingem US$ 1,6 bilhão (R$ 5,1 bilhões), de acordo com a Global Market Intelligence, da Standard & Poor's. A Microsoft pagou ágio de quase 50% ao adquirir o LinkedIn, mas é improvável que uma venda do Twitter atinja preço tão alto. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Apesar de reforma inacabada, autódromo de Interlagos é elogiado
Os pilotos já concediam as primeiras entrevistas no paddock de Interlagos na manhã desta quinta (12) enquanto um funcionário do autódromo vedava com silicone na janela de vidro do escritório da equipe Force India. Em outro ponto, fitas amarelas eram coladas no chão para alertar sobre os degraus de madeira provisórios que provocavam tropeços desde o início do dia. E foi assim que a reforma no autódromo paulistano enfim saiu do papel. Mas, pelo que se viu neste primeiro dia, apenas pela metade. Paredes ainda sem massa corrida, fios expostos, várias estruturas provisórias e funcionários com trenas e fazendo reparos puderam ser vistos por todo o paddock. Mas, ainda assim, a renovação parcial da área que abriga os times em São Paulo foi festejada pela maioria dos pilotos e das equipes. A reforma de Interlagos "É, ainda não está tudo pronto, mas acho que a mentalidade do brasileiro é essa, de não entregar tudo pronto", disse Felipe Massa. "Sem dúvida a ideia foi boa, de ter mais espaço e deixar as pessoas podem ficar mais confortáveis. Mas podia ter acabado a parte de cima para entregar as coisas um pouco mais bonitas", reclamou o piloto da Williams. A reforma no circuito foi divida em três partes. A primeira, no ano passado, foi na pista, com o asfalto recapeado. Para este ano, a mudança foi na área do paddock, que ficou mais larga —quase o dobro do tamanho de antes— e as equipes ganharam escritórios permanentes. Segundo os organizadores do GP, 40% das obras estão concluídas. O resto da reforma de R$ 144 milhões, que aumentará o espaço e o pé direito dos boxes, além de mudanças na área reservada para a imprensa e a direção de prova, ficará para 2016. Felipe Nasr também aprovou a mudança, com ressalvas. "O espaço está maior, mas está tudo meio pela metade ainda, parece que nem a pintura foi feita. E no meu quarto tem uma goteira! Vou ter que pegar um balde pra não molhar a cabeça", disse. Para seu azar, a previsão é de chuva para domingo. Uma volta em Interlagos
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Apesar de reforma inacabada, autódromo de Interlagos é elogiadoOs pilotos já concediam as primeiras entrevistas no paddock de Interlagos na manhã desta quinta (12) enquanto um funcionário do autódromo vedava com silicone na janela de vidro do escritório da equipe Force India. Em outro ponto, fitas amarelas eram coladas no chão para alertar sobre os degraus de madeira provisórios que provocavam tropeços desde o início do dia. E foi assim que a reforma no autódromo paulistano enfim saiu do papel. Mas, pelo que se viu neste primeiro dia, apenas pela metade. Paredes ainda sem massa corrida, fios expostos, várias estruturas provisórias e funcionários com trenas e fazendo reparos puderam ser vistos por todo o paddock. Mas, ainda assim, a renovação parcial da área que abriga os times em São Paulo foi festejada pela maioria dos pilotos e das equipes. A reforma de Interlagos "É, ainda não está tudo pronto, mas acho que a mentalidade do brasileiro é essa, de não entregar tudo pronto", disse Felipe Massa. "Sem dúvida a ideia foi boa, de ter mais espaço e deixar as pessoas podem ficar mais confortáveis. Mas podia ter acabado a parte de cima para entregar as coisas um pouco mais bonitas", reclamou o piloto da Williams. A reforma no circuito foi divida em três partes. A primeira, no ano passado, foi na pista, com o asfalto recapeado. Para este ano, a mudança foi na área do paddock, que ficou mais larga —quase o dobro do tamanho de antes— e as equipes ganharam escritórios permanentes. Segundo os organizadores do GP, 40% das obras estão concluídas. O resto da reforma de R$ 144 milhões, que aumentará o espaço e o pé direito dos boxes, além de mudanças na área reservada para a imprensa e a direção de prova, ficará para 2016. Felipe Nasr também aprovou a mudança, com ressalvas. "O espaço está maior, mas está tudo meio pela metade ainda, parece que nem a pintura foi feita. E no meu quarto tem uma goteira! Vou ter que pegar um balde pra não molhar a cabeça", disse. Para seu azar, a previsão é de chuva para domingo. Uma volta em Interlagos
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A direção de Temer
Dadas as circunstâncias atípicas, o presidente interino Michel Temer (PMDB) dispunha de espaço pequeno para escapar às platitudes durante seu primeiro discurso após o afastamento provisório de Dilma Rousseff (PT). Eram por assim dizer obrigatórias as referências à difícil situação econômica e à necessidade de instituir um governo de salvação nacional, à Operação Lava Jato e ao compromisso de mantê-la sempre protegida, ao processo traumático em curso e à busca pelo constante diálogo com a sociedade. Procurando ir além do óbvio, mas ainda assim sem oferecer novidades, Temer fez de tudo para se distinguir de Dilma. Da fala concatenada ao tom moderado, dos recados a empresários aos sinais a investidores, das mesuras aos parlamentares à insistência no legalismo, em tudo o interino se distanciava daquela a quem substitui. Em nenhum tema realçou mais as diferenças, porém, do que quando tratou do papel do Estado. Fato digno de nota, assumiu sem rodeios um discurso liberal, estabelecendo vagos limites para o poder público e enaltecendo a importância das parcerias com o setor privado para que o país volte a crescer. Em termos práticos, contudo, não indicou como pretende levar tais planos adiante, assim como não destacou medidas objetivas relacionadas com as poucas reformas que enumerou, caso da trabalhista e da previdenciária. Argumente-se que a cerimônia não comportava riqueza de detalhes. O dia de Temer, entretanto, não se fez apenas do pronunciamento. Havia também um momento concreto: a posse daqueles que integrarão seu primeiro escalão —e o ministério do presidente interino se revelou decepcionante. À exceção de um ou outro nome de peso, o peemedebista se valeu do mesmo loteamento de cargos que a sociedade tanto criticava na gestão petista. Áreas sensíveis para a população, como educação e saúde, foram usadas como moeda nas negociações fisiológicas. Não se trata de ignorar as imposições do pragmatismo político; algumas concessões o presidente interino inevitavelmente haveria de fazer. Mesmo no balcão do toma lá dá cá, todavia, era possível encontrar quadros de maior expressão —já que o gabinete de notáveis não passou de balão de ensaio. Erro ainda mais primário Temer cometeu ao não nomear nenhuma mulher para seu ministério. Nem tanto por ajudar Dilma em sua narrativa de vítima do machismo, mas pelo retrocesso de décadas que a atitude representa —basta lembrar que o último gabinete composto somente por homens remonta à década de 1970, na ditadura militar. Durante seu discurso, Michel Temer recorreu a palavras como credibilidade e confiança. Não se pode dizer, ao menos por ora, que sua prática as inspire. [email protected]
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A direção de TemerDadas as circunstâncias atípicas, o presidente interino Michel Temer (PMDB) dispunha de espaço pequeno para escapar às platitudes durante seu primeiro discurso após o afastamento provisório de Dilma Rousseff (PT). Eram por assim dizer obrigatórias as referências à difícil situação econômica e à necessidade de instituir um governo de salvação nacional, à Operação Lava Jato e ao compromisso de mantê-la sempre protegida, ao processo traumático em curso e à busca pelo constante diálogo com a sociedade. Procurando ir além do óbvio, mas ainda assim sem oferecer novidades, Temer fez de tudo para se distinguir de Dilma. Da fala concatenada ao tom moderado, dos recados a empresários aos sinais a investidores, das mesuras aos parlamentares à insistência no legalismo, em tudo o interino se distanciava daquela a quem substitui. Em nenhum tema realçou mais as diferenças, porém, do que quando tratou do papel do Estado. Fato digno de nota, assumiu sem rodeios um discurso liberal, estabelecendo vagos limites para o poder público e enaltecendo a importância das parcerias com o setor privado para que o país volte a crescer. Em termos práticos, contudo, não indicou como pretende levar tais planos adiante, assim como não destacou medidas objetivas relacionadas com as poucas reformas que enumerou, caso da trabalhista e da previdenciária. Argumente-se que a cerimônia não comportava riqueza de detalhes. O dia de Temer, entretanto, não se fez apenas do pronunciamento. Havia também um momento concreto: a posse daqueles que integrarão seu primeiro escalão —e o ministério do presidente interino se revelou decepcionante. À exceção de um ou outro nome de peso, o peemedebista se valeu do mesmo loteamento de cargos que a sociedade tanto criticava na gestão petista. Áreas sensíveis para a população, como educação e saúde, foram usadas como moeda nas negociações fisiológicas. Não se trata de ignorar as imposições do pragmatismo político; algumas concessões o presidente interino inevitavelmente haveria de fazer. Mesmo no balcão do toma lá dá cá, todavia, era possível encontrar quadros de maior expressão —já que o gabinete de notáveis não passou de balão de ensaio. Erro ainda mais primário Temer cometeu ao não nomear nenhuma mulher para seu ministério. Nem tanto por ajudar Dilma em sua narrativa de vítima do machismo, mas pelo retrocesso de décadas que a atitude representa —basta lembrar que o último gabinete composto somente por homens remonta à década de 1970, na ditadura militar. Durante seu discurso, Michel Temer recorreu a palavras como credibilidade e confiança. Não se pode dizer, ao menos por ora, que sua prática as inspire. [email protected]
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Xbox 360 usado valerá até R$ 500 na compra de um Xbox One
A Microsoft revelou que implementará um sistema de troca para consoles Xbox no Brasil, dando um desconto significativo a usuários que quiserem fazer o upgrade do Xbox 360 ao Xbox One. Por meio deste serviço, jogadores que entregarem seu Xbox 360 durante a compra do Xbox One poderão pagar até R$ 500 a menos no novo console, dependendo do estado de conservação da antiga máquina. A promoção valerá tanto para lojas de varejo físicas quanto online, embora o jogador tenha que enviar seu console antigo pelo correio neste último caso. Na troca, o console antigo será descartado de forma ecológica ou revendidos como produto usado. "O futuro comprador poderá levar seu Xbox 360 para uma revenda oficial para avaliação", explicou o gerente de produtos Xbox, Thiago Onorato, ao IGN Brasil. "Serão avaliados pontos como estado do videogame, se ele liga ou não e, assim, será dado um desconto de até R$ 500." De acordo com o executivo, o programa de trocas deverá ser implementado a partir de novembro. A empresa também estuda a entrega de outros consoles, como o PlayStation 3, para o desconto no futuro. Atualmente, o Xbox One está com um desconto temporário de R$ 200 em todos os modelos, com o modelo mais básico do aparelho, com disco rígido de 500 GB, custando R$ 2.300; A versão do sistema com 1 TB de armazenamento sairá por R$ 2.700; enquanto o modelo de 500 GB ao lado do sensor de movimentos Kinect terá o preço sugerido de R$ 2.800.
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Xbox 360 usado valerá até R$ 500 na compra de um Xbox OneA Microsoft revelou que implementará um sistema de troca para consoles Xbox no Brasil, dando um desconto significativo a usuários que quiserem fazer o upgrade do Xbox 360 ao Xbox One. Por meio deste serviço, jogadores que entregarem seu Xbox 360 durante a compra do Xbox One poderão pagar até R$ 500 a menos no novo console, dependendo do estado de conservação da antiga máquina. A promoção valerá tanto para lojas de varejo físicas quanto online, embora o jogador tenha que enviar seu console antigo pelo correio neste último caso. Na troca, o console antigo será descartado de forma ecológica ou revendidos como produto usado. "O futuro comprador poderá levar seu Xbox 360 para uma revenda oficial para avaliação", explicou o gerente de produtos Xbox, Thiago Onorato, ao IGN Brasil. "Serão avaliados pontos como estado do videogame, se ele liga ou não e, assim, será dado um desconto de até R$ 500." De acordo com o executivo, o programa de trocas deverá ser implementado a partir de novembro. A empresa também estuda a entrega de outros consoles, como o PlayStation 3, para o desconto no futuro. Atualmente, o Xbox One está com um desconto temporário de R$ 200 em todos os modelos, com o modelo mais básico do aparelho, com disco rígido de 500 GB, custando R$ 2.300; A versão do sistema com 1 TB de armazenamento sairá por R$ 2.700; enquanto o modelo de 500 GB ao lado do sensor de movimentos Kinect terá o preço sugerido de R$ 2.800.
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Presidente interino suspende liberação de verbas autorizadas por Dilma
O presidente interino, Michel Temer, ordenou a suspensão do empenho de cerca de R$ 400 milhões em ministérios como Cidades, Saúde, Turismo e Integração Nacional que foram reservados pelo governo de Dilma Rousseff às vésperas da votação do impeachment no Congresso. Um dos ministros disse à Folha, em caráter reservado, que "a esmagadora maioria" dos recursos atendia a deputados e senadores que votaram em favor de Dilma. Segundo mapeamentos dessas pastas, o Ministério das Cidades suspendeu repasses de quase R$ 300 milhões –metade disso já empenhada–, enquanto o Turismo cancelou a liberação de R$ 87,4 milhões. No caso da Saúde, suspendeu-se o empenho de R$ 40 milhões, dos quais metade havia sido destinada somente ao Maranhão. O Estado é governado por Flávio Dino (PC do B), aliado de Dilma e um dos principais articuladores contra o impeachment. Auxiliares de Temer relataram à Folha que os recursos foram empenhados, ou seja, tornaram-se oficialmente previstos para pagamento pela administração pública, sem base técnica e, algumas vezes, sem projetos aprovados nos municípios. "Parte era de empenhos sem correspondência financeira. Ou seja, o governo não tinha nem como pagar", afirma o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). No mês que antecedeu a votação do impeachment na Câmara, o Ministério do Turismo empenhou R$ 71 milhões para obras de infraestrutura –o montante equivale ao total disponível para todo o ano. Em um só dia, o da sessão do Senado, foram reservados R$ 17 milhões para ações de marketing. A ordem geral, chancelada por Temer, foi dada pelo ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Segundo ele, "as medidas foram tomadas às pressas" pelo governo anterior e, por isso, "precisam ser revistas". Questionado sobre o perfil dos deputados e senadores beneficiados pelos recursos, Geddel disse que não faria "ilações". Ainda não há um cálculo do montante total de recursos empenhados por Dilma que foram suspensos por Temer. Cada pasta está fazendo o seu próprio levantamento e, nas próximas semanas, o governo interino pretende começar a organizar sua redistribuição. As datas da maior parte dos empenhos coincidem com o período em que a equipe de Dilma atuou intensamente para tentar barrar o impeachment na votação no plenário da Câmara, em 17 de abril, e a aprovação do afastamento da petista, em 12 de maio pelo Senado. No fim de março, por exemplo, o governo Dilma chegou a editar um "Diário Oficial da União" extra para apressar a liberação de verbas orçamentárias. O objetivo era ampliar os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimo. O total de despesas para o ano não foi alterado, mas os pagamentos puderam ser feitos de forma mais rápida.
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Presidente interino suspende liberação de verbas autorizadas por DilmaO presidente interino, Michel Temer, ordenou a suspensão do empenho de cerca de R$ 400 milhões em ministérios como Cidades, Saúde, Turismo e Integração Nacional que foram reservados pelo governo de Dilma Rousseff às vésperas da votação do impeachment no Congresso. Um dos ministros disse à Folha, em caráter reservado, que "a esmagadora maioria" dos recursos atendia a deputados e senadores que votaram em favor de Dilma. Segundo mapeamentos dessas pastas, o Ministério das Cidades suspendeu repasses de quase R$ 300 milhões –metade disso já empenhada–, enquanto o Turismo cancelou a liberação de R$ 87,4 milhões. No caso da Saúde, suspendeu-se o empenho de R$ 40 milhões, dos quais metade havia sido destinada somente ao Maranhão. O Estado é governado por Flávio Dino (PC do B), aliado de Dilma e um dos principais articuladores contra o impeachment. Auxiliares de Temer relataram à Folha que os recursos foram empenhados, ou seja, tornaram-se oficialmente previstos para pagamento pela administração pública, sem base técnica e, algumas vezes, sem projetos aprovados nos municípios. "Parte era de empenhos sem correspondência financeira. Ou seja, o governo não tinha nem como pagar", afirma o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). No mês que antecedeu a votação do impeachment na Câmara, o Ministério do Turismo empenhou R$ 71 milhões para obras de infraestrutura –o montante equivale ao total disponível para todo o ano. Em um só dia, o da sessão do Senado, foram reservados R$ 17 milhões para ações de marketing. A ordem geral, chancelada por Temer, foi dada pelo ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Segundo ele, "as medidas foram tomadas às pressas" pelo governo anterior e, por isso, "precisam ser revistas". Questionado sobre o perfil dos deputados e senadores beneficiados pelos recursos, Geddel disse que não faria "ilações". Ainda não há um cálculo do montante total de recursos empenhados por Dilma que foram suspensos por Temer. Cada pasta está fazendo o seu próprio levantamento e, nas próximas semanas, o governo interino pretende começar a organizar sua redistribuição. As datas da maior parte dos empenhos coincidem com o período em que a equipe de Dilma atuou intensamente para tentar barrar o impeachment na votação no plenário da Câmara, em 17 de abril, e a aprovação do afastamento da petista, em 12 de maio pelo Senado. No fim de março, por exemplo, o governo Dilma chegou a editar um "Diário Oficial da União" extra para apressar a liberação de verbas orçamentárias. O objetivo era ampliar os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimo. O total de despesas para o ano não foi alterado, mas os pagamentos puderam ser feitos de forma mais rápida.
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Após 5 anos, sonda Juno vai sobrevoar Júpiter a partir julho
Cinco anos após seu lançamento, a sonda Juno funciona bem e deve entrar na órbita de Júpiter no dia 5 de julho, como estava previsto, para explorar os mistérios do maior planeta do sistema solar, informou a Nasa (agência espacial americana) nesta quinta-feira (16). A sonda, de quatro toneladas e movida por energia solar, se encontra atualmente a menos de 14 milhões de quilômetros de seu destino, e efetuará uma série de voos a apenas 4.667 km da espessa camada nublada do planeta gasoso, durante uma missão científica que durará 16 meses. Os voos da Juno superarão o recorde de aproximação de 43 mil km de Júpiter, estabelecido pela sonda americana Pioneer 11, em 1974. Durante os voos, os instrumentos da sonda penetrarão na espessa camada nublada de Júpiter para estudar as origens do planeta, suas estruturas, atmosfera e magnetosfera. Sonda Juno
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Após 5 anos, sonda Juno vai sobrevoar Júpiter a partir julhoCinco anos após seu lançamento, a sonda Juno funciona bem e deve entrar na órbita de Júpiter no dia 5 de julho, como estava previsto, para explorar os mistérios do maior planeta do sistema solar, informou a Nasa (agência espacial americana) nesta quinta-feira (16). A sonda, de quatro toneladas e movida por energia solar, se encontra atualmente a menos de 14 milhões de quilômetros de seu destino, e efetuará uma série de voos a apenas 4.667 km da espessa camada nublada do planeta gasoso, durante uma missão científica que durará 16 meses. Os voos da Juno superarão o recorde de aproximação de 43 mil km de Júpiter, estabelecido pela sonda americana Pioneer 11, em 1974. Durante os voos, os instrumentos da sonda penetrarão na espessa camada nublada de Júpiter para estudar as origens do planeta, suas estruturas, atmosfera e magnetosfera. Sonda Juno
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Com derrota de Cunha e de Dunga, leitor diz que terça-feira foi 'gloriosa'
CASSAÇÃO DE CUNHA Dia 14 de junho, glorioso para o Brasil: Cunha com a cassação aprovada no Conselho de Ética, Lula nos braços de Moro e Dunga fora da seleção. Aleluia! MARCOS CANDAU (São Paulo, SP) * Mais uma agradável surpresa: 11 x 9! Do jeito que as coisas andam, até começo a acreditar que o Brasil está mudando, mesmo que contra a vontade da maioria da classe política. LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP) * Bernardo Mello Franco desqualificou a defesa que faço do deputado Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Insinuou tratar-se de uma peça de fantasia, ocupada em desenhar um quadro de santidade do meu cliente. Uma pena o jornalista utilizar-se de espaço nobre para desfilar preconceitos e, de forma jocosa, tripudiar sobre o direito de defesa. Ele faz coro com o linchamento fácil imposto ao meu cliente. Se há algo de sagrado no Estado democrático, é o direito à defesa, tão caro como a liberdade de imprensa, inclusive para um cidadão que o jornalista rechaça e torce para que seja condenado em rito sumário. MARCELO NOBRE, advogado de Eduardo Cunha (São Paulo, SP) * Brilhante a conclusão de Hélio Schwartsman. Não basta a Lava Jato. Precisamos é fazer com que a Justiça brasileira valha o quanto pagamos. A condenação de poucas figuras políticas e empresariais não é nada diante do tamanho da corrupção que veio à tona nestes dois últimos anos. É muita figuração e pouca decisão por parte do Judiciário. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * Acho enganosa a comparação feita pelo colunista Hélio Schwartsman em relação aos gastos com a Justiça no Brasil, França e Alemanha. Não discordo da ineficiência, mas a comparação é enganosa. Os PIBs francês e alemão são bem maiores que o brasileiro. A comparação mais justa seria pelo gasto per capita. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Muito lúcido a coluna de Hélio Schartsman sobre o Judiciário. Além de caro, o nosso Judiciário é lento e ineficiente. VITAL ROMANELI PENHA (Jacareí, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O fato do ministro Teori Zavascki não ter aceito os pedidos de prisão contra a cúpula do PMDB não compromete o excepcional desempenho de Rodrigo Janot na PGR. Entretanto fica claro que a prisão preventiva não deve ser banalizada. O episódio teve uma repercussão altamente positiva, uma vez que o procurador demonstrou que qualquer um, por mais poderoso que seja, não está livre da lei. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * O foro privilegiado é uma vergonha nacional, não faz nenhum sentido num país que exige transparência. Parlamentares deveriam ser os primeiros a negá-lo em nome da democracia. Quem não deve, não teme e dá o exemplo. RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ) - CRISE ECONÔMICA O Brasil levará muito tempo para sanar os estragos na economia provocados pela incompetência e irresponsabilidade dos últimos anos de governo. Que ninguém se iluda, a conta será amarga e atingirá especialmente os mais necessitados, independentemente de quem esteja no comando do país. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) * No governo Dilma, o caderno "Mercado" atribuía aos desacertos e falta de credibilidade internos as oscilações negativas da Bolsa, do dólar etc. Sob Temer, tais rumores repentinamente são creditados a causas externas e os motivos internos milagrosamente desapareceram. ADEMAR G. FEITEIRO, advogado (São Paulo, SP) - COPA AMÉRICA Dunga não deveria assumir sozinho o fracasso da seleção. Aposto que ele é obrigado a escalar certos jogadores por imposição de patrocinadores, entre outras condições que desconhecemos. Se ele se calar, estará fazendo o jogo sujo da CBF. Com salários milionários, os jogadores privilegiam seus clubes. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) - ATENTADO NOS EUA O autor do massacre na boate Pulse comprou sua arma de forma legal. Possivelmente ela tenha vindo de um "gun show", onde um fuzil pode custar menos que um celular. Agora, diante da tragédia americana, ninguém se responsabiliza. O presidente Obama está certo em dificultar o acesso a esse tipo de comércio. ANTONIO MELLO BABO (São Paulo, SP) - A lição de Thomas Jefferson, repassada a nós por Antonio Cabrera, de que "nenhum homem livre pode ser privado do uso de armas" foi do tempo do Velho Oeste americano, período da história daquele país que não nos traz bons exemplos. FLÁVIO LIMA SILVA (Maceió, AL) - Uma aberração da legislação norte-americana é que qualquer pessoa possa comprar em lojas, sem dificuldades, um fuzil de grosso calibre e farta munição. Uma aberração da legislação brasileira é que pessoas instruídas, sem antecedentes criminais e com cursos de preparação técnica e psicológica não consigam autorização para portar uma simples arma de defesa, mesmo com registro nos órgãos competentes. JOSÉ MARIA SANTAREM SOBRINHO, atirador esportivo (São Paulo, SP) - A comunidade gay não precisa do EI para ser dilacerada, haja vista as dezenas de homossexuais que são assassinados a cada ano no Brasil. Por acaso somos cidadãos de segunda classe? WALTER NEVES (São Paulo, SP) - TV CULTURA Marcelo Coelho escreveu sobre a série que inspirou "House of Cards" e está em cartaz na TV Cultura. Além dela, a emissora está transmitindo outras grandes séries britânicas como "Sherlock", "Downton Abbey" e "Doctor Who". É a melhor coisa que o governo Alckmin, que mantém a TV, está fazendo. MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) - Reforço escolar A Folha erra ao dizer que a recuperação foi esvaziada. O repórter ignora parte da nota enviada pela Educação, que informava que, em 2015, 123.144 alunos passaram por alguma das modalidades, número 565% superior ao dado presencial. O Idesp e o Saresp de 2012 a 2015 mostram melhora nas notas: de 4,28 para 5,25 (fundamental 1); 2,5 para 3,06 (fundamental 2) e 1,91 para 2,25 (ensino médio). O Estado alcançou o melhor resultado de sua história. PATRÍCIA LOPES, coordenadora da assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA PAULO SALDAÑA - A reportagem não defende teses, e sim mostra que diferentes ações de reforço escolar foram esvaziadas ou abandonadas pelo governo paulista. Os demais pontos foram contemplados nos textos. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Com derrota de Cunha e de Dunga, leitor diz que terça-feira foi 'gloriosa'CASSAÇÃO DE CUNHA Dia 14 de junho, glorioso para o Brasil: Cunha com a cassação aprovada no Conselho de Ética, Lula nos braços de Moro e Dunga fora da seleção. Aleluia! MARCOS CANDAU (São Paulo, SP) * Mais uma agradável surpresa: 11 x 9! Do jeito que as coisas andam, até começo a acreditar que o Brasil está mudando, mesmo que contra a vontade da maioria da classe política. LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP) * Bernardo Mello Franco desqualificou a defesa que faço do deputado Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Insinuou tratar-se de uma peça de fantasia, ocupada em desenhar um quadro de santidade do meu cliente. Uma pena o jornalista utilizar-se de espaço nobre para desfilar preconceitos e, de forma jocosa, tripudiar sobre o direito de defesa. Ele faz coro com o linchamento fácil imposto ao meu cliente. Se há algo de sagrado no Estado democrático, é o direito à defesa, tão caro como a liberdade de imprensa, inclusive para um cidadão que o jornalista rechaça e torce para que seja condenado em rito sumário. MARCELO NOBRE, advogado de Eduardo Cunha (São Paulo, SP) * Brilhante a conclusão de Hélio Schwartsman. Não basta a Lava Jato. Precisamos é fazer com que a Justiça brasileira valha o quanto pagamos. A condenação de poucas figuras políticas e empresariais não é nada diante do tamanho da corrupção que veio à tona nestes dois últimos anos. É muita figuração e pouca decisão por parte do Judiciário. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * Acho enganosa a comparação feita pelo colunista Hélio Schwartsman em relação aos gastos com a Justiça no Brasil, França e Alemanha. Não discordo da ineficiência, mas a comparação é enganosa. Os PIBs francês e alemão são bem maiores que o brasileiro. A comparação mais justa seria pelo gasto per capita. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Muito lúcido a coluna de Hélio Schartsman sobre o Judiciário. Além de caro, o nosso Judiciário é lento e ineficiente. VITAL ROMANELI PENHA (Jacareí, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O fato do ministro Teori Zavascki não ter aceito os pedidos de prisão contra a cúpula do PMDB não compromete o excepcional desempenho de Rodrigo Janot na PGR. Entretanto fica claro que a prisão preventiva não deve ser banalizada. O episódio teve uma repercussão altamente positiva, uma vez que o procurador demonstrou que qualquer um, por mais poderoso que seja, não está livre da lei. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * O foro privilegiado é uma vergonha nacional, não faz nenhum sentido num país que exige transparência. Parlamentares deveriam ser os primeiros a negá-lo em nome da democracia. Quem não deve, não teme e dá o exemplo. RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ) - CRISE ECONÔMICA O Brasil levará muito tempo para sanar os estragos na economia provocados pela incompetência e irresponsabilidade dos últimos anos de governo. Que ninguém se iluda, a conta será amarga e atingirá especialmente os mais necessitados, independentemente de quem esteja no comando do país. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) * No governo Dilma, o caderno "Mercado" atribuía aos desacertos e falta de credibilidade internos as oscilações negativas da Bolsa, do dólar etc. Sob Temer, tais rumores repentinamente são creditados a causas externas e os motivos internos milagrosamente desapareceram. ADEMAR G. FEITEIRO, advogado (São Paulo, SP) - COPA AMÉRICA Dunga não deveria assumir sozinho o fracasso da seleção. Aposto que ele é obrigado a escalar certos jogadores por imposição de patrocinadores, entre outras condições que desconhecemos. Se ele se calar, estará fazendo o jogo sujo da CBF. Com salários milionários, os jogadores privilegiam seus clubes. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) - ATENTADO NOS EUA O autor do massacre na boate Pulse comprou sua arma de forma legal. Possivelmente ela tenha vindo de um "gun show", onde um fuzil pode custar menos que um celular. Agora, diante da tragédia americana, ninguém se responsabiliza. O presidente Obama está certo em dificultar o acesso a esse tipo de comércio. ANTONIO MELLO BABO (São Paulo, SP) - A lição de Thomas Jefferson, repassada a nós por Antonio Cabrera, de que "nenhum homem livre pode ser privado do uso de armas" foi do tempo do Velho Oeste americano, período da história daquele país que não nos traz bons exemplos. FLÁVIO LIMA SILVA (Maceió, AL) - Uma aberração da legislação norte-americana é que qualquer pessoa possa comprar em lojas, sem dificuldades, um fuzil de grosso calibre e farta munição. Uma aberração da legislação brasileira é que pessoas instruídas, sem antecedentes criminais e com cursos de preparação técnica e psicológica não consigam autorização para portar uma simples arma de defesa, mesmo com registro nos órgãos competentes. JOSÉ MARIA SANTAREM SOBRINHO, atirador esportivo (São Paulo, SP) - A comunidade gay não precisa do EI para ser dilacerada, haja vista as dezenas de homossexuais que são assassinados a cada ano no Brasil. Por acaso somos cidadãos de segunda classe? WALTER NEVES (São Paulo, SP) - TV CULTURA Marcelo Coelho escreveu sobre a série que inspirou "House of Cards" e está em cartaz na TV Cultura. Além dela, a emissora está transmitindo outras grandes séries britânicas como "Sherlock", "Downton Abbey" e "Doctor Who". É a melhor coisa que o governo Alckmin, que mantém a TV, está fazendo. MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) - Reforço escolar A Folha erra ao dizer que a recuperação foi esvaziada. O repórter ignora parte da nota enviada pela Educação, que informava que, em 2015, 123.144 alunos passaram por alguma das modalidades, número 565% superior ao dado presencial. O Idesp e o Saresp de 2012 a 2015 mostram melhora nas notas: de 4,28 para 5,25 (fundamental 1); 2,5 para 3,06 (fundamental 2) e 1,91 para 2,25 (ensino médio). O Estado alcançou o melhor resultado de sua história. PATRÍCIA LOPES, coordenadora da assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA PAULO SALDAÑA - A reportagem não defende teses, e sim mostra que diferentes ações de reforço escolar foram esvaziadas ou abandonadas pelo governo paulista. Os demais pontos foram contemplados nos textos. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Temer lamenta atentado na França durante feriado nacional
O presidente interino, Michel Temer, lamentou nesta quinta-feira (14) atentado durante os festejos da Queda da Bastilha em Nice, no sul da França. Em nota oficial, o peemedebista disse que o povo francês foi vítima de "mais uma injustificada intolerância" e chamou o incidente de "abjeto" e "ultrajante". Ele considerou lamentável ainda que o incidente tenha ocorrido no aniversário da Queda da Bastilha, data comemorativa no país europeu. "Os assassinos não conseguirão seu intento. Muito ao contrário, apenas reforçarão os laços entre países livres, que buscam a igualdade de condição entre as nações do mundo", disse. Segundo ele, nesta quinta-feira (14), "somos todos franceses". "O Brasil se une a todos que desejam e lutam pela paz e harmonia no mundo. Estamos juntos contra a intolerância e a barbárie", disse. O atentado ocorreu durante festa em comemoração ao feriado francês. Um caminhão avançou sobre milhares de pessoas. O veículo entrou na área fechada da esplanada dos Ingleses, avenida litorânea da cidade da Côte D'Azur, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília), pouco antes da queima de fogos que marca o mais importante feriado francês. * Leia a íntegra da nota oficial O povo francês foi vítima da mais injustificada intolerância neste 14 de julho. É abjeta e ultrajante a ação perpetrada contra inocentes que celebravam os mais elevados valores universais: a liberdade dos povos; a igualdade entre os cidadãos e a fraternidade como elemento das relações entre seres humanos. Os assassinos não conseguirão seu intento. Muito ao contrário, apenas reforçarão os laços entre países livres, que buscam a igualdade de condição entre as nações do mundo. E a fraternidade continuará a guiar nossos povos. Hoje, mais do que nunca, somos todos franceses. Irmãos na dor e solidariedade a todos os mortos e feridos, suas famílias e amigos. O Brasil se une a todos que desejam e lutam pela paz e harmonia no mundo. Estamos juntos contra a intolerância e a barbárie.
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Temer lamenta atentado na França durante feriado nacionalO presidente interino, Michel Temer, lamentou nesta quinta-feira (14) atentado durante os festejos da Queda da Bastilha em Nice, no sul da França. Em nota oficial, o peemedebista disse que o povo francês foi vítima de "mais uma injustificada intolerância" e chamou o incidente de "abjeto" e "ultrajante". Ele considerou lamentável ainda que o incidente tenha ocorrido no aniversário da Queda da Bastilha, data comemorativa no país europeu. "Os assassinos não conseguirão seu intento. Muito ao contrário, apenas reforçarão os laços entre países livres, que buscam a igualdade de condição entre as nações do mundo", disse. Segundo ele, nesta quinta-feira (14), "somos todos franceses". "O Brasil se une a todos que desejam e lutam pela paz e harmonia no mundo. Estamos juntos contra a intolerância e a barbárie", disse. O atentado ocorreu durante festa em comemoração ao feriado francês. Um caminhão avançou sobre milhares de pessoas. O veículo entrou na área fechada da esplanada dos Ingleses, avenida litorânea da cidade da Côte D'Azur, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília), pouco antes da queima de fogos que marca o mais importante feriado francês. * Leia a íntegra da nota oficial O povo francês foi vítima da mais injustificada intolerância neste 14 de julho. É abjeta e ultrajante a ação perpetrada contra inocentes que celebravam os mais elevados valores universais: a liberdade dos povos; a igualdade entre os cidadãos e a fraternidade como elemento das relações entre seres humanos. Os assassinos não conseguirão seu intento. Muito ao contrário, apenas reforçarão os laços entre países livres, que buscam a igualdade de condição entre as nações do mundo. E a fraternidade continuará a guiar nossos povos. Hoje, mais do que nunca, somos todos franceses. Irmãos na dor e solidariedade a todos os mortos e feridos, suas famílias e amigos. O Brasil se une a todos que desejam e lutam pela paz e harmonia no mundo. Estamos juntos contra a intolerância e a barbárie.
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Ivete, Safadão e bloquinhos marcam a quinta de Carnaval em Salvador
A baiana Ivete Sangalo e o cearense Wesley Safadão devem arrastar uma multidão de fãs nesta quinta-feira (23), no circuito Barra/Ondina (Dodô) do Carnaval de Salvador. A prefeitura estima um público de 1 milhão de pessoas no trajeto de quatro quilômetros que vai até o bairro de Ondina. A cantora puxará um trio sem cordas na avenida Oceânica, a partir das 18h50, enquanto Safadão iniciará seu desfile meia hora antes de Ivete, puxando o bloco Cocobambu. Neste ano, a artista anunciou, por meio de seus canais, que transmitirá ao vivo o seu desfile nas páginas no Youtube (IveteSangaloOficial) e no Facebook (IveteSangalo). A quinta de Carnaval na capital baiana também é marcada pelas apresentações de blocos de samba no circuito do Campo Grande (Osmar), com os desfiles de 11 blocos e trios independentes com Léo Santana e a banda Babado Novo. A folia está pulverizada em sete diferentes pontos que vão do Pelourinho ao bairro do Nordeste de Amaralina. No circuito Dodô, as atrações devem agitar o público até a madrugada, pois o último bloco tem saída prevista para as 23h30, sem contar com eventuais atrasos. Também passarão por lá artistas como Luiz Caldas, considerado o "pai da Axé Music", Cid Guerreiro, autor de hits como "Ilariê" e "Turma da Xuxa", entre outros. À 0h, na Barra, um encontro de trios reunirá Preta Gil e o grupo Alavontê, que reúne artistas como Ricardo Chaves e Jonga Cunha. O sertanejo Gabriel Diniz se apresenta num palco montado no farol à 1h30. Já no Campo Grande, também desfilarão o grupo É o Tchan e os sambistas Nelson Rufino, Xande de Pilares e Tonho Matéria. A folia também ocorrerá em circuitos alternativos como praça Castro Alves, no centro, Beco das Cores, na Barra –onde há forte presença do público LGBT–, Pelourinho e Nordeste de Amaralina. Busca Blocos
cotidiano
Ivete, Safadão e bloquinhos marcam a quinta de Carnaval em SalvadorA baiana Ivete Sangalo e o cearense Wesley Safadão devem arrastar uma multidão de fãs nesta quinta-feira (23), no circuito Barra/Ondina (Dodô) do Carnaval de Salvador. A prefeitura estima um público de 1 milhão de pessoas no trajeto de quatro quilômetros que vai até o bairro de Ondina. A cantora puxará um trio sem cordas na avenida Oceânica, a partir das 18h50, enquanto Safadão iniciará seu desfile meia hora antes de Ivete, puxando o bloco Cocobambu. Neste ano, a artista anunciou, por meio de seus canais, que transmitirá ao vivo o seu desfile nas páginas no Youtube (IveteSangaloOficial) e no Facebook (IveteSangalo). A quinta de Carnaval na capital baiana também é marcada pelas apresentações de blocos de samba no circuito do Campo Grande (Osmar), com os desfiles de 11 blocos e trios independentes com Léo Santana e a banda Babado Novo. A folia está pulverizada em sete diferentes pontos que vão do Pelourinho ao bairro do Nordeste de Amaralina. No circuito Dodô, as atrações devem agitar o público até a madrugada, pois o último bloco tem saída prevista para as 23h30, sem contar com eventuais atrasos. Também passarão por lá artistas como Luiz Caldas, considerado o "pai da Axé Music", Cid Guerreiro, autor de hits como "Ilariê" e "Turma da Xuxa", entre outros. À 0h, na Barra, um encontro de trios reunirá Preta Gil e o grupo Alavontê, que reúne artistas como Ricardo Chaves e Jonga Cunha. O sertanejo Gabriel Diniz se apresenta num palco montado no farol à 1h30. Já no Campo Grande, também desfilarão o grupo É o Tchan e os sambistas Nelson Rufino, Xande de Pilares e Tonho Matéria. A folia também ocorrerá em circuitos alternativos como praça Castro Alves, no centro, Beco das Cores, na Barra –onde há forte presença do público LGBT–, Pelourinho e Nordeste de Amaralina. Busca Blocos
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EI diz ter entrevistado viúva de autor de ataque a mercado em Paris
O Estado Islâmico publicou nesta quinta (12) na internet uma suposta entrevista com Hayat Boumeddiene, viúva de Amedy Coulibaly, membro da milícia radical que atacou um mercado kosher de Paris, matando quatro reféns, em 9 de janeiro. O texto, em inglês e francês, saiu na edição número 7 da revista "Dabiq", publicação dos extremistas destinada aos militantes europeus e americanos. Nele, eles se referem a ela como Um Bashir al-Muhayira, nome islâmico usado por Boumedienne. Na entrevista, a mulher que eles dizem ser a viúva afirma que a "migração" ao califado foi fácil. "Não encontrei nenhuma dificuldade. Viver na terra onde se aplica a lei de Alá é fantástico, me sinto aliviada agora que cumpri com minha obrigação". O artigo é acompanhado por uma foto de Coulibaly, mas não traz nenhuma prova de que a mulher efetivamente está na Síria ou no Iraque, área onde a facção constrói o seu califado. A entrevistada diz que o autor do ataque ao mercado ficou contente com a proclamação de um califado pelo Estado Islâmico, em julho, mas que não gostava de ver vídeos dos jihadistas porque queria imigrar para a região. A suposta entrevista termina com uma convocação para os muçulmanos e, em especial, muçulmanas. Boumedienne deixou a França em 2 de janeiro e viajou no dia 8 da Turquia para a Síria, segundo as autoridades turcas. O dia foi o mesmo em que Coulibaly teria matado uma policial em Montrouge, em Paris. Na manhã do dia seguinte, ele invadiu um mercado kosher em Paris, matou quatro reféns no local, antes de ser morto pela polícia. Durante o sequestro, ele afirmou ser ligado ao Estado Islâmico e ter agido em associação com os irmãos Said e Chérif Kouachi, os autores do atentado ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", que matou 12 pessoas em 7 de janeiro.
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EI diz ter entrevistado viúva de autor de ataque a mercado em ParisO Estado Islâmico publicou nesta quinta (12) na internet uma suposta entrevista com Hayat Boumeddiene, viúva de Amedy Coulibaly, membro da milícia radical que atacou um mercado kosher de Paris, matando quatro reféns, em 9 de janeiro. O texto, em inglês e francês, saiu na edição número 7 da revista "Dabiq", publicação dos extremistas destinada aos militantes europeus e americanos. Nele, eles se referem a ela como Um Bashir al-Muhayira, nome islâmico usado por Boumedienne. Na entrevista, a mulher que eles dizem ser a viúva afirma que a "migração" ao califado foi fácil. "Não encontrei nenhuma dificuldade. Viver na terra onde se aplica a lei de Alá é fantástico, me sinto aliviada agora que cumpri com minha obrigação". O artigo é acompanhado por uma foto de Coulibaly, mas não traz nenhuma prova de que a mulher efetivamente está na Síria ou no Iraque, área onde a facção constrói o seu califado. A entrevistada diz que o autor do ataque ao mercado ficou contente com a proclamação de um califado pelo Estado Islâmico, em julho, mas que não gostava de ver vídeos dos jihadistas porque queria imigrar para a região. A suposta entrevista termina com uma convocação para os muçulmanos e, em especial, muçulmanas. Boumedienne deixou a França em 2 de janeiro e viajou no dia 8 da Turquia para a Síria, segundo as autoridades turcas. O dia foi o mesmo em que Coulibaly teria matado uma policial em Montrouge, em Paris. Na manhã do dia seguinte, ele invadiu um mercado kosher em Paris, matou quatro reféns no local, antes de ser morto pela polícia. Durante o sequestro, ele afirmou ser ligado ao Estado Islâmico e ter agido em associação com os irmãos Said e Chérif Kouachi, os autores do atentado ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", que matou 12 pessoas em 7 de janeiro.
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Em esquema de fraude, 502 pessoas declararam no IR a mesma empregada
A Receita Federal espera recuperar até R$ 7 bilhões de pessoas físicas que fraudaram o Imposto de Renda em declarações feitas principalmente no ano passado. Entre os "casos pitorescos" de despesas inexistentes destacados pela Receita, está o de 502 pessoas que declararam pagar contribuição patronal para uma mesma empregada doméstica. Para declarar o gasto com doméstica, a receita exige o nome, o CPF e o NIT (Número de Identificação do Trabalhador). O Fisco já intimou 80 mil contribuintes entre março e abril e até o fim deste ano espera autuar 280 mil pessoas que sonegaram imposto. No ano passado, a Receita autuou 350 mil contribuintes, recuperando R$ 6,7 bilhões em tributos devidos. De acordo com o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung, o perfil mais visado pela fiscalização da Receita é de profissionais liberais - médicos, advogados, entre outros -, que omitiram rendimentos, além de empresários. A maior parte dos investigados não caiu na malha fina em anos anteriores. Por meio de um cruzamento posterior e mais refinado de dados, o Fisco detectou inconsistências, como dinheiro no exterior, venda de imóveis, operações relevantes na Bolsa - todas essas ações não declaradas. OPERAÇÕES Segundo Jung, declaração de pensões alimentícias falsas para abatimento na declaração foi uma das fraudes mais comuns detectadas pela Receita neste ano. Há indícios de que cerca de 25 mil declarações forjaram pensões, uma sonegação total de R$ 375,4 milhões. O combate a esse tipo de fraude suscitou até uma operação especial, batizada de "Filhos do Vento", concentrada principalmente no Distrito Federal. Houve casos de escritórios de contabilidade em que 100% dos seus clientes deduziram do imposto a pensão alimentícia, sendo que a fatia dos contribuintes que declaram à Receita pagar pensão é de 6,5%. RIGOR Jung frisou que a Receita conta com métodos cada vez mais modernos de fiscalização e cruzamento de dados, o que tem ampliado a capacidade de identificar fraudes. Por meio do laboratório de lavagem de dinheiro, em parceria com a Polícia Federal, é possível identificar de que computador a declaração está sendo transmitida, o que facilita a fiscalização de escritórios de contabilidade. A multa aplicada ao contribuinte que tiver a fraude comprovada é de 150% sobre o imposto devido. Quando o contribuinte tenta atrapalhar a fiscalização, a multa pode chegar a 225%, e ele ainda pode ser responsabilizado criminalmente. Quem for autuado pela Receita pode recorrer da decisão nas delegacias da Receita. Se a decisão for mantida, pode apelar ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e, depois, ainda recorrer judicialmente. Por isso, não há previsão de quando os créditos gerados a partir das autuações entram nos cofres do governo. A Receita reforça o pedido para que os contribuintes tenham cuidado com as informações prestadas em suas declarações e que, caso tomem nota de alguma inconsistência, façam a autorregularização, o que evita o pagamento de multa. O prazo para a declaração do Imposto de Renda 2015 vai até 30 de abril. São esperadas 27,5 milhões de declarações. Até agora, cerca de 12 milhões apresentaram o documento.
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Em esquema de fraude, 502 pessoas declararam no IR a mesma empregadaA Receita Federal espera recuperar até R$ 7 bilhões de pessoas físicas que fraudaram o Imposto de Renda em declarações feitas principalmente no ano passado. Entre os "casos pitorescos" de despesas inexistentes destacados pela Receita, está o de 502 pessoas que declararam pagar contribuição patronal para uma mesma empregada doméstica. Para declarar o gasto com doméstica, a receita exige o nome, o CPF e o NIT (Número de Identificação do Trabalhador). O Fisco já intimou 80 mil contribuintes entre março e abril e até o fim deste ano espera autuar 280 mil pessoas que sonegaram imposto. No ano passado, a Receita autuou 350 mil contribuintes, recuperando R$ 6,7 bilhões em tributos devidos. De acordo com o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung, o perfil mais visado pela fiscalização da Receita é de profissionais liberais - médicos, advogados, entre outros -, que omitiram rendimentos, além de empresários. A maior parte dos investigados não caiu na malha fina em anos anteriores. Por meio de um cruzamento posterior e mais refinado de dados, o Fisco detectou inconsistências, como dinheiro no exterior, venda de imóveis, operações relevantes na Bolsa - todas essas ações não declaradas. OPERAÇÕES Segundo Jung, declaração de pensões alimentícias falsas para abatimento na declaração foi uma das fraudes mais comuns detectadas pela Receita neste ano. Há indícios de que cerca de 25 mil declarações forjaram pensões, uma sonegação total de R$ 375,4 milhões. O combate a esse tipo de fraude suscitou até uma operação especial, batizada de "Filhos do Vento", concentrada principalmente no Distrito Federal. Houve casos de escritórios de contabilidade em que 100% dos seus clientes deduziram do imposto a pensão alimentícia, sendo que a fatia dos contribuintes que declaram à Receita pagar pensão é de 6,5%. RIGOR Jung frisou que a Receita conta com métodos cada vez mais modernos de fiscalização e cruzamento de dados, o que tem ampliado a capacidade de identificar fraudes. Por meio do laboratório de lavagem de dinheiro, em parceria com a Polícia Federal, é possível identificar de que computador a declaração está sendo transmitida, o que facilita a fiscalização de escritórios de contabilidade. A multa aplicada ao contribuinte que tiver a fraude comprovada é de 150% sobre o imposto devido. Quando o contribuinte tenta atrapalhar a fiscalização, a multa pode chegar a 225%, e ele ainda pode ser responsabilizado criminalmente. Quem for autuado pela Receita pode recorrer da decisão nas delegacias da Receita. Se a decisão for mantida, pode apelar ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e, depois, ainda recorrer judicialmente. Por isso, não há previsão de quando os créditos gerados a partir das autuações entram nos cofres do governo. A Receita reforça o pedido para que os contribuintes tenham cuidado com as informações prestadas em suas declarações e que, caso tomem nota de alguma inconsistência, façam a autorregularização, o que evita o pagamento de multa. O prazo para a declaração do Imposto de Renda 2015 vai até 30 de abril. São esperadas 27,5 milhões de declarações. Até agora, cerca de 12 milhões apresentaram o documento.
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Substituto de Gabriel Jesus, Firmino foi descoberto em jogo de computador
Tite já parece ter escolhido o substituto do lesionado Gabriel Jesus. No treino desta terça-feira (21) no centro de treinamento do São Paulo, ele escalou o atacante Roberto Firmino, do Liverpool, como o jogador mais avançado de seu esquema 4-1-4-1, que foi composto por Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos, Marcelo; Casemiro, Philippe Coutinho, Renato Augusto, Paulinho, Neymar; e Firmino. Alagoano de Maceió, Firmino, 25, começou a carreira nas categorias de base do CRB e transferiu-se ao Figueirense sem se profissionalizar, em 2008. Em 2010, já na equipe principal do clube catarinense, foi eleito o melhor jogador da Série B em campanha que resultou na ascensão do time à principal divisão nacional. Antes que pudesse jogar uma partida da Série A, Firmino foi comprado pelo Hoffenheim, da Alemanha. Ele não foi encontrado por olheiros nem adquirido mediante contatos privilegiados de dirigentes ou empresários. Ele foi descoberto no jogo de computador Football Manager pelo diretor esportivo do Hoffenheim, Luiz Pfannnestiel. No jogo, o usuário assume as funções de um "manager" de futebol, com diversas funções, como procurar atletas promissores. "Sim, [pagamos] aproximadamente € 4 milhões. Você está contratando um jogador da Série B no Brasil, com apenas 17, 18 anos. Imediatamente, as pessoas achavam que ele tinha que ir direto para o time principal. Então, ficavam falando que eu paguei esta quantidade por um jogador que ainda não estava pronto. No fim, nós o vendemos por € 42 milhões mais futuros pagamentos, então acho que, no final, acertamos. Acho que foi um bom scouting", disse Pfannestiel em novembro à rádio Talksport. Desconhecido no Brasil, Firmino ganhou fama na Europa durante a temporada 2013/2014, quando fez 22 gols e deu 16 assistências em 37 jogos. Em 2015, foi contratado pelo Liverpool, e então se tornou conhecido internacionalmente -ele foi a segunda contratação mais cara da história do clube inglês. Pelo Liverpool, ele tem 81 jogos e 21 tentos. Ele foi convocado pela primeira vez para a seleção por Dunga no final de 2014, quando ainda atuava na Alemanha. Desde então, ele acumula 13 jogos e cinco gols pela seleção brasileira. A equipe viajou nesta terça (21) para Montevidéu, onde enfrentará o Uruguai, nesta quinta (23), pelas eliminatórias da Copa de 2018. Líder das eliminatórias, com 27 pontos, a seleção praticamente garante vaga no Mundial se vencer no Estádio Centenário. Os uruguaios estão em segundo, com 23 pontos. Suárez vai desfalcar o time adversário. Na terça (28), a seleção enfrenta o Paraguai, no Itaquerão.
esporte
Substituto de Gabriel Jesus, Firmino foi descoberto em jogo de computadorTite já parece ter escolhido o substituto do lesionado Gabriel Jesus. No treino desta terça-feira (21) no centro de treinamento do São Paulo, ele escalou o atacante Roberto Firmino, do Liverpool, como o jogador mais avançado de seu esquema 4-1-4-1, que foi composto por Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos, Marcelo; Casemiro, Philippe Coutinho, Renato Augusto, Paulinho, Neymar; e Firmino. Alagoano de Maceió, Firmino, 25, começou a carreira nas categorias de base do CRB e transferiu-se ao Figueirense sem se profissionalizar, em 2008. Em 2010, já na equipe principal do clube catarinense, foi eleito o melhor jogador da Série B em campanha que resultou na ascensão do time à principal divisão nacional. Antes que pudesse jogar uma partida da Série A, Firmino foi comprado pelo Hoffenheim, da Alemanha. Ele não foi encontrado por olheiros nem adquirido mediante contatos privilegiados de dirigentes ou empresários. Ele foi descoberto no jogo de computador Football Manager pelo diretor esportivo do Hoffenheim, Luiz Pfannnestiel. No jogo, o usuário assume as funções de um "manager" de futebol, com diversas funções, como procurar atletas promissores. "Sim, [pagamos] aproximadamente € 4 milhões. Você está contratando um jogador da Série B no Brasil, com apenas 17, 18 anos. Imediatamente, as pessoas achavam que ele tinha que ir direto para o time principal. Então, ficavam falando que eu paguei esta quantidade por um jogador que ainda não estava pronto. No fim, nós o vendemos por € 42 milhões mais futuros pagamentos, então acho que, no final, acertamos. Acho que foi um bom scouting", disse Pfannestiel em novembro à rádio Talksport. Desconhecido no Brasil, Firmino ganhou fama na Europa durante a temporada 2013/2014, quando fez 22 gols e deu 16 assistências em 37 jogos. Em 2015, foi contratado pelo Liverpool, e então se tornou conhecido internacionalmente -ele foi a segunda contratação mais cara da história do clube inglês. Pelo Liverpool, ele tem 81 jogos e 21 tentos. Ele foi convocado pela primeira vez para a seleção por Dunga no final de 2014, quando ainda atuava na Alemanha. Desde então, ele acumula 13 jogos e cinco gols pela seleção brasileira. A equipe viajou nesta terça (21) para Montevidéu, onde enfrentará o Uruguai, nesta quinta (23), pelas eliminatórias da Copa de 2018. Líder das eliminatórias, com 27 pontos, a seleção praticamente garante vaga no Mundial se vencer no Estádio Centenário. Os uruguaios estão em segundo, com 23 pontos. Suárez vai desfalcar o time adversário. Na terça (28), a seleção enfrenta o Paraguai, no Itaquerão.
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Federações do Sudeste abriram mão de vice por indicação de Coronel Nunes
Antes de indicar Antonio Carlos Nunes como candidato à vice-presidência da CBF, o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, seguiu o protocolo e perguntou aos três presidentes de federações do Sudeste se queriam apresentar o candidato. Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista, Rubens Lopes, do Rio, e Castellar Neto, de Minas Gerais, abriram mão da vice-presidência, que pertencia à região –o Espírito Santo, na geografia da CBF, faz parte do Centro-Oeste. A vaga que Coronel Nunes –como é conhecido– vai disputar pertencia a José Maria Marin, que está preso nos Estados Unidos acusado pela Justiça daquele país de corrupção. Marin havia sido indicado pelo Sudeste, mas foi afastado do cargo após a prisão. Chamou a atenção a indicação de Nunes para a vaga que seria do Sudeste porque ele é o presidente da Federação Paraense, que pela geografia do Brasil, e da CBF, fica na região Norte. Se eleito, Coronel Nunes, 79, será o primeiro na linha sucessória caso Del Nero renuncie –ele será o vice mais velho (em idade).
esporte
Federações do Sudeste abriram mão de vice por indicação de Coronel NunesAntes de indicar Antonio Carlos Nunes como candidato à vice-presidência da CBF, o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, seguiu o protocolo e perguntou aos três presidentes de federações do Sudeste se queriam apresentar o candidato. Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista, Rubens Lopes, do Rio, e Castellar Neto, de Minas Gerais, abriram mão da vice-presidência, que pertencia à região –o Espírito Santo, na geografia da CBF, faz parte do Centro-Oeste. A vaga que Coronel Nunes –como é conhecido– vai disputar pertencia a José Maria Marin, que está preso nos Estados Unidos acusado pela Justiça daquele país de corrupção. Marin havia sido indicado pelo Sudeste, mas foi afastado do cargo após a prisão. Chamou a atenção a indicação de Nunes para a vaga que seria do Sudeste porque ele é o presidente da Federação Paraense, que pela geografia do Brasil, e da CBF, fica na região Norte. Se eleito, Coronel Nunes, 79, será o primeiro na linha sucessória caso Del Nero renuncie –ele será o vice mais velho (em idade).
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Pedirei ao Alckmin que ele garanta a segurança no protesto, diz Skaf
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira (7) que irá telefonar ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) para pedir segurança para os protestos anti-Dilma Rousseff marcados para domingo (13). "Cabe ao governador dar esta tranquilidade às pessoas", disse. Skaf mencionou "comentários infelizes" de pessoas que sugeriram "algum tipo de ameaça à tranquilidade e à ordem" no domingo. Em entrevista publicada nesta segunda, Gilberto Carvalho, ex-ministro de Dilma, afirmou que uma eventual prisão de Lula seria brincar com fogo. Ele afirmou ainda que "não foi nada bom o que ocorreu na sexta, as manifestações à tarde", em referência ao embate entre grupos anti e pró-PT, ocorrido em frente à casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou convencido de que pode ocorrer no dia 13", completou o ex-ministro. Skaf participou nesta manhã de reunião da Fiesp com associações e sindicatos para discutir os cenários do país. Membros do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua, principais organizadores dos protestos que levaram milhares de manifestantes antipetistas às ruas, participaram do encontro. Os grupos afirmaram que estão em contato com autoridades para tomar todas as precauções de segurança. O MBL e o VPR disseram ainda que, nas outras manifestações organizadas, também houve comentários da militância de esquerda, mas nunca houve problema. "A gente está convocando crianças e idosos para participar. Eu não acho que o PT está no nível de vilania de ir lá para bater em idosos", explicou Renan Santos, um dos líderes do MBL. Na saída, Skaf defendeu que retirar Dilma Rousseff da presidência é mais urgente que retirar o deputado Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados. "Este governo, da senhora presidente da República, perdeu a credibilidade e a confiança", disse. "Isso está levando a uma deterioração total da economia", acrescentou. Skaf afirmou que ele e sua família participarão dos protestos anti-Dilma marcados para o próximo domingo (13). Sobre os acontecimentos da semana passada que atingiram a gestão Dilma, o presidente da Fiesp afirmou que eles ajudam a compor o "conjunto dos fatos" que tiram a confiança do governo. Na última sexta (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma condução coercitiva, ou seja, foi levado de sua casa pela Polícia Federal para depor como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato. Na última quinta (3), a revista "IstoÉ" divulgou que o acordo de delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) implica diretamente a presidente Dilma na Lava Jato.
poder
Pedirei ao Alckmin que ele garanta a segurança no protesto, diz SkafO presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira (7) que irá telefonar ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) para pedir segurança para os protestos anti-Dilma Rousseff marcados para domingo (13). "Cabe ao governador dar esta tranquilidade às pessoas", disse. Skaf mencionou "comentários infelizes" de pessoas que sugeriram "algum tipo de ameaça à tranquilidade e à ordem" no domingo. Em entrevista publicada nesta segunda, Gilberto Carvalho, ex-ministro de Dilma, afirmou que uma eventual prisão de Lula seria brincar com fogo. Ele afirmou ainda que "não foi nada bom o que ocorreu na sexta, as manifestações à tarde", em referência ao embate entre grupos anti e pró-PT, ocorrido em frente à casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou convencido de que pode ocorrer no dia 13", completou o ex-ministro. Skaf participou nesta manhã de reunião da Fiesp com associações e sindicatos para discutir os cenários do país. Membros do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua, principais organizadores dos protestos que levaram milhares de manifestantes antipetistas às ruas, participaram do encontro. Os grupos afirmaram que estão em contato com autoridades para tomar todas as precauções de segurança. O MBL e o VPR disseram ainda que, nas outras manifestações organizadas, também houve comentários da militância de esquerda, mas nunca houve problema. "A gente está convocando crianças e idosos para participar. Eu não acho que o PT está no nível de vilania de ir lá para bater em idosos", explicou Renan Santos, um dos líderes do MBL. Na saída, Skaf defendeu que retirar Dilma Rousseff da presidência é mais urgente que retirar o deputado Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados. "Este governo, da senhora presidente da República, perdeu a credibilidade e a confiança", disse. "Isso está levando a uma deterioração total da economia", acrescentou. Skaf afirmou que ele e sua família participarão dos protestos anti-Dilma marcados para o próximo domingo (13). Sobre os acontecimentos da semana passada que atingiram a gestão Dilma, o presidente da Fiesp afirmou que eles ajudam a compor o "conjunto dos fatos" que tiram a confiança do governo. Na última sexta (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma condução coercitiva, ou seja, foi levado de sua casa pela Polícia Federal para depor como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato. Na última quinta (3), a revista "IstoÉ" divulgou que o acordo de delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) implica diretamente a presidente Dilma na Lava Jato.
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Brasileiras 'Império' e 'Doce de Mãe' são premiadas no Emmy Internacional
A novela das 21h "Império" (2014), e a série "Doce de Mãe", ambas da Globo, foram premiadas na 43º edição do Emmy Internacional, em cerimônia realizada em Nova York, EUA, na noite desta segunda (23). "Império" venceu a categoria de melhor novela e "Doce de Mãe" foi eleita a melhor comédia. Fernanda Montenegro, protagonista da série, também concorreu ao prêmio de melhor atriz, que levou em 2013 pelo papel de Dona Picucha na atração. Ela foi a primeira brasileira a ganhar a estatueta. Única emissora brasileira a vencer categorias no Emmy, a Globo tem 14 prêmios do que é considerado o "Oscar da TV". Desde a criação da categoria de melhor novela, em 2008, seis tramas globais já foram premiadas: "Caminho das Índias" (2009), "Laços de Sangue" (2011), "O Astro" (2012), "Lado a Lado" (2013), "Joia Rara" (2013) e "Império" (2015). O Emmy Internacional é considerado o maior prêmio da área televisiva e tem o objetivo de reconhecer criações de língua não-inglesa produzidas para a TV americana. Em 2015, disputaram, em 10 categorias distintas, 40 finalistas de 19 países. * Veja a lista completa de vencedores: Série dramática "Engrenages" (França) Melhor programa de arte "Illustre & Inconnu: Comment Jacques Jaujard a Sauvé le Louvre" (França) Melhor ator Maarten Heijmans, por "Ramses" (Holanda) Programa de horário nobre em língua estrangeira "Arrepentidos U.S. - El infierno de Montoya" (Estados Unidos) Melhor atriz Anneke von der Lippe, por "Øyevitne" (Noruega) Documentário "Miners shot down" (África do Sul) Programa sem roteiro pré-definido "50 ways to kiill your mammy" (Reino Unido) Novela "Império" (Brasil) Comédia "Doce de mãe" (Brasil) Filme para TV/Minissérie "Soldat Blanc" (França)
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Brasileiras 'Império' e 'Doce de Mãe' são premiadas no Emmy InternacionalA novela das 21h "Império" (2014), e a série "Doce de Mãe", ambas da Globo, foram premiadas na 43º edição do Emmy Internacional, em cerimônia realizada em Nova York, EUA, na noite desta segunda (23). "Império" venceu a categoria de melhor novela e "Doce de Mãe" foi eleita a melhor comédia. Fernanda Montenegro, protagonista da série, também concorreu ao prêmio de melhor atriz, que levou em 2013 pelo papel de Dona Picucha na atração. Ela foi a primeira brasileira a ganhar a estatueta. Única emissora brasileira a vencer categorias no Emmy, a Globo tem 14 prêmios do que é considerado o "Oscar da TV". Desde a criação da categoria de melhor novela, em 2008, seis tramas globais já foram premiadas: "Caminho das Índias" (2009), "Laços de Sangue" (2011), "O Astro" (2012), "Lado a Lado" (2013), "Joia Rara" (2013) e "Império" (2015). O Emmy Internacional é considerado o maior prêmio da área televisiva e tem o objetivo de reconhecer criações de língua não-inglesa produzidas para a TV americana. Em 2015, disputaram, em 10 categorias distintas, 40 finalistas de 19 países. * Veja a lista completa de vencedores: Série dramática "Engrenages" (França) Melhor programa de arte "Illustre & Inconnu: Comment Jacques Jaujard a Sauvé le Louvre" (França) Melhor ator Maarten Heijmans, por "Ramses" (Holanda) Programa de horário nobre em língua estrangeira "Arrepentidos U.S. - El infierno de Montoya" (Estados Unidos) Melhor atriz Anneke von der Lippe, por "Øyevitne" (Noruega) Documentário "Miners shot down" (África do Sul) Programa sem roteiro pré-definido "50 ways to kiill your mammy" (Reino Unido) Novela "Império" (Brasil) Comédia "Doce de mãe" (Brasil) Filme para TV/Minissérie "Soldat Blanc" (França)
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Cookies de maconha, filas, saunas e outras curiosidades na Virada
Cantinho Versão popular do já popular Cantina do Vale, o vinho Cantinho do Vale foi o hit da Virada. O "coquetel composto", informava o rótulo, era feito de fermentado de maçã, suco de uva e álcool etílico. Preço: R$ 5 a R$ 13. Avisada de que o vinho que anunciava como Cantina era na verdade Cantinho, uma vendedora se espantou: "Nossa!". Papai Na madrugada, ambulantes anunciavam cocaína, maconha e lança-perfume (o mais popular) como se fosse cerveja. "Ó o pó, ó a maconha, uh, papai chegou!", gritavam. Também se achava ecstasy (R$ 30) na parte traseira da Praça das Artes, que virou uma feira livre de drogas. Chocólatras Embalados numa cestinha, cookies de maconha eram oferecidos nas versões chocolate branco e ao leite durante o show de Nando Reis, a R$ 10 cada um. Na madrugada, a dona da cestinha vendeu 150 deles. O som ao redor No espaço entre o palco do Anhangabaú e o Theatro Municipal, uma programação paralela atraía jovens para rodas punk de bandas independentes da periferia. "A prefeitura não precisa nos dar o que a gente precisa", diz Alexandre Corrêa, 28, um dos organizadores. Fez a cabeça A moda hipster foi a touca de bichinho, contra a friaca noturna do evento. Muitos ficaram de cabeça quente com gorros de panda, onça e porco. Soldadinho O folheto da programação da Virada Cultural, disponível aos montes, rendeu um belo chapéu improvisado com dobradura durante o show de Nando Reis, sob o sol do meio-dia. Só os VIPs Sentada no meio fio ao lado da van da PM, uma cantora lírica de rua fez sucesso com os policiais a postos na região da São Bento. "Este palco é só pra gente. Circulando!", brincou um PM, quando ameaçou juntar um pequeno público. Flores em você Teve fila de três horas e empurra-empurra para entrar no show do Ira!, no Theatro Municipal. "Neste momento, respire sua paz", repetia o menino João, 9, assustado com a multidão. Mas que calor, ô ô ô ô ô Uma sauna masculina no largo do Arouche também ofereceu sua virada aos clientes. Ficou aberta das 13h de sexta (19) até as 22h de domingo (21). Sujou Números da Guarda Civil Metropolitana: 50 toneladas de lixo recolhido, uma pichação flagrada e um único roubo de celular oficialmente registrado.
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Cookies de maconha, filas, saunas e outras curiosidades na ViradaCantinho Versão popular do já popular Cantina do Vale, o vinho Cantinho do Vale foi o hit da Virada. O "coquetel composto", informava o rótulo, era feito de fermentado de maçã, suco de uva e álcool etílico. Preço: R$ 5 a R$ 13. Avisada de que o vinho que anunciava como Cantina era na verdade Cantinho, uma vendedora se espantou: "Nossa!". Papai Na madrugada, ambulantes anunciavam cocaína, maconha e lança-perfume (o mais popular) como se fosse cerveja. "Ó o pó, ó a maconha, uh, papai chegou!", gritavam. Também se achava ecstasy (R$ 30) na parte traseira da Praça das Artes, que virou uma feira livre de drogas. Chocólatras Embalados numa cestinha, cookies de maconha eram oferecidos nas versões chocolate branco e ao leite durante o show de Nando Reis, a R$ 10 cada um. Na madrugada, a dona da cestinha vendeu 150 deles. O som ao redor No espaço entre o palco do Anhangabaú e o Theatro Municipal, uma programação paralela atraía jovens para rodas punk de bandas independentes da periferia. "A prefeitura não precisa nos dar o que a gente precisa", diz Alexandre Corrêa, 28, um dos organizadores. Fez a cabeça A moda hipster foi a touca de bichinho, contra a friaca noturna do evento. Muitos ficaram de cabeça quente com gorros de panda, onça e porco. Soldadinho O folheto da programação da Virada Cultural, disponível aos montes, rendeu um belo chapéu improvisado com dobradura durante o show de Nando Reis, sob o sol do meio-dia. Só os VIPs Sentada no meio fio ao lado da van da PM, uma cantora lírica de rua fez sucesso com os policiais a postos na região da São Bento. "Este palco é só pra gente. Circulando!", brincou um PM, quando ameaçou juntar um pequeno público. Flores em você Teve fila de três horas e empurra-empurra para entrar no show do Ira!, no Theatro Municipal. "Neste momento, respire sua paz", repetia o menino João, 9, assustado com a multidão. Mas que calor, ô ô ô ô ô Uma sauna masculina no largo do Arouche também ofereceu sua virada aos clientes. Ficou aberta das 13h de sexta (19) até as 22h de domingo (21). Sujou Números da Guarda Civil Metropolitana: 50 toneladas de lixo recolhido, uma pichação flagrada e um único roubo de celular oficialmente registrado.
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Rapper Crespo lança segundo disco; confira mais shows que ocorrem em SP na semana
DE SÃO PAULO Com uma trajetória profissional marcada pelos sons da antiga geração de rap e rock nacional dos anos 1990, o rapper Crespo faz o primeiro show do álbum "Maldito", no sábado (22), no CCSP. No novo trabalho, o artista, filho do compositor carnavalesco Barbosa, presta homenagem aos artistas marginais, trazendo referências que vão de Glauber Rocha a Zé do Caixão. Daniella Alcarpe, Osmar Sorriso, Marco Mendes e Lenda ZN fazem participações especiais no show. Centro Cultural São Paulo - sala Adoniran Barbosa - R. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, tel. 3397-4002. Sáb.: 19h. 90 min. Livre. Ingresso: R$ 10. Ingr. p/ ingressorapido.com.br * SHOWS Arnaldo Antunes O cantor e compositor, ex-Titãs, apresenta o show "A Casa É Sua", em que transita por composições de toda sua carreira musical. "Consumado", "Alegria" e "Não Vou me Adaptar" são algumas das faixas que aparecem no repertório da noite. Theatro Net São Paulo - R. Olimpíadas, 360, 5º andar, Vila Olímpia, região oeste, tel. 4003-1212. 799 lugares. Ter. (18): 21h. 90 min. 12 anos. Ingresso: R$ 100 a R$ 140. Ingr. p/ ingressorapido.com.br Foals Com influências do indie rock, da música experimental e da eletrônica, o quinteto inglês, surgido em 2005, faz apresentação que integra a turnê de divulgação do quarto disco da trajetória, intitulado "What Went Down" (2015). Cine Joia - R. Carlos Gomes, 82, Centro, região central, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Qua. (19): 22h30. 80 min. 18 anos. Ingresso: R$ 160. Ingr. p/ livepass.com.br Gafieira Latina Criada por Pedro la Colina, a banda apresenta repertório que combina ritmos latinos ao samba e à gafieira, com composições de nomes como Célia Cruz, Hector Lavoe, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outros. No show, a cantora Graça Cunha faz participação especial. Bourbon Street Music Club - R. dos Chanés, 127, Indianópolis, região sul, tel. 5095-6100. 450 lugares. Dom. (16): 22h. 70 min. 18 anos. Couvert artístico.: R$ 32. Ingr. p/ ingressorapido.com.br Juilliard Jazz Ensemble e Septeto de Jazz Emesp Tom Jobim No encontro, os grupos musicais tocam separadamente e juntos. Entre as composições, figuram temas de Moacir Santos, Arismar do Espirito Santo, Sizão Machado, Paulo Braga e Vinicius Dorin, entre outros. Jazz B - R. Gen. Jardim, 43, Vila Buarque, região central, tel. 3257-4290. 120 pessoas. Ter. (18): 21h. 18 anos. Ingresso: R$ 25. Ingr. p/ ingresse.com Marcos Valle Ícone da MPB, o cantor e compositor relembra os principais sucessos de suas cinco décadas de carreira. "Mentira", "Os Grilos" e "Estrela" aparecem no repertório. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran - R. Pais Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Dom. (16): 18h. 90 min. 10 anos. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. Ingr. p/ sescsp.org.br Silva O cantor capixaba faz show de seu disco mais recente, "Júpiter", lançado em 2015. O amor dá o tom de grande parte das composições no trabalho, com sons do R&B que flertam com elementos da eletrônica. Teatro Porto Seguro - R. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. Ter.: 21h. 80 min. Livre Ingresso: R$ 60 a R$ 80. Ingr. p/ (11) 4003-1212 ou ingressorapido.com.br The Magic Numbers O quarteto britânico de indie pop promove o disco "Alias" (2014). O set list também prevê faixas de trabalhos anteriores, como "Mornings Eleven" e "Forever Lost". Cine Joia - R. Carlos Gomes, 82, Centro, região central, tel. 3101-1305. Dom. (16): 21h. 80 min. 18 anos. Ingresso: R$ 110 a R$ 220. Ingr. p/ ticketbrasil.com.br * CONCERTOS Andrea Bocelli Acompanhado do maestro Carlos Bernini, ao piano, e da soprano cubana Maria Aleida, o tenor italiano interpreta clássicos como "La Donna È Mobile", de Verdi, e "O Mio Babbino Caro", de Puccini. Sala São Paulo - R. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966. Seg. (17): 21h. 60 min. 16 anos. Estac. a partir de R$ 25 (r. Mauá, 51). Ingresso: R$ 1.500 a R$ 3.500. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br Cultura Artística Apresenta Orquestra Tonhalle de Zurique e Nelson Freire Criada em 1868, a Orquestra Tonhalle de Zurique é a sinfônica mais antiga da Suíça. Sob a batuta do maestro francês Lionel Bringuier, o grupo orquestral é acompanhado do pianista brasileiro Nelson Freire e interpreta composições de Peter Eötvös, Schumann, Mahler e Shostakovich. Sala São Paulo - R. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, região central, tel. 3223-3966. Dom. (16) e ter. (18): 21h. 80 min. Livre. Estac. a partir de R$ 25 (r. Mauá, 51). Ingresso: R$ 50 a R$ 510. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br Elektra Uma das mais prestigiadas criações de Richard Strauss, a ópera em um único ato coloca foco nas relações e na psicologia dos personagens. Esta é a primeira montagem inédita da temporada lírica deste ano. Theatro Municipal de São Paulo - Pça. Ramos de Azevedo, República, tel. 3053-2090. Ter. a qui. e sáb.: 20h. Dom.: 17h. 10 anos. Ingresso: R$ 50 a R$ 160. Ingr. p/ 2122-4070 ou compreingressos.com
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Rapper Crespo lança segundo disco; confira mais shows que ocorrem em SP na semanaDE SÃO PAULO Com uma trajetória profissional marcada pelos sons da antiga geração de rap e rock nacional dos anos 1990, o rapper Crespo faz o primeiro show do álbum "Maldito", no sábado (22), no CCSP. No novo trabalho, o artista, filho do compositor carnavalesco Barbosa, presta homenagem aos artistas marginais, trazendo referências que vão de Glauber Rocha a Zé do Caixão. Daniella Alcarpe, Osmar Sorriso, Marco Mendes e Lenda ZN fazem participações especiais no show. Centro Cultural São Paulo - sala Adoniran Barbosa - R. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, tel. 3397-4002. Sáb.: 19h. 90 min. Livre. Ingresso: R$ 10. Ingr. p/ ingressorapido.com.br * SHOWS Arnaldo Antunes O cantor e compositor, ex-Titãs, apresenta o show "A Casa É Sua", em que transita por composições de toda sua carreira musical. "Consumado", "Alegria" e "Não Vou me Adaptar" são algumas das faixas que aparecem no repertório da noite. Theatro Net São Paulo - R. Olimpíadas, 360, 5º andar, Vila Olímpia, região oeste, tel. 4003-1212. 799 lugares. Ter. (18): 21h. 90 min. 12 anos. Ingresso: R$ 100 a R$ 140. Ingr. p/ ingressorapido.com.br Foals Com influências do indie rock, da música experimental e da eletrônica, o quinteto inglês, surgido em 2005, faz apresentação que integra a turnê de divulgação do quarto disco da trajetória, intitulado "What Went Down" (2015). Cine Joia - R. Carlos Gomes, 82, Centro, região central, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Qua. (19): 22h30. 80 min. 18 anos. Ingresso: R$ 160. Ingr. p/ livepass.com.br Gafieira Latina Criada por Pedro la Colina, a banda apresenta repertório que combina ritmos latinos ao samba e à gafieira, com composições de nomes como Célia Cruz, Hector Lavoe, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outros. No show, a cantora Graça Cunha faz participação especial. Bourbon Street Music Club - R. dos Chanés, 127, Indianópolis, região sul, tel. 5095-6100. 450 lugares. Dom. (16): 22h. 70 min. 18 anos. Couvert artístico.: R$ 32. Ingr. p/ ingressorapido.com.br Juilliard Jazz Ensemble e Septeto de Jazz Emesp Tom Jobim No encontro, os grupos musicais tocam separadamente e juntos. Entre as composições, figuram temas de Moacir Santos, Arismar do Espirito Santo, Sizão Machado, Paulo Braga e Vinicius Dorin, entre outros. Jazz B - R. Gen. Jardim, 43, Vila Buarque, região central, tel. 3257-4290. 120 pessoas. Ter. (18): 21h. 18 anos. Ingresso: R$ 25. Ingr. p/ ingresse.com Marcos Valle Ícone da MPB, o cantor e compositor relembra os principais sucessos de suas cinco décadas de carreira. "Mentira", "Os Grilos" e "Estrela" aparecem no repertório. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran - R. Pais Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. Dom. (16): 18h. 90 min. 10 anos. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. Ingr. p/ sescsp.org.br Silva O cantor capixaba faz show de seu disco mais recente, "Júpiter", lançado em 2015. O amor dá o tom de grande parte das composições no trabalho, com sons do R&B que flertam com elementos da eletrônica. Teatro Porto Seguro - R. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. Ter.: 21h. 80 min. Livre Ingresso: R$ 60 a R$ 80. Ingr. p/ (11) 4003-1212 ou ingressorapido.com.br The Magic Numbers O quarteto britânico de indie pop promove o disco "Alias" (2014). O set list também prevê faixas de trabalhos anteriores, como "Mornings Eleven" e "Forever Lost". Cine Joia - R. Carlos Gomes, 82, Centro, região central, tel. 3101-1305. Dom. (16): 21h. 80 min. 18 anos. Ingresso: R$ 110 a R$ 220. Ingr. p/ ticketbrasil.com.br * CONCERTOS Andrea Bocelli Acompanhado do maestro Carlos Bernini, ao piano, e da soprano cubana Maria Aleida, o tenor italiano interpreta clássicos como "La Donna È Mobile", de Verdi, e "O Mio Babbino Caro", de Puccini. Sala São Paulo - R. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966. Seg. (17): 21h. 60 min. 16 anos. Estac. a partir de R$ 25 (r. Mauá, 51). Ingresso: R$ 1.500 a R$ 3.500. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br Cultura Artística Apresenta Orquestra Tonhalle de Zurique e Nelson Freire Criada em 1868, a Orquestra Tonhalle de Zurique é a sinfônica mais antiga da Suíça. Sob a batuta do maestro francês Lionel Bringuier, o grupo orquestral é acompanhado do pianista brasileiro Nelson Freire e interpreta composições de Peter Eötvös, Schumann, Mahler e Shostakovich. Sala São Paulo - R. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, região central, tel. 3223-3966. Dom. (16) e ter. (18): 21h. 80 min. Livre. Estac. a partir de R$ 25 (r. Mauá, 51). Ingresso: R$ 50 a R$ 510. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br Elektra Uma das mais prestigiadas criações de Richard Strauss, a ópera em um único ato coloca foco nas relações e na psicologia dos personagens. Esta é a primeira montagem inédita da temporada lírica deste ano. Theatro Municipal de São Paulo - Pça. Ramos de Azevedo, República, tel. 3053-2090. Ter. a qui. e sáb.: 20h. Dom.: 17h. 10 anos. Ingresso: R$ 50 a R$ 160. Ingr. p/ 2122-4070 ou compreingressos.com
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Deputados que não declararam votos evitam discursar na tribuna no sábado
Os deputados que ainda não declararam oficialmente seus votos vão evitar os microfones do plenário da Câmara até a hora da votação, no domingo (17). Dos 46 nomes indefinidos no levantamento feito pela Folha até o início da tarde desta sexta (15), apenas três se inscreveram para discursar no sábado (16). A distância da tribuna dispensa esses deputados de exporem neste momento o seu voto, já que eles teriam que escolher entre a lista contra e a lista a favor do pedido de impeachment. Os deputados das duas listas serão chamados, no sábado, de forma alternada –um nome de cada, por um tempo de três minutos. Nas duas horas de inscrição na manhã desta sexta, 249 dos 513 deputados se inscreveram: 170 na lista favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff e 79 na lista contrária ao impedimento. Os únicos três até então indefinidos que se posicionaram nas listas foram: para falar contra, Pompeo de Mattos (PDT-RS) e o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo –que se reuniu nesta manhã com Dilma no Planalto–, e, para falar a favor, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG). PLACAR DO IMPEACHMENT NA CÂMARA) PROPORÇÃO Apesar de em menor número de inscrições, os 79 inscritos para falar contra o pedido de afastamento ocuparão, proporcionalmente aos votos, mais tempo na tribuna do que os 170 a favor do processo. Os números mostram o esforço dos governistas para convencer os indecisos na reta final do rito da votação. Segundo levantamento da Folha, até o início da tarde de sexta, os favoráveis ao impeachment já somavam os 342 votos necessários para o encaminhamento do texto para o Senado e pelo menos 125 se posicionavam contra. Isso significa que 64% dos deputados contrários ao afastamento de Dilma devem discursar, contra 50% dos que votarão a favor do impedimento. No sábado, a expectativa é que os discursos comecem às 11h. Pelo tempo estabelecido para cada um, só as falas, sem contar interrupções, somam mais de 12 horas. No domingo (17), a votação terá início às 14h. Cada um dos 513 deputados terá dez segundos para anunciar seu voto.
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Deputados que não declararam votos evitam discursar na tribuna no sábadoOs deputados que ainda não declararam oficialmente seus votos vão evitar os microfones do plenário da Câmara até a hora da votação, no domingo (17). Dos 46 nomes indefinidos no levantamento feito pela Folha até o início da tarde desta sexta (15), apenas três se inscreveram para discursar no sábado (16). A distância da tribuna dispensa esses deputados de exporem neste momento o seu voto, já que eles teriam que escolher entre a lista contra e a lista a favor do pedido de impeachment. Os deputados das duas listas serão chamados, no sábado, de forma alternada –um nome de cada, por um tempo de três minutos. Nas duas horas de inscrição na manhã desta sexta, 249 dos 513 deputados se inscreveram: 170 na lista favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff e 79 na lista contrária ao impedimento. Os únicos três até então indefinidos que se posicionaram nas listas foram: para falar contra, Pompeo de Mattos (PDT-RS) e o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo –que se reuniu nesta manhã com Dilma no Planalto–, e, para falar a favor, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG). PLACAR DO IMPEACHMENT NA CÂMARA) PROPORÇÃO Apesar de em menor número de inscrições, os 79 inscritos para falar contra o pedido de afastamento ocuparão, proporcionalmente aos votos, mais tempo na tribuna do que os 170 a favor do processo. Os números mostram o esforço dos governistas para convencer os indecisos na reta final do rito da votação. Segundo levantamento da Folha, até o início da tarde de sexta, os favoráveis ao impeachment já somavam os 342 votos necessários para o encaminhamento do texto para o Senado e pelo menos 125 se posicionavam contra. Isso significa que 64% dos deputados contrários ao afastamento de Dilma devem discursar, contra 50% dos que votarão a favor do impedimento. No sábado, a expectativa é que os discursos comecem às 11h. Pelo tempo estabelecido para cada um, só as falas, sem contar interrupções, somam mais de 12 horas. No domingo (17), a votação terá início às 14h. Cada um dos 513 deputados terá dez segundos para anunciar seu voto.
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Parque de Tóquio recebe estátua de areia do 'embaixador' Godzilla
Um Godzilla gigante feito com 50 toneladas de areia é o novo inquilino de uma parque de Tóquio, no que representa uma nova homenagem da capital japonesa ao monstro radioativo nomeado um de seus embaixadores turísticos. A efígie de 3,6 metros de altura instalada esta semana no parque de Shinjuku é obra do escultor japonês Toshihiko Hosaka, que utilizou areia usada da cidade de Tateyama, na província de Chiba. A figura representa a cabeça do monstro radioativo até a mandíbula superior com riqueza de detalhes, inclusive seus dentes ferozes, o efeito rugoso da pele e os olhos penetrantes; um detalhismo que Hosaka conseguiu talhando a areia com colheres e escovas, segundo revelou ao jornal "Asahi". Atrás da cabeça, o autor acrescentou uma reprodução do edifício do governo metropolitano de Tóquio, situado justo em frente à escultura, e na base cerca de 10 monstros aos quais Godzilla enfrentou ao longo de seus mais de 60 anos de vida. A escultura faz parte do evento artístico Shinjuku Creators Festa 2015 da capital japonesa e permanecerá exposta no parque até o próximo dia 27 de setembro. O distrito de Shinjuku está potencializando a imagem de Godzilla, nomeado em abril embaixador do turismo da região, onde se instalou uma reprodução em tamanho real de sua cabeça sobre um imóvel da produtora de cinema Toho, proprietário da franquia desde o primeiro filme, lançado em 1954
turismo
Parque de Tóquio recebe estátua de areia do 'embaixador' GodzillaUm Godzilla gigante feito com 50 toneladas de areia é o novo inquilino de uma parque de Tóquio, no que representa uma nova homenagem da capital japonesa ao monstro radioativo nomeado um de seus embaixadores turísticos. A efígie de 3,6 metros de altura instalada esta semana no parque de Shinjuku é obra do escultor japonês Toshihiko Hosaka, que utilizou areia usada da cidade de Tateyama, na província de Chiba. A figura representa a cabeça do monstro radioativo até a mandíbula superior com riqueza de detalhes, inclusive seus dentes ferozes, o efeito rugoso da pele e os olhos penetrantes; um detalhismo que Hosaka conseguiu talhando a areia com colheres e escovas, segundo revelou ao jornal "Asahi". Atrás da cabeça, o autor acrescentou uma reprodução do edifício do governo metropolitano de Tóquio, situado justo em frente à escultura, e na base cerca de 10 monstros aos quais Godzilla enfrentou ao longo de seus mais de 60 anos de vida. A escultura faz parte do evento artístico Shinjuku Creators Festa 2015 da capital japonesa e permanecerá exposta no parque até o próximo dia 27 de setembro. O distrito de Shinjuku está potencializando a imagem de Godzilla, nomeado em abril embaixador do turismo da região, onde se instalou uma reprodução em tamanho real de sua cabeça sobre um imóvel da produtora de cinema Toho, proprietário da franquia desde o primeiro filme, lançado em 1954
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Encontro com papa não é endosso a tabeliã antigay dos EUA, diz Vaticano
O Vaticano disse nesta sexta-feira (2) que o encontro do papa Francisco com Kim Davis, a tabeliã do Estado norte-americano do Kentucky que havia sido presa por se recusar a emitir licenças matrimoniais para casais gays devido à sua crença católica, não deve ser "considerado uma forma de apoio" incondicional a suas posições. Buscando atenuar a polêmica em torno do encontro em Washington, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse em comunicado que Davis foi uma das "dezenas de pessoas" convidadas pelo núncio apostólico (embaixador) nos EUA para ver Francisco. "O papa não entrou em detalhes da situação da sra. Davis e seu encontro com ela não deve ser considerado uma forma de apoio a sua posição em todos os seus aspectos complexos e particulares", afirmou Lombardi. A controvérsia surgiu na terça-feira (29), quando o advogado de Davis, Mat Staver, disse à emissora CBS que Francisco e a tabeliã haviam se encontrado secretamente na Embaixada do Vaticano em Washington. Inicialmente, a Santa Sé relutou em confirmar e comentar o episódio, que descontentou católicos liberais e provocou desgastes à imagem aberta e receptiva de Francisco. Davis, quem passou cinco dias na prisão por se recusar a cumprir a recente decisão da Suprema Corte dos EUA que autoriza o casamento gay em todo o país, dissera à emissora ABC que, durante o encontro, Francisco a havia dito para "manter-se firme". "Saber que o papa está alinhado com o que estamos fazendo e que concorda [conosco], você sabe, isso de certa forma valida tudo." O comunicado lançado pelo Vaticano nesta sexta deixa claro que não houve esse apoio. Nesta segunda-feira (28), antes da polêmica sobre o encontro com a tabeliã, Francisco havia dito que funcionários públicos têm o "direito humano" de se recusar a realizar alguns trabalhos, como emitir licenças de casamento para homossexuais, caso isso viole sua consciência. Desde o início de seu papado, Francisco reiterou várias a posição tradicional da Igreja sobre o matrimônio, rejeitando a união entre pessoas do mesmo sexo. Em 2013, quando comentou sobre um monsenhor do Vaticano que teria tido um amante homem em seu passado, o papa Francisco deu uma resposta que ficaria famosa: "Quem sou eu para julgar?. Muitos interpretaram o comentário como uma nova e ampla abertura da Igreja em relação aos gays.
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Encontro com papa não é endosso a tabeliã antigay dos EUA, diz VaticanoO Vaticano disse nesta sexta-feira (2) que o encontro do papa Francisco com Kim Davis, a tabeliã do Estado norte-americano do Kentucky que havia sido presa por se recusar a emitir licenças matrimoniais para casais gays devido à sua crença católica, não deve ser "considerado uma forma de apoio" incondicional a suas posições. Buscando atenuar a polêmica em torno do encontro em Washington, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse em comunicado que Davis foi uma das "dezenas de pessoas" convidadas pelo núncio apostólico (embaixador) nos EUA para ver Francisco. "O papa não entrou em detalhes da situação da sra. Davis e seu encontro com ela não deve ser considerado uma forma de apoio a sua posição em todos os seus aspectos complexos e particulares", afirmou Lombardi. A controvérsia surgiu na terça-feira (29), quando o advogado de Davis, Mat Staver, disse à emissora CBS que Francisco e a tabeliã haviam se encontrado secretamente na Embaixada do Vaticano em Washington. Inicialmente, a Santa Sé relutou em confirmar e comentar o episódio, que descontentou católicos liberais e provocou desgastes à imagem aberta e receptiva de Francisco. Davis, quem passou cinco dias na prisão por se recusar a cumprir a recente decisão da Suprema Corte dos EUA que autoriza o casamento gay em todo o país, dissera à emissora ABC que, durante o encontro, Francisco a havia dito para "manter-se firme". "Saber que o papa está alinhado com o que estamos fazendo e que concorda [conosco], você sabe, isso de certa forma valida tudo." O comunicado lançado pelo Vaticano nesta sexta deixa claro que não houve esse apoio. Nesta segunda-feira (28), antes da polêmica sobre o encontro com a tabeliã, Francisco havia dito que funcionários públicos têm o "direito humano" de se recusar a realizar alguns trabalhos, como emitir licenças de casamento para homossexuais, caso isso viole sua consciência. Desde o início de seu papado, Francisco reiterou várias a posição tradicional da Igreja sobre o matrimônio, rejeitando a união entre pessoas do mesmo sexo. Em 2013, quando comentou sobre um monsenhor do Vaticano que teria tido um amante homem em seu passado, o papa Francisco deu uma resposta que ficaria famosa: "Quem sou eu para julgar?. Muitos interpretaram o comentário como uma nova e ampla abertura da Igreja em relação aos gays.
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Prostitutas na Austrália postam 'selfies' para mostrar 'outra face' da profissão
Jovens garotas de programa na Austrália estão perdendo a inibição e declarando abertamente sua profissão nas redes sociais, na tentativa de desmistificar noções preconcebidas sobre elas. "Estudante universitária. Aspirante a advogada. Ativista. Filha, irmã, profissional do sexo. Não preciso ser resgatada." Comentários assim estão sendo postados por centenas de prostitutas australianas a respeito de si mesmas, usando a hashtag #facesofprostitution (rostos da prostituição, em português). A iniciativa começou no domingo (29), no Instagram, pela estudante de história e garota de programa Tilly Lawless, 21. Era uma resposta a um texto em um blog, republicado na semana passada pela popular revista feminina online "Mamamia". O blog foi escrito para marcar o 25º aniversário do filme "Uma Linda Mulher" (em que a prostituta interpretada por Julia Roberts e seu "príncipe encantado" se apaixonam) e argumentava que a realidade de profissionais do sexo é muito mais dura do que a apresentada no cinema. ESCOLHA Muitas garotas de programa se assumiram publicamente como tal pela primeira vez Tilly Lawless criticou a forma como o texto "generalizava os profissionais do sexo" e "retratava toda a prostituição como danosa". Ela trabalha como garota de programa há dois anos, mas apenas começou a se identificar publicamente como tal dois meses atrás em Sydney, onde a prostituição é legalizada. Ela decidiu postar uma foto de si própria em sua conta no Instagram para mostrar uma outra face da prostituição —a de uma jovem que diz ter feito uma escolha informada para se tornar uma profissional do sexo— como um protesto contra o blog. Pouco depois, Tilly foi contactada pela Associação Australiana de Profissionais do Sexo, que perguntou se ela poderia postar a hashtag também no Twitter. E daí o movimento começou: centenas de jovens (em sua maioria mulheres e australianas) prostitutas postaram imagens mostrando seus rostos ao mundo. Para muitas delas, era a primeira vez que se assumiam publicamente, nas redes sociais, como prostitutas. "Fiquei positivamente surpresa", disse Lawless à BBC, porque profissionais do sexo "raramente são humanizados como indivíduos; com frequência falam de nossos corpos, mas colocar nossos rostos nas redes sociais é algo tão poderoso". Muitos dos que aderiram à iniciativa compartilharam as críticas ao blog australiano. A prostituta Holly queixou-se que a foto usada no artigo —mostrando prostitutas vítimas de tráfico humano no Leste Europeu— não representa "a nossa experiência". Holly diz que tráfico sexual não representa a sua realidade "O artigo era ofensivo", agrega a prostituta e atriz Madison Missina. "[O texto] usa o argumento do tráfico sexual para silenciar nossa voz e, ao mesmo tempo, silenciar a voz também das vítimas do tráfico." O texto sobre "Uma Linda Mulher" foi publicado originalmente no site de um grupo cristão baseado no Missouri (EUA), Exodus Cry, que se diz comprometido com "a abolição da escravidão sexual". A autora do artigo, Laila Mickelwait, argumenta que o filme atraiu muitas jovens à prostituição, submetendo-as a uma vida de abusos e traumas. Mickelwait disse à BBC que, apesar da campanha online das prostitutas, mantém o que escreveu. Ela argumenta que a legalização da prostituição cria um ambiente favorável ao tráfico sexual. "Só porque há algumas mulheres e homens postando fotos no Twitter dizendo que este é um emprego fortalecedor não significa que isso seja verdade [em toda] a indústria", diz ela. "Eles têm uma voz, mas são a voz de uma pequena minoria que tem o privilégio de ter acesso ao Twitter e poder postar esse tipo de foto." Tilly Lawless declarou que continua irritada com esses argumentos, que, na opinião dela, "permitem que sejamos oprimidas de formas semelhantes às de mulheres traficadas, suprimem nossa independência e autonomia e tira nossos direitos".
bbc
Prostitutas na Austrália postam 'selfies' para mostrar 'outra face' da profissãoJovens garotas de programa na Austrália estão perdendo a inibição e declarando abertamente sua profissão nas redes sociais, na tentativa de desmistificar noções preconcebidas sobre elas. "Estudante universitária. Aspirante a advogada. Ativista. Filha, irmã, profissional do sexo. Não preciso ser resgatada." Comentários assim estão sendo postados por centenas de prostitutas australianas a respeito de si mesmas, usando a hashtag #facesofprostitution (rostos da prostituição, em português). A iniciativa começou no domingo (29), no Instagram, pela estudante de história e garota de programa Tilly Lawless, 21. Era uma resposta a um texto em um blog, republicado na semana passada pela popular revista feminina online "Mamamia". O blog foi escrito para marcar o 25º aniversário do filme "Uma Linda Mulher" (em que a prostituta interpretada por Julia Roberts e seu "príncipe encantado" se apaixonam) e argumentava que a realidade de profissionais do sexo é muito mais dura do que a apresentada no cinema. ESCOLHA Muitas garotas de programa se assumiram publicamente como tal pela primeira vez Tilly Lawless criticou a forma como o texto "generalizava os profissionais do sexo" e "retratava toda a prostituição como danosa". Ela trabalha como garota de programa há dois anos, mas apenas começou a se identificar publicamente como tal dois meses atrás em Sydney, onde a prostituição é legalizada. Ela decidiu postar uma foto de si própria em sua conta no Instagram para mostrar uma outra face da prostituição —a de uma jovem que diz ter feito uma escolha informada para se tornar uma profissional do sexo— como um protesto contra o blog. Pouco depois, Tilly foi contactada pela Associação Australiana de Profissionais do Sexo, que perguntou se ela poderia postar a hashtag também no Twitter. E daí o movimento começou: centenas de jovens (em sua maioria mulheres e australianas) prostitutas postaram imagens mostrando seus rostos ao mundo. Para muitas delas, era a primeira vez que se assumiam publicamente, nas redes sociais, como prostitutas. "Fiquei positivamente surpresa", disse Lawless à BBC, porque profissionais do sexo "raramente são humanizados como indivíduos; com frequência falam de nossos corpos, mas colocar nossos rostos nas redes sociais é algo tão poderoso". Muitos dos que aderiram à iniciativa compartilharam as críticas ao blog australiano. A prostituta Holly queixou-se que a foto usada no artigo —mostrando prostitutas vítimas de tráfico humano no Leste Europeu— não representa "a nossa experiência". Holly diz que tráfico sexual não representa a sua realidade "O artigo era ofensivo", agrega a prostituta e atriz Madison Missina. "[O texto] usa o argumento do tráfico sexual para silenciar nossa voz e, ao mesmo tempo, silenciar a voz também das vítimas do tráfico." O texto sobre "Uma Linda Mulher" foi publicado originalmente no site de um grupo cristão baseado no Missouri (EUA), Exodus Cry, que se diz comprometido com "a abolição da escravidão sexual". A autora do artigo, Laila Mickelwait, argumenta que o filme atraiu muitas jovens à prostituição, submetendo-as a uma vida de abusos e traumas. Mickelwait disse à BBC que, apesar da campanha online das prostitutas, mantém o que escreveu. Ela argumenta que a legalização da prostituição cria um ambiente favorável ao tráfico sexual. "Só porque há algumas mulheres e homens postando fotos no Twitter dizendo que este é um emprego fortalecedor não significa que isso seja verdade [em toda] a indústria", diz ela. "Eles têm uma voz, mas são a voz de uma pequena minoria que tem o privilégio de ter acesso ao Twitter e poder postar esse tipo de foto." Tilly Lawless declarou que continua irritada com esses argumentos, que, na opinião dela, "permitem que sejamos oprimidas de formas semelhantes às de mulheres traficadas, suprimem nossa independência e autonomia e tira nossos direitos".
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Cena eletrônica brasileira amadurece com produção própria
A música eletrônica brasileira está numa nova batida. Antes dependentes de sons alheios, músicos agora lançam discos, com composições e selos próprios, e catalisam um cenário efervescente de festivais do segmento. O bom momento já chama a atenção de patrocinadores e renomados artistas e curadores internacionais. "Conseguimos reunir 30 artistas brasileiros de eletrônica experimental. Isso era inimaginável há cinco anos", afirma Tathiana Lopes, organizadora do festival carioca Novas Frequências, principal evento dedicado à sonoridades de vanguarda –longe do convencional das festas. Normalmente, os DJs nacionais tocam músicas de outros artistas conterrâneos ou internacionais, fazendo remixagens (repaginar uma música sem perder a sua base) ou sampleando (usar trechos de outras músicas). A mudança é impulsionada por uma geração de produtores, artistas e DJs com idade entre 20 e 30 anos, em sua maioria, que se reúne em coletivos para gravar suas músicas. Esses novos selos funcionam como minigravadoras, em que os membros se revezam na produção e mixagem, por exemplo. É o caso do baiano Pedro Marighella, 35, que torna ainda mais dançantes batidas clássicas de axé com batuques africanos e bass music no projeto Som Peba. Só em 2014, surgiram selos como Galope Discos, Quintavant, Subsubtropics, Fluxxx, UIVO e Arrastão, que somaram forças a outros nomes conhecidos no segmento, como Chippanze, Submarine, Propósito, Beatwise, MAWW, Step In, 40% Foda/Maneiríssimo, Domina e Gop Tun. Ganham força também espaços experimentais, como o S/A e Estúdio FitacrepeSP, na região oeste, além dos projetos do experiente músico Carlos Issa em galerias de arte, como o Pequenos Comprimidos de Onda e Tarde Abstrata. No Rio, destaque para o clube Audio Rebel. EMANCIPAÇÃO Assim como grande parte da recente produção cultural independente, a cena eletrônica se aproveitou da tecnologia para driblar os custos com gravações em estúdios e as barreiras impostas por grandes gravadoras. Programas auxiliam a composição e serviços como Soundcloud (importante meio on-line de publicação de música underground) e Bandcamp oferecem, num ritmo crescente há mais ou menos cinco anos, milhões de músicas para a pesquisa dos artistas. "Aumentou a produção autoral e mais DJs estão se apresentando ao vivo", analisa o músico Pedro Zopelar sobre a técnica de executar músicas feitas na hora. Para Akin Deckard, do coletivo e rádio Metanol, já é possível transformar a música em ofício. As mudanças, inclusive, motivam discussões sobre como capitalizar a produção autoral. Claudio da Rocha Miranda Filho, diretor do Rio Music Conference (fórum sobre música eletrônica que acontecerá em fevereiro), avalia que o segmento precisa pensar em alternativas para que os artistas ganhem com os direitos autorais oriundos da execução pública de suas músicas, como já acontece com os outros músicos. PARA INGLÊS OUVIR A produção eletrônica contemporânea também chama atenção fora do país. "Fiquei impressionado de ver um festival de música avançada no Brasil como o Novas Frequências e com padrão internacional", diz Alasdair Campbell, organizador do festival escocês Counterflows. O evento fechou um intercâmbio inédito de artistas com o evento carioca. É o caso também do respeitado programa de DJs na internet, o inglês Boiler Room, que desde o final de 2013 mantém parceria no Brasil e intensificou as transmissões locais. Para Bernardo Oliveira, filósofo e integrante do selo Quintavant, coletâneas como a "Hy Brazil" são importantes vitrines da produção para especialistas estrangeiros. "O Brasil se tornou parte do circuito internacional de clubes e festivais importantes do globo. A nossa cena ainda é jovem e infelizmente um pouco distorcida, mas posso afirmar que temos uma cena incrível", analisa o DJ e produtor Gui Boratto, músico do segmento mais conhecido internacionalmente.
ilustrada
Cena eletrônica brasileira amadurece com produção própriaA música eletrônica brasileira está numa nova batida. Antes dependentes de sons alheios, músicos agora lançam discos, com composições e selos próprios, e catalisam um cenário efervescente de festivais do segmento. O bom momento já chama a atenção de patrocinadores e renomados artistas e curadores internacionais. "Conseguimos reunir 30 artistas brasileiros de eletrônica experimental. Isso era inimaginável há cinco anos", afirma Tathiana Lopes, organizadora do festival carioca Novas Frequências, principal evento dedicado à sonoridades de vanguarda –longe do convencional das festas. Normalmente, os DJs nacionais tocam músicas de outros artistas conterrâneos ou internacionais, fazendo remixagens (repaginar uma música sem perder a sua base) ou sampleando (usar trechos de outras músicas). A mudança é impulsionada por uma geração de produtores, artistas e DJs com idade entre 20 e 30 anos, em sua maioria, que se reúne em coletivos para gravar suas músicas. Esses novos selos funcionam como minigravadoras, em que os membros se revezam na produção e mixagem, por exemplo. É o caso do baiano Pedro Marighella, 35, que torna ainda mais dançantes batidas clássicas de axé com batuques africanos e bass music no projeto Som Peba. Só em 2014, surgiram selos como Galope Discos, Quintavant, Subsubtropics, Fluxxx, UIVO e Arrastão, que somaram forças a outros nomes conhecidos no segmento, como Chippanze, Submarine, Propósito, Beatwise, MAWW, Step In, 40% Foda/Maneiríssimo, Domina e Gop Tun. Ganham força também espaços experimentais, como o S/A e Estúdio FitacrepeSP, na região oeste, além dos projetos do experiente músico Carlos Issa em galerias de arte, como o Pequenos Comprimidos de Onda e Tarde Abstrata. No Rio, destaque para o clube Audio Rebel. EMANCIPAÇÃO Assim como grande parte da recente produção cultural independente, a cena eletrônica se aproveitou da tecnologia para driblar os custos com gravações em estúdios e as barreiras impostas por grandes gravadoras. Programas auxiliam a composição e serviços como Soundcloud (importante meio on-line de publicação de música underground) e Bandcamp oferecem, num ritmo crescente há mais ou menos cinco anos, milhões de músicas para a pesquisa dos artistas. "Aumentou a produção autoral e mais DJs estão se apresentando ao vivo", analisa o músico Pedro Zopelar sobre a técnica de executar músicas feitas na hora. Para Akin Deckard, do coletivo e rádio Metanol, já é possível transformar a música em ofício. As mudanças, inclusive, motivam discussões sobre como capitalizar a produção autoral. Claudio da Rocha Miranda Filho, diretor do Rio Music Conference (fórum sobre música eletrônica que acontecerá em fevereiro), avalia que o segmento precisa pensar em alternativas para que os artistas ganhem com os direitos autorais oriundos da execução pública de suas músicas, como já acontece com os outros músicos. PARA INGLÊS OUVIR A produção eletrônica contemporânea também chama atenção fora do país. "Fiquei impressionado de ver um festival de música avançada no Brasil como o Novas Frequências e com padrão internacional", diz Alasdair Campbell, organizador do festival escocês Counterflows. O evento fechou um intercâmbio inédito de artistas com o evento carioca. É o caso também do respeitado programa de DJs na internet, o inglês Boiler Room, que desde o final de 2013 mantém parceria no Brasil e intensificou as transmissões locais. Para Bernardo Oliveira, filósofo e integrante do selo Quintavant, coletâneas como a "Hy Brazil" são importantes vitrines da produção para especialistas estrangeiros. "O Brasil se tornou parte do circuito internacional de clubes e festivais importantes do globo. A nossa cena ainda é jovem e infelizmente um pouco distorcida, mas posso afirmar que temos uma cena incrível", analisa o DJ e produtor Gui Boratto, músico do segmento mais conhecido internacionalmente.
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Há problemas em comum, mas Brasil está longe de ser uma Grécia
O Brasil está longe da situação vivida pela Grécia, mesmo considerando a recessão e a deterioração dos indicadores econômicos. Após o calote ao FMI, o país europeu está sem crédito, não tem como pagar o funcionalismo, e os bancos estão insolventes. Em comum, os governos grego e brasileiro têm dificuldade para controlar os gastos públicos e pouca margem de manobra política para mexer nos benefícios sociais, especialmente aos aposentados. Ambos os países não conseguem construir uma rota de crescimento sustentável, reduzindo custos, investindo em produtividade e fomentando novos investimentos. Presa na armadilha da moeda única, a Grécia não tem autonomia sequer para emitir o próprio dinheiro, pagar as contas internas mais urgentes, mesmo que isso signifique inflação e empobrecendo a população. Por outro lado, não pode aumentar sua competitividade, mesmo que momentânea, por meio da desvalorização da moeda. A situação grega atual só é comparável àquela do Brasil no final de 1998, quando o país negociou um socorro do FMI para tentar defender o real. O socorro saiu, mas, apesar disso, as reservas cambiais acabaram, e o Brasil desvalorizou o real e abandonou o câmbio fixo. Grécia e Brasil também vivem uma instabilidade política crescente. O Brasil com os desdobramentos da operação Lava Jato, possibilidade de rejeição das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e até discussão de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A Grécia experimentou a troca sucessiva de governos desde que o socorro europeu começou. Tem hoje o parlamento e a população divididos em relação às exigências de austeridade dos credores. Para sair do atoleiro, ambos os países têm metas parecidas de superavit primário (saldo das receitas e despesas antes do pagamento dos juros) que não deverão ser cumpridas. O superavit primário é a economia feita pelo governo para evitar o descontrole da dívida pública. A Grécia promete fazer um superavit de 1% do PIB em 2015, devendo subi-lo para 2% em 2016 até atingir 3,5% em 2018. No Brasil, a meta atual é de 1,1% do PIB, mas dificilmente será cumprida. Por outro lado, a dívida brasileira bruta está na casa de 66,2% do PIB, patamar elevado para um país com o chamado grau de investimento das agências de risco, espécie de selo de bom pagador. Para essas agências, o ideal seria abaixo de 50%. No entanto, o país tem reservas internacionais de US$ 370,7 bilhões, o que reduz o chamado endividamento líquido para confortáveis 34,3% do PIB. Na Grécia, a dívida pública já atinge quase duas vezes o tamanho do PIB (177%). Esse patamar só é comparável ao dos países europeus nos anos 50, devido à emissão maciça dos bônus de guerra. PRODUTIVIDADE O tamanho da economia grega é menos de um décimo da brasileira. Com 11 milhões de habitantes, a Grécia vive do turismo nas ilhas, da indústria naval, além da exportação de frutas e azeites. O mercado consumidor é pequeno e o desemprego atinge um em cada quatro trabalhadores. O Brasil tem mais de 200 milhões de pessoas e uma economia diversificada. A previsão do FMI é que o desemprego fique em 6% neste ano (foi de 8,1% no trimestre encerrado em maio). Finalmente, a população brasileira ainda é jovem, o que poderá sustentar os aposentados até os anos 30. O custo do INSS, que foi de 2,5% do PIB em 1988, deve chegar a 7,5% neste ano, segundo o economista Fabio Giambiagi. Na Grécia, um quarto da população está aposentada, com custo na casa de 17,5% do PIB, o maior da Europa. "Grécia e Brasil têm um Estado caro, com gastos e serviços ineficientes. Ambos os governos têm muita dificuldade para endereçar esses problemas", disse Alexandre Chaia, professor do Insper. "O Brasil não está à deriva como a Grécia. Mas os dois países se esforçam só para sair do buraco atual. Não resolvem os gargalos tributário, fiscal e de infraestrutura para ganhar eficiência e produtividade", diz Nicola Tingas, economista da Acrefi.
mercado
Há problemas em comum, mas Brasil está longe de ser uma GréciaO Brasil está longe da situação vivida pela Grécia, mesmo considerando a recessão e a deterioração dos indicadores econômicos. Após o calote ao FMI, o país europeu está sem crédito, não tem como pagar o funcionalismo, e os bancos estão insolventes. Em comum, os governos grego e brasileiro têm dificuldade para controlar os gastos públicos e pouca margem de manobra política para mexer nos benefícios sociais, especialmente aos aposentados. Ambos os países não conseguem construir uma rota de crescimento sustentável, reduzindo custos, investindo em produtividade e fomentando novos investimentos. Presa na armadilha da moeda única, a Grécia não tem autonomia sequer para emitir o próprio dinheiro, pagar as contas internas mais urgentes, mesmo que isso signifique inflação e empobrecendo a população. Por outro lado, não pode aumentar sua competitividade, mesmo que momentânea, por meio da desvalorização da moeda. A situação grega atual só é comparável àquela do Brasil no final de 1998, quando o país negociou um socorro do FMI para tentar defender o real. O socorro saiu, mas, apesar disso, as reservas cambiais acabaram, e o Brasil desvalorizou o real e abandonou o câmbio fixo. Grécia e Brasil também vivem uma instabilidade política crescente. O Brasil com os desdobramentos da operação Lava Jato, possibilidade de rejeição das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e até discussão de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A Grécia experimentou a troca sucessiva de governos desde que o socorro europeu começou. Tem hoje o parlamento e a população divididos em relação às exigências de austeridade dos credores. Para sair do atoleiro, ambos os países têm metas parecidas de superavit primário (saldo das receitas e despesas antes do pagamento dos juros) que não deverão ser cumpridas. O superavit primário é a economia feita pelo governo para evitar o descontrole da dívida pública. A Grécia promete fazer um superavit de 1% do PIB em 2015, devendo subi-lo para 2% em 2016 até atingir 3,5% em 2018. No Brasil, a meta atual é de 1,1% do PIB, mas dificilmente será cumprida. Por outro lado, a dívida brasileira bruta está na casa de 66,2% do PIB, patamar elevado para um país com o chamado grau de investimento das agências de risco, espécie de selo de bom pagador. Para essas agências, o ideal seria abaixo de 50%. No entanto, o país tem reservas internacionais de US$ 370,7 bilhões, o que reduz o chamado endividamento líquido para confortáveis 34,3% do PIB. Na Grécia, a dívida pública já atinge quase duas vezes o tamanho do PIB (177%). Esse patamar só é comparável ao dos países europeus nos anos 50, devido à emissão maciça dos bônus de guerra. PRODUTIVIDADE O tamanho da economia grega é menos de um décimo da brasileira. Com 11 milhões de habitantes, a Grécia vive do turismo nas ilhas, da indústria naval, além da exportação de frutas e azeites. O mercado consumidor é pequeno e o desemprego atinge um em cada quatro trabalhadores. O Brasil tem mais de 200 milhões de pessoas e uma economia diversificada. A previsão do FMI é que o desemprego fique em 6% neste ano (foi de 8,1% no trimestre encerrado em maio). Finalmente, a população brasileira ainda é jovem, o que poderá sustentar os aposentados até os anos 30. O custo do INSS, que foi de 2,5% do PIB em 1988, deve chegar a 7,5% neste ano, segundo o economista Fabio Giambiagi. Na Grécia, um quarto da população está aposentada, com custo na casa de 17,5% do PIB, o maior da Europa. "Grécia e Brasil têm um Estado caro, com gastos e serviços ineficientes. Ambos os governos têm muita dificuldade para endereçar esses problemas", disse Alexandre Chaia, professor do Insper. "O Brasil não está à deriva como a Grécia. Mas os dois países se esforçam só para sair do buraco atual. Não resolvem os gargalos tributário, fiscal e de infraestrutura para ganhar eficiência e produtividade", diz Nicola Tingas, economista da Acrefi.
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Manifestação pelas vítimas de ataque a jornal francês reúne 200 no Rio
Cerca de 200 pessoas, entre brasileiros e franceses, se reuniram no Largo do Machado, zona sul do Rio, para fazer uma homenagem aos 12 mortos nesta quarta-feira (7) num atentado ao jornal satírico "Charlie Hebdo, em Paris. O jornal foi invadido por homens mascarados que abriram fogo. Parte dos manifestantes no Rio usava camiseta com o dizer "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie), frase que virou símbolo de repúdio ao ataque. No meio do largo foi colocado um cartaz com a mesma frase. Após o ataque, mais de 100 mil franceses foram às ruas em várias cidades do país em homenagem às vítimas. A hashtag #JeSuisCharlie se espalhou rapidamente pelas redes sociais. "O que foi atingido hoje foi a liberdade de expressão. Na França, a gente vive com o problema da xenofobia. Nesta época de crise, todos estão apavorados", declarou uma das organizadoras do evento, a fotógrafa parisiense e moradora do Rio Charlotte Valade, 37. "O que é importante nesses eventos de solidariedade pelo mundo afora é mostrar que não ficaremos calados e não queremos ceder ao medo. É trágico, estamos chocados, mas eles não vão conseguir calar ninguém", acrescentou. Segundo ela, a imprensa francesa está unida no objetivo de não se intimidar pelo ataque.
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Manifestação pelas vítimas de ataque a jornal francês reúne 200 no RioCerca de 200 pessoas, entre brasileiros e franceses, se reuniram no Largo do Machado, zona sul do Rio, para fazer uma homenagem aos 12 mortos nesta quarta-feira (7) num atentado ao jornal satírico "Charlie Hebdo, em Paris. O jornal foi invadido por homens mascarados que abriram fogo. Parte dos manifestantes no Rio usava camiseta com o dizer "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie), frase que virou símbolo de repúdio ao ataque. No meio do largo foi colocado um cartaz com a mesma frase. Após o ataque, mais de 100 mil franceses foram às ruas em várias cidades do país em homenagem às vítimas. A hashtag #JeSuisCharlie se espalhou rapidamente pelas redes sociais. "O que foi atingido hoje foi a liberdade de expressão. Na França, a gente vive com o problema da xenofobia. Nesta época de crise, todos estão apavorados", declarou uma das organizadoras do evento, a fotógrafa parisiense e moradora do Rio Charlotte Valade, 37. "O que é importante nesses eventos de solidariedade pelo mundo afora é mostrar que não ficaremos calados e não queremos ceder ao medo. É trágico, estamos chocados, mas eles não vão conseguir calar ninguém", acrescentou. Segundo ela, a imprensa francesa está unida no objetivo de não se intimidar pelo ataque.
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Invasão da Câmara é 'efeito Trump' no Brasil, diz leitor
INVASÃO DA CÂMARA É o "efeito Donald Trump". Se nossos deputados e senadores não tiverem um mínimo de juízo para deixar a Operação Lava Jato seguir adiante e se o governo Temer não conseguir fazer crescer a economia em 2017, as chances de um candidato extremista e populista em 2018, tipo Bolsonaro, sem nenhum compromisso com a democracia, aumentarão muito. ELISEU ROSENDO N. VICIANA (São Paulo, SP) * Para o bem da vida política e civil nacional e pela paz pública, o juiz Sergio Moro está obrigado a dizer que é contra uma "intervenção militar", ou estará compactuando com aqueles que gritaram seu nome na ocupação do plenário da Câmara. Só para lembrar: a Constituição Federal de 1988 está vigendo. HUMBERTO MIRANDA DO NASCIMENTO (Campinas, SP) * E, quando a gente pensa que a situação está ruim, ela piora ainda mais... DENISE MESSER (Rio de Janeiro, RJ) - LENTIDÃO DA JUSTIÇA Enquanto o STF, tal como já fez o STJ, não fixar prazo razoável para a devolução dos processos com pedidos de vista dos senhores ministros, muitos políticos continuarão sendo abençoados pela prescrição. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO A libertação de Youssef mostra que, no Brasil, o crime compensa. Péssimo exemplo! IVALDO BARBOSA (Itapagipe, MG) * A reportagem mostra a vitória do mal. Delatando, o reincidente Youssef ficará impune, apesar de ter sido o corruptor que convenceu pessoas a violarem a lei. Se perguntarem a ele se o crime compensa, certamente dirá que sim. A história mostrará quanta injustiça foi cometida pela Lava Jato, quantos inocentes foram condenados sob "convicções" do juiz e quantos culpados foram premiados por acusar quem ele queria. TÂNIA C. DE MAURO CUNHA (São Paulo, SP) - DIREITOS DOS ANIMAIS Parece que o Brasil só anda para trás. Matança de onças protegidas, vaquejada e, agora, somos informados de que em breve serão discutidos os sacríficos de animais em rituais religiosos. A dor sentida na carne é a mesma para ricos e pobres, humanos ou não. DENISE MACHADO (São Paulo, SP) - JAPÃO Estou com inveja da eficiência do governo de Fukuoka, no Japão. Em 48 horas, repararam um buraco gigantesco. Aqui, estaríamos abrindo uma CPI para apurar responsabilidades e, com certeza, nada seria resolvido em menos de muitos meses. País sério é outra história. OSMAR LOUREIRO (Cravinhos, SP) - COLUNISTAS O primeiro magistrado a pôr a boca no trombone contra os interesses salariais corporativos do Judiciário foi o ministroLuís Barroso. Logo em seguida, foi a vez de Elio Gaspari direcionar sua metralhadora giratória contra membros do Ministério Público e da magistratura violadores do texto constitucional. Resta saber, agora, quem vai colocar o guizo no gato... ZELMO DENARI (Presidente Prudente, SP) * Sobre a coluna de Elio Gaspari, o salário dos professores das universidades estaduais paulistas segue o estabelecido para os funcionários públicos estaduais, diferindo no tocante à carreira universitária, composta de seis etapas, que podem ser galgadas por competência, mediante defesa de dissertação, teses e concursos realizados durante a carreira. O teto salarial não é ultrapassado por benesses ou falcatruas, mas por regras estabelecidas há muito tempo para o funcionalismo e para os professores universitários. FRANCISCO MANOEL DE SOUZA BRAGA, professor titular da Unesp (Rio Claro, SP) * Lindo texto o de Jairo Marques! Homenagem justa a todos os cães e gatos que são amigos e companheiros por toda a vida, pedindo em troca apenas um pouco de carinho e atenção. Parabéns ao colunista! Mais uma vez, demonstrou sua sensibilidade. REGINA PARLATORE (São Paulo, SP) * Parabéns ao colunista pela captura da essência que reside na "alma" dos animais, simbolizada pela exteriorização inequívoca dos sentimentos MARCO ANTONIO L. FERES (Curitiba, PR) * Muito bom pegar a Folha no feriado (15/11) e ter o colunista Alvaro Costa e Silva na página A2 dando uma aula de música brasileira, tipo Ruy Castro, e, na página A3, José Ruy Lozano dando cátedra sobre a atual situação da ABL. Delícia de leitura! JUAN TROCCOLI (São Paulo, SP) - TEATRO Na crítica de João Cury ao espetáculo "M.U.R.S", faltou abordar temas decorrentes do capitalismo explorados na atração e o fato de que, no decorrer da peça, esse sistema entra em colapso. Já tendo participado da atração, a meu ver é clara a proposta anarquista do grupo em face do sistema atual. Logo, não se trata de um espetáculo tão vazio. SOFIA LEMOS TOMAZ DE AQUINO (São Paulo, SP) - LEI ROUANET Em resposta ao leitor Frederico Godoy, Silvio Santos solicitou ao MIS que não fossem utilizados recursos obtidos via Lei Rouanet para que não parecesse promoção pessoal com esse tipo de verba. Nem ele nem o MIS "demonizam" a Lei Rouanet ou o ProaC. Muitas programações do MIS são viabilizadas por meio desses extraordinários instrumentos. Além disso, os recursos que viabilizaram a exposição "Silvio Santos Vem Aí!" não alteram os preços de bilheteria, e a tradição de promover a entrada grátis às terças-feiras continuará. ANDRÉ STURM, diretor-executivo e curador-geral do MIS (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Invasão da Câmara é 'efeito Trump' no Brasil, diz leitorINVASÃO DA CÂMARA É o "efeito Donald Trump". Se nossos deputados e senadores não tiverem um mínimo de juízo para deixar a Operação Lava Jato seguir adiante e se o governo Temer não conseguir fazer crescer a economia em 2017, as chances de um candidato extremista e populista em 2018, tipo Bolsonaro, sem nenhum compromisso com a democracia, aumentarão muito. ELISEU ROSENDO N. VICIANA (São Paulo, SP) * Para o bem da vida política e civil nacional e pela paz pública, o juiz Sergio Moro está obrigado a dizer que é contra uma "intervenção militar", ou estará compactuando com aqueles que gritaram seu nome na ocupação do plenário da Câmara. Só para lembrar: a Constituição Federal de 1988 está vigendo. HUMBERTO MIRANDA DO NASCIMENTO (Campinas, SP) * E, quando a gente pensa que a situação está ruim, ela piora ainda mais... DENISE MESSER (Rio de Janeiro, RJ) - LENTIDÃO DA JUSTIÇA Enquanto o STF, tal como já fez o STJ, não fixar prazo razoável para a devolução dos processos com pedidos de vista dos senhores ministros, muitos políticos continuarão sendo abençoados pela prescrição. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO A libertação de Youssef mostra que, no Brasil, o crime compensa. Péssimo exemplo! IVALDO BARBOSA (Itapagipe, MG) * A reportagem mostra a vitória do mal. Delatando, o reincidente Youssef ficará impune, apesar de ter sido o corruptor que convenceu pessoas a violarem a lei. Se perguntarem a ele se o crime compensa, certamente dirá que sim. A história mostrará quanta injustiça foi cometida pela Lava Jato, quantos inocentes foram condenados sob "convicções" do juiz e quantos culpados foram premiados por acusar quem ele queria. TÂNIA C. DE MAURO CUNHA (São Paulo, SP) - DIREITOS DOS ANIMAIS Parece que o Brasil só anda para trás. Matança de onças protegidas, vaquejada e, agora, somos informados de que em breve serão discutidos os sacríficos de animais em rituais religiosos. A dor sentida na carne é a mesma para ricos e pobres, humanos ou não. DENISE MACHADO (São Paulo, SP) - JAPÃO Estou com inveja da eficiência do governo de Fukuoka, no Japão. Em 48 horas, repararam um buraco gigantesco. Aqui, estaríamos abrindo uma CPI para apurar responsabilidades e, com certeza, nada seria resolvido em menos de muitos meses. País sério é outra história. OSMAR LOUREIRO (Cravinhos, SP) - COLUNISTAS O primeiro magistrado a pôr a boca no trombone contra os interesses salariais corporativos do Judiciário foi o ministroLuís Barroso. Logo em seguida, foi a vez de Elio Gaspari direcionar sua metralhadora giratória contra membros do Ministério Público e da magistratura violadores do texto constitucional. Resta saber, agora, quem vai colocar o guizo no gato... ZELMO DENARI (Presidente Prudente, SP) * Sobre a coluna de Elio Gaspari, o salário dos professores das universidades estaduais paulistas segue o estabelecido para os funcionários públicos estaduais, diferindo no tocante à carreira universitária, composta de seis etapas, que podem ser galgadas por competência, mediante defesa de dissertação, teses e concursos realizados durante a carreira. O teto salarial não é ultrapassado por benesses ou falcatruas, mas por regras estabelecidas há muito tempo para o funcionalismo e para os professores universitários. FRANCISCO MANOEL DE SOUZA BRAGA, professor titular da Unesp (Rio Claro, SP) * Lindo texto o de Jairo Marques! Homenagem justa a todos os cães e gatos que são amigos e companheiros por toda a vida, pedindo em troca apenas um pouco de carinho e atenção. Parabéns ao colunista! Mais uma vez, demonstrou sua sensibilidade. REGINA PARLATORE (São Paulo, SP) * Parabéns ao colunista pela captura da essência que reside na "alma" dos animais, simbolizada pela exteriorização inequívoca dos sentimentos MARCO ANTONIO L. FERES (Curitiba, PR) * Muito bom pegar a Folha no feriado (15/11) e ter o colunista Alvaro Costa e Silva na página A2 dando uma aula de música brasileira, tipo Ruy Castro, e, na página A3, José Ruy Lozano dando cátedra sobre a atual situação da ABL. Delícia de leitura! JUAN TROCCOLI (São Paulo, SP) - TEATRO Na crítica de João Cury ao espetáculo "M.U.R.S", faltou abordar temas decorrentes do capitalismo explorados na atração e o fato de que, no decorrer da peça, esse sistema entra em colapso. Já tendo participado da atração, a meu ver é clara a proposta anarquista do grupo em face do sistema atual. Logo, não se trata de um espetáculo tão vazio. SOFIA LEMOS TOMAZ DE AQUINO (São Paulo, SP) - LEI ROUANET Em resposta ao leitor Frederico Godoy, Silvio Santos solicitou ao MIS que não fossem utilizados recursos obtidos via Lei Rouanet para que não parecesse promoção pessoal com esse tipo de verba. Nem ele nem o MIS "demonizam" a Lei Rouanet ou o ProaC. Muitas programações do MIS são viabilizadas por meio desses extraordinários instrumentos. Além disso, os recursos que viabilizaram a exposição "Silvio Santos Vem Aí!" não alteram os preços de bilheteria, e a tradição de promover a entrada grátis às terças-feiras continuará. ANDRÉ STURM, diretor-executivo e curador-geral do MIS (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Universidades deveriam se abrir aos quadrinhos, diz autor de tese pioneira
RESUMO Nick Sousanis foi o primeiro aluno da Universidade Columbia a concluir tese de doutorado em formato de quadrinhos. A obra, premiada, chega ao Brasil com o título 'Desaplanar'. Ele analisa o processo de aprendizagem, questiona a primazia da palavra escrita na linguagem e defende a simbiose texto-imagem. * Nick Sousanis tinha 13 anos quando criou o super-herói Homem-Armário, dotado do poder de, ao passar por uma porta, sair em qualquer tempo ou lugar. A princípio, o dom só funcionava em armários; talvez não pareça grande coisa, mas era conveniente para um pré-adolescente vivendo a rotina dos corredores de uma escola americana. Mais tarde, a habilidade do paladino se desenvolveu, e logo ele passou a usá-la em qualquer porta. Hoje com 44 anos, Sousanis é um quadrinista e pesquisador laureado. Em 2014, tornou-se o primeiro pós-graduando a apresentar à prestigiosa Universidade Columbia uma tese de doutorado em formato de história em quadrinhos. Atuando na área da educação, deu a seu estudo heterodoxo um título pouco convencional: "Unflattening: A Visual-Verbal Inquiry into Learning in Many Dimensions" (unflattening: uma investigação verbo-visual sobre o aprendizado em várias dimensões). No ano seguinte, sua tese foi publicada pela editora da Universidade Harvard e ganhou, na categoria de humanas, o prêmio mais tradicional para pesquisas e trabalhos acadêmicos nos Estados Unidos (o American Publishers Awards for Professional and Scholarly Excellence). Nunca uma HQ havia recebido essa distinção, e ainda nenhuma voltou a merecê-la. Agora seu livro chega ao Brasil sob o nome "Desaplanar" [trad. Érico Assis, Veneta, 208 págs., R$ 84,90], com lançamento previsto para este mês. Assim como não se encontra "unflattening" nos dicionários da língua inglesa, "desaplanar" é um neologismo em português. De acordo com o autor, seja como for traduzido o título original, ele deve preservar o sentido de algo ativo e em movimento, inacabado e inacabável. "Eu realmente não quis definir 'unflattening', pelo menos não com mais palavras. Em todo o meu trabalho, pelo uso de metáforas, tento criar coisas que possam ser lidas de formas diferentes dependendo de quem estiver lendo", afirma Sousanis em entrevista à Folha, por e-mail. "Isso também constitui o argumento do livro –certas coisas vão além do que palavras conseguem expressar e até podem soar irracionais, mas, parafraseando a filósofa Susanne Langer, elas apenas não cabem na estrutura da linguagem." Valorizando a multiplicidade de perspectivas típica dos quadrinhos , o autor analisa as formas pelas quais os seres humanos adquirem conhecimento, reflete sobre a separação entre a expressão verbal e a visual e questiona a primazia da palavra escrita na construção do pensamento. ORIGENS Os experimentos da pré-adolescência não foram em vão. Em "Desaplanar", ao tratar da simbiose entre texto e imagem como modo ideal para o aprendizado, Sousanis retorna ao Homem-Armário e aprofunda a discussão sobre a habilidade de atravessar portas. Em uma sequência de desenhos ligados ao super-herói, escreve: "É isto aqui, o espaço intermediário que conecta dois lugares de modo não usual. Isto que é a imaginação. Uma ruptura na trama da experiência, uma dobra no espaço". O autor em seguida explica que o paladino surgiu de seu fascínio por chaves e fechaduras e pelas histórias que seu irmão contava a respeito do que havia no guarda-louça e no sótão, cuja porta se mantinha sempre fechada. Destacando que países das maravilhas costumam ser acessados por portais comuns, como buracos de coelhos e espelhos, conclui: "Seja qual for o meio de transporte –a imaginação oferece outro ponto de vista a partir do qual iniciar nova jornada". Convidado da 4ª edição das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos da USP (de 22 a 25 de agosto), Sousanis é filho de um professor de física e de uma professora de estudos ambientais que sempre se mostraram abertos à leitura de quadrinhos dentro de casa. Por influência de seu irmão mais velho, a primeira palavra que pronunciou foi Batman. "Algo que quase intencionalmente repliquei com minha filha", acrescenta. A formação profissional do hoje quadrinista e professor do Departamento de Humanidades e Estudos Liberais da Universidade Estadual de San Francisco é, assim como "Desaplanar", heterodoxa e fortemente marcada por uma diversidade de pontos de vista. Graduou-se em matemática na Universidade Western Michigan, mas dedicou os anos seguintes ao tênis, primeiro como atleta profissional, depois como instrutor. Em 2002, ele e seu irmão John fundaram o site TheDetroiter.com, com a proposta de cobrir a cena artística de Detroit. Após vender a plataforma, em 2008 ele se mudou para Nova York já em busca de seu doutorado em educação no Programa de Estudos Interdisciplinares da Universidade Columbia. "Minha ideia inicial era produzir um quadrinho como tese sobre algum tópico educacional, possivelmente física, por causa do meu pai", conta Sousanis. Sua proposta, porém, soou mais radical do que ele imaginava. Ao contrário do que presumira, o debate sobre a presença de HQs na academia não estava superado. "Então meu projeto se transformou num estudo sobre o próprio projeto", afirma. "Comecei a pensar na forma como a página estática e plana ['flat', em inglês] de um quadrinho poderia conter mais informações do que parecia possível –a meu ver, mais do que um texto conseguiria", diz. "De alguma forma, a página estava 'desaplanando' ['unflattening', em inglês] para mim. O termo ficou na minha cabeça." Estimulado por alguns professores –interessados em métodos de ensino não convencionais e em novos sistemas de avaliação–, Sousanis seguiu em frente. "A ideia de 'Desaplanar' acabou se tornando muito mais política, por eu estar buscando reverter preconceitos contra o uso de elementos visuais como ferramenta para estimular o pensamento", diz. TESE Sua missão passou a ser não só difundir os quadrinhos como um formato legítimo para o discurso acadêmico mas também atacar o predomínio da escrita e sugerir outras possibilidades, num verdadeiro exercício de metalinguagem. "O termo 'desaplanar' ganhou uma multiplicidade de significados relacionados a educação, interdisciplinaridade e interação imagem-texto, bem como significados ligados ao ponto de partida: quadrinhos são legais." As conquistas de "Desaplanar" como tese de doutorado não impediram a obra de obter sucesso fora dos muros da academia. A HQ também ganhou o Lynd Ward Prize de melhor graphic novel de 2015, entregue pela Universidade Estadual da Pensilvânia, e foi uma das indicadas ao Eisner Awards, o prêmio máximo da indústria de quadrinhos dos EUA, na categoria melhor pesquisa/trabalho acadêmico. Entre os méritos de Sousanis no reino dos quadrinhos estão não repetir nenhuma vez o design das suas páginas e intercalar desenhos realistas com formas geométricas simples, no intuito de reforçar a necessidade de olhar para o mundo de novas maneiras. Mais uma vez, foi um trabalho heterodoxo. Sousanis não dispunha de um roteiro predefinido, por exemplo. "Sempre me perguntam: 'você escreveu primeiro as palavras ou começou pelos desenhos?' E eu respondo: 'sim'." Ele explica: "Se eu tivesse escrito um roteiro antes para só depois ilustrá-lo, teria sido um projeto diferente, teria tomado direções muito diferentes. Muito do livro chegou a essa forma por eu ver coisas nos meus cadernos de esboços que despertavam uma ideia e suscitavam outras pesquisas. Nunca tentei 'fazer caber' um desenho em algo que eu tivesse escrito". Sousanis enxerga o processo como um círculo, sem um ponto de partida, e seu resultado, como uma propriedade emergente (noção que denota aquilo que surge a partir da interação entre diversos componentes, sem estar presente em nenhum tomado individualmente). "Os esboços são repletos de palavras, e palavras são um gatilho para desenhos, assim como desenhos sugerem palavras que os acompanhem", afirma. A ausência de um personagem fixo e de uma história permeando "Desaplanar" levou Sousanis a pensar cada uma das páginas de forma quase autônoma. "E essa solução só vem a partir dos desenhos e da minha imersão, de tentar coisas diferentes e confiar que isso vai me conduzir a algum lugar interessante", diz. Movido pela fé nos rumos próprios do projeto, retornou aos livros constantemente para pesquisar algo novo a partir do estímulo de suas ilustrações. REFERÊNCIAS Embora a obra desperte interesse entre não iniciados no mundo acadêmico, o livro é essencialmente uma tese de doutorado e, por isso, vem repleto de citações literárias e filosóficas. Do grego Platão (427-347 a.C.), por exemplo, menciona a desconfiança quanto à natureza ilusória da percepção humana. Há ainda citações do francês René Descartes (1596-1650), considerado o fundador da filosofia moderna, do racionalista holandês Baruch Spinoza (1632-77), do sociólogo alemão Herbert Marcuse (1898-1979) e do escritor italiano Italo Calvino (1923-85), entre outros. A maior referência de Sousanis, todavia, é uma obra de ficção científica: "Planolândia - Um Romance de Muitas Dimensões", do britânico Edwin A. Abbott (1838-1926). Publicado originalmente em 1884, o livro é ambientado no mundo bidimensional de Planolândia e funciona como uma crítica à sociedade vitoriana da época, com homens representados como polígonos de vários lados, e mulheres, como linhas. O trabalho do inglês serve como espécie de justificativa para "Desaplanar". Ele escreve: "Tal é a situação dos planolandeses, encurralados pelas fronteiras do que enxergam, incapazes de imaginar outra possibilidade. Romper estes padrões de raízes tão fundas exige um empurrão, uma ruptura na experiência que ilumine as fronteiras e os meios de transcendê-las". O livro de Sousanis, no mundo real da academia, foi esse empurrão. Passada a resistência inicial, seu trabalho teve ótima recepção. Ainda nas fases iniciais, seu projeto ganhou destaque em The Chronicle of Higher Education, principal site voltado para o universo do ensino superior dos EUA. Na avaliação do autor, boa parte da repercussão decorre de uma demanda por novos formatos de pesquisa e pelo aumento do interesse em quadrinhos. "Tive sorte de fazer esse trabalho enquanto essas duas forças estavam em movimento, o que resultou em várias oportunidades de compartilhar meu estudo em outras universidades e conferências antes mesmo de concluir a tese e publicá-la", diz. Sua expectativa é a de que o trabalho abra portas para outros pesquisadores. "Importava menos o fato de eu ser o primeiro a fazer isso do que o de não ser o último", afirma. "Se você está estudando e tem uma ideia que não se parece com nada que veio antes, você passa a ter mais alguma coisa para apontar e dizer que há um precedente. Já vi isso acontecer e estou confiante que mais mudanças virão." O autor, naturalmente, não sugere que todos passem a fazer pesquisas acadêmicas no formato das HQs. Ele defende o uso de formatos e linguagens não convencionais, desde que sejam compreensíveis aos leitores. "[O ideal é que] a qualidade do trabalho e o domínio de seu argumento e sua forma sejam o mais importante." Para Sousanis, porém, os quadrinhos possuem vantagens em relação a outros modos de expressão. Ele explora a ideia –difundida principalmente pelo quadrinista norte-americano Chris Ware– de que a linguagem das HQs corresponde, mais do que outras, "ao jeito como percebemos as coisas em nossas mentes". Ware, autor de obras-primas como "Jimmy Corrigan - O Menino Mais Esperto do Mundo" e "Building Stories", sustenta ideia semelhante, dizendo que o potencial dos quadrinhos para capturar o fluxo e o refluxo da consciência humana foi pouco explorado. VANTAGENS Outras referências são Scott McCloud, quadrinista americano, e Thierry Groensteen, franco-belga que teoriza sobre HQs. O primeiro destaca o aspecto sequencial dos quadrinhos, e o segundo, a natureza interconectada de uma página. "Costumo falar de todas essas coisas (bem como da interação palavra-desenho) como ativos dos quadrinhos. Jeitos de dizer algo nos quadrinhos que não poderia ser dito de outra forma", diz Sousanis. De acordo com ele, essa é a característica mais empolgante dos quadrinhos: "A capacidade de reunir num único formato os aspectos sequenciais e simultâneos da consciência. Isso é o que eu enfatizo nas minhas aulas e palestras." Sousanis desenvolve o tema: "Testemunhamos o tempo passar de forma sequencial –os ponteiros do relógio avançam, mudamos de uma atividade para outra, e assim por diante. Mas, ao mesmo tempo, os pensamentos estão sempre à deriva, acontecendo todos de uma vez. Os quadrinhos não só nos permitem respirar tanto no mundo das imagens quanto no dos textos como nos possibilitam ter experiências de simultaneidade e sequencialidade, o que lhes dá enorme poder diante de narrativas complexas ou para explorar ideias a fundo". O quadrinista, entretanto, diz se considerar conservador em relação a experimentações com HQs. "Gosto de fazer coisas que possa segurar nas mãos, passar as páginas e ler como eu fazia quando tinha cinco anos. Acho que ainda tenho tanto a aprender sobre fazer quadrinhos que posso esperar um pouco para testar os limites dos formatos tradicionais." Quase três anos após o lançamento de "Desaplanar" nos EUA, Sousanis trabalha numa espécie de continuação do livro. Ainda sem título definido, o volume será um guia complementar ao trabalho de doutorado e também sairá pela editora da Universidade Harvard. "Se tenho dificuldade para falar de um livro que terminei há três anos, é ainda mais difícil falar sobre um que ainda estou desenvolvendo", brinca o autor. "Se 'Desaplanar' argumentou a favor da sua própria existência, esse próximo vai tratar do aspecto mais prático das coisas", diz. Enquanto o doutorado teve entre suas inspirações um empenho em pensar como o mundo e o ensino poderiam ser para sua filha, agora ele é influenciado pelo que aprende com a criança e com os alunos que assistem a suas aulas na universidade. "Quero ajudar as pessoas a reaprender a importância de fazer perguntas e a saber que são capazes de atos criativos", afirma. RAMON VITRAL, 31, é jornalista especializado em histórias em quadrinhos e editor do blog Vitralizado.
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Universidades deveriam se abrir aos quadrinhos, diz autor de tese pioneiraRESUMO Nick Sousanis foi o primeiro aluno da Universidade Columbia a concluir tese de doutorado em formato de quadrinhos. A obra, premiada, chega ao Brasil com o título 'Desaplanar'. Ele analisa o processo de aprendizagem, questiona a primazia da palavra escrita na linguagem e defende a simbiose texto-imagem. * Nick Sousanis tinha 13 anos quando criou o super-herói Homem-Armário, dotado do poder de, ao passar por uma porta, sair em qualquer tempo ou lugar. A princípio, o dom só funcionava em armários; talvez não pareça grande coisa, mas era conveniente para um pré-adolescente vivendo a rotina dos corredores de uma escola americana. Mais tarde, a habilidade do paladino se desenvolveu, e logo ele passou a usá-la em qualquer porta. Hoje com 44 anos, Sousanis é um quadrinista e pesquisador laureado. Em 2014, tornou-se o primeiro pós-graduando a apresentar à prestigiosa Universidade Columbia uma tese de doutorado em formato de história em quadrinhos. Atuando na área da educação, deu a seu estudo heterodoxo um título pouco convencional: "Unflattening: A Visual-Verbal Inquiry into Learning in Many Dimensions" (unflattening: uma investigação verbo-visual sobre o aprendizado em várias dimensões). No ano seguinte, sua tese foi publicada pela editora da Universidade Harvard e ganhou, na categoria de humanas, o prêmio mais tradicional para pesquisas e trabalhos acadêmicos nos Estados Unidos (o American Publishers Awards for Professional and Scholarly Excellence). Nunca uma HQ havia recebido essa distinção, e ainda nenhuma voltou a merecê-la. Agora seu livro chega ao Brasil sob o nome "Desaplanar" [trad. Érico Assis, Veneta, 208 págs., R$ 84,90], com lançamento previsto para este mês. Assim como não se encontra "unflattening" nos dicionários da língua inglesa, "desaplanar" é um neologismo em português. De acordo com o autor, seja como for traduzido o título original, ele deve preservar o sentido de algo ativo e em movimento, inacabado e inacabável. "Eu realmente não quis definir 'unflattening', pelo menos não com mais palavras. Em todo o meu trabalho, pelo uso de metáforas, tento criar coisas que possam ser lidas de formas diferentes dependendo de quem estiver lendo", afirma Sousanis em entrevista à Folha, por e-mail. "Isso também constitui o argumento do livro –certas coisas vão além do que palavras conseguem expressar e até podem soar irracionais, mas, parafraseando a filósofa Susanne Langer, elas apenas não cabem na estrutura da linguagem." Valorizando a multiplicidade de perspectivas típica dos quadrinhos , o autor analisa as formas pelas quais os seres humanos adquirem conhecimento, reflete sobre a separação entre a expressão verbal e a visual e questiona a primazia da palavra escrita na construção do pensamento. ORIGENS Os experimentos da pré-adolescência não foram em vão. Em "Desaplanar", ao tratar da simbiose entre texto e imagem como modo ideal para o aprendizado, Sousanis retorna ao Homem-Armário e aprofunda a discussão sobre a habilidade de atravessar portas. Em uma sequência de desenhos ligados ao super-herói, escreve: "É isto aqui, o espaço intermediário que conecta dois lugares de modo não usual. Isto que é a imaginação. Uma ruptura na trama da experiência, uma dobra no espaço". O autor em seguida explica que o paladino surgiu de seu fascínio por chaves e fechaduras e pelas histórias que seu irmão contava a respeito do que havia no guarda-louça e no sótão, cuja porta se mantinha sempre fechada. Destacando que países das maravilhas costumam ser acessados por portais comuns, como buracos de coelhos e espelhos, conclui: "Seja qual for o meio de transporte –a imaginação oferece outro ponto de vista a partir do qual iniciar nova jornada". Convidado da 4ª edição das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos da USP (de 22 a 25 de agosto), Sousanis é filho de um professor de física e de uma professora de estudos ambientais que sempre se mostraram abertos à leitura de quadrinhos dentro de casa. Por influência de seu irmão mais velho, a primeira palavra que pronunciou foi Batman. "Algo que quase intencionalmente repliquei com minha filha", acrescenta. A formação profissional do hoje quadrinista e professor do Departamento de Humanidades e Estudos Liberais da Universidade Estadual de San Francisco é, assim como "Desaplanar", heterodoxa e fortemente marcada por uma diversidade de pontos de vista. Graduou-se em matemática na Universidade Western Michigan, mas dedicou os anos seguintes ao tênis, primeiro como atleta profissional, depois como instrutor. Em 2002, ele e seu irmão John fundaram o site TheDetroiter.com, com a proposta de cobrir a cena artística de Detroit. Após vender a plataforma, em 2008 ele se mudou para Nova York já em busca de seu doutorado em educação no Programa de Estudos Interdisciplinares da Universidade Columbia. "Minha ideia inicial era produzir um quadrinho como tese sobre algum tópico educacional, possivelmente física, por causa do meu pai", conta Sousanis. Sua proposta, porém, soou mais radical do que ele imaginava. Ao contrário do que presumira, o debate sobre a presença de HQs na academia não estava superado. "Então meu projeto se transformou num estudo sobre o próprio projeto", afirma. "Comecei a pensar na forma como a página estática e plana ['flat', em inglês] de um quadrinho poderia conter mais informações do que parecia possível –a meu ver, mais do que um texto conseguiria", diz. "De alguma forma, a página estava 'desaplanando' ['unflattening', em inglês] para mim. O termo ficou na minha cabeça." Estimulado por alguns professores –interessados em métodos de ensino não convencionais e em novos sistemas de avaliação–, Sousanis seguiu em frente. "A ideia de 'Desaplanar' acabou se tornando muito mais política, por eu estar buscando reverter preconceitos contra o uso de elementos visuais como ferramenta para estimular o pensamento", diz. TESE Sua missão passou a ser não só difundir os quadrinhos como um formato legítimo para o discurso acadêmico mas também atacar o predomínio da escrita e sugerir outras possibilidades, num verdadeiro exercício de metalinguagem. "O termo 'desaplanar' ganhou uma multiplicidade de significados relacionados a educação, interdisciplinaridade e interação imagem-texto, bem como significados ligados ao ponto de partida: quadrinhos são legais." As conquistas de "Desaplanar" como tese de doutorado não impediram a obra de obter sucesso fora dos muros da academia. A HQ também ganhou o Lynd Ward Prize de melhor graphic novel de 2015, entregue pela Universidade Estadual da Pensilvânia, e foi uma das indicadas ao Eisner Awards, o prêmio máximo da indústria de quadrinhos dos EUA, na categoria melhor pesquisa/trabalho acadêmico. Entre os méritos de Sousanis no reino dos quadrinhos estão não repetir nenhuma vez o design das suas páginas e intercalar desenhos realistas com formas geométricas simples, no intuito de reforçar a necessidade de olhar para o mundo de novas maneiras. Mais uma vez, foi um trabalho heterodoxo. Sousanis não dispunha de um roteiro predefinido, por exemplo. "Sempre me perguntam: 'você escreveu primeiro as palavras ou começou pelos desenhos?' E eu respondo: 'sim'." Ele explica: "Se eu tivesse escrito um roteiro antes para só depois ilustrá-lo, teria sido um projeto diferente, teria tomado direções muito diferentes. Muito do livro chegou a essa forma por eu ver coisas nos meus cadernos de esboços que despertavam uma ideia e suscitavam outras pesquisas. Nunca tentei 'fazer caber' um desenho em algo que eu tivesse escrito". Sousanis enxerga o processo como um círculo, sem um ponto de partida, e seu resultado, como uma propriedade emergente (noção que denota aquilo que surge a partir da interação entre diversos componentes, sem estar presente em nenhum tomado individualmente). "Os esboços são repletos de palavras, e palavras são um gatilho para desenhos, assim como desenhos sugerem palavras que os acompanhem", afirma. A ausência de um personagem fixo e de uma história permeando "Desaplanar" levou Sousanis a pensar cada uma das páginas de forma quase autônoma. "E essa solução só vem a partir dos desenhos e da minha imersão, de tentar coisas diferentes e confiar que isso vai me conduzir a algum lugar interessante", diz. Movido pela fé nos rumos próprios do projeto, retornou aos livros constantemente para pesquisar algo novo a partir do estímulo de suas ilustrações. REFERÊNCIAS Embora a obra desperte interesse entre não iniciados no mundo acadêmico, o livro é essencialmente uma tese de doutorado e, por isso, vem repleto de citações literárias e filosóficas. Do grego Platão (427-347 a.C.), por exemplo, menciona a desconfiança quanto à natureza ilusória da percepção humana. Há ainda citações do francês René Descartes (1596-1650), considerado o fundador da filosofia moderna, do racionalista holandês Baruch Spinoza (1632-77), do sociólogo alemão Herbert Marcuse (1898-1979) e do escritor italiano Italo Calvino (1923-85), entre outros. A maior referência de Sousanis, todavia, é uma obra de ficção científica: "Planolândia - Um Romance de Muitas Dimensões", do britânico Edwin A. Abbott (1838-1926). Publicado originalmente em 1884, o livro é ambientado no mundo bidimensional de Planolândia e funciona como uma crítica à sociedade vitoriana da época, com homens representados como polígonos de vários lados, e mulheres, como linhas. O trabalho do inglês serve como espécie de justificativa para "Desaplanar". Ele escreve: "Tal é a situação dos planolandeses, encurralados pelas fronteiras do que enxergam, incapazes de imaginar outra possibilidade. Romper estes padrões de raízes tão fundas exige um empurrão, uma ruptura na experiência que ilumine as fronteiras e os meios de transcendê-las". O livro de Sousanis, no mundo real da academia, foi esse empurrão. Passada a resistência inicial, seu trabalho teve ótima recepção. Ainda nas fases iniciais, seu projeto ganhou destaque em The Chronicle of Higher Education, principal site voltado para o universo do ensino superior dos EUA. Na avaliação do autor, boa parte da repercussão decorre de uma demanda por novos formatos de pesquisa e pelo aumento do interesse em quadrinhos. "Tive sorte de fazer esse trabalho enquanto essas duas forças estavam em movimento, o que resultou em várias oportunidades de compartilhar meu estudo em outras universidades e conferências antes mesmo de concluir a tese e publicá-la", diz. Sua expectativa é a de que o trabalho abra portas para outros pesquisadores. "Importava menos o fato de eu ser o primeiro a fazer isso do que o de não ser o último", afirma. "Se você está estudando e tem uma ideia que não se parece com nada que veio antes, você passa a ter mais alguma coisa para apontar e dizer que há um precedente. Já vi isso acontecer e estou confiante que mais mudanças virão." O autor, naturalmente, não sugere que todos passem a fazer pesquisas acadêmicas no formato das HQs. Ele defende o uso de formatos e linguagens não convencionais, desde que sejam compreensíveis aos leitores. "[O ideal é que] a qualidade do trabalho e o domínio de seu argumento e sua forma sejam o mais importante." Para Sousanis, porém, os quadrinhos possuem vantagens em relação a outros modos de expressão. Ele explora a ideia –difundida principalmente pelo quadrinista norte-americano Chris Ware– de que a linguagem das HQs corresponde, mais do que outras, "ao jeito como percebemos as coisas em nossas mentes". Ware, autor de obras-primas como "Jimmy Corrigan - O Menino Mais Esperto do Mundo" e "Building Stories", sustenta ideia semelhante, dizendo que o potencial dos quadrinhos para capturar o fluxo e o refluxo da consciência humana foi pouco explorado. VANTAGENS Outras referências são Scott McCloud, quadrinista americano, e Thierry Groensteen, franco-belga que teoriza sobre HQs. O primeiro destaca o aspecto sequencial dos quadrinhos, e o segundo, a natureza interconectada de uma página. "Costumo falar de todas essas coisas (bem como da interação palavra-desenho) como ativos dos quadrinhos. Jeitos de dizer algo nos quadrinhos que não poderia ser dito de outra forma", diz Sousanis. De acordo com ele, essa é a característica mais empolgante dos quadrinhos: "A capacidade de reunir num único formato os aspectos sequenciais e simultâneos da consciência. Isso é o que eu enfatizo nas minhas aulas e palestras." Sousanis desenvolve o tema: "Testemunhamos o tempo passar de forma sequencial –os ponteiros do relógio avançam, mudamos de uma atividade para outra, e assim por diante. Mas, ao mesmo tempo, os pensamentos estão sempre à deriva, acontecendo todos de uma vez. Os quadrinhos não só nos permitem respirar tanto no mundo das imagens quanto no dos textos como nos possibilitam ter experiências de simultaneidade e sequencialidade, o que lhes dá enorme poder diante de narrativas complexas ou para explorar ideias a fundo". O quadrinista, entretanto, diz se considerar conservador em relação a experimentações com HQs. "Gosto de fazer coisas que possa segurar nas mãos, passar as páginas e ler como eu fazia quando tinha cinco anos. Acho que ainda tenho tanto a aprender sobre fazer quadrinhos que posso esperar um pouco para testar os limites dos formatos tradicionais." Quase três anos após o lançamento de "Desaplanar" nos EUA, Sousanis trabalha numa espécie de continuação do livro. Ainda sem título definido, o volume será um guia complementar ao trabalho de doutorado e também sairá pela editora da Universidade Harvard. "Se tenho dificuldade para falar de um livro que terminei há três anos, é ainda mais difícil falar sobre um que ainda estou desenvolvendo", brinca o autor. "Se 'Desaplanar' argumentou a favor da sua própria existência, esse próximo vai tratar do aspecto mais prático das coisas", diz. Enquanto o doutorado teve entre suas inspirações um empenho em pensar como o mundo e o ensino poderiam ser para sua filha, agora ele é influenciado pelo que aprende com a criança e com os alunos que assistem a suas aulas na universidade. "Quero ajudar as pessoas a reaprender a importância de fazer perguntas e a saber que são capazes de atos criativos", afirma. RAMON VITRAL, 31, é jornalista especializado em histórias em quadrinhos e editor do blog Vitralizado.
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Editorial sobre atitudes do juiz Sergio Moro gera debate entre leitores
O editorial Protagonismo perigo lavou minha alma. O que espero do Poder Judiciário é imparcialidade, responsabilidade, sensatez e justiça. Isso só se obtém com a reverência aos princípios da democracia. Respeito as investigações da Lava Jato, mas, a pretexto dos resultados, não admito que conquistas de décadas de luta se percam da noite para o dia. LÍDIA MARIA DE MELO (Santos, SP) * * Discordo da Folha, que coloca em editorial que, por serenidade, o juiz Moro não deveria divulgar as gravações feitas legalmente pela PF –Lula ainda não era ministro. Como cidadão, tenho o direito de saber dos feitos dos meus governantes, mesmo aqueles cobertos de crimes e mentiras. Palavras ao celular ou ao vento não podem ser recolhidas, nem com medidas provisórias. EDUARDO FRANCO VAZ (Campinas, SP) * O editorial é digno e zeloso pela democracia. A Folha sempre procurou a verdade sob a égide das leis, procurando informar seus leitores de forma imparcial e patriótica. O texto é um bálsamo para aqueles que acreditam em um Judiciário verdadeiramente independente. O nosso jovem e promissor juiz federal Sergio Moro pisou na bola. ADOLFO CHAVES (Curitiba, PR) * A Folha prestou um desserviço ao país. Se os atos do juiz Sergio Moro fossem flagrantemente ilegais, o editorial faria sentido. A própria Folha consultou exaustivamente juristas e não existe unanimidade. A maior parte dos consultados enxergou as decisões como legais. Em que, então, o jornal se baseou para criticar o juiz? O perigoso não é tomar decisões polêmicas, mas, sim, se acovardar-se e não tomá-las por eventuais questionamentos de detalhes técnicos. DANIEL PINSKY (São Paulo, SP) * O editorial sensato e equilibrado é importante em um momento em que grande parte da imprensa tem uma única ideia fixa e que julga que os fins podem ser alcançados por quaisquer meios. O populismo é terreno fértil para os heróis de pés de barro. FLÁVIO R. FONSECA (Mendes, RJ) * Discordo de Vladimir Safatle, quando diz que a divulgação de conversas de Lula com seu advogado constitui crime grave (O suicídio da Lava Jato ). Crime grave é tramar pelas costas da população. Sergio Moro presta um serviço relevante ao país quando percebe que as manobras constituem um risco à verdadeira democracia. O que é mais grave: a divulgação dos grampos ou poupar o país de mais problemas? LAILA ABBOUD NEHME (Ituiutaba, MG) * Safatle tem razão. No início saudada como investigação republicana e séria, a Lava Jato entrou no jogo político e escolheu seu lado. Os últimos acontecimentos mostram a instrumentalização da operação e seu objetivo real: a derrubada do governo. HAROLDO HEVERTON SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * O editorial é perfeito e oportuno, em respeito à democracia e à divisão dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), pois as regras constitucionais devem ser eticamente preservadas, contra eventuais humores e preconceitos partidários ou individuais, visto serem garantias até daqueles que desconhecem o Direito e a Justiça como bens sociais e perenes de toda a coletividade brasileira. BISMAEL B. MORAES, mestre em Direito Processual Penal (Guarulhos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Editorial sobre atitudes do juiz Sergio Moro gera debate entre leitoresO editorial Protagonismo perigo lavou minha alma. O que espero do Poder Judiciário é imparcialidade, responsabilidade, sensatez e justiça. Isso só se obtém com a reverência aos princípios da democracia. Respeito as investigações da Lava Jato, mas, a pretexto dos resultados, não admito que conquistas de décadas de luta se percam da noite para o dia. LÍDIA MARIA DE MELO (Santos, SP) * * Discordo da Folha, que coloca em editorial que, por serenidade, o juiz Moro não deveria divulgar as gravações feitas legalmente pela PF –Lula ainda não era ministro. Como cidadão, tenho o direito de saber dos feitos dos meus governantes, mesmo aqueles cobertos de crimes e mentiras. Palavras ao celular ou ao vento não podem ser recolhidas, nem com medidas provisórias. EDUARDO FRANCO VAZ (Campinas, SP) * O editorial é digno e zeloso pela democracia. A Folha sempre procurou a verdade sob a égide das leis, procurando informar seus leitores de forma imparcial e patriótica. O texto é um bálsamo para aqueles que acreditam em um Judiciário verdadeiramente independente. O nosso jovem e promissor juiz federal Sergio Moro pisou na bola. ADOLFO CHAVES (Curitiba, PR) * A Folha prestou um desserviço ao país. Se os atos do juiz Sergio Moro fossem flagrantemente ilegais, o editorial faria sentido. A própria Folha consultou exaustivamente juristas e não existe unanimidade. A maior parte dos consultados enxergou as decisões como legais. Em que, então, o jornal se baseou para criticar o juiz? O perigoso não é tomar decisões polêmicas, mas, sim, se acovardar-se e não tomá-las por eventuais questionamentos de detalhes técnicos. DANIEL PINSKY (São Paulo, SP) * O editorial sensato e equilibrado é importante em um momento em que grande parte da imprensa tem uma única ideia fixa e que julga que os fins podem ser alcançados por quaisquer meios. O populismo é terreno fértil para os heróis de pés de barro. FLÁVIO R. FONSECA (Mendes, RJ) * Discordo de Vladimir Safatle, quando diz que a divulgação de conversas de Lula com seu advogado constitui crime grave (O suicídio da Lava Jato ). Crime grave é tramar pelas costas da população. Sergio Moro presta um serviço relevante ao país quando percebe que as manobras constituem um risco à verdadeira democracia. O que é mais grave: a divulgação dos grampos ou poupar o país de mais problemas? LAILA ABBOUD NEHME (Ituiutaba, MG) * Safatle tem razão. No início saudada como investigação republicana e séria, a Lava Jato entrou no jogo político e escolheu seu lado. Os últimos acontecimentos mostram a instrumentalização da operação e seu objetivo real: a derrubada do governo. HAROLDO HEVERTON SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * O editorial é perfeito e oportuno, em respeito à democracia e à divisão dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), pois as regras constitucionais devem ser eticamente preservadas, contra eventuais humores e preconceitos partidários ou individuais, visto serem garantias até daqueles que desconhecem o Direito e a Justiça como bens sociais e perenes de toda a coletividade brasileira. BISMAEL B. MORAES, mestre em Direito Processual Penal (Guarulhos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Temer nega que extinção de reserva afetará áreas de preservação
O presidente Michel Temer negou, nesta quinta-feira (24), que a extinção da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados) tenha prejudicado áreas de preservação. Em nota, o peemedebista afirmou que o fim da reserva de cobre, localizada na Amazônia, não afetará as unidades de conservação federais, onde não serão permitidas atividades de mineração. "A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, infelizmente, territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas nacionais, destrói a natureza e polui os cursos de água com mercúrio", ressaltou. Segundo o presidente, empreendimentos que possam impactar áreas de conversação no Amapá e no Pará que são sujeitas a manejo terão de cumprir "exigências federais rigorosas para licenciamento específico". "O compromisso do governo é com o soberano desenvolvimento sustentável da Amazônia, sempre conjugando preservação ambiental com geração de renda e emprego para as populações locais", disse. A Renca foi criada em 1984, durante o regime militar. Dentro da reserva estão localizadas partes de três unidades de conservação de proteção integral, de quatro unidades de conservação de uso sustentável e de duas terras indígenas. A mudança de status era sinalizada desde o final de março e começo de abril pelo Ministério de Minas e Energia e faz parte do "Programa de Revitalização da Indústria Mineral Brasileira".
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Temer nega que extinção de reserva afetará áreas de preservaçãoO presidente Michel Temer negou, nesta quinta-feira (24), que a extinção da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados) tenha prejudicado áreas de preservação. Em nota, o peemedebista afirmou que o fim da reserva de cobre, localizada na Amazônia, não afetará as unidades de conservação federais, onde não serão permitidas atividades de mineração. "A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, infelizmente, territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas nacionais, destrói a natureza e polui os cursos de água com mercúrio", ressaltou. Segundo o presidente, empreendimentos que possam impactar áreas de conversação no Amapá e no Pará que são sujeitas a manejo terão de cumprir "exigências federais rigorosas para licenciamento específico". "O compromisso do governo é com o soberano desenvolvimento sustentável da Amazônia, sempre conjugando preservação ambiental com geração de renda e emprego para as populações locais", disse. A Renca foi criada em 1984, durante o regime militar. Dentro da reserva estão localizadas partes de três unidades de conservação de proteção integral, de quatro unidades de conservação de uso sustentável e de duas terras indígenas. A mudança de status era sinalizada desde o final de março e começo de abril pelo Ministério de Minas e Energia e faz parte do "Programa de Revitalização da Indústria Mineral Brasileira".
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Leitora elogia coluna "Cães e filhos", de Francisco Daudt
Está mais do que na hora de os pais perceberem que mais vale uma boa conversa do que vários presentes. Grande sacada do psicanalista Francisco Daudt ao comparar uma criança sem autonomia ao gato Garfield (Cães e filhos). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora elogia coluna "Cães e filhos", de Francisco DaudtEstá mais do que na hora de os pais perceberem que mais vale uma boa conversa do que vários presentes. Grande sacada do psicanalista Francisco Daudt ao comparar uma criança sem autonomia ao gato Garfield (Cães e filhos). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Imóveis devem ser flexíveis para resistir a modismos e não desvalorizar
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Não existe fórmula exata para calcular valor de imóvel. A conta deve considerar uma série de fatores, como qualidade da planta e temperatura do mercado. Mas uma coisa é consenso: localização é o critério de maior peso. O que determina se um bairro é "bom" é a proximidade de transporte público e a renda média de moradores, segundo Flávio Prando, vice-presidente de intermediação imobiliária do Secovi-SP. Um imóvel de 100 m² com dois quartos nos Jardins, região de alto padrão e próxima à avenida Paulista, custa em torno de R$ 1 milhão, segundo dados do sindicato da habitação. Já outro do mesmo tamanho em Casa Verde, bairro de médio padrão e sem metrô, vale R$ 680 mil, quase 40% a menos. A metragem também é determinante, claro. Mas não basta ser grande, o imóvel deve ter uma planta de qualidade, explica Francisco Muratori, diretor da Local Imóveis, da rede Lopes. "Um apartamento pode ter 200 m², mas se as suas áreas úteis forem mal aproveitadas e seus cômodos estiverem dispostos de uma forma ruim, ficará desvalorizado", diz ele. Nem todos estão dispostos a realizar reformas radicais na casa nova. É esse mesmo princípio que torna os imóveis antigos, com instalações e revestimentos desgastados, menos atraentes. Além disso, dependendo da década em que foram construídos, não estão localizados em condomínios com boa infraestrutura. Cálculo de Influência Os modismos e preferências dos paulistanos sobre o que um imóvel deve ou não ter mudam ao longo do tempo. Um estudo realizado em 2009 pelo Núcleo de Real Estate da USP, que desenvolve pesquisas sobre mercado imobiliário, mostra essa transformação. Com base na análise de anúncios, o estudo revelou que as construtoras passaram a investir na sofisticação da estrutura de lazer dos prédios (piscinas, academias e quadras) na década de 1990. A oferta de unidades com cômodos integrados e espaços com funções específicas, como closets, aumentou na época. Diante da constante transformação nas preferências, é importante evitar que um imóvel fique datado e perca valor. "O ideal é que a planta seja flexível para adaptações no futuro, e que os moradores mantenham a residência bem conservada", explica Eliane Monetti, do Departamento de Engenharia Civil da USP. Apartamentos com vagas na garagem, com vista bonita e que não estejam na face sul de um prédio também costumam ser mais valorizados. Com todas essas variáveis em mão, o próximo passo é traduzir o valor do imóvel em números. Cheque com o porteiro e pesquise na vizinhança por quanto unidades próximas à sua foram anunciadas e vendidas. Marcelino David, professor de administração da Mackenzie, recomenda fazer buscas em portais imobiliários para verificar preços de imóveis semelhantes ao seu. Após as apurações iniciais, é essencial consultar um corretor que atue nas redondezas, para chegar a um valor redondo, "com o cuidado de passar à imobiliária informações precisas sobre o imóvel, como tamanho, valor do IPTU, para evitar precificação errada", diz Igor Freire, diretor de vendas da Lello. Além de levar em conta as características do imóvel, esse profissional vai avaliar a situação do mercado. "Algumas pessoas têm a sensação de que o preço do imóvel é fixo, mas ele sempre se altera", afirma José Roberto Federighi, diretor da Brasil Brokers. SITES AJUDAM NA AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES Portais imobiliários têm investido em ferramentas de precificação on-line, com o propósito de facilitar o cálculo do valor de uma casa. O Zap Imóveis conta com a "Quanto Vale?", tecnologia que, a partir de uma média de 70 atributos de uma casa, como localização e tamanho, estima o seu preço médio. A plataforma usa como base cerca de 150 mil anúncios de unidades na região metropolitana de São Paulo. Para acessá-la, o usuário deve pagar uma taxa de R$ 89,90. O relatório chega em cerca de 15 minutos. "O objetivo é filtrar as informações do mercado e ajudar os corretores no processo de precificação", explica Danilo Igliori, da DataZap, empresa de inteligência do portal. A arquiteta Marina Carvalho, 39, decidiu lançar mão da ferramenta porque não conseguia vender o seu apartamento de 65 m² em Jaguaré (zona oeste) havia um ano. A ferramenta calculou que o imóvel valia R$ 45 mil a menos do que a arquiteta pedia: R$ 435 mil, não R$ 480 mil. Mas acabou vendendo por R$ 465 mil por causa das melhorias que fez no lugar. "Acho que a ferramenta poderia pedir mais detalhes sobre reformas realizadas no imóvel, para chegar a um preço mais justo", afirma. O VivaReal lançou em março uma funcionalidade parecida, mas que só pode ser usada por corretores. O site pede a localização e o tamanho da unidade e chega a um valor com base em cinco milhões de anúncios. "O objetivo é amenizar as discordâncias entre corretor e proprietário sobre o preço de venda", diz Alexander Clein, diretor comercial da empresa. A Quinto Andar, que trabalha apenas com aluguéis, tem uma plataforma que leva em conta cerca de 30 atributos para chegar ao valor final, calculado a partir de 40 mil imóveis que já foram anunciados no site.
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Imóveis devem ser flexíveis para resistir a modismos e não desvalorizar JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Não existe fórmula exata para calcular valor de imóvel. A conta deve considerar uma série de fatores, como qualidade da planta e temperatura do mercado. Mas uma coisa é consenso: localização é o critério de maior peso. O que determina se um bairro é "bom" é a proximidade de transporte público e a renda média de moradores, segundo Flávio Prando, vice-presidente de intermediação imobiliária do Secovi-SP. Um imóvel de 100 m² com dois quartos nos Jardins, região de alto padrão e próxima à avenida Paulista, custa em torno de R$ 1 milhão, segundo dados do sindicato da habitação. Já outro do mesmo tamanho em Casa Verde, bairro de médio padrão e sem metrô, vale R$ 680 mil, quase 40% a menos. A metragem também é determinante, claro. Mas não basta ser grande, o imóvel deve ter uma planta de qualidade, explica Francisco Muratori, diretor da Local Imóveis, da rede Lopes. "Um apartamento pode ter 200 m², mas se as suas áreas úteis forem mal aproveitadas e seus cômodos estiverem dispostos de uma forma ruim, ficará desvalorizado", diz ele. Nem todos estão dispostos a realizar reformas radicais na casa nova. É esse mesmo princípio que torna os imóveis antigos, com instalações e revestimentos desgastados, menos atraentes. Além disso, dependendo da década em que foram construídos, não estão localizados em condomínios com boa infraestrutura. Cálculo de Influência Os modismos e preferências dos paulistanos sobre o que um imóvel deve ou não ter mudam ao longo do tempo. Um estudo realizado em 2009 pelo Núcleo de Real Estate da USP, que desenvolve pesquisas sobre mercado imobiliário, mostra essa transformação. Com base na análise de anúncios, o estudo revelou que as construtoras passaram a investir na sofisticação da estrutura de lazer dos prédios (piscinas, academias e quadras) na década de 1990. A oferta de unidades com cômodos integrados e espaços com funções específicas, como closets, aumentou na época. Diante da constante transformação nas preferências, é importante evitar que um imóvel fique datado e perca valor. "O ideal é que a planta seja flexível para adaptações no futuro, e que os moradores mantenham a residência bem conservada", explica Eliane Monetti, do Departamento de Engenharia Civil da USP. Apartamentos com vagas na garagem, com vista bonita e que não estejam na face sul de um prédio também costumam ser mais valorizados. Com todas essas variáveis em mão, o próximo passo é traduzir o valor do imóvel em números. Cheque com o porteiro e pesquise na vizinhança por quanto unidades próximas à sua foram anunciadas e vendidas. Marcelino David, professor de administração da Mackenzie, recomenda fazer buscas em portais imobiliários para verificar preços de imóveis semelhantes ao seu. Após as apurações iniciais, é essencial consultar um corretor que atue nas redondezas, para chegar a um valor redondo, "com o cuidado de passar à imobiliária informações precisas sobre o imóvel, como tamanho, valor do IPTU, para evitar precificação errada", diz Igor Freire, diretor de vendas da Lello. Além de levar em conta as características do imóvel, esse profissional vai avaliar a situação do mercado. "Algumas pessoas têm a sensação de que o preço do imóvel é fixo, mas ele sempre se altera", afirma José Roberto Federighi, diretor da Brasil Brokers. SITES AJUDAM NA AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES Portais imobiliários têm investido em ferramentas de precificação on-line, com o propósito de facilitar o cálculo do valor de uma casa. O Zap Imóveis conta com a "Quanto Vale?", tecnologia que, a partir de uma média de 70 atributos de uma casa, como localização e tamanho, estima o seu preço médio. A plataforma usa como base cerca de 150 mil anúncios de unidades na região metropolitana de São Paulo. Para acessá-la, o usuário deve pagar uma taxa de R$ 89,90. O relatório chega em cerca de 15 minutos. "O objetivo é filtrar as informações do mercado e ajudar os corretores no processo de precificação", explica Danilo Igliori, da DataZap, empresa de inteligência do portal. A arquiteta Marina Carvalho, 39, decidiu lançar mão da ferramenta porque não conseguia vender o seu apartamento de 65 m² em Jaguaré (zona oeste) havia um ano. A ferramenta calculou que o imóvel valia R$ 45 mil a menos do que a arquiteta pedia: R$ 435 mil, não R$ 480 mil. Mas acabou vendendo por R$ 465 mil por causa das melhorias que fez no lugar. "Acho que a ferramenta poderia pedir mais detalhes sobre reformas realizadas no imóvel, para chegar a um preço mais justo", afirma. O VivaReal lançou em março uma funcionalidade parecida, mas que só pode ser usada por corretores. O site pede a localização e o tamanho da unidade e chega a um valor com base em cinco milhões de anúncios. "O objetivo é amenizar as discordâncias entre corretor e proprietário sobre o preço de venda", diz Alexander Clein, diretor comercial da empresa. A Quinto Andar, que trabalha apenas com aluguéis, tem uma plataforma que leva em conta cerca de 30 atributos para chegar ao valor final, calculado a partir de 40 mil imóveis que já foram anunciados no site.
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Desembargador nega pedido para anular prova de redação do Enem
O desembargador federal Ivan Lira de Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, negou pedido para anular a prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aplicada nos dias 5 e 6 de novembro. Carvalho entendeu que o tema da redação não é o mesmo que apareceu em imagem de prova falsa em 2015, quando o MEC (Ministério da Educação) desmentiu vazamento. O pedido de suspensão da redação foi apresentado pelo procurador Oscar Costa Filho, do MPF (Ministério Público Federal) no Ceará, com a justificativa de que o tema da redação do Enem de 2016 seria praticamente o mesmo que aparece na imagem divulgada pelo MEC. O juiz federal José Vidal da Silva, da 8ª Vara Federal do Ceará, já havia negado o pedido do procurador, que recorreu da decisão. Nesta sexta-feira (2), o MEC divulgou nota na qual cita trechos da decisão do desembargador: "Como bem afirmou o magistrado de primeiro grau, a mera menção a assunto assemelhado ao exigido no Enem de 2016 em prova falsa, divulgada em 2015, não implica, nem de longe, que tenha havido uma violação do sigilo do exame de seriedade suficiente para comprometer todo o resultado do certame". Segundo o MEC, o desembargador concluiu que o exame não perdeu o "elemento-surpresa necessário". Na nota, o ministério cita as ações do procurador, que na última quinta-feira (1) disse que a lisura do exame foi comprometida. "O procurador Oscar Costa Filho é o mesmo que tentou cancelar a prova do Enem de 2016, antes de sua realização, em 5 e 6 de novembro, e teve o pedido negado pela Justiça. Ele também divulgou, na quinta-feira, parte do inquérito da Polícia Federal sobre as fraudes no exame que ainda está em fase de investigação e solicitou o cancelamento das provas realizadas este ano", diz a nota do MEC. O ministério afirma que o caso de vazamento da prova no Ceará é "fato isolado". "O MEC garante que o Enem está preservado, que houve um fato isolado, que não vai prejudicar milhões de brasileiros com relação a uma tentativa de fraude. Foi uma ação isolada, identificada pela Polícia Federal, que atuou de forma articulada com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do Ministério da Educação responsável pela realização do exame." Neste sábado (3) e domingo (4), será realizada a prova do Enem 2016 nos 165 municípios brasileiros onde uma segunda aplicação foi necessária por causa das ocupações de escolas e instituições de ensino superior.
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Desembargador nega pedido para anular prova de redação do EnemO desembargador federal Ivan Lira de Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, negou pedido para anular a prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aplicada nos dias 5 e 6 de novembro. Carvalho entendeu que o tema da redação não é o mesmo que apareceu em imagem de prova falsa em 2015, quando o MEC (Ministério da Educação) desmentiu vazamento. O pedido de suspensão da redação foi apresentado pelo procurador Oscar Costa Filho, do MPF (Ministério Público Federal) no Ceará, com a justificativa de que o tema da redação do Enem de 2016 seria praticamente o mesmo que aparece na imagem divulgada pelo MEC. O juiz federal José Vidal da Silva, da 8ª Vara Federal do Ceará, já havia negado o pedido do procurador, que recorreu da decisão. Nesta sexta-feira (2), o MEC divulgou nota na qual cita trechos da decisão do desembargador: "Como bem afirmou o magistrado de primeiro grau, a mera menção a assunto assemelhado ao exigido no Enem de 2016 em prova falsa, divulgada em 2015, não implica, nem de longe, que tenha havido uma violação do sigilo do exame de seriedade suficiente para comprometer todo o resultado do certame". Segundo o MEC, o desembargador concluiu que o exame não perdeu o "elemento-surpresa necessário". Na nota, o ministério cita as ações do procurador, que na última quinta-feira (1) disse que a lisura do exame foi comprometida. "O procurador Oscar Costa Filho é o mesmo que tentou cancelar a prova do Enem de 2016, antes de sua realização, em 5 e 6 de novembro, e teve o pedido negado pela Justiça. Ele também divulgou, na quinta-feira, parte do inquérito da Polícia Federal sobre as fraudes no exame que ainda está em fase de investigação e solicitou o cancelamento das provas realizadas este ano", diz a nota do MEC. O ministério afirma que o caso de vazamento da prova no Ceará é "fato isolado". "O MEC garante que o Enem está preservado, que houve um fato isolado, que não vai prejudicar milhões de brasileiros com relação a uma tentativa de fraude. Foi uma ação isolada, identificada pela Polícia Federal, que atuou de forma articulada com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do Ministério da Educação responsável pela realização do exame." Neste sábado (3) e domingo (4), será realizada a prova do Enem 2016 nos 165 municípios brasileiros onde uma segunda aplicação foi necessária por causa das ocupações de escolas e instituições de ensino superior.
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BNDESPar e Caixa vão à Justiça para impedir voto de irmãos Batista
O BNDESPar e a Caixa Econômica Federal (CEF) solicitaram uma liminar à Justiça para impedir os representantes dos irmãos Batista de votar na assembleia da JBS que acontece nesta sexta-feira (1). Segundo apurou a reportagem, o pedido foi ajuizado na oitava vara cível da Justiça Federal de São Paulo. O juiz ainda não decidiu sobre o caso, o que deve ocorrer em breve. O argumento dos bancos estatais é que há conflito de interesse, porque a assembleia vai avaliar uma ação de responsabilidade civil contra os administradores por conta dos crimes que admitiram em delação premiada. A ação obrigaria Wesley Batista a deixar a presidência da empresa. A decisão do BNDES e da CEF, os principais minoritários da JBS com 26% de participação, contraria parecer da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, a pedido do banco estatal, avaliou o assunto. Na terça-feira (29), a autarquia decidiu que a complexidade do caso não permitia concluir que havia conflito de interesses a priori e recomendou que os acionistas avaliassem a questão e, se for o caso, se absterem de votar. A CVM acompanhou o argumento da defesa de que os interesses da J&F, holding que congrega os negócios do Batista e detém 42,16% da JBS, não necessariamente coincidem com os de Wesley Batista. A J&F alegou que a saída de Wesley poderia provocar danos para a empresa, como, por exemplo, a antecipação da cobrança de dívidas pelos bancos por quebra de contrato por conta da mudança no controle. Procurados, BNDES e CEF não comentaram. Em um evento no Rio de Janeiro, Eliane Lustosa, diretora da área de mercado de capitais do BNDES, afirmou que a decisão da CVM não mudava a estratégia do banco e se recusou a responder sobre um possível questionamento judicial. Se a Justiça não impedir a J&F de votar, o BNDES e a CEF tem poucas chances de conseguir afastar Wesley Batista do comando da empresa. Se conseguirem a liminar, o jogo muda.
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BNDESPar e Caixa vão à Justiça para impedir voto de irmãos BatistaO BNDESPar e a Caixa Econômica Federal (CEF) solicitaram uma liminar à Justiça para impedir os representantes dos irmãos Batista de votar na assembleia da JBS que acontece nesta sexta-feira (1). Segundo apurou a reportagem, o pedido foi ajuizado na oitava vara cível da Justiça Federal de São Paulo. O juiz ainda não decidiu sobre o caso, o que deve ocorrer em breve. O argumento dos bancos estatais é que há conflito de interesse, porque a assembleia vai avaliar uma ação de responsabilidade civil contra os administradores por conta dos crimes que admitiram em delação premiada. A ação obrigaria Wesley Batista a deixar a presidência da empresa. A decisão do BNDES e da CEF, os principais minoritários da JBS com 26% de participação, contraria parecer da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, a pedido do banco estatal, avaliou o assunto. Na terça-feira (29), a autarquia decidiu que a complexidade do caso não permitia concluir que havia conflito de interesses a priori e recomendou que os acionistas avaliassem a questão e, se for o caso, se absterem de votar. A CVM acompanhou o argumento da defesa de que os interesses da J&F, holding que congrega os negócios do Batista e detém 42,16% da JBS, não necessariamente coincidem com os de Wesley Batista. A J&F alegou que a saída de Wesley poderia provocar danos para a empresa, como, por exemplo, a antecipação da cobrança de dívidas pelos bancos por quebra de contrato por conta da mudança no controle. Procurados, BNDES e CEF não comentaram. Em um evento no Rio de Janeiro, Eliane Lustosa, diretora da área de mercado de capitais do BNDES, afirmou que a decisão da CVM não mudava a estratégia do banco e se recusou a responder sobre um possível questionamento judicial. Se a Justiça não impedir a J&F de votar, o BNDES e a CEF tem poucas chances de conseguir afastar Wesley Batista do comando da empresa. Se conseguirem a liminar, o jogo muda.
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Sexo e mentiras podem ser expostos por invasão de dados dos EUA
Quando um militar da reserva dos Estados Unidos, de 51 anos, contou, em um pedido de autorização de um controle de segurança, que teve um caso de 20 anos com a mulher de um ex-colega de faculdade, isso deveria ter permanecido como um segredo entre ele e o governo. A divulgação na semana passada de que hackers haviam invadido um banco de dados contendo esse tipo de informação íntima, e possivelmente prejudicial, sobre milhões de funcionários públicos e privados abalou Washington. A invasão da base de dados do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM, na sigla em inglês) da Casa Branca poderia fornecer um tesouro para os espiões estrangeiros. O caso do militar, informado por ele quando se candidatou a um emprego em uma empresa do setor de defesa e entrou com um pedido de permissões de acesso a áreas de segurança, é apenas um exemplo do potencial dos dados, do constrangimento e até mesmo chantagem decorrente da pirataria. O homem tinha escondido o caso de sua esposa por duas décadas antes de divulgá-lo em um documento do governo chamado Formulário Padrão 86 (SF 86), preenchido por milhões de norte-americanos que procuram as habilitações de segurança. Na decisão de um juiz, publicada no site do Pentágono, consta que ele deveria manter seu certificado de segurança porque revelou seu caso ao governo. Seu nome não aparece na sentença do juiz administrativo. A divulgação de dados da OPM que tinham sido alvo de hackers causou arrepios na espinha de atuais e ex-funcionários do governo dos EUA quando se deram conta de que seus segredos sobre sexo, drogas e dinheiro poderiam estar nas mãos de um governo estrangeiro.
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Sexo e mentiras podem ser expostos por invasão de dados dos EUAQuando um militar da reserva dos Estados Unidos, de 51 anos, contou, em um pedido de autorização de um controle de segurança, que teve um caso de 20 anos com a mulher de um ex-colega de faculdade, isso deveria ter permanecido como um segredo entre ele e o governo. A divulgação na semana passada de que hackers haviam invadido um banco de dados contendo esse tipo de informação íntima, e possivelmente prejudicial, sobre milhões de funcionários públicos e privados abalou Washington. A invasão da base de dados do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM, na sigla em inglês) da Casa Branca poderia fornecer um tesouro para os espiões estrangeiros. O caso do militar, informado por ele quando se candidatou a um emprego em uma empresa do setor de defesa e entrou com um pedido de permissões de acesso a áreas de segurança, é apenas um exemplo do potencial dos dados, do constrangimento e até mesmo chantagem decorrente da pirataria. O homem tinha escondido o caso de sua esposa por duas décadas antes de divulgá-lo em um documento do governo chamado Formulário Padrão 86 (SF 86), preenchido por milhões de norte-americanos que procuram as habilitações de segurança. Na decisão de um juiz, publicada no site do Pentágono, consta que ele deveria manter seu certificado de segurança porque revelou seu caso ao governo. Seu nome não aparece na sentença do juiz administrativo. A divulgação de dados da OPM que tinham sido alvo de hackers causou arrepios na espinha de atuais e ex-funcionários do governo dos EUA quando se deram conta de que seus segredos sobre sexo, drogas e dinheiro poderiam estar nas mãos de um governo estrangeiro.
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Após período de seca, tempo muda em SP nesta quinta e umidade deve subir
Depois de completar 50 dias sem chuva significativa e passar por um período com baixos níveis de umidade, São Paulo deve voltar a ter chuvas nesta quinta-feira (3). A chegada de uma frente fria, além de trazer nuvens, vai derrubar as temperaturas, que têm sido quentes nos últimos dias. Nesta quinta-feira (3), uma fraca frente fria deve auxiliar a mudar este cenário. Aumenta o número de nuvens na capital e na faixa leste do Estado, com chance de chuvas isoladas fracas e rajadas de vento, com ligeira melhora na qualidade do ar. A temperatura deve oscilar entre 14°C e 22°C, conforme o serviço meteorológico Climatempo. Na sexta (4), a previsão é de céu nublado e chance de garoas, com queda na temperatura: mínima de 12°C e máxima de 17°C. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, a grande variação de temperaturas mínimas e máximas nesta época do ano é comum. O sábado (5) segue a tendência de sexta, de tempo frio e fechado. A expectativa, no entanto, é que a frente fria passe rápido e a região metropolitana volte a enfrentar tempo seco já a partir de domingo (6). Segundo índices pluviométricos do CGE, o último dia em que houve chuva expressiva na capital paulista foi 13 de junho, quando houve um acumulado de 13,1 mm em média. De lá até esta quinta, ocorreram apenas breves garoas. Os baixos índices de umidade do ar somados à falta de chuva prejudicam a qualidade do ar em grandes centros urbanos, devido à concentração de poluentes –o que facilita a ocorrência de problemas respiratórios nesses períodos. Nesta quarta (2), a média de umidade relativa do ar durante a tarde foi de 29%, conforme o CGE. A Defesa Civil chegou a decretar estado de atenção até a umidade voltar a níveis acima de 30%. Os períodos prolongados de estiagem são comuns durante o inverno, mas a massa de ar que ficou estacionada sobre a região nas últimas semanas, bloqueando frentes frias e massas polares, conseguiu fazer do mês de julho o segundo mais seco desde 1995, atrás apenas do julho de 2008, quando não houve chuva nenhuma.
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Após período de seca, tempo muda em SP nesta quinta e umidade deve subirDepois de completar 50 dias sem chuva significativa e passar por um período com baixos níveis de umidade, São Paulo deve voltar a ter chuvas nesta quinta-feira (3). A chegada de uma frente fria, além de trazer nuvens, vai derrubar as temperaturas, que têm sido quentes nos últimos dias. Nesta quinta-feira (3), uma fraca frente fria deve auxiliar a mudar este cenário. Aumenta o número de nuvens na capital e na faixa leste do Estado, com chance de chuvas isoladas fracas e rajadas de vento, com ligeira melhora na qualidade do ar. A temperatura deve oscilar entre 14°C e 22°C, conforme o serviço meteorológico Climatempo. Na sexta (4), a previsão é de céu nublado e chance de garoas, com queda na temperatura: mínima de 12°C e máxima de 17°C. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, a grande variação de temperaturas mínimas e máximas nesta época do ano é comum. O sábado (5) segue a tendência de sexta, de tempo frio e fechado. A expectativa, no entanto, é que a frente fria passe rápido e a região metropolitana volte a enfrentar tempo seco já a partir de domingo (6). Segundo índices pluviométricos do CGE, o último dia em que houve chuva expressiva na capital paulista foi 13 de junho, quando houve um acumulado de 13,1 mm em média. De lá até esta quinta, ocorreram apenas breves garoas. Os baixos índices de umidade do ar somados à falta de chuva prejudicam a qualidade do ar em grandes centros urbanos, devido à concentração de poluentes –o que facilita a ocorrência de problemas respiratórios nesses períodos. Nesta quarta (2), a média de umidade relativa do ar durante a tarde foi de 29%, conforme o CGE. A Defesa Civil chegou a decretar estado de atenção até a umidade voltar a níveis acima de 30%. Os períodos prolongados de estiagem são comuns durante o inverno, mas a massa de ar que ficou estacionada sobre a região nas últimas semanas, bloqueando frentes frias e massas polares, conseguiu fazer do mês de julho o segundo mais seco desde 1995, atrás apenas do julho de 2008, quando não houve chuva nenhuma.
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Aumenta para 15 número de escolas técnicas ocupadas em São Paulo
Aumentou de 11 para 15, nesta segunda-feira (9), o número de escolas técnicas ocupadas por estudantes secundaristas em São Paulo, de acordo com o Centro Paula Souza. O centro, responsável pela administração das escolas técnicas do governo Geraldo Alckmin (PSDB), disse que, em relação a domingo (8), cinco escolas foram ocupadas –as unidades não foram informadas. Uma escola foi desocupada, a Etec Getúlio Vargas, no Ipiranga, zona sul. Na semana passada, a sede administrativa do Paula Souza, que fica na região central, foi desocupada, depois de oito dias –nesta segunda, o órgão estimou em R$ 80 mil os prejuízos causados, como portas quebradas e sumiço de 21 notebooks 12 HDs externos, entre outros. Os alunos reivindicam melhorias na merenda. Em resposta aos protestos, o governo propôs oferecer marmitex quem estuda nas Etecs em período integral, a partir do segundo semestre.
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Aumenta para 15 número de escolas técnicas ocupadas em São PauloAumentou de 11 para 15, nesta segunda-feira (9), o número de escolas técnicas ocupadas por estudantes secundaristas em São Paulo, de acordo com o Centro Paula Souza. O centro, responsável pela administração das escolas técnicas do governo Geraldo Alckmin (PSDB), disse que, em relação a domingo (8), cinco escolas foram ocupadas –as unidades não foram informadas. Uma escola foi desocupada, a Etec Getúlio Vargas, no Ipiranga, zona sul. Na semana passada, a sede administrativa do Paula Souza, que fica na região central, foi desocupada, depois de oito dias –nesta segunda, o órgão estimou em R$ 80 mil os prejuízos causados, como portas quebradas e sumiço de 21 notebooks 12 HDs externos, entre outros. Os alunos reivindicam melhorias na merenda. Em resposta aos protestos, o governo propôs oferecer marmitex quem estuda nas Etecs em período integral, a partir do segundo semestre.
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Eleita melhor marca de turismo, CVC embarca cerca de cem aviões por dia com seus viajantes
ROBERTO DE OLIVEIRA EDITOR DA sãopaulo Vamos viajar em números, muitos números. O ano era o de 1972, quando se expandia e se concentrava a indústria na Grande São Paulo, na época do chamado "milagre econômico". Em Santo André, a rua Cesário Motta era uma vitrine do boom econômico: agências bancárias, redes de lojas, pedestres dispostos a gastar. O número 468 exibia uma placa, que ficava bem acima da porta de entrada e praticamente encobria a fachada da pequena agência de viagens. Nela, três letras na vertical, as iniciais de seu fundador, deixavam espaço para as marcas famosíssimas das companhias aéreas de então: Varig, Cruzeiro, Transbrasil, Vasp. Afinal de contas, voar, naqueles tempos, era mais que um luxo. Enquanto as quatro empresas ficaram no passado, a lojinha não parou de crescer. Assistiu à derrocada não só das aéreas como também de inúmeros concorrentes. Levando gente para passear —primeiramente metalúrgicos do ABC que iam de ônibus para a praia, depois diferentes classes trabalhadoras para qualquer canto do mundo—, foi ganhando cada vez mais terreno. As três letrinhas tornaram-se, então, gigantescas: CVC. Só no ano passado, ela pôs para voar e também andar de ônibus seis vezes a população inteira de sua terra natal, Santo André, quase 4 milhões de passageiros. Enquanto você lê este texto, cerca de cem aviões estão cruzando os céus do Brasil com passageiros dela. Seja para relaxar numa praia, seja para fazer um intercâmbio em sete idiomas, seja para uma viagem de negócios, todo santo dia 14 mil passageiros estão com a CVC. Para atender a essa multidão, são gerados cerca de 500 mil empregos indiretos, de guias a motoristas, de garçons a camareiras. Mesmo em tempos bicudos, abre a cada três dias um novo ponto onde é possível visualizar as três letras azuis, que descansam sobre um círculo amarelo ao fundo. O faturamento gira na casa dos R$ 5,5 bilhões. Neste ano, a marca deve reservar 4,6 milhões de diárias em hotéis e resorts por todo o globo terrestre. De cada dez passageiros que entram em suas 1.136 lojas franqueadas ou nas 6.500 agências multimarcas em 430 municípios do país, sete saem com "viagens customizadas", ou seja, organizadas do seu jeito. A maioria deles (65%) opta por destinos nacionais, que, em si, constituem um vasto cardápio. De modo geral, a agência oferece em torno de mil lugares aqui e acolá: da festiva Porto Seguro (BA) à badalada Bancoc, na budista Tailândia. A política da operadora segue a mesma cartilha de 45 anos atrás: para tornar o sonho da viagem possível, a compra pode ser parcelada em até 12 vezes. Para quem começou com as tradicionais excursões de fim de semana —além das praias, Barra Bonita e Campos do Jordão—, a CVC, a julgar pelo andar da carruagem, breve, breve deve chegar à Lua!
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Eleita melhor marca de turismo, CVC embarca cerca de cem aviões por dia com seus viajantesROBERTO DE OLIVEIRA EDITOR DA sãopaulo Vamos viajar em números, muitos números. O ano era o de 1972, quando se expandia e se concentrava a indústria na Grande São Paulo, na época do chamado "milagre econômico". Em Santo André, a rua Cesário Motta era uma vitrine do boom econômico: agências bancárias, redes de lojas, pedestres dispostos a gastar. O número 468 exibia uma placa, que ficava bem acima da porta de entrada e praticamente encobria a fachada da pequena agência de viagens. Nela, três letras na vertical, as iniciais de seu fundador, deixavam espaço para as marcas famosíssimas das companhias aéreas de então: Varig, Cruzeiro, Transbrasil, Vasp. Afinal de contas, voar, naqueles tempos, era mais que um luxo. Enquanto as quatro empresas ficaram no passado, a lojinha não parou de crescer. Assistiu à derrocada não só das aéreas como também de inúmeros concorrentes. Levando gente para passear —primeiramente metalúrgicos do ABC que iam de ônibus para a praia, depois diferentes classes trabalhadoras para qualquer canto do mundo—, foi ganhando cada vez mais terreno. As três letrinhas tornaram-se, então, gigantescas: CVC. Só no ano passado, ela pôs para voar e também andar de ônibus seis vezes a população inteira de sua terra natal, Santo André, quase 4 milhões de passageiros. Enquanto você lê este texto, cerca de cem aviões estão cruzando os céus do Brasil com passageiros dela. Seja para relaxar numa praia, seja para fazer um intercâmbio em sete idiomas, seja para uma viagem de negócios, todo santo dia 14 mil passageiros estão com a CVC. Para atender a essa multidão, são gerados cerca de 500 mil empregos indiretos, de guias a motoristas, de garçons a camareiras. Mesmo em tempos bicudos, abre a cada três dias um novo ponto onde é possível visualizar as três letras azuis, que descansam sobre um círculo amarelo ao fundo. O faturamento gira na casa dos R$ 5,5 bilhões. Neste ano, a marca deve reservar 4,6 milhões de diárias em hotéis e resorts por todo o globo terrestre. De cada dez passageiros que entram em suas 1.136 lojas franqueadas ou nas 6.500 agências multimarcas em 430 municípios do país, sete saem com "viagens customizadas", ou seja, organizadas do seu jeito. A maioria deles (65%) opta por destinos nacionais, que, em si, constituem um vasto cardápio. De modo geral, a agência oferece em torno de mil lugares aqui e acolá: da festiva Porto Seguro (BA) à badalada Bancoc, na budista Tailândia. A política da operadora segue a mesma cartilha de 45 anos atrás: para tornar o sonho da viagem possível, a compra pode ser parcelada em até 12 vezes. Para quem começou com as tradicionais excursões de fim de semana —além das praias, Barra Bonita e Campos do Jordão—, a CVC, a julgar pelo andar da carruagem, breve, breve deve chegar à Lua!
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Conheça a mulher que Einstein classificou como 'gênia'
Quando a alemã Emmy Noether quis estudar matemática, as mulheres ainda eram proibidas de entrar na universidade. Anos depois, quando conseguiu finalmente autorização para que pudesse dar aulas a estudantes universitários, não recebia salário. Apesar disso, para Albert Einstein, "Emmy Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde que as mulheres passaram a ter acesso à educação superior". Emmy é considerada a mãe da álgebra moderna, a partir de suas teorias sobre anéis e corpos, mas seu aporte às ciências não se restringe à matemática. Seu trabalho é fundamental para entender a teoria da relatividade. Mas tampouco se limita a ela. Emmy é a chave para compreender todas as teorias da física. "Ao conhecer a história dela, você se pergunta: 'quais outras contribuições essa gênia matemática teria feito se todas as portas estivessem abertas para ela desde o primeiro dia?', questiona à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mayly Sánchez, professora de Física da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos. SEM SALÁRIO Emmy nasceu em 1882. Seu pai, o matemático Max Noether, ensinava na Universidade de Erlangen, na Baviera (Alemanha). Segundo a direção da universidade, permitir o acesso a estudantes mulheres "acabaria com toda a ordem acadêmica". No entanto, dois anos depois, em 1903, Emmy foi uma das duas primeiras estudantes autorizadas a ingressar na universidade. Mas ela não tinha os mesmos direitos que os outros alunos. Emmy só podia participar das aulas como ouvinte e mesmo assim só se os professores lhe dessem uma autorização expressa. Mas, quatro a nos depois, ela se formou em Matemática. "Ela passou o ano seguinte estudando na Universidade de Goettingen", conta Michael Lucibella, autor de uma biografia sobre Noether para a Sociedade Americana de Física (APS, na sigla em inglês. "Mas voltou a Erlangen quando a universidade finalmente revogou as restrições contra as estudantes. Em seguida, terminou sua dissertação sobre invariantes para as formas ternárias bi-quadráticas, em 1907", explica. No entanto, ainda que tenha passado a permitir o ingresso de mulheres, a universidade continuou proibindo-as de ter posições de destaque. "Emmy ensinou em Erlangen por sete anos sem salário, em algumas ocasiões substituindo seu pai", afirma Lucibella. 'SOMOS UMA UNIVERSIDADE, NÃO UMA SAUNA' Em 1915, o grande matemático alemão David Hilbert decidiu levá-la para a Universidade de Goettingen, mas Emmy não foi bem aceita pelos colegas do departamento de matemática. "O que pensarão nossos soldados quando retornarem à universidade e souberem que vão aprender de uma mulher?", afirmou na ocasião um professor do departamento. Ao que Hilbert lhe respondeu: "Não vejo por que o sexo dos professores seja um argumento contra a sua admissão. Somos uma universidade, não uma sauna". Mesmo assim, Emmy teve de dar aulas usando o nome de Hilbert pelos quatro anos seguintes e sem nenhum salário. Lucibella explica que Hilbert havia trazido Emmy para trabalhar com ele por seu conhecimento e sua experiência sobre a chamada teoria de invariantes. TEOREMA DE NOETHER Emmy desenvolveu um teorema que é chave para entender a física das partículas na teoria quântica de campos. Em outras palavras, "para compreender toda a física mais sofisticada", disse à BBC Mundo Manuel Lozana Leyva, professor de Física Atômica e Nuclear da Universidade de Sevilla. "Quando Einstein viu o trabalho de Emmy sobre as invariantes, escreveu a Hilbert: 'Estou impressionado que essas coisas possam ser entendidas de uma maneira tão geral. A velha guarda de Goettingen deveria aprender com a Senhora Noether", indica a biografia de APS. 'FILHOS DE NOETHER' Após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve alguns avanços nos direitos das mulheres na Alemanha. "Emmy recebeu um pequeno salário da Universidade de Goettingen em 1923", assinala Lucibella. "No entanto, nunca lhe foi dado o cargo de professora titular". Naquela ocasião, os alunos de matemática passaram a ser conhecidos como os "meninos de Noether". Mas, com a ascensão do nazismo na Alemanha, Emmy teve de abandonar a vida acadêmica em seu país devido à entrada em vigor de uma lei que proibiu os judeus de exercerem cargos governamentais ou universitários, lembra Lucibella. Emmy foi, assim, demitida de Goettingen. "No começo, passou a receber os alunos em sua casa, mas foi finalmente forçada a abandonar a Alemanha, junto a muitos outros acadêmicos judeus", acrescenta o especialista. Emmy acabou imigrando para os Estados Unidos, onde continuou a exercer o magistério no Colégio Bryn Mawr de Princeton e no Instituto de Estudos Avançados daquela cidade. Em 1935, descobriu um tumor na pélvis em um exame de rotina. Foi operada, e apesar de a cirurgia ter sido um sucesso, uma série de complicações a levaram à morte quatro dias depois. Emmy tinha 53 anos. - Em homenagem a Emmy Noether após a morte dela "Segundo os matemáticos vivos mais competentes, a senhora Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde as mulheres passaram a ter acesso à educação superior. No campo da álgebra, do qual os matemáticos mais talentosos vêm se ocupando por séculos, ela descobriu métodos que provaram ser de enorme importância no desenvolvimento da geração atual dos jovens matemáticos. A matemática pura é, à sua maneira, a poesia das ideias lógicas. Nascida em uma família judia que se destacou pelo amor ao aprendizado, Emmy Noether, que, apesar dos esforços do grande matemático de Goettingen, Hilbert, nunca alcançou a posição acadêmica que merecia em seu próprio país, se cercou, mesmo assim, de um grupo de estudantes e pesquisadores em Goettingen, que viriam a se tornar professores ilustres e pesquisadores. Seu trabalho abnegado e significativo realizado durante muitos anos foi recompensado pelos novos governantes da Alemanha com uma demissão, o que lhe custou sua renda para manter o seu (estilo de) vida simples e a oportunidade de continuar seus estudos matemáticos. Seus amigos visionários de ciência neste país (EUA) tiveram a sorte de fazer os acordos necessários com o College Bryn Mawr e a (Universidade de) Princeton para que ela encontrasse nos Estados Unidos, até o dia de sua morte, não apenas os colegas que apreciaram a sua amizade, mas alunos gratos, cujo entusiasmo fez seus últimos anos os mais felizes e talvez os mais frutíferos de toda a sua carreira."
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Conheça a mulher que Einstein classificou como 'gênia'Quando a alemã Emmy Noether quis estudar matemática, as mulheres ainda eram proibidas de entrar na universidade. Anos depois, quando conseguiu finalmente autorização para que pudesse dar aulas a estudantes universitários, não recebia salário. Apesar disso, para Albert Einstein, "Emmy Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde que as mulheres passaram a ter acesso à educação superior". Emmy é considerada a mãe da álgebra moderna, a partir de suas teorias sobre anéis e corpos, mas seu aporte às ciências não se restringe à matemática. Seu trabalho é fundamental para entender a teoria da relatividade. Mas tampouco se limita a ela. Emmy é a chave para compreender todas as teorias da física. "Ao conhecer a história dela, você se pergunta: 'quais outras contribuições essa gênia matemática teria feito se todas as portas estivessem abertas para ela desde o primeiro dia?', questiona à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mayly Sánchez, professora de Física da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos. SEM SALÁRIO Emmy nasceu em 1882. Seu pai, o matemático Max Noether, ensinava na Universidade de Erlangen, na Baviera (Alemanha). Segundo a direção da universidade, permitir o acesso a estudantes mulheres "acabaria com toda a ordem acadêmica". No entanto, dois anos depois, em 1903, Emmy foi uma das duas primeiras estudantes autorizadas a ingressar na universidade. Mas ela não tinha os mesmos direitos que os outros alunos. Emmy só podia participar das aulas como ouvinte e mesmo assim só se os professores lhe dessem uma autorização expressa. Mas, quatro a nos depois, ela se formou em Matemática. "Ela passou o ano seguinte estudando na Universidade de Goettingen", conta Michael Lucibella, autor de uma biografia sobre Noether para a Sociedade Americana de Física (APS, na sigla em inglês. "Mas voltou a Erlangen quando a universidade finalmente revogou as restrições contra as estudantes. Em seguida, terminou sua dissertação sobre invariantes para as formas ternárias bi-quadráticas, em 1907", explica. No entanto, ainda que tenha passado a permitir o ingresso de mulheres, a universidade continuou proibindo-as de ter posições de destaque. "Emmy ensinou em Erlangen por sete anos sem salário, em algumas ocasiões substituindo seu pai", afirma Lucibella. 'SOMOS UMA UNIVERSIDADE, NÃO UMA SAUNA' Em 1915, o grande matemático alemão David Hilbert decidiu levá-la para a Universidade de Goettingen, mas Emmy não foi bem aceita pelos colegas do departamento de matemática. "O que pensarão nossos soldados quando retornarem à universidade e souberem que vão aprender de uma mulher?", afirmou na ocasião um professor do departamento. Ao que Hilbert lhe respondeu: "Não vejo por que o sexo dos professores seja um argumento contra a sua admissão. Somos uma universidade, não uma sauna". Mesmo assim, Emmy teve de dar aulas usando o nome de Hilbert pelos quatro anos seguintes e sem nenhum salário. Lucibella explica que Hilbert havia trazido Emmy para trabalhar com ele por seu conhecimento e sua experiência sobre a chamada teoria de invariantes. TEOREMA DE NOETHER Emmy desenvolveu um teorema que é chave para entender a física das partículas na teoria quântica de campos. Em outras palavras, "para compreender toda a física mais sofisticada", disse à BBC Mundo Manuel Lozana Leyva, professor de Física Atômica e Nuclear da Universidade de Sevilla. "Quando Einstein viu o trabalho de Emmy sobre as invariantes, escreveu a Hilbert: 'Estou impressionado que essas coisas possam ser entendidas de uma maneira tão geral. A velha guarda de Goettingen deveria aprender com a Senhora Noether", indica a biografia de APS. 'FILHOS DE NOETHER' Após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve alguns avanços nos direitos das mulheres na Alemanha. "Emmy recebeu um pequeno salário da Universidade de Goettingen em 1923", assinala Lucibella. "No entanto, nunca lhe foi dado o cargo de professora titular". Naquela ocasião, os alunos de matemática passaram a ser conhecidos como os "meninos de Noether". Mas, com a ascensão do nazismo na Alemanha, Emmy teve de abandonar a vida acadêmica em seu país devido à entrada em vigor de uma lei que proibiu os judeus de exercerem cargos governamentais ou universitários, lembra Lucibella. Emmy foi, assim, demitida de Goettingen. "No começo, passou a receber os alunos em sua casa, mas foi finalmente forçada a abandonar a Alemanha, junto a muitos outros acadêmicos judeus", acrescenta o especialista. Emmy acabou imigrando para os Estados Unidos, onde continuou a exercer o magistério no Colégio Bryn Mawr de Princeton e no Instituto de Estudos Avançados daquela cidade. Em 1935, descobriu um tumor na pélvis em um exame de rotina. Foi operada, e apesar de a cirurgia ter sido um sucesso, uma série de complicações a levaram à morte quatro dias depois. Emmy tinha 53 anos. - Em homenagem a Emmy Noether após a morte dela "Segundo os matemáticos vivos mais competentes, a senhora Noether foi o gênio matemático criativo mais importante que já existiu desde as mulheres passaram a ter acesso à educação superior. No campo da álgebra, do qual os matemáticos mais talentosos vêm se ocupando por séculos, ela descobriu métodos que provaram ser de enorme importância no desenvolvimento da geração atual dos jovens matemáticos. A matemática pura é, à sua maneira, a poesia das ideias lógicas. Nascida em uma família judia que se destacou pelo amor ao aprendizado, Emmy Noether, que, apesar dos esforços do grande matemático de Goettingen, Hilbert, nunca alcançou a posição acadêmica que merecia em seu próprio país, se cercou, mesmo assim, de um grupo de estudantes e pesquisadores em Goettingen, que viriam a se tornar professores ilustres e pesquisadores. Seu trabalho abnegado e significativo realizado durante muitos anos foi recompensado pelos novos governantes da Alemanha com uma demissão, o que lhe custou sua renda para manter o seu (estilo de) vida simples e a oportunidade de continuar seus estudos matemáticos. Seus amigos visionários de ciência neste país (EUA) tiveram a sorte de fazer os acordos necessários com o College Bryn Mawr e a (Universidade de) Princeton para que ela encontrasse nos Estados Unidos, até o dia de sua morte, não apenas os colegas que apreciaram a sua amizade, mas alunos gratos, cujo entusiasmo fez seus últimos anos os mais felizes e talvez os mais frutíferos de toda a sua carreira."
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Eliminada do 'MasterChef' e repórter que não têm mão trocam experiências
Depois de fazer um escondidinho de porco na churrasqueira e ser eliminada do programa de culinária "MasterChef", Lanny Keppk, 33, não desistiu da cozinha. A jogadora de vôlei adaptado, que nasceu sem a mão direita, inaugurou um canal de vídeos para ensinar pratos simples e mostrar que viver com uma mão só "não é nenhum bicho de sete cabeças". Enquanto preparava um ceviche –clique aqui para ver a receita, ela conversou com a jornalista da Folha Júlia Barbon, que também nasceu sem uma mão, sobre preconceito, aceitação e, claro, comida. Confira o vídeo acima.
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Eliminada do 'MasterChef' e repórter que não têm mão trocam experiênciasDepois de fazer um escondidinho de porco na churrasqueira e ser eliminada do programa de culinária "MasterChef", Lanny Keppk, 33, não desistiu da cozinha. A jogadora de vôlei adaptado, que nasceu sem a mão direita, inaugurou um canal de vídeos para ensinar pratos simples e mostrar que viver com uma mão só "não é nenhum bicho de sete cabeças". Enquanto preparava um ceviche –clique aqui para ver a receita, ela conversou com a jornalista da Folha Júlia Barbon, que também nasceu sem uma mão, sobre preconceito, aceitação e, claro, comida. Confira o vídeo acima.
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'Queremos comandar o país a partir de 2018', diz Temer sobre PMDB
O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (28) que o PMDB quer comandar o país a partir de 2018 com um programa e que a sigla não pode se tornar "apenas um partido que prioriza cargos em um governo". A fala ocorreu a uma plateia de peemedebistas, em Curitiba. Temer iniciou no Paraná sua ofensiva pela sua reeleição na presidência do PMDB e para fortalecer as eleições municipais neste ano. "Nós não podemos ser apenas um partido que acusa ou vai em busca de cargos. Nós queremos comandar o país a partir de 2018 para implantarmos um programa", disse o vice-presidente, que estava acompanhado de representantes do partido no Estado, como o senador Roberto Requião e o deputado estadual Requião Filho, que deve concorrer à prefeitura da capital paranaense. Curitiba é a primeira cidade visitada pelo vice-presidente na chamada "Caravana da Unidade" do PMDB. Pela tarde, deve visitar Florianópolis, antes de seguir para capitais nordestinas. Diante de um auditório lotado, com filiados acomodados na escada, Temer voltou a reforçar que o foco do PMDB em 2016 é conquistar prefeituras de grandes cidades e capitais. Entre as capitais, o partido está a frente apenas do Rio de Janeiro e de Boa Vista (RR). O PMDB deve lançar candidatura própria em São Paulo, Rio e Porto Alegre. As eleições de 2016, segundo o vice, vão ser a base para o partido em 2018. "Devemos aqui tentar eleger prefeitos nas capitais e nas grandes cidades e com isso preparar as eleições para governador. Precisamos continuar a ser grandes", disse. Temer afirmou ser "muito boa" sua relação com a presidente Dilma Rousseff e minimizou os questionamentos sobre uma possível sucessão. Segundo ele, sua preocupação no momento são com as caravanas pelo país para incentivar as eleições municipais. "E nós queremos assumir o poder em 2018, isso sim, com candidatura própria em 2018." LAVA JATO O vice-presidente também citou as investigações da Lava Jato, dizendo que não devem paralisar o país. "A Lava Jato é questão do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. Não se deve tomar a Lava Jato como algo que tem que tomar conta do país. Não deve embaraçar nem a administração do país muito menos a atividade política do país". Quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cujo tríplex ligado a ele em um condomínio do litoral paulista estar sob investigação, Temer disse apenas que as suspeitas "devem ser apuradas. Simplesmente isso".
poder
'Queremos comandar o país a partir de 2018', diz Temer sobre PMDBO vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (28) que o PMDB quer comandar o país a partir de 2018 com um programa e que a sigla não pode se tornar "apenas um partido que prioriza cargos em um governo". A fala ocorreu a uma plateia de peemedebistas, em Curitiba. Temer iniciou no Paraná sua ofensiva pela sua reeleição na presidência do PMDB e para fortalecer as eleições municipais neste ano. "Nós não podemos ser apenas um partido que acusa ou vai em busca de cargos. Nós queremos comandar o país a partir de 2018 para implantarmos um programa", disse o vice-presidente, que estava acompanhado de representantes do partido no Estado, como o senador Roberto Requião e o deputado estadual Requião Filho, que deve concorrer à prefeitura da capital paranaense. Curitiba é a primeira cidade visitada pelo vice-presidente na chamada "Caravana da Unidade" do PMDB. Pela tarde, deve visitar Florianópolis, antes de seguir para capitais nordestinas. Diante de um auditório lotado, com filiados acomodados na escada, Temer voltou a reforçar que o foco do PMDB em 2016 é conquistar prefeituras de grandes cidades e capitais. Entre as capitais, o partido está a frente apenas do Rio de Janeiro e de Boa Vista (RR). O PMDB deve lançar candidatura própria em São Paulo, Rio e Porto Alegre. As eleições de 2016, segundo o vice, vão ser a base para o partido em 2018. "Devemos aqui tentar eleger prefeitos nas capitais e nas grandes cidades e com isso preparar as eleições para governador. Precisamos continuar a ser grandes", disse. Temer afirmou ser "muito boa" sua relação com a presidente Dilma Rousseff e minimizou os questionamentos sobre uma possível sucessão. Segundo ele, sua preocupação no momento são com as caravanas pelo país para incentivar as eleições municipais. "E nós queremos assumir o poder em 2018, isso sim, com candidatura própria em 2018." LAVA JATO O vice-presidente também citou as investigações da Lava Jato, dizendo que não devem paralisar o país. "A Lava Jato é questão do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. Não se deve tomar a Lava Jato como algo que tem que tomar conta do país. Não deve embaraçar nem a administração do país muito menos a atividade política do país". Quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cujo tríplex ligado a ele em um condomínio do litoral paulista estar sob investigação, Temer disse apenas que as suspeitas "devem ser apuradas. Simplesmente isso".
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Atriz 'mais valiosa', Jennifer Lawrence quer repetir sucesso como diretora
Jennifer Lawrence, 25, eleita pelo segundo ano consecutivo a estrela mais valiosa do cinema pela revista "Forbes", almeja o sucesso também atrás das câmeras. À americana "Entertainment Weekly", ela falou sobre seus planos de dirigir seu primeiro longa. "Quero dirigir desde os 16 e sempre pensei que deveria tomar uma iniciativa em relação a isso. Se eu tivesse tentado antes, não estaria pronta. Hoje, me sinto preparada", declarou a estrela de "Jogos Vorazes". Jennifer, que também se aventura como roteirista em um projeto com a comediante Amy Schumer, já tem um longa em mente. "Assinei para dirigir um filme chamado 'Project Delirium', baseado em um artigo sobre guerras mentais nos anos 1960, como um experimento com ácido que deu totalmente errado", disse. A atriz já havia expressado o desejo de se arriscar como cineasta antes, nos bastidores do Globo de Ouro 2014. "Minha paixão pela direção começou na mesma época que a minha pela atuação em meu primeiro filme. Adoraria dirigir, mas não quero ser horrível", disse ao site "MovieFone", citando David O. Russell como uma influência. "Estou aprendendo com os melhores."
ilustrada
Atriz 'mais valiosa', Jennifer Lawrence quer repetir sucesso como diretoraJennifer Lawrence, 25, eleita pelo segundo ano consecutivo a estrela mais valiosa do cinema pela revista "Forbes", almeja o sucesso também atrás das câmeras. À americana "Entertainment Weekly", ela falou sobre seus planos de dirigir seu primeiro longa. "Quero dirigir desde os 16 e sempre pensei que deveria tomar uma iniciativa em relação a isso. Se eu tivesse tentado antes, não estaria pronta. Hoje, me sinto preparada", declarou a estrela de "Jogos Vorazes". Jennifer, que também se aventura como roteirista em um projeto com a comediante Amy Schumer, já tem um longa em mente. "Assinei para dirigir um filme chamado 'Project Delirium', baseado em um artigo sobre guerras mentais nos anos 1960, como um experimento com ácido que deu totalmente errado", disse. A atriz já havia expressado o desejo de se arriscar como cineasta antes, nos bastidores do Globo de Ouro 2014. "Minha paixão pela direção começou na mesma época que a minha pela atuação em meu primeiro filme. Adoraria dirigir, mas não quero ser horrível", disse ao site "MovieFone", citando David O. Russell como uma influência. "Estou aprendendo com os melhores."
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PM usa bomba para dispersar alunos em frente à sede do governo paulista
A Polícia Militar usou bomba de gás lacrimogêneo para dispersar nesta quinta-feira (15), data em que se comemora o Dia do Professor, um grupo de estudantes que protestava em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Os manifestantes protestavam contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino. O ato começou às 8h, no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, e seguiu por diversas ruas de São Paulo até a sede do governo paulista. Com faixas e cartazes, os manifestantes interditaram o trânsito em vias como Eusébio Matoso, Brigadeiro Faria Lima, marginal Pinheiros e Morumbi. Os estudantes temem que a medida da gestão Geraldo Alckmin provoque o fechamento de unidades tradicionais, superlotação das salas de aula e transferência de alunos para colégios mais distantes. Pais, alunos, professores e diferentes movimentos sociais e estudantis participaram do ato, como o movimento Juntos, Anel (Associação Nacional dos Estudantes Livres) e UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas). Segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas estiveram presentes. A PM não informou a estimativa de público. "Estamos aqui lutando não só pelo nosso futuro como também dos nossos filhos", disse o estudante Julio Cesar Sevério, 17. Em frente ao Palácio dos Bandeirantes, por volta das 13h, um grupo de manifestantes com máscaras entrou em confronto com os policiais que faziam a segurança em frente à sede paulista, o que dispersou os manifestantes e diminuiu o protesto. O grupo começou a jogar pedras e pedaços de madeira dentro do palácio. Um carro de luxo que passava em frente ao local também foi alvo das pedras. Durante o tumulto, os policiais usaram bombas para dispersar os manifestantes. Um carro da polícia foi apedrejado e ficou com para-brisa trincado. Apesar da confusão, a PM informou no local que nenhuma pessoa foi detida. "Eu protesto porque eles não podem precarizar o nosso trabalho. Sobra aluno na sala de aula e eles deveriam aumentar o número de vagas e não fechar escolas", disse a professora de filosofia Nathalia Colli, 23. Para a dona de casa Elida Araújo. 41, que tem dois filhos na rede estadual, a mudança vai causar transtornos. "Minha filha estuda perto de casa e para onde ela vai? E quem vai levá-la?" O estudante, Murilo Magalhães, 22, da Anel, acredita que a reestruturação visa fechar escolas para diminuir os custos da administração estadual. "Como o governo estadual não pode criar novos impostos, em tempo de crise econômica eles querem cortar gastos." Em nota, a Secretaria da Casa Civil informou que "repudia a ação truculenta de vândalos que atacaram a sede do governo paulista" nesta quinta. Segundo a pasta, o grupo depredou equipamentos públicos dos arredores do Palácio dos Bandeirantes, além de "arremessar pedras, rojões e bombas caseiras para o interior do prédio, gerando pânico entre os funcionários e as cerca de 70 crianças de quatro meses a seis anos que ficam na creche". Ainda segundo o texto, após a dispersão dos manifestantes foram encontrados dois artefatos explosivos, que precisaram ser detonados pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Os manifestantes planejam realizar um novo protesto na próximo terça-feira (20), em frente à sede da Secretaria do Estado da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. REORDENAÇÃO DOS CICLOS A meta da Secretaria de Estado da Educação é manter, em cada colégio, apenas um ciclo de ensino –anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental ou anos finais (6º ao 9º) do fundamental ou ensino médio. Com isso, alunos serão transferidos. O processo afetará até mil escolas estaduais e entre 1 milhão e 2 milhões de estudantes. A rede soma 5.108 unidades e 3,8 milhões de alunos. A secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças. O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou na terça (13) que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede –e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial. "É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes", disse à Folha, por telefone. OUTROS PROTESTOS Na última terça (13), dois protestos ocorreram na porta da secretaria da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. O primeiro, pela manhã, reuniu representantes de oito escolas. O outro, à tarde, teve cerca de 200 estudantes da escola Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda (Pirituba). Pais e estudantes da unidade disseram que a direção avisou que ela será fechada. "Qual a logística desse plano de fechamento? Quem levará nossos filhos para as escolas? Não há comunicação, não sei o que vai acontecer", diz o autônomo Carlos Couto, 36, pai de dois alunos. Na semana passada, também houve manifestações. Em uma delas, no centro da cidade, duas pessoas foram detidas pela polícia. Alunos e funcionários da escola Padre Saboia de Medeiros, por exemplo, participaram do ato. "Nossa diretora foi avisada que a escola será fechada", afirmou um servidor, que não quis se identificar. Segundo a secretaria, no entanto, a escola não está na lista de 3.600 que estão sendo analisadas para a mudança. Outros protestos ocorreram em frente a diretorias regionais de ensino, nas zonas leste e sul. Mudanças na educação - 1 - O que mudará na rede em 2016? O governo decidiu dividir os colégios por ciclos de ensino. O objetivo é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos -anos iniciais do fundamental (1º ao 5º), anos finais (6º ao 9º) e ensino médio. 2 - Quantos alunos serão afetados? Segundo o governo, o plano vai afetar até mil escolas e entre 1 milhão e 2 milhões de alunos -a rede tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de estudantes. 3 - Alguma escola será fechada? O governo admite que sim, mas afirma que os espaços continuarão sendo usados para educação, com creches ou escolas técnicas, por exemplo. 4 - Por que essa mudança? O governo afirma que as escolas têm vagas ociosas, já que perderam quase 2 milhões de alunos nos últimos 14 anos. A divisão favoreceria "a gestão das unidades e a adoção de estratégias pedagógicas focadas na fase de aprendizado dos alunos". 5 - Já estão definidas as escolas que serão alteradas? Segundo a secretaria, não. Até dia 23, os 91 dirigentes de ensino do Estado terão que apresentar sugestões. 6 - Quando o aluno saberá se foi transferido? No dia 14 de novembro, por meio de reuniões nas escolas. 7 - Em caso de mudança, o aluno poderá escolher a nova escola? Em dezembro, a secretaria abrirá um período de transferência "por preferência". Inicialmente, os alunos precisam alterar seus dados em www.atualizeseusdados.educacao.sp.gov.br para que sejam rematriculados na escola mais próxima de casa. -
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PM usa bomba para dispersar alunos em frente à sede do governo paulistaA Polícia Militar usou bomba de gás lacrimogêneo para dispersar nesta quinta-feira (15), data em que se comemora o Dia do Professor, um grupo de estudantes que protestava em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Os manifestantes protestavam contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino. O ato começou às 8h, no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, e seguiu por diversas ruas de São Paulo até a sede do governo paulista. Com faixas e cartazes, os manifestantes interditaram o trânsito em vias como Eusébio Matoso, Brigadeiro Faria Lima, marginal Pinheiros e Morumbi. Os estudantes temem que a medida da gestão Geraldo Alckmin provoque o fechamento de unidades tradicionais, superlotação das salas de aula e transferência de alunos para colégios mais distantes. Pais, alunos, professores e diferentes movimentos sociais e estudantis participaram do ato, como o movimento Juntos, Anel (Associação Nacional dos Estudantes Livres) e UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas). Segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas estiveram presentes. A PM não informou a estimativa de público. "Estamos aqui lutando não só pelo nosso futuro como também dos nossos filhos", disse o estudante Julio Cesar Sevério, 17. Em frente ao Palácio dos Bandeirantes, por volta das 13h, um grupo de manifestantes com máscaras entrou em confronto com os policiais que faziam a segurança em frente à sede paulista, o que dispersou os manifestantes e diminuiu o protesto. O grupo começou a jogar pedras e pedaços de madeira dentro do palácio. Um carro de luxo que passava em frente ao local também foi alvo das pedras. Durante o tumulto, os policiais usaram bombas para dispersar os manifestantes. Um carro da polícia foi apedrejado e ficou com para-brisa trincado. Apesar da confusão, a PM informou no local que nenhuma pessoa foi detida. "Eu protesto porque eles não podem precarizar o nosso trabalho. Sobra aluno na sala de aula e eles deveriam aumentar o número de vagas e não fechar escolas", disse a professora de filosofia Nathalia Colli, 23. Para a dona de casa Elida Araújo. 41, que tem dois filhos na rede estadual, a mudança vai causar transtornos. "Minha filha estuda perto de casa e para onde ela vai? E quem vai levá-la?" O estudante, Murilo Magalhães, 22, da Anel, acredita que a reestruturação visa fechar escolas para diminuir os custos da administração estadual. "Como o governo estadual não pode criar novos impostos, em tempo de crise econômica eles querem cortar gastos." Em nota, a Secretaria da Casa Civil informou que "repudia a ação truculenta de vândalos que atacaram a sede do governo paulista" nesta quinta. Segundo a pasta, o grupo depredou equipamentos públicos dos arredores do Palácio dos Bandeirantes, além de "arremessar pedras, rojões e bombas caseiras para o interior do prédio, gerando pânico entre os funcionários e as cerca de 70 crianças de quatro meses a seis anos que ficam na creche". Ainda segundo o texto, após a dispersão dos manifestantes foram encontrados dois artefatos explosivos, que precisaram ser detonados pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Os manifestantes planejam realizar um novo protesto na próximo terça-feira (20), em frente à sede da Secretaria do Estado da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. REORDENAÇÃO DOS CICLOS A meta da Secretaria de Estado da Educação é manter, em cada colégio, apenas um ciclo de ensino –anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental ou anos finais (6º ao 9º) do fundamental ou ensino médio. Com isso, alunos serão transferidos. O processo afetará até mil escolas estaduais e entre 1 milhão e 2 milhões de estudantes. A rede soma 5.108 unidades e 3,8 milhões de alunos. A secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças. O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou na terça (13) que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede –e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial. "É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes", disse à Folha, por telefone. OUTROS PROTESTOS Na última terça (13), dois protestos ocorreram na porta da secretaria da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. O primeiro, pela manhã, reuniu representantes de oito escolas. O outro, à tarde, teve cerca de 200 estudantes da escola Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda (Pirituba). Pais e estudantes da unidade disseram que a direção avisou que ela será fechada. "Qual a logística desse plano de fechamento? Quem levará nossos filhos para as escolas? Não há comunicação, não sei o que vai acontecer", diz o autônomo Carlos Couto, 36, pai de dois alunos. Na semana passada, também houve manifestações. Em uma delas, no centro da cidade, duas pessoas foram detidas pela polícia. Alunos e funcionários da escola Padre Saboia de Medeiros, por exemplo, participaram do ato. "Nossa diretora foi avisada que a escola será fechada", afirmou um servidor, que não quis se identificar. Segundo a secretaria, no entanto, a escola não está na lista de 3.600 que estão sendo analisadas para a mudança. Outros protestos ocorreram em frente a diretorias regionais de ensino, nas zonas leste e sul. Mudanças na educação - 1 - O que mudará na rede em 2016? O governo decidiu dividir os colégios por ciclos de ensino. O objetivo é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos -anos iniciais do fundamental (1º ao 5º), anos finais (6º ao 9º) e ensino médio. 2 - Quantos alunos serão afetados? Segundo o governo, o plano vai afetar até mil escolas e entre 1 milhão e 2 milhões de alunos -a rede tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de estudantes. 3 - Alguma escola será fechada? O governo admite que sim, mas afirma que os espaços continuarão sendo usados para educação, com creches ou escolas técnicas, por exemplo. 4 - Por que essa mudança? O governo afirma que as escolas têm vagas ociosas, já que perderam quase 2 milhões de alunos nos últimos 14 anos. A divisão favoreceria "a gestão das unidades e a adoção de estratégias pedagógicas focadas na fase de aprendizado dos alunos". 5 - Já estão definidas as escolas que serão alteradas? Segundo a secretaria, não. Até dia 23, os 91 dirigentes de ensino do Estado terão que apresentar sugestões. 6 - Quando o aluno saberá se foi transferido? No dia 14 de novembro, por meio de reuniões nas escolas. 7 - Em caso de mudança, o aluno poderá escolher a nova escola? Em dezembro, a secretaria abrirá um período de transferência "por preferência". Inicialmente, os alunos precisam alterar seus dados em www.atualizeseusdados.educacao.sp.gov.br para que sejam rematriculados na escola mais próxima de casa. -
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Em meio à destruição, ruínas de Palmira recebem orquestra russa
Uma orquestra pode ser ouvida, nesta quinta-feira (5), em meio ao caos e à destruição da cidade síria de Palmira. O concerto, chamado de "Com uma prece por Palmira", foi feito em meio às históricas ruínas pela orquestra do Teatro Mariinsky, de São Petersburgo, no que pareceu uma tentativa do governo russo de ganhar mentes e corações e lembrar ao mundo seu papel na retomada da cidade. Em março, a cidade foi reconquistada pelo governo sírio com ajuda de bombardeios russos, após dez meses sob domínio do Estado Islâmico. A regência do inusitado evento cultural coube ao maestro Valery Gergiev, próximo do presidente Vladimir Putin. Na abertura do concerto, Gergiev disse que o evento é uma forma de "protestar contra os bárbaros que destruíram monumentos da cultura mundial. " Por meio de um vídeo, Putin falou à plateia, formada de militares russos e sírios. O presidente afirmou que o concerto é "um sinal de gratidão, memória e esperança". "De gratidão por todos aqueles que lutam contra o terrorismo sem poupar a própria vida; de memória por todas as vítimas do terror, sem considerar o lugar e o momento dos crimes contra a humanidade; e esperança não apenas da renovada de Palmira como um bem cultural de toda a humanidade mas também da libertação da civilização moderna desse terrível mal, o terrorismo internacional." Em 2008, o maestro Gergiev conduziu a orquestra de Mariinsky em frente ao Parlamento bombardeado da autoproclamada República da Ossétia do Sul, após forças russas derrotaram o exército da Geórgia em uma guerra de curta duração pelo território.
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Em meio à destruição, ruínas de Palmira recebem orquestra russaUma orquestra pode ser ouvida, nesta quinta-feira (5), em meio ao caos e à destruição da cidade síria de Palmira. O concerto, chamado de "Com uma prece por Palmira", foi feito em meio às históricas ruínas pela orquestra do Teatro Mariinsky, de São Petersburgo, no que pareceu uma tentativa do governo russo de ganhar mentes e corações e lembrar ao mundo seu papel na retomada da cidade. Em março, a cidade foi reconquistada pelo governo sírio com ajuda de bombardeios russos, após dez meses sob domínio do Estado Islâmico. A regência do inusitado evento cultural coube ao maestro Valery Gergiev, próximo do presidente Vladimir Putin. Na abertura do concerto, Gergiev disse que o evento é uma forma de "protestar contra os bárbaros que destruíram monumentos da cultura mundial. " Por meio de um vídeo, Putin falou à plateia, formada de militares russos e sírios. O presidente afirmou que o concerto é "um sinal de gratidão, memória e esperança". "De gratidão por todos aqueles que lutam contra o terrorismo sem poupar a própria vida; de memória por todas as vítimas do terror, sem considerar o lugar e o momento dos crimes contra a humanidade; e esperança não apenas da renovada de Palmira como um bem cultural de toda a humanidade mas também da libertação da civilização moderna desse terrível mal, o terrorismo internacional." Em 2008, o maestro Gergiev conduziu a orquestra de Mariinsky em frente ao Parlamento bombardeado da autoproclamada República da Ossétia do Sul, após forças russas derrotaram o exército da Geórgia em uma guerra de curta duração pelo território.
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Uma entidade de humor oscilante
RESUMO Jornalista relata neste texto sua experiência em caminhada ao pé do K2, segundo pico mais alto do mundo, no Paquistão. Entre cansaço, sede, galinhas em caixotes, um bode e militares armados, os alpinistas também convivem com paquistaneses pobres que ganham muito pouco para carregar suprimentos e barracas. * No aeroporto de Guarulhos, a atendente atrás do balcão perguntou: tem certeza de que quer embarcar? Sabe qual a situação do país hoje? O Paquistão não estava exatamente em guerra naquela tarde de julho passado. Mas uma série de atentados terroristas havia deflagrado uma campanha mais dura do exército do país contra o Talibã e outros grupos jihadistas. A operação havia espalhado postos militares por estradas e ruas de todo o território paquistanês. Para entrar em um hotel em Islamabad, a capital do país, era necessário passar por até três pontos de revista. Meu destino era a cidade de Skardu, no nordeste, de onde uma expedição com sete brasileiros e oito paquistaneses sairia rumo ao monte K2, 60 anos após a primeira ascensão ao topo dessa, que é a segunda montanha mais alta do planeta. O marco fora conquistado pelos italianos Achille Compagnoni e Lino Lacedelli em 1954. No Paquistão, guias com experiência no trajeto cobram de US$ 1.600 a US$ 3.000 (de cerca de R$ 4.950 a R$ 9.280) para organizar a parte terrestre do percurso. Eles contam que o turismo foi tradicional no país e resiste sustentado por montanhistas europeus e asiáticos, esvaziado em quase 70% em relação a fluxos anteriores ao 11 de Setembro. No próximo mês, reabre-se a temporada de escaladas. Marinheiros de primeira viagem, não subiríamos ao cume da montanha. Com seus 8.611 metros acima do nível do mar, o K2 tem fama de ser bem mais mortal que o Everest, de 8.848 metros, no Nepal. Nossa ideia era apenas conhecer o mítico trajeto até sua base, caminhada de 11 dias para ir (subida) e sete para retornar (descida), totalizando 180 km de andanças e pausas para o sono sob as estrelas. Para cada quatro pessoas que chegaram ao topo do K2, uma morreu, e dois episódios fizeram crescer essa marca. Em 1986, 13 mortes deram título ao chamado Verão Negro. E, em 2008, uma avalanche desencadeou outras 11 mortes. A última pessoa que o K2 matou foi o alpinista espanhol Miguel Ángel Pérez, que naquele julho de 2014, quando descia do cume ao chão, foi provavelmente acometido por um edema cerebral. Altura atrai, falta de oxigênio mata. O nome dele foi gravado em uma placa de alumínio. Ao pé do K2, há 83 iguais. Quando digo que o K2 matou Pérez estou falando como alpinistas se referem ao monte: uma entidade de humor oscilante. Em 2014, morte de Pérez à parte, o K2 concedeu passagem a 48 montanhistas, diz o site explorersweb.com. O início da caminhada à tal entidade é o vilarejo de Askole, onde plantações de arroz balançam ao pé de montanhas. Só carros de tração nas quatro rodas chegam àquelas paragens, percorrendo estradas sinuosas de terra que recortam precipícios e atravessam riachos. As velhas pontes de metal e madeira no trajeto não podem nunca ser fotografadas. Militares dizem que as imagens ajudam grupos terroristas a estudá-las a fim de planejar atentados. Na caminhada ao K2, nos acompanhariam ainda 37 carregadores. Camponeses pobres, no verão eles ganham US$ 7 (cerca de R$ 21,60) por dia, mais gorjetas, para carregar até 30 kg em caminhadas que se estendem por até 12 horas diárias. No lombo, levam comida, mochilas, barracas. O trabalho deixa cicatrizes profundas no corpo de jovens e velhos. Na tropa que seguiu adiante, enfileiravam-se ainda 20 mulas, 5 galinhas vivas encaixotadas, um bode que viraria churrasco já a cerca de 5.000 metros de altura, 2.500 metros acima daquele ponto inicial. Propus o movimento "Free the Goat" (liberte o bode). Não fui atendido. A carne é doce. E dura. É difícil lembrar o nome de alguém no Paquistão, porque lá não existem Gustavos, Ricardos e Fernandos. Mas, como a convivência diária é capaz de superar distâncias culturais e a barreira da língua, não me esquecerei de Nassir e Rasul. Nassir, 22, na companhia de uma mula que carregava seis mochilas em seu lombo, passou por mim e perguntou com inglês razoável: "Oi, cara, você é rico?". Eu, que aos 37 anos pago aluguel e tenho um carro popular, respondi que não, mas ele não aceitou a resposta: "Olha meus sapatos, eu sou pobre, você é rico!". Rasul, 41, destacou-se por um episódio traumático: ele se impacientou, como muitos se impacientam naquele trajeto longo e quente. Queria chegar logo ao camping de Paiju, uma de nossas paradas. Andávamos ao lado de uma ribanceira íngreme, sete, oito metros de altura, e ele passou a apressar cinco mulas à nossa frente, dando golpes violentos com os pés no chão de pedra e areia. Uma mula pisou em falso. Rolou a ribanceira, caiu de costas. Rasul procurou um caminho para descer entre as pedras. Examinou cada osso do animal. "Ela está bem?", perguntei lá de cima. "Sim, são fortes". Adiante, encontramos cadáveres de outras duas mulas que não haviam sido tão fortes como aquela. Os riscos, as histórias de erros que acabaram em mortes e o esforço físico levaram Rasul a "odiar" aquele trabalho. Ele contou que, num verão passado, foi acometido por uma cegueira temporária causada pela luz refletida da neve. GLACIAR Logo após Paiju, a paisagem muda. Ali se inicia o glaciar, terreno acidentado, onde camadas de gelo cobrem pedras, em cujas curvas sinuosas as águas do degelo vão cavando crateras, grutas e formações similares. O ir e vir das mulas deixa um rastro de fezes por todo o caminho. Há pontos cheios de moscas, de forma que é preciso andar muitas vezes com um lenço cobrindo a boca. No glaciar, nada parece fixo, o solo de pedras escapa aos pés, as avalanches emitem sons de trovão. Sem vegetação, não há sombra para se proteger do sol de até 40 graus, temperatura que pode cair para 20 negativos nas noites de verão. Na parte mais baixa do trajeto, há um rio volumoso de água esbranquiçada. Poucas fontes potáveis aparecem entre as pedras, o que só vai mudar no fim do trajeto. Conforme o K2 se aproxima, o caminho torna-se mais belo, e é possível ouvir rios debaixo de nossos pés, correndo sob as camadas de gelo que nos servem de chão. Nesse ponto, após enfrentar diarreia, febres, o mal-estar causado pelo ar rarefeito e todos os dias sem banho, meu cansaço se abriu para breves delírios, em parte provocados pela imagem de homens com metralhadoras correndo em minha direção. Pessimismo puro; eram apenas militares. Outras belas figuras no caminho compensaram o susto. Passados 11 dias de caminhada, noites de luas imensas e cânticos religiosos entoados ao anoitecer pelos muçulmanos, conheci a alpinista espanhola Anna Pujol. Ao pé do Broad Peak, cujo cume está a 8.047 metros, ela fazia anotações. Os dedos dos pés haviam congelado 50 metros antes de seu grupo chegar ao cume. Acrescentou-se uma ventania, e a expedição teve de descer. Com expressão tranquila, esperava um helicóptero. O risco de amputação diminuiria se chegasse logo ao hospital. Ingenuamente, antevi um clima mais descontraído no acampamento na base do K2, algo que se revelasse como uma recompensa depois de dias tão árduos. Mas, ao pé da montanha, o clima é de trabalho. Se não estão escalando, alpinistas estudam ou conferem equipamentos. Também praticam o escambo: longe do comércio, troca-se um naco de salame por refresco Tang, por exemplo. Ao pé do K2, foi estranho pensar que alguém ali subiria o paredão, bem mais exaustivo do que o trajeto que o antecede, supus. Na volta, perguntei ao alpinista alemão Felix Berg, 35, se havia alguma propensão ao suicídio naquele esporte. Antes de fechar a barraca para dormir, ele disse que bons alpinistas não posam "de valentões" e evitam situações críticas. Outros atletas de rostos envelhecidos me fizeram entender também: o que eu via como provas inócuas de heroísmo poderia ser, sob a argumentação apaixonada deles, vontade de viver mais. Foi no caminho da volta que passei pelo momento mais agudo da viagem. Entre Khoburtse e Paiju reparei que Sherz Ali, carregador de 28 anos, pai de seis filhos, levava uma carga excessiva nas costas, e o fato agravou em mim a crise de consciência que se avolumava desde o início da viagem. CULPA As árvores de Paiju apareceram como um ponto verde em uma montanha não muito distante, mas as horas passavam, o sol ardia, e Paiju não vinha nunca. A água em meu cantil acabou três horas antes de eu chegar. Senti um corte no meio dos lábios, e deles também brotou uma pasta de mucosa morta, que eu limpava nas mangas. Exausto, pensei que seria necessário voltar a oferecer ajuda a Sherz Ali. E, se a omissão é de fato um mal, tornei-me ali o próprio demônio. O camping de Paiju estava sujo, a água vertia de uma mangueira sobre um chão cheio de lixo e restos de comida. Era ali que alpinistas e "trekkers" lavavam a louça. Quando decidi enfrentar o nojo e matar a sede, alguém avisou que tinha Coca-Cola à venda em uma cabana não muito distante, à porta da qual, de joelhos, perdi a voz antes de dizer "Coke, please" a um paquistanês maltrapilho. Não havia Coca, mas havia uma garrafa do refrigerante Mountain Dew imersa na água suja de um balde, que eu apontei com o dedo. William Lee, amigo brasileiro, me salvou, comprando a garrafa por dez dólares. Entornei dois litros goela abaixo e, embora aquilo tenha caído no estômago como uma faca, pude retomar o fôlego. Karim Hayat, 42, alpinista paquistanês veterano que eu havia conhecido ao pé do Broad Peak estava logo ao lado, assistindo à minha cena ridícula. Também com lábios rachados, ele me passou aquele tipo de ensinamento que os treinamentos empresariais adorariam transformar em metáforas do progresso: "Escalar uma montanha nos dá forças para escalar outra mais alta depois", explicou. Karim só pensou em desistir da profissão uma vez. Em 2013, enquanto escalava o Nanga Parbat, não muito longe dali, um grupo talibã matou nove alpinistas no acampamento que fica ao pé da montanha. Pelas ondas do rádio, lá de cima, ele ficou sabendo que os terroristas colocaram seus colegas em linha, de joelhos, exigiram dinheiro e outros pertences. E então abriram fogo. Karim não conseguia respirar depois da notícia. "Entrei em choque", contou, "e decidi descer". Ao ver os mortos, ele sentiu que havia "perdido o mundo". Perder o mundo é uma expressão interessante, prossegui pensando no dia seguinte. Sherz Ali andou por horas ao meu lado, e eu ao lado dele, observando aquele peso em suas costas. Com inglês pobre, perguntou se eu poderia doar as botas ao fim da viagem, o que, para me livrar de algum culpa, eu disse que faria. Para agradecer a promessa, ele apanhou meu cantil. Sem equipamento, escalou uma pedra, cerca de dez metros, e voltou. Em um mundo perdido, penso agora, nada poderia ter valido mais do que água e aquela pequena dose de amizade. GUSTAVO FIORATTI, 37, é jornalista.
ilustrissima
Uma entidade de humor oscilanteRESUMO Jornalista relata neste texto sua experiência em caminhada ao pé do K2, segundo pico mais alto do mundo, no Paquistão. Entre cansaço, sede, galinhas em caixotes, um bode e militares armados, os alpinistas também convivem com paquistaneses pobres que ganham muito pouco para carregar suprimentos e barracas. * No aeroporto de Guarulhos, a atendente atrás do balcão perguntou: tem certeza de que quer embarcar? Sabe qual a situação do país hoje? O Paquistão não estava exatamente em guerra naquela tarde de julho passado. Mas uma série de atentados terroristas havia deflagrado uma campanha mais dura do exército do país contra o Talibã e outros grupos jihadistas. A operação havia espalhado postos militares por estradas e ruas de todo o território paquistanês. Para entrar em um hotel em Islamabad, a capital do país, era necessário passar por até três pontos de revista. Meu destino era a cidade de Skardu, no nordeste, de onde uma expedição com sete brasileiros e oito paquistaneses sairia rumo ao monte K2, 60 anos após a primeira ascensão ao topo dessa, que é a segunda montanha mais alta do planeta. O marco fora conquistado pelos italianos Achille Compagnoni e Lino Lacedelli em 1954. No Paquistão, guias com experiência no trajeto cobram de US$ 1.600 a US$ 3.000 (de cerca de R$ 4.950 a R$ 9.280) para organizar a parte terrestre do percurso. Eles contam que o turismo foi tradicional no país e resiste sustentado por montanhistas europeus e asiáticos, esvaziado em quase 70% em relação a fluxos anteriores ao 11 de Setembro. No próximo mês, reabre-se a temporada de escaladas. Marinheiros de primeira viagem, não subiríamos ao cume da montanha. Com seus 8.611 metros acima do nível do mar, o K2 tem fama de ser bem mais mortal que o Everest, de 8.848 metros, no Nepal. Nossa ideia era apenas conhecer o mítico trajeto até sua base, caminhada de 11 dias para ir (subida) e sete para retornar (descida), totalizando 180 km de andanças e pausas para o sono sob as estrelas. Para cada quatro pessoas que chegaram ao topo do K2, uma morreu, e dois episódios fizeram crescer essa marca. Em 1986, 13 mortes deram título ao chamado Verão Negro. E, em 2008, uma avalanche desencadeou outras 11 mortes. A última pessoa que o K2 matou foi o alpinista espanhol Miguel Ángel Pérez, que naquele julho de 2014, quando descia do cume ao chão, foi provavelmente acometido por um edema cerebral. Altura atrai, falta de oxigênio mata. O nome dele foi gravado em uma placa de alumínio. Ao pé do K2, há 83 iguais. Quando digo que o K2 matou Pérez estou falando como alpinistas se referem ao monte: uma entidade de humor oscilante. Em 2014, morte de Pérez à parte, o K2 concedeu passagem a 48 montanhistas, diz o site explorersweb.com. O início da caminhada à tal entidade é o vilarejo de Askole, onde plantações de arroz balançam ao pé de montanhas. Só carros de tração nas quatro rodas chegam àquelas paragens, percorrendo estradas sinuosas de terra que recortam precipícios e atravessam riachos. As velhas pontes de metal e madeira no trajeto não podem nunca ser fotografadas. Militares dizem que as imagens ajudam grupos terroristas a estudá-las a fim de planejar atentados. Na caminhada ao K2, nos acompanhariam ainda 37 carregadores. Camponeses pobres, no verão eles ganham US$ 7 (cerca de R$ 21,60) por dia, mais gorjetas, para carregar até 30 kg em caminhadas que se estendem por até 12 horas diárias. No lombo, levam comida, mochilas, barracas. O trabalho deixa cicatrizes profundas no corpo de jovens e velhos. Na tropa que seguiu adiante, enfileiravam-se ainda 20 mulas, 5 galinhas vivas encaixotadas, um bode que viraria churrasco já a cerca de 5.000 metros de altura, 2.500 metros acima daquele ponto inicial. Propus o movimento "Free the Goat" (liberte o bode). Não fui atendido. A carne é doce. E dura. É difícil lembrar o nome de alguém no Paquistão, porque lá não existem Gustavos, Ricardos e Fernandos. Mas, como a convivência diária é capaz de superar distâncias culturais e a barreira da língua, não me esquecerei de Nassir e Rasul. Nassir, 22, na companhia de uma mula que carregava seis mochilas em seu lombo, passou por mim e perguntou com inglês razoável: "Oi, cara, você é rico?". Eu, que aos 37 anos pago aluguel e tenho um carro popular, respondi que não, mas ele não aceitou a resposta: "Olha meus sapatos, eu sou pobre, você é rico!". Rasul, 41, destacou-se por um episódio traumático: ele se impacientou, como muitos se impacientam naquele trajeto longo e quente. Queria chegar logo ao camping de Paiju, uma de nossas paradas. Andávamos ao lado de uma ribanceira íngreme, sete, oito metros de altura, e ele passou a apressar cinco mulas à nossa frente, dando golpes violentos com os pés no chão de pedra e areia. Uma mula pisou em falso. Rolou a ribanceira, caiu de costas. Rasul procurou um caminho para descer entre as pedras. Examinou cada osso do animal. "Ela está bem?", perguntei lá de cima. "Sim, são fortes". Adiante, encontramos cadáveres de outras duas mulas que não haviam sido tão fortes como aquela. Os riscos, as histórias de erros que acabaram em mortes e o esforço físico levaram Rasul a "odiar" aquele trabalho. Ele contou que, num verão passado, foi acometido por uma cegueira temporária causada pela luz refletida da neve. GLACIAR Logo após Paiju, a paisagem muda. Ali se inicia o glaciar, terreno acidentado, onde camadas de gelo cobrem pedras, em cujas curvas sinuosas as águas do degelo vão cavando crateras, grutas e formações similares. O ir e vir das mulas deixa um rastro de fezes por todo o caminho. Há pontos cheios de moscas, de forma que é preciso andar muitas vezes com um lenço cobrindo a boca. No glaciar, nada parece fixo, o solo de pedras escapa aos pés, as avalanches emitem sons de trovão. Sem vegetação, não há sombra para se proteger do sol de até 40 graus, temperatura que pode cair para 20 negativos nas noites de verão. Na parte mais baixa do trajeto, há um rio volumoso de água esbranquiçada. Poucas fontes potáveis aparecem entre as pedras, o que só vai mudar no fim do trajeto. Conforme o K2 se aproxima, o caminho torna-se mais belo, e é possível ouvir rios debaixo de nossos pés, correndo sob as camadas de gelo que nos servem de chão. Nesse ponto, após enfrentar diarreia, febres, o mal-estar causado pelo ar rarefeito e todos os dias sem banho, meu cansaço se abriu para breves delírios, em parte provocados pela imagem de homens com metralhadoras correndo em minha direção. Pessimismo puro; eram apenas militares. Outras belas figuras no caminho compensaram o susto. Passados 11 dias de caminhada, noites de luas imensas e cânticos religiosos entoados ao anoitecer pelos muçulmanos, conheci a alpinista espanhola Anna Pujol. Ao pé do Broad Peak, cujo cume está a 8.047 metros, ela fazia anotações. Os dedos dos pés haviam congelado 50 metros antes de seu grupo chegar ao cume. Acrescentou-se uma ventania, e a expedição teve de descer. Com expressão tranquila, esperava um helicóptero. O risco de amputação diminuiria se chegasse logo ao hospital. Ingenuamente, antevi um clima mais descontraído no acampamento na base do K2, algo que se revelasse como uma recompensa depois de dias tão árduos. Mas, ao pé da montanha, o clima é de trabalho. Se não estão escalando, alpinistas estudam ou conferem equipamentos. Também praticam o escambo: longe do comércio, troca-se um naco de salame por refresco Tang, por exemplo. Ao pé do K2, foi estranho pensar que alguém ali subiria o paredão, bem mais exaustivo do que o trajeto que o antecede, supus. Na volta, perguntei ao alpinista alemão Felix Berg, 35, se havia alguma propensão ao suicídio naquele esporte. Antes de fechar a barraca para dormir, ele disse que bons alpinistas não posam "de valentões" e evitam situações críticas. Outros atletas de rostos envelhecidos me fizeram entender também: o que eu via como provas inócuas de heroísmo poderia ser, sob a argumentação apaixonada deles, vontade de viver mais. Foi no caminho da volta que passei pelo momento mais agudo da viagem. Entre Khoburtse e Paiju reparei que Sherz Ali, carregador de 28 anos, pai de seis filhos, levava uma carga excessiva nas costas, e o fato agravou em mim a crise de consciência que se avolumava desde o início da viagem. CULPA As árvores de Paiju apareceram como um ponto verde em uma montanha não muito distante, mas as horas passavam, o sol ardia, e Paiju não vinha nunca. A água em meu cantil acabou três horas antes de eu chegar. Senti um corte no meio dos lábios, e deles também brotou uma pasta de mucosa morta, que eu limpava nas mangas. Exausto, pensei que seria necessário voltar a oferecer ajuda a Sherz Ali. E, se a omissão é de fato um mal, tornei-me ali o próprio demônio. O camping de Paiju estava sujo, a água vertia de uma mangueira sobre um chão cheio de lixo e restos de comida. Era ali que alpinistas e "trekkers" lavavam a louça. Quando decidi enfrentar o nojo e matar a sede, alguém avisou que tinha Coca-Cola à venda em uma cabana não muito distante, à porta da qual, de joelhos, perdi a voz antes de dizer "Coke, please" a um paquistanês maltrapilho. Não havia Coca, mas havia uma garrafa do refrigerante Mountain Dew imersa na água suja de um balde, que eu apontei com o dedo. William Lee, amigo brasileiro, me salvou, comprando a garrafa por dez dólares. Entornei dois litros goela abaixo e, embora aquilo tenha caído no estômago como uma faca, pude retomar o fôlego. Karim Hayat, 42, alpinista paquistanês veterano que eu havia conhecido ao pé do Broad Peak estava logo ao lado, assistindo à minha cena ridícula. Também com lábios rachados, ele me passou aquele tipo de ensinamento que os treinamentos empresariais adorariam transformar em metáforas do progresso: "Escalar uma montanha nos dá forças para escalar outra mais alta depois", explicou. Karim só pensou em desistir da profissão uma vez. Em 2013, enquanto escalava o Nanga Parbat, não muito longe dali, um grupo talibã matou nove alpinistas no acampamento que fica ao pé da montanha. Pelas ondas do rádio, lá de cima, ele ficou sabendo que os terroristas colocaram seus colegas em linha, de joelhos, exigiram dinheiro e outros pertences. E então abriram fogo. Karim não conseguia respirar depois da notícia. "Entrei em choque", contou, "e decidi descer". Ao ver os mortos, ele sentiu que havia "perdido o mundo". Perder o mundo é uma expressão interessante, prossegui pensando no dia seguinte. Sherz Ali andou por horas ao meu lado, e eu ao lado dele, observando aquele peso em suas costas. Com inglês pobre, perguntou se eu poderia doar as botas ao fim da viagem, o que, para me livrar de algum culpa, eu disse que faria. Para agradecer a promessa, ele apanhou meu cantil. Sem equipamento, escalou uma pedra, cerca de dez metros, e voltou. Em um mundo perdido, penso agora, nada poderia ter valido mais do que água e aquela pequena dose de amizade. GUSTAVO FIORATTI, 37, é jornalista.
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Estudantes bloqueiam entrada no Ministério da Fazenda por duas horas
Um grupo de 50 integrantes da organização Educafro bloqueou a entrada principal do Ministério da Fazenda por duas horas no início da tarde desta segunda-feira (9), em protesto contra o corte de verbas para a educação. Os manifestantes, estudantes negros vindos de São Paulo, pediam mais dinheiro para as universidades, garantia de bolsa, moradia e alimentação para estudantes cotistas com renda inferior a um salário mínimo e meio. Alguns se acorrentaram às catracas que dão acesso ao prédio principal, impedindo a entrada e saída de funcionários. A portaria do ministro ficou preservada da manifestação. Os estudantes tocaram tambores, berimbau e cantaram paródias como "Ei, senhor Levy, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí". Cerca de seis carros da Polícia Militar estavam a postos, mas não houve confronto. Segundo Frei Davi, líder do movimento, há muitos estudantes no país esperando pelo benefício, prejudicados pela falta de dinheiro e sem ter onde morar. Ele esteve reunido com uma delegação do ministério, e ficou marcada uma reunião com o secretário executivo Tarcísio Godoy para 17 de março. "Se o Brasil é a pátria educadora, essa pátria tem que garantir dinheiro para a educação", afirmou Frei Davi. O movimento também pede que uma comissão seja montada o quanto antes para fiscalizar o cumprimento da política de cotas nas universidades que a adotam, para evitar fraudes, como alunos brancos que se passam por negros. Outro pedido é um plano de inclusão de negros em mestrado e doutorado.
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Estudantes bloqueiam entrada no Ministério da Fazenda por duas horasUm grupo de 50 integrantes da organização Educafro bloqueou a entrada principal do Ministério da Fazenda por duas horas no início da tarde desta segunda-feira (9), em protesto contra o corte de verbas para a educação. Os manifestantes, estudantes negros vindos de São Paulo, pediam mais dinheiro para as universidades, garantia de bolsa, moradia e alimentação para estudantes cotistas com renda inferior a um salário mínimo e meio. Alguns se acorrentaram às catracas que dão acesso ao prédio principal, impedindo a entrada e saída de funcionários. A portaria do ministro ficou preservada da manifestação. Os estudantes tocaram tambores, berimbau e cantaram paródias como "Ei, senhor Levy, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí". Cerca de seis carros da Polícia Militar estavam a postos, mas não houve confronto. Segundo Frei Davi, líder do movimento, há muitos estudantes no país esperando pelo benefício, prejudicados pela falta de dinheiro e sem ter onde morar. Ele esteve reunido com uma delegação do ministério, e ficou marcada uma reunião com o secretário executivo Tarcísio Godoy para 17 de março. "Se o Brasil é a pátria educadora, essa pátria tem que garantir dinheiro para a educação", afirmou Frei Davi. O movimento também pede que uma comissão seja montada o quanto antes para fiscalizar o cumprimento da política de cotas nas universidades que a adotam, para evitar fraudes, como alunos brancos que se passam por negros. Outro pedido é um plano de inclusão de negros em mestrado e doutorado.
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Merkel enfrenta pressão na Alemanha por sua posição pró-refugiados
As últimas seis semanas de crise de refugiados têm mostrado a chanceler Angela Merkel inabalável em sua decisão de ter a Alemanha acomodando centenas de milhares de recém-chegados do Oriente Médio e da África. Mas por quanto tempo? A tarefa não está ficando mais fácil. Dentro da Alemanha, políticos e o público em geral estão preocupados que a bondade possa romper sob a tensão de acomodar, alimentar, dar apoio e tratamento aos cerca de um milhão de recém-chegados este ano. Na Europa, e mais além, Merkel até agora carece de fortes aliados para alcançar seu objetivo de apenas diminuir o fluxo de refugiados. Na verdade, o primeiro-ministro da Húngria Viktor Orban destacou o isolamento de Merkel em relação aos líderes da Europa Central e Oriental na sexta ao fechar a fronteira de seu país com a Croácia, e assim ameaçando mais uma vez interromper a fuga de migrantes que a Alemanha deseja manter em ordem. O movimento de Orban é apenas o mais recente de uma série de desafios que Merkel tem enfrentado nas últimas semanas. Embora muitas vezes acusada de esperar muito tempo para farejar os ventos políticos e liderar por trás, ela tem sido firme em uma série de questões em seus dez anos no cargo —inclusive durante a crise financeira grega deste ano, quando a Alemanha liderou o caminho para a imposição de controles sobre os gastos da Grécia, em troca de um terceiro resgate. A crise dos migrantes, com suas pressões internas e externas, talvez prove ser outra questão. Mas dando terreno a alguns pontos políticos, ela tem apertado a oposição em seu próprio campo conservador. Em Berlim, na sexta, a alta câmara do Parlamento —que inclui os governadores dos 16 Estados da Alemanha, que estiveram na linha de frente para lidar com o afluxo de migrantes— seguiu a câmara baixa e passou um novo pacote de medidas de aperto às generosas condições de asilo da Alemanha. Os legisladores cortaram dinheiro e outros benefícios dos recém-chegados e prometeram um processo mais rápido para satisfazer aqueles que estão preocupados que a generosidade da Alemanha possa ser sua ruína. Porém todos se queixam de estarem atingindo seus limites. "Nós temos essa pressão danada", disse Malu Dreyer, governadora Social Democrata da Renânia-Palatinado. "Temos a expectativa de que, em termos de pessoal, as coisas vão muito, muito rapidamente". Merkel enviou seu ministro do Interior, Thomas de Maizière, que foi acusado de acordar muito tarde para a crise dos refugiados, para reafirmar aos líderes estaduais e locais que a ajuda —com fundos federais— estava à mão. Mas algumas áreas estão se movimentando por conta própria. Duas cidades-estados, Hamburgo e Bremen, aprovaram leis que lhes dão o direito de comandar propriedades vazias para tentar dar teto aos refugiados —e não barracas— já que o inverno se aproxima. Enquanto isso, os ataques continuam em abrigos de refugiados planejados ou já existentes —375 neste ano, incluindo 72 incêndios. Na política nacional, a mais feroz oposição à decisão de Merkel em setembro —com a Áustria— de abrir as fronteiras para dezenas de milhares de refugiados que foram presos na Hungria vem de seu próprio campo conservador. Sem eleições na Alemanha até a primavera, Merkel, 61, está em pequeno perigo. Ela está no cargo há quase dez anos. A mais recente pesquisa nacional Politbarometer feita pela emissora pública ZDF em outubro mostrou que o apoio deslizou ligeiramente em razão da manipulação de Merkel da crise dos refugiados. Os resultados mostraram 46% dizendo que ela vem fazendo um bom trabalho e 48% dizendo que não. No entanto, ela não tem nenhum rival visível em seu bloco conservador, e os Social Democrata estão em ou abaixo de 25% nas pesquisas nacionais. O primeiro teste eleitoral vem em março, com três eleições estaduais. O governo federal, em si, não terá eleições até 2017. Merkel enfrenta seu próximo desafio ou "dever maldito", como ela dizia na semana passada, no domingo: persuadir a Turquia a evitar que os sírios cruzem o mar para chega à Grécia e depois viajarem para a Europa Central. Em suas conversas com o presidente Recep Tayyip Erdogan, em Istambul, Merkel deve equilibrar a necessidade da Europa para a cooperação da Turquia com as demandas de Ancara por dinheiro e perder condições europeias de visto. Ela também deve manter forte as preocupações da Europa sobre os direitos da minoria curda da Turquia e escalada de conflitos militares entre curdos e o exército da Turquia. Karen Donfried, anteriormente na Casa Branca de Obama e agora presidente do Fundo Marshall Alemão, disse: "Este é o desafio mais significativo que a Alemanha tem enfrentado nos últimos anos."
mundo
Merkel enfrenta pressão na Alemanha por sua posição pró-refugiadosAs últimas seis semanas de crise de refugiados têm mostrado a chanceler Angela Merkel inabalável em sua decisão de ter a Alemanha acomodando centenas de milhares de recém-chegados do Oriente Médio e da África. Mas por quanto tempo? A tarefa não está ficando mais fácil. Dentro da Alemanha, políticos e o público em geral estão preocupados que a bondade possa romper sob a tensão de acomodar, alimentar, dar apoio e tratamento aos cerca de um milhão de recém-chegados este ano. Na Europa, e mais além, Merkel até agora carece de fortes aliados para alcançar seu objetivo de apenas diminuir o fluxo de refugiados. Na verdade, o primeiro-ministro da Húngria Viktor Orban destacou o isolamento de Merkel em relação aos líderes da Europa Central e Oriental na sexta ao fechar a fronteira de seu país com a Croácia, e assim ameaçando mais uma vez interromper a fuga de migrantes que a Alemanha deseja manter em ordem. O movimento de Orban é apenas o mais recente de uma série de desafios que Merkel tem enfrentado nas últimas semanas. Embora muitas vezes acusada de esperar muito tempo para farejar os ventos políticos e liderar por trás, ela tem sido firme em uma série de questões em seus dez anos no cargo —inclusive durante a crise financeira grega deste ano, quando a Alemanha liderou o caminho para a imposição de controles sobre os gastos da Grécia, em troca de um terceiro resgate. A crise dos migrantes, com suas pressões internas e externas, talvez prove ser outra questão. Mas dando terreno a alguns pontos políticos, ela tem apertado a oposição em seu próprio campo conservador. Em Berlim, na sexta, a alta câmara do Parlamento —que inclui os governadores dos 16 Estados da Alemanha, que estiveram na linha de frente para lidar com o afluxo de migrantes— seguiu a câmara baixa e passou um novo pacote de medidas de aperto às generosas condições de asilo da Alemanha. Os legisladores cortaram dinheiro e outros benefícios dos recém-chegados e prometeram um processo mais rápido para satisfazer aqueles que estão preocupados que a generosidade da Alemanha possa ser sua ruína. Porém todos se queixam de estarem atingindo seus limites. "Nós temos essa pressão danada", disse Malu Dreyer, governadora Social Democrata da Renânia-Palatinado. "Temos a expectativa de que, em termos de pessoal, as coisas vão muito, muito rapidamente". Merkel enviou seu ministro do Interior, Thomas de Maizière, que foi acusado de acordar muito tarde para a crise dos refugiados, para reafirmar aos líderes estaduais e locais que a ajuda —com fundos federais— estava à mão. Mas algumas áreas estão se movimentando por conta própria. Duas cidades-estados, Hamburgo e Bremen, aprovaram leis que lhes dão o direito de comandar propriedades vazias para tentar dar teto aos refugiados —e não barracas— já que o inverno se aproxima. Enquanto isso, os ataques continuam em abrigos de refugiados planejados ou já existentes —375 neste ano, incluindo 72 incêndios. Na política nacional, a mais feroz oposição à decisão de Merkel em setembro —com a Áustria— de abrir as fronteiras para dezenas de milhares de refugiados que foram presos na Hungria vem de seu próprio campo conservador. Sem eleições na Alemanha até a primavera, Merkel, 61, está em pequeno perigo. Ela está no cargo há quase dez anos. A mais recente pesquisa nacional Politbarometer feita pela emissora pública ZDF em outubro mostrou que o apoio deslizou ligeiramente em razão da manipulação de Merkel da crise dos refugiados. Os resultados mostraram 46% dizendo que ela vem fazendo um bom trabalho e 48% dizendo que não. No entanto, ela não tem nenhum rival visível em seu bloco conservador, e os Social Democrata estão em ou abaixo de 25% nas pesquisas nacionais. O primeiro teste eleitoral vem em março, com três eleições estaduais. O governo federal, em si, não terá eleições até 2017. Merkel enfrenta seu próximo desafio ou "dever maldito", como ela dizia na semana passada, no domingo: persuadir a Turquia a evitar que os sírios cruzem o mar para chega à Grécia e depois viajarem para a Europa Central. Em suas conversas com o presidente Recep Tayyip Erdogan, em Istambul, Merkel deve equilibrar a necessidade da Europa para a cooperação da Turquia com as demandas de Ancara por dinheiro e perder condições europeias de visto. Ela também deve manter forte as preocupações da Europa sobre os direitos da minoria curda da Turquia e escalada de conflitos militares entre curdos e o exército da Turquia. Karen Donfried, anteriormente na Casa Branca de Obama e agora presidente do Fundo Marshall Alemão, disse: "Este é o desafio mais significativo que a Alemanha tem enfrentado nos últimos anos."
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Leitores comentam editorial sobre CNJ
Achei injusto para com o ministro Ricardo Lewandowski o editorial "CNJ pelo avesso". A minuta de anteprojeto de Estatuto da Magistratura (e não Lei Orgânica da Magistratura) foi fruto de trabalho de comissão composta por ele e pelos ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux. É uma versão que tem muitos pontos a serem aperfeiçoados. O trabalho do ministro à frente do CNJ é digno de elogios, pois visa levar esse importante órgão a retomar seu caminho constitucionalmente previsto de planejador das ações estratégicas e de controle do Poder Judiciário, e não palco de projeções pessoais, como já foi em passado recente. O Estatuto da Magistratura não diminuirá poderes do CNJ e o texto em discussão será certamente aperfeiçoado ao longo de sua discussão, especialmente no Congresso Nacional. NINO OLIVEIRA TOLDO (São Paulo, SP) * O editorial vem ao encontro da sociedade brasileira, que já não suporta tantos desmandos praticados pelos homens públicos. Enquanto a ex-ministra Eliana Calmon fez um trabalho hercúleo à frente da entidade, o atual ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski, com uma só canetada poderá jogar tudo pelo ralo. PEDRO GOMES DE MATOS NETO (Fortaleza, CE) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam editorial sobre CNJAchei injusto para com o ministro Ricardo Lewandowski o editorial "CNJ pelo avesso". A minuta de anteprojeto de Estatuto da Magistratura (e não Lei Orgânica da Magistratura) foi fruto de trabalho de comissão composta por ele e pelos ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux. É uma versão que tem muitos pontos a serem aperfeiçoados. O trabalho do ministro à frente do CNJ é digno de elogios, pois visa levar esse importante órgão a retomar seu caminho constitucionalmente previsto de planejador das ações estratégicas e de controle do Poder Judiciário, e não palco de projeções pessoais, como já foi em passado recente. O Estatuto da Magistratura não diminuirá poderes do CNJ e o texto em discussão será certamente aperfeiçoado ao longo de sua discussão, especialmente no Congresso Nacional. NINO OLIVEIRA TOLDO (São Paulo, SP) * O editorial vem ao encontro da sociedade brasileira, que já não suporta tantos desmandos praticados pelos homens públicos. Enquanto a ex-ministra Eliana Calmon fez um trabalho hercúleo à frente da entidade, o atual ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski, com uma só canetada poderá jogar tudo pelo ralo. PEDRO GOMES DE MATOS NETO (Fortaleza, CE) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Presidente de sindicato de taxistas contesta reportagem sobre o Uber
No quadro dos custos de taxistas e motoristas do Uber, há erros que comprometem a avaliação do leitor. Em "renovação do alvará", não fica claro que as empresas pagam essas renovações. E sobre "diária", o valor médio é de R$ 150, que resulta em R$ 3.600,00 por mês, bem abaixo do apresentado. Repudiamos as agressões de alguns taxistas. Defendemos o diálogo, mas não podemos deixar que a ilegalidade e a clandestinidade sejam favorecidas com o discurso de que isso "reflete a modernidade"! RICARDO AURIEMMA, presidente do Sindicato das Empresas de Táxi e Locação de Táxi do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA FELIPE SOUZA - O quadro citado, referente à versão on-line da reportagem, reproduz informações colhidas com taxistas e líderes da categoria (representada por diversas entidades). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Presidente de sindicato de taxistas contesta reportagem sobre o UberNo quadro dos custos de taxistas e motoristas do Uber, há erros que comprometem a avaliação do leitor. Em "renovação do alvará", não fica claro que as empresas pagam essas renovações. E sobre "diária", o valor médio é de R$ 150, que resulta em R$ 3.600,00 por mês, bem abaixo do apresentado. Repudiamos as agressões de alguns taxistas. Defendemos o diálogo, mas não podemos deixar que a ilegalidade e a clandestinidade sejam favorecidas com o discurso de que isso "reflete a modernidade"! RICARDO AURIEMMA, presidente do Sindicato das Empresas de Táxi e Locação de Táxi do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA FELIPE SOUZA - O quadro citado, referente à versão on-line da reportagem, reproduz informações colhidas com taxistas e líderes da categoria (representada por diversas entidades). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Gorila em zoo vira símbolo sexual no Japão
Shabani faz as japonesas suspirarem e virou um objeto de desejo e admiração no país. Só que ele não é ator ou integrantes de alguma das boy bands que as mulheres mais jovens tanto apreciam: ele é um gorila que vive no zoológico da cidade de Nagoya, na região central do país. As mulheres que visitam o local, segundo a mídia local, chegam a desmaiar. Músculos O motivo para tamanha admiração ainda não está muito claro, mas o fato é que Shabani "viralizou" depois de várias fãs postarem fotos em redes sociais, em março. Elas elogiam seu olhos negros e seu físico musculoso - segundo o zoológico, Shabani está bem mais "em forma" que os outros gorilas com quem divide espaço. Aparentemente, o primata também "posa" para fotos como se fosse um modelo. E, desde então, o gorila virou um modelo de masculinidade para as admiradoras. Especialmente depois de o zoológico ter informado ao público que Shabani dedicava atenção especial a seus dois bebês gorilas. O primata passou a ser visto como modelo perfeito de homem japonês moderno: atraente e pai responsável. Para muitas mulheres japonesas, especialmente as que trabalham, este tipo de homem é coisa de sonho, o que explica a duradoura popularidade do principal ídolo pop do Japão, o cantor Takuya Kimura, de 42 anos, pai de dois filhos. Entre as celebridades masculinas japonesas, por sinal, tem virado "moda" enfatizar que são pais amorosos e dedicados, e a popularidade de Shabani levou a tendência bem mais adiante. Nascido na Holanda, há 18 anos, Shabani chegou a Nagoya em 2007, como um presente. Em termos humanos, teria o equivalente a 38 anos de idade - o auge da força e virilidade humana. E um detalhe a mais parece enlouquecer as mulheres mais velhas: a companheira de Shabani, Nene, é 24 anos mais velha que ele e deu cria aos 40. Uma idade surpreendente para um gorila dar à luz. De acordo com a mídia local, muitas jovens japonesas usam adjetivos comumente aplicados a atores de cinema para falar de Shabani. O gorila já foi chamado de ikumen (atraente) e também de shibui e nihiru, palavras que podem ser interpretadas como "misterioso" e "taciturno" - a mesma descrição, por exemplo, que as japonesas dedicam ao ator americano George Clooney. Takayuki Ishikawa, porta-voz do zoológico, diz que os gorilas sempre foram animais populares entre os visitantes, mas que o "fenômeno" Shabani fez com que o número de visitas ao zoológico tenha duplicado desde março. "Talvez agora as pessoas tenham mais tempo para admirar os gorilas e por isso tenham notado sua atratividade", disse Ishikawa à BBC. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Gorila em zoo vira símbolo sexual no JapãoShabani faz as japonesas suspirarem e virou um objeto de desejo e admiração no país. Só que ele não é ator ou integrantes de alguma das boy bands que as mulheres mais jovens tanto apreciam: ele é um gorila que vive no zoológico da cidade de Nagoya, na região central do país. As mulheres que visitam o local, segundo a mídia local, chegam a desmaiar. Músculos O motivo para tamanha admiração ainda não está muito claro, mas o fato é que Shabani "viralizou" depois de várias fãs postarem fotos em redes sociais, em março. Elas elogiam seu olhos negros e seu físico musculoso - segundo o zoológico, Shabani está bem mais "em forma" que os outros gorilas com quem divide espaço. Aparentemente, o primata também "posa" para fotos como se fosse um modelo. E, desde então, o gorila virou um modelo de masculinidade para as admiradoras. Especialmente depois de o zoológico ter informado ao público que Shabani dedicava atenção especial a seus dois bebês gorilas. O primata passou a ser visto como modelo perfeito de homem japonês moderno: atraente e pai responsável. Para muitas mulheres japonesas, especialmente as que trabalham, este tipo de homem é coisa de sonho, o que explica a duradoura popularidade do principal ídolo pop do Japão, o cantor Takuya Kimura, de 42 anos, pai de dois filhos. Entre as celebridades masculinas japonesas, por sinal, tem virado "moda" enfatizar que são pais amorosos e dedicados, e a popularidade de Shabani levou a tendência bem mais adiante. Nascido na Holanda, há 18 anos, Shabani chegou a Nagoya em 2007, como um presente. Em termos humanos, teria o equivalente a 38 anos de idade - o auge da força e virilidade humana. E um detalhe a mais parece enlouquecer as mulheres mais velhas: a companheira de Shabani, Nene, é 24 anos mais velha que ele e deu cria aos 40. Uma idade surpreendente para um gorila dar à luz. De acordo com a mídia local, muitas jovens japonesas usam adjetivos comumente aplicados a atores de cinema para falar de Shabani. O gorila já foi chamado de ikumen (atraente) e também de shibui e nihiru, palavras que podem ser interpretadas como "misterioso" e "taciturno" - a mesma descrição, por exemplo, que as japonesas dedicam ao ator americano George Clooney. Takayuki Ishikawa, porta-voz do zoológico, diz que os gorilas sempre foram animais populares entre os visitantes, mas que o "fenômeno" Shabani fez com que o número de visitas ao zoológico tenha duplicado desde março. "Talvez agora as pessoas tenham mais tempo para admirar os gorilas e por isso tenham notado sua atratividade", disse Ishikawa à BBC. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Com museu fechado até 2022, parque no Ipiranga se dedica a esportes
EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO O Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, está fechado para visitação desde 2013 e só deve reabrir em 2022. Mas quem vai até lá não perde totalmente a viagem: o parque da Independência -que abriga a construção- recebe cerca de 3.000 pessoas por dia, segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, responsável pelo local. A área de aproximadamente 21 mil m², que ocupa uma das margens do riacho do Ipiranga, é considerada patrimônio histórico do país. Foi ali que, em 1822, d. Pedro 1º proclamou a independência do Brasil. Há muitos espaços para atividades físicas, como trilha de caminhada e aparelhos de ginástica. Skatistas também utilizam a área para a prática do esporte. O local ainda acomoda a casa do Grito, em estilo colonial brasileiro, a cripta Imperial, com os restos mortais de d. Pedro 1º, e o Monumento à Independência. Neste último, uma das esculturas de bronze de 1922 também está sendo reparada, em projeto que custa cerca de R$ 1 milhão e recebe recursos do Funcap, fundo municipal destinado à proteção do patrimônio cultural e ambiental da cidade de São Paulo. EM OBRAS Interditado devido ao risco de queda de parte do forro interno e de ornamentos da fachada, o Museu do Ipiranga vai passar também por mudanças para tornar o edifício acessível a pessoas com deficiência. A diretoria da instituição, ligada à USP, afirma que o longo período de reforma se deve ao fato de que qualquer procedimento no prédio histórico requer estudos específicos, que levam tempo. Mesmo assim, ainda não há orçamento previsto para o restauro, que depende de licitações em aberto. As atividades educativas e culturais do Museu Paulista, no entanto, continuam a ser realizadas apesar da interdição do edifício principal, num prédio a 400 metros dali,no número 268 da avenida Nazaré. A programação completa das atividades está disponível na página mp.usp.br/eventos.
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Com museu fechado até 2022, parque no Ipiranga se dedica a esportes EVERTON LOPES BATISTA DE SÃO PAULO O Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, está fechado para visitação desde 2013 e só deve reabrir em 2022. Mas quem vai até lá não perde totalmente a viagem: o parque da Independência -que abriga a construção- recebe cerca de 3.000 pessoas por dia, segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, responsável pelo local. A área de aproximadamente 21 mil m², que ocupa uma das margens do riacho do Ipiranga, é considerada patrimônio histórico do país. Foi ali que, em 1822, d. Pedro 1º proclamou a independência do Brasil. Há muitos espaços para atividades físicas, como trilha de caminhada e aparelhos de ginástica. Skatistas também utilizam a área para a prática do esporte. O local ainda acomoda a casa do Grito, em estilo colonial brasileiro, a cripta Imperial, com os restos mortais de d. Pedro 1º, e o Monumento à Independência. Neste último, uma das esculturas de bronze de 1922 também está sendo reparada, em projeto que custa cerca de R$ 1 milhão e recebe recursos do Funcap, fundo municipal destinado à proteção do patrimônio cultural e ambiental da cidade de São Paulo. EM OBRAS Interditado devido ao risco de queda de parte do forro interno e de ornamentos da fachada, o Museu do Ipiranga vai passar também por mudanças para tornar o edifício acessível a pessoas com deficiência. A diretoria da instituição, ligada à USP, afirma que o longo período de reforma se deve ao fato de que qualquer procedimento no prédio histórico requer estudos específicos, que levam tempo. Mesmo assim, ainda não há orçamento previsto para o restauro, que depende de licitações em aberto. As atividades educativas e culturais do Museu Paulista, no entanto, continuam a ser realizadas apesar da interdição do edifício principal, num prédio a 400 metros dali,no número 268 da avenida Nazaré. A programação completa das atividades está disponível na página mp.usp.br/eventos.
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